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INTERESSES PHySÍCQS, MORAES E LITTERÁRIOS. ^
COLLABORADO ' . -
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REDIGIDO
MTONIO FIIICJÉO DE CASTILHO.
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TOI^^O III.
ANNO D« (843—1844.
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I i:..r.
LZSSOA-
IMPRENSA DA GAZETA DOS TRIBUNAES
Bua dot Fanqueíroi n.* 89.
1844.
(
Sbs.
A. A- V.
A. Cabral.
A. C. de M.
A.í^/iKv;,
Queiroz.
í." rr ''.í.Krj». EULÁLIA
JOtiN H. bTETSON, ih
Av
A. Lima.
Almeida-Garretl.
A. M. Cabral.
António Barreto Pereira de Araújo.
António Cândido Palboto.
António da Cunha Souto Maior.
António Fortunato da Silva.
António José de sé^CfUlKki^/ ;*^ ^ ^ ;.
António Maria d^ Coito JUTontcTro. ^ ^
António de Oliveira Marreca.
António Pedro de Sales.
António Pereira da Cunha.
António Pereira dos Reis.
António Ramalho Macedo Ortigão.
António da Silva Tullio.
A. d'Oliveira Amaral Machado.
Ayres de Sá Nogueira.
Barão d ' Echwege. ^ í • / ? » ,' ]
Castro (Abbade).
Cândido Joaquim Xavier Cordeiro.
Cláudio FHiçpe da Silvav'
tlaadfo Monteiro Barbuda ^dè *LagrtfDgé.
F.
F. A* Carneiro de Magalhães e Vasconcellos.
F. de A.
Filíppc Ferreira de Araújo e Castro.
Francisco d*Assfs Rodrigues. > '
Francisco Joaquim Bingre.
Francisco Maria da Silveira Torres.
Henrique José de Soisa Telles.
Isidoro José Gonçalves.
Jacinto Luiz Amaral Frazão (Dr«)
J. Adão S. M,
J. J. Lopes da Silva.
J. L. Rodrigues Cardoso.
J. M. Desiderio Pacheco.
João de Andrade Corvo.
João Antonino Brignoli (Dr.)
João Augusto do Amaral Frazão. '
Joaquim António Marques.
'•*u
Joaquim da Costa Cascaes.
^Joaquim Heliodoro da Cunha Rivara.
Joaquim da Rocha Pinto de Sousa.
\ José A{n|diAd| èe Cíifif^o ^O^faiM.!
Jo^sé de Freitas Amorim Barbosa'.
José Eutiquio de Almada Corrêa Pimenta.
^ãoílk Joafe|uim de Carvalho,
José Joaquim Ramalho.
José Maria da Silva Leal.
José Nicolau da Silva Franco.
José Pedro Henriques Barbosa.
loé^Ufe^lvé Mradbi Lm? I)iiii<fr> .
José Silvério ftodrígues Cár(íoso.
Julião Valeriano Simões.
Lazaro Joaquim de Sonsa Pereira.
L. J. de liloira. v
l^iiK António Rebello da Silva.
Luiz Augusto Palmeirim.
Luiz Augusto Rebello da Silva.
Luiz José de Sampayo.
Luiz Walter Tinclli.
ifaiirfeT lemnmi^ 44 tfonseca Claro da Silva e Sousa.
Manuel do Espirito sancto Almeida (Padre).
Manuel Mari<| Holbeche. «X;
-Ifanucl Martirh Bandeira. \ * \
Manuel 'Pinhèi*rõ"deÀlmííífac À^zeVerfo. * ^ "^
Fel« Manoel Plácido da Si^va Negrão.
ilarjlRíJosé da Silva Canuto (O.)
Marino Miguel Franzini.
Maria Miquelina Pereira Pinto.
NV
^.Pedrp Cervantes de Carvalho Figueira.
Pedro de Roure Pietra.
Rodrigues de Gusmão.
R. S.
Sçbaslião José Ribeiro de Sá.
Silvestre Pinheiro Ferreira.
Veríssimo ÁUes Pereira.
Visconde 4e Sá da Bandeira.
» da Villarinho de S. Romão.
V. T. ,
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'i ^^vt /- , ./, .'^j /.-y.:?-;,;
índice 4LPHABETICO
M AXJJ^RI AS €0JíTÍ1&4« 3Jí'ESTE TERCEIRO TISMp.
Ví
iLcademía das'BeIla«:Ar4w je lOslKMI.» }^9ày ««P9v
n do Núncio (commemorajg|i]|).«£p9^^
▲cçito generosa, t758, S81ô. . ,. . i
Aceio publioo , f9^.
Achada de dinheiro moiro, Sq^f tI64* •'
n de tw.<i^dawr,fci^íi€ , ji|>l^ 4l W , 343^.
» de mm^^i3^ífi^.,4|ífíh^f^9^»,9^^^^ .
Acido oxallco, 3009. , . »
Actos officiaes, «038, S053, 2081, SlÒS, 9131, «|,9Jl,J^,
St««, f1S50, S«67, Si!86. «313, «335, S^f , je3«|l « |S4^9,
«454, «485, «507. «538, «573, tò^.,:m^.„mi^^my
«7«4, «749, 3041.
Advertências da empreia , pag^ #^. .)
» da redacçSo, «179.
Adrogado, 3041. o
Affbgados, «190, 3047.
Africa portuguesa jii^p^ 7 ^/( :.. . . • *
Aftotas de nova espécie, «318. ..ti <
Agradecimento — poesia de Nicolf^ .T»leQM.4^.i íP?M' : '
» em nome dos habitantes da l^Hl^ Jda J?!f9f a^ fM'9i*
» PutíW.^ «AMn'
Agricultor mtchaeteose (jornal) «214, -fPIQ. :. . . . >
Agricultura ^^^^pcxi^O»^ Mn «iW W.» *W7 , a»l í ««•
*» nacional, 305f)M. / . .>
I» na ilha de S' Miguel, CSftp, «.3Mvi
«. ^ilJ»'JflWfWft„:3ÍMM^
I. rai deitada n*ui||^ix ^j» ifè^ .d^ m\^ ÍMÍ^ :
Aguas em Lisboa e modo de ^.mÍk^^fi^,t I^W.* "•
» lifiRi.^.Aua,4^M|iff4^«<3i5p1.
9 anineraes doeste r^JMH^^^pAtifiip |«|^C^ W9 Hi4J(4||||ÍI»(H9f»
^63ft, ....
» thermaes, 3081.
Albttai>^«(f ngftUc;^ í4íS%ím 9i«P 4fl'ft!if »#«r t^íW-
4lppii;ho{|^.-^(H|MÍ#, A^.. . .'••
44^r v4»,.^nA^^r^d*41 «ft«
A4J|pciMp^de,<i|>;lefte^a *»M;il?»IÍ5^ 4wi»«P»«4: P^éi
Almo^ra, «619. ^ ^ .
Alquifoux — mina, ««18. .;,
Amanticidio, 3187.
Amasona, 3001. ;. ,
Amasonas modernai , i^Q^^.
Amaurosej^,;^|845, .,.. .., f. . .
Amor Oos homens e caridade dosi4iwtui|liilij «47ié ,. vj
AffloreiMi grandio.<io, «351.
Amoreiras , «5«6 , «589 , t^if^^^^Xi.
n » e multicau^, «6im^^7gM|. .
•• emjp^v4úfp , A«PAi\ .. ,.. ' ... « >
» machina para migar a folha, Í«lt9* • )
» — plantaçtlo , «5<5 , «861 , «%l^.. ^ . ,., . ... ,
• publNBfi* WW'.-- ..••••. • .». .. .-.-. ; • .i : '
» — um grande plantail^i ^'eUM^J^W*
»> mortíferos, 3164. ...... ^
itii , ««70, «3G0, «361.
Andor incendiado, 3045. • ':
.Ail9KÍRPJ?trtf:<MAf».«e,Mr«Oiim «» .4í» ||P»)|i«fftt».t:#fOir .
ànCEa «T««rr^n«|» , .«MO,
•> N. S. do Rosário , M0$.
Aniinaes -^.tf^««a-i»itiai<;t«f 4*i9 <>í^0«
Anna de Geier»|«)ft, d^Wj^Mer 3c«U, Imi^sf^ do Sr. A.
. J. Ramalho e Sousa •* bi bliogi«|4Íli, A&8$t-
Anutiii Ae QM P^ iMo 4U^-iM«Uagtt|>to • «^43.
Aiino bom (commemoração) «481» ' -«
Anno novo, «515. . ' -v
AntíguaIhasg;toiis,?«Í5,. .
n portuguesas (exportaçlp) «IBlOi^
António Herculano Rodrigues , (necrftiogáo) ItôM» .' i
» flontMjÉlo éte ^itia 9^ M,fMm -^ wsccólfcÂ^) |«aéO.
*> Maa»iáo G«MDj(fto(r(ifogí») «115.
Apoplexia atempo, «643.
» espantosa, «647. » . *
Archeoloeria, «310, «389. {
Architecto do convento de dMrip « .tiiS.
Ari«^uins, 3050. , . ,»!
Armada (coo)mem*rf'açlto> «883. . > . >?i
Armas de í^fd <GAittcHiv\cfl« /«Hai) tliK?^ «aAi« >
Arrua , com um mappa d(i.i«U» ^«líarta^ , >«fjt ,. «I7^9< \ 4
» (cultura) ««i3. . . 't
M de sequeiro, «658. . -.. '
Arvoredos, 3081. . j ■ -'!
Arvores, «044. . • • - < > .M
» sr>ccas , 2606. . '
n (transplantaçâío) «044. .. i »
Arraial no Sobral de «butfe Agitaço, J»l<$9.
Arraiaes, ««54.
Assassinos ab«i»Jvidos , «3061
Asftembléa dn moral (c»mmemoraçSo) «308. . :. *
Assigiiatnras para a Revista dp. Plspo4lft P«lllMt Í3AS> . -'*
Associação commercial do Porto, «416. • - . >
n de agricultura , «197. * .
if da pr«)pagjiçào da fé, «94ti.. ^ *
» marítima c culolffiftl ^ iãMu
Associações agncoÍHS, «217 ,'UV , dWjfB, «348.
As!>ucar (clarificação d*eUe) «356 , «404. . , •
n da cnnna do milho , «897. : • ^
» de betarraba, «MS., %4m. . : . >
«i envenenado, ««15, «3«7.
» — seu fabrico , S0S9 , «09Ci. -.
Asthma, «Mi; .. r, ^ i • ' >
Asylo de mendicidade (beneficfcp.p^ra «lie) MM-
'<..tK- iwP«iI0v*«:H3^. *. ' • «
Atrppellamento , por Sfges ou cavallos, «058».1ltá44^#htfj^
«4«1, «851. . .'.
Aventuras de um brilhante (cúlil€»:d»iMíi rorib» «MiHtriiM^
«49«.
Aviso hygienico ásbellas, ««4«.
Avisoi(iMii<(MiQÍs MB ^ivteéMvl ,' «abfrÍQMilet 4 f«eff««fniM«t M
a todos quantos .tli^lBlii iOHMitAintf tawÉir jgwetiiam- ow
p<»dem lufluir n<i reiiN»'.Íe'B{arlitt94><«|irt»44;tum jpor-
tugues no Braictl) «094. «777; .M3D; . '
Azeite de ficados iltriU>'aUiu»»w.iÍft3A. t . ! ^»
Bacalhau ^ seus figados, «031. \ -
#
Baile de matcarai , f825.
BalSo , 3050.
Bal^a á coita , 2968.
Baldes de metal , S9€9.
» — machina para lhes dar direcçlo , 2930.
if — suadireççio-^aS^ «930.
Bancos ruraes , 2182 , 2123.
Bandido morto no Alarve, 2373.
Baptismo — considerações, 2499.
BaUtas — meio de lhes extrair a fécula, 3031.
Beneficio das filhas de J. M. de Castro, 2063, 2542.
Beneficies no theatro, 2041.
Beiterrabas, 2478. 2528, 2584, 2672.
7» (assucar^de) 2378, 2426.
Bexigas , 3070.
Biblioirraphia . 2127 , 2226, 2288, 2292, 2418, 5K475, 2570,
2660, 2689, 2750, 2796, 2791, 2782, 2799, 2833r 2834,
2853 , 2863 , 2894, 2943, 2944, 2967, 2970, 2978, 2989,
3012, 3069, 3123, 3125,3196.
Bibliolheca de Braga , 2106 , 2040 , 2269 ,2874.
' n doThriftio (blbliographia) 2083.
M de Évora , 2920.
» publica de Lisboa , -^TeUlòrio, 2880, 298]«
Bibliotbecas pnblicas, 3185.
Bichos qne roem as laraogeiras , 2405.
7» de seda , 2238 , 2819 , 2405 , 2589 , »14«.
91 novos de seda , 2739^
Bispo de Ao^ola , 2548;
» de Lamego -^ sua entrada n'Bque)la cidade , 2885 .
m de Viseu — sen regresso a I^>rtllgla), 3092.
V do Porto (§ua apologia contra uma diatribe de tím
correspondente do Jornal, Revohiçío dê Stfiembro)
2322.
Bispos — confirmaçlo, 2695.
Boato falso . 2348. t
Bóia para aprender a nadar, 2154.
Boleeiros — atropel lamentos ibitos porelleit 2058, 2421, 2851.
Boletim dos theatros, 2108.
Bombas hydrol>alistas , 3057.
Boneco homem no Sobral de Monte Jbgtaço, 8167.
Braga (sua bil)lltf.thera> 2106, 22691
Briga na cadéa , 2965 , 2998.
n de rapaces, 2|43.
Brinco (poesia) 2452.
Burra come dinheiro, 3190.
Cabelhis improvisados , 2407.
Cadáver desamparado « 20R5.
Cadella — amor materno de una, 2850.
Cies t modo de os matar , 2474.
m sua carne para comer, 2210.
Café, 2403.
Caixas ecoBf^mieas, 2879, 3112.
Calçadas, 2907.
M e pavimentos , 2450.
Cálculos vesicaes, 21 56.
Callos-^ remédio para ellee, 256T*
Calores exreaii«oi , 2088 , 2906.
Caloteiro pnnido, 2376.
Camelfos, 2363, 2906.
Caminhos de ferro hydrauHCM, 274t.
» melhorados, 2.'>69.
n muniripaes , 2153.
CamSes — sua estatua para o theatro »griâ9, 2976r
Campbora— cigarrilhas* 2032.
Candeeiros apagados no Porto 8B dia. de S. Blartinho, 2345.
ah> lei, 3188.
Cara da rainha Gertrudes , 3080.
Cárcere privado ; 255^ ^ 2581 .
Caridade evangélica , 2636.
I» exemplar, 3038.
Carloa Frederico Oerr#a de. Laeefda (nccrolofio) 2826.
» José Pinheiro (neeradocio) 2818.
•• M«gn0^<arcibeDliigM) 2310.
Carnaval, 2694, 2f 57. .
Carne fresca — modo de a conservar , 3060*
Carros, 2236.
^ Carros e estradas (resposta ás refiezSet do Diúrh dê Gêverfuê
2406.
Carruagens de vapor , 2279 , 2362.
Cartas do Condo de Tarouca , 2505.
Carteira de notas perdida e achada , 2895.
Cejnrio— pina, 2612. J • / *
Casamento de Carlos II rei de Inglaterra com a prineen D.
Catharina de Portugal (oommemoraçlo) 2049.
» fantástico, 2348.
Çaitmir-Oelavigne , sua morte, 2535, 2536.
Catarata — sua operaç&o, 3124.
Cathecismo de agricultura , 3037.
Causa matrimonial, 2917.
Cautellas' — velhacarias dos que as vendem , 2208. '
Cayrol (MM — Vitriflcadofr, 23«4. '
Cemitérios (vide necrológio de* Lisboa e Belém).
n 2321 , 2996. ^
Censura e seus limites , 2872.
Cereaes — seu preparo para semente, 2585. '/
n (sua cooservaçto)'2380.
Chapas qtie imitam a grávura de madeira, 225^.
Chapéo para preservar de morrer afibgado, 2697.
Chapéus de sol , 2777.
Chibatadas, 2593. , '
Chocolate, 2772.
Cholera («doença) 2065. '
M morbus, 2169.
Christianismo — jornal, 2608.
Cidadio da Lâpã , 2548.
Cigarrilhas de camphora , 2032. '/^
Cipd de chumbo , 3061 , 3084.
Cirurgião da solitária , 2663 , 2848 , 8032.
Ciúme , 2068 , 2089 , 21 40.
Clérigo pebçadoraço, 2148. '
Coador novo , 2932.
Códice do século XIII (bibliographia) «771. '
Coimbra (poe»ia) 2158.
Colchào de salvamento para nanfragadw, 8142.
Colchões de fibra de coco, 2325.
Colla marinhh, 2591.
Collecção de receitas e segredos fMKrttéíilaref, necessários aotb^
tureiro (bibliographia) 2292,2702,2967,2978, 2894^ 801t.
Collegio da applicfcç&o reciproca , 2298.
» de educação , 2084. *
n d*instrucçao primaria e secundaria , pag. 473.
Colónia» portuguesas na AfVica, 3030.
Comestíveis animaes — modo de os conservar frescos, 2899,
Cometa, 2130.
Cómico , (qtii prd qno entre um e uèt etrteleiro) «948. '
CommemoraçÕes , 2035, 2049, 2076, 2098, 2128,' 21^7,
2180, 2202, 2220, 2244. 2261, 2282, 2308, 2332, 2364,
2386, 2i08, 2451 , 2481 , 2504, 2533, 2571. 259^, 2632,
2665, 2680, 2703, 2760, 277&, 2794, 2808, 2822, 2888,
2883, 2909, 2954, 3014, 3088, S087: 3152, 8118, pag.
422. •
Commercio com o Brasil , 2094.
n com a China , 2094.
(noticia útil) 2715.
CommnnhSo de meninos, 2915, piíg. 475.
Como se p<Sde supprir uma banda de misica, 3165.
Companhia protectora de commercio e agricultura doi iilàm
da Extremadura, 202U, 20^5, 20t4, 2125, 21'99, 2216,
2280, 2428, 2500, 2.^63.
2045, 2280, 2216, 2196.
Concurso bibliographíco , 1^49.
» da escbola medico^irurgica ^e Lisboa, 2268.
n do Sr. Belr2o , 2290.
Condiçdes da assignatura da iSf^kte, pag. -3.
Conjugicidio , 2828.
Consciência, 2Ò64.
Coovelho agroniimioo a Tras-os-MoUtei , 2792.
» a lavradores, 2429.
» sobre coisas portuguesas por um poHngues no Bra-
sil, 3030.
Oonwrvaçlo de peça» anatomlòá^ assim sofídâs como l]<|nÍdM ,
2935.
Consulado i>orluguet, no Brasil , S777 , 3030 ^ .
Cpotai de dois ministérios , 8960. - , t
Conto de fadat: (romance) £036 , S078.
»» moral, 8758.
Contrabando, lei 65, 8344.
n de dinheiro,- £171.
Contra o Jo^o foj^o (commemoraçSe) 8988.
Convénio de S. Domingos em Aveiro (incêndio) SST-^^ .
I* do Sacramento da capital (comraemoraçito) 3118.
Conversio , «017 , 285JÈ. ....
CoraçKo presafi^o também mente , 8763. . i i
Coriscos de páu no theatro de S. Carlos, £482. , .
Corpus Chrisli, 3081. . ,
Corrida de toiros, 3156 , 3157.
Cortiça — novos usos, 8864. . ' ..
Corveta Íris, 8887.
Costume. dos frades dominicos (comn^emoraçlio) 89541
Couve do Algarve, 3^96.
Coxixo macho-femeo , 8308.
Creauça airopellada, 8144, 814$.
n caída por uma escada de torre de sinos., 8894*
p desamparada t 8148. •,
n devorada por um porco , 8637.
fy imperfeita, 8913. t
» jogando á pedra, 8143.
Creanças , 8461 , 8468.
Crenncinha (poesia) 8458. ^
Cré<S«5ta, 893p.
Cultivador— instrumenlo de agricultura » 8776.
Culto divino , 8640.
Cultura da seda 8070.
Dama com am thealro 4s costas, 8974.
Damas infriéxas em bus^oa de seus m&ridos , 2397.
Dâmaso (Sao), Papa (commemoraçio) 8386.
Dançarina em botSo , 3086. ^ .
Demência , 8494 , 8764 , 3003. '
Dentes cerrados jXMr^ aqíif)r » .81 48. .
Desacato, 8580. . .
Desaflo por uma data , 3056.
Desapparecimenlo , 3055.
Desenjçano a tempo , 8988. «
Desherdar-se em vida, 8730. , ,
Desgraça saloia, 8808.
Desgraças, 8858, 3192.
>} no entrudo , 8738.
Desleixo do commercio portuç^ues , 8777.
Desordem com um carreiro, 8139r .
Despedida thealral , 3083:
Despreso da industria nacional,' 8777.
Diabo, 8113.
Dia de finados e os cemitérios (commemoraçUo) 8861,
Dias de jejum, 3177.
»> santificados^ trabalho n^estes dias, S48^. ,
» sanctos — reflexões 'sol>re elles, 8532.,
n „ — sua reducção 3180.
Diccionario dos diccionarios de medicinn, cirurgia e pli^ripa-
cla (bibtiographia) 8519.
Dinheiro de contrabando, 8171 , 8344.
Dinheiro moiro, achada, 8087.
Diogo de Paiva de Andrade (commemoraçuo) 8408 ^
yf Kopke (necrológio) 8814.
Diqne flnctuante, 8714.
Direitos da fructa na Inglaterra, ^715 ' , ,
Dissertação inaugural do Sr. Beirão (bibliograpliia) 8418. .
Donzellas — oflferta de seple , «055. '., ^
Dores de cabeça , 8800. , , . ' . .
Dotes (commemoraçuo) 8364. '
m por legado (commemoraçSo) 8338. ^
Dramas , 8338 , 8339. ,]
Droguistas pudendo remédios , 8860.
D. Duarte (seus manuscriptos)' 8099. ; •
Duelos „ 8:600 , 305,6. *
Eclipse, 8999.
Edificto queimado da EícholaTol^rlecbnica, 8601..
Educação (collegio) 8084.
Edueação das m&es de família (bíbUo^ra[>V>a) 8709.
TMhicaçuo de meninas , 85 1 1 .
Egreja de Sanctos o Velho (commenioraçSo) 8157.
» portugiieia na Índia , 8811.
Elcctrometro, 8848.
Elisa (poesia)' 8845.
Elixir de amor — úi>era , 8395.
Elogio fúnebre do Sr. I^uiz Duprat i 8641.
Embalsamar.no d(*'cadav.ereg , 8935.
Emenda histórica « 8864.
Emigração, 8491 , 8777.
n da ilha da Madeira , S886.
» para o Brazil , 8094, 8348, 3030.
Emigrados portnpuezes no BrazU , 8985, 8986.
Emilia Augusta (Dona) (necrológio) 30^â.
Emílio Pereira (Dr.) 8031.
Empreza de S. Carlos , 8134.
Ensino dado por um saloio a um alfacinha, 8655.
Enterrados vivos, 3184.
Enterrar nas egrejas, 8381.
Envenenamento , 8473.
n de arron com alvaiade, 8668.
n, de arsénico, 8940, «710.
n de nzebre, 8à80.
Epilaphio de Filinto Eljrsio
Ernesto Bicster (necrológio) S099.
Esboroamcnto de um pedaço de terreno, que esmagou dois
homens, 3100.
Escândalo da-aucioridade , 846Ó.
n judicial, 8648.
Eschola gratuita ao domingo', .8331.
E-^^cravaria , 8985.
Escriptorio de advogado , 8877.
Escriptos administrativos do Sr. José Silvestre Ribeiro; 8766.
Escrúpulo, 8955.
n — resposta a elle, 3015.
Espancamento de uma mulher pos lUB soldado dentro de uma
egreja, 3018.
n OU tres bengaladas por trinU mil réis, «575.
Espancamentos, 8874;, 3138. ,
Esparceto , 8379 , «487 , 8073.
Esparrela a um velho , 8890.
especulação com a America, 8777. .
Estatística criminal , 84^6.
Estatua do Conde D. Henrique, 8991.
»■ Equestre — seus concertos 8878.
Estradas 8096 , 8836 , 8318 , 8398 , 8544, 3088.
n e carros (resposta ás reflexSes do Viário d^ Governo)
8406.
Estrada nova do largo do Conde BarSo a Saneio Amaro.
8958, 3018. -^'«. •
Eátrella do mar, 2377.
Estudantes (desordens entre elíes) «471 .
Efltudos artísticos ," 8597 .
Estupros , 8 1 1 0 , 8 1 47 , 8639 , 3088.
fi — seu castigo, 8646.
Evangelho de lavradores , 8489.
Excavações poéticas (bibliographia) «750, «876. .
Exemplar de tuSes, 8055.
» de um governador civil, 8176. .
Exéquias de uma ave, 8945.
» de um estudante de Braga, 3048.
Expediente, paginas 833, 861, 453, 489, 301^ 537, 54d
3008.
I Explosão de pólvora , 3004 , 3053.
Exportação de dinheiro, 8171. :,
Exposição da Sancta Casa da Misericórdia, 85JO.
Fabrica de Torres Novas, 8675.
n do Campo Grande, 8984.
( Fabrico de manleign , 8151.
Fabrico do assucar, 8078.
) Facada, 3168.
Fadas (conto) 8078. ,
Fechadura portugueza, 8186.
Fécula das batatas — meio de. a extrair, SÒ3I.
Fecundidade, 8319', 8609.
Feira de Vi-la Franco, 8198.
I
VI
FeilIceirM, 2835.
Ferdinaoil Deiiií, é ccndecoFRtk) , *4I4.
Ferragenu, «094.
Feftatf anlignt, 2645.
n ite \v)ela$ a S. Ju2o em Coimbra » 3t 41.
Fciicidio, «nro.
Fileiía (cadclla) 2350.
Filha« c!e Macha.lo de Castro, «063, «lf>«.
}i seu agfradectmento , 2107.
Filho siippo»to £119.
Filiciílio, «7I«, «914, SI29.
Filiato ICIysio (i»|-.iU|»hii») «077.
n (oíle aos portiigiieaps) «07«.
FiJIipe Ferreira de Aranio e Casiro, «062.
FIor-do-m.ir (romance) «051, 2181.
Fo<r2o PconoQiíco , 2330.
Fogos (vide incêndios).
Fog^iteirns — cuidado com ellns, 3105.
Fo.çneleiros no povoado, 2493.
Folha secca — poesia, 3017.
Fomento á industria nacional , 2677.
Fon!e para leprosos deS. Jo^o do deserto em Aljustrel, «Sj8,
«596.
Fortuna saloia, 2192.
Fracass.iB Ihéatrae», 8773.
Frade», «410.
Francisco de Ollanda, 3048.
9 de Borja de Carvalho e Mello (necrológio) «610.
Fratricídio, 2138, «369, 3128.
Frurtns (sua exportaçHo) «305.
Fructuoso (S.) Bi|a trasladação, 2957, «958.
Fuja de cadea, 3138.
1 de Olhas , 3079.
» de presos, «549.
*• de uma cantora, «973.
*• (le uma cómica, «971.
n de uma senhora ^ 2«94. ^
Fumar ^lens perigos, 2067.
. Fundição e fabrica do Sr. Collares, 2661*
Furto, «060, flI9. '
» a um defuncto dentro da cr>%'a , «691.
Furto industrioso, «119, 2173, 2349, 3160.
n sagai, «114.
Galeria dos vice-reís e governadores da índia i)ortuguexa (bí-
bUo^raphia) \tnS.
Gallegos, 2060.
Gutranographia , «843.
Oalvanoplastíca applícada á coniervaçSo dos corpos, 2743.
Gaspar Juté Mai^ues , (biographía) ««09.
» (necrolugió) «163.
Gaieta dos Tribunaes —jornal , «170, «797.
Geadas em Trax-os^Montes , «583.
Giganta , «550.
Gigante, 3049, 80t3.
Gomes Freire de Andrade (commemoraçàlo) 2220.
Gorgulho, 3148.
Governo nas rnSos do villilo — romance, «705, «723, 2746,
«761, 2780, «795, «8«2, 2873, 2884, 2910.
Grama, modo de a destruir, 3173.
Grande Barca da Romana egreja — poesia , 2631.
it plantador de amoreira , 2963.
Gravura dos typos, 2623.
n em madeira (chapas ^ue a imitam) 22J9.
n em pedra, 2034.'
Gregório de Sousa Pereira (necrológio) 2347.
Guarda-rai^f para navios, 2840.
Higyene publica , 2260 , «355 , 2403.
Historia natural da saúde e da doença , 2127»
Homem duplicado , 2119.
» da Mascara negra (bibliographia) 2834.
» e um lobo, 2118.
M incombustível, 3111^
f» perdido, 2767.
n que comia carnes podres , 2926.
Homens illustres, 2226.
Homicidiot, «055, «059, 2068, 2140, 21G6, 22X8, 2254,
2256, 23fi8, «S74, «466, «638, «f44, «6r.7, «651,
«71 J, 27B6, «947, .1006, 3096, 3040, 3!i3, !I134,
31.36, 3163, 3164, 3169, 3183.
Homicidio de nm juiz , «997.
n premeditado, 30«7.
Hoi^pedes sem ter convidado», «757.
Hospital de S. Jos^, «396, «887.
HofpitalHlade , «470.
Hy dropalhia , «094.
Hydrophobía — modo de a curar, «306 , «385, «47fí.
Ideologia e Pxychologia, 2048.
fgnacra Xavier (Dona) (commemuraçSo) 3053.
Ilha de S. Miguel , 2330 , «354.
t» carece de um porto, 3013.
» de Fnyal — trafejro marítimo , 3025.
Illiiminaçtio , 2097, 2622.
» de gai para as cidades de Lisboa e Porto, «545;
n — requerimento e memoria juslificativa sobre isto^
«699.
n eléctrica, 3143. -
n nova, 3086.
Imagem de N. S. da Conceição de prata doirada (commemo^^
ração) 2909. .
Imperatrls viuva do Brazil , «348.
Ini ponto», «193.
n (Mia theoria) ««19.
Incêndios, «09«, «37«, «574.
» de um panno de Tundo de thealro, ««05.
n (modo novo de os apagar) «837.
n sacrílego, 2255.
n (prevençSto contra) «52«.
*» (providencias contra) «175, «3«9 , SI 13.
» (argnal da sua exlincçao) «3«8, «384.
Incombustibilidade, «741. '
Industria agrícola na Ilha Terceira, 3008.
n nacional, 3059.
Infante D. Galharína, Olha de elrei Z>. Duarte, «409.
n D. Henrique, 3051*
n D. Pedro, «467.
Infanticidius, «057, «36C, «400, «547, 3077, 3126, 3183;-
» antes do nascimento , «401.
»» (remédio contra) «047.
InQammaçuo dos olhos, 2500.
Ingenbo para expremer a canna do asincar , «89&.
n para as fabricas de seda , 2527.
Inglese» , 2229 , 2484.
Innocencias — poesia, ««45, S45«.
Inquirição é abolida (commemoração) «794.
Instituição da ordem de Chrbto (commemoração) 2760*.
Insulto a uma mulher, !e893.
Interdicto, 3046, 3095.
luvento musico, 2744.
Inverno em Traz-os-Mooles , «551, 2552, «5&t.
» sem chuva (commemoração) «63*2.
íris (corveta) «287.
■ n nocturno , 2831.
Irmã da ama, «791.
Izabel (Saucta) culto em Exlremuz , 3193.
Jacinto da Silva Mengo Júnior (necroíugio) 2«76u
Jardim Portuense (jornal) 2303.
Jerónimo Soares Bartioza (cummemoraçlo) «504.
Jogo das escondida», £349.
Joaooa (Ex."^^ Dona) de Noronha (necrológio) «03^.
João da Camará Leme de Carvalhal Esmeraldo (necrológio)
«417.
João de Menezes (D.) em Larache (commemoração) 3180;
n (S.) e a musica, 3065.
n (S.) em Génova , 3066.
n (S.) Poético, 3141.
Joaquim Machado de Castro (as filhas de) 2063.
n (portaria mandando Inscrerer e
seu nome' na Estatua Equestre)
«315.
Jornada Real, 2184, 2211.
iuroaes, 22«4, «303, 3175-
» das Bellas Artes (^bibliographia) 2224, «487, 3125, 5277.
Jonaei cm CkhàJTmá; atST. • . •':
» dM Mbla Avit* (feetHlr«9io>*toa6# . «
Jot^ Corr^ da Serra (abbude) 3153. < > > i
» 1» (Dr) (necrológio) t346.
» (Sr.) da Silva Mendes Le4il Júnior «-ifiuv daéa^ fOlíSu
Joeé Maria de Mello FalcSo (fleeco|o|ri«) 807«. r
n (Sr.) Silvestre dè Andrade, «SÒ9i .
JoTCB Sylpbide, :.a93. v v ' .
J«rj, as«8. •". j.. V ^'. ' [
Justiça d6«FbTi»« contim Iàdrllnf«ft<«.
» em dia de Graça, «557. ' ' Í
n litleraría, «715. " r . ..r. . ;
Jalgamento de homicidas, «465. i
» devmfiUcida. Blflv
Joita deciao do Jiiry, «686. . : <i
Kailef (Or.) pni|iB9ador'4o inròlestantitmo «a ilhc da Ibdeii
ra, «11«.
Lacre— modo de o faaer, «80tf, dOlO» 8116.. • • * '
l4id^6te,eflC6,«4eo,
>* apreendidos, «784.
Lanifleios portofiieiei, «984.
Laranja — sua eiporlaçSo , «305. . . . 'i
LMira (8r.> JMfflíolil , '«B8«. .
Laurel scieniiflco, ««53.
Lavradore*, «4«9. . ,.
Lei da imprensa, «888.
Leile, «403. . ,
Lembranças á camará mnnicipal de Lisbo», «07A.
» aos jardineiros, ««39.
*• uteia; «eUl. ' 1 .
Lepra, ««40, «357, «596. ..,..•
» 4^ remédio para éHa^ «1«0 , «3«6, «889.
Leprosos, «358, «503.
Liberdade de imprensa, «387.
Limpeia das ruas por machina, «075.
LÍDba.«094. . ;
Lisboa. «453.
Livros baratos — mndo de os olílerv 8199.
Lobo damnadd, fH7. «116, «880^ .
l^iça de iMirro aperfeiçoada, «676.
Loabriíras— remédio oontm ellds, 86«6.
Longevidade (vide Macmbfa). . *
Loteria de um liomem, «111..
Loterias, «419.
Louca furiom, ««8«, «8if; . . .
Loucura repópHua, 81 J8.
Lourenço» ijoté Movia (emiseliíeiro), «061.
Lnis de Camões— tua estatua feiU na índia, '9»9ít,
» WallerTinelíi, «614.
Luterna, «4«7.
XyeendeBraira, ««98. • . .
âluç^s «. sua eiporlaçUo ,> «805. •
Machina hydru^léclSrica^ «841; .
n palu migar afuHm d« amoreira, «HU.
Macbinas de vapor, «560:
«660 " -*-I»**Fuoç«o solm elláf (bibliographia)
Mach ■r«'mea, «83«. -]
Macrobía, 2S76, «4Í3 , «463, «5«0, «558 ^ «809.
» da Mba lerceira, «751.
» m<naiitira «918.
Mucmbias, «.170, «849.
lIârro«.i« ti67, t4«3, «184, «546, «80t, «8«7, 8181.
Madame Fabrica. «9««.
■ Olivier. 30d5. « : r . . i
IfSe infam"., «055 ' ' . . . t, , . . '• \
Mafra, neii grande edificio, e tapada, 8688. »
Maio (rommemoraçAo) It868. / . • ;
Malfeitores. «7õ6, «058. '
IJanteig» — ^11 fiibrico.'*(fri; «151. *• '
llan..el J *é MHria da Cosià ♦ Sá (uecrdlogio) ««75. ' ^
n %Mu diM Samos nlo é constructor dá armada — féái
n>açau, 3189 i . '- 1 «t I
Mattusrriptus de «-Icei D. Duarte, «0991 *
Maniiscripi.. (memorias sobre a diocese do FteiKhàn Hò^.
Mappa de Lisboa , ««06. i í - . . " r • •/
^ lílWI
Jfc|»pa\dtfpaii»«ahK(f4fr«dõ-i«to.mihi, «S04. ' ./
™**»'(™"*> Auialla BrandW^f^rOfòglbV^tfM.
» (Dona) Anna de Soosa Holslein (neci^i^o) «816*
;^ A :de .AMéteiro íf l>ohií) <ds«ma) «f l« x. I«838.
Marquei deiOttão (necrológio) «799. í - .
Martinho (S..)Xcommembmçao)««B«.
Martjrrio por amor, 3I4«. i . , • /
Mascara histórica, «458.
Massa de estalos, «678.
Matadoiro de Lisboa. «075. j .
Matar sem crime, 3096. ,^.
Maitas^sua ulilíflade, «381. ...
Meilalhas moiriscas, «16 ;. i- <
Meditação-- poesia, «809.^
Kí:::^^:^^^^^^ tbiuiograpbia) «579, «999.
El!Il^i,*««^'''* (b^bWraphla) 3014'. ' ^ ■
Menina pUlkta, «n»,'^!^. ' ' [
A^nino perdido (bibliographia) 3069.
» • iBÍòrto'desamparmlo. «085. '^
Merelriíes' para « hoi7)iial, «735. . "<
^■«íU Albwm— collecvílo de poeviur lyríctts. ««45. ' •
" de amianto , «043 , ««81 .
Mimis. ^9#, «5«t>, t6t«, sm. . . o
Mineraçío norfugiieia, «805 •
Miragaia (Whliogfaphfá) «944. - .
Mis» (agua ras ^m^e^ de vinho) ««33.
Missionários, «754. >
** «flcitsr«íín "" '• '*"'' ' " -^'"' ^"' "^ *^ ^'•*- *^-
*'í»V*' '^.^*^?^"' " "i"'*'^^ **^1?* íM^» irrespirtveis.
Moeda falsa, «6»5, «770. ■ *
Moira de S. Lniía — poesia, 3089. '
Montados, «073, «095, «Í78. «19^:'
Montaria, «456 ' i
Mn.r^ j JÍ^ ^!^^ '*'*'^** (cnmmemorpçlo) 80i«: '
Monte de P,e.lade, «f«2, «1*4. ^ ^ "^*-.. .., |
M'ínle-pío, «88«. -i '!
M-niimentos antigos, 3081. ! ».l
M«»rtalidade (vide necroloirio). • ' '
Murte ao desampuro, «553. .•-*..'
» causada p^^to tabaco de fumo, «067. < .
» debaixo de uma pipa, 3104.
» «ie tim salte^flur , «3^3 . 2374 ' 'T
» singular di' um íHho, 3097. ' '1
Morto fabo, «919, «94«, 310«. ' .1
Muvimpnto — novo Kj.«tf>mA, «908.
Mttittcaules. «480, «.^61, «616, «6Í7, «70« • «
» —sua defensa, «719. * '' '-■'> T
Miitamba, 3114. ' < i<I
Nabuchod..n..sor, (dpera) «316.
NalBçío, «154 ../i
Natal (commfmoraçSe) «451. ■ ,,
» sweco, «5tí.' I ' . 'f
Nau empalmada por nma catraia, 3160. • *
Naufragados— f«í,ia»*ellè8 a N. S. «377? *'
» í^lí^háo de salvamento, 3146. : J
Naufrawo, «709. «I
Navegação do T^jo — enipreza, «659. *
Navios -inirtrnmen.o para mc<nr a velôcfdade d'eUeà. «%i.
^S mV" ''•'^"'^ • "*^? -^ ^^•^^'^^ ^« '-^^'''^
Nega de lima divida, «376- • i
Nem anjo nem demónio — Romance, ««45. • '
rimii
Necrológios, fiOA, «4l5:,M9Sv Sftift.4(»4&^<fM7t,(T!^fln(
» )«le!ii.í4M»aveBeloiiiVtet«8, tf3Q).Stl»B,«8a8, S9B3,
n de LUboa em OCdibro^e ia43,rtail. •
» de Lisboa e Batem. em 184^idef «8. ' ' -
Nicolaa Tolentino, S506 , -.
Ninive (areheoiogia.), 2389.
Nódoas, «155.
Noite de S. JoSo, 8090. . ■ '
•» dos fieis defiinctos — poesia, 23W- ' i
Nora ílqHfaroHrelorifijiPf esirUMga k i«l)fQ.
N. S. da Bomnifa em Qêy^ (Festa.%)^f7. / |
• Conceiçilo padroeira de reino («m8ie«onn|ib). i
n das Dores, 208«.
N do Rosário, ^ttS.
Noticias agronómicas, C888. 3083. . , ;
.♦Ji . ,»» de Mafta»:«i7^.
X » estrangeiras, S037. ^(»ã^, ^7>94» 9 lOJMh» 1,^1094
»: .f lfta,t.*203 r,1|<l?U,í5^. f^ílôÃ,. «ftft$, ^ftaic^.fMNij
» «365, «3J9P, JP4I.Í, JJ^-*?, «6»l,...4|Ri:i,i p^wa«Oj
M pag. 340, . .. . ' í' \
m — modo de as dar , po](^(p^9A Qçfíkso ,]^iiVmflotiQiêftr\
no, 3191. . , 1 .« I
n politicas do reino , ^ W2 , ^090 n JM^^it^tf O , «««3 j
««49, ««66, «666, «682, A70tí, j«7í4,8,.tP!i6,iW^ ' ' •'
{JfiMas^HUcam^rifiiis f^^í.
Nullidades du processo de J. C. (comra^p|^|]|çStq>Tf8(|8- '
ObseryaçÕes,9^fa!0(Ç(i^«^.,;J|Q91 4,l^§,;|^3D,rA»ll, MK5.
. ;*5Z«.,.SÍX^,.«7íífl^;W^\,!90A3./ .',
. » suM o decimo quarto f f bMk>rj^44QrKr- M^iÊtO^e-
jr0r^bii)lit>graplva, 3I'^Ç. . ,
Olivaes perdidos eiAfTr^zi^Pp^i/pies,. «9^.
Oliveiras de estaca devem ^r .rega^liis. tM^6.) .Jp99. • . •
» —meio de preparar a ii^a^jcnj^çííl^l^aéií.' »'
if —sua cultura para T^ino^lrá^<*'Í^^M?Í^ • '
n —sua prupi^ui^aio em Trun^qs.-^^^^ f^%. .
OraçAo de Leonor: poesia, «245. ► - .»
» » — carta, «823.
„j« .,» ,TTTjíÇ8RH»taa,niiia(VWÍJ^«^
^ 9, ' n '—sua analyáe, 2564, «679, «75^^41793,
«870. «871. . yr
Orchestra chronometrica, j|97^. ': . . , :;
Ordenado* pelo Bispo de Â>ípiro,-W0?,
Orelhas puxadas a uma cómica de S. CarloS|)^fi006., • : •
Orgam roid«\,D|ç)p% rji.^8,.^,$y.3, . . ,
Padroeiro de Coimbra (comm^mçjo) 4í6{}p, . .i • .'
Painéis — modo de os conservar, o 149. .,>...•
•Pannos de linho, «094, «675. ,.. , „
» ^ Seda», «777. , .
Pantòlogo, «468. >..:.•::
Papeis epispa8tico8,.j{Ç^9,,^47.^, ,í5qj, .»$M, .*i6^, t566
«594, «595. ' .... ,,,
Paquete de Sanclos (navjo), «377. . . u
Parada de Pedroiços (^comm^f^faç^ãj^^ff^^^Q, .
Pára fogo, pag. 357.
n roulios «570.
« saraiva, «89^r#844, paç. 35t.
Pardaes (guerra a elles) 317^. .
Pardcho mestre, «787.
» péssimo, «859.
Parlo eitraordiítario, «987.
n da montanha, 3195. ^ -ti'. .• '
Partos, tractado d^elies (bibliographia) S^VJr^
Passar pelo vime, 30^3,^3091. ./ . .<
Passeio Publico, secia' boto r^aji-o, ^1^5^.
Pastilhas vermiriii;as«^l^aa!6.
Pateada em S Carlos, iesOI. ,. /
Pateadas — sobre o sen i^bi^p, 85,40* . /
Pjyimenlos^j; çalçadaf,.,«45p , . . ,. , i ..' ,, '
Wde un\,menino esoia^ijdo, ^^43. . \, i .. , .
Pew anatómicas ,. sji^' cv>ns^í>;açài>,^ ^ÍJf .,..,. ,-
iPedreida (bibliograpíiia) «833, . •• i
Pedro (S ) (commemornçao) 3087, . ^ ,.' /
n (S.) em RoH^.5QjJ8, , ' *^. ^ .,, ,, ^. /
Pedro (D.) Duque de Braganciv:(p>«li»>«IM.i ir; -, '
Peitos com gretas^«*Ki»n<><|pi|p»|fc>M l«|«r,i(tfM.
Penoas de aço, «033, . - * • f ;^ . .. • . . í.
Percevejos, 3147. .,
£éfilld4JMah«lio,:t|<»84 f. f : . -
Perfumarias,.«O40^'âaa7v«a|6«: ^ .; ., j.
» perigosai:v<«iBQ7^ .
Perigo das armas de fogo, «191. • , • ' >.•' •'
Peros — sua exportaçfio, «305. \ v "«
Pescarias nos maré* d»:Jtâ»g<iki)ebOaklR¥«rde/a445i. '
Petiç&o de revista, «531. . * .< ' •>• ',t ■
Pianista, «604, «755. • • . '..1
Pinheiraes, «15S. ^. ' • ' . •' t : .n,/. , \
Pintores — poderoso auziliaripâfa «Uct^^iflUT.''
Pirataria ingleza, «««9. .'. , * •«
iJWrtb«>iiMitw.iP»gffsmisfaio:,iBii|fliéavéiiOiMfpfl|iaite ««aMlVe
de Farrobo, «961.
Phenomeno allUbJUS|tfiflVloo, MKL - . <
Phenomenos meteorológicos notáveis de,40liièrDnÍ«:l94SiiMfll.
Phtysica pulmonar, «031. i .
Plano inclinado* 3029. í. t
Pobreza rica. 2862. ^
Poesia , «245, 2309 , «809 , «ftt74«9M ,;lfMS,( âe|7«iMiÍ,
3089. .....,.- : ..í
» épica, 3074. tU '-'• -'.^ '.,..1.;
» latina do Sr. F. M. Bastos, datO; . . : t .. * I
Polemica , «063 , 23««. ' • j- • ;. -J
Policia me«l«9i|](£«fia<<«B§6.'. i • i • . <• • í
Poika, 3182. * V" , ,
Pomnda para fazer crescer o cabeIlQ,t4HV8.'' '
Pomadas periaosas. «307.
Porlui^ueies.«tií|^«4iiflL.|iarftd<feraHil-i.*««a.Éef«eytflO«l. -
Postura da Camará municipal, «900..' - -^ / '
Praças e passeios de Li«boa, SJtB.- • -n. - ' . • i
Praga caída, «402. k ' ..,. ..:-.. I
Precaução sobre a noticia da viagem aéria, pag.«iae. :.•<«(. í
Preces, 24«4. . ; ... .J
Preços da a«signatitfa4 4M^>fi,, •....' - .. í
Premiados ua UniveríidadtfidASC^Mbra^p^.OMI. ' i
Premio artittico, «17C. .► .» .J
» ao Sr.'l)|f..artlMMttMN(»,<«t>Bk«Mi,-aM6.
Prenhes extraordinária, «987. ., ., ' . /,• . • ... »
Presa de navio purliigue», «««a.{ í . • • i : »
Preso arcabusailo, 3191. • . : .«
Prevençito contra infantiridios, 2099.' ^ - « •
Primeiro auto de fé em Portugal (iHliiiwumtl|^ irtttf 1
Princesa (A) e as Ifniiiersi 4ali«,^— i»m<lnTi^di) 4ti«l' • (
Princi|)€s-^^IHIijHÍ»^^^.^^^. ., . -mi t
Prisão de ladrões, 2801 , 2420. ;» ,? >' ^
» de iim abbade malfeitor, «059. < *^: >'
»• de um padre exorcista, 3135. í ; . . .- , vi
PrisSes e seu» roelhofamentos,íWaO. *'
ProciíSíio antiga em Quinta-feixaiMttiorvt«&èO. ..V
» àe ii.i ^ftrge* C^iiQnieUpiM|Ad)Mpimp. ^láUi
»» dos PasMj* da Graça, «7«L- ^ r* .: • ' •'
"» ^ifloiiesAUe ^AimfD«a9rr«^)4U«8.
Progresso da cultura da seda, 2070. . . :
Prologo, pag. I. .,....; s'
Prophelisa,ig^7pj -y.'} \ . ♦, ,,r'
Propriedade liiteraria, 2489. í
Prosiiluiçào, 2055. . • i
ProtestaotiMuo na ilhn da Madeira, 2*49. . "^ • « •»•!*
Providí^çjas wnWlrffâiHlimdilíii; «^«»# .- . i •
Psychologia c ideologia. «048. j . . • , ?'
Publícaçjto medica (bibliographia), «5.|flt>.' ., ^ r
Publicações p«.eticas (bibliographia) «750. .
Pulgão das vinhaii.sflSM^.. .,.,..; . . í*^
Pulvarinha. «674, Si820. : ^,-
Puriftcador do ar, 2698. . > 't
Quadros Históricos de P.jTlMViUfWT.
Quadro mi^sf hMiH« iRp^aw »3W. . .
*» de lun cães abaixo, «891.
» mortal, pag. Iflfi». ,. . » ' , . :'
n- -^itm,çmu ftk'i^' '• ./*
Que e a razào btiuiaiia, 3136* . <. .r .* ,• ,nYr
Qui>pro-qao entre um cómico e iiAKlilaliKOf f
Qninqoilherías eoTeDeDadu, £198.
QuesUo me<Itco-círar|te tokn t^iàmtmiàai 9f>!- 9nmçit^ Mtai I
S«78, t360, «361. .:?\
QiKSlSei de direito piAm» eli,'<MPlie^pbliQ ^flir-
Rabeca grind^iSMlt
Rachel chorando, 96*S.
Rato, «187. . ..;,.;-
Rainha da Grécia átmtmê^Tdêè*^ • • w { i
Rapaiet brigando, «143* ^
Rape, 2094. . ... :j - « ' » ^
Raphael Bluteau (D.) (commemoraçfto) 8665.. o ò-
Rapto, «06« .. \ :
Raâpail, «1S7 :.--..'■. ^i ,.. ..m.j..:
Ratos, quem é o teiHlfclMiiyjllbv^inpaii ^ - :« '>'
n — receita para os matar, £030,^Sit5.* •
Receita para faxer er4lfeer^4>Mbetta|uMOft
n para inflammaç&o de olhos , «500.
» para nâo morrer queimado, «0tt.. 'I -
» de lacre, «806, 3115. .w.;.^
I» para preservar M 'dbrrflp^om BJivttnvi fOTJf ^^
» de tinturaria , £978. . >
» nara a surtiéz, «079, ' ' . ' ' , : « . i;
» • par*MAAi9elit«i<dsrpiriiielit^(8}40i*
» para ei*n«erT»r o««objMfos 'tfdUaaeilt «*m««ná
teocia marmórea, 3>II3IK-'.
n para matar raléli;.«OftO^« ««Mv d(Ml
. «è^' fAmi^cuMrUpIftiyltulv MMO
» para a»thma . «03«.
» para sesdes, «ISl. '
» para faa^)Miráf«0>«Mpi«)db»ilafi||»ç «tM
» para dores de cabeça, «200. . i. - > í • *
1 para morJidov de aniniae^d^MiKnlUfft^.gW».* •'
R<Ítf><lajfti>Tdo«<rt>lb d)ri»4»ífmbllbtflirpMá))«tt1IK<-
Recrnlamentos «996.
RecUflcaçio, COBl^ 46l4v «0851. • - . ' ^o
» de um artifo de siiÍ6Í4fll^.«860^
Bega de Oliveiras, S7«7.
Rei ebefrou, «994. . {
» doa mi9itai<.«fMfi«l»3«r( ••.■.•. •< '] —
Relaçfto da derrota naval dos «MtfM^ttV^^lIMiagNillM») «7^1.
Refciglo da cidade, «3flf<tv ••• : , •< - t".» .
Remédio contra «» IbfeMMUM, «M«.
Repentino re9rr:amento na athnKispherÍN4iie LMilMI, JMé. -
RiilHWiijiaU !wiefa»»iíM»v^3itb 02 .1
Respeitador do p;isiiado, «393. v
Resp^in^abilitlade de funccionarios pnMWmS(bHWtfgla|<<h) «■tifl^i
ResMscitado, «800. ....
Restabelecimento de umi^ AMU^ *lÊfÊlíÊÈam'iidt»tm i
Retratos de homens illusires, t««7. ' ' :<' , . ' - .1 /
Retrox, «777.
Revolnçilo, reformas e regeneração, «194.
Ricardu Joaé Rodrigues França (necrológio) «S5I .
n n ft n (questio medíco-clrurgica so-
bre a sua morte ««77, «978,
8360, «361.
Rifa de nma douzella, «8t9.
Riqueia dos bispos du Porto, 2064.
Rol d« desgraças, «252.
Romances , (vide, (^onto de Fadas , Viagens na minha terra ,
FIdr do mar , Sina má bem mal merecida , Nem anjo nem
demónio , Governo nas maus d» VillSo, D JUImatifto^^lfei
sejado) «036, «OJO. «05l, «078, «100, «181, ««46, «283,
«333, 2387, «705, «723, !Z746, «761, «780, «795, «8S«,
«884. S9IÒ, «939, «956, «983, 3016,3036, 3119, 5154.
Romanceiro e cancioneiro geral, ««70.
Romântica teima de burru, «924.
Rosa— poesia, «•Jl«.
» 6 Thesoiro (romance) «036*
Rijssi Caceia (cantora ile S. Carlos), 8^04, ««47
» » (mérito artístico) ««84.
M » (sua estréa) ««04.
Roubo da caixa de um regimento, ««96.
M (drama) «339,
• importante, 3000.
Bnnbo nas feiras, «966. r i ^ ' < . ( '
^ loubos, «««8. . . I > ;--•;,
;bao Hidrofll99;«54M|i)«59«{ «Mfti^flMI.. .
» Pimentel. 2662. ... r
M — sua analyse, «700, «Ml.. •
Sacrilégios, «5«1, 3101, 3131. .. V
Saloio logrado n*uma cautella, «fOtt
{ n com os dentes cerrados,. a4Í., '>...'
(uma burra come- lhe umas iMéij) âMMUi
lóios convertidos em Lobos, «8i2&;
Ivavidas, «174. • •! .
ha (D.) infante, sufragioilf»» atmailian; 8f4yi«Í«l|o 1
neta Isabel (culto) «459. . :;t;, /
^ancto Milagre (commemoraç.^o) «703. .y.. .. -..'.;
Bangue do narix (mudo de o faxeMpA6if)4ifi8M >
Ban;(ue-suga, «066. .. ^v."
Sapateiro sancto (commemoraçSo) «20«£: . . • 1 T
Haudades da minha infância — pOesiU^M^ 1 1«. , > ?'.,-/*'
Sebatlilo (D.) toma posse do governSA d» /«■■•r.(aMMMMaM»'â
; 4ft»)«fiii ....'.',-.• ... -T
Bebastlioo-desejado (Aji>— r*M»aPMs. «939, «956, «983,
«119, 3I54k 3016, 3030E. r.
Seda, «094, «351 , «47ftV.8#86Í,.«fi««|, 3171.
i|
. r
» r
»»t -^ iiqpBlÍAi^pir%«aa»iiniihiM«miw«.jri«7.
. » — modo de a fíar, 896 1 .
I 7» —sobre sua flajçÍi»,.SV&l',.30a7t 3|.7«;..
; ,, — aeti fatirlco, «7lfll.: .
f» —sua culliij|i^;80f o; «IfiOt.SMA»
\n —-sua formaçSo, «9Qfin
iSeducçIo
is«>gurança, saúde, e coromodo publico^ 8241.
iSemai^i Sancta em Elvas, «856.
Senhora fiigiila, 2294.
.'Sepulturas nas eirrejas, 2607.
•Serflo musico, 2041 ,2925, pag. 476.
iSermaes, «850.
•« : d«iaMr«MMiii.«f4C. n'
Serra da E^reila, uoarefcniiiajMt ellit<,..«^Ai.
Serralharia de José Xavier de Mollo4;«l^
Serviçoi i\ti naç$«vpQrt|igiiM^ 4 <iUi«ilaiiilad«;.<f0W9^
çíto)«l80 .7
Sesdes (remédio), .tifil. . '•;;<. ., .,, ^ ,
Sevifias, «467,««,.«Í6ÍK. * . \ ^^y
Silometro ou barquinha para medir
«498. . ; I .. ... .
SiiHi de ua sino, «146. ! .' . .
» má bM&mgl tiMl«9«idiii^bM«ip«iei |M^9L
Sirio de Rana (rectiaoiçi»^, M^ .
S«lMHHo«i0t9>li<iMi'9m5^
Sociedade das Sciencías medicas, 3071. .r
• dos desvarios, «556.
Soláo , 3067.
Solho abatido, 3044.
Solitária — remédio contra ella, «6«4, «625.
» — sua cura, «867.
» (ténia) «781.
Sopas, como le faxem sem querer, ««99.
Soror Yiolante do Ceu (cummemoraçlo) 8598.
Statistica criminal, 8116.
» M do reino e ilhas, 8983.
M . de suiciílioi, 2953.
Ift> ^ 'mMÚdh, «189
Substancias animaes (modo de as conserrar) «899.
Suicídio afo;ando-se, «783, 3105, 3054.
m alirando.se de uma Janella abaixo, «141, 3004, 3103,
3098.
n com arsénico. «940.
n por tiro, «830, 3187.
n envenenandii-se, 2995.
n por arwnico, 3052,
M por enveai^nanif^nto , «054 , «858 , ««78.
n por perda de filha, ««97.
Suiridios. «04S, «089, ««95, «297, «495, 8518, «687, «688|
26U«, 2733, 2734. 2846
Superstição, 2U93, 2113, 2892, «924, 31««, 8185.
3LM
Surdes — remédio par* a curar, S979. ^
Sutpirot de abril — poesia. £847.
Syttema monetário —ractíficaçSo imporUkte, S716.
Tabaco, «777.
» de fumo , 9067.
TeleKopio monflnioio , S038.
Tempestade eu Abreiro , 3107, m
n em Anaraoto, SlfiS. •* .
n em Bragti, 3108.
n em Lisboa, 3tlO.
M no Porto, 3109.
Tem|tfo:YiO]|iâiio èm Évora, S869.
Tempo doentio^ S789.
Temporal, £993,
» em Peiiidhe , 3169.
Terremoto, £090.
Testamenteiro mau , £457.
Testamento exemplar , 8508.
T«reeifeMe— jornal , «766 ,.
„Theatro de S. Carlos, £186, £316, £4££, £47£, «541, «516,
£517, «005, «654.
Norma, ««57. / ' «
Parlsina ; £785. ■
Segmdé beneficio d*M«">«ReMÍ, «97«.
•f Normal , ««58 , £7£6.
» i~ reformas' de qiie carece-. £937. u
Thiago (S.) e Beltebuth (soláo) 3067.
Tbomé (Fr.) de Jesus (commemoraçae) 88«1.
Tincta Termelha de caranj^ueijo , «933. ' ^ • '• - •
Tinctas de escrever, «977.
Tinturaria, «807.
Tiro em um parocho, 3130.
Tissierofrraphia , «034.
Tocar a fogo , £768.
Toiro gif^ante, 3156. ' '
Toiros tes»a do diabo , 3076.
« no Campo de Saneia Anna matam «tt boiBèm ^ ««07.
Tomada de Obièos (commt* ittora^ô) «539.
Topographia de Lisboa , £«06.
*T64t£ para aànnnciar fim de teoendio ,- J9«a;
Trabalho nos dias sanctiftcados , «48«.
Tractados de Portugal com Inglaterra, «777. ; ' - •
Tractamento segundo as leis portuguesas, «7««. .
TraducçSo das memorias de cirurgia militarão BiíítoLMri«|^-
'(Mbftographia) 31«3.
Trafego dramático cm Paris e em Lisboa, «653.
Transplantaçí&o das arvores, «044.
Trasladação da rainha sanei» tCottabmom^o) ««44. • -
if de um sancto, «95T, «968. ' -
Tras-os-Monies — providencias á sua agktcttUitra, #786| «TMi
«903, £931, 3171.' .... .-:
fTremor de tenw, £090; jS075«
Trevo, £4£7. . , • • >
Tributo die gfalidifta um airaagetro, ««34.
|rrigo,£177.
: » — 6lod6 4la.tttttle6nadí|iça«>, «67». •
n —seu pre|)aro para semear, £497', «818.> . ■ i...
Trismo nos recém nascidos, £5£8. m . .t
Trovador—- Jornal, 80£0, 3139. . . . í«
Tumulo de nma princesa, £408 s «564; > .
Urso, £455. . . . . .;
Vacca perdida — poesia, £536. t .. •»
Vampiro, £8£6. ' .r'
Vandalismo— destruição do edificio da Lws, £8«6;
Vantagem commercial para Portugal , «756. .,-.;>
Veneno nas tincUs de quioqftilheriaá,.dU98*
: » qoutidiano , ««15. '
M doMsuear^ «3«7, «856.. • . í'
Venenos, «198. ,
I» deliciosos, JB836.
|Venus (escultura do Sc. Lais PtoKtra. Bamaffdtt Bmin) «415.
Verdadeiro pato, 3161.
iVeredicto.engm^MÍ^do tmijnrj, «7«7. .
Vernixes, «V34.
Versificação latina, 3034, 3035. ^
(Vestidos incombustiveisp-Hfflodi^ do «storMf^ «696. *<
yiagMi àirm, J117, 31Ãt , pag. 560. . .
» A Serra da Estreita, «31 1, . »
i M de duas.mil léguas, 3155, 3461,.
;Tiagens na minha terra (commce) «050, «100, 9fmi, «836,
! «387. .. , M
jVictoria da eloquência, «513.
> » de Monsando (commemonção) 3014.
Vidro Protheu , «3«4.
•Vinhateiro. (Ubiographia) 3175. ....
Vinhos, «0«a, «045; «054, «094, «1«5, «1A6, ««60^ «4«6.
«563, «590, «777. i;
■> da Madeira -> sen comUHCio', a03ft. ;;
n envenenadQft,.£881.
I » ialsificados , «950. • . »
M para a China , 3030. ./.
*> — providencias para a siia lalfiftcà^ i «901 .
. » ««..jeiíoomíiMrcio, 690«. «... . . . i k
< Visconde de Midòes— (necrológio) «854. c i->t
Visita do Bispo do Porto Aam koat»ilnl; 6094. . ,y
» .l^ea^ «6.4,'«386j .
Vistas de Lisboa por meio do photo|mpho — pm^fuia U
«855. ..... , . í
jVUrlficador, 43«4, «616. . ,...f{
Vitrificadores portugueses , «969. . ..'.•.. - tí
Viuva deumhdmem.nHiftitelo, «65«w 'A
Valc6et de agua, ^03* - . . n • ' . . . .^<
I
FIM DO T£Rtlfiláo. IQMÒ.
1.. ' ;
í , 1 , .;
.. K
*/ii . 1
-. ..!■ ..; H
• r ^ I
<s
miniiiiHH.
^OSIVàL dos lifTBKSSSES PHTSiaOS, OJIrTSLLSCTTAlSS, SK01UZ3.
€«Uabacal>4i f^r muitas ^abm e CimnlM — rrMsilM pr ^ntont0/Hi(í>nr]reCnftttl^a»
l?S®&®®®.
a Imprensa a granilé altura, gne senhorèa o
mundo moderno. Se Dm diluvio o.afiu-
gaase , a arca de salTa<;âio assoalaria cm
peso sobre o seu cume. — Tudo é p6r el-
la 4omii\ado ; os povos e os thronos , a fecundida^
^e 4os campos , o bolicio e magia da indasUia , o
trafego do cmnmereio» a guerra e a pas, o ódio
e o amor, ^ vícios, os crimes» as virtudes, ospas-
^tempoa , mb opiniões , os altares e o» cultos. .
Brafoa de novos Titões foram os que valeram a ao
èii«iular moBles sobre montes p^raeliegajrem a erguer
taomage$tosa emnenoia, que o seu cume p»rece
descobrir ainda para baixo de siumn parte d^s céus
eosmysteriosos destinos, q«e n^elles moram* Esta
monirniha aúif ulat , índestructtTel e ineonquisUvel ,
Tíva , rumorosa e eechoantc , amassada de matéria
e de espirito , povoada de boas e más fadas , deanr
Jos e demónios, de aves do paraiao e de serpentes ,
vestida de névoas e de lux , eoreada de raios etem-
pestade^ , bemdicta e amuldiçoiída de continuo , to-
da se desata em fructos, fontes e torrentes.: -«fruotos,
uns que raantèém , outros que matam ^ outras qve
embriagam , outros que adormentam ; t— fontes e tor»
Tioitcs perennes , que vSo levar simultaneamenAe a
fertilidade e a assolação Mé os cmifina do globo. —
A^'esta montanha cada povo tem o seu quinhão» qne
perfura de dia e noite , para que saiam novos ma-
nanciaes. O allemão quasi ao cimo , mais abaixo o
francei c o inglei , mais abaixo ainda, outros em di-
versas aHuras : o púiluguea nas foldas , mas ibrce-
jando por subir como todos > pofiquo a vos de « su-
bir» subir;» é a exortação i^utua, qite em millin-»
guas diversas resôa de todos otr Udos.
ChegámoHMM a examinar de perto ^ne. faxia «ahi
a úossa gente , que tanto vozeava na obra , e acbá-
mos — que os seus trabalhos eram o que podiam,
talvez até o que deviam ser , em relação ao presen-
te , mas nio o que deviam ser em reJacio au futu-
ro » e dissemos etn nós. « raeltcremos também á len**
ra a nossa v^nuua. r A força, qne Deus nos deu, ap-
pHoaft-a-hemos , pouca mr muita, em proeurar uma
nova raritrí?. , qnc , formosa , pura , doce , innoeen-
(e r fortílisadora , vá regar aterra do nosso nasci*
mento , • a abençoada terra de nossos pacs e de nos-
so^ fii^Ms , too descampada e erma até d^ esperan-
C.:i6. ; V>dcs todas essas torrt^ntes, quemeandram e
labiríníiim encoutradas e estrondosas pela superíi-
cio d*elU , todas tun'£is\ todas amcanadfiras^ todas
ACOSTO — 24— 1843.
estéreis, todas carregadas de despojos das suas mar-*,
gens ! Cada uma se ufana com um nome pomposo ,
em que se fulga encerrado um condão de regenerar:
e esse nome não passa de um nome, e esse condão
nem já chega a ser uma mentira.
^Por entre essas torrentes não devisaes aquel-
les arroios , menos ambiciosos e mais humildes, quo
jsó parecem aspirar .á fama de aprasiveis 7 ; Ah ! se
elles ao menos soubessem , attraindo os ânimos abor^
ridos , susurrar-lhes alguma alegria d' alma ! algum
desejo de paz interior ! se «s flores , de qne vestem
as suas margens tivessem alguma virtude medicinal !
se ao menos as suas aguas espelhassem , aqui ou ac<H
lá , o céu , para com elle se espelharem nos espirn
tos 1 Mas todos os que á sua beira vão sentar-se» retí-
rar-se-hão , como vieram , vasios de Dcflrígério e de
inspiração. Então attentámos em roda de nés e vimos
amigos fortes e esforçados , todos prestes a ajudar»
nos : pozemos peito á obra, ainda não tentada 0'este
solo: arrancámos valsas espinhosas, demovemos mon«
tes de con^afstes e difiiciddades , cavámM com ié ,
cavámos profundo , e por muito tempo , e a torrente
copiosa , que havíamos sonhado , «rrebentou e eor«
teu , inexhaurivel , graciosa e productiva.
Largos mexes ieem passado sem que nem o tempo,
graside transformador detqdo , nem maléficas influeiHi
tias de algumas vontades ruins kigrtissem desviar de
seu leito , torvar, on corromper esta espaçosa veia »
que , da fidelidade , com que rt^trata quanto encon-
tra em seu longo caminho^ c pdr cima de tudo os
céus amplíssimos, se chamou Reyjsta UjfivmsA.L. Não
ousáramos nós k daivlhe estes louvores , se os mais,
d'elles e quasi todos não houvessem derçcaír sobre»
os ânimos bem nascidos , que nos ajudaram ner pri-
meiro trabalho , e desde então não cangaram ainda^
<k andar oncanondo4he para dcnUro aguas sempre*
novas , das mais puras e selectas ; abrindo-lbe san-
gradoiros, valias c sargentas para todas as partes.;
onde se intendia qne eram de mister; segurando4he
cmfim. c afórraosentando-Ihe as vibas ctsm todo «gé-
nero de arvoredo de bons fructos e boas sombras.
G raras a esses amigos generosos c sinceros da ter-
ra pátria , a RansTi UravEasAt. é ao presente havi-
da pêlo manancisd mais de bençam, de quantos por.-
'ora tcem Úotad» papa entre nós dd immensa mo^ta-.
Ilha. . > .
i Sobre este vio gira lun gr«nde tró(ego de gen-*
!te-,* que. mercadeja os remédios para a>ida, e do
1 VOIy m — SEBIE i«
-m-
REVISTA UKIVERSÀL LISBONENSE.
outra, que vindo só ^ espairccer-çc e fol^ ^-^
la cm alguma cant
fazenda , que lhe
dia vem affluindo
as várzeas, e a rei
da variedade. O commercio
tem
sortes. Com elle se leni ajii
».d0 loiige nftíQfr t\fsni
i
lá a.cor-.
da |om
|araj
iíapf^q^rv
e connntifíf-
que n\*sla paragem se
ís'. Com êíTé se*lcni"aJuaa9o a Tnlluslría "rural e
a iiK^gstriíi fabril , a policia c alormoscamento da ci-
deid(«s a^falbt^oo^áfi aâ^^âfs e caTiTinlioB, ^'eoiiser*
vação e o restabelecimento da saúde. Além d'cstcs
benefícios terrestres ecorporaes, que, também n'ou-
iras ribeiras da montanha, com mais oumenes eifi^a-^
cia se agencêam , outros se tem d'aqui espalha-
do de uma ordem superior , mais intelle^Cka^^ ifff^
ral. Como n*aquellas grandes feiras lluiriafes, qtie tia
China viu o nosso Fernão Mendes , onde , cm barca-
ças arrawlas ecom ipuitas ídvcdçõqs deloldos eban^
deit»5.,'»e! vendem todas as coisas 'C gur sé pôde pSr
nomi , s^m eotceptvar os livros detodo-^ varioisan
hcTi oos ídolos , ,e mais.eoisas «OBqernentcs a svas
gentílicas seitas , assim aqui os interesses 'maraes,
r<0ig|D8o$ 6>eteviK)st'af!m^tdo grangeadosa 7a parúos
stfctfyi^is ie:ttiorirèéa«riS6 9ovqtio/6a intsiideu: gernil^
menlaiA'csttf imofca^o , ■— a. qúasi todos osi<|u© a el-
]«:t<íiti 4f nbÊf&iaaàiísb ; '*^ qve^a '^oivilisafãxpi das^fia-:-
mSliaste ^ ttlasiraçãacda 9ciiasM>4M<tai'a*da9. fui eras
piAfl^ lAãM» eitem abaterias éc (amaiiftoi tnqo; qup sei
niair^iiâviadiD ^ipdw fcmçQ. «ieifiottar. tiaaares paáavcas'
d^ idrtfRçâ e^boitt ooasatt^;» qnoias^eúpaote» ievassam'
pàff»i««<Í9>oa<aa, parartdevsga^itais^ii tempo ihos<gcr»><
mihOrQfir-U ^''dweiivioisBii' íniqta. Por isso Aój o
<^ntoBÍiM|ài('«oai)onrem cQiiih«uà« «âacndas » bave^
iMi 6&m]lti« dUi^éwoiado ^ftédr: áo:>tilcattCe » e* adubar
p^rdxQS' paladares idaa espósaá ^ imães ^ e dsB>i)i)ias^
i^lntfiás ,' qui^kiM dkt* o.liãot4e ser ; (as qfuacsi ca»
pin<«wief%ifi'>aa9iiaiís,tacii&«qtes deitodo o mundo, sièi^
hei* 4Miç«#aa> fiiS'CODtaiB,i»ias^ii« « final ôí regetn e
taátntoUbfBP) .»StW>çôeatmorai!s « retiginaasf quei fao-
j«ifilDfu«M'' pékivcommuaniwaábssaiB^dsta ^esatadip^-
sima sociedítde. • » ^j '•< •«' .^ * • 'i ">>
,t'(fiii>^ètto>'muita; geral ia^iBuiipdanineiio ,- écaidla-
reímnt^ns, cóntfa o qxMí já Gicodò- linha dedaiiaMio»;;
CDiatva o 4*11» o^homeasisopefiories^e' todos os (tem^'
po«i d^vkfm' Qg«atittantei4ar^^enli4a , tqne. isem icebtii*
iniM ^«^pbdftiff fazer leis de bom ptov^i£k>J><OslfabrÍHi
cíantes»^4e' hetsttkos de, l«is,< fezcdiofea e dcafazedares
d)» Viiinlfit0i*iòa', < oiilamiioiKi lastinia ^lara m% çsforços
di»s ^qire procursia - a civiUsar ao' i éo imundo na oentoo
dtythonMm , :na ratãa e conscícneia* ; •. •; • -'-m .
-«Ã «Ifia tfiate iiweraioide caubás. ateffeitostsuppo*
i«kisi(qa»(>]Mriiieípiando por obrigar as (atíçws 'a «na
(ieWo^mol<l^ feiti^ai,: aperfoiçoaião aiirontadetintellin
manida;Jfi ,„
enrista ;
.-êeo
crhr o*pÍTtd "tflie ^ícfflhesse a segunda para sua mu-
lher, para mãe c creadora de seus filhos? Entre o
4M)»ant S^^^^^- ^s^ÍMxnísmtf do^nrçstrc Igafçk>; e ou-
*t?o^tócfô (lo cáltièclsmo do cidadão de Volney^queni
preferiria o segundo pjjra amigo , para procurador ,
para'íOííib*no commeWío, parrt advogado, para joÍ7,
ou ainda para visinbo de escada ou creado de porias
a dentro? Dizem alguns, (ejá nol-o teem diclo) que.
se faU« embora nos interesses do Christianismo, mas
rara , parca , e pcrfunctoriamcnte ; que o mais des-
a(^r|a^ a* abttece.
'•'*- A esttk taes , que da religião fazem palito para a
hora do chylo, não havemos de responder senãp que
i— aindd »qiie ella nSo fôrSi demonstradamento "ÇirdÁí*
dei#a,' como. verdadeira a (devêramos traetar e icà-
lar por.4filorc8se'4o mundo. S^Dieu n*^aUÍa\t jms
ilfa9drait 4^mienitr; dizia VoUaírè, e anles dc^-
laiiíe já Ovid«o.liaTia-41cto :•« — • • . ,j .»
£xp^rf érte Déos ; el , «t ^TtffeáM ^ >**• |wit(-lh«s :
OcAtur àn. aBlt^o» thur* meraaique phorosi ■ •
I MUsdemai^s a>Religiâo dcS^^A^cJistiiAo^r^a-Bais-
jsuet, dC'1Vevrtonr, déXhateautyri^nd'*, de feaitianK
ne ; dot A1«Kandte ?IeMiilam> , 4 de imám ooreitio!;
jclvilisadas da^amfiKky^ inoitapód^bafí^toa'^* nem m-
,*e€cnHí para se^ cegada : com «pêiwêrf^yatica.
i '-Contnmai^e^hvipèi», d4)m«^iaiè*gtM(a)t»saiidal-c^
^a'òadbe<»'deMoher(a aCi<m tdrtaa as Tcz«i,tq%5s 410 re-
mar-po» 4sta6 agaaHs ,'• a divisarmos pcfrO^- è» Ik%«
em i4||^mií«d«a ma^gans; 'e eóhtandofb mulheres e*
ereanr«is, eòmo^aoa homens ft^toj^aos-volhos» 0» suc-
cessos nm«os ; comoíéié^ <aso Tivestes mcroado^*, tiXiv
•havei* peja. em- oWMOftrtisarí '^u« <r.dc mais éi v^afc-
.dadeed^-pálMirtia e*aarrfa ^de Kngaà de malbaratado»'
»rc?add' tempo e das CKreasiSes; » t ! .
' De wi^^aisa? importa dar aqui satísíâifão masque
se}a de fàgida , :vísl^ oomo a^ heras nos apertam.
, * Murmuraram ptagnentos d« terhavHio n^eita fei-
jra, cabia em todas, alguiM^^pffklencias e rèbdliíiQds,
•e tqaig aer c^erta faliáiumos > die^ndo ^[me murmura-
jram* ds que saíram al^ellas den^atados. Todas esisas^
^brigas o anuídos foram* suseitados peMs Kâtoneiros e^
|passaderes-de moeda fiilsa; que 'nunca;fiiUaii) H^a» taes
jajaiictamentos. Deram^-lfaos om^binia» os :negticlante9'
hímradds o acabou.tudo.HavihfflSBberaí tia iraoivami*
'se obaasiide Bifí morte y insortsatbs no pensiànenio ,
rudes na execução , oq dcèaètnAdas peles seus fatii-»
roé'effeitds. Cèamois^e doatra ^eikrs « clameii^se vijo,
e vienceu-rse.» não han-isto -vcl-gonha, senão 'glo--
iria..-»r^ Viu^^e ura hystrião forasteim a qverer-aBter»:
são ell«ss ainda. DilaisMgeite#ososTidoique logicosl^iOilet«
hastaflíi para re^ènetfai^ a^ fàoc da 'tcri«L„ ; e facraaveon
tursfp^ 'g«fftai« bHAuno i ^para iqaie permiUem o lo-
X0'd<^ EVMigelbo9 .Qneaupriman intoframfote c^sa:
v«rba de orfçai^Htasv *« Ifafs^parcte quBipara taulOi
toefm (Hrçai;'aniká/V«sdadéiié,i>qiif aílcindsda. da ai-*
ma humana , a fé, a esperança-, e acharidad<!, tem
feiíWnMis«ifeáívidiidaprôbas>i'msis famálias-afertaia^
genle ^^ne as prodnz.. N^esti) sofistioft poesuposto* iraras 'Cpmedíaafe comediantes 4^ da te^^ amortâ-^
llhadoa eméirminásr rospensaéo» por/V*m^úAosi ,Deu^
rsàio^«iNV)«tmutaaío«ide'Chfi8tianísT|iOi.Ho.oa seusmk |se4-Uie, c'ras8nscka«^se•a^art«.'**«^ Viu-^se querOT'^es->'
ttiQ^a díe>«j[)»ojacl»8'de*leiff foriaitas ei desconnaítaai jbarataro éinhcârci do, ensino ém lavrar pedras^o fon*
idir branzas pqra : nenhum. fim. Beu*ac-lbe desenf^aniH;
idamenlee vingiaurse o. senso eonamuni»— «Viu-aea^
jfugentari .CDniido& onfírèntados^jos mastros •,. nossos
Icontcnrâneos , paia fazer praça Hvr« a «ma .edifica-
'ção da, pateo die comedias , cujat risco, a segurança
era<a..pfiimaij*a.>d8 todas as - comedias. Deu-se^c com
Mtoã i',> e 8e.aâo..ser¥eDaeii o faeto , venceur-«c pelo
das, mtiistMad&09 nteis>«matt l^íaenft para^ifliu^iraenos a- honra de- lh9.iha.ver resi^tido^^-^-Viu-sc a.
Rfinsv^; i];i<ii vmisMy íti]âBdKE?râ&J
a
mnsioâ dos saraus e âs i^roDinidhdsi mai» profaàas
«Bscntadas no ieoiip^flii' . I>ei>-se*lhc á miSMtenciiie ; e
rsftoft esúindaiios.. acabaram. «^Viu^^ q«etlla«ia nm
posto , \qme. nahiondXMi «uiciiIaS''c qu^. ímpefirtava con-i
demnar. .i!teiKse cm quem (O i:onsealia <, e.a'ed(Ai-ac.
w- Viii^e que a pro{)riedade Iftfeararia 'tf» tipla^a ou
descaipboQldar.. Dcn^so e ftémouHic a ánr nú^íttMUBi
t» rarearam«se. — Viu^se que os oMitfiaiifeiadiata^ de
Uma religião lalsa andavam emf^aimand» aaaa salVo.
]>eu*4e-Ib^8 , » tambcm «c Mhlbíram «sM» -«iV4u^'o
quc-andavaVn abi ciganosV substíluimlc ao £»ftiir lim»
o nalivo da aosaa^aitlo a sua^erífron^çarovseb^Y^
eottçn , «.«uVIgíta. I>cit'«»-lhas , « iM não aa éinaiH
daN^Miitf |^i:que^.g'eiitoké^«asa nãactem eiàimSa ? mas
ppecaisdrtam^se i>8 ilM^aiiUM,.«'reDuscfitoi»á0. o atB«c
c.e^rictfidaite da baa faliaii^Qiitetràiiaavlidima.irsm»
cera. «^ Viu^e um<!ard«me de bufurinhciros, traxaa*
do. aa» suaa «íkIiiAM v.«olir.o>tilulo(dd MÍrelkMí:« èo-
9EKdiAâ'a<!fatmodaí eat iírâitça , mqita- Joaçiiiiiia de
pe^ipt)é4uft^'Mu40:«lqiiime.d«Hãado e íÊÊmki fnvqni^
kibo -dp ipaçanlia» iDa«Tser'Uies&'eaaguiifa boisa se:coA4
açgi^uiáiiiieoQi Mvm dn HeoSies boiksr , «apseguiN
$«4m a realartíe>íj^yiiw«í?i .íi/ipvBt^e mtíiio cfcitro
des{iropósilo de ffravissimos damaos para agora opa»<
va ar^aitU :. (6 dqu^a4bea atmpre^^dmao^ara cacSa e
iH^a jfUs-tÀfi^-^Vo ae lhes doMc* " * ^
.,^>«U|aÍ«ibaÀardea.mó iii>gu« a qnfm rcprorsp». ha^*
^isrftriniwa de iiios4i«ar qita aa «teaa do .rcproaiaío
oãt» íoraiB.auÂBa. »>f.-,. • ^ !..> . > -.•. • * o *. -i •'
Por aqui vBfi.carramai» , ■ «» , ♦.'í > . '
. A feira c^úfiú^ franca. -^Ilada^'a^aWe qnè n*o!«
la quiser vir ^«fioi^ar. a^negacíar faaibdaii de Hk*^
que.vaaba ^^& l^q^a^liaraa* Pará taéas ba afai2o§ar.*
Sufgirá o. it^H baji^^.aande Ibe api:aiinnar> e mercad»*^
jará a 4au M^i^nU «.«aona todo O: a(giirQ« ^^-^i^iòerdaf
di9. d^rcpmmcrcio^. .é x).]baadq qMc se^lanfou , e<ftfe
flc ba^fdç manter a'.cata Je«aa de todo oamm. :
ADVERTÊNCIAS DA EMPREZA.
A REVISTA €N1VE^3AL .USQQNE5SE aSsigEM*
se e paga^^se em Lisboa uniaemeistci «lo seu Es^
criptorio s:âi> »ua doa Fatiqueíro» n/ 82, 1.^
«indar. '
Vende-se avi^ko. tiò (lilo escriptorio e na loja
da viuva UoDriqueày rua Augusta u.Mà-
Tambem se attigna e fiaga no Porto nas lo^
jas de José ItMiquim Rodrigues^ dós Sanctode^
Novaes s^ssi e Queiroz; = Em Coimbra recebe as
assiguaturas e a sua in?|pqiriancia J« M. Sr de
Paula, m imprensa da Univetsidade^ e em
Faro ^ Sr. José Coelho 4e Carvalha. Os S!rs:
Assrgnantes y. tanto aMigos como modernos ,
podem ou mandar pagar em Lisboa directameuT
te ao escf iptofio da jormil , ou. em .leitra ce^
mettida ^m carta /naoca de porte , ou a qual^
quer dos dicto» cor^espodè^Otes como me)tíor
lhes convier.
. Xpda a^corresjpoodefjçia,. fr^ça deporte^ .dW
ve ser repiettida ao iidmi|ií|Str9*]rr. (fe jornal »
Manuel Mâricl Corrêa SéabÁi; rua dos Faoquei-
porte, a correspoadrcMMttáccstflícias deaconte-
cimeçit(js n^j^í^ve^p, pçc(ffXl^p$yJ[^f^,,]B^m^^i^^^^>^
Qulras 4p,.egMslyint«ç^<i ; li faitit^M^ riga a
t^doA .00 ifO6»0a' •em^enbam naP'|taia^eridade'do
Í6mlt\ ^'qneíVftrt ^éntiaf a'csMV'h6lícias1baaá
ífUaftaií eòfbbi^etó;,^^ íérteza '^g^^qu^'!^^^
ferá.guàxí]^^ ,êpcnitíuipsp..'sjisr«^^ . V . .. .
.»f
i;ííOO>
QilgKiiiS' do& n.V *> 4/ Vdl'V
cr4f4priór ilo jomaJiH' ruar dba FpiiqiieHios« «u^-
Sa , ( lx^.andar^ e-^f» l^Si dáf* ^iu^a HefirtoOes ;
collccçôes coippleMís flb- jí/, tí-^òVâ."* VoL,JÍ!í
pectjvQ^':Ân4¥íf^ fi^ ()Quoo geppis /ferta^tembent
rCTWtúáias í flas «yrespòiideiites supra ^iMíaBdàs^;
jarr,
,Z'\ ...i ' í- ' ;-• f. "• « ■ * !. •
PBJEÇO .W, CAJpulL yftUJMJB.
«1^400 rs:
VÍUÚ »
Effft papei: l . • : . ."..'.
' Em broxtiiral. . . .,;*....'
^Meíà eqcadernaçirQ, j^J,! .
EnçiiiiiérARÇâp iii^i;a. . ,
« Em eenseijueiidá 'fla liradaíAça daddttihiistr^
çSlo do jortinf/ ó(ydterf ^siicfcjEíd^ que algumas
pessoas! r^j^hfn^',éjíp duplicado . e^e algum<^
úSOi irecebam : pede-4iev desculpa .d'esta Calta
involuntária , ^e roga-se aos 8rs. a quem íaftar
queitam aVisah • ' .
\ AquelIjEia. A^ignaates a-quera iSo wmmr • re-
ceber pelo correio, e sim pelos correspondente^]
o que sempre *émutto máisdemoi^àdo,qi|éiriim
avisar d'isso é admipiátrapUo d^iòrna)^ pois è
liliía de çleclaraçSo , intooder-se-ha que o que-*
re^ recebarpelo^oorreío.e por este Uies será
remfttlidoi i . . =
UVG[|2AG^]|[ Í)OS; ^DlTIÇOa: ASSIWAâDOft ou CtíiUf^
MUNICAPOS» . AK .:i--:. « i .*i. i
1 *
IlEVISTA UNIVERSAL LISBONENSE.
CONOECimiOS UTEIS.
COMPANHIA 7ROTZOTORA 1>0 OOMWBR*
Oto B AOÈLIOU&TORA OOS TINHOS DA
Por muito tempo gozou a Província da Estrc-
tfiadura das vantagctis eriqueia, resultado da grande
cultura das Vinhas: seus productos vinícolas encon-
traram mercado constante , e exclusivo no Braril •
aonde se consumia quanto sobejava do consumo cm
Portugat ; esse tempo feliz passou , o mercado do
Brazil de exclusivo para Portugal , tomou-se geral
para todas as Nações , e a Estremadura caiu da
rique2a e abundância , na mçdíocridadte , e i»uco
depois na miséria, que de anno para anno teem au-
gmentado,e que, a ir por diante, ameaça uma ruína
infallivel.
A pipa de Vinho, que ha 30 annos valia regular-
mente 40jj[000 ns., ha dez valia apenasâO^OOOrs.;
e no anno próximo pretérito dosceu ao desgraçado
preço de 2j|'40O rs. ! ! !
A agua-ardente de 30 grius cujo termo médio ha
10 annos era de 4J^800 rs. o afanude , chegou no
anna próximo plssado al{g[350, • este akino conser-
va o preço de IJjfSOO! Procurar remédio a tio gra-
ve mal era uma necessidade.
Por vezes tinha sido lembrada a idéa de formar
nma Companhia para proteger a Agricultura e Ck)m-
mercio de Vinhos da Província da Estremadura ; es-
ta idéa feliz , apenas concebida, pouca desinvolução
tinha , e se alguma começava a ganhar breve se lhe
acabava. Assim decorreram annos até que em 1842,
a decadência do valor dos Vinhos na Província, sus-
citou a idéa ao cavalheiro , cuj'o nome recordamos
com prazer , o Sr. Diogo de Salles Pina Manique ,
neta do celebre Magistrado Diogo Ignacio de Pina
Manique , de traçar um projecto para a crcação de
lima Companhia Vinícola da Província da Estrema-
dura , e de diligenciar os moios de , convertido o
projectarem Lei , levar a efletto a creaçao de uma
Companhia ; era isto uma idéa gigante cercada de
innumeraveis.diíliculdades, mas. não se acovardou
ellc * e começou de pôr em pratica seu pensaqicnlo.
A vários amigos o communicoá, entre ellesaoSr.
Ayres de Sá fogueira , e Conde de Pombeiro , que
com o niaior zelo se votaram e este objecto. O pro-
jecto,foi impresso em diffcrentes jornaes entre ellcs
no Portugal' Velho N.*^ 510 de 23 de Novembro de
1842: e um convite foi dirigido ás pessoas que en-
tão lembraram mais aptas pára tal obxecto,, pedindo
SC roírnísaeTn era casa do' Sr. Ayres de Sá, para tra-
ctan;m d« tio útil coisa.
Para logo se rcaKsou a pc^meira reunião com bons
^Mspícíospoisahi apparcccram os lavradores Proprie-
íarios e Xcgocianlos de Vinhos , e Capitalistas res-
p( i a> eis ; não houve dístincrão de parcialidades, ou
cores politíca&,.e a flcunião tomou desd^« o seu prín*
cipio o character de Nacionalidade que atéemaeom^
pcciarou-se instalada a Asseçibléa Cf^ral e por
nrclamação se elegeu a Mcza ,' .sendo Presidente o
4>i|iiic dê Pombeiro , è Secretários Ayrdj de Sá No^
gurira ; e Diogo de Salles Pina Manique.
Sentiu-*se tmmediatamente a necessidade de for-
mar uma Cmnmuêão a que fossem rcmettidos todos
os trabalhos , que havia sobre ò objecto, pois cons-
tava que os Srs. José dos Prazeres Batalhoz, e Domin-
gos António fiarboza Torres tinham grandes traba-
lhos preparativos sobre o mesmo objecto . e até Pro-
jectos organisados, que ainda porém não tinham publi>«
ctdo pela imprensa.
Foi nomeada esta Cmnndssão, e se cmnpóz dos Srs.
dmdê ^ Pombeiro , (kmdc do Farrobo , Visconde de
Azurara , Caetano Maria Ferreira da Silva Beirào ,
Alfredo Lindinbcrg , Jo$é Roberto Cromee Àlve» , Jô»f
doi Prazeres Baíalhóz , Zacarias de Vilhena Barko^
Ma, e Dommfoê António Barhoxa Torres, a quem de-
pois se adiram e os Srs. Diogo de Salles Pim Jfe«
nique , e Aures de Sá Nogueira que muito a auxilia-
ram.
Convidadas todas as Camarás Municfpaes, e todosr
os interessados para coadjuvarem os trabalhos da
Cammissão muitos o fizeram, e em especial a Cama-
rá Municipal ée Alemquer , que enviou um proje-
cto seu para aformaçio da Oompinhia, obra de gran-
de trabalho e de que muito se aproveitou a Con^'
missão.
Concordes todos os- Membros d'ella , na grande
conveniência e necessidade da creação da companhia,
e em que a mesma precizava de um favor ou privi-
legio , e que nenhum outro preenchia bem o fim , a
nao ser o exclusivo da venda para consumo do vi-
nho, vinagre, e agua-ardente na cidade de Lisboa ,
não foi possível haver perfeito accordo no restante des-
involvimento do projecto ; o Sr. Jkfmingos Antomo Bar-
boza Torres , separou-se da maioria , esta aprezen-
tou o seu projecto , aquelle o seu voto em separado ,
que foram também impressos em diferentes joimaes ,
entre ellcs no Portugal Velho n.^ 545 e seguintes de
13 de fevereiro do corrente anno , eRestaurafão n.°
222 de 22 de fevereiro , também do corrente anno.
Objecto em qne interessava em especial uma pro-
víncia inteira , a Estremadura , de certo a maior ,
c a mais rica de todo o reino, precizo era que fos-
se pensado, discutido, e analysado pelo máximo nu-
mero de interessados : a commissãn tendo previamen-
te alcançado por favor a sala do tribunal docnmmcr-
cio para suas sessões, convidou o gyande numero de
lavradores , proprietários , e negociantes de que po-
de haver conhecimento ; e a todas as camarás pediu
enviassem seus rcprezcntantcs para assistirpm c vo-
tarem na discussão dodícto projecto de companhia,
apresentado pela maioria da eommissão , e voto cm
separado do Sr. Jorrei , á fim de que do vencimen-
to se organizasse um projecto ,. que subisse á sanr«ão'
dos corpos legislativos. Todos os ministros , e gran-^
de numero de pares e deputados foram convidados.
. £ffectua-se a primeira reunião , e para logo pel»
Çrando numero quer de convidados,. quer de spec-
tadorcs que concorreram, e pela sua posição na so-
ciedade , se conheceu que a creação da companhia
era objecto de grande monta, e a que se ligava nm
grande interesse publico : outra idéa se conlír-
mou« isio éque tal reunião era completimient^alhei*
da politica , e vordadeiramente nacional.
Das camarás municipae^ da província da Estrema-*
dura , qnaij (odas elegeram os seus reprczentaritcs ,
sem disfinççãò de ctir politica, e muitos pares ede*
REVISTA UNIVERSAL LISBCmENSE.
l^iHados; oompareceramquui todo» apezar de ser um
serviço gratuito , e que os obrigava a jornadas , e au-
tenek de sua cata e famtUa.
Gravíssima discussão se levantou sobre a obriga*
çio que se devia imfór á companhia, e sobre o pri-
vilegio ott.vantagem que -em troea d'es4e ónus, se lhe
havia de conceder.
Todos reconheciam que era do máximo interesse
para a provinda da Estremadura, o ser a companhia
obrigada a comprar todo o vinho da producção da
mesma provinda; todos concordavam em que só es-
te era o remedtOTadical : muitos porém discordavam
de que fosse possivel a creação da companhia com es-
le ónus; ou por outra « que houvesse capitalistas que
dessem o dinheiro necessário para a formação da com*
panfaia. A discussão, e outros faetoa aplanaram as
difficuldades , e eonheceiHse que era possível a for-
mação da companhia com este obus , mediando al-
gumas modilkaçdes de pequena monta , e ccmi tan-
to qae em compensação d* este gravíssimo encargo, se
lhe concedesse o exclusivo da venda do vinho , vi-
nagre , e agua-«rdeate na cidade de Lisboa.
Contra o exclusivo se levantaram então alguns stre-
nuos defensores da liberdade do commercio, e com
a mdhor fé o combateram , (com estes votou , fo-
ra àã sociedade , a SUviUa Univet^sal lAsboneme) : e
em substituição apresentaram difTerentes meios que
intendiam prestavam á companhia vantagens eguaes
^s d^^xdtisívo^ Jseontrario p^èof etideiíremente se
demonstrou , e recoidiccido que o exclusivo não fa-
EÍa prejuico algum aos consumidores da capital , c
traxia vantagens mil vea es superiores ao prejuízo ,
que ar alguém em especial podesse causar , e que
nâ» era possível ser substituído por outro algum meio
eomegual vantagem , foi por assim dizer quasi una-
nimemente^oprovodo o €Xclusivo»
. Alguns que se nutrem da substancia dos Urrado-
res, eque peia creação da companhia os viam livres
de sua sujeito , começaram a minar quanto poda-
ram contra a companhia : e não se atrevendo a ata-
car de frente a sua creação, começaram a clamar con-
tra o excbuivo , convencidos, e com raião, que ne-
gado o exclusivo , impossível era a creação da com-
panhia; comlMitido aqueile, atacada era esta, e não
lhe recaia tanto odioso»
Emquanto aos lavradores durante a discussão se
dizia a occultas , que. a companhia lhes podia dar
maiores vantagens do que as promettidas no projec-
to em' discussão , e espedafanente que os preços ^e^
^iam augmentar, apexar da grande vantogem que já
davam sobre os actuacs ; aos capitalistas se dizia ,
que o opus imposto á compantúa da compra da tota-
lidade da produceão de vinho da provància da Estre-
madura. , era incalculável , e muito superior a todas
ã8 vantagens que a companhia podia esperar, até do
Felizmente os lavradores e capitalistas conheceram
-bem os sctis interesses e os do publico ; aquelles li-
roitaram suas exigências no preço ao possível ; e es-
tes continuaram apezar de tudo , a mostrar ixm von-
tade de concorrer cora fendoa para a formação da
companhia ; sendo de notar qtie por esta occazião se
confirmou um» idéa , já havida pelos verdadeiros co-
nhecedores de estada da praça de J^isboa, isto é, que
-na mesm» nWíhltom capitães , . mas 9à obj«*cto9 de
commercio, que promettam vantagem sem risco gran-»
de e eminente. <
Com o maior tino, & pruden<iia, e com o mais per-*
feito conhecimento de cauza óaminholi - à discussão
até final; e em ultima resultado sendo encarregados
pela aasembléa , òs seus doía sócios Coetona Maria
Ferrmm da SUva Beirão , e ÀnUmio Moaria JM^ra
da Costa HúUreman , de redigivem donforme ao ven-
cido o projecto e relatorio que d^via ser apresenta*
do ás camarás legislativas, acceitando eUes este en-
cargo o cumpriram a geral contento da mesma ãt^
sembléa, sendo encarregado, e rogado odicto sócio
Caetano ããaria Ferruira da Silísa IMmfi, para que
attenta sua qualidade de deputado pela provinaia da
Estremadura, partidpando, como >partídpava das
idéas do projecto , uzando do direito que a sna'd0>
cto qualidade lhe da%a^ o apresentasse á camará dos
deputados. >
Antas de se dissolver a «sseitabléa, reeonheeep-se
que se deviam temer diilièuldail es a que o éieto pro-
jecto fosse convertido ^c«n lei, o que portanto imporr
tava sobremaneira ticer já tiomeada orna 'èomitdifeão
permanente encarregada de empregar Sodos os- seus
esforços para que odicto prometo se oonvértiBSseenl
lei : foi esta idéa unanimemente adofjlada ,• O no-
meados para a dieta 'CowmMíò os Srs^ 'Viêetmêe d^
Aturara , Visconde' da Aêseca^ t^rào 4a MmiiHw ,
barão daFmite Ate, D. Formtnáo d$ Skmza Botelho^
José de Sequeira FreinSf Framcúoé JTevfer 4)ê Lemo^ ^
Seixas Lacerda CàdeHo^ÈlratíCO,Joêf Roberta Gmêes M^
vee, José dos Prazeres Batalhas^ Antonh^ta Cimha
Pessoa, AnUmh Genmno Barreto de Pina ^ Atffes de
Sá Nogueira^ e Anionio Maria MSbeifa d» CoàaJM-
irefíkatt»
Apresentado o ))rojeeto na oamure doa deputados
foi impresso e o seu relatório no Diarío do Governo
n.* 74 de qoarle feira 29 de anarço do corrente an-
no.
Foi remettido á «ommissSo dos vinhos, eahí exis-
te , sem que esta por >eraquanto desse o seu parc^
cer«
Uma só difBcttIdade pavecia encontrtir o projecto v
e esta era e exclusivo^ que se dizia muito ditiieil de
se alcançar, visto que^o mesmo parlamento acabava
de reeuzar ao PoMo o e^Ednsive das^ aguas-aiMlcntes-.
Hão colhia a paridade , porque os dois chamados
exclusivos defiriam essendaknente* Aitendendo po-
rém a que a formação da companhia vinícola na pi o^
vinoia da Estremadura , diminuía considera velmeK-
te os inconvenientes, que se temiam da eoncèssaedo
exclusivo «das aguas-ardetiles para o Doiro , e a que
o melhor meio de aplanar a grande diíTicuídade rcN
zultade da rivalidade de se conceder e uma provín-
cia equillo, iiue supposto diferente na essenda , vi-
nha debaixo do mesmo nome generioo eiedusivo, era
-o procurar um accordò rasoavel entre as perteilções
das duas províncias Estremadura e Doiro , tal q«e
não se hosttldzdudo estas, e não prejudicando as de-
mais se conseguisse o bera geral ; estando ainda pen-
-dente na, camará dos pares o projecto para a creação
da companhia do Doiro, vindo da camará dos^de-
putados, opinando a maioria dsi eommíesio d'aqucl-
la , para que á base estabelecida no projeetiados
150:Ó(y0j^000 réis se substituísse a do exdosl^v o
a dei minoria da comaaissão para que vignriaisse â bá-
f)
JHLETÇ^JHTUíl^ffaíIVKRSikL. J.ISB03VENaE.
xc (iosdiclo&lâOflQOÔJ.3ÍOOOfóij;XiWi9Íderfl;idí)-se qu<»
um dos maiores obstáculos fali«ís app«irdnlcs) da con-
cessão do <€YQlufi»v<>) do. Doiro , fora a opposição da
proAÍncía da £streinadiira , jul^oi>-sc convenieiíte $€
reunis^mijoa jBfeats iflduetUes , e inlcadiJos d» roa-,
leria .qttc fos^i; |)ussivol» por parle da Efi4r<ínuidur*
e,fi#Uov e^iiCAllGUtas certAS trates de. coi^^aiiKào
reciproca enirefistremadum e D,piro , em vez da Es-.
IcffwadufA fozcffoppcMiioão á Oôncessâo do escfusivu
4r agUti-irdenlc ao Doiro ^e dVslc sfe oppòr á crea-
Qtf) úfK cerapanhittí vinicirfn da Eslreraadura , e da
eODCcsfflio * esla dft enolu^fro 4a yenda 40 i^íoím),
vinagro i* c. af^ua-ardetite em Lidboa , rcciprocamcato
$t aiijiiliasacBi Pfira que os projectos de uman^ <HUt^
(ra>Qpmpaiibia com. a meiícÍDnada bazç se kiitsfeiíi
»'effeiloj ..-.,:
i. Unia TcvoiãoBAttierosa no dia 24 de 9(ia9Qi>d0 Í8i3>
e seguintes , em caza dó sr^ Ayres de Sá Kogv^^a.f
« apÓ0 esta » oqlrâfií »e «ongreganam . para esVa <iíei-
i^^.a ^v» as^isiiram grande numero. de. paros e de-
4i^Uwlosi» e a pos5Í)>âi4Ade ée.nn.aecoeda fttre a
£6tramadur« ;» Dmtq ». tt dewai^ pro^incias,. yl2H^a
logo foi roaoihecida ;«« b(^e5 d'eaãwac«ocdoBâo era
possível de^rminal-as de. retj^ie , e estando proxir
ma a disoussâo e volação <Ii>. projecto da companhia
do Doiro na camará do»..pi«r€», . eííecUiada a. qual ^
quando «e^ado. o. aKclufiivo>i as idiffficvlddMei deviam
redob0|ri»:« recOnhee«Bdovse^'outravim qoe q^jeclo^
«dmiAÍstr«iiYos,« .emínftQtemente naciona<\fi ^omo es^
t$, t«piaii$»weim\tod^s.os{)ai«B9 aondo ba systi^ma. im»-
4;JteaeiiMÍY#v '^i^cr. sâmprexonsuUadD, e ouyidq so*
bre «tJes .ogavfrno^^decidíu^^fie.^nadicla revníâo Hoar
nilkleiH^ce(;il(; ^\i/»9i\cQ»0»mím €onmUs(\&..pa^0 parti-
cipar ao governo o accordo dos lavradores e prçprieta-
riOê.fiiifprMíincH^iúat Eti/íreamd^if ». Doiro ^ Jf€i»'a ,
MnfiOx^ eTtu:i^íiShMff^s^ uSi. reunidos da mo í^.thíc
hwtilÍA^ffmQt.dif^pnPÍ<^tU:(le oçriçtíssao, de r^<íwi-
ro para o Douro , e Estremadura , c antes pelo ronr
ifvmo, taadjwí^rèm 0r Hi, <.i|6t«f».ai4i^#< politicps ,
tâmaras legislativas , e a final convertidos em lei;- ^
ouíTB :»m paT0' ifímmlta^ «w»* o. g^^mni* o 'ynodot * \ le-
var a effiih .esia^ r^luçào úomf^^itl» pavaiâo.ntU
fim., dcxçu^se uperék-OifuMor^m^ntoi, efortsma.das
4!nas *proHnMÍH9i ,,■ . f 4q ,Mo /O rçino; profíuràniQ tamr
àem a-.dipttk (iimiid^moieenibinaír eam a §^erno. okar-
maná^iW^^lÊtmffQ PQ$áiv€l ú9,,d0ÍS'>proje^9^ de tfi^Qquf
4t ij^eg^aão doj?omjiar^ ^ f^ua-ardeinte dn^.Estr^imr'
Mura.^ das Qt4Íra0 prmniís^i .m^ diniitma'do,iaotUQL*>
. ,.DolH)era«do-s0 egoalratnieft^tM? is8Ía€9wmÁs$ão:fos-
'iiftíicmnpoç^.>d$$ ir$A'\Hscimd^ il<: Veipçs , />. Ffiut^w-'
-4o ífe Sma ihí0(fi<\y Jifirfw deAlpieirim , Baràõ da'
Funie jIW* 4 Jo$é' Av^usta .Bmam^samp. ^ . Ayx^ de, S^'
4^}g^HPQ^ « Fnwici$çQ iMvier de Jbwms dç' SMQf Z-a-
*r^fí(U^C^Mh, Branco^
A<pmmiraâo<eitmpriu o seu encargo.», a tendo ga-
d^o ai (ne{horc« eaperanças, caducaram de repente :
aicwibèkafãp n^Oi^eleYou a eí!cito»e o projecto pa»-
»a» <M)m.:aob*a« d<^áiloO:Á)004'000 .réis. l Não cuida-
iCcf»oa>a^ora..do perguntar ou provan» quom o cu!-
pft(U)t ' •.. .
f kamd^aindasvbflisUr^d^ a uni^a diHiculd.ade gran-
de qnii) .oblatava ao n^^ad projecto» o«lr a sobre a qual.
•.ao principio bouvéra sórias apr^er»^«lo5, que d€fM)is s«
JUrb^m dcsvonçcido.,. veio augmenla^ os. embaraços ;
falíamos do art.^lo do>tra«tsdo nki»0';CHtPe Pbriv^i
e a.X<i*ã*Bretanha. f « . • , . . ->
Mas porque isto nos leVavia" agora mais longe ido
q^t f^om- comportar' 05. cstreiUis Kniite» do jumàl .
rezervânw^nos^ para tratar ostay« onkrarainarteríascom
eUa aonoexas,' e..coBB. o .amplitude ^emioreèesk.,
em os números seguiutes. • :9i;> 'm»** *-..
2029 Racfcbondo àonicm. a Jletttêmxi uma t^eliçãck
áe> V.. ^ feita -» qsarqocr x[mef coubcòcsse o. pooces»*
^odarfabricacáo do asfiuoar ipara qnè apvbiicaase^
Enii.atilençâo ao qno, mnito .apreModanie^tQ' ali-
nharei estM>peqtioDo artigo- que não. acl se o iatendc-
i'âó- peh^ mal" eéeripto que Toe». isn^ue procuroè^ re-
aunkir. «.maift qtne mo fui possiv^' os processos doíqtiQ
para itaíli^fint se usa ; mas com cicpiiearão sudícicn^
te para pod«r serTÍr de guia aos curiosm (pte muito
agcadavel é que(\io apparecendo. liezcr^t^o^me para^
mais Ae iragar traciar, este objecto, masino emtanto'
vAe este que.y^ pôde mandar pHÚicar bd. seguinte
ou próximo nilmère « para que o àosso amigo do Al^
gar ve jno fique som saber como se bade banrer c^ni .
a abóbora ou com a abrótea.
Soa, ctc^
> * ' Pedn^ de Eoure Pieiras .
:i6 d'agoste» 1 • - . .
$oria muito prolixo ae teniasae escaevcr mánu-'
ciosaipeiite todos^oi processos que aeompanbam a. fabri«
ca^ei do assacar. Iodas aismáqhina» usadas paoa :cfk
te ínn^ e á grande perfeição a que tom chegado mo-*
doniaiamte eala indnatriaem França » d' onde se dc*^
verá ramificar para toéoa ospaizes onde o assacar so
fabrica. Quem pertendcc estudar particvlanncnie a
maneira parque. este fabrico se opera ^e todas as cirf
citmatanoias • relativas ao mesmo , pode consultar o
C<wsidi ekyuiie wgatnqut tuppUiqmBe ^imx arts iméms^
UiHlu et tigrÍ€Qks , professe au consenfoiaire royal dcã
o/rks nt0n0$Ums , por Mr. Payen; en 1842. No em-
tanto fvra .que não seja por falia absoluta de luzes «
que algtniL cuniofio. deixe de fazer a& sons e!(poriez>*
cias , que ainda que insignific antes sejam, sirvam ao
menjtotidie' preparar ou proniovcrr o. desinvolvimenlo
qtleesbe iraporlahtissimo ramodp industria possopi^
ra «o ^itiirO'tcF em Portugal*, paii onde elle é in>«^
leiramentc oovo^ a a qtiem.pódejvir a-^ser tão^util :
.rf-c;eonsideBandoató que nemtodas. aspessoas podi«
raO obter immcdtatamente a obrA que cilo^ rc«
znmirci hoje cm um pequeno artigo ú procesno
mais csscacial e mais. áici^ ;. rezervande para ou-
tro tratar mais largamente leste objecto ^ emifc^
tjndo a minha* opinião sobro aqueUas plantas de qu«
me parece se poderá obter cora mais vantagem, òa^^
suear^ e cuja cultura será mais fuiíil, c que melhor
se poderão acc limar no^ nflsso paiz , se não focem in*-
dígenas.
Para se extrair o assacar ée qualquer fructo que
seja, é necessário primeiro reduzir este a polpa mui-^
to Ibia : o que so pôde obter por meio de um raia •-
dor circular feito de folha de Flandres » sendo para
servir em ponto pequeno, ou cnfôo para ponto maior
um ralador grande , qoc será formado pos um c^ <-
REVISTA UNIVERSMV lilSBONCNSE*
liadro dfe latddra djc pinho, que Gontcnhd na stn
p«ripheria parallcljtmeúlc ao sen eixo nuitas folhis
de ferro collocadas em dimanei 3 s convenicnt^mautp
guardadas, e apertadas um^s para as outras purmeiu
da listões' de madeira. Kstas navaibas devem ser cor*
tantes e.aiiiria3 i maneira de folhas de serra, Di! um
dos lados do oylindro 'dtve ha? cr U19 tatioleiro co^
berto onde se devem collooar os objectos que se<fue-
ram- sulmctt«r ;á acç2o. da cyiindro , opprimindo-os
em sentido directo do mesmo , que girando sobre xr
seu «ixo'r produzirá' com iàcrivel presteza o limque
se deseja.
Obtida assim ^ iMipa. da nntor ia. de que se por-
tende extrair o assuCAr , deitasse esta em sacos de
kma bem. fortes» qae se coUocarão debaixo de uma
prenssi, que .pela sua. acção fari a&lraírtodç o suc-^
CO da poipa <;ue estiver dentro dos saccus, e qu(5 &m*<
mediãtjaiitt«nt£ a lançará em «na fcaidoirkíde «sobre ,
que se.patrá ao lume , e c^m a maior brejridade pa-
ra que não tenha logiir a transfonnaçãúd'eatc em ai»
cohol.. .
Estas caldeiras so chamanldcderccarifo; em o sue-
co ^'ollas cootido SC elevando á temperatura. de 60°
juncta-se-Ihe cm pequena quantidade um leite de cal,
que para este (im já deve ter sido extincta , o qual
produti immediatameake a separação da albumina.'
N'è6te estado tira-se o liquido da caldeira, e sedci^-
^«r-arrefeoer ; então décanta-se o liquido claro b o
reâtanie 4:^-so^||or «» AUro. Novamente se põe es-
te ao lume y iqutí então deve ser o mais forle.possi^
\«1. para se oporar com rapidez a ooncentraçao , e dU'-
vanto/osta âe fiátsa. varias yiezvs r sendo a ultima por
un fífttro^o.lã.ique deve conter o car\ruf acoimai no*"
vo , que ainda nâo.tícnba seriiido ^ 0 depois a con-^
4;<3iÉxa<2ão so* continua aié queioiiqbido alcança o-es-
tado^de xarope ». o qual so conhcGébuma vez que to^*
mada uma .pequena quantidade d 'este •entre o poU^
gar &o jndex, f^Nrmar 4e um a^eutroom fia que não
qnebrf .. E^itão. se oashece que 4> as&uoar se obteve ,
c nos rlsst» ^sÓ! tirar este da cald«if a, rdeital^ emoiw
im qna^uer yazo ou- caldeira onde se mecbe moitO'
bem alio artclec^ : . o melaço comeoi flksua sepana^
ção. ;, pocéinr este só se obtom pctfeHarafcni» tlei-
ianéo o assutitr om aima euinjà de madeira, oujofuin
do deve ser crivailocdis buraaos muito peqiienoSf por
onde cse(^re complcWaKebtO', .iCrno Hta, dé d«asfie-
movas api^arec^effá Q.assutarcbrisAalisado^
Todos OH «tbncis-^de qiie boirverv de se fazer «s»
dvrafite o proceaso^dc fígXragqão do^*succO' das plaI^<^
las ou fi!tt€toa rdOique sq pertenda* obter o. assuear ,-
devom ser forrados. de foUia-d^ chumbo não M>*para
evitar a loraientario «..mas também pela* razão
da esonomifts . pbrqite a iiladeir{t;< £i6ilmetíte ab-^
sorve o. liquido qiuo sobre élla.tivcr de passar, oq^^
diminue ejú. çxtremo a. poroâo que se tl^er obtido*^
obstando assim.a qu«^ se possam fazer cálculos «ícaò-
tos sobre a producçno da planta de que so qaeirum
íacer sérias. cjtpcriencias..
Piídro de Rawte > Ptetra, .
> Thoiaaf 16 d- agosla de. 1843. .
)A»C«ZTA JMBJ^ ISiâTAB BAT08.
2030 Toma-sc uma porção deiwiVTio» ppoese a fcr*
ver em. lume ivrando com bastante eeMa Marpan
feita em qvarios ntú Qstf^r bem <rozjdo e t€r absor*
vi 'O Ioda a aíçua- em qno se cozer; separc-sc , c
iniitilizn-se o que rer,tar da cebola, e deita-sc o mífíio
estreme nns silios itiftr&tadoâ dos ratos; que obntioam/
n eomom com avidez , v morrem por maiores qwa
sH^im: rrnete-st» a reccila as vezes precisas- até ex-
tinguir todos os raUis, scaulefando sempre as g<ihi-
nhãs « e mais auimaes domésticos para vè% comerens;
o milho assim confeiçoado. Ê remédio csxporfmenla*
do c docitiivo para acalnr com os ratos no interior
das cazas» e nos saguões. quintacs,.e pomares..
MfiOZOIKA.
203t O Dr. »«í/?o Pereòa , que pelo appolUdo
julgíjmas nossópatricb,e actualmente medico na
tmspital de:Bondoo&, em fVança , dirigiu em Junho
ultimo y uffla< fuemoriaé 'Aca4e»ia das >Scieneias de
Parí»^ sojjre o traatamentO' da pètiséca) pulmonar .
xujo problema de curabilidadc clle pensa haver re-
«Desde 1837 (diz oUtítPireira na sua memoria)'
que eu penso .., qneos tubórcolos pulmonares são da
mesma naturofa que ostubócealoa dosootros órgãos/
o desde aquelle tempo , as minhas ohsen-açdes qtin-^
trdianas mo tecm confirmado na mmba convicrãode
!Kge>.Assim tremo para os tubérculos rão piifrnonír-
res c necessária uma moiiiCcarão especial, para que'
anahlrezh possa' operar a sua TesolOrSo, assim iam- -
liemi para os tubérculos' pulmanairds W deve rteor-'
i«rá&; mesmas, iudiicações. Comtudo, os meios nlo
,])odem ser. os mesmos por cousa das* muitas d ifferen-
ças, que resulíam do numero dos> tubérculos e da
.importância do orgam^evi qjiii»«oUe& ostao desinvol-
viaos*.Em obra da 9:000 enfrrmos. qne eu tcnhoti-
jdo a meu cuidado /lesda 1838^ .oj^servei a62 phti-
jsicos,. e d'esles 3tó:safram» 140 morreram» e7
.existem ainda em tractamenlo; a metade ,. pelo mc-
;nos , dos doentes que saíram , estacam n.'um estado
;mui satisfatório:' quasi. ledos os dias vejo alguns,
[dos que ficiaMUli xMI ^idède, € a sua saòdé está bem
conservada. O tcaobÀieato».dé'que tenho usado, é
uma preparação d'd£^<> de fiffodot de haealháú (fatíi-
le defoie' de.moEue)» e.nm regimen tónico e fortí-
ficativo: lodos oa meu&^doentes tioham os tubércu-
los 'UlcvredAs. iia< toda o razão porá julgar, q^ie
se. aBt«. HiedicamoBta aproaoitoH n'um estado demo--
|lestta tãai adiantado., deve prodotir i^esultadôs ain-^
da. Buisr certos, qiuiido.os tsbérctilos eistlvéh;m
oróft-oaa miliares*j> » i
Nâè sAii eu. da facn^Made por isso nada posso ac-
orosMntar/Solirfro assumpto; só os môdicò^raticos
|podfirâo bbm julgar do valor das asserções do Dr.
'/^r«f« y- de que quia dar noticia , tanto porqtic 6
possível serem fundameniacas ^ como porqtie penso
piovirem de um portuguez.
• Silta LèaL
UKA RBCBITA UB KR. RASFAU.
203*2 Vemos com incansável insi^tencia annuncia-
das nos jomaes de Paris as cigrarrilhas de câmpho-
ra (cigarettei de cumphreâe Jí. Raspãil), Dlz-seqiie
servem principalmente para os ataí[iies de ástíima ,
oatharro, tésses teimosas, o qqmssõos de peito.
Vende m-se em Paris na botièa^ da /í»í<? ÍJeupftine ,
«.* to, o com ellas se dá uma explicação impreçsa
j do modo como- S6; tomam*
8
REVISTA UNIVERSAL LISBONENSE;
PSraAS BB AÇO.
2033 As pennas metálicas inglezas de Bookman ,
ruja invenção e cujo aperfeiçoamento foram egual-
mente privilegiados , estão gozando de grande fama.
São mais flexíveis que as de ganso : domam-se a to-
do o género de lettra ou desenho , e não se enferru-
jfi?D« Falta«nos saber se não incorrem na censura ,
qu6'Mb^> se vae fazendo geralmente às pennas de
ferro» cuja escripta envelhece logo, e a final severa
a apagar pela decomposição chymica operada na tin-
cta pelo metal.
Este ponto , com fwrecer frívolo á primeira vista»
não desmerece a attenção dos sisudos , por Quanto
se aíiirma que a maior parte das escripturas, docu-
ipentos c mais papeis monuraentaes particulares ou
públicos do nosso tempo , que não hajam sido iro^
pressos.» dentro em alguns annos estarão perdidos.
<OAATVAA BX WWDtLA OV TISSISAOOaA-
^ VAIA»
203i Começa a usar-se em Franra a.graviira rele-
vada em pedra pelo mesmo sytttcma que a de madeira.
A execução artistica« diz-se que é mais facii, e aeffeito
da impressíío mais agradável. As vinhetas e ornatos
assim feitos, reprodiicem-«e.emdteAMrperfeitameb-
•te.
È de esperar que os nesses. gravadores., lendo «s-
t£ annunoio, não deixarão de fazer ^uas tentativas e
de ser ]i'eHas bem succedidos, no que lucrarão os
jornaes de instrucçio e recreio eotpubiico.
real ; 2.** sobre os dogmas ao padre Joio Tavares .
da companhia' de Jem»^ result<Mr de cazo» em S. R&^
que , 3." stíkm a historia do dieta concilio ae padre
mestre Fr. Joaé da Purificação , religioso da oriiem
de S. Domingos, lente de prima delheologia.t^DnH
rou a academia até septembrodel716, em que mon-
senhor Firráo ipassou a niutcio do» cantfies suissos.
Tornou elle depoiis a Portugal como núncio ordiná-
rio , é em seu tempo £m a ruptura d'drei D«. Joio-
y. com a sancta sé.
/. H, da Cukha Rwara.
imumi
commemor^çOes,
A ACABEK&A BO OTlTOIO.
24 d^agasto de 1715.
2035 Em tempos d'elHrei D. João Y . estudou-«e^
e muito, e de vontade. Assim o disse um illustre e»-'
criptor que alcançou ainda aquella edade. Ena ver-
dade qual seria o cantinho de Portugal., em que não
houvesse* então uma academia? K'este fervor acadé-
mico chega a Lisboa :monsenhor Firrio , 'Bunõio «ex*-
traordinaNO de S. Santidade, a trazer o 'elroi as fa«
xas , de que o papa fez presente para.onrocei»-na»-'
eido principe , que depois foi rei , D. José. Colno
esperto romano,, «onheceu o ^novo nundio quanto e^*
rci,.e.a g«nte principal se precavam de cultores das;
leltras ; e como dcstro^politico quiz{digaraoi-o assim)
fq^^er-lhe a corte, instituindo também no seu palácio
uma academia. Foi o dia 24 d'agosto de 1715 i).'S0«j
lemne da sua abertura , cum assistência do cardeal
da Cunha , de monsenhor Bicchi , núncio ordinário
em Lisboa , *de alguns senhores da primeira qualida-
de , e dos «religiosos mais doctos dos conventos da
corte. Rompeu. a conferencia com uma -oração, ã que
os de seu tempo chamam eloquente, o conde da Eri-
ceira D. Francisco Xavier de Menezes. Foram assump-
to da conferenoia a historia, cânones, e dqgmas do
coucilioNiceno: e^:ottbc cm sorte por bilhetes o dis-
correr n' esta primeira ;Sossao; 1.° sobre os cânones ao
dcctor João da Moita , cónego magistral da capella
ROSA ]
CORTO OB RADAS.
2036 o mundo é umà etnsa beíntrisU.-^È de cer-
to , porque todos o dizem, c não é de crer que todos
mintam.
Conheci n'oQtro tempo— quando Bra aÍDda4>eque-
no -— uma pobre velha , que passava a ^ida ao can*
•to do lume a 6ar na sua roca de cana , c a beber o
seu golo de agua-ardente, e que, apezar da vida de
paz que levava, dizia isto mesmos c desde «itão f»-
quei tão convencido d 'esta verdade, que nunca >mai9
a pude desarreigar da alma.
As velhas são ás vezes, — o talvez sempre , — fa*
taes n*este mundo. — Eu , que vou contar^^vos uma*
historia , ainda não conheci nenhunMiqueonãofôssé.
Ora., se o mundo é uma triste coisa , . é o qae a
mim me luio importa; com tanto que tenha as mi-
nhas manhãs para doimir ; as minhas tardes para^pen-
sar e regar a roseira da minha jonella ; easmii-
nhãs noites para eoavcrsar com uma mulher aquém
amo, e olhar para as estrcllas do céu, e pavaas es«
trellas!mais formosas dos seus lindos olhos.
Mas é sobre tudo a minha rozeira,que me dá pra-
zer.— É porque ella é na verdade a rozeira maisèin-
dad'este mundo ;^ — a rainha das rozeiras.
Imaginae-^-se já -^alguma vez imaginastes— ^tima
rozeira verde e uicosa , que é um gtwto vêl-a:; com
as suas folhas recortadas , com os seus fêlioíos ten-
ros ; com os seusacu^eo^ ameaçadores , como os ai- -
fioetes de :uma formosa esquiva ; as suas flores bran-
cas,^ e puras, como a candura de uma virgom; ten-
do, escondidos no seio., os seus estamos como uma
mina de oiro , como vm thesoiro de encantos'!
A.roza branoa ^ a>mais linda das rozas ! — A ro-*
za da prim&vero é a jnais cheia de perfomes , c 'pu^
lando pelos prados., *v*ve simples e abandonada ao
ar e ao orvalho a ^^da livre dos campos.' — A to-
za emarélla é a roza exótica , fora do natural , ^t 'por
isso sen «abór, sem bélleza , sem perfume. '— A ro-
za do Japão é a Dona orgulhosa , que vive nas sa-*
las> ciitreweludos, eih leitos de ofvo» :sobrc os mais
Kndos seios., que palpitam de amor. — Mas a «roza
«branca ! ^-F^sa ! •— é a roza das vozas , jÒ a IMr das
flores ; «andida , engraçada , o pura como um pri<-
uneiro sonho da infância.
È sobre uma das rozas brancas da -minha Knda ro~
zeira, que sevpassou o conto quo vou contar-vos. —
Conto de fadas é elle , d^aqueUini do que hoje se ri
essa gente por ahi, eque d'antcs tanto prazer davam
quando eram contados fnr uma bocca bem linda, ao
pé de uma fogueira bom acceza.
Hoje ninguém crè em fadas; mas creio eu ainddi
porque não vejo razão para deixar de crt*r.
REVISTA UNIVERSAL LISBONENSE.
9
Quem não cré é mán » e eu não o quero ser. —
JNrm vós Umbem, nio quereis ser maus; sois assim
parque -«-nem o sabeis.
Ora pois vamos á fttStoria.
Uma tarde,— uma das minhas Urdes felizes —
estava eu à minha janella ao pé da minha adorada
rozeira ; estava a oihar para o cáu , que era còr de
Toza , para as nuvens que eram cdr do fogo, e gran-
des como eastellos; para as montanhas ao longe, que
«ram azues ; e para o mar, que era espelho d'aquíl-
lo tudo; e cá na minha cabeça a scismar, a scismar
porque eram os homens tão maus ; c o mundo tão
cheio de encantos ; quando vi vir pelo ar uma bor»
boleta : — uma borboleta linda como os amores.
Suaa aias eram de oiro, bordadas de azul, a com
dois olhos vermelhos de fogo. — Nao vistes, não vis-
tes nunca mais rica borboleta.
Tarde feliz para mim foi a tarde, em que a vi.—*
Nunca pastor cantado por Virgílio , ou por todos os
que escreveram essas éclogas de saudosa memoria ,
passou tarde mais simples e mais ditosa entre as flo-
res do prado.
Nio me Ailtava nada , senão a harmoniosa frauta ,
^ balar doce dos cordeiros, e o pular engraçado das
cabras sobre os rochedos escarpados.
Mas nem isso me faltava; que tinha emvez da frau-
ta harmoniosa, o assoviar desharmonico de um boliei-
ro ; emvez do balar dos cordeiros, o estridente ran-
ger da lima de um ferreiro ; e emvez do engraça-
do pular das cabras , o speetacula desengraçado de
um rapaz que saltava freneticamente sobre um mar-
co da rua. --^ Ameniâadet de uma cidade civilisada.
Ora a borboleta veio pouzar-se sobre a minha ro-
xa branca , mesmo ao pé d'uma industriosa aranha
que tinha vindo alli armar as suas redes de caça.
Esta aranha, que eu havia muito conhecia , tinha al-
guma coisa de magico, c de medonho. — Sua forma
cylindrica ; seu pcilo ruivo ; seu corpo pintado de
azul , de vermelho , de verde , c de amarello ; bri-
lhante como uma armadura de papão de drama mo-
derno ; os oito olhos que a coroavam , tudo iuhio-
flia horror.
Parece que esta aranha tinha grande reputarão de
feiticeira entre os iosectos : talvez por ser de outra
casta. — Ê mania em todos^atc nos homens , que são
raxoareiê, e philosoplit» por essência , attribuir maior
valor ao ifu^ é estrangeiro.
A bon da borboleta disse então assim á feia da ara-
nha.— Poderosa feiticeira ; rainlia dos encantos; mi-
nha boa amiga quero. . . . quero que me salves
— S(iu iníi^Iiz, c tu bem o sabes.
— Que me queres? — perguntou a feiticeira.
— Olha; escuta^mc. — Já te contei que um dia,
quando estava sobre uma roza-branca,«omo esla em
que estou tigora ; — era n'um jardim , de um con-
de.— De um conde que diziani ser muito nobre,
muito bonito , e muito rico ; e que eu queria vér ,
c conhecer, etalvcz amar. — Vi vir um rapaz, nem
te sei dizer. — Amei-o logo. — Era elle; era o meu
Conde. — Puz-me a voar. para que me visse: e al-
cancei o que queria. — Elle quiz-me apanhar, fingi
fufrir-lho , mas deixei-me prender. — Estava tão satis-
frita de me sentir apertar pelos seus dedos! — Re-
solvi fjzer com que me quisesse malar : porque bem .
sabes
— Sei, sim; sei que quando estás em perigo do
morrer, podes por uma hora tomar a tomar a lua
verdadeira fórtna.
— E sabes que sou linda
*-Diz o resto. — Exclamou a aranha eom impa-
ciência.
A borboleta continuou , depois de ter enxugado
dez mil lagrimas , que corriam dos seus dez mil
olhos.
— Ora para que elle me quizesse matar fugi-lher;
e depois não me deixei mais agarrar ; até que elle
—cruel , como são todos. — quiz-me dar com o len-
ço.— Era o que eu desejava! — Quando la quasi a
matar-me , tomei a minha forma de mulher , e tão
linda , tão linda era eu , que elle me caiu logo de
joelhos aos pés. -~£ disse que me amava. . . .que eu
era formosa. . . . que era ura anjo. . . . que nunca ama-
ria outra. . . .
' —O que elles dizem sempre ; enão cumprem nun-
ca ; — como néa como todas ! as mulheres. • . . c^
mo toda a gente.-*- Continua^
— Abracei-o; beijei-o ri. . . . chorei. —Nem
eu sei. — Estava tão contente» tão feliz !-^Pegue£
n'uma gòtta de orvalho, e fiium palácio dechristál ;
d'um fio de teia d'aranha fii os mais ricos tapetes ;
com o suco da rosa enchi um lago perfumado ; com
uma folha cobri om prado de veràuras. . . . -— S «A»
quando viu isto tudo, ainda me pareceu aiais aman-*
te , mais apaixonado. — EnlaçouHoae nos braços ; faa-
cinou*me com os olhos de fogo; t senti -—não
posso dizer o quê : mas nunca tinha aaáhado tanta
ventura !
— Não digas o que sentistes. •«- Quem é qua o nioi
pôde imaginar ?
— Pois olha , feiticeira, talvez ninguém : ?^pan o
imaghiar , é preciso amar como eu , e . . » »
— O amor é raro; mas . . .
— Nãp é só raro. -^ Estou quasi a rèr qua niei
existe.
-—Mas essas paixees ; esses suicídios . . •
— Vaidades ! Loucuras ! — E carrancudas ambaa
ficaraUí em siienoio , pér algum teihpo ; como dois
philosophos de 20 annos , que calculam a perdição
do seculoao canto diurna saik de baile, ou doisaucto»
res dramáticos que contam peios dedos as vícthnas de»»
aventuradas dos quintos actos dos seus novos dramas.
— E depois f — Perguntou a aranha, como seguin«
do ainda o seu pensamento.
—Depois, -^respondeu a outra— a hora passou;
eu tomeí-me outra vez borboleta , c elle . . ^ — nu»»
ca mais o vi ; fugtu-me ; quil-o seguir , m^s falta*
ram-m0 as forças . . . — fngiu-me . . . — deixou-mew
— Quero vél-o , quero vèl-o , senão . . , morro. — E
eslas ultimas palavras dissc-<as a pobre da borboiatu
com tanta dor , quo me senti quasi a chorar.
— Queres vél-o — olha quo te arrependes... e
muito.
— Quero vél-o, quero vcl-o — repetiu a desavcR«
turada !
— Ahi n tens; vé-o.
£ n'uma gótta de agua suspensa a uma folha , a
luz refrangia-se, e os seus raios coneentrando-se n'um
foco reprcsc^ntaram no ar uma imagem ao principio
confusa , mas quo depois se tornou cada vez mais
distiucta.
10
REVISTA. UNIVERSAL LI8BO?9i:i>iS£.
Ora psta imaffcm roprosenCata um. formoso joven
ajoelhado aos pés de uma cândida menina » qiiD tva
iim anjo . . . mais ainda quô um anjo. -^ A liicnina
reclinou a cabeça , e os lábios dos dois am;intès en-
contra ran^^sc ; depois caíram nos braços um d»-<)u-
tro ; depois ... — «A pobre borboleta deu um grito de
desesperai; ãt) ; o a imagem desapareceu.
— 'Porque. . . porque se apagou. aqueila imagem??
— Quero morrer de dor , mas quero morrer veudOM»
•—muwtturote^^a desaVcnturada*
w^Tiyc dó de ti : n5o quizqòe t>adeceases inqié-^i
•respondeu- a aranha^.: .• .' «
i — fcMaS.\« :i
; -^Scrág-Tingáda. -
< Palavras Tiío. eram dtotai «nmugete dpfMTecetl. dè |
4YDVU'; mas a menina ji^n&o :cri aqnella formoisnrá
*ais^)ica^«etinham«MTisto 3 em um^r velha hedionda \
i-om um nariz longo e curvado , com âi testa bai}» ^
e'onríiigaihi': com osoljios cacovados» c inrilhantcs
como os de ^hm gato; com « barba ^{«asi tão 4onga
como o nariz; e a bocca.nndad^ 4e uns dentes àma%
ireifbs» longias e.agvdos conM>'õ»(de um tigre* — £
jo 'iQO^b-^iihd» coÍH*ia-ra com dciici&s- áó mil aíTagoBi
c (Saiia beijo. da Vçlhaer&^vnia' mordtdtira prafunda
d'oiD4eiO0rita umm fonte* de^sasgur ^
» 'Pouco «pouco qftidodos mirrado» db velha alon^
^4làí»aiii-9e prodigidsanieiite 4 uqia flvembtwia tranapa*-
'«DUtiv dlteotiKMi^i p corpo ^ohriiif^e«*!he de pidlos;
«« , ^ caneca «idaixi^OHHso^lhfi t awda^ usbòm .; fdò xquv, . to**
aaou-« .fórmât^^rlei^ de wn fitíMpiDO qwB ," akrèada \
MteB? a.'a«Éitegulivdg«da.«ipoDatraiili^ oonM. uma iam-
reta , a carne do infeliz amante , começou 'a-stígcnv'
<J&» (D ipfpè3 HiM^pHe-T qnè-âhiáailipincQrriaiia»' veias.
• — £ o conde continuava sempre os seus atSu^os a)[)ai*-
"^ QunTJcs . <^e Jiiorra< ?»-^.pergUBtoQ ^ ai aranha tran-
quillamente , á sua infeliz companheira , a quem a
4fiar feíi^a.qiiasi feilq perrdei ^ actttsdos..
— Não, não— ^respondeu esta' — não. . . talvcisqoe;
ainda me ame i. » .«^Se me 'visse , se ainda me vi9>^
wl-: 4 .'. ■: ..-'.•.'.
"oTivc dó d'ella 1 e estenda a mão papa a malar.
« £is.que a linda borboleta se tratisfoima n^vmafa»
«lia -mais. mnrayilhoka, «do. qtte. todas as maravilhas
^ac eu thiha iraal^nado «no devanear vago da minha
hnagínaçia fanlastica»
*. Q vnniiHra foh-ie4 o icdn éò d«corpo«qnasi sem vi^
da do pobre conde.
A fada reclino«*8e «obfc «lio ; e perguntou-4he com
-«ma voz mei^a , pura »e harmoniosa como o som que
ff}ik»duz a vibração de um ChHstaU'— Gouheoea-me»
jeanh«cefi^4n« ? . * • — Ama»*me ainda ? . . .
^ — Conheço -r^ respondeu o joven amante •'-^ coube-
iÇki; Oiodeiú^e ; que é por tUa causa que pad. . » .
— MateHi ; ^mata-o «^ bradou a. pobre fada , csten^
licndo asrmãoi para a aranha.
O vampiro tornou a apparecer; e a fada fez-se de
4mv>o borboletas
Então o \ampifo perdeu as aias ; o seu corpo co-
meçou a ostender-se prodigiosamanto , e a cobrir-se
de escamas que brilharam ao solr^ com milhares de
cores ; e transformou-se em fim n'uma boa medonha ;
«pte enlaçand&^se em roda do corpo do ingrato con*-
de, lhe «sn(t&goti;oai>$sos,.que eu «entia e«talarpor'
um modo horrivel»
A borboteta também se transformem n'. um «ffoirpàão;
suas a2fls caíram p-siias afUçuas toraardm-ac longas;
e ameaçadoras ; e sobre, as costaa abpÍFam-se^'Ihe doif
olhos brilhantes c racdojtbos* ..• ' c
As bordai dtf vaso :d» minha roeeira 1 itornarani-se
ardentes; .e o pdbf«| ai»r;^ox^ .coíba. flsie9v< que as
creanç as cetcj^ipiJe um circulo. de ;carvões acceat;s
deu prin^l^o «mas poucaa 'lie.vc^as para^vèr se
âchav^i imMt"saida d^aquelJo círculo de* fogo; .depois
ifendu. perdido as «sperançoa todaa » levado pela ter*
rivcl desesperação » que tantos imiriyrca tem feíAo,-^
infeli2 atravessou-^ae com o «seu pnuprio dardo euvor
4Maado. — £. morrca. * : . .
—? Pobres pobre fada i ; - .\
A roiteira sècoou ; e dentro do vaso , erane^ de
terra ha.via um. rico thesoiro de oiro e dtamaniesw .
Estendi os braços para Èrqueile vaíOrprecioso; mas
iudó 'dcsappareeev* •
>> ' lato* não tinha «Mdo.mâiis do q«e uo» aoobo4 . /
. fiíonho $ sonho máa! .
Ma& »' não. é sonhò » ..nãa i é nina vordade % .verda^
de que faz tremer.
mimi
Y «SWANGETRAS.
«037- Nâo as Icopp» ^»c valiiMa ^ publicação.,. .
. PÓRl UGAL.
ACM» OVriCXACS.
20$8 Diário 40 G^ver^ de 17 de Agoaio. — Áonuncio'? pa-
ra ArreinataçHO tolal ou parcial das obras d&s Eslradas , pa-
ra qiie o Governo eslu auctorisaíío pfelo Ari. ff.* da Lei de
26 de Julho ultimo.
'*ldemr de 18. — ^ Portaria negíiado ao Oor^ruidor Cirií de
Pont* Delgada o augiaeoto d» qtlaotla cowigBada para a
Conservação dos Mosteiros. Outra sobre muUaf judtciaei^
Outra sobre despacho doa generoJi ^tie embarcam para consu-
mo da^ tripulações dos Navius.
Idem de 21 . — Portaria sobre a regularidade do srryiro
nas tteparfirítes, e licenças abusirás dos empregados públicos*
Idem âef.t,^^ Portaria n>bre pagiunetrios eai virtude de
ordem de auctorisaçKo. Outra exigiado. de differentes Qoreo*
nadores. Civis iafojriaaçAet relativas a pertençdes fuadadas
nos Dec» de 26 de Novembro de 1836 , e Carta de Lei de
5 de Novembro de 1841, Ouíra para que nas RiJtaçÔes pu-
Llicas nuo sejam recebidas' Notas al^ttmas que nHo sejam aS
do Banco de Lisboa.
SAtmOSAS tUBeORDAÇdBft iTA MORTZ BA
ZXK.* BA.* B. 3'OAinrA »B VOROVKA ,
ri&HA KAlfr TX&HA BOS SAflU COV-
ÕES BB VSXZCItB.
míDtTO DE GRATIDÃO.
h Paffa ã sêitdade ,
viCom^ite Vq dípoí
»: Sente o que tu 4ittjtt> i
\ »Geific comigo.
DA KX.** rilTADA.
SÍ039 £xi«tbi«€iâI átomo unperceptivel do centro d»«ter*
RíTfíSTA tTNIVERSAL TJSBOTsBIVSE;
u
nidade ! — bellM», ínçenho^, e mocidade ! adornos rjos com
f|iie o pó da terra, e o nada d'estc mundo se atavia — nlo
me occuparei de vós , que passacs , como a eléctrica «cente-
lha, <)Me passa, e nem -Mq«|ejr doix^ vestígios- i 9tto we oc-
cuparei de vos , que oiilrâ coisa nào soi:^ íiiais do que tinii-
rtos Mcravos , que a morlc siijeila facilmente , e maniata ao
carro do sfutrinmpho !
ViRTiron ? emanação de Deus ; tu , sim , t*i só és disrna
de ser cantada ao tom das Harpas Celestes, que ttilo peta
TOA hnmana J Al^m da virUide ó a vaidade, além de Deus
o. abypmo — Dam , c a vlrluiU , eis os ()aiis portos seguros ,
onde pode lançar ancora o baixel da vida hnmanti.
' Uma virgem aiii la hti pouco no verdOr dos «nnos , uma
virg-fra , qile era a teriía an;iig-a dê sua mnc , a muilo queri-
da de seu irmíío , ò esteio dos pobres , a protectora officiosa
doft desvalidos, o Conselho dos velbòt, a Alegria dos moços, a
confidente das amigas, e a esperança de todos; uma vh^m,
que,ao.san;ruè real de s^us lemotes maiores junctava as virtu*
d^s , e 0^ talentos de seus mais próximos avós ; essa yirgem,
es>e anjo de paz, e do alegria, íá dorme o somnò dos jus-
tos na habitneào dos finados ?
*R com tudo mal diria eila , ha seis meses , essa virgem
pnra, c fà/naoêtí, que a peqnéia, e sinsrela qtiadra, com
que detarerin ÁmoL ka^ia sentir de epígraphc á' Niola sau-
d^aa , Qoip que ohofamos sua rfeorte l
£lv.«to quc.se fizer á virtude Ivirde ser e mais bqllo Qpi-
ta]«hio, qiie se hnro 6ol>rc n loiza, que.pscon<ie o^,./tçj>p^-}
jos mortars da filha illustre dos Condçs de*PenicJie, da no-
bííiseím.t neta do^MaVfprczns d'An^ojft; e Penalva, dà ExM."
SrI" d. Xev^r!tii oií NoHoi^nA.
Nii'«A, xfae h'\\tÈ6È ainda ínfatrt^^^qiie iifdèewpánMnrovna
pciericia^-qne ajtispeitiiiiidrt e ddniifói«os'iia Jcn^euludef n4$9,
que: T^úiaes jfU9Cto do Bei| ImUi cie a|?0Dla^ e morte
nào podemos coiiler a« lagrimas , • nqm suiTocj^ os premidos ;•
e seja este o tributo , o luçtuoso tributo áfi gralidilo , e de
aíirisnde qu^ paguemos á momoria ile uma das Senhoras mais
iniis!reí», e mais iHustradas d^a nossa édadeí.
É doctf faltar do^ 'finados — conversar com ellcs —
rirer- dná suas rêCoida^Oefr, e cercado Wc- cyprestes saciar o
coraçuo,d'est)e deleite, .oiija dadora só compreendoiá os aU
bus', que senhiT^a o mislico sentimento .da saudade.
Ha vinte annos lun velho honrado, rei^peitavel por sims
ca.a», e por suas virtudes, a qjjem os Paes' haviam confiado
a educação da terna filhinha, « du qual ju unidVlIesfambem
a havia recebido, ha vinte annos lançava esse velho veneran-
do no coração- da imiocente virgem as sementes da sabedoria,
e.da virtode.
AUfura-se-n^w.Tâl-aseDtadiíiha jnocto do seu ve&o, e boBL
meulor, ouvimJq atlenta,8uasJicçòes, lioçôes.de lettras, e de
nioral. Ora ensinando-lhc a vera omnipotência de Deus. na
immensidade dos Céus, ora a sua sab(;doria na providencia
admlra^-bl do mnndo. Asiim ó anciíto respeitável encaminha-
ra pelas licçSes da geographia o espirito infantil para a con-
tem plaçfto da Divindade:
>Ora a levava coaiaigo a viajar pelas regiOes da historia
tanto sagrada ) como profana^ Aqui ^. lhe Hostrava o mundo,
surdindo, á. vos de Deus; all^, um povo levantando-se da es-
cravidJió á voz poderosa d'aquelle, cuja infância a filha. dos
Pharaós êah&tti &b margens' do Nilo (»). £ elIa aprendia a
ser fortts táM Jttifith', e a ser virtuosa com Suztfna. E-no
Paço dé Jacob» e Raelvel nSo tanto a edlevaTasi a formosura
d'esU, euiao a cuuifltancia d'aquelle. :' . - . .
D*alli passava á historia d<^s Romanos , dos dominadores
do mundo -;- subia cora clb.ao Capitijlio, e dVssa altura ihe
fazia saborear o spectaculo da majestade das legiões roma-
nas. Os tro^gicos, successoê da Sènhofa do mlindo, fazia ligar
depoiír cem a tra«fira ilíortc de Viriato , ò este o leíço que
preodia a historia d^aqnelle povo ao^vO' da LiMi lenia, e de-
correndo pela longa éerie.dos^Reis trattea reinos, no reinado
de cada uax quasi 8em])re^ihe fásia achar, feitos sublimes de
seus avós , exemplares lic(;Oes de valor e decoxufelHo nacadâa
nitò interrompida de seus maiores.
(•)' Lindo' episodio d'ani ^P^ma inedícto a Mbíald^ por
¥L A. F. da & BeitSo.
A par de Cronhecimentos pouco vulgares d'Hi!^oria, de
Geo.içraphia , c da» linguas mortas , fallavu, escrevia, etni-
ditzia o francoz com períeiçilo , c era eminente: em todcs os
ramos da litteratura contemporânea. Chateaubriand , e La-
martlne eram os sciif» livros.
A illuslre dunzí^lla , que drploramos , nSo vivia só para
si , que lh*o nito coní^entia nem o sou génio , nem a sua afa-
bilidade. Fazendo lindos Versos , ou tirando acordes sons da
f(un harpa, e do Me» piam>, minorava aasin o soíTrimento sau-
doso da nezra viuvez de sua àíHe virtuosa.
l Mas vede o inconstante rodear da vida humana ; ou antes
curvemo-nos suUmí.-vis aos Decretos da Providencia !
Vinte annos drpois na ante-camara pegada áqnella , onde
a casta virgem tinha até alH feito os encantos da sua triste
família... Vinte annos passados, ouvia-<se' apenas o estertor
da morte , e as- inrcces da agonia dó Sacerdote do Senhor. . . .
' A moribumia era a virgom.« . c^ o Sacerdote que aacompa-
nhaya ao sair d*cste nHindo erâ um dos filhos do Mentor vir-
tuoso que'a .linha guiado na entrada dá vida. . . j Altos juízos -
de Deust
\ ' Meies antes Itávia a Dama ' innecente vaticiíitfdo coto pò- -
queua diffcrenna^o dia do se* pasB^ento.
'I>e3 semanas antes da morte, horri\':el paralysia* lhe linha
toUui^ a; yoi ; rmas o .^oçq ^me d4^ Jezus^foi auui/Hiexppcs-
pào,.que a moléstia fatal Jhç nao pôde roubar.
i Kem a morle lhe jwdlaafrarirafdòslkbios puros áexpres*-
^ao do sentimento mai« chíro nt) sou crirífnlbT '
, ■ O.Vítíri)0 da Vifffeni }tn no eetoiterto dotf^PVafzerés', a siía*
^himfníxllâa babitu co]á>I>iitf<no'aelo; dds.Jcetosi} c td ÍM>-
beMo ijcitoft . .
»> Cf eme comigo, . • » , .
(Carta.) \^ \ , \'
• Câ e\lá iHÁê faékJt^ há.' '
20^ O artigo l$39^da Í2»t7feíal/tilf^9^ta tãdcâsráh^^
do cott o bonr gosto , iSo cheio dé poczia ; i qne
digo»? tão ilfgno^ dn scdiiií^tora pcnna doSr. Sitra Tu!-*
lio, M ddscd translCiEir o desgosto, Cfue lho causam
irreflectidas deliberações mimícipaes ; eftso desgosto
prova , que o Sr» Tullio nunca foi Vereador/ por-
que a credo dos homens , que se assentaram nasça--
detrás da govem«fvça de um munioipio, é essencial- '
racnte differente do. credo-, dos qtie estão cá* d« fo-
ra: os homení»^ eá de fora grítiim o ralham contra*
muitas posturas municipaes, erouitemais contra as
contrifetticões directas , indirectas; ou nrixtas ; mas
se entram lá para dentro , é outra- coisa ;* já as con-
tribuições são uma necessidade , • não se pótie pres-
cindir d6 um real; é preciso até* apresentar pro^*
jectos , que nunca se levam a efifeito , para sé po«
der com mais desafogo lançar um imposto sobre es-
te ou aquelle género de consumo.
Á prohibição das fogueiras em noite de S. .João ,
chama o Sr. Tuilio — obra da mais prosaica, e as-
sustadiça postura municipal-— i mas <;omo chamaria
elle á representação ,.que a Camará Monicipal de
Braga levou á Gamara dos P^res> paradeínilHF de
si o ónus de costear a despeza d«.bibliotheca publi-
ca , que a anterior vereação tinha pedido ao Gover-
no,, lhe auctorisasse 1 4 Que diria .0 Sr. TuiJio , ou
ique dirão os- homens , que amando as letras , que-
|rem salvar da aniquilado pérsios ^livros, e^os raa-
jnuseríptos aglomerados no convento dos CTtinctos con-
gregados d*ésta Cidade, e que viam prtôs incanrn-
vcis, e cstndiosos desvelos do Sr. Manuel Rodrigues
'da S^va.e Abreu surgir « ccmo de. um profundo ca- -
hoSf um Bovo.munde, iste é. umA.bibliotheca de*
12
REVISTA UNIVERSAL LISBONEPÍSE.
qiiasi 30:000 volumes, que somente esperava se
completasse o salão , cm que havia de s^r colocada,
rstando os trabalhos do seu cadastro gorai já om
grande adiantamento? ;Que dirá, quando saiba, que
tendo a camará em seu poder os meios , para man-
dar concluir as obras , estas estão ha longos mczes
l>aradas , sem mais se pregar um prego! ^Que di-
rá quando souber que se concederam á camará no
começo do anno os meios peçunarios , para pagar ao
bibliothecario , e a um mizcro empregado , únicos
qne levaram a effcito tão laboriosa empreza , como
a de classiOcar » e por por ordom tão avultada som-
ma de livros , e que os vereadores vem agora di-
zendo á camará dos pares da nação portuguesa, que
não teem meios para Cães despesas , e que é força ,
que cilas sejam feitas á custo do thcsoiro , que c
o mesmo , que pedir a destruição do intentado esta-
helecimcDto y c exoneração dos empregados ? Dirá ,
que isto c um sonho : pois não o ó , seiúior redactor ;
o caso é muito real.
Aos homens da camará como particulares ninguém
negará probidade , c honradez ; de alguns sei , que
mereceram sempre este conceito ; porém em mingua-
da hora forMB aasentar-se nas cadeiras da municipa-
lidade f porque lá padeceram uma total transforma-
ção : o animal homem nio é o animal vereador : aquel-
ías cadeiras estão em toda a parte contagiadas , e o
contagio communica-se a quem u'ellas se assenta :
os homens da camará de Braga, por exemplo, ainda
hoje fora da Camará pelo menos alguns que eu sei,
merecem respeito , e veneração , mas reunidos em
camará s3o os septepeccadosmortaes, são como uma
das pragas do £gipto, é a camará do Cometa de^8i3*
Ora V. , que tem aformoscado as columnas do
^eu jornal com tantos descobriroectos úteis á huma-
nidade , não lhe esquecendo a extincção dos calqs ,
a sanidade dos dentes , a conservvação de uma cor
enganosa no cabello, .que lhe não passou poi^ alto
nem o modo de navegarmos lá por onde as andori-
nhas passeiam» ;não descobrirá um remédio, para
conservar no homem as suas boas qualidades moracs,
cm sendo vereador na camará da sua terra ? AU l
se isto excede humanaa forças , veja se pelo mettus
consegue doj9 actuaes vereadores de Braga, que ar-
ranquem de sua alma o ri^sentimcoto de uma vin-
gança não somente tQppe, mas injusta; .que não quei-
ram deixar o município marcai do ; com o fori;ett dá
infâmia , c áfk execrarão publica , que f^Q^nc^ pro-
gredir as o1>ras da biblioiheca , c que prescindaju
de explicações parhimentares , que sómento redun-
dam cm descrédito da vereação , o prejuízo do pu-
blico.
Eslc meu rogo podia ser muito augmeiUado, mas
nem tudo se pôde dizer, nem sempre é occasi«ie pa-
ra isso: concluo, assignando-rac
Ue V. etr.
Drago 7 dt^ Agosto de 18i3, • , ,
Atttmiio Jiarretif Fereha 4e Aravp.
A OBJUÍrBX KXBBCA.
«04 1 A «O hí I i heatro Nacional du Rua dos Comleí ;— repre-
íífDlaçào em beneficio do Sr. Masoiii. Haverá um maRestoFo
oonrrrío , em qiií* a siia perij^rina rebrca Uescmpcnharú a par-
t.'' princif ai ; e «ma» brittiaíntea variaijfleií nova» por elleVxr-
iniadas no mrsmo hurtrumcnto. Tod*» o» artíMa» e Mna«t«i
do «lUèica acudira* « «a{>rMeâiUir u>aBa noite as liomcfiigteiiB
da sua admiraçlto a esta benem^rUo professor do nosso Con-
servatório.
OS AÇ9ZT£B STO CABAVJBIL ZVBrOCStTTX.
2042 Em todos os jornaes se lou — «que para
as partes^ de Caxias se )ia> ia ianrado a um poro c
n'elie morrido affogada uma rapariga , n accrescen-^
tavam que o acbar-se pejada , e ao mesmo tempo
convencida de que seu amante a não desposaria , f<>-
ra o único movei d'aqnel1a funesta deliberação.»
Sobre isto choviam impropérios contra o seductor .
que segundo também se dizia , andava a monte por
se esquivar ás perseguições do judicia L
De tudo isto só é venlade o teivse lançado a um
poço e ahi morrido, não juncto a Caxias roas em Car-
naxide, uma formosa e honesta moça de vinte e cin-
co annos , que vivia em companhia de seu irmão e
seu pac, viuvo. — ChamaVa-se Maria da Conceição,
e andava justa para <:asar com um pastor da visi-
nhança. Contrariedades, que á suspirada uniãose le-
vantaram de súbito por parte , segundo parece, da
mãe do noivo, foram as inOttidoras do pensamento mau.
Recolhia o triste viuvo ao meio dia do seu traba-
lho á poisada para jantar , quando deu pela falta.
Correu pela visinhança inquirindo e chamando — de
nenhuma parte lhe respondia a voz , qUe eile espe-
rava: as informações, que elle pedia, nio lh'a8sa^
bia dar ninguém. Foi então que o instincto do cora^
cão paterno o conduziu à borda do poço fatal, e lhe
descobriu lá no fundo a ultima flor da sua vida, o
consolo derradeiro de seus annos cançados, a gloria
de suas cãs, aquella em quem elle esperava de re-
viver depois de morto, morta ainda anles d^clle^
Um resto com tudo de esperançaa se divisava
no fundo d'aquella escuridado. O vestido, que
sobrenadava, movia -se ou fosse por effeito de se ir
ensopando e expulsando atravéz do tecido o ar in-
cluso , ou porque aihda no corpo permanecesse al-
gum resto de acção vital. Brada por soccorro , bus-
ca.m-sc instrumentos ; extracrsc. Appiicam-^e-lhe os
remédios costumados contra este género de asphyx ia ;
n^is a« malfadada tiãd pertencia já á terra dos vrvos.
Antes de a darem á sepultura procedeu a justiça '
ao exame do corpo de delicto : o facultativo , que
ahi foi , declarou e attcsta que Maria estava pura
como as cstrcllas.
O irmão de Maria, referindo o caso á pessoa fide-
digna de quem o adubemos, não chorava : — é por-
que nos frlbos do campo ha uma grande confiança
r.a Providencia, e por isso uma forca consolatriz in-
tima, qiié fóllccc-^uasi sempre aos da cidade. Quan-
do porem chegou ao que lhe constava , que os pa-
peis haviam mentida t;ontra a virtude de sua irmã ,
desatou em lagrimas e soluços , iiiterrompeu-sc e
fugiu.
Homens que tendes uma pcnna entre os dedos ,
c nlli á esquina uma imprensa, jKira multiplicar de
noite aos milhares o que cila cscreveU), e á vossa
porta uma dúzia de corredores para o derramarem
pela capital , c n'uin grande palácio malas ç cavai-
,gaduras para i\ geRciaiisarem p(mtunlmente até
aos últimos confms do reino, o Driíssabc sedomiili-
do, — Jornalistas — perisac nas l.igrimas d'cste riis-
|tiço , antes de escreverdes ; — depois de haverdes
jescripto pensac ainda ri'cirjs. .
1.
ligriniiKoiiirM
REVISTA tJlfiyfiRSÁti tiISBOTmiViSEi
id
ADveirr^NciÂis da bsiprbíkA;
A Qiidabça d^ admiiiiiitrtfSo deti íogM .« que aigiins Sn.
AMifnaulch recebessem em duplicado o 1/ n.® do 3.*^ vol. ,
e qiw a outros faltasse': áqiiell^B aifueiii faltar roga-se o ob-
^uio de a\isareiii para se lhes matidar entregar:
' A distf^ibÃiçíto começa hoje quihlá feira úè 8 horaS da ma-
Ml ; ausS^s. qiie, basais tardar quatro bbral depois^ o bfto iv"
uham recebido i rogasse; o obteqiiio de o participeis lio
cvrlptori« da He^hítt , ma dos ratoqueiroê n.^ 8f ^ t>ará se
providenciar* ,
COilItCIlliNfOS OYtiS.
MISTA BB JUflAlTTO.
(Cartú)'.
'J()43 ^. Hmatiwi -^ Em um db» diá» db Mi ãe
ho^cmbVo db 1SÍ2 voltahdb bu âd t;aça para á mW
ilha quintd ãb fiMeirt), Aútih íegiias ao norte de ãK^
randella , e pas^aiido no pequeno declit io de uma
moatanha i tí uma pedra i qub despertou a minha
otténçio; examíneíMi, e distingui n'clla formas^ (jue
jne não dfam totalmente desconhecidas , apezar dos
hicns nenhoíw coiíhccimentos mineralógicos ; partíí
d 'cila tinha sido derramada pelas aguas pluvíaes á
Superfície da tcfrrâ bem á rimiíhança db flocos db eê*
ra branca, e outra parte tinha-se consertado cènsis^
tente , mas fusccptiyel db se desfezer bm flos ou
filamentos ÍK^tíVeis : trotixi*^a para caza , b passan-
do a f^zbr algumas experiências , pbgiibi em algu-
mas févèí^as d'eíla i untei-^s com akeitc, b chc^
gando-as d iiínã luí ; -^ ; què maravilha I ^^ uma pe-
dra deitando uma lumieira límpida , rcsplandebentc
e perfeitamente Inodora ; a pedra crâ amianto.
Indo no outro dia ao mesmo sitio Mandei fazer al-
gumas esífátàções, eujb f e^iiltado foi o ícguinte í ==
achei ItfMi^ qltantidadè de meadas b^palhadàs a 2
tí 3 poléfi^adàâ d0 Mpl^Aeie úh ittrnt Na altura de
um pàliftò dat«m as éfttaáas &fh itín corpo esponjoso
e fntlUé i ^âm grosstl èaflnadàs déf áíníànto; Pazèn^
do mais cs«aVaç$es em tarios sitios na ctrcumfbfen-
ria de 900 pés , em algun» ãppareeeram iibta^ ba^
madas , ou grossíssimas Teias do mesmo mifieM qhb
àe esfendfiifi tlt^* ^rafiAe» distànefos ? é qé^ á ilsta
pareciam g^áfttd«s «Mriga^ db linho cdftiiamo bstehdí^
das ééheko da terra ; < ém outro km apfifff ecbti bfna
pedra v^de^si>9eur^. D'aqobf1Ie amianto arfah^^ei eu
boas três arrobas. De cntao para cá já âbhei Inais
duli9* mMft êb differCMbs sftioA, ^èb aíMfa àao tra-
tei de jftteitfgar/
* E^ tWha pnHlactao até âgo^a ^uaH ÍMéoMi^lbf^
da na nOB^a tbrra f irtki» ^é rítar de mfftêfib'» / e
bom 4«bAi á nttu#èztt tanto Hbefflteou séèè the^
Mtttê d Maravilhas f if6s / IngfatM a«s Mtf^ fiiTo-
tes t e ÉMHgués à lífna estúpida hierctir , qtfèren-^
db só pmipérmo-frot ao roais lete frafcáM; pre^
SéfUihBf ao aftrartitò è^lhsfHtetito ¥iíMò da tcl^encia
dti iiirtillí«za^.ovivbr ^mumà tefgbnhotar f»èn«ft« no
mefo ဠtâo ifit«javblsab^Màticiàs. Emb^i^ nlòcbfr*
eédfãAiòs ao aroisiiuy ai >#tádes que ò atdPli^fò Ihè
attrJMêf,' (fOimdo diz^ Hitt. l^át.- liv. 36 Cap; 19—
AmiaAt<ís aluraini nihil Ijgfií déperdit. Hié vtnêfieHi
iwtg» miMnâ prw§erUpí nmg(^nmj^^ Ainda 40b d'él^
A4SO0TO— 31— 18i3.
}• nS« ftçàmtM toalhas eotaio as antígtos -, {sara sobre
ellas queimarmos os cada ver bs de nossos patentes o.
amff«s» bgtiardarmos suas cintai puras em urnas
ricas; ainda que pouca vantagem possamos tirar d' cl^
Ic, i<mprbgahdd-o ho tisb db torcidas para nossos can-
di^iros b laínpcões ; aindu que finalmente a sciencia
até ag^ni,que eti saiba, ainda lhe não descobriu qua-t
lidades que satilfacaih prebizõcl ^ebbs do homem ;'
ao menos 4euhamos nosios gabinbtes mineralógicos
bem providos de ricos exemplares -doesta pedra singu^
lar b maravilhbsa', abttdé os sábios a possam ir ana-
lysar, e porventura descobrirtíhe prestimosa Equan-^
do bshatnfaiistas dftsércfh,o biãiantovem da Sabóia,
da Córsega ; e dos Pyrinéus , el<í! j accrescer.tem — ^
cm Portugal também se encontram minas d^ellemui*^
tb ftbnhdantes^ — tíháá perdel^etnôs com Issoi
Tendo^mb sido rbquesitados para Coimbra ; pel(f
meu ilhistre ami^ o sablb c distínctissimò medico
b t>hllosopho o Sr; Johé Ferreira de BÊaceúo Pinto aP'
ghns aitbteis de fios d^aqubllb mineral, a dm de man-'
dar fazer uma tentativa na fabricação do papbl.lem-'
branca essa muito platísiVel , tenho estado na spcc-
tativa , sem que aquelle meu amigo me haja bom-
municado o resultado ; porém logo qUe o saiba ,' s'é
fér digno db publicar-sc , tfansmtttll-c-hei immedia-
tamente a V; •
t)h V:
Assignáhté da R. T.
A: M, Pi ChlrcJ. .
Vihiibii-b 2 d'ago&to db 1843;
TRAsrt^&AirrAçlò Hkê AkVokxs.
2044 No arligo da ttánípltiiitai ao das arvorei fru-^
ctifcraã dissemos , que de\iam actbtnhiodar-sb á na-
tureza , qualidaSb , e èxpbliçab tíbs terrenos a qne
se dèsttham , sbgbfidò as suas bspèbibs ; c iSlo pas-
sabnos a indicar Succfntahibntb , Krnitando-nos áses*-
pcbleí inais conhecidas , b t)rbvcitbsas chírb nós;
i4fiio^«raí=-rb(i<ibr cln gci-al terrbtib sblto e leve*
toas Aãò estéril, epfbfefb a exposição db nascente tí
meio dia ; apiheta j)<'bipbfa elh tbri-a sbbstanòlal b sitid
abrifcado , e rècommcAda^se pt\b fhuclò abundante ;
dellèioso e saudai'el : a hrahta rbcomfnbhda-sè em-
mihbntbmente porqde i fóíha alhnenta os bichos áà
seda ; o fructo engorda b$ f)orcos , as galinhas d
Inais aies dombsticaí; a inadeifa serie para usos
dítèrsol ; b a ca^ea dá Alaria |)afa tecidos , ou pa-
ta fabrico db papel: — é projiHa pai^a ik Ihè lahc.a-
reto vldeifti^ ; b prestasse a géaHiecbf , é fortificai
os talladbs , é lãjmmes das faíéhdãs; *
i4#i«>feiftt:— defnanda (èfrenb subsliifií^ial b fas-
^áfãò* , fnâs Ifub nlb seja pántanosb , nèíu deínasia-
dattbnté btffrènto.
- ÃmènãbHra — ^eãé ihftbhò llgbfrbf é íjòenté ain-
da que íéía pedregoso; ^ '
.4rb/ít^ — dáise èin tèrfa lèf b é' iiuteidá aWa qu^
lefa péd^gí^a;
Càrtalho e Sòrérfiírbi— ^uòfeín íèWas Ibitèsèpro^
fbfidal: sío áribfés preciosas pelòfructó, cisca oii
boflíça. feaflélra e lèÀha;
€«*l<r*Aéfro -^--eiicllfca fié tblínpcralà^a apropria-
do dá^sè nbs íbritiitA Aè toda a ^uftUdade , qu^
B8b. ^jafo dètoasiâdaiicnte éom^actos^ ou calcários :
prefere as encostas , e os altos :. è arvore 'apreciável
I pelo'fir*ctè/ e éiícellénib faadbfta.
2 TOL. ni. — SEBIE I.
14
I
REVISTA «MYEBSAL. lilSBOUaNS^Sà
Céreiwna e §in§^aê — pMsperan em %%nea» Ih
geiro , e profundo.
fimMuqueUv, e Féeegtíeiro — querem term lere»
sQditancinl, ê qvenie.
figueira — ama lerreaos ligeiros , e profuBéos.
l^tírmngtirÊ, , LimoeixOf e Limeira — exigem terra
substsmeial da primeira qualidade; exposição a^nas-
OQAle e rocio dia < o abrigoa oooira os veato» íríoa.
Macieira — quer terra doce, forie, e bumida »
nas não p^tanosa^
Uarmelleiiia — pede terra leve o fresca , e expo-
aiçlo queate*
Nespereira -^áíf&a em toda a exposiçloi e eoo^
tejita-fie com toda a qualidade de terreno » que nã«
seja pantaiiH>so.
Nogueira — quer t^ra §orda, e húmida; 4 arvo-
re recoBimeadavel pelo fructo , e madeira.
Ótixeira — dcmafida torra grossa , seoca, e queo-
te ; e exposição ao nascente ou meio dia » {M-eferin**
do as encostas « e os altos aos baixos : é ariFore de
singular importância c riqueza nos climas , e paiaes
próprios para a sua cultura, como o nosso PoilugaJ;
P freira — quer terra substancial e profunda» mas
são oompacla e fria.
Romeira — dá^se cm terra ligeira e quente » ain-
da que seja pedregosa.
Com estas indicações averiguadas, damos por con-
cluído o objecto de tramplantação d* arvores fnicti-
feras , que se offcrece como o meio mais pronipto e
prôvidente , dé que lance mão o proprietário diPirrc-
to na falta , que ha entre nós, de depósitos dasdiver*
sas espécies d'^vores<, .semeadas , erea(^ , ^ pre-
paradas de propósito para transplantar, cm que abun-
dam outros paines..
Transplantarão de arvores de ornamento. Na trans-
plantação de r.rvorcs de puro ornamento, dcMiiiadas
á foTmar de improviso alamedas ^ parques^ ou bosques^
governam os mesmos princípios geraes da transplan-
tação ; applicados^ porém ás respectivas arvores coro
as seguintes trcs particularidades essenciaes : 1 ."* de
se arrancarem com todas aspossivcis raizos, econser-
var-]h'a$ na maior extenção possível ; 2/ de serem
assim enterradas aonde houverem de ficar , sem as
mutilar, nem lhes cortar ramo algum, ainda. que
.sejam arvores de 40 , ou àO annos*
Henrique Stoúart, administrador da Tapada d'A4-
tahton iia Escócia , foi o primeiro que tentou, veri-
ficou , e introduziu este methodo de transplantar as
arvi^res de ornamento sem as muiiJar: a sociedade
(te idighland nomeou uma cofMnissio de 4 dos seus
membros-, e entre elles o celebre IPValter Scott» pa-
ra conhecerem do facto: a cainmissãa reuniu-se cm
Âllãnlon ein Í8 de septcmbro del8â3, enoseii relatório
á sociedade prestou o testimnnbo de que, de 40 a âO.ar-
vores, âssihi transplantadas, apenas falhara uma^
Sobre tão irrcfragavel testimunlio descaaca a cer-
teza d*bs(e mctliodò de transplantar; e so abonado
merecimento da obra do jproprio Henrique Sloaart ,
intitulada o guia do plantador (muito sabiamente apre>-
eiada tio ft/ 9t da lievista de Edimburgo] aonde o
auctor desinvolve a theòria, e ensina, miudamente
a^^Uca d' este meltiodo ejn cada u^a da&ires meiír
éiôbtfdds bârtfcularidàdes essenciaes, de qi^ depen-
flè O ien réíbRado.
íuiz Ãntom tlcbelh d^ Sílfa^.
OOMPAaiBIJk VmOVBOTOBLA 90 VOaUIJBflL*
oxo s AoazcuKTuaA J>08 Tzsaoa
9A mmeÈLÉMABVBJk»
(Centimiade de pag. 4).
2045 Qumáo a ttmndsêão . de (fit fafliimoi mi
numero antecedente , se occopava em fazer o projec-
to, publÍ€ou-se otractado; e quando alguns do»
membros leram n'elle o art« 15 que diz : —
SaaMageitade a Ctaiolia dePorluiral prom^lte q^ o tomr
mercio du8 súbditos liriUrnntcx>8 nos dominios pociuguexeft nXo .
será restringido , interrumpido , ou de alguma outra maneira
empecido por cfleito de qualquer monopólio , contracto , ou
privilegio exclusivo de quaesquer vendas , ou compras ; mas
que os subflitM do Reint^Uaitk t«rilo faciiidad«> livre e iUi-
mitada de col)H|>ttif e vender a quem fpiiaereifl> ^e por qual-
quer forma e maneira que approiiver a» comprador c vende*
dor , sem serem obrigados a dar preferencia alguma , ou fa-
vor , em conseq^Miícia de qnálqwíf dièto naonopolio, contrac-
to ou privilegio exclusivo, de vedda ou compra: e Sua Mi-
gestadc- Britannica promette que uma simiihantfe isenção de
restric<;ões relativamente a compras e vinidAS, será disfructa?
da pelos subfiiios de Sua Magestade Fidclissima que commer-
Cdem, ou fesidam no Reino-Únidti. Intendendo-se por^^m cia*
fomente que o presente artigo nfio dere ser interpretado dé
medo que prejndique os regulamentos que estAo agora ein vi-»
gor , ou vierem para o futuro a ser protmilirados com o fim
somente de animar e melhorar o commercio do vinho do Díh-
ro (devendo por«m sempre tntender-sc que o^ súbditos bri-
tíinnicos ser^o, a rv.*K|)eilo do dicto commercio, {>ostos no mes-
mo )>é que oa subditus portugucset») , ou rclalivamente á ex-
por(a(;rio do sal de Sefiibal.
Erte arti^i^o n!to invalida o excbisiro direito possuído pela
coroa de Portu^^al de dar por cunlracto, nos seus próprios do*
minios , a venda do marJQm , urzella , oiro em |V» , salilo ,
pólvora , c tabaco para consumo do paiz ; com tanto por<;Ji|
que 110 cara de (]\if; vê mencionados generoa venham a ser, no
todo uu cm sep.tradb , géneros de livre com mefcio nos domí-
nios dfe Sna Masrcstade Fidelíssima, terào os mbditos de Sua
Magetfraiie Britannica a ÍVictddade de traficar nVlles Iflo li<*
vrcmeote , e no mesmo pc como oe subditoi ou cidadSos da
na^-io mais favoi<nMda.
Para logo consideraram que attenlo o modo como
os inglezos costumam sempre interpretar oSíiractados,
c visto o como estitvíl redigido o díotoartigo, elles, fon»
dados era sua disposição Utteral « haviam de su^ten*
tar que não era possiycl concedei^se , niio só o ex^
clusivo ora pedido para a coafianbia dos vinhos da
Estremadura , mais nem outro qualquer que a ellea
jos obrigaKST.
Imposbivel parecia porém qii« em um tractado sa
cstipulassot que súbditos estrangeiros goiariam maia
privilégios que os naoionaes > e que fosso áq«£llea
permittido negociar em objectos em que a estes fos«
se prohibidOi
Consulla4o^ sobre, a inteUigfncía do traetado o ne-
gociador , o Nobre Duque de Palmella , e«pli€ita-r
mente declarou «os Cavalheiros que para tel fim o
procuraram , qpe <k exchiMVo podia ser concedido á
cpmpaiihia^, uma vez que as Oamaras iaiendesaem
q*ie CM conveniente; que os ingleses» fundados no
Iractado, não podiam faaer reokímaçà& alguma » uma
.vea< que elles no projecto da formação da eompatihia
não fossem menos considerados que os portugite^ies.
Satisfeitos qoonto possível com esta resposta o»qun
Jalendiam no feitura do pfqjeofo « sabendo que eom
a coneessão do tol exclusivo não era lesado súbdito
.algiim. brltaimico ,. pois q.ue iHão havia um único quo
tivesse armazém de vinho em Uaboa»» tractaiam de
4}0 y iq}eol9 joseiir orii^ , q«« postsso»^» «g»*!?
R^YiSTA UNIYlOtaAI^ MBBONEl^SIS.
15
ónus o Vanlq^pojs , eptre ^ulros 9 arl^* 83 que dii : **^
FtM!cri&o 8er accipoUtas timto naciojiaea como e^traj^elrçã
em qualquer numero de acçfies.
$ único. Os fimdoí , e lucros que oc estrangeiros tiverem
na companhia serilo inTÍolareis , ainda ttésmo no estado de
9«er«a enfre os respectivos /rovemos.
Ciinstoa iK^véin depois á emnmis9Ío que o garbinete
britaiinico pertendia dar ao Iraetado anui interf^reta-
ção diíFer«tiic do que lhe dava o lugociador , « que
a vingar seria affpontosa para Portugal , e ÍBhii^iria
os nossos Corpos Legislativos do concederem não só
«slc exclusivo, mas outro qualquer ; inblbição* ro-
sylianic de ma Iractado , e qm« teria aais fef ca ito
ffuc as leis do reino. .
Para aclarar matcria tão grave, foi dirigida na ca^
jnara dos deputados uma itttot^«IIarÍiò )>tla dq» vfkdo
Beirão apresentante do projeelo ao ministro dos ne-
gócios estrangeiros; sua resposta não foi satisfatória,
,e a èomndêsèe intonéeti que de ponto e questão tão
gravo devia dar parte a seus committcntes : assim o
■íei » imprimindo uma exposiçio ou manifbsto , que
écpois arngos sçiis conseguiu dos redactores dosjor**
naes politicos s^ publicada.
Este PASSO, que da parte da fommiswSo não foi se-
não uma lealdade |»ara com os seus committentos ,
foi mal intei^retado de alguém ; « trca folhas poli-
ticas quiaeram lançatf o odin sobre 4 emnmi9êâo , at-
tribuindo sua exfKjsirão a fins politicos : nós que co-
nbccepos todos os membros dá oeimitiMtfo , qnc sa-
bemos qtt« havd^do n'cJIes homens de todas as cren-
ças politicas, em que boje se acha dividida a nação,
iodos ellcs quando se trácia da organisarão da com-
panhia esquecem e d^spresam eompletamentc a po-
litica^ c só cuidam do interesse material da sua pro-
vincia da Estremadura, em cuja fortuna vae lambem
cm geral a de todo o reino: nós qué sabemos que
entre os signatários al^ios ha, q4ie longe de serem
adversos ao actual gabinete lhe são extremamente
affbiçoados , reconhecemos logo que injusta , e múí
injusta, fôra a idéa d^aquelles que attf^buiati afins
. políticos uma exposição, que em politica liao tinha
tido causa nem próxima , nem remota.
Felizmente pela exposição 'conseguiu a pro^ineia
•da Estrcniaduta do Gov«rno um resultado mais vtin-
iajcfto do que conseguira da inlerpellflçio d» depu^
tado Beirão, pois que pelo orgam olficiíil ^ IMaWó
é» Gaeenio n."^ 17i de quarta feira â7 de julho pro-^
ximo passado , declarou o goterno , que : -^
jf Se o eschifiiv* passass» nas camarás leg^inlaf ivas ^ nfto en»
contraria oston'0 algum pe|a opposi^*Xo dugoVemo britannico
1." porque na realidade n2o esiú emcontradiccHo com a esti*
puIa<;ílo do art. lodo tractado ;2.^ porque ainda qiíandoexis-
tÍB&e duvida a lai respeito , nJ(o houve nem hn còaimerciante
Imrlez , cujos interesses possam ficar lesados pelo monopólio
dos tabernas do Lisboa , nem por conseguinte molivõ sólido
para reeiamaíçOet a esse respeito por parte do goverdo bri-
tannico. »>
Quer porém o orgam p(ficial do governo , quer ou^
tros dois jornacs pojiticos, que se oocuparam com 4
matéria , mostraram estar persqadidoi de' que o ex-
clusivo se nãn devia couceder ;— ^
1.° Porque i^âo era útil aos proprietários de vi*
ubos da provi uc ia da -Estremadura ; o que só pode*
ria ter logar uma vez que se deptonstra&se qiie seria
este um meio de ^ugmentar o censuyio do vi^h^ ,
«em o queaunca poderá mudar de preço.
9,* FoF^e tamlKiP não é iil^ ao» liabitaotea 4a
caf i^l ; utilidade qj^Q séniente so daria, quando pro-
vado, que é melhor para elles, sacrificar a liberdade
da escolha , ^ ^ujeítar^se á ki que lhe ha-de impdr
a companhia no viobo do ^eu consumo.
3.° Porque taiubem não c útil ao commercio em
geral , pois qu« e&tabcl.oce um uovo monopólio, ooq-
trario á doctriua rocebid« actualmente que a todos
consideram prejudiciaes.
4.° Porque era um^ exlorsâa açs habitantes de
Lisboa.
bJ" Porque era prejudicial 4s outras proTÍncias.
£ fiualmeate que a eiposição peccava ; 1.® no fun-
damento principal que aprcsontava ; â.^ ua fundar
ipcnto principal que ommitia.
No 1.^ porquanto o ministro não âílirmou nem ne-
gou.
No 2.^ porque a epiniãp do exclusivo se é defen-
dida por un^ , é combatida por outros.
Ábatraíudo de responder aos argumentos ad odium,
e áquelies. em que se perteçdeu pôr em duvida a
lealdade e sincera devoção cívica aIo todos os men^
bros da commissão permanente , abstraindo complor
tamente da politica que nem o joroal , nom a maté-
ria comporta , tractaremos em outros artigos de res-
pondcf aos argumentos supra indicados.
« 4 * *
A/av4L 9M vmxmotmxa.
2046 O toucador c beje (e cuidamos qipe assim
o seria em todos os tempos), um d^s objec^s laaif
attcndi^cis da economia domestica-; a occi^lta ofiicir
na do alindamento e graças ^ubver^e, » muita gentf
mais oiro. por anno que a própria cqsviha : d 'onde
inferimos que as receitas e uotic4a« d'estas coisas >
de que veliios e pobres lombeteam eomo^ de pfcralvir
Ihice , são d^ Y^ras conhecimentos u(eis, . mormente
quando tendem a diminuir verbas no orçamento <iUf
mulheres c filhas carregam sem ter misericórdia aci^
deno^ de casa. A «gua de prineipes (tau éBfrUnfn)
é uma Qov idade, que hoje vem . apregoando. ou j^or
naes de Parí&, £* •, di^eip . elles » um extracto «paiw
ceutcado de arou^as pelo doptor B^reUy. Ol^tevedo
g(^v«4piQi:privUegio', énettK»r,^ oiais «gradavfd. en^iii
barata^, quç.a agua de Colónia : d«sAip« o fogo.cdm
que o rosto fica depoie^ de escanhoado : embmiqu^
ce e Ips^ra o carão.
^47. £m Vienna d'Au6tria existe imasvlo.paitt
p^rturieute», Gtbfwomtoll,. no qual sãoreccbldits t^
das as mulheres grávidas, que se apresentam, qual-
qiXfx que s^'a a sua classe , nação ou religião. As
pobres são tractadas gratuitamente: as abastadas pa^y
gaodo certa quantia , deterrainada^ secundo os scua
meios ou a sua vontade. Assim » toda pôde achar
alli recurso , tapto aquella que por pobreia ou ne^
ci^ssidAde a elle recorre , como aquelia que o dese-
jo d» segredo e medo da vergonha alli conduza na
hora fiital. N'este asylo todos oa soccorrossão minis-
trados. Nenhum individuo estranho é n'elleadmittt-
do » a. nenhum^ lei está sujeito o isylo, e nenhuma
«uetoridade publica se pode intrometter com aspes^
que n'elle ealão : mas ainda mais do qu* isto é que
nos tribunaes de justiça aproY« do lacto dei
2 *
16
REVISTA UNIVERSAL LISBONENSE.
iher n'elle haver tido o seu parto , é inadmissiVel ,
quer seja apresentada por testimunhas, quer o seja
por documentos.
Para as primeiras classes da sociedade eslao re-
servados cinco quartos retirados , bem mobilados ,
perfpitaraente distinctos e separados uns dos outros
c do resto do estabelecimento. Estes quartos são guar-
dados com o makir cuidado, e são inaccessiveis par
ra todos , excepto para o facultativo assistente , e
para a enfermeira quando é necessária. Cada um des-
tes quartos é occupado por uma pessoa semente,
a qual paga por dia pelo quarto uns 600 réis. Di-
zem que estes quartos são destinados para as meni*
nas da «idade imperial, eque algumas vezes teem
sido occupados por algumas pertencentes á primei-
• nobreza.
Ha três classes de quartos em que se paga ; esta
elasstftfafão provém do preço de cada um. Em to-
dos elles* é absolutamente prohibida a entrada de
•pessoa estranha ao serviçojparticular de cada classe.
'Afém d'este cuidado, adistributrão d'csta parte do
estabelecimento é tal , que as pessoas que alli vão
residir temporariamente teem a segurança de não se-
rem observadas por olhos curiosos. O preceito do se-
gredo é imposto a todos os individuos que pertencem
a esta instituição. Se uma mulher abandona a sua
famitisr <r se refugia n'estc asylo, a vigilância da po-
licia ou as indagações* de seus parentes podem se-
gui!-^ até á porta do GèbaranntáH , mas não para
dentro doesta porta. O poder executivo nãopiSde en-
trar por cNa ; e a lei é tal que não s6 se prohibe a
-entrada a um pa«, ou a marido , mas que este não
l>óde receber do registo do asylo , ou de qualquer
iressoa que ao mesmo pertença , testimunho algum
da entrada ou do parto da mulher que busca ; de
mais em muitos easos, e em quasi todos queoccor-
^tm com pessoas da primeira classe , não seria pos-
nivel obter tesltmmunbo ou informação alguma ; por
que uma mulher pôde entrar no asylo, parir e ir-se
embora sem que o seu nome seja sabido , sem que
o seu rost<^ seja tiato pela facultativo ou por qual-
quer d«s pessoas empregadas. A entrada para os
quarto^^ (fmque sepaga, não é a mesma que conduz
ao hospital ger»l , mas dá para «um caminho parti-
cular que termina em um pequeno beeo ; tf como é
probibido ter janiellas para este beco, as pessoas qua
por elle entram não podem ser observadas. NoBm
do beco , ha uma portar pequena com uma campai-
nha ; afaí ha sempre ipwi porteira de dia' e de noi-
te , a qual eonioz a pessoa que quer entrar para a
classe do quarto que ella requer , ou que os seus
moios lhe permittem. As pessoas, que pertendem en-
trar podem, r«zel-o mascaradas, com véu, ou disfar-
çadas, como quizerem: ninguém lhes pergunta coi-
sa alguma ; podem entrar em qualquer tempo antes
do parto, e ficarem no asylo quantotctnpoqntzerom :
podem levar os fitbos que tiverem , ou mandal-os ,
por via dofhcultativo, paraa roda dos expostos : nem
o nome nem a designação da morada da pessoa ad-
mittida se iodaga; mas pede-se-4he que escreva o
sett nome ^ residência em um bilhete , que eHa fe-
cha com um seik) , e na parte exterior do qual o
facultativo escreve o numero do quarto e da cama
que ella occupa : depois mcttc-so o bilhete cm uma ga-
veta que está ao pé da cama , e quando ella parte
entrega-se-lhe sem ter sido aberto : o fim d'isto é pá-
ra que no caso de morte da pessoa, a direcção do asylo
possa informar os seus parentes, ou apresenlar-lhcs,
assim como á respectiva auctoridadc , um tcstimu-
nho de cila ter morrido.
Como o crime do infantiçidio tem origem princi-
palmente no medo da vergonha proveniente de se sa-
ber da fragilidade feminina , e como a experiência
dos séculos mostra que contra esta frnírilídade não
ha panacéa alguma, então busque-se e\itar o crimes
e o asylo de Vienna parece apropriado para isso.
No hospital de S. José de Lisl)oa poderia forma r-su
com pouca despeza um instituto d 'estes com entrada
por algum dos becos visinhos.
MOÇÒSft XUBBtSVTARSS BX VSTCKO&OOIA
S ZOSOIMOXA.
fCartaJ,
2048 O artigo mSá^BevistaUmvenal n.*" 38,
em que um dos mais distinctos philosophos e publi-
cistas, oSr. Silvestre Pinheiro Ferreira, se dignou en^
nobrecer com seu respeitável juizo critico o meu hi»-
milde ensaio philosophico intitulado Noções e/erafn»
tares de ptyehdogia € ideologia, é para mim de tão al-
to apreço , que não só eu me dou por mais que bem
pago do meu trabalho , em ter obtido a honrosa a^-
provação d 'um juiz tão competente e con^mmado ,
mas considero um rigoroso dever tributar a S. Ex.*
um publico tottimunho do meu profundo respeito e
gratidão . bem convencido que todoft os meus enco^
mios .seriam ainda muito humildes e verdadeiramen-
te desproporcionados ao alto conceito que» para glo-
ria da nação portugueza , tem sabido grangear em
toda a Europa a vasta erudição e extremado talento
de S. Ex,*
£ acecitando com mui cordeal reconhecimento as
duas ponderosas observações com que S. Ex/ teve a
bondade de illuslrar-me : 1.* solirc a dennição de
Metaphynca; 2."* sobre a denominação de Direito Na-
tural , peço vénia , não para contestar a doctrina de
S. Ex/ que muito respeito ,.mas para submetter i sua -
judiciosa consideração os motivos que me determina-
ram a preferir aquella redacção.
Empenhado na árdua tarefp » que me propu" , de ha. ->
monisar o compendio de Genuensc com a verdadeira
theoria psychologica do seu actual estado daperfei^
çoamento , forçoso me é confessar que me vi a cada
passo embaraçado com essa infinidade d^opisiõesen^
contradas ,. que dividem ainda h^e es mais abalisa-
dos philosophos sobre a verdadeira teehnologia da
scíencia. Este embaraço cresceu sobremodo quando
tive que definir c classificar a scíencia mesma ; nem
admira , se se attcnder que a discussão sobre esle
ponto cardeal ainda se nã» acba terminada , « que
por isso mesmo a diíTiiculdade d» matéria é ingenua-
mente confessada pelos mais distinctos escriptores ^
entre os quaes se conta ]|fr» Laronrígtiíère , a cujo
systema me encostei com preferencia.
Tendo pifrfs examinado com sérta altenção as razões
d 'uns e d'outros , e parecendo-me que teda essa di-
versidade de systemas sobre a classificarão da seicn-
cia se reduxia, dom leves modificações» a duas opí-
niões principaes; 1.* d*aquelles que, afincados ain^
da- á antiga Iheoría d'ArtstoteIeg e seus numeroso^
discipulos,* separavam i lógica da metaphysica, eol'
1*1^*
jmyim!A universal USBONBNSEk
ftr
^locando i irento d'e$U^ o^tologio» adornada com os
; jK>inpoapâ titulQS de metaphysica geral • sciençia ^ni-
' tersal , sciencia das sciencias ^ etc , reservando para
|ii metaphysica especial a psychología e a thcodicéa ,
,'(e d'€sta opinião é tambejn ,o nosso Genuensc).; 2/
4'aqoelles que , analysando mais escrupulosameutc
a verdadeira origem e forn^ação da intclligencía hu-
/Biana , e indigitando alguns vicios radicaes na theo-
Tia escbolasUca.(]|uaristoté]ica» traçaram á sciencia Mor
xumo novo c inteiramentis oppo^tp aó primeiro , as-
^sentando a synthese sobre a analyse , farendo prece-
der a psycWogia á lógica como sua única t' sólida
ibaze , e contestando i ontologia o direito dô figurar
cqmo corpo de. sciencia á (ren(e da phiiosophia prí-
ynaria , logo que ellà , bem longe de reunir as coih
*diçd^ essenciaes d' um systema r se compõe quasi
'exclusivamente d^um aggregado de termos geraes ,
por isso mesmo diíHcilimos de deGnir., isolados pe-
la maior parle e independentes entre si, mas depei^
^dentes. elle^ mesmos dcj jprévio conhecimento das es-
pécies é indivíduos^ cujas. idéas, na orcfem chvono-
Joigicai.poi^que são formadas, lhes servem d 'apoio in-
dispensável; cu devo confessar que as razões d'estcs
tritifflos me induziram >a abraçar a sua opiíxião ,. .nao
,5Ó pQf Yèr.fig^ar eíitre os seus defensores os mais
respeitáveis analystas depois dç Bacon o Desertes ,
,e principalmente depois deLocIqb cCondillac, mas,
sobre tudo, por se acQordar.pejcfèitimente , no meu
humilde intender,! esta docti;inf|. com o verdadeiro
processo da intelligencia na acquisicão dos conheci-
meiUos com a verdade ira. theoria ideológica^ Fun-;
^dadó pois n* estes prinçipiQs, e tendo a peito por um
làdp suj^tentar por toda a parte o espirito eceictico que
tomei por gi^ia , e por outro accommodar-mç quanto
possível ao plano dó compendio que na actualidade
me nâo era-Uyjre suhstimír ; julguei que se concilia-
riam d'algum. rapdo » e sem ini^oqveníoute , as duas
4)piniõcs,a.brangçndo debaixo da osphcra. da metaphy-
sica a analyse da natureza do espinto, a de suas for-
euldades^ f^çràções, c Içis; d'onde deve resultar ne-
cessariamente o recto conhecimento d' esse complexo
de doçirinas cotnmuns a todos os ramo^, dos conhecir-
mentos, humanos , doctjrinas, verdades ,. principiíos ge-
raes ^iie eu cohsíclerávà sústentarém-sé sobre aquel-
Ja an^}^ys.ej)révia, formar<^m a sua synthese, e trans-
jmittirem > mediante o seu auxilio , às verdadjes de-
^^uzídas^ isiô é, aos diversos ramo^ das .scipncias p
artes a m^esraa luz que n'elles..brillxa. \.
. Assim intendida , 'a mctdpbysica.ainda fica senJfo
a' sciencia dos princípios --^â analyse emqwmto, ella
remonta àúrigem de todo q conhecimento — a scien-
fia das, iàuzàs primarias ,, isto é, dos espíritos , . _sc-
|gMndo qúé eíla se occupa; 1.^4;om a .analyse do es-
pirito humano , causa de todos os actos intellectua.es
e jnoracs^ :2.*., e apoiada sobre jiquella , com a do
espirito divino/ causa' de todos ^os. sêrés creados. É
jior isso que eu julguei dever ^dividil^a em V^ycWo-
fia é iheodicéa , ' áe cuja estudo combinado rçsulta ;0
l^otfihccimento dfcssc coinpléxode yetdades qujB ser,-
vem dé Jiaie nao só ás sciencias ourameni^ 'i^Ucc^-
jtuaes ,' , mas a lodo^ os ramos inunitamicníe varia^dos
das scfénciàs physicas ^\ cujo aggregado, eu intendi
constituii: a segunda parte da phiiosophia*. ' ./
^ Possuído d'esléS princípios , assentei eu [que um
l/açtado elemciitai'dephiIosopbia^eria biím classifica'*',
dQ, começando péídL psyehologim ^ abrangendo n^ esta
91 theoria das idéas» mesmo das ofitolégicasi e «a 49S
signaes, e sendo coroada esta primeira parte, pela Uh
gica synthética : figurando na segunda parte a . eíhtn
logia propriamente dieta e a theodiciéú, apoiando^se s<h
bre estes dois tractados o compendio elemeUlar át
direita naturaL
Passando : agora a esta donominação com que qua-
lifiquei a parte tochnioa da >elhologia» o compl^Afo 4$
leis e regras qm devem dirigir t^ acções do homem nas
suas- €Uversas relações , devo ainda confessar que me
apoiei na auctoridade e prática vulgar dos phíloso^
phos ainda os mais distinctos , encostando-me prin-
cipalmente à .classificação feita por Mr» Jouffroy na
seu Curso de j^reitp Natural , que eu tenho adoptan-
do sempre em minhas prcklccçq^s de phiiosophia mo~
ral , pQr: me parecer a mais exacta e melhodica. E
se algum escrúpulo tive em seguir aquella denomi-
nação, Qãó.ver^^u oliie por certo sobre a palavra -r
natural — , que ev^ não traduzia corap a expressão
d! esse eftado. d 'isolamento selvático conjtra o qual
protesta a historia e a razão» mas c^ivio indicandp
que esse complexo de Lei^ eons^tutiv.as do direitp
na|^)ural, 'Consequenoia, legitimamente deduzida do
. reclo examq da naiurexa do homem , e por estq , do
conhecimento dp seu .verdadeiro destino ; versou i|i^
tes p meu escrúpulo sobre a,adppção.da palavra -t-
Âir^ito -r- * 4^^ .<^u/pof certo substituiria se nã0 ese
tivesse cánonisada pelo uso , e se a lógica iive nao
auctpriaasse a adoptar um termo geralmente recebi-
do » ajnda que menos justo» quando, previamente der
finida^e charaeterisada eonv^nientemente asna idéa.
Salva pois a redacção.» creio estar a minha doctrí-
na de perfeito accordo com a de S. £x/ , .exc^ph
tuapdo comtado a c.ollocação da ontologia , c a divi*
zão da sciencia dos direitos e deveres do homem na
sociedade nstí.c^ic^i e poHtica , tend<> eu considera-
do a primeira .oomA um dos ramos da psychologiã ,
a sdencia moral propriaminte dieta;, e a segunda co-
mo um dos ramos do direito social ^ e portanto ^ da
jnoral applicada , que egualmcQi^ subdividi »em <tt-
reito publico e dtr^^o civil , etc, ^o obstante porém
a força dos mptivos em que me fundei, que pede p<Mr
ventura ter. sido iUusoria para um espirito deb^ cm
sj,c ainda noviça. em taes matérias» tomarei na mais
séria consideração aaraagistraies reflexões de S, £x.*
na jedacçãv. da, sf^guiida parte do meu ensaio philo^
sophico , que com tanto mais coragem vou encptar ,
quanto é para mim de maior j)èso a approy^içãp d^um
tão distincto philosopho^
ihnuel Pinheiro d' Almeida eÁievedçu
Lisboa 24 de julho de 18i3. . . ,],
... COMMEMOHACOES.
oukTvaajL, ooK ap&zvcxsa Of ffA^
aye Setemhrpe ifi .1^61. .... ^
â049 ' ^uccintamente rçgist$mps hoje ^qni estie
importante passo da nossa híf^íft, que bçjg^ f P^f^
W eomwmorgdo. _. .r .. i
mm
18
RETfiS^A fJmi^SiUIfÁIiLl&Bd^mMâC
f jQiaaiido ainda >«sUv# mui «ccfisa a porftfttllssií&a
:fèctr». da iio9àà iiidapendeiicia. cam às «iiubiçõés '(}e
•Ckslallav kAiftníéep: a. mui* discreta t poHticá ramha
-fcgcnlc;)i7Í«ifva.'do ,9.e&bor rei D. Jdão tV» 4}tee abem
•doireinds convkiha cè^áp a princcza D. Cathai^iúa,
^áiia;fillia'r còm' a^gftQi 'das ^ftolwraMs da Europa.
Não c para aqui relatar o que se pâssdú sobrie es-
te BrMti^i^ Ba«ta 8alMr->Se qttc ao célebre Lilriz- XIV
"de^Franea, fóra preibt^ído €arlds 11 dd Inglaterra. Â
«eotfjilnotura éira pro^riisãlnHi para «toa nej^eiai^So
Tttpi^sa , c 08 iiíglattes nimca ' as souberam perder.
O dasametito foi effekViado • e applaudido na Grã-
Brblanha , nalHanda- é na £sòoeiá« Haja Viáa a to-
'd^s historias* de Inglaterra; Péfe contracta;' que ou-
ião se fèa , éohstantè dè-Viàte tím artígos públicos e
«m secrMO', a1^ tio .dote de ck^is milhueá' 4<f crã-
'tadòs!, qUe levou a princeaii , deu Pbf togará :In^lQ^
t^rra *-^ na Afríc:!^ » a praça de Tangere ; na Índia ,
a nba dã Bombaim » o o melhor* ida dc^ Gbilão — a
Taf^obana cahtada pelo ITamdi^s. " ^» -
A Importância geographiciâ -^fe €c«nmerel«íl d*e'stfcs
<posiiessMs nW a deftioiistraiiemds ; ^e «eria kmgo ;
'poré«a Mos a póUem eaku4ar facilíniAte. •
Eram passados' vime e um átiitoS / sempre comias
•armas- naè mSos» qtíe osportnguiweS tinhomos r«ccr-
^H^aéo a independência ,' e akida n'este eolisoreío da
-íHha do no^so rei rêsia%rador , ptídeãemos uma' das
laBk aoiérdsaa ^onsequènclail da dominaçâu CasCe^
lhana?.-.
Qaando ae escreter a-h^torlft de Portuga? -» então
a«rá ttstefiegoeio-det^&AaiiiM^e avaliado. A que te-
mo» pAi^éc darulhè pouca importaneia. Ê porque em
Vea'cfe ^r btetorta^'-^éum rol das coisas quessuceé-
dftann. . '•
Á.da SUv» 7W/^.
' >prjLcnarfl ha mzkra
-• : ■' - iL ■ • • ■ ■ ' • . • • '■
• 90B0 Estas minhas ifitèreasantesviagensbão-de 9^
tHnoMíbitá prifÁa; OiMita , briUiahtc de "pensamentos'
'fiòfott/uma eofsa^^H^igha dbsétulo. Preciso de o dizer
a«v feiCÉIr /jpa^a que elle e5te}%^ prteviníáo; nao cul«-[
'de 4iíe'^ã^ qi^^^ticr d'ésMS rabi^eeídaraa' da moda'
'^ué : com ^ titulo de hnfrtêsoeê^Éé' Viagem , ou- ou*
tréi qiie taes^, fatigam as im^t^^as da Europa sem
«r^ium pfDHéito da scienoia é do adiaMamenlo da
' 'íiWim^iV ^i^.todo , d «fritfha «obra * uin dymbolo,
é um mylho» palavra grega /e de itioda geMatti^á', ^
qW se wlle boje c^^tn^o e còm-qlieiíe explica tu-»
do quanto se liáo' sábeexplieat; ••-'- —
Ê um mytbo^ porqwn ■ piMrqne. . r- Já agora
rasgo o vcu, e declaro abertamente ao benévolo lei-
tor a profunda id^at<4iie(jpgtK «eclilla debaixo d'esta
ligeira apparcncíá diTiiinir^lligemzita , que parece
feita a brincar, e no Gm-de contas é uma coisa sé-
ria , grave , pensada^ édma/uiá^HV#<>novo da feira de,
'iMps%9'y ttiOí daa taUS* ifedhHiftSas^dd» lM»ík^ès
Houve aif4f ^ :afmd» iná^Pèfèádb^^^évo philoso-
pho d'alem Rb(fno , que. escrercti irtoa obra sob^e a!
'taáVchai^aa; civilização , do hihfllrèò-^'d-qUB ditia-I
*iáoa/ fttk úoá iirtendef^ todo» wrelhòr'ío''ífW^««í.|
Deacobriu elle que ha dois principia lio tmmdor^b
tspMNãima qne^tiatcfea iem atibÃ^f^ápàrt^ n»-
t«*íal e^^terrená tí^^^ila vida", cóm os tí)ht)s -fníòs cin
seift grandiE^s c abstractos p>-fncipiòs ;' hirto ,' sêcco*,
-duro , inflexível , e que pftde beaií 'p^i^sonaffsbr-se',
symbolisar-^se, etpreiisár-âe pelo fhnfioso mytfio dbca-
vaflciro da Mancha , 'D. Quixote ; -^o matetiáfiàtã\
•^»<?;sem fazer «rto nem cabedal d'esàes príncip?í><,
-em qlie não cr^ , c ciijds hnj)ossiveis applicaçôes de-
clara todas wtopíaa , triclà só dos- bens e cómmodos
d* vida real c tangível ,* *é pí5de bem represenlâf^fe
pe!a'rOtunda e an.^^fada (^rbscnra do nosso aiAigo ve-
lho .Sancho Pança. * . , .
Mas, como na historia do riialíciôso CcrVahtes,' es-
^es dois princípios tãò avessos , tao''desencôntrados^
andam com ludo junctòs seYtipi^c, ora um mais atra^,
•ora 'outro ma?s adraVite , empccettdo-se muitas Vozes,
coadjtivando^sc pou.as," tírês jfi^ogrí^dindn sempre.
B aqui está o que é (iossiv^l ao progresso lium^
' E t^ís-aqtii a chH)nicâ dd ]paíféa do ; á história db
"presente , o programma do^fAufo.
Hoje omlmdu é uma Vasta Bafatarid;>ró qné ád^
mina tíírei Sancho.» \"[
Depois hii-de Vfr D. QtiKote.
• O senso commiijn virá pára o mílléhio ; reinado
dos í5lho& de Deus ! Está lil-omcttido nas 'divinas pro^
messas como elrei úó Pi-ussia promettoii
'Uma constftutçãd ; e rião'íiíton ainda porque — por-
que o contracto não têm 'dia ; prometteu masnãodís^
se p:ira 'quando. ."*.',,
Ora* Tl' esta minha ^-fâgetn tejrt^-riba es<á symboí-
HSada • a mardbâ' do nòss^ò' progresso socíaí r espera
que o leitor Intbndesse cVgora. Tomarei cuidado dfr
lh*o leiftbràr d<*'vez cm quando, j^tí^tíc receio miii-
ib qnese esqueça.
' Somos chegados ao triste' dcsetnbilf-cadoiro deVif-
1a-Naví:-<Ia-Riiinha,'que é o mííí feíi pedaço de ter-
ra affiivSaiVm que ainda poisei os meus pós. O sol
arde como ainda nao «irdeu este aimo.
Um fmmenso hi¥nial áo caléças , de machínhosl
de burros c arrieiros nos espera n'aquellc' descam-
pado africrtnó. fi forçoso optar 'enlfê os dois »0rty-
rios da'*calé<Ja*oú do nracho. Do ^al o faicnos;; sej4.
■'este. ■'• ''-•■*'• ' '• ■ • '"* ' '"'■'
E acolá — \ oh ^rfpçticio de Tântalo i — vejo * áua^
possantes é'nHeasmuías castelhana* jiittgidas a uni
vehicrtfkj,'^tit?; tl*es^as par&genS*e rfo pé d*aquellotí-
tjjos , me parece ftiítís esplêndido do que úm landaS^
de "MideJ^Párk;' mais elegante* «Jue tím caíòèhe de
LongchírmpS ,' thais ' eótfiraqdo ç elástico do .que ò
mtitf acrfò brislra^da orbicWii ílcllena. E''còm tiidò
-i i oh' ttM»gicò J)orftr das- siiíjaçôes!— clie nao é
"Sehâoutíâ substancial*' c b(*m apeísòáda íraquitan^
'rfé"co*rtfnafir.' -••'«•''• •••* '/'■*/' ._ ^^ ;
;;* í-T^^rfdos-Àiaii^í 'clo^Í(nti^sdS^s^nfbáfgadbrés/ ve^
•neràuflas^CabeUciráV de 'ánáeis c.câslánhc)ia,qué di-
rèiá, 5*rriíi)élí^das'foAíl}rák; sé á'esse logarfjò on^
Òè esta/(*s''éÍsp^ráádo. jiclá, í-esurfeíçãd do *P(^gas. - . . ^
c ^o'ttVrò qirinto (êdés este degenerado e espúrio suc-
"(íéfsijit^^vBèso' cm fcíííÇas largas, fralc verde , char
oétt^ttSndd; gráv^tá 'de côr, chícolinho de caoutçhouç
liá iriío" ^ promplô a cavalgaf em mulinha de Palito
Métrico coino um garraio estudantinho do segundo
'ânuo, e deitatido olhos in^ieiosos para esse natural}
'^oprioéadscttptitiò modo* de conducção desembá^4
AE^isfà fe5<íivfâiSAL fâgBóSífeiysE;
í^
«alotiaf i Í)R qué díVcf» vós } |Cdm)iWé/ijátíí^aie5[ír'<K'
^ nâo òllijircfo para Untá'dcgrat!dçèo è àkfbgúc^úí
Eu cxhfitii^àiT^d\â sUehcbsdtnentc tommígo h'éjfas
(fravés ttifeditat;ôe$ í* e revolvia incertatnentò.ho arií-'
mo a ponderosa dúvida :-^sè o administrai' justiça di-
lieitá á»sr |R)voé 'rdifa a {^éna de atidar 'àm 'desabar*
gador a pó !..... , Luclava ttq'fheu ttv òSanbHò Páh-
çíi da carne' òõih o 0. Quixote do esjiirlto — qtiando
a Providencia ,'quc nos maiores alpertos c Ichlaçêcs
éo% tí8o abs^dônÂ' nt/nôa , me trouxe agcncro^sa of-
ferta de uni i\ml^o ê companheiro de vapdr b Sr. L.'
S. : ora sua a inVejada carroça eVèna /Érfiírfeir tihi'
logar até á Azaiàbiija. • ' * ' "
* A Tirfudá 6 o galardoo de si' mesita V árè^c nmf
philc%opho antigo^ e e* nâb Creio nóTáfriosò dlcto
de SènthafD.^^qtre^ sabedoria antiga scjàloHi"soph!sma.
O mais moderno é o mais veiho , naò'hà dúvida ;
més o^áítaCí^^^úè dui-à aiádb / é pbrqub tciú abhado
na' expeWencia a'c<ibfííiiiáeã6 qtic o moderno Waò tem.
ler^tíkiaá &entháih também fazia o seu sopht^má co-
iiio^q«a6qiier oMro. ' • "'
- '• VaradS percot-rendo lentamente aquclle mal toíoi-
poalo marachão, que poucos palió^t^ sò éleva do ní^
TlÈl-Laíxê e 6al^adff<]l do sólo-r* de ' itiVérriò nao se
passará sem perigo; ainda agora se nSo^ anda sem in-^
commodo c receio. Estamos em Vil la Nova e ás
portas do itdfctifo carã\'ahscTay/^miíío'aíylo do via-
jante n'esta, hoje, amais frequèàtada das pstradas do
rcibo. '' ' • '• \ ■ "^ '
Parece-nto '«estar inai» deserto e siíjo, mijd ában-
doa^da c em. niituís êêVé asqueroso lo^ar^jò» de^âc
^ue ai li ao pé teén á^cataçSo dos vaporei *'^i sad à
eomiDodidade , «^vida^, a&ffvià éo^Ribhièjb./hnagiho
^«e uma a)(|éa>de AkMrve»MsfaKÍCL9deÁlia»dcvt;èer
mai». Hmpt: e 'cammoda. . • i -. . i ^ j <
ílMII Sancho, Sanch*íV hem «e^^iét tti rcfeaHs
«nCrc nósl .C«iti'0'tnnittéhbs(r(hif'òtíèdeiffnpfcdcces-^
sor, antagenistii, «o Í9 \isztk é^'; ^roitaram^ces'-
sas nMeg2«ip»ra -lícsencaiitttil é formosa tkH 1l'óboso ,
procIa!ittaraRn4tedepdisTeiemífâ#-Ufárta, t n^e^iahiaí
phiViM:ia*biái«àiiflí:fieiB:opliter{ial govè^itb dè^èaes-^
tefiido ttitfterialismo pôde está b^kcèr^é^ para com^
nbde êSfflVaçin d» corpo ,- já^quo *tt'^lma. ,". . . ':'* :
•faia afama; vi':-" »• • •» ,- :•.*.•
Faliemas Ji^biitraeaisa. .' • «r - — ^ '
Fufamoi.depre>ia'Ulf'estè moMuh)i'^^:Ê iAÀh<>Hma;
*rjda<^ sem' fre9eura;'4le«rvor09'á <H^dd>: ía^etiffsrlr!-^
gvmairafa oliyeiíni rnál mtánxff9 l «loh'^s'é ãhs-
«gmef ^9paf09 mMirá. o má trontíè^ r«chític<y' e 1$ra*
fos- contorcidos', -ornados de* raÉiâaéulòr di^ettilos ;
Ml ^itt xtnatncalfverdeHiJirip Har Mhès^è 'tíiafs' aKa^
cento e desbotado que o costume. O solo poréi^,
com raras excepções, é eptimo , e a t^co de pou-
co trabalho.#ÍA^illiilltílMA;ilf<?dirt*}#ama estra-
éft- tia lito-conio.ias.nnBlboKéli^ da^Eéroiy*. ^^ ^
' Difiia tmr s£cEctAti«'d'ctfUHlo^meu'aifll^' &à^ pw\i
se repartír com cgnaldadcH' fai«lhoníiiifèAtd'àaB rnáé
par. leUaViisboarv datiam Àrotírig»4oa os>'i»inÍ9tr<$^
a;sioÍapnde)Fii& 6 baiif^tédos otf^treséMfeesv Quan-"
do'8e fiJbeff<4rJeirda:M8poosa1riláiAid« Miftstéríai;^ pa^
ra as kalendas gregas,. Cáa beMa propéi^qvélsadàmi^
Bâlh>'tfcja biifigádo a viajai*- fi» esta» ^ téfito 'de
Birfcii9àlr>ao menos «ma t&m^^ttáêtiMo v/^«o)tàd a des^
Qfartgaií ..? • ..' .i.ih-.í' ■• *• ,' i'.'ír /'
;voaéã« ; Htfín ívíáívclssígíiacs áe vldá/ aceatfàs fe corii
ar de tqtifârto ai suas càsás. É* a* primeira povoaçjcio)
qvie dá íhdtciò de èstai^faiba nas ferieis martfeils* áà
Nilo portrfg^eíí. '. * -^ • -
'CorreVnos a âpéat^mo^rfbs boWegaíite estabeíccfmen-
l:o;qUc ao mesinô tcmpb cUníàlíá as ires diítinctafS func^
çbcs de hoiél ; dé restaúrcmt ^ di» café da terra.
Saínfeto D^us! que brttxá,'gue aM á porta ! qujrf
ántâ^d lá dentro ! v .1 . . — CSí-rne a pcnna dà nico.'
i:;tí. ^
' '2081" Poi lèravem.cntc iircbibtaodado' àè nioTésífá
ha' hiuitos dias, não íeto jiodido 6 nosso' amigo d-JSF^'
Mcnde^ Leal concluir o seu romance Flor^dtí-AJáK
mmi
vit*
àbiéUéw
ija^.iipefMMf AM tth Hfm^fé^
At^uéllés, que cm
• í
•;^' ' .]'' f"^Êfet*ÁNGE!RAs; ' .•'".:;•'
paiw^i^rénf «•pr<»^ai<k:e¥~iM» «IcicS^r.* tí jirotesto de ÉspartcL
ro ao deixar o solo da pátria foi uma semc^dw dé> dls^ofdia^t
q^e ÍÁ^9m Cad>r.pHwfipífe#g«nnimir. Ibivclótta coátinua
a agilar-se, proclamando a republica. O goxewm à& Mmdràt
declarpii.exaixtoradof de toda» a£ ^iira^ , titu^o^ e re^ía»
asáiib áo tirhnnò, queV iáorreiído poJíricamcote^ deixajfavim
lestameniò tle novaff titimiAiá^, còiúto a todo? aqu^"^- —. ^'-T
tâ4 ^ottcMo foram ctiiirpFiées.'
i'l '•> • ' '••'•. *■•.: r. • (M
■ .: •* I^ORTIJGAL.-y". •'
• ri:. : ACT«s: cvriòntAÉL - '- - '^ •• f
. 405à> iDfViHi^ iflp «6 dH^^tfdkU, =a BwJÍet^' pam qííe á <fo»t
l^r (l^iOM». fie agotfto hicliísive. em «tíaiilè^ S()iiieafté;>8« paArtté
ás co^es^ jaactlvas meti^d/ç. dof «eus iv;iiot«^nloa;.«ci»]o pof
í^°*. ^^.R**?®™*^"*** poatiigL ap^g. vencida. Dqcreto <lop)oro«}tt
<6ég de aifTcrentcs Aaminisíradores áe Concelho». Portaria
acHrtíelKnAo'aiircrítiteí>3Ítoi'fcbe« éotómetttdas pbr aífruns iqi
lÍ4SJIaáot^#;'>Oiftl¥â appíbViíÉdb a' «ui)plf;892fitr dè"alViòniaç pi^:
focLias pèbreffio jxMco paptilittáSf eaiíniiiaBaeW íoiílrni.
, /f<>in^^<!'â4.,r;ç:ElQaifindo'a CaúAra' de Pea^ifa^dT pè)<»
desvelo, crtie Jenj tido^.paí pla^tacdcf (|e iHu«rqir^:{: «;cattiif
nhéiroà. Portaria sobre o desconto de deçittu^ ao* eJi\pr«gailM
dd Caia^ Pid efe Lisboa. lÍcg\|lámento àa Contabilidade di>
Theáofro Pubfíèo. ' ^.T.'-..'^
jrrfamute «5/=i.iC*éandèi*iéa ComnilWsb dé inqbMéWÍ
a Alfandega das Seple Casas. . t . -^ :/."*•: *^ i l
/i^«/K.A?-39^=9^Pv<te(rtartfoa€lmrerima6raa Gíviaipaili^èbi^.
priinei>tA,dp..aecf<^o^,^ do 9j9fre|||e.q«e,rcdtístu ^voíâl
meUfos dfas^ classes inactivas. ...:;. v .; • > • t
íB^xòvA PÁRA Aa>u3;fj;çÀ«-; ;;^^
205#^Na lerra , chamada dos Cpiichaes ,.n^ó lon^
ge*das atas de Lisboa enli^e JLifiha-í|-VeÍha €; A^g^i8|
ãmahliècciy.dcfuncto aí 13 4<} correnl,e luf^m in4^vi(|i|^
desct^nhetido. ^Di^íí rebate n9$ V^sml^anças a terrível
nojvidade : a^uiu g^l^ de iç<^(i ^ pàj-te t .aqiiel-
Ic rosto níngupm" se leral)i:a\:a cíc^^o ter v^o- P#
Skns^oftoff Já íevôrádbs pélôs"^ bichos e 0,çbairx) jn-r
fecto , que exhalava , deixavam suppor que ,' homi-
cídio ou suicídio^ íV.ÇrJiçj ttáUí. w*^íárxd'esta noite
nem da véspera. Algueni se rccprdpu^.qu^ ví^-^í d^as
ffftléi' andar soJiíario c scjs^jàndo p^r^queUeS/ipç^
tés mn± incbgúito : 'lima/ipulhçr poreip Unha ^n4:oiH
trtdo aijuálamè^a.cfeàíura/ainda vivi ao dia anh
eètcídénté; f " ; '\ .; ^' ^^^ ;^ , ^^
i O seu trajcTef í limpo e gf ^ve ; -i- jjgbçesa ièc^si ii^au} ;„
'Cíílsaa dc^ambl-ifm"; ^collétc 'dé duraque ; duas ca-
ÔO
IlEVISTAí!UÍÍIYE«aA^t* IJ«B0NE;NaS.
m»*
ipisas , uma de çjxita y,oulrf\ jip .paimo.p/it^le ; sus-
pensórios dê 3€t^a bordados ; botins, de polímero ;
l^enço de. seda pireta ao pcspogo e outrq taipbçm .do
seda a tiracolo a modo de suspender o bra^Q* '
No dia 6(^uinte ás dez da. manhã se fazia, um li-
geiro auto de corpo de deíicto. na presença ,do juiz
eleito c seu escrivão, do boticário dç Caruachjde,.p
do cirurgião da camará, sem autpp^iaj. SAin saf^ sé
despir o cadáver^ E rfeftueriaTse ao paf;oçko par^ que
o' viesse tomar para a sepultura. Recusando-se este
a fazett , sob pretexto de não dever dar á terra ben-
ta os despojos de ura;Suicidai-.mapdou-se chamar o
poTeirp, que,^ n''uràa*volla de mão, o çnierr^u sem
mais cerimonias alli mesmo ondift fora .achado, ,e qopk
ifxào quanto. tr^az ia. , . • .^ ?• •'
Na mesma paragem se haviam já encontrados, cm
diversas occasiões', doh corpos , Tisivelmcnte assas-
sinados, iScl-o-hia íayrfjem cat^? i Forçal-o-hiam a
tomar o veneno , cqjpft réstos^sá lhe acharam ao pc,
ou seria esse um mentiroso indicio, posto alli adròdc
depois da morte para arreda? &usp| itas da verdade ?
^0u antes, seria vn^^vcrdadêiro suicídio Uyrc. e es-
pontâneo ? ]BÍsta ultima hypothes^ é i^ quanto, a. nós, ^
içaiç verisimil. ...
] 'Eis^qui. t 4esorflpçio ilel dv^logar da «eewa no
iKom^to^ âk aeliafda. '
•' Kão longe do corpo estava uma pedra, qtie por-
ventura lhe havia servido dç.ãssouto: juncto <ji*ella
caído* e meio aberto um exeiiipl^r 4^^ cartas <i Ané-
lio por losé Anastácio da Cunha , encadernado com
a traducçâo da façanhosa f 9tla.4e Talleyrand ao pa-
pa. A alguma dji9lsiWft mmò Uiàr'Aa barro vasia, e
yun vidrinho de (resi cuiçaft cora um resla de iiquMo
jlttfvo ,> qiM o boticário (' depois de o escorrer -na p^lf
ma da mão, declatiott peremptoriamente ^èr ái^^cui-
co, dissolvido em aj^tía.p táddvcr jazia de còjlas
prara o* céu , com ôs fifi paira ^ pedra e para o liyro.
à cabeça dirigida, e, voltada .para a bi)hai>Para baixo
d'cUç. a terra.oiíSe^recia vestigios do por allr se ter
r<^'«do>; para ctitaa delle , apparecía agatanhada c(h
monómio, que (òrecjára por fazer preza para ar-
rastar ò còrpo^r e com cflfeito um dos braços estavfl
Minda estendidb ciontra a bilha e com os d^dos.craf
Tadji>94io chãOé, N^aquçUa anda ohaWa tomado &dor-
iradèirâ angustia.
Nada mais so viu:, «tiada mais se soube. ^Mas
bMsIo «6, nSòestarrá já uni profundo, e pré^tointlssimo
tractado de philosophia para os educadores dècrèan-
ças e para os educadores' dos ^ovos?. i Oi vo^enophy-
sico a dois passos dó venetio moral !; Da^ cartas de
Ah^Iíb t»ara o ^rséiiico ! i Entre çllqs um cadáver S
I A tfiafetcf, 'se nãoum rèmedíc, pelo menos ^.m rç^ffigèr
yio ; Visto ; cobiçado , diligenciado , perto ^ a mão ,
t . . ; , .\ ; . . ; c inaeoòs^ivcl ! ' ^ . ' ,.
"' 'VDeusttmhánftsericbrdiji da atina dg desconhecido^
¥toão ca/regUe máiè este crime á conta dos escripto*
rfís impio^!' » . . ^
-O sxxaojpiLAa :b£ kÂss. '
' fiOSS o Periódico dos Pobres no Porto transcre-
Têndt) dá nossa folha a mvàip verdadeira jç mifjit^ in->
fame^darta do ofiTerechonento das isepie dot^^(las {\.ep
de o nosso artigo 2604) faz sobre a ináterj^ rauitô^
graves c muito attendiveis reflexões, <; -jibjeralisa á
ttdi% í^daeção ijlogios; que, por j^çreip de juú tâo
compobçi^e, -e; imp^rpial i $o|>re modo no» lisongèam,
AqucUes, principalmente q^c endere^sa 4 nossa boa
vontade r ao nosso talvez fanatismo na çivilisac/ío mo«
ral, acceíUmo^y. afradecqmos c iorcojaremos , por
nunca jamais os desmentir. ,,.í
Pergunta por esla opcasião o jornalista ^--qu ai fc^
o êxito da escandalosa proposição.
Só podemos responder , que O: honrado cavalheiro»
a quem <?Ha fora feita ^ se dirigiu ao earcere. e fu-
turo patíbulo das martyres , quv' tinham na, pessoa
do sua mãe a cai:cercira e a vcfduga, A fua inten:^,
çao era acudir á miséria,, respeitar, o infortúnio, en^^
vcrgonhar e corrigir,' se fosse possivel , a malhei;
fjlogenerada. Voltou puro, satisfeito do que.fez« loai
vásio ^e esperanças, -r- Esta primeira temp<^9tadja pat-'
sou s^m raio por cima das, cabeças daaiii^ocentcsí—
í^mas ^9 futuro!?. . . . . . .r. ,
São estes uns assumptos, em. quç. mil DOULSidera^r
çpcs récommendan;! ao.e^ociptor piíhlico o mais d ia*
çrcto silencio , apez^r.^p.grainde ppoviQitoi quoiiliáf
poderia haver em os tractar. Por. is^ ^os leaios já
por vezes abstido de troi^jar sobre .a^pio^^Ur^. aco«»
jos olhos , por assiai di^f^r^ se esfrio quQtídí^i^nMiv^
te fazendo n'esta Babilpiiia .jperc^dos^: ri&s» e lo|o-»
rias da honra feminil. . . ?
A VAUENI^ZA BOA BaVTOi» .
(Cotnmunicaio)^ < , -
2056 Em Golles, frcguezia de S. Mael, ConcoliM
d* Abrunheira., no dia Ip pawa 17 dorcorreoteao anofte^
çer---oito.bòmcns armados, uns a cavaHO^omroa a |»é ;»
arrebajtajq^m de sua pobre morada Amia lAlveis ^ sol^
teira., dé 40 apoos poucç mais ou raeoos , !.e. sna ir^
mã Jofef^i Alve^ ,;,d^ mew>^ie«hidi: ^ as quaei^aivtafip»
SOS , e as levaram com lenços na bocca , por:«iorfla-%
ças^ p(;lo logar 4e S^rrav^ntoso até. o sitiO';dá RiÈmi-
ra daC2|vada, juo^to do Moinho f«ioAlmoxai*ife, «lai»
de, uma legoa do dido logar de Go|iea) — ^aquínia-
taran^^fi primeira. com panoaiias^ e mciftas golpos na:
çaJ[»Qoa e no pescoço i UcixandoiajDDbemMDuilD fcnaH
traçada a ,p|i,tra i/má . -^Unr^ homem, úêi la^ar : édiM^
le^.^^e um rapaz do Serra ventoso»^ - éncontradoi >poii
aquelles otip v^pdAlps *^ fpram. ^amboiç Jevodooiatéí
áquella Ribeira, e ahi deixados > sem maior óf'^
fensa. — Estes são duas das tastirauiihas^ée máfor
importaM^a pafa o Qorpo de daiicto quc^já* se iée) —
; ^ada .eitplifif este ccimie ! — i^aroco qifcr^afr (fueixa^
vajpi^ içs seMS: p^rpelra^oros âoimn furto dotoíro na.
feij^a .A9 Ceiça » que . tinha* sido iw v«s{i«ra9 poréqi'
se alguip|^$.3usiMÚUii podiam recair iias duasnicmã»
não era.de iadrajs..,-*T.A justiça aolaiará esteinfsto^
rio. , ., ^.•* V í, .•..••/•;' » . ' - * -:, • íM-)
2057 O .soguíittei facto: que> vamos' traolaidar i te
uma^ das ii»^ressantest4flcU8 d» Aros lizeaia áo Pe»
riodicQ 4oi Pobre$,tm9^.P&rt9 i é mais uma ptova; «
ji 5uperabttndaato^:dà/rtfãa».«ãom' quo há inoilat an-f
damos pedindo-iwòv.ideDDias. paMi m represaaodo in*
fautiçidio , ç vftattf uMà argonipiito èm €ft^vxld salvK
tar aívÂtre do. Dosso artigo âíHTt: r^ *' ! «. i
y«£m, çaaà. de Mapiq Jbaqoina , do Valia t de SâiK».
^cip Aptpnlo^ balPUÁ4><»ta itma cigana :',aidoDailé
«casa Ib'a abriu» e perguntando-lhe, o quequeriap
<ta oigaw^dlif MQPWicf vjqpe.itedalâaasèiallKiifta?
ftEVISTA UNIVERSAL tiSBONENSE.
SI
«uma troQxa de fonpa qne ia longe e depois viria
^por ella. A Maria Joaquina anauía; e como a ci-
«gana se- demorasse , foi ver a trouxa, e encontrou
wuma creancQ morta. Obello sexo deu agora n*isto.
n ; Horrorisa ver a frequência ,• com que apparecem
9 assassinadas creaneas recémnasoidas ! \ Olhe que
«que o amor maternal está em progresso ! »
BZIUVX8CXVCZA8 OJi EDABXMÉOIA.
2058 De Braga nos escreve o Sr. José Antó-
nio da Silva Cannéna , que recolhendo-sc em a noite
de 15 do corrente um grande rancho de senhoras e
cavalheiros de uma sortida campestre para acidado,
e indo por uma rua estreita , fora no meio d^ella in-
vestido por uma carruagem , que vinha voando 4
rédea solta. Trinta e tantos entre cavallos e burri-
nhos nâo sao máchina , que n'ura flagrante se possa
ou saiba mover como convém. O cocheiro , desal-
tcnto ou malvado ou bêbado ou tudo jimcto , nio
quiz suster uma carreira, que tantos desastres amea-
çava:— jna miSnita das glorias e ufanias d'aqueila
classe ha capítulos horrorosos : confusão , alarido .
atropelamentos , quedas; um do» cavaUoiros atraves-
sasse gaierosamonte diante da carruagem para a sus-
ter.. O lacaio crava as esporas para o supplantar , e
seguir a carreira triuraphal do seu fídalgo ; mas a
parelha havia parado diante do obstáculo. O magnate
abre a portinhola, salta em terra enfurecido, aflron-
ta ao cavalleiro , qnc assim ousou de o embargar ,
e dcsafia-o. Este teve a Insigne imprudência de ac-
ceitar. A esta desgraça o4tlra portanto se podéra ter
seguido, se os padrinhos não houvessem depois com-
posto a de&afença.
O Periódico ão9 Pohrcn no Porto , que refere este
Ihcsnio facto com mais alguns pormenores , aceres-
centa «que ha dias na mesnia cidaèe de Braga ou-
«tro figurão, indo na sege a gtilope, ia atropelFan-
«do uma senhora idosa , que caiu no meio da rua
«coin suas duas filhas. »
S« as camarás municipfies por via de posturas se-
veras , e severamente mantidas , prohibissem nos
povoados as carreiras der carruagens , carros e ca-
valgaduras ji não haveríamos que lamentar todos os
dias vergonhosos desastres d* este género.
•v v&A BsaunffMGXirci A ^ a sd abs is£di a.
2059 O mesmo Sr. Cannèna nos relata , qtoeum
èx-abb«de da IVeguezia deTnriz, por appellido Soí-
sa Aívíbi » preso em Braga por raaMeitorias; que per-
petrara , fugido da cadèa , ha om anno, e desde en-
tio capitão de salteadores e homicida façanhndo nas
cercanias tf a cidade, fora ultimamente agarrado pelo
povo de Barhrida» quando acabavd de dar um tiro
no regedor do lognr , e trazido amarrado de pés c
mios , como um trophóu da justiça para a mesma
cadca , d'ondc se presumo que 'd^^csta vez não esca-
pará. ■ . » '
O KOUXEia: sob b o biabo ssaa^õis.
2060 A fama , que tinham de fieis e honrámos os^
gallegos , que todos os annos aftluem a Lisboa para
mil géneros de ser^ iços, era lào espalhada e prover-
bial que está concorrendo para que muita gente por
dosprecatada venha a cair nos enganos, que nào pou-
c>s d^clles j^ sabem, e j4 costumam ir armando. £ft4
eonllrmàçSo áo perigo^ que se corre fiando levemen-
te n' estes adventícios , apontaremos o qnc em uma
sua caWanOs cíímmiinica o Sr. Víeinte Tedestthi.
Dois estudantes, depois de haverem terminada
prosperamente o seu anno lectivo, em certa escholii
da capital , e recebido de suas famílias assas de di-
nheiro para so iornarem veslnios de- novo á sua ter-
ra a passar as férias , metteram alegres n'um amplo
bahú o melhor de suas louça inhas e bagagem, e ain-
da umas vinte* moedas db sobra. Determinaram o dia
da parti<fa ; ajustaram barco , e chamando o primei-
ro mariola , que appareceu , o aviaram com o carro-
go para o cíies , acompanhado de um pequeno gato^
pim , que em casa os servia. À hora aprasada', apre*^
senta m-se lá , procuranwi^os e nie n'os acham. O
^allego e o rapaz tinham desapparecido e çom ellcs
os vestidos , o dinheiro e talvez a melhor parte dos
dclieiosos projectos'» que já muito de antemão an-
davam concebendo e gosando na phantasia. Tomados
depois de totigas e baldadas esperas ao sen eubicu«>
lo escholar, agora, insoífrivel, vecm apparccero mu«-
chacho lavado era lagrimas : o gallcgo , aprovoitan^-
do-sc de um* relance, em quo «sentira distraíd»; por
lai arte se lhe sumira , que por mais quo o andou
buscando , lhe líno fsi possível recobra l-o» Esta lie»- .
ção. se foi a mais cara» não seria porventura a^ mais
inútil , que n'^este anno recebessem.
BBSAGGRATO^
2061 As íqjiFstiças, que se padeeen», são mui-
ta vez a véspera do triumphos , que se nâo espe»-
ram. • i
O Sr. Conselheiro fxarençoJosé Ifosii,. d«pQ(a^
do perpetuo , porque assim o digamos, da Ilha dn
Madeira , sua pátria , e o mais irerloso « rllustrado
procurador, que jamais povos pedieram ter, féfaoont
grande assombro de todo o reino svpphaitado nbs ul-
timas eleições pelas tenebrosas éHigencisB, nio sabe-
mos de quem. Cremos qnellie doeria o ingnttidoof, •
mas tratados com clle em pioftmda e antiga amisa-
de o que ao certo sabemos q«e Ibe Aieu na almai,
foi o ver-se privado* de servir noeoagrtosso legislati-
vo a terra do seu nascimento , qae o mesmo é que
servir em ponto» impoctantissimo a todo o rein*. Pa^
ra reparar o deimerectdo aggravo e aprqveittfr (tai^;
tozèk), saber e talentos tao distiuctos, nomeou**) '
Sua Majestade fmz tommimmio de pntar 4^ eacra-
rawa mo Calx^da Boa Eêperança. Partindo para aquol-
le destino fot ainda o Sr. Conselheiro Monir disor
um adeus de amor á sua ilha. Desembarca nas prayas
d^ella com sna esposa; toda a idéa de ingratidão dos
seus conterrâneos para com elle ,, se acaso no espi-
rKo lhe tinha entrado,, deveu díssfpar-se derepcnto.
A cidade do Fauchal aceudíu unanÍK^.c e capoàtanoa
a festejaf-o : multidão de amigos o acompanhou á sua
residência , e h'ella foi visitado por deptilaçõcs áfi
jtmcta grral do dÍ9tricto> càmaia municipal, e asso-
ciação mercantil etc i
nBSXXTVXÇÂO FRBCXOSA. .
' 9C6â^ O nosso tão justamente afamado publicista,
o Sr. Conselheiro pilii>pe FKaREiRA de iftiujo b cas-
Tao, seguiu — ;^ parabéns á Pátria ! -^ o exemplo do
sem sábio amigo, o Sr. Conscl^iro Sil3F.estrcl*inhei-
ro Ferreira. Trcccu a terra do voluntário dcstèrso
24
HEVISTA UNIVERSAIS LISBONENSE.
lembrava; sob aqUéllcS tectos brincai*» desde a cda-
-d(í de tre* Ãmds ; ontro aqueHas cftbeçus enéaneci-
das se fora coroando a sua de longas trancas loiras i
(♦ntrc ò crescer de fatltas t^g^i se desinYolvcrani e
íípcrfeiroaram as suas graças ; entn^ o progressivo
decair iie tantas prendas « cspt?ranças como as folhas
•\crdci)aUidés <nte Gnl pomar de outottd se despegam
-lima a uma t os scils talentos tí«ítUra#3 por uma dis»
melada edtfcaçio , c(ue a muniflceneía dd Sr/ D. Ma-*
^ia I. proporcionara a sua tia os meios de lhe «for^
(inham ohegaido áo seu roaiof iHige<
' Maria do Cafdio reunia ás pferfdas manuaes pró-
prias do setí sexo, tim Icf b escretcr primoroso ^
Tioçdes e gosto de litteratura ^ mormente da france^
.«ii em^ciíía língua era mui versada, e musica, me*
recendo no piano as honras <le mestra , e por^ corda
de^clogio veidadeiro, os sct» costumes eram puros c
o seu coração religioso : nas orações que todas hiam
tlXíotidianabcnte depor nos pés do altar , a^ il'ella
tfeviam resecAder mais a ioâócentc alefria que a te-
mores ou remo!'sos,— "A SR de junho orava fto coro
rom sua lia quando o rdogift dri- paço» bat«?u »» ê
Tia tarde. Levanla-se , pedo licença para deixar o
TesMnte para depois, e ir entregar— que o proraet*'
t0i]a^tim debuxo de bordados d uma sua amiga fó-*
fcii^ii cazá.
^ F(íi : corteram henrds , « if^o foMOcl^r
i. C^m<<^aFram e cr^^etam cuidados : nfafAdou^^e á
busca por tddas m partes r passou o serão , passou
ii nt^ite; c pas»aram também dia 9, sem que a tor-
nassem a ver, nem, a ouvir dVlIa nova fffgiima.
" K*4^ssa tarde algtictn se lembra de ter nots^doirma
Aogc parada deèaKo da arcada dopaço. E utivmora««
«lor da casa accrescenla que, pefU) da noite, tfdian*
«lo-se no Caes^ dor^réf tira eb«gar «masegcfápor-
ti deuma hospedaria^ e mnkwatm deehapé!rbtan«>
Co apear uma menina , qut lhe pareceu ella^
* Devolvidos quatro mortaes dias^die^a no áaiainf^
nmgallogo com mia cana para a «OfMterilada tia ? «—
<;ntrega-{h*a em mflo própria ^ eafimcla, havel-^re«
nrbido de uma inenina muí lioda , epre lavada em
lagrimas e aflogada em aoltiços Ria recMamêndára
fDsse leval-ar eorreiíd^, e lhe trouxesse signal deter
sfdo reècbfda. O eovIhffAdo d'eafila carta ninguém o
soube , mas parte d'effe fáíeitmente st pode presd*
mir.-^Ás nove horas d^esstt mesflta nofte vifam-^se
safr pela portaria dof s tuHas rebuçtfd^, quepelrhiais
que a [lortoh-a os interragasse, partiram sem dar rie»pos- '
In. -Á hora e meia da noít<? os mesAmos dors f tfltos
vieram* bater á porta , trazendo cttitrè si aniprado éf
quasi em braços um terceiro, quOAinguiemf^CDfi^c-
ccu. Abritam uifia porta , que hafía' muHo «ao ser-
via, e quedava passagem p«ra a poissída dà fugiti-
va , c cntr3ranr. ' '
' Pessoa do sitio por qKem ístò soUbmyos t úés ifc*
ercscentou r que o e<stado ^e Maria na segutnte ma-
nhã , segiindo lh*<t desci^vèra qn«m acabaVa de a
^r , cortaí^ar o> eoraç^. As suas trancas loirai e e^
pessas tinham desappareddo. Oseti rosto pendia f«]^
háò e esmorecido. iMm^táescfítthmâóÉ^efHipÚmi
A sua iWr .vfa-«e e era lefrrféf pífrcfue era^niíidav '
' As suas octtipaçôe# desde cntio*' teem sido orar é
chorar : cdm hÀ» leva no oratório as lioras dè dia e
d^ noite , abraçada com a imagem da Consoladora
dbs afiilict06y ft«i}audo«á «os pés t ma^ )moit « De rtts\
to como (ilha a sua mâe-«como Olha pródiga , que
prodUra , á força dé se restituir toda , reconquistar
o oofação maternd; comer seeoi^arSofhatefftòsc^ap^ir^
tasse nunca. O pae aggraVado perdoa , a ftiSc nl) ,
toda dlla foi sempre ariior ^ e o nÉkrf nao sabe senão
amar< '
A única pcssda « que além de sua tia , a tem vis-
to, c o medico i alma senshél / de qiíctn ^^ccbc os-
soccorros mais assíduos è delicados. Entf ctanto &
mal que a mina é grave^ Qtíftsi pritKda do alimen-^
to e do somno ^ os seus día^ páreceíti aiffeaçados dc
um fim pf cnfaturoi Sc a violência mesrtta da si^a dor
lhe nio Ihhitar em bf ete ã duração , otftro pcrfg3*
pouco menos cruel que o da morte, pai'ec:c afeca-
çal-a. O prauto ecmtintio ^tfe âfToga os !fcus olh^s ,
reccia-se que venha por u limo a lh"us Apagar, cque
a pobresinha que t aifUda ha potteo , era o raio de'
sol de toda a habitaçlro, Iréubã aiitda a ser, mcrgiw
Ihada em trevas e sobreviveíidd tf si mesma , um oL-^
jeclo de profunda e estéril eori<pahE9o par a^ tantas in-
felites, a qUem ella , pouco ha ^ fepanfa árlf^riaís e
emprestava mocidade.
i l E agt^a qoeia a condemnará púf tíiri err^ ,•
cuja ofígcm e blirtoria nos são descorihccíidos? !
;,qucm a apedrejará' entre oslfraços , sob o lèanío e
sob os olhos da Râitíbâ 4os Anjos , que \h€ deu o^
seu riemc, lhe chama (ilha suâí e com a \hta ser^a
e amorosa lhe está apontando para as alturas?! ; ; ;
Que delietos e erimcs (quanl» máffe crros^ ! deixa-
riam de se lavar com tanlàs lágrimas !
i I
I E ha
entretanto «qu! um homen» , talvez entre rtós , talvez
f^tcjado e respeitado -— um honf einf , que ella gc-*
nefMt não iÉomèa / nãú noitteará nonea -^ um ho-'
mem, cujo rosto mais duro qtte o de €ií!:n se
não traósformou, se nia ftogiii de repente «a côr átí
sua alma para o denunciar , como sacrificador da iiw
nocencía , da virtude, da formostfráy e <ío amor , de
om amor Itre^stitel , iimpírado por ellc , e que a
elle sacriâeata tudo at^ a tidaf ,-^tudo até' o porvir
-^tudo-^tttdo até ahon^írl! ! ; » Ha a*?ítíft homem'
ó'eates ! ! Ha^osemdu-vMa ! ese as jiTsliças o desco-^
brissem , este honvém receberia uirti pentf menos
aíTroBtos» que a da ladrik) assassino .... Este ho-*
me» nio havia de 9er mandado por todas ajcidades-
e villas do retno de braço dado com o carrasco, i>ara»
&ef atado a cada peloirinho , erscarrado' iM>* rpsto por
Mk^ 0f homens e mulheres , e esbofeteado depns*
pele^ seu menos infame companheiro de jornada com'
a ítíao esquerda. Não : qne importa o que padece
uma mnHMT ? Não «dvê^se nas palavras 4e ^em a fás-*
cihára ; nio f<$sse moca , inh.j^ento e aoiante ; nãd*
íòsse tivlher. As justiçai»' dtf soeiedtfde teem maisr
ocrfsBS* em que pensar.- l E dé móis não' se vè isto
todos os dias?Nao siò eonbecldoí muitos ovítros que
támbènf matam as»iitf O' lempo «om ct(a« cu^aAlai
amorosas?^ que o conft^èMtt édnt tánglorte c^oee.ií^
companhias mui lueidsis' sitf fit is«0 a^btod^ ein<t
vejados! Tractemos diis intereMel miiateribes^d'r«^'.
taMé Moehiifiérás ', sãa f^miti^mes / são rfilserias ,
mdil^s â# attençie ée I^ffedòres ,^' o ék» koiiicn^
ttUMrtideb de 184S. : f \
ÊrrJfm^^Em on." antetíedenie apag. íl^col. l.»*^íiii!6T
é»ive» dcTaito; l^'-sé, passo. É'a Jlag. 15 col. I.* íitt. 60;»
enives de 9^, l<?ft-se, 3Í.~ - " - .:...../
?■
REVISTA UNIVKR&AI. IISBONEl^SE<
25
ADVBRTENCIA^ DA EMPREZA.
A .iífstribi^icão comera hoje quinta feira ás
8 horas da manha » aos Srs. , que o maia tar-
dar qu9tro Bofas depois nSo tenham recebi-
do, roga-se o obsequio de o participarem òo
Hscriptorío da Revista » Rua dos Fanqueiros
N.* 82 , para se providenciar.
: CONHECIIENTÔS UTIIS,
PROGIIUBMÓ OA CUIiTU&A BA SKDA.
2070 Com alegria annunciamos, que a. salvadora
industria da seda parece ir principiando a lançar rai-
%s}S, com grande forca, na terra porlugueza.
O Sr. Tinefli , durante a sua breve demora em Lis-
boa n* estes últimos dias , teve a oQiciusa bondade de
nos mostrar mais de quarenta cartas, que para oPor-
to Jhe escreveram de mui diversas partos do reino, com
rofercncia aos seus artigos na Hcviêta, consultando^»
so^re muitas poisas praticas ooncerncntos á cultura
da amoreira , á escolha e creação de bicho, ao modo
da liar, tec^^r e tingir a seda, ele., ás quaes todas
Si S/ respóudéra promplamenU ecom a melhor von-
tade.
,. Do mesmo Sr. soubemos que já escrevera para Ha-
Úa, m«indando vir uma insigne fiandeira de seda, pa-
Tj» servir de mestra ás do Porto equc dentro empou-
í» deve chegar, assim como que a planta(;ão das amo-
reiras de boa espécie vae crescendo a olhos vista nas
pro% íncia do Minho e Traz-o^Monlea..
Ha-iic ser . difricil incontrar zelo intelligenle mais ac-
tivo que o do Sr. TinellL A prosperidade da seda nos
Estados-Unidoa^ é d'ísso uma prova irrefragavel ; es-
peramos qíiq.Portu^al, ^o mais favorecido da nature-
za, virá a apreseutal-a ainda mais explendida , quan-
do dcspachadq- pelo noss« Governo o utílissirao reqae-
cimcnto publicado em. o ^osso artigo I7i0 , o illustrc
estrangeiro tiver o terrciio, de que necessita parados-
iuvohcr os seus yaalos prD]c£tes.
BA FABRICAÇÃO BA KAjrTXXaA*
\ 2071 Aí no roeu primeiro artígo(ii..*'1980)(lz.por mos-
trar a grande vantagem», que haveria em se fabricar aqui
a^manteiga necessária para abastecer o ipercado, c o
quj^nto ^iqucUa industria é lucrativa. £ aconselhei, a for-
mação d' uma companhia para este commercio em gran-
de ; mas como a idea, de associação está enlrç nós tão
desacreditada pelas perdas que teera sofTrido as com-
panhias , todos a. companhias tomaram medo , e aspiro
provavelmente nunca se esta formará. ^Mas^como se-
rá possível que cilas, entre nós prosperem , em-
quauto as suas direcções forem entregues a homens
inteiramente alheios dos neg<^ios, em que vão entrar?
Vejam-se os grandes disparates que teem feito os Srs.
directores da companhia das lezirias , e observe-sc se
ftão teem dado mais do que sobejas pro\as dasuacomr
plcta ignorância em agricuitura. i E. como poderia
ser lavrador quem nunca saiu das ruas de Lisboa , e
9penas terá ido a Cintra passar o verão?. .. Mania
velha é já esta nossa de querermos ser oo^niscientes ,
8BPTKMBB0 — 7 — 18 i3.
e que todos o sejalii. A esta principal razão accrc:>i
CO a da grande dospecsí dá lúcido estado naxwt setn'
o qual parcee qileuãQ éposftíl^el' haver estabelocimen-
tos oá na nossa terra-.- Grande eseriptopio com repôs**
teiros encarnados n'un firimoircf andar, e ito sitio
raais caro ; grandes ordenados de direcção ; secretá-
rios, amanuenses c tudo á força áa dinheiro. Acabe-
se com este ln\o desnecessária , < trabalhem aquellos-
qiie teem mais interease' cmtque a compadhia prospe-
re, e trabalhem grátis; estabeleçaro-isé Intcrtltgentesdi'^
recções , o logo as empregas prosperarBO e os accio-
nistas tirarão bom juro dos seus fundos. Mas emquan-
to forem directores das companhias homens sem conhe-
cimento algum dos negócios de que vão tractar, eque
para alli entram com a nira na competente dose pe-
cuniária , bão-de as nossas companhias capeciadi pros-
perar tanto, como ha*<dc lambem prosperar UmÉ; gran-
de companhia que ahíhan>sse mundo chamádirPorCu-
gal com os seus .directores de S. Bento , emquanto
clles ganharem a espórtula ilos 2880 reis ! A experiên-
cia os convcucerá da verdade das minhas asserções :
volto. ao assumpto. ...
É realmento hi^m para lamentar que ^rtugal care-
ça de importar tantos mil arráteis de Tnanterga, como*
ainda importa actualmente , c que por cila se nos vão'
embora tão bons cruzados novos, que nos dão um adeiís'
elerno. »
Bem pouco é para admirar q«o sejamos taxados pe-^
los estrangeiros de gente desmaselada, {lorqiie parafa-*
bricar maila manteiga tínhamos nós todas as propor-'-
çôos , boas qualidades de vaceas , bons terrenos para
produsirem pastagens , c no qual se dão admiravel-
mente, as plantas de que se costumam formar os pra-
dos àrtificiaes. .
Mostrei já quanto esta industria seria proveitosas^
pecialmeutc parb os nossos lavradores , para elles ap-*
pello, c os instigo hoje a que façam cessar tão cscau-
dakiso ditfperdicio, pi*omovepdo< nas suas herdades a.
creação das ftaccas. Com estas terão «ibundantementer
com que fevtilisem suas terras, e insensivelmente^
farão desapparecer do mercado a manteiga estrangeira.
£u que pclt própria experiência tenho colhido no-
ções assas claras sobre tal objecto , passarei a emittir
a'es(e actigo conhecimentos práticos, para que á mínguat
de luaes não deixe alguém de realisar o meu alvitre.
O .primt^iro cuidado do quem quizer ter manada
de vaccas iurinas, seja tractar de fazer os prados arti-
Qciaes para as sustentar; sem o que não lerá nada
feito; e calcular o numero de ge iras que ha-dc semeai
ou plantar pelp numera éetaccas que quizer ter. De-
ve-^c destinar um ti^rreno , que produsa não só o pas-
to necessário para as vaceo» comerem durante o verão,
mas ainda para calhar aseccar para l^no^ra óinvcr-
no* Xo norte uma geira de terreno sustenta um vacca
todo o anno, porem aqui em Portugal nio é suíBcícn-
te, e arbitramos geira c.meia> para taantcr bem uma
vacca : .porque para uma vacca dar bastante leite , e
por muito tempo é nocessatio.qUenuucá tíit falte sus^
tento abundante : e eontinhando-$e-lhe este 'd^ iavenka
por meio de fenos^ dá tanto leitie como de verão. Sen-
do porém um estabelecimento d'esta orden^ >em ponta
grande, alguma diíTorença fafdDsto calculo; porexem^
p]o para quarenta vnccas serio sufikientes dueoenta
geiras de terreno.
^ . Quaiito á qualidadd de pasUgens' aéouselltorei eomo
3 VOL. 111, — SERIE I.
26
REFlIlSXXt >U?SIVERSAíI/' LISBONEÍíSBi
K
mnis vMtila luzovna • iqi|& é palk-a M mister '*' plavtT
Qifis uUlique.^sa.^coiibteoe;: Bstavekvo ser semeada '«"m
aU;^re.»'ie.dofK>t«.MratiBpJtola(lã paRa'>le[rreEios.»qiií8 de*
vcinf'tcr(fStflQiibení)' oborU)», «e^ Ibrcs .d^outras - raizos.
Uma v^ f€Ílp-aplantai}ãoi c^ngcrvR-se pon nmjtotem-
p(>i 0>sj6 pa&sados.íinnoió quo&cpá porcisa reforma ^:
noilod<ii,,o« çm píftc.: A« plantações derem. vign^
rani pelo roerios<l' por espaço de cinco annos. A pro-
duoção {d i*.e<fta planta ó. espantosa. Nos torrenos onde
sâpóde- regarv dá esta plaiila um bom. cófIgI disqinnze
ei^qiVQ^ dia$.)mas [H*oduz.t'Çital mente hetn sem sor
Migada 4 com a diíTerenra d« serem ' os córtos.:sd de
víute emviula dias>i — O cítparceto é egualmentio bom pa-
ra a sustentados das vaecas : mas não* produz tanto co-
mo a luzerna ; dá-^o btm em qualquer terreno , por'
mais ingrato que sejn > o tem a pro)iricdade especial
de tornarifcQUiHlfvoíem^.que. se tran .semeado p6r.algiins'
annos. -^,A batarraba é taflibetti geralmente, usada ,
mas essa n^o^a dou^u por tão uUl, não porque dèi-»
xe do. faio/ com que- as vaccas dêem. abundância dc'
leite , ràaa.cQiuo abmtda muito em assitcar , sáe o lol-
te muito doce» e conlém poucas partes: oleosas: razão
porque- s.eré itenos a manteiga. K'.esie caso cèiá tam-
pem a folha do niilbo , de que.muitos usam. O feno.
d>sta planta é de fraca, uutrtcão. — O almfiirao ou
cU<:oria brava (cbyoqrQum int^íbas) é, óptimo para sUs^
tentar as vaccas , e está no caso de lhes fazer dar
mpila manteiga^ pelas miitafl partes, oleosas que em si
contém.. Cresce estai piaria satnralmente nos campos
e sem cultura alguma ,, mas ^rria. muito útil que se
culliva^c. IVa Pirussiia e* em toda a Alicmanha o se^
mc2^m par.a os gados; ciftaiiriKe. maio.; e quando tem
cba^adg n altura de: cinco palnqs eopta-se, o se faz
outra ogual colheita no fim do oulono. Tem esta plane-
ta a vaútag^nn dé, creâcer-^nl tetras fracas e arenosas ,
elcvando-se a upia altura considerável e* sondo muito
abundante em folhagem* — Gonviriii bem que esta cul-
tura se gonoralisasfic» até porque pp uca. d espeta requer ;
esírumando^-se .porém; o.ternenòs ser^ a producrão
maior e podeirá dar. quatro colhoitos no anno. lím
Franra eÂHcmanha c muito principalmente na Prússia
costuma-se fazer uma bebida das'raÍKCf doesta planta
muito simiJba&te ao cafév arrancande-as depois da ulr
Uma colheita, .seccand6^.s ao aol .e torrando-os/ Os
pobres a toJQiam so misturÁida com loitiei, mas quiBren-
do dar-Iho um veitéadeiro gosto. de café de Mocka; se
mistura com um^t portão «egual d 'este. È^bebk^a mui-
to medicinal, e sc.se gefieraJÍBasa& » feria d:fminmr a
impoi^acãa do caf6. «
Paéra de JSourr Pierrô* »"
(CmUinuar^e*àa)^
«OBO . J^H HABBZCAR O. AS8UOAB..
Jâ/fiublicmasno artigo 2639 a: resposta ih) Sr. Roure
Pietra sobre o^modode faárioar o aasooiír, mas porque
a matéria-, é ou t pú^e vir a. ser inieressaniissima
agrade^enios. e qã^ quecemoa desapproveitar., a que
dQpois ^os. foji ísni^adAi^pòr um phavmaeeotico difeíin-
(B^., e cujo cesuitta se «taewler ::*^ :
... .2072 PrMU^^íffa qjtie ( se 'empreendam- trabalhas ,
/convém reflectir » e>cal(nilar beái* as regras da eco»
£omia » e barmonisali4ft. com as da conTeniencia ,
Bom. o qpe, a^cfmseqiucttcks serão* sempre as que isc
spodem esperar dc planos mal calculados. '
$6 o €9ffr«$poBdeBt^. iive^ á nao' n AoJra ett<eyjèlo-j
pedia, aikb^cia no artígaiasáqcajr.qViaâlabftltaTa pa-
ra. orient(ilH}. Entretantp poderá tirar algum prov/?ilo
dàs seguintes ôbseVva^ôcs / feípplicando^s a varias
substancias indígenas; . • ,
JPírtrqcçíio de wsucar dt canm mif fndi^ã witntae»
c orcidentaef, — íi cortada^ a çaijna., quatro ou cinco,
imezes antes da florcsccncia , a sua altura é então de
jdoze a. dezoito pés; cór amarellada , c o sueco mui^
doce; contém de seis a quinze por eento deassucar;
(Icsfolham-se as cannas , esc extrae o sueco esmagan-
do-as entre cilindros-; (pne ^ poeitl cm movimento
;pola força de cavallos , ou (ío bois. Ao resíduo cha-
mam bagaço/ Oont^m 'bá^aAfi^rii^^ú.f/âfsucar christa-
'lisavol . assucar liquiào, lintà^ponca de gomma , for--
mento , albumina ou fócu!a verde , e alguns saes,
'Procaée-se immédfafRnienle Ita^eesidiênto d'eslo liqui-
do para evitar a ferm4^nUí*«o.
tistíi oponkç^ se pir.tfca cm caldeiras d« ferro ou
• cobre cstauhado; adicoion.-tndG-lhe uma pequena por-
ção ide )r ai oxtnii cia : a ailMimina se congúin e rcunc
á superfíce em forma de e^j^uma qncselhc4ira ; con-
tinuando o fervura até que o liquido marque 24* a 26*
ido Aroémetro. Dizem que basta lançar uma pòucâde
|oasca do theobroma guasuma n'cste liquido ferven-
do* para o clarificar instantaneamente. Em todo o
oftso fiHra-<se atravéz d.*um coador de lã ; deixa-se re^'
poosar por 6 ou 8 hor^s ; dccanta-se ent§o para st-^'
parar alj^umas matérias térreas ; contínua-«e a" evapd-'
rar até á consistência de um xarope mui espesso :-
n'estc período a sua temperatura é deílO.* Kôe-se o
xartpe em bacias ebámadas refrigeratorias, e d*estàs
se lança em caixas com dífferentcs furos, tat)adascom'
roiha^ de páu in volvidas ém palha de trigo ; passada»
|24:hor89, quando principia a chrístalisar agi ta-se par-
ira favorecer a solidífkfarão ; cinco o» seis horas de-^
pois destapam-^e cfs fui^s,>para escoar o xarO])e não
ebrisla libado; o qual se submetle a uma liova evapo-
ração ; d assucar solido obtido nas earxas , se expõe
ao arpar alguâs dias alé ^secoar , sendo' o^te o que
chamam assueai' brulo.
O processo 'que- fita dèscripto para a extracção do
assucar de canoa pódc ser appUcàdò a todas as gra-
míneas, i : . ■ ■
Aísucar de ffalarroía.—* Rnspati^se as -batarraba s ;
reduzcm-se a polpa, c submettcm-se á expressão forte.
Obtem-«b'tK)r'e»fe rt)eio 65 a 75 par ter\(6 (íe sueco,
o qoal maí^ca de 5'." a li;'^ doareómdtt-odíBeaumé.
Este sueco' contém , além das substancias úr canna ,
acido málico, acético, e dá" 3 » 'ilpor cento d 'as-
sucar. £nckem-sê as caldeiras deptiratorías , até um
terço , ou metade ; quando a temperatura tem chega-
do a 65.* ou 66.** diminuc-se o fogo, deitam-se no
liquido coisa de 48 grãos de ca), ditluida bm agua mor-
na , por cadtf' duas libras desiicco; aviva-se o fogo'
até que o licor chegue , quasi ao grau dc fervura ;
tira-se para fora, e se deixa cm i*epòusoatéquejirin-
cipie^a foi'raar na- superfície uma côdea, que se tii^a com'
a «spumadeíra , e se esctía o liquido por meio de uma
torneira 'coHocada a jftn palmo do fundo da caldeira:
Leva-se de novo rapidamente o liquido á ebuh>ão'
o se lho mistura acido sulphurico; dilluido em 20 par-
tes â'a|gua , na proporção de um decimo á» cal citi-
pregada : agita-se, e ate-será bom que antes amisturíi
apresente ligeira excesso de cal, do'qUc de acido. Ajimo-
tam-^o too licor tr^ t^csimd^ de carvSo anim'àl'bbA
AEPnSTA U^IVERSidíiSLIBBOFfEWSB.
2J
jMre (MHe^l^ » .ícantíniiMe ^ feiwani até que ò licor maN
.que; IK^ ou.i^O^^do areómetro, deixa^s^ assentar ató
a moflhã seguinte ; cda-se , e lança-s<( nf'unKr caldei-'
ia (le dois pés tic iai^ura c dezoito polegadas de
altura , f^uc t)€oupc só um terço da sua 4>apaóida'*
,de., e SC põe a ferver, Sc a fervura for forteabrandi-
fo.o fqgOi e meché-so o líquido. A coeedtlra festãtci^
jpiuada quandq lomando-se um ponr/) de xíirópe efih
tre p polegar c o ind ice c afasta ndo-os rapidamente* ^e
fúrma um. Ho seqco p.quobrerdi';o. Tira-se , então o fo*
go^j.e alguns, minutos dvpois passam*4e ossarói)espa^
ra os TicCrigeratopios , c doestes «para formas- eonieasí
Isio mefmo âc faz para- é assu^ar da 'db($bara > d^a
Taiz .d'flbrólea ^ dos nabos eto. t^tc/ > • í •'' - p
Ats^iear^ de Caàianfio», — Contam • estas ai$snca^ , íé*
-Qula, matéria gomosa c a-ibamina:' l>eixam-se emcon^
-tacto, »por:2i hora^ , três part^ii fragita , e úma
de castanhas puiverisadas ; agitasse a mistura de vez
em quando, d«canta-se,.j]tacta~se--Ibe u^na nova -quan-
tidade d*agua ap.pó reat<inttí / i» repete-sc a mestoa
«operação^ depois de ter decantado o liquido/' o rcsi-
}diio cquasi, unicomenlHv fóciíla i^as- três dUsbUirões
-coiàteero , aasutar • e «ucitagem ; aquc^em-se sepa-
rad,ameDtc aiéqao marquem ^«S^inoareótnctro de'Bca\i~
mé. Jllettem^e' ena estufa i^ dbp^í^deali^nsdibsèiiris-
taliaanuA l.*disaohirão,iC maíssaeharina » e-llfenos
imiiciiftginoga , que as outras duas ; e^christalrsi'! •mais
faciimmitc^ Mettennse ps ehriscaes (fue snoni^iis ou me-
nos pastosos,, em. pannos cerrados, e *.sc eomphmem.;
a maior parte darmucilagom su eseôa pólos boracos ,
enquanto t) assucar fica nos pannos; «^ assas beMo,
mui doce, )e conserva iim'ligeir0'sabotf de fasta lihas.
Lisboa âid'Agosto de' 18i3.
• « I í UenriqueJoié áè Sou$ã l^Ueê.
■ .:noirvjL]>os. - * •
"iOTò Os montados são hoje cm dia sem contradicrfio af~
^uiaa no /ram9 agrícola, e €ufU|iarat|v^iMXiente .uà oulr^if pro-
))rie(lades nirí^(:.'i, p de maior valor, ou lucr«>| <|iie iiajio reino
I>ela exceljencla dus CArn<>'> dis cevados , que pur li^ se criam
cm l5o adniii^avèl íibiindancia.' ' ,/
E sèttí ieíiibrtr^ Portugal n^esta paHê' rfpAias' tèra para si ,
>ou ^tftic-^ mr(i9,-ii{U> cheg-aado as saas sob^ cscaç^ui para sa-
■titC-ncr iú^ ^recitTiCH do «eu eommercio lexíerno \ aem aiodá
.talY«ft. sò coiB respeito ao Brasil. . - . . . >
. Estas, vciçifades, itlo rçpoiiheçi.(U.s , f^ram ipelop aossós antigop
legiklailures , que sabiamente ^inhibiram por lei lodo o corte
desnecessário de tuna só arvore, que.fusse,.d*ess!is JÍcasflures-
taá, '^e qué se^osmoatadós compõem. A lei protegia então o
-Seu áU^m^nto. • • •'• ' \
- f JB tddaTia assa laônná; lei proctectone foi «^oe|dtf em'iiòi^
SOS dias, a.atv^r^os riatcÂrP^ cocYUf d$t ftiwiaicèi:» ^ Xkuque
riram Xundar^as cidades c vUlas cm. que Ba^cea)òs., ; geiacm a
,tod'> o monieçtò sob os go/pes do ipachadu destruidor. . - .
É' porque ó' homem escravo sempre do seu interesse' maior',
bn afftes do seir interesse jiresente, ènãó' cuiiáB<h>'neiii do in-
teiíe fitttiro , ném- do de seus filhos c aetoti,* abba qtie d mais
i^datrusqoe tiim na .lenha e do earvãoJ'£'pref6M d'fest* fiir-
.»K ifm.4al«VQ^^)Sonii(}o, e nnQptQQtaoe^.á prospen»dad«' fvto-
..ra (^ raa^ terrac;- e o que ^ maiji ainda e mai^eiípajilA ( «;pro-<
pria subsistência dus Glhos, que por si|a morte |ião ^ão^dccj^-l
'cuntrar senão terrenos escalvado^, onde 'ílorecerain por tantosi
*sAcdlo3 tão rictí, e 'tltò'9obefbaã Aiâtas. Àssim*a l^i e.comoi
'«èoáe #)íigli%se.'^}f ^sslm deflnbaV^'íi^aftnlmift1íi iiâi'do8 ftbs^
fi4)s primeiros ramos agric^aave 'S 'niuiftGtMaaby^a^qadn^ín-f
I ir«i[il)fe'u «igiajr i 4oQM; a MpiaO^ soilIlQ^aoTeançQfdariíNlfkncial
^fU} íwm dQSgolpcf ^ jnff:l>ado.«4:bs»ticidm.^!;;i ,, .i^.-t*. í; - ,
jOç. mont^aop , ,que hã^ia , .(bc^. bç,. h^de j4ic/cr) i^iiqa j^\f^\
^nas C8 necessários' — víío-se detíia jiir^iUiaíainiquíliaudo.* —
*tHrcBÍ'há-ahí ,' 'que ^jnoapaz tle l^nrtntif-ííí^dtwsííatvftf Mi
os que ha, ou semear.,* a plantar ovitrbff aaiiogsr:doe qvp pe-
n*ccnr^'7d2''qfH>mÍ hanhi que n^o esmofèçá «Ifn^ando a TUta
peto tmdrmo i^spfiro do cem 'Mins, que tem diante 4e si/ que
taafos ^u^OiaiH são pre^ísori, qvo decorram,' para-^ne^secri»*,
e pngroS:$8 eftirmo uma floresta y ique po«a óham»r*fle- monta-
do?'- " ■
^ £ no «itanto ^im embargo <Ie toda esta (lcstruioã&, a ertv^et
de ait^m^^ntar^com- eila o"vtilf>r da produccão.dov 'que ficam,-*
tem-se visto- n^estec Últimos aan^ dimiouir ca. preço ia- tai pon^
to, fpieoii rèÍBdeir«K não 'acham '»*elles com 'qoe' possam paií
^ar a piHidtt «os'BMlii)ríu8. £'uão«earganientoeòiivo»aBii02piieté-*
rito- d^ 4ti«;M}iié se mai» «li inn preço teve a carne sã 11,* foi peki
fímade e^cncrc; da .preMlwvçfto^-^ pbi.^, aòme i Bal)id», nar
ooRormuiio abundante, oif m^to eácaço'>em f iSjctoii aHnrã-sep-
\'m ú^\ termo- de compièraçilo"* paVa^ d pi*ço mÃdio' dtellca. ^ t
^ ^mit scrlt poiê a m%ãó^*esl 6r]>Ucn«íaieno ^ ^Porque «huaaUinii-
lia indo os mòotndos todos ô.s aiino«'<, 'ècm t}tie''d>Uc^tauooa'ili-
veste -ha^ida^Mbundaacia , osíòni welsmo -dén^tnàe o^pséço^Ui^
género, e rcidmn cada vex menos? .- ! ■ '
ilQuereis saber qu?« I ella'£* ^-^éf oliir;i *>ievMlaatlniffla t -««««llLie
com nt tentaria pnra o *eM|iiri(0) e pahão dominante do-aesilioi,
e 'vcra.s o' problema resolvido; • •■ ■'■' • »<;ii
' A- usara, o monopólio , a wfffotofem ,• «sue dt^mnnio , iqmn
se'^ntroduE'por toda a parte ^ ande. aeba qoe roer, essa «i*
mente 4Ío morta, que aSo poapa;'neto^«omniek'cio//n9m agsd^
èoitiira-, nem artcK , esiè Bl«^astni qno noidovonroaoejapan»
ta somente « permittido ctMt^j^ ide chapéu rnimid ,' -olhus>««f
chi») , '« vóí humilde pAm receber o mrrote moMal , c lella , '
•í B^meiíte a^íM' fúria quem- «em: feito o farúcad» wm maisUa-
anr o pãi» daiahiars'aM ao iavrador agooisante.
' lai^rposto o a^rav^ittador' e o agiota entre, o lavrador; e o
'pd^o , <?ntre o «piè^ jM-odu» , co tfiie consmDe,^ »eftpe«nha' «
íoulÃia>síe, como a esoAvro, que sò para elle' tvaiMilha , -e
oomasrbo t^mpo en«rana i 'e rouba aquelle , e isto ,' aompran-
'd0'ao>primelro por 10, e vendando ao segundo por ^ !i!
< ' Ria |ron, iavi^dores, e proprietátíoa do montados, é pve*
cifso^m dia acordar d'esse lethargo, quo vos Uala» A fac^a é
ch0^a-^~4õnge'{' para bem longe de n<$s essa praga maldicta»
que vivendo á custa do nosso desleixo , e desgoverno ostenta
lun .anxo-ipnòtnosa ;" na^do ""dorâmensv gaobo , - qiio se |iou«
ieramgÉí tpdotf tqaía-jui^o ,^ deveria s<í > raís pertwçr, ,
Se reflectirmos poͣ , .que o mooopolist% e o agiota sdmen-
te se enriquecem do que Hies deixa canhar a nossa incúria e
indolência; se reflWctitmb«,. qoe'h'iíto vae a nossa ventura, e
p fiftoro. destino dos fn^^gfi» fiibf s ; . «fh^enaoa do«|aãot|B preo-
cupaçSeíi. riíliculf^, eji? uma palavra, 90 tiv^frmo&juizo.^uji dia,
e quizermus ad,ministrar b«m e por nossas mitos, e tirar de nos-
sos montad</s o meUióf proveito possível, havemó^', ipicrcndo
Dctts, de coflscgnil-oV • ' 1- " " •' ' -
X.anOEfinos paii leò^te do ^<5íb' o ^ atj^areisatlrtr è 0'^tota —
;fa^moe o .que - devemos coni .i^spei to» *aoB laosta* ^geoeros. y^ ip^a
é ^||oíl^|leoteio flueieíHí.Xaa-->ipt(>jé, gaaheotòffpque «U^g^-
nha', vendamos ao povo por nossa conta, aproveitemos essa (a^
m ensa^differença. de preço ,• que ellç em nQsso.lp|[ar recejje , e
cõliV a qual.hoâ põem o pé no peôcoço. "Façamoí-d asâ*!»^,
« seremos o 'qb& jiV fomos — ricoà « fortes } c' sat*udmdo*'irtík
jtfgó' ^riiobhosô , a' miséria ddsappàrebtró dènottas Aotílei,
•para nimca mais voltar aièifes; • .1 - '? >. > s^.
.; y^daaios pois |>9r noflsaafiuãof at^ticas pgo4u|9ff«8,de aps-
sos. montados — tenhamos sobre tuflo -r^ JLÍjii^f ^-r^ uotvu^ ^ pro-
priedades nos r'enderào.' ou Iro tanto. . ' , . ' !
ASSOCIAÇÃO UE Toobs OS LAvaAOORBS B páôVaistÁkioa újt
"MÒTitAÚilÉ-l '!'''■ • • ''•/'*'.''
• »ldéB' saâtíla * salvadora' iwtle ^tcMVindii; " - • • ' * ' • ' "' •
' lÉi pòíB ao vnioat xAeio de' unia nB^íaqfto deitadotios Umra-
•dqrat e proprW^rittfido m.dtitadof , qua aUef.piS<|qnteaeontfrgr
ErJunataboa df ^vaçijo r «í só por c^la.,.q,Mc ontra jr^L ,^|o
raiar a sua ea/ide de oífo. . • . ., .•.•.,•,
Eia pois, proprlçtâíi^s c 1áviíwí*Qfes de moa^dos,' ê teliji^
dé accrfriííÁr dó lelhar^ ; 'qite 'tos definha o assassina VJ-^asso-
éWvo9'tèddé,'é c^nti«f^i»vftrtorlà. -í- -' ^ -. i
Tnabalhoa iaipoTtminíaa acham an^èSadoan^ManaAtidi»; jroap-
fjyiUf ,. -o HnmlHDf: a^cabor a^ ^V^lt tferjapa^T4Hl>Í"4attiia;)refifA
.pft^pria^a^sa^,.e i^)l|i íicarf ytfiq»j!afa,,ae ^'^^ a\om(Miíp».QnL
fne alguns tr^bnlLHiP^com taçt.9 aimcu bp s^nlidy (Tcsle pría^i-
iô''ArvàÍof Vd.s is ébadjuvams/'^ l» . » . -r . i :. \
28.
RETfôTA' UNIVERSAL JLISBONEWSE.
É^pois o qw! Bé tem íeilo, o seffumtc.
Heconhecidai por tod<i8 a necessidade urgente dfkactudir des-
fie já R ealc ramo dn noisa a?ric«ltura, nO dia â3 de abril pró-
ximo panado em LiiboA, em caia do Sr. Àifrea de Sã Nofftet'
. rã le. reuniu considerável numero de proprietários , e lavra-
dores de montados , a que presidiu o Sr. Cottde de Redonda.
Aberta a sessXo , e inslalad» a AífeiMr^ Gerúi dm Compif
nV/fl dos Monlaiéf, foi apresentado pelo Sr.. Ayres de
Sá NgçMeira um projecto jior elle ellaliorado ^ pw*- ®
fira de M fundar unia conoipanhia protectora dòs monfSadoê.
C^oncluida a leitnra do ffojeoio , elegeu-se «na tçmmiatdó pa-
ca o rever e dar «obre elle o «n pareter. Esta c^mmisêâo é
composta dos Sr»* Cênde de Red9ãd0r Jff^jnnn Fitíppe de Sou-
re, JaewUfm da Row Abrardet^ Aifrei de Sá JVoffueiray e dos diff-
D08 pares Joâ» Jêsé /aj Prel0' GSrãíOet , Franeieeo Tmares
he Atmtidti Proença , í- <lo» Sr», deputado» João Bernardê de
SouBa^ IM»gô^ A»t0fu'0 Palmeira Pin^a , e José Aoell i/ta dm
Siivm M^tmj todo», gramlemente iiiteceiMado& tn 1»! aorte de
propriedades.
Reunidu a aênmUésáo , fo>. de^diclo , que sr «nfissem os la-
xradoreA.e pmprieljirw» r«»Mente» no Alémt^>>. AUi se di-
rigiu com eíTiilo em maio seguinte o Sr, Ayrea de Sá Nagueh
ra t dcpoia de «uvir, pessoa» prática» e intendidai na maté-
ria y se fbMnm tm «Hmseqvefloia at|nHi><^ alterai^ no proje-
cto , Q qual ae bem lAo Mse «Miia disentido pela eommiesáa ,
airom se apresenta para oa importantes fios de desperUr a atr
tm^ publica » e faael-a íraar sobre o seu valioso contbcudo.
Brcvemeole n camtniesdo apresentará o parecer i logo depois
será convocada por via da imprensa* a assembláai fcral , para
« qual hão de «er convidada» todos os propsietarios e lavrado-
res de Bwntados , sendo dfe esporar ftajiMi de conconer quan-
tos » esse tempo se aotiarcm eia Lisboa , viMo coraor se tracta
dos interosKS , c «nbsisteociA da ÍMaiAia de cada umd*circt^ i £
laaverá i«n, s^ cuja criaiiiosa indolência cbcgut- a tal ponto ,
que SC nío apresse, e por assim dizer, n5o vOe , send^. cornou
para fim sobne maneira impor tantissinio ^Deceski que nenhum.
— Assim Q accrediiamoA, » * »
(Cantinuur-te-hA).
ccniPAifHiA i»moTBOToaA 90 eo:
CIO S AGRXCirZiTUAA t^OB TXVBQft
BA SXTRXKABVRA»
(Continuada da pag^ 14./
2074? ProttKíttèrainds responder aw» nrgmnentos
dos adversos á companhia d^ vftiho» da Extremadu-
ra ;•— argumentos qure» pònCtia? ç ITehnente, deixámos
expostos. Vamo-«os d'esetopenhar dd.nos^a j^aUvr»*
GoraeçaBdo ^lo#^ peccadoe cwMttidM- na rap^siigão
diremos', q«e qwmto ao 1 .** nio^ ha e^acftidãa , poh
e que o Mínístr» di^se respondendd- i mterpelrçlo ,
foi: —
« Sr. presidente ,. 9 nobre deputada rcferíu-se »um
iacto acontecido no outro ramo do« corpa legíslaliito ,
a iMiui reftptfSita dadai «ILi pelo íllu»tne negociador do
tractado e a outra dada. por min „ Boèrc a inteHígeiíh
cia do artfgo 15.* Parcee-«ie que nio estarer ainda
deslembrado do que enCSo" disse; mas peço ae nobre
.deputado qtie observe que se me fez uma pergunta so-
bre uma hypothese dada — como é que se mCendia o
traetava justamente de dar ou não dar o exelusiro »
raas> ofm regra geral , n5o sei come se possa admttlir
que se venba aqui perguntar (já nãro fallo em tracta-
dos) como intende o governo esta ou aquella lei , co-
mo intende, por exemplo ^ a ler da propriedade dot
novos inventos ; como intende a lei de tantos d'al!rH
de 1836 , sobre o commercío da Asía , como intende
qualquer outra lei de utilidade geral para o commer»
cio, em que todos estão interessados : não me parece,
digo eu , que seja prática vir aqui perguntar ao go>-
veruo como se intende esta ou aquella lei r porque as
leis abi estão ; o commercío lô-as , e qnando tem aK
guma duvida recorre aos homens de Yei , para vèr o
que cilas importam ; sobre isto funda os seus calculou
e os legisladores os seus projectosi de ler. Ora , se is-
to é , segundo minha opinião , o que acontece a res-
peito de uma lei (fualqucr,. que queremos nós que suc-
ceda a respeito d* um tractado ^ quando a maior oa
menor circitraspecçãe do ministro pôde compromclter
a naçãa! (apoiados)- Não acho por tanto, possr-
vel dar aqui- uma resposta cathegoriea ,. em tbcse, ta»
geralmente apresentada como o nobre deputado acab»
.de faaer. Digo isto, não no interesse do ministro ; di*-
go-o no ioteiesse do paíz : até digo niais ,. correspon-
dendo á mesma urbanidade com que o digno deputai
do apresentou a sua pergunta ; — se se tracta de a^
gum projecto de lei , se elle vem a esta camará , ou
veio , ou está em alguma commissão ,. e o nobre de-
putado ou essa commissão quiser que eu ahi appare-
ca ,. quizer dar-me parte éa hypothese de que se trá-
cia, eu deeiaro ^«e ahi com toda a franquesa diroi
qual é a minhai opinião e » opinião dé governo sobr4R
esse ponto. Creio que o flhislre deputado so satisfará
copa csla resposU, porque não tenho com isto em vis-
ta senão arredar uma pratica que poderia , não digo
agora , mas em outra occasiao, ptejudicar acausapi»-
blica. »
N^sto nêro fbr senão affitmar que o artigo do tra-
ctado não prejudicava qualquer exchisrvo para o Dof-
ro, e negou-se à expender egual opinião sobre o que
se pedia, para 9 Extremadura , e por isso a commissão
intendeu ,. e a nosso vèr intendeu bem então , que a
nãoi ser para a companhia linieola' do Doire ,. e salv9s
as excepções do artigo 15 do tractado, os poderes db
estado estãe vnhibidos de poderem decretar excIusiv.o
! algum.
Hofe depois do artigo do jorn»! offícial do governo
a questão teem mudado de face, não está porém decir
dida„ 6- opinmtwãi só o tempo a decidir» e então se co-
nhecerá , quem tem melhor logien , e boa fé.
Quanto ao segundb peccado è arguição mais inge-
nhosa. É necessário por^m notar , e para fogo cessou
o> peccado^ que na exposição a comnussãa não. se pro-
pôs tcaetar da espécie , mas sim da thése ; intenden-
artigo 15.'', a respeito do cxelusiro dag aguas-arclen- do que semr «star decidida , ou pelo menos conhecida
le» , que se pertendia para o Doiro? Eu respondi n'cs- -a e|>iiriõo do* governo sobre poderem oê corpos legis-
sa oeeasISo — que o artigo 15.* era muito expresso em
elcceptiiar da regra geral csUbelecf4i| n'esse mesmo
artigo aqucjle ponto do exclijslyo: pprqvo pão só ti-
.' nha résalvadò 03 regulamentos d/) Doirg , |i existen-
tes, roas todos e quaesqaier outto» que «e pq^^sseim f^-
• ser, tbndenlos a melhorar o «ommereio o Jk iaxwa
d'^q«eH« dtstrielo. £9t« era o iopinião fr^ne do go-
verno , e éfa a opinião do negociador è iirihda o é.^
Eu não podia deixar de dar esta resposta , jp,or^ue se
latiTos apetar do artigo f 5 âò tractado conceder ex-
clusivos ,. escusado era demonstrar a conveniência,
utilidade enecrssiida.dç do pedido no projecto da com-
panhia protector» de commercío o lavois» dos vinhos
da província da Estremadura.
Agora' quo a opínii» do governo é conhedda pelo
seja /orgam ofliciat , governo a quem não queremos of-
j^nde^* nem llsongear pois o nosso fim é s6 e únicas
m^Pte ff a^|af <Io bem do rcino^ sem curarmos de que
Qi>yf^<^;^]^J>tI\£»fc»A[^j^^
iro da hypothese especial aa^,f;gppan]^í|.j(jlçf g\x^^js^,..;
VamoA ao primeiro argumento.
Nao éutU aos proprietários de vinhas da Extrema-
éitra, —
i.jiy'^ 4/*^.
Intenderam os adversários da companhia que nao
^Va util, e ainda mái^ jqueíjests^íi/tí/idade somente se
poderia dar, quando demonstrado que assim augmen-
tava o consumo do vinho r pois. que .sem isso não po-
dia mudar de preço. Tudo isto é inexlicto : o exclusi-
vo pódc^se^ ufiLaos^opric^c^J^s. de vi^b^ j^^pen-
dcntemente'^ ie que ccugp clle au^m^nte 6 consumo da
capital » por quanto muitas outras razões diífcrentes
da do augment»'^âò'coAsumO recommèndam o exclu-
sivo ; e ainda, independente do angmento do consumo
pelQ exclusivo o. vinho pode variar dp preço.
Ser e não Sjér ao mesmo tempo é impossível» os ad-
versarias /^cgam que o exclusivo augniente o consumo,
e portanto ^e . o sen raciocinio fosse exacto o resulta-
do devia ser que a companhia nã^ dava: melhor preço
do que o actual, isto è poróm facto, que se pão pódc
com verdade negar , pois que todos os miniipos esta-
belecidos pela companhia são superiores naó só aos
máximos â,à colheita de 18il , mas tambcm aos da
colheita de 184-2 como toremps oqcasião de mais am-
plamente denibnslrar : logo o raciocínio pccca nos
princípios', e por isso tampem na conclusão. ^.
Demos porém de barato, quç e^am exactos osprin-,
clpio^ , equc o exclusivo só podia ser.utí|> quando
por elle se augmcntassc' o consumo : aínfla assímásjua:
uUlida(í'c está ;demònsiradá , porque' nós vamos evi-
dentemente mostrar ' qiie o exclusivo aúgmenta, o
consumo- ' ' . ^
É sabido quedados os mesmos, usos c cpstuqicsV sçr
Paulo òiu Sancho quem venda o objecto não faz d,imi-
nuir o 'consumo d-cst^ , o que só *|icontece (juando
tóudada a qualidade, ou Q preço. ^ .
A companhia não altera ôsfreç^a regulares dxi Lis-
boa , que continuam os mesmos , como se vè do arii-
go li do projecto; a qualidade nao peíora , antes me-
lhora ,' logo o consíimò não díminue. 3fas.por isso
mesmo que a qualidade não pcióra , (intes melhora,
é que lios sustentamos que o consumo augmenta, epot*
dois modos. . v
Ovuiho,' que' se vende em Lisboa no geral de todos
08 'armazéns , e tavernas , especialmi^te o do preço
mais |)aixo , é totiò lernio usual — baptisado. — O ta-
beraeiro compra, um caçco de vinho y a fkua -v^onda
diária ^ Se 6 àlipudes , tira, .dp casco para um bàpiji,
4 a í I ou '5 aliiaudcs pelo muito, e deita o resto ^t
agua , e no dia imn^cdiatò ^ vende 6 almudes com o
tiVulo^ — vinho— ^ de fácTo imporem ',de vinho não vjbn-
deu senão 4 , 4 ^ , bú no máximo 5 : esta operação
r4pete-se ianlas ve?es quantos são os (Jias ào anno;,
tf is uma extraordinária ' diíTerénç^i no consumo: se
nós demonstrai:]pps q;ue a companhia hqo pôde., nao
devej nom lhe convóm fazer esta falsificação fiça
evidentemente /jMTova do , que o consumo augmçjpúlja.
considera vet mente ainda meshio quando conce^^dQ.
^e'effe f^isiÇcacao das iabernas só se realise no yh^
nho inferi òf. ." * *' , /;'
Qne ^companhia nSòpôde, hão deve,' riem Ihecon-
T^,.fã(iilé demónstraí-o-." ~ ,, ' w
Niôpódc", porque a companhia e^tipaa c,orporaç/ío
cojte cscríçtura^^P regular ; sujeita .a uma riscaíísação
!c,jq[U(B,jppi;La^o não: iM»de)iW^fi«|H^ ipra .i|uiS):>(iM^p
fima yen4a pos.?JíWJ^«^]^i»./su^ww yi.Wíl-íd?}» li fi9#p •
hljas suc^fí^^f;ia.5c,T^.,ftt^uAfj<!-9?»Mtt«!iafi»ft (<»:>
jTaíor^ por i^iuÚQf .flgOflíe^ if^y flí^HPft i #0«Mri|riftH^, , jip»^
quç impQ!i$i.y(^.,çrft ^.S4?gífpd«>^ji5tfff<eft^^^ , ,.;r, >
Pião (|eye^,.ftem,M:^qíjç^v^ ,., |H>r;q"«.n*o.%í(;<ip»|«-!>
plái é á. primeira Í9Lei;f;.&^d,9 ;#ip.'dar.>t4)dft)qf ^c^f
iempregados bons ax^mp)os;de.mpraUdfi(l9,, parf t<|i¥rr
estes, a não fraudem ,., a uç^orisaf^o^poui ,4 ffaiid^q^^,
iella cau^i^. ao publjco; ^.i^piapa^hiat, '.f^mo ^f^Ui í«Srí
labelccido.no. projecto ,..^:ahirigad« tf comprar tçjdo ^r
fvinho daproviocia da JJ^Uemadiiira :'f5te .é suporia»;
b muito superior ap, cQn^uoaiif actual riorei«0, coxn,
jportação:, .logo sobi^jarih^ ipuito género , le enljio. de»
nada lhe serviria augmentar i^sse sobigo , guando nã»»
é possível dár-lhe consumo, pu aplicação: pdo cpi^^:
trario a sua conveniência está bo augroenlod* venda,
do género ,v^daxlcjro., « tem adulteração, pois qWi
sendo pelo mesmp pi^eço , o de içelht^r qualidad^e» qii«mi
consumia cinco consumirá saís. Muitos outros .^rgur>
mentos sepoidcin apresci^ar, quej^r não serjnoií^^mnb*.
to prolixos ommiltimos. . :; . ;
Poder-sc^ha dizer que as mesmas razõeíS çolhiaunoic»
adverso: isto 'p,or,ém, .ts^mbem não é Çixaçtol : . • - :»
O tabcrncjra é de^ orÀipjMrio o próprio, doQpv.quoi
faz o aug;Çicnto .40, gepcro .CQ|n . o a.ccre^ci.me^j^dje»
'agua^ nãp tcip portanto a quem dar contas ; como eU
^ le não compra senão tanta vinho^quanto gasta , pou-
co IhO; ÍJi|porta , qu^ mvil^^aobjSJeJOar adeg^r^ti]t<r.
: mais sobejar , mais iMj-i^to.Q^ji^r ara aquelle de que
Pfeçisar : não:.póde,.&ofr«r descrédito que lapto or pre-
judique, pois, quando reconhecida a fraudey jn|uda dei
sitio, e coj»tjnúa n^^ella sem perigo emquantp, não /óe .
cpul^çcidq: a ^ua sugeiçãpá ljsca.lisação é n^nbtt9a^«^
e, quando algui;nahu;Uyess^,:cfacílin^a de iUudir ; s^
jam,ouvídp5 tQ^os os intende d ores do negocio devinh^
por mividp.em Lisboa , .de.lboa fé, celles adirão,'; 6^
tudo quanto deixo dicU>i, é oa>não Bxacto^
Não poderemos deixar de notar aqui para secoBbe*..
•cer a grande vantagem quQ o exclusiva^, dá aos la^^carri
:do.res qi|e d 'elle depepde a creação.da companhia , a
quat sem elle é impossível ; e que a companhia esUir.
;belcce minimos os seguintes preços ppr cada, pipa. de^
vinho de 1.* qualidade 18^000 rs. , 2.* 14^1^000 rs^%
3.* ll^SfOOO rs. , 4/ 8^000 rs. ; e no UQÂQP próprio
;pai:a queimar na proporção do alcobol que opatén^ caK
culando Qvalord'estè de 30 graus a jrazão d.e ÍQOOfs.*
por almjide , §, 16.'dO; art."! Jt do pr^jeotOi . . i
Respondido, ao, primeiro, firguipont^a passaremos 401
segundo, isto c não ser útil .ím)$, habitantes 4» mpitaL
'• .I^ós já .dc^ixámps denipn^tiijídp que era utij^.tt mu^
;tO: útil, aos lavradoras .<le vinho,, e quaudoí júna Quisai
é útil a uma classe » basta, que «lia não aej^ pi^íudi^
ciai. a pi^tra para sc.dpi{er conee^ier; ppr isso-baitíaTi
rj^, dempnstrar ^ qiU|e,iDJie |iiío.|é prejudiçia} ao» èabiri
iantes de, Li^^^» p^r-^ sei^cv^r cpnceder. Fel.i«n«»rt
tç.t^o.W 4 a porção dq9,i^ daCe»d'eflii,9 epcelQmo».
!qúê elle hão só não prejudica aos habitantes ifí iiãtn
'b}Hi«,,m^ antes Ibe^ ,^ 4Ui][:r.«i|[o»|iffeju4l€jí{ior qnin-
.t^; cpW já deifcf dicfp., ^Sipri9«P»>Pootíiiuaw:09,i»^s-v
[mòfiyé util porque^avinbq quie sevend^r-jPiÃoó adti^l*^
tcrado como até aqui , e assim beber*se-ha vinho «em,
logjar dc|; infusâip de f^uii,rP)Vinhp, t>f^q^^ ^mk^íà
KBriSTM' tJ^ vKttSkl/ iÊl«BÒ»*ííféKÍ
qWrtíââdcPi^f/^éhi^btttitrfti^tof, a rigorosa AscaKsáçio
• qwilò |ovéit)(»iè'éte€!(erteí': veja;^ iof hrtigo B2 dò pfojje-
cfb^ ií."^ d próprio 'Tkitè1*(;i99« da eoiA)[)át)htá pois (picsobe-
j4filio^JIR»igè«è¥6iiÍHa8( ((llaíido d^ de bôa qualidade,
o sobejo seria muito maio^' qnândá ò vehd(^^Se 'de má'
qtfálttftdé:' frA^pdfqUe y>í próprios 'TàTtadòres , que
T^dieiií djçi^tofero,' s^rSatti os primeiros a reclamar con-
M a cMtípatítíia* qillando eHa yettdcfsse género dé 2.^
qVaKdéd<$ pelo preço do^el.* poíá exigiriam que cl-
la^ pairasse o "^e 3.* qualidade pelo preço do dé 1,'
' ^tt) qàe cbitíO^ai o vendia: 4.° porque tendo a com-
panhia sempre '^<te daí aos 'lavradores preço eni pro-
portâò .d^'ítícro^ V suppondo o que 6 impossi*
vet 4aè hão <so tinba' a dcstresa para illudir a fis-
Gtilísafab', 'Aias que também fatia o milagre de con-
servar ó' tticsmo consumo apesar da má qualidade, os
lucri)!» seriam para os lavradores e nao para a compa-
i^ia. E como não se pôde suppór que uma corpora-
çfio se queira desacreditar , e- praticar actos illicitos
com grave perigo , c sem possibilidade de lucro , é
evidente que moralmente se não pôde nem deve es-
perar da companhia o fornecimento de má qualidade,
Qtf aaais propríam^ente a troca na venda » isto é o ven-
der o gcnere de inferior qualidade pelo preço do de
qiiftKdadé superior : accrcsccndo finalmente que todos
oi aiihnersos á companhia são outros tantos fiscaes.
tprôi-íeitftnos O bom c(tteW'^*ôr flfrk* houver ,"'ii*qtift;
anlo^twiwís tothádo itóitiuV [ " *, '''
t. 5.,
VARlEMDfcS.
XkMBaiAVÇJiS í
fContinuar^se-ha) .
mMJKXCtStÀXM BE
CAUSARA
IiXSBOA.
5076 t.*-^Consta-nos, que se tenciona mudar o
inatadòtroqtie está no€empo deSancta Anna para a Cruz
d^Taboad^. Já que a camará se resolve a ordenar es-
ta mada.tiça , ha tanto tempo requerida pelo aceio e
c^vènítnciá âa cfdade , lembramos que seria muito
mab vantajoso, que fosse para Xabregas , ou Poço do
Bispo: defendo o novo mata doiro ser construido abei-
ra do Tejo de modo , qne a carne podesse ser facil-
nenfè recebida nofi boles , qne a transportariam áté ás
pravas onde esf!ari8moscarros,que a distribuiriam pc-
3* cfdade ^ e attendendo a que Lisboa está á beira do
m é-muitomais conveniente e económico estar oma-
lidoíro em Xabregas ou Poço do Bispo do que na Cruz
é% Tãboado.
t i2/-^-^Mniíto conviria que a mesma camará munici-
pal , 6>»gufndo ò qne em Londres com tanta vantagem
s« pratica , obtivesse do governo , que se nomeasse
«ma juncta para propor o plano dos melhoramentos
4ii« so devam fazer na cidade, os quaes se podiam
ir reaKsando^ segundo o permittissem os rendimentos
d« nfunicípie, qu^ lucrttH» mnito mais com estas obras
f^aitaí em virtude de um plano assentado, e frncto da
eiperieQcia a saber de pessoas , em quem se dessem
ioda» as circunstancias requeridas pára* esta proveito-
íM Mtomisslo , ! do que ^uciíà com obras qné se fazem
MB f^ifuir ani plano deteritiinado , e sem o valioso
cmiMlho depcfs^oaa *que «lúito intêndedóras são n'esta
iBHériái . ■ ' •! ^ 1-- • ■
-'t.*»—Sail«n»a q*é)^ Londres se esfSb liwf<)ando
«siHiais porldèid détuii&máchina, qne leva vantagem
rtti bdm reaURâãò é ècoiiamia aoá meios até a^ui em-
poeirados» '•-'
í-hêfgmm i oailiara qtíe iracté de haver as informa-
ções convenientesvest^ respeito; pois bom 99ti qae
COMMEMORAÇÕES. .
MttAO&B ]»X «08SA ftBiraOl|A pA
VAZAaSTtt.
14 DB SETBXBAO «JS U82. .
A fama famosa d^aqueste milagre ,
Herança que herdámos de padrct e av^s,
Á gloria do Alcaide , de Porto de Môs ,
Por filhos e netos bem é se consagre.
Coitiihê. Qumd, HUt, de PortugaL
2076 Faz hoje 661 annos. Estava um dia de né-
voa cerrada, e antes do despontar da aurora já se ou-'
via » alli para as bandas da Pederneira , o relinchar
de muitos cavallos , ladridos de cães , som de bozi-
nas , e clarins — brava monteria era ella. Voa-
va, não corria, um veado de grandeza descommunal ;
scguia-o, cavnlleiro; que a toda a ródea o acossava;
nem já o avistam os da sua comitiva.; eis que, d^im-*
pro^ iso , os raios do sol , penetram atravèz da né^
voa, còrao espadas de fogo; ás trevas succede a
luz; e Oh! assombro! Sublime painel para os
arrebatados pincéis de West , ou d*um Kauffmán !
O vendo , ou demónio que fugia , abismou-se : e o
cavaileiro , ; vel-o lá está suspendido ás bordas de ro-
chedo altíssimo , que se pendura passante de duzen-
tas braças sobre o mar! — Um só nome que clfc sol-
tara \ mas com a it intima de vercladeiro chrtstâo ,
bastou a livral-o da morte. — O cavallo retrocedeu.
O nome era o da Virgem da Nazarcth. — O cavailei-
ro rra D. Fnas Roíipinho.
Releve-se-nos o fallarmos aqui , de homem , qué
todos conhecem , de caso por todos tão sabido ; e re-
leve-se-nos , porque , também somos , e nos prezamos
õit o ser — christão, e soldado!
J. da C. Cascaei,
Tvuarro síiTsxo.
(Carta).
207*7 Sr. Redactor. — Paréce-me , que nSo deve
ser indifPerente para o publico portuguez, coisa al-
guma d'áquellas, que mais podem honrar a memo-
ria , e recordar o Infortúnio do nosáo insigne t)oeta
niANciáco MANUEL DO NAsàiíENTo , cujos rcstos ínor-^
taes temos já a fortuna de possuir énlre nós ; e é por
isso só , què lhe parece conveniente a publicarão do
epitaphiò feito em 1820 pelo seu especial amigo T.
Verdier, quando o marquez de Marialva se lembrava
de eriglr-lhe uiila lápide — e da ode, que aquelle ex-
patriado dirigira aoS seus patrícios , implorando ásua
beneficência , por me parecer , que é rara , pois se
nâo encontra nas^suas obras conigídas. Se V. fardo
'mesmo voto , peço , que estes dois testimunhos.da |^a-
tldão de nm ateigo— ^e d<i abandono de um infeliz-^
:vâo ás columnas do seu muito appreciavel jomaK
Cintra 28 d^ Agosto de 1843. ' j .
X ãe CHitnra Àmaiid Uackado»
RÉí^^it^eiftVBft^t;» fiis«oíiií!iiá®ií
âí
■!. Fnaeiícui : &DBiádue| fio !N«acifaiaitD. • ^i
. , ■ . ', ., ^Çuítor idííeíeMMií,,. | ,,;'.,
Êt vciníacòlí sèrmonis díUgcns assertof. ;
" Natus estOlysipOne «3 de Dcc. 1734. ' '•
t . i Obiit ParisU» «6 Feb. 1819. ' • ' •
-•,{. • MvcliiD de Marialva BJSgis Fideliifimi ' ' A
^ ' ' 1^^ ClirUti^nMiçiiiiuoi RejSfsm l.Qg»tU9 ') > .
Defuncli fiinus duxit obscquiose :
Èt hjUBC lapidem. in honorcm ci?is sui l)9iMi m^rentis
Eri^cre curavit nnno' 1820.
OBE.
AOS POBTUGUEZES DE AfflMO CO?rDOà>0,
<i Crescei , mag^oas cruéis , e crescei , dores ;
-= ••> t»Quèbfoi o'vaçar61so, etHstello, '. '
» Que alonga a cruel Parca ^ em seua' labores.
Tinha , com que viver independeote ,
Grangeio de meu Fáe, com lida honrada; (1)
Tinha, «imigps , ganhados com virtudes ,
£ dons do estado , e Musas.
Roubou-mc a Inquisição 0$ bens, d'»m lance;
IVoubou-me a Pátria , e poz-roo n',um desterro:
Dos amigos roubou-mc alguns a Morte ,
Roubou-me outros o olvidp.
Com mifos de ferro a rígida Pobreza
Me apertou as entranhas ; poz em fuga -
Os opulentos mimos da Fortuna ,
Que ás ricas portas batem.
Yivi pobre , vivi desconhecido ; ^
Trabalhei , jentrc angustias da Miséria : ;
Mesquinho lucro vi do meu trabalho ,
Que mal cobre a despeza.
Louvaram-me, e subiram alto os gabos ;
Ifas gabos fumo são , que não sustenta :
£ a comida c o vestido não se pagam
Com pomposos louvores.
Leitores , que o louvacs , dae^lhe {[pecorro ;
Amigos (se ainda o sois») çom amisade ,
Um velho consolae , que emquanto teve »
Consolou quantos pôde.
Houve uma plana briosa, enternecida, (2)
Que a vida me escorou , por alguns annos (3)
Mas hoJ€, (4) oh Céus ! com quanta magoa choro
Do digno amigo a perda,
yós, Portuguezes^ que inda tendes ho^ra ;
Que no peito gentis pulsar os toques
Ba compaixão ^ (Divino movim«uto
Das almas. escolhidas),
Olhae o desamparo., acodi brandos
A Filinto, que aponta aos quinze lustros ,
D' uma vida enredada, de amarguras ; ^
Salvae-K> da Pobreza. .
Vão se Siga de vós , que ao bom Filinto ,
Que tanto amou a Pátria , e os Pòrtuguezes
Como a Camões deixastes , inseusiv.eis ^
Mprrer ^s mãos da. Fome»
, Foi in^pressa esta Ode eijii um papel solto , e exis-
te um exemplar em ppder do lUm.^ Sr. &• J» tilaer;
(1)
(3)
Que serrin 60 annos a P&tria na Blarinha Real.
Aatonfp de Ataiijo.
Desde 1890 a(^ agora»
Em 1808.
ít presenié'¥í[^k' liorítíí* é tlrârAá éxácíâmèMi^âé ou-
tra manuscripU , que possue ofjlm.*'^.' JMP.^M.*.'
: ^078 , Qúmdó faz inuito ftib'; toullW ffio.'. ;.'e o
vento siiílllá por çntfé ás fendas d%i janeth .' ou' potf á *
pofeia dckonjunctiàda c isi esquiva lua se nío apraz de '
fleáçobrír 'o rpslo luminóífo , c' as bultçoças' c^fféílaíí '
mhl 'ousam de se amostf ar , e a 9gua'câe a' cântaro^'
|;)or essas «nnas ruas da nossa mui pkjpulosá cápí- ^
lar; ri*èskas horás>-sc um bom par dft cavacos ; bri-
lham «et etós , ná lai^eiifa o Seu calor' «vi venta ', e aní- *
fcna o corpo, mQlesJ{> e regei Ir^^o ; o vetcraho se ^óii-
polá Intendo è trclcndóos còibmehtaVios deCezár^ óti
fem meditar .no bello livro de Plutarcho , o mancebo»
vivaz lah/na' mão d'dm' drama^ de 'Víctor-Hugo c o,
devora sem respirai' , o classibo isè arremessa aílbu- '
to a íiín sermão do padre Vieira, ou traga com avidez
pm capitulo de Fernão Mendes — o mestre çapatcirot
soletra em voz dita aos aprendizes apinhados .em tor-
no da meza coxa e encebàda o encontro de Roldão
e Ferrabraz , ou a passagem da ponte de Mantible —
a telha com umà sdia de baeta verde , touca de pan-
nmfao , roupinhas d'estamenha anil , com a caixa de
esturro ao pé e os óculos na ponta do nariz , conta
ãs netas e netinhas historias mui bel las e viçosas de
cavalleiros andantes, bntxas, fadas cíobishomeiis. em
quanto o avô encdvíllado ila cama com 'seu barrete
d^ál^odão, camisa de malha' e depois tf è haVcr Coma- '
do a usual tisana, scisma no casamento das netas,
nos dotes que lhes ha-de dar, até que adormece, pa*
ra accordar no outro dia áo' romper da alvá. ^
Mas com fadas è que nós nos queremos» as bruxas ;
são maléficas , e impertinentes.
Ôfà não ha fada que por via de regra rião seja bel-
U conio ás que o são, senhora [do seu jardim de se-
pto fontes, e de septen)ilOorcs. — Escrevo tjoinpchna
d'açó í?ií5opoíio,queridissimosr leitores, chcgar-vos aa
coração com o mavioso de^mà descripeão de l)eliei(k
ideal. • *
Em summa as fadas são as senhoras , e as bruxas '
Umas suas servas.— Vamos nos ao nosso conto » que
estou pulando por vol-o contar. —
Quando tal se passou tinha eu um cotado dt; aitu*-
ra c nos annos o triplo dos palmos que 'elle contém : -
já vedes quç tinha os meus nove. Era em 1834. Oxrvi
este verídico conto a uma veíhá, que o contava a duas
netas , e que por signal já tinhá/n deixado cair um '
bom par de malhas das meias em que trabalhavaúi „ *
e qué áé. embevecidas no que ouviam não acerfatam *
em dar um matte. 5 ' '
Erà no AÍemtejo paíz natal das terdas portuguezas. '
e onde tantas ha como de magicas houve na antiga Thds-
.sáli^, a qual mais bel!a e discreta** isto é yeirdad«, Se
não fosse não vol-o dizia â '
A telha tossiu , tomou sua t^itada, espevitou a can-
deia prestes a morrer, e sacudiu o topete por eauisa"
das más idéas. — Ouçâmoj^.
Começava quahdo o velho dé barrete de algo*
dão accordou com. o seu impertinente catharro. lís-^
sili.,'tòrfiott a tossir; julguei que d^a^uclla arrfeBpn-
tava ! uin bem ápplíc^do xarope de çmeíxas é peros
'o soccgou, e tirand(^^se para o' outro lado, depuisde
haver rezado tim padre nosso*; dormiu ò somno ák'
,'deorepidcx , que bempbdeM ^r ito irócegado tònw"
a^
Km^ji^Mismvm^m^ ^^mifí^m^i n
o^^a irtfau^j^y,r7r AavW'»^^ coi^^ou fjif^Q primeir
ílavia aili para as bandas da Serba d Ossa uma ve-
lha , muilQ^^oJb^^íL (iv«>«^: di?aft ?« «ájjjuguas ,
qpc.^recòbèra (Ío <?sp,iritp. wali^rfp pateçte. 4a ^^P*f, É
c^si}, yerd^í^iro^ — A bòada.muina Vjçjj^a tiiiljajdtiasne-
Us—FÍuni^da çAdosinjiar^ ambas gcmeas-,. Um dia
fíy;aia-W*ell(is a passoacaw) scujardim^Tr era. C2^a(bril ^
abcU bem^sabffis vós que é p..^içí,.das flores, t^ntfls
cor.cs , lanl.os ricos qhçirus eujcvaiii a j)haplà^ia.
(júeria a fadaTUf^ravilh^r^jilS nptas cop uç^^encan^j
taincjilo s.ubilo por onde. íic^asse . conliiecea^o o gciiio
<\ç cada uioíi. . , .. , .,.,:.. . , ,,
.Sc bem o pensou, jnnl^iò fez-. Ouvi, ouvi, aqpii c
que vae o clíísie}.'., ..^.j" ,. •.. • .^^ ,,
^As agullias pí^r^ram ; c a porta da Alcova rangeu^ ,
Ruim agonio. — Como yios di^zia , queria aDillatoaiar
A.,subUas ás nelas com úm encantamento , as>im foi;
ellas a passarem pela cascata , que estava. na r.ua do
incio do seu jardim, eaen,tj:arcmn*um caramanchão de
iM^-as quando viram u^ jasmim, alvo e piir^ que bri-
dava com uma roza, J^^da pudor, toda carmim, Não
ira vento., qu£ batia as duas flores uma cp^^aot^tra.
qnc nem hiikvia Vento n'aquellc dia , nem quç o boju-
%cssc poderia cUc entrar no caramanchão; era uma
briga^ n\uilo brig^* d^-* ^^ rij^s ençontrps que as fo-
lhas das duas doidin|ias se amarrotavam, muitas d'e]-
Ja^ caíapi e do.'logar, d'íWtíe. caiara , Hcava logo psr
correpdp o summo cheiroso , c^^i^e ,é, () s^gue das flo^
^Recuaram as m/sninas espavoridos con)ó querendo
duvidar d' jiquillo èiue era mais que rcali'iád<?. £1I^§
a roi^uarcm, c ellas a darem com os olhos n'ummij^a-
fre . que devorava uma pomba alva. como a neve-.;
Florinda -e Adosjnct^ apertaram ao peito os benti-
nhos. Tinha lh'os dado um Sancto ermiíâo d% Serra.
d'Arrabiid^.( . .
— Minhas netas emquanlo ha fé vae .tudo bem,,
não ha má$ tentações,^ c fo^em os pensamentos ruins»
Deitaram de pensar nos seus bentinhos, ficaram per-
didas. *^- Já a fada lhes nãq -podia valer, estava es-
cripto no livro dos .destinos que ambas seriam infe^
lizes. .
— A hi&toçia faz, arripiar, avósinha : mas cpnlc,
«OQto ; queremos saber o resto,
' — Pois o resto c o melhor.
^A coza a luçtar.com o jasmins— o milhafre devo-
rando a pomba — eram advertências c^e sobejo. De na-
da serviram. — Vae sqnão quando, entram a pensar
e\fi ca^samenlos. -7- De casamen,t08 ,passam> a di,^úrs.ar
«m fadas. — »Quem nos dera que houvesse. Aima fadfi .
que cumprisse todos osr.. nossos. i^esejos. Sempre ha-
víamoo de ser muito felizes. «
Palavras .não eram dietas^ ie uma fada ^ erguer-*se
como vaporzinho de cima da terra.
.^Que desejaeç das tidas ? — aqui tendes v^n^ promp-
ta a obeiecer aos yos^s minimos. desejos.
£ assim era.
^^r^Qno sustq, minha avó., que nãa teriam as. po-
tro^,raparigas.
— rr|Ás^im supppnho; ips\s d^ellas éque era a .cnljp^p.
-*-£ não me sabeis, dizer quem er;i a fada? . .
. — A.frfia ,' miç^bas n^etas , era a avó das raparigas
qpe se Unh^i trai^sformado .» e cmvez de. touca jica-^ J
xia um toucado wquis^jqi^ , ^ «ftví' ^^ s»^f c fpu- 1|
, pinhas um manto claro fl^.^x^^ E^ra uma suspensão
Ícl-a. A pergunta da fada^fioanam a principio attoni-
as ; mas torUmido eifi <tí ; dissoifini '«(«MÍ-fao mesmo
empo, «que nos c»«é*f ;''ijne?IWícafeêis, senhora fa-
la , e cffet sèJá' 'pàt^á \àgò; ê ò C[uè^ sé Ws pèèfftios. «
Hssím foi. A boa^aTfida sacou" 4a. sua^ variou de
condão. E naaljhàyií^' batido comeUâ trç». vezes na
|erra quando dqisi guapos moços, appareceram. Eram
dois Adonia:para endoidecerem a 'otllra.% naUhos cubi-
çosas de se eafSftr qnantó mdrs ás nossas' dÀas louqui-
hhas. ». . .: ._ *
— íiS ^líe Hzêram V que fizeram minlia avá?*
l — A fada mandou que colhesse cada uma um
noivo. ..,,..
— iE.dçpois? ... • !^
— Cada qual fez a sua escolha -— negregada esco-
lha que '«lias flzeram.
— r^im! Coitadinhas ! que má fada ! e nós que já^
começávamos a querer-lhc tanto. "
. Depois d*esttf curtíssima interrupção a velha csfré-'
gou a testa como para sre recordar, e continuou d'éà-''
ta maneira. . .;
— Um domingo depors , era domingo de Paschóa ,
ò cura da freguezía , caminhava para a egreja tbdò
loução e escovado , montado no seu macho preto to-
do luzido de-fltas e flores. N*aq«el!e dia havia de ce-
lebrar dois cazamentos. Os sinos repicavam a' bóáfire-^
picar — Adozinda e Florinda* cazaram-se , por signa!
^ue houve umas bodas muito grandes , a que assisti-
j*am muitas fadas , que ninguém viu, mas todas mui-
to feias , segundo se contou ao depois n'^que1las ter-'^
É-as. Uma das noivas liávia esposado honftnlo e esbel-»^'
lo mancebo. — Esbelta e honrada era ella , mas os
tiumcs , os ciúmes. . .
: — ^6 Quem são os ciúmes, avósinha?
: — Os ciúmes; ós ciúmes minhas netas sao, è^o
Uns bruxos ; mas isso não ^cm para a historia;'
A velha não disse mais. —Estava realisada a pro-
phecia da lucta das flores. ■ * '
— E a outra , dizeí-nos ò' qne foi feito da outra.
, — A outra cazoo com um senhor soberbão , como c
próprio Safanaz — aoflmd*um anuo já hão era a mes-
ma— bonita sim, mas defecada, triste c desconfiada.
0 milhafre tinha* rtiartyrisado á pomba.
— íE que flzeram á fada? O rei d*cssa éerra nio «
mandou queimar t
• — Não, niifaha neta, não. Dizem que á fada se tor-
nara tão péssima quo o demónio n^uma tioite DÀuito*
escura veio mandado por Nosso Senhor tif ar-lhe todos
os seus poderes , c rasgar-lhe na cara* a patente que
Ilie dera, escripta com carvão ;-^e quéem diií deS.-
vartholomeu á fada fez vfs^cf^e, é foi-se para as nrèài
gordas. — O caso é que d'então'|Járã' cá desapparecc-
jram as fadas no Alémtejo.
j — Amen! disseram á uma dá raparigas persignan-
tio-se.
— Deus vos oiça minhas nelas.
O serão estaVa por tlm triz a acabar por falta de
azçile na candêji.
1 Passàdosannos-o mestnòque sticcedér^ a' Adozinda
e Florinda— ^* veio a acontecer úi incançavci^ ottvin*'
tefl-d*esta mui rerdadetra eacreditada historia.
i .. ; tú. .•
Imís Augusto Palmeirim
REVISTA UNIVERSALr LlSBOTííÀÍÍSE.
33
SOTICIAS.
ESTRANGEIRAS.
«079 Olionnintê |M»tttico d'HÍ8panbA cosHnt^ft cadii vez mais
A tolcliir*se-^a8 nuvcDt correm apressadas na direcção do nor-
te d'ella, e impellida* pelo vento das paixões mks engrossam,
o SC amontoam sobre o céu da Catalunha , em cujas alturas é
fama , que o pendJlo da guerra civil , a estrclla do Veltio Per-
tmdcnte liniu um momento , e se èclipson. Contínua abrasada
a alhmosptiera politica de Barcellona , e iob o seu solo rolca-
oiço o« trovdes subterrâneos se aacudam. Djbim balvb a Hik-
FANHA, B A RAIMHA !
A sombra da Irlanda evocada & voi m^^ica , e poderosa do
et-u Ijom ou máu génio , 0*C«neU , continua a pungir a Ingla-
terra, a cuja ilharga Aoeref/e^A^fZ/xartintf^'- No Principado as de-
nominadas filhas de Rebeca (gente serviçal , e mesteiraes dis-.
• fttrçado»em mulheres) progridem nas devastações d« costume.
PORTUGAL.
1S080 No céu puro da nossa terra, puro , e limpo de nuvens,
OH quando muito im perceptivelmente anmi veado um pontinho es-
coro aasamou , que se bem com a vista desarmada não seja fa-<
cil enxergal-o , com a lente das paixõe* e dos interesses avulta
negro e encorpado.
ACTOS OFFICIAES.
«081 Diário do Governo de 31 de agosto. — Portaria do Thc-
flouro contendo instrucções para o cumprimento do decreto de SS
de agosto..
Jíiem de t dhteptemkro. — Portaria da Justiça sobre a intci-
ra desoccupaçio 4q ediâcio da Bo»-Hora , e arranjo completo
■*elle dos tribunaes , e cartórios.
Idem de »*>» — Portaria do Reino approvando o systema de
inteireza e severidade , seguido na imiversidade para com o^
alumnos dií<trahidos , ou pouco estudiosos , e contendo a relan
fio do9 que perderam o anno, ficaram reprovados ou approra-
dos êimplieiUr.-^OnirR sobre abusos do privilegio de estan-
qpieiro. — Outra da Fazenda sobre gosarera do beneficio da res-
titniçSo de metade dos direitos de consumo , que tiverem pago,
as iaiendas exportadas de Lisboa ou Porto para a Madrira.
làem de 6. — Portaria do Reino providenciando ú c« aserva-
cSo do convento de Chrislo de Thomar. — Outra expressando
€8 casos era que fd é licito aos governadores civis dissolver as
mczas das irmandades. — Outra mandando annultar a nomea-
do do medico de partido de Alvaiáiere por ser feita en ba-
. cliarel não formado em medicina.
A 8XVHORA BAS BORZ8»
2082 O character honrado e religioso do nosso
collaborador c amigo o Sr. Silva Tullio é já tão notó-
rio, que nem suspeitas pôde haver de que jamais se
desaire com mentiras ^ muito menos com calumnlas ;
mas a boa fé deixa-se também is vezes engapar por
velhacos sem sabores , e foi isso o que ao nosso ami^o
aconteceu, escrevendo o artigo 2018 d* este Jornal.
A rogos e por credito seu, para desi^íTronta dosof-
fendidos e castigo dos estúpidos falsarios^ cujas foram
as bestiaes informações , que o extraviaram» apressa-
moHios de repor os factos no seu verdadeiro pé.
A 8BNB0BA DO CABO , trasladada este anno de Bem-
fic^ para Rana, nâo foi depositada na ermida da £xm.'
Cottdeça da Ribeira , mas sim na Capella das Dwes
em Belém ^ qnde desde 1808 tem tido sempre em
. tae& occasjõcs salemne , honrosa e inteiramente gra-
tuita aposentadoria. A Iiinandade das Dores bem ao
revez de lhe, fazer pagar 800 réis diários de esta iagem
alegremente dispende com ella nas procissões de en-
trada e saída ^ ena illuminação de sua estada; elhe
«ntrega toda« as esmolas de seus devotos*
Por Qíccasilo de averiguarmos afundo tuda isto sou.
bcmos que esta Irmandade das Pores , christã pra-
tica , é tima- ()as iiistiLuiçôcs , que honram a huma-
nidade : modesta , e folgando de ser eharidosa sem
alardo, accóde com o curativo aos pobres dàsfrcguc-
zias de Bclom e Ajuda em suas^ cazas , conduz á sua
custa os enfermos para o hospital , e os mortos para
cemitério , e vae buscar os naufragados vivos ou de-
functos a qualquer praya perlo ou longe , onde lhe
consta que o mar os arrojou.
Quasi que estimamos que a nossa folha caísse n*um
èfro , que assim nos proporcionou aso para tributar
um louvor tanto mais devido, quanto menos ambicio-
nado por aqucUcs a quem vae típcar.
— ^_ * *
BXBLZOTHZOA BO ÇBBZSTÃO.
Cdlecçao das melhorfs obras reli^vsas , tanto antigas
como modernas , gue se tem publicado em Latim
Italiano^ Allevião e Francex, traduzidas por
uma Sotiedadc Propagadora do Evangelho. n
2083 Esta Collecção comprebende^á as — Obras
Espirituaes de Fenelon — r Obras Selectas de Santo Agos-
tinho— Idem de S. João Chrysostom.o-r- Historia d,e
S. Bernardo e do seu século, por Neandcr — Obras
Espirituaes de Bossuet — Idemde S. Francisco de Salles
— Sermões de Bossuí^t — Idem de Massilion — Idem
de Bourdaloue — Hi^oria da Igreja — Vida de Nosso
Senhor Jemjs Çubuto — Exposição do Dogma Catho-
lico » por Mr. Gcnoude — Génio do Christianismp ,
por Mr. Ghateaubriand — Discurso acerca das relações,
que existem entre a Sciencia c a I^jçlígião revelada,
por íí. lA'íseman.
 Leitura é uma necessidade ger^l , que deve ser
satisfeita com acerto e meditação: quando os que tecm o
gravíssimo encargo deofTerecer as''t)bras ao povo, não
tomam em ©onla estas popdera^ôes-r-a Leitura, que
sendo escolhida , é um bem» torna-se eqaum mal.-^)
inteiro conhecimento doestas verdades nos levou a ten-
tarmos publicar , logo que haja numero suíUciente dia
assignatura, sob o titulo de — BibHothêca de Christão
— uma selecção das Obras Religiosas dos authores
mais sabedores e virtuosos ; persuadidos de que a subli-
midade e pureza da Doctrina , e o respeito e admiração
que o mundo tributa aos génios inspirados , que a e%r
pozeram , será de per si remédio sufliciente contra a
perigosíssima inntmdação de indecencia^ e crimes, que
diariamente se estão traduzindo e publicando» — Como
o preço módico por que essas traducções se vendem ,
seja a causa de tanto se vulgarisarcm , não hesitámos ,
para levar a efleito o nosso pensamento, anteosacrifi-
cio, de adoptar um preço muito diminuto i-^Mi-
hliotheca do Christão — que anuualroente custará aos
Srs. Assignantes que receberem todos os volumes
broxados , 2J[400 reis; e os que os não receberem
broxados , que são os de Lisboa , 1|;^920 reis; vindb
uns e outros a receber por tão módica quantia 6 volumes
cm 8.% contendo 420 paginas cada um; desembolsais
do a importância da assignatura ao passo que se faz^i
distribuição da Obra , isto é , os Srs, Assignantes daa
Províncias pagam 400 réis de 2 em 2 meies , que tanto
tempo leva a publicação de cada volume , que findo
esse prazo recebem broxados; é os Srs. Assignantes
de Lisboa recebem todas as Semanas 3 folhas ^t
I impressão ou 48 paginas , pelas qitaes pagarão 40
[ réis no acto d9 çxilrega « doi^çndo recqbei: w fim do
B4
ilfíViSTít lt«\eir»a:i. laafBôWEivsE.
ríf/!.i vnTBfmt» iitria capa de palpei de 'i?ôr. €ada 'vdliiracj
Tcib(ler-se-ha avulso pm* 48(V réis.
Juigàmos de lOò a!to ínto>r<^í5se c de inrt^ IníporUn-'
éh a publicarão áà -^BiMiotliccà do Chri^ão -^--l
r^\í(J. esperámos' o iiiflispensílTel auxilio dos iio$gí>s
ToiTipatriotas ; fará podermos apresentar esta luz co-
lesle — ante ò «inciao, Ijuc Sente as horas roubarem-
lho aòxislencia — a virgem, qne da aí In- só Conhece
a-.icirora' — o mafíCebo , ^qncno fíitíTfo só v^ a fcHci-'
dade — c as mãos de faTtíiiias, que tem em s^u poder
ã pèrdícSd bu fíalvaftio da hucaanld^e.
('Commuíiioado.) ,
' £39ircAÇAo.
2084 Eoi-nos remcUjdOiimj)ro5ramm3para afun-
darão d*%^ coilcgií dtmominadô'' do S3.^ Círração do
Jeèits , qurnoj 'dizem hátcr-se %ffcclltamente estabe-
lecido ha niJi de Sanrta lllarlha d.^^ 23 , debaixo da
direérío do íírV D.Jèrgb tiígenio Lòcio.
Nau' nos achílrans^ainda hoje' em estado de podor
dàròfíosffO parecer sobre a importJnòm 'd* este novo
d(!claraçXo d*e.4eii facto&. Í?PQra40^P9r mim ao tempo em qufr
deiicreví al<rumaâ das ij^nil]j|d>s du.Phot<i;çrapho.
Lisboa 26 de agosto <ie 1843. De V.
■Júaptii» Antenio Marques,
"AciÉAi»A'i>K marHiBiaoitox&o.*
2087 Affirmbm-nos q«e no Alí^acve em um canlpo
jiVKt.o a Silves, revolvendo terra \hú lavrador,' encontrou
si pouca prorundidade um va^o de barro com medalhai
auUgas , que se jul^a serem moiras. Pessoa, que viu
uiba eiA' mão de^ um seu ami^o aqui . em Lisboa^ nos di j^
s<!qftc a tnoteríd d'eUa era prata ;â fórma um parallf^
logrammp de menos de polegada tli* conípf ido , n cif-
nho de uni e d('()Utrb lado , cercadura de f{)!h3g(^m e
leltras arabc3 neccntro. -^Tudo èxccUcntemenle con-
servado. .
Do nMMS qnd D'«ist& :a8»umpio liquidaniios daremos
conta.
CAX.021&S JSXCCSSZTO^*,
2088 Tiniia deoorrido geralmente fre.sao o actfH)»-
'éstíiÍ5eIefefnit?nfô'de edncaçío. É'as5Umí)tií çrarte; pc- dente mez de- agosto, á.excepoào-da sua 2/ quadr.*),
^icr •iíifórhilfçõe'^ que nos' ftillctem. J.í h-cstc jorunl q"e permaneceu desde 6 até 9 , attirigindo o Ihermo-
'fóllaiidò há' fíèiíidhac ; com q de entre nv^s se permít-r 1 metro, nas hora.s calmosas, 98" F. (29 v meio R
'tem estas 'fnndaVfccs sem o menor èonhíociínenlo da sna
dlríTcçao , j)i*lcceptores e "fórma de tfducafííô mofai e
'littiirarih , se cnnhnciou'que reslricrões se haviaVn de
ytW il*isto á libçidadc: bem do coração' desej arei tfne
•o novòr collcglo do' 55». JOoraçuo út Jcms ^ não seja do
numero 'd* esses , que^dao aso ase deplorar góverna-
■tito desleixo,' no' ponto iriíportantissimo da educação
da mocidade. Siha LcaL ■ ■
, 3|S3ABÇ?AA0 |>« UM OA1>AirSB.ZINSO.
2»83 ' AM do meí çaswdo ás portas' da fre^iiezia
"de Sanèlrt JHístà no extinetò convento- dos domhiicanos
d^cslacídaáe/^amianhecéú dentro d*um saco preto xxm
rApazintío hiortoqueíriculcâva setfs oito annos. A fanra
pnblica fèí loj^ tí^elie^ nm recémnascidohssassihadp.
Ínt^etaTito'Segfttndo as mostras taiilo era assassinado,
côriío 'rècéhi-^nascfdo. / i
'Pr«3ume-sé 'quepòr ser pobre á' gente a quem per-;
'tehcferlà;' c faltài*cmflhtr òs-mèfos ,- para occorrcr ás
'deájíeíás, nab mode^adas*dp'énterra(rfie^ito, o iriam de-
nohe a farto, e Dcus^abe cóhi qtiàntas lagrimas, de-v
pdr ^obrco limiar da Providencia,
;rOB:SfA£ DAS B££ÍAS AR^fiS. .
;' BECTIFÍCA^íAO. \' \ ^
' "'íOIÍB ÍSr: he/ráctór. — Teifdo cscripto nô arlist) 1987 .(]a^
MslaTJnWcVsál^íob a ppi^àpíréí,' *õ l^tógrirpho , qiie à'Sòcie-!
diide do JòfUaldas KíltaM-^ftètf cM^^eçÂra na è^f^í de qua^^'
r icrm ^ •' qae rvae . ip ;iblicar,"fi(}{ie 1 le i Dstrmnònto ; ioubtf ' por. iafor-
,jl^aijíVo,-qr^,teví ab^nda^.dç.ínedar um doã.membrof.d^oUe ;
/Ijiiê f«ra ipfriicluo^ aopef»<;rip, tendo obstada ap. pcu .boia«.>i-
'lo v|iria8 círcumstVi(ici.a« , entre as quaes. so brequem a» «ejiiji-
'tes-óAchareiti-^ òiqúAdtóenVernwaflos de fresco — à líúmlda-
'rie álínno^hVrteá ,'e t)'sol*k\de9cbl>nr por iiiter^'ííllí* ri'aí|uene
Htkk-t-^òtlIésiiratc^IoÁrar oMc'^é'pralicoU a 6rj^i'açílov-^è pòr
ii|ti|iiaia*pvi«:fK««rt]piilo do.ópuradolir.wTndo i«to 6l>ri^oú> o
,^vLi^ta tt .«oçi^t^mifi^cga^o di^ .t«ípia^ a (utecMt«l-a ncssí^ «luti^
.4|o d<'^, iiua||em p^otqgpphica. Pnrece Cti^mludo qiiç aaoclodailé
jxTm aoanf^oôoií a intenção *de utílí£ar-se çpnveDÍeÁ{,Qinéofe (la9
Vant.iÇeris d*e8Ífe precioào'^Mtrumcnlo', todas as vezes que (òi
*^'08áiv(?l.ó ' : "-•':• :i'i . '' • '' : > .• .->
'j :» Mtptfo ^iT . ^4|lleirtl 4èki% "boidade de íoBerir Me iefi' ]oM» i
porém aquclja fVescúra terminou com o moz , conie-
oaDflo p actual com o desinvolvimento de Insólitos c
ardentes calores , que honlem, terça feira, cnc^^jrí^iji
a 99"^ (30" fi) á s«ml^ra„ ^cportai^to sà 4>gi'áu> (um
15 trcs> quartos R) inferior ao que expísri&ieiitá uios. tu\
26 de julho. — As manhãs tPcm Bpi>arecido com océu
coberto, extremamente vaporoso . com apparettcia de
trovoadas^ uma das (Juaes; rebentou , ao 'meirt dia
de sabbado passado, caiado um rqio em uma eírajun<j-
to de Bomficai O sol . tem. apparecido .Qi(trein;^men(£
descorado; porém iançatido seus. raios um cokir aiir^
zadt>r.-— Nas tardes selem dissipado a iB9Íor parlo
das nuTcns , permanecendo h calor dnrantc as noites
em 78* e 80"; c apenas baixando a^ 68"* nas íhadruga-
dás. Pequenos vjca,tosdcJ-cste ouNpf.dççíc tQcni maij-
tido es^a elevada temperatura , cimservapdo-M: o ba-
rómetro em uma altura, superior á média,' ^ como in-
sensível aos phenómcnos que se rooiisam 'na athinés^
phera.
Lisboa 5^é seplcmbró de 1813. -
M. M. framiínu
KÁV HEKSBZO SP AH A PSÍffAS AKOnOSAtf.'
■•" (Cartàk • • ■ '•'
2089 5r. Ràdactor. — No df a tO <lo corrente de*
pois da taissa parochral que 'nas dias sanctos diápéhsa-
dos costuma ser ao nascer do sol , por causa dos tra-
balhadores a nâo perderem, o que sucederia se^elia
fosse a oUlra qualquer hora, aconteceu' que aosairda
missa, opoto accodisse aoí gr&ndes^ gritos', qíie dava
Adriano Xavier de Carvalho. Então Viram todoèsua
■ttulher Atnienia da Ciinha Guimaries enforcada com
Htt! baraço de esparto; com a garganta ferida pícloiló
do laço; é com a' singnhridad-c' de ter o l«ço duas
Vòltpsr, e ura |)as^ador feito dam^sma ^pdtt; a qu*»só
parece ser inventado pelo àiabo. ' O povo «flríbue t^
•te sttkidlô a ciumés e ma edueaçBo , el«. ' '
A ilèfuncla ióébnlava 19 annos! Ill "-
' * Vílhi Vei^^ ttos^íFYbtícuS^29 de agosto'
dc'
J >:u
,MiEfviw£Ai f^vfii^wimAu^^nmFJn^i^
aô.
2090 ComcçaTaoi. i^. oidadetd^Aogra ay^ftlcgpias .e
festas, com que é uso solemnisar o dia de S. João, e que
alli principiando na véspera vao continuando por lodo
o oitavaria: .cm p^axolU^asJAJurasicte manhã do
dia 23 ; grande numero de concorrentes enchia as ruas
c praça intendendo cada qual na parte , que lhe to-
cava « dos prep«r»tivof o apx^s^qs.^ e ^dos ncr conio
festcjariorm o Saii€t(> cora maior apparatQ, c laais or-
denada c ingenbosa pompa < quando iia..w.eio, d'csjte
fervor « agila^õo tudo se aquieta c eiQmude«e a um tem-
po, caáse^u.vo, o fie scptc o rop<|iieiar j», Iremçr
da- lepra. Mas Ipgo coniioúa 4,udo pomo d'ani«s: aj>e-
nascram passadas quqtro ^oras., toroarse a sentiram
nova trcJiK>r, porént tvwboa «pnv violência..
Não.liaque^ €Slr.a.t^aro'aquolla iUio estc3 efTeitQS ; e
toíios alli ainda que muito x)6temAm»Qonio érasão» con-
tam coip eUesAComoooi^a.offditia^ia» mormente i)'aquel-
la eatação ; eei»m« [Ki6aa ^em desastre omumpnla do pe-
rigo» logo .acaba: o iemor.. Assim foi correiído um es-
paço cguai ao queffl<idiou oatrcro, primeiro e segundo
abãio , e era <a\ÍuQ n maior íorça das festas ; porque
corrinm.aa da torde; por conta da irmandade doSauç-
ta : ás danças «jicecdiaiU' os cavalhadas (uaanç^ anti-
quíssima e t>Agã , quQ por muitas vezes c.am. varias
partes temos folgada de : ver d^scKi^enhada, com. gran-
de apparato, e muita destreza, e purificada, polo eh ris-
tiftiisQio dâitbárbikrâdadas* eindeeencias aú próprias
das^iagodes., meneadas e bebedipes. dos pagãos, c
qae.fior forma /nonhuma se dev«m tolttrai* nais festas, e
tjotto dos^anctos; »em ainda noa jogoa e divevlimen"
(«populares ,. se» embargo das razões dos. fiauitos ré-
pablicos. o pòMcai cbristâM^ apaúmiiados. da^ corridas
de to»ros) todos estavam aiteiOos m cavíiUnida. no gar*
bov e. primof dos cavalieiro^^. que .er^n» pessoas de
distincção; de reponto as acclamações*, osapplausos»
as vozes . de doas mil spectádotes se convertem em
OBA só vo^^c^D um só.clan9or.d'aíní&çâOT— todos. gri-.
tam : • Misericórdia » misericórdia » Seabor ! .
Tferaeârob terremotona^s violento que oa outros yciò.
misturar' o auEtMs 9paYÓrno)a»eio das festas ;/e podéra
causar mulcaa moites, e desgraças ,. se o próprio sus-
to, ou a prudência das auctoridad«$ » e pessoas pdn«
cipaos,que:icaȇm sem -mover peno logar oede oram,
não «l^se <• exemplo aoS(demais:# para q^e se conserr
▼asaeni em quidta^ão , e naoiugissem aAropekdamonr
te , nem ae preoipita^scm dos camarotes e pateoquOsv
Foi asaimque se qvitaram incalculáveis dcsastresi.e
o djvertimeiito pddeoentisuar até noite : mas foi do^
poi» ÍDterromt>idp .nos dias seguintes ; porque oonti-
Buavam os ttcnaores^dc terra por forma tão assustadoí
ca, quèaa Castas 'de alegria se converteram em peni-
tencib; « preeps dqsdc .o dia de S. João até ao 26
d'esse me».' Lega jxmclo ao. ultimo tremor de qiio fal-f
láraes., swceedfliiítiptrOiínQnos forto: pclaa.trcs bocas
da nBa»Ki seguinte um tão, violento, acompanhado de.
grande trovão subterrâneo , quo muitas pessoas o jul-
garam égua'! «ao que, havia deisatonos, «tinha arrasado
à Ti|]«diiiPviú(|.Jteguif anisei aiodaraaisr dois com sie*
iMHi fbrçaí', nam ás 5 « e «outretáa âb4)i<as da manhã do
iB^nso dia. .
* Comtaes sustos foram interrompidas aa festas (elou«-
'^^res a Deus , c ae Sinctò , ^o houve mais para in-
^rompel-as que sustos e temores) e asjsim recomeça-
pfiQ:]:\(^,dia.28, e. contiauaram.4^oip imuita 4^voção^
ordofl^,. e dao^aQia^ . . . , , ,
. . SUva Negrão.
\ I • •
ÇAfit FWTAA SM USBOA NO MSZ B£
JTUNHO.PX. 184?.
2091 Temperatura média das madrugadas 56",7
F. — dieta nas horas (Ic marof'caíor73;aí^dicta mé-
dia do mez ^^.T" variação média ida ,4^«\pei:í»tura diur-
na jLô^^.G-^-maioc variarão de caLac diern^^ €m 11
do ipez, W — soflior fria», a 5domez, SÓ**— maior
caWi; a 11 do mez» S^^-r^-^raenornltura c^abarémelra»
a 2 do mcz, 747,8 millimetros r^ maior idem, a 5
do mez , 7G3,4 — mídia do me» 7o7,l , reduzidas
á leinperatura de 61°. 4*f|'«^
. Ventos dominantes, contad(>s em meios diaa, — N»'
12— N042— 0,4— Sft,a(i-,.\E,?-t^SJS,l-r^B,3*
^&ta^ da a/*i»fwpftcy^,-r*-í>i^S5 claros S — claros' e
nuvcító O-— cobertos 5 — oohertjos eclarcíeaf inclusive
quatro de chuviscos inapreciavei{» 7 -^ichnw. 4 -rr. ne-
voeiros. 1 -^ventosos 13 — de calor ^notável. 1. 1. . > ,.
Quadra* domnanUê (eram #u*ati!o : a iKVde.S diaa.
fressços, cjú» coberto,, a um dia.depbifvacopàoAaeon»'
\>eiitos.do $0: a 2,' do^lâ diasfro^cos;; apparocandoí'
,um só de calor, notavol ; athipoaplUiía. quasi sempre
. coberta ,. e ventos do fí a SO ^ alguma» vetes rijos;.'
à 3.' de 10 di<i» frescos? ,n céu. coberto ^ •ehdvoS echu*
^iscQS-aHcrnados> predonunando os ventos de. SGr. •r
/L* p ultima do 2 dias frescos nai madftigadaa. fitara
des ^ céu elaro , e ventas rijos de JNO. ..; .
Foi. por ponsequencii^ oste mi^z.' niti^ fresco«4eícorren^
do a &ua temperatura: quas^ 4 grau» maia^fria dai.qnèt
a W€mJà\ deduzida da» antecedente^ l^baervirçôes', fa-i
zfiiii4o-se egualmeate notayetpelaqiwnlidadp de, chilva
ew ■qup,..«^bundoikr a qual aubíu a 29 , mUlímctrOf »
,ott.cjua&i novidíjanada&.por J^aça qu^Dade., o que.
equivale ao triplo da chuva regular que costuma cair!
e^Bo Junho^ seroprcf cícasso de agni|Suna;neft(o olima ,
ja^^ípi conio todos o$ outros ..mezea do verão. .Foieguail-»
mcint^ mui ventoso. .. . : . -
fihcnômnos notnveis.Ti^^m dias 23 e 24 senliramH:
se fortes abalos de l«*emor de terra na.iUu.Xereeira»
scndOi assas violento oque- houve nannadtugada <lei24,
acíonapanhado'do sur.do trovàjo subterrâneo, 'que >quasi
sempre anauaci^i os.terriveis resultados, daíquelle phe^
nómeoo. Felizmente não ppodu;*t>>.eatr9gos » limilan*'
dch^ a diflfundir; o terror entre o^ habitantes ,.:qne se
acbavam enlrnlidos com osícostumaftoa.festéioa de S.
Joâo% . .
NoUeia» tfflTofwímtrw,— A nolavcl frescura- d' eite
mez , ,c as insólitas chuvas , a prÍMipalmente: oa re~-
petidos chuviscos foram mu* dejsfaveraveis á (Vuctm
ficação das plantas o das arvoros, que> se Qâa de^.
sin volveram cm proporção do qne iudieavam •<'t« lison^
jeiras. apparonciaa da primavera ;. e ainda que«tilisa-
ram aoa cercaes serédioa,; piritM^ipabaoiHe ao» milhos»
(oram porém pouco proveitosas aoô lemporãos-. As ri*,
nhãs. e olívaes teemralejide oasçus fruçtos pendentes,
:e os de pevide e caroço tom escasseado» cspe^iialmen^
te oa.pecegueiíros.^ que dão mwtraa d^ insignificante
, novidade.
Necrologia de Lisboa e Beletn, — Foram sepultados
;4Ti$ cadáveres, sendo 2â7'4o sexo masculino, e í?19
ido femininos maiores 297^. e menores 170. Fa»iemfs^ '
30
REVISTA UNITER^AL LISBONENSE.
O mais snndavel para os moradores d 'esta capital» nio
dcsmcnliu a sua bonefica qualiJade ciiaraelerí«tíca ,
ofTercccndo ainda uma dimiiiuíçiio de três óbitos sobre
o numero normal deduzido das observações dos annos
anfecedeiiles. -
M. Jf. Fransini.
AOCZBEHTS DSSASTR080.
2002 Eram quasi duas horas da noite de 10 do
presente ,' e apóz um silencio profundo ouvem-sc pela
prara dos estudantes frequentas gritos de afllicrão ; nu-
vens de fumo , e um ciarão imraenso annuiicíavara gran-
de incêndio. Ardia cffecti vãmente o formoso prédio do
Sr. Marcellino de Vasconceitos , escrivão da camará
ecclesiaslica , que ás 7 horas d 'essa mesma noite ha-
via saído da cidade com sua família , deixando cm
caxa uma criada ,. c uma tobrinha entrevada. Ainda
não havia hora que a criada correra toda a casa receo-
sa de ladrões , c> tão de vez se deitou , que nem os
brados da sentinella do* aljube (quasi paredes meias
com a caza), ^uc foi n primeira qu« deu pelo fogo, nem
08 do povo, que se ia junctando para lhe accudir, va-
leram a acorda 1-a ; «k> estrondo das valentes coronha-
das a arrombar as portM « é que des)>ertou gritando
-^aqui d*€l'4*ei , laúrõen, à tempo que o fogo já lavra-
va por todas as aguas furtadas, onde principiara.
Accttdiu breve a l)Omba do bairro alto, e algum tem-
p« depois as outras duas da cidade; e ainda que a
printípid nio houve ()om accordo em dirigil-as , toda-
via pôde obstar-se á propagarão do fogo além do pré-
dio , ardendo só parte d<^ telhado do mais risinho , e
dimínnir-sc a sua vehcracncia a ponto de salvat-sc to-
da a .mobília do 1 .* e ^.* andar , nao perecendo coi-
sa de valia , á exceprSo de alguns papeis , cuja ira-
]U)rtancia c por ora desconhecida ; mas a Gnal estes
andrrcs também ardoram , ficando apenas intactas as
lojas.
É para louvar a promptidão e boa vontade, com que
todos m^ prestaram aos mais pesados serviços, e muito
especialmente a intrepidez e diligencia com que se
houveram alguns estudantes» salvando a aleijada com
grande risco , cortando traves , dirigindo a agua , c
finalmente acarretando-^a aos próprios hombros ; distin*
guiu^se sobre todos o Sr. Rocha , da ilha Terceirav
Mereceram também elogios os Srs. Dr. Agnello, José
Maria Pereira , Guerra , e outros muitos indivíduos
de condicção mimosa , que seria longo nomear , pelo
zelo o actividade com que se portaram, dando i bom-
ba , dirigindo , e aconselhando os operários. ^
'É lastima , que se demorassem as escadas , os ma-
chados , e outros utensís de urgência. Cremos , que a
illustrissima camará , tão zelosa , como é , pelo b<*m
publico , ordenará a compra d 'estes aprestos , e seu
deposito cm logares convenientes , evitando assim os
males de sua d«roora. Seria lambem para des^ar, que
lun homem intelligente dirigisse a companhia dos bom-
beiros , não deixando a arbítrio dos pobr.es artiflces fa-*
zer o que lhes parece , ou o que outros menos inten-
didos lhos intimam.
■ Coimbra 1^ de agosto. JR. de Gusmão.
fia nos eseré^eu o Sr. Yerissínie Alves PeM>l*a. Con-
tém ella muitas lembranças úteis para accudir aos in-
bcndios. Em um dos próximos sumeros « daremos.
STDaOVATHZA 9ST0T A.
Sentimos que a falta de espaço nos não pcrmitta
lançair já aqui outra carta y que sobro. a. mesma mate*
(Carta).
2093 ^. Redactor. — Não possuindo a penna, cotn
que foram escriptas as áureas facécias do Ltttrin cdo
Hysope , cumpria-^roe , talvez , não lançar mão d'esta
— mal aparada em Toda força da expressão — para le-
var ao conhecimento de V, um facto , que mais que
muito carecia de um génio zombeteiro, que o descre-
vesse: não querencto, porém, que ellc fique em
silencio ; c , tendo a quasi certeza de que nin-
guém se fará cargo de o communicar , — * ahí vae
ellc contado , sem mais preâmbulos , e pobre d'elo-
quencia, que não de verdade, podendo V. , a seu
bel prazer , corrigir a phrase , não só porque o con-^
sidero como exímio sabedor da nossa lingua, mas tam-
bém porque a minha habitual preguiça (que to iavía
não reputo com a forra , qno lhe dá o auctor das ma.-
ximas mora es , mormente nos sentimentos ainda pró-
prios dos meqs annos) não me permitte offerecer um
artiguinho, digno de ser publicado na Reviêta Unir.
fverml , sem as competentes emendas.
£ o caso.
Não longe da muito antifj^a e parochial egreja de
Nossa Senhora da Assumpção de Senhorim , passam
dois ribeiros — Machos lhes chama o vulgo — um se
denomina o CaHello e outro não sei como : — não. ha
memoria do tempo em que corta gemte , e com espe-
cialidade do sexo devoto — para lhe aèo junctar outro
epíteto, que, na actualidade, alguém attribotria a
.despeito , ^jue , por ora , não tenho contra todo ellc
— começou du tomar banhos na confluência» que fa-*
zem iuncto á capella de Nossa Senhora do Vi.qo, cm
I a noite de S. 'Bartholomeu , como remédio , úq to4m
os males , nio excluindo até os do coração, flra, po^<
rém , a* principio o concurso pouco c todo d'est8 fre-
guezia, ou das limitreplies. . . ; ; mas hoje! graças;
a ique sei eu? Encha V. esli reticên-
cia , segundo lhe aprouver.
Concorrem alli pessoas de diíTerentcs «lasses e.de*
loBgcs tenras ; sendo em maior numero as «das ptayas
do mar , com morphéa , èi outras moléstias. — Cifrairso
toda a céromonia em cortar a agua de mergulho, e'
cm forma de cruz, com algumas pedrasde sal na mão,
qoe devem ser expeli idas, no momènio de invocat o»
patrocínio doSancto d'aqoolle dia*, pedindo-lhc que
a agua extinga os seus males , como aqucllas pe^rt*
nhãs se derretem n'ella. N'isto c que eslá a virtude»
como ensinam os práticos , com tanto que não faUcça
a fé sempre necessária em simiRianles actos. <
Presenciei, xi'esteanno, pela primeira vez, esta
funcção a que, egualmente, foram liastaiitesettriosos,'
com diversas intenções — ^^alguns desapertaram saias c*
collètes, tendo a fortuna de prestar ouií'<fê $ermço9 ^
a qnem procurava o seu remédio, efi,.pcla minha par-
te recolhi canoado , assim fcomo já: o estou ,de cacre-
iver. — Concluo, portanto, com Byron, iny nativa
^ hind , good ni^t.
Seuhoriia 2i de Agosto de 1S43,
REVISTA UNIVERSAL USHONENSE.
a:
ADVERTÊNCIA DA EMPREZA.
A distribuição começa hoje quinta feira és
8 horas da manh3. Aos Srs. , que o mais lar-
<!ar quatro horas depois nâo tenham recebi-
do , roga-sc o obsequio de o participarem no
Escriptorio da Revista , Rua dos Fanqueiros
N/ 82 , para se providenciar.
GONHEGIMENTOS ÚTEIS.
O portiiguez , ás direitas , que do Rio de Janeiro
nos honra com a seguinte carta , e cujo nome nSo pu-
blicamos , reúne ao mais acrisolado amor da pátria
grandes conhecimentos nos assumptos , de que escre-
ve » e um discernimento atiladissirao. Não nos toca a
BÓs analysar c qualifícar cada um dos alvitres , que
ellc de lá sugere aos seus conterrâneos. Submettemol-os
todos ao exame e sentença dos interessados , que são ,
em taes casos , os únicos juizes competentes.
ATZSOS KSKORATZZS AOS ZATRADORB8|
FABRZCAMTS8, NEOOCIAKTSS B A T0B08
ÇUAITTOS DZRSGTA OU ZNDIASCTAMXN-
Tfi GOVERKAM OU PÕBSIS INFKUZR NO
RSINO DS PORTUOAK.
(Carta)
2091 Vendo o ardente >èlo, e o aíTinco, com que
V. tracta das coisas portuguczas e dos interesses roa-
feríaes, e moraes d'csse paiz, a que tenho a honra de
pertencer ; os constantes esforços que V. e os illus-
tres callaboradores de tão distincto e util periódico ,
fazem por melhorar o triste estado a que elle se acha re-
dusido , no que respeita á educarão moral e religio-
sa , ao commercio , ás artes e á agricultura ; e o be-
névolo acolhimento e consideração, queV. se digna
dar ás reflexões que, sobre aquelles tão meritórios ob-
jectos , qualquer individuo lhe queira dirigir. E não
podendo eu , a duas mil legoas de distancia , pobre
de bens da fortuna ; e até de conhecimentos e de es-
tudos , prestar ao meu paiz outros serviços , que não
sejam os de indicar , em proveito de meus concida-
dãos , aquillo que a prática e a experiência podem
ter ensinado a um simples guarda-livros , no espaço
de 14 annos de residência cm diversos togares d 'este
extenso império ; aproveito algumas das horas , que
me sobram de minhas occupaçôes , para n'estas mal
traçadas Tinhas, transmittir a V. as observações, que
tenho feito durante aquelle espaço de tetnpo , e as
jdêas de que me acho posstndo sobre as vantagens c
dcsvanfagr-iis de alguns artigos de producção do meu
paiz , que n*este teem tido e podem ter consumo , e
indicar os meios , que julgo melhores , ou mais pró-
prios , para dar maior e mais proveitosa saída a es-
ses artigos.
VINHOS.
Nascido e educado na cidade do Porto , vivendo
sempre entre o commercio , alii fui caixeiro cerca de
seis annos de uma das cazas de primeira ordem, que
negociarva em vinhos , sedas , linhos em rama , teci-
dos/etc. Durante este tempo observei, que alguns tra-
fUSPTKNBRO — II — 1 8 í 3 .
ílcanles compravam vinhos dos mais ordinários , que
vinham do Doiro a vender n*aquella cidade , c por
meio de ligeira manipularão com ruim aguardente,
baga de loireiro , c outros ingredientes projudiciaes
ao vinho e á saúde , pcrtcndiam mclamorphosear vi-
nhos fracos cm fortes ; ordinários cm superiores ; uns
palhetes , outros carregados em eôr , conforme a mo-
da ou a lembrança de cada um ; e assim confeiroados
os embarcavam para aqui ; onde também sofriam no-
vas misturas e processos ; e assim preparados eram
vendidos a par , ou era logar de outros melhores, doi
quaes em côr e forçado paladar , pouca , ou nenhum^i
diíferença faziam; mas passado tempo, conheeia-
se o etigano pelo effeito ruinoso, que causavam á s;ni-
de dos que o bebiam. D'esta forma fizeram taes esptf-
culadores , de lá e de cá , com que os consumido-
res SC abstivessem e fugissem do vinho do Porto, a [>oií-
to de que por muitos annos ostevc execrado
n'este paiz, como nocivo. Começaram então ater ma»s
extracção, que até alli, os vinhos da Figueira , e de
Lisboa, que também estiveram quasi a ser supplanla-
dos pelos catalães e por outros vinhos de llispanha*,
que os imitavam ; e o seriam se os lavradores d*ess;*,
ou os manipuladores os não melhorassem, aponto dos
especuladores de vinhos catalães se verem também na.
necessidade de melhorarem os seus, e aqui os merca-
dores de trasfegarem alguns para os cascos de Lis-
boa da marca PRR, a fím de os reputarem melhor,
em prejuiso e descrédito dos nossos. Ultimamente teem
tido os vinhos do Porto alguma extracção , porque al-
guém se lembrou de os mandar perfeitos , sem mistu-
ras de ingredientes, e confeicoados como deVcm ser.
Os vinhos do Porto , que aqui se consomem mais , è
podem consumir-sc em grande escala , tenho observa-
do que são — 1.** o de ramo de 2.* qualidade, ou ta-
bernal , encorpado , tal como sac do tonel , misturan-
do-lhe apenas a porção d^aguardente precisa para o
conservar até aqui , e que julgo 4 a 5 canadas por
pipa serem mui sufiQcientes ; — devendo vir em bar-
ris de 4.° 5.° e 7.®, e pouco em pipas. — 2.° o de ra-
mo 1.', ou bom, geralmente chamado de meza, encor-
pado , bem confeiçoado pelo methodo da companhia c
em os mesmos barris de 4.*' 5."* e 7."* de pipa. — 3.*
o de feitoria , bastardo , .e do duque pelo dicto me-
thodo da companhia ; engarrafado em caixões de dú-
zia , ou em barris para aqui se engarrafar , o que se-
rá melhor : porque os direitos do engarrafado são ex-
cessivos , podendo vcnder-se facilmente o 1.® a 16^000
rs. , e o 2.° e 3.° de 20^000 a 24j§000 rs. a dúzia
como já se tem vendido. Os vinhos de ramo pela for-
ma que levo dieta podem obter — o 1.^ de ISO^^OOOa
160^000 rs. — e o 2." de 190j§000 a 200^^000 rs.
por pipa , direitos e frete pagos , na razão , ou em re-
lação, doestado actual do meio circulante n* este paiz.
Vinhos de Lisboa e Figueira bons teem aqui bas-
tante extracção , por isso os devem aperfeiçoar o mais
que for possível. O verde de Basto é n*esta mui esti-
mado , e o mais encorpado , alli considerado melhor ,
rivalisa com o de Bordéus , que aqui se vende em
garrafas de 4^800 a 6^000 rs, a dúzia ; por cuja
razão o devem mandar não só em pipas e barris , co-
mo em garrafas cm caixões de dúzia , que muito in-
teresse podem n>!le tirar. Este vinho precisa , para
chegar cájierfcito, mislurar-se-lhe (ie quatro a cinco ca-
nadas de boa nguardente em cada pipa. Diroi também
4 YOL. UI. — SERIB 1.
38
REVISTA UNIVERSAI. LISBONENSE.
O que intendo se deverá observar nas remessas, a res-
peito das porções de cada uma das qualidades de vi-
nhíj do Porto — a saber — em cada 100 pipas se po-
dem com[»reender 50 de ramo 2/ qualidade ou taber-
na]— 36 dictol.* ou de racza — 4 de feitoria — 2 de
bastardo — 2 do duque — e 6 verde de Basto 1.* e
2/ qualidade. Tendo fatiado dos vinhos tinctos, pouco,
ou nada tenho para dizer dos brancos ; porque pouco se
consomq , mui principalmente do Porto ; e talVez não
chegue a 3 por cento do tincto.
Se a companhia do Porto , e outra de Lisboa , pu-
blica ou particular , aqui estabelecessem depósitos ,
onde se vendesse o \ inho aos mercadores , e aos par-
ticulares ás pipas e barris » dariam assim grande im-
pulso ao consumo dos vinhos portuguezes , afastariam
do mercado grande porcào dos hispanhoes cfrancezes;
e os particulares teriam a certeza de beberem vinho
ahi confe i coado » e nito nns cangícas d'csta terra, em
as quaes se desnatura completamente.
A nossa fatal estrella, ou antes a incúria, e a igno-
rância dos nossos governos, e também o maldiclo sys-
tema dos nossos legisladores, de prestarem toda a sua
attenção ás formulas politicas com que se tecm emba-
lado uns , e desorientado as cabeças da maioria de
nossois concidadãos , por estes não estarem prepa-
rados» ou habilitados , pela maior parte . para se re-
gerem , 6 serem regidos por formulas diametralmente
oppostas ao systema pelo qual foram governados por
roais de dois séculos ; quando deveriam cuidar pri-
meiramente dos interesses materiaes c moraes do paiz ;
em instruir os povos e educa 1-os ; promovendo a ius-
trucção , c pondo ao alcance das diversas classes da
sociedade — artistas — lavradores — commerciantcs etc. ,
os progressos que as outras nações nas artes , na agri-
cultura , e nas mais sciencias tinham feito , foi a cau-
sa primordial de que as nossas ferragens , t«o procu-
radas e accreditadas n'esta parte do mundo , fossem
^endo substituídas pelas inglezas , e pelas allemãs ,
consumíndo-se hoje n'este paiz apenas alguns pregos e
machados nossos I As tão afamadas ferragens de Gui-
marães estão hoje para um canto ; porque os nossos ar-
tífices , em um paiz falto de espirito de associação, e
em que o governo lhes não facilitava , ou proporcio-
nava os meios de adquirirem os conhecimentos pre-
cisos para caminharem a par dos progressos que dia-
riamente se faziam nas artes mcchanicas, sentiram ar-
ranca r-se-lhes das mãos o sceptro, sem que conheces-
sem a causa.
Ainda hoje, se á solidez de nossas ferragens, addi-
ciooassem alguma polidez e brilho , tomando por mo-
delo as estranhas , poderiam consumir-se aqui muitas
mais fechaduras, thesoiras , pregos , machados, fechos
pedrexes , cnchadas , cravos , martelos etc. etc. As es-
pingardas lasarinas, aqui tão estimadas, se lhes refor-
massem as coronhas c os fechos , c lhes polissem 03
canoâ ao gosto moderno, ainda haviam de ter prefe-
rencia sobre as inglesas.
SEDAS.
No nosso paiz creio que não se manufacturam já
«arjas , sctins » tafetás , nobrezas , veludos > cadarços,
lenços e outros artefactos de seda, que ainda em 18â6
exportávamos para o Brazil ; porque hoje apenas vejo
vir â'^hi algum pouco retroz, consumindo-se n'esta
.'«órtcos4ietos artigos em grande escala. Os nossos fa-
bricantes que não desanimem ; que façam as sarj<is
pretas á imitação das de Málaga, tanto em tecido co-
mo cm firmeza de cor , que poderão alcançar aqui de
2,^000 rs. a 2^1^400 por covado ; e se mais encorpa-
das forem melhor preço obterão relativamente. As fa-
bricas de Bragança , que continuem com os seus an-
tigos sctins , tafetás , nobrezas etc. Os sctins ordiná-
rios vendem-«c de 800 a 1JÍ200 rs. o covado, ed'ahi
para cima até 3^000 rs. segundo a sua qualidade ; e
os tafetás de 440 a 5:20 rs. As nobrezas não são mui
procuradas; porem as poucas, que se gastam, pagam-
se bem. Sedas pretar,, e de cores escuras para cobrir
chapéus de sol, teem aqui bastante consumo; o mes-
mo acontece com sctins, veludos, c sedas lavradas de
bonitos padrões, e fortes para coletes : que fabriquem
estes artigos , e os mandem a pessoas intelligentes ,
que se não envergonhem de os apregoar e vender co-
mo manufactur.is portuguezas , que não só os portu-
guezes aqui residentes , como os brasileiros, as consu-
mirão de boa vontade. Faça-se da qualidade de por-
tugucz uma espécie de timbre de perfeição , de l(i-
xo , e de dura , que as nossas sedas terão dentro de
pouco tempo a preferencia por portuguezas , como a
estão tendo asfrancezas, e hispanholas por serem taes..
O retroz do Porto , á excepção do de Vasconcellos ,
todo o mais que de lá ^em c faui ordinário ; hío é ^
de ruim seda , mal tingido e grcksso.. Vai aqui este
menos 4JÍ000 rs. que aquolle; paga o mesmo frete e
direitos ; e a difíerença de preço merece a pena de o
fabricar melhor , e não dava logar a prcferir-se muito
de Mure ia , e de outras partes ao do Porto ^ que não
é fabricado como o de Yasconcellos. D* antes capri-
chava-se alli muito no fabrico do retroz, o qual pódc
dizer-se , que era objecto privativo de Covello ^ Vas-
concellos , Barros Lima , Pinheiros , M.nllheus José de
Freitas , Valle , Castro , Souto , Cunha , Fernandes
Leite, Guerreiros, Ramalho, e poucos mais, dos quaes
uns falleceraro, e os outros, menos Vasconcellos, aban-
donaram este importante ramo de negocio. Hoje creia
que muitos seproposeram a fabricar retroz sem terem
d*clle o conhecimento, ou a pratica necessária; por is-
so perdeu o credito que gosava. No tempo em que al-
li fui caixeiro as melhores sedas de que se fazia re-
troz vinham de Tras-os-Montes ; ou Beira Alta ^ do
Alemtéjo , e da Itália ; c da de Hiapanha somente da
mais fina e rija , é que se fabricava retroz ,. e quasi
sempre misturada coro aquellas.
PANNO DE UNHO E LINHA.
A preferencia, que em todo este império se dá ao
panno de linho , e á linha de Portugal , é incontestá-
vel ; porém ainda o seu processo é n^essa bastante ca-
ro. £u intendo que emquanto a fiação doeste ramo es-
tiver entregue á roca e ao fuso das mulheres, não po-
deremos colher d*elle as vantagens que podiamos con-
seguir , se fosse fiado e torcido por meio de máchina»
próprias , que com o emprego de uma ou pouco mais
pessoas , produzissem em um dia o que fariam cem
com aquclles rústicos instrumentos ; assim como teci-
do em teares como os que os ínglezes usam para te-
cerem os seus algodões. I^go que o processo do pan-
no de linho e da linha for menos moroso e dispêndio*
so , não só lucraremos mais , vendendo mais barato »
mas supplantarcmos ospannos de Unho hamburguezes,
que não são de tanta dura como os nossos ; por quan*
to a preferencia de que acima fallo , é somente dada
REVISTA UNIViERSAIi LISBONENSE*
89
pelas pessoas mais abastadas , c as menos, consomem
do hambiirgucz e do inj^lcz , que c mais barato..
PRI-IfiC.NTOS , CABNES ENSACADAS , CO.XSEHVAS E PASSAS.
Os nossos presuntos , muito principalmente os de
Lamego , são aqui preferidos aos de qualquer outro
paiz ; mas não conservam por muito tempo o estado
de perfeição , em razão das humidadcs do sal c da
atmosphéra.
Lcmbro-me de indicar nos que os preparam , um
meio mui simples de os fazer durar mais tempo: o
qual c o seguinte : — Depois de salgados , curados ,
c seccos , em logar de os achmar nos barris com sal
húmido^ mandem torrar este em um grande tacho, ou
caldeira, até ficar bem secco, e depois de arrefecer,
aramem-n'os com este sal em barris de 6 até 3-i pre-
suntos, e tampem-n*os immediatamenie para que osa)
se não humedeça novamente com o ar.
Já lembrei esta receita a uma pessoa que os man*-
dou \ir do Porto assim arranjados, e não só chega-
ram perfeitíssimos , mas conservaram-se por mnito
tempo. Ora os nossos especuladores, pela mnior par-
le, teem assentado lá para si, que quanto maiores fo-
rem as vazilhas em que mandarem os productos dVs-
sa, mais economizam, ou lucram : o que é erro cras-
so. Os presuntos em meias pipas não encontram tan-
tos compradores, como em barris; não só porque does-
ta forma não são constrangidos a fazer tamanho em-
prego , senão também porque se evita , o corrompe-
rom-se muitos ao mesmo tempo, e se obtém mais van-
tajoso preço , e prompta saída. O mesmo se pode di-
Kcr dats £2rnes ensacadacs', de aieilonaft, c outras con*^
servas. As azeitonas costamam vir d'essa em ancore-
las ; c os estrangeiros que as trazem em frascos , ou
boiões , que não excedem a uma canada (medida do
Porto) obtém muito maior preço; c qualquer parti-
cular c(9mpra para gasto de sua caza um frasco , ou
boião, e nunca se anima a comprar uma ancorcla.Da
mesma forma podíamos especular nas conservas em pe-
quenos frascos, com seus Ictlreiros enfeitados, as quaes
por serem da nossa terra seriam preferidas, assim co-
mo o teem sido as poucas fructas scccas , e peixe de
cscabéxe cm pequenas latas de 4 até 8 arráteis. Pa-
rece-me que osmens patrícios se envergonham de es-
pecular n'estes dois últimos artigos ; porque mui pou-
cas vezes cá teem vindo , e logo desapparecçm. Do
Algarve grande negocio podiam fazerem figos, euvas
passadas , se quizcssem trocar os grandes barris , pe-
las caixas finas , quadrilongas de 8 até âi arráteis ,
e redondas de 6 até 16. :
RAPÉ.
O contracto do tabaco deu em mandar para aqui por
cada uma porção de bom rapé princeza , duas e três
mais ordinário. Por espaço de muito tempo vendeu-
se u'esta corte rapé de trinia castas por princeza ; o
que foi cansa de muitas pessoas se acostumarem ao
enjoativo aréa preta , e ao princeza da Bahia. Quan-
do aqui constou , e o correspondente do contracto as-
sim o tem observado , que somente em casa d'elle se
venderia o rapé princeza aos arráteis aos tabaquistas,
e nunca mais em porções aos ak*maristas que o falsifi-
cavam ; muitos dos que se tinham acostumado ao da
terra começaram novamente a fazer uso do princeza ;
porém á vista da irregularidade na qualidade do que
o contracto tem mandado : um bom , outro secco ,
«utro queimado , etc. ele. , já muitos dos tabaqui^tas
estão tomando outra vez dó aréa preta. Estimarei mui-
to que os contractadorcs tomem em consideração islo
que levo diclo ; porque se mandarem constantemente^
bom rapé não somente conservarão o consumo actual,
mas poderão chegar a consumir-sc 30 a 40 mil arrar
leis.
ehígbaçIo.
A este respeito bastante se tem diclo pdos diver-
sos jomaes c periódicos d'esse reino, assim como pe-
la sua estimável e bem redigida Revista; mas apczar
de tudo quanto se tem dicto', eu escripto , ella con-
tinua da mesma sorte. Todas -as embarcações chega-
das do Porto e dos Açores teem trazido aos centos de
desgraçados , uns a titulo de colonos » outros de pas-
sageiros » sem que as privações e as tniserias que el-
les aqui vêem padecer tenham diminuído. Até infeli-
zes jovens do sexo feminino, ahi e nos Açores são il-
ludidas com vantajosos salários cm casas de familias»
e cjom um futuro brilhante de melhores cazame»tós ,•
e apenas aqui nportara são entregues ao lascivo que
mais dinheiro offerece ao ímmoral especulador; d:'fahL
a prostituição , a miséria , o hospital ! ! !
Homem , digo mal , monstro «onheço eu « dos tra-
balhos alheios feito rico , )>que vae a bordo d'essas bar-
cas de Caronte , buscar essas infelizes ; e depois de
saciar seu apetite e. . . . . ; malvado ! manda lançar 09
filhos na roda dos engeitados , e aluga as ififelizes
mães para amas de leite a 18^000 e a âO^OOO réis
mensaes ! ! ! Não tenho animo para coníiraifir este tris-
te quadro , e passarei a emittir a minha fraquíssima
opinião a respeito dos meios de neutral isar tão grave
e escandaloso mal.
Portugal carece de braços, é essa uma de suas pri-
meiras necessidades ; sem élles não pôde subsistir nem
conserva r-se ; e a conservação, c bem-estarda socie-
dade estão primeiro que tudo ; sem isto, constituição»
legislação, commercio, artes, agricultura seriam coi-^
sas nominaes : logo é necessário pór trc^eços , e até
impedir essa fatal emigtarão. Ora não se permittindo
a saída para fora de Portugal e seus dominioS a por*-
tuguez algum maior de 23 annos, sem que saiba lêr,
escrever , e fazer (pelo menos) as quatro primeiras
operações arithmeticas ^ e sem que tenha pnestadc^uns
tantos annos de serviço ao seu paiz ; estou bem per-
suadido, que chegados áquella edade, com a instruc-
cão requerida, e depois de ter prestado oservi^ exi-
gido , ao qual todos procuram evadir-sc , mui poucos
desejarão largar a terra em que na se eram.. A. respeito
dos menores de 23 annos, também não Ibes devia ser
permittida a saida para fofa do reino sem que tivessem
além da ikistrucção acima , um oiiioio « que teoliam
etercido pelo menos seis anãos , c o que o não tives-
se , somente poderia sair se fosse para compaphia ,
ou por chamamento de algum parente t mas cm todo o
caso deveriam tirar uma pat<*nto de instrucção . e oíBr-
cio , pela qual pagassem a quantia de vinte mil réis»
oU mais , c só á vista d 'esta patente se lhe coneedec
o passaporte. Esta regra , pêlo que respeita ao tempo
do serviço, pódc, e deve ter algumas excepções, co-
mo do carregador d.e parte da fcargade um navio; do
homem de. negocio, qac|vá comprar; ou vender a ou-
tros paizes; do mestre de oiiioio^ cazado e com filhos
que por infortúnios se queira ir estabelecer em outra
parte ; do que fôr cobrar alguma herança , ou divida
sua ou alheia; do negociante fâJUdo, etc. etc. As ca^
40
REVISTA UNIVERSAL LISBONENSE.
maras municipaes, os curadores dos orphâos, ou qual-
quer outra auctoridadc que se julgasse mais própria,
deveriam ter alçada c inspecção sobre a instrucção c
ollieios dojj dictos menores c maiores de 23 annos.
Tambcm aos capitães , ou douos das embarcações se
deveria impor um tributo por cada passageiro partu-
guez domiciliado cai Portugal ou seus domínios , que
levassem par;» paiz estrangeiro com passaiJorte ou sem
oHe ; e obrigal-os a prestar fiança idónea para satis-
fazer o imposto d'aquelles , que depof* se vet ificasse
tinbam levado occaltos. Estas providencias não impe-
diam, mas diíBcttUavam a safda^ e obrigavam os nos-
sos concidadãos a instruirem-so , pois estou na per-
suasão dc> que a falta de instrucção é a causa primor-
dial de darei» ouvidos ás &ugg;cstôes dos especulado-
res, o de não terem verdadeiro amor á sua terra. Nào
sei se esta doctrina será muUo constitucional ; porém
>ulgo que será de utilidade ; e se jv Constituição é fei-
ta para o bem geral da nação i parece-me , que , o
que a esta for útil, não pode prejudicar áquella ; pois
se p»r cila é livre a saída de cada um , quando , e
como quizer , com tudo se exige passaporte , fiança ^
ctc. ; portanto cxija-se mais alguma coisa , e uma
Tez, que nãk) pFOhiba , intendo- Cfue se pôde fazer.
Emfim eu peço desculpa d*esla minha digressão em
roaterii em que sou , já não direi leigo , porém in-
teiramente estranho. Já fui grande cnthusiasla i>e}a
ij\ corsa cbamada Constituição ; porém as utopias* com
í-s quaes, os que se melteram a desinvolvèl-a , e ap-
plical-a ao reino , nos teem feito perder o juizo , e
malar-ROS uns aos outros , me fazem* muitas vezes^ ée-
í-cjar antes o governo absoluto , forle , justo ,. e crea-
dor de um só ^ que o despotismo liberal de centena-
res de sugeito& que se encarregaram de nos dar a
comer e a beber lei» impróprias , sem utilidade ^ fei-
tas a esmo , e Yestir-nos e calçar-nos com ella&.
VINHO FOKTOGJOBZ PARA A CHINA.
Tinha cbe^do a esto ponto , quando fui informado
por pessoa , que residiu em Macau alguns annos , e
d^aUi saiu ha coisa de20mezes, que o& inglezes Ten-
dera aos cbins o nosso superior vinho doPortd, e que
e loTam em eaixões, ou frasqueiras pequenos. mui pin-
tadas , e as garrafas e frascos enfeitados de rótulos
pomposos, rolhas cobertas , etc. ete. ^ e que teem
colhido vantagens â'este ramo de negocio.
Parece máu fado nosso, que nunca sal>cren)os apro-
Teitar , e menos promoTer a extracção e consumo de
nossos productos senão depois que- esses que os po-
diam consumir se acostumam a outros idênticos , e
(raram relações com aqudles que procuram e apro-
Teitam todos os meios de aniquillarnios. Ora tendo
nós uma tão exceilente possessão na China ^ e sendo
senhores do6 melhores vinhos do mundo ; \ que nunca
houvesse companhia ou negociante ^ que se lembras-
se de introduzir n^aquelle tão vasto e populoso paiz ,
05 nossos saborosos vinhos do duque — bastardo —
malvazia — madeira seceo, etc. ctc., principiando
por pequenos caixões e fk'asqtteiras com enfeites i{ue
seduzam e captivem » e depois , conforme augmentas-
se o consumo , levanda os seus predilectos barris e
grandes vasilhas ! Os meus patrícios , tenho acabado
de crer , que não querem ter trabalho nem attrair
for meio da illusfto , de que tanto interesse tiram os
JQgkzes , francezcs , suissos , italianoj , alemães ,
«c. etc. , com os enfeites que cobrem suas mercado-
rias.^ Quem poderrar colher ma í ore» vantagens dos vi^
nhos ; nós , oa os inglezes ? certamente que nós ; por-
que elles os levam primeiro para o seu paiz , pagam
fretes , direitos , etc. , c depois c que o passam para
essas vasilhas seductora?^ (h vinhos superiores e dé
bello poladar , introdnrindo-se pouco a pouco na Chi-
na ,. pódc rai>ito bem acontecer , que, produzindo aos
chins os mesmos sonhos encantadores , que o anfião
lhes produz , sem nenhuma das terríveis consequên-
cias doeste, com o andar do tempo elics^ abandonas^
sem o ópio polo vinho, c então ^jqudntoSi milhões de
consumidores ao sumo da uva ! que mercado immcn-
so! que riquezas não poderíamos obter d'este consu-
mo?! ... . Mas desde já posso asseverar , que embo-
ra muitos negociantes, conheçam este vantajoso meio
de dar saída íío nosso ninho , nenhum haverá que te-
nha o valor, ou^ a paciência precisa, para esperar
dois annos^ pelo resultado de suas especula çõcs.
Já vae demasiado Iiwiga esla correspondência ; por-
tanto pór-lhc-hei aqui termo por esta occasião ;, e se
W se dignar fazer, o sacriíicio de a^ )ép, e n'ella
achar alguma coisa ,. que útil seja a mereça a pena
de pubtícar-se, muito n*is80 me obsequiará; e o
mesmo- em* a* desprezar se n*ella não^ encontrar pro-
veíbo alguma ao meu pai» (á qual tantos desejos tenho
de ser útil) ou que suas doctrins» sejam velhas esc-
diças , em todo o caso* sempre lhe íkará agradecido
RioKle-Janeiro 5 de junho do Í843..
O seu Assigtumít AffectíioêOf e Constante heUor.
VAO^JBCTQ
NB. VIICA, COKFAKHXat
TABOSk
(Vejo^ o m-Ugú 2073,).
1IBKOV-*
2095- Artigo I.^ — Fomuir-se-ha ama COmpaahiai dtenomí*^
nada — Companhia de Montadas,
Art. £.^ — l^em esta Companhia por fim faserieputar pelo
melhor preço powivel os porco» das htrdados peitencentes &
seus s .cios.
Art. 3.** — Sfto sócios da mesma Companhia todos os pro^
prictarios , « lavradores d^ montados ,. tanto do Alemipjo, co*
mo da Beira Baixa , e todos emfim q«ie possuírem esta qua-
lidade de propriedades..
Art. 4,^^, 1.** — A sua ifessembléa ^eral é composta d»
duzentos sócios dos- que tiverem maios valor em mouÃados , q
furem accionistas.
}. «." — Pertence á Asscmblca geral r
Pritaiciro — Eleger a direcção, d*èntre o» seus membros. —
Segundo — Marcar em cadaanno^ até 20 d^ novembro, osdif-
fercntes preços , pelos qaaes nos diObrentes si tios , os porcos
deverão ser vendidos para consumo , a saber, os 1.*' para o
mcz de desembro , isto é , um preço para os porcos , que pe-f
sam liquido , para cima de seis arrolias , deduzidos os 20 por
cento ; e outro, e do mesmo modo,, para os que pesam me-
nos de seis arrobas. Os 2.*" preços e do mesmo modo para o
mez de Janeiro. Os 3.**' para o mez de fevereiro , e os 4.°'
para govemavem d'*^esse tempo em diante. Se e«le» preços fo-
rem excessivos , a direcçfto os poderá rejeitar até lares vezes ,
e a final demiltir<«e, se akida os aehar exosbitantes ú 4.*^ vez.
Terceiro — Tomar conías á direcção, de todo o tempo da sun
gerência. — Quarto — Examinar se esla cumpre com os seus de-
veres dando as providencias, q^ue melhor intender para que
eHe» sejan» bem desempenhados a prót da companhia, isto é\
do fim a que se destina.
Da DiretçSa.
Art. 5.^ — SerúL a direcção composto de elnco directores
efTeclLvoa, e cinco supplentes, os quacs respondem todos por
um, e um por todos, salvo o voto em separado.^
j>. 1'.^ — A Direeção fará sempre parte da Assembléa Ge-
ral.
<^. 2.* NiR2:ue]D Mcá eWito para director , ou «upplente,
REVISTA UNIVERSAL IiISBO«BNSE.
.41
9em 4|aQ tcitlu» um fiindo , que «e jii^ftie , pelo menos qf|e p»-
ra tal.u kabiiita, o que. a A^^pbiéa Geral deiert^jiiará.
• J. 3.0 — A directjilp e obrigada a Tazer vender ós parcos per-
Tericímtca áos seus souioS pelos' preços marcados pela /Vsse.n-
íjlêa Greral, visto que estes para esse fim lêem ejrral obrijiurilo
^fò^s pftr á Mia ^sposirão ; « obri^da também a difec^ào a
^rqaiizur o seu Tolor) bem como apagar^, a qttemaompvtir o im-
porte rios seus porcos vivos.
J. 4.** — -V dirccçòo súmente c obrigada a receber os por-"
cos que pesem cinco arrobas e d^alii para cima, liquido dos
50 por c?»lo, ficaúdo Com tudo ao seu arbíirio cofnprur aquel-
kís qué Ifíiiham menos pc^so • oRo podendo o lavrador fazer
venda d>llcs a outfo, sem que a direc^Ao iej<i alTroRtada.
<J. ã.* — O preço da chanina e toiKinbo saindo (sdmeatc per-
tencente n(M lavr^dyrcs, que forem .sociofíi' esta Comp^hia e'
postos estt'8 j^eneros cm Li-sl^oa) de bo^ qualidade será metade
pajd até fto fim (It abrií, c a oulra metade até áo fim de maio.
^. 6.** — De todos estes valores, sededuairfio, sempre*, 3 por
cenio , a favor da caixa da Companhia.
Ari* 6.** §. l.***-J- Todos o» sócios losfo que tenham prom-'
ptos para a renda os seus porcos, c em harmonia cosi o deler-
luiiiado nod ^. se^uintef, sào obrigados a dar parte, ú direc-
çilo , a fim de que esta iracte de realisar a sua venda, e tU4Js'
eTcitCiS necesiários.
$. 2.° — Depois de observado, o que fica dcteíminado íio
Ç. antecedente, a receita dos potcos de cada lavrador, se fa-"
rú sempre em duas porcdet esinaes, sendo uma até ao Ém de
€l«BemUro, e á oulra cia janeiro eid^àhi em diaole^.na fiúrua
do seguinte.
^. 3.*'— O lavrador é obrigado a declarar aangenie da Com-
panhia 15 dias antes da entrega de cada uma dás dietas por-
ções (de que esle lhe dará titulo) qual o numero de porcos,
que tem promptos para se lhe mandarem receber , até ao fira
d*e£0e. tempo, dentro 41o qual impreterivelmente a Companhia
fica otjrij^ada atiral-ospor sua conta, pena de responder ao la-
vrador , por quahpiêr perda que similiianle falta possa occa-
sinar.
}. 4.® — O aircnle da Companhia logo que tenha recebido
os porcuS de rada lavrador, abalitlos os 20 por cento do cos-
tume , e segundo o preço marcado pel.i Asíemblca Geral , en-
tre.írará a seu dono, três léllras, que Iodas junctas prefaçam a
toUii quantia do importe dos dictos porcos , pagos aos jirasos
seg.uinlcs ; a l.*^ a vencer a um me2, a segimda a dois mezes ,
e a 3.^ a três meses. . , *
Ari. 7.** }. 1.** — Ttírá esta Companhia de fuado duzentos
contos de réis , mcUdc serào tvii.t tidos logo, e a outra meta-
de quando a sua As^cmblt^a Geral assim o julgue conveniente.
^. 8.*. — Este fundo será dividido em acções de ÕO^OOO réis,
«ada uma pagos a partes ejgiues de õjlOOO réis , e a prasos
Dunca menores de 39 dias. ,
^. 3.® — Aos sócios lavradores, scrSo admitlidos em pagamen-
to doestas acçòcs , os porcos de sUas herdades , bom como a
chacina e toucinho salgado, tudo na forma aqui determinado.
^. 4." — Os Ires por cento, mencidaadoa^ no J. 6.** do Art.
5°, que rcrerterilo a favor da caixa, serào appUcados para
UM despezas da Companhia, e o< que d^.eUes remanefcer, será
applicado para o dividendo das acçcPes.
^. 5." — Quando o fundo necessário, se não teidia podido
realisar entre os sócios mencionados no artigo 3!^, n^essê caso
jíoderíto ser admiftidaá para sócios accionistas, quaesquer pes-
soas que não isejam lavradores nem ptoprletarioã de montados,
«em com tudo poderem ter gerência, no que respeita áo admi-
nistrativo da Compftnltiai.
Art. 8 " (. l.^^-T-A Companhia até metade do seu fundo
realisado , poderá faíer empréstimos aos lavradores seus socius,
nias sómenle para o necessário n^este ramo agrícola ; e isto àlé
á terça pafle do valor' dos porcos , do mesmo lavrador , sen-
do este cmpreslitoto- feito com todas a» seguranças necessárias.
^. 2."-^ O lavrador piigará á Companhia até fiatisíaser o
sen débito moio per -cento ao me*.
(r 3.f.^O pa^^mnento d' este dinheiro «erá impreterivelmen-
te feito pelo lavrador, dedu^jndo-se da primeira inet^de do
produéto doa^^enecos , pom que. em seguimento entrar naCom-
panhia; se iPTréol á direcção convier, será este pagamento
feito em partes egúacw nas dí^fferentes cnl regas do dihhíirq dos
Bew porcos , qite á dire<íçto tiver a 'fáaper-toe. - "»
$. 4.** — r Em iodo o tempo-tfja vçmla geral, dos géneros de
que se tracta ; . of empreitiiuys nilo lerno losar.
Art. 9.°- — Servindo de Iwze csU Compardiia, se porlerá for-
mar um banco rr.ral , ou caixa de rcciírso", onde o lavrador
sen:lo sócio, devcrii sempre encontrar p!.<r emiirestímo , t.di/S
os meios', qwe em geral lhe forem hecessarios para as suas
preci-iões ajsrieolas. • - -
Ari» 10.^ — Se se julgar dosdf» já ;pe8aÍTol , s-rào as lils ,
e a cortiça egualracnte protegidas por esU Çouipauhia.'
Art. 11,° — Será a súa duraçSo por dez annos, Qj)d<js os
quaejj a Assembléa Geral dejídiVá , bc ella deve ou nào cinti-
uuar. ' ' »
Ari. líl.'-^A Companhia se julgará estabelecida, e como
tal começará a funccl.nar, logo que l«nha ínácrilHo «dí nume-
ro de socjj*s, que pelo uieoo» iK>iwua dois terços dosraonindns;
e que tenha accionistas para três quarlas partes do seu fundo
total.
Ayres de Sá Nogveira,
ESTUADAS KTO ALGARVE.
(Coinmànlcado.)
2096 Nao podemos deixar de ser gratos ao gover-
no-jiclo muito que deseja o bem : com tudo seus hons
desejos e diligencias a respeito dé cstradak , nao bas-
tam para qne e!las saiam coíno dc\em. Porque o go-
verno n5o conhece miúda raerile todos os sítios , e as
pessoas, que d-ellesllic teem dado informações, talvez
que tnmhcm não tenham a esse respeito as idóas as
mais exabtàs.
A lei das estradas, qne se publicou, c muilo boa,
mas na applicacão carece de raodificaròes que me pa-
rece caberem na afeada do governo.
Nao falto ao respeito devido a qucm.goverpa. Uso
porém de uma faculdade constitucional apontando hu-
mildemente o que se me antolha do interesse gcraL
O que vou dizer é só relativo á minha terra do Al-
garve ; e nao requer grandes trabalbos, despezas nem
xiemoras ; antes se poderá executar para lo^o sem
murmtirarões « mliilo a contento d'oslcs poVos.
As estradas velhas nãò sao ruins por >elhas, mas
sim por defeituosas. Nos silios, onde sao tortuosas, veçm-
se OS' vfsínhos forçados a fazer atalhos para compen-
dia p jornadas. Ninguém conhece racJhor do quo nós
D que ha naf nossa província 6 o que lhe falia, e o mo-
do e o geito como convém quç se fajja. ;Que mais
mappas ; que raáis estudos gráphicos s5o necessários,
que as estradas que estão feitas e indicadas pelns ne-
cessidades dos povos? Quero que se necessite de al-
guma pequieoa alteração ti*uma ou outra eslrada. Cá
se fará pelos ingenheiros que o governo mandar ; ou
melhor ainda pelos que escolher dos que já cá eslão^
iPara que écom a pobreza actual fazer-se esse ex-
traordinário gasto pelas obras publicas? Um ou dois
ingenheiros, que o governo nomee ou escolha,, torno
a direr . dos qne já cá éslaó , que .se intendam cora ^
commíssâo central , para deliberarem com cila sò.hrò
o mais nrí^ente le sobre alguma alterarão aceríadâ
para maior solidez ou melhor arranjo da* viii publica.
Aásim dois ânuos ou mais, que se haviam rfe consu-
ffiir nos tàes estudos gràphicds, empregar-se-hao logo
tím fazer obra que se veja.
Pedimos as estradas, carecermos' d^ellas , estaipos
promptos para as pagar ; é queremos os bracoS algar-
vios empregados em trabalhos de utilidade pVopría.
Nomêe o governo nraa juncta' central na cabeça do
districlb, composta de um ou dol's indivíduos de*cad^
uma das comarca9;e csla juncta ntiihee comraissões filíaes
Bas^eabeçíts dfas-dictas subordinadas a cila ; presidi-
4 ff
:42
REVISTA UNIVERSAL' ' IASB07{e:NâlJ:.
das por uih dos seus, qiic vá á cenlrtil , e esta im-
mediatamenle ao governo para lhe dar conta de tudo
o que fizer, para conj anela mente com os ingenheiros
determinarem o que fôr mais ulil e çcguro, A com-
, missão central nonièc o& empregados para os trabalhos
por propoista das fiiiaes sob sua responsabilidade.
, No Algarve temos pessoas muito capazes, honradas
c «ciosas do bem da província , muito intelligentes c
desinteressadas. Saibam-n*as nomear livres de paixões
e tudo irá bem.
Quanto ás companhias para cmprezas sao c$cu$9idas
para aqui. iPois nós havemos úe p^i^ar o nosso cru-
zado annual e além d 'isso pagarmos barreiras c dar-
mos esse ganho aos emprczariosí- Os nossos quatro
centos réis annuaes , bem administrados , dão para as,
nossas estradas , pontes c o mais que for preciso para.
nosso cómun)do uos . trânsitos da pravijicia. Se sei
aproveitar o que tenho dicto podemos passar muito bem
sem empresários. • ....
Os montanheiros cá do Algarve s5o a gcnlç roais
pobre c miserável que ha. no mundo. Trazem, aos mer-
cados o seu carvão, e a sua Jcnha , ou qualquer outra
'coisa para comprarem o seu preciso, vem sem real
'c sem real tornam e ^ hão-dc estes pigar barbeiras ? j com
que dinheiro ! Bçm lhes bastam; ai» horrorosas coutrí-
buiçõês de seus respectivos municipios , ,quc todas se
absorvem em cpisas que se uíTo \ccni.
Faro 8 de seplembro de 1843,
Josç Joaquim Ràííialho.
ABVtlSLAVTl» S PBJBCZOSZSSZMO NOVO BIS*
THODO DE ILLiriaiNJiÇÃp.
2097 Depois de tantas tentativas como n'estcs úl-
timos ânuos se teem feito, com mais ou. menos êxito,
^para aui^mentar a claridade artificial diminuind0;0cusr
lo d'ella, apparecc agora um iavcnto, que, se res-
ponder aos pregões que d'elle se levantam , sa^tisforá
'aos mais cubiçosos. ,, ,
O auctor é o Doctor Pellctan. Â descriprão e de-
senhos da máchina por elle inventada podem seirver
na Pohylcchnic Reviewoix no Cqurrier de L*£urope de
12 do passado.
Com esta declaração nos damos por desobrigados
de transcrever para a nossa folha as gravuras cos por-
menores do artigo, que as acompanha. Os especula-
dores, que desejarem explorar a nova mina , já teem
o caminho aberto. .>
Em summa só diremos , que o invento "do Doctor
Pelletan , a que já foi , concedido privilegio, prqpor-
òiona a luz ou luzes com a intensidade ou profusão^
que se deseja , mais baratas qiíc a do azeite e a do
gaz até agora usado , sem grandes trabalhos para as
)[)rcparar ; sem nenhum perigo de êxplosò/Bs , sen^.ne-
nhum preiuizo para á saúde , sem nenhum inçopimor
'do para p olfacto, sem nenhum estraga nos doirados
ou côre&melindrosas que houver na caz^. O appar^
lho para esta feiticeria scieutiOca pôde ser Gxo em
qualquer parte da habitação , e ir. ramificar a clari-
dade por todos os quartos d'ella ,. ou ,.. se mais tqni-
zerem , portátil. Póde-sc applicar ás salas, ás fabri-
cas, aos theatros , ás ruas e praças , aos na.>ios, aoss
pharóes , a tudo, e finalmente recebe por, alim^to o
que na terra , onde o tiverem , e for mais abundaiitte
é barato: no norte da Europa e na ^meriça. matérias
resinosas, que por vil prejo se mecc^: ena.lt^lií^ a^
«áplítrt , qué tité. aópròsentíí parfl{ iiádã' tinha' smidòj,
c nada valia : nas (erras de vinhíis, como esta nossA*,
a aguardente : lia própria Inglaterra finalmente, oof-
de a iiluminação de gajz tem subido ao maior apura^
combinações acertadas de diversos líquidos ost^ofrcK
metteiido talv«z que p^yricstc «leio se oonseguifá umà
economia de 70 por cento. • ' \
Vm appar(*lho para vinte luzes tem apenas seis pés
de altura , quatro de largura e três de comprimento,
e gasta n'um serão inteiro de lenha ou Qutro qualquer
combustivol obra de trinta réis quando muiia; c de
náphta ou espirito de therohinthhia , que {mnlileem o
gaz luminoso,, coisa de quatrotícntos réis, em Londres-,
já se sabe , onde' tudo custa mais.
A thooria , para a apontarmos em duas palavras , c
simplicissima. — (Ima íornajha ; em cima d*c)la uma
•caldeira com o liquido òu líquidos, que se hão^c eva-
porar. Esta caldeira é o corarão damáohina,'C o san-
gue , que d'ella siío , e para ella torna a entrar de-
pois da circularão , é o lluido luminoso; para o que
ha um systema dúplice de canaes, que sobem da cal-
deira para. as grizctas , c que rcdescepdemqom o flui-
do depois deieondoiisado |>ara a caldeira; artérias. e
vetas; Tudo isto o abrir e feciíar válvAitas a tempo',
o conservar o lume acceso , ou apagal-o apenas dei-
xa de ser nròessai^io , lá* o faz a ináçhíná por si mes-
ma sem hesilação , ucm equivocação , nem reboliçff ,
nem contingência alguma de desastre. , (^ um dos mais
bellos inventos da raccbáuiai , um autómato não para
pasto vão da ciiriosioi>idado , mas jíara servir muito
Tcaimcnte ao homem.
VARlEDAOy.
COMMEMOiiArÓíiS.
O pniBsxmo avto-pe-xç bm portugax.
áO DE ânEy>tJÉMIMlÒ DE 1540.
2098 A inquisição ainda nâo está julgada. Por ncr
nbum titulo cabe oiwrac. de historia ^ aem ás invec-
tivas, quc< fizeram , ou publicaram estrangeiros , que
nunca compreenderam o que era aquelle tribunal ;
ncmtão*pouco ásrolaçncs apaixonadas dos que padece-
ram seus rigores.— Os erro^ políticos d'clrci D. Ma-
noel produziram a praga dos christãos novos. ..Elrei
D. João 111. , e sous conselheiros , tentaram atalhar o
mal pela raiz*; inas aconteccu-lhes como aos charla-
tães curandeiros, que promettendo remédio , que cu*
re , applicam mezinha , que aggràva. A* mezinha ti-
da em contçi de rciaòdio fui o Sancto Officio, da Inqui-
sição. O- fanatjsipq religioso dos svculos XYI c XVII
accendeu a^ fogueiras, as sim como. o fanatismo politica
dos séculos XVIII e XIX ideou a guilhotmn , e tem
aguçado tàilhares de piinhae*. — Nâo nòs venham pois
canonísar a guilhotina peJas fbgueiras, nem as foguei-
ras peja gúilhotiíia,. Begeitamos^ ia Umine' uma logíca
tão viciQsa. Deixcm-#ios usar Jivrcroc^nte do ínteod»-
•meoK^, que é a eoisa mais nossa, que nus temos : não
tentem o impossível de apanhar dmtro de limites áa-
<ios o qtfe de si é tncoorcivel. Gendemiie-se o f<inatis-
mo debaixo de tt>das as suas formas e disfarces ; e tíi
que se sentirem alumiados pelo tesplencliji* dá verda-
deira tolerância , esses sim, yenháiri , c julguem â
guiliiòtiiiu e as. (^gUjçÂr^s^ ^ gelo que ,4 esU|i% resp^^i*
r;êvi»ta uniyeusál li^onèN^e.^
43
ta , mal se poderá forriíai' Jnizo seguro e imparcial ,
«inqimnto sç mo fòr a e^a Torre do Tombo a- reVoI-
yer os processeis da inquisição ; emqnanto se não en-
trar por essas bibliothccas a examinar muitos outros
curioso* documentos, que lé jazem.
Andando nós em uma diligencia doestas / achámos
lembrança dofirimcito Aiito-de-fé; que n' estes reinos
lie Portugal se cciehnya. Foi na cidade de Lisboa-,
^m domingo 20 do scpt^nbrode 15i().Era inquisidor
^eral o infante D. Henrique ; arcebispo d*Erora , que
depois foi cardeal , c rei. Fei-se o cadafalso juncto
dos Paços, da Ribeira", ou jimclo á Caza dos Contos.
Os lido« na topogpaphin de Lisboa a velha ,qno dí^ci*
daia se por entre aquclla varraAte ha identidade de
Jogar, . Presidiu no auto D. João de Mello , bispo do
Algarve, que veio a ser arcebispo d'Evora. ÀBSÍstiu
eirci com lodos os prelados ecclesiasticos , e fidal-
jçuJa. Pregou o Padre Fr. Francisco de Vi lia Franca ,
eremita de Saucto Agostinho , e n^aquellc tempe to-
formador da sua religião n*cste r^^ino. Sairam peni-
tenciadas 23 pessoas : c como as memorias , que vi-
mos ,. não. declaram as penas , a que foram condem-
viiadas , nãi) poderemos afiirmar se logo por boa estrèa
Xoram algumas relaxadas era carne (como diziam) , e
«'cjias executada a pena de fogo.
J. //. dat CwJtn Ritara,
JLÇHADA BOS MAIIV8CRXFT08 9S SKASI
I>. DUARTE.
(Carta).
2099 Sr, Jjiedactor. — Penso que poucas pessrtas
.sabem , que o nosso dístincto compatriota o abbade
José Corroa da Serra fora o primeiro , que em Paris
descobriu os manuscriptos d*elrci D. Duarte. — A
cópia inclusa d'uma carta do ministro d'estado Araú-
jo, escriptA áquelle abbade'^ em 1804, prova bem,
que lhe cabe esta gloria , embora a)guem poslorior-
jnonte a reivindique também para s\. — O original
d' este documento cxiòte na mão do men apreciável
amigo o liluslrisrimo Sr. Manuel Bernardo I^pes Fer-
nandes ; o qual , assim como cu , moito desejaria ,
que Vi 5ie servisse publical-a na Utrista , se inten-
desse , como nós intendemos ; sef um acto de justi-
ça , e de gratidão á memoria de um lilterato , que
nos dá honra. ^» ^ ^
Sou de V. ele.
23 de agosto de 1843.
António d* Oliveira Amaral Machado,
Carfn do ministro d^éttado Âutonio de Araújo ao aôèfl-
dc Joné Corrêa dn Serra.
Sr. Correu, — Amigo eSr. do coração. — Tive mui-
to gosto em receber a sua corta de 7 do corrente ; yi-
# \a feliz como ^u lhe desein , e eu o serei , se poder
contribuir para a sua felicidade, Contiíiuo a ser Laji-
raga ou mestre ác casos ; poréiq muito á satisfação de
quem tudo manda , e do publico. Isto assim c qua^
zero , roas com o tempo espero fazer alguma coisa dé
que ea mesmo me satisfaça ; o Céu o permitta'; en-^
Iretanlojá muitos grandes tcem Visto que setne pode
applicar — o antes queh'ar que torcer — e estimo que
por tal mê conheçam. Agradeço-lhe muitp a xcpre^en-
taçao que.Tdz ao ahii^o para quem lhe deixei o esr
crip^; vcrqmos ^e aqui se faz o milagre, quando não,
será preciso ser tangido por lá ; o homeia é infame
èm todo o sentido , assim eíomof oé também h dá Cir^
ce , que ahi se acha , e que não cessa do mostrar -li
sua inveja , e máu caracter. Mil parabéns pela dii^s^
coberta importante dos manuscriptos. Não tive ocea*'
sião de fallar ainda sobre isto a S. A. R. ; mas es-
teja certo que elle ha-dc querer fazel-os imprimir , é
portanto mande lògo copiar as obras d'etrei D. DuMK
te , e tudo o que julgar digno da impressão , accreS-<
centandé os seus enfeites. TÍrno a dizer que o I*rin-i
cipo há-de estimar isto muito , c para mim é grande
gosto que esta •desc<)berta seja feita por um amigo tf
quem amo; a sua carta chegou-me ha poucos- dias ,'
c por isso não fallei ainda. Qnândo tiver tcmpb (pois
até agora não tive tmi moinento livre) lhe farei algu-^
mas encommendas de livros. Creia que sou com €(
maior afecto , fiel e obrigadíssimo amigo — António
de Araújo. — Lisboa 28 do julho de 1804/
VXA6SN8 NA MZNHA TBRItA.
(Continuado de pag. 19 do III, tomo).
III.
. 2100 Vou desapontar de corto o leitor benévolo;
vou perder , pela minha fatal sinceridade > quanto en»
seu conceito' tinha adquirido nos dois primeiros capi-
tulos d'esta interessante viagem.
iPois que esperava elle de mim agora, de mim qiié
ousei declarar-m« es^riptor n' estas eras do romantis^
mo , século das fortes sensações , das descripçõos á
traços largos , profundos , e incisitos que se lenlalbam
n'alma e entram com sangue no coração t
No fim do capitulo precedente parámos á porta. d«
uma estalagem : i que estalagem deve ser esta, hoje/
IV) armo de 1843 , á« barbas de Victor Hugo , com o
Doctor Fausto a trotar na cabeça da gente , com osí
mysteiios de Paris nas mãos de todo o mundo?
{ Ha paladar que supporte hoje a clássica posada do
Cervantes com o seu mesonero gordo e grave , as ptt«
Ibas dos seus arrijeiros , c o mantear de algum pobre
lorpa de algum Sancho ! i Sancho , o invisível rei do
século , aquelle por quem hoje os reis reinam e os fa^
zedvrcs de leis decretam ' c nfferen^ o JtísU> t \ Sancho
mantcado por vis, muletoiros ! Nãò é da epocha.
Eu coroarei de trevo a minha espada ,
bc ccnoirjíB, luzerna, e belarrava ^
Para cantar Harmodi(j8 , e Aríslogitoiis,
Que do tjranno juíro VdS livraram
Da ficieiícia velha , inútil canwchoaa ,
Que elevava da terra , erpuia, alijava
O que no homem ha <le í?er divino ,
E para os grande» feitos e' virtudes
Lhç dcspefíava o espirito da cai^je.: ,
Tíão: filautac batatas , ó geração de vapor e de pi
de pedra , macadamisae estradas , fazei caminhos de
ferro, construí passar?»Ias de lcaro> para andar a qoal
maia depressa , estas horas contadas de uma vida Uj*
da material , massuda c grossa como tendei folto es*
ta que Deus nos dcutao difTerente do que a hoje vi^
vemos. Andac , ganha-pãcs , andae ; reduzi tudo a
cifras,' todas ás considerações d '«este mtmdoa equa-
ções de interesse corporal , comprac , vendei , agiiit;^
tae* — ^Xo fim de tudo isto o que lucrou a espécie
humana ? Que ha mais umas poucas de darias de ho*-
mcns' ricos. E-en pergunto aos economista »*pol!ti€os »
aos moffaliatxis , jsojá calcularam onum«ro de indivii-
duos que é forçoso condemoar á miséria^ ap tra^aik*
^ I
44
REYISTA UNIVERSAJ. W§BOPffBI>íBE.
dqspr<H>vu*cioQado , á ^^^^^^^^i^^C^^ * ^ infami» i á
ignoçancia crapulosa , á desgraça invencível , á pe-
núria: absoluta , para produzir um rico? — Que lh'o
digam no Parlamento inglcz » onde , depois de tauUs
cpiximi^ões de inqacrilo,, já deve, de andar orçado o
i^umaF^j do almas . Cjuc é preciso vender ao Diabo, o
Duipci^q de carpos que se tecm de entregar antes do
t^mpo^ao ecmiterio para fazer um tecelão rico crid.al-
go, como Sir UobcrtPce*, um mineiro, um banquei-
ro, um grangeeiro — seja o que for : — cada homem
rico , abastado , custa centos de infelizes , de mise-
ráveis.
. JiOgo a nação mais feliz nãq é a mais rica. Logo o
principio utilitário c a mamona da injustira e da re-
provação , logo
There is somelhing bíílweea earlh nml Iieaven
Thal is not dreamt of by your pliilo-^opliy.
A sciencia d'estc século é uma grandississima tola»
E comí>: tal, prcsumpçosa eeheiddo orgulho dos nés-
cios.
Vamos á descrip^^ão da estalagem. ^íão pode ser
clássica: asso^iavam-me esses rapazes todos de pêra,
bigode t c charuto , que fazem litteratura cava e fun-
da desde as portas do Marrarc até ao café chiuez de
Moscow. . . , . .
Mas aqui c que mo apparece uma incoherencia in-
explicável. A sociedade é materialiíJta , e a littcratu-
rjsí , que é a exjiressão da sociedade , c toda , c ex-
cessivamente e absurdomente e despropositadamente
espiritualista! Sancho rei de facto » Quixote rei de di-
reito !
Pois é assim: e explica-sc. — É a litteratura que
é uma hypocrila. Tem religião nos versos, charidade
nos, romances, fé nos artigos de jornal — como os que
dão esmolas para pór no Diário , que amparam or-
pbãs xi2([Gazeta, e sustentam viuvas nos cartazes dos
Ihcalros. .
; E faliam no Evangelho ! Deve ser por cscarneo. Se
o leemlião-doí >or lá que nem a e^jqucrda deve saber
o que faz a direita
Vamos á descripção da estalagem ;e acabemos com
lanta digressão.
Não pode sor clássica está visto , a tal descripção.
— Seja romântica. — Também não pode ser. ^Porque
não? É pôr-lhe lá um Chaurineur a amolar um facão
de palmo e meio para espatifar rez e homem , quan-
to encontrar , — uma Fletir-de-Marie para dizer e fa-
zer pieguices com nma rozeirinha pequenina, boniti-
nha, que. morreu, coitadinha] — e um príncipe ale-
mão encoberto , forte no socco britannico , immenso
pm libras sterlinas, profundo emgyria de cegos ela-»
drues. e ahi fica a Azambuja com uma estalagem
que não tem quo invejar á mais pintada e da moda
Roeste século elegante , delicado , verdadeiro , natu-
ral! ,
£ coono en devia fazer, a descripção: bem o sei.
•Mas ha um impedimento, fatal , invencivel — egual
40 d'aqueUa famosa tsalva.que se não deu ; — é que
«ada d 'isso lá havia. }
— r.E eu não quero calumniar a i)oag«ntc da Azam-
buja. Que me não leam os taos^ porque eu quero vi-
«er e morrer aa fé de JBoiicau ;
Rieij n'e^ beau qu^ le vrai.
Já se diz ha muito <anno que honra c proveito nio
cabem n'um sacco; eu digo que belleza e mentira
também lá não cabem : e éa mais portugueza traduc-
ção que creio que se possa fazer d'aquelle immortal
e evangélico hemysticfaio. A maior parte dasbellèzas
da litteratura actual fazem-iíio lembrar aqueliâs for^
mozuras , que tcntaTanios sanclos eremitas na Theban
da. O pobre de Saneio Antão ou de S; Pacoinio (Pa-
comio é melhor aqui) ficavain embasbacados ao prin*
cipio ; mas dava-lhe o coração umà pancada , oiha-
vam-lhe para os pés «— Cruzes, maldicto ! Os
pés não podia elle euoobrir. E ao primeiro abrenwi-'
tio âo sancto', dissipava-^se a belleza em miúto fumo
de enxofre , e ficava o diabo negro feio ecábrura co-
mo quem é , c sempre foi o pae da mentira.
Nada , nada , verdade e mais verdade. Na estala-
gem da Azambuja u que havia era nma pobre velha
a quem ou chamei bru\a^ porque cmfim que havia de
eu chamar d velha suja c maltrapilha qoc estava á
porta d'aquella asquerosa caza?
Havia lá esta \eiha, com a sua moça mais raòça ;
mas niao menos nojenta de ver que ella , e nra velho
meio paralytico meio demente que alli estava para um
canto com todo o geito e Irara de quem vem folgar
agora na taberna , porque já bebeu o que havia de be-
ber nVila.
Matava-nos a sèdc ; mas a agua «Df é bel>er quar-
tas. O \inho era atroz. ^Limona^la? Não ha limões
nem assucar. — Mandou-se um próprio atenda no fim
da villa. Vieram três limões que me pareci.im d''uns
que pendiam quando eu vinha a férias no fan>o50 bo-
tequim, de Leiria.
O assucar podia servir na ultima scono de Mr. de
Pourccaugnac muito melhor que n'unia limonnci). Mas
misturoU"SC tudo com a agua da^ sezões , bcbomes ,
pozemo-nos era marcha , c atégf>ra não nos fez mal
com ser a mais abominarei , antipatiiica , e suja bc-
veragem que se pôde imaginar.
Gimiiihnmoâ na mesma ordem até chegar ao famo-
so pinhal da Azambuja.
Â. G.
NOTICIAS.
ESTRANGEIRAS.
SlOl Com unica excepção do eslndo ainda febricitante da
Hispanha, a Europa disfnícta, «u parece disfn.ctar pro/unda
pax. Todavia n*aqiiclla terra malfadada dos homens — que mio
de Deus — na coração daHÍBpflnhn,8ymptúmaij apparecffam de
um novo atcesflo ou cunvulsSo. Os facuHativoa, cpio lhe assis-
tem, houveram, conforme ^í pratica de «eu anlecesaor, que mo-
léstia de tanta gravidade pelo orgam vital , que ameaçava , e
pelo perigo de pcgar>&e , só poderia radicalmente cural-a u usq
do cautério, ou da lanceia. Padeceram pois em Madrid oito
infelizes victimas da própria credulidade, e cegueira, ou instru-
mentos da ambição alheia. A experiência portara de todos os
tempos, e maxime doestes, últimos cincoenta amuir, tem. demons-
trado á evidencia , quo nas doença^ politicaa esseaciaUneate
pcrvosas o cáustico, e a sangria 4)ro^;am mal.
PORTUGAL.
210S O estado sanitário político do Reino .poderia talrei
dixer-se cxcellente a nao se lhe verem graves symj;lí)mas de de-
bilidade de estômago, procedida' ou da falta db ttecessario ali-
mento^ ou da sua má di^cstio.
REVISTA UNIVERSAL LISBONENSE. ^^
ACTOS OmClABS.
JBIQ3 DHírí9 io Crêcernê de 7 tie septembro.-^Vor^srin
rlosriaodo os ^overiadores cirís de Castçllo-Bruiico , Évora ,
Faro, Ponla-Dclgrada e Villa Real pela diroiniiiçfto que nos
tens di!$lr)ct09 tem tido a slatislica criminal. Slappa de statís-
tica crimina] no primeiro semestre d*esle aniio.
Irfem dê 8. — Portaria approvando os estatutos cTa socieda-
de eci)nomica coromcrcial portuense. Oitra concedendo a Joilo
EccÍG0 Martin e Bernardino Joaquim de Azevedo o privilegio
exclusivo por quinze annos para a máchiaa — Eseorregadio de
Martin e Azevedo^ — por meio da qual se pode tirar qualquer
naVio para terra firme, concertal-o exteriormente, e leval-o de-
pois H affua com a maior se^rança. Venda de bens nacionacs^
Idem de 9. — Ordem da armada n.* 107.
It/em de 11. — Ordem do exercito n.° 33.
Idem de IH, — Venda de bens nacionaes.
Idem de 13. — Atíso : o beijamao do dia 16 do corrente
anniversario de S. A. R. ha-dc ser Do palácio de Belém» Por-
taria dando providencias sobre pasranientos.. Relação dequator-
xe réus sentenciados para Cabo- Verde. Outra do Thesoiro ap-
provando as contas da Companhia Confiança. Venda de* bens
nacií/naes. Aviso da juncta do Credito Publico sobre pagaraenr
to de juros de diversas inscripçõcs.
A ZNF JUOTTE D. SAWCBA.
2104 A 11 do corrente achava-se a egreja de Sancto
António da Sc ricamente armada de prelo , e com um
sumptuoso mausoléu eoroado. Ce1ebrava->se ii'elia um
•fíkio fÚQchre , com exeellentc musica vocal e instru>
laenlal. Eram os suíTragios , que anuualmenlc faz a
camará de Lisboa pelo descanço da alma da Senhora
Infante I>. Sancha , de quem o munici{kio herdou as
(erras do Alqueidaa, que ainda ao presente possuo e
administra. Esta pontualidade no cumprimento dos
contractos com os mortos merece <apoutdda c louvada
como coisa raran'c«lcs annos, que. vão correndo. Ac-
çeitc pois a camará municipal de Lisboa os nossos sin-
Gcros agradecimenlos pelo bom exemplo, que n'isto
dá a todas as do reiao:-^são agradecimentos desin-
teressados , livres , ingénuos » e de tão boa vonUide
escriptos , quanto já nos fora doloroso em o nosso ar-*
tigo 1807, o accusal-ar c eonvcncel-a de desprimorosa
em outro objecto similhante»
O espirito de philosopbia christã , dé philo^ophia
philosophica tem feito (não ha njcgal-o) » c Yae fazen-
do progressos de que , para o diante , nio pouco hão-
de vir a ajudar-se a moral e a civilisação.
Mas já que viemos a agradecer á camará de 1843
•s seus testimunhos de respeito para com os fmados
na pessoa , cmi antes na memoria de uma piedosa prin-
ceza do outras eras ^ lembremos-lhje — que no extin-
cto convento de S. Francisco jazem em indecente des-
amparo e desprezo,, mettidos n' uma pequena arquèta os
despojos» morta es da mesma senhora, a quem annual-
mentc festejam com tamanha pompa. A conlír^ua re¥0-
lução, em que teem andado n'aquelie edifícia as pe-
dras , a ierra e os ossos , bem poderá eoBtinuar e su-
iDÍr também estes com perpetua vergonha da Bossa
edade. Accuda-lhes a camará emquanto pôde , e trás-
(adc-os com mais edifícanie venerarão» do quearrui-
do e apparato dispendioso , para o seu histórico c de-
votíssimo templo de Sancto António.. — Dar-nos-ha ma-
téria para novos e mais altos agradecimentos.
BBUaRAÇlO I>X AMTZGUASSA& VQRTV-
OVSZA8.
2105 Escrcve-nos o Sr. M. de S. que passando
pela Batalha» o actual representante da Priissia n'cs-
ta cdrte , fidalgo mui versado e intelHgcnto em maté-
rias ar^isticas , comprara por 72^000 réis , cora a
condição de Ih' o porem em Lisboa > o rícp portal de
cantaria de janella de uma caza antiga visinha do In-
do esquerdo do mosteiro monumentaL
Dóe-se o nosso correspondente de qire havendo por
allí passado tantas pessoas portugucKas. , rieas ,. pode-
rosas e intendedoras , a nenhuma occorresse aprovei-
tar aquella formosa pcra de architectura , para a não
vermos ir agora , e por tal prera,. para terras estian-
geiras.
BZB&ZOTBECA DB BRAGA.
2106 É geralmente sabido que este estabeleci-
mento nacional , para cuja mmediata orgânisação fo-
ra auctorisada a mimicipiladadc de Braga pcfa carta
de lei de 13 de juttio de 1841, e que progrediu con-
sideravelmente sob a direcção da camará d'esse bicn-
nio ,. chegando a fazer-se no edifício , que lhe foi des-
tinado , uma boa parte das obras necessárias para a
a accommodação de 25 a 30 mil volumes que alli se
acham accumraulados , colligidos de vinte cazas reli-
giosas , pelos esforços da mesma camará , ficou to-
talmente paralysado cora gravíssimo detrimento de
tantas preciosidades litterarias , e da instruccão pu-
blica , desde que entrou em exercício a eaniara ac-
tual, não obstante ter-lhc sido legada pela anteceden-
te a quantia de 1:182J[000 réis, expressa e privati-
vanente destinada á conlinnação d'aquellas obras.
Não é menos notório ,. que o verdadeiro e único mo-
tivo d^^esla culposa negligencia da camará foi uma des-
avença mesquinha e desarrasoadissima do presidente
da camará com o bibliolhecario ,. por se haver este
recusado a admittir um servente , que a^uelle. prote-
gia, com exclusão do actual ,. contra toda a justiça c
humanidade.
Muito é para lanMfitar que a sorte d 'um estabele-
cimento pubIico.de tamanha importância, b^ya sido
escandalosamente sacriflcada a mal intendidos capri-
chos e á vingança d'aquella camará contra um indivi-
duo , cuja probidade e merecimento litterario são in-
contestáveis.
Em nosso poder existem mais que sobejos documen^
tos , que nos habilitam para julgar este negocio , cu-
jos pormenoires. publicaremos opportunamente^
Queremos todavia esperar que a iUusIre camará »^
esfriados os odiosinhos particulares ^ de que o publi-
co innocente não deve sof&er as consequências , re-
considerado com sisudeza o que está feito , mas não
é irrevogável, e mais desejosa degrangear honrada fa-:
nu de boa administradora, do que vanglorias de pue-
ril e mulher ilmente pertinaz em pontinhos de falso;
credito, — dará o nobre exemplo de renunciar a vic-
toria mal ganhada.
O não cair é beUo; mas o levantar-se é heróico^
AOaAJ>£CUIEKVO PUBLICO.
2107 Sr. Redactor. — Sc, nO ultimo quartel da
nossa vida^ alguma coisa podesse adoçar a nossa si-
tuação , seria essa sem duvida o acto nobre > em que
os digno& membros da eommissão instaurada para au-
xiIiar-no8> íoraan coadjuvados por tão avultado nume^
ro de bons portuguezcs.
Não podendo nominalmente testimunfaar a todos e
ceida um dos nossos bemfeitores os síncer os^ senlim«u«
46
RETiaqU: VNIYERSAIi LISBONENSE.
tos da mais viva gratidão de que nos achamos anima-
das , dignc-se V. expnmii->os , e receber por este
obsequio os nossos agradecimentos.
A manifeslarâo de que acabamos de ser objecto ,
centuplica aos nossos olhos o seu valor, por ser mais
que outra alguma coisa um tributo de considerarão
por um homem , que ligado á pátria por vínculos d«
gloria , era além d' isso ligado coranosco pelos mais
estreitos vincules de sangue.
Somos com o mais profundo respeito
De V.
D. Mana Bcnedicta Màchaân de Castro r Sm^sa.
1). MariUima Perpetua Machado de Castro c Sousa.
BOX.ETZM DOS THEATR08.
■ 5408 Consta-nos que pelos primeiros dias de ou-
tubro sairá annexo á 5." serie da ReH^fta do Conser^
vaforio , o boletih dos theatuos , rcvula mensal dos
sjiectaculos nacionaes t estrangeiros , e continuará a
sair todos os mezes em folha* avulsa , annexa á sobre-
dita Revista do Conservatório; redigido pelo Sr. José
Maria da Silva Leal.
MENZXA PSRBIDA.
2109 Diz aos Pobres no Porto o seu corresponden-
te de Lisboa, — que no bairro da Gra<;a se perdera
uma menina de 12 annos , a qual se julga ter sido
desinquietada.
Ás auctoridades policiaes pertence indagar, se é
Terdade, e sendo-o, fazer processar inexhoravelmento
os raptores. O crime de abuso da fraqueza e innocen-
cia feminil foi sempre frequento nas grandes capi-
tães, mas entrenós, vae-sehoje amiudando mais que
nunca, e faz estremecer aos que teem intendimento
para abranger todas as consequências pessoa es domes-
ticas e publicas d'estas seducrões prematuras, doestes
ignóbeis tráficos das honras, doestas prostituições «al-
otiladas , inevitáveis c** irremediáveis.
MAIS VICTIMAS DA INCONTIVBSrCXA.
2110 Lemos nà Coallisão — que, em Va l longo ,
devendo pernoitar fora de sua casa uma padeira por
nome Maria Seixeira , seu marido rogara a certa mo-
ca de edade de 14 annos para lhe ir ficar com uma
íílha pequena^ A crédula caiu no laco. O somno c o
desamparo da noite a traíram , e a sua honra foi bru-
talmente sacrificada.
; Egual attçntado perpetrara já o mesmo perverso ,
ha quatro annos , contra uma menina , que apenas
então contava nove I
Somos curiosos de saber que pena seguirá a tal de^
llcto,
VM HOBSXn VSZTO PREMIO GOLAMBS 1>Z
Z.OTSRZA.
2111 Conta Brás Tizana em carta ^os Pobres no
Porto, — que duas senhoras, moradoras na rua dos
Remédios em Lisboa, tiahaiti ambas inclinarão a certo
individuo que frequentava a casa , e concordaram em
lançar sortes para ver qual havia de possuir operten-
dentes obrigando^o a desfavorecida pela fortuna a
nunca mais olhar para elle. — Assim se fcE , e cons^
ta' que a concordata se tem cumprido á risca.
apostolo do protestantismo na ilha da Madeira , de
quem já algumas vezes temos dado noticia , parece
que SC arrependera de haver-se constrangidamente
commcdido.
Aflirmam-nos , que depois de ler por algum tempo
aíTectado não querer já seduzir catholicos para a sua
seita , recomeçou novamente a recrutar pra ella com
tanto aflTinco e imprudência , que as auctoridades nio
tiveram remédio senão prendel-o.
Desagradável coisa c o recorror-se ao rigwr contra
aquclles, que por estrangeiros naturalmente se recora-
mendam para a hospitalidade. Mas a serem as coisas
metade só do que diz a fama , foi o Sr. Kailey quem
tornou o rigor indispensável. As auctoridades da Ma-
deira e o governo não podem ser em todo este ne-
gocio incrcpadas de nimia se\eridade. Esgotaram a
prudência, a longanimidade, talvez até as medidas do
justo e decoroso sofíVimenlo. Agora c necessário não
desandar do feito , e dar exemplo que fique lembrando
aos bufurinheiros de novidades religiosas.
O OAÇAOOia HO &AÇO.
2112 AquclU façanhoso Dr. JíaUey ,
4icirrado
O DIABO NO COaFO.
2113 Nas supersticiosas crenças populares— -pon-
dera o nosso correspondente de Torres \ovas o Sr. A.
X.Rodrigues Cordeiro — algumas ha poéticas e festi-
vas como a terra e clima que habitamos, e que por
não damnarem a coisa algum bem podem ser perdoa*
das e até favorecidas da philosophia ; outras porém
que são de índole sombria, e maléficas influencias me-
recem bem ser exterminadas. As primeiras sio poesia
e flores ; as segundas superstições , abrollios c vene-
nos. Discriminadas bem estas das outras o modo eífi-
caz de as acabar , não é monteando-as e perseguin-
do-as a ferro e fogo, mas indo metter a luz pelas bre-
nhas e covis bravos da ignorância e rusticidade , onde
se ellas acoitam e medram: a violência fortifíca-as ;^
só a cbridade as mata. Este allumiar pertence ato^
dos , não só aos cabeças espirituaes ; e corre como obri-»
gação precípua , rigorosa c apertadíssima por conta
dos jornalistas , que devem ser uma espécie de dccu-
riòcB na ampla eschola de ensino mutuo, chamada po-
vo. O caso, que o Sr. Cordeiro nos relata, argueuma
doestas superstições damnosas , que importa extirpar
por via da iilustração , e por isso de boa mente o re-
petimos.
A 1 do corrente pela volta das onze horas estava a
praça de Torres Novas cheia de gente aldeã e cam-
ponesa , que tinha , pela maior parte, saído havia pou-
co da missa da Misericórdia , quando de repente um
d'aquelles homens foi atacado de uma epilepsia.
^Emquanto o desgraçado se rolava, pasmava e se
estorcia, que fazia aquella multidão? ^accudia-lhe?
^tirava-o, ao menos, da ardência do sol para alguns
recóbros de sombras? — Cercava-o de longe ,* agita va-
se , e fugia a qualquer movimento que lhe via íazer.
A opinião , que mais abundava por aquclles cérebros
ronceiros e em parte avinhados , era de que o mise-
rável estava possesso do diabo. Outros tinham para si
que era alma do outro mundo obrigada a restituições» '
que se lhe encaixara no corpo , e emquanto se ellas
não fizessem tinha de andar penando , e por isso se
não aífoltavam a íl»a requerer da parte de Deus pa-
ra que faltasse , com medo de que fosse desmesurado
o calote , e a sua responsabilidade viesse câír ás cos-
tas do inquiridor. Quasi todos clamavam á uma que
REVISTA UNIVERSAL LISBONENSE.
47
pelo sim pelo não, se mandasse chamar o parocho pa-
ra o exorcismar. N'csles alvares comícios se estavam
debatendo , quando tornado em si o doente se poz em
pé , todo desfigurado.
« i Que de séculos não teom decorrido desde os
romanos até nós, — observa o mesmo correspondente
— e ainda se renova uma scena doestas, de que a
propiia Roma pagã já se poderia envergonhar! Quan-
do tal entre os romanos acontecia » em acto de comí-
cios no campo mareio , interrompiam-se estes para lo-
go , e se espaçavam para outro dia, porque d'cssa
queda súbita sacava o povo fanático ruins agoiros :
d^onde veio e se c«»nserva á epilepsia o nomo de en-
fermidade dos comícios , morbus comitialvt. Que então
se favorecessem muito de industria estas e outras si-
milhantes abusões, bem podia a politica do estado re-
quer el-o ; a da nossa edade porem deve antes querer-
se com as verdades.
rtXaTO SAGAZ.
2114 Quarta feira da semana passada, entravam
a rua do Oiro , pela parte do Terreiro do Paço , dois
saloios, ao que parecia, mulher c marido, e um mo-
cinho que á mão lhes trazia uma égua com alforges ,
e um jumento , e em companhia d'elles um soldado
do regimento Pararam á porta da rica loja do
Sr. Nascimento, e despedidos do soldado, entraram.
Este porém , emves de partir , ficou-se por alli a pai-
rar , e tanto que os viu enlevados na escolha de um
boro cordão d* oiro , cbcgou-se para o pé da cgua a
fallar com o rapaz que a eslava segurando , c quando
pode deu um golpe nos alforges , c tirou o saquinho
do dinheiro que os pobres saloios traziam para com-
prar o seu cordão. Foi isto percebido por algims visi-
nhos , do que dando fé o soldado , deitou a correr
para as bandas de S. Francisco da Cidade , e não se
capturou.
Disseram depois os roubados, que no sacco vinham
dezoito moedas , c que seis não eramd'elles, mas
para líma encommenda quo na terra lhe tinham feito,
lambem de oiro.
' Os tristes voltaram para caza na desconsolação que
é hem de suppor , vendo que tinham andado a junc-
lar para o diabo lh'o levar. 7'.
WEOnOlOGZA KITTBRAAZA.
2115 Nasceu o Sr. ántonio mabia do couto era
1778, onde e de que pães não nol-o diz o seu paue-
gyrisita o Sr. Francisco Duarte d^Almeida e Araújo,
de quem tomamos os factos para esta breve noticia.
Cultor das humanidades desde a puericia, defen-
deu com applauso conclusões de philosophia racional
e moral nas cscholas de S. Yicente-de-Fóra tendo de
cdade 16 annos. Aos 23 foi nomeado professor subs-
tituto de lingua grega para os geraes da Ajuda ; e
a 5 de agosto de 1811 transferido com o mesmo
exercicio para o bairro do Rocio ; occapando a cadei-
ra de propriedade aos 16 de Outubro do mesmo anno.
£m 1840 despacharam-n'o reitor do Liceu de Lisboa.
Foi membro da Academia litteraria Fabiana , da So-
ciedade Promotora de Minerva e da dos Pacificas^ ao
presente denominada Academia Lisbonense das Scien-
cias e das Lettras.
Falleceu a 14 de Agosto doeste anna pelas 6 horas
da manhã deixando mulher , fdhos e mtiitoft amigos.
O seu cbaractor moral era sisudo honrado e christão*
Os seus priacipios em politica libcraes , tolerante e
invariáveis.
Para o julgarmos litterariamcnte convém estremar-
mos n'clle o mestre e o cscriptor. Constante no estu-
do da litteratura velha desde a meninice e dotado de
memoria prompta efiel, era na conversarão instructivo
e muito agradável , e na cadeira , que regia, o mais
insigne mestre do sen tempo n'esta cidade. Como cs-
criptor porém já não são , quanto a nós , tão subidos
os quilates do seu merecimento. De scptenta entre
obras e opúsculos, que deixou, não nos atreveríamos
a apontar um só titulo coroo passaporte seguro pa-
ra a posteridade. £ porque o saber só per si não bas-
ta. Se um ingcnho creador , se uma certa graça ori-
ginal não inUucm a quem escreve, as paginas mais.
trabalhadas debalde sé fíarao no seu muito poso: es-
se mesmo ha>de ser sempre o que mais depressa as-
love ao fundo. O fogo poético , pedimos perdão ao
seu panegyrista , não o descobrimos em parte alguma
de suas obras. Sc é nossa a falta , que nol-a não im-
putem á vontade , que também fomos seus discípulos,
também presamos tudo o que n'elle havia de bello ,
e nutíca de sua parte houvemos aggravo : se porém o
laurel, que lhe pertende cingir o Sr. Almeida e Araú-
jo , realmente lhe não assenta , como cuidamos; que
não lancem isso ao orador á conta do. mau juizo ou
de amplificação rhetorica d'aqueUas de que se usa
pnra realçar pequenezas. Erro foi , n;as nobre e lou*-
vavel , que nasceu todo do enthusi^smo da amizade
e do respeito.
Foi o Sr. COUTO dado ã terra no dia seguinte ao da
sua inorte com 65 annos de edade. A Academia das
Sciencias e das Lettras de Lisboa no domingo 27 do
passado depois de haver assistido a um oílicio fúne-
bre , por cila mesma encommendado para o repouso
da alma d'aquelle seu fínado irmão, celebrou em me-
moria sua uma sessão solemne com assistência de gran-
de numero de convidados ; na qual se leu o panegy-
rico agora impresso a que nos referimos. Louvável foi
o exemplo dado por esta Sociedade : enlaçando assim
á vista de todos as duas mais nobres profissões dcfé„
a da immortalidade do espirito e a da gratidão.
STATISTICA ORZ9IINA& DO OONTZNBJSTTX
1H> REINO S PAOVINCZAS ZN8tJ&A-
HSS NO PRXMSXRO SZMSSTAX
DS 1843.
2116 Crimes políticos, 4. — Armas defezas , 14.
Arrombamentos, 27. — Deserções 112. — Fuga de
presos, 27. — Assoadas, 9. — Moeda falsa, 1.-— Fal-
sificação, 1. — Assassínios, 147.~^lnfanticidios , 16,
— Suicídios, 28. — Propinações de veneno, 6. — í-a-
trocinios 2. — Roubos, 320. — Furtos, 160. — Rixas,
desordens e ferimentos 1:^9. — ^Descaminhos, 10.—*
Transgressões depolicia, falta de passaportes eoutroSg
516.-^Damnos» 23. — Incêndios, 23. — Crimescon-
tra a pudicícia, 20.: — Perjúrios, 4. — Crimes religio-
sos , 18. — Resistências ás auctoridades publicas, 139.
•*^ Crimes não classificados > 66.
rVnXAB DS UK &OBO.
2117 Em um domingo do passado^ agosto , um lo-
bo , com todos os vi^ de damnádo , apparcceu ao.
pino do sol em Oliveira de Azeméis , fazendo corre-
AS
REVISTA UNIVERSAL LISBONENSE.
rias e dcvastarõcs , que deixaram aterrados os mora-
dores da terra e os feirantes de fora, que lá accudiam
ircsse dia. Investiu curracs e cazas , esmordaçou ga-
tios , creanças e homens ; c , sem que pessoa alguma
(asasse de lhe anteparar as fúrias oa perseguil-o, des-
«ipparecea.
UM TRAVSMONTAirO Á8 BZRXITAS.
2118 A duas léguas de distancia da villa dc€ar-
n)2edo de Monte-negro , perto de S. Pedro da Veiga
de Lila , logarcjo assentado ao norte do mais elevado
píncaro da serra de Sancta Comba , houve em 13 de
.rgosto uma lucta singular e extraordinária entre um
lobo de torva catadura , c um homem de poucas in-
culcas.
Recolhendo-se da sua labotação o trabalhador Joaquim
Noura , e indo caminho da sila aldéa , encontra já a
ix>uca distancia d'ella um enorme lobo, decidido a díspu-
tar-lhe o passo : dois rafeiros que o acompanham mostram
boa vontade de accommetter o lobo, mas este uiva fe-
roz e os rafeiros recuam. Espanta-so Joaquim Noura
da timidez dos rafeiros, que já mais de uma vez de-
ram provas de valentia ; acirra e acirra ; não avan-
çam : abaixa-se , leva de duas grandes pedras , as-
siila de novo os cães e corro sobre o lobo — os seus
companheiros desamparam-n*o, e eí-lo só face a face
com a fera , e desarmado , que as pedras já lhe par-
tiram das mãos , e as espedaçava o lobo com as enor-
mes prezas. Joaquim Noura não desanima : nem a
fuga dos cães , nem a ferocidade do animal que
já uivava embravecido , nem a solidão , nem o es-
curo da noite sombria ejtenebrosa lhe afrouxam o
animo. O transmontano não desmaia : do seu gavão
faz escudo que enlaça no braço ; o lobo estava para-
do , Noura fíca parado : ambos se medem. . . o lobo
esfaimado pula e se lança sobre o trabalhador , este
resguarda a cara com o braço direito, n'elle recebe
a^ primeira mordedura. . . . torna a fera atraz , avan-
ça com maior Ímpeto , crava-lhe as unhas na cara ,
untão Noura agarra-lhe os queixos ; . . pouco depois
quasi esta liam , dá com o bruto em terra. . . entala-
Jhc as pernas com os joelhos. . . Uma hora é já passa-
da , o lobo a esbravejar , Noura prestes a desfallecer
<'<*nçado de luctar. . . um pouco mais e era victíma.
Por um acaso , por um milagre , passa a mulher
do Noura , que afÂiCta pela tardança da marido se
partira em procura d'ellc — conhecc-o, brada por au-
\iIio, conforta o marido , c vôa , que nao corre— ^ a
clamar por quem accuda ao desemparado que vae sue-
cumfoir.
Chegaip ainda a tempo , e ella também — mulher
dá cá unú^ pedra, que caiba tni hocca d* eá te diabo que
tenho aqtdkebaia:o de mim! A^ilher lhe traz uma pe-
dra maior que a hocca do animal, Noura larga-lhe os
queixos para lhe introduzir a pedra, o animal aprovei-
ta a occasião, fcrra-Ihe os dentes e lhe atravessa a mão.
— Noura agarra-lhe de novo os queixos, c grita á mu-
lher— ^ uma pedra mais pequena. Mal que a recebe
ombute-a na bocca da fera, que estava aberta porque
a não deixavam cerrar as mãos de Noura.
Aflora dei^a-ocommigoL,. e esperaremos que venha al-
guém.— €hega gimte de S.Pedro da Veiga , más não
a tempo de ver o lobo com vida que cssalh^a tirara
já o serrano valeutc.
No outro dia entrava em Carrazedo de Monte Ne-
gro, Joaquim Noura com a pelle do lobo espetada em
um varapau , e se. ia á camará buscar o premio qoe
esta tem estipulado aos matadores de lobos.
Joaquim Noura é um homemzmho de trinta annos ,
magro e baixo.
Antonixí da Cunha Souto Maior»
Vn HOMSM HUVZiZCAllO.
2119 Havia vinte annos que um filho do Sr. Pe-
dro António dos Sanctos negociante d 'esta cidade, ti-
nha abalado para o Brazil a procurar fortuna. Vinte
annos de auzcncia de pac e filho devem carregar ta
manho peso de saudades , que e resisttr-Ihes nos pa-"*
rece foro de impossíveis.
Em um dos dia» do mez passado surge no Tejo
um navio donòvomund*. Desembarca om passageiro :
corre á caza do Sr. Sanctos ; pergunta por eHe com
alvoroço; não o acha , espera. Ninguém da Camilia o
conhece.
Chegado o Sr. Sanctos , diríge-se á sala e encon-
tra , seu próprio filho ; que se lhe lança
nos braços ; o beija , o acaricia , o opprime de per-
guntas atropeladas , de relações interrompidas , e no^
vãmente de abraços : eram as saudades de vinte annos
em explosão.
Pondera um moralista abalisado , auctor de máxi-
mas , que até nas maiores desgraças dos nossos maio-
res amigos ha sempre alguma coisa que nos agrade.
— Duvidamos nós , mas poderá ser assim. O que po-
rém temos por certíssimo é , que ainda nos mais de-
senganados lances de ventura, ha sempre o que quer
que seja que nos entristece; a mistura do triste com
o alegre era n'este caso a grande mudança, que o
rodear dos annos tinha feito no rosto e voz dos dois
personagens. Opae recebia homem maduro ao que vi-
ra partir mancebo; o filho encontrava já veHio ao que
tinha deixado só maduro. Entretanto os olhos e ouvi-
dos para logo se acostumaram de parte a parle a ta-
manhas novidades ; c como por dentro os afTectos não
tinham envelhecido , e os negócios domésticos , sobre
que versava a conversação , eram mutuamente com-
preendidos, a mais perfeita intimidade se restabeleceu
de repente entre os que , tendo o mesmo sangue e o
mesmo nome , não eram , verdadeiramente e segundo
a natureza , dois , mas um só individuo.
Reinava na caza a alegria ; vinham visitas e para-
béns. O pac fazia, (como diriani), as honras da caza e
da cidade ao rccémchegado , divcrtia-o , presentea-
va-o , e regalava-o como quem era.
Havia no cazal a legitima da mãe já defancta : en-
trogou-lh*a para com cila dilatar e continuar o seu
commercio. — N*isto iam e iriam por mmto tempo,
se a zombeteira da fortuna não mandasse ás mãos do
velho uma carta fresquinha do Brazil , escripla polo
punho e com a assignatura do filho, que lá se estava c
se conservava muito ao seu dispor , c sem nenhuma
tenção por ora de se tomar ao reino. Com este af»pa-
recimento de Sósia , dcsappareceu o Mercúrio , e com
ellc os cinco mil cruzados da materna legitima.
A voz do sangue , de que rezam os dramas e no-
vellas , tinha doesta vez falhado como uma prophecift
de jornal politico.
Ha muitos annos que- do Brazfl não vioha uma ara-
ra , come esta;
?
REVISTA UNIVERSAL LISBONENSE.
49
ADVERTÊNCIA DA EMPREZA.
A dislribuiçOo começa hoje , quinta-feira , ás
10 horas da manhã. Aos Srs., que, o mais tar-
dar^ quatro tioras depois nôo tenham recebi-
do, roga-se o obsequio de o participarem no
Escriptorio da Revista , Rua dos Fanqueiros
N.* 82, i^ra se providenciar.
CONHECIMENTOS GTEIS.
CURA Z>A I.EPB.A.
^ (Carta.)
/21â0 Com a.niai^r satisfarão annuncío a y. , que
« horrível molcstia daElcphancía, tida por incurável,
t* hoj o pelo descobrimento de uma Porlugueza, das que
se devem considerar de fácil e completa cura.
O Sr. José da Silva,. morador na ruaBclla daPrín-
ceza, noPort(^ está tra et atido cm sua caza um grande
numero de pessoas atacadas de Elephancia ; tenho vi-
sitado o seu ^estabeleci mento, fallado coro os doentes*
e sabido d'el1es mesmos , que os medicamentos são
muito enérgicos^ e que são tractados com, todo odes-
\c\ç , charidadc c intélligcncia.
Por muitas observações^ que fiz, julgo convenien-
te declarar , jqixc: —
Seja qual for o auge , a que tenha chegado a Ele-
i3hnncia , c curavel.' Ainda não appareceu um caso de
rebeldia . ou cm que o doente succumbissc.
Quando n.io tem havido perda d 'alguma parte de
-membros, oíi d'orgãos', fica o doente sem signal al-
gum de ter padecido esta moléstia . a voz torna * em
muito poucos dias-, ao seu natural ; apenas fica por
af^iim tempo a pelle roxa nos sitios, em que houver
feridas, e âilgum tanto áspera. O tempo necessário pa-
fa o curativo £ de 30 a 60 dias, conforme o estado a
que chegou a moléstia. Kos primeiros dias da cura a
-moléstia desinvolve-se com- uma força espantosa, que
assusta os doentes, não obstante terem sido previni-
dos , mas depois as melhoras são visíveis de dia para
dia. Mais de 50 que se tcem sugeitado ao ^orm^níc^o cu-
rativo teem ficado completamente curados. Ha nm an-
no-^ qu£ se fazem estes curativos; ainda não houve
o mcnot indicio de repetição da moléstia , nem mes-
mo n'aquelles queíeem depois tido um viver pouco re-
gular, ató fazendo excessivo uso de bebidas, espirituo-
sas , etc. Hoje mesmo fallei com uma senhora da Fi-
gueira que completou hontetp o seu curativo, havia
mais de 4 annos, que padecia esta moléstia; tinha já
sofrido grandes estragos , e ficou completamente boa.
Jcm 50 dias« e com muito bclla aparência, c até nu-
trida ; fallou-me de sua cura com tão grande alegria,
que muito mecommoveu; se anão tivesse visto ainda
ba. bem poucos d/as coberta desferidas, talvez não
acreditasse que ella tivesse padecidf) esta moléstia.
* O Sr. José da Silva roccbc de cada doente, depois
de perfeitamente curado , G moedas e meia , como pa-
ga do seu trabalho, remédios, caza etodo o mais tra-
tamento , excepto comida que ó á vontade do doente ,
c que pôde regular de 120 a âOO rs. por dia. Quan-
do .os doentes são pobres faz-Ibes o abatimento que lhe
é possível , c até tem curado alguns gratuitamente.
Conversei com o Sr. José da Silva , e fíz-lbe as re-
SBPTEMBBO — 21 — 1843.
flcTcões que me lembraram acerca da grande utiliJíidt*
publica , que resultaria da vulgarisação do seu cu-
rativo, e sobre o direito que elle tem de ser de al-
gum modo recompensado. Dis^e-mc que tirava bastan-
te interesse com estes curativos , e que era o única
modo de subsistência , que hoje possuía , porém qur;
estava prompto não tanto por interesse como por chari-
dade a ensinal-o , e até a pratical-o diante das pes-
soas , que se lhe designassem , coín tanto que lhe as-
segurassem a elle e á sua família a sua subsistência ,
ou dando-lhc uma quantia que convencionassem , ou
uma pensão, ou mesmo um emprego no hospital a^n-
de se tractassem estas moléstias , ou outro qualquor.
As sançtas cazas de misericórdia lucrariam muito cm.
lhe dar esta pensão , visto que ficam livres da grande
despeza, que lhes causam oshospitaes dos lázaros.
O Sr. José da Silva está pronxpto a entrar em qual-
quer convenção , c julgo que ' os meios de a levar a
clfeito a ninguém melhor que a V. poderão lembrar.
Muito destjo que V. sobre este objecto escrevesst'
um artigo como julgar mais conveniente , etc.
Aflíiançâmos a probidade da pessoa , que nos escre-
ve ; a importância da noticia , essa por st se reconi-
menda. A juncta de saúde e o governo hão-dc neces-
sariamente tomal-a em considerarão, para premiarem,
tanto a inventora como o applicador do invento, e pro-
pagal-o por todo o reino, achando que realmente res-
ponde ao admirável annúncio , qiie deixamos estam-
pado; e ainda que não cumpra senão amctade do
proracttido.
É aElcphantíase moléstia tão horrorosa como frequen-
te: comprar o segredo -d 'esse curativo, vulgarisal-o fo-
ra acto de* charídaiie universal : mas quando ta) ac-
to se não fizesse , fora ainda grande serviço á huma-
nidade estabelecer-se em Portugal um hospital pará
estes curativos , onde não deixariam de concorrer en-
fermos de todo o mundo- '
RSaiSBZO PARA SE8ÕSS.
2121 Um correspondente de 31oncorvo nos pede ,
que, por bem da humanidade , ensinemos aos accom-
mettidos de febres íntermíttentes um facílimo reme-f
dio , de cuja ellicacia são argumentos e testimunhas
varias pessoas suas conhecidas.
Ao começar o frio da sesão , fustiguem-se ao doen-
te os pulsos e as curvas das pernas com ortigas bra-
vas : pizem-se depois estas ; misturem-se com vinagre ;
esteadam-sc era panno de linho eponham-se como ca-
taplasmas^ sobre as partes fustigadas. Os pacientes —
accrbscenta o nosso correspondente — dizem que é mais
o medo imaginário que a principio se tem a passai
por este tractamento, do que o verdadeiro incómmodd
que elle cau^a. — E concluo aíTirmando, que um ra-
paz d'aque1la villa de dez ou doze annos , chegado
quasi ás portas da morte pela pertinácia d* esta enfa-f
donha enfermidade, que fazia dizer aos nossos velhos,
— quando mal, nunca maleitas, — medicado assim'
c6m as ortigas, recobrara a saúde, e se acha ao pre-
sente bom de todo.
2122 Com razão se nota que as nações teem ínstmclos
de conservação , e que , ainda sem outro áàxilio ,
as move % buscar modo de melhorar-se c civilisar-sq
um impulso mysterioso. Observámos desde certo tem*
5 ^ VOL. m. SEfilE I.
50
REVISTA UNIVERSAL LISBONEPÍSE.
po es^c principio occulto de actividade trabalhando
entre nós , lidando por quebrar as barreiras que Ibc
estão de encontro , estimulando os particulares ou a
prccatar-se das contingências da moicstia e da des-
graça por meio de associações preventivas ; ou a fa-
zer tentativas para que o instrumento do credito se
utilise c appliquc aos difTcrentes ramòa da industria
e da producção.
Dois novos exemplos a confirmar isto que dizemos
vâo hoje estampados nas coUimnas da Rnista: sâa
dois projectos — o í° de estatutos do Monte Me Pie-
dade Lisbonense — o 2.° de um banca rural para o Al-
garve.
O pensamento dos estatutos é de tão manifesta- Uti-
lidade , cspecialmcQle ás classes que vivem do tra-
balho dos scns braços , e que a moléstia ou a velhice
pode impedir de ganhar a vida, que,' estamos cer-
tos, muitos dos indivíduos que a ellas pertencem ,
lendo-os , se apressarão a assoe iar-se a um estabele-
cimento, que a troco de jóia módica , e pequena con-
tribuição semanal lhes aÍBanra na moléstia sustento e
curativo; c na velhice ou na impossibilidade de tra-
balhar, amparo. Sobre ser instituição de philantropta , é
junctamcntc fundo productivo para os indivíduos ^ a
quem restaura u saúde , os braços » e o oíTicio; c pa-
ra o- reino, aquém restaura homens laboriosos! £ co-
mo o monte-^io ha de ter fundos que ha de emprestar a
Juro, se os tomadores consagrarem a usos industriaes
o dinheiro,, que lhes fòr confiado peloestabelecimenlo,
até \)or ahi será e.lle de beneficio á nação.
A historia dos monte-pios é conhecida , e instruo-
Uva por mais de uma circumstancia. Eram os judeus
es únicos qu« naedade média mantinham cazas de
empréstimo , e aos pobres , por menos acreditados ,
costumavam levar juros mordacíssimos, sligmatísadõs
vulgarmente com o nome de — usura. — Gommoveu
as almas compadecidas esta dura oppressão. Por mea-
do século XV levantou-se no púlpito a voi de Fr.
Bernabé deTernj, invocando a humanidade dos ricos
a favor dos que o não eram. £ com os donativos dos
primeiros se crearam os bancos ou montes de pieda-
de , que emprestavam , quasi gratuitamente , aos ne-
cessitados. Não é pois monte de piedade, o de que se
iracta ; mas o nome não imporia. Emprestar cmcio
de que se serve : o /im é outro , e muito mais útil.
£ uma espécie de sociedade de seguro : e quanto. o
é , devemos crer que os fundadores formaram sobre
elementos bem averiguados o calculo das probabili-
dades em que assenta o seu projecto.
Passo ao outro do banco rural para 9 Algarve.
Carecemos d' estes bancos ou de coisa que os siip-
pra ; c não só no Algarve. Temos estabelecimentos de
crédito para valer ao commercio: estes também, mais
ou menos indirectamente estendem a mão á industria
fabril: mas á agricultura — se exceptuarmos o banco
de Serpa c a companhia das lezírias , que não estri-
bam Bo crédito — não ha nenhum que a estenda. A
coitadinha vive regelada em atmosphera frigidissima ,
entre o juro de 12 a 30 por cento. E é força olhar
por ella ^ e anima 1-a , não só porque é a nossa prin*
ci^al industria ; senão pelo máu lado que persegue a$
tutras , e as não deixa medrar.
Do melhor plano de bancos ruraes, ou das bases do
^^e se profxõe para o Algarve , não julgamos a pro-
^ j^osito fallar. O pensajneato é bom. Que o abracem e
realizem os algarvios. Mas para que fosse abraçado e
attraísse o maior copcurso de sympathiâs c esforços,
não deveria talvez (díromoT-o francamente) partir da
auctoridade , c- trazer logo no frontespício o sêllo da
politica. Conviria que nascesse de outra fonte.
N» mais approvámol-o 1 c a idéa de lhe annexar
uma caixa económica ^ parece-nps. exeellente.
António d' Oliveira Marreca^
»Airco avnAZi para o aziGAgts.^
2123 Competindo pelo n.° 13 do artigo 22 1 do Có-
digo Admrnfstrativò ao Governador CíviT o promover
o estabelecimento de sociedades agricolas, industriaes»
e de quaesquer outras para objectos de utilidade pu-
blica , e sendo incontestável a que de taes associa-
ções tem provindo a outros paizes , menos favorecidos
da nature;Ea que o Algarve , onde ella se não mostpa
avara de seus dons ; ocioso seria sem duvida, demons-
trar o que por todos é conhecido. Não scrâo todavia
fora de propósito algumas brevíssimas reflexões sobre
o estado actual dn agricultura , industria ,. artes ,. c
commercio doAjgarve; c melhoramentos , de que são
susceptíveis , sendo bem dirigidas , e auxiliadas com
fundos , de que a província tanto carece ^ o f\}x^ so-
mente, se poderá obter pelo estabelecimento de uma
sociedade ou banco rural, que, dedicado inteiramen-
te á agricultura'^, não deixe de promover a industria^
artes , e commercio , perennes e exclusivas fonte» da,
publica prosperíd<7de.
£ innegavej que ha annos tem a agricultura t:-^
do entre nós um considerável mcremento; mas não é
menos certo que ella ainda está mui longe do ponto ,
a que naturalmente pôde e)eval-a ura cHma ameno, a
de lantbs e tão variados productos , alguns dos quae»
lhe são peculiares. As três di&tinctas línguas de ter-
ra , parallelas ao Oceano , as qu«nes fiurmam o beJlo
torrão d*esta província , são por sua natureza e varie-
dade adaptadas a uma multiplicidade de productos ^.
que podemos vir a ter de sobejo , e alguns dos quae»-
já e'^pQrtamos : taes são os eereacs , legumes, azeite^
vinho , figo , qlfarroba , amêndoa , fructa , madeira ^
cana , cortiça , casea de sobro ,. sumagre , pitta , paK
ma , esparto , grãa , açafroa , drogas , sal , etc. , ele.
O figa, alfarroba, medronlio , e algumas fructas sãp
susceptíveis de serem convertidas , com grandíssima
interesse dos empreendedores e da província j. em óp-
timas aguas<-ard entes ; logo que a distíllação e todo o
seu-processo seja convenietítemente melhorado, apro-^
veitando-se a grande quantidade de substancia sacca-
rina , que ostes fructos encerram , e que ora é perdi-
da. Promoyendo-se a desecação de pântanos e aug-^
mento de pastagens é indubitável, que a creação de ga-
dos augmentará , não só para consumo do paiz .; mas-
também para exportação , bem como das pelles , quc-
já se preparam no paiz , a cuja industria se pôde dar
um considerável desinvolvimento. Augmentafido a crea—
ção de colméas , para que são tão próprios os nossos,
extensos mattos de alecrim e rosmaninho, teremos dois .
preciosos productos de grande consumo ^ o mel , e a
cera. £ sobre tudo plantando extensos bosques de cas-
tanheiros e d*outras arvores na serra, e de- pinheiros
nos areaes e ilhotes , até boje desertos e incultos ter-
renos, um género de exportação de 'grande valfa«
^Quem ba , que conhecendo mediocrementc o paix
não Veja que a industria e as artes entrenós, nem no
REVISTA UNIVERSAL LISBONENSE.
51
herro , por assim dizer, ainda existem? As matérias
pi imas para o fabrico de muitos artefactos de geral
Goiisumo , tão escassas e procuradas cm outros paizes»
abundam no nosso, que as despreza e d'ellas se não
. iitilisa como dcvi.i. Minoraes , e óptimos raananéiaes
d'agttas , para facilitar o seu fabrico, não nos faltam:
o que nos falta são as forças pecuniárias, resultantes
lia união de meios, que conspirem para um fím de in-
contcslave)' e geral utilidade. í pois para conseguir
tal fím de interesse cnmmum , que cu aubtorisado pe-
lo preceito da lei citada , m<iis ainda pelo ardente de-
sejo que nutro de vAr prosperar um paiz de quemui^
lo me honro de sicr filho, pro*ponho>d consideração e ap-
provarão dos meus compatriotas o seguinte : ,
Artifto i.® Organisar-se-ha no Algarve uma Com-
panhia -com a denominação de — Banco Rural e ín-
dns!i\al do Algarve, — *
Ari. 2." D'est^ Companhia podem ser membros
quaesqucr indivíduos naciouaes , ou estrangeiros.
Ari. 3.® í) seu fim principal ó o fomento da agri-
cultura , artes , industria , c coramercio do Algarve
pelos meios que mais eílicazos eoppurluuos se julgar.
' Art. i.** O seu fundo será de 200:000^000 róis,
Ui^idído cjn 10:000 acções de 2()^000réis cada uma,
o qual poderá ser augmentado sem prejuízo dos pri-
raitivos accionistas , quando assim o decida a assem-
btóa geral.
Art. 5." Esla assombléa será composta de todos
os accionis'as representados por certo numero de pro-
curadores seus ; ou somente de certos accionistas de
determinado numero de acções , como se convier.
Art. 6.° A primeira assembléa geral deverá re-
iKiir-sc em Faro, para a formatura dos estatutos, e sol-
Ijcilação dc^quaesquer concessões, logo que hajam as-
sij^uatúras para 500 acções.
Art. 7.* Todos os algarvios serão convidados a to-
marem parte! n'csta associação que tão útil lhes pro-
inette ser , e para isso em todas as povoações consi-
deráveis estarão abertas subscripções , c se nomearão
comroissões para promovel-as.
Art. 8.* Uma commissão central na capital dodis*
tricto , organísada d' entre os primeiros subscriptores,
dirigirá os trabalhos preliminares até á reunião da
primeira assemblca geral.
"Art. H).** As acções do banco serão recebidas em
prestações decimaes, que entrarão nos seus cofres em
épochas marcadas pela assembléa geral.
Art. 10.* Depois d'esta reunião ÍJcará existindo
cm Faro uma direcção central , e tantas agencias ,
quantos o* concelhos.
Art. li.** Será livre aos accionistas (se assim for
«kcidido pela assembléa geral) prefazer a totalidade
dé suas acções em numerário , ou em géneros , pelo
preço qac se convencionar.
Ari. 12.* O Banco poderá emittir s^té um certo nu-
mero dé nottas , nunca excedente a vinte por cento
de seus fundos , por cujo pagamento será responsável.
An. 13.° Os cargos ou empregos serão só os ab-
lolalamcnte indispensáveis; e com ordenados módíca-
íAifiic adequados.
' Art. 14."* Todos os objectos de luxo, e quaesqner
outros estranhos a este estabelecimento, alheios de seus
Iíds , devem ser d^elles perpetuamente banidos.
ARTIGOS ADOICCIONAES.
1/ Poderá haver outro eslal)elecimtnto annexo ao
banco , e administrado por ellc , logo que tenha os
fundos necessários. ,
2.** Chamar-se-ha a este estabelecimento — CaU€
de economia — e será considerado addiccionil ao banco
rural do Algarve.
3.** Para esta caixa podem entrar quaesqner pes-
soas com quaesqner quantias, por mais diminutas quo
scjatn ; tendo o direito e percebendo eíTecti vãmente os
lucros correspondentes , mediante um regulamento es^
pecial , que será oppor tuna mente confeccionado.
4.^ Estas quantias formctm. um fundo, cora o qual
a cnix9 de economia toma parte nascmprezas dobaa-
co rural , e consequentes dividendos.
Faro 1.** de maio de 18i3. •
Marçal Henrique d* Almeida e Aboim, •
JBSTATUTOft DO MONTS DE FZXDADE
&X8BONEVSS.
CAPITCLO I.
Da Sociedade , deveres , direitos , e sujeições dos Sócios*
S1S4 Arlii^o 1.°' £!frabeleeo-se lima Socicdtttle, deaomiiu-
da MONTB DE PlBOAOB LiSDONBNSR.
Art. £.° SAo apto» para eii*rar nVIla todos os todividitos
4e ambos na sexos , cuja probiilad<^ seja reconhecida.
(. único. Excci)tuam-.sc os meiíores do 14 annos, os decr<s
pitos, (posto que prcmaluramente) o ok, que patlecerçm mo-
léstias, que reclamem amiudados soccorros.
Art. 3.*^ Para ser inscripto Socio , é n?cosiwri() q«c se di-
rija ao Concelho Administrativo, ou que seja proposto por qual*
quer Socio.
Art. 4.® O Socio tem 'Oê^sesruintes deveres :
1 .** Pacrar a jóia e preslai^cs scmnnaos.
2.^ Servir os cargos, para que fdr eleito, salvo se por mo-
tivos imperiosos fôr dispensado pelo Conselho Fiscal.
-3.** Promover a concorrência de outros Soei. s.
Art. 5.*^ Criam-se.tres Classes de Si cios; dífTerençam-se
pela jóia e prestações , que pairam , para os cffcitos tão so-
mente do soccorro cm dinheiro : no restante s]^ todos conside-
rados eguaes.-
Art. 6.** Os Sócios, que se inscreverem na 1.* Ckisse,»
paznm de jóia 1:440 rs. , e 190 de prestação semanal ; os da
2.* 960 rs. no I ." caso , e80 rs. no «."— e os da 3.» 430, e 40.
Art. 7,^ O passamento da joía será no primeiro mez da
inscripçào , por uma só vei , ou em prestaçd«s eguaes , ao ar-
bítrio do Sccia.
Ari. 8." É pcrmittido entrar cem a jóia , c preslaçdcs de
3 mezes adiantadas , para adquirir o direito a ser soccorrido
no fim de 60 dias.
Art. 9.** O, que n;io quizer pasar jóia, eó tem direito a
ser snccorrido no fim de aeiá mezes.
Art. 10." O Socio doente cuntribuea '
Art. 11.° Compelem a^s S».cios os seguintes direitos:
1 .* O , que der parle de doente , tem facultí^tivo , botica ,
c 4B0 rs. diários em moléstia a^uda , e 2i0 na' convalescença ,
sendo da 1.* Classe — 320, e 160, sendo da «.» — 160, e 80,
sendo da 3.»; iwigfos no dia da 1.* visita, sendo possircl, ou
no se^inte ioralUvclmenlc , adiantados , de 1 até 8 dias, se-
gundo o|Nnar o facultativo.
â.^ O Socio impossibilitado de trabalhar , o decrépito , e
o , que padecer moléstia , que nfto esleja no caso do art. 1 1 .'t .
será altendldo pelo Concelho Administrativo , o qual , tendo
procedido us indagações necessárias, e ouvido o facultativo,
poderá abonar-íhc uma diária temporária, segundo aa. forças
do cofre, que nAo excederá a «40 rs. para os dal.» Classe —
160 para os da 8.» — e 80 para os da 3.»
3." ^O, que entrar no Hospital , pôde, em saindo, reque-
rer ao Concelho Administrativo , para , em vista do que fôr in-
formado pelo focultaUvo da -Stciedade , lhe ser conOerida UQia
diária de 480 rs. , sendo da 1.* Classe — 320, sendo da 2.»-*
e 160, sendo-da 3.», a titulo de convalescença,
Art. 12." Os vencimentos lecm logar dentro das portas d«
cidade: exceptuam-se
5 *
5â
ltí3 VISTA UN1VERS.1L LlvSlíOZVENSF.
1.* O caso de ser maiiiiado o Sócio para os subúrbio/ de
Lisboa )>or motivos de moIcsUa ; reg^ula^ae cnl5o o vencimento
])eIo^. l.^doart. 11.**
2." O , q^ie Tíecessilar de l)(^hos de çhUIas da raraha ^ es-
tòrij efe, oqiial proccdení , acgundo o dkpoiílo ao {. 2.* do
arl. n,'
Art^ XI). ^ Todos os Sócios teero direilo a ser soccurridos
no fim de 90 d^ias^ salva a excepção do arl. 8^**
Art. 14." O Sócio, que d^^^cr duas emanas , deixa de ser
Koccorrido por 8 dias.
Art. 15. • O, que chegar a dever 4 semanas, d^ixa de ser
ioccorrído por outras 4 ;~ a assim tile 12, no fim das quaes se
iatende ter-se despedido,
- Art. Kl." Perde 08 direitos de Sócia.
1.^ O ,. que fOr çonvaocido 4e delapidação, ou d*ovtra ori*.
me contra a Soeicsdade..
2.** Aqyelte, contra quem houver pronuncia, e indiciaçHo
ralidcada, ou sculenc^a. criminal,, pasmada cmjn)«^ado — exccp-
Hjam-se os. casos potiticos , dqs quaes eotra. a liberxl^de de Un-
pionsa.
Art. 17.* O Sócio í que se despedir ,^ ou fôr despedido,
perde o direito ús quantias,. com qa*i tenha coutrihuide..
CAPITULO II..
P(jtf fim da Sociedade.^
Art. !«.** Os fins silo.
1."* Soccorrer o Sócio doente , cpnferme a disposil^So dos
arl.*»* 11.^, e l«v*
2.** Emprestar dinheiro sobre penhores, ou com dança i<lo-
iiea , preferindo os Sócios , . e de entre estes os doentes , pelo
juro de 5 \iOt cento slú ivdI'0 > descunlado» no acta do cmpre!>-
timo^
CAPITULO ni.
Dos fundos, da Sociedade^
Art.. 1^,? Constam daa jóias , prestaç&cs semana es ,. juros
de empréstimos, e de legados.
ArlK SO.** Os fundos , que o Concelho Administrativo jul-
ga r. excedente» ús despeana^de sua gerência, serSo depositados
em um dos bancos de Lisboa, ou empregados em. acções.
Art. 21.** Os fundos, que existirem no cofre, estarão sob
Mes chaves, uma das quaes pertence ao presidente do Conce-
lho Adminí«tm4ivo,. outra, ap secretario , e a 3.*^ ao thesoireíro.
Art. 22." É permittido a qualquer indivíduo depositar fun-
dos no cofre da Sociedade, seja qual for. a quaatia ; e haverá
3 por ceoto. ao Auno , pagos, qvando a ricr levantar.
CAPITULO lY.
Da administração da Sociedade.
■ Art. 23.^ A. adminislTaçito pertence 4 asscmbléa geral , e
por delega^tto doesta todas as suas atiribuiçdes competem ao
Concelho Administrativo; excepto as de fiscalisar, que passam
ao Conselho FiscaK
Art^ 24.* Assembléa gemi e a reunUlo ác todM osSoeios,
^c saibam \êt : nio delibera,, sem estarem reunidos 50 Sócios.
$. único. NSo podendo constituir-sc por /alta de numero,
convocar-sc-ha novamente por annuncio na folha oflicial para
d^^ahi a 8 dias ; delihera então com os presentea.
Art.. 25.*^ Ter£ uma sessão ordinária aanual no A«m de
j,unho.
' Art. 26.^ É da competesoia da asserabláa geral :
1.° Legislar para a Sociedade.
• jí.* lileger os funccionarios ; e nomear os empregados..
3.® Designar o logar, onde deve estar o cofre..
4° Fiscalisar a obscrvancB dos. estatutos, c resoluções da
aascmbl^a geral.
ô.*» Resolver O modo de applicar os ftindoa excedentes das
dcspezas c gerências ordinárias sob proposta do Concelho Ad».
ministrativo.
6.** Nomear a commissSo de contas , e votar sobre o seu
parecer.
' cavitclÒ t.
Da Cbnsdho Fiscal:
Art. 27.** E composto de 12 membros ^preside a.eltè o
presidente da^assembléa geral— delibera em estaadb presentes,
dois terços de seus membros..
Art. 28.® Pdde rcccorrer-se para o Conselho Físeal' das
resoluções do Concelho Administrativo. ' ^
Art. S9.° CciTf íte ao Conselho Fiscal chamar os subsUtu-
tos paF4 as vacaturas.
CAPITULO VI. •
Do Conselho AdminisfratiPo.c
Artesa.* É roui posto de prcsideate, secretario, Ihcsoi-^
r.ciro, rocejyfídor íroral ,. e d'um vog-af.
Art. 3f..*' Na fallítjdo presidente occupa o Sfiu logtir o,
que "O consotJlo nomear d'enlrç si.
Art. 32.° Pertence ao Concelho Adroinistralivo :
1 ." Prov,cr a adminiètraçSo c econatai^ dft Sucicdadfs , se-
guíulo os estatutos, e decisões da asscmblea.
2.** Deferir ;i athniasào de Sócios, transiçito de classe, e a
todos 03 neiTOcios concerncr^tes. ,
3." Dar a cada Soeio um tiiulo com o nnmero, nome, eda-^
de e estado.
4.° Nomí»ar recelMHiores (^arciaes.
5.° A^>rilicar mensajmcnte o balanço do cofre.
6.** Formar o balançq çeral do«imcnlado áo sclnostre par»-
ser prcsrnle ao Conselho Fiscal.
7.° Aprrsòakar aRauahnento aa assembléa o relatotio cir>
cmnstímciado do estado do estabelecimento-, ©-o inventario dos.
ol-ject-s , que tinha a soa cargu, á vtsta do qual dura posse aot
noto conselho ^ cobrando rceilx).
í^.** Fazer «ciente o presidenta do Conselho Fiscal da nc—
cCíí-KlriílG dareiuiiíSo do mesmo.
d.^ Mandar pagaY os succorros, ordenados, c mais dcspe*s
Zãs.
Arl-. 33.® Pertence ao presidente do Concelho Administra»
tivo :
1.° Assigoar toida a>corrcppondencia.
2.* Assígnar os titulos do» Sucies em tudo conforraccon»'
o livro de registo, junct-amente com o secretario c recebedor gerais.
3.° Assígnar com o secretario, e thesoireiro as guias pa-*
, ra o lançamento , e saques para o mesmo.
Art. 34.* Pertence ao secretario faacr toda a- escriptora-
çào, no que será ajudado pelo vogal.
Arl. 35.*» Pertence ao thesoireiro i
1 .** Arrecadar todos os rendimentos do Monte de Piedade.
2.**. Eflectuar os pagamentos legalmente ordenados.
Art. 36.** Peitencc ao recebedor geral receber, e tomar
contas aos recebcdoces parciaes , e entsegar ao Concelho 'Ad-^
ministrativo ar quantias recebidas.
CAPITULO TII.^
Disposições geraes.
Attt 57.* Todos 08 cargos da Socie<lade sao electivos , an-
Quaes , e gratuitos : a eleiçAo só pód« recair cm individuos.
.emancij>ados-,. e que saibam l^r ; será feita por çscrutinio se-
creto com maioria absoluta no 1.**, e relativa no 2.*: a sorte*
decide em caso de empate..
jr*. único.. Nenhum funccionario pode ser obrigado a ser-^
i^ir mais d'um anuo , nem dois cargos simultaneamente.
> Arl. 38.®' Nenhum funccionario pode faltar ás obrigaçSes-
da sua gerência, sem que o tenha participado com antecedên-
cia, para ser chamado o substituto.
Art. 39.® Nomear-se-hilo tantos substitutos ,. quantos sao-
os membros. do Concelho Administrativo^- do Conselho Fiscal^ *
— '© da mcza da assembléa geral.
, $._ único. Começa a ser chamado para substituir o mais vota-^
do, e com egnaldade de votos decide a sorte.
Art. 40.®" E livre ao Sócio inscrcve^-se cm qualquer das
.classes.
Art.. 41.® O Sócio, que quízcr passar a classe maior , pa-
gará a diflTerença da jóia : não tem direito aos- soccorros cor-
respondentes á classe , a que passou , sem terem decorrido 3Õ
dia#^
Artt 42.® O Soeio, que passar da classe maior à menor,
perde o direito á d iffercnça da -jóia.
Art. 43.® A Tiuva do Sócio p6dc continuar a subscrever ,
sem qMC pague jóia, iiá mesma classa, a que pertenceu sen
marido — -.é desde logo soocorrida..
Art.. 44.® Em circumstancias extraordSniirias poderá a as-
sembléa augmentar temporariamente a prestação semanaj sob
proposta. do Concelho Administrativo.
Art. 45.® A escripturaçUo será clara, e a contabilidade
em 5 e múltiplos de 5.
' Art. 46.® A commiiaSo de contas é de 5 membros; «xami-
REVISTA UNIVERSAL' LIÍSB0lífiNSI£«
53
■B, e 4á |iai*cer aobm o relatório* do Goocetho AdmiiiUiratlfo.
Art. 4Í»,^ Haveió um Uvro de rcigisto com designado -do
niiin^ do Sócio, nome, odadc, estado, morada, dia^ em
que «e ímcrèvcu , classe , a ^ue pertence , e observaçOcs. .
An. 48.* O Sócio docnle deve comprir fiolmcale as preu-
criji<i5es e concelhos do facullativo da Sociedade. '
Art. 48.^ É necessário comprovar a identidade da pessoa,
nâo só para adlBissilo, como para o goso dos direitos de Sucio.'
Art. 50.° A Sociedade nilo fuacoiona, sem ter pelo me--
aos 100 Sócios.
Art. 51.° LoíTo q»}c a Sociedade esteja sufBcleBtcracnlc
constituída , Icyar-sc-liilo estes estatntos á ap prolação do go-
Terno.
Art. 9í.^ Nío p/ídem ser alterados estes estatutos , sem
^ue concordem a' isso doía terços .do« votos presentes da aisem*
bkía reunida na forma do Ari. ÍÍ5.'*
Lisboa, ã de juUio de 1U43.
Jo4é Maria Cueiro Guerra , prcsi4<M>l€ ^^' assemblci geral.
Jtitio Pedro de Amorim , secretario.
COMPABTRZA PROTECTORA BO COiffMER»
CIO fi AGRICUZiTURA B08 VZHHOS
BA XXTRS1CADI7RA. .
^ (Coniinuarfa de pag. 30./
2135 Tinhamosrespondido aos dois primeiros argu-
mentos dos adTersaríos á concessão do exclusivo á com-
panhia, ístoê, ácreaçio da companhia, pois que o mes-
mo é negar o exclusivo, que negar a crearao dacom-^
panhia, poi« este seraaquelle naopóde subsistir; tem-
po é de respondermos aos Ires restantes argumentos,
que a pag. 15 deitámos enunciados..
Não ser útil ao cotnmereio efn geral , poi$ que sendo
um novo mofwpolio , a doctrina actualmeiite recebida
a todos èonsidcra prejudiciaes.
O princípio não c exacto , pois que nem todos os
monopólios se consideram prejudiciaes; para queelles
at^ em these se possam diíer prejudiciaes , é ne-
cessário que d'el1cs resulte o augmcnto í^oprero para
o ctinsumidor, sem proporcional augmento para opro-
ductor.
Muitos ha em que estas circunstancias se nâo veri-
ficam ; e tal é ^ espécie presente.
O Lavrador nSo é.ohrigado a vender á companhia, e
só o faz quando o prer o lhe convém : e como a com-
piinbi» só tem o exclusivo em Lisboa, c dentro das bar-
reiras da cidade , ha muitos outros compradores, quer
para o consumo no rosto da província , 6 das límilro-
phes Alemiejo, e Algarve que em parte d*ella se suprem,*
quer para a exportarão , em que s companhia nio tem
prítilegto, e em que tem de concorrer com todos os
^tros exportadores.
Demais e inufto especialmente òs mínimos estabele-
cidos sio,apc.4tfr demfmmot, superiores aos máximos
das linfas ukimas colheitas ; logo o Lavrador , ièto é o
produetor não padece com o monopólio prejuiso if Igum*.
Pa#a o eonsUmidor ter prejuiso^ era Bécéfi^àrlo
que pagasse o da mesma qualidade á companhia, por
preço superior , ao qoe actuMmente* paga aos lie-^
goôiantes; os preços pforém, como se vé do art. 14
d^ proj«cto , continuam os mesmos : na qualidade jú
nós deiííámos demousCrado queniò ha«dc poíorar, logo
o monopólio não é prejtidrciaP; e se algiim ha q«e
nao é prejudicial , um d^tstes' iblftmente é o que
fyíz objt*cto d^e^a questão^.' È evidente» qiio <> príRei*
pio de tbdos os monopólios serem prejudiciaes não é
exacto em these, e muito menos na'hipolhese sujeita.
É porém de notaf ; que em sè^^di^^ âbctrina artual
a^ueH* qoe^ considera todor o» monopólios pdft|«di«
cia«s, so atlirnM ufflppifictpifl fa)^>, poi^-quéessa
idcà da ampla liberdade de ct)mmcr«;lo sem reâi^iòçSSo'
algUtBa.taiíjibera já p&ssou : ptpisi a «tpericwcia de-
monstrou'qao ella, enganadoranatiieoría', ftdoeorr(^9^
pondia na pratica. < •• . t
Em Portugal mesmo* sem- redorrertnoa a «^empl^
estranhos temos aód uma prova 'eriUc^é. :
Até't83>3 em todo oreino, o forneclmenib dàémmeem'
feito cm resultado de arrematação :• qoí^se experimen-
tar orprímsípio de ampla Uberdade (K* comniereío, etor-
nou-se livre o fornecimento, esperatido-se qn^ dacon-'
còrrencfa dos negociantes d'aquelle género, rosultasse
a maror vantagem aos consumidores. A 'experiência'
logo ihfimedia(samcht« demonstrou o contrario, pois*
sem que houvesse augmento deprero para oLaVradof^'
e proâuetor , a quem o Msrchante continuava a dat o
mesmo preço qité trté allr, e a maior*. parte das vetef
menor, pois fazia valer a^ircurnslancia do ter decoti*
correr eom outros $ <» conaúibidores pagavam o mes^
mo preçor pelo menos» que durante « arremaCaçdo» e
em regra geral mníor; * o género em^ proporção ei^
de muito peior qualidade.
Foram os eonsumidorés per siy e repvemitiidus pe->
las camarás muDíeipaes > quem pediu a revogação d è*
tal liberdade de fomerimento, pedirtd» se restabeleces^
se o monopólio do íbrDfcImeiíto cm sÉrremataeSè*.
As camarás legislativas. fantim noVa !«}n'este seti«*
tido , com a «mica «voepção do Porto e^ Lisboa fi a
excepção tão mal tcpi provado ft'aqueHa cidade, qua»
ainda ha bem pouco a camará se viu no necessidade'
dè estabe^leeer talhos de suo própria conta, para obs-
tar av monopólio do preço que faaiam -os martháiMes ,'
(o mesnoo tfoe hoje? fazem os Negociantes de vinho* em
geral) , c ém Lislioa s« nãotcm ptoratio parados con-
Aumidores também nio4eiè mettiòndOi pois que com^
binado o preço actual da eavnev comaquolléqm^ tinha,
quando era fornecida 'pormonopoltKHSO vé que geral-
mente ha um aoigmcnto para"inais de'8 por eento»'
que doecrto^não écompensàiiiocom a mdhoría» da qna^
lidade ; e ainda mais se conhece a dífTcfeiiça eombioand^
os preços, por que eotá aonde ha «rremataçio, e aqui;l-
l« da €idad3e aonde ha liiserdadov isto tÍNido^em de^
vida coteidoração oaagmeiito;.resuHadot doS' fortes* di^
reitos/que pxga em Lisboa , poiaque sendo em &nutÉ
de agosto o preço gera^Mcla «vac^a» aòndo era ifomaoidv
pelos arvuma(aatcs,-de'4(^'r8k' o arrátel, cmLiéiKte
ara- do -7^ rs*
Estes argumentos' do pn^ica são os que deotróen» a»
ihoorias* • •
Quando porém o eaehiaivo. secancedosse sep^preja-*
dieial' a^ commercío , ara necesaarto examinar qt»al o
prejuíso que e^le aausava ao eommercio^ e qoacs aa
yantagena que dava á lavoira; pws q«a> se eiBtas fos-
sem superiores áqueiles de 'modo cfue mío sé «^com-*--
pensassenv ^orém muito ocxeodessom, de ecrtoiso de-
via aonoedoí:;
Aí coiKessía do oiolusivo, i»poafeiiea»sigo aerea*«
-eao^idft Cf nst>an])ia, e casta atida toitia< morte da agait-c
cultura das vinhas na província: poíáqilws..fafr pafcsari
ealo "de pfcjudiciai, qUe^aetunhncnte e^toLsaàdof a van-
tajosa :• e sendo o votkiÉ das^vinhasi éa>provriieiai dw
E^tremBdora , tevmo médio, do vinfl^^mil oentosi
de rs. , ó evidente qoe a eneaçao« da companhia^, e
p«iaiilo^ exal«slvo»> que ir|i& salvar tim * vaikr ã'e9-^
,tes» era necessário que prajiKlkasae o eomiÉc»*.
54
REVISTA. UNIVERSAL LISBONENSE;
cio em valor maior , para ae> poder dizer coiq exa-
ctidão prejudicial.
Notando-fie porém <fue o exclasiTO é apenas dentro
das barreiras de Lisiioa , e que só. ao commercio de
ramo» ou propriamente dos taberneiros de Lisboa pódc
prejudicar é e ()ue estes tendo a liberdade de entrar
para a compnnbia e como taes xle gosarem das vanta-
gens, q^e cila intendeu prometer aos monopolistas ,
c além d 'isso que a componhia effcGliva e infalivel-
iMcnte os ha-de empregar , pois que cila tendo
uecessidadc.de grande numero de empregados» de seu
próprio. interesse os ha-do ir procurara elles- por serem
os práticos d'aquelic commercio : imincdiatimiente.sG
conbbcc que quando algum prcjuiso pudesse soílrer
esta classe , elle c minimo » mil vezes minimo ^ em
proporção das vantagens quevae gosar a outra classe»
Lavradores » e por tanto as camarás legisiattvas , que
nio atteadem ás especialidades mas sim ao geral dc«
vcm.CiOneeder á coropanhi» o exclusivo pedido.
Consiste o 4.*^ argumento dos. adversajios á compa-i
nbid «tn <ltzereiv^ o exelinivo éiuna extorsão €Hfs halrilath'
tes de LUhoal * .
Com tudoquanio deixamos dicto em resposta aos ou-
tros argumentos, fica mais que evidentemente demons-
trado, que não balai extorsão, • por quanto os preços
continuam os aciuaes« t os qualidades em logar de
peorarem , bâo-<ie melborar.
A diflerença imica consiste em que o lucro da ven-
da a ramo em Lisboa, c que dão os babitantes d 'esta
cidade , e que até hoje resulta só em vantagem dos
negociantes por raiudo» du taberneiros de vinho de
Xisboa« sem vantagem alguma para os La%radores de
vinho, vae de futuro» concedendo^e o exclusivo, ser
recebido pela companhia que aplicando d'cl]e o neces-
sário para o rasoavel lucro dosxiíctos taberneiros» qae
de necessidade da companhia faão-de ser seus empre-
gados ou coramissarios» converte o resto em beneficio
dos Lavradores de. vinho» d' essa numerosissima clas-
se que» aeontinuar o a otiial precário estado dos vinhos»
ameaça ' uma fuina' infallivel.
E tanto na formação do projecto para a creação da
companhia se teve cm vista não fazer extorsão aosha-
Litanles de Lisboa » que previnindo-se o haver em
Lisboa pessoas que de êu^ |>ròpría lavra costumavam
Btandar vir os vinhos para seu consumo , e que se
obrigados fossem a fotneeer^e da. companhia » embo^
ra os preços fossem os actuaes» poderiam ter com isso
algum piejuisp, £e'lhea concedeu que podesscm
mandar vir aquelle de que para o diclo consumo
aareeessem. Art. 19 da projecto.
llestaHios só responder ao 5«° argumento que consiste
em se dizer o exclusivo éptejudieial ás tnUras províncias.
fie todos os outros argnmentos são inexactos ,t este
. o é en grau maior que todos elles.
Que» lesse este argumento , e não soubesse o que
«e passa em Lisboa, de certo se persuadiria que além
do» vinhos generosos' engarrafados » ha era Lisboa no
consuma geral outro vinho, que não seja da provjncia
da ExAremadfira.
Como 4)4Mfta ^rém é qne todo o vinho do donsu-
«0 em geral ^m Lisboa é da Extremadura» é eviden-
te áfiie •Râo-saflftrera «stas províncias prejuiso algum.
O «xctesffvo não 'Compreende os vinhos engarrafa-
dos do Fòrto , Madcára , Pico , e estrangeiros. $ uni'
«o do att 5.^ 4o poogiecto,
Quanto a algum outro vinho da provincia da Extre-
madura ou das outras que alguém queira consumir, a
companhia é^ obrigada a teM)S á venda» e a mandal-os
vir logo que lhe forem pedidos. % 2.^ do art. 14 do'
projecta.
^Logo como terão as outras provincia s prejuiso
pela creação da companhia e concessão do exclusivo?.
Nós não o podemos encontrar.
Desinvolvam os contrários esie ou outro qualquer
argumento» e proniplos ficamos para responder, ou
cantar a palinodia quando convencidos» pois n'islo c
que se mostra boa fé : por ora cada vez estamos tuais
convencidos que o exclusiva se deve conceder. .
FSOHABtrAA POKTUÒVSZA 3>X NOVA »£a.
2126 Na loja de serralharia e de bomlias, per-
tencente ao Sr. José Xavier de Mello, no lacgo 4^
€hâo do Loireiro, ' junctò do largo dosCaldas» n/ 13 »
vi uma fechadura inventada e feita pelo Sr. Fran-
cisco António Polycarpo , hábil oflíicial de serralheiro,
e digno de muitos elogios pela intelligenoia, com que
empreende todas as obras , e pela perfeição com que
as a.caba : a prova da verdade » do que diffOf póde
ver-se na dieta loja » e no remate das cancellas que
resguardam o altar do Sanclissimo Sacramei^o na cgrc-
ja dç S. Vicente, o qual passa por obra de primor
tanto no desenho, como na execução. Rogo a todos
os quese interessam no progresso da nossa industria,
que vão admirar a perfeição e sagacidade com que
esta fechadura foi Ceita » de modo quo se pôde deixar,
a chave perto d'ella sem receio de que a possam abrir ;
pois se alguém a introduz na fechadura , não só esta
o denuncia logo » pelo forte soip de uma campainha ;
mas prende a chave por tal arte que não ha- modo de
a tirar sem que chegue a pessoa sabedora do segredo.
Assevero a quem quizeV dinheiro e papeis de va-
lor bem guardados, que o segredo só se explica á pes-
soa que comprar a fechadura . Com tudo lembro a quem
prccizar d*ella que nao perca tempo, e se dirija
com brevidade á loja mencionada » a qual recommen-
do » por assim o merecer , o esmero e bom acaba-
mento de todas as suas ferragens c bombas.
Para honra da nossa pátria devo declarar que
quando Jlí. Juhs Janin se extasiava na exposição da
industria franceza de 1840 ante um. cofre» que se o
pertendesse abrir alguma pessoa, que não fosse dos sabe-
dores do segredo , logo agarrava o imprudente com
mãQS de ferro, que o não largavam, seip.que o liber-
tasse o próprio que elle tentara roubar ; já o Sr. Fran-
cisco António Polycarpo <;ni 183i tinba posto ^em obra
um invento símilhante áq^ielle em um cofre» qua boje
pertence a uma pessoa residente na cidade do Porto.
Cumpro um dever, fazendo conhecido um novo iiv-
vento» tributando os merecido» elogios ao seu.auctor^
e recommendando uma loja , em que vi muitoa ,ar-
tefactos de serralharia e bombas com toda a seguran-
ça e perfeição que laes obras requerem ; por ultimo
rogo aos jornalistas que §e não. esqueçam d' este
nosso conterrâneOf que tanto nyereçe os elogios de to-
das 08 que prezam os progressos das artes e officio»^
Schastião José Ribeiro de Sá.
• -
. A SAUnS B A pOMKÇAs
21d7 Sr. ãbdactor.^Lo^Q qua vi em seus.* 34
REVISTA UNIVERSAL LISBONENSE,
Õ5
(« foi pela . iprmeica vei) «B&uiiciada a obra do
Sr. Raq'^* hisUma natunrtU da samte., e da doença
nos fsegetaes, em í9doi ósaiúmasi, êmgural, e empar-
tíeular no homem ; notei o grande progr^so dado á
sciencia da vida ,4 selencia dos ehtès orgaoicos , que
tanto tem occapado *o geúio transcendente de um dos
mai^ hábeis naluralifitaii» dos mais profundos cbimicos^
e dos mais sublimes pbisiologistas do século. Mas vi
também logo a analogia d*aqucl|e trabalho com o meu
publicado na minha Memoria , i|/o(J/dna sem Medici-
na; que julguei tnear o alvo da sçiencía; áquom do
qual sabia catarem quantos trabalhos conhecia desde
Hipporrates. f2 por isso que ajuizei logo, só pelo
annuneio que vi depois repelido. cm um catalogo im-
presso em Paris, em que se accrescentava — e com
um formulário — que levqndo o auctor sua philosppbia
natural mi^iio além dts ba-lisas conhecidas, não. to-
cava eertamenle o alvo àa seiencia da vida ; e que
eu podia compreender n'cs9a generalidade, além do
bomem , todos os roais animaes , em geral, assim
cpmo os vcgctaes.-— Desejei haver á mão uma tal obra ;
o. que espero conseguir em breve. — Estou certo me
darei logar a interessantes nòkas, e observações sobre
a applieação de minha doctirina. O que julguei logo,
sertã bem útil publicar. Mas , respeitando, o convite
qnc V. Gzéra para a traducção d'aquolla ohra , é
não appareeendo a acceitacâo d'elle, pude saber do
convidado que tal não empreendia. Por isso desde já
aimuncÍQ a dieta traducção, enriquecida- de notas, e
observações conformes com a rainha doctrina. O que
«Sectuarei Jogo qoe me venha a referida obra : e pa-
ra então annunciarei também as condições da assigna-
inra para ella , porque só a publicarei se o publico
aquizer ler ; o que 50 pela assiguatura poderei saber ,
porque o costeamento da< impressão é um verdadeiro
adiantamenlo por conta do consumidor.
Desejarei também traduzir o tractado da irritação
de Mr. Broussais , 2.' edição , assim como uma Me-
* moria do mesmo sobre a j^hilosophia da medicina , li-
da por elle á Academia de medicina de Paris ; por
julgar tudo isto um grande progresso da seiencia ;
«apaz de habilitar o nosso publico para se emancipar
da sua tutella ignóbil , que tão fatal lhe tem sido , e
continuará a ser4he» se não abrir os olhos sobre seus
prejuizos, e crenças. — Assim mes^o não de§istirei
de lh*os ir abrindo, publicando factos confirmativos
do novo methodo curativo^ único racional. — ^Ter-
minando, declaro aqui d'una vez para sempre (o
que parece nem seria necessário) que não tenho dian-
te dos olhos senão os interesses ást humanidade , e
fi progresào da seiencia, perdendo de vista quanto ha,
e t^m havido, e ainda possa haver, de interesses pes-
aoaes desde ha vinte séculos: em tão grandiosa questão
as pessoas existentes , aíuda mesmo sommadas com as
que já não existem » e com as que ainda tenham de
existir «são um objecto microscópico, ouatomisco,
aos olhos da razão philosopbica ; vejo tudo isto do
, ponto focãl ótíectivò, d 'onde saiu a creação; feliz se
acertei com elle ! FtliuD qmpotmtrerumcognoseere cau-
sas! . /. L. A. Frazão.
I
COMMEMORAfÕES.
A ráoCZSft&O BO aS80ATX«
^d DB ABPTBttBKO DB 1790.
2128 o total exterminio dos Moiros das Hispa-
nhas depois de ^epte séculos de porfiados combates ,
não foi bastante para lavar a nódoa do desbarato do
Chrfsus. O ódio arraigado por tão longa lucta, emais
que tudo , o instincto da própria conservação levou
as armas christãs ás partes d 'além. Intendia-se , ê
bem , que era necessário quebrantar ainda as forças
da seita de Mafamede em sua própria caza. Movido
d'este pensamento caiu o vencedor de Aljubarrota so-
bre a afamada Ceuta , e a rendeu. Esta foi a porta ,
por onde entrou a triumphar de Mauritânia el-rei D.
AfTonso V, a quem por Isso appellidaram o Africanu.
Mas estes trtumphos (ainda antes da çatastrophe de
Alcacer-quebir., não menos terrível que a antiga da
Chrysus) não eram ganhos sem grande desconto. Por
terra , e mar caíam centenares de christãos em poder
dos infiéis, que tambeip eraUí valorosos e destros.
Bárbaros se lhes chama coramumcnle ; mas sem jus-
tiça. Que não ó bárbaro quem combate IcaiçueiUc ny
campo , e acceita 'de bom animç resgate dos captivos;
ou por troca de pessoa, ou preço estipulado. Este no-
vo género de commercio carecia , como qualquer ou-
tro, de cabedaes, e negociadores. Para se hav4>rem
aqnclles deu amplíssimas providencia^ o próprio rei
Africano , e desde seu tempo foram prlnctfiaes nego-
ciadores e interpretes de taes contractos os religiosos
da Sanctissima Trindade, cujo instituto era a isso mes-
mo dirigido. .Com a perda das praças d 'Africa , não
cessaram os, baixeis de Barlteria , ou antes continua^
ram mais a seu salvo , o rendoso commercio d'almas
christãs, que só se pode julgar extincto desde a to-
mada de Argel pelos francczes em 1830.
Quando de Barberia chegava alguma carregação de
captivos resgatados , é fecil de intender com que al-
voroço e festejos de seus parentes ; e amigos , e ain-
da de toda a gente , seriam recebidos. Daremos hoje
noticia mais especial de uma d' estas festas. r—Fxa Do-
mingo á tarde 22 do Scptembro de 1720. Da Egreja
de S. Paulo de Lisboa saiu a solcmne Procissão do
resgate, e se recolheu no convento da Sanctissima Trin-
dade. São 365 resgatados , do ctfptiifei^o de Argel ,
pelos redemptores Fr. Joseph de Paiva, e Fr. Simão
de Brito, havendo entrado n'este porto na Sexta feira
20 do dicto mez. No numero dos captivos redemidos
se contavam 3 clerig(»s , um religioso carmelita , o^-
tro da Província da Piedade , 6 capitães , 13 mulhe-
res , em que só havia 3 brancas , e uma menina de
dois annos nascida cm Argel. Entravam n'este resga-
te 10 estraugeiros , a saber , 5 castelhanos^ 3 hollan-
dezes , um genovez , e um mantuanp.
J..H. da Cunha Rivara. '.
VA&&BCIBÍSVTO OB 0. 3Psa9^o, nútux ^
BaAOAVÇA.
84 OB nnPTSOMLO ob 18.34,
2129 {Retumbam sons de dór nos Céus deX]fsif 1
i Armas cm funeral ! Pendões de rojo ! \
Tributo são de mui (Icl saud^e < ; ., i
56
.RB^VISTA UIVIVERSAK OSBONÊIVSB.
V
Pago ao Forte , qut dofine em paz eterna !
l Porque não geifi!erá meu. a)aúdé
Juncto ao Regío atíiúde !
Era o Homem do povo. ... lá da campa
Não ha-de erguer o manto recamada ,
Para açoitar com elle a fronte humilde ,
Que entre orações o mármore lhe beija ! ,
Ibspirado das Musas , alma nobre ,
Folga c*os dons do pobre.
Sth o peso do pó , que os aunicpi^Ua ,
Kas entranhas da terra índa vaidosos
!>' antiguidade os povos nos snsnrrem
Grandezas mil de s^mi-deuses mortos;
Venceis Pedro : o presente olTasca em gleria
A fabulada historia.
Venha o heroe de Cólchos , disputar-ffie
De altos feitos , sem par , a primazia ;
OtTc elle. aos écchos de glória desportanda»
Ha-de inda descerrar sorriso altiva,
£ aponta r-lhe , c'os dedos descamades ,
Dois Mundos libertados.
Venha Alexandre , o que nem eoiib© nc^ Orbe ,
Venha Augusto , o qn« ao vórtice àas guerras»
Bradou » ref\^rv« ! e á saneia paz > resurg^ l
De sua lança trtomphal o conto
Da extincta liberdade o fundo abysmo.
Sèllon 0*^0 despotismo !
btc , qtie , encanecido em wrdes annos ^
Só repousou nas bordas do sepulchro,.
Vergado de fedtga , e soíTrlmentos ,
Votado aos povos seus , e ã seus penates ,
Não o turbou , nd leito da agonia »
^^gra ambição impía.
Hápida travessou radiosa estrctfa ,
P^la Aniérica , e Europa deshiml>radas ;
Démos-lhe vivas ao surgir no Oriente ;
Démos-lhe ptantos , ao caf r no occaso :
Démos-Hic flores , ao brilhar do signo ,
Que de a esconder foi digno ! . ,
D. Iferta José ãa Sitta Vanuto.
KOTXdAS ÁC1Í1ICA mo 01lAin>B OOXSTA
AV^fSTAHO fins MABAfO DO COR-
tLBVirtB Avaro.
21 àO Tendo ^írígido * ao redactor da Reriéta
iP^itrírrjrdr algumas notitias a res^>eito d^aquelle por-
tentoso astro , que tanlos receios infundia na épocha
éa sua apparição , pareceu-me conveniente eomple-
ta!-as, dando conta dos resultados das observações
Mttks pelos astrónomos mais eonspicuos do continen-
te, os quaeç coilocados em favoráveis cir€Utnslatiei«B/
poderam èeterihhrar os elementos da sua orbita, e
as circnmstancias essenciaes que interessam os habi-
¥nifes íárterm , a§ (^aaes-sãé ÉiiaMvílIiMM a reapetto
d'aquelle astro coMssa).
Transcreverei portanto' o qpe eòlligf de maisi
^^0rtante , â a leitura dos jornaes scientificos aendq
àé acham consi^adas aqucllas curiosas noticias , il-i
Ifutrando^as com os addftam^ttts qot me pareceram
convenientes d tão importante assiimplo. O illQstre as*
tronomo e secretario da acad^emia' das seiençias de Pt^
ris , Mr. Arago » comparando e ^nalfsando as 5 oh^
servações feitas em Paris com è$ qtit» se fízeranr nos
observatórios de BerliÀi , \ienn»«' e Genebra , tnms*
mittidas peío célebre bèfão de Humboldl , deíerttt^
nou os elementos da orbita d> seguinte maneira--^
Tempo dá passagem ao perihelio , ou épocha da sna
menor distancia ao sol , no dia 27 de fevereiro ás tO
h. e 19 m. da tarde. ^— Distancia perihflia 0,0055.
— Longitude do perihí^llo 278" 46 ^ — Inclinação da
orbita 35* 31'. — Latitude dono ascendentcT 2'' q'b.
.— - Direcção do' movimento , retrogrado.
Em 28 de março o diâmetro do núcleo «u nebal^
sidade que formava ' o corpo do cometa occupava 2'
40", o que corresponde a um diâmetro de ^7. 400
léguas marítimas de 20 ao gráb , e por consequência
o seu volume egualava a 1700 vezes o volume do nos-»
so globo , sendo ainda superior ao do grande planeta
Júpiter; porem o volume da parte mais densa donu^ '
cleo não excedia a três volumes da tcrrh. — De todos
08 coibetas observados até «o presente , foi este oqui»
mais se aproximou ao sol , « até pelas primeiras ol>*
servações pareciia ter mergulhado na athraospherii lu*
minosa d'aquellc astro; porém as subsieqn entes corri-
giram aquella snpposição> mostrando ter-^so avisinha*
do a tal ponto , que a superfície do coipo do cometa
esteve por alguns Instantes «ómente na distanéia de
9.400 léguas da superfície do soL De todos. os com»*
tas observados , sómepte o de 1680 é o que so tinha
aproximado á distancia de 11.500 léguas, o que déii
logar a que o céltbre No^lon cíalciriasse que deveria
ter experimentado um calor duas mil vezeà mais vio-
lento que o do ferro em braza , na sopposirão ciue e»-
tc augmente proporcronalmente ás diatiauoias ao fatra
radiante.
Desde 27 até 28 de fevereiro o- cometa' percorreu
272° da sna orbita ♦ cow a prodigiosa velocidade d«
4.500 léguas por minuto, ou 13 vezes mais do qoa
a velocidade da terra em torno do sol ; e se tornar-^
mos para unidade de comparação uma di^taAcia co^
nhccidá na terra , a de Ltsboa aoRío^»-latieiro , sc^
ria esta percorrida pelo cometa quatro vezes em uai
minuto! ! a itnaginaçao se asson^a á'vi«la de siifti^
IhantQS prodígios! — No mesmo dia 27 de fevereiro,
no curto int«rv3llo de 2 h. li', desde as 9h. 24' até
ás 1 1 h. 35' da tarde , o cometa percorrem todo o la-^
do boreal da sua orbita , e no pequeno Intervalia da
24 horas ás distaticias do cometa ao m>í \'aTfaram na
proporção de um a des. -^0« cometa achou^se a 5 da
março na sua menor distancia da terra , a qual ava<:
liada em léguas foi do 23 jaúllioea» ^- Aquelfe astro
achou-se duas veies em oonjunerfio com. o sol uamaa<-
mo dia 27; a primeira ás 9*h. 24' da larde, astan»
do além do sol , e a segunda íl meia noit» e 13 mi^
nutos, prejectand^sa d*esta vez sobro o homisj^erio
do sol visivel i terra , pelo que dera toi* produzido
lun eclipse parcial de nova espécie; mas eatephenók-
meno ainda qne tosse jirov^o aãa se podaria ter oi>>
sorvado na Eumpa por ter acontecido á meia noitaib
Se o comprimento de 43 milhões de léguas da enor-
me cauda, que tinha o con^eta em 18 de março, fos-,
se o mesmo em 27 de fevereiro , é evidente que se
prolongava muito além da distancia em que a terra
circula á roda do sol (27.600 €00 Icguasj , e n^esU
REVISTA UNIVERSAL LISBONENSE.
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hYpotbosc-indaíçarcmos quacs seriam as circumstan-
cias necessárias para que noinslanlc era que o come-
ta se ínlerpôz entre a terra c o sol . o nosso ^lobo
crnzassc, oú mergulhasse na cauda. Para que tal phc-
-nómeno se verificasse seria indispensável ou que a
cauda se achasse estendida no plano da orhita terresí-
Ire , ou que a sua ^irgura fosse multo maior. Uma
variarão de 8" na latitude heliocêntrica do contcta po-
deria' ter verificado este extraordinário mergiilho ; e
p.ar* q^uc elle se verificasse pela circumstancia da
niaior largura da cauda, teria sido necessário que fos-
se dccupla do que realmente existia.. Eis-aquí os ele-
mentos d'esta avaliação : a mais curta distancia da ter-
ra ao eixo da cauda, no dia 27 de fevereiro , no iiis-
fonte da conjunccão , foi de 6.12O.G0O feguas^, co
semi-diametro on meia largura da cauda, 475 miJ
Irguas ; e portanto a mais curta distanck da terra á
l)orda da mesma cauda foi de 5.645.000. — Accrcs-
ce ainda que a terra se achava cm 23 d« marro em
wraa região do espaço que- a cauda do cometa linha
ucci\pado em 27 de fevererro , do sorte que se o co-
meta tivesse atlingido o seu pcrihclio 2.1 dias mai5
larde , a torra teria então atravessado a cauda na sua
maior largura , c na hypothesc mais fa\oravel para a
lerra , suppondo os mo\imcntos dos dois antros emdi—
fecrões ofjpostas , como realmente aconteceu , este
mergulho na <;xtremidade da cauda só poderia durar
22 horas . tempo necessário part cruzar a. sua largu-
ra de quasi um milhão de léguas.
Para ajuizarmos mais claramente da enorme exten-
são daquclla car.da , deveremos reflectir qnc se uma
bala de arlilheria do calihre de 2i conservasse a sua
ue.locííií^íie inicial de 5 Ifguas por minuto , com que
c expcllida da hocca da peça, e fosse lançada do cor^
po do cometa , levaria IG antíCs e meio para percor-
rer, todo o seu comprimento. .
Os elemetrtos^parabolícos deduzidos das observações
de M. Laogier e Mauvai*, demonstram que a sobre-^
dieta cauda, nas regiões scplemtrionaes da Europa , se
ácsembaraoou dos raios do sol , e começou a ser vi-
sível em Sdc marro. Antes da sua passagem pclopc-
ríhélio, c por mcadd fevereiro, a altura do nú-
cleo acima do horisonle não excedeu 13.'*,..pelo que é
possivel ler*se observado n'aquellaépocha, como acon-
teceu em Erivan , aonde dizem fora avist^étí em 24
d'aquelle mcz, assim como na Itália.- — Em Lisboa foi
descoberto a 8 de março, e na França a 17. — Se-
gundo as observações feitas na Itália parece que este
celebre cora-la enirc o grande numero de notáveis cir-
cumstancias, de que foi acompanhada a sua appariçio,
fleve ser contado entre o pequeno numero d'aquclles que
SC podem avistar de dia , na presença do sol. 'Muitas
pessoas de Parma-, e dos logares visinhòs o viram
claramente na manhã de 28 de fevereiro , um ppuco
ao orfente do sol , desde as 10 horas e um quarto até
Ás li c um q*iarto^ mas para o distinguir era neces-
sário que o observador se coUocasse de maneira que
uma esquina de par«dc Ihç encobrisse^, o sol.
Se consultarmos as taboas das orbitas dos cometas
observados até ao presente nos confcnoeremos que o
cometa de 1843 é boto, ou que nunca foi observado.
Se os antigos historiadores omencionaram foi tão va-
gamente que as suas noticias de tiada poderam servir
para a reconhecer na su» nova appariçio. Ora é sa-
indo que da comparação dos^ elementos da orbita dc~
terminada em duas diíTcrcntes épochas c que se pódc
concluir se o cometa que se observa já apparrccu cm-
outro tempo, e se com efieito de^c ser classificado na
cathegoria dos cometes perittdicos,
O que defxnmos exposto é mais uma prpva da pro-
funda sabedoria do Omnipotente Crcador , que tendo
formado o maravilhoso systema do universo ; de tal
maneira -coordenou os seus elementos para manter a •
harmonia e perpéit&idadc de tão portentosa obra , que
não deve reccar-sc^que ella se perturbe por taes en-
contros , sunimamrntc improváveis de se realisarem ,,.
redcctinde-se que nem um só dos cometas a\i$tadGS
descreve a sua-oi'bita no plano da ecliptica , em que.
a terra gira annualmentc, c que apenas nm dos 300''
j4 observados , cruza a sua orbita , torncindo-se por
consequência de uma probabilidade tão remota estr.s
abcTdagcns, qwe quasi se podem reputar impossíveis.
O cometa a que nos- referimos , um dcfs ti.es cujas
rcvolnrõcs periódicas em torno do sol se acham detiír-
minadas ; ê conhecido com a denominação do come-
ta de Bida , distincte astrónomo alfemão que o desço--
briu , o qinal completa o seu giro em 6 annos e9 me--
zes, notaudo-sc-lhc o singular pheuomenn qu(> cada umjt
das suas rcvohirucs se accelera dors dias, pelo que-
se assim continuar devvrá- necessariamente cafr so-
bre o sol depois de decorrerem 8.30Q annos, e prova-
velmente muilo antcsj >isto que a atlracção d*aquelle«*
astro cresce* na razão inversa dosquadrados das dis^--
tancíás aoseuxorpo. Este acontecimento, se* se reali-
sar , será imperceplivel para os mundos que formam
o cqrtejo do astro brilhante. Tão' notável observaçã»'
dá os-mais bera fundados indícios de-que o espaço in-
finito é povoado de matéria extremamcate subtil, ott"
de um éthci' que resiste á marcha dos corpos pouco
densos , quando estes correm cm direcção opposta ao /
movimento geral de rotação dooccidcnte para oorien/f
te, dequetambeniserá dotada aquella matéria ásiihi*'
Ihança-t^os -planetas', que por isso não sofTi^em resis-
tência apreciável: tal ó a opinião dos' mais celebTrcs''
astrónomos nossos contemporâneos.
Dos 300 ou 400 conretas cuja appartção mencionam
os historiadores ,' apenas aqiielles três deixaram atéQO
presente conhecer as suas orbiias , permittindo que a
cada instante se possa saber a sua posição no espaço
iuOnito , suas distancias á terra , e aos outros plane-
tas, do nosso systema. Ê provável que entre aquelle
grande numero, muitos d*elles sejam os mesínos as-
tros-que tenham completado- diversas revoluções em
t^mo do sol : mas o alrazamento* da sciencia nos sé-
culos passados , c a imperfeição dos grosseiros instru-
mentos que então havia não permittiram que se flzcs-
sem observações, que p.ossam comparar-se com as que
actualmante fixam as circumstancias characteristicas
d'aquelles misteriosos astros. Mais fclises serão nos-
sos vindoiro9>^ os quaes sem dúvida determinarão as
orbitas de muitos .cometam ; pois é provável que gran-
de numero d'elles desamparenli. o nosso systeiiia para
se transferirem aos outros, que povoam o espaço infi-.
ni(o , e dos quaes a*inda a nossa débil vi«tar pôde con- <
tar 75 milttões , pois é esse o numero das estrellas ou
soes TÍsíreis com o auxilio dos mais poderoscs teles-
cópios. . if. ÍL. Franzim.
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REVISTA UNIVERSAL LISBONENSE.
NOTICIAS.
FSTRAN(iEIRAS.
«131 Hrsp.vjiiiA — A athmosphera de Bnrcelona, a rica , ç
inliiftriosa, que, pouco hadUieinos quasi am brasa, Qn:ilin"nle
ÍBcen'Jiou-se. O qují hoiileoi idolalrn^Ti , Prim , minUMerio Lò-
I)6«, e o sen progRinima, hsjo rejeila, e abomina, j Tris-
te con(Iii;ào da hiiinani(lad«$ , qne nem sabe o que desej-i !
Governos sedi» roais prudcnles. Povos sede ranii soífredoreí».
Ou vicc-versa, Supporlac-vcs muluamenle, enpproveilae asli-
rdes, que vos esttí dnmlo a Hispanha, a Hispanha que parece
disposta a esgotar até ás fezes o cálix da ira do Senhor. Dev»
«ALVE A- Hispanha , e a Hifnhí ! •
França R i:ií;latbriia — A rainha de Inglaterra foi visitar
a Eu a familiR do rei du França. Eala visita inesperada, |h-o-
fh:cto da maior civili:Iade dos tempos , promctte ser ^e bom
asruiro para a conlicuaçflo da paz da Europa , e mormente da
Península.
PORTUGAL.
2132 A núu do estudo continua a navegar em mar bonan-
ça, com vento al;ruma coisa ponteiro, e por isso Imj tu nduape-
na» três niilhjis. Deus alumie o mestre , pilotos, e c(iuipagem,
« livre ó barco dos Imiíxos, Syrles e seroas.
AOTOfl orrzczAss.
SI 33 Diário do Governo de 1 4 do ccrrenle, — Decreto desi-
;5nandodins para a reunião geral das junctasde disctríClosdctu-
do o reino. Venda de bens naci.)naes. Tabeliã da disposirau
de fundos. Sommou a despesa do mcz de junho 499:709^51o
réis. •
Idem de 15. -r- Portaria doThesoiro cm que se declara, que
os actos ou Contractos que stí devem pairar o carimt)o, siio os
forenses. Outra prorogando até ao dia 15 de oclubru nas pro-
víncias a venda do papel scllado antigo. Venda de bens na-
cionacs.
Idem de 18. — Venda de bens nacionacs.
Idem de 19. —Decreto nomeando «ma jímrta* para formu-
lar um novo regulamento' para o terreiro publico. Ordem do
exercito n.** 84. *.
A NOTA EBSPaXZA D£ 8. OAnZiOS.
2134 Na republica da Imprensa nèm sempre os
vencedores são os qne triumpham , nem sempre os
triumphadores sao os que venceram ; c ainda quando
o que sobe ao capitólio cinge o laurel devidamente, ha
sempre , por entre a celeuma dos applausos , quem
desconte a gloria com impropérios.
Bem auspiciada por todos os modos a nova cmpre-
za de S. Carlos , abriu esplendidamente no serão de
16 , seplimo anniversarto de S. A. R. o Principe D.
Pedro, o seu thcatro-, havia tanto tempo suspirado;
todos os logares estavam apinhadamcntc cheios ; todos
os olhos e ouvidos attcnlos ; todos os juizos levantados
era frente do spectacnio , conio um juizo immcnso ,
como jury incorruptível a quem nenhum bom , nem
mau aflccto desvairava ; e o spectaculo terminou co-
berto de palmas por entre as quacs , era diflicil per-
ceber alguns envergonhados e medrosos signaes de re-
provação , cuja desp^itosa e baixa origem é geralmen-
te conhecida.
A opinião publica Geou pois formada e segura para
logo. A ejnpreza havia feito possiveis e impossíveis;
exccdrdo a espectativa geral; c excedido, ainda mui-
to mais , âs suas promessas. Dava-nos uma numero-
sa coitipanhia de canfo , cm que nenhuma parte era
má, cm que muitas partes eram ej^ccllentes : eem que
havia dois portentos pard verdadeiros intendedores» «
Sr. Flávio , e a Sr." Oiivier^
E quanto ao baiic , de~qué apenas ^ por então, nos
podia dar uma peqtena amostra , ma« vantajosa ,- -sa-
bia-se que só de n^vas dançarinas , estavam ainda-
j)<tra chegar passante de triiita. Não era mesquinha a
erapreza para com *o publico; tamkcm o não foi em
applausos o pnhlico para com a empreza.
Era do esperar qne a imprensa Tosse^^óecho doesta
opinião; o foi-o. — Jíra para desejar, q«o as encolhi-
das mnrnMiraçÕes de uma imperceptível minoria n«íb
seriam reprodiizidas^cm parte al^ma ; lur mesma im-
prensa o foram. E não jâ encolhidas , sciã» viKriíipra-
das , raivosas, cruois. Nada escapou.* Os nHHares.ia-.
lentos Xí méritos artísticos foram â um e um açoitados
e queimados em estatua. uCom egualdado de rigor
ao menos ? ! . . Não. Quanto cada mérito era maior ; ,
quanto era mais relevante cada talento, tanto era mais
desabrido o seu suppltçio. Felizmente o sobejo tle for-
ça , qne o ódio poz no brandir o arco , fez passar a
setla pelo alvo sem n'o tocar , c ir perder-sc a uma
enprmc distancia d'olIe.
Não queremos deprimir jornaes , que respeitamos,
e cujos redactores se deixaram, como homens , enga-
nar. Menos queremos lisonjear a empreza, com quem
nenhuns motivos , nem de particiHar amizade , nem
de- gratidão , ném de esperança ou desejo de fa\ores,
nos alliam: — Quizemos so dar tcslimunho da verda-
de; reparar por nossa parle o damno feito- na honra a
artistas, cujo hora e merecido nome é o seu único pa-
trimónio ; dar louvores , a quem nada f^ por on<íe
os desmereça ; e um exemplo de justiça a quem es-
creve para os contcmpomneos ,. e para os vindoiro^ ;
aos contemporâneos, que julgam em suprema ins-
tancia as sentenças d?^s cscriplores , aos vlndoi-
ros desprevinidos, que não .dòvcmf»s enganar sobre as
coisas da nossa edade , que eiles hão-de*vir estudar
nos nossos escriptos.
PASSEIO PUBJbXCO.
2135 Lembramos á Excellenlissima Camará Mo-
uicipal , a urgente necessidade de mandar aguar as
principaes ruas do passeio publico , mormente aos do-
mingos e dias sanctos , para c\ilar a insupportavel c
damnosa poeira que levanta o continuo passear do
grande numero de pessoas que alli concorrem , a f^m
muitos dias tami)em o vento.
Este ameníssimo recreio, onde o publico já disfruc-
ta tantas commodidades ,• bem merece o pequeno tra-
balho que se requer , o qual também beneficia a ve-
getação. Demais , no passeio ha agua bastante , c o
espalhal-a pouco pode custar. T.
Bsmrxozo 90 ast&o os mxnntcN^Anm,
21^6 Ax23 do corrente, celebrará a Assembléa
Lusitana um baile ã expensas de seus sócios: áií^ bi-
lhetes que se fizeram p<ira se venderem aos estranhos»
que lá quizerem ser admittidos n'essa noite, apar^-
taram-se com tempo 150., que foram mandados pelos
directores da assembléa aos directores do asylo dos
velhos e velhas desamparados, para os passarem o re-
colherem o producto no seu gazophilacio ou bolsa dot
pobres.'
VIAm POVCO BK ARlItAS BE I*000«
2137 Nos subúrbios da villa do Pro^o , arcebú;
REVISTA UNIVERSAL LISBONENSE.
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p-ido de Braga, estava um lavrador arrimado á sua es-
|>ingarda , bem engolfado talvez em pensamentos da
vida: desarma-sc o câo; recebe o tiro pelos queixos
dentro na cabeça ; cáe fulminado.
Haverá pouco mais de niez que um mancebo oíTi-'
ciai militar , por appejlido Caldeira , leudo saído de
CasteUo Branco a caçar nos arredores , e detendo-se
6u á espera de emprega para um tiro^ ou a descansar,
tiaba descuidosamentc a mào sobreposta á bocca da
sua arma caçadeira. Disparou esta e levau-lhe um de-
do , d 'onde resultou um tétano , que denirò em septe
dias o acabou. £ nem moz se conta ainda que tendo
áaido d'esta cidade de Lisboa/réja acima, cinco ami-
gos á caça dos patos bravos , e indo dos cinco um a
levantar do paneiro do barco a sua arma, esta se dos-
engatilhou , despedindo a munição contra a perna de
outro , por appcllido Cruz. Este felizmente não suc-^
cumbiu ^ roas ainda hoje se acha entregue em mãos
de cirurgião.
CAÍ BK ÈSM ABE&»
PLEONASMO CE1MJNAL.
2138 Acharam-se presos na Relação do Porto dois
Irmãos, Bari-etos» Jo*6 e António. Jos6» çapateiro ,
condemnado a pena ultima por ter assassinado uma
kiuHier, usava ainda de spu officio , e tinha comsigo
a ferramenta d' cl Ie« Ao cerrar a noite de 7 docon-cnte,.
tendo-se travado de razões com' o irmão , leva da fa-
ca dc'cortar a sola, e corre sobre ellc para Ih*a cravar ;
accodem a sustcl-o os companheiros do careere, logo
depois o próprio carcereiro allraído pelo reboliço,
i Conseguem livrar o perseguido, porém não tanto a
sru salvo que não fiquem feridos cinco prezos : três
ao de leve, mas dois morlalmcnèe. O carcereiro man-
dou mcttcr a ferros ambos os irmãos , em aposentos
separados e assim permanecem.
DEBAIXO BOS PÉS SS ZiXVABrTAM OS
TBABAIcHOS.
2139 Em um dos dias (to mez de agosto , estan-
do o major reformado Geraldo José Braamcamp , na
sua Quinta de Vai de Mulheres , freguezia de Sancta
Anna, concelhc de Alehiquer, uns pedreiros que tra-
f ia a concertar os telhados / lançaram éc cima uma
pouca de caliça ^ que foi dar n'uns carreiros , que
iam passando , mas sem lhes 'fazer danmo ; travaram-
se de razoes uns com outros. Accode o Sr. Braam-
camp a atalhar a desordem : -vem inerme ; é conhe-
cido e respeitado no sitio; não julga ter que recear..
— Os carreiros porem , que pareciam endemoninha-
dos , recebem-n'o com uma paulada pela caòeça , de
^ic resuKou tim% brecha que depois levou seis pon-
tos iio curativo. Já se retirava a lavar aferida em uma
fonte próxima, quando lhe despediram segunda e des-
abridíssima paulada. Foge para dentro de caza , ain-
da'ahi 0^ perseguem apedra; e não podendo cevar
mais n'ell« a sua raiva espediçam-lhe as vidraças ,
um ripado , e quanto podem. Tudo sem que da par-
te d'elle tivesse havido a mats leve provocação: .in-
felizmente seu irmão o Sr. José Glimaco Braamcamp ,
também major reformado ,. tinha ido n'esse dia para
' Lisboa , e levado comsigo um criado fiel que* alli cos^
tumam ter ; apenas: havia em caza outro criado do
eampo , que^ os maíVados- ftíTugentaram ; e só quando
a gritos d'estes e do caseiro, qHfi^aDdava l0Dg« , sup-
pozéram que podia accudir Povo, ton^aram as de vil-
la-diogo. O Sr. Braamcamp tinha em caza armas de
fogo , mas conservou a necessária prudência para se
não soccorrcr a cilas em tamanha pressa.
Forraou-se corpo de dei icto, querejarnin o ferido e o
ministério publico ; pstão proniinciados os criminosos :
preso nenhum ainda, pois andam a monte. Além das
duas pancadas levou também o Sr. Braamcamp uma
churada de nguillião, que, a não ter feito emprego na far-
deta que trazia, e rcsvafiido ao susiaio do peito, cer-
tamente o hou>\Ta estendido morto.
Este desafdra tem causado pelas visinhanças um
grande sobresalto.
Sancto Quintino 20 de agosto de 1843.
CZVMXS TRAOZOOS.
21 f O Lc-se na Revolução de Septcmbror
«Escrevem deBníga, em 2 do corrente, o seguinte:
(c — o criado ée farda da caza de Cabanas tinha uma
l«amázta, concebe d*ella zelos; efaama-a a um logar.
« perto da casa dos amos , e dá-lhe duas punhaladas.
«A amázia veio moribunda para o hospital deS. Maiw
«C06 , e^ o criado para as eadèas da chladc»
TRACnBBZA BÒS ZSILOSU
21 4 1 Na rua da Procissão ás 1 1 horas dar manhi
do dia 18 , precípita-se de um quarto andar para um
quintal uma rapari^ga de 15 annos. Attribuem a amo^
res e ciúmes a sua insânia : para tal supposição bas-
ta a sua rdade. Foi log^A sacramentada ,. e não se crè
possível que resista..
1VAZ8 BNOSZTABO QUS 08 SHOEITABOff.
2142 De Lisboa escrevem aos Pobres no Porto : —
«que á Cruz de Sancta Helena appareceu uma crean-
ço, ainda viva e embrulhada em um cobertor; ao me-
nos não a mataram. — As auctoridades tomaram coiw
ta dVIla. »
ATZ80 A BAES B BXÃStU
2143 Sahido da eschola da villa do Prado os ra*^
pazes^ iam ruidosamente tumultuando, como é de uso*
em natural acinte e despique dafprçadasugeição. Oc-
correu-lhcs, cmvez de outros jogos, ode uma batalha r
dividiram-se cm campos ; armaram-sc de pedras ; pos-
taram-se frente a frente ; romperam o fogo ; não só hou-
ve feridos ; n'essa noite lamcntava-sc ca» uma caza a
morte de um filho..
MAIS.
2144 No dia 15 pela volta-dffs dez Roras, passan-»
do pclá rua direita de Sanct^i Izabel a sege do Sr-
Calça e Pina , um muchachinhpv filbo de gente hu-
milde , tendo de atravessar a rha e calculando mal a
diistancia , em que já vinha a sege , e a velocidade »
que trazia, lançou-se correndoí por diante d'elia. Ape-*
zar dos esforços do boleeiro para suster os cavallos »
foi derribado ; e o peso de uma das rodas lhe quebrou
uma perna juncto ao tronco. Rcceia-se que não resis-
ta , principalmente porque a sua constituição jd. se«
achava enfraquecida e estragada por outros anteriores;
ft*a(fàssos , occasionados de seu génio travesso.. Só da^
janella para a calçada havia ellt caido duas vezes. '
Gonsta-nos que o boleeiro não teve culpa n'estds
60
REVISTA UNIVERSAL LISBONENSE.
accitjcn^e; c qiio o Sr. Calca c l*ina, depois ilc o ler
soccorrido com asdemonstrarõcs domajs vivo interes-
se , não tem cessado de contribuir com exemplar cla-
ridade para o seu curativo.
21 i5 Indo outro individuo , terça feira 19, cm um
carrinho pela Boa-Vista, atropelou na carreira a uma
mulher. El Ia foi levada cm braços ; clle e o seu co-
cheiro conduzidos prezos paf^ o admiaistrador de S.""
districto.
Vamos amontoando os factos d'cste género, até que
o escândalo da sua multiplicidade resolva a oamara a
prohibir dentro nos povoados o correr de carros, sc-
^'cs, c cavalgaduras.
BINA. D£ VSr Bl-XO.
21 i6 O sino do Senhor do Padrão, capellapçrlcn-
rcnte ao capitão José Luiz Puído de Bailar , havia já
sido duas vezes roubado e levado , tornado a achar e
reposto no seu logar ; sendo até uma das vezes colhi-
do ns mãos um dos ladrõos e^remcttido para a cadéa
de Paredes, d'oude dcpoijsdesappareceu. Acabou o ca-
pitão jlc crer que cm hora minguada fura fundido o
pobre sino; ou por peccantes mãos baptisado,^ visto
como não havia deixarem-n*o permanecer em sua ven-
lana no pacifico exercício de suas devotas obrigações.
Não podendo reeolhcl-o para «ua casa,fluescxíacons-
tituciotialmente fallando, pól-o cm a&ylo inviolável :
mandou-o segurar no seu mesmo posto com grossos va-
rões de ferro , com que lodos o dáriab por escapo
de poder nunca miis ver-se raptado. No ultimo dia po-
rém do mez prelerilo dcsappareceu novamente, deixan-
do a capella muda , o capitão e os visinhos qltonilos.
PímIc ser que jí elle ande por ahi , viajando incógni-
to sob a forma de patacos, e com mai5 devotos do que
nunca teve em quanto sino. ; Voltas da fortuna I ; Ncjn
um pobre sino sabç para o que nasce !
A SEAPXVTE no VARAIftO.
2147 As marchantes e magarefes dos açougues de
carne feminina vão augmentando pela impunidade o
seu , , por tantos fnodos , ruinosíssimo trafico c com-
roercio : por isso vemos crescer todos os dias esses co-
vis , focos de corrupção physica e de contagio moral ,
que já cobrem , como lepra , grande parte do aspecto
ás grandes cidades. Como senão bastassem para atu-
lhar prostíbulos a mi ou nulla educação , a pobreza ,
os exemplos práticos da devassidão, a licença e anar-
chia dos prelos e theatros, o enlibiamcnto dos víncu-
los religiosos , as falsas acccpções do sancto nome da
liberdade, e a própria ardenoia do sangue nos irre-
flcxívos e tempestuosos annos da adplcsceixcia, ha ain-
da mulheres , opprobrio de seu sexo , c duívs vezes
opprobrio de suas cãs, mulheres mais vasias de alma.
que os mesmos traficantes de cscravaría , que , astu-
ciosas erefalsadas, empregam iodas as artes para em-
baírem a innocencia , e afTogal-a no pego- dos vícios ,
onde ellas mesmas, no seu delírio., quereriam poder
ainda aíTogar-se novamente^ ,
E estes espíritos de trevas sabem vozes de reclamo,
a que as doidinhas se rendem come fascinadas ; e a
sua rede de infame caça se enche ; e os compradores
accodem ; e entre demónios c fúrias se ajusta e -con-
suma venda c perdição de anjos ; e ao tinir das moe-
das^, .primeiro de oiro., depois de. prata, depois de
cobre, todas as alegrias das víctimas se vão esvaindo
uma a uma . como todas as suas virtudes. . .
A súa memoria refoge do aspecto do. passado cujií)
sorriso sereno as confunde, c o seu íntcndimcnto tre-
me de encarar o porvir , bude as aguarda prematura
dccrcpidez , sem siutento , sem vestido, sem cama.«
sem consideração, e sem filhos, sepultura sem lagâ-
mas e horísontes de eternidades sem luz.
\ E toda esta cadòa inquebravel de infortúnios for-
jou-a , sabendo que a forjava , forjou-a , sabendo o
peso d*ella, forjo(i-a para quem jamais anão tiuha of-
fendido , para quem não sabia ofTcridcr , para quem
talvez ia já sentar-sc ao banquete da felicidade \
uma mulher !
Este quadro, não exaggcrado, senão ainda de in-
dustria enfraquecido , porque não queremos profanar
olhos castos c inexpertos com a revelação de mais as-
querosos mysterios^ deveria andar presente , de c ni-
tínuo , aos ânimos dos que fazem leis ç dos que as
applicam; dos pães que são os magistrados das famí-
lias , dos parochos c prelados que são os pães de fa-
mílias dos povos, dos escriptores , cujo mislern* uma
infâmia , toilas as vezes que não é um sacerdócio.
Apontar para allí é uma obrigação, é uma necessida-
de incontestável , imperiosa , absoluta., já jmmonsa e
ainda crescente : cada dia, e quasi eada hora nol-<i de-
monstra com mais evidencia.
Eecente é ocaso que de uma accreditada folha, pu-
blicada na segunda cidade do reino, vamos resumir.
«Vendia leite pelas ruas d*aquella cidade uma mo-
ça^ cuja formosura levou os olhos e os desejos a um
d' estos caçadores , que nunca faltam nos grandes po-
voajjos. Frustradas naturalmente algumas primcifas
diligencias para a haver ás mãos, encommendou csle
p negocio a certa mulher, moradora na rua de Lwi-
rag , e famigerada por sua habilidade para taes em-
penhos. Foi o mesmo que mostrar a garça oo falcão, e
soltal-o. — Passava de manhã cedo pela rua adescui-
dosa de amores , soltando , a espaços , com a sua vos
melodiosa o pregão da sua mercadoria alva c pura co-
mo a sua innocencia, quando de uma janella a cha-
maram : — entrou. — Fecha-se a porta ; a velha, que a
iutroduziu , dcsappareceu: — vè-se na caza só e in-
defesa com o seu perseguidor. — «A AÍctima — diz o.
«jurnaiisU — luctou lerrivelmente e gritou a pont«
«que avísinhánça accudiu: e a desgraçada saíud'cs-
«ta caza infame lavada em lagrimas, e gritando ávoi
«d'elrcí. ;Ocrime commetteu-se ; e a policia tem no
« orçamento a verba respectiva ! »
AVZ80 AOS UBITORES 9m VÓBlA DA TSRRA.
2148 Um clérigo peccadoraço dp fofa dá terra ti-
nha vindo a esta cidade tractar de seus negócios. Pas-
sando pela rua da Roxa das Partilhas, foi obsequiosa-
mente convidado de uma janella a subir e desoançar*
Pouco sabedor do que vae pelas terras grandes , sup^
póz , que (odo o matto era ourégãos ; ca4u na tenta*
ção'cotoo o nosso primeiro pae ; e subiu. ^.
Alia DOfte porém, uma patrulha oencontrH^ nomeio
da rua no mais deplorável estado. — Como Adão , el-
le fora expulso do paraíso, aio por dois anjos com es-
padas de fogo» mas por dois maruj<ç^ pimpões com fa-
cas de ponta. Como Adio, fdra despcfjado de tudo;e
só uo vestuário difieria de Adão , mor "Vir coberto com
a sua camiza em logar de .folbiís OT^^gucira. .
fiaeií[i»i:u^^^um\u«siii/ imísseimif^ii
âD
AlWlíRTmÇtA DíV E»P»EZÂ.
A ÍUu íLuSc^o coméja" hoje ', (Julnta-felfa ^^^ á.í
§! hoijíú Jík.uiiV'»»^?- Aoâ Sríi., qiíp.P mais iagr-,
iÍiH{;,t <f(mlin^ hoiXks dGjpcâa.aão teiíhaftit recebi-^
IVcí-iploHo' d» ' llEVisTA ,' Itúa ^ i^os FariijueiíDS
N/. 83,f ,fara se' pí:p\ud.ettciar. , . . i
tSÁMA ' QBrrBaOrT3BEiOOI»ArOSBr«lLUrU«Ai
< 3149 . 'AcaiDtffS* iMogestadevdo conoederaoSr. An**
tiohío Joaó (kxlcaUes.da C^nlia ,. ipatonte ti-iilveuoão ',
pOF lo «unos , fida ^ini;Ni)r» Ifydr^^i^Idcida-coqtrir^
fci!ga,>-^Esta<ináoiriiia4 a 'qua purreatuna $e pod«rá
maio pofiulaF; c Goapetfenteniem^ chamar .iV^ni<coN^>
MiHP, ^ qma' faxa h}^rantica> aperfeiçoada ,- mifito^
nrats ai mp lei e Êeanéinteuu AcoasUrueção p«iif<<ita da»^
iwUttSidjQdlaéas^vélMíBpTe diãipiU ediipciidioM.;lia-
via-as ua antiga faxa^mo nienaiâ ée qfaatro^vm^jqaan-»
ta a. QÓtacantintiaMtião tem s<r^f uonMsioai; .:e só
^gumftsTodas q carreies, cudamãoi d-oiaura pódeci^
bali^eaila deieoipeiiharjiviíiffuec carpiíitiriro. O.x^Tltn**
4nQ , -qDe gira tiebaiito ^'agiui ; -sendo fiso ^ • na antH-
ga máchina, torna indispensável, que «Igàea desça
9A fiiD^dTdoipDroç *pai^ <) eie^ar ^u descon^ caufér-
me vatiar «ni<alt(iKi , a.i&uptsríicâe pHmkiara ido liqai*'
dpE« €om a i^óvaepalÉnfua^ qnie <a. agua suba. oa desça^
p.uiU)» imiMMrlab Uma .eèptBÍe 4e jaiigada^ sualém. o çy^
liiidr9:; -rf a .neáma agmir .Cfoe «s^sustéra^ a ambès ,
4M eléta 0^ dclee., >'Oicefl[l' eiles-. a^ fiixa/ íEsta* Mta. do
aaUga'€(ysilema eraigcsná». O Sf« Cuoha mo s« osn-
tanIOu dèo 'amÍBOfar ,. destrui»^* Não aperfeiçoou», in-
▼entau* ' Aquft.ti-aasliir ioBegareUnenlc ò^^^tUo do ar^
ii4ta,f .■:••"... ; • . . 'i :
Ajiaxa «ra- de '>li4 -«^ s4 da ii devia isér
(disiaiiiy: . era : peèpauaéa de. oerlo •modo: pAitícn^
Ur, .pjÁixeaísti^ dentro d'agKar' (viu-se ^Q^inâo);
sá d'ipglat«rra jias>poclia, vii!;((tenbem se :diiià):
À.felizateDie.sobsIitiiida por.onlra ieciéade fèverade
coto i ,011 \cáii30'V mais barata •de'^qo«.a tô>:> oais d»-
rodoim ^uè^ella.; (haja vista ás aáiQflrras 'dos navios} t
cque fisla sus /grande «aftpcrcíBa^sitsteàiâ^ muilo me^
1^ aiooliuaaaíffaigiia.t Qiiâiqlo^pQraid forr^viiiDtiria
da mácliltt^ ;ià agua , se a faxa á- doii|, fMdipiAai40
d'ain jacto; e pelo contrario , com a faxa moderna ,
eée 'dO''I<MgOid^%Ras'ftf*tíráiftNx^aiiia ef^eciê^ de '!!!>» òá-
d€«4«v' e seguindo «Hba-^irtHtf torí(i()^ay (fne^dêmdra
a<qfDo4a;r*^DiitaO'^yiu(f as cordas ^de èáíro já 'sâo tlH'
Ihaèi-QoQf fiio> 3e> fbzmaisy^It) Vjné fransjportar á hmar^
ra ée havio^v 'fWa ' anétó. A*fi ínwiilo • ó qáe está a
invetoçãoct-u;^ iSd appil iear 4m éoiíasl 'Vótava-«e fexcla-
srameÉte('.p«*a: Hí^ ét-H, e^ vinda d'I)ifgtál\erra ; -más
odMBf do f»ort«gtMe » ' que^taMem Keth ^u m-gulho ;
o^ettotUf^^o oMMservel , 'Iftêè 8ef)(|i»ii! dár'pof*"^irróidos
só com o ipse dixU; duvidon , tentou , e Onaim^ente ;
também aOliOMilt^^l^e^nit» iàtAo^ Cdi^-trábAè?
Vac ao cordoeiro , para ouF^Jhe fie uma pouca de fe-
.»vcra dç çôco ; ..corr* '*n"s ò óútíoí? , .fe tndos se^nj^jjinj
Í|íW^i4« n9i|^,gj^^4 senppre Uínoia'^ i.NWiWi «oe*-
« SBnwao— 2g— 1843.
'r<írí^pasrtíPí dtt''c^í;»it»t*; íV«m ío»Sf .CrMlui f^^f^f^n
Ipor sua mão-^;oUe'duttesoOr-.<jfq-aW|ov aP (fnip» <iVSí5»J
tires S0'ltó6"a*rfe%iéai/ JWlidtf «íais : eií<í'Y!Íe«:ntvitfrJ 4
stfa faxa; appa^olhA e asMiita as'ditn^t'cntt!speta&d)if
iferrocmaídeirtit em simimaÍToncobe, traça >i c:oi<s»
;c4ita. Vem^ d^olâí os cmbiH/aeos pccueiarimv -^ t}ái«
pr ivilegto pnda pelao soas ÍH moedas. Aindr assim /
.'o «Sr* Cunha j por»^r>Ott'por alguém i vímcttu «• bai^-S
irelra d)ã-oi«oi' illifa^tiitntos' artistas dtíiméfito iiÊé tia^
y^à, qué" i(f'poi\ se lambrarein 'dtf t>rirFlc^ i íiada.
.emfireeíodaíní? È realmetito cost^sio': o a* tci faria nic-^
ilhor , 'quattto a nós ; se emvez ;• ^e para lieiffc^ . exi-*
glr qiiá4qtiet contribuição^ ainèa* atites do artista 00^
.ilier ÍHi^ 'ú^ seu trabaftbo'; sem probahiHdade taP
•vec de o vir a alcançar, concedesse privilegio gratui*^
'to^4- diMiftd úíbMserto teiApo;> um imno, {Mil^ exetn-
,p{o; e "útiá^ elle obrigasse o auetot; ao- pa^raeiH
toida^^quatília determinadas tod^a^er/ que.qaiiícft^:
se «#nlfn«a?. a ser. pri>'ilegiado ; o que era ««a-próvo:
do seu lacro. ' &te âivítrur secTÍrio de QO^^Mr ot nbs-'
isoiavftitas como «envém )• sem qpe , por is>so , idiíáí^
InáísM « neceiia tta naçao'? porque ititbUametttC/ Sdd^
poucos os novos descobrimoRtos^*
• AJteíicMaperfeiçoámcntusrq^ apontámos^ ha
jai^i^senciai rdeseobrLuHOiSri CtAiba , -pête rsaas te^i
petidasTCXperiaiicia^V' q^ual a avattiop |iropopçào para
uma, dada áitura <->eBti*e>a.farça -e: a Lirgura dafataé'
JQireamstaticia impoatantissimn , qvei fattaià á 'aTitiga'
máohinb;— ^Diremos, rpor uUirtib, que vlmt^s ^ tnv^
trabalbábosceni'. uma BÓra.coiitiniupi, que pura expe-^
ridncisí, construíra o. Srl Gunha »> etn o seu' qatMál'/-
ha Travessa 'da'Portttgueza/ás' Chagas ,. n,*^ 42:^)0ll^(
de os curiosos , • a poderão f ér. e avaUar. A agua áól
poço sólie a 75 palmos e meio;iC com a forca' ordiíia-
ria de.úm homera obtom-se n^dima hora quatro |r!u
pas d^a^qa^. com uma. faxa/ da pequena largura >do*
10 linhas. Uma dóra continua» paira .a força d'um<^oiv
poderá vir a custar o mesmo , ou talvez menos { -'d»'
qde a aóca ordinário 't(M)jj^QQô réis^ quando muifo ;
em'^i|iluito a faxoi hydraolica^ se vendia por S50jf0b&V.
réis. — As nórás, de mã« devem, castar de 10 moc-**
idaraté '5 ; .ou menos » conforme ai^Unra c 'O local.
— ^; Ainda ttíii]i^faafãpd<esia.vea^ essas velhas 'fabril*
caa .moiriscas » ronceiras , c imperfeitas ?• ! S^ triai]i-j^ 1
pham^ deoiaiío que.» badentro d^cHas, moira ' eii^'
cantada : e. se sãd. . ; . — ^ Lai^cadoros/ e prot)T4etarios^ .
porluguezes, protegei a vossa índostria«>r4.0uei)ra«'
o enoaTiMiBeato'á.teobra.! . .'J..da C. Cmcae»,' i
•' •-•CniMSlIItcA.' »A- SB»A« ■ : • 1 't
'. • .•■::; IVi- •: ■ . - • ' ^^ .'
Sl<^ t*Sa[ida»:coiiib<á« o fircboda ^steda orfundd de^'
climas ma» quentes » • do q»e estes *paral onde d ivi^^
xcramv nãò poderá pfesoiiidir>deeerto arãl^ attifi-»-'
ciaL Na Chinace Indianasce', or^see , fia efazk#Ãé'
ao-an.kKre.^r-sfcm neidnim:. perigo i por tseteifr>iá raffs^-^
simas aii.chwase'témpostadés; A attorél^spl- a e^ja'''
somava} Bosoem., « -a rsud pátria, a^sua 4Jb:á>,'^li sba»
inezfi ,. aaual fióÍMca,. 0 thcatro, em-samioa^^él^^lhi^Kia''
$uaitBBÍada existçnoiau. Bnin) nós é índisftfetisévbl ^a-*''
ler de estufa o^ fogão graduado,' pôra^ qèe-^^ írtsec-í .
toa ifimam 'dtisiovbs^ eoMSçtlm pék) ihetoos- nos- kf«í!»'pit^
^Írasvtreb:>ed)ádes.^mos olirigad^si a téi^kj^aAi^ ^stf >
^ VOLt UZ. SEIII3 1,
62
BJBYISTA UNIVERSAL LISBONBNSE.
paçosos^ par» os abrigarmos da crueza doa ares, e das
trovoadas e tcmporacSf qae sao froqiicnlcs.
£ bem natural que catas aiiiriclalidadcs algumas
\ezes iambem occasionem suas desvaniageus ; e sue»
cede: pelo que em muitos casos na forç9 do.vvrâo ,
uâo ha remédio senão acoudir a outros expedientes ,
para lhes refrescar os ares e.renovaMh*os ; por e^jcm*
'pio, abrir duas janellas em corre$poadeacía » e ((uei-
uiar Ba caza papeis ou palhas para estabelecei") uma
corrente de »r. Natural c tâmbem ,- que semio.esle
delicado insecto, creado por um. modo > *que ás >eaes
c contrario á sua natureza, Tique sugcito a etifermi*
dadcs , quo nâo raro degeneram em achaque^ iaeura-
veis, e vem a destruir os resultados das esperanço*.
Scis fadigas dios creodores.
.(£ portanto, regra esscDcial que nosaSastemoa omo-
nos , qiie ser possa ,. do thcor seguido pela naturoza
na crearao^d*csles industriosos animaes^ Que se. 4o*
^em sempre. de ar ventilado, puro,, e amoroso.par^
os pequenimoâ medrarem. O aceio, mais proliiOi c
outro ponW' capital; para o que se não hão-de oouaen-
tír na caza o^. rel^^ços das áilbas pastadas e mais li-
xo, que inOcciouam a respirarão.
A qualidade e quantidade do mantimento lambem
requerem cuidado. Os bichos», com terem tào curta
\.ida , quatro vezes mudam a pelle , por onde se con-
tam as suas edadcs : alé á terceira cdadc deve o pas-
to ser de fulhas tenras,. viçosíssimas e migadas com
uma faca bem afiada. D'ahi livanto fazem-^e golotòes,
e antes querem folha mais macbsa c forte, e inteira.
As folhas peiissccas ou húmidas , ou já entradas de
uma tal ou qual fermentação, são para eÚes veneno, que
lhes occasjona dysentberías c até ás vezes hydropisias.
- Tornamos a dizer que são varacissímos , porém es-
«mpulosos ; o seu alimento deve ser bom e abundan-
te, mas dado por nMiitos vezes ao dia,e não porjunc-
to , por CYitar fermentoçao , que , já fica tocado , ser.
muito nociva.
: Ao tempo das madas está o bicho, como doente, mui-
to inerte e esmorecido r como-nada faz e pouco des-
pende , pooeo de comer se lhe deve por.
. Tem-^e calculada que os bichos nascidos de uma
•nça de semente, que andacão por obra de 36 mit ca-
beças , gastam no decurso de sua rida , pelo menos,
mil e quatrocentos arráteis do foltia ; dois terços de
cuja quantidade são consumidos desde a quarta moda
até ao fabrico do cazúio».
Por volta dos dez. dias depois da dieta moda , per-
de o bicho o appetite, faz-se amarellado na parte pos-
terior do corpo; mostra^^se.dfissòcegado e desejoso de
desamparar o taboleico» nativo a «s trepadeiras , com
que se recreava. Não ha entio qne perder tempo; faz-
&e-lhe uma espécie de sebe do ebamlra oo de carva-
lho bem secco em derredor do taboleiro , e eguai-
mentc por dentro d^elle stias divisões de varia at vara,
ficando assim os moradores divididos nns de outros ,
cj^da bando em seu aposento* Então «s bichos , na-
i^oiidos do cheiro d*estes vegetaes,não tardam em se
ir ^i^ando c apegando pelas sébesinhas para fabricar,
ao longo d^eilas , os cens prateados e doirados túmu-
los e berços de seda. N' este prazo, sofare tudo, é qoe
maia importa trazer a caza bem arejada , varrida e
liire de máu cheiro.
. Por muito tempo se creu erráneamente entre os agri-
€«kor4^^ que não batia crear-ac bicho de seda fora de
certos parzesvprivliegiadoa , que demoram entre 39* e
43.^ de latitude ; não bastando para dissipar esta pre-^
occupação o sabcr^se como prosperam na China , naa
i^hilrpinas , em Bengala , e em muitas outras partesr
da Índia e rersia. Relancèem a vista por essa Euro-'
*pa.toda, e acharão» como, de poucos annos a esta par-
te t, se tem introduzido e dilatado esta iaduatria em
Âltemanha , na Suécia, e até na Rússia.
l*reparando-se caza própria e observando n'e1la *as
regras , lem-se uma athmosphera de 70*' a 96* segun-
do as edadcs e necessidades dos bichos. Temperatura
inferior a 70" , atraza^s : para* cirtuat át9Vr dtbili--
ta>os ; e dá^lhes «ma doença^ que em italiano se cha-
ma Ttegrtme.
Escolher boa semente ó artigo essetitialíssimo. ---
Deve esta ter sido produzida por borboletas , saídas
dos casulos mais formosos , snos , e fortes ; recebida
em pannds de linho puros e f»erfumados.; e guardada
c» logar» om tanto escuro e fresco, onde se úei\9^
íkar até entradas da primavera : cm roja estarão se
oxpõe a uma temperatura asiais agradável e progressi-
vamente mais quente , até ao memento- da sa motteir
na camará com estufa, para sairem tados os bichinhos-
a om tempo e de modo uniforme^
Tem a eiperiencia mostrado; que a semente, crea*
da em climas propendentes para frios » vem depois a
sair muito bem em ares mais qocntes : ao mesmo pas^
se que a d' estes, em a transportando para aquelles,
produz mal tiu degenera.
Aldeãs ha em Itália que teem fama no commercja*
pela excellencia da semente, qoe. se lá cria : n'elkiso
rufitico, mais rústico, forceja quanto pode por ajnnctar
lM)rção, que, vendida^ o mantenha a elle e á suafamilh^
Ha poucos annos ainda, usavam n'esaas partes os
cultivadores levar as sementes dos bichos , antes de-
a metter para a. estufa , a alguma capelta on altar de-
milagrosa nomeada, onde algum dom frei xHhato lh>
benzia» colhendo boa çafra de esmolas para o^ conven-
to ou para si. D'aquella só pratica supersticiosa fa--
;EÍam os serranos boçaes dos Alpes eAppenisiosde(>en-
der o bom exilo e succedímento defructo do» seus
cazálos. Mas depois que a luz philosophte» affiigentoii
muito .fanatismo e embuate , que; enxovalhavam a ^er-^
dadora religião ^ e empeciam ao desinvolvimettto do«
boftí senso e ao progresso dos interesses terrestres, fl*-
caram sendo, suppridos os officios dos (radestMfisithôès
pelas obras didácticas de Pitaro , de Vcrni , de Dâti-
dolo e outros taes preceptblas , cora grande vantagem,
para a clasae agrícola. X. W. TimUis:
O auctor dos artigos», que deixamos impressos,, nio >
pectendeu fazer n*elles^ um tractado miúdo e comple-
to da arte seropédica. Tal obra, que n*um pequeno
jornal como este r seria descabida , mas que tamanha-
utilidade pedia causar ao pubISap,..e para aqxial iún«
guem mais do que oSr.TinelU se achava b»bÚitador»
elle mesmo felizmente a esciev-eii em forma- de ma-
nual , em que »e contém todo& os preceitos e regres.
concerneiHes ao assumpto», exposto» ao», metbeée e
clareza.
Aqui damos p seo progfamma já improaaow
▲ ABTB tEROPaDlCÀ.
Tractado contendo oi mait wcettaríoi preceiUi , r Mat «ff
ifislrucçSet pa^ê a natura da iMa,
- Por I». Tlõdli I méaèr(^ do InstKuto Âjaeriôauí , do imti*
REVISTA umVBR&A;Ii LIBB01VENSB.
63
iuto4Wcio«al doieicnciafl e arte* fie W^hingtoii t' <hK«ã»o-
ciaçào philoiopliico-agronamicA de Bostoo ele cli;i ekç.,, ,
ISTHODUC<,Ão.
^iftTB I. — Das dífferentcs qualiilados de amoreiras — .V amo-
' reira Mikfphma ãe cantSo e a Multiemíliá dai ilhas Phiríp-
• t^inM, ncenteoieiite tetrodiisktas na^^Cnropa. — Do e^ima,
das localidades e dos qiíalidaaet. do terrena mab pft»))rias
para a cukura daa amoreiras — PrupagaçAo das amoreiraf —
Plantação da3 amoreiras em. viveiro, » sebe, a bosqii«3fce, e
em arvores de alto pi>rtameoto.
JPAIÍTB if.— iCreaçâp dt.í bichol da sída — Semente e como se
deve /aíur nascer — Ttiictamento dos bichos na primeira,
segunda e tenceim^édade — TraitUEraenfo dos bichos na quar-
•t» &qui«Uedade-— Enfermidades e molesliaa dot |>idioi^
. , modo de «^ curw. e yrevioir — DisposiçSea «efaer dvsquar*
tos para a crêarilo dos bichos — Do^ caanios — ComMOTraçile
dot mesmos — Modo de sulfocar as cbrisMlidas.
íautb 11 r. — importância de utaa exacta Baç^o dos caiulos —
Methodo IfaHimo e Plemontei—- Ingenho Piemontei apcr-
fetçoado -*- TempefMkitf*: da agiM ftéceHsaria pára « iaçio dos
9^*iilos — Methodo a v«por -*>« Metl^da a baixa tcmperaitiira
. ^.Prtncipius gemes par« prodiW '^^^ perfeita,, de u^i fiç
ei|?iiu2 e de lioa cdr. - .
• Este Iraclado /erú eicripto em lin^oagem corrente, e iolclli-
f irei a toÃal as capacidades. Publicar-sc-ha logo que haja suf-
Arientè ainoero de assifriiatiiras , que ciihram a despesa dà> ím-
presiB«. Corterá edisa de foa paginai «in IS.*, e o preço dt
«asignatura é delMO réis.
Suliserev^se «> eieriptorÃo 4a CoallisSo , rua de S^mi^o An>
lonÍQ a," 56 , e na loja dç €ru Coutinho , xu^ dos C<|lde^
reiros o.* 1^.
iCÒBO b« TMMBLIQAXL XAtíTfiXOA.
(Fem de pag. 26.;
21 Si Á fal^rica^âo da manteiga requer. o mtiia es-
ftrupuid^o aceÍQi Deve haver grande cuidado nà tínf^
f eui doâ •currujís c das vacpas : estas faão-tie ser lava-
das lo^os 00 dias feia manbâ ; c oonservar->se>kfaes-b»
sem{ff« n^tte Impodcbaixo dos pés, para qoè se não
deitei» sobpc «e^ume ; aliás sairá a manteiga com um
iosofTrhvel isái j^. Os vasos , qne ao Jeite hãonic âer-
tir ,,4e¥em aor egualmeníe adeados , larandotse com
agua. a ferver, 4epois de áesp^ados, e oatra vez com
agua. fria aqtes Ae.se tomarem^ a micfarr.
Para. «e obter, a nala » deposiia-se o leite tm alguv^
4are« de barro yidradQ»q«c se coHocam em uma|ne«-
xa em <aM i»aslaiiie fresca « ar^da. CoQsprva««e al*^
\^ o ieite por^^paço do cinco. ou seis dias , e doran-
10. este peripdp se lhe vae eitraindo a nala jqne «e
lae junclaodo, . .
I>oi«, são of instrumentos de. que Tolgarmente se
usa para (fabricar a manteiga ; o primeiro é um baP
àe do flM^eira. de piabo deforma alongada, onde giva
um batodior, quei se, faz mover por meio d'inna en^
grenag<^m» a que anda jiincta uma manbéla. O se-
gundo mais simples e de melhor resultado é um baW
de dft fórma ainda roais alongada ef com a boccaniais
estreita q^e o. fundo ; tendo por batedor uma rodélaf
<i« páu,^ que entra justa pela bocc<| do balde , criva-
da de Jb^racos , do diâmetro de roei» polegada cada
um , com Ãk seu competente cabo que se eleva hcm
acima da tampa do balde , .passando por um buraco
qu^ para este fim ha na mesma , e no qual. anda qoa«
si justo. O tamanho do balde deve ser em proporção
da, quantidade de manteiga, que hourer para fazer ;
mas sempre de. férma que a nata não se eleve muito
acima do fundo do mesmo. N'clle.se lança a nata e
^e agitfi , batendo sem parar , alé que ac conheça que
a^^anti^igsi se formw. Tiiurse )Qg»i a juanteiga para
tàva do balde , e se deita em «m raso gue deve con.
ter quantidmie d'agua suflieicnte para a manteiga fi^
ear aílbgada ; ese procede á lavagem, que dete con-
tinuar até que inteira mente esteja livre do goro. Dc-
rante esta , deve haver todo o cuidado em livrar • a
manteiga do contacto do ar, por este a poder correm^
per uma vez que n'ella se tntrodnza , o que facílmen-
lese evita fazendo entrar continuamente agua nova
para dentro ' do vaso da lavagem ; 'e deizándo-a «aír •
por um buraco -que deve haver no ftmdo. ConcYuida
ft' lavagem , o que se coiibecc qnatido a agua sáe in-^
^íram^te ciar*, deitasse a manteiga emum pannode
linho bem tapado , e se torce apertando^ bem , a fim
de extrair todas as partículas -d'agua; e logo se del^
ta em sâimoira , que deve já estar preparada « Alít sa
conserva perfeitamente para os usos communs» e quan-
do se queira mais salgada , vae-^e salgando á propor^
çao que se tira para coiuer.
Para <y commereio, deve firar^se da èalmoira o sal-
gar^se cm barricas de madeira de castanho, operaçSé
que requer todo o cviidaUe elimpena.Para se fazerem
as barricas , procura-f^e madeira bem secca , appart*^
lba*«e , e mergii4lia-se em.Bgua muito salgada porde-
curso,de yinte dias; depoistira-se, armanh-sé asbar-
ricaa, as qaaes cm estando seocas ficam aptas para n'e!«
ins sesa-lgar a manc^iga^ £5la condição é muito c$«
senoial, ea. ommissão d*ella <^na«comque em pouco
tempo se. torqassea manteiga mvKiosa, òque além de
ser perjudiciai á saúde, lhe faria diminuir o valor. '
O modo de erear as^vitélto também é importante,
e em geral ignôram-n*0'''eniiré nós, por isso dircmoft
d'elle algamaooisa.
£ commum deixarem-se as criassem companhia das
mãès : isto faz com que o leite seja mamado e falte
para a mantetgsl. Para obstar a este desfalque é ne^'
oessarío que logo ao Aerceiro dia , dtpois de nascer á
cria , se aparte da mãè jpara longe , para que essa a
n&o oiça ; e lá se vaealliMèntaâdo com o leite de que jã
se tem extraído a manteiga , aquecido ao lume / Ott
com mistura d'agua quente. Ao principio é costumo
deitar-se-lheS <& leite pdabecea por-um fuhi^l, mas pas-
sado algum tempo se costumam a beber; é assiôr se
vão orçando admiravelmente; e depois de chegarem a um
certo Cimatiho se j>ttftcttfm á manada. As vacca^ é sem^
pré custoso separaremhse da sua primeira^ tria , mas
depois acóstumamHie , e se lirád^ellas Iddò o proveito
possivoK
Recdmmeudámostambenque se:eonserve k legitimi-
dade das raças , porque' uma vei misturittás com as nos^
satf vaccas bravias, degeneram, e eniSoneih dao tan-
to leite/nem tão bom. Conviria a qucm.qutzes^ ter
creação em ponto grande , mandar vir de ftamburgo
ou die Hollanda algumas vaccas , porque sendo aqúet-^
les ds paíizes onde as ha melhores , cfuzando as nos-
sas com aquellas, se formariam eitcéHentei ^açaíi, do
que se tiraria muito* bom resultado.
Thomar lâ de agosto de Í8i3i
Pedro de Boate Pietra. ]
2162 Da cultura dos pinhaes nao só se tira lim
interesse absoluto mat também refàtivo ; - por quanto
iodas as plantações , expostas ao vento Norte , pa-^
deoom na stia vegetação : n^estc caso está toda a cb^tí
V maritima de Portugah em prova d'isto obstrvei eu-ua pe-
6 *
64
.RRT3^A iílJKi\^»ffi«&if/ irJSBOlVlllf SIIK
.TÁnh9SV<1^<^i^<^ aanorio damcsnll', 'típtfítisf^^Msoc
/4^$iiii«fhs4> tralisdhír dOs ícanne M^^' sqm.iUrcm «ih
leitisso «rlgúib mais quo oal)rÍ9» tl'cslasi 'éprccÍ90.J!e-
p^\^rriil-9Q« iniudo.com ^anílc dispendia: scndoimróin
0-;f}iillMíiro <tt'<|si 3 TittiWManvorc «apaz de vjogctar«tt
i(^;:-efi05 Âr^oso^,- parece yicHvcl ,• (iailaiido lago**
'|à <j[>0^a*' peq^H»* i parem interc^Sisaotc dPra^a .do
IfieinQ de PorXugai) ieoba decorrido timatâo longa feo*
fJO:id« aíKius, 8«m quQ o ^vamador haj4. Udo. atiem*
1h>pb^«, i<icfez!cr Heme^r Ajlh»d'estas oiioulras qualisir
ifíM <^f^v^i's^ que além.do servirem para leobas para
||.i^itrs[Tk«4po^l<^<i^9 ^^^ ^^ fora) .e i>' um caso. úé c^^tm
m(i (1^ tom nem p.^^^a quinze dias, dofomleriam* tiba pelo
^ijx^Aio.foritidQ-flffria dul^u)^ ferie d<-^ orciía dolHortc;
tris^iiú ]iu equebrada:^»ai:]|iqcidusestC34KHitos€OiRar-
\(4^q^ torjãa\i|rf« o$ita pr^oa«^Mn.da«.ouiras vanU^^niã,
qiTâsi íncxpugii<7vel. £ eisHRqAii como uiQ/iMxin miIiU)r
íe|'ia^gra»(Í«^icf viços fi .nos^a aiaada iMría« previ-
pÍ.Hdv (}iVi.at)l^|ip!iz> o.qno ^ainào px>.de fazer durante
jí(*^<?VA. Ôjgf|ii>tU oreoU^lue aepara €sla.p.cpin&ula,
p(4ia; C0I9 gry^ndiMnlef^Âse.SQfQfòar^sc de. pinhal (nâo
di^Q uo Mo; :porqmQ:f:wih<íra que umitipin r^o deve-Acar
.dç$ip;t)crÍA em íre^iit á^» muri^Ihmi da praeaj pi^róm
tcm)o naipiettpiM»orlcttroa,1egoa» n*outra uma. e meia,
e £0 iougo d^ cp$U DWiUs • 8Cgue-»e q\ie .o transito
lusta.alJi iinfnQnMk, ^ma muar cm qaalqiucr rua do
Iisb<^a çundu /tem .'eicaggoraçQo) mais p^o, do.qujo
nagucllfs ar.qaoji dnasjuncUis del>ois« ...
. Or^ tudo isto M> podia i^emediar com muiia facilidade ;
está na pi^odoExp.^^Ministrodofteinoiera fa^r : que se
encarregassem as Camarás Municipaes cada uma do»
ycus rpsjjtectjvosmtinicipios parav^iarcmsobre esie im-
pprt^into ii;)mo4'agricuiljura, daiido-lhes regraf) fiycis». •
que $e ligjassem^ (eom responsabilidade pr opriajt; df $lni«
j>uindo..f)S£{im:premip9 a todo e quajqiiet cidadãq <^e
^o,c$i^ii;rA<se» e çaâliganido a todo í«quclle.i^u« estãn-'
do nas circunfsU^cias de melWafe^te itttpoT.taiite ,rarr
|n9, se mo^traw negligentCi • :;.•.-*
, 2fl5.3 .^ntr/eosobjectQS.». que asftignajiwi p Kejl#^:4
jâaj^fiatismo 4p««>camaraA mui^ipipaei n.liera .# primoiro
lo^ar^òs.can^i^hos»,ou,wjw..<ís g«aí>«^ qiio a{raT«$r
$a{^ e ser^ciçr q& dislrictQS.do6cpneerhos.naft3uaâ)P^fir
peciiT9s diireçfQea^/qPj,Q9 ^sp^ciaça^» qae.:ftervaia #fi
ireguczias , e aldòas até se metlerem nos geraes.. . ;
.. X\Qfi re(eri^p&^aipioboS| o^primeirpanejgommeiídlim-
le por fervijren.^ao tracto co^wiVfl dq ii|tipie:kpio>i p
çqnduc|çãp: dps .prqduct(^..^fl toda a «spee^^de indiiA*
tjcia. aos. mercado»: os scgjundoç ,• ppr eeçvireip iwae^
diaXamei4f á; caltura dç^&^ercas >. eplbeiít^t .P «transpwn
tf ,^as. çetis div(EH:fos pçoduc^oa^ quo aUmPUlam é farn
ni^cjçmt os merca4os : estes c ^íj^qs denomiiQ^AHse preh
grianifíiíjLç fiff4f^soi^'çqniptt^^^4 e sjp qbjeíiOí.dejpriOr
vídchcias particulares nos jpaÂfUsa ^ aonde.iiagrifíMlt^
ra se aprecia e florece como .base > qq§ '4jí da /}Uât^n-
tadjoi e,pui3^al^,ip<Íbadlría, e riqueza das nações ci-
vilisadas. : . _
Na ordenação dfttpgjin^yl^^rrí/iiit. 66 está o regi-
mfintp dos vpíeíidorçsL^,^u^ Jfc^ç? eç^fpçr^gjl^tffiíílttwen-
jq,^ f(;itura , •r.efit^ff» e eo^serirq^çãi^ dq^ caminho» mur
nipipaes » .^pplifapdo para essas ^dcspqze^ qs.pr^sDS
pÁdipçHtQs^^p.jnunjcipia^ c recorjendõi á finioâ fie os
rx'Adiffl/^lo#,4o cojaçeiiip níij^, Justar ji^Rif . . u...
•'fistd^ d a toesima' dikpd^^i^ ífuc hi^6 rott^' p<^ coli-
go a<fm!iíf!5iraU\*o, cnm n ' dífforonça' 'd>c que, >mVez
de finfai , sãq .-'s caiiiahis munlçip^eSç auptorisadas. a
ianf^ar conlribiuçôrs cm dinheiro, j»\v«m. seiíWC<>Sr ^a
em iimji e oujlra coisa , se os xendíaMmtos do, coiiec-
lho não forem .sufiíiciontcav
São poMfco» os concelhos com rendw bastantes f Sfra
as suas de.«ípw!as , por isso o máximo numero dns ca-
marás inunicipacs tem de recorrer á conlfibiiíçaa pV-
ra prover .aos caminhos; e dp satisfazer c^ intençôí*$
da Ici,Q ao seu chnracter.declUfeis.da íamilia iumí-
cipal para que essas contribuirões sefanl as mais Mia-
vas . e smntpte combinadas crtm a mHbr comm«idKfa-
éc c •intcressí*' dos contribuintes. ' * • '
Tuuo iáto se conseguirá , çe ,ns obras dos camialioi
se íizcrcm nos iu^ervallosdc^occppad^ dos tr«il^âjM|os
da lavoira » em qiUe ;ts .coiUrtbitiRtes possam maift fa-
cilmente ftoncorníic comisiias.peasoaat sertfços « «tr-
ro&çse» se'gM»Mlar pcvflftitsi ^^riNildadt* segiihdo a es-
pécie de contribuirão ; sç os habitantes 'das ffegUeiiàs»
e aldòas ruracs tórem dedicados ás,'obra^ dos seW
respectivos caminhos, e |ustQ,coDtíàgenle<para ai^dAfi
4:aminli^S ge^aes ^ qtie Ibíes doirem mais proxiroctt» iq
de que fizerem ra«iior uso. •....> r>j.
'Qnawto k>ê caminhos os seus t^iwsftoí consistrií^ :
1.* em WfltWkí» terem-^largura bastarite para caberem'
e poderem passar» a par^ dois carros carregados, que
se encoptjrcm. em 4iç^cr^q ouposla^ oil d(^ j^. mesma
direcçâô*/níás íiín dos quáes va mais depressa ; e os e#pf-
ciaes terem capacidade sufficíenle para o serviço desafo-
gado'de um «arro do maiontaiminàa^ ^ênlàíi volnmosa
cariada que possa transportar» e dd distanéia em dis^
taDcia.havcr uma margem, por- oitde paaso passar a par
«utro earro: em'.éir«cção oppeata, ou <fue leve marcha
matsiveiopna mesoa direcçãO': â.^'etti sereM planoR
quanto fAr. possível ,» coetand^-se^hes, efebaixándo»
se^^lhei as elevações, qap os atravesèarem, eterrapla*^
nandoosbafixos entite éuas lílevaeões com os entulhos
tirados. d 'altiv e outros ntais ppokhno»'; e em serem,
e se conservarem em (todo. omasoseéi fMnta^s, c»«
vas*^ e< preoipictos^ eto que se a^ka, ou perí^^m
as* pessoas ,/ animaésv on «ransportiesf S."* ém' teteiif
efecoantos. para as aguas da 9<9huvasèQi iMihráé 7 ^ êeí^eM
acautelados contra os torrentes ^ianafuâ» dos-mòiHc^
OH oítoiros .que tties fiqncm^^upai^ores'»' oW*tirans6o^
damentos nos sitios baixos : 4.^ em terem ^m^ supe^
ficÍ6.> sólida ^leDYuta» lòmdda» 'onde >fôr pn^eisé, eom
camadas 4I0 eascalho* sehui fniudo^, -éu aréà^grds^a,^
que so achem mais. á mao ^ e cam «á que «o m^sr^é
tempo se desobstruem, dimpam , e beneficiam os ter«
reoose âitios, d^onde se iiram* osíea matar iae»-, ouoiikK
t^as; ei|aivaleii£es« . .
fim todos estes trabalhos a scrriços o príVicipàl ar-
tigo é o idos oaorrèG' para rensoi^er , iõiudar , <ail tondu-'
T^ir. ;imtu]hos>- oU pedra ^ c icliéffar osmafèriaes- ^re^*
ptios para eohrii^'* supbrficíe doscaminhost-A beâ^ra^
são.ie:coilveBÍ€Dcia pedemv'^qiie'esses ea^rtfs se^srm<inW
nifitrodos 'oomnodà • « egf alittéiit«ipeloS>isiPH^irè>s, '«^id-
vradores mâi» prasimos ; e <pai« qdcm nun^ itomed^*'
tamente.scnem e aprOveitsud oa eiMiibos. '
, Os J}ons •caníTiiMis sSo em t*d«ai os easos páHleular**
menAe utah aos pFoprletaNoscDoullaantt;» ; e frequen-'
temente, acontecerá^, que os entulhos dAé> obras- lhes
siqvam -e^aproyeitfm- para foffMrem , ob reforeareitf
i mMpdqfi n^iqpuoM 4a9^)mas faaenrddsf -pela qèe , te^
HÉyWTA UMY£IBSÂL lilâBidltilSiySlt;
(fô>
pvo|>rielarios coniiiMBíifcs , guiados pelo se» interesse ; ''
e. espirita deuntão t búê visinhanca, serão os prir
meír(>s nao ró a coBCoirlror espontaneamente para os
caminbosy mas a soUkilàr ,que se fa^am, aperfeiçoem,
reparem » e conservem.
íí por estes meios , .e d* esta sorte , <fiie aó iêlo e
patriotismo da^ camarás municipaes se proporciona o
empenho, e a gloria de proverem com bons caminhos
ni cõmnnmiçações , tracto , giro , c dcsinvobimeiUo
4o commerciot e agricultura dos seiís d istrictos.
ÍAsiz ÀtUonio Hfibelh da $ilva.
TAXORé
21^4 A ser eerto.o que lomos no Courier de LUm,
merece ser mencionado cntri^ os bons inventos ♦ .o de
M. N. B« ConsMte. eikfe^uma pequena bóia forrada de
panno de linho , que teitá quando muito um palmo de
diâmetro , com a qan\ ainda os mais tímidos , e os
mais ignorantes da aitc de nadar poderio cursar 05
rios; e otravessi^r/.soas correntes sem risco, c sem
lhes ser necessário de&embaraçarem-se dos vestidos.
A simftlicfdatfeiv o. pequeno volume da ma cfaina estão
promettenéi «ina grandissima appli cação aos Usos e
oecessid^dsSl Áa vida. — Será mais uni contrapeso á far-
dagèm do soktaáo, quando houvcr.de fazer marchas;
e náo lhe podará ser nèm de mais^ peja mento, nem de
maior, fíesóiqve.u marmtte ou pmírom. Também um-
OQnfteco.sufficiaiie doestas bóias livrará o^s ombarca*-
ções de se4r<ím',a'ptqttek
• Kio nos ttlargta^mos mais- om apontar outras v«nt»^
gens d'estc iugáribosb invento., emqiianto pão formos
mformados tias éiq[»errcnoias , por que íá passar, se-^
gnndo diz aquelle jornal*.; e dos quacs, jà é obriga-
ção sua, dar-nos conta, para tambcm nós nos des^
«brigarmos para cora nossos leitores.
Silva Negrão,
-TXOBflSeiiOOIA. .
.IIOAOAA. .
2153 Para sati^ação do que.promcttcmos no n.**
hl do Tomo II d'es|/eJoi»al, concluiremos hoje os nos-
sos artigos sobre as nódoas e mcthodo de as tirar ,
dando Vt'\rias receitas para se obterem substancias pró-
prias para este íím , è traètandó de^outras circums-
t^uicias para intcito cppplemcnta d'cslc nosso traba-
lho) de certo mui poiico importante , mas que. accrc-
ditâmos'(íc geral utííidadc.'. '
Todos sal^çm que os álcaUs especialmente cáusticos,
combinando-sefiM^ilDienteíeom oi corpos oleosos ougor-
durentoss-formam diversvs esprecies de sabSo , que se
dissolvem perfeitamente n^ agua ; mas estás substan-
cias alteram consideravelmente os tecidas" 'de lií e se-
da , e estragam as cores , por isso n^o çonvem usar
d'el]as:; em seu logar , e. com muit<)i ^lelfapr resulta-
do poderemos servir^-noa. da míU9a de limpar , de que
ha éfffsrentes receitas'-^ fiaremos a mais aj^provada :
Tomc-sc?' umá poi^o út gí^dá , lare-se *muito bem
até lhe tfraf 'íòd!a a área, e pesem-sc dois arráteis;
misture-se-lhe.meiá^libra de soda e cgual.pòso de sa-
bão, oito gèmovis d!ovo bem batidas com outra meia-
líbra de fel devaoea purificado. O subão será primei-
f» misburailor> esmoído oepr «soda* na pedra,} assítdl^o-
m» se. raosin' as :tinetàs, huiDed^cad»'<ée' Vez eid
laémiasgemíBKS tk^ovore fel úé valsoa vísUira*
dós.'A]tiRete^sc depois n gríMa pouciO a pouco; e mociifdil'*
siempre. fdea-se de tudo rstô uma massa, iqpie^se pb-
dcrá dividir era porções do tamanho e forma que se
q%iizer. Dei^a-se soocar . c quando é necessário usar'
d*ella , raspa-se com uma faca . faz-sc uma masshiha
com agtia e es!onde-sc por cima da nódoa ; dcixa-se
assim soccar bem . c csco\a-se.
Faz-íie também um liquido p<ira tirar as nódoas gor-
durentas c oleosas, fcuja receita ó a seguinte:
Deita-se n*uma vasilha vidrada , coisa de meia ca-
nada d 'agua pouco quente; ajunctam-sc^-lhednasonras
de sabão branco cortado em raspas cuma onça delK)a
soda bem moida. Quando tudo está perfeita mento dis-
solvido , deitam-sc-lhe duas colheres de sopa de fel
de vacca purificado, e uma pouca d'csscncia de alfa-
zema. Mex(^-se tudo muito bem , côa-se por um pan-
no, e guarda-se n'umá garrafa bem tapada. Na occa-
sião de se fazer uso d'esl^ liquido dcrrama-sc com
caUtella em cima da nódoa , escova-se muito bem , e
lava-se depois com agua morna , nao só o logar da
nódoa mas todo o espffi;o que foi molíiado pelo liqui-
do. Com elle áe tiram todas as nódoas vegctaes; ma»
quando Arestas entra o o^ ido de ferro, empi-ega-se
também o acido oxálíco dissolvido n^agua.
Este ácido é reduzido a pó , e com el!e se cobre a
nodéa ; qiic t>rinletramentc se tem molhado com uma
esponja , e o acido díssotve-se esfregando-sc com a'
.ponta do dedo ^ thnv. Também sepód^ fazer aàis-'
soluc^fio fera , e molhar com ella a nódoa ; em ambos
[os casos c indispensável a lavagem depois com agua
ípurí- •' ■ -' ■' '•*•.:'; r ■' ' •" • -• '•
A eáêêneia êeiereUn^inw iém>regíMe «os lecidos
perfeitamente seccos , e^m'|ima esponja, ou um
pòrtco' d*algod5o em íCama, quo se esfrega porcímâ ída
nódoa; que sae logo, mas é «eccssadp cobrir imtnè^'
diatamente todo o Jogar que se moHiif com greda em
pó, oti cinza passada por uma peneira de seda. Sem
esta precaução apfMireceria uma, mancha em roda da
nódoa ião grande como a parle molhada pelo esscn^
cia.
O gas atido stdphurúso^tàz-BC na occasile do o que-
rer empregar. Quando as nódoas são muito grandes ,
ou ha muita roupa a que as tirar , dependurasse Ioda
n' um quarto bem fechado, põe-^e no chão um foga-
reiro com brazas, e em cima d'estas brazas doíta-se'
uma cápsula do tamanho que pareça necessário , chèa
de flor d'en;cofre , e sàe-se imraediatamente doquar^
lo fechando a porta.
O gas acido sulphursvo que se desinvolve opera so-
f bro a roupa e tira as nódoas. Mas^ quando a uodoa é*
pequena, faz-«o um canudo de pápelio estreito n^uma
I extremidade e mais iargo na outra , onde se fazem^
três buraquinhos.para eotrir o ar , a- flm de fazer ar-"
d«r aflord'eitxofro que se deita dentro em pouca qaati-»
tidade. Este canudo põc^^se ao calor do lume^ appll-^
,eandu a sua extremidade màts estreita á. nódoa , tiia
muito chegada » c o gaa dèsinvolvido opera eaccellén-
tementes
^Ofel devacçd purificado éettA-st ii^uma porçlo d*a-
glid egual ao seu volume, batesse muito bem, etíchar-^
eam^se a9 lUMioas com:eSte liquido , 4epoÍ6 esfregam^
scáimiò como quem cniíibda, aCó sairem/ e ulti^
nlamente lavft^se todo muito bom oom agua simples.
T<ormi«-s« o luitra.i^s tecíibiB <de seda qi>e o pordN
ram pfflapperaçiaida Ihcs-tir^r as .nódoas ^ ^por-
N*M*dMB*M«M<HI
m
REVISTA UNIVERSAL' ÍLISB0WE3VSE;
d^ gomma trag«icanto (adragantc) beqii>ranca, dis$oK
vida n*agua niorna. Mistnrc-sc com ^uíUcientc porção
(Í*agua , c còcrsc por um panno : molha-se o tecido
a*cstn.agun Icvjcmentc gommosa » c põe^e depois a
sçccar na rama.
, A rama ò um quadrado solido de madeira » no qual
SC pr^ga muito bem um panno bem estendido, omci-
iça d*e$te panno prt^ga-^e cqmalfmetcs o^eçído que se
acabou de passar pela gomma , puxand(H> <>in todas
9.S direcções, e assim se deixa enxugar que ficará com
bom lustro.
As filas liTslram-se com colla de peixe mui leve ,
mas não se põem na rama a enxugar. A fita imctte--se
oplrc (iuas follias de papel , põe-sc tudo em cima de
iiDia meza cidjcrta cora um coberUir , e pòc-se ura fer-
ro qunnte sobre o papel que cobre a fila : emquanto
uma pessoa carrega no ferro, outra ^ac puxando pela
f\la em linba recta , e assim fica bem lustrada.
. Finalmente quando se não pinJc de todo conseguir
tirar as nódoas, ou pela qualidade d'cstas, ou por se
Jjie haver errado a applicarâo da substancia própria ,
oji cmfím porque o cor do tecido. não pôdç resistir á
operarão; entívo ó necessário tingir de novo o tecido.
Was l impossível poder dizer tudo n>stes pequenos
a^rligos: quemquizer ficar plcDamcnte satisfeito sobre
f.slc objecto, deve consultar a obra por mim, já indi-
r^ida no primeiro artigo, que escrevi íobre nódoas, in-
titulada Manuel pratique de Vari.4¥ 4ç^fli»seMr.
. Silva Leah
VAIS UMA EXTRACÇÃO BS CÁLCULOS
TSSZCAB8 VBLO OOOVpB^ PVUBZ&A- t
.{CariaJ
• 2IS6 Em outro escripAo tii^émoíí o ge$to de tribu-
tar nossos elogio» a alg*ins dos exímios operadores do
Hospital de S. Joíié , entre os q«açs o Doct#r Pereira
«ccopa um distincto e eWvado Jogar na nobre profis-
são, que exerce em proveito da humanidade aftlicU,
c ós vezes desva,Ud« , c com honra d* AV4\*io ^ a qu«
pertence.
Deu-nos hoje curiosidade de ir vhjitaf o IIos-
4)ital de S. José , a hota que os seus facultativos
costumara soccorrer os doentes; — muito feliz foi a
cccasião , porque era diii . que o Doctor Pereira ha-
via destinado para executar cm um dos «eu» docates
(que nos pareceu ser da edade de 20 annos , ou pou-
oi mais, o de baixa condição) a operarão de litho-
loraia , extraindo dois cálculos , sendo um d*eUcs do
tamanho d'iim ovo-dc gallinht , pesando duas onças
* nteia ; e representando ooutroum segmento de esphe^
ra de polegada c meia de diâmetro , tendo de altura
4uas a três linhas , e pesando duas oitavas. O pro-
cesso, que seguiu o Doctor Pereira para a extracção
d'estfs cálculos, foi o perine(y4ai€ral esquerdo. — Com
U^tkia segurwça, simplicidade,' c rcjpid*-: foi executa-
da csU operação , que julgamos não gastaria ires mi'-
%ntú$ desde o momento da. primeira incisão cutânea
até á extracção do primeiro calculo , que era o. me-
Lor.. Porém a extracção: do ícgundo- foi algUm tanto
(leoiorada , o que aliás o sábio operador poderia talf
vez (er evitado, se porventura quiicsse quectrar o
calculo destro da bexiga. Porém motivos fortes indo*
s^rA , spm duvida , este operador a nãO' seguir esta
pratica rccommendada por atgncfni Em outra ooca-
aiãi4L dírçBiPS a. este respeito bOsso pensar^ .que pro?ai
velmentc irá eonfimiar quanto étynèsto o^TM^iUado ».
que elle diz ter presenciado emalguns oa«o«, em q«eha<*
via fractitrado os calcolos vesieaes. — Agrandi^ eon-
tracção da bexiga desafiada por«stímuiosmeciiaiiíco6r
(necessários n*csta occasião] , e por «ontracj^ôesíVfiw
lentas do alidómcn do doente , fazia que a pinça não
podesse segurar o calculo no logar detido >re então
admirámos nós no operador o seu grande tino c tacto
cirúrgico, reunido aos seus. conhocimcntos pbysioiogi-^
cos , de que tanta utilidade tira a medicina a cirur-
gia ;. porque com rapidez e destreza, tendo conseguido
manualmente o prolapso- do esphinter anal , provo-
cando por syntinitíib à riflMcidi» dr Uetípav;. apro-
veitou com feliz oxito eAA oíx^asião para segurar en-
tre os dentes da pinça o calculo», que imnAdiaiamen^
te f«H extraído. >
Logo q«c obtenhamos a historia dos padecimen-
tos dVsto. do<$ntc , promeitemos dar . ao pui»iico
nosso Jui^zo cratico sobre o processo segoido .|»e»
Io Doctor Pereira , acompanhada d 'uma uarração^íteL
de tíMJas as circumstancias, qae*appareccram ii*.osta
occasião: e então não nos faltará ospaco e vagiar pa-
ra tecer os devidos encómios a um portugtteaí Cão eo»
nlieeido no paiz , e na Europa ;< o oi^os meFctimen-
t4is só poderiam ser bera avaliados pon AUmb €oopcr ^.
e IHrpiiytrcn. -r^ Frágeis são nossos. loiros parta coroar
o ;Doôtor Pereira. **- Ponnas babeis ^ ci pessoas .do to-»
das a«i condições o rospaitam. como am oporadontpor-'
Ui^ueãi.quo em nada á .iafeaior a. ouChasi éiUrangeíros,
cujos nomes são venerados no JSvropa^-^-^fi-nds por
ora aúr lhe dedicamos a» sciguintoa palavras d/um 'Cé-
lebre escriptor allemão.ranitarconlieeidfvehèrò nós.::— ^
La plus haute missiom de Vhotmme oprès eeiU du tartt»
ce der autels ,. est é^etre^ prétre du feu sacré dela^vie ,
dispcnsaJttwr dcp plut beaux dom* de IHeu, et ntaiire
de forces occulies de. la. nalure, c'at<-<à^trf,.dVírc »^
decin.
Lisboa 19 de septembro de 1843.
Um seu AssignatUé^i ^ AâminuUíido Doctor Pereira.
GCMIMEMOEAÇQfiâ.
ASOREJA DS SAHrCTOS.Ò.VSLHO — A 0&« ,
BBIV B£ SASrCTZAGO BA S8PABA.
.1 ])B OCTCBaO DU 307.
Oh ! tfaem "Vê hdjc nd ponteada «iia
De aperaHada-, éSgnitk eaiaqinalla ,
Brilhar a BffiM crua , tjmbolp d^hoiira ,
X>c .patriqtismi» e gloria > que pendera
D*aureo colíar «m peitos d*aço duro ;
Peitos que sem pavor por entre sclvai
T>c lanças , de asas^àias te arrojavam :
Quem a vé hoje— 'á'crui lancta de Chríito, '"
•PendSo de floria , que piUm 'Do oriente
Castro , Albuquerque « Vasdo — « re»» <
De Saactiago , «|ue arvoím a# Quia^
Kqb casteUos du Alga,rve — pçaduradaf
l*claa librei da infâmia e da injusliça ; ' * ^^
Qoem , de stia nobre origem coiritânáo ,
OiMarfi dedixer': aSao cavàlleíro^, * •'"
Sio iwrtfigv^net eavalloir^s eia»tfP»»' '^ - '«í
âi57 . Fai hofe umiaono qve dêmos oanta 4lomar*
tyrio dos aanetcís Veríssimo , Maiima c Jiilia , « «d*
como aa oodu lançaram. aeui oaEpoa^ura«Ta.i
REVISTA UNIVERSAL LISBONENSE*
67
do Tejo. Agora fallarcmos da sua egrcja e recordações
« ella annexas.
N*essa prava onde os sanctos corpos foram arroja-
ilos, os soterraram os chrislãos seus companheiros, er^
gucndcHlhcs uma capcUinha para os velarem , e ínter-
rederem pelo conforto e perseverança dos demais fieis.
E fhi esta a caza única de orarão , que os moiros ,
successores dos godos consentiram aos de Chrísto.
Muitos scculos depois , tomada Lisboa pelo grande
Rei D. AfTonsoHcnriq^itcs, e informado este do patrocínio,
que aos seus portugueses deram os martyrcs durantt)
o cerco, Udou logi> era lhes atevantar um templo; e
assim # levou a íeilo; peio que c a ogreja de Sanclos-
o- Velho o maior padrão de antiguidade que tem. o
éhistianismo em Lisboa,
A famosa ordem dos cavallciros de Sancliago dh
Espada, que fdra ioslituída pelos Reis catliolicos pa*
ra varrer a Hisponha do» ínfieiS', também D. Aífonso
a eataèelccéra no seu Portugal, e lhe foi dada a egre—
ja de Sanctos , onde esta csforçí^da milicia apostólica
teve o seu primeiro assento ,.fabricando-lhc ahi. elrci^
p. Sancho, convento para sua morada..
Ê sabido que aos oavalleiros de Sancliago- se dei*^ a
conquista do Algarve ,. capitaneados pelo celebre mes-
tre D, Payo Peres , motivo porque» o sr.- Rei D* Affôn-
so III lhes doou sucoessivamenle- AUaccr do* Sal' e
Mertola , para onde se passaram, ficando o convento de
Sanctos para n'e)le deixarem a* recato as mulheres-da^
ftua obrígaçãOj.quanáoelles iam á guerra..
Depois ei-Rei D. João IL mandou obrar um gran-
de convento a meio caminho deLisboa^a Enxobrcgas,
para onde trasladou as sanctás rcliquias eas commen-
^stadciras', cm solemníisiina procissão; que se ficou re-
petindo annualmentc n'est&dia.» procodenledaSé^.com
« accompamhamenlo dó cabido esenadou. £ porque fi-^
«asse. então dev«lnta a* egreja* de Sanctos ,. depois a
•rigiu o Sr, Cardeal rei emparochiff, como até ago-
w tem perseverado; chamando-se4hede Sânctos-o-VeJho
para o estremar d'aquc]leoutronovoqueéhoj.c um par-
dieiro povoado dè poucas e esquecidas, mas^ nobilis-
simas donas..
Taes sâo as millanarlás memorias que Koje nos pa-
receu bem registar aqui',, marque pez aos que se
afirotitaim com a* poeira que hamos sacudido das. Chro-
Bicas ,def cQJas> lidas nos- dâmos' por bem pagos^ com
«>aga«lhó'que muitíssimos lhes dão , porque,, favor
ée Deus ; se estamos mvi atrai dos fuerdadeiro» pro-
gressos-ma ter iaes, tainbem nâo queremos ir s«qner
a< par dós suppost*» 'progressos; moraes.^
Por isso raésino ,: quanto havemos* trasladado para
aqii»,. prova endeatemei^eque nat> somos saneti^a-
doces ám íiult^> o. passado^ cornos alguns ahi isSosanctifi-
d«K& dè (taío' o presanle.
Antàtw^ áaSiltaTulliõ.,
O imprairíso > qúe < publicámos 'sob^ a- titula de* —
fiennRA-^, ó^de um jov^ssimo* c premriado alum^
I» das escl^la« doEidireito dá' nossa Universidade. Se^
ria isto mai« qne t^slanle para' cscHirecer graves* de^
feitos poéticos , qn^ ]ãi»> será para récommcndar as
maoifisslas revehções' de mnapredestinaçm» litterariav
Entregue todo a estudos urgentes epositivos^o^-.Cói^
le Monteiro nio cultiva , nio tem^empo para cultivar
a poesia :• colhe-a aia acaso » ' segundo' em seu -caminho
fe Ifae offiarece florida^ Respira-^Uie^ um. tãdMol^.afra-
grancia : têce-a, sem cuidar, n' um ramalhate ou n*u-.
ma coroa : deixa-a ficar apóí si c esquece-a.
Ê um d*c$tes ramalhetes eequccidos , que nós le*
vantdmos para o oíferecer, como bom anauncio, a
nossos leitores. '
COZXKIBRA.
Fleuven , rockers , fcrúlt , solitvdes 9i nhèret ^
Ua sçul étre vôus tnanjue et tout est dt-peuplê
2158 Pátria minh^i gentil, risonha terra ^.
Flor viçosa das margens odorifèras-
Do t)Kicido Mondego-, '
Como enlevas meus olhos , como preiidcs
Minha alma extasiada em teus encantos !
Nobre princezadas cidades lusas
E das do mundo em gentileza , e graças -
Invejada rival ; salve Coimbra !
A rainha louçã , que emi)unha o sceptro*
Das ondas Adríalicas ,
Veneza dècautada , a ti se rend'e.
Creou-te o Eterno em bonançoso dia*
Co' um sorriso d 'amor fódou teus mimos.
Louçã, formosa Coimbra'
Lríida fiôr de Portugal ,
Bellezas , que os Céus te deraxai
i Xá terra não tem rival.
Por ti desce do Herminio, excelso throno»
O soberiK) Mondego; esquece o berço-
E corre , e corre pressuroso a vèr-te.
D'ámor vencido vera beijap-te as* plantas »
£ de teus mimos preso a' custo arrastji"
Ein torno a pura preguiçosa limpha :
Curvas-lhe a face* nó inquieto seio.
Carinhosa estendendo os nivcos- braços
EnthB am onos- sorrisos : • *
Assim virgem formosa os pcs firmando
Na fulva a réa,.á beira da corrente,
Alonga os Ixraços-, cnrra as mãos cm conchas v*
E as rozas banha dò 'formoso rosto. .
Grata scena d'amòr ,. encanta de olhos , .
Da naliÍTMa mystica harmonia,
Hynmo eterno do Deus ,:que o mundo rege ,
Eiilras no peito d ivínai ternura !'
Louçã,. formosa Coimbra
Linda fldr dè Pdrtirgar,.
Rellczas , que oe Céus te deram
Na terra não tem riVal..
Nas doces horas , cm que o sol se inclina
Dourando apenas dò borisortlé as tèrres
Sntre a« verdes «campinas,, que 4e»eingem'9/
Ês>diaiaantfi engastada entre esmeraldas .
Na prata dò Mondego.
Será Veneza dô que tu mais linda?!*
Dq mez dás (lóresnas caladas noites , •
Quanda vaga nos Céus pálida liia ,
Mclancliolioa y.c mdga , o canto ogcutas . - •
Do barqueira, que vae sulcando as^ãguas^
Em pérolas míidadas. .
Dos rudèslábiòs seus ouvcs-lbc.as trovas^.
,Que já <d*áluBUios^t«as v.ulgara a lyra.,
rAssim Veneza altiva. ao goodoleira
Ouve- do Taasc^ adulterados yecaos^ « '-
Será Veneza do que tu mais linda? «' ' ^
68
REVISTA UTílVERSAT. LISBONENSE.
Bafeja. a face tua amena briza
Baainorada , e pura como é paro •
guavc suspirar d'^im.cd&to soío»
Que ajnor ignoto sente a vez primeira.
To!da-tc um ccii fagueiro* c lodo. c meigo ^
Qual da innoceucia angélico sorriso.
Gentis donzcllas , que teu cnmpo habitam ,
Que formosas, que são! que lindos olhos!
Sua voz doce descantando alegre
Desperta n^alm.i enternecidos ccbos.
Seu mágico ademan , seu porte airosa .
Não sabe arteiros, refalsados gestos.
Seus alvos dentes são de puro jaspe
Os lábios de coral » de neve os scios^ . .
Assim de neve o corarão nio fosse!
Moram tcrna^ saudades gcmcdoras.
Nos verdes salguei raes , que as margens vestem
De teu plácido rio.
Quantas vezes sosmhoalli. vagando
Magoas do peito suspirando exhalo I - .
Quantas vezes na lyra desditosa*
lun sentidas canções^ em versos tristes
^ Cbóro miuba ventura!
Já de me ouvir mais triste a rola ^cmc,
Aprcndeu-me o carpir, chora comigo ,
Ouve a fonte d 'Ígnea minhas cndeixas»
£ suspiram de vci-me os ^Itos cedros y
Que o sítio enluctnm co'os funéreos ramos :
Memorias da infeliz meus ais lhe accordam.
Doce fora o gemer, suave a morte,
N' estes saudoso^ mágicos retiros, . >
Se em compassivo peito um écho ao menos
Encontrassem meus ais , meus .vãos iamcntos :
Sc o meu viver tão só não deslisára
N'csle Edcn formos issimo !
Louçã, formosa Coimbra
Linda Qór de Portugal ^
Bellezas, que os Céus te deram
Na terra não tem rival.
\ Coimbra 1 de maio- de 18i2.
A* M. CóUo MoíUciro.
SOTICIAS.
ESTRANGEIRAS.
5BIf»9 A JliWANiiA «en fuodámento ^rav» , e eontri os
priDcipios de dif^ilQ, qiie mio toleram segimd» pmouiidá. pela
mesmo crime ,, ou motivo , parece querer segunda, vez proDun-
ciar-se. Em falta de boas, razòca, iâ^vez lhe sobrem pretextos*
Ameller porque foi feílo dà primeira ve» brig^adciro , qncr
«cr ^^n, marechal de campo, Lemhra-Ihc, qtie também pode-
lá vir a ser conde. 6e o patriotismo nlío fosse um meio , co-
nto o servilismo c tanto» outros de -levar ao' t>oder, ás honras-,
e ás ríquesos, { qulo poucas patriotas hareria l O governo de
Madrid public^q Mtt^ manifesto ,em que advoga bem a sua can-
sa, e faz projiiender para a sua parte a Jj^ança da justiça.
Deixa porém sciíli defcza o ponto culminante , e principal de
quefxa por ter , abrindo o cofre das graças sem direito, e tal-
ret sem precisRo , excitado õdlof', e' despeitos , c despertado
ambições. SenSo lêssemos mi»fiM;ripttJras, que Doiis alumia aos
que governam , disseram^»» qi)»:Oi jnttejío «9gft • ènteiidtttwtio
dos qat o al«ança«. ^
Gerona , e Mataró no Prineipado adheriram ao novo ifioví.
mento revolucionário de Barcelona. Uns ditem , que |i eUrel-
la da revolta quasi toca o seu occaso, outrt a , que v.ie iubindó
ao apogeo. Aos ijarlamentarids , como doctrina parcce-nos as-
siste mmis raz^o, que aos centralistas. , Os povos sérSo mais
déspoús,' qne íw reis! Vejn-sc o dccrclo deGcroha com data
de 7 de scplecibro euscilauçl.í, contra es do- pari ido cotttrario
toda a ominosa legislação— do que dcr.JaMtr^ njuâa^ mi coo-
selho,
Nrts Eíilados PontiGcios , tecm havido desordens serias, qúo
parece talvez se ncAluicm sem intervenrflò da caza d*Au8tria.
Km Nápoles fntontou-so mii nfivo crime incoraprefnsivcl/©
de incendiar muUieres que vfio passando nania, qucimando-lheif
os fattiis com cert » liquido; que sr» incendèa por si. j Quem fa-»
Ih-tu dar a raiiio de tilo horroroso invento , que recorda a ca-
misa envenenada do centauro !
A rainlia Victoria visita a cArtc do rei da Bélgica , c o Au-
tccrat{i a do Dynasta da Pnissia.
Dizem , q»(í Olhon abdica a Grécia , e que o duque d<5
Lei:ctcnil)erg occupaen o seu lògar. E que o príncipe <'e Si^
racuza vai «Paris pedir a sothira de Oarks, o pn-lendtfiite;
c o casamento do aiho d'este com a lierdelra de Uispoliha. .
PORTUGAL.
2160 Sua Majestade a Rainha vae visilnr finalmente o sçh
lar de seus avós. Dizom que no 1.** de outubro ])arlirá para
o AlemN^o, e qúe^ de vilia Viçosa ha-de regressítr por San-
tarém. Leva comsígo a côrto , e parle do ministério. O da
Guerra,' e do Reino sSo os miuislros, que scgimdo se diz, a
acompanham. Viaja por ver o reino, c divertir-se.
ACTOS OmCXASS.
2161 Diaríú <io Governo de tO de 9fipÍemlfro,^VoT\tiná
para quo se faÇa effixstiva a obrigarão, que teem os navios <na-
cionaes, de levar a malla do correio quando navegarem entre
os portos do reino c provinctas ultramarinas, e impondo-Uief
mi»Ita no caso de ellcs se recusarem a isso. Venda de beps na-
ci(«naes.
idem dè 21. — ^Venda de bens nacionaes.
Idem de. 9^. — Portaria solvendo diversas dtjvidas, que so-
brevieram »'i carta de lei de 88 de julho tiJtItto sobre estradas.
Ordem do cxeicilo n.« 36. Ordem de pagamento do um mei
ás repartições sujeitas ao miuisierio do reino* Venda de beat
nacionaes. . , . . *
Idem de 23, -^ Venda de bena naciona^es.
A8 rZLHAS BO B8TAVUA&XO.
2162 Consla-Dos que o beneficio feito em S. Car*.
los para as órpliãs de Machado de Castro prodana
cerca de oilocefito.s mil réis. Os Administradores Civis
de Coimbra c Porto , convidados pela juncU promo*
terá doeste acto de beneficência , para sollicitarcm
eguaes beneOcios nas capitães dos seus districtos, pro*-
metteram empenhar para isso to(|ao seuopcdito e ín-
Oucncia , logo que a melhoria tios habitantes , que a
estação trazia. derramada pelos campei, récolliesse i
cidade. £sp!efâ«B»a muito dtts suas diligettcias. -«•'
Coimbra ufana-se de ter sido o ber^ do Biidías par*»
tugues , e o Porfie tiSo. costuma , cm lances de gene-
rosidade f ceder primazias a povoação alguma.
Professores dn Academia das Bellas*^AJrtcs dè Jlís-
b^a teem ofTereeido á junela varias obras artistícasdè
Mias mãos para serem rifadas , em proTeifo das ines**
mas senhoras. Ê de crer que os ptofossores, qals^atii^
da o não hajam- feito , ae apressarão de os imitar. Fi-
nalmente podemos asseverar que a governo , que des«
de o principio tem dado a mão a este nbgodo, ttat-
ciona remaiaU» com um.aQto, lãb menos justo e d»^
coroso. — O nome de Joaoi^i» Maobaik^ br GAFnm »
1 4«P ím vm wgMiOL d«««ii^. f«aávai ao. aca mtea^
KlíViMií liAvMrií.lt^ttáBéiíÉS-feR'
é9
ntcnto ào Tatteito 'dò'Í>áro ,, vac ,6cr, Velle esculpi-
do para a eternidade.
S161 A 20. drt ôorrcntc fallcccú n*es(a citlúde o
gK ^A$PAJ» Joèé' MAR(}vfe^ , director do Conservatório ,
dasArtcrf èOíficifiís.T^íoi uma vorííadeira perda para
tfqiiine eslabelecfttiêíitto.^-Foi^ para os interessados.
oa nossa iaduslria. — E sobre tudo o foi para a sua
familiaj^ e, parados seus mimci'0SÍ5SÍmQS.axniçfíS. -*. ,
' í*âftaiti'-n(>t t>Vr. em i^úanlo infôftnarocs para*, escxe-
veritib^ ífstrt b1ogr((J)hia como cuniprç.* por "nâò^^dcixar
sem pa^a o que ^ô^dcVo atí merecimento, p por p^i*-
urmos a ncrfa . ,qiie cm todos' os tempos ooá puzeram
dè dcácurio^os cm registar, para lembrança dos vindof-
ro^^ «^'glorias conterrâneas, O pouquíssimo, í|ue por
ora ôf)tfv cílios, eil-ó aqtti êttrafdo. dé nmá carta, com
cfue ft E\m:' Sr. Silvestre Pínheiro-Terreira responde
ao éfue sobre cslc pt4rticuta'r lhe perguatámos.
«•Bfwilo podco poderei .dizer a respeito do meu bom
j>am%d'tía'sparlos6 Marques^ ' . '.
« Tomei com elle conhecimento em Londres em 1802",
irsenâíT cWt enlio pensionista dogovi^rno; para, se
• apcríèiroar fta fabrica ràõ de instruihcnlos» pbysiços
»e mathem<i'ticôs.'Kra'míiito estimado, eni razão do,
»<3eu bom proceder , por seti mestre Borge , s^ccesakír
aÚB-Ràúisden , de ifacm o noèso compalriot,*i lambem
^íÇÔrit é\Mp\i)o 'tf q^e <í!le mi/ito Idmava ,. como me ^
■ à^étefou o iwsio àbbatle Jô^á Corroa da Siérra , en-
» carregado de olhar por este e outros penskrfii^ias dó
lí-wUdò. » .' ^ ' '
«Em 181f (crèíô' ètO fbf chatria^lo para o fcid de
»^láifiéiro'« pd4tp álesta de uma repartirSò de ínstru-
» mMtds -physicos ' e raaihòmtticos , até que 9e resol-
^ vea'a*ri*)fressai* para-á' píitri» (creio qtíe tvn 1S&) ;
»e ayfiírHÍedefrfm cíTii^í «ícsltno.
*A'^fál<a^*d^'stítema nas rcipartfçõas â'quí^ b anne-
rtnrfení ; 1?dtifo ÈtaiAmericã como ta Europa, è a fal-
»»là áfnda mirtuf ,'tiôí meio»,' qnd IKc eram indlspért-
v-^M^èís para fe^ihr âò cabo «s umuerosos tràbalbòs, de
»^e sficff^essiv^trtiente fui incumbido , íòratn a causa
*'éé' clIe iião<d<«ixár aburi^ahles provas do muito, qt/e
a^eM^ eM tíaffe^ de pr«st«r á {)álria no tàslo famo' dè
• indusPria^a qtfe 9c dedibaytf, e em 4 ue -poderia ler
• ifeilo obrli^qiié'fÒs$em ISo irtéis éo estado, * cdmo gli»-
»riosas páraii\^ repuiíirão dè artiffce coustructpr. a
Durante a ettíbrrrfi<fadè;'d% qtié vem a folfecer; seus
amigos accudiram com mão larga ao-sèu trátCaménto
c á* Sustentarei da ítfa'<5aía : maii abhndanté de vir-
tnéee boa faW^a qíie de bens da fôrhniá.' " ' • *^
íío dia seguinte ao do seu faHèfcimeiltd', foi l^vad*
cofâ tetfifa piómpaípafâf afe^^a de Sílnctoí e' de Má
para 6 te*m4tefríõ' de-N.-S; drtf Praíeres; sendo máisf
de cineocufa'^a«' segeS e- cari^uágehs , eni <fuè seiíí'
anffos b adMBpanharaiu-. '-*- CenSla-bdir (jfub -estes
mesmos tomaram a' si o sustehtírção. da viuva eorplíaòs
dottofíirado eílHisfre ptírtd^eí'; cotuo também , ar èx*-
sujperabundaqlcmrntr .um» obra j^e miseriqt^rdia , o
parocíio. dcqnera sobavioni dccsjicrar lodos osgKHrr;
p!os (Tc Cíiarifiadc, de espírito cJiríslão c de di?>Ji|if r.^o.
aos bens terrestres, re;;isLía abertaracntc , a quõ dac^*'
za cnluctada saísse o cx)rpo para a sua ulínua jazíifa ,'^
anlcs que de contado lhe paçassçm un:a> oito. niut'-'
das, poios seus servires de encoiqriiendaçSo. Ainda'
agora lá estaria ,. sêp:undo a vônladc do pastor , a ov(^-
Ihaa apodrecer,' onde caíra morta, se um d*.- sou«
bemfeitores se jiãoprjompU ficasse a pagar o que a viu-
va nao Unha, c qué oprfor nao quoHa dispcnsir. f
VBif^XiHAs sisaznlscAs.
;, . . (Carta.) .
-<216*^ Andando em imi dos dias da mocde acosta
d' este «nno Bernardo José de Loirei ro fazendo .uma
excavorão em uma rua dos arrabnld^s dá Cidade de'
Silves, no "Reino do Algarve, enconífon a pouco mais'
d'^um palmo de profanai Jade uxua!j)anellinha de bar-
ro com. um pequeno orifício; a qual < seudi» qaebr«>-
'da,< viu que continha mu ital Biuedas. ou «medalhas de
praia, cujo numero-moutirva a 330. IVcUas podo af-
cahffar Irc^ o meu amigo o Sr. Antouítj TeixeTra de'
Seiias Braga , honrado adminístracTor do Concblho de '
•Lagqa, quqpae fez favor de ro'as.reniettcr, São cguaxís es-
tas troa^ c cada* iiTi»a tem lueU polegada em quadra-
do v da grossura da nossa moeda de três vinténs, com :
Jegendas escriptae em aro^e cufieo d^ambo^ os lados,
))èm conservadas, è em châracteres dilsliiiclos,: que tra-
iltizidòs em portugucz significam : [
Dmu é nosso SètAor ,
Màhomet nosto apóstolo ; ' '
Mahadi nosso Sderanb^ * ' '[
Nâohamaisqu€um.J)cus,
Senhor de <oiia# as, miq?
E em quem. §6 eetçt ieéo o podet,
' , Foi este Haha ji , segundo, os historiadores árabes ,
dm dos maiores sábios da sua ki, postoqne outroa
o tenham por om famosa impostor: Depois de m^écer
grande' reputação em Marrocos , 'sua pátria , foi acâ7'
bar dè se aperftiçoar noOt^iêDfe coiii òs mestres iíiais
pélebres do sèu tempo. Voltando á, pátria com crédi-
tos; c valendo-se.da religião para.o^ seus.designjios^
^bdifp<$t .facilmante os animoa. d^a^ncUa» ganie igno^
^aeftc conlra oi^eii soberano >. ateomnícttendo^ prin^
prp&ikiente por faltas de religflo , e farendo-o* taik" ák
ieslimaçâo popular,, íâo lhe datido outro noirie seuio
b de Crf/"r<?. . Conseguiu' cçra isto o que portendia; e
icoiu clTeilo nóauBcí da Egira 516 , ou .1122 da ér^
chrislã f foi reclamada por um seu discípulo chamado
AbdeimwmewBenAlf ,' espeto» habitaiites^ do Atlante ,
je mi» proyineiasSmmediaÉW;' ' - -
! • Horreo este" ostirpaàoií' wb antro' de tf 30, tendo M-
iiado.8 arinos, nos quaes leve de sustentar vários com-
pájcs contra o mesmo Aly^enj. que muitos vencei pe+
la cren^ nue bziacoucebVc ao sou pequ^o exercito
do premio que •cado.«m irecfeberia de Den^ morrendo
os fudtuososed^rvaddros o8kTos
' Par* taáiórí-rêalce d-este' fiutemal comportamenlé
iifwtnrtdtéhtí^ oeeoh*«i tfhl, tjfue em sflertèioí péssaria-
m<*de'l'Oá vontade; se' já pefa -imprensa não^tdrresM
se''vulçavi9ádo.
JB^uíanlo o5-Íe«tfcftbosei^eu!l^réi» aí9ÍlAf'eui^|A'i}n^'
pensas' suas ,^ Iheihevia^itifeho ^om omakr ápparatiy lem^wtta^gverraootttra' iSíii CáfYe sem religião, -e pe^
" ' - " -» " " Sós falso» prodigios (JuCf fhígial' ' •'
> Sendo pois Silve» tomada péla primeira ver por ei-
Jrei D. Sancho 1: tm'srptcmbror'dfe* fiS^, pôde jler^e
por sefdl^cíniiílá flcattin alU.^hfÉfft^adas ' estai moedas
''- jpm-^eWes tempòk , ' em tfmr \sè contam pòucô mais dè '
feo ânuos ^epoB qve líabiat cometem a govemàr. ^Ji^
70
REVISTA UNIVERSAL .LISBONENSE.
no anno de 1800 oíTiTcceu ^ Acideroia Real dasScicn-
cías de Lisboa ò sca sócio Fr. José de Sa neto António
IJòura algumas d* estas mesmas moedas qiie com ou-
tras tinham sido encontradas no anno anterior na her-
dade da Ilortrf das Moitas, froguczia de Saneia Cruz,
Concelho de AlmoJovar. Xão sei se todas as que ago-
ra se aòharam em Silves são do mesmo tempo.
Lisboa. âi de scptembro de 184.^.
J. D^ da Silva Lopes,
* ' * " ___
' OOKTRABAKBO SM SOM BS GUJCRBA.
2163 Copiámos da R^íaurapSo a íieguinte ca rta:-^
a Pela uma hom (Ih itt.'>oh(1 de honlem j(J5) aíí reuniram no
I» si lio da prayà (l« Monle-Gordo , a tnriinlpíua de distancia
V d^e^ta villa, |mra mais de iiOO contrabandistas de cavalto, e
»<uhÍTioieiitamcntc(ixt^raoi sair fúm de mias cat^nai ou pedCa-
•j <Iorefl a*e»ia prara, e osobngarain a lançar ao mar 4 barcas
»4Íc p^aca, dcnuniinada» — enviadas — e irem cjiu ellas a bor-j
n do d' um navio U*allo iote, briffue, qiie se achaca á capa a
í/poucn distancia da terra, e Yeceberem do mesmo a cars^u de
» faxend.tâ e tabaco qiie coodusia ; e quando se ia efít^ctiiar es-
« ta dcscurg;», appareeeq próximo d*este sitio o Icaenle do 4.**
" ri*7hnéDto de artiikeriaJosé Rbsado, com o dc^camento .do
n seu commando , es|acian«do n'6Sta viUa , coai o fim de toa.-*
yi lo^^rar ar|uetbi tentatÍTa; vendo porém que nilo poderia CjO-
« .«-^^air o sea fim 1 suppo^lo , pelo rasto dw» cavai los , o grím-
» de numero dos contrabandistas, achou mais conveniente reli-'
1) rar-se para este ponto : quando porem meoos o esperara ,
ri^in-«e de repente assaltado por mais de 60 , tyúe cereando-o
» <a Mirpreendoram , fascndo-lhe entregar io^o a espailã e a
yt balda , e defArpMindo o deslae4mcnlo , us eunduyti .im a to-
» dos))ara argreja dodicto siiio eabt os deixaram íociíados á
9» chave , siiccedeudo o mesmo aos ejupre|rad<#9 da alfandega e
•n conlraclo : c amim dispotfios , foram pruse^uindo iio heti de-
99 KemUarque, quando ao naacor d« m\ umu das suas vedetas
-n lhes veio annunciar a approjkimaçâo de tropa vinda de Tavi-
9* ra : esta força composla , segund\> me informaravi, de 30 ca-
fy çadores do 5.*, e de 3S cavallos, fez lozo pôr em alarme o^
» coBtral>andÍ8tas , que montando rapidamente a cavai lo , de-
n pois de um pequeno tirotefo . arrcme<;araffi-se sobre os caça-
n dores , e os apreenderam a quittt todos ^ juMreaáo logo estes
'1 a mesma sorte d'aquetles , desarmados e fectiados á chavç ,
-n carregafido depois sobre a cavallaria que l* ve de relírar-se a
» todo o gmtope sobre a estrada de Tavira.
«4 Recftósos todavia elles, que se reoniise naior força, eque
9f fossem cortados nas fargantas da serra na sua retiraila, des-
»> tacaram um dos seus á praya com. a positiva ordem de, os
j» qiio 111 se achavam protegendo o desembarque , carregarem o
» que podcssem , e o que restasse o fizessem reembarcar nó
» navio : tendo assim abandonado o (^rojcclado desctiibarque ,
»i se rctiranm , a o bareo que ellcs liíeram Ir ào navio Cóftdu«>
M »r a cari^ que dAo puderam levar v muclmi de rumo « e ooi*
M teando veio para esta VUU , iio^dc desembarcou vários volu<
M mes , que entraram logo na alfandef^a.
it N^ésle momento acabo de ser informado que uma nova for-
•' fa saída de Tavira, commaftdada pelo coronel Bravo, encon-
» trvirao^diclos contrabandistas no Blonte das Murteiras, amtia
» Ic^ua de distancia do Asinkal , e ahí os batera, apreendeu-
» do-lbct septo cavalguduraâ carregadas de contrabando , entre
r ellas dois cavallos de estimando , sendo morto com miia'|pi-
'* Ia oa cabeça o cavallo em que montava o filho do baráo ge-
» neral do Alçrarve, c ferido um soldado do 5.^ de cavadores.
»' Agora acalx) de sal>er que o brigue condnctor do contra- ,
ff t>aado acal» de ser apresado pelo cahique doesta alfandega,
'»e se acha na enseada da barra, esperamk» tfinré para vir
>f fundear no Guadiana. A safida do correio nÍo me.permitte i
*y (iÍ2cr a tal respçito ca promcnorcs da aprecnsfto do dicto nn* ^
ff vio ; o que farei no próximo correio. » « *_
AOBAPA rVWBBS.
;il66 Ouvimos que na madrugada de 32 do cor-
rente fora encontrado, lia Travessa da Palha» um ba-
ài sem ninguém a guardal-g. Levantandt-se a t<im-
pa , que não estava fechada á chave , ach^u-ie den-
tro um cadavei- de homem'.
i, . •
UK AMOR BCAORÒSZa.
2167 CanUm-ii«s , que Dafr^ttésiti 4lo»Martyres,
o\] em outra das circumvisinhas, fallec^ra,. pouco ha,
com 103 annos de edade, uma dama de coosidcnvel
ciqaeza, que tendo ainda o seu arrojado, 4' ellc com
tuào se esqueceu totpímentc nas suas disposições les-
ítameulárias.
aUVlKO 9A8 OBtfXaTAÇdfJI KXTíoao&o-»
QXCJL& rsZTAS SM LJfHSOA VO ^^% DB
JCr&HOÍ>S 1843*
2168, Tcmpc^»|Brã média das madrugadas 62*5 F.
— *^**''^^JJ^*^'^^s de major ealor 8i%7— dieta media.
dojiír7S,6 — variação média de temperatura diur-
na 22,2 — maior variação de calor diurno, a 2 d» mcz,'
3r — maior frio a 7 domez, 55* — maior eaior a
26 do me2'l0.r! ! — menor altura do barómetro a ♦;
do me?;. 734, 7 milJfmetros — maior idem a 8domer
763,d — média do mez 758,7, reduaidas i tempera-
tura de 61* F.
Ventos domiiHintes , contados em meios dias — Nifâ,
— N0,12 — 0,1 — S0,2 — AE,12 — JÊ,1 — B,8 —
\. 4 — Dias claros 27— Claros c nuvens 2, — Cober^,
tos, e alguns clarões 1 — de chuva 1 —ventoso* 16, in-
clusive um de tempestade do norte, no ^ia 9;-r-.<|e»,
calores intensos 19. — A chuva recolhida no 4ia S fot
de 11 millúnelros, equivalente a três c um ter^o aimu-^
des por braça quadrada.
Quadrai donãnantêê; foram seis; a 1.* stmilhaolr
á ultima do mez anlccedenie, permaneceu (^ dias aom
a temperatura fresca no^ extremos do dia, e queale
nas horas meridiaaas, céu claro , bonanças ou .peque-
nos ventosdo.NO: —a 2.* deumsodía fresco e.mui-
lo chuvoso pela tarde c noite , com ven^ branda de
bO: r—a 3/ de 5 dias frescos nas madrugadas é noi-
tes, e qucutes nas horas meridiauas, céu «larq, Yen-,
tos mui rijos do N. a NO, que se transformaram em
tempestade no dia 9 : — a 4.* , de .8 dias mui queiH-
tcs nas horas raeridianas, ar muito seeoo, céuclar^^,
e lentos mui rijos do \. e NO; — a 6.', de 4 dks.
frescos , céu ciãro , ar secco , o ventps miU rijos do
norte c — a 6/ e ultima do 9 dias de.ealores abrasa-
dores , ventos rijos do NE , que abnmdavain de tai^
de , com as noites por extremo abafadiças. Veja^e a .
noticia que dei a respeito d*esta quadra na RevUía
n.' 46 pag. 576.
Foi. por conseguinte este mea extrjeroamentc queo-
le , secco , e ventoso, excedendo ae calor média nar-«
ínal , quasi dois graus»
PJufnúmenos notavçU, — Desde os primeiros dia» d 'es-
te, mez as torrentes de chuvas,, que caíram na cida-
de da Bahia, acompanhadas de tufões de vento 4oi
sul , e que duraram até 13 > produziram uma grande
catastrophe n*aquella rica, cidade : um grande nume-
ro de edifícios > collocádos na enoosta doiuonle, eno»,
bairros inferiores», foram destruídos» perdendo»se uma
grande p<vte dos objectos^, que contintiam , e pere-»
cendQ^ muitos dos seus mor^adores. — ^£m- 29 pelas 5
horas da madrugada um forte tremor acompanhado do,
trovão subterrâneo , abala a cidade deTemeswar, na
Hungria, derrubando algumas cazas. Este mesmo tF^.
mor. foi sçntído em Kinçnea „ na Syria. -7 Coptinga-
REVISTA UNIVERSAL LISBONENSE.
7Í
xMh a «cnlir-íe repetidos Irrmor^s dtí tenra na Ilha j
Terceira » «endo asstfs notáveis os de 13 c 19 do mez ;
]K)rém não causaram prejorzos , alem do tcrri^, que
infondlram nos habitantes.
Necrologia de Lisbea e IMem. — N*este mez, de ju-
^)ho foram septtlladfíS nos Ires cerailtírios 550 cadava-
res, sendo 273 do sexo masculino, c 277 do fcminí-
^AO; maiores 811 . e^menores 239. A mortalidade
d'este mez , um dos menos salubres n*csta cidade ,
excedeu' em 74 ^ítos aos do mez ^ntccedcnie.
H. itf, Frunzini.
CROLSAA*
21 (S9 Tcm-sc espalhado que o temeroso rnnlagío
da chotera mnrhus recomeçou novamente era algumas
partes de Portugal , e nomeadamente cm Lisboa ; on-
de já citam alguns casos de morte.
Esta falsidade deve ser por todos combatida , pois
<piC| não existindo 9 mal para contra cite se tomarem
providencias, o receal-o é um incómmodo, um perigo
c ate do certo modo uma terrível moléstia , que não
ha motivo algum para se padecer.
Ba eholerina , sim parece ter havido n*esta estação
alguns exemplos, nfio muitos . e, raríssimos, funestos.
De Barcellòs escrevem com data de 21 aos Pobres
nc Porto o seguinte : —
' «Grassa aqui uma moléstia a qite os facultativos lêem dado o no-
N Bie do — Cholerina. -^PessiNis que se acham bem dispostas ,
»» apparooem « a brere rapa<;u , eom vómitos , p-aiHln» solmras
»^de vHitre, ««ntri^^dcfl dolorusas dosnKmUos , paiidei , oMios
M encovados e magreza geral. Tcndu sido bastantes os atacado».
9idV«ta opojestia, oota-sc que a classe imlixentc, qiiasi semjire
n afrWnelraaccommellidaea que mais estragos soflTrc, tem até
Wao presente rido intacta. Dixem que é o primeiro grau da
» f^Aoteni-Morbos, eqnealgtmii doentes, bem que pnuco.4, teem
. fifido tocados doscf^ondo grau. Até afrora feli2meot<* nctihuma
'» dm )ie»S9as ^nCndaM lem sido TÍctiouL „
De Vilia do Conde porém 006 escrevem anós« eei>-
surando o que se acaba de ler como um taoio csage-
ladí) , mormente no capitular da moLesiia.
VapO&AISMA 9A OAUTA SlOft TRX-
BVtf ASS.
2170 No princípio de oclnbro do anno corrente de
1843 cémeça a Gazeta dos TniBtNAtiiB o 3.* anno de sua
pubKctIçlo. Seus redactores continnarão á empregar
ci«ao aié agora os maiores esforços para que apresen-
te aos leitores a ínsttuerão e utilidade r próprias de
luna tal íblh»« na esperança de que todos os seus col^
legas aéoogaêoè, e os magistradoi âai diversas instan-
cias, como aquelles a quem mais directamente inte^
ressa a existência do jornal , hão-de auxiliar a redac-
ção , já collaborando e concorrendo com valiosos cs-
rriptoi rfttTgados, já diligenciando augmento de subs-
criptores^ sem o que não pode ser duradoura a Gaze-
ia^, oa pelo menos attingir o grau de perfeição, a que
tem chegado nos reinos cuKos da Europa as folhas do
mesmo fmeto.
A Gazeta conterá d^aqut em diante na sua integra
teia a parte cfflHãt, que dBser respeito ao fdro , leis^
dscreêos ; instruções e porfafias de execução pcrma*
neate, e em eâíiraeio a deman toda sem excepção de
nenkmna ; e bem assim ás sentençar er accordãos mats
fÊútãveis , mi que estabeleçam aresto , que se proferirem
nos difftrtnies Jrtitos t instancias dú reino e ilhas , de
que t redac^o possa tér conhecimento ; e outrosim os
articulados, s allegaçôck de direito de algumas causas
mais celebres e vticresmntes , e seu respectivo juizo ou.
analyse ; consultas de eminentes adrogadoa , e princi-
palmente as pr«cio«M«iW« dabênemerUa associação do»
ADYOOAnos DR LISBOA ; urtUjos de direito e de torrrspon-
dencia e polemica jurídico ; resoluções de dúvidas aos
ASHfcxANTEs ; pubHcacvcs Juridicas , variedades ou mis-
ccilanea *Jnridica , onde tem Jogar especialmente as
causas de policia correccional » tanto nacionaes como
estrangeiras . e fínalmente annuncics^
\ Gazeta continóa a nIo ter cób db pahtido , e a
8ER IJOTIBAMCXTE ESTRANHA i POtlTICA.
A similbatíça do que no 1.* anno se praticou , em
brere só publicará o indtce das matérias contidas no
volume do 2.^ ariho , c se distribuirá grátis aos srs^
assignantes. Preço das assignaturas por um anno 6,^40(1
rs. , por semestre 3^200 rs. , por trimestre 1^800
rs. , avulso GO rs« , annuncios por linha 10 ts.
Adtebtencia. — Restando ainda alguns se bem que
pouquíssimos exemplares da colleçao do 1.* anno,
d'aquclles que a empreza actual houve da anteceden-
te , e outras da do 2.*^, continuarão a vcndcr-se já
brochados , c sõm^llle a quem de novo assígnar , a
4>^000 rs. por cullecçâo de anno , e por trimestre
avulso a lj^200 rs. o que corresponde a um abalj*
mento de mais de 30 por cento — A quem nao qnizcr
assignar também se lhe vende a collecçaodecadauni
anno pelo prero da assignatura annual, que são. 6^^400»
.As assignaturas por carta, eloda a mais, correspon-
dência deve ser dirigida franca de porte ao adminis*
tradnr da Gazeta dos Tríbunaes — Manuel Maria Cor^
rêa Seabra^ no escriptorio da mesma em Lisboa, rua
dos Fanqueiros n.® 82 1 J* andar ; ou aos seus corres-
pondentes , no Porto , o Sr. João Pereira de Qu^^troz
Bcistos , lí\reiro no largo dos Lóios* u.° 15 ; em rqím-
brà o Sr. J. M. de I^aufa , na loja da imprensa da
Fniversidadc ; em Faro o Sr. José Coelho de Carva-
lho; em Kinlarcm o Sc. José Mendes da. Costa Pedro-
zo; cm Anpra o Sr. Pedro Gonçahes Franco:, no ga-
ranhão o Sr. João GuaJberto da Co&ta ; Pará os Srs.
Franciico Gaudêncio da Costa & Companhia ; S.. Mi-
guel o Sr.. Sebastião Tudury ; Pernambuco „ o Sr..
Francisco S^cveriano Rcbcrio ; P»io de Janeiro^ os Srs*
Sousa & Companhia.
àntcvuLçXo BS amigos.
2f 71 Não nos permiUe* a afluência d*outras noti-
ciai o publicarmos a que recebemos do nos3u eorres-
pondepte do Porto, acompanhada de todas suas consi-
dera ç<^es , aliás mui judiciosas e inspiradoras dp gran-
de zelo, c amor da pátria, de que cUc é verdadeiro
modelo.
Rczumiremos o caso ; e assim mesmo dará gran-
de motivo ás justissfmas queixas tantas rezes rc-i
petídas contra certos especuT.i dores; e abrirá osolhosi
aos que os devem pdr constantemente no lastimoso es-
tado do nosso pafz,. e na fatal ruína, que janos amea-
ça , e que por meíos^ claros e encobertos nos vac.
minando. «Aqui foi preso (diz o nosso correspondente),
no dia 23 dé Agosto um moco de Í5 a 16 annos de
edade , que dizem ser fílho úa arraes da catraia doâ
paquetes , natnfal de São João da Foz , e agente de
certos especuladores. . . ITavia ellc no dia anteceden-
te levado para bordo do paquete, que anda na carrei-
ra do sul para o norte uma avultada qucul«a de di^
ra
"T^
R£^I$Ti^ lJ:P^XERSáLU JUI3B^9í3Bi!VSEi
nhrirí) j)ir!n3;noz. em oiro; porém o^ portadores da.
'jv\\,i (la-; cHil.is /.quç costuma ser entregue n'e$Jlo pa-
ilúoXo iir.asi" á horn fv: iutí, d'e>U Ye;i^os qgic de^cubrirain.
a fr.ií:c,»i:cic- , c,p dinheiro foi appre<índiuio , . c ^cvp-.
fíficóu serem uns- bons doz arráteis do ijosso oírjQ, q\x^
a não ser esta diligencia tão a tempo , já lá iriam de
barra fora para íiSo tornarem mais:. O. moro fica pre^
so, e nós anciosos de yeimos cm que isio Virá adar,«
'" \ ' Silva ^'egrào* . .
VSiElKXZO ARTISTlpO. ... ^
^ "âlTíf Const:?-nos (juo Suá Magestadc Fidelli&sÍ7
ma nomeara o nosso insigne artista o Sr. Manuel Jn-
liocencio dosSanctos, Cayalleiro' da Ordem ,de Chfis-
U)\ galardoando, por C5tc modo, o seu. mçrilQ.ar-
ttâiico. ,
2Í7.1 Por volta de líòvQ, horas,' da manhã em lira
ilos. uUimos dias atravessava as ruas .(ía cidadie. lim
3i!^'cilo .de boa praseura c decente vçstid«.. tm
sorriso ' do sincera aleçria Ihç floria na bòcca a^p
^òlVçr a vista para um embrulho de soffrivcl yo-
fumô , que Ieva\a debaixo do braro, Kos modos,
íio anibir . ' ^m (ddo o exterior Iransparccií^. aqucl-:
Ic lypo cio negociante de. segunda, ordem , que a
pouco e poíico a mania cspe/ruladorá da épocha vae
lUiidiudo na raza dgspòetica do capitalista fri.O'.e qua-
161 sem alma. . '
I>f'pois de dobar pela rede baralhada de beco? o
(niv^essas^ de ^enOar á pvessa as ruas,, o, dobrar as.
ôsq^iiinas par^u'diante de uma loja de confeiteiro , çi-'
tuada em local clássico para .os empreendedores de
façanha^s golosas : tomou uma respiração larga; ' cn.-
tu^ou o suar ^ ej'á sem cauteíla atirou com o emr;
br u lho ao balcão inierior , oude fíeu um som me^ali-
úo cApáz de o rsvocar á vida e'á. inspiração usual o
defuncto Aynaro da Lage , o maior e mais profundo,
especulador dos bens alheios'. Todavia aquejle tinir
dCprata ouviu-o , com ar indifferente um in<iividuo,
que de lorigá media o passo pelo do honrado commcr-
cíantfc d^ trouxas d*ovos e cocada. No rosto sério ap-
parecia ó carregume de uma familia numerosa aroer-
Itie n'alma : e nos trajos certo desleixo galaate de ho-
mem substancial no recheio das algibeiras. Cortezia ,
palavras esciiudidas ^ afflautada^ ;. o qiaior. escrupalo
nas demasias aquando ó engano «m seu favor (era de
alguns réis, tudo isto jíincto á certas insinuações dei-
tada^ como ao acaso, cariaram ao sugejto certa con-
fiança do saneio do confeiteiro : o gesto átayel com
quo o ^'Ccebeufoi uma prova manifesta.
' — NíCalórtamt já a está hora- esta déaràet-! . . . .
— « Então por cá ! temos a compra do coslume ? •
AíiteS de re^onder o sugeita esgueirou um olhar
límpido ,* mas ardente para o balcão interior : a^u-
>1oftf-sc-lhc um pouco o semblante, e carregou ó so-
brolho como quem mcjdita lá para si* Foi acto d* una
instante. O bom do vendedor de bòllos na sua hor-
niericá ímioccnçia tomou àquella rçílexap » V^ MÍf\^]
iK\tiiTdl inccrtczia sohrc'as espécies, qujc deviam soi^-j
tÍr'o hrratèl de doces', ^e o freguez consumia heb-'
dbníaiffariâríiente. ' ' ...
com tim g^^to di^o^e Xapole^ ciu^^terloo^— *oada«<»ji
pequenos ,f^7^eBi*se-iuq4 gulosos, ddcppisiaiurc^B-nos.). .
Vaipos, lemosr por ahi assacar?. - •
-^« Algum ha , sim senhor. ... . . .âío^^ra: aguV aor
senhjor da&,qualjdadc3.q[uc tcmasl . ; . .. , ..
burántc este dialogq o oavalboiro mj9iiobFar2| 'C^M*
muita pr.csefH;d d 'espirito por .se avi$«ithar ãu embru-
Iho -r*.peQ<^va-a com. a alma. u^^ dedos. , e x>3 df^osua
vista.' , . ii ' . - , • .»
— « Não mçí sar vç4' este, Ottieabí cm ÍJp ixo» no anuih '
lem já lh'o ví- opiUno , se quizessc
— (fPois não — duas passadas; c virar a esquinai
• faz favor ! , . ^. . >
£ ambos partiram para o arn^ai^cun ; a sugei^ pré*
goú um sermão contra ^a. compras fiadas — quem ^5ã<>,
tem , não sasla-r-c cá a. minha regra , di9se eljo ao.
bom do n(.;íocíanto, quo \hc Í4 tomando já.qua^i Lai^-,
ío a;norn!este terceiro qu quarto, eucoiitro ,, cíjjao» o
sábio Jonatha;! Oldhuck de Mííuckbarns auU^u phenii^
'dos vi.andítritos , flo seu nunca assas, tjlogiádo Lp^cl,, .
A dpcírina do freguçz parecjau [ho orthodoxa íjo vcn-l
ílodor , que a apoiou com. todo. qjf^òso de um, aceiip c;
de um suspiro- •
Chogaram , e i4q ç^tivcram cm. grandes fluestoe^.
para chejçár á razào : p confeil,(íiro acçoaiiiiiodou^:ít5 i^Os
preços , o sugeito deu por oplimo o aais^car ; arèadc^.
para o chá, — akiumas oito. arrobas-^ sua muiker er» '
impertinenlc n'aquiIlQ; ma$ avista d*afu«lle asMwar
ttão tinha quedizer« Cortou, tamb^m por iargova qum-
tidadc de outras qualidade», c a finai , mettén i&âo
á carteira. . '
— «Isto são deveres feilateracs : fazetida e paga,/,
espere , que me esqueceu ! * . . . não importa» fe^a-roc..
o favor de ir. pesando, ^uc eú já volto :>ttâo id« do^
moro nem dois. minutos i «
Safu^ correu de trote á ioja def ectofeHciyo, « di^
86 ao caixeiro7»Teu amo manda-tc ir âo armec<^m pu-
ra lhe ajudares a pesar « assentar uma éfffga d^assu»*
-car , não sei para quei». - Dí^ qil« càan>es h gaíllego.
£u aqui o espero , não te esqueças de o avisar !
O coitcft^oiL ótlEhFli^«ou a 'cpesftu#e^ de 4Sanctíago' ou
'de Tuy , e deitou até ffo armazém.
— r.^ Ouviste ? di^ o cavílhciro aoauipMl ^ dOf5||6s'
e cachaço as*n^rio.« — Ouviste, vae alliráqucUatccuUt
t^a^-me.um caderuo^de papeU para pu . p^fKie aqui r
um.a cóula ; . ,. ^ . é. verdade,, ^cra^ja qv^lv^ galle^ç^
pjiça um frete. . « . . . anda,, .anda que V^tiha pr^sa.
. O sórdido esfafermo saiu: rápido, qoi^qmiUlitfr^» -
aquella l^a;:ptta.. tr«.nspuz, o rub^coo •, emÍRolgono ea^^
* brulhb , e aiUp^, ;do jgaUego iif^ti^r ^ ueó» fumof de tão .
^sublime, moralista.. .... ■ r .••
_ DesapitóTccòraj qoWA.fU^.WrUcQi. . > . .
Pasmados mixiutos , gii;)t^o. g^Jlegos. grunhiam eiH*
costajof» ao páu c corda, contra p .fipreodiz de caixeir»
ro, ç c^te çou^()Ia^fi,;aa sua.eat{iivamaladfi «rawia — :«*
patrão., que .40 ei^r^v; jf^pa.qizar dé^ ^ pisla faUa íto ^
embrulho , — e' assim aprendera á sua cusÂac» eampf^ \
.cQin 4vtheifo iá,,vUtf^* ..-.:,, • ' • » /.
O homem do;^.&çxm9e^ furtoji^-:lhe imasb^Ba^^eplMr'.
ta moedas; Foi .um í>o^c;q «ar^ ^ Íif;çí#. dos íi«v«w»S
bj^ateráes ; .ma$. q saficlo .dQ[;icgQ«iant^ ^aiuda» c^^fAti*
.em J)eii$ arrap3a!if-y>p,joutr,^ in^l|^9r>»a«aio^ta 1, tou.Aic
REVISITA UNIVERSAL LISBONÈINSÊ.
73
ADVERTBi^CIAS.
X diftribaiçfto começa boje ^ qiúntaf-feLra , hs Q horat da
najiiiii. Aos Srs. , que , o mais tardar t quatro hora» depoÍ9
fiíio tenham recebido, roga-se o obsequio de e participarem no
6icrÀptorio da Usvista XJniversal Lisdo.nensíí, rua dos Fon-
^aeiros n.** 81! , para se providenciar:
^r falta de eábida, dAo dái&ds j& hoje o artigo d« Sr.
#«»«««, QiD reapoata acarta, puiOlicada pela iUf^imtrâçiã ,
cOAtra « coai|iaQhia dos tíoíios.
CmiCIlENTÕS UTIIi
0 SAKVA-TXBAd.
2t74 A seguinte carta publicada n*um periódico
de £sco$síá , e reimpressa no jomnl iiiglez dos marí-
timos do Londres e do inglez vertida em lingur^g^m ,
^ual a apresenta mos . foi-nos graciosamente ofTerecída
pelo s«u applícado traductor a Sr. Alexandre Magno
.d€ Cattfibo, Júnior, que apenas conta de ejade n.>-
vo ânuos. Para a darmos á luz com a melhor vontade
bastaria o dezejo de galardoarmos assim as suas dilí-
^ncias, e de excitai^ nobres ambições llttcrarias e in-
vejas decorosas nos cstudantinbos da sua edadé. Mas
ÚQ mais a mais o assumpto , de qile tracta a sua tra-
4ttcçÃo, por si raésmo se recoiàmenda como importm-
ti«inmo. SftO SC passa anno , era qué a mar não tra-
gue centanifes c milhares de vidas. Uma só que ík
pvbltcaçio d'este artigo fizesse saírar , sobraria para
recompensa" da o tiavcr escriptd. ' '
Stnhor. — Permiti f-me , chamáf • attenção publi-
ca para uma materiaf de muito gr^dè impèrtaccia , e
9M lém sido poo^o sabida ou estudada. — A saber a
▼anUgem de tfue os passageiros se provejam co tiSal^
ftthVidãã de borraxa»para as viagcn* domar. — A
jaqueta de borraxa , ou cinta, pode encher-se de ven-
to em menos de um mimio ^ e accím^modar-se ao corp«
em d«is mt ires segundos , na realidade tão depressa e
âo simplesmente , como* qualquer colete ordinário ; e é
úk> leve e portátil, que pode facilmente ser levado na
algibeira de uma casaca.. Para prova da efUcacia da
inveaçio ,. hontem no .banho atei a cinta á roda de
mim , e quando cheguei. acinco pés de agua sobrena-
dei iem nenhsm eáforço; não ftz diligencia nenhuma
para conscrvar-me flucttíante, mas não pude deixar de
boiar y (ai era a força' da bóia.
CofR tudo par^ verificar melhor á sua utilidade re-
solvi vèr se também teria poder para sustenlar uma
pessoa vestida» — Fui a Sitificld esta manhã le^
vaado comigo duas andáinas de fato para mudar. Ves-
Ifáo completâmjetite (coVn sobrecasaca , caíras , scroi-
íág, camisa etc.) lanrei-me á agiia . levando uma ja-
léca de borrada- O effeitò n'este cano foi ainda mais
admirável. Quando cheguei a três pés pouco mais ou
iftflbos, deseançaâdo levemente o peito em cima da
agua , e levantando os joelhos , fiquei boiando total-
mente sèkn' fazer esforço algum ; quando cheguei a
cintb pés, poUco mais on menos, faltdrain-me os pós,
e fui fluctuandb.Goxp o peito e caficça ao de oiiaa da
ag4ia , ,\40 facilmente como uma cortiça, cm cima
de uma recie de pescar. Apesar d'isso não fij^^nreabum
«iforéo ; mas estaca tão quieto e sem mo>nmeiito>, co-
m> istáa "ereÁi^ & áotftík : depòú 4t: t^«^ WikpH-
WKrimao — 5 •— 1S43,
CO de tempo n*cste estado fiz muita di! licencia parn
mer8-ulhar;"mãs achei-o inteiramente impossível. Po-
dia tanto mctter-me dchaiioda agua como debaixo dá
terra a trupitar com os pés. l)o fàctò , se cn tivesse
querido afogar-rae cmquanto esta jaqueta estava no
meu corpo , Hão teria licença. Muitos Senhores Ser-í
viram de teslimunhas , e ficaram muito satisfeitos do
resultado da experiência. Dei a jaqueta a um d*ellci
para experimentar o seu poder . c clle sem estar ves-
tido coraó eu , também sem esforço , ficou boiando
na agua. Quando voltei para a cidade pesei o fato mo-
lhado (ainda que já entáo tlvcáso perdido muito da
«na humidade) e pesava 15 arraieis.
Ora, Senhor, quando existe uto objecto assim, quí
livra a gente com tanta certeza de se afogar, parecc-
rac que todo o teimar com o publico será pouco para
que o aproveite. Não tenho nenhum interesse , aleni
do de induzir as pessoas , que se prepararem par:í
viajar , a adnptar raeioS de ge salvarem em caso dê
desastre. Segundo já tenho mencionado a jaqiiola d 2
que me cu servi, ainda tem mais força faoiantc doquO'
a ciMa ; mas uma cinta da largura de 10 ou 12 po-
legadas havia de ler feito a mesma coisa.
Eu não posso, Senhores, cmicluir sena aconselhar
a todos os navios , que dão á V(íla para alguma dis-;
tancia considerável , que levem um provimento d'cslcs
trastes para beneficio dos passí?g^eiros. Como' estamos
todos os dias ouvindo fallar de. mortes no mar , teria
culpa quem fosse para lá desapercebido dos moiíM de'
salvação tão claros, simples, e eficazes. Paliando d 'is-
to a aleuns amigos quasi iodes Ic^m dicto. — a;.AHl
se os passageiros áo Pégaso tiveas^m tido estes trastesi
comsigo, quanto^ se teriam salvado ! — A reflexão éí
natural e verdadeira. Nâo. a deixem ficar perdida: — •'
avisar c áalvàr. • '
FROTXdSMCZAS ÒOSrTSlA tÍÍC±KBJCÒ.
(Cdrta.)
217K Sr, Redactor, — Na madrugada do dia lOda
corrente se incendiaram as cazas do Sr. Marcellino'
José de Vasconcellos , principiando b fogo no 3.* an-
dar, onde còúsumiu quasi lodos os objectos, poV. se não>
poderem salvar, destruindo* depois o resto do' edifício^
Séria possrvel obstar aos seus progressos, se houves-
se a direcção de um homem , ás ordens de quem es-
livesscnií as únicas três bombas da cidade ; este exa-
minasse onde a agua óra maisnecòssaria, e extinguis-
se em primeiro logar o folgo , que impedia a entrada
nas cazas incendiadas , p^ra mais de perto o embara-
çar , tendo ao mesmo tempo vigilância no fogo supe-»
rior , para não cair sobre os opèráríois.^ Deveria' ter
matí á sua disposição arèá simples, ou de mistur^comt
pó de carvão, serrage de-madeira, ou estravo de ca-
vallo , formando um mixto isolante^ (como diz oExm/
-Sr. Girão , Visconde de Viilarinhò de S. Roiníò , na
sua Memoria sobre a economia do combuH/vel) e n^
falta d'este, t*rra apanhada, ou cavada em qualquer
parte-; màs coínoisto pódc csqilccer'pai*a o futuro, se'
esta Cítmãrá julj^ar tal provídéncra vantajosa , deverá
previnír-5e com ccsla:s para esse fim , ò hirrótcs que
coltocadbs nas- jàncllásf eni conveniente altura yirvarn
para içar ascbstnfs', ná exti^cmidade uma roid.-íra', é
corda fá tnànoira dê tibi* tigua dás císt^crtids c:;m iois
baldeè), píírâ subir agiià, CdéáCer ào 'meshiô- tempo va-*
/ios èbjèetbí que ãe -Òtt<ra itfettóra' so estraganíarà.* '
7 TOL. m.. SBROS I»
74
REVISTA UNIVERSAL LISBONENSE.
Além d 'isto convém que h«ja escadas com dobradi-
ças seguras « e de diffcrcntcs tamanhos ; machados, e
depósitos d'agua mais abundantes»
Julgava eumu'to a propósito se formasse ura: c o
. maior no castcllono ponto mais elevado da cidade, que
íe conservasse sempre cheio d*agua limpa, a vazasse
continuamente por cima , para diíTerentes depósitos ,
chafarizes , feitos em convenientes locaes da cidade ,
como á Trindade , Grilos , Salvador , Sé Velha , Ar-
co d*Almediua, etc. etc, os quaes depósitos, chafari-
zes» abastecessem a cidade d*agua limpa para beber,
:se communicassem uns aos outros, e a não desperdiças-
;som derraraando-a havendo para isso uma torneira, que
;se fechasse por si. Este systema de chafarizes (que
>de\ em ser cobertos) para incêndios, c fácil de conceber.
*— Como chafarizes, trabalham abrindo-se e então se
joderá encher ura caneco n*um momento : as aguas, que
KJ'esle depósito sobram, são vasadas pela parte superior
3;)ara outro, que lhe fique inferior n*outro ponto ; e como
K)s depósitos para incêndio são postos em coram unicação
K> 1.* com o 2.*, este com o 3.° c 4.**, e assim por
Kliante , dirigindo-se a agua do 1.** para o ponto mais
rproxírao do incêndio. Pcrsuado-me ter explicado este
;$ystema de chafarizes, depósitos (que não sei se es-
rtá em uso n 'alguma parte) de uma maneira intelligi-
rveU mas sendo precizos alguns esclarecimentos mais,
íon desenhos, os darei. Egualmente julgava muito acer-
llado não se prescindir do toque de rebate , e depois
.as badaladas para designar a frcguezia em que anda
jo fogo . repetindo uma e outra coisa , porque as ba~
. daladiís por si só , pouco despertam. Com todas estas
;j)rovidencia8 ,-e aprovcitando-sc a agun das cisternas dos
-cxtinctos collcgios, poder-se-ha d'ora em diante obviar
^41 qualquer incêndio.
São dignos d*eIogio, e de publicar-se , os nomes
'■^os individuos que mais serviços prestaram n*estc in-
«endío , e são : os Senhores Adriano Carlos Pinheiro ,
Ifannel Lourenço de Sousa e Rocha , Theotonio Clau-
dino da Silveira Moniz , académicos , Doctor Agnello
'Barreto, lente de medicina, Adriano de Moraes, ba-
; «harel formado , e Domingos Sanches , Josc Maria Pe-
reira, Teixeira , negociante, Guerra, Francisco de
/Miranda , António José , Francisco de Sequeira , e
muitos outros individuos , pessoas de bem e mechani-
^•cos.
Se V. julgar acertado dar publicação a minhas mal
^eoncerlndas idéas , muito me obsequiará.
Tenho a honra de assígoar-mc
De V.
Constante leilor
•Coimbra 14 de agosto de 1843.
YerUsimo Alve$ Pereira^
O 9VE £ VM GOTXRarAJ>OR CZTX£.
2176^ Um governador civil é uma espécie de au-
ctoridade paterna,, composta mais de vigilância, amor
e misericórdia , que de austeridadcs e rigores. Na
acertada escolha de tílustrados e zelosos governado-
res civis para todos os dislrictos,. consistiria e prmci-
P4il segredo da regeneração do reino. Pelos olhos e ou-
vidos das auctoridades administrativas inferiores elles
ve»em tudo e tudo ouviem; pela presença d'ellas , em
Ioda a parte estão presentes para obrar: — pela sua
ato posição^ pelas suas relajõç^ rtirçctíi» çq» g ç<H
verno , pela sua influencia para com os cidadãos e fa-
mílias de maior vulto e credito, teem, qucrendo-a em-
pregar, uma força de acção que nenhuma outra /na
actual constituição do estado , egualaria.
Bons governadores civis — repetfmol-o — seriam ,
inquestionavelmente, o melhor remédio á maior par-
te dos males públicos ; e se a bons governadores civis
nomeados , antes para os civis interesses do que para
conveniências politicas e paroiacs , se ajunctassen»
prelados , como D. Fr. Caetano Brandão , D. Francis-
co Gomes do Avellar e poucos mflts , e camarás mu-
nicipaes , verdadeiramente eleitas pelo povo, que em
taes coisas ,. quando o não perturbam , tem um admi-
rável instincto de infallibilidade , a terra pobre, cor-
rupta e desconsolada refloroceria completa raeate. As
leis então não seriam ludibriadas ou ineficazes, por-
que iriam dar com gente alUimiada se não sabia» abas-
tada se não rica , e morailsada se não moral.
[Jm exemplar de governadores civis , por onde , a
sermos £^ovcrno , aíTeríriamos os que houvéssemos do
nomear para taes empregos . ó o Esm.** Sr. José Sil-
vestre Uibciro, de quem já muitas vezes temos apon-
tado , e muitas ainda haveremos de apontar acções ,
que se pela pequeneit e aíTastamento do districto, on-
de as pratica, nos soam fracamente e nos parecem di"
minutas ; tomadas com tudo no seu complexo, exami-
nando-se a sua unidade philosophica , isto é, poética
e positiva ao mesmo tempo , e simultaneamente material
e intellecliva , revelam um espirito superior; — um
d'aquelles espíritos, que se a Providencia lhes não
entregou senão uma penna , escrevem um Telcmaca
como Fénólon ; se lhes deu um sceptro fundam um es-
tado como Pedro Grande.
Hoje copiamos do Espcctad&r de Angra mais uma
pequena amostra dos actos administrativos d'e6te ma-
gistrado , deixando para os outros números outras, já
colhidas do dicto jornal » já das nossas correspondea-
cias particulares : —
TALANT DE BIEN FAIHE.
u A divisa do glorioso infante D. Henrique, é também a do-
»» nosso excelleníf governador civil , bom , e empreendedor co^
» mo o filho (te D, Joílo I de Boa Memoria. »
a Aonde ^uer que a desgraça descarregue seifs golpes , estae
» certos que lá encontrareis S. Ex.*, para provir de remédio
» aos infelizes, minislrar consolai^òes , enxugar lagrímu. »
u Ha tempos que na freguexia de Parlo Judeu teve logar
» um caso lastimoso c terrivfil. Pegou fogo na casa d*nma po-
') bre familia: o pae e miie de três innoceniinl^os haviam saí-
n do de madrugada para os seus trabalhos ruracs ; ninguém deu
n pelo incêndio , porque as três creaturínhas dormiam o spmno
n da innoccncia : as chamas devoraram pois bem depreasa a
n pobre casinha , e as tenras victimas ficaram redusidas a dii-
n ias. n
« Naio tentaremos descrever as angustias e a desesperaçl»
n dos infelizes pães , quando deram por luo horrível cataslro?
" phe. ^Quc palavras podérum pintar a intensa çlôr d'umamfic,
n a quem a morte arrebata por um modo tão bárbaro , todos
n- os pedaços de sua alma ? »
« Logo que ao conhecimento do Ex,"* Governador Cijril «Ke-
ngou a noticia de tão deplorável acontecimento, «Ma mio he-
»■ nefica se estendeu sobre os desgraçados consertes : nomeou
> immcdratamente uma commissâoy n'aquella freguezia^ para
' obter soccorros a fim de promptamente mandar reedificar a
» demolida habitaçUo , offcrecendo S. Ex.*, pela commissio
) central dos soccorros , todas as madeiras , telha , e cal , qm '
» para a reediflcaçXo fosse precisa. »
« iComo os povos seriam feiises, setodaa asancloridadetie^
9 Çuissem o exemplo do £z.°** José Silvestre Ribeiro \ *■ .
REVISTA UNIVERSAL LISBONENSE.
75
00FI08A 9&OBVOÇÃO 9S TRXOO.
(Extracto de wna carta,)
2177 Coma tenho encontrado em alguns artigos
da Revista noticias , a respeito de producção admirá-
vel de trigo; partieipo-lhe o que eu experimentei , e
de que o portador d' esta lhe poderá dar informação
«omo lestimunha.
Obtive duas onças de trigo imperial : semlei seis
hagos no meu quintal : produziram um celamim, ten-
do os pardae» comido vinte espigas : o resto das duas
onças mandeÍM) semear na minha herdade , c |>rodu-
giu nm alqueire. No mesmo quintal me nasceu um
bago de trigo gallego prllado , assim chamado por nSo
ter barbas ; deu 62 espigas , que produziram 6260
bagos. — Gonsff^rvo ó pé ; assim como o dos seis ba-
gos , que todos os que o vêem muito admiram , por
nunca terem visto coisa similtiante.
Borba 4 de scptembro de i843.
Vicente Fnreira de Carvalho.
BtOWTAB0I.
(Fem de ptg. 41.;
(Comnunicado.)
S178 Se «» 1^ , e iiiii|«uein inai< tivene para vender qaal-
f«er geoero «le coDfumo geral, é certo que o renderia pelo
preço , ^ua fegundo as forças , ou demanda do mercado , lhe
fioDvi«.'k«e incjhor ; porém le emve» de o render ao Ckiuuuii-
dor dirêcláiucnle , rendesse aos atravessadores , da m«o di»s
quaesfosíe depois vendido ao povo, é também indubitável,
«|Qe este dou© do género em primeira m5o, lia via de deixar de
ganhar «tudo quanto lucrosie o atrareabador.
Sendo osttfs princípios iafalliveis emliiese; trac taremos de os
apiilicar á companhia iot montadety e deduxir d'ahi tm cootfo-
q^uenci.iii.
Havendo pois, como ha, centenares de lavradores, que pos-
anem carnes de porco , é egimlmenle verdnde , que taitos sJlo
vs lavradores qttSo diversas hào de ser mais oii menos as von-
tades e precisões de cada um ; d*onde sendo impossivel combi-
jiarom>se todos, é evidcate, qne Cada «m caminha como intende,
fazcudo na venda de seus géneros Uos .aos outros muito mal,
e a si próprios maior ; pois c ura principio de eterna verdade
«rm coramercio , que.o prctjo du geuere diminuc na raxilo do
maior numero dos vendedores : sendo certo , que ou porque uns
'precisem loco de- dinheiro, ou porqne ontros temam nao dar-
Ihe saída depois, ou: para ^vnderem mais depressa ,'que os ou-
tros, o que faaem éaiiater o preço a tal ponto, que muitas ve-
xes chegam a perder ate do cuslo 2! ! « È que resulta d*aqui ? '
Ê qiie o género baixa immediatanienle em todo o mercado , e
assim se torna geral a perda , somente porque alguns , ou mais
apressados , ou mais esfaimados j)or dinheiro , andaram doesta
sorte em suas vendas —^ isto vê-se lodos os dias.
Se emvcz de assim procederem podessem os Uivradoret todos
reuni i^ée em uma tó vontade , é egualmente indubitável , que
Tenderiam os porcos dos seua montados pelo preço, que em hor-
Bionia com as forças do mercado , melhor lhes conviesse.
Se pois isto depende só de todos se reunirem o' uma vontade,
o que se nao realisarú <ímquanto as coisas n^esta parte conti-
Buarem do modo , que entre nós tem caminhado com tanta in-
ielioidade e perda para os lavradores , se pois , repelimos nós,
ae lAo pdde chegar a tSo alto fim ^elo máa caminho trilhado,
• cons^nencia infolUvei^ que devemos nadar de ramo.
, Provado pois , como se acha que para o fim de podermos al-
cançar maior valor ao género e producto dos ^ossoa montados,
íorçoso 6 que sigamos outro trilho , cimipre faeel-o , e prom-
ptamente.
Outro meio se nHo conhece nem por ora existe, cóm melhor
Tesoltodo , que o sogikido com vantagem em todo omundocom-
Jnercial « qpol é o da assooioçfto , formando companhias todos
os interessados no género , qne se quer proteger , sendo eita a
iiníca maneira de rcimir tantas vontadej» o' uma sú.
Kste é pois o sistema , e nenhum outro , que pude salvar os
onntados, vma vei que seus donos se ii2t deixem emboir por
velhacos , que querem continuar a viver á cufla alheia , isto é
dos lavradores, e que os aconselham ao contrario d'aqníllo«
que lhes a elles lavradores é mais vantajoso : nem se deixem
levar por conselhos de ruins eabeças, ou antes de caijeças doas *
c tOIas : — isto é , rcpctimol-o , uma ves , que os donos dos
montados tnuham jniio , que é o gení*ro de fazenda , que entre
nós tom sido sempre mais escasso. Isto )kiís é o que devem
/axer , e quanto antes se quiserem talvar-se a si , e aos sew
montados.
Nt^m se diga , que isto tíío só palavron, e vSs thoorias, qne ,
como tantas outras, e que nenhum resultado hÍo de dar a fiiioL;
porque nós, que isto escrevemos , e que nos empenhamos ttnt<«
na forma rito d 'esta companhia talvadora , e para a qusl
tanto hemos trabalhado , quasi que somente dos montados tira-
mos toda a nossa subsistência ; e se náo estivéssemos t&o pro<
fundamente eonv<»nctdos da grande vantagem , que de tal com-
panhia ha de colher-se , e tal , qne duplicará os rendimentof
de todos os lavradores d'esia espécie de lavoura, longe de •
proclamarmos , faríamos o possível por impeccr-lhe : como flo-
rem tenhamos gravado em nossa consciência este principio sal-
vador , por isso , cora tanto afinco bradámos a nossos írmfto»
lavradores para que façam quanta esteja ao seu alcance , e tra-
balhem quanto pôdórem para que io levo a effeito pr<«videncte
t&o salutar.
Confiamos pois em que todos biyam de concorrer eflScasmciH-
le para t&o relevante fim, e isto pelo seu próprio interesse, pe-
1j de suas famílias, eulc pelo da pátria. — i Equem haverá tiU
inerte , que se negue a uma tal cousa ? Ninguém dè certo , por-
que ninguém n^csle mundo dezeja a sua ruina.
E cjmo podei ú deixar de ser assim, quando no projecto pa«
blicado no artigo d096 da Rewistm Vniverêol iMbm&tmte o la-
vrador evidentemente vê : —
l.^-;->Que a assembléa geral da companhia é composta de
200 ])essoa8 , as mais ricas em montados , e portanto as mais
interessadas em que o valor dos porcos suba ao mais alto pon-
to possível ; e que estando a cargo doestas marcar opre^, que
a carne deve ter em cada anno , de certo nâo marcarão ien2o
o que lhes fôr mais vantajoso.
)».o — Que sendo os membros da direcç&o eleitos por aquetlaâ
mesmas pessoas , forçosamente hão-de ser t&o capazes , e de
tanto credito , como cilas.
3.^ — Que logo que seus porcos se achem gordos n&o teeot
mais o lavrador , que entregal-os á companhia , a qual lh*off
paga a curtos prazos ; vindo assim a esperar pelo seu dinheiro
metade do tempo que. até agora esperava do comprador avulso,
que muitas vezes se lhe abalava com os porcos e com o dinheiro.
4.*' — Que n'esta companhia encontra o mais seguro meio de
salvar-se das garras do usurário , pois que necessitando de di-
nheiro para a compra dos porcos magros — icmves de tomar
a vereda afrontosa da i^orta empestada, onde se alberga a usu-
ra , e dVhi bater humilde e cabisbaixo , e de chapéu na m&o
para depois de uma repulsa alcançar inn sim de propósito re-
servado , para melhor ficar-lhe sujeita a garganta á corda que
o enforca — emves pois d'e8ta situaç&o desgra^roda o nobre
lavrador, nobre, jiorf|ue sempre o fui a profissão da lavoira ,
achará n^cssa mesma companhia salvadora de que faz parte ,
todos os recursos de que ha mistór jiara essa compra , sem ter
de vilípenditfr-se ante o- carrasco', que o assassina ; pcis que
na companhia achará cofres abeitos para lhe emprestarem b
de qias precisar na forma determinada a*aquelie paojecto , e
ainda que tenha a dor .meio por cento ao mez, é rendimento
para o cofre da companhia , que a elle também pertence , e da
que tira tio impQrtantes resultados.
Bastam estas considcrtiçõos , para qné O lavrador possa ver
a alfa importância de que é para clle um tal estabelecimento,
c os immensos lucros , e ^'omagens , que d'elle de\'e tirar ; e
tiasta o que fica «X])eadido, para qne todos nós os iarradoras
concorramos com todas as nossas forças , para que se leve a
efieito quanto antes esta companhia salvadora.
A^free de Sá Nogueira.
' (Coiitinuar-se-ha).
ADVERTÊNCIA DA KEDACÇÃO.
2179 Repetiremos, por mais que possa parecer et»
cutáda « tediosa a repetição : — ^
7 s
TO
JREVISTA U?ÍI>ERSAI^ LISBONENSE^
« Nas matérias importaníes , mas questionáveis,
a Redaítao da RíTv^isTA Univeusal Lisbo-
nense (lá c mautém o campo ao» contendores
de ambas as parles ; tào pontnal para com aquel-
Jcs , cuja causa lhe parece melhor , como para
cora 09 outros, qee repiiía illudidos; porque,
sem discussão, rara vez pode haver , e raríssimas
ha, certeza de verdade. «
O projecto da Companhia dos Montados c assump-
to importante , c ião disputavcl tambcm, que é dispu-
tadis^imo , pois que se tracta de averiguar , qual é ,
nas circumstançias particulares e actuacs do reino ,
binais realmente ulil para elle : se o enriquecimento
dos creadores dos cevados, — so a economia dos con-
sumidores dos mesmos cevados , que são, eom pe*
quenás excepções , todos os portuguezcs.
Outros incidentes também ponderosos , nos parece ,
qu^e, vem travar-se com esta disputa principal , a sa-
ber : — por uma parte , o interesse , e até os direitos
natura és dos pequenos creadores : por outra , a in-
fluencia que a adopção do projecto pode l-á ter nooon-
jsumo , quí? oS estrangeiros dão a esta mercadoria ,
ètc. , eíc. , ctc.
Caibam pois «^quellcs de nossos leitores , a quem
as idéfls esipèndidas n* estes artigos poreeem falsas, af-
feridas pelas thésos da economia politica ou inadmis-
sivefs âttentos certos oucerlos respeitos peculiarei : —
. .« Saibam i rjípeumos, que. o nosso jornal
-publicará t^o inteiramente os artigos, que em
sentido contrario se nos rcmcttcrcm , como tem
•publicado os que se hâo lido. Depois das justas ,
ém dia claro e aos olhos de todos , o publico
4»xí:^ palnaa a quem tocar, a
VARIEDADÍS.
COMMEMORAÇÕES.
SERTZÇOS 3>A NAÇÃO VORTUGUXZA Ã
CCiaZSTAWOADS , FESAJ>OB 9SI.O
PQNTZriCS PIO ▼.
10 DE OCTVBRO PB 1567.
JU)s amado» filhos , nobre ratão vice-^ei , e conselheiros
do sereníssimo rei de Portugal , e dos Algarres
nas partes da índia Oriental,
2180 «Amado Gllio,' saúde, e Lençam.^postolica.
,j)Não acabamos de dar .graças ao pae das misericor-
f> dias , e Deus de toda a consolarão , o qUal entre os
» grandes « e vários cuidados, que nos destelam èm
» razão do nosso cargo, ha por bem de nos alegrar',
De confiar com alegres no\as, que Vem das partes
))da Índia; porque ouvimos quanto n'ellas tem cres-
})CÍdo a egreja catholica , e que .grande numero de
0 gentios se converte todos os aunos de culto dos Ido-
D los á fé de Ghristo : com os quaes augmentos da egre-
» ja , e salvação de tanfks almtis o nosso corarão se
» exalta com tanta alegria , que a não podemos expli-
»car facilmente. E todos os povos, c nações dachris-
ntandade sabem quanto íouyor <so deva p^ este res-
» peito aos serenissiraos reis de Portugal, porque com
líseU cuidado /diligencia/ i admirável grandeza de
» animo, «judai^dq Pous $eu9 piedosos imbalhos , c
» principieis, <^c conseguiu , que o Sagrado Evangelho
i) chegasse até os últimos fms da terra, e os que an-
» dam em trevas começ<2sscm a ver <i lus da verdadei^
» ra religião , e conhecessem a seu ereador. Mas pér*-
»,que somos devedores, assim aos que estão longe, eo^
» mo aos que estão perto , e dcsej aipos ardentissimor
» meu^ç , quo o negocio da conversão dos gentios pro-
>>ceda com muito fervqr ,.e que. tantas alijas, que st
» haviam de perder, se ganhem coa» dobrada d tligen*
»cia., quizemos encommendar á vossa devoção tão
i>sancta. c tão piedosa obra. Sc na propag4iÇuo da ié
a se tracta&se somente da honra de Nosso Senhor JesH
»Çhristo, convinha a tão catholicos vagões derramar
uo sangue por ella, como .muitos da. vossa nação com
A grande gloria sua derramaram , os qi^aes agora re-
ttcebem o fructo do seus merecimentos. Mas além á%
D honra de Deus , além da salvação das «Imas tracta-»
» se taíQbem da gloria do. charissimo nosso fílho , «
» vosso rei ; tractas-se da vossa honra , e da vossa in-
ttclinação; porque quantos mais. gentios receberem a
D fé de Ghristo, tanto i^is esclarecido se fará, eglo-
«rioso o nome do vosso rei. tucnar-se-hão maiores foi>
j»ças para que com a divina graça se conquistem 'as
)) nações barbaras, e seajunidem ao reino deFortugal?
» e assim crescera o vosso nome , e da vosàã nAção ,
»c os vossos mcrecimentf>s para com a religião ca-
«tholica. As quaes coisas consideradas por vqs, con-
nvém, que com perfeilissimo animo dès toda a ajcb-
»da possitel, e toido.p favor possivol aos obreiros., qae
»tral>alham na vinha do Senhor, como são os preta-
Ndos, e ostros varões religiosos d« quaesquer ordens ;
» e principalmente intendereis por vossa prudência ser
> necessário, que os gentios sejam defendidos, eguar-r
» dados diligentemente das injurias dos soldados , . e
»que se tirem todos os impediroontos., e escândalos,
D com qoe suo conversão por algum modo se possa in»*
» pedir, e retardar. £ se bem confiamos, que fazeis,
h e haveis de fazer estas coisas , com tudo para que
D as façaes com mais fervor, e diligencia vos admoes-
)>tamos diante de Deus Nosso Salvador, evos encarre-
j> gamos este cuidado em remissão de vossos peccados.
D Dado em Roma emS. Pedro debaixo do anel dopes-
»eador , a 10 de octubro de 1567^ no 2.** anno do
h nosso pontificado, d
rxiOxui>o,.acAH.
faiSTOBIA D 'um BAAO^Eno).
^ CAPITDM) XI. & VLTIUO. • •
FTcr-éíhMar — Flor^do^éu.
2181 Uram ome horas. O vento fVesco da nòifo
enfunava airosamento as vellas brancas da barca do
António Domingues. Decrescia , atcnuava-se, fu|[ia ao
longe o ultimo ponticulo da terra. Luziam as eslrelr
las.no firma^xento escuiK>> como lâmpadas perdidas, no
âmbito immenso ^'esse templo grande de Dens , cfaa^
mado Universo *i— como ávidos olhos do' céu espiri-
tando curiosos a barca veloz , qoe tão galhardamente
se levava sobre as águas do mar.
2 Ai [ triste I Aquella terra. que fugia ora a terra do
nascimçntq, a tcrxa dos primeiros. annos ,.a terraidas
saudosas, relíquias de antepassados — a inais formosa
teri^a d'estcjnundo! ] Ai ! triste , aqneDeest^ellado céu
era o céu esperançoso dos uUimos mgmeotòs faça «jna
alma gcntilissima 1
RETI9T)IL imi¥ERSiiL USBdg^EKSH.
•77
Ao pé do leito mortal da baa-mac Tikno^ 'nós já , 'de
Ifoe gcnero era a dor da formosa Maria. Ào cabo 'de
ires dias o maritimo robusto tinha eni^elh«cido deç
imnios: eram ons pesares aqocileB, qtie ailovmentandq
o espirito, devoravam isnrdaimeiíte 'O seu tnvoUorto
corporal. Maria, essa não. Conscrvou^-so '^ mesma que
•ra; tiaha a mesma acngsUeal amenidade, a mesma vis-
cosa formosara. Uraa difíerença única se ihc poderia no-
tar. AqneiÍA risonha flor^ que fera d^antes uma rosfi
ée afbrii , delicada e brilhantemente colorida pelo sol
da; ventura; alegre, animada» rescendepte*— era ago^
ra uma branca rosa do outono, muito branca e inno^
eente , muito cândida c virginal; snavemi^nte perfu-
mada ; timidamente formosa. Absorvida toda com
«videz-pela sequiosa anciã d'aquei]a alma desenganai
da , ' a ímmcnsidado da sua dôr nao podia chcgai^lhe
kosdol«^ feiticeiros d'aquelia externa gentileza. £m
António a mágúa foi iirincipalmente phystca : env Ma-
ria foi essencialmente moral , foi intima , recôndita ;
foi mortal. Afora aquclla marmórea palidez, que afa-
ria assimiihar^se a uma d'cssas admiráveis estatuas
milagrosas, primores do antigo gcnio da sculptnra, Ma-
ria.niio revelada tf mal, que lá por dentro a consumia,
por nenhum signa! exterior. Ningttcm lh.'o poderia. 16r
eom t>s olhos :.6Ólh'osabcria adivinhar- o iastinclo d'um
^spiriti> como o sem. Os desvelos de. um.pac são peno-
tvaiitcs X2 sagazes ; e o próprio; pa«. . andava cruclmen^
4e enganado tom aquclie socego apparenté; ; '
• A dur da innoccnte Maria characterfsada por ama
indefinível melanchulia, intimo, religiosa, meditativa,
guardada caatellosamdntc no sanctuario do .corarão ,
aqiielht ddr, qne amorosrimcntc affagtiva, dequcÍDC«s-
«auteincnto se nutria , tinba-a eila escrupulosamtmle
conservado a par de ama esperança: o habito tinha
fonfuudido a esperançai oòm a dor -^iinharãs quasi
identiíicado, púrque ainl)as tinham o mesmo fim. Pou^
CO a pouco a religião d/aquelles dois granules senti-
mentos, linlia-llie feito variar as impressões dos obje-
ctos- mondanos, tinhiwlhe alterado a alma, tínha^a
purificado « disposto, preparado para a eternidade ; ti-
nhã-a «pespegado do todas as coisas terrestres, tinha-a
comuasseittailo ás portas do céuy esporando placida-
mentc que lhe fossem abcrtaspara entrar por ellas
liu sua pátria etmnar alii o logar, quo j<r dcante-mão
conhecia. AqucIIe mesmo seu amor sem esperança ,
cujas illusõcs lhe haviam desapparecido para sempre,
8cm de todo se cxtinguireminíio se assimjlhava já senão
a um sonho confuso e indisthiçto, a uma d*essas va-
^as impressões dós sentidos adormecidos , quo o sam-
jio trac e leva , perdidas no crepúsculo de amas Icm-
brançaft indolentes , quasi: recordações , (fuasl desejos^
c nem desejos nem recordações. O que era paixão',
a'aqaeUc amor xle 'virgem, qtiebnH»*^e« espedaçou-
se doixando espedaçadoo coração ao súbito cjaràodc
revelaçõos estranhas , incompreensiveis. na sna ne--
gra faedeondez, para a candura de tamanha Jnnoce0-i
cia f suspeitadas apenas por oní reato ဠinstkwto
ftundano; mas bastantes para romper os* íneicplica^
veis laços que tinàam [»endido:'bqaella alma vir- 1
gina] , primitiva . e não tocada da bi»ilhante>corrup-!
cão social, aqaeila outra, alma; maoolada , infiociona-
da , eolodada.- O qu6|f»orém èra affecto ficou, des-
.enganado, iádefinido, indistlncto.,. inapplícado, mAs
Soíúodo c constante, N''Qmá vida , como aqóellii de,
avis>, podia o cor^çã» socrir muita; voa jitravez 4Íos;
r
laiaios para;9s seducçõcs d»jdundo; amar de veras
UEÉxa só e não mais. . i : . •
. A sincia , a saudada , a dôr , a* esp^r^anea de M;iri|
e^iaiavam-se solitárias o escéndidas eiO' longos suspit-
ros para o céu : abria-se^lhe a alma em devaneios
sem dm :' percorria com o pensamento as celestes tns;-
tancias, em quejá moravam seus desejos> e^fuaod^vol*-
tava d' estas intermináveis viagens da phantasia para
por momentaneamente ós olhos na terra, não via n'oU
la mais de que um homem — seu pac ; não via mak
do qne um monumento-^ a sepultura de sua mãe, arv-
de erut coroada' de perpelfuas , que servia de a dar
a çonbocer a quem não fosse- filha para adtvinhal-a. .
Se a constante onergia doesta ddr, ássiin Iran^ofii
mada: em anciosos desejos , em coladas porém morti-
feras saudades, podiam poupar e respeitar a exteraa
formosura da virgem, não podia ao cabo deixar de esf
tirnear as mananciaes detal vida. Aquelia.para e (im-
pida veia, em que já se espelhava o céu , deiii emfia»
correr para lá. • ^
Tinha-sc passado um mez depois da morte de ftor
sa. Os rumores da maledicência, qoe a matou, chega«
ram finalmente 'aos ouvidos do consternado viuvo. Àn-f
tonío era um homem sensato; sabia o que era a. gen-
te com quem: vivia ; não accreditou uma sé paiaviía
do qiio lhe foram, charidosameiite revelar. Se foss^
d 'antes, os mexericos teriam pcovavcl mento custado en&
'extremo> caros a algucm« No estado em>qae -estavai^
^alou-nse, pediu a Deus que o. vingasse d^aquellasltar
guas assassinas,, e entrou a desejar ardcnlemente.sa^
•ir d*aqueila terra ^ cm que tão grande golpe lha ha*^
viam dado. Não . se atrevia porém : tinha rclceios da
perfeita condescendência do sua filha. Sabia que a
mais leve indicação sua, era paraella um. preceito y e
sabia eom qne amor, a. sua gentil ; Maria , ermandp
innoceute no meio de tanta maldade , amava aquclla
tenra cm que descançava a defuncta querida.
Todavia uma noite, em que ambos praticavam como
sempre, acerca do que a sua saudo coi[)tinaamcQte lhe
estava lembrando, António deixou impensadamente ca-
ir algumas palavras , que revelaram aqaelle desejo »
que nimca.ô largava.
Flur-do-Mar sentia , com certo., contentamento indit
fmivel aproximar o instante porque anciã va; distinguia
já o termo da sua curta viagem ; via progressivamente
diminuir o espaço, que a separava de sua mãe — d*aquclt
la tão amada companheira a quem paia sempre que*
ria unir-se. Desejava lá no coração que os seus desi-
pòjos mortaeSi foásem rccoJliidos na.mesn;ia tumba c
depositados na «nesma terra... Mas tendo todas as suas
esperanças no céu , sabendo que ia brevemente se-
paraivse de seu pae para sempre, havia assentado
comsigo, que^ omquauto estava na terra o seu dever
principal era em tudo oibadecer ao miairao indicio da
sua vontade. Assim , apenas.ouviu aqucllas palavras
•que a solicitude filial .lhe fez compreender faciimenr
to, resolveu logb. sacrificar o seu ultimo desejo n'este
mando áqiielle primeico desejo do pae que tanto lha
queria.
No dia.V qne se sei^uiu á. noite quo mencionamos »
Miaria sen dar a intcjadcr o motivo, queJhe tinha in^
Huido' tai resol«ç;lo» plidiu a sea pae que a levasse
d^aquella terra para fora. Maravilhou-so o l)Qm do
maritmio, mas .sen^^acertar com a verdadeira razão
de simiihaate.pcdi40| iutc^pretott-9 pelo que em si
7 **
TS
REGISTA UNiyERSAE LISHOENENSE.
spíHi», e ateyro.ii-íc lá còm«ií>o jtorque assim com-
binava a concessão, que se ]h<; pedia» com t) qav ellc
propfii» mah desejava. Aniouio assentou quo a sair da
terra« ivão devia levar sua filha senão para Lisboa,. Ti-
nha lá uma pareute rasada, e niuito bera cstiiqada.
Esperava distrair aquella tenaz m«lanchoHa da sua Ma-^
ria adorada > c talvez contava mm tactfo com o aspec-
to do mar, c com a actividade dó trabalho^ da via-^
gem , e dos seus conhecidos de Lisboa para dis&rçar
8c fosse possivcKa intensidade da mágua que o raia-
va. Quanto a Maria , não sendo ao pé da sepultura
qúc encerrava sua mãe , pouco Ihb importava o ponto
da terra cm que havia de ir cair. Decidiu-sc poisq^ue
^'ahi a dois dias partissem para Lisboa.
- Depois da morte de. Hosa, António Domingues nunca
roais tracláradoseu barco. N'aqiielles dois dias porem
nao fez outra coisa : era já* um principio de distracção.
•Os teres modestos do marítimo não exigiam. gran-
des prepapatLvos. Ao cabo do dois dips tudo estava
promplo. Achando-se no seu elemento , coro a sua
companha, com os seus rapazes; como elic dizia , e
próximo a partir com sua fdha peia primeira vez pas-
sageira no barco estimado^ que lho dera o seu nomo ,
Antonio-Doraiiigucs seutiu o primeiro momento de sa-
tisfação depois 'da morte de sua mulheré E verdade
que • tinha as faces húmidas de lagrimas ao largar
d'aquella prhya tão sua conhecida , c qnc por lautos
aiinos ser habituara a saudar com alvoroço ; é verda-
de que lhe comprimia o coração o sentimento de sau<^
dadc, que deixa um longo habitoaínda qucscabandonc
tini casebre , para ir tomar um palácio ; c verdade
que se lhe iam os olhos cm coisas, que poUco antes
nem sequer lhe lembrava que existiam. Mas deixa-
Ta uma gente invejosa c malévola, e levava sua filha
que ora o seu. thrsoiro : parecia-lhc qrre despia os
trajos lucluosos da sua dór-r-ía respirar novo ar e vi-
da nova — como que lhe sorria uma aurora de inespc*
padas venturas. '
• • Ai ! pobre pae l •
Ax) descair da- tarde ergueu-se favorável o vento
da terra. António Domingues ufauo por commandar a
pequena manobra diante da sua linda ■'Maria , que.,
sentada á pot)a , lhe sorria d' um modo incxpíicavel ,
mandou pomposamente largar todas as vellas. O har-
vo inf^linou grnciosameutn a proa , obi?deoeu ao súbi-
to impiilso osculando as ondas estremecidas , e boli-
nando airoso , foi-rse pqlas aguas fora , fugindo comi)
iim cisne pcrsc^ido. - • •
Manucli também lá ia n^aquelle garrido baixelzinho
^ue em si cotilinha todo um universo de tremendas
paixões c profundos affcctos.
Na oocasião em que fiosa iporreu , Manuel estava
isentado á porta da caza de António Domingues no
pqpopriô logar , aonde tempos antes correra o seu san-
gue. Quando o digno sacerdote saiu coma ofaçãonos
lábios e as lagrimas nos olhos, Manuel crgeu-^sc rcs*-
peitosamcnte yKiríi o dcixarpassar , * c perguntou-lhc
píílo estado da doente, em voz snbnúsBa, como se
não se atrevesse a fallar-lhe, ou tivesse receio. da- rcs^
po^a>.'. Ao ouvir o desengano da nova fatal que elle
iiortamcnte suspeitava , mas em que não queria, aíu-
tla crer , o honrado moço ficou um momento suápon-
$0 ; xiepois sem dizer palavra deu a andar aUthomati-
^ramente para o lado da praya, c5umi&-sc lá< ao longe;
«Kutro os Ira^edcs; pálido €Òi09 ^m dofUQÇto.
I)esde aqu£lle tila . «ndnca mais toraC^ií ao mar.
Quando porem António Domingues avisou a com*
panha para abalar da terra, Manuel não faltou. Foi o
primeiro que se achou a bordo, diligente no irabftUiOr
fervoroso nos preparos, da partida. Viu sem abak» fu-
gir aquella prava em que nascera; au antes Ui não
viu, que desde que Maria , entrou no borco; nunca mais
túrou d'èlla os olhos. Manuel estava àUeiramcnte rao*»
dado no parecer — estava abatido e Cfuefarantafdo-r—
tiâo era já o mesmo forte e resolmto hdnlem. O.so-'
frimento, que passou apparentemente;im|)eroeptivei [le-
la ílôr humilde, foi vergar o triHic o robusto. '
Era um homem sipgular aquellé bom Manue]. Or*
pliam , creado desdci V^Q^cuo no barca' de António £^
mingues , começou a anjar a gentil Marta desdií 'que
principiou a ter uso de razão: Quiz-lhc primeiro por ins-
tiucto , quiz-lhe depois como irmão, quíz-^^lhe ã final
como paixão de amante. A sua mocidade\comoa sut
infância, desinvoheu-sc na sobriedade e no trabalho.
Xão seguiu nunca os seus companbcicos, "que. u «oUi*
cita\am, a uma s6 venda; nunca se recusou. ás fadi-
gas quaesquer que ellas fossem; nvoca recuou po*
rante o p( rigo, onde quer que ellc se achasse. Amã*
va , adorava., idolatrava Maria. Vòl-^, era pura. elle
uma festa; fallar-lhc era um encanto, t ^''âlUr-lhe !
Podiam contar-se as vezes que elle o tinha feito. Aquel*
Le homem tão destemido , tão senhor de si no meio
do temporal , e na hora do perigo, hesitava , balbur
ciava , tremia quando tinha que dirigir alguma sou-
dação Vulgar, algum dictu inconsequente á graciosa
donzella. Manuel , apesar da formosura da sua alma,
como que tinlia receio de csoandalisar com a rudeza
das suas palavras , tom as despolidas extorioridadcs
qttc lhe dera 'a sua creaçao , os melindres iosliuctivos
d'aquclla delicada e timida* lindezaj'0 seu amor ora
uma contemplação incessante , uma admirarão iníiní-*
ta , um respeito e um pudor de todo; inoumpreensí*-
vcis para as naturezas brutalmente positivas. £ ainda
ha amores doestes ,' realisam-se ainda no munda es*
tcs, que parecem sonhou da phantasia, digam lá o qi^
disserem os escarnecedores per ofiicio , os políticos
conscienciosos , os amadores facetos de estafadas aU-
lusões e do epigrammas impcrceptiveis.
Manuel , nutrindo assim no coração aquelle amor
meditativo e solitário, que não carecia demais do que
do ;scu próprio fogo para se alimentar, nunca.tinhadic<-
to.nada a ninguém-^ a ninguém absolutatàente. Nem
por uma palavra' nem por úm gesto.opi*ocurou revcl-
lar á própria que assim ]h'o accendôra lá dentfo d'al-P
ma. Nmdcatalvez ponsou sequer em; tal. Se pensou,
foi segredo aó com elle e com Deus: ficou entre am-
bos.
Quando conheceu que Flôr-do-rMar cedia ásuasym-
pathra para^om o ollicitl , Manuel bem que amasse
sem fim, sem determinarão , sem£sperançâ , cuidou
morrer de pesar. Muita vez :as suas lagrimas cforre-
i^m soiitaifias « ardentes sobre as apeias da praya. K
com tudo nem um momento deixou de amar a doo»
zella, como iate alll a tinha- aaiado. Quando á força de
paciente observação chegou a penetrar nos ivílcntos do
corrupto manccbe > o seu «mprégo inccssatílci foi \ir
gial-o o Veliar por ella.' Se <^ucl!e intentos fossem
os que deviam sicr,, Manuel cqntcr*4b-iiia,.eâÍQariae
aíTogaria no poito asiviboras cruéis dos seus immcn-
s^s «cloS; e veria qtjjldoreLC%ilado.ft fortuna do homeia
UEVISTA LMXERH^li M^BQNENSB*
Z9.
quQ lhe preferiam; Sendo porem os que foram, M«fiuel
«sseDtmi lojçô cm dar a. sua vida pelo descanso d*»v
quella faniilia , c cm Manuel, cora» já se viu, a exe-
cução era consequência infa Uivei .tio resnlucão. Final-
fiiente quando Rosa morreu o sensível algar ve , a par
da grande áàv d^aquella perda> senliii.lagu tomnHbe
a alma outra dor porventura ainda mais pungente,
uma dòr propbclica ,. umà como oocuUa e* myslçriosa
advertencisi. £r8L* aqaeiia dòr indizirel. a que assim o
tràsia transtornado' et a balido.
Otqiic Qpae não linha adivinhado, adivinhou-^ d
amante. .: . j
. Na occasião, em que Ântonio Domingues regeilou a
proposta do offict ai,. Manoel te^e por.certo! uttia gran-
de alegria, mas nuo se atreveu a ímagiiiar uma os-
porança« t £speraaijas ! ^Dc ífucf MalaVa^^lh^as todas o
«enlimenfciv genrnuso: da sua inforiur idade táoral ; ma*-
tava-lh*as o nobre desejo de o ver feliz cnire todas.
3Ianuel'era rude e era polirei. Mo. possuía se não
a acanhada soldada que lhe «dava sca patrão. Não ti-
nha por si senão os dotes d^aquella- s%ia grande alma ;'
e esscs« e!!a não sàfeia traduzir no eitcrior.
ii natural que os nossos philosophos aili-pensatiles
não approvem a solução d' este problema estranho. do
homem cxterao que'sufroca e abafa.* c comprime o
homem interno:, -da .natureza .dos-, habitds contraí-
dos que prende ,. limita c subjuga ? ^aturesa das 'in-
timas inspirações; e com tudo se; bem procutaFém
cremos que hão-de 'encontral-a, e talvez mais frequen-
temente do .que pode parecer nas realidades d'csse
mundo,
• Ttido isto» porém, que nós temos querido com tan-
to esforço explicar , explicava-e simplesmente., elo-
quentemente àquelle poríioso olhar de Manuel que era
o único exterior signa I dos seus sentimentos. O aífec-
to, o respeito, a dedicarão exclusiva, a admirarão,
a contemplarão soUicita , religiosa, e immaculada
Jiam-âO n'aqnellcs olhos do mancebo fltos na .formosa
«lonzcilâ^ emquanto a bai-eá vogava ■silenciosa corta n-
tk> as aguas. Masuei era para Maria, o que Maria
era para o, cjéu^ MatiueU namonido de Maria , abnega-
da a sua existência , para :só existn* por ella : Maria
enlevada no céu abnegava a. própria- \ida para ir vi-
ver na eterna mansão- , :j
£ a barca ia vogando, vogando. ; Ai! quem terá
animo para vos contar o que se passou n'aquella tris-
te barca !
A terra do Algarve tinha desapparecido.- A barca
in levada por vento de servir. Só o mifitico rumor das
' aguas .interrompia a mudez saneia d^oquclla noite cs^
trellada. Malaia çom os olhos oitavados no firmamento
« sorri ndo-lheeomo para um porto, alegreiâcnte aiíts-
<tado> l^arec ia -calcular a éistancia que ' a separava
d*aqiicHa sua morada cele3tew António Domingues ia
sentado a seu lado revendo-se amorosamente na suo
linda Maria; c; agradecendo a Deus lú.comsigo, o
tél-a f^ita «tão íbrJDosa,.tuI^vafse r>á. menos desgraçado
.calculava. «odasfaà sitas íialuxas íelicida^^. Manuel ia
ao leme , enlevado' B^aqueile quadro , mas extraordi-
nariamente triste; . .
A voz| de Maria que de^vez em quando: interrdropia
assveas Vícginac» medita(í)es » para responder aos fér-
vidos colHiquio&. da bom de séu pae ia progressiva-
mente enfraquecendo. Julgou ao priticrpio Antonip^Do-
mingues sor «ittilloceKeit» Ú9, sionipiolwtia att^^al a.
taes boras,^mas ^endor^a com os olhos l^rílhantes» pQs^
tos cum eatratiha. expressão na serenidade do. céu co«
meçou a:a&sus$ar-sc.
«âQw<í líJn* ^tí » Maria ? — perguntou ollo sollicilo
e fervoroso.' em con<-hegal-a e resguarda J-a contra o ac
frio da, noite. -^iQue.lcns? ^iilslrauhas ,este;5 baloiço»
do mar? ; Tens m^do?.;, Tons frio? ^Queres, que tB
leve acolá, além para, debaixo da (oldia? ^ Queres r« ,
.Maria respondeu a esta ultifna proposta com umvi^
vo gesto de repugnância : , ,
- . « Não não me tire d'àquj. Não me leve para
onde não possa vé;r o céuw .
<rPot5 deixaste estar , iilha , .deixa-ie estar — acu-
diu o bom Algacve- qpe se esforçava por aOeic$»ar os
seus rudes, modos aos miaios , .que a sua (ilha deseja-
va fazer. — r.Aqui ficarás, Maria, mioivi. Maria que-
rida ; ficarás aqui , ao pé de teu pae- £ tens razã»
Maria y que é bonita esta. .vista. ..... mas nâo é tão
bosita.como lu. L^zem muito aquellas^ estrdlas, mas
não luzem tanto como os teus olhos.. ^ Fecha-los ? . . »
^Fecfoaá esses olhos a quem cu quero Unto? ^Porque
os fechas tu , Maria ? . ... .^ Maria não respondes a tevi
pae ? ; . . -i Dar-se-ha caso ? ...<.. i Ai l Deus do céu^ quo,
mo morre minha filha ! , .
' Impossrvel é descrever, em quel^rodo angustioso, o
desesperado foram dietas estas ull>ma£ pal^vras^ Foi
um .grilo de immcnsa dór^ acrancado das entranhas -r
foi ao mc«mo tempo a expressão do dresc«)gano «ra
phrase da desesperação. AntoQio. alada se não tinha
lembrado da -verdade tr^emenda que assim, de ^ubitti^
se rcvckva a seus olhos • assombrados , como do. asr
pecto de ume raio.
Ai ! . era cíTectí vãmente uip raio aquelle< que de meú>
a meio fhe tinha partido a vida^ •
Com tudo a impassibilidade de Mearia não era ainr-
da mais do que resultado de um delíquio, produsidf
pelo progressivo abatimento. Erm. um precursor de
morte , António não se havia enganado. ....
Ouvindo a dolorcjsa exclamação. de seu pae» María>.
tornou a si ,. e percebeu a razão d'aqúelle extremo
dessocego. Estimoura lá comsigo. Estava deseobeiito
o seu verdadeiro estado, c era o que ella jnais te^
mia de-. revelar áquelle hom pae. . ; . . Vcildo que.jí
lhe não seria necessário disfarçar como que ficou alif
viado de algum grande peso.
Ou fosse porque já de todo estivossem estancadas as
fontes d*aqucIJa vida » ou porqueras saudades deileir
xar a torra, em que lhe ficava sua mãe, tivessem -fei-
lojsllttir os seus derradeiros esteios , ou fosse final-
mente > consequência do. abalo physico causado pelo
mar , o certo é que , a hora inuvitavel estava próxi-
ma. Maria havia muito que u tikiba adivinhado, ^enli-a
avisinharrsc n'uma espécie de prostração, n' ura co-
mo adormecimento, involuntário que lhe ia pouco a
pouco obscurecendo os, olhos .e cnleiando os sentidos.
-T^A alegria d'aquclía tão desejada partida. só eiHi
aguarcntada pelo instincto magoado dassaudadesi-qm^
deixava. . •.
. Não tentaremos descrever aquella morte.' Imagina
mol^; cuncebemol-a, senlimol-a ; mas não temos pb^i^
tasia bastante,, falta-nos stifiiciente >igor de phi<ucs.
--■ Temos a idéa , feiltecc-nos^a palavra.
£ra uma sccna inexplicável. Por baixo daqueilc
c^u a sorrir suavemente no sereno, fulgor dos a&lros
dit noite I SQbn^ aqueilais a|uas jauqsurundo .m<^liui-
82
REVISTA UNIVERSAL LISBONENSE.
gonas lambem de oiro. Outro cavalheiro que a nós
se reuniu, disse, que, das medalhas achadas, clle li-
nha comprado umas poucas a 120 reis cada uma ; c
qnh eram dos Icmpos da Republica , e dos Imperado-
res Romanos (consulares e imperiaes); e que a maior
parte das mesmas medalhas, Unham ido para o Porto.
O mesmo ourives disse, que haverá 10, ou 12 an-
nos , tinha comprado mais dois argolões eguacs , um
cm Pinhel , e outro nos Galos.
Pesqueira 23 de seplcmforo de 1843.
ArUonio Manuel do SobraL
8. CARZiOS.
2189 Que as emprozas Iheatraes de Londres ePíi-
ris reunam cm seus esplendidos tablados os portentos
artislicos mais perigrinos , não assombra : para os al-
çarem alé a si , lecm guindastes de diamantes e ca-
labre* de oiro; e o publico por queniludo issD édis-
pcudiosissimamcnlc sustentado, l4sm direito para exi-
gir que tudo ahi seja raro , sublime , completo. Em
Lisbja em 18i3 , quando depois de mercado o pão a
poucos ficará , com que pagar os. circenses , c quan-
do no dia em que o seu preço subisse da singeila
moeda de prata quasi ninguém mais lhes transporia o
limiar , requerem a justiça e o bom senso , que se
uâo soja assim descontcntadiço. — Quq se não exija,
nem se peça , nem se espere , nem ainda se consinta
u que a publica Cortuna c as fortunas privadas nos
estão de todoá os modos defcudendo ; — o que para o
pobre c banquete no dia de festa da sua aldèa , bem
poderia ser nicsqulnheza e sordidez nas salas quoti-
dianas dos potentados vestidas de christacd c de oiro,
alcatifas , sedâs , e pinturas.
Uma emprcza thealral ó , e deve , e não pôde dei-
xar de ser , antes de tudo , uma sociedade mercan-
til : os emprczarios de S. Carlos , conhecendo pela
experiência alheia de largosjaunos a pouca frequência,
c considerando o diminuto dos preços do mercado, em
que tinham de negociar , — mercado, em que nenhum
especulador d'este género deixou ainda até hoje de
|)crder, deviam uma vez que decididamente se resol-
veram a correr fortuna, limitar-se ao striclo indispen^
havei , e não tomar nem mais nem melhor fazenda
do. que seus frcguczcs lhe podiam consumir.
Não foi porém assim. O kicumbido de ir recrutar
os corpos de canto e baile para o novp theatro, tinha
mais. c)lma de artista que de calculador. Colheu com
uma , talvez louca , mas iiincgavelmeute sublime im-
previdência , quanto achou mais bello , e leve a sor-
te de achar muito ; e voltou com uma «ompanhia ca-
bal ; mais cheio de certo de esperanças da publica
gratidão, que de grossos lucros pecuniários para seus
consócios ou para si.
Desejosa de não retardar á gerol impaciência a
abertura de um theatro, ht»via tanto suspirado,
a Emprcza passou ainda adionte na abnegação d«
lodo o sentimento de egoismo. — Operas novas e
da maior força , com que poderia estrcar-^se pa-
ra arrebatar todos os sufrágios desde os seus pri-
meiros passos na carreira, requeriam estudo, ensaios,
tempo. Resignou-se a transferir espontaneamente os
seus triumphos ; e apresentou desde logo o que por
jnaià íacil e conhecido dos artistas ^ postoque também
a fosse do publico, desde logo podia aprc&eatar^se :
J^ia e JSúisani) , musicas de corifcsgodo mérito» mor-
mente a primeira, porém já populares, foram as suas
amostras, os prelúdios do mais e melhor que nos re-
serva.
Esta espécie de publico , de que taes spectaculos
se alimentam , tem em Lisboa um notável instincto
de justiça, assas de conhecimento e gosto, creado pelo
uso. O IhHsario e Lúcia tiveram aflluencía , ás ve- •
zos enchentes ; receberam appiausos , e a ÍAtcia es-
trondosos.— Tudo isto era a cidade civilissida quem
o fazia. Mas em toda a cidade civilisada ha sempre
encravado um bom numero de selvagens vestidos á
européa ; os appiausos foram perturbados mais de uma
vez. Houve quem d, falta de cabeça , quizesse mos-
trar que tinha pés.
AfTectou-se não compreender nada. AfTectou-sc não
compreender o que ha de deliciosq, de profundo, e
de poético no Sr. Flávio, O melhor cantor , segundo
o consenso dos mestres, de quantos entrenós se teem
ouvido: o único imilador do inimitável Rubini, — In-
terprete sempre \crdadciro dos affcctosmaisoppostos,
do furor extremo eomo da extrema ternura. Chegou-
se ao ponto de chctnar lalscte ao portentoso condSo,
que só Rubini e ellc possuem , que nós saibamos , de
recolher pouco a pouco o canto até quasi de lodo
nol-o sumir , disséreis , que lá por dentro , nos es^
conderijos do coração , ou lá |>or cima nos últimos
horisoules da alma. — Momentos ineftaveis , cm que
a musica se torna extasi , em que já ur.o ouvimos o
artista , mas nos arrebatamos com o sou espirito pe-
ias regiàes desconhecidas, como lá se vão olhos skpòx
uma ave , que se engolfa por um céu matutino como
um pensamento amoroso, e lá vae , brilliantede sol»
subindo , subindo até se perder , para logo baixar
de no\o, e vir baloiçar-se, toda alegrias, nos ra-
mos florescentes de uma ar\ore visinha.
AÍToctou-se não compreender a Sr.* Olivier , que
cheia de vida , de talento , de cTpressâo , como o Sr.
Flávio executa sem esforço, e como que brincando»
os maiores prodif^ios de harmonia. Faz da musica uma
linguagem iu c iigivel e completa : banha a sua voz
em Isf^rimas ou a aquece do esperanças ou a gela de
terror , e combina o máximo da singeleza com o má-
ximo do artificio.
AffcClou-se , não compreender o Sr. BoteUi,^prQ*
fessor cunsumadu . actor sentido e apaixonado.
Atrcctou-^e nâo ptMcebero frescor e perfume de pri-
mavera . que respira a voz limpida , flexi^el e sim-
pathica da Sr.* Carmini» E iwrque ura tenor de meio
characler , para se não pritar a empreza e o publica
de uma esperada representarão, se prestou generoso
a supprír as vezes do tenor serio impossibilitado por
moléstia, aíTcctou-sc não compreender o sacrifício, ^^
o Sr. Paíemi foi recompensado da sua serviçal abiíe-^
gação, com uma grosseira paleada, que apesar de ser
coberta e castigada de appiausos, nem por isso dei-
xou de ser ouvida.
Aífectou-se mas por que iremos adiante : — -
affectou-se tudo quanto cabia uos' limites de umo bru-
talidade estúpida e ferrenha, que se affeetasse.
Felizmente porém a historia , òs auctorcs c os exe-»
cutores principaes doestas vergonhas, d'estaá selvaja-
rias inhospilas para com os recém-chcgados, d 'estas
crueldades para con^ artistas, cuja fama é o seu pa-
trimónio, e que não mereceram Ih' a roubassem, e d'es-
ta in|;talidio para uma ejiq[»bcza^ qtte> se tem |>cc€«-
REVISTA UNIVERSAL LISBONENSE*
83
do não é contra nós mas contra si ; a historia , os <iuc-
toros e os executores príocipaes de tndo isto, são, re-
petimos • felizmente conhcciílos, Sabc-sr que estos cm-
prezaríoSjparaos^rcm, vcncorara a competidores : que
esses competidores teem padriulios, que esses padrinhos
lêem apaniguados , serventes , pateadores ou applau-
didores ad libitnm, Sabc-sc de que loyçsir alto se está
dando por gestos contrafeitos , e ridicuius ademans o
«lamiré da reprovarão. Sabe-se por seus nomes, quero
são os que, tendo talvez entrado gratuitamente , rom-
pem surrateiros com os pés o eslrepilo reprovador,
que outros depois imitam ou por vergonhosa condes-
cendência, ou por ignorância do que fazem, ou só por
fazerem alíçuraa coisa.
lima reflexão nos consola doestas indecencias artis-
ticas e moraes , commettidas no meio da nossa capi-
tal. Os cabos d'e^ta guerrilha na plat('>a, aprenda-o a
Fama de Milão e os mais periódicos theatraes da boa
Itália, não são portuguezes; — são italianos; — e aquel-
les que para alli os mandam rompc^, c dirigir e sus-
tentar o fogo, se não f^ão italianos, também , por cer-
to, não são portuguezes.
Nós pedimos á emprcza , e aos artistas , qne por
seu c publico interesse continuem a merecer os ap-
plausos dos intendedoros o a raiva impotente dos in-
vejosos; e para do ludo os afagarem, se apresbem de
apresentar as novas peças de cunho, e as danças ma-
gistraes, que , sabemos, não faltam no seu reportório.
No serão de hoje , quarta feira, tem de se esirear
na ópera Anna íhlena a primeira dama absoluta hotsi
Caceia. Ê voz geral entre os que as ouviram nos
ensaios, que ainda em nosso tempo se não ouviu em
S. Carlos uma cantarina d*aqucUa força ; isto dizem
muitos juizes do oHicio: á noite veremos o que dirão
os selvagens de cazaca, e quinta-fcira próxima falta-
remos.
mXA FSaiSA Â PROVA J>S RAZO.
( Carta J
^187 Ãs 10 horas do dia 31 de agosto findo* re-
lielidos relâmpagos » e estrondosos trovões atormen-
taram os habitantes d'csta villa ; então caio um raio
u'um arrebalde , que íka próximo à font« , derrubou
a parede de uma .ca;ta pequena , entrou na loja da
mesma, e dois poreos^que n*eUa estavam, apparece-
ram mortos , sem se lhe encontrar ferimento algum.
Á porta , tombem da porte d« fora , achuu-sc
uma gallinha morta , também sem ferimento , e uma
-viva cora uma perna quebrada. No sobrado da caza »
t por cima d'oDde appareceram os porcos morios, es-
tava uma mulher , que nenhujB perigo teve.
Pesqueira â3 de septembro de 1843.
ÂnUmU) HátiMl do Sobral.
RXaUliO 9Aa MitXRTAÇ&BS KSTBOROXiO-
aiOAS VSZTA8. BM AZIBOA VO MSZ DX
AOÒSTO BS 1843.
S188 Temperatura média das madrugadas ââ^^S F.
•—dieta nas horas de maior calor 81^,5 — dkta média
do mez 71^,9 — variação média de temperatura diur-
na 19%2 — maior variação do calor diurno, a 6 do mez,
Z(f — maior frio a 17 do mez, 58^ — maior calor a
7 do mez 98'' — menor aliitra do barómetro a 12 do
mez 755,5 millímetros — maior idem. a 4 do mez 761,7
— média do mez 758,9, reduzidas á temperatura de
61^ F.
Vanlos dominante» , contados em meios d ias — X,1S
— NO,23 _ 0,4 — SO.a — NE,3 — E.2 — B,4 —
V,5 — Dias claros 19 — Claros e nuvens 6, — Cobcr-^
tos , e clarões , 3 — Cobertos , 3 — Ventosos ,11 —
De calores intensos, 14. — Não caiu chuva em todo
o mez.
Quadras dominantes (oram seis: ai." de 5 dias com
as madrugadas frescas , e quentes as horas meridia-
nas , céu claro , ventos variáveis , c algumas vezes
rijos do N. a NO : a 2." de 4 dias de calores violen-»
tos , que se prolongaram pelas noites , com ventos de
E, e NE, céu claro, e ar muito secco: a 3.* de ou-
tros 4 dias , com as madrugadas c noites frescas , e
moderados calores no [decurso do dia , athmosphera
variável com o horisonte vapor )So, e ventos fracos do-
N. a NO : a 4.' de 5 dias fres:os, céu claro, ar sec-
co, e ventos rijos do N.aNO: a 5.* de 6 dias egual-
mente frescos , céu coberto de manhã , e claro do
tarde , ar secco , e ventos brandos do N. a NO : a
G."" e ultima de 9 dias frescos nas madrugadas e noi-
tes , e calmosos nas horas meridianas , ar menos sec-
co do que nas antecedentes; céu quasi sempre claro^
e ventos bonançosos variáveis , do que se coUige que
a temperatura média do mez foi assas regular, e por
consequência quente , totalmente secco, c ventoso.
Pkewmenos notáveis. — No 1," do mez soffreu a Ci-
dade de Moscmc um terrível furacão seguido de tro-
vões e saraiva , o qual fez voar os telhado» de 70 ca-
sas e partiu 70 mil vidros , fazendo grandes estragos
dos campos e arvoredos. — A 10 outra grande trovoa-
da , acompanhada de fortíssima chuva de pedra, des-
truiu, as colheitas do território de Tarare , perto de
Lyão. — A 13 entre as 9 e 10 horas da noite uma nu-
vem de mariposas , impellida por um furacão que so-
prava com violência , invadiu repentinamente algu-
mas ruas de Paris , entrando milhares d*estes insec-
tos nos edifícios : durou esta chuva singular mais do
uma hora. — O Vesúvio, que ha muito estava amorte-
cido, tem dado sígnaes de uma próxima erupção: a
cratera tem expulsado densas columnas de fumo e fo-
go; e a 18 do mez, durante a noite, ouviram-se for-
tes trovões no interior da montanha.
NecroTogia de Lisboa e Belém. — N'este mez de-,
agosto foram sepultados nos trcs cemitérios 64G cada-
vares ,. sendo 3(i8 do sexo masculino , e 278. do femi-
nino; maiores 387, e menores 259. — Excedeu por
conseguinte á mortalidade do mez «intccedente em-
mais 96 óbitos , e á de juniio em 170 ; confirmando
as minhas antecedentes observações ,. deduzidas de 5.
armos ,. as quaes qualificam o mez de agosto como o>
mais fiíital á vida dòs habitantes d 'esta cidade..
M. i£. FnmxitiL
8TATXSTZCA nSDZCA.
2189 Achamos nos S(ânaiiaes de Fonta Delgada ,.
Dha de S. Miguel , bem delineadas c minuciosas
statisticas dos doentes traciados no hospital da mise-»
rícordia d^aquella cidade , durante o primeiro tri-^
mestre do corrente anno , publicados pelo meriLissí-:
mo Sr. Doctor Joio Anselmo da Cruz Pimentel Choque^
medico pela nossa Universidade, delegado do conselho*
de saúde pnblica* do roino , lente de mathematica ,.
etc.Por eUas vemos. que a entrada de doentes norejsrn
84-
REVISTA UNIVERSAL LISBONENSE*
feridos ires morrs foi dú 661 ; 'a saída de 'iiS;
a existência 16897. Por mez foi a entrada raódia 320 ;
a r/Ulcnciti a632. — Por dia íbi a cxrstcncla maxiraa
217; media 187; rainima lôS.
J)'aqui DOS parece podemos inferir qiic o hospital
de Ponla Delgada , por sen tráfego . c sem duvida
por seus rccarsos e meios , o talvez boa administra-
ção, deve ser considerado como o S.** depois dos hos-
pitacs superiores de Lisboa o Porto.
Sentimos que em razão das curtas dimensões does-
ta folha , nos não seja possível apresentar aos nossos
leitores as referidas stnlisticas , que muito particular-
mente se rccommendam pela sua miudeza em relação
a cada uma das enfermarias . profissões , eda-
dcs, naturalidades , etc. , bem como por uma especi^
içada relação das moléstias de que foram tractados ,
•onsideradas com respeito ao sexo', e aos resultados
que se obtiveram.
Sobre o trabalho do nosso digno patrício o Sr.
Doctor Choque , e outros de similbante natureza , de
que tanto carecemos , não podemos deixar de reunir
nossos votos aos da Sociedade das Sciencias Medicas
de Lisboa , que no seu iornal do mez de abril pas-
sado , SC exprime assim.
<( Publicamos a presente statistica , annunciada pe-
<rIo nosso sócio» o Sr. Cíwque , medico em a ilha de
«S. Miguel, convencidos da iffande necessidade, que
«temos de trabalhos d'esta natureza , e desejosos de
«que elles se vão reunindo o publicando. O trabalho
« do Sr. Choque , imitado , c seguido pelos outros fa-
«cuUativos, poderá vir a ser muito útil; oxalá que
« este seu exemplo se vá seguindo ; ir-se-hão assim
«junclando roatoriacs que deverão formar ^ alicerce
«de algum grande ediiicio. Rogámos por esta occa-
«sião ao Sr. Choque , attcndendo ao seu muito m^re-
« cimento e ao zelo que manifesta pelos progressos da
« sciencía , e da nossa sociedade , nos commnnique «
« quando para isso tenha occasião , uma noticia dos
<rhospitaes, que houve na Ilha , maneira porque elles
«se acham, seu rcgimon , direcção, etc. , ctc. a
âl9Q No principio da semana passada um boticário
por appellido , Paiva , regedor de parochia , mora-
dor em S. Vicente-d©-Fóra precipitou-se no temeroso
e profundo poço da quinta de Siia Eminência.
Houve a maior difficoldade em o extrair para o dar
á terra. Nas algibeiras se lhe acharam oito cruzack)s
noTos e o relógio.
Nio se attribue a cansa alguma notável a sna fo»
nesta resolução. Havia tempos que andava LraJialfaadk)
de uma mclancholia misantrópica.
FIAR JPdir^O BM AHMAS HS JP#CWw •
2191 A 17 do passado i saiu de Coimbra para a
caça um estodanle 4e 4ogiea , por nome Joaqvim Ma-
no', pelo Mondego abaixo. Ao dosem baccar , pegow-
lhe o gatilho no que quer que fosse , dÍ5paFOtt^e*4ke
a arma por baixo do queixo : caiu redondamente sem*
yida. — No mesmo dia. e porto da mesma cidade ou*
tro caçador , estando' arrimado com o soevaco esquerdo
fl«bre a booca da aisi^, esta se.de9iechoii.4ie lha .U«
vou o braço. — A 10 do itacsmo éítí Cumtijiáé , ês*
pingarda de butro caçador estira morto mn rapaxía!»i
de septe annos , o qu(> se não pôde attribuir ; ftonid
a erro de tiro. '
FOa-ntKA SAIiOZA.
2192 Um saloio, fazendeiro d'estes que passam lí
manhã correndo as ruas da cidade , a apregoar ajr
hortaliçes, que o sen quadrúpede companheiro pacién-^
temente lhes carreta , deixára-se tentar domingo àíli*
mo, por uma d'ossas sereias de véstea, quo a poHpia
deixa andar convidando e desafiando o povo para 0$
tentadores cinco coutos de réis da roda qw firmei^
a andar ; — e compi'ou-lhe um bilhete por novo cru-
zados novos. Tornado o Lisboa na terça-feira , dia sc-í
gundo da extracção da loteria , ouve apregoar a sakla
do premio grande. Consulta o uumero. K o seu.
Não procuraremos descrever o alvoroço do boia hos-
mcm. Foi ura spe'ct|Kíulo para todo o povoléu da pra-
ça da Figueira, onde se «itão achava. Começou por
atirar com o chapéu ao ar , com vivas , coisio quem
festeja a chegada de uma coastituição nova , quapro-
mette edades de oiro e o cumprimouto dos livros da
sibyb.
Motteu 09 braços á carga das cebolas c nabos o
atirou tudo a quam o quiz apanbar. — Um rapaz,
aproveitando aqueUe primeiro momento em qne a on-^
riquecido se não lembrava ainda de ser ratsqatttho,
pediu-lhc o burro; o saloio siflailbante ao Nemoriâo
de FJorian : —
Si , passant prè« de sa cbaumíàro #
Lc pauvre » en voyanl ^on troupeau ,
Ose demandar un a|mean ,
El qn*n oblienne encor la m^ra;
Oh ! c*est bien loi : rendez-le moi ;
J'ai son amour, iJ «a ma /oi*
Deu-lhe o burro e mais as cangalhas-, a dar*)ha4>ia
até um beijo se lh'o elle pedisse.
Correu ao primeiro rebatedor a roalisar o se<i sqh
nbo doirado. £mqaanto lhe oontavaii o dinheiro »
mais de uma vet se benzeu e oxolamott: — {nuiiea
pensei , que houvesse tanta moeda n*<este Tâvúdol
Voltando para a terra maiS' carragado , d\> <(U« d#
lá saíra , di»-se quo , por entre os alegres projeetoa ,
que ia' fazendo de comprar tudo quanta ôonhecia , A.
de se cazar a Onal com alguma fidalga pobre « íújm
muito bonita , algumas vezes também so lembrara df
qae a vida alVortunada^ qoe diante )èt llie ubrla*, iar
porventura trázer->lhe vaia cuidados a maiS' vordaáeiflr
ro trabalho que o sen tracto da^ cebolas* Ao saU pi^ior
disse cUé, aoi)re isto uam grande sentença, em forma
de derivação ou calembemrg-i como lhe chamam os.
bem fdtUífàet , senUta^a ; qtie bUflí nòr deita supfSSie
que a rèqAesa podofrá até «arcar ispikU» és» quéita nun-
ca o tivesse, e foi ' esta ;<«-ifUe ttttX^ burra , que não
sjíe de cazá , dá muito mais labofiação a ieu áúaò ».
qae un» b«rre , com qve st oorrc^as ruas da eidade^
No artigo âA&7^*^€eninieiiaoraiçQe€i — na fim da epi-«'
REVISTA UNIVIMSAL vfcISBÔNElVSEw
85
ABV£RTfiNCIA«.
Á dtstribuiçSo começa boje, quínta-feira , As 8 Iraras da
nanha. Aos Srs. , que , o miiif tardar , quatro hora;» dcp^/s
nSo tenham recchido , ro^a-sc o obsequio de o particijmrom uo
CBcriptorio da Ubvista UNtTrRSJLL Ltkbonexsb , rua dos Fan-
queiros n.® 88 , para se providenciar.
Pede-se aos Abbtgivántbs das ProTÍBcias, e mesmo de Lis-
boa, que ainda i^o tiverem satisfeito o pa?amnntu da primei-
ra série do lU %'olume, o façam com brevidade.
A Actual Empreza somente se promptifica a entregar, grátis,
aos AsnmyKyrtA aiguns números , de qiie accuzem fiflta , isto
é, desde o 1.** numero do Ifl volirme, pois que os números
do I e II volumes , pertencendo a outros empresários , somen-
te os pode entregar , pelo preço da venda avulso , 80 réis ca la
um. As requesiçdes dos números do III volume devcrSo ser fei-
tas , o mais tardar , até 30 dias depois da publicação do nu-
mero requisitado ; excepto porém das Jlfiat e Bruzily ou d'on-
de a requesiçSo se nSo possa fazer n'esie praaio.
A administração privine aos \ssiGNA:fTfi» tUs Tlhta e Bra^
zll, quH sendo-ihe de muito incómmodo, e até de perda o fa-
ser a remessa dos números da Revista todas as vezes ques/iiaiu
uavios pura esses portos, d'ora em diante somente os remctte-
rá no fim de cada serie de 15í números , indo as series broxa-
das. Se alguns dos mesmos Asstgnahteb quizcrem com mais
brevidade receber os números, deverilo, ou iudicar i>es$oa aqui
um Lisbiia aonde se lhe possam entregar , lo^p que vao saindo,
ou proniplificar-sc a receber pelo correio , que é o meio mais
promplo : do modo que escolherem devem avisar.
Já se acham ú venda na escriptorio da administraçlio os vo-
lumes do 1 .** e £." anuo da Rcvitttt i/uwersal Lisòtmentê, sen-
do o preço de cada volume em papel £400 , em broxura S440,
meia eucadcrnaçdo i2500 , encadernac;ão inteira S700.
Tambcm se v3o remetler alguns dos dictos volumes para os
•ilios aonde ha correspondentes.
Declara^so, que nas vendas feitas nas Ilhai e Brazil deve
haver aiigmeuto de proço , pois o que fica tachado se intende
€11 moeda íorle de Portugal.
>
CONfllClMBNTOS UTBIS.
J>A THEOnXA OO IMPOSTO.
11193 A tbeoria do imposto tem de satisfazer a trcs
distinctos objectos , a saber : a derrama, a cobrança ,
« o emprego das contribuições^
Na derrama coiisideram-se as pessoas e os objectos
sobre que deve recair o imposto ; e a quantidade ,
tanto absoluta , cemo relativa do mesmo imposto.
]Va cobrança attende-se aos prazos em que elbi se
deve realisar , c ás pessoas que teem de ser incumbi^
das de eíTectual-a , de vcrifícal-a c de fiscalisal-a.
Quanto ao emprego, examina-se quaes sejam os
objectos a que as contribuições são destinadas ; quaes
«a pessoas que d'esse emprego tiram proveito; quaes
as que cstae encarregadas de emprcgal-as.
O legislador, que tem de votar o imposto, deve co-
meçar por determinar os objectos a que elle tem de
ser applicado, e, por esse mesmo acto, calcular a quan-
tidade absoluta a que o imposto deve montar e como
•e deve distribuir pelos differentes objectos.
Os objectos são do primeira necessidade , de c6m^
modo ou de luxo. Os de primeira necessidade dizem
respeito á subsistência , á saúde , á tranquilidade in-
terna e á defeza externa dos povos.
Todas as mais são. de cómmodo ou de luxo, e a sua
«lassiílcação pertence á economia politica.
O que o legislador deve ter. om vista quando «siim
M|UBRO — 12 — 1843.
distingue estas três sortes de objectos, a que tem dei
empregar o producto dos impostos , não é dar prefc^
rencía aos de primeira necessidade , e só depois de
satisfeitos estes , aceudir aos de cómmodo ê por fim
aos de luxo: como ordinariamente se ensina. Os indi-
víduos podem abster-se de despender no que , attenta
a sua situaeão social , for luxo para elles ou do quft-
fór de mero cómmodo; se os seus meios só lhes' per-
mittem prover ás suas primeiras necessidades ; por-
que lhes é licito dispensar aquelles objectos. Não
«ncontece assim ao estado; para clle todos esses obje-
ctos são indispensáveis : e se lhe cumpre dístingníl-o»
como ha pouco dissemos , é para proporcionar as
quantias que tem de distribuir por elles três, seguin-
do a ordem que havemos indieado-r tanto para atte»*
der ao presente , como para melhorar o futuro. Em
todos aqnelles Ires sentidos convém que a sociedade
vá em progrfísso ; mas é preciso que as despezas, des-
tinadas ao desinvolviraento das artes do luxo, sejam
proporcionalmente menores quò ai» empregadas em pro-
mover 08 objectos de cómmodo; reservando maior
quinhão para os diversos empregos que acima indicá-
mos debaixo da rubrica de primeira necessidade. Ta es
sao as considerações relativas a cada um dos três ra-
mos dedcspeza, entre os quaes se tem de repartir a
totalidade do imposto. Segue-se determinar essa tota-
lidade; ou, para melhor dizer, por abi é que devo
começar o legisrador.
Charaa-se imposto a total quantia com que o coih
tribuínte entra nos cofres do estado , sem que este lb'a
haja de reemboloar , nem satisfazer os corresponden-
tes juros , como se fosse empréstimo. È evidente que
o cidadão não pódc as^im desappropriar-se , senão de
uma parte do producto liquido do seu tráfico, não de-
vendo nunca encetar o seu capital.
A sefgnnda consequência é que as quotas de contri-
buirão devem deferir entre si , como os lucros; pois
que é doestes unicamente que cada cidadão teni de
contribuir com a sua quota.
Seguc-se, em terceiro logar , que o máximo do im-
posto nunca deve exceder o mínimo da totalidade dos
lucros : não podendo nós approvar a doctrina dos eco-
nomistas que sustentam poder o imposto elevar-se at)^
ao médio dos lucros calculado por um certo numero
de annos. A razão é pèrqnc devendo forçosamente ha-
ver erros nos dois systeraas ; são muito maiores os in-
convenientes de se errar a fòvor do Thesôíro , tomais
do-sc por medida o médio dos lucros de industrias fa-
bril e agrícola , do que de se errar *a favor dos con-
tribuintes , isto 6 , da industria , tomando-se por me*'
dtdft o mínimo dos lucros.
^Masquem são as pessoas cujos lucros devem con-
tribuir'para as despezas dolliesoirot Evidentemente,
todas as que tiram proveito d' essas despezas. Isto diz
a boa razão ; mas não c assim que o tem intendido os
legisladores. Todos elles sabiam .que das despezas fei-
tas em qualquer anuo tiram proveito , não só os ho-
mens que vivem n^esse anno ; mas também os que vi-
verem nos seguintes «tnnos , emquanto durarem os ob-
jectos, creados pelo empréstimo dos dinheiros entrados
no Thcsoiro durante o anno, de que se trácia. A con-
sequência d'csla reflexão devia ser : que para as des-
pezas de cada anno deverá contribuir a geração exis-
tente n^csse anno, e as que a ella se seguirem difran^
te iim-certo numero de annos que o legislador deter*
% VOL, lU, SBaiB I.
86
REVISTA UNIVERSAL LISBONENSE.
minasse por um calculo provável , como por exemplo, ^
dez annos.
Sc os legisladores, assim tivessem discorrido, teriam
distinguido a total quantia que devo eiUrar cada an-
DO noTliesoiro, em dois artigos: um que chamaremos
imposto , e outro empréstimo ; servindo assim o impos-
to para amorlisar , como annuidade , o empréstimo ,
ao cabo de dez annos.
Por este methoda o imposto no primeÍ4P0 anno seria
a decima parte do que elle é nos syslemas actuaes ;
no segundo anno seria egual a dois décimos ;.e assim
por diante , mas emquanto não chegasse a egualar a
total quantia que os contribuintes actualmente pagam
cada anno; essas differenças eram quantias de que
o contribuinte poderia dispor em beneficio do seu tra-
fico,
Admittida esta hypotbeso, pergunta-se^ como se de-
veria fazer a derrama e a cobrança da contribuição?
Eis-aqui o como responderíamos a esta pergunta.
SupponhanK>s um paiz cujo mínimo rendimento li-
quido" dos predioa rústicos e urbanos , de que suppo-
remòs também haver um registro , deduzido aquelle
médio d^um certo numero do annos» seja de de»e mil
contos. O* estes se lhes debitariam no Thcsoiía mil e
duzentos contos como imposto não reembolsável ; e os
nove dceimos restantes como capital enfestado ao
Estado» venrendo juros de ires por cento.
Se considerarmos agora a totalidade dos proprietá-
rios dos prédios rústicos ou urbanos como formando um
Banco Nacional ; podemos suppór que a cada um dos
seus membros será licito pedir emprestado ao cofre
do Banco as qlMl^tias do que precisar , aló á concor-
rência de amelade do valor do seu prédio, ficando es-
te por esse simples faclo hypothecada pela divida e
juros de cinco por cento ^ (*)
É poi& no Banco Nacional que se debitaria cada
proprietário pela sua quoU de contribuição ; tendo o
Thesoíro de inlender-se unicamente com a direcção
do Banco ; e este com os contribuintes seus accio-
nistas.
O Thesoiro faria «eos pagamentos- em cheques sebrc
a Banco e este em cédulas sobre osproprietarios,. cu-
jíTs propriedades serviriam de bypotheca áqucUas cé-
dulas.
Por uma lei do esUdo as cédulas assim: garantidas
pelos prédios rusticc» e urbanos correriam como moe-
da ao mesmo tempo que a moeda de prata bem com<^
a de oiro t aleria segundo fosse o seu preço corrente
no mercado : o cunba gacantiria unicamiente a pesa e
• baque. (**)
(•) o t«lal producto d^etle» joros icria dictríbaido no
fim do anno por todos ob membro» do Banco , cujps predk>»
fpspondem solidariamente pelo total das cédulas que se acham
om circulação, ou que seus donos tiverem depositado no Banco.
Doestas vauíagens poderiam goíar oscapilalislasque possuis-
Kom oiro ou prata, ou cédulas, dcpositando-«s^ con»- accroois-
tas no Banco NacionaL
Este Banco nao é de nossa invenção. O seu prot%po exis-
te na Silesia, ha mal* de 80 annos; e ásua imitação naBraa-
deburço c na Polónia se erigiram depois outros similhaolcs que
subsistem e prosperam. Nós não Saaemos aqui y seniio applicar
4« finanças do Estado o que pozeram em prática , a bem da
a? icultiira , os proprietários dos prédios nistíeos.
( •• > Ha muito que os mais distinctos economistas clmnam por
•sla reforma. As olijecçSes, que se lhe tem opposto^e qiie sfto
purattietite especiosas , perdem Ioda essa força, mesmo apparca-
N*outro artigo compararemos este systema com os
que actualmente regem : e esperamos poder demons-
trar nâo ser elle subjeito aos graves inconvenientes
qt»e todos reconhecem n ' estes : ao mesmo tempo qnc
oífercce vantagens qfte nos systemas ordinários da fa-
zenda se não poderiam veriflcar.
Silvestre Pinkeiro Ferreira»
f (Contitwar^e-íia . J
DA axTOXiUçlo, RZFoaiaAf
OSVBaAÇAO.
s as-
2194 Nem sempre as coisas , e as ciprcssocs , de
que mais frequentemente se usa» são as mais bem in-
tendidas. O descuido, a negligencia ^ o habito de fat-
iar e escrever sem maior reflexão , induzem facilmen-
te a confusão das idéas, e a inexactidão dos vocábu-
los , e isto não só no uso vulgar , mas o que ainda &
pcior , no estudo das sciencias » e no exercício da pu^
blica administração , emquanto não se adopta um sys-^
tema » e se fixa a correspondente nomeneiahira , ele-
mento essencial de qualquer sciencia. Eis o que acon-
tece entre nós com o uso das palavras rrvduçno , tv-
forma ^ regeneração , inêtrucçãe , educação , systema , e
outras.
Emquanto porõm nao se adopta um conveniente sys-
tema de educação e instrtfcçã&naeienal, cumpre recti-
ficar as expressões , e fixar as id6as em assumptos
de tamanha importância , e chamar a attcnção tanto
dos homens doctos como dos cidadãos avisados e de
boa fé , sobre a urgente necessidade de se adoptar
um systema verdadeiro de reforma politica , que com
as garantias de segurança publica , e de estabilidade*
para o Ihrono, e de um systema de governo verdadei-
ramente constitucional , oITerera ao mesmo tempo á
geração presente e ás Alturas, meios suífícientes e efii-
cazes de esclarecer o intendimenlo e de formar o co-
ração da mocfdade , único ipeio de se conseguir a re-
generação nacional, e o grau de ventura, a que éper-
mittido aspirar assim para o individuo como para. a
sociedade.
A mud^ça na forma át governa e nas instituições
políticas de um paiz proclamada peTa minoria , e le-
gitimada eicprcssa ou tacitamente pelo consentimento
da maioria da nação , recebe a nome de revolução po^
titica.
Uma tentativa de mudança polílfca não sendo bem.
fograda » c consentida , ou legitimada pela maioria.
te , pela «rcíiçao díis cédulas do Banco Nacional. Quanto a es--
tas , o seu valor é mais solido do que o- dos- bilftetes do The-i^
soiro cuja garanti» única é o credito do ^verno^ e mesmo do'
que o das notas dot Bancos- actvaes cnjo credito assenta na faU
sa. supposiçào de que nos cofres do Banco existe capital , que
responda por todo o seu. computo.. Nao é assim nas cédulas do^
Banco Nacional ; porque a esses «cfve d*hypQlheca a tolalida-
dc dos prédios rústicos e urbanos.
Tombem se nSo pode opp&r qnc sobre efles p(»?nra muitas re-
ses hypothccas ;. porque todos elles seríto rprlslrados no Banco-
Nacional', creditando-se pekos seus valores os mutiiaotes e de*
bilando-8« oa muluatarÍM : maa »8so eniada iofliie sobre ocre»
dito das cédulas petas quaes respondem os prédios ,. pertençam
eITes aos primeh-os ou ai:«s segundos. Do mcsn .. modo todas as divi-
das confessadas ou julgadas seriam debitadas aos proprietários,
devedores le creditadas a sen? credores : o que daria a este»
grrande segurança ^ sem prejudicar ao eredlt» dás cedula«, e^
qual BBda importe quem scjt • dono dos predi9f.
REVISTA UNIVERSAL LISBONENSE.
87
da nação , chama-sc revolta , rehelHõv , inturreiçuo , e
considéra-sc juistamentc coroo um crime atroz.
Aos auclorcs de uma tentativa de mudança politi^
«:a sendo bem loj?rada , dá-se vulgarmente o nome de
hfréâs t e de regeneradores* O amor próprio doestes, e
o fanatismo ou cnthusíasmo momentâneo de alguns gru-
pos de povo , dão ás vezes a esta mudança o nome de
regeneração.
Cumpre porém desde logo corrigir esta inexactidão,
por quanto a palavra- regeneração que , no sentido na-
4ural quor dizer seffundo naêcmento , no sentido me-
ta phorico ou figurado significa a conversão dos homens
velhos em homem novojs e melhores , o que só pôde ser
(humanamente fallando) o eíTcito de boas leis , insti-
tuições , educação , e reforma de costumes. Ora já se
vé que os homens ainda não se regeneraram » nem se
podiam regenerar , cmquanto não se reformassem as
leis e a educação, e se creassem as instituições con-
venientes a esse fim. Portanto a qualificação de re-
generadores e de regeneração foi prematura e illusoria,
pois os homens pela maioc^iarle estão como estavam,
se c que .não estão peiores; nem era de esperar opro-
<ligío da regeneração antes de tempo, e de se empro-
arem os meios adequados a esse fim.
Examinemos agora como o facto da revolução poli-
tica, aliás deficiente na origem, pôde tornar-se comple-
toie proveitoso no seu progresso, e resultado.
Quando as leis , e o governo de um povo não, satis-
fazem as necessidades sociaes , ou não estão em har-
monia com o estado de civilisaoão d*es5c povo , é for-
çosa a mudança das instituições politicas e da legis-
lação. Essa mudança , sendo bem dirigida ha-dc con-
íormar-se ornais possível com o ullimo estado da scien-
<ía do organisação social , ou verdadeira phibsophia
do século.
Dois são os meios de efTecluar-se aquella mudança
politica, a saber: pelo facto do povo que a proclama ;
ou por medida e providcruia regular do governo. No
primeiro caso chama-sc revolução , e no segundo rc-
foijna politica.
Sc o governo ou auctoridade que representa a maio-
ria , t)u vontade geral da nação quer tomar a iniciati-
va da reforma politica deve adoptar um plano systc-
roaíico de código pqliiico c civií, precedido das mcdi-
;das preparatórias c das indispensáveis para o inter-
valo provisório da transição , sendo iudo isso confor-
me ao ultimo estado da sciencia de organisação so-
cial , e á natureza do governo adoptado , ou procla-
mado.— Assim , proccdendo-sc com o necessário eo-
nhccimento do cansa , unidade de plano e systema ,
e conveniência de mclhodo no debate e votação , pôde
e»perar-sc uma reforma politica verdadeira , c tão ra-
dical « completa quanto 6 hunumamentc possível.
Se a legislação fundamental e orgânica do paiz não
determina o modo positivo de se exercer o inauferi-
vel c sagrado direito de petição , e reclamação e de
se proceder « refoíma da legi$laçào, c não ofTcrece ao
mesmo tempo uma indispensável e suílicientc. (/oran^in
contra o abuso , ommissão , ou obstinação do poder
oíD deixar do proceder á reforma ou revisão das leis
pelo modo determinado nas leis orgânicas, n'essc caso
a jDccessidade que , constitue força maior, auctorisa e
jufltifica o facto da revolução^ na esperança de ser ra-
tificado expressa ou tacitamente pelo .subsequente con-
ficntimcnlo nacional. -^£stc facto na sua origem é pe-"
rigoso , e pôde ser causa de graves damnos , roas es-
tes damiios sâo em grande parte imputáveis á ímpe^
ricia do legislador , que não os soube privinir , re-
gulando, como cumpria, o exercício do direito de
petição ou reclamação; o modo de se proceder á re*
visão dos leis e de occorrer ao abuso e obstinação do
governo , ou auctoridade , que represeuta o paiz ,
quando esta não soube , ou não quiz tomar a íniciati-*
va na reforma politica, a fim de privinir aqucllesmui
sabidos e prováveis damnos provenientes do facto da
revolução.
Ê evidente a vantagem que, tem a reforma politica
dirigida regular e systcmatica mente cm conformidade
da lei fundamental e orgânica sobre o meio da revo^
lução politica.
Esta na sua origem não é mais do que um facto ou
procedimento extraordinário , e sempre perigoso — é
uma medida executada , e mesmo concebida , com
precipitação entre o temor c a esperança , onde qua-
si sempre falta plano e nexo de systema, e a tranqui-
lidade e segurança necessária para reflectir, e pon-
derar.
A revolução para ser legitima precisa da subsequen-
te approvação expressa ou tacita da maioria ; e para
ser acertada necessita de $er dirigida no seu progres-
so por um plano e systema tal, comoaquelle que o go-
verno deveria ter adoptado» se tivesse tomado a inicia-
tiva na reforma política%
Em qualquer das hypotiieses , isto 6 , quer soja o
governo « quer seja o povo que tome a iniciativa da
mudança politica , para se conseguir a nltlidadc, que
se pertcnde , 6 mister que se adopte um systema de
medidas ligadas e counexas entre si, c cohcrentcs
com a natureza e condições cssenciaes do governo
proclamada pela maioria da nação,
Emquanto assim não for, o governo do paiz conti-
nuará a ser revolucionário ou provisório , isto c , ar-
bitrário , e insubsistente , mesmo involuntariamente ,
e sem poder deixar de o 6er> porque a reforma só
pôde ser verdadeira c permanenle quando um systema
de leis fundamentaes e orgânicas fixar as attribuirões,
e regular, como convém á natureza do cada umd'el-
les , todos os poderes políticos do estado ; crenr as
instituições, que sô podem garantir os direitos dos ci-
dadãos; preparar a prosperidade publica, e a verda-
deira regeneração nacional.
Sendo pois evidente e demonstrado que nôs os por-
tugueses, por falta de um conveniente systema «de leis
fundamentaes , orgânicas da carta constitucional labo-
ramos em estado de desorganisação , e sem as garan-
tias necessárias á consolidação do thronò e do gover-
no constitucional ; e que a opinião publica se acha
desvairada , incerta , c cuidosa sobro a sorte futura
do paiz ; cumpro que todos os homens sensatos , o
bons cidadãos , e principalmente os intendidos e cons-
cienciosos , façam uma prudente reflexão sobre á ne-
cessidade de um prompto, e seguro remédio para sal-
var o throuu e governo constitucional do eminente pe-
rigo , que o ameaça :. remédio que não pôde ser outro
senão uma reforma politica em conformidade de um
systema de leis orgânicas da Carta Constitucional, ado-
ptado poios rcprcsentantos da nação com a sabedoria
e inteireza que convém ao seu dever e dignidade , a
aos direitos a interesses da nação por elle;i reprcscn^
tada.
8\
88
REVISTA UNIVERSAL LISBONENSE.
Uma deliberação, tomada com a attcD.ção devida a
tão momentoso objecto , o cm tão criticas circiimstan-
£ias f attrairá de certo as bênçãos dos presentes c dos
víndoiros. O contrario procedimento (que não c de
esperar) attrairia sobre a geração actual uma calami-
dadc espantosa , assim como a execração da posteri-
dade sobre os nomes dos representantes da nação ,
que a abandonaram na bora do perigo , e não a sou-
beram representar conscienciosa , e dignamente.
Filipe Ferreira de ArauJQ e Castro»
MONTABOS.
«196 No miniero 7 da Rerisla Universal Lisbonerue j de"
pois do meu artigo gobrc a companhia dus montados, e cm se-
guida, com o titulo de — Adverlcncia da Rcdacçíto — vfjo uin
artigo, do que somente posso concluir, que alguém maDifestitra
a y. idént, cm opposiçRo ao projecto da dieta companhia, e
que foi essa a razilo por que Y. se viu na nccessidaide de fa-
■er nquella advertência.
Alli diz y. c muito a propósito, que, depois das justas
em dia claro , e aos olhos de todos , o |)ublico dará a palma
a quem tocar.
Sendo estes pois , os termos cavalheiros de se fazer oppcsi-
çfio , a quaesquer iddas que se aprezentem por esta maneira ,
por isso, rogo a y. o obsequio, de publicar no seu próximo
numero , esta minha carta ; peJa qual , cu Cv nvido essas
pessoas , que nutrem idéas opj>o8tas ao dicto prujeclo ; para
que, saindo de truz da trincheira, lhe façam guerra de cava-
lheiro, clara e em cimpo aberto; publicando na Revista es
teus artigos em opposiçSo ; que eu prometo de nito ííillar no
logar e sítio onde f<jr chamado ; e ahi , com as arma? Ienes
4a. rasSo espero {to me mio engano) ccnvencer o campo inimi-
go , de que o estandarte da verdade , se desenrola triumphante
no noss* campo.
Entuo lhes sora evidente, que o jirojeclo , nSo s<5 , nilo é dis-
putndissimo , mas nem se quer, ainda até agora foi disputado ;
pois que a sua alta conveniência , é a todos evidentíssima, me-
nos áquclles que sÁmenlc se nutrem de vans theorías.
Ser-Ihes-ba também evidente, que ao mesmo tempo, que é
«erto , que a sua consequência , é o enriquecimento futuro do
Javrador (como oa dita advertência se confessa; c cuja c.mfis-
a&o cu acrito) , comtudo , para isto nada mais é preciso do
que continuar a carne de porco a vender>se, para coIt^umo, por
miúdo , pelo mesmo preço que até agora se tem vendido ; pois
qne, para o lavrador ser rico, de nada mais necesvita, do que ga-
nhar aquillo mesmo que faz o ganho do negociante que lhe com-
pra o género , para o vender ao povo nos grandes mercados ,
onde sempre tem mui lo maior valor do que nos pequenos ; sen-
do este o único fím d*esta companhia; c.-uso este, que se dú
para todos os outros géneros da nossa agricultura; c por con-
êequencia , que n3o resultando d'aqui augmenio de preço para
o consumidor , comtudo o preço muito angmcnta a favor do
-lavrador.
Evidentíssimo Ib«$ aerá também, qne ainda quando haja, qual-
.^uer elevação de preço; nunca é de recear que ella possa ser
sensível, em género d 'esta natureza, porque quando elles so-
bem a este punto, a perda éinfallivel para os vendedores, por-
que o consumidor remediando-se com outros géneros que su-
pram aquelles , deixa de comprar o género subido ; o que se-
ria terrível para uma companhia n^este sentido ; e é irerdade
evangélica, que ella, nao se formando para se perder,
. por isso mesmo hade sempre conservar preços de .tal modo re-
gulares ; que l)em possa vender o género de que está incumbi-
da : e portanto es^e infundado temor desapparcce.
ycrilo lambem; que os pequenos lavradores, gozando absolu-
'tomentc das mesmas vantagens, qne s3o dadas aos maiores d>l-
les, decerto n&o leera que temer, exccpçfto nenhuma odiosa que
«s prejudique ; e se bem se tivesse reparado Jio projecto, se te-
Tia concluído esta verdade.
Egualmcntc verão, qud a infliiencai que a companhia deve ter
no commercio' d'exportaçilo de carnes de porco, deve ser de
alta vantagem para o paiz ; porque n3o consentirá (por seu
proprÍQ interesse) que este género d*ezportaçao possa soffrer
^iseifOito , M tua qualiiUde, d9 que sempre resultam (unestisi
Simas consequências ; porque nSo consentiria de certo, que se-
fizesse , o que ha 4 ou 5 annos se fez cm certa vi lia, (manan-
cial das carnes ensacadas) onde (porque ellas,no Brazil tinham da-
do grande preço) se adulteraram noanno seguinte, Jnnctattdo-se
lhes carnes de outras qualidades , a flm de as augmentar ; de
que sendo alli conhecido ; resultou grave prejuízo para Pertu»
gal , n'c8ta qualidade de commercio ; porque no anno seguinte
sú algumas alli foram rçcebidafi , e com grande diíTiculdade.
O Brazil , c o nosso único mercado , em grande (estrangei-
ro) neste género , a sua perda seria altamente sensível , e por-
tanto conhecendo o erro , que se praticou , foi ImmedíalamenT
te reparado , o ellas tornaram ao seu antigo estado ; nas a de»-
conOança do comprador do ultramar, ainda de todo se não ex-
tinguiu.
A companhia é um corpo forte em mfics , e por isso , por
seu interesse principal , procurará novos mercados , por este
mundo; onde mais, e melhor venda; pódc desafogadamente ar*
riscar alguns contos de réis, sem lhe fazer imprera-lo a sua per-
da ; ao mt^mo tempo que os exportadores que até agora lemos
tido ; pouco forles em dinheiro , se não podem arriscar . sera
temerem uma perda que os preccpile; e bastaria só esta razão
para que a ídéa de uma tal com[ianhía, mereça a approvat^ào,
de lodo o homem sensato ; e que nào vivendo de víls theorías,
maA só de faclos , que o salvem a si, e ao paiz, só dezeja ver-
dades , e não sofismas.
A companhia nada mais precisa para o dividendo immcnsa
das suas acçõts , ainda tiradas as despvzas, e alén dus Ires por
cento marcados no projecto, do que o prM(]uclo importantii^si-
mo das entranhas , e mais porçOes do porco , de que o lavra-
dor nunca rf ccbru preço algum, e que sempre entregou de graça :
por cento e cincocnta mil anda o numero do porcos qve pode
entrar á disposição da companhia, e ainda quando tanto cm
Lisboa como nas outras cidades, e vi lias, osles objectos, nada
mais valessem , por termo médio , do cpie seis centos réis por
cabeça , produziriam a grande somma de noventa contos de
réis , para fazer o dividendo (tiradas as dcspezas) a duzentos
contes de fundo.
Ora este fundo deve, senão natolalidnde, ao menos namairr
parle pertencer aos lavradores , e consequentemente lá reverte
taml>em para elles este ganho imm''nso : e tome-se em toda a
altcnçSo ; sem que isto em nada prejudique ao povo , ao mes-
mo tempo que o lavrador de tal forma foi protegido, que a
entrada do preço das suas acções , não só lhe é recebida sna-
vissimamente em dinheiro , ccmo outrcsim o é em género , co-
mo meio mais fácil , de elie poder enlrar na companhia como
accionista. O arlígo 0.® do pnjecto, egualmente lá deixa um.
campo aberto , para a todo o tempo , e lavrador encontrar lo-
dos quantos recursos percisar , com a fermaçlo <ie um kianco
rural.
As las e a cortiça, dois géneros imporlantissimos , não esque-
ceram lambem no presente projecto.
Ficarei, Sr. Redactor, hoje por aqui, e ratificando quanto le-
vo dicto no começo d*csta carta , tenho ao mesmo tempo a sa-
tisfação de me assignar com a maior estima.
De V.
Amigo e vcnerador muito obrigado
Lisboa 7 de octubro de 1G43.
JyreM de Sá Nogueira,
GOB»AVHIA V&OTBOTOaA 90 OOl
OIO S AGAIODJ^TURA ]>08 TZVHOS
DA SXT&XMABUaA.
2J96 Tínhamos concluido os differentes artigos pu-
blicados na Revista , acerca da companhia , quando
encontrámos na Restauração de quarta-feira 20 de sep-
tembro , uma carta , assignada por um Proiprietarío
de Vinihos da Beira-Alta contra a companhia. Parece
ella querer indicar ser escripta antes de apparecerem
n!k,Reuista os artigos, que começados em o 1.° nu-
mero do 3." volume »• acabaram em o 6.® numero ;
pois que não se fazendo cargo de responder aos for^
tes argumentos , com que ahi se defendeu a necessi-
dade.da crea^ da companhia, pareceu procurar w^
REYISTíA: lI]fn'lSRSM/ tlSBÍXNElNSE*
89
mctíle no Relatório' do Projecto, c n'csl(5 , combinado
com dados statistieus , ppcros por onde figurou , in-
culcar que a companhia era prejudicial ás outras piH)-
viuc ias.
1 runcatios os períodos de um Relatório , apfescnta-
ét)s uns» e.ommittidos outros , facil é deturpar o sen-
tido a um ponto tal. que pareça haver conlradicçfío aon-
de na realidade a nao ha. Eis o que aconteceu nn hy-
pólbesc actual ; nprescntaram-sc truncados certos pe-
ríodos do Relatório, ommittiram-se milros , que expli-
cam cdesinvolvem oí5princfpioseramíttidosn*aquelÍH,
e assim »e argumentou: felizmente os argumentos que
ahi SC desiiTToIveram, sofismas ingenhosos, são aqucl-
les que mais nos arreigaram a convicrSo' de que a
companhia é necessária , ulil , e vantajosa' á" Extrc-
ícadura , o que não prejudica a alguma das outras
f)rov.incías. Assim como nós nao podemos responder
cabalmente sem ter presente o Reíalorio , e Projecto',
assim também os Leitores de certo lerão maior diffi-
culdade, em bem ajuizar, de quem tem mais razão na
presente questão, sem terem conhecimento do dlctoBc-
iatorto e Projecto; e por isso desejávamos dál-o era
seguida , c logo apóz ellc , a carta da Restauração ,
o a bua analysc , que h»-dc , nós o esperámos , pro-
tlnzir em resultado a convicção da necessidade e uti-
lidade da companhia.
Como porém isso occuparia um grande espaço , c
¥Í9to 6er€m tantils «s jofnaes em que se publicou odir
cto Relatório e Projecto, inclusive o Diarío do Gover-
Ko n^" 74 de 29 do março próximo passado , já por
cós citados ení o Artigo 1058 d'esta folha , c muitos
os exompiares que avniso s'c 'distribuíram , quasi to-
dos os leitores o terão lido , e ainda o terão á mão ,
• cu facil lhe» será consegui!^.' Passaremos desde já a
responder aos s^rgtfmciilós da dieta carta , inseria na
Restauração. •
Diz cila ,1 logo cm sciT principio, que o Relatório
do Projecto está conlradicloi^io^ • e que a companhia
quiz inculcar , que a sua obrigação' pt;lo projecto era
« d« comprar 180 mil pipas de vinho , qliando ella
nunca podia comprar mais que 111:7^8 , c para ii^to
«itou as palavra-s do relatório pagina 6 , linha Í8 ,
aonde, se diz — »ffnando com esse' xllirçito concedido á
«companhia Ike iirtpômos es duras obrigações da to-
« taluladc da cêmpra da colheita de uma prorincia ,
vyue piíde montar n 180 nnl pipas , et o, ctc, :<x — e
as outras palavras do pagina 7 , linha 26 , aonde se
diz — tta todo o vmho da Extrcmadura, cuja produc-
Hçãemédáa qttida por 18d'mt7 pipas , etc. « — Dizendo o
correspondente da Restauração í\wq o primeiro período
co[Hado :do Relatório , quer dizer que a companhia
era obrigada a comprar 180 mil pipas, e que pelo
-segundo se d4aia qite « protJueçâo no total era de 180
fiiil pipos, e qne lião sendo pbssivel vir á venda to-
da a prcJucrio , cm razão áo que consomem oS prc-
ductorcH', e diis fcíes c quebras da colheria , cila era
eontradictopin^ coíiisigo mesma, e incúlcáfa uma obi'i-
gação maior do que a verdadeira , demonstrou grah-,
de ignorância das mais trivratis regras xic grammali-
ca-, poi« sendo certo cm gfammàtica referir-se o re-
lativo que , ao substantivo mais próximo, é evidente,
c claríssimo ,• Vrté-páffà 'bs" n:enoS'inslt*íiifi(>s , que — a
oração — que pódc monlaf h 180 mil pipas, — refcrc-
se ^ colheita . c nao* a comprai.* e então clHro 6 lam-
bem que não ha contradiceio ; é' antes peifdla cun^
cordancia , [lois 180 mil pipas se diz a pngin:\ 6 que
é a colheita , t 180 mil pipas se diz a pagina 7 que
c a produQ(ão média.
IsiiS , fazendo a devida justiça , a quem escreveu
a earta , estamos bem convencidos , de que o disse sa-
bendo bera qwe esse não era o sentido do» períodos ,
qne arguia; era necessário impugnar, eá falta de ra-
zões , softsimou-so. Esteja bem cei-to o correspondente
da Restauraçch^ que na formação do projecto da com-*
panhia nunca se (jgarou que a companhia podia ser
obrigada á compra de 180 mil pipas, antes ao con-
trario , calculando-se cm 180 nwf o termo médio da
producção , sempre se tomou a obrigação da compra
de 80 mil a 100 mil pipas annuars.
As sessões da companhia , foram publicas , e sem
myslcrio celebradas no centro de Lisboa ; existem áiém
das suas actas , milhares de lestímunhas. Accrescen-
do afnda que supposlo se não dissesse , bem se pódc
dizer sem contradiccão ott falsidade, que a obrigação
da companhia é de comprar 180 mil pipas de vinho ,
porquanto lendo olla de comprar lodo o vinho da cc- ^
Iheita , que lhe offerecerem , e sendo 180 mil o ter- *
mo médio da producrão , sendo impossível moral que
todo lh*o offereçam , não é com tudo impossível phy-
sico ! assim sem grande erro «e podia dizer cm abs-
tracto ser esta a obrigação, que depois em concreto, vis-
to o muito qufí as eircumstancias altenuam a obrigr.-
ção , se reduz a 100 mil, termo médio , menos ain-
da do que concede o correspondente , a que respon-
demos.
É a segunda arguição a de dizer oRoIatorin, duras
as óbri^arões da companhia, pagina 6 , linha 18 , cm
quanto a pagina 8 , linha ultima , tinha dicto , cssoí
companhia é forçoso que seja dotada eom tmi lur^
cro tal certo e razoável; pois que lucros certos , re-
pugnam em obrigações duras.
Mais cm rigor se pódc a iBto chamar impertinência
do que arguição : -íis palavras , ebrignrõcs duras, rc-
fcrem-se a compra de tod\) o vinho quanto das 18Í)
mil pipas lhe oíléreeerem , isto c as 100 mil , termo
médio, do qíie pede afíluir á companhia , e o lucro
certo e razoável refere-se ao da venda no exclusivo,
isto é,.da venda de 26 ínii pipas d'essas 180 mil, pois-
que tanto é o termo médio annual da venda do vinho
da Extremadura emJJsboa , deduzido dos dados sta-
tislicos da Alfandega das Septo Cazas. •
^ E enlão porque um comprador de 100 mil pipas
ganha cm 26 mil , que vende a t»m consumidor , sc-
gue-sc qoe nas 74 mil restantes não possa ter prejui-
zo que absorva aquclle lucro? Ninguém o dirá ; pois
tanto seda ncccssatio para que sé desse a contradic-
ção< além de que muito em referencia ao exclusivo o
òcrto é provavelmente certo , e não infallivelmcntc ♦
pois que para isto seria necessário que a pár do ex-
dnsiv* da companhia , houvesse a obrigação da com-
pra de urtí numero determinado de pipas : e este ain-
da ningnem se Ictabrou de o pedir. *
Outra coisa se não deve deixar de notar , e veor a
ser , que em sei^uida ao lucro certo, está o adjecti-
vo razoável , que faz , cora que esse lucro , quando
certo fosse , não excedesse os limites da razão. •
È porém tnmhem de notar, que hoje para podor hc-
v$r prcbabilidadc de organisar umacomp^mhia de in^
aer«!5ses malerines do paiz, hoje que todos os capitães
fogem par.i a agiotagem, que dá de 12 aSOporcen-
8 M^
90
REVISTA DPriVERSAli LISBONENSE.
ta animacs , 6 necessário aprescniar essa pro^^^hiliík-
dc fl<» lacro certo o razoável , c que ainda ás vezes
apresentada aiém da probabilidade, a «jfaUitHlidadc,
os capitães não apparcccin ; sirva de cxcnaplo a pro-
jectada companhia para^ aliertura da Valia da Azain*
biija : os meios consignados ás camarás munieipacs
de Santarém, Cartaxo, c AzaroUija pelo de<?rcto de
ocfnhro de 1836, para o dicto fim, apresentavam um
lucro quasi certo, c apezar d' isso nâo produziram cf-
fcíto : íez-se uma lei ad hK , c segurou-se um lucrei
4ierto e infallivel pelo monos de 5 por cento ; e ain-
da até hoje não nos consta que a companhia esteja or-
ganisada ; ^e qual será a razão, senão o considcraf cm-
se duras as olvigações apezar do lucro cerlo ^ e in-
fallivel ? Logo é evidente que além da Ibeoria» egram-
matica , a experiência , grande lógica e mestra ,. de-
monstra que obirigacõcs duras, © lucro 'certo não re-
pugnam.
Terminaremos agora com um exemplo: ninguém
negará que dando-se a um escrevente a obriga-
ção de escrever vinie quademos de papel por dia , e
*âo mesmo ton^ja consígnamlíHse-lhe » voncinento diá-
rio de 1;3Í 600 reis» o lucro não seja certo, c a obrigação
dura : lugomiíbem se pôde dar o lucra certo e razoá-
vel para os capitalisld* que entrarem na companhia
com as baafes cousi^adas no projecta, c serem ao
mesmo tempo duras as condições da comi»auJiia : uma
coisa c outro nao repugnam.
Depois doestas duas pueris arfuicões, passa ©cor-
respondente da Resiawrfiçào a outra mais forte,, e que
provada seria de moiie para o projecto , mas que fe-
lizmente © não é ,. a saber qw a projectada companíiia
vae matar proinptam^nte a cultura do vinlio nas mUras
jtrovincias do. reino.
Averiguaremos isto* *****
(Contitmtr^e^iaJ
AGHXCUJbTUlIA*
2197 Temos remado , e vamos remando contra a
maré , e com vento rijo pela proa ; mas conliando na
Providencia^ qoe não desampara os crentes, e humil-
des , remaremos, c remaremos até sairmos com o nos-
so baixel d''este mar largo, e procelloso , pois que nos
não desampara a esperança de salvamento.
Um dos pontofi que estorva m^ o desinvohimcnto ,
progrosso ,. e prosperidade da agricultura é a aç-
Gumulação da propriedade ; c làâo se intenda que no
lançar d'esta proposição queremos nós ostentar de
communistas : não: — as {^reocupações de uma seita ce-
dem ao principio da experiência dos séculos , c das
tendências humanas ,. que teem feito , e hào de conti-
nuar a fazer, com que uo circulo das constituiçim poli"
Ucas a fonCe da$ riquesas st afaste da eircuuèfcrencia
para se absorver no centro,
Aquella aecumulacâo só é má pelos males que faz
ao maior numero de agricultores. O grande lavrador
(proprietário , ou rendeiro) servc-se mais barato , c
mais em tempo» porque a sua íiscalisacão é mais frou-
xa , porque os operários chegam-sc-lhe em maior nu-
mero , porque ahi ha mais larga eschola de devassi-
dão , e ratonerias. Os pequenos agricultores „ esses a
quem exclusivamente cabe o honroso titulo de lavra-
dores , pagam sempre por mais os braços de que se
ajudam ; e c porque as extremas de sua fisca listarão ,
e vigilância sâo mais curtas ;, porque os operurios de-
pendem menos; porque não/wiirciaíw,. nem pilham taiir-
to , e porque emOm , n^csta esehola ba mais aperto ,
c menos dias de sueto„ ele*
Os grandes empreiteiros de lavoira fqwe as^im no-
meamoi aos cumulisías) teem largas relaç^ies ms ca-
pitães , cujos farnecedures eí^es sâo ^ e'n\qiranto os
verdadieiros lavradores carecem de todas, ed^oulros
meios de se escaparem aoctitello dos uzurario«> cm»-
nopttlistas: são como a caça miúda „ que morre
Bftuita de um tiro.
Ji^e^tiis dUrercuças nascem grandes «ales por nã<^
haver regras que as tciiH)erem ,. e mantenham a in-
dependência na sua graduarão natural ; e tal é n na-
tureza, etaes são as condiròes doeste ifDportanttssima.
assumpto, que sem se iivstaturem s^ciedades.d 'agri-
cultura compostas d'agricuUore5 , não haverá melbo-
tamen^o. O poder de cada sociedade é o contraste ao
poder dos empreiteiros ; e quando os f>eqiR>fios assim
reunidos ,. e representa dos estnereip em estado de fa-
xerem ,, c conseguirem as mesmas vanU^eus » que os
grandes conseguem, estará fabricado,, e collócado o
eixo da egualdadc malcriaK. ^ E não chegaremos nós
atempo de ver estas associações emnossa terra? i Tan-
to custam ellas a .organisar,. e a compor? Grita todo
o mundo com as dores qtue-ellasj>ódem curar; haahf
lei que as manda comover ^ e não \h um que nriaci^
pie. ^ '
As sociedades de agricultura, bem mpntadas v e bem
dirigidas^ farão com. que se estabeJwa, c propague o
espiKiio de fraternidade entre iodos ; que se introduz
sa em costume . e reja como lei o pagamento de certo
preço por trabalhe^ cerlo ; que o eav^ se traftsferrao
era eschola prática de kim viver para os Immcns que
n elle cavaiU o sustei|to de cada dia; que os pobres.
nao caiam era mendigos ; nem os preguiçosos em va-
íiios , e ladrões :. que os consumidores cheguem á de-
pendência regular , «gual , e genérica do^ foraecedo-
res ; que a scicEcia , a arte , e a abundância se der-
rame a todos , e por toda a parte.
i Que ha de dilficil, que as associações não possam
fazer? i ; Se ellas fizeram ^ c sustentam o mundo , os
impérios , os reinos , os governos , as cidades , »« vi4-
Ias , as aldèqs » e as famílias ; c faaem com que mui-
tos milhões d'homcns se suiekem a «er g«-cmados
pelo poder , c vontade discricionária de um só?!
Em nossa terra , e nas nossas circumsíancias , as
seciedades de agricuMorcs são a necessidade do dia ;
para consultarem acerca dos males que os avexam ,.
pjira requererem dos corpos políticos as providencias
de protecção , c melhoramcB*o ; para proverem de re»
médio em muitos casos; para servirem de barreira ao
vandalismo da agiotagem , da usura , ást licença nas
artes , e officiot que prestam á Agricultura; e finalmen-
te para as evoluções doeste grande corpo de exercito
social. — Associêmo-nos para nos salvarmos T
Eis-aqui onosso primeiro grito, arrancado cora Ioda
a força das entranhas; e nâo descontinuareinos de gri-
tar , e de escrever.
Santarém 15 de scptembro de 1813.
José dê Freitas Amorim Barbosa,
▼XHZHOa VRA9MiaS&.
í Caria J
i2í 98 Por piâlaniropla, peço a inserção destas pou-
cas linhas fva sua iateressaolc Rcwta.'
REVISTA. IJM\ERSAL. LISBOISEINSE*
91
Tmliis 05 annos . no 1/ domingo de ocliibro, em
n nosvj vidinha VilU Franca , ha uma fotra , pnra on*
i!í' \vm muitas quinquilharias cPossa cidadr. Por si-
in minha , esto anno o lompo convidava a ir vèl-a , e
nii com três amigos. Petiscámos^ a nossa isca : scfçua^
do hem me recordo , o «»oslo era de carne de porco ,
c n«no de cão , come por aqui já corre , qiio n*os;a
capital se cosinha : e dcpuis de beher o meu copo
d'a!?ua , que em péssima qualidade muito excedo a
d* esta terra ; fomos correr a feira : eu , como os pin-
t<»s estão caros, não comprei se não alguns ramaes de
pèrí)s seccos , para os .cozimentos peitoraes , com que
por c« se curam os pleurizes , que de inverno aqui
são infallivcis, c uma gaitinha muito hcm pintadinha,
por um vintém^ para dar signal ena Alhandra a uma
menina, de ter chegado da feira, pois assim o tinha-
VXQS ajustado; vim todo o caminho a tocar , # h rir
com os meus amigos, c o resultado da tocaróia —
íqtiem lai adivinharia 1 — foi qtiett>da a noite passei
«om dores no estômago, náuseas, dificuldade de res-
pirar, pulso acaelerado , e um sabor ácrc metálico^
que logo me deu todas as deseonfíancas , de qxui cs-
têiva euveneuado : e antes que estas se rea Usassem ,
tractei de me soccorrer aos antídotos, que o Sr.
Ordla aconselha no seu tracts^do de Medicina I^^ga]
pura os envenenamentos pelas substancias da classe
dos irritantes, — Bemdicto seja Deus , livrci-mc d'cs-
t.i , e n'oulra me não metterei. Asseutei logo em fa-
ser publicas as minlnis considerações, a vèr se as auc-
torídades providenciam sobre estes ^ e outros casos
Mmilhanles.
N* essa capital ainda ha um conselho de saúde,- com-
posto de sábios vogaes; mas |^K>r aqui, este importan-
tíssimo ramo está entregue aos Administradores dos
Conselhos, que de ordinário são homens leigos na ar-
te de curar, o que eo meu couceito é uma das maio-
res anomalias dos nossos tempos.. Não entremos po*
rém u'esta questão; vamos ú$ gaitinkas^trombetinhas,
k>neguiiihos , caixinhas, carritUws ; c< outras símilhan-
tes bugiarias.
Em todos os tempos afraudulosa astúcia teno-inven-
tado. meios de procurar lucros em todas «s espécies
de fabricações ; c já é bastante antigo em Portugal
»pparec«rcm nas feiras quinquilharias de todos os gé-
neros , pintadas com ditTcrentes substancias miheraes
Ml preparados metálicos , bcai jeonhecidos , como os
Ac ehumho , mfrrurio , cftbre , *arsçTnco , ete. ^ peh
muMicote , zarcão , ãiramdc , vermelhão , vcrdete ,
verde de Schéele , chromato de chumbo , etc. Todaa
»stas substancias são mais oli menos venenosas, e ac«
cresce o serem as tintas feitas a agua , e nenhuma a
óteo. Até hoje -r- i custa a crer! — aão me consta^
(}Qe sobre isto alguém escrevesse* a fim de privinir
05 terríveis resultados de taes abusos , e eu moSmo ,
se o faço , 6 por me ter acontecido o caso que deixo
referido , c ate porque se me fere o coração quan-
do penso o risco , em que está a ^ida> o, quando
menos a saúde , de uma inmtcentiirfia creança ,. quan-
do o pac lhe vae comprar um veiwno emvçz de um
bonito, para sett divertimento: pois dias, pare-
ce, que por instincto natural, se nâo conlenlam.só
com a vista . mas tudo levam á boeca. iQue conse-
quências não terão resuUado de tão grave erro l
I Que desastrosos acontecimentos não terão succcdido
93 pobres crcaiços! ;Quc victimoé não lerá feilo es^
U nociva o barbara prática , ainda hoje desgraçada-
mente seguida- pelos nossos artistas, polo desejo am-
bicioso de mai(fr extracção por cdres brilhanles.
MuHo roais poderia eu aqui dizer; porem a mão
me treme quando em tal |>enso.
Concluo, dizendo, que níio é minha opinião, que
a nossa industria , e as artes económicas se entorpe-
çam no nosso pHÍx,pots muito desejo qnc cHas flores-
çam , e sempre nas mnihas orações peço a Deus, que
me de o gosto de um dia \ér que todos os artistas, c
fabricantes de qualquer ordem, que sejam, tiram
todos os lucros possíveis de suas artes, c fabricas, j;V
se sabe, somente aquelles que forem compatíveis com
a raxão , não prejudíeando nem a vida nem a saúdo
de muitos, com ridículo, ambicioso e crim-inoso pro-
veito de alguns., ^
Eu pTf^mctto aos nossos artistas , que se Deus me
der vagar na minha botica , aconselhar-Uies algumas
tintas compostas de subst^incias vc.^^etaçs , que . dan-
do os mesmos resultados que os minerues , uào puem
cm risco a vida nem a snude dos pobres umoveniiuhos,
e mesmo de quem vae do noiiis á feira <»em ser iiMio-
cente.
Alhandra? do OLlubro de 18i3..
A'cceitamo5 a promessa, ctmi que o-nns^o estimável*
correspondente remata a siia carta ; e já d'aqtrí lhe
ofifereccmos o nosso papel para a publicação d'ess<'>s
úteis receitas , . que i. . adoptadas > [ipuparão^ saúdes «
vidds.
OQMa 8S. BJL-BE FASUBR VAVLÂIL O SAVOUS
DO STARIZ.
2199 Copiámos do excellejutc jornal da Sociedade
das Scieqcias Medicas de Lisboa , o seguinte ,;u*ti^o, •
que serve «de confirmação aa nosso 967 : « —
« Eputaxis eofriosa, parada pehicvantàmentti^ braço.
Observação do Sr. N. T. Carvalho Villa», — Existe no
hospital de S. José, enfermaria de Sancta Maria Mtig-
da)ena, uma creança de septe annos ^ que teve na ma-
drugada do dia 13 de maio uma cpísla^^is , que não
cedeu aos- meios ordinários em geral aconselhados.
;Ás--duQS horas da tarde fui .chamado; o sangue corria
continuamente pela venta esquerda atravez d'um tam-
pão de fios molhados em s^ua, c vinagce : mandei as-
sentar a creança, tircnlbe o tampão, a hemorrhagia
augmentou ; levantoi-lhe' o braço esquerdo , e apenas
teriam decorrido dois minutos > a epistaxís tiíiha in-
teiramente parado , e não voltou « até hoje 20 do cor-
rente. Devo notar, .que no pequeno intcrvall^, que
houve , desde que se lhe íevantou o braço , e a .ces-
sação da hem^rrhagia , a creança pçrdcu pçlo menos
uma onça de sangue: »
uSe antes de teriidoum artigo doSr. Scgricr, que
se acha traduzido na (ínzeta Medica da Porto n^^ 13 ,
o acaso tivesse fc^to tqniar á creançj^ nqnella posição',
de certo julgar£fi , que a hemorrhogia tinha parado esy
pontancamente , qomo muitas vezes at|»ntece , mesmo
em hcviorrhagias,d' artérias de grosso calibre ; porém
apresentando, o Sr. Nêjricr um não pequeno numero
de factos y e fendo já conhí^ciaidnlo de alguns outros,
rcfqridíKS em <.onv ersa partiçul«ir na ■saeiedadc das scicÁi-
ciás medicais de Lisboa. por dois muito babeis ciriir^
02
ItEVISTA UNIVERSAL LISBONEIVSE.
giocs militares . os- Srs. Moraes, o Moreira, (•) iucH-
TKMDC a crer , sem admiltir nem combater a explica*
v}(), qne <reslc phcfti7nicno dá o Sr. Negrier , que a
Imsirão dos braços levantados nas homorrhagias nasacs
infiuc de modo lai na circnlarão sanguinca da caberá,
que faz parar' a epista\is. »
Vn B.EC9Z HISTÓRICO PABA BORSS
DS CA3i:ÇA«
(Carta,)
22D0 Vi annonciada na llcvotu^ão de Septenibro a
mort^í dí» Sr. Guimarães, conlraitador do Tabaco, pes-
son com quem n'oulro tempo tive relações d'amiza-
<le; desejei saber qual fora a moléstia, e disseram-
mo — gufí umas dores de cabeça de nora raça que por
ahi andam , e para que ainda se mo descobriu remé-
dio. Reoordei-iiie por esla occasião de ter lido na
hfSloria do reinado de Luiz XI escripla por de Mezc-
rnif , e impressa em Amslerdam no anno de 1740, o se-
ga it)le—«/í/í.9UÍfp d'\jn\€ fjrandc famine, qui avoit afli-.
•iQela France durant Vannée H81 il cvurut une rmifa^
niVe'ppid<!iÚiqne toute eittraordinaire , qui- attaquoU au-
<t si-òien ícs grands , que les petits, — Cétoil une fiècre
« conlinuelle , et violmte , qtíi mettoiê le f<m dans la te-
« te ; la plus part de ceux qui cu etoient alteins , tom-
« hnent en phrcnésie , e mouroint commc enragcs, ♦»•
Ha iresLa dUçri|i\;.ão muitos, symptoinas çimilhaates
^0$ que let)lio ouvido contar das taes dores de caberá
que levavam o Sr.. Gniajarãeí.c que mcdizem — que
Ipm levado d'es.tgi para a outra vida a alguns indiví-
duos mais; e eu recordo-nle de ter lido n*um Jivro
velho de noticias — que para preservativo d'<!ssa Icr-
rivel enfermidade uzaram em Franca n*aqifdle tempo
dc'lararèm% caberá em jejum càm rinapre, eBguasaf-
gada jmra ; e que muitos foram^cwados com uma cata-
plmnfia de ptz em todo o cranèo.
Toca aos médicos averiguar «e a enfermidade é a
mesma que n^aquelle sípculo afnígiu a França , c se
os retpedios indicados poderão, ou não preservar
d*ella , e ciiral-a ;' e perdoem-me ellcs todos "por con-
tar , e' tfaDscrever* o que li , pois que o faro som ani-
mo de metter fúice cm soara alheia, c poí?suído sim-
plesmente do espirito <>ortuguez que Deus me deu.
Slfva-sc ellc de abenèoár os meus desejos ; « V, de
publicar a presente para os fins convenientes.
Santarém 30 de sept^mbro de 1843.
José de Freitas Amorim Barbosa,
f Carta.) '
Ú2QÍ Lendo cm o b.** 2 do sen utilissirto pcrio-^
díco tim bera traçado artif^o (k>Sf . A. M. P. Cjbral ,
do VimicFro, narranda a acliaéa de omá Mina de Amian-
to na circumvisinhança d'esta aldèa : tomo a Irbehda-
de de remettcr-lhe por cópia o officio , qne . sobesta
iricsma data , c a este respeiti , dirijo á Sociedade
Pharraaceutíca Lusitana , como seu delegado ifesta:
comarca.
Jlirandella 30 de septemhro de 18i3.
José Silvério Rodrigues Cardoso.
, . • ■• ' ^
(«) Além dos factos ciiíados pelos Uosíq» colirg^as, a que a
Hr. Vlilii se refere , hrv outro^ efe raríôt fACultatiros , tmlre cl-
1^ ò'Sr/ Cailef, (pte tainlieiíi cdõfirtnam a efficacía d*este meto.
Ulm.^^Sr. — Vindo ao meu' conhecimento , |>or vin
d' uma correspondência do Sr. António Mauricio Ca-
bral, do Vimieiro (conco-lho dsTiortiços, districto ad-
ministrativo d« Bragança), inserida no n." 2 do ins-
tructivo periódico I{pi;jí,sta Universal Lisbonense i\e 31
do iweterilo agosto do corrtnitc anno, qne nas immc'-
diações d'aquel1a povoaioão encontr«ira o Amianto cm
abundância , c em diversas localidades quasi á su-
perfície do solo ; immediatamcnio lhe escrevi uma
earta subdalada de 10' de scplombro ; sollicitando-
lhe uma porção do menci(/nado produclo , com o i«i-
tuito de transmittll-o á Sociedade, para ser analysado»
. Para logo aquelicSr. leve a bondade de responder-
me em sua atteuciosa carta delido predito me:?, que,
na parte relativa a esto objecto , s^^KphVa da forma
seguinte: — «Xenhiim obsequio presto a V. S-.* em
ceder-ihc «ma quantidade do Amianto qne evlrahi da
mina; cumpro sim um dever que m'impòr o publica-
ção do artigo a que aUude m sua prosada carta ; vis-
to que e meu único fim foi denunciar aos peritos un:»
maravilha , que eu não podi^i devidamenle apreciur.
Muito folgo q«e a S^^ciedadc , de que V. S/ faz pnr-
te, s'encarregtie da sti«. analyse : no que fará ma J9
' ura valioso servi-çoíá fccienciíi e ás arlesf; Pode pois
V. S,^ mandar conduzii* a porção de Amianto que jul-
gar necessária para os respectivos ensaios chymicos,
que tenho era caza alnnidancia d*eHe.tTetc. ele.
A porção de Amianto que o Sr. Cabra! me remct-
leu , forajn vinte seis lihraíí; das quaes separei doze
do varias espécies para dirigir á nr^ssa Sociedade : —
vão encaixotadas, e enviadas ao meu digno collega e
íiolegadò da sociedade no Porto , o Sr. FVancisco Ber-
nardo dos Santos , para d*esia cidade as fazer trans-
miti ir pelo vapor , para essa capitftl.
Assas de desejos tinha cu d'informnr a V. S.* so-
bre a sitançâo da supracitada mina. bem como do seu
character geognóstloo e mais particularitíadcs essen-
ciaes ; todavia não é pessfvel actualmente i>or não ter
eccasicio de a ir e«íaminar — opportunamcnte o fiirci ;
mas se antes fór necessário , gostoso cumprirei est»
missão.
Parece-me facílimo, como opina o Sr. Cabra! , fa-
áercm-so d*elle torcidas para os nossos uso» domésti-
cos, mechas , papel , e alguns tecidos jncombn«M-
vcis. Conviria-, n'esle caso , qne a sociedade consul-
tasse a este respeito a Socied.^de Promotora da Indus-
tria Xaciínal , a fim de emitlir também a sua opiuiâe
tendente ao seu mais próprio emprep^o nas artes , e os
meios de Icvar-se a eíTeito. DeusOniirde aV. S/ Mi-
ranlella e Delegarão da Sociodadc Pharmaceuf ica Lu-
sitana , 3d de scptembio de 18*3. — ^^Illtíslvrssimo Se-
nhor José Tcdeschí, l.*5^cretíirio da Sociedade Phar-
macentíca Lusitana. — Josó Silvério Rodrigues Cardo^
s&j Delegado.
Desejamos, como o nosso correí;pondente, que a be-
nemérita Sociedade Promotora de Industria Nacional,
ou qualquer outra corporação scieniifica se applique
de veras, não tanto á atialvise chymica d6 Amianto,
que em geral podemos dizer est^r já assMS conhecida
como ao estudo das appliçaçõos úteis- (pie d'eilc- so
poderão fazer, ignoramos ahida que eíloito haverãa
sortido ns tentativas que o Sr. José Ferreira do fifâ-
ccdo Pinto , distincío módico e philosopho na Uiiivcr-
sidadc de Coimbra empreendeu (vèJe artigo &03tlJ.
REVISTA UNIVERSAlt LISBONENSE.
1^
Para do Amíanl^^ fabricar papel , mas qualquer que
baja sido o seu resultado, a elle e aos mais que o po-
derem imitar , lembramos que já a experiência pro-
vou ser resolúvel o problema.
A Sr.* Perpeoti commetteu , não só fiar c tecer o
Amianto como sabemos que os antigos o fizeram , mas
reduzil-o a papel, e conseguiu^o; do que ella mesma
deu noticia no jornal da societá dHncoragiamenlo áa
Milão, quaderoo decimo quinto. Inventado o papel
incombustível , necessário era inventar tinta de cgual
virtude ; e esta se compòz de um terço de sulfato de
ferro com dois terros de óxido do manganese.
Quanto aos tecidos d' este mineral .o seu préstimo
pódc ser grande em muitas occasiões. Ha annos fa]>
laram os jornaes francezes com grande recoramenda-
ção dos vestidos de Amianto para os homens , que
tecm por ofíicio accudir aos incêndios e trabalhar por
entre as chammas. Em varias partes de Alemanha sa-
bemos que os artífices^ destinados a esse mister, não
vào para elle , senão vestidos c calçados de Amianto.
Na Bélgica , na Cidade dic Gand , viu pouco ha ,
o nosso amigo, o Sr. Custodio Gomes, que iiol-o aca-
ba de contar , que os bombeiros tinham vestuário de
Amianto para seu uso. A apparencia era de uma lona
grossa, c o feitio uma espécie de saco, que desde a ca-
beça os defendia até meia perna, tendo no sitio dos ollios,
dois óculos de páu do ar muito delgado e transparen-
te : o restante das pernas e os pós , defcndem-sc, se-
gundo, parece, ensop^ndo-se bem com agua^ antes de
entrar para o fogo , e para no meio d 'elle não vir a
faltar respirarão levam comsigo a ponta de uma man-
gueira , com que os que ficam em baixo os fornecem
de ar. Em Paris todavia ouviu elle depois ao subíns-
pcctor dos incêndios , a quem sobre isso consuHou ,
que cmFrança esse alvitre não pegara pelo acharem com-
plicado e embaraçoso. — Seja o que fór ^ quer para
esto, quer para algum outro uso, por exemplo, para iso-
lador nas cosinhas marítimas, em certas oJIicinas arris-
cadas a incêndio , e até nos theatros , e muitos ou-
tros géneros de edifícios, é mais que provável que um
ingenho sagaz poderá bem utilisar-sc d' este admirá-
vel presente da natureza.
VARlfiDADlsS.
COMMEMORAÇOES.
Q SAPATXXaO 8ANCTO.
18 DB OCTVBRO DB 1576.
2202 A historia está cheia de sapateiro» illustres»
I>esde o imperador Vitellio até a« mais venturoso ex-
mestrc dos nossos dias , tem o olficio da sov^la deita-
do muitos homens célebres. Já um padce, cujo nome
nos não lembra agora , sacoo á luz um cathalogo inte-
ressante de todos os sanclos que tinham sido sapatei-
ros , sobre o qual ponderou outro padre que xiâo es-
tavam alli todos , porque isso fura querer contar as e§^
írellas do céu. \ Isto está escrtpto em lettra redéoda 1
Também nós tivemos um , que posto d'eile não ve-
xe a folhinha , no reino foi sempre tido e havido por
saneio. Simão Gomes se chamava , . natural das visi-
nhanças de Thomar , com loja a S. Roque » o qual
além de ser perito no officio , sem saber iér nem es-
crever, decidia questões, de theolo^ia com os jtsui^
tas, e explica va-lh* a; dava conselhos qr^spost^s com
muito acerto, e tinha espirito prophi^tico, pelo quie era
chamado e consultado pelos fidalgos e ppínoípos 4o
seu tempo, especiabnentc por elrci D. Sebaâtrão» ^
pelo Cardeal D. Henrique. Conta-se quo cirei o map**
dára em certa occasião eutrar para a sua tribuna, hon*
ra que espantou a todos, por ser só reservada para a
familia real.
Omonarcha quiz agracial-o com algum emprego n9
paço , mas o mestre Simão nunca quiz até o fim da
vida deixar o officio de soas avós.
Morreu n'estedia, eos jesuítas fizeram-lhe uihsum^
ptuoso enterro na casa professa de S. Roque. Depois
mandaram-lhe escrever a vida pelo padre Manuel da
Veiga de quo se tiraram quatro ediçò^^s.
Não obstante o que dis o auctor dA bf^ucção Chrj^
nologiea , Simão Gomes, &Sapaíeiro Soneto, tem uva.
nome nos f;istos portuguezes. Para o recompn/and ar bas-
tava elle não especular com a privança d'elreí. Hoje
custa a achar, não só nos. sapateiros, mas n'outras clas-
ses mais elevadas, similhante desinteresse ,, e lá por
essas regiões do valimento
Â^ da Silm TulW>.
mmm.
ESTRANGEIRAS.
S£03 HitPAKHA. — As DolicJM de Hispanha confirmani-ie'
favoráveis á causa do governo de Madrid. Contra o qae teme-
rariamenle afiirmára o Ece dei Cammerrío , e o IS^ectatlor ,
o valente conde de Rínit, Prim, discorre triírniphante o pfib-
cipado, ÂTQcltcr fiifirUiro depois da acç3o de Mntaré pareça
catfhta alNindonado pelas tropas , que o seguiam , só com 14
homens cm Gerofia, O commandautc Mitra apresionado em
Sabadell, MontaHa secretario da junta, c oulros caudiihos dp
menos nomeada deviam ser fuzilados na cidadella de Barcellê*
tw^ Araoz foi substituído por D. Laurennê Sanz rio governo
da Catalunha. Os revoltosos ainda conservara o forte de Jta-
ruzanãx , e dominam a cidade , porem apertadamente -cercados,
em dcbharmonia, e deialeiíto, e aem osperança de soocorros».
Ahi y em Gerona^ ou n^oulra parte , ainda apparece da parte
d'clles algum acto de vigor, ou desespero ; sào porém os cstra-
buchos do muribundo. S jragoq^i , que tomara a voz de Eifpar-
tero , conserva-sc era apertado sitio ; a revôluçíto parece tocar
o termo e o governo Iriuinfihar jior toda a parle, e até mesmo
segundo alguns dizem , nas elelrOes. *
O resto da £utopa quasi quo oio ha nada' de novo qjue pos^
sa desaflar a attençUo , nem a curiosidade , a nSõ ser a re?o»>
lu^^So de um dÍA «m Aihenas , que deu um núnisterío bqvo ao
rei Olhon, que tem por eflcitos o alterar um pouco a forma
do governo da Grécia ; um duplicado enlace matrimonial , que
enxerte c conftmda na caza e dinastia actual da Suécia cm
direitos da casa infeliz de Gustavo ; e b fermentado , q«a
auda reina nos estados pontificiot.
TOEATBO J>S 8. CARXiOÇ.
àima ÍMena - Musica de Donizetli ; poosia de,
Felice Romani.
( Estrias de Madame Rossi-Caceia^ de MàdewoiseRs
L. DaUÍ4 e da Signora Rossim)
2204 De poesia e de pataBão se compõem o&mais ai^
tos effeitos a que pôde aspirar o thealro. Paixão ^>e poeaia
são os poderosos agentes, que jopéram no coração
e na vontade , na phantasia c nos sentidos da
multidão» que se reúne anciosa n'aqaelle templo da
arte* A poesia tomando, como Pròtheo , todas as fór«>
masr dreumdn a imanioaeão, abraçai, animai #
94
REVISTA UNIVERSAL LISBONENSE.
ncaricÍA*a; enlaça-sc com ella, c acaba por obrigal-a
» acccitar o jugo amável de todas as scnsarõcs que a
despótica c artificiosa soberana se compraz de impor-
Ihe. A paixão cntranhando-se n'alma, penetrando por
(ila, visitando sagazmente os seus mais escondidos refú-
gios, apode ra-sc-lhc de todas as potencias, assenhorôa-se
de todas as faculdades. Uma enleva , seduz , enfeitiça ;
a outra arrebata, enthusiasma , extasia — E ambas são
vma ; oii uma é ambas. — Examinc-se o paradoxo e
>er-sc-ha que ha Ti*elle verdade.
Se porem geralmente fa liando , sâo estas as molas
principacs em qualquer theatro , écomtudo certíssimo <
que nos theatros lyrícos ou de musica teem cilas du-
plicada acção. Allijáa mesquinha e rasa censura d'al-
gumas almas pobres não pôde exigir as d es poéticas rea-
lidades d'uma vida vulgar. Forçoso é, quando se trans-
|x)em aquellas portas, acccitar a condicrão que lá
dentro invariavelmente se impóc. Os objectos engran-
decem-setodos, o seu aspecto varia, ampiífíca-se , cx-
alta-sc. Quebram-se todas as relações com o mundo
exterior , o solta, altiva , libérrima a alma larga o voo ,
e passa a viver outra vida , convencional é vcr-
dafie , mas amena , pura , estreme , ideal. O spe-
ctador busca a sabida illusão , sem descontcnta-
luento , sem exigências impossíveis , sem falsas e
prosaicas theorias d'uma verdade absoluta, absoluta-
mente irrealisavel. O próprio actor descançando no
maestro do cuidado de interpretar a palavra pela in-
ílexão, põe todo o seu cuidado em traduzil-a coi
gestos e acções na maior limpidez da verdade poética
— única verdade cm theatro — ^para a alma que já revoa
«'aquellas supremas regiões.
A lyrica do theatro musico resume tudo. O riso, as
lagrimas, a piedade, o terror, a compaixão, os zelos,
o amor , a vingança a paixão , e a poesia em sum-
ma; tudo ali refulge vivazmente, esplendidamente trans-
formado , e multiplicado , atravez d'aquolle deslum-
brador edifício de puras melodias e diaphanas har-
monias , como um fíicho scintillautc dentro nos paços
cbristalinos de boas fadas da nossa infância.
Paixão e poesia são muito : paixão e poesia interpre^
tadas pala musica muito mais. — 'Appareceuma gran-
de intíjlligencia , uma alta compreensão, um puro
gosto, uma alma artística c uma opulenta natureza ;
paixão e musica serão tudo.
E quem o não dirá , quem o não confessará agora
que na artista singular , que a nossa boa fortuna , e
iim zêlo incansável nos Hzeram conhecer^ achamos reuni-
das com o gosto puro, a alma poética e a elevada com-
preensão ; com a riqueza da intelligencia , as riquezas
das prendas naturacs?
Esta magnifica trilogia de paixão , de poesia c da
arte cinge indubitavelmente de uma triplicc coroa a
fronte triumphal de Madamo Uossi.
^Qac importa dizél-o? fc preciso vcl-o , onvil-o ,
presencial-o para se poder formar idêa cabal. E' pre-
ciso ver, ouvir e admirar Madame Rossi para checar
a conceber quanta poesia lhe inspira o seu canto ini-
mitável , quanta paixão viviGca a sua acção eminente-
mente dramática, com que arte » com que verdadeira
arte sabe dirigir , encaminhar , aproveitar a opulên-
cia incxgotavcl dos seus meios!
Qualquer dos raros dotes que Madame Rossi possue,
qualquer d^elles sobre si era bastante para assegurar
triumphos duradoiros a uma. artista: qualqner d'eHes
seria sufficiente para lK)nrar a arte. Para a ailmiração
bastava aqucila fluidez e espontaneidade do canto
nos passos mais arriscados — ob aquella pura, estre-
me, limpida execução , constante c indísmentida men-
te sustentada , sem apparente esforço , sem diílicul-
dade visivel — ou aquelle sábio atacar e suster a^ no-
tas mais agudas com tanta naturalidade como perfei-
ção:— bastava aquella magistral maneira de ligar ou
soltar o canto e de prender os mais distantes sonsdes-
lisando-se-Ihe a voz de uns para outros , como quem
por ella côan*alma quantos diversos afTectos á 9ua so-
berana vontade lhe apraz impor-nos — bastava aqúclic
ingenhoso e difficilimo compor de amenos ramilhetes
com flores significativas, colhidas sempre por um tino
rarissimo, e sempre collocadas cm logar próprio, con-
veniente eadquado — bastava aquella voz tão extensa,
tão flexível , tão agradável , tão segura , tão exacta *
tão affmada — tão afflnada pelas cordas do coração
— tão meliflua c ao mesmo tempo tão dramática , tão
terna e suave e ao mesmo passo tão potente e arreba-
tada , tão dócil c obediente á arte , tão prcstadia á
paixão, c tão mimosa da poesia Ou do céu — bastava
fínalmente aquella faculdade pasmosa de retratar ao
vivo, no gesto, na intonação , na expressão , nos mo-
dos , no mais rápido volver de olhos, no mais ligeiro
aceno o sentimento que a sua mente concebe, c de quo
a sua alma se enche.
£ tudo isto qjc separadamente constituiria o patri-
mónio de uma artista insigne , tudo isto possuo reu-
nido Madame Rossi : e tudo em grau perfeito , tudo
auxiliando-se , aformoseando-se , engrandecendo-se ,
apurando-se mutuamente.
O publico mais recolhido de Lisboa que ha 3 repre-
sentações successivas se apinbi a seus pés recolhendo
da sua l)occa, c guardando cm si com amor, o senti-
mento, o enthusiasmo o delírio que ella sabe tão pro-
fusamente distribuir — aquelle publico frenético em
applaudil-a, tcm-lhe já dicto quanto é possível dizer-
se-lhe. ;. Que poderemos nós dizer-lhe mais? que maiur
testimnnho deadinirn<;ão nos será pcrniittido dar-lhe?
A iliustre artista é das raras , das raríssimas que
teem a alma verdadeiramente creadora. Abandona-se
sem retrnir-se nem dcmasiar-se ao fogo vchemente da
inspiração : é taivez essa uma das rasõcs porque o
seu canto lhe sae assim livre , apaixonado , espon-
tâneo como ella. Sc o seu condão enfeitiça o publico,
lambem se nos mo enganamos o enthusiasmo do pu-
blico, instiga e favorece os altos voos da alma poética
da artista,
A estréa de Madame Rossi foi um triumpho : a con-
tinuação das suas representações tem sido a Icgalisa-
çno , porque assim digamos, a sagrarão d'aqu«lle pri-
mo impulso de legitimo espanto. As palmas uascciD-lhe
debaixo dos pés , c cada vez mais ví(;osas e floridas.
U enthusiasmo victorlou^ : a reflexão gtorificou-a.
JUadame Rossi na primeira noite foi admirada co-
mo um portento : hoje c acatada como uma deidade.
E que nos perdoem aqui os demais artistas bene-
méritos, que n'esta opera]de Auna*Bolena, tanto cjtão
proficuamentc coadjuvaram madame Rosai. .
Que nos perdoe mademoiselle Dalti , que, estrcan-
do-so » também , a par de tão insigne artista soabe
assim mesmo carcar numerosas sympalhias , e captar
attcnçâo, lR*ncvoleacia, c applaosos — que nos perdoe
esta graciosa comphmaria, optinia no seu género «
REVISTA UNIVERSAL LISBONENSE.
95
sciíãfite já em annos ainda verdes, intclligenle , pe-
Dclrando-sc do espirito do seu papel, animando o seu
canto com sentimento e exprimindo a paixão com di-
gnidade e verdade.
Qnc , nos perdoe o sr. Botelli, actor consumado,
modelo de actores , cantor assisado, e methodico sem
friesa , tirando raro partido de uma voz mais agradá-
vel do que extensa , dramático e verdadeiro ao mes-
mo tempo , conveniente e nobilíssimo , enchendo a
scena com os modos e gestos, quando não a anima com
o canto:— *na!Anna Bollcna, tremendamcniite irónico,
amante como um rei . galantcador como um déspota ,
marido como um lyranno , leviano no amor, traidor
na intenção, soberano nas maneiras — o Henrique Vlll
da scena e o Henrique VHI da historia.
Que nos perdoe o Sr. Flávio, cantor mimoso c cheio
de sensibilidade , arriscando-sc á execução dos mais
difficeis passos no seu género de voz, e, representan-
do com paixão o diíBcii papel do infeliz Percy.
Que nos perdoe o próprio maestro — que nos per-
doem poeta c compositor dando as mãos para se aca-
bar obra tão gentil e matisando assim de tocante poe-
sia « de melancholicns melodias e d'harmonias sabia
e profundamente combinadas os tremendos amores de
Henrique, a quasi a ambiciosa innocencia de Scymour,
os vivos afícctos de Ricardo , a silenciosa paixão de
Smccton , e finalmente aquelle grande e formoso ca-
racter de Anna de BoUeyn. Que nos perdoe o grande
lyríco de Itália se mais demoradamente não ponderamos
o modo admirável com que soube enfeixar tão dramá-
ticas scenas em ião curto espaço , e se lhe não conta-
mos os traços seguros e vigorosos, com que rapidamen-
te delineou os seus personagens » sobre tudo a impe-
riosa figura de Anna , dramática já na historia e
infinitamente mais dramática no poema. Que nos per-
doe emfim Donizetti se miudamente não procuramos
admirar todas as riquezas da formosíssima instrumen-
tarão d'esta partitura, toda a sciencia musica do ter-
ceto do 2.° acto, inimitavclmcnte cantado por madame
Rossi e peios Srs. Flávio e Botelli ; todos os primores
d'arte no quintettoe final do 1.*" acto, e aquella fecun-
da e profusa inspirarão que re)ua nas mínimas partes
de tão harmonioso todo.
Que nos perdoem todos , se injustos lhes roubamo»
alguma parle á admirarão que indubitavelmente lhes
ó devida. Madame Rossi é a nossa uoiea desculpa. Oi-
ça-se a sua voz angélica, admire-se a amplidão do seu
canto franco c vasto como o pensamento a que obede*
ce. — Yejam-se, oícam-se, admirem-se os prodígios
de natureza e de sciencia da illustre artista e mellior
seremos desculpodos.
Todos confessam que a Anna Bolena foi dada agora
como nunca. ASígnora Rossini , 2.* dama que se es-
treara no papel do pagem Smeclon foi benignamente
acolhida. Todos cooperaram maravilhosamente , cada
qaal na proporção das suas forças , para o desempe-
nho total. £ cumpre confessar que raramente se verá
tão perfeita c ajustada execução como a de Anna Bo-
lena.
O vestuark) era magniGco e conforme com a épocha.
Poderemos citar o d» Sr. Botelli por modelo de ele-
gância e exactidão.
O Sr. Porto tem sido sempre chamado a receber os
sinceros testímunhos de agradecimento que o publko
Ibetribut9. Ê a única recompensa possível por quem
tão zelosamente se esmerou em fazer ta] escolha d'ar-
tistas. Mendes Leal , Jtmiar.
COMSDZA QUS ZA DASTBO EM TUAGIBOZA.
220S No serão do l.°do corrente, representa va-se
no decrépito theatro do Salitre; o Drama Affonso, ou qHa-.
iro annos de Castella. No meio do terceiro acto o pan-
no, qnc servira no segundo quadro, e se achava re-
colhido no ordimento, âpparccc incendiado — da par-
te da escada que para lá sobe.
Espalha-se de repente o grilo de incêndio; alguns
spectadores saltam para a caixa paraaccudir, junrta-
menle com os de dentro. As labaredas vão cada \cz
a mais ; inveslc-se briosamente com o perigo ; logra-
se a poder de trabalho, rasgar o i>annojuncto á régua,
e cvita-sc que o fogo se atí^c no madeiramento , onde
haveria sido impossível extingui l-o. Velho e todo de
páu , o pobre solitário haveria ardido como um ver-
dadeiro salitre.
Uma coisa curiosa de ver foi, que durante o peri-
go nenhuma pessoa , nem dos camarotes nem da pia-
téa , saiu do seu logar, á excepção das que foram
accudir, e que não devemos passar em silencio; a sa-
ber: o* administrador do bairro; o regedor da fregue-
sia de S. José; alguns soldados da guarda municipal
que estavam na inferior ; o Sr. Ciriaco > director da
scena; o Sr. Lima ctc. etc.
D'alli a uma hora continuava ospectdculo com tan-
ta serenidade como se nada tivesse havido.
O incêndio é o género de molcslia a que mais sub-
jeito vive , e de que mais commummcnle perece este
género' de edifícios: e^que providencias se hão toma-
do para preservar d*incendio o novo theatro, agiiãooii
monumento, com que a nossa capital se está dispêndio-
sissimamente ataviando? — Nenhumas, dizem todos; e
entretanto a moderna sciencia possue eflicazcs receitas
de incombustibilidade; — e a arte, onde arte e scien-
cia não fallecem , tem já por costume e dever o exe-
eutal-as.
TOVO«aAPHZA BB &Z8BOA.
2206 Saiu á luz a planta nA ciBAnE oe lisboa e be-*
LEM incluindo osmelharameíttosposterioreêaoannoíS^^,
feita e publicada emlÀsbw em iS^3 per Frederico Per-^
ry VidaL £' uma amplíssima carta, composta de três*
folhas de papel imperial, desenhada com aceio» e
lithographada nitidamente em Lisboa naofficina do Sr»
Manuel Luiz.
Este mappa, onde seconteem todas as praças, roas/
travessas , largos e becos c accompanhado por ukn di-
rectório da planta de quatr» paginas de folio.
Nio julgaremos esta obra. Para d 'eíla foliar , com
boa consciência ^ era mister averigual-a responsada-
mente em cada uma de suas partes : não o podemos
fazer. Suppondo com tudo que todas as medições de
distancias estejam ahi con a devida exactidão , lem-
braremos ao auctor , que para tomar mais proveitoso
o seu trabalho , conviria junctar-lbe um pequeno dic-*
cionario, pelo qual de repente se atinasse com qual-*
quer sitio ; o que sem elie não é possível.
TPZBOSU
2207 Ne domingo 1." do eorrcnte, um dos toiros
do campo do Sancta Anna saUeu para a trineheira »
■'>■''
9ê
REVISTA UNIVERSAL LISBONENSE.
matou um pobre homem , que andava vendendo co-
pos d "agua.
Para a coroa dos apologistas da tauromáchia c esta
uma ílorJDha quasi impcrceptivcl t- mas não quizemas
deixar de a colher para oíTcrecer-lh'a.
Mui lo ha que levantámos mâo do processo por nós
infernado c porfiosamente seguido por muito tempo
contra este uso silvestre. Levantámol-a p«)r cancados,
confcssAmol-o , e desesperançados também de conse-
guir c victoria , ao menos por agora. Por isso temos
deixado em silencio muitas outras desgraças análogas
a esta. Temos ouvido blasonar da civilisacão dos toi-
ros; na verdade já foram raais atrozes, já houve mais
sevícias dos homens contra elles ed'elles contra os hc-
incns ; ainda agora comtudo é raro um domingo , cm
que , á falta de homicídio estrondoso e instantâneo ,
não saia d'ahí algum individuo branco ou preto, mar-
rado , apesinhado , perdido de saúde , c com a exis-
tência evidentemente abhreviada.
*" Agradecemos ao jornal HedauraçZio o$ bons conse-
lhos , que n^esta matéria tem dado: — agradecemos
ao magistrado inspector do divertimento os bons de-
sejos que tem para a reformação de tal barbaria , e
a eíficacia , com que os vae pondo por obra ; — dese-
járamos ter também de agradecer, aos que tendo aucto-
ridade mais alta deviam apj)lical-a energicamente a
cortar este cancro nojento de uma cidade civilisada.
BESORAÇA SALOIA.
2208 Um saloio , que tinha comprado sua cau-
tela de doze vinténs na ante-penultima loleria , sen-
tindo passar pela terra um d'estcs pregoeiros nóma-
das da lista geral — charaou-o. Mostrou-lhc o seu nu-
mero , e consultou o oráculo.
— Tem o mesmo dinheiro. Se quer , aqui está ou-
tra cautela de egual valor. Troquemos. — Eu lá co-
brarei o dinheiro na cidade ; quando não pago-lh'o já
aqui.
O saloio acceitou o primeiro arbitrio : c escolheu
Uma nova cautela em volta da primeira.
Yfndo a Lisboa dias depois , c contando a Sua ne-
gociata , soúhe que o bilhete . cm que cllc fora in-
ttressado » havia tido o premio grande.
As fraudes ealicantinas d'estes ciganos de cautelas
vão já sendo tâo frequentes c descaradas , que cspan-
ti o estoicismo, com que a auctoridade presencèa tão
indecentes Vergonhas.
AirpNTAKEirTO IPASiA A BXOGRAPBXA 3>0
SSNHOa GASPAR JOSÉ MARQVES.
(Carta.)
2209 Pela leitura do artigo 2163 da Revista Uni-
wtmI Liàbonense concebi a idéa de remetter a Y.
a cópia de uma carta escrlpta em septembro de 1798
ao Abbade Corrêa por D. Rodrigo de Sousa Coutinho ,
a qual me foi dada pelo meu amigo o illustrissimo Se-
nhor Manuel Bernardo Lopes Fernandes , em cuja mâo
eiiste o original. Ainda que ella pouco possa servir
para a biographia do Sr. Gaspar José Marques , di-
rector do Conservatório das Artes e OSicios , a qual
mui louvavelmente V. pertcnde escrever; comtudo
como cila indica o aucior da lembrança de ser aquel^
ft) Senhor mandado a Londres como pensionista do go-
^rno, «a «pooha» tm que isto teve logar, julguei
a propósito onvial-a a V. , para d'ella faeer o um
que intender.
Cascacs 6 de octubro de 1843.
Á. d' Oliveira Amaral Machado.
Cópia de uma raría do Ministro e Secretario d'Estadê
D. Rodrigo de Sousa Coutinho ao Àbbade José
Corrêa da Serra.
Lisboa 2 de septembro de 1798. — Meu Abbade e
Amigo do Coração: Tendo S. M. approvado o seu pla-
no que me propòz, de se mandarem um ou dois artis^
tas a Londres para entrarem aprendizes em casa de
Ramsden , com as condições que me reíiriu , ahi vão
os dois moros , portadores d*esta carta , e a quem S.
M. manda dar por D. João de Almeida o que me dis-
se Ramsden pedia , e encarrega ao Sr. Abbade Cor-
roa de dirigir os seus estudos , e trabalhos , e de
lhes procurar a sua admissão em caza do mesmo cér
lebre artista. Quão grande bera eu espero d'esta sua
idéa , que o nosso Grande Principe logo adoptou , e
quanto eu confio do seu patriotismo em procurar que
ganhemos dois grandes artistas, é inntii repetil-o; e
só lhe seguro que invejo o gosto que elles terão de
aprovcitar-sc das suas luzes , da sua direcção , e da
sua tão amável sociedade. Esta carta servo de apre-
sental-os , e eu espero que não se esqueça de annun-
ciar-me os progressos que elles forem fazendo. No ul-
timo paquete escrcví-Ihe uma longa carta, de que por
este que ultimamente chegou não tive resposta , li-
soiiiçcio^me que nem falta de saúde, nem de amizade
motivasse esta demora. Tenho a honra de ser de to*
do o Coração; seu maior Amigo c Oel capiivo-^D*
Rodrigo de Sousa Coutinho,
P. S. Os nomes dos Artistas são Gaspar José Mar-
ques , e José Maria Pedrozo.
AÇOUaVB OZMZOO.
2210 Em a noite do sabbado para o domingo ulti-
mo foram colhidos pela policia , juncto ao Campo Pe«
queno , cinco homens carregados , que a hora e não
sabemos se alguma outra circumstancia tornou suspei-
tos. Examinados os fretes , achou-se que unicamente
se compunham de cães mortos e esfollados , que iam
para o Campo Grande , para lá em alguma baiúca ta-*
bernal serem pela magia culinária mctamorpboseados »
ttio sabemos se em carneiros se em vitellas.
Nos açougues da China os viu á venda o bom de
Fernão Mendes. Algumas gentes de Africa e America
os comem : em apertos de cercos > e nomeadamente
no do Porto «valeram elles para as meças finas bom di-
nheiro. Nio cuidamos que razão alguma higiénica os
reprove como alimento. Entretanto não sendo elles d»
uso entre nós, castigo meretera os que por fraude o
encam]>am a quem encommeeda e paga uma eguaria
bem diversa,
^O^tfAPA BX 8VAS MAGfiSTADSS.
ââil Suas MAaiEsrraDBS » segando se lè no bole^
tim do Diário do Governo , chegaram no dia 7 a £v<H
ra , com perfeita saàde.
Por toda a parte se tem desinvolvido o maior eu*
thtfsia^mo pela chegad» de tão iiWtre* Hóspede».
REVISTA UNIYERSAL LISBONENSE.
97
A distribt^içflo comeiça. boje , .quiota-feira , Aã 9 horas da
Banliu. Xos Sr8. ^ que, o mais tardar, quatro horas depoi$
não tenham reccliidò, rog:a-so o obsequio de o participarem no
•scHplorioila RsTistA Umvbrrai. LisbonBnrx, rua dos Faú-
^ueiros D.*^ as , poTA se providenctar.
CONflEÇIIÍNTOS- ÚTEIS.
àOHZKA PARA WKlCAXi A FOUtA BA
' AMO&BZRA.
â2l2 ViiDtfs nos eicellcnles arli^ós do Sr. Tineíli ,
que a folha para pasto dos bichos de seda , emquanto
estes (râo passavam da terceira edade , havia do ser
bem migada ; . e uma faca era o instrumento para es-
ta opwarão. Vemos agora n'iim jort>aI scientifico de
Franca a desrrip^ão de uma simples raachina,por on-
de esse fim se consegue raeibor c mais depressa; in-
. veníada por Datiton.
• Parxi a(|uí a trazemoç, persuadidos de agradar aos
muitos curiosos, que, já nos. consta, se icem con-
. vencido d* altissima importância d'<'ste ramo de in-
dustria, e começam com fúria a cuUival-o.
. Ml cylindrQ ou rolo de madeira com seu eixo e
disposto borisoaUlmiíntc , tem sua manivela, que o
f»z girar, e estq cravejado de dentes de forro, arquea-
dos todos para a mesma banda , para onde é o seu
.andar : d'e5sa, mesma banda , ha uma régua de ma-
deira , tamhen\ horisonlal , com uma rfadá de burii-
cos, onde se metlem folhas de ferro aguçadas com os
games para cima p as pontas para o cvlindro Esta
régua tem parafuso ou registo, pârasepór maísòume-
.Bos perto do cylindro segundo convém. A folha está
fl'!im reservatório sobre o cylindro , c vae caindo so-
bre os dentes, que a levam para o primeiro corte.
Depois do toda cortada ás tiras torna o reservaloi^io a
receJ)el-a, e. a entregal-a outra vez ao cylindro ; que
-a fará esmiuçar ainda mais.. Xa prinieíra edade dos
.convAvas todos os ferros devera estar em exercício -na
segunda deixa-se um «m, outro não; na terceira, dois
jiã<9i^« um sim.
.. Qualquer mestre carpinteiro aldeão fará esta má-
xhiua por pouco díuhciro ; e qualquer creanca a ma-
jí^ijiscará.
Cir&TURA BO AlUlOS.
(Cariu.).
. 2?13 Creio que V. conservará a lembrança de
|CB í>uWicado no seu importantíssimo periódico*, ar-
tigo 1136, a commumcação pòr mim feita das lenta-
^tívasi qwe o Sr* Antonio Manuôl do Sobral, digno
«dminiílrador do concelho da Pe*yuwa , se propú-
jiba feer^ n |jm 4 'introduzir n-aquclles povos a cul-
tura do arrdz.
. -Este.senhor, com à sua bondade habitual, acaba
de me participa^ o resultado dos seus trabalhos, e dos
de seus amigos, com quem repartiu a pequena por-
^0 de semente d>rróí , que d'aqui lhe enviei.
Apeí^r da ifrtgularidadeda estação competente, e
por coqsegiiint.e. do tempo próprio para os vários pro-
cessos, que coBs4itu«a aquclla ctíltttra, a planta fruc-
lificou ; —o íjrão «reou-se perfeito , e grado ; — c a
producç^o em ^par^ft^foi^fói» .d«» tommom , contando^
OGTLBH»— l^~18i3.
se em uma das espigas aié 76 grãos , bem' dcsi;ivor-
vidos.
A vista de tal resultado , achasse praticamente pr(^-
vado , qu^p n'aquclla província se pode, com grande
vantagem , estabelecer cm escala maior aquelle gcf*
nero de cultura , uma veí que os primeiros empre-
endedores nao desanimem, e sclhí* sigam outros ani-
mados do mesmo zelo.
Sc para conseguir esle ultimo fim V. julgar con-
vqnivnle publicar esta noticia no seu patriótico jorna,!
darn mais uma razão, ctc.
Chamusoa & de eetubrode 1813.
António Cândido Palhoto.
Não deixaremos passar esta occasião sem renovar •
attcndivel requerimento . que por parte do bem com-
mum lizcmos , ha jn seis mezcs , e ainda não saíu
com sombra dé despacho. Foi em o nosso artigo lo23',
e dizia assim : —
Àrrôs de sequeiro. — Ura lavrador , correspondente
nosso nos pede, procuremos obterá semente do arroz
de sequeiro, cuja cultura , por mais innocenle para
a saúde , é , quanto a elle , sobre modo preferivel á
do arroz èommom , creado em tí»rrenos enxarcados.
— Se alguém., possuindo tal semente, quízer repar-
tir d'ella para benoíicio putHico , tenha a bondade d«
a remeter a. este escríptorio, d*ondc será distribuída
a quem n*a pedii* , como já ftzémos com o trigo tm^
penal , com o mUko ffit/ante , com a cevada saneia ,
c cora o esparcéto, O nome do generoso offerente d*esT
ta ou de qualquer outra semente prestadía será de«
clárado nas nossas columnas.
O AORICUIiTOH MZOBAEKSKSS.'
(CofUmuriietído,)
9iíí4 Com esta dcnominncao rae a sociedade promotora da
acrrica tura michatílonso publicar ura periódico, dedicado ú iU
luslraçtlo daclíisse ayricola açoriana; c, especialmente, a áu-»
xiliar 08 lavradores mlchaelenses na cultura do seii ferlilissimo
sóio , por meio da divulgação dos apropriados conhecimentos
agronómicos. a.
Pessoas , que , por sua instrucçao na matéria, por su« expe^
riencia e infatigável zòlo, Julçanios competentes, de bom graú-
do se prestam a coadjuvar-no8 em empreza de tilo uuiversa^
proveito , e csmcrar-sc-h3o á porfia (cremol-o) por tarnareni
praticamente útil , fruclifera , e a;^radavel esta publicaçSo.
Silo immcnsos , e variadíssimos os objectos de que nos occu*
paremos:
A economia, e industria rural — a botânica, e tocbnologia
agrícola — a veterinária, hilo de dar-nos abundante provisão de
couiiecimentos uteís , com que mimosear os lavradores.
Invesliirnrcmos a legislação ag:ricola palria , c as posturas
nuiuiHp<i('s do nosso districto: e accreditamos que os agriculfo*
res.alluniiados acerca desuasobríg^açdes, direitos, cexcnipçdcs',
serno, por, seita hábitos }>acifico8, de todas as classes, a mai«
digna do publico interesse. • .
A analyse miúda, e conscienciosa de todos os racjthodos, «
práticas da nossa lavoira, oflTerècer-uWha conveniente op|)or-
tnnidade de louvar os usos razoáveis, ou de ináinuar outros^
que intendermos preferíveis.
A statistica ai^ricola ntnda nos abastecerá còm novos mcior
de sermos iitfiis aos nossos pafricioi. Apresentaríamos quuntos
esclarecimentos podermos consepiir^ relativos A prodacçilo ,
consumo, e exportação de ;íPueros de nossa lavra; e indas^ar
remos, com escrúpulo, os jfeus preços , nos vários mercados,
onde teem cxtracçJto.
Ajtidar-nos>henios da bio^rapliia dos grandes nirricultores,
anpunciaremos todas- as puWicaçdfís^que," sendo interessantes,
nos disserem respeito; traremos á terreiro ás nossas anlisru ida-
des agrícolas, e. zoológicas : recordaremos o nome Oos introdu-
Cloircs de plantas* em nossa ilha; c, finalmente, lidaremos,
^ YOL. ui. skl:^ 1.
98
REVISTA UNIVERSAL LISBONENSE.
quanto em dús couber, por faier checar esU obra ao maior
HVpT ()e ulilíHadfí.
Apczar todavia de tilo largrosr recursos , nSlo v «em grande
icciio de descairmos do nosso jiropoaito, que cDCCtamos o la-
borioso, o ciífikil cargo do dirigir as opiniões em campo de
■ titnla disputaçAo, o varJAtlos nccôrdos.
Grave é a larefa qiic tumúmns. Nós o reconhecemos. Mas
conGamos na sanct idade de xiòmhh teo^-tHés ; na proteGcHo , que
mereceremos de t^flos oRasrricullorps, dr rodas as auctorídadeã.
tie todos os poderosos , e de todas as influencias : roíifiAuios nti
coopcraçíio de todo» os homrns de letlras , qiMí acharíto nosi>as
paginas srMnprc aliortas, e francas; e aguardamos (\t\9 aimprcn*
Ba ^reriodica nos ha-de acudir c^in palavras de osforço.
È a primeira tentativa d*esta espécie , que pon-entura se
/az em todo o Portugal.
Temos fundadas e5)>eranras que a nossa carreira será desim-
|M*tUda de estorvos ; porém , nfto doscorçoaremes se os encon-
Uarmos , e , atalaias vigilantes da agricullurn raichaelcnst;, cla-
joaremos alio , « iuc(?s$aulcuiente contra tudo o que entorpecer
n evolunto doeste i>recioso ramo de riqueza publica.
RR.
O 1.* numero do agricultor michaelense sairá ao publico por
tO<Io o mez (fe octubro próximo , e d'ahi em diante será rH<;u-
larmonle publicado lodos os veies : compor-se-ha de IS pagi-
nas de Lexto.
A redacção gostosamente publicai:^ quaesquer assurojtttts agro-
nómicos , qtie lhe fdrcm dirigidos , e que forem convenientc-
nifnle escriptos.
Kgualmcnte .«e agradecem desde }&. todas as noticias interes-
•aules , que dÍMorum com o programma.
A correspondência franca de porlc , deverá ser remetUda ao
Sr. André do Canto , rua da Graça n.*' 44.
Snbscreve-se cm Ponta Delgada , em casa do Sr. Francisco
Joaquim Pereira, defronte da misericórdia velha. — ^Vilta Fran-
na, cm caza do Sr. Simpiicio Gago da Gamara. — Ribeira
Orande, em^cazá do reverendo Sr. José Caetano Dias. — Pre-
ço das assignaluras — 12 números, por 1440 réis.
▼SVSVO (UOTXBXANO.
(Carta.)
2215 Km toáns as épochas , e em todos ospaizcs.
Canto as anctoridades como os escriplorcs públicos ,
Icem velado com aclÍTa vigilância a saúde do povo; ó
porlanlo preciosa quaiqaci* informação tendente a re*
primir os abusos , que pessoas destituídas de huma-
nidade praticam para aiigmentar seus interesses par-
ticulares ; muito embora milhares dos seus sirailhanT
tes , percam para sempre a sua saúdo , ou caiam vic<-
tímas das fraudes escandalosas» que diariamente com-
jmeltcni , com tanta astúcia » que só por acaso se vem
a descobrir. Ha poucos annos , em uma das princi-
jiacs cidades (Lecáê) de Inglaterra , conhcccu-sc que
<« moleiros misturavam com a farinha pó de ossos I
Os andores d 'aqucl Ia nefanda ímposif^rto, foram tão se-
;véramentc castigados , que cila cessou de eiistir , c
« publico de ser p(*r aquelle modo envenenado ! ! ! ! !
4 Porém que dirá V. quando en lhe affirmar que en-
tre nós existe egual abuso , e quasi de similhante na-
tureza I ! ? Sim , Sr. Redactor , p6dc-me acreditar ,
4{i^ando assevero, que os princípacs confeiteiros d'es*
ta cidade estão no costume de comprarem grandes
4]uantidades de ossos, apanhados dentro das immundi-
•iies da cidade » nos cács da lama , «te. , que mistu-
ram sem vergonha e som consciência largamente com
•o a^sucnr,que refinam para consumo do povo : aban-
•doTinndo completamente t) antigo modo de refinação ,
j^or ser menos lucrativo » e esqueceiido-«e dos terrí-
veis e rápidos estragos na saúde das pessoas mais ro-
bustas. Sendo talvez este um dos motivos porque se
euconlrau uas rua» do iJsboa tantas pessoas pálUdas
e de rr^ etverdinhnda , pois teem os órgãos digestivos
estragados , e sua saúde arruinada para sepipre. Li-
mito-rae simplesmente a apontar a V. a cxistcncii
d'cstc escandaloso abuso (que posso provar sefôr ne-
cessário) , ua certeza de que tanto V. como as auc-
toridadcs, não perderão tempo em propor e adoptar ti
providencias indispensáveis para uma rigorosa ivvet-
tigàçâo , e para que* os ecvenenadores sejam tcvéra-
mente punidos , e o puWico livre de tal peste , etc.
Seu Cmtstcmie Leiíor..
GOXVAjrBIA Pa0TSOTOB.A 2>0 CHNODEa-
CIO S AGaZCU&TVBA B08 TZVHOS
3>A EXT&SMABVAA*
(Tem de pag. 90.^
2216 Socorrea«se o correspondente da Restauraçãê
ás cifras. Não recusaremos o campo , antes de boa
vonlííde o acceitâmos. Para que os argumentos df ci-
fras sejam exactos, é necessário que os dados tambeib
o sejam : é esta a primeira falta capital dos argumen-
tos, a que respondemos. Das 111:798 pipas» que le-
ma , como termo médio , das que affVnem i compa-
nhia , termo em que nós coml/inamos , pois afé , co-
mo ja dissemos » calculamos que não passará de 100
mil , dá 4 mil para \íuhos generosos , c 16 mil para
vinho de embnrqne ; concedendo ainda que sejam sò
4 mil as de vinhos generosos , ha «m grande enga-
no e a maior inexactidão em suppór , que são só 16
mil as pipas de vinho de embarque , que produz a
província da Ijlxtremadura : ellas do certo se não po-
dem calcular em menos de 40 mil : e até francamen-
te diremos , que se menos fossem , impossível abso-
luto era a durarão da companhia , pois não podendo
ella deduzir sua estabilidade senão da exportação, se
não houvesse mais de 16 mil pipas de producção, ca-
pazes de embarque , o resultado era nao poder aug-
mentar a exportação da actual ^ e antes pelo contrario
haver de dimíuutl-a: pois não podendo exportar mais
de 12 mil , dando que só na terra se consumisse o
mínimo de 4 mil pipas capazes de embarque » Oca-
vam-lhe 12 mil ; isto é , dois terços do termo médio
da exportação nos uHímos 5 arnios.
A verdade porém é, que sendo 18 mil o termo mé^
d lo da exportnção , muito mais do duplo deixa de se
exportar, por 6iklta de consumo nos mercados estran^
geiros , e não por falta de sua existência na produe*
ção da Extremadura.
Sendo pois ^ calculo do correspondente da Restau^
ração feito com esta grande inexactidão logo no pri*
meiro dado; ;como pôde elle colher ou ptovar<:oisa
alguma , ello que. falha , e procede sempre com a
maior inexactidão em todo o restante?
Depois de ter dado 4 mil pipas para a 1/ classe #
e 16 mil para a segunda , dá 40 mil para a 3.* e 4.*
(as quaes ambas denomina de taberna) ^ e 51:798pa«
ra a 5.* classe ou de queima.
Accrescenta depois, que põe de porte Oê vinhos ge-
nerosos , e os de embarque , em que não cuida do
ganho. N' isto ha grande inexactidão; — a companhia
para poder augmeidLar (como deve , c tem necessida-
r de de fazer) a exportação , ha-do ir procurar abrir
mercados novos , e ganhar freguezia , apresenlatidõ
bom vinha, superior ao das outras marcas da, terra ,
e muito superior. ao estrangeiro, c por preço módico
a fixo de assim afugtutar os estrangeiros do merèadu»
REVISTA UNIVERSAL» LISBONENSE.
9^
e da competência. E entSo tio longe deverá estar de
ganhar nos primeiros aniios i qne antes ao contrario
ha-Kie sofrer prejuízo, vendendo talvez pelo menos do
custo e despezis, além do grande e enorme empato/
qne, como prejuízo, não menos deve, ser âttendido e
•alculado.
Pouco depois continua declarando que unicamen-
te se vac occupar comos vinhos de 3.', 4.', e 5.* fias-
se: e diz logo que o preço médio de uma pipa dovi->
nho d*estas duas classes é <le 9^^300 réis: — grande
inexactidão ha em junctar, calculando partes eguaes,
3.' e 4/ classe: isso argue a maior tgnoranciaMlas
qualidades dos Vinhos da Kxlremadura ; pois que
4 4.' classe é só por assim dizer para certos vinhos
exccpcionacs , que, supposto só per si não sirvam pa-
ra copo , lotados com outros de maior forra pudera
éervir para beber e escapar assim á caldeira , oue
9liás de necessidade os esperava. Estes vinhos estuo,
iquando muito , para os conhecidos por vinhos de co-
po como 5 para 100 ; e tanto que seiído elíes uma
excepção, muiio boas razoes appaVeceram para que tal
classe se exeluissc do projecto; e a iss« se refere o
Relatório pagina 11 , quando diz — itquf (as classes;
a se reduzirão a cinco , havendo ainda muito hoat ra-
í( zõcK para as reduzir a quatro, «
\ão menos ínexaclídão ha quando ainda tomadas
partes eguaes , sç diz que d preço médio de cada pi-
pa de vinho de 3.* e 4.* qualidade é de 9:o00 réis:
aqui ha ainda mais falia do verdade do que em cha-
mar mrdio ao que é rnimmo; pois tomou os preços de
lljáíOOO réis para a 3/ classe , c de 8/000 réis pa-,
ra a 4/ como médio, quando o artigo 16 do projec-
to clara e evidentemente diz' que taes preços são mi-
«MOS.
Argumentar com eslasinexactidues , e adulterar as-
lim os factos , é negar a verdade conhecida por tal ,
c commctter pcccado coíitra o Espirito Saneio ; e não
seremos nós quem lance a absolvição : c peccado
maior para que não temos auctoridade: ao publico,
para qiicm escrevemos, enviamos o peccador ; ellc
que absolta , como intender era sua consciência.
Já se vè, que estas 40 imil pipas , sendo 2 mil
pipas de 4.* qualidade,, c 38 mil de 3.*, custam,
não termo médio mas sim pelo mínimo , as 2 mil de
4;* qualidade ííS^OQO réis, 16 contos, c as 38 mil de
3.* qualidade a 11^000 reis, 418 contos, ao to-
do 43Í contos: c -calculando cm mais 10 por cen-
to, o augmento médio dos mínimos, o que não é ex-
cessivo, maxiraé aLtendendo a quem marca esses pre-
ços, artigo 20 do projecto, lemos o custo d'eslas
40 mil pipas cm 477:400/000 rs. , c não cm 360:000/
rsl , como diz o correspondente. E só n' isto encon-
tramos a pequena difíerença no calculo de 1 17:400/ rs.
''Diz mais « correspondente que os direitos de40mii
pipas de *inho são 480:000/000. réis, (dando isto co-
mo ccrlo o que lambem não é, o que mais nos convence
de que q correspondente não tinha da matéria suget-
ta cmihccimento necessário , para escrever sobre el-
)a|, c que soramadosaos 360:000/ rs. dão 840:000/
réis ; porem nós deveremos somnial-os aos 477:400/
réis, e leremos 957:600/000 réis.
Se porém até aqui ha inexactidão, torna-se ella ex-
<es$iva , e por assim dizer , escandalosa , quando to-
mado o termo médid do preço porque a companhia
vende, em 32/666 réis, que não cabemos como ú-ap
duzido, edé que nos não farcmc^s cargo, antes concede-
remos , se Ognra a possibilidade e a venda de todas
estas 40 mil pipas por esse preço : como se esliyos-
se na mão da comp^mhia o augmenlar o consuma
cm Lisboa a ponld de vir a ser egual á produc-
çSo da província que a companhia comprasse : os da-'
dos stalisticos da alfandega das Seple-Cazas dão termo»
médio era Lisboa na «área pedida para o exclusivo 21»
mil pipas, o correspondente àà Restauração c\c\o\i-así
a 40 mil , é uma diffcrcnça de 30 por cento , não c
grande coisa para um calculo ! !
Sendo só 26 mil as que consome , e que lhe cus-
tarão inclusive os direitos 622:440/000 réis: e que
vende por 838:896/000 réis temos não lucro mais
difTerenca do preço bruto da compra , ao preço brul«
da venda 216:456/000 rs. , e não 449:640/000 rs.
como diz o correspondente, indo só n*isto uma pc- *
qoena diíTerença de 233:184/000 réis.
Se porém ha parle na carta que não mereça des*
culpa, c quc&ó por opposição .se possa considerar es*
cripta , é aquciia era que a diíTerença do preço bru-
to da compra ao preço brulo da venda se diz lucr^
certo: e isto aecrescenta o correspondente porque os
carretos são á custa dos lavradores, artigo 2." $ 1.^
(N'isto se vé haver engano.de citação, pois se ha-
dc querer referir ao antigo 11.** $ 1.°) , e porque pc--
lo artigo 21.^ tem a companhia de graça , quantos cm^
pregados quizer. Graça nos parece isto, e bem peza-*
da. i\ Pois a companhia, senhor correspondente, não
tem defepezas , porque os carretos são á custa dos la-
vradores? I i i A companhia tem empregados de grana , .
porque para os seus empregados pede os privilégios
concedidos aos do contracto do tabaco?!
Pois a despeza de um negociante de vinhos desde que
compra o género na adégn do lavrador até á venda , é só a
do custo, direitos, carreto, c caixeiro? í;E então ar-
mazéns de re)Lém, vazilhame , cascaria, preparo,
quebras , ,armazens de venda , contribuições, municí- -
pacs , carretos do armazém de retém para o de ven-'
dá , ctc. não custam dinheiro? I
i fc de certo o mais a que se pôde chegar, meno» ê
dizer que o branco é preto ! A lembrança dos empre-
gados de graça , é engraçada : iil^ tendo porém elles .
mais privilégios que os do tabaco., o correspondente
deve ir ensinar e vender o seu elixir aos contracta- .
dores do tabaco, pois poupando-lhes todos os ordena-
dos quantos dão aos seus empregados, de certo lhe hão-de
dar gratificação que lhe tire a vontade de hostilisar a
companhia : c se lhe cusiuar a ellcs contractadores ,
e aos demais negociantes , mutatis muíandis , .o resto
da receita , i^to é de ^não fazerem mais despeza para
a venda do tabaco, do que o preço do custo na alfan-
dega , o que corresponde ao preço do vinho , carretos-
e direitos , de certo ganha para se tornar mais rico ,
do que qualquer dos grandes capitalistas da Europa.
O facto porém é qne este eimuiiciado do correspon-
te da Restauração, é a maior falsidade que se tem és*
cripto em letra redonda ; e que asdespezas doesta ou.
de outra companhia de egual cemmercío, mesmo afo-
ra os carretos, e lendo os empregados o privilegio qu«
menciona não se pôde calcular em menos de 30 por
cento : sendo 10 para a vendagem em Lisboa , e 20
para todas as demais despesas, os quaes tomados em
relação aos 216:456/ rs. dão a quantia de 64:936/800 ,
réis ^ e liquido réis 151:519/200; que divididos por um
9 *
100
(lEVISTA UNIVERSAL LISBONENSE.
capital de 2.000:000;;g000 réis: dá uoi juro ;innu«] de
7 ç meio por ccnlo: sendo este lucro commcrciaU
mente pequeno , c o máximo qucpódc dar o exclusi-
TO cm Lisboa, c evidente que a companhia Ião lon-
ge está de. o jmdcr applicar para em penla do custo
ir levar aguardente ás províncias, que antes c bem
pelo contrario, para procurar colher um lucro, que dè
logar a um di\idendo que convide, prcciza ainda pro-
curar vendèl-a com huro além do custo ; e por tan-
to níío só nã(» afugrnlará a aguardente da3 outras pro-
víncias, como diz Inexactamente o correspondente da
Restauração, mas antes especialmente nos primeiros
annos em que deve sofrer perdas, c empates na ex-
portação, muito lhe ha-de custar a comoUas compelir.
ASSOCIAÇÕES agrícolas,
2217 Na Revista n.** U c arligo n.** 2197, se cnronlra iiraa
corres |K- ml ene ia rum data tir 15 i!í» M-pli-nibro próximo preté-
rito, asbignada f»<'lo Sr. José de Freiiax Amorim Jhrbfsa^
qiif ao mrsmo tempo que mestra o i^atriolismo do si^ii niictcr,
inculca , e opreseuta verdatles , que nSo podem coníradizcr-9«í.
Ahi se nos de|>arain as sojriiintes palavras — (Knílocliejf aremos
nôi a tem|)o de \ ermos e^i^as asisociaçòes (agricoins) em nossa
terra r tTanlo ciislaai cilas a oríranisar, e a compor? CJrita lo-
do o mundo coiii a:i dores que ellas podem curar, ha ahi lei
que as manda promover e nào hn f/;/i , qi:o as jirincijio? ! —
E mais adiante accresctinia — As s cie(!ad«'s drasriculloressao
a neci-ssidadc Uu dia — c assim continua com outras verdades
de força e natureza tal , que nào tem centra.
Ora (guando este Sr. diz — e n5o ba um , que as principie
— é do meu deviT responder-lho n'cíla parle com o projecto
^eral de ass ciaçao ncrricola do reino , de que abaixo daremos
cópia ; o qual sem com tudo ^ir para o caso cs|)ecial do arli-
jro A que «Iludimos, foi todavia por seu auclor a])rcsentado e
lido a (rrande numero de proprietários, lavradores , c reprosen-
lanles de camarás miinjcipaei$ da Kxt remadora na so^sfio de en-
cerramento da aFMoriaçio promotora d\'),(?ricidlura e companhia
dos vinhos da mesma |)r. v.uvíj. — Aprescnlaeào que levi* io-
phr somente C.im o provriíoso fim d*j fazer cl trulnr \htj I ene-
Jicn idéa , c de aproveitar a occnRiilo em que se achava reuni-
<!o grande numero dos mais respeitáveis ])roprictarios e lavra-
ifí*re«,
Sixo era entào , nem alli o loírar próprio do se adiantar mais
a tal respeito; por onde kc reservou para lhe ser dado mais
tarde, impulso deeisivo. K pijis que nas circumstancias actuaes
da Dosía aprlruMura nao resta mais nada a eí^perar, é pnr isso,
^ne também o diclo proj cb» se vae communicar ao pulilico pe-
la imprensa, para que sendo reflectido com tempo , e com va-
lsar se nclie cada i:m habilitado a -entrar na sua discussSío,
quando receber convite para esse fira.
' K i-ara que pos5a fazcr-sc o competente a\iso para assisli-
lem iis reuniòo, (juc a efte respeito vào começar, roga-sc n
todas as pefcM>as . que se interessam em íào importante objecto
ne sirvam nmudar o seu r.ume , c morada á caza do i)ateo do
Tii(»rcl ao campo de SantWnmi. Nào é de e.«perar, que haja
iiin^ruem tào remisra, e desleixado, etào alheio de seus próprios
interesses , que &c lu^pue a concorrer para o bom re^fultado de
tiio im])ortautc objecto. Ayres de Sà I\ agueira,
(Continuur-se-ha),
alquifoux das artes, ou o sulpbureto de chumbo dos ehy*
micos , contendo oitenta e uma onças de enxofre , e
seis onças de quartz o sulphurcto de ferro. £ para que
chegue ao conbecimenio de quaesqucr pessoas aquém
possa convir a exploração e lavra da sobrcdicta mina
SC faz publico o presente annuncio. Secretaria d'E5-
tado dos negócios do rciíio, cmlidcoctubro dei8i3.
DA THSOaXA OO IMPOSTO.
(feni de pag. oS.)
2219 Os legisladores , partindo do principio enun-
ciado no artigo precedente, que lodos os cidadãos de-
vem contribuir para as despezas do estado, j>ro nita
de seus líquidos rendimentos, encontraram uma dilli-
culdadc invencível cm verificar os rendimenlíís déca-
da contribuinte , e mais ainda os seus líquidos rendi-
mentos. Poucos siío os homens, que podem saber qual
c o seu rendimento; menos os que conhecem qual o
seu rendimento liquido : e quasi nenhum que quize»-
se dál-o ao manifesto.
Era portanto forçoso deduzi I-o por via de inferên-
cias. Pasma a imaginação , quiindo se percorre a im-
niensa lista iW arbítrios, que os legisladores dos diíTe-
rentes paizes imenlaram para conjecturar com alguraa
probabilidade o liquido rendimento de cada uru ; ; vãos
esforçosl Não ha um sód'aquellesarbitrios, que não seja
um absurdo ; nem um só, em que ao mais ligeiro exame
se não descubra não haNcr nenhuma relação entre a
base adoptada e o rendimento , quo se pertcndia
calcular. Não ha pois um só , entre tantífs sortes de
impostos, que nâ o labore no vicio insanável de ini-
quidade; porque não tendo relação alguma com este-
res de cada um , são insupportaveis para os pobres c
pesam desegualmenle, sobre os que, aliás teem meios
para os pngar.
K fácil de pensar, que sendo, n'cslc syslrma a
maior parte dos contribuintes interessada em fraudar
o imposto, sempre a receita effccliva ha-de ser inferior
á presumida. S>ni se cuide que se remedeia o mal,
augmentando-se a taxa do imposto; porque, como es-
te era oneroso e iníquo, já quando era menor, requin-
ta de malignidade, quando, para supprir o í/^AVí^
se procura augmentar o produoto. Cresce o descon-
tentamento : e d 'ahi á desesperação c á revolta não
ha mais do que um passo.
Convencidos , mas pela experiência , do que pela
razão , d'estas tristas verdades , recorreram os ícgis-
ladores ao que se costuma denominar contribuições
indirectas, (•) que recaem sobre objectos, que aos
cidadãos 6 licito deixar de comprar , ou comprar em
maior ou menor quantidade , c , d 'este modo propor-
MXKA X>E 'AX.QUXFOtrX.
^218 Por ollicio do ministério da guerra consta ,
em virtude da paríicipação ultimamente alli recebida
do commandanlc da 8.* divisão militar , haver-se des-
coberto junto á aldeã de Santa Anna , subúrbios da
jtaça de Mertola , certo mineral , de que o mesmo
('ommaudantc remettcu um specimen. Da analysc
«íiyraica, qtic d'estese mandou fazer na caza da moe-
é^ resulta o saber-sc : que o minçrql, de que se tracta c o
(•) De tantos cscriptores que teem Iractado dVslas maté-
rias, nuo ha um só (|ue desse unia diQoic^ào sensata ào q!*c M
intende por conlribuiçiío directa ou indirecta. Tomando pof
exemplo Degerando, que é um dos mais dístinctos , ver-se-ha,
qu« todos os clmracleres queelle aponta, como disliocfivo da*
ccmtrilHiiçOes diri^clas se verificam era todas as que elle, e o«
demais , classificam entre as indirectas. Islu nào é dixer qu^
nao existe entre os impostos uma diflcrença que merece ser de-
si^nadii por estes dois epitlietos;'mns sim, que os econoDiisla*
nao atinaram em <^ue consistia esta diffcrencja. Observaremos
pois, que qunlqticr que seja o syslcma d'irapostos, devc-se
considerar que rc])artida a mas^h tolal , voleda jjela» *^**"*J[Í^
jMJr tod(^ o» contribuintes, a quota, (Jkie cabe a cada nn», P*"
de denpuiinar-M um imposto directo se o colicclor. o vae coUfar
REVISTA UJNiyPJi^AL' j^lSBONElNSE.
101
.Este expediente -nssônta soljrç a falsa suppo^içSQ.,
de qne só deixará de comprar ,qti em não .tk^ ^Bjieiõs :
fi.que tpdos podem proporcionar a cuippia ao^ seiís
n^adimait^is^ ilu muitos 4*aq<ielU^ objectos que o ri*-
CO S€ 9Í)st€ia de i^pmprar », e suppi^e com o\xÍr.<fS , qviç
Nião pz^aun tanlo àiap/osi^ : ao mesmo terqpoc^ue ospo-i
bres, ou os xnediáiuuucntf abastados ^.* são obrigados a
^.oroprar soa i^ tio que o pcrnultem suas po^s^s^ J.á s.e
intende, que os esforços da, fralde não buo de sér
mej^orcs n>ste,do que no preiiq^entc s};slcjna.. ^
A ostos vitiios , iuhcreplc^ á uaturçza d*iiinbo& os
mencionados systcmas de ii^postos, accrescem os gra-
ves inconvenientes dos melados adopitados para a co-
Lrunça. O primeiro e 4) menor d'aquelies jnconver;
ni entes , c o irnsc^onso numero de empregados que
^lie^. exigem; porque não jbó^ísso absorve uma
Ifrande parte das^iUribuíçõcs^ mas lorna por çxíre-
lao diflicil ou, antes» impossível a fiscalisaçâo :' o co-
mo , pelo graiMle numero ». é forçoso dar-lhes diminu-
tos salários, (ica ají)crta ^ porta, á corrupção, tanto
«^iHfis fácil quanli> é ,. nem pódc dci&ar de ser , com-;
plica do 0^ detalhe 4^ percepção de taotos e tão vai^ia- '
«los impiosXos.
A estes inconvenientes do desperdício d*uièa gran-
de parte das contribuições e da corrupção dos emprega-*
4Íos , se deve accresirenlâr <^ âef( incalculáveis vexa
mes dos centribuintesi v<rxamestiue são uma inevita-|
irt 1 consequência da complicação dos mesmos systtmas ;
que cm toda a parte «e estão sentindo ; e que a todos
•^s «sfbrços^ tentados |)&ra o» atalhar i teciâ refilado.
Vejamos agora até <|iie pooto; e systema^ . ^^(^ dei^
«áteos tMropost« do tributo unko avançado })elo Baiih
40 Nacional dos proprietários de.4>riedíos ru6tkog.:ie;
iirbahos ; é «vempt» dos incenvenieales got dei&àro^s'
fie notar «m todos ós^ntros systevaa.
Còmeçaud4 pela condição; esscActal de se deirer. fa-
zer tf díerrama proporcioifcalmeDte aos teres* dos cofltrf-.
<>huitttes, observ^reiDOSs, que sendo issies dircetos/on
dndJréctos; não ha^^dimda' quèbto «os directas # pois|
vque cada um pâfa.pro rata do valor conhecido 0'V<^-
«^rficado âl0 sett))Fedio»: Quanto aoei. contribuintes tndi-
reotos» esseaptf^m á proponjão do consuiao^ <iialK>
tfo que eoitii^ram aoa contribuintes directos, oomo. en-
tre si; quer seja por icompra ou troea deigetieniow^/
quer ' icf^ por empréstimo .de. dínheiíro , ahig«el< de
objectos de u«o ou locaçio^do trahaihoi Bor csto^no-
do, procura cada um reembolsar^se o. mais que po-
der da quota do imposto, -que tem pago. Por este
modo tendem a 4ifé1hCiilfr-^e, • .na proporção dos tère^
id^ cada cbntrrbuyMe rindn*eeto, as quotas VI eúotttrí-)
liuiçãçi de todos, fiís-a^tii .d<;s%'asfecido$ 'm>s dois pri-j
.d'eUe díjFcctaD¥;ute. Has se ^nHp os âireítos impostos sobre pan*
B,98, qu^zn ,08 p»^ .é o oiejcadur i 'que d/rpols se cml)ol9a cleit
,1^ rcpajtuu)p ..o seu coinjiuto j?pr toGos o8 compra(lo)'eâ dd
ifa^otf qu^ (UííyiAJchou ; iciiws o tulal âo ímpuiio pa^'-o pelo
mercacíar a cfiie detnos o nume de imposto díreciò; c a (jiiut^i
.il* anitt uoi dos qiie J^e couiprarajn dlaqiicUe paono^ a^ual s^
,pofle«beiD,p]Íiamar imposto indirccío. As^im o ii^apusto que pa*
.|f« o |iroprIelttj'iv> da terra ú lux^iosio directo , (jue se compôs
5I0 iiidircclo que cil& adiantou e de que so eiulmlsará na ronda
.dus prudiíctos oq na renda dá terra ^ sd a alugar: úo qual im-
pOJlo indirecto o coaiprail^r (Jo páunç «u dvxs ijencros, bcmco-
11x0 o r<rndeiio procurará cmboUar-íie navt;nd:t dus produçloí áf
KCK traílco ou na locação d» seu. tr«!?albi>. j
laeiros e, jp-avissimos inconvenientes da deso^çual re-
partição do imposto por parte dá lei e do íjoverno; e
das fraudes pnHicadas para illudir os eiloitos da li?i ,
por. parte, dos contribuintes.
. A cobrança no nosso systemá vfcrffica-se nò Banco
Nociónal òu nos seus flliae^ dás pfpvíntíiaS , onde c:i-
da'proprie|nrio entra dQ tima veí òu por diversas, se-
gundo mclltor lhe convém , com a súá qtiota, que a!-
li se lhe acha debitada, e quê' vence ^uros á seu car>
go desde o dia em qiicse tiver vdpcido : devendo as
Quotas íjer pagas oih dozç termos ,* racx por mcz.
Já se vé" que não, podem os contribuintes tcm^í* ve-
xames-; poiKfbe cmquak^o não paf^aiií , aciumulam-se
os juros :,c Unto por estes, como pêlo capital da quo-
ta xcspoodc o prcdíô do contribuinte cm particular, e
o ))ánco emi^eral^'',
O Tbcsoiro nSo' p^ecísii de que os conlribuintos vo-
riíjqueoi seus pag^nenk>6 lias «pochas marcadas na
lei f porqiie , 4;omo acixíia dizeínos , par;a pagar a<jff
empregados e mais credores tleniiro no feitio , emillc
«cheqiies, sobre o Bánfi^ íí esXc ^a^ com cédulas ga-
rantidas jpcjòs prédios.
rara ós pagamexítos f(ira do reiiio, compram Icllras
òii metal oa praça coin as cédulas do Banco Nacional ;
bem como actualxncnle com as notas do Banco de
Lisboa e com lettras 4a terra.
j^iyão lendo o oiro neni à prata preço fixo pela lei ;
evjlam-se as ruinosas vaciUaçÒcs de câmbios ; por-
que ns kttras mandacão pagar um poso de oiro f>u da
pr^ila do flpuísnio toque c cgual ao recííbido. Vencida
aqui a lettra o acceiíante ou paga com o dicto peso de
oiro ou prata oii com ccdulas equivalentes, segundo
o preço corrente d^aquelles metacs no dia do vcuci-
mcnlo.
Também nSò deve haver receio de que pela gran-
de afíluencia depajíol no mercado, cllc padeça as bai-
xas que actualmente causam tio graves prejuízos;
porque deve ser Tícito a cada um entrar nò Banco
cora os choques do Tíicsoírô ou as cédulas que nao
pódér "empregar; o aeixando-os alli mais de seis me-
tes vèncereíu juros a i;azão de três por c(?n(o ao anuo.
Este ónus âa nacãp redunda cm seu favorporquc evi-
ta a^ r ti inosás vacílláçõcs PP .valor dos.fundiks como
acabamos de MoUr. ' ' SUvcstr^ Pinhciív Ferreira,
;^ jCQMMEi^tOíÍAÇÕí;?. . ;
TICTIUÇAS, BO CAMPO ')í>£ àANCTA AKNA
— Q0ME8 FREIRS 2>£ ANlDAADBv
líJ DÉ OCTtBRO hB lÔl?.
.• '1 . ....... ,
.2220 Recorda-sehòjçum dia de^ sanguinosa mj5*
mor,ia: o mais horroroso' de quantos Porlu^zal tem vis-
to n'eMe século.: — IB de qclubrQ de 181/. Sao c<jr-
rcu hora ttein instante d*esse dia fatal, ! quê o nao
acompanhassem Os arrancos dolorosos , e derradei-
ros de muitos infciirpç , ^s angustia^ de mjU^las /^mi-
lios, .a consterna<;ão vgeral doi todas as. alfiqa^sonsivt ii
e generoias4Corròn.saui|ue{>0rt4igueaiem «iitindancía.
As fogueiras qailn(!o'*daVafm^ ris» nove» d» noite «aínd.
ardiam. — A 'barbíifidade ínsuífando' a civlHsatíftm
9 \9i
102
HEf ISTA UNIVIÍRSAI/ tlSBÓ^NEííSE^
*^.ilcaudo-a; trí.uniphando.— Oh ! fa trafjedie de la
^anaille era completa. Ferro e fogo 1—Fa lio das hor-
ríveis mortes do Campo de Sr'incta Aimà ; faliu da raor-
IC, ?nai^ que hQrr.ivcl , do Illustre íkncrãl, . Gomes
Vroire de Andride. — Ciraríío por todos os que pade-
ceram.-7- Gomes Freire foi o, malavcnturado 'heróc
dVsse (irama infernal^ -^Algumas palavjas a. sêa
j^pcUo.7— Prezo e levaíjò á Torre de 'S. Julião^ d*
Barra., en) 25 de maio dciSlT, ahi o lançaram em
um c-alalíouco insalubre, desprovido de lodos os com,-
m^ulos da vida; qnasj sem luz , sem cama; sem ali-
meiúo.! I E assim morrera s^epnUado vivo , se o in-
frlcz govoruad(ir da T(^re , ' Sir Anhihalú , condoído
dclao cslrapha' barbavHlade , o nãó sustentasse á sua
custa , por (vspaeo de seis díasi Um general sábio, va-
Icptc , cingido coro os .kfcuròis de iriuilas batalhas; b
portuguoz que enx meio dias hostes dé Napoleão* nun-
ca soíibiVa arrancí^r do ohapôu o laço nacional ; què
jámáis corubattTa contra a palria ; ò homem coberto,
de gíoriy ,, cheio de virtudes ; era esse , o que ora
«*omia ppr mercê , piwekraólá d 'um estrangeiro."-^; E
rccebour-a. resignado I Sô no fim de feeis dias > © Go-
verna iLdhjium fazer-lhe mercê \ para o seu. sustento,
de uns dene vintms dianos . no caso que elhh não' pos^
MUíssc dinheiro^ ou q^*alqucr outro nkeio para sustentar-
se á wífi :Ct4stn : palavras da Memofi'ia soàre a Conspi-
ração de 1817; impressa em Londrc^a, que ac^i se-
guimos. Gomes. Freire engcitou o faror d») governo.
Era escusado dizel-o. — Tinham decorr^idoalgttinas sc;-
manas, quando o rosto do polii-e general começou à
cobrir-se de muitu.s chagas íncommodas c dolorosas.
Chajoado o facultativo declara a * ínolesHa de-
poucQ. faiomcnto : toda a véz qu€ para logo se man-
de barbear o. prezo; — - falta Qssa. Ã^^onde provinha a
lioínça,..
Pedida pelo governador a iiulièpensa^el licença,.
ria concedida eása- triste- graça, Kitrpara-ste com maior
acçio,e n'nma espécie d'alegria aguarda o supplicio.
Porém , quando lhe ánnunciam , qâe a forca , a pe-
na iriàís infamante , é o único e derraiíeiro' favor de-
seiís juizes ; ao despòjaremr«'o» ftas insígnias da hon-
ra , para lhe lançarem as da ignominia— -a alva dòs
ehfercados — ►fòge-lhe: O: valor que nunca esmorecera.^
cáe; desmaia! ..Sti]>port3^ a N"stiça coro-à tc-*
signaçâô d'um Srlvio^ ^ellico ; encara a morit *com a
intrepidez d^^um Lcon. — A detíiíJnra e e opprobrio ;
eáses. . . . pertence ao infame o affrontaJ-os. — N5o
houve benefício cfue !h«^ nao nég«issem : tormentos e
ínjtístiças em quanto vivo, infâmia na m«rle , e pára
que a crueMáde ainda fosie além^ manda rara-lhc quei-
mar oS ossos, e-submiM-gír as cinzas; para que nSo
houvesse fufhuloque as recebesscr elagriíôas verti-
das sobre elle.^ — Emlwra ! EttgWMWtcs-vos ihjnstos e
cruéis ; hão se- perde » memoria dos grandes honieiís»
nem tafnbem as dos bárbaros — nfcm a vossa nem a
d'elle. Ministros da humana jlistíça, já qiiè a malda-
de dos homens vos perrtitlc desatar esse- nó sahcto c
divino, que, Deus vos influa, e vos iHumine ; • para
qbe sempre se diga de vós, o que ninguém: dirá dos.
juizes de Gomes. Freipe — folga- a justiça, e geitae a^.
naturez^. •^« ^* (^* Cascáes,
.ROTLCIAS;.
é-Hie negada. Insiste^ declarando ^ mostrando até as
navalhas de segurança , de que s4 ó barbeiro deverá
scrvir-scf. e é indeferido segunda vez! Comes Freire
«onitinúa resifjnado:. .(^omo St> Ar'Chihàtd, nao tracta-
va o.pr«zo com abarbarSdadè qde se lhe exigia, man-.
dou-se para jk Torre ; a-^im de- o espiar , um deseni-
bargadpr , por nonie Pedro , e por alcunha õ crwl !'
Em. toda a p*rte os háv. Efltretanto redobram as per-
seguições, c injusLi^j»;€aoteii o.ioteli^* Neiu suppli-
cas lhe consente0i«. jUai^.uoicicvrf(iucrimQnlo q»e diri-
giiui a Elrci («) «i>t|^ no, ||^.'4e janeiro, esse mes-'
nu)»Hi'o sonegar^si. Os d^mai^féos foram todos. pQs-!
to& fora de segredo » logQ/. depois d^' processados, ej
Gojaci^.Frcire saiu d;cllc para o patíbulo.-;- Um cpr-.
pb (je 4clÍ!Cto informe ; ' pergu«las arbitrarias ,' e ajpe-j
•nas feitas por um juiz> na mâSD)Orrd;do prezo, só ej»
presença do seu escrivão, eis os dados sobre que Ihe^
formaifiam ptoeesso ; eis ahi?ih foaze^ para pronunciar
uma sentcn(;á de morte ! O^vio-a Gomes Freire resi-
gnadamente'; e só pedte por graça especial," que em
véz da morte dfe garrote, o mandetóarcabuèar; O^er
elle mesitío commaiidar o íogo : mòi^rer como valoroso.
Persuadido ate á ultima hora de que ao mehos Hie ser
< , • •» I • ,
' • (*)r ' fetc reqncTiniento fôl diriçi^o por Cbmes Freire a Lqrd
< Bètníford^^ (para- o pâr na f presença d/i^nii ; Hoãs o^ Lord-
. '«urres d'iiso ^ entrcgoii-o' aos Governadoras do JRseioo.. — ^ A
^ nemoria , qufs citâmop , . tracta de ^deif ulpar o Xford , Qon(c9sâ-
^ mii9 v&p haver moditadu as razScs} mas a sua simpleáleilura|
' ^Jéerto que aós aZo «ODTeaceu. '
ESTRANGEIRAS^
»2t HisíANHA. — O estado lurbuliento- da Hispa-
Ilha , pouco ou nada tem melhorado. Parece ^ quí é
^i».andaço, on chólcra morbus politica. A malfadada
B«»^«loiia teimosamente sustenta, ainda, que com
as mãos dttOhhad&s pela: fome . o» peniféo nc^o da
reverta. AmeUer- ja« sitiado em Gerona pelafr forças
l |-niai*.iMimerosas,,e tritimpbantes deFriítt» e a4>abads
p<<dir um armiUicio , quet-lhefoi concedido ,. para sa-
ber notícias de Barcelona.. Saragoçaíaioda se mantém
em sítio, meia cenVralista e-moiaayacucba. ManleUoVv
proftigo oiie«pcdiefonario,vaeseguiéo d<?mui paueos,
como dizem, camèirtio de - Aragão.» ConcHfe eatá em
Giftdalaxara , o qufr os cowUwrios altri&ueia à, defecr
çao das suas tropas. Em Granada os milicianos ^juà-
.âeram tomar voz pela ccnlcRl ; o gnto porém M aba-
Ada ^m perda áe algumas^.vádas de parte <9 parle.
Do. resto da Europa não ba noticia impoíta»t«, .t'»^^
n^reea ser memorada.
Acnsos .OFrurxjibW. ..
, Diatí9^é9^tirno it 4 ie «*lí*^re. —Decreto i
daado qiíe-o senúpaxia do&.oi:pbiosiniti^ind« pelo padre Egwio
iosé da Costa, na travcssa-deSancta Quitéria, passe com todos os
9(HJs rendimentos para a Caisa-Pia de Lisboa. Outro approyáar
do o conlracio celebrado, eom De- Claranyes Lhccotte P^*^^
censlr«cç5o e reconstrucçao de estradas napro^iocíià doMwBO.
"Venda de bens nacioiíaei* Ahnuaçia de qpe o paffamento dos
juros; das inscripçde8.de 5, por ceato had^ priacípiar no dia,16
do corrente. ' , - j k^.
Id^máe 5. — Deoreto^ supprii$indo tík oJHcloa de meiríanes
das alftindegas dos portos seccos ^ e creando' eia 8eo-loé;ar ode
chefes de guardas. Poflaria maíiiiando que ás classes loaclitas
que eram. pagas com.aà.efreetivAa continuem a notarmos. seus re-
cibos enu^uanto as circuaisUncias do Th,e»oiro' níLo peraittcia
que ÈO, Ihea satisfaça pcnjualtucnlc. Vénia dje bena mcionaes.
Idem áe 6, — Ordem do exer-cito n.* 37. Vtnda dt b«i« **-
REVISTA UIVIVERSAL LISBONENSE.
103
Tdem-âe 7i — VeflHa de bf»n» naciôAaef;.
- Jilttm fie 9. — V#»nda de bens naci<»nRQ«.
• ídfitn f/tf 10. — Vcnúsí cip bens nacionacs. Somraaram na Ui-
Tersas quantias postas peio Thcso iro publirx» ú (li«*posf(:ao de
todos o» ministérios no mez de agosto em 654:367^717 rei».
FORITGAL.
222'^ Emqiianlo o fogo da discor^íia tae lavrando
nas villas e cidades do visinho reino, o doce zophiro
da paz hafoja o torrão da nossa pátria.
A Uainha continua a sua digressão polo Alcmtéjo
roccborido em Ioda a parte provas de amor e homena-
gens do seus súbditos fieis.
A camará municipal de Évora parece que, õu usando
mal do direito de queixa , e petição, ou excedendo as
snas allribuiçõos económicas , e ingerindo-se nas po-
liticas , foi estranhada c dissolvida por pedir a disso-^
lução do ministério.
SORVAI» BAS B9]AAS«AliTS8r
^24 Ás artes do dezcnhofalfava, ainda um repre-
sentante em nos^a impreu^sa» Jgxeelieutes joruaescomo
o Panorama , Aixhivo rupuiar . Universo Pittoresco ,
Jtf uzeu ^otc. (ractavam, ikokr dos interi^ssos .d'ellas, mas
9Ô accidcntal e perfuuotoriàjncnte.
Uma sociedade de airtistas e littcralos empreendeu
mostrar á £nropa (fuc tambcm Portugal fórâeerapin^
tor. SobraTaia «k)cuiaeiitps; faltava só rcui^íl-os e apre*
sental-os. AKPOS(aram-se com lodo o género de diflS-
ouldades o saíram triíimpbantes com o seth empenho.
O primcfro numero do seu jwaaA acaixi de sair, eom
uma prufundidado de.doctrinas, com .um gósío na e»t
colha de ipaterias> com um primor e^-mcstria na cxe-
curão vnnuai »: fuc* Q^n]^ se poderia desejar. mais ,
nem taala. esperar em utaa tentativa» tão crespa de
difficuldadcfi; no meia do gente costumada a ceder
ainda ás GObois leves ; ;e tão opuiiDiHa n&^ meio de «ma
èerra tsi0. empobrecida^
Não podendo oliereeer ainda%boje> a?* nossos leitores
o juizormiudo^ e racioeinado difesta publicação» .rea la-
mente memorável , m0 queremos mm tudo dekar de
inventariar o seu conihoudo. :
I>e deaoUo paginas em quaalD tgrande '«e eompõe o
primeiro numero».jmprcfiso cm., óptimo. papel « asselb-
nado: contendo — ^l.^Introducção pelo Sr ^.Almeida
Garrett*, — • 2/ A .£pipliania ; . áéscripção .q . estado iifr-
terario pelo Sr. f/. A; RebcHo da Silva.,, .quadi» do
Grão Vasco-, copiado c lithbgra§badopeiOuSr^ P; Ati-
.fruâto Guglielmi. — Miragaia,: romance^iB<Sr. Alitei-
dii Gafrelt<%mBi ill^jistrracões, desenhadas |^f lo 'Sr. JBor^
datio Pinheiro, c gravada» 'pelo Sr. .GoelJb^ •^*- SiJoio
Baptista, deiscrlpcão ^estudo )itleraíritt]N;k Sr.: Silva
Leal , quadro da Grão Vasca eopiadO' é lilhógi^phado
•peW ahimnosda Aicademia das Bellaa -Attes -os Srs.
AnnuociaçÃo , e Sonsa.:-^ A. marte do «iPapag^io pelo
Sr. A. F. de Ctistiiho. V
Cònmaçàm da A9si»NAT0Ka.«-^O Jo)rn«i da» Bellasi-
Aries casucra na mcz ti-octuiiro de d 943 , ovcontinua^
ri todos os mezes. .
Cada número conterá psliffmeiwe:* 16 paginas d'imK
pressão, .aasetinadas pela préaaa hydrauliba » duas es-<
tampas gravadas^ ou iitiiõ|^ap|Ma»,\ aai^^s ornatos
av'vitdiatasd«seirhad<tt'^ (gravados emi madeira cobio
•illtistraçôes ao tcrto. . . •
No fim de i3.nuQM;ros d'e«tapubIÍ€9tS«rv o»Sf5<
assignatites receberão um frontispício com ornatos aná
logos aos assumptos de que trácia o jornal , o o indi-
co geral das matérias do mesmo volume.
Subscreve-sc em íli&boa no escriptftrio da redacção
na ilua Nova do Carmo n." i — aonde devera ser di-
rigida toda a correspondência , pí)rtc frqnco , aos edi-
tores Manuel Maria Bordallo Pinheiro e José Mari.i
Baptista Cdelho.
Acha-sc á venda em Lisboa nas lojas da rua Au-
gusta n.** 1 . 120 e lOo; rua do Oiro n." (52 c 6;l;
ao Chiado n.* 6; calçada dos Paulistas n.* oí; nu
da Esperança n." 130. — Porto nas lojas de Novaes, e
Queiroz. -«^Coimbra , na loja da imprensa da Univer-
sidade.
Preços. — Assignatura por três iti(?^es i^§'áOO rs. ,
seis mezes 2^100, anno 4;§'200 , avulso 410. — ()í>
Srs. Subscriptores de Lisboa satisfarão o preço respe-
ctivo do cada numero á recepção do mesmo : os das
províncias remetterão logo á entrega do primeiro nu-
mero', e pêlo seguro do correio', a importância da
sua assignatura pòrquãkjuer das três é^pehas sujara
designadas.. * .
KOSSA 8£17BORA Oa RajBAlLIO»
^225 Lè-se no« Kstpeetador , jomai de Angra , de
9' de septembr^o seguinte : —
u'So e.\ tremo orlciítal cfesla ctdade dWnçra, contimmçrio
»> do e*tenso ç liodo bairro da — i'GTrtfrv7c-*— sohre ura loirar
w -elevado , para o «jual se rae pDr.v*^ icrfrBO inclimido; -«xis-
» te ura antigo convento , com a £iiii<^qnetiâr eíreja; que por-
»^•lencê^a a exltncla ordem reli^tcnsa deSanctoAtltoiíio, vul^ar-
n HTente chamada do.s Capuchos, it- ' '
tí.Foi n'egse convento qrie; em 1830, áe aqnartcllon Tssal^rio*
n sa mocidade académica,^ qucv á roz da' patKa, havia troiea-
n do 08- palestras de Minerva ; pelos campos de Mkrte , es 1i-
n VISOS <pdas arioA^.; enas. renhidas. pçièJMS ealrc a clvilisaçilo
M e o despotismo ,' entre a lcjg;i(im idade c a HzurpaçSo , "foírma-
» raro sempre a — 'JU d9s Namoradú'! — ogfuaKuido , (se mio e.Y-
77 cedendo) as ^enlii£ZU^d'aEiaaa. e o denode;,, ^s valcoles de
»> D» Jouo 1, M 9- ' •
<( Oh ! £ como ii'essa «pocká de' lir30 ,' n%ó ficar iam' àssom-
» brados os écfuok dos dofmilorios e -claustros, d' este convento , .
» acoslunadoa a rep^roivLirisiímente^« mavioso -^^Deograãn»-*-^
» qvando foram accordados pelas risadas alojes c francas, €•*-
'->ino o .coraçlio. dos jovona que alii as soltavam I. Pelos gritos -
n -agudos dos brinquedos , pelo» eograçados e cpigranmtaticas
n dictos , dos novos inquilinos 1
«Mas taiobem., qoan^as veaes enternecido^, .repetiriam el-
n Ics, então aslaslimosas quèiiat, as iauâo9^tfmçâes, étiltítí-
n das com voa^^eliiaebdUca, ao som da harpa ^o exílio , por -
» aqttelles>ittagmmiai4i« maiicebofl, que pàf^Am dos braços «
tf caríiihoa.4e.fiiaa^familia8, par^ os vaà^gKw^ pi^decimentias
» das privaç$es e do desterro In
« Bèhíem»B porém , recordações do'>pâssadò. »
u Hk.nae|$peja dos Capuchos., uma formosa imagem àa' Vir-
n-gem MSè de Deus, sdb lé iaVocaçfto de — Nõ8$a Senhêra do -
n-LHfnMetOê — iMagcai de muita. dcmoçlo , para tado o >poto
a^da Terceira'. » .
M.lQossot avós alU forem ipptvr«r-lhe a r8d^mpÇlla,doa^m|^
nseros captivos» 'cm. terrais dUnfiei»-: nus alli fornos tombem-
» supplicar-lhe o resgate da palrl&, escrava d^im t^raano: as
1» donsellàs , diicm^ vl^ ao contrario implorar á Senl^ora,'o
>doce captireiro do SHitrimonio. »
u Porém o camintid, que gniava 4 feaoptci Riorivda da Vltu^c^
p Incomipta ,. em M^psoprior paraqnem< 1» ia* por" penitência :
n escabroso, fendido» tortuoso e immuado; mais parecia v«-
») rada para choupaaa de pobre , da que estrada para o tomplo
M de Deus. « , •
M Um^dift-, porémi, paMOu por abi o 'nosso etcellente (jõyei-
*• «Adcnr d*il — o re^rador^^d^s iemplds — o tnotor de tàntiís
» ebraa d^utilidode publrM'^ t «fbhiMMádar d^chláds d^ Aa-
ÍOÍ
REVISTA UNIVERSAL LISBOINKNSE*
»• p^M. Conffan;rcn-íP o ícn comcflo do qnc observou; tocou o
M HJtia com a sua magica, varin^n de fondao ^ c j qiiMi de rc-
í» jiír-nlf , a mal alliuh:i:l-i, d»?scg:iial , c pedregosa estrada , se
j> transff»rma ein caminho largo , desafogado , jdano , e bera
** apisoadfj , que nos faz recordar ascómiuodaí estradas h MaC'
M Ãdan. n
« A enlrada do caminho, cora o «eu pequeno pôrlito, orna-
') do de lindas piramide« ; com os «cus asscntod ou banquetas
»» para oa devotos descanrarem e srezarem da Jiifda perspectiva
•' qute d'KUi se descobre; pafccc a. entrada de iim parque. As
» paredcií Jateraes . que so achavam esboroadas , Degrras , c
?: nn)«'a(;ando ruiiia : ahi cstao agora construídas de novo , rc-
?ibocadas, alvas, e bem alinhadas. K al^^uraas caxas , que
V ntravaucuvam o caminho , e encobriam a risiá do templo ,
v vieram tonar o novo «Kuhaitiento v graohaiido muito cro aceio
V e espaço , porque a tudo proveu o incansável dcsviUa do
« JCx."*' Gowrnador Civil, w
^ «. O convento experimentou tarabeip considerareis m»1hora-
?j mentos : as paredes foram reparadas ; as janella^ concerta- I
w das e pintadas: o fronto»pic]o daearreja trajou palias nova^, ^
" e o adro , até crítRo obstruidu cv»m o nt^úefeto d" um iFrelxo^ ' >
f> tornoti-se rnuis espaçoso e còmmocfin. n
« Louvone*, e bonraos cliovam pois. to^e oEjí.í"" Govcr^ tos hão de sellárt) lícpúlcliro , c cscfcveMtte absolu-
M uadvr Civil hnní §i|vcslre ^.ibtiiro^ que. taotos .títulos possue
^ ja para sua gloria , e tilo cr^'d'or se torna da estima e gratir
» dào dos Tf rceirenses , j)ar» quem o seu paternal gOAl*rno tem
» sido, um dos maiores i>eneOcios que o céu podia. cnTÍar^lhes. »
ti Honra c louvores, âd €or]k>ra<}5ci , etidadáot , X)uc n'es-
7^ ta, o em 0u[f$fi «br«s lêem auxiliado os b«aia dezejos 'de S.
-►» Ex.* de melhorar, e afTonuosi^ar , a cid.-ulc do Heroismo. »».
a Nu d.i* 8 do carrçnLe , teve logar, com toda a pompa e
7) luzjmeuto r a festividade da SejiUora do J^ivramento , du qual
?! jOram mordomos, entre outros o» senhores A., da S. Baptista^
V e Vieira Kodrij^ucs.. O Ex.™** Governador Civil e o seu se-
V- cretarío foram assistiria cst8 acto religioso, ao qual também
*) concorreu um numerosíssimo concurso de fieí« , atlraído j)olf
r' do\'oi;ào « e lawbepi j}eU curio^U»d(: d£ v^/eoi o uovo cami-
n jubo. >?
i« reprov^ição ^ ou judieios» censura na peika.rasa
Ú9 eamfa. Mas que ao menos nos não possam lançar
cm rosto a nódoa qife «nnegtcce tasiU f«1g4naesf>lcnâí'-
da do livro poeií«o das nações; que não ousem cotn
verdade repreender ao Scculo XIX. q esq8«i5m)cnto e
desamparo « cynico desf)rcÉo pelas prav'as éà mia ha-
bUitação histórica : — que não tcnbam: argtmeslo p*^
i-a imprimir na fronde d-*xísU pot)rf terra de Portugal
o ferrete afíroaloso de estúpida ^ ingrata : .^que «
não possam faz<r«cm cahimnial j
lá não poucos dtsalres doestes , p«zani eobnl oUakí
não lhe juttclcm inajs nm:
X arte, que ressaacite; os vultos , q«« a proxinaida*
de dos annos aind« não «str^mou ^ístídctamcfnte das
sombras de/itidcciso crepbscflio do dia de hontem, apei*
nas apagado no seii occaso^ Batená , e não iardc>^ a
hona , cm que ao raiar dasua- aurora aqueiles Tollot
se hão de accusar com ogmndioso das suas féritiae cu
horisoMte limpo de pdix^s de pigmeus: bio de resa-
ir com<» as imagens saudosas « poéticas dos íilfaos da
terra na lucla estrondosa dos Deuzés co^i 'os Titões;
— porque também esta que ora se peleja é. gigante e
immcnsa : 4 irá. ao depois am Escbilla qofe a eante —
um drama que a pinte : um homem , que otnrvez du
crepe luctuoso i;ncare as feicôes immovois do cada»
ver; e dandonlhe subilanoo movimento, o colloque ãt
pé ao limiar da «pocba.
A arte, que Legue ao futur.é todos os elementos; to-
^as dis tihctos «pna este aubtiáfe paineL -«^^liande se
-Docuaremas baiMi^as, o oqua hoje nos appbrcce^cl»*
M^^ desmaiar .f#a distancia , e ténue ^ como Isombra
ou neroa <d'Abrfil:; 'fugir, e se resolver bo.ai^iiiaftt^í
dos oihps ^o invcstíf ador , do romancista v'"'«dpipfte-
t^a -; então os ggtraio9 dos ifometit IHuUres 4o Secuiát
Xífí. , sippensos conio esclarecimento á historia» ator-
virão de marco seguro, onde o antiquário .Sesfallcci-
do aiíEciitc uma Idéa ^aeta, e rica da Gòriueal: <on-
<ie r^frosquc as^tradiofoès, je retcm|Mra a soa poe^
nas phisiononiias cbaiacteristicas das ifMÍividHaUdjades
poderosas, qdeV deram vtflcnlie. itepuho aos acoofcci-
monios „ e á gloria' dM lelteas e scienciaa.
. A„ . „ „ V^^' ^PPelti-;. .Ao o systcína btsiorH»>de lime, ae não aíSfommoda
dQ-^QAlIcmHO — , ru,i datoiUe duCarcoa,— Cuim- já tom ^s centidões d'i;bito i» asshntos de iíaj^iímí»;
^"w!-.^^^,c'""_^ ^^ *H? ^^ ^^- Cfi^i^to.vain. 1 se uma ípochá se não esboça afftTitidoKi fwia «icdida
' \ s'*ju|«'<í &i»a d«' auu iruito , ' agig^uíaiib qi^a eàlo sela ,
nijctedsiiAs Bo BOM ãzpvs i>o Kí^jorz*
( Programma communicadoj
2226 X^e p\iMicar-se com este titulo ura folheto
com estampas , distribuído pela maneira seguinte : '—
i/ paris. — Topographia da moin^pba do Sanctua-
rio 4Ío Jiojf Jesls , e sua de&criprâo doado ,0 pórlico
até á «ApcHa da cruciílccao.
2.* parte, — Os dois escadorios — (fôs* -cinco senti-
dos,— e da^ três virtudes., -i-e a cascata.
3/j9ftWc. — Cajpellas, do djcsccndimcnlo e calvário ,
iemplo , graiuie avenida ,. terreiro 4o5 evaugcÚslas, £
aião d'í»ífua, , . , ,
^ 4/ ^r<<?.>— Historia de soa iíi!rtitu>iriii> e progres-
^»s; graças spirfluaes cohccdidas pela sineta 66, le-
^'ados e suas obrigações , fundos , f endimcirtos, gover-
no ,. c itdmittislraQ5o,
. A^çada ^ma da&ilr/>$ 'prirociras, partes junctip-sc-hao
as estampas. correspondentes, que não scrâo lantas
como as annunciadas no l.* progragama ha tempo pu-
J>ficBdo''(c q/Ky reformamôi por este) , ma» só as mais'
^craes, e.indispcnsaveis para se forhi^r id't?a das obras
da montanha,/ e vistas ào longe.
Subscrcve-se por 72d reis, pagos ácuLrega doexcm-,
piar/ nas>jas seguintes; -^Lisboa na rua Augusta
n^^ l.~rorto.nas^io Criw. Coutinho, rua dos Caldei-
reiras n/^ 11 e 13, e More, rua de Santo António.
-^Uraga tia de Luiz do Am.iral Ferreira,
e -ie íê^i^ití HJcsíuíj^i, jrua irn Covas.
RETRATOS. Xȣ HOMENS ZXJbU3Ta:^$.
2227 Os retratos dos Honuns illiístres cm Scien-
cias , politica , e Artes , que sobresairam no Seculu
XIX., c uma obra nascida de nobre pcnsamrnío: —
quando o presente se converter em passado ; e oslu
actualidade palpitante e aniraadi^, que ora se rc\oI-
ve , dormir no repouso dos Séculos , á historia cabe-
rá scntoncial-a pelo bera que fez , pelos erros c iílu-
sõcs que abraçou, Sugeitos á regra invariável dotcn>-
po , nós, os que hoje compomos a geração presente,
que Ião inexhoravçiá nos havemos sentado no tribunal
para condemnar, sem mercc, as máculas dos que nos
precederam; pava responder com a ironia de Benii-
fuarcbais« com o sarcasano de Figara a tanto esfurro
í?cn£ro«o , nós também temos de passar na terra , «
de Ciliar para sempre; alli os filhos de nossos filhos,
os herdeiros do glorioso thesóiro social das époclias.
irão pagar-nos desprezo com desprezo : talvez ingra-
tos como nós fomos : — ou bem pode aerque maisrec**
REVISTA UMVERSAL LlSBONEaNSE.
lOõf
«m Tolta do qnal oQtròs, quasi atom})$ giram ç se en-
rodam . todavia o palpado e perfeito conhecimento
d*aqufllcs vultos, a analysc philosophioa da sua Ín-
dole c meios d'acrão , concorre muilo para resair
cm relevo gracioso a parte dramática , que as tem-
pestades da nossa cpocha,n*isto bcmstmilhanle ameia
idade , encerra no remoinho da sua continua agitar«io :
ajudar tão curioso e»lndo » harmonia íntima certa,
de certa ailianca , que nem sempre , mas não poucas
vezes , se percebe entro as fel toes do homem c os
dotes c energia d 'alma , ó porventura rematar com
soberba cúpula o famoso edifício, que se traçou, e
está erguendo.
Dem nobre , bem repassado ^dc amor pátrio, cbcm
sentido foi o pcnsamonto artístico do Sr. P. A. J. dos
Sanclos, que a sós comsigo concebeu, dirigiu, c a
fmal' póz cm obra tão bella id<ki d' arte. O seu merc-
cimetito inculcará já qual tem .de ser o desempenho:
contentará e muito a quem ainda não obscn'ou pelos
seus olhos o esmero c primor da obra: nós que — por
delicadeza da sua amizade alcançámos esta expe-
riência iuutíl para o conceito , mas boa para o gosto,
ousamos .assegurar que leva rigorosamente cumpridas
as condições do programma , c não ó pouco o que o
j)rograrama promette , senão muilo e diilicil de satis-
fazer. Caso raro este; não apparoce uma mentira so-
íeDmissima embellecada com os sabidos atavios, emo-
juices do costume.
O valor da obra já de. leve o mencionámos; o que
cila importa no presente e no futuro cgualmcnte o apon-
támos : resta dizer , que o Sr. Sanclos , se accoram(v
dou ás conveniências de todas as circumslancias por
mais acanhadas que fossem, pondo a sua obra ao al-
cance de todos os (]ue liveroni gosto, SLínor pátrio, c
intclligcncia artística.
Sabemos que os retratos do Sr. Silvestre PinJiúvo
Ferreira , . a reputação curopca de Portugal , e o
de Joaquim Machado de Castro , auttor da Illiada de
pedra e bronze á memoria de D. José, são os primeiros,
n'esle.s próximos dias, que abrem a publicarão do Sr.
Sanclos. A escolha c acerto dos dois retratos ainda
realçam, mais o que o pensamento da obra já tinha de
mimoso em si : continuando com os dos nossos mais
iusignes poetas actuaes , e com os dos outros sábios
e litteratos que floresceram anteriormente.
As estampas serão cm papel velino , e em fornsato
de quarto francez grande. O preço de cada estampa
c para os assignantcs de 100 réis ; e avulso de 160
réis. As assignatUras fazem-se na lithographia do edi-
tor P. A. J, dos Sancli>s , no Largo do Conde-Barão.
Luiz Augusto Hebello da Sitva.
JU8TZÇA SO VOTOi
scpplbmbktó ao Jrfev. •
2228 Nao podemos resistir á tentação de tomar
inteiro c textualmente dos Pobres no Porto o seguin-
te curioso e importante fragbeuto de uma carta data-
da do Alto Doiro em 30 de agosto passado : -^
M Desde tempos immcttiortivcis haviam ratoneiroit e ladres
»>de muita eBjieclc, que iam rlVendo da sua profi^sio di3f arcar
n da , cvitaado por todos os modos possiveú o2o cair pas gar-
n ras da jt^Uça, e nas devass^ que tirava, e prac(:dimcDto& a que
«recorria, iam contendo cm medo os malfeífprea, o qual me-
to dò hoje em dia parece que 'findou, w
«♦ Veio ultimamente o julgamento pelo Jury , e em n^spcilo
nÁ vorà<i4e «to pode dizcf, que- para oi malvftdoí .tem sido uUia
»»epocha de imptmidade, que tem dado *»m resultado ef feito*
» muito e muito dcplí>rave<«, pois que todos lêem visto a facili-
i> íliide com qon hSo sido al>s.>l vidos tanta.« rezes criminosos da pri«.
jT-nieira ordem, como matadores e fabricadores de moeda £íUsa,
»-etc. rtr. >»
''Esta ínipimidade aúiniou os -malvados, eem particular n' et-
»>ta provinda fizeram os ladroes ratoneiros uma espécie de asso*
"ciaçSo; <|Ue ramificiram pelos concelhos vÍNinhos, e até aj»as-
'asaram á província da Beira, na qual ramíficaçào conta vanilm-
»T mensos kocíos ladroes ; os poros bem viam por aqui que cor-
wlos indivíduos desappareciam de casaporalofuns dias. evolta-
"Vam á mesma sem se saber onde iam, eque a p pareciam com
.» meios que seisrnoráva d*oDde lhes vinham : porém ninguém se.
j» atrevia a perguntar coisa alyimia por medo quotinhara ataes
"ladrOes; os qnaes assim continuaram, ate que de ratoneiros
tr industriosos passaram a ladrOes de estradas, sendo a primei--
»»ra tentativa, de que ses^^ube sobre- um mercador de fazendas
>»da Serra 4 do logor de S. Martinho do Moiros, qunndo estií
»» passava na Senhora da (Juia entre o lograr da Ma^aihiies e o
»' logar de Pulares , tirando-lhc trinta e nove moedas : comtu-
n do nfto offonderam a sua pessoa, e lhe deram 5í<5400 reis |>ara
"despeza emquanlo chegava k sua caza, e feito e*le roulw
na menos de meia legoa de suas casas; depois de feito tornai-
»> rara para os seus covis, n
«Como se sidram bem doesta cm preza premeditaram outra
>)mais diabólica a todos os respeitos ; pois que foi nada menos
«urna traiçàó, para airarrareni um 'homem respeitável, o de"?
"pois o roubarem e oxijrirem resgate a elle próprio, sendo o
" caso executado como se segue. »»"
«Mandaram chamar a Villarinho de S. Ronulo o medico.
» Barbesa , jiara o que um dos latlrôes lhe levou uma cavalíra-
»>dura e uma carta de pessoa que elle conhecia, mas. nHo lhe
»» conhecia a lettra, c isto para o fim de que fcssc a DoneUo
«ver uin doente; o medico innocenlemente caiu n*esla cilada,
»»e partindo leiro para ver o «upposto doente, acompanhado
» por ura dos ladrões que levou a carta e a cavalgadura , lhes .
"saiu a qnadriliia cm um pinhal, queestavnjunctodocaminhí,
» e o comluzirnm. para fora da estrada , onde lhe pediram con-
otas do dinheiro que havia recebido ha poucos dias: e alii o
"Conservaram uni dia e uma noite, e durante esta lhe forapi
" Timpar a casa quo estava fora de povoado , íle todo o mO' .
»vel qiM? tinha, onlraodo neste todo o p5o, e um tonel de
"seis pipas de vinho: conservando o dicto medico sempre em
"guarda, voltaram na* madrugada a dar-lhc» parte do que ti-
" nham feito , e ajustar mais a quantia que ]!avia de dar pelo
"seu resgate: existindo «em prp ao pédV*llc algTins dv>s ladroes .
" armados , e raostrando-lhe ao hmge muito maior número, di-
"zendo-lhe que logo que elle revelasse nomes de jíessoas, morre-
" ria immedialamtíote. O medico deixou-se roubar e conven-
« cionou o resgate , que pagou depois c calou-se , soffrendo ,
» segundo dizem , um roubo de um conto d- réis : e concluído
"tudo os ladroes o tornaram araaudar para caza na mesma, ca-
" valgadura em que linha saiflo : eque lid ? «
«. No emtanto este acontecimento pouco a j)ouco se veio a
" saber ; c aterrou os ricos proprietários , fazendo que utlo se
»> atrevessem a sair das suas cazas para as suas quintas, re-
;• ceando , de tudo por temerem cair em alguma cilada simi-
" Ihante, e principalmente por se começar a saber da associação
w.roubiidora ; o^que era composta do visinluis e conhecidos, que
» sabiam quem, onde e como tinham seus dirilieiros e fortuna. »»
u Seguin-se outra empreza dò roui>o , e foi esta sobre um aU
w mocreve chamado Joaquim Ferrador , do logar de Proveseu-
" de , que d'essa cidade conduz dinheiros , como muitos outros
"para esta província; e sabendo que elle vinha com dinheiro,
"foi um dos ladrões associados, chdmado o Tezura, csper/d-o
»a Villa Real , e saindo ao mesmo tempo com o alnu)rre%-e,
'*> o veio acompanhando, c comendo e bebendo como quem queria
«a sua companhia ale Veçudios , logar na estrada de Villa KeaJ
" para Provez<;nde : com o almucreve ia mais um filho do
"Correio estafeta de Provczendc , rapaz de menor edad^^ que
"Conduzia lOOàOOO, c os deu ao almocreve para que lh'oti le-
»» vasse no alforje para lhe nilo pesarem. >'
ti Em Veçadios desappareco o Jmlnlo Tezura , e vae dar par-
nie a mais oito sócios que efelavam promptos , e lodos junclos
"foram sair ao almocreve no pinhal do Infantado, roubando-
■nUi^o iíUorjt que levava c^n^elk quasi um conto de rei» para
106
REVISTA UNIVERSAL LISBONENSE.
■w
,»onlrccar , c inais o« cem mil réis do rapaa * e aO próprio bI-
«ihocrfive tiraram alo o dinheiros dos gíislo», dando-lhe apeiiaa
>»4n0r«is,di2endo, eram para comprar uma corda e*9?aimr-9e.n
«O almocrcTC ficou esmorecido «queisi que entorjKícido : pt»-
,5rt«ni o rapai vendo desviar o» ladroes desembararou-se , c di-
«zcndo ao almocreve que ol)«ervasse a direcçSo que M ladfcVs
j, tomavam , torreu o rapa» ao sino da capella de Villela, o
véòmoi-mo a grilar — laílrões, laílrôca.— Kcomo eram 3 ho-
» ras dá tarde do dia 4 de maio , andando os trabalhadores na»
« vinhas, estes correm e j une to a estes o povo do logar de Pa-
„ radella de GuiSens , vindo até as mulheres com espetos, cor-
„ rendo sobre o% ladroes, prenderam três; sendo appellidados,
ro Manirano de-Andràis, o Teaura de Veçadios, c o Ma-
«nela de S. Martinho d' Anta, fugindo o resto da quadrilha:
„os dictos 3 ladrões presos, sendo conduzidos ao pe do al-
í,mocreve roubado, usaram de palavras o amearas lno gr.in-
„des contra o roubado e quem os prendera , ameaçando pa-
„ra quando e-livessem soltos , que e8i)eravam havia de ser
„]>rcve (porque alíruns ha poucos dias haviam saído da cad^a)
„~-se vincariam dVlles :— porém um homem do* que os aju-
„daram a i>reuder, nno pôde conter.se e desfechou com um
,,e matou-o. E depois fizeram o mesmo a outro que Um-
„iiem exigia vingança; e sé promelleram a vida ao Míine.
«ta se eile descobrisse quem eram os que fugiram, ma» ca-
olho elle dissesse , o» nio conhecia , egualmente o mataram.
,.0 rrátu dos ladrões fuffiram como dicto fica, e se foram a^y-
r lar em fcuaa casas cm llamalde e S. Martinho d' Anta ; mas
„lo.ro que conilou o roubo, e o n^sullado das 3 mortes .tos 3
^ladroes, enlào a mulher de um de S. Marlmho, que fugiu,
«■mandou no almocreve roubado duzentos mil reis que o raa-
«rido havia levado do roubo, e declarou os mws ladroes cum-
"^Jlo-o^quc o depoimento ea revelação da mulher constou
«ao beuenierito e incansável administrador de Sabroia , o Sr.
«Jofto Botelho, passou este a ft«er prender os que pOde en-
« conlrnr <los demmciados, que foi um tal Gasparao e o Miquc-
«lina de Ramalde , e outro de S. Martinho , para o que teve
«alguma difficuldade a vencer da parb- dótjutro administrador
«de S. Martinho; mas a energia do Sr. Jo«a Bolei lo tudo
^venceu, c feitas as priíí^es entregou os presos a escolla para
«08 conduzir A cadêa da comarca; mas como na estrada de
«Sabrosa para a ponte elles ladrões quizeram fugir, os soWa-
«dos descarreiraram sobre elles eus mataram. As mulheres
«dos 3 uUimoí lacítOes mortos seguiram o exemplo da do pn-
«meiro, e revelaram o nome de toda a malta, de que anda
« uma lista , e n5o muito pequena , e na verdade n cila appa-
« recém nomes de pessoas que fazem admirar quem os conhc-
«ce, e faz suspeitar que estes davam os planos para os outros
«Pxmitar, recebendo em suas cazas a divisão do roubo. Esta
«lista fez desapparecer alguns, e outros lerem yi vido em so-
«bresallo, de quem é r^o esabe que a sua maldade é conhcci-
«da, c iwr isso teem temido o castigo, nSo do brando, lar-
«dio, e absolvedor do jurj-, mas do severo, rápido, e sem
«appellaçao — furor popular, —que assentou em fazer jus-
« liça por suas mãos ; e como do primeiro ensaio encontrou bons
«resultados , estai com deliberaçSo para o repetir. »
M O procedimento do povo desagradou a quem quer a lega-
«lidade e a ordem ; e que teme taes acios degenerem emamir-
»c hia , o que é uma vtrdade ; porém o resiiUado tem sido tâo
«benéfico por ora como o melhor que «e podia esperar e de--
«sejar, porque nem jamais houveram ataques nas estradas por
«esles sítios, nem nas cazas, nem mesmo de ratoneiros; todo
«o homem honesto tem podido transitar livremente, como lhe
«convém, e s6 os ladrões se foram acoutar em escondnjos, e
«desappareceram, porque temem com todo o fundamento, em
«vista de estarem conhecidos pela lisU que doram as à mulhe-
«rcs dos mortos, i)cla qual se sabem os nome» dos restantes
«de todos que escaparam. » . _* _x
u E quando se saiba de algum novo roubo por estes contor-
«nos, seja elle feito pelos denunciados, ou por outros de fera,
«serão sem duvida algnma mortos os delatados , porque oa po-
«vosconliocendo, por experiência, a bondade do acto pratica-
« do em maio passado estuo resolvidos a repetil-o até dar cabo
Md*ellcs — os da lista— o que os ladrões devem evitar dando
« prova» d«; trabalhar o cuidar da vida. »
« 14 i^ » narracij^ do «jue^ s« fez , « todo» d4^ qi» o l
n povo de Paradella sabe prender ladrÕe», eque seB» feitos si^
w merecedores de todo o elo.^io ; e até dizem que convinha mui-
»to houvesse uma lei , que ímpozesSe multas aos povos quo,
»em occasíao.de rebate para prender ladrões, senão prompti-
n ficassem como o povo de Paradella , digno de tal respeito , *
■>' citado aqui para exemplo dos mais povos, pois que saltta-
.« dores de estrada» nXo s&o dignos de commiserarâo. »
MSXA RS8TZTUIÇAO ZJTGUBZJLi
222^ Sob A epigraphe — pirataria ingleza — eon*
támos no nrligo 1761 , o rapto , que do brigue mer-
caoU portugucz Oriente (Jzeram nas costas de Africa
os cruzadores br itannicos. Lemos agora na Gazeta do»
Tribc.naes de Lisboa ^ que a fínal fora cm Serra Leoa
declarado má preza , t restituído. A 'douac carrega*
dora tto navio lá está preparando ("mAngoLi^onde vi^
vc , os documentos para provar as perdas , que d'c»-
ta injusta detenção »o occasíonaram a um estabeloci-
mento ^m Mmsduiedes , para onde o mesmo navio lhe
ia levar matéria es e preparos necessários.
«Temos — aecrcscciíla o sábio jornalista — que ^
a Governo de Sua Magestade; não perderá tão bcUa
cfoccasíão de mostrar aos nossos irmãos do ultramar»
t<que lambem sabe velar por seus interesses. Temos
<rque o governo da melhor das Soberanas tomará a
((peito este negocio, como lhe cumpre , auxiliará , e
<r promoverá contra a nossa boa ali ia da , e com todas
(ias suas forças, os lermos de tão justa r-eclama^ão,
(ia \òv se unia só \cz c possivol ressarcirem-se os
(í damuos , e haver-se a paga' , já que hão piídcm evi-
Citar-sc, do tão flagrantes injustiças c violências, a
RBfiVllKO 3>AS OBSERVAÇÕES METEOROXiO-
6ZCAS rSlTAS EBK XISBOA NO MSZ DE
aSPTEMBRO DE 1843.
2230 Temperatura média das madrugadas 62"8F.
— dieta nas horas d© maior calor 80°, 2: — dieta media
do mcz 71°,S — variarão média de temperatura diur-
na 17"*, 4 — maior variajrãodocalor diurno, aidomez,
29° — m;iior frio a 30 do mez , 5èi° — maior calor a
4 do mez 99° — menor altura do barómetro a Í3 do
mcz.751y5 raillímclros — maior idera a 30 do mez 7G1,8
— media do mcz 7o8,0, j-eduzidas á temperatura de
61° F;
Ventos dominantes, contados em meios dias — N,10
_ xo,7 — 0,1 — vSOJ — NE,12 — E,2 — SE,1 —
B,íê' — V,4-'-Dias claros 14 — Claros c nuvens 4,
— Cobertos 5 — Coiíerlos , e clarões 2 — De chuva
5^^Trovoadas 2 — Nevoeiros 2 — Tempestade do nor-
te 1 , a 11 do roez — Ventosos 6 — De calores inten-
sos 14. — Chuva recolhida em todo o roez, 32 miili-
metros equivalentes a 9 canadas c. meia por brara qua-
drada.
Quadras dominantes foram cinco; a 1.' de 7 dias
de extraordinários calores , que no dia 4 attingiram
a 99°, os quaes se prolongaram pelas noites, man-
teodo-se o tbermometro era 8Ò' até depois das 9 horas
da tarde : céu coberto, aclarando depois do meio dia,
e ameaçando tro\oadas, uma só das quaes se desín-*-
vol\cu i 2 do mez , caindo um raio juncto a Calha-
rix; porém lançou (H>uca chuva. Era toda esta quadra
houve bonanças ou pequenos ventos do NE a E , q«e
de tarde tariavam pab o 80 : a 2." de 3 dias com
as madrugadas frescas e calores menos intensos no de-
curso do dia, céu claro , com um ne\ociro matutiuo
a 9, bQuaiK;as4 ou peq^wi|oji ycutos do SO* a 3.' d«
ÍIEVISTA UNIVERSAL LISBONENSE.
]07
"â dias c(^ a temperatura fresca', céu cltffò, e tentos
MUI rijos do N , qtFê fr 11 soprou tempestuoso :' d 4/
tdtí«3 dras , egualmente frtíscofr, chuvas abundantes ,
c ventos moderados do 80 aN: a 5.' e ultima de 15
dias com a temperatura vnriavél , e gCTalmcnte fres-
cas as madrugadas , com alguns dias InterpoJados de
calores intensos nas horas meridianas ,' um nevoeiro
e branda chuva a 23 ; céu qoasi sempre claro , bo-
nanças ou pequenos ventos variáveis do NE nas ma-
nhãs , passando de tarde para o NO e N , qu% refres-
cava a alhmosphéra no ultimo período do dia. — Se-
gue-se portanto que o meí decorreu muito quente ,
rogularmcnle chuvoso , propenso a trovoadas , ebo-
nanrosor A sua temperatura média excedeu quasi 3^
graus á normal , e egualou a do meí de agosto.
Phmúmenoi notavei$, — Em 3 do mez desfechou uma
Tiolenta tempestade na Villa de Torre a 2 leijuas da
Cidade de Jaen ,• sendo tao poderosa a forra da chu-
va, que desprendeu da serra grandes penedos, os quacs
destruíram 42 cazas, matando on ferindo mais de 200
pessoas. Ficaram destruídas todas as sementeiras e ar-
voredos.— Na noite de 7 para 8 caiu sobre Madrid
timâ forte trovoada , durante a qual um raio matou
«ma mulher deixando llleso o menino que linha nos
braços. Em 18 tima terrível tempestade assolou al-
guns sítios da alta Catalunha , padecendo especial-
mente a Cidade de Gerona, e seus campos. O rio in-^
iinndou uma parte da cidade , causando grandes es-
tragos^ nos edifícios , e a morte de muitas pessoas. A
Cidade de Barcelona também sofreu copiosas chuvas ,
impeilídas por esta tempestade.
NMeian agronámicas. — Asapparencias dos campos,
no termo de Lisboa , offereceram notáveis phases , se-
gundo as variadas vicissitudes alhmosphóricas d' este
verão. Em muitos sittos foram fataes á vegetação os
ventos furiosos do N , e NO , da terceira quadra de
julho, os quaes queimaram muitas arvores, e as hor-
taliças , e como aquelles ventos , ainda que menos
Tíolentos, dura rani até 13 do mez, prejudicaram no-
tavelmente os milfios semeados cm terrenos elevados
Aggravando-se o timno com os terríveis calores quo
repentinamente apparecerara a23, e duraram até ao
íim do mez. Não foram porém tão funestos áquelle
cereal , nas terras baixas e de regadio , as qnaes pro-
duziram abundante novidade , de sorte qne na gene-
ralidade póde-se reputar a colheita de todos os ce-^
reaes superior á mediana. — As oliveiras não obstan-
te terem perdido a maior parte dos frnctes de qtie se
Achavam sobrecarregadas, pronlettem ainda abundan-
te colheita, principalmente nos grandes olívaes qoé
aformoseam as margens do Tejo até Abrantes, As vi-
nhas offerecem geralmente um notável phcnómeno na
8ua fructificaçao ; apparéccndo nos mesmos cachos ba-
^8 perfeitamente sazonados , a par de outros ainda
verdes, e de muitos carbonizados. Esta desegualdado
deve influir na qualidade do vinho ; porém julga-sc
ifue em quantidade será a colheita ainda um pouco
tuperior á média de nm anno regular. ' — Os montados
do Alemtéjo eslao prósperos , e portaiito a totalidade
das colheitas dos principaeá géneros , não serão tão
escassas como se receaVa.Os pomares de caroço pou-
co produziram , e com especialidade os peçegueiros »
cujos frnefos quasi todos caíram.-^ As macieiras
produziram al^iindantemente, e as fl^etrâs ainda que
não fructjfícaram com eteesso, coiii t4ido ieu$ fructoi
appareceram saborosos. Em geral os arvoredos pros-
peraram com as chovas, de junho, e a não sobrcvírem
os furiosos ventos de julho , teriam medrado notava-
menie.
Necrologia de LUhoa e Belém-, — N'cste mez foram,
sepultados nos três cemitérios 5T9 cadavares , sendo
306 do sexo masculino, e 273 do feminino; maiores
356 , e menores 22i. Foi* portanto regular a morta-
lidade de septembro, a qual no estado normal sóbc a
573 indivíduos, não ohst<anle ter decorrido com a tem-
peratura inni quente e egwai á dè agosto, oíTerecen-
do uma dimínuirrio de 67 óbitos sobre o^ d'aquello
roei , o mais mortífero n*esta cidade por causas qu&
parecem independentes da sua temperatura, e que me
aventurei analysur na memoria publicada na ÁmWa>
n." 42 dfí 21 de julho de 1842. H. M. Franzini.
MÁS NOTAS UZiTRAMAllZNAa.
2231 Na secrelaria U'cstado dos negócios da ma-
rinha c ultramar se receberam pela escuna de guerra
Constituição , vinda de Cabo Verde , noticias d*aquel-
k província cora dala do 1.° de septembro. O gover-
nador geral achava-se na ilha de Santo Antão, d'on-
de ia imraédiatamenle partir para a da Boa-Visla, a
fim de expedir para Bissáo a força e providencias que
pelo governador d'aquella praça, o capitão-tcnente
Torres , eram reclamadas para manter o soccgo d 'ci-
la , que temporariamente havia sido alterado pela in-
disciplina de alguns soldados da sua guarnição. Por
noticias ofllciaes da ilha da Boa-Vista, sabe-seque no
dia 9 de agosto se perdera a escona de guerra íihc"
ral , que voltava de Angola para este reino , indo a
pique na Jalitude N. 18** €-25"* a Oeste do Meridiano
de Greenwich , em consequência da ter aberto agua
cm tal quantidade , que não foi possível vencel-a.
Felizmente toda a sua guarnição pôde salvar-se pelo
casual e opportunoappareciroento da galera ingiczaSÂr
John Deresfcffd , qne a recolheu a seu l)ordo.
A tripulação d'este vaso já chegou a Lisboa, eo
seu commandanto está respondendo a conselho de
guerra,
UMA &OUOA PSRZOOSA*
(Çartn,)
2232 Sr. Redactor. — A charidade para coro c^
alienados é nm dever; e mais apertado ainda , quan-
do estes nos pertencem pelos vínculos do sangue; mas
quando passa ao excesso de sacrificar a um indiscre-
to dó a segurança , a propriedade , c « vida alheia ,
deixa de ser o qne erâ , e torna-sc credora da censu-
ra geral e da vigilância c repressão publir a*.
fi isso o qne se pa.4sa em uma caza na Rua do Jar-
dim do Regedor , juneto ao Passeio Pnhlico d'esla
cidade. Tem a dona da caza nma filha áe perto de
setis qnarenta annos, alienada e frequentes vezes fu-
riosa. Esta infeliz, qte devera ser entregue pela auc-
toridade ao estabelecimento publico , destinado para
o curativo de taes moléstias , anda sólla , e , posto-
que algum tanto vigiada , senhora comtndo das snas
acções com grave risco dos seus e dos visinhos. Es-
panca as creadas , lança na panella quanto encontra ,
coisas impróprias e immnndas ; e até venenosas, se as
colher; derrama pelas casas o lume dos fonrclros,
etc. I ctc. No'dia 18 das & para ac 6 koraa da tani«
108
REVISTA UNIYERSAI. LISBONENSE.
invr*)tiu com uma rapariga, que na caia vive ; e coni
lima jarra que achpu á mão, lhe havicria quebrado. a
cabeça , se a ameaçada , a quem o peri^^o immificnle
loriKK] animosa , lh\i não tirasse. Mais raivosa aiiida
a louca • levo de uma cadeira ; desarmada ainda d'es-
|a vrz ,. agarra em segunda , com que não lof^a me-
Wnw forluna. Enlão por um d'aqucílrs rasgos de vtn-
fçativa malieia , tão communs nos doidos . corre á jn-
npl la, ^dando vozes de consternarão , e clamando
que lhe accudam.
So dia 19 cgual speclaculo se repetiu, só diver-
so pelas circumslancias que o originaram.
Uogo-lhe o obsequio de chamar sobre isso a atton-
çSo da policia. De V. , ctc.
Lisboa 30 de scptcmbro de 18 i3.
Vm Visinkoda Rua do Jardim do Regedor .
O VXBTElffO POR SANGUS BS^^ ClSRXSTÓ.
(Carta.)
2233 Honlem aconteceu na Se d'esta cidade d*El-
' "vas , um caso , que poderá servir de precaução nofu-
ti'iró , aos sacerdotes, que dizem missa. — Um benc*
flíyiado da mesma Sc , foi celebrar ; e , por um ciign-
iió de quem preparou as galhetas , lançou no cálix
agua raz , julgando ser vinho. Não sei porque fatali-
dade o padre não percebeu a differença do cheiro ; o caso
6, que engolirulo repentinamente, o que estava no cálix,
soíTreu grande incómmodo ; e a não serem os promptos
soccorros da medicina , estaria morto a esta hora.
Eivas 13 de octubro de 18 V2. *
TRIBUTO PORTVGUXZ Ofi GRATIDÃO
A UM SSTRANGXXRO
2234 O Sr. Dr. Lazaro Doglionc . é um .italiano .
que veio cstahclccer-se medico na cidade de Faro, on-
de pelas suas curas c pela sua extremada beneficen-
te ia, adquiriu, (nos afítrma q nosso correspondente d.'a^
queUa cidade) a publica simpathia.
Tendo cazado na terra com uma dama íngleza, co-«
mo elle bemfazeja , e riquissiraa ^ deu muito maio-
,res largas á sua paixão de cmcndhr o^ erros c des-
concertos da fortuna. Todos os géneros de necessita-»
tios- são seus (Hhos. Mais christáos que philosqiiios ,
mais cJiaritalivos que philantrópos , não é para os ap-
. plnusos que cUcs scraeam , mas para a consciência *
não é para a terra e para o ten^po , mas para o céu d
para a eternidade. As suas liberalidades correm cs-l
condidamente , e vão fcrlilisar onde convêm , deixau-»
do quasi sempre ignorada a sua origem: c. proceder
a exemplo da Pro\ideucia. Pcza-nos a certeza, que
temos , de as aOJigir coh^ estç pregão ; mas .se
dcixassenaos de o soltar ; julgariamos haver dcfrauda-
. do; os homens de um bom . exemplo » coberto com 21
. medida ik alnmpada . e entcrr^ado. o talento de oiro i
que deve correr c.nogociar-se.
O Sr, DogUone.e sua esposa, espíritos cultivados
e superiores, não. compreendem sómeiilte as necessi-
dades dQ pão e.do vestido, mas. também as da illus'*'
trueãp e dci sociabiUda4o. Vendo que na terra faltava
um Ihcatroy e que os curiosas andavam por armazéns
iiicomiQodoSie mal arranjados, representando com gran-
» é«. custo y <;rs4 (Jle b»n^c em i(wgQ> €oi9pr«rftii;i.á &t
zenda nacional um vasto edificia, e n'e}le estão h-
zeiido , a espensas suas , uina nobre sal2| de specta-
culo, que> tcrpiinada á fprça de contos de réis, s^
rá gratuitamente oirerecida.:ao município.
j^las ei;i^^aqui algnma coisa, ainda mais bella.
Apenas este interessante |)ar leu aã Revista Univer-'
sal Lisbonense o artigo 2120, soiire a cura dos lepro-
sos , mandivii apromptar um , que na cidade havÍ9 ,
pae de famílias, e indigente para ir para. o Porto traç-
tar^se , c voltar resuscitado para o centro da sua fji-
milia.
iQue en^prègo poderiam elles dar ao seu oiro. que
tanto lhes houvesse de render verdadeiros contenta-
mentos e bênçãos de desgraçados , que nunca o céu
pcrmittc que sejam ineflicarcs !
QUSM í O CIRURGIÃO ROS RATOg.
2235 Em um armazém junclo á Boa-Vista tinha
posse im memorial uma populo.sa republica de ratos de
lodos 05 tamanhos , de loda^ as cnre^^^ , e com todo o
género de astúcias e haLilidades. O dono da casa,
guerreado de contínuo na sua fazenda , vivia com eí-
les n'uma espécie de hostilidade perpétua: rosalgar,
ratoeiras de serra, de alcajiâo, delaç(>,de cepo, donúl
outras invenções andavam em. incansável actividade.
\'uma das primeiras. noites do mci passado um
ruído nocturno , mais forte que o do costume , o aç-
corda em sobresallo. t no armazém : são ferros que
retinem; são pancadas violentas demartcllo» ou mas-
so;são indubitavelmente ladroes: salta da cama; gri-
la por moços e caixeiros; accende luz, carrega pií-
tolas ; correm o sitio. No momento de entrarem , um
ralo, o Nestor dos ratos, preso por uma perna u^uma
enorme ratoeira do ferro . c que nos seus baldadas
esforços para soltar-se , andara com ella aos lombos
pelo sobrado , oceasionando nquelle estrépito altcrra-
dor , atlerr^ido agora coma repentina luz ccom avis-
ta de tantos inimigos, faz um uAmo esforço; sóUa-
se ; c aos trambolhões > cuKio^>de dcsapparecc,
deixando o caminho assignalado com o seu sangue. Ê
porque no seu aíTrontoso det)atcr-sc a perna serrada
lho havia ficado entre oferro.'Sabbado nltimo no mes-
mo theatro o mesmo actor tornava a figurar n'outr^
drama trágico : — não de ferro d' esta vez, mas de ve-
neno.
O dono da caza , assi^nante nosso , havia querido
experimentar no seu. armazém a receita para matar
ratos, que lònt em o nosso artigo 2030 ; e lhes apres-
tara, com mão larga a funesta- cosinhada : surti u-lfae
a ponto a tentativa. ;. Mas qual foi o seu espanto, quap^
do entre algumas dúzias de cadáveres quadrúpedes,
encontrou com ura t ri pede , que pela cor e pelo ta-^
m«inho dcscommpnal reconheceu, scr.p mesmo» cuja
perna já tivera em seu poder. •
• Foi grave questão entre os caixeiros da çaza , i?r
bor , quem seria o cirurgião , ^ue tractára d*aquclle
estropiado., impedindo-lhe,o esvaír-se , e cicalrisau-
4o-lhe a for4da completamente: aosquaos um médic^
velho, que ^ão cré muito cm medicina, freguez ,e
amigo da caza., coiibuitado como oráculo, respondeu,:
« é a força medicatri^. .da natureza -^ em muitos caSM?
sabe eUa ^ais que a cirurgia, e em qu^sL todos mu^
^
REVISTA UNIVERSAL USBOPPENSE.
1Q9
ADVERTENCU,
A distríbui<^ começa bpje, qninta-feim, h 10 hovM d»
nanJiu. Aos S». , que, o mai» tardar, quatro horas depois
■ào -tcoboiu recebido , ropra^se o obsequio de • participarem no
•scriplorio da Rxtihta Úmivbrsal Lisboti^sibk, rua dos l^im-
^nsiros D.* b% , para se providenoiar.
■tt»
CONHECIMENTO» ÚTEIS.
SSTliADAS S OAHXLOS.
iS36 Ê já verdade trivial , qne em Rcnhuma par-
tò civilisada da Europa se encontram peiores estradas,
que n'este Portugal: — taes como as estradas são os
carros, que se arrastam por ellas. Arremedam os da
Turquia e os da Calábria mais inculta : parecem her-
dados da republica romanii. Se o conhecimento do mal
é a primeira condicção para o remédio / algumas es-
peranças podemos Ic^ ter , porque o governo , e em
geral todas as pessoas i Ilustradas, vem concordes n' es-
ta conOssão vergonlkosa , mas inevitável : e já a es-
tas horas se haveria curado, ao menos em grande par-
te , esta lesdadttira moléstia do território , que tanto
concorre para a sua debilidade , »e não estivesse por
averiguar uma questão prévia, em que andam repar-
tidas.as opiniões; a saber, — se primeiro se hão de
melhorar os carros para as estradas , se as estradas
para os carros.
Como esta questão não c a do ovo e da gallinha ,
podemos facilmente rcsolvel-a.
Os carreiros tecm os seus carros pelas máchinas
mais perfeitas, e tanto, mais appreciavcis , quaftto
m9is chiam sob a carga. Os fanáticos do ramerrão ,
que nunca em espirito saíram d 'entre as suas quatro
paredes, diiem, — deixae estar os carros, como es-
tão; emqaanto não tiverdes outras estradas nãome-
chaes n'ellcs: — ma& a gcnlc de. mais civilisado íq-
tendimento conhece , que para se fazerem e conser-
Tarem estradas boas , é necessário começar por não
xnatter a eilas carros doestes.
Pede-se aos primeiros a razão do seu dicto: ci-
fram*n'a toda n'um redondo — « não pode ser; » Carros
d'outra qualidade « dizem ellcs , não podem resistir
a caminlKis ião máua; nem i)s bois tinham forças pa-
ra os puchar por uns pisos tão descompostos c bravios,
i — Ma$ inquiridos os segundos rcspondem^lhes muito
ticm :
1«* Que é um errado presupposto o cuidar-se,
que não se haveriam melhor com os caminhos ruins
os carros bons do que os maus , visto que nos reinos
estrangeiros , especialmente nos paizes montanhosos ,
os carros , que são bem feitos , não transitam só pe-
las estradas largas e esmeradas > mas também pelas
veredas desviadas e menos batidas, muitas das quaes
podem apostar, na imperfeicãp , com os roais desgra*
^ados caminhos.de Portugal.
2,^ Que sem primeiro se emendar a eonstrucrão
dos carros , a «xperiencia mostra • se a boa razão o
Bão tivesse já mostrado , que as estradas se não po-
dem fazer boas, porque o que hoje se tivesse anedia-
do para trânsito ^ amanhã em por lá tendo passado
uma doestas bisarmas rústicas , appareceria roto , di-
lacerado, perdida. Estas rodas, fixas no. eixo» de
#pruBao — 26 — 18i3.
mais a mais delgadas , ferradas e oom uma tal prc^
jjaria como focinhos de javali para revolver a terra.;
cortam-tt'a como as carretilhas dos pasteleiros ou co«
zinheiros retalham a massa para as empadas ou filhcn
zes. Ponham um carrinho d'cstes carregado a virar
de repente, — ^quesuccede? — o que todos os diai
vemos : a roda . que descreva o circulo externo , la-
vra o solo como um arado : a que Gca para dentro ,
girando como pião , encrava-se no chão , como saca-
trapo , capaz de arrancar as pedras mais flrnie» d»
uma calçada.
3.** Qne oma estrada nova frequentada por tae^
4;arros nunca chegaj'á ,- por assim dizer , â coalhar •m
solidiOcar-sc por lhe andarem a desinquietar' d)c cònn
tinuo o seu cascalho, d' onde resulta que se ha-de an«*
dar sempre com a mão na obra sem acabar nunca d«
concertar , vindo portanto a sair exorbitante o dist^
pendio , tanto do primeiro fazimento como das subsor
quente^j e intermináveis reparações, do que bom tes*
timunho poderão dar os ingenheiros constructores da
estrada de Cintra.
Concluiremos logo afoitamente, que antes e primd-
ro d« tudo, nós nos devemos arremessar aos carros o
obrigal-os por todos os modos , pela persuasão e pela
força , a transformo r-se e civilisar-se para interesse
commum dos viandantes o transportes ; e até para be-»
neíicio dos bois, de seus conductores e de seus do7>
nos. Esta emenda dos carros deveria consistir em vá-
rios ponlos para ser cabal , mas por agora , bastaria
que se limitassem a pôr-lhe as rodas de grossura que
não cedesse de três polegadas e meia , nem sobe-
jasse de. cinco. Parece força de desgraça, que se dei-
xasse o governo allucinar sobre caisa tão evidente , e
se encostasse ^ ara a opmião' dos carreiros no contrac-
to celebrado com De Claranges Luccúfe , onde , no
artigo 23 , se diz: — «estabelecidas as estradas o go-
verno obriga-sc a dar as providencias policiaes neces-
sárias, para que as rodas dos carros não damniílquem
as estradas, a
Depois da3 estradas estabelecidas pouco farão taes
providencias. Se as estradas se querem deveras dêem*
se as providencias já , já, já. — Prohiba-se pois aos
carpinteiros o fazerem rodas de grossura indevida o
aos ferreiros chapas para ellas de mais ou menos lar*
gura do que a dada; e isto com boas multas munici*
pães para os contraventores , havendo similhantemen*'
te castigo na bolsa .a todos os donos^ de. carros que se
encontrarem caminhando diversos^ que o padrão es-
tabelecido.— E não se imagine, que seja isto um gran-
de vexame para as pessoas, que j^i teem carros, por-»
que é muito fácil e bajrato emendar as rodos antigas.
Olhe-se portanto para isto com seriedade e haja uma
vez um arrojo de deliberação* Se deveras se que-
rem as estradas , e todos os beiTs ,, que sem ellas se
não alcançam. — Marquo-se por edilaes um prazo fi«
xo e peremptório dentro jio qual deverão estar em:n-
dados todos os carros, desde a orla marítima de
Algarve até ao ultimo confim de Traz-os-Montes %
expirado eile , as camarás municipaes e administra-
dores de concelhos , que sejam inexhoraveis em pu-
nir os antiquários contumazes, que ousarem sair com
as suas rodas de navaiiias a marlyrisar os caminhos »
que são de todos e não d^elles. Passando porém pe-
las, estradas novas , onde já haja barreiras , paguem
três vezes o direito d'«llas e deixein-n*os ir á 4ua vou-;
10 VOL. ni. SEBOS X.
lio
REVISTA UNIVERSAL LISBONENSE.
iadc. >io tenham medo que vão o foltem muitas
Se isfio quadra e se quer , o governo que se nSo
iimitc can só dar as primeiras ordens. Seja depois ri-
goroso paca com as camarás munictpnes , exigindo-
lhes 0^ cumprimento da obrígaç«io que lhes impôz. Sem
rigor que desça do governo aos fiseaes e dos fiscaes
MOè j#ariiculares ; nada se venceria d'clles nem ainda
pror jettendo-Ihes prciutos. E exemplo tenho eu já »
^.n.'io pequeno I C(un que o próve«
7/Iandou Elrej prometter a todos os carreiros um
premio de duas moedas ealém d^isso 200 réis por ea-
lia etmii»ho de transporte de matoriaes para as obras
do Palácio da Pena, apresenta ndo^se com rodas largas
d«r 3Í até 4 polegadas. Já lá vâo trcs annos ; cente-
tiares4(^ carreiros teero cçndurido matcriaes para a Pe-
Uã ; todos os annos sp tem pgblicado e repelido esta
promessa , e nenhum até agora veio ainda com as ro-
das emendadas! Barão 4*£€hwege.
ASSOCZAÇÕSS AOaZCQXJLS.
(Ctiutinuarflo de paç. 100.)
r&OJECTO DK ÀXaoCIAV^O «EHAL AíiJttlCOLjL 00 KBIKO.
ArUfO 1." ^
/)«í fins dtt ass^ciaçiÍQ^
€237 ^. l.** Procurar c promorer por lodos os modos ao seu al-
cance o melhor valor e saída a lodos os géneros agrícolas da
j)Foduc4;ão da terra.
^. %,° Requerer a promuI«:açiio ^ cumprimento de todas as
Qcis , (|UG fizerem a bem da agricultura ; bem comp a revoga-
i^Hu , oii derrog»<;ilo d'aquelLas , que possam directa, ou iiidirc-
i«iamente empecer-lhe.
Ç. 3.* Promover em geral o augmeolo da agricultura ; ou
l«eja dando maior desiRTolvimeQto ao systema de iavoira nsado
•«otre oói até hoje, ou seja introduzindo novos processos,
■instrumeotos , o gcoeco& de cuUura nova , que sendo apropria-
•^osá natureza do noaix) clima., c torriUj produzam e deixem lucro.
J. 4..^ Prover aos meios de protccc^uo para accudir ao la-
"Viador^ em um ou mais annos desgraçados.
Artigo 2 •
• Dõít assvciacIoÂ
f . 1.* Sócios natos doesta associação eonsideram-sc todos
«« proprietários do prédios rústicos situados no reino , qual-
•^uer que seja a valia de seus prédios. *
^. 2.** Os sócios gozarão de todas as vanUg«mi« que lhes
ISrem concedidas nos estatutos geracs.
Artigo 3.°
Da tissefiibha gerei.
4. imieo. A Assembi^a geral , que dercru ter o sen assen-
to e local de residência em Lisboa, Kiá compof^ta somente dos
Mcios, quft tiverem dercuda annual em prediofl ruatieos aquan-
lia , qu£ por accôrdp g^a) fdr designada.
Artigo 4.*
Dã direcção geral , direCQpes especiaes , e commissSet^
adminisíj-aticas .
^. 1 * Haveiá em Lisboa luna direcção , que sená cbam»-
«Ift — direcçuo geral úm avsociaçilo agrícola. <
^. S.® Em todas a$ ridadeit do reijio haverá sua dilecto
«^peclnl dependente da geral.
§. 3,^ Tanto as sessões e conferencias doestas ^ como ás
éh assembléa geral %er&, sempre convidada para se acliar pre-
sente, querendo, a aucturidade administrativa IocaI.,
J. 4.* Nas villa» e jogares , onde se julgar convcnfcirie ha-
Terú outras tantas commifisOcs dependentes da direcção da ci-
dade a cujo districto pertençam.
$. 5.". A estas direcções e commissSes incumbirá fazer a
despeza do seu expediente , para a qual nenhum dos outros so-
slos flerú obrigado a concorrer.
Artigo 5.«
Dof €orpo9 0w partes gueformani, e dividem aassçeiaçiio.
^, 1.* A associação lerú dividida em tantas grandes com-
■mk9ú§s , quantos s&o o» raoioi; prjjicipaes a^ricolõi de reino -^
como por exemplo, a vommtssIo dob gkrbaeb — dam vinui^
DOS OI.it Al» DA» MATAS DOS MONTADOS BTC.
^. 8.* Cada corpo , ou grande commiss&o dVstas trabalha»
rá especialmente no ramo que lhe disser respeito.
§, 3.** Silo mcmbios natos d'e8tas commíssõ^s os sócios in-
teressados no ramo de cultura , que respeita a cada. uma.
{i. 4.*^ Estas commi&sics se auxiliarão reciprocamente por
todos os meios ao seu alcance, formando sempre um sò^corfo,
c tendo continuadamente em vista nSo só oaugmento e protec-
ção, aqualqiu;rd'aquelle8 ramos especiaes, como também o de
toda a agricultura em gcra4.
Artigo 6.»
Se para os Gns apontados fDr julgado conveniente ou neces-
sário, a associação convida rú o corpo decomueccio aunir-se-4he.
Artigo 7.'
Do jornal' (la aasocrnçãc,
§. I .^ A associaçito terá um Jornal próprio e dcslinacfo a trii-
ctar dos objectos inherenlcs aos Hn»^ que tem em vista, ao qual
se dr4rá toda a publicidade possível.
J. 2.* Os sócios, qíie fivrreni assento na assem))Ita gera},
terão obrigação de assígnarem para o sobredícto jornal.
Ayres dv Sá Nogueim,
(CeHtim4ur»9C'fca)^
&ZCH08 BS SUCDA.
l*ll£!fÓM£.^0 CUEUISO»
(Carla,)
2238 t, prntica seguida ire5tos sítÍQ5 pelas pes-
soas,, quetractam da crcação de bichos da seda ; guar*-
darcm d>ntrc os casulos, aqucHes que acham de uma
contextura mais sólida, c de uma fOrma mais elegan-
te ; fazem d'ellcs longos raniaes , eníiando-os em ura
cordão, com grande cuidado de não oíTender a larva.
— Estes rama«s ficam pendentes até se cífectuar a me-
thamorphósc ^ e logo que a borboleta se desinvolve,
sae do respectivo casulo c sobre elle pousa. — Á me-
dida que vão emergindo, lanca-se mão d*e}la$, ecol-
locando-as saibre j^annos de linho bem lavados^ ahí U*
cam pousadas; porque são pouco buliçosas. — Logo
tractam de se fecundar. — Passados poucos dias come-
ra o desinvolvim«nto. — Os ovos ou »em<«tes adhc-
rem fortemente ao pauno, d 'onde c necessari* tiral-os
coi« cuidado» Costuma l«zer-se e«ta operarão no adda
futuro depois de ter molhado levemenl* o panno com
agua tépida , c raspando-o com uma faca pouco afia-
da para os Dão oSender.
A natureza tem scmpr« seguido com regularidade
esta direcção. — ;*Mas que acontece este anno?
Quando pelos princípios de agosto , se traetava de
guardar os ovos apinboados sobre os pannos » que es-
panto não causou o vàt^ que alguns ovos se desinvoi-
viam, deitando fora o bicho sem o auxílio do calor
graduado de uma estufi , ou (coroo por aqui se usa),
sem o calor virginal do seio de uma donzella !
£m mtsha caza houve quem cuidasse da creaçie
de alguns d 'estes bichos extemporâneos-, apezar da
escacez da folha d« amoreira ,. e essa pouco taluda t
pois o 'phenomeno axrontecia pelos fins de agosto ,
quando a folha já está incapaz ; o resultado foi segui»
rem os períodos regulares da sua existência , sem o
mais leve contratempo , e chegarem todos a faier ca*
snlo , e este de uma perfeição rara.
Vimieiro 29 de septembro de 1843.
i. CabraL
XSMBRAMTÇA AOS ^ASBURIROS*
(Communicado.)
2s)39 Alguns dias , depois de ter caído com ott
REVISTA UNIVERSAL LISBOKENS»,
111
temporal « uma das arvores do formoso passeio de 6.
Pedro de Alcântara , passei pelo sitio , d'onde já tt-
oham sido removidos, não sei para onde, os seus des-
pojos mortaes. Existia um vácuo entre duas arvores;
era o espaço que occupára , sua desditosa , e Onada
congénere. Ficara porém um fragmento, para doloro-
la recordação. Era uma pequena quantidade do tronco,
ou a parle mais inferior da sua base ; truncada ,. e
formando um angulo obliquo: similhava-se a um dos
obuses , que adornam as partes lat^racs do magestoso
pórtico da Fundição. Principiei a cxamjnal-o, vi que
o tronco d'aquclias arvores , não p compacto , e du-
ro , como os das outras. Sua parte cortical , é delga-
da; scgue-se a ella um aggregado de filamentos le-
uhosos, accamados uns s^obre os outros , perpendicu-
larmente , e cujos interstícios , e intervalos , são in-
pregnados por um parencbima carnoso , . mui sacha-
rino, c amiiácio. Se me tivesse occorrido mais cedo,
teria diligenciado alcançar uma porção conveniente,
a fim de que fazendo, como iK>dosse, a competente
anályse. demonstrasse os contentos d'aquella substan-
cia , que rasoavelme^ite se pódc suppor que seriam ,
muito assucar » fécula , ácidos acético , máiico , po-
lassa etc.
Talvez fosse conveniente, regar menos aqucllas ar-
Tores , para que a demasiada humidade , que absor-
tem , não cmbraudecesse sobre-ínaneira os seus teci-
dos : e até tèr de antemão i)rcparado alguns cspfíqncs
apropriados , para nos grandes vendavaes se lhes en-
costarem, a fim de nno termos de sentir novas ma-
goas , com a falta das duas a quem por cmquanto ,
«s rajadas tccm poupado.
. Lisboa ^:À de scptcmbro de 1843.
Uenrique José de Souza Telles.
(Carta.)
S240 Vendo na Bevisía Universal Lisbonense ^ "^ o
totilissimo artigo 2120 indicando o curativo da horri-
vel moléstia da clcphancia , em que muito abunda
este Algarve ; digo que : —
Tem toda a rnisão o Sr. iosé da Silva em não que-
rer publicar o seu segredo, visto que d'elle tira a
aubstisteocia da sua família ; mas nada ba mais fácil
do que iremediar este inconveniente , peIo< modo que
V. indica nas suas observações ao mesmo artigo:
que eu intendo se poderia executar assim : — '
. Saiba-se o numero de cazas de misericórdia do rei-
no— ilhas adjacentes — c possessões ultramarihas , e
seus respectivos rendimentos: proponha o governo ás
cortes , uma lei , para que as dietas cazas de miseri-
córdia paguem um tanto cada umà , segundo os seus
haveres , por um certo numero de annos , pard com
esta quaraia se estabelecer um rédito annual ao Sr.
Silva ou sua familiar com isto o mesmo Sr. entrega-
rá a sua receita com toda a explicação, e clareza.
O governo mandará imprimir,, e distribuir a receita
por todo o reino.
Como ha algumas vtllas grandes, que não tecm ca-
xas de misericórdia , as camarás mnnlcipaes d 'estas ,
deverão concorrer com a sua quota tomo se as tives-
sem.
Para evitar todo, e qualquer receio ao. Sr. José da
Silva , falta , ou diíliculdade nos seus pagamentos ,
Iciabra-me, serem os (governadores civis do cada
districto . obrigados a cobrarem. 8$ quotas dos cou
tribuintes, e rcniettel-<is em certa épocba década an-
no ao Porto ao dtcto Sr. , ou ásua ordem : e por sua
morte a seus herdeiros até prefazer o prazo dos annos
estipulados. Repartida esta quantia proporcionalmente
por todas as misericórdias , vem a sair uma bagatella
a cada uma ; \ mas que vantagem se não tira de ex*.
lirpar a terrível moléstia da lepra , no nosso Por-
tugal: ;
Sem ser por lei, ou com uma espécie de força, no*
nhuma sancta caza se resolverá ; e n*isto não so deva
perder tempo pelo amor de Deus , e por charidade.
Faro 14 de Octubro de 1843.
José Joaqmm Ramalho,
Ou esta proposição do nosso estimável correspon-
dente , ou algum outro ^imilhante arbítrio , deve e
ha-de i>er infaHi\ cimente adoptado, se depois das ne-
cessárias «' sisudas investigações , a que o governo
não pode deixar de proceder , se achar que nas pre-
conisadas curas ; feitas aos leprosos pelo Sr. Silva »
não ha charlatice nem illusão.
DBNUSrCIAft SOBBLi: ACSXO p SSGUXLANÇA 9.
8AUXKE, S OÓMBIODO PUBUOO.^
{Commtmifado.)
2241 Não somos indiífcrentes ao bem , ou ao mal-
de que somos partecipantes como membros da socie-
dade.
Próhibiram-se as cabras na cidade, e suas immc-.
diaçõcs; não nos compete censural-o : ha muito que
dizer pró, e contra ; contináa-se porém , a permittir c*
trânsito' das vaccas soltas , pelas ruas.
D'esta liberdade- temos nós visto consequências desa-
gradáveis. Não ha muito tempo, que uma d' cilas in-'
do mesmo a passo natura] esbarrou com um pobre ce-
go, fcrindo-o no rosto, com uma das pontas ; até i%:
vezos as temos' visto cbrrer precepitadamento por uma ,
e outra parte pondo tudo em confusão: e já as vimó$
n'c%ta desenvoltura transpor os eolumnellos da praça
de D. Pedro , e correrem por aigum tempo espanta-
das , peio passeio oriental, da rua 4Jlo oiro ; c sabemos
de uma senhora de pouca vista , que já por duas ve-
zes foi lançada cm terra por um vilello. -Parece , por
consequência , qne seria útil obrigar os vaqueiros a
trazcilas prezas , como as cavalgaduras.
A postura , relativamente ao <l espojo. das agqas, es*
tá . por muitas partes totalmcntjB relaxada ; vasando-
se a todas as horas ; c não obstante ©trânsito das car-
roças do lixo , este é lançado ás ruas , ate nars ^nais
publicas, e de maior pjfòsagefti , vcndo-se por esta
motivo , algumas bem immundas.
• As seges e cavalgaduras, continuam suas carreiras»
ameaçando e roalisando os males já varias veies ad*
vertidos. Não ha muito tempo , que sendo detido uni
cavalleiro , que corria a toda a brida , respondeu ,
quando pdr isso o repreendiam: — <rque elie via,
uma alta personagem que nomeou , fazer outro tanto ;
eque o direito era cgual para todos.» Ha po\}oos dias»
que um bolieiro , por 'bem pouco , não esmagou um
carreiro , entre a rodas da sege , c a do carro ; esta
correu sobre aquellc , com o aguílhao , e não succe*
deu uma grande desgraça , porque os cavallos da s*»
ge , eram mui velozes. Isto é falta de policia , como
o ó egualmento o enxame ã^ r^loneiro^, qu« pot la*^^
10 ,
ÍH
REVISTA UNIVERSAL LISBONENSE.
4n a piirte se encontra. iQttexjaer dizer tanla rapa-
ziada a vendpr caulellas? ^ Tantos eíganos, assenta-
dos pelas portas , coni falsificadas peras de panmnho ,
afravessadas nos joelhos, c até descaradarnenle assoa-
lhando certas fazendas' immorac», e escandalosas, que
a honestidade nos não permitte nomear, e que offere-
cem a quem passa? A mim mesmo já se oiTcrcceram,
não obstante a seriedade que inculco : c n'um estabe-
lecimento dejnuzica ao Galhariz^, tiveram elles o de-
saforo de apresentar uma porção d'enas , para hypo-
theca de uma divida que contraíram, i De que vivem
f^stos homens? ^Qucm pratica tantos actos de rapina,
de que os jornaes fazem continuamente menção ?i<íiie
diremos de tanta mocidade estragada , e vadia , que
poyoa , noite e dia , certos sitios , cora desaforado es-
cândalo? Falta de policia! Nós pagamos, para senos
manter a nossa segurança , , logo cumpra-sc para com
o povo o qiie se lhe deve. ^Será isto porém bradar
RO deserto ? A camará não quer pejamentos pelas ruas ;
tem raz3o.iQiiem peja o largo de São Roque ?i Quem
conserva a par da muralha do passeio de S. Pedro
d' Alcantra , na calçada . da Gloria , immundos terra-
ços , e arruinadas barracarias , que tão mal contras-
tam com a bellissima perspectiva d'aquelle passeio.
Vamos adiante. Toquemos uma corda mais grave.
^De que provém, tão complicados padecimentos co-
mo ha tempos a esta parte vão apparecendo, e gras-
sando entre nós? A mocidade, cm ambos os sexos,
pela maior parte infesada , macilenta , débil , e cheia
de afTecções morhosas , aprezenta o aspecto mais in-
salubre. Palpitações extraordinárias sobre o coração ,
tenho eu encontrado em grande numero de creanças ,
filhos de pães robustos, e saudáveis ; seguindo^se-lhe
pouca apciite ,. desptnéa , eaillições. Apesar dos maio-
res disvélos, sobreicem o marasmo, a atrophía,
e a mortq. N*6utros desinvolve»se o vírus scrofuloso ,
manifestado , não só pelos sigaaes externos , como a
c6r , as intumescências , ou infartes glandulosos, mas
até com o characteristico de idênticos padecimentos no
abdómen » mesenterio etc. que levam pouco a pouco
aos mesmos resultados. Nos adultos » vemos predomi-
narem além d'aquellas ashcpatitis, e como consequên-
cia d'estas as faidropesias , as hemó{t>scs, a molés-
tias dartrosas^ as hemorrhoidas , e a debilidade g^
vai nos órgãos visnaes.
As parilysias , apoplexias , e ataques hypeleticos »
aio frequentes , bem como a hetica e ptysica pulmo-
nar.
^Quaes são as cansas eíBcféntes de taes padecimen-
tos? ; A educação?
tenho provas em contrario , na minha própria fa-
mília. Sem adoptar as tbeorias do Emilio , de Jean
Jaequ/et , procurei dar a meus ÍUhos uma educação a
mais alheia possível a superficialidades nocivas ; no
physico, conformei-me, quanto pude ásunplicidadc na-
tural ; no mais segui a praxe mais prudente ; não obs-
tante , um falleccu aos 17 annos , no estado atróphi-
co; outros soffrem padecimentos que teem exemplo»
em seus progenitores. ^Influíram n^ellcs os ares? Os
de Lisboa não são nocivos. ^As aguas? não são más.
Verdade é que estão muito demudadas , e sobcarre-
gadas de terras calcáreas, mormente depois da intro-
ducção de muitas diferentes das primitivas , apesar
das prévias , e oíBciosas analyses. Isto se vé não có
4Uts cafeteiras , em que se fervem , mas até 4a^ gies-
mas talhas em que se guardam; depositando, em pou-
cos dias , bastante lodo , e corpos orgânicos ; o que
juncto ao máu regimen dos barris , expostos A aerão
da poeira, e até servindo de assentos aõs sórdidos
aguadeiros as íd^z tediosas: mas é mal sem cura. ^Se-
rão as bebidas debilitantes, hoje lãõ vulgares? ^ As
irritantes , e alcoholicas tão frequentes, as especiarias
ele. etc.?PaTccc-nos que não são estas só por si cau-
sas soflíicientes para tantos padecimentos , ainda que
para isso bastante concorram. iIaí^o quaes serão os
motivos principaes? Esta decisão pertence aos clini-
COS. Porém aventurarei , com a devida vénia » algu-
mas razões em geral.
A natureza estava na posse de uma regalia . que se
lhe coartou; era â erupção das bexigas, de quemni«
tos eram victimas , seguindo-se-Ihes a morte , ou fi-
cando mais , ou menos disformes. Desciíbriu-se a vac-
cina, e desde então cessou aquella moléstia , nas pes-
soas vaccinadas. Não sou eu inimigo da vaccina : ^ raas'
quem &^he^ se ella oppondo-se ao dcsinvolvimento
de um virus tão nocivo , e corrosivo , o obrigue a
uma retroacção para as visceras , e entranhas , onde
a sua acção lavrando a pouco e pouco , produsa nos
adolescentes os padecimentos que apontei? A vari-
celle tornou-se mais frequente , ou como que apparc-
ceu entre nós , depois da entrada da vaccina ; e este
facto pôde ser um novo argumento para a nossa as*
serção. Os médicos que decidam.
Os tractamentos debilitantes ; as emmissoes sanguí^
neas immoderadas, o uso de substaíicias heróicas»,
principalmente da classe dos mineraes , e muitas ve-
zes applicadas por mãos menos hábeis , também pó«
dem concorrer para graves prejuízos ; mas sobre tu-
do a falCa de hygiene, e de policia medica, juncto ao
que levo espendido, pôde mui bem ser a causa d*
muitos d'aquelles acidentes. Já por vezes se tem fat-
iado sobre o prejuiso da coloração dos doces por via
de regra, com cores mineraes, e sempre nocivas;;
mas continua-se no mesmo abuso. As mesmas cores
vegetaes , nem todas são salubres. Sabemos que se
usa com profusão do como da Fitolaea decandria tW-'
gò, cathoÊÚa índia ^ e esta planta é mui suspeitosa
nas suas virtudes. Os vasilhames de cobre , supposto
que estanhado , continuam a usar-se. O estanho, nem
sempre é puro ; de ordinário contém arsénico. Quero
conceder, que este, como mui solúvel na agua, t
mesmo volátil no fogo , não exista na estanhadura ;
concedo que o estanho , não seja de sua natureza pre-
judicial; porém, com o uso vae-se extinguindo, pas-
sa oom os alimentos para o estômago, soas partículas,,
sempre angulosas » e mais ou menos agudas , podem
excitar folgoseseatéescortaoõesnas mucosas, e d'ahi
,seguirem-se outros padecimentos. Isto mesmo pôde -
•succeder com a folha de Flandres , que não é senão
a folha de ferro. estanhada. Os pipos , ou barris, ain-
da os vemos com torneiras metálicas ; os metaes são
atacados pelos ácidos , e todos os licores contém mais* .
ou menos ácidos^ acético, málico etc;^ que pódcm
formar outros tantos corpos tanto mais nocivos quan-
to o metal das torneiras é sempro. da.nalureia do co-
bre. A mesma agua se decompõe pelo coalacto dor
metaes, roobando-lhe estes o oxygenio , como sa vè
nos púcaros , bacias , e tachos de arame ; formando-
se o verdete, £u tenho visto fazer até calda de toma-
te» n'aqu elles tachos , apresentando d' um para outro
REVISTA UMVERSAL MSBONE1?íSE^
113
di«> um' çirmila de vcrdotc, em roda da superiÍGic da
calda. iQucm com conheeimealo d 'isto se nticvería
a comcl-a t O azeite dissolve espontaneamente o co-
bre , como 80 podo ver nos pratos dos candieiros, cm
que o azeite extravasado se toma verde ; e esta dis-
solução c ipui toxica. O esmalte da lonça ordinária »
quHsi sempre é atacado pelos ácidos.
. Os viulios, licores, e cervejas, são muitas, vezes
•larificados pela pedra humc , c dulcifícados pelo al-
faiado , e outras substancias que produzem , quasi
aemprc péssimos resultados para a saúde. Aos primei-
i:os ó mui vulgar, para lhes dar corpo, associarem*
Ibes a baga de sabugo • o campeche , etc. ctc.
De uma merciaria sei eu, que arrcbontaitdo^Jhe um
odre cheio de vinagre , islo produsiu fortíssima eiíer-
Tescencia , sobre o pavimento em que se derramou.
Aquellc phenómcno ora decido á dcsinvoluçito do áci-
do carbónico , peio muito áeido sulfúrico contido no
vinagre; se este se examinasse , por muitas partes
achariam eguaes resultados, alem de outras mui-
tas substancias irritantes , e putrefactas que os igno-
rantes trasti^(4s lhe associam, ó A não ser assim como
yoderiam dar uma canada por 30 rs. , e dois vin-
téns ?
V^mos as manteigas e banhas , ardidas , e rancea-
4as; os géneros comestíveis, por toda a parte expôs*
tos á acção, não só da atmusphera, mas dos insectos,
4a poeira, dosvermps, dos miasmas mephtlicos. e ac<^
^umuUdo3 , em. cazas sórdidas , t sem acoio , nem
vauLeila.algjytma.
Seria enfadonho, se referisse quantn lenho observa-
do. Passarei somente a mencionar mais dois objectos,
qne juigo também concorrerem para os nossos padeci-
mentos.— Vè-se por essa cidade uma infínidade de
cazas vendendo hervas ao publico , sem que os ven-
dedores, pela maior parte, tenham os devidos conhe-
cimentos; e não só vendendo as hervas ou plantas
«ommuns , porém até senno , . maná , sulfato do ma-
gnesia , e outras muitas coisas , privativas das boti-
cas , isto sem peso , circumstancia tão necessária , e
sem a menor idéa das quantidades próprias, mas cal-
culando a olho como lhes parece. Já um criado me
apresentou uns poucos de molhos, de doca marga, que
lhe vtfuderam por bclladona. ^Mas ainda quando o
&sse, dcver-se-hia Vender assim uma planta tão pcrí-
fçosa? ) Não tcem elles a cicuta , e a digitalis , entre
hÍ plantas mais innocentes 1 íNão toem elics tudo em
confusão , e mistocado , sem prever fáceis enganos ,
mormente de noite ! Todos sabem que ciUre tantos ber-
bolartoft, neniium ha de proíissão, e quando o hou-
lasse , .elles nunca so. habilitaram c<im outros estudos
mais doque uma pratica usvial, evaga. ^Mas que di-
remos dos droguistas? Como os herboiarios, elles não
teom. cstiKM>s alguns, mais que oramerrio de comprar,
c ¥«i9d<ir. Ignovam os charactercs das substancias me-
dicas , que compram , e vendem. São inteiramente
al^os aofi preceitos da comiervaçao ,. : e duração dos
medicamentos. £iles os conservam indifierenU; , c
avulsa mente, tciji caixas « alcofa § , barris, e até em
filhas sobre pQiúmeníos húmidos , expostos ú acção
do tempo» e dos .v;ernies ; ,em contacto muitas vexes ,
com as drogas pertencentes ás tintas» e o qu« mais
é, I ^j«itas .a -uma. atmosphera impregnada, de «pó
Ye^a^iVpsv , que >so eleva , ao pisar o verd^^te , o ma«>
«Mo« o 4iivaiad«,iOjar^Dico, a4t'ezçs.,d'oiro, Hsver*'
de montanha , o verde inglea , e outros muitos toti«
COS. Scrrindo-sc talvez , indiferentemente de medi-
d;is , e funis , para uns e oulms líquidos , por íss#>
que não sabem, nem teem. noções algumas da scien*
eia pharmaceutica , ou cbiinica , para-cvitarcm ospe«
rigos. Tcnlou-sc , para rcine^iiar estes males , um es-
tabeiccimcnto utilissimo, qual era uma associarão de
accionistas para um armazém de drogas , e medica-
mentos de que os pharmaceuticos podcssom provcr-se,
sem os inconvenientes actuacs. A saúde pubtiea , fi-
os interesses communs, tirariam de similhantc fimda-
cão as maiores vantagens.
Accresce outro mal, não separa o publico mas para
os pharmaceuticos, ec que alguns droguistas seteem
dedicado não só a vender por miúdo ao publico , mas
até a aviar , ou improvisar receitas , sem que se lhes
tenha pruhibido símilhante abuso. Ospharmaccutico&«
estudam, fazem exames, compram livros, aparGlh(»8,'
c tecm muitas despesas para se habilitarem aodesem-^
penho da sua arte, c aquellcs sem algum encargo»
ou fadiga , gosam e d«sfructam vantagens para af
quaes somente os auctorisa a impunid«'u1e. Os phar-
maceuticos escolhem o senne , o musgo , a avenca ,'
e tudas as drogas susceptíveis do misturas estranhas^,
ou corpos heterogenios ; toem o maior c;iídado nos
graes , nas peneiras , e em todos os utcncís . quoleem
de servir aos medicamentos, a lim de se não commti-
nicarem, gôstus , ou sabor eií estranhos. Precisam' o
maior, disvclo nos pèsm c ÍKiIanças; a atten^^ão mais
minuciosa em tudo, mas principalmente no que diz
respeito a usos internos , e i como pede um idiota fa-
zer com perfeição símilhnntes preparados? Omfesso^
que não tenho indisposição com os droguistas , e an-
tes algum ha a quem sou summa mente obrigado, po-
rém este ó , assim como os mais , homem de honra ,
c de probidade assas segura para se ni(o escandalisar'
das verdades que exponlio. O desejo do bem com-
mura , principalmente no qnc diz respeito á minha'
proli&ão, équem me induz afallar d*esta sorte. Prasa:'
ao céu que adistincta Sociedade Pharmaceutrc », possti
fazer ouvir sua altisonante \ot , e fazcr-se attender
nas suas sabias , c nunca bastantemente louváveis ín-»
tenções , por aquelles que tcem o competente poder ,
para reprimir os abusos, proteger uma corporação tão
digna de b ser , o prestar-nòs aquelle auxílio que $
nossa situação requer e necessita.
Lisboa .2*6 de Septembro de 1843.
' Hemique . Joêé de Sousa Telles,
ATI90 HY-OIBIVXOO ÁS BBI.2.AS.
Pezii-ihes a ent-ia í*g «/*r<'m feílies úa TO^Q docreií-
dor^ et parece-lhes , que nílo saíram dVílla da
n)f)d<) (|iip hiivia de ser, assim tractam quilato
púdoiu de cmcadal-o.
iVo»7i Floresta de Bernardes.
TM''d^\\\ tafnhcnj um nriroolo b«m embníHiHdo,
Cámnientode Ffgaro , acto 5.* scem 19.
IJÍTBOllCCrÃo.
âá4â Afastemos um {Miuca avista dos campos ári-
dofi da política, aondo materialmente se debatem os
interesses q^atoriacs -do corto gouero , que se tradu-
zem sob a conhecida formula — pecunia: — istopedc-s4
como <;oisa iiossivcl ^ se é que o é. £ como conse-
quência d 'este humilde postula-lo laacemol-a pura os
prados artifieiu es , onda o cuidado da belleza reinai
ab4o\uto, e sojcíU «í.voi^^ Uc forro» adicta as.tel^
114
REVfôTA UNIVERSAL LISBONENSE.
Riais . susterás emais^ibsurdas» áamctade maisbeUa e
melhor do gcnero humano. Tenlenios introduzir Iam*
bem ahi a espinhosa questão dos interesses mater ia4}s ,
e vejamos, se attenta a natureza do sugeito, a quem
não c estranho , ou anles coube o dom singular de
supposítar contradictoríos , e conciliar extremos , se-
rá possível casar, como é aphrase ebella idéa do nos-
so grando ijigenho contemporâneo , o reinado de D.
Quichole com o de Sancho. £xpUquemo-nos melhor:
*~9 saúde ca formosura, que no tempo das gregas,
e das gregas ainda mais que das romanas , eram tâo
sócias , tão amigas , e lào irmãs , que se mutuamen-
te auxiliavam em tudo , acham-se hoje cm divorcio c
guerra aberta* Eslào até propostas para ducllo. Ora
se ha coisa peior que . um duello masculino , é um
ducllo feminino.
. Era ao cuidado da bclleza, e ao seu vísir o desejo
de agradar, a quem cumpria o pol-as bem, ou quan-
do menos fazer-lbes manter o campo eguah Odynasta
porém » e o seu ministro valido , entregues todos e
alFerrados ás doctrínas do bello ideal do cavalleiro da
Mancha, inclinaram ás partes da supposta formosura,
^ etl-a foragida a coitada da saúde , cm exilio perpe-
tuo das cidades e vílias, c apenas encontrando abrigo
nk vivenda dos campos » e morada no semblante co-
rado e corpo rochuncbudo das aldeãs. Ora as vassai-
k» da formosura ainda aquellas que mais beijam a
mão » que as. castiga , não deixarão de ter saudades
^a vencida dominadora. Pode muito bem ser, que se
prepararmos convenientemente a opinião publica, não
fosse mal aceita uma restauração D'este género , com
Iodas as suas consequências naturaes, ou quando me-
nos um. armisticio , para que qualquer podesse impp«>
nemente ^er bonita , sem ser doente nem cachética.
i pois o nosso fím trabalhar por constituir o império
da belleza sob o império da saúde , e fazer passar
«orno regra ^ contra o que se achava estabelecido ,
que o feitio das obras da mão do Deus não ha mister
«ir omçndado, nem corrigido peja mixo e cabeça dos
homens. O negocio porém é espinlioso, e embrulhado.
Se^ não podermos desatar o nò» gordio^ €ortal-o-bemos
à feição de Alexandre. . V. T.
fC(mtintmr^€-ha,)
HA VBCS88ZDA3>S D£ Vlff S78TSMA X VBaCO
NA EX.ABOZIAÇÃO DA B3FORMA
ppx.zt;íca.
2242 £m um artigo insorido no numero 8.* da
Revista Universal Lisbmiense chamámos a attenrão dos
homens sensatos e hon eitos sobre a necemdade de se
distinguirem , e rectificarem alguma idéas e expres-
59Ões aliás de frequente uso vulgar ; e de se adopta-
trm osAielos mais adequados para se salvar o throno,
e o governo constitucional do perigo, que os ameaça.
IIujc insistimos na necessidade de se proceder a
lima verdadeira reforma politica , dirigida em confor-
midade dos principioai de direito constitucional , por
luciò de um frystema de leis fttnáaiMnta€$ ou ecnHi*
tutims, e de leiê orgânica*^ ligadas econnexas entre
si, e coherentes pom a forma de governo^ que s% pro.
clamou , e adoptou.
Proclamou--sQ, e prometteurse com elTeito o gcwm»
representativo com a sua essencial separação t tiide>*
pendência dos pobres políticos do estado , com as suas
Entretanto ainda não estão organisadets os poderes,'
nem existem as indispensáveis garantias da justa li-
berdade individual , nem as da ordem publica. Tem-se
feito na verdade alguns cusátos de melhoramentos, mas
parciacs, desligados, e incompletos. — Não se a do»
ptou porém até agora um systema de leis» que por
sua natureza, nexo, e extensão possa merecer o home
de reforma politica systematica radical , e completa.
Ora é. evidente á luz dos princípios da sciencia de
prganisação social, e confirmado por mui custosas ex-
periências — que sem uma reforma verdadeira e st»«
teipatica no sentido do governo representativo, é emi-
nente o perigo de se repetirem os actos do poder*
arbitrário, e ascontulçõcs da ánarchia. Isto não quer
dizer, que o despotismo ou a tirannia possam exercer
a sua acção , com a mesma violência e torpesa em
um paiz onde uma vez se proclamou o governo repre^
sentativo ; mas é possivel , e de facto se obsí^rva que»
os amigos do privilegio e do poder absoluto , escoo-
dendo-se por detraz do simulacro de governo represen-
tativo, disfarçam-se , adoptam a linguagem constitu-
cional, c deslumbram a multidão com palavras sono-
ras , discursos pomposos , e promessati sempre vans e
illusorias.
Da falta de cumprimento ás promessas de uma ver-
dadeira reforma systematica e completa » procede o
descrédito em que tem caída o governo chamado libe-
ral ou .representativo no conceito das pessoas qn«, por
ignorância , ou por falta de reflexão , eonfondem aa
instituições verdadeiramente liberae» cam m erros e
paixões dos egoístas . a dos ambiciosos do poder.
Da falta de um conveniente systema de reforma, e
de garantias constitucianaes resulta a desorgantsação
social , em que nos achamos ; bem como a variciiade
dos partidos , e cores politicas , e a incerteza e an-
ciedade. dá opinião publica sobre a sorte futura da
paiz.
Ora se a calamidade , que nos afflige , procede da
falta de um systema de leis constituintes e orgânicas,
exacta e logicamente dedusidas dos verdadeiros pria-
cipios do systema de governo representativo , é evi-»
dente que o remediu consiste em se proceder sincera
e eílicazmente a uma reforma systematica concebida ,
e executada n'este sentido.
Só por meio de uma reforma tal se pôde pór terroo
a uma torrente de males provenientes de uma revolu-
ção dirigida sem plano, nem nexo de systema ; ebcm
assim previnir as novas calamidades que 'São de pre-
ver, e recear.
Só por este meio se pôde assegurar. (quanto é ba->
manamente possivel) á geração presente a jusia liber^
dade , a segurança pessoal , e b propriedade dos bens;
e não só dos materiaes e caducos, mas prineípalmen^
te dos da intelligencia e da fnora/ti{ad« que , são as
mais solidas bates da reforma politica , e da regena-
ração nacional.
Portuguezes avisados, e sem preoccupaçôes de par-
tido 1 maioria respeitável de «ma nação digna dabe»
intendida liberdade ! Uma voz fraea , e quasi exlitt"
cta se levanta, mas porventura será ella o interpreta
dos vossos s^Mimentos , e dos interesses ? eaea e ver*
dadeiroa da nação.
0 tm\ , de que nos queixamos , é grave , mas nio
1* incurável. A nossa prÍDcipal doença politica é a des-
QFganísai^o ; e esta doença se earapika , a aggrat»
REVISTA UNIVERSAL LISBONENSE.
115
<om a dos intcrcfscs, e perlcnções dos partidos, — O
remédio consiste na reforma fundamental e orgânica ,
dirigida systematica e ordenadamente pela represen-
tarão nacional , em conformidade dos mais sólidos
princípios de direito constitucional, lógica e natural-
mente dcdusidos e applieados i narao .portogueza. —
Este remédio acha-se furmulado por um génio e co^
raçno portngnez que o concebeu , e consagrou á sua
pátria. Está justamente pendente da approvação da
representarão nacional , porque é só do seio da na-
f ã » , que deve rebentar o fogo que ha-.le regenerar ;
todo o que iner de fára é mephiiico e rfffbeativo , pa-
ra me servir da idéa e da plirnse de oiUro génio
portugnez. — Um tão valioso donativo importa porven-
tura a salvarão da pátria ; e vera de mão limpa , e
niio suspeita de ódio , ou ambição. O mal vós o sen-
tis, e experimenta es. — O remédio, que se vos oíTe-
recc, já está no dominio da opinião publica. Não o
rejeiteis sem exame, e conhecimento de causa. —
Possa a verdadeira opinião publica cmancipnr-sc d*es-
fta funesta influencia dos partidos que atem condusido
e desvairadb a sabor das paixões , e dos interesses
particulares.
Filipe Ferreira de Araújo e Castro.
COMMEMORAÇÕES.
' «TRAS&AllAÇÃd BA ttAZlTHA SANCTA.
89 D B OCTVBAO DB 1077.
ââ44 ;l Quem' diria, que os viçosos sincoiraes, que
^lam hoje as aprasivfis margens do Mondegt) cerca
de Coiral>ra , se elevam sobre destroços de columnas
seculares, árassagradas> e relíquias de mortos? 4 Quem,
4K> vér em noites de agosto os folguedos e cantares dos
€^amponeze6 nos areaes do rio , poderia sequei imagi-
nar , que , onde então vibram as cordas da viola , já
resoaram harmonias de órgãos saudosos^ e •cânticos
de virgens consagradas ao Sehhor?
Um mosteiro real*, e três conventos se estendiam:
magestosos pela beira do rio, que ainda então corria,
fundo e encolhido ; d'estes^resta apenas a memoria nas
cfaronicas das ordens religiosas» cujos eram ; d'aquel-
le somente existem as valentes paredes do templo, já
tisnadas pela fuligem dos séculos, os portaes , e cam-
panário; e através das estreitas frestas observam-sc
as naves cheias de agua e lodo , as columnas quasi
submergidas , uns lobges de arabescos^ e algumas la-
çarias esboroando-se.
N'este seu, prezadíssima templo, em companhia da&
YÍrtuoMS filhas de Sancta Clara, crera a. Rainha Sanc-
tflleahel teria mansão perpétua o seu eadaver: assim
cr determinara em seu testamento , e até flzéra collo»
car em logar de sua escolha o moimento , que ainda
em vida e sob sua direcção mandara construir. Con-^
trariou porém o Mondego tão piedoso propósito : foz-^
se , de humilde que era ,. soberbo e arrogante*,, ele^
TOO o álveo , trânspòff as margens , e depois de sub-
mergir a Freguexia de S^Cueufaie, e os conventas de
Sancta Àwm , 5« Domingos ,. e 8. Frantiico , investia
o mosteiro de Sancta Clara ,, cujos dormitórios e oflS^
einas foi de anno em anuo demolindo , e convertendo
tm charcos insalabrei* A principio soffretaBi as Frs»-
ras pacientemente as descortezlas • ofiTensas de tSo
ruim vizinho por conta do amor que tinham á cazdv
le respeito que tributavam áSancta , Hua Bemfeitora ,
que receavam áesagasatfasr; redobraram poróm as fú-
rias do rio , e seria tentar a providencia querer-lhes
resistir. Requereram ao Senhor D« João \W, qn« as*
sim como havia restaurado o rorno do domínio de€as-»
tella, lhes restaurasse tamhem a habitação, livrando-
as da tyrSnAia 4ó liUuidego. &cfb'rio-lhes el-reí ; man-
dou edificar novo mosteiro, encommcndando o cuida-
do da obra a Dr António Luiz de Menezes, Conde de
Cantanhede , depois Marquez de Marialva , e a plan-
ta do edifício ao engenheiro mór do reino , Fr. João
Turriano. -No monto da Esperança a 6 de junho de
1649 se lançou' a primeira pedra, e sómento no di«
29 de octubro de- 1677 é que pôde fazer-se a trasla-
dação.
El-rei D. Pedro 11. , entio Printiipe Regente , to-
mou singularmente a peito o celebrar esta funcclío
com toda a pompa e raagestadc : mandou a Coimbra
a tractar de seus aprestos os Conselheiros d 'Estado ,
Marques de Arronches , e o Visconde D, Mogo de L^
ma , com o Secretario Roque Monteiro Paim » e em
seguida os Titulares necessários para levar as varas^
do pallio , e borlas do guiío, que com outras a Ifáias^
preciosas offerecéra para seíviço da Sancta. Septe Bis-
pos , a Clerezia Regular e Secular, todas as Confra-
rias, as auctoridades civis, a corporaçíio dalíniver^
sidade , a camará ,. ctc. , eompozeram este solcmiiis-^
simo préstito : c para O vêr, e venerar a Sancta, con-
correram das diversas províncias do reino innumcra-^
veis pessoas. — Por três dias se abrasou a cidade com
luminárias^ e o céu eom fogo de varias vistas : por
mais tempo duraram at justas , os concertos demusH
ca , as danças , e ostros géneros de divertimentos ,.
usados n^aquellas eras , que seria longo memorar.
Bellos tempos eram aqut>lh;s , cm que os portugnè-^
zcs por tão diilercntes modos testimnuha>vam sua ve-
neração á Rainha Sancta ; ao presente, apenas meia dú-
zia de trôpegos clérigos (a que por cscárneo denomi-
nam o Cabido da Sé Cathedral de CoUnlra] vão lodos
os annos processionalmente aoMiísieiro de Sancta Cla-
ra celebrar uma Missa no altar da Rainha Sancta. A
Camará Municipal • costumava acomfianbar o Cabido y
porem desde 1834 t^m deiííado de cumpril' este pie-
doso devei*.. Gusmão.
Tivemos ogosto<d« percorrer a collccçad de poesias-
lyricas, intitulada *^0 Meu Albuin^^qvík o jovcn
poeta o Sr. João át Leiúe» Seixas Caitello-^Branco ha
tempos annuncioa em- um prograiuma avulso ,. e de
que já n'estc jornal dèmòs iioticias no artigo 1412.
O Meu Ãlkum é «ma collecção assí($ crescida de
trechos de prosa e versos > de grande variedade e in-
venção. — Abundância de sentimento , ora profundo
ora mimoso; arrojos de phantasia, que não raro che-
gam a crcação^originalidadeno siylo; muitas vezes
bellezas lyricas de uma ordem, muito elevada, econs-
tantemenia philoMphia moral e religiosa, eis-aqui cm
nosso intender, os méritos, por ondt» este Kvro se ha-
de fazer recommcndado^*— São as éstrêas juvenis dt
um gcande ingenlio , ao qual, ^n temeridade , já s^
podem predizer bellos futuros.
À primeira das Ires. pa-rtes, dequoOilIMim se com-
põe , intitulou o auctor ^^àmo^enciqt} -^ «^ d'ella w^
116
REVISTA UNIVERSAL LISBONENSE.
pcrmitlia colhermos algilns raim^s , para os ofFerlar-
mos, de anlcmao e como primícias aos leUores aman-
tes c dcsojosos dos progressos ^ã nossa iitteralura..
Em outros nun^cros os iremos preseutando com a
nâis escrupulosa lidciid.ide.
Para hoje escolhemos não por melhores, mas por raais^
cWtas , as peças , que vão ler-sc :
ZNNOCENCZA DXOZIISA SSaUNBA.
EUZA.
È certo
11 trionfo d^Klisa
Galeotto Manfredú Ahnti,
. â245 Vem sentar-tc, donzella, em meus joelhos;
Cinge.» cinge*me ao cóIo o Vóseo braço ;
Poisa a face na miulia; ergue os teus olhos;
^Que yès tu, innocente?
« Vejo 9 vóo da pomba : — é teu dnhdo :
«Alva nuvem parti r-sc : — é teu sorriso:
« Vejo o Sol , que fulgura : — é tua imagem :
« Vejo o Céu : — é tua pátria.
Vem sentar-te outra vez nos meus joelhos ;
Embebc-me no seio essa candura ;
Inclina aos vagos sons o puro ouvido;
^Que escutas, innocente?
«Oiço a fonte a carpir : — é teu suspiro :
tf Da philomélla a voz: — és tu, que falias:
«Oiço a& harpas do mundo: — são teus hymnos:
«Oiço um anjo: — é tua prece.
Oh! vem mais uma vei aos meus joelhos;
l>^a teu peito ao meu com mais «xtremo ,
Que vaes tudo saber ; assim ; responde ,
l Que sentes , innocente ? .
«A tua mâo» que me estreita ;• — é meu carinho:
«Os teus lábios nos meus: — é casto beijo:
«Teu seio, que me abrasa : — é meu aiVecto:
« i Fugiste ! — CS a innoccncia !
IJffSrOCSNCZA VZGESZnA.
ORAÇÃO DE LE0N0&.
Ora pro nobis.
Lua e Sol são duas rodas
Uma d*oiro , outra de prata ,
Que o pae do Céu , que nos mata..
As crcancinhas deu todas ;
O chrislal , que se dçsata
Sobre alcatifais do prado
Vem lá d*um rio sagrado >
Que tem as nuvens do Céu ,
À noite mais estrellado
I)o que a várzea tem papoilas ^
Inda tem mais lentejoilas
Do que o meu cândido véu.
£ o Deu» Senhor , que me deu
Nas faces lindeza taiiU,
Ouv» 09 hymuas , que descanta
O celeste Cherubím,
£ também me escuta a mim
$e minha madre levanta •
Mãos da sua Leonor ,
Ao i)od'roso £rea(iar:,
. £ comijpo dis as^iu : . . .
« Dae á íilha da mkiha alma
cVrda eterna c salvação
«Dae-lhe paz no coração
«Dae-lhe verde e casta palma!
Ao cabo me estampa um beija
Sobro os lábios de rubim ,
K farta novo desejo
£m meu colo de marfim.
£ o Deus Senhor , que me de«
Nas faces lindeza tanta ,
Ouve os hymnos que lhe canta
Todo o vivente da terra
Ou seja moiro ou judeu,
A pastorinha da serra ,
O cançado lavrador ;
Ouve melhor o christão,
E a innocente canção
Da formosa Leonor!
Kfiw Ai^jo vjsaz i>SMo>rzo.
liL
2246 Já me não lembra onde trunquei o meu ro-
mance, em verdade vos digo, amigo leitor; — nio
entra aqui extravagância , aci edita e-me.
A heroina de qu «m mé propuz c6ntar-vos , poderia
ter por emblema uhia bofbolcta , e'um áspide , e tão
ligeira , tão recamada cm seus matizes , como o é a
borboleta ; tão traçocira, e desleal como o áspide es-
condido a transsudnr lento e manso venenos niorltfc-
ros por entre flores e rosas.
A minha borboleta é anjo e demónio , e esta per*
suasão em que estou é um mysterio revolucionário ,
por isso mesmo me pronuncio desde já peia minha bor-^
boleta. Estou pronunciado. Vamos ao romance.
Mas antes de continuar , deixem-me dar ordem ao
meu criado — corretor entre mim e a tal borboleta
— que estou invisível , inviolável hoje para cer-
tos vadios, que me vêem desorientar esta cabeça, que,
segundo é fama , não vai muito. Eu não quero cnga-.
nar ninguém , portanto veu dar o meu programma ,
para satisfazer escrúpulos de lep^nltdades, que porvc-^.
zes me assomam no meio da minha insurreição amo-
rosa , porque a fmal de contas tenho certo instiucto
de disciplina e governança ; e para que se não admi*
rem e não vejam contradicção onde. a nào ha , oi-
çam-mc , e desculparão a minha mobilidade : estou
certo d' isso.
Os meus amores não são o-iãevroê , ; por Deus não !
pasteleiros tão pouco! são turbulentos e anatchicos;
pareccm-se com o povo , ora desentoado , ora humil-
de, isto seja dicto de .passagem; nuire-se na. sua iou^
cura de interrupções e desegu a Idades : corre . vivo
e esperto, arrasta-sc frouvo c preguiçoso; mas ha
n^ellc um desenho e colorido especial, toquei aovos,
characteristkos como nos quadros. do Poussin; tse eu.
os explicara , dera ao leitor a razão oriHca^ porque,
gósío doeste marulhar do coração.'
- Basta de explicações , visto que terão intendido-
que o romance h»-de ser turbulento e anarchico:: se:
não gostarem , não sei mcUior I Dou o que tenha» di-.
go o que sinto. Este dsfcito é a minha virtutle^
N'um dos pendores de Lisboa ^ se assenta capriabo-*
ia-«ooQio a escorregar t--uj&a. linda casa, veEdbd«k
REVISTA UNIVERSAL IISBONENSE.
117
ra habitaçno de uma fada , ; pelo menos a mim me fa-
ilein cila l cazinha encantada , U»cida de sedas e au-
v/o!as , a cspelhar-sc desdenhosamente nas aguas da
?>aliia, que lhe banham os pés; isolada, sósinha, re-
tirada do bulício do mundo, a olhar livre , a respirar
fresca , para a cidade , que lhe Oca cm baixo , como
avassallada; quando me vou a passear ás horas ame-
nas da tarde pelas ribeiras magestosas do Tejo e de
longe /diio para essa cazinha e vejo no píncaro de ro-
chj| inacccssivel o casulo da minha horboleia , como
prestes a resvalar e a dcsprender-se lá do escarpado
da ladeira , giram-me pelo corpo calafrios e ataques
nervosos , porque me parece , que tudo aquillo vem
a rolar do cume pela montanha — que- é uma das sép-
ia sobre que se pouza a cidade — esfrio de suslo e me
lico a carpir a morte da fada,. que me enfeitiça c me
dá tractos.
Resguardam o folhelho da volátil , robles dpsterra-
dos da;Qoresta, cedros fugitivos do Libano , altero-
sas palmeiras da Arábia , emblemáticas acácias , in^
Ck)nstantes alamos , e magoados chorões ; os raios do
sol antes de alumiar as faces brancas e rozadas da
minha borboleta, quebram seu ardor embatendo-se no
Of)aco arvoredo para Ih' as não crestarem ; visita-a já
manso e soceg«do 9. curvar-sc humilde e de joelhos
parado -seu occaso, porque em memoria de gente vi-
va não luL exemplo, que a& fadas prin<^ipiem «4ia« tra-
vessuras > senão pela volta do crespusculo ^^ — horas de
saudades e mclanchoiías a desatar amores magoados de
esperanças ^.amores que se pendem sobre preeipicios
sósinbos e a^.suspirar encolhidos »^— horas do crepús-
culo., que me floris, a vida, que me coacs pelo ani-
mo, rcppuzo frsocego das luctas*da terra, para me
emouranhardes no vago e ideal de sentimentos bei-
jos, que me entram pelo. cora cão ,. — içu vos saúdo,
sem ainda suspeitar porquê !
Ora , . come ia dizendo , vou^me a passeio muita$
vezes pelas, bordas do rio, que. só tem outro com quem
dispute primaziãs : mas não creio eu que em todo o
raundo haja rio mais bello e soberba que o Tejo ; tão
manso , soeegado » e flel , cm sua paz , como turbi-
no , colérico , e irado em suas fúrias. Quando o en-
c outro sereno e brando fujo d*cllo a bom correr,
porque essa bonança reflecte meus prazeres fugitivos ;
mas quando o encontro inquieto e tormentoso recolho-
nie,tO(do nas suas borrascas, idcntiGco-man^eate em*
blema de minha ^ida , a olhar sempre — e sempre —
para o casulo da minha borboUta r m^e quasi se avis-
ta de toda a parte.
jfí máu gosto, diriam muitos; ^. que me imporia es-
sa discr?
Outras vezes me vou a visitar a. morada dos mor-
les, que já me não fase m mal: ha todavia um. tumu-
lo e não longe d'este, outro, cujo silencio 'me fere a
punge : quizéra-lhe cspedaçar a louza , pór-me em
frente d 'esses dois cadáveres, a. estas horas já sem
formas d i st i netas., quizéra vel-os uma só vez, lhes
dizer bem ao ouvido poucas palavras
0^:0110 dos Árabes pelas túmulos ó- uma religião
cheia de vida, de sentimentos e crenças: é. digno de
respeito vir essas caravanas , abraçadas com a lem-
brança do que já passou , atravessar rápidas e silen-
ciosas as cordilheiras dos Marabouts, parar pou-
cas momentos para se inclinarem diante dos srpnk
ciiros) c depojj]} rçç9jyb|4M m magoa;» sem><lais , e
o peito a estalar de dores subirem o Atlas para se
irem cnroiubo de suas habitaçòcç.
O riii^lr da proeclla c o silencio dos túmulos são
coisas* que bem se combinam com a esperança , que
3e desfolha e mirra ; não pareça pois um dessarcsoa-
mento a dijçressão , que levo.
Mas é tempo emfím de fallarmos na borboleta , que*
anda a fUntdejar , a brincar , e a correr pelas horas
escuras da noite , por entre scrraní«s agrestes e al-
tos oitciros , sem se lhe dar do cântico singelo , , nins
bem sentido , que vibra na solidão a tiorba de meigo
trovador.
A doudinba é tão gentil e formosa ; que só de a
vòr eu fíco com alma e brios para escrever d'ella em
tnt7 e utna noites inil e um romances ; ha n*cste meU'
amor mais enthusiasmo e ardor do que no pronuncia-
tnento de um Catalão , mais teima e cegueira do que
no patriotismo de Àbdel-Kaácr,
O seu corpo é a coiáa mais gentil que nunca vi ; as
curvas graciosas dePhidias, ,os contornos acabados de
Praxitcles-cstam longe de similhar-se ás formas da mi-
nha borboleta ; tio dclicadinha , tão acria , tão ligei-
ra , que fora impossiveL a buril algum imitar delica-
dezas tão mimosaa: o seu pésinho mais ligeiro que o
da Camilía de Virgílio , a sua cinturinha , tão frágil
que me arreèeio sempre de lhe tocar , assusto-me de
com o mais pequeno movimento quebrar pelo meio es*
se corpinho de fada. Nem lhe bulo , nem toco senão'
com muito cuidado e sentido.
António da Cunha Souto Maior.
O VORTSVTO. MUSICO.
O enthnsfosmo , com • que está sendo acolhida de
todo o publico ãíadame Rossit a mais imminente can-
,tatriz , . que em nossos dias appareceu em S. Carlos ,
faz-nos esperar , qne será recebida com prazer a se-'
gumte noticia , que acerca da sua vida artistica fo-
mos tomar de boa fonte» .
' 2247: Násecu* Jlfadame i?om ,. em Barcelona aos
17' de dezembro de 1818. Da edade de 2 annos foi
para Paris com sua mãe , que era da comp.anhia do
theatnHitaliano d'aquella cidade. Aos 13 começou a
aprender a cantar com a hábil professora Dalmani"
Valdi, e algum tempo depois com Bordogni. Tão rá-
pidos sairam os seus progressos, que no anno seguin-
te foi admittida em um concerto , dado em benefício
áe Beretoni, em que figuravam os primeiros cantores
)tatianos».Logo.ahi se admirou a flexibilidade da sua
voz , e as entonações que em bom gosto e segurança
não eram inferiores ásdos distinclos 'artistas, que canr,
tavam com ella.
Quando tinha 15 annos entrou nos coros do theatro
italiano, para se aperfeiçoar "^ e adquirir uso da sce-
na. Dois annos depois foi escriplurada para a ópera»
cómica, onde se estreou no papel ti 'Anna da J>ame-
'Blanche , em 10 d 'agosto de 1836. Dias depqis repre-*
.isentou a parte á*- Isabel no Pré^ux-clercs , e fícou
sendo desde então a predilecta das compositores e do
publico. Em seuicanto reconbecia-se a alma d'uma
actriz com a expressão d 'uma voz tão pura como vibran*
te. Jean áe Paris, U&tair^ Zampa , todo o reper-
tório lhe grangearam tanta estima como as duas óperas
4a sua estròa. No espaço de três annos e meio, cr£piê -
{^Madame Mossi doze papeis nas óperas le» Pòntws de
118
REVISTA UNIVERSAL LISBONENSE*
Cadix^ rAnntiUc, Ic Fidéle Berger, Pigitillo, Marguc-
fite , la Figurante , Thérèse , Heginc , PoHchinelle ,
le Scheriff , la Symphonie , e Zanatía ; cnirc outros o
papel de Marguerilte en suíTicicntc para estabelecer
a reputação d' uma artista da primeira ordem, pela
superioridade com que Madame Rossi sabe unir as
qualidades d'actriz, com as de cantora.
Além d*csítis crearõeSf Madame RosãÍ iam ropciido
muitas óperas brilhantemente , como Savah , la Dou-
hle EcJiclle, Cosimo, e sobre, todas o Luthier d« Fícti-
•!<?» cm que substituiu a Madame Damoreau. Também
não devemos esquecer VAmbassadrice , cm que Mada-
we Rossi soube dar uma verdadeira importância ao
papel da condessa , olhada ate alli como um acces-
borio.
No verão de 1840, Madame Rossi deixou Paris , e
a 10 de novembro cslreou-se em Milão no theatro da
Scala , no papel de Iinogcna «o Pirata. Os jornacs
d'llaiia são unanimes cm lhe tributar , por esta occa-
&ião , os elogios mais lisongcíros. O bom methodo da
«antòra , a extensão e amenidade da sua voz , a ex-'
pressão dos seus gestos, a sua grande inlclligencia
5ccnica , foram devidamente apreciadas , e por mui-
tas vezes a chamaram fura durante a representarão.
A cavatina da Norma , que eila Cantou a 23 do mes-
mo mez lhe graogeou um novo triumpho, ainda mais
brilhante. Desde então esta ária famosa lhe era pcdi-
4Ía nos entre-^ctos , e de cada vez produzia um novo
«ntbusiasmo. Todos os artigos dos jornaes de Milão a
este respeito, respiram uma certa admirarão pela su>
Ijlime artista. O Pirata escrevia assim :
« Domingo , Madame Rossi , condescendendo com
«as instancias do publico,, repetiu; a cavatina da xVor-
ama, trecho que tem sido o escolho de tantas ar-
«listas celebres e que encerra tantas bellezas, que só
ikdepcr si pode estabelecer um renome. Madame Rossi
(t ainda d'esta vez a cantou melhor que da primeira.
n\ Com que suavidade saiam da sua alma inspirada os
a sons da sua linda voz ! ; Que divinas notas ! que ar-
ate ! que habilidade ! qae bom gosto ! que melodia ! »
Madame Rossi despresou muitas escripluras para
voltar para Paris , tendo casado a 4 de Janeiro de
1841 com o Sr. Caceia « eseulptor muito distincto.
- Escripturada de novo para a Opera-Comica em abri]
de 1841 , Madatne Rossi allí continuou sua brilhante
carreira, não só repetindo quasi todas as óperas cscri-
ptas para Madame Damorcau, mas creando também
novos papeis em outras, escríptas expressamente para
filia, como o Domino noir, Le Code noir, La part du
JHaòle etc. até agosto ultimo , tempo exn que deixou
P^rís para vir colher entrç nós novas coroas de trium-
pho.
JDeixâmos para o seguinte numero apreciar as qaa«
iidades artisticas d' esta insigne cantora.
Silva Leal,
ÍOTICIAS.
ESTRANGEIRAS.
2248 O espirito de independência ateado na Ir-
landa não se acalma. A sua capitai Dublin já o go-
▼crao inglcz a declarou em estado de sitio.
no actual vão-se levantando com quasi tanta força»
como se haviam levantado os que deram nascimen-
to ao mesmo governo.
Está recomeçada a guerra civil. O ministério toma
as enérgicas providencias, que pôde, ate em Madrid*
Nas cortes , que se abriram a lo do corrente , já
apparecc também opposição.
PORTUGAL.
2249 Ruas Magestndcs continuam na sna viagem ;
d'onde voltarão á Corte no 1.° de novembro. I)iz-s«
que as festas do recebimento hão-do ser estrondosas.
Tracta d'ellas uma juncta presidida pelo Sr. Coná»
de Porto-Cóvo.
ACTOS OJTFIOXAZS.
S!250 Diário do Governo de ISJ tle ocUihro*. — Oi rcBdí-\
meatos da» quarenUi e oito alfandtí-ras menores do i-oiitineate
do reino foram, no anno de 1840 — 1»4I, de 3^:757 ?)3í)I reis;
!io do 1841— 1Ô42, de 100:284^810 réis, c no de 1842—1843,
de llO'.634|>50« réis. Venda de fóroí e pensões, e de bcn*
nacionaes.
Ideià de 13. — Or rendimentos das .«ilfande^as crande d»
Liáboa , Seple-cazas , e doPorlo foram de 332:810^048. Veo-
da de foros e pea^iòes , c bens nacionais.
Liem de 14. — Venda de foros e pendes , e de bens nado-
nacs.
Idem de 16. — Porlarins marcando o que devi» pa;?ar de di-
reitos uma porção do pedras de nmrniore, e dirersoí estojo»
de barba , e de costura nirnorcs de vinte o qnatro polegada*.
Aviso de que paçte para Vn^ola a 20 do corrente fazendo ©•-
cala por Cabo-Verde o líen-iiella a charrua — Princeiailcal. —
Venda de fórus e lícnaõcs <í de bens naci»»naeá.
Idem de 17. — DtTrelo dissolvendo a cmnara municipal de
Eyara. Ordem cie j içírimp.^itu aos emprcírados dependentes d»
mimstttrio da jnsliçH. Venda dè I>«íis nôcionaes.
Idem de 18. — Venda de bens nacionaes.
Idem de 19. — Ordem de pagamento aos empregados dcpea-
dentes do miniiiterio do reino. Portaria do Thesoiro aos j^ovcr-
iiadqres civis, para f|uc estranhem ás junUis do lançamento d»
decima, que se uio houveram cnm zelo no deí»cmp«nho de seu»
deveres. Venda dr bens nacionacit.
Idem dr «0. — Venda e remíssijo de foros c p6ns3«.
Idem de SI. — Decreto anncxando rt concelho de Monsanto
ao de^ Penamacor para o eíTeito imtco de serem roçidcs por
um S4J mairistrado administrativo. Passamento aos professores do
diálriclo de Vizeu do mez de agosto pioximo passado. Porta-
ria mandando responder a concelho de guerra o commandanle
do briirue-escuna— Liberal — afundado nos 'mar^s de Cabo-
Vorde. Importou a despczajdo ministério da marinha e ultra-
mar no mez de acosto em 65:675^009 r^is. Venda e remiiiAo
de foros a pensões.
Idem de 23. ■— Portaria para que um tecido mui símilhant»
no melim de pello , ommibi»o na jiaula jycral da alfandei?a pa-
gue de direitos duzentos réis por arrátel.. Aviso do Thèsoiro,
de que o prazo de trinta dias para a arrematação das siras do»
districlos do continente do reino , eicepluando os de B^ja ,
Bra^a, Faro, e Portalegre, começa a cont»r-«e do dia £1 d»
corrente em diante. Venda a rcmiwiâo de fóros e pensOcs; «-
venda de bens nocionaes.
Idem de 04. — Portaria marcando a qucín ie devem diripir
as reivindicações dos collcctados nos imfíostos. Outra di?.en'i<>
qual o sOIlo, que as cartas de confirmação de doaçào e nomea-
ções de prazos devem paçar. Outra para tiue os papeis de tin-
ia fina extraída docarthamo, ou açafroa d<; Hispanha, pa«
guem de direitos de entrada 160 réis por arrátel. Venda d«
h&OM uaciojuutf , e de foros e pcnsoet».
NSCXLOJLOGIA MZUTAR.
2251 O conhecido capitâo-teDenlc da Armada, o.
Sr. França , nasceu em verdade debaixo de algurba
esítrdla de desa viaturas: para remate de todas. ídUas»
REVISTA UINIVERSAL. LISBONENSE.
119
andnndo , ha duas «emanas á caça no Pnip^al , ao
?ul do Tejo, indo a saltar um cômoro com a mão na boc-
ca da arma, esta se disparou, e lh'a fez pedaços;
Ires facultativos que estavam nas visinhanças foram
logo chamados.
A principio intenderam , que era inevitável a am-
putarão de toda a mào , e o enfermo não só conveio ,
inns pediu que a operação se fizesse repentina e dcsa-
froiitadamente.
Entretanto os operadores protraíram este remédio ,
havido pelo único eficaz. Não tardaram em apparc-
cer signaes de grangeua ; desprezaram-se ; seguiu-se
o tétano.
No dia 2Ú às 6 dn manhã , o enfermo succumbiu.
- Segundo a raiiida historiei e as mui judiciosas con>
siderações de perito na matéria , que havemos lido na
Restauração delerra-fcira, figura-se ter havido da par-
te dos aliás , mui hábeis e accreditados facultativos ,
alguma imprevidência . ou rajões não óbvias , que
por credito seu e da seicncia , esperamos ver expos-
tas por modo , que os Uvc de qualquer desar desme-
recido.
Não deixaremos de noticiar o resultado que d'esta
importante averiguação se colher , e que esperamus
será satisfatório.
O Sr. França morreu com uma resignarão condigna
da sua probidade , do seu valor bellico , e das mui-
tas virtudes civicas e domesticas que o fizeram sem-
pre respeitado e amado de todos.
Terça-feira 2\ , ás 7 horas da manha , do sitio do
Pragal » partiu o préstito para Lisboa , com um acom-
panhamento numeroso c conspicao , conduzindo o cor-
po á mão desde o desembarque até á ermida da
íiloría onde se lhe fez um solemne oílicio com missa,
4 que assistiram mais de trezentas pessoas , que de-
pois , com suas tochas nas mãos , acompanharam o ii-
Joslrc fmado até ao cemitério de H, S. dos Praze-
res , onde foi sepultado com todas as honras devidas
á sua patente de capitão tenente da armada.
(Carta.)
2252 Sr, Redactor. — Durante a minha estada no
Sobral, que andou por um mez , contado de meio de
agosto a meio de septembro , na villa , e até volta de
aima legua , succcderam tantos desastres e infelicida-
des, que me resolvi tomal-^s a rol para o enviara V.
Passo em silencio o insulto feito ao Sr. Braamcamp
por já ter sido noticiado na Revista.
Um carreiro de Palaios , frcguezia de Palha Gana ,
uma legua do Sobral , caiu adiante do carro , e que-
brou o braço esquerdo.
Joaquim da Costa, da quinta da Carrasca, um quar-
to de legua do Sobral , ia amparar outro carro , que
Jevava ugna pipa de vinho , passou-lhe uma roda por
«ima do dedo grande do pé , e foi-lhe a unha fora.
A outro carreiro do sitio da Arruda , no sitio da
€alçada passou o carro por cima das vrilhas , e lhe
rasgou as carnes do baixo ventre ficando os intestinos
quasi á mostra.
' Outro carreiro levava adiante dos bois um filho de
i2 a ISannos: estes, picados, derribam-n'o , atro-
peiam-n'o, e o deixam logo sem vida. Foi no sitio
4e Lages.
Omto cãcr«iio próximo dos «Miof da Car jelra, v^a
legua do Sobral , também lhe passon um carro car-
regado com uma pipa cheia de vinho por cima do pei-
to , de que morreu no mesmo momento.
Juucto ao logar da Sapataria, termo de Lisboa, uma
legua do Sobral , um homem pediu a outro uma es-
pingarda , e indo a pegar nVlla pela bocca , dis-
parou-sc., indo o chumbo, com que estava carrc^
gada , direito ao peito, o atravessou, e morreu,
A 17 de septembro, pelo meio dia , foi apresenta-
do ao administrador do concelho , um pé, c parle da
cabeça de uma crcança recem-nascida , que foi en-
contrada em um serrado próximo do logar das Pare-
des, subúrbios da vilia , mostrando os fragmentos ter
sido o cadáver desenterrado e dilacerado pelos cães.
No dia 24 falieceu de uma maligna na idade de 21
annos o Sr, Adriano Sezinando Quintino de Avelar
Brotcro , bacharel formado em direito, e que ha dois
annos havia concinido os seus estudos. Por sua doci-
lidade e bellas qualidades moracs , estimado de to-
dos , e futuro arrimo de seus pacs , e quatro irmãs *
todas mais novas do que clle , o donzellas.
António Marques , almocreve estabelecido no logar
dos Folgados , frcguezia de Sançto Quintino , muda a
sua residência para a Villa do Sobral, e para uma caza
que com muito gosto comprara a 3 do corrente : três
dias depois, pega fogo no fato de seu filho, de 7 pa-
ra 8 annos de idade , atèa-se com tanta rapidez, que
apezar de promptamenie Ibe acudir o Sr, Joaquim
Martins , visinho que n^cssa occasião alli se achava ,
a infeliz creança morre dentro era poucas horas.
No dia 8 de septembro achava-se o Sr. Joaquim Ma-
duro Júnior de iwa saúdo , assim como sua rauihcrs
ambos de pouco mv^.is de 20 annos de edade , jazia
porém com sarampo um filhinho seu de poucos me-
zes ; este apanha ar que lhe augmenta o mal ;
seu pae voltando algum tanto suado da feira dos Mi-
lagres, comeu uma melancia, de que lhe resultou
uma indigestão. Sua mulher que o tractava e ao fi-
lho , adoece de escarlatina no sabbado 9 , e de tal
modo se aggravam as doenças , que o filho morre no
domingo de madrugada; o pae com esta desgraça em-
pciora , e morre no mesmo dia sem receber os sacra-
mentos por falta de tempo; a irmã da mulher, sol-
teira , e de menos de vinte annos , poucos dias de-
pois expirou também. A mulher ainda hoje está gra-
vemente enferma.
Mais algumas desgraças me ficam no tinteiro : —
embora fiquem , não são já poucas as que deixo rela-
tadas de tão pequeno districto , e em tão curto espa-
ço de tempo. Sou , etc.
Sobral 23 de septembro de 1843.
LAURÉI. SCXEKTZ7XCO*
2253 Semita feira, 20 do corrente, celobrou-se na
Eschola Medico-Cirurgica de Lisboa o acto de concur-
so do Doclor Caetano Maria Ferreira da Silva Beirão ;
principiou ás 8 horas da manhã , e terminou ás 6 da
tarde, ^
Na primeira hora leu o oppositor uma dissertação á
cerca da hematose , na qual dcsinvolveu , de um mo-
do que faz honra á Medicina portugueza , quanto ha
de mais importante e de mais positivo n'esta diíTicil
parte da physiologia humana. Os conhecimentos mai»
recentes da cbyn^ica orgânica deUebig e de Ratsp{|ji|y
120
REYISTA UNIVERSAL LISBONENSE.
bem como os systcmas mais importantes de physiolo-
.gia de Burdach , e Marshall liai) foram plcnamcnle
(icsinvolvidos, e justamente avaliados pelo digno canr
.didato.
As licções oracs de physiologia, matéria medica» e
pathologia interna foram egual mente bem desinvolvidas
.pelo oppositor: os vastos conhecimentos» que mostrou
possuir , e a clareza , o eloquência , com que os ex-
.jiôz » poderão talvez ser egualados» mas diíficilmen-
,lc excedidos.
A Eschola com a sua inalterável justiça e impar-
cialidade , concedeu onze votos d'approYação ao can-
jdidalo ; ficando doeste mudo proposto para o logar de
Demonstrador da Eschola.
O concurso do Sr. Beirão foi uma nova prova da sua
aptidão» e a decisão, uma nova coroa de loiros» gran-
jeada pelas fadigas » e estudos de |um dos mais dis-
tiiictos alumnos dá Universidade de Coimbra.
. Um Medico Português^
ARRAZASS.
â25 1 O nosso correspondente de Cintra , o Sr. /u-
Hão Valeriam Simíw», cm uma erudita e chistosa caN
,tR » de 2 do corrente, desapprova o uso dos arraiaes»
que boje, por fora dostemijios » estão sendo parte de
. muitas das festas religiosas « que lá dentro celebram
.om honrados sanctos: — uso gentílico » imitado ou
; herdado tios romanos » que o herdaram dos gregos ,
que o herdaram dos lydos » a quem se attribue a sua
primeira invenção: — e contra o qual, como disso-
jiante da gravidade e eompostun christã» escreveram
.piuitos auctores abalisados, c entre ellcs o nosso fa-
cundo Padre Manuel Bernardes» no titulo 1.^ do to-
.mo â.° da sua Nova Floresta; — opinião essa para a
qual , não obstante «algumas razões em contrario» for-
temente nos inclinamos.
No arraial de S. Miguel de Odrinhas » d« concelho
.de Cintra» no dia 29 do passado por entre as folias
populares de tangeres e descantes, rebentou certa pen-
.dencía , que deu de çi ir ao outro dia para o cemi-
.terio» um dos que p'esse haviam nccudido oibi para
.andar folgando. .
«Agora — termina o noss* correspondente — estão
.«lodos á espera dever como se resolve o problema se-
,« guiute : >— Se os quatro (ou mais) indivjduos que com
«o outro combateram» terão de ser prezos, e con-
..«demnados uns a seis mezes de. prizâo, outros a dois»
«ou três mezes na xradèa do çoncelbo; « o parente
.« mais próximo terá de metter a viola no saco por meia
«dúzia de moedas, -ou por troca de terras « como ha
f(bcm pouco acontêeeu» aos que deixaram .nos pulve-
«rubínjtos areaes de S. Mamede d'cste mesmo cooce-
« lho » três jiomcns (pela íigjira do carpo) que foram
«coQduzidos á habitação dos idos?? — Eu digo que
«só o tempo pode resolver esta questão.»
ZHCZNOIO 8A0RZ&EGO.
2'255 No dia 24 do passado » cm que na parochia
de Sancta Maria de Pegeiros » se cantou Te Dcum ,
pela confirmação do bispo pozeram fogo a acinte na
. egreja , seria meia noite. Abrazou-se toda : nem as
Sagradas Particulas poderam ser arrancadas d' entre
as chamas. Ainda se ignora o auctor do horrendo cri-
me» c se porventura seria perpetrado para encobrir ,
fiomi) é dç uso , roubo de alfaias.
AsâAssziiZoa.
2256 Noticia o Periódico dos Pobre» no Porto de
7 do corrente» que em Vilh Real, na quinta de João
d*Almeida Moraes Pessanha » dois dos seus feitores
dispararam as armas contra dois barqueiros que logD
ca iram mortas. Não declara quaes os motivos d*este
atlentado » mas diz que foram iosignifieantes.
THEATKO DS S. CAR&OS«
HEPETlÇiO DA NORVÂ.
2257 A Xorma essa suave partitura do insigne mu-
sico-poeta — o pathetico Uellini , foi ainda mais uma
vez gostada» e como sempre applaudida no nosso thea-
tro italiano. A Sr.' Uossi que executou a difbciL port»
da protagonista» adquiriu mais um Iríumpho merecido
e grandioso , como não duvidamos que os alcançará
em todos os papeis que executar.- A cavatina produ-
ziu um verdadeiro enthusiasmo pela deliciosa manei-
ra» com que a simpathiea voz da Sr.* llossi executou
aquelle lindo trecho tão cheio de sentimento como de
inspirarão. Os ornamentos» com que a sublime arttáta
enfeitou a cabaletta » foram uma ostentação de hravtk-^
ra e de bom goslo , dando-lhe occasião de desinvol-
ver n* um canto elegante e ardido, seus bellissimos
agudos^ sem estropcar phrazes nem cortar palavras,
que Iodas se soltam Irmptdas » expressivas dos lábios
da intelligente artista.
O dueto das duas damas no 2.* acto, foi outra pe-
ca enthusíaslicamcnte applaudida , c cuja streíta fui
repelida a pedido gcvsA ci'um publico numerosíssimo»
que havia concorrido a gozar da musica de Bellità c
Victor iar a 5r/ liossi. ,
Não nos permitle hoje o pouco espaço de que só pod«^
mos dispor» particularisar» como desejávamos, este me-
morável serão. Certos estamos que a empreza e a comr
panhia nos hão-de dar outras muitos occasiões de re-
gistar seus trLumphos« que d*outra vez poderemos
porventura commcmorar com mais extensão.
Silva IdqL
TH£ATRO MTORMAX.^
.0 HOMBM DE CUVZENTO ,
Comédia em 3 aeios^ — Versàó do francês,
225ÍÍ Sc a condicção principal para uiha boa come-
dia é disfarçar» por entre flores amenas, a correcção do
vicio, e a natural severidade do ensino moral, esta condi-
rão incontestavelmente apOSSUC o liOHEM DE CUSCE.NT0.
.A idéa, que inspirou esta comedia, é, t]uanto a
nós, de singular merecimento, e 'originalidade. K
uma espoe ie do bomeopathia moral , curando o m^
com o excesso do próprio mal t é uma grande verda-
de habilmente c proficuaracnte.dcsinvoivida.
À comedia tem agradáveis sccnas» o lanços em ex*-
tremo curiosos e naturaes*
O desempenho dos actores foi geralmente bom. O
Sr. Victarino no principal papel , hou>e-se çoni a sua
usual perícia. São tharJicteres similhantes os que mais
nos parecem convir âquclle ^ctor.
A npva actriz, a Sr.^Çc^otim EmilicTy deu no se»
ingénuo, c graciosíssimo papel mostras das mais feln-
zes disposições^ Parece-nos que o theatro normal fex
uma exccllente cicqui^j^ão « o quo as espigranças ^u»
nos dá aquella artista tão nQvata , pcôduzirão m^^
approveitaveis fructos.
À comedia agradou, c foi no ultimo acto. repetidor
i mente íjpplaudidj^^,. _ , ^ *f. i#. J^m^é *
fi M
REVISTA UNIVBRSAIi IISBONEWSE*
121
ADVERT^NCUS.
A (listribuiçfto còmeçA hoje , quinta-feica , A» 10 borai da
ínanh:!. Aos Srs. , ^^e, o mais tardar, <|\iatro horas depois
bSo tcnhram recebido , ro^a-se o obsequio de 9 participarem no
«édríptorio da Rfivisrji Unitbrral Ltsbòkenís, rua dos Fan-
^nttnia n.* 8S , pura se protidenciar. •
. . Para o Duiqaro aeguiat^ publtcarepDoa a carta datada áfi I^tf-
boa de S7 de octubro e aSMÍgnada — um cirargijLo do Alemtejo,
A. A". V. — relalira ao que aa Rbtista ss leu acerca do tra-
«tamèotò cirursrico do Sr. Fhança. Assim como um artigo sa-
bre a cotiipaDhia dos virdios da Extremadnra , de pniina rui
hãliA fi coiBp^teatft, mo» lifto a mesma, que.al^ boje Icm trac*
Mda cl'«tta qUMtio oa nosm folha. .
CONRECIIENTOS fITEIS.
!TJkM A mmATVWUL SM ; XAlrZIRA.
Iét sotitáháéf está senda objecto ée prímeÍTa neeeisíi
dade.
No artigo SOSI da Revista Uniotrjal lÂAtmenu já
se deu noticia ,d'«uiro imréRto de gravura em )>cdra«
Um o outro merecem ^e os «ossots artistas mais cn«
riosos façam sobre olIeA ientaiivfs.* e muito confiamos
nós na boa vontade e intellígcneia dot Srs. Bftrdallo ^
Coelho. A nossa gr»Tiir4 om madeira , em qao já pri«
ranm; pódc*-sc dizer qao fbi.Abra sua. Empreenderam*
H'a , estudarxjii^n'a , e aperfeiçoarain-se n'eHa scnt
mastro. Se lograrem tão boa fortuna «om qualquef
d'esl0s systemass ^e o die^area a naturalísarcm enn
tre liós , harerão feito áa artes, á bibiiographia^e aM
auetores^da nossa terta, mais lun aerriço Jtssiff^la^
lado. Sil^m Leal.
2S$9 A gravairfi em madeira» que d^ta lie mmtõs
^ect^los*5 que deiKiis esquecida » veio reviver em n^t*-
SOS dia^.com tão primorosa ciccução, como se vé n^e»*
aas,níti|jas evicções > que se e^tão fosenilo naAllema-^
liba , na Itália > na França , na Inglaterra ^ e tíunbom
^tre nÓ6 , onde os, çcus |ii\9gFcssoa se Tcoonbocem ua
babilídãde,, «om que o ^r. Coelho soube exoeiítar os
omat9s do J^rnai áã$. BttliM^Aries\ cujo primeiro nu-»
mero acabai de app^roçcr , -^a :grayura . em madeira ,
dizemp^, ^ belia mas dispendiosa; e. foi esta coik^ide^
ração que suscitou a M. I)unand«-^^arilt a idéa de acce»-
lerar este. gene/o de trabalho pártf 'O tprnaf aais up^
plicave] aind^ :. este meio é o seguinte: ' t
*, Çobrcrse d|e ycmfz iimii. ebapa . de cobre, %graTa««e
pelo melhodo ordinário , uzando do acido nítrico» pa-p
ra faief penetffir a gravura : ^tirer^se depois « verHlz ,
e ljmpa-&e a.cbfipa : dfi«-^e^lbp a tinta pela mesma (òr^.
xna. usada pelos gravadores 4e madeiía ; is polviUia-se
depois, «om divi^r^aa substancint cnv pó mui ftno , que
pega coii^o o .v«rntz > e renovando altemadomcnte.tin**
ia e as eamadas de pó, se consegue a aUQrâ qoe se
deseja» QuaJido a diapa está assim preparada dlídio^e
pregando lios quatro fingu los nns preguinbos do lado
da gravu» ,. qno ^or^eni paru dar a .goossura do clú'
<he' qnfí fi^-pertepde» pregando-^' ^* uma iabtíi, CÍicfut^
4C então piclp .ipctboáo ordinário» e poratifat as pro^
XB$ pas^a*«e prÊoteiro lun becado d^ carvão peilos lra^
çaa que de^ein ts^presentar maifi:Vtgor ,> como na im-»
pressão ; a' taUie-iocg; e ddi-se Qom un brunidor nos
traços mais iortoa, eafregiandonos depois com oearvão;
m d'eaia ^i^a^eiva ae variam mvUo os.eflteÂtos obtido^ ,
podq^^.dlir^lhe 4iv«Psos toi»s., tendo leito d 'antemão
gravar. fiffUKani<m uw tinta .sobre o.cábre, brunindlo
certas part^^* f esfregando ouUr«a PVtn o ícarvao. 0e*^
I»oh.4^.se emi^regar o brumidor k necessário esfregac
«om o ci^rvãç 05 pontos onde ejle operou.
, li. Dunand^Narat tem li «mjpreg^ o seu metbodo
€m m^il|is obras nl|ti{ia4.« . que pelo muito banalaa q,iie
\m a fair. fesla^ çsMmHi| ,; fiP«<n;jojrnadissíiiuia to ao
mesmo tempo accessiveis a qualquer bolsa.
O lim,d'<iqiMl)çe^fli#t4nêftfor:rivalvar ísmal asgta-
-ts^sdit^^ toJIht-dacê t q«e. é p^r^An o unioo ayatená
fipr qii4<$ s« coiia^guem. .obras primai ; maa axmples-
mfa^fjpútav os eSeitoa4a graym» lev pau , ique .cm
■â^t^s 4tías4^ra certos Jqr$iirai «Aiifts im 0ibàial« o.
SH^UOIA MMBXOAm .
(Carta.)
2ÍÍC0 Lendo no seu acreditadissímo jornaU artig»
£â$l , asjudti^iosas reflexões do Sr^ Telles, sobre po-»
lieia mímica , matéria em que éatâmos ainda atraca-*
dos « paroceu-me dcvér corroboral^s com» um faeté
<lo moti conhecimento. Um homem, a quem as dilt-
gwnciafi dé iffodi(ros poritc^s n«o podcram salvardemo^
lesCia< grive uma sua íUba, lie edade de nove annoa «
privada de objecto que tanto estremecia , sucoumbin»
e qiijt segtiit^ iia morte. Foi á um drògitista, e com«
proinpara tomar u«o. porção de deuto-chlonareto dt
mercúrio. BíVcctivamente a tomou; com o que 6c hoii^
vera real isado a Mia funesta .tesolaçfto» se bons soc-^
eorros a tempo ministrados o n&o salvaram. Eis o qu#
se tira de consentir , (fue òomens ignorantes na phar«
macia vendam sobotancias que n^ootros paires teem
avQjladas miilbis; lyoutro- drog«i8(a sei eu umbem ,
que vendia unguentas ^prepar^dos poreHe mesmo, e»«
gana n do o povo ignorante. Nenhuma auctèridade fis^t
calisá estes abusos; só se^qisér qno haja estudos bas«
tantcst 4Ue 0^ pharmftceuticos. sejam formados; po^^
róm não cubram dever se ^eabatn com esses ígneran^
tes .berl)olarios. Hajais embora: mas se /is pHat*
mactutícos estudam belaníea para venderem ')^ten-<
tas com conhecimento d'ellas, ^porque hão de os ho^-*
bolarias ter o privilegio de vismtel^-as? ^eomo se tt«e»
dlspeiisa o estuda que aos botítArios^^ nãó dlupieniaf
obriguem-nos a estudar botanlcaí > e «vevão que serA
(»'t|fesmò fUQ «tandaiieín lecbar a« espelimeaa onde^ se
aebanv esses ignoraMieis/^isniir^^tMA*^^ o povo/ venderiddf
óleo do ricíons rançobe; efalsififeadocomoleod^ameM
40SS ddcDs/ e outras, tratfcanpias^ eguaes. ' ^
Por agora aqui OcareL . < *
l$ià6ro Jcné GMcúivet, 1
TAMTODM.
COMMEMOBAÇOES.
2â6rl .NSp.faa «Idífido maâs admimvel , dof|ueeis^
tte, toldado:»' ivaô para >dois'DMl «mipsh Mb^ o tít^lft?
de figrcIaCatbolíinv Bem está deacobrbide» quett^nn*
traça, fiai ríficada Bo céu , « do «éii'balicadO'0 «eu ar^^
qbiteoto. A-. ena «extensão fif qaasi ienborèa todo» o '
mimdn » ^ ainia obesB««- fliMaí^^iiBdmÉ«iik>siaioin««^
11 V0L« UL MM» K
122
REVISTA UNIVERSAL lASBÒPÍENSÉ.
halareis,: porque assentaram sobre as abobadas fecba-
das do abismo: as suas torres indcstractivcis, porque
èhgolfando-ác pelo Empíreo , doihinam as regiões das
tempestades : as suas paredes c tectos do tio milagrosa
industria, que o ferro dos tyrannos, osarcboies Jncen-«
diários dos soflslas , procurando demolido ^ não teem
feito senio forialecel-o : os séculos idólatras, qaeren^^
•do eKpugnal'^, recaíram em Icnrra desfeitos i o seeu^
lo atheii morrta praguejando^Ihe a solidez: o aec^r*
lo carnal , voluptuario e indiíTereiítista curta a ca^*
jbcça diarite dos seus pórticos » e se aiada o nãa aca^
ta, como outra vez o bão-de acatar nossos netos, por
•Inra divina, por ciáade. desciéá doeéu^ já comtudo re-
conhece n'cne, de todas as òdiiicaeõesi terrestres a
maior e a mais estupenda.
Na alâmpada perennaV da Fé volve a acccnder seu
facho a philosopUar. Asscienda^, qnc nos scuspassa^
dos saturnacs, atiraram contra o Sanctuario as palavras
éa diiviâa e da negarão, ven, envergonhadas da sua
insipiência, peniteneiar^se diante do altar, c reconhe*
eer a harmónica unidade» que reina entre o Livro do
inspirado historiador da creação c as paginas mais
adiantadas, que já homens chegaram a soletrar no li^
vro immcnso da natureza^ As artes e a poesia, emOm»
tornaram a pedir influição ás sombras mysticas» c a
iyra relaxada, com tanto cantar vasio de alma, com
tanto redemoinhar de danças. epicúrcas cm derredor da
estatua multiforme e ocea dos prazeres, retemperou-se
nas solidões do Libano ao som dos órgãos e do psalteiro ,
«ngrinatdotv-se dos cedros acismadores , perfumou^se
dos ineensos e resinas ovientaes, aprendeu todos os
aoAS, que \hfi faltavam t os da tempestade como os da
fsperança, e o ooncêrto maravilhoso de trea grandes
musicas»-^ das harmanias da nátorcza, -*<■ dos mur->
laurios, devaneios e suspiros da abona intima, -«^e dos
>ttbilos da Empíreo.
- D*e6ta sorte convertida, magnificada e Icita harpa
id« Serafim desterrado, a ancear pela pátria , a Iyra
soube amenisar as tristezas do solitarM^ e reprimir, sem
as tDlher> as delicias do mundano; accrescentar o mo-
«leoto davidacom aeiemidadc do futuro, comaquaú
«ternidade do passado; fa;ier brotar flores aromáticas
t córadaa no fundo de um aepulchro , recim-aberto ;
c de aada ferida do eora^ estiUar uma lagrima de
bálsamo, que a curasse.
' Tada isto ha feito QChrisUanisiio, — e, maiadoque
fodemos prever, fará ainda quando, de nós , nem já
OfAQS delidos se escontrarem sob a pedra. Arrebata-
dos na corrente do Umpo, que passa caudal popbaix4b
dps pés de Deus para o occaso da EtecnÂdade , . oós
.)apçaQios á terreSU^ J-erusalem esta humilde saudação»
que será logo confundida,. desfeUa e deslembrada , co-
mo o som da espuma, que sobre a corrente assoma e
ae esvaece de contihifo ; 4uas q^o diitros, e muitos, e
innumeraveís , redovarío pcrcmrciiientc , e cada vez
mais, c mais forte, até ao século derradeira, e ao der-*
jradeiro dia. '•
Saltão adniraTais:8Í«' pare» a cânríOèttikl^aMi^re-
^ ja que nem a Omnipotência poderia destruir , e a sua
Tattidio, que já parece immensidaáe; * não «r.mebas pa-
ra, afsombro» a quem por dentro a examina á ial fra«
«lU Joaa certa e segura, daraiia dinpredeapaéa, «so*
bedoria, «om qtie desde :a alicttroe' atè^á cèpuk, io*^
vam dispostas ladaS as partes »>•-*-.» ••correspondência,
fua eotré ú ahMiiran.ab«uioBia dostnyimos «il mo«
nos ponderados accèssorios • com as massas , e vujtos
prírièípacs, — a perfeita, a absoluta, a bellissima uni-
dade de tantos pontos de crença, de ritos e do prati-.
cas em um todo tão complexo e tão indivisível^ Pava
converter em christão e catholico a u^i intendimeaio
são , que ainda o não fosse, bastaria, postas de parte
as rasões inconcussas da Fé e a formosura moral di^
doctrina de Jesu-Chrfsto,. um relancear de olhos alC»
soperfickl sobre as festas do anno catholico : — essa„
engeitada de protestantes como pedra de escândalo, é
pedra de tocac por onde podem avorigoar-se osquâa^
tcs da Religião, que viu a saus p^ os Césares e è^
Deuses, e se assentou — triumphadora humilde — no
Capitólio para de lá senhorear o Mundo pela paz, pelo
amor, pelas vhrtudies,. pela. líbmlíde; " '^
\ Onde se reuni rèm-jâmak tanta pbilosophia e poesia»
como as que em si enthesoira o ritual romano *-i- É um
drama iiistorico, moral, variaM, e itifibit^ (mdènada
falta e.nada sobeja; onde todas, a&pha&es da natureza,
todas as revoluções da fortuna , todas as ckcumstan-
cias da vida? todas as mudanças de estados, teem sua
representação, todas as penas seu refrigério , Iodas as
alegrias immoderadas seu desengano, todos os senti-
mentos proveitosos para o individuo ou para a socte-*
dade seu estimulo a sua cor^. Apostae , aposlae sem
medo, que os escarnecedores de tal drama, não tanto
o desprcsam, porque o uso de se ver representado
constantemente, ha milhares do annos em mííharesde
templos, lhe gastou a novidade, e o fez vulgar ; como
porque absolutamente o desconhecem^ Se uina' só ver
o seguissem inteiro , por mtais obstinados e empedei^
nidos que 06 suppanhamos, não deixaria» daeonfessar,
que, sem inspiração de cima , não era dado atinarem
homens a concertar ramalhete do tantas fragrâncias e
virtudes.
D'entre os aetos d*este drama, maf* avaliado porque
mal conhecido porifuasltoda a^eilte, nenhum ba, enr
que a idéa da morte nio avulte mais outnenos expres^-
sa, mais ou menos sombria « — Ê porque a morte para
0 christão, é o seu nascimento; eaRálSgtiio, T«rdadei-^
ra mãe, não cuida de dia e noite, senão naalegHade
dar á luz, áquella inefável luz do céu, os fructos aben-'
coados dos seus castíssimos amores; O que o munda^
no repugna, coma idéa de fim, éidéa de principio pa-
ra o crente?—- os repiques festivaes do baptismo ou-
ve-os o seu espirito na hora tremenda da unt^, ^ ^
dobre dos finados por entre o estrépito dns festins 1^
eenciosos : ^* á. palatra morte o materialista, que, si"
miHiante aos brutos, não olha senão para a f^rra , fe-
re^ com o pé in&offrído e onvindo-a èccboat* como
sepuithro vão, refoge com os olhos ennoitecldos e o
coração regelado : o fiel, á palawa morte, levanta <>••
alhos para o eéu, e ou lá descobre ftm sol, tébtie re-^
flexo da claridade, que o espera , ou ?ô mnía infinita
textura de estrellas, -que véU como cortiia opattthio^
1 onde o esperam, o desejam c o chamam , seus P^"
.seus hau^s, todos os que na letra perdeu , « towoa
|quantos«6spiiritos, dignos de amor. habitaram »omun
do daa provações, desde o pHaivivo' dia até> áo pf^
sente. ' au
' Nãobsitava tecordar aos mor^aesa i«étto de-diaa
<tia;i-^não basttfva íntefteeer aqueitto féiksmeki& ^
Hdo com os fios multloóres, bi^hanies, quebi^adlfos^
daatruclKeis doa iqtorsáeulos e Taidadea, Iftte ^®*'^^:
a* téa és -«idals -^ 4ve^ an- chegando a hova> 'étsèlf^'
fiíBTI6T^2'III«IY£RS;Â:Ii 5l;.I6BON£WSS.
128
rtie»m todos, como nas «oiialliaB 4Í9 amianto o fogo
smniquifcwa ^ Itnhov <í«m «|t>ê ashavhtn ardido, cdé-
inittia a substancia ineombitsiivel, i(l«sa , purificada »
«andrd-a. ationadova e riesguásdadQradascénzas do que
-se }hc tinha «ODfiado: — ^Nio bastavai imiUr a nature^
2a, que até nps.}alli^c*s ftiãis fcslívos, nos actos demais
desatada creação, mistura sempre a fatal advertência
4ia necessidade do perecer ; era preciso, qoe esta lei,
imposta ao primeiro houieni, tomasse int«tro.para si
algiim dia do anno; equc a Religião, mp «ontente de
apontar para ella a todas as horas , levantasse alg^iroa
vez o seu braço' angfiâto e animoso, cón^e^se o véu raro
« transparente, eo» que a nossa covardia nol-a disfar-
ça, a tomasse em peso entre suas mãos sanctiiicadoras,
c nol>a meltesse aos olho« tiua, severa, temerosa , em
toda sua verdade, em toda a stia tremenda forraosvi a«
E dois foram os dias , deputados pelo Catfaolicismo
jiara esta grande façanha moralisadora«
O das Cinzas e ô dos Finados.
Collocadoao limiar relvoso e iorent<; da primavera,
« Dia-das-Cinzas disse ao homem r — «Ijembra-te que és
pó ; toda a terra vjie reverdecer cm derredor de ti ;
todas as p4^tas debaiiio do céu anilado e tépido re-
loucar-se de capellas e perfumaria , parb hospeda-
rem os cantos e os amores d s nov^s aves', os«^ raios
fecundantes do noro sol, as virações^xanselhetras de
delicias, iX>s olhos, os sus])tr os, os prazeres de. todas aÉ
creaturas. — A natureza pela milionésima vez ressusci-
tou como aphcnix. Hoaiem^ que vá iij assistir ás festão
ida sua ressurreício e das suas bodas , homem«, qtie
vais sentar-te ao $eu banquete de embriaguez e aeduo-
ições, homem, lembru-te de que és pó, que te soltqrás
em pó em vindo. oHeu inverno; c que para o. leu íq-
Terao , quiz a Providencia que não houvesse prima-
vera.— O teu eoração viceja também ageraví— o teu
espirito enflora-se e canta,— -as paixões já principiam
n'eUe a murmurar, — o teu .sangue corre -fervoroso,
como os ribeiros que se devolvem dos montes ao des-
icoalhar da neve;— -armar, armar qae vais entramos
perigos de pma. longa batalha. A abstinência e os ri-
gores penitentes sepiam agora preceitos daphilosophia,
mas sãu-n*o lambem da Religião; que é aplnlosophia
por excellencia. Homem, apparetha'-te para a virtude
com a sobriedade, para a .sobriedade com a lembran-
ça do pé;. As cinzas da palma «da oliveira « que vão
cair sobre a tua cabeça, são menos cinzas do que tu ;
ellas poderão tornar ainda d ser partículas de oliveiras e
palmas, o jtefti corpo, em caiada, não será senão terra. »
O Diandos-Finados, alvorece, —^in!am céu já entur-
vado, e esmorecido,-^ sobre planícies é montes de^
corados, enus de searas efmctos,'*—: raia sobre arvoro^
dos , que estão despindo tristemente aa suas galas ,
para adormecerem e descançàrem da- esplendida fc^ta
a que assistiram ; o Dia-dos^Fánados ouve de toda a
parte, enlYez.4}oa bandos festivos das aves, semeando
dos ares musica e alegria nos corações,, os brados
longos c fúnebres dos campanários já sem ninho nem
flor, — emve% dios cantarei profanos e ociosos, as fer^
ventes orações, os gritos dé tribulaçap e desamparro»
que dentre 09 itfaudões amareltos e-os altares. enlu-
ctados se levantam, pela boccado eonsttírnado Job e
^oa Propbétas » pedindo soccòrto, ^a todoa es Olbps
de Adão, — « yCmjMdecin-^wísdt.mim, compadccH^os de
mim, ao mer(09. .W4 Amigos imetu.; ttawpa^cii^vosde. mim^
forque a p\Ao. tíQ.Sewhorjme hn iocaútíi.^ * -^.. .. -í .
iSe é licito comp.irar . pára prcfei^ncias , duas eot
iemnidadcs doesta £gn*jíi, em tudo , sabia e profana
da, em tudo, pro^idcnte c benéfica, prrfciirtamoa
ttós esta festa do outono, que está á porta; este Dia-*
dos-Finados, áquclla festa da primavera, áquellc Dia-
das-^inzas , que transformou as Joucuras do carnaval
nas melaucholias da penitenciap Nas Cinzas. é o seoti^
mento da individualidade o que predomina , — aqui o
da charidade únircrsal. — Lá cogiton-se no pó , qub
havia de ser -desamparado pelo espirito , — aqui me^
dita-sc nos espi ritos , qve dopo voaram, como ave da
seu ninho, para as regiões livres do céu. Lá fuHou-se
á fraqueza — aqui folla-se.ao amor. Lá bradaram-nos
i treme !.-^ cá ; csjHsra ! Lá cmlim caíram as palmaa
e oliveiras desfeitas em cinzas, — cá, d*eQtre as cinzas^
renascem as oliveiras e as palmas.
Três dias compreende propriamente a solcmnidade
dos Finadas. O primeiro prepara os fieis pela absti^
tíneneia para a festa magnifica da miiicia triumphan-»
te,, que no segundo c executada, cm pleno templo ,
aosom xle cantos de tríumpho, e cem absoluta cessa-
ção de trabalhos , sgb o titulo de Todos-os-Sanctos :
festa a mais universal e a mais particular, como bem
pondera Vieira. — ««Vede — diz elle-^quão nosso o
«quão particular ,è este dia- Não só celebramos os
««anctos d'esta nossa cidade , senão cada um de nós
«res saoetos* da nessa familia , e do nosso sangue. Ne-
t nhama i iamilia ^de christâos iiavetiá lio desgraçada
«quò nõo tenha muitos ascendentes na gk»ria. Faze-«
« riios pois festa a nossos pães ,. a nossos avós, a nossos
«irmãos ^ e os que tendes iiihos no céu , ou innoconh»
«tes, ou adultos fazeis também festa, hoje a vossos fi«
(tlhos« Ainda é mais nossa esta festa. Porque se Deu»
«nos fizer merco de que nos salvemos, também virá
«tempo, e não será mnttq tarde , em que nós-cntre-^
c mos. no numero de todos os sanctos , e também sara
« nosso esto dia. Agora celebrámos , e depois soremoa
a celebrados: agora nós celebramos a ellei, c depois
«outros nos celebrarão a nós. » — Gommemorados n^ef*
te segundo dia os que já não carecem de nós , comp
intercessores , mas que antes, lá onde estio o podem
ser nossos , faltava banquetear com sufrágios , os wmt
SOS parentes , amigos , c irmãos em Adão e Christo.;
que , partidos do mundo para a Bemaventuranea , não
tivessem ainda chegado ao seu destino» E este foi o
charítativo complemento do triduo. O dia , que , sob
a invocação de Finados, commemoramos ; este dia.,
no qual , como no do nascimento do Salvador , a Dir
viua Hóstia é três vezes offerecida pelo mesmo saoer^
. dote , não mandou a Egreja , que fosse sanctificado
como o precedente , porque temeu , e com razão , fa^
zer affronta ao sentimento da humanidade. Não opro^
elamoQ sanctifcado , porque sanctiiicadissimo o pro^^
elamavam e sentiam* todos os co)raçõcs até os mais
degenerados e penrertidos.
Já lá vão os annos da abundante fé, que a nossa iiw
fancia ainda alcançou. Quando os cemitérios e asegre^
}as eram , em egual dia , visitados por toda a povoa**
ção viya carregada do^ lucto^mais austero, perigri-
nados processionalmente pelas confrarias, irmandadea
e èrdttqs religioftoa : quando das mil torres da cidade»
como da booca de DvtLsentinellas do eéu,. se mutaa^
vam pelos ak*es cem brônzeas e prolongadas vozes,*
desjie antes da madrugada até muito pela noite ad«H
trocos scai.bra4os ée^/^/erlo^, a/#rl«,«(iltrlii'«f/d.f
11 *
i«»*li*
124
«EVISTA VW1VERSA.L LISBOI^NSE^
Sra onít como rede ée noiaá melanchoUc<is , cfue- in-
▼olvia a cidade , c por baixo da qual tudo se tornava
grave, retolbido. Âs ruas e praças não se atroavam com
6 fragor das carruagens ; os bailes e spectftculos es-
peravam era silenoio e nas trevas, que o anjo da mor-
te houvesse passaéo, para realçarem a sua fronte il-
Imninada ; cada caza » que tinha perdido um pac ou
um filho, era uma catacumba de oração : cada alma des--
folhava tacitamente as suas saudades sobre as relíquias
era si guardadas de um ente querido. — Esses dtas,
que tantos germes de charidade desabrochavam , que
predispunham tantas reformações de costumes, tantas
reconciliações de inimigos, — esses dias passaram cm
l^ande parte ; porque uma ^ciência terrestre , chama-
da Economia JPoHtica , — que aprendeu a contar quan-
tas partículas de matéria se recebem ou se dispendem
em um tempo dado , mos que não aprendeu roais na-
da , e que ainda ignora , que o homem e a sociedade
joâo vivem só do pão, — veio para o meio das praças
rir do bronze , que , emvez de circular amoedado , se
revoluteava» entre o céu e a terra, vasio, inintelligi-
vel c importuno. Riu da caza da oração , que, poden-
do transforma r-se era fabrica de cortumes , teimava
em permanecer capital improducíivo. Riu de ver coa^
Ibar-se de túmulos o terreno , que , semeadoí de rai-
Ifao ou. trigo , e a tantos alqueires por geira , susten-
taria , termo médio , uns vinte philosopho» economis-
tas. Riu do> meditar comparado com o serrar , e do
cypréste preferido á couve alta , á poética e socialis-
iima couve alta , que , transformando-se de vegetal
tm carne de cevado, de carne de cevada em oiro, e
de oiro era tqdo , era visivelmente para ser aniepes-
ta a todos os cyprcstacs do ; universo. E esta doctfiua
materialista, que pôe a felicidade nos campos, nas €i«
dades , nas officinas , nas peficarias , nas cazars -, .nes
móveis , na cosinha e no leito , mas que ignora , que
dentro do corpo do maior opulento reside um espiri^
to » que ainda possuidor ' do universo pôde ser iafeli-
eissimo ,^*esta docttrina materialista, mais fanática
e intolerante que as mais intolerantes <c fanáticas theo-
f racias , achou graça aos olhos das turbas ; quanta fé
lhe podia arrancor , arrancou-lh'a s o restante fez com
que , de envergon^do ,- se retraísse porá. os corações ;
« Bo presente o Día-dos-Finados corre > eomo todos os
4o anno , carnal , negoeioso , egoísta i frívolo e zom»-
iieteiro*
. Deus perdoe aos materialisadores , que não sabem
« mal que estão fazendo» ^È grande e temeroso: é pa-
va filhos e netos : é de tárduo e dii&oilimo reraedio. -
» líâsputou-se muito tempo» se sim ou nie. convinha ,
^e fosse a caza da oração a jazida ultima dos mor^
líis. Levan|.Bram'Se por uma e entra parte defensores
eloquentes : mas o costume de enterra f nes tempios ,
•«ituroe .. — ^ nÃo coevo cora o Ghristíanismo c n'elle
{urtiva e abusivamente rntroduzido,— cedeu diante
én$ considerações, do interesse publico bem, demon»-
trado : e q& Cemitérios» em ar pleno, foram adoptados
geralmente,
. (^e se nos permitia recordar, aqui versos f que, ha
detíB ^Qoos , compúnhamos, no meio de um largo^Mie-^
^la-, intitulado o JhminffQ Gordo én Mmtanh^keq omu
MÊ0t$Uk d€ S. Sehasiião. — Aquelia, .porabós, sèsipre
«a.saudosi^milili^de ^ S^bastiiL^ er* t.eremítiea,v^
siidia da ignorada resiidenota paroebtal de S.^ Mame-
xle-da-Gastanheira-do^ Vouga , onde então , cam tanta
delicia, nos homisiavamos. N-este,. quasi Improvisa-
do, fragmento, eomo tudo que então versejávamos'
sem esperança , espremiamos o des^'o de ver intro-
duzido n'aquelle monte o uso, que, pouco depofs,
se tornou geral em todo o reino.
Possa esta digressão sei:vir de descnâuianicnto aos
leitores , . que tão^ prolixa . e severa prosa houver can-
çado , como p^ra nós vÂe ser melancbólíco deleíit.
\ Que uso tão doce a corações piedosos !
Reverdecbi costumes do bom tempo ,
Quando o rei, o pastor, o chefe, a virgem y •.
Tinham sob um céu livre a sepultura. \ .
A morte , menos i>arbara do que hoje ,
Com avatenta mão não ferrolbava
Sob um tecto pesado , -entre altos muros
As presas cá de fora. cm vão pedidas:
Nã« era um templo 6 cárcere dos mortos.^
Dormiam mollemente em terra franca, ■'■■'%
Em jardiíis frescos , em Copadas seivas. *
Esta espVança adoçava um pouco o amaRgè*
Do ultimo trago. aos lábios moribundos. • « '
Este bem tão pequeno era mal tão grande
i Quanto valor nâo tinha aos que ficavam I
0 irmão , o pae , o filho , o amigo , o espost
Podiam lívreraente a toda a hora •
Ir regar de seu pranto amadas cinzas , i
Fartar saudades » inOammar lembranças ,
Delirar doce a noite e o dia inteiro*
E que prazer ao peito -, onde palpitam '
Superstições de amor ou de amizade ,
Dizer i—« Esse tapete bervoso o cobre :
« Esta ave Ibe gorgeia ; esta aura solta
«O. refresca; esta lua apraz-lhe aos manes.
<« A primavera n»'o visita , e espalha
«lambem por cima d'elk o seu regaço.
« Esta violeta é sua ; hei-de colfael-a :
ttD>sta arvore a rai7 sustem-làe a fronte ,
«Nut^«sse do seu p6, vive por elle ;
« È elle mesmo em. parte« . Arvore amiga ;
«Recebo o nome caro hoje sem dono ,
«Tooia os abraços que não posso dar-lhe 1
Sim , sám , ;eonvém um bosqqe ás sepulturas: s
A. arvore. Deus afoz eomo passagem
Do mundo que respira ao mundo inerte.
Gommum c'os animaes, c«ramum«o'a terra
Vive e não senteN* habita e ignora o mundo»';
Sympathisa co'a morte , i e co'a existência ,
!E grata ás cinàas, á saudade é gtata.
i
\ Que férreos somos nás que á nm eabos vaf»
Atirámos sem dó > |)erdidos , mixtos
. O detestado » o amigo , o estranho , o nosso t
Se aJgtiom da voraz Scylla aos sorvedotros
[ Arrojasse o que oç Sectiloe pouparam
' Bronzes , escciptos , maniBores romanos ,
Ou derrocando pórikos ; tbeatros ,
'€oliimnas , coiliseo , palácios ,■ templos > :
En/ serra inútil anwntoassa as pedras
^ i Quem não vertiira ara lagrimas o sangue '^^
1 E ante a nossa aifeição tem meuo». péèa
Que.as ruinas de Roma .» que são nossa s?-
44 Dá-se tanto aos ditoso^ , aos coattntesi . ^ •#.
REVISTA UNIYHRSAL' iMSBOTfSPTSE^
125
SpectacQh» pomposoSf áurea? fostas^ " >>
Jardins , parques ; .... e aos misepos qiie f ehnem r ^
li aos poítus melancólicos viúvos
lia-de ncgar-se um- cauto onde pranteiem! f
l ; De tauiu inundo que pertence aos vivos *
Nada dareis aos seus antigos donos ? 1
i \ Nain um torrãa perdido , uns troncos nullds ? ! •
{ Quando virá um dia «in q»e ostcs bosques •
Semeados de túmulos não ahos*
De lúgubres saudades se povoem !
£ntâo a própria inorle , lioje tão sdcca p
Terá sua grinalda ; a dor seu gosto ;
£ visitas o pó , c cultos o ermo.
Pelas noites mui plácidas do Estio»
Ao duvidoso albor da lua incerta ,;
Ou á frottxa luz de a lâmpadas, suspensas, '
Bello será sentado n'esle sitio
Vér vir â'aqui, d'alH', frouxos» dispersos,-
O do cazal , o morador na aldéa '
Entrar chorando e procurar seus mortos I
Aqui» duas irmãs rezai» dejoelfaos
Sc^re o seio materno. sq) o Uado*;
Allt» o velho attento as contas passa
Poios dedos convulsos , e se* eficosta «
Já sem chorar na folleeida esposa.
O fllhor.aospés da mãe c'ios mftis soluça
O Padre ?fosw apenas aprendido.
J>eitado á esquerda «do submeno amigo/
O amigo devaneia antigos. amios; ^
Por toda a parte. lagriina& oraffecios , . « > .
Memorias doces , orações ; e<esp'rapoas l .
^ ; £ a quem não conviria egoal retiro ?I
N'eHc a tristeza encontcaria um pasto;
A Sciencia , reflexõesco vicio^. escolhos; .
A leviandade» asseiiio;.^ desventura', ...
Consolarão ; o amor , silencio e pranto :
•Ensaiár»-se.o infante^^ra a ^da» .-. • > "
O veJfao para* a mortc<:, i^mpralista' ^ :
Viria achar uneção para a verdade<* i
4O orador persuasões > ternura / encantos..
O' filhos da Montanha, i Oh ! libertao^ot
Be. ura prejuiso vão : é toda. a lerra^^
:A terra do Senhor : afora o ^icie» < \ .
Debaixo doeste Géu ,. nada ha profanod •
A. beuçam du pastor eousagrama
Vosso :asylo £eltz;; e a csu« cmimeio
Todo de um sancto influx« enchera o;bosque*>
Realisaram-se.os desejos doverséjador solitário. As
aldeãs e. as cidades ^tiveram, os ^seus cV^miterios.
i-^Mas» foram .elies au. sã» ainda hoje Oiqve fKH
4Jam> o que deviam ser? —
ttíhi que nãoi ....».:. • • 1
Qaque dirigiam os- negócios da sooieáade » )■%>(-:
riam pccoar contra a phiiosophía , . peccar um grande |
l^ccado de rldicuiOy sé.» no que houvcsseni de esta--
ittir a respeito dos mortos» imostrassem attender asnais
<io que ásméras^cQBsiiiiefiações de^poUcia e sa^uiulí-'
dade.. . : . . . . '
Fizeram-se cotoiterios >para os «homens peta mesm^
razão» porque se izeram oemiterios^fiara.^cévallos!
« cães ; «^porque o r]iiquena.a<hig}séfie; — ^.Nao seòsíu'
11'aquillo a' certeza» a probabilidade ; .neÉi ainda ai
liassifailidtdeidej&íhijr pouco; ou i^uifeót am GoitMnm.-
Viu^scúm despejo becetfia rio de certg gcuerq, de.iror
miuidicics do. povoado. A parto religiosa, moral » oi|
poética esqueceu ou tratiscurou^sc ; e os não poucos
annos»» que' desde então ttem decorrido» aão valeram
ainda a emendftr umròrrò » que deiuinciará , como
bruta, a: nossa geração no tribunal das vtndoiras.
; Que digam » o^ que em egual dia tecm ido le-
-var aos cenilerios dos arredores de Lisboa sufrágios
-c saudftdes » .pcdindo-lhes cm Iróco espevltnças e ins«
prraçÕQS — que digam » onde acharam ahi D'csse de-
gredo dos nossos — c nosso lambem parad*aqui apour
oa— ^adeeehtc eò^porluna caza de oração ; — onde os
istaos» qiiederramaseem pcegão dereia por cima das
sepulturas ; — onde o sacerdote, coroado de cãs, que
residindo |>ermanQnte t continuo» «como a sentimento
ilaxhqridade, aoi unia cazinha branca e silenciosa
em meio da verdura fúnebre e gcmcdoca » á chegada
tie cada novo hóspede accorrésse tr44)ego» com a fron«
.to pendida: para. a terra orvalhada de lagrimas . eo
breviário, aberto narmão irí^nula » a recebeUo com at
saudações dò descanço eterno e da luz perpéitta ; que
e conduzisse » como bom hospedeiro, aos pés do al*-
'/tar ;- Ihq derxamassc sobre.o rosto a agua lustral ; . lhe
entoasse os cânticos da despedida.; o fosse agasalbap
iio seu:uUimo leito; • vigiasse porque ib'o cobrissem
.cfabridosa e piamente ; 'C o não deixasse depois de ter
sQspicado sobro eile » senão para voltar na manhã se-
guinte a snuilal-o outra vez cora as orações., antes que
-o sol o visita^e com .0 seu primeiro raio.
Nada. 4' isto* viram.
. Um' pobre seeu4aar, pago pelo mnnicipio, é o feitor
ú* sqnelié firádio impísodueiico. {Que mais é.noccssarie
parÁi' mandar abrir ou lapar covas ou valias o lançar
.u'ella« um fardo por mão de quatro trabalhadores de
enxada» i(ue assobiam» cen.versam e.TÍem.no traba»-
Iho» como os coveiros de Shakspeare , ou como ofazen-
defro » que stirriba uma terra para bacdlòl
l £ .mais. nada (az. o 'representante de município em
iaiJogarJ.
. Fazw ;
Manda, vaprer a. decrépita a nua ermida » e assenta
pooCualmente os*dcfunctos década mcz para os regis^
jtoft sIaAisticQs.' • ' . .
Bem.< Todo isto só prova » que aos vereadores es-
queceu um peqUeno ponto » a saber » que os indiv^
duos da) espécie, a que; elles pertencem » tinhamo^a
honra de possuir uma alma , e que a terra , em qtie
e£eiiciam.:auetoridade ; se chamava , e era fidellissi^
ma ; mas não deslembrariam certamente o aformoseo"
mehto, q«e ;se. pude considerar servjçe aos' vivos..
* Deslembraram » • deslembraram e bem longaraeiitc»
Aquelias aiTores » qtie abrigam piedosos com suas
sombras. fs sepulturas, • c a quem a natureza» por um
.Eequipt^..de>melindrosp afleoto ; parece ter décto--^
i cresceij* imas. não estendnes braças» que interceptem
a vís^ídaa 9Huras.l crescei». mas crescei para o céu»
apoBtando.paraeilecamo pirâmides saudosai»! m 'fi^sas
-arvores '^corruptivcis e balsâmicas; verdes e^^escurasi»
bellas e mellEUQcliólicas» emi todos os tempos é por to-
?do»^ós>pDfvos banaagraflas ao tueto , e ^ohre tudo e^
teceis de>6rj[icto oomo se a Providencia mesma nos 1>*
vessc <|uerido por eilas ensinar» que nosou' msto p\^r
no nefu tudo íbrâm. íi(m$ideràt*}cs i^tititàriíiM á» mo4«
da8;0<onomif>;s^io»6ypré$^es »amgm » os eypróste«'etf«
tre a immensa geração da&aDfCprói^,' emblemaf aiíMl^
Iâ6
REVISTíâ UinVEUSAIi LISBONENSE.
nese primitivos do phil«s0plio religioc^e, fugido á so-
(:i'edade e estranho a ella , os cyprésie^. não occorren
Jogo , que eram a família do cemitério , os eomfra*
tihoiros únicos inseparáveis dos pofotes fmados; as
imícas vozes, qno alli podiam responder aos suspiros
dos órphãos; os únicos attractivos, que poderiam con-
terter a poisada das máguas n'um passeio supporta-
vel, èamda gratoj (moralisador, não o4wcmos ás«a-
mafas mwnicipaes) ; mas emílra grato, -ao menos sup- ^
portav€fl aos ociosos,' aos felizes, aos secfiUres de co-<
rarSo , e leigos de intendimento;
b sratíio acToredo , que já poééra ostentar a sua
adolescência de dez annos, «stí apenas na infância;
onde o está!! — que na maior parte nem ainda é nas-'
tido: o mais da terra que se havia de encobrir comO;
uma viuva' sob o seu véu, jaz, aos olhos doSoU uua e;
€nverg(Xihada.
O triste, que pertendesse ir alli um ou muitos dias
«evar-se das tristezas, que o namoram e lhe convém,
nSo encontraria o abrigo de um tronco para encostar
'« sua cabeça meditativa , ou para se homisiar que
|)assageiros indiffcreutes nao descobrissem o livro qve
lia , . as lagrimas com que o orvalhava , e para que
pedra sf; volviam , de instante a instante , os sons
olhos e as suas mãos unidas e apertadas. £ muito
gpande é esta falta , que não são os amores da alma
^los menos virginaes ou menos ciosos do seu recato.
Vede ; ; se cada lápide contém saudades para toda uma
familia, e talvez para muitas mais de parentes e ami-
gos, quantos não serão os corações, que estejam de
ta es sombras carecendo ! Mas não são ainda esses to-
dos os mortos nem ainda a maior senão a mínima par-
te; cardumes d'elles, que nãotecm um tumulo, ti-
veram com tudo como os ricos, e Deus sabe se ainda
mais que os ricos, parentes extremosos t amigos ver-
•dadeiros.
Quando bem se pondera que os mortos d'esta Lis--
<boa passam muito de seis mil emoadaanno, que,,
nos dez annos d'estes cemitérios, perto deseptenta
mil nomes se teem trasladado dos livros do recensea-
mento par^ QS dos óbitos ; estremece a imaginação ,
« não onsa a calcular as lagrimas, que alagam todas
as horas do dia e da noite. ; ^ E tão croscido numero
4e infelizes não mereceria que por elles ao menos ,
quando não fSpsse. pelos mortos, se desse aoasylo dos.
jultimos amores todo aquelle pouco , de que elle ne-
cessita ! ? i í £sperar-se-ba qUe venha para mais bara-
ta a plantação dasarvores!? ;; Serão economias feitas
4 custa dos affectos uaturaes?!: ..^
\ JRua esta deplorável desculpa l. .. . . nem esta ! ^
. Foís fntio não se.advertu que a perda década anno
S» plantação d' este bosque mystice é um damuo, que
fiunca mais poderão resarcir aqueiles que por crimi-
noso descuido o occasionaram ; nèm as forcas» poder,
jriqueza, eSciencia de todo o mundo reunidos. >
. I>ois amios ha hoje, que procuradores» sem-proco-
jração» dos mortos que necessitam dcTisitas, e áos
jnuitos vivos que folgam de Ih' as fazer , e que folga-
rão também de recebel-as algum dia, dirigimos n'es*
•te mesmo papel e^te mesmo requerimento aos cabeças
^0 municipio. Itídeffertdo ; renevâmol-ohoje ceanamAr-
ff ura ; e de anno a auno o repetiremos coim mais for-
>ça , ou repetirá por nós alguma piedosa mio , se já
lambem repousar^uos , ondt aMa se pôde oarocer ,
^Htas não se pode, já |>^dir« >: .. i.
Rirá alguém de nos vèr requerer isto com tamanho
aflíinco. Pois para que não riam de nós , como de fa-
náticos da fé poética os fanáticos do materialismo ; —
que olhem para os cemitérios dos protestantes, e com-
parem ; o ministro do seu culto alU reside ás portas»
e dentro do asylo dos seus mortos. No meio do ma-
gestosò arvoredo, que sombrêa todos os túmulos, avul-
ta a caza da> oração. Paca se chegar ao altar , passa-
se por entre os mudos pregões da morte: para doai-*
tar volver ao mundo , atravessa-se outra vez por en-
tre os eloquenics desenganos das vaidades. Os finados
alli , convidam , iiospédam , e ensinam.
Mas reforcemos ainda a vergonha e apertemos o ar-
gumento.
;Quem são elles os homens, que tal fazem e obser-
vam? pequem somos nós» os que o passamos em
claro?
Elles são os renunciadores voluntariosos de muitos
dogmas capitães do Christianismo : são os que des-
crêem na virtude do orar em favor dos que já depu-
zeram as armas da milicia : — nós, conservando in-
teiro o thesoiro da primitiva Fé, cromos na charidade
na sua mais ampla e altissima accepçio ; cremos no
commcrcio mutuo de benefícios entre as duas vidas ;
cremos que as nossas lagrimas , caindo devotas sobre
a sepultura ,> se convertem lá dentro em diamantes »
que ajudam o resgate , e que as almas resgatadas »
em retribuição , nos podem lançar lá de cima fHzctos
invisiveis de ambas as arvores doParaiso. Biles, per-
correm o cemitério , como folheariam , n'uma tarde
nebulosa, as sepulturas de Hervey , ou as noites de
Young: — nós, somos chamados n'este dia aperigrtnar
os nossos para alguma coisa mais positiva, mais prés-
tadia , mais do espirito e do coração , mais útil para
os que foram, mais útil eguahnente para os que hão-
dc ser.
O cemitério , catholice é todo o anno , mas par^
ticularmcnte n'este df a , como a escada de Jacob:
une a terra com o céu , subindo e descendo de con-
tínuo e á porlla espíritos angélicos a abraçarem-se ne
caminho , sob os olhos de Deus , que lá de cima os
contempla eoai complacência. Na Egreja romana, as
obras de misericórdia não teem limite na sua applic»-
ção : exercitam-se tão inteira e pontualmente para com
os defunctos como para xom os viventes. Porque tam-
bém aqueiles são famintos e sedentos , a quem seha-
de ministrar mantimento e bebida ; sao nas a quem
se ha-de vestir ; são encarcerados a quem se ha-de vi-
sitar ; enfermos a quem se ha-de levar remédio ; ca-
ptivos a quom se hanie negociar a redempção ; peri-
grinos a quem se ha-de franquear a poisada : — cisto
-eops obrigação tanto mais stricta , quanto o espirito
excede ao corpo , e as -suas necessidades e misérias
além mundo ásmizerias d' esta vida. Accresce quo os
-mortos são mais desamparados e mudos para- es rogos ;
esão impeccaveis como os próprios anjos. Um dos se-
gredos altissimos da Sabedoria infinita foi dividir com
uma cortina impenetrável o mundo dos vivos que c e
-dos presentes^ e o mundo dos mortos que é o dos pas-
sados; ou mais propriamente, o mundo dos que. estão
para nascer que é o nosso, e o mundo dos já nascidos
que é o de nossos pães. Convinha que ignorássemos
ItBté ao Dia-do-4uizo o destino que achara ao sair da
terra, cada um de nossos irmãos, para que a todos os
yenrivsemos caai«gual charidade, epat»^c esta vir-
REVISTA UNIVERSAL LISBONENSE.
J27
la<l« %t nio dlminuÍBse com t malería do seu ali-
mento.
A venwabilídadc dos morfos ninguém a desconfcs-
j»rá, que já alguma vce houver divagado por entre as
jazidas d'ellcs, uroa hora de sohiario recolhimento.
Os mortos são pm sacerdócio ; sequestrados do mundo,
renimcíadorcs de pompas e riquezas , adslrictos ao
altar e «o cântico perenne • celibatários, abstinentes ,
«remitas^ pregadores. — £ quando nâo, correi o Cemi-
Icrio interrogando cada pedra : aqui está uma mãe :
aqui está uma esposa : aqui está um negociante :
aqui um proprietário: aqui um guerreiro: aqui um
politico. Se Deus ressuscitasse toda esta gente, es-
quecida do que tinha passado do mundo em fo-
ra « se tomasse « atar o fio das suas idcas terres-
tres, todo o Cemitério seria ura reboliço profano e in-
sensato^ como qualquer praça da cidade : emquanto
se cada um saísse debaixo da sua pedra, qual é ao
presente, e fallando a linguagem que a experiência
Ibc ensinou, todos elles passariam por esses bens, que
antigamente os occuparam, sem os conhecer, ou antes,
conhecendo-os c por isso nem os olhando : a mulhe-
rinha, que tivesse sido havida pela mais idiota , pre-
garia verdades e novidades aos maiores sábios. Tanto
ibtí} é assim, tão forte ó a exhalação «anctificadora ,
que se levanta de cada morto, que a própria pedra ,
' que veio para cima d'ene para recordar o passado ,
se impregnou de um espirito prophétíco, com que nos
falia do futuro: os olhos Icem n'ellas o que não é,
mas a alma divisa por entre essas lattras, de que não
fas caso, cscriptas inteiras e claras m$ taboas da lei.
Ainda que os protestantes neguem qoe as oraçõe*
dos vivos podem aproveitar aos finados ; nem oHes po-
derão negar, que, ao menoSr aproveitam a quem n'as
faz; pois a ordem de pensamentos, que então se des-
jnvolvcm , contribue toda eificazmente para o aperfei-
çoamento moral. Pelo que disse o Bspirito Sancto, —
« sancta e saudável cogitação é * exorar pelos defun-
ctos«» — e outra vez, — «que presta mais entrar em
uma caza de funeral». que não em uma de convites e
. hanquetcs. »
As considerações, que deixamos apenas dissemina-
das, fará Deus, que não haverão caido todas sobre sei-
xos áridos ou^ntre espinhos; alguma parte d*ellas
acertará porventura em boa terra, onde germine, profr-
-pere, e fructifíque. Praz-uos crer que sen* este Dia-de-
Finados, algum dos eleitos cabeças do município, ten-
do lido esta nossa petição eos fundamentos d'eUa,for
visitar, por entre os cardumes de. fieis, o principal
dos nossos Gampos-Sanctos, não só. virá a sair deferi-
da senão ainda Gomdest>acho avantajado. Porque mais
do que fiós aqui Wws denunciamos, com aquella solta
liberdade, qne para «ntre túmulos fica bem , mais do
que nós« futuros mortos, a elles, futuros mortos, lhes
pedimos, — ouvirão cllcs estarem-n'o por lá murmu-
rando as enluctadas turbas dos visitadores.
— ^Qnem ceifa esta herva , sustentada de cadáve-
res na terra nua decypréstes — perguntará porventu-
ra uma filha levantando-se de orar juncto a uma ta-
boa numerada, que, por entre mil, Iheassignala a>se-
puUurade sua mâe? ;£sta herva de Deus, que m'a
resguardava como uma coberta bordada nos dias de
: primavera ! ; Esta herva, que os guardas do sitio me
prohibiam de pisar, quando eu vinha por este marde
verdura^ prQcuxdndo mpba pobre mãe , p^n|.th# tra*
zcr as rainhas orações c pedir-llie couscHms c benrãos !
; Esta herva brotada do seu seio, e que eu amava co-
mo minha irmã ^quem a cortou?!
— Os conductores das carroças do despejo, lho res-
ponderá alguém, estranhado da simplcza da pergunta:
— é Ottcrieis que se perdesse tanto verde? Corta-
ram-n'o elles, e levaram-n*o era suas carroças para
anafar os cavallos e mulas municipaes.
— I Para as quacs se edificaram dispendiosos apo-
sentos, — interromperá outro , — cmquanto não havia
dinheiro para uma caza de oração pelos defunctos , c
para a residência de um clérigo velho que velasse aqui
os dias e noites de todas as estações !
i Que emblema vivo da philosophia do século !.....
; O objecto dos aficctos mais sarictos e melindrosos
sacrificado a qualquer lucro; a própria substancia dos
nossos pacs devorada pelas nossas bestas ! . . . .
— iQne tráfego de enxadas vac além? — pergunta-
rá talvez uin estrangeiro. — Não são eovas que se cs^
tão abrindo«
— Não: — lhe accudirá algum d'estes nivelladorcs
por contumácia, de que ha tantos. — Aquellas enxadas
procuram corrigir as sinuosidades d*cste solo monta-*
nhuso. Oueremos um plano estirado e uniforme , parc^
que a vista abarque tudo n'um relance: tanto assim»
que para o conseguirmos já os que tinham seus mortos
em terra, que haviam pago em alguns d 'esses monti-^
culos , foram avisados para os tirarem , e comprarem
novo poiso para onde os trasladem.
O estrangeiro encolherá os hombros de compaixão.
Mas a obra dos nivelladores e simetrisadores tornará
logo a diante a perscguil-o, sob outra forma ainda roais
absurda. £ o estafado plano dos arruamentos do pau-
tadissimo marquez de Pombal, transferido da cidade
viva, contrafeita e forçada, para a cidade dcfuncta li-
bérrima e egualissima. Longas ruas bem parallclas ^
bem horisontadas, bem largas, bem estendidas ao cor-
del, e sobre tudo bem monótonas; as saudades dos po-
bres que se não entromettam com as dos opulentos,
os renques dos túmulos altos que se não interrom-
pam, embora n' esse fastidioso estremar de fortunas os
coitados dos humildes se exponham a ficar sem, visi-
tas e cada um dos próprios privilegiados fira menoif
na attenrão do passageiro. ; Oh ! que mais formosos não
são! — dirá elle entre si— í que mais formosos, quq
mais. accommodados á natureza, e á melancholía nio
são aquelles cemitérios da Suissa , jonáe a feição da
terra, não desfigurada, a cada passo ofifcrece uma no«
vidade ao cuidoso solitário! jonde a virgem, que
enviuvou nas vésperas de suas bodas, pôde ir chorar
horas inteiras no recôncavo em- que dormem os seua
amores sem ser percebida dos que passam 7 i onde «
loisa rasa do guardador de vaccas na montanha e a do
soldado, que voltou soldado das terras estrangeV^s
para acabar na sua , se reclinam fraternalmicnte aot
lados do obelisco mais dispendioso do n^igociante ou
do magistrado! ! |Aqui]lo sim que é painel! laquil-
lo sim que é saudade ! \ aq uillo sim que é repur
biica 1 ; Tanto suar , tanto despender , tanto resistir
certamente aos desejos de mui(os para quebrar ,
quanto homens o podem, o encanto , .o feitiço^ e o
amável pudor de silvestre á de^apiAiciopa vivenda 44
mtrte !
Mas por outra partej eom tanta eserufiilio purj^das-»
poetisar, tanta anarcbia e licença par» íaser injuri«rt
128»
REVISTA UTHIVERSAL LISBONBNSE.
Coma SC kv« o morto precisamente para o pMtoqoe
na fik'ipa lhe dclcrmínarnm , — como o 8ea moimento
ollic ílto para a bnnda dohorisonte designada pela rara
do rccriilador, — em tudo mais plena lilierdadc. ;Na
rf;i;híleclura , (fucrcis ser egipcios? M?do egípcios*
i Onereis ser idólatras nn csculptura c pagãos uos or-
niílos? pói^-Sí^de pagãos e idolatras.
Quando o século é sceplico deve o cemitério Ser to-
lerante.— uQue mais lera a Cruz do que a sphinge ?I
i/i^nc mais tem que Osíris, Jesu-Chrísto; ou o Cbristo
éumo hoje" dizem por um admira ve^ progresso , nao
siahenios se de economia se de philosophia!? Mas não
param aqui os peccados contra o bom senso, a decen-
eii e a gravidade. A anarchia do edificar cornar, que
sao coísa-s que nem todos os intendimentos avaliam,
aecresce a anarchia do escrever ria pedra cnjos máns
fructos são de força tragados e amargados por todos
os qne tcem oíbos ou ouvidos. Mas porque sòhre isto
j.T nietterriQs requerimento (*) e as razõfcs, em que o
fundámos, ninguém ainda , ha vinte quatro mezes, a
/evocou sequer em dn\ida, cabe-nos esperar que, pos-
ttKfue tardia,^ irá crafim a necessária repressão aos de-
lírios, parvulezcs e ignorâncias lapidares; — não só
atando as mííos a qucnn para o diante pertcndesse fa-
zer ú\} epitaphios sementes de risos e molejos , senão
também líiíMulando apagar quantos 'd* esses pasquins ,
por lá se tem alTíxado cotilra a tremenda magcslade
do nosso ullima fim. A camará, que rogue uma jan-
ela do homens maduros e illuslrados , a cuja conta'
corx*{i o exame, assim da architectura como das inscri-
pfjões iumnlares. Aclles, toda essa temporalidade ,
jjerni-espirilnal ; como ao sacerdote , a espiritualida-
de, que até agora tem ahd?do profanada por mãos
leigas!
Aqui paramos de canrados.
Mciis petirões nos ficara por fazer.
Bom conceito nos merece a presente camará.
Fal-as-hemos.
- Porém outro dia.
Já nos damos por, em parte , quites do que deve-
mos,' como homens e christaos aos pães , aos filhos e
a nos mesriios. Oxalá, que de hòjc a um anno , visi-
tando outra ver os nossos cm Bía-de-Finad/>s , tís ra-
zoes que nos levaram a umí doloroso repreender , se
tenham transformado em incentivos para louvores.
•2262' Quotidianamente descobrimos novas esperan-
ças Htterarias. A mocidade concorre de toda a parte
S pbdir ç tomar seu quinhão no arroteamento e culti-
vo do baldio intdlectual que tantos annos andou dcs-
ÍJ)róveilado c estéril. Dois ou três ihgcríhos grandes
de natOralé irresistível vocação eram os únicos, que
áhi sénieavam e colhiam^ eram, contra a sua vontade,
òs morgados da inlelligencia , que por alheio deslei-
xo . 'íe viam forc.-rdos a monopolisar o que devera era
fòdo o tempo i e hoje principia , a ser commum. Não
poucos aíão já os que teera vindo - tomar sesmaria no
«ampo da eloquência, da philosophia» da morai, dti
historia; da poHtica , c das screncias , eâ forra de
bóm' trabalhar . se enriqueceram cm hrevc prazo. A
poesia conta egualmenle um crescido numero de ju-
fenis e viços&iisimas esperanças ; e a todas as horas ,
•*• (»)' 'Vej»rjl*BVftTl U.XIVBASA£ tf.*
5 aè «8 de Oélttbro da
' d*oiid6 menos o presumimos, nos desabrocham oolras
novas. O seguinte improviso, que por seu assumpto
reservámos para este dia , foi^os com alguns ouiros
ofFiTccído iM>r seu auctor , filha da Exm/ Sr.* Alar-
queza de Abrantes e de pouco mais de vinte annos de
edadc. Seriam estas duas recommendações para indui«
geucia , se per si os versos carecessem muito d*ella.
E' um frnclosinho moral de cyprcste, coihtdoem eda*
de , em que a vida , toda virada para os futuros hrir
Ihantes o mentirosos, refoge a tudo, que pódc dis*
trail-a dos prazeres. £' uma prova -de sisuda applica-
cão em individuo de uma classe, onde por máxima
consuetidinaria desde a edade média se julga, ou se
aíl*ecta julgar , que os pergaminhos dispcosam e sup*
prem a sciencia ou quaesquer outros méritos pessoaes*
mu rnUCVOSlNHO BE CTPXtÉSTB.
2263 Tnste do homem le abraçado á vida»
Qual hera ao freixo na existência frágil ,
Deposita esperanças.
Da morte o sopro dissipal-^s dove«
Qual tufão no passar queimando as flores,
N'ellns os fructos queima.
;,Quo ha tão medonho em sen escuro -aspecto
Que ao desterrado n'csta ^ida assuste
Se o desterro lhe acaba?
;Será o mundo a pátria de seus sonhos.
Onde alíim Toalisar lhe seja dado
Felicidade estreme?
Viva e constante cumo o seu desejo ,
Immortal como o «espirito , infinita
Como seus punsamentos !
Não: existir só pode além da campa*
O immenso bem que satisfaça o homem',
O tmmenso vácuo enchendo.
Lançou o Eterno a vida como potito ;
Entre os confins, do nada o a eternidade ;
E' ultimo arco. a morte ;
Atravessada oumpre : além sémens
Na cúpula dos céus mora a ;vcnUira
Juncto ao Deus que não morre.
JOt. Joié Maria da iHedade e Xencastro^
BBBSNBA HISroaZOJL.
(Carta.)
2961 Havendo lido o artigo 2104 > sob a cpigra-
phe de — A Infanta D. Sancha , do n.^ 4 da Revista
ilnworsal Lisbonense , que V. .tão dignamente, redi-
ge , me pareceu fazer uma suocinia exposição do que
passa em verdado , e do que eu tenho conheeimento
como membro da Academia das Bellas^Artes de Lis-
boa ; *e consta das inclusas linhas , que tenho o gosto
de the enviar, rogando a «ua puòhcação, em addicio-
namento ao citado artigo., se V, julgar que ella« •
merecem.
Em 27 de octubro de 1843. De V.
Attento Venerador ,
O Mbaúc Castro, r
Quando em 1839, se desmaiitelou a egrcja doccn»-
▼enlo de S. Francisco da Cidade , somente se encoo^
iraram dois pequenos túmulos na capella mór , novão
de uma poria tingida , ao lodo da episto}a ; sendo um
d'clles de D. Luiz de Moura , pao.dc D. Christovam
de Moura ^ i.* Marcfuèz de Caste^Aodrigo , o" o oulro
BiB^ISTA UNIVERSAL LISBOTíBNSBi
129
ée D.' BctIm éeTafora ,. mio dorcferide D. Cbristo-
Tam de>Moura« No sarcophago de D. Lui£ de Moura »
«s4á erte •pilaphio: OtsaOa di.Dmn Lms de 3íoura ,
páedo.Dwn Chrísiavãp de Maura pimeiro Marquez de
Caftcl^Rodirigo.
Ena capupa esculpidas as armas dos Mouras ^ cRo-
lim ; porém dentro d>sle tftmulo', sobre a ossada ,
eêià umifefgaminho.qní di» o seguinte : «Dom Ma^
nnel de Moura Cárie i-Meal, 2 .'^ Marques de CaeicMio^
drigo ♦ ê.priiãefr» Conde ate Lumiares . «o imnohie»e±*
io ^esladou' a esta tepuUura' » eoÉpo de Skm Luiz -^ d»
Meúraseu^avá, filho de JkmJoão da Untira^ie de Do-
na habel de ÀÂlwu§uia » c neto de Dom Rodrigo Ab/úm
dei Mona, Se)ihor de Áxuutòuja e MmUtrgiL » E aatu-
■ralo d<e D. Brites- de Távora», tem o epithapbio $e-»
guintc ^ Ossada defkom BrUee de Tatàra mãe de Dam
Christovao de Moura 1." marques de Castel-Rodngo.
E^breâ eajApa a$'«iJAas.tlor'r»vOrasr>'Ea£l*^lluis
pequenos tum6los(que eseapacam ao destruidor altiiío
por diligencias nossas) et^àobc^e na caza qoe foi sa*«
christia dacgreííi da convento de d. FraneisDO da ci-
dade, -em deposito , para serem entregues a qoeift
pertencerem (que é ao Esm*** Marquez de Loulé ,
Omde de Vai dós Rais) , no «aso que* os requisite á
repartição das obras publicas. O convento de S>Franr
oisco, chamado da cidade ^ foi fundado por Fn Za*-
charias (depois canonisado Sancto,) governaiido el-ret
D. Affonso II , o Gordo . no amio do 1217, e amplia^»
do por ontros monarchas portugueees. Paãoe«u vartos
ruínas por causa de incêndios , como' ferdm os de iu*
nbo de 1756. (*) Fr. Manuel da Esperança , na sUa
hitíoria êtrafiea da ardem éoe fradeê nunoree \ de SJ
JroHCMTo, tomo 1.% pag. 197. fat^laUdO' deD. San-
dia-, diz o seguinte-: »D. Sancha (pâo « nomeia im-
linta) €Ujo corpo jazia- na egreja i^eMa. « Avista pois
do que refere este escHpter, edas ruiaas que apon-
támos V qu^' é de crer oanizassem transtornos , quem
sabe onde hoje paran» os restos^ metlaes de D. Saucha
^ae.legot» iá municipaliiiade* as terras <do Alqueldão?
^'ahará d'el^rei D. Manuel, o ''F9iilttro<i>,dctt)ido'dé
4'de ^lembro de 1507 ,'Teòoamcnda á camaipai, que
«tt&ualmehto, na?egre(ja de S. Franeiaco da éièade,'
em o mez de septembro, faça celebrar umas vespefíite
éc finados , 6 lussai cantada né díasegninCe ; por âl-
nia da leferida D. ^Sancbia. (»«) A camará resolveu
mandar celebrar oa mesmos oÉeios: na egreja de Ss^n-*
eto Aínloirio , de qne é* administradora , para cujo fim
inipetvou do^Bxnu^ Eatriaroba então eUito esta ithn^
fereaeia, q«e Ibe foi concedMs peta provisio de 2$ éé
tepteflibro>de'ld4l4 O Àhbade Càêêrò. ' :
ESTRANGEIRAS. i
iâ65 . Em mfliíAiviiA conlinuaro m ro8Ía4f«eiiA ar*
^ada ao go^omo^) muitas e.> considíerav^is povoayçõe««
taes como Rarcelona , Saragoça, Leon,..Vigo, :6eP0^
na^ e^i.: Bv^partes iambem Uem sido lOS' levanta mettos
abafados cjmiOiSalattancai, na cidade de Sevilha ^e
(•) , Yjdq 3íappa dç PorMpgfilj t«aio a." p^rtp ^.^ pag.
3V.5,, por Jpao Bftutinta de Çaftço. ,
' i(ii»^ ' Vide, BO.arcmvo da Camâra de )i^isW^ t Aeniio
em algunls pontos da sifaptovincitv emPamplona»
Valhadolid , Biltáa, Jerez , etc. Prím, competciH
temento fortificado e '«rtilhado , tencionava assaltar
Gerona.
O. governo declara era parlamento que sósepte pro^
vindas , contra quarenta , estão pela juncta central.
Em ABGSL foi duas vezes derrotado Abdel-Kader na
decurso d# septembro.
• A iNGLAT«iiRA vè-sc forçada a recorrec< o providen-
cias ,. pouco do SCO U30, para obstar aé complemento
do empenho maairoo da Manda.
Dissolveu as sociedades que trabqlhaVfTm e reuniant
donativos paraaquelle fim; Metleu. em processo. Ocon^
nai, pao e. filho. Já mandou, para lá 34 mil h/^mens ;
e mais 20 mil, di2-se, que furam á bainha offcSc^cidoa
como 'reforço pelo. rei do HanViover. > *>-
PORTUGAL.
• 2266 Permanece tr^iquillo. SuasMagestades, fin^
da a sui ekcursâo transtagana ,. recolheram s^m novi^^
dade á capital a 31 do passado pelo meio-dia, .
▲evos OFriOIAXBa.
SS67 Dierie dei Geaemo de S5 dg «ehfftra. «^ iflrÍBO da
qUQ aGalrrf(-.--Pr:^ejte8 e Alegria vae pf^rlir fMfA a ladii^
e Muçaiubique, Venda «TfD^isa&o de íóroêfi pemòcs: e vcod^
de bens naciunaes.'
fdem tíe^6, — Decreto mandapdo fobreestar na execução
do art. 6.** do reg^ulamento das alfandegas menores. 'Portaria
mandando para Angola' a eharma — P^inc^pe Víèál a fim d*al-
U servic-de hospital fluctuanlè. Venda de b«D8 nactoHaea.
idem de í!7«t~ Decreto nandando que a direutocU 4^ eiri
culò das alfandf|gas marítimas de Coscaea até á Jb^igneira fiqu^
independente da alfandega graqdc de Lisboa, boin c«mo todas
as mars directorias : e que se correspondaii^ dircctanit^nte com
o governo. Otitro ' pára quo o regi.9fó da alfandega em Algosb;
em Traz^os-Mdntcs . se mude pnm o ptvo de Sondim. V^^hda e
reiDÍs«ÍD de .fótoftc pensões,, a tenda- d^ bens nacioaHés.
fdetu de $28 « — Decretoi, alienado. a .tabeliã do decreto de
27 (Je Dioyembro de Llt^^l^rm que fi|i;;^as despesas duniipiKterio vi»,
reino em Í.323:\'JÍ4$Ú0, Transferencia da delej^açu^ da al-
fandega estabelecida em Selír do Porlo paniologar da Vicirii,
entre a Pcderncim c Piguéíia. Pbrtaria sobre os astirranlcs áH
martnba. Veiltfa e remlasfté dé Toiros e pensões; e veada dé
bens naciooaes.
ò eoKàvTLsú DA fiBCHõiià MsBxoo-cmiTn-*^
OlCJk.
226^ Nd Correio Ptírtúgtíex, de 30 do passado,
sob idêntica cpigraphe vem assignado por três estrefH-'
nhãs lim akcdo attigo , contra o Sr. Beirão» a qtíçm
a Êschóia julgou digno de occupar a sua cadeira va-:
ga, e contra o Portugal-Vèltio , a ft<i'oíttpfltò-rfí-5e-
ptembro e o fiosso Jomàl , onde , j)or ^ssa occasíão é
poi' ekse motivo, se haviam lidoòlogios ao mesmo Èt!
Na Restauração tâmbcm de 30' dó passado , sae qm^
carta de um de seus assignantês , onde , poi* termoi
concertados, e urjbiaqos, .^ç disc.utç ojnc$Q(i9 assuippto
e se' prôTcre la mesmií sentença do Correio, ^\ ' . .
Deitando ao Portugal-Yctho , á Revotução-de-Se-^
ptevihrò eafo Sf. %ei«rao , o' que a todos e a cada .àm
d'elles« possa pertencer n' esses dqis papeis, rè^pou-
dSmoisí por nós:— primeiro a ambos; no que trazem
còmiuum V, 'depois àò Co^^Yeío no que âpréseuta priva-
l^o. ' r' ■;• * • ;. ■' /■•„/; ;
l?flaMo'ío cotótnjàm;;* 'iície*é, lèr^m sidòV^s •
acto^ dissertação do óp{[)(ysi(or; fracos os àenfcõnh^-
címeutoi eui ttèdlèlási, - e i^tiirta % àe^ííão dk £schò^
t3(D
RSTIST^ UNIYBIISAI/ LISBOTOBNSB;
Ja,.(|uaiidt)o prefsríut » antro coitcorrcate. bera pádA
s»cr tildo. vc;(la(k;lro.«u tiido fàl^o^: a lai ucspeilo fino
cniilLinsos.. ainda ,< ticrp eaptíranorosb uiuiuir.upimão al-
guma, apczar da generalidade doaprcro, cm q«e sa-
k^mos s«vc2D tido^&os taktínttr» c luzes ão Sr^Bfsirâo.
— O que sob u Utulo de Lautvl Scicntifico iviprrnii*
mos-, foi asfiigúadu por um medico portuguez'r eum
jornal imparcial c sincero, como ouosso» daiido e
mantendo ornais livre campo a todas as opiniões» não
perigosas , a todtts ok escriplos , não indeccntos „ não
responde peia ahsuluta veracidade ou cxacçâo; do
ifue Tao, por qualquer modo, marcado com slgaal de
alheio. Como esLampámoi o louvor doSr. Bcirio» peio.
Cl tídiio quf nos merece quem o escreveu , estampft^
liamos o do Sr. Pulido , seu concorrente , S6 por al-
guma similhante via o tivéssemos .recebido. — .0 Sr.
Beirão e o Sr. Pulido são-nos egualmcnte estranhos ,
e conhecidos nossos &ó de noDie. A idca , que de um
e-dc oUtr^ seàOa.tcm.dado, f^ccdispõenios a aceeitar
€|iiMito ipesM vir em seu àbòâo e eugeiiar todo o con-
trario. .-; ^ . :
Ajçora ao correspondeat© do Correio, que da ques-
tão de factos e scígbsíb sffltOB p»WF as-.injurias, dire-
mos unicamente --<-quoand«uQ'iSso mal avisto t ^e
AH arc^ciícia , que lh*as sugeriu , d«n cHc a seus lei-
tores, bom arijuihcnlo para o súsjieilarcm de parcial;
damnou, sicm o cuidar,^ apropria causa, em que se
Vm penha va.
. «Por ígora»-— diz -cll© — «íó lhes p«dim«« (ao -Porr
iitagaUYelh4i , Revidufàç t .RevitíaJ que sejam roais
« comedidos em julgar do que nao intendem ; e que
<fsc lembrem de que o seu oflRcio não é desvairar a
«opinião publica, nem crear ou abiUcr rcj)utarõcs.,
« por mero espirito de partido., por mera coa^)adrice- »>
.. ignor^mo^, e não nos importa saber , que J5&pirito
de parlido, «u o«mpadrico baja entre o Sr. Beirão e
;iquc]lcs doi« jorna es, -que «c acharam concordes, não
comnosco {ad\4rta^se bem), mafs com o medico portu-
:<ucz, nosso correspondente- De nós sabemos* nem po-
derá ojguçm, ncgal-o^ que nem coippa^lri^^ Jicm poli-
tica, iolUio jamais jilçfita redacção ;--r que aiuda até
hoje, nos não succcdeu, uma só vez, julgar por uós
do que não íntendemos,*'e que no caso presente, aas-
sjj^natura de um mçdifo portugucz , sfi não vai m^i^
jwra aboiiíw competência de juizo medico^ também por
certo não vai jucnos do que a fssigaalMra -de tf es -cs-
^«Jlas. QaaoXo ao nosso otlQcio uãocarecjcmos, de que
93 cstrellai de uma anónima constçllacão nol-o en&i-
p,ejm : e que finalmente a tumidissima gravidez do ;ki7*
agora^ nos parece^ segundo iodos os symplomas^ que
pouco vjtrá a ijnal a dar de si. Apostaríamos » que
(foutro n'aqiie]lje posagoaí, que parece conter fétogordo
fão apda seiíao mola, como Ibês chamam òsparteirQ&,
óde ser. ^^«e joáo, o tempo uol-o mostrarl. ^ ,
▲ BZBXiXÕTBCeA TVmtí^A DK BRAOit.
2269 De uma carta de Braga « ^ssignada por pie»-
soài (Lb todo o «rédilb, trasladamos o segujintc pon-
tualmente : —
« A qyestio , da bibliothcca de que V. Í^Iou çom
<rÍDQparciaIidadc e conhecimento de causa no seu ar-
«'tigò'2í06 , continíia no staiu quó , ncm deixa esp^e^
frança de tornar a tomar tão cçdp i^ais íavqfavel ^s-
«pçcto. jb pobrie Rodrigues, aqnellc exjcí^çiiílai? 4e bor
améns de bem/ e éiçj^re^^dos .^^fõfo^^ ç intel^^cn-
«tos cislá.sus^Dso dos>seu8 V£ircim«nte8 pcla*èamarA*
((Como rebeMp aos seus despóticos itiaudatos oi úkof-
ase»; c o^ livros amontoados sem verem ao menos t
«luz, pot* não havf^r sequer quem lhos abra as ja^
«nellas, — eram dignos por certo de melhor sorte 1
«Além de nojo, causa isto indignação, quando se
«considera o grande trifego.de estudos, que n*esta
<c cidade vem fazer um grande. numero de filhos das
«tred provindas do norte; porque o lycèu , cm qua»-
((iidade e proficiência de alumnos , vac de anno para
«anno ao galarim, £ com este concurso de sequiosos
«da sciencia mettc-se por antipathias ,e iringaneinhâB
«um rolho municipal na fonte dos couhecimchtos ; fie-
«chanse hermeticamente a bibliotheca , hoje publica
«só pára os ratos. E,o governo dorme pot-qiie uma
«potestade eleitoral se não deve iocommodar^ «
noKjkircsxao s CAVOMoumimct oxa&x»
2270 A anda » com que este século, impellido
pelo passado, se arremessava anhclante para um por-
vir inteiramente nè«ro, excitava, n'ellc mésmd pon
uma natural e inevitável reacção, as saudades dctu**
de que deixava para sempre: ao dar á vcUa para anta
tenra lua^inqua c descei^ecida , onde se nos.pretnet-
tem.mil fostunas., sempre o coro cio se nos apbria e.
se <ios humedecem os ulhoa* contemplaiido a terra úfn
nascimento , 'vendo fumegar o tecto , eude fora aca-
lentada a -nossa inCancia, e alvejar a egccJQy^mde fo*
ram baplisados nessos paea. Kão podia a láiieratura ,.
que é uma das eaprcssõcs do espirito hsmano , -ceno
a phiiosqphia , a politica e as sciencias , deixar tam-<
bem dejembrai^se cem magua detentas coisas de seu.
antigo. u%o, de tantos iiríncos apcaztveia de sua infaip>
cia, de q«e sp ia para sempre separar, fi aasimv .que
fugindo de Tróia abrasada para ir ttmdar um no/fo
império, Enéaa^ a-.|Medoso , levara comsigo es do*
mestiço^ Deuzes de eua caxa e gente», <o§ mysterios
de. Vesta , e ás costas o oerpo velho e gaitada do an-
dor da sua cxisiencía : é assim também qu» a doD->
zclla, a quem entf e meuiàa e moça desposaranv leva*
escondidas etUrc as jóias dttaes eas galas de eaxada,
alguns restos mais chacos 4os bcinquédes de sua ia^
fancia.
Quando a neva csdiúlt se abriu, con toda a timiH
nia fanática e.iotoleranle .deaima Aova eschóla » le^
vantaram-se-flhe log» na Eurc^, dois gcncros de ine-'
vitavd «qppesiçãQ.: oas.âsorain éo passado, a «eu Moo-
juich, e acast0liarâm-*se n-cllé, decididoi a neo se.
render «em «darree «a pailidlo;-^ outros , oa profundes:
e prudentfs^, acceétaram a reforma, eún^ ib^essida*:
de e conveniência^, manjuegaram a utilidade e ate o
direito de destruir tudo o que fora.
Esta parcialidade il-^ (sir^áè^ havia de prevalecer,
porque era o meio tir'ilíO; e prctaleceu, — Desde en-
tão a imprensa litteraria do» dois extremes, foi absor-
vida pela do centro ; e a Atigo' é ò novíssimo, fundiram-
se « 'tigaram-se« produainde comootNrotíze « o oiro no
incêndio de €eriatiia4imCorooírò metaluiafo precioso^
q«e âímbos ellcs.
O 6r. (rAattRTT ibi cmPortugal o anelbr (Mi ofAtre-^
ductdr d>sta fell» e felidssima oimposiiçflb'. ' ' '
* A" nossa poesta naeionai, 'tsto e*,' ii"dO'Dpsso povo e
não: a" dos nossos- poetas, a foliada* =tc sentida e tão a^
cscripta c folhead;^, a dxjs campos ,c fião das cid^de^/
diis vbl&ase tiÍo''dòs' aC£Íd^ài&d$, conhccia-a òj^f:
tlETiSl^À 0TfIY3feRSAL fllSBOI^BXSe^
131
GAMifiti', ée9é^ a Tnfoucía ; tiarVia-lhetomáâò' o 'goshr,-
iMvia precedido tos »eus (sstodos e reflexão » liavia-se
èOmo quer que fosse rdentíflcado tom- cf sen es/pirito :
o seií st)r)o mesmo» sem deixiir de B^r culto, nobre e
moderno, respirava aqiíetla sinceridade tMtiva e gra*
lèiossL singeleta, que se absorve no tracto com os con-'
terráneos, roas não se aprende. O Camões, D, Btãnm
e alguma parié de João illimtfio fara(# compreender aor
que os lerem, esta verdade, que hoje nosfartta espaço
para eiplicar.
N'aqiieílas três obras e eípeciátmente nas diiasprí-'
mciras, ttnba o aucior eosifiadoo como se bavíatndc
conciliar a índole litteraria nacional e as exccllencias
Dovas das litteraturas cstran|^eiras. Rcst<^?a para com-
pletar o seu trabalho, offereccr aos que pcrtendessem
caminhar sobre os seus veStigios alguma parte d'aquil-
lo, com que ellc mesmo se nacionalis^ra.
As xácaiás e romances populares deviam ser salvos
do esquecimento, que os ameaçava para em breve ,
•ÍTerccidos a todos e perpetuados. Era emprcza fadi-
^sa,e prolixa: mas €or<imét(e<i*a e o primeiro volume
iio RonumúHro e Caneiotieiro GéttU , qbarto da coUec-
çâo completa das suas obras , acaba em Am de sair á
)iis. N'elle se contém depois de urtí exceflente prolo-
go historico-litterarioa Ádosinda imitação da Silvana;
tícrnal Francês; Chapim d'ElYei; e Rbsaiinda; todos
orígíhaes antigos, mais ou menos eoncertados e reih^
eados ; e a Noite de S» João e d Anjo e a Princesa ,
composições também uq género antigo, miis-orlginaes.
Os que lerem este volume > . flearão desejando anèí()-<
s«s a continuação. Nós , que d'este numíero somos ,
suppricamos aos bencmeriCos editores s os^^^ârs. Ber-^
ivaiids, que forcejem , por vencer certa ínconstaneiá
#0 atttes natural e proverbial-^ pregiffea de poeta , que
o St. GABKETt padeee, ede-quc todo* m^s- (para tios
servirmos 'de nma ekpreseio de S. Paulo) enfermamos
tcnobeni «em eile^.* i
A coUccção das suas obras é tbesoiro tão naciohêiV,
que bem se nos deve relegar a liberdade^ com.. que
d'este,seu vicio, nos queíXAôlos.
Q, USARIA BS XBVCA9THIK
2271 Estrcod-se ne dia.a&niversiirio de elrei ^ no
theatro nacional da IUia-dO!9^Condes,xO excellente dra-
ma— D. Marias dê Lencastro *^áo nosso illustre col-
laborador o Sr. Mendes Leal ilunior.
Se não ídr^ bjfstanie para abonar o*- novo. drama, o
talento e pericia já, .tão bemt provados e reconhecidos
do nosso joveti poet», o tríumphe, qué ^ta su» uom-
posição obteve , foi tal que só cÁc bastava para o ha-
ver como obra prima. Mais de pausa apontaremos ,.os
muitos meritps 'em 4ue aboiída o^íròtá^-^ D}* Mana
dh Xtfnmnlro'.; cdesde já fejicitamos ^ eòrdealmetíte b
Si, MendetS-Xeal J6nior pela nobre vit^ganeá qiie ti-
ni' de seos ínvé9f<«08> inimigos ^ offeteò^do gloriai» sch
bM glorias á sua pátria.
OS OOXGB&TINI '9 A- CSVAVVJL 'aQmttV&B.^ .
(Carta.) - •'
- «274 Frisado Àmi^o c ^r.-^RèeebFa^^cAt^ta de-
y. .de 88 do corrente, em que. me f>evgtiiitft iqual foi
preeisanfeiite a lesfioqiie se'4eseo4!>du ^ estaitini eqtie»^
tre; e quacs os concertos, e mais obras*que ser Ibé'
atNiaiii fliircRdo, forque sendo à Reéíéta ÍMversal, qtie
Y» redige çonj Un^ di^kicjã^. apr^Éleifa.^ ftK
toa'd'aqMle estrago, deseja que «tia também 'satis-
faça a esta justa cdriosídade. EAi resposta devo dizer
a V. .que sendo chamiido em portaria dó governo,*
dirigidii á Acaidcmiardc-BclIasrArtes, pfara me apre-
sentar , e intender com o inspector das obuas publi-
cas o Iltm^^ Sr. José Bento de Sousa Fa%a , sobre o
modo de remediar o estrago, que appareceu na di-
eta estatna , achei que a parte posterior dâ cana es-
querda do cavaílo quasi desde a garra até, {icima
da articulação do joelho , estava separada da parle
anterior da mesma cana : e que esta separação fòra
causada pela agua que de moitoS' annos se tem insi-
nuado enire o brouKe e o vergalbão de ferro que se
acha no interior da perna; e que atravessando pelo'
terraço, e plintko da estatua lhe serve de segurança :
porém, esta' sepuração è originariamente trazida Rf lo
accrescimó que se lhe fizera Idgó depois de fundida ,
naturalmente por alguma falha de ntétal, è ffcndo ès^
se accrb^cimo seguro por tncior de parafusos que pren-
diam o bronze ao ferro, e nas suas margens einalhe-
tado, não foi comtúdo bastante para que o teíhpoquo
tudo destroe, ntío pddesseui! abrindo em Varies pointos
esse pedaço, atè que íitíaímente chegou a mostrar fen-
das tão largas, q\ie se viàm ô gratide distancia. Pa-
ra remediar esta lesâo'jolgou-se necessário arrancar
de lodo esse pedaço dè bronze , quenerá 4 palmos
de comprimento; e logo.que saiu conhecetí-se que d
ferro do vèrgalboo; ainda que em parte oxidado, nada,
ou quasi nada perdera de Sua grossTira primitiva, e qiui
portanto a estatua não-ámcaÇârva rnina, como alguemi
talvez tenha espalhado. Modelou-sc um novo tendão J
do qual 'se extraiu' fdrma,' e que depoiíí de fundir-so
em bronze' ba-dc Ser appliicadd, c tnuito bem seguroj
e reparado para evitar do melhor modo possível a re-
petição de .'similhantc estrago. Alem d'isto, asseniou-
se também set^ necessário litopar a ^tatuar do ver-
dete, que a ppdiir destruir: e depois' d 'bstá operação,
c natural que se passe a- limpar o pedestal 'eóá^gru-
pçs que o acompanham. — É o que lenho a re5p<>n4
der a V. - sobre tí'objeeío proposto,' dezéjandd ter
outras occásiões de mostrar q-qe-' sou- por devôr è
àffecto, j tní V;
S.Ci.SQ dê octnbro de fSí^S.V
Fràneiscoã*ÃèHsRtíidtígue9..
AMOttss SBnrsiJssr ABOir:
2273* Lê-se. no. Pmodico dos Pobres no Porto à
s (*gu inter -•—
u Ebi uHa ^ak nias da eidaSe* mora^ uma metiln «qu^ «rá
« por exéreMio Bamorada pdr nm ' jdvèn hispai^I , peMos líM^
upa e ac«ada..£4to S. Mlfuel mudóiMo a íamíliitf da iiie9iii(L
u iws^Muim r^a , e eHa £screv«u iiiosa. qir^i ^o, 9<ru.«mAnte. «m
uqucj depQÍSvd^ o accusar de cilé ter or.tra paixtlu, lhe.<aisif
a que 'Dão. mais Ibe passasse pela -rua,. OiiispaniiQi , • lion^o era
«Datiiral, a/f!tgiu-se com Isto e Iracfou íe se justificar: com^
a proa- 4 piMas envxMieoaíia» ,• e fc ajSresentou em um portal \
«ou. fséntc útenowii' Imbilaçio da sua aáiada* EíKa ap^areceá
«jancHa, encara com ellc, fecha-lbé as vidrais: o irffolil
(« cravaiiÚp- «s i^h»s- Vella, engole ^af .4 pílula» <e 'Sc* en-
tt vencDa. Couta que f Ora scccomdp pelos facuilaiivof ,, quf
u consegruiràm extrÃír-Ihe o rcaenq. e qu^ eUc^ já. ^á festabe*
alecido, pássèaadbípela (licla rua. »/• * '
íiirBSOAxrBA£ò'iírhiiif(riJ)»tçA VA * jusítzça.;
2274 Aã Periodivo dos PòHhA no Porto parlicípanaí
deriaítaêgo^d se^irinte facto', . cujos perpetradôre» re-
i^OBuikiidàmòs ti^atctnhrdó mhttltro competente : -^
im
BmVl^JL UPflYISftSAI^ LI^BON^^í^.
í!^.
« ro do aúdilorio d 'esta cidade , Manuel AntoDÍa» mallracbu
14 ferozmente com o grosso da «w* ben?aía a pobre cabeça. de
iHim indivMdiio ^iie cllc acabara 4e prender: oi erritof qlie o
it infelia êóllava eram oatras tantas petições que ellc áttigta A
Cf humanidade e « JuMrça, e ao cdraíjRo de todo* <|we 'o «iiirMln.
m Foi tal a iodígroaf&o ffiie o^padre^fraacisco E^taaUilâi preo-.
o deu o dkto jH»fleifo , qpe já ae ia cscapaado , 0 f.otA, stii so-
« briuho o copíUuiu ás çíidí^.i« novas. O fcri^yi ficoy, ^tendido
«no chão e privado de Sfwlid^s, ç tornanda a, si , «« confes-
«ion e foi conduzido ao hospital. Por conselho do escrivão dd
tt exame ftjçfu cota â cabeça machucada para nto cair nas
• màisdafuBllra, e o jtiia dé» direito cBivcns de punir « sus-
u pendor o oflcial que awim avilta * jutit^a, lo^ át 6 horaa
«da tardo o iqandoii ^soltar « elle ap|mrece<« oèm a muUl^r á
MJanciUiosultaiuloa pACienci^ publica.» . . 1 .
NBCnO&OGXA AOAPBMXCA.
2?YS . No dia O do corrente mez, perdeu a Acade-
mia Real das SaESíaAs db Lisboa um dos squs auti$o3
sociòi ,0 Sc. CoQselbeiro Mani^el José Maria da Co^
ta e" Sá.,'' '..'..
Em ^'epleinbro próximo pretcríto, íór.a aecominclti-'
xío de uma ioflamação cerebral, que, apesar de to-
dos os esforços. da medicioa^ o fmou » em Cintra para
onde tinha ido lra,ctar-se ; e pn^e jjax.
Dosde a sua mocidade , foi sempre o Sr. ConseJJiei-
ro Costa e Sá mui prestante à pátria, como homem
âeletifas ecòmo empregada publico. Exerceu porlar-
JÇ03 annop os cargos de deputado da juncta do Com-
morcío, e de oflTicial maior da secretaria d'esUdo dos
negócios da marinha c ultramar , dos quaes foi priva-
do cm 1833,
Nâo tinha outros bena da (ortuna , nem outros pro:
vcnlos senão os do seu trabalho no desempenho d'a(juel-
les elevados encargos. Por isso ficou inteiramfsnte dcr
samparado ; emjpobreceu , chegou a pedir . . i ao
êalK) de sessenta annos de serviço publico !
K peccado este em que a nação portugueza foi semr
pre mui relapsa ç recidiva;, e do qual os presentes
nao podemos ábsolvç^ 04 passados» nem 05 futuros
hão ^e poder absolver os presentes.^ — N*este ponto»
ejâ pode ser que n*outros muitos mai^». uos ^erá im-
posta, sem appellação nem aggravo, em que nos pc-
zc e àvcxe duramente, aqudlti ei^probratorM senten-
ça que Horácio proferiu contra os seus romanos : Sós
somos peores do que nossos pães ; nossos pães foram peo^
res do que n^^os <^v4s ; pêoru êsfã» ^inda os twssos
flhos.r " ^
Dez bnnos depois , o governo actnal reparou essa
injustirqi , nomeando o Conselheiro Costa e S^ , ehro-
nista do gltraraar , paru o qual mister eslava mui ap-
l^ficado , j^elos seus estudos históricos , e longa eicpe-
rieneia adqHrridai no expediente da respectiva secre-
taria.
Intendeu logo com muita assidtiidade no desempe-
nho da sua missão ; e dizem-nos que havia já coiía-
f lonado preciosos olemeotos para sua oiira , que pro*
aieUia .ser cabal, ...
Não quii Beué, porqtie o ohamou a Sk, qué de sua
|b9o a recebêssemos : pedimos^ então pelo amor da nos-
fta historia , que esses apparatos não iiquem esqueci-
dos ou se desbaratem (porque são propriedade nacio-
nal)^ ejupctamente c(ue se não- 4^iic ''^^ 'pfosegtttr
na emprèza decretada e encetada.
O Sr. Conselheiro Manifel Maria da Costa e Sá ^
além dos &«uf pk-edícados noracsi tinha ftr«t(i£^do
muitos .ii*iiloa<.polHic£A ie littorarios- qa.^ p .^49^e^
eiam.' £rà docoi^cthO' deSua. Mag«4ade , co^iiieBdar
dor da ondemi^df^ Christo. c^^aiLeiro de >« &• ,da
CoBcei^O.do Villa Viçosa , cummçaJadwr 4a ordem
da Bosa'.noKrazH; aocia da AcaderqiiA-EieaMasfScieih
cias do Iiisboa j do Conservatório R«fil^'e>dp ImWtulQ
hiatoritodo.BraúK Á$ M^»ifw ia.Acc^emifk teeiq
muitaa paginas d>ste seu Ulwriosa So^o* ; •
: O íinadO^ acadcmíco era sgUrç t»i|do un^ homqn^f^hris^
tio e honrado; — no céu acharia e galardão. que, non^
ca na terra se deu ataes virtqd«s»\íe.qvie nmk seqaer
já boja se respeitam devidaittout^ l It^lio* ,
VMA FLoa Bs losuros.
Se lá no ^sent» Eth^roa , omU- aubata » ,
Memoria d' esta vida se consente ,
Nào t' esqueças d^aquello amor ardente ,
Que já nos olhos meus tíU pui^ tlste. . ..'
cabi5bs.
^76 Este saudou titulo e eMa saudosa apigrapht
pòz o^Qohor Jacintq. ba* Su.va Memop >ein um artigo ,
que no ^ei| Correio dw Piítf^s de ociuhro pretérito.,,
consagrou á memoria de um seu ritui^cuo de cinoa
annos , falkcido a 9 de maio.de 1843.
Todos os que assim como nós houvessem conhecida
a amabilidade d *aquelie innqgextb» p ado^ira^Vjei.des-
involy imanto da sua razão , 9 sua anciã -para» o estu-^
do, o bem assentadas que eram as esperanças» i mui-
to grandes esperanças I que n>iÍQ tiabam setys paesv
lerão com e^ternecim^ento as. expressões siiigellas e
eutranhadaji , com qua o auctor pade a suaa leitoras
orna saudade e um^^ perpétua para o tumulo de sca
pequeno collaboradpr , do insertor saia^ire-ieKactM das
estampas correspondéntas em cada folha» do/ruanio»
lÀvros^ cm.summa , como lhe oUa obaraava , da mí:
jornal. No tumulo, cujo desenho placada aaariâiayi
lé»^;r-^.
à ■ 1 .
. «RO ...
FILB-O.
À Saudosa Memoria
Jacinto da Silva Meogo..
Júnior
Nasceu a 9 de Março
De 183S , 0h
E blleceu çm o 1,'' de Maia
De 1843. .
Monumento do amor paterno , aqualla padr a atirais
rá ainda por outrps respeitos os olhos e peaiafliailtaa
dps que visitarem o Ccniiterio .4o. AUo-de^S.-Joãa; tr
alli o sepuichrocommum mandado lazer peloSr^Manr*
go , para si e para a sua familip ; e 00 qual, por av.
rasgo sublime de amizade^ — que è um supplemento
aos i^J9^o^;daiial«rAaa « ooi9tiiiiri.ini iwdadaka
parentesco, — foi logo reservado juncto á jazida do
fundji^ a do seu maior amigo. Eite amigín qae Kv^
got aoBoi dure aiD<iapara aaemplar de virtudes epro-
veito. daa lettraa, . é o Seniior ANnua ioàwm.Aêmtr
uiq B Soij#a. r • ; >
Lpgar, cònygrado /i tiío' piedosa rM^pãOii diyi«..W*
aatr«a4y)por ja«i,^o;.ai<)i-a» ..,. . ^ . >i •/
M ^<
REVISTA UNiyHSÈSAL LISBONENSB.
133
. ADVERTÊNCIAS.
A diítribulçuo comwjabojo, quinla-fçira , is 10 horas da
QRDha. Aos Srs. , que, o mais tartíar, quatro horas depois
iiiJo tenham iccebido, i^oírá-íe o obsequio de o paríiciparwnno
escrirtorio da Revista Univbrsxl Libbone^ísk, rnadosFan-
qiieiroA u.** 82 , para »e in'ovideuciar.
»:'«L. í . «— .
^ ' Roga-isó aos Srs. Ássignantes das Prwincias,
que ainda nslo tiverem satisfeito a' importância
de suas assigiiataras começadas em o 1.** n.° dó
Iir. volume da Revista Universal Lisbonense, quei-
ram sem falta ecom brevidade effectuar seu pa-
gamento, fazendo a remessa directamente pelo
correio» ou como mais commodo lhes fòr, a es-
ie escriptorio — rua dos Fanqueiros n.** 82 — 1 .**
andar , ou aos correspondentes ; no Porto a José
Joaquim Rodrigues dos Santos , c João Ribeiro
.Novaes: em Coimbra na Imprensa da Universi-
dade a J. M. S. de Paula : em Faro , a José Coe-
lho de Carvalho : em Braga , a Luiz do Amaral
Ferreira, rua da Fonte da Carcova n.** 23 : na Ma-
.<leira, a Christovao José de 01i\eira ; na Terceira ,
■4)Lucas José Chaves : noFayal, a Manoel Maria Ma-
<}fuga deBettencourt : em S. Miguel, aSebastiâoTu-
dury : no Rio de Janeiro, a Agostinho Freitas Gui-
marães & Companhia : no Maranhão , a António da
Silva Fontes & Companhia : no Pará^ a Luiz Fran-
<€Ís€o CoUares.
Para outro numero wíio tomadas em còiisidpracSo as diver-
-ios carias , que n^este escriptorio ae receberam , pró c contra
•4> nosio artigfo — TEsrENo quotioiamo.
CONHECIMENTOS ÚTEIS.
i^VBftTÃO ICBBZCO-OIBcUReiCA SOBHB A
MORTS JDO SR. VWLANÇA.
Recebemos a seguinte, caria , traeeado^ — por as-
signaliiFa — iniciaes, que não sabemos se correspon-
dem a algum nome , e em lettra , que parece dis-
farçada. Eram razões mais que baslantes para a não
tomarmos em grande conta ; mas como o assumpto ,
^sobre que versa , é de grande interesse geral , não
<>por causa do Sr. Franea, qoe já não pódc r«8sus-
*€Ítar , mas por amor dos vivos » a quem .pôde acon^-
"teecr cgual ou similbanle desgraça , vamos dar-lhe
-publicidade , àpprossando^nos logo de accudir ao
mal , que da sun leitora .poderia resultar^ com a
-resposta de um juiz competentissimo , auctor do ar-
-tigo , publicado na IksSaufação , d'onde se erigi-
liou este debate; e finalmente amigo nosso, com
cuja collaborarão esta folha se bonra grandemente. Por
«esta' resposta aprendefá o anonymo, sé quiser, que a
4]»nirgia nio é mysterio de isis , nem maçonaria oe-
•euUa-qos profanos': que a imprensa pódc, sabe eqjuer
«Yigiar também aobrc os encarregados da nossa saúdo;
^ que a RcnsTA UNivcftaAt com a poderosissima eol-
iàlmrafib , que tem , ç que ^stá proxadi^^até pelo ca-
ifovEiiDBO — 9 — 1843,
Ulogo dòs aueiores, impresso no iotroito do cada um
dos aeus volumes , não devia ter a tola modesta da
se julgar inhabtl para diser de qualquer matéria.
« X Retiata — diz o. anonymo — apesar de ser uni-
9 versai não devia ser tão universal. » — SuppLteamos^
lhe agora , que nos diga , quacs são as limitações ,
que elle põe.á uni^rsalidadc d%ilm«<a. 'Nio tfendoas
scicMiilcas só lhe Rdim as .geo|rspliicas. ^$cr«i por-
ventura o Pragal esse .noíi me iahgcre do universo?
Ilim* Sr, Redactor da Revista Univermi. *
2277 a ^Nas lesões traumáticas, que exigem a
it amputação, é melhor operar antes ou depois dente-
arem passado os symptomas inflammatorios?»
«Eis a questão que ainda divide os melhores ciruN
«giões e escriptores.sobre^a mataria.»
ffOra , se o .cirurgião pode demorar a amputação »
«mesmo no caso de elia ^er indispensável^ ate que
« passem os symptomas inflammalorios ; quanto melhor
«ro não poderia e deveria fãicr no ferimento do Sr.
« França , em que não havia opinião assentada , sobre
«se era inevitável a operação!
«Alem d'islo, nem ne ferimento do Sr. França ^
«nem em nenhum outro, a amputação previne o tétano,
«antes pelo contrario muitas vezes ella o determina.
«Sendo isto assim, como ó, que se ousa dizer á
«face de íoúú o íúunáaqut-^ os operadores ^roirahiram
«a operaçãp unho tewmdio efficaz — qvie houve imprevi"
udencia etc. etc?
«^Não cisto desaccrc^ittar os cirurgiões assistentes
« do Sr. França ?
«Agora perguntarei ao Sr. Redactor — se ap ^^
ii França lhe fosse amputada a mão logo depois do fcr
«rifueuto , e lhe sobreviesse ura. tétano, não se diria
ff por entre phrases delicadas , masnem por isso menos
(( expressivas , qtie* os cirurgiões se tindiam; prepipita-
«do em operar, o doente^ e^om a operação aci^rescido
« as causas do tétano ? » . .
«Não se diria que oswurgioes tinham, €<l|q aop^
«ração, matado o doente ; assim como ora se dizque,
« por não operarem » . o.deixai^am morrer ? »
« \ Valba-nos Deus, Sr. Redactor !. Parece-m^ a jnim
«que esta qdeslão devia de ser ventilada mu jovnal
«mais próprio; e por RR. mais competentes , e que
«a sua Rpvista , apesar de s»r universal, não devia d^
tf ser tão universal. »
«Por minha conta insla; aos. metis illustnes coUe?
«gas , que assistiiam ao doepte d^ixo o resto. » <
■ De V. .attentoveneradoe
Lisboa 27 de octubro .de 1B43. . .»
Um cirurgião do Alemlejo!*
Á. Â. V,
2278 Como collaborador , que muito me présó dé
ser da encyclopédica fi«vi«la Universal, direi a .mi-
nha opinião acerca da carta do Sr. A. A» V, ', :cirm^
gião do Alemtejo i relativa á não amputação, da mão
do defuncto- Sr. França: assumpto sobre quê escrevi
um pu dois artigos, que appareceram na Restauração,
e com cuja doctrina a ResÂsta concordou em ò seu ar<<
tí^ 22(11. )
Ê para mira- oma obrigação moral deaeer á aran»,
visto que se apvesenta um contendor : repetirei ^<|fui
aquitio «m qqe já.inaisti , a aaber ^ gun aão foi 4laitft
12 TOL. m. 8EAB u
134
REVISTA UNIVERSAL LISBONENSE.
ensinar que provoquei esta discussão , mas só para il-
lustrar-me com a opinião dos roais. competentes , e a
todos em lacs matérias concedo vantagem sobre mim.
— A carta não me parece poder ter sido escripta por
nenhum dos distinctos facultativos que tractaram o Sr.
J^^ança , pois esses certament<í o fariam com superio-
dade. Yenhamos aosjDontos ccmtroéersos.
4s proposições do %. A. A, V. são asSe^intes:
4 / Nas lesões traumáticas , que exigem amputa^
ção , os melhores cirurgiões e escriptores hesitam , se
convirá amputar antes ou depois de teí-em passado os
aymptomas inflammatorios.
Á esta asserção (redigida deforma que não me pa-
rece de homem da arte) responderei que no século XIX
{e posteriormente a S'iarp^ PM He.) não houve ainda
vm só cscripior , bom ou mau, um só cirurgião, bom
ou mau , quo hesitasse um só momento. (Note-se bem
que o meu adversário fala de lesões traumáticas que exi-
gem amputarão)
» 2.^ a No caso do Sr, França nào é liqmde se ron-
' viria a geração, »
Não basla uma pedagógica sentença, contra racioei-
nios Yeacs. Os argumentos q«e desinvotvi na Restaura-
ção, e os que succinlamente expenderei abaixo, não me
purecc poderem ser refutados pela simples negação de
um facultativo anonymo. Provei eprovavei que a ope-
ração era prudente , inevitável , urgente.
3.* a A amputação não previne o tétano » antes mui-
tas vezes o determina, «
Nunea escrevi o contrario , nem de tal argumento
me quiz servir. Porém, visto que imprudentemente se
prestam até os mais vulneráveis flancos , direi que os
fastos da sciencia appresentam contra um tétano ori-
ginado de amputação, vinte tétanos nascidos das lesões ,
rm que não serealisuu a ablação de um membro. Se,
para elucidarão de um ponto scientifico importante,
<*sla questão tomar mais dosijivolvimento , • não duvi-
darei Iractar essa matéria , defendendo aquillo que se
me attribuc , que nunca disse, mas que digo agora ,
já' que o desejam.
4.* ff Jttvr em vista deprimir os cirurgiões assUten-
t es dó Sr, França, ^i
Esta é a desgraça na nossa terra. Nenhuma questão
pôde ser tractada sem que ás três linhas do escripto ap-
pareçam , em logardos plácidos argnmentos, as perso-
nalidades , as intenções. Não conheço os cavalheiros,
xpic traetaram o Sr. l^ratira; uão pus cm duvida oseu
saber, a sua exporiencia eo seu zelo; calculei todas
as minhas expressões , para que nenhuma fosse ferir
o mais sensitivo melindre. Rejeito portanto essa insi-
nuação , pois não tive em vista outra coisa senão dis-
cutir um caso de sciencia , bastantemente grave, vis-
to que aos meus olhos e aos de mais alguém, as opt-
niõee- dos cirurgiões assistentes podem transformar-se
-«m sejUenças de morte,
]S>n» as dimensões d*este jornal , nem ainda a im-
))«rtancía da carta, do etrur^o do AlemiejOy justiflca-
yiaoi uma longa dissertação medica ; porém fera mal
driíar de aj^resentar a questão em toda a sua luz , e
.«m linguagem ao alcance de to^os.
» . — A balia da espingarda destruía não só os ossos
do mctacarpo , mas os nervos , os vasos , os tendões
*e or ligamentos. Em taes circurnstanciaénão se espe-
ra a gangrena , e muito menos a formação de circulo
isíl|affimat«rio que a circumscrcvt ; amputasse. -«-
: li- .
Tudo o que for sair d'esta thése , é tergiversar «
sophismar.
Parecc-me que o Sr. ^1. i4. F. ignora» que hird^as
espqcies de gangrena ; uma produsída por causa ii^-
tema,. e outra nascida de lesão mecânica^ No primei':-
ro caso, a opinião assentada entre «s.eperadores, é qqe
se não deva amputar antes da formação do chama(Io
círculo inflam maíorio; nos^^gundo». a presc;:ipção, boje
unanime , é que por tal phcnómeno se não deve es-
perar.
Qualquer pessoa estranha á arte appreciará a rasiò
doesta grande differeuça. Nas gangrenas ciiponlanoas ,
internas, o cirurgião vè bem o ponto onde a moleslia
se manifesta por mais atrozes resuUados ; mas não lhe
é dado adivinhar até onde o gérmen de i^estruição se
tem precipitado : essas lesões em taes alturas viciam
de ordinano profundamente o sangue, que éfrequeor
temente correio de movte para outros pontos, diversos
dos em que os symptomas se denunciam.. Não seudo
pois possível a priori decidir até onde a roorlifícação
atacou os tecidos, fora imprudente operar; pois pôde
a gangrena manifestar-se consecutrvamenlc no côtoi
Consequências de similhanle imprudência foram cita-
das no meu primeiro artigo.
Mas nas lesões mecânicas , cu|a causa é bem co-
nhecida—cuja sede c perfeilamcnlc circumscrrpta —
quando a origem do mal é externa e aecidental —
quando o doente gosava de perfeita saúde c tinha sãos
todos os seus tecidos e humores. — qjuando sa vc o fór
CO da moleslia , canservado o qual cUa s« pude pro-
pagar aos pontos amda tllesos ; — a operação não ad-
mitte defongas. ^Para que Gm se espera o circulo na
gangrena espontânea? para saber onde sciimíla anoi^
tiflcação e nada mais. Ora na gangrena por causa ex-
terna essa limitação é perfeitamente conhecida ; por
consequência cada momento que se demore é um grau
de probabilidade que para- a cuFa se diminuc.
Mas, em relação a este caso, a sciencia ensina mais.
Desde que se verificou a destruição de todas aspartes
que alimcntj^iEi «s dedos „ e que porfiinto pela extinc-
ção do movimento vital , o prognostico da gangrena
d'esses dedos era de uma evidencia mathematica , a
ablação da mio imnediatamente cm um deier« A
sciencia diz-no& que a chaga produsida por uma balia
é desegnal ; que os vasos e nervos deslruidos não» po-
dem renascer ; que as extremidades que ficaram dos
vasos , perdidas nas carnes , não podem ser ligadas;
que os ossos estão desegualmente fraeturados e as es^
quirulas inlermeaóas com os tecidos; que oabalo qne
»e propagou até uma altura assaz considerável dispoz
todos os tecidos para uma inflammação de má natore-
la ; que a suppuração át tal chaga pode assumir ^'*
eilmente um character que não só arrisque a exi^
tencia do membro atacado, mas a do individuo etc.
A amputação tem por fim substituir a este estado de
coisas uma ferida simples , feita por instrumento cor^
tante (o que também é uma vantagem), eqti^ s^ ^^r
loca nas condições mai» favoráveis para uma cicatr»-
sação prompte e fácil.
Tudo isto é de primeira intuição ; porém como a
medicina ea cirurgia não são sciencias especulativas,
e importa que a experiência confirme as indi^cções da
theoria, cumpre examinar qual óa opinião dos aucto-
res modernos , fundada no raciocínio e na observação.
AJjraii^-se quantos se quiser, e achar-se*!»* ^•"'^
REVISTA UNIVERSAL LISBONENSE.
135
taniemente a doctrina que deixo expendida. £ porque
Dão desejo ser crido só pelas minhas palavras , aqui
transcreverei as dos homens , que a sciencia actual
respeita como os seus mais distinctos interpretes , e
das obras de européa reputação.
Larrey (mn. de Chir. MU. T. IH. pag. U2)
dii : (c A linha de demarcação entre as pantes mortas
e sãs só SC forma na gangrena espontajaea , determi-
nada por causa interna ; ou se ella se manifesta , o
que é raro, n'uroa gangrena produsida por causa vul-
perante, o seu andamento não é o mesmo, e fora mui
imprudente esperar; porque quasi sempre a gangre-
na traumática continua os seus progressos, a infecção
generaJisa-se e o doente succumbe. >»
Velpeiu (Nauv. Elém, de Meã, Opér., Tom. L pag»
S93^ « Espanta que haja quem , reconhecida a neces-
sidade da amputação , acconseihe delongas. Ainda
que a experiência o não houvesse proclamado , i a quem
SC faria accrcditar que uma ferida regular , simples «
anica, podesse ser mais perigosa que um tiro que es-
migalhou os ossos, e dilacerou as partes molles? ^ Po-
de a própria dór da operação contra pezar as de todos
9s dias, que padece o doente a quem se não amputou,
consequência do minímo movimento, dos«xames, dos
cortes , das incisões multiplicadas para extrair as
esqujrulas, moderar a inflammação ou abrir caminho
aos líquidos morbííicos? ^Quem se atreveria a dizer
que, n'essc estado, o enfermo se não acha mil vezes
mais exposto á phlebite , á resorpção purulenta , ao
tétano, que se uma ferida de amputação houvesse si-
do substituída ás lesões graves de que está affectado?
. O tfESMo ACCTOR , diz a pag. 290 , que nem mes-
mo os mais ardentes partidários de demora (comoFai^-
re entre os antigos) consentiam em procrastinar senão
nos casos em que havia alguma possibilidade de con-
servar o membro.
GooPBR (Dict. de Cir. Pr. T. L pag. 540; .«Quan-
do uroa lesâo externa houvesse , sem a amputação ,
de ser ineviiavelmenle seguida de gangrena , é evi-
dentemente útil praticar a operação logo; porque uma
simples incisão tem menos perigos que o sphacelo. »
Mais abaixo •> citando muitos factos que roboram a
opinião de Larrey , juncta ; « Nos casos de gangrena
de chaga, não se hesite em amputar logo, assim que se
reconhecer a necessidade. Não ha que recear que a
gangrena sohrevenha ao coto, oomo na espontânea que
não estivesse limitada , porque a gangrena traumáti-
ca , depois de se haver destnvolvido por uma cau-
ta local , só se propaga por absorpção e pela altera-
ção dos tecidos transmiuida pela continuidade dos vasos;
e com effeito a amputação, feita no sitio próprio, suspen-
de os seus progressos, e previne as suas consequências.
Mbhbe (Tr.desplaies des armes à f eu. Parte, 1799^
qne cscrevea para mostrar quanto desapprovava a prati-
ca da amputação cedo, nas feridas d'armas de fogo, ad-
mitte só um caso em que a operação seja conveniente,
isto ó, quando se manifesta a gangrena. Demonstra
que então a amputação deve ser feita logo á primeira
apparição da gangrena , para evitar que se propague
ao resto do membro*
Lawrehcb /"Jlfodico-cWr. íroiw. T. VI pag.iSiJát^
pois de recommendar, que se. espere pela linha de
demarcação , exclama que longe do seu pensamento
aeconselhar essa demora em qualquer caso de gan-
grena por -lesão externa.
Dicnon ?f AUB abrégè des sHenees médicales (amptUa-
tion , r. /. pag. 398^.* « Assim que se adquire a còn-
vicçao de qne a amputação é o único recurso que res-
ta , é rasoavel e prudente praiical-a immed latamente,
porque nada se ganharia em procrastinar. A iempori-
sacão traria comsigo novos progressos da moléstia,
enfraquecimento do sujeito , incertesa da cifra . e
muito maior numero de probabilidades desfavoráveis. »
Na mesma obra (gangrene T. V til pag. 127^ díz-se
que nos casos de gangrena succedendo a lesões phy-
sicas etc. é preciso amputar logo; ainda que gangre-
na não esteja limitada.
DlCTIONAIHE OE MÉDECINE ET DE CHIBUR6IE PEATI^mS, ,
(Gemgrène , T. IX pag. M) depois de ter estabeleci*
do o principio da linha divisória para a gangrena es-
pontânea, seniLetc. accrescenta: «Póde-se amputar
antes da gangrena estar limitada , quando resulta de
tiro ou de outro accidentc traumático, seguido de in-
flammação, mas limitado a porções circumscríptas dbs
membros.» Na mesma obra (Plaie, T.Xlllpag lf>5^
fallando das feridas que laceram carnes, aponovroses.
tendões , nervos , tecidos , músculos ou ossos , diz
que importa redusir logo a ferida ás condicções de
uma chaga simples , praticando a amputação \mme~
diaiamente depois do accidente e nas partes sãs mais
visinbas da ferida.
Dblpbch (PréeisElém des maK rppuí. chir.urg. tiitn,
l. pag. 107^ : « Quando a desorganisacão 6 completa
ou muito adiantada , é evidente a impossibilidade de
conservar as partes , e as que se lhe aproximam suc-
cumbírão também quando a inflammação sobrevier; o
trabalho será longo, os perigos grandes , e o resulta-
do incerto; a indicação - da amputação immediata é
aqui da maior evidencia , e dcmoral-a fora expor o:
enfermo aos riscos mais manifestos. »
BoYEB (Tr. des mal. ehir. tom. l. pag. 123^:c(Sen«
do o membro desorganisado pè, mão, etc. não se dei-
xa a separação á natureza. Entre os vários inoonv^
nientes notem-se os riscos que corre o doente com o
desinvolvimento dos acidentes inflammatorios , e mais
consequências; quando essas chegam, em vão se pro-
curaria combatel-as com sangrias copiosas, a dieta
mais severa , e outros meios aatiphlogisticos. »
DoHrTTRBN , na sua licção sobre gangrena sympto-
malica por causa d* arterites (Leçons Or. de Clin^Chir.
tom. IV. pag. 503^ reconhecendo a dilfierença depro-.
cedimento que deve haver nos vários casos , diz : «A*
esta pergunta ha uma resposta peremptória. No pri*-
meíro caso , (gerando logo era gangrenas por causa
externa , arrebatasse ao mesmo tempo a moléstia e a
sua causa ; no segundo, a causa rebelde e permanenr
te 8ubtrae-«e ao instrumento. »
RoGHfi BT Sanson fNow. El. d» PaHèu Meé. ChiTé
Um. III. pag. Wl ) «Ê só no caso em que a gangk^e^
na seja effeito de feridas graves que se deve operar
antes que a gangrena esteja limitada , tendo então a
precaução de amputar . a certa distancia da parte*
; Porque razão em taea casos não apparece nunca a
gangrena no cóio? iS^vi porque haja n^uma gaiigre-»
na uma infecção geral e não n'oatra? .Pôde ser »
etc. etc.»
Parece-me desnecessário accrescentar , como tio
fácil seria , este catalogo , que já receio seja dema-
siado longo. Bem se vô pois que os prnieipíos incon-
cussos da s«ieoeia são diamstraimente 0|kpo84Q9 «os
12 *
136
REVISTA UNIVERSAL LISBOTVEIVSE.
qiio éslabcíot'e o Sr. A. A. K, , o que, em côntradic-
cão cdm a sufi «-ísscrrao , está provado :
' 1.* Que nas lesões traumáticas, que exigem a am-
putação , nao pôde haver hositarào sobre a ópocba
cm que dote realÍ5ar-«e,
2." Que nas lesões profundas por causa mechani-
Gâ não dev0 esperar-se pela formação da linha divi-
sória.
3." Que o tétano é um dos ierriveis accidentes
cuja probabilidade sediminuc com a ablação da parte.
- 4.® Que o caso do Sr. França , tal como lemchc*
gado ao conhecimento do publico por ora , se acha
compreendido nas, regras da sciencia.
É quanto se me oifcrece a dizer agora, anão duvi-
darei voUar á matéria se a ^ir tractada eom serie-
dade, ^w medico^
30 de octubro de 18i3.
7 de Novembro de 1843 — . P. S. — Acaba de
me ser entregue uma carta dirigida sobre este as-
sumpto á Restauração polo Sr. Nicolau Toieniino de
Carvalho e Villa ; carta escripta com summa intclli-
gencia , delicadeza e saber. E' n' este processo peran-
te a opinião o único documento de incontestável im-
portância . e chamamos a attenção dos competentes
para esse cscripto que appareceráno n.*429 d'aqnel-
la Folha. Sé porom S. S.* assentar que as suas pon-
derosas reflexões não estão avaliadas» no artigo que
precede , dignando-se communicar-noUo , daremos
maior desinvolvimento aos pontos que mencionar , e
dar^lhe-hemos outra occasião , preciosa para nós e
talvez para a sciencia , de esclarecer-nos,
xaBs^uvsrçAB ni tirucmi jl tmsl ojúblbva-
GBNS BB TAVOa.
2â79 Nò artigo 1850 dissemos , ha agora quatro
mezes , que um serralheiro sueco inventara carrua-
gens de vapor , que se levavam por estradas ordiná-
rias e sem carris de ferro , subindo e descendo , e
smdando uma milha allemã entre trinta o cinco e qua-
renta minutos ; carruagens , que já trabalhavam na
carreira de €openhagen para Ko/nen ; é recommendá-
mos aquelle bom acbadôaos nossos especuladores. Em
tal partiau lar propriamente nada se nos depara de
novo para corroborarmos os fundamentos da attendivel
aupplica; mas em jornaes de Londres achamos agora oa«^
trás diversas facilitações a este celérrimo systema de
Yiajar» as qnaes importa que não deixemos no escuro.
Se as proveitosas novidades se não adoptarem, nun-
M «erá por falta de denuncias , requerimentos e ins-*
tirnoiag da sossa parte.
Tem para si um ingenheiro inglês, qne inventoQ
IDodo de fa2cr andar ás carruagens de vapor pelos
caminhos ordinários ; e ji em Londres estão para for-
mar uma companhia para pórasuaidéa em execução»
esoUicitam a prévia a nctorisação e privilegio. Por um.
dos lados das estradas reees , que ficará defeso ao
publico, íar-»o-faa um carril de madeira , por ondo
rodeiR as novas earruagens : ã circumferencia das
sodas será. foVrsidft também de madeira , com o que
o estrago mutuo será menor; e o QQovimcnto mui-
to mais suave qa& noa caminhos de ferro. O cus-
%o d' estas estraéas de madeiíra es|á calculado em
obra de cinco contos de réis para caiéa milha. Ora
«omo ^asspi os caminhos e as carrnag<ms sio muito
menos dispendiosos , uma companhia , para tal fím ,
metterá muito menos cabedal do que as dos caminhos
de ferro: condusirá os viajantes por um terço do an-
tigo custo; e fiará proporcionalmente maiores inte-
resses.
OOMFJlVBIA PROTBOTORA BA nTOUSTBZA
▼XVIOOIA BA XXTREMABITRA.
2280 Falla-se por toda a parle da crise , parqne
actnalmente está passando o mercado dos vinhos cm
todas as praças : atlribue-se este accidcnte commcr-
cial, e económico abaixa do preço d*e$te género agrí-
cola; e d'abi se tira o théma para estirados artigos,
nos quaes se quer demonstrar , que 6 forçoso que os
braços, c os capitães empregados n^esle ramo lãopro-
Qouo , se appliquem para outro flm , c se lhe dè uma
nova direcção ; pela nossa parte lamentamos umas vc«
zes a cegueira doestes apóstolos graciosos , e outras ,
anojam-nos sua má fé , e sen egoísmo. A crise com-
mercíal da venda dos vinhos em muitos mercados é
uma consequência da variação industrial agrícola de
alguns povos ; c o resultado da volubilidade da moe-
da n' outros ; mas não é , como se quer fazer accrçdi-
tar , eíleito da disproporção entre colheita e consumo,
o quo só poderia constituir a verdadeira crise.
Se attendermos desapaixonadamente á generalisa^.
ção do consumo do vinho , se consultarmos as slatis-.
ticas do seu consumo nos diversos povos , se refle-
ctirmos nos mercados novos que se teem aber-
to a este género em diversas partes do mundo ,
a se flnalmente buscarmos, em vão, esses vastos ar-
mazéns de retém , onde deve estar accumulado o vi-
nho supérfluo ; nós nos desenganaremos que effcetiva-
mente tal crise real , e verdadeira se não dá.
Esta crise , em que se teem querido que todos ac«
creditem , mais é resultado de uma strategia de pra-
ça , que cummciado de convicção dos agricultores.
Expliquemo-nos : — O negociante costumado no seu
giro honroso , e honesto a tirar uns tantos por cento
de redito de &ens capitães , e industria , não ^ccre^
dita n'um ramo commercial, qnen*uma dada unidade
de tempo lhe não produza o mesmo juro ; se porven-
tura o negocio do vinho lhe não grangear mais de um
ou dois por cento , emquanto outro qualquer negocio
lhe produzir com os mesmos riscos » e no mesmo tem-^
po quatro , ou cinco , o negociante diz , e diz bem ,
que o negocio do vinho é prejudicial. Mos o lavrador,
principalmente entre nós, que fica muito satisftilo
quando o producto do seu suor , e das suas fadiga»
lhe renda dois a três por cento do capital emprega-
do , chama redito ímmenso , e extraordinário ao qu«
o negociante apenas denominava perda relativa. Eis-
aqui como a agiotagem crcando réditos incommensu-
raveis no giro dos papeis d acredito, desvirtua ocoro-
mercio, e assassma a agricultora. ; E ai do paiz cm
cujas entranhas se inocula tão horroroso cancro l
A companhia protectora dos vinhos da Extremado-
ra , ligando com nm laço hisohiveU o do interesse, a
campo , e a praça , o suor do lavrador , e a especu-
lação do negociante , fará abortar esse pensamento ,
eminentemente prejiidicial,, dos smnmos lucros , auxi-
liar-se«hão mutuamente . desapparecerá em parte esse
pânico áh crisci, e volverá qs capitães, (e esta é a ra-
zão das raades) » á.sua natural , e económica appnca-
ção , que c o máximo f<{meHto dos nossos prodvcw»
RBTISTA UNIVERSAL LISBONENSE.
137
Hnicdlas^o ind«0irUeft^: «em oqnè o cancro agiotíco
MM d«?«rará dentro de mui- poaea tempo.
.Oa nosaot TmliM, memo os da Bsiremadura , não
teem qae tiamtr «aae- pânico da^cWss not mercados
do estrangeiro ; n que nio iem havido aié aqui , e o
qne intandemos qne. oâo continuará a baver d'aqoi
por 4ianle ,. eaqnanto se nio crear a eompanhiá , é
quem intenda qne é aJisolnta mente ne^Msario que os
nossos gcnf roa appareçam n* esses mercados» puros> e
genuínos , sem confeiçio nem mistura, amas veies fi-
Ihn do r^mcriio ignorante . .e outras da fraude com*
merckl. -^Onde nppatecer o nossoi vinho átCareavelr
/ofi^iaro , o nosso ,vinbo 4« HucêUoã genuíno qnevi*
nhn poderá compeUr ftomeUcsno seu género especial T
Ooredilo d*estns vinhos. tew^se perdido., porque inf»*
liunoiíie » elle nnnca chega ao seu destino puro , e
generoso, como sáo do» tonel do Uvfader ; senão ver
jârool-o. Um dos nossos actuaes embaixadores juncto»
d' uma das poDencins* do nocie, noton que nos jaota*
res , A'€t9£ nsaisMa, se. não viam vinhos portugttos«s<y
nitranhon a fnlta , não. se pôde conter p o buscou ia
rnM^d'esta Ial,a4i4ade; respondeui^e^heque. em Por-
ifigai já não havia, vinhos capasea, que se haviam per*
(Udo nossas. beUaa plantas ; ou mudada «eu processo
de fabrico. Galou-se o diplomata , e quiz antes des*
n^nniir ii^ errónea crença coos ^clos , do que com
rnzões que poderiam aer interpretadas « como expreo-
são de sentimentos do nacionalidade* Communicou is-
to para Lisboa ; e dentro em bons caixotes se enviou
ao representante de Portugal um bom par de^ raaões
jpstiflcativas da nossa industria agrícola engarrafada^
e Incradas: chegaram a porto.de salvamento tão coo*
vincentes provas , destribnin-as convenientemente, o
nosso enviado , todos os intendedores mudaram d*opi-
niã^, e a importação de vinhos portugneses. n'essa na-
ção viiriou um pouco para mais no seguinte anno. Hon*
ra por iate ao Sr. Barão de Rendullè.
. Jiá se vè, por consequência que se não exijite ser
não uma variação dos>!i^ndedores do .vinho , e n'alr
guinas localidiidoi uma mudança de gosto peh»: nos-
4a« vinhos ^ sendo esta compensada, peia abertura dts
noves mercados , e a críae geral ,,t verdadeira não se
Ú9md» ; o que é absolutamente indispensável é abrir
o mercedo no estrai^eiro .aos nossos vinhos da Extre*
■ladnm nt mnior escala possível : ^e poderá por. v«n-
tnra cosnegvir este fim outra qualquer, associação,
qjae não fdrtão rica, tão ferie • e tão bem dotada co-
inn n nossa p*ofec(ada.companh«ar protectora do com-
morcio e i^ricnliura dos vinhos > da Extrem^dura?
AccreyliUmes que nãQ.
. A primníra condicçio essencial para se abrir uni tal
meircMo á/O enM^te, qine ha-de haver d'uma spmma
immensa. de- pipas de vinho^ não s6 para o benfificiar»
como.pac^.^oec^rrar.deproinptp a qualquer cncommen-
dn que .'se faça de qualquer ponto. ;B accreditacá
alguém, que Jtôiha a menor^idéa prática de tal nego-
cio qucfétisio otijentopara ser epipreendido por quais-
quer empina, fnrticttipri ainda, que suíDcientemente
dioinda»:^ ahftsteoiái ? '4e modo nenhum. Esta expoiy
taqão. Ievii4n a um tal. pé.» .qoo possa beneficiar decí*
sivamenle. a nossa agriíQíuHttra » só a páde desempenhar
iu%n peispenhia ,, como a. projtciada..
Mas o fim principal, e talves mais ntil a, este ra-
mo da industria agrícola , )qne ha-4e trazer comsiflp a
eceação da compnnhiUp é o sngniento da e;iporloçie«
tÊBoeessario para nos conToncermos d*eita verdade
olhar as coisas como etlas são praticamente. BepMs
que na épocha da separação do Brazil , por incúria
ou negligencia deixámos de nos ligar com aquello vas-
to império por meio de tractados , que beneficiassem
alU os nossos produotos agrícolas ; nós irimos que 41-
cando apenas equiparadas ás outras nações , se fecha-
va para nós o maior mercado dos vinhos da Bxl^ema-
dura , por isso que não nos era possível concorrer em
praça com os vinhos d^outros estados » mormente com
os da Catalunha ; e d'este modo « e pela mesma pi-
são se fecharam para nós os portos do Baltieo.
£ sabido que as províncias da Hispanha, quc olham
para o Mediterrâneo pódetn pór a bordo um casco de
vinho» talves por menos vinte por cento do que nés;
c isto em razão df barateia do costeio das vinhas
:n*aquellas Províncias; já se vé por esta difierença de
custo 9 que concorrendo o nosso- vinho com o da na-
ção vístnha em qualquer porto, oinde não gosensos
de favor algum , tião podemos de certo competir ' em
preço coro esse vinho, cujo custo é menos 20 por
cento do que o do nosso.
Para acharmos pois compradores ahi para o vinho
da Estremadura é necessário qaededuas coisas acon-
teça uma , ou que olle pela sua qualidade se torno
muito superior a esses vinhos com que vae concorrer ;
e isso , apesar da bondade especiftca dos nossos Vi-
nhos • depende sempre da moda« o do paladar do
consumidor , ou então que nós possamos lá apresciVf
tar o nosso vinho pelo mesmo preço dos outros , com
que vae concorrer. '
Este segundo meio é o que vae apparecer logo que
se crie a companhia ; por quanto cila applicará (for-
çosamente) parte dos lucros , que possa obter do ex-
clusivo de Lisboa para cobrir esse prejuízo , que nos
primeiros annos lhe ha-de acarretar o coinmercio e«»
tvaijgèíro. Nóodttoemos, qH% fàrçosãnumíe ièto iiavia
de acontecer , por uma raxãtf mui simples , e que joi^
.tiilca a harmonia, ebclleza do projecto; e vem a ser
que como a companhia é obrigada a comprar todo o
vinho que se lho offerccer da Extremadqra • e dentro
de Lisboa só pôde consumir 30:000. pipao, pouco mais
ou menos « é' forçoso que ella exporte o resto, sob
pena de ter de q derramar pelç JÍjo.
Nós voltaremos ao assumpto , que é altamente ho^
portanto. * *
JLBSOÇZAÇdsS AO&XCO&A8.
(Continuado de pag. llO)
Objeútos que primeiro $e deve ter em vista prommfer,
S281 1.* Os meios de erilar o immenM contrabando de
cereaei, ecaraei, qae vconttnoadiente se está hmendo pelas
rasas ^ rçino viaialio o qwa. aniquila a. noMa agricultara.
S.* A maior exportjiçáo de oysiai chacinas, vinho, fru^
ctaa , e emfim de quantos produotos agrícolas n«t aobçja^.
3.^ A melhoria na salga de toda a qualidade de carnes dç
maneira, qne podendo Conserrar^ic por multo tempo e em
viagens f tomem desnecettario a importa^ e eonftmnonopalk
das estraii|relras. . .
4.* a. íebrli^ e nelhpr «alga do ssantaiga necessária fàra
o consumo da tsrnu
5.°. A maior cultura do arros principalmente de sequeiro.
6.^ O concerto de caminhos edb estradas, alem d*a^uetlas,
que já se acham- marcadas na Icl ultima , e a abertura de no-
vas, Wm como de pentes é eanaes, é eom malta ctfpéeiafída-
de o encanaaiento do Te|o ^ pár meio de pkolafOcs da arvo-
ses ifsa was nuvens. . t. .^ «>'.
t38
BBYlSTii UniVBIlSAL' LISBt>?í«IfSBl
:7\^' A flittor cuRura da aniend^eirA mahir , ^««Uo ntmdA
prife^ ^n -uffereciilo na mercado. Cfiraogeiro.
8,f, A meJhor caiwervaçHO díis mattas e florestas exijitcnlcs,
bem c>7nio a creacllo e planlio do outras novas, puis que^Jém
do c^ranJc lucro , que dfto, concorreui tatilo para tornar |)ro-
(flicliiiM <n xntíh áridos terrcncMi.
- 9«*' A ereuçílo de g^idot <fte toda a ospccie, e aparamento
das.rs^aa; da lanígera por es. para qvr teatiaiaoi libi, ^Cuno
as.d« Hiafaoha; da CAvallar, '|>ara que tc{)luiino« bonaçaya!-
iii9 ^ quacs »e nào encontraoi Jú em Poflus^al ; a turioii , cujo
leite e tAo necessário para a manteiga, que estamos compran-
do'aos estrangeiros.
" • 10* O emprego , ootti preferencia 'á eètrang^elra da nossa
madeira iteic^Bstrac^ílOf coíbo o easUkb», « dioapo , e o pi^
9I10 na^ ediiicaqfto 4r pr^dÀ^f iirbcjiçi-^i-o «>l>ro , cr ajtioliQ, e
Oi)Cii^v#Uio , e o mosino pinho ^9Â çons^rno^des navass.
If. /* A e>ftia(^;ào de toda a ^asla de aoimaç< dAmniji|»c^,
e prejudiciaes aos srudws e Javoira.
It.^ rtant/Kj^Xo^do amoreiras, e creáç5o"dos bichos de sç-
êã , qúederefA lef grande A>ntc da riqu«xa.
' in.^» M ealtUTà da hataAratoa para d*tlla «e-eitair o ástu-
cari)- quo noa .«lista somnia» l2o avaltndaf.
{, ^4.** A usuliura dq «irra^teirp , que nos áè o ateile ne^
cessarão para íu9C| para evitarmos comprar o die peixe cstran.-
^cifo— ^pedenda até servir |)cla sua al>uudancia (tsto fácil de
se .alpan<;ar em Portugal) para com elle , e por mui^o baixa
^e<jo'ié illuminaretp todas às povoações do reino.
' ^d." O melhor aproreitanidifto na cdnttrucçK* 4t noveif
^ eat« 4as nadaiiM ^ qae teaoa de nMita duna ^ e bo«s para*
• «CMIo.
.16,* A melhor çultnra, trac^mellto« e ploolação. de
oliraes.
* 17.* A formação de uma' caixa de recurso para acudir ao
Mrmdor em um ou maíi annós desgraçados ; bencncio de qne
tá pbdef4 |okar «queile qils fdr tooki-d^esla «Ittôctaçjlo; e ifa
forma que for determinada pelos respectitiM «stahitot.
. IM.^ O ftieaiiçar do -gorerao (iis4c |ogo a cpoqes^o de |im
terreno onde possa faxcr aa líuaa expericacia* agrícola».» .e
mostrar palpaTcímente os seus resultados aos lavradores ; sen-
do èstc o maio lAais Mcil de conhecerem as sdas vantagens , e
è fúa» ^irto para fte poderem convencer d*eilas, e pol-as em
fmtiisâ. ,.'..'
: J9.P A rotocaaSo de tm cdifick jmtífk.m- c4o cvtahelecK
9^B^o« lyrM c lie 4aiiian^O(Coi^oiH4pite, omforal f^Hatoqui^ U^T
aece^rjbo 4s-^ciedade^,.e-^o mesmo tempo |«ira «c ;^ardai;^
n'ellé tpdos os modelos dê máchípas, qMe melhor façam a bém
íiã agricultura, a^ fim 'de que trabalhando, c pòrlenJoscf (j^ii-
Aiinadafc jfifdos lavradores se òonKi^çam ás -Vantagens,' ir retul-
Moi,-qQO offore^ctt. '' } . ^
< .- '1-. • ^ iÂ^rpi d§'SiN$gumra.
VARlEDADIsS.
çqmmemoiíaçóes.
j8. KA;airiwHo*
. 11 DS «oTBiimo^ ,
|Pori|He é S» Martinho «| padrMtro da be^
bedioe? ^ Em que moreeeu ou desiiíereceii^ , p*ra:<H
«ãr nH yézes de Bacehò entre gente chrisif?' Procu-
T^moUo p:ara podermos d|zcr , que tínhamos ^ainbcm
MÓS desenterrado um.! ori^gcm como Çatão^ Mas saíu^-
nos iMldo a endpenho.
S. Martinho, que íloreceu em lettraa>, .wtudes,
•^ílàgmr , peM ' tenipas -do léip«rad«r Constantino
Magno, — e cajá vida nos ficou esc^ipta por séttdis*
cipulo Sulpicio ^etéro ; nem quando soldado , qae a
principio foi ciinlrà Tontade ,. se toldou jamais com o
i[íoho; e depois de celigíoi^o e bispodeToursnaPrau*
-^^ €n ••]iipttt..^x€íBfil«r àe tohriedade «penitencia:
V seu JMoqiiete era orar no èraio: «i^#iiaa4MUSr tm-
meninas e descantes -^ acendír aos |iobres',.e^md^
lir os templos da genliltdade qvto maia e aaelHoreat
sombrawdaYam a'd$sM e«iafts* ^ PoMfiis 'liig« malíth
da a svperioíc il'esto panrpiimiio ^aízi>«9U did^, ipar-
posse imineinorial , se delala> o 'desfas fado em ban-
quetei- nas cidades ? i em raurgnstés naa .<ethift c vie(-
tas, das ahièas?^;em sandes e tróvaa de beberronía?
^ em sermões de ehnhit ^em ladainhas de chanças?
^'cio destompèros de bando rns e baitactosf
A estas perguntas só eow mitras perguntas se p^
de respmtder. i, E [Marque « S« J^mm o invocívé» na mais
atcgre e namorada noite' do aima'? i £H[iaS(|ft>e ^<8ane^
to Antónia o bemquisto demeços^adoiiMlIaa?- {.BpoK
que é ^. Gonçalo o <!aaaaMÍit«iiPO» das MMias » e oAsU
rido ' visitador das faiwtas ? -^ Nenboiti <l6s trás <bi ige-
m>s solitário, sisudo^, e penitente» que S^ Franctsos,
S. BrunorOUi^. Jeremno, de qheaafolgwio nenhee^
játnais fc« conta.
Como quer qièe seja os «oiiVite» e br^dies de S.
Mortinho lá nascdr«in"em França * ^ottee tapeis de^
suamorte,- e <de lá sé dcrranMinim ao» % s^ etitt»'
relígieso , nio s6 por todo o oecidenle , «nas tarohewi
peia Greda , e dmIs egreja omtttal , não olialantcií aS'
esquivanças que sempro' lá toparani oesanctos etA i&a^
ximes dò romano calettd^irio. - '\ . '
Entraria pois em IMttfgal-o QSo^da fiança d* 8.
Martinho^ logo nos primeiros dias d» melliiíl^éfaia , se
já ankni não era vindo t tra>l^-o4iiam » primeira eófte
fíranceza e os aventureiros , scnhercs » e biispos que
pot essas eras para cise trasladaram com tantau oo^
Ims coisas de seus eesl«mes, de seus trajes e de sèa
Hngaa. O que é <ierto é , qve de S. Martinh» se de*
nontiffam mnltas terras «atuiqntssimas e má^- peeeas'
egrejas , cnja dala até das memerias se api^gou.
A prefanidade da festa de S. MartmKo chegen-
qiiBSl a -ser proranaçao cm muitais partes d«i chrrstaii*
dade : tal era o dèsconeèirto c devassidão, gne n'eilas-
corria , ^que o pape Urbano 'Vfil v para Jhes itraf o
ase^ tcffitou aupprltnir totalmente' eeta^eolemttidlHi» per*
nmáf bwfla*, que porém não ohegou a elTeile: Ne Mil^
nado de D. Dinia, qvMido lantes> restes' se abeliranT
dos costumes pagios,- que para ahi tinham tcade e
nav^fdecfde dos romanos, oemo^ as janeiras e as itfaHé*
de poctice e sandosissima meBoria ; len^u» tamhem
este um grande corte. A fesla do imperador, 'Hepre-^
sentado por um menino^ ^«le ainda hoje em dia sete
pela páschoa do Espirito Sando em muitos legares ée*
reino «^tem-se que asotredatira piedesaeaeiíle Saneia
Isabel , para com* eUa supprl^ ae po¥« , 4fde nio di^
mitte facilmente heranças taes, a otttr« de largeí^
aimoS' costumada , sob o titule <dks fesse áéi kupo imu^
eeiUé , o qual postoque ínnomiftadi^ nlo deTfci..ser e»*
tiH> senão 8; Martinho á quem eisse eogosoiiHito seafH*
plicaya. O cachopinho , que flg«r»ra ée biepe , Ic*'
vava mitra e bagot lançava boaçlea e na otia pessoa*
^a escanleavam com as qhaeátaa e tr«ffnie«adas<he»
berv6es da soa cdrte , usos^do catlMdioisilie e o eha««
racter episcopal : ratio pela qttaia pieilaifi^inha
quis antes que fosse a magestadé doa eoiais ferreattHM
aapupada; transformando^ a iiar^tf em* eoiféa, e^e*'biS|MK
em imperador. De então paníMBá e festa profiiéa deS.
Martinho ficou reduaide áttiadicçio.do 'Mmmt, '00*
mer e bailar.
Em poo<aFS partes ha já oqne ohamam-artnnandad^
dojooetiK GampôeHWjil4a4âa iiéiMei*'eMhiati<k#d#
REVISTA CíNIYEilSAL USBONBTISEk
139
terra , tendo por maMhl o m^h chapado de toddà
elles. A H«içi« éas dignidades, falsei 6 jutias, moff-
dómof « rtórdtafas' f»Mm-ii'a alguns dias ont<;». ffa
véspera reunem-se para cear» sendo o escote dividido
a pago por drab^ , e celebrando-se a meza de ordi-
ifario' n'Diiia ade^a enramada de loiro ou pinho. No
diá scgttinte , jainlam do mesmo modo junctos , pr^
gando o mai^dtscroto ou o mais avinhado -o sermão
de galhofa aeeommodado ás cii^eiimstahcias , dentro
de vma pipa que serve do ptilpHo, e rematando a so*
lomnidade éoál a ladtfinha de todos Os bêbados cm
veráor de pê Quebrado.
Eis-aquifudo Quanto d'eslaanligoalha podemos ave^
rignsír. Algik«m Hil fuUiro noi agradotorá talvez oha-
vâmol-^^ eseriptb.
rtAítíÊÈê WA MimiA
• -r i(ODallia«iada de pag. 44.)
. . IV.
nS3 ' Eu darei teMipre o pviaaeíro Idgar á modes*
tia entre todas -as biMas quaiid*dcf. -^^ Ainda sobre a
HMioeencía?^— Ainda sim. A innoeencia basta uma
falta para a perder; da modéstia só cutpas graves,
fló crimes verdadetros p6dem privar. Um âccidente ,
um acaso podem destruir aqviella , a esta é6 nm& ac-^
oio própria* e determinada* e voluntária.
Bèm me lembram aíAda os dbí» versos do porta
Bémàdes que sio 4<»rte argumento de aucloridade con^
tra a minha theoria : cuidei que tinha mab infeliz me^
moria; Hei-de pdl^os aqui para qoe não falte a esta
grande otMrá das minhas viagens omeritò da erudição,
e lhe nio chamem hvrinho da moda : estou resolvido
a fàier a minha rteputaçlo com este livro.
A(V wç Tt xaXX» XV 9^rnç iioKèÇf
Da betleia e TÍrtiide é a cidad«lUi-
A iaooceiici« pnoeiro-^a dcpoii flU.
Mas a auctoridade responde^e comf tnctorrdàdè e
á texto «um Imrtd. E«u traig^^-aqtti na algibeira dliieu
Aihfifaoii-»-^iim dos potttfòs Hvros que nio latfo nun-
^a -^ e atiro com o phikMopho inglez èo pbílosopho
grego o Ao» tHoMptente : porque Addisson não põe
nad* «etnia da modoitia ; e AddíSfoli , apezar da a um
casaca de pemeiros» é muito maior philosopho do
qoe fói BêMtãéê cora a ' soa túnica' c o seu palio. *
Oérodíto éftflsanrel leitor escapará d<^esiá' vez amais
oita^ta'7- compre mã Spectaier, <faè é livro sem que
te nio páie estar» e veJafNMsto. -
£o gMos bem se vé , de ir ao«eneoBtro^das objoc-*
ç9ea que líbe podem lazer ; lembro-as eii mesmo para
que depbit ine òiodigom: — «Ah/ ab! vinha a ver
se pegiif* t »-*-^]fio senhtor » não é o mea género eê$e.
Pranctftaieiitè pois eis^ahi o que poderio dher :
•^«AdáiMoli ^foí secretario d'estado, e entSo....»
-^ ; fiiflift o^toè t i ffie concebem om secretario d *esla-<
de fAiihisopho, om ministro poeta, escriptor elegante ,
•heie de gili^ ede talento ? Nãe^bcm vego qoe não r teèm
este Méo ixa ^'qne om mtnistrb d''estado faa-de ser
por fM^a oo «m caixeiro malcreado e petulante qoe
gftobouqoatro vinténs a agiotar» oo om bacbarchiito
4e roqoiem arvoredo em homem doestado pelos vene-
vaiais das %c«ir, oo omgenenrt a quem nio dhegam
os ferrugens e gratificações ordinárias e extraordí^Mh*
oiw.... M«SfSSO^iio»iNttte» «ditoMos-aà qòe j<
6 lodiiferente panT a coisa pubHca , em qoe povo oem
prfei^ipe Ih^s nao imp<»rtam Jã em que mãosseiíotre-'
gam V a qoé cabeças se confiara. Em Inglaterra não
é assim , nem era assim no tempo de Addissen» Fos-
sem lá á rainha* Anna qiie deiíassc entrar no séu ga-
binete'quatro ealçars de coiro sem creaj^ao non ins-
trucção , c não mais se não só porque este sábio jo*
gêt nos fundos , aqoelle tinha' boas tretas porá o càr^
ta$nng de umas éleiçõe» , o outro era Sgura impor-
tante né Fr$etiut»êw%ê^hali t
Já se VÃ que em nada d'ísto ha a mínima allusão
ao fêHx sysíemá guê m$ rege : estou fallando Ue m<^
destiá , e nós vivemos em Portugal.
A modéstia com tudo quando é excessiva e se apro-
xima do acanhamento, do>que no mondo sechamà— «
falta de uso — pode ser, n*um homem, quasi defci-^
to, talvez defeito inteiro. Na mullur è sempre virtu-
de : realce de bl»lléca á» formosas , disfarce de feal-
dade ás qOe o não são.
For taiim , não conheço objecte mais lindo em todo
a natureza, mais feiticeiro , mais capaz de arrebatar
o.espirito é inflammar o coração* do que é uma joven
dontclk quando a modéstia Ibe ht subir o rubor ás'
faces , e o pejo lhe eartega brandamente nas pálpe-
bras .... Pouco kime qoe lenha nos olhos , pooco re-*
golar que seja o semfotaote , nenos airosa que seja a
figura-,- parecer-vos4i0n'esso momento um anjo. Eao-»
joé a virgem modesta ^ qoe traz no roslo debuiíad(^
sempre om céo de virtodcs — De alguma belle-^
za' sei eu èujos ollios túr da iwUe oo éeêuphyra (dia^
let. poeê.' ffet.) , oitjae foces de Mtt e tetas , dentee
de perokêê , tiA\tíí de nror/Sm/ tranças de oír^ oo de*
Vòatio , (a allusão é sortida , ha onde escolher) davafoi
làiig* niÉlfèrio'áf't)ott8 'grosas de sonetos-^ no antigo
reginMb dos sonetos , e hoje inspirariam myriadas de
caiíçdcs descabellodas e vaporosas, eboradas no har*'
po ote gemidas no alahude. (Com^taoto qfoe não srjá*
lyra ,'qoe é clasaico , todo o instromento , mciosrMM'
mente a baodorra , é egoal diante át lei romântica)!
— Orè pois, mas a tal bélleza , por cerle ar alii->
moda ,• certo não sei qoé de atrevido nes olhos , de
deslavado oa cara , e de descomposto nos ademao^cs jr
pórie lodo a graça * e - qoasi a própria fonuosulta 4e
qoe a dotara -a natoreaa . . . . . .
Vède-me aquellea lábios de carmim. 4 Ha maio Ho-'
rido que tão lindo' botão de rosa ftppresente 00 alvore^
cer do mAdrogodo^ .,'... Ifaa olhae agora ' como o t^
soda malieia Ih^^o desfolho tão feiomantc a*oma deo^
concertado risada.
Desvaneceú^se O prestigio.
Ifão bavta moço nem velho , homein do mundo e«i>
soblo de gabinete qooiíio dósse toeiade d^s seus pr«K
Ette§, âóê seo» livros, da soa vido por opi só beijo
d^^aqoella bocco. . .. . Agora talvez nem repetidos osao^
et$ lhe íliçam Obter om namorante de profíssio e elll^
cio. ..£ha-4epogal-oadlaoiodor leporqoepre^of . . .
l'Mê9 o qoe terá todo isto com o jomado dk Az(M»-^
boja ao Cértoxof A móis intima e verdadeira Yrlação»
qoe é possível. 'È qoe a pensar oo a sonhar n^estao
coisas Ali eu todo o caminho» até me ocbar no meso'
do pínhã! db Aeamboja.
Abt pofámoo, e occordei eo«^
SoaiftosKilo oeslii^4ljcroc$d«s, o ffCo
140
REVISTA UNIVERSAL JLISBONEIN^L
<3i»i4ado. ^Que lhe hei-de 4Mi fa^er ? Andando, faílanéo,
csdsrevciklo , sqnho c aado , sonho e ftUo » sonho e.es*
crovo» Francamente me confesso de somnambi|lo« de
Mamiloquo , de Não , fica melhor oo«i seu ar de
^re^Q ; (tenho hpj^ a bossa hellénicat D'«ia esiadp 4e
tuiacscencia pasmosal) digamos somiúlogo, somni*-
grapho» . i
- A minha opinião sincera e éswêeietusyma é que o
leitor deve salUr estas Colhas , e passar ao ci^pitulo
seguinte , que é outra casta de caf^itulo* À* G,
, O lURXTO ABLTXftTXGO 9 A Sl^t AOSftX.
2284 No artigo 2247 demos uma suceinta noticiai
biographka da sr." Roui, e.n'este, conforme as(|ue
promeltemos» vamos avaliar as S4iafl qualidades artís-
ticas.
. Um actor-lyrico perfeito nunca o houve po miuido ,
nem talves existirá jamais* Seja ou não o drama-nlyrí-
co oriundo da tragcdía-grega , .iò^se ou não çonhe*
ci^o na Itália desde 1475 , é certo » que desd^ 5^a-
della até aos mais famigerados actores-lyricos dos nos-
sos dias, nenhum ha qoe escapasse am reparos da
critica (faUâroos da sensata). Temosilebai iodos. olhos
judiciossts reflexões sobre os mais celebres cantores «
que hoje existem: Rubim, Dupres ^ Grisi^ Damoreuu ,
Laòlacf^. julgados como óptimos no sentir eomnHiiii»
não sâo pelos criticos reputados «omp laes. Mas nós
a quem para crilica tiío apurada falta licção , expe-
riência e g^sto , nenhuma dúvida temos em deelarar,
que sejam quae^ forem os defeitos 4a Sr.* Ao^fí, qii«
ilidispensavelmente os ha-de ter , habitvíies^ não lh'os
havemos conhecido ^lé hoje. li* este presuppstO: vamos
satisfazer a nossa promessa.
. « Madame ito^at , dizia ha trea oanoa. um jornal
franeea (a Ga%eia muncal) é a herdeira presumptiva
das c^Dtoras 4a gtnfo , cujo sceptro empunhado pelas
Cdíalani,. Pasta e íMibran, foi por ellaf deposjudo
D«a todos dA diva Grm.i^ — A /citação d'este pcMiueno
periodo poupa-nos muitas palavras ; em poucas disso
oéscriptor francês mui elegantemente» o. que én.Sr.'
M^sH , qual o seu metbodo de canto , e o futuro que
a espera.
.A l)ella figura da Sr/ Jtosn, « a sua phisionomt»
esthetica mente expressiva» são ji. per si qualidiH
dei miH recom meada vcis* para um actor-lyjrico.. Os
seus gestos , modelados pela esch^la franceza , . são;,
em geral, trágicos, nobres,, e cheios d^expressão,
d#ndo sempre ao. seu.ro^to movimiçntos apropriados ao
affecto ou paixão, de que deve estar possgida a alma
da personagem , que nos representa. Quando ha in-
teUigencia nunca ha exageração no modo d'oxpniiiir
as grandes paixões, que são ji por si mesmas hypér-
boles do sentimenlo : n'este caso o gesto forçosamen-
te ha-de ser enérgico , grandioso , solemno. Temos
Tifto o grande Talm« representado em posições , qu*
i vista simplesmente nos pareceriam extravagantes. -^
a La f^rce d*expression e^t, en raison de V energie de la
pensée , çQnme la force d*unjet d'eau indique la hat^^
teu» êa fYÍf^rvoir.» -afilio havemos de dij^er» (,0(iav4a,
que a, Sr/ RosH n'e$se ponto, tenha tocado aquella
perfeição • por assim dizer , plástica , • que por meio
da disposição do^^rpo , especialmente dos braços « e
pela expressão do rosto e dos olhos , em silencio nos,
pôde communioar tão bem como pela palavra , os af-
ftfilos.e H^xõ^s que se reyolvfinifiaaliia. .£sta perfei-
ção aó a podem dar a>|iperieiiciar obstado» e a,<^.
servação dos primojrW da arte da pj^tujra^ da escui-
ptura.Mas sejamos hrevos, e venhamos ã. voz d^ Sr/
/{oin. .
A extensão da voz d*esta artista é d(i.duas oitayss
c meia , desde o la grave até ao re sobre^agoda ; to^.
da egual, pura, sonora; n|o muito forte mas bastante
volumosa. A emijuâo dos sons é espontan^ eproropta,
com um /Tor/amantomuitomclhodico» distinguindo per*
feitameute a ligação da voz com gran^^ inteliígencia.
da graduação da força qu^ deviQ afxpUcaii^aos diffeccn-:
tes sons „ c regulando a sua respiração d^ mais ex-,
cellento «madeira , em.4odas as modula^^l» /ou ^1^°^
do género êu^íemUo ou fiorUo.; de fi^^pa .que V as|»ira-
cão é completamente imperceplivel e. longa-, ^ ^.:«*-
piração lenta e suavissima. A sua vocalisação é ópti-
ma; não faz o inepo» ireg^ito jcopiflK^e^ a|aca per-
feitamente as notas ;, e. passa d*Am a ^utro registo de
voz d' uma maneira insensível, executando lodosos
enfeitei do canto com o ma ler acabamento '«preoisâo,
e com uma agilidade nítida, egual e gr^miía, distin<-
guindo exactamente tpdos os sons ; e tudQ isto com
uma afBnação justíssima. Os ornamentos de. que usa
são discretos, puros e com muita novidade; e os seus
trillos vigorosos o perfeitos.
Ò estudo profundo da Sr.' Rí^tsi não se limita á boa
maneira do canto ; penetra nos myslerios da phrase
musical , e por isso as suas cadoiicias são as jQiais
apropriadas e scientificas. Sabe accommedar a sua arr
tii;ulação ao colorido e Corça do acompanhamento, com
uma. pronuncia claríssima e bem accentuada, como
em nenhum cantor-italiano se pode encontrar oàelhqr:.
conhecendo perfeitamente o piethodo de pronunciar o
^, o#,o>s,eor; o que augménta muita graça á
sua expressão;. como mui bem se conhece nos reçíta-
tivos , queesla artista executa debaixo de todas as
regras da declamação.
A Sr.* Roêêi sabe variar a maneira Ho seu canto
adapiando-fi ao&dKrcreníes characteves 'á'elle, dis-
tingiiindo-se mMÍla no cauto /Mo^* emqu« asHavidade
da. sua ^oz produz um bellissimpeffeito. Executa o ad(^
9»tf co|n a maior #evpridade » o a§il(it^ o^m energia, e
o allegro oom hravwr^i etodoomeeaoisfiOiílQseu can-
to é appropriado i variedade e ie^pressã^^ 4o$ movi-
mentos que o characierisam. , .
EntretaiitOfc todas estas circumàit^QCMui, munidas ain-
da não bastam ppr^ constituir un)argi'4n4e artista. O
verdadeiro actcy-lyricç é aquellç » que. K idtMMic^.
com a personagem , que nos. repres^^ta, .cqj|i a situa-
ção em que se acha,, e com os scntiqienlos.quo. q d^
vem agitar; qu^ se entrega ás inspirações 4o momeor
to. como succedeu ao compositor .cx^ja ^tqs»^ exeen-
ta; que possvie aquillo que é produ;iii(lo. {M>r ;todas es-
tas qualidades junctas --T a êuppressãos « Mas 4. ei^p^essão
real d'mpa.6Fa&|-««/2t> d!^m Mwrchiii^ d'um Çr^eewr
tini*» A Sr." iiomque manifesta verdadeira alvfi 4*ar-*
tista, e reúne todos os dotes necessários, para. isfo»
vae caminho depOr-seaparçomea|W9.dei|soikdo{çaiôlo*
Uma vez que assim o pensámos não ppdèmo^ d^i^M^r.
de dizer que apesar de todas, as receiUe» i|iio4ífi€i|ç$ei
introduzidas na.opera-comic^ , a Sr/ iloisti ieioa esU*
do mal ^ollocada n'esse theatip; a. sua conveniente
estrada é a do canto dramatiço-italiano« Oxalá que a
insigiie .artista a não deixe outra vez; he-de ser n'ef-.
}ta estrada que em pouco Umpo i^ubstitttiráaJHci/t^^i^^
REVISTA tTSlVERSAL LISBOTíENSE.
141
» arrancará o sc^plro «Us mios da Grisi, que por-
viitlura nõo tarda a tocara declinarão de sua brilharí-
Ic carreira. Silva Leal.
SOTICIAS.
Pds qoc jdurma , c qac durma tarabeni cm nossa
importuna -memoria o nome de Vasco da Gami.
aA&xazA Bos ▼zox-nsxs, x aoTZRNABoaES'
OA ZKDZA VORTUGUSZA.
(C&mwíinicadn.)
S288 Esta interessante publicação, que ficou sus-«
pensa cm o n.° 16, por se ter ausentado d' este reino,
o Sr. /. M. de Lot-me CoUaço, vae novamente conti-'
nuar a sair com a antiga regularidade , e no mesmo
papel , cm que brevemente se distribuirão os n.°' 17,
e 18. — £ por que muitos dossubscriptores tccm ma-
nifestado desejos ; de que as nelas biographicas dos'
Vice-Rcis sejam mais extensas , o que não pude ter
logar senão cm folhas separadas, ainda que do mes*
mo formato dos retratos para se podôrem encadernar
junctamentc ; comcçar-se-ha em tempo, com esta pu-
blicação addicional , (a 40 rs. cada blographia) logy
que se possa contar com um numero sufUcicntc d'as-
signaturas , cuja declaração se pede no acto da entre-
ga dos dois. retratos , quo se aeham na pçdra. .
Os d&ze^cis retratos a cores fielmente copiardes áov
painéis que na índia se conservam , são — D. Francis-
co d'Almeida — -Afifonso de Albóqucrqnei — Lopo Soa-!
res de Albergaria — Diogo I^opes de «Sequeira — D.
Duarte de Menezes — D. .Vasco da Gama — D. Hen-
rique de Menezes — Lopo Vaz de Sampaio — Nuno d i
Cunha — D. Garcia, de Noronha — D. Estevam da Ga «
ma — Martim Afibnso do Sousa — D. João de Castro — ^
Garcia de Sá — lorge Cabral — AfTonso de Noronha,
FJBUOIBABB BB VM MAWftOaiVTO .
OXSOaAÇADO. .
(Cwnnatnicaáo.}^
2289 :• Quando em Portugal se docretou a sup^^s^
são das ordens religiosas, houve tanto vandalismo cl-*
vUiêode e taiUa indifTercnça para as coisas da arte o
da historia, tanta descaminho vergonhoso,* o infaman^'
ta, que fdra um longo , um etarno escrevet se qui4
zessemos commemorar os largos trechos d 'esta do-
lorosa, eatastrophe. Paginas da hisloria-nacional ,. fo-
ram rasgadas ; . quadros de grandes e famosos pinto-
res foram vendidos a estrangeiros^ qveno seu revet-so
escreveriam «^ « comprados em^ terra de ^ bárbaros. *
Era nos archivos dos oonventos, nas suas ricas e pre^
cieaas livroria«, qiie se guardavam importantes docu-
mentos ,^^e preciosos mamiscriptps; e como tudo ^e tor^
nasse um cahos, como o individualismo, ou mais cla-^
ro o egoismo era oidelo d 'esses- tempos, como os mo*
numentos desabavam. .em ruínas , come os bellòs qua-*>
dro& eram- vendidos na íeira da ladra , os rieos livros
c jnanuscriptostiveramadesgraça deirparar ás tendas
de morei eirest e serem vendidos a peso por diminutís-
simo preço. Doeste numero foi o precioso, o clássico mi-
ttuseripto de Henrique Henriques de Noronha , escri-
ptoem 17â2, iTkiiiuiãáo^ãkmariMseculareê, e eç^
cleêiaiUcàt para a composipão dahistwia 4a»ãioc€êê dò
Fwichal da Jlhà da Mídàrar digMòuidas na fótma Hú
systema da Academia- Real da Historia Portuçuexa :-^
por cuja primeira folha, foieseu actiiftl possuidor sal-
val-o da loja d' um.' tcndehre. J[)'e»ta. sorte ^e livrou
d'flSfe cahos imroenso a meUior obra da historia ma-*
ESTRANGEIRAS.
2285 AsnoticiasdeHisPANUA^queponleTiwnha nosdevem
lírincipaliutnlc interessar , sao da maior importância. Parece
já ler |>assaiIo o in:iis nieilonhu da crise. A revolta de Leon
foi euffwcada. Saragoça alíriu ns portas a Concha, c Gerona
tracta de alirtl as a Prim. Só Barcelona, a maUndada, pre-
siiíle na sua t4*ima. Tudo autrura melhor futuro á Hispanha. A
cainara e o Senado aeham-so já constituidos , e o governo pro-
põe declarar maior a rainha.
Forma-se finalmente nalKQLATKKHA. o processo ao grande agi-
tador das turbas, 0'CuQnel.
Aovos omexASjtu
££86 . I>t«rf« do Governo de 30 de oelubro^ — Progmnuaa
para a rcccp<;JÍo de S. M» Venda de fóroa peu»ões.
Idem de 31. — Providencias sobre o regirflodas embarca-
ções costeiras. V*nda de foros e pensões,
idem de 1 de novembro. — Ordem da arpada n.® 109. B.e-
JaçXo de oitenta iodlviduos, que, embarcando na charrua Prín-
cipe Roal , vAo cumprir seus degredos par« Africa^ Venda de
f(>ros e pensões..
Idem de 2. — Venda d« focos e pensões. Couta das sommas
poftas pelo Thesoiro ádisposiçilo dosdi0erente8 ministérios : ao
da fazenda 156:516<5078 réis: ao do reino 91:237|;53.5 réis:
ao da guerra £46:8Í4|l873 réis: a» da marinha 71:£14!;ia70
réis : ao da justiça ££:a7£j(953 réis ; e ao dos estrangeiros
£: 199^859 réis.
Idem de 3. — Aviso de que para Caho-Vcrde vac partir o
brij^ue-escuna Faro. Venda de furos e pen.Mõcs. .
Idem de 4. — Aviso de que S. M; toma lucto pgr oito dias
pelo príncipe Frederico da Ppussb. Decreto para qua a dele-
gação da alfandega de Cascaes admilta a descarga os navios
nacionacs que f(*rcm carregados com géneros do paiz. .V«nda
de f»ros e peasõos : e venda de bena zu^eionaes. .
25^7 Ê este o Bome da nova cerret», qvo-dd c»-
Ujciro de Lisboa s& lançou ao T4!Jo pela uma c meia
da tarde , do dia % do corrente. A este aet» tão rarof
• saudoso hoje cm dia., quão -frequente e^iuspicioso
já fòra cm antigos tempos, assi&tiram SS. MM. eAI^
tçzas , o ministério , grande numero de altos empre-
gados e crescida quantidade de povo. Uma tribuna, ao<
lado esquerdo do arsenal , pstentaT» quatrocentas se-
nhoras riearaente. adereçadas. As embarcações de guer-
ra, vistosamente embandeiradas salvaram todas aor.re-
c«bcrem a sua formosa irmã, íais;
. A agua-, o céu e o dia , tudo estava de fest^-: —
nftas. tudo por entre festa disforcava uma profunda me*
lancbolia. ,
|Onde estão as glorias náuticas? ^onde -o sceptro
maritimo do Tejo?
i Jazem no cemitecio 4a bistoria !
Ha dois amios descera do mesmo estaleiro umanáu
com ainda maior eslrépito.de saudações : — e es&a- náu
auspiciada com o tituli) e cum a imagem doirada do
Vasco da Gama , dorme .sobre a sua primeira amarra
um somno já de dois anBos<^«~i Ç quando sair, — ^e
aJgum dia sair a estrear-se n*esse$mar«6f—^ será com
vellas , massáme eartilheria, comprados ainglfzespor l deirénse, cuja publicarãco seu proprietário tem muí'-
duzciitos mil criuado^ i - |. to a p<^lo. JL .Camará 4o Funcbal devia iiUerWr n^ea*^
142
REVISTA UNIVERSAL LISBONENSE.
Xe empenho, « prestar ted«s os «occorres^ q«e «stí-
Tesscm ao «eu alcance. Segundo uma nota de lethra
diífcrenle da do livro, depreende-se que é o original,
ée que falia o abbade Barbosa na sua hibliotbeea, to-
mo 2.^ pag, iâi. Consta âe 225 foliias cum unt ap-
pcndice de 34* O actuaJ jiroprietario não tem duvida
entrar em alguma transacção com o indicado manas-
criplo , para o que poderão saber a sna residência no
«scriptorio da Revista Uaiversal Li^nense»
O 00N0UR80 DO SSL. BXXRÃO«
2290 No Correio Portuguet de 4 do corrente vi-
mos uma carta , qae o Sr. Dr. Pulido dix ao redactor
^aquella folha haver-nos remeUido a 2 do corrente ,
mas que — só hoje 7 pelas duas da tarde — cheigou á
fiossa mão«
Nenhum dever de delicadeza nos obriga poásareim-
]»riinil-a. Estamos dispostos a obsequiar sempre o Sr.
Pulido f a qnem aliás não conhecemos : mas no pre-
sente caso, a nossa mesma imparcialidade, para que
ellc apella, nos prohibe salisfaser o seu desejo ; como
egualmcutc nos veda estampar outra carta , cm que o
aetodo concurso do Sr. Pulido é julgado com desfavor.
O juiz entre os dois oppositores aio somos , nem
podemos ser nós. A influir indirectamente para uma
decisão ultima, tami»em nos não atreveríamos, mor-
mente não havendo nós assistido áqueile acto. Quando
o Sr. Beirão nada aimuncia nem escreve contra o Sr.
Pulido; e o Sr. Pulido escreve e annuneia uma obra
contra o Sr. Beirão ; a imparcialidade requer « que
permaneçamos em silencio ató ao fira do [iroce&so :
quando as provas apparecerera ; quando forem avalia-
das , veremos se realmente era bera cabido o menos-
cabo, que se procura fazer do Sr. Beirão, associando
para essa obra a nossa folha. Se x> for, sempre é tem-
po para censurar ; se o não for , nunca é tarde de
mais para deprimir, k Remia repelle desenganada-
mente , ao menos por ora , uma polémica arriscada >
tediosa , e , no pé , em que ao presente se acha « de
pouco ou nulLo interesse para a «ciência.
aSSPOSTA VRATIOA BA CIRUROXA BO MX-
HHO Á OXnUROXA BO BRAttAXi.
2291 Copiamos fielmente do Periódico dos Pobres
no Porto , o seguinte , que pôde servir de poãi serir
ptum ao nosso artigo 2251 : —
« Escrevem de Guimarães em data de 28 do passa-
«do: — O negociante, Luiz António Gonçalves, ton»
«do ido à caça á frcguezia de Ibação, ao passar um
«portello* se lhe disparou a espingarda, levando-lhe
« uma mão : para sahal-o foi preciso amputar-lèe o
« braço. »
VHBSOX&O BO TXVTUaBXBLO B BO VXjrTOR«
(Communicado.J
2292 Yae publicar-se uma obra com o titulo —
Cdlecção de reçHlas, e segredos particulares , necessá-
rios , para' o tintureiro , e para a tnaior parte dos ar-
tistas , vwmfacturas , offieios , e outros di/ferentes ob-
jectos.
N^ella se encontram processos experimentados para
tingir lã, seda, algodão e iinho, de todas as cores
firmes e brilhantes : preparações ehymieas das mais
necessárias para as artes: fabricação do azul de Prus-
âiil , laias , . sinóplas , o oulraa tintas pata pintura a
óleo « assim como tintas líquidas para escrever e pia»
tar em papel , e para tingir madeira deixando app4«
receroseu veio por mais fino que seja: finalmente ou-
tros muitos objectos úteis. O auctor occupa-se cons-
tantemente ha 20 annos n'cstes e outros muitos tra-
balhos com admiráveis resultados , que agora no
maior gria de perfeição expóe ao publico com toda
aSdelidade.
Será esta obra distribuída aos «enliores assignantes
em livretes de 4 folhas em formato de 8.* portugnez
com 64 paginas — preço no acto da entrega 80 rs., e
para quem não íor assí^nante 120 rs« Poderá a final
formar o completo de 6 tomos contendo cada «m S
doestos Hvrétes^
Hec«bem-se assignatnras em Lisboa namadosFan-
queiros , loja n.^ 68 e 69 onde se acha o prospecto
mais bem clrcumstanciado. Os senhores das provincias
que não tiverem em Lisboa correspondente que lhe
faça assígnatura, e se incumba da recepção dos livré^
tes e seu pagamehto, podem dh-ígir^se a Manuel José
Bernardo de Sousa na di«ta loja por carta franca de
porte acompanhada de i^^W rs. pelo seguro do cor-
reio , ou por outra qualquer via , para pagamento
adiantado de metade da obra que pelo correio lhe se-
ri remettida em livretes nas mesmas epoc ha s, em qne
se for fazendo a distribuição aos senhores assignantes
de Lisboa , devendo pagar os outros 1^^200 rs. logo
que tenham recebido a metade da obra , afim de ihe
ser enviada pela referida forma a outra metade.
BUXOABSZA BA BBVErXOXNOXA rXBUVZB.
2293 a Do Sr. Fbança só resta sobre a terra , um
«nome, uma esposa e uma filha. — A esse nome im-
« maculado já se votou uma coroa cívica: — a essa es-
«posa attribulada, enviamos as expressões do mais
«profundo pczar: — a essa filha innocente, e queri-
« da , abrimos de par em par , as portas de um colle-
«gio de educação de meninas, fundado ha pouco sob
« a nossa direcção e dominio. »
« Lisboa 30 de octubro de 1843« À Directora do Cot--
nlegio, denominado — Applieação Reciptoca — travessa
mde S. Nicolau «/ 12 , 3.* andar. »
Conhecemos a pessoa respeitável por quem foram
escriptas estas linhas « que na maior parte das folhas
publicas se leram com geral sentimento de gratidão.
Reproduzindo-as , para lhes aogmentar a publicidade,
é nos60 principal empenho mostrar ás mães de famj-
lias uma caza , onde suas filhas podem receber, além
de todas as prendas do seu sezo , exemplos práticos
de doçura e charidade. — Sem noveUas , ha mulhe^
res e excellentes mulheres; — mas sem estas virtu*
des , não n'as ha que mereçam esse l>ello nome , e
que felicitem a sociedade pela base , que é a viveiH
da domestica.
SZMA BEATBZMOVXA& ZBHBftZSVXTB&.
2294 Uma senhora , de quasi quarenta annos ,
viuva , e mãe de septe filhos, fugiu da caza de sea
pae , na cidade do Porto em um dos dias da semana
passada , segundo contam as folhas d'aquella terra ;
e , deixando uma carta de despedida , desappareceu
com um namorado , com quem tinha conchavado re-
cazar-se.
Dei;uir por marido pae e mãe , é obedecer ao pro*
REVISTA UWlVERSAIi LISBONENSE.
143
teito religioso ; mas deixar também septe filhos já
parece religiosidade demasiada. — Possa elia ser fc»
lis ; — e encontrar na amor , que a arrebatou , tama-
nhas doçuras , que a não deixem arrepender da& re-
nuncias > que por elle ha feito.
.&295»i Na tarde de Todos-os-Sanctos quando já prin-
eipiava o dobre para a festa dos. fmados dadia seguiu-
le , três rapases da visínhança da cgr^a do- Carmo ,
na cidade do Porto , correram a apoderar-se do seu
campanário. O toque fúnebre é de fácil execução , c
os sinos n'aquella desconsolada tarde sâo era toda a
parte do primeiro, que os toma. Subiram voando uns
apóa outros pela estreita escada á» caraeol ^ a qual
j^rimeiro lançaria mãa das cordas ^ a akançaria o dt-
relto de balancear a sina grande; um d^elles» o ul-
timo, no desattentado- do seu vóe circular e ascenden-
te» soltou um grita, qua não. deteve' os. companhei-
ros. Tinha posto um pé- em vão>» e descia precipitado
espedaç^ando-se na aresta da& pedras^ de degrau cm de-
grau. Os. signaes. que não tardaram em^ retumbar do
alta da campanário,, estremecido por cima dos tectos
circumstantes » pediram ji orações também para elie..
TA&BVXrA OOl^ABBS.
dd96 ITm nvijor reformada passeava pelas septe
háMraa da manhã de 25 da roee pretérita na jardim do
passeio de $.. Pedra de Alcântara. Virani-n'o preoc-
eupada : ler uma carta: fecha l-a : atiral-a paraa banda : c
dar de repente comsigo- da muralha em baixo. Gor-
reur^e^ a buscal-o cuid/indo-sa que seria para a cemi-
tério ; felizmente não foi senão para o hospital ,. eom
uma perna quebrada e um- braço desmanchado segun-
do nos^ contam ,. mas sem lesão interna^, que Miscite
maior* cuidado^ Rccebendao seu soldo.com as. classes^
activai ^ não foi a fome a que o enlouq^ieceu como a
lantofr oulros ; foi o horror , que lhe infundira a idéa
da operação da talha a q,ue estava sentenciaxlo pelos,
v^dicos..
«OV.BO AOMiaATSlU
ââ9T Tem. dado muito. em. que intenda o famoso
vo«ba. perpetrado:, ha otio diae. , no quartel deinfan-
teria 1' era Bolem ;: e importante em trcs conto» de^
léis;: parte- em prata, e- parte em notas^..
Se não houvesse passado de- um abuso de confian-
ça^ de^um< furto industrioso, seria unr. successo gra-
ne mas não* espantaria.. Foi porém precedido de es-
calada ,. o arrombamento ; e- executado , segundo pe-
los, vestígios se depreende, por muita gente,, com to-
da, o vagar e serenidade de animo..
Com.umia escada de mão furtada á Gasa-Pki', subi-
ram« na altura de uns 70 palmos, á janella do quar-
to, em que se achava o cofre. Abriram-n'a, depois
de a terem convenientemente furado , forçaram o co-
fre , estremaram o dinheiro na« suas dilTcr entes espé-
cies , despresando o bronze e o cobre, que andariam
por 300^ rs. : tiveram^ por consequência luz ,- fuma-
ram , para se desenfadarem , no meio do seu traba-
lho de contabilidade ; e as pontas dte cigarros , que
se encontraram pelo chão., mostravam pelo seu cres-
cido numero , que ou os saqjaeadbres eram multidão,
ou à pressa , que tinham de se retirar,, não era mui-
ta. O que n'aquella noite se fumou. t£m de. lembrar.
por muito tempo ao regimento , que tamben» dia su*
parte está (e com rasão) fumando do enxovalho , qu^''
assim lhe fizeram em sua própria caza.
Prosegue-se com energia nas- diligencias para des-^
cobrir oa iefneravios nkalfeiiores , que se chegarem a
ser havidos ás mãos , não poderão deixar de ser pu-
nidos com a maior severidade.
O QUX ± «B&OSH FXX.HOS.
2298 O Sr. Ponce ,. empregado uo contracto d»
tabaco r tinha uma (flha » que assim «ILe como sua
mulher y adoravam e estremeciam.
Uma enfermidade contra a qual não valeram as 'di-
ligencias da medicina^ os cuiiiados^ da famUia, asora-
cõea^e promessas da núie , nem a mocidade da enfer-
ma , eõluctou a cazal ,. e deixou os dois consternado»
, esposos ,. orphãos da seus comnuins amores, e de suas*
esperanças mais queridas..
O pae , imaginando na loucura día sua ^ÒTr que ai
morte procurada pelas próprias mãos o poderia reu-
; nir com aquelki , que o não trocara pelo eé« senão>
porque Deus a chamou ^ dUigcncioa a oeeulias un»
veneno, e tomou-o. Sua mulher, atterraéa por este
segunda e porventura mais terrível golpe ^ caiu gra--
vemente enferma e perdeut a faltai.
Ambos inspivam os maia sérios cuidados e a mais
entranhada compaixão ,. a quantos os conheceram, a
elles e á innocentc causadora dn seu irreparável iUf-
fbrtunio..
XnrCBV B3aACBAKSN8SU
2299 Lê-se nos Pobres no Porto :
« Abriran^-se as aulas do lyceu ,. e já sobem a 800^
«os estudantes- n*ellas ntottieulados-,. temos por isso
«'aq»]ii muita rapasiada : existe anarcfaia nas horas daii
^«•■aulas* e entre os. professores :: o que- mostra a neccs-
« sidade de um reitor. O professor da ideologia c psvi-
«chologia abriu a sua aula com. uok nova o brilhaule-
«discurso. »
TornAmos a lembrar ao Governo a summa e* urgen-
te necessidade de fazer ,. que se abra em. terra de ta-
manho tráfego litterario a bibliotheca* publica , acinr-
te- e escandalosamente fechada poDi camará..
CMtO* ftS VJdtMK ftOFAS SSM QirjBBX&«
2300 Vinham pela rua larga doLoreto para oGor-
reio , dois mocinhos de- padeiro montados no* mesmo^
eavallo.,. em que traziam- a cntga de* pão para a sua
rregveaia', e vinham- depressa, como era« de* razão,
porqne os moços de padeiros, são os* distribuijdores do*
periódico da barriga, e os seus assignantes não admilr-
tem esperas eomo oa oiHros. Ao cfaegarenr quesit ao di-
reito da rua da- Rosa-, sitio onde se anda abrindo a
profunda valia para o cano publico, que então estava
bem afogada pelas chuvas , descmboccava , correndo<
da mesma rua da Rosa^ e isodcando airosamente para.
o Loreto, uma sege. O encontro das duas opposlas ve-
locidades foi todo em prejuiso da triste azémola cc-
reaV, que doecaiado para cima da laboado, que de-
fendia a obra ,. e- arrombando-o com o s^u peso , deu
Gomsigo,. com o pãc, e com os rapazes dentro n'3-
qucHe* calda mais jque tórreo.. Acudiu^^se logo a sak-
val-08^ Felicmentc nada se tinha penlido senão o pãot;
a temporariamente a côr dos rapazes, que ressurgiram^
pretos por entrjc as risadas dos circumstantes , , acoa^
144
ÍIEYISTA UWIVERSAI. LISBONENSE.
jKinhnmcnto obrigidode todas as desgraças d'cs-
tc gcacro , - c que na prcsenle caso se misturavam
dcshiimauamente com os choros e lamentos dos po-
hresinhos , mais horrorisados do que os esperava cm
caza do patrão , do que da imprevista desgraça , em
que a4li tinham caído.
COnO SS RErORMAM 08 ANEXXNS BZ UMA
AisravA*
' 2301 o tractado das patcadas do nosso padre Ma-
tcdo está ainda longe de sor completo: todos os dias
a experiência nos descobre novas origens de patcadas:
TIS qiic ultimamente se tecm intentado em S. Carlos
•contra a dança , c que o bom senso publico tem an-
nullado c punido , sâo fruclo de diversas causas mui
conhecidas, mas entre as quacs figura principalmente
V despeito de alguns cx-dançirrinos d*aquella caza ,
que a actual emprcza não julgou conveniente cscriptu-
^•ar. A primeira noite, em que se executou o tão poe-
tico^ e mimoso poema corcgraphico de Gisélia, que era
lambem estréa dançante d*esta emprcza, concorreram
;aquolles jurados inimigos com todos os auxiliares que
poderam carear , c palearam valorosa, posto que não
-victoriosamenle. Uma voz então alta c sonora nomeio
da platéa superior lhes gritou , $oeegucm que ainankã
•urrão esúripturadoi. Este dicto c o pòjo de se verem
conhecidos, deviam produzir mais circuraspecção para
ú diante. São foi assim.
No dia 3 n Gisélia, representada pela graciosíssima
Sr."* Mabilli, c achando-se no theatro SS. MM,, foi
novamente iosuUáda pelos pés, que fendo perdido o
direito de escoicear sobre o palco,, tinham pôr i80
^dqiítrldoo de o fazerem na pl&té^i geral. Nã« c tu-
do. De um camarote Coram arremessadas para o tabla-
do algumas immundicies e uma rcstea de cebolas ,
cuja emblemática significação oinda nfro podemos des-
cobrir. São arcanos da coregraphía preteriu.
A auctoridadc policial interveio no caso.. Conbeceu-
se que o n.° 73 fora o camarote da espirituosiasima
cebolada , até porque no seu pavimento se aoharam
ainda restos de cascas c palhas de cebolas. O cama-
rote, que é um dos menos bons e mais regeitados ,
fora alugado com antecedência de dois dias: — «apelo
Sr. José António de Carvalho , — diz a Restauração . —
com|[)anhcíro e sooid deum Jolá^Step^Wn^ qu£ foi dan-
çarino de S. Carlos, do iiumeco .esactumeittc d*aqael-
'les qne a empreza nio escripturou. Foram l«go pos-
tos em cnstodia o tal Carvalho e nm Thomaz Rodri-
gues que estava no camarote. «—^-Conservamosc ainda
presos e eorrcm um processo corraccional-;— *pe1o que
estamos antevendo que o antigo aoexira , cuja origem
esqueceu (de-— caro» alhoi , eompadrt -^ lerá de ser.
substituído por este novo áe^^.caras cebcias ^ dança-
UM THLOBtlLO «m EVTaJB XISMeAVVBS
NÃO iwbeov.
230â Na esquina da Calçada 4o Duque para a
Tua da Condeça » olhando para o Largo Novo<, .mora
uma passarinheira , muito afrcgoezada. pela sua perí-
cia na escolha e creação dos volatoistnhas « .era que
negocôa. A' porta d'aqttella caaa^ tóifai idyUio -e pri-
mavera, passava-*se , n^nma das manluls dà semana
■«Itima, uma sceoa tragico-romaRtica se jamais as
•^uve. . ,
Ura çapateiro visínho, que dhs antes lhe havii mor-^
cado um coxixo , exigia que a nossa ornttfaótoga lii'o
trocasse, visto que abusando — dizia elie — da igoD.
rancia de quem intendia mtiis de bezerros do que ét
coxixos , lhe encampara fêmea emve? de macho. -^
Sustentava a vendedora ; com todos os argumentos e
demonstrações possíveis , a virilidado da sua aicrca-
doria , contra a qual nada se objectava senão à mu-
dez , circuilistancia accidental que ella explicava de
un^ modo assas verosimil. — Estranhada do cheiro, dt
oíficina do mestre, que não seria dos mais arcadicos^
e aborrecida de que um martelo sobre uma sólahoni-
vesse de bater eternamente o compasso á sua mu^ca,
a ave tinha tomado a d espeitosa deliberação desecallar
até que a.mudasscm de vivemla ; resolução com tudo cm
que não era certo nem provável que permanecesse irr
revogavelmente. Boas ou más , eslas razões .1 «ge dê
convencer , exacerbavam o fregocz , que insistia eià
<]ue tinha pedido e pago um coxixo: — qne um coxi-
xo se conhecia pelo canto ; e qne aquilto não canta^-
va : que lhe desse um que o fosse , ou que lhe resti^
tuissc o seu dinheiro. — Por mais de uma hora duroa
a clamorosa altercação, até que picada ao vivo no sea
amor proiirio scientifico e commcrcial * a mulher, cn^
carando o incrédulo com ar determinado^ lhe disse.*
— «coxixo oii coxixa vou abrir este animal , e a la-
tomia dirá quem tem razão. Sc fdr fêmea, morreu por
minha conta que digo que não ha aqui fêmea ; se man-
cho por conta do comprador que ateima que não hb
aqui macho. « — O argumento era terminante e irrccusí>-
vel. O çapateiro accoitou , sorrindo antecipadamente
ao seu triumpho; e procurando já com os olhos peloiB
viveiros o sococssor da infeliz vicíima.
Aberto pela Medéa^ que ha\ia nutrido a sua infân-
cia, o brutinho, como que para vingar-se da sua hor-
rivel morte , apresentou novo estimulo á contumácia
já cholérica e já ameaçadora dos dois adversários. Sò
que a anatómica apresentou como provas da sua vci^
dnde , proclamou açapaleirp que estava a demonstra-
ção da sua^ pois que não só era fcmea senão femoU
em véspera de postura. -O cabo de segurança, que al-
traido,pelo estrépito da contenda / vié^a assistir come
arbitro á dissecção, d eclaron*se incompetente para jul-
gar do facto, era que ambos lhe pareciam ter pelo mé^
nos egual razão. Mas quanto ao direito decidiu, qne
entregasse a passarinheJra aa ^nestre um coxixo. O
que a boa mulher lez ; mas não sem protestar polo
seu direito de reivindicação para o outro nundo ; e
jurando nunca mais vender coxixos a çapa^eiros, nem
mesmo a cabos de segurança. E tinha razão: o des-
figurado, eadayer era tão macho «orno ambos elles.
Reeomraeudámos este ponto jurídico ás Sllucídaçõos
dó nosso bom esafoio amigo ecoilega A. G. redactor
da -Gazeta DOS 1bucinab&.
No artigo 12837 |Mig^ 110 col. 1.^ coou om alj^ifis exeM-
.piares o ^ 4.® do art. 1.° , que é <iiiâi«peii8avel. rçpór , e dts
assim:: —
«Prover aos meios de protçcçíio para accudir aola*
vrador, em um ou^nais annos dcggiraçados. »
No artigo 2264, na pa^í. láO, col. 1.» lín. 30 o 31, í>flde
esta — como foram os de junho de 1755-^l6a-se — como fo-
ram-o» de junho de 17d7 , e 30 de novémbfo de 1741 , t O
terremoto' de 1753,. * . • "
^
IS%
REVISTA UNIVEHBAL USBONEI^SE.
145
ADVERTÊNCIAS.
A dittríbai^o com<^ hoje, quiota-feira , ás 10 hofSM êfí
Manhil. Aos Sn. , ' que , o inafs tardar , quatro horas depois
iiXo teBbam icccbido, roga-se o obseqnio de o participarem no
•scripkorio da Rbvt8Ta UivivBasiL LfSBoirRmB, rua dos Fan-
queiros a.^ 8S — A.*' andar, para se prorideaciar.
Pre?inem-se os Srs. Âsstgnantes da RBvistA
Universal Lisbonense, que d'este jornal fica
sendo correspondente único na Cidade do Porto
o Sr. José Joaquim Hodrigues dos Sondas , mo-
rador na travessa da Fabrica do Tabaco; bem
como o fica sendo também da Gazeta dos Tri-
BUNAES.
CONHECIHEA^TOS ÚTEIS.
jrARDXn VORTUSXrSK.
• 2303 «Ja eniflm appar«ccrai« as flores em nossa
terra» — exclamava o esposo dos cantares alvoroçado.
— Já emfíiq «ppareceram flores em uossa terra, di-
zemos nós lambem.
Vm jornal de ilores entre tantos jorna es de espinhos,
>: — um jornal imiocetitc e ameno em estacão tormcn^-
tosa de painões más , desencadeadas pela politica , c
|im acontecimento para ser notado com pedra branca.
Damos cordealmcnle as boas viudas á formosa publi-
cação, cnjo primeiro numero acaba deapparecer, sob
o titulo modesto d^ Jardim Portuense, Oaceío e graça
da execução ty|>ographíca e artislica condizem com o
donnoso retraio colorido da rosa de cem folhas, que
estréa , como rainha , esta galeria vegetal.
' O l}om conceito, em que as dezeseis paginas does-
te primeiro numero nos fazem ler o director d' esta
obra o Sr. L. A. P. da S., pessoa aliás já conhecida
e respeitada por outros litulos, nos induz a íhe ex-
pormos , sem receio , toda a nossa opinião acerca do
seu livro , que , se for avante (como esperamos], não
só virá a ser thesoiro de jardineiros , mas um pro-
curado ornamento de salas , toucadores e biblio-
thecas. — Não dizemos bem; — os elogios, que a
faa obra merece, esses não lh'os daremos aqui ; se-
ria repetir , sem necessidade , o que anda na bocca
de toda a gente. Preseutar^lhe^hemos antes os conse-
lhos de experimentados, que nos parecem dever con-
tribuir pssra o bom e completo succedimento da sua
tão instructiva c proveitosa idéa.
N'um paiz, como este, pobre, descurioso e en-^
tristeeído > é o jardinar occupação accidental de mui-
to pouca gente , paixão e emprego para qoasi nin-
guém. Debalde o liiulò de jardim attrairá a imagina-
ção, e desafiará o gosta de muitos: debalde se con-
fessará que por entre o recreio anda alli disfarçada a
instrucção ; que a botânica está ahi sorrindo para nos
levar insensivelmente por entre os alegretes até aos
eampos da grande cultura ; o primeiro élo da immen-
%a cad^a da benefícios , lançada pela Providencia so-
bre a fyce da terra, no primeiro dia do mundo, eda
qual são parte os vegetaes, que sustentaift a vida., os
NOVKMBRO — 16 — 1843.
que realauram a saúde • os que iiltmcntim as artes i
os que servem. por mil modos a Iodas as eommodida-*
des e delicias» o primeiro élo, repetimos, d'csia
maravHhosa cadéa , está do cestinho perfumado da
jardineira , por onde , com assisado instinclo , foram
cm todos os tempos as flores consagradas aes deuses é
auclores de tudo , e ainda hoje são o mais appropria-*
do ornamento de uoSsos altares nos dias tciumphaear
de suas festas. Não obstante porém, receamos eteme»
por quasi certo, que o pensamento profundo, quedi*
ciou esta obra , não será devidamente avaliado poc
um grande numero : — poucos olhos por baixo das
Oores enxergarão os fructos , e uma indifferença des^
merecida, mas talvez inculpada, a fará morrer 4
nascença como flor delicada, que ninguém maltractois
na sua hástea , mas que a seccura da terra e do eétt
fes mirrar antes que do casulo se lhe desdobras-
sem as pétalas , e se revelasse a iodos o segredo daa
snas cores o fragrância.
Os periódicos de uma só especMidade, e ainda de
poucas , nãe prosperam em França quanto mais entro'
nós. (*) E' logo forçado que o jardim, que se aifrer
fiara o Publico e aspira a popular , não se limite em
ser eschóia ; que se não veja ahi só o iniciado nos>
mysterios de Flora, procurando explical-os ás turbas,:
cuja maior parte |)assará sem n'o ouvir; e contentan-)
(lo-se de olhar para o labyríntho multicor das filhas
da primavera. £' indispensável que n'estc jardim se^
goze de tudo, que deleita e vem propriissimo a taes
logarcs. O artista quererá encontrar com estatuas ao
fundo das alamedas floridas ; o melanchóiico deseja*
rá uma gruta, onde vá pascer suas phantasias ; o na-
morado delicTar-se-hia deouvit", por entre a folhagemj
de um caramanchão emboscado e escUfo , uma histo-
ria de amores , o som de um aladde, que suspira em :
queixas de outrem o éccho vago de suas máguasmais '
secretas.
O romance , a poesia , debaixo das suas mil íórr
mas, seriam pois, quanto a nós, o complemento indis-
pensável d'esta obra. Se por algum modo o nosso con«
selho pôde parecer uma- censura , dictada 4 como é , ,
pela benevolência , não deixará elia de ser benevo*
lamente recebida,
vAzz TnntATsmo Bò AXiTO iioxao.
2304 Yi eom muita satisfação e grande interesse
o ■APPA no PAIZ viNHATEno DO ALTO Dono , levaDta-
do pelo Sr. José James Forrester , e dedicado a Sua '
Magestade a Rainha.
Ainda conservo saudosas e vivas recordações d*aqucl«
le meu paiz natalício , e por isso facilmente recouhe«
ci de um relance as altas serranias , e proftmdos vai- '
Ics de tão importante j e, n*outro tempo, riquíssimo '
território. O di^o mappa é exactíssimo pelo que res-
peita ásvillas e freguezías, ás quintas e principaes
fazendas vinhateiras, aos rios e regatos, estradas,
pontes e até caminhos travessos e creio que lambem o
será , quanto é possível, acerca da posição geographi-
ca das povoações e montanhas ; pois vejo que é uma
obra feita com muito esmero , indicando com signa es
distinctos as Vinhas, oiivaes, soutos, mattos de car-
valheiras, ou carrasqueiras, mattosrasos, pinhaes.
(•) A prova dMsso lá eStá ao prólogo do nosso segando
voluBie.
13 TOL* m* BBIB Vk
146
REVISTA UPílVERfíMi LISBONENSE.
etc ignoro o inethodo , do que se serviu o &eo dis*
ttncto mictor n'estcs trabalhos utiUssívoos ; idas é n»-
Ilimrquo seria algum dos indicados por J. J. Vcrlci^
veii i>a> suft arte de IcTanlar osf. planos , publicada em
Fcii'<« no anno de 1811 (segunda edição); pois vejo
executadas muitas coisas das que este uUtma auclor
recnmmenda , c por isso e pelo credito e repulacÃo
'bem-mcrccida» que tem a Sr. Fàrrester^ ostoo persua-
dido d'e que os sítios da& povoações e qiinntas serão os
verdadeiros » e bem assim as distancias do uns a mh
trns as representadas no mappa.
* Ha n'csta cxcellente ohra topographica uma coisa
nova para mim » c que acha muito ingenhosa :- é o in*
dicador 8enU>rC4r(Hilar que tem no alto da foJha ; por-
que , tomado o nomori^ da. pavoação que se procura
iKiv lista d'ci|as, entrando eom clle no indicador e
pro)ongando-lbe a Irnha recta , por meio do uma re*
gua do madeira , oa coisa sirailbaate,. logo se dá com
cJIa.
O Sr., Forrester inlvertc ^'uma^ abreviadas obser-
vações (^e fe? Qo mesmo mappa -«-h.- que o rio Doiro
iros Tiiei^s de julho , agosto, e 4cpt«mbro é quasiina-
^«gaye^ em razão das poucas aguas que lom , e que
em deseiBbro , janeiro e fevereiro , a sua navegação é
muilo ]^igosa por ca»s» das cheias : estas judiciosas
observações dão logar ás minhas.
Se^ euni^ não engano ainda e^iistem oxitras cau,sas »
que loman} perigosa e diífícil a navegação do- Doiáro^
ero. tfidos os mezes do aiino , e são aS scguinj^cs : —
1.^ 0.S muitos, baixos causados pelo secular deposito de
pedpa» e acèas que os regatos c rios influentes , des-
pencados das montanbas , fa^em aos sc^ dcscmboc-
cadoirosv
A ribeira do Yarosa frio Barosa lhe eham» o au«
ctor do mappa) que serpoja tão humilde durante oes-
lio, vi*a Qu noamno de 1807 énsoberbccer-se repenti-
namente com as aguas de uma trovoada que houve pa-
ra as serras deBtilsemão e daSenhora dos Remédios^
d^oi»dètvaz a sua origem, e cortaF fuviosaa eorreiítc do
Doifo dtMima a outra margem, deixando aHi emsignal
do sen triumpho um baneo de ca^caHio , que perma-
nece ainda hojo^ O rio Pinhão reèeHa-se também al-
gumas vezos; mas fica sempre vencido; porque acor-
rente do seu .soberano , apertada entre os montes das
Bateiras, e os quo jazem. (}a parte septDmtrional , leva
tanta velocidade que v.ence tudo;, porém as aréas e
pedras arrastadas lá vão formar outfo banco. á foz do.
rio Tecto i postoq^uc por ora menos, perigoso. A sc^
gunda causa da diílicil navegação é a rápida corrente
da^ g:ajeiras; pois q.ue por ellas nenhum barco pódc
subir sem ser alado poc duas junctas de bois », e ás
Tezes ainda maU trinta homens. Estas galeiras são
causadas pelo despenho das aguas, do rio de um poço
superior: todo clle desde a foz do Alva alé entre —
Ambos os Rios — se pôde considerar como se fosse
formado de continuos escalões ; na paxte plana , que
tem ás VGzei um quarto do légua , a corrente é bran-
da e existe um poço mais ou menos profundo ^ o qual
acaba por uma galeira que desce para outro. poço, e
assim vaç seguindo. Os chamados — Embates — po-
dem ser considerados como terceira caui« de di^
ficíl navegação ; pois n'elles se oppõe á subida dc^
barcos a veia da agua, e os ventos reflectidos dos ân-
gulos salientas e reintrantçs das. montanhas. N' estes
embates é necessário amainar as velas e alar por ter-
ra ; ; mas não existem caminhos de sirga ! .... O Doi-
ro é o único rio de Portugal navegável em toda a |ua
extensão, dentro do racsnio Portugal , pelo menos sciâ
mezcs do auno e não tem estradas nas suas mfirgcns
{4 excepção de alguns pedaços) nem caminhos de sir-
ga! Pelo alvará de 13 de dezembro de 17S8
maudou-sc Aizcr uma estrada desde o Porto até Foz-
l*ua pela margem septcmtrional do rio , e crcou-sa
um novo importo de 400 rs. em pipa de vinho de fei-
toria c 200 rs^no de ramo para esta obra j os- propriela»
rros e negociantes pagaram â riscn polo espaço dequa-
si meio século * \ ma» a estrada não existe ! . . ^ . Pa-
gou-se tamlwm pela mesmo tempo outro trKxilo para
quebrar as pedras, do rio i purcm os cachopos o os
baixos lá estão quebrando os barcos iodos annos.
Fcz-se agora uma lei de estradas , o Doiro deflqba-^
do e malfadado ha-de pagar outra contribuição talvez
no seu total maior do que a primeira; ; mas. nem ao
menos se lhe promettcu que haviam de ter os bar-
queiros um Cami^ièo de sirga em que podessem fir^
mar os pés í ... . Nada d' isso ^ . . . , Hão-dic continuais
a largar a pelle c o sangue nas rochas ásperas das
margens,, e quando chegarem á foz do ribeiro de Ar-
nozelo, alli lhe apparccerá o gento mátt da4uella ter-
ra, e tão carrancudo «orno A da maistor ,. » díifer-Ihc:
-r-ttAqui não consinto que me pitem piós humanos «.
não haveis de alar que por nonhuma forma o podereis
fazer , ficae ahi vinte ou trinta dias at# que um vento
fi»voravel vos conduz», ou vos metta no fundo se f(*)r
contrario. Vedes alli n'aquollas rochas^ os^ ferreos \cs^
ligios do eáes de madeira qv« fizeram os ingleses pa-
ra levar os barcos per estas aguas á força de braços ,
imitae-os se quereis, c senão pagae e torna» a pagan
para as estradas do Marão , do VHta R^al , de Cha-^
v«s , de Bragança ; por onde (dizem) andarão ligei-
ras carruagens ; mas ac^ni governo eu e não consinto
c^e se corte um só penado , nem que S9 ftça um cs^
*lrcito caminho de sirga. . , .»
Eis-^Cfui pois as cansas que obstam á navegação : e
todas ellas são faeeis de remediar. Aonde existem bai-
xos de cascalho, se as a^uasdo rio forem espalhadas,
fezom-se os chamados-^ pontos -^quo são uns espi-
gões de pedra para as fazer ajunctar, como esse qno
dnranle a guerra peninsular ,, mandarani fezer o« in^
gkzcs entre Pinhão e Arrueda ; porque durante a9
cheias logo a força da corrente escava o leito.
Algumas galeiras podem ser svavisadas cortando as
rochas- da parte mais elevada, o quando isso não poi-
sa ser , fazem-se do& lados bons eamrnbos de sirga ^
estes mesmos são o nntco remédio para os— -embatqs,
— as pedras do rio , aonde agora se q«cbram tantos
bafcos , destroem-60 por meio da polvopa , « os seus
estilhaços tiram-se do fundo com tenazes próprias o
deitam-se acmde não Êicnm damno. Tudo islo sabem
fazer os portuguezos ,. e já o fízeram cm muitas par-
tes. Essas mesmas obras feitas durante a guerra po-^
ninsular por ordem dos commissario» ingleze» , para
foMiecerem pele Doiro o sen esercito , foram execu-
tadas pelos porlvguezes ; não é pr ocaso por tanto qne
venham ingenbeiros d» fora levar-nos contos e con-
tos de réis e zombar de nós.. Faremos tudo isso de
qne precisamos e muito bem feito , quando estas pre-
cisões, do paiz Jórem conhecidas do nosso governo , •
clle julgar conveniente que se remedeem.
Perdóese^me esla minba digressão* mas a vista
REVISTA UNIVERSAL LISB01VE1NSB. 147
àe um mTvppa t5o bem feito fez-mc recordar if i vara en-
te da minha terra.
LisJwa i2 de novembro de 18i3.
Visctmdc de VillarínJw de S. Ilonuto,
«TOVA EXPORTAÇÃO 3>E FORTUGAX,
• SÍ^OS A LAitANjA €ra o nnico fnioto , que ainda ha
poucos aniios se vendia para In^^latcrra. Modcrnissí-
mamcntc a celeridade das coinnuinicarões entr« os
dois reinos fez lembrar aos gastrúiiojiios de Londres, ;
quanto era facil regalarcm-sc ctnn mnilos onlro* mi-
mos vcgetaes das tiossas boas terras : e a uva de em-
barque jKincipía a ser um ramo assas importante de
negwio- rarffcía poriím que a maçã era de Iodas os
fructos henK]nist{»s dVstc clfmíi. oqncmenos csperan-
eas dc\ia ler de ir brilhar nos festins dos lords, A ma-
ceeira c arvore cosmopolita ; não se estmnlia dos frios
e ainda tnlvez f<»Iga mais nas cruas terras do norte,;
^ produz lá raclkor e mais abiHid.nife.
K isto o que geralmente se ouviu sempre , dãndo-
se-nos por pwiVa o muito c bom vinho da niaoã e o
cxcellente mel branco da sua flor, qne rccebiamos da
França. Ê lo^o uma inesperada boa nova a que lemos
para dar.
Todo o districto, e conceIhf»s do Sobral , Enxara
dos Cavalleií-os , Aldca Gallcga da Marceana , Alem-
qucr etc. , são cheios de grandes pomares de caroço,
sendo cm geral o pêro e marã, «e eom especialidade
a óptima maçã besnpos/a , a melhor coisa desle ge-
hero, que se produz no reino: a sua sobra além do con-
sumo- dos próprios concelhos vem para o mercado da
praça da figueira cm Lisboa ; a distancia de cinco a
oilo Icgli.^is da capital, o péssimo das estradas, cosdn
ficcis meios de condução, que custam de 960 a 1200 rs.
por carga de cavalgadura maior , que leva 4 ceslos
vendimos de fructa , os excessivos direitos na al-
fandega das septc câzas ou nos registos subordinados,
XI grande almndancia que ba d*estcs pomares, e^ es*
cassez do numerário em Jj'sboa , tem levado este gé-
nero de <MiIlura a grande decadência , sendo -o mais
que ordinariamente consegue o lavrador proprietário
pelo género vendido em sua caza 1200 rs. por cad/i
carga : isto i iiiO rsi. por cada cento de pcro ou 4ç
maçã escolhida.
Ora pelo começo de octubro d*esie auno apparece-
ram caixeiros das cazas estrangeiras, estabelecidas
em Lisboa , que nos outros annos se limitavam á ex-
portação da laranja » Jiraão, c uva ferral emuscaiel,
a comprar n'-aqueJle districto pcro, cmaçã, e dando
preços muito mais subidos. — As quintas , aond<í nos
consta haverem feirado, são as do Etm.° Visconde do
Sobral no concelho do Sobral de Monte Agraço , e as
de dsal Coxim de um lavrador tio concelho daEnxa-
.ra ; escolhem os fructos perfeitos; embrulham-n*os
em papel a um e um ,' e lcvam-n'oS em caixas como
as laranjas, ás costas de bestas para o esteiro deSan-
cto António do Tojal, e d'ahi por agua para Lisboa.
Valeria a pena de investigar se esta novidade será
devida a alguma causa extraordinária de pequice ou
"^ício que este anno desse em Inglaterra n*este género
de pomares , ou se realmente os da nossa terra lhes
contentam mais os paladares: porque no primeiro caso
seria loucura augmentar plantações que se tornariam
inúteis , e como inúteis pesadas ao lavrador : no se-
gundo , seria deslei»» insensato o nSo fazel-as.
Rogamos a quem sobre ísfo' poder informar coni
cxacção , que se digne de n!)S éscrcfcr.
ASnXEBZO PARA l«rORl>22>OS 9S ANZMAEál
DA9XSirAI>OS.
2306 No ÁitTiGo 950 apresentámos n preciosa" no*
tícia , que nos dava o Sr. António Coelho de Mag«n-
lliãcs e Queiroz, de Vi!la MctH, de haver salvado da
hydrophobía a varias pessoas , tractando-as pelo me-
Ihodo usado na Rússia ; do qual n'es.se mesmo artigo
apresentá«ios a devida explicação.
Desde então até hoje , que já é devolvido um an-
no , nã^ recebemos de parte alguma informação prá-
tica e experimental em abono ou dcsabono da recei-
ta , que de novo rceommendanws aes facultativos e
a toda a gente; se foi por não ler apparecido um só
infefíz em quem se experimentasse-— folgamos com o
silencio; se fòí desleixo, — deploramos os que em
taes matérias o pódcm tor; porqac.x) mal da hydro-
phobía é terribilissimo c não raro.
Por esta razão, irasla/lamos tniBbem agora o que
se Ic na CoallUão (le 5 de septembro, posto o não on-
semos a recommendal-o como de sólida iini>orlancia.
Diz assim : —
« Um estimável amigo tiosso teve a bondade de nos
mandar a seguinte rcceila , c assegura-nos que , sen-
do promptamcntc appHcada ás pessoas , ou ánimacs
que forem mordidos por qualquer arrimai damnado ,
produz os melhores resultados.»
«Raiz decossuaneira, que se\ende nas boticas, 80
réis^ Repartida em nove porções. >*
«Raiz de silvão macho, que é uma roseira brava ,
que Sc acha nos valles. A porção da raiz deve ser
tanta como de um dedo , sendo para meninos, sendo
para homens mais , e para animnes dobrada. »
«Duas mãos cheias demargassa.»
«Craa dieta de arruda. »
« Dieta de sal ^ — dícla de salva, n
«Duas cal)eças de alhos. As cabeças dos alhos de-;
vem ser grandes, sendo para meninos uma , e para
bomeiís duas.^)
« Um quarteirão de vinho. »
«Depois de todas estas hervas bem pisadas n*am al-
mofariz ate ficarem bem delidas , dcita-se-lhe o so-
breditto quarteirão de vinbo, que c melhor branco;
para animaes pódc ser era logar do vinho, leite, ♦>
« Depois d^isto feito, espremem-se todas estas bcr-
vas n'um panno até largarem todo o sueco. »
a Este remédio deve ser tomado todas asmahbãtf cm
jejum, nove dias sem interrupção.»
« Sendo^ para animaes todas as porções devem ser do-
bradas. » '
AVZSO SAtr3>ATS&.
2307 CoNSTA-xos por um grande numero de pessoas
de credito , fazèr-sc ha tempos n*esta cidade um trá-
fico avultado de certo género , que , não sendo á pr.i-
méira vista senão de mero luxo , produz todavia mjii
desagradáveis resultados , contra os quacs é direito e
dever premunirmos os incautos.
Varias lojas de barbeiros e cabelleireiros , de c«-
pella e de perfumadores , e um cardume de belfuri-
nheiros ambulantes, homens, rapazes e mulheres, ven-
dem umas caixinhas de cartão redondas com pomalia
ou banha de diversos cheiros ; commummente alâite^
148
REVISTA UNIVERSAL LISBONENSE.
ma , cravo e canella. — O módico dos preços d 'estas
caixinhas , que não passa de vintém, o gracioso da
sua forma e cores , a sua fragrância , e sobre tudo a
frequente importunação dos vendedores^ teem tenta-
do • moitas pessoas : mas pouco tarda que não venha
o triste desengano. Os cabellos ungidos com aquella
droga, recendem alguns poucos dias , e morrem. Mais
de uma casquilha ao pentear-se tem visto com terror
dcspegar-se e desamparal-a uma parte d' este natural
c formosíssimo enfeite feminil.
Obra de lua mâo, teu damno ha sido ;
Tu mesma , o teu cabcllo envenenaste.
Dizia Ovídio repreendendo uma casquilha calva do
seu tempo. Oxalá que ás do nosso possam também ap-
plicar-se as consolações e esperanças, queellepor ulti-
mo lhe dava .*
Não succumbas ; teu mal terá remédio ,
Renascerá formoso o que has perdido.
VARIEDADE.
COMMEMORAÇÕES.
ASSEKBZií A BB MOWLAl^
01 OB MOfBtfBUO OB 1147.
3308 O ANNO passado faltámos da antiquissima er-
mida que os estrangeiros auxiliares da tomada de Lis-
boa alevanlaram no seu cemitério , e onde o celebre
Guilherme de longa-espada (dizem as chronicas) , re-
colheu a milagrosa imagem de N. S. dos Marlyrcs ,
trazida de longes terras ; a qual deu nome á ermida ,
• assim mesmo á egreja parochial , que para succes-
sora d'eHa , fundou a piedade e reconhecimento do
Sr. rei D. AíTonso Henriques , n'este dia , ha hoje
perto de oito séculos.
Não tem Lisboa egreja que a esta sobreleve em
recordações assim religiosas como históricas.
Foi cimentada por sangue de martyrcs; fundada
pelo primeiro rei portuguez , que lhe assentou com
as próprias mãos a pedra fundamental ; a primacial
freguezia d 'esta Lisboa, e aonde, depois da gloriosa
conquista , se administrou o primeiro baptismo.
Querem alguns que por esta ultima clausula, fosse
a egreja dos Martyres , desde logo e por muitos an-
vos , a cathedral ; todavia é ponto duvidoso e já con-
trovertido. Mas que foi a freguezia de quasi toda Lis-
boa e circumvisinhanças , bem no mostra o seguinte
documento , que existia no cartório da Sé, d 'onde o
trasladou Fr. Apolinário da Conceição.
«Em 2 de agosto de 1476 por comissão do Arcebis-
po de Lisboa D. Jorge da Costa , fizerão Gomes de
Payva , e Luiz Annes , como Vigários e Juizes, a li-
mitação da Parochia de N.S.dos Martyres da Cidade
de Lisboa , e lhe assinarão o território seguinte. O
qual se comessa no Postigo do Carmo (agora largo
de S. Roque) nos muros de Cidade , e di tomando a
estrada que vai de longo ter á incruzilhada (hoje lar-
go do Passcio-Publico) , na carreira que vem de S.
Anyjp, e da ly por caminho que vay ter á fonte quen-
te; "« di decendo por a ribeira dalcantara da parte
da q^jBi contra Lisboa por agoa atá ponte dalcantara,
« dy àtá o mais , flcando as Azenhas de Lopa fanco
deste lemite , e daly indo sempre per o mais , par-
fiiMttt-^i^iata-qae-faras (hoje largo do Corpo Santo} :
e fazendo a volta acima por o pe do muro atá porta
de S. Calharina (hoje largo das duas egrcjas] , e dj
ao dito postigo do Carmo onde se comessou. »
Por este auto se véque tresentos e vinte e nove an-
nos depois da fundação , foi esta freguezia cerceada ,
ficando ainda com tão ai^plo districto.
Pareceu-nos curiosa esta antiguidade, por isso a a-
pontamos aqui. De tantas memorias, cujo é tbesoira
esta egreja , só uma rcsuscitar.:mos hoje.
Nos fins do século XVII , era prior dos Martyres
um Francisco Machado, varão de muitas vírtadcd
e saber. Não satisfcilo com dixírinar no púlpito e no
confessionário aos seus freguczes , estabeleceu uma
Aisembléa de Moral, na sua egreja,. onde todas as tar-
des da semana se ventilava e resolvia alguma ques-
tão moral.
Foi esta instituição de tanta utilidade, e adquiria
tanto nome, que sabendo-se nos tribunaes onde então
se proviam as egrejas por opposição (hoje não c pre-
ciso isto. . . . ) que o oppositor era alumno da Aula
dos Martyres , logo se lhe Ocava dando grande attea-
ção para o bom despacho.
^Quantos Franciscos Machados haverá ahi hoje por
essa cidade?. . . Não dizemos já para darem eschola
de disputação moral (para isso cá andam certos jor-
naes e livros. . . . } , mas ao menos para ensinarem ,
segundo ó obrigação de seu oíHcio > a doctrina chris-
tã e explicarem o Evangelho , nos domingos á es-
tação da missa? ^Quantos? Quasi nenhum l
Oh ! quem reformasse o Sitl da terra .. que assiai
anda viciado e derretido ! A. da Silva Iv/ho.
UMA H0ITS BOS FZSZS BSFVVCTOS.
Kxibit gpirítiis ejus et rcvertclnrUterram ia Íl-
ia dic peribunt ouuies ro^itationes eoriun.
FSALM. I4â.
2309 Adobmecbi um pouco .. ó fragoas negras
Do meu duro penar ; — dcixae**nie , ó fados ,
Ao menos uma vez , gozar tranquillo ,
Somno fagueiro d illusões , d^enlèvos;
Embora seja breve, embora o corte
Despertar doloroso. Idéas negras »
Pensamentos sombrios , importunos ,
Que a mente me toldaes co'as azas torvas >
; Oh ! dissipae-vos : ledos se desfiram ,
Accordes sons da minha lyra ; os écchos
Emvez de suspirar co'os meus suspiros
Nas arrobadas brizas me devolvam
Brandoa hymnos d' a mor,*- d 'amor dicloso.
Vem » minha Lilia ,
Aqui sentar-te ,
Sobre o meu peito
Vem reclinar-te.
Ah ! como és bella ^
Como és donnosa !
Que lindas faces
De neve e rosa !
Os negros olhos
Suaves , ternos
Forjam, volvendo-se.
Grilhões eternos.
Qual vivo nácar
Os lábios teus
— Oh! deixa , Lilia,
iuBCtar-lbe os meus.
JUBTTKTIjIt» -fLNIYEBfiJlL ' LJBBOÍiy£^B.
I4p
Protesta, jura* . ••
liiircj£in todos
Mjotia vcn^tira.
Um beijo. . . . om bpijo* .«
• • Assiiní — iSi^piras? \ a
^-^ i Acaso Renites ?.hU •. .
LíIíaí dejlira$?: • . i-
^T^mes se quebrom
.;• Os nossM la^os? • •
•; Ah 1 nunc« — apertarme
Entre os teus braços 2
Vi virei sempre', ....
'■ Ltiia, comligo, .
Irei scff$«r-4,e
Té bê jacigo. ' .,.
.^€u\islo?,.« qijc sinistro.... ;oh! Deus í não oures?....
Que iiigubrc gcuj^ido se debruça
Do viso li ,do çsguio campanário, ^
Ha lorre^ que negreja ao lòngc?... — ^ ouviste ?•.•.— '
] f/ d«brar a finitos 1
jQue vt?nío(fue assuvía,
Que is finas triHfyras-d'«t)ono finvolvc
Per sobre o easto seio aUbastfino l ,.-:
;;,Porq»e irhá da morte o bafo litido " '
Ge^Iar^fios de pavt>r ? ! i ;que vozes roucns *
Murii])Ot» Qéfuelle -hi^onj^e a iaes deshoras?! . •
De novembro este dia segundo' " - ' '
•• • l^i dsahnas fiefs coKsagrailo,
Pé!á*egT*eja Se Deufr»dèstÍnado '
Foi a missAs, a pranto, a perdoes.
' É para tesar ,
IJoe n3o para amar. •
O^^atidO a noite vae quasi por meio
Polns fisgas das campas saindo ;
• V<ím medonhos phantasmas surgindo
Aos pareriles rogando orações;
' • tJpáía resar,
'^- Que nSo para amar. s ^
E Vera ifiií dos% com passos tai-dios,
InVfehcis' srtilar-se A lareirt ,
Ohdè estírlan^accesa fbgueira
Secdò fohiè que o vtetito prostrou.
' • É para 'rosar ,
•Qhc* nSo para amar. ■'
E mal ronfjíè O' cla^io da alvorada ,
Tão correndo com longos suíípiros,
' Do sépulchro a dormir nos retiros , '
• Doro somno , que ndnca fludòn.
• É para resar ,
'*Que i^âo para amar.
'^Porqne assim triste,' òh ! chará, e mergulhada
Em lòbrega mudez me nSo respondes?
i Porque volves ao céu ^ 'forque dra os baixas^ "
Era ddr c languidez teUs t)9hos bellos?.-. ' '
^uevejo!..;; tu cborámdòr:..'oh! LlHa, Ã ! fol!a-me:
íO«e tens'?:.;di^e, quctieris'? qucíro cniúgaWe
*€om beijos o leu pranto. — ^não te movem
Nem já carícias minhas^. . , (u destairts!
IVipftí^' estreites assriíh convulsa ao peito .../.. •
4 ;Que vai a morte, a 'cam|^a , o som do bronze', '
Se uma vida ,' unia sd , entre atííbos utna
Havemos dé fiver como sè ào/brrm
Compostos u'ttm só fio 14 -'oiro' -0*8 ioda.
Volva o p^nser a teu ^eslo, , /
Volva-lhc o* meigo sorriso;
Gozamos tudo , gozaudo-uos . . ^ • * .
' . . i Ondo ha "hi mor Paraízo ! . .
E retumbava assim nos écchos longes
J4vii< 'garrido tanger, ioei| canto alegre
[ . ' Co*QS ais. dicscompas&^dos
QuQ. da «oito nas «^uras si^^surr^^vam :. ' . : i
Mbb .de trevas alQm «'um Ciando «(iisrao \ . . «
Vqí iMáo resvalar ! -mO sonho ameno
SiUMtii-Tse-me enlre a d^r. ,* — qn^l se esvaeço
Em auvem éo borra^c9 o. yão lampftjp^ ^ * [
De pallido relâmpago!
Desdiíigtdas , . mirradas desfoibaranHse,
A6 rosas 4a vDntura;. a.dp «ipreste . . .. \ \
íiingiii-nie a jrouca lyrr '\
Uma grinaldia funebío ! ...
> ,. Àntaniõ, ,^imra 4(1 Cunim, .
A^VikABOSMSira0 BK €ABIiOS JSAOirp.
'%IM% MciTo tiâo é, que. qs vivos cpsUimem ser
outros do quo parecoiii , sié íJd ^m 04' montei nã^
deixa isto de acontecer. • . :t • . »
N(i'4'gre}a maior de Aquisgram OQ AixrlaMIhapeHe »
giiardava-se cm um caixão de |>r4U um esqueleto »
qoe\ segundo a tradicçio antiga e geral, era de Ofln
saneio da mesma terra. Tev c> o. deão, < pouco ba , .?
curiosidade de abrir aquelle piedoso deposito ,« exar-
minar por sevs olhos o soq contbeudot: ial)rÂOiO d^
feito em presença de outros eondgos , é», mairwi e var
rias pessoas miais« Viram dentro, desarmados >e solr
tos , os ossos de:um homem , que bem roosítrvifamfbih-
ver elle sido de alentada estatura. Aa de! cima^isaf-
va um pergaminho -ecrrade e selfedo, eom a asti-^
gfmtura de Frederico I de Stiabia (quevrveu fQt9e<»
euk) XIH). Do texto d'esta carta se colàU f^utielle^
Frederico, mandara tirar do sepulcbro deCiirkisMai-
gno as su&s relíquias, e mettol^^as no presente 'còive
de inrata : • transferindo para o seu thesoiro as. armas
e tnsi^nias tmperiaes.
Um medico armou para logo o* esqueleto: ao qual
se -achatam seis pés -e meio de compéido, fixcelleate
contrapiH>Va da identidade pois que de seis pé» eneio
éia bedMa , qae dão ad «faroado imperador todas aa
chroiHCas. A própria medida oharaa(feí'7)^ieí9rei, nia-»
gaem IgtíonH', que teive fnor typô pritftitivoo eompri*
.mento do péd^aquellé gigante coroado.
vaiA ntmriLSIo A
-9311 ScH embargo das diffi^uldtfdes , que se me
encareciam contra o meii projecto , d^rminoi suW?
a Serra de Estreita , 'e visrtaKa sé podesie aléaeòu-
me; Serí-a de'Esti*cHa 6" amais alta de Portugal í 'pro-
cede dos Pirinéius, at^tavéssa a' Hiãrpanha eom o-notte
dè Gt^adarraitara , e, seguindo entre ^s rios' Doiro è
Tejfe,> toma (íá b^aomc (pie lhe damos ; e vfce fmalisar
já com outro, há serra de Cintra', forfliiitH!o't)*CálHÍ
da iioeca.
O mais elevado pbçlo da Sorra déEstrélU é de oito ^-
ttiil pés acima tfo nivel do mar. A maior etílftienei*
dé l(^ã -a Península' hispâtiica 6 Síerra Ifèbada , na
U *ddaWÍiè,"cujo ultiittoí viso é o cume náíihàcen, qtte
^iátaga acinftt^rfrei dohtar'12^W2 pis, e ondenikn*
13**
150
REVISTA UIÍIVERSAI^ L1BBÕWC71SB.
ca a neve s.; derrete ; "mas egual phenómeno acontece
também á nossa Estrella.
No dia ir de t)clubro a meia hora depois do meio
dia . montei a cavallo , e saí dá villa do Fundão, to-
mando oxaminho da serra. Estava o dia claro c o sol
quente.
Dirigi-me péla Covar da Beira abaitò e pela uma e^
meia da tardo cheguei ao povo de Alçaria, Segui para
a frente ; pelas duas horas d.a tarde atrave^ei a vau
o rio Zêzere,' ks doas e meia dá tarde eslava no povo.
de Dominguiso, D'alli principiou o terreno de monta-
lanha , è inculto ; a estrada , pêrém boa. Perguntei
pelo povo de Unhas da Serra , para onde rac dirigi ,.
seguindo sempre parle dàs fraldas da montanha. Ãs qua-^^
Iro cheguei ao rio Liudorinho e , pelas cinco entrei em
Unhas da Seira, povo de 125 fogos sifcuajdo na fralda
junto á Ribeira Âlforina, que desço á^ montanha , e
rega uma risonha várzea para cima o para baiio da
povoação , fértil em milhos , muito e excellente feno,'
Índias (como alli chamam ás batatas} c alguns soutos,
de i^aManheiros, Uma boa ponte diá etitrad'âr'ao'povo.
Procurei wm lavrador, para quem levava uma carta :
eom a maior hospitalidade me reeolbeu a sua caza ; e
tanto elle com« sua mulher me Iractaram. oom todo o*
«ik^a^nlho d« boa g«nte. Depois de um refresco á moda
ÚÃ torra , que aéhei saboroso ; c que &c rc&umia etn
léTJ5os Crades temperados ctHU azeite,, vinagre caliMift,
presunto com ovos , e Índias cortadas miúdas frita &'
rom 0V0&, e para postre queijo do conhecido pela sua
gastronómica nomeada de queijo da serra , concertei
com o meu bom lavrador qual o melhor moio e modo pa-
ra subir ao oulro dia ao alto da Estrella.-^ O íuat da
aiitcmanhi me foi de grande utiliéada,^ porque ás três
e meia do dia 1:2 me puz a caminha, wm dois guias.
{Souto Neiffio, ^e Mto Moço) a pé para me encaminha-,
rem pela Serra mais áspera (pie nuoea subi em dias
(W, vida. Ijcvirva comigo um relogia de Sol com ag4i-
Ihade mariar, c mais alguns abjectos aeconmi^ados
ao inlehto. investimos com uma loroln , oii pevua. da
Serra , se^ido-nos forçado de cada âO em 50 passos
pouco mais ou menos tomar o ijòlego.*— De Unhas ao
hllQ vae iegua e meia. A meia légua an4ada «eb^cr-
vei o vento; chamavam-lhe de travessia o» guias; e
receavam que vlcsie a névoa eubrir a Sarra , e dos
obrigasse a desandar , porque ae estivéssemos lÁ do
aíiQo quando ella chegasse , o escuro 9 noiie » qfie
ella produzia , nos não permiltiriam atinar com e ea^
jninho para rcdcscender , nem acharíamos caza nem
abrigo cm parte alguma , para cujo aperto a não vir
anjo , que nos accudisse , nãa sabiam elles remédio
scvãoimirrerv ^vt rbom Jivnir fír xostetodoasii-
hetTM , que nem sempre escolhem para seu descenso
es caminhos mais suaves c Iransilaveis para genta.
Coiítinúámos com' tudo a trepar e chegámos a
ura cerro chamado dos cavalleiros. I)'alli mandei dei<-
iãi unoa pedra de seis a seplo arrobas pelo precipicio ;
a principio foi accordando do tombo em tombo uns
fechos, grandes e soLqrnos. Passados minutos » ainda
forcei A sçntil-a^ mas o chapuz,. que devia dar en-
golfando-se na ribeira já o não ouvimos: a altura ver-
tical d'aqueUe despenhadeiro, se hei-<dc accreditar
DOS m^vi», guias, era de 350 a 400 braças. Continuei
9 ^ubida por caminho sobre modo áspero e quasi a ^
fjMe. Poi: çjLOM i^^% nossas cabeças torreava horrifíoa ;
tJji^g^^}'OiàmetAe. (í^Ijêq serro , obaioailo Q Torrogir^^, i
— Aqui me dissecam ós guias, quisfnão havia darpa*-
so avante emquanto a alva ^ao rompesse. Deitei-me
com eires ii'uina marta de giesta » 'onde nos desjejua-
mos com broa ou pão de mifhò ^ coai' que levavam
precatado o seu f^r^el. •
Assomou o dia, e fomos saudados elle e n^s com o
triste grasnido* de a^pmnás agmâs e gralhas ^ que
surgindo dos seus ninhos por eim» dé nossas cabeças,
pareciam espantados ^o sentir alU vezes humanas. Puz-
me d^^alli a contemplar » Belra-Daixa , que parecia
estar dormindo envolta n*uma boa coberta de algodão:
era a névoa. Continuámos a subir pondo ás vezes um
pé n^uma rocha e o outro n' outra , ficando por vezes
entre as pernas a pequena altura de 30 a 40 braças»
Como era quasi perpendicular a vereda , que leva«>
vamos , mais de uma vez temx despenhar-^e de cos-
tas e fui obrigado a valer de pés e mãos , agarrando-
me com ellas ás raizes, c trepando aprumo eemoi um
marinheiro pelo mastro. Vinguei ao serro do Torroei-
ro: perto d* elle encontrei com uma. nascente do mes-
mo nome, de agua superior, eqnenunoa secca ; tão
gélida porém que mal pude gosial-a. Já aqui era »
frio agudo e despropositado ,. a poHto de me ser ne-
cessário largar mais deiHnavez obordão,. que levava,
e atormentar as mãos uma contra a outra para as des-
entorpeeer. D'estc serro avante caneca «aai&iAha me-
nos inhôspâto. Alguma relvinha mal ereada alegrava
nm pouco os encolhidas cspaç.es plaina 4' entre as t^
chás c quebradas.
Chegámos a outro sèero) sobre o qual se levantava
uma rocha de gran(|c vuUo ,. onfle, segundei entre es
pastores é íama. . está escaatado umcavallo- de oiro.
Logo depois demos com um paster , todo vestido d»
pelk , guardando eabras e ovelhas:'»— elle me disse»
admirado de vèp alli gente— ^« que o kmpo estava
pouco claro, e que nãea> enlutasse pel»' serra dentro»
pois se o algodão (a névoa) chega cá acima , anoite-
ce e fecha-se ahi tudo cem. agua , que ninguém é ca-
paz de tornar a descer:» — Observei, o vento pelo ca«
ris do céu:, as nuvens, -que passavam arrebanhadas
por baixo de nós , corriam do S^0.« Encontrámos
ainda outro pastor y conp quem travei pvatác;^ por al-
gum espaço. Este era mais clvilisado q»e q. primeiro»
porque já di^s vezes em sna vida<— tinha ^^scido á
terra — cito as suas próprias expressões. Tractou-rae
muito bem eensinou-ma o camipl^a da.chamada Jorre,
que era uma pirâmide artificiai para onde logo mee«*
caminhei. Audámosum quarto de Icgua por caminha»
plano já no çuxpe da Estrella : o tetreao era cascalho e
uma aróa grossa, i|ue á vista fazia parecer o chão coa-
lhado de graniso recém-chovido ; da (qual arèa tomei
e conservo algumas amostras. Encontrei alabastro»
granito, o quactz.de varias qualidades^ e upoa pedra
com particulas deoi^o. "^odo osól^ efa absoiuts^m^nte ,
nú e estcrih Viam-se covas Qbeias. de neye « q<ue se
não derretia , sem embargo de ^er já nado o sol p fje-
rir-Q^uUa.- Avistei emíim a pirâmide» qu^ eltes rCha-
mam Jorrf ; e quando eram ; nqve horas em poi^^ acha-
va-me aos pés d'cUa , ponto summo o eminência Ú9&
eminências de. tão f^terosa serrania. .,,
Imaginae aminl^ sublime posição na^nal^iire^ „ oiii»
mil pés acima dp niycl do mar. , . .. -
Descaiu o vento para o pprte; descobri então para
aquella banda da Seira toda .^ Beiri^ Alta» Vizeu, Al-
meida , Guard^a>. e muit^ outras povoaçõos; para'*
«•^
RETISTA UNIVERSAL, LISBONENSE.
151
•8u] O. Fundão , toda. a cova âa Beira^^Beixa , Abran-
tes,— c o Tejo alé perto de Lisbfia e grande tracto
do Alemtcjo : para léstó. a- raia de Hispanhá . . a ser-
ra de Guadarrama , a serra. NewniQr , na Andaiu&ia :
ao oeste até quasi á Figueira : e mais era isto em ma-,
nhã nevoenta de qetiitmií, ^qneiacria thd vgrão ! i Mal;
.cuidava aquella hora uma grande parte dePortugliI e,
. de QispaBba , que estavam seQdQ dominado» por uai
alferes de Roceiro»! Nunòa me senti tâ^;: profunda-
.mente penetrado da consciência da peqiietiev da cv«a-
tura e da magnifícçncia imrpen^ do Creador»
Um dos,meusgiiia&, não obataiitcs^r filho de C/nAdw^
inquilino da serra , e affeilo a soasHvet^re condirão,,
eapeza^ de ter comido c bebido». e&moroe«tt por. duts'
Tezes. Depois de gozar por. um largo prazo- 4aa senr
«ações novas,, das.idéas grandiosas « indf Univeis. qiiie
^alfi me salteavam de todas ks^ pi)rtM>< advertida^ de
que era necessário tornar a baixar do céu para a&p«-
que&ezes du mundo, onde tinha o mea «avaUq, a .mi-*
nha cosinha etc , medi » piramidt i^- a qqe achei fiO'
pilmos em quadrado na base e 38 e meio de ailura.
Na frontaria qne olha para leste, le» eyculpida n'u-.
ma pedra grande uma rnscripçiio> de que ainda se lèi
isto : — <í Por ordem de -Sua AJtez?i .Rea4- ^; PpJRoi|»e
Regente se mandou elevar esta pirâmide para
. . em a. anno de 1802 : « — iPara qoií'.í)m
SQ levantou este monumento nâo o pude saj^r. — iS^-
ria , como por lá dizem , uma memoria da Qucrra
Peninsular? ^ScBia marco j^ra algum ma ppa t<h
pographico ? Aíiicmaram-me que fura obra do «lar-
qucz de Alçlfna.
Desejei ainda , antes q«e baixasse,, ir irecenhaoer
as três lagoas da serra , objectos em seu gcnciro úni-
cos na Europa,, s«g«ndo. é (ama; Foiripe paréi% in-
dispensável renunciar esse gosto ; não só á aonia do
cançasso que já todos tra/^ioaposi, mas com medt ao
nevocirov .Vi a dircqç^ç^ que htveria de tomar se U
£isse poi^ ufts mascos de distancia e|n distancia h Que
teem posto os palores jpara não se perder^iQ : no ca»
minha quando são tomador pela név«a. ,Ja«^.4 prinneí-
jra lagoa a legua e meia da pirâmide, «e qf 04ilca».
dna^ maks afl^ástadas. São notáveis não- sé p<^# altura
onde se encontram « maf iP<»qu^ segundo gerabiien-
tc assevera ;í visinhança, por mais qv^ as sonda s6om,
.l^inda se Ihesnão achou fundo. /,A^o^«<^r4>,.Ae abana «y
primeíroi, o scgund,» vcgqndo^.Q ftcycciro^cwiipn^^ No*
eseurg^ conj, ser a. sua agwnflui pura «d^pe, não
se cria género, algtiní de ^eiia .ou coii^ viva . et por
«ncarociínenio d^ ^ua profundeza tem por dâsei; ^ quer
kva por baísQ' da serra sua serventia para oraar^por!
onde ás veze» tem^ visto ao de cima a aboiar ffiag--
mentos de.naXios^De umad'c$ta&.Jagóa«.Ba»ce o>j|íai«-'
Âego r d' outra o Zêzere ^, c M outra o Âlv^, • . . '
Nãa podcnda visílaz: a^ Ia gôas 'Uão qinz. deixar <le
ifér ao menos os foníaw., q.\ie são duas. r^has. por-*
pendi culare»,. uma defronte da oulra , formando umaí
cova a que chamam o vnftnaeo. De cima de um* does-
tas rochas mandei precii>kar um penedo de 8 a 9 ar-
xoba^; fez^ um trovão de acchos admifavf). QqaJ^uer
das roqhas ,não tem mcn«3> aliur-a de ,700. a ^ÓOhrQ-
^s, e tão direitaft são que pareeei|^:jcortadas^ a escó-
prq. No cume de uma. ha um^, chapyada pVanii^ima ,
que ppd^rá. conter. á vontade vintQ pu trinta pessoas»
D'alli mergulhei avista para o chamado Inferno» .ma$
..recui^i logo ,ç^ fn^^ÚQ m» me a^i^a^j^Q A c^j^e^ . e |e\]í
viesse a despenhar-me. Mais para baixfr ambas as ro-
chás bojam uma contra a oulra até quasi encpntrat-sc
fucando pela parte inferior um portão a que chamam
um rorão de ferro e outros covão das portas. Abaixo
do córrego ha úmvalhe pequeno cheio de uma planta
chamada pelos meus rícCT-onw, azirabrucira; cujofruc-
to pequeno c redondo é medicinai c tem o goçlo de
pinha»
D*alli> me adiantei ainda um pouco :a espalhar os
olhos pelosi^ campos chamados de mai^gas. Eram dez
horas cr meia*. Kegrcuser á pirâmide,; e de lá ao mcU
amigo pastor, que tinha já lerte mugido p«nra me re-
galar. £l)e c outro .accend eram uma fogueira eafou-
fando-me a terra com os^ seus gavões , me obrigaram
a isunar um- pouco do descanso ao pó do. agasalho do
seu lume: dormi obra de meia* hora. Antes de partir,
pareceti^me^ bem prendar ao- meu hospedeiro dàs rt-
giões aérias com cigarros, que clhes muito a])prccíara:
ou isto ou o seu bondoso natural fez com que não pa*
rass«(,. initeB»dff.ltie'iiraiiicttaermor,.qoG iiaviamos de
jantar com e^le,, Head^mo-nos*. Pov ao lume um taxo
eom agjua, encbeu-^i' d« indims , á»; tUhadas» • Jttigmi .
para dentro uma br^,. deitoOrlbc cebola , sal e meio
arrátel dè tx>icinho.. Logo« q^jp^ dou por feita a cosi*
tnbajda sacuu o taxo. para o chão; empurrou-m*o para
aotne és joelbos^'. a«tUni*mft.na anão a sua colher do
pM do. ar. . : I . "^
Priaicipieir a eoaiferr comidandU t)8 guias eguat-
meote. a comí^rem á<.rodQ do taxo ao pé do lume. . £a
«siava. encostado' a Hma rochi cobcrtn de Deve, c as-
sentado em cima do gavão ;í «oi» tantas eomitoodidá-
des , ctmiecei a querer 1%%^ e*a* slentir-me delicioso ;
pedi cotio ao paator que locasse na sua. flauta ^ o*qile
èUe-.fe^ amquanto comi. Dapoia cctfarti com cMe ;do
fard»! que, levava,' Cí quie maisvc/edb dã« quiz apresen-
lar , pia» òão fazer affconta- ás Sua» úm^eu. Dcí-lhO; o
'restante quef aiiida tinha de .tabac0^ âe. fumo.: abraçá-
mo-hof e despedkHoe;. pconcHcndo-lhe ^u tornar, ai»-
dra visijtal«<» o» atia«^ decerto. Chanaíva-stt este
monareha de imbia^.,. de^quem Oi,dijC€«iB»ria histórico
não ha-de CaUar Jo$é 4'i/vcnN».. ErotUMi hora da tar-
de: qaandq o.4ei]Minos;, .ternando->«»ecipaffa. £M««par
outro caminho chamado os Covões, Quando davjim 'ds
cinco. da tarde éramos chcfQdp»^
N<rdHi IS pel«8 scpte da manhã-, fui veve exani^
MS • edificio e aguas sulfuic^e dos beiífaoaMde Unhas.
O ediíicio é umquadrilongo dividido em dbískitthac.
W agua teuit0* aecreditada para dores Tbeumaticas , e
aaolcstifls* de pelle. A que se bebe 6 eeno « das Cal-
daaHda^fAatiiha ; cheira a ovoapiôdBCCv.
Deve-M,esta ediSca^Ão á ch^iidadr do bispo D: J^-
rctttmo ,. cujas atma» ajuda se eaiórgam por cjina da
porta principal : tomado idiium. pequeno reftreseo tor-
nei a cavalgar e enti;el m villa pelas tre# hora^ da
Uude, í Mmrão FemaiUb Fíddí. t
À'
mmiki
ESTRANGEIRAS^^ ,
^^312 AaAiNBA deui)tp^i|A furdejclaradaiaaior; paf p];o*
vrnciaí isublevadas,' jí caiu uma à Gallísar — iN'j|rvaês em Madrid,
indo para o Ihcorro foi pof ítes Ve5íe8''aIvo díc uma conspira-
ção aiMAsiiia r por tfe» vezís^se íhe deram fcóntrà a carrua^^m
itesóArgagi de íuif laita ,. df (^ raMliaraiii d«l«^ fekfaietat*» flr»-
J52
.REVISTA JDIíIVJERSAL: UBBOÍWEIWH.
.Tes «in^«l8ciars*v .^ éam' com ellc. NenbmBA btiUa porési,
de maii tl« viale ^ue .ei^lrurain nacarnia^t^ro, lhe tocou. O^^th
fitssÍDOf .fugiram çprrcodo fs oao forcai cuulieçiilpii,, <
ACTOS ornoxASs.
2313 DUrio lio governo de 6 do corrente. — Dccrcloappro-
raiuío oconlrGcto da sublocação feita pelo çmpresario d.ís estra-
das do MinSio a treí cessionários; Escriplura ptiblica a quò se re-
fere o mesmo decreto. Portaria sol)re a navegação do rio Doi-
ro. Ordem ddfMigMiiento domes deasosto nos cmprègadot de-
pendentes d :> secreUr^ft do reino, do mez dcseptembro aosde-
.poadenlef do ministério da justiça, e do mez de octubro ús.
classes inactivas. Venda de bens pacionacs.
Idem de Í dicto. — Decreto approvando os estatutos qiie os
étdjfocatâribs da 'estrada do Minho fl'zoram para se regularem;
• eíilre si. Venda de^ foros c pcnsotís. . • -- i
Idem dcD. -i- Portaria eiogianâo varios< directores .de alfan-*
.dp^a» |)nW iiu§:ip^nto da respectiva. rt^Ua.. Ordem da arm*àda
,n.*^38!. Portaria providcnciiiudo sobre coucer to dcoa>io8 velhos.
Venda dç "foros e pensões.
V01tnira?0.PARA as BS&liAft-ARTES.
2314 D<o lolcnlo e gosto artistico^ se S. M. o Sr/
ii>» Fernando aJguma. COISA dissemos }á cm o nosso a r-
• tigo iVIt. As probas d' esse talonlo o guisto eist»vam.
•iiaS'gra¥Urás'om cobre, executadas por S. M»> IJcpon-'
ca ,g(!Dte- conhecidas ; o estão aos 'Olhos de todos nas.
suas obras de arcbiteottra 4io.R«til Palácio da Peni-
nha. Docuínenlos recentes da mesma verdade, ^se col-
ligiram thfflbem da sua viagem pela prov^ineja' transia-'
{^na^.ida qual se espera, entreoutros fructo» , a res-
• laura^ão do templo de Diana, em Evòra., e -^ do cas-
tcllo dos Tcmplarícvs em Thomtir.'
< Sabbado , 11 do corrente , a A^adomiat das Hd-
]j|s-<Ailes do' Lisboa foi insparada e graci«samea-
.te visitada tambcm por S.* M. O principal «moif-
Tl», que o láaitraÍD , cva coBt^ni^liir um novo quadro.
• quo o distinetissioio le«tc de pintura, o digno trado^
ctor de Raláel , • •• Sr. Antottào Ma^el da F^meea i traz
-«ntrcmãos^ pavs ser^apresoRiadottftexçoftição publica
>d'esU anoQ. Este quadro Tipresèuta Enéai , fug*n<^o
>iio Tn)fa'iiiceBdiada'Cdm>'0'piie is cosias*^ è filbinho,
• púlasmãoi^ sm'poii<o atraii à^ulber; â loj^onbrsé^
ifpilo dé fa»ili«r«ise comptinh^ín» seu» pava «;d«s-
-tcuwi- ■: l' -' * - .• -
Vé-se que o pintor» iiKpiranddHse ide Virgílio, «en-
-úxi c fezventir, como elle; tofdo o sublime terror, to-
,àã.si jirofoadft^ooitiiMisxao d 'aquela immensa catas-
.tiBopbe.
 «RpreaaSo— ^díceRMion^-^dos nfstoftvdas post«-
-iras s âòs aoeessorios dos personagens está «chada com
um tino, um saiíer «{uma folicidade qncmai^avilham.
•<il íjuid^e^ ;o bcvnatíOv a noit« , « cidade*, «incêndio
rcnrclaf t«m a < umo ^do^ mcstp»., se tâHtaa .potras provas
• a não tvvessom já licito ii^otibeuida'. •
. £sle quadra de gHandeotímposi^ã» qi grandes - di-
jnensõefi.V jpois tem ^de^aftèra 13 palmos e 8 «•jneio
de largura 4 deteve .g»^ilfitada x* prolLxo exame os
.olhos do Augusto Visitador. O artista mestre foi ex^
hortado pdo artistji Hí> * f l^^cluir quanto antes o
seu :trabalho , como óbrà que àigum dia virá a ser de;
grande e merecido -credito. Todas as bcllezas já ex-
pressas econcluida^, oá àipénas bosquejadas, onapon-
^taldtt^; Xoriímpor S- M. ' Sentidiís e explicadas , cojn
nmá propriedade e étUCcão , ^uç admiraram aos pe-
'ritos cir.cifo^stiantes , e com çgu a liVanqucx» indicados
«Igun» l^jfs iftcidj^«»^y ea^-^ue erapossivoi, UWe^
útil tf porventara neccisario , mbdlflcar, iKiriar oti
corrigir* ' • ' .
£sta.yísita haverá sido pois de proveito, não só de *
honra y para o Sr. Fonceca.
VAGA IKB AJITIOA BTriBA.
2315 Sendo um dever de gratidão nacio>nal per-
petuar a memoria dos homens beàemcrilòs' , que pdr
qualquer modo hajam illustrado asoa pátria: Manda
SuaMagestade a Rainha aueiorisar a Academia das
Bellas-Artes de * Lisboa , para que , por éccasião da
obra a que se está procedendo na Estatua Equestre ,
faça gravar n'aqttel4e grandioso mohoment<r, o no Id-
gnr^q-uo p>aTecer moiscom-tniente , o nome d^ seu in-
signe âuctor; Joaquim Machado de Castro ;' devendo
a mosma Acadiemia intender-se, para €fsse eftiííto, c^ai
o inspocloc geral interino das obras publiéas, ao qual
Vi<ií8er expedida sobre esle objecto a convenlcnle t)!*-
dom. Paço das Necessí dardes, em 10 de Novembro de
i8iS. — A/itíoniàh lki*narãé da Costa Cabral.
THtJiLTILO JMB 8. CAm^OS.
' ' . NAttlíCUODOTfOSOã ' • I '•
Drama^ltfrího em 4 partes — Pocjia de Soltfà — Musica
' de Verdi: •
2310 A imparcialidade com que sempre escreve-
mos, nos obri^ adizer que o exilo d*esta opera* não
foi brithanlc em S. Carlos. A sUa* bem adquirida
ftima nos Iheatros lyrictos d^ltrtia nao' pòdc snstenlar-
se Ao nosso; não porque ò público desconhecesse as
grandes bellezas da musica , mas po^ue talvez a
ejeecuçS* tiSi) ciírrtíspoAdeiíitiigáâfaente ao grandioso
da sua concepção.
Apartitttra d» Xabtichadóliòêàr è aprlmeim, e tem
nroditos da melhor prodUcrae' do sen 'joven aiictor, A
sua parte melodiéa tem todd' o chaTatstèr retigíoso e
severo <fne te çkóde desejar tí'um assdWpto como este
ColhidonaVelho-Testamente. — A>instrttmentarão é aní-
pla»e magistralmente Iraétada; e ambas fajfem ás Vc-
-tes lembrar as irispiráròcs do Moyâésdo R6ssini e a*
profundidade é^ Màrtyres de Donizzelli, -outras, os
perisamcnios de Meyerbcer : a hella 'pf'&phetia <io fl-
tial d^ 8/ parte . récorflat OuHherme^Tèlí ,• assimr co-
mo o coro da 4^* parte, sem acompanhamento de or-
chestra', oe^cellentê miserere de Zingarellt. Os H-
naes da l.* c SL* parte , não são menos %e^\ú^ ; e es
coros, que pdrvèBtura são a parle' mais dísllnctíi does-
ta, partitura produzem o melhor effèitè.
Foi csui .a primeira opera hóva «ensaiada pelo $f«
Xlivíer Migóne , '.«lue se desempeifíhoii*d5gnaraeaic de
seu^difficil encargo^ coadjuvado pela- habHidáde da nos-
sa orcbeslrá, que «nieamentè con^ septe ensdios levou
á scena u>naM)pera tão diflicil, que^ em Aenhirm thea-
tro porventura ttíve menos de ^inte, e d'silguai sa-
bemos'onde ^elles^eàcfgai^am a trínta.
' ' ' SUta Leal.
AOAnnctA x>B anrsMA.
3317 O^randct:onceflo desegttcldiii(bita{13),' em
«- Caífes, foi, como era '<le? .ra^io ,' b^iii recebido do
publico: 280 artistas, <ntre os tiuôe>s ésUivam os mats
dislinctos da eo»f)anhia, deichipénhariím diversas pê-
ras de musica, tocai' e insft-mhentW, que foram tjdbsi
todas applaudidás, dislingdhitfow' entre lodfe5 a sim-
-phoMA do €umm\ne rcH ,^ 9!' tfteftmú/^ da 5omaam
REVISTA UNIVERSAL LISBONEIVSE.
153
hula peh sr/ Rossi , a ária do Rvlterío Bevertuw pelo
Sr. Flávio, a ária do Concert à la Cour pela Sr/Oli-
vier, e principalmeDte o dyetto do Barbeiro de Sevi^
lha pela Sr/ Rossi c o Sr. fioUelli , que mereceu as
as houras do bu. Silva Leal.
FAZSa SO BAKBSNITO GA^LA.
2318 O AGIOTAR é um direito do cidadão, e além
do dircUu c moda , c além de moda é modo de sair
miltíonario em alguns dias. --^ Não ha que dizer coq-
tra o agiotar. — Como enlrelanlo honra e proveito Dão
costumam conciliar-sc , o agiotar, tão proveitoso para
quom o exerce, leva hoje iuhercntc a vergonha de ser
esse ^ por toda a gente confessado, o peior e mais vo-
raz cancro , que rúe a pátria ; porque o oiro , qae
hn\ia de ciroular por todo o corpo e-imvental-o, es-
tá apostemado , — i e , em que partes , muitas veies ,
grande Deus !
O seguinte documento do que é a agiotagem : do
verdadeiro horror , que lhe inspira a simples idéa do
bem publico, c tão charactcristico, tão novo , que
não queremos perdcJ-o. A historia ha-de recordal-o ,
quando quizer fazer o retrato moral da nossa cdade.
«Havondo quem tenha procurado espalhar o boato
9 ác que a companiiia união eommercial fora creada com
«o desígnio de prestar seus fundos a emprezas de es-
« Iradas no reino, declara a direcção toda da mesma
«comiKinhia, nos termos mais explicilos (ti!), posi-
«sitiva e formalmente (!'.!) , que nunca houve, nem ha
« inleavio alguma cm nenhum dos directores que ac-
(rtualmenlc se acham encarregados da sua gerência ,
«cdo ícizcrem propostas a (ai respeito ásobredicta com-
Mpan/iia união eommercial . (lllll)
rscmanpxoAOx.
2319 Segukda-feira uma casada, chegado o termo
regular do sua gravidez , deu á -luz três creanças.
Nenhuma d'ellas viveu.
A MOaTX HA G08XMSA.
2320 A QUATRO de novembro — ^nos escrevem de Faro
— qae na uitim^ feira em Silves, seis pessoas foram
envenenadas em um jantar. Attribuiu-se a ter sido
feita a comida em vaso de cobre , mal estanhado ou
nio estanhado. Um morreu : outro, Alho de Faro, á da-
ta da carta, achava-se ainda em perigo, mas não aa-
fim os quatro restantes.
GOMO A» KBXft 8S
2321 QoANDO em Dia-de-Finados dissemos, — que
• uso de enterrar nas ^rejas tinha acabado em todas
as partes d' este reino, — ignorávamos o que depois
viemos a descobrir , em sitio bem visinho da capital ;
e que julgamos do nosso dever denunciar.
No concelho do Sobral de Monte-Agraeo ha duas
freguczias : a de Sancto Quintino de mais de seiscen-
tos fogos e três mil almas ; e a do Salvador de tre-
xtntos fogos e mil e quinhentas almas. Sempre n'es-
sas egrejas se enterrou , segundo o stylo geral , até
que vindo a chólera , e , nio bastando já para os ca-
dáveres o pavimento sagrado , fizeram dos adros ce-
mitérios. Passou a praga ; passou com ella a novidade.
Veio a lei determinando os eampos-sanctos. O po-
To, que não cedera senão á necessidade e têmpora*
râmaste , resistiu ao que se Ibe figurou desacato le-
gislativo á sanctidade dos mortos. Os parochos e aa<»
ctoridades do distrícto, por fraqueza, ou por amor da
paz , ou por intenderem que não havia resistir rasga-
damente a preoccupações de largos séculos , cederam
á torrcTte da vontade popular. Ambas estas egrejas ..
por mal arejadas e pela falta de frequência nos dias
nãu sanctiflcados, exhaiam , quando se abrem , um
péssimo cheiro de podridão.
Não aconselháramos, nós , que se empregasse desa*
brimento e violência' para pôr ponte n'este tríplice
peccado, contra a natureza, contra a religião e contra
a lei. Quizéramos porém que se principiasse por es-
tremar nos baldios , que não faltam no município ,
um ou mais sitios, que por sua posição e outra»
condicçoes parecessem vir appropriados para o inten-
C<^; que os vedassem ás invasões dos animaes; que
os benzessem ; que os ornassem de. sua cruz de pe-
dra ou de páu emquanto de uma capelinha se não po-
desse ; que os arvorisassem e ajardinassem convenien*
temente; que as pessoa» mais illustradas^e respeitá-
veis da visinhança dessem ao vulgo o exemplo de se
accomodarem sem pena áquella jazida ; e que sobre
todo os Srs. Parochos , apezar da desauctorisação em
que sua pobreza e dependência os tem posto , exer-«
cessem o que ainda lhes ficou de seu antigo credito e
influencia paternal, para pregarem aos rústicos na Egre-
ja e nas conversações a innocencia e' bondade do no*
vo uso.
Melhor e mais depressa o conseguiriam , se a im-
prensa quotidiana os quizesse ajudar : mas essa , coi-
tada , não pôde curar d'isso que tem muitas pessoas
e muitas vidas particulares para discutir.
Trabalhem pois sós ; maior será o seu merecimen*
to, quando saírem com a obra prompta.
2322 Lemos na RewÀuçào de Septenibro de II do
corrente , em uma carta anonyma do Porto , o seguiu**
te notável trecho.
« Um noTO corrector temos nós : c S. ex.* o sr.' D,
«Jeronymo, bispo do Porio, que escandalosamente
« dirigiu uma circular a todos os parochos , clero , e
«paroehtanos da sua diocese a pedir, ou antes man-
«dar, que subscrevessem para o periódico. RmMal/tii-
tt versai do Castilho! — Que por suprema influenciíi
«c das pessoas que o obrigam a gastar papel ^ tinta , e
«pennas, próprios ete. etc.,. espera que loge que a»
«circulares sejam recebidas se lhe remetia immedía-^
«lamente 2^^400 rs.. importância da assignatora t Êaté
«onde pode chegar a alçada d ''um ministro sagrado ,.
«d^um príncipe da igreja l S»ex/ já não precisa pre»-
« tar serviços a ninguém ,. porque só a morte é que
«lhe dará itaixa do posto i e então para que se sogei-
« ta S. ex/ á critica periódica ! Nós lhe atonselha*^
« mos que cure do seu ministério » que nie é tão pou-
« GO , se quizer merecer acatamento.. A pastoral que
«S. ex/ dirigiu àa. diversas elassts de seus diocesá-
• nos não está em barmenia eom e seu procedioEiénto..
« Alheio a partidos ,^ e a paixões , deve estar o santo»
« o virtuoso ,. e beneficente prelado D« Jeconime. José
«da Costa Rebetto.. ft
Nio carece de apologias nem defensas o Tl tustrelPre--
lado , — nem o que se acaba, de lèr » merece respee»
, tas dilatadas..
156
REVISTA UNlVEKSAIi LISBONENSE.
bre^ o seu apostolado, que evanoelisou a pobreza co-
mo bemavcnturança , que ordenou semear na terra
para colher do céu ,t^ e declarou expressamente qual
9eria a fórmula do jufgánrento — «Vinde comigo, por-
que tive fome . e déUes-nie de comer : tive sédc e
dcstes-me de beber ; estava, nu e vestisles-me ; c vós
outros f-vos, porque vendo-mé faminto, sedento edcv
pido, nSo me alimentastes; não me dcss^dcntastcs; —
nao me cobristes ! » \
O pobre portanto nio é só um homem , nlo é só
uma coisa «it^grada; h €hristo mesmo. — Tudo o qini lhe
fazeis, dísse^elle, na mim o fazeis. »-. — È pois a Chris-
to que desejam repulsar do meio da cidade cbristã e
em dia chrisliapissimo. Ê ser petorquc omáu rico do
Evangdbo, éue só expulsou a Lazaro.
. £ não queremos ainda ^qui hoje advogar a causa
dos pobres por parte dos mesiwis pobres , senão uni-
camente pela conveniência dos que o não são. Nio
ponderamos o seu jus natural a um quinhão nos bens
da terra , — o descaimento do seu espirito sob o in-
fortúnio, que os esmaga, entre montes de felicidades
alheias — a inveja, os vicias c a depravação que a
nos&a injustiça Ibes seméa talvez nos coraçõc»s , — a
consternação de ver filhinhos finar-se á míngua, a mu-
lher a morrer a morte d^elles, as enfermidadoa a cres-
cerem com as priva(õ«s, e em todo o horisontc nem
uma estrellinha de esperança.
Consideremos só o ioefravel da alegria que deve ex-
perimentar o abastado, quando, recolhcndo-se ao seu
leito , o seu coração lhe disser lá dentro : — « Hoje ,
sim , que é adormecer sorrindo , c sonhar muitas fe-
licidades, porque andam bcAçaos em derredor do nos-
so tecto, esvoaçando e pipilando como andorinhas quo
chamam primavera ; abraça-mc que assim te amo cu
como te ora está amando aquelie meu irmão, o cora-
ção do pobre, a quem isoccorrcste: abraça-me que fui
eu quem te lev«ía cilc: quando todos os dias tu mal-
baratas uma parte da tua prata , do teu oiro , e tam-
bém de nossa existência em mercar o que tu appelli-
das prazeres , choro eu em silencio e quero mal á for-
tuna que em melhor peito me não guardou ; choro e
aconselho-te como sei ; — ^ então me dizes que me cal-
le, è ás delicias, que \% emballem e te ailormeutem:
•—eu quero obedecer-te e não posso; tu dormes e eu
YÓIo, agito-me, peso»te e accordo4e, e um ao outro
nos queremos muito mal : — hoje , não : as lagrimas ,
que enxugaste nos olhos d^aquelles meninos, estão^me
coroando como aljôfares; o sorriso, que desabrochaste na
èocca d*aquella mãe, está florindo dentro em mim; eo
«llivio d'aquelle enfermo curou-me de todas as minhas
dores: dorme, dorme em- paz, que eu te velarei; sou
•u hoje o teu anjo da guarda. — Ainda uma palavra
^ntes de cerrarei «s ôlbOS >i, sabes tu o que cu estou
adivinhando? é^o xaso d*aquella viuva de Sarépta ,
que deu para aiatcr a fome a Elias o poucoxinho de
farinha e a ultima gotta de aceite que havia em caza,
eoni -que lhe amassou um bóio c o regalou : e d*«hi
«m diante nunca na almotoUa lhe faltou o azeite, ntln-
ca se lhe acabou à farinha na sua arca :— *é pofqiiea
esmola enriquece a quem n'a dá : — ] andar, andsr;
que aos nossos Mlhos e a nossa mulher omica lhes ha-
de faltar coisa nenhuma , emquanto as orações dos
felicitados pela tua mão estiverem subinâo» como n' es-
ta hora , bem sabes para onde ! »
^im » a cbaridAde » que fte eierçita, é i^o meiOlQ
tempo um contentamento , uma esperança , e um so-
pro celeste que nos desvia suavemente de muitos es-
colhos e,nos a visinha cada vez mais a todas as virlodcs«
Não ignoramos que a chamada civilisação moderna
tem ordenado , que se monde , quanto possível fór, a
sociedade de tudo quanto por qualquer via desapras
aos sentidos corporacs ; que não podendo lançar ao
mar os pobres que pesam sobre aterra, inventou asy-
los para alguma parle d'c]les, como deu aos seus ca->
daveres umas valias por cnterradoiro. Humana a seu
modo , substituiu á charidade modesta uma coisa as-
tentosaaquc chamou phílanlrop ia que arremeda a cha«
ridade como o bugio arremeda ao homem; como a flor
de seda sem perfume vista do longe imita a rosa.
Mandou que se csmollasse por listas impressas , ou
bailando e jogando , ou concorrendo á representação
de um qualquer drama, mas sem vèr » nem por som-*
bras, o pobre , cujo aspecto conlriítarta. — ;0h! a
civilisação! a civilisação! — ^i Mas não vedes vós,
phílosophos blasonadoros da civilisação, que isso de
que fazeis despejo são entes humanos ! ; que cslaes
encarcerando a quem não fez crime 1 iqUB os vusso»
chamados asylos são verdadeiras rodas de engeilados
para adulto»! ; Não vedes , que expuisando-os do seu
grémio as cidades se asiúmclham a essas mães densa-
turadas , que entregam os fructos de seus amores a
mãos mercenárias e desamoraveis , só para que o
suave cuidado de os peoss-r e nutrir não as deslraía
do enlevo do toucador , de estudar os prazeres noro^
mance novo , e á^. realisaUos , nos bailes > nos' pas«
seios , nas asserobléas ! i \ K se ainda ao menos fos-
se aquillo? ! uMas onde estão ahi na cidade os asy-
los para todos os pobres?! ;e se essa desgraçada
ventura não chega para todos , se muitos , se a maior
pnrte , são condemnados a mendigar ou a morrer, co-
roo se levanta uma voz irada a clamar, — não nhendi^
gueis , desaparecei das porias da caza da uração, cu^
jos visitadores poderiam soccorrer-vos : não ouseis mos-
trar-vos nas ruas, nem sequer no dia, em que os pen-
samentos não são da terra nem da vida !
Os escriptores, que esse pregão lançaram, eommeU
teram certamente um grande peccado contra o csp^
rito do Christianismo ; outro contra a humanidade : ou-
tro contra a philosophta.
Os dois primeiros temos já por. supérfluo demons-
tral-os ; o ultimo pouca reflexão basta para o des«
cobrir.
Vede quantos livros se escrevem para a educação
moral assim da puerícia , como da adolescência , co-
mo da virilidade, como daveHúce. ^Que vedes quasi
sempre em todos ellos? Estímulos ao mutuo amor ^
incentivos á beneficência -<- ^ Que nos dizanovellaque
a mãe honesta se compraz de rekrásuafilba?-^^qne
nos descobre o drama , onde o pae folga qu^ os seus
filhos vão comelle? — Quasi sempre o infortúnio; pa-*
ra nos ensinar já a evital-o para nós e para os otitrea
emquanto é tempo, ou a remediai- o depois de nas-
cido , ou , depois de irremediável , a CArpil-o.
Já pois a civilisação admitte tristesas e consente la-»
grinsas.
Gonsente-as sobre uma pagina impresm : — eonsen*
te-as sobre o peitoril de um camarote : — consente^s
sobre chi meras improvisadas (e com rasão as consen-
te porque essas lagrimas são boas) í e fMK»bibe-a[5 sobra
infortúnios verdadeiros de irmãos nossos!
REVISTA UNIVERSAL LISDOMENSB.
157
JlDVEaTEiíClAS,
- A -ditUiUjiçKo começa hoje, quista-feira , ns 10 horas da
^lanliil. Aos Srs. , ^}ie , a maií tardar , quatro horas depois
ti&o tenham fcccbldo, roga-se o obsequio de o participarem no'
«srriplorio da Rstista UxivKRtAL Eissonsnsb, rtadosFan*
^«eirw Q.* ffie--!.'* anémr, para se provideociar.
PtAk o wunerí^.ie^iiiqte publlcaremof a resfiosta 49 Sr, A**
^ V. a» D0SIÍ9 artilho SjS78.
; «COSIECIIÉSTOS DTIIS.
"riDRO vR0nxir.
- Í8^4r A nATi»EZA craoú o díanànfte éoícrystal; <^
«caso ifiTebtoii o vidro , que imil^ o- crystal c o dia-
mante»— Á sfciència imila hôjc com o vidro toda» as
-obras áá natureza , nSo sò aa Hi^gMiicas como a pe-
draria, mas as vegetativas ea^imadAs comtod« av^a-
ríedade elíri9èza<dé'lâoa6 fonttas e cdres: A demons-
tração d*esita inverosímil verdade apparecerá a lodos
4t% incrcdtdo», sogunda-fcira próxima , na residência
do Sr. íiÁVBOt, calçada nova do Carmo n,* 14.
Aht^iM; verá brilhar na maior profosio; toda a sor-
to At objectos natiiraes e artiflciaes , ainda* os mais
•Mopli«tados e mimiciosos, sem que em toda a sua
composição se note ura átomo, que nio seja vidro» —
cestinbos , flores , c ramalhetes — paisagens — aves ,
que parecem ter accudido de regiões estranhas para
w poisar entre aqoclla vegetação máraivilhosa— atoi-
maes de .Coda a espécie — naus* com todas as tellas
desfrakladas , ootai toda a artilharia aboccada , com
iisiÉaritiheíros trepando pela enxárcia pai^ o serviço
da manobra — coruchéus indiaticos e chitis^degt^acio-
ia.arcbítâctitra ,'Onde €e baloiçam t)U se divertem por
mil outros modos os deliciosos âthos da aurora--^ um
ctrro triurophal eft que Vonus é levada pelas sua«
pombas— Cupidinbos; esvoaçando por entre as bor-
IwleUs* irmãs sfuas em melindrosas e inconstátites — ^
histnes— carruai^s com soberbos -tiros de cirvaliod
-^taâo «ttifiníi -quanto a imaginação, mais ávida > |>o^
•écria pedir ^ á alimpada maravilhosa das MÊi e ««•«
.noUeu •'.■>■•
£ com «flbiio, é tambeita uma alámfpâdá ; a que
4iUi i víéta de ledos-, produz e ravlttpiica estei pro-
'éigio». VefdâéeIrufihagiOOdamdUêtrfa, o^. CiàVROt
•cflá senSado' diante da«ua itie«a. em iace da:atia «lâm-
pada e «Bmiórína bem outro algum ifistrumento para
<lesp»ehar de repente lodo»«s voMos rèquei4menlos ,
■íais do que > uma» tartnhai te ^iâfto ím diversas -cd-
i-es, 4iie si«i9 suas variAbas-die càttdio.
M prapnaa obras do âtei CâvioL siomêilos admi*-
vev eia que e sen mede detrèbalhar. Coti^ersando com- '
^osoo , irespdadeiido- a todos^^as votfsaape^guntas^ pere^
•eiido nioí dár sendo «mu pequena patte da^u«i atten^
fái> aei que* eiCá íaxeiidi» , é com -duas' doestas taras .^
Ctoèihidas 9a Imcadas segúndcrlbe «ohvém tal díu tal
•érv 4|UQ eile wtm denrcteodo é efadinh a ^sua matéria
jirUea e aieícoaiuÉo^,.iio ar-, ^^iaiile de tóii »> 'MH
vau de mysteido neqr òhavMmfam* •^•nre^too' vipro ,
^Qe lke«slá datido!amáleiitA> prima /^h^ *ésXá sérvin-
áer detiustriunento ? -<^ \ is .quepUiiporçioi o correspoB-
éesqiado fóiimes, -que exacoão c gváça dé<d<>senho.
•Ckfir. G»ivao€'ó um:artista q«c reme o «sculploit,
#fnntef ,í<^>qsmaUait0r , .coar aiiás de conheoinm-
KoviMBRo — 23 — 1843*
Cosc-da MOlogio , da bodáníca, da árchiiièctaTa ííérrèi*'
tre e naval ; e com um gosto especialisairao rr art(»
áa9 dccor«efes.
Nãfo pára aqui. -i^Nâo contente de obrigar, o vidr»
a tomar toda» as* 'figurai, disejétcis queRté a soa ni^
tijtreza íntima lha transmtfda. O eerpo^ ao mefiaV
tempo tão inflexível etno frágil , cobra elasticidade • >
terna^e dócil' e doma vel tomo a seda: vereis Oaf
o vMro cohi dma ra^dek' |tortentos» : tomareis-nae
mios aa suas meaéa«, dobral-as-^heis', enlaçaM^^^is;
sciotireis dosi^os^de o vejr tecido 7 não é oSr. GiraoL
hom^m para deitar de vos satisfazer e«ii ponto alguip:
m09trari-vos4ia os síeuK lacidbs {») vitTeos^tão brandoR
e méròidos como os de algiadio. ^ •
"Já se vé quantos uso» poderão fazer do préstimo d«
Sr« Gatíol os ' opulentos , e èinda os mediana-
mente viços > para satisfazer as phant^sia» do luxo.'
í Que va^iedude de' novos omatoa para salas, para{
toucadoifes pòrr» rtreias de jantar ! Ute o 8r. CAvaou
não pMdirz':^nieiite objectos de luio: todos os ius<^
trumeiftos de" cbilviicá ^ de physica , rtetorta« , thcr-^
mómetfoa, bát'ometro5, tudo quanto de vidro se
pôde fazer, eXé4:nta-K) elle com a rapidez e per-^
fevéSo de<qW íbdoa poderão dar tesiimunbo, iêgun^
dcHfeira premeia, [rào conviria' porventura que se
diligenciasse aggregar aomagist^io oaAcademia^ias*
Bellas- Artes, quem ^ela pffineira vez , veio mostrar
em nossa terra uma ittdustridtãobella, tão variada é
tão proveitosa ! ; Quão bem sioffioára i mesma Aca«»
dcmiá o re^ilèréi-o!
SfOTOS OOZ.X0BS 239I|à.S.BJUliA'tOS.
23â5 SsABiA-SR^^muitoqueocóeo era por diversos
mo4o> fitií e. usQjS 4<^<^^^i<^o' « ™^^ o que se igaorava
ainda era que as fibras ,da casca servissem- pára en-
cher côlxões, • , ^\it, ,
No Âiloi, jornal inglez de 4 díc novembro,, vem o aR-
nuncio seguinte :
, «Os mclborcs, çolxõcs , por sua duração , ãceio«
ffxémmodo,, q economia , são os da fibra dos cucos \
fisi ^ua e^sticidade' egpal á da melhor clina, c custam
f^metade.
. É facto bem conhecido , pela^ propriedades chimi*
cas da fibra , fugirem delia os vci*mes.
A^IVKSKXO PARÁ iÈV&dSOli.
â326 Xç-s^ no Jornal á' UHUdade Publica de 7 de
novgijabro o&c^uiutç: —
xí ijr* Mçdaciífr: —Vi no seu n * 826^ artigo Miscel-
Japcj.» a carta do Sr. Ramalho ^pbrè o alçançar-sc a
receita contra a el^hancia.; 4e qií^ Jallou a Revista
Universal Lisbonense no artigo 2120; ^gostei immensd»
^ue o 4ÇU n.* viesse ^^spertarnaie * cara. me leml^rar
^e. coisa que é interessantíssima á nãçãò , e queime
veio á noticia en;i 184t em Palniella , onde cplão me
achava empre^^àdo^, Sendo eu curiosíssimo a respeito
da botânica, « medicina, .em que muitas vezes cos-
tumo refr^g^ar fis. minhas ioéas , cancadaspela reí-
te;ráçãò die sempre qiiasi egnaes, matérias no ministé-
rio 4o DMubj^.. profissão, alcancei o receituário itiagls-
(«>. Q âar e tecer vidro njo é imrençUo do' Sr. CAthol*,-
(Tcssa ínãiistriá ha ja maravilhosas fablriCa^ em Paris , e os
jáèse«'d6 afg^ims dos rafallos, que onnrfitt á^ p<»«ipa'fuiiétí»«
dtkNa^lc»» aram de cspeeioaiwtffia tela- do vidre mvUkôr.
14 voL« ui. «SR» Ih
158
.REVISTA UmyERSAE. LlSDOJfENSB.
<.i -III.
trai do Brw Manuel Atiluacs da Silvn. de^iMt eMrai
al^nmdfi receitas. d* coUrcl, 600,., c tantas^ de qtteoon9->
lava: uma pertencia á classe — contra. iÀwphéa'—e
]e%\diP-3L as> bsLvbeWo Pe:tadelo , <ístc chamou a volha
Mntzwíii sua vifiiihaí ^lh« perguntou — ^.so se lembra*.
v<t «m.que tçi^r^ . er an o.a banbos contra amocpbéa.: -rr*
com ofTeito esta velhai me rcm^iien ÍLsÇaiharim doiFe-
Hx, c8tanqucira.d*aqufilJa villa ,. assisicote tia r.ua da
M^isericordifi , que d-elles se tÍAb4 uUlisado^ .e')qiie>
eu:c4nheço muito bem; dirj^giu-seaos :(aes.l»anhospQr
ÍDfoirAi<tçâo.d<c um alemlejaiio, catando eila.já.coberla
dc^ chagas , e jquasi sem çabello : apenas ttom<>u 09
prlraeijros .banhai; sararam immiediaiameuyte ^s feri*»
das, c ao segundo anno J4Í [lodia dispensar o regr^es-
so aos d*c>4ís banhus, porém- foram tomados ^m ra^ão
dc' assii») lii'o pçj*^uadJirom«, Ficjam estes banhos cm
áii»pQ\/ofíd»i « si> os anciãos de AJjustrel , para «is
parles de BéJ9 t sabem informar o,. sitia de tão beni-
gna^ aguas : HÍq4^t|Ia viHft sedirigÍM-a dieta C^tba^i-^
na,, e allj 4 cQUitoir^^m os. práticos d'.Aljustre)*. Aiu^
da yívc , e.cQ«íi saude.i esta mulher i c por. via do-
administrador idoio^celbu de Palnpiclla., poderia o
governo a^l^nçar cxacti^simas informaiçpcs i| tal .ncs->
p<!Ílo para poder aprovjeitar em h*nhotixígM loires aquçl-
ias aguos, ({ue.iiáo doinaciam d«ser mattai»çiald'utin
tidaidíf.iiquelliis povos* ».;... .
« Iodas a^ informantes (^ue^ou, mo foram dadas pc*
In dieta Mii\$nda, qutf. julgo .umbeiu. se utilisou, ou
foaiália.>u«ir do^ jftífl$iB<íS{ banhos... íi
Rogo a V. S. responda «i Revista cywn psta minha
«arta , que se merecer a-atlrnção , nào deixarei de
coctiuUfUr, do. quando cm jquando a dar-lhe duas re-
gras de utilidade publica.
Dcns guarde à V.S.
lUamd Be^iaráo da Fonseca Claro da Silva e Sousa.
▼SNSNO 9UOTIBXJLNO.
2327 LÓGÒ que saiu" á luz o artigo 2215 ; escru-
pulosamente impresso qual nos fora remettido , — le-
Vantáram-Ve m.uitosreceios • muitos clamores , — re-
ceios da parle dos fcoilsuçiidores do assucai' — clamo-
les da parte dos vendedores. O agradável quarto de
hora do café sobre o jantar e a hora socialissíma^do
«h5 hbclúrno foram coiivcrt/idosera discussões coilfu-
«.Vs úv. hygióní*', díe mc^dicina , de chimica , tle poli-
via e de lU)jcrc|/i(|e, d^.conjmorcio. Vierara-nos muitas
cartas, uixiis;" razeiído pcrguntíis ; outras negando o
allogado ; outras cónfirmando-o. Escolhemos de tòd«
<iMa , .porrespond.ençia , que , á pézar ' de ser de
f onfellaiià , pódía vir era gcrâl mais doce do que
\eio-^ as trcs scgfúíntos tãrtas, <^uè damos seih'^|h
nhuiuâ alteraoSt) tif^ emenda : —
Lendo o n.* S da Revista Universal Lisbonense , d^
que V. etedactor , jiiçparon^sc-mc um artigo *cbm o
liinio de— yeiicíioQuônditltiir— ésíi quci se dií, que
as conrcileíi-oscostuinani refinar , o' assacai còm ossos
4?m pó; razaò pôVqíie se viírth tãrttaiè jJessoa^ Ipallidas
c de cor csvcrdiaíliaiJà'; íiàd/fíàde ddJíaV-tfè''^^
der a este artigo^ n«nò còirib' confeiteiro' oflcndidi^V mâ^
por julgar que devia dcfctídcr uma cTaèst *itrftisfàm'eh-
te acc^^sada. . " ~\
, .0 auctor dá a^conheccic Òpouco^que esta. ió fticto,
f4hi.maQeirá cooKh.os cbufcitjciros refmam^.ç, aisujq^r,
.I4Pir(|«i« at o estivesse diri«ft». que mui. r^ro$ 5ãAuyq4|c
purificam o assucar com os ossos , e os que assim
operam se servem dn carvão animal , que é o resul-
tado da carbotiisaçtio dos ossos; c schdô eáies 'com-
postos de tecido cellnlar, muito, phosphato e pquí*f)
cariionalo de cal. onuito pouco plíOspUa^ de niagne-
sia , alumina , sílice e óxidos de ferro e de ma;)gd-
neze , e gelatina e, seguntioBeizelins, soda e sal ma-
rihhôr: depois dtf earbonísaçSo' achíftn^e esíeí «mes-
mos saes , e para se puriíicar é lavado em aj^oa acfj-
dulada com acido- «hJofhy-drtd»»; -qne decompõe es-
tes saes , forpf nda chlorhydrât<>8 , ouf-sa dissolvem
na agua e ^ta^éil^i s3b rejdiJadas . - âéandòo carvão
puro só formado da gelatina carbopisada: éd*este car-
vão que os conf(útpi.misr4»^m liit. ti f coloração do as-
sucanr, o iiophnm iaconv^niento fosajUíi ^'o sèu 'em-
prego* pqiséó fa;? as vezes de liitro, apod*^rando-íí«>
por iiiD^a* propriodado que lhe c particw.Iar da.raat<çria
colpríint^, passando o liquido em que o assucar e;(«ste
di^sulvi^i»* ciaro.e pufo.-
Oca seudo d*esta maneira, que os xonfaíteiros pu*
rifícam o assucar, 4 de que poderão ser arguidos?, .4 Cov
mo poderá a cor paliada e csverdinhada ,. ser de\idft
'aos ossos, se ejles nõo fazem parte do a^^ucar? ,0 que
se pôde d'aqui concluir é que o;' ai^ctor. se pr«cepi-
tqu no seu juiso e que se melhor exaiiiiuar. o que
avançou, ver-se-rhu ní| obrigação d'alÍivnvir,oqtteacabo
de dizer para houra sua edcsiigravo d^í«|ueila classe.^
José Pe<i^o tlcnriqi^^ BarbçfiaM ♦
Li em um dos números d^ RovUta, um .artigo- qiiff
diz respeito á praxe que sq vae cstabeJe4!Qnda. wgwndn
dizem , de associar íís ossos», calcip^os Au<a«s»uear< t
aos,prejuÍ2os qi/e d^elia podpm resultar ,iâ»ii4r«lc.
Confesso que não tenho .rolaçir^é. directas- ou iodi^
rectas com os negociantes d aquejlas géneros, mas
cumpre a todo ohomtmLdjp l^pfip pugnw „ . peki vord*-
de, muito mais quando, se trácia 4« objeotos , quo.pox
dpiuaffwvtar os inl«r*^scs .d*.uina .gpípdp oorporaçâo^
piílps prejuisos ÍQCuiidoi>,ap(HiblÍ4:o, p«)Mt](^iH) ^aassèr^
ções que posto aUentiiveis ^pela bo9 íé d« -qiiectí as
e;^hara« mo cc^vtudQ inexactas aassijias.pccmissas.
Já eu. es{|^rav<( , q^e i|tlgvi9i dos wo^fcos ÍQl<!iidedorfs
da matéria fisesse a similhante respeito, alguma ob-»
sçrvacão; como ella^pocéf^ &Ão tçm.apiif^ido, tomo
esse eaca/gp , não obstante .m«os poueos coahecimea^
tes : não se dirá. que juro na p«iÍ«yrA 4a »e$lre.
O» ossos são a. parte mais sóUda. . dos ., anima» ;
compoemrsé dos. phosphatqs de cal „ de mAgnesia^, <)
d'ammoniaco: d'oxydos»4e íerr^^ vede ma^gaiiesio;
unidqs qomp se suppoe^ lamben» «o acido phospborU
co; contém ^iialme<^&«:j[|qa(o 4 e sul|»liate^,de cai,
4om alguns vestigiQs d.>UiA)in|i , silâceriQ fsuita ge-
i.atína; c todas. estas substancias Ugaàas |»or (orle eo^
hesão ,. constituem. a rig«sa idas p«DtesQMe«^' O, áoida
chlorydrico ataçaado;4ii;pk>sphato8 , factllàat a citr««-
çâo da gelatina^ mas..esta»que6tãaóaUkeiadeol»iecU#
Os ossos cqlcinadosota ifitgo n4» sâoupuffÍGciídoai
por .<^^e , 4e Xm^i^, as parles J^tenog^iilas ,;: que «t
toquiparVam,; peitdttm ^oda.ai gsb^tíkiav i^iè. ificam rr^Uf
zidos.a^ que^ nás ctomamQfS(iai»bilibQspbtK& de cal det
osfifi$, e quejhe cuo»tit0c»dfiM3quiutoi» da auacom*
posição» 'Êr^insoluveJ . na. agua e^eaira aa uao dmicD
como- Htíl nas di^rhó<iS.'Obrf>niofs » ve.fas aina parU
.d<»a ptVs de jaixmtsii 'M^ se vé>.piirlaòto,i4!4|úi: «aiatau*
4totauvia é as^ iimocWe, paia se reputac pctoig^^
» ^
-- OÍ'tíiv
wm
fHBTIBiPA '«IflYBRSM/ fdSBOI^N^Sl
(Í.5?
lui sitpposU ou «eridlBa 'associação com obssúo&r. De*
mais, ou os ossos aUi flgoram como purifteatites do
aisucar , ou cono* afnkte qvfè lhe aifgmclrta o i^èso ;
aa f>Ffnii»ir» ctfsa nada lhe achamos de noeive ; no
se^iindo é injpratjcaVel , por isso que o.íssucar , ;.iin-
d.i 6 mcno.^ puro, se dissolve d^s líquidos , .sem de-
positar coí&a, aigunaa que ÍQdiqu« a pi^cseDca do U0
curpo ÍD^oliivel.Ameaina oal semppo se uaou empo»
qiiena quantidade pura neutralisar o assucnr , «Ia sua
primeira extneçãó do çumo da caoná , o conçrefnr
pela S(?parar3o do méiaroi As mçsrrtas formas coji iças
do'as5Íicjr de lasca , são puriGcada^i, fazcijido passar
atçavcz d't)n3a calda deij^a » e d^alla abaixo • isto é
4ii fibafQ . mais larga uma^ pereao de* tcbra calcária ,-
que • arrasta- ' comsigo Mdas as^^ imparezàs , hrtm-
qjl€aiid<hKy ao in^smo tcftpo. Aquclla terra dcposita-
sc no fòtiíjò agudo da fôrjna , q^ue dopeis se corta,,
ficando como se vc, a pirâmide cónica Iruacadaj . e
Igd.os saJt)e.m.qHe iaqifoU# assucar ié o.«iaiç 4;^i:<)>/pai-
ro «. e estimado* JB.vordade.que a cal » , quasi< aempre
eonlém aifitra carbonato^ de pota^sa , provemcme da
^fra qitó sy>rYftt 4 sua calciparao; e este sal attrac
ttm' pouco a humidade a si , e âo assucar ; mas isto
succcde quando se e^iprc^a o próprio protuM(l(> de
calríu, iiiçouveuieute q^Ae uão. offereceiA os oítSQ^.
^Com tudo não se emprega. hoie , .por toda a paKe
o caevãp animal pard st» puriOearem, e descolorarem dif-
fenentM sUt>s(Qnrins ? Todos o sahom. '^E estccàtVSó
animal qnal é? Em geral o marfim queimaUo: Á sua
ciíriíposlrãu c qiiási a mesma dos çssob; .puréui ^aj-
ciua-r^e em ,v^sf^& ígci^idos para o ca.rbonisai: . e .darr
lha. a cójre6€iiroi £lie Contém mui dií}'erenles«uí»tan-
eias d«9 do» 4KS05 cakiRados a fo^o n6', e parh^ios
servirmos d'elle, prepara-sc previa motite pòrmefq tfò
árido chíOT^ydrico , e -da agua fervi ndo ; mas nipgÃcra
accusa , antes os práticos recomcinlam este uso. Xos
haspitaes e tráKse tfs^o ealdo eiftraMa dos ossos, e
ellàlKirâdodn pánélla dePapin, onde unia forte pres-
são, lhe exlríiç facilmente a parte gelatinosa sem
que tantos facultativos a todos os respeitais subiiuics,
majs ..prÍD.êip«hneiUe. .pelo seu saber , juig^i^ssem até
agMra. alguma. coisa ^enoctTotiaituella pratica. Asnos-
Mft mesmas panellaseonteem qiiasi sempre, « infeliz*
mente boa pofção óssea, e hcni por isso cxpWnien-
tamos accidentes desagradáveis ém nossas digestões.
A geíéà de pput^ dei veado deferia oíTerecer , egual-
mente jtmilhianteâ uicaoveoicntes , porse extrair , por
meio da ebulição de partes também ósseas , e não
fiV se lhe não' têni liotrado inctmvetiiéhte , mas até se
apiiitea a doentes, citjos estômagos se querem subtrair,
a lahodbsas digestões.
Por. tudo a exposto , devemos concluir que a res-
pe^W4o jenunciado dos ossos, não ha que íkoicv cods<-
queacias damnoaos , -ae porventura ^0 servem d'el*
Jes , ' para' qtialqè«r d^ fins que dizem.
JJsbltt '3 denovèbibro dé 18^3.
".;, * Ilenrigúé José de Sousa Telles.
Xeisdo, vís(o «o. seo acreditado jornal (p.^^S] de f9
áe <)ctubro «ma exposição com 0 titulo a Veneno Quo-
íidimm^ r«4a«ande o péssimo- UM seguido pelos cod-
feiteiros para clarificar assucar com ^ o pó de oksos ,
c^cotíio julgo gné este áisumptb merece mtri 'séria at-
lèncrà^, tanto. ^ô. governo, como dc^ódòsj os chéTes. de
íamilius^ não jperdi. lempo > o.m^d«i iádiigfirp ,^j|^e
nsipeito por firenoacanoes,- e 0 resiãtada:da avi^ri*
gikaçio coniílrmii- (ud»*, fc ainda mais)- dó ttnèVv ' exn
põe , . sendo certo que em iogaif do' muito* aniigO(>ooá^
lume de usar deoVospãraclarillsaronsâU(<ftr,« attiafior
parte dos confeiteiros scrvem-se para esse fira de pó
do ossos'v''qde vario» gallogosprepahimv '8(mdo';a|)a-
nht^dogi' peies ívík^vos, no «aeai da 4ama ; otioro^ do
imrtfunéici^, e corrupção : o psva prova d 'iat(^ -^ncH
tório 'que. v preço dos ovos liem.diroinu ide em tsonse»
qaeneia d'e8Íe Aovqmelhodo -adoptado pelos eonfcitoi-'
ros. Estos são ús resultados dâs minhas iadagaroosl'
SK-ftedactor^ um mal que chega « tod» o pcnropa-^*
ra enriqQacer ons poucos- de avarentos (vèdc as kjas
do confeiteiros a^ona,' 6) as dositompos passado»), de-
ve-ise-4h<i pdr termo, e isto quanto antes toe para oví-h
tar a continuação do Ião esioandaioso nbuso/ oreio quo
somente compete ás auctoridades adoptaromn^Moamui
seiéros paraKpufiir os delinquentes: e só assim será
po99Ív|!t^<evitar os estragos na saúde do povo, queimi*.
peilcepOtvelniefnto está tomando veneno quotidianamen^'
tO', a bemV ^ pieio ^ntunteressé particular dok (»b-
feileirosjn-' •. • ' •■'.,.'• • i- • ■:• I
Se V. jul^a necessário , eii me incuml» de expor
04 nomes dos eonfeitciros que mais abusam a estores-^
peito , o -efualmonld «s^ivCiof onde os taes gallego»
preparam o tal veneno .para o povo engplir. V» Sn
R«x}actorV'PÓde'fazipr uso d-osta carta como bem lhe
parecer , seÀdo certo que o caminho que V. segw ,.
á «enipre- de reprimir a bU$<os r proteger ,' c relar a
bem do povo, e da pátria. ,v ' ': . i '
Lisboa 31 de octubro de 18i3.
^.-, «'-«)'•- ••'- - Seu ^amstmte leUor^
. ' .'•• ' ■" .■ (Caita.)^^,, ;, , '[ ', .
2328 Leio .seijíipra com prazer, q çeii periódico,^
siún coutradicção. o mais ulij 4c quantos ahi sce3crer
vom n*esta nossa maífadada terra. N'cl!e vou rofocil-
lar o anijx^o magoado da lejtur.^ doajor.naos políticos.
Suu:portuguez até aos ossos i,,c por isso folgo de ver
que haja ainda quem de portugucz ^c ufane.
, Por mu|^is v-ezes lenhos vís|,o na Pievísta lembran-
ças felizes..! teniícntes a aperfeiçoar, qs diversos ramos
do serviço publico , e de .muiús ,, sabemos , que lera
sido adoptadas. Venho hoje também fazer-lhc presen-
te d' uma lembrança : —
^.^ ^è, cbç pocp io vi 4ia» dA ÍDipular.spttp
" * Chê /luanlo Io posso flaí ,' tiiiro vi doYiò.
-^Ptz respeito aos iacençlSosi Todos; síibemos que te-
mos upUmoír4ígiila«entWsobr^ç^Ve<4hiecU); mas Umr.
bem.iodos esl,amo6 vendo, .a cadia p?s&o, bombas. ar-
rastadas ao som dqb«irbaraaigii¥ari:a,:Piquetes a mar-
char, marchas fbwfattos ,\bai\à^ de ga|l<?gos carrega-
do^ de bí^rrís, .anctitíridado^ açodadas batendo pôí
ess^s i.ealça.das rijo trote, o isto. muiia5.yíeze^,.do,
míite,. a deshofas» coro. geri 1 inctímmodp d^çiáàáfí:
para accudir a jmqi incêndio do qual mMiia.vez.até já;
aj) Ciípaça*aesappafeceríjm,4.0ra,{difi* ei|).awq^ cor.
m^ bu um toque p«^a anounciar o iflí:ea4ip.. não pq-,
deria havec outr§, para. anuinjciv a exAiíacção do in-
!c,en4iot Parece-wc 4|pe çoai um ^IPples repique cí>iír|
IvencioiíodoM dc.musi.f;a^bem disiineta{4#q.U9ntqs mi»-
sieas .por aht .4oeai». oa ^iqof (/que não-tocíiffl pouoaf ,»
^.{)oi|i.im]^9pnias},sei^^'ria evitar t9Ml»^^'jS4 \in
1* *
160
REVISTA MEfl VERSAI/ tlSBOKBNSBl
Se achar a kiDbpança plausível e a <|iiÍ7^ io«Q«ír<
Bas hospitaleiras colmnnas do seu periódico » muito
obsequiará a seu .devoto leilar. • J*'. .
Lisboa âO de novembro de 1843«
Pe< tanto melhor ;mente aocettsmos o alvitre do nosf
10 obseifuioso correspondente , qvMito essa utii idéa
já nós a havíamos levantado no primeiro velume d'es^
te periódico — no artigo Mô-^islo é ha p«r4o dean-
»o e meio: ecom der de tão fácil realisação, qiiena^
da custava , e de tanta vantagem que a míHiarcs de
pessoas* forrava; um grande dcscómmodo que muiièr a
joiudo se repele, ainda não achou queiBn'a realisassc.
Já ouvimos objectar que o rebate (h feigo é dado
eá da roa por uma corda presa ao aiiie c cuja cxtre-
nidade inferior está fechada em um armaria , que a
guarda pfoxima vera abrif na occasião para tocar el-
la.rac«ma2 e que por consequência quem dá o pri»
meiro signa^ não poderia d<ir o segundo. -^Depressa
se desata a duvida : se na torre nâo>mora: sineiro que
sefa obrigado ao repique, — não «eji^ repique a de-
nuncia de incêndio terminado , mas sim o mesmo tiH
que por onde o picincipío d'elle se accu9<ltt> — só com
a diíifeFença do compasso, que , para chamar , {lóde
ser mai3 vagaroso e« offdem a faoiUtar o ciwitQ das
badaladas, e para despedir rapidissimo».
Nãa Ó porém esta a única , boa , e cxequivel lem-
brança , qnc havemos oHere^ido infruictiOisa mente a
lespeilo de inpendioss Haja vfota. 4<^ artigos 68 ,
1357 e 2175.
ifíBLovttnekciJin covtsa zncesxdzos.
2329 Em uma Gazeta de Àllemanha achamos um
invento admiiavel. Se produz toáo o efTeito, que se
lhe (^tribue ; se não tem algum ponderosissimo des-
conto , se hão é exhorbita^nte o seu dispêndio, não ha
duvida cm que será adq>tjido á porfia em toçlas as
partes do mundo. ' '
Que examine lodos estes ses o Sr .Inspector doi in-
cêndios aquém de direito isso pertence. Audssa obri-
gação é dar. a noticia.
Èra Vienna d' Áustria se experimentaram uns pós
compostos por um alemão , chamado Gratz , quç
atirados ps^ra cima do lume o apagam quasl de repen-
te^ o que nem sempre a agua consegue.
AGRZcuziTtrilA VA UHjL 91^ s. muaxnsL.
2330 Recebemos o primeiro numero de um perió-
dico mensíil , intitulado OAgHcfiáU}r Micha^iense, hm-
pfesso eraPonta-nDeígada, e pertencente a octubro ul^'
timo. Esta primeit^ mostra , que de si dá a socioda-
de recém-instaurada u'aquel)a Isfras sob o titule de-
iSí)ct>^iidcpfofriolor(i^>d<»A^túmltiinii«iitc^Wef»e; presl-
(Kda pêlo Sr. J^sé^ lac^me Corrêa, cojnposia já die ses-
senta e três membros , e devidamente auxiliada pelo
respéctito goVemador civil o Sr.FrancBCO Atronso da
Gosta Chaves e Melto: — esta snia primeira mostra,
repetimos , fetem merece ^que toda a imprensa pet«iodi->
ca sincerama^ desejosa' dd benpvblrco areomnme»-
'., de.' Por nossá> patte julgaíttios cdmprir úm dever, pro-
pendo' á imita^So das maiis provittcias e do temo V o
exemplo áò$ zelosos âssockéôs de Ponta-Delgada : e^
trasladando do seu jofnal para o toniair mais cedo co-
Bktcjido em «odá à parte o dlMurso, ^ueiUíiepritfieir»
sessão a 3 do maio » fioi roeilado pdo di^o, prcsi*
denie:— ■ . .»mí. ..» .=
T?S8.NiiOfft9t — A AgrieiítMira á Uda iia«iiiiior coosirieni^
>) cm lodos es piúzes cj^vifisaiiiofl.: -M-con amita nuiU 1119801 4qv«
?) sel-o cm iiossa terrn » iinicamti^te ogricoU.
» A França , a Inglaterra , e a Àllemanha olham para ^ id^
f*a«rrirultiira com' o maior eíiidado c diivelo^ b3o obstante
rtafibar-so immf^niameiyte deiíA volvida a lua ' indaàtria fabril,
>»r^oão obstante posaoirem um vastittimo-eommereio: com
i^quanif mai» raxSo poii, nó|', <|He afto pofiuimas aeniiuai»
nd*jçs8as riquezas, deTemps cuidar em activar o melhoro*
t mento da noss». afarie uUura , que se acha t2o atcasada l
í> Todos. vó«, senhores I conheceis — a imperfeição dos nos^
n SOS instrumentos aratorlos ; todos t^ , conheceis — o poucc»
» metbodo com que as terras sao anianhadas, — o nenhum co-
yi abccimicnto doi convcnienlea afolhamento»^-^ a falta fatal de
>? prados arlifiçiao»., — os incoiKwienbes . que resvJtain lios ias-
"SOS gadoç Qsiarem contiaaadameate expostos á iotemperie daa
» «dações, -^ a falta de plantios ílorcstaes, — erofim outro»
w muitos defcitiis , que se eúcoalram no nosso systema d^agxir
"cultar.
nNeifi nbs admite cate atraso: as priMiplMt càosaB, a noas»
nvér; s&o — (\ poòco desinvolrimeBlo da instnio^o ffriítiaria,
t> -^o .curl^ praao porque sSo Ibitot os arreodav^itos dias ter»
» ras , — a falta d*uma associ^^ , que acoasclhnsae < tr^éMáit
» ao mes^no tem pç o exemplo aos nossos pouco i Ilustrados la-
n vradòres , — e a pouca protecção , que esta classe têm mere-
n eido* do governo:- pata remediar estes males, é que a![runa
n indivíduos se reunirem , o fonnaiiam á sociedade promotora
• n d^acricultura míciíaelcDse. .
n Antes de vos narrar, o. poaco <|ne tenop feil»,. jofego do
» nosso dever explicar- vos ;k naco, porque a sociedade tA»
» procur<m lo^o dnr-sc maior desinvolvimento : «Ua intandev
»que', — quanto maior fosse o numero de seus sócios , tunt»
n mais demoYadà seria a discús^o dos seus estatutos , e par&
> » evitar a perda, de tempo tratou de es arganisar :- não os con-
»ttder» pcrféifeoa, antes reconhece qoe a cxpeMencia e a pra^
n tica lhf?i; faraó de certo app^ecei di^feitoB , 4|iie as Yaisas liK
n ses muito concoirecao paii^ serem remediados.
••f passo ;idar-vo^,um peqnQUp esboça doatialMilhoad^esta s<k
ciedade^
»Na aua primeira seM%o.aoy»en« «p»dh«c(ao, canpast»
nde cÍQpo membros, presidl;;BLe , vice-presidente, secsetario,
» vice-sccretariy , e thcsourciro , e a encarrc|;:ou da factura dos:
n estatutos , que eflbctivamcnte, foVam apresentados , discutidos ,
.»approvados pela sociedade ,.' e mandados íinprrmir.
' » Determinou, que o^inimo daqpoliBa^b fossem ^000 rs. ,.
*• deixando i .2;eaflrosidade de tada. sotio ^ — ao sto amos ]
>ía($FÍejiUt va t — ou aosnayaiof^ Jir«r^,qna d'(¥{l«Jtm ]
n resultar , o contribuir com uma maior son^mau
» Constando que o arroz se dava no nosso pais ^ ,e ^jgnnálo
»» a sociedade conveniente ' a introducçSo doesta no,va cultura ^
. n deíiberon , que se cultivasse , e eflcctltamenie mandou cvlti-
^ n^var , para experiência , um alqueire 'dé terra na vfllá da Ri-
» beira Grande. ....
n A socicdfidc , aitend<^p<^ ^ps. ^Aodes, davnaofi •• prejnisoa
» causados peloa pássaros damiiiuho|i,. entendeu i^r ^m,gniBd#
» serviço k agricultura, procurando extinguH-o^ Qu.diminuiIrojs>
n consideravelmente ; para alcançi^r etíefim, nòméôii umacóm-
n missão, e encarfegou-a de apresentai um- — "P^ojMto^dVpos*
'^hira , e regntamento parti a sua execn^o , — éúy&$ trnMho»
•»depoia de discutídoa,< e appvanfadM fpBsm ofiinieidbs. ia dí(-
» ferentes camarás d'eiíitii ilha , ..rofaMo-*eilàfX t ^deif-tlie ex*-
J»cução com as alteraço^^^ qnfilhes par^essq^ qdqj^as^ A
» sociedade intendeu, que a cxècuçuOf d*esta« posturas tornaria
» mais' facll o recenseamento dos terrenos sujeitos á contribui-
nçilo , e ao mesmo tempo mais exacta a sua cobrança.
M A sociedade., para, animar a exlinc^So'dá praga , éstabele-
»c«a um premio de^lteOO m.^, e o«tro,do4í|0íaflO rsi aos. dois
ulKMoens , (lue^ upsirarfan, tef xewii«io. m^nr* im»t|o .d» cuba-
»ÇM de p;í4ga,, ...:..
w A.wcieflade , tendo. em. vista asgri^ndcs vantagens , qçc rf-
}» sultariaçii. <(1a ciiftyra de plantas olei feras , cmpregou-se no es-
te ttidb dak mesmas', e resolveu mandar vlf aigtunas semoi^os ^
;»»](ahi se-faÉereiÍiit»pfMij«i eicpQtieaciai.
REVISTA UNIVEBSAtr LiSBOlVETVSEi
161
nSnscifando-te a questão sobre se — seria necessária a ancto-
'•rtsaçfto do g-orerao ]Nifa a existeneia legal d'esCa sociedade,
M resoiveu enviar os sens estatutos ao governo civil , deixando ,
t por ora f «sta quesfòo sobre-estada : na próxima sessiio eu
» chamarei a vossa attençRo sobre esl* objecto.
» A Sfxiedade tomou conhecimento da pr^posla do Sr. José
wdo Canto, sobre a — Plantação d'arvoredo8 nas mftr*»»ns da?
71 estradas ; — foi disculida , e approvada , imis nno so traeiou
•írte a levar a eSeito, porque se entendeu necessária a coojie-
n ra<;it i i!os novos sócios.
» A «ociedade, tendo approvado uma proposta do Sr. André
»»do Canto, tendente a factura d*um — Calendário do iavra-
ifctor — , nomeou uma commissilo encarreirada de colher as in-
íi formações, e esclareci meiilos nccessari.ís piíra o exacto co-
nnhccimento do actual estado da nossa agricutltira.
»Appruvou*se também outra proposta do mesmo sócio, para
vh factura d' uma — Memoria sobre as laranjeiras — , e raan-
»dou-se imprimir tanto a mesma proposta, como os quesitos
'>quc d'ella faziam parte, a fim d'alcançar o maior numero
>i d*csrlarecímento8 sobre a cultura doestas arvores qua tSo úteis
nuus são.
n Approvoíi-se a proposta do Sr. José do Canto sobre a —
>» Publicaçilo d*uni periódico d 'agricultura- — : a sociedade in-
« tendeu que uma tal pitblicaçSo seria da maior conveniência
» para a divuiaraçào dos conhecimentos agrícolas , e o mais po>
ndcroso auxilio para levar a Qm o sen intento, incumbiu adi-
:>recçlÍo de rea!isar esta proposta: a direc(;ãu tem o gosto de
» annunciar A sociedade, iiue em breve será publicado o Agri-
vçcLTOR MiCHAELK.NBK : a dlrecçfto reconhece comprazer que
no bom êxito doeste negpcio é devido em grande parle ácoope-
4;raçSo do Sr. J. do Canto.
V A sociedade achu-se hoje constituída diurna maneira tal ,
#>que émpito de esperar cuu«igaofím para que foi crcada; as
r pessoas m mais inilucnles, pelos seus cunhecimeutos e ríque"
»2a, fazem parte d'elia, — animados i\n melhor boa vontade,
•» — verdadeiramente amantes do seu puiz, — dest»jamlo vtTsaír
-n a agricniliira da apaihica rotina , e desamparo em que até
» agora tem jazido : é muilo d 'esperar que nau pouparão esfor-
nçus, e fadigas para levar avante uma empresa tio honrosa,
«tcouio útil. .^ Além do interesse ger.il, náo inlercssais particu-
«Jarmente vús possuidores dos terras? ^ Nào esti&ii intimamente
M ligados os vossos interesses com os dus lavradores das vossas
«terras? ^N3o vos convém que ellas spjam cultivadas de manei-
nT» que se lhes extraia a maior somma de prodoctos? Ao lado
9>d'e.sta qucstilo d* interesses materiaes, está a do interesse mo-
^ral : se lodos tiverem pfio para comer, — se iodos tiverem
num tecto, que os abrigue da intempérie das estações, ^ não di-
n minuirJlo consideravelmente os incentivos do crime ? } As vossas
f) propriedades nSLo estarão mais seguras? Se melhorardes o
«actual systema de cultura tereis d'empregar mais braços, e
»ni(o vereis os vossos filhos ir-se, escravos, morrer á mingoa
9» nos oertdos doBraziL ( (Que gloria não será a vossa seconse-
9guirdes evitar essa emigração, a que a força d 'um governo
«não tem 'podido obstar, apezar de rigorosas medidas? i
*>Se a vossa assiduidade e zelo não esfriar, como nús muito
99 acreditamos , fareis de S* Miguel um dos paizes mais ricos
n do mundo : não tendo nem minas , nem fabricas , nem boas
» estradas , nem doca , nem um t)om porto , nem outras vanta-
ngens, que tornam um pais iloresicente , rico, e opulento, —
nSL sun fertilidade, o seu clima é tal., que apezar do atraso
j> que já vos fizemos notar e que todos vós conheceis, ainda as-
jy sim elle não cede a palma aos paizes mais prósperos da Eu-
»> ropa.
^ Para qne serve uma gockdiíde ã' agricultura ?
I. a Ha 399 annos, que a ilha d^e S. Miguel fof,'' por mãos'
T» do infante D^ Henrique , arrancach» de sua erma solidão , ^
99 entregue <ao dnminio humano, — ao seu machado assolador,
19 á sua cobiçosa exploração, — ao seu interesse insaciável.
» A abundância na palhoça do pobre , — a riqueza na caza do
t9 abastado, — a alegria ^do bcm-êstar no rosto de to<Ios os mi-
99 chaeilenses , ainda nos não desampararam no lento perpassar
. 99 de tão longo praso.
99 N'estexleeur8e do tempo , desbravarara-so as nossas serras
9* do poente, lançaram-so vias de commiinicfição ; as ediQcaçOes,
99 quo tã9 apinhudumcutc cobrem as nossas bastas povoações ,
ff9 fabricarám-sc , — áccumularam-se fortuna» colossaes; e todo
n este avultado cabedal de riqueza foi extraído das entranhas da
wterra com o arado do lavradoí*, — eom as noçfies d'.1grlcuUu-'
» ra , herdadas de pães'" e avós i — sem auxilio iramedialo das
w leis , — sem illústraçãb ' ospeèiial , — sem ínnovaç<Vs , — nem
n associações agrícolas. — e apezar dos vociferadas rotinas,. . . .
9J Para que sRo pois sociedades d'açricultura? I
"Estas reflexBes fazem-n'as, talvez não ousem proferll-as, a
n maior parle dos nossos lavradores. E porque em taes obj»c-
»>ç5*s, apezar do vicioso dadcdncção, ha, para quem nã»
»» olhar a futuros nem accidentes , algumas razoes robustas , é
» mister del>atel-as , e corrigir-lhes an consequências , para que
»os inlendimentos considerem as coisas em seu verdadeiro as-
tt pecto.
'» Mencionaremos essas consequências : • •
»» A sociedade promotora da agricultura michftelense é imi
»lnxo desnecessário,' — é mais um corotlario da mnnia das as-
»}8ociaçdes, — o resultado hão de ser palavras, — o sen influxo '
99 mil lo , se não anarchico.
n I É dura a sentença ! Mas apraiemo-nos em crer que taes'
» agoiros em breve os hemos de cuconjurar. Sigílmos a esteira-
«d(»s successos,. porque os vários períodos da nossa agricultura:
99 demonstrarão , se é ou não inutilidade o estabelecimento da
» sjcicdade , de que trartamos. <
n. 9» (1450) A primeira épocha do bosqu/^jo que perlend*?-
» mos traçar , ofierece-nos o aspecto communissiino d'uuia ilha
» disserta , — recém-acbada. Exuberância incrível ; — a^iuella fer-
'*tilida(I«. com que despojos vegetaes de centenares d*annur
9» enriquecem o sollo ; — a caça de todos os géneros abundantis-
n sima e mansa ; — as costas e ensebas trasbordando de pesca-
ndo ; — uma sdciedade na infância; — e botuens, alheios ane-
ncessidades ficticias , a quem bastava o pão que a terra quaiA
» espontaneamente produzia , e a carne colhida nas monterias
:» — seu único divertimento; e, que, satisfeitas estas precisões
»da natureza, desconheciam o guso de lodos outros accpipes,
» e regalos.
w O forçoso viver doestes homens era o agrícola : i porém que
»» progressos deviam , on quereriam elles fazer na arte d'agri-
w cuitar , se o clião — sem pri?ço , — apemis roteado , — com a
í» semente mal lançada, lhes dava ainda vinte vezes mais o de
"que careciam? — se este sobejo n!io tinha valor, nem cmprc-
»9go, nem permutação, pois que nada mais preciíavam? — se
»9e8le excesso era prodigamente dcsbaratiulo e lançado ás aves"
»em as cearas novas se aproximando? i Com que outros traba-
wlhos amanhariam a terra, — que novas culturas tentariam, se
»9 0 fnicto de suas leves fadigas era tao inútil, e dcsmeSurada-
»9 mente recompensado I Certo que , se por estes tempos fosse
99possivei a ídéa d''uma sociedade d'agricuUura, o seu acolhi-
♦9 mento seria o d*uma grosseira c inepta sandice.
» (1470) Correram annos : o chão cançado do trato rudeabai-
9JXÒU de fecundidade; — a povoaciío favoneada do bom clima
»» augmcnlou , e eslendeu-se ; — as j)lanicie8 o os picos visinhos
99 das póvoaçOes romperam-se: — as datas das — sr^smarias co-
9» meçaram de ser mais escassas, e os terrenos d*encarecer ; —
91 ao mesmo tempo as embarcações ainda convidadas da barate-
9)za, aportavam ás nossas costas, e c^rregavam-nos o que
99 não consum Íamos ; eis-aqui estabelecido o coramcrcio, — oiri-
99cítad«)r perenne òa industria. As divisões de jcrarchias prin-
íjcipiarara de crcar-se, e logo as vieram discriminar commo-
99 dos, gozos, e fruiçSes d 'outra casta. Já enlào se nao deixa-
99 vam acinte grelar nas eiras , ao rigor do inverno , os — fres-
91 cães — de trigo; mas ainda se não duvidava de dar a troco
99d'um barreie de lã vindo do Algarve, ou d*uns çapatos de
>» pello de carneiro , moios , e moios de trigo. Quando a natu-
9? reza tão larganieule correspondia ao suor do lavrador, o qual
» assim dissipava os seus preciosos dons, ainda seria louco ana-
"Chronismo melhorar a agricultura. ; [Com que intuito ! ? As ge-
»>façôcís d'esse tempo eram felicissinuis para buscarem nascíen-
>i cia social, recurso a males que ignoravam.— r i Era verde a
» conjunctura !
i;(1500) Com o andar do tempo foi-se a face dVsle quadro
«demudando, e nascendo a industria. Já não bastava possuir
99 centos de moios de trigo, — não era sufficiente cada qual de-
99 pendurar uma rcz ao umbral da porta para se al)astecer de
99 carne pafa a semana ; desínvoMda, e muito , estava a ambi*
»»ção d*accumular, — ©trafico fizera subir o trigo a 3^000 rs,
lio m«io, — Q os faustos, o siimptuoffidades não eram tão irpoti^
n
162
REVISTA liNlVtaaSAL LlSBOT«íENSE.
ncadof, que algrmn governador (Rui Gonçalrei da Caman),
i»iiÍo despendeste na sua ídaáçdrte 20^000 cniiadoB. — Com tu-
M do, ainda estes tempos eram dourados, nem a pobreza era palavra
ncomsijroiGcaçttO real, e exemplos diários; todos tinham que co-
f> mer , e com fartura portuguesa. Os prioctpaes da terra rosi-
ft diam no campo , entre os lavradores , e camponeses , nao ti-
>»nham as distracções , que a civilisaqUo, e o spcnlo offerecem
f»hoje, — respiravam o af da madnisrada a visitarem os seus
n camprs ; e gosavam robustez c saúde. Viviam uma vida toda
» pátria rchal ,. — a Kociedade nilo «xi<ria d'elles como iodispen-
.» sável atavio — o hwo — ; e logravam o repouso domestico,
ne sobras com que adquirir , para depois vincularem, /urtunas
«que no dia d'hoje sSo raríssimas de se ajuntarem. Com tal
« facilidade d 'enriquecer , — no seio do tanta abundância , n5o
nmarivilhava que se nao explorassem novos thesoiros, e que
*nse fosKe cultivando, conforme a trivial usança, terra t2o ga-
nlharda e briosa.
»» Cora tudo , apezar d*essa exterior opulência houve um ia-
:MteiUlimento mais previsto, que — antes de ninguém — viu o
:» fundo da cornucopía : esse ínlendimento era o de Rui Gronçal-
»Tes da Camará, quinto capitão da ilha de S. Miguel.
. wPor 15S0 e tantos (suppomos nó») mandara elle trazer de
«nTolosa em França a semente do pastel (isatis tinctoria).
»(1.>83) Decorridos obra de sesi^enla ânuos, aquella sémen-
» linha , — taivez eM;arnecida ao principio , — «gora , — propa-
» gada , — multiplicada em (|uantidade espantosa , — abençoada
• de todos, produzia annualmciite 60:000 quinlaes de pastel no
i* valor de I €0^000 crusado!». Por esse mesmo tempo o trigo
n das colheitas orçava apenas por um valor de SOOjUXK) cru*
» sadiiM.
»0» direitos do — assuqnere , como entJlo se eflerevia, mon-
» tavam , pur esta mesma épocha a i^òOO crusados.
«•Estes factos demonstram sobejamente, que nllosería, nVsla
«cenjunclura, de toilo perdida, uftia reuniSo d^homens zelosos
»da ventura da pátria , os quaes vigiassem o bom aproyeia-t
n mento do solo , e nilo deixassem ao acaso o que »6 devia ser
n filho da reflexão.
» Em quanto a exploração dos certÕes do novo mundo ia len-
f)ta, — a tinctuaria c manufacturas da Europa nSo prescindiam
wdo pastel como tincta, c mordente, foi esta industria para
mS. Misruel um manancial fecundíssimo dos mais grossos cabe-
ndaes. Ainda entilo nau roín;?oavani misteres, e oflicios , em
T) que todo o género d^ambiçòes se fartasse ; coisa v2 seria pois ,
nem ppnchas tào falhas d*íllustraç3o, c conscguíntcmentc de
ti previsão , esperar que nossos avós se demorassem a contem- '
» piar o futuro , e a emendar com antecedência o que o rodar
rdos annos lhes poderia acarretar de funesto, e inesperado. O
» futuro mostrou o erro. A America continuava a ser a mira de
n todos os espíritos ardentes , e curiós s; — era percorrida , e
n devassada em todos os sentidos; — as descol)crtas multiplica-
» vnra-sc inaudiUtmcnte ; e aprora a tribu das Anileiras , logo as
»canaveaes do S.icharum ofTicinarum (cana d*assucar) , vie-
w ram dar garrote ú nossa ioduslria , que — debilitada , — con-
» summida pouco a pouco pela carestia dos terrenos, e maneio,
7)niío podia disputar parelhas com os géneros americanos.
» Ficámos rcdusidos ao antigo estado , — aos cereaes, posto
» que já n'cste numero figurava o — milho — cuja generalidade
:u\e cultivo tinha muitos annos sido demorada por longos pre-
»Cí meei los. Nccet-sariarárnle seria este um periodo de deplora-
>) Vttl apathia , e inanirão para todas as classes do povo.
■'Os rendimcnlts baixariam de salto: os braços da pobre-
n za e$perguiçar-se-hiam ociosos ; a estagnaçilo de todo o gene-
:*ro de prodiictos seria infallivel , e a decadência — universal.
»5 Conto quer que io8t«, volvémo-nos aos primários recursos , — \
r anioldámo-nos ú^ circun)btam*.ias, e, em breve, a Providen-
íjcia, atiandonando Portugal ás devastações da guerra, — des-
çam parando-Ibe os campos, — • entregam! o-o aos transes da ad-
r vf-rsldade, veio proteger-nos por feicab, apezar de tudo, bem
^ M amarga.
» O certo é , que desde a decadência do trato do pastel , e
» assucar , até ao recente estabelecimento do commercio das la-
r^ruj^jas, cifraram-se todas as nossas negociações na exportação
9»«>e cejvaes e legumes para Portugal , e seus domínios. Nào
fi fui esta uma épccha 'fioreccnte ; mas atravessamoUa , por
' «aquelUi tiíste condição que memorámos, tem lhe sentir toda a
«asperesB. Fui uma verdadeira oriíe, a qne <
n por mero aaa^ : { não cutifiémos nas repetiç^z 1
III. n Nos fins do passado século encetou-se o conterei»
»d*um pdmoque, de^ie 1^80, florecia vironle nus pomares^
ndfi todos os que podiam sacrificar o deleite á utilidade — a
nlamnja. —
i<Com eífeito já em 15R0, possuía Jorge Nunez Botelho, n»
»sua fazemia de Rosto de Cão, h. je perlenceate ao Sr. Fran-
ncièco Leile Botelho de Teive, um pomar com c^bIo e septe
» laranjeiras — .ifóra muitas outras arvores fnicleiras.
n Este commercio equ Ima hora estreado , e continuado aus-
n picio^^amente , veíu dar a S. Mi;ru<;l uma opulência , e prutf-
n peridade que ninguém ousara acreditar, e queaem todos acre-
n ditarão.
» Sessenta e quatro contos de réis distribuídos pelos proprie-
I» tnríos de mattis , — pelos serradores e carpinteiros , — por lo-
»das as cr«*anças que oxcedem quatro annos d'ednde — por to-
ados os braços vigorosos disponíveis no iarenio , — p^r todoa
»os arreei rus , — e por todox « s homens do mar : deseseis con-
ntos de réiii conrciidos a escripturarios, agentes, inspectores,
" e mais assalariadas indispensáveis em commercio de tanta la-
» bufarão: — dusenlos contos de réis dissiminados por centena-
n rcs de proprietários de quintas : — as commíssòes (de SO
n p. cento ?) sobre o primeiro custo e coslea mento de todas az
•> remessas encommendadas de Londres : — os lucros que, ordi-
n nariaiuenlo , revertem para os qne , por seu risco , tractam
ne»ic negocio: — o trabxtlho, que oiFcrtcem az immensas econ-
n tintiadas plantações que por qiiasi toda a ilha se fazem ; — os
» m<>lhoranientus que o terreno recebe ; — e os capitães que, por
» esta via , entram no giro ; — eis , em reauaio , o que devemo»
»ao commercio da laranja.
tEis, o que produz o aaafamado trafico da estação invemoza^
T» — eis o que apinha de vellas » nussa costa, — o que dá d»
» comer a milhares d * habitantes , — o que dá a riqueza e a vi»
núík á nossa pátria, — o que nos conslitue excepção singular
n DO meio da lamentável pobreza de Portugal e sens domínios.
n fMas lancemos para longe a vaidade \ ^Se estafonl# de the*-
«tsoirus seccatze , como lhe baviaroo» de zupprir o desfalque?
n Michaelenses de to<las as classes , fiarae a considerar esta
»» hypothese com toda a Bmduroza , e respondet*nos.
n Poupar-vos-hemos a magoa de responder. Uma hora de re-^
*y flexãi) ; e continnareraos.
» Portugal, cançado d'estrasros, e amestrado per dinturma
» experiência , cuida de si , e de seus campos; — e apezar de
n reprimido o contrabando htspanbol , cresce d^anno para ann»
na diflicnldade de dar extracção aos géneros qne superabnn^
» dam ao nosso consumo interno , e seus preços toniam-se ca-^
»da vez mais fiuctiiantes, — o valer dos terrenos teem ido aunz.
ngalarím incrível, os rendimentos teem duplicado, e o custo de
» todos os géneros tem ainda augmcatado cm maior medida: —
n a população , sendo annualmeirte dizimada pela enúgrução pank
n O Brazil , recresce em deamsia ; se pois , n' estas cirsunstan-
'>6tas, a epidemia que, ha pouco, {grassou por toilos os po«
n mares de larangeiras , houvesse sido , ou mais violenta , oa
n menos remediavel ; — se a Inglaterra, por um b»ldfto da for-
*i tuna, não tanto impossível, que não haja para elle sufficient»
» fermento , decaísse do sua colossal grandeza e opulência ; —
9» ae a laranja que regala o paladar fosse rejeitada pelo pão que
» mata a fome. . . . ^ qual zería a nossa taboa do salvação ?
^Resolver este problema, cis-ahi, emsumma, a verdadeina
n e árdua missão da sociedade promotora d 'agricultura michaip-
«lense.
n Se houve épocha , em que uma associação d*esta natureza
u fosse proveitosa,-^ hoje —«uão é só de proveito, mas impe*
n riosumento a reclama a continuação da nossa prosptrtdade. O
n rápido bosquejo que fizemos , contém (pensimol-o) bastante
» massa d'idéaz, que depois de levedadas, não uos deixara»
,1 mentir. (Concluir^se-ha.)
MBCUÒUL ]»0 HOBKZHOO , GRATUITA
(Communicado,)
33S1 Tbiom) sido tão noloríoê e app1«udidos os [^rofi-
I cuosrcf^nltadosqucdaseschófas do domingo instituídas
[ em Inglaterra pelo filantrópico Baikc$> teem provindo no»
REVISTA UNIVERSAL IJaBONE]>(SE.
163
I^aiies mais cultos, e cksejaii4a o|>raprielano daobra
-T--Collecçao de JAcmof ias relativas ás façaDfaas á(fs
portugueiesnakidia^ — introduzir u^tste reino tão úteis
cschólas, offerccea os lucros d 'esta publicação, para a
creação de uma esohóla do domingo : muitas pessoas
beneméritas uacioaaes e estrangeiras subscreveram e
acccitaram esta obra; porém sendo ella muito dispen-
diosa » em razão de ter 18 estampas e outros tantos
rei ratos , alem das memorias impressas, apenas asub-
scripçao e %enda avulsa foi sullicicntc para cobrir as
despeStis ; não obstante isso , contando com o firme
apoio, c as luzes das pessoas philantropicas e i Ilustra-
das de Iodas as nações , e de tod^s as opiniões » vae
abrír-se em Lisboa uma aula gratuita do domingo.
Para se formar uma idca da sua importância cum-
pre notar que són:ente na Giâ-Bictanba se contam
treze mil escóins com i.SOO.CKM) discípulos, nos Es-
tados-Unidos mais úq 1.000:000 de discipulos , não
sendo menos na Âlcipanh-i . ^ ^11 oulros Estados onde
tem silo introduzidas ta stltt resei htlas.
Todas as pessoas de ambos os sexus ; que deseja-
rem frequentar a eschóia do domingo, que se vae abrir
êm Lisboa, (n:!e gratuitame i:e conseguirão a instruc-
cao primaria , islu é , ler , escrever , contar , os de-
veres civicus e religiosos , os elementos da nossa his-
toria, de geogiwphia c do desenho, podem irmatricu-
tar-se na rua do Poro dos Negros n.** 56 , primeiro
andar , desde as oito horas da manhã até ás duas da
tarde : alli se indicará o local da aula , e odia da sua
abertura.
VARIEDADES.
COMMEMORAÇOES.
HOTSS POR Z.20AI>0«
30 Mi KOVEBIDRO BE 1676.
:23.12 Joio Vanganípe , padroeiro da capella de
>«'. S. da Piedade, na egreja dos Martyres de Lisboa,
deixou em seu testamento cinco dotes de cincoeuta
mil réis cada um , para serem dados á sorte todos os
annos , dois em dia de S. João, dois em dia 5. An^
úré Apostolo, eumem dia de Santa Barbara, a moças
donzellas orphãs de pães , filhas ou moradoras da
íreguezia , honestas e recolhidas , preferindo sempre
as mais bem parecidas , por correrem maior risco.
Para o que , os irmãos da meza faziam annualmen-
Xe selecção das pretensoras , lendo precedido as de^
vidas informações ; e postos os seus nomes para cada
um dos mencionados dias , cm cédulas cerradas e la-
cradas , se mettiam em um cofre de prata , para isso
especialmente deputado.
A extracção se fazia assim : na capella indicada ,
cèlebrava-se missa a que assistia a meza, e o andador
da irmandade, que levava o cofre das sortes. Como
acabasse a missa, presentava-o ao celebrante, na salva
de prata em que iam as petições das escolhidas : o
sacerdote , recebia-o, e depois revolvia-o muito bem ,
tirava as sortes, li-as, e entregava-as ao escrivão que
publicava o nome das dotadas.
^^i jiígp» .é,.d'esta honrosa memoria , o nome de
tão cbristianissfò^ ^^$£¥^i' -^ clausula porém , de
serem preferidas à'jj^].iffi|||lfli lonitas , parece-nos des-
arrazoada , por qóe'lMWíiá estio dotados pela oatu*
reza , e as [éas é qne hão mister de ser dotadas pel^
fortuna
Submetlemps esta ponderação ao juizo dos futuros
testadores: e como o fazemos a prol da boa razão« ou-
sadamente nos arriscamos ao desagrado das formo-
sas , se porventura isto nos levarem a mal.
A. da SUva TuUifi.
▼XAOEVS NA MXNHA TSBBA.
(^Continuado de pa^. 40.)
ADVEÍtTENClA. ^
*;;Ê a VIAGEM NA MINHA TERBA obra politica c partí^
daria para deverem estranhar o vel-a em nossa folha ? i
Eis-aqai a este respeito candidamente a nossa opi-
nião.
O auctor , é um dos sectários sabidos e confessados
da ópposição. No seu escripto dá testimunho d* isso
mesmo : mas o seu escripto ainda assim , não deve
ser havido como politico. £m obras litterarias e poéti-
cas do género d' esta , ao revéz das obras se icnti ficas,
technicas ou de qualquer outro mOdo didácticas , osty-
lo é o fundo principal e ás vezes o todo : a doctrina
occupa o segundo logar e ás vezes nenhum ; é como
cm certas musicas: agradam e não se lhes pergunta
peta trova.
Sc a YiÀGCii NA MINHA TfiBBA val como romance
bem est^ , e bem estamos ; — o restante que léit^bre
cm fkirta-côres as da esquerda , as da direita , ou af
do centro — pouco mal e pouco bem virá por ahi áre^
publica: que nem já hoje se transformam opiniões
cum palavras, nem com duas ou três phrases des-
garradas no meio de uma relação leve e faceta se hão
de etlas nunca transformar. Os que tomarem a politi-
ca pelo caroço d* este fructo litterario , comam-n'o
deitando fora o caroço; — os que a julgarem casca ;
comam-n*o sem a casca — os que a tomarem pela pòl-*
pa não n'o comam , — e temos correntes as nossaà
contas. Á Redacção.
2333 íEste é que é o pinhal da Azambuja? —
Não pôde ser. — ; Esta , aquella antiga selva temida
quasi religiosamente como um bosque druídico l — U
eu que em pequeno nunca ouvia contar historia dè
Pedro de malas-artos que logo em im<iginação lhe não
pozesse a scena a(|ui perto. ... eu que esperava topar
a cada passo com a cova do capitão Roldão e de dama
Leonarda ; Oh ! que ainda me faltava perder
mais esta illusão ^Onde estão os arvoredos fe-
chados, os sitios medonhos d' esta espessura? Ainda
não encontrámos um só homem morto, uma só dona
dolorida atada ao tronco de uma arvore. Não pôde ser, '
não pôde fcer. ..... — ; Uns poucos de pinheiros razos
e infezados atravez dos quaes se estão quasi vendo as
vinhas e olivedos circumstantes ! t, o dèsappontamen-
to mais chapado e solemne que nunca levei na minha
vida, uma verdadeira logração, em boa e antiga phra-
se portugueza.
É comtudo aqui é que devia ser, aqui é qne c^
geographica e topographicamente faltando, otij^m con-
frontado sitio do pinhal da Azambuja ^P4ssaríà
por aqui algum Orphén que , pelos mágicos poderes
de sua lyra, levasse atraz de si as arvores d'çste an-
tigo e clássico Jtfénalo dos salteadores lusitanos ?
Eu não dou muito difficil em admittir prodigiop
164
REVISTA UMVERSAL MSBOWENSE*
quando Dao sei explicar os phcnóm^hos por outro mo-
do. O. pinhal da Azambuja mudou>se. Qual , d'enlre
tantos Orphéus que a gente por ahi vc e outc , foi o
que obrou a maravilha , isso c mais difTicSl de dizer.
; filies sSo tantos , e cantam todos tao bem ! ^Quem
sabe? Junctar-se-hiam, fariam uma companhia por ac-
ções , e negociariam um empréstimo harmónico com
que facilmente se faria então o milagre. Êcomo hoje
se faz tudo ; é como se passou o thcsoiro para o ban-
co , o banco para as compar>hias de confiança e des-
confiança; ^porque senão faria o mesmo com opiuhal
da Azambuja?
i Onde está elle cnlâo? ^faz favor de me dizer?
— Sim senhor, digo: está consolidado, E se não sa-
be o que isto quer dizer , Ica os orçamentos , veja a
lista dos tributos , passe pelos elbos os votos de con-
fiança; e se depois d' isto, uão souber aonde e como
se consolidou o pinhal da Azambuja , abandone a geo-
graphia, que visivelmente nau é a sua especialidade;
e deite-se á finança , que tem bossa; — fazcmol-o ele-
ger ahi por Arcozelho ou pela cidade eterna : — é o
mesmo: — vac para a commissao de fazenda: — de-
pois lord do thesoiro , ministro : é escalla , nao of-
fendia nem a rabujeuta constituição de 38 » quanto
mais a Carta !
O poior é que uo meio d* estes campos, on#e Tróia
fora , DO meio d*estas areí^is, onde se acoitavam d*an-
tes os pallidos medos do pinhal da Azambuja , a mi-
nha querida e bemfazcja traquitana abandonou-me :
liquei como o bom Xavier de Maistre quando, a meia
jornada do seu quarto , lhe perdeu a cadeira o equi-
líbrio, e elle caiu — ou ia caindo, já me não lem-
bra bem — cstalellado no chão.
Ao chSo estive eu para me atirar , como creança
amuada , quando vi voltar para a Azambuja o nosso
commodo vehiculo, e diante de mim a enfezada mu-
linba asneira que — ; ai de mim! — tinha de ser o
meu triínsporte d'alli até Santarém*.
Emfim, aqucha-de ser, ha-deser, etem muita for-
ça. Consolado com este tão verdadeiro quanto elegante
provérbio , levantei o animo á altura da situação e
resolvi fazer prova de homem forte e supportador de
trabalhos. Bifurquei-me resignadamente sobre o cilir
cio do esfarrapado albardão , tomei na esquerda as
impermeáveis rédeas de coiro cru, e lancei o anima-
lôjo ao seu mais largo trote , que era um confortável
e ameníssimo choilo« digno de fazer as delicias do
meu respeitável e excêntrico ainígo , o marquez do
F. — Tinha a bossa, a paixão, a mania, a fúria de
choítar aquelle notável fidalgo — o ultimo fidalgo ho-
mem de lettras que deu esta terra. Com a isua morte
licou plenamente habilitada a aristocracia portugucza
para exercer o pariato e o transmillirhereditariameu-
tes sem perigo de degeneração. Mas adorava o choitoo
nobre marquez. Conheci-o em Pariz nos últimos tem-
pos da sua vida , já octogenário ou perto d'isso : dei-
xava a sua carruagem inglcza toda mollas e confortos
j)ara ir passear n'um certo cabriolei de praça que
elle tinha marcado pelo secco e duro movimento ver-
Uçal com que sacudia a gente. Obrigou-me um dia a
experímental-o : era admirável. Communicava-se da
velha horsa normanda aos varaes e dos varaes á con-
cha do carro, tão inteiro e tão sem diminuição, o choi-
to do exccraVel Babicca ! Nunca ri coisa assim. O
marquez achava-lhe propriedades toni^purgativas :
eu clas9i0queÍH> de violentissimo drástico. — Foi nm
dos homens mais extraordinários ê o Portuguez mais
notável que tenho conhecido aquelle fidalgo.
Era feio como o peccado, elegante como um bugio,
e as mulheres a<ioravam-n'o. Filho segando, vivia de
seus ordenados nas missões parc(ue sempre andou,
tractava-se grandiosamente , e teg(»u valores conside-
ráveis por sua morte. Imprimia uma obra sua , man-
dava tirar um único exemplar, guardava-o e desman-
chava as formas. . . . — \ão acabo se começo a contar
historias do marquez do F.
Piquemos para o Cartaxo , que são horas.
A. G.
(Cóníinuar^êe-ha,}
PTICIAS.
ESTRANGEIRAS.
^2334 A HisPANHA vae caminhando para a quieta-
ção. De tantos povos levantados só Barcelona se conser-
va depé, mas afneaçada de queda próxima. Os nomes
dos facinorosos que tentaram assassinar Narvacz, são já
sabidos, mas aauctoridade não pôde ainda havel-os ás
mãos. Aquelle assassínio era apenas parte de um pla-
no de feroz conjuração. Como Narvaez , muitos outros
cabos de guerra illiislres tinham de ser mortos cm
diversos logares dellíspauha c ao mesmo tenipo. Mas
tudo finalmente abortou.
ACtOB OrFZCXAtB.
2335 Diariu do Governo de 16 do corrente, — De-
creto approvando o contracto em que o emprezario da
ponte pênsil do Doiro transfere os sen* direitos para
outra companhia. Contracto a que se refere o decreto
supra. Providencias sobre as leis de estradas. Porta-
ria sobre aboletamcntos. Dccrclo organisaado um ba-
talhão de artilberia cm Cabo Verde. Venda de bens
nacíonaes.
Idem de 17. — Decreto approvando o orçamento da
Camará municipal de Lisboa. Outros estabelecendo
na foz do Arôlho um posto de fiscalisação. Portaria
dando providencias sobre direitos de mercadorias na
raia secca. Outra sobre pagamentos de direitos dege-
nerós na Figueira. Decreto approvando os estatutos da
Sociedade Patriótica dos baldios das novas conquistas.
Venda de bens nacionaes.
Idem de 18. — Ratificação de um tractado decom-
mercio entre a Turquia e Portugal , aos 17 de abril
d'este anuo. Venda de bens nacionaes.
Idem de 20. — Vçnda de foros e pensões.
Idem de 2i, — Portaria para que no pedestal da
Estatua Equestre se ajuncte ao nome do auctor d*élla
Joaquim Machado de Castro e do seu fundidor Bar-
tholomeu da Costa. Venda de foros e pensões.
▼ZSZTA nsAz..
2336 No ARTIGO 231 i foi dicto, por equivocação,
que S. M. EJrei D. Fernando fora á Academia-das-
Bellas-Artes vèr o quadro do Sr. Fonseca. O quadro
não se acha ainda na Academia , mas na caza de seu
auctor, d*ondc só ha-de sair depois de completo. Foi
portanto a própria caza do artista , a que S. M. pro-
kevista: ruMY.EiefiAX/ uisbojhense.)
mn
eitrote. — Nobr« exemplo qaopMMMra áhMl»'iiiM9'a& vi-
sitador que ao \isilado«
AMUISrCIOw
1Í837 o mt\ot dès QUAIHtOft HlOTOItICOS BE MR-
TI)GAL, em fc9p^t«i ao^fie mnitos deseus Asftig|naB^
te^ cotílinitamcnte )ht perguntam » peto correio , d<H
etiira q«e a ínterrupcio, ^ei n'c6ta. obra tem lisNído,
proveio de causas todas alheias c contrarias á voota*
de' do duetor; e para cll< insaperaveís ; — qac eníre-
tanto é propósito scit, assentado; firmo ocertiasimo,
contikiiiai-a e prosegnil^a com^ a tnaxtoia regularidade
e os mínimos intervalos^ apona» •mitras- obrigações
contvaklas, sagradas e irrevot^aVefs, Hi^e consentiram.
Como porém lhe nSo é éòéo marciír , destfe jik , o
praso , em ique ha-dc recomeçar, -^ agradecendo a
seus Leitores o interesse , que gerahnenle )h& tecm
mostrada, porque a s«a obra não pare » — roga áqneí-
les de seus Assignantes , a quem for molesto & espe-
car , e quo desejarem receber algum rcmanesocate
do^.qttc houtt^ssem iKliaiitado , por conta das««i<su^
5cripção,<-^caso em que senio aehttm setiSa pobquijsK
5im(M e eom mui ténues quantias — tenham a bonda-
da de o participar**— parer scfem> piXMaiptam>ento satis-^
feitos. . '
Com o presente* anniMicid se dá o auctei* e ptttprw-
Iwio dos t}UADROí§» HIS^rORlCOS DE POílTUGAL
por desobrigado de andar incommodaTidO) eomrcsposh
tias particulares pelo oorreio, aos Amigos (!& sua obra
e aeos. '
ttJLHIML BK. AXSSrOABTnO»^
Bvkfnà original êm d^acios pêhSr. MéndoA LmlJmiôr.
'2338^ i SingeHâ' e pobra a fl^r que desejávamos
bim.raimoaoerarft para entrançar na ooróa poética do
nosso e^p<^rditç«so talento dramaljí^ar-^nScílbe reál-
fare de certo abcllesa, não ffac accrescentará * Yc^ku
que líão pôde sor ;* mas ag^cste^ e ingénua como év
sorrirá ie testímunbo da nossa verdadeiro ad^ftiraçao:-
nâo temos maia que offcreeer p porém quando vem
do ooraçio» o^paaco» satisfaz pelo* menos^ tanto oomo oà
maiores^ thesmro», dasbaralados. po» mia larga eíò-
differentew
Já B^buttv) i^emàl eompar^iiu)9-a umar anterior es-
ta peca' do Sr. If etidQs fiéa1:já> quanto inm eonsefitiaw
os limitados Ambétòs do^umaífoHia dtari^a consid>orá*-
mos á {âz da ApMha actual radas tendências r r(1>or-
tâmo-nos etn'tu4èl ao parecer ^ que ptiblicames^ffma
n.^ 432 da H^Watirafão -sobre o* drama D. Maria de
Alencaslptf'r-^\>^ reflèM^s-, qaíe^hdje>a>r«itiiYamos na
J^n«tlq , sâor^íllhas de uma sincera opiniid , guiada
pOTNmaior cstvéo e mais assentada analysermnitò di**
riatatos ' ainda » se nio foss» imprópria de* nnr jornal
d*^tQ« natureza a extensão, -qii«símilhanttSiBMerio»
reqúcremc ficará poriamtopfara' faupgamente ser tratta-
éa n^um- livro , o 40» de si racsm» demanda* !e exige
amedilàição deiobri gtute: esto. llvNi^qiEe^ aaftr0«(noi4-
m tkeotiftQe êâup ptogrêiâOá^ taÍ¥eznnFdia«acHs(piemosr
«mtf pdbllio, não s6 olhará imparcial paT«> oi pussado^
mas 'tmaâmos alRan^rv que não sairá menos meto na
«rttíe» daiirle , no q«e vctepcilao presente. ÊoAroe?:
Ito^ú&êètm inveitâga^^ds», e-neilectido estado 1 > que»
d0 ^vodlAcrorínáínos atai» no ponto> em que t>u|ni9
eeiílpaçdés *, não átf todot alheias daa letraa :^ tranra
ços» da poaiia aioAamais p0derasameiitc"hos impi!||«>
a oc]^sagrar4b« exclusivamente o nosso tempo e cui-
'dfldost esta resohição havemos de kval^a ao «abo*« e
nem a* Mi» do eonheeimentos , nem a pobreza de m-*
geiíbo, que já ocm^^ssamos d^aqni, nos poderSo desa-^
Ittntar ,. en demover de tão decidido propósito.
' ô theatraé pam um povo fívre, eschola c recreio:
net^ todo oHe acompqnha o progresso intclleclual d^s
nações adiantadas: desgretçads^entc o nosso é um dos
;que não for^rni -bem <ííidados ; a ínitrocçào , q^ie ém
outras partes se éansideragerél e coinmiim ,. é n'es-
te reino exoepeiD e um emne património d^ pM<eos
eleitos; nao vem ao cafso agii>ra tiidagor as daosas ,
que sâo. remotas e pforimas; bastar estabelecer o fac-
to, e cremos de boa m^rtite», «fuc ninguém O negará.
Na AUcmanha estaskse representando com extremo»
íippíanso as sevérae tragedia» do theatro grego, com-
todo c^sou esptendffv, com to4ta a pomposfl' fo?mosufrai
da snài Melpomcnee a Iradnerga ittitenil , tbeatr-o at*-^
maé» 'â' fbiefio» do amtigo ^ até- á- meiopéa , senão w
mesmo:». poUi mevtos muito par»€i4d á<l*Athenffs^;r-^
cmíimi Esdiúio e>Eu«ipcdòs! o atfuelle p^>vo bhtou-lto
as' palnus , c sMidott eom fètvòr passados tontos se^
oulos a^ ^rka e acarte faelleníca , cemo oDa nasceu^
1'e se crcou no abençoado seio dn Cireeio.
A platán, que affsiin .se co)kK!on á fm do imia épo-
cSui inleirimiéote diversa, c inteívafnente separada d»
presente e sen íoco»^ bem: mostva qne sabe intender
aqneils civilisaeâoi, ooscumes.' e^-pbfósophin, tio 'O^ppo»^
tas á actualidade palpitante.- .! <
-EnrM^nich, Lopo da' Vega e Calduroo enlevam e
|arrattcam brados. de assombro-, eaerUpeloeamenie ^tet-i
tidos, e conservando era liido a forma eos mod^/s na-*
t«ra«s< da. terra* natal áiiv|>cnin9ni»r mttís outba pil^ov»
do mesmo £acto* . > * . ^.
Façam aqni outro tanto v:ererao <!<..,.: Culpada
•dristo é parventura oporof nio é nèo^j sè eMe nftttt
I reconhece, nem percebe aquillo, como^querenr qn«
!«-adbBÍpe! ' 01 livro 4lor«n^lb'o escreverem lingòa-
9em oorrcnte; mstoa eochoia seja 4od« naeíonal c«mo
-o Gil Yicente; assim nc».ck<)anees'e aòeió; poMpit^
não-. está ainda» ednqadb parai apreciar a ãbatiyse* subtil
das paixões ;rpar« lArari.umki palavra,' ouMiéia^sitti»*
cão , embora ella diga mais^ sobre a épocha , que o
I poeta tentou esboçar, do"que dez infollios de niáu la-
Itim de fradoa: refaçami^lOtf:^^ educação, e depois ha-
do Jr s par dor outsos.-
0 Sr. Mendes Leal seguia esta máxima, este dog-
tts do linjatro ; acQomBmdou.o drama> á- capacidade ,
ao gosto V '0 as inclinações dn saaiplatéai e'a corres-
pondei!', applandindo 6< rictnr^anilo o» drama. ■ - -^
ÈB pnlões. poUliaaei-itefervem, e- transpiram »at
obras da artot; postoque eejtf desaêatar^be o^saeet^
, dóolo t esèamos: clnne na -meici ediado ; tudo' é a9l«sSó>
aono n'aqutlles secniús qoasikitdo era alfegorra : in>-
! nooenfto ipiei adejar o pensamento ; para de^-má inten*»
çâoque se grave a phrase,; cadiafquiil HM^'d%ita log<o o
sc)i> senMo: aa éfteohas. de lucta., de" guerra •^, O' de
catastMpbe sio-' as> §ne msfS')lisengeam o^pvblkióv oi
dtam«».meramentefamiliwres, senfto se«traram com
o viver- agitadounajpíaç»!,) on com* o enredo étn «òrte^
; dfeade deftendaratsorle.do reino , ou ioi nação / qne
passa ( ú scena , ponvemi stmpaahias^carèã . ^ A» reae^
{: eões. politicasfazem.resair 8a<MMiiesç.,e/nofoh(>eMl'estA
nwi' 'mai^lMtuial wtjnucio^ por tste raimat (te tí^ t taaáen«ia bacMàatOBic iiaiA<:fariaNl#i^4raiiaaioé», ji
]66
REVISTA : ÍHMT£BS^L ' IsISBa]yEr«SE.i
compr«omlida .polo crcador da. tmg^edia grega ;• — a«
transformações sociacs, ou grandes combates, preatam
ao dr«ama as còrjcs a animação., a vida > qu.c sem
eljas di(ficiif5enLe alcança; depois* entre a E^«na e- Oi
spcctador Irava^e uma sUcnciosa relação d*a(Tqolos j
V o interesse cresce; o desfecho ou se íllumina com
o iV)mper da aUrora do-f\Uuro%. ou resolve to mesmo
tempo dois problemas i ^social p<^ifl bislftiKia , o mo^.
rííl \k\0 complemento âdí^ncem^ '. . t..
. lambem n' esta parte se encostou * o Shí Loftl aogos^
t^- geral , e lex.bcm. á suarD. Máfia de. Alcncastro »
é mwf>sa% fie:>.éira ,..e aobro tudo' drânMlica : falia da
njum^Siliingua quc:U»dos iotendcm; 09 characteres naO
só tol^rente^ e convpletos , • quatilo o permitta a es-
treiteza do quadro, mas o que -radis. vah gradua-
úm uo colorido para* re^Air.cada um oo< seu logar :
:|S( situações , .^eoão todas irreprehensiveis : na sua
períciçlo, milagre que Julgamos huDiaoamcato impôs*
sivcl,: sempre beUas, ricas de lances , e palpitantes.
U.e 9j)€iedadc : — o desenlace de cada acto , calcula*
do eom.sâieilcia dramática ',:• e. 4 umma estudo da pla-^
W)a:iO desfecho , que,. só pelo rá|)entino e. trágico ^e
recommenda , ainda mat) resulta fiek palavra pro-
lundaiiieQte histórica que ^ encerra — «este liro foi
dado na coroa de Affonso VI I »
Jhleudemos que ailí $e devia fechar sem mais uma
só phraso; está completa a acção; e.resolvída a ques-
tão moral peja liberdade e amor de D. João ; a poli-
tica pelo tiro de D< António — -fica depois d'aqueUa
expressão o futuro , na peça que o spectador já sabe
qusal foi , se ukna vez entrou na salla dos paços de
Citttra, e viu os tijolos cavados dos passos de um rei
captivd. ;
«/(L>s actores,, osmeraram-se todos; e especialmente o
Sr. Epifânio no terceiro acto arrebata, assim como o
$U Rosa . compri^endc bem o sou papeia e as si-
luaçoes, firadu4^ivdo-ttS com muita felicidade, c ás^
"vcaçes natural*
Ó Sr. Tasso entra graciosamoúíet, e a Sr/ Xalassí
no gesto , na paixão / e na voi rctrata^uos ao vivo a
«reação ideal do nosso pe^ta.
^ A peç4i está vestida com muil^ propriedade, e sem
olhar a desposas. . X. À. Rebello da Silva.
P. BO.VBO
Drama em 4 actos e um prologo , em benefício do
, 8ti Epifânio*
, .S339, O RoDBO é um drama chistoso, meio serio
-r*meio comido; a verter lagrimas por entre riso; a
suspirar úma saudade i>or entre maliciosos "e brandos
BP*gi:t.mma8 , que ferem a& fraquezas e as illusões de
u^a jcorte, ^^e não contente de síb coroar com o seii
glortoip diadema de guerra, e a aureola do génio, rebair
xa^va a sutuHmidade.da sua esphera , c para obedecer
ao orgulho, se rodeava dos restos de uma aristocracia,
caduca , e se«à< significação. < ' ..
' O pincel que tuo leve e gracioso deitou nò quadro
aquellas alegres cores , que no charactcr de Migad ,
ppvo para nós > mas verdadeiro e profundo , segundo
p coração ; o. pincel que se deieitou na scena dasmo*
distas a realçar tão elegaitemente o dialege'd'aq»el<-
laa borboletas de touiCtMiqr sabe carregar quando con-^
vem o colorido , e desenhar com* 'tanta correcção, co-
vio^tfiUural e^viHd^es tio se?M!OSt éhoucâtos no secio
como o 4e JlfiiMfi^l é gairrMo* n<^ meio da sinceriMe
aldeã ou da rudez da tarimba.. , ^< I ; -
Tão gentil, tão bel k) ,. tão corrente o dialogo, que
jSem forçar a attençãa.OtUVUSvMIezas metaphisicas,
n'9nM tip^agem aeommodada a< ça4<iper«u«agiL>mí ngs
tran^pareee oom todo o mjmo o meuor r:eilç^o..d||
lpai;i^ò.es.que Juctam, e das que seidisr^rçam f!or«iQeiot.
•de roffa^ < como áspide ^ para ferir á^Mira da<ka; e perj
Uraição. *• . ,
Orprolo^s, fallado singelamente,, ríco^de natural, de-s
clara. os. charactcre^: com* facilidade e ap^o.veiia .to4as
os aeeideotesr parâaolarar a.acoilo^ desf^^zendo (^livtr
dicçèes:,. e livelandoribe o caminho.: RamnnestM Qut-^
tavo, Gi Mar§ari4$^ sâo Updas creações ^^para , contras-,
tes, Miguel', a virtude agreste « sem rf^uço • coaiu
nasce esponUuea; p corcunda do hospilai *;com o ri-
so amarcllo próprio das; ereaturas .eiiformaâ,^ .q^e so^
querem vingar de tennasQido cootrafeitftA, plb^tuiode
revjt^z. 06 outros homens^ . . -> f : .
OsJances são. forjnosos; as .epposiçdes. calculadas
icom muita arte ; e o gosto» que i^iíu em jramalbt^te
taqta flui| ^matizando com tacto cscieneia , depura-
do d 'exagerações. Nem; > anguloso e escuro, nem tão
simples que decaia om prosa villã ; mas 8cn^)re uo
meio termo assisado se conserva o stylo do drama;!
agradou muito, e oífereçe um medeio .para <$e acer-
tar por elie. especialmente odialogo, e a mauQíra^de
preparar os laílces.-
. O Sr. £jw/awrí: encantou pela na^uraiid.ide , graça
desafectada , e foc lindíssima compreensão de todas,
as tão diversas phasos doscupnpel; — melhor não se
pôde ir; e/é taato:mais. para msnifiili^r; npopto le-
ve de crear em tudo; e nunca resv alou ^t» «siúeatiH
ra ,, ou falsou , de leve que fosse,. o charactier dO. leu
personages. ,. .;;. , n^rA
O Sr.\&^'^c/f4#»: aproveitou com tal arte .uqia, partei
pequena, estudou com tanto accêrto.o gesto^ a vos.
preza, e a má catadura do ruim viUão «:>q.ue repre*'.
senta »:r<enceudo miJI obstáculos se po(léra ser ^ ,«úo-
(la oa creaçâbo doesta fígurq foi. alem do ^a.oonhecH
da mostria.-^Ê c^pia em tudo qno adipètte e; requer
copia — mas.éespiritttoSQ, t)rofundo„,e.soboranamen-
te actor quando o exigem a scena e a situação»* - .'•
Todos, os actores realçam o' esta peçaj que se nos
figun^ uma das mais ecfmpletâis p^lii exo^uçiio , que
D'estcs uUimos tempos teem subiilo á scieiMu ^
.HeQommendâmoi-« ao publico, p^ra reerieio e ias*
trueçio. . . RtkeUo áa^ Silvar . v
STBGIIOIÍÓ&ZO MJkTmBmãkTU)Q0
2340 HoNTES, pek uma hora da tarde , passoir
d*èsta a meiÍM)r vida o Sr. doctur Antowm HoitomU) de
Coada e Moura ^ lente de astronomia' praticai jubilado*:
e director do. ijbservatorií) da.Uuijrersidadp, accalio
de graves soíTrtmeQtos de uma najâlestia perliims O diur
turna. Pcírdeu ã faculdade de niathematÍ0Qisou mais
distincto arnamoDtOii a. mocidade oíeií me^tr* digi»ÍMÍ'.
mo, asiettras portngueías um/cuitor exti>emadii. «Era
ainda um dos representantes da famosa .es$lidla»do6»
MotUeiros da Aocha , Maias: ,| . e« F^rios^ , r«Miiemporii«t
neo dos McHosy Cori»4,..e.^nidn4c{e«. iJá :Carregada.de
ânuos e moléstias, Binda'era coliobovador^MC rei^isor das
ephemérides aitranamcas^ éo vbsettnêtõsfia >iM ddmfyrai,
que: n'outro tempo grangeara.»! à fa«uldad(^ de matb»«*>
matie«tt<«ie e reputação; eusopéai [CifdiaijLimkbiblífi-',
jRETWSTA' UIÍIl^líBRaaíI/ jLIgBOríEDfS^
i6r
ibois^ aumcirofia , e sclectoima , e diz-sft que deixa
«viriUdo 4iunier«,de maDUscriplvi» scu^ demuil^; valia*
Coimbra 17 d^^ novembre.. GupMo* ,
CAUTSX.X.A GOZii A&MAS BE FOGO.
2341 A 21 do n^.p9<94dK (|ae foi^ um domingo, um
r<lf)4ir«lriÍ9ar<o d^lifgar .dcG«lUs«. emburbios deCoim-
bth* jpar4i s^dascofadar dostrabalho^daseioana , p^
f(iu dnsua-fspingajcda, c foirse á caça para a banda
4q Sq^ao AntuHio dos.Óiivacs: dep&is dealgups tiros
^shldados e ni4iila& passadas perdidas , entrou n* uma
vencU para .s« r^ísíociUar com; um quarlilho de yiobo !
4« Bairr«i(ia , que pediu logo em entrando. Emquan-
JoA veudeira.ih'o ipedia, para beber mais á sua von-
^de arrumou a. anpa ao mostrador ^pfias em tão min*
gMada iiora, que,' escprregaudo esta para a parte de'
seu dono, e lau^ando-lhe elle desattentadamente a mão
para a suster « desannaiiHse oâ fcixos ; estoira o tiro ;
e cac.rcdond^Hneoie morto o .infeliz , despedaçado o
queixjQ e. pwte do.crâneo.
' VMIBWLAÇÃO..
" Í-. . •■ (Carla.)
2342 Ê NOTQft]» quanto o Governo de S. M» »e teminn-
penhedjo em obstw á emigração dos súbditos portu-
gueses paca o Brasil. £ tão dignas são do elogio as
«uçtoridades , que para tí»l v «tiadjuvam quanto ine-
recém \gravissima «censura as qQe se lhe oppocm. Be
aima 6 «Ultra caata de empregados temos nós claras
mostras n'esla ijha , e especialmente navilia dcâ^ai^
-da CrHs. •■ ■ > v "
X) ad)niwslrador do concelho, que c o Sr. João
Peixoto, da Silveira « desde qnc stirgiu aqui a escu-
na, braziloira Concórdia com o ftto e empenha sabido
de fazer leva de escravaría branca ,. tornnu-a íncom-
mvnicavel eom-a terra , .oíiiciou aa seu collega da vH-
iai.daa J^fies para que desse no caso prtivídencids promr-
.ptas e «cert^ada», e tem de.di« e noite, bem presidia*-
dos ,e roodndos os sítios mais abertos e expostos á fu-
ga* dos illusos pbra a bocca do. dragão marinho que os
eslá fascinando:.— ^ elle próprio, despresando as com'-
«nod idades , .que qs seus aonos já requerem /aparece
i drsboras peUs paragen» mais perigosas a certíficar-
se se todoS' estão no seu officio. Mas, 8r. Redactor,
emquanto a. attcloridadé administrativa assiúi se com-
porta a aucleoridade judicial , que, ainda bojb, pok*!
sul)sli(uÍ4^Q execce:tio sérias funções', olvidada de
seus deveres, edesamor^vel para com seus patrieiosr,
lem ludiiNriado todos, os a«tos de investigação , c6m
quetôd exaeioe desisteremado administrador ha pro-
cedido ; * cfaegandoí or despt eso , qde faz do seu bom
oiome, e. do ' que. dirfio odirem as mis línguas e as
boas, até ao ponto de tommunicar mui pártáentar^
nante^em « príocípad. corrector ou allieiiidiir; contra
.«.fHal •havcndasidirf* jurada competentemenMuma que-
EcHa ,. faar aiai& dcilffinta dias « .e estando compteC».o
suamarío 4iiwia bèí*lnM»hoiiveipronunèta* Foram pf^
«osL^if KC^Qii:e cDpiJofto por .conduzirem eontt<'ibaâ-
do : .fugiram icfitus^da £ddéa ,.iião se procedeu- com a
«eleridadé ; que. o case • requeria e a )eí dpterlnina>:
«.alada se contin^ a pitocrostinar sobre tio préparãto-
^a.do processo. para. ai!)ccusa^ii>: emfim tudosãotor-
luosidades, empates^ én|Cfflhes, demoras, dlo^s « para-
^osdcreditiBremiOiadfl^ÍDistradop; a^ntíté «x««iplár dòs!
de seu oflQciti.; ;até;u)usawun>affi«q..u»n jMusquim y ca
q\\r saerilega.ealeivosajnente odenominavaiçprotfc/or
da pisí)igraçàQ. Í)eu-$c parte ao juiz substituto de di-
€ÚU^ e,,este, . . ^
Nao flcon homem , nSo , mas mudo é'qaédo
^pjiitita de tijti penedo litlrò péiièér: ' .
Por esle íimples esboço , que V. peio Seu notório
amor ao bem publico não deixará certamente de pu-
Uicar, terá o Governo o diaplofavel est&do doesta iiha^
e as terriveis e melindrosas cireumstanaias «m que
se acha constituida uma auctoridade cujo timbre é a
honra •;^ mas que se vè vomliatrda por oUtra apaixoba^
da, interesseira, conni ventas e coadjuieadit poroiiifos
fautores da emigração. . : • . , - ■ \»
G7UÍ2 é «unhada de Antont^/Xavicir de Mesqtiita ^
cónai^naAario da diasumaca, .beAieomo irmãOideiFeia»
iiandú> Joaquim de Mesquita ,. que annunciou plrarder
procurado por^ quiem qufiz«8Se embarcar par^ o Brasil»
Villa de- Saocta Cruz. :. . '. '
Um,Pmin0iif0 Jnndano.
2343 Diz o Periódico 4o$ Pobres 410 Porto de iâ
dw eOrpónteconstar^lhe,: estar para'efieirfcuar-sen'.aqu«l-
la cidade um projectado liospicioparamendigosí»: »|nra
o que se vac requerer 4 Gamara Municipal o edifício
do Matadbinr ^oas-^EdotaiiÉas.- — Kste.ásyto — diz o
redabior — se chega a ctmcluir^e , é de ; certo . uma
dae^ mejbotes obras da cidade.
Também nó& folgamos com vér ci^ar nos .povoados
grundes , estas cazas de refugio : e d«io ba ahi coti*
tradicção com o que escrevemos no artigo '232^«obr«
mendigos; eis a nossa opinião n'eslc particular. .
O primeiro empenho da sociedade :devèj|« ser què
todú^ seus membros tivessem pão que lhes ÍKistaâse„c
o trabalho com que .podeasera — r com a menor 4]^'lita
possível dos vínculos naturaes da familia. ilsegundtk;
que os que não podessem trabalhar , e não tivesseoi
pão , o recebessem por esmola certa em sua casa. T«n-
ceiro, qiic um) havendo para todos estes serem ali-
mentados no si lio e entre as pessoa», de suasaífeicões^
se recolhessem em hospicios , onde o corpo ao menos
se achasse satisfeito , bem* que o não estivesse a co-
ração.' Quart» (hiolmenlò , que lodos os itifelízes, pa>
ra quem.já não houvcs9è logar n'estes collegíos, ou
que por prezos a filhos , a pais, a mulher , ou irnuM»
não podeKsefi.ilehcar d^Tòr desgnjç^issimns ma des-
terro e cárcere de uih' chamado asyto , se deixassem
proottrar ai> sol de Deus a . providência • nã alma dos
charitativos; Os asyius.são bons mas só depois de ten-
tados e frustrados os dois primeiros empenhos. Anbea
d'isso , os não louvaremos nós, que por mal chrL»^
lãos os bafemos e por 'mal pbtlosopUicos.
zKiGHAçlo 1» nnrHURo ravaxHAiMi.
2344 Lemos nos Pueris do Porio úe 13 de Novem*
bro:-^«Sabbado ás 11 da manhã entrou na aifaujdA^
«ga d*esta cidade é dinheiro appreendidu .ha dias Á
«Porta Nobre, e que se achava no quartel dd;inuniK'
«.eipat: téndo^^e: aberto,' adwn-serser.éS moedao»m
a drtuados nevot , 167^ duroã bispa Alwes >,i tmio leni*'
K^fiacotado e^Hado»' e Qom iod^ os sigaaes da em*^
iibah|ua»» • • . . r ,. . . .;. .
. b . _. . . i' VOBTUSIÍ8ÍI4 ...,..:■..
't.> âa4&. i4;.UQCiuCâ: upil>e:«iii4sQ.JS< jUartiabo iiispo^ a
1(58
ÍIÈVISTA Um\iERSL4rIi>LlBBO!VElfSEX
í, Marlínho papa , deixou a cidade ctdrna sem i&r ^
Bóin. Lm fçr.indentifiMíro de sciis lampiões foi, hao se
sabe por quem, despojado dos vidros è li^a^ott«-se
com o vento* — *- — , ../
N£CaO&ÓOIO BOOZiZSXliSVIQa
' ^4C Li-<B 1106 Piares, no Porto de 14 do ooríien-
le : — •
. tflli)je«ás 6 dá mafrbS fíiliéceu o Sr. Dt. José Cov-
Miréa , scicr«Urio úa S^ £x.* o bispo desta diocese,
•«(tendo stJo sacrainenlado ásS da ma dragada. Estava
adoente lia seis dias. -Aò^r. Dr. Ctirrca havia sido of-
«iforocido ha tiies> oujquatro annos um bispado do. ul-
«tramar, que eilc não acceitou.»
. «Era gcrdi da oo(igvè^açãò dos Loyos ao tempo da
«entrada de D» Pedro , « mn dos mais- aoerediudos
«theoteifços que nos ii4lirao8 annos tem sajdo das os^
«cbólas da Universidade aonde foi oppoaitor.»
u o Exm.'' Sr. D. Jeronymo ouvia &éapre tom gran-
«dcdcfcre&ciaoaeucoiíleéhoemos negócios do bispa-
« do. í> '
«Seu coiB{AAMetlC^ evar exellipAit, e faz grande
«falia á sua mie e irinãsv 'pois esta honrada 'fóiHil ia
tffiiose acha emfelises oireunustàiicias. Ha de dftr-se^
kin^anhÁ á scpuHnra uos eterigosi »
mscao&óoz^ srajABCAcsuTieo. .
9347 A 4 do corrento falleecu o Sr. Gregório de
Sousa Pereira , presidente da Sociedade Pharmaeeu-
tica, e cineoveeesTec)e4tojuizde paz da fregutzia de S.
-Mamede. Era homem sábio, e \ktuoso. Tendo havido
fio &CU districlo amo demanda enjtre duas eazas das
mais. ricas do reino , tal se hoave «o procurar conci-
lial-as , que om ambas ficou ree«bido o tractado co-
mo intimo , e tal ao mesmo tempo se mostrou in'clla«
de d«shitcresse quo morreu , divisando pobres a sua
iriuva e órphãos « a guem fica apenas o seu quinhio
no moiAe-fiio plaarmaeiíutíco, fundado prinéipalmente
f>or diligencias d' eilo.
O .seu ^orpi foà acomf aidiado aò««fDÍtcrio dos Pr»»
aeres por todos os seus confrades , e ura grande nis-,
mero de cidadãos^ e brindado antes de dasa parecer
cora uma coroa de (loffos enlaçadas em fltas amareUaa,
« com iJm saudoso discurso do Sr. José Dionísio Cor^
roa. segundo vicc-presid£nle da mesma :âaciedade
Phafmacoutica. -«— ^
itOTAWMMt «VAZAlItXSfTO CI|^BSBaA»0.é..
, :;|?A ZMVRWftA.
' ^348 Con%t^ ha dias« na capital « originada nãp
«abemos d' onde « nem' cono , nem para -ij^uè binais
«aftravagante notícia , que &unca se kvautou para r«*-
galo d<r populacho «creudeiro. \
Sua Magestado Impe?i0l » dÍ2-^« a Yin«a de D^ ;
Pedro • tem contractado e justo o cazamento da Prin»
peitfrStlâí Filha ^ Mn 1». Migúsft. ; *
Diz^se a escrav«^v : -^oac^ovenw e4npiim«-«e : — ;
tefUHine^se o lè-isev Mas diz-se , esdrevense e tmpri«-
anoHSd , • rindo ; •«— a uio é possível que «e lè» de ou-
' -tvaaoiie. < -■ -—
23110 D» a Aanakif £o do SêfÂembra : ^ « Nòdia t3, .
apelas quatro horas dá' Unde, um iiidlviduii, por nome
«Manuel António, entrou n' uma taberna á<€aIçfdado:
^Goml>iPH o^teAto<|fifiiffàd4 pardti «^«iMTMmeute ,
« jtropóz ao dono da tabériA -«^ se qUeria jogar o jogo das.
^ «i«0uitdõ» ) i^o seia asperaa pcU roq>oitaj>traict»»a de.
« se eseaiiar, como príncipíaiido o jô^(k mas o ttA)($ru^i«
« re , lâaii; esperto ; tractuu de o agarrar , e ohantóu
«pela patrulha. O engraçado fregnea nâo ffiíihà Um
« real para pagar a despeza , que havia feito. »
. ' : - - ■ 7 r-- \v
• -AMOR M ATSRHO.
S350 Conhecemos uma cadelinha' -pretavttfaHeitii;
ordinária, de raça míxta de dogue e de g<»s6; qoè
nenhuma dama tomaria para sua vaMda, mas que, pOr
lo amoroso de sua indole, pelas «xoelientes <|ualidd^
das do seu coração brutinho ^ poderia envergdohar 'a
multeis « muitas d'cltas. O cdm doLounrfie', que^sf^ dei^
xou morrer sobre a sepultura do seu dono, ' e ddigvo
da travessa doCaforal , de ,quo bailámos' no artigo 597 »
quoísndoideccu , quando viu morto a quem oamav«(
não fizeram , que a nossa eadeUrnha não. fizesse taidf
bcm se algum dia lhe sobreviesse egual infortúnio^
mas o que nos auctorisa , paraditefrUioã que ctlâ en«-
yergoi)harit ; e do^erio «envergonha «'ii»uita mulher v
c um exempip de outro geaero^-J-um^atensfftloduani^
materno.
FUena (devemos' eousérV&r-lhe o nome] tinha dado
á luz dois cãcsinhos — um airoso, mas delgado epe-
çneno ; outro po^o gentil, mas: graítfde«> forte V roli-
ço. €r«ava-os a ambas com aíTocio; mas julgava^^
notar n'ella eerla predilecção para com o primeiro;.
^ Ih-os lirairaiu do seu ninho « era setnpro este oqu#
ella.primpiro ia buscqr f deiítanda o outro sozinho ás
Tíezos por um bom espaço, cnão tudo tomaVo seai*
quando os seus fihóros a omploravam^
A 6 doeste mez^ travessuras infantis de filhos da
caza a privaram d'clJc. AqucHá^s ereanças desatleo-
iadas tinham, sem sahqr d que faziam, atado aope»-
coço do pobre. animai , cuja gordura o pouca edadco
Mupediam de andar, uni cordel; e d*este modo cor^
rerara c^mi elle a rastos com grande^ galho^ e |>or
muito ftemjpo^. pelas ruas do jardim ç não odteixandfeír
^cnao quando , com terror , descobriram , qwe esUva
morto. Pegou-se n'ellc c foram-n'o lançar a mais du
quinhentos passos 4e em diversa rua« A mãe, qucigno»^
«av>a tudo« e qu« não era> costumada: a sair de ca^v
adivinhou pelo insliiicto docoraçâo, asaim a mõirte co»
mo A jazida d£ seu fllfao ; e poucas* hoias depois r tir-
uha, no 5eut:ovÍ!l.iBuiCo chegado a sí« <niuUo agaza»-
ifaado entreos braços .o.. cadavetatiiho.pefeUidQ, a
-quem lamhtc com. mais alToolo 4o que a»i^prio seu
mimoso, de quem :por então parecia esquecida* Es*-
^rou^se pcda hoi^a^ oasquo sanssc «para oomor e am»-
<e«Uas d'eila fiwam-ilançav o^doímitod dobrada dí^
Unçia da pnimuira: ises o ^nva sitio, toSàiment&dísruy^
<so. Hora e meia depoÍ3 o ijbo: insansisei Recebia m».
ira ves as carúsifts maAemacs- a inf deisod irmã», n»
mranHnhíy doifrn ninfmrntQ
< ^ii}4i« difio a. ísto^ não jé;>M q«^ »sas9ÍBi»s»
IruptosifdoB saufi anumes « teasaquotlas que pódeiadu
<aliiiion(iil'^ uos.seus> peitos, usualrejgam « mios uioo-
c«uams, sacsifioandp .« nlaistelda (deaféitiçoa UM»-
taot; da mulhfifvá conserva^ 'da* alguma pequem
parte de sua bpUeza.physioa ! f tiiãe .tf rie màk ; li-
:rão d«. queniL se loooapa a esecovar 4e cães>$ > e em
Deus lhos dando. mais uui filfio tsitnalrão' a<^maadal-4»
para ondo ^ «por dinheiro v lh'o nutram bem. pu mali,
u lh'e madtractem af IhoeAinptcm :maiauembdra<, -mar ^^
d'ondDiBão venha» vagidos^lospoMUDos qndttrar^lMi >
.aomAO.i(ui iiKleiiQmpBri^e..Ufi4U(ei4imQPti»&u^ í: -• ^1>
4.
8 5
MEYJSTKAi UNIYEBSAL. USDQIVENSB.
169
• A 4lfttrtbQiçllè eorikoça hoje, ijtiilita^fdn , áà IQ ètrv^.da
saabi. AotSri. , que, o aiftit.Unlir,^ quatro- horas depcU
■ta ienbaa icccbidot' rofttçé^ «obpâViiiioideQ participarearlio
«criplorío da RsYHTA U.nivkríal Lisbonivsb, ruadoaFan»
qwiifM iu*''8S — 1.<* aMlaff,'|iara^e pmidaiiCMir.
IMflEGIlENTOS UTtJS.
fSSl 'OtfriMds, queoSr. Barão da JonqiiíiríiTMH-
ítte, nn sua quinta de Vai le de .\abae$ , em Almei-
rim,.um anipmnl antigo' e vasto, cm tujo cealro se
eouscryam aiuda as cazas e oíHcinas de um relcv^â-
le ostabçlecimenlo,.qúe aiii bouvéra^ para a crcaçãa
4q bicho ^ liaríio ei fabrico da seda« .. —
A industria da seda altrae ao presente aatleDçâodc
Ipdos os pjizes,' e cm Portugal se .ehçga 9 pegar; co-
mo parece 4)rovavel , augura ella dias deioira, por-
qm aitida quctard« venbamos a compelir com altalfa
e epm a França no leticlrfl e litfgil-a , benbura clima
a liâ« ser talvez o de alguíAa parte da Itália, i^i^ali-
sara con^ csIq nosso^ em.^pbseguioso |^r« a3.^Ji|íH
. rciras,.e paternal para os bichos que se d'cllasnuacm.
Havemos f^^ito r jxuf juij^sa. t^clg^ .quanto spíjcmos
para 4)tTSiJadir.aopo«o;q$t^^iamlíjivql,4u4Mstiiu epo-
demos aununciar^ quç.jiao syioji puuca^ nem pcqMc-
: n^ à* lyíUalivas. qpc í;i*islo sc/^iíeni, píi^-^tud^ AS.
províncias, è pariicuUrji^cnle na Eslf^imadurà , p^i»
trompliciao com que i)Sr,,ífalfs aev^a j^s eHCOAiqàiíartaé
das,aràorciras , — e iu> Minha pula> d)] jgc^cia^ c eacjfh
p/o vivo do Sr-, Tii\cllL O.Aiçmlej[(3i, p.qiHí i^a^ ^ivrr
Vesbitaria d'esta f9ul.e íje rJ(j4iiC2a.,.p9ifa g^w^çíiç ©m-!
fim a pi)ifoar-s<í » e altra/r o remani;§ccaté, .da p^yoa-.
çAp insulana , quç lá s.e vac seprvir e mi>rrer , f^scrar
ya e prostituída nos sertões brazilifíiís.e nas Çt^Mifas
inglezas, óermo Alemtejo, ainda, (qucrii^ós.^i.bíniw)
êc n|p lcrabr<^u <lo soccorrcr -sc> a e&U n9iid«r^j|> ar^>
forc dá vida. ' . .' ^.. . [ .. , „..
Ao amôrciral gr.andc do :Srn. Óario , [^ sfia. feç^í-ri
«a muito maior. e. á s\ià ^f^rj^^dissima alma , x^^'ei<|.
de illustraçao , 4c pMlf^i^V^pHi ,.e •ídc.aiuorr.patiip,
está provavelmente, reservada, a gh>ri3 *b c.vmflçí^r,
? felicitação ^ d^aq^iellei de^fiamjwda* (h-^Hís traiisn
íaganos. Ouvimos quç iJ, t^t/ tfcjMa(.jV.isío..-r-A
Pro.v^deiu:ia abençoará .os^us.,is>forços,» áJ o Akm-
tçjí> , tejftdb lambei?» o. ^^u OÚpytr, fie S»rr€4 ,. p«o
deixará d.<? $fí weiamorphgiscíif d«j.r^p.eatc copio o
^ivirais, . . * •: í; •
^ B(»çonimçjQdqmo3 o exemplo .d*csl« bém^m k^mÊtto
j. todos os quç,ppr suq\riqíeza , mJI^ su* casàip»-,
(c posição «djiiiiiistraXiva pu isíçi4c6ia«tijça> podem, di-
recta ou iudireciamenle pelas obray ou peJU Hif^yr^^
€pn(ribuir para laoífinljá prosperiífeíde pacÍDoal. Rt^
cpmmçndam«s-lh'.o d^aj , cem, 'mil vez«s ; submetíeis
ao ^ st^a consideraçãp tudo o .que,|^yeiVK>^. «tH^ripia
nos artigos 997, 1028 ..1748, i8tó„ 1970. 2006,,
2A^, S>q6, 129á, 605, :
^^ Bez vezes hayemos já.lractado d' cs|a ataumpt^ ; soas
^ sua relevância e Ulq^p çiuiu^ p)^i;|Ji0d4 JroUaw
luas acousidcral-o*. -.^ *
>{'0TE»BR0— 30 — ig-W.
2Í^2' DmoKla.edade médiii. qtie^ac fabrica mal 4
az«ile quasiam totia a parte, isl^-é» pelo. méuos eo a
prejaiio para o Infraulor, porque mocn4(>^S€ cooa 4.
polpa jD^iò^qo da azett€ítta • >^ ooo $MQce<l<^, n.ão» o quf
alguém cuid<i, ficar uma porção do precioso. ó^ pcjrn
dítla ,' por 90 misl;iirar>úOm'0' bagaço» q^^á a in|i4&l
a que le redu^tm o J^ho e ancudt;^ .do caroço» m^
ín€titavíâln^*ote afÇ^eoe i|U9;.^4ie(i do jn^mo cari^oi-
qa« à.ii^eiio$?pnre e goatosa,r,mi«tiiráiidii-se' /HtfB o dm
pòlpa calremfi do fcucto^; qpe;é p^ mui.s Hito «i.«slimat^
do.^ Jhc vem a Qnai a; abater miiiio maia do ^Qç^ih-
que Ihc.augmenta na quantidade*. . 1 .
'iúôs poYUft aoUgo« coQAte q^Q:para o 9e» éz«ile nã^
■ioi»i* 3enão acaram, daai^eitona • e atfuU ho^ 1^ p^ir^
meira azeite, que dá o iagar, antes, de «^magaduti #
ejcpncpidtts «s carofos , ó tki<^ peio de superior qua-»
14iiade; . . .
Um eectossastioQ ítakiano, rouí dado dos estudos fia»*-
turaes , exemplo qu^^ n*aquellas^ desconhecidas cea*.
lumniadas terras não ó raro , inventou uma sin^cU
madktns; iqne, luavidA.alitaqdrhiijiiimo a JcoLctuts^
siva fadiga , sòpaisá do caróeo da azekoaa a sua pol-
pa , e d'ella espreme 'logo o azeite com muita pres«
teza ; db Cujá clausula resulta aindoí óiitro bem, que
d, não ser necessário etnpilhar por esparo, ás vezcA
de muitos diias. of(ucto que se ivap colbcudo« e dci-^
xandoiro^.viciar-seioa apodrecer uasiuihas.
• Síio pois os booS' effoítios , que se inxiem pr«v«r do.
seu intenta í — breiWdnde edimmtfiçâo de dcspexam>
fabrfco do azeite; e cxH-acção dd ajréitc de primeira
sorttí V sóm Diislurà , nem dclçrioraçãu/ Quanilo à»
caroço ,pódc e^p 4q>ois.^er moído. i pai te c dar osçn
ól«o. para lu^>« sabão, «lodos os Dutros usos. sabido»
'das fabricas e oflicinas. ' ,
Nad» roais líudemos djzef v i— mas jiistonãoé poo^
cò. Os que intcndnn de liigar de azeite . qfuc procii-
rcm. Si; quízôrem, haver inforn)açues mais, miúdas
da machina de Siancowich; ou q))c .dq^m este n^ote
Pfir>i:gtoaíi^r a.al^um machiniata tu9eQhoí>Q, qiieosta^
mos, e lemos muitos — deixar faHur,4|ueffl faíla.
A4SOCIAÇÕB3 AGHXCOZiAi»
, , ' ' . SCdrla.) '' . .* "' . ;
ÚySi As EEFLVxÕEsóiíercicidas&Q »rVígp?197.peta.
Sr^'. A^9riiA Bpr^sa c Taltficadas no^ artigo â2i7>; . e
seguintes pelo flr. Sá Nògitcira, bem mostram osfkisiH
j«s«Í»àtrio<roos*#«tès8r8., mas.' píircwm-mepara cà^a
proviíjcia do reino, c coM especiaíida*de para êstcAT*
garve, a voz do clamanle no d^eseríol Nçtihúmá s^^,
mpve. parecem ou iutorpecidas ou eiicai^jL^d.ají. UiKm.
sàbg Sii o jqqtivo d 'esta iuuaji*.ção., h^q^ será ot^oxpeiH
didii HO artigo 2176 da RevUlu n.*" 7. : • • *• » í -
O governador civil rf'cste dislrii;t<^ apresentou o sfè ti
programma sobre óm banco raraí para o Algar Vc-^
Revista artigo '2153: todos reconh.cccm'a nccéssidadJç
4' ést«i\ providencia -r-tudosa(^)rpvam a idéavisaiva a
r^^cgão.. mas ningueu oflcrece as, suas assignatur^s^
Uma aiayibipalia geral: se dedapoa-u^csteAigarvc, oié,
nos da sua parcialidade politica , cgnlrjf o offcreci,^
mento do governador civil , íilíás roòitò fjoiu^ sugellò ,
é muito capaz; porém não sf o estas as víaspor oudq,
estes negócios, devcni C/n;ninhar, |:^or^u.e ,h»vcndo^ mí^r
turá dás a uctofidades em disposições popitlarjís p«**
I itioltf ai liada. ao «oiisegtfi« .^. .:.Jt. .^
1> veit» IH, sKRifi; Ji.
Í70
REVISTA tJNITEHS AL LISBOWUPíSE.
' 1 propósMo de Sr.' Sá NíígueiM- ê á mrffe' «b«A»>
tfa, é de^e produafr lodo o efTtíiU— rl)anc©s filiares do
éf; Lislw» MS capitaeí d«& proTÍnci-rs — dclegaçíyeí
d>stcs nas cidades , e vllla? netatcis , tudo bem or-
^anisodo , f»rão a foIkíd&dG éo reino no. presente , e
DO ÍVititro«
Se na e<>rte se nia estabelecer om bane« primarro;
•omposto de membros, com doicjos tio patrióticos co*^
mo os dot dois Srs. printoiro norveados , « do lá por
tuas oorreftpondencifas , * não éxcitirem- as disposições,
dos doesta provinoia » ficaremos coma df^Hltcs : eoK
quanto existirem pM cá eerUis dcímeatos dissolvente»
nada conse|çui remos.
' Os Arvoredos vão em (VesferniçSo--— M.Ri«ttasinio*se
reprodti%om — ^cam»ras mimicipaes em somnoiencii-
-^o« pequeno» lavradores , qi»e ftâo (^ maior nnmoro ,
e 05» que r»ieen> » abundância, apáticos , pela oppMftf^
são da agiotagem , c usura , além dns contrílMii*»
eões nMHirci|i»»es ele. ele.. Só um banco protector nos
poder» SAlvar. Vm- iewassignante..
AOWMnXlTCnA WtáLlXMA »■ flU W^QVKU
(C9ncluíã9 do mrtigo tS^^,j
ly.
, 2.^14 «.Ijuik «oviedade d*agriciilturA , na actiuU idade ,
« nào é Iwxi* deiimicc^^cio ; -^ pude , *t deve fazer muílo. \
Msua silMariVi» dit-the aso paia olhar senhoril meatc cm turuo de
(i'sr;-— a taitt natureza d'a9soeia4;ao cuiu»eote-Jhe o que ^ com
udifricaldade^ fe c«iMeguiria iiid2TÍdttlilili««ikí,-^riçiár oaoda*^
(MUCjiIo das CAiusaa ;:— * i»ódp priivÀ os íaclM d*iuilcmilo, e. a
«s tjsuipa ^ cqmet) lar aa coiuequeiiciaf — despertar da ifímu^ uni»
«classe ijiscia de- tod^aot milaj^res qiia pv4*3 operar ;— .cem
c( Qui , dá uioa favorável dircrrS^ iípcs^irila de di^çussao^ que
(' geralnieiitc,. prlocipia a deiiiDvolver>8e. »)
uUma fevolu<;ao salutar, e da maís alta traAsccndeucia \%^
«eiimb4» á Sooiedad* Pfònwtôra éa A^rsiiUiira Miobaelcase /
« — uma reroliiçlo regeaeradora, pafiifloa^ è«vagarasa, aquftl,
"•• (itUMuLu termiiiaíta,) demonslrará colilo a^jankenie y. se
«<era uma úiulilidade o »eu estaMccimeuto ^--«se nao cca^
(•saueto e j,usto o fervor, com que se\euceram lodffs oi obsia-
(< cu los para o fundar, r»
n Contisle essa rcroinçílo en r
\,^ Supprir pela prodoc^So propri», quanto potshwl » ».
<( impATta^Q cttrwdia. »
S."* M Introduzir « multiplicoE, e melhorar indeanidamente
« t..dos os gen^tíg ^ cultura , e iiMliisirÍA|. preferido sempre
fto» que as precisdea especiacs tornam inJ impensáveis, n
3/* (« D^escobrir mt&rcados faceia a todos os aossoç produptos,
mH raiando a sua refn)tMça.o. n
i<ttiie vastíssima carreira nXo eatá patenlê aóa éspkdtovlabo-
ojrioMs , e á rontad» d«.bero fai«r I « . "< m
I u Oa nossos campos , apezas do noatu «rfull^ deliM^ lavca-
a^^orcs^ carecem de sòr melboc adubados ^ -r- faltam- Uiea con*
"venie»le8 abrijoí conVra aa lentaníns do invcrUo ; — o^ utcn*
«'^'s da lavoira Ao íncoinmodo»^ espordíçani c esúajçam a for-
c^^adM {HMnaes : — os gados sito ascassus , — mesquiiíhamenle
<«trMiailoa,-^ife9iproveitadu8 os seus (>«tnimes , —«^ nem bas-
utam au consumo : — os paslos sio dosam paradoa ao que «na^
K.turciA «|uer fazei por elles:-^lgtt}u»itt)s aa vantagens dos
» prados urtiíiciaes^, tòrnamo-nos cegos, para tie pcopositados*
«CJidiecçr os proveitos que das arribanas^ ecurracs coavenicn-
" temente constmidoa , se deriva ; — deixamos degenerar us ra'«
**^*". — ^^ apuramos as aemcnlcs — dirigi mo-nos cm fim na
M dificil arte dos campos quasi sainjMre peto acaso^ commitm-
umenle por anlifat rvttana — raramenle por mal calculadas
(•inno\a^*^s. a
M E como poderia acZ)iilccer diversamente, se a lavoira , sal*
avas poucas excepções, c*lácnlre^ue ahumens desprovidos dos
Mmai« simpk^s elementos il'educaç5o. e com a mais rude nega-
tiçlo para experimentar? Como nilo succederia as«ím , se, n»
•inofin pais «.xcluiiramonta agrícola, em quanto numerosos
«mancebos segneai Uaiversida^C^ci , eselanfum Á torlueia sen-
«da chi /arísprudencía'v«.cainpáéspinhdio, e talvez tem fu*
«luro, nem nm só v^mos eslrear-«e com a iHmma e bemaven-
atumda vida de larvmdor;> ntimid^ de especial insfruc^ftô>', e
M aparelhado. a iriiiar iirac^ioiínenta uma granja, e mas vária»
«das dependências? Como p<(de a agricultura deixar de ier o
(cque>é?.
(iComprAmoa ao cttran«:eíro , ml<;mde muitas outras coímií^
MO azeite para nos alumiarmos: — aos nossos risinhos co-a^i-
«rianos, vinho, canr^^--^ UclktBioa;— bem esctnariamos mui-
u tos artefactos de linho , que primorosamente obram as nos-^
«sa^ tocedeirns^-=>-^-to ritrintjftsdn ihtredlic^^ da cochonilha,,
a qtte entre n<^s teih já <reada# ás opwncias : -^ as ribanceiras do
(•nosso littoral estJío, em grande parle escalvadas, quando po«
«diam vicej^nr com a útil e experimenlaila liarrilha; — a
Mal?odfto e o anil meilram vigorafafuente no nosso solo despre»
Miados, e iM descoahrcidos da maior pnrte ; — as orlas daa
tinusas ea(rad.«ii ealíta aiijts ; <)s viandantes camiriliam ahra-
u zada-s no estio, e crestados pelo suão , no inverno quanda-
u as amoreiras muHi(Miules , qye vieram aqui encontrar uma
«segunda palria, os podiam somhrearcom a folhagem, rcfres-
M-eal-os com os fructos, e dar omítm alimento aos bichos de
Msed)», qae na sua manufactura oecnpariam immensidade de
' ((.mulhcfcs,^ e cccançtis.
w Uma aoBoeiaçilo qoe d^ ilferem^»to aqaalquer d*'e»fes «f ilU-
, «simos abJ4irtos nka ser& nalta, acm luo pouco^ anarchica : —
«bem merccerM de todos os qint amam comatoor de filhwaler-
.i ra natal , e ainda quando nenhum doa que ora vivem , reypi-
<•' rnr, siissurrarito sobre suas campas aa ben(;«lus do niWiof vin«
<í.doiros \n
ttA inntilidadé nlo tem fufvro^»»^ X. C»
FO&ZOtA MEOXCA.
fia£k& lÁ no artigo 2360- da Ketúêta Unitettaí Lis^
bohcneõ', fallei sob idènHca epigi^apbe de alguns «íbu-
508, que pòr abt ha cm matcrii».' pharmdcctitlca. Tra-
«tarel agora de outro diverso género^
' NadA gódc sèf mais prejudicial qu« os- miasmas pu?*
tridos., que d«»invotvcndo^o das substanciassem fet-
ment9c«7«^, ee«paUiando-sena atnosphera, occasionanr
epvediícerAmmkas^moleslias, e ás veres perigosas. O
mvMi^o' aoontece eom as adiras aonde se lavam subs-
tancias vcgelaes , e dcmar(T(lt>« por muitos dias cm
tanques , ou cm outro qualquer deposito ; estas stib-
sianòias.n'»gHNi » tendem a- ^terar-se já pelo conta»
ct»> da ágtM , já pcfosgazes atmosphertcos , que rca-
igera sobre dias; mormente estando em maceração .
''nVgtik por muito tetÂpo-, originando dcsfavohvímcnlD
de ^^2es ; carbónico , asóte , e ^ulpbidHbo etc:
"O eslnime- dos^^nimaes, principahnente em curracs
amâ^sô- um caberio è se mettem tre^;. ou* quatro ,. mAis
nocivo 'se torna , porque mais deletérios gâzes d'âlli
saem. A prohibrç«ío d'«stes curracs dcntrb na Cidade
nio'^é para a saúde po^lka- é. proveitosa , mas Iam-
.bem para os mesmos amiitãtfs r que alÀn d^ respira-
rem nm ar doentio ; sio Guitas vezes mantidos dcs«
graçadamente. Probibiram-se dcnlro da Cidade as ca^*^
brSft pelo damno que faziam ; prohibatn-se lambem oi
iCurrM» do gadováccúm; Polfei domáu tractameoto:
cu sou testimunha d^^lle-, chegam até a fr o» moços
à t»rde ao deposito da lama , apartar as folhas vcllias
da Iromomdicic e á noite irem buscal-as para as tac-
cas comerem , assim comopalhaí de cebolTas, etc. .; K
' poderão est«9 animaes dar bom leite ? De nenhum tno-
do. Cobibir islo« seria um grande bem. Pedimos á Ca-
mará Municipal de Lisboa haja de remediar estes pe^
9tmos inconvenientes-, éxjlolsando para fura da Cida-
de «estes 'eus^xaes ruinoaoi paa^a os brutos e par» 4
gcute. l8UÍ9ro Jq^é tíançalvt^.
•«-
imTlSPTA UniYilItSiily SFISBOIVfiNSBi
371
Com a publicação do • áirtigo ', qn« §ogtte ^ danos 1
por fecbada adistiussãoáo prcsciilc poDlo. |
ioBBjB O guv;ii^oftTo vxiraKO /quovi&xavoí
(CwrtaJ
, 23k56 Cox9 F« BO seu ftcienii^co joraal pabiica
tudQ^uc é uUl 4 sociedade, por cUjo molivo pmbit-
^011 a, carU do seu artigo 2â0i^ «obre a ciistòiieia do
í^Mno qwtMimMo^ peia, mesma r^são peço a V. a
ioscrção d'esU vts^sU para remediar aJgum prcjui<-
90 qnç resBltasso da crença d'aQueUa ^ascrção^. i
i) processa. vcrdadainfticfttQ .cJnmifli faro: ciarifí-
«ar ,0^ assucar .é por meto é« «aR9u«.« «ai^guia úe
«aU qve tiJM> lendo a^cno sobre oaasueir ao .^Mwniitna
com o melaço « c o torna sa^onacco , e facilita assim
a, sua díssoliiçio dura^Ue a imphíltraçuo,
O carvão animal extraidu dos ossos , da carne , c
dos frasmentç^ aniora^s def^iirvda;- ffcrve^^fonr^clarí-
licar c cmlu^n^ncrcr o asiticar. cmao. taffcl»cm para
destruir a cór , cheiro, e ^sto de muitos productos
orgânicos., , :• •
Âc ^ajTiet 'ósseas nín«8traiii.ma*s<Hifa.eno«'fflat«»a^
•4íeqne se nsa como alimento, a qii<'^lrtíd.uaH}a a Umi-
nas delgadas» e scccas, scr%6 egualmenlc para clari-i
4ícar o vinho ^ o cafle., ele, c para íòrâiar gelóa»^
cremes , a jugprir o ichH)yoc«tlta , <^ çomma de
|)cixe.
Os ossos«edu2idos a ^ò entras) Jia sdf^i económica,
'lias farinhas restaurantes -» « ealpUiad^ «ntram na
composição do cosimento iiranco út: ^yd^nham., que
se emprega ordinariamente nas dyawheas ,. o na a4:i^
dez das primeiras vias^ ^ mearn^ «a das creança»
«durante a lacti^ão*
O carvão aiúmal e o vefpoial sio «myre^ados como
antiputridos para . purificar as ag4ias infedUs, e pçh*
«^a destruir o cheiro. desagrada vcl 4o lucl, nelafo,
das aguas-ardentcs com pequena «d dicção do cal; pa--
ra corrigir o máo hálito do cstui^go que axis(« lom
-muitos casos de Hyspepsta ^ . « 6 Q^tim« deatifricto
para tirar o máucheko da bocca. — Âond« acharia
^o auctor da carta a qualidade venenosa dos ossos,
-como nos diz fatiando do, veneno quotidiano? — Es-
ta asserção é claramente ^Iha da falta do6 i^cessa- i
rios conhecimentos R*este o^ieclo. feio conl,r,artQ o
carvão aoima^l e vegétaft kmgc de Ser nofCivo como
ieneno, c um dos descobrimentos mais úteis nas artes,
e em medicina. — Os cães, que se nutrem dc^ossos
nem por isso mórrém , tanto que antigamente aiç ua«
triam os cães c.om ossos. |Mira se lhe afiroveitttr o ex-
cremento , qve âcssecaão c reduzido a po se veiKlia
nas boticas dcbauo 4a nfome — de pó^^^otmím — do
qual se usava nas úlceras da ^arganfla com proyetto;
o que por exames ulteriores se aq)iou aer dcvVdo ao
phosphnto calca roo n'ellc contido.
, Pelo que fica diclose vè que a misturados ossos na,
farinha pode ser fraude, mas não ò veneno.
Seu constante leitor ,
Anionio José de Souta Pinto^
Pharmaccutíco n^esla cortc«
if« B. — rPara sç obter o carvão bem puré , c com
uma acção de descorar inais enérgica, deve ser mis-
turado com' duas vezes o seu peso dt? acido hydro-
cholurico a 2í$graus, afim de dissolver todo o phaspha-
lo e carbonato de. cal <%laval-o completamenle sobre
«m filtro/ « fazél-o seccar*'
f .) SOBAS AcumA^ftos &av&eBOB. ' ' t
23S7 Co.fST4XDO-MB q«e havia um btMm^n narM
B«Ila'da Prine«*za-, ifApoíto, qde. eslava curawlo a
morphé», mx etopMincta, e qtie a curava rá d icnls»
m^tite ilr^ciei 'de me dirigir atli, o obsarvar » que M
paámva • ^{«Utaiile respeito. Foi o éfa 2-2 d« eopi^
tcmbro l^cata anna o que co 6sc<>ihi ^lara a indal^a*
ção , e com eíTcito foi dai< a eaza dt) âr« José tia SiH
iik' perguntei se atU. s« tractava da nN)rfihia , « dís<
sbr»m'iqju«- iWi; . fuigo me apparcctM o STv SiWa , «e
p|ífti4ndtKlbtt Am»^ para vèr as4oente8« 'eilem^ufran;^
qÍK^aiii BMíbeé a^^IsRar >ofl«za««tOv:c vi Mi uns povev
ou dez doentes , v/9 quaes' se t^slaVam traictandft;>.|io-
réiik^iquó liorrov me nâo causou o ' que alt. obier-
^^i; ÉsUis C5pi^lh>»V'Oom4lgiira& htimanas, cstavnrn
uUim êstodo^d^holucatlsto^ (odos €llcs estovam viilne^
railos^ polaa pre|nraçòos doiilctili>oliIorMr«to de >Mer^
cario, '^los ácidos minef«e8\ a^»oniOil« lhes sair to^
i4«:a i^UiD, ecom eHao6 dariiH» nMVrplioicos. Também
o Sn Silva faz éar aos dot^ntes banhos foitcs de va^
por i a f nrga muito- os meamos doentes , c tendo-lhc
foíto tjksliacar a ficllu . « dartroe , cura ««tio os pon-
tos ulcerados com «n^aento de carbonato de chumbo.
VaAMPS agor* tnc«r o ponto essencial <da questão.
^QuciittMsa Q amorphéa ? ^Hnvcl-a^ha de umas^ quali-
dade? Ha quatro q4tal*dadc9i[l'cl4a.^ Convirá a txsdas o
mesmo icactammito? f Será o estrago da cleph;aacia s»
cxleríor ou i>adecepá tambcin >o {pulmão? .^Gvradoa
os dartro^' ««tcTt«T8 cstari o dt)cii(t; âãfi?. . ... Não>,
nio o eslé^ ;resta ^rovai-«v l^nto "^ ^el^éadc^quea
morphea tem ^dífifer entes ^çriús d 'actividade c por íssa
á'a(leeçãQ, qiie um dos doenties que o Sr. Siha liinha
cia S4M ^aa estava quasi euradu no éXlielnor , toias a voz
estava quffii CotaimtMitc !crobataçada «, -mal se ibe io-
letNiin' o i|oc fatiava , porque os esliuig^ feilos pela
morphéa no aparelho bronquial, cssf»^ impossi^-el ^ cii»
rarem-se;; tal era a estado d 'ing o ratarão. Também u
a senhora da Pigneira> essa estaco já ctcalrízando com
o unguento as postuks dartrosa«« Essa «eiihura era
Iffvomcntc morphoica»
Visitei, tambom a um menino do Dcíro , i» i|nal ca-
tava de "votta com <is cautérios, e «atava n'uti^ deee^r
pérov "Elle me disse — ^ntes meu pae me d'èsse um
tiro, do que «ietef^«Bo aqui 1 -^'OcÂnltrâo subsista o
Sr. Silva com o seu tradamento : só o que lhe pedi-
ffnosé q«e melhore a ^za , escamas , pois 'quê VFins >
c aquellaS) c^a«i*um absoltiio estado de penUria.
: Agora porionire lade^ pelo inteiresse publico pedimos
ás eschóias do Porte, que tractem d"^ observar c^ta cazn
do Sr. Sihu na rua Bella da Prineeza n«* â^ , e sji
coitesponder ao que elle yc propdz » que o deixem
contínoar ; e se nio que o inbiljam , e fKir«t sempre,,
deminciandoi^o ao publico como impostur e charlalãtt.
Estas linhas que escrevi são dtctadas pela rslima em
qn« tomamos o zelo de quem escreveu a carta inserta
no nr%* S da Rcvittn Univertal LiHíonentê » sob ft epl-
graphe*— Cora xki Leprav
Villa Nova de Gaya , Botíta da DeJcgaçSo da So-
ciedade de Pfaarmaceutica Lusitana 20 deno«embr»
de 1843» Jbi^ Jvaqmm 4e Cnktvelho*
JL MXXiAallOSA rOHTE DOS luA^AAOS. .
(Carta,) . i
â35S SoBRC a virtude , que a agua das Caldas da
, S«.JoàO| .em Aijustrd, tem de curar o mal de peiiiw
172
BJBYf ST^ 1 UNI\ eRSAI/ BISBOI^NSE*
pôde V. -acrescentar a.segnj&lè «rura ; Ardéíifa© fci
Menção no artigo 2324. ' ^ •
; Manuel Jaaqiririí' ááC^ênke^h^, natural deVTarirar,
foi attacadoem 18i8i «n i9» ^o ttma molesUa (H«r
4anea, a talpowío que íW despedido da botica doseoiaí>:
pjporoisso d*aq4ieUa Cidndes da qual era pralicante ,;
A faolicario José Fernandes ^da Graça Maldonado v ao^
UialnieDte fcstabciéeido na Fuaieta; " • . . •.
. Coroo . lhe V r«c<YÍla»em os; dicltís l>anhos ». jé enlao
írecoi>hêcidos^rouito.elB*^ar8.ipor'CUl'ar kpNb^ fai:aeU
^8t(nSbO> sei pQr*q»a^a6 vezes)* c tMi^iidiaal clmaial^
jíao^ou^ .qii4:5è^a«ha'Agora:na irccferida cidade pcffeir^
UpicíiAe aão.,.caftad«?, ■ccoBiifiUiosj • 't. > % .
: Ottonéo V. queira iroaiorea, e<inniís'«iaoUfl|»inCM:'
<mar«ifrs d 'este casb r '«tal^ea de outro» .muitos,; posso
4eáde já ^ifian^r a V;. -:qiie «e. acíaso «e. dirigir -ao
^R« *José Pedfo Marques Boliago , cirurgião da.éama-
ra deS. Magestade,. eresideo(fi«'aqiieHa cidade» i;!-
de lho prestará eom prompUdão todos os esclaroainieis*
4LHt'de que a sila |n-afiidade e 6abedlori:i:sâa e«pat^s%
, 'Foiço votos porque lut>a uaiiossa amada pátria mais
4)0) aHTÍ<^ á huoianida4le^ b «m meio derlqiiezk para
seiía rilhos; mandahdoefgotefno prev ia mente para ali i
tiitiéos nossos abalftsddos inedicos , cuja. credito, seja
reconbéeido no oslràngeiroj : ctfm algunakprosos^ afim
de fazer, as obsempçõrs iieecssarias j c eonlirwar» ou
'áesment ir a fama da virtude da meiftíonada ^gua . Quaih-
-do por^m verificada e acreditada ,■ algum Porlii^aez
queira aproveitar^se dds lucros, que por eUa lhe passara
proibir* já tem uma excellenle eslrada^pelo espaço d«
uma legna,. d'^AÍjuet|-el ate á entidade -S. João, oii*
de é a Vertente, o <;mSiot6.4jm;Commodo ». aíndaq.uc
ficquono , poirto para o desembarque d^aqneUes eu^s
Bxolostias lhes fizerem, deiúand ar os dtctos banhos.
: 8c Vk julga Uiil esta noticia, não ilecèc.pubKoal-^
■fw lhe ser transmittirfapor qirena V.' não conhece,
mas que tem muita' satisfaçõo. de ser I>e V.
. Lisboa 27 de noveml^ro de íMZ. »J
Affeeéuoi» ami§f9^ .•
Esperamos que o Sr, Beliago não duvidará de eom-
-muMear-nos , para serpnt^ico, ;tudo.>o qua. souber^so-
■bre tãQ importante matéria.
■.-•'.■ (favtà.J' ...,/-
f859 rBifr.w .eoraposkõer anounctadas por I>'A1«
bespeyve , e desenipfas em algumas obres modernas ^
«longe de serem titeiscofno>n*^lla^seiaculcav sâodsim*
nostos a maior- p.irte das veies, sendo preférrvél^a r^s*
^etyçã&do^s 'Cáusticos guando necessária <a iirpuraçãoé^
•para* evitar >a« terríveis irritações , xl^resi ittsoinniosi,
aspasmosT', e desarranjo nos órgãos intenos,: s^gúado
«'SiiseejHibilidadi^ individua); sendo' porém neces^
laarro iáterter . a* eliptiração dos cáusticos^ ^preferimos
*a segtfi&l^' ♦cdlnpeiiçâo-^ Banha , onças sei», cera
4íraifeai onaiP emcfin, .e cantharidas, on^a uma. — Ex-
ponhá-se e*m vazo tapado a uma temperatura qoo a;
•«dnsérvc' «m t^aNlo íiqatflo por ^ 1k)ras /agitando-
«e a miado; fcdc-sc com forte expressão i cònsenre-se»
uara USO'. — A 'experiência tem mostrado que da ap-
pKcaçâo d 'esta pomada resultam bons eflcitos, pois não
uccasloiíain imptéliCcr 'dolorosas 9obre' ars rias. uri-
narias de pessoas nimiamente irritáveis , e até nas
'«reanças dé tenra edade , podendo modificai^se esta
composição aeguiido^ as elrcuasta^ias. *^ Popada cpi9-.
páativãr; onça «mi, ceròto .de^spermncete, ou unguen-
to popnleão, meia<onça, mislure", au aliás em pm(<r
egnaes. O mesmo dizemos dos tafctás e encerados
\TSicaAkiiS qoe.tf aeiamente vcttios-^èm -papeis piib'lice§
que não são roais que uma tintura concentrada de
canUtapidaa feitas am«tber acélleo. est(!«MfdÍi por roéia
de «re pincel sobre o plíado de seda, «iqtitfl ííe repe-
le por duas vezes ikigo que a primerraesln seca , Im*
fazendo, osterídcr sobre o papel uma mistiira-.dc i-^ôra
ahi{íre|Iaí!Corti olcO vestcante\ de canlharidas extraído
pelo oiher siHphurioo,
i"Aiipomada daimeseriSíft nitetondèf a actil^idade das
oànlharidos 4>óde ser suljslituida \em certos dsoscom'
preferencia aos:enceradok ou pnp^is rpispástitos. ' *
AnUmUf Jo$é de Sousa PMo,
Pbarmaceutico n>sla cótle.
ciBViuaxcA i>o 8a.'rajL3rçA.
fCarttt.) ' ••
2360 Recambio acarta que V. me fez o obseqnia
de confiai*me, em q«(c o Sr. A; A.'V. , cirurgião do
.Alemtejo se digna rebater as mfnbaS doclrinàs, com
um styt?? a que me acho ponco hahltiiadt>, c que por
st só liaslariíT para me ti4*ara vont:tdcdesasteiU«lruD»a
polemica séria cóm S. 8.* (quem quer que seja) , se
não accrescesse outra razão de muito maior peso aos
meifs olhõií. O caso do Sr. Franca, cas questões con-
tiexas-, tudo^ foi já stq)erionnente debatido pela im-
prensa", e h^ome* parece' quê, nem o Sr. A A. V.
nem eú, possnmos chie ida r ponlosjáiractados pbr ho-
mens lao romp^tcínles'cam'0 são os Srs. Ag*^tMm Al-
bano, Beirão, Jo9é Lourenço da Luí, VHla , Jriõo Pe-^
dro Barrai , Mérfael lltmnat Lisboa H(i, èie. Confir-
maindo pois tudx) quanto explpndi n*ui?ri precedente ar-
tigo, íjuarilo ástheâés, farei pouquissfro«n5 nolíis í
carta dò Sr. A. A. ^. , sèm quc*poi' isto se jlilguc
t(iití ainda òqiie ddvo por notar' '6 coOfoVmc côrrt ôs
princípios^ da scíeiícra ; ou as licroés dá pratica.
Soii efe.
" ' * Vm Uédieo Portuguet,
23Cf' lètAV-A eifa Lisboa qtiando escrevi um pe-
ififònirío' artrgo ^ara a sua interessante fòlba sobre 4
ferimefalo doSr. França: pensava cu qtie, sendo ellt
tao fcurfi) / fab 'mar redigido , e roínguado de cabedal
siéíéntíflco',' fosse logo 'esta mpadíDé respondido,^ mas
Tfãô fói asiiifa: ò âflgnissimo dolláborador de V. , aa
i/iesmò tèmpò quê lhe notou tantas faltas, por umsin-
guTíír côfílrafst^ ;' se çsforça em um estirado arligp n.*
t278*dcb'aYàc etií;rèflilar-o: e eu tive de partir para
a rájriha aldeia !i'esperal-o; cbê^òu cóm efréitonodia
14 peias" 2 "Roídas 'dá tarde — bem vindo *seja ! ( 1 )
Primeiramente que responda áquellè artigo, permit-
tá-nicV. que diga alguma coisa sotrc as rcUcxãSs
qne precedem 6 mesmo.
Não ignoro qtie haja entre os sábios collaboradores
da Revista pessoas compelcntissimas para dizerem da
matéria sojeita; mas como nenhum d*elle^ era.flue/al-
fiva no art. 2^5 í , e sim V. que . toe parece, nio
se arroga, tal competência ; po^ isso é que lb'o cfr^
"^^Ji) A redacçfio ilá Âevistm poderá prestar Icstimunho dt
^ae havendo-me lido entregue a çartía do Sr. A A. V. n*uiia •
tarde, 6 estirmâc mrti^úkttt\f(íiAÉ Acata tm séa poder aa tsm-
■li& do dia seifuiat*. ' i
REVISTA UNIVERSAL. LISBONENSE.
173
tranhef: «e porém cu «sei rV alguma expressão quepo-
évBSc ofTciuIcr a susceptibilidade de V. estou prom-
pto a rctiral-a. porque a minha intenção nàofoi essa.
— sobre a pergunta que lue faz, respondo, que nos
jnrnaes d'Âssociaçõcs Scicotificas , como o das Scien-
<;ias Medicas de Lisboa , e dos Facultativos Milita-
res ele. , cabia melhor o traclar-se da questão. Não
tiro a V. o direito de dizer de tudo; mas aquelles
•ó tractam de coisas medico-cirurgicas ; por conse-
quência a cada um ó que lhe pertence. Termino por
pedir a V. acceite a oulhorga que lhe faro de ris-
car ou substituir alguma palavra ou expressão do ar-
tigo que segue , que porventura possa chocar on fe-
rir o mciindre d'algucm; assim como de o mand<')r
inserir n'um cantinho da sua folha , ftivor que tenho
•esperança de obter, em atlenção á imparcialidade de
V. e a que eu lenho sido seu constante assignanle.
Quanto ao véo d'anonymo permitta-rae V. que o
guarde; pois que não resta outra consolação á medio-
cridade; mas se V. quer rasgal-o não terá mais que
revcT a lista dos seus assignantes dos — Quadros His-
tóricos— das Metamorphoscs d*Ovidio — c da Revis-
ta Universal; lá achará um desconhecido nome, a que
exactamente hão de corresponderas malfadadas inicíacs,
Mas — Seigneur, n fai raimn , qu*unpwr(e qui j&
tuis. — Sou com toda a consideração e respeito
Ferreira Í6 de novembro de 18i3. De V.
Atl.* ven."*' e admirador
O Cirurgião do Além-Téjo
— A. A. V.
Começa o meu contendor gigante , por descarregar
nua massa enorme , e esmaga-mc logo com esia mas-
saja— que a minha caria não parece ter tido cscripta
por nenhum dos facidtativos utMistcntes do Sr. França ;
pois esses o fariam com superioridade — Não faz m^ito
que sou cupygmeu; masS. S.* também não mctleu
nenhuma Iam;a cm Africa ! grande finura em adivinhar
que cu não era nenhum d'aquellcs facullalivos depois
da declaração que eu faço, que não assisti ao doctUe,
e sou do Além-Tejo! — Quanto á superioridade, con-
ccdo-a ; fora era mira vaidade indesculpável o querer
equiparar-nic a qualquer d'aquelles meus illustres
collegas; mas também isto se pode explicar cá
para o nosso caso: — está S. S.* á espera do que lhe
ba-de vir por parte d*aqueUes Srs. , e vae-lhcs ado-
çando a bocca , quer estar no caso, ou pódc querer,
do — Laudari a Laudato viro — btm , intendo. Mas
permitta-me que nã.o o reconheça como avaluadordas
capacidades alheias , sem mostrar melhor patente ou
documento do que o do seu artigo. (2)
É notável a philatícia com que o meu illnstre e no-
bre contendor emenda a redacção da minha primeira
proposição , e a arrauja a seu modo ! Tanta caridade!
d Nas lesões traumáticas, que exigem a am-
- « putação , é melhor operar antes ou depois de
« tererâ passado os symplomas infiammatorios ? »
Kis o que eu estabelecia ou propunha
' «Xas lesões Iraumiittcas , que exibem amp'i-
tf tacão, os melhores cirur^ifrcs hesitam, se
«convirá amputar antes o\\ dc|)ois de terem
«passado os symptomas inOammaturios. »
Eis a proposição emendada do meu nobre adver-
sário.
Já agora faz S. S,* favor de me explicar a grande
diflfcrença que vai d'uma á outra? Porque razão é,
ou parece ser, esta de pessoa da arte, e aquellanão?
Ainda mesmo que a redacção fosse como diz, como as
idéas fossem as mesmas era o que importava^— c is-
to não se pode duvidar — por consequência foi pueril
o quinau. (3)
Mas o que mais admira ^ o tom magistral comoS.
S:* diz — que no sccuto XIX não houve um snescHplor
que hesitasse um momento em amputar logo depois- do
aceidcnte — Muito poucos escriptores celebres haverá
n'este século que nos não tenham vindo do passado:
conheço o subterfúgio de qnè se quer valer o meu
nobre contendor para refutar o que eu escrevi; mas
eu não estabeleci nem determinei epochas , nem me
consta que seja prohibido a qualquer cirurgião o se*
guir as opiniões dos escriptores mais celebres do sé-
culo XVIII , muitos ha abi vivos , e eu os conheço ;
muito accreditados e respeitareis que seguem suas an-
tigas opiniões e são felizes ; e sem que ninguém os
possa tornar responsáveis por ellas. (4)
Mas apezar do subterfúgio S. S.* enganou-se— Ve-
jamos o que diz Begin — pag. 630.
«fi preciso ter em vista que o emprego bem
fuliri^ido dos meios therapouíicos pôde , em
(JÈ) . Evidcnlemcnte me n5o abaixarei a reciprocar injurias.
Sú direi que sendo a caria do Sr. A. A. V. anonyaia e apai-
xonada, juslí ficaria suspeitas de que proriesse de inlércssado ,
scoí que bastasse para as annnllar a declaração d© anonymo, de
qne uSo assistira ao doente. Quanto aos ainda q^e parcos elo fios
<|ne ciiriíri aos f4Cultativos assistentes do Sr. França foram um
acto de justiça , o ao mesrao terapo tim procedimento de ca-
vaHítiro que nJo precisa ir buscar arçumentos ao arsenal das
injurias; sead^ prova tolaate de nia querer captar beaevo-
iencktf, o ter conlrariado rAo só as doctriíios, m.is até- o pruc
dimento pratico d *t*sscs 'facultativos. Quanto á minlia incompe-
tência , o i|ieu crcneroso ct^nlendor nada mais fai do que cor-
roborar a asserçAo por mim mcsm^j eomiciada , de que — ai
provoquei esta díscnssRo i>ara illustrar-me com a optiijilo dos
mais compAtentm, e a todos em taes matérias cunccdo raji-
taç^cm sttbre mim. — Se a unanime bcnavolcncía dos meus col-
legas houvesse lido força para desvaoeccr esta ccnvicç&o, ojais*
do Sr. A. A. V. me recordaria do nada que sou e valho.
(3) Sinto nfto ter sido percebido. Eu n2o procurei emendar
a redacçSo de proposição alguma ; aó lho dei a ftSrom que, seu
lhe alterar as idéas , como S. S.* reconhece, mais convinha a«*
systema de argumenlaçAo que n'esse artiço adoptei. Ora a tal
observâçtlo , de n\o parecer rcdacçfto de homem da arte, rc-
fere-se , tanto á primeira como ú secada , e porque aqui n^
posso faaer traclados , requeiro atlenção para o que já sobra
eise mesmo assumpto escrevi, e , se eu sou suspeito, para o
que sobre tal proposição lescfevcram na Restauração o Sr. Dr.
Lisboa y e outros.
(4) I É curiosissimaassacar^e-me deslealdade onscitaçitos,
quando as fli escrwpwloiameale texiuaes I Mais extraordinário
ainda, que se dé a intender, que iamorei ou dissimulei que essa
opíniSo da não amputação em certos casos tivesse, em pcrioda
já disUnte , ttreiíuos campeOes ! Islo em resposta a um arliça
onde formalmente o reconheça , e cito como exemplos Pott ,
Sharp e Fuitre! O que eu qui2 di2crcom a minha reflexão,
foi que em taes pontos a cirurgia moderna , por força de cir-
cufflslaucías , tem feito tiHimaacDte grandes progressos. Ai.
juerras sanguinolentas de Napoleão, o systema dus mm'mlanr
ciãs , a escolha do pessoal da repartição de saúde nos exerci*
tos em campanha, a apparição de um l^rrey^ a organUaçãa.
actual e totalmente nova de ura ramo que fora cora impruden.
cia menos conâiderado, a habito inlrotlusido de estudar c re-
latar os acconlecimenlos memoráveis para a sciencia,. tudo isu
explica a vantagem que esle século leva sobre oi que o prece-,
deram , quanto á opinião formada acerca do Iraclamento das
f<^ridas de armas de fogo. Já so vâ que não é islo desconside-
ração pela arte , tal como a intendia , por exemplo , a celi»
brc academia de cirurgia.
1S««
174
REVISTA UNIVERSAL LISBONENSE.
«muilos casos, fazer cvilar as amputações juY-
«gídas roais necessárias; c debaixo d*cste
«ponto de vista a physiologia tem /eito á ci-
«rurgia c i\ humanidade grandes serviços. Aos
«mcijibros thuracicos é muitas vezes possível
«substituir cora vanlagem restei^ções à& Ma--
« çõcs completas das parles. »
Oura-sc agora o que dia B,&njamm Bell, essa aaclo-
ridadc respeitável.
«Que nos exércitos não se deve difTcrir a anv-
V putarão , porque não é possível prestar aos
«doentes os precisos cuidados.»
E mais adiante
«Todavia c raro que o cirurgião scj» obri^pado
tf a recorrer á o(>cração na pratica particular. »
Mais
«ITn^a prompla ampiHarão c raramente neces-
tfsarta na pratica particular, u (5)
Faure era de opinião quo se Umporisasse pericn-
dcQdo que a naturesa conservava muitos membros quf a
nríe tinfia jUtgadQ perdidos — e que as amputações apro^
veitam mais depois que os doentes teem resistido aos pri-
meiros accidentçs ^ qua se achai» debilitados » e metho^
dicamcnte iraciados. (6)
Mas para. que mais citações? n5a está o meu nohre
adversário, conlra producentem-, elle me&mo — Mthce
— que desaprovava a.pratica da amputação cedo. • — ? (7)
Mas cabe aqui ratiQcar que eu não me fiz» nem
me faço cargo de susteiUar esta opinião , nunca foi
essa a minha intenção escrevendo o meu artiguinho,
— eu só disse que — vogando duas opiaiõcs respeitá-
veis soljro^ a mííteria, era licito a qualquer facultativo
seguir uma d'ellas sem incorrer nolabeo de imprevi-
dciYte etc, e que m^uito mais era isto liciio aos meus
coi!«gas que assistiram ao Sr^ França, porq^ue não ti-
nha sido opinião assentada^ ser a amputação indes^-
pè»savcl — por conseguinte que estavam dobradamen-
le jvMtjficados para tcmporisarem^ — Aellcs compete,
que não a mim , que não vi o caso » o responder ao
Sr., doctor sobre se o ferimento admittia ou não de-
longas^ Finalmente eu nio iiva noticia ou não vi.o
artigo de S. S."* da Restauração, e só yes(>ondi ao da
Bevisfa^
A 4.' proposição porS. S.* exarada fica prejudica-
da á vista da declaração supra.
(5> Pergunto se «Iguina doestas citaçdes veio aqui trasidl^
de boa- fé!' A proposiçtlo do Sr. A. A. V. era.relaUva, «amo
«lie confcHsa, ús IciÕcs traumáticas, que bxks^m aaipvt^çÃo ;
tt todas estas citaçdes sSopara provar -o coiitnirk) exac(am£ole,
i»lo é, que em muitos casos em que se suppiSe a occessklad^
da amputação, nao é ella vcnladeirameiíto exigida.. -^Se po^.
rém esias citaçdes tioham por ínooceBle fim ostentar enidiçào,
A moda do Ensaio de Tmrgini , ou do Manuãi d«i Mitíz ^ re^
duzo>me a abaixar a cabeça perasle saber tão alto..
(6) Eãta citação já foi por roim feita; e ainda que tal do-
ctrina se podo bem conciliar com a qua a sciencia hoje pro-
clama , repito que Fmure foi m UU tempore defensor de uma
opidiUo, que todos os modernos ehamam* errónea.
(7> Nio querendo accusar o Sr. A. A. V. de máf^, dire»«
•6 que o seu intuito é esgrimir para demonstrar a sua habili-
dade , e medir forças. Se assim não fosse , não supprimtria a
parte essencial da» minhas palavras, nada menos que a reslric-
çfto ao principio ; aqui as restabeleço : <t AÊthee , que escreveu
M para mostrar quanto dcsapprovnv» a pratica da amputação
*»Cedo , nas feridas da armas de fb^o, âdmiilcsò vm cwo em
n que a operação seja conveniente , Uto é , quando se tnanifesta
ft a gangrena. nR<iSi\metiÍQ por r«I melbodo nft^ éirabalbos^ fi.-
car «um as honras da discussão.
Do mesmo modo qoando e» disse — » ampwíaçã^
7ião previne o tétano, antes o determina eic. — dirigia*
me á insinuação que parecia fazcr-se na Revista. Mas
so S. S.' me dá licença, direi que a pri»ci|>al causa
que determina o letano traumático vem a ser , a con-
tuzão, a dilaceração e incompleta cortadura dos nerw
vos , c que umas constituições c localidades etc. dis-
põem mais do que oiKra* a coalraíl-o;. (f^aquf deduí
que um individuo nervoso esubmetlido a más inlluen*
cias de todo o género , recebfcndo «ma ferida com
aquelles estragos , raro será , que não seja accom*^
mcttido de tétano,, e a probabilidade não diminua
com a amputação da parte: porque aquella impressão
desagradável e dolorosa , que receberam o« nervoi
transmittin-se rapidamente ao cérebro,, e alli está la«
tente, e lalentemente a vae distribuindo pehk medul-
la espinal ele. — rorna-se geral portanto? de causa
local tornou-«c geral, e isto desde o momento em que
se recebeu a ferida ; ao menos em tbeorta assim se
dôv^ discorrer á vista da incalculável velocidade com
que 08 nervos^ transmitten» ao cef cbro as impressõe»
—logo de qne serviria fiiier a amputação? com «ma
grande incisão local destruir-^e^ia uma eausa genera*
Usada? não me paw?ce a mim» antes ao contrario, eN
la seria uma segunda eansa , que iria reforçar a pr>-
mePra , por quanto é sabido e Incontestável qnedc
taes amputações taiâbe» Pesvltam tétano» — conse-
guintcmonle concluo que em taes circumstancias, co-
mo as qufi digo, a amputação da parte ferida não de-
ve diminuir a probabilidade do teUno. (8)
Não terminarei este artigo sem dai» mna breve in-
vestid» no cafljpo assignalado, aonde devem gladiar
ou esgrimir oatroa roais dignos, combalanlcs ;_ mas só
d^ saJto , JM generalidade^
Diz o meu iiUistre adversário que — a balia da es-
pingarda destruiu os assos de mctacarpo ,. tendões „
vasos, nervos ele, e accrcscenta — em taes circums^
tancias não se espeia a gangrena; amputasse -i- mas por-
que se não pode esperar asuppuração? porventura nSo
c esta «tua das terminações mais frequentes? cfa
alli impossível? n'^esta argumentação, creio cu, que-
S. S.* peecou por paralogismo ; porque ainda mesmo
que haja a gangrena do ura dedo , elle não justifica
a ampatação da mão , como muito bem dijsse o meu
ijlustre eollega , o Sr. Villa.. (^)
Fkarei por aqui perqoe lenha sempre presente »
estrej tesa dos limites de um jornal; mas não acabarei*
(8) Não lenho querido alargar as raias da questflo geral
com esta especialidade.; e sò a anaJysc^ d*»le ( daria um ro-^
lump.' Sem pertender eatabelecer doginsUicmneute um principio,.
iimilar<rac-hci a.onúttir a convicçSU) de que I.^ por um tétano*
que sobrevem em consequência de amputnrJJí^s , apparecem 20
tetanos resultantes de lesões comphcadks ' em que essas am-
putações se ni(o verificaram ; «.• a ampiilaçilo i/nmediata póàe
previnir o tétano, o qnal freqnentemente resulta nSo da Ten-
da, laLcomo foi feita pela arma de tof^a^ mas sim da- influen-
cia produstda sobre os sjrstemaa muscular e nervoso pelo pro-
gressivo dcsinvolv^me^to da moléstia.
(9) Tudo depende da extensão da IcaSo , o que se ignora-»
va quando eu escrevi , e ainda h» je nrlo está bem sabido. A
minha these cunlimiaa ser esta. Se a baila espedaça, na pat-
ina da mão todos os alimentos e esteios nervoso , ósseo , san-
guíneo c muscular de 3 ou 4 dedos, de forma que nSo subsis-
ta anatcmicaoàente esperança de poder saival-os, nilo se espera
gangrena, aiuput.vse. Sc a questão fosse de um só dedo, c«|p.
] tamiínlQ s^ia contra indicada a amputação da mfto.
REVISTA UNIVERSAL LISBONÈINSE.
175
som agradecer a S, S.* a prelecção que me faz sobre
gangrena.
Ferreira 16 de novembro de 1843.
Um cirurgião do Alemlójo
A. A. F.
ADTElTE^ai DA REDACÇXo.
A qncslãomedico-ciTurgica, sobre que versam a car-
fá supra eas suas notas, deve já estar sníTicicntem ente
i^Iiicidada pelo muito qnc se Icm escriplo a lai rcspoí-
lo na Restauração e na Revista, Para os meditos e ci-
mrgiões já ha ahi de sobra ; para o restante do pu-
blica c assumpto escusado. Permilla-se-nos pois am-
putarmosaéiscnssão sem esperarmos pela formação do
seneirculo inflammatorio, que Deus sabe ate onde che-
garia. O Sr. A. A- V. e o nosso collaborador, seu ad-
versário podem obzcquiar-nos^lião sobremaneira todas as
vezes que se dignarem de enriquecer a nossa folha
com quaesquer outros artigos seus, sobre a sciencia.
CARRITAOXNS HfB TAFOH.
236^ Vimos no artigo 2179 uma tentativa ingleza
para supprir os caminhos de ferro por caminhos de
madeira. Tínhamos visto no artigo 1850 um invento
sueco para se levarem a» carruagens de vapor por es-
tradas ordinárias.. Vemos agora na França outro in-
ventor, que oflerece para o logar de ferro e madeira
hos carris uma composição de barro do que serve pa-
rp loiça fma , e certa substancia metallica. lÀ^ã esta
de maior solidez qne a pederneira , c tanto que nem
o ferro entra com cila. Cem varsas de carril d'aquU}o
orçam-se em 120 mil réis.
*A argilla própria temol-a nos em abmttrancia r se a
oolra substancia , qne não vem nomeada no jornal ,
d'onde extraímos a noticia , não fór de grande custo
it'este reino , aqui está mais uma facilitação para vir-
mos a ler as rapidíssimas viagens de terra , que já
em todas as outras partes da Europa e da América se
vão tomandx) frequentes. Já também nós as podéria-
inos possuir se os ricaços Yiio repeUissem como afTron-
lA o dizep-se — que elles se lembram de consagrar al-
guma porção dosscuscabcd'aes ao fabrico das estradas.
VTXUBAHB 2>08 CAKXttiOS:
2S6d EsTBs anima es são celebres pela sua sobrfè-
dirde c força , e a sua utilidade é geralmente reco-
nhecida. Um cainello carrega com dez quintaes^, e
anda út qtirnze a vinteleguas poc dia, comènde^ so-
mente- as folhas das arvores* e arbustos^ que pôde
aboccar pelo caminho; passa oito dias sem bbber
agna , e vive até aos ctncoenta annos. Ajoelha para
o carregarem ou descarregarem , é muito dócil , e
obedece oa menor signal do dono. A sua carne é tão
boa como a do veado; á fêmea dá leite superior ao
das vaccas , . e a lã do camello é muito mais fina do
que a das nossas ovelhas.
Com. todas estas vantagens, parece impossiVcl, que
os não tenham introduzido em Portugal , onde se da-
rimn muito bem , principalmente nas províncias do
Alemtejo e Algarve , e «obre tudo na primeira , onde
os transportes são caríssimos.
Mil louvores portanto aos Srs. Ferreira Pinto Bas-
tos > que tal serviço fizeram ao paiz , mandando vir
um cazal , o qual já partiu paja Aveiro para o servi-
do da »ua ric4 fabrica de loiça.
Esperamos que mais alg;ira dos nossos ricaços se
lembre de os imitar ; a maior utilidade para elles c.
Por esla oceasirlo Icmbro-me de emendar um erro
gcralmí^nte seguido. O vulgo chíima camellos , cos
que tccm uma só corcova, e dromedários aos que tccm
duas; quando c exactamente o contrario. Os camellos
de duas corcovas são os propriamente dictos , c ha-
bitam no centro da Ásia; eosd'uma corcova são cha-
mados dromedários , habitam na Pérsia , Syria . è
quasi toda a Africa ; é d'cstcs últimos que se devem
inlrodurir em Portugal , e que são de maior utilida-
de, como já apontei acima. Pedro Trcvim,
VARIEDADE
COMMEMORAÇÕES.
BOTES.
4 DC OEZEMBBO DB 1676.
O DOTE serve de fazer a cspusa mais disrna da
caza e companhia de icu esposo , e maÍ8 apla para
accodir ás obriga^dt^s de scti estado.
P, Man, Bern,
2364 «A virtude louvada vive e cresce. » — Re-
confipensal-a porem é ornais seguro meio de lhe gran-
gear imitadores.
O prior Francisco Machado , e o testador João Van-
ganipe , de quem fizemos honrosa menção nas dua^
semanas próximo passadas, cumpriram em todo o
ponto estes dois incontestáveis axiomas. O prior com
a sua doctrinarão, o testador com a sua bolsa. Um
com a palavra, e outro com a obra. Com o exemplo,
bem c de crer , que elles contassem fazer outro tan-
to , se não mais.
Não achamos , porém , muitos exemplares d*aquel-.
la doctrinação, nem* muitas copias d'aquelle testa-
mento.
;Será deslcmbrança? ^Scrá sumiço t ^Será min-^
gua?....
É hoje o anniversario do terceiro sorteamento que
na roda do anno determinou Yanganipe se fizesse ,
para dotar a donzella orphã , que d 'entre todas as
mais castas e virtuosas da freguezia , fosse' apontada
pela sorte.
' Não podemos deixar dè fazer aqui um reparo mui
obvio. -
\ Que este piò iesiadõr marcasse para estas sorteg
tasamenteiras , o dfa de S. João, bem está; e acer-
tado foi — que éimtóemorial praso de alcachofras flo-
ridas e «ortes de casamentos.
i Mas o de S; André, commémorado no precedente
numero , não atinámos com o porquê. Esquecer S»
António, em tal passo, parece incrível. O de hoje-
porém sim. Saneia Barbara foi ainaior fornrosura que
no seu tempo houVe em toda a Asia-menor ; e por
isso seu pae* a péz a boni recado n'uma torre. Gomo
o nosso testador recommendou se acudisse com pre-*
ferencía ás mais bem parecidas , justo era que as po^
cesse sob a protecção de S. Barbara como sabedora
dos contrastes que padece a beOeza , e dos riscos a -
que anda exposta.
E iniri de passagem diremos — què a esta Sãntta* de-
veram'^a» dbnzeHars gentis , tomar pVt advogada , qu»
para o ser contra raios como sempre ouvimos émr , ^
u I
176
REVISTA UNIVERSAL LISBONENSE.
vão lho nchAmos fundamptítos, niílcs sabemos que não
livrwU a seu pac de ser morto por ura corisco.
; Mas que tão poderoso inccnlivo , e guarda , não
são estes legados para a virtude feminil . que dos
muitos salteadores que a accommettem , a pobreza é
um dos mais perigosos . c o que mais viclimas arro-
ja nos abysmos da perdição !
E uma mulher perdida , é o maior achado que o
demónio faz h*este mundo.
Se todos os abastados considerassem attentamentc »
que sirailhanlcs deixas fazem tão grande honra a Deus,
proveito no próximo , e desafronta á sociedade , nc-'
nhum dos testamentos se leria sem esta verba.
Não, de certo — mormente se esse testamento fosse
de quem houvesse tido fiihas.
Aqui fica mais fima importante ponderação, n*estc
honrado papet onde taatas se lêem feito, e approvei-
lado. Aaora Deus lhe ponha a virtude.
A. da Silva Tidlio.
NOTICIAS.
ESTRANGEIRAS.
S355 As que esta «cmaua recebemos n:ida avuHam.
ACTOS OFFICIACS.
«3f)6 Diário do Gwerno de «B do corrente. — CAmiraclo
tntre o governo e De Clarniiges Lucotle para a ceiíslrucçao e
renovaruo das estradai de Villa Nova de Famahcao aVianua,
e do Porto a Peociflel. Ordem do exercito n.*» 42.
rdem de 23. — Portaria auctoritando p conselho de saiide
publica para faacr conccrUr a arca d^agua e o aqiiedncto da
Lute do Lasareto. Aviso ^íondo a concurso a feitura das es-
tradas de qnc tracta a lei de 26 de jnlho passado ; as propos-
tas serílQ.rcccbiaas até ao dia 31 de dezembro. Venda de ío-
rov e ncnsCcs. , ,
Idem de «4. — Decreto mandando proaider ao recriil amen-
to Tabeliã da disposição de fundos no thesoiro no mcí de
• ctubro. As sommas poila» peio Ihesoiro á disposkao dos di-
versos minislérios, importaram em 451:630*966. Venda de
íúros e ponsocs.
ídent de 25.— Venda de foros e pensões.
XZBERBABE BB XMP&SNSA.
2367 A 25 olTercceu o Governo ás Cortes um pro-
jècío de lei para repressão dos abusos da imprensa,'
precedido de um relatório, onde se demonstra clara-,
metKQ a .ineficácia de todas as três ale agora promul-
gadas. Segnndo ^sta lei as oíTensas da imprensa con-
tra os objectos máximos do «stado.— religião , cons-
tituição , throno . parlamento . ordem e socego publi-
CO serão julgadas pelas camarás legislativas : todas as
domais injurias ficam por ora sujeUas ao mesmo pro-
cesso do jury. , i j ^ 1
A necessidade de reformação na imprensa é eviden-
te . mas A^everá ella ser pelo modo quo vem propos-
to ? Presumimos que a discusiiãoha-de descobrir mui-
to que mud»r e melhorar. , ,
A nossa opiínão sobre este assumpto iroportantissi-
lao está já formada, c havemos de aprescntal-a e fun-
daroental-a som nos torcermos por espécie nenhuma
de lisonja , e com aquella soltura decente o honesta,
com que todos os escriplores públicos devem contri-
duir com as suas poucas ou muitas luzes para o vcr-
^deiro bem o iulercM^ da comaunidade.. ;«
JVI17.
2368 Sem rios intertcrlrios com as discussões phi-
losófdiicas e em Ihése , acerca do jury , lira tar-nus-
hemos em observar, que por emquanto as mostras
que nas causas crimes nos tem dado frequentes veres
de si esta instituirão nas províncias, se não provam
n*ella ruindade (o que seria temerário aftirmar) ar-
guem pelo menos que esta forma de julga mento reqaer
um grau de publica illustrarão a que ainda rào somos
vindos , imparcialidade que raro medra em tempos
revoltos , c segurança nos julgadores que a protérvia
dos facinorosos e a diminuta defensa de muitos ái»-
trictos ruraes lhes não permittem uesfructar.
^Que propomos nós pois ou que deM^jamos?
Sincera e candidissimamente vae dícto: — nada. —
Continuamos a registar factos que são o indispensável
fundamento das boas leis ; o seguinte é copiado de
uma carta. ao Periódico dos Polrcs no Por/o datada cm
Lisboa a IS doeste roez : — a O meu correspondente
«particular de Faro me escreve cm i do corrente o
«seguinte: a impunidade dos criminosos v«'»c por aqui
« em progresso, era razão da estúpida misericórdia do Sr.
«Jury, que se compue de gente que por humanidade
«não quer fazer mal aos criminosos! c mesmo por ser
«gente que cede a empenhos, pois os malvados sem-
« prc teem protectores^ ila dias absolveram os assassinos
«do Caiado de S.» Brai! c puzcram no meio da rua a
« certos meninos que quizcram forçar uma rapariga d«
.« noite no campo, djuado-lhe muita pancada, que a pu-
« zeram cm lençocs de vinho ! I Tudo isto já se sabj
<í por falia de provas J 1 »
No mesmo jornal lé-se mais: —
aJVo dia 18 entrou em audiência Maria Joanua .
«solteira^ criada de servir « accusada de infan-
«tccídio na pessoa .de seu filho rocem-nascidOí £6-
«ta mulher sendo criada do carcereiro do AIju-
«be. íoi parir, e arrojou pelo buraco da «loaca seu
«filho, o quai nppareceu na pia, que faz servidão pa-
«ra o terreiro do castello. Conservava ainda vida,
«quando assim appareceu, com tudo era ferido, e por
A forma Jtal m;dtraetado que apesar dos cuidados que
« se empregaram para 4) salvar ^ morreu nos dias se-
«guintes , e assim morreu por força do derrainamenta
«de sangue occasionado pela queda q«* lhe fizeram
«dar« e pelos ferimentos que por força delia recebeu
« — o jury declarou não prosado o crime ^ mas o juiz
« annullou a decisão como evidentemente iníqua e ia-
«justa 4 e ordenou nova discussão : defensor o adro-
«gado Silva Macedo — o delegado orou por duas vc-
«zes, e ambas por espaço de uma hora sustentou a
«accusaçHO^ mostrou a criminalidade d'csta mulher»
«mãe , e assassina de seu próprio filho, e reclamou a
«sua punição; o advogado confessou o parto, revesr
«tiu-o de circumstancias inacreditáveis, c lançou mãa
«da deshonra e simplicidade d'csta mulher na edade
«de 18 annos para a desculpar — suas evasivas fora»
« eae^rgicamente combatidas pelo delegado , pelos fac-
«tos que a contrariara , e pelas respostas da ré , que
«as desmentiam — suas palavras levaram a convicçãt
«a todos os circumslautes, que o escutaram com a
«maitr attcnçíío.j»
; 2Í70 .A 15 dQ corrcntcfalleceu Xí\n^ Gr^ndôa, »a«
tur.il d'csla viIla{Thomar), de cdadede 101 . annos)
dpppísd^Moaa doença de 15. dias qijic só scp^d^ii.capiilu-
lar coroo apagamento da TiUJidade. ÁLé qiite adoe4
ccu aDdou sempre de pé; jc cosia sem óculos, coii-
sçtt^y^fiP fisi^^U^-9mMmàmti^ -,.. pABjDm-bidaylwOT-
cos como a neve. Vivia pomsuas duas filhas já vó-
1)^«L^ .t^<pbcm c er^fQ abastadas.. . Er^ ef^ta caza iipn $i:etfi^
4)lp,^>iíuír e.pç.^pcÍto OliaJ.táo yuígar R>}u^r«$. om»
^^q,^afaj^(\ifí m 4'**'. &!uuca .as lilhdR faziam mm
/dc^c^^ji^^farn. .coisa aJgu^ia do aTcaiijp (la.Qik<a;« d«
8^a.j;p#flttç«a lí^pir^ iseifi ,^pnsflDso de <;si|a.;niã<)i
.e t^Q;(P«rfcila$ çousqjfvava, cila .as si|a$; fa^QívkUdi»
^eulaes.,. que aic. pou^^ps, irwwíutaíi anlQH ?dc ei^ptrar
ffu?^ .vapias diaermiiwws,pc#cici7i<íiil^fl fiQÍv&ur^arraii^
ju do caztil, e.djQtecmÃiAou -a pon^o dc^crisaes q.ue se
dcYia vender pa/ia as.dpspc^as d« eiitérro e para Ibt
mand^rcn^ di^er miísas por alma. Acabou fin«lmente
rcQoa^lldfind.q a suas.fílhfti» que maiUivessom »emprt
enère.si a ,muíor amisada. Pidro ,de..Hvvrfi JPMr^,
.. «a jnrJF-bc pot^nr». . ,
..'.'. . ÇCart<$.) ... . • '
: 2S69 Sb 4lgi7bii se^rimpOíSiesse .x> trabalha impro)l}(f
d« jCfiiiigir, os iissassiuíos perpQtt:^4<>s cp'^c liús oos uh-
tiWWt f O aniKi6i faria lao«rossq voliwe,quc,,&Q cnca-
ral-o infundiria horror. K se.KauoiU (rimciro WiinU-
1«^4» iin|wrMriz liaria Therqua..,.maiidqu wipprifnir
a venda de um livro, chÍ que aq ^ehava.adcí^aripofiU»
dte' todos os Iractos ojuippIicios.eomajP^maQbiuascom-
t»ateiiles. c' ate explicado o TniM|<K pvalíco <ía .siia><exé«-
èútab.' e isto^^òm o rctoio de que ú Vista d*ésta «frra
ííiipfírâssc horror ^^'\vh , cbiíri nlnis ráião dcveVamòs
.iiíís.\eiiivcz.de. assoalíiar,, sepiiiíar no fundo da cra-
tera, de volcâo ardente, chronicatík) horrivcl qual de-
vera-^er a que apresentasse o quadro de lautos c tão
enormes deNctos, se oom elhi |M»dftsseitoos sepultar as
•soas recordações, impressões, e offeitos moraés ; ^fon-
que se o espirito humafio 6 sensível aos cxempios dh
Virtude; quando se praticam iinpunemeule âmiiidados
orímcs brutaes, corrompc-se.,.
No entanto como a Rensla Uninrsal i>a publicação
de acconlccimentos d'esta jaez, tem só a mira (seguit^
do c seu timbre) em derramar a inslruc^ãa e fivilisa*^
çâo, apresentando já dados ao estadista para fiirmar
um quadro das mortes violentas c á vista d^blle fazor
as suas comparações e averiguações , afim de firmar
seu juízo sobre o movi mento c situação actual do pai/.;
já oíTereccnde aos séculos futuros a historia da moral
publica da nossa edade etc. etc. ; e como por outno
lado não olTcnde cm nada os bons costumes, pintando
sempre ps crimes com as mais feias eòrcs--prorao-
^fcttdo com rasões de conveniência, publica o cí|sligo
•dos delinquentes — e finalmente publicando às exe<;u-
rões dos' condcttinados ao supplick) , de modo que
iJcUsibilisa e edifica ; vòu ptesent«»l-« com a noticia
de um caso horrendo n*cstâ remota' provinclaáContccido.
Existiam no logar do Mellòs, concoího da Tgrrv de
D. ^hama., o districto administratlvo.de Bragança,
doiti 'irmãos. Joio Ferro, e José Ferro» que viviam
^0 'íen trabalho : não se aeha vam entre elles muito
estreitados os laços da fraternfdade ; pois já por mais
de.uma vez, tinham tido desavenças, sem qUe o* risinhofs
|K>des5em atfnar com os motivos do rancor; jalga vam-
no por sem funda mento da parte do ma'^s velho; pois
todos tinham o mais nevo como um bonachão..
Em meado octnbro estando uma noite o mais
▼elho João Ferrt) deitado na ' cobre- enxerga ; ennez
de dirigir seu espirito ao Creádor , nutria provavel-
mente na aimf ferinos projectos de. vingança j sénao
quando «Ura José. O quiç ali passou éiitre os dois sabêm-
uoDeos eo fratricida ! ! A arma eom que se perpalP<Hi
tão negjro crime , foi o èaho de um instrumento rús-
tico ; é lãò désapfedatlainenie descarregado eonira e
infeliz , que * lhe esmagou òs queixos , abalou o ctá-
nco„ c.fractorqu os braços ero muitas partes.
Nenhum d'eiles estava na edade em que doinina o*
fbgo 4las paixões ; o mais nevo não. conUi^va mais de
30'anno9.
O Caim foi logo preso, t está a éargo^da'justíea
-humana; já talvez 'bem castigado pela divina, que pa-
ca algoz dos ímpios lhes metteu rdentro a consciéiM^ia.
Vimeiro ÍO da novembro de 1843/
• , JQa assignante
2^71 GoBas ha muitos dias (com que iundamehl»
não o saberíamos dizer oa certo mas aiscrediladei :»
bem.acceito) a rumor -^dç queaaidadedel^iaboa.va^
ler na sua praça grande o seu grande f«Aai0Íâ;,. «ít»^
.manho , que é nada mçnos que o dp Mafra* Pant
elle- — dizem — se vae icRantar solire «m mt^geatoa»
arco de abóJl)eda na bqcca da Jòmê ÀMffUêim uma so^
borba torre, qMai para ^ssq rnesvia fini se achava Iraç*.
da no ri#co do Marquez. i\fs Poinl)a|; SSu !MMi.a RaL-
idia « JÇJHei — accpcscenta^sp.— i-prumetlcm pana lai»-
da da obra, (|uantia não |>eX|ueoai; e presumerse iqu»
a pai: eom o relógio .virá ira» dos afamadas eavrilllões.
derramar as suas variadas melodias por oím^daifltui
bella> porém^ mui prosaica cidade de Lisboa a nova»
Para ist» até q^ós. e^MUrrlMiriramoa eOm » no^M poiv*
CO. Mafra. do seu deserto ba^verá presentcaxl&a cap»-
lai com om monumento digna da inane de Di Pedro;
fiCiando^-lhe ainda para eonsolar-^se auiro cgual^ae ite
rocopde o squ D. João Y. ; e os fíI1iq$< de Li^bòajsenu
saírem de suasri^», . pensar$o;a ç^Kia quprto de> hora
«do dia e da noíle no real convenlo« que tiuvelhéce ha
muitos auiiofr^iasolidãjo., sem .arrimo, neior aocoarro.^
u^. visita*
Os> sin^St de Mafra ^ sagundo. nos informam, peq-
dem jlá. de armações de madiMra ido Braail^ masi»
tão earcomidais do lemj)d ,. que ameaçam poja quai-
squer d£a sQltal-os de si.por já. não poderem «: e preci-
pitar em ruinua^ toda. aquella estupanda taitfica.de mu-
sicas. No Iraael-^s ao Tetreiro-do^P^ço har^tria poii»,^
emvea de um, dois actos m/gritories:.— ^salvar os^
siao^' afamados em todo o mundo, eiqauguraUos ;a'um;
pQ9ta^ d'cntre todoa oa postos, dignÂsaimo.. IMko^jè^
para os nai^iosr estrangeiros , .que a lisitam em>aiia
esplendida bahia a.igaís ridente hosfedeirq de quan-
tas lO^idades ha na terra.- ^Porquê lhe não ciu^riamoS'
.na fronte maia f^slo jeia*? ifM^rqvoi lhe não. (^rjaaws:.
um novo feitiço., que o marÂnheir^/dieix^giões^ reiB#-
taa fo&se , encarecer • eu volteado panaentre ^ua geu-
(jtet: 09 ACDs uu.iiinlea ao serão : de iavonaor esai^lnn-
do-lhe a dcscrtpção do collosso equeatita de D. Jósér
J. Cabrof. ^te^uer^riapi lofo gur IhM DMla^o id^q^tUes unam
178
REVISTA UJílVEaSAL LfBBOIVEKSR.
qjií» (le nf»i(c o ale^ravnm , qn-imlo sentado na tuldii
caplcna c*om «imbas .'is otcUias Tilas assaiidos<is toadas,
qiio fto Miar se cávaíniíi por cima das agnas serenas
mitilo ao loiígc.
- A ctim.-w^i municipal que lil obra empreendesse ,
hem cstríjada mcuióriu deitaria. ♦
:»iAts irn xDixriozo WBirica abras ABd.
- ' ' ^ (Carta.)'
â3Tá'Tinh<1 dado nma liora da tarde do dia ISd-co&tU'
Itri)) de 1*84^ quando alguns trabalhadores qíic atida*-!
vam nos s^iburbios da cidade , viram uo «onvwilb tlè
S. Doifilflj^ torreões d* espesso futho; o in^sítto era ;
Ytslo pAr aljfçims alvenéres; que andavam nos fclhaVlos
^'algtttkmd propriedades da cidade. Não (íetxoude^au-
snriBarsitiHla d novidade, mas liâo tanta que chef^as^
se a cuidtido, por se lembrarem que era alli o quartel.
l)af;;i paro' aâ 4 horas começam os sinos a tocar a rc*
iwtoí ludoé alarido, eoitfussto ehorror; aschammas im-
^i^llid j»s pelo vcbtô littham ganhado tal fnria, que ata-
1h;)I-as ora- qufi&t impossível , c riiais diztíndo-se que
o fè^o se ia chegando aò paiol d^) destacamento. Tc-
jnia-se a explosão; retardava-se o remédio. Salvar a
rgrcja era oq4e por mirbocchs sêprdfa; masacgre-
^a era V4!»inha da pólvora. Com oíTeíto esta se abrasa,,
^anda ans olhos terrifícados uma representarão do ui-l
-íiirnfK ApÚ2 cs«e lance ninguém jA refoge a combater
• J«c(ar cc^mas chammas. T-rabalham nobres e plebeus:
4irreb;:tam as preciosidades toéas da egfrcja : salvam
»s imagens* e retábulos: o Sacramento é depositado
no mosteiro de Jesus d* Aveiro. Começam os telhados
•do convento a desabar: redebram-se esforços: eonec'^
guo-sc cortar o fogo e salvar «1 egrcja ; queimando-^sc
tfHlo o edificio , á excepçâip da eosinha , rofi^itoiHo ,
€clJas dos príi^rcs clivrafias^ qiie Iriido Oca á entrada.
Consumiram as chaitimias^toda a bagagem do desta-
camcnlo » « arrecadação do eaxerfieiro, e -as armas e
corroamos da guarda de segurançn; s^u'estapaKe nâo
deve o ^(jjjiiizo baixar de trezcnfus moedas. Os estragos,
«f!|e na cgreja se Ozeram para «rratiear os retábulos e
outras peças foram ««st imaéo«-pc*lQS peritos «u SOO^jSfOOO
rs. Mo faiio no prejwo do comento , porque -será
•rcduaido a €»mpo que d'autc« ^era , 4ogo <(ue se de-
4Bulaiià o« iparedes« Como o («g« f»egou , fttndfi ho-
je se nSo •sal>c tem exacçíi^: q cerlo c que -principiou
no quarto da .commaiMlant« de desCacamentor; dic^sc
que o camarada tinha accondido um phósfitro^ e «de-
"poú» de sair para fera « é qiHS se declarara o incen-
4Íio ; ^uaodo voltou já não poderá entrar no quart«L.
Ab$tcnb<i-tn)/e de f»z«r refloxt^es a este rfl^spcito ^rqiic^
todas vUas poriam em duvida «c o fogo foi ou nao
lançado ácinto. O caso é que o soldado se acha
preso e que está paca respondei* aconselhe de g^er-*
ira : vêc'^se*4u o «resuRado.
Já que nio podemos esperar rccdificaçâo a esta^
«como a nenhuma das outras «ossas grandi:zas volhas
«qocse nos vão deva«lando, ora por ímprev^istos desAS-
ires, ora pelo desamparo, orador um empenho eégo.<de
'4lcstrttir : dctcnh^uno-nos nm raomeuk) ao pé d'c^s
«nofites de cinzas e f aredes tisnadas , assktindo p<>la
moiaouía á primeira fundação do qite ora jaci e re*
rordémol*o com as mesmas clrcumstancias , àom que
li pia antiguidade na sua incommeniurarcl boa fó uol^)
deixou historiado.
¥{it e^ta .easa obra 4o loftote D. Pedro, Olho d'cl-i
rfi B. " JoJío ò I , qtfc^ lhe lançon *la i)f}rfietra i>^dra
cm !23 de maio 'de 141^3 precodendo para a erecção o
Breve de Marlinlío V passado aos 19 de fevereiro áa
ihHrao anno: foi sagrada pelo bispo de ^oíilibra^D.
Jorge d 'Almeida cm^O de janeiro de 1441f^t ^nfiquti>-
cidé pela bulia d 'Eugénio IV , e com moitos prftífle-
gfõs d^l-rei D. Duarte'
Da origem d'csla obra , que fallc por nés "onteslpe
e Ião mestre Fr. Luiz de Sousa: ^—
~ * i* Vivia lia Villa de Arelro hitm •AflTonso Dotiiniçuci ; f elllft
de- annoB , <e de |>er4i;|:iiiçito do doenças, que de kingo« leiqp^
<^:ÍM)hAi. tolbido de pé&» e iM^^i ^ como com prujíot .crara-
({pr^'in.,huina CHm*> ,, homeia conhecido na torra pollo mal, (|H3
padeci^ , c i>or l>om cbristílo , e devoto de Nosw Senhora ,
ànles da doença. Eis que hum dia, era por AgO!<to do Anní»
dnl4S2, amanheço sito, e salvo, e em p4 á porta do' >IãfaJH
tt , que n caso se achâ^^a enlAo aa Vi tia. Súbo.as escaàm \m^
•solto-, e tSo senhor de sy, coaio quando era de )íj, unnw^
pasmamlo todps ot qne o conheciilo, como se virsio faottisnisu
Pede; audjcucia , levào-no ao Infante, corre to<la a casa tr.fcz
elle : posto cm sua prosunça , foy contando , que na mesma
noite SC ouvira chnmar por nau nome, c aÍ)rindo os olliõs, vi-
ra arder a poI>re casa cm resplandorés muile avenlejados ik»
sol do nieyo (Ha , e -no roeyo delles se lhe apresciitara hunia
Senhora cercada de tamaRba i^loria , e iicrm«Mira, que nao pu-
dera duvidar ser a Virgem MHy deOeos; e ador^ndoa.por taU
entre perturbai;ilo , c alegria; cila tbc mandara, que t«mns.4e
huma enxada , o a 8e^ui.<)í(e. Tal em a rainha torvarilo , disia
o \)om %'elho , que sem me lembrar a prisflo de membros, que
tantoa annos hi nSo mandava, nem erSomens., tive mAospe-
ra tomar a enxada, e pi!9^wn, an:tar, som saber o que fazÍA,
nem eomo o fazia. I^iyme iras a bcmdila Mdy <le Piedade,
qiie encaminhou porá a .ponta do Sol (he nome de huma da«
portos da Villa) c checando a «lla^ notei, que^^se «entou na
escada ^ que sol>e pcra.o miiro^ e daqui («5 mamaiidoti, que
fosse sinalando com a enxada (eomo fiz) hum bom pcdái^ôdaquel»
le descampado. Islo feito , disseme , ffue logo da sua parlo
xitê aWzassc, eenbor Infante , <|iia laivratiteii aqui ham M^m-
toiro da Ordem de SL Domiagoa^ e f|ue af^sse do seu noo^^-
delia. jUú este |»oala^ eomo se tiMio /ora soaJio, que na ver-
dade assi mo parecia., mio tiiiha eu reparado em nada : mat
quando me vi feito embaixador , eomessei a duvidar comig'0'-,
e diaialhc, que ntn^icm mo daria credftb^ liomemainlxi , e
coitado , e' em negocio tamanho : e a Senhora to^nmi : VayC,
tAo duviâes-; que Imitará, pêra seres erido.,. Torte o Jofanle
posto em i))é , e slo , «e vidente, -«orno estás, . quimdv anbia^
que «estavas entrevado:; e«tào parece^ que ac.^ei de entrar em
num^ -e cobrei liú pêra. ver, e enlondor, ^ue tinha cobrado
mila«:ro«a £audc , quid.ntttica esperei, nem mereci'. Foy ó ca^
celebrado «a Villa por todos 6s naturais com esjiirihial contea-
-tameirto , como grande niercl do Cco^ -e portal ficou nqsme*
mortas délla , e do Cafi»tori9 d» Conveate ^ pêra hoorà da tcr-
rjL, e da Ordem : • ha a £i>uta mais sabida de quantas, socon-
iflo em Aveiro. U Infante ficou chcyo de con^wlaQtto., c ale-
l>ria , dando grai;as sem fim a Virprcm, por ver que lhe era
grato liiiDi serviço , gue ate aquetla liora nao tinlha passado de
Iraça, c deiejos : mas pêra nSo haver raàis tardança na ese-
cu^tf, chamou portiuma parte o Vigairo da retomaçAo, pê-
ra aittttir na obra da casa, qué logo quccin, que eomeçàs<q :
•e -por outra fuy proouraado licença de Roma |>erft etla^ qiM
úmpetrou por hum BrcAsç, ^quc temos passado j>olloPapa Mar*
linho Quinto cm dezanove de Fevereiro de 1443-, e deste tem-
1)o Fhe contamos sua antiguiiTade. Quando veyo aos vinte , *e
três de IHayo , tendo jiratos g:ramle copia de maleriaes jwra
alabrica , lânrou o InfTtflfe ]M)r suas m3os a primrcira pedra :
'e fazendo togo levantar bum Aliar na m«nno "tíe , onde ora
hn o da Capella mór , celebrou nclle primeira Missa o Padro
Frey MâD(k> «Ic Saactarcro Viíjairo dos Conveutos reformados.
Conccdfto a Villa áe. boa vontade totlo o silio, que por maa.
(•) Ainda hoje se chama n'a<pic4le sitio a S-nhora da Es-
caflinha a*inde está uma imaifem qfift em recordaçílô tto íicon-
tecido todos os anm»s ss renefa na mencionada noite. \k> dia 4
d*aj;osto, com ío^^ucles^ fo|^ira3, rej^uchcs arliílcíacs, e maÃi
Uiiico# do-C4/StuiBLe.
-I^-
REVISTA ilSUTERSAL KfSEOlVKlVSB;
179
itlipUo: e. o Jtif<9ptei (Bouiiiroii oulro. cbA<» Vf^i^Uo , pcra mai«
1aC9:uçm, i\cu<linf|o díç suas vciKla» com tovlQ o occcssario; de
sorie , que JirevcDienle ouvq, gasalhndo pcra alguns Frades , c
começou nn Iirrà o cdiOcio ('íipiUi<iI igualiucnVi; còm o nmle-
HmI : porque Vlèrllo Religiosos do Bcmftaa, <1nc ficarflo logo
fi^i*aiwl!n, 4> confessando: o do f(ue locara «^ pedra, c cal se
cntreiataH a sOperínlondciicia' áo- Podre Frqy Nicolúiode S. l>o-
«Tratuuse da UivocaçSo daCasa^ eroiuo bavia do ser da Sc-
Dliora, escolheô o Infanle a dn(|ndlc passo, cm que mais do-
rrs, e maÍ!( i/icrcciíucnlo juntnmente leve snn Irndila alma
(]ue Toy qnníulo vio em setts braroit ho \yé da Cruz a fonte da
Vúla nedi vida : ú o Aulor da Inx ciiberlo de suiubras , e es-
curidfidc mortal ^ rpasi«, cin que o Infante tinba parlicnlar
d<:v<M;ilo : u,flcu«i4^sc!, chamando comlin^oa^eoii e ronsidera4f*iko
IjXdaquelíie ti;mjH>, Nossa Senbora do Pr^olo^ q^e nós ai^Q-
ca (lizcmofimiJhor da Piedade. "
Vajjts 20 (!lo'octubro.
' Jwlo Ferreita da Crwr,
QVA% TXBA TAXi korts.
2373 Jòlolgnacío, llh^w, cra alcunhado o <<?MíMf<f
éas gurrrifhas da serra do Algarve, otidc, ha ntnc an-
no9 , rampcava com os s«us bandidos , accomrocttcn-
do os consUlnciona€8 , saqueando ondo sentia què", e
f^x<^ndo-se pelo terror obeJecer c servir onde quer que
apparecía. Dcsertw, rebelde, companheiro c- depois
successor dft Remtchtdo ^. é carregado cora a imputa-
çôo de malfeitnrkis de lodo o género , roubos , viola*
eõcs . íneondros c bomícidios , — e/ff d^ííquciíes faça-
nhosos , qtio já não esperam nem ácccitam indultos ,
porqitc n5# ereem na possibilidade do perd 5o-; c que
lendo quebrado para sempre com a sociedade, -CX)itó-
tifuem nobreza para^si em perseguí4^a (flé ao cabo..
Nd. aAiomanbS áè-^, o alferes Satytrt, com poucos
soldados, marchava secretamente- para aco2fil ou mon-
te d*. 4i;ti(U tíeUâs residência de Xòaqnim Jiingra , on-
de por denuncia feita ao adniinistrfidbr' dó concelho
de Silve» coRStsa vaque tinha então scnea\il aqaelleja*
vali, affoito de continuo a mudar de poi^o. *
Foram sentidos porem qnando jii-qiiasi logravam o
fini do seu empenho: viu bem ora alijado que era inu-^
Ifí o combáDer ;■ preferiu a fuga deixando a vingança pn-
ra maÍ6 tarde ;r ecvadiu-sc acompanhada pelo: filho do
MU hospedeiro ; os -soldados- pcFrse«uem-iros ; bradan-
do-lhcs que sé rendam; veem-n-bsTaflaslac-scòádà vci
mais; vãò transpor d sumiN^t' altrA-se-lhcs : caen
ambos mortos. A lòrmda da osrblta á S^fes^ é mna
avarâo. Todos que rendou vir da bocca dos soldados para
acabarem db.a crer ,:iin.succ<sso , qtie desassombra
» lodos os espiritaflp de um lcrrdpj:á de- a^e «opos».
A vaMrnmiffcxA ho-castiooc
ã374>. CoxPLETABKXos 3 precedpntcf uoticía , jinv-
ctandoaD drama oscfi primeii^ acto< qiial do Algar-
ve, nol-« escrevo , vm data da> 1^ do Corrcnta , um
de ttosso» subseriptorcs.
Um rapar das proximidades-- dê Mdnchiqut, tmba
ida dias atrar, 4iquè)la villsr«omprâr uma porçSòsinha
de sltriano para seu uso: n» %i»lta procurou um mon-
i« ,que lhe flcava para os lados do sitio do Alpcrse;
e pediu agua eutraiulo. na caza.
VÍH ii'«lia muitos homens recaslados , comendo ,
bebendo , outros jogando ; detani-lhe de comtsr e bc-
b«r; tomnram-lho o snt iano, ' e qa^elHfo ell« retirar-
ae, o detiveram:- ficeram-lb« -vaHas perguntas /eiHhe
ttUft^^tíii fUf 4utt Hk »|ori a^orrcii^-^ por onda
passara ctfc. elc^ Ao que o rapn rOao sou Im; responder.
i^aqneilc monte passaram a oulnv mais sertanejo c
serro acima, levando oomsijjfo o rapar. Percebendo os
ladroes (eram vinte c cinco)a tenção feita, que o scit
forçado hóspede trazia de lhes fugir, ocapítnti, a quem
chamavam tenente, fòl-o asscntar-se n*nma pedra c
m«indou que lhe atirassem. O rnpaz que de certo fo-
ra bem baptizado na cabeça è corpo, nilo recebeu as
bailas se náo no chapéu ; o sem esperar por segunda
experiência da eflieacia do aeo baptismo, sall<»u da pc*
d ra como um corço, cabalim de carreira artanc.ida
pelo 'ttihtto fora : retirada n*aquellasal(bras niio menos
heróica. do -que uma victoria. Pers<'gu\ram-n'o uiuda
atirando : -—roas dentro em pouco o perderam de vist.n.
Chegado á villa atisa as auclorídades , em cotttc-
qlieneia doquòsaiu a tropa, qne dissemos, capitaneada
pelo^'itfei*eS'8ari:ia e guiada pelo are* husado viToq«<í
«r levou ao mohte, onde o imí>rcfdenie ma^fciloi 'sff
achava atmias como- que relido 'pela fatalidade quií
tinha mareado aquelle dia c aquella horti imra umt
tremenda expiação , porqué «os seils últimos momen-
tos o moribundo deveu olhar com damnada inveja 'pn-*
ra a sorte dos que exhalam o espirito penduraidoSMa
corda dopatibulo, entre oa perdoes e bençSos da Re-
lig^iio. — —
O F09TA Bossrrs.
S^S75 0 Noraar^bom amigo c collíiborador o Sr. Jos*
iM Silva Mezvdcs Lvai. Jr5ioa , foi accommettido de-
uma Tirania febre escarlatina , que ainda o retém jm
eama, cercado dos dísvellos da sua extremosn famrlia,
e visitado com os sigtnaes do mais vivo receio peloi
leos muitos amigos , opor todos òs què se interessam
na conservação de quem em ISu?* poncos ' ánnos taii((»
lustre tem dado lis nossas Ictrsís. Pe>izniertlc os-^t^e*»
corros da raadteitia , ministrados por mios babeis e
que já, em^ouiva cbnjrmctura nvelindrosfá, salVarnm o
nafiso-^lHustre liltei^o^; - esperam triumphar brevemen-
te da moléstia e restiíírtf á poesia, ao thealro, áámi^a*
dès!« sobra tiido aos* corações de sua mãe, de teopac
c. díSi^saiia temia^o^eommèib tbesòiro de todos cMea«
-8B S QUUHAR
em MAaicssâ
' 237B Em audtetk^ta de jtilgamento- ho dia 9 d'o#i
te mez no palácio da justiça á fioa-fiora , pleiteavam
verbalmente dbié-'eidW8os'3* \#sti5; ufh' merceeiro o
um ofiittai machanico^^— O merceeiro ; (fue * era o
auctor, exigia do réu seis'cni«ados novos por 'um rol
^de comestíveis, qrie a muthei"d'éste levara fiados da
sua lenda. — Negava o rcu a obrigação de os pagar,
confessando riliís qne todoâ os géneros mencionados
tinham em boa verdada sido levados por sua compa-
nfreira , comidos enlíc^ ella é ellc , e não pagos pot
elle nem por elía,.
— Confesso tudo, mas Tião devo nada — era o seu es-«
Irrbtlho , acompanhado de um sorrir malicioso.
— Sr. juiz — excbujava o credor — noleV. S.*que
Ioda» as téstímunhâs 4,eclaram , que esse homem co«
meu
— Tamifem o eu declaro. Bías nao é essa a questão*
^^Eque não nlc pagou.
— ifíab ha duvida ; mas nao é.essa ã questão.
• ii— Po flauto que me esfá devendo.
— ^^Agoraessa c que ê a questão,, ec que eu nego.
St? ninka mullicr íossa niiihá mulher nao digo uada;
180
REVISTA ;UTÍIYEBSA.L'?i;jSB0PfSaVSEj
são.^neargos do mairioumio ; e havta^dir sMisfacd^os»
que sou um homefn de bom , e gosto de aorlar ,coal a
minha »cara descoberta. Porem rainha mulher vivo ^
comigo como se o fosse : é tida eomo tal na Tisinliaii*
f a : mas faltou o melhor para ò amigo tendetro ; que
era tor-nos o prior deitado a estola, por cima ^asmãoá,'
e aqui está a prova. qu o o rae confundir.
. Bizétado isto aacãva do bóiso meia folha <]c papel ;
rm que pelo expressão triumphal^ de seu gesto c» ádi*^
\inbava . qne yinl>a a moU da peripéctia : .
i Kcc Deuê ijiteriiil nisi. Uj;^iiif lintUce nodiii. •.
i Eslc papel que elIepassffUr is mãos do JMÍ£ cm. um
9ttestado formal e reccmhecido, em qve o-dcup^roeiío
dcclsarava que o Sr. N. de tal scu.freguei (ireguez da
<*gi^jacomo da tenda provavelmente) ^ra .solteiro. Se
fMvater quizçsse desenhar. p;.prot<kypo de um tendei-
ro atterrado havia de reir^^tar a cara^^ coin qu*- íkoiii
6 credor, parecendo oll^r. ora para. o devedor «i*a pa-
rxi as tcstimunb^B, nias.er|i'nejilidi^e.nãO(Vefi>dQ:Qe»isa
flguma diante de sí^m^ib^ue uin^dcsconforme f^gM^
M de gig no ret^e^rso da #aa i^oria «em um uuica pif
eom que ic consolar^
i -^ juiz , m^agi^tr.ado tâo • sabjo. como prolio \ o Sr.,
ferreira de L,im% ,. trdi^sformou de repente ^ siiiua«:«ii>
dramaiica ii'outra ainda, mais dramática pela cpnirai
|K)sí(;âu. Com poucas |{|itavras 4 que soiemnemente laii-
SOU' por eJHia do. iflen€Ío..prafMiido .e religioso do toda
a sala« a alegria do ról^.e a ooiistcriiaçãO do.^iucttfM^
tfAicaravKse «uluameute. .A sentença, tinlia AÍdo, pnoifen
rida,; ,y pg ia .ser pi^sttf pelo- iudustiios^, casuiíiU AO
reycirSo4a por^.do uiui fácil éoimac/edor^ > . .. /
Náo |)ár» aqui. O 4oquu»«aUo. gic cfitlibatft «pít 4i
proya lestiiqiuqba) e^ ^conÁ»§ã0,v«rM;da(»atie,.4a .5U«
«onyiij:<^cjlj9, rnttn(iaiCom a ^uíi confipMorii, foi ma»i
dado frasl^ilf^it. pelo esçfivãU)f:^f,a •sjef;: reineltiáo. «aa
r/p$pectiva4el«g^|ipafiyga fie {icciisar.ctjaâcer fHini^ gm»^
Uio dir^ilp Ws^t ao:çonfiès6o vangkMÍQ$<», e ainda, jkic
iúna.^^ccitla<|pr,de mauccM^f ' : .- < .j »>
, l^sini^. buscar Is? ,e;sMÍ^..iqsqMi«d0« «vellia.rar
^Kita, que) 0;,f(a^í^r .4!9ÍrMíi>{9.l!nrio b^vli >bdido.>«rai
|)ara diminuir contagio aá> seu rebanho. Uma c outra
decisi» do^^Mlyr-iDf^cftrci^VatesiM)^ « ^cr-
Ihe-hiam grangeadQ;itíij«jrç|tutaç!^í assas bella se «ilc
já hu mxni^Q 4 nâo bouvéra f^rys^gtúM* { i':'Z
. 2377 j,0 PwiipEiito.,.^11^ exbalpu dtti.corâtio este
meti*;* injfocoçao á \'iiifrm»/ - . i.
. ,, . _ 9illvç, filrclU dpimaçj ,
jLve ,' mqris Stcjla : ^
(le\líi ter experílneiilaílo, quànío' iio meio das soli*
filuos do oc<i:ii]o turbulento, ?ob, o ceu aDoilccidixe
ÍKif entre aii nijaílàs àos tufdcs , é necessário ô an>ar
í^fa nSoíeíuer, 'e (íorno pára reanimar ò cáÇorço ^os
membros, jogjKlos pelo temporal doutro n^upi lenho
«•dgil éconyulsa. sobre uma sepultura semiaberta <
fcm fuòdp e povoada de monstros, erii urgente agar-
rar ebrn-à^ triâosdo csiiirito ao firmamento; ç bradar
por hiâfe.
O mar é o .pregão Oa immeusidade e da o^nipo^
ttticiaii o Waibheirò íróíígioso; uma lanterna para
a íiua bitácula; a eslrdla polar para o seu leme c a
In:: ria fé paVa Sk j^ua alma: navegará assovíando^e
c.iiUn.í.) toJa a zonii espumosa doglntio. Rude no seu
èsycn: ^:>t.r e apQucadwnaíi ^uas idéas paJa monol»*'
nfa do ieu desiinor., o marinhciru ine oi^sarlâr jámaii
levantar, ctira «cara, oseupensamentonaHora dator«-
yação para ò thr'onò 8o Potentíssimo , d^òntlè rè sair,
por entre montes de nuvens, os tufões ^^ os coriscos:
necessitava de mediação, para as &uá^ preces e esta
nlio devia , nem poáia ser outra, senão a Virgem, ob-
jecto o ikiais aiiAadOipelo ne.u^coraoio amante e saodo«
so da terra onde se teve mãe, da terra que é mie et*
fa mesma e mae mbítd querida e muito síonhada pelo
na\fgante; l /'"., ' ' , . ' / .
Por isso, enb )4^das as costas marítimas da Chrístan-
doále, as egrojas,»»- ermidas, as copeUinha» da-Vir-/
gem , estão, de día>comas suas faees -catididas , de
noite com os seus olhos accesos ^ff indu para b mar,
abençoando o náVfo qae passa ao^ipgè, ècomo que
exultando e tripuduando á vista áv|da dos nautas, qiic
demao(tdm Cjsmaçãbíeta játlescoberta apraya conhe.
cida. * Despovoem-se muito embora as templos da
ten*a a dentro t;qii6^s>ivsca^iplia^^ f^ét^das á órU
espumootedo oceano ou sobre ellepeodepiles lie.ciçia
■de ura4 penedia ^ ou djé uma encosta um pouco mais
aíTust^da namorand<H> com esquí^aoc^S;,, como $ G^
latéu do, poeta por entre os salgueiros, serão sempre
— em qoc pez a materialisadores — visitadas e prca-
dadai» com votos c ofiTcri^pdas pciçs, salvados da tor*
mouta, pelas mulheres e filhos ^çai maripbeiros e dos
pestcadores. JDizei-uos , se a ccmbeceiSiiOtM^nlT^ctuosa
scena . que uma turba d'cstes ]u>mens de.jlo , qãcdc*-
pois de ba verem yenciíjuxaw oseureligiofío esforço
o mar e amo.rtc* vcpi çm' procissão.,. d€^cal^.a ehju-
mildç âo som da — Ave , MAria ,rn-qu0áimla emílão
roucas .y(|«es eiòa liocc, trazer , o tr^quétc ^da.promeisi
^os piés da Virgíim- risonha do.mauto airul, que poisa
sobr;e Júa, « estrciias !
rraquuaies.,- er^m optróra estos, comprimentoi de'
votio, qua^a ãs possas quinas viítriam ascspuráasdé
ladu^.q^.9iai;eâ, eos navius dos nossos mercadotx^s se
encontravam dp hvra o hora, iiàíto e rif|do,!:coino fei-
rantes alegres n*iim tcrreiru grande , em bdlo dia.
KslLçs cumprimeutos torna raiu^^e raroâ. •
Çomo.^ara pois.- quando? por outra, coisa já nãa-
Mja ..poderá agradar. a relação da^festa , 'que no do-
nuqgo id d'este mez jia capeUâda S(ttbora da Ikh
Hpwf^l çip. Ga7t « jDetobríiYi»' a tripulifoãvr de Pdqmetêde
íN»?^o*,Vr lUn vfiiMáayai ineoolrastâviel os liaria ac-.
çoo^mettidq j9i9 desi>^5paro doiajuralloi^com tão cresci^
da furií^niqua^íbí Ma4 as VeUasi só um» lhe deixar*^'
teiidorOSn q,ifpsi,p<^ moiíicntos, aossobrados. invocar com
fó viva a C«^oladon dos AQ&ictol o mosnio foi qu^éS"
conjurar as ondas é os furacões; para togo abonançou
o pego, p-o$jV9O(4it>sotfO0Rraaijeai)tiM|(4oi^ sopro,
que' :d'abi áv/)nte os seguiu no rumo de^u«f derrota :
por Í9so foram» conforme ao pronettido; levar apobrt
vella^ a quem Jli'a «tivera de sua nwo , pregoando
pelo caminho ao povo, quelhcs ac^iprrki 'com osoihos
arraaadost dp a^ut, o senínílagrosof liTráTOenlo* A es-
aiola..qu:e.ellès pe<U0fl}.«p«ni,a votiva sòtemiiidado da
Su4 Senhora , uiofuewr deixava de lh'a dar tão larga
c{uanto p seu haver :i!Vo..consenLia:: o festejo foi appa-
ratoso 'sobre devoto. Mijssa cantada etim lnslfumental
e sermão» repiques^ o, girandolas , e no melo daegre-
ja diautedo^kttar.otDaquôte, brantn e guarnecido de
flores como uiBi^^^mn,. cercada dos seus marinheiros,
que juap cbor4(Fam.^'autiu-ikii^am voar bodos os outro^
paauo^i. isia^^chf>rji\^^,afar««iif t«im»mf» ti/ogrit^
Sg.
REVISTA UNIVERSAL LISBONENSE.
181
ADVEaXKVCIAS.
A dístríbuiçKo começa hoje,' scx la- feira , á« 9 hofaí da
nanhS. Aos Sra.', qnc, o mais tardar, quatro horas depois
ii3o tenham recebido, ro!ra-se o obsequio de o participarem n 9
^«crtplcrio te Rbvista UxivbhbáI. LfSBONBifSK, ruadosFan*
ilueiroB n.** 8t — 1.* andar, para se proTíiieBeiar.
. Por falta de etpaço hoje ficam tranaferidai , para outro nn-
psero , o muito curioso artigo do Sr, Palmeirim o Tuttwh de
uma princeta^ as úteis proposi<;des do Sr. Telies sobre ohite
e o café , a interessante carta do Sr. D^bney , sobre as la-
rufif'.4ras c mtdticautes, ai observações sobre o Protatan-
tiwió na ilha da Madeira , os Reparús ieerea d9 Templo de
i>4aim €m Ev^ra, e os u^pism hygeefHeos é$ belUt9 ete, tlc eU
' CONHGGIIENTOS ÚTEIS.
▲SBVOAH 1» BATARAAB^.
2878 Nio só na política vão revoluções : este galTanis-
fno intellectual, que , ha meio , século agita os espiri-
4os , tom tnfluido também maravilhosamente nos pro-
gressos da industrio e das artes.
Hoje o fabrico do assacar de batarraba está em vcs-
peras de produzir mudanças» que hão de , pelas suas
relações , contender com todas as coisas.
£m 1809 , depois dos famosos éditos , com que o
Imperador dos francezes dava um estremeção de mor-
ie ao commercio britânico» fechando os portos da Eu-
ropa aos productos ooloniaas d'-aqueIU rival potentis-
«ima , representa va-se em Londres u'uma estampa ,
muito engraçada « Napoleão a espremer com as mãos
ambas» e com toda a anciã» uma batarraba n'uma
chilveMt de caé, que era (como:todos sabem) a sua
rbebida predilecta, i Quem se lembraria então de que
4l'aUi a^ trinta annos, os plantadores das colónias fran-
cezas teriam de recorrer á metiropoli, suplicando que
«o embargasse a terrivcl e insuperável competência »
que o a^sucar da Europa havia de fazer ao da Ame-
rica ; lucta esta que ji ameaça a existência de uma
das industrias mais florentes cproductivas das colo-
Dtai T Ainda prcsuppondo que se reduzissem do míni-
mo <0 direitos de importação aos assucares^coloniaes»
jé está provado » que o assucar de canna » concorren-
do com o da batarraba, havia de ficar vencido ; prin-
-cipalmente depois dos melhoramentos, que nfesta in-
dustria se tem feito, em virtude dos qtiies o desfien^
dio é >á metadt; » c .0 producto dupKcadOi
N «uma correspondência, publicada por MiohelChe»
ffSilier » jem 1838 , se vé » que segundo os methodos,
novamente a adoptados^ '-se pôde prescindir dos pro-
-cesBoa, fastidiosos o diíiccís da evaporação ordinária
«om todas as suas concomitância s de sangue «de boi »
•arvão animal» ctc.» e que em logar de qtuitro ou cin-
co por cento » ha certeza de se conseguirem , pelo
menos » nova cm menor espaço df tompo e com me-
nor despeza. De mais , o assucar ordinário é refinado
«em ser necessária uma nova fervura » nem se quer
mudar de formas : sobre tudo se recommcnda na dita
memoria a dissecção da batairrabav por mcAio que se
reduza, ptlo meio. da evaporação» qtus leva baslan-|
tcs partes insutisis ou.prejudiciaes> a cinco sextos do
volume a matcjria prima. A$ experiências» feitas pe-
rante a Academia de França, demonstram que em cem
libras de ^latarr^l)^^ se coittém dez e cinco décimos dei
DEZEMBRO — 7 18 W,
assucar» cinco décimos de mucilagcm c quatro liiirai
de matéria fibrosa. Mr. Bcraud extraiu aquelle assu-
car em oito minutos , por via do calor e da pressão.
•— No ducacU) de Badc^, na grande fabrica do Sr.
Schutzeubach » segue-sc um processo um pouco mais
vagaroso » porém mais próprio para uma fabrica as-
sim em ponto grande. Ma§ d*isto havemos de fallar
mais miudamente em outro artigo. Póde-se dizer »
que se obteve um grande resultado cm poder refinar
o assucar por meio da pressão em três dias » e sem
mudar de forma em quanto pelo methodo ordinário
sio necessárias tros semanas. As investigações de um
joven chimico de Tolon promettem^nos brilhantes
resultados. 1
Acaba eile de inventar um noro Macharómetro ,- com
o qual se pôde descobrir até á qninquagessima pataca
a matéria sacharina , contida na battarraba » ou em
qualquer outro vcgetaK
Para outra vez daremos uràa conta exacta de todas
as despezas e do producto liquido d'nma fabrica de
assucar de battarraba comparada com outra similhan-
te conta de uma fabrica de assucar de canna » dada
por um dos principaes plantadores da Luisiana. -—
Por agora limita r-nos-hemos a notar — que Portugal,
pelo seu delicioso clima e pelo seu torrão , não é in-
ferior a outro algum paiz da Europa. Que um acre
de terra de boa qualidade pode muito bem dar 40000
libras de battarraba, que, á razão de nove por cento»
dariam 3600 libras de assucar; sem fallar no abundan-
te resfduo que serve optimamente para estrume. Que
finalmente esta nova producção » já hoje principiada
a apreciar n'estc reino por homens illustrados e aman-
tes da pátria » (*) poderia , dentro cm alguns annos ,
redemir Portugal do enorme tributo, que elle está
pagando, annualmente» aoBrazil, para onde (ardem
as faces» escrevendo^o ) também annualmente são
transportados milhares de escravos brancos porta*
guezes. — L. IF. Tinelli.
Inteiramente concordamos com os desejos c espe*
ranças do Sr. Tinelli. Rogamos aos nosaos leitores
proprietários de terra » e do espirito impreendedor
que recordem os nossos artigos 497-^948-*-19Õ8— •
1985— 20â8~2072.
SSVA&OSTO.
2379 O n^PABGBToouonobrychis, «aínfottt dos fran-
cezes » |á alguns dos nossos lavradores principiaram a
cultival**o, e pelo que d^ellc lhes está mostrando a
experiência » tem » e temos nós também, a certeza de
que nunca mais o largarão. Se a gloria da introduc-
ção pertence a outrem , a da propagação, por via da
suasória , e pelo dom gratuito das sementes ningocm
a disputará ao nosso amigo, Sr Holtrbman, agróno-
0^ pratico dos mais intendidos » e a quem renovamos
aqui os nossos agradecimentos» por haver escolhido a
nossa folha para vehiçulo da boa doctrína , que havia
de dar aos proprietários de terra , innovadores e cu-
riosos como elle»' €omo porém em objectos solida é
incontestavelmente úteis » seja permittido e louvável
o insistir » até que todos se achem vencidos e conveu-
(*) Um dos ricos proprietários, que teiq começodo a âpp^i*
carse á cultura da battarraba, e o Sr, José d^ Silva*P«Mos na?
sua quinta de Bolças. -^A experiência, que eile alii está fa-
2endt>, d' tiastantemenle ^raudc , c poàcrá já produzir xezul"
lados ntâifatorioa^ . . - *'
16 TOL. lU. SEBIB V«
182
REVISTA UNIVERSAL LISBONENSE.
eidos , vamos Irasladar do Jaurwd det Cannaisianee$
uiílcs de Paris, do seu folheto de octubro ultimo, um
artigo .sobre a mesma cultura, que, posto nada aceres-
cente ao 813 do nosso jornal, servirá ao menos de
despertador ; e diz assim :
«O esparceto é uma d'aqueHas plantas fecundas t
productivas , que podem enriquecer os paizes pobres
e áridos. As ^uas vantagens já vão sendo conhecidas ;
mas o seu uso não é ainda muito geral. Com o espar-
ceto, rochas quasi nuas oíTerecem uma colheita para
manteuça dos animaes : pelo esparceto se melhoram e
podem chegar a cobrir de cereaes terrenos , aliás ha-
vidos por não bastarem para mais que para alguns pro-
ductos engoiados. »
« O esparceto por ler raízes vivazes , e que pene-
tram profundamente , insinua-se nas fisgas dos roche-
dos e nos solos pedregosos até seis ou dez pés verli-
cacs. O esparceto não se teme de verões abrasados.
Compraz-se e acclima-sé nas paragens serranas , nos
plainos areentos , nos chãos mais scccos e empedra-
dos , principalmente sendo calcários ; ri das calmas ,
e faltas de chuva , por mais que umas e outras atu-
rem • e ainda que seja nos terrenos mais seccos e na
exposição mais ardente: as gredas puras, tão rebel-
des a qualquer outra cultura , admitlem e criam o es-
parceto. Foi elle o que mudou o aspecto , outr'ora
Ião triste d'aquellas partes improductivas da Chatn-
pagne, onde o introduziram.»
« Quer verde , quer secco , o esparceto é para as
manadas um alimento óptimo, e ainda mais nutri-
tivo que o trevo e a luserna : dado em menor quan-
tidade mantém-n'os gordos e nédios. Não ha pasto de
que mais gostem os carneiros : o leita das vaccas ,
sustentadas a esparceto , é mais abundantes e de me-
lhor gosto. Das sementes fazem grande apreço as ga-
linhas. os pombos eas outras aves, ese a teem apres-
sam mais as suas posturas.»
«Para a sementeira do esparceto deve-se lavrar bem
para que as raízes , achando bem remechida a terra,
penetrem melhor : a estrumarão , se ha com que a
lazer , deve ser antes do ultimo arar. Seméa-se na
primavera ou no outono ; mas na primavera é melhor
porque a planta , achando-se ainda muito novinha ,
quando cáe o inverno . padece bastante com os frios.
A quantidade da semente deve ser dobrada da que
se deitaria de trigo em um espaço egual : deita-se
menos quando o solo é bom ou a semente miada : de-
ve-se contar sempre com o que hão-de estruír ospas-^-
faros e outros animaes golosos d'estegrão. »
«Fazendo«se a sementeira no outono pôde n'ella
misturar-sc centeio ou trigo : na primavera vae oom
avéa ou cevada. »
« No primeiro anno seria acertado nao lhe metter a
foice nem deitar-lhe por cima os gados : cortado ou
roido n'aquelle praso , corre perigo de não reben-
tar , e além d' isso . as raises , quanto mais folhas an-
dam por fora , a beber para ellas sustento na atbmos-
phera , mais se robustecem. Portanto colheita só se
deve contar com ella no segundo anno. A ceifa deve
Ser quando a herva principia a florir, deízando-a para
mais tarde, fica-se com um feno muito dura. Nos paí-
ses meridíonaes fazem-sc muitos cortes , mas nos que
|iciim para o norte só se faz um. Faliam com grandes
gabos n'oma variedade de esparceto a que chamam
4e dois cortes , nas que provaveliQitfiti» é o mesmo
esparceto ordinário com a difTerença de o tarem feito
crescer com mais rapidez por uma serie de cultiva*
ções esmeradas e dirigidas com acerto. »
Cl Pôde o esparceto durar os seus dez annos mas pe-
lo commum, apoz cinco ou seis , revira-se o chão que
o deu e então se dá com uma terra extraordinaria-
mente melhorada. N'estc intervalo de tempo podem-se
obter da mesma terra producções mats abundantes,
espalhando sobre o esparceto diversos adubios. A cin-
za, a ferrugem da chaminé e o gesso produsem admi-
rável efíeíto ; porque ao mesmo tempo que augmen-
tam a colheita do esparceto , contribuem para tornar
a terra mais creadora para a cultura que se houver
de seguir. Convirá outrosím que uma ou duas vezes
no correr do inverno sachem para que a terra se
conchegue aos pés da planta e fique menos impenetrá-
vel ás raízes. »
«Cultiva-se or esparceto não só com a mira no pasto
que dá que é muito e bon,. mas também na semente;
quanto porém a esta devem notar que se quisessem ti-
rar a semente de todas as vezes e mesmo todos os an»
nos a fio , esfalfariam a planta : quasi todos os lavra-
dores o que deixam para semente é o esparceto já ve-
lho , e os que receam que isso lhe não baste nunca a
tiram do novo senão de seus dois em dois annos ou dt
três em Ires. Beve-se escolher com muito tento a occa-
sião própria para a colheita ; sé a fizerem têmpora de
mais , nem toda a semente vem madura, se muito se-
rôdia, quantidade d^ella andará já perdida. A expe-
riência e o bom olho do lavrador lá lhe ensinarão is-
to. Para evitar o mais que ser possa o csbagulhameo-
to e perda da semente , ceifa-se de manhã cedo , e só
lá sobre tarde, é que se leva para o celeiro. Aos oito
dias malha-se. Para durar mais tempo ^ grã conser-
vasse dentro na sua casca , e com ella mesma se pô-
de semear : não lia mister de a descascar senãa quando
se quer para deitar á criação. Emquanto jaz no seu
involtorio natural atura dois ou três annos sem ruína.»
MOTO MKTHOSO 9A3BLA COVASaTAH OA
Ê extraído do Archivo Popular d9 2 de dezernhr%:
2380 ^A-SB nos cereaes, no trigo principalmente,
e põe«-5e em sacos de grossaria ou calbamasso , tendo
cuidado de os encher sem os caltar demasiado. Coze*
se com barbante a bòcca dos sacos, e feito isto prega-
se €om massa de farinha papel pardo por toda a cxteiH
ção do saco, de modo qne fique completamente forr»*
do de papel. Deixa-se secar este forro , e quando es-
tá sècco dão-se-lhe duas demãos da mesma massa da
farinha mais delgada sobre o papel ; sèccas estas dão-
se-lhe outras duas de verniz de essência. Este proces-
so deve empreender-se com preferencia nos mvzes de
janeiro e fevereiro, quando o tempo é frio c secco. A
despeza que se faz é muito menor do que a perda cau-
sada pelos ratos , pelo gorgulho, e pelo trabalho ma-
ifual para mecher , padejar , e arejar o trigo,
O calculo da despeza que faz cada saco de seis al-
queires , é a seguinte.
Massa de farinha 5 centésimos
Papel pardo 10
Verniz d'ossencia 19
Mão d'obra 10
Total. 40 sentesimM
REVISTA UNIVERSAIi LISBONENSE.
183
OU setenta e dois réis da nossa moeda ao cambio par,
por cada saco.
Muito folgaríamos que esta receita que traduzimos
de um jorual francez de agricultura, fosse experimen-
tada , em alguma pequena porção de sacos , por al-
gum fazendeiro, lavrador, ou negociante de cereaes,
eque se nos communicasse o resultado d'elia, em pro-
veito commum da nossa agricultura.
ADVERTÊNCIA.
Sabkuoi qne muitos leitores, sem aliás negrarem o me-
reciracnto das obscrraçdes neleorologicas , costutuam saltar
sa leitura da nossa f<ilba estes artigos, no presuppoato de
n&Q recreativos nem directa nem medíatamenie proveitosas :
do modo porém porque e Sr. Fuanzini os escreve, com a va-
riedade de noticias e coisidera<:de8 scienti ficas e proveitosas
que lhes mistura , temos que só os muito incuriosos oU muito
kígos os preterir&o com inrrato silencio. No seguinte, por
ej^emplo , ha uma liçllo accessivei a todos os intendimenlos
iobre ponto capitalissimo da felicidade publica.
1LS8VBKO SAB OBSXaVAÇÕSS mTSORO&O.
OICA8 P3BXTA8 J5M LISBOA NO MSS
Bs ocTiniao bs i849«
2381 TEMPEEiTcaA média das madrugadas 58'',2
F. — dieta nas horas de maior calor 73%5 — dieta
média do mez 65^,8 — variação média da temperatu-
ra diurna IS^^^S — maior variação do calor diurno»
a 10 do mez , 23** — maior frio a 31 do mez 48* *—
maír calor a 3 e 4 do mez , 83° — menor, altura do
barómetro a 30 do mez 737,5 millimetros — maior idem
a 9 do mez 763.7 — média do mez 756,4, reduzi-
dos á temperatura de 6^ F.
Venlo» dominaníet contados em meios dias.- — N , S
~N0, 9 — 0, 2 — SO, 45 — S. 2 — NE, 12 — E,l
— SE, 1 — B, 14 — V, 1. — estado da tUmosphera.
Dias claros 15*— claros e nuvens, 2 — Cobertos 2 —
Cobertos: e clarões 2 — Chuva 10 — Trovoada 1 —
Ventosos 4 — Calores intensos 12 — Chuva recolhida
em todo o mefe 80 millimetros, equivalentes a 24 ai-
mudes por braça quadrada.
Quadrai dominanteê furam sete : a l.** de tO dias,
oom as madrugadas frescas , e o resto dos dias mui-
to quentes , sol ardente , e por vezes as noites cal-
mosas , m»ntendo-*se a tendperaitira média cm 71"^, e
portanto egual á do mez de julho ; céu oJoro, ar
muito secco, bonanças, on pequenos ventos de E, e
NE de manhã , que diveriptam de tarde para o SO e
NO, mui fracos : a 2.* de 4 dias com temperatura quasi
egual á antecedente, ar húmido, céu coberto detoa-
nhi , e aclarando por intervalos nas tardes , ventos
brandos e variáveis do NE, ao SO : a 3.* de 2 dias,
com a mesma temperatura da antecedente « ar muito
bumido , chuvas abundante», e ventos moderados do
S. n SO: a 4.* de temperatura mui fresca , baixan*-
do IS graus sobre a antecedente , frias as madruga-
das e noites , céu claro \ ar^ mvito secco com ventos
do NE , e N : a 6.' de outros 4 dias de temperatura
mais suave elevando-sc 6^ sobre a ai^eeedebte , ar
tépido e húmido com chuvas- moderadas , bonanças,
ou peqatOQs ventos, e o barometit) .«Uvadir.r a 6.* de
2 dias frescos , baixando a suaitemperatura 4** sobre
a precedente , céu claro , ar secco , è iMlnanças : a
7.' c ultima de 5 dina cum a mesma temperatura fres-
ca, ar húmido , chuvas abiradantes e ventos modera-
dos de SO» Segue«se pois qye t generalidade do mez
' decorreu mnito quente, excedendo a sua temperatura
5 graus á normal , sendo regularmente chuvoso , e
muilo bonançoso.
Phenonnenos notáveis, Addítameuloaosde septembro*
— Em 13 d'aquclle mez um terrível furacão devas-
tou grande numero das povoações da Florida , na
America, — Em PorULeou começou a tempestade do
SO pelas 11 horas da manhã, elevando-se as aguas
do mar a tal ponto , que á meia noite já tinham in-
vadido a povoação até á altura de 10 pés: todos ot
armazéns e a maior parte das cazas foram destro idos,
perecendo muitas pessoas : as perdas foram immen*
sas. — Phenamenos de oetuhro, — Em 17 e 18 do mez
reinou nas costas de França uma grande tempestade
cauzando a perda de alguns navios entre Dieppe e
Bolonha, — As copiosas chuvas que ca iram nos ultf4
mos dias d*este mez nos departamentos meridionacs
da França fizeram trasbordar o Rhodano e o DurancB,
causando enormes prejuizos as inundações que se lhes
seguiram. A cidade á*Atifjn0i^ foi inundada , a im-
portante parte de BeUcgnrdc foi destruída pelo 1Ího~
dano, assim como o dique do mesmo rio entre Tarag-^
con e Arlet, do que seoriginou a lotai innundação das
planicies de Aries, e Beaucaire, -^ O ísere e outros rios
que descem dos Alpes , também engrossaram consi-
deravelmente. Attribuem-se , com bons fundamentos,
estes repetidos" phenòmenos ao imprudente corte dos
bosques que povoavam as vertentes da cordilheira
pelo lado da Franca — Já èm outras occasiões ponde-
rámos os inconi|snientes ruinosos que resultam de
tão mal avisado systema de devastação; porém como
nunca serão sobejamente remetidas estas verdades
accrescentnretnos ao que já publicámos , que asrepe^
tidas observações, feitas em nossos tempos , provam
que a devastação das maltas altera essencialmente a
natureza dos climas » expondo-os ás alternativas*
atmosphericas , diminuindo a quantidade da chu-
va annual e por consequeneia as fontes e manan*^
ciaes interiores da terra. — Os arvoredos guar-'
necendo e aforraosentando com suas frondosas sombras
os cumes e encostas das montanhas , alem das precio-
sas producções que oíTercccm quasi gratuitamente,
purificam a atmosphera absorvendo o gaz acido car«*
bonioo , que substituem por gaz oitygenio, ou ar vi-'
tal por excellencía. As suas fortes e enlaçadas raizes'
seguram a terra vegetal formada pelo detrito das fo-
lhas d'essas mesmas arvores durando muitos i^eculos ,
e impedem que as aguas das chuvas adquirindo gran-
de velocidade a precipitem sobre os valles e os rios ,
que entulhando seus leitos a levam por fim ao mar ,
formando os deltas nas fotes dos mesmos rios , dei-
'xando descarnadas e estéreis para sempre essas mon-
tanhas outr'ora tão viçosas e copadas de densos arvo-
redos, os quaes atenuando a força á^s rak>& do sol
.dão logar a que as aguas das chuvas penetrem a ter^-
ra e se aproveitem nos seus depositas internos, dími-
nuiildo ao mesmo tempo à eVaporaçao á superfioié.
Esses mesmos bosques enfraquecem a força dos ven-
tos , e atraem a tiamidaée nocturna da atmosphera
;com a qual se nutrem e 'prospevaln , embelezando e
ferlilisando com a suà .inagestosta «orpolencia , e pre-^
ciosas producçõee , oi terrenos maia -estéreis e desa-
bridos.
É pois incrível como apesar de tão patpave» bene-
íicios/» continue em Portugal :e fiital systettia da des^.
16*
184
REVISTA UNIVERSAI/ LISBONENSE.
truiçio dos arvoredos , existindo ura rancor popular
contra a mais bolia producção da natureza no reino ve-
getal : basta lançar os olhos pelos escalvados con-
tornos da capital para nos convencermos d'csla triste
verdade , cstcndendo-sc já o extermínio ate á român-
tica serra de Cintra outr'ora tão povoada de frondo-
sos bosques , que tanto contribuíam para a abundân-
cia de suas cristalinas aguas e frescura do seu clima»
que lhe grangeou uma celebridade europèa. — No
Alemtojo não é menos horrivel a dcstraicão perma-
nente que se vai fazendo nos produclivos montados ,
principal origem da riquesa daquella província » aba-
tendo-se os formosos bosques de sobros e carvalhos
para se transformarem em oarvão ! 1 Nem ainda as
arvores raonumentaes |M>dem escapar ao extermínio
geral , c para prova d 'esta assercãa vou transcrever
a carta que me dirigio um meu antigo e respeitável
amigo, grande proprietário n'aquella província:
ti Kecanhecendo o bem fundado intereue , que o meu amiga
e compadre toma pelos grandes vegeiaes , oroalos indwpeasa*
veis da supor Geie da terra , e medianeiros bcneíicos cntrQ a
atmospbera e a mesma, qnando os meteoros a fecundam e
regam , nSo posso resistir em lhe relatar um acto que acaba
de sor presenciado por mim na minha volta do Alem te jo. —
Existia na margem esqirerda do Tejo , a qticm de Alvega ,
uma tapada de oliveiras e sobreiros ; entre estes se levantara
um úfi enorme estaUira eclipsando com a sombra de sua ra-
mosa copa um largo espaço de terreno. Ncstor dos nossos bos-
ques , talvez sendo já mancebo , vira a industriosa actividade
do cultivador árabe , e os triumphos do fundador da monar-
chia porlugrueza ,. hoje vigoroso adulto espalhava seus fruclos
aos moius sobre a terra , que em seu regaço lhe cobria os pés.
I>iglio da veneraçilo devida á sua raagestota corpolencia já
entre os furores da guerra merecera a protccçlo de um general
inimigo ( Luiiion} que junto d^ellc acampado lhe poz s^ntineU
las : eu mesmo jamais al( passava que lhe n^s rendesse
os meus tributos de admiraçilo , conduzindo próximo do seu
pé 08 companheiros de viagens, qnando os linha ; pois , ami-
go , este gigante que soube atravessar tantos secnlos resistindo
aos homenes, e aos elementos^ nSo pôde. arrostar o vandalis-
nio do a»sso ; a sórdida e mesquinha avaresa de levantar por
uma vez os productos dos despojos morlaes d'e8bi grande ar-
vore , cegando os olhos do ^u ingrato dono para nAo ver o
mnito qne ella ainda havia de produzir , a derribou para fa-
zer carrão I ! Com tndo julgo nSo dever afirmar positivamen-
te o que levo dHo por isso que nito teniho a ccrlesa que para
ias:^ reputo necipsceria, e o facto a mim mesmo parece incrível,
CL por isso expirarei » que a este respeito passei. Já tinha ul-
trapassado o iogar aonde estava a nrvorc quando vi as suas
companheiras por terra, vírei-me procurando-a com a vista,
e não a encontrei ; perguntei no almocreve por ella , e ouvi
qné já ião existia: a pena que tal resposta me causou nito
pena IHio que voltasse a traz e entrasse na tapada a fim de
fazer^ se me é licito assim cbamar-4he , o corpo de dclicteuo
me^mo log»r que por tantos scculoa ella lertelisou* u.
Ora se compararmos estes fectos eom o ^ue se está
piraticando em um paiz que ainda denominamos bár-
baro , quanto será vergonhoso para nós- tal contraste.
Q vice rei do Egypto e seu filho Ibrahim, homens ex-
traordinários da nossa época pelos seus raros talentos
administrativos e milKares , tem feito plantar na Bai*
xo Egypto , mais de 30 milhões de arvores silvestres
e íructifera»> e taK é a prodigiosa alteração que tem
prodtrzido no clima d'aquelle paiz,. que depois da
plantàçãa já se cpntam 40 dias de chuva no decurso
do anno , em uma região aonde tão raras vezos acon-
teeia aquelle pfaonómeBO» resultando doesta maravi-
lhosa alteração um maior desenvolvimento de vegeta-
ção effcescura em nm cHroa tão secco c calmoso , o
qual sómrate era busedecida efertiiizadopelais agua»
do Nilo nas suas enchentes periódicas. São estes o»
portentosos resultados obtidos por uma intcllígenci^
superior e decidida, cujo poder até checou <> melbo*
rar o clima do uma tão grande extensão de paiz.
Necrologia de Lisboa e Belcm* N'este mez foram se-
pultados, nos trcs cemBcrios , 680 cadáveres , sendo
397 do sexo masculino, e 283 do femenino; maiôre»
436 , e menores 244. Excedeu portanto a mortalida-
de d'estc mez , á de agosto, o mais funesto do anno»
em mais 34 óbitos » e em 85 a que compete a oclu«
hro em anno regular » concluindo-se que fOra nota-
velmente insalubre o d' este anno.
M. M. Franzini.
AKSnÓGRAPHO.
238S Fez-se ha dias, (diz a Za Revue cnciclopédique
de octubro) cm Roehefort experiência de um instra-^
mento novo , que parece destruirá as idcas que até^
hoje havia acerca das causas prováveis dos ventos;
fazendo que se lhes deva attribuir lima influencia intci-
ramcntó nciva. Este^tnstfumcnto, a que dão nome de
. anemégraphe , tem-se y dentre em eaza , em cima de
meza ou d'otttro qualquer traste» debaixo de uma re-
doma de vidro , e sem nenhuma communicação me-
chánica com o ar externo e assim mesmo , poucos se-
gundos depois que o vento varia de rume, logo osen^
te c com grande pontualidade yo\ro indica.
€onsiste esta grimpa adivinhadora em uma folhinha*
depáu muito delgada e de três ou^ quatro polegadas de^
comprimento , que tende no meio om onTicie , forra*
do de ágata , mut polida , aonde encaixa a ponta dr
umahásiea de aço preza ao fundo,, vertical cHumovet» .
pôde girar facMimamente como uma agulha de ma*
rear. A nma das extremidades da régiMi e a um terça
do seu comprimento , corre uma fenda em q«e estão^
encaixados três ou^quatro Imans. Estes knans sio mui-
to leves e formados de mollas de relógio ordkiarf^s,
direitas e cortadas em pedaços; o seu compríraeiíta
é de uma polegada até' três. Estão pregados n'iima di-
recção , perpendicular ao horisonte ; e por consequên-
cia sem polaridade alguma. E tendo todos- a se» polo
su]% dirígide para cima da régua de pá« , e o polO'
norte para baixo..
As observações, feitas sobre os instrumentos, cons-'
traídos na oflÂcina de bússolas de Rochtfort , mostra*
ram sempre^a parte da agulha guarnecida dosíman^,
representando' aqui o mesmo papel que a fréeha das^
grimpas»
Eite instrumento pôde ministrar inducções interes*
santes , já sobro as* relações do magnetismo com a el*
ctricidade, já sobre a probabilidade que por este mo»
do se torna muito vistvei de que os ventos variáveis
sãe devidos a correntes eléctricas.. Mas o que poderá
vir a dar-lfae a. maior importância , é que as suas in-
dicações precedem um quarto d* hora e ás vezes meia
hoia^ asmodançasque sobreveem na direcção dosven*
tos , o mesmo que faz a barómetro a respeite das va«»
riações do tempo.
^ESTAAjl AOBABA ▲ ]>ZRXOÇÂO 90^
SAIiÕBA?
2383 Os leitores estarão ainda leiCibrados da celebra
eúrma§im aérea, cuja desenho se lhes deu n*es(a folha»
acompanhado des reflexões, que um erudito colabora*
dor se dignou fazer*-lbe ; praticámos então o que pele
RETISTA UNIVERSAL LISBONEN^I
185
DicuhKil tcnípo ftiEifip Giíi Pafi9 , o mfOVQ jornal chamado
L" TíbfgtffU4òn, e o que mais tarde veio afazer umjorr
nal d'If4$panha , « finabncnte o que primeiro que lò-^
éa% tinham feito os : jornaes ittglezes* A tfa«ocia — os
princípios, não foram contestados,. ou foram-n* o debi^*-
nicnte ; o maior argumento que noi, lembra haver lido
cOfiUa o descobrimepLo de Mr. lienson, foi .que sen-
do ncce5$arip fazer precipitar a machina d* um p.Iano
inclinado^ para adquirir a faculdade de elevar-sc não
SC intendia comoe porque meio se coUocava esta enor-
me machina sobre este plano inclinado.
Como quer que fosse a itivencao ingleza ou falhou
nos ensaios práticos a que a Submeteram , ou nem a
esses teic a honra de chegar; tndo parou na mesma
theoria è no privilegio. Agora- porem uin franeez, M.
£mile Gire, blasona dè haver completado o grande
éeiid€Tanáni^.. Não sf o o lero« e os remos , nao são as
vellas, iiãft é o vapdr que*M* Emile Gire emprega no
teu novo descobrimento; por meio da compressão do
«r cque cUe pertende dirigir o.iseii aerosUUo do oc-
^idente para o oriente e viec versa* Para obter a as-
çenção c o d escondi mento , recorre M. Emile ao gaz
condensado n'um reservatório coUocado por baixo da
parqueia qu cesta e tirado por uma bomba : e por (tsr
te meio pensa elJc que sobrecarregando óu alijando a
machina á sua vontade , conseguirá fazel-a subir ou
descer cónio lhe approuver.'
A recentíssima invenção de M. Emile parece basea-
.da em factos scienUficos'» tidos hoje como incontestá-
veis » mas o seu ingenho é tão complicado e, tão pe-
sado , que se receia que não possa ser experimentada
senão depois de muitas' e grandes modificações. Tere-
mos cuidado de informar os leitores de tudo quanto
a este respeito soubermos. Silm LeaK
A£r2TRX BAKA ABrfi&TZ& BA SX^
vKUcçÃo Bos rooos.
fCommunieãdo,)
2384 As TOHRBS dão o «ignal de fogo; as torres
devem denuRciar que se acabou. O numero menor de
badaladas , qoe as torres, dão é de doze ; ottvindo-as já
ú povo sabe que é no districto de S. Vicent/e; ,o to-
que de 12 ató 31 badaladas ijokdicam corresponder a
■outros distriçtos todos cgualmente cabidos.. Apagou-se
o incêndio, muito bem; a torre mais visinha que o
denunciou, loque e torne a locar p(^* algumas vezos 7
<)U 8 badaladas que sejam repetidaspclas outras. Que
dúvida haverá «'Isto : quem deu o primeiro signa 1
jpóde dar o segundo. Èíta proposição e de certo mui-,
tomaisfabil, que a dos ai^igos 510 , 2328, e não
p6dc deixar de ser adoptada cm todas aS cidades ,
mas principalmente cm Lisboa qvepela sua descompas-
sada ejbtMirão» .e pela^ frequência ^e sous pequenos in-
ccndios do chaminiés. que. Jiio vão á vante,, to-
dos os dias incon^oda com inúteis, ca rireiras os agua-
deiros , os artífices , as tropps, o também os ouriusos
que não faltam a taes espectáculos.
CimA iáOB BABStXffABOS.
* (Carta:)
2385 Tendo no; art." 230Ô da Revista Universal
queV. se queixa de não ter nceehido d<? parte tiI-
guma observação prática , e experimental em abono
opo desaiwiTÔ da receita, que ura anno «mies eu ihc ti-
nha enviado, não posso deixar deagorsi dizef ^ V. ,
que tendo, desde então, havido por estes sitios alguns
mordidos, em' nenhum dos que se* me apresentaram
encontrei ai ta«s pústulas subiinguacs, nem me consta
ter alguém morrido hydrophóbico.
Egiialmente encontro no mesmo artigo uma receita
que Y. diz trasladara da Goallisão de 5 de novem-r
brb, á qual me persuado ter já lido no Rego de Alkei^
iaria^' 6 com a qual; e outras^ muitas, cuja publica*
cão ommilto , nunca pessoa alguma deixou de morrer
damnada, quando a ^irus hydrophódico tivesse sido
ttà)sorvido , 'desgraça que poucas veses acontece, comtt
eu tenho observado ha mais de 52 annoa.
Para mais corroborar o methodo do Dr. Salvatorii^
de que me sirvo desde 1821 , vou expor o que «scre*
veo o Dr. Marochetti sobre a Hydrophobía.
a Pelo annodc 1813 residia eu na Ui^rania na quali-v
dade de Medico de S. £.' Mr. o Conde Moszcnsky.
Em uma tarde do Outono á hora em que os campo-
nezes voltam dos seus trabalhos , um cão grande hy-
drophobíco , mordeu À'unba aldêa , chamada Kyawka
quinze pessoas , de edaide^ et. sexo diíTcrentes. Por-
que a minha habitação fica\a distante d'ahi cinco
verstes, só na manhã' do dia seghihte é qnie fui infor*
mado do accidente. Passei immediatamente áquella
povoação, e dispuz uma caza de suíhciente capacidade
para se n^ella aecommedarcm todos âquelles infelizes,
deslinandò-lhcspessoas para os guardarem , « servi-
rem. Foi então qu« $e me apresentou uma deputação
de Anciãos , a pcdirem-mc , consentisse, que es-
tes doentes fossem tractados por um camponez d*a-
quellas vísinhancas , que , ha mnitos annos , fazia d«
curar eita enfermidade a sua occttpacão; aílkman-
do^rae que todos elles podiam d^r-me testimunho, de
que n'csta província aquelle homem tinha salvado ramir-
tos centenai^es de;hydrophóUoos.. £u ji tinha ouvido
fallar d^/aquelle homem, e senti-me curioso, depess^l-
menle me cortiíicar ^a eITicacia de «m meio, que pa-
recia summamente importante para a humanidade ; e
de que ate então eu havia procurado occa^ião , do set
tcstimunba ocular.
Com este Intuito , ohtido o beneplacido do Senhor
d*aldêa, pcrmitti que o aldeão tractasse os doentes so|>
duas condicções: 1.^ que eu harvia.de prezenciar tudo
que SC fizesse ; e 2.* que para tirar toda a dúvida ,
de que o' animal , que os haria mordido era effecti-
vamente raivento , havia de eu tractor peloá meios da
arte um dos doentes; e n*'esta conformidade escolhi
uma menina de seis annos de edade , á qual prescre-
vi, e appfíqiiei um tractàm^ifto medico. Os demais
doentes entraram logo no uso de um cozimento de
giesta dos tintureiros , que 'foi preparado á minha vis-
ta, i^ssando a mèior.paxte.do ttmpo ao péd^^èsAes in-
felizes , era eu quem administrava i minha doente os
remédios*. .Xaoíbêm aili se adiava um cirurgião para
^vi^iar que o aldeão 42ada podesse fazer na minha
apsencia. Todos ,os dias de manhã e de tarde o aF
deão examinava os doentes, cada um de per st na par-
te por baixo da língua. Ao jpasso que se manifesta-^
vam bòlôcs m^os fazia ver , abria-os , e cauteriza-
va-os com Uttia espécie d 'agulha grossa , cm brasa.
Em seguida enxaguavam o^ doentes a bocca com o co-
simento, que, como já disse , elles tomavam lú-
tcriormente. Quanto á meniha de scià annos , tjue es-
'tavíT entregue aos meus cuidados^ segui eu com a
' maioi^ exaccãó e conforme com os preceitos «doptadoA
186
REVISTA UNIVERSAL LISBONENSE*
•m casos similhantes , o sen tractamentò ; mas nada
pude conseguir , e ella pagou com a vida a experiên-
cia : pela manhã do seplimo dia depois do ferímcnlo
foi repentinamente assaltada dos simptomas hydrophó*
bicos , e 8 horas depois, no meio deaccessos de uma
raiva horrivel , a vi morrer.
Pelo que respeita ás outras 14 pessoas , em 12 fo-
ram os tumores abertos, c ellas se salvaram : aasduas
restantes, que tinham sido as ultimas, que o cio mor-
deu não appareceram botões. Todas ellas usaram pcsr
féis semanas do decocto da giesta, e foram despedidas
de boa saúde. Tendo»me por alli demorado mais três
annos, depois que isto acaooteceu, bastantes vezes eu vi
Qs curados pelo decurso do tempo , € posso attestar
em como a cora foi perfeita;»
Não escrevo a 2." observação; e varias reflexões por
julgar desnecessárias , e serem mui extensas.
Se V. julgar fazer serviço á humanidade queira
iaxer publicar hto.
Â. C. dê M* € Quéirbx.
nmnm.
COMMEMORACOES.
8. DAXJkZOy VA9A 90ATUOVEX.
11 UK DEZKMBBO DE 5B4.
2386 No século sexlo, lào fecundo em va-
rões eminentes nas letras ecclesiasticas , que nâo
huuvc outro que ae lhe avaiitojasòe, .aâsentou-s«
na cadeira de S. Pedro iim poriuguez digno ern
tudo d*este gloitoso nome, e d'aquella altíssima
dignidade -^S. Dâmaso, natural de Braga
Por sua ordem , e com a sua cooperação foi
qAe S« Jeronynro traduziu a escriptura ; versão a
"^que chamam Kutgata adoptada por toda a egre-
ja romana.
Foi um papu exemplar. — E se lantissimas
outras provas , n&o houvera de que sonhe ser
Vigário de Christo na terra, bastava o ter nive-
,lado esta summidade da egreja coqi a humildade
evangélica, sendo o primeiro que se coiifesssou
.f>or $ertu$ servaruin Dti^ em lodips seus decretos
pontifícios, o que d*eulâo ate agora se ficou usan-
do , peio meiK>s como chavão. TuUio» ^
(Contín<ua4áo de pag*. 1^1.)
£387 O MAIS notável, e não sei se diga, te
continuarei , ao ^nenos, a diser o iíím% índíscul-
pavel defeito que até aqui e8gi*avatitram críticos
e zoilos na I Ilíada dos povos modernos^ os irn-
mortaes LuÊtadag, é^eltt duvida a heterogénea e
belorodoxa mistura da theologia com a mytho-
logia, do maravllhoiFo áilégorico do paganismo,
com os graves symbolòs do Christianismo. A faU
^lar a verdade e por mais. figas que a gente quei-
ra fazer ao padre José Agostinho — amda assim!
. ver o padie Baccho revestlido in ppntificalibus
. deante de um retabuío, nàp, me lembra de que
f unclo I dizendo o leu dommtt* vMicum prova-
velmente a alguma bacchante ou corybaute, que
lhe responde o et cutn gpiritu tuo ! ii&o se p6^
de; é uma que realmente....... £ então aquelle
famoso conceito cem que elie acaba digno dé
Phenix-Reriascida.
O falso deus adoi'a o verdadeiro !
Desde que me intendo, que leio, que admi-
ro os Lusíadas; cnterneço-me, choro, ensuher-
beço-me com a maior obra de ihgenho, qne
amda appareceu no mundo, desde a Z>tt?tna-Co»
media ate ao Fausto. . •
O italiano tinha fé em Deus, o alliímão no
sceptícismó, o portAigucz na sua pátria, E* pre-
ciso crer em alguma. <:oisa para ser grande —
não só poeta -'—grande seja no que foi*. UmaBri*
zida velha que eu tive, quando era. pequeno^ era
famosa cbronista de historias da oa<rocbinha por«
que sinceramente cria em bruxa». Napoleão cria
na sua estrelia^ Lafuyette creu na republica-ret
de Luiz Philippe, e para que ousemos também
celebrare domestica fada^ todos os nossos grandes
homens ainda hoje crêem, um na junta do credi-
to, outro nas classe^ inactivas, outro no mestre
Adonirão, outro finalmente na bclleza c reali-
dade do svátema constitucional que* felizmente
nos rege.
Mas aquellas crenças sSo para os que se fixe-
ram grandes com ellas. ; A um pobre homem o
que lhe fica para crer? Eu, apezar dos críticos,
ainda creio no nosso Ca mòes: e sempre cri. E
comtudo desde aedadeda innocencla em que tan-
to me divertiam aquellas batalhas, aquellas aven-
turas ^ aquellas hútoiias d*a mores , aquellas^sce-
nas todas, tão naturaes, tão bem pintadas— 'até
esta fatal edade da experiência, edade prosaica
em qne as mais bellas creaçòes do espirito pare-
cem macaquices dcanle das real idades do nHindo,
e os nobres movimentos do coração chymeras de
enthusiastas — até esta edade de saudades do pas-
sado e esperanças no futuro , más sem gozos no
presente em que o amor da pátria (^ também Isto
será phÀntasmagoria ?) e o sentimento- íntimo ào
bello me dão na leitura dos Lusíadas outro de-
leite diverso, mas nâo inferior ao qiie n*outrp
tempo me deram — eu senti sempre aquelte gran-
de defeito do nosFo grande poema : e nunca pud^e^
por mais que buscas»^, achar-lhe, justificação
não digo-— nem sequer desculpa.
Mas ale mitrrerapprender, d*!* o adagio: ««••
sim é. E'aphorismo demorai lAnibent appHc^*
ve! a coisas littefarías, que para a gente adiar a
desculpa aos defeilosalheioséí^onsiderar — «P^»'"*
se uma pessoa nas mcômascircumslancías, ver-se
involvido nasmesmasdifficiUdadcfi. «i— Aqui estou
eu agora dando ioda a desculpa ao pobre Ca*
mòe^, quasi com vontade deojustificar^ efwroin-
pto (assim são as charidades doeste mundo) asa*
ir a campo de lança em reste ea quebrnl-a ^^^
todo u antagonista que por aquelle froco o ata*
, car.-^ i E porqueserá isto ^ Porque chrgou a flU*
RfiyiISTA tolYEBãiiL IdSBQVO^Grf
âS7
nba Iiora; ««r*» panta íhet^eompmicne jmagnú
(a boâ>i^ profsçnineQte b^je. é a latina) aq^ií ine
«eho com este capitulo nas mesmas diíTicuIdade»
•m que o nosso-bardo se viu com o seii poema.
Já preveni as observações com ô lexto acima:
bem 6eí*q'(iem era 'Camões, e quc^n sou eu ; mas
tracLa-se da inialaçâoj que ^ a mesiila apesar da
differença dos intalados. Oauctor dos Lusiadas
víupse lotAlado enire a crença do 8i>u. paU e as
brilhantes tradições da poesia x larica q,ute tinha
por mestra e mod^lo; — Não bayia ainda estesro-
aianticoS) nem romantismo: o século esUiya mui-
to atratndo^ odes de Vitlor Hugo hão tinham
jatnda desbancado as de Horácio , achiivam-se
inais-Jj^r^oott e maia poéticos oe escònjiTríoi d«Ca*
oidia, do, que os pesadelos de uip inforcadia iu>
oratório; chorava-se.c mos 7 Vm^^. de Ovídio,
Í arque se iiào lagrimejava^ cofu a^ meditaisòes de
«amartine.
"Andramacha despedindo-se de Heitor ás portas
de Troya, Priamo supplicante aos pes do mata-
tinr de seu fitbo, Helleiva luctando enire o re-
morso de seu crime eoamor de Paris, nuotínham
Ainda sido «clipsados pelns deciamaçòes da
fii;ie Eva ás. gradei do paraiíso terreal. O coni»
bate de Acliilles e Heitor, das |)Oiies argi.vas com
aá troianas nuo tinha sido mettido n*um chinello
pelas batalhas campnes dos anjos bons e dos an-
jos mausá metralhada pr^r essas nuvens. Dido cho-
rando por Eneas riSo (liihá sido- reduzida a' don-
aolla choramigas d' Alfama carpindo peto seu
manei que vac para a índia...
Reahiiente o século estava muito atraiXado;
MiitOR não se tinha ainda sentado no Ioga r de
Tlouiero, Stiakspeare no de Euripedés, o lord
Byrou acima de lodos: emiun não estava ainda
àntftísado o mundo; por tanlo a marcha do m-
ieliecio 1)0 Ynesmo terreno, é tudo tiitia tníseria.
• Ora pois, jo nosso Camões. crea dor da epopéa
« — dej)ois do Qante^^ da poesia moderna,
viu-seatrapalli^do; misturou a sua crença religip*
sa pom o seif credo poético e fc2 iranchQtif le
fnoi — uma sensaboria. -*-E aqui direi eu cop e
vate El ma no:
Camões, grande Camçes/ quão similbante
Acho teu fado ao meu quando os cptejo.
Vo^ fazer outra semsaboria eu, n*e8te beHoj ca-
pitulo da minha obra prima. ; Que remédio! Pre^
ciso faílar com umillustre finado, preciso dcevo-
ttr a soml^ra de um grande génio, que boje hâbU
to còm os mortos. ^E onde irei eu? Aó inferno?
Espero que a divina justiça 'se apiedasse d>Ue
na hora dos ultimoe arrependimentos. | Ao pi>rga*
toripy ao eiupíreoJ.Apewr do exQ[tipk>.<k 4m*
na copiedioy uão ,iDoatreyQ,;a ía^i^r ;QO^^\a% ç<>in
taes logares de scena,-^ — e não sei, nãogoi^Ojdi;
brincar cpm essas coisas. ,
Não lhe wjô' rértiedio , senão recorrer ao l^em
parado do* Elysios, da Styge, doCocyto eseu leri
nu>; s&p torf^iiO^ neutros em que »a pôde par1à«>
oientaf com oi.nlorlQ^ &^tn coo^promeltimantoâs*
rio, e.«..
£U»-ine aki no erro de Cainôes ^*-e paa .ufibat
dos crrtkos; (t as laguncbadas a ferver em cima
de mim, qiiè f*K» que aconleoi». •
Mas, Senhores, ponderefii» vçnhftm cá: ^o quç
ba^de um homem fa^er ? O Dante nuo sei quegi*
ria teve qiie baptisou Publio Virgílio Marão pa*^
ra lhe «er<vir de cicerone nas regiões do inferno ^
fib paraizò e» do purgatório christãor ^ teve tão
batk, forJfuná. que.netotio queimoM a inquirição nen|
o. deseòmpoz a Crusca, nem f^^ quer o muLilarani
cemoreSf imm o per^ctgujram d^legado^ por abti-
so de liberdade de imprensa, nem o mandaram
para osdigjstps p«ifes««^ Não se Unham ainda des*
cuberto as mangações liberaes que se usam hojct
e as carias que o povo tinha era a liberdade ga-
nha « sustentada á poutb da e#pada, com muito
coração e poiícai» palavras ^ muito patriotismo»
poucas leia. « • e menos relatórios. Não bavia em
Florença nem gaieta para louvar as tolices doi
ministros, neui mmislrps para pagar as tolices
da gazeia..
O Dante {biproacripto e exilado i mas não $e
ficou a escreves} deu calancKla que se regalloMUOf
inimigos da liberdade da suo pairia»
jQueta dera' cáum batáilhà^ de poetas cQmo
aquellel
Que fosse porém um triste poeta d^ boje escre-
ver no século das luzes oqtie escrevia o Dante no
século das trevas. Os próprios .pbUosopboa grita-
vam.
; Que escândalo ! atheus professos claiifavam con«
tra a irreverência; gentes que não te^m religião,
nem adeMafouja, bradavam pela reli|p'i|Lp:.entra>
vain a pi^r carapuças nas cabeças. i|n^ dos outros»
cahiani depois lodos sobre o p^iela, e—* se o não
podcsséni inforcar pelo menosdecláravam-n*orepu-
blicaao, que diiíem ciics que é uma injuria alui-
lo grande.. . . , .
j Nada ^ viva o nossp: Camões eo seu maravilho*
s^ mislifofio: é.aiaais coramoda iovenção d.*esta
aiimdo;.vou*fne com eUa, e ralhe acriti/i;aqiiaD*
to quiser.
• <iiiefro procurar no reino da/i ^fnbras não. me»
nor pessoa quo o marquez, de Pombal : tenbo que
llie faaer unia pergutita «ária -ahte^ de chegar ao
Cartaxo. £ nós )á «Mios pojr entne as. ricca». yi*
nhãs que^o circundam com uma 2ona de verdura
e alegria. Depressa otsuuo de oiro que me abra
ao pensamento. as^gqjUis fatacs-: — depressa a unc«
tuosa soptitarra com que bel -de 'atirar ás Ires gar«
gantirf ão^ canz^i^ò. Vanios. ..-
• iMas em que di^tríctod^aqucMas regiões acharei
•A primeiro ministr-o d^eUiei D. Josel <[:Por oqdie
•esiá Lxiçiae Taotalo». por onde deaM^ra Sysipbo
« m^anóes que taes? Não : esse é uin bairro muitp
tri»lo., e af'risca-so ater por adminislrador alguih
escajidccido que me ai ice as orelhas.
jNbs Rfysios com o pae Anchiscs e outros bar-
btiya^icfasslcoí do^me^mo Jéérf Eu sei? tambçi^
16 ♦ f »
188
REVISTA UMVERSAL EláfiOlNENSB*
Isso não. Ha»de ser n*aqucllas ilhas bem aventura-
das de que faila o poela Alceu e onde eUe poz
a pasissear por eternas verduras as almas tyràn-
nicidas de Harniodio e Ârissiogílon. . . Oh!«slo
agora!*. Sebaslmo José de Carvalho e Mello,
conde dé Oeiras, marquez de Pombal, de com-
panhia com os setis inimigos poikicos h ... Abi é que
se enganam; não ha amigos nem inimigos poiki*
cos em se kirgando ornando e as prebençôcs ael**
le. Ora passados os umbraes dú eternidade, é de
fc que se não pensa mais n^^isso. C. J. X. ^ que
morreu aassi^nar uma por<larta, já tinha fargàdo
a penna quando chegou ai li pelos pra%4rc$; quaB>-
lo maisí . .
O homem ba«de estar nas íibas bodas.. Ymoob
lá. .
£ eUTo aMi M está o. bom do marquei atjegar
o wist com o barão de Bidefeid, com o^impera»
dor Leopoldo e com o p^ela Diniz^ A partida
deve de ser interessante, talvez apo^ta^essa gentç
toda — esses manes todos que estão á Toda. Qtiè
cara que^ fes o onarqu^z^ a um finadinho que lhe
foi metter o nariz nas cartas! jQuem havta de ser (
O intromellidto deMr. de TiUlejtr and. Estava- íhe
cahí-ndo. Mas r>ão viu: o nobre loarquea sempre
soube esconder õ seu jogCK
' A rai-méque clle Já. me viu-jQue diz? Ahl..
Sim senhor, sou porluguez: e venho fazer uma
pergunta aV. Ex.*' esciarecer-m* sobr^ uai>pmilo
imporlant^e.
* Deitou*me a t^emeiKla. luneta.
Para que mandou V. Ex.* arrancar as vinbas
do- Riba-Tejô?
' Apertou a hmeta no sobrolho e sorri u-se*
Elias ahi eslão^ centuplicadas que ate já inva-
diram o pinhal deAzWnbuja. Fei V'. E.^ um des-
potismo inútil; e agora. ..
' u Agora quem bebe por lá %oà^ esse vinlio? 99
* '!Nâo sabia o que lhe havia de responder. EUe
sacudiu a cabel leira de anneis, virou-me as eos»
los ; deu o broco aColbert, passou por pede S-
tnikb e de J. BaptrstaSay q^i^eitavam a disputar,
eneoMieu os hombrôsem ar de compaixão , eibi-
se por uma alameda muito viçosa que íapeM* aque«
'}es dehcioísòs j^ardrns dentro^ . e sttQ)iu«se da n^s-
BB vista.
Eu surdi cá n^esie' mundo eachei*me em cima
da asemòia ae pé- do> ^vande café do Carta.^xoi *
Kxx i>À xnÁ»anrftÀ.
BREVE IfOTA. AO CAWTÇLO PBECEDENTE.
2388 O QVE dissemos na advertência preli-
minar ao capitulo quinta d'e»ta Viagem ne& desH
obriga de emittirmos e fundamentarmos 4) nosso
parecer acerca de cada um dos graeêjos pbliticos
do Sr. GARKETt , e com tal desobrigação folga-
mos DÓS muito, que nHo trajamos neobuma líbrâ
^lítica e muito -menos u^esta folha. Toca porém
o auctòr n'este capitul(> um pontor ,- t^Qa , por se
referir a irm grande' principio dé direito' consti-
tucional, deve ser considerado; nOo. o fereniq^
extensa e analyticamente : tudo para isso nos fal-
ta ; espaço , gosto, e sciencia:; mas de corrida é
com sincera consciência havemos de fazel-o.
Na actual questão da imprensa nenhmna das
partes dísputantes nos parece ter por si toda a
raz?to. O relatório, pelo Govenio apresentado, mal
poderá a OpposiçJío, e ainda o empenhado e gran-
dioso talento do nosso amig# o Sr. garbext cod^
trastal!-o quanto aos iaclos », que são de rigorosa
YerdAde, — nem quanto aos princípios, que sua
de inconcussa philosophia^ — nem quanto ás^con^
sequencias moraes que sào dedusidas cora ma-
thematico rigor; A líbcrdadte éa impírensa é um
direito inalienável dos cidadãos ; a repressão dos
excessos da imprensa é outro direito também ina^
lianavel da. sociedade e uma sua obrigaçà^Jrre-
missivel.
A imprensa portugueza^ passon -de- livre a li-
cenciosa. Póde-se e deve-se reprimir: as leis yw
gentes nSo bastam para isso ; é necessária uma
lei nova i a governo pôde propot-a ; o parlamen-
to » ajchando-a boa , deve approval-a.
Até aqui nada ha em que possam caber. refu-r
tacões, ou 4avidfts,. muito menos injurias oa im*
properios.
l Mas a lei oíTerecidíi pelò governo ao paria-*
mento será por ventura boa ? temos (jue não. Con-
fessado e provado que o jury coi^tituidb era in-
justo „ importava — ou demitlil-o de todas as
causas de.imprenss^. e. nio unicamente de algu-*
mas,, como (hz o projecto;; ou^ se isto era in-
constitucional, ^eformal-a (reformar é sempre »
em boa philosophia- preferível ao destniir)i
Para arrefofraação-do jury havia ó rnciò mafs
facíl', niais naturaf è mais elílcaz ; r— exa eixigir^
se ao cidadão , para ser jurado , além , ou em
vez do cetiso pecuniário , legaes abonos d6 seu
senso intelléctuàr: o jíjry composto dos homens
de lei, 'dos écclesiaátícos , dós médicos, dos ma-
thematices , dos phUosophos >. dos approvados em
qualquer scíenèia por uma tfniversíàaáe , pela
tschoía Polytechnica, pela Auía do Comujercio
etc.,. dos professores de qualquer- disciplina ou ar*
te liberalr etc^ » etc. etc.,,* nau. se dei&aria enga-
nar,-^ nem £ou:iliDeoto sul^ttgàriaa^tt' consciên-
cia,— nem raattara^aría por tniíjuãrs -sentenças •
sèU ci^edito. - .
A substituição , que ao jury, se pêrtende fa-
zer, para o julgaincnto das injurias da imprensa
contra es objectos máximos 4o estado y parece-
RETISnU. UJNlVtEIkSáJi LISBONENSE.
189
i*)9 mal conforme á carto e *á phítosophia do di-
reito. Uma camará, julgando é jà mnitó — jul-
gando porém em causa pmpria (atlegue-sc o que
se allegmr do analogias e exemplos estrangeiros)
repugnará sempre ao senso intimoc — debalde se
diz , que um tOo respeitável corpo e ehi tao so-
Icninos actos, ha de timbrar cm moslrar-se justo.
Nao passa, isso de uma presumpQUo e pouco vc-r
losimii : nH»is depressa seria justo e afeé generoso
o individuo offêndido, sentenciando ao seu oilen^
sor, porque temeria sempre a nota de egoísmo
ferrenho , que nenhum dós membros' dè uma ca-
mará pôde recear em coudemnondo ao inimigo
da mesma cornara. Ahi» atéa mais flagrante in-
justiça poderá parecer muitos vezes acto heróico
e admii*avcl sacrificíô dos sentimentos particulares
ao interesse e honra da comynunidade. . Antes em
tal caso trocar os mãos, — fazer o&> pares juizes
das oflknsas- contra os deputados , e , aos depu-
tados , das offcnsas contra os pares » seria ãiuda
talvez um desvio dp constitucionalidade.», maaudo
seria já infracção do eterna e fundameutalissimo
|urincipio de direita nemini licei sibi.ju» dicere.
Esperámos qse estas razoes : sé • porventura
tecm o p^so que Ih^s supporaos, sejam bem acei-
tas pelo Governo, que notoriamente nuo procurou,
Qo seu projecto», senho, o bem, e^ pclasr Gamaras
legislativas que» v^o menos ardentemente, a de-
zejam ; e que de mais a mais para emendarem a
proposta, qnj^' se lhes olTereceu^ teem a. razâò lòr—
tissima.do seu melindre^-
. , vÍBrivsi
2389- Oí fconsul Tnncczei» MossonI; M& Pdifto,inandof
p«ra a «ícademía das Inscripr ôcs e Bella-Lclras de Fran**
ca, vários dQScnhos cicag^entos de cscalplucas., pfo-
d«i cto, das ^xcavacõca, queTellettem BMndadofazer na
terreno -onde eal«vc a auligv oida4e de Niaive> Aact^
íleitiia^conheiceQdo a iniporl^ciaxl'«ste desc«bBÍreenlo
qA^e M. Botta lha annmoiava, serio segiiído doivalio-
sos resuUados, pediu ao minislro da ÍB$lracrã«. publi-
ca quelQBi^sse^ em consideração Ufl»« tal empresa , que
promclUa ser do quiior interesse para a sciancia archeo-
logic;!» O ministro de acordo eom o do reino nomoon
o.arUsta BMgpnio^fiaDdin, eleilo para estia commissãu
pela referida academia , para continuar e ajudar <iâ
iraialhos <ie ^'^ Boíta^ Já s« espe&inBk ^cem impacien-
ciji o^ prcclasoê .de&cnhos. das escuipl,ur^^, que oroa^
vanio:>. palácios dos princjip^s ass^4:io5,^esde que nem.
«nspeilas seq\^er lenha havido até hoje. Jklaisquat«n«
t^ dias, — dizia .opftopbeia ,t— e Níttivu-será subvi»^
tida; rnais..a|gunsdías,>,g^dAiQos.nús dizer eNíniveau^
J^>ícrtida, resjiurgiri. Silva LeaL .
SWIGIAS..
ESTRANGEroAS.
2390' Barcelona no dia 20, p«'** w*"**^ ^ora da* tnrde, M
enlrada em virtude de capitulaçne , (Ho fraifca e ábMhitA dd
parte dos- rendidos, como gcuerota e humana da parto dot*
vencedores. Já nao Geara armas contra n governo senSn asi
d« Aoielter, que so recolheu ao fprto de Figueras onde Piin
o tem. cercado..
ACTOS prrzczAzs.
«sn D/d»T9ff0^O90m#dtfflSdefi«ii«it6r0.— AnouBcípcfNívi--
dando qiiaesqiier, companhias ou .particulares , que queiram cu*
CAfreg^r^se do melborumenlo da barra do Porlo , a enviarem,
suas propostas d«'nlro .de .00. dias :t secretaria du reino. Onlro
para a feitura do estradas mediante a cencesstto do imposto de'
barfèira e portaarem'. Vfenda de foros e pensões. *
Idem 'de S9t — Aminock> de qne S< M. recebe ao dototií*
ga^das.8 4s 10 aquellat pessoa»' qne csiSo nas eircunstancins do
gosér d'e«aa houra. Oídeo^ do exercito o.° 43. Venda de bens
naeionaes»
blem de 30. — Aviso de qne nas Formigas (Aimorés) a SF. ,
e á 'distanciii dé «piafro milhas do chaipado Formii^o , !>e des-
cobriu um baixio com apenas onze' pés e meto de fundo. -
Portaria ampfiand» • pratói porque se continuam a recetier
no th6«oiro certtfs titalov.iM divida publica
SflTRAOAS.
2992 ' â(JAf( MAGS9TABB8 ^ leudo rcc«bido oom par«
ticulanaíTabilidade ot dârectoretf da soekdadè Uniàj9.
CmnmerciaL ,• dcolavaian» qne' lomay«iiii «cAlre amboft
9BS8CDU acções na empreza d«s «esteadas poUma$maL
sAciedadeicomíBeilida. Bem deve o reino agradecer o.
SS. MM.' esta resolução; vai muito eom<^ obra^—
>al infinitancnte como inccBttvo.
vm nmswpxco' ssspszTAaM^ bo famasç.
23d3 Nomeio da insenaata destruição', que po(
lodft a parte se temfeito» e dekada fazer , dos 6um-*.
piuososptedíts-dotff^sNles em teda a superfície do rei~
no> »cntt>«! dkvéra»^ gratidão, quando se vé appare-
eer aqui os^ocolá , um homem < >homem » que sustém
n» escatfNi do precipícto aaim- d'est(5s ediOcios, dc^
positaraos das lemk»ranças ée» tantos Sfieulos» de tantos
serviços , ú% tantas lottras v d» tantas virtudes » d^
tantas jóias de-flrtes >..de tantas e tão -malogradas es-
peranças, de kimtas e iãa merecidas -.saudades.
Haros sãsios bMMnsque a^^pftrecem afaaol-o : mui^
tos.i).descjwMim«-raas pewoes <>«isariam arrostor-socom
o esctiraéniio-epigjpanunaiico. dos* arrasadores por ignor
raBcioy e, d' entre os. que. o ousassem » pouquíssimos
toriaiB a oiro Bocessario para cumprir as obras de mi-r
soricQrdia.s«ciai para coia> ujn ediOcio pobre, ou ^
tjtistc, desamparado» osí^lino em teora de infiéis» mas
que já-foi senhoril , grandioso e p«inc4pe no seu temr*
po^.Peuqilissiroos.idistciiMisor dissemos ainda muito,
por qiie de homomr.,, que tudo isto (iaesse , além de
ElU^kv J2ãa«âsu^em«s çmr iOftk de outro senão de um;
é .0 Sr«. Coronel , Joii» José Aktunes. Gaivão. .
iíOíçamos as psopnias paUvras, com^que WBa.respc»«
tavel Gamara MAUiieipai . nol»o attesta:i— •
uK Caiuba,. o maiiv cidadãos fd^esla \il|a de
Borbíi , em a Provincial do* AlemtéjaT abaixo, assigna-
dos, attestam e «omitodB a vevacida^co seguintit :~r-
> «.£m o termo «d^estii «ttesma ví4Ui a distaiitia* pouco
massvde^^ quatro, centos fwss«sr,(|Mra a part£^ do suU
c&iste o cékiire -t mcitfMNíayel c^avettio deir<io^«^S«r
190
REVISTA IJNirERSAIi LlSBONENSBl
nhora da Consolação dofi Capuchos da extincta ordem
da Província da Piedade ; este convento , era mais
conhecido pelo convento do Bosque, do que por aquel-
]'ootro, e isto em razão do.raesmp se achar cerca-,
do de muitas e grandiosas arvores . e situado sobre
uma eminência , que por isso se torna cum a vista
mais encantador* e deleitavel que ser pôde: diz-se
célebre porque toda a sua cerca foi tecida de muilis-
simas c grandiosas arvores, frucíiferas e agrestes, re-
gadas com a agi^^ de suas quatro fontes que dentro .
em seus próprios ihuròs tecm seu nascimento e exis-
tência ; « sendo a mata. mui densa não ha memoria
que em tempo algum alli houvesse ou apparecesse bi-
cho venenoso, ou sem o ser, que fizesse damno , ou
eaúzasse medo a quem por ellá transitasse : diz-se
memorável pçjas muitas bcrvas mediciuaes em que
abunda , e de que as boticas d*este Povo , c terras vi-
dinhas muito se «stao aproveitando. Este convento do
Bosquefoi oma da» eazafr da Província da Piedade,
onde havia religião, onde tudo era \irtudc, onde se
respirava sanctidade , merecendo por isso que os Sv-
reaiswmos Senhores Duques de Bragança alli viessem
rippetidajB e amiudadas vezes para g<nurem da compa-
nhia de tão grandes como respeitáveis varões. O Sc-
renissimo Senhor Duque Dom Jayme foi aquelle que
com todo o prazer doou para usufruircm , esta pro-
prleda^fe a«« padres capuchos «m 1505. e depois o
Sereníssimo Senhor- Duque I>ora Thcodosio no anno
de 154S matidou reedificar o couvonto á sua .custa ,
a fim dos tnesmos padres melhor poderem exercer
a »ua regra , c viverem confbrroe o seu instituto, ser-
vindo ao mesmo tempo de muita utilidade a este IV)*
vo com os soccorros e»pirituacsqued'a*li6c exigiam,»
«Em vista d'aquella doa cão. e doquediz a mes-
ma chi-ottica (Ta^ Província da Piedade no íiv* 5/ oap.
HJ*, è evidente que toda nquella propriedade- c pró-
pria e pertencente á Sereníssima e Ueal Gaza de Bra-
gança , mas no emtanlk) foi vendid« como bens pró-
prios da Fazenda N<iciona1> e comprada pelo lJlra.°
Coronel Reformado Joio José Antunes Gaivâo, c pelo
lllm.'' Manuel Mascarenhas Zuzarle Lobo: este tendo
de relirar-ae para a sua caíia em o Algarve , .rocom-
mendou e entregou a administração de todo aquelle
prédio a um feitor para bem o cultivar o tractar, mía>s
um tal feitor, esquecido do seu dever e obrigação, e
aproveita ndo-se da anzencia de quem o havia consti-
tuído para bem desempenhar tal commiasão , muíld
pek) contrario a executou , e assim que entrou dentro
do bosque parecia levar consigo a destruição a a ruí-^
na, e sem respeito algum áqiie lie todo, e á conser-
YaçlO' de tanta belleza , obra de immensos séculos ,
seprocepita como cego , e começa a cortar c lançar
por terra uma parte d'aqttellas respeitosas e copadaa
arvores, que conlaTam muitos séculos de duvaçâo et
enistencia. O que então era encanto e bellesa., ia
toniando^e em poucos dias um- Ioga f despovoado e
triste, o que muito era Mentido 'pelos habitantes d 'es*
te povo em consequeiuria de verem, a derrota a que
um sitio tão aprazível estava sentenciado. »
« Chegando*. estes acontecimentos á noticia dolllm.*
João José Antunes Gaivao que com sua ftimilia se
achava em Olivença , reina de Hispanha , distancia
doesta Villa pouco mais de eince léguas, immedlata-
n^nte se apresenta nio bosque , e horrorisado do qne
^ <vâ e absorva suspende a maiHlo' do^ai fcitop , o sen
pqrda detempo começa na activa reataunrçio d*aquelf'
Ia destruição , mandando logo levantar a grande cru^
de cantaria que se achava por terra , e collocal-a im-
. mediatamente no seu antigo logar o qual faz frente ao
grande e lindo terreiro que sérve de entrada para o
convcotoc e cerca. A isto segui n^se logo scpem os bo«
queirõe^ dp muro todos levantados e concertados, e;a
egreja que se. achava em abandono e ruina , passou
logo a ser reedificada e posta cm todo o brilhantismo
.e aceio, cbllocando-se em ^cús aliares as imagens en-
contradas por vários ioga hc^, e posto isfe em*^tt>da a
or4«m fpi ^agradai. a egreja « e no dia de Sã<x Pedro
d'este mesmo anuQ se celebrou n'ella o.sancto sacrifí-
cio da missa com toda a pompa e magnificência pos-
sível. »
*0 terreno d'aqne11a encantadora cerca desnudado
de seos troncns , mas aquecido pelos raios do ardente
sol que d 'antes só gosava a furto e por entre iramos,
pareoia achajr-.se ainda saudoso peio 'seu querido ar-
voredo , que por tantos séculos lhe tinha servido de
companhia e abrigo*; este terreno passou immediata-
mente a ser plantado por novas e differentes arvores ,
em logar d'aqu^e]Jas que lhe foram arrancadas, b
«Finalmente ó aolllai," coronel ref4>rmado João Jo«
SC Antunes Gaivao, a quem o Bosque deve a sua res-
tauração c belleza em que se acha , e os habitantes
doeste povo a gloria e satisfação de verem e gosareru
com a maior franqueza [lossivel a franèa entrada n'i-
quclle sitio , saindo d'alli gostosos pelo bom ac(dhí-
mcnto e bcUo aflfago cora que sempre são traclados,
e recebidos , tornando-sc menos custosa a calçada pe-
los roncerlos que n'ella fez.»
c<K. porque tuJo se passa na verdade attestámos o
expendido. Dorbq , 14 de novembro de 1843. -^—Vicd
prczidcntc, Jmo da Silveira Couto /'anojíco. -;• O, ve-
reador srguiuio , Darnahé Francisco, — Jjfówff^ Joaquim
Teixeira, — Manud Joaquim Secco. — O administrador
do concelho, João da Malta Fraueo , Sénior^ — O juiz
ordinário, José Cardoso Mmiz Ca stello^ Branco, — O
sukHdelcgado , Mariarmo l§naâio Corrêa da Silva, —
José Manuc' de Mattos líarattt e Lima, — O commc -
dador, João Cardoso Moniz de Castela Branco. — 0^
dre , José Patmeiro Tenreiro, — Lourencà Maria Té^
leê de Mattos, — José Manuel de Souza. — João Lawi^^
ra de Moraes, — Joaquim Diofo Bibeiro, — Franciscfo
António da Silveira e Cosia, — Fauêtino José Cebotfa.
— O padre, Joeé Caneira VUia^Lotfoe, — Âhionio Ve-
lho da Silveira. » ■
Para completar esta noticia cnriosit peta raridade,
accrescentaremos , qne, depois de tão copioso dispên-
dio, fea o Sr. Gaivão, por um modo inteiramente di-
gno d'e41c, a inauguração da seu ressuscitado convcn-
tinho.
A 28 de junho ultimo véspera de S. Pedro , noite
de antigos tempos mui feslejadft pelo povo á» villa,
as estradas da quinta e caza garridas com arcos lic
verdura e resplandecentes de fogueiras c fogos de vis-
tas , offerecrara um theatro próprio aos folguedos das
turbas , que para lá aceorriam de toda a parte , vin-
gando oam musicas e descantes o forçado silencie d'a-
quelles tectos por tantos annos.
Todas as familias decentes da terra e a sociedade
philarmonica borbense ,^ cmividadas pelo obzequioso
hospedeiro, concorrem com suas galas mais custosas
e grande satisfação á festa, preparada com mia largat
REVISTA UWIVEItSAL LISBONEl!>(SE.
J91
na» salas ricas, e vistosos qciarlQs, em que por dentro í
se traii6for«uira a aAtiga morada da pobreza e *descal- I
cez. I *
Abi se tocou e dançou cotuo em sarau de corte ^
chá apparaloso , cèa lauta : Aada faltou e muito me^
nos contentamento mutup e cordenl* •
Gastada assim a noite sem somno », mal que rompeu
a aurora, dirigiram-se todos para o templo, que acha-
ram remoçado c vestido de .gala. O corpo da egrcja
estava apíphado die. pessoas do povo, que toda a cal*
mosanuite haviam levado tambem-emdançius o tangeres,
a seu modo , pela quinta e arvoredo. Ao sokn das mu^
sicas da sociedade philarmonioa foi celebrada qo altar
mor a missa (cremos que .não poderia ser som lagri-
mas) por. ura .antigo morador da caza e n*elbi outrora
lente de theologia , enláo Frei Vicente » agora fice^Uc
X^rfo. Fmdo o^Sancto Sacrificio tornaram-se para as
salas os convidados, onde jé o almoço os- esperava.
A necjessijlade de repousar de tantos gozos e agita-
ção já por todos principiava a-ser sentida. Pe^as cinco
horas damaobã tornou cada família para snacaza, não
se faltando pelo caminho , nem aoqfutro.dia.enos ser
guintcs , e ainda hoje em toda Borba e suas visinban*
ças deoutra coisa, sennod'aqueUa festa a maior emais
saudos<i , de que a villa. ,se recorda; e na gratidão »
que todos seus moradores tributam ao que lhes saivou
a sua egreja, o seu passeio publico, um dos seusbra»
sõcs e grande parte do seu credito.
Consta-no$ que o Sr. Gaivâo acaba de oflcrecer a
quinta , caza e egrcja a Sua Magestade Fidellissinia ,
que se dignou acceitar graciosamente um dom que por
sua natureza não de^erecia aquclia honra» eporaiMs
recordações históricas muito mais precioso ainda se
lhe devia tornar. Depois de ter salvado o convçnioda
Piedade foi. pol-o como homem providente a- boa som-
bra, para que pelo tempo, não viessem as tamanhas fa-
digas do restaurador a cair. frustradas, como as dos fra-
des fundadores o. iam (içando. ; r
ADVERTÊNCIA*
I^SLo nosso frrande respeito, — primo á liberdade das opi-
Di^c^s; — suciiimIò ao bello talento do nosso amigo o Sr. Rebcl-
lo , dcixhmo^ passar incólnmes na introducrSo do artigo ; que
■e?ue, as8erv'5es contra os frades, que nos parecem inexactas,
e sarcasmos que rq)Utamos pouca generosos , e pouco beia ca-
bidos para 1B43.
A nossa particular opini&o , oontrariissima n'esta parte á
<)'<-$le brilhante e admirável escriptor, expendida e fundamen-
tada está já em o artigo , que sobre o quadro de S. Bruno
computemos para o S.* numero , (próximo a pnblicar-se) do
JORNAL DAS BELLAS ARTES.
ACAIIBMIA 9B SSIi&JUI^AaEMDBlI.
2394 Rbn Asciif entjre nós as boas artes : deade o
reinado de D. Manuel até estes uhimos annos anda*
ram perdidas, onquasi esquecidas no crepúsculo que
ao depois sefechon em noite escura. Algum rato de luz
mais viva, algum clarão radioso sulcou momentanea'-
mente essas trevas — mas só mooientaneamente : ' —
oreação legilima nâo' abaTta , era até impossível ha-
vél-a.
As eausas não são de todos ignoraties, nem muito
deficets de acertar; prendem na historio na serie dos
acontecimentos sucessivos, que deram em resultado
a formula da nossa époeha.
Não vem agora aqui a propósito o dctermínal-^is ;
ídra longo ,- exigira maior stlcanee , maioMs ambKos o
estudo de cada um dos séculos, que medeiam entre o
suspiro extremo da meia edade portuguesa — pelom»-
nos da sua clás&e mais oharaderistíca — >no cadafalso
do duque de Bragança e a transformação- social obra-
da , ou para fallar mais exactamente , completada na
regeneração de (tSâO.
N' estas chronicas da edade media o da unidade
mtoarehica -^— tirando o poeta chronista Fernão Lo^
pes — porcebe-se de espado jom espaço o influencia
popular — mas de longe*— ^i uma luz bem ténue ain^
da. Haalli muita pagina cm branco, que não soub&«
ram, que nio quizeram encher aquolies Gdalgos— >
monges^ — ou monges fidalgos , que. nos fizeram a^er*
cé de coDv^erfter a historia A'um cemitorio, n*umd pia
baptismal , n*um boiletim de campanha , ou n'uma ta»
boa dfe números: c datas. — -Deus os illumine lá onda
descançaoi! — boas consciências de sangue, azul ti^
nham elles ! — pouco Caltoa .parra nos darem um- ro-^
maneeiroi roal ; ou lièular dè» seis tiranetes mítra^os ,
sei» monhapçhas á egypcia>, docs.ceist-u^es átTacit»,. e
doze pares de Portugal áTurpín!-*^ Bispos, abbades»
e reis , condes , frades , e fidalgos , e nada de povo ,
nada de homons de capa, nada de>vt7^oei! (Coitados
dos viilões! Só lhe sabiam o nome para lhe sangrar
a. bolsa , e as veias nas cartes, e nas guerras ! Quan-»
do era oaça de perigo cbamavam^n^oa; se venciam pa*
ra oUes as ^uaÉro partes <do leao> e para os villoaa-o
osso escarnado^-^Se perdiam, Deus nos acuda t em
quanto nio doia o .braço ao aJgoz «^-^ não éoia o cora-
rão a suas mercês r*^^ o purgatório cá openaiviaaitt>s<-
te saneto viver os pobres populares* — ^^para o outro
mqndo ao menos , levavam as contas ajustadas ; — ♦
justas demats.^-^-Nâo, não haviam de levar!
Ora d'ista não rezam as historias — >por faiita dcefr^
paço já sevé! Que valiam agora dez , vinte, cem
açoutas nas costellas do mofino vilião , o sen casalsltó
a -ardeis» a norva tomiada de arção, as ouhas arrom-
badas , -a adega 'feita um lago, para se ommíttirem-^
por ^mot é^-eile, e des mais — documentosde vulto)
por exemplo e imuito verídico acto do Campo de Ou *
rique, e a collecçáo de novellos d*aquelle frade-lip<»
era Qdes diplomáticas ! d'aquel<e delicioso Bernarde
de Brito! Se o popular padecia daixal*o padecer!
chorava o qae lhe levavam roubado , pois chore qwa
logo se ha-de eallar ; mantoavam«-no^omo Sancho Pança
por todos os modos , nlt» se'faea parvo, cnt^ena re^
4igião ; leigfi etn frade dè missa ,- pode* deitar o cora-
ção.á< larga , la 'tem os coutos d' Alcobaça-, o.nectaf
das vinhos, os quartos ,- e^ ftaintares, tudo aHi 4be ca^
•do céu sem bolir pé nem mão; a chuva 4'oiro de
Júpiter apenaft rasteja pela mortificação d 'este cel leio
do estomag 9 e da carne! que santa* vida esla , 4fuan*^
do todos a vi\iaiti de moiro! £ ainda em cima ir i
chroni^a 1 Não sei oomo do reino todo jo mascn^lino se
não mcttcu frade : e freira o feminino! Valia apcnafl
Ms não valia t <
Depois , quando os senhores aprenderam a ler e 4i
escrever , que ji era muito >> izeram chronica de si e
do seu d'élh§! Os desembargadores armaram na or»
dcnaeão os rogallados privilegies , {^ve tinham, os fi^
dâlgos a novena das suas virtudes; e deram as mãos
para porem no escuro o bom do povo ; uns por vaida--
des de berço , os outros porque eram povo bastardo,
peares do que os nobres legitimas; — tanto teimaram
ijue ^ acaso , c muito aoaso o triste povo .nos a Jppara*
192
REVISTA UIÍlVERSAIIi LI8BOIVBNSE.
Cts e a furto , como assustada a boa da viilana^ani
(te chegar o «ariz ao reposteiro de brazão d'aqaeile9
senhores , das exceli cucias phiiosophas !
l^)risso n»cbroDÍca da tx»eia cdade os moTr^es-fídal-*
gos Tt:{carain o. popular ; -r- na chronica da unidade
inonarchica s.icadiram-n'o por escrúpulo de bcatcrio
aristocrata; só omarqncz de Pombal se lembrou d'cl-
!e algauKk voz para o enforcar, como se kmbrava dos
iiobri^s para os degolar. AqucHe marquez sempre tit
)iha bem boa memoria ! -^ Pão e páu era a sua máxi-
ma; lc\av;i o povo a páu e corda os nobres a chícUo,
e anmiios infbclos debaixo do chão 1 Homem de antes
quebrar que torcer ! ainda hoje por ahi appellom pa*
ra elle; olhem as rãs da Cabula; não veiiha cm \ci
úf> rd madeiro, rei que as desime !
As chronicas afora as paginas cm branco trazem
também muitas paginas de luz e muitas pagiutis tene-
brosas. As que «stao virgens pertencem ás -artes ^ sao
do povo onde clias se criam , e d' onde vem p se as
favorecem ; nas paginas de gloria , de que o ckro e
artstrocracia fizeram o seu património, ha grandes con-
tas a as$eiitar-lh€ na margem na chatu:ellariar de ago*
ra — as tenebrosas , apparceem-nos , semilhantes aos
>ny5terios cleuaoios; é o labyriatbò da corte que se
«ievassa por uma fresta , c deixa ^er de muita distán^
eia uma }ucta subterrânea; o sangue* da >victima que
esptrrou debaixq doferròefoiropiniar nos pergaminhos
a traços meios apagados um treaiendo facto.
- Ora eis o motivo do silencio cm que €stão:o passq*
. do impre48o a respeito da origem e progressos das Ar-
tes- Giitrc nós ; Gráo Vasco é uma tradicção eonfasa ;
dos seus discípulos nem memoria, porem -sabemos por
virgulas c pontos quando uma indigestão de dobrada le-
vou para ávida eterna d 'esta- presente um oaljedudo
abbadjc, ou um apoplc^ico ihispo 4os. séculos XII le
XIII! Qual valia mais?
. Mas deixemos por um quanto dormir o passado no
seu sepulchro suspenso entre Hiz etr/dvas; virá oppor<-
tuna occasiâo de lhe fazer um > grandíos# Josophat ;
antes de se lhe sellar a loisa ba-de pci metro cessusci*
tar para. a .historia muitos nomes esquecidixst, talvez
uma sociedade Inteira , que repousa. Que ê do povo»
oudeapparocc, sio tem lof ar ? Na penumbra do thro-
uo , fugiram as .gera(õe« da infuieú' e virilidade da
moBaircbia r sem noa bordarem s^uão^o reflexo^ de uma
vã sombjra tio fundo .d^ paineL-
Hoje não ha já monges lidaJg^s , tiem fidalgos chro-
nistas, que re^panjrem da historia o nome dos artistas
fK>rque poderiam quebrar a espondeus da sua epopéa
•cm prosa. £stamo8 , e estaremos cada vok mais atra-
>4Eados « em arjmar «arvores genealógicas. Cada qnal/lr»r
•cta êe ser 9 Gnatat^o da s\ta famUia tíomo dizia a uma
d'cssas toufeirastde brazão que o ia fazer descender
de Noé » ou pelo im<iUos de Nemtod , o Imperador
Napoleãeu
Com as causas desaparecem os effefítosu Na segnti^
4da exposição ^i^iennal a Academia de BelUs*Artcs de
Xisboa provará a nacioiiaie« le estrangeiros, que se e»-
^re nós. as boaa artes não. florecciram como lá por esses
Teinos maia abenigoados de riquezaa, e fórma« sociaes
Xem floreeido , mal lhe alborece a aurora daliberddh-
^e, mal as aquece umraio fecundo do sol dasua.pa-
Iriu , rebentam^ <em formosos ramilhetcs cem flores ,
l|ue não são exóticas e de estufa » mas filhas do solo
naiftlj ás. passadas de Adamastor dos msm» grandes
génios ap^enas fafleceu terra pés : ate agora a coroa,
e palmas do talcqto se hão tornado espinhos que fe-
rem , esearneo que mata e anuulla ; e a esse kdo
só a poucos é dado resistir. -^Morrem ornais de ma-
goa na ■ pobreza ; ao desamparo! eomo as plantas do
herbarío, do naturalista , esquecidas c despresada^:
se furam a mãos de herdeiro boeral e aldeão; morrem
(iesiotendidos !
Ao bafejo da terra natal, no regaço da sua tão flori-
da primavera com bem fracos auxílios a Âuademia-
das-Belias^ Artes creou um presente, que «m outra'
parte lhe houvera, j'á alcançado maior nome ; e nos af**
fiança para o diante o mais esplendido futuro:
O talento, e -a constância dos seus illustra dos pnn
fessores venceram as difficuldades, que cercavam ain-
da no berço uma in<itituição oova, sem grandes meios
próprios , nascida no centro de um reino pobre e di*
lacerado. Aqui o bello céu da pátria , a natureza rt«
ca e luxuriante do meio dia suppre os thesoíp«s;
quasi que dispensa a educação artística , que a civi-
tísacão dorrama por todas as classes- das naçòe^ cultas
e adiantadas. Vai mais uma hora d* este fecundo sol
para fazer desabotoar as rosas , e os matize» da ima-
ginaçiio , do que mnitos annos nos penbasaos agrestes,
ou nas geleiras do norte. Lá é tudo trabalho , força
de vontade tdnaz ; aqui , como que desabrocham as
art«s espontaneamente , legitimas filhas do solo sor^
riem apenas brotadas , ao seio que as vivifica. Ellcs
teem de dobrar ás difliculdades ; que avivar uma in-
venção de ordinário débil e pálida» nós «arooenfos de
refrear os rasgos , o^ lapsos de um íngenho as vézcs
solto e livre demais para não doscvir tio defeito con-
trai<io. Rcgrem^sa com acertado estudo «s incKnaçôes
natnraes de tanto génio «sperançosa « dentro em
^eves annos , se lhe abrirão as fontes do bcllo anti^
^ e moderno , -c assim mesmo indigeAte ccino o ve-
mos , dará o reino de Portugal mais de uma reputa-
ção gloriosa para se inscrever ao ludo ide -entras -fa-
mosas da Europa.
Excnipjo e documento da verdade d 'cata boa nova
nos oITcrccc já hoje a Academia-das-Bellas-Arles na
exposição que empouco ha dcíazer das suas melhores
obras -
O Sr. Frandãco â^Asiiê Rodrigues, Professor da
aula de escuiptura , apresentará um grupo*, repre-
sentando o génio da uarão -Portu^ucza coroando a (Ca-
mões— e cm menor dimensão aim csbocetò de outra
do mesmo assumpto modelado em ibarro. — O pensa-
mento dos dois gropps , é d mcsm? na «na conce-
pção geral , mas diverso na forma ; na execução. — A
poesia doesta mvm»9r crcaçãu -pon sridhi ; orador da
»ik!QCÍD cada grupo revê toda a aloqueocaa , ituda a
nobreza doaíTecto, que se traduziu» segutddo as con-
dições da .manifestação visual; preudç a attcnçio»
captíva os oJàos pelo stylo gracioso e hvt , peU per-
iieição do cinzel ; convida a meditar » corridos os pri-
meiros instantes caiDsagrados á admiração dos sentidos;
^ntãj» o inlcUeotual funde^se na. Córina externa ; a cxr
pressão, o sublime d*aquella idéa tão viçosa depo^si*
vMxladeiramentse portugftteaa, eon odedasovaeapon-
taodo no gesto, na atifcude» nos aeeideutes -^ e ao sair
d^jesba i;omteiiipUção« <aqu.clle a q^icm Deus concedeu
inteligência e peito que &aíba «tnLir , não poderá n^
gw o èvçhe pidor.J niio : podeirá duvidar , que o nXí^'
mo.^aotojdoa.LusiajdM» que um pioeta dedeliiou Jia
REVISTA UNIVERSAL LISBONENSE.
193
lyra de 'Camões, julgada perdida, se trnsladasso da
poesia dos sons , para a poesia do mármore.
Se jamais hou^e alma deveras amaste da terra na-
lal , que no deslôrro , n' amargura , e no desprezo a
não renegasse nunca, fo» a grande almar do cantor d«
Vasco da <^ama ; como é verdadeiro no» traços , nas
tirões, que nos revelam esta sancta c anciosa sau-
dade! como debaixo dos dedos tudo se Ihè rei)assade
eòr nacional , c lhe esquecera ate as^ reminiscência»
klinas, e da sua educação clássica! Camões c hoje,
sempre ha-de ser a nossa glaria europca ; a que res-
peitara, e confessam estrangeiros, e naturaes. Opcn-
samóntjo , dé lho cingir na fronte por mão do^genio
d'essa pátria, que o não soccorreu vivo, que o não
ehorou morto , a triplke coroa de soldado , martyr ,
c poeta, de ILc sorrir invisível, aerio, d'entre o In-
minoso da sua essência uma consolação , que a con-
íòrtasso no ilcsamparo da sua pepígrinacão terrestre ,
recorda a poesia da tradicçao na sua sing^lla belleza.
Todavia realçando ambus em nossa humilde opinião
intendemos , que o esboceto modulado em barro, ex-
cede era graça*, em mimo o primeiro : e o heróico da
figura de éamões, empe, com o rosto virado ao céu-, a
vista acesa no voo ardente de alto imaginar., o lyra
desleixadamente descaféa como se lhe discorresse
pelas cordas os dedos ao acaso de uma absoluta dis-
tracção; apardo portamcnto- viril , elegante, e brioso
do poeta, aquelle aujo tão soblíFilo pouzar soli#« a nu-
vem o extremo da planta , o as roupas que se entu-
fam, que .já se alteram ao bater das azas, como se
deposto o diaxlema , aquella visão.« devesse lego per^
der-se no ethec lumiaoso ; n'este ó á vida , no outro
ó ao bueto ,. quer se concede o triumplio ; eis a diffe-
vença :- ambos os grupos , pela facilidade ,- delica-
deza , e outras bellczas , que se admiram com pra-^
zer, que senão esquecem mais> encantam^ e suspen-
dem..
Longe d'cst» memoria da nossa epopéa nacionarl ,
ainda não de todft saciados ,. nos atrahe para si quasi
contra vontade o esbelto das- formas, o bem palpado
da Nayode, em pc^drav de oito palmos^, obra do mes-
mo professor. As tranoaissoUas estão com. e^pezo d'agua
agcitadas ao colo gracioso ^ escorridas pelo seio, pa^
yecem folgar, ao sopro da aragem ; o forcejar por se
derramarem ao vento se o poderem ; aquella- altitude
tão leve, aquella innoce«ci«^ de virgem, que nSoadi^
iHnha o pudor, porque ainda não eonèe&è p peccado ,
que expòe casta e descuidada o^corpo gentf], osmem^
bros esbeltos ; que está no ar , % no modo indicando
desejo de voltar- para a veia do seu lindo rio, a de>«
bater-se entre risos e feitiços nas ondas, queÚieafia-
gam o corpo amoroso; » d'uma verdade, d^tima^per^
íèição admirável.
A esta doec imagem: da mytfaologia grega snccede
om quadro, severo e trágico — uma seena de horror
— um baixo relevo ^ ires palmos e- nreie^ de altura ,
e- quatro e melo de largo: o Sr^ Frmtciíco áé Pinula
Aratijo Cergwsira re^^fe^cíiton ojurátnento que dá Vi-
riato sobre o eâdavcr» d» filha de toma» vingança da
traído do Pretor ^ilaltía. £ bepoico o gest^, e í»eii^
ca a atitude do pastor-capitão , qoo f^z tremer Boma,
« arrastou no fió íís apoias das sua» legiões. -^ Com a
mão no peito ferido ^a donzella, olhar entre eboleri*
CO e magoado ; e no rosto as paixões todas qu» lá
étnit^ }b9 fof ve^ HQ çora^io : p^ur^çç YírialQ 9Qe^
çar o romano até no centro do seu capitólio, no meio
do senado-rci. A idéa d'cste baixo relevo c muito feliz ;•
todo cllc perfeitamente intendido e muito adequado
ássituações. — Outro baixo relevo do Sr. J. P, deÀra^
gão nos representa uma das scenas tão communs da
nossa edade d'oiro na índia. E' D. Bernardo Couti-
nho prendendo el-rei de La mo na sua corte no annof
de 1589, — É de curioso estudo, e boa execução.
Sentimos não nos poder demorar , para fazer a cada
um dos artistas a devida justiça • que lhe cabe , po-
rém não o consente o espaço do jornal, nem o tempo,
que nos insta. Para a exposição nos guardamos.
• ' £m archite^ura o talento c a imaginação do Sr.
José da Costa Sequeira^ á lâmpada das mil e umanot->'
Ics, levantou- uma casa de campo no gosto gothico mo-
derno, que seria enlevo e inveja de príncipes; con»^
ta o p*rojecto de duas plantas , três fachadas , e um
corte principal ; primorosamente desenhado ; do uma
vista e eííeito maravilhoso. Tornamos a repeti l-o , pa-
ra ser uma realidade cm Portugal , carecia d'aquclla
magica alampada de Aladtno.
Do Sr.. Lucas José dos Sanctoi edo Sr. Manuel Joa-^
quim de Souza appareccrão varias obras de mereci^.»
mento; oSr. Lucas dará dois projectos um de monu-*
mento dedicado á raemoría do imperador D. Pedro;
outro para o Chcatro nacional : ambos conformes com
^0 programiaa publicado, o executados em trcs mezos.
O Sr.. Sousa em 1843 delineou o palácio real; a
fachada principal tem f:040 palmos , e as dos lados
dos jardins 606; o ediíieío está só declarado peto sca
plano. teFr«o> e planta do plano nobre; a frente prin-
cipal,, o irados lados d«s jardins; em esboço se acha)
a idéa geral do edfficio ,. por falta de tempo e outros;
trabalhos tolherem inaior desinvolvimento.
O Sr. António Mirmcl da Fonseca , professor de
pintura histórica «xporá o seu quadro de Enéas fu«
gindo de Tróia com seu pae>
Seria vaidade tentar descrerer as bellezas , a con-
cepção poética-, » vivissim€»i oollorido , e sobre tuda
a expressão do vésto dè c«dà nm dos personagens.
Era já visto o assumpta ,> m^rHiiSr. Fwseca deo-lho
notrdade ; fel-o seu ;-. — -a attitvide de Ehéas , tão he-
róica*, tão esbelta , tão rica de. desenho e de collori^
éo na primeira Iuk do quadro a^ntrasta com a pfaisio-
nomia do ancião > já ínctinado para o» sepnlchro , qno
Enéas se figura n& acção de aocommodar a« hoinbro :
05-olhos de Anchises, todo o semblante respira aquel-
le sentimento , que a circumstancia exige; qner chor*
rar, mas já não lhe coHS«nt0 a edadè esse alivio de
infelizes; no decair doa- pés , iro frouxo • débil de
todo o corpo graduou admiravelmente o Sr. Fonseca
a differença dos ansies , assim como n<r^entil e inno-»
cente Ascanio^ é natura), é exacto segundo o cora-
ção a gesto do cada figura; tradtiz maravíthosamento
os aíTectos, que luclam^no interior: Creusa já dis-«
tante um pouco recorda logo , apenas vista , o seu
lastimoso ftm. Os^ rolo»- de fumo , ferido. de scente-
lhas vivas , que se estendem , como toldo sobre, o to-
gar da scena e ao longe declinam para já se acama-
rem, dão aquella átBKsphcra lugitbrè'' e sinistra uma
verdade pasmosa^
O quadro dos últimos instantes de Affbnsode Al-
buquerque,— é de uma graça , -de 'uma poefeia qw^
arrebata : a ultima scena d^aqdetla vida d o' Hercules
BoiFtusu<^ 4 di^nst á^ pintor; .e^ o fiiàtor digno d'eil«ir
194
REVISTA UNIVERSAL LISBONENSE.
Fora pena estragar n'uma rápida analyse tanta perfei-1
ção ; depois de exposto daremos as razoes da nossa
opinião sincera , assim com» também havemos de
avaliar com maior estudo o magcstoso quadro de
Enéat,
O Sf. Caetano Ayres de Andrade escolheu um dos
mais interessantes trechos da historia da restauração
de 1640 ; o génio da Uberdade , quebra os grilhões ,
e ao lado da duqueza Luiza de Gusmão, como que lhe
inspira aqu«lia afamada resposta , que para sempre
ficou a par dos gloriosos feitos de uma época de no-
bres sacriGcios.
Antes uma hora de rainha, do que muitos annos de
vassalla — )foi a resposta que decidiu do destino de
Portugal» e cortou o largo hesitar de D. João IV.
Na sua tela o Sr. Caetano Ayres representou esta mu-
lher de altos espiritos com um gesto, uma expressão,
uma sober.ana magestade de Senhora e de Princeza ,
qne realça ainda a timidez e incerteza, que se Ggura
DOS modos e semblante de D. João. -^ Afora estas
bellczas , sem aíTectação, venceu o artista uma diffi-
cuidado combinando a luz de três diversos pontos ,
com harmonia e suave collorido.
Só a bcUa e viçosa natureza de tantos sitios formo-
síssimos que á forçii de por^ eiles se esperguiçar a
vista já poueo, quasi nada dasafiam a'aUenção, de
quem os não estuda para a arte , podia na edade de
setenta e mais annos produzir o lindo quadro — do
Pôr do Sol ào Sr. Jndre Monteiro , professor de pin-
tura de paizagem c productos naturaes.
Franqueza e correcção no desenho ; imitação poé-
tica ^ue não resvala , em rast«ira copia , que sempre
nos alvoroça o coração ao na&cer d'aquel]cs ramos tão
verdes, ao quebrar d'aqueHa agua tão verdadeira,
que reflecte no seu ^spcfjho os objoctos ; ' — ao tomar
em posturas graciosas» o naturaos aquoUes rebanhos que
trepam a encosta; vida, sentiraeoio., aíTecto, e so-
bre í\táq invenção dciiogenho novo, .arrebatam n' es-
te painel, onde tudo, ^desde a rústica pon)^ até aquel-
le céu puro, dourado#;pelos ratos açafroados do sol poen-
te , é de maravilbofto pincel..
Espadanando a fresca onda do ril)eiro , por entre
hortênsias e. boninas, engraçadamente mergulhados
dois cisnes > alvos coroo, o lyrio , innoeentes como os
rouxinoea# quo pcndedvi dos raminhos tenros, saúdam
o rotnper da aurora ; da cor de rozas , que entreabre
6 botão de rubis , ao orvalho rnsilutíno , está o firma-
Eientoii que ao loage apparece por meio dos festoes ,
c do arvauredo d^ uma primavera deliciosa , como são
as d'e'stli oossa pátria— ré ura florido abril, um per-
petuo matis de '.mH encontrados lavores campesinos
este quadro — rfo. Nascer do Sol — pelo Sr. José Fran^
mco, professor substituto de paizagem: graça, ver-
dade , e certa ingenuídaije do pincel » lhe prestara
um mimo, uma :bieUeza propvia e original,
€onst,a-oos , que. serão cgualmcnte apresentadas na
exposição diy«r»a)s gravuras de buril conhecido e apre-
ciado. Luiz Aagusto Rçhello.
^Q BUXIR I»'AaiO|l||.
Poesia de Félix Romani — Mtmc(f dê IhmieUi.
> 2395 Esta opera com que se abiiu o nosso Iheatro
fm 183i, foi pela quarta vez repetida a 26 do passado,
sem contarmos O/pff^ticio q^e d'ella*>ouvimos. ha pour
f^ç em beneficio dd primeira dama Perelli. Sempre en-
tre nós gostada e applaudida , a sua musica ligeira ,
cantavel epor vezes original, abunda em motivos mu i<
to agradáveis, e alguns trechos de grande mérito. As
operas d*este cunho nunca enfastiam por mais que se-
jam repetidas ; parece-nos até mesmo um dever , fa-
zer ouvir de vez em quando os mais famosos primores
d 'arte dos grandes mestres, nos diíTerentes géneros
em que ellestecm escripto ; assim se pratica em todos
os principaes theatrus : de cem operas novas apenas
haverá uma doestas que não esquecem jamais, e sem-
pre se desejam e sempre agradam.
A actual empresa , que nos tem variado os espectá-
culos, quanto lhe tem sido possível, deu-n9S tam-
bém esta graciosa opera para nos deleitarmos cora a
recordação de seus cómicos lanoes e engraçada musi-
ca. A opera estava mui bem scenada e vestida, e to«
dos os artistas, fizeram esforços por agradar, e quasi
sempre o conseguiram , pnrticularmnnte nos duettos
de soprano e tenor, no 1.° veto, e soprano e baixo
no 2.° OSr, Patemi (Nemorino) convenientemente col-
locado, satisfez com distincção a sua parte cantante,
principalmente na romanza do â.° acto. Também o
coro de soprano d'este mesmo acto foi justamente ap-
plaudido. A orchcstra desempenhou com muito esme-
ro os acompanhamentos d' esta bonita partitura.
Siha LeaL
«SCaO&ÓGZQ ADMZmSTRATlTO.
2396. A 5 de oclubro ultimo faleceu cm Loanda,
o Sr. Carlos Frederico Corrêa de I^acerda , adminis-
trador da alfandega d'aquella cidade^ florente em
annos , em lettras , em virtudes : deixando saudades
vivas n^aquella terra; vivíssimas e indeléveis á sua
iílustre Família e a seus muitos amigos em Lisboa sua
pátria. .
. Acabou em honrada pobreza.
A inveja appressou-sc de lhe fazer o seu elogio fu-*
nebre, pregoando-o de ladrão aus ouvidos de sua. cons-
ternada mãe e irmãos dentro ik)s três. primeiros dias do
encerramento e ndjo: — semeando as suas mentiras i
não fez senão acrisolar , pelo martyrio pósthumo, o
eredito de quem arrojado pela fortuna para o meio
de torrentes de oiro, nem se lembrou de abaixar a
cabeça para beber, e saiu d'eUas mais pobre do que
para iá entrara.
OS SCSMUrOS 3PSR9IDOB.
2307 A ciDAOE do PoKo chegaram , segundo nos
dizem as folhas publicas, duas damas inglezas em
procura, cada uma d'eUas do seu portuguez, — qoe
no tempo da .emigração a tomara por muiher ; e ol
quaes ambo^, depois de tornados á pátria, se haviam
esquecido para sempre do cazamento. Lamentamos a
sorte das duas >pobrc3 victímas da sua boa fé. ; Mas
ignoravam aquellas novas Dido e Ariadue , que ka
boje em dia mais descendentes- de Theaeu e Enéas^
— não no esforço t piedade , mas no fugir, mulheres
do que herdeiros da lealdade do MagrtÇo e doa seus
doze ! I O que vae de eras a eras ! Na de Orlando
iam-se os cavalleiros pelo munda em cata de suas da-*
mas— ^ boje s»aem elias de sua terra ein busca d'elless
triste necessidade a de então, mais triste a de ago*
ra , que assim anda a natureza mais fera de seus ei-
xos. Desde que o sexo , que havi» de seguir e con-
qui^r o outro ,. por(|uç era o mais luctp . «e Unt<>)l
REVISTA UNIVERSAL LISBONENSE.
195
todo na politica , na agiotagem , na ambição e na
arareza » o sexo mais débil , o que a natureza fadou
com as graças para ser buscado e seguido não tem
remédio senão resolver-se a solicitar. Mas fa liando
sisudamente; ^ quem dirá que ás mulheres se está dan-
do na hodierna sociedade européa, a attenção, o res-
peito, nem ainda o aífecto, que indubitavelmente
lhes são devidos ?
O culto feminil, como o culto religioso, ba-de vol-
tar , solemne e magnifico , mas ha-de ser quando as
exagerações fanáticas dos interesses matcriaes e das
liberdades politicas houverem passado. O logarde to-
das outras coisas boas anda boje , e sem que o per-
cebamos , usurpado por estas duas.
MAPPA
Jh$ doentes curados , ou melhorados » e falleeidos no
mez de Agosto de 1843 no Hospital Nacional de Sé
José de Lisboa , peto Sócio effectivo o Sr, A. B^ Rir-
beiro Vianna, cirurgião do mesmo BospiíaL
£398
-
i
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Edades dos Enfer.
i
1
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Nomes das moléstias.
s
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Abscessos. » • . • . ,
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3
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4
6
99
Alienações mentaes
Amauroses
5
Anasarcas
lOt
Aneurismas das artérias. .
Anginas.
2
Apertos d^urethra
Apoplezias
1
18
Ascites
Asthmas
5
Bexiyas
Bronchites
s
Cachexias
5
Cancro na faço. . w
Cholera-morbus
n sporadica ....
Cólicas
1
1
3
Colites
29
Cummoçdes cerebraes. . .
Contusões » ,
3
Cyslites ».
Deslocações do huraero. .
Doenças indeterminadas.
Enterites ^
4
%
Entorses»
Epilcpsias
Erupções cutâneas
Erisipelas
Escarlatinas.
Febres intermillentes. . . .
Febres tyfoidcs
Feridas confusas
n incisas
Fistulas esterooraes
Fieimôes
3
12
1
Fracturas diversas
Furúnculos • .
Fymoses . ..."
Gastrites
4
Somma « legiit. .
6(W
M
t45
17Ô
191
490
117
Nomes das moléstias.
Transporte
Gaslro-encephalites. . . .
t9 enterites
Hemiplegias
Hemoptises
Hemorrhoidas ,
Hepatites
Hérnias
Hydroccis
InilammaçÕes diversas
Lesões do coração . . .
Lumbagos
Mclrites
Myelites
Nephrítes
Ophtalmias
Otites
Panarícios
Paraplegias
Partos
Perilunites
Piciirises < . . . .
PIcurudynias
Pneumonias
Queim-iduras
RelenrÕos d* urina.. . .
Kheumaltsmos
Sarnas. . . »
Scirrho no estômago».
*9 na face
Splenites
Syphilis primiíiva». ..
n secundaria. . . .
Tísica pulmonar
Tumores brancos ....
n enkif tados » .
Typhos
Ulceras
607
1
31
9
2
Somma total.
14
12
16
34|
53
6
1
1
3
99
25
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2
4
8
Edades dos Enfer.
96
5
3
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1
W
3
2
5
£
2
5
£
ti
19
J
2
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1084 164 497 £98
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1
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16
1
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3
29
51
3
99
25
1
13 92
125 921 16a
117
5
. 4
1
I
t
2399 «No coNciLBO de Borba , ao líorfe da v^b
« da mesma denominação , em o sitio do Rocio de ci-'
o ma , terreno concelhio, aonde costumam fazer-se de-
« bulhas de géneros cereaes ^ foi explorada em o an-
«no de 1832 uma mina, da qual se extraiu uma
« amostra de mineral ; e sendo esta ha pouco subíaet-
d tida a ensaio no laboratório chimico da casa da moe-
«da , resultou conhecer-se que o mineral era o sul-
« phureto de chumbo com mistura de outras substan*
«cias, dando pela analyse 76 por cento de chumbo
«de boa qualidade , 11 por ceuto de enxofre . 1 por
«cento de prata , e 12 por cento de cal, íilica eoxi-
« do de ferro. »
Por esta occasíão novamente supplícamos ao nosso^
correspondente de ValHzetos , o Sr. J. M. G. P. se
sirva de dar seguimento á noticia, que em o nos^o
artigo 884 encetou , de uma julgada mina de oiro na
serra da Falhassa, e de que só nos mandou a prime»-
196
REVISTA UNIVERSAL LISBONENSE.
ra amostra , que . por diminuta , não pôde dar resul-
lado seguro ao analysador.
Desejamos egualmenle que algum dos nossos leito-
res , visinhos da praya de Sancta Luzia , nos partici-
pe*, o que lia acerca da mina de carvão, que n*csse
logar se descobriu.
Todos estes factos qualquer que seja a sua impor-
tância i devem ficar archivados a'esle nacional regis-
to de coisas úteis.
A IWFAHTICXDA.
2400 De Braga escrevem aos Poôr^í no Porío que
a ré Maria Joanua , criada do carcereiro « aceusadu
de haver .lançado o seu filho rcccmnascido n'uraa
cloaca, do que veio a morrer; e cujo crime, no
primeiro jury se dera por não provado como dissemos
no artigo 2368 — fora novamente julgada no dia 22
do passado e condemnada a degredo para Africa.
iXcm de edade 18 annos !
KOH PX.ua UKTXLA.
2401 ^PoDEBÀ haver em mulher mais nefando cri-
me que o de matar seu filho? Pôde e ha. Ê ode pro-
hibír-lhe de nascer.
A que sacrifica o fructo de seus amores , depois de
]be haver mostrado a luz , lançou-lhe talvez com a
mão delirante a agua regeneradora sobre a cabeça , e
rio acto , em que presumiu salvar a sua honra , pro-
feriu porventura esta piedosa blasfémia — voa ao céu,
anjo, a implorar o perdão da tua assassina. — Mas por
um acto premeditado, longo e reflectido , ir accom-
melter o seu filho com o ferro ou.com o veneno onde
a natureza o tinha ainda resguardado até d'e]Ia mes-
ma, nas \isinhanças do corarão, cortar-lhe ahi as suas
azas de anjo , fechar-lhe de um só golpe as portas do
céu e da vida!.... parece que já não pôde caber
mais impiedade cm mulher.] Ècabe, e ainda maior e
existe! Esta ao menos, se immolou uma eternidade
alheia , foi ao que a sua insensatez lhe fingiu ser a
sua fama ou o seu socêgo ( ! que soccgo I- \ e que fa-
ma !} : — esta , ao menos , se arrancou uma eternida-
de a outrem e talvez a si , poz cm perigo , « f)6rfgo
horroroso , a sua própria existência sobre a terra !
m^s que diremos de outra que não huma vez , senão
muitas , não por medo .ou vergonha senão por dinhei-
ro , não com ri^sco de sua vida ou detrimento de suas
forças e saúde mas com a imnís vil seguridade « com-
mette e^tes, não só infancidios e matricidios., mas
assassinam entos até do espirito ! ! Diremos que tal
monsUo não existe ; e se existe , não ha ainda nome
nem supplicio inventado para elle. Aão haja embora.
Mas de que existe o monstro, «ão nos deixa duvidar,
o que n'este momento acabamos de ler no P.eriodico
4os Pobres no Porto de 30 de novembro :
A^tHSUS ^ovo.
« Gonsta-nos que nas imxnediaçôesd'esta cidade exis-
cíie uma parteira que tem em casa um açougue nove,
«invenção do progresso. Recebe esta matrona em sua
tf casa mulheres gravidas, cujo parto se pertendo oc-
((cultar, epor meio de um instrumento lhes mala pri-
«mciro as ^reanças , c depois por um banho de agua
«morna lhes promove a extracção da victima assassi-
(ciiiida. Consla-nos que algumas doestas mães misera-
tí yçis ^tcm ^lorrido na operarão , e que outras tem cs-
«capadol!! Se alguma auctoridade se quízcr infor-
amar, dar-Ihe-hemos as informações que temos.»
A zmpuecação punida.
9i02 OsuppoR-SE eíficacia ás pragas é, philosophi*
ca e tbeologicamente fallando, um erro: nos Livros Sao-
ctos apparecem ora as bênçãos , ora as imprecações
realisadas pelo êxito. Mas não devemos ac creditar que
umas e outras houvessem tido egual valimento para
com a Divindade. As bênçãos, como filhas que são
do amor, podem ter tido e ter ainda virtude para at-
trairem bens, que ficão sendo o premio temporal pela
Providencia outorgado ao piedoso sentimento que a&
dictou. fiem fazem por isso as provincías, onde ain«
da se conserva o patriarchal stylo de pedirem os fi-
lhos a seus pães e os pães concederem a seus Olhos
a bençam, ao levantar , ao recolher e na hora amora^
vel da refeição commum da família. Não assim . as
maldições ; o sentimento , que as inspira e formála ,
c o ódio i como poderia a Providencia sanccional-o?
^tornar-se instrumento passivo e cego do sentiracDlo
mais condemnado pelo espirilo e leltra do Christianis-
mo? Logo o que nos Livros Sanctos se figura,^ a leito-
res superficiaes ou maliciosos, execrações contra os ini-
migos de Deus ou do seu povo , não são (e não são
em realidade} mais que prophecias, anuuncios e não
chamamento de males.
O costume de praguejar , aliis condemnado por to-
dos os educadores chrislaos , ou só philosophos , ou só
decentes , manlcm-sc com tudo no povo , onde talvez
ficou transmittido dos pagãos , que attribuiam ás pra-
gas maléfico influxo contra os praguejados , e aígnns
acasos ou coincidências lho dão ainda boje seu credi-
to , perante os espíritos mesquinhos.
Não : a praga nada mais faz do que manifestar a
ignorância grosseira , malignidade e intenção assassi-
na de qnem a solta ; a opinião contraria da recebida
pelos praguentos não seria mais provada que a d*cl-
Ics ; mas seria visivelmente menos reprovável o sup-
por , que a praga poderia colher, como castigo, asev
auctor , e ressurtir do alvo contra quem a disparou;
seria ainda esta uma prcoccupaçilo , mas innocente e
proveitosa, e que podotia em favor seu allegar outros
tantos exemplos pelo menos, eguaes ao seguinte, que
de Gonjoim nos escreve. o nosso honrado e zeloso cor-
respondente, o sr. Bernardo Antwiio Cardi^o Machado;
«No dia 17 de novembro no logar de. Aricera, con-
celho de Armamar , Thieodora , mulher já • de annos ,
não achando hum seu lenço , e attribufndo a furto o
sumiço, de cholérica e vingativa exclamou, vociferan-
do, que ahrazada fosse a caza onde elle esíávc^. -— A.
noite foi seroar com outras em poisada alheia- Lá tão
carregado somno a tomou, que , .despedidas e apar-
tadas as demais , se ficou só dormindo pela noite fo-
ra sem quebra, até que o sol nado a recordou , e a
aviou para a sua esquecida habitação ; chegada ja
perto , no Jogar d'clla descobre um montão de cia-
zas; havendo-lhe , não se sabe como , pegado o fogo
emquanto cHa dormia regalada , c não sendo a tempo
sentido da visinhança para se lhe accudir, as cbam**
tinham feito , sem que nini^uem lh'a embargasse , a
sua providencial execução até ao caho. O mal agoira-
do lenço, averiguou-se depois que estava na própria ca-
za mcllidò , sem n'o ella saber , dentro em buma sua
caixa f «ndc per^çéf a com tudo mais. » . .
REVISTA UNIVERSAL LISBONENSE.
197
EXPEDIENTE.
A diftríbniçlo começa hoje , qQÍnta*feira , ás 10 horas da
tt«jihfl« Aos Srs. , que , o mais tardar^ quatro horas depois
v3o teaham recebido, ro^a-«e o obsequio de o participarem no
escripterio da Revista Universal Lisbonknsb, ruados Fan-
queiros ».• 82 — 1/ andar, para se providenciar.
— II—
^CMflíCIMENTOS ÚTEIS.,
IêLSPTmEXÒIBM HZ<»ÍNZOAS X VO&ZCZAXS SO-
BAS O OAFÍ B o XJKZTEy QVB 8B VBV-
BBMC Sf JL CIBAJUB.
â493 Com razão , c acertadíssimo critério , disse
o Sr. Isidoro José Gotiçalves , no artigo 2Si60 da Re-
msta , qii6 a policia medica estava ainda muito atra-
sada entre nós. Talvez por modéstia não dissesse an-
t«8 f que não havia tal pdicU^ Não devemos , porém ,
descer a especialidades, que podem ser tidas por does-
tos indecentes ; coisa tão alhcfia de nesso génio c cha-
racter.
O que elle refere, é lastimoso; pede promptas
providencias o abuso de se venderem, sem minuciosas
precauções , as substancias mais damnosas , c que a
immoraUdade de alguns indivíduos torna instrtímen^
tos de morte, a tx)dos os momentos, como desgraçada-
mente estamos vendo pelas publicações periódicas.
Os mesmos donos e directores de laboratórios chi-
Biicos e pharmaceoticos , podem ser enganados pelo
oso e costume de se prestarem a certos pedido» , de-
baixo de formas adoptadas , o que a maliciar , sempre
ing9!ibos«, pôde facilmente imitar. Esperamos que
lobre etta matéria não deixarão as auctoridades de
jprovidenciar e muito breve ; mais vai tarde que nun-
ca ; como vimos relativamente aos arcos. Gondemna-
/am-se a final aquelles homickfaa impuues : por muito
tempo se haviam desallendido, a seu respeito, os clamo-
res da humanidade e da razão; chegou o momento, em
im ; uns e outros foram escutados ; c o redactor da
Revista adquiriu , por seus esforços sobre aqucllc ob-
jecto, novos títulos á nossa gratidão. Experiência bem
funesta demonstrou, que uma tentativa audaciosa ain-
da podia lomhàT da tomada providencia , mas pgual^
mente indicou o meio de o remediar , o que efecti-
vamente se fez ; e as frequentes e desastrosas catas-
Irophes pararam de todo. Verdade é que uma vez
desorientada a nossa razão , e determin<ido quajquer
tt suicidar-^e , sempre se lhe deparam meios ; a i mar-
gem porém de um tal despenho, e a certesa de uma
morte prompta o infállivel , estava sempre mui pre-
sente, c ternava mais aceessivel tão dcftgraçada expe-
dição. O mesmo beneficio que tão facilmente se £ez.,
por este lado, á humanidade e á moral, se pode pra-
ticar com mais ou menos diíiiculdadc a respeito dos
prejuisos enunciados.
Nio desejo, Sr. Redactor, abusar da sna obsequio-
sa indulgência , mas peço vénia para aproveitar a oc-
easíão , e dizer algumas paUvras sobre dois objectos ,
eoja matéria me é tão grata como a leitura da Revit^
ta
£' bem sabido o grande consumo que n^esta capi-
tal se dá ao leite e ao café ; já separados, já unidos :
houve quom dissesse que o segundo era o vijQho
dos homens de bem : parcce-nos que tiofaíi razão ; aior
DEZKUBUO •— 14—1843.
da quo houve também quem dissesse d'el!e. bas-
tante mal. A similhantcs opiniões, e Ião discçrdcs
sentenças costumo eu redarguir com o dicto do
apostolo : — ^ unusqiUsque in svo senm abundai,, — ■-
Mas não é este o meu ponto ; o que pertendo é que
se adopte algum expediente policial, para não conti-
nuarmos a ser enganados , roubados , e prejudicados
em nossa saúde, por grande parte dos que negoceiam
cm café e em leite.
Quanto ao leite , depende a sua boa qualidade do
alimento dos animaes , e a cada um determina a na-
turesa o que lhe é mais conveniente. — Por via de
regra são as plantas gramíneas as preferíveis, estas abun-
dando em princípios saccarinos e amiláceos,, dão aos ma-
míferos uma nutrição sadia, e subcarregada dos mesmos
elementos: vindo o leite, que se segrega nas glândulas
mamarias das fêmeas, a ser um liquido importante para
os nossos usos, e que mais se demonstra profícuo em ser o
de que primeiro nos sustentamos. Esle trafico, porém»
empreendido ordinariamente por pessoas de poucos
teres * necessariamente havia de apresentar suas ano-
malias. Couves , cascas de favas , de hervilhas , etc.
etc. , são por toda a parte , e no tempo próprio , pro-
curadas para mantença dos pobres quadrúpedes , ac-
crescentando-se a esta pitança mesquinha e imprópria
a beberagem da semea salgada. /, Que é o resultado?
Animaes magros e doentios , leite fraco , chilro e in-
salubre , que até ás vezes causa sedefS insoffrivcis.
Accresce ainda o mugirem para a venda o leite das fê-
meas prenhes , contra o que usamos para com nossos
filhos , que os não deixamos mamar em ama grávida.
Talvez que seja de tudo isto, que procedera os' incom-
modos qúe alguns estômagos experimentam com o uso
de uma substancia aliás *tao salutar.
^ Que diremos do leite das bilhas? Ê quasi todo-
agua t sem que se coafctc Um abuso, e um roubo tão
frequente , público e descarado. O caso parece diffi-
cultoso, porém a diligencia é mãe da boa ventura. A
tal respeito (<') chamou já aattenção das auctoridades
um digno pharroaceutíco d'e5ta corte , nosso amigo e
collega, oSr. P^dro Ferreira Norberto, em ura artigo
por este Sr. tradusido dos annaes das sciencias e da»
artes, e inserto no jornal da Sociedade Pharmaceuti-
ca, segundo volume^ paginas 30. N^esse artigo se
mencioham as experiências, e estudos que fez sobre a-
nflateria o sábio Davi , ensaiando , mesmo na presença
^das auctoridades de Cork, um instrumento por elie
inventado/ e que denominou — hetometro. A mais fe-
liz consequência coroou suas fadigas. O instrumento é
simples, fácil a sua appiicação, e evidentes os seuS'
resultados. Conheee-se a mínima fraude , a mínima
mist^ira de agua no leite.
i*?o òafé também há grandes abnsos. Ainda quando'
é bom , noslumam a-torral-o mal por não saberem. O
lume de mais fal-o em carvão, dando-lhe um sabor pi-^.
cante e desagradável ; mas este é o menor defeito ;
quê é voz constante que lhe ajuntam diversos legu-
me!^, e já talvez damnificad<)s, para lhe augmcntarcm
(«) Acerca dos inconvenientes do mau leite, e daobrijaça©
apertada qud á puliaia corre de olhar por issu, j:^ o.uosso jor*
nal tractou n« artigo £80; ede um instrumenlo para facilB(ien-
te se conhecerem as suas falsificações no atiI^u 74. Melhgr
ventura dâ.Deus a«ste do Sr. Telles do <iw tiveram at« hoja
,08 oiUros dois. .. >
17 tOL.iii. sEauii;
198
REVISTA UNIVERSAIi LISBONENSE.
O pèsG. Sc assim é, ahi temos uma lograçao, uh^ rou-
bo, c ura estrago na saúde. Um homem da mais sã
momi , conheço cu, caixeiro n*uraa loja, que enlrc
outros gcnoros vendia tamhcm café ; em uma occasião
ncgou-sc ellc a vender de um que lUc mandara seu
patrão , só porque a lala pesava muito mai9 do que
haveria de pesar a ser de cafó estreme.
Outra prática se tem inlrodusido talvez nociva á
saúde; a sahor: associarem ao cafó, nos botequins.,
assucar queimado, para lhe dar mais corpo, c tor-
iial-o wm tanto mais. amargo. Ao^ clinicos perten-
ce determinar o& clTeitos que uma substancia decom-
posta , fortemente carbonisada e impy reumática , po-
de occasionar na economia digestiva.
Eu aponto os factos , que no caso do s^rem outros
tantos abusos, podem e devem ser corrigidos cemcn-
(iados. Vendam muito embora os géneros por um pre-
ço mais subido , porém sejam genuinos c bons. £x-
tirpe-se por um.a vez a prática das falsificações^
Lisboa 13 de novembro de 18i3.
H^rique José tíe Sousa TelUi*
CXiARZi-ZCAÇÃO ]>0 4iS|SUCAn.
2404 Del-se por acabada a discussão da existcn'-
tencia do veneno quotidiano, por se achar completarafn-
le provado pelos Ires artigos insertos na sua iiiteressautc
Scvista , que nos ossos não existia qualidade veneno-
sa (e SC cxiíttese, que bcUo achado para a camará mu-
nicipal de Lisboa acabar com a vadiagem canina, sem
gastar vinlém), Sada mais direi a este respeito, se
não que muito estimo que se poupem os ovos na cla-
rificação do assucar , pois que Itindo elles tão boas
applicaçõcs alimentares^ devemos poupal-os^ apro-
\eitando-nos e servindo-nos do bello descobrimento de
I-owit? (*) que noa facilita outros meios para a clarifi-
ção do assucar ;•— para o que eu lembrava aos nossos
confeiteiros e refinadores , o seguinte fitro „ que tem
já grande e vantajoso uso cm França , porque desco-
rando completamente o assucar. lhe não dá gosto
desagradável , e o fai render mais.
Ê o filtro de Dumont uma cai«a de pdu^ , que tem
a forma de pyramide quadrangular truncada , forrada
InterioFOiente de cobre estanhado (ou zinco) , que pó-«
do ser coberta com uma tampa também forrada de co»
hre estanhado ; tendo uma torneira na sua parede la^
teral , ao nivel mesmo do fundo. O fi^ltro compreende
ainda mais duas peças , que são um pequeno diafreg^
ma com buracos e coberto com um panno »aIo; tem
quatro pés que o sustentam algumas polegadas acima
do ftindo do filtro , e um segundo diafragma muito
maior , e tombem com buracos. Ao longo da cai^La
elcva-se um pequeno tubo de cobre« que principia do
fundo , e chega i parte superior. Serve para que o
ar saia com facilidade > e nã.o r.esisia á descida do li-
quido.
Quando se arêa , ferve-se o assucar de caixa €mx
agua ; e^ quando está chegada ao ponto , ainda em
calda, é que se filtra. Para isso coUoça-se o pequeâo.
diafragma no fundo da caixa, e lançasse por cima car-
rão animal em pó grosso ^ humedecido com a sexta
(•) O primeiro que de«cobri« a propriednd© Uescoloraule
no carvão foi LowUs; depois Fiçiiier^ de Montpellicr^ observou
qne o carvRo animal goMira d*esla propriedade em gníu mais
considerável , e descobriu mais que a propriedade dcscóranle
letidia principaiiAoiite ao carvão azotíMdu muito dirididw.
parla do seu peso d'agua? cobre-se com elle todo o
interior do filtro; alisíHSc a sua superfície, e põe-se
por cima o segundo diafragma. Deita-se então a calda
pela parte superior , e espera-so que s^iia branca , re»
geitando ou fozcndo passar novamente a primeira por-
ção filtrada.
Este filtro é excellenlè , porque descdra e purifica
totalmente o assucar , e não lhe dá gosto desagrada^
vel , que tomam qnasi sempre os que são^ aquecidos
com a mistura do carvão-, porém deve notar-se que
todo o carvão para este uso deve ter sido primeira-
mente misturado; com duas vezes o smi pâso de acida
chlorhydrico • que vulgarmente so chama, ospíritodt^
sal marinho , e depois lavado, com agua a ferver ». ^
secca depois.
Alhandra 2 do dezembro do 1843^
Lazaro Joaquim de Sou;sa Penira^
A CARTA, seguinte , dirigida ao redaoU>r do iutores*
santo jornal Angrense, foi nos mandada, por copia,
pelo nosso illustre e muito particular amigo o $r. D.
(t« Lara de Andrade , administrador da Alfandega de
Setúbal , com a louvável rccommendaçâo de a pnbli*
carmos ; afim , não só de reivindicarmos ao Sr..Dab*
ney , perante os que não teem a fortuna de o conhe<^
cer, um credito, que inimigos, ou mais propriameiH
te invejosos r procuraram olTuscar-lUe , — mas egual-
mentc do ajudarmos com este novo ittccntiyo o cresci-»
menta, em que tanto nos havemos cn^penbado,. dacul*
tura da seda em Portugal c suas possessões. Ê para
nós uma bem feliz conjunctura^ a que nos proporciona
fazer assim, ao mesmo tempo» um bom serviço ao pu-
blico , uma justiça a um estrangeiro benemérito da
nossa icri:a, e a vontade a um honrado amigo » d^èlle-
e nosso.
O BICHO sssxnviDoa so voho c&saboiu
2405 o NUifEio 34o do sou utilissimo periodica^
r tendo^me sido remettido por um amigo^ tenho a salrs*
facão de dirigir esta a V. para lhe assovcrax quant»
sousensivcl ás lisongci ias expressões c^m queV. acon)"*^
; panhou o meu nome no artigo intitulado. « Devorista
das Larangeiras noFãyiil» cnão obstante que Y. não
me imputou culpa , antes me fez justiça ^ recoubecfD-
do os meus esforços paza melhorar asorte de um pais
que tanto me interessa e em ^uja prospcridaije a mi*
nha própria está tão intimamente identificada , con
tudo , nãa posso consentir que sem fundamento recaia
sobre mim a introducção de uma coisa que actualmen-
te é considerada como um flagello. A appariccão doa
apbides da espécie que tem ataeado as arvores ác espi-
nho, data de 1&37 ou38-^e a minha convieção équa
c-omeçaram ouna quinta do Sr.. Arriaga ou na do Sr..
Ribeiro, porque quando realizarmos a sua natuceza
destruidora , os estragos apparccerâo em maior grau
n'aquelles lognres. A primeira arvore que fui atacada
nas minhas propriedades foi uma larengeira juncto á
parede do norte, na minha quiiUa da Canada do Balia-
^go e amais, próxima aos logares já mencionados c em
sitio em que se não tinha introduzido planta alguma
havia mais do oito annos : — assim que se descobriu o
estado da arvore, apez;ir de est;tr ainda com todo o vi-
gor mandei-a cortar e queimar no mesmo sitio. Em 1839,
íiz uma vizita aos £slado»^lJuidos, e quando voltei acb^i
REVISTA UNIVERSAL USBOTsENSE.
199
varias arvores, laratigeíras , limoeiros, inficcionadas
com o tal insecto o desde aquelle tempo até o verão
{>assado, tive um ranciío nunca menos de quatro homens
empregados em alimpar e applicar as diíTcrentcs ex-
periências que tei>ho feito; experimentei cai, azeito,
leMicofre applicado iutcriormculo, espirito do tcnbinti-
na , fumigações de alcatrão , archotes queimados á
noitinha para os destruir no estado de mosca, barreia
oom sabão, salmoira. e finalmente as fezes ou pé de
azeite, que tem sido i^efinado com potassa e acido sul-
fúrico.— £slae qltimo e o menos despendioso é o mais
tSCiCãz; uma libra dissolvida em oito canadas de agua
doqe , applicado com uma seringa com cano grosso e'
um ralador aa ponta, ou por meio de pannos ensopa-
dos; a grande diflíicuklade c fazer chegar o liquido
a todas as partes inficcionadas , e para maior scguran-
4; a tenho feito corUiros ramos.
JKa ilha do Pico esle insecto ó conhecido ha mais
tempo, o que casualmente soube por ter encontrado umas
maçãs, ha três ou quatro a nnos com alguns aphides
da mesma cspocíe, c fazendo algumas indagações dis-
3eram-mc que não era novidade.
Tendo reflectido muito sobro a origem d' estes inse-
ctos n'esta Ilha porque des<ie oanoo do 1828, não cons-
ta de se ter introduzido- nenhuma exótica, nem mesmo
#utra qualquer planta n*aqaeUa visinfaança ; estou
disposto a acreditar que a sua origem (bi espontânea,
eíTeito de muito viço , abafo e estrume , porque sabe-
mos que combinações de similhante natureza produ-
lem anima leu los. ou animalejos em corpos animados ;
o nome vulgar é Piolho da casca , e quem sabe se
o nome é derivado da analogia: da sua producção? Te-
nho feito um raciocínio relativo a ostc chamado flagello
e tenho derivado muita consolação da convicção de que
80 as larangciras não fossem deslruidas d'e&ta maneira,
em poucos annos os proprietários serian obrigadas a
cortalnis, por não ter quem lhe comprasse ofructo:sa-
hcrSQ que a producção excede ao consumo e quando
isto acontece não pode haver, pela continuação, um pre-
ço remunerador ; quanto a mim. tenho sofTrido um gran-
de prejuízo (apparentemente) pela destruição das mi-
nhas quintas , qiie , tanto mo custaram : porém consi-
derando do lado do interesse estou muito satisfeito, co-
mo tenho feito ver a alguns dos meus amigos, que la-
• nentaram esta chamada calamidade. — Ás ve^es nomeio
da desolação apparece a intervenção de uma Providen-
cia benéfica para o amparo e consolação dos homens :
assim acontece n'este caso com a introducção da Mo-
ras multicaulis (amoreira da China); e considero a maior
gloria da minha vida o ter sidooorgam da sua intro-
ducção. £m Janeiro passado fez três annos que eci im^
iportei duas mii plantas : estas foram multiplicadas de
maneira qné o anno passado c este distribuí gratuita-
mente alem de quatorze mil plantas, e tenho muitos
prédios cobertos com esta manancial de riqueza. -— Os
iodares occupados pelas iarangeiras são admiravelmen-
le adaptados á cultura das amoreiras, \ e quanto mais
vaningcm offerece este ramo tanto pela sua • solidez,
€omo peio aiigmento do valor I — Nenhum paiz pode ser
pobre onde prospera esta arvore benéfica, a não
ser pela inércia de seus habitantes. — í<e a experiência
4e trcs annos me pode servir para deduzir uma con-
clusão acertada, declaro que não conheço um clima
laais adaptado á cultura da morus multicaulis e ú
êrcaçâo dos bichos de seda : — alguma seda feita- em
rainha casa o anno passado foi submcttida á inspecção
de inlcndetlores na cidade de Boston (Estados-Unidos)
e foi pronunciada de excèllcntc qualidade. Por tanlo ,
como a arvore sendo abrigada dos ventos, se dá aqui
muito bem, os bichos que cu introduzi o anno passa-
do dão-se aqui optimamente, não tendo morrido a quiur
. quagesima parto da proporção, que costuma morrer na
Itália , e que a seda é da boa qualidade, ^ que duvida
pódc haver que este é o maior manancial de riqueza
que se pódc ollerecer a um paiz tão, admiravclmeute
adaptado pela natureza para o aproveitar? Não. apre-
sento a V. as estimativas dqs benefícios quo se podem
tirar d'estc ramo de industria, porque os mais módi-
cos paireccm fabulosos : direi somente quo um alqueire
de campo podo produzir doze mil libras de folhas : dáo^
so duas mil paradisperdicios ílcaxa dez mil, que á ra-
zão de cem libras, do folhas para uma de seda fazem,
cem libras de seda 1 O tractamento do bicho é tã*
simples que um auctor inteliigenlc diz , quo a me«
tadc do trabalho da creação do bicho consiste na apa-
nhadura da folha :.e como o trabalho 4e ap<i^nhar a folha
da morus multicaulis ó so a terça parte do traba-
lho que se qmprcgava na. colheita da folha da morus
alba; ninguém se assustará com o trabalho necesfarit
para o feliz êxito d'eslc interessante emprego.
Tenho o fermento (80 stté 100,000 bichos) de um e^*
tabelecimento para a Areação.dos bichos debaixo de
um systema regular ; e para o anno espero icr milhões
de trit)utarios,'0 que será omplhor argumento paracun-*
vencer alguns dos meus amigos, que menos cnthusias^
mo tem do que eu.
1)0 bicho destruidor pasi^ei ao bicho creador na espe^
rança, que com a coadjuvação de V. e outros intelli-
gentes c enérgicos amantes da Pátria , se dará um im-
pulso á cultura da Morus Multicaulis. Pelo ultimo
navio dos Estados-Unidos recebi um oilicio do gover-
no, pedindo informações relativas a um bicho (que
supponho idêntico com aquelle que catemos,} quee»-
tá destruindo os pomares de Iarangeiras na Florida*
Também me constou que na Ilha de Cuba ellestccm fei-
to grandes estragos. — Com muita consideração tenho
a honra de ser de V»
Horta 19 de junho de 1843«
Carlos G, Ddbney.
US8VOSTA ÁB aSFUBXSxS BO piASilQ ]>•
OOTXAHO N."" 263 SOBRS B8TAABAS £
GAAROS*
3406 AcKADKCCNiK) {*) ao Diário do.Gqvemo a inscr-*
^9o ^o^tíigO sobre eãtradas e can'os, que se acha na ile-*
vista Universal Lisbonense n.^ 10, não posso deixar do
responder ás doctrinas do diarista se bem que cm geral,
já estão previoidas e respondidas no artigo meocionih-
do ; é objecto da maior considerarão ; merece de ser
esclarecido por todos os lados.
Povos rudes , aíTcrrados a manhas ruins são de
comparar a filhos mal creados, que não admittem
nem conselhos , nem razoes , nem ameaças , para se
emeodarem dos seus defeitos; e grande 4rro comme-
(») A rcd^Msçao da Revista Universal LisboBcnie fi^cadece c^ual-*
mente á do Diário do Qoveniõ, e muito mais llie af^radeceria,
ee elle tomando o artigo da nossa folha, houvesse tido a bonda*
de de o declarar d'ôude o tomaVa. O Diário do Governo dctU
ainda mais que os outros periódicos dor 9 çxçinpld dtp «scrupv*
loio mp9ilii Áfuopriedáde UtUiralja.
17 •
mumsmm
200
REVISTA UNIVERSAL LISBONENSE.
tem os pacs » se ainda lhes disculpam as pcrrices e
caprichos , forliflcando-H)S na sua obstinação por uma
mal intendida condescendência , creando doesta ma-
neira filhos sem obediência e sujeição, capazes de lhes
causarem os maiores desgostos no futuro. — O mesnao
succedc com acrcação dos povos — pois nada secoiíse-
gue d'elles senão pelo rigor de leis justas. — O gran-
de programma em todos os estados europeus sio actual-
mente — as estradas. — Este prograoima tem sido lam-
bera ha pouco reconhecido em Portugal pelo gover-
no, e pelos representantes da nação, coma objecto éo
primeira necessidade , ikias falta ainda afastar muitos
obstáculos para o pôr em execução ; e certamente nío
é um dos menores para ter estradas boas, e mais ba-
ratas , a conservação dos endiabrados carros, que são
as meninas dos olhos dos carreiros , que os não lar-
gam nem por suasóriaS; nem com promessas de prémios,
nem por exemplos palpáveis e visíveis. E não obstan-
te que mais de duzentos milhões de europeus ha sécu-
los já desprezaram estes carros primitivos, pondo me-
lhores no seu logar, estão três milhões d*ellcs no can-
to Occidental da Europa e outros tantos no canto orien-
tal teimosos em conserval-os ; servindo d 'esta manei-
ra de escarneo a todos os estrangeiros; detaes carros
Jevam elles modelos .*^ e como obfectos de curiosidade
e amostras dos progroisoê^ da eivilisação portuguesa e
turca os depositam nos seus museus* etd perpetuam
Tcimemoriam, Ainda ^ue não fosse pela utilidadis pti^
blicá , já ha muito que por vergonha não deviam ser
tolerados — 2 ^ aií^da ha quem os proteja !
O Diário do Governo zh^m^. violência inàudUa oobri-
•garera-se os carrcií^ a emendarei» estes viciosos ins-
trumentos; não reflectindo em que o toleral-os é ain-
da robilo maior violtncia fcHa »o publico em g^ral ,
porque assim se concede aos carreiros um privilegio
exclusivo fará estragarem as estradas , feittis á eusta
do publico; ; não será mais inaudita violência:, que
haja o povo de pagar mais caro o f^zimento e conser-
vação das estradas , só 'por capricho des carreiros e
condescendência do governo?
A asserção de que rodas krgas nSo podem transitar
por onde ha regos fundos nas estradas, é tanto contra
a theoria como contra a pratica. E*' impossível que uma
roda larga de 4 polegadas caiba n'um rego fundo de
uma e meia até duas polegadas de largura , i e que
smcccde então? a eiperieneia o mostra a cada passo:
a roda larga passa por cima do rêgo estreito- e 1)em
longe de se lhe difficultar a passagem , pelo contra-
rio procederá com mais facilidade , que um c«rro de
rodas estreitas» que se arrastam pelo fundo dos regos
com atritos por todos os lados^.
Achar-se desnecessário usar de rtgor contra os car-
reiros, por existir ura verdadeiro penhor no tributo da
capitação que cada um tem de pagar , e que ha-de
despertar o natural sentimento dos carreiros, de con-
«ervar e zelar o friieto do seu sacrificío melhorando
os sens carros, éun>a doctrina ou um pensamento phi-
Josophico, cuja verdade ninguém negaria se estivésse-
mos n'um mundo perfeito ou n'uma utopia; mas por
desgraça mostra o mundo em que estamos, que agen-
te rude e sem civilisação, radicada nos costumes preada-
miticos , não descerre tão philosophica mente : c asna
lógica é de todo o ponto outra como se averigua em
lidando com esta gente.
files dizem, coinajá a T«imQUvia|Oi: «Querem
que paguemos tributo pelas estradas; além d 'isso que-
rem também que paguemos o direito nas barreiras das
estradas, para a conservação d'ellas — portanto temes
o direito de andar nas estradas <com os nossos carros
como os nossos pães e avós os usaram ; se estragamos
as estradas , por isso pagamos o nosso dinheiro nas
barreiras, para se concertarem outra vez.»
Mas deixemos agora a questão das rodas e apresen-
temos um facto demonstrativo da diíferença de des-
pesas da conservação de estradas , em caminho fre-
quentado nos carros de transporte com rodas estreita»
e fixas nos eixos ; e em estrada frequentada somente
nos carros de rodas largas e moveis sobre eixos.
E' conta tirada do livro da& despesas de três annoscon^
secutivos.
Falíamos da estrada macadamísada que leva do logar
de S. Pedro para o palácio e quinta da Pena ,. que tem
o comprimento de 600 braças. As duas terças partes
fora da quinta são frequentadas pelos carros com ra-
das estreitas e eortantes, até um ponto onde estes car-
ros descarregara os materiacs, e d 'onde estes são con-
duzidos pelos carros de rodas largas e moveis até ao
alto do palácio. Na parte primeira da estrada andaef-
fectivamente occupado lodo o anno, em concertos un
trabalb»dor , e muitas vezes é necessário ser aju-
dado por muitos , de sorte que nos trcs annos con-
secutivos custaram estes concertos e a conservação do
pedaço de 400 braças de estrada a90^^0Qa , ou por
anno 130^000 réis. As despezas da conservação da
outra terça parto da estrada devia ser proporcionada
á das- primeiras duas terças partes , pelo motivo de
pas^r por ella o mesmo peso de maicriaes , portanto
a despeza devia ser nos U:e& annos 130^000 réis : mas
achamos , que não importa em mais do âl^jfOOO réis,
ou oito mil réis^ per anno.
Eis-aqui um documento irrefragavel das grandes van«
tagens das rodas, largas i e dos prejuízos causados pe-
lai estreitas. Argumentando d'este facto para as de»-
pezas da conservação de uma légua (2500 braças) de
via publica, frequentada por cacros de rodas estreitas
vemos que à conéervação nio custará menos de 800|^
réit por anno, emquantoa. sua de»p«aa. não passaria
de cem mil réis se unicamente fosse trilhada por cat^
ros com rodas largas e moveis nos eixos. Portanto só
na& quatro kguasda estrada de Cintra diminuiriam a»*
Bualmente a» despezas â:800jjf000 réis.
A' vista d 'esta demonstração o sábio governo de S.
Magestade não deixará de remediar estes males , por
uma deliberação enérgica ; pois repetimos e mil vezes
repetiremos , que Pcirtugal não terá^estradas boas em»
quanto forem tolerados similhantes carros , por eantem-
plações mal intendidas com os carreiros ;. prefe-
rindo»se o bem de u»s poueos ao t>em geral da nai^
ção.
A camará municipal de Lisboa , abrí«r o exemplo d«
não consentir carros de rodas estreitas, e merecen
por isso os maiores louvores^; ^poderia o governo de Sw
Magestade fazer menos?
Barão á*E$clwoe§t*
OABSI.KOS ZMPHOTIftAVQS.
â407 Entre os annuncios parisienses achamos eè«
te , que não sabemos, se porventura será também im«
provisado como tantos outros , mas que todavif poi
uma sua clausula já parece que o iião será.
..j-a L i..
L-^ . 'í^ IHJMI
RB¥IãíT4):tlí^YIi»âÂ:L; iLISB09ir£]VSE.
201
. MÁS p454^9) qu9^i4AvMM6f9m.4a^fficack,:dA ngMii
«chimica deM. Lob, dístincto cbiinico (la AUemaaba,:
«p^a Ífk7.tXnm^9fifit os cabdlps, ai^.doía mexes > /fité
«nas, cftbeçaax^jiTfi^ ha jqq^»';^^ .vialo -annos,,; |)^ei|i
«•^ter esU agup, grátis > ajusia^dxwsQ, com t»do oprer
aiç(» q^e..dA|)ioi^.bâ(MÍe pagar op €^s(>',unicafOi9n^e^t já.
•rsé'Sal)fi« «de ter o re^nc^^iu pi>òduzi(iq:,0/ Srep efl($itg^
ffiís çabeilo^ di»íjií«ft,para logp . ijcroajr eínào. ^e tor-
^.nam a i^Mer br<^njQos;..aâ gares fas seye^Àem por cia*
«CO ou d«z francas jSiegundo o. seu tamaaho, eoiiCaza
do ínTeiitor, .galerifi Fíricíífif,.»,' IJ.»
1
' DIOGO B£ SAXy^ Í>'Alçrà
1^ DE DEZEMBRO OE 1660. . , ' ,
24^8 IIa faiivilias onde as ,sçienc,i.is c ás Telíras
parece que andam vinculada^, tí i^*estc nosso Portu-
gal Icem florpcido não poucas. . .\'\ , ' \
Paiva d' Andrade pertence, .Ç^P^ t<*^^s os lídos sa-
bem , a'uma' d|essas famíUas préílcstúiadas. Fui dos
nossos bons escriplores. dó século XVI , profundo phi-
losopho, elegante poelà , hjuj Tçrsado. nas antiguida-
des, sobre o que Dublicou um curioso livro.
Escreveu porém oúíro', err^ giie se contem advertên-
cias muito inípi/itantcs para vir er em bs,caMdos emquie^
iação e contentamento. Seu titulo é — O CasamenfoPer^
feito. . \ ,|" ". ' '■
Éhoje oanniversario do passamento d*este nosso bom
clássico^ e como qiíer que ó pcdir-Ihe suíTrágios por
iilmà , teria seus riscos — lembramos, para horira de
súsk meaiorla^ tpié se leia e medite este bello^ philo-
«opbícò f c assim mesmo gracioso livro í (fue assas de
urgiencia andaahi nas familias, dos .conselhos e dou-
Iri nação que elle ministra. ' ' '
Tem. esta obra , a)ém dos méritos próprios, quatro
fiadores Ião al>»hados c competentes ,".9uc a accredí-
lám graíidemente. À saber — D. trançisco Manuel,
Manuel dç Sousa Coutinho (o nosso' gjraiide Fr. ,Luiz
de Soiisa) Francisca àè Sá dç Àlenezes e Pradiquê da
Câmara , cada quaj em um s^i^neto que reem S frente
do Casaniehto Perfeito, [ SUmT^tiio, , .
•" '' TinÉkviò 'D£ ' UMA ;iÀ'tiflrCElA.' '••■'-'.
2it)9 E^ vnA,ia^ h^}\ás ^)9^hãs,^.q^p.tá(;^ lindas ,
e CQutijiuadasifQra;!!, aos prjn.cjpioSr,(j;/e.stfi ,ii}e2 de no-
Yeiq^ro^. emp)re,çpdi. çftin, outro ^n^i/<o 1^9^^ djgrq^o
iUivial ao . loogo do .nq^ú , íormo^pA^jo,, sçg^JDÇ^o-lhc
a n^arge.m dq. noite. . ,11 m. poifqo aciio«ij;(lf .antigV.Li^-
boa e notando o lado fronteiro , â vastidão do, rio j^al
.estremada pçM' ip,«Í9,,$piRÍ^ra,,4.^.^arii^lia„ tqM^. ^i^nas
ao Ipngç-jçe dl>is^;^ sçp^fj^tfjil^ocpaptqí Á^^
aquaMcji»,.,quc a<jc;ÍÍ>v^j çj^ y^J^i^ (j^J^vjsSA Jjgpira
embar/cação , e..npS|^dY.erjii,'^tji jcop^ s^us . gr^soqs , .íija
jprQceIIa,..quç^ í^ jpela ,tard^. 90^ lom9iVvinadyei;ti4os ; «;
gradual .de^appari^p do^ mastros do^^vio^ sujrjki.s^nai
iQui^yrp^tric^ esta çâç : d a^ alfandega ,, e.quQ s^ nos
í^in çspqãdi^^s/p^l^j^ mopte.s dP Q^s^ll^, e de. ;Sáo-
>^cpnte,,..ppE. r«/^^^ji\^'p\ Oj .^fipç^^^ ui^a Içirga:
viagem,, jao dí^pf.djr. d^^tenra, , ,.\ . •
. Nei jO meu çpTOpapt^iro ij,cm eiufpfawos estranhos
ás scenas.quc.pi^r.aiuellà iCórm^, .{e iu>q, então simu-
lavain. li por; mais á& tipaa vez havíamos eKperimea-r
tado Qg^ande mar, eiaesmo percebido o aspecto á9
naufrágio. Sobxt « quo tínhamos passado em taes mo?
mentos de jinquieta. incerteza > e do ooiitras.te , què
n>iq tiella, pacifijca: hora . ianif>s gozaado , praticavami s
em doliciosia segurança í .quando uma.> nuvem alva.-
ç«i^tat :ligeirai»eaifli. oria4a.de escuro r nos fez desr
CQnAiaj:;;um íUq(0i, da,.amesi(lad.ê quç ato eotâo hayía*
mos disfructado. Se no mar são rapidamente sensiveús
ast.variaicões, da.athniosféra,; veloses sao ppr egual as
transiçõesc-moraes^ Assim» a grandeza do. mesmo Deus
s^ aos aUirevela^ ora na vastidão das aguas adorme-
cidas » ^ ç^pelhando o Céu , cuja cerúlea cúpula lá
pia.rece, comsigo, e ii^sensivelmente confundir: ora»
quando .ludíbrio de. desencadeados, e furiosos vontos»
so^,.uma,ahobeda aç(ialada» e. espessa de carregadas
i)U.vens., nos rparcce.que as ondas , terrivel , mas nni-
fonaemeiUe. levantadas» perteudem contra elja esmar
gar o frágil baixel , a que vamos coníiadoj. Na j^ro-
pria ei(&ergia d' estes. quadros da natureza, na mesmlt
vÀdedade de, fortuna , que se yívc , e se arrasta aop
breo. mar , c quQ se contrae -essa audácia , e inder
pendência, que distinguem, o nauta. O meu coração
pa^rec? dilatar-se, e como que. nívelar*sc i altura d^esr
sais raaraxilbss ^ cd*esâ^ grandioso , quando tenho na^-
vegadoes^e vasto pclágO(};a0guram-se-mc ampliadas as
idéas de índeppndeuqia, quando me liberto d 'essas
ruas tortqosas dos pp;voadps ; da altura dos ediOcios^
.que IDO cedan|);pl^riso)itQ; dos muros que demarcam
a propriedade, e,nos: abafam p ar; das mil attenções
queeiLÍg^m pSicamil)h<>s. e os caminhantes; finalmien-
te d'e5$as taqt^s outi^^s .condjlçqes que nos impõe a poli-
cia , e,.a spciedade t e que então vou analysando de
um p9.ntoifpra do quadro , ^i>tr.c a immensidade das
agua^, o do ^rm^mc^ntOn l \ fi todavia , quanta illusao
ahinãoha ! ! N'^sseiupmcntí>, em que por imaginação
9ie julgo solto . de;, mil restricções , só um débil
l(VPkho se interpqe ent.^o^a mjittha existência, e o abysr
mó ! 1 Quando nps j^c^|np^ do dominar, o occeano»
estq f>P4ga,<uç5nBO, á.fiossa vista , a esteira do navio»
o.^.ve&tig^ d.ç nossa paisagem: fmalmente quandp
eiaprqga^Qs lodos. os. DossHs. meios , e scícncia pa-
ra .^egiiír if ma d<errota projectada na carta ; 9 na-
yipi;VAe derivando v-ç .nos traz ao calculo, um
el/s9ieptpi|le ^ncpctezalj Parccid<is com estas são comr
tndi^ moitas das s^cdpcloras fantasias de orgaiiisações
ppliUaa,i5,. ,... . ...* ; . , . ,.
..'lfpi> qsteSj^ e. qucjapd<^ assumptos nos engolfa va:»
,iQ0s, quando aot longe nos.surgíam os estabelecimenr
l^os, j^Q.yalTjde-Zebro» pripiitivo estaleiro da nossa ma-
ridk^.,, jqiiandt) esta ups. .torijiou opulentos, e uniyqr-
,Stacs, dilatando-nos o dpminio-^ tornando Lisboa ,0
empprio <)as putras . partos .do mundo r^e |.erando a
•qiyijlsf ção , e os religiosos preceitos do CruciGcado.a
es$as regiões, d.'ond0 Já, tudo desappareceu , mfínofl
c^to, dialecto lusitano, e o. impalpável senhorio do
.pa.4rQa4o. re^l., Kão foi cpjp[itudo por mingoa .^e com^
_f)a^9 .fçridos,, e dè yidas.sacríGcatjias. á gloria da pa^
tfià,«,JSe, vnc não cDganq, è do auctor de Paulo e Vir-
gínia a id4a, ,de que o fundo do oceano se ^cha em
partes alastrado das bailas dos:mod<riM}s, da ^W^.iifh
tilharia ,. da prata , do oiro da America , e dos- ossos
da^ n/iQÕes que a fi^rro e a fogo, t^efii disputado na &q«
perfície ^0 oi^ar > ,a, posse de certas regiões, ou o caí-
pri^jie if}^ igua, pal^^yra;,, por modp^ que quaodo granr
202
REVISTA UNIVERSAL LISBONENSE.
des revoluções houverem descoberto aquclle leito,
n'ellé se poderão chronologícamcnte estudar pela sti-
perposição de taes objectos a historia das grande-
zas, e das misérias humanas; tal como hoje nasdíffe*
rentes strateficaçõe^ , lemos as cdades do mundo.. Se
a hypothese se realisar, o que de nossos dias o Etéf-
no desvie , de certo que muitas ossadas portuguesas
terão de npparecer; mas faltará seguramente quem as
vá estudar.
Navegávamos por aquellas alturas, quando o vento,
de galerno e quasi insensível, nos saltou rija, eifies-
pevadamente do sodoeste ; c cm menos de vitile mi-
t)uto6, trasendo-nos copiosa chuva, arripiou a^ aguas,
cuja grossa vasante encontrava. O frio tornou-se-nos
insupporlavel, e desprivinidos contra tal conjurarão
^os elementos , resolvemos aferrar a terra , sempre
mais fagueira, e segura, a pisoámos o extinctò conven-
to dos Lóios, cujas torres tí*alU próximo se esbelta-
vam , e nos destinámos a um "pseudo tesiaurant a cUja
lacónica lista nos resignaríamos ao jantar, já que op-
primidos nos víamos de forçq maior. Para não cst^ir-
mos portanto tempo ociosos, escolhemos visitar o tem-
plo ; obra de D. Aflbnso , o Africano , em desempe-
nho dofr vetos de sua esposa, a senhora rainhfi 1). Iza-
hel, e grandemente beneficiado por B. Maniiel, óAf-
fortnnado. — Disscram-nos que a egreja se achava já
de todo despida, e grandemente profanada, verdadeiro
fac-simile da phíiosophia- materíalisahte : que só de
misérias , e de ruínas seriamos testimunhas : e não
nos mentiam. Alcançámos a entrada.'
O vestíbulo era n'aqttelle momento uiti vasto depo-
sito de aduelas , e vasilhas: junòlo d^elle, a chaminé
mi registo de um» mdchina de vapor, dbsembóccando
quasi ao réz do chão , nos cereava de tépido fuMm, e
Woal eslorgia os oiividos. Um differente , mas surdo stri-
dor , annunciava lá denlro o- movimento da machina
destinada, segundo nos disseram, á debulha ,e mo-
enda de cereaes. Zumbia o vento , coando-se' impei-
tuoso por entre a gradaria de ferro do convento: c
vm descompassado, sèeo , e impertinente bater de
martelios completava adesharmonia com quepai^ecla-
inos mais de pressa encaminhados ás estancrasde Kel-
Tebut, que ao recinto de uma egreja. Quast de salto, e es-
tapando-nos ao cadente reforço que as goteiras do telhtido
^avam á chuva ; peneirámos a èlaáslra. Álli nos es-
perava uma estranha seena , de iqúe a antecedente fd-
ra condigna precursora. Uma multidão de tanoeiros,
•de brados arregaçados, e mal assombrados ; enfirt-^us-
xados uns dos tições de certas fogueiras a que ora
aqueciam , ora crestavam' o \-astlhame : outros ígeí-
tando em bigornas osarcés de ferro: alguns rinalmei>-
te eniabusados de borras de vihlio, que se Vasavam
de diíTerefites pipas, quer sacudrdameiUe volteavam ;
tee nos apresentaram com sínfístro aspecto. Parecia
•esta ehusma haver Colônisado de pouto aquelles reti-
'ros , destinados outr'oraf ao socego, e á religião : tan-
toqne nos viram, dóram mostras de assombramento, e fi-
caram duvidosos da continuação de seu ttabalbo,qub pra-
ticavam em recinto fechado, hi no despedir da cidade,
«í paredes meias de tantas jazidas de varões, cujo si-
llnieto contrastavam. Saudámo-los cortezes, e este tá-
cito pacto de conveniência^ é de segurança ; foi o si-
gnal do recomeçar furioso, das roucas /e inferhaes
marteladas^ Todavia , três se destacaram de entre a
irurba , e nos acampanharam ao templo'/ tomt) impro-
visSidos* chronistas das ultimas rumas, e destroçou que
famoi) Visitar.
Por uma d«s portas do cruzeiro entrámos na egre*
já: fdfa esta, rica, e amplamente mimoseada de gran-
des . offetlas dé nossos ri^is : mas ao presente só lhe
resta a pedra , e mui poucos quadros, e ornatos ; que
os de maior valia , já d'áUi havtatai sido removidos. Ê
abutidante de mármores , e de cantaria brunida: mas
as suas colufmnas , as suas pílastras, algumas ébras
de tatha , vários ornatos de embutidos , tudo está em
máu estado. Pelo pavimento só se topa com fragmentos
diversos : vários nichos ». .capelinhas , e enfeites de
estatuas de uma espécie de Jap? ^ em que repousam
ao lado do convenho y jài cjn^as.dé certo virtuoso va-
rão ; vae tudo destruído. Mas , que mnito^ se depois
da profanação ecclcsi^stica , sq^revieram a de um
aquartelainento de sotdadç^à — ;a' dq i^m ioçeudio no
corpo dõ convento — è t>or ultimo o desmazelo, eo
abandono ! I ' '
Sem para aqui trazer a conveniência doí meios por-
que se extinguiram as ordens religiosas, apenas apre<^
sentaremos uma reflexão. Os cónegos de S. João Evan-
gelista , mereciam iim tal ou qual privilegio nio seu
modo decair. Não ha duvida òm que fossem os nossos
abalos polilicos^ e a ingerência .do clero nas coisas do
século, que lhes precipitaram a calastrophe: mas ha-
viam sido estes mesmos cónegos os reformadores do
clero em épocas de outros grandes, e símilhantes
abalos. Eram elles os successores dos — ^bons homens
de Villar ; — e nVlícs deveríamos acatar o grande
(im de seus insliluidorcs. Eis o que textualmente diz
a sua chronjca , intitulada — O céu aberto na' terra.
«A pouca altcnção desgoverno no reinado de èl-rcí
«D. Fernando, as perturbações que por sua nriorlé se
«seguiram; e as guerras que logo se atearam enlre
«Portugal , e Castella , foram occasicio de que o es-
«lado ecciesiaslíco (nomeadamente o clero) esqueces-
« se e atropellasse os foros , ós respeitos , e as obri-
«gaçoes dá sua dignidade, sendo gerafmente.cada
«clérigo um viVo escândalo dós seculares; 'era lasti-
«mosa em quasi todos a ignorância, sem reparo a
«devassidão; e sem freio a soltura de' vi4a. Accres-
«ccu qiie nos largos annos que cíuraram' às guerras ,
«ou as egrejãs careciam de prelados (cujo proviípen-
«to se impedia , e dificultava emquahto se não de-
« cidia a guQStão, fia coró^.;. fatalidade qfif jimos , e
« chorámos eiu nossos' tempos)^ òu os prelàçíos trocan-
«dò ò báculo èm' espada ; andavam também baralha-
ffdos nà campanha." D- estás -cauéasnsfscéram os mons-
«trudsos éíVèitos de Se vêr misturado o sagrado com
« o pfofano ,' B ler sem òbedieneiti , ' a liberdade sem
«témdr, a culpát Isem castiigo, e a' bòiidade'sbm prè-
«mio. » ' . : . <
Fúi em tae$ circulmístancias quiett^es homens dá es-
chóla de d/ Jíiito I, c' depois de verem a tfcrra fiber-
tadà,' co^aratn d^reformar oclero, dando^Ihe exem-
plos práticos, cújar morátidade reQui^sè sobre o povo.
Fofám eMcs, -d taíestréloão, medico d'»<juclle mo^
nafcha', e(5athedí*aticô em medicina , e depois' bispo
de Lamego, e de Viícn-^ Martins Lourenço', docto-
rado eih ttieológía — c D. Afibttso Nojfneiíra for-
mado efti Bmbos oi' direitos lía U^niveí-sidáde de Bolo-
nha. Se elles em sua vida hio alcançariam todià a ex-
tensão de' serr plátiò , pelo ixienos grangéaram tanto a
eslimá -def 'eKrei D.*Bnatte/ e d< sett irmio o itifsuile
■■■■flJU ■ ■■ ■*l-l.i >"■
RETISTA UmVBftSilIi I.ISBONB1MSE.
203
B. PtdlPO , qoe a Mes ptssou , exctuinéo os de Al-
cobaça , o hospital de S. Paulo , depois coDveoie de
S. £loy , e hoje qoartél de orna campaiihia da goar-
da mimicipal, tiDsiiiu(do )fto tiAnpo do Sr. D. Diniz,
pelo seu chanceller mór , e bispo de Lisboa D. Do-
mingos Jardo , que no Atomó estabelecimento eocor-
porou um seminário , em que se aprendessem as lel-
tras^» e as diacipliiias «eclesiásticas, por aquelle (em-
po mui preteridas por, todo o reino. Também logo de-
pois e como dissemos , o 8r. i>. ÁCfouso V \. lhe odi*
ficou a caza^do que nós tractamos , e que destiami
para cabeça da ordem. Era pois fundado no triplièa^
serviço por clles prestado á btimauidade nos hospi-
Mes, á^ lattras nas escbólas,'eaos costumes pela sua
reforma,, que mcarrisquei a ter*-] be votado mais sua-
ve acabamento. Rcleve«-se-oos a digressão.
l^roseguiroos no examo de quanto nos parecia no-
tável , sendo das primeiras coisas , que mais nos at-
traíraoi , os dtíTerenle^ mausoléus , que estão na ca-
pella mór. Knccrram ellcs as cinzas dos primeiros
condes de Linhares, e de seus rclacionadoflf. Muitas
outras campas indicando o soterramento de pessoas
notáveis por alli se encontram; é taml»em vimos solto
no cbâo um tosco cippo funerário em que ;um Pater
Noster ,• e uma Avo Maria se imp^loram pela alma de
luunildea desconhecidos* —^ No entretanto um f>«que>
no cofre doirado ,* modesto, e liso, aberto hitteratl-
mente por duos meias portas cseanearadas, e que um
dos tanoeiros, trepado sobre um improvisado degrau,
observava com certa attcnçâo ; nos captivou a- nossa.
Subt-me a altura conveniente , c dentro vi , também
aberto , mn pequeno cairão , contendo^ unia cav.etra ,
a. a respectiva , mas dosconjuncta ossada^ Juiguci a
principio seriam algninas' rcUquias ^cligiosa^; que o
não fossem, mcrcciami só pelo q no representavam,' to*
do o respeito, e conservação. Reoommendei que iodo
fechassem^ se bem que jà uma dasi chaves a isso $é
não presta. Em presença de um tutnulo, de um qual*
quer jastdo funerário^; d* esses marcos, não de mittias
mas de tempo, eque indicam um começo da vidaelér*
au, são sempre venerandas, e philosophca^ as impressões
que receliemos. Estava para nós sendo um mysAerio.si-
milbantc cofre, qnando um de nossos seguidores nbs
apre^entoa um pedaço do t^boa rectangular , pintada
de preta com umas armas reáes, en'elle com tinta bran*
ca oste Jettreiro para decifrar ; .
«C-itasrina Luzítania infans Edúardi et *
« £Honor® regum filia , obiit Olísipone #
tf XV KaI. julii A. D. MDGGCLXlll
•«transl«ta Vil Kah februarii A. D. >
' »]MIDC€LXXXVIi.»
Esta ta boleta, que alli estava^dc lado e solta »: foi o
«nico testemunhdde quen'aqiieHe logar jaziam osdes^
pojos de inma filha de nossos reis : os de uma senhora
%irtiiesa, e letrada. Fora infelÍE ^m sva vida vendo as
discórdias civis,, a varia fortuna eoeailio de saaniã«;
o quasi assassinamento de um tio;- e o^envenenamett-
io do primeiro noivd. Tão chégaéa a diademas , etão
cortada de {magnas e de sustos íúi no claustro qae ie
refugiou do mundo,' postoque iilo professa. Por sua
-morte enceto mendou ao cardeal D. Jorge • da Costa-,
a «Apaltasae aonde -nMlhor intendesji»; e aqaelle pre-i
iado a transferiu do convento das freiras* do S. illara,
parao deSiEloyqnejá eílámòa. Ficou ao princípio de-
pofiitfda nà tèp^U^téo bispoD;^min8os'liirao, <áté qm:
em 1474 foi collooada emaovo moimento, quo f»ra
ella aelevantára; t>riginond*^8eid'ahi fazei^se naegre-p
ja outra nave, enovacapella, porquanto pertendcndo o
cardeal ,* eiiigir o modiunenio na eapella mór ^ se lh«
opposeram os padro», dizendo que tesse logar . Mia
caberta^aiellc, como restaurador do convento : diver*
gencia qne se terminou, ampliando-se a. rgreja , e cri»
gindo ditíincla 'capella para aqueile predado.
Com o tompo;, perftiendcran as freiras do Salvador
assegAirar quo a infa4ite tinha vivido, e. morrido em
seu convento, «aUi mostra fam sitio cm que possuíam
seus restos murtaes. £ porque sealgaemopposiessefun*-
dado em boas documentos, c«mftu^ de Pina, Gocsv
Mariz, Duarte Nunes,' mestre António, Garibay » «
Marianna; a madre prioresa , Marianna Bautista , a
quem seguiu Fr. Luiz de Souaa , imprimia .pelos an<-
nos* de> 1618 um. livrinho , sustentando a.opiniãO'^con^
traria; apezar àtí qao:a infante nunca estivera senão
em Sancta Clara, e tinha um tumulo)Com epitnphio no
convento deSanCto EJoy. Sétal priorcaa «xistisse bojo
em qualquer opposição, e com a imprensa livre; quem
sabe o a que ella se proporia IH.
D*.esta opposição com tudo nasceu a: solemfoiéade
c4m' qim foi aborto o tumulo ,. quando < peloíi aonos
de 169o , carecentío<-se de fazer obrai na egreja , o
removei-o ; se. qoiz verificar a ezisienci» dp- ca«-
darorfe Os padres requereram ao> ntuieio AjStonio Cor^
uáro qjue d 'isso. ac lavrasse Um -termo so^èmne. Deu
ollc commissão ao promotor da minciatura, Francisco
Quintanilha , e ao notário apostólico Jerónimo Lan^
parelii e outro, quio descreveram. iudioialmcnta a acha^
•d;a, partieularisando ser esta a inscripção do wansoieu
q.uc encerrava, o corpo da infante.
:Aqui jaz .a infante D. . Calharioa- , filba de £l*Rci ,
]>, Duarte , e ^a. rainha D^ Leonor ,. nela d'£l*Rei
D. João í.", irmãa d El-Rci D. AÍTonso 5.% tia de
■' £I-Rei D. João 2.*, a qual estando desposada com
Carlos príncipe de Navarra, eArirgão, ecom Doar-
te 4." rei de Inglaterra, sem seeffectuar algum dos
casamentos, falleced de 27 auQOs , seita feira 17 de
junho de 1463,
Por occasião do terremoto de 1755, a egreja de S.
Eloy desabou qua.«i toda, Atando apenas de pé os dois
arcos da capella mór, e o do cora. O fogo veio mis-
turar-áe a estes estragos; e postoque alguns padres
por alli pcrmanecesscih depois a congregação se aco-
rheu desde logo ao convento de Xnbrógas. E' pfova-
vavél que quando se veio a'acabár o culto , que, dc«
pois d'aqneHa catastrophe sé continuou em uma capelIá
interna , os cónegos desamparando o seu hbspicio, iras-
ladassem para alem , os ossos da infante. Não tenho
podido até agora verificar qual foi o modo que n'is*
to se teve, roas porque julgo que a situação pre-
sente d'âquellcs despojos , é áindji^mdis precária (jue
a' ja experimentada , e sehdo ellcs* draa pertença dh
AírgustaCazaRcinamcí parcceií-me que todas as 'còn*
veniencias religiosas, csociaesrequeriain dar^^se uma
noticia do que quastitocfosjgnuram, cij^uceusgubeaca-^
so e por occasi^ão de uo» passatepipo.
Completarei estes pormenores, com os por mim en-
contrados na clironica 'que já citeii «t.Nusceu a Senho-
«vá D. CatharitMi no dia da ssncta dosou nome , a 25
•«dO'«iovemi)ro do 1436; não só mimosa de fortuna ,
i^wasegualmrute bem dotada' da nalnreza , porque
J ^sobre. a regalia d» songuo por todos o» lados sobe^
204
i^êtibi^a; : uni vBRSiit/ 1 lisbonbn sn
«rafuo, ipesplándecíam c^m&o* á •competência )einísMi<
vro6to ,' e animo , a graea , e a formasara , d mgé^
« nho ,> e a discfiçio ,' a. genero^dad«, e a lieneficen-
• eia . o Bgyado , . e a gravidado , a modcsliaw b a
* tíomposUira ^ > e «^ = outras partos *,' e pr«nd*s de qne
«^se'coinpõcv'« se eicorna uitísageito amavcl^e admi-
ti rave] jnnctamente. Foi seu^mestrc o.Gardcfat de Ai^
«pedrinha. Era este homcni dé grande ' eàbèca , e
«proTunda-doctrina, c vendo <»gora qup nos fructos
m de áua diligencia assegUraVa os mais sólidos fonda-»
«mentos do. uma grande fortuna:, .>se «mpenhon em
«desempenhar as esperanças que preméttia o docilimo
«gcnfio da Infante. Logrou esta idéa ^elrzmenle; pop^
«que a Infante sai^a por exccllencia ^doUta , e erudita
«em Hnguas; ;sciencias , e noticias; e oomo talconl^
«póz varias oforas, que o tempo, ò incúria dos anti-:^
«gos sepultou no esquecimentoi. .Só fioou- èml mbmo-
«ria a traducção qne fes do livros del^. I./HvrcnçoJus-
ctimaQo,' que tracto da-^R:egra> e perfeição^ do»
«;,mbiigeS'*^qu«>o saneio intitulou J— De disciplina mo-
cnst^a^^^o.qnal traduEiu eJcgantemenlo da> língua
«latina na portugucza. Foi jm|Mresso cm 8{incta Gruz
«^ de 'Coimbra*, c na sua :primetra plana 'Sje diz , de-
«pois de um estirado etogio. que a.tràductora o olVe^
'« rccfra aos religiosos de Sancto -£loy ^ onde o • seu
«oorpo é sepultado; e se acrc8ccD(;a £ sabendo
<io^adro'D: Dionísio, prior Crastelro de Caneta Cruz
>«de Coimbra por o Senhor Infante D. Hcnriqvie.que
•«tanto thcsoiro, e tâo necessário , ás almas ém dcvo-^
«to^, estava assim encerrado, e ignoto por falta de
«impressão (com conselho do coki vento/ orna ndòticor^*
K^eger « imprimir «m o q'uarto<nalio èa sua reforma*-
«cão. Á gloria, e louvor de Nos^o Senhor Jesu-Chrvs^
crtdquc comoipadre & Espirito S^nètò vive^ e reyna
« cm o segte dos segrcs«< ' Amea. i Atoo de* ^531'. 4 •
<cS?ndo a Infanta, de 15.a|]nos.. no de Il51<,ac9m-
«panhqu.a cavallo a ImpçraLri^ 0. Leonor, sda ir^nã
«(que se cçsou ciora. o Imperador Freàeríco 3.*^ e. foi
«visavô do Iqípcrado^ Carlos 5,^), quanc|p embarcou
«para Allcmanha , lèvando-a de rcdea; m Infíj^iLc D.
«Henrique seu tio^^, ^e á Imp/çralriz^j çlrrei.n, Affpn-
«so 5.° $eu irmão, a uso d'«iquc,lles doifcados tempo».
«Sendo .d ç 23 sp tracfou o.squ casamento ,çora p,pria-
,«cipe Carlos ,.. herdeiro de i^avarrA,, c. Aragão ,. mas
f dcsvancceram-sc estas pratica^, quasi. ajustadas., com
«a n^orte não ..esperada, d. aquelíe príncipe, ,iuiqrto{ço'-
.4 mo se disse) com .vcnenq , por ordem di; çl-rei ^cu
«pae. — ^^EolAP. *c reçolheo ao mosteiro ,dc S. Clara ,
«aonde. sem habito de rei i^giosa , porque cl-reiscuir-
«mãolh*onão consentiu, vivei| sanctamcnte^ efasia-sc
«tractar $em aqucllns venerações, quc.se cstyl^m^ e
«$e devem a taes ppssoas. .^.,., , .,. . .. Tractando-sc de
«novo. o scjui c^s^mçato. com Eduardo 4.®, ^ci dç In-
«glaterra caiu, a, Infante na cama pppriroi^^t de agudo
^« pleuriz e se íluou aos 17 de jupíio d/R 1463. »
Oxalá, que removidas agorj4 suas cinzaspara o pè
dás dê seus' conjunctos cm sanguinidade,' fiquem se-
guras de quinta , e forçada transladação.
Cheio das-impressoesde t^do aquelle. dia, quando
o tempo amaciou , e áespedindoHioé. dos nossos hos-
pedes , nos partimos para Lisboa , r^Oectiado mui.se-.
ri amento sobre os destinos humanos , que assim icomo
traastproam os. prograinmas dft ijãcr«ativas digre^es,.
;z<iml>am t^OHk.egua) f9Qilidade ^das.,t«8|«mQnítot'«das
íPrinciípestt .• ,^ í ' «N : . • • •
' Lisboa 30.de «mHremtNTO de ie!43.
. À^gu9íõ Xamr,.PiriiKmriaL
'I a . .,.:; • . ^-,_. ,• . :.. .. . ... ., .;
•..'., ^. . .: .'. -riUASS.. .: .A. .
• • - . .. • •• {Caríav} . . . •
.2410: . Sr k Redactor, r^S^i que ^ sineira amifcadjB;
co«ta que V. .me hoota nascto apenas da beoevoleaoia
de um ^nimo exc^ente : não preciso ^ue os< outros
me ãdvirtafflidequc a aão juistiíicam, levemente secfaer;
talentos ,• nem a menor. sombra de .raerecincnto. So«
eu o i^rimieiro a aprcgo4l-^. .
Não faço una. conííssãQ armada ao orgulhe por^fal-'
sa modéstia'} o que' intendo, digoro: — compro um
dever , obedecendo ás.circumstancias om qise me col-^
locou <a advertência , que precede um artigo jneu so-
bre a Academia-das^B^llas-Arles em o n.^ 16 da /^r-
vista. Vnwcrsal ; c faliando um pouco de B|4m ibOuni->
CO logar, onde. o > posso fasoti^ e diante da responsa*
biftid^de moral em que me põe as^ seis linhas da já
alludida adverteiKt».
Com isto aãO' me absolvo do peccado da soberba,
que foi,.. que /sempre Jia^do ser inalienável .património
da fragilidade humana, emquanto o mundo, durar.
Não aiardcÍQ.a>hneg«>ção, ouclauslrai humildade ; n'ca-
sa paste sou 4> que todos são; talvez peior.
! Não poucas ,< senão muitas e repetidas vezes com
aquelle amor das letras., com aquoUa devoção de as
Oorecere. animar . que realçam sobre outras prendas
QSOtt character* Y. interrompeu proveitosos traba-»*
lhos para allum^arr com a cxpericucia dos aanos ma*
duroâí,,4om as reflexões de um gosto mimoso as ten«-
t t<v|is .do roanoebo» que na ^dade cm qtt« tudo «u é
pa;i](ão.» ou eotl^usiasmo.» cegamente se mettia ao ca*
mâihoitfioi áspero^ quo leva ao sacrário doesta, religião»
que ambos mífi professamos; X» m como sacerdote e
inspirado C4antor ^ ^eu oomo simples adcptoT' .
. Se mcfaltaa vocação não sei, não posso femedial-o;
ella não se faz ; nasce ; o mcsmu é odifiçar sobre.areia,
a hermidrinha» onde a sús comsigo cada qual dá cuUot
4} pcesia fésios dogmas da sua .ecoo (;a ; se elles lhe
não tocaram o coração,. se os não professa bem d'alma,
largue, a religião , e volva ao. século ; — o mais é um
^acrilegiõf). sobfpena do Jbe cair a oapclla ao primei-
ro sopro de fura ; de lhe baterem as palmas , pur es^
cárneo , tcoriM) fizeram ao beato J^brie de bypocrita
memocia. Também ha. La bre^litlerarios{ sei os have-
rá ! Ora por, desgraça, não ed.* essas. a. minha vocação !
Crenças sobr;e posse, 4nputida>.'á. toca. d'exemplo
não fructiflcam, pelo contrar^ a|Of^;ina qaiída villã ;
siinelbanj aquelle. vestido de ccirta historia qtie pela
manhã •eoíeitaya.a Griad<}., e á tacde .secyja ao legiti*'
mO' donov. Deutse no roubo , e o lapAJo riflOW A* Ituré^
quadrantes .o.não euvqrgpnhava; .porqm a fiolM-eza,
não !:faB pejo,, mas quo.depoiít.do.^papci. d«. Soais,
desafiou as risadas. .. .;.),•*.
Sigo o preceito dio adagio. — ant^s.^obinft i^oni ornou
do que .rico á custa «.Iheia ] , apesar do líesjKíi^Ot.que
nunca .deixei de consagrar ao^ cjn^i^bof eiiceUenles^
se alguma das suas doQlríaas eepugn# á miftba parti-i-
cular.opiíilião, aparto*mOi e TOiH^.aica^ .daiqueiemmi*
nha e livre C4m$ciencia ^epho' por )9B(i(bor« , . .> .
Poi; isso na questio 4as oarpor^pe^.rf galres ^ «eifi
gartej^ MÍ.quo sim.i «oiodoaia^a.q^j^a j^^i^ aflk^
REVISTA UNIVERSAL LISBONENSE.
205
mar , me vejo forcndo a confessar princípios inteira-
mente diversos , dos que tio nobre e eloquentemente
-deflfende V.
Se o futuro me proroeUe um raio de esperança, se
do valor exagerado a estas tentativas, algum lhes po-
de devidamente caber no conceitd de juiz imparcial ,
.c não no favor e illusao da amizade , o que n'el]as
houver de tolerável , dc?o-o aos conselhos , á cschola
do mestre e do a,migo , que escolhi, para modello» no
que lílterariamente soffre modelo sem resvallar cm
rasa copia , ou cm triste lisonja. Devo-o ao segundo
^pae ,. que me encaminhou pola mão, roostrando-me os
atalhos das sendas , que elle subiu com passadas de
gigante , que outros trepam , como eu , assustados e
a poder de auxilio: este amigo, oste pai é o Sr. Ale-
xandre Ueiculano , e depois d'ellc V.
Diante da creação litteraria de ambos reconheço uma
sagrada divida — conserva 1-a -hei sempre illesa e pura ;
prov florei que se não fructifícou em mim, como houve-
ra fruetilicado n'outrem/ ao menos a não desmenti e
«nvonenei na sua es5<^nciai.
Na urgência do momento fhrei fundada e largamen-
te uma profissãa de fé, que não flz ailtes por não sa-
ber preludiar em cada paragrapho com um sermão de
moral, e de doctrina ; não me via, nem- me vejo,,
•constituído cm dignidade de sacerdote , d» ancião, ou
de homem feito para^prégar virtudes á sociedade no
jneio da qual vivo e passo desconhecido. Lembravam-
rae os meus vinte e dois annos; não estava bem cer-
to na medida da puciencia humano^ Âjcaso não podia
ella desabafar inooccntcmentc pop uma gargalhada,
puxada d'alma ao Semiâo SteLyta^ regalado e mimoso
do mundo, sem barba nem experiência dos homens?
Fallo unicamente de mim. Dtgo ^oc me não chama
Bens por aqm^Ue caminho de Missionário beato; os
outros- abençoados sejam, sctcem^fé, e constância mo^
ralisem , que mcBio importa isso;.: tté gosto \\\. . -
Entretanto se não fora a obrigação em que moral-
Baente vie constituiu um equrrooo d»* ÀdcerUmcia Ao
n/ 16 da Revista, ainda não pubHcava a meu sentir e
erer, ainda me remettia ao silencio.
Porém.a,accQsação. de falta, de generosidade^, .accu«>
sacão que ^ubintende outra mais grave, aderoeapro*
▼eitar covardemente da sâtuabãò doi fràde«i para me
leVantanem seu perseguidor co» sarcoímua pouco ca-
Indos em 1843 ; calcando q^em )á se nao pôde def^
fender , quem está, catdo em má fortuna , não con^
«into, que deixe d« ' pé -«imilliantc imputação, que
ppr falsa modéstia me deixe gravar com ^as soas natu^
racs conse^encias.
NãO''!! , não ouvi ler o artigo sobre S. Bruno a que
st refere ^^ Advertência'; é jcIavo que não me inspira
ir'esta defezfl a^louca prcsumpção de*o discatir; livre
t«iiho, e sempre hei^de teraminhs opinião: mas sem
fazer injuria ás alheias; sem as penhorar na praça
eomo €tmtr]|bafido perigoso. A de Y. são para mim
éc tanto respeito, que ant«s% não de- as combater
mas de apresentar nma em tudo ou' só' em* algum
jpontoidiversa;,. tomei pausadamente o pulso a- mim
mesmo,
• Nem levianamente me passoirpela ídéa a má teneão
de aíirontar, avilta ndo^as , as extinctas corporações
regulares. Pjnl«i-as como ellas eram nos séculos, que
de relance esbocei ; porém não pede comigo tanto a
desgraça de muitos, que me leve a disâtrçar â verdft*
de . que pertence á historia social e politica da nos«
sa terra. Tenho de entrar n'esta questão ; não pos.so
não sei bastante para a precorrer toda ; esó hei-detra-
ctar mais abundantemente os pontos , que fundamen-
tam as opiniões já publicadas. — O facto , a que se
alJude tia advertência, permitta-me V. que lhe as-
severe, que não é de 1843, nem de 1834; é hoje
da historia, caiu no passado. Desafogada e lisamente o
heí-de eticarar por todos os seus aspectos , e nem a phi«
losophia elegante, nem a graciosa satyra do século XV III,
e nem as doctrinas ultramontanas ^ me desviam um
passo do que julgo ser o justo meio termo .
Creio firmemente que V. se não enganará a abrir
a esta tão fecunda e bellathcse ascolumnes da. Hevi&-
ta , e espero , que esta carta , que serve de introdu-
ção aos breves artigos, que tenciono dedicar ao as-
sumpto, virá publicada cm o próximo numero dalle^
vista ; tanto para não correr á revelia a letlra da ad-*
vertencia, como para satisfação do jornal ede V. S.V
Sou com sincera dieVoç|Lo e amizade de V.
Amigo e admirador respeitoso
Calçada da Estrella 9 de dezembro dc.l843.
Luiz AugiAsto Rehello da Silva.
í BESP06TA.
< o BEBACTOft da Revista Univibsal LifiBONENSE, que,
mais de- uma vez na imprensa e na conversação, se
tem mostrado amigo sincero* e' verdadeiro admira^*
dôr* do iSr. Rebellò da Silva, sente de veras, que
se^pDdcsse attribuir a palavras suas , significação ou
intenção contraria a. tão- manifestados e provados senti-
mentos^.
Sem deverv nem poder acceitar a qualificação de
mestre e similhantcs louvores-, que a urbantdade do
Sr. Rebello da SHva se compraz de Jhe offcrecer , o
redactor da Revista UyivERSAr. Lísbotíense intende
com tudo — que um espirito, ainda dos mais mediocres,
mas com 43 annos e grande carga de penas e cuida-
dos, atina muitas vezes melhor em certos assum^
ptos que tum ingenho , . que tem o feli^ defeito de
«ó contar, ainda 22. B'aqura 21 annos estamos cer-
tos, de que já oSr. RebellodaSfIva, se qnizcr escre-
ver sobre as ordens religiosas;, não verá n'çlUs unica-
mente o lado vicioso ou ridículo, mas também o que
tiveram de virtUQso, áê iUustrado^i de prçsladioe d«
summamente respeitável. .
Quando, por exemplo; fallaip da historia, e^criptá
pelos frades, não citará só o liovelleiro Fr. Bernardo
de Brito, mas também Tr. António Brandão , o paô
da historia critica portugueza. Quando se queixar de
que. os frades velhos não lançaram ^q assento de suas
coisas as memorias attistíca», accrescentará , que tot*
davia foram ellesosqué mandar^»»- fazer, e nos con-»
servaram, todas essas admiráveis obras artisticac ; de
que nos hoje estamos aproveitando, e a própria caza
onde fazemos os nossos artísticos 'aíardor!
N^isso que deixaram de fazer, foram elles cojnoto-
dos os* seeulares seus contemporâneos ; emquanto, no -
qae iizeram y muito vantajosamente se> ostremaraai >
d' elles.
Isto que o Sr.. Rebello da^Sílva tao bem sabe co^
mo nós, e melhor ainda do que nós i pela assidui^
dade- e profundeza de seus estudos históricos , mas
que elle dissrnfular<pi»r tal vez^ julgar que, sem peri^
go para aauciedade^ jse não poda ainda boje lazer aes ^
206 milVíSTA UPÍITERSAI. LISBONENSE*
fodos toda a justiça qno lhes cdevidn, virá tempo em
q«fc, (l«^«Jpng«'í»^<i" de tal erro, seja cllc o primeiro a
Assim Ci>mo estampamos IcalmciUc a carta do fiw.
RcMlo da Silva * lealmente lhe respondemos.
As nossííS opiniões acerca das ordens religiosas jít
o dissemos. Vão sair no segundo numero- do Joh.nal
PAS Beixas Artes. Haremos de sustenta l-a s. cmquan to
nâo formos coiircncidos da sua inexactidão. — Conv«n-
íidos, havemos de rctractal-as. como ó nosso costume
rm todas a» disputas. Mas tal discussão, que não po-
de deixar <lc ser larga , desejamos que não seja n*u-
j)ia folha de tão apertados âml^itos como esta. S^j?
nnal for a decisão uUima, sempre nos ficará de con»
tado a hnnra de termos esgrimido com tão illustre
adversário c o proveito de havermos, com elle, aprendi-
do muita coisa.
^•Si
PTIGÍAS.
ESTRANGEIRA?.
2112 AinRTLKR couíinílu a sustcntar-se rebelde no forte de
Figucras. Em Maârid no seriio de 3 do corrente houve na
f.raça da villa uma espécie de revolta plabéa ; deranhflo vívm
ao <jx-réçcnle, Etfíarlrro? accudiram auClontiadcí policíaet c
niiliUires; empregaram meios de brandura para dissuadir qi
umulinados : — aTeuposla d'eate9 foram tiros e mais vira» êe-
diciosos. A tropa dispersou-ps a ferro c.iogo ; ficando pela*
ruas alguns aculilados, c mortos.
ACTOS orriciAES. '
2413 Diário do Governo de 1 de dezembro^ — 'Ordem da
nruiUda n." 110. Portaria pondo em arrematarão o impoito de
«eis por cento no pescado fresco.
Idem de «.—r Venda Uc bens naeionaes. ■
Idem de 4. — Annuncio para %nc todas as 'jiegsoa« ^ wcieda-
tles ou companhias que ])ertenderem encarrejar-sc do raclho-
ramenlo da parle do rioT*!Jí>i q"« ficadenlro no tcrcitorio por-
iijíruez, apresentem as suas .propostas na siícretaria do rei-
no dóntro em 60 diaa. Venda de bens nacionaeí.
Idem de 5, — Auto cie demarcaeito do terreno para a labo-
ração da» três mina* :dc «crçiirio jalcua arfifèntina^ e antómo-
jxiQ ,., sitas nas freguezias de Jáelidca, c S. Francisco da Serra,
lio concelho de S. Thiaso de Cacem. Porlacia providenciando
«obre a matricula dos jurado». Venda de bons nacionaes.
' ^ídcni de 6. — rPortaria pergunlando quacs síIj a< reformas
<jue se podfm fazer na arrccadaçlo da faseada publica. Ven-
da de bens nacionaet.
• I4em de 7- — Venda de liens nacíonnes.
Idem de 8. — Avi»o ao» .B(àvegautes í)e qno em Jdaot%ik ^
«oUôcuu um aoTo .farol^ outro no porlo de Kapoiet. Vea-
da de bens uacíonacs.
• Idem de 9. — Venda de foro« o pensíleg.
Idem dé 11. — Parecer dd procurador g«ral da corAa «obre
-a representação da camará de Villa Franca. Portaria niandan-
4lo 'formar processo áxamara de Vilia Franca. Veada de /o-
MS e pensucs.
UM SJLBXT» »» UÉKXÍIÍWSIAÇÃO.
•0+14 Por mais de uma vez havíamos n'osta Tolha
«oUkilado 4 attençio do governo para coiii os servi-
dos , que á nossa fittei?atura Aem feito e de -contínuo
fa«, o distincto cscriptor francez e nosso estimável
amigo, o. Sr. FfiRDINAND BENIS, que, n'eslc fao-
jiiento» está refundindo c. aperfeiçoando o seu intcrcs^
Siintc livro Remmé de Vhist^ire de ia lUteraturc por^
íugaise. Sua Mape&tadc Fidíjllissima , a quem cllc en-
viam ppi' t>riude íks suas Chronigties Cbvpaler^es^es ée
i'Espagne et d\i Portugal, dignon-se , era septembr^
ultimo . agraeial-o com a ordem da, Conceição. A let**
Ir t do decreto , em que esta honra lhe foi conferida.,
é deUcada «tica bem a ambas as parteSé
sscnTSiFrirRA s»aaTvauss&A.
24Í3 Na Academia dasBcllas-Arles do Porto exis-
te , — scguhdo annuncia o Periódico dos Pobtcs , d'a-
qiiella cidade — uma esculplura do Sr. Luiz Pereira
Bernardes Braga, digna de se vôr. £uma Vénus m^
delada cm barro.
Sentimos nâo termos d'clla uma descripção artist»
ca ou pelo menos uma noticia mais párticuiarisada.
SAZiA tOnHESRCIAZi NO PORfO.
2Í16 Lê-se nos Pobres do Porto: —
a Ábriu-sc no dia 9 do corrente a sala da asiocia(;lo coiA
àmccíal no cdificio da nora prsija no exlincto convento quei-
umado de S. Franelscío d*esta cidade. A nova e betla iala tem
a de comprimento 1230 palmo« e de iar^nra 30 dietos. Tem col-
« locado de um dos lados o retrato doJEx.™^ José Ferreira Bor^
« ges 1 .* magistrado do commercto e auctor do cudig«> huje
M em execuruo , c ha outro quadro em qué se lô em letras d»
uoiro sobre campo azul o artís:o da carta de lei que concedeu
waqtiellc edificto ao corpo dotCommcrcio. A nova sala cslá de-*
cceutemente mobilaita e n'clla se encontram n%o s6 aa noticias.
<c commercf aes e partes telegraphicas da baro:,- mas. tarabeot
M periódicos commercincs^ poHtioo8-j e.4e instriusr^ao e recreiúi,
M tantQ nacionacs como estcan/ireiroJL
a £ii te estabeleci meJt to <^ digno da classe que representa, á
«qual tcúi prestado ihiportantes serviços, c que muito melho-
u n»U com o noTo local em qwí^ se acha. Consta-nos qnc a sala
«tem sido visitada por immensas pessoas d*ambo8 a>í sexos,
« tanto* e«traBgeir«8(como Jiacionaes.m
jrscaiMiÓOKI AELWVOCaJkTlCO.
2il7 Nio só os homens,, que as -circu.mstancias
lançaram nos vórtices da^ revoluções politicas , são
credores de serem last4mades^ quando uma prematu<»
r^ morte os arranca dos braços d'ami9ade ,. e do seio
das famílias: ba também cnvalhcáros,^^ que, posto fi-
gurassem ponc« nas sccnas .politicas , são, pelas suas
virtudes sociaes « domesticas , egnalmente dignos de
serem chorados no dance fatal de seu não esperado G->
n amento.
JOÃO DA CAMAJRA LEME DE CARVALHAL ES-
MERALDO, é justamente um d' esses Cavalheiros» Brâ
elle administrador da pequena, posto que muiillnsire
caza .vinculada dos Gamaras Lemes, na Ilha da Madei-
ra, quando Sebastião Xavier Botelho foi mandado go-
vernador e capitão general áquetia Ilha, c obtcfve ent
cazamenU) a ^Iba primogcjiita d*estc. a Exra/ Sr.' D.
Tlicresa Xavier Botelho. Passando depois seu sogro 4
governar Moçambique, acorapanbou-o na qualidade de
seu ajudante do ordens , com a patente de capitão; e
dorante os annos que seu sogro governou aquellatão
preciosa jóia da Coroa Portuguesa, não só serviii o Es-
tado com honra e desinteressei mas verdadeiro Cava*
Ihcípo, soube grangear a' estima e sympatliia dosha^
bilantes xi'aqueUa terra, que sempre encontraram n'cl-
le a cordealidadc mais franca , o mais decidido espi-
rito de fectidão, o verdadeiro homem de bem.
«Regressando com seu sogro a Lisboa, quando já a usur-
pação domina va.PoFl ti gal , não allegou serviços , nada
exigiu ; soube annulUr-se completamente, c viver re^
tirado ; entifcgando^so unicamente ao livre exercício
das virtudes domesticas» que sempre possuiu em grau
REVISTA U]\IVERSAL LISBONENSE.
207
eminente. Por morle do Conde de Carvalhal , na Ilha
4» Madeira , sucecdcu como filho primogénito da ir-
iiiS mais velha do conde , na opulenta caza dos Car-
▼alhaes Esmcraldos d^aqnclla Ilha ; c foi esta sem dú-
TÍda a ópocha de seus curtos dias, cm que suas virtu-
des se fiZQram mais patentes : — generoso por génio, phi-
lantropo por naturesa, pode com verdade diacr-se, que
berdou mais para os outros, de que para si.
Pede a decência, exige o decoro que eu cale nomes;
cujo melindre seria chocado, se houvesse de publicer to-
dos os benefícios que aquclla Alma Generosa soube es-
palhar, não só entre os seus mais próximos, mas eni
auxilio da verdadeira indigência , debaixo de qunU
quer tecto quo se acobertasse. Basta que se saiba que
o espirito de char idade christã, o amor de beneficência
por ninguém foram nunca exercidos com tanta largue-
za, como pelo 11 lustre Finado : que seus actos benéfi-
cos sempre íaram despidos de orgulho para se nâo
tornarem pcsaucs a quem 4ís- recebia ;• e que a sua
]D»o esquerda: não era, sabodora dos bcncíicios sem
ttUmero que a direita espargia.
. Na«: primeiras cieições que he^ive para senadores de-^
pois da revolução, do setembro, íei o^lllustro Finado bon»-
radt) com os votos de seus compatriotas para senador : to*
mo fiorcm seus principies politieos o vineukiTam á<]arta
€onslituci/jnaJ.de 1826^.por estar per suadido«er aquclle
«nico código politico , que, podifa fazer a verdadeira
felicidade de sua Pátria, a^rvdccetf cordeaimente a
Bcuâ patrfcius a honra quo Ibc hariam feito;* mas re-
gcituu a candtdai^ora ; ^UBtco raeiõ: quo. lhe restava de
não violentar a sua ilonfciqnc^n , otleaccdrdo com es-
te systema deu a Bua dcnnssãui 'da.paicDieiniLilar que^
tinha..
Andaram' os tempos^ torno* j a^ Carta. Constitucio*
nal do 1826 a rc.^Cr novamente os detlinos cie Por-
tugal ,.c nas eleições. immediatas foi elle de novo es-
colhido por s«!us compatriotas , na Madeira , para ser
nm dos quatro depotados d'aqueHâ ilha : desvaneci-
as ». Gomu tslavfrm , . os obsta cóIos que haviam sido
cansa de sua primeira regeiçâo , acceitou. .
Foi preci&aracnlen' esta ópocha que teve Jogar > a fa-
tal aluvião da I^Iadeira : estava o I Ilustre Finado doen-
te, quandoTCcelreu tão -aterradora noticia ; despro-
sando^pprém. a sua saúde nio hesitou em promptifi-
car-scpara concorrer por todos os modos, a flin deqoc
s«itpaiassem. as indispensáveis providencías>para acudir
á sua paU^ia; c não foi de certo cu^pa sua, se mais ef-
fieazcs mcios^ se.* nâo appliearam em. auxilio do» ima-
deirenses. ... '
£sle Eximio Patriota ;. este digno desccndenKTde
João Gonçalves- Zarco.; foi pae carinhoso, optituo
marido, c ^.melhor-^e mais* generoso dos amigos. Ti-
nha quarenta e três annoS' de edadev qoando foi
sepentinamente ataeado por uma emiplcgia , .que no
ourto capar/O do três para qnatro dias o> latirou na
sapuiiura, não obstando os incrivci^ osforçosque íiua
atnbulada Esposa pôr em prática para lhe restitair a-
saúde. Aprouve porém á Providencia chamal-o a me-
llior vida, dcií^ndo sua Viuva na maiof consternação;
seus quatro innoc entes, filhos orphãos do melhor dos
pacs, e êe\i^ numerosos amigo& cheios de saudade !
Seja-lhc a terra leve ! I
Resta^^me declarar ao publico, que não foi minha
ii^tenção sair com oro artigo verdadeiramente biogra-
fbico do> lilustrc Finado: essa tarefa era' dignai e
ponna mais hábil : só tive em vista fazer um pequeno
esboço das qualidades moraes , que adornavam JOÃO
DA GAMARA LEME DE CARVAUIAL ESMERAL-
DO. Da verdade dos factos que allego , torno-nic eu
responsável para com o Publico; c das iinperfeícòei
da redacção espero que o mesmo Publico me absol-
verá facilmente , quando reflectir quo é um pobre
n»ttilaf velho que escreve,* e tim- amigo que na
presença aindadn m<yi« acei-btt dòr, ofTerecc á memo-
ria do 1 Ilustre Finado este tributo da sincera amizade,
que sempre lhe consagrou-^
Líiis José de Sampaio,
viraLicAçÃo xittsuaria.
ã410 Saío á his — ^Concnrio do Sr. iicirflu na cíchola
medico-cír tiririca <le Lisbua. Disfi^rtaçii^' iimu^ural do Iltm.*
Sr, CaetuDo Maria F»»rreira datSilva Beifiloelc.
Z»OT£RZA8. .
2410' O* jfECKssJttifa' mffl das loterias já ròuifas ve-
zes temos • visto ,• como àftdã x?nlre nós occaslonando
um grande nuraero de olUnis males, qné, bcili se po-
diam dispensul- , «So sendo o menor d^elles o abuso,
que da sunplicidadc do vulgo fazem os traficantes de
cautelas. .
0 seguinte ateste prÃ^posito é t^opiado do Tribmo : —
«Os oiOOÒJÍOOO réii? saíram a um cambista no
(f Rocio estabelecido no^qnai^loirno de S. Domingos.
«O* cambista h^a via comprado o bilhete a um ho-
A-mem, que llV'o-ofrer«eceU' com a'C(»ndíção dê dar-lhe
irnft^ia moeda cm dínfherio e inei« em cautelas , e as-
«•sim se- fcz-.o negocio. •' '
<fO que vendeu o bilhete foi" para caza, e mnUipli-
«coB com soa firrta às cautelas, e vendeu; agt>rn ap-
« parecem cautelas dO- cnmbisla cl do priiní?iro dono
«(do bilhete ; mas riãó ha mais que 5:000 .§(H)0 reis.
«Já por muitas vezes temos pedido á Misericórdia,
«que adopte medidas para obstar a estes e oirtros lo-
«gros qne se estão fazendo ao público' á sombra da
«Misericórdia,'
«Ha de chegar tempo que a Misericórdia nao bá
«-de e:strair as suas jotrrias , o se adoptasse uma me-
«dida podia utilisar com eHa mais oito ou dez por
.«cento. y>
O traficante , por «orne Jòsc Perreira , acha-se pre-
so , e mcttido em processo pejo ministério publicn.
Sobre estes shccessos faz um correspondente do Cçr'-
rcio . Pnrtugucz as seguintes perguntas; — .
«^Porque iião se impõc.um direito desello ás cau-
« lei Ias da loteria?» ,
<f;. Porque se consente qne adoptem o c^rio decau-
«tellciros, Untos vad.ios , de proceder tão suspeito?»
((^.Porg.ne não se obrigam os can)l)istas a pagar li-*
«ccnça para abrir loja , cxigindo-se-lhe garantias no
« caso de venderem bilhcteiS. da lotcria ?»
<c;.Porqi|c não pagara os cautellciròs licença, parat
<{ venderem cautellas ? 2»
CAÇA A RAPOSOS KO BTV COTTIm,
2i20 A 24 do raoz passado pelas duas horas da
manhã , algumas cazas do alio (\o Longo , jnnclo d
Pátriarchal Queimada , suspeitas de servirem de re-
tugio e nmho a iadrões^ foram cercadas de tropa %•
208
REVISTA UNIVERSAL LISBONENSE.
ju.sliçA ; c pela roadrugada, entradas e visítad^is pela
auclDridade. O resultado foi a prisão de quatro indí*-
vidaos: três dos qiiacs já tinham cumprido sentença
de gales por ladrões. — Acharam-se>ihcs objectos rou-
bados. Tudo está nas mãos da justiça.
MAIS UM GAPIT1TXO KA OHRONZCA BAS FROS*
ZAS P08 BOZiISZBOS.
2421 Di4 da Senhora daG)nceiráo, um homem ,
juncto ás obras, que se -andam fazendo» ao^c.do pa^
lacio.da £y.* condesísa. da Povoa ao Rato, achando-se
cntallado entre ellas e uma sege, qne vinha para bai-
xo com grande velocidade, caíu e ílcou jazendo com
ambas as pernas quebradas por uma das rochis : o ho-
lieiro picou e seguiu via com maior rapidez ainda
do que trazia , e desapareceu.
Se a camará municipal tivesse já publicado a pos-
tura, por tantas vezes lembrada e requerida, contra o
correr de seges e cavalgaduras no povoado, não tería-
mos para accrescentar ao^rol, já tão copioso^ de crean-
ças, mulheres e homens mortos ou estropeados por si*
milhantes causas , mais este par de peruas, que, s^a
camará o continua a permittir , não serão ai ultimas
quebradas tão sem graça.
CORISCOS BS PÁU«
2{>22 RepUesentavá-se a 8 aSomnambula no 'R^ál
Theatro deS. Carlos: tinha começado o segundo acto;
camarotes , bancos e dobi adiças., tudo estava raso de
spectadores: cscutava-se em silencio o Sr. Flnvia.^
quando de repente desabam lá de cima kIo eagrada-
mento três valentes pranchas de madeira^ -que , dan-
do sobre o palco , estrugem iodo o edlGcío., -«mmude-
cem o cantor e a occhestra , ^ fazem levantar sobre-
paliados a maior parte dos espectadores. Descido o
pauno , passado o sobresalto , e removidas as taboa* ,
que assim tinham ^apresentado o .papel do rei de
madeira atirado por Júpiter <]as nuvens á lagoa ,
recomeçou a r^rcsenta£ão., que , superior « agoiros
pelo mérito , com que é executada , correu barrao-v
niosamente até ao fim , até ao tríumpho , excitando
çom os applausos maior estrondo, do que haviam feito no
seu despenho os três .cori&cos de 'madeira*
XONOSVIBABS.
21'23 Hi no Porto na travessa de ^YadcTlos fre-
guezia de Sancto Ildefonso, um velho de 110 annos ,
cazado com uma velha de 98. — Caetano Joaquim e
Josefa Maria. — Elle e eUa sÍo ainda tazos e ágeis.
£lla faz ainda os arranjos internos e externos da ca-
^a ; elle , se ao presente jse aclia na cama, foi necessá-
rio para isso um coice de um cavallo : são cazados desde
muito moços. Teem sido criados de servir : vivem po-
bres , e são ao presente sustentados pela charidude
do Sr. José Joaquim do Espirito Sancto. Ao seu bom
Comportamento , pois dizem o tem , e á síia ferrada
^ida sem luxo e laboriosa se deve portanto attribuir, -cm
grande parte» a sua admirável conservação.
FRSCJES.
2424 Kio se arrancam facilmente os piedosos cosr
lumes velhos d*entre o povo, por mais que n'issoem-
j^nheiQ todo o cabedal die.suas forcas os doctoriobos,
cujo systrma nervoso , segundo parece , se incommó-
da com certas praticas tradiccionaes , que a nenhoma
outra coisa do mundo , se não for a essa , podem fa->
zer damno , e que pelo contrario conservam os sen-
timentos de aíTccto , confiança e gratidão da creatura
pára com o Creador.
}io. Periódica dos Pobres no Porto lemos o seguinte: —
« Escrevem de São Fins do Forno, concelho de Lousa-
eda o seguinte. Nosmezesde maio, junho e julho hou-
« ve um grande indicio de fome , e os pobres já não
«pediam senão misericórdia. A dieta freguezia de São
«Fins, por lembrança diurna familia, junctou-s«, ?es-
«tiu uma Senhora da Conceição de lucto , i^oUocou-a
«em um nixo também de lucto, e foi em procissão
«com o povo de outras freguezias rezando a. ladainha,
« homens e mulheres , pobres e ricos, tudo descalço »
«ao Bom Jesus de Burrosas pediudo-lhe bom tempo.
«O. milagre foi claro: findo o sermão e logo que aSe-
«nhora tornou ' para a suaegreja, já se sentiu menos
«chuva c appareceu o sol, havendo outro^ sermão á-
« entrada , que compungiu o auditoria. Desde enta*
« até hoje transformou-se a fome em fartora , não ha-
« vendo ha muitos annos tantos géneros coreaes comv
«agora. »
«Bm gratidão Tse haver no dia 5 d 'este ou m> dia
«lâ, ic o tempo o permittir, outra procissão de t riu ia-
«pho da mesma Senhora ao* Bom Jesus de Bairosas,
«que deve ser com grande pompa. »
«Do mesmo concelho se diz o seguinte. Tem gras-
«csado por esta freguezia uma moléstia de que t(*ni
«morrido muita gente. O ^ovn de S. Fins saiu em
((.procissão om tomo da-egreja levando a Imagem de
«S. Sebastião no braço d'um minorista, accompanha-
«da d^ faniilias inteiras com. es seus meninos todos
«descalços, cantando a ladainha e pedindo a Deus
«misericórdia. As moléstias teem dimiuuido. «
PflnHOMKBIO ATnmOB9ÍÊLWBaCO.
2425 LÊ-8E no Periódico dos Pobres t» Porto de
24 de novembro: — houtera prcscnceámos os dois
phenomenos — do perikelioe da -aurora boreal.-^ Ao
por do sol , observou-se a sudoeste um aggiomerado
de nuvens «orrendo do oeste a sudpeSte com luz as-
saz viva e cor de fogo esu parte , e em parte d* um
escuro carregado; e poiícos instantes depois deixa*
ram ^er a sudoeste um falso sol incoloro , cuja luz
tinha o mesmo brilho <que o sol no occaso : asic falso
sol fui descendo até se esconder no horísonte. — A
este tempo observavam-se a nordeste e ao sul outros
focos án luz cdr de fogo , e o do sul se foi alargando
em grandes fachas de luz da mesma còr , que abra-
çaram o horfsonte inteiro e que serviam de base a
outras veríicaes , que iam tenniBar no zcnith. Pouco
a poucoscfaramdesfaxcniío, mastrando-se a atmosphe^
ra de um azul carregado como nas trovoadas, e coberta
de vapores ligeiros « transparentes ; então o. foco de
luz a sudoeste se foi alargando , e ficou completa-
mente o meio quadrante de oeste a sudoeste desde o
horisonle ao zenith alumiado de egual c mui brilhan-
te côr de foige , conservai) do-se ainda o foco a nor-
deste , e tendo desaf>parecido o do sul. Estas phases
succossivas de um c outro phcnómeno duraram desde
as 4 e mela até ás 5 e meia da tarde. O dia tinha
estado chuvoso, e ainda a noite o esteve alguma
coisa com intervalles, amanhecendo boje o. dia claro..
89
REVISTA UMVERSALr IJSBOIÍÈNSE.
â09
EXPEDIENTE.
A diitriboição começa hoje , quinta^felra , it 10 hòmi da
ttaAhfl. Aos Sn. , que, o mais tardar, quatro Jioras depois
úXo tenham recebido , ro^a-se o obsequio de o partici|>arem no
OÂCfiptorio da Rbtista Unitbrsu. Lisbonbnsb, rua dos Fan-
queiros n.* 82 — !.• andar, para se proTidenciar.
CONIECIHENTOS DTEiS.
ASSVCAR ]>Z BSTARBABJI^
(Cmtinuãde de pag, 181.J
• 2426 O METHODo , que na sua fabrica , de Bade ,
legue Schutzenbaeh , é o seguinte : — cortam-se as
betarrabas de alto a baixo com uma espécie de for-
mão ,«m pedaços de grossura , pouco mais ou menos ,
de mm terço de polegada. Estes pedaços são subdi-
Ilididos depois com facas. Estas porções, já muito
miodas , logo que se acham em contacto com o ar],
entram a enrolar-sc por si mesmas , e deixam de ser
pegajosas ; do que se segue que na estufa , para aon-
de depois vão, pôde o calor circular por entre ellas á
voatade. As estufas teem uma temperatura de 34 a 40
graus dcRéaumur. Os principaes ulensfs da fabrica
são muito slmplices. A roachina para cortar não custa
mais de UB^iHH^ réis. Meia força de um cavallo bas-
ta para a fazer trabalhar: e.com o trabalho do Ires
mczes pode aviar um milhão de kilogrammas de be-
tarrabas.
Uma fornalha ou esquentador com 10 pés de fundo
• 9 de alto pôde secar três mil libras cm 24 horas , ,
gastando, pouco mais ou menos, quatrocentas libras
de carvão vegetal. Três fornalhas ou esquentadores
bastam para secar tudo quanto, a sobredicta machina
de cortar lhes possa expedir. Depois de secas estas
aparas , moem-se e reduzem-se a um pó grosso , que
se embarríca , pulverisado levemente com cal , e ar-
mazenasse. D'este modo atura muito sem se estragar.
Quando se quer fazer d*elle o assucar , tíra-se para
fora , asperge-se com agua pura , que depois se faz
«vaporar com a machina de Rotb , sem nenhuma ou<^
Ira manipulação. A primeira crjstalísaçSo produz o
que os francezes denominam «n hm fuairiimê , e este
depois de segunda crystáltsação dá logo bom assucar.
Por este melhodo se obteve em 18^9 , era logar de
cinco por cento , que era o mais que até ahi se con-
seguia , nove por cento ou quasí o dobro de assucar.
De uma relação feita em 1838 ao instituto ameri-
cano por Mr. Nonbert Billieux, da Nowi Orlfom, ri-
co plantador de canna de assucar , na Luisiana , se
averigua , que o termo médio (em dez annps) do pro-
dueto de uma geira plantada de canna , é de 700 li-
bras por anno nas terras velhas , e mais avanUjado
nas ainda novas e folgadas. N'um anno de safra dará
uma geira vinte mil libras de canoa , que Aindlrão
mil de assucar ordinário , que se vende em primeira
jnão c no ingenho por 45 a 50 réis a libra; e quinhen-
tas libras de melaço que vai pouco mais ou menos
cada libra 25 réis.
• Scgue-se que n'um anno bom o producto de uma
^cira de canna será o seguinte : -^
Mil libras de assucar, a 45 réis 45 jfOOO
Quinhentas libras de melaço , a. 25 r^s 19^ 500
N^este eaTcdIo niò edlram as dedaeçdes neééslarias
dos juros^áo vaK>)r da terra, dos juros do tmIot e sus-
tentação dos escravos , dos juros do válor e estragos
das machiaas e outras despezas. Ainda portanto sem
estas deducçôes , que é indispensável entrarem na
calculo , vè-se que 50 geiras não podem render por '
anno mais de 2:875;|f000 réis.
Comparemos agora com isto o que renderia egual
terreno em Portugal com betarrabas.
Uma geira de betarraba dará em um anno ordiná-
rio quarenta mil libras d'ellas ; e portanto 50 geirss
darão dois milhões de libras.
Suppouhamos que o lavrador as venda em bruto
como se costuma em França e Allemanha , pelo pre-*
ço médio de 4^800 réis por tonelada que são doaa
mil libras. Receberá por conseguinte pelo producto
em rama das suas cincoenta geiras 4:800 J^OOO réis :
— isto é, 1:925|^000 mais do que lá na America re-
cebeu o plantador de cannas com egnal terreno , dan-
do , não a matéria prima , porém o assucar já sobre-
carregado com as despezas do fabrico.
Mas examÍQcimos agora qual será o producto de cin-
coenta geiras de terra, cultivada de betarrabas, qiie-
rendo conyertel-a em assucar refinado segundo os me-
thodos mais recentes. Gostuma-se calcular nove ou
dez por cento de assacar na matéria bruta d *esta' raiz ;
e calcular o assucar refinado a razão de lO^^OOO réis
por cem libras. Ora uma tonelada ou 2000 libras de
betarrabas darão 140 libras de assucar refinado; vinte
toneladas» producto de uma geira. 2800 libras; cin-
coenta gciris, mil toneladas, darão 140:000 libras;
140:000 libras de assucar refinado a
80 réis, fazem 11:200^000
Agora deduzamos o producto bruto de
50 geiras do cannas , avaliandq-o ,
como já dissemos , em 2:875^3^000
Teremos um saldo em favor do assu-
car portuguez contra o assucar trans-
atlântico, de '
8:325^000
Luiz Wàlter TinellL
2427 O ESPARCETO vendeu-se este anno em casa
do Sr. Fausto Morato Roma , calçada do Sacramen-
to n.® 20 , a 700 réis o alqueire : já porém se aca-
bou.
Não nos consta que actualmente o tenha mais pessoa
alguma (nem mesmo o Sr. lloltreman) pois que ten-
do sido muito e muito procurado , tem-se esgotado
toda a semente quanta houve , a não ser que ainda
possua algum resto o Sr. Pedro deRoure Pietra , no
seu Cazal do Pinheiro , freguezia de St*"" Quintino ,
concelho do Sobral de Monte Agraço.
A luzerna vende-se na loja de ferragem de Barros
sobrinho e comp.*, rua dos Gapellistas n.^ 12 e 13, a
300 rs. o arrátel {' e pelo mesmo preço tanfbem se ven-
de a semente do trevo. N'esta mesma loja costuma
haver á venda a semente do sainfoin ou esparceto ,
vinda da França , costuma vender-se a 120 rs. o
arrátel, que corresponde a 1100 rs. o alqueire: ac-
tualmente não a tem , nem nos consta a espere.
DEZEMBRO — 31— .1843.
57^500
18
YOL» III. SERIE II.
310
REVISTA UNIVERSAL LISBONENSE.
M AGaiCUIiTUl^A POa TIlVBQa
BA SXTaSKAPUAA.
2437 Tbvo8 demonstrado em diíTereates e succes-
si vos artigos, qu^ a este respeito havemos escriplo, a cod-
Teniencia e necessidade da creação da companhia :
parec€-Dos ter destruído todas quantas ot]|jecçues era
sentido contrario se nos apresentaram : c o silencio
dos impugnadores o consideramos como uma coníissão
de terem sido convencidos.
Ha algumas semanas temos deixado de escrever,
por quanto estando abertas as camarás legislativas ,
sendo o projecto da organisação da companhia uip dos
de maior importância que existem nas commissões de
qualquer das duas caias do pariymento,. esperamos que
attento o longo tempo que tem decorrido desde que a
projecto foi apresentado na camará pelo.Sr. deptitado
Beiríío, occasiSo em que foi logo remettido à commis^
são, esta apresentasse o seu parecer. Infelizmente as-
sim não tem succedido , e a commissão ainda a(é ho^
je não apresentou o parecer, que tio anciosaroente é
esperado por todos os lavradores de vinhos da provin-
cia da Extremadura : e para queoem por Um momen-
to se possa duvidar da importância d'esta cultura
e commercio damos em seguida os mappas que de»
monstra m a producção , consumo interno • exporta-
ção, eque serviram de baze ao projecto da companhia,
esperando que em breve appareça o parecer da con^
I missão : e para então aos reservamos. * « * a t
Termo médio da producção » consumo em Lisboa , ecrporíaçao , € exeedencia do vinho da
Exiremadwra nos 3 annos de 1839 a 18 il.
PBOOUCÇAO C0.«(POBME O A&B0LA1IIE5T0
PIPAS Cí>NSUMa, EXPOttTAÇÀO, £
PiPAS DE 30
MPIS »B 2(
DO SUBSIDIO.
EXGEOENCIA.
ALMUDES.
AUtVIHKS.
Djslricto admmistractivò de Lisboa
78,725 Viuho que sa consumiu na
» » » Santarém
53,932 cidade pelos despachos da alr
» » » Leiria
24,494 fat>dega das Septe Casas». . .
24,016
27.71t
Ji^tku ^uc 9V d\|n«iwu, vuu—
157,151
forme os despachos da mesma
N,B, A lei do subsidio dá 20 por cento
para quebras , mas não excedendo estas a
alfandega
18,080
19,113
Accresce s6 1 e meio alm^i-
10, deve augmenlar-se os ootfos 10.....
15.715
de por pipa, porque levam
2 e meio de agua-ardentc.
»
172,866
Vinagre que se consumiu
/
na cidade
1.251
i.251
/
Dito que se exportou
Não julguei dever augmen-
1,100
1,10»
1
1
tar n^estas duas addições a
1
dififerença que ha de pipaa de
1
26 a 30 almudes, porque.
1
como é sabido, o vinagre le-
1
va «gua
/
Agua-ardente que se consu-
miu na cidade, pelos despa-
chos da dieta alfandega
Dita que se exportou , co-
mo dos mesmos despachos. . .
DHa que levou o vinho do
consumo, 4 canadas por pipa.
Dita que levou o vinho q«e
se exportou , para o Brasií 2
almudes por pipa , e para o»
mais portos 3 , na. totalidade
2 e meio por pipa
EsUâ 3,897 pipas d'agiit-
1,237
886
267
t.507
/
3.897
/
/
ardeote fasem pipa» de vi-
1
nho, tomando 7 deste para 1
j
d'aqueUa». .•••
31,474
1
80,6«9
1
Exeedencia d 'onde aáe o
1
consumo da provineia, «ãoha
1 }
base para se podec oiicttlar . .
82.917
1
172.866.
172.86«
RETlfeTA UPriVlE»SAL LISBONENSE.
2il
NiHa 49 «mAo ée$pa^uidõ para txfortajçio pela alfandega das Septe Casas nos três amiot abaixo
declarados.
1839
184Ò
1841
. -
DESTINOS.
PIPAS-
i
d
PIPAS.
ú
A
3
<
22
t>IPAS.
ú
p
3
<
A
<
SC
ÁllemaDha » <•••
3
U
875
íl
13:786
237
186
550
155
1:438
188
80
84
489
8
971
1:015
59
86
10
8
88
84
10
8
8
3
7
18
19
18
9
87
82
13
9
8
11
9
2
3
110
473
18:359
343
9S
1
114
1:190
209
7
84
• 345
1
?;570
888
65
8
5
1
84
9
1
14
19
8
88
86
83
6
88
18
86
4
u
8
6
8
8
6
4
3
0
6
6
70
373
11:304
488
1
405
66
1:119
171
13
109
1
1:198
785
86
18
84
83
18
8
€3
2
8
18
80
24
15
21
6
9
6
6
6
9
5
6
9
7 ,
6 '
America Hispanhola
Arsenal da Marinha
Báltico
Brazil
ComaroaB da reino ..«
Dinamarca •..■■ ».«...
Kslados- Unidos
Franca •.••..••••...«.••••• .•.*•
Gríí-Brelanha . . '.
Hollanda
Hispanba
Itália
Ilhas Puitngueus
M<irroC(»8 .é....
P«>sâoss5es Portiiguczas
Rússia
' Snecia
Turquia
Somma
19:308
87
18:806
17
6
16:130
86
9
Nota da aguardente despachada para exportação pela alfandega das Septe Cazas nos annos tibaixo
declarados. ,
NAÇÕES.
1839
1840
1841
j
PIPAS.
A
P
3
<
A
d
PIPAS.
i
P
3
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d
PIPAS.
i
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3
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AJlemarha ,*..••. «.««.
10
16
1033
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n
3
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1
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1
8
1
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6
8
3
9
8
3 '
1
Atntrica Hlspanhola . .
Arsenal de M artnha ,
' Batlico . . . . í
3nif íl *
Comarcas do reino.
Dinamarca ., ..•..«.
Elstadus-Unidos ............*.....
Francà ■
(IrS^Brelanha
Hontmrln e Bo1|riea. . . »
libas Portuguesas
Híilia
M irrocos . ,
Possessões Vori. l/l tramar) nas
Rússia
«uetia
Soroma,
1371
1
1
581
18
10
765
1
0
18 *
2i2
REVISTA UNIVERSAf^ LISBONBNSEt
STAlfOSXiHO BE &ATB.A90|^S8.
2429 £m toda a Europa é conhecido o nome de
Tiago Bujault, por alcunha o mestre Tja^o;-^ la-
vrador de Chalone , homem de larga experiência e
bom jmto , auctor de muitos escríptos de pratica ru-
ral , e cujas :sentenças são para os cultivadores tão
aphorismos, como os de Hypocrates para os médicos,
e os de Epitccto ou Franklin para os moralistas.
N'um dos melhores jornaes francezes achamos em-
l)rechadas n'uma espécie de mosaico sólido as seguin-
tes máximas corl^idas de dWersas paginas do mestre
■ Tiago , que , se já se não recommendam por absoluta
novidade, muito podem valer pela força de sincera
persuasão que as vivifica. — Feliz do javrador que as
decorar e pelo seu exemplo as fizer aprender a seus
visinhos. Quando nós outros dávamos nos moiros pa-
ra conquistarmos a terra de Portugal bradávamos; —
Santiago e ávahCe ! — para a fecundarmos e prospe-
rarmos , deveriamos bradar com egual fé — i Mestre
Tiago e áviante ! —
«Cada cavallo ha mister de um moço capaz; como
«cada terra de um bom cultivador.»
«Quem degpresa a sua fazenda perde um terço da
«renda; eametade ha-de perder se aquizer vender;»
«Se és amigo de teus filhos, tracta da tua proprie-
«dade. »
«A. boa dona de caza é um thesoiro. »
« Mulher activa *e cuidadosa torna a caza abundosa. »
«A feiras e mercados não vás senão- para os teus
«negócios e arranjdis: não temas que por tu não ap-
,« pareceres, faltem lá mandriões, comedores, e be-
«bàdos. »'
« Emquanto andas por fora não fazes nada , gastas
«parvoamente o leu dinheiro e o trabalho em caza cur-
are mal. É pcior que pôr uma vella a arder por am-
« bas as pontas. »
«O que primeiro se poupou é o que primeiro se
< ganhou. I>e ganhar nem sempre se tem certeza; mas
éo que se poupa, tera-sc.»
«JNão peiHsas nada do que pede prestar para a gen-
,«te, para os animaes ou para a terra;»
«Um punhado de palha dá dois punhados de eslru-
«iiie: e dois punhados de estrume dão um punhado
« de grão. »
ttPõe cada coisa no seu logar; e tracta com amer
«as ferramentas; sol e chuva estragam tudo; e depois
«é necessário mais páu , mais ferro, mais trabalho,
«e mais dinheiro.»
«Acostuma teus fílhog a guardar e a apanhar.»
«Cura com diligencia do que tiveres colhido. Mui-
«tas vezes se perde mais n'um dia por negligencia
«do que se ganhou a trabalhar n^^uma semana.»
«Teus filhos que assentem por escript» o proiducto
tíáe tuas.colheitas', as tua» compras, as tuas vendas
<( e as tuas despezas. »
« Lavra bein , estruma melhor : não poupes a tua
«terra, e scrás.Javrador. »
«Tracta cora dó a tua terra , como aos animaes Ao
«teu carro: não lhe deites carga com que não po5sa>. »
«Quem sua terra esfalfa, sua bolsa estafa.»
« Não lavres a terra forte quando está molhada ,
a nem a terra leve quando está secca. » '
«Não ha boa lavoira, sem bom arado e relha lar-
« ga para cortar as rafzes. » ,
aFaze muito por te descartares das más hervas,
«que segundo a minha botânica são da familía dos
«maus lavradores. » '
«Queres ter grãos, faze prados para pastfo.»
«Os prados são para a lavoira o que o mantimento
«é para a gente. »
« Se a terra anda esgotada o prado a fortalece : se*
«cangada, descança-a: se comida de más hervas,
«alimpa-a. »
« Não ha terra em que se não possa fazer prado de-
«alguma casta.» "*
« Os prados sustentam gados : os gados dão estru-
« me : o estrume dá pão. »
« Não ha pasto sem prado , não ha gado sem pasto,
« não ha estrume sem gados ; e não ha prado sem es-
« trume. »
«Os prados, os pastos, os gados e os estrumes tra-
«zem o grão. Todas estas estas coisas and^m presas
« umas ás outras : quem faltar a alguma despeça-se
«da colheita. « .
«Quem faz bons pradois de metade da terra , que
«podia lavrar, é lavrador de lei; akida não é mau
«lavrador se faz pasto só do terço; o quarto já não
«basta. »
a;Mas quero fizer tantos prados, onde é que ha^e
«pór o feno? Onde o põem Ires quartas partes da£u«^
« ropa , que é ao olho do sol e ao ar de Deus* »
«Quem não tem feno fora da caza, não tem feno.»
olSemê^ prados todos os annos , se queres todos os
«annos romper novos prados. Uma aguilbada dearro*
«téa vai por três aguilhadas. »
« Gessa os teus pr'adós arlificíaes. Com doze vinténs
«de gesso mercas doze por cento dç.mai3. lui a^eifa
« do feno. »
«Não has-de semear senão o que podes estrumar.
«Faze prados , e cria gados, até que tenhas adubia
« para todos os teus trigos. »
«Não semces á medida da terra, mas á medida d<^
« esterca. »
«Semear sem estrumar não é semear: deitar se*
ff mentes a perder é pór a caza a arder. »
d Uma cabeça de gado grande estruma 200 braças^
«quadradas, outro tanto fazem dez carneiros.»
« Sc tens na planície Ires mil braças quadradas, ne^
« eessitas de trinta e quatro cabeças án gado grande,
« e sessenta carneiros bem mantidos e com boas ca»
«mas. »
« Terra fria e molhada , tera-se o mesmo gado e é
«só meio estrumada. Jt
«Ninguém seméa cebolas e alhos dois annos a fio
«tra mesma terra, não semées tambetn na mesma ter-^
«ra muitas seara$. »
«Terra que não faz mudança depressa se cança. A
«herva afibga o trigo: depois magra espiga ene*
«nhum respigo. »
«A espiga perfeita faz a boa colheita. »^
«De tudo has-de cultivar, para que tudo não ve-
«nba a faltar. »
»kSe falta o pão ao lavrador , a batata é o seu fia-
«dor: e se ocelleiro lhe trasborda, com a batata o seu
«gado engorda.»
« Cria gados de dtfferentes espécies , &e um se não
«vende , outro te dá dinheiro.»
«^Quem tracta o seu gado^ tracta o seu morgado.»
« Engorda o teu g^do antes de o vender. A gordu-
«ra é capa dos defeitos.»
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d«f<dieub BoHftt; TVfdiis iif 'rra«l«ct^il>t2iWfiiiim««ti«dafl'
aHiíMiioitféi tdrp«m d« Grcií^'; 'â* fivkio i^der Batrj*'
l<llK«•,i'ílè^Nlnlv^ 4é 6«iiiorrha« i(^M«fnpfbw(U Gliu«
na; da^lMAIa Yí^ sel^agcwfti d» 'AíHea e '4» Aéierica, ^
Iml»,' d'^é>ift«*boiiehfttaiaMftoiii'^'iKii«Mli das paMsa'
ittiliMllhfib ife*tPnita|r',o||ii .dad# pbr^aiipertor^n «nut
crença, que, aem nos aprftnM^as'bosaá»<t•lí■ef^4lllll•«'
rieii; 1^3d«<ISúta *«k7 lt|»trlafikai^'4'«ino»; ^iitt. «sKiid-
ibrwd^^a tèfrá v-pi¥áf'4fiie^ liftfk <i}iM4la i e sètiklaaiêiilô'
|nos<>i»Ka«Jba^a^»at lui d«»icimcv itic^ k utiieli dés-
idobradora de flores ^ para oiti' atavie ' é «opléiií MiK*
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No HftSfforSSidvi idb o tnvl6 Oamtà^^itêi^ >KM i»f<^eu o* Oiílh«lM«ttM ^ Mtd«tai*»f de «a«a
vapor ^i;ddiiáaios 'âkt«> fue par» 'SSpprfY o -farrò nos < Jnttflni^tidas .<' of^^^^Qs 4idt^náirioa^>niebiiM>» '|á se coám
oarrfs Minvènlára^^vina eoliiposMo^ tmrts rija Iftíb a
pediémein; '^amo» ^aeBteseafiti^eMiirèurtoaai tilotiftl«
o«lii; as 4flfiii«laç•t•^ H|OQr'boi JòfVitfi) iíiíglkt Híéi*^-^
Dbcírof eivísiadabanif»(d«>-afieánCi^f4-' f " -) .or :i .•
"i.Anaaien áoh»a*^^(iifistvmMoMta<reldip«iÍhov' r«^'
dvsíde a pé.-«it)arh>(ÍBii»v'€nsiil>nitÍl»tvdd esfe'nií«to>>
a iuiiB':f;^rtaiipwsiiQ{ entre .(taa«>iinaíai^«k(|feiatf d«''ato-i^
Udm aqoallt» pó«iijrcUuz<é qiuifaa parte do séit-<f«ílti«
BWiprínikM^iianéttdottaacwrpd defâdiirtratet .rijéto: '
OiprinNèiroitel»^ qu^fiMKMi 4)«sitid4ii; M^fmê èo^<
tMi>iÉeicaaaKia,<':é>s«inMa etl)Qp«'a4éb|i dê'|b«Mto», .«sr^:
oei1ebif4.''ÍMnilirarBm»*le)llepotd; ^aiè nioepMerMinrtàaa
ped«çato Mtforaiet: da''faieRnalt«»pMii^ faiMÉiar èè
niase fabrioaflwÉM«.OBtiiidbilHoi;i()Mtf »t)iMelilna«iaf^^
aimple» qoa ae pMa'>iiiiag9iarvf Una mHí de^iiéo à&Uh'
maiilM « feiliai* dait^^, liqét-^: d^a> YoFfnt^^ ^ ' toif^
té» oa iloi»^ iBÚtunaiiif fti^iiilb sé^oij^ipaf* dèMn-
tr«td''«it«<«iíM; tagrvj I«caá»p0ii- «mk paféfÉsa^^el<a)
tflitfaKpéitD atiçar ^orvnn.bníçt liof(is«Htal d<9'f^H^
d« éma. 'vlnte 'e.aãBlaf pol«pidas>' «iiièMIprMiélitò ^
deace, dixemos, oalra pcfatwibMPdf<«çorqi»é€hia^i
ctaincMat lb»qjtala;'IQÉarfloamltf{t«inNi)iiiipaniiíM>,
tm&ÊÈf' o oatcadirfíVM>itaMndoiaobM'!»r Í>óf • b t^ oiB^*
cio>,i «aié^^ne-ii'*!^ pMetpcrtarnarsrt-iMsanaaaMn
flBUra»'0 psralteso;. oomiHIeraaaiNio mtettdár ^P^tilliÀi^t'^
l<»ei*S6aioi|NNi|i»d«íiiai->igialbc>8ld iitf«4blr^d^Mi|ii{
doraUKInM^qM é.Movtl) «iipreaMila^éwfiílIlAa e^|la<
diillhoÍÉitO'pam i^urnilireiíiUi B*e»»ladi(IHlo»ifia*tf6i)
fet^iiflp i^iflwti^v 4JktpK>taíti|oiqiuppAdenHx^tMS!(ipafasar d^-
fi»gl»»ia^élè «>tÉ»!gèl4> á faf^D tiépitttiii«iar«iit« /i 4<k« l«
oM^mKliani iiaaa^afltflmni^'')'' 1> -ri'. -i- • •^''t
«AiHdf^dia -oa J»ettiirc»> ua'(9min<^Mm^<o§ »< ipiolii
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<kr» maior i¥B#iDtía(; o tfiifriaéi dapeodai d» kiaí«r< apèKcP
da^ pdh^* t«bfla^ >dat.|«cÉuiPttj<toQHcri4 •
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batem e derrotam^ titl9 aosf 'oilt#lfi^ : wu «aÉqaaAto^Iuiifcr; • o»
soritt;i«i;f éafotftfhavidW *M)o<cMipi]<itu«l ? «i^À«lfosvU)s
ptÍHéSÍMfféf9^/'biaèhttm-aiiMi(>1ié'íftiH(efMÍM;^ a ''i
í<^éÁ*úe &p&ãafefú4^%^iifiAa»rmmfÍQtln pavè alma^
gknlHíO'^ «emMo»,.qw Déiisi^Mli de«v «oiiMlMtfat idaU'
a alÂto,' ^iVi»aft^'« <iísC4rllliHirittí^tf >é|í o lrottl:aifef^
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|li|fli0' ^m^}A!é> álÍílinkil«IMlh«l:<40 "riitfiM^J Mrq«é»
na«f «> f^#ffól^^ ' léMge' d« «MldiAnna^^ g«za«'e p#ii^
t^^^i i»^ti«MftH'safH>'aa«Mada ,: ^tifcqmahdai^ <(fo<i>
|diMiimid(y'^é^a4iKniel }. qiie\ «ttoilbalkOMj^f IHMftd»
idé^^SlMéiá^.^^iii^i-a^pItF «I*tt'd^l4yiq«^ 4«>{(
cdtíMÍ és*^tfr<r^M))MilMli, l«¥«Évptaf««r4t»^lfiièMlè#/
te^'drHb«Mp: ^JSfeM^^áFO^iiiBMibtf' uai al¥gri*>^llis^
jse o propbeta. — E a egreja, similhante -áLiaipmii
|d6r%Mi)A^sV'M%itH^s»<í<ite#; 1^ «'§fpaNe»4c-
Imiftrr «ti^ti^ d«%«iasi 6 t^masy baiiba-iícr um
jpiMéiÃ>!rp«tiiiM'Wdctt«aMat«nítra 1(1 lilrttnMiie«*>s«ni^
jsidtfy^'';òlattia>i<A«'#lnMàâ;'^#i»*##, /IMaV ^t»lí«^ili(»
: Se «'litlftior^ii^èiillo é'aeikip#è aaféro: e'>lftllÉVif el ;
In^MM é*€«rtoH4adéfe^, *a» suéa teafMMat^» «o»
js«iítM^i<1ia cTsMfèg é lbrta<tfBoV multas vi^tlM^ a ledif
ce^^i^^d^dmehtimeim^oofldío no^tédto^lb fjfbuid li« d
ItMMtfffiiiHAtdor )Mr«taMrin^^ iifl:drrtpiJHal «lateiW
jpkN^tf ffhitfcidr pai»it (P^PMto '«<'pat^'W téa^rt^
;lotfí«'?'>bWftff8«na J^ytèia i||«f^«||faife'faft Ikdi^á^Mi
oibcí^t;; ddáf^l|¥fd«s''ê^#ò^MfiN:lé; p$^jk"^^VÊfêhit¥\M9
iviM^õé» ; >tílf|i|iM»«lí^ «iHkM ; délHur^ éè solj>'fii«'
ív!Mi^«H«le^tÉÍM'e'1liaitfáiaf^ '' • - , •■ vf^-i o»-.' .■.'
> -^fPvéísÊimm^íêt('mm&; «oiuoi^kMfplo 'ila %Mv,
r«M«wlAPV'>sffc /^1Ítfí#'^ii>llR?ilt» tf<lfiF«|iM»ilòdãs 49
sMIfMMdM^ií ^éatMlícai»^ fcottfo» d«Btroi>%liiPi«flda liiti
id^HiáUrçmMiíS^^AtaríMfs «ftgl-iMiMãdb^éiViièMm
Iqitil «Mmiá'HM-iíBêfidda'«&'tnba fimià/'míâá*mi'^ésfi
jcfMHá, è^^^vifttMiidlhiMr^é^eidkfeâa inxèv<èPj«1^
|d^«Mf''Ail'^aMlia«né''re¥ory(^Hri^'^ilíiaa:<Se^éMpeftiàa
m««o^JfiPtRiAi «ettMMttlieftf^rlfitbl |^l^4nii!ftfe<4«KiéJi
M mífm^.^^è ft ¥«4ig«io «o|Jo dc^i¥«l;oi<dir íie^iMiH^
tíMièifi jf ^#ite «éMtMaa m ««if^llèti tt^ mftu^M Utíê
,d«iir«íjr»tiflYtn-af é(ibper iÉsr«tMiliM# «Mi^nfOè '^ ímmíP
' bHiiiios^pmsIpIcfês r t'ffe<^iA>^ |MfMW««iha «^f)^>M
siMM ( iniVii04i's«M'^oM Mtfr tahiMi|6#«(b*ait>> •' '^
cfaaiMrAaMIftlitstaiiiJrapNiwnsoft^i^iapoiteiid^ji iie«ia^ .^tlmdllIitMrtol^ fMMofilí^tfMárdiMiMtfias^WtllMl
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inrbmo «fJU6taino Deus; /rrn'f)(Pt'<ei>«Ts<9 ida 39^tv«çlk> 9'
si*útí gkir9cllM.Aii1'g0ravid3 ii)ft:«j)IHÍ$ ^¥fciMgMÍdpiid#^i
nações «n«iton» : .di»0y.ni<sii#.n'.^ÍJM ÀM? iéifotfi«f» sp-r
áfí.m íUvor^ttidas' lufin^|i«!.c<»0|o .qiiA-i^ií dp3l«liii4iKki
Umbem .•iiuÚáar««da Qatiiff»i;ii^< / <: «»)« . uip .» • ./
(}'mtiii«|^tto»)dQslMUreUgÍPSQ ;^ilifbtr2^c|i<tiiicf;u|iiir>
^il) á^tíii Joio «{laçwm^p^a IM ».^.ffi^^.49t «aior»
á;dA KMIk|(4 4a;A#oib04m> .j j , <- :"i\ "\, mi.. i..(
No estio o sangue fervente e rápido como aseiv^M^^
df||kja«7afi{U0(MMl«ftt0A.|ík7H)(fE..€9DC9reen^«.«|Ciija,j^
âft.eMiipoii^r^AvDca «n^itoda « PAPt^.; : n .t, • . - i*.
. J)i»ff|MJkHftei; Dai9)i!ima(|iAii?r M.t^sMrpffj.a ei^aimr
sia/) a MK4ã«fiif«n)iii{(€)0»»,dq,ot««r no,^m4o «d^
a^qfllGi; drc^riM» il!^rff^ia ^^ittoa^ufl; 4)9fffAf^,.,<«<Ai)e;
Ulitjpt«#(terttteo;i^>ft bondAidq 9l«|r,,ll0:4))Hil(? 4q x^ilj^ir
»^'OièiiKHil<t qiM«4«TOnN«4l#dA' a -aUte^M^íMí A ci$|Âd«,i
ainda sem oavir falta, ou vér a3p««laorh99^m.}Se.!f^
tMC#iQBaiibffdQftr.4«l|i«MM^pMrP«s ^saA^DaM^U^ir '9 ^1,
9.««iM»DbfMii(ftcwpMib«^p$i;MniidA daPfia{;<M^ nA^\
ífliHiaatH;<4Q«.iafiA«f(Mii> a40nf«iibattMo^ff«iffY«f.(dP(iUft<
e,i^: uvçfTdf ttpHaiiiMWH^^ba^M^a ,Daf;pi^A,flu^ UHi
4« JrieipiíM^ p 0^^«faa ;. (^ mnii^ (POrarWWf^f^iO P<^»^
•4a M00aa./^pa«mil»^!qMe .nj^ doiii|fm.<)re|i>0A64mi|^n.
l)<«Í0(y)M^r^f«JiilHNiiei^iK«KWiW!i>^nâa'a ftíÂe!^^^
v4t0imd»#«Ptcwi^«rt<^w .f«t€iB,«i^eapirAQa9)>4k ftgHr>
»ide.iiiii «nle jÁpov^^iMaiVDi^OKitfM^^^u só A«»(AO|M)oa
pefBlAldi^. v:.ir/"jMi .j; :-j f. S ...I. i«:'j f '.
ka-V^iiif 9^t|MM\: -p^^lMSfo a; «.aM.^MCQf^e^ m\ ^aiopp,*
aos prazeres do deTitA^,p&^da.tf:ooKftrf«!ç«i^ í^t^x^r
q\l»l^. ti0hWVk ik»moy oA.^1 0 separa ^$ »fímrt4^\Ú^
BrdxfdAMrilil 4(Ala.^<f»t(^.f9S<WÍi#>Ç(tmi P(fafi^»«f; t£ii4o«»'
Irt^BM jat^Mp^ia^-tft ?iiiM«aâ(nwMrna.'da..oVfimm)
dMiKbg^{, ) p^|(^^aiia<kA(lP9^ fMinf sf er ^oiCiiiçt^f ,{;
9«i<|M# 40 /M0.;d«^haio.,«1 i<^¥»t#r M.rHM«aaifiquA>^a >
iM^n)>t0^ 4l^ «a^fifíliVio, wMr^ihii^lMilliiido; ^.v^bífr/
reando como os passarinh()#itiM4(#SftStfMfÃo<,tamÍ|I^f
9^^f.f.D9fia|]«flT4yi(^.«e pamMied^n^lWMi^íál^pOí-
io> Hí^jii»f#iiH^Hr^e.w(^<o^i««^. Ai^b^9aS«^^
o.io) ft4>rf«Mra,diViimifa9 :f|fgM>^>bnl^^lPo|w^JlHi^ pi^>
dfmp opnpva^fyiM Aiiip dfitpmifmpflin^kdi* Ahhw
dminukWnfOrlbíl :i'«^«ttM(0bf|ftNpa9^80fÁW^ao|Nrmi
iMAdo.» fa«i#f»^ft<l».;^. otMeolAa^:f«^ina a9a.(6ff^.«ii nf^
ccaaMa<|e lewf^i^f ami^Mía^^ ^)ÍMè «iH)f>lwÍMA 9Í^
BttiUa^lttrfecj^dap., ; ll€4Mad<i .404 íY^y^í W^ Ul^ 4i^
persa|i|^AcirP4.a«iM4,4e <J«»Íd* l .iPWl8^t»!«il»íinpf«a(IÍ»
« ■ M
faQ#Sii q«o jAMsavii cote q«e:mbrQffnJtkianpm% oé^.
Íueninos que a rodea»'; étrúria/aMabàix^ d»a ifòkF-
«> d* alwatado e?|ia#a;»ifiaiflipe4Máni»»>:i|uaj lbe»s-
rrm« 4pSi:peãitoa.a. Qllim^^KHtta* doittb loite, nialucb
lipai«:íiiiaa leifreibiim d^lcéa, «noitiqaattto'; ella oUiaa
pobre elle muitas lagríma«;do«Mii9tte (nj . ' : p / >. ... ».
nãt» aai(imsf0tii! «cmitfLiviíiiclaifaqtaroOi só!«BÍMrat'.
jadi%inha quando a estação é rigoros«!f Je/4nòit«-mb->
PbvRt ae- eciUi bçn'.«4ioiipadoi eailraiite daíbflteflÉtoe,
leptfOffaj-etttefl if <afni9(tf« ao pér^a ilèipeils«ibarta!pra^>
^ii)% a dA 4ues^ jbpa ail«lniadftae filDdilnleLWfSia .
|quc é esta a quadra da bencGcencia , da charidsaéa,
{da sociabilidade , — e fui n-'4»U que o bom Isat», o Pae,
jo.ámBp&paiO»nflipltteada9qiito*v, afii AâmeELvoft
jcflui» di^tMaii ia,U»tl9 n't»l«péaíl61de«totdocér ánMÊo-
;rM(M> ba«Nto , progfMáatiof iuf aetéAcrâfiáÉH ko^ «étis*
klis Bethlqa» r-^^M^ «;J7aM *tfipn3.«a.ftméni»,»t-fle>
'cmqUiantQiiiaa. dentas 4eAlaa<ehríatã0M«i.peQaaiB«t)*>'éj
!o>bfía<<Wsa ivhif i daiifió^aoíálnBfMnçBaéyMa^catà ,t. ptiii)
•contrario, é o EmpQ^nH»^'ra«síri0d9iranl.;baiiii.'a proeiH.
trafinçan' jD«s(^ 1)«iia ia/ittiidahío <fafp»eiafeíiDÍo>aalN\e^
;a«aaiéia lempesHaiia » .a^^eatiroirito.doa'!!^^^^ t •è<M>
|8Ílaff.;doft f«lÉm>a9Qs^AÍaiCètanl«ndo^»4iH|nâpuCéiieiafa
IcQp^riiçf^rtnSMiÃ^terqMfaMdoia^bfe-aíiâtfatoiío^
iriat a.MtJ|^e«doMirtçínt« aaMUldopapéloliOiíifuiòifia-
ilof#. .10 KTHiipcimmaaiTai^ida ^iwit. das.aim.cirGiiies^:
|t«»tf9(<qa Maknr liadttri^ (f ^ttetfaflom^ii.fliàs prfifeti«ii
WqK^albiMÍdo |^:iiai|«{paU«nr jiedím«iitB»fl«aai deaiiai
iviriefXQ MbUQiura,., iM poi^liidla>iiaii' macalttiiie» « d' umm
iesai«8ia.a|d«a <<ki.uiAif>t>T/iri|á dacatd» ^ f ajeito* púSc
d4liiiu9dair«9*<da ,4abe ;•»«- aèpir .oa, a^ti. enlr«i «a «épei»
rAiaf. dfntima lapa, «ter fw çéÊmitmiÃ%èí4iÊàabeMièWmt
te#.4o6e Raia«{ dftt niujipo^v «i pt9Hteir«atnwli0atf tdatJ
oafç^íKs,!.iNM;Aetf fiinipnmetMp i.do^siv ânuqsldol
oiiK)).f^4oar?jpfarfrifles^4 lôq|ili>qobtlaBft,?>e'l«kc ^MèeiK)
joar«^ M.parMÍfiSiiCQ»ol«cliina<| <:!.:<-• ..jih ,'o/'tb
aM»:«q^«nlAiT;*!potaMioilftÉ^os' )a»,povda ^Maiíjè*)
mflía fobular (|^frM^baO(b.AiuSoiaairaíaU<ttio sbiffki
i^m.pftr 'a9inb(aar«o*aj»«9* 'ú4ip ^/mck^smi^emi^ ptir-
nr|€wari.aQeiia idat vetdaéaâaasftíisiia ,;-f^ita»| qac^iw)
júplAros laftpoetAa e«i«âodilM||ifQiwejctlai.|iop|deM:Mvcr,t
niAc. Mibaiffta. wMBtqie») á^f9m9i%õ9tyàãtí^A»Tém%>;
4Me« at«..iuiaiisaioaniM(a]jiui)d0tiiogi^Qnr«flMrto>v d4>
|si««vf^.;()opiniai9$at. '▲]qwq)ro|riãD ^ilgoAifiWttca oJh^
ma dli^ f^í^i^n. li imite id»; lía<biip«ttot 4^ jávotort
id'ella, nào fosae aki desfeita'iCBi:(^bUoa«..iH!««ipa**i
{iibdda. e.^fgnida:if|or KoItMt dÍM.djaMtQB>eatP«laiiaos
|ei9«si«4pa4lli piednte, <etfMtoiiiié«dt«> )¥«il^«A.tad<i&
Qaa^.por|«^>4a6hria4o€Íak>|Mloi4pro dft iMftwda 4ft.fé^
iqtte o farol de.Rontft^HunMViaa^iQdaioIrâtikri^iibif t/^
Ida a superfície da Allemanba , da Rússia » da Dina-
marca a noite do Natal Talesla da familia e sobfe
todo da infância. ^4#f ^f f 0f 'p'^ se levantou ás
escondidas e a pdrUrsHTecliaUBS ^m pinbeiro verde:
dos seus ramos pendera -^s ovos doirados, oa fi-
gos e uvas, passa4a^aM^*eiliSlli<tfis Hispanbas, os
bolos frascos c rescendanUaivivx entre uiA cardume de
Inaes: aoa pés da âinmnaiQOiitQPéeoidadivoaft uma ai-
«anii^aiu éapà-a^fii» aétpiriMiUioa.átoiawMilnal IM-
bc#K, i».»ai*Hap^ioajmtn>t<ft». ttetoatdoiltaintoiíiwtewf.
^«Vatettl a.Meia-.voiliKq tabfiiiifaniti «t^ftnwp-rsBtk*-.
taA^iiMbaqd^iialiwrAOsdosi «M|aiui|)a]^a^(iMèia:AM*>
«iidM»mp4i4aaiMr0ami tMháA grtwtUimé» ^p«**
BanífarFA/t^ifiTJEiU^iiA. /i4^Q]ififf)^>i
^\k
ikwafMrlaH» f^ítMidoH», « cteirafr dfit4fAtrai-rtieate.o:
IhCvíMbi» tabnhoc que vuêís ivàh^.ééwnifSáo.fr^êqMúH^
«.coiflhiBHiAa llD«éQ«. 4it Nurérolwrg,.. qoi^4icw!áf.|eiMk!j
Qrsila' filha., ^^«q«elU»utr»«. nukis (a«scléniui « -4]| a^nri
nel.àidsi^aiulfliictile ou.^ koç» ilas« cdneftiquemw^
ama. A arvore é logOiApi^x ac«(VHun9Uiá» , • i- porfiar
despioiaiia; do'*éilft â-ucAos ». ísqv» MmM orpejoUa tia*
d«irai|lor-i^rlMup(ia!d<ã.A»t«)roti»lio5. Uai ibari^mto-^e-
ral e (o\f^azBo..€^ò%,%' k^H„ ni^a-^te prolonga' pwlio-
d^«^Bail»^.M•tlVI«lUldc8>(: CmtaifaiiedaiiiStok i x
Na.Attdoio^(p>;>V4« «ifiáa.|Wi«f xiMl»(09iv q MitlâOta-
ipeflioii -ítraa^-cida^paxiictmUraiitAirAii^âatf «mfeiras.
onde Uido.ti]9Qneraiitfte9ffA.ba0a4^)|a«gl^wyifiTíde(,que
«•lioòBipè^ oii<(heaoiMiUifpii^ih«. ;ealá 'por .«o&Ffi.Aaiiaii*
trmas rchisindo , e provocando a cobiça das crcança^j
a quem n'c8la noite benla.nada é licito recusar-se :
nos campos, o banqa^tectaHpilaleiro , que se esten-
derá povraanéltMttàBii AKMfenLantf habitação do abasta-
do , » éMf^^ 'ffiil«i ilo=tt«ba4hador / a officina dencgri-
da^dvifer-ròíró e ocpwliòlliyfti doAcreador devacca$.
— ^"á Ijij^lálèrrji' o fcdhtiv^do' Nrflal é a época das
desejadas reconciliáçocsi (lonSv patentes e amigos.
^jj^íll^ AífJpt|iViÍ9V^,ÇÍJe^^^ ójteir^íi de..BojBa a)é 4 ul-
lyjrt:ifrp<()¥»f '3!''*^W* y^s Mize^. jca^ljiolicos,. i}e|(iatipaf|a .
cx)^,^'*!*^*®^-^^?^ jantes,. <|a in.voca<la:infíp-paMí^-i
€iv^.«\is|p;f,;^4í|d^s as podadas áoíifffji^,o»^^^ifs^fJi^tfi^^
Wfti. ijlP ri^Uial^, n^i> fflual para muUo?|^,^. çjuç. fi
«Í!W.flMÇ <J í?recp^ç.u. . ' ' ^ f , vaj r; . ..
Das populares usança^ e.tj^ad|c|onaçjf ^SUm ^PI^W^
ÍWÍ^W^WÍ^f^síf 4<^W <ÍR/a'íWii V?fiíí«?FÍ:^eilii
■)ÍP^ÍW4:.. ., ^
que jMWPf7.WÇ;ft» seo^BiftjaljBíip. par.agiri^pl^qs.^qif^.,
UiHf t W asçf4p^, i\W^W ,W»Si.^í? ífiWevp ;^ pouc6) e
éc^a^ # M fW — i H^íf «M.sew^l^flres, «ws di^içi^f ,
dQ .JVSW :axf>s ; rrm^^» ií<l vijí» íwi«fim4f?s W?m
109^ n<qMe ^iufjf ,oUa^aVí^Wa^ •.!^«n.«*ft mi^^ff^h^i
fW9^^AUflíW^9f r??fr,wrde conl^iquo ai(»j( fj^i^ ^xjfir.^
tcs. A cornamusa o o tamboril, retra^9^d^iÇÍ4f>A^»ii
;^i^iias .4fíoinpafi|ia^.ji j|. mMM:^o g^jlOfp'^^ ou
ii*.(Mitrà, parjíHáii^,p;rorÍpcw«a,; ,as.4a^ç;í|Sí, 4p9^jaKç\Ma
<vaUl«^s ^«i. de. fedor d^i f(]CTWi».,dç^,j.8^«\,Rftijo^ Í^,
racc^ip ,até , ^jr.M i eolrctfii^p.dp^ <*S9«>ÍPÃ.^Q «Wr
íia .4;V#ta3 a^ii^.cQÍsa.resi^ íj/^^ ,j„çjc gi^ s^çá^boq»,.
nafí.;sfja pai;q oi^ roíBi^j^ça; em, qu^. bajampfi 4^ fjigp^
T4% ^4^.f5oi»^gçRle,diç OMtrí|.êfa.— A;^)fíffi4? ^'^h.
san^aiva ^mâ^ H»ii\^f^ ^fii amjzafi^ ,. f^. ^,.Vm^s ,a%,
IrUAÍil «Mabora4a8 íWf^P .W?(9,ai>iío, S<^jtí.>oÍÇt4ff^
iKH^..I»a».v^if^9y)s ^im. nP^pqi^Ipi^^, rt-|^i|«ff^ ,
9^ H)a Boaso«: vmíB^MHn ^íÍi;9«<í^. t)i|bfil^!|>lHWii^rW- ,
«IPÍ i flM^* íe.fcÇSiV W def^i* ^r aa^.,YÂiMi<|e Pí»r?|
iiqiVlfier,^<i| r^ftffqaa tHmyqufr^ffl^y;^ i'i. -u p . -. i- .n
-'(J) *) Otmiat^SOibill' A,eN««(tfnfi^tfÍMrtp^)l páW^ : ^r
9**? m¥MV^^ Wf fcWf WPVfífUt *. j , í:ií »5^ í! c./ji»;dil
Ainda hoje o.^pt^l vçap Ariar. dp.6p|]^,Jlra|hflhqs,
p fôro ^e.«aj4tftS(Ãft|aí.7.T-l|k^eiMr as.^coçiuha^,^ ^ràíEQp^.iás
bficzas convidados e alcf eÍi$^ ; T->pa«.|9Í4af)i[;s.9Adf ,||^is ;
jporém nosc^mp.O!S!/9i9fi#9iqtt?jpt^<«4Í^.a|i^taAoi(fs^^
Ha corte e povoados grftniíf&} Mos fíftf«| a^n^s^ficados
jdias da festa são intcrtecido^d^ pr^V^r.e^rr:pr<ipEercs nem
fodos estéreis para a librai. ^Â familia.fld^ígf e abasta-
la tem a sua sala pale^^ ás .d«^f^as,.dqs. capiponezes
le camponesas , em que Qf.filhK^. e (iiha^^4a,íqpza não
t;sdcnhammisturar-«iç,; 4» ^e^o ipçpdigq^cqrta de ap-
arecer não só leva a.o§|poyl^,,j,ip^%/i{ffi|c^q9fía de um
anqucte. onde ain49 ^p^p^ ,v^ ^|,p^^|>qp^m como
homem. A poisada , ondf» fy^Mih.^^, o ff^W^ anno,
jvè entrar á hora da.^f^fei^ ^f^^iffPf^iTiW^^r a seus
filhos. ,», .., :, ,,.,.., ,.,, .., , „j
. Os pastores e as qv^lhcÍjçf^f„uq^^^dfVÍc„or primeiro
jdia da novena cantaram, .y^qf i|e|9^,p|tçyo8 ^Ijffrrios as
|tróvas immemoriaes 4f|j( j^Hvqrqs ^0 ÍM,eninoi Deus, e
*na véspera do seu ^f^ic^q J)f^a) >içfajtp ^inda repe-
til-as, em coros alteriH^pJI • WfíK^^J^i^f^eir^^uesía,
vem com seus trajos l^aJLsi^HÇf^s, ^is\t^^^ ^ paro-
cho velho; apertar Rpni.^Uje..«#rt?fc5ií5,.,gi|e deviam
sempre reinar en^r^ p pa,^ W« ^» Vi^M^^Wm^Í oferecer
por mãos d'elle ao Rqç^p^^i^o QSffcii^ .Qrgfqptes, que
se acredit^,çfi4Arm)i^<%WriC^ffi!fí(^it>i;p^^,pafftflueffl
n'o^ #••.•* .i '..I- - ; . I.. .,,.r. .,.:,. ,,.>,
;Ma8 para qjy^.^.^p^o ^i^,|ef(ffeY^,a<|iii, onde de
lodo o NaMi§«.^a §<^red>U «yi^.^ii.qjjfji^jressa-
ção áos^if^^lffiJbofk^ c Aft W<VW>P,,dps uejilj^?;./,'
Pepomos a pt^kf^^^Ã^f r^çqr%SRfli^o.f|ne já a ple-
no 8ahore^fWf||),.,lá por i^siiliçffiji^ijí^^^fBi^
nos-sertoe^,c. Wfi.8i?WíílMW«l% A^iyp , TnWtíH
Ihor — no fundq ^a, rílHW M^ ,»S. f WJ^fí^pw-
TaigetI !
(| 1.
'»líni'
I ' J r. •••:.;.
A\»!(6rvitt ínef'&tisié*YÍhitíé^át:íÊm' (Mtfsáíltièstfas
d'aquelía.partè''db'ltH)«Nn^^dò*8f'<^fteo^ Lemos Sei-
xas Oastéil^ Wfkiibó i '^ae^1éti'*pdi<' iítulo^M^en-
cias. r--Hdjé^'yáiftos f fifé^Mntaf ouhW lluM > - ^ijà não
hão-da. ser.menôlfviMiÉlrt^c^iSlrsi^ " ! t
N^1à/e«Édl4 if itteii4»i,'iM6tre Tébbe;
'^^ iu âoa0Mtt> ^ oMUí pial^ortlIui^^tlMaà/ í
SH52 £ ELLA era comigiua sós >no mundo ,
A murmurar* na mêfígfíf^ ;y ^
£ boMM 4iiJNirfiiúiho<»sobre o Tejo ,
C^d no 4t|^ aaikikid«diraii0\€Í8ne ,
A' d«Mtlç9tfzdá8j«urar;."':."i .<f>:^iw q;jp;..i
E da.<vagi|jo^'^tt«l«u«iedk.iq]iciM(aD9ÍM obubuí^
Entre seio iJâifOCOi^ééeía-vú^MD^k:!^- 1
Entre-o^lÉMHimiío.^O.dVil^-)! it!;-. »Jíh&; cl
1 E ella era cMiifor a a6«nDfBÉndoí^'« ^cu} .r
Era a casta' vjrtafap tf fc|griuatddMÍoi<'^ ^i
• Oi'i}la4d6vao bartfo-;. . i :. . -íi-t- . ■ 1 ' f 1 - >
Onde a iina^«íia#iaDdus<l_
Repr^ntando arelianíos ;
S18
RETISTA UniVfiUSAl. LISBOI^BNSE»
^tfí^ «liaaUiiraçio dewuma confraria, ou irmaiidadt
que a^m^noft ae eocarregasse do cuidado do templo
e alfaias ; e perpetuasse » veneração de tão ínclita
protectora doiqpACtuguezts ; jbaldadaft porém teem si-
4^ ião caihoJicAS, • portuguesas diligencias; « para
quf) não fiquem infructííerat, as concessões apostólicas
conferida^ arO.seu dia, e oitavario. tem sido perciso ,
q^e a^lgujns devotos contribuam, para que as portas do
(«mplo estejam abertas n^aquellea dias , em qne a
a(lu«nc4a ,dos fieis, é mimerosissima ! . . . . Lamentável
desamparo o d^ quasj .to.doS nosaos monumentos histo-
1^160$. .. ..•
. 'Extremos 13 de dezembro de Í8i3.
Francisco Maria da èUva Torres^ .
ZSCANOAIiO.
2iG0 (t^o-dia 8, estava*s« festoando d senhora
•j4«\ Çaoc^ção» aaiKgreja de 5. Miguel de Lmmdnsctyn-
<9ÇclJtiio da Povoa de Varzim, acciprestado de Vi lia do
« jCpfMJ/g ; e q^ando se cantava a missa » e com o San-
€(.cl/ssÍ9)o. exposto» á epistola ,. entraram es. cabos de
<(^(>ljcja pcM ègreja dentro para prender dois reoru-
<Lt9S.l .! <I Uip ]ançou-sc do ^dro abatso e evadiu«se , a
«noutro, ,«;pm o povo resistiu; ;hoave. pancada de fóra
<l para .4^ntro e de dentro para fóra , contusões • feri-
«ipcnto^. e ale sai^guç dentro do Templo! ! ! Arespe-
«.çtivà.ji^^çipndade ecclesiaatiça suspendeu os oíficios
<»div.i«os,4ia idsiçtji egrcja^ . até que o arcebispo -a
«abbò^va.j» ... (Pobres no Porto.)
' ^SBVTIBO VA8 ORJÇAHÇAfl.
24Gi Refere a Coallisão que a 11 do corrente cafra
de uma janeU» dc.<99^ia an()ar da hospedaria do Sol,
DP Jafgo da 4^íaMa no Porto» uma menifta de dez
^lUQOfi:, quQ,. batendo. ^^ lagêdo^ fieára muito maltra-
ct^a I pos,U>que não em .estado de se perderem de
V>do esperanças de a .s^^v^r»
_^,4^ ^qcrcsceQta o ComopoUt^ jornal também do
Porto, qiie no mesmo dia IS , — «na froguetia de Al-
iena , fora ^ividevorada por um porco umaxreança ,
que seus pães tinham deUado no berço. «
[" KACHÓPXA-
.. ã4$3|t..No nospiTAL dos terceiros de. S. Francisco do
P^(p , expirpii a 17 de novembro ultimo , a entreva^»
di^,,Áosa Ffauçisca de JLima, viuva, contando. do cda-
de 110 ajaacis. •:
KACROBXO.
,.2464 ,«No dia quatro do correate falleceu no con-
celho dç Setub^U Salmo Ferrugem com 104 ânuos' de
e^Ade: — 7 nascç^ na freg-uezia de Saneia Gatiiarina, na
i|J^ de Malis^; — residia n'aque]la villa ha nmiiosan-
sos , e. estava, seuliorç ^ todas as swis faculdades in-
tellectHaes; — girs^ya eq^ coqimeccio com oa. capitães
de navios ,e;^tr^ngeiro6, que;.£^uero ao porto • e.só,
flenlro.d'um bo;e que tinha» ia a bordo dos dictos na-
vios, l^var-lhos o^ géneros; e^i^rçgou-se n^este trafico
até qiui. pouco teípipo.mntes do se^ fallecimeato ; p>Sf-
auia a]gua« bçi|s de que dispoa em leslameoio feito em
fcptembro 4>raxii9p (ii^do. » ( íiesíaura^ào»)
Ca^MS ^U]f ZBQI.
ã;^65 No JUA Í9 do j^.citefitQ fiQMemii^ro^.se íei jaa
villa de Mõnl' Alegre oí«ilganieBto dos réos IndiciaMtoB o
orime d^assaasioamento na pessoa de içsé AffoQS^, de
Penedones, casado no logar da Castanheira d' esta (re-
guezia , iliorie que circurnslaneiailamente noticiou a
Revista Universal no artigo 1967* A audiência durou
34 horas continuadas , houve um mui numeroso coor
curso de- apectadorcs^ poí^ que o publico desejava
a punição de um crime , por suas circum^tancias lã«
atroz : honra ao consciencioso Jury ; que resistindo a lo*
da a consideração , firme soube cumprir seu dever ;
e ao illustre Juiz que nobremente desempenhou c<h
mo sempre seu logar.
O réo, evcriado do assassinado, foi oondemnado i pe-
na uRima , e a sogra e mulher do morto a um anoo
de prisão»; foram deíFendidoa em eloquentissimcs d is*
cursos pelos advogados , o jov.en F. A. Barroao Peren
ra » e o já conhecido J. J. de Lama d' Arcos,; não se
desiinguiu menos jo illustre agente do miuisterio pu-
blieo o Bacharel T. J. de Meirelles Guerra, que em um
enérgico , e elegante discurso formou uma vehementa
accusação aos réos, e egualmente o advogado J. J. F«
Galdaa.
A opinião publica parece exigia maior pena ás cúm-
plices , mas o rectíssimo juiz , e conciencioso jury ,
não achariam prova sufficiente para tal augmcnto de
aastigo ; sendo-lhe aquelle infligido pelos duros tractos
que davam ao paciente marido , e genro. Por esta oc*
casião tributaremos merecidos elogios aos cidadãos que
n*esta comarca, desde 1838 tcem servido de jurados»
porqua* exactamente teem cumprido os deveres da
tão aobre cargo ; teem sido inflexíveis contra os prever^
SOS ]sobre tudo assassinos o ladrões ; o que lios confir-
ma mais na opinião , em que estamos de que , nio
tanto a falta d'ittstrBcção , como outras causas, jáeo*
nhecidas> tem inCluido no descrédito dojury na maior
parle das terras do reino.
S. Vicente da Chã, 7 de dezembro de 18i3.
1 J. Âdào S, M.
ST ATX STIC A tMOatÊASí IM» HlSTRXCTO X>A
HOaTA-
2466 Bevemos ao illustre governador civil da Hor-
ta, diversos mappaseatatiât iças do seadislricto; que»
para maior commodidada da impressão, reduzimos a
outra forma ; eeom a qual hoje os começamos a publicar.
Desde o t.^ de Janeiro de 1838 até 31 de dezem-
bro de 1842. — Armas defczas, 2 — Resistetocia ás
aucloridades , 4 — Fuga de presos, 3 — Arromba-
mentos* 2 — A^assi.oajHaoii^s^ 5 7— Infanticídio , l-r-
Suicídios, 3 — Propinação de veneno, .1 — Hotibos,
7 — Furtos , 32^- Rixas , 28 —Transgressão de poli-
cia , 169— €rirte de torpeza , 1.
Fuga de presos. — Três homens da Terceira , que
existiam na cadéa doesta Cidade , novamente captu-
rados na liba do Pico.
. ArroMbamMtos^ --^Um na cadéa, e o. outro pós ar-
mazéns do arsenal doesta eidade , por gente da Ter-
ceira e do Pico*
ÃssassinainetUos,»^l>oh ooeorridos no meio do condi cio
de desordens, sem propósito firme, e animo dctiiierado.
Outro praticado por umindi\idao do conceibo deS.
Roque do Pico, na pessoa de uma sua croada, com
iatento de acabar com a única tesUmunha que podia
cevelor alguns iurtos ^ fttaelle tinha 4>caticad«.
REVISTA UNIVBRSAIi LISBONENSE,
m9
Outro no concelho da« Lagâns d» Hba das Flores ,
pracUcado por uma mulher casada • na pesaol de seu
marido. — O delírio de uma nova paixão, em que se
achava en]aç«ida, a fascinou a ponto de C(9nn^ttcr este
horrendo crime , para se libertar dos \inculos que a
prendiam. ' '
Outro praticado em um creado de servir, único que
tinha conhecimento das relações, que d matador tinha
no seio de uma família , que aliás passava no publi-
co com a apparencia da maior honestidade.
Infanticídio. — Um no concelho das Lageos do Pico,
anterior ao estabelecimento da Roda dos expo»t^«
Suicídios, — Um homem que tendo perpetrado um ve-
neficío se envenenou depois curtido de remorsos.
Outro que se precipitou em um poço, na rtta de
Jesus d*esta cidade.
Outro de uma mulher cujo cadáver foi encontrado no
mar, a pouca distancia do eaes, na Villade S. Roque, há^
vendo toda a presumpção de se ter voluntariamente
precipitado.
Propitmção áe veneno. — Uma praticada por muna-
ritimo natural da Ilha Terceira.
jRottòo* — septe. — à saber: iim nafregueii» daFv»-
ga do Almoxarife, doeste concelho ; umn*esta cidade;
um na mesma em uma loj« de fazendas ; dois na mes^
ma em duas ditas ; um nafreguezia de Pedro Miguel,
d 'este concelho ; e finalmente um cm iim< armazém
d' esta cidade.
Furtos. — A maior parte aio feitos nos campos utti-
xnamente aforados , que confinam eom os baldios , o«
campos do concelho ; e constam de aiguma pouca le-
iiba que os polares n^eiles colhem»
O ZmPAVTS V. SBIBO.
2167 Saiu á luz — Resumo histórico da vida ,
acções, morte jasigo do infante D. Pedro , duque de
Coimbra , regente do rtòto de Portugal na menorida-
de d*elrei D. Aílònso V. (com seu retrato e fac si--
mile), pelo Abbade Á. D. de Castro e Solsa. éíc.Lis-
boa 1843.
N'estc opúsculo,, de 17 paginas de oitavo gra&de ,
reuniu o seu laborioso auctor o m«is que pôde: de nO^
ticias dispersas, acerca doeste famosa pbrsonagem, de
quem se escreveu e ainda boje proverbialmente se di2,
correra as septe partidas ; e cuja signa vagai)unda
o seguiu ainda depois da morte> sendo o seu cadáver
cinco vezes mutiado de sepultura até hoje, que jajc na
cgreja da Batalha, Deus sabe se á espera de novos tra»
balhos* A gravura representa o príncipe vestido eom
uma cota de arnnas — sobre , o gorgel ãaeota, tem aba^
lona, e nma martinunga enleiada eom ramos de corva*-
lho ou azinheira y na cabeça^
SANVõiiPea.
2468 Peduios, por mercê, ao Sr. Brás Tixén»,
correspondente do Periódico, do» Pobres no Porto, que
pos diga — cm que artigo da Henista Universal, i^m
desfavorecido o projectado periódico intitiulado -^ Panr
UAogo.
Cuidávamos que alé hoje não tinhamos dicio uma
xinica palavra, clara nem allusiva , a tal respeito; le
isto pela simpiicissima razão de que ,nao sendo oPem^
iólogo ainda nascido^ não oconheciames. e do. que não
conhecemos .não costumamos fallar. — ^Yista p«È«m que
o Sr. Braz Tizana assevera o contrario, e até por hh
so nos cbasquôq, "ficamos persuadidos de que (cjriacpos
algum ataque de sumnambulismo e n^efljs Jbaptisari^«
mus (nâo sabemos como) q feto PoMólogo, aiuda dçi|«
tro no ventre materno* : . ,,
O nosso amável pharmaccutico não .deixar^: c^r^-
mente de satisfazer á nossa, justa curiosidade^*' Se n^
fomos nós os somiàambulos, então foi-a dle, infallivol'-
meote. t
SXTXCZAa.
2169 Anda na bocca de todos um terrível exem^
pio dos eíTeítos da tyranniii^ domestica.
Car ils savent , ccs ccDurs lachement despptiques»
Que la loi n'atteint pas les tyrans donfcstiques.
Um sujeito , morador om Lisboa , na fr^gue^zia da
Lapa> tinha mMlber e uma Glha. Sua i)»ulber jazia nai
cama gravemente enferm?» jMcxecícos de umfajsoamw
go denunciarau>-n'a ao bruti^l esposo , como consentir-
dora de amores da Qlba com um n^ancebO;^ -Sió inferior
a ella emjerarçbía, postoque não tanto i|ue: .o suspirs^-
do consorcio o podcsse deshonrar. Arrebaitado com esK
ta nova , talvez tan^m com o incitainen^o de ruins
conselhos , toma um ferro, entra no quarto da virtuo-
sa esposa; vae immolal-a : — houvera-o feito se o não*
suspendem e o desarmam a tempo. — ^^A tempo? não.
— A vista d'^aquclla:arm{ra}swiéii» na mjio, que aper-
tando a sua lhe jurara amor e protecção ,. havia-a le-*
rido de morte. A 8 cessou de padeceV.
O tigre,, desarmado no primeiro «onfticto ,:. t*rreu
a viogar-se- em sua filha r— respanca-ft, azwtslata<.afíh
sinha-a e deixa-a em terJios de, talvez d(}ntroeiA|ii(Miih
CO, ter de ir repousar no oemiterio de Nos^a* Çetihoi^
dos Prazeres 40^ Udo^ dt sUa mãe^ . D. 4* U. dckS*^
9iOtmW4^mA9V.
3470 CRKaA»Qs a Abrantes» pej4)s fins de noTcsxbr^r
bastantes emigradas* hispanboes, acompanhados por
iraia escolt» portuguezt . ftwsm aqtíarteiadoe bk ykWv^
cbaridosamente. O Sr. Coronel 0. ãfamwit U^rtímnti,
cavalheiro, hispanhoi por nascimen^o^. mas jrH)0 ^1^
prietario no Ribatejo e empregado ha m«ilas> aAiM>s*nl>
serviço d'este reino, portoii^se.btsanmment,e;if'est«!col^-
juncti»a como en todas: fez haura* á sua pátria: de
adopção , abrigando aos filhos da terra d« aeu otscô-
mento: Tomou, d^entre ellea cincoenta 4 aos^qnaei ter-
des ofibreceu , para os livrar; dos |Mriges da pobreza
ociosa, trabalho nas stias amplas fazendas ei60 séfe:
dieríos. O governador consentiu.
São cincoenta infolizea de menos..
K£RÓC8.
2471 E8QRi¥S-908 de Bcaga o Sr. >l. M.. dd Á.
um caso de trepolía estudantal, que poo sua gravidiK
de. rectuer grande escarmjent# e enérgicas preiridei|-
cias para o futuro. A terrível mania, do que entre os
académicos sè chama heroicidade ^ e consiste — em
provar afcRezas, fura de prop^ito^ e ain^.ap^m j)r^r
juízo e uffensa de outrem, é.cpmmum em todas ãs
universidades. Na dè Coimbra', já ella foi pev muitas
veaes escandalosa; e itio povtas dlísd^ ídí fa^^mblido'
rancho da carfuéja, traeuda ccm''ex#ftv|llarissini(rièas-^
ttgo. Brnga encerra }á vm numero tão avultado ^
estudantes., <fiie nio^asdmira . que» e-espiíiia* dr^liSK
roieidade já af parecesse tamisem' ié: ! •
A 5 pelas IQ boras da noiteV-^^^M^Fi^uii» no thisQ»'
Ô2!0
REVISTA UNIVERSAL LISBONENSE.
iro tia terra s« estava representando , faziam alguns
estudantes vadios tima tragedia verdadeira na rua das
Agnas. A ronda que vinha recolhendo, encontrando-os
a fazer distúrbios, os mandou accommodar e recolher.
Dois dos amotinadores , saindo d'entre a turba, ac-
commetleram com armas a ronda, deixando dos cabos
d*ella, um morto, outro Asrido gravemente. Alguns es-
tudantes e outros sujeitos dos que andavam oom el-
les , foram presos ; e estão mettidos em processo.
Outra carta escripta sobre isto mesmo ao Periódico
'^s Pobres «o Porto termina com estás palavras : —
«Os tribunaes dormem, es jurados absolvem, e os
•«criminosos passeiam, roubam, e assassinam á hora
«do dia. Braga tem prcsenceado scenas horríveis,
« orimes medonhos, commettidos não pelos seus filhos,
«mas por estranhos que a esta cidade se teem recolhi-
«do: ha nm anno accordou aos clamores da justiça
«contra o capitão Pereira e sua mulher; esta foi pro-
«nunciada, mas aggravou para a relação do Porto ,
«aonde desde março está o aggravo. O capitão foi
« coiidemnado ; appellou para o supremo tribunal ,
«d'onde ainda não saiu resultado. iQue faz a relação
«do Porto? ^que faz o supremo tribunal?
- r\.
THBATHa ]>Z 8. CAR&08.
A SQMMAMBVLA — Muêicã fU BeUitii.
' 1ít72' PfiLA quinta ver vimos em scena repetida
-(quarta feira 6 do corrente) é&ta linda opera , desem-
penhaxla pelos Srs. Flávio, Montcraerli e Bruni» e pe-
las St.** Rossi , Carmini e Rosini. Quaei que nos pa-
receu noVa , . tão bem ensaiada estava , e cora tanto
gosto a ouvimos.
A execução foi brflhante, e í»hiiit«vel no canto por
parte da sr.* Rossi , muito principalmente no rondo ,
cega cabaleta foi cantada pela grande artista de uma
maneira arrebatadora e snpíeríor a todo o elogio. Além
-dos belíissímos passos de agilidade e de bravura , de
-delicadeza e força , acabados e nitidos na ultima per-
feição , ouvímos-lhe nm mi bmol sobreagudo , apanha^
do de salto, e sustentado com a maior justeza. Os on*
tros artistas não coatríbuiram menos para o bom êxito da
^pera,'em especial o Sr. Flávio, que tem uma parte im-
portantíssima e muito SC distingue no final do l.^acto.
Havia já algum tempo que o hábil pincel dos Srs.
ltainl>ois e Cinatli , -sem que houvesse desmere^sido ,
não nos dava occasíão de o admirarmos , mas na ul-
tima vista d* esta opera, nos manii^siou elU toda a sua
pericia , e o publico a acolheu com mui dignos ap-
plansos.
Btevemenfte teremos logar de fatiar mais d'espaço
de uma nova opera — O Regente — que dentro em
poucos ái» subirá á scena. Silva Leal.
O AMOK 908 HOMSSrS S A CHARIBAl» B08
3>tlOGUX8TAS.
2473 M*n uma prova da muita razão , com que
>a Revista se te«i queixado da falta de policia medica,
«de se consentir qa^ os herbolarios e drognistas ven-
dam juè^tancias* venenojsas a quem lh'as pede.
Um sujeito, previdente em matérias de amores, que-
•mU bem a duas dum^s ao nesuv» tejaipo:
Esta é mais bella que a outra;
Porém a outra é mais bella:
A'quella prefiro eu está;
A esta prefiro aquellft.
Qual batel, que a oppostos ventos
Entregue, vag« perdido;
Em dois amores íTnctúa
Meu coração repartido.
Estas exclamações ou estes queixumes do poeta de
Sulmona deviam ser também os do nosso namorado
A ambas tinha prometlido a mão, mas como a esquer-
da de nada serve para taes actos, via-se na impossi-
bilidade de satisfazer a mais do que uma. Pelosamo-
res novos esquecem os velhos. Preferiu a scííunda
A primeira -^ °
(I Que» , quem p6de enganar de amor o in«tincto » >
diz Virgílio fallando da sua Dido) — soube oo adívi.
nhou que. ia ser victíma sacrificada nu íriumpho pre-
parado a sua rival , e determinou vingar-se d>ila
agoirando.lh'o com çm spectaculo insperado de mor'
te. Sae arrebatadamente de caza ; compra n'um dro-
guisU um veneno, e tornai): dírigindo-se para a por-
ta de sua rival, onde determinou cair defuncta per-
suadio-se que ou a dose já recebida era insuficiente
ou que o seu effeilo não seria assas appressado paras
sua impaoiencia; entrou na loja de outro droguisla e
comprou uma libra de agua forte. Por fortuna o fras-
€Ojá cheio; .estaila-lhe nas mãos: a úòr da queima-
dura a desatina e lhe fax olvidar por então o sen de-
signio; corre a uma botica para se fazer curar da mão
e ahi declara que eatá envenenada. Le¥aram-n'a logo
para o hospital de S. José, asyloque. segundo se vê.
por mais de uin tttnlo , lhe compelia.
há nos esta noticia o Sr. Isidoro José Gonçalves.
no&TZdwto Bx clzs.
2474 Uma carta do Porto louvando , e com razão,
o policial eitermmio qoe se está fazendo aos cães Ta-
dios d'aqueHa cidade , censura (também com razão)
que emvez de levarem na antemanhã os cadáveres
d'aquelles brutos em carros para onde hajam de ser
sepultados , se deixe aos rapazes nndarem-n'os arras-
tando pelas ruas no decurso do dia , ainda que para
os levarem ao designado cemitério. Scenas taes são
desagradáveis a quem n^as presencòa ; e os mucba-
chos . muitas vexes, tão vadios como os mesmos cães,
e ja aliás pessimamente creados pela sua pobreza e
desamparo , adquirem assim ou corroboram sentimen-
tos de ferocidade, que depois vem a appHcar-se a ob-
jectos de maior monta.
O syslema de matar os cães com veneno também de
certo não é o melhor. Tudo quanto escusadamente se
prolongar na sua agonia fica sendo um crime de lesa
natureza, sem nenhuma espécie de desculpa. O alvi-
tre , que um de nossos correspondentes duu no pri-
meiro volume d'este jornal , artigo 682, é sem d6vi*
da preferivcl a qualqtíer outro :—« propomos , dizia
elle , como menos atroz, que aquelles animaes que se
perlendcrem destruir, sejam encerrados era um recc-
pUculo, convenientemente disposto e fechado, e alli
asphy nados por meio dos gares , acido carbónico oa
sulfuroso.» . ...
REVISTA UNIVHRSAL LISBOKEiySe.
321
EXEJEBIBNIE.
A diitribwlçao coBMÇA hoje , qmoU-fttr» , át 10 horas da
maDhil. Aot Sn. , que,, o mais tardar, quatro boran depois
lâd I^Bbfim recebido, roja-seo obsequio de o participarem no
Mcríptorio da Rstist* - Uwiv««»4L Ltbbônbwsb , rua dt»9 Fafl-
qmtQ0 n.* 88--^l.*««tar, pam le proTÍdeBOiar.
CONIEGIIENTOS UTEI&
ií475 Ach»4e já £Oiiipieta e á venda a^reciogâ obra
cujo começo fora auniinciado no tomo 1.*^ da Revista
«rtjgo 779 , e cujo titulo é o seguinte; — ^
» Atlas de Estampas da Arte Obstetrícia do Boetof
Uetr Wilh Heinr Buseh, profèslor de medicina edi<
recior do instituto dinico da arte dos partos na uni-
versidade de Berlim. Copiadas e vertidas do original
allemão pelo Doctor F. Kessler, medico de S. M.
EJrei D. Fernando II. coadjuvado por J. ^a R. Ma-
aarém , lente de partos na Bschola Medico-cirurgiea
de Lisboa. «
Aqui renovamos; da abundância do coração, os nos-
sos agradecimentos áos Srs. Drs. KeUter e ããaiarém
pelo presente, que, a poder de trabalho assíduo a mon-
tuosa despeza , hão feito A sciencia é á humanidade.
Esta obra constante de 154 paginas de quarto ma^iimo
de excellente papel e cincoe^ita estampas de egual
formato lilhograpbadas, em que se compreendem cen-
to e noventa seis fl^uras , para oculares estudos ana-
tiomicos e obstetrlcios, tudo desenhado com a maior di-
ligencia e claresa , não custa mais de 5760 réis.
Nada temos que recommendar aos médicos e cirur-
giões parteiros, filhas das nossas escbolas de Lisboa,
Coimbra e Porto. Melhor que nós conhecem elles e
pregoam o mérito e préstimos de um livro, em qne
D'um momento, se pôde achar o eicpedícote mais pro-
jprio para um lance apertado , de que talvez ao opera-
dor nenhum exemplo vivo se teria ainda offerecido em
sua pratica. A*s parteiras porém, mormente ásdaspro-
Tincias e terras pequenas, senhoras absolutas que em
todos os tempos teem sido , com direito de vida e mor*
tes sobre mães e filhos , rccommendamos, pedimos e
auppHcamos que se appressem em adquirir, estudar e
praticar doctrlna, de que já nâo poderão carecer sem
gravíssimo encarrego viu consciência. Os homicidios ,
que no seu ofiicio commettessemd'ora évante> nem os
honiens, nem já Deus Ih'os relevaria.
BOBAS A OiraA 3>A HTBlldl^HOBZA*
f Carta.)
2476 Apenas li o art. 2306 da sua sempre inte-
mssante B^ftislà, logo tencionei quebrar o silêncio de
que V. argue os nossos práticos, communicandò-lhe o
que sei sobr^aquelle* por si mesmo, tão recomnendatel
objecto; porém só agora é que me foi possível satisfa-
zer este dezejo, confirmando-me mais Q'elle o vérqu«
sao passados já uns poucos de n.®* , e nenhuma ou-
tra voz respondeu ao seu chamamento i além da do
St. Magalhães e Queiroz.
Na minha limitada clinica» que pepéde dizer «a sua
infância^ tenho apenas tractado uma sáfferída hydropbo--
bica, para que fui chamado poucos. minutos, depois do
desastre , e por isso empregnei oa mtío» preventiísos
PBZBMBKO— .28— 1843.
seguífites.->— conprassíio circttlaT (ora na cáza direita) ç
ventosas sobre a .ferida.; abluçõcs d' agua, e sabão: o
oauterizaçio com deutochlorureto d'antimonio. O rtial
não SC dcstnvolveu , e felizmente não p^e observas
a» vesículas ; entretanto , se a desgraça me deparai»
occasiâo de as vèr , eu, com toda a confiança no bom
ezito, eslou resolvido a cautcrisa-las , não só porquo
dos innumeros traetameotos da raiva, este é sem duv.i<-
da o maia racional, praticado desde eras assas remo-
tas na Geecia» Si Rússia, averiguado por Salvatorí, a
Haroch&ti, e muitos outros, tanto allemães eomofran*
cezDs » 6 até coroado entre nós , pek^ resultado mais
completo, nas mãos do Sr« Quiâroz; mas ainda por
me constar, não ser um tal«iethod« novo n'eates.sitios
atfirmando-«e-me, que «ima pobre mulher da charneca
salvara dois fiUiiabos seus mordidos por um cão á^m^
nado , atravessando-lhes repetidas vezes as vesículas
com agulhas quentes, limpando o humor expellido com
um panno de linho, que enterrava depois» efazendo^lhe
tomar boohezos d^aguaavinagrada; processo este mais
perfeito, por mais simples, pois que n'um só tempo
se abre , e cauterisa.
A formula que Y. transcreve no mesmo artigo é aqui
muito» conhecida, tem sido empregada em um gvauda
numero de cães, e nem um delles foi ainda atacado de rai-
va. Dois homens tão somente teem tomado o tal me*
dicamento um por dupla prevenção, na incerteza se es*
taria ou não daronado o animal que o mordeu, e o
outro, dilacerado nos órgãos sexuaes por um cão eífe-
clivamente hydrophobico, não apprezentou symptoma ah-
guai, que indicasse a prezença do leirus lyssi^o.— *-
Estes foctos postoque não recolhidos por pessoas 0901»-
petentea^ e desacompanhados por conseguinte daseirr
circumstancias que lhes podiam fazer prestar alguma
fé, não devem ser perdidos para a sciencia, e.para a
humanidade : e o remédio , postoque empyrioa, assam
como outros muitos, não. deve ser regeitado só poni»-
so; mas sim quando a observação dirigida convenien-
'temente lhe tiver demonstrado a inefiicacia. — O obje-
cto é digno de toda a considerjiçio doa pnticiKxriSii
da minha parte prometto cêDsagfar-Ihe os meus cuida-
dos, se para isso se me oíTerecer occasiâo , assim co-
mo communicar a V. o resultado.
Bft y. julgar conveniente dar publicidiãde :a estas
linl»as desde jálh'o agradece, quem tem a honra deso
asáignar, etc.
Chamusca 13 de dezembro de 1843.
iánloiMo Can^Mo Faikoto. :
BAVBIB XFIBPABTIGO4.
fComnmtiieadoJ
2477 SsuPBa que se affirma em publi^ alguma
coisa menos> exacta , cumpre rectiflealra , não só pelo
amor e veneração que todos devemos consagrar á ver*
dade, más também para afastar a primeira impressão
que o publico haja recebido.
N# n.** da UfviUa de 30 de novembro , art. 2359 ,
vem o exUacto de uma eafcU do Br. PMo, pharmaaeu-
tico B^esU còtte, que diz o seguinte : — Oã papm^pi^
pasiicoê anmmeiadas por d* Àlbespeyres , longe de ser^m
uttò «amo st inemka , são ãamúatOÊ tt maior parte das
'vezes. '• ..... .75
Ota oSr.J^i^deyecHiQi^ta primeiro dizer em que
consistiam esses damiios ,> -povém não o diz , deixa-iios
em espectativa , e çontcuta-se de querer substituir
19 vou ni. sEftiB 11.
222
REVISTA UNIVERSAIS IJSBOTIRNSB.
O aso dos papeis épíspasticos por uma pomada, que te-
nho visto em algumas pliarraacapéas, postoque não tão
forte, e que eu como facultativo posso desde já oífir-
mar que nenham doente poderá supporttr na superfície
do um cáustico, euja suppnração esteja me^mo a c?£-«
tinguir-se. Permilla-me o Sr. Pinto que lhe diga pri-
meiramente que, apesar de o reconhecer como mui há-
bil pharmaceutico, não o posso julgar a uclotisado para
evaliar praticamente o eifeito immedíato de um reme-
dia que não faz, nemapplica. A nós outros os faeultcf-
livos, a braços sempre com os doentes, nos cabe essa
tarefa. Xão só eu,- roas muitos dos mais habois e dis-
tinctos facultativos de Lisboa, teem feito applicar os
papeis epispasticos^'i4AòejifN»,)/titf; eu niío tenho encon-
trado inconveniente algum, nem me consta que os ou-
tros facultativos se queixem; ao contrario a- muitos te-
nho ouvido elogiar esta invenção. Além d 'isto o consu-
mo que os papeis epispasticos teem emdifferentespai-
zes, mormente em Inglaterra, não prova decerto a as-
serção do Sr. Pinto. Direi pois para ccmbccimonto do
publico: -^que todos os dias em|>rego os papeis epis-
paslic(»s, e que ainda não vi que a sua applicaçno^sse
damTuaa, como diz o Sr. !*into : que entre muitos doen-
tes tenho umqtieos usa eíTectivamentc ha mais de três
mezes sobre o mesmo vesicatório, e que não só se lhe
fino tem seguido ilamnof, mas que tem tido a vantagem
de que o cáustico hojesuppursi tão abundantemente co-
mo noprimeire dia do curativo, e assim como este oii»
iro doente que os usa eom égua I proveito ha quasi dois
mezes: que os papeis epíspastioos d* AlhHpeyres teem
wna gradação na sua forca (desde n.** 1 fraco, ffté n.^3),
-e qoe-por e^ gradação se prestam a a ppl içarem -se, se-
ffundo o estado de susceptibilidade individual, a edade,
«í<esl0dti da snppu ração ele ..ete. Por consequência te-
nho para mim que ospnpeisepispa5ticos<i'i4/òtf<pet/r«i,
longe de serem uma invenção (íómnofo, sio uma inven-
to útil. A. J. de S, FrntM Juntar.
arsBAViraAt ÁonucAiiA oixutoila habet.
(Communicado,)
2An 'Ro«A aoSr. Tinelii nm lavrador empreende-
dor , qne S*, S.* se sir^a ensinar-lhe o seguinte : — '
1.* Qual a qnalídnde do terreno que a bettarralM
exige para produzir bom resultado?'
2.- Qúê\ o tempo da sua sementeira e colheita?
3.* Qual o modo de ft-eitltivar?
4.* Onde*so ha de achar a soa melhor semente?
5.* Qual a sua melhor qualidade ?
6/ Ouàl o estado da planta cm que» cem. preferen-
cia» se deve colher a sua semente, e o modo de eon-
sierirar esta?
7.* Qual o meio mais ec<momioo de se alcançar a
machina para a fabricação doassiicar debetlarraba, e
as pessoas intelligentes para n'isto se empregarem?
S.* Tafnliem sedesejaaalier» se esteassucar tem ff
mesmo gosto e edr , e em nada difere do assucar de
eana ?
« Emilm todas as eitpUcações que a este respeito aehav
convenientes. — 23 de dezembro de 1843.
Vm'ntsigmnt$ da Retiita.
A tXIIA.
AimUNGIO IlfíOaTA!fTB.
' ÔÍ79 O Sr. Tinelii, Cônsul dos Estados-Unitlos na.
cidade do Porto, é tqivez o estrangeiro ma is> solida-
mente útil, que jamais veio a este nosso- pcino^lioe^
mido e carcomido de pássaros de arril>ação, que ain-
da em cima depois do papo cheio, vão paca o seu ni-
nho chalrijf e galhofíar á nos^a custa.
O Sr. TinelH , a quem a sua pátria adoptiva na
America se confessa devedoí^ d*um espantoso enri-
quecimento, cora a crcação e faliríco da seda que lhe
ellc introduzia . tem empreendido fazor egual hene-
ficro a Portugal; a isso pôr peito, c. feguodo todaf
aâ mostras , chegará ao fim do seu empenho.
Aeabafnos do receber um fblheto nitlidamenle im^
presso no- fim d'este annono Porto« intitulado — Aar-i
í» de eulUvar a teda par L. W. TinelH , — é uma sua^
sorÍH assentada em argumentos irrefutáveis, para qe»
nos applíqucmos de vez a esta industria, e ao mes-
mo tempo um manual breve e claro de tudo quantii^
lhe conserne. Não podemos fazer melhor do qttetrasla<^
dar para aqui o sen índice: —
Imporf anciã da ciiHur» da seda em alfuntreÍBot—^^I^iiabaN
dia — PiemoDle. — lolrodiicrilo da ctiihira da «eda aa Europa.
— Prudiic»,-ilo da seda na França. — Tentativas para introdiuir
R cultura da «eda na America do Norte. — Em AUemanba, n»
Prússia, n« Hijng:ria. — Na Rússia. — Au^nunto no consumo
da aetlH n» Europa. — Na America. — Sediti da Ásia, da Per*
sia, de Bengala. — Ditas da China. — Utilidade de Introduiií»
a cultura da seda em PortU)ral.
PAKTB 1. Cultura das araureirM — differentea qualidades de*
amoreiras — Amoreira branca. — Amoreira preta. — Amor(;ira ver-
melha— Amoreira nervosa — Amoreira de Bronswa. — Amoreira
Morelti — Amoreira mníticaule. — Influenciada r.lha de ara( rei-
ra aobfH a qualidade dasetla — Analysechtmica da st»da. —Cli-
ma e localidades mais próprias pata a cultura das amoreirasi
-T- Plaiila(;fto das ntaoreiras «m íeral. — Plnntaçftu de amorei^
ras de altu portamcnto. — Plantaíçft*) em ael)e ou em boaquete..
— Viveiro. — Estrume para as amoreiras. — Podar e eaxcrtaf»
as amurei ras.
FAHTB II. CrençJlo dò» bichos da soda — ^Necessidade de meidf
arliOciacs para acreaçilodos bichos. — Escciha da semente e modo
«l« a faier nascer. — Tratamento dos bichos bh 1 .» edade. -^Tra-
tamento na 8.* edade. -^ Tratamento na 3.^^ edade. — TrataoMK
tu na 4 * edade. — Tratamento dos bichos, na 5.* edade. — En-
fermidades dos bichos. Modo de as curar ou prevrnir. — D»^.
casidMS. Escolha dos casulos para a semente. Modo de su/Lcar
ai ebrysalidet. — Dispo8Í<;ees (^eraas j»ara as ca»uleiriis.
PARTS III. Da fiação da seda — Importância da exacta flaçSb
dos casWos: — Proc««o da Aario -^ Qualidade da a«»ua — Témi>e*
ralara. — A parelho^ a vai>Ar. — Ingenho italiano ou píemoMtet.i
i — Principi»is gcraea para uma boa e exacta fiai;Ío. — Refugos
o cs|»erdiçoi: çotuQ uiiliaal-os. -— Ex{>lÍGa«,^e»> d<» ^it^Jil^ do
iing^enho piemonti^z. — Modelo de um diário para um laborato-
'rio de flaçlo. . .
Tudo isto nao compreende maU do 1^ papisas, eot
oitavo grande.
Na k^ da i^iiiv» Henriques enf Lisboa e no escripr
I tório da Revista Univergal Lisbonense se achará á ven-
da esta obra, logo que hajam chegados os exemplares
d'cJla» que se esperam e não pódvm tardaV.
Muito era já este beneficio de' tios convencer a. eo-
ríqueccrmo-nos e dar-iios para isso a doclrina que
eitc fMssMe om |i^Mq 'tfmiiiente , mas não era bastante.
para o Sr. Tmelt* ; na sou quinta do Porto se vendem.
excellentes amoreiras das mcilticaoles e macrophilas
.paratrmwptatitttrr aioftillaiida n? grandíssima quao^
REYiSTA HííiyiSR^AL Iil«m41NKP>S||.
223
lUUúc ú*e\\B$9 qn^ elit ieiii já derraioado .gratuita-
jneiile cm aiDbas as p.roYincias do iiorle.
Sâõ estas amoreiras, que elle vende doí seus «òpio-
«■)s viveiros, de dois a Ires àniios decdade, com raizos
iivm forlog e frescas; as VU' d»M anito»^ dão4ié por
i09 r^. cada pá , as <ke tnes» por i20 fs» ; «&o'j^cof>
Udas pela altura com que se devcip plantar e bem
preparados para a piantaçÃo. Tendo de ir para longe
rncaixotam-sc ha propriaf caza do vendedor por manei*
*rà tal, que depois não morrem nem esmarceem coma
^eiagem.
PZiAITTAÇÃO 3>S BfVZiTICAirXJBS.
2Í80 Faz hoje seis mezès que plantei 2 centos de
estaqúinhas de multicaulet dos viveiros do Sr. Sales ,
a quem aíTereéo este i.* boletim da sua prodoeção,
4KMP ior-mo aigniíicado dwejode Xtr d'€lla noticias.
As estacas trasiam dois dias e meio de jornada pa-
ra as 30 legoas de Lisboa aqui ; vindo até VilJaFran-j
t:a pelo vapor, e d*afli por deante n*uma cavalgadu-í
ra , como d'anlemâo fora tudo cobsequiosamentcprO^í
Yid^nciado petollh** Sr. M. M. Franzioi . a Hm dcj
;Dâo secarem antes dç plantadas* Vinham em dois
pacotes eguacs, com terra para acojnpanbar^as bás-
icas, a conservar-lhes a Icntura , cobrindo a cada
vm a sua capa de serapilheira , mufao ligada com
^ttita.
Chegarei» por yolU d<K'mei^ dia de 48 íejaiitwroj
d'e5te anno. — Fui logo coni «m trabalhador encolhido"
fazer eu mesmo a plantação. O terreno é pouco hu-i
"ínido , c muito solto , e exppsto ao nascente como se
reconraiendava; poríém ntinca sepóde regar deverão:
4odavÍA jaao fiia isto obsAacsalo., porque oterreiwc»
iambera abrigado, dQ velado norte c /lul , — é Imxo ,
c plano, e por i^so conserva muito a fresquidâo. —
A terra cfstáya cavada a mais de meia manta ,
dizer , a mats de dois palmos de profundidade
- Plantei. logo as ostftcâ» a diatancms egna«s de qna-,
4r^ piJmqs,..para ^aior facilidadie do cultivo, e em 8
renques. Nào lhes deitei estrume» pora&siiu virrecoí»-
inendado , c a terra andar fofa.
^Cerquei o viveiro com uma sthe para vedar a en-j
tradariio^^ado, e i gente; porque as eslaquíifbas^íen- !
4^> í^ompfitfif^, dnigagâsffirii do varetas de espiiiga»-
da, e ficando ai co^ .doi^ oUios á flor d» terri# » -*•
eram por isso quasi in?isivéis. ' ri/um platio raso, e
assiip myito sugejlas a destruirão. ; ' *
Tfíb tardou ' q«e 9iB 'hão ehcÂesáe nquelle piqircno
serrado de herfv*a/imw) armmaffíH, ^md-^m-piét^^i
ou patnpUlíos; mondci-os. Em abril mAÍs tml^ek^ue^
w,yde. modo.í|uc «ifvj se ;>iam já aa esteíjiMnhas ,
ijàe comoçavam , toJavía ,' a' dar sigiial dcvcgetTcão
forte. Enláo semoci-lhe legumes , e ctÍi meado 'raâio
já se via todo aquelie povo proftpdfar; mni'<kbji, e
pálido, pelas frequentes çfewas^^ftue.tinfctiOT caído.
Hoje contei os pés; medi alguns, e achfi 132 plan-
tas mai& ou menos robustas , mas Iodas 'formosas, e
•s mnis d'cllas rVocnVad.Js por ambos os dois olhos
•que ]he>âear»m de fMi da terra': a altura das mai*
elrva<las é de nwkH íi,pajflJo»,.; a».<órrta'-piraBi«líii.
bem sortidas de folhas, e estas. tendç^ palii^ , c Aiais
de comíM;;meHto , e piitro tanto," de íarsura , ^í simi-
Ihatfçaf das de^ngnHrá, Pelo que ,' pódc dizcr-se^gne
■!íé' aéírtefe 1» pía^ario ; é pe/iso , se póli^ conta r'fo>ii
Miá^9^êU»^ ÈM^éB fieiM;f aa» jiniai;piiQ«í|(iaâa. rt^j^rai
quer
áttc^ao , a contar já. do seu p«ÍKicirq anniveraario.-,
o» que tenciona .ftzer a sua tra^pilanta^òo . e fazer
novo viveiro dos raminhos inúteis: i>a ca' então dai oi
o 2."* boletim. ' ' .
No entanto ccm»o o Sr; Saltes deseja também ser
Inteirado í}e quanto possa melhorar csla nova planta-
ção direi que ò seu melhodo dos pacotes «om terra é
bom', cmquantò os pacotes • não caem no poder do
nm almocreve qtie lhe sacuda a terra para ir roais
leve , ou á forcai de trambulbôes. a terra m janta a
um lado , e as«i«> as estaca^ desamparadas da. terra ,
amassam^e umas conlra as outras , e, perdoiii*sc« É
por isso eu usaria dos caixotes de laboa leve . coih
terra , ao tamanho das estacas, e á forma da couduc-
cão que se perlenda. Gmçalú Tetlo,
Vinha da ilainha 18 de jiHfao
dç 4814.
2481
on$£;r.\> ^lula janeii^^ mosmip
\Q9 ccmi. ^e era designadp
eiitre QS ropvsnos. O iodíg^e 4^
Jiiqo deij^pu^oo^ por^^|gum|&
iM)ísfl mai?, gwe .ft ii9ii^e..do ,J^^ meí; — ^deir
^pu-nos títiflJb^í». vertigiífsjd^s; si^s festas, , \
A religjíio nova náo.dtjsdenhou herdar da xer
Jlia e sanctiGcal-o para si, ,ti;^ o .<|!íe.n'ella ,senr
tíu aproveiteVel. r — TaíQbcm.por isto a accMS^^
ram r-7 ^ei^do aliás clarissiipô o documento, qiip
assim dava ide talerancia, força e politica , e ap
mesmo tempp ^Iti^si^ia .e divida licç|io. aos que^
por joàa ,çompree«clere,tn^ a iini^ade çlo mu^do^
W4?í}í I ^ ;P primeiro acfo ,de ^cada ^^o , ;der
y^ ser,ç<jí^eim^ir em/mo^t^v : e sem- escolha , tod^
a,.]ier^DçajdQ;p^í^(lo;^^ o ÇJiristiaiji^njy
^^W»v4Wk')^f!:i"?í^ter í^rèaíi-se,— ipijs quan^
era t?iíi,(^,cfis^erm^^ . ♦ .?
.. Pe^Ji^o^p^i^i^jIlç^ram {Subsistindo para a ^oy^
^^^^rr^\Hihfí^^J^k^^ populares,, quç
aitidá nossos avós alcaifçaram, sob o tititlo dç: j«(^
P«íri^?pi9ífArPS^\ W^.ijKera^jcíite^s^* freqHpn-
í^W. (ÍÍP à ^de^oífjffi^Q dç jsiitjâAs e Jio^s ^^s^
£r^ ^onra,,^dç . Jaoo i^êstiam os roman^^sii^
galas iiííii3.^íegres., para se.ijrem aoC;aiHtolio^.í§g
graças. pçj[ò,i|inç í^\áp» ejmplorar vei^aras;|^
^.!:í?^?' ;9^^^P'?^ftíí^ í> ,día,cqm visitaijímfis^ tti^
gQs o'4i;ô^:* .njíis^ ppp iji^^vàva^mq^ jOas, 098S)|a»;^aia9
no riiesrab dia ; encQtânwjl^Q ,.pcía tenií^^.; ,<|ei>*
tift^^mo^^, .^cífiímpl-o ,Q0f» proçww ^ «tpílos
«rnioirnc ^ e^j^i jlijeiíx Q Pj^T^Juí^co, ^^a'; a^ft^f^íi^. :<n
19 *
224
REVISTA UMVEllSAL LISBONENSE.
b^nefieios , o respeito ou a dependência nos li-
garam. — Presenteavam-se os romanos com tâ-
maras , figos e mel branco em vasilhas brancas,
c dinheiro — presenteAmo-nos ainda nós outros
rom delicadas confeitarias, a que ajunctamos, pa-
ra os ricos , curiosos productos da industria ; pa-
ra os pobres, familiares e servos, moedas de
prata on cobre» — Iam os senadores e patrícios
saudar no palatino ao imperador: vSo ainda hoje
em todas as cortes da Europa os altos emprega-
dos e magnates, os embaixadores e representan-
tc$ estrangeiros a cumprimentar a el-rei e á real
fnmilia Ruins palavras e ruins obras são ainda
hoje, como entSo eram, evitadas por agoiros
infaustos, cujo influxo o povo cria e cré deverem
forçosamente abranger a todo o anno.
Eis-aqui nos parece origens bem respeitáveis
pela sua antigi^idade.
A etymolegia de Jano, (diz Ovídio, que o
próprio Jano lha.'exflicte*a' a eile); é o no-
me januaf porta. A porta olha com uma face pa-
lia a Ala,' com a outra para a cdza. Jano olha com
urti de seus rosto* piara' o tempo que dá costas, —
com ó outro para o tempo que se apresQpta. Es-
te Jano de doiâ aspectos, nm par» tra2, senil e
'eiicianecido : outro para drènte , loiro e meninei-
ro; este Deus velho e moço, 'leviano e maduro,
pacifiòò e terrível , morte e vida i saudade e es-
"perança , 'e sjrtnboto absoluto da sapiência , per-
deti a» aras, onde Ibè qneimavam incensos e lhe
dirigiam votos, mas ainda agora no sen diávemin-
^▼isivel infundira em nossos ânimos, identifical-os
comsfgo : e em vehiade ; qual é o espirito que
deixarfi n'este dia de sentir-se , eomò quer que
seja , superior a si mesmo , e eiti certo m<ÃIo
endeusado? Atarcatido o pretérito è o porvir',
1hndÍ!ido-os,'vivendo-os, ainda, e já, mixtos um
^'OtttTo no presente, ^(|uem -nSo' descobre então
saudades, pesai^ies ou temofsos^,. em (}ue nunca
advertirá? ;quem nSò tece projéctob ', ' quem ndo
traerga esperanças com que tmnca otí sd' apenas
íobbaria? * ., ;. ^
" & n^ociante dá balanço &$ sbás éâpecutações
feitas «por fasei-^ — o litteráto ás suaá Sibras é
aos seus apontamentos : — o tafu] ao repheío da
sua botsá e aos calciilos do sen baralho : — ô politico
is tnéntimsqueespdlbòu'; aos créditos que deitou a
pêWer ; ás publica!? vantagens que Impediu ou enca-
flofinhoa; e aos reburâos, €<miqne ainda pôde con-
tar j^ata apanhar honras on fa^íendás, tudo, já se
«abe, paii interesse nacional.
' Akrasqailha, emquafitò a sua aia a ](^ntda, parece
istar leiítfe dbtraidEunéuto a íélia on alguma outra
d'aquellas evangélicas novellas de George Sand, que
tem já deixado a tanto marido sem mulher , a tanto
pae sem filhas , a tantos meninos sem mãe : pa-
rece reler aquillo que ella sabe de cór ; mas em
realidade está fazendo resenha das galas, com
que brilhou , e pensando já nas com que ha-de
brilhar ; — está recapitulando as demissões e as
espectativas amorosas; fazendo o encontro doi
logros activos com os passivos, e traçando as re«-
presálias — Dir-se-hia que no espelho fronteiro,
só contempla as graças, que a sua artista lhe es-
tá fabricando, emquanto n'aquelle espelho mar
gico ella se esti vendo triplicada : o seu rosto, àê
hoje apparece entre o sen rosto dè ba um atme
e o seu rosto d'aqui a nm ánno: se a sua edade
presente é ainda príraayera ella sorri , porque e
seu hoje é mais lindo que o seu hontem, e o sen
amanhã deve ser tnais lindo que o sen hoje: —
se a sua edade porém já decHna do estro para 6
outono , nas feições se lhe debuxa a inquietação
e o terror, porque de cabeça em cabaça como
de monte em monte mais alto , lhe vem geand»
cada vez rfeaia copioso *o inverno , precnrífoT de
solidão e cemitério. EntHò uma tormentosa per-
plexidade se revela a $eú despeito aos olhos escruta-
dores da serva, que, viçosa com os peus 16 ou 18
annos, dSo se venenos bella na ftituro que nè
pasisado e está antecipadamente saboreando as
compensações, que a sua signa fhedeve, por tan-
tos dias de mocidade mal perdidos em grangear
triumphoa para outrem; ^e que tormentosa per-
plexidade será esta da senhora ? E' a kieta inteiior
do gosto contra a necessidade.
O gosto diz: —
r. I Que Importam as cãs ! Paris que lhe ha
vendido os enfeites, n(iandar4he-ha d aqui ávao*
te a cAr juvenil para seus cabelYos.
' A necessidade: —
— ^E as rugas e os outros signae^ de .d^ca*"
dencia que nfto pára em começando?
O gosto : —
^O brilho das jóias e das Qores encubrirá
esses desares«,
A oeoes&idade:.-*.
— ATitea 08 realçará.
O gosto: —
— Estudar-se-hfio ádemanes roais carinhosos ^
pôr-se-ba mais afiecto e seducção nas falias, pre-
sentar-serbáo ma» fnictos do espirito.
A necessidade:— ' •
— O espirito murchou por falta de cultura. A
conversação perderá tanto mai^r qyantp mais presu-
mir: QscorâçAes dilo-«sem«s a&o ^deiísam caçar;
eRl^Sré;!$ÍHIYfi»«llÍ¥ JÍilíBjWãaifaBi
■ ■ M.. J^.. . '
Sí^5
9^mm»^qfmmmemm9>»»kiM»mmfíiiB> {«ra
— ^E que bens dá a sabedtmie; â>tptttdeiicift
A necessi(Ja4ej^,, .,,,, ,,,..,^. ;, , .;, ,•,,.,.„
B»á *Wma)/aaoi^ítt^taím;é i fifiál »èxt?rtjg4em; oS
remòrâòô e .pfsa^és^^ congraçarâ-rjos ' cí)|Açosço
iflgsçaieisj ,j(a?eí^-w» feeflff /em tqdii » f9Xt^
»• : Dfis ^eaeeânri de 4eeafieiti»« i ^.«na ««ombva [inis^»
peram es virtudes que havia, e náséero aí tjtíe
fálWvàní :' à' cifea sê lórna 'V^^^^^^ '.c! abuníante j
p3,,'ifiIhoft .dóceis» plHidieflt^ji^ '.: I^lípríl^s^^^
mesina se ^iQto^|iiéra.:e #e. fmloog»; ! ehegadai.a
fadraf^do^te^laiB^iilo, nhã eMiv> qw semear i/elle
prâfldffeá ; 'ááuííírdes .e,|lWní' exemplos 6' à ^'édta
{io^ sepillífirp íiSò.,!pc^.dés^^ é^^^ji.^è.,^fiJ
Wta... .,,,,.„., j, ,. , jr, .j ^ .». j, . f...- . .\5i '».•;> •'
• uj^ M«^'^ell»t^e étiempo' danais- pèM;ttedfe^
triste necessidade {'a^ròsèl^ ifiikò téiii' Còfeés*;
• — A íííieiítorti díf wHler a' Tosa^muithir, * orla
dó |jorta#'tàiVé^ádtf de 'frutítos , VfVncíós Ihter^
ipead<^';djB ;(l(jr%^ éji' una^^jQ^o^jà.fc ^l
• '-•»-« Tur^^ésia^aupenslíflU) da vieibife* «^ :» f.uU.
A necefjMdftdé'*-^^'' '• ' ••...*?.,. u.. .q
^ • -^^^fiií^èá/Ò 19nÍitfsÁo da tnóqdade. * ' ' '.' *;
.' r7nf|£famaráa tai veUi».ai.«sta| iiuàlbcr ? > > .. ,
<' -*A «eoesaidáwte:^--^-! •» • u^v •*..:' ,|.. .-hí/..
^ — i Á Má jttíullter ^cfftrttattS ta ihòía T ; :/
— ; Que diriaai os sisudos e os dias I '' ^- •"•'■
' ''-:4i«fQesádadej<4^ ^^ .>- / . c ^•, ,•'')- .i
•i-íLiii^Bi* teakó* |»tmaitíi»í¥ttttiigtMaàde»^d'iíssà nia
posse e o seu espelho. _' " ' ' ' - '' "^^"^
(ii T^^^ .p«4eriflnft$a c^aòijyjdK-Qos,? . > .»
-íí^i^ecessidadejr- »: .# .'::••.:"' t •. .. >' • . t
— Sim» Jii te deixíirei t<rfo^ «ilp^ííífrw mt
ff9f^%9^i e, p^lfuaift .qi|e,,r^wiípi^r<«l ieÍ««ipor
^tr^f f^prMk>fi ; PNu». tu .reioibQ€«Hiihe por ac^
JÍ)«ríi^,. ' .. . . ..'.;•.: .i
.....o gosto.:. Ir ,' . .! . . . •. . ■ ;i.iv
.!')-rr J'QtteE€Ãiquq pMxe como jesorftví» ot0U>fftr-7
íftifle^.tjçiiiníjptio I :
,[> A npc^ssidajiei--* . •:<'-/
j rr Quí^ro »X qMO ! te .abraces comigO|\ quoriejflf
^|i-,.queeP nosso. tçiumpbo «ejai im:S^,i .» , .
..;iQ,gOaíiO;-r.. • • .. „; • .• ,., ..f; ; .■' ;■ . ,
r7^49: toraemÍMíiaiiidA «pcon»hate« .
... '4l ne(}^sl4ade í — i , .» .; .• j ;
.j — ,Éníbprí^, tor)nei«Q^. ;. ., : j. .. . ?
... ^ effitçtivaçieirte .o.<^0iipb9(e ri9coii^^ça«^ A ne-»
c^d^d^. i)9o. pro<»|r^, iB«nififti.*^.i)abireea ih as
tr^z todos .ia^|4Ía^:ÍleíPobreG^^ ^0 gosí^i/^e
(«l^rícalras ;a,tp4o 9 P^sto;* e estç seuiapf^r^ebw
W?pto íP*r«í *wag|ieçra,,^ip eme .uma, derrota ;pc^
Mffiftf ^ Miwviíível o agii^ t. 4 ,p pÉsJei*) ^
iue4i|taçaí^iflpe.l»v.eR<t.(S¥Díeftdft,^ta bara -d» Iimi^
^dor pji.prjmejrfli. waubj. dp j^i^eir^ . ;;;., . -,.,
_..;;VIa5„ eiioqy^ as^jm /Q^^SjnboOoetitMp^ito
W íi»d# ^o*tóTÍ4«o lliiç^ wwtepi^lí^simul^nçwí^oteft
ma dos jornalistas? Que o diga p|4avMJi ^>.§if
ou que o diga por todos~4^puhlico. De nós sabe-
espaço, que deixârnios apóz, nâo descortinamos
eiu,todot^(leieidk> boas e«bellas obras^^de^inosios
m«íte*»^febreiros,' parte Já ápí^eítadas ;^ parte
(íòtti' boíis èsperaáças de'cèdò ou tarde ò virem a
ser e por entre tudo aquillo os vestigios,d4^qps§f'
aQ«Í£i(%eoMtaBtísstdia .para o i)em.q para i^diante
outro taitto4e9cohrímo8 e;n»ai8', se vidtf/e fer-^
çás Wdèírséntireni desempenho Wbòíis íe^ejos.
Nó anno que entra, procuraremos ppxã qup aj
flosHa H^vjsTA mQr«ça>coBio aA^^igorafi o a^tt^fi-
tttlo de Universal, qae olhe sekiipre^ «omo^t
séfl>^tso')'pár(lad coisas que forám^V e plftra ias
que' devem ou hSo-de sér , quf 'se|a' Um como
íf ^00 Íq jpr^j^Qio , , sau4aples' e espi^jf^joa^ f , n^pii
ciâade.e.j^Uiiee,: yista par«.o.levfifitev «ista.parâ
o poente, vista para o berço dos séculos vtndoi^
rd!f, *e VTStà ]|iara os ^pulchi^s dos Séculos ^rfti-:
SP?f ^ jojílos ^ estes oíhos. que oi^ató fossam tâo
níuitíplicados como os de jArgos^ ooovergiuda
ac^çaès para o meamoi aetisor^o oómindro : dois
aspeefos e tíma- sé èabetfei , duafs bxpressôes eum
^'Máiàse; porque o fconservar e 0 crear , tão
Id #
^^
TmriPtA: trmyfiaBiíb tiíBòl^i^âK:
perfeita e iutimamente se combiimm para haver
inundo, como o espirito com a matéria para do
mundo haver homens, como a virtude cóm o tra-
balho para haver nos homens felicidade.
Temos feito o ^iiosáo exame de consciência e a
flossa profissão de fé litteraria n esta fronteira do
anno quadragésimo terceiro para o quadragésimo
quarto d'este século. Restava agora -antes de nos
despedirmos de nossos amigt>â leitores, prendal-os
por modo de estréas com alguma coisa que lhes
servisse. — ;Mas qual pôde elia ser? Á falta de
inettic^r j& tio antio passado lhes offerecemos, e
cortesmente do)^ ^acceitaram elles, o próprio
nome das estréas que já hoje anda <:6rrente' fa-
zendo as-vm^ do dtbvue. Este anno porém ^que
ofiertaremos para que nSo diga Jano , o presen-
teador, que faltámos a parte do seàrito? Oífer-
tareiAoso que melhor se nos depara. Offertare-
moS' o próprio iano , nio em moeda' de cobre ,
prata 011 oiro como por Ovidio sabetnòs que no
seu tempo sé fisízia em taes occasiòes ; mas em
imagem para ser guardada na memoria. De-
piGtrs do que temos Visto d'eiie; da emblemática
sigtíificafao dos seus doi8rt)6tos, que em tudo man-
dam olhar para Iraz e para diante ; preceito que
tdo fffeeiso é ém todos os negócios privados, do-
i&ésfiíSM, públicos e políticos, nenhum assisado
deixArá de receber, guardar ecotisíAerar muitas
vezeit o nòteò dom. '
Í»0 TXIABAXRÒ KM OZAft SABrOTZnáÀHOB.
fC^mmumeàâo.) , : >
. diSâ Let 1^ n*mU piu$ de tráu «ú Dieu n*ú pliii
4« ttmple.-^BÂs ^qm uma. verdade ÍDH»oifaDtís«flia»
Tiraé os altares a Deu$, e vereis os tbronos 4e8appare-
cerem : tirae a religião aos povos , e vél-òs-iíeis con-
vertidos era leras.
£út>eiaato.! para â eoUterváçio dos tfavonos ii3ò
basta que os f Uai;ea se c^n^ervem ; é atecessario ifua
se nao barbarisem; não basta que haja religião, é lie?
ccssarioque se não desacatem se as dogmas, seaspre-
eettos , nei* snas ina)LÍmas. '
' íiS^à ú nafl86 acloal estado- vant^sé « talrespeftot
BarMrto dão. B se rós aos proposesseaoM»^ aberra traC'^
tif pten^i^entç .d'eite objecto, em vez d«: aqi ar^ifo*
teríamos de fazer um livro. Tocaremos apenas. n!iim
«"buso òn a' mu eseandalo , de que nao fia ninguém
que^nãòienlia sido testimunha ocular n^éita grande
capital .« é o afftbaJiio n«$ domingos e «m^òtítriís dias
sanetificados^
_ Por essas ruas^ por .essas pragas « por úda^a p^r^
te se yè trabalhar nos rciÇefidos dias , ' como se a re^
Hgião 'qne professamos , ò não prohibisse; e eoo&o se
^la não f^m até* a rkigíio do estado.
' Yammfaa. relaxação é vi«attieiiie leatranhada pelM
estrangeiros, aiais observantes dys aua^, religiões , ain-
fia qucf falsas, do que nós da nasxa jiendo a verda-
ãeíra. *' i • . «
A oesií^tão dó traballié oàa tíeftIMíbadtísqlilítíiifri
om preceito privjDtivo dâ ralifíioíde Jesa íUtaátítú.i
nm principio, uni?jQrsalmeiite.a<^gsido. ym.daninà uni»
versalmehte confessado ; e qúepn o desjprefa sç nio ^
atbeu , não está longe de o sèr^
O descanço n'esses dias é necessarnraa pbyaico, e
ao moral* dohoiaiiiJ
O bam«m, qjue irabftbasai^diasr precisa dedeietOf
çar no septimo. No fim da vsemanaiuas forças estão es;
goladas , ou muito dimínuí(ías, é conveniente , e ne-
cessário até o descanço para relt^bral-as.
Afàda> póré ^uo^ i^t iiatfés«MlBd«í nãd iiòiivesse,
^q«6 triste «orte Ma.9eríki;a de^^um-enle.oéndeBnado
a ,trabiflhar;todPS os dia,s .. do^anoo sepn 4e)ícepl^ar wq
só? i(iue infeliz nao seria acondiccãodeumfabricjan-
te , a de um cuítívador , a d^ outros muitos , se ao
mehos de sepfe em septo díias tiSopodesseài gozar so-
eegadamente a oamlianbía ^ de sua^ iMlbares '«da
&ÇUS iíilhi^bos? ; . .. i '
^Por Qutra^^parte .(|Qe muitp^ que^ de septedias^f
Deus nos concede, nos consagremos um áo menos ao
seu evito , que' não é Min trabaRiò / uma fadiga» 4d^í
um repouso , . am alM# ; e atéam prater f '-•
í.V^de e0m quf^^oslio a$: habállaaies' das fnigueiiai
ruraes em dias festivos vão .aos teaiplas dq Senhor l
;Tédé a satisfação com queahi se demoram, com que
volVeúi ftos seus' lares , e com que recordam entre si
o que fizeram , o que viram , e o que ouviram! Os
frequentadores dos theatros não teemmoAMOM' de
egoat ^licidade t q[U9odo as: m^is^f^e» desempenha-
das cavatinas sóa^ aos seus. ojuvidos.'
Mas diz-se, ^como nao hão-de trabalhar no seplimo
dia* itquellcls, a qUfta o thtbalho áé éM dias nSt» bas-
ta para a sustentação da sua famllfiat Bsta objecção
nS<> passa 'df um sofisma* «O^ protelo de laim Irabalbo
bem regulado é.maig proficua, que o 4e uip trabalho
excessivo, que arruina a saúde , antecipa a veAiic^
e vem a infaabUitar ' pari tudo. Màís va! trabalhar
moderadamente até ao termo ordinário da Vida » que
abusar das fcarfai para. abreviarifsae iemo,io« ser
pezado á sociedade subsistindo^á sua j;ilsU« ^
Outra objecção consiste, em que os p^eraic^s sê não
trabalharem ' aos domingos, e outros dias (estivos,
irão gastar nas tai^rnar , consumir na t;knbríigvez ,
aquillo^.qfot^aos-precedénllM diàv* Hferèlii ad^ptirido.
;Mas que lógica é esta, jque naaadnttMe noio ffnVte o
excesso 4o irabalho e oi i;xtravios d9 vicio ^^ .
Ê fazer grande injuria ás classes laboriosas^ o ^np-
pol-as tão degeneradas ,. e pensar qne na maior parte
dos indivíduos qne asèob^, ^édema<rs o vicio-qoe
os dictames da razão, e as inspiraçbeàMéaiWÉQAM.
lEq^ê preis^M M '<i« §«# eptejafl^ i^baiçtip> mor-
mente nas tardes e naá noites d*aqnene8.dias , ffsas
cazas tío perigosas á sapde , e tão prejodiciSes aos
costumes t |(hJ^m pódé dispuiífr ^o aoirer0ô*'o.diffito
de as mandar fechar n' aquellar tardes , -e n''ai|uéUa$
noites ?'-..■•','.) - ■ I , . " • *
Muito é para desejar que o goverop toQie em 4y>n-
sideração^ este, objecto « quo sem duvicja i dos que
mais solfíbittfhí os seus cuidados 'e ^ s^^s providen-
cias. O respeito "IfrJds-é^nna {^aMe ^e<eessidad«
para elle, epara os pevos, ;e<aomoli*4e esp«rác-se
que respeite as'loi%:J^i|n|n||| fttfiii| dfW^^^ $ ^^ ^^
sabe respeitar as divinas? . . ., , . .
•IkâãVtirCít «IfnrERSAfi XJBBOEVEKSB.
227
o A&oRinoTo :É0-MMirii»nN» ito'waÉM«^
' ^ • •■'^' (Caria.) ' '' i
'M83 ^. Jltfiaelor.-i^^Eif À%iinfr« i^doseu
periodko, do tono próximo passado, li ea- o a^-
iigtf 7Sâi, (^^e 9 à úSaif 'déríd<^» '^ iriaiÉ K«ttf trtU^ádo;
'« «véripto eQCbmtoao áossò- éKnrf^Ui^ % atxhelog^ ,^o
9r. f ràncisco Âdbipliò* dé 'Vátbha^ ^H alia piiMi-{
câçfiò tfft— noNirft» M«toHM ^i^€r^i»aiòm&iíè»^d&,
*Behm , ^— ríca èm IfngQageni ■ ' rica end' historia ; Hcaj
«m tiido''qtie (^stítue t)'ia(m otM^j^erteita no sèif |ré-^
-tierò; cditio poréhiiintefrioMeiíiè ètt6»e#evi {ttk^íMO)
'iim'etfèaib aobnr o hiéktno asstnnfMo ; '9í'^4eicr(p^
âo real moâUiro dê Úêfe/m ctm a iuítiéia átí mia fkndèt-
f^o/^^seMimenfó g^ikát tivè tô' vêr • qué' o ittfesmo
lllustre ^criptor 'f« foéii amigo)/ rtpelRa no èea
^õsca1(r dtf qtfe áfflirnièl^im' raéu qdaAto ao príneipal
architecto da fabrica d'aquellegratidfòsò'téiilpft); mas
a 'final oBt. Varnliaf^ tio afaáoso «W dtligerfeiar'
notícia^^-fidbré anéigtriclades da nossa patriá, dles<;òbna
ddcíuttietitba' na^l^^ffft W^fòmbo / que cohrdboram a
opinião qu« emitti, e declara em ' o Panorama A«^
inéro lOi é^ còrrènie annò , no seu e^celTente aHigo
»ob aepigraphe*— BWé^, quefóiiicom ^efto Po&rsèf,
italiano (nome Corrupto de Bbiaca) o ptimeiref mestre
Tão ed1fik;1o.; tomo eu baVia díctó;
Rogo pois a V. sendo possft^I , te sfrva d&r pu-
'blicldade a ost^ carta ; para que kè]a'nbt0^ta ò^ quan-
to me llsongeia esta huàrbsa ac^olescetíefA' detSopro-
Itando littàrator; e sou*
De V. &c. '
Em 14 de tfefembro de í%idi ^'
''' ' ■ O AterfiCteíf»; ''■
••'•''•» nroxi«ÍBii.' '.■ ■'
(CartaJ ^ . ' ■
' ' HÁf 9rJ Rtddtior. — k í»d)tK}áÃ, céítt qntf os.
correspondentes^ dos Jotnaes Ingleses , qne d* essa cór-^
te forn^ètai matéria ^M 'jornaes ;' enehém siemanaT-'
3ienle suaa Jon^as.columnás^ attacando p charater.
acíonal, són"^ ncnbmxr respeito \ jãsttça e i reir^i
dade , e cjin ihem^abo da borspitalldiffe que cmn osj
rieferícros eiercéiâ<», íAti ptííe áèíx^t *diS ofi^iidér, e
f^rír ò melindre do^ que ," coma 'eu , se preram de
iíerPo^Cugoe^es. Em quanio 'aq^eTIès bandidos da <i-
iriUsaçioattacaram os partidos, calleí, porque bspar->
lidô^' nao são a pattfa , más hoje nSo 'posád 'deiiat de
me dirigir' a Y. Sr. Redactor para pedir' cr séu an-|
itifíu nâdeftbsfl dó noil^ cbaracter nacional* tniotidía-'
nameiitiB enxovalhado por bomens sem mfssSò, sem!
'consciência ,' e sem resp^Misabllidadé,' e que vehd^em.
a calUttmia H tabto por linha. SeV. approva estapa-j
triotica easpi^ia; (fu^ffio encarrego de lhe fornecer os!
materiaes * cçm que também semanalmente (lòssa dés^
jmorohar este alrot èdificio de injurias e coh^icios, já
comUkurnicando-lhe Jllgumas d^ertas injuHás pára que
o pòblicd saiba cdmo t negra eatrofmènte calumnia-^
do ; já destruilido' os erros e falsidades de algumas bii-i
iras , li desmascarándd á i|[^n«ranciâ; crassa aucf §a
ostenta em vatias áccusações , è finalmente niodiM-l
tando o élTéito de mirilàs ',' apcMtando idênticas se nSo
péioréff que Jàaitflcadamtnílè ae podem JEaíer á fngíá-i
terra.' '
' Sé léie dã licença, Sr. Redactor,' e]^ara encurtar ran
iões, começarei ji tioje com ò correspondente do jor-t
nal Ttmra ? nio porque dle mertça tistadístincçSo pe-^
,)o peib dàsábiis arguires , mato lM)rque i ebites^n-
'de»nte dé um Jiitnal de grande circulação , c comòtal
p^^e fazier maior mal dii$semin'ando a mentira.
NA. primeira accusação fal^» que se encontra nacaf-
ia do correspondente de IJsboa aeste jotual de 8 do
eorrente^v. é-vde que»-por um acto arbitrário ie esta-
lielecéra que as cortes podessem fmieeionar esta ses-
são sem o numero legar de deputados. Isto é falsida-
de i igàdrancfa lia W passada ji^elas^^côftei á eè^ res-
peito em sua ultima^i^sâb. '
' Á seguoáa é' de qtee os deputados estie 'cot>ranáo n
'sua dlariáit' e que cbnittido iilò veib legisliiri Todók
iabetb menos este escHba que o)i de|i«(tad(ys irá recèlieili
o seu laUrid, desde ódfáeniquétòdfattí^isaéiiitei oft
-rém á câmara. •> . • - • r . x
À terceira de que multas Veiees senio iiM*p a*aessib
senSí^táMé j>oir falta de deputádois', apresénUdá coái
l^fafade léncarècíménfo / pôde ser respondida é^ntofir-
cto de quemUTtas YéieÉ aqui, senió abre a sessão pé«
la folta do nt^mero legal dos'IO» pof mcAitos betli
puerTs , como corridas, opera, etc. etc. "
k quai^a ,' é a^ignorandr de'que o gov^rtii^ytemb
podfcr de dissoWet' as àimaraa' líAinfòrpáes ,* b d'vfai a
a^sêrçSo dé'qifè elle pôde tanto dissolvéf^ utaaa WAÁf-
cipílidade como tirar o throno i hihhál ! : '
^ Ousa no Hm da eartá e^fe fãmoscT lóbh fibU^fallár
cm corrupção* efcitoral ! t '^Hm tènikiHs] ! ' ' ■
' l>*esta vez poueo tra qv^eeommentar ^ más sè o9R
lledactor me quízer, íaturar iremos tendo mát^Kaníobè^
Ja para desinascaráF èista gentinha ^o vil etio dán^-
iíYtSi ; que tfaa hesUá em nenhuma calumnia ^ara |(i*
nhar o panem withm. »':•'• ' • • .*»
Fhihpatrim.
Publicaremos cotn b maiò^ gosto, quantas jci^s
d^ristaè s^ dlgiitir enyjar-ho^ o nosso 'hudràdo £drre^
pondente iii jMiJItÚâ infideHtim. • ^ j ^ * v* >
■'■-'•• ■'••■•íomiAS.'''.-
S485 Dimnú ié Geverm dé 1»^^ da ^eaànènj i^
doi «xeroilp È.^^^M.-Y^mkk a^ffeBiMo <W.^rpA.«<p^M9fipi..
, , Xi/fm df X^.T-tPfTtariaíjiiaadfado 9obr^«yitar ^o |i|t«vim^«
to. fip eoipregpf Vago^ na c^nftAveuí 4q ITbcsoiru j^ublko. Ye^->
cTa è remÍMSo de foros e pensdet. ' . ' . ■ -
' fdehí de 14. ^ Portaria aof adk1n1sMd/»fes das alfaM^
do reino liiaedaado , qvé éWèH pniphuháítí Andiy qtie^^àáér êÊt^^
ittABtae%'MoeiU-ft» gcavimè do coameati», iieai.|N'CÍ«fhD da
industria n%aipi«a.» ▲ alfandega gt^tOs d^ JMKmreadeu.fo
mei de noremhn^ i94:63e4j(50d riis i a .das âepte^asaa
130:3S£#764 r4is e a do Porto b6:43892£4 r^isl Venda de
bens nacionaes.
fdtm dê 15. — llélaçlo dos preiirfòs, ^artfdoé', aecessit,
^«ie foram coftferidos a estudaat^ da universidade dè CMIi-
bnu Vienda e remissão deiânis e |KaHBea« i -
Idem de 1(1. — ^Portaria o^tamodo que« tIMoi »9 acM^m
CQçclufd^ af ,«bras ao pabci<» da Justiça ao ediflcic^ <la.^<iA*
^ fiora , para aJii sè transliraai tcijiss oscartofics e^uisoscritdi-
'^'nâes ,' que aíqda alti nfto estejam"! Veniia «íe bens na<iioDaeB!
U>ím iAf't81 -^PbrlaHa a fôdcis so govetiiftduféJ cIVls |j<íra
^ daiMi providencias '^flcases.pai%' 'b6s SHia feiípaefífosdls*
ilriclâB se cflliibir a tenda da polforyi, ' não Éiaiiafe«MBida'na
fabdea nafci^naL. Qii|ra K>iir<testaado ioa «f rematada d^ al-
fandega, das sep^. casas. Outra, para que «e-prciaiovii a «o-
branca dos direitos d^ meUé,
pexuOea.
Venda e rcwisÍAo de ftroi a
228
.Rfi?rfirxiiL\:%vi¥KB£í^ Mai&^çmmm-
1^ tdm rff 2C)
. — Por^arin iuppfiiliiip(lq.!9 presitiiy tJí^^Ccn^a daí
Moura, em' conWiueiicia áa regirUiriâàde doB transpõrtôi' píiraj
as províticiiis nllrainliri^Hs pértnitrtV /que^^rtkhi1ô«;ó" pàrá>^^^
ieite dègíredc)* ò» U 'í»8u «tudeiíiflailo».- ÀViso'áOB háf^et^áhíl» dei
*qu«raftkTÒi d» lorrè' áé Mutleu , M' StMcia^ « ae {aoha- cumlderà-]
iFf lqi(»Ae< ipfilidnidQ ; nmim cumo [qiM «m Piwk$rqv9) «Qrfiy^'
.liiii^s.flfl<f^lu«a^ajtt JDOvofíaro^r, .1. . ..r^ ^ . (,,. j
Jb^or^' níio,iaoYÍflps,. ^t premip vil mi|s^ó (Jç jifl^or dal
,pí|lf ja ^. c^r^ie d^tercwado, <ístóo r^espív^^s^/f ada-
go, prosperar a cultura da seda, e che^^(lep^r(f^.çi)!i
J^^. rt^:Pqrlu«al fi ^í^^ estrapg^ir^., .iaxj^q or-
i^tip g fpiiH\ p^í? açeitarern e i^a^^íireiç. l(^go jielo^ct»-
Iréspondente a.ççse «^esi^p^pjçeçQ, qu^ai^tf^jj çazul^f, «e
c>^fi%jfW«fl^/.^W«íf.)KqÍ ^eji|«dQ*t9dií oç^çfj^qr^crá.
iá :çp;^<t Hnaa. aai4f ..WM^ *a .^^M. JV^4"<^>ftr Kft% .<V
jpSi,yit^,.,|B;i^a c,elrib^|íi.>o^pvçunÍ4\ri^ fÚpfrjçH- ,3^ç»-
pré ao pequ(M^Oíe/|e).eiip;íOj^ral)alhQ, q^if .Jiquvcjr, U-
•rff^ )AgL#"W*lVa3 e ^^.as pr/e^ça* de xacJLa faw/lia
contarão ç^i]íi,.o 9€U rédfiofiinho, ..e,sç' at^^^çrn^i/oi^
f^ff-fi asu2upia^rQba,bilida4e.qpjf j^ , 4^ ^i^^.^c^cas.'
Jtw j»enhuiaa» ' fie4as dM çai}n49 PÍH*A':*<> ^.^.^ V ] ^i^ofa^r |
^em á* <ie Pormgaji,, jçonclyifeijao^ ,4^m temeridade;
jg^je^a an>orw^^yir4^W .9*uWW--.'^ f?"^ -W^* 'í*^^;
aihda mais preciosa do que a yiai^. i . j . , ti j
.v':*^r;^l - — I
J'ORMAL DAS BSXIAS A&TXS.
dôú-se para
«adar«
£sie jornal é redigido por distinctos litteratos , e|
as suas estampas ^ j(f^^f\^\,^^ ^^^^ ^^ accrediia-i
dos artistas. I
Publica-se um nuraeroTada mer. com 16 paginas,}
em 4.* grande tWmpreè^? Wlííí^eitampas , e \i-
fiBètUs-gr«fte^hM\£tt) dUàdsftiravk . % k. .> v^ • . v r '^ :
Stfb96r«v«^««^m' iMèWili^ «é«rí]^toHo' da i^aecio;'
-I5líàl^ Âit^oslà if,** 1/ «0'c!l3», rua do ©iro
ii> fó . é 63 r ao Chiado n.* '6 ; calçá4a dos Çaúltís
.4«rFaa.dp>-j^ijii)<c9iMi^jiif^.^pi»Mi¥i«iá m^c^ip^^,
O Quadro de S. Brpi^,.. (fintado pelo nosso insigne
íí .P<íf%ÍÍAtf4 ^^níb^iP-^VtftpFn Jí^VWft, p,.p}iQo«orti^cj^.
.ra.ii«.;in^^j,^^Mft, e^^j^me. 4j|a,; historia £ /[^ ^i^i^-
,^qphi^.,,^ Ih^j,l^iíi,ftiilq,; »ç pr>Q#p^nÇ fwfáâfliejil^ ,as
.^f. idqj^ §úitirp;<f^*(^«^^i)Í!fn^i^ dçt #^, n^ta^jrarj, j|9|>
€41^4». ÇPPÍiççqe « àe T<^rÍwgÇ*o*,P,.ii>fMt«\tft'^cíi^4S<^.
.^^^S#p«|pta^cer^|«|^fplft .^íí^yA.rfí jí^erep^9jç jU^ ifo^
£/[^cJLu«ã>o dp gr^io^^iropo^t^ce MwAGii^^^pfio Sr.
fi^n^iílt ^ ,or^94p 4^ J^^tM^ |^a.xur/^s «em ma^eifa p<;)ui
tri|}a^Wsi,e|iM:c Ríí^.., .;:?,.. . '; j.:» .^ . ,. .. ^^
.,. A policia^, jhiogf>9jpl^jç^ ,.f arUst^ca .\fe Stfiffiira «..esr
ffi^ÍP^^/ ir^lQ • flftí«<> Wtt>88 ^.;coUaÍ>ofadoí o 5^ .^^p^
Z«i^^.,i;o^ aqneUa ^(^gi^fie, <;Iajceza> e^ dí^ç^rmfdenlo
Jl^^e ^,4i(^l«§«W,'^. .1, . .1 . . . • . .V w . . T.
Çqpi^ 4^:(i^mu)Q.dHç)rei p^ D|n^,.e. i^ ^ri»dito.,e
Í9(9«f$i|safiie art^o. |a,jrpi|pejto d'eíU 4)^lo opsso tani^
.^m aqglgp ç, «pUaharad(fr',,.i^ Sv^^SUm^Tuíl^^
O terceiro numerq^ qtfea^vii^á <^.pe<iueiiQ<interf
Yí^^o.aq ^eg^d^ , Ipy^á ;. ' , .v :
'.0^q^^^VQ\^Jnfieíifilp4p,TrQÍa,^ ,coffi.qji« 0^. Sr.
if^ç^Mcivri^^ecjeu ,e^>£ ^jni^o a, ^ijpQsição .44 AfiM^fr
mia « lithographado pelo deíiciô^ ja^^. 4^ ^^r ffJt'
gliclmú .y, / ,,/j
O baixo relevo dç5;piB^ ÇíTWííTfl »^ ?^ ^.PVf^f!^% ^^
Sr. JiJpiK^ ^(f;iÂ(u^> i<|ue ejg^uaimeute bãomereciiioga*
bos na mesma exposição.
A descripção de|f^ip^j^[}t(K tltt^ctos é feita pelo
Sr. Gairett, , ., .. >
, . 0x5^14 que ^9^U^5)M;ítipalj 4^j^,v,<!ft^a J^^^ vi
4xíi|n^ç.* i|ue.^.r-&e a..u^..ttMsêi — jifií^te.^docmnenlp
daria„u'isftp.çsf^ ''eift9;4^ 8^í^ JbU^gjlf /^fy^Usaçào^;
;aÍ9-ím>í;mi4' ^^?''3i^^ ^^i^í^
. , ^^8^S^, J^núfi^ ,Wâ€Í^2)a9 çutíhco^íiy Rortpf 4p
^emplp, da9 bdUfiTarl^s^Jpqr ^.çeir^ yef, . Vf ío|i ^aínUa,
dísúibuir pgr s"iia? ^çf^ífiaV^úiãoi *^ aç^| alu d*ç*r
U èspçr.afíçoiajacj^çií^jf^^jg*.^^ Ihe^^iÀjçi
!j^o\adj^dicadoí^,\ ,;:,.,.. ..,.- ^ , ...
.. i^[yo\iSí dtíjpçio, dja^ ^eafraraai <ia sala^ .jtaobr^
rr^eqtjç ^dcreç^dg, jyira recejjer f^ta' |o^dj;wlç a(çssiíi;i|^
. — „.^,,^^„.^^,„r,T,Tv.^P^..-^^- ^^,^p^,..,. . ... j4(à, açíif»;p'jp^^gsdoârvVO»&Ç^^^^^ ^íregloVi^ do'cor-
PfVpo^.fi»--Pof.ãíSI»»es■i^^^tt.rJvr^SeiallMaea /p9.,^çad^^]qp',' ^^^i^isí\\i^l^^.^J-K sala «^tl^yi^ cheif
ofs... .^^m amio 4,SIM^<VSi<^a%^isA>440'i94 ' • [d^ qpçvjdad^is \le'tj»d^ ásgàrarçhiíií.j ç*, ji|' ambos, QS
p Di* 2 sáij^ cintes *ò^fftl dp^àiino: • ^ ' '^ ^^i^ado^ ,, Uvi^íMíl^a jga^lé^^^^
: Çompçp. ç ^,cjLo^ p^ Jc^i**»?í^ 4*jfda^3io..dfls .tra-
baíbo^ (ôuaritei^ hiâtjar^^).<ia A^jidçwiiâ , 4iji;a^o oi
i^e* a^posi^V^çorríJô^ cjára. i; píegan^w^^f^^jríieiíií;
4/1 ,è Iwla.pjçfo ;prôfe^^cir jl>rchiVe<:Mv^., jfffwilido df
|èçre(arío, <x Sr. Scqueirj^/ ||arçj(^-(m,obfa ^dft^ta^eri.-
^ , p q,ae poderemos aV^í^ar Dfiáudp. Sâ)r y^rç$'s4 sê-
gmáo é coíilunie. lSo'|wjnto^^ijp,*j|jj« ç^W"^*^^^^*^* *
ore os prémios ad/udícados aos aluíunòs qúe a ellei
pjoqcf^çei;Wt K^^^,-^^^!^ "^W*«,^<*)*^^^S'-****
bl^-ai quÇjAzçç-aip/ o SjC.,MiiiÍ3tr^ flo:re^nÁf inspector
geral 4Í, Aoadçiçiia^ hW^j HVfW^^KàM ÁK^K?^
. I
iâra a rua" do Arçp do.B^n^fíVí. A,".^!í.--jfi,*'
t^,I^ oj^i^^ $enL Riyal alè hpjç .4^ impFei;i5a,pQrlu-i
-i^eva^u Vv;ua^ c*w e^iviiW^t«t«gi;au todf^t.na^. ^«pooi^s
de méritos. Os maibores auntíslifs, pintores ,. grèvadé-,
' rHèf' litbé^apbod, i»ei)fdM»es f«tf capHal, 6éci«jp(dres,'
"já faa'<oiv2tô'affbitos';AO t>tjM?«r'fatt)f, èricti^rti á '(^òrfla'
estás' pâgiSaH dó c|ue o â«ííi íapis,;p' seir biirtl, óií',a'
,&i}a,peppf^ j)pdf?)p prM^^*.!^ °Ç Wí^aiir n^un^i ^rab^Jho
vde^aapkor ^.c^nâcieiiK^Mi • pa^a ,«ma. obra f ipo^um^^to
i daSiiuBsáa «)les.,> e, qua.j4> 6011H ^al / ootncça d< sar.
-♦avídameril<rprtcftirad»'por estraftig^^ros, e pftdWa pa-
i'a^lnfe?àícrfâ. para a l^ratiça , ' pàrâ a AHei^aíanha e
'^ í)alíi -if hMirf;'' ' ' ^ ^'* ' ' .' , '
REVISTA UNIVERSAIi LISBONENSE.
229
faiido t 8. If . , qve os désirílMiMi éà naneira ae-
guinte :
Ao Sr. António Thomai da Fonseca, alomno daaa-
la de pintura histórica , uma medalha de oiro pen-
dente de flU aiul; que ft. M. graciosamente lhe
lançou ao peito (e assim mesmo a todos os* mais con*
decorados com medalha) pela invençio e eiecuçSode
um quadro a«leo, de altura de êeis palmos por cinco
de largo , . representando a Creação do Homem.
Ao Sr. João Pedro Monteiro , alnmno da aula de
desenho d'aírehi4eclura civil, egual medalha de oiro ,
pehi isTençio e execução de um elegantissimo proje-
cto de edrflctp para uma academia de belias^rtes.
. Ao Sr. José Ignacio de Novaes* aiumno da aula de
pintura histórica , uma medalha de. prata » pela copia
do quadro de li. 8. da Graça, attribuido a RaphaeL
Ao Sr. MattoeMòsé Rodrigues Latta, alumuo de
•sculpUira , -eguaL medalha pela invenção e.eiecução
de um grupo de meninos em haixo relevo , de três
paliDOs d*aUo, por três c meio de largo.
Ao Sr, António Pedro Cardoso GarcereS , alumuo
da aula de- «rchitedura civil , egqal medalha, pelas
eòpias do" plano do real palácio d* Ajuda «
. Ao Sr^ Joaquim António llan}ties , aluamo da au-
la de piíHnra hiAol^ica , um diploma de accemt obti-
do DO concursa de invenção e execução do qoadro a
óleo representando a Creaçao do ■■ Homem.
■ Ao Sr^ Yalentim José jGorréa , alumne da a«la de
desenho d'Mrtbitectura civil , egoal diploma de act
oesoii oèAido peia invertção de um projecte de edifi*
cio 'para uma academia de beUas«fictes.
. Ao Sr« Jofié Maria Caggiaani, aiumno da aula de
esealptura, egual diploma de accssitl alcançado.pe-
la invenção e modelação de 'Uma estatua de Camões ,
altura de três palmos.
Terminada que foi a relação do Sr. secretario , o
Sr.^docter Francisco de Sousa Loureiro , director da
Academia , leu um discurso historico-artistico , de
muito estudo , e assá^ aqctorisad.ç.
Começou por umk saudação á rainha, a el-rei, e
«opriftctpeherdeíre^ — ^.tãeerigiaai, eicbela de gra-
vidade > que de ledo o ponto leonreipoBdeu (até. no
tom e meneios, da recitação) á venerável anc^n^dade,
saber , e mais nobres partes dó auctorisa^o orador ;
suscitando n*4quelle conspícuo auditório , nnia sensí-
vel suspensão attcnclosa , muito para nofaf; a qual
fora mui grata ao respeitável dirécitor » seá elíe po-
derá perceber n'aquelle ponto, mas que nos compra-
zemos de commeraoraraqni, para honra sua, da Aca-
denàia cojo léi interprete» ede toda 'aquella hrilhSbte
reunião.
« Passoo depois^ a detenninar ae.differentes épochas
artísticas do nosso reino , ponto este em que não -oar
sâmoa se quer enunciar a nossa opinião. ^espeUamos
tanto as do sábio orador; quenao ousamos çontri^rial-as
aqui tio sem pausa, é sem inélhòr conhecimento jo seu
elaborado escriptò , qile lambem deve sair impresso.
Km duas parles o dividiu depois : na primeira
tractou eicJusivamente da épocha da existência do fa-
moso pintor 1*rão-Vasco, sua naturalidade portu-
gaesa • ohras, eschota etc^ e aqui moslton o eruQito
orador demasiada confiança nos decf mentos e akctert-
àes que adduxiu, e mni arfceigada. convicção 'e Hrme-
aa. nas suas aaserçõea. ;j
Que nos perdoe o sábio director da Academia,, ^li-
sura e franqueza com que lh'o assim dizemos. As pes*
quizas e estudos que havemos feito , para chegar a
6m tão patriótico, e para nós os portugoezes tão glo-
rioso, não nos deram ainda tão redondas evidencias.
E todavia o iliustre director, adiantou muito a
prol da historia de Grão- Vasco ; póz por terra algu*
mas objecções que os estranhos , sem melhores docu-
mentos que os nossos, teem aievantado contra a natu*»
ralidade do celebre pintor ; bem merece já assas dos
amigos das boas artes nacionaes , mas não arribou a
tanto quanto. presuppõe/ Estudon grandemente o pim^-
to» lalyes compulsou quanto ha iMprasso, mas isso
não basta. Temos ainda muito mais tom que respon-
der aos estrangeiros impertinentes e laviaonè (fazemos
as ezcepções devidas).
A segunda parte de discurso eoaslea da historia, do
adiantamento- das artes na Europa, a' este trieanio; e
a menção das produeções da Academia ; vemataador
finalmente com um queizume. pessoal : queiuime d*^-»
quelles que ainda .nenhum bom servidor da patréadei*
xou nunoi de faaer cem razão ! . .
Elrrei esteve atlenibsímo a toda *, leituia d'est#
discurso , e deu mostras de lhe aprazerem as investi*
gaçSes do sábio director , ás^oa da naturalidade por-
lugoeza de Grãe-VeaCo
Terminada a sessão, 8S«MMk<oram visitar todas ae
aulas onde estavam .eapoatas as- novas abras » do que
se mostraram extremameite satisfeitas. EEl-ret, cerne
grande^ iatendeder:qn« é, inteeregoui os respectivos
professores , fÉzettdo eiíserraçõcs muito a ponto e j»*
dieiosasb .Perto datresfaosas se detiveram SS.MM. na
Academia, saindo visivelmente gostosos e lísoageades»
e todo e seu •seqUito» ficando: o estabelecimento paten*
te por estes dias»
Foi na verdade a abertura da exposição da Acade*
mia das Bellas^-Artes de Lisboa, de 1843» umasolemnà^
dade nacional e magestosa» Silva TuUio^
ConsvAr^NOS que e JORNAL IUS.BELLA8-AHTES
tem de julgar, parte por parte, a exposição de 1848»
A competência de -tal redacção, para tal juizo, é tãd
notoríâi e de tão boa mente pornósrecofe>hceída, que»
mui gostosos ,. .desobrigamos a nossa folha de um an^..
cargo , cheio de espinhos e de pforigos lambem.
BROFRZJn^ABa
'2188' ABiR4TARiA.Utteitaria; que envergonhava pai^
té' do nosso, jornaltudo , e emppbrecia .e ailieaçava de
aserte ealra parte d*elle, que de oertotiião era a.Éíe^
noa.irica ném< a mtmm útil , amainas èa tempos^ *e
ainda de iodo áe<8ão extinguiu. Fosum pseigresso 4^
eivilisáção morai' e ittterana , castoV' grande trabalhe
e muita perseverança^ saas obteve«se« Qs eiéemplosd»
lalrocinio periodizai são hoje raros , e pede á' justiça
que deelacemos que «lo ainda* mais raroS' do qu^; pa-
recelD, perqne^o chavacter de algans dos redaetare^b
que cm :su«b folhas re^prodasein .artigoé d'esta smeivv
sem ahi desigi^r d-ondcf oe houyerant ^ dattár- tíoteou
•nhecido, que.snais sèrdeveisoo attribuãríailesouidode
seus compositores e reitores de:q«e ai ume • fraude^
4Éesqufaiha e torpe eia uma éspeculaçie eoniraproda*
•eenie da redacção;. Novamente; snpplicanMS pob^aiee-
dqa os nossos coHegas que reeeáimendem aos^diréelf^
res de suas ly^ograplHaa^.qiie nío oonsinteni se Cihie
para «omnosco áponotiQdidadeltpttiada a^^ue ndis iti>
iiâO
REYISTA irWI\líltSJlLl^ USBOBfmVSE^
Inije aimla não fallároos pnm 'nin;^Qom. O Ti^tÒuno to-
i»ou-nos o nosso iiitiiiio artigo de S» Carlos peto Sr.
Siica Leal sem outra alguma declsrcieão mais do qau
o minie da auctor. Na arte de cukivar a soda peio Sr. -
2\neUí, vemos a paghias 67, copiado eomo da Coal-
limo um ioAgo trccbo do imporlauttssimo artigo 2094
á9 Revista , provavelmente porque na Coailisào a|)|>a-
r-ecèra cumo seu próprio etc. eto, eie. Jun jtnmi cvique.
RStmaO 9A8 OBSERVAÇ5S8 MSTEOaOSOOl-
CAS VSZVA8 BM IiISBOA MO BK£Z l>S VO-
▼XMBRO 1>B 1843.
•9490 7iifVB«I%TtBA media das madrugadas 47,°F.
— dieta nas horas de maior calor60*'5 — dieta media
do mez 53*. 7 , ou três gráns mais fria do que a nor-
mal -^ variação media da temp. diorna 13^5 — maior
faria^ão da temperatura diurna 18*, nos dias 14, t5,
c 16-*-maior frio 40.° nus dias 14, IS. el6 — maior
entur M."" no dia 9 — menor aUura do baronado 748,4
inilHmetros a 11 domez — maior dieta 766.9 a â9 do
met — media- á» mel 756;8 redtraidars á temp. de
Vénias' dominantM ^ coiltodds em meios dias N, 15 —
^0,9 — 0,2— 80,4 _S,2— Níi.l»— V.l— B,9
^f**Edeíâo. da atm»$phera^^hin» elarosl 6 "— claros e
nmr^ns 4— coberto 4^^ cobertos e clarões l-^chu?a
ô-r-NcToeíros 5-*-^ G«»díis4 —-Frios notáveis .10 —
Ventosos 9-*c)Ntvã recolhida em lodo d mez 26 mi)«
timetros equivalentes a pouco' menos de 8 almudos por
l»r«ça quadrada, ou apenas um t«r^da que ciiituuá cair
regularmente neste raez.
^. i^df as .dcmina»Ueê> íor9ím oito: a 1/ de 4 «lios ie«*
pi dos com a temperatura media de 58**, chuvas mo-
iteradas, ar húmido , © ventos brandos do NO a S: a
U.' de outros 4 dias frescos, nateroperalura de 56.*", ar
seuco , céu claro, e pequem» •ventos de.NE^ e N. :a
3.* de 3 dias em 59" de temp. , ar húmido, ceu cla-
íro. 'è.4im tievoeh-o mdtulíno com f eqaenosxhttr^scos,
v«ii4zl$ frescos do N a ^0: u 4.* de 5 dias cora a fria
tempcraiura de 48* , ar muito secco, te» claro, ^ventos ri-
jos íio N. e N£; com duas geadas matutinas , e o ba-
iMnelro mui baixo: a 6/ de 6 dias «írios, apczor de
se elevar .a sua^ teinpt ^ graus mjire a. a«teccdeate^
atmosphera variável, nevoeiros matutinos, ar um pou-
co huroiilo , tAMaoai .ifu pti^ileiiQ^ Ventos db NE: a
é.^xieâdfas com âfresca Icúni^. de 53.*, Ar húmido,
«iru coberto, e umaipaqucna chuvti, com vooloi* do
4^0; a: 7/ com a fria temp. ,úe «SD.^ ar ^bvtnsdo; tira
•le^oeiro mainllBO que^se dissípoii «deiíEando a 'atni084
fãiona «el»r» v a vto^s bonançosos féo NO : à 8/ e oi»
éiJtoa d0 4 dtfts com a temp. 4.* mais >qvrente do que
• aDtqfieAente, ar húmido co«i pequena efauva no pri-*
iDéiiã ■<y%4. ttaotenéor^e a atméspbera clara nos outrol
4f«s, o itenios do NO.-r-Begoe-se por fiOMCftileiicia
4oe o sàoi decorreti mni vaHaveL nas «suas puadras ,
,e gervluente frio, miirito 8éBc«v c |mméco ventoso, fv|«
4ando as «Saas terças partes d» chuva x|oe costuma ap^
(parecer jnégtilwmcdte em novebibrot 'Wi ^^ ^^^* chu«-
•MiUíOif d» anão sw nosso dimii; f. »
. Phtrmmgno ímUm/.-^ 4o:pòr do sol do dia 23 Sfrvb-
-aarvaraif «acidaclc do Porto os dois phenomem»' ^
.|)#ffael%o^;c ía^os*' boreal , raros no nosso clima, jc
•jji.descrtplOft «o n.^ 17 tla^RovisUi.-^ A insólita seocu->
iári d'«s|pe:fnftz.è';ai9èadM're^tiii|^s^da.4/' fi4.'*qiii-.
ílca t£m cansado prc^UMs nas paHes, è.naa pnAos^
retardando o dcsinvuhimcnto das plant;is.
Necrologia de Lisòoa^e.Mem. ^<-* Por«nB âopaUsdostkos
trcs cemitérios 671 cadáveres sendo 3$4do'9e«omds>í
cuiiuo, c 317 do feiukiiao: maiores 46i. e mcnsres
209 continuou por consequência o a ligamento de mortai
lidade,- já observado nd aniocedetsle noz, pois qae
excedeu em 89 óbitos, ou qaasi uaia. seiia parte áqaa
costuma baver regularmente em navembron^tacidsf
de> decorrendo assas .doentio e funeslu* . .
P. S.-^Como enviamos «ste nassa aetig» para é
Revista , cm 25 do mez de deiembni^ , devemos ao*
crcscentar que a funesta seceara , que teve priuDipia
em novembro, tem permanecido inaUeravei aié boje,
decorrendo o mez de dezembro com uma só quadra miii<*
tu mais fria 4o que a normal , ar exfreouinle secco,
céu mui claro, ventos brandosdoN£, q«e j^alflKisft.de
tarde, e favorecem as repettidas geadas .miaturnas»
contando-se já 13 até boje. O barómetro so maatéia
extremamente elevado, e sem oicracer a aaenar appa«
vencia decbnva . — Os campos ressequidos impossibili-
tam a 5ua lavra , pelo que se acham bmií atrasadas
as sementeiras das cereaes. ^^ As fontes a maaaa?
ciaes , inlcasivc as de Cintra , se acbam quási ex-
tinclas, e nos chafarizes da .capiUl ae ea|Mrimeota
maior eseacez de aguas , do que no vario cmais cai^
moso. As hortaliças estão queima das ^ úat «nC^sdasv
e as pastagens quasi desapparcceradi • dfeizafido os
gados sem alimento»* As geadas ea falta da taeil*
dade. team. feito cair. dâfmbados os fructos idos tona»
tados do Atemléjo, pela que é mui escassa a aairiçàs
(16 gado sdtmi • de qud faavprá .graiide faUa este atfno.
— A cootitttáada seeoura dos dois mezes roais e^nva»
90S da nessa elima, . ósa verdade um pbenomciKi raro ,
c do qual ainda não observamos outro ezcmplo na di»
latadò período de nossas oihervaçues.
M. M. JRnmximu
smxouaçáo,
â491 No 'PtiMtmo semestre de 184^ a aiaifrr^çio
deRdrtugal parado* fir^Hoífcrece oseguÍBtQrcsakadoí
Dglí^orto.. *,". . ! ' Í59 indivíduos
Dos . Açores â li ' i»
De ditrerenlcs portos .../,.., - 97 " » '
Be Lisboa , . ..... , . , *. . . .*. .... ]^*f " »
■ ;':' , ' \ / •; .^^ ^.^ ' Tn n
Paaoa menof de-maadedataninero total é do For*
to , e pouco mais de um tcrçoo dos Açores. .
No si^gttirdo fiemastre de ld43i a^ pn>fonçaa é como
se>segue: ■'..'■ r •• .: .^
Do Porto. .... .'. ....... 1 . ;7Y5 indivíduos
Dos Açores .....'....'.'....."., Ti 1 »
De' Lisboa ........;. y.. .'. .V . 218 »
De d ifflpr eute s portos ,...'..'.: í"; 20^ »
'.■■'■/ ' " .:...... ... /. '.í^ia" »• .
Ko primeiro same^se cIc 18'^ cmcoiisac^ocncfadai
providencias adoptadas' pclp' giii\erRa purCaf^én: « <!<«
moids indirectos ' emproados < fwra) obstar . á aa ftúfiacia
dos colonos , cncontra-se bastaaie. diasinuiçao' ooM
HBVISfFA UWIVERSAI. MSBOWENSE»
^3:1
yolhfUi: , ''^^ WdifiiUos
Dm Afòrw * . , . . 32^ »
&e IJrtK» 291 »
De diftrmtte» poftosi ^^ •
1380 »
Ao todb «40 pwi»|rfirorportufiieies n^ espace de
anuo e meio, •» quaot (tenia condimdos ««104
mvios doi ipia^s W oram portugwaeíí.
Ao. mesmo lompo outcos narioa teem recondoiido á
mie pátria, e com importante* valorca^ atgumaa ccn>
tenas de portiigueaes, qae depoif de largos annoside
resideheia no ^rawl, oowieiçiiiramcoUigir vm eupita)
sttfficvenie pAn TiroUem em deaeanfo o resto de'çc»i
dias. ' m,. u
A razão da maior emigração da gente do Minho en-
contra-se facilmente no grande numero de negocian-
tes c logislas d'cua. província,, qiia^ho^ se acham es-
tabelecidos no Rio de Janeiro, e n 'outros pontos, os
qliae^ pelar saas relações de parentesco visinhança c
aintsado aUrahem muitos mencebos áquella C(Mc, on-
ée 109 qoasi ex<eliiftivamente empregados como cai-*
xeko» em lojas e armawns, A gaite dos Açores pela
maior parte é- empregada na agricultura, concorrendo
lambem para isso a sua inaptidão para outros miste^*
pes, onio tober lèr nwB escrever a mór parte dos que
allii aportam*
jfiravTimAS ss- w BRi&HAiraíi.
• 2ie* Do Rerioãico doê Pobres no Parto stibslaocla-
moft a presente retação : —
. Appa recém, ha po^co, em Vllla Nova de Gap um
attjeilo* por appellidoi^WfAanfé; filho de outro i^W-
i^ní0 ♦ conhecido na tetfra pelos sens ronbos coroa-
dos com uma sentença dfe degredo. 26 annos havia .
que o» Bfilhante fllho partira para o Baiir e nunca
Biaia houvera nevas d'elle. Tomava agora sim éoni os
seus modos e cheiro de* marujo nías arrotando mun-
do» e fundos que divia ter gfanho lá para as bandas
dè Jifonievideo. •
«■•B oon «feito per^uatoa ellè por sen pac, rllie dlsMram
^m a^tt pae ara morto* E petgiintaq pok ium iriaàs, e Ibèret-
ppodéraai qtie andavam lá- para as baudni do Ai^mtejo iui«aai<-
páiôbia de uni» soldado» E ent&o perguntou p«t^ seu irmão,
e lhe fòi respomlido que estava no h«^8pUal. A palavra hos-
|iítal o nosso Brilhante Ih não quiz ouvir mais nada : a voe
ijii Miiriie lhe ^gu^ja dentro d'atnia, corre ao Itospiial; abra-
mk 01 írm&o, tiraK> de lá, e ferra com c4le em uAia estálaAem
mandando dar-làe quarto ,. cama , mesa, fioultativoa» botica:
tt>d*aJli a trea dias tornou air vé-lo epuciliou por tresoa^as-tía-
panbolas e as offcrcccu ao dono da liiCanda pam sepayafi po-
rém o homem da hospedaria nilo era dus mais alupiiados , re-
Jéitotr in límine a oiTerta e disse — no fim pajarú liido.-r— O
n^mo BrHhín^ fertlbantemeirte tornou a rccotlier*as três on-
mm-e aaht. n t
u «Ga» ' 12U lia Nova- espalhe» ella, que tialiadinlMiróa no baiieor
• letras para receber, sacadaa em Vif o , . s6l»re» as oma-do
doix Deçccianles , um português e outro ui;^U« doesta <;idade:.
e alug-ou o primeiro andar de uma talxírna cm Vilia Nv^va^
mandando pintar c acear tudo de novo — para, dizia elle, po-
der ri ver «om aisvma deeenela, — e escreveu pnra o Alemtejo
m mandar «ir WKa-xfmikÊs que atolavam fópnr dá lei de D^iis \
• n*tati' moairava eHe cpie* prcMvai oa ksna^cofluiMa «^a^ iToahi
da f*imilia.»i , .
a Ora cxíiitcm diis irmãos barqueiros,, porappellidt) <« Cwin
UkhoM j h>^iucns uUo remediado» e que p<»r seu cUaracier fo^em
llriira entrar os dst sna rlufse, tanto activa como inaVii\a, e
foram enXti» on que procuraram com mais extremo a amisacUA
do D JS90 JDrilhãnte , que pastou togo a ser muito amigo d'el-
>€v, pa«fcfsadt**'{l«'liniç) dHio , «inquirindo d'clUs e dotne-
eoèiaalea de Yilla Nova o género , qae dava mais 00 mercada
fiara* elle- poder aiii pregar *«s ««tis Amdos ; — porque , i\itia\
nada de dtn!ictr(» empatado, o dinheiro ganhadinhetrii. -^Rih».
pondecant-lhe quo em axeite o geociro que dava agora interes-
se, e o homem calculou lugT> quantos mil odrca the seriam prcv
auos' pMá melter o aaeite qne ia ccmprar. h
. tt&laaam-aa coisas ateste» ler nioi, quando hoO^ alli um ca^
sãmente^ a -«iiia o nosso BtUhmíU» foi coinridado ^ • pbis já era
noAaUlidade do poqueno tom; e rio cHcto casamento viu elM
«ma menina , que n&o era aia , e tinha ao pescoço os seu*
CQfddcf de oiro , os qmses the augmenlavam o ioterosse. fira
esta. meuiaa irmS dus aeua ami<^os CoHtiwfiúB , o que para o
nano iifi/Mffli/a foi olsu sobro asul ; e logo lhe dirigiu os elo*
^ius da ordem , c«»ísa que as raparigas- Bta'-esgieitani : e oe
Q*es«i ocejuifto' ou ^ns spgnialca ifae ki díicndo aquetlas pala* -
v rinhas doQi-8 esympatliicas, que todaa as raparigas «rtnrem coul
bf-aevoieAcia e prazer. Disse-lhe que a amava, c que por mui*
to felix. st conititlersria se ella qmzesse acceitar-ibe os seus tè^
res, e-eoiB ellrs a sua mi«« A: Beaina^ ú' palarra teres , l^»*
mou uma attituile mais explicativa, e n\o só nAo torceu o.mf*
nz , roas deixou sair d'aq>i«Uas^)aIavrinhas meio pronuncia*
das que equivalem a um ->- En por mim .... níio se me dá!. . «
faço muito ' 90MÍÒ ! .,,\ depende de tninha miii! — etc.n
uEnlaboladas portanto .ai» H^nipalhias^ furam ouvidos os dois ■
irmíltiB que pegaram com ambas aS mttos e pr(>jr'ctaram Io,;:;9
graiHfés fortunas ; e a senhora sim m?te , qne fi>i ouvida , se*
gundo era de lei, erfçhea as mXorpara oeéuieexclnmou — \ bem^
dicto ssja o Senhor de Malbosishoii. ainda ven^i « minha fillui
de cabriole 1 — Ajiuilado tudo , mellooHW mílôs -k obra , e a
nos^so JBrílhmnte tr^icLa de se.vrUir cum 4iiaii^ decência e maÍ4'
ú moda; eile manda mobilar as sala» no ultimo gesto, e um.
dos seus cunhados futuros o c«jnduz ao iiierctf'>!cr , ao alfaiate,^
ao negociante de Irastes, e tudo se p8* em* mov intento* par.< sé
cuaduirem as enoomiueadas; O hemem l>rillientê flnhn gostv>r
as «adeiraa,- as marquesas, os e«)}e)h(ia^ -o^ leitu nupcis»! eril
tudo coiss: fina , eDverni«ada e o«m cheiro d^ ip^les. Os «sua
vestidos eram de panno fuio, e alé comproutinn ve«4idu dc^ s«^«;
tini branco que oÁTereceu á sua futura como a primeira projr%
do seu affecto. n • "
mK como elle tfnha or seus tôfbs-no bànetf e* as-lrítPas pBxii
vsater , diise a seu cunhado -« Mene létis»9^ qite-ett paifarei*^
e o bom do CmUmho ãòomm túda^ B -(>nt)lo tracton-se d^ kU
caoçar dispensa de baahos, cuj^ deMpexa urçadsi en'uns4âJiQ0i]tf
o piesmo cuuhado pagou par^i oHo ioo<4Amo(Uir os fundos dl^
futuro noivo. Tractou-se da escrijitura do casamento , e o noa^
so j9rffA«;ife disse — que dotava a menina com uns paucos do
contos de réis que tiuha- nt> banco , mas qne por itiotivos nitbí
oisignava a eseriptura scnfló no dia seguinte- ao do matrimo^
nio. Aqui priaeipiarHm os IrmAos da aoiva addéT-se, edii
xendo-lhe ^ que era Ureei^ dinheiro ■ porque sHes uSo tintraot
grandes meios,. o nosso BrilhmUe res|ioMdeu com indiQl^ron^
— a letra de Yigo sobre • e companhia tornsu par^^
aGailiza para ccrtasdecrara(;8es, mas uilo tarJu.— Os dois bar*
queiros filiaram com a pedra no çapato. » -
m£' na véspera do dia do feli» consorcio que o mArcinetrt/
tei ma |mUo dioheira - daa cadeiaas : .0 hoaieai ^ B^Hkttn9e v i u-se
embaraçado, mas não era elle homem d*esmorecer. -Ergue-se
e diz-lbes : — vamos ao escriptòrio do . « • . . , negociante inales,,
lá toramosdiakeir^ — : ^lesoacovq^iil^pinctPVdo dv SOt;k \
porém como saísse sem o metal pr<>conisAdo , es cuuhndtts
azoarao)^) c o mnrcineirb^lTiè dÍ8Se-^£ste h^mtdi é um- gran-
de tratanfe à meu ver ^ tomem vmcs. conta na rapariga, ,oIhem
que elle fcrrá-ibe-v «mno. n*
nE oatftenabeMoelleâdsissgocíaiBteioglètt qué^e UXBHthún*
te nenhum dinh«i^> alii tkiha , arai- o «snhrcia:, e que fáTA •
ajiwtar posiKtgom ao pâqirete ,.. saUam em (mM^ do BtHkmtf^
e o descwraposeram de alio aliaixo. Pote m o bJmem iulvini^
cfaeirou-se nos 'fundos do banco, c poucos momeotos dei>oíit ^
conh?»ceu* que o bimco' nilo^pvstuia^ nem unta ée xik d^^esld «ê-'
■hur.»»- . .
« RoeulMdo ú sala piíÃdu \ mtWm * a dfVulgar«se a ifollcih^
juata-sé e. pov<» k p<»rla dp BríiànnUt^ Mucrciíktdm fTiiiei|ttn «
a pôr na,mrio da rua m cade^mt.^ Barqueatt^^inaisUras*!*
ulios én^vrnrsados / sem kttender o pobri^.hoiç^ay/qi^ m.uita
a inuguc frio diziai^ — que tinha dinheiro enterrado na coiiiâhsy
232
REYISTA UNIVERSAL USBONENSE.
e que tó de noite o podia deswntcrpar t-HMa» lhe t*Imí a ejw.
«tva ; o pialor acode ás liatai <la «ala ; e o mejilre ttlfaiate Hie
lira o caMWO, a véalia, o len^o, e as panlaâonw, e ató o ça-
pateiro p deixa descalço. E o «owo BrUhante fica embrolliado
Bo cobertor da cama. Foi eaiao qae o juia eleito acode ;
iaz-lhe perguntas na forma daa Icii do reino , e o nossa Brf
Mfl/iíí embrulhado no cobertor, confessa qae nada tinha de sen*
X> povo qtte»-lhe ir ás rcntas , os ha«|«airos ^rttam peU flan-
^ , o taberneito pelo rol da comida e ahi^uel da caia , o e^
toiajadeiro pelo curali*o do irm&o. Porém o homem era phi-
losQpho ; vé^ toda esta proeella com o maior socego , e se»
«oi|iiQover-se> das lagrimas da soa futura metade, que dii
Hdeus ao seu yestido de setira , e lamenta o fic^r solteira. A
mfte veio no Hm co\?ril-o de impropérios, que o BrithmUe sup-
ortou sem dar cataco. » ;
. «ÂasÁn se pa^M o dia tcmpeslvoio, até que chega a noite ia*
tal , e D homem BrUhuUt dii adeus a Villa Nova de Gaja ,
á noiva, aas fundos, e ao aleite, e dá comsigo fugindo a
^pdo do paquete, lá vae elJe cortando os mares , tendo dei-
xado o seu nome immorUlisado nos fastos de Yilta Nova de
Caya. »
TOOVZTSIBOS VO V0TOA9O.
' 5i93 HoNTEM ás 3 da tarde deram as torres si"
gnal de incêndio, que foi assas desastroso, succeden-
do este triste acontecimento em uma fabrica de fo-
guetes na rua do Bomfim. Ifnoramos como o fogo
pegou , o que sabemos com certeM é — que se ouViu
de repente uma fortíssima explosão , que causou ter-
rível suslo na ruà , cujos moradores em grande parte
fugiram gritando. As casas térreas, onde se fabricavam
os foguetes voaram, deixando só os alicerces; a frente da
da dieta caza, porta e telhados foram cair em peda-
fos a alguma distancia, quebrando as vidraças das ca-
sas fronteiras. Duas casas térreas lateracs ficaram damní-
flcjdas, assim como as vidraças de umas cazas contíguas;
O fumo ioi im^acnso assim como o clarão e o estrondo
àos foguetes e de diversas peças de fogo prezo* C>4i>-
no da fábrica o Sr. Manuel Gomes quasi que ardeu ,
iMío tendo podido despir a tempo os vestidos incendia-
dos; «ma hora depois foi sacramentado, e parece que nlo
escapará. Seu sogro chamuscou as mãos; um criado
Manuel Mendes foi em péssimo estado para o hospital
cm uma maca; e unia criada, por nome Maria, flcou
também terrivelmente maltractada e queimada na ciu-
lura. As cazas tinham os números 171 e 172. Por es-
ta infeliz occorrencia leihbramos á Ex.*Camara mu-
nicipal a necessidade de se nãó consentir slmilhantes
fábricaii de fogo juncto ás outras casas» e menos den-
Iro da cidade, Cjooio alguma exisie.
PuTiôáUo éo$ PobreéM PorUde 8 doeorrentv.
mu &airoo MAsno rsivo »o& ouyaos
BAATOà.
2494 Ha para as bandas de S. José de Ribamar
um alienado que dá pelo nome de José:— -tem de
edade «1)4 30 annof; — a sua vida é esiar deitado «u
assentada j-uncto. de algum dos três conventos , Boa-
Viagem, Saneia CatíiàHíta e S. José de Ribamar : por
mais ardente que esteja o sol , por mais forte que sV
ja o frio e â chuva sempre impassível de noite e dia.
— Mudo , desconsolado e triste , a principio chorava
4ji quando em quando e tão rijamente que a todos
consternava ; e coutam por lá , que de quande em
quando grilava -^â«nde está a minha casa» onde es*
«tio os meUS iriáãos. »
Quando a fome o aperta» levanta-se e corre á primeira
caza que encontra e manda que lhe dêem pão r se se
demovam oii lhe não apresentam com aedo -^ re-
geita-e e vae demandal-o. a. oul^a (laatev • "Vcata a todos
por tu. Auda sempre com a cabeça descoberta ; e des-
calços
Todos os vistnfaos affimiana— qnee^a fradto detm
d'aquelle8 eonventos : e realmente o seu aspecto e
modo assim o deixam crer. Ouandai encontra mulher
atira-se desamparadamente da peitos centra a chão ;
e assim se conserva até que eUa paase»
£m summa, se as lagrimaa doeste desgraçado sio
por sua caza, livros e irmãoa, mais. temos -que lamen-
tar porque também temos i»za« tombem Xeinot livros,
irmãos e amigos. /. C.
349$ ANTOifu Maria era aqUella tendeira da eahaia
da Estreita, a quem Diogo Alves havia já dade uma tris*
te celebridade. Todos se lembram do •fingido contra*
ctador de porcos, que viera com um iogido criado,
ser visinho d'elia no andar de cima-^eiíiqnanto «
dizia elle, não regressava para o Alemt^.-^ Todas
se lembram de como esfe cavalheiro paasad«tenpos, rt*
colhendo-se uma noite mais tarde , e batendo reitera»
das vezes á porta da rua , sem conseguir que e. moço
accord.asse, cbamou pela viiiiAa » e Itie pediv-^qQe
pondo-ae em pé sobre a cama batesse para cima eiMn
o pau da vassoira, — o que. ella fet.— *Que então o
supposto dormente acoud ira estremunhado a abrir,
Qgurando-se tomada da vinho , e representando o p^
trão uma cholera , que para mais verisimilhança d«
scena desfechou em pancadaria. Finaimeiite » que sa»
bedores assim do sitio precisamente , em que jazia a
cama da charidosa visinha , coriaram , no espaço da
um ou dois dias , com uma espada embraaa , aquel*
la porção de taboado , que ao mesmo tempo lhes ser*
via , a elles de piso , a ella de tecto, e que o páa d*
vassoira havia accnsado \ e a horas da noite ém que al-
ia já dormia , lh'o fii^eram de súbito abater sobre e
eorpo , descendo ambos logo apóz , roubando^lhe uns
novecentos e tantos mil réis , e, desapparecendo.
Curada das feridas e contusões, e. tomada em sidq
terror, recomeçou Antónia Maria o seu nogecio. t^n^
dia-lhe este assas para se ella manter , e ainda paie
forrar alguns vinténs , que já por ultimo somniavam ,
ao canto da gaveta, umas trinta moedas. Yívia poréid
dascdnsolada , parecendo-lbe o camiqhar da fortunt
para ella um insofrível pisar ovos ; e por vezes lhe
ouviram expressões, que denunciavam tédio e can*
casso da vida. Uma conferencia , que pouco ha tivera
com outra do seu tracto, a acabou de -detorientar des-
Gobrindo-lhe, que se ella nâo era tão ibfeliz como en-
tra muita gente a quem falta o necessário , na sui[
mesma occupação havia quem lhe ganhasse em aíor-*
(unada. — Dois ou três dias depois (a 18 do corrente)
foi achada morta na sua cama , com signaee e fortes
suspeitas de auícidie. A auctorídado começava já a
fazer exício o inventario dos bens da defuncta ,
quando encontrou com um testamento , em que ella
nomeava por seu herdeiro Onivarsal a um bacalhoei*
ro.
. REVKSPA UNIVERSAL LISBONENSE*
233
EXl^BBIBNTE.
K, '4i#rili|dçio «oneçs hoje , quinte^^eira , ft>. 10 hank) da
nanbn* Ãp» §n. , qtie, i> mfia taníar, quatro horaa depo»
lâo tenham iccebido, ro.?á-w o obãf>qiiio de <» participarem no
^ri^tor^o 49j^F'^9'r^ ^||syE^S4L.l4Is|^Q(IS^'4^w^"<^<>^^^^Q'
queifoi
ifOi lí*' BT— l.'* anoií?, para «è provWètoáa
• R(vgtrmo9 áo Sr. BèUiago de Tavira , tenha a bon-
dai] e dè nosffzer chegar ámâo cópia da soa interes*
sante carta iobre à fonte dos leprosos , que por um
acaso singular e uniço se nos extraviou já na offlcina ;
e sentiríamos íjne^i publico ficasse privado de noticia
tSo curiosa por si , e tão auctorisaída por quem n'a
cscreve«. ■
' O WaM sueco por falta de espaço hoje, Oca ainda
transferido.
Ao nosso amigo e condiscTpulo o Sr. Sennm Pemart"
deê, supplicamos nos relede de qnalqíier irapulaçSo,. por
nao' termos ainda podido dar entrada ao seu artigt) o
-Tunn^o de uma frineena, qne já temros em nosiso,po-
d^r desde 46 de dezembro.
' Vòf supera feim dane ia de originaes temficndoegual-
nienle para traz o Protestantistno da ilhada Madeira; o se-
Iftlhdo artrigo sobre o trabalho nos dias sanctifi&udos ;
b romance * o governo nas mãos do villâo pelo Sr, Pe-
reira da Cunha e outros opúsculos de diversos aucto-
res.
COPEGIIENTOS UTllS.
, . AlfKI>K€iO.
2496 Np largo das Duas Egrejas , tem o flornUi
q»e se aclia jwnto do Loreto , á amostra amoreiras
^ai»cd# , p ara plantação , de excelleute qualidade • e
a& mclbiNTcs tanto para a crcação da seda, como para
INtBVAIlO BO TlUaO JfÂXLA nMWA.
( d407 PoBjBoitos modoa ^etcm experimeBiado me-
dicar Qft trigM de aemente para livrar as searas da
ákfocriB e morria. Dos methodqs propostos» uns nunca
^rodu^rpin eíTqil^. outros prodiízeaa pouco e quasi to-
dos tem sua impertinência cem que se não dá o génio
^eseiapaiçbada do lavrador. A Revista .encyclopedjca
da Paris do abril deld43 propde o seguinte, que, se-
gnadq ella, tem. a vantagem de escolber e curar o grão,
de lhe dar uma espécie] d'adubio antecipado e de o
deixar ena qstado da se oão perder, ainda que haja
dcmçra em o. lançar 4 terra. -*rMetta-se.nMÍo alqueire
de trigo poupo mais ou. manos d* uma celiia : deite^e-
Uie a^ua por cima ; Uverse m«ito bem remecheudo
com umpáu: despeje^e a^i^va liuja; deile-^se-ihe our-
tra c lave-sa de novo, Repetindo a operarão até q«e
a agua saia já de todo pura. Prompta 4^1» porção d^e
trigo preparase do mesmo nMMk> a segunda, depois a
terceira, e assim aié ao fim.
I^aa^CTse-lhe então sal em quantidade; sal fortc^ e
q.aaot<^^mais for(^e melhor, deÍMndo sdpapre otri^ de-
l^aixo da agua e revolvondo-o bem. A ayei^s^a ha, e
qptros quaesqu^r grãos e sementes mais lev^s qye as
^ trigo, vegk ao do cima e iançaini-se fora* Oeua-se o
trigo' de molho por iim dia e«|té por dois ^ trfs, c se
não ba pressa de semear poderso deixar «ma semana
emais. Poem-se então cm seco e lança-se-lbe cai mor--
ta : está prompto.
VOTO sxu^Bnvao^ov barquisha 9 aba
m»Xa A ▼BftOOXVAI^S soa .VAirXOSr
24S^ M. RuasiL fez recentemente em Inglalicrra
uma cieellente applioaQão. de um principio de hydrady-*
nanica assas conhecido., para determinar com e«tre«
ma^ etactidao a velocidade de qualquer embarcação.'
Já poR vezes, mas em vão se tinham feito tentativas m
similbaole respeito» aa qoaes não tiveram bom resul-<
laâo.-rÊ sabido que se um vaso estiver cheio de
agua até certa aUara , e que tenha um orifício já»!»
á base , o fluido se despejará com uma rapidez pro4
porcjonal á sua altura; e egualúiente se aquelle vasoi
estiver vasio, e o seu oritcio fór dirigido por um»
corrente d 'agua , esta se clarará no laso a uma attu-^
ra propiorciottada á corrente do fluido exterior. Mà»
aqui pois em que coosiite o apparclboconstruidofso-.
bre este prineipio : um luiio colloeado na prdn on'
avante do navio , se dirige ejn. linha recta ao qentM|
de.gravidode. da .embarcação, e n'este ponto termina
em outro tubo vertical do vidro no qual sobe ou des-
ce a agua segundo a velocidade do navio. — N'csle,
tubo se colloca exteriormente uma escalla fazendo
coinchHr o zero dé mesma escalhk no ponto, qnc" atin-
ge a agua, quando o navio está cm movimento. A ele-
vação da agua tt'estè canudo , quando o navio vele-
ja , íódicaa nifiídez com que atravessa o fluido. ^
' M. Rossel verificou om mais de vinte cxperiendas'
a grande exactidão d'estc indicador abordo de navios
que percorreram uma distancia , bem determinada /
de 15 milhas e dois líerços , e o reconheceu mui su-
perior a quaeéqucr outros meios empregados Mé ao
presente. Collocando uma torneira logo abaixo do ea*-
Bttdo de vidro, alcançou grande regularidade , ob-
tendo resultados idênticos, que nunca chegaram a
divergir a. vigéssima parte de uma milha. Em canse-
queneia dos resoHades das suas expcrieneias eontruia-
uma* escalla , cujo resumo é o seguinte :
Na velocidade de 15 milhas por hora a agua' se^
eleva acima do zero da «escalla na altura de7,56lpéa'
ingleses: na de 13 milhas 5,68 pés: na de 11 mi-
lhas 4,07 pés: na de 9 milhas %7^ pés: nade 7
milhas 1,.65 pés;, na. da 5 milhas 0,84 pés: na de
3«iiUias.d,3dâ pés: na de uma milha 0»OS4 pés;
Doq\ie fica exposto se reconhece a grande sensibili-
dade d' este qttl instrumento, pois que a pequena
velocidade de uma milha ; ou terço de* lagoa por ho-
ra, foz -elevas a a^ua na altura de 04>34 pésv equi-
valentes a 46 millessiãios de palmo, ou quasi a gros-
sura de UBLdedo; e que a velocidade d^ 5 mtllma
lovaiMU a>«agoa na altura de 1,16 palmos.
Julgamos dever ampliar esta noticiaiadvertindo que
nos parece conveniente que o tubo horiaontal seja fei*-
tô de. cobre ou zinco , colloeando-o nos baileos , e de
maneira que termine na proa do navio muito abaixo
da linha d'agua , a fim de que os corpos estranhos ,
que fluctuam ao. nível do mar , se não introdusam e
obstruam o tubo borisontdl , e também para que a
embarcação nas osciUações de popa á proa , ou arfa-
duras , naO ponfaa Dora d'agua o orifício do tubo can-
ductor. Notaremos também: que este novo sillometro'
fica sMjcito como os outros á ipâucncia d^a correntes
29 VOL. ill.8£lli£ll.
234
REVISTA UNIVEUSAL UISBOIHENSE.
geraes qne crozan os mares ; e por isso será apropria-
do para avaliar 9 yelocidade das roesmas correntes ,
quando a embarcação se achar fundeada. A £scilida<*
de que nos parece oíTerecer-o bello invento de Mr,
Aiisscfl , podendo-se consultar a todos os instantes ao
abrigo das intempéries o da escuridão, quo tanto dif-
ficultam o uso da barquinha commum, durante a noite
em •ccasiao de tempestades, como muitas veies o ex-
perimentámos , deve necessariamente convidar os ma-*
silimus iotelligentes a ensaiar o seu uso a bordo dos
■avios que commandam. Outra applicaçâo nâo metios
util nos parece oíferecer o instrumento para resoWer
muitos problemas de manobra, kidicando com a maior
oacção , e em acto continuo , os eífeitos que produs
na marcha do navio a addição ou subtracção de uma
•u mais velas , ou a deslocação de pezos moveis , co-
mo por exemplo, de arti Ibéria , ou da equipagem, os
qnaes com a sua prompta transferencia de um para
outro. sitio faiendo variar o tirante d*agaa ou linha do
fluetuação da embarcação, influem notaveln»ente na
sua velocidade. — Terminaremos advertindo que um
pé inglez equivate a 1,385 palmos portugueses.
M. M. FransM.
IMEiSTSS CON8ZBXRAÇÕE8 HYGXXNZCA8 ^MB-
vxazTVAss jLcjuacA do saptziwo.
(Carta,)
2499 Um nosso amigo oommum, por causa do qual
tf nho hoje a honra do ser assignanle da sua cxceliente Re-
\ista Universal, entre outras graças e favores me brin-
dou com o iractado de Hygtene e Medicina Popular ,
do Sr. CetUazzi , onde este sabii) logo a principio fai
a deseripçio dos perigos , que da accio da agua fria
podem resultar aos rccèm-nascidos , quanda se lhes
administra o baptismo antes dos oito.mezes da sua
OÍade.
• Respeito a opinião e saber do Sr. CerUmtsi , e su*
jpoftto eu não seja da faculdade (porque apenas fiz em
1823 a minha formatura em cânones , e Xive occasião
de tocar alguma coisa em matéria de sacramentos )
me pnrece poder encher um vasio , e desviar o peri'*
go dos dois extremos ; isto é nem sacrificar os tenros
corpos. á acção da agua fria ; nem privar do meio de
salvação: a creaturas racionaes, que por muitas outras
causas podem, perocor antes dos oilo mezes , meamo
antes dos oilo dias. Não se assustem os ternos pães ,
nem os ministros do sacramento com aquelia desorip-
ção. Pouca geftte ignora , nus cumpre recordar*lhes
para o porem em uso, que ires são os modos de se ap-
plicar fia Egreja Catèolica a matéria baptismal ; — ^ por
aspersão* por efiusão, e por immersão. Doa doispri*
melros modos com devida moderação nenhum incoiH
\«nien(B pôde resultar , e nem do terceiro , posta* a
cautcUa á'e collocaf a pia em sílio agazalhado, e man-
da r-se amoinar a agua ; sem que esqueça ter o bapti*-
sado o menos tempo possível á acção do ar , e depois
de enxuto descobrir*lhe da parte da corpo quanto bas-
te para a applicação dos. Santos Oloos.
Estanúoba reflexão, Sr. Redactor, creío-a maísby»
gienica , e, impoctante do que a muita gente talvez pa-
reça ; e porque respeita aos dois grandes interesses.
temporal , e espiritual , nserece ocupar um cantinho
d» séíu bom periódico^ tão. dedicado a estes mesmoa
interesses. N*isto obsequiará. o qne se honra de ser,
Amigo, contemporâneo eassignante.
Concelho da Esiarr^a 16 de dezembro de IMS.
/. J. Lopês dm msa.
RSMBBZO VAAA IVr&AltWAÇJto 9S O&BOS,
2500 O QUK vou expor pertence á pharmacia que
professo. Verdade é que não sigo osysttma de andar
fazendo annuncios de medicamentos especiaes; por
me parecer que o muito pregar méritos deve dar sos*
peitas de falta d'ellc6.
No presente caso porém ha difSerença. Tracta-se de
uma composição , que infelizmente pode ser mut-
tas vezes necessária. Julgo por tanto fazer um servir
ço proporcionando a todos os meios depederem obtel-a
pela sexta parte do seu preço actual. E o que maii
é; sobre ser igual, ou stípcrior á do commarcio, em
virtudes medicamentosas, tem a vantagem de nacional,
Nao quero deprimir alheios interesses. Longe da
mim uma tal intenção. Publicaria até a formula , se
isso não oífcrecesse inconvenientes , que a todos são
óbvios. Referirei o facto: os mais que o julguem co-
mo lhes parecer.
Fui eu accommcttido de uma agudíssima inflaroma»
mação na conjuntiva do olho esquerdo; e ou fosse
andamento do mal , ou falta da devida precaução,
não tardou que sentisse o direito similhantemente af«
fcctado. O progresso foi rápido, e o padecimento do-
loroso.
Fiz o que em taes casos é costume , e èenhom re-
sultado favorável obtive. Dirainuia umas 'vezes , ou-
tras augmentava a inflammação.
Alguns dias mesmo, parecia teraar-se em esta-
do de atonia todo o systema visual, sena comtudo
melhorarem es simplomas inflaffl«torios.
Facultativos peritos , porque os temos que nio tiv«
vejtfm aos de nação alguma, me examinaram attenta^
meute* O- estado de fulgose propinquo* a transcen^
der a sede primitiva, os moveu a aconsclhai^me o
uso immediato de em missõer sanguíneas locaes e ge-
raes; s^apismés alternados coro pediluvios; coHrios
demulcentes e cíTectivos ; privação absoluta da acção
da luz ; comida dteléllca e mui limitada , ele.
Fui bastantemente indócil a todo este rigoroso re«
gimcn ; c até passei a imprudente ; mas soffri o justa
castigo; o mal progrediu.
N'estas circurastancias o Illm.* Sr. António Maria
de Sã , me brindou com um boíãosrnho em que havia
uma pequena quantidade de pomada, resto que Ihefi*
oára de um caso simiHiante, em que se viu pessoa
de sua caca , e com que havia melhorado. Aqnelle
boíãosinho quando cheio , levaria apenas ^uas oHa»
vas , e tinha sido comprado na ean de negocio de
Driesel por 640 rs'< Récommendava-me usar d'aquil-
lo segundo a explicação taapressa, de que vinlia acoHK
panhado o boiãosinho. Assim o ftz, e para logo expe-
rimentei sensíveis melhoras. A quenlidade , per pe-
quena, chegou apenas para três ou- quatro noites; occa-
sião em que se usa , ao deitar , esfre^ndo levemen^
te , com Qma pequena porção ^ a pálpebra , e mui
principalmente as junotoras de canto a conto. Acaba*
da a pomada , e á vista da sua utilidade , necessartor
me era , recorrer ao se« vendedor. Lá me pareceu'
ardoo comprar um medicamento, para seu uzo» quem
, tantos vendia aos* etttr#.
BSYISTA. UniYERSAL. MSBONENSE.
535
Mio comprei. — Fi» meus racio«iiiÍ4!#; lo^ei^-of á
pratica. O re»uUado ompoou as minbos .diiigeneias » e
•cho-mo bcgo o«i» amo fK>«ada cujofrcharaeiercs, em
iudo^ itaiiIh«Qtes. «os da |»rimcíra , me convidaram a
continuar a cura , que em scpte ou oito dias mais es-
tava completamo&te eoaclitida .
. Se a minha pomado nio ó exactamente a mesma ,
fio menos lem.egudes ou meUiorcs virtudes medica*
mentoa§«< . .
. Caicuká o valor, dos- seus oemponentes» e ainda o
resultado , foi e. favor da minha (entativa ; éedusiudo
a vantajosa circ.ui»9Uiiicia de poder impoflar , como
iá dis^e, na sexta parte: da quantia que pela outra se
pede.
, The }á ppipasião de a aconselhar a seis oo septe pe«*
toas , algumas das quaes já tinham experimentado e
fem elfeíto a do commercio; acharam inteiras melhor
r^s . como eUas mesmai confessam.
. LiS(boa.24 xie dezembro de IAi3.
Henriquf Jq$é d€ SouMa, Telles,
VAVSIS XVISVAtTIOOB.
2501 O ARTIGO exarado , sób esta epígraphe na
llfvifki de âS.^o corr.eote,, pelo Sr. A. 1. S* FreijLas
Júnior, provocou a minha. aUenção: pern^itla-se-me
aventyfar algumas observações sobre um assumpto ,
de immediato interesse para o >hum<inidade enferma;
mormente na presente quadra, em que os vesicatórios
estão sendo um eíBcax reagente , contra as moléstias
dominantes.
Se a pomada que nos insinua o Sr. A. I. S. Pin-
to • para promover a suppura^ão dos.cáusticos , é al-
guma d 'essas composições , que nós temos visto ap-
pJicor por bárlaros facoHftiivpa , que levim o tormen-
to , e o desespero ás libras do coração do mísero pa-
ciente , publicamente lh'a amaldiçoamos. Reslitnir o
enfermo ao seu estado normal , com o menor soifri-
laento fosaivel ,. é oqmpeaho mais nobre, e mais di*
^1^ 4a respeitável arte do curar.
£tt sou t^tÂmunha ocular i e prática , da bcAè-
fica uiiiid^de dos papeis epispástieoa ; épor issoque
ouao corroborar as asserções, do Sr* Freilaa Júnior.
Vele iia 19 dias « sobre um doente» a quem se
mandaram appUcar) e seus proveitosos eífeitos lem li-
aoDgeado a minha eupeetaUva.
. Lisboa 30 de l^çs^embro de. 1843.
Aforwi J. 5. <?.
. 80BBJB 9 WKBBMO ASSUIIBVO.
' • (CatimO
. S^Oíl JLa^fiM» eu o artigo 2477 , da MwiUa Umh
versai em resposta ao Sr. António José de Sonsa Pin-
ta ; pbaroiaaeiítiao «'esta Corte , e^aindor: que estou
yiNrsiMdido, oHe rospoMkrá cabalmente», oomtudo f«k«i
a)g«Baas reAesõeaioerea <ip escripto dol^r. f rettasJtf-
ikior.
- Admirando, ^aoSr. Freitos. limitado a lurnUpe-
f HieiM cMyisertafia sobre 9$ appli«»çdes que tem feito
4o5 papeis epispastáços do Sr« Albespe^res, aasev^re
ftff 9 poma(|a eompoeta 4e cor» braspa» omCarMlss»
e banlia , nenhum {doente aaria eapai de a smpporiat
na aupocficie 4e.4n» caiiptteo > (dix o meftnM Sr^)'; ê
lo9g« de ceofui^iMr o^r.* AHiespefros » e limitando-ae
• St* Freitas. , '4|»ei|uena^egcpierieAcia de alguns doHk*
%o»^ em que dix)i^¥er ^irnd» Mi&rctitUados dQaepts-
pat9iicoa,.illr<tí^pieliãoscisegiie por consequência , quo
muitos outros facultativos ttSú tenham observado u
contrario ; e a pezár que o jolgo hábil na faculdade
què exerce, permttta-me 'diser-^Rie', que áiuitas são
sks preparações , que o Sr. Freitas miobtra aos seus
doentes , sem o maior conhecimento dos seiis coropo-*
nentes : mas somente movido pelo espirito de novída4
de , acarretando para o estrangeiro , o que deve per^
tcnoer ao Pharmaceutieo nacional ; portanto se ainda
ignora, deve saber que, a baxe essencial dos epis-'
pàsticoe do Sr. Albespeyreo, é a cantharidína » principio
vesioante (las cantbaridas , segundo o Sr. Robiquet v
«lii€ki com as substaticias oleaginosas , taes como ,-
manteiga de cacau-, spek-maeote , cera branca etc.
ele.— *quc todas estaasub8lni\ctas. modificam sua ac^
cão , designando-os com a gradação de n.** 1, 2, 3 ô
mais , seguiido o aogmontò das cftntfaaridas ; e por
conseguinte conhecendorSet» componentes doesta mys-
tcriosa preparação, ctijas formolas tenho , como lhe pc*
dcrei fazer vér , j; qual a ratão porque em casos denr<*
ccssidade senão, deva preparar a pomada ceonomierj
indicada pelo Sr. Pinto, que a meu vér substitua com
vantagem os cpispasticos d'Albespeyres , podendó-so
enfraquecer mais , ou menos , segundo a vontade do
facultativo; pois é sempre mais facit modificar sua
energia, que accelerar sen eífeito? — Também os
Srs. Facultativos, empregavam a pomada de mezcreãn,'
o ccroto de labina , etc. que pelo seu principio estt-^
mnlante mantém a suppuração , como fazem todas as
preparações de cantharídas.
( Quantos doentes Icem srdo victimas , que poderianr
salvai^se , se os vesicatotios podessem obrar Inatanta**
neamente !
Os eSeitos dos 'Vesicatórios variam segundo a conv
tituiçlo do doente , sua forç^ , ou fraquesa f .nature-
za da pcllc , irritabilidade de seus órgãos ; delenui^
nam muitas Vezes adysurta , a stranguria; o priapis-
mo, a hematúria, e ainda um resultado mais freqaien-^
te, nas -pessoas aífectadas de doenças agudas, od
inflammatottas • e uma sensivel reduplicação detodoa
09 symptomas stenico», febre, cephalgia , frequência
e demora de pulsação 4 o que tudo isto confirmam oa
SUé Looycr » Nlllormay , c Bágiivi , nas observações
quie ilzeram acerca dos inconvenientes dosTesicatoi*los«
> Lmige estou porém de julgar que o Sr. Freitas
ignore quaes os áireonvenientcs que resultam da appli*
cação dos epispástícos «d'Alèéspe7Tes em alguns ca-
sos-, pela morosa 'irritabilidade prodssida sobreapar*
te enfermar, que per esta rasio s^ia preferível a ap
plicação de cáusticos volàutet.
' éQ^^teràtaíLMm cSn* Freitas para {asseverar» que
os seus dociítesv mériáèntio os dois , què bo séa tfr^
tigeí aponta ; tenham usaéo àiès opispásiicoa rf*Albeft*
pcjyres? Talvez»- fUè a fmmada da foradiula do Sr<
Pinto tenha ftervido para ttão eeolinuarcm 00 damnos;
pradusião» pelos epispásticos 4'Albespeyres em algum
doa MUS doeutes.
- Ager4 , dig6 (como V. ) sempre , que em pnMi*»
00 se afi|rms elgumá coisa , cumpre reotlfleal-o não
só pelo amor qoe .dervemos consagrar 1 verdade , mas
iambottrfwralni» eolhermoe erróneas couclusdcs.
JbofMtm /<mé d9 QMnw e Silva
Bharmaccntico nVsta cdrte.
N. B, Arcd<icçionão af prova »a eatta supn o tom
attre » impróprio ia, sdeueia e nocivo ua disputa.
* 20
236
REVISTA UNIVERSAI/ EISBOTíBNSE*
o TaACTAamrTo bos uBvaosos mbiiO s&«
ftlZiTA.
(Carta.)
2S0S A CAUTA do Sr. José Joaquim de Carvalho» sobre
acura dos lepi;osos, que vi publicada no n.'^ 15 da Re-
vista Universal Lisbmense , art. 2357 , nic obriga ,
roais por interesse publico do q«e por meu próprio ,
a fazer algumas declarações ; e rogo a Y. as queira
publicar no seu a creditado, periódico , se julgar con*
veníento a sua publicaçio;
Ha dois annos que contiauamente se tcem tractado
da cura dos leprosos, e todos que scteem apresentado,
que são já um grande namcro, teem sido perfeitamente
curados, tanto aquçJleB que teem vindo levemente aia->
cados , como os que já tinham sofiTrido horríveis es-
tragos.
Alguns doentes teem tido a prudência demandar in-
vestigar por acreditados médicos d'esta cidade os ef-
ícitos do- meu. curativo, « depois das necessárias ob-
servações, cst£S me teem declarado que estão inteira-
mente satisfeitos com os resultados , e me teem logo
ajustado o tractamcnto d'aquclles.
Ha bem poucos dias que um respeitável medico
d 'esta cidade tanto pelo sou saber como pelos muitos
annos que tem de pratica me disso: « continue com o
seu curativo que produz óptimo resultado ; . foi um
9caso este descobrimento, mas também por outros acasos
nós curamos muitas moléstias. »
. Nos primeiros 6 ou 8 dias de curativo soffrem os
doentes bastantes dores, depois d'estes dias pouco
•Ur nada soffrem : ainda nenhum dos meus doentes
morreu no curativo , e se o tractamento fosse tão do*
loroso como imagina o Sr. Carvalho , algum doente
já teria sdccumbido como acontece em muitos outros
tractamentos, nio obstante o maior cuidado dos facnW
tativos.
- Declaro que o curativo efeito quasí todo com plan*
ias ijidige&as , e muito poucas substancias mi neraes
entram na coraposiçilo dos remédios , e estas mesmas
as mais usadas pelo vulgo, como enxofre, alvaiadeelc.
ê não entra nenhuma das combinações de mercúrio ,
ou de arsénico : uso também de acido nitrico , nas
este combinado com substancias qne fazem objecto do
meu segredo. Se ílserem tentativas para curar a Ie«
pra cOm as combinações de mercúrio e arcenieo e
ácido nitrido expdem-se a matar os leprosos como já
? alguns teem acontecido. O que acabo de diaer o
affimo debaiio de mipba palavra de honra , e l;alvez
em bem pooco tempo conheça o pqblico a franqueza
e verdade com que escnevk). '
"Ha naufto pouco tempo qne cvréi um criado da
lUm-* 5r/ D. Maria AmaltáBa^fíis de Coimbra, cha^
mado 'José da Costa Sa^rano , 'hevid qàatro ou cinco
iiimofit que tinha sido aceoiqm«tHd0 por «sta moléstia,
c já lhe linha feíio bastantes estragos^; depois de cu*
rado e de ter sfhido de minha. caca (devendo ainda
guardar dieta) fez tantas irregularidades , usando
iaiiibem muito de bebidas agoardentadas, e islã jun-
li> á jornada que fea parra Coimbra rà tempo muito
ichuvoso «s. que foi atacado d'inna irritação de inltstl^
nos da qu»l Jnorreu. Diss^me pessoa do cnedÉtou^iiie
o cadáver foiietado para o ihealro anatómico da unl-
versidadei^ li examinado por.mistlos lentes de medi-
fiina ^ e:q«e.|âra op iniao geral que a lepra tiifta '#ido
curjiáa , e qii& os remédios não tinham causado es^
tragos. Pâreee-mie que seria muito conToniéntte qile o
parecer doesta reunião de sábios fosso publicado,
talvez por elle o governo tomasse algiima deliberaelo
que fosse livrar d^uma cruel morte *^miitos centenares
de leprosos.
Se não tivesse tão pouoos meio^-de subsistência, e
uma tio numerosa fomilia, ha muito que teria publi-
cado todo o curativo da elcpfaancia , o que farei logò
qne me dêem outros meios , ou logo que tenha ad->
querido algum dinheiro com que possa empregar-ma
n'outro género de industria , que de certo me será
menos «trabalhoso » e menos affiíctivo.
Terminarei esta carta, já bastante exteusa com a
declaração, de que minha caza está muito diíTerenta
do que estava quando o Sr. Carvalho a viu: os doen-
tes estão agora em quartos bem agasalhados , forrai
dos e envJdra^^ados , e com todas as commodídadet
que são compatíveis com as posses minhas e d*elles.'
Aquellcs que podem fazer maiores ^especar aiii-
gam cazas na visinhauça, aonde estão com as commo^
didades que querem.
Sou com a maior consid«^çio e estima
De V. etc.
Porto ! Travessa da Rua Bella da Princesa n.* l6
29 de dezembro de 1843.
Joeé da Silva.
nmum.
COMMEMORAÇÕES.
O SR. ãEMowrrmo soAans
5 DB JANEIRO DE 1816.
2504 Foxwoso e bemftidado appeUldo é o de Ba^
bêea, eomo que lhe anda assbcíadaa- idéa de ínge-
nho Gno e primoroso. Ê já avultado o numero de ^a*
rdes doctos , qbe , sob tão beHa nomeada , logf%m
distincto togar em nossa liltera ria historia, eaindaem
nossos dias ioresceram três philóiogos insigníssimos,
(cujos domes- aeaso tcrSo esquecido^ como ouirósmnf-
tos venerandos e digníssimos tte memoria) que ensl^
naram com universal applauso dlíK^rentes ramos debu-
manidades no real colíegio das artes da UiHversidade
de Coimbra. Dle ca4a um d 'estes óptimos professores
faremos eommemoração espccialissima , que bem a
merecem* por seus vAtos coAbècimentos e |)reciosos
escriptos; — e será priticlpio do gostoso desempe-
nho d 'esta promessa a do Sr. J^rdNymo Sbareã, Bar^
hosa.
Nasceu oSr. J. 5. Barbosa em i4iieiSd a 34 de Ja-
neirb de 1737. Fói educado wf StffMnario BpiseojM^
de Coimbra, então recémtendado pelo virtuoso Bis-
po D. Miguel da Ânnunciaçõo , e n'elle se ordeuoi»
de Presbytero em 17Ô2 , e exerceu o cargo de nles-
tre. Em 1766 foi despachado professor de MeloKf*
e Poetiea na Universidade de Coífttbra , e em SU d#
Julho de 1768 fes a stta formatura em Cânones. Por
nomeado sooio da.Acadetiía Real da» Seíencias de
Lisboa em 4 de Março de 1789 ^t^bAado no cadeí^
fá de Rhet^rka e Foelko em 28 ^e Fevereiro de
14^90 ; nomeado visitador 'da« eschdlas de primeiras
lettrts , e d« liofua Mint na provedoria da QHmbra
JKE^nBVA UjyiYBOSMi XISJ10f(£:iK3£t.
2ôr
mmS 49fivJàmún 1792.^; eocmefádi» de (irottiofor e
(lÂ^ifir ès^difrits dos. A«otoMS CImsícos pbrd uso dâs
«siMlèsrfmr «v.!») <lc 13 4le Npvcnibr» áê l?i^ ; no-
fliMd9-<AepftÚidD lia dírdclorici %eral diis esobofeiB da
4»«içio .da iditílii juDéla em tt de Deiembro de 1799 :
^•€ta:àiiiNAkd«:uÍTKfettía Rt&l dos Scienclas de Lis-
^.em;SO de JIOfeÉtbrade 1^3. Fallccea aoá'5de
Huáio átà f 8M.
• São ttuélos os qsoríptos > ^»e nos éeixêú esle eé\^
htt ilnsaiiistd, e de grandisi^iiia valia, o qiQ« affian-
4|a .níi •ó^siewi jutzov dms. o*cto erudidâsiiBO Cénaeulo,
otlò rsGàarbctdo profeseor <le'M«/orira t de Lo^ea
p^vreatfcCciUegto dos. niAbres , ie f»rior de ^. leurciiço,
Jmé Caetano de Mesqinia (fui -édítòr'de alguns de nês-
4ots 4iai|i-'claèilcQÍ ,• e traklbetor exevlleifle das obriga'
fte mwii de9iiiib> Atuí^raÊio, dDs Ser^nms á^ MaÈsUlm,
vdwtnis «stripMs;) e o de ostros varSes de* mnila e
•mr^bnnlo-llK«r«ltira-, qtio com evtrèntos d« loò-
nrér«Q)i ewisvrarami Ba qiiafilsa estes eseriptes^concer-
areraasfiara o'pi<agreesi> e^arperfeicDansento de nossas
Icltfas, faeílihcntest cdíivimeem os ^(le os houvereih
JikID «ttieéjlaiiio.Eiiiv^rtfatfe na JSkcAo/a i^o/mldr lati--
iimMieiSrl /• S. #drd(»M os "ftenda mentes sólidos do
«asin^r-vellNNlico-dak p^iméíMis Mirás,* (fue se grcfne-
•ratisou»em Mo» 9 i»iút*> |»$ta «Klif^eMla. desvelada da
adinoclorhr gerar #mi estudDs e esvbotas éo reino. Pa-
•Mibtnéoís úaoê-iiititfeM estabeleceu o metbodo são do
'Cnsioaiáa gvaiM&aiittf , *dKèráb do-antígo e seetarfo ,
•metiioito iini€*<|iie dere s^g%iít-se nas eí^Aolas. Pe-
jas .upriSr# è 11014» das nisiHuiçies tfratoHta de Qrát^
-mkmê , e da arte poética do Hõrnàw , esetareceu e
ajudott 'O estudo da ^etoquentfia prosaiea t poctice^^iie .
<depoia da pobUaaçfio dACM^eia WkMbHees tftPwíieBe]
'«A i89i p«ip Sr. Joêé fiêm^) se a6ha inais' facit e
commodo aioa estudantes e ainda ao» professores.
' é^ laaiiinaque este e«iHsen(e phílélogo n9odK*iiâs8e
*á»nidík> om wmi^ êe líttoratttra : qoe pela- soa pro-
•40«Qo,'pl4» beédiasíncto talento, e pela stía profun-
dei >1íeçl» d«viimiar<lbo; é lattibeau pena, que se não
•f a]ili^a*l8eni .«fada as snas dbêèfvapGH ^ranmafíeem
,$còre_ os ^neipaes, clássico» pçft^gíneseê, £ esla uma
.obra preciosa. qi)o^a.5oct^dm/0 JP/opagadora dos Canhe-
Mmentos' XJteis dovi#i adquirir « o, yu|g,irisar ^ que ia^
•contestavelmeMf dKría de bmís «tUidade qtie<«i7Aro<-
^mca^^io» €tfrd9síi^'itH, vkkMh^M^Hsi de MnÊta, o«i ai^-
j^mn owtra pftblicarão d^feste gen*ro. Sendo certo qnc
^alguns dos nossos clássicos nem sempre foram' felizes
^np ciMl^denaçaq de suas orações, comuiettcndo faltas, .
, do .qft^ mui j^islamente .os^ arguén algus^ philók^os
4nQd«)raoa( ufio^ « otenos qiie existe entrenós uma st$í-
• ta ú^ «ilparstieiosos , que , por ^onla dç ^scriptores \ P*kí «aaiio;, -se ^mer , ^ue Ua part« óo& nossos fieis aaiadom
pm^lanos , que se inculcam , imitara desatina dam ente | """^ '»°"r« »«"J ^^^V^í ^® oschegrar a effcilp, ainda ^uajidp
•o<;<^'rôi?strnrrna« vi^in.n. ÍTPnH.w^P nnr íc«n IÍi^aJ ^^♦'^^^^•^^^'«^^f*' V^^*^ Ahi Tae iim» peqacoa awoRtr» da
3we<»n4a(|e. e bqa fe d ettes, i^aborts. 3adajos ena yaia di^s
OM tOiM EM 4.% M^l^aClUPTOi . . i -. •
.1. r ^ .^.^
;.250S f> SEccto XVIII eslreou-«e «oiH/doia acQn2.<;pi^
meutds, q«to mereaerafm (ixar a i)Uiecifâi)^«d^pvHericÍ^
de. £m quanto, < ao norte* a.es^da,|l< Gados ^IJi}
ameaçava cortar cm ftór a eiví^isaç^o russv),r4^^nt4iUj
pelos nlos.crjsadotaf doCtarPçdro; vinham f» br«</is«}
no meio dia da Europa . as grandes i»afoos , qno di&^
putavam. a vasta meoarquia de Garios V , |uriiucira-
mente repartida entre cUas* sem conbecjmento do6u;i.
rei., nem oonsentimcnt» da narão.r (á) Jtfas unn d'QS^
tes hwdtiros forfodas rasgou a soa, carta de parUlba ,.
e tomou a si toda a Jieraoça» 'Já não kapyrineos [úiif:
sc ellc) ; e o pensamento , que estas palavras revela?^
%àmt provocou logo coutra^seu auctor a mcsoi^ rcs^is7:
tencia, que outr^ora so Jaavia opposto á, politica inv.a-
Wra da casa d* Áustria. Tal foi a origem da guerr%
da sii/;c^sáo de llispanba , que encheu, com tão ra-
ria fòrtiina, o^ primeiros quinz6 annos do século pas-^
sadò.. .
O nosso Portugal , requestado. por ambas as partes
belligerantes, começou do se bandear com a Frapça
por affokãOT aCastou»-se d*ella , por despeito; (3) « li-
gou-sc finalmente á Ingtaterro, e seus aVHados » por
politica (4j.\ Cumpre tomar nota d'esta épocha de nos-»
(1) 9'eaU» carias oâo dá noticia o abb^de Barbosa b^ bi<«
-bUoteoa bmtanfi^
(S) Foi bem singular o destino de Carlos 2.' de HÍJipanha.
•Poir dttí^-veMa «ei. Ikc partlitKifi « «aoiiarquii»,, ,sein audiência
d^^Le,,. M» de aètti tubdílM^. A priin^ra» fxa. ioíancia, |H>r.
que enfieaatfa nlo pramettia viiigar: a sqgimda, q\\fú oqs^seus
derradeiros mooMotoa; e a f^sta se.r^ra o tojOo. A .primeira
-fiai ocacertaila aatre I^uiz M e/o ifitpttr^dor I^iAopoMo com ta*»
jBaQbo segredo , 4|iie »ií d^tod» as rompeu ^i^ 1035. Mifnei.
. (3) O Sr. D. Pedro 9.^, veqde ameaçadas aa cosiam de Por*
iig«i pelas ioigaa.ii»T4tefl sob o «omaado <U> cavalheiro Siafiard*
Fairlmae, propte á Fwoça , ou que se Ibe mandasse ' uiaa es-
quadra , qae ai posasMl a. coberto do# aUques do inimigo ; ^u
ealio queilla.fiDiSf^praale(tidá^declarar-se neutral. Quáud>»fe4
asta.BMMíia prop<]#|» á elrie de Madrid, o cardeal Pcrrccarctf'
ro, que possuía toda a cotifiaD^ d^ Lni; 14 Je de FiUppe y
respondett-^fiif Me «^ ^itf4ro esperar oulra eoUa ('o rehe^dn
díique d9 Br§s$nçã — £sla lioauageat iosoleata era de juolde^
fMtf« dasaffisitosjr 4tf aiiaii aslr^Uas #inisadrs, . ,
{\) f^lo 4raetado de aliança oJreAsiYii e defensiva com o
imperador Leopoldo, Inglalerra, e Ho^lacda^ conclaidoemI6
de flHMo de 1^3^ Esta aliança alio rebaixou .a rtcloria de nos^
ias armas, que, ^apesarde «reveses ,; ejttrara^ por duasveaea
«w Jttadf i4i mas icrio gravemeate os iater;e»fe« oaciunae»^ por
qae demoa pi^a eiia jaagae, dii^ro.,. e muitas rezies o can^-
po da baSalba , s^pi repebeisBOs em trâco ocnliiuna das vanta»-
Ipeas, «slipaladas, ou «tgoma eqoivaU^ntc dVUas. £ oiLo arris-
'os?«rs'coístnTCç(5i»s viciosas, trendo-se por Isso lirresj
.' de iinpiíla(|ão , €omo se o non ego paucis offenãar ma-
./u//Í£-«-iqu44l^s como n ifarros^ Couto, e outros es^
criptores d'cstctomo, fosse eguaímente appUcavd.
o^QtútmlfsiAs kfne^ pm -desabusar a&ím itln^cris. muito
•^#>eriar*a leíttfra d'esta obra , qne de juízo tío fino
l^Joina ò do Sr» J&ronymoSfHires Varbosa fÍajiiosnós,qne
J ajioqtaria todo^ os idesaccrlos c manchas d'estçs Im-
. m s&iinos escripiores^ embora disfarçadas pelos mali-
' jics 4iâ Mn natilo, pela mor parte , sedoetur.
^ n, de Gtwmèa^
praças biapaoliolas q^e o tractado.nos cedia; mas a iit^as o li-
aiiamos «smgaado, que o imperador Leopolda maivdava al^ou-
4cas Mm. Z«aaeriiii|§, para i|ludír a cessão de ^adajoi^ com o
fuadaaiealo4#(qafl, semita ])faça, ^cava descoberta a pru-
vincía da Eatremadnra*
I^«Mo da ioíluepciA 4o «««mo tractado (e foi jcste o seu
primeiro «ffeito) ouaoluimpa , ,{)«i98ád«>3 sete meze3, oulro da
eommvci» OMii lagUkvai amS7 dcdezepibro d*aqi4^1e,aun^:
•IroçtMloqiic.fo^ «Fttorocer acossa ii^iu^tria, .^uc princípia\a
a detdmvttlvar-se., e .4^ medrar^ aaimada pelo gt^oio U.o Col.bert
perliignea, p ^pode^da Ericeira. K* curiosa e ini>tri:ctiiàaiiif-
IqriA 9q!;r«ta 4lfs\a %e^ociaç&o. Mell^len , embai^ndur ingtez ,
que a levou ao cabo , escreveu a seu innuo , priucipal mcro&*
# * 20
238
REVISTA UNIVERSAL U8BONSNSB.
SOS fastos, porqoe d'e11a é que dato i deoiiiva íiiOmb-
cia e poderio britânico na direcção dos negócios na-
cionaes: e tão sem rebuço, que lord Aberdeen, actual
ministro dos negoeioi estrangeiros , nio tef e duTida
an declarar na camará dos lords (sessão de 5 de se*
lembre de 1831) que — as retaçôiê d\0*iê pais (Ingla-
terra) eam Portugal êempre tiveram mai$ simeihança de
Pêlaçôeê de mãi pátria , e da eiim e^atUa^ ê» fM a$de
dois eetados independênie%» (H)
Torno-me ao proposHe» de que imd pevco. nse arre^
dei: por mãos de dois homens, o prknor da diploma-
cia portugtíeza daqaelle tempo , correram as princí-
paes ncgocraçécs que acompanhanni a guerra, e con-
seguiram a* pas (6) : e foram elCes . e conde de Ta-
oor de pamus en» Iii;^la terra — qne tínlia convencido os no«Ms
mtnUlroi de qne o» vinhos de Portuji^al ^ prifÊtípatmente eêdm
êftm fmntãi terianh gfraade e tegura taccA, e sobtriam de prcp
^, se Sua Rftigestadc' quisesse derFOfrsr a prag^iiaticA a favor
doa pannns ii^lcies; isas qiteera necessário dispor D Loii da
C«aba, para qne nHu cscr ereuf* nem prÀ, nem contra. — B
come M tniflrtet (e o mesmo D.^Luis da Guiífia quem assim falia
eni:siias>meiDorUs) cotlumam wgeefmr cem dinhêire^ piepeup9
fnitifet mrgnrnentot; se^ne mtmiou oférecer^r Mãtteei Mmrpitê
wnmcenHMcrêrtei twnmã^ pãrã^e puitrdãUê iiieneiê* •<— O honra-
da ministro rei^citou a proposiçio, • eacreveu para a cdrte —
que^S. M^ estava inclinado alevantar a pn^hibiçto dos pannoi
iveia. conveniência do maior consumo de vinho, que lhe deixas-
se a^elle traUr o negocio, porque esperara tirar' maior utilida-
de,, que a que os ingleses offereciam — Ares|iosta foi a rcmena
áo tractadb, rapidamente eoncluido; provavelinente porque m
Ingjtezea' côâtummn negociar com dinMro que poupmmtUioê ãr-
gumentoo.
(5) Màg^on-ne dtter, que trasladef estas pslmTnud'«ni Jor-
nal oflieial portttipues; aonde appareecraoi lem eonnnento— -a
gaaeta de Lisboa n.^ 8t5, de 23 de tetenbro de ISSI .
(6^j Gita pas foi celebrada no congresso de Utreeh, o sue-
cetio de maior taonia do tecnlo XVIU, tatvoeomliido a tranibr-
naçlo po!ilica e social de teus uttiaios anãos. O desanupano
èn que nos deixaram nossos fteisalliadoa, e n visiohança de Fi-
lippe T, frs tamanha entrada »Nim dos nefociadoret porliigqe-
ses, D: Luís da Cbnha^ que este leartivou enllo nmtidaBçada
e^te para o Bhisil , coar assento no Rio de iaaneíro* JUtvar-
me-hia lon^ o segful-lo no profnmlo desenvolvrmtnto de pro-
Jeeto; mas em graça da tua penetração , não posia resistir ao
des<»Jo de lançar aqui o seg:irintc:
tíipia da carta, que escreveu a setttol>riiiho, do mesmo nome,
e secretarie de estado — AeeHrei poit otti^ mimkm vMh ( ada
mudança) dizenio a V, S. pie oent »mkm'§e de nSe ter já tempe
defeiler n'ellài pede vir algum-, de qw Deue nâe tk>re^ em
fue nãà aejà mal lembrada'— O akanee d*e»te engenho snbltl
me traz á memoria Lord Cheslerflêld, que* em* 1749« presentin
a mina da republica de Veneta, no fim do seenlo; e em ITSft
qtie por esse mesmo tempo o oflieio de rei- o de pndt» afto se-^
ria toet&db tâo bom eomo id^ allk E lãb estes pf«sentimentos
os que mais concorrem a sublimar o homesfde estado, que,
para merecer tal nome, nfto deve viver n dia*t mas penetrar no
futaro; preter os aconteetmenlos ; e p^p«rar-se d^ànls mão ,
para fazer-lbea rosto..
Chi Honra dh. verdade , importa dedarar qee a primei-
ra id^a da mudança nlò pertence a D. Lula* da Cunha ,
mos a De Pedro da CúnhH , que seguiu as partes do Sr. JK
António , prfor do crato. Eéte flèl servidor aeonselhon ao ma-
laventuradò príncipe, qee hlo tendo eite mais que osagnadèi^
r«>» d« Eiisboa contn os viole e quatsomil honew dodoqeedè
Alva; presto se devia embarcar para o B^asH , e assentaralú
a monarquia portuguesa» conservandt» o titulo dè seu rer Dk
' António despresou o conselho, fbt' morrer* miseraveimeiíle em:
Paris. Mas se o tivesse promptMtteiite seguido; se vm govem»
eari^u independente , qualquer qne fbsse * mui fortSM , ee
transplantasse na terra dte sancta crua , no cabo de teenlo 19 ;
tenho para nkim , que este facto, por si siS teria dado nina- no-
va (direcção á politica dos dois mundos , no interesse da etvUi;^
la^ de afflbcs.
ronca, e D. Lufix daCuaha, de<rtmm farei meaçãsem
sea logar. Quanto ao primeirer Joio 6om» da gilva«
conde de TMouoa, depois .de hater feito eem dislinc-
ção aa campanhas de I705« 1706, e 1707» demesav-
gente mòr de iMialha» general de arlelhana , e mas^
tre de campo general; largou a carrAím dee armas .
para se dar todo i díploBiaeia. nikbiglaCerta; HeUandai
e na corte de Vienna, aonde falleceu em 173S. Aseaiw
tas originaes, que dos primrfroe peites eacceieu ao
bispo capellio mór, e. inquisidor geral, isram eoilii'
gidas no vol. em 4/ • de que me^ occnpe ii'esle , e
seguintes artigos, se«de e primeira, da dete emien-
dres aos 8 de outubro de 1700, o e ultime da kye^
em 9 de fevereiro de 1713.
PropouboHne dar aos leitores da Reviêêa algmm e»>
tractos d'cstas cartas ,. por me parecer ^e tiram ate*
da mais á lua a natureia dos eucceseoe, e e oaaeter
das personagens, que n'eIlesrepKse»ta«am.O«lrama-
tivo me obriga , e é, que antigamente e osaii^-das
negócios públicos eslava eosflado a poncoa miee^ m
nações lhe eram estranhas ; que nio Itínheoi elke e#*
bimento no conselho de seus reis. Pele qoe mm 'leoa,
cm particular, se eiceptuermoa p període de geerre
d^acclamaçio, de que a cende da firieeira aee^ rehK
tou, anno por anão , as negociações een oe éiffera»^
tea estados da Earepa; ha pouco em ^e pdr es <
acerca das nossas transações pelitkae (ft). Êste> i
cio da parte dos govemoa er^ «me. oalMeqiMieii
cessaria doe princípios do dirette 4ivine« €kMie i
berapoe recebiam, o seu poder «nicemenle^ de- Oees^.
esUva claro, que só a Deus deviam der eoata de me*
neira. porque e exerciUvam. Mui oucree sie li^t^èe
princípios que regem es neras monarquias: bom è^
to^oft saibam q que a todes interesse ,. qimoáe^de s^
publicação nio resuUe desavanUgem pubUce*.
EsUs carUs eonteem, pare essim diaer»e perte^
anecdotica da missão do conde: a perle eOctel e<^
plomaiica era endereçada ao secretarie d'«sledo, Bíe»
go de Mendonça Corte Reel , para ende eqvelle aie^
taa leteB remettia o seu cerrespondeate, ceeleqneM^*
Pllrppe S.* íbs tanto caso do auetor dò conselho, qne Híe
mandou oflferecer , por ikn compatlte , o lifiilo do marques db
Santarém , m dewe de mÊ» «o pertidb do prior db «ralo, •••'
vullaase .para Caatella.'-<*-C#ffipmff^ (respsndsn «sle ponsgom-
aDtígo> em muih mã ceala ate terá etrei^ ee Me veieder ofer
é eeu; e em mnito peior^ te lhe vendei a.pte eu enUnâe pm
pertence a» Sr. I>. Antónia. -^"D. Fedro daCtinfta, perdHa
a batalha de A4cantiira , fbi preso na torre de Bèlem, aonde
monen eom dois-grilMes aos pes, deixando a maldf^ a sem
lithoae deseeodeates, se posesmn pedra sobre psdm, «mquaa-
to o rmoQ de Purtegai fosse governado por eleem des seis ds;
Casteila.
Aliro com este exemplo ao meio de sociedade «mtempors"
nea, sem melisongear de que t^ri muitos seguidores. Os lioment
de Sá de Miranda vftoeseaeeando na proporçlo, em qneanicmen*
tam, de di* em-die, — ae eteraeee humiHstHiêeM dm eireuw^"
tmtdae.
(7) EsU nossa pobTene- i reeoebssi^a pelo Sr. Visii^i
de SanUrem , que , para entíqoecer a sua. projsctade obm-^
Corpo Diplomático Português — fui mister- enlerrar-ae nas lii*
blló tecas de Faria , dando-se ao ímprobo tr>d)al|lo dé íblhear
milhares^ e miiltaref de mannscripto», levado do amor da ps-
tfta ,. ftiqnem tem hiXo serviços Utierariosde grande còetaTb*
Ja-se a sua carU de 4 de Jmho de I6e0 , ineerta. «s t«im. K*
dos Apnaei das Soicncias das> Artes- e das Letras; o bem assiab
as suas memuritis, Unçedas no tom» tS, 1S„ e U deeawmNe.
RJBYIfiTâ. UNIVERSAIS LISBONENSE.
S39
te nérí» rMMdido t «ma pemmfMi ^«Umaobo vul-
to nôs C4im«lhot do 9r. B. Joio ¥.
Ni cari», datada em LondrH ao» !5 deoiitobrode
<70», di o conde de Taroticaao bispo hi^viisidof e ca-
pcTlão mór , uma idoia geral . bem pouco favorável .
da adminUtraçio wigh , que então gavernava Ingla-
terra—iáfn» (dii «çmide) wimIo mriéa emmaU ^ele-
var, boa vida ê /\frfar.-^Pode entrar «m duvida , se
a notícia foi eicagerada ; mai o que não padece algu-
ma é a fidelidade do retiteto 4iú falnbê Ânna. que tí-
^roia bem pel# nalural no seguinte quadro — Eiiarai-
niWi f»e vmm ka/tamí9 wt parece ^miem nmito pouco
enimâkMntocmmUãMpoeHwta, párq^èedepati fucmorrm
M» mariéê se íiftm do p^tlacio para tâvor n*wm tmsir
4ikm em fue ^mlf^tr eecMúro noeio sHaria «wtftfMne-
,4aéo Blla «le fest wmita mais ce¥Utia do g»c de»
«is, mo» não é crkee% o emburofo^iom pn se aíalbmna
vesposim, de soHe fiM até lhe etfmcem perpaUar^m to-
mo ficam elrei , # a raiaha nossos sonhoroe , o fsic fex
depois de eu vir Jà no mtia da ca^a tomaado-mê atha^
mar, e iormmdo a dar os mmmoo passos, Ús minttlrq^
tkdoadnam iidoiramemU.elkonão deixam fatíar com niH'
gtítm <w mpodê ai§ammporpe dia o aão sokefaser,
am porqas foerem fot dependa d'eiles a resolução^
O seareUrkr doestado Sunderiand, pela sua posiçio
•fliciil; e vinda mala » eono genro da celebre M arf-
hspr&^b, que senhoreava a eaçâo pelo prestigio de suas
iVfoCdrÍM; ea rainhtf o a cdrte pela inffae»ebi de sua
mulher ; . merecia , attenlaa eHas círcumstancias, que
• Dosso conde se occupaete particularmented'elle, co-
mo se occupouir' descrevendo o sen caracter n' estas
•éoMB palavras --^.Stmderlandmo parece wnpátai^aUi, fi^-
xaaéo grandes karretadas a mêoHndo mmíto.
A aristoertcia inglesa não é melhor tratada pelo oon^
de d# Tarovoa — Os prandes senhores foíànaê elJe)
fMMi.lailoi eivem na eau^faaha putando aiHmíuitOma^
•fve Isa eérêe.^ patqae atí n*iaio aio ^riaro#* ooaio «m
dii4a wsais, esseepêo no eommarsío^
Não deiía de ter iaterestatite o curtia esboça , que
fi» de Londres , para nos servir como de termo de-
rparaçao.r antio a que fbi aata cidade nos princi-
do século passado ».e o qtie é no meio do cor-
íciaie século — Ata ddíidé é muita masèr què aki se
jMiírfÉ, masnãaiamodêfkiotínsèimx porpse aooaaasiO'
éaa-aào peptenao e sem padiwtor, e assim o oema-oe:.
> ^«sjiélular ^ um* §roâsde feira de manadares- ricoSi.
Mam^nt 24 de desembro de 1843.
(Coniinuar-so-ha.)
Bento Pereira éo Carmo.
A twrsasaeA èasevolencia do fir. Joio db RdkK
devenea o aegainâe inédito,, fielmanle copiado
éa smlògrstpha pelo mesmo Siu^
Deo occasião a este agradecimento, feito peia nosso
poeta c eentra parenta MenUno , cm nome de lodos
sana caJ legas ^ officiaea da secretaria d<^ reino ao eo»-
tão mialstro Conde de YiáiarVeida , o bwap eita ap-
pn»v«do amai tabeHav pelo menao paom proposta», pa-
ra au^mesèa dsa cnelumaatoade graças^e mercê»..
Batas quadras não são para te cgualapem a algumat^
entras •producçõea da meuna peniia : besta porém o
sercai'd'eila » carne até peie satmr se reconbece, pa--
fs.devépesi ter caetat vadaa paMiía»e.bém aceeitas^
.daa settaa^letlni^
2506 StimoH , por mil benefícios
Tenho as vossas mãos beijado »
Das mais vezes vinha só;
Hoje venho acompanhado;
Eu venha am nome de muitos ,
E cm nome da Gratidão,
Pôr nossas humtldes boccaft
Sobre a vosta illustre mão ;
ETTa as tira de ociosas ;
Ella lhes dá que fater^
Na obrigação de beijar •
No exercido de comer;
; Ah Senhor , que obra tio justa !
Ê obra da vo«aa mão ;
Ê fazer que pague o laxe
Tributos á precisão ;
9wem haverá tio iníquo ,
E de uma ambição teo crea^,.
Que infame a nossa* fortuna ,.
^e fez o^oamiohO' á- sua I
jQocm*pêr muito v fdf dar pouco>
Mas oom terçada vontade ,.
É Sccta#io do Egoitmo<^,
& traidor da Sociedade;. ^ .
Fa^em flor voa puros votas^
Ot peitet impardaes ,
Que astim at communs fortunaa-
Satáamrete equãiiiraes ;
ha aitar grafças^ dfspenseire r
Intentaet com m&aa prudentes-
lepartlMa da tal aiie
Que flquem todas contentes;.
Pelor quinhiò que nos- cabe^
Yossa recta mao beijamos;
E sem sermos atrevidos ,
lauibem^DÓs yos despachamp&i,
Eençios , amor nerecrdò ,
Gratos , ternoi( sentimentos ,
Para uma alma como a vossa ,.
Não são maus emolumentos.
ilOTIGIiS^
aSOr DièrièdoGeoems^s4B6ésdMmkre,^Jrosfamrlsa
nanâfuido nomear ot lanvadoa de qne trácia <» artigo O, do cot»
tracns feito com de OUiri^Bica Luceott^iobre acoattnic^lo dt
estradas na proYiaeia do Mlabo. Veada- e remitido dt fárog e
pensavtf
J^ae de ítTi --^Yeadi do^beis oackNiaetf
Jéem 4ê eS. -^Relafèir dotrént ieiiteBeeadóra«dii|nedo pa-
ve Aegola ^«c partiram na aiiarraa'PrineetR<<iltal tn 14 dt
dcscniitt dt iate. Wndt de f^foa^e pcnsdct.
\ /^MT-if re9L-«-0ar(a<ée liei «dcthiiaado €|oe cesta o paga-
da saÈo de atartt» <Niara ttiUwlaccedo a regnteado e«
â40
REVISTA CJPaVEIUSAL OSBOUBNSCí
atTviíro e as allribnPçoes il© éM\>r0táo tribuiAl de justiça, e do
)>resiiIonte do mcsinu tribuiml. Outra regulando o« recursut de
rtnUta; bem como os aggrnvos de instrntncnoi c as cartas 'te«'
timanhaveis, lobre o Impedimento ou deoe^aç.lo d*es9es ^ recur-
sos. Veivlíi de bens nacionacs.
Idetti de 30 ^ Venda de ;beiis iiMÍoiHies. -
2508 Não assombra que no f ogar. á vella cheia
pelo mar da cxistcnéía , eniquanU no - horisotítc se
IKK» enxerga ainda o porto dodesembarquCr càdfl qual
5Ó considere o seu oiro como semenie de seus praze-
res ; espanta porem que á hora teróerosa de lairnr o
testamento, quando já rcalmeale a morte bate á por-
ta , ou pelo menos a lembr(>n^ d'elia nos scnKoròa ,
se não deseje san^ctiGcar .pela esmola oquio scpbssue,
acccnder a tocha da charídadc para o caminho do céu '
c semear na tei*ra, o qoo na mesma terra se i^ccolhe,
rcntuplicado cm bênçãos que todas são lançadas no li-
vro da conta para encontro e resgute de malta divi-
d.i. Não queremos nós insinuar que, deshcrde ò rico
aos de seu sangue c de sua obrigação , posto que
este poderia distrair alguma parte do sed obcdal pa-
ra o allivio dos indi^nlcs» c, segundo o divina pli rase,
fazer para si tbesoíros da Mammona da íníqÚMade.
; Mas iquelle a quem bonhumo obrigação ata af^ mãos
para o esmolar , como não occorre, que a viuva am-
|>flrada , que a <irphi dotada, qoe o nveipiro aprovei-
tado e instruido , que o vbllio , o. tafcmo e o preso
soccorridos, são glorias segundo o -século, glonas se-
gundo a philosophia e glorias tambedi segando ia re-
ligião!
Para melhor embebe? tnos pelo eveniflo «sta isocia-i
lissima pomlerarSo nos anloios, MBim éoa testadores'
como doi tabelliics, que B'cins conjanetaras ^odem
ser conselheiros mnflelBcsze&, d&if»-iios|ve«sa 4e co-
piar o seguinte do Periódico dos Pobres no Porto de
i22 do passado , pedindo áquelJes «]6 Qotsos hAores ,
que souberem de • mais eitnplos similbaiiM, bol-os,
communiqucm para credito 4o schb ««ctoreo è. geral
edificação. ; . . >
u O Sr. AntoMo José Ferreira Conta, ultimamente falleci-'
<t do , deixou eoi sou leMtattevto os legndus ácguMtM-^'A* Mi-
u scríeordia GOO^ — ao Hospital da Charidade 'SOOj^OOO — á
(( Trindade (eOO,$000 — ko Asylo dalnínncia SOO^^GOO^á ir-
<i mandade de St.' Antcmio 8a Porta de Pierrôs lOOiSOOÔ — iu>8
« M'Miin »s DrsampiirfttliM da-mii fcW lOO^êOO — 6s Afciiinas
M Deitam paradas 100$ — ás Convertidas da rua Direita lOOf^;
u —ás Entrevadas de St."" Ild«fag«p lO^li-rfiot Entrevados*
M da Charidade 50|000— «os Lasanos 50^000 — ás ^laxaras
u 50j^0a0 — ás Vellias da Cordoaria 50^000 — ás dic^Mdc S.
s Lasaro, ndgt> da^r.*^ das Dores 5O.$000 — ás Recolhidas-
(t mais necessitadas do Ferro 50)000 — nosPréidH mnls neces-!
u sítados dft RolaçSo para ser fipartidos por elles 2OOJ10O0 — !
*( para repartir por 84^l|[^Ce^ d« família de maior necessidade,
u que tenham sido ex|^dI#M cfoti ^fMJem pregos S4 moedas de
u 4j(800^a <4 vtn\'as honestas e necessitadas 24 moedas —
(f a S4 orphXs honestas e ne^emftadas 24 moedns — a £4 Egres- 1
« SOS de maior poUMMt VI 'Afttfks^N^ id ^Anvcnto de 6t.* CU- 1
r«* rflí.p«m.|tr#ep«rftttlo>>«r íã fieifM d«i «Mis lecâMtladas
« oioÃajfbeMJM» d'«utro pottveiMo «iqtprímitio 48 ilioedM*-'
'0. ^"la owifffis poburt d*i^'cM«de 04 m<l4das. . IMíaou nais
OH vários ioiMoa '• parlMoltrea. .«' .
u Deixou mais metade dos juros , se alj^m dia iii«#«bi a
(( reccber-se, da&«polifcM do «tnffrosCMfift f«rçtfdb.rie^« Mi-
.n fgttel étí 6:000jk)00 , p.ini «artfm ftfkpUttMWs tta. •Inmi \|Ha8
'A e IÍQ «balfNWde Y wu«)fs, €»r|>ftlM;s, ef ressoa acceasHiulvi, olc.
c< As propriedadél dccasas^ícapital «Uft dietas A)>oèicai, .pior
Cl iiii)r4e<éeacu èiírdfeido, passaito pam r Mis«ric«rd«ft^ ipara
fc do leu ipr«d«tÉ» 7f|»'teil%^p«||lieo:iMer |r«t uoMea^i^flcs
« l."* ^fsa D? eérsÉfr^ dM do«ttf es da fioncta €iaa, -i^ ^^n
it ser repartido por to<ft>» os^setif paifeotea até ot 4o 4«* ;raa
M ii^asiv^) o* â;f pa» ser repaitido em osm^Jas a ohras pias
u a viuTsfS wt, orpbi&s vi/tuosas. e «ccessitadAS , a pes^f^ e
« íamilias virtuosas e miseráveis, a esfahiflecinienlos de cha.
u ridade , *e presos hec(^sáitados da RííIíiçScy ; |x)ia qne miu
« ten^o é soec:>frer "n tírtudei opl^ímida pela tteceÉsidade»
u e fodo qtfe d'éfta Inlra «e afastar, te ' fepafta . egualflmté
u de iua TontaidB^ t»Éa. Iienefteal «. • •
2509 O Sli. José 8iW«stre de Andrade s lotteoMio
a 4 de septemkro do anoo po^sad^l empref^Hi no s«iv
viço do haaco deLi»boa, como pcinem gaarda4tvros
desde qito eHe te tosiitutu , o» seui ((naades ooaheei^
mottlos na mator ia e o maia iafatig^val aôlo , tettda
«iio já olle quem poderosamente ooairHiuíra peJas
auai luzes para btm ae organísar esta proveitosa im^
tiUitçâa. Onvimoa que na proxiaaa aaaembléa gera<
dos acoíoniaias alfmia d*eUes » tcmionam apreseoUr
«ma propdsla» que provavehneDte será por iodos alM^
cada, para^uo aeeslaMoça* em remoneraçio aos ex*
traordioartoa serviços do6r. Andrade» «maF pensão %ir
talicia para cioco filhas , qne deiíwtt , aolteires , já
edosas. esem mais património qoe o tiom nome herdatiok
Estes eaempfes tio justo gaUfdno i virtude, pniva-
da pelo desioteresat,>«io dignos .doàmUnçãa. Por isao
registamos esto (acto • ianlo maia apreciável e teno-
rtfioo par« aeas aive^res i qnanlo é rariasimo n^eata
edade pohrc , agobta e ingrata por «rsceUmieia*
2^10 No dia da coimm«moraçii> dos Sanctoa
cenles fez a Sanota Caia da Miseríeorriía. úe iLiabon a
aua expuatçio anmial dos engeitados , qn« ii*eUa eo-
coniram mfie , páe e providencia. Nuascroan èoncuiaa
visít«»« aqUeilo cbHatio aagrlo : tndo o qiiA n^elfto qe
via «agmeatéva «s 'credilo», #niiigendqs i .fòtoça jéeii%
telligencia , zelo c persevacipça péla muito lanoaMl
e muito «^Hgiosa jmêa admibi^aliva. -
' ■' ' t i
< > SDOOACÂO BB «BMXHAn.
pnoaniaiMa»
dStt «NaRiiadaBella Vktai, n/ âl* ^. eM,
-ataba da abrtr>«e am oolkegio dtnMnMMs dabainn M
•dioeeçao de lladaaiaAicman. àki «e «nsma o^dnsanb-
.panho do todaa obrigações anooiaa no governo domafc
tico , a coser » a Ijordar 4e todns as maneiras »i.áifa-
zdr ríDeHí«a*artiOcioes , de cera , li , oiro , prata , se-
da froaa>. paiha , eta. Ehsidam-sc também as línguas
Portugueza , Franceza , 4ng4eza , Italiana , c Ilispa-
niioH , Miiskd voièl v Piamro-, HarfÉi ,. iurBnHbi JUu-
do eam -esmero c perfeição » pnra cuja Am>ié«t^ninan
Madaraa Aleman receber apenas 8 p^sâstoanta^r *o<ftaa
in(«ffnaS*«
«O preço é de 14j^0<H> riu monsaqs, inoliiíndo -o
^iKtenlo-, <n''a poderá variar segundo as étveraas eir-
cttmstanoiaA de cada memoa. n
««As lições die Piamsoie Harpa saiioidadan por. ttUd^
moiselicCariota AlenMn, tiam oonlwridariinstmGnpiiAU»
rContDgna ao tocai doitat^beleclmeiíto ka^uma quin-
ta muito aprateivel« « peiivitametifco csiiUivadp »
-eacellenie vista pania a mar e psnm «a Honra v Í»e«
gaia e sadia , >c «pta para o ractaio c vneccicsQS #ya»-
nasticos das meninas , .dr notia»'«pic ao^^moipno tean-
po que o seu espirito se-éesiuvolva coiu o carinho*
REnSa'Jk UNIVERSAL LISBONENSE.
241
80 desVelo e etteçós de madama AlciUan , comarfa-
r|o a saaáe • •• forças necessárias para adquirir uma
educação regular^»
<^MadeinoiseUe Aleman continua a dar lições dePian-
no , Harpa , e Canto , por casas particulares , no
local acima designado.»
Roimprimindo o programma que se acaba de ler
satisfazemos a orna obrigação de escriplor publico.
Apontateios aos pães de famílias mais uma fonte de
instrucçao aberta n'estacidad€ para suasf filhas. Quan^
to ás prettdas manuaes em geral e naoito partícul^r-<
mente quanto a musica sabemos que não han'estean^
auDcío eitferação; cremos qUe também não have-
rá quanto á perfeição das linguas cujo ensino se pro^
nete. Ha porém um ponto em que nem programmas
nem jornalistas» tíevem ser cegamente acreditados por
sua palavra , e que os pães sob pena de gravissima
responsàbifídade il«rem em todo o caso .ezamÍDar por
si mesmos e com o maior escrúpulo antes de se decí*-
direm a p4v em mãos alheias entes que por todos os
titulos elleá) devem felicitar : este ponto , é a creação
ttoral « religiosa; Sc o collcgio da família Aleman so
achar, como presoÉiimos que se achará , tão digno de
louvores a este respeito, como a, outros liivitos o é in-
dubitavelmente». a& alnmnas que d'ali sai rcm virão
baèilitadas nio aò para brilharem nas salas , o que é
o menos, mas (o:qiie é o mais e o que é a tudo) para
fazerem a felicidade de seus maridos e de seus Olhos.
2812 ' A 29 de desembro , defronte, da pnrça dos
arlequins ao Salitre lançou»se da janella abaixo uma
menina de seas dezesete annos. Ignoramos o* que a
levou áqoelie acto de desesperação, que deixou a
s«A familia envolta em lacto.
UMA VICVOIUA 9JL S^O^UXirCIA.
S513 Dm Guimarães, nos escreve o Sr. M. J.
de C. » — que uma rapariga, pobre e desvalida, aceu-
sada energieamente pelo ministério publico do horro-
roso crime de infanticidio , tão hábil e patheticamen-
te fáta defendida 'pe)o Sr. Bento António <ie OHveira
Gapáozo , q«e os numerosos ouvintes e os jvises , in^
nondados em lafiimas, se deixaram levar sem resis-
tência á mais profunda convicção de que a triste ra-
pariga, apresentada em tão horrível theatro e com pa-
pel tao odioso, era innocente. Saiu absolvida, saíia
iriumpfaante, e Irinmphantissimo o sen defensor. Este
diwuroo , dit o nosso correspondente que vae ser im-
preaoo , e accrescenta , q«e se na leitnra fdr tal qual
pareceu, ataviado des preeiígios da declamação,' ficará
seado havido per um «Mdèlo no. seu fenaca»
aBCTirX0Açlo.
. 2514 Nâ kewMa Uwmnal LUbonmut n," 18 ar-
lifo 2469, li a repetição de nooi facto já publicado na
. Nio ^me cnpupra anal^nr* oano na masna^ daclaret,
mas eomprai-ma vasponder . á parta do teu artigo que
ma allude.
Quando na Beitmtrãf&o nu? 46^ sw acossaram -éa
ftilta de cavalbeirisaio para com. a Sr^ 6., eu de«
ciarei o que havia praticado : • disse que havia escripta
ama carU ao^ Sr. G., nos ienuos devidos ^ da yaal
obtive uma resposta evasiva, que conservo. — Não
julguei necessário justiftcar-me qoando ^ auctor da'
carta da Re§tauração diz «que $9 nàó a egu^a em «iio*'
fAhreza jxmco lhe differe iy^o\% julgava ser 1I1 mi i aiia
rio justificar minha jerarcbia ; porque não présó ou-
tra que não seja a de homem de bom. Entretanto apa-
rece hoje no seu acreditado jornal uma nova allu^o
«$á inferior a ella emjerarcMa» e é sobre a manei ra"
como soa apreciado pelo auctor d*esta carta que quero'
dar uma pequena explicação. f
Eu sóu nelo direito do "almirante Francisco de Bor-
ges Salema Garção , Grã-Cruz da Ordem de Christo«J
coníimendador em muitas outras . fidalgo cavalleiro ,•
com exercício etc. etc. cujo valor foi experimentado'
em mais de um combate.
Sou Glho legitimo do capitão tenente Francisco Sa*
lema Freire Garção, 'íftalgo éavaHeiro professo na
ordem de S. Bento de Avia etc. etc. etc, que susteaiJt
toa difToaiD^te o seu nome mostrando o seu valorem'
diversas occasiões; e eu serei tamb6m^availéiroqaat^-^
do quizer pagar os emolumentos que me exigem petc^
alvará úe foro graMíe , qae me compele de direito.
Eis-aqui a minha jcrarchia : agora mostre o auctor'
do artigo , qual a do Sr. G., para que o pablico^
possa ajnizar.
St\ Redactor, sou caralheiro» preso mais a mfaW
honra do que a própria vida ; motivos esl;os que ine
obrigam, ê continuarão a obrigar a respohdepaqaafl
quer reflexão do Sr. D. A. Al. da S. ; esperando n»
bondade V. fará inserir no seu aeortdriado ]ér-i
nal, estas linhas do que lhe ficará sommam^nie obfl^'
gado o seu etc, Lisboa 2& de dezembro de iSi^'
Antotno Salema Freire Gtn^ção. ^
P&SMZABOâ HA VnXVBBkãnttABM ]»B OOUT.;
VACtULaADX BB TBEOLoou. — Z."" . Anoo. . 1/ I^^emíói!
Manuel de Sequeira Ferrão. — 2.^ dicto. António Jo^
sé de Ffoita^ Honòrati. — 1.' Acces^it. íToaq^ilD Car^
doso de Araújo. -^2.* dicto. Joaquim Alvas de Sousa-
2.** Anuo.' Accessit. António de Yasconcelloar Penei-
ra de Mello. r
I.^.Jbmo. 1.* Premio. Constâncio Fiaríano deFarfei
— 2.* dicto. Ignacio do Nascimento Bloraea £ardaiDi
— 1.^ Accèssit: Jacob de Castro Mendes e €aavklho.
— 2.* dicto. João Albino Peres de Sousa. - »
radúAiiB DB BBÉiTo. — 5*^ Anno. i f PreBiiio& Tbeo-
tonio José Rodrigues de Abneu e Fontes. -^2.^ dtctej
Carlos Zeferino .Pinta Goettie dè Caslaa..— I.'' Acioes-
sit. Cassiano Sepúlveda Gomes XeíxeiraL -^2.* diaio.
António Ayres Tavares Pinhe. -^ ^^décAa. José JoaqUíai-
Borges.— 4.* dicto. GandidaAWnd de FieitasLaboà
• 4.^ Anno. í 4* Premio. João Maria. Merg«ilÉão .IVe-
vcs Cabral. — 2/ dicto. DiogoJFraiiGiseer da Silva Freiè
tas Menezes eVasconcelIos. — l."* Accèssit. Max4mii§<
no Xavfev:<terio deFJgJDeirado/^^ifef iticlo. Francis-
co Maria da^Gaerra Bordalol-^— 3.^ dtctoi. Joa&fièr-
naiÉdea Rua. — ^4J^ diato.Xbrifltovio Pinto Bnodhado^
3.* Anno.i Preafiio. Ai^oaio Joaé de Barios àiSá. .
2.'' Amá». 1/ Ptemio. Jiiaquim da Rocha PiAto i|
SoQsa»r-rr2/ dâeto^ Aatónio Aagusto de Sousa Piíres.*
— l."" Acceasil. Lais Carias Pereira. — 2.T dioia.,áM4!
cardo João Pimealei Bapliaia.-*3.*' dicto. -^Autoaàa'
Gregório Leitio Ga(préa;<^4«^ dicto« Aiilaiii4 Mlsfqaaa
d'Andrade. . ^ ^ . . u tii
242
REVISTA UNIVERSAL USBONE3ySE«
1,** Anno, i.** Premio. Anlonio Xavier Rodrigòes
Cordfiro. — â.^ dicto. José Marki Caldeira de Casal
Ribeiro. -*- 1.*^ Accessit. Manoel Thomás de Sousa
Aievtdo. — 2.^ dicto. Paulo Midosi, janior. — 3.* áU
do. Joio Augusto Malheiro. — i.** dicto. Joaqaim
Bernardino Cardoso.
, FACUCDâDB DB DBDICIlfA^— r 5.^ AdHO. i .* Prcmio. José
Ferreira de Macedo Pinto. 2.*" dicto Ray mundo Ve*
Qancio Rojdrigues. — Accessit. João Alberto de Yas-
conccllos.
. 4.* Anno, 1/ Partido. José Ferreira de Maeedo
I^to. 2^"* dicto. João Alberto de Vasconeellos. 3.^
4icto, Raymundo Venâncio Rodrigues. 4.'* dicto. An*
tonio Carlos dos Guimarães Moreira. 5.° dicto. Anto«
nio Ferreira Lima. Premio. Francisco Antunes de
Macedo.
• 3.^ Anno. 1.*" Partido. José Joaquim d* Abreu Re-
ffQ. 2.° éiclo, Thomás. da Piedade Pinto de Figueire*
do. 3.° dicto. Francisco António Rodrigues de Gus-
mão* Premio* Zefirino José Ptuio. Accessit. Abíobío
EgypQto Quaresma de Carvalho e Vasconeellos, ^
^.''Anno. l."" Partido. Henrique José de Castro. 2.''
dicto. Manuel Maria Barbas. 1.^ Premio. António
Soares da. Silva a Moura. 2.** dieta. António Augusto
de Almeida Pinto. Accessit. Manoel de Gouvéa Nobre
Co>t(ÍQho,
; i."* Anno. 1.^ Partido. José Vicente Barbosa du
Bucage. 2 "" diclo. Francisco José da Cunha Vianna.
3.* dicto. Alexandre de Moraes Pinto de Almeida. !,•
Premio. Joaquim Urbano Ribcico. 2.^ dicto. Izidoro
E|«iHo Bapfcista. 1." Accessit. Albano Mendes d 'Abreu.:
S."" dicto. António Gonçalves. 3."* dicto. Joaquim José
Fenr^ira, 4*' diclo. José Novaes de Carvalho.
FACULDADE DE XATHEMATIC^. 5.' AdUO. AcCCSsit.
Jà. Loíi de Afecvedo Sá Coutinho.
4.* Anno. 1.*" Premio. Luiz Albano de Andrade
Moraes; -^S."". dicto. José Osório de Castro e Albu-
querque. .
^ a."* Anno. l."" Accessit.. Antonio de Serpa Pimentel.
-•^2.* dicto. José Maria Corrêa da Silva.
. ^.''.Anno. 1."* partido. CacUno Manílcl. Roque Al-
gares.— 2.* diclo. Augusto Ernesto de Castilho.-^
I.* Preibio. Bei^ó de Freitas Soares. — S.^^dtcto. .De-
siderio António Fortwiato de Frias.
1.* Ánh(K Premio. Francisco de Sallès Gomes Car-
doso.
• táCDUViVE DK TiijosoriA. — 5.* Anno. Partido, losé
Ferreira de Macedo Pinto.
• 4/ Anno. Partido. Izidoro BnMlio.Bapitista.
. ftJ* Anno. Partido. Caetano Manoel Roque Ahrar^.
•^ Premio. Deaiderio António Fortunato de Frias. -^
Aoc«âsit. Belito de Freitas Soares.
• f.^ AniiD. Premio. Francisco de Sallbs .Gomes Car-
doso.— l."* Accessit. Ayres de Vasconeellos Cardoao
Homen. —
TtkiaiTm 9ÊIWBMA HO WO^O AMUOé
' 9Sf tt No Niniteo 4h doeste «mio , er logo .«o joh
prineiro alvorecer ^ íbí adiadb á Boa- Vista um Im«
mem já edosO , mendigo segmido fon^ecia , Aiortb ,
por Jiaho de uma das janellis da cala da itaoèda.
Gonjèetura*ee---> que para sèli^nédatfnoasachwurqfiie
de BotCe tafn , subiria «o;^ilu#il da nSssBM jènella ,
q«t pof funda oÉTcFOct» para isso bommodidado ; mas
fiop^lo dècMvift que a padM fta.pasa f6ra , resvala-
ria ou com o somno ou com algum accideote que Rie
desse : ha qualro ou cinco onnos já vma éreança, aa*
dando com outra^ a brinear , e teads subido a uoia
d 'estas mesmas janelias , escorregou, e egualmenla
morreu.
THXÁTRO »B 8. CASLtMB.
2^16. A TíoiTR de quinta«feira (27) foi uma das
mais esplendidas e variadas que se podem dar n'esta
theatro; era o ÒBntficio do seu director o Sr. A« Por-
to , que tio bemqnisfto se tem sabido fister do publF*
00 pela boa escoiba dos artistas, que nos tem apreseiH
tado, cabendo-ihe a gloria de que, apesar dos es«
oassol recursos qUe só tem lido á sua disposição, o
melbor Aaúso » a meUior dama e a melhor iten^nno ,
que modernamente temos visto » a elle se devem ; a
também pela habilidade com -que sabe desempenhan
se do seu dilBcil cargo*
Deu-se a maior parte do 1.* acto do Bm^eiro 4ê
Snrilha , essa oper*»modék) no seu género , que da-!
rara no theatro lyrtco em quanto no. moaido houver
bom gesto. A cavatma de Itofina cantada pela Sr.^
Rossi, foi uni novo triumphopara a sublime artista. A
copia de fldres tão mimosas como hei las, tio brilhan-
tes como perfeitas , que soube esparzir por Ioda ella;
os passos d'agilidade , ot saltos , os trilos e as ca*
dcncias , executados com primoroao «cabanMMfen,. poc
uma voz graciosa, aflautada e afinadissinia; tudo me*
receu á Sr.* Roasi esse clamoroso som de palmas e
bravos, com que o publico todo a victoriou com
enthnsiasmo. Todavia úem esta :bl'ilhante victoria nem
o do rondo da Samnambula, que já d'oUtrá vctt wttn^^
cionámos nos podem fazer mudar da opinião que
mais eUenaamente emitimos n'estc mesmo joniaU quan*
do avaliámos o mérito artistico d'csU cantora, de que
o seu género era verdadcndunente o trágico ; por isso
a Sr.' Rossi prende e arrebata na iinna Bolina; abi
é toda coDdigiia a dramática, oxpressio do seo Toslo,
cdov.Oaiente a nobreça de seus gestos » apropriado o
seu porte magestoso , e perfeiUmente Qel e accom*
modado o sou canto ás palavras , ás pbrases., e á sí«
! tuaçBO.
O Sr. Mbnlrattrh' na ária da Caluwma da Jboili«s>-'
ma parliliira de Rossini , charactcrísado em mui bem
iotendido coatrafcte com Caio Ecfcerlin , tio «ngraça*^
do D 'esta parte, mereceu uma ampla colheita, de ap-
pUusoa , o o seu canto ás fabaras do H» , ^ela gra-
ciosidade e inlelligcncia com qiie o dosemponhou.
A poética dançarina dà tíiêtAm, a ocductora Wílli •
a Sr.* Mftbtlle , que tant* nos iem enfeiiitado «Mm a
flrmea • compaiao , agilidade , . e graça do iseu óm*
çar, ,4euHMis butra occáaíão de a appUudirnits com
o bonito pãUM.tm ehamcíár èáqKmM.qf .lindámOBto
executou. - - Silva Leal,
MTAIS ft> CIAMOS.
fi5tr Fauams injutria ao pábUcòtSè diftsedieai#9.
qse na segnpda-fcira. l.deianeko e na terça Imm^
diata a direcção de S. Carlos foi pateada : esocs dest
agradáveis rn«wita , tím hma^hiigados pelas faèm«s *
dís^m muito 4e opèliín, puhhon « muito mnis de <^n
nião de inlelligentesflecm causas pessoaes.ê mesqvi^
nftasdtnafiadammittilbrfbBoâdas: «o Comovidas som
o ohímécíca ciápeaho de do^aoMdttar o tfoe a- tgdui
geralmente agrada , « leviíioaitMHto soguédfs p<}r ^
gmʧ poucos e^kituft.inebialmiiftfu . . . u. ^. .
RETISTA UNIVERSAL LISBOlNBIfSfi.
243
' O 9r. Porto » o diroctór «aio inCcIlIgonie qae até
hoje tem regido t nossa ópefra , é íoiqiiamente crimi-
liado por algaem por nio renovar apeclaettlot toAoi
os dias ; sendo aliás certo que . a despeito das diífi-
culdades de todo o género, com que Ibe tem sido for-
çoso luctar , e qtie elle mesmo etpeodeu n*Qma do-
claraçio tão cândida thtnò modesta e respeitosa , nos
tem já dado muitas c exeellentos reprosentaçdos , #
brevemente nos vae dar novas e das msis difilceis.
- N'essa mesma d^claraçlo lemos nós com prasar o
annuncio » de que cedo vamos ter novas partes eao»
tantes , vindas de Itália , e lambem algumas porlu-
guezas, para emfim se dar principio á nossa tardia
e suspirada independência mnsíea , e á ópera nacio-
nal, de que só nós, estamos boje carecendo em toda a
Europa ; purqne os allemies , os ingleses , os russos ,
os suecos , e alé os dinatnarqaczêSy a gente da língua
mais surda e menos Ungoade todo o iiniverso» teem
Já nos seus tablados dramas originaes na sua falia ,
cantados em mnsica sua , e pela sua gente. Só este
patriótico pensamento e empenho da actual emprega
bastaria para a relevar de. muitos peccados , se ella
ds tivesse em realidade.
FVB&IOAÇlO MKlICAé
2518 SAmu á loz — Dissertação inaugural recita-
da na eschola medico-cirurgica de Lisboa, pelo Dr.
Franeisco Martins Pulido , no concurso que houve no
dia 19 de oetubro de 18Í3, para o logar ^e demons-
trador de medicina da mesma eschola. uChimica phy^
ÊÍologuÊ tton toror , sed ancilla, » •
JVIOOIOITARXO XkOS XIXCOXOWARXOS ]»B
lÉBDXCXVA, azaURGZA B
BHARMAOXA.
3519 SoBRBViNBiRA folgámos de ver oprogramma
da obra que se vae imprimir cere este titolo, e que se
diz, será redigida c publicada por uma ^ooiedade de
médicos , cirurgiões e phârmacentícos di^tinetos.
Ê o seu intuito dar na lingua materna «uma bíblio-
«theca completa, on livro — barato c cm poucos vo-
«himes — onde o medico, o cirurgião, o p%armaceu-
«tico , o jnrísconsulto , os portugueses , finalmente ,
«que desejam ter conhecimento dos mistérios da vida
ue da tnofU, da saúde e da doença, achem em ordem
oalphabetica , e resumida com a possivel verdade,
«clareza e laconismo, a analyse de tudo o que, de
«roais ntil, sobre os interessantes e curiosos ramos de
«medicina, tem sido dicto e feito pelos homens de to-
« dos os tempos , do todos os paizes , de todas as sei-
« tas ; e que se acha espalhado por essa innnmeravel
«e infinda muilídio de jornaes, diccionarios , com-
«pendros, monographias, memorias, theses, disser-
« tacões, etc. ete. etc. antigos e modernos.»
Para base do trabalho escolheu-se o Diecimario doi
dieeiúnãriai de medicina de Fabre, obra safda á lui
em 1841 e que já boje gosa de reputação curopéa,
achando-se traduzida em inglez , italiano e allemão.
«Mas Fabree seus sábios collaboradores — accres-
«rccntam os nossos empresários — nenhunMi palavra nos
«-dizem sobre Anatomia geral deserlptlfa ou topogra-
<rphica , physiologia normal ou pathologica , hygiene
«publica, historia da medicina, philosophía medica,
trlberapeuticd geral , cbimica orgânica , pbisica íne-
«dsc«9 «te. ete* Kós repararemos orna tão grave
ffommissSo á respeito d'estas matérias, hoje reputadas
«da mais transcendenlo importância, e frequente apa^
«plicação para todo o pratico, com artigos oompeton*
«tes, que — conforme ao nosso plano — redigiremos
«reaomíndo as opiniões de todos os ancCores, que so*
« bre a matéria tenham escripto. »
«Alem d 'estes notáveis melhoramentos, será a obra
«enciqnecída com um thesoiro verdadeiramente na^
«cional: 1.% do tudo o que a historia, ou a expe*
«riencia de pessoas fidedignas, nos ensinarem que,
«sobre eada objecto alli existente, ou por nós addi-
«elonado, em Portugal se haja dicto ou feito — dignd
€de menção. 2.% de nma noticia circumstanciada so-|
«bre a fundaçSo^, instituição, governo económico e
« policia medica actuaes e staiistica das doenças doa
«bospitaes, e mais estabelecimentos anafogos do n\^
« no. è* , 4a descrípção topographica , mcleerologlct
«o civil, das localidades , onde-7-no paiz — se en-
«centram aguas roineraes; as propriedades phísicas
«d'elitas, analyse cbimica, usos económicos, moào|
« de administração , c o que a experiência de homeni
« conspicuos houver a seu respeito colhido de útil ,
« oH singular no tractamento das enfermidades. 4.* ,
« dos sitios, épocas e modos de cultura e colheita da^
« plantas indígenas . seus usos domésticos , virtudes
« de que gozam entre o povo , e meios de as mclhe^
« rar. 5.* , do cfaaracter que a nossa posição gcogra^
« pbica , mais frequentemente imprime ás diversas
« moléstias , sna frequência , e as modificações ^ que
«a sua therapeuUca exige em relação ádos paizes es-.
«troDgeiros. 6.^, de uma tabeliã, onde se veja á rexi
« lação , que existe entre os pesos e medidas medi-'
«cos , nacionaes e estrangeiros. 7.^ , de todas as for-
«mulas e preceitos pbarmaceoticos , das pliarmaco*^
«póas Icgaes do reino. 8.* da legislação portugnoza
« relativamente ás questões medico-cirurgieas. »
«Daremos estampas, cuidadosamente gravadas, do^*
«instrumentos, e aparelhos — 'mormente pharmaceo-
« ticos — para o perfeito conhecimento dos quaes, pof
« nimiamente complicados , não baste a descripção. »
«Cada objecto será acompanhado da sna bibtfogta-
«phia , onde em lugar d'essas intermináveis listas de
«obras e auctores, daremos uma noticia imparcial ,
«ou juiso critico sobre os melhores escriptqs. »
«Por toda aparte nos verão, senão derribar ídolos,'
«ao menos arvorar a bandeira da independência — em
«todo procnraremos imprítnir o cunho da verdade. »
Condições da subecripção. -^ v 1." O formato é, pou--
«CO mais ou menos, coipo a Revista Universal — pa-
«pel relino assetinado — ^^fypo egoal ao do prospecto, lá
S.* ff€ada folha de impressão, que é formada por
«dezeseis paginas a duas columnas , e contém mais
«matéria do que dois jornaes políticos , custará a bai*
«xa quantia de 50 rs. — egualmcnte para todos o^
«assignantes. »
3.' « Os subscriptores de Lisboa , Coimbra e Por«
« to receberão duas folhas cada semana ; aos dás ou-
«trás partes do reino e ilhas serão remettidos — fran^
«cos de porte — para a cidade ou villa que mais Hiei
«convenha , livretes de dez folhas.
4/ «Em cada volume se ásítú -^ grátis , para os
«assignantes — o retrato de um dos médicos, ciror-
«giões, pharmaceutlcos, ou naturalistas portugueses,
«( mais celebres -^não' existentes. Todavia no prlmei-
«ro, irá llyppocrates — como pacda medicina.
344 aBTIBTA UlflVaSB&AiiyiI).ISBONBNS£.
r .5.'' «Nò aUimo. foJhiBiê itào ioscriploft, póp^éoa
4(prd<Di^.0s nomes de.todoe os ftiib$or^tore9;[>árai]mè«
«aoiHío A«ibaaf|u<Hii ^c. deve a «icqiiisiQão d'uqui6hfa
«ti6 »Kaa»ente reclpiiMáA pdas i|^<%isid«des ()o paise.»
- jK Jk£jiigQa-sc, jerrecebe-se toda.a correspondência fintn»
«ca de porte» nas lajas de livcos dos 'Srs. Martin^ em
«i.i5hoa defronte docbafdrÍ2 doLoreton.^ G-^Ilfâsiiui-
itta, em Coimbra, .na rua dasCov^s— Nf^vacs, noiPflate
»riia das.Hortaa»» »
, .IiÇiraJBTZBAVB. 1.
. S5S0 tt Na noite de 10 do corrente |aHeceuum%pgi)ireai^lli«r
fi riuva , por nome R:<colasticA , m^ radoca i|o la|:ar do Ari^Q^
« jo , fregiiczia de Lessa de Bailio, conceUio de Bouças, .teo;
u do completado 109 aonos de edadc.' Rstà iDuIlier viveu lem-
cf pre pobre toda a sna vida , jtlimentando-ie do mor dó sch
« foslo« e 8Ó haverá 1£ «niios vitia de esmoltiF 4o» passagèi-
« ro8 que imploruva sentada & sua porta \ xmàt aimia iia me*
f HQê de Bmaano era viata coser g^rossas costuras ^pf ecuioft »
. - . ■ ^
. 2o2t Poa meado dezembro este?e a egr^ja. do
i^ora Jesus de Bouças do Mathosinhos para ser, f xpo-
liada.. Pela noite Ibe começaram a abrir un^a brecba
na parede exterior , qqe ,teri3 chegado a^ dentro,sjB a
extraordinária grossura não dcsooroçoas^e os ladiÂes
çu algum rumor de visiuho^, os não intimidasse ojy>-
jspsse em, fuga. As pratas da egrcja foram — diz -99
Pòbras no Porto — passadas para logac s^uro.
! vnsvssrçAo CONTRA xsrcjeNBzos.
2522 Uma postura da cangara da LislK>a de 20 de
Doycmbro, de 18i3 confirmada pelo concelho do distric&o
emaccordamde 27 do mesmo, prpbibe para desde • i.°
de julho, d» ÍSI% em diante» os alambiques e fabricas
de refmaçãq de assucar na capital em cazas, que qíq
fcjani ladrilhadas , abobadadas e approvadas por uteft-
toria prévia da mesma camará. A pena aos contravm-
fores é multa de oito mil réis pela primeira vez, o dobro
pela segunda e o triplo pelas mais; sendo metadepara
• município e metade para o aceusador.
" &AT0SVAOGILB8SZSTAS SVnÍGAlkOnSS
DE Z.ONGS.
{Çarta.)\
2523 Principiou o anno célebre n'esta villa ^ e
n^is célebre vae acabando : principiou pelos fesíins
]|^pcLaes , que já foram publicados na sua interessan-
te RevUta, — artigo 1266, — e acaba célebre, pólos
seguintes acontecimentos.
Np dia 2i, ás 10 da noite, estava a egreja cliaia
^e devotos. e devotas, que tinham concorrido parave*
cem e ouvirem a missa do gallo, que a irmandade do
iSanctissiroo costuma fazer com alguma pompa. TÍi4o
pstava prompto : vão 03 padres para o coro para cau-
grem as matinas; senía-se o. organista para tocar»-*—
órgão naò Ibe obedece : diz ao rapaz -r que pucbe os
foles çpm alma ,-—0. rapaa esforça-se, porém ven^o-se que
todo o seu esbafnrír-se é baldado , — inda^-ae a ca^a
;0h I consterna vio .! ;0s ratos haviam rofdeti» foles ! Não
se pôde fazer jnais.do que cantar a niissa a secco.
^ 'Nodiá 26, os maritimos vão festejar o Senhor Jct
sus dai Misericórdias ; o juiz tinlyi encomm^ndadp o
sermão a um pregador em Lisboa.: tudo está prestes :
só. se espera, pelos músicos e orador. Chega o vapor
ás 11 e um quarto; vem só os músicos; e o prega-
dor não apparcce!
' Tod^s osiesteinM ictm 4e ^rn a. u.na9.b9n.4»,,eo.
trai», a dia^ mal iá -at|a ^ida. Bii!:se m^.iV4¥^ veia
«m augeit» do Lisboa e lhes diz, — rP^iM^ipi^mia^Sest^
sffiquer^m ; e'«9 án^eodemvque .0 serqii9 é.riMdiât
pel|s«y|^,:r«fii«détO)ts^ este anuo Qpo> este^ma^, qiif
naa é-aomprido e i^de gra^a : — « meus irmãos, queoi
Mvfr.emtpeiihot: de m^mõf^P 4e «greja , nao n aacoí».
iiep^ pafaLisi^o^ehojaiemdia senão asam senão
os dd politic^.i» . .
o -Assim fe fez a Cei4a .sen pregação, como sem or-
.gam sia dissera a .inisaa 4ogallo.^-Alhandra26 de de-
Z:eiftbro.di»lS43.' — jLa^ara Joaguifi de Soma Pereira,
A XlkABS BS BARJIO.
SiH^i • £k Saneia Atuta , da Carnata apparecèra ,
havia tempos , um pintor, — de liso ou de ornatos
não sabemos ao certo —r que não achando na terra e
nas visinhanças que fazer , parece fora buscar fortu-
na em outra parte. Voltou porém depois de algum es-
paço» trocada já a occupação na de negociante de
trigos ou accumuladas ás dvaa — que também ao cer-
to não sabemos isto. — O juiz eleho, o $r. Carlos Ra-,
drigues, feitor dá quinta áoChafarit, tinha PQU<^
fé no hospede ; desengraçava. com elle ; não havia pa-
ra isso provas; mas era um sentimento la vateriano. Ê
a caza d'elle precisamente que o nosso comimisaitio
se dirige para encetar as suas operações commeraiaes;
Ajusta um moio de trigo, e recommenda que a fio!
medindo para embarcar n'essa mesma noite para Lis-
boa, cmqoanto «ille vae buscar dinheiro á sua poisada.;
Vòlfa pontualmente, tra^endoro n!um cofresiuho, (9%
chado á chave , para o contar na presença do vende-
dof ; abre-o ; uma. ou duas vezes tira algima . -pilasos
de dentro dos j^arluxos.» .die que está çheiot, com qae
paga aos moços , que ajudam a fazer a medição , e
torna a fechal-omettendo a chave na algibeira ;-^Qão
ha nada como refutar com. obras as desconfianças va<s
gas de improbidade.
Mas o tempo apertava : a tarde la doclinando ; ^
l>ateira devia largar para Lisboa antes da noite;, o
comprador allligia-se com medo de porder a *viageiir:i
pediu ao Sr. Rodrigues , que tivesse a bondade de
guardar de|»aixo de sua mão o.oofre, emquao^to elle
ia embarcar o trigo, depois do que viria contar apa-
ga e lev^r o restante. O Sr. Rodrig4ics, q^uc vir^ que
no cofretseconliuha realmente diobeiro, . guardnu-a, e
deixou sair a, fazenda. Passou a noite e n^o voltou o
frcguez, nem. tão pouco na madrugada aeguinte. —
Arrombasse o cofre. — Só o primeiro cartuxo era de
patacos metálicos: o valor de todos os outros era me-
nos pecuniário do que artístico: cmvcz de «loedas
compunham-se dehellas chapas redondas de barro bem
cosido , — é verdade que eram lisas , ma^, se Iboa ti-
vessem gravado os cenhos das. mpedas priginaes de
algum gabinete, uumiamatico teriam tido,, vepdidas
para algum museu da jEuropa^ muito maior valor do
que oAéros patacõea de 40 réis : não lhes fa|l4va se-
não o cunho' (que é um simples accidente).
. O vendedor, que não era numismático neçi ao me-
nos g^logo , partiu logo para -Lisboa , onda já achou
o. seu trigo d^iaembarcadp e deposto no terreirq.. Ain-
da porém anda em procura do artista , que provavel-
mente a estas horas está fazendo algum painel histó-
rico com. a lettra — mm jaiz eleito^ logrado — c a data
de 2$ de dezembro da 1.843 j fcÁ name 4e.auçtor.
«B^nSlOr '^NfVStt^^ filSfeíimÉ^i^.
^4^
•otieMia tttgfo, ^(Kir« asavé^ « |^i^a ii-réitr^tt^i^^d
povo. Agoiid*acerifec«totapènloS, <)aê o art>(N*isàI'^* éofti
lepotko ittoiM gfaiide; — A ¥Í9ta contínua- d' éWás«'ir^
vope9 estatHi préf^ndè diltg>eiida ^ ag^çatido'« todaá
•8 bobar mna'Íouyairel col^içá èm fndriNl6ri$s'36ds'VM
oiiibe»:-^'moit|is ftfl&íK«á ,'fod«iM!o' Mandai ioltièr tf
Mba 1 perto e ilfifr dffieáldad^ , c^^ríam' o Mèhb dtf
setlQ r*^ af ddUfetlas e crteança^' brliidaffdd / 'Jiitieta-
BiinD;o. teu fiéoiilioiii(»h(^ , -^triíicilndo ;< dOiHdliviaiÉi ■«
habito do trabalho e vigilâncias-^ e;getiihraUsa>dO'eâ^
U?i^att(f,, O ndao 'i« >adiaría ttí«no9 pirt»re ide Hiih^ a
«1191.. 'O teyo tfèt« ámorêitaè , eín Lisboa ; está tfèaaí
B'iHiii JTrvfoaide , e de-algiiifs ba frisos tfiMiitègtfd -e
maisf: aém émbétg^i liâo falta q^eni )á!iHAiidé btíscilr
aumlatíçá para oí-mm biebos ; — ^ qtfte ^b s^riirpèts 9^
em toda aparte, onde'* estas dadiTOsaa tirtlér«« )i^
empèfeaaffim io tAinsito ,' ias plantassem, eotijcpv^assèm
e dofendessem \nm]Bmrf-^A^prupá ãas /T^r^r/a Via
ml^ràí , oima»*; 9' jMlf^íArcftd^v a- âê1f$ila,'êfkkMf9o',
M cMfft ; ai ^nêiHHiáífáiu » St F«uM , '€armo / BilíiWi /
Mte » ccnijxy «leii^iti^ «te. «Ce.*; ' ev/brariaiii Véklcé
éè.álnBçsiini i^^mvidanati- ás cazas' ^tfd« e^ro,
— e tadD! islé-nâo hataiiia^ctt^ftatlo* á< Mliwrâ deLiV
boa mais que algumas pooctn moedas !
• .O^lté cdizémos' délfafiba^^^das ôuMi éidátfese
das villà»; ~é «inéa âaf #íliitas^tdèaii o-^díMiAo».*
u LovTor, e grandrssiiijo , ás tâmara» mtmioit^ae^ ,
qtfê> pvimeiras» fizerem ^bra 4 'e^le alvitre: — nós
nos apressdreiAos de estampar os tiombs dos soiiíb f re-'
ndenlcs e i^ereadores, logo que' d^èlles noa ctiegfkr
BOticéo. ■;. •■ ■• •
-'fk>r'eita^o0éaflíSto« tomavoa af liberdad^de lembMir
i-íde Lisboa , «que a'«iiensa platitaçfio de amoreiras,
fQt > ba^ioiieos anhos , 90 madiaii fazer na encosta
jvnoto á é^nia^^ Cèrifàlkãò) te tt^n mui dêterfoNi^'
áttfpelo<idtesiunpaié r jAsoinlár f«lt» de tràolamentov
'! ; ' :.' . Aumofànu:' « . ; •■ -^ • ■-
S5Sf . V^iwatmocà 4*Al^ >hà' «Iguns iilIMiiM de
MMrairaa dnraineasv dtfi >8«fafefAtès mai» aj^pt-ovada^
vJDdUa é^JTkfangav d« trea>« ^|iislro atiw>#''^ edtf^
de, tendo pela isaíor' piai^è nn|a< pôlegtfda ^e grosh
aairai pdnt miaii, eée qni^iré. a 'vinte palmos âe^ifltu^a.
\miâiem^ palòs t)retos de tW^véls aâ de^tries^^nnos;
de 160:Téig'U de.^MtvD, Ha'Uittbéiii^ ama pMiÇiO'di^
multicaules a 40 réis a estaca. Tracta-se nosVofnos
de cal da Pam^Ab^nfilnténiiiOTacfftffirffiteie], encar-
f€gadoid€>rtcebfr ês\e}icomlneiidas. - <> ^^ '* '-
JAMEIRO — 11 — 1844.
HOTo ZMGniMof'(rJlmA^ dto-v«LlNUftM.'t>s
'*r: WIBiyjL.
•1 u
• 38l7i*lKo!^lti|[tt(]^ boiígtéiso^t^ielltmèo dèPlM^^;
at^NémfiénOí? l»^4tí(íy i t!ff áèftMi^tá ' i^^^
papa nm^' & áébíifi' a' é^ia ? ' nb > qiftfl <ést'aè tniáfs^ ^êtia^
ç6«s^e l^iibf Blbiàltáfteaitiente, bom^bKlilaf ««lb«ftM^
á% ^W peHdiqòb »' tTOtáò» <Sfe «è ^pela^ {>râiica , pcrlir ^ii^r }i
ft# sítfépritoie^^ciiMá lVftlMfflí^ftdè4ia fóMoa dé'Sé«As^'liii
HMtt^ *)isi ; «itti»éi^gâ«cf; "'•" ' ' ^ - • ' I.. - » 1». 1
i"*Os • fes«lC9idèS^ d^^a Mocfiínà si^;-^eo«ft)èiilfti nH
mSò>d'ééra i'* qtt^^tttíá fMi«ífdW 'aitfenoidè Vntteadè:?
éehèià^^Ê^nhPpt^ermiíét ^zts no 'fabrico doísreirou
jí^i ièelhWqUwlW*a»èndWsèdà''e piírt»ntb^ili«iOt«taa
IOr<!lelf lib>liiérSado^, iíão'W'esptíVdlç*r 'parte álgu#ííf
d«l «asilfái ; Aár-se ^oal quétftid^de e«i tempo egbhf
9^9' «m- q«e é^ta^o-íiftr ; fln^Imtenié ; m«iitef íamtfi
cat^cèira ptfna as^ muiheve^éiníp^egailafs n*'eSrl«^ IvBop
s«í> indttetff^r; "^ ^'- ■^''''" • »• " •■ ■'• '•
"'8a '€%ta -noflcfei *fío %as(Si para' «nsibar ' a donstríic*^
^•^aasadhffta é!o seu -a^';^ao m^nos «efvftá pArf>ái
qitk^ Interêsfta^dòs possa^ ma^dtfr víf Mais leií^edttiu
stanciisdMKiformaç6^s'0(i a prévia machin», sabeHdo
já' parai oBrtJe-^ e a» cpie««b3o-dé dtriíípiéél '■ > - -
';«)7.
Ml. f
2528 Contém o artigo 2478 da HMtAi Uttlhèf^é^
Lisbaneme oiii 'perj^tfntãià ^''^tié-áceréa' da; oiiknra áas
''Dèvopirittié$faUe<èIà^flr 4uis , Mosdt^ifir arlfgésii^é
éUdirlgfà^^estéJoftial, relativos ao tfssucafr 'dá be-'
tjarraba ^ sé^íévtíVáití em mira acòèrdar lí átWwçSò-dOs»
h^rãdòrès^ é p^píWA^iOiá* dá feí¥a . ptía' <wfta»'pN>^
déc^b nftvlif'; éi/fél^^restiUados pòdéffi àer ^Ifoan^^i'
Mio kivè «*pV\5«uirtl)^'!afe i^ieterdar ^écettb% e^ín»**
frti^ç6és<plWi*ááv'<ítíér^^árí isílò, 'm<í «O . jrtgfaf*^'
hUbilitBd^; •-' *•' *> '•; ' '"'• • • - '^ •" '* ' - '^j'*^
- »Còn(^ , íft>M6m , • todifs á^ óko peituntas podem ser
ir^vpondMáèpor^-^éní puielf/eoM^attt^ú^ãè^, <Q%«o1bft»i
jnos tractados, que, se hão publicado n'èst^l'iiílt1ntb»*
iantMs sobre a dieta culltrra e sòlrro' o modoeomo'*sc '
p^dé mélMbr* satar detáes ràizés o assutar, scrtriftW
cotít^tfte^dépoder^llteaccudfr de^e já com-ál^nni^
reífpostaí ' ' ■ ' ^'••' -'^ " ' ' . • '^ ^'
P.— èQ^al ^ qualidade do téffetio que h b^ati<á>^'
m ««i^tí páVà^pi^òdttzir bcím reirn!tad6f ' ' • . -^
'ft.-*-Bèm qife á betaftaba tão ákÁé deívtegár éh*-
terras BarireW^s «fechadas / unia vez que' ás laVrem^
cbiBo dere áèr; <d que" parece i^bWrár-Thtfé^ melhW
i sempre' sSò^o^teri^enos brandos, substatídiáés V 'fú^dai-^
veis^ eálgum tabtô frescos. • i . j ' :u
•P: -í-j^iQiitrai b'tempo da sua sfeménfeifti e cofRiéita^fs
R.— N*um èlfniá; corafof eslé tlè Porttígáli*qtie4s-J
tá^tseifiío «e neVadas fortes, tenho qoe^ os tiítimoTqHln-
ze* dfas éfe mtírço ; seifio a qtfadra mals^cettá^pata-^aí*
boâ sémtfntéka. For me»do' septetebro líáveríí Já rti-
zès ete4íonS téímos*p«ra -dárèím èssucar, pòrque^pos-»!
to sejam as betarrabas umas plàkás'ãtín^aes ^'bfeil^^
nae^i téb 'a experiência déitiòiiitt-ado , qúd sé l&es
jnfbdêv^ fe^éràr* pela ibáloraèãa completa; pòilÇí*'
,aiHlm' como envelhecem ,' tbgo a^ tèbrassè Ihcsfátemi
rijas, ea niateria sactiarittfaemVjJzãèáágiilèntár.hirn^^^
Igfla. Pari! Sc conhécet òphso eiá {iiie*a bctartrrfbâ''
oti o«flrO ^ualqaef^ Tegelal festa n* saslo de Wferècet<»
jmaisvssdcttr, téhr^ nidravhhbsâdiefité o saccbafróme^ '
Jtlro ihWtttado -peto ctótoito T^àt,'Ae'Wóm. ^
Úi YOL. III.SEUIEII.
H§
,mmmi^^iíiT^X9wimM%> ustMmvam.
t :.\
R. — O terreno, em fi» le pertende a beUnraba
^ N«mcpR^ ^4í^ <é ima qu^ gwiAm^tfi. (tenoniifiiin
i^Utfraa»» 'da^l^9a!9í> o^ «ÍN^^r^ba ããa^^flrWnrMUt^
qv^ i o«tr« ea9(a %«Qel|«p(6 para engordar a«Mftaes i,
4qvm Qec liaTra4<V'Pain fuMMfí» ¥»aíf quq aaei. A la-i
peaft^ deil^-s^ em f aireiri^ iipa^tiadas. dftú péa tmif a
#s. 004984 , diMlBjd« ,ca4l^ «on^e. 4«z pah^adaa de
cada ama das suas visioha.a ip^ |i)iiihiMPiei>U> » e fieaiiv
40 du^a i^legadaa 5<4tenpadj|. Nãq. h« Urmcift. eom
QQfs ae fDcare^ii o lyeatif^ d^ ÍR9triiiiien(<^ di^ WiHk
do. I^alon para $e fazer coip. p^f^ição* es4a s«iii«aUir^
e 9om 9i devida regnlaridad^ n9§.4ÍfMK|CHHi,» ^n) d«
»ã)^ baver dopo^ i^^s^dade ^ anjlae tfíT^w^Vfiào q
fu^fsobcya em uinafij pai:4e&, para ^ lf tr^an^plaotar p»h
^ 0ttUasQii4«(â^949K> £s(rui]^arSç.oÂ$u'.reii^». qmpkon*
CQ . ptf qMO o. aAqbia4e^^ia4Q tftrpi^-^ «M^vo 4'0ry«-i
talisaçâo da matéria saccharina. E sacha,-i$A UOMl W
d^9a viw^n^ deou^ao do verSío, fjaf^ Ae^^fi»^ «ales
ps^i^osoa. YogQia^s dos para^l^Si qi|e jbão ai(0>prw^
B^poadamiHinbi^ m\r^ «^ plaiUa» que. ^fei a #eii|#^
. P. TT-iOftíie. s#, ba-4e achar a meibof i^em^N^A? t
R. — A sepp^a d^ ^fitaçrp^^ é ^yn; FnajK^. «omn
munissima e muito fácil. d£. se bater em Portugal;
mas eu p«>^ ,mm «««f^ V^ífmmJêMjh^nia e do
^ficado.de IM^ft- . . ) .
írT^iQu%l afitt^íP^|ÍH>r %Uí^W*íl«? .
R.T-^epçJbecem os agróiiçia9<94 ^ovf^ q«^U«d«ft 4«
l^rrabas , quo tf^as oQi^t^ewiB^JSt oH.m^qo^ iv9|u-
car>, vi^s A as^ji^<H^ira de »iéra|si a,4<>^i^<liV^.<ta ésA
4e . Kfuasia ; dfpqú d'e$ta ficia ^q. a <jl^ 4fraae( FurMaft
que aiei^ qiÍMiatra ignito bo^ lugn, ,iW^p4f9 Chfífíri
í»á% unobi^ e ifteia da b^t^^faba 9fíw^,,vffr4^fi eip
tH» "í^i gm9^ 4f^i teP**-. 4 S€imeq^^ bay^a, «^ s«i Ur^
libras , mas dada á terra com o semeador ^ Wtfki*.
. P. r-^Ofiijil^ oUadc^ ^^ p|ai4a,t ei% q^HH co% Rte-
(UffliVíiA- .fiA *fvq cftlW.í' »t»ii f^mwm e o «9Pdp. de:
Rí^Af pi(Wi^s,, que «eq^er^ pari «ew^ACrA?**
WPr^e flcaf w l^rr^ dp^» auqos- OttWdo-. f| awi(91({!9<
^BfÁ Hí*d»W^.. coFiajiMe og.péa. e ppemrâe^iÇOfp enir
dado a secar ao sol. Depois embrulham-so , ^ giuaf-.
P. —- i QiMl e miçÁo 4VIÍS eqoqpipi«(x d^, ae' aleajaçíW:
%.n^acbi^ R*)r^«: ff\bfiçação doasaqpajp 4qbq|La£ra)ia»
€tafrftíis^s,ij]jjeyi§ep>^^ pa/a alisto .^%'eBN)f:4Hffi^ii^?.
.. R^ -TT V4ffp49iqil^^ de.iJlfiÕLiYe^Ãa s^ pod^cia4p<ii^«daf
iLijf.q^ .ins^i;iípjfiofp^,i>ecçss^rioA para um?..fft)H"io* d«
assucar. Pelo que pertence pori^ a« Qpei;a^i^a;, j^lr-,
U^all^^m rbef)^ ,. f if^pcfCl^Ri e(9 qieia^a.
. jp.-r.ilí^fflb^^a &^4^W «*^f» se.^5í,9 wqpvlÇDJI:
%iq<tôií|o^8Qrto^,^n}.i>^a.d^ffi^^e úo s^^^ifi^ 4p rQ^^^t
..p,. — O.a^fAicar 4íi.lwí>^rfi^b4^ 4;^ois 4«» faljjwidí^.
tfi»,a^ nvç^^^ Sí[i;.4 «o^,(jMq. .o. i^eiJ^} 9^mcw 4e^.
lafiqi,feítMp,.SÍ»Aw4?..<?«Wf. . : m :
: Nío^^^{^.v;|nla|;(Çp^ b^-d/í ^gpraj.ad^wíir ^ ^fu «%.
rii^jinquif idf)f4 ^ * que, emqpAlrto-^ííW to^i.ejií^,
p^Jvaeg^.a tprJ^f^.p^ír ^pa.ço dç.<|çswlp,Jnej^ft|t^;q;4M^^.
tdwají>a,jd^ q$ s/[fp5^ CQRW».s.r^^uJiwlP^,.Wr*íÇÍ|; V^mh.
Hm^^^^ luap,as^ , çqqip. efj?, reaJjda4^ f-, ^pprr.
qpO, raW Trrr p^Cj^lintaf ajO,lQdffí frr;^ 1^0, tC^.^gl, ffiii%,'.
ÇA^iW ASWPPi? ^ ^^fm^a^l«'-^V«lif}pW^i|Uí^.na4ji|í4ft,
cultura?. eor.qíi^í?iJ viipo^^ ^^f»fSU*4St^%fm^^iHmí
para a agricultura i^!MllltiiriMio a cabeça de Me-
dasa« Ê sabido que para aatisfaier a exigências» quasi
ittinrtosas, daapra^^ dot^naierat» ú%MÊnMnrBor^
deus, Humm^xm ét eptm» perles mni Himoi;- eiígt»
cias , que represimtavam $s interesses dos armadores
de navios e dos negociantes, .que tinJ^api^Q seu tracto
com as co](!^Ia| ,^ ^s i^p% If gikhill^í. 4^ França »
que representam mais a industria que a agricultura,
fizeram uma lei, em virtude da (^nal os ^npostos,
lançados áo asiucâf- indígena otr de betarraba, egea-
laip wA direitP^dej»a4ii^area'4e»<etpiiMaoud&nea«
E aqui está como. a despeHe 4AarAQPtrínas dos apos-
tqloê 4a QcioipiHilia p#li\icai* f^ aaci»Mte^ um dos
mf^Í9ri?jlae4 intieresfea d« agrieiWtura. CranqeH aoaciH
eâlvft nie<q«)«nbo8 eegoi^ta» dai^lMicaenircaiHíItleBii
H( alg^iem» imtrediirir '«^te rew^^da «oduatrâa agrkol^
Wii pÓMugeA e ver4 qiie ataridiaa «i« tevanta pei abi
Iflfo «« cardume de- m/Brc^eko.s . ^ervelorea, oenex
pendfiifttea; d^ irazi4 > e p^neipalmeote deiwm de na*
viés. pa^a quem a ca^a ^' ar^eucaa é unia vemha.de
epMIe para arear eve, [pelo UriiteO qtle á auasda*
bra fiiieei d^c^H^ hi^mea ^evi^peeie eomebmc^fi
-=i-'.velrps;-beíi Uidoa a deelamaf ootiira «- voesaempva^
aa b^lif^fiíçe e pptrioHea* eprovoear contra etla^todoa
os corâ^c^ dos^ tribat09. . ^v. . w. . . . ^
^JMzei porém a0«.afiDad<>re«peitag<ieiEee, qnedii*
aeoA<)e naviesi ingUzea apdam perpeittameate empraé
gades em aearreiaf paratequIbacaVia.ur, e.oarregaedlH
nkm9 d;aq,4H para fóre » pAra aquelta pobresMíba^ da
^i«4fea; e,elle6'esei|tacãe^e9^.berneiida,TefdedeJnai
Ç4if eiA ai^pleijicoa de voegoaba !
Pertp; \ 4e i?»<»J^ de t8«i.. JS. W. TméU.
yKBf-f^V^ír^ e to de fe^erei^e pteaino ^ o aoctoe
4'ieste artigo, pederé ayiar algiiAMa^ eDcemfliendaã qea
se ttie façam • laplo daa meihoDH aenenlet da betais
caJHtccHOo.dD stineadajt de WUH$i e da saearhaaómçte
4í^íPfli§rt^ -r-^ÁBi eqqaaameodaa de«em»Uie ler dirigi»^
4aa a«m pacda de iempe ,,9íAi peAeram ter fNtitaal»
umíft (lattafeiiaa ,. e aacvir 9ii$ú» peva esAe anitoi
âã^9 Aa, ei^MwiafH^as de« JíiMCMffe provaiir qve» e.
ic^nváa,. aeabado de i^ór em braea^. absorve ea^ vinle
e.<|ij|a|iiDibQiras da* gea. áaidpiearboaíc]0.ftrinta e tinoa^
vei||M.(aatfhqiia(^oi.é o vaiar dq meaaao^ earvio. W»
que se abre um poço, aonde a carência de cbeU» e oi
api^liQlHie «ma veia i^qu^mí a cVíiskHieíft do gaaáti-
d.a/WM^Aopi<;o. arréeíae. pa«i: deatao dt'^le . álé á la^
pep8eie> da ag^ta ; lOiíi «afda#rã(t ehaia da. oaridea ret
cqffHMMjeioas. EsMioarvõ^dettiro «mcj^ueo «eape*.
Ígani%«e-priaMpia.B «bearpiio* Uma tanf^att 4buH« dae
pois de tirado o caldeirão^ accende-se ootrá vei a
torna-se a descel-o paJKvaRpiKir a^ibsorpçio.
Provou-se já por expefèaotía^ que duas immersões
(VasiaabAnafam:pnraideaai}iPMeaac4iiftip0t»>, qae^tn
q^,dAa|to^i4eigaaiiMdaKcealtPni^ «ear«)>éftdafli*«
jdMhbP^fitugttaap ;. ft.ammtie.dét. sei^ttriaKe* ooMw
qjtia:tíi4^ wa.taii^af.pés daidrfcto gaa. '
Q^. iiM)grAKia^«^« tab#oip$Mi vio%ae coBfaaaeiMip! peiat
jm^de^^Mid^B d» «iiiia«^ar/ sajáidáriM^ Hvcpaètn
Q§t mmm^Si dtfcgfh $tmi m#do.(pi9Ka iraba4baiie«ik .
2530
A necesaMiftftojíitei eupípcb-y. pór»flaeàde artift^
sRwwíMiifmíiymmkm tJi^Búfmnm^
mr
SBSSfM*
^km 'itri:ftl0r MlMMrei<ie)irbiÍMl»lB ^) -^e • nattltteza
JK#) 4í«nwi BD Wfmntú>, . íMaeçh 4e, Mr gcmluwi»
Ubelecido o uso dos fofõct , é pot^è # «i8Mr'0i df
ibrrQ»c#m| «Ma ooder-lot^t « tmtaiA.urD ^ sio d&ifi-
iUittoso», punik «o tem c^locéh»! ^eai.;«fiiibios i q^^
#ráÍDafi|ini«|[»te. •ioin^am preparados fira>f»»v'ii j»*-
i>re tudo consomem maito. comlMMtmlt' fM* n'cklit
pMi MO 4 Jb«raia« ta.rfa»kMo 4iiritav^e mb Mo ,
£iiiqui^feta.|>oii5<nqs nãQAtiia DOtca.tM para «hna v b
«WP floa:Kflm5>.i|ii^4o toriow • . -. . t
i:. lia»— i«lvífpr«iai leiamos «m ittff«viAo' rtiQ«Diísal<'
mo-í ipiaiSBMro. ««ot grânie ecMomia 0{tl|pBiinÉi
oMtras: .van(«9ans., os;fo9õfs> Ife/ruiat osqnciÉtscM
porMil» qm^ ^el9mináBlOS •««(«icifliif do fflrwXoceMip
'Gaíllol , nia da Emenda Aw 14. .Qaafa|B«r «aldeíiw
toí. MottMiOtt.fafanfonto do t<irrò otdmprBoodoré fa-
«ikBODl^ft OíAo«flá>< <uidMM»s b4o« :tai ostado do^o
OneoMlar.. ...... |.. . , . .'^; :.-
: /Iiiil0Íi»ao B«i otlNidro éeneurde aau^qaatso pai^
atos itei «Hanta» o de.pijhÉO. f .ittH<l de 4iametmi^Ni
pi^e.Mii^oríor é^estecilittdroi odtaaiimà inug.tfl(mbe»
BMHpIjea da oiio 4roif»sM éeioMtira^ e com «nasidoas
p<df«idas,4]a »rte Ma^ icaBés UMiocofaerft» aomodaii
lomjia criTadn de otiftaloo. . lào moio df cHiiiiro ba
vma divisão borisontal e metálica , com aoBOibok^qsy
fioafudtf ma ia«Ot eWo. cUa «.otftmdo do èonià. -J^a
f arUi iofinniH d» oillndro i • por uao pmtta q«e B'eUk
tia» .««t^lrodiic o se assenta uma oa«)Ea.T8claftgu)aír
choio.id^ aieilo, oodo enoaitaii qqatrO goiiatss do
4oroid«heMrcvlar o com registosjeomo0S'daiil8alpQda9das
Ml«S.,upBfa .as.fifcer sisbir o desooDi^^Estas.lormtov
i|po; ^c^^alloHMm ' do ««eito d« cais» r ardeib identne
dft ôkamioéi de yldro tomO: asadas latt»pád>atf. iQbelal
9€i^iii|*do o«^Ue^ acecsaa as: griaotas', imfiosUit^op
«lwiniitt(o»:oiM>sto lodo no se« Íogaii>» lscb»*so a por*
ta^ Jk ária nõpMUrda em gdnhar b» frata tio tecdnoò
do oajofi qof» irradiaiidcKse pola^atèmoa^m» den^'
IrOiOm Amor.boraé t fea doiftar ftimo iravolitiro, se<(
gmé^ BOoaffinBOn o Sr, Crtiillot , ten aq«eofdo na»
qHarta:aasis taito até ao ponto de>serntces8irío:>r0li''
cor OBiaelma^ paca qoo a.tiemperaMroMoipasse a
incommoda. O azeite » que se consome em aquooor
OMQimomanntd iPÉdat<oaa«s ^ '4iz«>n«9 o orMkn tfue
|.OBi.iaqi«íllo. at sqo úaigo « dpoBás -chegé . a <iim quotti^
ttev/díorjo. O esqnooCadoD do Ar. (baillot é do fer«% e
lotia doirado com drnanieniloa d son» loiíoi é um aso-
>4l oB^rafatio/.e tistoso» o nio: Hie «usIob em Wmth
9MÍi 4n itos mDO()oss - . ^ . : < .
v JSatamoa periimdkio9éa>qno«lgBBa tfebrieanioo qo»«
êoki, iupreiítibplo^o^âtSiiCaAarésv.a viwa BaoMof »
#í a..eBfdHMitè ímmIíçío o forjoii do «apor á >B«avi«to
yodorio ^aváao tendooliDBDdao d^ostal y^mi egoal-e
iNoior.poilbícioiçt O(W8caiÉoBBMHa:fiBg0ll«av mwitoBiais^
liarato.
.S5?l JUhMahnmAt Ar Jntonío d<^ihotMfo Ifelfo
o Cmvwihoi prtfidÊÊiê éaSMúfà^ de í;i«àaa.*-««60^«9.
mu >8ft/*. ifimnoio^
6límtt#DÍsr^«olrr.«\iti(oi««fi iíoi;Sr^d«pyauM jáBlonlo da
4ir«)0do' ilfeKoto OsvioaiiAò': .par tfooftrtmy ^faxf <o»goa^
io ^.j0s9plifí,'id^pBíatfo èXt. 86 piof. M SA
O objecto dos dois intenossoolos opBsOÉM q«#
^OrtloBWii deamnanofaHi, 4 affijp#(9eoU> éo -loii^W*^
ksdlÉB tio atano^passadov 4if.4isoètlooinr ^adiofa* dáB
di|fiioo|MiMái 44Ôisd«itop.sidoa|fpAffodoti9'4torsoi]h^
ros de^alaricsívf g*qiwimi«4o por aiisoiÉpidiiamptiBr^ao
atlrMiui^das dò^sBpreBMPUítiiHMd Hojitttif aui ' < >
Todos sabem, qiM «oito. ndfyÀna) fei-anMMo\ iomlroii
aoégBBr^.parB se<^ro^o#*«oa x^aso»^ etí» que ao s«tAcn-
oní dhdoé om^ltfMiiristanci^ laboraasem' em misllida^
der^vquor (òssopdr idobOéHáénoía «da ordem^ logol: db
prawaso': í{íÈtx fésao porAllOtfpplfoaçitt da 1^^ ^H^
ioiM oici^cimeBlo daeaos». ' ' * •
Pareceu :mais aos Icyislodor^» , M^institoiçio d^ov-
4o:trilMnialri M.que ao IntefpMta^eè por ello dodói ás
4eq/R0 acto àé doelorar fiitea d a(>plieaçSo qõe>til*eli-
lai fkdrvn osjoftesradorridotfv ootitriboiria .ps»ra sè
ir i assina Ottto<^sittaaKmt()''fittHido o aetiUdo das Ms
dlifidosii.' - »••• •'..,... u
M||a>«pbelM, Ott qocoatoprojoeco pen^a petaiHè-a
cdBmrp dos- aenhot*es dopotadoí , pttélicámoa. tfós mê
nopicro iâ8i do Jkêttmiu^Sn OM oprttgo , 'om q«e pro<*
curámos mostrar que um wi1cx> Ifibunal d6 reWita po(>
nfaltídtdoí eid!p«Ht«9 «ò tastos eomé , por èHMiplo a
França ^Rortiigals «ujM 0Stbdo« s^ 4»cliaifr dfsper^òt
piftss quatro pavf^s^&o nmtiâo^ loAgo de ser omo^m
dB«e>''pnyridèws(è , er^ dm inbotiporkaveí vevamo. - ^
• iTaqiboflijtflgomaft iteríduaiMttaão n^cíquellé artr^
i^fk^ aior «oWK» bocéssarid^ a itilert^dação do omo ad^
cÉRidade itaie ftio bSoMidè 'dM 1^, ' sé aio quaidè
ealasrsio osobros ; ' «ssa prérogaUta a6 pede eottiftetit
i».foder1og<sUtiV«V'^q4iOjnèM40attlo «Ite a isso^ftSd
profé /ot^ti4«Ando féV Mclèta a lol ifoe sé M^nitt
roaoabacído sai* eslevfa ; (a6^ fao' !^ tNnià por lãèt^a-i
pbonov' ^u^ém$9,o, &\úk é'efm^ de' au^/ie^iicd)
competea-eada ma d^Sf ittagist^áttos \ tomo' jviâfciaeK ;
eoéK>odminiaiiati3v^/>â1nM)^áÍApio'|M^riítjb^ht^áic--
toiofpia a^cosiaftifl app«]id*f dò&IHrml. B^óndéidrerfi
aios -qu^ leria ^é«M8irtuòlòa«l o^ferKHvdéf qao' iiiltt^
torproUQfids» oMiaaédao do %a^a^'«HMnai f^e%»èiiâ
fiorçadoaobtftgár léditèdo» 09'tájfo^ ^lldilfifa^tes dqt^Flesf
qoe as liouvoásém ptrciVoeMk) « e qoo oil^i^ òs ^ces
dvTArflll a addplaf<ém^rt'as' ccMti^asdas conVié(5es;
saría éabuibai'^) d<y eha^nci^ ao jut2«s; poh qné^slitf
nome só pôde competir a quem julga KvteMeate segdh-'
dotoal^iataméi di( «uá itítéHig<-ftcia. ' '
Efltr«t«Mo os mèillbros d^ Mdatial êe ' ehtíícã^ éml
França,, 'nW iMfreadò ^^a^ ás auasdcelsSés fossem .
ooNK> o^m aid>ífàs' i^oite ,' peitadas pélo^ Jaires' tfd
UvkU^ dbiivoradr (fofèHlMes Ibsfsempor !él òbHgádo^
« ad<9pM^s: e'^^t^dr 4mHá^íto d*este'méthoram«ttt(ydd
eoBd{$id, < qao^ a âdsso IsKiirérM , ottvidds o» mais dis^
HBíctM d^eMi<è ds %dasos jirtícoaáttltos (o dè(erdiiti)t^'
datoéaté <M'Íll^stré9'aiiotbréS' db^ otinVeulos qUe htfd
I ottfiaatiatllo^) áalAiMHèa^ás' «orlei geraeii o pròjactò ,
;qda o^daetb preM«Me da*lltilai(lé de Lftbda/ irécohw'
siderando a matéria, combate na sua memoria: txfH^
ja âefét9t fa^^l^jecfo dás 'o!^e^£^5^ / ^dli sobi^e ^^sa
meaiioria f^biico' ofacondd adtiot* do sel^tiàilo o^di^
cala;. \
No prímeito^ Abn^o à^ni^Uafidd de* afgohiMtòs^dè^
ddBklés' dé^p^tfpkfs iútiáMs apoiadblf pof'^dihiefo-
sas éftaçõéitqaé afte^titm tasta ehiditçllo , phHoAo^hia
lo^^IsMti^^^ld eto.Mtt€fráhirár. •"•-♦';• ••''••;•.
No segundo , postoque se reconheça erodíçlíó 'bl^
talgai"' é imfo MfaordMi^ir si^^ifciddfiè "ãé éi^tm *
deseébro^e osfste^a de afttst^i^tudio^qVkahtoldiJsè ar-
gumento philosophíeò: iOò ààtíiMtílááéiltiib pHntlpiar
« 21
*^«
ju^yigau: vmYsamassu i]JBBoran(a&
-éè fltffoilo-seiiiof}! lei postíkWr». nem outras fonftèB 4è
^fgiiiDecftação ntÍ0:4tif <|4o a^aiictondiNie dw <9ef ipUl*'
«es'()4i«, adof^aadft noifi «ànclhaiite jjmèfi^odetic»^»
constituem «.celebitc èflcolti^qn» eiB^AleniiDht seap^
l^eJMfl ^>lort>a.^ ém Ftança ^acCniiarta.
; .A8fiiQvOr»nu9(re critico Ciiiida4o<t9 «a snaargnman^
l«çÍ0.eiQ'i|ue »ajnplM|c&0 .d'4UiôlHyifâes >oaniéciáa pe*
^ Qovailei.lbo s«prema*tDtÍM«ilal» itefn a deu fiivor a
^ppr9v^ç^o e os 4tppl«^t»'diB;<|ii9« 4odM os tríbowrey
de França e a opinião doa iDUiios e. «aui dialiiicioa ja-o
4e*iQ9n6{ijl(M na<]ioeâcs»e€(»lrangfeiro&.alli oitaéor. :
. - Na} primitiva inst4liii<^B(» .as causas* rorairi deteitivai-
Qi^tte. julgadas polo (fibonia]. de revista; jnas osrlegis*.
ladoj^s, ladvertind^ que tambai» n'este se'j)edia daé
<Mo 4«, mil)idad&, dedei^ninarem-* im».ij en as parlei
ou oiuÍRÍstcrio publico intendendo baver-se.veri6cadò
«sser e9$q ,( Bfe recorre^<|ieioev« aosuprena tribBiiial;
oiP^ra^ F^r um terpio, á demanda^' ordeneursè fveahi
«e «o«Ji|9c«^e do mer^ffimeni» darx^ausa, t^niA vcc>qae
♦^-des$e,protimenla W). recurso.. . / .
.. .0 er«»ditp auc4çur. do- piiiiiettfo epúscploi prebendo
fm inapMgf^aJt esla^ appoiie^âo «i Bo.oaspam q«it:« se^
gjAodô uibimal tivesse iliíTeri^o do.prii]||eiro.» quanto
á app)Ào^ã/o. de. direito; i:QBt^sA4 o^ '(ku)da«ieiitpsí coiti
ít^.Q piiojje<;ti)..de. lèi ntfcídaQ ^ li lOAÍoda (biatipréino
irM^^^iiMíor ici^acidade. do .que ás,maierMis reunttlaB
Aa#> riQla^es : ê.oa^me á totalidade 4« ^mfias, qua*^
do n-elles setKVcr^lgadp iimforineiiíeiite , «as^eaa
^e^tido: diverso 4o aupreiqo tribunal, O mode^tj» fre»
^i4eDte faz .«^pepaís.seiM^irquç «auitos dos m^embròs dq
Uiii^al suj>feiao devei» ter acfibado> de sair dia re^
la«ões onde deixajafà muitos. coUegas, pelo meiíoá.»
tão,:d>9Q<^.r ^QOipp^eHes, d'<iqueHa\!promofãe.
. /jà.jste jrespond|C o iliqstre criticai .q^e , riiio dbe**
t9iite:dc|V;er^ isso v.erifiei^r* ipu^S; veies devefqepre^
SHpiir o,:f^tHraxioi4 .43|m. gei:ii);; sendo» oerlQ ique. « >esH
foiba^^sigQveinies cf»8t|iM^ Toceir i^ftbre oa maif' ^^
tioçt^s peia $»a long^^eiperienciai ^iipírtMAeK>e saher.
. ,j^as'p>afigu9a«nt(^ «obre, que mw ^ apoie .e mtíoo
ob^cvMor, elq^e ,0'UH>uiHi^4^ij^ria de,ser.iHprmtí>
sfi osseg^O4J^siu^0S{)f»dfBseei9^J<yeJÍtiar.aiotel^
ppr-ej'led-w4Jpí--''- . r, 5-5; ••. •::-. . . • : ' .
Admira que uo^ juri^consuUe: de tão .dçliclidA.iiir
^igf^Dfj^-^ni^q^ pt^rcebe^SieL qu^ Pt^^e^e. ^rgwnento iha
1180(9^, p^ição. de |»rj;u^iq., j^m^ ò liç^poiíder .á qiiesmi
com; a «le^p.^ueatão. Com, 'effei^O; iOi^íyim se tcaetiva
de; piví^var prp ,, ^^fi'^ supremacJíe} 4la4MU^ tififctloal
i)iô(^eíi(g«opsL^'r.s&epP(4eclar«|r.a^ll^a seolmça da
pnfpçiipa, reliíção i .j^s q^/s deve .ab«apg«ír,.a .prêroge^
tiy^; 4f ^ígai\>a.s|9gi^^.^elaçÃQ..« ^opíúr-,» sim j.un
E^u^pc^, Se, pQij^,a,qpe^Mi c^,qtt|4ftão é ovidor
d9tepi^ii^t9^«i^f<?ii^4pf ,)i#.Mip.,cvrcnk)rVÍcioso em spíppdi^
que sç dçvj^ipmar^>^;tpAa,i^ iMitude da ,su|^ sígnifi?.
^W^^í' r." f-, V 'li ! "''. ' •! '»" • "' • . . . : v !'. 1
,, j|^cq^<|$fteq^, o jCf^iJiçMr eJteerví^dgjr ; q^e, s^em; e^tâ.
Pferag^fiva.4^ fUjpnçipp tribunal in^por ;í sepMqd^.irer
lação a sua jurispruaencia, ficaria elle reduzido ásieab-:
P^t^gPJ^SW^^ .A>°V.44f^ribuidOE,xie' f^it^ r^nr. ' x
. , |]^firAi^rou^deQl9rar çoDtrarM 4.)ei9.sf^
T^)^j{ã9,p^ffa^^V'f j]á^ cm.,w^ifiF dos oib9§ 4o
nobre jurisconsulto, ao qae,J^ma &^pA^ 0istril^Mè6P<è
^çfeiVWcl,,., ,.,. . i ^ ;.■-• I .:.:-'. •
^ ,^QQÍdj^9^|^os^j^qjQ Jl;lã9l^esi>eravjlmo&;Ç^conUar, u^^tfq
^i^^jfi:f^^y^, ç^].a&$'uip||tô. de Ião seri4 ^at^^HP^a^ %
r- Objemárxaifaí^^^doetòitcloi' (te^MeMá-^qieVMi
ptofnKKftBtowl ,' òooiíeeMdo .de ia«vèdiiicMO '<k^ c«ttt
ea, Is a seTiUnclereeisaáriíUDiitir^oiilra; i^étpresèa
prohibB{io'xia6apto;; -> . «-^ -1 ?•''■-•:?•■' t-.i:- ,>..<.:
A isto responde: brtílluslre bi1tieo:'qte pant o-JiW
^amento do A«pf«ma< tribunal ser itistinM/ era iiih^
ter queperat«e elle lupvesse-debeui /^Mr^qifèaMH
• tem éitp varm jifrisceiísultes;^ '-^ '"<' '"' ■ ^ :
PeniNttawiH» o saWo ^ser? ador Ibe fâf^Àio«*<É(llair»
que lesU coarctada ^implica imia igneve «Gd4upa^'C0ii«>
tra o eminente jurisconwlto redactor • tf rd ita*t 'eDii
lbeiittriÍMe<6p«ttsafflento d^prohlMr imtècceire^áa
de j«i|;ameutr cem a odiosa e iníqua €C«d^<»4ls psfi
leé f6o9orenK:aavidas;-poís>qiie o.ílliMI»èí)«fitiee dit
que ft Carta «5 probíbv esse^teneeire grá«'quát)!de as
páries houvesseei de ét^ ótivfdas. ' i> i : •
Tomámos . a liberdade de observar > aiftiaibos vá á^
otoa JobisDonndtos que mamilo julgamottlcrna segiMida
relação , nem agora no supremo tribunal eensiilÉC
ttmf terceira ioslafaciaV ^in^Ji 4^^hD«r^s9e deMis;
porque., o que a Carta prehaiCf, é que' lM}k> um iei^
oeiho jul^amenlo, Ceado unleamoiilia uia do» #éls ètdtt
refc^madO) mas nenlmai d'eHes'ii*iniUkl(i^ é« poi^
tafláo**: a deciii» dosi^emt) trlMiiãti qbénaiaotté
jeJgedo âe qbalqiMr dhs rcfafQee , 'toniour ueiAiâiM
^quella instancia. .« ^': •• ' "»* -
. /Já fiseiAoe obàerVar , coiíb» a M fr«tteézSs>ol#ig«ft-
db 'Oe síguados: jaezes .aq adoptar a' iiibei^práta^ da
kei , seguiido o pensnueilto -' do trttofKtf 40 ooMoçié ^
os esbtsUioa éa ^naliiiadè de juizes. Mês eenso^lbiM^fi-^
eira á liberdidc.de ínsuiMrar « proceseov > n^^neíléíeèiÉ
acenas 'veaes reconhecerem eUei qée- cftMOrhirifii
sido mal classificado pelos priaoelros }iliei i >0^, peí(*
taatQ^ daiid»*lfae diffo^nie classiieaçio ^ «ra èiast-
qaeote faserem. uma appUcaiçSa> de^> direito' 'd>w»rsa,
não somente éa ào% priaaeiros jaiies; mus* taffibefti d*
^^Mjimmà de cara«r^'I«eoi^oa'qite>ae'e^a'alkera>-
çio'havia de acdtitoderi aligvdUMg • Teres «fMir effeilo de
sincera coovieçio.éaél segvádas^luizeSv hãverMi Miras
ecoasioes ea» fttd eliesiierdesseni oifaetó* para ter ie^
gar a rariaçia.do^dtt-eiíev ;e« assim illiitfiràiii''a «l>rir
gaçâo ide^adoplareBia jtiaisprqKleatia daèrtiMnial $a-
pesior.'. .'- .i:. •-,''•.■.■..'.•.'•
.^Oréeneu^sa pois que eaisegainte Jitina loavem o
i4et0i xomo cite vier efca8aifica4apelDS'priflieih}SJiMS€».
; Ao ouvir* esta disposição roMlcoi^fe-a conaoiéaeíÉ'
pubJiea , horrorílada de vdr:qnevtéetoaiia da>rc%íaie»
ceittlílttciottal , sc-impaiih» aps^dizes^a (dfaofUfia B^
julgarem contra o grito das suas própria* c0iKteiéioJas}<
RsevoUeu^ee d Éeaea^iiamnTuaÉ ,' Jòâbiiicfeov^aa ro» tiaine
de jMÀtes a suni corpo. deiaagJatrtidosoéqdmaíslai^fuoc^
çâo., i iit> indèqesosá/ para eUes , baaiò dlioli^>partfai'
partea..derrepêtir a exposição do fiaeto e^a/appliea^et
d(K direitos x(Mao. dps ipoecedeÉlea: tçièuiNtfr^ilnsai ftf Ml'
transmiltidas.
No projecto de lei que^ fas objecto dos dois oposcu-
jos» impãa«».ao]Bd|«fei0ii^OtíMfflA IMiHM^briff^
çA^de toflNr o feoéâ.omào eHe viar :alalfeifleadd pwos
pi^ÍAieinos-jiitses , nãa xtbitlÉité' a'>siikiBgateI 'pêesi^liK*
dade de elles terem errado, de proposila^ aa'pór'tía^
g^Q.i' u'esta «ta^ffica<ãa;( nt-apt^ar^éasuapítiU é»
igetre9<^a f. oeigligelioias .oir parcialidalleXiquè ottíis-
mo supreitUKtrtbujialy annnliaadoaisèu joifiKlo'^ 4e-
iMr:(er;Mliop<emr seènuelles.: . . • • <!<> ^'
,.^e^f}|}9moft qMe3q tribuDai, .beaa ocsm ^ .tl«aail%f
.i
J^BriBTA • íilflVBRíSAI/ USBOIVBIXiSE»
â.49
^«Bbani em lacros U) « 4ef>eiideac«Bs ; too» estaiiMs
{xnraUadidus qii« elle, descendo da ekvada cxtbi^oru
de julgadtr dos jiiizc» a juJgador da cousa» perden
4iiuíto da sua eoii«ider4içâo >e dign^ad«: sebretado
guando a lei* •• oMfa a acceiiar o facto cotaoe lie V4er
classificado éa reiação, recorrida .som «udíeDcia das
j>arte6 , e>aiiida quando do theor meana» doa aut^i se
4l(^reeoda Ur hai:ido< erro oti.aèvso.
SÚvúsíre Pinheira Eerrfirn. .
908VA áOBBiOA 2>OS BXAS SAVCTOB.
353^ O ivcTOB do arligo 2jl82 d*e6le jornal aubsr
4ancÍ4>u aa4>riiioipfMS razões religiosas ephiiosophicatf*
porque, aos doiaângos se não deve eouseniir « tralni^
IbMU No segundo numero, que se acaba depabiícar,
4ei:ifitcre68aDU jornal o,ChriiUii»i$mo , vemos a mes*
lua dacirtnai eipeudida pekr Sr„ Joio de. Lemos com
Aatita.eioquencâa o poesia como -saber. O primeiro ra^
4^iocÍBuu.soívera mente o objec(o ,. como Tassonic o ae*-
^ndo doírou-o «.i1oriu-ò« cmno Ghalteaubriand ; • e
«aiada todavia deissírann n'elle um ponto, em que nnia
^enna^ inferior á si^ . se podesse exeroilar: -^esse
ptinto eaeeiai^^Hbeinoa n^ hoje , movidos unícanenfie
«do recdo qne temos , de que nos espiritoia dos pbilo-
euphastm pkbeus poasara embel>er-6c , como doctri--
4MI sa » OS' vparadoxos , com que se tem ^dr tendido
sanctiâtar o trabalbo dos diaj sanctos, revoltar o po*-
^a , em nome da philosopbia , . eontra um dos precei<-
Xoa maU ospreasoa da egreja ,• e contra o saino e lei-
]oi|í> pcel4d« ido. Porto, que tem procurado e procura;
ísegiiado a. obrigafão d» seu erScio » extirpar , oh ao
JBenos dimiiiuÂr , !>esle eseandak> e t»rafanaçãOi tio
^eralr tão .eommum e tão .iniaoUiri^elmcnte sof&lda-,
«m n#ss^ dias , p«r todo esteire inofidetíssiiBO.- .
Ti-^balhçr:,^ itan, diaega por. ahi vários torneiros de
frases, dos que4e certo fiem oram nem trabalham.
— Nem o trabalhar é orac, nem o orar é trabalhar:
— a .oração é boa , .« o trabalho é boni : — a bração
é necesaaria e o trabalho é necessário :-«- a oração é
-preceito, e o Arabalho étambem^rècciàa. Mas, por
«jsso. mesmo, éqikeae não devem deixar ultrapassar
a» raias , .q«« a rasâg .« à let puseram entre o traba*
Jlio<« a^4tfa^ão, >
.. A .anctoridade não pôde certamente obrigar nín-
tgu^» a tnrar^ uem impedir a pessoa alguma, sem
•qualquer dia^ de entregei^se , no secreto de soa ca-
<£a, ás oec^poQdes ique lhe appa^uvcr^. Uma e outra
coisa ^tem4>or unko juiz a eonsciencio do indimdâo,
-^ue^ .Helo que (ca e pelo que dcixofu •ée fazer, li
dará jStfiitus. Hi*oiitra. parte; áaas sendo a Religião do
.estado a calbplita ».; tem .o. estado. obrigação e dover
•de não permiUir que a desacalca>, infringindo* <:om
^«çtos positives o. patentes , as suas leis, regulamen-
tos e costumes, Islo que já ^e expendeu, foi de mai^
corroborado com aquella ponderliçíío pbilosophica , —
4le que as/orças, assim dos. homens. como dos ani^
. «■.■■>■■ "i ' I ■■ I) — I ■ . 1 1. ..
ii) .Ha quem ppQse , que ,. toraânéo-ae a jidintobtraçâo de
JinUiçs maii dí^cfidiqsn, «a diininnk^ • niiaeru áw iIqibii»-
ÚM. Esta opjaiilo é prablamalica. Mai o oiieiiiloiMlinjUif d»-
vida é qne,' '^lor «sse meto se difficujta ainda QM^ia a dWaaa
de sem direftòg áV.ctasses dienos abastadas/ Nlo é p^r qieÍQ
<te ^Ir^tat^mas qii« sè^ corrigffm ot ahutos; firâi Uo e^la^ àn
' safianuM ifiê d«uifaaii'«4iaud«aa úoBfmbàâ cuMUaeMaal.
mães de serviço , pafcu^cm de SQ tcfazer pelo descan-
ço ; e que o tral^ljl^o j^crcniiè l -f- prcsuppondo que
nos podessemos reduzir a mncíiinas de molu conti-
nuo, o que é fa ^sq , — fundiria. AO c^abo do anno me-
nos obra que o trabaHio compassado., Considcrou-se
finalmente cortio estas inlerrnpções .1?* fadigas corpo-
raes redundavam em proveito da spciábilidf de, e mu-
tuo amor^ falta porém addiciônar que o rt^ponso dos
domingos não sé emprega so em levantar' os pensa-
mentos para o cSiiy ctA retemperar a energia physica
embotada , e em estfcitat , pclá convivência . os vín-
culos dàt fatnilía e os das fh mi lias. Pôde eraprcgar-se
© empregâ-se aiíhda o mesmo ocfo para nVn qnãrto
fim , a cujo respeito não ha ahi incrédulos neirt espi-
tos fortes ; — são este fim o divenímehto e as prazeres.'
' Àlnda aquelles á qucfh nada cançoti mrs seis dias
da semana , afora a preguiça , sentem rcflnar-sc rtS
seus passatempos n*utn día, em qne tudo está detes-
ta ; pelo^cemmnm nno "vio ao templo , nem se ficarií
-em caza saboreando^se cm amar <i ser' amados tom
innocenciít e pactfk!amciffe;*mas vão para os paisàeios,
para as assem biéns , para nril 'diversões de que não
-é o menor encant!> osabet-^e; que n**esíà hora , tu-
"do eslí feriado « tndo está fol^ahtW r o estreito de
um vnártélo ^e Caldeireiro basta paràdfespfoctlsar O
doakMgo do mundskK), áccordtindo-lhe na imaginarão',
todo o .prosaico reboliço das existências , com^cjue i
sua «Ma sempre krevltavel e 'semsabormente inter-
tecida.
O trabálfky p^*s ao domingo iníringeVtci ecclesias-
lica , — contraria o çTtneípio phHosQphico , — e attro-
pella o direito i^H^ ;•'>- tanto os actKôs como os inver-
tei , W-p^tem 4llegar contra -os pertui^ádorcs do seu
^eci^eia. ' ■
^Wão iscrá |)òrém excessivo o numero dos. dias, san-
ttmcados no ka]endarioporXuguez t-^Coolessa|:i\os4uq
sim , pois ^ué .passara dè scpíenta os de cessação ab-
soluta de trabalho. D'esia conta cincoénta .e doí$ sâ(j
os domingos , os oiftros vjnte„ não os defcnãercmos^jç
sobejos e Tesíves ao geral Interesse, Ora eís-oqui.,, q
que nós — a sèmios, governo d*eslc tpQi no , -p; indubi-
tavelmente fariomos e quanto aples. -^'^o mesmo temr
po que peloç 6rs.. bispos e aúclorídadc^ civis coippc-
tentes , forcejáriàmos porque' dcsapparecessé Ui>s dias
de festa todo ò trabalho e tráfego rural , industrial ó
mercantil com as prudentes excepções ^ que o uso tein
marcado , e a que nem os parochos nedi os prjclados
se costumam opj^ór, diligcnctariáinòs.^ja Santa Sê- —
qne todos os restantes dias sanclos , exçentuando s6
três ou qnatrò máximos, fossem suppiimiiVÒs ôii cu-
corporados nos domingos praxídaos. — Cóm isto se me-
teriam einc^dâ anno dòi^ terços de meznos trabalhos^
de que a plete se iilimenta , e tirar-se-Fua. ò pretex-*
to aos't)ue , por habito e sysfcAia , infringem o manr
dainentb eccleslastico , dando ao vulgo e a todos um
mau exempfo , (J.uc lá vie depois fazer-se sentir, não
sèm gravhisima tutna , na observância de todos os. ou-
Irns mandamentos da Egreja > do Decálogo. E' àe crer
a até certíssimo tfuc Sna: Shnctidáde , com a pruden^
cia , "que o exornà , difcfct^ria' para logo u'mà refor^
maçaòK Ião Otil ás- coisas dó èrpirito como ás do se-
cutu. A verdadeira tefigião em hcnhumaí 'coíáa dan^
na ós ÍDteresst»s níaterhaes cohio' cuidam çs.' tolos, aiÍ7
ícs .'"'indirecta e directamente, bs'. favorece,' is ajuda,
-eos-caírôá. ' ' .' • : ' ;,'*»-' »^ - i.ibii»». -^
Sla#
250
REVISTA UíIlVliRSÁL LtôBONENSÊ.
CQHMEMORAÇÕES.
«OBKAOA DE OBIBOSi
li de Jdneiro de 1148.
2533 Era Óbidos villa forte» cercada â% grossos
muros, posta em togar eminente com ura castello íun*
^ado no mais alto de um? rocha. €oni esta pra^a do-
ininayam os moiros grande jvarta ^{i Estremadura , e
CazLam continuada guerra á muitos locares dos chris-
tãgs , a que chcg|iva o poder de suas armas.^ IVão sof-
frcu o generosa caraça de oircí I>, Afíbnso Henri-
ques este escândalo de suas i^ictorias^ e corai osvsoi-
ciados mais escolhidos do seu exercito lhe . póz ura
apertado cércó. Foi a defensa valoros», e dilatada-;
mas como areslsteoda dos bárbaros inflammasse mais
fi ira dos chrtstãos . atacaram as muralhas com tão
Ucslemída» como gloriosa resolução. Valentes, ep^-
tínates rebateram os. moiros o assalto; p^ém dõ-
brando-se o esforço, echólera dos expugnadores-, o
continuaram de modo, que entrando o casíello-, ca*
deu o fuFoi; dos sarracenos , e conse^u o nosso no-
parcba uma tal TÍctoria, que Ibe 4itato(tf o es«ftdo,da
sua coród ,^ o re.speito do seu nome « o ir felicidade
^Q& ftfrus vassallos aquém libertou de jugo tão;p«sado.
Franeiêco Barbosa JUõkcfktlMfK
ÂCSMDA 90 TMnBOmO^ WR UMã^
f7i4f o oíTíi^ 2409 J.
. âjf^l Sem assignanM d» JRtH^'^ lfmt€^êa/í lU^ ^
nense', c.nao é por luxo-, par«> jimtar-lbe âs.Mbas.^i
t formai" betlos livros^ ji]fixc vão servir d'oç^SQ oriía-i
Inetitó á^ estátite: 'a|fehai o distribuidor roç entrega o;
hllínio hnrnero d'ella, logo gne a minlia íabotriõsa ocr
cQpaçao o i>erniilte ; Teio^ dp fiài apmio; c n^opou-^
fcas Vcafè$*rêuno k família , è fhe '^ígo , — querem' òu-
tiflír oinetl\re dátidà7'-^^tdto uma y«lba meia qs-
tonteàrda^tftiê ha em cazá.* rné diz logo (isto acontece
todís qusTuUs tezes uso'd*aquclIa c^íprcssão , — que
lhe faei-dè iTazerrso ellá tem a nusmòcia quasí de iodo
periida) ;— ^ó SenW , — mestre * da rida nao é um
jivrtx de orações muito bonitas, que nos ensina a Jr
j^ar* <> céu ?-^ Podia não lhe responder ; mas cm Am
por cátidade, é por evitar equívocos p»íra coç» os ou-
tros e^Qi^intes, è principalmente par^^ com minha mu-
lher, qxio oi aborrece mortalmente, sempre vou ex-
planando a minhb idéa com lhe dizer : este escri|^o
hIò c 0' Mestre dá Vida d" orações myslicas» qup você
Júlfj^ ; erisfna sim a rr parl^ o céu; não ha duvida,
e é por fs&o,. que bem Ine quadra um tal titulo; por
que nVsle* impresso da Revista, que não é d 'historie-
tas íniulsas, você verá (Jesínv.olvidos, e insinnàflos, por
entre amenissimas flores d^instrqcção e recreio^s m<i>s
sólidos preceitos da verdadeira religião» que pos le-
va ao céu; aqui aprenderão çqm documentos ?ívos e
exemplos tocante^ o marido , a"mull)^r , Q$ ílli^os^ os
servos, òs amigos .a scrç^n bons e tementes a Beps
no refaço da sociedade domestica , psra qiie'^s^aiip
no meio da spcicdadê .gpral ser bons cidadãos (pcr-
^doèm-iítc./ os que liãf) qqercm, .q^p.9 ^í<Ía P?ivada
Sfja para isto argúmpnto ; eu sígó inteiram^nto ;« opi-
hiSo cdDÚVria id'èlles); aqúi aprendera^, fs^aj^^
bem formadas nio cdm paiavrõos- enpinilícai, e vMir«
d'applicarção , mas sim com 6 sasonsido frticto da exf
periencia a cuUivar a virtude» • a fogk o viei»{
aqui instrui r-se-hão os cídudãos honestos , os patris^
tas verdadeiros de todas as clasêes e profissões em
coisas de sen interesse , e d 'utilidade «fera a pátria {
aqn o philosofilio, o poeta, o bfstoijíador, ophilologd^
o estadista , a auctoríidade pnblieb , ò tttpregado. #
lavr^dMTi. oarUsU, o CMamereiante ^ todos sem dis<
tincção de seitas ou partidos, — tyrios ou troyanos,
— todossemdiíferença, ãqur ])oderãfO saborear comida
d« seir appéCiloV knanjar prí>prM> de íuanftlíiçioC (.Elt
vista d» tudo lAo, nãolerek ou raiM âk ilíamar Mes-
tre dà Vida á JietnWa (/«tv^r^a/ ? —i> A volhâda pergun-
ta., e os mais da família, emquaiito eo enUmiasti*
camente peroro por este modo eseotamrme boquiiiberr-
tos (é agora palavra de •scoliu>)-, o no ftm «xclantf-
-ção, -^9h ! issoè verdade ; — i porém todo^íssoUNiibom
lá vem eséripto aã Revista? — Nio vqm ma»póéo fir;
escutem, edéem attcnção.— ^E esta, que e« lambeiA
«gora supplicò de V. pois que tenda ttdo a «paden^
«ia de lér todo este aranzeK, o não sabendb o alvi^
que eu miro talves o tenba |á capilulwtode elogio s»dÍ6è^
á Revista^ qnand^Biio é senão preamlHilo para o (ls|
de una reparação, o que nao teria togar» so eu não^
tivesse o gosto tf a vontade de lér tddos.os nQioerss
^a RevUta. Na verdade lia ee d*eUa m» aitigo ^40^
do n.° 17, intitulado — Tumulo de amm .Pnnc#f«;-^
e inioka mulher, que á frente dos oátfios oa violes do»*
-mestiqos me .csoutava , régf;ndolãi;efasde bordados e
eosturfts, ia reparando na mudançiai da mmbapbysiono»
mia , qiiandb eu nsifsf/mva Já pslfU úllwsam do artigo;
• éesfimbar^afta com o se» avctor )uiielo da oèf« de
A: AffmsOf 0'Afne<ímOt^ isto é, ^ofionle do ex<oii-
vehlo' do Beato Antoni», como vulfarmeniò se «bar
ma ;-^quo tens to, me diz ella no ponto do «àegar
ab mtsitibiÚQ n^m^pseUt mo^BfMUo (e inda agora) wmvat-
ÍO'.éeposiia dn €sdméla9 -é tãmíha» , -^ tOBrceste-rt« ngorn
todo , com* se te dessem com a^^ma d*«ssas adué^
lás, de que falta si^-i« Tens igraça, 1 he* respondo, é mo-
vmiçBfto involuntário, vamos centilittaiidiS^ que esto *
arMgo cala m»i bein estripto, e do fim ie direi õ mo-
tivo da mínba torcedora; -^OHiem que careta ,— «lae
torna: ella com uma giir^âlbada , Bomott^toto-^mquo
fa chegando ás estancias de Belzebuth , ftft fião Oo in^
^nlo:dt tuna 0^0/a ;•*— parece qno VRto acgoro afro-
f^tafaoe do segregado Satanazt*— Ora não^qMrem^
•lá rir» oonieçott tão -alegre a. lèr a viagem d'iquelle
settbor , apesar do m^lsncolico d'elU , « agora está -
iodo carránctado., como se rmt^china da $teMha lhe
atordoasse 4b ouvidos , .to hpid9 fuitto lho chegaifise
aos olhos ?-^ Não é nado , ocne, e não me interrom-
pas, que no -fim te darei aivazão de tudo.-^Ácabet
ile lêr^ e fiai então, que. tm vez de reparar, elta em
-mim,, reparei ou no sério. d'ella » ou antes olhámos
ilcto um. paca o outro;, e minha mulher kiterrompeir
logo oailencfo diz^o-me : -«-^aposto em como e« s«i
o motivo , porqut le fex ossas impressões a kilOra do
artigo? — Ora 4iz^ lá , 4he respondo : — tu leste,
prosegue ella ,. provedor :d'e$^ bairro no tetoipo à^
extineção dos conventos ; ta tens sido , e é^ atçH
da administrador do mesmo briirro; tenbo-t^e ouvido
discorrer por muitas vezes sobre apaneira » porq^Ç
tudo se fea e tçm continuado ^lí boje; sei qoe é»
UD) M^imi^.tQWnmo ida oonscrvaiio d%i .mmhk*
imVlSTAv HNIV.EÍES1X' I.I8BOWE1VSE.
251
mentos antigos , e religipsot; *!• gostaste poí isso
^e lêr uma espécie de censura , íèita ao desihasèio ,
«om que deixam cahir cm ntinas ô desacatar ass*
igreja rica e amplamente mimo^éada degrawú^s olfm^
tus de no98oé r^U , -guanjdo aljiás podia çonservar-se .
c daír-jjie-ibe alguai desiiao: parece q^e te does por
não teres feito alguma requisição a este respeito,
•como auctoridade d*este dialHíito; :£nia i asâtii?
Ora dizc lá? — Assim é; mas ninguém talve» priin«iró
do que cu se contristou dodesaimparo e arit)iqui|laaaa9<
to, a que, como se fosserat>s am.Gelulia baabftrai. iam
a Gear reduzidos alguns edifícios monailicos, modelos
soberbos d'architectttra» luaniimentoa primorosos de
relíquias venerandas e sacratíssimas. — Por entre as
arcadas gothicas , sobra, aa nSffiS abandonadas * 4\0ni
torno aos altarss profanados, através dos claiustres de^
sertos , carpia o gcnío 4a cèristíaniaao , ao ytèr mur-
charem-se e desfolha rem-se ' (^ flof Soa preciosos ji ^ue
cm eras meUoâ.oiíiHaadas: (direis.) « loU» mais felizes,
cng<!iml{dava|p os templos á» S/enhor EiivoUa em ne-
gro crepe a religião sancta de nossos pães estremecia
horrorisrida ; e , ao s(ipío .ressequido, d^ denlania íia
destruição, olhos e mádidas f«ce&:Cobria com as
mãos, para não vèr o abismo ^ om que seu$ (ilbo$ íanr
a precipitar-se. Era um facto Uemendoii Vtqpí n^^sua
insondável ^mais^Bcâa a9*ifar;apermí|ti;/). Entretanto
aindd, âJigtiçia houve qoe lés estôf guia liara oppór-se á
torrente devastadora; ainda alguém tentou salvar e
conservar pelos modos possivOis alguas 'd'esse« «loau-
roentos da nossa passada glpria» Longe csl4 talvez «r
eximio archeóiogò , auctor do acligo, de dirigir^ift
a mim com a sua censura ; maa. eu não df iit^rçi .^
ihe dizer^'puUii9a»en(c, que reQOobaci, e reconhe-
ço confa elle a impqrtançia daegi^f^a d'aquelle ex-
■convento ; que tentei conserval-a , que d'isso posso
aprcseiUar documentos , ,e que aânda e» I33À me
custou uma iirtriga traiçoeira a: juíonn^ação que man,^
dei para a administração ; geral a» ia>ov da mf^a»
«grcja , indícando-a como maisaf^a^ a sob Utip^ Q9
respeitos maáa coikyaMtntev para ahV oiontinuar a exis-
tir a j^^roçtiia. :!!* §,..ílv*boJOine|i ydo Beato Anto-
•filo , a que .pertence aquelle sitio. Era este o meio
de oensorvar a egrcja » SQ:«ão com a aatigo 4sf|lf n-
^OT-, ipelo 9neaos com a dec^èt^ia |>racifa a qbi lemA
tplo magniUca que encen^ay^ roemorÂaa tão.çbwas. A$
^razões ^ue para isto dava , $ãQ as lãosmaa apr<}seQ|a^
•das pelo auçtor dovart^igo .a fav<ar da obra a que allu-
»de. Sc não v^^pR^d^í na. inioba Jn£9rtiiaíção tantos do-
-cumealQ^ 9fiçJ(c%W^C0s , disse quanto uma auctori-
dadc, subjeita a um complicadíssimo expediente de
negócios públicos , pude itlcei' , e quanto era sufK-
ciente , para que ornou, pjij^mr fosse adoptado ; —
parecer inleiramentc^ít^riftfrteie^lBs desejos e votos dos
habitantes d'aquelle sitio ,.qae para tal cfieito dirigi-
ram um requerinifiUir::ft:£WAtta8llladc , que ainda
hoje pode -ter deferimento sem qu^ibra antes ,çoin,p);o-
^Mtò; déí^SufÃí^^^ j?tíjB^^ i <jb òst^iilb \ , Wartin-
á^é por 9^'tê, ©oâo ,0 oaâ) V q«e se Jaippijl^.jlJ, tero-n
i^ 1^0 n|ê .^QhQja. para es^raiar^m^ om^aisiMplõ que
•arrastaria «mtaâ conaid-eraçCesj.; * peréW >ai&p posso «
neaa .idei|o*iarmnMir o mdu di^urso áêrW npplie^ nU
«mà ««Traal^^^a^cèHas ^prHsdes , (Jiím^ásirtdo pòéti^'
3à*'/-'«ott?'^eíí5;aetriprtdfei'. I»almí*rríft|, quiz aderna?:
'?. ^^í^l^ííSlju.ífi^f Walfe^*^ ^és5r/p}^.aVwío>
iiffUi Pnnceza. — ^À extincçao das 0rdQiUbJlf9|»sUfiaf
foi- uiiMt neceashiade ? fòi ura erro? òo fiooro preci*'
pitaiçBO wM mèmk porque sb ejptinfftãrani? Sio entrarei
n'esta discussãn inteiramente alheia da meu propasf^
;to:abalis^dos intendímeolos portugnezes se teem da4#
a.sianifaante tareia.; aada um^fiqUeioM a sua opÍDlãa.-
Entretaalo a eslinoçSo daa ordens te^giasas foi^^m.
factoiy e-for uma oonsequaètia ínei^itavca 4i4 eonven-
tts-iScarobn sem destino : • alguns «ti^epamif ilepeU idiflb-
rentes appf kaçõés » (uitros forati vendidas; nMís'8eja
dioto em «bano dat v^^rdade , aam que> entre aqui ofr»
tra. aigoma consideração; nenhum dos ) hom(<nr fqire'
desde, entia até heje/tem regida a pait, à^Têán ainda
de teraconsMleiíafão possível por algumas egrejaa p^it^
tenoeQtes aos eovMnlaa, que entraram -em vetida :'
: asatm. ^eocuéceu ^on o dos cónegos da S^ Jaia i9ran^
gelistaido fteatQ Aiítonio: é verdada <qii« tfi« tem ha-"
vidSo, Btm póde<havt)riC»rdadO'na aau «ceia» povém
as parlas ^tio fechait^fr- <» «a cliav«ã em p<id»r < d<ií
parocho 4a'l»egpeaia^ alguém Domiado alii^pét^>«(i^
. trar aeaidfMtaliaefKc v a 4ljinaa fidta. do ^Uiaftâfidano»*
.-^porqaa ^em iirerdad9*<islá abaiMoiíaiel*. Camlodo/
pélo..qo0 |>eneiia^ aa, a)f|>a dl» édtAtia que fa4 can-
vento , e que , como o Sr. Palmeirim ass^véni > aléW
de ter servido de a^uahéliiiiieiiu» a áolA dòa,- foi' p^è-
sa de.uàiittoeÀlfai.-^iev^ difOfi, e tem ainda ago-
ra a applicação mais brtHtante , qae se lhe podia
dar , visto qu9'f^' Mi% nic^^adiB^- deixou de ser
caaa''r%1lgiõsa. O benemérito e honrado tfaàdão', ne-
gdcfantú da praça d* esta cidade, o Sr. JcSp <!$ iSri-
to, comprou aquelInspaFçfdjÇS t^snad^s» e o resto quo
aíÂd{i. exisiia do. ediQcio , ^tejrr^uidiçik pUit gx^t^de yf^-yi
ma de contos de>riis; .&em< poupir láesitesa al^naa.
eaie haiaem. d^nimo gqaAdiaso aili'fitampu>«meat»ba^*
leçimento d'industna , digno de yêr-se , e digno dd*
admirar-sè; í>ena é qóe bSr, Palmeifítt; sé nlSio
demorasse lá, din, Çouco júâis , ' para cq^,. (( sua. há-
bil "p<^á nos dar u^a 4^^W£^ id^cllç ; ..p que. f^n
certo não deixaria de fazer, se a sua viagem ao
sitio não fosse. i^xVMm^%to « «rs^. o sen espiri-
to estivesse menos previnido. Que vá ai li , seja
quem fór ^ e ifua dieispMv de pircten^íÇ di^n . se
um rasto deposito de aduhllmê é twsiihi^ , qiae tem dé
servir á labotação è •ir|fiífga>-dos^ 6ptliii6s< nrinhos^^ , «r
agoardentes da nossa tern^y é.Qíofsa qvne- barrar ÍS4^^
Que vão áquelle soberlK) estabelecimento, e aprasivel
residência , c que diféfliUados*; ^ ae é* ^idoí*" dã''ira-
balho tão útil á humanidaide > <ifòma b^dè- nos dir o^
primeiro sustento « — pào i -a ^Inho^-^ , 9c' a alMníiné ,
e fumo de uma rara c costaaa<>mtialiifta' de^vtff)^,
que mòe o ttigò ; ef^ek^t fiMTittW ém differeotes
sortcb(t>^saii<a;haièlii <dée mariallasi^eti^ados em fa-
bricar , e reparar os toneisy tem alguma simílhança ,
ou pôde designar a habita^ d«^ éapiriita-d»» ire^?
O diabo ama a ociosidade,' qa^^éa-^iua* goiolida,':aOD^^
de sempre encontra o vieéo éu eHmai )or pa^ttao' qtie^
aborrece o trabalho, que faz os Aomieiis >viptua9is >^ è>
bons para Mnià.?'€^lipBçoat tsds e^^^dbdos, e o rosto
enfaiVttáoilto.ido 4M&omiJla]»a«Ja6a^ ã|oaMio se empre-
ga na sua labolação , é mais agradável ás almas bem
formadas, do que as guedMUak' ^iaadaa .dò-|pli«1n|:o
ocioso e devasso. Ê coisa fioní.fiolavcfv' ^íê» itàé
bando de tanoeiros nas olfteteas'^ dor sub a^abiâié^ t «y*»
labusados em borras deV^ínha,* 4 arqaiatiiddàai.itmiá
fogueira asi.iidíleUas%:paradt84c <aO'é)r/ta]mcirim um
coDv!cfiílní#biáB-díAlmtt;áa.por^a«idaáajf^ Mais de-
253
REVISTA UNIVERSAL LISBOTTfiNSE*^
presait (eriain ellea essa similhança, «o os encontrasse
9lli eom os rostos lavados, e de bi^dinhos brunidos,
eofruscados em extracto de mel , e vestsdo& de judias
Wr()edaft» dançando udm galopada enu rod» das pèpa&«
£niÀiii o sitio €k> Beeto António^ estaria boje ermo , e
pavoroso , se o Sr, Joio de Brilo ahi nio fesmára ,
alé» ^e «ma bella viveoda , um estabelccupooto tão.
útil e iransieendente , que h(\je está dando de comer
a nujta gente, oc^uf^da nos trabalhos da fabrica:
laiHlfs pgessoas curiosas alli vâD todos os4ias yara re^
orenr-tAe, e.eiamiaar a maebiua àt vapor v e os íq«>
genh^is 4a ÍKbrjea do Sr, BciU». peie que em verdade
estíi tado arranjudó. com o maiof esmero. «r^Conduo
por< assegurar ao Sr. Palmeirjm,. eom quem simpatli»*
so» qf e se ao correr da peona n*estfts linhas, apreasa^
das^ eseepoik aslfuma eipressão , áff que* tánda le^e*
mci^e pp&sa offender-<se,- eu a deu por não eacripla^
fois que não. fot nvuba intenção detraU-e^, mas sim
lev.anitalr a censuva.com; qu« eu » na qualidade de au«
çtoridade .publica , e mais algiàem pedÀa » k^iúUmeft*
te ser #e«ÍQiade; concorrendo' aliás par ^esia iórpM^
quante em mim: «abe» para a ceparafâo do tumolo de
^ml/^ príoceza<. .
lisboa i6 de^ deaembro d»* 1843.
.. €AI»iKim I^JUbATIíBWVé.
^ iS^3tf. Btf Fasm falleqeu o distiaolo po^la, cpacilia^^r-d^^i^
çhola aajigacom a moderna, Casibur I>blatiakb. PaaaaaU de
tei£ mil pessoano acompanharam á derradeira jMHia nocemUerÍD
do PèTB Laehúiset omie Victêt HugOy e Frederico Sottliè lhe
ftaerèm eloqttente» ofaçAét de despedida. Orei doa fHiiicekiás
MtfwKm uai aj|idaate d» oídent. ao 841» de ftiade, para M
«Coaçar aaua. pmleeçíto. Foujdoa.p^vevje poucei. anafaste.
4*fWiuii,lo.
For e»U oocúi&or a^o ^eiz^rá. de ser lida, com dobrado ía*
tercsse a segúíDÍe mimosa* peça de^oe^ia, ç.om|^|a poraqtwlle
poeta, e rf^cÁu-iaiitoda pelo nbiso bom áílii^o o Sr. Mendes
Lctti iKA |)rilneifos- diâi. da aA' oeiíTal^séeBça:.
A TAeWk
IMt.
2536 ^Qsxif me eqoentpofti, )íá.'na.9epra^ ,
A va«cca i^reta. §ix» eii tiiibâ*?
Cbâmo-^ em vão : nã0 «ae responde.. « . ^
Fead^u-aeia.fqbretaqoiatia..*
■ QoAroS' besa^de mefinSoitisbr». -
Keea j4 ou tcos beua queria ;
NãU^.VÍAbia já m9is.ningnem :
jglr^a A jnioba eompmíbÂa^ :.
r , r .i A tecc;i preter:».;qf e? eu tinha >
.fiaem. m- a. encoiiArou}?.-»^ coitadinha !v .
. ' ' . i . — r. ••' . * , . '
\ ii-JUçt teores Ir pelas nMílaar. . ...
iNir com ^.lobo oarniceít»<^?.
^>líio enve&.ehamerHe ttiiando
O n«!iiaJiel.rafeifoT . d .
I 1 w, . ^â^vacca l^reUi, qde eo.imfti^
- t -• >/ ..iOuofâ pi'aencoiitcau.?;f*^ooitadiohal .
r •.•• -. ^ ^' ',• !• • . ,' . .; .• .»j
r iJPaltoMe, ac^aei ftiUodMe 1
Ka.mMi|edoir*a nação.f
^Não.iaaÍA$ ta Jierva fireaea* ^
Km^uantOieitMem tínba' pfte? . r 1^ '
j ; 1 . {À vaoca pteU» que eovlllifca»
-j: '* V. i(toníRlu'di;enqoiUi«]&tiié*-iiiaiiaéiiilyLt ;
j: .
Ai ! sem razão nve fo^ste , *
Más palavras nãa te dei. . . . • "^
Só. se foi ba quatro mezes
Quando triste enviuvei {
ik vaçca preta rque eo tinha ,
Quem m*a' encontrou ?-^ coitadinha l
Eras ama de meu filhe
Que sem ti se vae ftnar:
y«nd<> a arriba no deserta
^ Quem m'a ha*de cotis<>lar f
l A vacca preta , que eu tinha ;
Quem m'a encontrou ¥ ««*- coitadinha !:
Qt»ando, em Maia, reflorirem
Estes nossos arredores,
2 Quem ha-de leaar-4e ae pasto
Toda enfeitada de fiares?
ik vacca preta, que eu tinha ,
Quem in'a^ encentroa ? -^ coitadinha t
^Lembra-te, ingrata, du dta
Que eu tremia ca*a sesáo^
E mas por )ivrar-4e ao fria
Te cubri c^o meugavãío?
j A vacea preta , qtre e« tíníha /
Quem m'a encontrou ? — coitadinha .^
Ad^s . aem ti voTtaref :
Procura mais rico abrigo ;
Basca outro dono qi>e eti morro. . . «
Horas de Deus vão eomti§fo !
l A vacca preta , que e» tinha ,
Qiiem- m'a encontrou?^— coitadinha V
Foge á iíev«e na montanha,.
A' sombra foge no vai i
Ha-deacabar-^e esta pepda. . . .
; Has nio te desejo mal t
i A vacca ptcta .que eU' tinft* ,
' Quem m'a anooátrou ^ — cokadinlU !
Vfráíi co>S' pottbis rapar
Algum dia » minbe porta :
Viráa tarde, qiié has-de achar
A famillia então ji morta t
A vacca preta, que eu tíbha',
> Ai! perdeu^se! — cotiadinhà!
jssmut
Um ^decreto do govereo l^apapl^l de |Údfi«iiil>r0!^^-
cortes. A faioBa CKrísUnxV e turDada^â cfianiarDarao
sõive as eortes. a raiDDa ^.nnsunxi e lurnada a ciiamar parto
fteiao pata bitoradesttà filh», ai^ifâota D. Varia Luízá. Acha-
sfr^ I^itere-séráTeColiida liá ^tHmí^irai pavoaçlió htspairiíola
por nra esplendida. eorl^Jo degiMidea^ caiaarliiat^ t ^tMtaes,
AmeUçr penu«ii^ aioda no forte.dafl^^iiffrat , má» proMioM-fe
qve brevemeole haverá capiUila4o^ Os fiifq^»^ fue /|?fsa
campeado por Viijeiíciíi e alia jájiUinnba^ «^ «codo paiml*
meate bktVJus por uma eolumi^ móvel. ^-iAiguos jornas' po-
réai suspeitam aoVos pro/BUDciaiaétttoá f recoiaaiettdaoi aogo-
v«tt0 ti|il*aoúi«
REVISTA UOT VERSAI^ LISBONEWSEi
653
ACTOS orFxoiAsa.
Í538 Diênrio. ih governo I de JmtetrQ de 1844..— Decreto
i9arc4tndo o modo como se h%o-<}c (cobrar pt 6 |iõr çeolo do
pescado. Venda .e remissito de fóroa e pens^^íH.
idem de «. — Ordem do exerci lo n.** 46. Venda *e remiwâo
de fóros e pcnsdci. Amortísaçfto e qneinla na jimta do credito
publico de ffl8i068940fi téi» btà ^p^ia^de credito de ettado.
Idem de 3. Seiuãd re«l da aberturft das côrles.
Idem dt 4.— -V«pda « femÍMâq da í^oa e ^entõef.
0 Bjsi pos >i.oaisTAS.
€539 Lb-sb no ior/i#/ dú Cpmnterciò dd iiê-dfí-Janeiro uma
Carla que de Paris lhe escrevem, na q\\a\ fatiando da loteria,
qiie DO Palait ítoyal so fei para aâ tíctímàs da Guadalupe ,
di35 o auctor o vegnri^e.
n Muitos doa donativos ollereeidos por etta ocoasiHo ,' exci»
taram a admiração dQ$ curiosos; ponim IH» sé faiieápnpla, e
esfic foi ofTerecido por um hooiem que a tur^lljiio, politico :do
•cçulo XtX arnjou do Tejo ptgra oSenna para rir. sçr em Parix
«nia verdadeira cefebridade n*um género 'de industriarem que
Pariz não conlara riral no munda. Dfreí a revpêitod^^elledáas
palavras, porque o homem merece ser conhecido.- »
n O rei diís floristas chanm*aer0Aslffii/m^ t Constantino é
portnf^iez ! Entre as yictímas que o yoIcAo de 1834 vomitou
para fora de Pbrfn^af ,' acimva*se ifín portaria ndeira do bata»
Ihao de TÒloBtarioa realistas daViHa^Por, natural de Moneor-
YQ« qwB doa aflSBSsiaos da flUft, terra, fugia para Italiii, para
onde via /u^ir os mais. Algum tempo passou sem o^:eup«çfto
em Itália,^ onde em brere a desgraça lhe ensinou quanto ura
amargoso o pSlo comprado com a vergonha de o pedir. A to-
daí às portas bateu a vor «e achava emprego para d-ús braços
^iie tinha , e todas aehon fechadas'; d^aqoi colligfo qoe , se
«m si mesmo nfto encitntrasBQf reeursos, debalde os proenrifrfa
«m outra parle. Lembrouose de aprender a florista. Dii elle
que fui o acaso que lhe suscitou eata idéa; en digo qu« ^i io»-
piraçfto. »
n O braço direito da fortuna é o trabalho, e o esquerdo é a
érortomla. Constmtínâ poz em acçSo nm e oufro , e em breve
ajuntou 500 francos. Quando se viu tio opulento , lembroii>se
lie pairflr ^un Ptern, cujas fk>i«s offliseíairaiíi a belleva de to-
êh» as que «e faliam em Ilalia. Seu idicto, aeu feito^ mas.qiiaau
do entrou em Paiiz , achava-se com 30 «oIUos de seu. Doesta
vex não lhe foi preciso imaginar muito para. obti^r meios de
vida: fez urn raroalhetinho de ííores, foi com eile a ct^sa de
vm dos melhores fabricantes, e perguutou-jhe se Ifio queria com-
prar. n QnetD é que fea' estas flores? perguntou o dono da casa ,
examínaiKloHis. »»_» f^i eu, nsponden VénêieHtitfO. »^- ir
QiirreU viritraboMiar na mioba fabricai n-^^n He muito boa
▼ontade» Quanto me dareis })or dia? n — *<,jTriiiia«old<^,.casA
çaom a c mesa. n — n Esti dÍ£to. » ,
n No primeiro mez gaobou Conttaniina 30 foldps por dia >
■o secundo 50; e no térci;irô'100. w
' W Vendo qite'af coisas corriam d 'está maneira, pbi easA por
iua «sirta^ Com 4iie resutlaito ,< di-l6-Mloàt circumstaneias em
q«« aotaalveate^ ae acha. B«tÀ>faa mesas áde quabo aunot «nà
l^aiHt, « já possue \^ fundo da «hiseatos mil fraKea que em
fregoiieta rcfdas de e^aAif rive a* uma casa de.qoe pag» 9
vil franccis de renda, e Icm 30 oíficiaer d'âmbos sexós^que Ifji-
Ml^amem sua cara, «aquém dá deéòmer.' Embreve terámi-
lhdeS7 éepfkin do que,- méiioB queíxosí» da sua terraqueScipíSb,
irá pedir áqaelies que o prosereveram 8 palmos de sepultura
■a terra çm qiie.M^çn. u "^_ , , . ^_, . . „
» Jh i^orès'qiTe Consfannaff^fk\ttfcn\. utd teèitt otíltá diífercnça I
4ãB aatiiraes, seaSo que esl»i# riHrrrlHim & as d'clle nÍo { as fo-
ttaa/wpetalu, a cte,.o.cticirõ^.bffpxH)ili«ade, todáex)»mais
iasigaí4eRalei «lecMf «ees 4u, aatufeani ao imita^Dsoom à ulfc^l
HKi perfeiQfto. QAimdlo casou a^, pqi^f^ya Clleneotina. (epi- £0: ép I
mes passadoj eopeçsmemloti-llfee a, raính» a coroa é^ /lorçs df
lâirángeira que sua filfia^ segundo o cpslUméda- Franca , devia
IcTur bk éabeçW, qtiando se apresentasse 'perante o aílal-. Le-
fou«}hè'tViK/^i«ÍrÍb9'dtusgsv»dfose-!fie que esrolliesse S. it. a
qèe qaiaemo. Mpotocpm a rtifilia foi a stta e«eolh«, disse^mè
o «rlista: n. V). V. pcnlpcip^ar pontfnkaqnella nSo 4 peibr ;r4qiii
aa deixy anpba^.f ptlo mvmo preçf ^,ama aá; f iN> t»ia .sp-j
fviale c^nheceu-íe que as flores de uma dVlta^ eramaatiiraat,'
f^rqpe efUvam todaf saicluis j m oibot a« vim ttãe, eiami-
naodo a coroa aupcial do su^ aiha, nlo tinhaoL podido per«Çr
ber a diTerença) n .
n Q presenie quç Conat^niiao ofTereceu para a loleria da r,iinha
foi egnalmente de 0nre« feitas prU sun m?lo. A perfeiçítodVt-
làs ejfciton tal enthustasmo nò mrmdõ /unhiohã^fâ e ^elerfnnte\
qoe aUi mesmo no salZo do Pu^ms Jiê^ homens e s<*i*ora«
romperam em állot griJoK five CoiutoMiUl Fiee.le B^sdes
Fieuriãtesl Dcsile estf dia ningiiem conhece C^nslmifino s^nS»
pelo nome de JRei dos Florhfm^ : a leUa que nJo Irax no sen
chapcu um jamo de Fleurs ConsfofUtnf pflo 4 ninofuem; »b cn-
cominendas que lhe vem de todas a> pnrles de França , de In-
glaterra' e atê da Rússia , sâo aos mboteli, »
matmiAiniirM «'MbLmiyk&^'
2510 Ha muilt) q^dín fiegótií o dirfcilo de l)ftte*r;
como uma afropellação do (!i>citò , ^né . no acto àé
pagar a ^iia entrada para u'spec(acnlo , adqiiiril^Qi
os outr^os de jíacMícameiíte se g6s»rem d'elhi. — Nntt
(fnel^etoos tMs ser fto rigorosos : o t\n\^rtttir}o é «m
fabricanle , qne se fai pa^ adKmlaâo . ' e antes dé
nibstrar a sba fazenda; se u^dtr itiá^oii estragada,
nao ifica aò sèu ft-èguez oúlfa desforrar, 'séhSb mãVii-
fesiar-lhe que está descontente d^eHa. ^Ufaffqnem ê
o fregtiez ti quem se ha-^e recdtihecer este dirèftô? -^
nnicameme o pnhfico; e publico nãÍD é^setiâb a tòta^
ridade ou a malòrhr: logo a totalidade' ou a matôrra
portem patèar , [iresu|YpoiKto , já- se sabe (b qoe n*$
nio afflrmaremos) qiie as paleadas não unanimes, sâo
licitas. JsarVo depois de tÍ»rní/nado'o spectaciilo, por
que entSo já s^ ikIo perttirba o diverlimeilto de niti-
goem),
Acceflemos a posse líelKa e o costume como di<*ei-
to. O publícb póJe palear perturbando e inlerrom-
p(^ndôr a representação ; ^ mas cora (Júé loífica se po-
deria iransfbrir esltí já de si. mui problemático direi*
rò parb a toinorhi t íComobao-de ifaeía ailzia de ho-
mfens que não píiyaràm mais; Iranslornaré embargar o
récréíodetnilpcssoasqQealogarfimo spectaeulo para o
tfsofrulreni ínfoira e quietamente? ^ue ò approvam?
qhè esiih) patenteando a sua appròvaçilo ? e com esse
mçsme acto pr6testán'do contra a vibfencia e roulk»
que se Th<*5 faz? É absurdo, é TÍoTaçfeo da proprie-
dade^ é infracção (So principio das maiorias, fuftda-
mento essencial de lodo osystema poTitfco mócferno »
e.é na a ucloriíladfc vergonhosa fraqueza o consenti I-o.
Nos Iheafros éurôpéus de primeira ordem, em cuja
conta entra > de S. Carlos de Lisboa, ha tamben>
paleadas é esfromiosas; ^mas quando é como? — ^ra-
ramente , quando Tal a pena, e cTàdas V^a maioria.
Em todos os oufros casos , o grito de , rua , rua , à
Ta porte, ^ força os díscolos aò resí?ciCo. Se assim' nãÀ
fosse , os theaixos aríisUcós nâo distariam múitò éní
decenci^ e cathegôria^das praças de loiros / ou das
dak^ças de ursos e macacos nos arcaíaes das romaria^
proTÍncianas. .' . .i."
, Em S. Carlos observa-se', Ká mnifos annos, o coiv-
trarío^ e é esse um á6$ argumcptôs da irns^a sejya-
jají^i , com que os estrangeiros nos aptupam íios seus
jòrnaes ç conyefsaçpes. "-^SpCfa.çTos, cujas compa^
nfcíiaí teeVp >rdb guitas Texps das'melhjDre,s« que, i»^
mais cantaram em thealros pobVes edè quasi gralultò
accesso,„ S. Carlos tema sigixft /de sqf seiatf|^re , lyra-
'nisade é domrnàdp^fnio se sabe. jjòr q^^ii/por bito^^on
.dez^partíçuíá^ce^, tiiOuídos pos seps.ííiiios.. aâí>j pelo
amor e cotíbecimenlô d« arité,^. mas ^çjo Jamòr e
çflíjiheciíi^entá de Ui oa Ul àaW: .á>q»li,j',,W»pl-
lás íoe^mraiiYcis guerras ãe afrcr^ *• man^^rofui >
554 IIETISTA UWITEaiSÀL IITâBÔl^ENSE.
d« hoUfintstas c banUi*aê , e hoje -* iqwm ft'0^|
creria? — de oíivierisías c de rossistas. I}'siquí a per-*
da que lecm j)adeeido« na sua força moral e porcon-
sjequencia na iua virtude medicinal , as paleadas.
D'a(9ui o tédio, que as pessoa» sisudas e as senhoras.
nio edstumadas a presenciar grosserias tabcrnaes, já
y%\S sentindo contra os líneos d'aqaelle ciròo , cba-*
mado ópera. D*aqui as novas diíficuldades qoe os fu-
turos emprczarios encontrarão para acharem cantores
ou dançarinos de mérito , que se resolvam a desler^
rar-se de Roma pára entre gotas esaurómatas. D*aqui
cmfím o faU^rai^alé^euprczavMs; <^ Iccliar-sc her-
molicam/çnte o thoatro » o ficarem privados nauitos
çfiintfnar.cs de .pessoas dos seus mais agradáveis s«-
^ões,. .e os dez jí^u dpzc auctorcs de lãobella obríi re-
duzidos a trasladarem para certas eazas particulares ,
l^om. privilegio de publicas» as pirovas do seu bom
juiio» do^ suu. jiustiça e 4^ sua educação.
Sabeiaos 4\>® ^f paleadas ^cixitosas teepi ainda oifp
trás, çapsas mais. qojcutasi — dc&pcitinhos de concor-
renLes supplantadoc ^ esperanças de supplanUrem pc- .
Io encèdo aos que não podes» egiialarcoqi, os méritos,
/(iesfii)cras de exclusões , êtc. etc. eU. Ma$ as causas
principaçs sÂo induhitavcll)[^^nte estas , que aponta-
niQs e que não queremos liistariar« 4® cmredinhas fc-
piínís ,. ps quaes /i Xal incremento são chegados pela
impunidade certa, que na manhã de domingo ultimo^ '
ja produziram um acontccim^uUo atro^ e inaudito ims^
nossos fastos Iheairacs^
O Sr. Antmi9 Porto presidia ao ensaio do Regente,
ílavia no tablado bastidores e serventias adJACc^ites ,
jínais de cento « cj.ncoenta pessoas ootre artistas, emprer
jgados e assjgnaíiiteii aquém graciosamente se permitte
pa^sistíj a.ia^s ^ãqibs : um dos assigiiantcs (não^pómos
jioínes , íioi^de se Irad^ dje vergonhas^ requer, ao Sr.
Porto , cujo conhecido c amigo era , djjas palavras
á^in particular :. o S^, porto leiania-se ímmediatamen-:
íe ,. dd4hc ò braço , condul-o para ò fundo 4 9 soenaJ
— rJBra o eiiso« 4]ue certa dama, es£ript,pada pela cm-
prQzp , . c ^cla empreza a^orá envlida para /o theatro
lio Pofto . qu£ri<i lieaf na capital. Uma claUsula da
sua cscriptur^ a obrigava a obedecer ; mas o ol^cde-
Ver nao TUç convinha , e invocíiiça^, segundo pafc^c.;
uroíi promessa p^rtícufa.r , que 'dizia baycr-lhe ssdo
{cita peio Sr. Porto |Dxtr.r o iPi ciai mente, já se sabe, .vis-
0 naQ,'scr'enc cmprezãrio, e qu« portanlo sú podia
significar q« jbcus lK)ns desejos e a promçs^a ^os seus
Iluns ollicibs* O Sr. Poft4) respondeu coirteznicntc ao
j[>lcnrj[)òténciar2o 1^ que nao 6ra cllc o auctor da repo-
cão .nem estnyà cm sua mao o revogal-a, Continua-
da, 'cxpTicàndo-lhcô ncgocío , qúáhío o campeão da
pl'j)i)Íorida\o\zudo da grossa bengala, com qucseap-
pareftiára , 'lira dJscirrfcgou' violentamente por Ires
vezes successiya^.,sefn, lhe dar tempo pâr^ defender^;
se. /A itídignação , *'<BxcUaífa por este acto <íe brulaJ '
^eml^tacia, fòl j^eraf e impetuosa.* Alguns coYrçram
Sõl>fe' ò aggr^ssòr » è uã^ M , senão a nauitó èústo ,
f|[ue este Wroii/sublrair-se pbr uma fuga precipitada 1
ajustissiAia^^icMli^yadQ &t:'^pQrto cáe nãb poucos dosi
ífâls^t^^^^ y ^"; '• ' '"" '• '.;
'^Ínríí'hém sé avâli^^ai gfatidadc (t^ste aftentado,'
iií(o"basta rejitectir ía ^mrazãb ', qjuc o sqggeriu , na
covbrdissílna falsa fé -qye o acotppaniiòfi', mi ei^olha
'flo^íòjjSr . c íiopi , ■ em ^(ftie tili cbmmetiído , pSòis ! que
~éâtir0.'% Mllii"cifa dJfe; alguma fórma o hospede que in-
sultava o dono 4a éiZ9i i tM> centro lie sua família;
— *-mas é-ptecíso aocresccnta^, que o %r. PoHo é, pe-
lo seu temperamento , pe}a sua edade . e pela sua
educação^ uma das pessoas maísinoilbusivas e amenas,
que se poderiam encontrv»
Esperamos o que fará a justiça • a quem o negocie
já está affecto. O magistrado de policia coireccioRal ,
que o ha^áe senteneear , é um dos náir respeitáveis
c respeitados do nosso foro. A sentença não pôde dei-
xar de sajr severa ; e severíssima 'a pi^de <} clamor
publico : aliás assim como das paleadas acintosas e^
impunidas , passámi>s já á ápaleaçiio, brevemente pas-
saremos da apaleação ao assassínio em pleno theatro^
Nâe' c , 'dÍO' CMde véra^ teleriMol , que -o spectacuio
mais pabliee» e mais alio da capital, que a vidar me»-
ma dos cfdaMos, que o ébmpoem , e'que o. dtri^em,
estejam á' mercê do primeiro furioso, — e depcndc^n-
tes do primeiro sorriso matutino de uma diviudado
de bastidor.
TXPSATRO 9S &i CAAX.0S. . ..,
neLAivoe B MoaoA!«A -n haUeU tna^€o •< m 2 «elos.
âfô41 E$¥a cemposiçã» «peTece mb epnoéib tíradw
90 «rranjado sobre ootro d^algitm poema ; assini deii^
locada , não é possível achar-lbe «c»> , nem scopo ,
nem outro algum mcHtq qwe o de servir d^opcasião a
um baijado com alguma graça, ae bonito paiso a três
da«. javeasaíumnas áo Conservat^io, e aejNMie « fUm.
efli q<ic a Sr/ Mnbiile alardeando Mtro género d»
dança» totalmente diflfenente do^ tfa Oiseflã, — o úíi fkf^
pfl — ,nos dcn o gosto de. a admirarmos tão habíl ê
perfeiia nos patéos diíHceis, como delicada e leve nos
voluptuosos^
Por aeniuina qiitr» lido nos pareceu reconmen4avel
este batleie, onde nem mesmo es Srt. Rambois' e (li'«
aaCtr quieeram ostentar a sua pericíía ; comCvKle jiilgii"'
mos que um spcctacolò que merece repetidos npplan^
SOS, por haver sido adornado de tão liudus pasfn$ dan-
ça^dos i musica do insigne Halev^ » é bem digno ile
coatinuar em .scom ^ por ^^oseuif e«. gxá« «H|>e^
rtor o priniipa4 attisctivo ifae se- proeura^ aceite §6^
aero de speeSdMMilos; ^ • - 1 . . .
Quizéramos consagrar maior espaço, se no^ fdrtf
dAdo , tratando do muita mcrito d<is. três meninaj
— M^ria Uiiza, HitaRosa., e. Emitia Cafppos , qpè
fim tão curta edade reuuom. is- muitas difficuldjidcf d*
diaD$ai,(qiie tabein-veiiGer oom perfeirJo* «sm «moeip
n *scdueiora , gm^a e mfmtft ; sem « que a éàiVça^ilfÃ
pó<le>mttica ser agradável. Bstàs três menínars; s99
com ctfcilo de gjjaljdes espcrapças*^ < bi^nraná muij^''jf
ciwfty/a. de dança /(li/ ^op^qr.valorip-, . • SUva J^aí^ *
,. VAAfCUmUTp.. . ..<
. 2iii^ Fe8>-sb em Coiokbta nes «rias Atfi^secaibléi»
•esta beleoida 'fio extnict<»(MilWffK» AeMrW/»;!» pèwiie««>
tMd^ baile, Jjhta befiWWif>'(fas filhas '^e Johqniteltfã^
ctiàdfo de Castro." fistevc'iúsido, '^6 parece que ren-
dera , 'dedMsida^',as dcsjpczas , uns cem mil, reis • /]!
(Coíabra fora ò berçe do nossa tIlúslC4i' #vtístii « .f
«ecèdeu ^stoSJk ao. empttfho \ que aioettfiraai pata i^
.e^t* fcst» feallsar alix;°^*<SN}vei^»4er <7ivil , o^n
•jiopi^ âe Uma, te sf fRusire funCW* "hiie ítílitatiífeí*
'ee^acoaditívón.' ' ^" Ti *AH.f 1 ; ^.,í 1 utx^^
HEYISTA UniYERSJLL LISBONEMSK
255
SH5f 3 Demos «g^adceimenlos » S. M. pela , de
todo o ponto , acertadíssima eleição , que ítz do Sr.
Prior do Fyn4flo para Bispo de 4^kgçla. ,
Ê um ccdesiaslico inslruido tias lettr^ts $a<:ras c
profanas , de maduro conselho , de proVadW chari-
dade e exemplar dctírtudes cbrlsiãs. i Oxalá que
•empre as ipitras » principalmente ás do (Jltramar,
cobrissem cabeças âoma esia *.
. xaxaApAs*
(Cijmrmnicaúp^)
35 il AcHA-sjB fundada upaa companhia» qae tomou
por, empreza as trcs principaes c mais impQrlant es es-
tradas da província do Minho, do Porto a Braga, e a
Guimarães, e entre estas duas povoações.
Abandonadas por longos séculos as npssas coiqmu-
nicações. nom o coramercio, nem a admirtistr^c^o pu-%
blic<i pareciam consagrar a tão valioso objecto o mais
pcqneno cuidado. — Nos ullifçips dea ^nnos da nossa
regenerarão poljlka perténdeu-se por muitas vezes :e
por muitos modos chamar sobre eslá questão tão so-
ciíil . tão importante ctão urgente o interesse que a
civilisa^ão lhe marcava. Foi sempre em vão.
Mas a lei de 26 de julho de 1BÍ3 veio começar
uma nova eporba, que se apresenta auspiciosa, e que
esperamos seja feliz» — Antes d>ssa le! 'fora quasi
impossível tentar, com esperança de l)om resultado , .
empreza algiima de estradas , depois d'eU« a questão
mudou inteiramente de face.
O espirito publico começou desde eirtatf a encarar
as nossas eommunicaçÕes. uão como objecto de bellosj
votos, ou de forniosas d'is5'erta(Õés > mas sim como
uma realidade palpável já e pçsitiva.-^A lei facíli-
ti^va^to/)«ftu>s meio» dA levar a efTeiJko qualquer. jj^no-
bèm combinado, e* á gencraUifáde em que a fèi era
concebida tornava excquivelsèsMS plai^av. qil« jso-
' lados. seriam impr^trcaveis. , . •
,0 cspiri^ cQii(kqAercial ^egpiu. este mesmo^impúUó,-
.l»o arrc^dtt.^' animoso ;4)Qrqu» « aova è «aprlirir^m)
pcí» ttin en>pi*ego d« eapltaes^^g^ro^, já t]!ie' tantos'
erbpfegot ée capittes nos faltam , e^oatros^fahtoa tit)
\acilantC9 c incertos, se mostraqi* -
^ todas as.empreza9 a que paifeçeam^iBl^icraLí^a
.loijSem duvida • 4as Ur«» f»riqcipaea ei^rad^i do Mi-
-íiIm»#' £ra nataral que o coKnrarcio^^ae dcáioMtf «^e»-"^
t» «mprec» primeiro do-^qo^ ás outras, e de pn0foirei»-j[.
A primeira ,consideraçI.o era gti^^s.tres estradas.
. q«ie formaoi o objecta d^.ofDpr<|iík d«| co^i^pbia. a^rá-
jiL^^sairam a. «ais rica » a mais.- popjulosfi t j^ jafi.#ia.iQ-,
.dwiriasai « « sai» aettva {MPle*da«essopaii;'«»bra-|
eaya«i três «entro» d*c«ta riqueza , popuRição , iitfdus-
'tria e actividade— -Porto, Braga c Guiiifarãcs. Í)'aqoi
^' a -certeza de communícacocç constantes ,e pumerosas,'
'«em as quaes o rcndiROU^lo da< b^rreic^^^ 'f)ãp,p.^Q scrj
d,c €0MÍderaçãp alglim^^
Bepoi^' d'kfiA ^aeorriaí q«6 o^^ capais o^fiul ^ jompxeM
occupava era de sua natureia limitada e compreensi-^
vcl » ccmsidertiçSji 4o-nlttiCo momHtt^^y^a a direcção
-fffÍBa» e ainda maia: |^qu4 M^vilai^oijKwmneiiifMlfi
^0 se dá nas estrajdas dr fon^a éxteBSiij^;'WfMleip«r4
^^vcitac o& pait«B ^ «laiolr c»Bimuittoà(iolOf 4|n*
preta rios se ^em obrifados a coostrint miait^s legtias
onde a despeta é enorme , e o rédito quasi ínteks*
mente nullo.
Por ultimo a extensa população do Kf ínho , a sua
actividade, a barateza jdos salários, davam á empre-
sa a certeza de que podia contar com os meiqs i(^c rea-
lizar o seu intento , e qu« estee •seriam pelo Maia ra-
zoável prero por que se podem obter taes serTíçoa em
qtialquer parte do nosso paiz.
As explorações ,e estudos do terreno certiftcafam
também que em quasi toda a extensão das estradas ha*
via a pedra nfcessaria para o systeoiv de construc-
ção que se per(end« seguir , sem necessidade de des-
pesas enormes de carretos.-
As tentativas feitas cm diversas esl^adasf também
.nos ensinavam já com bastante probabilidade qual a
despeza de cônstrucção era — e i&to não seria possível
que entrasse nunca como eLenentò de calculo nas aa-
^ersoréS especulações , qué 9* este ramo se tentaram .
fáltare^Ihes a expefrienx^ia , que a muitos tão custosa
sac; "
Foi pois sobre eátas conSideraç5es todas analylira*--
mentc desiovoUídas, e por muito tempo estudadas,
e sobre .dados punitivos e 09 melhores qu<; n'èste pavz
se podem obter, qiie^ a companfhia das estradas do
Minho fundou os jsevs ptaDoe e ealculos; — Q gover-
ne sciíi deicar de selar os kíteresses públicos «• fez á *
empresa tòda^^as conceSides'que a ntllrdnde do* obje-
cto reqtielr— e aibda 'e9f)erambl d'eVle todos c|6 au-
xilio», que cm todos os paizes de cHíIi^a^ão e de H^
herdade os governos fasem seifipc^ a empr<;zas doesta
natureaa. - ...
1 Porém a empresa prècíià tombem do auxilio dos
nsi^i^lredes ádtuinislretfti]!» ; e*de^ corpos reiínicipaes
— crttn^a sira tk»a ▼Orttâd'*'; selo etoé|)eraçikr;'a tem-'
panhia pede eutâr mi^lds eml^àraçoí^^ mi/itaV^elhh- "
gas , e -conseg^ti^ roais efficazmçnte o fim. a que se
pcopoc. — ^^Avdirpçção df cowpaj^hia iqvocâ, pois esj(a -
cooi>eracão, e:è«jpera reeebeJ>4.
■ A maior *)Mirle idak^icções^.daeompaobia', acham-so
qoe^e vae4aM>«r; mos desejosa de «chiA* no^MiAe» dot^ • wbs^^rlplas ; ma* l^ueréfndo a ^mpreta' der a' este oèjc-
[cto^/ todo publico e todo nacíohar» a públieldjide <fé
que-;eHê\é digno', a i:oroj>aâiiia abre a subsclri^|^3(o
«das'su^s acçõe/S. ,
•* O^eertespondente já Doefiéado da companhia no Por-
to;' é o 8r. Jo80< Leite de Faria» largo>de' 8; Domin-
gos >i.^ 42.-
Erí Lisl)oa no largo do Carmo to.* 7, eta caze do
$r. Luiz Teixeira Sampayo.
Os directores» José Ignacio deJBeixas,'^yrcei)leGón'-
^«lives Rio Tinte., José Maria Eugénio de AÍintí^a >
1. T. fiempáydv e Or. B4 da Rôcliá.' •
M XilAmOA S »<» VORTO.
X^^iQS nos Pçòreé do J^ort^ de tD do paoado^
€545 Uoia coip^anlíi^ ingleva acaba de ofTerccér-ie pafH Tt-'
n hioiinar a gas esta cidade , dando-se-Ihe o prifdoifio^^por tt
t* hknoê/Ohngá-Be a empregar flòmeate 18 eMiengeiroe , ce
•> re«tu doi operários portiijrnetês, e a aSo exceder a dtfpeta da
n actttat illomitt^aéVdntaftila dfa 9eaos eft4as de carrão de
» pedra qUé elle faMOi^^ndesir Utãot-^^ os-nanss :de Ia|ls1«r-
W ve^bi^diveil^ de taimtdo aé' thtaúttf o . Oeviaii» diíer
» que a JeeAanrtotaéM a propestii tas liDaaklerMcfto, .e»pe*
Manado eéei ^Ivdor.a áelibffs^ da caJbMa.de: U«beai aadese
m tas OMignaii^pBSppStat' Aceniptfdkiè egehc^eiiilofef l^lsffk^
«i^ifteaem. io^^tfDÉ MKá.JM!'qpie>eadMceLr ' ^
256
«EFIBTA UmVSRSAIi USB07f£9ÍSft
«1 AciiUiinos de aubcr que niBA botii propoela rneiâr apprc-
y.«entt(c1â4Í fumara itijunici pai pelos Sr». He^rgrraves eC."^ ,
H |>foprietttrlôfl (ia importante fabrica de ferro au Biçall^i^ su-
tf biirbioi d'efUi cidade i pufa o que requerera:u/i inesuia <^a*
n luara hjiircfse de sobreostar na re«o]u<;rio sóihehle o (empo
w necessarfô para formarem a ida propoâta, offerccendo-sc des-
'fi lie Já a extrafalr o gux , Die d» carvSo \n'*\ct, hctn de CaN
M vio d» pedm poHupieB-qiie o lâu forneoeria euiabuadnociat
n nia» de 'um v^^tal que abunda o* uma de aifnêM provincial ,
n sendo ainda melhor a luz. Intciidemos 4)ue a camará , .^ue
» (jinto seln, os. interesses do municipio, esperará essa nov^^pro
n posta, que dev« ser muilo roais vantajosa por nSo pedir isem-
n p(;Ko de direitas para os tutxs, caldeirnH, e mais api^estes,
n cpie tildo será l^ito no pai», eporeerézlraliídiule um vegetal
fi ffimecido pelas noasai prov4iiGÍa«. Os Brt; Heargreavea e
n C* desde o anno passado qu« extrahon o ^ax para illuf^i-
n .mu* ^- n<)ite a soa /abricaf conseguindo a notável ecqnoroia de
)} reduzir a 4^300 réis semanaes a detípojsa que fazem com u
ti illuminàçuo a gaz , que a azeite ou cebo era calculada etn
M 16(5800 réis por semana. Daqui se infere a ecu1tom^á quese
f7 pôde fazer pondo a édttctrrso a illuminaçãl^ a graz da 'cidade,
n e nfto 88 Hçando li)g:o a qualquer jifimoiftt proposta que ap-
» p»rev'^T qufi pro.vavelraenle çao si^r^ jamais Taiita|bsa.
O mesmo jaraal de 4 dòco rente accrcscenta: — « Na terça
u feira S» dec4dÍ4i a Exm.^ camará municipal aceitar o projecto
(t de illuminnrâo a gaz para esta cidade, peia proposta de uma
m' c«>mpanlita ingfeza^ representada pelo Sr, Van-2cUer. Areso-
K íii<>fto' da tatuara ^ae súbíi^ ao e«>nseHio de districlo.
^KACAOBRIO.
•2546 — « » Eitf oeitrBRO ultimo no logar da Melroeira, fte-
^*.gueiíft de Stocta Maria Madalena, conselho de Torres Ve-
n dms, snorrru iosá Franco AJbo.com J0£ annos 4e edade.
« Ej»te, mizcravol mmca habitou caza, que n5a tivesse por pa-
r> vimeuto a torra estreme , e por tecto o telhado com telha
»» vS; o seu suátenfb foi sempre omaís reles da çente pobre do
» campo; ofto fumava, nem tomava tabaco; excedia-se porém
9t mnitas vezes no uso de vliAo e «g^ta-ardwte. Fuse&dciro,
M moleifior,' trabalhador osnaia de Aempo, taberBeiro, e por
.»]ftn mfiidif^, foram os aeus ei^ref^os durante a sua lon^a
.n exi^tei^cia. A viuva que deixou ei^ a sua segunda iqulhcr,
n çom quem sé despozóii depois dos oitenta annos tendo ella
n ent&o trinta': iíus filhos da primefrajá nenhum existia, a se>.
'^'giitida- ét(jii com- 8 'álbos de 19 annos uma, e de ISoiiíra,
n e um filho de 6. O logar da- Melfoeira >iiMi residendà é laaa*
<» etiBrâ^o,qiie sei^tefpenkapara o Mo dort^pteMlrtaff, açoí-
. «1 (^do df M»d<)4:os ventos XirigidiBsimos fue U'aUí sopram, Wr-
,1$^ oacndoto, durante o inter^io^ uma vjvçnda agreste ,. e q^uasi
'» insoíTrivel/ ^ãó' obstante mo José Alho àhi vrveulonji^á vida
* Tf e bem disposto: aliidànSotá miíítos atinos que liia ãEricei-
>» ra, três léguas de distancia, a cavallo-em um jnmeifto , 'ei
» caVfègáiido-ò.tfrH de nrihw onsifl, voilava a pé para a sua
H dldeia: tilKmanente percorria- «todos os' legares na oípeum^^-i
yy rencia d*uroa ou duas léguas pedindo esmola , cdui lUB pau'
a, na-in|lo,4ç que bem pouco sç seryia^ .e com uma agilidade
âi Aeio óii 30' afio Js' menos do que íiníia: desvanecia-se coinjk
n alcunha á^ Mho que Adgpton" como appclfftlo por Hie »erj<Ó8-í
^ Xú etn pequciio, segúnido dizia, por ser muito esperto*, ha,
.»>• poiíbo Vefii)K» ' «WBã^« á darÂIgUbs sii^naes de sitá daonopi-
n ôiiz\ a t»ronuncia.bia9se;.toffãan<lc> inlnyiigi^^elf-.e.a/yi^líi .cb-
n fraquecía-se com rapidez ; por esta círcumstancia , em umi
cadBP*f«^g«r«« «V.ndji^attei^llei» Uflit d^eàstrosa q«e^, -fe-
M riu-se no |^i4o e aa cab^,-.esraiiMtt em sangue, foicondu-
>) lido. eiO uma ipaca ^lara. casa , morreu em. vito dias.
M Já ^e vé ({ue esta morte Ibí eflfeito d* um' dezastre, que senão
.n ACoblécerá sabe Deus qúaiilò ainda o homem duraria! ;
l\ , ^ Rêvoluçíiê (ic Se^rtemõrê.
'h ./ íMULIft.Vlf ikVilO mAMTWBk* : . -
-•* 8ãi4f ^EscRWrBS deBcagmsKMii^96ras'ií«.P<^0? .
1) tf HotMeaf «4, peia» 6 karaa.da tnanki «ppareoeii lançado
'SM^qutntavi-oiHS Acaa» juatap ao eoMMAe das. àantai mu re«
«ttiraascidú^liibilò, >4aiulo diffeMOtei eonluidea .(fuo:4ke ooaasw-
-'«iiràiii à.ii>ortt;< V'o^^^'<c ao aclb e «aasie decoapo de de»
1 ictc, uo quftl s*if«iiftcoR' ter juoMq vixtr^ . ora jm ^ie^i»
perfcifisíimo ra|iaB^7rgtfotii4e^qiieiit4l>i )tQ|So desalmada qo^
ahi o lonçoip^-ouA^àe que se 4rvoreu'em a^saisipa dq^acti pr».
prio filho, . ' ' ^
O Cn>AJ>XO DA XiAPA.
25 tá. pKPÕii). que publicámos cm ^469 a carU
de ^. À. Aí. fia S, , vimos levantar-sé . ápcrca
da veracidade do facto , iima acccsa disputa na u^-
prensa periódica. Era grave a raaleria. Tractava-siB
de nada menos do que de absolver B canonísar um
assassino covarde , ou dè deix.ir infamado , como as*
sassino » um innocevite e infeliz". Qualquer dos extrç-
mos era para temer e tremer : puzemo-nqs com Ioda
a sitfcerídade a ouvir por uma parte e outra as alle-
gações, e a comparar as provas; séná nenhum ' inte-
)resst de amor projirio, porque o artigo não era nosso,
nem cm nossa folha apparccèra a noticia pela primei-
ra vez, sem nenhum impulso de ódio ou de amor,
pois que ainda aló hoje nao falíamos coro pessoa aí-
guma das que figuram erpla! succcsso. Hoje nos cm-
praza èmfím o Tribuno para que desdigamos na Re-
vista o que níi Revista fdra dicto. Fal-o-hemos embo-
ra , nâo poréna convencidos pêlos (locti mentos , que
se produziram, em abono do cidadão da Lapa ; —
nenhum d*csses documentos éra scra réplica e inaccs-
sHel , coino cumpriria, a suspeições; — mas sim,
obrigados,' por dois motivos, que valem para nós mais
do que esses documentos. — Primeiro; não se deve-
rem accreditar horrores de tanta monta sem demons-
tração irrefragfavel ; e a voz pública em tao damnados
tempos nã« é ^rrefragaVel demonstrarão. Segunda';
asseverar-uos , sob 5ua palavra, o redactor do Tribii-
no, que examiuoU; por si ibesmo, o caso, e o achoii
calumnioso. i . .
DOIS PnEZOS bA RAÇA oò BAaXo l^B
TRSNCK.
í^-se rio Periódico dos Pobres de 22 de dezembro.
85-49 . « Na noite de quarta feira Ò para íí. do corrente
tt fog-itl «dás cadeas da Relv<;n6 o pVeio osé Aiit&lilo •BWrre-
u «to. AcRa\<a4ie' i^Milcficiado a pena' irilfmâ pele «stasèMiiifér-
« pitrado na SImhi da Batre^Paveder, • tendo o pft<OMsof«B-
«< :hidp-ao..Siipreupo Tribunal de Hstiça ,■ fui. por ea|ç{ aiyN»^
« lado pela falta de uma teslimimha de que o. jiir^ lin^f^f-
u scindido. RiiUva a ser brevemeuie e de novo sentenciado.
u Este Tcu tinha ultimamente feito uma grande deserdem na
«enxovia onde estava, feriado algUns presos è Inatando ou-
^-tro, motivo por quer -foi mandanld meltef em' iím dds ae^fè-
t* doe pam eMaf s^e^wpandv doa outros, fate^desde^ieteaàia
^ i^Hio. íff d'este tegfcdo que eija f||gi«, fafeoi» iv».«n^Qii9*
u l>amenio |>or baixo da tarimba onde dormia junção ^ QftradÇf
M-onde consei^ujy fazer yi^ buraco, que atr^vcssoi^ ^ iiv»ma
u parede, indo sair a um quarto onde os eÀ^; regados èoffi*
u efaes dó Tribimàl da fteinção M! vestem ; ^ d*id1l passai^o
M pnm a iala de esp0f« a sak êo ntetno Ttrífeiiilal,' Teir fHít^
u ta aair is «Kiidas e perta pvidoif ai dm Aeiín^' TribuaaA ,
M por onde i^ |»iMÍcnda aair , , abr«u pom chave (ialfa a .|wwU
u io Archivo dus Cartórios, 'e entrando deiHro a^riu, a.,iiUin¥i
u das janellas para o lado do chafarix e levantaiidp. a.viflraça
tt com muita fucibdade saiu para a rua , deixando no dicYo
tt ArdiMTO ^ríos obj^tbse chaves de portas com as cjunès If-
u nlia conseguido evadir-se. £' kiMto do Calceta t^athec^ qtta
u fqgir, aaa que â>s apaa^atk. »
2650 Qtiism ávvidftsstí da existência dos gigantes
e pigmeus, deseriptos poç fi^IUvec nás suas moií.vc-
ridteas viagens* , não jkerfca jtiais.|Mra sei.coaJVenGesu^
j|iiftudingáDae' á.xtut i^arfi -ús Ai Biqqae ^ ^^Êmtíbai^
laensKSiJefay&mKi^ lt»boiíibnsk
gõ?
Ih» mòÉtrftr t^tmien &êiidts\ ^«r:<90^ 900 réii»^
•iftoado ^aiier e«(«p fteflt»ÍIO'«ttMeai' pé; c^'eiitf<âr : *-*
éimtiqlie é o:piio|}i4òOullif%r/ qat teto para alli ès^
triM]ècirHPe,»-^^trazehdtf vnwa e> pálpàv^Ts ! alganuas
MRiMnil'^'«4»dtaa^eiAraérdmiiría gènt^^,- li^ftMtisitMi.
Bogariar^M-fhia. ! Todo a<|tiitl0 ^^em ^9 Pratica; NSo
■dmirft; <itdo'0'qtt« téiool deoMiíor ed^iâai» peqdé*-
dÍDo; .de ti no» vem ba^ttaMite te«tfp<^j
« liaídeiiidiMlIa ^bmMié nua pari^eftke, còmo OQ-
Ua-^jfutèqèêfiK^ MpívIU é amabilidade ^ mas, temi
áoàB Miirês, «élttmattbo. — A^ioa^alttira éd« 72 po-
;<) e<«idé o-8è<i'ComtN)êlo^pfé|iorddnadti e'lité
ttf <D «aetfpé flio passa ^de- nove polegadas : ji
êêlièij^ma éa ««ttfemè dii pe«|«0tiés e^depodería ihs^
|Énv..a]Vttfil<iè <veMo»' d«tÍo encarfeéidé' eDtbúliláÀio;
eamo aquellcs, em-iqfMèetta pintoá.' oj pès da ' sua
CaonVafc . . ' t-:/... ": ••• - 'i
g , Çiilmii^ , ,9M0 Unetiift 4iinii .Insia^oi ariíU*. ' > • •/.!>.;
(^m a lajraçi^ estendido horiaoolalqian&é^AaMaaiéHaH
tmlla moderna .dé;p!or feaixo d'oile pasaagen. fvoo^ a
um^tMua^ ^Hp^ «aos «i«ior0a Mb<riiãe$.d'éAe mun*
do poderia comer as papas na cabeça.
ArM$^^e^«fifíiiii«i «ntan a<lDiMT«fn4BCft«iidelo
a^^A^a JjidiUi; • Pofiih IMwp^hfi a *aK^ Joanoaífiimy^
Q/(i|e^lp^.4i^tof,,,nã0. «ontepte df Ahavcrpínliidonma
Tief « fd reprqdMziu po a«w paiineJLdoa HuguoDobaa. fi
porq^f ,Ui4p 4ig?m<0)9 r^ «iriumiihaii: — aa^uodo disa
fampi^,~i-de*AnoeU6, o HHÍ^.iom^so <^ pecfcjio .modelo
de colossos femeos» q^ohnailte.Jia >acadflmia.(leMr.LaH
.j lAiafij^Afá ftlg^fIa, (Wí ^ suas, fefoifõoa aejau dá
Uia ÍK»i homéric^uoente n^^adoittipír^* «iift. pâo* do
£M|âq.4^ p.oi¥iJi^][«,,mn (i4A«iíf«.coai«.o da rainha de Jih
MiÍ4^^^\ i^.^^-^Piíl^'^ ninhQiicoBia.-MniUnei graodi»
^f.fci^iri^ do .(íortp ; -r-.N#44: d.'ifto« --nAlad^tnoiselle
CíififfU4k. çQBfm^ PPMCftf 'SMPPa >da/4|ueiiO.. cirdioonoi.de
Wf*Wfr;iípssoív.r«M.Ví5«- '' .... • .< :.íl -. • ^
, O ^fiMrfver 4e jim^.^eaac^gr^ndeebQif» a fiiUardc
aifa...fafnUia. Jti^demoiselle Gmiim^per\ímím 4 omata-
ni^tiji cojltossai., Seu ^pai ». lamboc samt i|a; gvardâ im«i
períáf e ,«çi^dçpQrddo por jlf/i^ieâo copa « \6$Aik de
^rA> • \iqiaft^qMeta«. de.piro depoi^d^.baiaUiarde
|fareiigf>«,#xcédLa.^iiida a íuoOUm^ 7 ,po)«gadas. ^n
irmão Uaobap .^mbor n^.^é nmo geraçãeeMr^doia
por todos os modos) y q c^akeaeiiiHi.i^q ^6 df) liRhHá é
ainda, iM^is a)^ iQU^.^eii "pa^a^K palegadas* E' o mais
formoso e alentado bomem do exercito francez: com
a cabeça do.AQd#Tpqlifaee9iltf6dUDa4«ça de cinco
b^^c^,^ ;iHn.4iirp,hi|p«|d)Qlí, 9 #eMim¥ito, (fuesua
i^m yofr Iar4 «eir. Iam. i4.j)oleg44a%ido QaMpsidae:
5. 4ç To^to* AitenAri^p aia^vioaçio .««ando ae pen**
^ no que picará, um {^nMtfé^ .ptt^4o |m1o dônA i^
e.4kiif»Í4MÍia a>f<pir%a f|<k,iMiM)MD|., 4>^ <lía Jileite^ luwt
poaaoo,n;Aiaa.p)MAeUo*».Q«iU'a imà Aa (^«fuMo-ZK^bre--
piifar# 4|,p9le§ad9^ ; ^ oawiia QOi* «m.9ujoi(o/qoasi da
si^fPlM^ra e tcpi.4;/iWo «1^. ^ já; fSftMal^Hotfi úe/t
«(Oiii^onoisa jM.gnaD«leM».;oair€a^Mlttra.<9 M,ir<^l»Viate;(.
: Cpmp »ão é permíltido caiEir .c^miMDa.irinaQ^ enpir
T^tSiiie -Aa); loai^of . se wf^ eMoaÍMpam todoí:- os dpaf »
kodapoí^^iMlo. (W'U« eorro«§r^<^;ri&ca; de mprrer
«oUeira^ no.<ce40 de ^ae a aiM^ estri^Ja Ú^e.imi^f*
Eivas tJLÀésH^^ébfOs^ t4v«^^«flIe el»fVi«Ji^(Ío bal-
dadamente desejou vér'dol*onte a sua estada n*aqucl-
la cfdiííft-V— ^' ■• -.-•:.
: :. , ;<;v . I «piM Miá) o*a*ba ^MOtaate
' '.Oeatrmpfaa tji»esiiili«ot«|oi4fruqi.gioaote^ - •
ptfgmêfiyM .Ga«(i^,:,-T-Oii^ iwa figai^a ,«--lhf rem
poi^demos ««^^ ^m proaa eh^ ; e codqIiúwos que eato
per^aérie e.imisii^Mnai^oiio d9i'^A49 o mjH^p,: poTit^o
íaaei&oa i^etoa pftia aUiiiafa d'es^e^ 4m poleA^^dvs 4o
reina* aiiiaa?l</ ".,■'• .. , >
pftoM^ 4a «idadf 4e /«a A^«//e. ^adinaa . Alfikon$^
ao p4;de MMampU^leiCWAi^^ti^ íjgura epioo iMa:<Ht-*
BMfiii. lU) í^ de UQaa ésila^iuir aptiga.. como mn espar^
9» áp jpé d^ nm.a^ereiro , como o mi^^n^scópipo Pa*
ddre.Akn^OO. ao pé dotincommensuraveL Qvi^io , N^
aiq« M$Áwm. Mfkfiinfê^ viqva de um natpralyda h^^
po«M.,..i|M :não .chegfva A U%s pés. de aUura , tc«p.
d''«ilç Mil filbOr que. bóie cont^ om^aai^nofi (i^i^alaiidot
opfnast o . »ma 1 1011^1^» , 4e Ir^ ; a, que, lúo pe^avfi ^
qyaitdo MAcev^. •mai^.^e .de«oi(o onça^. A ia;ip^essão,,
que .paodiMeqi nO; §pí?ctadoc .0 filho e a mãe-rre&l9%
dois e04ea im 4e§fg;irqre!(idos .dj» natareza , T-é UtíL^
ímh /ieMgradaMfl < .qpan^ é mais eaergioq o dçqur^
aieftlo^tv^ A mesna natureza pps. acabava abide«^prer:
sooiaf 40: se\k pp4er creador; ra-r^f^ria da prean/^j^
o. sen ^aotor ao som das casiafl^ó)as » o, ^eu baifar ^.^
sM<,r*r» oQmparados com a sua fDagr/Q9a> cqm o'4è-j
bil e pii^cacio de. todo e. seu ijD4ivi4upr luA> aqnilla
4á a qiMlf»*.oiç^^t^aip^,.,.morm^ptâ..se t^tn fifího^^
miiia.aiiMia se.csU para ,os ief» im ^pliq^entoi peoo-
.' • ■ .! •• /'. ■ "— . , •. : .
£551^ U31A ^as maiprçs q^Um^ades qife os víyeatef feénr
presenciado ^, $em hesitação , a que actualmente. expei'HÉe8fa^
esta fyruvincia, étú bbteé<|ueiicía ddt éxtstssfros^TieloST ha^ctiiilH'
Z0 díáae ttiv (Mnfé*, ^Mii^ee-èoaMerlMa èta «úir< e nati.ri»»
gidtf Noéuegadf^hutt. VIM tátepÍM tia.Ha»» e ISo eeleited»
de.J(rpp4iNa oHmd^Mv e. í4r |tf9« i^yief iopir ^ o^o^k^ é impps-
«iyel qua q jcor^i^.fe lhe n3U> triuipasfe de dôr em vista desU
mílhante lastiina; vendo em lo^ar d^áqtiellés ápeèa^ sçus
troncos, ' e jnnclo c^elle» setts ramos miittladn» pelo pèipodá ea«
ramUna. 'Ftoitrieticriot,' coja tiMft«fta d^ azéiteefxaédia aaaia»
cttutdsalmfiidél) nSo eirperaill ^eolber ettê wwov nam taluítiUt*
nerio a.oolbo9dMoltY«tfa».rettapies.KdecinMk;piMrt9^T^yÍA
iiao.4^p tQiHM^ d/a4to.yUWlo qlie niaia tem goftskio:^ pelo bai-
xo da sua fosfcç^o* amaiorpxejuÍ2ohasidoBo»sílios'bafi(Ios do
nórtè; merecendo especial mem^&o ar círcumvfslnh&úças de
Vàl-Pasior, ttio Totlo, Siiç3é», S. Pedro^e-Tdls-a-Sefrra, Pa»*
sot, e; tm ^efai/as ratapa^ distantes d» iKftfgeaidiwtt&daTio
'Búa. '^oeliittili» dai |k>voe40mdê Altftet, Avaet«l, Hasoar
■milhas» Vltta Nérâm^t^tu ale. Uaihem.tepixsidi^ «wryie a ^t^
•ciiiçâo. '.!..,.; .. .: '
'Por aq^i sd SC pefl^> peps\ f|iie dos Urre do maipir mal
— oma nevada — porque se esta infeliimenle appatecc, posso aP^
foHo asBegahs^ ^e neobbma arvore Acarta illesa ; a nOo ' ser
oiia t)è (Mitra -de- l^obosé t«na^idade. Ti^tti-Ma^Mrade precca^
per toda ar parle >m im Ar «Algar a ira gmi. qoe .<o ^«a9«>f
bajHipi4^M«pa«.ci^|[|iii9^,..,^ Aqui priíKÚfiQU-fe JN»ptMi o^ofi
oovena ao Senhor doa MilagreSn fta egfeja, 4a,iniaericQKdia ; e
com tanta fé e conftapç^.,lhe endere^j^ram os devotos suassnp-
I plicas, qne hoje de manhSÍ — o primeiro de jaAeiró dcl1â44-^
I apareceu o c^u ãfnenõ .' IsàfiaMhD à tcmpefratúra, com laõtUáa
j de rhova. O fbèraMaiMiK>jae RaauMi^ desoèu^irta gráin.
Mira^MIe^ 1 d«l«neíntde a044; :
í . , '. » * ' J',^* IMr<fpffi(r(2an4»a0.
■. vÁi, -ir •:
SÕ8
iiaeirií^tà^i VMYBRSâXv tAmmBsmm
2o52
HojB se completa o decime terceírop.ftH^ew
que aos habitantes á^tsta^. Viálftí6> povoais. imiQ^ia-
tas tem sido Vffáado vér twrflter- e» sèu'l»pIionle
o*'t)e1iiííhros ttiíòi á é^^ ii*r« viVilkador\ «liMft ^
VflKe^tó; çírttitíb sabem egtRlImeiíre tirite sotts p«*f
iróios Icérti gt>8tidíí gcraflm^nte doinn«W«a$ã^il«gteyí
fe't)é»ngÍMi ; ma^ aqwl «ma t€«ia<sisaílta< « muá dam
névoa , originada sem duvida pela proxifciá' eonflueiH
ciH ém rios — Doffò t Sabdr— 'tcrf pteáttíWo • |lor-
tehloso phênomeno de tornar em t^alidaídd éJsa* «òa
raviHk^as^phantaalicaa defcrfpçôe» das m#*e «llia «oi*.
tès^ c <mir« horellas p^O!d«zid»s pof ittafina^a
cítàittfdtfs, a qtíe sónicnlc apitai ^ iiiè#ávihiot)', •«
imtH)SfeivcI , descrevendo e piWa«d<> jardins , é \m>*
rèáo^ cujos afbwslos , e arvorèa siò nad*' meoés qu«
flé jírath , cfiáWI , t dliitnfanWf ; O qttli cfltedlivaiiitn^
1^ pehidiSos olhos -éWahiosobàcrvaiido^ redliíiíéo, peii
q6é't^é^cã^òs 'por uma àibmospi^á ¥rigid4ssiiitt'i|««
•'calor' ^ ioltí^ pódé páieti^ar , te «gtoméTaiido^i»
èòrrtímiadaniehte as pequenissiAas feias q«é ar neiro»
tfé^biila soblreérs arveres, piáiittó. t mail efeíectoe
èm cortafclo com alhmosphera, immedi««itífeiíf« íceo«»*
g^ljifc';- sprésenUndo àbs olho» o »ai§ kiSi«»iiftciiBie
^hsii^ objectos '4ilhrpre*p^«ivíi iriaglctti ; por eii«8H
j,lortt'mrfá Víítanda òddft por descaído', ou pc3¥ ee-
teia 'qixàái itt\'feiveis âiites d'tttó praso »o UiihaM.tfeí-
íadb alg*ns Qoi de tèas úe af anh» , gosíHáe ajpora de
ufaa Vista ^uearifebâto , imitáiido porftsiCiilMOté M
fíbs èit^â^ de «ranfeá, festões, leiço». c íldres de fi^
nissinia« pérolas, ou fiadas de torlihairte». Qualquer
ramo d*arvore ou arbusto finge exactamente um pe-
nacho de cisne <;onwybs d* que l*ita' léado o» míliU-
rçs- mqs dcsgraçamente «é v5o já scntiodo 0^ eifeitos
l»mW«^'«*«<**«ste siogaiàrptténopieíio, pois que o pe-
io do. gelo é já ú\ qup.as yrvorc* iiio paleta, com. elle^
e wpessaf ekes ficam aU«i:ra44S.«oi» o, siM^ito e.esr
lMhdí«efc«cass^4*uitt rob^uto pinhetroiiufe fte4uquda
à ^"èus 0ci arrancado pela rôié, <w lestolando ptMiroàcp
com o pèsocomqtic.iá «lopódé! e lías òh> eiras teià
iáirjiíiclolainibpçi uma grande percfa. e taolQ Ijue hoje
nesma me disí^ um home»t. pairai de M^Wcs., fl-
tfèa dÍBtoBt«: d*«qu4 ui«ia lagUiQtt que por «tó iinham
fltiebrado já qwasi Iodas , « se e$4«i tempo isaia cón-
ttouá íódtctraafer perdas ittcaletila^ew , pof» que a
cplbeila do azeite por aqui era máií de iheçfiana , c
por ÍSM as ptíveiras uão podem resistir ao peso ^qe
ojvòl» \ha% augmenU , :Pitxim<í wra.a parle, da ser-
W' onde a névoa :è i:oiistaaie<, pois queao pDcnie
i!»és«a vHI» felíttnenle átnda >«' n«we( JelVae^ar al^Éift'
ianlQ deixiindo livres do maior gelo uma. grande por-
fião Vòíivaes qtie nSo est^o por isso em tanto perigo.
* Fioaímente o gçla é já tanta pòrçâo que olhando.
■MM« 06 i canpos .no espaço qqye; a. ne.vpa 'dei«a ikiSMrr
brfr. soflciiaftfe imm«di«tame«le;'a idéâ:4e>qlttt m
(|a''^berfa aio federiam 'aprosenUf a noetí* ottíéé
Ôptía* prespeié;tfva; Fazcndo-se a experiência hònteni
j^ apfWP^c o ibermomelro èm cdntacto.còm a at-
Wpipfcccujeilcrior d* cÍ2a "em; uaaa .varanda deisi;u-
beria^ 4ee«MiLÍeiA^ ^ liieitt>gríii^ab*ix,« 4e fêlft^ eha*;
verá dois ou três dias^ tte ÍM»riito:itígeitoi€pte.Ca-
zendo ^Hliííèetó» afenfei^açfto ^m outra caza na cxtre-
tremidadc da villa para % parte da serra ou Monte
Hoboredo baixara a dois graus abaixo de gelo ! ! ! Se*
iltM4Q «Htw ÂndilTMllIO. «rgitoitMe. efiitíiidatiitfeii^
^be* <d«(kerira ime pi;o4(us m Mf^ «biií»e4f iM^teta^ m
aasQVjefqii^beYie d«peiar!beil^<£ÍMBe..oiU|Araf><4«;fa9ii
t^ljç^f 4« <9U« ebmdaiieflATiUe.MftiRr^feiitpnnBtl
iqt^ei-sv. pais.^as iofhas «le^K xQi9V(e« e9liA-<f«RtQe ](|!inm
espécie 4eluu# «^ telgas 4e fi^o d^ifeenura 4i^«i
paUcop e Bui^a^ ffs4lK> já re«04ÍdA9~ppr eUen^eiáifr
m4 ;que^ Sf^> perdecAin»- £ ao. «leie de.lwio isto ha
d'aqui' uma pequeii» lefiMi «ocim^ de. ferra iimajli
defila chamada Fflgiieirae fpeirU Ú9 gcamli^ elyeiice
Xbomé. |la4rigiiiefiSobn4)ci]joai|abiUnies ie4eéfli|goai^
do sempfre.de^bfjllo so^ com eftcepfiei ^ideíiiia
spmgate , epi qve. lerMton irfgom Uato) o: uém^
TO, o quer tena. Mdo para es h«biiiiattes d'eaterf^la
uma veaiur^,.p«r s<^4'equeU|k eMèe q«e^ vem pntidei
a^,íanoM para eq^ : . « 4f iK>QUam ielivai Vresiltai
ria, bfifiaplf^ p^e^nif^O e até fwe. . .
l^asta: qaejá saia mais extensa esta carta do ^weii
queria. Se a jfU^ar. digfia dei;QO«iipflr l«i«r noaeti es-
timarei periódico pela niridade do acoenecteiento fará
BNÚilQ:eàBeqviO'ao'<{iie é de ' Vi. «te.
iloBcòrvorâS de dejcembre' 4e f84t.
. : f. À. emmUrú 4e Ébigalhà€9 êToMimttm. '
' 255^ No nu ^ dè deiembro pelas /tO iiera* éi
nianh», íel^pèles coinp\)léiiÍes aúetoridades', miHia-*
da anlewbar aporta «.* 87 dhrua do lioMi<y^eVtii>^
té. .Achoa*6e tom eflfefl» e «reradoi^; évjo 'dèsappste-
cimenta oocaieiottata ai^auâpeitas, estirado Mcblòcom
os ^ para a povia. Fea-ee^toMpetentéaoto^^il o ^e*
(«Dcto^foil remetido^papaa Hlseticordhh. *' " '"
Manuel Tavares, que assim se chamava • era milite
hà baetantee «imos ; tíoba-lbii íkMè tm^ fAhb^, ' lioe
fií9era..qnibarcar,<pevqtta inêoeil a*os doiiselhoif dkpa«
seinio sujéitavaí «oetea alguma. V^vlá por ct)n»egeifh
te eá y 9QsleÉilaaido-ee é^ qwe itanhatà -cnmb falKrvsflúA^
rio; «doe antigoa ifltelllgmiítet n'liqtíèlfé ^raBço eTC
o.unlce que^aluda- »xi4tia. Misuia 'tami etiantcferbea^
rado e verdadeiro, e louvaveiii eôMWea. Os^thMMT
sentiram a m mort^t tatue poHt^t)'6 áhiafitA for
taes ^oaKdaées , tettio pot* lieu génio iniledor; etnol*^
mente por- ter aeit>ado éé um inodé/'ftatvral stitt;
nias^ deplorável pelo iiesafispiiTti d^^ebcèorrè^. '
Nió' aahedlos- o juiM dos^ ft«itHitl^iÁ tièi icte ^
corpo, dédeifet», Maé' é Hal«^at "^í^ silet^iirfHi^ "^
«ma apopHpiria. Teria de ede#è TO; ^ «0*'fl^!í*
htíÍÊúA 2tr de dezeitíbro ^ fSil ^
2SM PAUUtcAv HÀ d)aW:d^*dl^3feikiBt^ ^5òlfl )<pe^
nas' 44^ amiof idé««detfe. ireã itti^» e <tu^trè díes eca^
pitl4 taneaicí^farttitfd^ JMénAonaèt^Ulaito Rod^ig^sV
Pesamos aebretné^lralnKverÉii^ de rè«tMnfr"eiíi i3^
pe«<asr lifliias á>ni^s«loríá Mo|^pki4tf >â*eeté>bè^iÉíètí^
tn e éf^Nielo ^dikug«ét ; 4«iv cddt irWé¥ i^tílo^^potí^
Mm , \i <m «ié fu#^edá*épodià , 1M ééhM e« l*^
d« Síua ví<l*%'*e^aitida ete'«è*tetí#teí,' uito ^ptífkíltí^'
Ri<y'etétí^M de Wtftó' â8^¥irie«*^í' i««i|«osi§M''«íf«'
p«Ãtftae"e deiiH!!^tí«asi -Sl^^os-aM pbssi^ref apttMar
; a<jfhi'alg(iraas' dircaiíMAtln«feS^pàrt1tul*réedtf '^a tiM,
q^e^ muil« rea!chtfi «^^«'gránéMíiMo' iâ4iri9Cíitteê«i^
oá ti•abalhds^'•c^!i(^âdi«$õ«s/>#Ilitf .'M^ei-, qlie* pei'
ittide tfè sua (í|a!tfi« / »Qi ]^%eU> ti«eiw<^
BEfnBmuvamxwmsãj wasaounansBu
0Õ9
«»de'nuite4,Mttf,in«iéig#« a MDVgoM^pão do ànn
Hne « aairm « failM » l#ito <rc»do » fiem o éoloi^
ID jtcfí4l^i<»)4<«q«olle9»Mntímentos iptinctí, tão proi»
filoft en«|im«f 4a bmwp h«oi MHòída/ q^ mf^i»
•ittd4 «e^JKiMaoi; «4>oa Mw«<lii'l»rçii ^acmnimctteai
■ti 4fta4Í8iMH<i^ da <lesfr*ç«: .$« um fiva|VQMÍvtl refe«
rir os moiM wrvifo»; 4|oo pnMUn a l«v«r da iiber-
dadt dtoriM iKkU-U ) oa truMes, em.f«ft ae Tkiv, ;os
liicot» e pe»i^s , qnoitSfottoiíi; Qii?âiiros irafatlhoav
«i'^igiiiaji » .a« fMUgaa* pat : ondie pesifui ; fmr cef4o
tmMiMi {MHiM4a:a nait «imipIM* o)49|o do>T«rdftd«è4
f« «Maáaow a'do>«ol«i^éo valwnaso* Miía*o qito eq«n^
iAÍ ^ .laUgM ((liatiiraas » « exircét ini^ ettudadoq
«M»fnipsr, dimiaofl nóst ooi» mlMla sífifakaa;' e •■»
ptl««M patoYfa5-*--']Íorfo«i pobre { e bSo tsoeboUaMi
iMlfM « «em boDroi , «An. miro potmíi» 4e aiwis sei^
r^^i ^00 fon^ee iM oeu paisv ««oimeaBio Iogurte
offieiol addidofaoolMWTtiiaio de iMriBba; aonde bar
^ía eiitr«h>v ponco dopota . de tiernctmdluido o cnnt^
4'aata armoA. o obtido. pi^amiAs «im todos oi; mi|fK)ft« -*««(
I^jBBiBiipiRr argutBóQlf^ sa pMe^ àúr. da aem grauiè a
lobre daaiotaMiaa : sieoi' do anaio provas aarcfice nu
ijrUidet>£ ae ^.tiaBOto eale eienplo para iOa aiia«o&
t^vapUp 4m.4lie;aa.«QBhaoa*gimdeAfi, asaookbaaiiaèr*
1ÍÇQ4 • o ae eiMMecata'preatifM&; poraos (pia .iiifihvr
é.4i:dif léè, .• am ^e- a pataiaMficoB «mpanbadsi ; pira
^on 4qe«i a^iara^uilNito . o tio 'desáBiaiaaaasdaHieQtaj
Foi este official um dos primeiros , qoa/iranalaígra*-
a lêrga«"fli aapoaa^ (áêrilbisbáav oa abiigm , * e
aa ttomiiodMMes 4aaida no dia' 30 da nmp de tsm.
S«ip«ia de iQuiMs trabaiboa e «laaliMS , que é focfa-
«rlar, M CMmiiaiidaado p lraBapoaLet^lphim>na>as*
>adifãa ». q«g oa logleaes atacaram e iaeram pnaiõ-
Beira 'ttaiaitiMia dofti^çorea. ledo depoiS' conmatutaat-
dee aiifl»iaA>Jfiip«:fui atacado e ponsogliidò apertada-
«cnie por* uma aonitla migeaèista ; . e eom ial talor ,:
a Uiaacia saí'baiiTe', qoe eâo aésbiivroia d^ella ; roas
aoispen Oi bloquisio do 9oH^ e*afaa antioa ddbaixoide
BHNlP<fogai( e entffi^ev aio aimtnmte inglês aaearresr
pendeiiciRa'* de que e Iro^nidor ?o bavia eneart ega-
dOé/Pafiaaaenaos.em athiiicío oo: rf séos e perigeaatora«*
4«|), pi()ausdad#aui0.tfaÍMÍbos^e:qitelogo sa^tvwcer».
cado sendo encarregado d*aTfiH|r, dirágir^ m 'ooa^naki**
4ae'ps jcaaj|dnftiila9i9 napi '«Mncáonaremos de qaanto
pwrteiieifiopain amficaaqs '4i6a apertados avaxttivida^e ,
labU ,i.e aiccIrtQv com queabiseboove. O que nda
IKrienHi ffirmac éqna se tantas Mi|(aa e tcaiuilhos
Bie 4iara«' beatasMIès -para logq^ Ibe acabausm & vida ;
■Miitqar«aHsi*áiraiii, ae lhe atteúearam .^sivelaomO/e
aaferugas.; M-aala^ estado^iÉiali pddi» animai tio< cartiéo
4e; t^feies,^: eipaflaade<>de/ rdesgortoO' oens6n^ar«ailidB
eoi,%ifoa0a»a rMt para •aaiatÍDae maior datodos ao
fojlnf» ^ à m^isi temida .dot^^^tá «parda de asa caeaar-
te » qof itU6 UttlOFaaHMMi',' erqne.tão) beav> Hiè e|eae«»
çía-aaltafapeork Aquif^aecearpraialraido a qpdaiadni-
qniMAi aqbelk' laoaafíe ectpiritie.tiB aDÍmoaia«a>de8-
ftaoau Q •nniíÉdoiBea'iaaflil)elíBa eperigeaT a taiólead
e^aM^ta fiMam teéamdandaBfi eorpor enè» niboraao
iasfaAi8ieMK0r.«iaaasry'Íá apparadiaqi: sfmfMnMt do
^HUrktjitUjpiiteiara^ iaiemetf iaaófaMBto etanadow €oi>
nhmMmnlÊi^iem sMlsrd^spbsi;dos.l»slam«atanaa^ i|in
foroaa bto^r«a>f : ponioariiie idsitiB.maiatqBe eaoldb : as
4»i#Iiio fttiii»íio«gaifce>mgditddar oam iodo; Oi rm^-
Ibimento o sereaidade ; coaá.eite.seLaparellioak^^, tó^
OMi banpcblâsliai a iiÍD,bobvê maia ncgbciea , dem
oeleoe^aasumpèaa qtmtraeiar; Cameacntta sorcbtfgada
aJiofffr , tre^uetaq , qua^ Ibe troiiiessem «sons dois 11^
lbosiied'allot aepdeSpeda com «ma pratica. iio ann
aladas ebitía de oonsèibos* a dectrÍM». e praattimia^
dai)cem, tal eapiríU e immsa , que prodeaiu mmiitaa
lagrimas em quantos eram presenteai Tarménada este
eaitoituia e desfBdidav a rolik^oa' loéoa» Acou ia sós
eomto íbanaftatâve^sev antiga o. intimo am^e: ton»
a<ra«t>ntoeodaf-lho eetis filhos^, e coar paJarraá úé
■luite^ahNDO' e-ée. grande anúsàde cerrande^b» apar«
Udaitatto ateao, e despcdindoHie d'e}te; acaòe tVéo^
qaiUaflMBte«M^Opottco\ qae aos foi postei agál re^
ferir ,. e o ieuite qeoi sabida da tida o fvilosi d'^ostè
dâgeoiiiâliUrv JMtrfica a magoa, com qno- é èborade
e sentida sua moMNi;.o mostta o muito qóeia' pa^tá
lhe Ika deveodo. — i^^JS^^^,, ella a seus filhos ao me«
nos uma pequena parte de tão grande divida^
SobramMb*fUõaq^a#tf«l^<^a,. o âaaiti^s para »
esper^^rt Foi sefjuUado no cemitério, dt) AUy do^S.
ioâo com as honras deviç[a>jsu!agraduaç?o'Qiilítaçem(
scpul^^irá separada. V
HUMANO.
.^5$$' Sottos informados de que existe em JLisboaí
Cie que é o que aresta Lisboa qao e»bte!) uaw rç-*
união de mancebos , que tirâcta de merecer dé Veras /
pelas suas obras, o titulo-stngular , que assemiifc, de
sociedade dos deswios^ Mdaa armados de tbesoiras ^
com as qoaes , nos passeios'/ sas egrejas, nos omni*
Us r á»s antradãv e soMaa. dò> tboatM ; a«(rfiaai e es»
tcagaví ot. vestidos ds» saôboiraas piteí<plhdo« sempvej
i^ sa sabe , ias maia ricas ; diaamnihes a&u&a , qjile ae
obcige^m a i;éMa/etc. etcw ^ ' ^ *•
Ha poneos dias» andando tnna , pelo braço de seu
marido, do pascfeli' fUlIftria. bla- tf^Wé^ correu a dar-
Iba-^pÉblioamMile eea bèi}e; Â laa idptialdade^Stde-
vádb é graedeaa m«stta «: a» eafeKKffílIliarro to^ sea
eninte,>parqiff0'aBalm « éama oomo o^aaiVtftbtfii«'tDai^
rmm wwfoiWííktàMê pat aaudo tempo' saia ioiíeraftt
dar-^aer á eaniteillA , imagjdaifdo ^lie trio» #ra>a«iia vm
dBinH-lufétao'^ que ús aeabaaa dé^Toasfr. " >
Nie p?éeatdm<» saber o nome da^nefihtmr Atr com»
ficadas 7 BMis( asoeearam^aa qiie e eatiíVari^i >exis*a , t
aeasísoe e aiolierarefl», assetaramoa nés «amM» <|uei
OS' seus desvianò» nio tandarlo' am pastar a mais «ifu^
m» 'caitá , < r Ji paaa oamédo «ia é- poeco kt&^ •
Em« JVepoiM » ted^aa otlavãa^ lembridoa dat bttnrem
Hdai AOS jornaass 'faaliaâla , ao itepãó passada ,. vmè
sociedade .^ danatíiltiada»^^ jvataiaáaria, eejos bmbi^
broft - (laiabami aem atobitm oaíiiio ftsMpraasa aàalb do>
qeti-akgiilãaiáaroifl-sc^) ;• attdaram aí^uadiis ór tíwt^
liquido^ que, ao passarem, esparviém seblilaieata* m
Ike Oi-fetor^ái aanhaaasS eqa>e, apenas seccwaa^âr •.
sa^ íbflamattTâ «idbMicam^itio^, die qwa á)|guBiiis«a' po»^
iralesiiabBtf nttMiAr' IMcdò, e em potreàs atíaiilosv pe^
raafraaa^abrasadaa^O ebafií da pMifeiâr aAaoWadUaaat
em^ que -st ' pt«o|tieiCiatti aj»iMtados preablos: a qawtt
pbewiesae )o<i dewnaévaa^ algotn doi ^vaiÉiadorts, t
mlted^a*aaa againteâ da faróis poblfca* , q«ie dm eo^
IbeBdb* a4g«Miy , amíMgraiaiar eomeçasseii por »pef*>
-realH). tmi bem> «{^ePreado com èorAoada : ptoWdéioiA
«m^ ÍKMca: insoli«y, «Ms: a que os propríoi jornaaft
l^am^es^, itifletfep, e toblr# taêt at idl«flliei'4iaratb
Q60
usíwarM: ismxBBaKJjTismBímKmsL
«à pro|KWÍto de^ sociedades, 'liiresios •indá^o^w *m
ccrtí6úarB hsTDr ontra tamben. de ««Hie^bosr; • qse ' ie
reúne todas es^aioitei, ^-^^umóanunta paradHwmÊU úã
t»tf0aMm;»*-^,conti>ibaiodo cada crm -còin .0'qvc«3
•uaa ioivestigaçòes (mi' o seu talento inventiva Ibf^^
dcsan subministrar. E*. lunc periódico verbal , • ique
Bio faltam xollaboradores, u . ' v'
Absteitto-Aos dat reflcxõe», Xfoe» sffare • «bsM' do»*
gmçadiaspmo estado moral e social^ oes .OÊ^géteme»*
ltí$ fecCos.. / Sociedades de deiifaariot'i'-t*'êomgdbMãn <da
wmmmd^ » — gQcièdadet dé jogo , ^^. jomsdadar <Éf
ugioi»§em , — soeiedades de paleadas , '^soeiáiBtêÊsdé
mvelias á0 Gearqe Sana e. de Pamlo dó Kock ^^*r*ãoeie:»
éadf^ de iestiwmhas fúlsas , -^ sooiedades êe^
safifida/des de tvd^i: \ Nanca ae correu mais eoonhne»-
l0f^aj;a a dissolução ^e para • sutDfti
'^ SteST Eii^Diik de Natal, mandou p Exta.* Reitor
^á* rnívmídade de Coimbra riscAr, para nunca niais
serem nlell? admiUidos / a, dois irmãos , .que jujuctp
ao arco de Alcnedíha , pclò fim da tarde de um dos
dias die dezeqdbro, haviam gravemente insultado aiim
lente da mesma universidade, pelo motivo y^ seguuda
se diz; de haver este reprovado a um d'elles.
. â^S. No m* â8 do pasMdo . morre« DO I^zo 4a
l^egOA; vmA-miuAieT de 103 «oms , criada do visopo»^
de de 9aal Agrada;, nos, diaa aoltfeoileiífte^ Unha- es--
tado á remendar sem óculos* fjP,dosí!.0oPartp.^
. âS59 Uaià casoa Udsdíe fe2.desçi9Ji»rir noáia I doicoiw
iieote. um f rattdfucrjme ou uvaiirande d«Mr«ç^, -r- dtos*
fraQa.ou eriate como as odaides oocobn^m nifuijtoa;'»^
soo isbio. - Uma donselU , eocaff4(ec«dli q'um.<<|turrt«fchflí
umasiiçMas .oa. ruadoPassadiçç», .AoUaKSjgenrídos/cooa»*
lernadps, 4|iio attrairant a aitençio/de oéi sujeita
que pefse^va o^omquiotaUul^eoto* Mavidod^ieism-
paixãp e .curiosidade, a[))prox4mQU"^ 4^aca uma iatetr
la (ra^oda d'onda saíam os sqos» e vendo asaowar-oi
a ella A. queiMsa • qoe «léio- de infoli» qot :p»recia «
era' moça e gentil, jOAsou per|^U0liaf-1be < pela caiis*
ie, softSi lameiros. — Era fliba. do defuncto : ahnirânte
lfiMtf..Tiiiiia mãe, 4uas irmis eooi^ir/Biu; estava peei*
sa.b«(Í4 doiis,'aiUMis,.e di^ptda; euriia fr>os e. fomes;
01^ «uHmciada e espancada^ eti(nV»,.que4iiiidaiia ves*
pH*a fera snstér .safigrareiB-a'a; não. tioba refugio^
iwptecçao» nem esperança.
, Uorrorisado 4'«sta pajrrativfi, eoi7e o lMvii!Í9iiiho «
cflza. dQ.Sff.. jui2 <ie ppljcia correccioDal Rns. ê Vas^
cf^reilm* .o-ri^velftTihepontuaimeDtoo. aeu descobrir
i0fQl4>;*0 wi^istrado voft á m7sieríosa viv<»do; ipior
fiftfv .pola doiía d' dia.; doolara^^lbo quem é, e inter*
|og^>:.<tis o que bc (lhe responde: — « :Viu|ta do.alr
soirritite Rqsa ,» .eqt»iii^iitpte da esquadra do Bi Mir
^eh /ís(a penhoro vive.domootepiode^eumiyrido.CQn
limfiUlo oduas (M^iis, qu^^deUo teve» e que, ■Oba-'
I0«d^; MÍ^ÇQseiHaiii ÂmoiqdMyiainente: om oopbiima
Í(tA4AAS.4|S..Yia.. no«lyra. 4«^sir a, qoe popço antesi se
lastimava ás grades da sua prisão. O Juiz ,
90 paraaiBies iNio iporfodc«F*oaiif'tiii'taiif,iifa)oii#
assás> quétoda a ntgHiçioobriíiSsMMle^èse^bio
tom méis «Iguma fllte(»i^«yiMSftfQld«r. »-^ttOaiH
está? Ji-^ lla9.i ; .:. . '^ . ; .i\^'^Í'netí^$íM& 'q«e eu «
fc^a; »>*^K Nãò é<pe»sirel ; aeln>4e^ AirioM ^moloitaif
alé de cama., eoro iMna «Mif^ir; ^''^ No* aiHOiitdar -das
estusas creseiMi oof 9r. iJettas rasdes (>in«.'a teíltf
toBoia : nlo.boi^ve radradío>t|ènio.|96Ní)ef-llMv : '• ín
GoadiiziramHa'ar ' ao. eareene r - afti i^ deilada i^^a^
oia enxerga velho • uuMi va]^nga? deioi» ^íote afeM
nos, nna ,. openqs doberta <coin mi tlliile^ 'anqusl
inierrogado repetia ieimente a ma^príniofllpá deeleco^
çie , montrandò' em noiloas ^t pisadurao do eovpe as
proias dos osj^ncoÉientos S[ue o ttivodo raetfMb f áe«
erescentott^«-oq«e todo' o seu' aliaMnle< era^^alfoiik
OMuda, que á noite, lhe vinban lan^f emuiitf^hh
ta ; o ifue «es figoresi da^tM.aitnaçlo, sé so v^mUtliMi
oní ponta d onerada* do enda mei, porque ontiojo
dependia d' oHa paraiossignàr* aos reoíWy do ibente^
pioç qoe já> finabnenlte, orna vef niopoídeiido seffMf
mais aqnelle ínfévtoo ae fingira, doido porá ser ^ òem#
de feito lbt> maúdada pira. o heopitai, Jtmàe, passsUd
algum tempo , por. nio poder AmifiarisaWse com «
importuna convivcgneia dtfs ^ slionadils'^ '«oofesslfni ú
enfenneira o seu fkiginiento o os sens dnsejus do irol«
tar para a casa materna ; o qoo Ibe fdm- concodide.. >'
:A(m8e o o irmão, dbrante esle-siugnlar.depeihisn^*
to , não eossavam de mostrav pdr«/palif ras e gfsM;
despeito o raivo. . '...:.,»'/.!
Obrigada o faniUoa osesgnsr ^m lennoéè SraittM
rem d desgra^da , com bumanidaée^ èaài o Sr. ff4#
para. fazer nlteriores Indagações, d doa providoMistf
qnaes a natoroia do caos requeria J-^DolMspiCalodo
cnrorgião , . qne a sangriro , soobe qoe Soda. a''P«rti
da relação, em qoe elles Ogar^^m; am-dxaattt. ••
í^ bospiul havia irasido o infolU^eàeAiiiwiDtta aar^
na que se aggravárapélo 4s*prèxo: o O' qn«' ^ra »■
gente ' qne-so accodisse : para isto ' otdm naeossarbis
rdiipas de que intoíramenSe ebU^a^taapQ|ido r ^ ^
dispensável» os médicos. DeServioDiMe qoe Iria âfao*^
tac^e.nas enfermarias de ^. Joaé , e quanto és rooi
pas, pediu o «E».® Ministiafdas Jneti^ ao Sr. Jl^úy
qne as mandasse comprar, envkndo4ho o mI, qoi^
eHe promptamepite . pagaria. > >
^ .Acabamos. dofaUar oam 'possaa- Admlif^» 'qa«»
b<^e quorta^feira , eonveraeu por mais dm' amai barn
no hospital de 8. Hesé cora a Sr/ D. OorioU KM
(é o sou nome): atchoii^ interessante e okpir#BOSSi;
e roafare. todo por mais qne -adrode ibo*'oavia8se'Ol m^
son^Hos , em :qne iiilâram «. oSo. liio Ibi peaaíi^) di»>
cèbrir o mais tenua vfa)ubibre do alietooçiò ; os seus
sdniúnentoe rco«lsmm' ntoa«tdonnBÍU'{hom nastlda"^
mo' oom^.oKooikntenionle ierqiado:' senfjs oio d0t
pentos • fm qne mais insistias bOidotenlpar sua mie,
e opedin qtto se não nsosseurantrafdMo' do rigeri • '
A jostâfp e o iempoio» oinéain|iAtd<foo^tetoteS¥.*
Já bqje eórve odno cciito,' qõe o oiwvs dp aboMsi^
te ikMO é outra v*qno vioo aiaorovol eigamoda n<Oii^
oaca^do fisárao-Alto; e qne.omianÉépiP/ iqno. alé.ofo^
eá* lho ^# Hsoifodoj por uma antiga rioalaina, d
amásia de sen-maaido, 'llioi^vno d'aq«. por jdiaalo ssi*
ooiregoíe. iSobre-iBso nadq podeasoo niflèo alllmfi^ »'
apontamos nm boato aspolhodissinia:» dispostas a f^-
ÍMtei-o» on o oônfirasàbo MgundD o 4e»dndè '^f' tos^
ídf Ror .piovat' dofcohtlndeu/^ . ^. . • >"*^"
^»^&<
JRJPVISTA UNIVERSAL LISBOl^BTiSE.
801
EXPEDIENTE.
SiiiTiifoê nio poder publicar a carta do antigo 4a i)erda^
ie; masachamol-ft conceluda em termos excessivamen*
ia d«ftat>cidos. . -^ — .
. No artigo 2531 — Sobre a petição de revista, a pag.
S48, colunna 2/. Hnfaa 12, onde está — PKOuiBia
mil UfcHro^à» de JfUgatnento — deve estar -^pbshit-
TUI «m terceiro grau de jídgamerdo.
. No artigo 2462; a pag.216v co). i.\ lín« 39-^em
Vftz do verso — Qh€ deêabrwhe os A^nHoa-— léa-se— :
Qu$ dnabnehe o« mimob.
«CeNHECIIESTOS UTIIS.
MAcrauf A0 mm yabúml.
; ANNVNCIO.
2560 Joio DttíT, iugeaheíro e ágvmte de Haigh
Furcndry ,. um dos prineipfes estabelecimentos de in-
gcobaria na Gram-Bretanha, lerá muito prazer em sup-
prír a quem necessita de planot àe[ todas as qualida*
âes de macbina, ou ingenho dos mais modemoa e da
melhor eonstriicçio , Í[|ue.boje se usam nas embarca-
ções de v^pór-, .ou. nas (abjicf^é ou neíobos.'
N. B. Tem a sua residência na rua do Ferregial de
^xo A.** IS, onde pój4ç ser consultado*
Snj&TXéAVXiBS.
Í5Kt}Kao.
2561 JStifoo já conhecida a utilidade das multi-
éaules; e o bem que s^e dio em nosso s6Io . resta far
cilUar as plantações , por meio de commodos preços ,
«corno síío os de 20 / 30 e 40 réis por estaca , que os
*c«mpradores acharão nos viveiros das quintas do Bar^
retro e Diineií^ò , em S. Domingos de BemQca, e Fát^
ie-Caiada cm Barcarena. Os que preferirem reçebcl-as
^m Lisboa, dirijam-se a Antoiiio Pedro de Sales, rua
das Flores n.* 37.
J^&iivs9ms8xxd xsarrtBít A vAVoa »a
ctrxTmiA PA seba;
â552 SobrbxaKbira folgámos de saber que o
Sr.' António Pedro de Sales» portnguez ás direitas é
promotor prático e infatigável dacuUiira da seda n* es-
te rcicio, dirigiu; 'ha tempos, ao governo uma represien-
iaçSo ^ q^e não pôde debar de sair' com bom despa-
cho é úQfiito brévè.
•Propôe á'ella q Sr. Sales — quê , para que a seda
'tenha o seu ' verdadeiro désitivolvimento , se dè »
$'or espaço de quatro annos successivos» a tjuantin de
50;^' reis ahnuaes, para sereib repartidos em porções
^csq^guaes, Sendo a maior dô 50^^ reis, é estas se-
rem conferfdas como prchiios aos Creadorcs, que trou-^
iterenr ao bdnòurso maior. quantidade e melhor quali-
Aáde de casulo, — Ptehaibs estes, qtfe dévèm ser adiú-
aicaídos cm conóurtò publico c por peritos, eslampan-
^o-se nb Diário dO tiovcfnoos nomes dos premiados por
líoa ordem, c cora a dcsigtiaçao dó premio de cada um.
" Ora se à "venda tios' Casulos, já pof si , ofllérefce um
interesse bastsinte para. tentar ;'que não será, quando
éada creadbr poder "'eáperaf, alêní dó prèçò ,* què a
^im-fo^íenda Ibe ha-de dar com segurança, um aòcre»*
ciijio gratuito dé lucro pecuniário e aiii^apor cijpiia
tom, non^e e crerlitu ^e benemcrUoj . . ,»
JÂN£ ^ & o «- ÍÍ3 — - 1841.
Esperamos que o governo nio tardará em dclVsrlr a
honrada. petição, em que o aoctor anda tão empe^
nhado, como outro qualquer poderia andar pelo botii
êxito de um requerimento , tão dirigido ao seu parli-
caiar iutaresse como este o i á publica prosperidade»
comAVsiA vaoTsproaA i>o ooaáçBsxaozo
B AOaiOiriiTUlfLA l>Oft TZNStOft OA
JUCTBZMAByiLA.
2563 A approvação do projecto para a organisação
d'esta companhia, de dia a dia, se torna da maior no**
eessidade: a oonvenfencia do sobre eite dár o seu pa-
recer nSo só ^eommiãtào e^ebibt dos vinhos mas tanv^
bem uma eomnUeuf^ especial , ad hoc , e de entrarem
n'ella deputados da Estremadura , que scientes daori^
gem , e razõêá do proiecto , possam bcin esclarecer t
matéria , é também de evidência ; ou pelo menos a
nomeação , e juncçã<» à dieta eommiseSo especial do»
vinhos já nomeada, de mais alguns deputados dá £x-«
tremadura , especialmente os signatários do projecto
os Srs. Barão de Chancelleiros, e Beirão: ---por fss<>
confiamos qjue a segutnto representação qnc por uma
etmmisião especial composta dos Srs^ Afres de Sá» tK.
Fernando de Sousa , e Franoisco de Lemos foi entre^
gue boje (16) ao Sr^Gorjâo,. presidente da camará dos
Srs. deputados', será por elles attcndida e differida
fávoravehDente. f^ ,*'**;♦.
SBimOBBB OBSTADOS DA NAÇiÒ MHtTCGOBZA,
OsiABAi!to asaignados, , lavradores e proprietários i
membros da cmnmissão pemioneotè encirpegada pe^
la aasomfolea geral da assbchçãa propiolora do coa»«
mereio, e agricultura dos vinhos da província da Ex^
tremadara , de diligiiiicíarem' que p projecto díe Ui •
para aorganisaçao do ama companhia protectora do dito
conmeKcio eagrieultuiti, por ella coãíeccionadoí» ado?«
ptado, e apresentado perante .vbs. én. 18 dei marçoéa
anira . pf oxino pretérito de 1843^ pelo Sr. deputado
Caetano Maria Ferreira da Silva Betrãa, se converta
em loi , vem hoje em cQBBprimeBto do seu áiandato
especial , pelo ilileresse da prèvincia da Extremadura
e pelo liem geral de todo a reino, pedir-^òs paraquò
vos digneis nomeai' «ma coiíimissão; especial a queot
seja prasente o .éíetor prafeéto de lei,' è que aprebEeivv
tando sobre Mie o seu parfiter coto a brevidado exigia
da pclá. alta .tiranseendenoía do prometo , . 4ò Ugar a
ébpussão, e decísãa n^ presente, legislatura*
Escusado Srs. intendem os signatários , apresentar
as^fortlssiloas ta^õeft qué^jaitiflcBaaiio se« pltdido, «1-
las são de v.ós todos sabidas , o por (tido bastará Iton
briur; que a agrkitltura vinícola da Província da £x«»
tnmkadura. é de 18(h000a 200:000 pipas de vinho it
cuja .deísfieza áà simt^lef citlfcura' termo médio annuai
é 1.200:000,^000 4^». ou â' milhões de frttsados . qoo
410 seu valor: e fabneo consistia a principal riqueza
da* Provincia* e que o. terreno vinicola daEatromadtH
rà deum enorme^ valor quando empregado nesta ouK
tura^ loialmiuite iQ. perde, definhada, ella ..pois ha gé^
neratidado e quasí totalidade* óineapd:^ dacnUara dos
cereats; sua grande importância fez eom que áfactU'*
ra ,do proiecto ooocetrealeDl da ioda <a Pr^viociii as
camarás municipaca, t nniigrandq Mimaro de la^rn*
dores ; lO qile no pr^eclo concebem as mais liaoota^
ras" esperasiças , e que foi confeccionado com tal^eud*
dado', qoe him- se púdp ^iseff« que elle apresenta n
lopiottio ;Unania»edaJPÍrovuicja.^., -..a
S2 YOL. III.' SEUIS ix«
■m-^. -vém íifirfh-
^es
. REVlSVií fONlWÊttSMi 'IÍIS6í>íítíí4áfe-
'^^^^nt
Anc-íoáo5espt?rsHttn'6s' sigrialartòs 'ém tfiêh o «Ano
fp: qtiú fbssó thdo o paPcc'(íV dá' r^cspèttiva ' comrhfs^
saô a qttienrt apcna? enl^rcgutí foi renficttiíio; e'a4ié ctt-
trnssh cm' díscnssSo-, cífwíranfã tnfnto jnài$' fuMam^rt-»
láiiia qn/inlô ofosso prdc<?dBr pírt-a -com ff^oí<'incto'de
Douro demonstrava qnantrr tínheis a peito os interes-
.iH;'tlairçríctílt^irfíi"víniftíh* 'l/*íaínía§^ f(4iím'érftS/smrt
cspcrahças.-^tíje qiíc V<ír^hètCadé'18íO%e Alrtquasi
toda nas adegas dó ía^r raéor; d quc\ género vendido
• Icaai ndo .c^m ,25 e 3ft pip. ÍOO da diffcrcjiçn do
anão pp» dada iiia.i^c r^cLiQia mais a hr^vidaddia
discussão, .e)(lc0ÍS0o do projocdQt cvja demora solorna
sumnmmcDlQ'fpDcjndioíl>lv porque como é evidente èm
toeso^jcciosa ind6ciisão,é.^rave Eiial ,> cem.» Lermi-r
luir. vus^fareis á proviooíib om^spccial , c »o poiiC: eu)
f eral>gxpntdc.^benQric»o. , . - 1 . E-.R^ ¥•. r
I líisUna i|& dQjanejíode 4844» — rw^n^í?.í*;^i*-
«aiw-r^^tfww (fite Sá..Xogueir0^j09é do^ Fraz^r/^a^fia-^
J>. Fmumdo tíçS^sa BatAlk^-^r^i^VancUo^ Jímer $eir
9^^áeh€imf CêH-cUQ. fii-fwtc^hr-^fiíomooiftitsia. iíiôei-
'"' '^' ' "' SÂBlÒ ÀXÔlkÕ^UGÒ. "*■■'■•
2561 • «MANDÁRAifOS nós v4r de Paris. algflnâ ocrateiâ
do afamado SI bõo diydnífiugo 'do jqoc ia\IÁ9smos nos
ndMos'artigo8i t002»»':iã77., , e cojaitfogoliar.^virtiide
étpreleçrvrcrs tecidas» de qualquer natupézap gue-se^
}<«»,' db fio »SiDpregnar«iB de-agon;' pcy* miis.^obuva;
ipíé a|)anhem;> * - .•. i.r. *> ., :?;
. D'eite «»llio ^epartjmosiiáQsti^atsift »IgajnroDriino9
ekporinfentadoref pipiara; ihe ^veríioáreBi-a.ofiãcaoiav' Q
» a]gu«B' ohiiatciM ,> 1llai9llvlbe•Sl;!l{Mva^Ule •dascsèvi-»
réray «• feèsé ^aa»¥el% «aicompcdiçi»^; "r
^ Os oxpcFftnenUddhMt co*riPiliaKtin'*o qae d:*ç1>e se
áhsia ' M progVBHHn^ fratic^z 'do.mventór^ o^Sti Minbttí;
eòttcu^ dnáiácoim cerrifnínoseste tiligo. Dos baa-
Ijisaidores! xih 'w , até/liajei^ terve a boQdajde' de nos
dat> coiHta dc^remUadoidoaiseÉs tral)anbos, -^ A Sboie»*
éadi5 phaininac09Hica>d8.Iiieboav • iaboratorío chiroíca
da-^Btversidad&id^CoiBilini, :e o éístineto pharma-*
cmirtao Id^icetaididade 0!^>.i Sousa- PinCó^ esperafioAS
quQ s^ti^arão aijtdq o nosso «mpeoha , movidas da
grande lUiMadè , ^in^ id^ssa poderá resultar ao pn^
-' íQ Hli».^:Sr^ Kiwtjsè da EacM» ^otytecbaièa, em
respbsf» á. òarta ; em que- }Iiêi vogávamos ,* convidasse
e^shbib leiee^déichimica -éa<^iii0sitia; fischoda, a analy^
sar a poiigão i^ qoè Ibê/ r^ensetlfobies ', iem hajv â bon^
Aaéei * út > no» ' eatvar ' a- seguáate obsequiosa oarta , di^
ríigiida ael^ie pelo mesmo lente : --^ • ' *> ^
»'«I|kii.*.Sr. -^IN^oB primeiros dias douUímo' mes en^
Iregon^e V.S^oma pequena poraio de um prodútto;
ebm o. nome de ssibao b^drófugo* (para; tomar os C^ci-
eido» impermeáteis á agua) , 'e uma carta deSr. A^
F.' d« Caatilik) , ^m qiielhè pedia me enoàvregasse
eU'4a analyse d^aquelle composto/ para ter se era
po$9Írel! descobrir o methodo de o preparar; *-^Te-í
wei, eom praaer; s«biite* mim esae^Crabalfao , tafito
pêra. sàtisCiser aes^deae^os^ do V.|$.'f:omo'i -^isrioiTda*'
4» dõi noS8o^lMstre''CO(ripatríoUt ;iapesar de reeonbe J
#e0câ."diffiettldàâte danearpnôKai pqrque tilogo^q^iefité
iraeUva d« analysQ 4»*vm 'iiiJstiiír9'«<«^fi|bit«àQlv
orfçanicas c mincrrfcs , em'quteWa necessário sepa-
ra l-ass sem' as olici^ar , - para , podehdd «^stirdíiUars^m
separadO'» .recaDbaeecrpelbsseBs. chànii^r«s a suà
natureza , o que é muitas vezes impraticável; qiilaiv-
do se tracta de mistura râe^lJRirias orgânicas. — Co-
ffieecir iaoteiediatáraciílx) <ps enBliids^fni'ilyli<9as'^bré n
Mbílo»;- or já' porqno ús meus priAàePÍros trtfbaftoií
fornm imitHtsadoS' fior-um* acetfleQte oci^srrMo fi9 la^
boratorio , já porqu^-oelnas -^nal^^ses , * e os misteres
áo curso me octuparajti'lamá)pm riinito t<imp6p íião
pude aipiresaatar mais cedo» as. resultados. N'Se dou
ainda por concluído o meu csttidosabre este produto
to , mas para não cançar a spectalíva de V. S. e do
Sr. Castilho, direi sem nttif dtrmora o qnc colhi dos
meus ensaios, -^€om<fcí^TiqafflT*í^tf <}a^Afc»io era mui
diminuta, rilo fiz-" todas as^^rrvcstígTrçòcs' que faria .
se tivesse á roinba dispcsiçãt ornar píorçâo maior. Tra*
ctcí só de separar por meio de diversos dissolventes
Os «iç^roâiefitos* da mistura', e acllèi
■ , .^ \' \ AJ" Alúmen de potassa.^
Siíbstaneiflr'.soltiveliniagua.{ 2-' ^'"^^ "^^Y"' 'T
°j 1» nica cora lodosos cha-»
." % . ' . racterés da gelatina,.
Substancia s^^íwveT no 'ál-T principio imniediatod»
oohol — a Mr*f}ia * ■ |'' 'éôra. ", •
Substancia soltfvfcl no étbèrf o^ílm prínòr^tio " inlmc^
— a myricina , ^ . ir^^j^^^^^^^ ^^ ^<^*ra.
Insolúvel em lodos os" dissolventes — um silicato
de. magnesía. . „ • ,
Por conseguinte . reconheci 'ser O sítjo^o liydrófuga
utóa mistura de alúmen , çól(i\ cera, e talco, Vk ^s-
ta mistura nas proporç^c^.cphyehienies, que 'a aúalj-
se lio havia indicado, .ç obtive un>. sabão coin a pror
príí^dade^ de íoV^na^os teçidq» á^ la impermeáveis pe-
la agua, corno b ^xempl^r^^alysatlo.-jfeeràetlo doís
pedaços djo que fik': dijOTccem estçs , jirn do outro.,
no aspéôto/e nò cheiro, porque um é feilò còm cê^
ra branca, e o outro com cera amàrellá. — ^'Se oSr.
Castilho, n^ qui;^er xqix^í^ um}, {^^ãa xo^jor. do. s^
bao hydrórugo , '^vindo d^e. Praoc^ j^ po4er'et lazcV um
trabalho ma|s completo sobre çflé ,. e.pííra. eiUão .me
reservo dizer ajgunía coisa ^âbçp este prod^cto , e
sobre as vantagens do seu emprego, .qu^ peTo que
nos loca como militares , o ppdeinos . indicar aò. mi-
nisli-ó da guerra , parafazer çom _ quê sçja appíicado
paralornar impermeáveis os capotes ^etonéí^ de içU-
nição do, exercito. — Besejarei ler. sçnjpre qcçasiip ;da
mostrar ò respeite com que sou' de V.S. ii^úilq attentp
tenerador*, creado, e amigo -7- Júlio Máximo de. Oli-
veira Pi menleL—S. C. 30 (Je dezembro dê 'i|84í3». ^
Erii consequência d'e.sla çarta/já remettemos dxaioir
porção de sabão hydrófugo de JfeíioWi-r- ap lUn?-'
Sr. J. P. áa Costa para ser énti^eguç áo Illói.* Sr,
J. K. ' d'piiveira Pi mente] ; é fs duas amostras da
sabão hydrófugo , fabricado pelo Sn Pimei^tctl , pks"
sámOl-as ás niãos de pessoa, que havendo .experi-
mentado e verificado a eílicapia do produclo estran-
j^eírò , yae fazer outro tanto e com eguul exacção a
respeito do portuguez. ... . . ,
Do "qUc mais fór ^ occorrendo^ na matéria daremo^a
prograMma de menotti.
' * 0'MbSb liydr^iie(» Menotti ter^e para tornar ímpertii'ea«
vçtt Qi iiWxn a os tei^kios,*iieaiiács alterar a i;6)-, 'Beoi a fta«'
AB?r]g«u: 4ijyiY<B]iâ»Afl/i£iBB0raimaii
269 .
rfm' passaceai ao. ar e a tran^jurasSo. e seni Ihe8 comunicar
<fii?\rh a-lglinif fi.i «iyVTo\'adi) pelfi aftdcmiá dçi]s. scícn(5ía3 (1<^
reris, na scsslo <1e 17 de fevereiro aèí 840';' TíeíA lodíoda-
éa-Hn^én Hí^rleUHOrá^^e niikr nli^ wtt««'^cim» «« jhTkfiro
4e 1841 í .peki.a«Wçnli»4iiá«Épócí«»^ dei JWtwvl d«'' i*»*^
Ipeada paJo winUlcp ^a-nw^iníi^, QW j;Mí^<'*/r-5,.^9pUiclíí
rela aduiínislriíruo municipal^de To/ííffl e pelps pnncijja,e*Ja-,
Dflcanlcs dô pannos de 'ia e' 8iái8 tecidos. "^ '
■ « íbdo« o«ciírpo**Bat>iô^ á nttrtti'|ireíeimiiiiot nosíb inven-
to |ò'ifcilí|o bydtAfiilío, oíltefan.HMíôWnMiÉdwfopoídofe fté^
teèr, fida tcoBoiB*» í peta- i*iO*rfe;,4f-e'4tai»ía^fcr^ de
pQdef,a4Qri9MqHe« Qxilo r^)fc<W<iM^ <¥>mp|9(^fB^(^ '.^^ <««H«
projn^íl^Víi. Uii^gwnde pum<irgu.dcX|^^iCí^nlca,, de-liJ^i^tp*,,
de al&iiíílci, de adijiimlítriívoç» ^àe parfiçularcí , adoptar^ju;
i' píirha esló sabão. »»' ' ' * .
' N A'a'pf)lfe*acílo d^^llè t*^ Ser fcilã^lJÒV qualfpiér^iresíoa
«rrrel ángoaç íl^•w•^^lh»^«I*'otolrt9 i«*«Mir;. i»m*j4*iuil««,
uecBffaçiííp ,4e. ^ar pw»i««u .ao, «f jpara, n , cvaptfari^ a?
ai^òr. »» .'■.,'.... i I ' '
* ' .. Mní í fee ^' ar 'pâm' como d^^aMea por ^nTrc'o^ fios , (ve-'
W*í*é * rfe»arSti daaáídèinlii iferiiCÍàícíiís-dyiWííirfl) wlta íí6s
4llhbi,''liiie ptir *m b«i4^ íanibettfíiHHmài' M a§i*, fèVlat t« vft-
KW qiettttet |iaiiaoa ta tflnB«mtQy'uu «lilojeiUiinsiipinafr^u-
de affua- » .T ,.- { ^. •. ; »•• .;-':» '♦
« Repare-se porc^r^iD^V^lo, ein.c^we ,m«^o ^e.pro^K^sir^^ in-
sistinioi; — A,íabor;~<aMé o^atóò'Víffóf^*fi<'^ ^**^ ^'"^""
piiido\^»HilírrV*lhA«os'É:^,*o'que í«í « *<^ **'^*'^ ^* **^*
<Se abíorver a agua , c por coimci|ucncia de se eiwuparem por
dentro. » '/^: 'ITíTHS "^t ^
^ «• D',^^ ^9fáQ r*§nHp:i4.fepiiiftl? phef «m«||o , que .#o "n-
plig» • P' U. c^vil»u;itWlc -duí corpv»;, — que wm. . paaoa ,c.qgu^
fir.s «e nao. iiní>obcm , nbm-a, poderei 'dar pa&sagem , salvo ha-
Tcndo ^Wr<^*^*5o,'a'ínfi^lVa<;i'o argiimâ dcttgua. «''''.
•*« lOHiViaififti-tó o§ pabriòS, 'itíèdiéadoi^cofii o «f.íso teWio,
t/«íi'VsláM<>, feili cfuô ♦» »o» iVspilIaiira ôgu*, ' adquiroâi á«»íui
«iifpftl|cM9tlQ imfi*nni«rHÍ« é'aít!u«í « •*«. «o •«'»', c , por
raçi^o da íMor» no.qup fiílá o . principal lu^rilu d' este .g^çra^
çao nió cilraga ejijjje^íiyKI aií:y»V! a fiijzenda, .quçr «çja a^^)^^
cada ante^ de corlpdo e cosido h fâlp ,^' fljier. lírpí U s-,'içcrei*
cfcftHo"iiirAla*'qiíc e*lé l"ato ; "t ar»" precioso para quanilo.cníivc ,*
p4de traícr-iíe ^ È^rrift em' íjtiittiiiífr 'ólirfb estado fla^alHhJos.
phétmt a ;qté df '«iMlcfilealitlA» «b >dde^ift tflzéi< dtf >g«ittnia
eiáaticn.t>ii|bofra«Ji». .Tf,- . .•!• í .'•./.',•.•., !:.'•.')«
.Ç^iQ|^r^)i(\^s4^ iKiit.c9^«,doi^prqf0rrqiÍV)ort,<n^?«imimie>»i«f
tica e sabão bydrofugo; o, »i^b.iSi>. fica jH^f ^ciia.-^ . eju. IwUi^r
nao é nedgoso para a saúde : 'nau é.ijjijoaUvo; n.1o .incoínmo^
da , >ií!io obfleá Jiaridâr mlidando de íiló. Pot quaUp^er mo-
do que o c6niíi*erèm', p6r pàrtè" dá cbníraodfdádíi ,' dfa ecóho-
aiia'QU <Ítf'BaknbriUMÍe,. pDisdlm' lutfJíipUhlfMttieiltQ A isiijjftho-
dade , que as academias e corporações scicattflcas lhe tfedttf
recpnÇvcci^o, »r -,{ . -. . .'•,• il »• '.» ii *• •'
u Xiue fqjizes appliciíroç^ se nfio .podQiB, tj^r-í^^^í^ •*•
tores^ l>o)eeS)-ob'4} òanrcifrol^, càÇfc^aorej^, viAJírhtt>s í è rf't^ílos
aquelies em0m que .trid)aihàm.«u^aaldcuIl<pu« AíM « «d Hil »
,<(f f:\ ^{>pUçafel,.(a|[f|bf«nj.^'iba.r|Paci|9.d<|st8i|iiJiMÍ»»T aqs toK
dos das ^ ^)^^r.ca^;Oes.J e aojj qnç.se; i^ofin^ pof.,f /ipc\ ^^s ^pv^tas
das 'li.jas ém certas rua^J,, a irúbeilura da^ ca^a^, e. aofl, fí^coí
de farifiha. » ■'.'** ,
'•'« 'Pélo-íbí^reasé' dH Míí<?rfe''rfe^em'aí^<ín'r1ér tíibito à luAò"
ial#.oi ciia(V| Ide toc^itf síí a<fiiAhlé)t-ar«yé ^blféâ^ e particnia-
res , os lucilicos , os. pírruthbs''c(toilif8«aqtt0llat' pessoas étaúm
<>M^,» Í^»r^at|W(^ssi^i>^;ie%tHqloi(le:NiieÍJC«aqia34 ,tRabHtHam
pun\ uxf^ihoi^f ^ âorUYd^,c!a«8|(^iB(â6iu^mpr>vias. .3tas.9^uck "
'.rios pedimos, inslanteúií-iílé; e. «nte» de Uuio ; é, que experi-
mente tifeía uih*poV si^hiéRmo a^eilícaciâ da nossa composi<;&o,
para bem se desenganar da 'evidência das nossas assertoes, n
u Logo ^Wlm^U^xm^(í(^We«L %&^Ao, temos
certeza de que n2Lo deixaram dè fi>^'jar para que se propa«^uo
iHTai;Ínvqpt«ç.qi|fl, a^^p^í^^fi(pT9f^^màp ^^ ihoíD«w;|nai4jitóllio«,
1^0 j)i:c«tutUo é)pi^rii^.t^.equ(v>mU paft^^iUr^ .pafO ft ffv)pf»úfm
dade pessoal c para a.^giénp pjublka. ,?>■ ■ .^ , . . ^^ ,,, ,
A*". J?' ' Sêff\te'S€^'à expUcç^âo ctrcinnsfanrisf!(S rfd modoâg
ffiiprégàrú sttbSú féydrófitgó; piéfiid r^itirvãlftã péfa iuíri ai** ,
^«'^iíuprrmeptlH idade. « ,
' .« Fâra eviÍhr'en><íftol[, é daf' utoa idéfi mais exacta daç'
VWiitní^ns , <í»ilí eta rcMUdHde »è tíetém ewjTtrar do sab3o hy-
drófrtgo, r««^taOi ai> pniAick «ibnAi *»'flK5*afc %íí|f1ilBt6à; por
4;uÍB vfwriid|dt:notíabri§an}Of.inlqiriwuentB:-t < '
--♦..l^.O^ c[tflp(qi»„ «saçÔfli, (r<>P(>>^ d^.pftnno. ♦tp, , cwio.
íftrro jfor iamVci?v immrnteabiiisaUo . pelo iabrio, .poderio re-,
aistiV indnilarocnlé acbuva mais Yvrle, e preservar inleir^çfl-
lè de seSnVítliftrafl ptèsoaa que os trouxerem.'»
« í.® Os palletots sobrecasacas; ele, egualmenle forrados
c impcrmeabiiíi<Wsr,AfeiiA»^Haiílfeiâ'^a* SifRas horas de
«íiÉfWi? ». 5 ' .'•! I I '. ...;i. I •." ; '••••;'• * J" -^
,«. ^,» Og t^doÊ^ Vem pVM^ip e teep»\e|i íírma ^le b^mc»,
HJuda.Jip/^^esttjíim dia^ ^ dja^ a^çhuva,; nâq ; deitam pawar ^'
^■u 4> Dois '^íáfldòâ de pàhnô de lítaMo oil de dôtim ; imper-
meáveis . por exemplo, um collete c uma bloute , rfesístirlló'
«jWsPtáW4 «ftib utt vcdíd^ «« Janrio v!ô'IR.'^Uiiisí» «wi»e'<le
f^Eéoàá tKttilâ^iKla^ 'íivtaiã úomosmq aft^i cíoIhm, licrari/.
«Voaria nào j>odeLÍa, r^iíi^r pflpayáchuy». fraw, 8pí^R.>* fe- .
seiíila, de que òrdinarlailicnte' as faiem, e muilò rala de mais,.
• muito destapada : em a chuva , sendo forte , necessariamen-
te »e Jhe ha-de infiltrar. » " "
« õ.' Di»ÍBA^4*íi(kM'^*<í*' A^'p%•Il^i«^l*d#C^or exem-
|Ar, yiUfBi ^'l»tfa^u.iiinai.sdyirecÀiaoa/ie. {lèriohnakim >aíM«tí^/,
ef ]«j|k 9 :Cai<Mu fiMUi..(nispm,i\ avr*iaippí:.ç«cpnK'«*'H^i' »•.«*>»*■
V» . tilo iffipciu;lrav4*i -cvwp. u^^a. paj>a, .dç, liorr^çjbí^i.sem.kr t>
djCieity ,.quc,a torrachn tvm .,<ie cheirí^r pii^p «
u^iics sãó os 'resultados que ipodéúios afííanç;
^i/íí*» sprníos dev-menrtdds:' íi ' •».•••'•• • ^
y Jú stf ví ^rf qíiè» o fàid , preparado ' corâ ' srfKBo -b^dr^-.
9*A7^i;8 |B;iftSPA8TÍ(C03Í .'
-âSSS i?íVE»AmNi!K 6ei>«riido'dâ<iuc<s1ao, qifêtfiti»
tfitMlonáda* os prós r ecòUtrãrsv ii)^ft'âo'si\iiteRt^-ánt^
mMia d(y bem dasci^ntí^i ^"-d» e<}onoit]ia^d6't!y.obH'^
c«» ^amof pati^iiy FtfS^1vio-m^' d< puMSièar é^ifó^mu^
lais; abnko<trani(5riptaiB', "diis qndesi à^;tnií''AiitBdrcl^
:(í Q â) já fovaiii-«tp«riiilent;íufè5, c 4l^e'ô^bst^ de d4
m «eoroa^» 4d. maié' Mívi i^s«lftidd , • fó^tklb sti--
IHirâvflbunddiitiísiidáiiieRlè e-íebi <y fr}di(^'ÍDGòrnmú«'
do 9L4b(t§9i Hhfitia"pe\o eimí^co, Ò h^.*^ ^.^k\^ ^ b^^
tante forte, ep^eíjrtí '««rvir <)6k6'OdrA1b^s)»^}»r(^ t^^lTât
aJjrlr Xim*-c)i^f« ou k-énôviírôi ^putú^i(f-fá -òiíílnòla.
«f\Hnbém« apresealo a'fbrifítJW''dfr'tíih:VíH<^<!^dor'v(;^
jsioaotn) > '(fUes -a^i^o-sè pfoitiplo' e ^teikiHÍd hòs^
papai), pod'evá'*9cr<<rit>pâ1rti eih liní lAmneiile itHIbttfma^à'
pavUvcttèí-ioil dèrura enl>»r!Mb (qoaiWr^'a WQt<i¥e?3íti* da*
Idoêfiça^âs^m-^ijii'), •d^^«âMdf^'á4iaA^<^4ue;a'^afèiiife-'
m«irtÉi;paréciiã'lhotfò. . ' -^ .«.«'*«* <1 '•-< í* >{
- 'de«lg><ifin ftMtts-tiabio qutKerlc^ á%dndaéfè?'dfebpfe-^
'sentai«DO¥a^fornyilltis,^ihètli eoMô denotar 'ós inéóíi«'
.vetM<mt«s ^fcrc'd'^e0ta^rcsíttlla>ni; iW«ritèfVo4^adbécfci/
porquê aiioitwdi dó^-bení ^attica* adoptai^fei ' st5mpr«'
araeíftijít/- '.* •* ^'"» - ''^^ • / •.- .-:■.•..;.•>
' ftò««»> ai99 ^t^. tii«dícos<e fticlrtlatíros ; qti^ Vt^dt^-
do da» nmha9(ortnu»>a(r, ' sfe sii^^iWiééfpufr'fiè^i| tatitè tsi '
__ ^ . , ,..,., , - itiOOiír^tiíwKes^MítoaíttHliéad^/^qtíe tirara' tíb'^
S3*
fíançar sem o i^'
264
REVISTA UNIVERSAL LISBONENSE.
ter 21) nunca poderá exceder a 280 réis , cmquanlo
68 d'AII)cspcyres custam 400 e 480 réis.
K." 1 fraco — banha 14 onças, cera branca 7 onças,
cantharídas inteiras 2 oitavas , agua 1 onça.
Digira tudo a calor brando \}ov espaço de 12 horas,
mexendo algumas vezes com espátula de pau , còc
por panno de (inho flno , e éstehdd por meio de uma
machina sobre papel apropriado.
PÍ.® 1 forte — banha 14 onças, cera branca 7 onças,
cantharidas inteiras 1 onça , agua 2 onças,
. Digira por espaço de 36 horas , tudo o mais como
»o n.° 1 fraco.
N.** 2 fraco — banha li onças, cera branca 7 onças.
' ciintharidas inteiras 2 onças , agua 2 onças.
Todo o roais como no n.^ 1 forte.'
S'." 3 — banha 14 onças, cera branca 7 onças, can-
tharidas inteiras 2 e meia onças , agua 2 onças.
Tudo o mais como no d.^ 1 forte.
N.* 4 — banha 14 onças, cera branca 7 onças, can-
thartdas inteiras 3 onças , a gua 2 e meia onças.
Tudo o mais éomo no n." 1 íorte.
Encerado vesicante — Jwnha 14 onças, cera branca
7 onças, cantharidas inteiras $ onças, agua 4 onças.
' Tudo o mais como no n.* 1 forte.
• Julgo ter preenchido o meu dever, resta agora qoe
^s Srs. médicos e facultativos annuaro aos meus rogos.
O Amigo da Industria Nacional^
SOBAS O KSSKO ASSyMVTO.
(Caria),
2566 Bem sei , que se não deve metter a foice
«m seara alheio ; mas eu sempre gosto de mcttcr em
tudo a minha colherada. Não se admirem pois, de cu
fazer as minhas breves reflexões , sobre os papeis
epispaslicos do epispastico Àlbespeyrcs , como fez a
Sr.' D. Maria J. S. G. Cada um diz da coisa o que
sabe , ou o que lhe parece.
Lembrado de que a profissão a que pertenço, me nlo
^uctoFisa , para avaliar os eífekos. doa medicamentos ,
e até porque sei, que em medicina não faltam .re-
médios; e o difficil nlo é aphal-os , mas sim ter arte
de convenientemente os appiicar, não falUtei nos no-
mes bonitos , que o meu collega , o Sr. Queiroz , es-
creveu era sentido contrario ao da Sr.* D. Maria fal-
lando de dyiwria , itrajnffwna , hemaiuria « e priapii"
mo ; porque , com franqueza lhe digo , que além do
ultimo , dos outros nada intendo ; portanto limitar*
me»heí » dar a minha. opinião sobre o preparado» e
«obre o que a. respeito d'elle se iem escrip^o.
O meu collega e respeitável pharmaceutico o Sr.
Pinto, disse que os papeis epispastkos longe de serem
ioM sôa damioios; e o Sr. FreUas Jwnior contraria-o,
dizendo que o$ dietoê papeie longe de $erem uma invenção
damnoia » tão uma invenção utiL N'isto parava tudo ,
c quando menos se nlo esperava , apparece um arti-
go da Sr.* D. Maria J. S. G , cm que diz que os
bons effeiUm dos tae$ papeis lhe tem lisongeado a sua
espeetativa , e logo em seguida. outro do Sr. Queiroz
e Silva , em que diz que os papeis episipasiico» são
uma misteriosa composiçòjo, e que tem a formula d^ella,
t diz ao Sr. Freitas que ignora ainda que a, hase ee-
sçneial dos epispasiieos do Sr. Alhespeyres é a eaniha->
rídiíta. Fiquei pasmado; porque o mesmo Àlbes»
peyres affirma nlo terem os seus papeis composiçio
«íf upiA de cambaridiv , t fu^ foi fv i#ta f uc «lie ^
obtete o privilegio, c que a receita nio se publica; poi»
conseguinte, ninguém a sabe, se nlo Deus , o St.
Queirós e Alhespeyres,
O meu fim principal é dizer que estou muito pert<
suadido de sarem os epispasHeos d* Albespeyrei , um»
charlataria d*aque)las com quo osmosnureu franceses,
se costoroam lograr uns aos outros e muito mais aos
estrangeiros. Talvez nao haja cidade na Europa , on-
de apparaçam tantas composições secretas , quotidia-
namente chovidas no povo , come em Paris ; pelo qoè
me nao admiro d« que estes papeis estejam no mesmo
caso das composições de segredo , e por isso eu dese-
jaria antes que os meus colíegas , seguissem todos o
exemplos do meu especial amigo o Sr. José Tedcschi
que apenas se principiou a usar dos papeis epispasli*
cos de Albespeyres, logo tentou fazer uns que, se não
são exactamente os mesmos franceses, ao menos teem
surtido egoaes , ou melhores resultados: íslo affirma-
do por babeis cirurgiões que d'c1les teem mandado
fazer uso; n'um caso doestes é que eu queria vér al-
guns médicos terem mais patriotismo , e nâo serem
tão agarrados à estrangerice , para não desanimarem
o joven pharmaceutico português , e seus confrades.
Ficarei por aqui , sao horas da missa das almas»
e não a quero perder.
Adeloucos 7 de Janeiro de 1844.
Um Boticário d'Aldéà.
JUITX&TSVOZA.
Com medo de que o nosso jornal se tome elle pro«
prio papel epispastico, daremos para o numero, que
vem , esta questão por termida em nossa folha , com
as duas cartas , que ainda hoje nos ficam por impri-
mir ; sendo uma do Sr. /. Theotanio Silva , e outra
do Sr. Freitas, vào só pela mesma razão geral ^ q«e
nos fez pôr ponto na questão medico-cirurgica do Sr.
França,— mas por considerarmos que, para tacs de-
bates, estão ahi , com muito mais compctcncía , o
Jornal da Sociedade pharmaeeutica , o da Sociedade
das Scieneias medicas, o dos Facultativas miliiares , e
oatro que, nos consta , vae brevemente principiar,
destinado só a objectos da arte dte curar. A revisttí
I7NIVBBSAL franquèa-sc a todas as scieneias , mas por
isso mesmo, não pôde dilatar-sc em nenhuma d'elUs.
2567 Pbb6óa-«k pomposamente um tafetá , medi"
cado de Mr. Paul Gage , que dizem destruir os cal«
los pela raiz. Manda-se vir de Paris, rua Grenétle^
Saint-Germain n/ 13, e custa dois francos ou um'
cruzado.
Não pomos a mio no fogo por elle , nem por coisa
alguma annunciada por franceses : comttido em tentar
não ha mal. Se vos não tirar os callos , lambera vot
não haverá pregado mais do que um» t nia do9^
maiores.
BOA MOTA VA&A TIMHOSOS.
2^68 Ha em Paris certa Madama Duruí , que no
espaço d'estes últimos dois annos, tem encabellado maii
calvas, (dizem) do que ella mesma tem decabellos na
cabeça. Esta Madai)sa Durut até agora nem ensinava
a fazer, nem vendia para fora o unguento do seu feiti*
ço. Era desagradável : os calvos da America ou da.
China aio haviam df <r a Paris i ó para serem modjs
REVISTA. UNIVERSAL LISBONEPiSE.
265
cxdM pelas nioi de Madana itervl. Mais bêm 4eM«
leUiada resolveu^^se fiiialmenle a pér » venda a sna Pom^
made Duna, Tem eUa a virluda de faa^ crescer 09
cabellos nas cabeças Malmeiíie perladas» aiwto i|ue
seja de nnítos anoQS.
O que nos indiod» a oopiafiiKis este anniincío , toi
(^ aíTimiarein«4ios, ftie és pessoas, qoe lhe vão a «asa,
Bão acceita dia dinheiro ^ aenáo. depois de se ver o
niiagre c<msuinado«
O preço é quinze francos ou três mil réis cada
boiioaitihe. i<>«em dá cabeilos aos íregueses parece
^ne tem direiâo de os tosquiar !
' A mosma Sr.' veade outra pomad« • que impedem
es cabeltos de cair e fortifica os das creao^ças* JKora
ia ma ÉckifUMr a."" 96,
> MXUbHOaAIBMTOfl M0B PAWIWHOS »B
' 2S69 O MARQrEZ de Jouffroy ideou um novo sys-
ícnia de viagens terrestres de vapor , segundo o qual
e pelo que vão mostrando as experiências , que , ha
dois roczfs se andam fazendo em França , não ha as
desvantagens e perigos que pelo systema , até agora
tsado , se incorriam. O marquez mette na estrada um
carril central para uifta roda grande , que ha no meio
da locomotiva. As carruagens , que seguem, nãoteem
mais de duas rodas cada uma.
Recebemos as estampas, que representam todas as
outras novidades , que no principal e nos accessorios
ofTerece a proposta do marquez. Mas em o nosso esta-
do actual não julgamos de utilidade alguma reprodu-
zíl-as pelo desenho , nem ainda gastar papel em des-
6revel-as e miudeal-as : — basta por emquanto dizermos
òs resultados que (era dado de si um modelo em pon-
to pequeno', — Correu sem desmentir por caminhos
curvos, e os mais curvos possível, subiu ladeiras,
cujo pendor et» em cada metro de 45' a 50 millime-
tros ; perdeu uma rodã^ e sem embargo continuou sem
largar o carril de ferro.
SS70 CoiHEMos d*entre os annuncios dos jornaes
parisienses este : —
« Por quinze francos ornais (ístò épor obra de três
a mil féis, quando'muito) — póde*se ter um ingenho
« que livra as cazas de serem roubadas com arrom-
« batnentOj e que se applica tanto ás portas exteriores
a como ás interiores. Toda a porta, que é' fechada
«com este ingehbo , o qualse põe e tira com muíTà
• ííicilidade , faz , quando pertendem força 1-a , um
a horroroso estrondo , que dá rebate áos de dentro e
« á visinhança. Só ao dono' da caza , ou aos que sa-
« Kém como se fechou , é que se abre sem rumor:
« aqueíle estrondo porém oSo é causado por tiro de
if pólvora , nem provém de coisa , que possa fazer
« nenhum prejuízo. »
« £sta mdchína. denominada em^francez Parávot ,
« vende-se, cm Paris , na rua Meslay n.®' 17 »
Não ha muito , que nós demos noticia de uma fe-
chadura misteriosa', e também denunciante dé ladrões.
Inventada por um hábil mestre serralheiro de Lisboa.
A este aconselharíamos agora , que mandasse vir um
exemplar do invento parisiense para o comparar com
o seu', adoptal-o sendo melhor , e, não o sendo /fa-
tep-nos conhecer isso mesmo.
TÂftlEDADE
COMMEMORACÕES.
9. SZBAITIjIo TOaCA POSSE srd coTX&iiro
]K> Rxxjro.
20 DE JANEIRO DR 15^8.
2S71 Chegando el-rei D. Sebastião aos quatorze an-
nos de edade, resolveu tomar posse n*este dia da sua
vasta monarchia , desprezados os prognósticos que lhe
vaticinavam improspcro reinado. Para esta politica c
plausível ccrcmonia , se fabricou juncto ao palácio
dos estaos , d 'onde hoje vemos o tribunal da inqui-
.siçSo, um magestoso theatro adornado de preciosos
pannos , e arrbações de seda e oiro : foram cbamados
lodos 08 grandes e officiaes da caza , que assistem a
similhantes actos , por obrigação dos logares e obse-
quio da magestade. Desceu el-rei do seu quarto acom-
panhado do cardeal D. Henrique , regente do reino,
ido senado da câmara, e dos mais tribunaes e títulos,
e sentado na sua cadeira em prosénça da sereníssima
rainha D. Cathariua , da infanta D. Maria , e do Sr.
D. Duarte , duque de Guimarães , e condestavel do
reino , lhe entregou o mesmo cardeal os sellos reaes ,
e com eloquente e grave oração, lhe expôz os servi-
ços que na sua regência fizera em beneficio da coroa.
Respondeu-lhe el-rei com o agrado que soffria a so-
berania do príncipe e amor de sobrinho, e logo o
mesmo cardeal lhe beijou a mão, como vassallo e'
agradecido. O mesmo praticaram a rainha, a infanta,*
òs vereadores d'esta cidade de Lisbod, o Sr. D. Duar-
te', o duque de Bragança, o marquez de Torres-no-
vas, e toda a primeira nobreza do reino. Acabada es-
ta ceremonia passou el-rei ao templo de S. Domingos
a render as graças ao altíssimo , e creador de tão il-
lustres vassallos , e entre vivas e acclamações de
grande povo se recolheu a dar principio ao seu gover-
no , que , animado pela justiça e religião , podéra ser
o mais glorioso de Portugal , se o não desbaratara a'
feia adulação de validos', e o desordenado valor de
seu guerreiro animo.
Barbosa Machado.
O NATAXi strsco.
EXTRACTO DE UMA VIAGEM, DE AHNDT, PELA SUEOA, llf*'
6ERT0 NO l»ENNIN6 MAGAZIN DINAMARQOEZ E TRADO-
ZníO PEIA Si'* DOÍÍA A. C. DE CASTILHO.
2572 A FESTA do Natal, em Suécia, principia,'
como entre os allemães . na sancta noite da Nativi-
dade. — Mas dura por mais tempo , deitando ain-'
até 'Dia de Reis pelo'n^nos, e, verdadeiramente,,
até aos 13 de janeiro, dia de S. Ganuto. \
\ O Natal ! ' ; Onde ba ahi choupana ou palácio em
toda a Suécia, que n^asta épocha não ostente a suji^*
alegria !
Achava-me eu em Stockolmo; tudo alli erabolicío.
Ha uma fei^a , onde se vende toda a sorte de golodi-
ces e quinquilharias para creanças e senhoritas, eDeus
sabe para quem mais. Esta feira eslende-se pelas di-
ferentes ruas da cidade , guarnecidas de barracas ;
todas fllumioadas , assim como as lojas de modistas e
'até algumas cazas particulares: faz lembrar o carna-
val. Até á meia noite não se vô senão uma confusão,
de gente, que debaixo d'e5ta friaestrella do norte,
festeja O nascimento do Salvador. Então se reúnem as tah
milias : as creanças recebem os seus presentes , as
266
REVISTA UNIVERSAL LISBONENSE.
pessoas grandes acceiUm- e mand(im as suas pancadas
<m toques do natal. Tudo anda nadando em alegria pelo
já obtido e em esperança pelo que ainda se ha-dc obter.
Também nós conhecemos estas pancadas do natal (Ja-
Ifiklap em dinamarquez, Julklappar em sueco j. Gonhe-
cemol-as como um costume transplantado para a nossa
terra, mas sente-rse que nao nos são nativas: falta-Ihes
o espirito, o lustre, o aroma próprio : bem se Yè que
i um slylo que está fora do seu logar.
Pancadas do Natal se chamam os presentes, que
por modo de pcssa mandam uns aos outros. Reina o
folguedo. Não se cuida senão em bailar e brincar ,
ainda que ás Tezes lá vão também á mistura seus
chascos. São as saturnaes do norte. ^Mas quem pode-
ria cm dias taes escandalisar-se de nada?
Por esta occasião póde-se alegrar ao indigente, sem
o vexar com o beneficio : póde-se , com um presente
engraçado, divertir, e ao mesmo tenipo castigar a ura
zombeteiro. Póde-se mandar ao objecto amado a lin-
guagem do corarão , que então goza de mais soltura
que no restante do anuo; e talvez c mais eflicaz, por-
que a- alegria é a precursora do amor. P6de-se fi-
nalmente punir um tolo presumido, sej^ para isso in-
commodar os tribunaes ; só certas coisas que nos pai-
zes meridionnes se podem e costumam fazer, sob o dis-
farce das mascaras, não lembram a ninguém n'este
paiz, aonde existe a probidade, e aonde são desconhe-
cidos os enredos maliciosos. Vêem-se andar girando
numerosos portadores mascarados , correios a cavalio
e a pé, mancos com as suas muletas, pessoas em tra*
jos de frasqueira; porque é da regra que, todo o pre-
sente de consoada deve vir de um modo inesperado ,
e por mão desconhecida , e apparecer de súbito como
uma divindade : o essencial é qu« se faça a coisa de
relance e enigmaticamente: — bate-se á porta , e
apenas ella se abriu , arroja-sc o dom pela caza
dentro , e desapparece-se : d 'este bater á porta , se-
gundo dizem , é que se deu á consoada o nome de
toques ou pancadas do natal. Isto pelo que pertence
ás cidades ; agora no campo , ainda se veneram mais
es costumes antigos , e não só entre os camponezes ,
mas também entre as pessoas graves, que lá residem.
Por máu observante das festas do Natal passaria a-
qnelle, que, em todo ooitavario, deixasse de viver em
folganças com os seus visinhos e amigos. Ninguém o
passa só comsigo e sem se divertir, e muito menos os
aldeões.
Desde a véspera do Natal todas as mezas estão
postas ; n'ellas se alardéam com profusão íiambres
de presunto e vacca , queijo , manteiga , boa cer-
Teja e agua-ardente. De tudo se offerece a quem en-
tra ; e não ha remédio senão acceitar e comer, poucp
ou muito ; quando não , o sóbrio leva Comsigo, como
elles dizem, a alegria do Natal. N'estès dias sanctos
não se faz outra vida senão bonachíra, dançar e tocar.
As papas do natal (Julgrat) e o pão do natal {Jul-
hrced) pertencem exclusivamente ao primeiro dia. £m
algumas cazas junca-se de palha o sobrado, em me-
moria provavelmente do presépio. As festas são mais
ou menos circumstanciadas, conforme no logar se con-
servaram mais ou menos ôs costumes antigos.
Em muitas partes continua a festança por todos 09
quinze dias , que decorrem até aos Reis» com peque-
mos intervalos ; n'oiitra$, deitam até 13 de janeiro ou
Tinte dias depois da Natividade , prazo era que ,
n'outro tempo 9 se acabava a festa com muita come*
zaína. A este dia se denomina e S. CamUo ou de $,
CamUo ; e diz o rifão , com S. Canuto sae dan(!ando o
Natal, ou também S.Canuto leva 0 Natal de earruagem.
Alguma coisa roais diremos dos costumes d' este
tempo, costumes, em parte abolidos, mas em parte ainda
subsistentes. Tudo, desde a noite do Natal, deve ficar
prompto para os dias seguintes, em que nenhum tra-
balho se ha*de fazer. Sólta-se o cão de guarda; dá-se
melhor comida ao gado , para que também elles co»
nheçam que é tempo de alegria. Antigamente punham^se
as papas do Natal e outras egnarias em vasos próprios
no meio das eiras; e a estas ofTertasseajunctava ade
um vestidinho para o Tomteguhbeiif afim deelle con-
tinuar a trazer a fortuna para a caza. (TomtegiMsn é
um espirito, duende ou trasgo, que, segundo a crença
popular , pertence e preside ao terreno , e que ás ve-
zes apparece em figura de velhinho folgasio). O quar-
to do dono da caza , onde a festa se deve fazer , ha-
de estar armado de cortinados brancos ou de còrcs,
e melhor será se tiverem estampado algum passa
adquado, como a adoração dos pastores e dos reis,
ou ás bodas de Cana. £m muitas partes atapeta-se o
pavimento com palha de centeio; as melhores roupas
da caza e os fatos domingueiros dos seus moradores
devem estar em ostentação. Tudo deve estar varrido ,
lavado e escasqueado ; os trastes de cobre , latão e
prata resplandecentes nos seus logares próprios. Do
tecto pende , sobre a mcza posta e carregada de co-
mida, uma capella de palha enfeitada. Cada criada faz
um molhinho da mesma palha de centeio com a espiga,
e o entalia nas fisgas detecto ou nos beirados da caza»
para conhecerem (pelo numero dos bagos» que se nãò
desapegarem) o numero de namorados ou aspirantes a
maridos , que lhe hão-de apparecer durante a festa.
Nas comidas da primeira noite entram infalUvel-
mente peixe páu , bervilhas , arroz de leite , cerveja
e agua-ardente. Ao começar e aoacaliar danezacan*
ta-se uma cantiga ; seguc-se uma reza com toda a gra-
vidade e depois mais cantigas.
A luz fica acceza toda a noite. Em algamas partes
faz-se no chão uma cama de palha , qae se chama
cama da irmã; e n*ella dormem ascreanças e as cria*
das. Todos os çapatos n'esta noite se põem junctos a
muito direitinhos, uns ao pé dos outros, para que os seus
donos vivam em paz todo o annol — Para tudo tem
virtude a palha do natal : gaUinha ou gansa , a quem
fizeram com esta palha o ninho ou cama para a sua
creação, está livre de ser accommettida pela marta
ou por qualquer bruxaria : posta á roda de uma ar-
vore ou lançada por cima de qualquer campo, esta pa-
lha faz medrar e fructificar. Dada ás vaccas, antes de
partirem para o pasto na primavera, livra-as de doen-
ças, e impede qiie fujam. Na noite do Natal procura-
se adivinhar o que ha-de acontecer até d*abi a um
anno. Mas tudo isto , já andou mais em uso ; e
hoje o próprio vulgo pratica mais estas usanças , co-
mo antiga lhas , do que por fazer grande cabedal do
seu préstimo.
Era também ritual ir ao romper da alva ao bos-
que mais visinho da povoação, sem dar palavra n^ia
voz alguma , sem olhar para tr^z , sem se ter desje-
juado com solido nem liquido , nem visto fogo , nem
ouvido cantar ogallo. Se, por acaso, ao despontar do
sol, se ia pelo caminho da egreja ^ adivinbava-se,
que numero de enterros haveria no decurso do anno,
e> pelo aspecto dos campos e prados, se calculava a
REVISTA UNIVERSAL LISBONENSE.
267
fotora colheita* e também que incêndios estavam para
irir.— *A esta perigrinaçio davam nome do vuno do
Não faltam abusõet infantis , mas a mais geral é
a da luz. do wUal. Se acontece q«e esta luz se apaga
de noite, alguém da eaza ha-de morrer dentro no an-
no; o coto arrecadasse muito bem. e é um milagroso
unguento para feridas de pés e mãos.
Ainda no seculp passado juncavam as egrejas com
palha ; mas isto já hoje está prohibido , como costu-
meira indecente. O levantar era pelas três ou quatro
horas (isto é , quatro ou cinco horas antes do. sol na-
do); fa-se para a egreja á missa do natal. Cada cam-
ponío levava soa vella ou facho , com o que o templo
ficava todo resplandecente. Nas províncias do norle
ia-se da egreja passear ao bosque mais visinfao , em
sege ou coisa snailhante , os que a tinham ; e , che-^
gados lá , atiravam todos para um monte os fiicbos
que levavam, formando uma fogueira, em memoria
do grande luzeiro celestial, que era nascido. Ao tor-
narem para caza, vinham todos de carreira despedida,
a qual primeiro havia de chegar; porque, o qucn'is-
to Geasse alraz , tinha-se « que tambcm o ficaria de-
pois na lavei ra e na colheita.
Era algumas províncias usavam solemnisar o segun-
do dia do natal , com as correrias de S. Êsievam ,
que é o advogado dos cavallos. Primeiro começava-se
por beber em honra do sancto ; depois iam levar os
cavallos a beber a sitios descosturoados ; e tornaram-
se a galope e , á porfia , para suas poisadas: mas es-
te festejo tem ido progressivamente decaindo n'este5
tempos mais illustrados, em que vivemos, e em que
a primeira coisa que se pergunta é — ^que rende isto?
Requisito não menos indispensável que as papas do
natal é o cordeiro do natal. — Cordeiro do natal e pão
âo natal vem a ser «ma e a mesma coisa. • Este pão ,
que é feito da fldr da farinha , tem esculpido geral-
mmite um carneiro , com a sua competente airma-
çio . e outras vezes um javali. — A explicação do
javali', ' é porque este animal , como todos sabem ,
representava um grande papel nos banquetes , assim
profonos , como religiosos o consagradas aòs deuses ,
entre os- antigos escandinavos. Este pão denominado,
como dizemos , carneiro do natal , pôe-se no meio da
meza cercado de presunto , queijo, manteiga , cerve-
ja e aguaardenle, e conservante até dia de S.Canuto.
• Havia com este pão muitas superstições. Alguns o
tvardavom até á primavera ; e então davam a comer
d'elie aos cavallos, aos porcos, ás vaccas e até aos
^mens de trabalho , antes de se irem para os cam*
pos, no presupposto de que assim se auguravam prós*
pertdades e colheita farta.
Também n*outro tempo era grande objeelo a Mfo
éo natal (Mklahba). Estava esU bolla pendurada ^o
tecto por cima da meta: tocavam-n'a de todas as par-
tes , e deixavam-n'a , para que ella indicasse quem
|»rimeiro havia de beber. ^- Do mesmo modo se diver-
tiam também com o gallo do natal ; que era outro ia-
tertenimento, como o do guerreiro de palha represen-
tando o dono da casa.-^Isto» a. cabra cega, muitas
cantigas do natal , jogos de. todas as castas , (chama-
4I0S geralmente JM/alur) ainda em muitas partes estão
«m moiiá.
Antigamente nio havia divertimento ou eitravagan*
M», qua» em dias laca» se nio admittisaa; e eu
possuo uma grande collecção doestes jogos descríptos
em versos, onde se pinta lindamente a tnnocentee
graciosa síngclleza , que n*aqueUe povo por mil mcH
dos diversos se manifestava*
mimi
ACTOS orrzciAzs.
«573 biarh do Gimerno áe 5 do corrente. ~ Ordem de
pagamento do mes de octubro ás repartit;dps dependentes de
minitteriò dó reino. A jiioelii do credite publico anaiinciA que
ò pa^mmento do jaro das intcripçdes com eompons , ha*de cor
moçur no dia 15. do corrente.
Jdem de 6. — Venda e remissão de foros e pensões.
Idem de 8 -^ Venda e remiysíío de foros e pen«5es ; e venda.
de bens nacionaes. '
Idem de 9. — > Aviso mandando abrir o pagamento dede-j
lembro ás classes inacHvas. Venda e remiasio de foros e pen*^
sdes ;. e venda de bens nacionaes.
Iftem de Jl. — Portaria mandando proceder judicialmente
contra o» factos criminosos, praticados n'um ensaio ^raX do
theatro de S. Carlos. Venda e remissão de foros e pensdes.
Idem de 18. — Ordem do exercito n.* J. Venda e rcmis^
sSo de foros e peosdes ; e renda de bens nacionaes.
Idem de 14. — Portaria mandando registar o dbcrrto 9^
TSOOftrA-MOa, BM HVM SIJAS HAOaaTAOSS csdsm aOcosiTosDB
RXI8 bA BVá PRB8TAÇÃ0 Ai^NUAL. Veoda e remíssAo de fóruse
pensdes. Portaria da jiincta do credito pwblico a aljçnns admi-
nistradores geraes, pedindo certos esclarecimentos. Oiitrn man-
dando que alguns contractadores remettam h jnncla do credito
publico as contas , tabeliãs , e mais documentos relativos ao
mes de dezembro de 184S. e janeiro de 1843. >
Idem de 16, — Decreto approvando os estatutos da Vniâa
C^mmerciat* Seguem os estatutos constantes de insirumento
publico assignado em tabclliuo. Portaria desig^nando os direi*
tos , que devem pagar certas mercadurlas ummissàs na paut«
geral.
. ZVCSNDZO.
2574 Pbla uma hora, depois da meia noile, de on-'
ze do corrente, declarou-se um forte incêndio no con«-
vento de Xabregas. Concorreram lodos os soccorroa
do costume. • Luctou-se com as chamas até a ante- ^
manha , e consegui u-se salvar a fabrica de ftaçio e
tecidos, gr<nndiôsa e. ricamente estabelecida na meta-
de oriental do edificio. Aparte d'eUe, que olha para .
Lisboa , e que estava destinada para a futura prisão
penitenciaria , ficou toda um montão de cinzas e rui-*
nas: perecendo n' ella vinte e um teares ordinários de
valor proporcionalmente diminuto, nos quaes estiveram
ainda n' essa noite seroando alguns aprendizes e oíft-
ciaes , podendo ser que alguma chama latente , dei*
xada talvez cair por descuido, produzisse aquella des*
graça. O fogo parou ao cunhal da egreja, que dividia
pelo meio o edificio , deixando-a inteiramente iUesa ;
o que fez dizer ao digno administrador do bairro, o
Sr. Sema Femanãcê , na sua participação official aa
governo civil , que —-a mão de Deu» parecia estar cs«>
tendida sobre o templo ; tão prodigioso se repi^ps^iH.
tou a.todos o súbito parar de tão violentas ciiamai
BO acto de o tocarem.
Corre no povo que o fogo fiií posto acinte $ e qat
as primeiras pessoas , que lá chegaram attraídas do
toque' de rebate , viram seis homenft^ « que perten*
diam — escreve o Correio — - dissuadil-as de prestar
soccorros , dizendo que esperaMcm pelas jproviden^^
cia» 4a governo, que era «o culpado de tudo aquíllo<
268
REVISTA UNIVERSAL LISBOPfENSE.
— OS quaes home&s — accrcscenta o mesmo jornal —
chegando o juiz eleito , e ameaçaiido-os de os levar
|Mu;a o linumra , desapareceram. »
Oulros coiijccluram (suppomos qne sem nenhuoa^
prova á posteriori) que a origem d'aquclla — que
Tcrdadeiramenle ia siííudo — caljynidade publica fora
ingleza. É umagrav^.accusação.que se nâo deveper-
miltir sem documentos. O terem-nos já os inglczes
queimado fabricai» quando aqui nos vieram como va-
ledores «o tempo da guerra peninsular -7- o saberinps
^ue detestam cordcalmente toda a industria estran-
geira e aportugueza muito mais — o sersyslenpa sei^,
nacional e immutavel , o darem por bem comprado
um só scheling . que entre em Londres , por dez mi-
lhões qne se aniquillem em outro qualquer reino, são
considerações ponderosas ; mas não bastam como ar-
gumento : mormente quaode accresce, que. a ter si-
do façanha sua este íncendJo., devera, para maior
certeza de êxito . ter começado na parte onde não che-
gou : se assim fosse . perto de quinhentas pessoas ,
^ue alii se empregam, estariam hoje reduzidas á
miséria.
As companhias Fidelidade e Segurança , em que o
•éíGcio estaY^ seguro, em reconhecimento da sua gra-
tidão para cora os serviços , feitos pelos empregados
âa fabrica, para impedirem o progresso do incêndio,
enviaram á direcção da mesma fabrica 2i0 mil réis ,
para serem entre ellcs repartidos, não era moeda, mas
cm fazenda da mesma fabrica , mercada com aquellc
dinheiro.
SSVTSHÇA ZH ITKA CAUSA ZMVORTAlfVS
2575 No precedente numero , referimos o espan-
camento , que em pleno tablado de S. Carlos , fora
feito na pessoa do director , no domingo 7 do corren-
te. Sabbdo 13 foi essa causa ventilada e julgada no
tribunal de policia correccional da Boa-Hora , — juiz
• Sr. Reiã e Vascmteelhi , — ^ccusador « por parte do
nÍDisterio publico , o ^» Adriano Ernesto de CoâtUhçi;
«-advogado do auctor , Sr. Antcmio Porto , o Sr. Jos4
MfanÊíel da Vtiga; — advogado do réo, Sr. An^mio
Maria Fidié , o Sr. AibeHo Carlos Cerqueira de Faria.
O Sr. Fidié foliou em sua defesa» e bem ; abstraiu
o acontecimento de relações e conaiderações feminis ;
militar , que outr'ora havia sido , ligava siimoia im-
portância— dizia clle — á palavra de honra; e fora o
ier-se faltado á paJnvra de honra» dada á sua visinUa,
Modfljna F4Mrica , em negocio , em que elle mesrov
aadira empenhado , o que o dcaoriontou ; -^ aceres^
cetttaodo que o Sr. Porto, dador e^fuebrautador d*es-
§a paJavra , lhe era a cJle • Sr. Fidié , obrigado pesr
aoolmente!— *qve, pelo que tocava ás pancadas, nao
ae lembrava de as haver dado; que era entretaQto pos-
Bisek; que até acoreditava , que assim fosse, porque
ihio costumava descrer no que os mau affirmavam te^
cem visto: que taes pancadas porém , só.se deviam
rcp4]^r eíTeko de uma ailucinação in#tantâoea e não
premeditada, pois que não. era elle tài> insensata}, que^,
de caso pensado, fosse procurar ^una desforra cm sir
iio , e entre gente , tm §ue não poderia achar sopão
desfavor.
O facto da violência subsistia coi«tudo : a (falavra
dada pel» Sr. Porto , f4ra evidenteraciite , . cúqh) P
ponderámos, condicional. A remoção delfadama Fah^
Mca , iii<» proviera d'eUe , nas dos ei9yreia«ip». o >&
deapeilo de dilígoacia» d'elle. Oaira consideração ha*>
via ponderosa , que B'aquellaa «Hurat devU ter sido
apresentada , e o não foi ; e era , a notoriedade át
que existia um coitro.de enredos hostis para a em-
prez4, de tranaa contra ella ctmcebidos e fá corneçu-
dos a eiectttar, cuja origem era posterior áqoclla
promess» ílrita pelo Sr. Porto , e que a mesma emr
preza , procurava destruir ou enfraquecer com a re-
moção da Sr.* Fabbrica , remoção para. qdie aliás ti-
nha outros motivos , e que podia eíTectuar pelo espi-
rito e lettra das suas escriptoraa.
O jui» coodemnon o réu cm trinta diasr de cadèa ,.
remíveis pela quantia de mil réis cada um.
Não temos ódio ao réu , nem o conhecemos ; co-
nhecemos ao juiz, e respeitâmol^ pela comricção que
temos, como todos, da sua inconcussa probidade: —
diremos entretanto, que a appeliação, quo oSr.Porlo
fes d'esla sentença, nos parece rasoavel. A tarifa dai
bengaladas , a dez mil réis eada uma , não se dev^
deixar estabelecer por taes arestos : — é atroi eé pe^
rigosa. Intendemos , que a phílòsophta da jurispriH
dencia ordena , que haja a possível relação de nata-
reu , entre o dclioto e o castigo : ->rora » para um
crime que involve afTroiita de character o damno do
corpo , a punição parece que deve ser uma vergo^h*
proporcional e um damno também nq corpo : a prisia
reúne ambas estas condicções; mas, desde que apri^
são fér resgatavel a dinheiro , poderá folgar o asylo
dos mendigos , que o haja de receber , a justiça po^
rém fica desconsolada , o offendido iaulto , e impuai-
do o injuríante ; -^ e tanto mais impunido quanto
mais rico elle for : RoUehiid se se divf^rtir msis em
bater do que em tomar café e fumar, poderá vir par«
Portugal, e passar todo» os dias a hora do. quilo, de-
pois de jantar , a distribuir por essas ruas hordoadsi
e piastras -^ uma bordoada, dez piastras: — não ba
mais do que fazer uma pequena alteração no pra-
loquio popular , que diz vai mais «m goslo do fM
qwitt^ fmUns , — um gosto vai mais quo dez mii réis'.
Se a nossa legislação em realidade consente em Ul
oommutaçio de pena, cuidamos que será o nosso. pail
o único de toda a Kuropa , em que isto aconteça : oa
Turquia mesma , já fsi por lei aitolida a remissão dai
penas oorporoes pioi^ dinheiro.
Concluiremos citando uma sentei^a moderna dapa*
licia correccional de França, cm» c^so. as sás análoga
e eem circurnstancias mnitu mais at^nu^Dtfs. — Hr.
0«f9«rMt>, folhetimiía df> SiàcU sol)re o pseudéaipt
de Émile Pa§é9 , fdra impHeado na primeira tentativa
de regicidto coatra Luii Fiiippe, mas absoUo por Mt
ta de f»rovos. Passados dez aanos, o jornal LaPresse»
exprobra ao Sièete o ter , cairo os seMS opUaborado?
res, um rf^kido. Era uma injoria «Aroz^ directa*
pessoa) ecalomniosa: Berger^n^ furioso quar omd^ielT
lo com o redactor da Presse , Êmále úirardin « o far
moso ÈmUe Crwatdin, qne já em duello bsnajnoirtQ
a Armmd Correi, redaiito^ do Nut4énai\ pava i»ts»
eneontrando-o era ooi > camarote do Iheairo» Ib^ dl
uma bofièUda. Émile -Ôitardih , nio o dosofis » V^^
réla:-^e a polioia oorreceienal conátemníí Ã^Bergeff»
em três onnos de codêa , onde ainda' pcniiaiiece e *
de mais a .mais , em uma forto multa. .
Nós não tractamos de applicação alguma.bipoUiétii'
ca: assentamos os pfNnoipioS' gieiaes > t)tte reputamos
por mais sãos o moas condMotitos. aoiiTrnladêiro ^
REVISTA UNIVERSAL LISBONENSE.
269
d« todas M leis, que é aitraiMiiiilidftd^ e felicidade
publica , e particular.
A n&BA VB0B1OA.
^576 ResoLTBr-«B ORalmcnte a Sr.' Emita, a ac-
ceítar as generosas f^ropostas c os , realmente, guin-
des s»cf ificios , qae a actual empreza do tlientro na*
eiomtl lho tem» desde o seu principio, ofícrecido.
Peia escripttira , qno foi celebrada a 10 do corrente,
ica tendo 84 tnil réiít m^iiMiet , --^ nSo coroo o restan-
te 4as actrizes e dos^ actores, «^ rateados no producto
do mcz , mas certos , seja qual fór a fortuna ou des-
graça da empreza; c, alén^ d'isto, dois bcneficios
annuaes.
Sc o talento da Sr/ Emilia é grande, devemos con-
fessar; que a sua boa sina , e a generosidade dos
seus cot legas sao — pelo menos **-egoaes. .
; ; ; Oxalá que esta acqtiisição osresarça do dispên-
dio, que lhes occaiiona t ! 1
9CWL1ÊAL 9A» BSXAA8«AaTS8«
2577 Veio á luz o segundo numero d*esla bella
obra , a mais esplendida que ale agora tem saido dos
prelos portuguczcs. Conlóm 20 paginas, cm quarto
grande, e estampas lílhographadas e gravadas.
O quadro de S. Bruno , de sequeira , lithographa-
do por uiGRAND. — Artigo sobre S. Bruno, e as ordens
réiigbsas em geral, por António Feliciano deCaMho:
breve juízo arlislico do quadro. — Biographia de se-
queira por J. ãí, da SUva lea/.-r Conclusão do ro-
mance ém verso Miragaia por Almeida Garreil com
ornatos c Qguras desenhadas por Bordalo, e gravadas
em madeira por CoíMo.-r- Tumulo de D. Diniz, c6-
})ia do original em desenho lilhographico, a duas tin-
tas, por Bordalo Pinheiro. — Artigo sobre o tumulo
-4e D. Diniz por Silva Tullio.
Subscreve-se para esta publicação mensal, no seu
cscriplorio , rua do Arco do Bandeira, n.* 59, 2.* an-
4lar ; — por 3 mezes 1^^200 réis ; — por seis , 2^1^160
reis : — por anno i^200 réis ; — avulso Í40.
A correspondência dirige-se franca a M, M. Borda-
lo Pinheiro , e José Uaria Baptista Coelho.
WLMBVMO BAft OBlSKVAÇdXS BtXTfiOROIíOOX-
CAfl rXZTAB SM USBOA |f O ttSK 9S
DSZSMBaO DS 1843.
2578 TBitnaiATCKA. media das madrugadas 41 * « F.
— dita nas horas de maior calor 56.* -— dita media do
uez 48,^4'— variação media da temperatura diorna l?.*"
naior variação da temparatura diurna, a 6domez21.'^
-*- maior frio desde 18 a 21 , e a 31 do mcz, 36." —
asais calor a 2 do raez 65.* — menor altura do baro-
netraaSl.do mez, 758,9 millimetros-^ maior altura
dita a 6 do mez, 771 »4 — media do mcz 766,1 » re-
duzidas i temperatura de 61/ F.
Ventos dominantes contados em meios dia— -N»3 —
1?E, 38. — B, 21 . — Estado da atmosjAera — Dias cla-
ros 22 — claros e nuvens 3 — cobertos» 2 — cobertos
« clarões 2 ^- chuva 2 -^ nevoeiros 3 — geadas noctur*
Bas 19— dias ventosos 1 — de frio notável 19 — chu-
va recolhida em todo o mez 6 millimetros, equivalen-
Ics a um e quaU-o quintos de almode por braça qua*
drada, ou apenas una decima quarta parte da quecot-
UãSBã ««ir em 0. p«a rcfolar.
Quadras dominantes, OÍTereccn este mez o rarophe-'
nomcno do predomínio de uma só quadra, de tempe-
ratura mui fria nas madrugadas e noites, céu claro,
ar eitremamente secco, ventos brandos do NK. que
desapareciam de tarée, facilitando <is geadas noclup*
nas, que se repetiram em 19 nuites; mas o esfriamen-
to do ar nunca chegou ao ponto da congelação da agua,
A pertinácia doesta conslituição atmosphérica apenas
teve leve modiAcação nos dias 14 e 31, em que caiu»
uma ténue chuva, que humedeceu um pouco a aridez
superficial da terra, mas sem a penetrar. Segue*se pois»
que. este mcz de dezembro decorreu mui frio , c comi:
uma temperatura média , quasi trcs graus inferior ài
normal, deduzida das antecedentes observações; total-
mente secco, bonançoso, c com repelidas geadas. Gum^
pre^nos noLar, que, no longo período de nossas oliser-;
vações, nunca presenciámos uma seeea tão prolongada,'
que abrangesse simultaneamente os mezes de novem*-
bro o dezembro, os nuiis dinvosos do anno, pois qno
n"estesr qo« terminaram o de 1843, só caitam 32
millimctros de agua; ou mais de uma sexta parte da'
que regularmente costuma vir em tal praso.
Phenomenos notareis. A 8 do mez foi abalado o de-
partamento á*ísáre,, na Franç^i, por um tremor de ter^
ra, acompanhado do costumado ruído subterrâneo, o
qual não cauzou prejuízos. -—Em 11 e 12 uma horrí-
vel, tempestade devas&ou a parte septemtrional da pro-
víncia de Jtttland , na Dinamarca : muitas carruagens
foram- voltadas e destruídas , e as agua» dos rios se
elevaram adesconformesalturas, arrombando edifícios,
moinhos, einnundando os campos. Pereceram 200 pes«:
soBs« em consequência da tetnpeslade. £m 17 de nò^
vemhro uma* foKc irrupção dè lava saiu do Etna^
abrindo caminho através do crater de 1842. Atorren*.
te ác togo se derramou por uma extensão de 2 milhas»
na largura de 240 palmo? sobre 26 a 40 de altura » *
dílatando-se em dois braço» na direcção de Branta »;
roas felizmente não chegou até á cidade « que esteve
ameaçada de completa destruição; porém sepultou mui-
tos campos, cultivados de vinhas , e tudo quanto, en-*:
centrou na sua passagem r-Pei^ceram 130 pessoas per-
tencendo a maior parte aos curiosos,, que se reuni-
ram para contemplarem aqoellc ápcctaculo , os
quáes diflScultosamente poderâmr fugir i íôrrénTe ^e
lava, que repentinamente se precipitou sobre e lerre-'.
no, que occupavam. — Desde o.íl^- de dezembro sain-
do crater uma immensa columna do fogo pelo que se*
receava grande destroço na montanha» temendo-se'
novas desgraças.
Notiòias agronómicas» Quantos aos perniciosos effei-
tos da prolongada seccura dos dois últimos mezes do
anno . referimo^nos ao que já publicámos na Revista^
n.* 19 pag. 230, e accrescentaremos, que^a produci»'
ção que parece mostrar-se , abundante no Alemtejo a
Extremadura, é a azeitona, a qual tem sido colhida
com felicidade. — As províncias scptemtrionaes doesto,
mez» accumulando-se grandes porção de neve nasser«:
ras mais elevadas , experimentando, ao mesmo tempo
igual seccura e grande falta de agua nas. suas fontes,
e rios; porém sobre a província de Trás os Montes pe«
zou maior calamidade» pois que grande parte das mar*
gens lio Doiro e dos rios seus afluentes, foram invol-
vidas por 15 dias em um denso nevoeiro, cujos abun-
dantes vapores» accumulaado-se e gelando-serepenti—
Biiaiçptç |H»br« n «rroredosi de que ss achajuafoi
i»»i»Ji*i^i**i»iaami
Q?0
llSW4aVX'^ ífeKIYEKSIíL.' 3ãI9BiO»£MSf|.
s-eaâos ^s férteis vários daquttHa propinei* ., Uiés- c<íii-
E«niin irrêparateifsprojuiios, despednçjiiííln com o en(m<«
roe-ip^soido gêlo qnc' pendia' solyrc osTsmos; gnrftde
imrwero (Ve pinheiros e -oiiTeiras ainda .carragaiJas' dos
»|yvndantes frtcrtoS' (fOe estavam ^or colher; >£sta'gr*'Hi-'
docal-^midade'»' de que úioivtiniia hatidu exon^ple,*
formará um» épocha funesta nos anivaes agvonoiníoos
(Vaqne41e pair* a«aliaiido^S0'CiD oentenarcs d^contosF
d« réis as pcrdai («xpel-inentadas» As círcimistancifl^i
que acompanharam tão depèerávcl'desaslro, soaâham
referidas Aa« diias^interpssafiiea cartas* pafl)]{cadaH na^
Hg vista antetddente , ends que »ppareeem n'e5t«» nti^
Foi. egaa}m«nlei notarei « oulraordiriaria alliirti. cnr*
qtM se manteve eiki Lisboa o barómetro , escedesido
7,2 «fllimetros á aormai, iniiicando o grafide [M^so^di .
colnmna atmospheriea^ o por coníeqaeuciaitai faitá d«
Taporo» aquosos noí Ar* •• • • ' ' c ' '
Receberam' os Ircir icemitcnins 721 cadía? ofcs, sfíBá'&
9H ú^ haiCQ mascolirto, 3â7 do femiDÍno ^'maiores
514,0 menores 20T.I Continuou^ (lor oonsoquencin» oai
pr^i^resslio asocnd>entOy. o augrilcnto d^emtirtaiitiadcy qiue
se^obeba n'csta oidadp daaúXi b >ffle/>de oututwo-; ex'*'
cedendo cm^ dezemlJno< mi:»tultado nunlcro.idc 132
</b itD9 4 oo ma is d ê u m ' \|ttmto a o : q uts cos t«iua h aVer
re^^ularníMnte no ultimo^-me^ «do anno.ScntiitiosDtopõ-
&ct qwnMicar as. enfàermidadoÀ predWmiAaDtos-, iqae
n^éstei; três- mozes teem arrcb»tado'maís.de3dO lixiti-
mvis dlèm> d^aqae4las.qQe aSDCxhohivclíeí datmrtartr
íaeKlg^ mensalmetlc' dps habitantes d'«5ta oíáiM;^
porém' ainda nno teem sido' |»otssfrYelobt^r<iqi»cllt*8 sshb^
iB0i)tbi statisifcosv^ tão ioiportapte» para . a < sctcndd , e
qvíef <TioS 4>3iies ^ s^ acham > Já <tão apurados ò cdnrcnK
tecf^djondreis a mais *popul(xa/ oiéade ^do mundo, qne
enoevraijB0O^00i6b:babl&antea; offdrèee ahinaaiinerito.
com^ &< ii^aísi'e96nnpiilosa 'mrudcsa . a cktsiiic«eãa dais
eníet^ídQ0es, qnó Jevam 49mil dos seus. habitantes;
ebuftnd' tfarnto paiiikiam as prinflipaeflj capka^sda Ea>^
ropa. ' .•ií; itf; 'jPnafiJNni. >
e norneail-ámcn(^.ãa:qftw toca ao^suicidii»Je-«Of<iliagis^
trados. - • -^ ' /
O auctor procura e acha a causa dos maiores ma«
Ics particuInros.tf.SEX^BOí^.ilfi MCaiidf lurença religiosa;
•d-^onde se* iofir^., -iqae< nenhuma obrigação âirgcT mis
imipeiiosa mente a: coBSciencia. doa ost»(tÍ9t44 , doquis
resliituvf ao pojisor a religiosa- 'educação. . £'iiitifb -iriardo**
de esta, que miõca s^rá íkmasÍ3damenii»ire|Mtidtv o
que'deTvriafedlbrgifa'vadaí eni lettros .dcr.oirb;, fiortiu
ma da« portas eocteri^es «o ioAcriorel dOJilo^bfAV dM
leííSi duB' parosireaes, -o das. untvecsidaides^ o- esohélaa
ido todoo^reinow p. - ♦ •- . » ■ • :. ^.."
0 xzy&o i>s ozko«
'^ 2S^7^'V.O)x estn titu)o anHuncfátoo» tío adigo 56^.
a- oifana iniíitiUáU^^Èieditafõet. ou diàúursps rdi^ifitoê
-4^pubMèâda <ém 1942:' hoje ataba ellade apparecexr,
efn segunda «"dição < «com ^o nooio. de-seu auctoc» «í
St, Jmét\í\>kquimi.RAúinguêãiB9Lfik>è^ b noU.velinefite«f>»
crescentada.
- -firfaiKte priaer iiior é, o ttti-taaw de conrobspor oè aúi-
ostoos' elofríd», cft&e então lh& demos, <«> ittM.qiaacSi>tCH
dor<'0'p4íblico iHuslradq, «pnoordourOOHMMisca;» A jnesh-
ina./dvrifti phjlosopbia: , que lhe noláoios^- natmdtrtolni
oDcstudo! ^copiosa ticçâo, c ortn<da «o«i um. styiõ*
sfifaipre clarck, disci^etof; «leguote e ésr vezes ei«qiitíii-i
teV'*tt)rBanm8'agora' a achais* no»* sets. cafiituioft q«e-
|i€B)«pfiarece«i.dc^aovo;' «saber-; — o XIV sobre-.a/utH!
tiç^*} ò <X¥"e. WI' sobre hí injmtiçc ,: < o: XVIi sobner o «
suiéittío^ X) XVlIi «sobre ol< «lofúlf arfo«i ^ícia^^ietoi
- J^ãb'<|ttereiaio& enfraquecer esLedJitílos.tractodiinhoBi .
ddndo* aqui d'ellé9 uttia 'idén fvesumfaj» , odoítúruda' e
inAtll; GaatKlâinò-^iesM para* na: privseini í»coilj(inqtQcà^'
qdhis^ moB díFerieçi v 'traiie«nàosfíd'aMi ^ni> asr resâsasfr
{wqgÍDai^aJlpíiU ti;Gieffptoi>,,«alifonaA€àQ^vpivwQÍXo9ia>i:^l
2580 àâ 4;6^de dezembro pasaido» «tta' apite , £dj
cxpoliada a egrej» da- Beneéiotíi, conseibo' do AIcoIhh
ioat lun. dbs c^bjeoto» routiadop ioí' o^ vaBo;>dak sagradas
Fórmulas : estas apparece^âíni iiMâmdBflBaftM diapersa»
jpcio altar e pavimento d a^ ogreja.
j 6erere-«as':MSA «aoudadOL oí Ía8Sa-*t«9ictfirrespoD-
dqcte dQ S^uguinhal , $^r. P.^ H. F^ cuja c^rta^^aUás
interésiantissiina poías sabias ,^ ainda ii^ue talvez por-
djílas, reflexões mpraoç.^de que çslá fcheia/ soria cora
.iiiuilo gôslq rtosso.imjjrcssá n*eàlç jornal, se cão . fos-
sem, por uràa parte ,.òs dèniàsiaUps .elo^igs com qjué
nos exait^, è 'por outra á extensão' mestna da sua és-
•criplufa , incbmpaíivvel coijii .a estreiteza dé espaço cm
,que ha inuito laborámos. . / ' "'. ',^ '
I 2581.- A DQr^zKLLÀ ,' do ,nosso' arljlço "2559 , ^onscr-
'vn-se' ainda no, hospital'. Consta-nos, .què,sua'maé con-
;fe'ssa ,. qúc não era cazadá cora o álrairàjite * de quem.
a leve , beoi como a seus piítros fiinjís. À yer'(|a'déira
viuva Ro*a,. sabemos agora ; quê ja nâó'exTslé: Up-
minou a' su4 miserável, eiistenqia ,*.' lia já tempos»
n'uma.pequeria caza da rua .àa Tlosà dáâ PdrfUhfís^
;onde , pdr m.iiitos annos ,' exôrcavi \ò induslrteso óifR-
c^p. do, mulher de virtude , deiladfcira' <íc cartas, a4i*
vlnhôaòii feiticeira.. * ' ' ' "' '
, 2582' Tendo4t*^pâr]ticipáâoVci9^íiata áre^Ôclopro^
jximo passado o'estado',' ã que por" aqui' tinha chegado
a gero/,: o.ieaBifbBestesleifciitoti , - .taolinBvftBflTpelís* pér-
linaeth'.di)neyeoifo; agdr.a cum^^^mA^diier a V'.. -r
:quc:o.iprÍDletffOjd»a 4''esl<cfls^atfoiwparanós <ad0^mr*
isatisfaoiío; qúaBdçiJDgnldeifiionhã^iBadio b(niiaontB*dft«(
|safrohtado-, .dortfendb iUm .btsiBdòrvobtotsuiv.te o^gclo-
CxifDdb dias laff^^resccjii: toda a^Koai^ làiifr « nõioroton
ig^ia.Sic dafrain-o» hâbilátitea d't$M'a yiiia;reêittloca«iO»n
te>as, bpooTeataa:, ^oídpanbadis ide goaCneoa^píarobenâ»
>peIo bom desenlace dd drama, qneJnio>; ofostioito.i JxaN.-
^voF apCesontàdo soosasi bom.ittisles^tlMidia-Ur^uiii-clesr
fecho milite- mais, Ii?ogka^\o;eoni\i}àe4t^;. 9^ aqudl;c.ãi^
tadú dittnasM:-n»u£:t|liatro (jfuatrOfOii ein»oiditt»7-^dn aei
leraLlogardo uçla-itrattda^•oho¥*»lqQO'fBbbfov«ie DO..dia»
iHB do cork-étttev viosâ9'iievo,i 0Bi.uinMYeBÍo.ioUc^; oan
tão.ficariíma» sflmiolivffiras;- e!Outcu.armres:,utloÍB'qiK^
Wiip m«siBoib9uitO'iii|ia'^raDéBipprdiu;. porque 'orfiê*^
js4^ídmgçÍQ ierd ijaí^ tAh^qporidii^Biia.iaisÍHA«{ upeto . jBà^
late juaclo da terra, o U:QnQoi*|B«»Mr«ceijiojd«i«raia»rf
RÈV^l^Á >• ÍTWlVÈftSAl/ «lâBOÍíBNSíir^
271
Hl Ad dois homifrtls, bafndo piiTa'o'álàaéS às-dtiasatoc-
(fs olivacs , que ficavam raa is para a'!Ícfta t>aflecprérrt
iriuito, c cm algiiriíaspo^i/íõfe^WetímVhiiiha'^ 'cons-
ht; qiifc •f^faraVn' (eom* t^ôUéí^s *excrpçí?os) 'gilmctitótjs
troncos*d'a$ olfteira??. 'Aí àhiéndòeírns. pinhclrbfe, ca^-
tjfnht« , ie -gmfmí^nfc ttítfai íí aftdreá; pade^cçiirm
mais ti\i*TWifw)í -éonrtírmc 'b"'yitío' tkn '(^iifse''áchavaíii,
E* p(írém if6 noiari q(ie- si hbrt;?' e inafhaè^s, "í(ne &stí-
vertuis pdr ífrfttò tcn^ípo subrter^ínb j^éí?*;' e 'qmj se
espcraVii cticoiltar [Vcrdidos, afipárcrçrâtD sStjs ; t cm
\i$la de 'tudo' islo' detemos' hòrtidfzrr" a' PícKidencia",
pois que podiam* Í5cr os pf èJrtrioÍJ'te'íiih)S nAíalbreV;' '
'i*rriiTcfpi»ra s: ttcroa tio ili^V 16' dé dett^nibpo, 'a'hr»n-
gcndo por fim lodo o espaço, qiic vae'' desde t)s^eíf<?-
vjt^s do J^ÍQQaihiro j^íòAfHoedo.dos camlUirçw» chegan-
do muito para baixo (\c MfrardeUa, c para a /iftro
tfirém tjde àileàa, esfeiidcní3Í-se taíhbcm' j)c1o ííoiro
acima ale lá' para aHispahhá, fica níloixc *);)(« »s'sórijcH^
fc 'n'csta cxtcnsãp os cifcfics d<rs'*ii)òn^atiha*s "mais feíe-
Yadas, onde se ^A2^ava'dò om bcllo sbfl ' ^ • *''
Na noite de 29 de dtrzcmbfo tinha o Wcrcnriò des-
cido 3 gríus pafíi baitp de g<^d. é no dhl'âO togo fèz 'a
differença de ? gráns sÔmifntc pára bahò de gelo, o qde ,
iios dcB cspcrançíí de mclhóriii ní) ItfmptJ. ''Cheçoii-se à
ctorrgchar o ^citc nas vasríhas. em que era traildo •das'âli-
aclas•p^oximaspar(lCottsamod'eSta viUa; e cm''tima S^a-
randa envidraçada, bnde eslava iima gaiola còm tim piri-
tdsflgo , a qlicm natliraimcrttó stu itistincto' éns.inon
que no poleiro, onde ordinariamente dormem, nioeâ-
taTatttò abrrg«do edínò em baixo, *inas;'tiffò tendo o
toliqho a descripção de se desviar do bebcdoiro , apà-
rsccu de máiiha preio pelas 'pcnriinhak' do rabo,' qwe
li'eflc tiribií VwellWas, e congelan(lò-seaagtrã,^Ílificou|
al6' qcfcV fbram libcrt^; e felizmente nao hiçrrcii. \
" Por cstói' dias' Icm-se conservado otberr&ópetTQVm
% a gt-âus aciíiia do gélq. ' W '
Mdftcot^vo *4 de janeiro de f 8H.' ;' , \ ^
' FrancUco' 'António Catheitò' Jíàigklhaeif:^ ' '
'l*ÍLA8-OS-»ro!BÍTtt.. '- '■ "'
, JaB9 satu terrít JiiF^fiAue (Jirflp
Gíandinis misil pater^ ......... .
' , Horácio iiv. 1.* ode 5.*
""iSBSn Sb o mundo; Sr. 'ncdaclor , tem sido affllic-
1o , iiiórmctite nos gllimòs ternpÒ5, com toda a espc^
cie ^de calatoi(íad'eff'fe*phc1rf6rfichôs, eirupçSçs', terre-
motos , furacões , innundações ctc. , com que muílas
parliçsd^elle lêem sido arssblWíís; phenómertódènova
<íSptíei'e,' linba sidó're:í^crVa(ío', talWz pela jusliçà di-
Vína ; a íiossos .caín[)os ; gadoá , e ft^uclós. Vbií txpôt
4)-qoB p"íesenceei'' '■ ';,'■'*' ' ',"''''','
' qu*cfufe'ij^5a' taisèfrípia vidi/ '"^
'Et'^uoriítíi pírrt'*tt4agná fui. . .....'.' * '/
Até 1(8 , de dezembro ,. tinha decofrtdoura tòiipbi
>áwo;'já nevoenta, j'{| Wôno Cdm geíidhsínc.' — A18
pela tnaniiã , apparece' o tampo todo' revestido de
uhaa grô^sá camada de ríevé : diâa dènsã tieblinãi
«?rtaiVá alftíslradjí 'sbifrÍE5 a^tefrà:— o fHo; erk intenso.
Esta impropriamente chamada ti^eVe ,[ 'era de um
aspecto lâo desconhecido tí.novp, como ao depois o
foram .os seus effeilos. Assidíihfa^Va-seaneveeágelifda;;
áída -dás gotos da''Hgiiá' solidificadas em virtude' dn
lempcrnínríí 'do ar,' cOs'ít<mn/fi*cslçs silfos cair errt
Bdcos s^ollns, c ns tndís dàk rctcs huirisdos, b sempre
cslc"pH©tiV)mrh()'àcolTtcre'(}t3íind6 os niivens eslâo- Ic-
Vahtihltis.-^ A libada *édM'itttlá foriíi<1r-sc nns'ftofte5 sc-
rórtírs" c' setn nuvens, c'Hrpòsitár-íé nostcrretto^dcs*
calvadòs e sobVe snp<*rffcrcs frsfas, cóm* prêfereuci t
'í-s* grandes siíttimidadcs. T^lo cm coTítraVíi) "Ise maíifi.
frstou fi'estc iria'íoftco mrrcoVo.'— ^Niebíítia dctfea ,' fri^
gídissima , è mnílb 'srcca' estava- rccálrfida' srtbiíe a
terwií'— parlicúbs de g(^Io, fmpcrcfepiíveiàf á visla ,
SC formavam na' álráosphcfa a lodaíd hbi^a dd dia ,' o
não se precipitavam sribr^ tftérra'; --á tiiaiíeiKatfçfo-
lh^lns do'*nHT, ihas 'hdhor"mtti;pôr''«ma* ftim ^v,i
força de alíiridade , íl' qualífntt corpo 'saliente o
nuncn ds pVrfras'*b"atcfrrno liso ; augmenlando cst.i
força' Tl à pròporcfío da aWura ; e' pariE?ccpdb 'ós ramos
dasplaíib^barvorciá ÒTÂrds*talífos èòndectorc^', <iné
Mtràhidó-á^si estaS dinHnufissiWih's ptfrtlculas ; chcgti^
Tlani ifctfúítr ás iholcs de gelo' de quê loijo faMarei»
'-^Tati sct*ca era esta névà) q ire bera se'^odh andar
p^lò malt9"S(fni se pírgarao rtícto a mab Feichtímhla-
dé: — saltava corno área stJHia.' •
* A*^'rticsma truculenta catadura aprcsrntaratn o 19 ^
o 20, e o 21 : já as plantas e as arvores éomt^ravhnl a ver-^
gar com o pi^so , que sobre cilas* se accumulava : ^— o
todas* 'as nossas állençõcs a çonvcrgirtra para a arvore
preciosa de Minerva", agora lat) carregada de rico
fructo, mas íem que de Icvé nos passasse J)ela mento
a lotai deslriíiVSo , que sè háSla dtf segnír. O Í2 'é
ò 23' fata correndo scra esperança alguma de- melho-
rija sem o nevoeiVo l^cr a •mínima alta » iicmo frio
dimintrrr-, c pelo- Òontrh rio augmên.tando sempre à
crjslalisação ,* pefo accréscitrio de novas molecdlas.'-^
íd çoimí^çâVa o terror e o espanto; e o qtrè n •pi^iftci-
pidéríl assombro causado peía' noyíd€nde','iruha'tlegc^
ncradotm bent fondad<^ ^'cc^Ça de grandes ín^fe^s.
As 'pirâmides de 'gòfo; que' nó* ramos sè foritttwdn»
hotisorftálnrçnlc (odtra maTâvilhà) áogtpeilafaiii ; ò
às árvores qiie' lirrhátii 'fôfha' € j>ririci\ja1mén<è a díi*
terra, já jilnctÍ»vattl'os' ra-mos que'lmbam engrossada
tirais áe Ws ^jolcgadas , formando uin^ èspeèie dè
tapete sobre o qual $e récamavia ú gèlò ou neve/d^
um modo niaraviflujsò-^ ; uitía arvore páreifia tita^n*
de coíôssô Vestido de* V61Ò! "' '' ''?*
IVof dia 2Í começaram as âirvòrès àf quebraV çom lodá
íi força. £"0 tpcsmo saipdodc cáza foi pfesètícèar èy-
ia scetoa líorrendaV pòrftini roTigíca e sublime ; che-
guei âo STlfo de tim grandç olival^meu, é n'aqtieyrà
pequena área ,' em' qoc a Tièblina deixava- á lírftdtá
>ista' penetrar^,' nao'vi oliveiras ; mas piratíiides^ col-
lóssacs de licVc. 'Neríriunâ canto de passljirfnhó , ne-
Dhdma'iiigeira bfiáa alíéraya o silencio d'esla solrdaà
})tbfttn<la: parecia ' ifoé a- VilaKdade tinha acabado' nok
'campos,^ a tisitureiíá estava Wuda' como '^tíè hoírrorísa!-*
dá de-srnlttstba. '^I '■''''
' Ejnqi/atítb b 'iiréíi espirito' se. absorViâ íia contétó-.
pláçHo d^èsfe qua^dro iriagnificô ; soâiu deuma e ou-
tra parte igràbdcs 'esfràlfos; eram desconformes peda*
cós dé liéve , que s^' drspenhàvart do cimo dàs arVoi-
tcÉ: erâ parte d*aíqtiéllas Odres gigahléas cujos pe-
dnncolos já ião podiíám su^lél-a3,' equese'precipitava
sobre ■« íbrra cbdi gí-ande fracasso, éstirònrando còti
mas Dfto era propriamente nemniha num dutra- coisa ,.j o sfeu pHo 'qúatíios ramos ehcòritraVa ,' àeiXit^ào vèr
ipeioifttlitejí mk^^ijA^s, porque j fiÇYe prvíH^ tf^^ir4«'TO vjwT^iríâé-uçTe tí^ iroácò aè^pidoii
272
REVISTA UNIVERSAL LISBONENSE.
r!ai
; — Parecia que os elementos dotados de um poder
.$olirenúturaI , e guiados pelo génio da destruição «
loulavum anniquiiiar a natureza orgânica da maneira
jnais cspnntDsa. — ; Aqui se desprende um raminho; alli
caem trcse quatro ramos ao mesmo tempo; alem* se ba-
i]uèa um trunco! Ouvcm-se valentes estoires sem resul-
tar queda; — era o frio agudo que fazia estaltar os
jDadeiros interiormente. Tudi(^ é confusão horrorosa: em
ioda a parle se cumpre a sentença do Omnipotente ;
, Puis un souíTIc d'c» baut se leve, et toute chosc
Change, et tombe, pcrit, fuil, meurt, sedccomposc»
. Commc au coup de siítlet dcs décorations ;
. Jchova d'un regard leve et brise sa tente ,
£t Ics camps des solcils suspendcnt daus Tattenle
Leurs saiutes évolutions !
Lamartinc Ilarmon. 13.
Correu o tempo com a mesma aspcresa nos dias
2o , ,26 e 27 ; lá passou o dia nono, alvo de nossas
esperanças! porque não havia exemplo de sa ter jamais
demorado o ^icvoeiro mais de 9 dias n'estcs silios; as
))cdra$e paredes chi vez de neve cobriam-sc de uma
£^ross a crusta de gelo, que trasbordava lançando para
os lados grossos jorros solidificados, que se prolongavam
a- distancias incríveis similhautes a uma lava do rc-^
foliado inferno de Klopslok.
. Novo phcnómeno vem augmciltar a consternação do
Javrador , quando grande parte das oliveiras estav-am
já por terra , succumbido o carvalho e o olipo flexí-
vel, e todo o monte com u alastrado peso enorme d 'esla
mortandade; obscrvou-se que i»gclo atlraído pelahu-
jnidade, tinha penetrado nos ramos das oliveiras, ese
.linha insinuado no lUfcr , fazendo estallur a casca , e
scparando-a do lenho por modo que fazia lastima I Os
jaminhos despidos aLvgavam ao longe.
. Estalaram todos os ramos, (pie pela sua icnra eda^
jde , não estavam revestidos de cortíga dura ; c ainda
d'eslcs alguns estalaram, .e .que para jnais dó^ bem
frondosos .estavam por bcaeíicio da amiga prímavera
ido jknno passado. *-<- Se todas seccarcm como ]á de^
jmnoiam pela eór^ .c .grande milagre seria que não
acontecesse , Jica esta província de opulenta que era^
jedusida à ultima rmiserja ; -^ da lavra do áieitc ii^
xava cUa toda a sua riqueza.
No dia 29 fui procurar a vista do astro luminoso
que preside ao dia. — Segui » direcção do noKe, pois
jiierConsla>:a que a ires quartos de Jegua d*tqucUa di-
recção havia .sol e tempo ameno. JSubimlo uma .pe-
.ququa. serra que^se encontra n*aquella distancia^ o sol
|ne apparcceu jnediando poucos passos entte .ois seus
domínios, e .os dominios xlo gelo e da ne:i'.e. — Voltei a
vista para o sul, para .essa noite medonha d'qnde aca-
bava de sair, — ; Que painel tão magjníGco ! ;; que «cu'-
,timentos religiosos não inspiraxa ! Um oceano formado
de uma nuvem immcnsa , lio fdana e egual , q^c pa-
recia tirada á rqgoa , e por cima xampeando um sol
.brilhante, avultando n*este lago sem Dm apenas, o cu*
jne da serra chamada -de Sanctâ iComba., « o
j>incaro de N. Sr.* da ikssumpçâo. — Vi que desde
Chacim Aié Moncorvo, lodo o concelho 4e Miranãdla
í|té Chames , e d*ahi á Torre dg D. Chama ^ fioalmeute
tudo quanto é olivedo, até ao Doiro, estava senho-
reado pela maligna névoa. — ; Quanta riqueza a des-
Xruir-se! ; Caducidade das coisas do mundo! ;;;iLÍBda
.ba pouco havia proprietários que possuíam 40 e 50
jcioiuos de léiíSj e s\gQra apianas possuirSg 4 9a i»i ! !
Consta-roç que por alguns sítios houve menos dci»
troço nas arvores ; mas cm toda a p^rte dcscasçaran
do mesmo modo.
No dia 31 começou a athmosphóra a amaciar; pela
uma da tarde já se distinguia o disco do sol , e peUs
duas já brilhava livre de nuvens ; as arvores apresea-
lavam uma vista pitoresca mui simiihanlc á de um fo-
go'de artificio, derretendo-^e.a jieve da ponta dos ra-
mos que tinha como amarrados : voltavam estes com
grande esforço ao seu estado natural atirando pelos ares
um chuveiro de neve, que brilhava com o sol .obliquo.
— Junclo da noite voltou a neblina; mas no 1." de ja-
neiro , um sol entre nuvens veio dissipar o restante
da neve , c da esperança do lavrador» — O 4ia 2 ^p*
pareceu sereno e macio.
Nocte platl lota redeuot spectaeula mane.
Agora se manifesta a destruição em toda a suapíe*
nitude ; não se pódc entrar em uin olival , sem qut
as lagrimas saltem dos olhos ; uns estão reduzidos a
um montão detenha derribada» sobresaindo . aqui e
acolá os troncos despidos, como archotes fúnebres no
meio ^e caraiceria lãq estupenda; outros e^tão já to-
talmente scccos. — Os fruclos bulbosos , tuberculosos,
e, em geral, todos aquelles que continham alguns su-
cos, apezar de bem guardados, estão podres! A azei*
tona., que ainda eslava verdoenga , (coisa nunca vis*
ta n*cste tempo) está de todo cozida (como se co4u-
ma por aqui dizer] ^ ei)arece que não cpntóm azeite
nenhum. '
Pereceram com o frio >e fome .alj^i^ passarps, mtú*
tos co{*deírinhos , c mais erias.
4 £' Iristíssima , c deplorável a nossa situação !
ii E como havemos de pagar agora os tributos, per-
gunto cu, os onerosíssimos tributos que sobre nós cari^
gam? ! i Só para oxposlos iinha csté dístrlçtô admiaís-
tralivo de pagar a bagatela de âO e tantos mil cruza-
.dos ! — 1\ E , para estradas ?! O proprietário não lea
productos para vender, faltamrlhe eabeclaes, — ^^0 oper.
rarto' perde o seu salário , j)prquc nâo ha quem Ibe
«ompro o. seu serviço^- ^c qiiem Im 4ie ooRipjar as
mercadorias ao uegoi&iante ? £m un|a palavra «tudo
será miséria : n*estes lermos pagaremos ^odosestetrt-
"birto com nossos^braços; façamos embora estradas, mas
!i?vantcmos-lhes em sitio bem Vistoso lapida negra con a
seguinte legenda,;; Quando á mUeria ^eraí ^aeofes^
iccu o flagcUo do' céu, que reduzia os povos. á miséria ex*
trema, se fes esta estrada na era áa xedeinpçào deiÒM
jB tantos J1
Kão pôde ser ássjm^ nâo; representem as auctorí-
dades Jocaes : oiçam os ministros o as camarás Ic^s-
Utivas nossas voxos su.pplicantes e altcndivcis; nãa
lhes pediremos que ntis remedeom males passadois; is-
so seria om jiós loucura; só lhes pediremos qtie sua-
viscm nossa triste sorte ^ quanto «slivcr iin «vas pa-
Icrnaes átlríImiçõesL.
Não se diga que o que dcixo.eseripto são dcelamaçôes
gratuitas ; sou proprietarior a minha caza é uma das
principaes d'es]la província , e talvez ijías que maíl
perderam. £ |>ara abóuo dg VQraciijiade é que me as;
.signo por extenso. ,
Vimieiro , diias léguas ao
, norte de MínindcIIa ,5
de janeiro de 18U.
] . . 4^iUfniç .^QMticiç PértlU^a Çebralp
W'
REVWTA UIVIVERSAL. LISBONENSE.
!?73
EXPEDIENTE.
No pres«Mil« nnmcro se dcMonte a úieia folha que
le deu de mais no SI.
MHECIMEmS ÚTEIS.
(Carta importatU0j
2584 Vendo nò artigo â52â da i?#VMt« Univerâol
lÂ^fonaue a resposta do Sr. TineUt , ás pregun-
t9s feitas ao mesmo Sr. oo artigo â47S , observo
que o Sr, Tinelli marca o mez de março como p mais
próprio para a scmcoteíra da beterraba: verdade é
quo a/» beterrabas semeadas n'este;mez produzem mui-
to bem em Portugal , sendo propriameole cultivadas ;
mas é que somente se podem semear em terrenos que
são sus.cepUvets de rega, porque, o clima de ^or^
tugpl não é o clima de França ou Alleraanha , e
c a beterraba não cresce de verão sem agua ou bas-^
taute hymídadei Logo como poderá ser ^idoptavel em
Portugal a cultura úê beterraba para a fabricação da
assucar, empregando*se para esse fim os terrenos que
se regai9? Deverá porventura abandonar^^se a semen-
teira do milbo e feijão nos terrenos de regadio , para
os empregar na cultura da beterraba ? £is-aqui conr-
sideraçòes que talvez não occorressem ao Sr. Tioelli.
O aasuoar que uma fatkriea pode extrair, ainda que
Bio seja em ponto muito grande, é tanto que se torna
indispensável uma grande quantidade de terrenos se<
veados de beterraba para a abastecerem completa-
mente ; e talvez que em todo o Portugal não haja ter-
ras em quo possa reaiisar-se a irrigação • que produ-
zissem metade do assuçar necessário para o consamo
do reino.
Assim vemos que a cultura da beterraba para a fa-
brica<ção do assucar, só pode ser útil em Portugal nos
terrenos de sequeiro; que para este fim ainda será ne-
cessário escolher os de boa qualidade, e melhor se fo^
rem húmidos; e por conseguinte o tempo próprio para
a sementeira deve ser em setembro ou outubro, quan-
do vierem as primeiras aguas, para se crerem as be-
terrabas durante o inverno; porém é certo que então ca-
recem de maior quantidade deadubio, do que a costu-
iliada nas sementeiras tl'esta planta fertas^em março. Fsr
ra òn^aío seguinte estarâo as beterrabas promptai para
se colherem ; porém o sen tamanho .será algum tanto
inferior ao volume que adquirem as que se ciiam de
verão e em bons terrenos.
. A província do Alemtcjo é a que julgo mais própria
para acaitura da, beterraba; eaquellas immensas pla-
nícies plantadas de beterrabas parece-me que seriam
uma honesta riqueza pára o paiz.
• Bem conhecidas são as vautagens que traria a Por-
tngal a fabricarão do assucar indígena , porém ainda
é problema se poderia competir com o de cnnna , por
causa da sua extrema baratesn, e em razão de se igno-
rar ainda o producto d 'uma determinada porção de
terrenos semeados de beterrabas. .
Tempo houve em que por consequências deduzidas
de mal fgrmados cálculos , imaginei esta industria de
grande utilidade para o emprehendedor; porém hoje
ciD resultado .d'aigumas experiências e dados mais po-
sitivos , posso talvez ajCinnar que pelo antigo ^ystemn
JANlSlttO — 25 — 18-SrL
por que se operava a extracção do assucar , não só
não é útil , mas chega a prcjudiciaL
O grande úaelhoramento e perfeição a que tem mo^
dernaménte chegado em França a fabricação do assu«
car indígena, tem feito com quo este possa competir
com o das colónias , em razão de se obter ò duplo dO
producto, que antigamente se obtinha. Assim pôde ser
que em Portugal, usando-se d'estes novos systemas, so
podesse ogualmente fabriear assucar por preço quepo<
desse competir com o exótico; mas sobre isto carecia^
se de sérias experiências.
A fabricação do assucar indígena considero-a eu co-
mo o maior, manancial do riquezas que poderia nascer
hoje n'este paiz. Por cujo Biolivo tenciono no presente
anno fazer algumas plantações de beterrabas, notam-»
po e pela maneira que já indiquei; e para o próximo
futuro anno farei as minhas experiências , operando a
extracção do assucar segundo o methodo recenlemento
adoptado, alim de me certifícar do' verdadeiro resul*
tado que oíferece entre nós este. ramo d'industria.
SUpponbâmos poréni que o assucar indígena nãO
pode assim mesmo competir com assucar exótico. Não
valeria a pena- de pagar cada um dor consumido*
res a contl*ibuição de 10 ou 20 rs. em arrátel de as*
sucar em consequência do augmento dos direibtis do
ieaportação n'este género , do que continuarem a sair
para o Brazil tão grossos cabedaes como estão diaria*-
Aente saindo? O governo que tem andado por ahí
augmentando direitos a esmo em objectos :de importa^
ção nos quaes. se deveriam alliviar, e que deixa por
carregar de direitos outros qkiejustameute o deveriam
ser , bom seria que se lembrasse de impdr desde já
um direito maior sobre o assucar afim de animar os
capitalistas a tentarem em ponto grande alguma em^
preza doeste género. Estou bem certo de que esta mi«*
nha idéa não agradará á maior parte da gente; mag
i é por causa de.egoismo quo é, natural nos portuguezes
de hoje , porque pouco instruídos ainda em economia
politica., o que querem c achar o género barato, ve*
nha lá d*onde vier, . » :
Também me lembra outro meio de pcottiovor a fa-
brícaçãqdò assucar indígena: cpie seria prometter o
governo um premio avultado -ao primeiro que apresen-
tasse um certo numero de arrobai ideassucar : — systo*
ma este muito. seguido em Inglaterra.
Animar a industria e a agriculture é por todos co-
nhecido ser a única maneira possível para se tirar
Portugal do empobrecimento e da miséria ; é n'uma
palavra, abrir novas e ines^Havcis fontes da riqueza ,
que substituam as outras que tivemos e que estanca«-
ram por uma vez. O governo porém a quem isto cum«
pria , não cura do tal ; e aos particulares qúe estão
no caso de o poderom fazer, também tal não impor-
Uir4 em quantio corroer as entranhas a este pobre pais
o cancro da agiotagem.
Sou etc.
De V.
Thomac 18 de janeiro de 18i4.
Pedro de Rwre Pieira.
vaspAao DOS csreaxs para s^nxarTx. .
(Carta.)
2085 No numero 20 do seu útil e patriótico perio**
dico vi inserido um novo proccsiio como preservativo
da alforra e morrão , qnt costuma .inradjr as searas;
^3 VOL 111. SGiilG n.
274
REVISTA UNIVERSAL LISBONENSE.
e consiste na immcrsão do trigo , ou quae>squer ou-
tras sementes da família das ^gramíneas , mui sujeitas
a esta enfermidade , n'nma dissolução de cloreto de
sódio — sal commum — : cujo emprego e manipulação
inc parece racional attentas as propriedades d* este pro-
dueto.
Todavia como este objecto é om d^aqucUes em qne
muito pode interessar a nossa agricultura e industria;
resolvi-mc*enviar-]he outro mctbodo — entre tan-
tos qo€ nos aconselham — que por estes sítios se uza,
com idêntico intuito ha mais de seis annos. O proíi-'
cuo resultado d'esta operação acha-se sanccionado pe-
la experiência de quazi todos os lavradores. Dessolvei
Ires onças de sulfato de cobre — pedra-Iipes — em seis
canadas d'agua potável, fervente, c lançai esta disso-
lução em igual quantidade d'ella fria; ou tanta quan-
ta seja suficiente para inmergir três alqueires de tri-
go &c. &c. de forma que aquelia cubra este uma
TfíM trasvessa , movendo-o algumas vezes por espaço
de dez on doze horas, eexlraindo-lheludo quanta s<^
bre-n^dar. Findo este processo* lançais sobre cober-
tas para qoe enxugue a humidade ; dcitai-o á ter-
ra estando ainda um pouco inchado , nlo só para que
melhor germine como por ir mais impregnado do agen-
te. A dissolucção e inmerção deve ser feita em vazos
de barro, não vidrado , ou dornas 6cc. lavando depois
tudo muito bem , pelo perigo que ha de poder enve-
nar-sc alguém ; porque o sulfato de cobre é um toxi-
co. O primeiro agricultor que experimentou esta
operação foi , se bem me recordo , o Sr. Luiz Ribeiro
d^Sampayo, d'csta villa , que a encontrou cm um
jorn^ nosso; e com tão boa fortuna, que para logo se
Tulgarisou tanto, que presentemente tem aquelia subs-
tancia um consumo extraordinário por esta circumve-
sinhança , progredindo de anno para anno. Concluirei
dizendo , que alem do trigo não ser nunca acomettí-
do da alfoi^ra e morrão , precedendo aquclle proces-
so; apresenta á vista uma tão agradável C()r , que o
mercado lhe dá preferencia, pagando-opor mais 20 ou
30 rs. cm alqueire.
JUirandella 16 de janeiro de 1844.
/. S, Rodrigueê Cariofo»
A AMOREIRA M O BICHO.
ADVERTÊNCIAS PROVEITOSAS.
- â589 NAo cançaremos de pregar a cultura da se-
da. Temos fé em que esta ha-de vir ainda a ser a
nossa maior riqueza , e não em remotos ânuos. A
abundância de amoreiras é, cdeve ser agora, o pri-
meiro ponto do nosso empenho. Estamos na sasão do
anno mais própria para se ellas plantarem. Lembra-
mos pois a todas as auctoridades competentes , quan-
to lhes deve urgir na consciência o darem fiél cum-
primento ás portarias que pelos diversos ministérios
se teem expedido para este fim.
De algumas auctoridades sabemos , que se teem
louvavelmente desempcnado do encargo : — muitas po-
rém se teem contentado cóm ás palavras da tarifa ,
rcgUU-^se e cumpra-sê , como se um cumpra-se só per
si podesse ser , cm coisas de industria , efficaz como
uiA fúU lux.
Declaramos que temos a peito este negocio e tanto
ifiie passado o praso , em que nos achamos das plan-
tações , publicaremos o que tivermos colhido de exa-
ctas informações a este respeito ,. e com toda a im-
parcialidade e independência applicando louvores aos
dignos c censuras aos desleixados , que» por sua pre-
guiça , se houverem tornado complíces da pobreza da
sua terra. Para o que desde já rogamos aos Srs. Tt-
nelli e Sales como aquelles , que mais teem contri^
buído pratiéamcnte para a propagação das amoreiras,
e a quacsquer outras pessoas , nos coadjuvem para
este fim com as suas informações. Por este meio es-
peramos poder apresentar a seu tempo uma relação
do nupicro de amoreiras, postas de novo, epor quem
o foram , e em que sítios : — assim como calcular a
quantidade do casulo , que venha ao mercado , quo
muito confiamos no governo se ha-de promover pelo
modo , que deixámos apontado em o artigo 2562.
Aos empreendedores que pretendam haver amorei-
ras para plantar noticiamos que a Exm.* Gamara Mu-
nicipal de Lisboa as dá gratuitamente ; e que dè ven-'
da se acham na TitUuraria , á Poute-Nova , èm Cdla^
res , no Barreiro, Lameiro, Barcarena e Barroca
d* Alva : e de algumas d 'estas partes se podem obter
também as multicaules segundo pelos repetidos an-^
nancios temos visto. O qoe das multicaules em par*
ticufar baveníos dicto por muitas vezes, tem movido a
muitas pessoas a lhes darem com razão a preferencia.
O módico de seus preços nos induz a pedirmos a lo-
dos os donos de quiutaes não deixem de as comprar^
pelo menos meia dúzia de estacas que umas por ou-
tras lhes poderão sair a 180 réis. Com este começo
de amoreíral haverá já um interteni mento para as
crcanças c senhoritas da caza , que poderão Créar os
bichos, e haver-se-ha conseguido na totalidade o aug-
roento de alguns milheiros d*estes úteis arbustos; a
distancia em que os hão-de plantar é de seis palmos^
Por ser também agora o prazo do corte dos cana-
viaes lembraremos cgualmente aos que empreende-
rem crcaçõcs de bichos que devem procurar os cani-
ços 00 refugo da cana , para fazerem taboleiros de
trez palmos de largura e cora bordas de duas polega-
das e meia de alto, e do comprimento appropriado ao
logar onde houverem de os pdr: — advirta-se que pa-
ra se ter maior quantidade de creação n'um espaço
dado podem os taboleiros ser postos uns sobre os ou->
tros : —distando os fundos dos diversos andares dois.
palmos e meio.
OOmAiraiA VBOTBCTORA BO OOMlIBRei»
B AGRICVXiTVRA DOS VIWHOS BA
2590 A BBPRSSENTAçIo qoc em o numero antece*
dente deixamos publicada , produzio óptimo resulta-
do ; a camará dos srs. deputados nomeou mais qua-
tro membros para se ajuntarem á comissão especial
dos vinhos ; e tendo a escolha ficado a cargo da me-
xa , esta a fez recair nos srs. barão de Chanceleiros ,
Beirão, Mouzinho de Albuquerque, e João Elias :
vindo assim a comissão especial dos vinhos, que tem de
dar o parecer sobre o dito projecto» a ser composta de
13 membros que são os srs. Félix Pereira de Maya^
Ihães , SUva e Cunha , Dia$ de Axevedo^ (Jerónimo) ,
Albano , Teixeira de Moraes , Coelho de Campos , Ce-
zar, Fonseca Magalhães, Silva Cabrai, harèodeChan^
celeiros, Beirão, ÈÊóuzirAo de Albuquerque , e João
Elias cm breve esperamos o seu parecer.
Não podendo por esta occasião deixar de dár os devi-
dos agradecimentos a toda a camará pela brevidade »
REVISTA UPÍlVERSATi LISBONENSE;
i27ò
e bôa decisão , e muito e muito em especial aos srs.
Gorjâo , e Joio Elias ; e logo que apparcça o parecer
da commissão , e que entre em discussão , acompa-
ohal-o-hemos de nossas reflexões pari-passo.
ORVBB OU OOULA MARZHHA.
. 2591 A coLLA marinha é um invento recentis-
timo introduzido e ellogiado pelos jornaes de França
e susceptiyel de muitas e mui diversas applícações ;
une madeiras, tijolos, e pedras; é completamente
inssoliuvel na agua. Segundo o para que ha^e servir
é elástica ou rija ; a sua força d'adhesão excede ádo
mais rijo páo. Appl içada no estado liquido livra os
mctacs de se oxcidarem , e.as madeiras de apodrece-
rem ; serve para a conservação das cordas e das co-
bertas de carga. O modo de usar d'ésta colla não apre-
senta defficuidades algumas , e vem explicado no pro-
gramma, que se dá aos que a compram na fabrica em
Paris Rue Lafayette faísòaurg S. iíartin 61. Dcante
dos compradores, querendo elles, se fazem ahi mesmo
experiências, que provam nio haver charlataria no in-
vento , que demais a mais já é mui estimado em In-
glaterra , onde teve a sua origem. Voja-se o nosso ar-
tigo 659 do 1."* vol.
«ABIo HTBaÓFUGO OV RSCSITA OSaTA
WAÚa AVBABL Á OmVTJk SEM 83B
2592 O Sr. Jaques Monerm consentiu . a rogos
nossos , em largar para ser vendida aa publico , uma
pequena porção do sabão hydrofugo mcnoii que manda-
ra vir de França para seu uso. São apenas quatro ar-
ráteis; acham-se á venda no escriptorio d* este jornal
a 300 rs. a quarta. — Vamos agora concluir o mani-
festo do Sr. MenM começado no artigo 2564. Deixámos
provadas as grandes utilidades do invento: saibamos
agora o modo como se usa d'elle.^ — Quanto aos pan«-
Dos ou objectos de lã, fax-se a operação n'uma celha
ou qualquer outro vaso maior ou menor conforme a
largura da peça. Deita-se dentro a. quarta parte, pou^
to mais ou menos , da totalidade da dissolução dosa-
lião que poderá ser necessária para ensopar a fazenda;
esta se começa então por uma das extremidades a mer-
gulhar no liquido, por modo que ambas as superfícies
lho fiquem perfeitamente em contacto com elie. Ao
mesmo tempo que assim se vai passando opanno, vai-
ftc expremendo levemente com as mãos dentro no li-
quido, para ficar bem repassado; e não se passa nun-
ca para outra porção do tecido , antes de estar a pre-
cedente bem impermeabitísada. Esta operação conti-
nua-se sem interrupção até se chegar ao fim da peça ;
advertindo que de vez em quando se deve ir lançan-
do no vaso mais alguma porção do mesmo liquido bem
quente , para compensar o que fór sendo absorvido.
Estando a fazenda totalmente impregnada alé ao ponto
ée não poder receber mais , dobra-se muho dobrada
on enrola-se, em cujo estado devepremanecer por vin-
te ou vinte e cmco minutos. Depois «steode-se a toda
• pressa ao Sol , a uina grande corrente de ar , ou
n'oma estufa , ou melhor ainda ao pé do lume. Qua-
renta e oito horas depois que o tecido , fato , ou seja
o que fór , foi assim saturado de sabãn) , está. secco e
póde-se ter a certeza de qoe está int^irunfnte imper-
meabilisado.
Quanto «os 4>bjeclos>)d0 c«nhamo , .linbo c ^tdão , [
deve haver todo o cuidado que o acto da inmersno ,
que acima descrevemos, não seja interrompido. Como
o panno de linho absorve o liquido com grande avidojt,
dcvc-so evitar que a parte da fazenda que está fora
do b«inho se molhe por aspersão. So a fazenda fór tiif-
ta , será necessário , qno antes de se servirem d'eMa»
a lavem em agoa simples para lhe fazerem desapparo^
cer algumas nódoas que o sabão lhe poderá haver deí*
xado na superficie. ■
Quauto aos objectos demasiadamente extensos, como
vellas de navio, pannos de barracas, toldos , cober-
tas de cargas,^e de bestas, etc. , em legar de os mer-
gulhar • visto utto ser isso possivel , eis o que se faz:
estende-se a peça n'um telheiro, ou tt'uma casa sobre
mesas ou n'outro qualquer logar bsm limpo ebem sec*
CO, estando egualmente a fazenda bem secca e limpa.
Com uma escova muito limpa , è d'um tamanho ordi-
nário, que não seja nem muito macia nem muilo ás-
pera', estende-se sobre ella a dissolução bem quente
e sem demasiada economia, para que a imbibição sej«a
completa. Esfregada toda a superficie , deixa-se fi-
car na mesma posição horisontal até ji não escorrer.
Põe^se a seccar , seja como fór , pondo comtudo um
sfgnal por onde se conheça qual das duas superficies
foi a escovada. Depois de bem secca , torna-se a es-
tender, mas do avesso, para se repetir por alK a mes-
ma operação, mas com o liqnido quasi a ferver. Para
esta repetição basta metade da porção do liquido que
se empregou da primeira vez. Quarenta e oito horas
depois de bem secca a fazenda já pode servir.
Vamos agora ensinar como se restitue o lustre ás f»-
«endas ímpermeabilisadas.
.H Quarenta eoito horas depois de secco o tecido esco*
va-se por ambos os lados cdm uma escova bem secca*;
depois passa-se pelo direito outra escova de barba^
curtas e rijas, que se vai molhando em agoa fria , e
que se encaminha ao correr do pelo , no caso .de ser
o panno de lã. .Depois de secco, torna-«e acorrer com
uma escova secca na mesma direcção. Para restituir
ao panno todo o seu brilho primitivo , e desfazer ôs
vincos que possam haver resultado das anteriores ope-
rações, dobra-se ao moio por modo que o avesso filcjue
para fora; estende-se assim mesmo dobraéo sobre uma
mesa de jogo e cobre-se com um panno molhado d'a-
gna doce, qne se corre com. ura ferro d'ehgomar ben
quente. Volta-se depois a fazenda sem a desdobrar^,
de SDFto qoe a parte que assentava no pamio verde da
mesa fique para cima, torna-se^ a cobrir com o pam»
molhado e torna-se a correr com o ferro. Se o objecto
nãp é já novo, .não menos ^ chega a um resultado sa-
tisfatório , lavando-o bem , quarenta e oito boras de-
pois de secco do liquido hydrofugo ; e escovando-o
muito bem para x> desenodoar do sabão : a escova n*'este
caso deve seguir sempre o pelo. Se se Té que ainda
é necessário , torna-se ainda a lavar e a escovar de-
pois lie secco. ^!-* O sabão bydrófugo. MO éeixa nódoa aU
goma nos pannos caseiros que. agente docampo fabri-
ca para «eu uso, nem .nos outros teosdM ocdloarios.
Para taes fazendas basta impermeabilisal-»as <e seocai*as,
ficam logo promptas sem mais nada,
Pam outro :nuaero conlinuaremos este relatório 40
Sr. Menoti , explicando como se impermeabilisam ts
^hapéos «as cordas.
S3 #
27(5
REVISTA UNIVERSAL LISBONENSE*
AS CHXBATA3>AS.
2593 Lè-sc no Jornal dos. Facullatiw» MÍlitaro$ ,
um extenso arlígo da redacção , no qual se ventild a
melindrosa questão das chibatadas , encarada unica-
mente peio lado medico: tendo por íim demonstrar os
graves padecimentos , qae resuUão qiiasi sempre de
tão violento castigo, mormente pela maneira porque é
inQigído. Faz muitas , e interessantes considerações a
este respeito ; descreve o modo , e a parle em que as
chibatadas sasi constantemente applicadas, equaes as
lesões orgânicas que sempre originam ; indica , no
caso de que este castigo continue a ser tolerado, qual
a parte mais apropriada» e cora menos risco, e prejui*
») da saúde do soldado; econclue mencionando um ca*
s» de morte causada pela applicação de tal castigo.
MAIS VAPSXa JBPXSVASTXCOS.
(Carta.)
S69i . .... Uma carta , que appareceu na Rrtis^
ta de 4 do corrente , escripta por um pharmaceutico
o Sr. Queiroz e Silva, (a quem não conheço) referin-
.dor-se ao haver eu contrariado a opinião do Sr. Pin-
to sobre os papeis epispastioos d'Albespeyres , daria
matéria vasta para sobre ellasc escreverem coisas bei-
las, e até graciosas. — Não farei en todavia essaaoa-
lyse. A Revista é um jornal de muita gravidade, on-
de'seriam sempre maf cabidas coisas d*esta natureza;
demais não posso considerar isto como questão pro-
priam.eDte scièntifica, por quanto o caso apenas se re-
duz a que — o Sr. Pinto disse que os papei? epispas-
licos eram dantnosos , e eu disse que tinham utilida-
de na pratica ; eu apresentei factos , e tenho-os em
grande copia; o Sr. Pinto nem os apresentou, nem
os podia apresentar, e factos não se contestam só com
palavras* Finalmente o Sr. Queiroz e Silva qiuz sol-
ver a questão. Não era auctoridade competente : não
éeclâtu nada; nem podia.
Repito q«e não analyso a sua carta, não tenho tem-
po para perder , e satísfaço-me até certo ponto com o
VI. B, que a redacção da Revista poz no fim d'aqiielle
escrípto.
Não me dispenso comtudo de responder a alguns dos
lo{HCos da mesma carta.
1.*^ — Quando aífirmet que os papeis epispastíeos
trem uma invenção uttl , não foi por experiência de
poucos doentes mas de muitos ; se o Sr. Queiroz .ler com
•ttenção o rareu primeiro escripto (a que póz a alcu-
>ite'de dissertação»), achará n'elle isto mesmo.
2.* — Os facultativos, que o Sr. Queiroz diz terem
observado o contrario do que eu observei, devem pu-
blicá-lo.
BJ* — Eu evito quanto épossiveT oapplicar aos meus
doentes remédios cujos componentes , na sua maior e
essência) parte, eu ignoro; e moMa applice remédio
cujos effeiCos eu- não oonfaeço.
4.* — Se eti souber que certo rcnedio produz sem^
pré um bom resultado, frastocfue ignore a sua com-
posição, voifr-o empregando, quer seja estrangeiro
qtier nacional » porque o meu &n é curar o& doentea.
5.* — O eu ser movido unicamente pelo espirito de
novidade , quando applico certos remedíoS' » é uma
falsidade.
6." — Não desejo acarretar para o estrangeiro (co-
mo diz o Sr. Queiroz) aquedevè pertencer aopharma-
«eatico nacional ; esta iaçrepajão é deplorável ; como ,
tal a regcito e a desprezo, que em venerar todo quan-
to é da minha pátria , cm estimir as coisas do meu
patz , não cedo eu ao Sr. Queiroz nem a ninffuem,
7.** — Agradeço muito ao Sr. Qneiroz o descobri*
mento que me fez da formula dos papeis episp«islicos
d'Albcspa)'ros; mas cnganon^e na gradação da sua
força , porquanto só ha até n.* 3, e não n.!" 3 e mais,
como aqnelle Sr. diz.
8.® — Faça o Sr. Queiroz os papeis epíspasticos •
visto ter lá guardada a formula : imite n*esta parle
ris louváveis esforços do mui digno pharmaceutico o
Sr. Tedeschi , e de mais algucm em Lisboa^ que as*
sim dará mais provas de patriotismo , do que repro-
vando absolutamente um remédio só porque vem do
estrangeiro.
9.'' — A pommada indicada pelo Sr. Pinto (repito)
é demasiado forte, e não a soportarão os doentes nas
ctrcumstancias em que soportam os papeis epispasti*
cos; e atrevo*me á dizer isto, porque tenho emprega-
do em alguns casos uma pommada epispastica mais
fraca que a indicada pelo Sr. Pinto , e que os doen*
iei não tem sofrido além de uma hora ; e a não ter
eu precavido que no caso do estimulo ser forte , a
substituíssem logo por outra appllcação, de certo
que chegaria a levar o desespero ás fiaras do eoraçào
dú ndUero paciente, oomo se expressa uma senhora en
um artigo da Revitia que precede ao do Sr. Queiroz.
10.^ — S^o éao ver de um pharmaceutico que um
remédio pode substituir outro; isso pertence ao facul-
tativa , e por consequência não é pela opinião do Sr.
Queiroz (como elle pretende) que os papeis epíspasti-
cos hão-de ser substituídos pela pommada do Sr..
Pioto.
11,* — Não fict pare qne o Sr. Queiroz, querendo
responder ao meu primeiro artigo , trouxe uma des-
cripção d'alguns dos. cfFeitos e inconvenieates dos ve-
sicatórios.— (descripção que demais a maia não foi
feita com muita felicidade).
12.* — Não ignoro , (isto confessa o Sr. Queiroz) »
alguns inconvenientes que podem resultar da applica-^
cão dos papeis epispastíeos em alguns casos, mas pop
isso mesmof qpie não os ignoro não os applico n'essea
casos.
i3.<*..^ Irritabilidade é uma prapriedade inberent»
aos tecidos orgânicos» e^por consequência e Sr. Queí-
rov, na segunda vez que empregou aquclla palavra,
queria dizer — irritação — em logar de írritabd idade*
j4.» — p Sr. Queiroz traz no seu escripto a se-
guinte pergnnta : — Que eerteza tem o Sr.. Freitas para
asseverar que os seus doefde^ , mormente' os ddt> gtte no
seu artigo aponta , tenkam usado doe epispaeticos d'Àl»
hespeiftes? — Quem quizer responda a esta pergunta
do Sr. Queiroz , que mi não posso (o que se se**
guc ímmedialaracnte no mcsoo^ % parccerse muito
con» a pergunta supra.)
15.*^ — £m samma.- toda aquestão se lioMta ao se*
giiiote quesito r-^ os papeia epispastíeos são uma in-
venção damnosa, au uma invenção utiF? — não são
os piíarmaceulfcos as juizes competentes para o deci-«
direm : em quanto não fbr tzactada por aquell^s a quem
compete., u publico não poderá ajuizar de verdadei-
ra valor da remédio, embora se canse o Sr.. Queiroz*
ou quem quer que seja em identidade de circurnstan--
cias.
13 da janeira. i. /» da S. FreOm JMot,
REVISTA UNIVIíRSAL LISBONENSE.
277
VAPBXS SVZSVASTJÇ03 PX^A UX.TZaf A VEZ.
(Carta.)
2595 JÀ PAÇ80U o tempo ojn qpc. o mísero enfer-
mo era exposto na estrada á discripção dos viandan-
tes , para se aproveitar de suas receitas , que em ca-
90 de cura eram depositadas no templo , para forma-
rem nra corpo de Medicina : desde que , appareceu
o divino velho de Cós, o pae da arte de cnrar, ape-
nas os Índios e japões poderão conservar esta usança
Egypcia. Hoje a medicina assenta em bases mais fir-
mes , porque os seus diversos .ramos se vão .cada
vez mais aperfeiçoando ; todavia a povo nem sempre
«nbraça o conselho do perito facultativo ; o a que, po-
rém , dá sempre attençao é o concelho do curioso, es-
tranho á scicncia e arte medica.
Eu intendo com o Sr. A. J. de S. Freitas Júnior,
que devemos dissipar certos erros de que o publico
esteja possuido, mormente quando elles provém de
auctorídades tão respeitáveis como ó o Sr. A. J. de
S. Pinto.
Já V. deve ver que vou fallar dos 'papeis epispas-
Heos d'A1bespeyres. Eu posso assegurar a V. que ,
tanto na minha limitada clinica particular , como nas
enfermarias de S. Francisco e de S. Lazaro do Hos-
pital de S. José, tenho empregado os papeis epíspas-
tiios em grande quantidade o nunca observei desar-
ranjo d 'órgãos internos, espasmos, insómnios, irrita-
ções de órgãos genito-urinarius. nem outro algum d*es-
8cs incommados que solhes attribuem. Algumas dores
e erupções na proximidade do logarapplicado , eis os
u»icos inconvinientes que ás vezes produzem/ que assim
mesmo variam segundo o logar da applicaçao, delicadeza
da cútis, e temperamento , e sexo, convenientes do in-
dividuo , a que se applicam. Estes inconvenientes re-
medeiam-se facilmente, ou usando de numero mais fra-
co , ou untando o papei com pomada-alvissíma , ou
usando alternadamente dos pap«ís e do basilicão.
Estes pequenos incommodas, que tão facilmente se
removem , não devem fazer banir da pratica um meia,
*que é realmente tão vantajoso para conservar por mui-
to tempo 06 vesicatórios. Ha outra asserção menos
eiacta que me cumpre destruir: aílirmou-se que com
a venda dos papeis epispasticos se accarretava para
o estrangeiro , o que devia pertencer ao pharmaceu-
tico nacional. Ha muitos mezcs que o Sr. José Te»
deschi . portuguez , pharmaceutico da Escola Medico
Cirúrgica de Lisboa , me encarregou de observar no
Hospital de S. José , os cíTcitos de papeis epispasti-
cos , que cllc fizera , examinando bem se tinham, al-
guma diíTerença dos estrangeiros ; encarregou muitos
outros facultativos do mesmo objecto , e como todos
notássemos , que o resultado, era idêntico , entrou a
vendòl-os; .podendo por consequência pertencer a es-
te pharoiaceatico nacional o dinheiro, com que se
compram ao estrangeiro.
N*outro jornal tenciono publicar as observações que
fiz sobre os papeis no Hospital de S. José.
Por agora só tenho que dizer queoã papeis epispatis*
£os longe, de serem uma tnvenpão damnosa «õo uma tiH
V0»ção uUL
JLisboa 13 de Janeiro de 1841.
/. HhCfítanio da SUvb.
rOKTB MXX.AGR08A OIT A WASCEKTS
]>'A6VA ]>S S. JOÃO 2>0 DSSSaXO
EM AI.JnSTR£X..
. 2596 Para satisfazer ao mui politico, e atencioso con-
vite, que ha poucos dias vi, feito no periódico, talvez , o
mais útil da sociedad^a (Revista Universal JjUhonevse^^
passo a dar a noticia, que sq me pede, nio como eu
desejava ella fosse , mas como a minha dcbil meinoT
ria . e escassas luzes scientificas me proporcionam. '
Não se espere dé mim uma descripção exacta da
moléstia , que padeceu Manoel Joaquim da Gonoci-
ção ; porque, sio passados muitos annos , e elle não se
prestou , de bom grado , a algumas indagações , quo
lhe fiz ; razão esta que me probibe seguir os prodr0-
mos « appariçãOk desenvolytmenlo , e progressos d^
moléstia ( lepra branca?}, que n'aquelle tempo pa<*
deceu.
Em 1818 , diz eHe , fui «tacado de huboens syphi-
liticos , que se resolveram ; depois do que teve dores
nas articulações das extremidades superiores, ontho-
racicas; e inferiore&, ou abdominaes. Pa.«sados tem-
pos começou a moléstia por lhe appareccrem n» face„
p«itp, e pernas, nódoas avern^elhad^s ; uo centro doestas
se desenvolveram pequenos tubereulos esbranquiçados;,
a pelle tornou-se um pouco mais branca, do qued'an-
tes era , e mgosa, mormente no dorço das mãos e na
face. Conservou sempre a voz no estado natural,, mas
o hálito , e suor desagradáveis. >
Ouvi dizer , se bem ipe lembro , no anno d:e 18%
ou 2$, ao meu prezado amigo , o Sr^ D/ Migi*el Ro-^
drigues de 3ou$a Piedade» então residente n'esta cr«
dade, que as aguas de S.João do Dv^erto , quasi
meia Icgua distante d^Aljustrel, eram vantojosas para
toda a qualidade de lepras., e moléstias cbronicas da
pelle. Eu creio que este sábio medico tinha , talvez ,
conhecimento, por. tradição, ^'aquellas aguas, pois
não me consta tenham sido ch^miçamcnte analysadas
até hoje.
O dicto Conceição foi, por. men conselho, eml826y
estando quasi impossibilitado , saindo mui pouco cie
sua caza , ao dicto banho de S. João do Dezerto, en-
tão ainda uma cova, diz elle, sem feitio nem com-
modídade , exposta ao ar , e pouco asseada. Assim
mesmo tomou vinte e tantos banhos , no primeiro ^n-
no, d'onde veio com muitíssimo alivio; o que o mh«
moa a ir segundo 4 e terceiro anuo , e tão grandes fo<
rara 4s milhoras, que boje conserva apenas a pelle d<i
face , e mãos «m pouco rugada r vive presentementò
sem incommodo algum ; goza de uma saúde . mais vigoro»
sa do que antes ; anda exposto « todas as vicissitudjes
atmosféricas, e rigores daS'est«çle6 , que em Tavira
são excessivos, quer no inverno, ifuer aa esUçâo cal-
mosa.
Tenho coibido noticias d^algnns doentes, que t^n
ido áquellcs banhos , verdadeira piscina de leprosos i
dizem que é uma s6 nascente, a agua frigidis&ima »
o sabor picante, o cheiro activo acaparroia (proto-suU
fato de ferro) é pouco potável , mas quando se bebev
produz. o effeiio laxante; e que tanto o lodo, ç«mo k
superficie da agua, em quietação,.. se- assentelham A
caparrosa. Acrecentam os do sitio, qiue disfaz a ear**
ne i quando por algumas horas se conserva m^rgulbd*»
da na diota agua. Não afianço o que lexo diçl»» por**
que nio o Qbservei ; a anal^^erchf iDiÍ€it aio»trará, un
dia, quae» í>% %^m w^xetím»
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REVISTA UNIVERSAL LISBONENSE.
Gonsta-me que o filho d* ura individuo deCaslroma-
rím , h(»je aqui residente , faz . ha dois annos , uzo
dos diclos banhos , por lhe terem apparecido , dizem,
nmas manchas avermelhadas na \yç\\e. Disscram-mc ,
que ctistem já dois banhos, bem feitos, e reparados;
e que ali concorrem muitos infelizes accommeltidos
de toda a qualidade de moléstias agudas, e chrontcas
da pelle.
Sinto não poder ser roais minucioso a este respeito;
não só porque me faltam os esclarecimentos queodicto
Conceição me podia ministrar , e o filho do meu ami-
go; como também porque me falta tudo, que para o
ser necessito = conhecimentos scientiflcos , e topogra*
phicos d'aquclle local, e nascente aquática = ; mas
suppram os bons dezejos , nos quaes ninguém me
excede. /. P. .¥. Belliágo.
BSTVSOS ARTX8TXCÒ8.
ANNUZfCIO.
3597 A AC.4DKMIA das Bellas-Artcs de Lisboa faz
publico que no dia 23 do corrente se abrem as aulas
nocturnas destinadas á instrucçâo dos olliciaes fabris »
começando-se n*cste dia , ás horas do costume , os
exercícios da aul.) de desenho histórico; e no seguin-
te os da aula de desenho de architectura civil e orna-
to , e assim consecutivamente , em dias alternados ,
até ao fim d<) mez de abril próximo. Exceptua m-sc os
dias sanctos , c dias de grande gala. Igualmente se
abrirá a aula do modòlo-vivo , cujas sessões terão lo-
gar durante o referido tempo, em todos os dias úteis.
Academia das Bellas artes de Lisboa , em 17 de
janeiro de 181 i.
O professor substituto servindo de secretario
Joêé da Casta Sequeira.
TABIEDADfel
COMMEMORAÇÕES.
tOaOa VZOItAHTB oo csu.
28 DE JANBIRO DE 1693.
2598 QuASi , scnSo de todo , esquecida jaz a me-
moria d 'esta outr*ora chamada — amusa decima de Por-
ttigal, Commemoremol-a. — Sua vida começa com o
século XVII (nasceu a 30 de maio de 1601) , e por
pouco que com elle não acaba (morreu a 28 de janei-
ro de 1693). Logo nos primeiros annos se entregoa á
cultura da poesia ; e não passava de 18 quando o
monarcba filippe III se dignou assistir á representa-
ção de uma comedia sua em verso castelhano. Depois
de completar os 29, professou no mosteiro da Rosa de
Lisboa , d^onde era natural , e áhi subiu de ponto a
sua fama : nem outra coisa podia acontecer em um sé-
culo , em que todo o talento , imaginação e espirito
parece se concentrava para se díspender nos outeiros,
e nas grades de freiras. A summa facilidade de Soror
Violante em versejar nas línguas portugueza e caste-
lhana só 0or si bastara para os seus contemporâneos
a incorporarem no c4ro do Parnaso, assim mesmo ves-
tida com o habito do palriarcha S. Domingos , ainda
que não fora tão' insigne harplsta ecantora, comod*el-
ú também conlam as memorias do tempo.
J. ML da Cwka Aivoíti.
ffOTICIAS.
A0T08 OTFXCIASSi
£599 Diário do Governo de 11 de janeiro, =s^hsl Mi^rsc-
ttíúe Fidellisiima toma lucto por espaço de um mex pela mor-
to de S. M. o ex-rei da HoUanda, Guilherme Frederico,
duque de Na«sau.
Venda de benfl nacionaet .
Idem de 18. — Ordem do exercito a.* 2. Venda de bnci
naciuoact.
OVEI.&OS.
2600 Sabbado houve na camará dos deputados de-
safios , a cuja historia não queremos descer , e cujas
consequências se não acham aiuda terminadas na ho-
ra em que escrevemos. Alguns jornaes censuram acre-
mente que os provocados recusassem o ducllo; pare-
ce-nos que melhor empregariam o seu tempo em exe-
crar as provocações, t Se a imprensa é o carro trium-
phal da civilísação , como se ousa clamar do alto da
imprensa aos legisladores, (a quem se havia de pedir
antes de tudo ^ue extirpassem os remanescentes da
vandalica barbaria] CDroo se ousa clamar-lhos , dígla-
deai-vos , fazei circo , insinac com o exemplo a fero-
cidade ao povo que vos escolheu para seus guias !
SSCROLA POLVTHSCinCA.
2601 CoMEÇoc-sE a desentulhar o edifício quei-
mado da EscholaPolytbccnica. Não sabemos se épara
ser restaurado como estava ou se lhe darão oova
forma.
A880CXAÇÍO MAKXTZMA V COIOVIAL.
2632 GBLBBRon no dia 23 a sessão solemne anní-
▼ersaria da sua inauguração, na presença d'clrei, tdt
grande numero d*oflicia1idade d'armada , e de convi-
dados de dislincção. O discurso do sr. presidente , t
a relação dos trabalhos ordenada pelo sr. secretario,
aml)os escriptos de merecimento , serão publicados
nos Ànnaes d' esta benemérita associação.
A BOA ARTOaX MAHIFSSTASA VB&08 8S08
ravcTos.
2603 — Entre os ordenados que nas ultimas têm-
poras receberão diíTerentes ordens cm Braga das mãos
do Ex."* arcebispo Primaz , 44 eram pertencentes á
diocese de Aveiro , e se appresentaram com demisso-
rias do seu respectivo prelado o bispo eleito de Avei-
ro. Todos estes ordenados se (Iteram notáveis em Bra-
ga pela decência , sisudesa e gravidade com se por-
taram , merecendo o devido elogio do virtuoso arce-
bispo.
VM VZAHZSTA OZSTZHOTO.
2604 Somos informados de que se acha em Lisboa
o Sr. Marchai , pianista do imperador da Rússia e
d'Elrei da Suécia. Dizem-no digno rival do celebre
Lists , e aíBrma-se, que brevemente dará um conser-
to publico em S. Carlos. A quinze do corrente tocou
ellê já BO palácio do Sr. conde do Farrobo em pre**
sença de grande numero deintendedones, ecom gertl
applauso. A perícia do Sr. ãkírchàl c e seu bom gos-
to auguram que senão ha-de despedir sem saadides
da paCriá do Tarrianui , de Manoel do Espirito Santo,
de frei José Marques , de MÊitrcos Antónia Portugal , ds
REVISTA UNIVERSAL LISBONENSE.
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João Bnangelista, de Xavier Migoni, de Manoel Ignno*
tendo etc. ele. etc. Nós desejamos ao Sr. Marchai tão
boa fortuna n'csta nossa terra , fecunda em músicos
admiráveis , como encontrou por toda essa Europa o
nosso BouTEMPo , para sempre célebre nos annaes
músicos.
THKATRO ]>Z 8« CARIíOS.
O SKGENTE — tragcdia-lyílca em 3xicto$ — musica de
Mcrcadante — poesia de Cammarano ^ scenae dos
Srs, Rambois e Cinatti,
' 2605 Na nossa opinião é esta , a todos os respei-
tos , uma das melhores operas com que se tem enno-
brecido o repertório do nosso tbeatro«Iirico. Merca-
dante, já precedido de uma gloriosa reputação no seu
género de musica scientiflca , severo , cbcio de por-
tentos de harmonia e magestoso, subiu de ponto , em
quanto a nós , na composição d 'esta opera , modela-
da , é verdade , pelo gosto do seu J^rat^o , roas que
por ventura lhe sobreleva em mais de um ponto.
• 0 1.° acto distingue-$e pelo grandioso c didicil dos
sous cheios , particularmente o final da introducção
c o do acto, trecho de summa valia. Mencionaremos
também a balada
Delia notte i rai lucenti
cuja musica perfeitamente adaptada á letra é de todo
o efleito que se poderia desejar; e a evocação da fei-
ticeira cheia de originalidade , mas demasiadamente
longa. %
O 2.* acto distingue-se mais que tudo pelo adagio
íinal ; pedaço tão dramático no librelto como optima-
jneple Iractado na musica.
No 3.* acto, que nos parece de todos o melhor, en-
Qontra-se um dos mais bellos trechos de musica que
se hão escripto para o theatro , — a famosa ária de
baixo
Nuova feri ta , cruda , profunda.
O HhreUo d'esta excellente partitura é também uma
das melhores prodocções que jamais fizeram lihreitis^
tus. O sugeito, originariamente histórico, é imitado de
um drama francez, que o colhera dos bellos romã n*
CCS de Walter Scott. Cheio de scenas e situações pro-
fundamente dramáticas . com uma excellente versifi-
cação , é cm extremo interessante em todo o seu des-
jn volvi mento.
' Esta opera foi escripta no carnaval do anno findo
para o theatro de Turim , e para o baixo Fornasari, o
tenor Salvi , e a dama Malvani : o enthusiasmo que
ella produziu n' esse theatro foi dos maiores que jamais
lioave. Mercadanto esmerou-se mais que tudo na
parte do baixo , e menos na do soprano. Entre nós
desempenhada pelos Srs. Bottelli e Flávio , e por ma-
dame Rossi, também agradou sebremaneira. Seria pa-
ra dc«ejar no Sr. Bottelli maior força e tolume de
voz , mas a intelligcncia com que este artista soube
baver-se na maneira do canto , e principalmente na
nobreza e conveniência da mimica , nos induzem a
acreditar que o papel de Hamilton é porventura o seu
maior triumpho entre nós. O Sr. Flávio em toda a
opera se mostra assas digno d^elogios, e mormente no
sreu bel lo rondo. £' preciso ser uma cantora da esfera
de madame Rossi , para merecer tão justos e estron-
dosos applausos n'ufna parte , que não ^, na verdade,
para brilhar uma dama , mas que a grande artista
soube pela acção tornar interossantissima» e pelo can-«
to sobre modo importante.
A empresa apresentou-nos a opera com todo o ap«
parato e riqueza de que ella é digna. Todo o scena-
rio é nova c magnifico , e o vestuário , também nove ,
rico e de bom gosto.
Seria uma grande falta , sobre indisculpavel injns-
tiça , concluir sem mencionarmos duas circumstan-
cias; — o quanto a opera estava primorosamente en-
saiada, de que muita honra resulta no Sr. Xavier Mí-
gone ; — e o muito bem que se desempenhou a orches-
tra , com uma das mais diíflceis e trabalhosas operas
que se teem dado no nosso theatro , e que foi á ace-
na com , apenas, nove ensaios na parte instrumental l
Silva LeaL
HOVZDABX TSOBTAZ. 1IS8AORA9AVS&.
(Carta.)
2606 Ha três ánnos a osta parte que nas aldéas
era de redor do Porto 2 a três léguas (até onde cbe««
ga o meu conhecimento) da parte do norte (tenho idéa
de ouvir que do lado opposto succedc o mesmo) mui-
tos castanheiros próximos a rios e regatos seccaram :
0 anno seguinte continuou idêntica destruição nas
dietas arvores (o que a nós os ignorantes nos parece
um singular phenómcno) e ultimamente feneceram os
castanheiros que nos primeiros resistiram. Soutos
inteiros . de que seus donos tiravam grande lucro , e
de que havia muita abundância para os arcos das pi-
pas , se acham sem uma só astea com vida : aquelles
que estão ás margens dos ribeiros (e é a maior parte)
que os outros não tem soffrido damno.
Somente p castanheiro se divorciou com a frescura da
agua , que as outras arvores se conservam como sem-
pre em boa armonia com ella.
Uma obscura Portuense..
,8EVUZ.TURA8 VA8 EGaS9A8.
(barta.)
2607 Como sou amante da instrucção, procuro
sempre, as fontes, onde posso ir bebei -a : por isso
nunca deixo de lêr a Revista Universal Lisbonense.
Lendo o eloqucnlissimo artigo 3261 , ficou-me uma
esperança de que talvez em breve se viesse a acabar
em todas as partes do reino o uso de enterrar nas
egrejas: porque a Revista occupAndo-se sempre em
objectos de interesse publico., e lendo merecido a
universal estima dos homens sensatos» não poucas
vezes tem já conseguido bons resultados dos seus es-«
forços a bem do povo portuguez : porém lendo depois
o artigo 2321 em queV. confessa que estava na per-
suasão de que ouso de cemitérios era geral em todo o
reino , e que só depois veio a descobrir que nas duas
freguezias do concelho do Sobral de Monte-Agraço
ainda havia o uso de enterrar nas egrojaá , não posso
deixar de partecipar a V. que não é só n'uma frjc-
guezia de seiscentos fogos e três mil almas , c n' ou-
tra de trescntos fogos e mil e quifihentas almas, mas
que é também em Coimbra, na terceira cidade do
reino, que não ba um cemitério ! ! ! £ demais ^como
se íaz o enterro nas egrejas? — não ha muitos dias»
que^ entrando eu n'uroa. n'ella se achava aberta a co«
j va p§ra receber um defuncto : aproximei-me , e com
1 admiração vi que a profundeza não excedia aseis paW
] mos !
280
REVISTA IJ JHlVEilSAX. LISBONENSE,
-.Pero^ihe; Sr: Uedactor. qncfalic rto seu interessante
periódico, sobre este objecto: embora só se façam
emiitenós para os homens pela m^snia vazão por^e se
faum Cemitérios para oscaraUos^ecàes; façara^-se por-
qoe assim o requer a bygieu«,.e pelo meãos tercnos
uma pyrte da utilidade.
' Coimbra 5 de }aãeiro de i8l'4.
. O CKB.ISTZAIIIX8lf 0«
' â608 Siniu á iuz o segundo numero do jorna] que
sob este titulo se publica em Coimbra. Contém :* .
- InflueDcia do Cbrtstianismo na cíviiisação pelo Sr.
J..'dc Lemos ;< formosa, continuação .da artigo começa-
do na precedente numero. — Da Orarão do Cbristio ,
pelo Sr. Silvestre Pinheiro- Ferreira : artigo cuja
douaCttua -târibs por errónea e pcârigosissima , atlfnta
principalmente aauctoridade de quem a emite, e a cu-
ja ááalyse/ por 'isso' mesmo , procedefemlrá éta Um
dos próximos números da Revista. — A Oração da Ma-
nhã.i lindo trecho de poezi a pelo' Sr. J. de Lemos. •*-
Á Esperança Considerações pbylosopbicas e religiosas
pelo Sr. J. da Rocha. — O Sentimento religioso, pelo
mesmo. -«-Da tolerância religiosa , e seus limites pe-
lo mesmo. — O Domingo . pelo- Sr. J. de Lemos. —
Fnalmente , A Cruz pelo sr. J. de Lemos , pedaço de
pottzia mui notável que sentimos não poder reproduair.
KACHOBÍA E rSOUVBXDADB.
(Caria.)
0609 No oiA 13 do corrente mez morreu na fre*-
guczia da Magdatena ^ termo d 'esta viUa« Maria Cla^
yá na edadc de cento e um annos. Estava entrèvaida
havia éois.annos.; ma^ no perfeito uso das suas facul-^^
dades meutaes ; e assim se cooservoo aló ao aUim0
momento. . .
O reverendo parocho d'aqiie1Ia freguezia , que me
deu esta iaforiDação,:me disse tèmbem queiiáo havia
muito tempo que , tinha íallecido Mauricia de Carva-
T«ilbo áe edãde de «Mtcnta e.um annos , deixahdò vi-
vos^desoilo netos e vinte e cinco bisnetos/ particula-
ridade esta que não é vulga>r. .
Thomar lô de Janeiro de 1844..
F£ãro de Jhure Pietrai
KSCROZiOGZO.
â610 A coBNciA e as Icltras portuguesas acabam
de perder na pessoa do Sr. Francisco de fiorja de
Carvalho e Mello um dos seus distiçctos ornamentos.
O Sr. Carvalho c Mello era natural de Tavira. A
sua mocidade foi. laboriosa e cortada de honrosas
privações. O amor ao estudo foi a paixão do$ seus
primeiros annos : á perseverança, a rara virtude d'a-
quclLe animo juveoiL Asua. vida correu quasi sempre
tedda ée pesares o deagoslos — aSr. Carvalho e Mel-
lo era homem demasiadamente Justo e honrada para
viver em mucdo lãb faJso e enganosa.
O Sr. Carvalho padeceu e foi preso por liberal.^ Kas
cortes constituintes de 1836 foi deputado pelo Algar-
ve , e di^ing uiu-sc co parlamento pela sua firmeza e
rectidão, c por dlgunaáu.aigumas propostas do- pri-
meiro intereà&e publico:, que apesar das suasig||ne->
poias liUeoçAes. e esfurços .ficaran) então , , £aóio.iÍAm*
pre •, malogradas- * I . .
O Sr.' Carvalho é Mello era lènté demonstrador dá
cadeira de anatomia no reai.e nacional hospital deS.
José, membro do conservatório reaU evioe-rpresidente
da muita digna sociedade das sciencia» otedicas de
Lisboa.
Depois d'um longo e dolorosissimo padecimento a<^
.fim d*uma lenta agonia, aggrávada ainda peio perfeito
conhecimento que do seu estado tinha, oílhistre mori-
bundo deu finalmente a alma ao Creador na madrag;w
da do dia 7 do corrente* Matou-o um aneurisma aos
47 annos da sua idade.
O Sr. Cartalho e Mello era um homem de bem
em toda a extensão da palavra. Além dos empregos
e distincçÕes mencionadas serviu também vartos outros
cargos. Ém todos a mesma rectidão, para lodw o mes-
mo disíntcresse. O Sr. Carvalho e Mello era pn^fe»-
sista moderado. As b«xses do seu caracter efaia ítlat^
dependência , a tolerância , e a abnegação.
O seu corpo foi dado á terra no dia 8. Acompa-
nharam-n'o o digno coronel e oíTicialidade do Uístdo
iKitalhão naval — aaqual pertencia na qualidade deci-
rurgião ajudante — alguns dos seus collegas na £aical**
dade e os mais sinceros e verdadeiros doa seus ^ne*
méritos amigos.
Esta brevíssima commemoraçSo que oílarecemos á
meoQoria do il lustre finado vac modesta e singella ,
assim foi a existência que choramos. Se lagrimas do'
coração, e intimo pesar podem ser raeríU>5 nosundo/
tem-nos estas curtas linhas. A egualiiade de' tumulo
acolhe tão estimada a moeda do rico como o ébnlo
do pobre. Fique esta simples grinalda de saudades
sobre aquelle tumulo , e não lhe reparem líera para o
imperfeito das fldres , nem para a humilde mão que-
ai li a coiloca.
Factos sabemos da vida do Sr. Carvalho e Mello
que seriam contado) • outros tantos capítulos dê alto
louvor ; callamol-os porém , guardamol-ps no ségre*
do da nossa magoa. O mundo indiflferente diria — que
me importa? — Os seus amigos não preeisamde sat)er
mais para avaliar e «horar aquella nohre «Ima que
tão cedo saiu do mundo» talvez por se não achar n'elle
á vontade.
O Sr. Carvalho e Mello gosava além de alta e m«-
recida reputação na sua faculdade, além d*um dti&-
ttucto nome litterarjo e poético que lhe grangearam a i^
gURias obras umas impressas oujlras inéditas, gosava ,
dbceftios!» dosmikis subidos^ créditos de Verdadeiro ho-
mem honrado.
Foi generoso e mal recompensado , de9ÍtUeres9ado
e illudido, bemfaeejo e atraiçoado -~ eis a sua vida !.
Nasceu desvalida , viveu illíbado, morreu pobre q
deixou amigos — eis o seu elogiou
Descanço. e paz á nobre alma do justo !
.SL Leal JUmor.
Errata para emendar no artigo 2578 , das ohjervafõea
meteorológicas d^ dezembro , publicado no
antecedente n.* 22.
Pag. 2C9 Ijn. 21 — ou mais~^iea<^sS ou pouco mui^
— ^^lin. 56, 57 -T- d' este mez — lea-se do reine sofre-
rão frius . intensos no decurso do mez — lin. 64 por iO-
dias — ilea-se nos últimos IS. dbas do mez — pag. 275»
lin. 34 ,' nos paizes -i-» lea-»2 nos paizes adiantados eia
civilisação. ; , . . * _ -
sv
wsvmrAnmnxmmÊaymmBiàmBefsm
ímt
DaiBOf hoje^meía foiíii, á
. Je mait, que
* - , '• •: ..I.'' T »"Y»í?<l*flí^), • ."/• íH ii'i.-i ..1! 5 .> .
tkãtimj» çQdnsiéií» f|ff.j9ednigio:GraiM(o,.v ^ i < ;
«pproTeiUrem as margens d'estes regatos , « r4t>e!JÍiaft
PMa'>l^ «grkiriMNri «» raiÍM;IÍ'«4aÂtHlp(iareiii «afi§na
pr#c^a.|>aM a$ rcigaa ide^aifoi, >^>l||ii|fm8.4^i9?f:rw» s
pai» eale An , 4M»i9 guannka 4eifM9iPSiiN«gl.'4orapq[has
aa |iiar#»Dt fiiH^tlia pafêiieiqiie «egtraw^albfwajíi-^pa
fr|[|ctof».e;obala« á entfa<ja,dat!|aguaa.ai**a(««l9lh?s,4eiH
c^nÍQf • JlarQ iP^rém é^.o^aanio .e«^ i|(v^,não^)hi|j#; p%ra >la
nteiiUiT. urrandeAiperda 9;^ «aa «U^AÍp^a^HAMa? CMíi <i^ #^a>
lilDÍbaa.giiic^ p«rçí»ia«d'€i9«9«' pannlaswfe arr^sUi^k^)
«m «««.«itfeliatilijda 4^fro|ik(0 tearaa«> .fmQioStfi.e^iMW.v
mais , e ni4M>a«gmanUim^af|iit]VQl|)m>»-«'forí^>apopn
ta d4i'4>«^ !0«i«^^99-4d^i<rat;f^hax^iiA.»í ^ fina^d^^ an-
tia* ^ra .fofmosQ.pra^^.r-^ Pi^a)Ciiiirp«.qiifMMQ^pari«5«9ii)
a^ja ^.d^sor^era imprjC9^ Qve («ti^iVHiMi f^M.^^a,,
lavrador .qii«.<com .o.9i|ipr íAwpfit^^ii aq«(^afPadi;af ^
e^íei/ tal¥ea. m ^ tong« /aiUrra^ quej^ii^ HisAapMss,
99iieiè « #iia.tiqiMa«v » :4a qif* íACMialimmie.Bã^ d/sa-,
t»tèrptyé^U§miiX,t: ,n-'..> .11. 1: .'•.-:.. i:- i »
I^M .fUff^m pairéfA ^i9sí|ii/^>Í9l,^ig<lllUf< |sTfad4«f8,
t«a., ^ 4efiiaftnd^w,.ba!^er.i.caiii9o%r^a!^lS<)l9ga«>4t;4o>^
lYUfli< ^e .qiH3 aa aQf)i€)iM.«i/^aa i^irM..q^ia. n.^lps.
lavwdw^ ftiRiiHia>v)aBa» ^4eH'w(^,mpl^ anrjqvfcar..
Ialp.|^at]iii#4%v' joãfta^i^nai.pp^ na. «Miaai^pmie
a.fftl^irA Ií^4 mw. jtpei^da; eii|rf»>i« d^ n^fs,,. e.
«ivgn«ai»i^9 dpa. dp«#i Ji^ w limmi#x de^^iHfa.pa^e».
g^roinia v9pdi»a.iiDi^iii| alíastlNriaafii.fqiliaa^ le «Ueyjdpsk
d«f iiea« :f u^;9itapea4^ a cprreMíi .dasifgiiaa^ «.aa fj|i<ni
an^ ^ /9<HisM^raT<^ igUmiri r laa ,agMa» (Maim . r<^.mH.
daft<ya!ff.OTWi niAokmaarjaial»aiiA<:i«art«a«]!ar. denoaitffn-^
doppr loála^a mfAk )aÍDda.4«c^Ae%agiwliiiini4e<»laftH.
lisadofA ^a^.^de,qiia:ieiiiiiQi^m(iadaa*;Fai«fHi| bM->:
tiMatf; a^linínN5a<»iqMff.sw»ii^/9(i«tfMa9d;i««ia d'aaf)BanH
leiras ,4ia.Jnep^n(e^]j|i a^it^^tt aviiWWMfonnai^iiMipo
C9beir(^ fiff>Drw i^lWhiimMkQ.iiamni !qq«.:pal0i:aiem:;:«a^
|>fjaf ,Jii4lit<H{<^iílM9eí)a4§u9a^wi*r^^ pa«aa.
corrq^^l.ft^ .nbejMs^'); (WTgfM^atila fpaa^teiia diftsiaraflH.j
a^ iq<^5w4^J«^Kfrm>^ Miil4lqoMniiaiiai«iiáiMlra ,
FfiVBRSIftO — 1 — 1844.
neiBi«BtKiea to; déH»>eate|i«wi osffèsaril^ilsd')» part«^
iiilihimfln>v( liiílho;. melhoria (-ntii ''<'(] -«(--p - */ >...<.uíií
Apesar daisnmUiir^feDsavraiicí a)si)g«aán^,a f rwiHsaa^sjr
tes diques, ainda os cobaldleffl^>de tneiiJoèlairbLècoÀo^
Biia em iSanf*'*^*^-^!'*'"* <^v^>^ systema das paredes
á borda da corrente. -^Ifm^' dique de 30 palmos se-
gundo o ordtnatíè.^ARsIi^eiidls^nilns d'estes stiios
faz recuar a agua ."^00 paitnol^ em todo este espaço a
nioiSabor.di^ieI)tinlnmifde^e-iÉ^erpai)BdeKde atni)itt^as .
margens rdajHbeira.4^<etfM)irtotasfcq«ieBOÍa oomoidiquají
se etottomísam^lokaea^ffOPrpalBos idéparedeV. em Skteê
t»a qnae» haneríà ; molte > nudor 'despesa. que»ém fazei»
a diqo^ ffor. qu&* como parai-elle $e escòVie, o-^itio amir%
M osí manter se afieijbam , seu coaiprimenta não paa^.
laaaA. de iiidiiiarto de.GOmlQOpalafios.oI^golM: um»
; gramdA' dkaifiiiifioi :da^ dospes*, :e. um augmeàto de
teffrefio; eg(ial-ao?'i^rodttclo>'do9:3IIO palmos^mdltâptica-.
doa pela }arf(iffa-íi«:riMnt>^ «.de ambas asparedesj
^ Lan9eifllet:popfan qp^ obras- tão «mporUntea fossenç
empreendiéafve •feitas som a 4ÍFCiBçi»de:aig!tmapea« .
níut doiad«k:deponbeísiaaèBftaa<lIidra«iHco8^ 'pdis a tsso^
altrib«o.Bio'ii!nNni aqvellc&vpov^s 'lifadò toda t>Yafi<
iagi^ qme .detfíam .dio<aDa«!tentatír«'; (e« jterem alg»^
maf Ytsaer^ deigostoode ferem. iriatiUsados lartts tra««
boiboa-pisla idi^itMKtrHcçio /de âlgAns^ d'<eslcs diquési.
--fBguaLdtsgaataytofrli a« ;iia prtftkfm . tentalivq qua
fa^K. ei^lAio. jftií.: a..primqira n-iesteiíconaelbo^ iPor dda»
vezes meu diqufijeedlBU -áreUrafSKdÂaiirifl «nchçjite dar
; ribeira Saffdeiro»^ :è:;riQOU imistiliisada;Ae|Èki a rainha dès-
patav' .iKia çcdé!.>pa^m reu »> teimei » ;.e<eiisMtado ipela;
axperienefa lOi O» de!,aaf?<r, . e.oom tmelharírcz«ltiido »(
pm rtaiatân . intacitQ; acHi^deâs nij^ofosoa, invernos dei
,18491,. e iM3.. I^enat^-qde-:^ para.Ofonnoisejnearfeí.ái
,mMÍon.f|aii!te, do aleito (^'^tílHiira i-.^p a nata.ideposkadaí
eaa amitniBrginialtemsidottaDtatqver n*esta ultimasse».
meplilir^ t de d iqjlliQ j ái oi turad^i em. mu ifids^ «ifior taiá ^
clmg^Q áitaDrp Hulâgat a prodiat<io.dd.míibo.iia84er<^>
raaiqna eitirenitoi|CíQlN;rtas:d0 ágata foj óptima.- <. : *
I J)a«aimtíMiiR poder Jemproepder tnàis aJlgomaa.d'e»^(
;tal;:fi4BPaaira§a'(D}y« .aiii:.a.algDm deaeus sábios col<»i
ia^^doresi pu^asaignant^-se digveínstruir^^me^Ne-^O)
publíQo^qaaasaHSoluçaodaa pergtmiaa:s4gulntes. ! . i
. /Iw iil^aio eigO}JeilQ:é(de 211^. palmas em Jargu*:»
ra, e cuja corrente é d'um palmo em 50, obrigadof
hojif va pffffdfeM.eliMrgar ipeladeriie -siett; leUc^ istoè liOO
;palinaa>iqaeiflt9««ão (tomará: B'e8$,e< «Mio do apecto;{)
iao^^ atippiaiMk(>: qno.iOt rio.tMiaciaiem sdasjnaiereii
eHwbeiitns»^ e>'C<vffetid9()mea»«tile'P0r4<ad<l oilettdaf
astuta idf .Mpateto,^ boja qu^ altera- tmnaié' «a jHíoi
da ap«ri«lf. .<• . .í..^j'..i; - - , - ^■' . •;• .1 ' . .:«'i
[. a/. Sie «m. Jogar de a^ Uit deixar .matadei da lettas
,1mer t dtsembaraíQadfii se qoastrisr^iambein* nleafai
metade, um aiç^dade 90ipa)im<»s de.aitjwra.:pat QaenH;
'p|o;,qoe altura (d«ivj9<.ter-Q.mHr<n w dlqui^.f«iia:.na>
ottitrameMa para.initiKM' a^r.galgado.iiaa. mmres Wf
icUentasrdali^fiQilMflcaiipva:?!'. :•: -.'•"-1 >'* ' '-•<>
• - »•' . Qual.AiJQfilbor fórma.de/fcnd^t 1 x . • .^
r)<JoBMa?me^.qu«SAbre la/iffo^Jva.aei Uflâ gempwarvr^t
dida grandesiobrap d'eata naMimaa;; Pio Àfiti> V« par(
raAquoUesisi^iasoaigpm) «miga^joii- «wlla^adfi^j Qo^
.digne dar d'essas obras alguma noticia ao puUhi
' Tereâ.akkiiasaa» eertenaPKroiQiminkas ;<4»iD«'r^«^v<l/
;pKiaivt»lM; mas., Sf ^RAda^bH-,» «ii«bf âmagsDAiip miifir^
24 VOL. ml SBRIB u.
^9^
UBmfnAíSifátmMEBBKU IKISBAliiaiN!8Bl
,éê
^•««oT•lrtl|gellfHKí<»i!f)aiy^en«eb!ft1l^cst6t':9eprt9«^ se ponrenlnra
I«i^.i^9^a6tllf&«^4|fie ^m:pMvafl'Bl inio tojB esUi-r
vllima vez que por meio dvièw .jortiarti proDimiMH-
tti^sie:d9r:^tivídft»?Qii6> s^.«e^ ísãfiwtíèenml' t > 'q A
fieriãfl-frhleJMniraí to-Í8Mi - .'i; í ,. r i 'h
-•»< ? .•I»''! O*. *>!» *•' I ;h- tít<> '• j*:«-i *"•'» t<' *'» i*
• .';.'.'??- r:r. fT.^/^fSartàrJ < •■ • -/ . i..:.:r:.-'
<:62filâ iPiB4rprqictpMs4eibv«rajrtde>i|Sfóvde<cfiiK
hantsã-ani; TÍiidoa <i«nibi8tM>a.^iio*.nrapar , n/esla^ rilt» «
9r.; P^oeralv ^itigenbèipn^v! ft^^V I%Mtftf«j<,- mmeralógi*
09V''aiiilMsi'pni]if(fgtUos «a. (rMytjNoi/iia-' ito ' mtfutt á#'
MTvãe! áe( peãrai," 9, iilog«iiit^> diuftM)ava)|a<lnfaé' a*
Mattel ríMrgttea .^iuda , forain ftiMti'* a s«itf^ieKt«rs»l>
aos inMilreBt-Citfeiibsrrnfpitoxirttòs i egreja^ée 51. Mkf
éát MoMtn i semQd(vlhin, dl» péi» CM^SMraiò G^m$iii
» qijciHi drsscraita JcMttse. limoi: ^nxwài^v' k9ê\vi> fétmt^
sarin* «^'vepsca iitifts^ moQthMdó' Mtr Vtíl«6 «voam*
^ea.. 1nt«kid6Q p^ bosso Gãada ;)mBero5i sfus IrtgiMe»
atté^vaiarri- biisèa dv ÍKirra>inegii(l>; io canio< soubesse
«ttd o- a 'bdTUi cm «aita ia bÉMaaiciat; lhes* 'd mbê i- * ^c^es
WaUi-ieiKtciindtiziUi olna^iooté.', mndc iha»iaii]a(*piie^
ja> <l'af«a -» ^ifuè «bàiiniin ia J^lr'^fM^> JPtmasií/iofv
AiU^ttraiArBS siiM.:^bs»bvftç$esi''«kttToàNBds Iqgoifètii
rap paibi*attia'ex{iloraK;3oí; ^utahlissUvoí^cbní^o^àès-
mhtime1á{a*4h^tiHkúúiit9rt) a iquei»! gsatiiicaiUibi coai>
]»6o'j|ai^ ;'e'#otwah*aiiv-4e'para'lLvsb(W;r''.> " " ''>' '
- Bnschiavro sèig*ifit)S ;-iíUram no»<i(Hraolêrè8: d»isoiBM
pdDtyia Idas !inioas iumii o (iSrínJ^enér ; ^V4Qaittl»tf
rillli'ilj9o^abHr*1Illla^.^|ína .tohsda^Mt iiasemn«<; ind
h\ú»úB vm monte YioDoairiíiado- Bt)éêta , 'HkraiflPrgomi
doiTéjv ; Jofloto-ás ifinflis d!agiia''da.^éiilè ;- t^é-*
nf qiBe -pértotiee á quinta 'd« As^* JillRei^')è^l|pe'p<w
t«r' denUiai ai minas d'lf9Ua> ; 9«> >«teitii|t('OuMs^ dto
-Ittaíerj (iroimlidaflds^id^tfsteiniinicipiojiqae ^éstá ^atbraa'
darjilqf^.i ClMifeffts. fl!liM<'issta iiiliúi ^7 >pés^dí^ tttSttPii
e 10 de.bif^bra; ««^.oonieva^ íM#'pvlm»s^d8 fiiudii*^^
r»v timndi» ào ^Mâl' desgosto: foi InnpiideBiiiipsr 4íni
lefaçold-bguar, qué' IbefrHbMMv pefa (pefie^ astfihréè
e^iuncUiiittoiftiAdu ;- este cMitrhtetnpO' leav nSoiàpé^»'
der toda ^sté- trabe4he' ácofnpiAKbníi inasf^taiwbeiiKécié^;
car^mbasecMeiidfat^wi da unlea' fopta qiieneáa vitia
peasoiav" .< '.]> "'I» .-s-in.', i.iiM > ;«
^•Ai eofdpbi»Ka! qtm '^erv-«ie»<porr.ttieio'déi'tíoni^tfspOMi
djaMSetS[<aría m^a vjiiifiéa^iifio Voi 'piif«Htlv<<<*te»0i4e!
aAm mio-d^esiie tmibaltios* bny qQi!(}á(âad«initii oedtl^<
pados 50 Jdtii^reift)s. Tmeta^áanf 1ogi»< de» Caanerr utaMi''
cttmra-Míid« .líqde» fe^a piffsaotpbr. étMii«drfa aèiiivi^t'
nundada, e conscguiu-se esgotar esta com pletádiéfttt^l «
afbotraicdsfftiúAiaslir^afii^a^ ;i^ Mlra^bas 4S terra,
er)A'(M»j0:««fat(f i5(l#^afmDsr trdb^Hwbm qfèe tioje'«d.'
andam tS^íhSM^lMi. be^^idifsér^ 'que' e«i' toias bastar
etea¥lijçie»»4ij iíetfin étít>(Mitháoi Bpgfi»k6 tsefas átívcm^^
tinha 3 polegadas de grossftMiV>'#1|ru#^(f|edia«bs^d'tt»i''
timanU}, e pccfrsfr r^U{|irfOS<a»s cohio>a'A«iNt(à7e'vSr-
nr#ffca\ d ^Mèè nêgf^sU^^ntiMa^ iifffiitef: ,'M WÉtífO^iã
priMegye (i^ ^oí trabttthòs r il|d»Se^opa«do'ai«sftiiiJ*
çoa « âeivietars</ qbd> jH nvwsafti ■ peina<dei4eOCIO|j[OOI^
réis* '"6 i-» *'^í i.i'i..'j''; 'rj'l. c-.,-., l; i. í, oíiv.*>
Eis o estado , em que pára a julgada mina de cásv»
Tio -ée péd«tt^ ed 'S«r9|( pfwaipbr> A&irelaicaoBar ée-
gttbto ittlAbsa ^tti ««•iÉo>(d«4e^^(.coai m^d«4t)[
M
cootlnaarem com esta empresa até darem cora esse
MhaboM ddSiq4ieBis^>i»iefis6fp<n ai^adaSpbi limar Jfcs-
ta"vHla''lifto*iíll*A .•"'»*» vt..í„s;.o .3. ^ . -...•. ...u.
' Nfl *iitiifitb'j«5rtMdeftiií*<íSW tidÇé»? »i[t^'^<t«*iêTJ
a^julgar uí^í f VfSi^^èjf^ÍMíiJtf^r^^^^ l>V^/»?f
Ihor dizer no seu ArcUivo ndrional das evi$a$ uí$i$.
Albandra.ll de janeiro de t84f^
Lazaro Joaqwm de Sousa Tèr^^,
a
80BRS
8XOA
A IMPORTÂNCIA BA CnjIiTUliA DA
«.3 ^.e^j^íf »^'^'«-'»'-"
261 3 ToMAlftós/ e com' ^rflhdê Satiihfçâ^o, o segointa
j excedente arligo da Restawração de lâ de janeiro:
^^« «íMHffti«té*()ífe^Mre^è^%^í^«:MiiMil^M
« iS^li^d^^sèliin^iHile^a^dò^dffrtí^lbM^M^IIr-
« méi^^e^édta^ih<PBsM/AM^2#iesi^erlM^'ej*fMlas-
« tria que, se os^^dlèM^Afe^lllRáâl, poderá n'oai
(í futuro mui próximo , ^^kfbeecr Portugal , sobsti-
4i'^rdfndo por uniu Viéi-a» i* fadl «'rlei-MpMtéçid W^íos
ff f^cBéto^ <<djoVnereadiJ<|iioitdiaMdrMi|teíM4iiiiiti yfa*-»
<c íamos da Md« ;'(vMtM:d«<péisai» éimit»/ (Mnia*^
ir Wisaqilf-i)»^d6^ld<MP*«h<oiii(o8^# fedas 09:beQS'Vbr^
ff>tU^uefe<^^>4uèileemfrJflMN)0 a^)Wi»àt>aJtlBipresálirèsl«
« èrnMda^nflKtatla. 'e"<{Oft|i<ekp«efalidaée é 'lUrtúf»
ff C^Viiírewír^^Éfa-ííftprénía* pe^MileiP, .qsoiSvi* X * W^
«iTiw^ffts "«Alfé ofe^kBais!c«Mp<!tclit«s.a)i9sÍotoè é'e»»
ff'*ia'*'féi •» • ^" '*'^'' ''' ' 'í <> ?'i<?í^: *l •*»♦ í'i'^..ji'>' O'!'; •
' -«•E*n6st*tt1«em''èenlla«ii«s; «M qwa^biwM desl»^
«'i^IftffikílMo dM#iálcretfçfto doí4^ seiv^t^pbAi^
(r 'féi"tf^Í!$f»d|6Wi»liékl(;fcHdíSiv f "^pfiodtivir «A«»}stlMMn
(i'lrènsfi¥iiibçãm H^via^ftaHa, fiio/sfirl tM Fnnçais e^
ff é^Ài^^MMèlí' Outt^OlS' pdtlios; 'fníSIaS fM^édeões ,^"Mi^
tf 'Se»'é'riea«f*qfve dèl^M^B se^«t(9d« a stia> mAsíSUN^
<r^M;fa e fcí^e» úí;'iktí9^'tÁmkno^^-. ète*ipo"d»abi«biA^
<^'YBfos èiâé '^xéidpto-i súhmèiimê^rmi si(si||«Mda«iefi^
!« -te^a 'è^as alt«rdçòe8<d« iftfdo^lHii.^^tqtie^lóVtítiNlÉa «k*
<r potros scí' áifeoed%nks ^^ w^lver 'dos emMMR is -
Vf' A s^dSf é unM-afateria'priui»,>d^faefi|íia» 'cello»
a <e»(Sò , sobretudo -srado **do boa qaaftd^adt^^^eètd ■»
!«- eaio^dtf bòfl 19 úo da bem »lgodã«» ^'que tenfr cor
;« lòdás as |»ra^i ttmpM^o e^al>,:e 'uMi>cMbairi»
a teHé ^ fapélo."iím •dla^vM tdlf^ èM queV valer
:<r«d()fm<í, d^q^siS-Jaunsp» é^ibul«^i«/S'AÉnirife». s^
ff para algodão , flaue todo nas terrãi me^ldieMicfli litt
ff È'lfobido(qtie«^sM:>naim4A<ié'prefertVél'^dqliélt«, tfa^
> >baho^do-'pebto'de ttoU 'dali^^ieiMV-^da 'ballexa ,•-«'
ff' dd'A)}hio*troi*a ilíada espanlaVá-^ifiid a» STH' ^ariss^
f ptfnes''dds «b$i)ttiis9Pqúe'*bo}0 sei^MH^ttitÉ MMliscri-
'ff • m«twe^«tMhi i^rgcítfio;' sejvm (f^toitfcadWPtoctt^^dtfanieii^*
ff^tro^^eiíf^pèiiè^ Mui >ldnge taíd'*dSlaMiMi 6M é^netíb^
fff pe*títf'>riiitthii^*BNM%éC«i i«è «nb4liteM,<''dè <<^4Mii '«ai
.<r 'Ui^COiilad%r «cèMH^kiOViliyMa^^ttttP patM)é^<íHtfllls úé we^
<«<da; ! floj^Mtf^ba brJUda '«-pt^ %ra«a 'pob#e;< ^foè láS»
ff^iiMililí esS«i4í^«êlW'deA£líiiíirt>^tfiV''éia«é^ btt %KkM*9
V.|»ifg leiAos ^tASHMtlaiiMttfS d^ftlé^f^f idiMAM
<r >|r^Sò tia «oiiiMiiíM 4ar>««dá!:iba '^lèHeí afoá4i>^9'i$b#-
ff-onè pães iariis«fAdiiri'eiMa''pfff«tmMlfo^^péi^i'é^dilt|ll^»
:«-'< ■ ■ • - • ' - ■
os; i\Aiçbs>e*Mit) fVéÍEré«nftMtM0<i<ié'ilgéiM»>
iffnAIlemMihii-eitio^ljáitiii^iio^^imtMa <i»'<cihiiséâ**tfe
iff^fedH da'<9^;<<>coiiio'a«>ai*fMMSl<'e )fHi>MVéfiif«^
jcrite.BJitdb eÉi «asan <rt*a^dtiiaa«b eiM usèé^taiftfilin?.^»
. «Cmusiaq«#VMios^Wi«r< fM^em^lMiístlld^ vrtíP-2
BeTBnrflaismiMEHflMN i «.ibuobonsi:.
£8d
r>bia itflUi.ipronK#e-* •íiV|of«^^aAniiii»«ini9âiA4^'^f«llM
«jr«D8.^^^ftmMdar^'ii»ià«omrs ei|t»oerdMiaBHBt{)iirflea
C'g4«iií»íi!j ! •i''»J TIO» .'•..•>,. 1 .Im.i} . '«iTr.'} &</ri fníp t '•
> « E eíTecCíf auMihtctwift Ifta; íAdotíltminMÒ^aati^amJ
«iiBtla^iaf)!^^*»!^ «Éa»^áriatloidèq9cpmdeLwalavuem<})e-
tf qiieno volume; —dÁittoiípbag»)» «ppliinTÃy atiàlelé»
« Ude da povoação que-6-4Mo tem . pois as creanças
« e as maM«flí43KEaU)HaAfiSlftoll4flNl^ ú^es-
«QiliB íbnrtNvUNwç 4»4*oiiifiqa*'rif(|ueòiiiniteiiiattm$'tiJi^a^
« tauÉlSiihi*iari'>uí(ni);) >/ii>| t*iuu,tHi-j\\b , oinonn^ i'**!
' -tn^ní^ diffiéuldadq>(^«o9riteeifKÍS9lcpi.p9ÍBOcpahnoi|^
« 4Íetf«M»dai4i5ffe9e9UláadmtHaiioiiM}«) qlaséLr«lr.|la»t
«ntin«iéi»racht9Jécq dotipÉinBpd»ai{i|f»uátsÍoaiimésaiol^
•íimas ««rii^ÍMiinilmcotttfnasspnlvMciavq 9fá)funá
if?.iri3bk sè 4ãm}Sk tâoÊ^é. diKfaôehD^itt^vteigiaHídidínoiD»
•íiMQ»ifi»..atoacliata|» oool|frifdarKa«>bisartb.ti8ti|ipntebè
«í^quasitvicuiiAQjir^.iibilMsAvq» d«i><tM9(miqs};^tFefm>:^
« sempre zeloso em tão iiB^»olt»tiDav^uilètito^•MtBin
« procurado os meios de-mtar esta real difliculdade,
« eiyiWWai 4^tfcieiOftfaa|aee>s<ftligSWym
« baixo de raioaveis turiéii^i^s, se tomprometta a
«^èódiphn•«t«éà^anÉà»■)V|«ér.do•v•hiá^9fl Ihit ofillc^r,
« >^)k.\9a^itAr'mftiiNflmririciiH» nseuoi^Mra^iiláteqaaiiii
mfMá9à^iV9aàfBtt\ oiniBiiaáiqavr^tBrsv oÒBtliifllÉidMeè
«fid^ labada>itamt«tertaBliiaiimaiiir>deteeobiar oéms
« proposta tendente a este fim , e promettflnÍBaBGoafll)
«ffí«>^r-«<#u>^^M4>Mttido'4 pnpèMlD mÔ(wuaAi-9 il*n-
'w*9oêimíwàB tsailf f ão^ iqaè ét^«f«t:r«tiMaqi» ipanlB
« f «Ha iq tté*»» fUlé» ftaetlftãir an» i iaiar esses. i> i ttâadoMrjtlH
#;#0éca9- «&» '.ti finiD' inovo; iraiÉBn d*iaMaÉBÍR>.l <fi lu*
«ffhiierdiidè«tnidg|uafn<cstá)n9à0MUi|pi«ifío9i p»isqMí<p«H
«odefaii p^i»is«usLeslaiiqttct4«lnJl«lai»iaeâlò»p'iordB<*
•iiii«p/i|ur;eQ}a»qoaB|nai|iitvj mmáMDhèiwqàMÊtm:oaá;§éi
« neros» toda e qualquer porção de casulo qois«8ra|>r«<f
«^ ' rfeàCar/ 1^ ardma tt^i» ptn hioÀ rbaslakè<|)Arai d^páfcf-fea-
«r çifxdo-Mttim^iiÉasinpulM^fctaMfnvica «atobei»;» stm
«i;dnl8étaiiÉitt«amprofBflttanioséDt«aeas€8 donlcpairact»)
• dBre9v'qtt^if(Ddp«i^(]pdQsí)pfeçps»^ainarc«Nm lA»
«'lAiompolfeHtfeiftabalItilIéoa^iestnlIttBBiv tB^mtw^^ívú
•-fáraçdii^M aBOve0Íaioda«yiflri*afiíáfari«Biàaiii(ib céni
«'>tet|u»ançar.'pftaBBrflkiB9qr-«ry)ii in <\iilnf i.{} b ríii<-'
cA€írt&inr.|Ç9tp 'falmlio0{.íMiMl« ;MSiinEms()á>ii|«B!)« §<h
•rifeniò^vifiatf naf9§t«ip* ddlcrlamflntetaíifibiistaçmiée
ctiM|éBeinih>4>orr.to4iífi paitechdie-«D^He^Éat>6 proi»4
•úatoiri«aft*moam!>co«iiefiftaaiflr««Nf tddM| mpuigt^
m da capital que as consentirem. Com omesiwlíáai^
«otfsAfi oaabdMian «iMHixtsipaMéMst omui^v^coroiiias
«aaoaAfftafr.féif eftf^4lo».«Mv«tilDtliiq'â.'iFamei»^ aia
«ci6idlléf|»ofBak)dMpqRfét «o) ááKfdb«iqaiokaal0lâibnéa
a^ MBÍo drtrto ^»1 anWiiiy ^fjfjaatooartwAo» f i*nlMBlos
m>9és íilíainaicÉBiii ^09iipeJbcílltaiá»oAoá»saitpnpaiaU
m ção pobre da vesinhauça a creafiobit^ aagdmiiM^
v)Mi9 Jliiier^^ipi^sntiaaii^ifla .«Uteàlâiaièe « ivdlMat oai>
m mo estão as attençõet^taÉv^tf» ponto!) uitessiamé
•>4Í»t'eff»aií.^ei|etfar}i»lpitblffal|âDiahi wm %wimmmisn,
«;i4f&-uqK)MÍ#flillflDlÉ*erA)Mli d^iaattÍMifubiuMH 9i«>
^ay^MrlpHiyopA^tBiuatiiiMla ppniop^Éi «ííIMísIvééIoi
« o seu livro é pedra prcfcinsa , pequena em volume,
« mas mui subida 'Ííli^l)R^^6MipÕe-so esta obra de
i^imirfljIlt^^itáMti ft«Matçfib,>'«^#é'W^ ^rtlV; -nas
•<^«f»<íâ^*«tf 'Ú>aeU*4ilHlAWklVèP^ da* ><?èllttriâ!da»^atti^
«'¥6lr«è4^Utf tsi^tlif^^é^Mfb^kk^à r9ftrn»çió'do>lSlh
n» «iriftii-ditti iflat<i:>^^ê^tf^lté^4^è 'áinaHKffáttttminw i
iM(|èitt «4anitít(^qi]0kt •sf^boà "vMtf^ceuMiiétitMidd a vuifiap-
a ««QÇâb mndb^tbli^iiiÉalfniftfa >ffMrhArrti':^»' setíat,
«s^itfimstd iiMaM»Mifíií«iiios' ^4 ag^a^fté^ Ponto v'>oHlte
a •èiprftpflNiphmp^^tftodtoidii «miié^t^ns^ Mtiiíi^r^iieBtfe
^ikíi^9m mané^t^fe t1qftMi>^n»ck)lilt', ' 9*Mllc<pM|-
« porcionarem . como pede , terreno pi^df^tíé^ pàrattli
ai'«}fair%iPàíiJ««ilMli«n(»'l^a«M^ísi)MMW >•- 'í
. tiJiiii4i'efCiS'<l;ava#iteiMíV é^baivtfoe^tutfb it« tiftN^idi«i-
«?ti4s>airf#s«fsi{iAiliAè OMá' MM)^^f«sinP'eapf(^,"lá ^Nt
tt nada é estranho do que pode coiHHl^uk^' |ia<nf 4u^
MnbéikafbffffiabiiiiAoiMvtfet^^viMididifèto 'boi? tióisos
aljoaHisMá9tSikv'a<'ft^^>IM« st^di^ve
fiilprtno^il«t*tnii<>iii iittt'« |HidkíoiM"Mbdfei 'iie>Uractctt>
ffi^afl «Mél^tfifwlrjwier^pr^ptfrar atf^a9èèPfÍA|r9 o llMítSi^
«.»VòMtolelltO'jdb'))irkkiaiin|iigulU^'l||a(W^ i* '< -'
« Todavia este impulso não é só portugnez.,'>}»milik
cr'al»ptfnè M^VifiiMeâdKVitorTapiAttiMftiOiiqvA^^dttíiitro
tfii^m iálgtfifaiianiNMPitM tiittiiriÉr:a«fa;P^d4||!£»9aí'efftmU
# '«!« , i ê«bM ot>ai^^^^ < ^9^^ FOflugiéli niiv ímanobé
«'i^iii|il^ fM>|rontu«rdlil;''«indb,:'^oMo> toife»:ilfio.<f«Mtt
#>4^l<y'^Mfnttl^diltdrat' tf^lbo^bpVòp^Mo^^u^, st^^uni.
« 'do»4>si||ilMiUM(ttv nâo^Nai^orA nèlwniné» fiiolb»!' ^màk
tf •doii|o«qa'>ttt>i4(!Ma tt»m«èiMMilo^K«{/oezs/d
Ki'qiiiP(biMÉi'tfé MMíbttr itiíáísík 4t^%mé 6<'da^f0hiii. ii
• <4(«íiIa'^ndA«lltiil'}att9o^S ifMH* ft%eiftpl%^i,i> a *idéaoii<
d'>|»l#iitár^#ia(H|e)k>a»^e4aí erÍMi^i^bittbi^s^de* 9CKla m^
«í^'titi'>4â''#ritf»iça^)M»8a^at'àÍTida-> '«0^>o41ios d«b MraV
é!.doreB'«tat4 ú\n «erjsncmiittiísv p«i^' n«Miiutojkai9i Ik^ei
«oi<i «ttertevé (lc»g«r< eui<l»av<«i umâ*(inriua«âse9íai><4t
««ii«i(iMA4!^i«éHbi«fU9}tpiía^iilída:>p«lo>8^^ MetéoaPd'4è
« r^ury , na qual se apresentaram , jdriatamebte. c»hi
m^imXiàâmyiikmAíM «»&t|e&tr^>«i4té<i40mofe«.4âlFraf9»
«'«9V>d4<linid <eí; éèíMetesa^iJaKAotiUlaisiila^qDtiNk^e^^iè
Ai.lidTgwid ;> ' Hw Mdmpíl^iftWN^^ , ilaâa^r^iiit^MíbrâMriè
«<'llè «ttbçiiu doi^tMnipMil^^JMiii^ Fa^if ^ JMaJimi
«íitt4i|l6M«i9('9o»tiéidasi(<iéedasuia«>6i(isèmfe^W'i«''«»H
«i «i^rtoi nwmii l)AliiantéB>8<)tiiMri v^*^«fci <*»tfaii* ^ At
««tw>è<<(Uailp«è»iqlq^líièfi«iP»« íAúéé 4t)<flirru]as,««rfdl«i|
« sentou n'esliiiti^sl9«ii4br>^tii||0i4íà)»íaal«i»^''k'^bt«Ai
o dos trabalhos do annoV^tontendo um resumo com-
« pleto..«rH«fM^VI»Íln9lí«^WMiOlfiÍBnto, no
«niinMiM i84*iii|^dé MetèsstP «^indísliilb dDMa.
« fféfUlcíaKJiMRib <»iiiíiit«ifaeétlnMUii^fct»'nfeiHàllrai-
i<>tMÍIeAiO)ò« f «mUpr^tfif pí)tÍcaai9laui«iébiiii|Mt J ailiíiM».
iiitM«p% ^è^elimia/«áa«««lMiwv «Mbodã^difil^si^^
g remos nós para quem a natureta foi cem ycif s maia
QSi
.JHBYISTbi ir.»l¥aRSAII/ .EISBOUUNSBi
ft .0 tiiuJo 4a M>A obra é>t— Arte i^euUwfiuraifeém»^ ;
m («} v^Dde^s^ Be escriptorío da Revitta Universal^ »
261^< À iNDoi.E2>ioiA da ni«ior parte do4 najturaes
4>ala,opUma terra é qom fM-ov^erbiaL Quem possue
«m ^i)li> e um c.Uma como este se não é riquifsiiiiio ,
^Pf>r4ViQ o |>90 q^iier ser. EQtrêAÓs qnafti que nâo va-
lem suasórias : por mais que se pregue a bondade de
qualquer coisa, njq /ha, facerpcosélítos.
«* Àa .fontes d<a rkjueia publica estã(> ex(wiustaii. .STio
liMe serpeio çommeroío que nos bavemos^ d« ^eori*
qvecer ft porqMf) uão temos jndustria ; e ppr «ais que
Irabalbcxnos. a. nossa. iu(ltt9trHi..taWe)( nunca chegiue a
<oiiftp«tir.ft:;pclo.f|i0aosn<i quantidade^ fiom a ínglisça.,
«U<fmfin.i c! fjT^nr^ftaa^ Jáas. resta. aindai.nmteoretín^iea^
mlttlic^ Pfoc pade ^possamos jr. procurar l^rtun^: jaie é
^la .mgrieultiira; e, lemiw, f^ .viva..fam '4|iie)'eUa Bos
Aa-í).e^ s^liiar. .;■;.• . • \, .. ■ •, .! ..
D*enlre todas, prukd^eçdesqne a Ín4«stria agiâcnla
4I0S póèa offereeer» uma hst comtu^Q • para «a 4|ual ,
ftegjurídò. ISÓ8Í i do^em^se >a|iplicap todas as alteoçõesw
Fiillaroas dâ soda» . / » • 'i.
£m muiiisspjQoa, antigos Xem&n jtr4ptad(»':d*csta im<T
|M)rtaAtis9Íii»a< prpduoção ; Jev^udo ^oxoubeoíttentode
lodosrdesMic a naenor i coisa at^; a maior para.se. dedi^
«aírem <ao plantip: daiar^ore que ha-de .nitrir o bi-*
cho, á ccea^ão d*te»te^jo modo decolbec a Aftdreic.
( . Se: a mpÍQr.pafte>doft.na8soft flonlerrâneoa iem ;des«<
4cnbadi» tfiX^ fonte do; rif uew publioa;, alguns ba.q^ie
4«em.:mei!»)eiao. quQ d:'<^ilQS ibaiamoft feiíM» mençãa no
nosso jornM:« reg^iMindo.iii^eMe o fm.iiiie! team pr^
«iado« O Sr^ÀnMynÍM»: Pedro, de Saltes «é na dós que
tíkBM teem .coficoivrido: pana que.es^ iniUistria se esr
ISbeleça entre iiés.« ll«iitas rveses tem eUe pcoeurado
in&inual-a nos àumf»4e Mm» já .por annwoiosrinos
i^rnots de q.ue'merea toda ,a quantidade jáerMisiilo
<|ue appareça »,-^JárOÍfef(e!cen4(Hse..d prefMiral-Hi^ por
conta: do$ S6US>donos.:, r^.já procitfando estabeleieeK
iMvBacrekOi uma oítciua de;areaçâo do bichos -r- já
aviandb enieomaieiídas^quer de biefaoa quqiF de aavo»
Kefi^lHftFa^sua creaçâp.. ptãra diversas partes :^<-iá pro^*
Hiovenda A introduisçiu ie.piantti^tdas nmltkajuletB t,
tU* , .ekti',í.'etflv. . ■ ^ ..'r •• ••> ■. -ji !•. ,■ n,.'v >'
.. No^nnaso acUgo^Sfi pediamos 4 jsamavaiiaMinicjpal
^(E) (lançasse olboâ piedosÍMpata ociunor^ipal situada
»aNe»easta)[que!dá>sabr<e..a\eslnid4. do arCd do. C^tm^
tti<kf , ppnémragnnsi^ ,aat»aflM>s>.qii«(»aqufne;aflMireirai
ffirteni» ^a Siv )lanii«a>4<rtqiMqi Jorga^i onsdos pro**
I^Mctaríps da:(abHGt| idastiedâfr.t^a estQ>^PitíaBsequen-9
eja le dtrJta«ii#«(«io^s«S(írogQa^].rai<é íca«iara:Qiimipi*'
faliiiqslaBileaieoAfíifeq«eircsiiQS.i:por*\pairle.\danfortílna
inlbli(Par4|Uft ftiça ^igfati^samiacetras^planftadasnot^afn^
jN»<.fíra*dc#T/;ar^# do,iffãa,niC{â/ra4A de^itrotoi» £en
éh^\^Fim^0':^£Mn^tíei.San€ta^Ànm^ r v^ .>
òif \ . ■ : ' ^monmnkAM: «/liinwiMiii»^.. . n^ »
.liSiSM. :N«.X0¥õ/iKãO'da')a4d6si4ncár<K^ lemoiMiini
laifOfaQfl«i^^cova«elmeiile'4Íie'pe^saa que fará pro-
«oívar a.rvaada: das.<sn^S( a AH^riiMra^ brancas» pretenda
4tf»riaMt ai iiinlií«att)c«h. £ iataoiqurinettka o ibaot
4n aflAunctOé Mas coflAa.nás. Jbavcmoa peli^ conHario
demonsIriÉÍQííi» minta iralia .dlaát* Mrbastov de cuja
propa^çia lemoai:q«ie hadefesultar^-gNMMlekbeQeteía
á industria seríciooia»nitt|pQéemoi dmiar de^ir aa
auctor do referida annuncio« nos declare a sitioxias
suaae&peaii^iQiaarreib que paii é qne •s moltieaules
estão desaeredtUdaa» é' porque» on o sen nome-, para a
a^redi^nmssobisoa palavra cm Iherespondarmaa.' ain*
da que nos parece poder asseverar que nenbum. ii>*
tendedordãri credkn a tal annunoio; r. ' "' .i .
^e nos nâo respeodèrUcará deaéa kxgo^a saa naiifi
eia lida pôr oicnps eoasiderada. •
- .; : ' BSTAOAS JOM MV^IflÀmUMw >
- ^17( SAViafAXBMOs .á pergunta' do nosaó assino-
t6>^qttB'descia;sfthaF>se o» multiea* laa.se fMopagam
por semente, declarando para conhecimenta^dos a
quoní cpnfief «.que por^esiacaaié^qUe èb fàii a propa-
gaseãtòd^este apreciarei ar baste.r« qtieaa eslaeas fe-
dera ir: «de Lisboa (ki ra í q valqtier parte á» mao eni*
bareadas pn paà 4errr sem iq min^ma^ •Remg» * 'Cema
sigani. eitoaflaqiekiéadaaiaóiSrw» Anianio Peát» de Sales,
Lisboa, alta. dBarPiorasn^*^ 8?; o qaai ^ss adondáctena
eencaíBata^-pòr maneira qaa 4ada8. de^ais>Átarray ac«
nbiima^dfeilas vem a*seqar*
(•} Pre^ 300 raia, e<
; papel superior 340 íéU.
. i::"< ' . •» 'f 'fCarim.J .'»■.•>..•. . •• "•
. 2618 &*. Ardarfor-^n^Na AaaMii Unkíítnal Luèo*
neniê artigo !dé97,i «i; aitraléa da Jhmtã JBfKydofe^
éiea de Pariz o^preparoj dortvigO' parâ.satoear : oâa
acfao útil* nem conrenienia aqvalla metlMida» e pto-
dbro-^aseim.
Os diíFarcntei meáos que seitma^ublicaàlp-^d^tn*
miersòas para. a samaaçia do. trigo .apesar de'aua cov'
nhccidá nillidade, nia tem aida acguidds pela gaanda
impertineneiaído procesao ; aomo eiitãa ae hinrde sagei*
lar 05 lavcadoires a esftarilavandpi>em itrea agnaa o triga
éaimcâo em, meioalquBinev' cono o dito artigo indi-
eat receita' mais áaStidioaa^que.aaaiitaríoras) Tal me*
thado: só'será.pratitátel'em pequenas porções paradi-
vartâsnanto.:'-; --.••'
• O UÍ90 não poda, incm>4eve eatanania deâ4.li<>*
tur dr mélba ^ «Mcbend^^, 0 .esiregando-a á mãe
para «Hw tiraB «af^eumen puinosa» e aa senuentas^iH
ctvaq^aviaitinn^eiav "tqdoioimarii pref ipila-so' coii a
tcige^ pelote ^^|faoK'éesc6lhalÍHo muitb bmn: àt*
|iaâ» di''{stoJtÍBal<4a:ê«spalhalTa bo>aimsafli «fcbendf-a
com a pá outras 24 burta-ip^ni «nsambrw,' e poder
ser aempeadd' cmn-^regnlaridàda. isem: se f^gav: 110 so
entro^ rapdtind^^vamkesitoa •pari|çia:«aiftporçdesqoa
hajam dersíesapieaiF cada dia'; anab aaso>sélirè algnaiia
pcq4i«pa> paMd pód« ■iiatlR^ar4«e:> coar • étt^aabiaafia
aegakita. wn* » .{••.:.'• x»'..,^!-. m';» !i:;.;í ■ •!• »
«": Se lo. trigo'.fle cenbevriír^molbtNlb^ ottiav' daai Mbo*
ras ^aiacnarie. espalhar,* ''a«€0de-4hc«9relari.eaiàe nas
sèarinhaat4oai^pf«sbpMv>^a aesa^^iiav ^lergnlliãdd*
(oamo[i*din w*Hê9ÍMm*Skêfi^l0pèê&m^\4e\FMk) «ar S
dsa8<^ediiz«fÉe aa estado éo ^^a^se èeMwm páim teer
9Nnma>.*« parde^fa^-^ : > >• >•.>•- <'>mm' '"' '^ -. ^' \ <-'.' '
O metbbdd'4uetotlidiamfnCè:tanii»ae§liJdò, pareee^
»e a Inelbar . maiaifaiail , menoarfmptartÉveBle ,' e de
bomtesoUadnt: é^osegnivle} • V >
. JBm nma# imt naapaihvmás) daíta^-a fNirçio de triga
qtae panando^ aaÉÉaar , dteskMi bem baealMda -^Tan*
fofJlaa.iilinar éa^^Bàn^i mt^aàlMiMi-^iMavêté a to*
REVISTA UNIVERSAL LISBONENSE.
285
tirir meio palmo mais— ^mecho-o, ou csfri>|^o-o ás
mãos muito b«m para lhe destruir os germens no-
civos, e »tlraír as sementes iuctuantcs — lanço-Ihe
Uma porção de cal , na razão d' uma quarta por ã al-
queires , e sendo virgem , metade : mecbo-o muito
bera , continuo a mecher varias vexes nas 2i 'horas ,
tiro-o depois da agua, e espalho-o no armazém outras
âi horas , mechendo-o com a pá para enxambrar e
puder-se semear á vontade — no 3.* dia metio-o aos
iaccós , e mando-o para o campo.
As vantagens são — poupar mais da 4.* parle da se-
mente , que serve para comer , ou para a ajuda das
despezas — nascer o trigo em 5 ou 6 dias com robus-
tez — raríssimas vezes lhe apparece a moléstia , e se
vem é muito fraca, a como nasce depressa apodera-se
do terreno primeiro que as sq^entes oaturaes do ter-
reno, e que são nocivas ao trigo.
A cal lançada logo que o trigo se retira da agua ,
jpódc damnifical-o , se algum embaraço se mete de
per meio que se não possa semear immediatamente ,
o que não acontece com o meu raethodo , segundo o
xfual o trigo depois d'enxambrado pode estar o tempo
que se quizer, tendo cuidado de o roccher, e tcl-o
espalhado, e depois de passar o inconveniente , pôde
jançar-se á terra sem receio. J. J. Ramalho.
TZaTTOB BA A&KOrBZaA.
(Carta.)
'2619 Texdo publicado já uma ves no seu jornal
o bom resultado de deitar de molho em almofeira a
semente do milho, que se quer semear em terra sn-
getia aos estragos do bicho que entre nós se chama
alfoiete ; devo novamente d^^clarar qne este auno pas-
sado a receita mencionada' produziu o mesmo effeito:
não houve falha d' um só milheiro em terrenos aonde
anlos da experiência poucos escepavam.
£ porém de advertir que este insecloque entre nós
se chama, e se parece (até na dureza) com um alfi-
nete, c produz os maiores estragos no milho, nãosae,
nem é creado no grão que se semeia. Quando elle se
deita á terra , já esse insecto lá existe, e em todo o
tempo , e estações alli se encontra , e até apparece
em terrenos aonde nunca se semeou o milho.
Dirá alguém , se no grão não está , nem se cria o
insecto, de que lhe pôde aproveitar o estar de molho
ena almofeira? — responderei — que cu publico as
experiências, e os seus resultados, sem me jactar
àe saber explicar o modo como elles se operam. —
Lembra-me comludo que algum máu sabor , ou desa-
gradável cheiro qne a almofeira comniunique ao mi-
lho, e que d'esto passe para o caule croquanto tenro;
j)oderá nos primeiros dias de sua vegetação aíTugeutar
o insecto no único tempo em que elle causa os seus es-
tragos.
Os antigos attribuiam tanta virtude á almofeira que
«guardavam, e algumas vezes sedavam ao trabalho
de a trasfegar de quinze cm quinze dias por seisroezes,
e até â chegavam a coser cm caldeiras , e reduzir á
terça parte; ed'ella, não só assiiq preparada, mas no
seu estado natural como sae do lagar , e escorre das
tuihas , se valiam para immensos usos , como estercar
oliveiras; remediar suas doenças, e bem assim as d*ou-
tras arvores : preparar eiras, celeiros, e borrifar com
eila os próprios grãos; tudo na supposioão de que ella
ou mata vu af^gcula os animaes nocivos : para outros
muitos usos icmfim que deixo de referir, para não ser
maisestenso, eque quem quiser ^abcr pódc ler ocap.
5.° da memoria sobre a cultura das oliveiras do do tor
João António Dalla Bella. Citarei sómentu dois passos
dos antigos para mostrar que d* elles não era des-
conhecido o uso de deitar d 'infusão em almofeira as
sementes, e de se' servirem d'ellacomo meio de aíTas-
tar os animaes nocivos — Virg. Georg. 1. v, 193.
Semina vidi eqiiideui muitos mcdicare serentea .
Et nilro prius, et nig^ra i>«;rfundere amurca.
Columella lib. S.' cap. 9. — Alli rei amurea
insulsa , cum .cmpU infestari seges , perfundunt sulcos ,
et Ua noxia animalia submovent.
Xlã também n*estcs sítios uma lagarta que sé intro-
duzna cana do milho, c lhe roe a medula , pelo que
elle perece ; esta passado tempo converte-se em chri-
salida , d'onde sae uma borboleta feia e pesada, os
ovos da qual certamente vão ser a origem das lagar-
tinhas futuras.
^ão sei , nem se conhece n^este concelho medica-
mento algum contra os es^tragos doesta lagarta , que
são hçm consideráveis ; se por alguém elle fór conhe-
cido, roga-se-lhe a publicação
Um seu ass-ijnante , s lavradof da Certa.
BO SABÃO l^TBBÓFIJGO B 8£U VBRBABBXIÍa
AUCTOa.
(Carta.)
2620 Recebi a carta queV. roe fez a honra de
escrever-mc acompanhada de um pedaço de sabão hyãrô^
fugo inventado em Paris pelo Sr. ãfenotti, em que mo
pedia fizesse eu a analyse chimica d'este producto; q
que me não fui possível fazer logo como desejava ,
por cumprir com os desejos manifestados por V. em
obsequio da publica utilidade. Agora porém remetto
o resultado das minhas experiências a este respeito.
Tendo empregado alguns reagentes nas diversas so-
luções que fiz d'este composto . achei que elle cons-
tava de sabão, alúmen de potassa, e de uma substan-
cia orgânica gelatinosa , o que logo me suggeriu a
idéa de que o dito composto não era invenção do Sr.
Metiotti , pois que havia já 23 annos que tinha lido na
obra das michinas e processos deMr. Chrislicn a com-
posição de um liquido inventado pelo Sr. /. D. Mons,
que tornava impenetráveis pela agua toda a casta de
panno de lã , algodão , seda e papel.
Eis aqui o processo. . «
Dissolva-se .ao fogo , mas sem deixar ferver , uma
libra de sabão branco da boa qualidade em 56 litros
de agua de chuva , ou de rio. Dissolvam-se do mes-
mo modo, e na mesma quantidade de agua, duas li-
bras de pedra hume. Místurem-se n*esta solução três
onças de colla de Flandres dissolvida era sulliciente
quantidade de agua, e junte-se depois a esta dissolu-
ção a do sabão. Passem-se dcv!\gar, e bem estendidos
os pannos por este liquido quente, mas que não fer-
va , quando estiverem perfeitamente repassados , sus-
pendam-se por uma das extremidades , e deixem-se
escorrer , depois tornar-se-ha a dar-lhes o lustre pe-
los meios conhecidos.
Para toda a casta de panno de, linho e algodão.
. Dissolvam-se do mesmo modo acima dito , 6 onças
de sabão em 12 litros de agua de chuva » ou de rio,
e em outra egual quantidade de agua 12 onças da pe-
dra hume; porém em \ez de mislucar as du^s solu^
286
RETISTA UNIVERSAL LISBONENSE.
ções , conserveiB-se separadas , e quando se qnizor
meller n'cllas o panno , por-se-hão quasi em ebuli-
ção, e passar-se-ha o panno, primeiramente na solu-
ção de sabão , depois na de pedra hume.
Para toda a casta de papeis.
Dissolvam duas onças de sabão branco da melhor
qoalidade cm 12 litros de agua, e doixe-se fervçr por
espaço de meio quarto de hora, Dissolvam-se ogual-
mcnle era 12 litros de agua 12 onças de pedra humc,
c junteni-se-lhe 4 onças de colla de Flandres, c 1 on-
ra de gomma arábia , dissolvidas primeiramente am-
has cm uma sufficrentc quantidade de agua , junte-se
esta mistura com a agua de sabão , e molhe^se o pa-
pel no mixto tendo aquecido primeiro este ligeiraracn-
, te. Para fazer seccar o papel, é necessário pór primei^
ramcnte as folhas umas sobre as outras, e carrogal-as
com um peso de 200. libras postas sobre a taboa que
cobrir a pilha de papel. Passados alguns dias , esten-
dcm-se as folhas sobre as cordas.
Outro processo»
Mr. Christien lambem nos deu o processo de Mr,
Jíeyerman , de Paris , para conseguir o mesmo fim :
consiste este em fazer dissolver 4 onças de bom sa-
bão branco em 12 litros de agua de chuva fervendo ;
dissolve-se também em outros 12 Utroa de agua um
terço de libta de pedra hume^ cada uma doestas dis-
soluções leva-se a 70*R ; n*esté estado faiem-se pas-
sar o& estofos de lã uma c outra vez n'agua de sabão,
e depois na de pedra hume sem interrupção , e sec-
cam-se ao ar.
Para o& tecidos de algodão, é necessário o dobro
dos ingredientes na mesma quantidade de agua.
Para os d» linho , e para o papel o triplo.
Para a seda o qnadruplo.
A' vista do que fica exposto, repito que o sabão hy-
drófugo não é invenção de Mr. M^m^ti, o que*. clle fez
foi somente evaporar o liquido d^^esta composição até
á consistência de sabão , o que é d^ mais fácil appli-
cação para o uso commereiai de que a sua primitiva
Composição. Sou de V. ele.
António José de Sousa Pinto ,
Pfaarraaceutico D'esla côrte%
8ABÁO BTDROFUOO.
(Carta.)
2621 PeoENDO ii)ferir-se d» leitura *o artigo n.'
256 i — Sabão hydrrfugo — inserto na Revista Univer-
sal Liíb(mcnse n.^ 22, que o Laboratório Chímico da
Uníversfrilade de Coimbra ainda não deu, conta do re-
sultado da analyse d'aquene composto, que lhe foi
commetlida : apprcssome a participar a V. pedin-
do^Ihe que dechare no seu muf interessante e acredi-
tado jorna] que ainda não recebi quantidade alguma
do mesmo sabão. , nem tão pouco convite para proce-
der á sua analyse. Sendo assim, cu disporia do pou-
co tempo que me resta das muitas obrigações , a que
estou ligado , a fim de cf>ntríbuir quanto da minha
parte estivesse, para o conhecimento das substancias,
qac formam um composto de tanta utilidade.
DeV. etc.
Vknael MàrÚn» Bandeira,
Director do Laboratório Ghimtco,.
Coimbra 24 de janeiro de i844.
' acabamos de remcttec to sábio direetorde cbimica
da Universidade de Coimbra segunda porção do hy-
drófugo para o logar da estraviada ; e anciosos fica-
mos esperando o resultado da sua analyse.*
IIiX.I7SrZKrAÇÃO ]>A CX1>A1>S«
2622 CoNSTA-NOs que as camarás munícíjiaes dt
Lisboa e do Porto vão contraclar com uma companhia
ingleza, a tlluminação por gaz, d'cstas cidades, para
vinte annos.
Amigos e propugnadores de todos os melhoramen-
tos rooraes e materiaes de que necessitamos , congra-
tula r-nos-h ia mos cora esta innovação , que ha muito
tempo se deseja c se tem requerido, se porventura â
não houvéssemos hoje por inop|íorluna e até ruinosa
para a fazenda municipal , sobretudo sendo o contra-
cto pelo referido prazo.
Quando se estão fazendo os maiores esforços de que
são capazes a scienciae a indtistria, para alcançarum meio
de illuminação que não tenha os inconvenientes e pe-
rigos do systcma actual , é altamente inconsiderado
fazer similhante contracto, e então por tão longo tem-
po. Hoje o mais prudente é aguardar e resultado
d'essas multiplicadas experiências , que de certo não
pode estar longe.
O gaz hydrogcneo carlwnado foíapplicado á illumi-
nação publica , não só por ser a sua luz mui brilban-^
te , mas também pela abundância da matéria de que
SC extrahe , isto é, do carvão de pedra. As naçõe»
que primeiro o usaram foram as que , como a Ingla-
terra e a França , não teem outros combustíveis bara-
tos, próprios para esta illuminação. As vantagens que
o gaz de carvão de pedra leva* ao antigo systema
de illuminação, tem feito eom que se não attenda aos
inconvenientes, aíiás mui sérios, que elie traz corosi-
go. Além d*isso o espirito de especulação que se-
apossou doeste invento, embora haja arruinado os-
primeiros empreendedores, como snccede quasi sempre»
o elevou a um dos ramos mai^ importantes da indus-
tria , e tem crea^o interesses mui poderosos que hoje
combatem vigorosamente toda a innovaçHo que pre-
tendei sabstttuil-o. Entretanto se se tem conseguido de-
morar a extincção doeste gaz, não ha cTrUl-a. De
toda a parte se requer coisa melhor, e todos estão in-
teiramente convencidos de que se ha-de alcançar.
O gaz hydrogene^extrahido do carvão mineral pro^
duz fumo e cheiro desagradável ; embacia e ennc-
grece os doirados e as pinturas ; e^c causa perma-
nente de andarem sempre revoltas as calcadas ; âà
origem a fre(;[uentes explosões acompanhadas de iur-
cendio, de ferimentos, de asphixías , e muitas vezo»
também de mortes.
Uma cidade allumiada por gaz , n^um instante p6-» -
de flcar ás escuras cm se lhe desarranjando o labo-
ratório ou algum dos conductores principaes ; e tam-.
bem n'alguma revolução popular , em ^ue os suble-*
vados podem cortar a communieação com o laborató-
rio. Além d*isto, é mister metter debaixo da terra
grossos cabedaes para estender a imraensa arvore de-
tubos necessária para a distribuição do gaz ; c este<
capital p»rde-^ em poucos annos por causa da ruina
que assim padecem os materiaes. Todos estes incon—
venientes tem o actual systema , e por isso se estão,
fazendo grandes estudos e- repelidas tentativas p^ra
substituir o gaz por outro processo de ilIumina^ãA.
mepos peri^so , maie límples e económico^
REVISTA UNIVERSAL LISllONENSE.
287
Mr, Gudin obteve uma luz a .que chamou siderale ,
(e que nós já vimos), por meio d' uma dupla corrente
de gaz hydrogcneo e oxigcneo projectado cm uma
proporção certa contra um pedaço de cal^viva , que
dá uma luz furtissima , e mui similhantc á do fogo
branco de Bengala. Este descobrimento porém não
foi ávanlc por duas rasões : primeira por sair muito
earo , segunda pelo grande perigo de explosão que
ba na combinação d'estes dois gases.
Mr. Sclligne procurou na decomposição da agua
fobre um carvão era brasa ogaz bydrogeneo, c obteve
luz mediante uma adícção de Glcobitumínoso. Este gaz
é mais puro e brilhante do que o que se extrae do
carvão de pedra. As cidades de Dijon e deStrasbourg em
França; e os subúrbios de Batygnolles, de MonLmartre
e da Chapcile . nas immedíaçôcs de Paris , são illu-
miuados por este gaz ; porém não tem sido adoptado
gorahnente por ser mais caro que o de bydrogenco car-
bonado, e também por conter grande porção de oxido
âc carbono que é um veneno mui subtil • violento ,
tornando-se por este lado muito perigoso o seu uso no
fnteriur dfis habitações.
Os melhores bairros de Nápoles são allomiados por
um gaz extraído de substancias animaes. Este tam-
Lem é preferível ao do carvão de pedra e tem hiemais
8 mais a vantagem de para elle se aproveitarem ma-
iorias que não tcem outro préstimo.
Tcm-$e egualmcnte feito muito bom gaz da resina
«dos óleos bítuminosos ; mas todos estes methodos
de illuminaçâo , mais ou menos, tcem um defeito ca-
pital. È ser necessário estatKítecer-lhes grandes labo-
ratórios , com os quaes communiquem todos os appa-
relhos que servem para a illuminarãe publica e par-
ticular de qualquer cidade. Esta condicção indispen-
sável torna mui limitada a illuminaçâo feita por este
processo , e o seu desenvolvimento muito vagaroso e
4liíficil, ou por melhor di/cr, só a podem sustentar os
bairros populosos , rico& c cnmmcrtiaes das grandes
4:i(iades. Por exemplo em Paris ha vinte e cinc« an-
ítios que se introduziu o gaz, e apesar da sua immensa
|>opuiação c riqueza, apenas meia cidade quando mui-
to é que hoje se «llumia com gaz: é verdade que ts-
dos os aunos se vac estendendo a algumas ruas mais ,
{porém a uma grande parte d'ella nunca chegará , por
que os bairros distantes do corarão da cidade não são
l>astante po\oadoSf nem suflicicntementc abastados para
lhe darem o consummo correspondente ás despesas
do estabelecimento dos conductores c mais apparèlbos
necessários para esta illuminaçâo.
O paesmo surccde em todas as demais cidades ri-
cas e populosas da França, taes como Lyon , Bor-
dcaux, Uuucn , Nantes, Strasbourg , etc. ctc. £ujos
l^airrus principaes são os únicos i Iluminados por gaz ;
Qos outros subsiste o antigo systcma.
^ A' vista d'isto« como será possível realisar ^m
Portugal o que em França se não tem podido alcançar
com tão favoráveis circumstanclas? ^óra grande im-
ponderação acredital-o , quanto .mais querel-o expe-
rimentar.
Depois deve-se attender que a illuminaçâo publica
não bnsta para cobrir a despoza do estabelecimento dos
depósitos e conductores; é mister também que ospar-
Ciculnres adoptem o uso do gaz, para assim se lhe dar
a extracção necessária. Em Paris , por scpte mil lu-
uei públicos, ba mais de septenta mil para difiereote»
casas, lojas etc, quer dizer, que os particulares estão
na proporção de dez para um dos públicos. Em Loii-
dres e nas outras cidades acontece o mesmo. ^E em
Lisboa será possível isto? Os nossos hábitos e outras
circurostancias especiaes em que por ora nos achámos
respondem que não.
Quasi todos os estabelecimentos, officínas, e lojas sd
fecham ás ave marias: não precisam de luz; e cada um
em sua casa ha-de preferir sempre o azeite , que é
um producto nacional mui abundante einnocente. Por
tanto o gaz só terá consumo na illuminaçâo da cidade,
ou n*algum estabelecimento rico.
A' vista d 'estas ponderações duvidámos muito de
que similhante cmpreza possa ir avante. Mas pare-
ce^nos estar já ouvindo dizer aos precipitados : « Que
« nos importa ser a empreza ruinosa ou lucrativa?
« Tenhamos nós uma boa illuminaçâo , e deixar lá a
a perda ou ganho dos especuladores. »
Não discorrem bem ; porque bem sabido é que
muiXas vezes se larga por mão o que se tinha cm-
prehendido* depois de estarem arruinados, homenis
menos instruídos, ou com demasiada conGança em
suppostos lucros ; porque invariavelmente o fim da
qualquer empreza , é tirar proveito , maior ou me-
nor , próximo ou remoto , mas em fim um lucro se-
guro. Ora esta em que falíamos , fica demonstrado,,
não só qpe é impossível dar interesse mas que infal-
lívelracnte ha-de dar perda ,' e por consequência aca-
ba r-se logo.
Podemos orçar exactamente a despesa necessária
para o estabelecimento do gaz n'uma cidade tão vas-
ta como esta nossa Lisboa ; — sabe-sc lambem qual é
a somma que a camará municipal pode empregar n^
illuminaçâo; — não c diíTicil, calcular o numero de
lumes que serão pedidos^pelos estabelecimentos públi-
cos , .e para casas particulares ; e por isso estamos
habilitados para adirmar peremptoriamente , que tdl
projecto é inexequível, por insustentável ; c que em-
bora se tentem quantas emprezns assim forem tão mal
calculadas , não preencherão nunca o fim que deseja-
mos , nem podem vingar.
Mas ainda suppondo que taes difficuldades não exis-
tissem , ninguém nos convencerá de que seja própria
a occasião para tal novidade. Não pôde tardar o tem-
po em que se ache uma luz da natureza da do gaz ,
com apparèlbos sobre si para cada lume, e portáteis ,
em que se evitem os inconvenientes gravíssimos da
oflScinu • do gazome^ro e dos seus canos. Já vamos
em caminho para este importante resultado.
Em Paris vimos nós um systema de illuminaçâo
de h^fdrocarhureto, isto é , de óleos , ou .essências
bítuminosas e resinosas da invenção de Busson e Rouen.
Por este systema os olcos ou essências ardem no
estado de vapor e dão uma luz assaz brilhante. Toda-
via este systema ainda está muito defeituoso ; e não
é por ora applicavel ; mas os defeitos que boje to-
lhem o usar d'eile, bao-de»desapparecer, e outros fa-
bricantes mais hábeis saberão aproveitar melhor aquelle
j^ principio.
Falla-se também muito de uma luz galvânica , da
qual se fizeram em Paris experiências , e que nos
asseveram estar servindo em Inglaterra n'algumas offi-
cinas. Sabemos emfim que se acaba de inventar um
pequeno apparèlho applicavel a toda a casta de can-
l dieiros d'azeiie. Com este apparèlho mudam-se inteir
288
REVISTA UNIVERSAI. LISBONENSE.
rnmente as condicçõos da combustão, e obtem-se uma
luz trcs V6ZCS, m»is intensa , e tão pura e branca co-
mo a do gaz, mas sem augmento dcdespeza. Esta in-
venção Wra preferível a todas as outras , porque a
despeza dos apparclhos seria mínima » a substituição
jmnicdiata c completa, e o que é ainda mais attendi-
vcl , continuaria a usar-se do azeite.
De todas estas considerações resulta, nos parece,
que nunca se deveu ter tão pouca pressa tomo agora
em dar preferencia decisiva a systema algum de illu-
minação.
Os trabalhos chamados gazeíflcadores , para o esta-
belecimento do gaz, e os aperfeiçoamentos d'este
ou d'aqueILe dos systcmas que deixamos apontados,
DOS fariam arrepender do prematuro da nossa precipi-
tada determinação. Não se deixem as nossas camarás
municipaes allucinar , com projectos mais ou menos
seductores ; as mudanças nem sempre são progressos,
antes muitas vezes os progressos com ellasse retardam.
Esperamos portanto que os homens intelligentes e
probus a quem a» cidades teem commettido a sua ad-
ministração , receberãoi todas as. propostas que a tal
respeito^ se lhes façam , mas quanto á escolha d'e1Ias
se deixarão ficar n'uma prudente. spectalí va , por-
que muitas vezes o interese publico não passa de c«i-
pa com que os espicculadores eocobrem o seu interesse
particular. O.. C»
APUtFSZÇOABfXVTO PORTVOUSX HA FIXV.
DIÇÃO B GRATUaA BOS TTF08.
2^3 O Sb. Alexandrino José dasNeves acaba de
nos prcndap com vários aperfeiçaam^nlos da sua arte,
entre outros o da fundição de três Icttcas de um só
jacto» Aperfeiçooi^ a fundiçãx) ordinária dos lypos,
consistindo a mudança na tnãirix , que ordinaciamen-
tc é de cobre , e que foi si>bstituida , por uma com-
posição de metal 'brando mas muito maíiavel e menos
fuzivel que a metal commum dos iypos.. Tirou da
sua idéa todo o proveito imaginável ; pois que em vez
de se servir de ptinçõo de aço, usa dos mesmos typos,
que fazem muito bem^ as vezes de punção , e p^it meio
de um aparelho, que inventou, consegue gravar com
elles n/) metal, resultando disto uma motriz sema^vda
àe função, vantagemesta, que não é pequena, para os
que sabennos quanto é trabalhoso gravar eu» aço , e
quio subidamenie se paga ao artista que o executa.
])*esta Córma todas as qualidades de lettras , emble-
mas, orn;itos etc. , etc, se fundem com a maior pep-
feição e esmero.
Apparecem typos inglezes ou fraocezes ; queremos
(el-os eguaes; forçosamente baviamos de comprar
]x>r exorbitante ppeço o jogo completo de punções ou
de matrizes , ou abril-as cá mas com muita demora e
cnslo : disso nos dispensa o invento do Sr. Neves .
obtendo es typos de fora, d*elles nos servimos em vez
de punção*: nova esta de que elles não Acarão muito
contentes.
Não pararam aqui os inventos do Sr. Neves ,. pois.
que reunindo (res tnatiiz$s em um molde , consegue
como dissemos fundir , d«i um só jacto , três Icltras,
sahindo estas bem acabadas. O molde , em que se
fundem os trcs typos , é muito símilbante aos outros ,
mas os aperfeiçoamentos que lhe fez o mesqu) Sr. , o
Urnam muito mais complicado.
Nqo foi na verdade o Sr. Alêxundnno o primeiré
que fundiu muitas lettras de um jacto: os francezes
o tinham feito já , mas se não foi o primehro em in-
vental-o e pratical-<r, ninguém negará que foi o
primeiro no Xmn êxito da eropreza , pois que os fran-
cezes largaram tal mcthodo por inconveniente, e'o
Sr. Neves tem fabricado para mais de 50 arrobas de
lettra , pelo novo mcthodo , de que os typographos
usam já. — Muito sentimos que o segredo do artista
e a nossa inhabilidade para taes coisas nos védera o
alargarmo-nos. Porem antes definalísar direi uma pa-
lavra sobre o Sr. Neves . para que saiba o reino e o
mundo, que também nós temos artistas e qoe podem
rivalisar com os de fora. — Desde a infância se de«
dicou este Sr. á gravura das punções , foi a Inglaterra
aperfeiçoar-se nesta diOcilima arte, sahindo perfeitis-
simo , não só nisto , mas também na gravura em me*
tal e madeira , do que existem muitas e delicadas
provas. Sendo director da imprensa nacional alli en«-
sinou as verdadeiras regras da sua arte^ fazendo con*
sideráveis melhorias, taés como construir as primeiras
fornalhas de ar que alli se viram , extrahir o regplo
de antimonio que se tirou em grande quantidade da
mina do Porto no sitio de Valongo: era substaacia
que vinba de Inglaterra por mãos cheias de oiro.
Foz em fim tudo n^aquelie estabellecimento naroe^^
Ihor ordem deixando muitos jogos de diíTerentes punt
ções que hoje ainda servem. Para que façamos uma
idéa da pericia do Sr. Neves, um dos dois unico&ar-
tistas que ha em Pertugal d'este ramo. bosta dizer-M
que só ellç por falta de artistas especiaes , tem exe-
cutado obras qoe em Inglaterra são encarregadas â
ires classes d' elles.
João Auffusío Amaral Frazão^
mSKSBXO OOirTRA A XáVZA.
2624 o Sb . J. J, de Carvalho, propõe o seguinte : —
Casca de raiz de romeira — duas onças. — de pecc-
gueiro — uma onça. — Agua commum — libra e meia»
— Ferva-se até ficarem uma libra, còe-se , e jun*
te-se : — Rhuibarho em pó — uma onça. — X^nrope de
senne — uma onça. — Toma-se por três vezes, com o
intervallo de quatro a cinco horas de dós« em dose.
O olea djs rícino facilitará a final a expulsão da lé^
nia^ Gaxeta âfeiiea do Porto.
CURA BA SOUTAHIA-
(Carta).
2625^ ExisTV em ama aldéa perto de Barcellof
um cirurgião,, que em duas ou três horas cura perfei»
tamente es doentes que tem splitaria. Custa-me a acre-
ditar que d'este cirurgião não tenham fallado os jor»
nacs . se é como se diz , tão desconhecido, dos medíh
cos o remédio que elle applica ; e como raros perió-
dicos leio , não sei se é minha a culpa de nio haver
lido nada a esêe respeito , se é da incutia dos jorna-
listas. Ê aquelle cirurgião tão acanhado que me nã»
eispanta o evitar elle ser conhecido , nia% creio qne
aquelles que d'elle tem recebido o grande beneficio
da saúde , deviam preg«6l-o. Pódio elle fazer uma
grande fortuna , que já bons meios tem tido para isso
pelas ricas pessoas a quem tem- cucado, e por aquellas
a quem continuará a livrar d' uma inimiga tão voraz-;
mas é demasiade modesto , c por mais que iuste
aquelle que se vé resgatado d*uiii» moléstia q,ue sugr
REVISTA UNIVERSAL LISBONENSE.
289
pnnha incurnvcl , nao recebe mais de 2 até 4 piptos; |
isto sendo pessoa de haveres , que aos polires (honra
lhe seja) não aceita nada, eo mesmo fuccedc sequem
o chama se acha não ter a solitária (o que elle logo
conhece) ainda qae mui rico e generoso seja , e que
elfc tenha transitado muitas legu<is. A sua maior re-
compensa parece ser a satisfação de livrar os que pa-
decem : bom pouca» gentes o imitam. £u conheço al-
guém a quem elle deu a saúde , e pódc-se dizer a vi-
da ; mas não^ o conheço à elle • nem sequer lhe sei o
nome; o que procedo de desleixo da minha parte»
tendo-oie contentado do nome que geralmente se lhe
úà » de eirurgiào da solUaria,
Uma obscura Portueme.
FABTXliBAS TfinMXTVGAS DS SAKTQKlftA ,
POa CAZJbOVB,
2626 Santnnina em pó — uma onça. — Gomma alca-
lira — meia oitava, —«.F. S. A. 144 pastilhas. — Cada
pastilha contém meio grão de santonina. Dá-se áscre-
«noas na dose de5 a 9 grãos por dia. — Xarope decai.
— Cííl viva — 5 gram. Agnà-^125 — Xarope simp.
— 125— :Exlingue-se a cal. dilue-se em agua o lei-
te de cal d'ahí resu)tant,e, c deita-se no.iarope a fer-
ver. Passados alguns moVnentos fíltra-se n'um logar
quente, e ajunta-se : — xarope de assucar q. s. pa-
ra perfazer 1:000 grammos de xarope de cal. {Journ.
êe Pfkarm, ei de Chim,)
&Xlf3Bl>ZO OONX&A ftOSfllBaiOAS S AflOARZ-
BA8.
2627 O Sr. Pitschafí propõe o seguinte: — Pó de
seroen-contra e extracto d'ab$inthio oitava. — Mist. e
forme massa bomegcnia » e divida cm pilulas de 4
grios , que serão envoltas em pó de carbonato de ma-
gncsia. O doente tomará quatro pilulas de dnas em
dua9 horas. Se não for pctsivel dar pilulas ao doente,
dar-se-Ihe-ha uma infusão de semen-contra , e che-
nopodio do México. Depois do uso do vermífugo,
convém purgar com um cathartico oleoso.
Ta.ATAMXNTO BO TRZBMO HOS RSOBK-VAS-
CZB06 ȣZ.O SH. PZTSCHArT.
2628 No caso de trismo com convulsões, em menino
de mama . sendo normaes as evacuações alvinas , o
;Sr. Piííf/m/í emprega a mistura seguinte: — Hydro-
lalo de flores de laranja 60 gram. — Sabão de Vene^
za 1 gram. — Carbonato de magnesia 1 gram. — Al-
míscar escolhido — 5 ccntig. — Xarope d'amendoa&
— 8 gram.— ^M. S. A. -^Dá-sc tfma colher de sopa
ôa decaffé de bora em bora, segando a edade.
90KABA OOHTliA AA QRSTAE B08 PBZTOft
PSX.O an. AUBONABB.
2629 Óleo recente de cravo. 6 g. — Mncil, de gom.
alcatira4. — Ceroto rosado 64. — Mist. exactamente
triturado em almofariz de mármore, e juote: — Lio-
podío — 44). — Tinct. alcoólico de gom. kino 4. — Mist.
novamente, e guarde para uso. .
AGVAS KZirZRASS B^ZSTB RSZNO.
(Carta,) *•
2630 Tekdo lido com summa satisfação os artigos
B.** 2326 — 2358, e 2596, da sua interessante Re^
wíà t da noticia , e prodígios da agua de S» João da
Dezerto era Aljustrel — dislricto de Beja; lenho lam-
bem de lhe dar a satisfatória noticia de que n'esta8
aguas já foi remettída uma porção pòla secretaria
do reino, ao antigo emui distinctnpharmiceulico does-
ta cidade o Sr. António José de Soiua Pinto vogal do
cousejho de snude publica do reino, para por elUse*
rem analysadns.
O nosso paiz c extremamente abundante d^agnàsmi^
neraes de todas as espécies . e infelizmente a maior
parte d'ellas siio desconhecidas , por não terem siri»
competentemente analysadas ; e a não ser a nolicÍJi
d 'algumas , que devemos aos esforços do nosso hcno-
merito compatriota o Sr. FrancUco Tavares, mais igno-
radas soriam. O governo de 1821 onlcnoii se pn»-
cedesse á analyse das aguas mineraes de todo o rei-
no, e se não fosse a queda d'aquella forma de go-
verno cm 1823, nós ha muito teríamos nm inteiro co-
nhecimento de todas as aguas iriincraos, do reino: e
se este trabalho se tivesse feito , muito interesso dei-
xaria ao paiz , pois é para lamentar as grandes des-
pezas que estamos todos os annos fazendo com aguas
do Pxjrmont , de Guilneau , c Selts ete, etc, , quando
as temos melhores (como posso provar) no nosso pai?.
Com tudo resia-jios a lisongeira esperança, do que um
dia o governo, incumbirá esta tarefa á patriótica e sa-
bia Sociedade Pharmaceutica Lnsitana, que Lao digna-
mente se desempenhará d'esta missão, como se está des-
empenhando da analyse das 12 que em consequência
da lei de 21 de julho, e portaria do ministério do
reino de 3 outubro de 1839 foi incumbida d'aualysar ,
ç que já se acham quasi todas publicadas no seu jor-
nal ; pois só ella com o auxilio do governo, pôde sa-
tisfazer a tão dificultosa empreza.
Lazaro Joaquim de Souza Pereira.
N. B. O objecto da carta supra por si se está re-
commendando. O zelo , que sabemos ter mõflrado o
Sr. Ministro do Reino, n'estc e similhantes assum-
ptos , deixa-nos esperar que cedo leremos a sta-
tistica cbimico-medtca de todas as nossas aguas mi-
neraes.
BA OBAÇAO BO CHRISTÂO.
S63K relae e orae . para nSo cahirâa em tentaráo^ nosffis
o cfiTÍflo Mestre. Mns em qne ronsínte aomçSo do disciputo de
Jesiu Christo? As supf liças, que dirigimos ao altíssimo sSio
eliasv, por veotora , aoálvgas ^(|uellas qne costamamos diri|:ir
aos grrandes e poderosos da terra ? Para respondermos a esta
importantíssima pergnnta, consideremos se o» &os que nos pro-
pomos n'estas supplicns sio os mesmos d^aquellas orações.
Três sSo os motivos porque o homem necessitado de soccor-
ro diríg-e as suas suppliciis áqúclles por quem espera ou* dese-
ja ser Boccorrido. O primeiro é pHra lhes lembrar a necessida-
de em que se acha do seu auxilio : o seguudo para o íhn de
excitar a sua compaixHo ; e e terceiro para interessar o seu
amor próprio,, mediante este expresso reconhecimento da de-
pendência em que o snpplicanke e»tá da sua benevolência.
Verifica-se, por acaso, alguma doestas tr^s razões nas sup-
plicas que o cAristSo itaspfrado pelo ISspirito Sancto, e confla-
do nos merecimeBlos dte Jesas Chrlslo , dirigre a<»9. pés do thro»
no de Deos Padre? Seria impiedade semente o tma^rinal-or
proferil-o, sf;ría borrivei blasphemiu : seria confundir apureia
da devoção christíl com o torpe servilismo das superstu^Ões par^s.
Nho seria fó impiedade, seria absurdo dizer qiie as nossas
orações teem per fim Cazer coubeccr ao Mnní^ienle as nossas
precisões.
Dizer qne nos propomos nas bossas orações despertar a mi-
sericórdia de um Deos infinitamente bom , nilo seria 96 uma
absurda bhsphemia ; seria uma monstruosa ingratidão.
A presump^Tio d'aquelle que fosse assaz insensato para ima-
. ginar i^ue a iafiaita grandeza do Creadoí do c^m e da t«rra se
I f-i ■> **il^Ml>llll 1*1
290
REYISTA U:VIVEÍISAL LISBONENSE.
iir.innria H*» o ver a vWr , dcsjirMÍvel vermi», remífUílo home-
DníT^fn H Divíndaílc, lerÍA o cumulo do or^^utho c da estupidez.
Sc |)uit D«^o« omnisci^rnte nalo ha miilér que lhe lembremos
Bouai precísAef ; le por sua iiiOnila hon'lado nHo carece que á
forra de ro^''a(ivat excitemos a sua benificencia; se, em úm ,
ua HMn jrrandeza íuAnita, nossos cultos nada peidem accrescen-
tar á sua (rioria ; porque razfto , com que Cm nos ordena elie ,
nllo è6 qne velemes , mas que orentOB ? EWc mesmo noi-o diz ,
quando accrescenla cpie é para mio cnnrmos em tentação.
Nilo é eile que precisa de que nós oremtis , somos A/is que
prerísamcs d« orar , se queremos fugir ao pcri^jo , aliás inevi;
l«\H, de cahirmos em tentação. *
Mas como é que a orai;Xo nos pres^irva desse peri?o ? per-
Ifuntareis vós. Prch(ínch<'nclo a única condiçíto que o Senhor no
innuiento de dar o ser aoi< nossos primeiros pacs lhes inipoz, se
«>!lt'S queriam viver eternamente na lei da Graça: nào comer do
friietu da arvore da scioncia do bem e do mal , que na^ubií-
me pbrnse das Sig:radas Escrípturas, é o emlilema da soberba
t do orgulho. Kiiqueceram-so nossus pacs do preceito do Senhor ;
disseram: AVí também teremot deotet; e esle pensamento de
/u' ai' soberba os fez a elles e a nós, sua progénie, passar da
lei da vida immortnl , á lei da morte.
{•Que remédio pois nos dá ]}ara repararnoi tamanho mal o
dí\ino m>'àtre, que desciMi do céu á terra para nds libertar da
Cfcraudílo do peccado ? Orar. M^ oraréaJarar o Tido-Pode-
roiío: ó prostrar>se com humildade na presen<;a do Si*nhor, que
autes de tudo e mais que tudo nos reommendou que velássemos
|»Qra nio cahirmos no peccado da Soberba»
Orar é adorar a sua inAuita bondade que, sem mérito algum
anlerior da nossa parte , nos concede com as primeiras luzes
da raztlo e logo de{>oJs eom as da revelação, os Ihcsi.uros das
suas graças, sem outra condiçilo mais do que o de sermos sub-
missos e humildas, reconhecendo a nossa indefinida depeoden-
cm da sua inliuita miscriofirdia.
Orar é adorar a sua iudffcclivol justiça , que se pune os
nossos delictus é para c<)rri;:ir o emendar a nossa perversidade:
com tanto que na presença dos golpes com quo a sua mfto pa-
ternal procura charoar-not ao caminho da vtrtu?1e, reconheça-
mos contritos nossas faltas, e sul>misso8 n.)8 resignemos nws de-
cretos da %na incessante e paternal providencia.
' Assim ; humiíhar-nos na presença da infinita Grandeza do
Fenhor: reconhecermos agradecidos a sua infinita Bondade e a'
nossa iilimilada dependência: submettermo- nos contritos e re-
signados aos ini perscrutáveis decretos da sua eterna Justiça e
d.t sua vigilante l*ro\ idcacia : èis-aqui o em quecon^isle nOra-
çAo doChristAu: — na linguagem d'esta sublime doutrina orw
9 afarar t&o expressie« syuunymas.
:^lvcttre Pinheira Ferreira»
N. B. Sem «mbargo de darmos este nuiDcro aceres-
eeiUado cum mei.i folha » tiõo nos coube n'elle a dos-
na promettida «nalyse ao artigo, que, para docuruouto
da nossa Icnldade no debate, acabamos de estampar
inteiro. Fica reservada para out^ro numero.
nRIEDABI^S.
COMMEMOllAÇÕES.
isrrsxiNo ssh chuta.
3 I)B FEVEREIRO DE 1536.
MZi Por ccàsa mui rara, attentas as boas eondic-
çôes do clima de Portugal . pelo que já lhe chamou
o niíSso Vieira — cantoirinho da Europa — apontam as
chronicas, que todo o outono de 1535 e o inverno até
o tcrceit^o dia do mez de fevereiro do anuo seguinte ,
não caiu nem uma lagrima de chuva em ponto algum
do reino ; pelo que andavam lodos pasmados , e re-
ceosos niormenie de que nmilh<inte novidade lhes to^
Ihesse as que a terra cria n*eslas saiões» pela não po-
derem amanhar com a rijeia de lai scccura.
N*esles apertos não ha senão appellar para a Pro-
videncia. IVÍt^amttt» aiMK no$ — cUmaTom lodos 9»
dn$ milhões de vozes de corações calholicos e fieis nas
preres 1'Ubiicas, nas promessas crog.içõffs parliculnres.
E de feito os ouviu Dcns que nunca faltou aos que
o invocam- Amanheceu um dia (o que indicámos no
titulo) mni carregado de grossas nuvens. Aquelle céu
coberto (como se. costuma dizer) era um céu aberto
para os lavradores. Rompeu logo aehuva oopiosamen*
te; e um dia d*«gaa do ecu, bastou para matar a se-
de de tantos mezes que padecera a terra.
Montes e valles pagaram com espantosa prodigalida-
de os seus naturacs tributos ; e o ànno de estéril, se*
gundo se temia , saiu fertilissijno.
De propósito trazemos aqui esta memoria,- que por-*
venlura poderá affngcntar os receios de que muitos
estão tomados , á vista da , em verdade extraordiná-
ria e maligna seécorad*este inverno, que parece querer
vencer a dos annos de 1535 e 1 53tí. A. da Silva Tullio.
A seguinte ode dedicada por sen auctor ao muita
digno prelado de Aveiro, o Exm.^ Sr. D. António de
Sancto Elidio, foi-nos offerecída para a inserirmos n' es-
ta folha : de boa mente o fazemos.
tíittgre , o rate do Va>íga,-jà octogenário, pode
ainda improvisar isto no dia de S. Pedro do anno pas-
sado; e Bingra é o ultiitio representante que ainda
aht ha da alegre sociedade e poética eschola d'£lma**
no. Estes versos,, quando -outro merecimento lhes fal*
lasse , seriam considerados com o interesse que nunca
deixa de inspirar a column.i, que permanece em pé na
meio das ruínas de nm bello edí<!cio, e de cujo capi-
tel , revestido de musgo , sáe um canto de ave , qu«
no meio da solidão aviva e poetisa ainda mais as sau-
dades do que passou^
A aAAN3>S BAROA 1>A ROMAVA SGASJA*
ODE.
2633 Qi7B immcnsos ro;^clIõe& nio tem soffrida
A grande b^rca ua romana egreja
Sobre revéssos mares
lia tempos combatida
Por negros furacões desenfreados !
Com que trabalho o sen arraes afouto.
Amarrado ao limão , regido o leme
Não tem prudente e sábio
Pelo direito rumo
One Pedro lhe ensinou, que dictoa Ghristo ! • m
Sens i^alenles irmãos , sócios remciros »
Com os remos em punho , segurado
A barca Icem na rota •
No marulho das vagas
Salvando de naufrágio o baixel saneio^
Açoitado de horríveis tempe^adês
^ Por entre os escarcéos do mar cavado.
Ora encara a« estrellas.
Ora os abysmos roça ;
Porém sempre co'a agulha ao fixo norte*
Pela proa lhe saltam mil corsários ,
JBarberescos piratas . que porlendem
Ganhar-lhe o barlavento.
Famintos d'jibordagens ,
Nunca fartos de sangue e de rapinas ! . ^
Porém d sábio Palinuro saneio.
Com seus destros , robustos remadorei
REVISTA UNIVERSAL LISBONENSE.
29 J
f. .
Aligeirosos fogem
Dos bárbaros chavécos
Com cem remos rasgando as sajsas ondas.
No porto do sagrado Vaticano
Com a amarra da fé vão ancorar-se.
Alli sempre liberta
Das horrendas procellas,
Ba de a barca de Pedro estar a salvo.
Poiíco imporia que os cnros desnvindoí
Vomitem contra ella accesos raios ;
Sobranceira no rcbombo
Das nuvens estalantes
Ella voga nos pincaros das vagas.
Se a arca de Noé nadou intacta
Sobre as mais altas serras do Universo^
Afogadas nas aguas .
Como ha de soçohrar-se
O divino baixel da Galiléa?
Se a fabu]<i6a náo , Argos chamada ,
Que Tiphis sem temor levou a Colcboi
Do velo d'ouro ao roubo
McrVceu do paganismo
Collocal-a por astro entre as cslrellai ,
Quanto não deve a verdadeira barca
De que é supremo arraes do Eterno o Filho ,
Livra r-se das borrascas ,
£ pérfidos corsários ,
Se ha de eterna fulgir uo excelso empyreoT. .
Ah ! debalde intentais , ímpios descridos ,
Fazel-a naufragar no pego herr«ado
Das vossas pestiiencias ^
Tenazes combatendo-a ! . .
Perseguida será , mas não vencida*
Quando no sen convez juiz inteiro
O estandarte da cruz erguer na dextra
Para julgar o mundo,
E á esquerda mão ficardes ,
Conhecereis então seu grande chefe ! . «..
Qual vossa confusão será em vendo
Embarcados com clle^)s da direita
Na mageslosa barca
Para o porto da gloria ,
Ficando vós no lodo submergidos! tf
29 át junho de 1S43. — Francisco Joaquim Bingre,
Q asZ BOS FZ.OaZSTA8.
( Carta J
2634 Todo o portuguez que lesse na Revista Uni^
mersal o' artigo 2o39 intitulado — o rei dos floristas —
desejará sem dúvida saber se aquelle famoso artista ,
que está causando assombro na capital das artes > é
na realidade , ou não portuguez. Como V. é um
dos que mais apreciam a gloria nacionaf n(ão. tenho
duvida em que admittirá estas linhas escriptas por
um pntriciod'aquellc, que fui obter uma coroa de gloria
das mnos de quem mais competeutciaente Ih'a podia dar.
Saiba-sc pois que o rei dos fleristas é portuguez e
naiurnl d*csta villa de Moncorvo , nasceu pelos (kis
do anno de 1804, chama-se Constantino José\ c filho
natural de bo?i fnmilta por ambos seus progenitores;
lugo qae uascea fui conduzido a unM ftldêâ próxima
d'esla vílla (o Larinho) e depois remetlido d'ahi para
a villa d'Alfandog.i da Fcjíara casa d'tim tendeíro
chamado António José Cândido, onde foi criado'c pas-
sou os primeiros annos da infância ; regressou depois
para a sua pátria servindo de paquete em algumas
casas , notando-se-lhe já então a propensíío que linha
para ipiitar as ílores ; por quanto havendo em uma
das familias a quem serviu, quem as fizesse, elle apro-
veitava todo o tempo que lhe sobrava de suas obriga-
ções para estar vendo, e até para ajudar a fazcl-
as : e a final já lambem elle organisava o seu ra-
malhete, e tanlo que ainda n'esta villa se conservam
Dores por elle feitas.
Sua tendência, e propensão para imitar as pro-
ducções da nalureza não só llores , mas fructos , ele,
já então se manifestava, pois que fazia em cera po-
mo», que se não eram já um assombro, eram muito
perfeitos por serem de um simples curioso, a quem fal-
tavam todos os recursos, e instrumentos próprios. Era
o génio das artes que o estava instigmdoa progredir por
um raminho, que o havia de levar á immortaiidade I
Finalmente pel«!S annos de 1819, ou 20, determinou
assenlar praça, o que poz era execução e serviu volunta-
riamente no batalhão 5.® de caçadores , no qual fui
para as ilhífs dos Açdres era 1823, onde me dizera
casara ; tendo baf^a do serviço tornoií-se a florista por
maneira que , (segundo me tinha asseverado pessoa
com4)ctente algumas semanas antes de vermos o artigo
a seu respeito) já elle era affamado pela sua bell.1
prenda, de forma que já alli tinham muita extracção
as suas flores ,. e tanlo que chegou a remette-las para
Inglaterra , onde me disse- lhe davam bastante estima-
ção, maxime ás de pennas. Não posso asseverar se o
meu amigo me disse que Constantino acompanhara
as suas flores a Ingjaterra , mos creio que sim ; eum
'd'cstes dias me disse outro sugeilò que em 1829, ou
30 o encontrara era Lisboa já cora alguns cabcdaes
proveniente» da sua prenda , c desde então não houve
por aqui mair noticias delle^ se não as que vem no
citado artigo em correspondência de Pariz ao Jornal
do Commercio do Rio de Janeiro.
Eis-aqui, Sr. Redactor, o qoe ea %t\ e posso
informar a respeito do que foi ser proclamado emPa-
rJE — rei dosflofislas — esou com toda a consideração»
De V. ctc.
Muncorvo 13 de janeiro de 1814.
Francisco ÁRtonio Carneiro de Magalhães e Vasconcelloié
mmikv
ACTOà OPFZCZASS;
2C35 Diarlê' de 10 de janeiro. — Vemla de bens nacionaes*
Dfcte rfe 80.— .Perlaria a todas as alfaiidegas do reino,
mandando quo o nierlim e talcffarra, ainda que misturada com
liflho e algodão, pa^ue por entrada o arraiei cento e vinte rs,
e por takta um real. — Venda de bens nacionaesi Rrndimen*
to das alfandegai de Lisboa Porlo e Septe-Casas em deaem-
bro ultimo — 343:â23<^947.
Dicto de 2£. — Portaria- do Hiesoiiro mandando amôrtíffar OB
bilhiriles emitlidos pelo decreto de 11 de outubro de 1842.
Dieto de 23, — Ordenas de armada.
Dieto de 26. — Portaria pedindo esclarociraentoi para que
se execute iuleiramenie o decreto que mandr» estabelecer cemi-
térios públicos em todo o rein ».. Oiilra approvando os melho*
ra mentos que profde a coouniaiilo adoiifli^traliva da Casa-Pia
dè Lisboa..
292
REVISTA UlNn EKSAL LISBOIVENSE.
: 4 '
Dicto ríe 47. — Cctlrncia foila p»»la ffcrenis.simft sr." infanta
D. Is;ibel Mana de 3:000^QQ0 réU da mu dotação jmra aã
ur-roncra-ído estado. %
Dírfo ffe «9. — Venda de bens nacionaes.
Virlo de 30. — Portaria acerca do modo de a^aíalhar os
cihigrados polUic<M castelhanos , do dislricto de Bragança.
RASGO DS CHARI2>ADS EVASTCEIíZCA.
2636 «A almacharidosa, que hoje mo maiiduu en-
tregar no Banco «m pequeno òmbriilho fechado á ma-
neira de carU com este Icttreiro : anonymo para os po-
hresinhos de Saneio Antoriio dos Capuchos , sem conter
o meu nome nem mais coisa alguma » p6de ficar na
cerlcxa — que dentro encontrei uma nota de dez moedas
(•18^000) a qual deprompto creditei aos ditos pobres,
o doqiie farcrmencão no meu primeiro relatório acer-
ca dos mesmos. Porém intendi que me devia dar pres-
sa em fazer esta publicarão para descanco do bcmfci-
tor que esla generosa esmola lhes mandcu , pois que
podia na realidade deixar de chegar á minha mão, o
que só leve logar depois de passar por mãos de Cria-
dos (nem eu \i o portador) nos quaes nem sempre se
encontra fidelidade. Lisboa , 9 de janeiro de 18i4.
= /(juacío José Dias de Cartalho,
SINA DE SIffGEXTADOS.
TEMEROSO AVISO A HJLES.
(Carta.)
2637 Ha qi:asi nm animo, lamentava eu (art, 1328
da Revista) um Irisle successo occorrido n'csta villa,
de ter um porco devorado uma crcança : hoje. noticio
a V outro idêntico acontecimento passado n'um dos
dias da semana uilíma , em que outro porco, comeu
iimn orelha, e parte da face a um desgraçado engei-
tadinho (nolc-se que lambem o outro era cngeil^do).
listava este confiado a uma mulher , cujo habituai
desalinho , havia muito devera ler mostrado á camará
municipal , quanto ella era indigna de se lhe confiar
a çreaçâo d'outros entes , que não fossem da espécie
d'aquellc, que promíscuamentc com a fami lia, engor-
dada em casa , para a seu tempo devorar um innoceu*
tioho , que a sua sbrte adversa constituíra membro
d^cbsa mesma familta. N'Qqucroutra occasião, já eu
censurei , que tendo este município exccHentes pos--
tnras sobre a c«*earâo de tacs animaes, tão esquecidas
andassem , que se permtlli$se a sua livre divagação;
que, alem das malfejtorias( como as que ficam apontadas)
que tal abuso comsigo traz , é altamente repugnante
cm qualquer povoação , que queira parecer policiada.
Esta observação foi iufelizmenle infrucluosa » e por
isso , hoje registamos mais uma desgraça : mas como
iristo vae involvido o bem da humanidade , supplicâ-
inos de novo » e não só a esta mas a todas as munici-
palidades em que houver egual desleixo , olhem' para
este importante objecto : se não tiverem posturas etli-
eazcs, façam-n*as, que para isso lhes dá a lei poderes;
.mas prohiba-se severamente , a creaçâo de l^o damni-
.nhos animaes dentro da$ cazas , assim como a sua di-
vagação pelos povoados; se o deixarem de fazer. Gea-
rão responsáveis perante Deus , e os homens , pelas
desgraças a que seu desleixo dór aso.
£guaimcnte pedimos com instancia ás mesmas ca-
marás, que por bem dos numerosos infelizes conOados
a seus cuidados, e par seu mesmo credito ; empreguem
a mais escrupulosa altençao na escolha das- mulheres
0 quciQ confiam a vida das inuocculcs Viclioiai do cri-
I me pilerno , porque doe o coração , vel-os entregues
a mulheres, que sobre fazel-os definhar na miscri^ ,
c fome, e despresal-os jias doenças, os éipouham,
por criminosa incúria , a ser devoradas pelas feras.
Sou etc.
Torres Novas 22 de janeiro'1844.
C. J. Xavier Cordeiro,
assassínio horroroso.
263B CopiAUos do Imparcial, periódico da Madei-
ra o seguinte •
«Somos informados que no dia 26 de dezembro ulti-
mo pelas 8 horas da noite no sitio da Lombada de
St.° António, freguezla de Saoct^Anna, foi assassina-
do João Marques Caldeira , por seis homens quemct-
tcndo-lhe á força a porta dentro , se dirigiram á pró-
pria' cama onde se achava com sua mulher e uma crean-
ça , lhe crivaram todo o peito de punhaladas e por
lim lhe cortaram as guólas.
A esta scena acudiram o pae e duas irmãs da vi-
clima , os quaes foram lambem accommcllidos , e so
retiraram grilando por soccorro.
As auctoridades Icem procedido aos actos de inves-
tigação e de corpo de delicio; jase acham presos co-
mo curnplices Domingos de Freitas Laranja, Silvestre
de Freitas Garulha, e os outros Ires dizem ser de ca-
misa lavada.
Os Ires presos" foram visitados pelo Sr. vigário.
Já nos vecm buscar á cama; a épocha vae para
tudo. . . . « '
MAIS HOILZIOa. •
2639 Um viuvo por nome Manuel Brilhante , ir-
mão d'aquelle celebre Brilhante de Villa Nova de Gaya,
que ainda ha poucos diasoccupou a imprensa periódi-
ca , pelo seu feito, nunca feito, do casamento com
fundos improvisados, acaba de dar também celebri-
dade a seu nome , mas d'uma maneira horrível. A
mais velha de suas filhas, que ainda não completou 6
annos de edade , foi estuprada por seu infame pae.
Acba-se cllo por isso prcso*na cadòa de Villa Nova,
c a infeliz victima da sua brutal Uscivia» no hnspital
da Misericórdia (}*esta cidade , era perigo do viuU I
* CosTnopolita d9 22.
CUX.TO BIVIVO.
264Ò Tem já fama de serem as mais solemnes e
bem ordenadas festividades que se fazem nas egrejas
d*csta cidade , as que celebra a nobilissima irmanda-
de que , do extincto convento dos Paulistas , se foi
estabelecer , ha poucos annos, no oonvcuto das Fran-
cezinhas. Domln^^o 28 , por occasião de restabelecer
uma antiga capella e devoção do Senhor dofi Passos,
fez esta piedosa confraria uma festa mui aolcmnc , de
missa com bello instrumental, sermão e Te Dcum.lu*
do mui bem dirigido e esplendido. S, Ttúlio.
EI.OaiO FÚNEBRE.
2641 Assistimos , quarta-feira 2i , á sessão com
que a i Ilustro Sociedade dos Advogados soiemnísou d
annivcrsario do fallecimento de um de seus fundado-
res e sócios mais distinctos , o advogado do commer*
cio, e nosso amigo o Sr. Luiz Duprat, O piancííyrico
d'este cidadão, tão virluoso como sábio, exceiíeale
mho^ exc«lleule msirido, cxccllcnte pae« e «xcuiiente
RJ&YISTftailNIYBEiSILl/ l£ISBf>l^N9Bl
eo3
$kfig<f, -M féte>efèeh«do>ftelo^«6priiliiri6ípf4i^lubidQ'|[gar na quinta do MdlM^fUitiflima villa, ea qne fo«
inema^lioefedade v< o >8r. . jlnCMb' Jêo^ism^ da :Silim^
ièrancAM^MAí dlvicla;, '«ui qm « Mieáck «^-«^ at* lettras
|>frtríRs flearflm «mpenbadaspata tom pSn «i>ttpin«e>ji
era grande ; áias.jqiyinlo ehi posaWel ser piga> foimi
allf pe\a aíTeetiioMi' eloquência do<'or«dor. iReoamme»^
daiDos «I leitura do Au «seriplo-já^beje inifpesao tu
Gétêlt» <fM 7mtai«fb'de 97 de jàoeiroi iÉifada :desp«-
jadò dé tom e^ crior; eom qive aeh auctov o aviventou-
«ka deirlattiAçSo, é uln trèché, qvè bio p6de deiuird»
ter 9<^o4tiidòc«m interessei tr - > , , í ,
. ^64!^ imçsaf ÍIQ7NQ8 d^ reprodusir ^',' a títá,, de o
iori^r majfl ^ubl^c^^Z/pse^t^inle annunciQ estampado
em alguns pcríodícos 4^. capital: ' '".
« éeoi , deseja ardentemente receber alguma noticia
«'d^ sà^s-dMsHihar 4>''d6' áêb fllhO'i qotf eAlàem
« Portugal ;e pede (por cbarSéiídtai) qtie<^ abmintia
U n^ este ^rfodíèo ^UfM qulter , e ' pòdér'\ltfr ai «sid
^"d^stonsolada ih%i liotitiasdesèUf fllIios.^^Utaia^
V (Xítívi daí ataiioiíei^nte foi easad» ''€<»m' •' f«ifec«il
«•^r^Woi. » •'' •' -.•'■»•.• .../íi'.'f ,t\. >..'..
Tòdáis as t)èssoas V c|ifV'siibMns pèV êkrteHenòta*;
oá raslf^rem pelo 'dhl^tirso,>^o'qde é>sér m&e.'''aprea^
sár^se-hâtf seto' duvida- em- aèctodhr 'a éititf com^Wièa*^
iHdh èe^tíihir sf<Dj)fe9pafayrá ^de sal^H^Dc^v s#>ft tiire*
rem para lh'a dar : esmola , qoe já d 'aqui , em ikH
ne d'eUa e.da humanidade» lhe agradecemos.
\. '* ,\ r ' ') *s, "" " ' ' ' \ ' '■■*»■*>■ '^ o'^""'*' ■" ' ■■•
UMA A^OVUOÊStík-ÃtMmMQn
' ' '2643 A 14 do corveilté im 'càd«i8f'di relação do
f^tb cala folmiritido d*ttmanp^téfia nm-réo; ^já
^eòtid^titnadò ao patfbiik>''por haver ássisainadi»^ a sua
5<Sgra. Tinha ^raletlnlM ^'ilMla#. ^-"^ '
, S644 . i^M 0 npiU.de 1^ para 13.o.$r, CtinAi?, pu>-
rador AO- Poço-^^.o^q^ « sente ^ei>ol,(ço hq qiiartp de uhi
criado.;. ?/çode J4„7r^.batc : — ijip Jtí(ç,^brç|í>,: — çl^a-
B^ a. patrulha ;,TTr ivríímba^sç.p poJ^Ait jV;.iquQlÍti ^jvajr-
to. «QStpmav^av ir .p^r^oitar um gaJJlegp ,. ; ,^i\ffi^ t,^ 'gii.c
|aiiif>cj|). p9r muitv^ .ânuò^ fôjra do. $r^ fitnhfl., ,pfi$
que j4 ,^ ,tUyiade^p(Qdi,d4^ ,d« <:^ .p«rf se ^9rnarNp9^'
r^iiSi^ ter^f-Ç9m,oir^(^o^ peicuntai;ío Ala ^p^a ççpnoipij^,:,
agfaalho.^ue o^^ji^ç^fegit lhe.outprgaxa.,d/B ^i^mçn^
l«^ -prr^tf 'e&M\ Qpiiiie.parâp ,. ^ bpi*p«diíiío /l«^M"^fi
— como dis o Patriota. — dcque nao c^evía ipix^r $^r,
d^ ftorisf^l p^d>?b<íiret,. SWe W^cá çrA ta9 íiro,, jí ,
para atalb^ CW ^:f^K,;f prpjiícj,^(^,tr,ansmígrj|çfifl,,
Sf iajl4r<)^ a,o pobre bQfQfdado. ,A.la<^M^ -^os j|9^,,í}l*fD-
do-*^.Wí^vir pçlpi patr5/9,.,TÍ«p«pcÍ9ii ,0 criíp^e;, e,aii^-
h^ foi^ain l^^ps.pf^e»?;! prfii.pafruJf^.,.,,-,., . ..^^.^ ;, ,
' r 2645 ' ' -^ fiVMlvèm de G^lmaries^^qué éHe mno l*
VlMíp^a! dèReiSf VbdtfTtftÉíoS' e<«odtiile9 ifir «ftrma^dè
aut^t^^s éostome* dttndo H>s*rels)pèla4 ^ilatitfeb^Muir
«fkiifiro^ , tom^ttitisicaTocal e ínstriíiBéntal i ajuntaram
^úto *^ obiíeaves d^péona, fòrãcarttietle porbof ide
qvktf ftxérattl Mr frende fuiltr na^dia' l(W>et^¥e 1^
oa'ieus amâgos; rtiii0a'a<ineniDtr.or«
• '.-c.{ .:. <•; j^;.'dot>l*.'ii»,Perré.-'-
ebn vidados
dénva^aocògo.
-J-:: ... . .-.' • - . =: (Cmttaj^ .! •<• i -. .
3646 ■ HaviBftoa lido na/iiliteresa^nlssStina' Jl^oiíte
Uvitergal n.* 4 paginas 46 a violência brotai qne em-
pre^iswtf psriíetrtf <fe A^alldiigtt tLonft 4imri|i(fâpe fo-
cinha de i4< apnèsvi qtK já lia'maitp nãe- teiki ihie^^ e
cujoipae, mísero fpi mesqainho^ èifttb' Iohg^'4 coMda
eom -segunda^ molb^ »i «- eáte^q^na-* ignorância ?da.dbs«#
g#açá 4a fliha "niuiCd maí^ tempo *do qne' Y4 <; e venda
qaet.V.^ «oi[f^mi«'bde6^<d)CislEiber oicastígiiiqQa tt*^
ria o criminoso, ipegQèfd^penna para iliier4he.qvè
por ein qaaiito* nio padfece elle oirtro eastigè qUea^de
vagbirtandear » pois qnb:sendo açodado- ma- Vatlongo ;
seiiiieCugiou aadisfríetor^ddíliaya^ 'endé Toi^lambem
procurado pela jnslíçal>adibiiilistt4aJtiv« á^oalSeievadiív
po^tra^ da malhei^qite: oritobb ^bti-alf 'a<Uda9'as
peefniiaii dm l)reve daáanrplBnaii- eVIav por «e hrér
peraegvido.: o novo estahbleciméntdqiia 00 dkK^can-'
ikMht^ aldèa de:Fedra»*nitvras,'baTfa'form«do;>dehan^
do {w qa^disem) bdhtanies .dividas alli, leiEiio se a»-^
belMjeende SC acoita. ' ihKavb$€w^/Pwi\ui»0é^ti
O WHT
AWTOSO.^
X
2647 'Em caia do. S^r-. Icnènte.jCow^eí^^onii? dft
^zf ^fldo, de $9uia e Helfo,. ^fi ç|^9dé 4ci Vortq. "vi-
via um S9brii)ho,se,u,, najLf^ral.^db Íiira»iAãp^, do cd^-^
'^^dede 3b annos e hoodicpf ,por qu^m sçu im'çra tra;|
ctada de uma forte asthpiá que .paçjeciâ^ À is dfj' ^<^;
zembro » ^ cbf gàd^ a l^ra dó almoçp.^ /vão' i^p. quarto
cbamal-o., .^aí) cpiu f}le ^'òi^cto,» estiradp\,np p^vi<|
m^^lo.' , .' '" . ,,, .. / ".. *.. . , \' .. . ;,,, ,,j
.Acçode, a famiU«; p, Sr, Mello ^ fulipip^/Jp l^ppr^
Uo víofenta su(l[(M^'^5q dea;»tbmii» i|.ue iimn^jí^jiáfam|;^}p^
Bca'negrp como juipa,çs^uajdc,,çary5oJ . .,, , , ,,,,;j
Três médicos dos mais jperilôs concorreram,' ena*
^erem jamais presenciado, ^o.bprrçi^o.ca^* Tjifaifpm-
^l^(R ipo^a çán^jda qê s4i)gàe: , ao outro ^^.pareçía^^ui^
poupp-alUviado, mas. ao ierpwp tbdaSj^ps^.ejy^rái{(||a&
4e,vida 'pr^m' já pçffdiítaíf.. ;•',;,"" " ' ' ' •
.X»0f|VB4fltò;
íl''> ' I \V\Í
,V í. ' -.1 '>\\
" 'ÍM46 •• •iiHsft 4ffie cmi «kifdiodasf iceaiartafi ^iálaKa
á de Braga acaba de se presencear o facto segnpate»
j Unv^ireso' tfccosado* d'ama*<irai^oeira thoi^te btpcàíoa
d'ain pfntorvifòra 'pelii>Juradtil'dòiRiemniido!''o juididè
direita) pòi^R^ amidtloa a idecTsio; deelaraado^/taon^
tra^as"provaíS^<di <aceucsà(ao^ iníqua!! !Novo jutada
cotíflvfna *a'déc1si6^ do pHmeiro,'0 pnesé é- dilasi veieè
d«alaradO' vétíiMt' da mnorte; -<^ jàic de direito rpotéos
isegttnddim^s annalla ii dècfsiq; e roandandaiofaamaa
jurados da sua feição, com elies tnaiaairai tdrceíni
dieensilov « com eitos absolve emindà pdr^ay"]!-
bordade vm assassino \ ^ ! Qoe< ftría o mínísleréo .pd^
b4ko!. era uma figura nada natmdio de tanta* m^
qtndád^ssl nio deiiunofaalos o adaie d0'JQÍx- 011 ido aji»i
tefadb:; oia, -qae a penn« naa cie cam^vergt^nhaitnr»
-•l -í i -Ji-. • '^-- • . - (P. 4h P. fio Pori;) -!' '
um
iueirifi«^n«iNi\iiXHH£^
']
' 702^10 et nDoA* lUQ» VD cneioaa» &j JPãnodió^^ dos. ^ Pohti»
no ^orf^,oaD.^a minfibro de 16 de janein^ aahi&ícU;
frcguczia de Cedofeita. A— 8 de dezembro do anno
findo morreu. MManLShÉVtfi; láfCIT^V^dade de 102
annos; e a 29 do mesikui YncJ Miquelina, preta, sol-
toiíasfiatural-^áliTliornilibiqsne oéái lOi^snrids. Pt .'
V $6iO^ :iS^iliB«fiB qiie8utlIajg;o8lDdj9lnipeiJiáU.'a \iú^
•Dtbno nAÍ'oaara.dac«nDp»'(lesiia. âugaalatl!lãe^'«etoo«*
Mén^Hsom » ptinatpàiiAmfim^pam Muwiohi rÁi sfldsde'(lç
ft8]LMpe^9é jenlK>ffaáifobtpeijras'>&ntefftafiq^ á.¥Dta*«
4ar{fl<»{t¥feKiiÉ» fwm^iimnataqKi^rdB gqipep.. íti.fii-) o ».|
tHâkfillii I. fContioW Q'slán a flUestf » JndaHf airpl fdt suaj
4U|»i b KV s«v» hiliHMMilc <éxeiBpiO{rie) Iodas, jtsivioliid^s.'
'fr^ã^MUnÍeh*.)yiili9XÍ9tiHíib)!^S'in9:^bxmt> ivoíãáfiar»
%r>Na[4èÍ6á(la;:l)dcft ddí^aaocbfgniiaíimiittalt saitda(iea[
aéai)Mãof«4p pMf6 a^Mvleoíudôifeiiasiekniiilegríatirn^Mf)
iiU«f9«iÉt]iigSS»(Cpd!l»Un(»^iMl^^que'.i^i.a.Ablkip«o^^
doiif(Íabemf)«iinaT.iui*99.dd>MiirtnH)oraf iitiaU tj^UdbaipMfele
MAp^ttaitati^^^tf sebUicfi, tigiuarkê oMiiAiBpecioifchf^
cssfòiéiA vm\ qi^Qi «^40%»>tJftn eficaz j i« :)tpiVia9l4tiÔB jD|^
suspira , venha restituir o pão á sua mesa , accender
o lume na sua cosinha, e^ênxugar as lagrimas de seus
fiIhosjDROTi«/.«iaa a:J5iiiarví'j't c^ixící ,:u .i
Nós sabemos qne ^ lísti} das Camilias a num ^ua
mg%ya'írèSiW^^^^^^^^
quAfòinguearMi^atl. vn^oMÔi eBev s^iis >afrfle»abc<>d-^4
-r^niaftpposéoinlAeàápr fmrfí >ii«i .pKfbs^r bomMl^L foijr
qam<^<iteu-'eregua«'t attig9>{.qlm{HÍfihli!ilni9€f|r«i aiif|
■ioeiida;{iara'«ida»sar>i|iiid« dfirwjie. >eAei: fipo qazki^
p«naii«(flegfiírU0>kMQhâk nSlieini ido «'onpri^^fto^ ivac«aild4i
aaicMiseqfiniciiiSído^eiii itrume iifl^o)linl4m^'«|C4ro«gj|> 9
e«4airbrriabtfD £niiMici^^rte:«9'iMbiéot\4»\teSiPURQ> eatatfi
da^jDokiB^^i <yae .*hinçal^ jwictoioa JUiaii cap«liUpÍMid'at*
oàaioeBÉBtaMq miiínbt^i Abli^fa^harum iKi»!ipj|4cfigfi^'
da. A justiça fez as suas dUifenomsin««d8»«ii»!ÍM»jUcÍ9l
lhe denunciaram overdadom auetor do homicídio quê
foi preso asstm<nnni.Slttani1taGtllèBhps confessaram
riôo^á; á^T
bit\ ^feé;eva"ò\véii'sò';^ ^ii'injifst\^íi"aós fiolnens"; 'ó}i f
o^HiftPò; -qucháVi^a^il-rí^Mbsíaó D"dcsvalírri/»Alo;' lím'
>ó(5iá''dèf'^K fteítV: 'Sírpblk, hli^^Mtãéiiltrí siYÁiffi9K,-'
fé 'tópVi^o * lyddcVfífca pbVa*áb'írefeè*ár\Viidi; 8eiiSbúhi^t-b'
lia sua desce,ndenci^,, e , com os olhos. no céu ,' tótf-
sl)Wr/ém' rf(*=tíi»jii(!''ôrínfe1fee«, 'i&Miihíê iWMt\-
aliiboi • P^lès 'príízéf^éfe totiWcV pèsád^ 'bT|((fihá'*rt"^($sbti'
tanto, como â^Séfa1ibA''D\i(jilfe'A '(ft^blíançà;'' '' "'^
-'"'S!65t irtli'''tfèÍèiitipádo"das 'certhnfnS d^ SHiBf
liv\à tfo*'Scti'=iríotÍ<h() , sdlirâflb . b' ifaòleíí-ó. Wfonltf
Pêf*érrtfWníWik'éoÍ(atAii^ía;fliie'á de suiltófalH^Fyíí
um macho em que levava* eis 'talèígbs ihi%(<wf<ía'^i
feus freguezes-Q desamparo da vi vencia ^xponha-a ao
de que a suâ poW^SB^ar?íraltiFVcr*pre6erval-a'; e
aittriúvviar muito -que heltoiéara5«cc9iiweUd<if or MM^^
t-^aqmndaJ^ .': .• -.•'•-r.-' -.; v .. -l.-.r. í',.;0| 'ifj i.
LuNsfpràeDde.trosf pApa;.qiuatiwr d*e4tfir.meft iiiira'fgiii^
étilltti prf toit^ttiaámiUl^rvoranimit^^t ' n;if«i<k^
pmoat^do !)á iMétra simiAM*lQS J9iimdiaf ,<tÍQfQ|id0rs«itf
m\U9a%ú9i álgntf.i^toí çÍQííf(9ftin:.» pArt^... ,<}qnMgiie)
á«E >velatld«a )al^«m|i <vi$ifihoi«id(^ Idn^ei^eii^mpQ^ídfnlto
flDé«áíroJtt*iiAiii^.\4'tsòa y6Zi<a.f^Qa* naadM qilA; «la^vO,
snfcMdorillBMin} escppftHi)de ir Mtolbaci^iitl^Ai^t»
lma»éâ bBmáiA«».c'.!io va . . o r,- .•.'•. ,:i .• 1 í» ^.íi^m;:
-rIN« «6gii^iniò;inNt« «<ib«tfas>Bti>rt|tf*>qu«n4a>te«iii#f^
Bfaq,<éiNla<«QhiTfi,f 0aftã9>4^ mÁ$,..fi^ok&», HHiiliar. lem^
piirirai>&if«op8ii; idteipwísiuíardetpoc^ Oiinamik) ,: e»l^;
Uf^*áB rarmíFuqab Mb* jnn^k^/éiimmHk ^trt.ébbMA^
do !mdíiihpv>«ih«>i oneoeiíiii Ptth>>^sciir9pá,9)fo p^q^l^c^Vl
vulto. qMjáfc (iiíe.ítgiHnk o*llhp'um já seu conhecido por
-u-\
^ '. ..:.' í.-.i »,;' .';, .fi*
(ií»%Sâii'i XaspBHà.ite rfia^ 4^ B^i«if4Í|]<l^A?:,a,(tfpa,;ii
ej:9AÍ»!dc <KéM^ «kfiâr»«frijl^j^(Ía4p,^OjPprilp« ,^ %.;
dimento. Enviuvara aos 24 annos de sufle(|a(4iiv,Ac^n;
do^Hie»fdncN« w^ fiUM/4a^(|^io;4,CM^r,f{o^'0;^r.
IçA^^i&^ici^àfhP.â^ .)i^rc(U,« .|p«Jk:nAi Uni^yc^fi^idade ^«
dado Hmi dM •.««(• «ci^dw^.jMpi¥ip«^i.4^^M^
ji.i
TaÁ7BOO BkAMAXICÒ SI
PARÍB B SK
Ax.^-jr
SGBS. .0 KDifiilKi <9ta)fi 4a<i :PPças»,iiorqs repfi^DU-
d;^s nos/treie«wcípf<esr/|Ãi^Uo»'4«i,Ç^i>. W),prq»i«af
Qa(|oidiW0M4e'tS4.3't >a6t«;^f e«jip.!Ct9QtaQia,iç, ^m. se*
gundo o que havemo».«|ihi<W AffA)gHP^Í4fi>^9|9^^'ai|iel-
la grande capital. . _ .
Na oihoitmftrrioo^vttcqii xstooim^as^^
ara(íemta-r«a/-de*jmM«i.r tirvtatmV^c Ç^unde-^pera ,
cínsldéraôb 'c.bipo b 'tWccíro^íhiíalfb' ék íraWja V^i«*'í
nó''Vfreàtrri 'tfo^rfiíifeV íiô1ei/rfbi?lHâTlo* è''ttátfffc*-Afè
líóihcíitttf-lj^icblitSíílafii V titlt^ó: W-lfitah^ò d^ t^ni
díií/íé' ."vinte fe^^AW^ Wò t1téifl»6''òfcateíi«ò T«Hai^:;
viht^' e duairò';' ^bó^Siftniuíiif ,' VfàlV»^1()fiíatf6 f * d^* -:Plsi-
ÍÍAÍ1rti'êírfè''*, %6*tíii''ço'-€fÚ7i^pi'tíóT%^'
W'tf'erfc^^SK#
có^.^^AvèríàTtids^iji/f^iétit/f h-ei^'^^ortA-^ . ^
um compositor:*m'n$b*dbs*ífVrt!5'ttl(íWÍrHÇ^ lai-
cas escreveu o anno Da<-8ã(Tõ"h'um folhetim do Siècle ,
mar^*tMf»yd^AeMSlèft%ftyy^-i^ÍÍfei^gffída-
(|f>i]<«i >iw^)rps^dl«iMl«<#s-il9ã9,t<7<!PfflW9ba. confct^Ile
4iss»,ft;Tll)e«». #9nMifgieic*I«fi)^M.diiig%ril»oi« ^W^^W
ifiKaifiri4iiar:.«jVftrdiidAi % 4ii9(i|t?.:A4íio§i4^i>usjMgi^»
RjgVIBVAOliniVBllMSaíIS^UlSOiOKESIVBUI
Wò
ãá^ma Mfi6èn«M ííeé|$^iMú^^^ Fatia ^^^r.^ím»4aélfi,
provou duas peças — a Maria TeHeg , quê fi^^yltt^SWr
t^ âh^Si^^iiiàéèf*dá^r'm^a rbste^,^ (Ptllcaik^^yirfo^^SdlilVé
â^^ití^teftú^Tà&i^ ^' >h«- mai^^tittiai e«ÍAf êl$i^S»"aV'#i
m^^ e9l«ftít^'9tepéirlDMls^^ <Pr«flçw> ^dtgttUs^^^M §^km^
bóè fíiD' vét=i#e'nm<í(itópoílí6í, tin^ é Wifué iw^é^n^
gáTcécké>ép<faúeúál áos' tiréxef «èío ffaW^í , * «pt^escíiAttiftõà
d4í!$/-e :iiDbó^<^Hu9ÍieÉè»'7'i|}uet^tx]«0^ faHI^ <lo^Sí>l
jifttJ^d -^i^of ehdb» ^u«' coridirtii-tittíl p«¥Wl
péí^ittt)^ tíUvir'Af<éVel0ân(èL'«liih8\ Ciihlo»,'>eliô'9f». m^
ró, que teth''{A)^b> '^<roukieft'«WltèirefY(^i.^iii pjdrtiii
gucz<^éó'S^^^)^H^AM»^<pahi ^-««Mai^t^éfatro cm pou-
co-n'urHa das pliílarmoDÍcas d -esta cidade.' ' '*''»"
''H'se ÍÈ^P6^ 4Uél o"ÍMf#[i<AttclO<;f)DÍ éHtf^ nós ifatlftB
p!N)$pl<f«rV'pefo^<ftftiè(flit<P!Moottíal />^Mt| pa#f)é<'df^aitíaplié»'.
Tftívlíto'ttN>ifííb i]|*ttefo(^irèfeW'ídfíiartfíftírfttJ(te'^a'%«^
*i*2eG^f^ A tM]4léfâ^^ 4kí 'fuáMailof flódiy''iâfèiiitM*a¥t^l
d«^Mád4râê i^òSM^^^a^ stfbliM^ '^artíst^ii tãb'^<klilé^t4
iliéii-se 'a- iSmmA^étmM»- , qúe' Ma/íain^'4tfiírsl catita
60111^ 'Un«a d<eHó«#ê%}i 0b«íó'^óiiA-goM6^i Â^tab^ldtf ái
DiMÍteítíi Ir tfi^ià ^o"l>cimfA^K^,-cattfaídà' cèliií b 'maior
c«pre6á8d .0 il^id^'V-'«'6títe)íMa gtiáçfti 'd>e^ gtfsfés r è o
s|»«eliiijulb ,'^(k^4tt dèS.Awcto ^if tl«»i?ftoí*^eoiièkM>jí&}ii
&mimá^ik 'ift»W#>D^<Mii(^')«Âè^^«é6»etí(íé i recebo onde
Madame Rossi nio pôde ser excedida emui á^itíVíIlUétt^
c^jjyrolMgiitfoi applllttío^ríqtf^-^^é jfbssHelcflanclifir:^^/
Mtt4aM»èi^fl«ssí,*í:lina($i||i|)'dl)Rt) dH^^dHifiiovèr^^/! ífgM^
d^($$a. ekr^TMifrtA llittid ^ue^KUW) chHtr«lldí^^)^rtt U
dttpá«fitf>*id'llW ^eAMMtfi^idfe >qfOd iftlè .er«}rTot2fdb"^(^í
nâtfit|f\lè itoM^:^pte«etflbs^p«c«a4èvelií A§ gi4tM»li}«stj
poesltti^ hllialHètéS; fl^rè»»; 0f^i«bts ellfêilbddá>'^k fiM
a()|^t«c)»aM <ll»'Mhios«V>9'<)tfA0i4Ji-*X>'^t1»MI^^(M-ifadaifté
Rossi aprimoradamente executado pel« 8feni(»égfllélD$i^j
eiV M(flAM#f«rMM «oilt^ífl«h4e'>áfMè^r>«ft(^>M^ os
8|í«<Kti»d»i<«r~ «riAsfbniid«íi»''''''41rat}n8<Mn)l)i <ir|flii^«Éá
€if»'9fíiA ''Mfl«as»*l4lÍbi<4iitlt)>n|4aiW#rd^WOtit»'<f graudcí
cantora. Foi um triumpbo comfH^to<^-^'af'cf}oriaH(}fidl
MifMl^èifl m^ídsth *Ml«ltt!<».^O«(^bb0'dlg«ih^'^ue
m^ito^riíiifdfli^it^iii^l^^/U^^iMittJ^fsíttfia 4ycreii/4Uè Hi
al«i'iiia<yvi^'»élti9 tfiiior.da^.)fatiiía i^ qif« 6«|a >capa« i)dè
p«««a»»('f»liil« trd^JiA'ftlti]tt>i ife^aivar '«itf;f«íMio<i«tlii-
Iciro apÓE 8i? .^'.íiíii.t' .■ ."•■-.; íImi 'j^,» i»
• '£6I## l»l(4»i|sM)YWa»ia^uaa«8[ <d«r%t|8(^ift« nílri-
tò;'1t*#iíif*)«áiuit« ^Q«-]éiuv«r Jefty"ull]«^èidé 'iJallMà
^êr^píff r^f)Êmy > iwipa ifionôèMf ^or^ iné dittiniilo^piitri^
uiiíd«ilaii9ii9-mfau¥iu6m«JiM^a vittímfk ôb-s^ài^M
fnè«*èj'^ftfoèittsddbeirècofih(í«l^p^^ c ^"í lí^í^^-^^
•nilctfihiim^edUi Ílddr)A^«l^p{<PtfellA^ aílltfétf-
bia ;* vitfifi d^^sMiiiyattle^^âtlkitíft^sMM ;''^o(!tllfeáVrà<.<<^
¥ò^ ttÉ»a'dMtftff<ÍP« láM0^ dte''4ifttfnii%piit4fé(í| W^tttk
t}i9bobi4^ir tfia digi»a«a«Até^ieottib«éH6 eiflieM^iíil f^' '
'fr. .. '• ^ . «r,r:',>! uni (f-,'» lU>\ll/iÍ'^ "í&i/W*l^iW/'''* *'
' r.'| í '.> •. — nojj;»^;:- -j -.Ul ....K *^A .'.. ;;./fv; í"k •«.J-'^
.„»íMj Ml;f'í^ :•.•) v.h:.i tJlH»AOIllfHAP''5 ^'íi '-" I " *'
Ã&65ft«' látkfomipiè» «MH ãtta^'Ut«ariaeiríi'/<^tíj(í^tii
l^Oirio fRrM«iéí«è mia^ torta' éid(iVad«r^)A^'ku'1âlli^^
Vè>é"«lnito'^ BicfaM^í' apèiiás , • tem' uib '^Htokio t^rrâal
ti^a^lfienb^fièqtftWd^ièftpaçor «iki e^ra t<c>tíi'òsi|í<<\iâr'àdl^
n99»ind» m pfinfteiró ttçéV q=ti)^ bèáiifféiam ^'0(*tf'«i)^
r9€Ío iievMo-kMhU '3inh6(^;-*A/i 'sôttrtrraí» ATifWWiít
#^ft^»lbis .ttrvftr%s V- ' tim tMásAá^^âk á^útti^m^b^m^
ciáiif tii( 'fiWH «nfttiicltfV t^tti^lft''al«M9fe ; è à%1eftHA^Í
watiaadiy' cobi* a* iDdbtVrâlr^O' diá^íli^s''^òiiltaVktibíHi^;> è
ifqbalhd/' <f«b ifuiunt)' á 'èicéiididíh^ lHé^'>déi^a imiârvet
«a 4D9o'>fkb«d«';yo' de%tlSh<)^<jg;i^tíd(<àf ' Éítmkãtíi^k ^dr^
^d^tiiflúifofi^i^síÊnM^àf^in^eíié á- intif«b8*<tílh«l^.
£' linda , não só por lindeza e iDocidadé^'sféto8é"fa^
i)6ttr )Mt 'S»«^!'é> «biit^DiKátaMftttò^^ ^ '(ftfèU) •# '^ò^^rArar
qtnilMld'fi|eiA<aâá )yòri«i")jlá¥li "6*^Hi '^tHÍQ^^btfiVi^
nhá\^titl'àrftkMH <vma ;^^Í<'>Aymor'Mb&^ ó^tfAfVIU
dbar« í€^ 0'vi( ^^^(^'^'liècbn^l^^étottlo^uta^tf^s^i
Yo<n»« 1tícé(t|> « viifàf^è^e^a^' c^ÚHiêé §títí\\^^ éÚ^
IftiW ^raesív Wie»iíé'^#aia^-^^Víntt!K6^, ^iiê«ftif «áWl
òwèb èp^^i^á vti^'b<sé)-tí9é'^sf«>é9'í]lffoá'.' Na^k^Uba &í
:AMtÚ^ ba;uill'^ó diá lV{á««r«hâjr'^^^ fêél é^irfè^^tjfib
já' dí^>vwpífa 'á- èiiWfet^^e r^é^o^saWWdo J^^cWfcé
fiútisinnf^^À .<oniar> c«k»^'aio9^éNI'edèH>'i<arif '>f !¥<ei|i
WHíiflA»-. N'*Wfcíí^'^tt« ifiníTft^i^ltkdfjlS^lfek^ftmlriaW
trttrttiirjâ''fev'fò»t', ílíífl^o "^èfW."» Wm^Jêí» ftiháPWfeíi
pútiii §m ; 'hietiè^h^ ^aft^d^'è<^ W^ficlãs^^^k H«]bò'floá
ô4i"Mi«b^i, «^P^f^tirif^tfd^i MiÁá&rim\^^iêhr^''iíii6
pl¥i«è>;''qu«-b«tWbáks^ fiim'^ttíiló4ò .'"VW-^^^^eWmt
pd8^dteetf^fe(Wid^*'»t)âíílbrtfi*'W^feíffò?-^"^^^ * •^'•'^ií
foi ^unicamente porque nio sabia latin/\^ 'hí^s^^éSnVhiÊ^
pi>A4íHÍt^<i^;nitv^lãS ÍVMI^I»ílal^i'iV^<^a?a^^b(# éais
Ou'Hiéiies<*a«tópél fta^WèbWar* ile Hlètttffe^SHf» ?*ift
s^jre 0'rtd#éttlo'>db He9ÍteftaF''bíf"Tà\^bifmm+e!í;"'^
l^íé^Ha dêí^catádW ; ' b»**èWÉyífè ,'*^í '\i^W^HÍy?ft* âl
¥ldtt^iíriíá^^gatésv^lfàVi« 9fe»'Wr''Bin**í? tfí^Vféir V^iBi
t»4ekfríéio >mbliFVí6tó Irtjbèlle Hr^áfi ltòínÃ>frt|â<!^n$d .
fMr<Kalt|l'dmáè^9è ití^ftttfr^lbé'^ cdto1òg<^'í)llk ^iias)^^
iÉ%r«aé^qttfe'IVflzlfiírt*»fclèÇb«ílra<;''t!^'o*Sife?^(5if^^âifiaA
tM^èrtbais i^— foi2ít*^tlidóV cora'd^sbf^^(íf í^^
pWiftfcsJaií^^-tbrtidtf ^iTsél-*' cíoití Mòtró/i'^ recòrrett ' á4
♦íaobja^-tt^aííídtfsV^WftbA raHo^WbMí, 'é'fííJMÍ^\i^
dá «o«''«cariWé :<-^o ésc^Wéióler»» offeialS^irilo
l««*a>, ijWÂ-^B cort^ldtraya ârtiTfiteè-^intrftb' prímtftt^í^t*
gi$k)ek^f^^àe«rR>b<^Viifi^>^e; A;|iííéllo<(*píafi<^
severanca como Jacob, e espei^oii- tbdót^a^ cdibp^T^Sttl
»' 'fhm W mafí^tiW, qW^e^iftíi-ííart^lor pÔftétios
Ifbllftils^o fiM?t.'\)bsfk)Hi^dbh^iè' tépi^I^rVo Hâ' cazá , A^
^Mt sekaià i^iii^l^ '^'^è ttáb ' httttDelvti' 'àttracç!{(H
(296
RJSaiVlSTA ^lí^IS^SBíB^lH lASBOlKEIiNSl H
tendeu que a scep^iimid^.t ftpelM» ji ires ou #Mr«
^nh9mi9\sn,^9 my^iÀ.íkléA P«ftoid4 r«a, rQU«pu 0hi
ellc cilho^ j^r» dS[|)QUp,49:Ai49AÍt e «qspir^V.:!^ An-
tónia \4$M'rim 4. t)le enxugou coro um lenço os olhos que
eslavam enxutos. Alltonia liie perguntou — «que per-
teniK«:«it;SBoá9MbMiio «n teisnleriiodtvráaipon^
deu — « que morreri.mqrrcTt sf cMa não contontia uma ,
11199, 9Ó>vcx6fiit««cutal-0v: que. ejlea ad^ravareaião
queriaiO)[renilf]i»«. «)9!^:aú.4cft9rogAr uma.pdxi» ^.fUf
JicnLimçQtic p conduzia .á^bârdali do t«tmQl04r^at8f4o,4e
l)oveJl9s<iradti9Í4»s.d.ei<|iic Iríizia d|ia$ nps. , bolso». falr
JiM ^0:Mi».^I^órf)ósde aoda.) — ^pUmía, iD|udll ftlf «t)i !
lyponí^eiitas r. pi^rçcia beâílar^ntre Oiideveti e oanv^r»
fMK.<^rft o aip9r.vri;tuo$o«:(i yaidadc« Oiiotiouiiior
3^^pfí\Yç'^U^ o, lanço,. bpijoiHb^a mão, dtMlii^
I4'fisfs ,vçi 4otencm4^laijeut6). cmHudo ,0 q«c Ibe di#e;
ir çonclifU^, p^pmcttarkdq mudiar-Tao para olla ,0111 i«bAf»
^0 oiro;: yqn^eu: Antónia, ^Be^apraxoii úm^ e. luirêlptj-
Xf o mpiradviÇVlU>qu.iO: na. s^u», fshoupanaj 4ia e .bara
f^.;flM^^MiiYn9rido,$ç),aqbarÍ4 Qm Mafr^ 4>pdo .havia
4fj pcjç»oiuicj..í. ,i . . ,í ., .:•;.•.•: . ' . -. í '.:
-2: Alii^d^ Af^N^tis^dp».,^ !0t niaíé opiiflcknciosamfnf ;
J^ çpn6>|^^ i»p i)âdr|o jiQirpi^l.do (caçador pari^UoAe»
(f^ ;iw<b A(lflW«í <í<Mrt€9t«í; eomp »ma 4li^iiidadOMpa§i i
pri)curou a.]^,^.pqnf9ft)..%isUi<^ 49do^ S»trpiiv ^ «li^
de.Antopvi 9i4fa:dp>l))^.d#f>tempo,«r a^ (|qe ttír»a«9«,«
lKij>)'^;' j4 tj{)l^.cf«pbâdp: ^a porfia. .(rjnnettido.!^ ah%ife
9* ^IgMH^irfK Ia serJiOic^ieMantp a^wii^enlrei a di^ior
i^de pag^ e a wpáa; ^a»/ant|e».;dc.€omoçan. Hgninê^
fc^h^^iogo .^gvoda, saindo ,d9i pvfta d^ a^va ti^^et^"
TQ niipifi, qa^e^tfjc^^e çpbii^Q^ cpm Sy).va9io.^ «;,. f^K
mo. , ellcan^adp dç an%t)ar(iàiaK :qpe,«;^Q4e d^«idi>a m
^aijçegar (}p cajf dada^ icp^ OJMtÃ^a pacreg^mid^ maiH
liielpf^,fra..)para •désfa^epr .í^ meio Plyppo^: ,eal^ <|««f
saido d^ e^t|;e ap i)uv«niiji^,,cbiu do quarto. e .nppi^
irccido i^p ja^ce preiCÍa^m0plio,.^Qtf|rinjna^o. pon iloti^
f |p para ,U|Os. ai^parijçÕQj^, u^ pi^vif ^ Cfua tudi» SíÇiiíg
nu^tadej^p ^u ^(Tailo,, po^JH^^ a^.ip<w|i|0 tcvipf fqn 1»
t/MTfor senhoria do.ipQ4<> Wtf V^iy.fiX ^0 deaafortMffB<<^
galã, a dami.p çontçii)pí|iyajflo, a(^lhoria da AUf cofio
ae jClitfVease; pa ,cir;ei|j(ps^pqMi i9pjaopdinarÍ4.«iQPrraft-
ll| dp t9da vda,.ij .; .,; ;.., .. ^ ' .>... , . ,.. .- i .
^, A n^ull^i^r,;^ oiparidoi^/IttejCi adin«hA4o
que -«ra.o ipoarido ^^làMPptiramrSfe A^pmnAo.eiii pé. ô
fimT^ado^ .v^dadçiiraqiente 4o pedra» que nãb a^ka-
Tt pas aua9.,D.9TelÍas Ojloqivepqía; ^paz de.\d04faaor
pqpçlle,^<>rç|ãa»,qu(S;Çra ciit|p pieeftra da.morjmispr
to dç.todfl^^^uff ídéas : o ^fi$e^f^4Q da sua aHua*
f^Q, âniijquiUou-lhe. até ao ,oiJnimp Tta^igia .,dpf aeiis
I^iifsos.intçjllèci^i^fes., Qual iii<0}foi P9réro. o «bh «ar
}l9inbrp qaaAdft.xiM ,. qne , , en^Viei; de .se oc^t^iaisBivi
çovfi ,cli€\j., çonVç^saviani coiyi a^nRaípr iptâmida4aA0a
IVr^iyoa.dje jyjfij^cí^fa,.}^ nog pr^parativc^ d« o^a:« para
P QP»» qçtayaip J^, pj^vpida^ ..e. JoUrA .a m^^ iduaa
ffirra/a3 ..op vjah^.dQ.^B^o. -^<c ^em -— lhe 4íaia^ o. <çor
>^«fif«r tí^fartí^lfiapdo^ -^'dc^if.da,p^...é^pebçíd9.Mr
loojdo, 90, tsjfaq/^.íja^oi, V' - ). i •••.'•''■'■• -
;, l5?:api o^iQ hpraàda.iipi^,, .q<>»o4o Aft VW |i^-<» í
j«e?a , festeiíkptjq, £,|c<ynpnJÍaiÇOii|.alrgrMf» )0HM« a^
nau ençuiiif5i,(ydi^9j/fs^^u 4^bvi^.rta,Ml|»« jã^; kmj
WfP»ii*a.i«riHiib* !t»p»»«ÍJpot«»t«rpf .df^^poro» (riUr
i^^ffl haiiaia»^ iudp; Qo»p«laqM!iD0Dtq, rogada «cp fr*.
im«a(fís . UbAç$i9» pf tebauMim 4o\bpNio k qae ji «V
^iM«ipo. :;o ,(»nba .arnwiailo ^ara. mn.ic^mii ,ç^aia,
ariHV 4eançc<Bwii<a*--p*Míii,.-T-íd«iafttria^e4a«Qa.
sopsi botq^ -^T^i^oom . aa ftoaa d«. nmat.Qua. bajbla mi,
^apbad^« • .•) , >. ^ V i-.-. ' ' ---i. •: .r.-',. .•,. -
vl.CopcIuida ^« <(a..e reiMdo-os lef9i«tiir'^t.t ..om 00?%
cabMoJhe perfy^qrep (940109. mcinhrioa:/ojo^nt9ap.f
|ip70}iittq?ahfte rt»-«:<flpproxima»aH8e. «na. yer4**5*ir- O ma^
rHl<»i qmiaí ia<^f»hj olhara lanio/para^ el|o^rCpB^..|toderia;
p|hax;pai;aMaafai«^i4a^xppSiíçãòtienpar^ano.Qtq«oai4ifli
spri(íspi 4|u« ces.«mip. (adAMa^^ipgaaif a d^ y içlor Hmm
li,riQgt|4^ vmagaY^Uí.uinaa opndas;^ «l^Âu-ibe uvoivê^
para,Vi'{ijl ^naaorairí-i-foi 5enti5P.qnpjac ^^rkam ai^i:».
taf9^9,âaa 6;ypplica6ie .aatUfappe%.-T,«i|íorU , . uão J
i IHpiie • Aão ! . i owrte 4 «ãoj ¥ O salqip , a^pi. )he dar
P99ÍS. resposta do qMa^intimarnlNsikwçio^^-rsilWW.
prpCiMido. o çpwplfítOr— rpassott-Jhf das mãos aos píés^
q^ c^almenle Ibe^ajnarrou.» pc^r mo4o,;.que só our
tr4.(Uv^dad« d.^ Horacáo lhe p^ecia iral4^r,.
. ,'.,,,;. Deus in^sijb, si 4i8»W wpdica podw
. Incíderit ,.....*.,< *. .-.. • «i •"!•
Tfndo^ aaaJm fmpoMtll»ilUa4o ) pana qiKflqpermivi-
manto 1 4^itov-o para^ f»no )da* sMa ^nm^ 1 1 esquoçaih«i
d<He-d*;rilp €epn0i.4« ^m tragitia inútil* ^Ki^mmeoda^
rame«^^ p il)pi99 ; despíram-$e t .daHarain^e, .nfo ia.
lembrando mais em toda ajioite do sc« lisinho debaixo.
Já o sol nuriftiiiiÇBVA pBre«tr^rap ^b>s algumas
Atas de oiro paraasíparedus Nit«|íoff9S«( quando acor-
Aarffa,r o^d4r:fiíaia , j^ iiitcpdo» -*^ beijaram-», tl^erani
PiMP^lidíi pn|z .o.v^(AiraiiiTSO# .Eotâo 0^ * hóspeda M«.
ptusfflo^pfira, fóra>,. dasaoKifnadOt e 4»|ayi4iido pars. sU.
moçar coin gestos p. palavras de;tapta I^Miqaazai Va».
aioda pod^d«<refeÍlar.oo(Tçre^iii»aotOr o,.não.i^rla.
O.ajfnoçto f<9Í/tapibom d^gaylp.íapQmpftohadp ftovinho^}
A :dapia fiozva^ honras ■ 4a ca«a. com :a waior ip^lidAS:
quq ^oubou a>uda q.u^ «pffoyaivetm^e : ^w poQco. «h
verg(4pb44a . 4a< espairáia ».. Mll.9^e Qaém.c^íf ao Ha<
adoTfidQr. i , K:oja jcasa <esM:enoUa4a aoiciíiivsa <^l0ieQ(e>
cM9»pai;(Í0ff ,. .:,.....'..>.. ..> .( .;.• ;.- •• -. "• ^f-
« Ora, meu Sr. — disse por Gm oposao liprtelão^-<«i
V; S/quizfíboBtaRifsta.oboaffBa; o*, apa íteempa^ •quan-
to «os^f^iipos^íy^, para^ohospadfmDoa oam .d^eniciai.
A4:4ia«quaJ^...V «"^^ quí». eoaii^ri, inporAe* «ap*
naoia. moeda «mO. 0>alQl09Q.ii>*fii(rf meia :-.m jfMM^ M*.
Hi'a fWettó oai ral » ,porq.tpe »., a f^Mm a verdMo >• P^
^í |)oa:'^maf ;q4We roniodip?.Q'oia>cMi niobaao^
piãònina^» o-essaMoa.oodo aw t.njac^eaaj. 4>«naf«í
tue podia fiiiev • . era; daiv-l.he icpipoilhe.. dei a^aUt;
vão; tnde.Greio «ioiteriailapto feio «ana# «a domara,
pía^fala Urropi .r . . •.•,... > ♦• ....... - '
. . Pagof «aqtotteiite o fta^e* o poaao #i^pftèi»iiD»«eaan
lâroa depois de um ^paascnimnil<aibiN»—.aM«ii4i9ftii*
mo, e respondido^ p!WJMa^tn^«A49#ra;«MUr Aes^da,
Ushoa.^>e uma-tiaaáa^H . . >• i ; r . . :: . . . r .< • .. >
. JMk) foi todawia elie.qttopiiMa da^iiahM p.^oplo«..
©p uma ,po9aoa, .qMO; -a-0M»iii; joa^boeivi. 4a ,pf!»prip «a-i
cido^. recebemos esta.tjcolajcão, :ei». qu^spoic^r.m^íft:
jwppcJai(iay>i.]f|ue^.os.non)es.ita iJtiaa .e pfiaaioaa;«iuPMi
cm que nada accrescentaroos. \ .. \ .,n ^ ;i i
iiK': um.icapitirio panff:i<^.faaM^4o^ rpeifiW4lR*AJ;«
feaae :ha trinta annoa conv^rUa-ae logci JalOfiiliJijaipnat
4f.\uiiDfra4a Ji hfMe«; jn$kKiéeiiij-civiedsouM-;ae<;«|iMf
senio carregar cora a gloria das suas b^a obriia )
$$
REVISTA UNIVERSAL LISBONENSE.
297
EXPEDIENTE,
A distribulçlo começa hoje quinU-feira ás 10 horas da ma-
iiliS ; aos Sri. que , o mais tardar quatro horas depuis , o nSo
•tenham rectfbiilo, roj^^se o obsequia de o participarem no es-
criptorio da Rstibta Unitbesai. Lisbonbnsb , rua dos Fau-
queirus o.* 82 -«-1.* andar; para se providenciar.
eONHEGIlENTOS ÚTEIS»
«mcmaA bhtrs as AttonszUAs bxlancas
X AS lOU&TZCAUUS.
2636 Na Revolução de Seplembro do dia 2* de jt-'
neiro passado vem uoi aonuncio » qae bem se pode
chamar um cartel de desaOo, que algum D. Quichole
de viseira calada lauçou oo campo das amoreiras con--
Ira as muUicaulcs e as macrophillas , em nome das
amoreiras brancas.
Qual seja o motivo doestas inesperadas e não provo-
cadas bostilidade»fkcontra tão lindíssimos e úteis ar-
bustos , qlie o desaíiante bem mostra não conhecer ,
.não sabemos nós ainda , apczar de que não seja diíli-
cil conjectural-o. O conde Balthazar Castiglione na
sua immortal obra, intitulada // Corligiano (O Cor-
tezao) , diz que não é permittido pelas regras de ca-
valleria manifestar o nome de pessoa mascarada ou
escondida no mjsterio doanonymo: por isso nós, res-
peitando o incógnito do annunciante, não indagaremos
t^s rasões d'esta guerra tão injustamente declarada a
todas as qualidades de amoreiras , exceptuando só as
brancas , que o armunciante o/ferece para vender tio
Largo das Duas Egrejas em Lisboa,
liecapitiUlando o que já temos publicado em muitos
artigos a respeito da immensa utilidade das duas no-
vas variedades de amoreiras , introduzidas na Europa
Ji'e5tes últimos. vinte annos, conhecidas uma pelo nome
âemulticaule, e a outra de amoreira macrophil la de Can-
ino , ou amoreira alpina do professor Moretti , lirai-
tar-nos-bemos a dizer, que doestes utilíssimos arbustos
se vão cobrindo campos de immensa extensão na Ita<-
iia , na |França e nos £$tados-Unidos d^America , on-
de ha poucos annos , se vendiam a nove centos réis o
pé : tanto, e tão geralmente é reconhecida a superio-
ridade das sobredictas duas variedades a todas as ou-
tras qualidades de amoreiras. Os Srs. Bonafous, I..0-
mení, Beltramí, e muitos outros célebres naturalistas
e agrónomos declararam, d^ppis de ter feito muitas e
Taríadas experiências, que os bichos alimentados com
folhas ácmulticaule ou áemacrophila, produzem maior
quantidade de seda» e que a fèvra d'9sta é muito
mais fina, elástica e forte. A macrophilla tem além
d 'isso a grande vantagem de resistir a qualquer grau
de frio , crescendo muito depressa t até nas valias
mais selváticas dos Alpes.
A' vista d'isto estamos certos de que os nossos lei-
tores não se deixarão embair facilmente pelas asser-
ções do annuncíante do Largo das Duas Egrejas; o
qual , se porventura não pôde qbter a venda das amo-
reiras brancas que vae arrancando da sua quinta ,
aproveite-as em fazer palitos phosphoricos , e deixc-se
de failar em matérias de que não intende.
Vm namorado das amoreiras,
F£VI£AE1R0 — 8-^—1843.
Esçreve-rnosr o Sr. Bento' Alexandre Jorge, diícn-
do que em 10 de abril do anno passado deitara na
caiçca dos requerimentos da Exm.* Camará munici-
pal d-esta cidade, o memorial — que hoje nos enr
vja (e abaixo inserimos) , sem ter obtido solução al-
guma, pelo que nos pede o publiquemos parad'c$t'ar-
te chegar ao conhecimento de quem direito for.
Pede o Sr. Jorge que se evite o desperdício da fo*
lha das amoreiras publicas da capital esuas visinhan-
ças , oomo até agora tem acontecido por um desleixa
n que é mister acudir quanto antes , como propõe ;
ponderando que se não deixe desbaratar a folha d'ei.->
te anno , como succedcu á do- passado, não obstante
a sna rogativa e proposi<;ão feita á camará.
Achámos mui urgentes e cordatas as indicações
feitas pelo nosso correspondente ; e esperámos que a
Exm/ Camará ha-de prover com o remédio que achar
mais apropositado, para se obter o maior aproveita-
mento • accrescimo do pasto para o bicho de seda.
AMOXLZiaAS PUBIZCAS.
MRMOBIAL Á CAMJkBA MUNICIPAL.
ílhi,* e Exm.* Camará Municipal de Lisboa,
Ni« ulile esl qiiod facimus slulta est gloria*
2657 íQvE proveito se tira das amoreiras planta-
das , e tractadas por essas praças d« cidade , e suas
visinhanças? Suppoqho que nenhum: e com tudo a
quantidade d'c]lis já me parece suífícícnto para pro^
duzir valores que muito bem valham a pena de se
aproveitar. Não tenho por certo noticia da totalidade
.d'ellas, mas andam por 800 as de que tomei nota no
ârp do verão passado, e eis-aquí essa nota :
192 no Largo das Amoreiras ao Rato — 30 qhi mes-
mo juncto á mãe d'agua — 44noCampodeSancta Ac-
na — 22 em Arroios juncto ao palácio do conde de Li-
nhares— 18 pouco adiante d 'Arroios cm o largo na es-
trada para a Charneca — 22 juncto á egreja do Cora-
ção de Jesus — 9 na Passeio Publico — 4 no passeio
de S. Pedro d^AIcantara — 2 no jardim dicto — 38
na Praça da Figueira — 7 no Largo do Carmo — 6 no
Largo do Cáes do Sodré — 7 no Largo de S. Paulo —
2 juncto á fundição do Campo de Sancta Clara — 3 no
Campo da Parada á Cruz dos Quatro Caminhos — 13
no pateo da alfandega grande — 90 pouco mais ao me-
nos no Castelio de S. Jorge — 789. — Além d'isto ha
ha em terrenos parli&glares , que eu saiba , as se-
guintes: — 27 á beir% da estrada , no Campo Peqtie-
no — 26ao Rato na quinta contigua á fabrica do Sr.
Manuel Joaquim Jorge — 3 á Costa do Castelio — 49 í.
entrada para oasylo da mendicidade. — Sommam 891
amoreiras brancas. Também doestas ha bastantes na
quinta das Larangeiras, e accrescenlem-se finalmen-
te as amoreiras pretas que ha por essas hortas.
A' vista d 'isto, lembro á Exm.' Camará municipal
e solicito d'ella, por interesse do municipio, que for-
me um regulamento para se aproveitar a folha de to-
das as amoreiras , colhendo-a por modo que se evito
o estrago das arvores..
Muito folgaria eu se a Exm.* Camará adoptasse a
resolução de , por um certo praso , dez annos pof
exemj^lo, mandar crear o bicho por sua conta, scr
guir depois o preparo da seda , .e por, ultimo faze1-a
reduzir a obra » para ser vendida n'uma espécie dç
leilão patriótico , cujo f)roduc(o liquido fosse applica-
do a crcar um capital permanente, o rendimento do qual
25 YOL. líi. smiE u.
298
REVISTA UINIVERSAI. LISBOTVEKSE.
se destinasse á conservação e augmento d'amoretras
ddntro do município. Este capital muito bem poderia
ser constituído em títulos de dívida nacional interna ,
■havidos cm troco d^outro de divida externa resgatada.
Voltando porém ás amoreiras; é verdode que algu-
mas são bastnnteroentc insignifícnntes , umas por en-
fezadas , e outras por muito novas ainda, mas a mui-
io iriaíor parte são de bastante producçao , e em todo
t> caso convém principiar , embora seja por pouco ,
f|uc este mesmo pouco poderá tornar-se grande , me-
diante o artifício do leilão patriótico* O deixar perder
« utilidade publica, que d'aqui pôde colher-se» con-
certe em slulta gloria da Exm." Camará, os seuâ cui-
dados , tanto em mandar plantar , como em tractar
doestas arvores tão prcstadias. £. R. M.
Lisboa 10 d'Abril de 1843.
Bento Âle(sandre Jorge»
ARROZ OZ SSQUSZRO.
2658 Eh abril do anno passado, requeremos a ;
qualquer lavrador , que possuísse a semente do arroz
de sequeiro, tivesse a bondade de remetter d'eUa
algunfia porção a este escriptorio, para d'aqui ser
«nandada a outro lavrador , que desejava começar a
tullival-o: como ninguém, ató'h<)je accudisse á ro-
gativa , — aqui a renovamos, sollicitados pelos dese-
jos de outro assígnanle nosso, e pela razão da publi-
ca utilidade. — Se alguém d'esta vez se resolver afa-
zer este pequeno, porém muito prestavel serviço,
lembramos-lhe — que muito convirá accrcscentar o
presente com a instrucção, explicando em carta, para
ser impressa , o modo , que se ha-de ter n'este gene-
TO de cultura.
SMPRSSA PARA A «rATXOAÇÃO 90 TEJO.
2659 No DiQrío do Governo de 15 do passado le-
mos uma noticia , que reputamos muito importante ,
^obre a navegarão doTejode Villa-Nova-da-Rainha até
'Abrantes , que uma empreza , que se projecta estabe-
lecer, tomara a si ,* como também a navegação do Sa-
*do , e a conslrucção de diífercntes estradas , que de
diversos pontos do Alemtejo , Beira . e Extremadura,
tonduzam ao Tejo; propondo^e além d'isso melhorar
este rio para a sun boa navegação , quanto á empreza
for possível, e segundo os auxílios que para isso o go-
>crno lhe prestar.
N'este nosso paiz, qu« tão rarpidamenít; se tem em-
pobrecido, depois que o oiro deixou d'entrar pela foz
Ido Tejo: onde os cabodaes são quasi unicamente em-
pregados nos cm^prestimos nacionaes e na agiotagem ;
t>nde o commercio externo é mui limitado, e o inter-
no quasi nulJo; onde a industria é lenta e tardia;
n' este nosso paiz, quasi virgem d'este género d'em-
prezas , sem estímulo para ellas , e ainda sem gosto
para especulações de tal natorcza ; parecen-nos logo,
tjue esta empreza , ainda mesmo quando realmente
não fosse de tamanha utilidade cotno se' nos figura, de-
veria ser animada e ajudada pelo gorerno*, quando
hiais não fosse, para fomentar outras da mesma natu-
rciia , e dar impulso ao commercio interior xjue tanto
precisa d*elle.
Mas n*esta empreza dao-sie vantagens de muita im-
|port£(ncia , tomo logo veremos , e slém d'isso ha ou-
tras razoes porque na generalidade não é menos ira-
porlante. O nosso paiz cortado de rios^ a maior parte
navegáveis . não tem comtudo uma navegação interior
— não tem um canal; as suas vias de conimunicaçio
terrestre são péssimas e lentíssimas ; os seus «géneros
quasi que não teem transporte possivol ; entre nós nin-
guém pódc transitar por divertimento , e a todos cu&-
ta fazel-o ainda por necessidade. D*aqui à pobreza de •
muitas terras do reino , que aliás tinharm elementos
para serem imporlantcs ; d'aqui o empobrecimento
progressivo e geral do paiz , a falta de animação na
industria , 6 o atraso'da civrlisarão. lato tem sido mil
vezes repetido , * está 'demonstrado , e -é por todos re-
conhecido : ora , parece-nos lógico , que sendo uma
grande parte doestas necessidades çommune de púz,
obviadas pela empreza da navegação do Tejo , tudo o
auxilio, que for compatível com a justiça, lhe é devi-
do , e será nma obrigação nacional prestAr-se-lhe.
Soubemos pois com muita satisfação , que o gover-
no (inha posto a concurso esta empreza, e que a tinba
tomado na consideração de que eíla é digna. £ como
se tracta seriamente d 'este objecto , e os interesses
materiaes do paiz são para nós quasi tanto como os
moraes, a coisa que mais amor nos deve n'esle mun-
do , procuraremos fazer algumas considerações na es-
pecialidade do objecto.
Não sabemos quaes são as -condições que a empre-
za apresentou ao governo ; mas suppomos que se tra«
cta de um privilegio; e como entre nós ba quem,
apesar de quasi nada termos, se pronuneie muito con-
tra os privilégios para que nada hajamos de ter, for-
ça é que comecemos por examinar esta qiiestão.
A navegação fluvial é conhecida (dizem os nossos
adversários) , os meios hydraulicos de a executar são
sabidos; logo n*ísto não ha invenção: a navegação do
Tejo por vapor já está introduzida entre nós; logto
n'isto não ha introducção: consequentemente a em«
preza é só de monopólio , e os monopólios não devem
nem podem permittir-se — o privilegio não ha de con-
ceder-se.
A navegação fluvial , não obstante ser conhecida e
praticada em todo o mundo , ainda não está , porque
o não pôde ser . satisfatoriamente systematísada em
toda a parte; as ctrcnmslanoias peculiares de cerltís
rios, tornam muitas vezes impraticável uma conslruc-
ção hydraulica, que, á primeira vista, parecia preen-
cher Iodas as condições necessárias; e os homens ver-
sados n'esta arte veem-se muitas vezes na precisão,
liãò de construir barcos para certos rios , mas dé ac-
T^ommodar estes rios ás suas construcçôes. O noss»
Tejo tem nó seu grande curso embaraços de toda a
espécie, e ainda que estes sê achem parcialmente ven-
cidos n'outros rios, a reunião de todos n'um «ó ao-
nullará certamente os diversos meios adoptados em
outras circumstancias: e ainda mesmo o emprego do
reboque por vapor , .j*á conhecido, não poderá ser ap-
plicado ao Tejo sem grandes modificações. Assenta*
mos pois que se os meios porque a empreza projecta
navegar o Tejo , não são realmente n^vos , hão de ne-
cessariamente ter circumstancias de applicaçao , que
pelo menos lhe deverão merecer oi privilegio de intro-
ducção ou de aperfêi^oamnifo , o que a legislação ia-
gleza olha cbmo invenção. Mas quando nao merecesse
nenhum 'd'estcB privilégios pela natureza dos meios
empregados e forma de os empregar , o privilegio se-
ria , não obstante , merecida pela qualidade , vanta-
gens e resultados da empreza } porque esta vae servir
REVISTA UNITERSAL LISBONENSE.
399
d'ex0mp)o e estimulo a outras an/ilogas; & porqfue
à a f ríiDoira qut se estabelece d' este gcnero.
. Os privilégios não são, nem deviam ser unicamen-
te f^ara auxilio económico e susíenlação da&emprezas,
06 privilégios sâo tamliem uma animação, e eomo que
reconheci iiy^n to , qtie excita c assegura o bom êxito
dos empreendedores. Se um- homeni , ou uma compa-
fkhi0. , que primeiro inventa , introduz , aperfeiçoa
ou lembra^ note-so bem<, um projecto prò^veitoso,
1 e descon^derar, e se se deixar livre a qualquer von-
tade especular com as fadigas, idéas ou pensa-
mentos alheios , é claro e consequente que se per-
mitte tsm roubo, e se tolera um trático illicito
e nocivo ao paiz por seus máos resultados. Por outro
lado, se a principio se ieixa demasiado franca a con-
corrência em objectos que demandam avultadas des-
pezas e perseverança , os empreendedores começarão
gnerreando-se , e hão de acabar por se arruinarem a
si , e anniquilarem a emprcza , que é a consequência
as mais das. vezes inevitável.
Demais» o nosso reino está n'um caso excepcional,
que obriga a limitar a liberc^de do commercio inte-
rior a uma legislação especial, sem a qual nunca nos
poremos no caminho da prosperidade ; uma vez abi Lan-
çados, então a liberdade de concorrência é de justi-
ça , de razão e de proveito; mas digam agora a um
capitalista, ou uma companhia, que retire os seus ca-
pitães do gyro d'agiotagem , onde ganha mais de 50
por cento per anno, e que os vão empregar em estra-
da» t \canaes , navegação interior , colónias agrícolas ,
etc. , etc. , onde, quando sejam muito felizes, ganha-
rão 10 ou 12 por cento?
• Por mais bella que uma coisa seja em these, os in-
«onvenienles da applicução podem ser taes que obri-
guem a desprezal-a» ^£, porventura , na emprcza de
q4ie tractamos não deverão entrar em conta as vanta-
gens que ella apresenta ao pniz , ao governo , e aos
particulares , quer proprietn^ios , commerciantes ou
consumidores? ^0 melhoramento do Tejo não valerá
uma concessão?^ A feitura e melhoramento das estra-
das d'£Jvas a Ailer-do-Chão e a Abrantes, de Cartel*
lo-branco ao Tejo , de Coimbra pelo Pombal , Alvaia*
zere a Ferreira , até Constância , de Leiria ao Tejo ,
'c('i5vara a Porto. d'£l-rei , de Beja a Porto d'£l-rei,
D^a valerão uma concessão 2^0 rápido e seguro trans-
porte- das tropas „ agecies do governa , malas , offl-
OM>s elo. , não merecerá ser attendido? ^Oaiigmcnto
iã receita, da alfandega das tepte^asas i^la affluencia
de géneros na capital , oão merecerá ser pon(|era(]o ?
^A facilidade das communicações dentro de um circu-
lo de mais de cem léguas , com todas as consequfn-
eias sociaes que d'isso resnltam , não são para consi-
derar ? ^ A barateziB. dos géneros no mercado, o breve
Iranaporte de gados , azeite, vinhos» trigos, madeiras»
Lans • fructas-, e todas »s producções de quatro pror
vbíncins abundantes em tudo isto , e sem perigo de
roubo nem dê adulteração, por menos de metade do
que actualmente custam a eonduzír, será coisa de
tio pequena monta pajra o ioteresse geral, que não se*
ja digna da maior sollicitude do governo e dos povos?
JulgamosF este Qfagecl« d« tão grande* transcendência
que não abriremos mão d'el1e« sem outras considerações
que^no»- oecorrem : comUido para não alongarmos áema-
Biid^nnenie nAíe artigo , esperaremos tamhcip. ser ba*
hlàiUúá^s* <}om.iiifMfm4i8<MS.nuiis,c^aes do q,^ as qiie
possuímos para wsUarmos ao a^sumptvi; não conclui"^
remos porém aem: dÍAcr , que estando convencidos do
que esta emprcza i de summa vantagem e grandissif
moa resultados . Q,^ue deve ser animada e protegida,
cumpre todavia ao governo regular a« suas conces*
soes, e considerar as condições d' ella com prudt;ncia»
para que nem conceda mais do que c preciso , nem ^
embarace ou a arruine por causa de mal applicada^ Ihco^
rias administrativas. No desempenho d 'estes delicados
devercs> , é necessário que os governos sejam justos a
previdentes; é quanto a nação podo exigir d*elles»
porque os elementos da prosperidade d' ella estão n#
povo. Silva Leal.
MACHZKAB 9S TAPOA.
2660 Saio á luz tnstmcção pratica sobre as ma^
chinas de vapor pelp Sr. Fifí-nanda Luiz Mousirúio d' Al-
buquerque. Incompetentes para julgar por nós mesmoa
esta obra, cousultámas a respeito d'ella o Eim.^ Sr.
Visconde de Viilarinho de S. Romão : eis-aqui a res«
posta que S. £x.* se dignou dar-nos e que nãodesin-
volveu como quisera , pela diHiculdadc em que o tem
posto para trabalhos litterarios, uma catiíracla que S*
£x/ receia degenere em cegueira.
« A instrucção pratica sobre as machinas de vapor 4
uma obra muito útil paraq'Ucm é destmada, como diz,
• seu illustre auctor : pois é certo que já temos gran-
de Jiumero de portuguazes que sabem fazer trabalhar
as machinas e se acham empregados nos barcos de va-.
por e nas fabricai» de que ellas são motores. Mas es-
tes homens (pela maior parte} não tecra estudos neov
príncipios ; aprenderam rutindramente com os estran-
geiros . a se acaso acontecer, nas referidas, machinas*
algum desarranjo que nunca vissem , Gcam estupefa-
ctos sem poder remedial-o. Alem d'isto, correm gran*
de risco de vida; porque «em o saberem nem pode-
rem prevél-o, é. fácil que sejam causa de alguma ex-
plosão. Por conseguinte , o Sr. Fernando Luiz Moa-
sinho de Albuquerque fez um grapde serviço á sua
pátria , ás artes fabris e sobre tudo aos indivíduos
que .houverem de %sit encarregados do trabalho de di-
rigir estas machinas , publicando o seu manual prati-
co , explicito e muito iatelligivel , em* que se expli-
ca a theoria de taK maneira que fica ao alcance do
todof 05 que souberem ler e tiverem uma rasão clara.
Pela mesma maneira lhe dá conhecimento de todas as*
peças importantes d'aquelle machinismo , do methoda
de assentar as oa td eiras , conduzir o fogo etc. Nada.
tínhamos até agpra escripto em portuguez e por i^s^,
é digno da publica estimação e de grande elogio. » --
JPVVDZQÂO E FABXUOA BO «&• GOZ.Z4A^S8. .
(Carta.)
2^61 Envio, a V» uma circular que o Sr. José Pedro
Coitares Júnior mandou aos seus amigos dando-lhe
parte do estado em que se achava a sua nova fabrica
da fundição de ferro e bronze. Tudo quanto alli di»
é exactissimo e atéescripto com uma grande moderar^
ção e modéstia. própria de portuguezes, que. não cos*
tumam exagerar as sua» coisas»
Mas eu, que tenho visto 9 examinado a dieta fa«^
brica, posso dií&er que ella é estabelecida em grande^
escala , e capa^ do fazer obra para o consumo de uma;
grande parte do, r^ino e.até para; exportação logo qua
aslcia comnifttad^UKip. AUÍ se acha estabelecida umA
,25 # '
300
REVISTA UNIVERSAL LISBONENSE.
officina de serralharia muito perfeita com excellentcs |
forjas e grande variedade de tornos : ficará cguai ás
melhores das nações estrangeiras, logo que lhe chegue
o grande tomo de calibrar c lavrar raetaes que faz ten-
ção de comprar em Inglaterra ; mas assim mcsmacom
08 instrumentos que tem , já alli se concertam asma-
chinas de vapor, e está fazendo uma nova para motor
da mesma fabrica. O forno de fundir ferro fundia
um doestes dias cem arroljas d*elle em cinco horas.
Quanto á oílicina de caldeireiro e pichelleiro , bem
sabido é que não havia outra melhor em Lisboa. O
pavimento d 'esta fabrica é muito onxuto e livre <las
mais altas marés ; pois flca nove palmos acima do ní-
vel da rua que separa esta da outra grande fabrica
do Sr. Jacinto Oamazio, requcsito muito bom para as
fundições de ferro que são feitas em moldes enterra-
dos no chão. Os armazéns do Sr. CoUares estão mui-
to bem sortidos de cobre em chapa, e de tudo o mais
que alli se gasta; o terreno e casas são propriedade sua,
e por todas estas razões ajuíso que esta fabrica , toda
creada e dirigida por portuguezes, ha-dc resistir aos
erros e vicios de legislação (caso os haja. destruindo-
se o systema das pautas) e resistirá também ás insi-
dias invejosas de alguns estrangeiros, H]ue não podem
ver fabricas em nossa terra ; porque o dono d'ella , o
director , o guarda livros e mais empregados são to-
dos da mesma familia : é uma sociedade composta do
pae e filhos , todos portuguezes no nascimento e nos
sentimentos.
£is-aqui o que posso dizer por agora, e para outra
vez lhe darei , segundo me pede , uma breve notícia
da fabrica do Sr. Jacinto Damazio , e também da do
Sr. Bachelay ; pois egualmente são dignos de elogio.
Este rápido e grande dcsinvolvimento da nossa industria
responde bem aos argumentos d'aquelles políticos na-
cionaes que nos querem fazer uns simples cavadores
da terra e humilissimos admiradores das manufacturas
estrangeiras.
Sou de V. ctc.
Lisboa 2 de fevereiro 184i.
Visconde de Villaiinho de S, Romão.
Illm.* Exm.* Sr. — Tenho a satisfação de participar
a V. Ex.* que para augmentar a minha antiga fabrica
de machinas de destilação, de hydraulica etc. mudei-a'
emais a miuha habitação, escriptorio, e armazéns para
-mais espaçoso local no largo do Conde Barão n.°3 A,
á Boavista , aonde me proponho continuar a fabricar
és dietas machinas de destilação, de hydraulica para
levantar agua a todas as alturas, de vapor para servi-
rem de motor, caldeiras, ou outros elementos das mes-
mas machinas, tanques de ferro para aguadas de na-
vios, fogões de salla, ou de cozinha , e em geral to-
dag e quaesqner obras pertencentes ás diversas ofiici-
nas , de que se compõe a referida minha fabrica , a
ffaber : i,* — Fundidor de cobre , vulgo caldeireiro;
2.* — picheleiro; 3.* — latoeiro de fundição; 4.* —
ferraria; ô.*- — Serralharia; 6.* — torneiro de lodos
os metaes, e de madeira; 7.* — fundição de ferro;
8.' — carpinteiro de navios para fabrico dos mesmos.
Caldeiras , o terreno para deposito de madeiras pró-
prias, ou áe conta alheia ; armazém de cobre, ferro,
estanho , é chumbo, aonde venderei pelos preços do
mercado. Conservarei uma loja de venda , no antigo
locftJ da rua Augusta n,'' 1^0, aonde estará quem.r^
ceba encomendas , e as pessoas , que se incomraoda-
rcm em ir ao novo locai. A bella situação d'e8te es^
tabelecimento, pela boa serventia que tem tanto para
o mar , como para a terra ; a extensão do terre-
no, reunião de todas as oílicinas, e mais ceromodida*
dcs , que facilitam uma boa fiscalisação . ^e ecouomia
de costeamento , tudo me habilita a confiar , que hei
de produzir as minhas manufacturas o mais per.eitas,
solidas e baratas , c|ae for possível.
As pessoas, que me quizerem obsequiar com as sua»
ordens , piniem ter a certeza de encontrar as vanta-
gens , que deixo expendidas , garantidas pela minha
natural disposição de dar bom cumprimento aos meus
deveres. Espero portanto, que quando V. Ex.' pre-
cise de qualquer das mencionadas manufacturas, ou
mesmo d*a1guma outra não mencionada , mas perten-
cente a qualquer das supradí et as oílicinas, queira con-
correr com as suas ordens, animando um estabelecimen-
to puramente nacional , e de utilidade recíproca , na
certeza de que ha de encontrar economia, perfeição,
solidez, e boa fé no desempenho das obras; e se V.
Ex.* quizer um dia honral-o com a soa visita , será
alli recebido com muito prazer pelo proprietário, qoe
tem muita honra em se assignar
De V. Ex.* muito ven/'
Lisboa 20 de dezembro 1843.
Por meu pae o Sr. J. P. CoUàre$
José Pedro CoUares Júnior,
PROVAS VHATXCAS BO 8ABÍO HIOBLÓrUGO.
(Carta,)
2662 PitEPAftEi os dois pedaços de casimira , qae
ju netos lhe remetto , com o sabão composto pelo Sr.
Dr. Pimentel á imitação do de Menoti ; e obtive os
mesmos resultados que havia alcançado com o sabão
francez i porque tendo cheios d 'agua os dois pedaços
de casimira desde 24 do passado até boje 5 de fevc*
reiro , um pelo direito , e o outro pelo avesso da fa-
zenda , em nenhum d*clles a agua rcssunaon até ago-
ra , e nem o lado exterior do panno apresentou s*
quer uma cor de humidade. Entretanto devo diter
que noto bastante dcssimilhança entre o sabão do Sr.
Pimentel , e o de Menoti , emquanto á appareneia ,
sabor, cheiro, adherencia das partes âe que se com-
põe , e solubilidade na agua quente.
Ê o que posso dizer a V. que nos dois pedaços
de panno que remetto, poderá certifiear-se da «fficacia
do sabão composto pelo Sr. Pimentel,
De V. eic.
Lisboa 5 de Fevereiro.
N.B. Ambos os supramencionados pedaços de ca-^
simSra podem ser vistos e experimentados no escripto-
rio da Retíisla Universal; e adverte-se — que o expe-
rimentador preferiu fazenda já usada para tornar a
virtude da receita ainda mais notória.
No mesmo escriptorio se acha á venda uma peque-
na porção do sabão Menotti — * a tresentos reis a quarta
avantajada.
czavaGiÃo ha souta&ia.
(Carta,)
' 2663 Em o n.* 24 do seu acreditado periodteo vi
a noticia , que , do chamado Cirurgim da Soliiaria ,
dá. uma sua correspondente , que^ por uímia modes*
REVISTA UNIYEIISAI. LISBONENSE.
301
Ua, se intiliila ' — Obseura 'Portuense. — Esta noticia
excitou em mim o desejo do rcctifical-a ena parte , e
de amplial-a com algumas informações , que me deu
e próprio cirurgião de que se tracta. Muito me obse-
quiará V. e muito ser?iço fará ao publico (intendo
eu) , se q.uÍ2er consagrar nma columna do seu jornal
á ínscrsão d 'esta minha carta.
Estando eu no Porto, em junho on julho de 1842 ,
tive occasião de encontrar-me com o chamado Cirur-
§ÍQo da Solitária, Travei conversação com elle , e fal-
íamos largamente do remédio.
Antes porém de referir o que pude colher d* esta
convcrsnção, ou. para me explicar mais exactamente,
è pouco que d'ella conservo; rectificarei a parle ioe-
sncta da noticia , que foi dada a V. pela sua estima-
rei correspondente. O homem não é de Barcellos;
assiste cm Villa Nova de Famalicão , e disseram^me
que d*ahi era natural.
De informações , que me deram, pessoas conhecidas
do cirurgião » e d'algnmas |ha lavras, que lhe ouvi ,.
resulta que elle frequentou* (uâo direiao certo se por
um, se por dois auuos} a eschóla medi«o^irurgica.do
VoTlo.,
Ê' exactíssimo o que diz a sua correspondénti» , em
quanto aode6Íiiteresse-d'aquclIe cirurgião: sendocha-
mado ao Porto , vence as dez léguas que tem de ca-
ibinho para. chegar de- novata sua casa; applica o re-
nieilio ,,quc traz preparado; espera que elle produza
cfTeito ; e por tudo isto não^ exige mais que 2:400 rs. t
O numero de solitárias que havia extraído, ao^tem-^
ly^o em que eu lhe íaliei ,. passava de trezentas. €òn-
5crva n'um livro o nome dos indivíduos a. quem tem
livrado d!aqu«Ile horrível flagello. Contou-me que o
raso maia raro, que tinha visto ^ succedéra a n«k ve-
lho , que estava tocando os 80 annos no dia em que
tonoou o remédio. Depois do beber a. segunda di^e
(una copo de liquido de trcs ao^ quartilho} cfrmeçou a
sahir a lénia , verdadeiramente admirável pelo- com-
primento e pela^ grossura.: Correu* o. cirurgião a um
taiiQue, que esta \ a proxim«^; lavou o verme ; e-QO-.
iiheceu então que , em vez de uma , eram duas as so-
litárias que o remédio havia» extraído;. o rcomprimen-
io cfc ambas andava por 80 varas l
Este remédio- é , sogupdo . pertende o possuidor- do
5CU segredo, eseguiido a Itestam tantos factos, não<«só
rílicnz,, mas. íhfallivel: affirma o cirurgião que ainda
lhe hão falhou unia só vez. Ha certos signaes no róslo,
por onde elle. conhece, se o individuo, que se quei«a
cia solitária., a tem cfíecti va mente ; e por isso resiste
a confiar o remédio, quando ib*o pedem paca pessoa
jião cxamÍ2;ada por cl]e.
Pergunlei-ihe se o remédio poderia ser.applitado ,
q^jaiido se davam outros padecimentos além.dos pro^
dnzidos pela solitária. Resppndeu-me que não, emeur
cioDoti três ou .quatro moléstias que implicam^ com o
1250 d'aquelle remédio: sinto não as conservar todas-
Ú4Í memoria ;. apenas me lembro da hemoptise.
' Nâo havendo complicação ou^aggregado demoles^
tias , assevera o cirurgião que o seu remédio é detu-
fio^ ó roais itinocente. Sc por ventura a p«ssoa9.quQ
tem de tomal-ot manifesta alguma repugnância .oB*re-
Chèio,. trácia o facultativo de inspirar conGança por um;
Hiodo mui convincente : tica^^a garrafa , em que traz
o^Vetnedío, duas pprções e^uacsr— lieiíe a primeira-*—
e dá a segunda ^o pacienta.
Não tencionava eu , quando fallei com o cirurgião
da solitária , escrever esta carta ; por isso não tomei
nota de muita coisa , que lhe ouvi , e que hoje não
posso repetir por falta de lembrança.
Sei que entre as pessoas , que devem a restituirão)
da sua saúde a este milagroso remédio, se conta o fí*
lho primogénito do ministro do reino, que foi de pro-
pósito ao Porto e voltou de lá curado.
Lembro-me que durante a conversação, de quedou'
conta a V. , pedi muitas Jtzts ao cirurgião que, pa-
ra proveito seu e proveito da humanidade divulgasse*
pelos jornaes ou por outro meio que lhe parecesse
mais adquado . as virtudes do seu remédio. A estas
instancias respondeu que , tinha cscripto uma memo^r
ria em. que tractava largamente o assumpto^ mas que*
duas rASÕes o haviam sem^,re persuadido ao silencia'
; — l*f a oonvfcçâo cra^ique estava d& que tal memoria-
^não merecia-, pelo seo^ styllo ..as-honras da publici-
.dade;:2:! oriM^èio que tinha de se vér confundido conii
tatuos eharlatães qne andam por. esse mundo..
Aiquittem.V.., Sr. Redactor, o breve addifiimentó
que posso fazer á noticia que lhe foi dada pela sua
.correspondente portuense. A V. Pertence agora cor-*
rigir em parte a mal intendida modéstia d'aquellc ci-^
rurgião; tirando do quasi segredo em que se acha*'
um remédio que deve chegar ao coplieci mento de to-*
dos. Sou ; etc.
Àktònié^. Pereira, dos^ Reie. .
Rogamos ao benemérito facultativo, qne, annuíndò*-
aos desejos do nosso zeloso * correspondente , aos nos-
sos, c certamente aíiis de todo o publico, sedignc fazer-
mais-.um;S«r\iço á humanidade, p«ibIieando o seu tra-^
ciado,. ou remettendo-o a esta redacção, que fn m&
diabimeikte p insirirá entre os artigos , que ella a t«-
dos prcfcre.,^os. de conhecimentos, úteis e de credito '
nacional^. . ^
Aos dois ponderosos documentos, que da bondád»-
dó novo remédio apresenta a nossa cor respond ente do^^
Porto c o Sr.;. Reis , podemos • ainda accrescentar ter-*
ceiro9...e^summam«nte respeitável, e é a confirmação»^
qne de todo o- expendido nos- fez o ^r. Agostinho A1-.
bano .da Silveira Pinto : segtnido *elle mesmo presen- -
ciou, o a&mado cirurgião não*sé cura com certeza »..
mas nuDoa já mais se engana quando logo no primei^
ro relance , .decide so -na pessoa, que se lheapresentan
ha Qu n<ío. a solitária.;.
Em Hamburgo - houve,, ptlõ fim dó século passa-^
áôt un» medico^ égua Imeute^íossuidor de uma reoei«
ta infallivel para tal moléstia; A receita fteou por sua
naorte »'Seus herdeiros « e se ainda hoje ^se conserva*^
o monopuHe na família . não é por falta de-diligen-»
cias que o senado ftcesse para lh'a comprar , a fim do»
lhe dar publicidade e poupar a pessoas de todas as
partes da Allcmanba o desoómmodo de. irem cimc-se:
lá^ão longe.
Intendemos que sendo possível, o governo deveria*
dtHgencian.que o nosso cirurgião da solitária, lhe ven-
des» parajotilidade commum t o seu segredo.
• BA OAAÇÃO.DO CB&X8TÁO.
2664;} Procuramos analysar 9 discurso , que o Sr.
Sihesire Pinheiro Ferreira estajnpo» «0 2;** .ninuoro do
jornal.doCArúítanHtno, e que já no precctifn>ie donos*
> so ideitámos trasladado fiei^keiQi€. Entramos oadispu^-
302
REVISTA UNIVERSAL LISBONENSE*
ia, repassados da rencrar ao dc\Wa aos annos, ásclen-
«ia , á Tirtudé , e a uma piedade profunda c sincera;
mas convencidos de que , por nós , levamos a verda-
de : — e verdade das que não 6 licito dissimular. Lon-
ge de nós o presumir , que o nosso (a tantos respei-
tos) mestre pcrtendesse acinte negal-a ou cscureccl-a ;
temos porém por indubitável que o seo escripto , ou
por curto, ou por á pressa feito, tíu por ambas estas
cansas^ apresentou, para ser commungado pelas turbas,
um pensamento, que nio era o seo, comolambeol nao
é o da cgrcja.
S. Ex/, eremita philosophico , tem a sna viven-
da perpétua n*uma região muito alta, — d 'onde ,
«^niergando apenas os homens , lhe não é poi»sivel co-
iil»eicI-os : — aconlcce-lhe então oquc a to<!os os solítsi-
rios acontece; — fai dos homens um homem, c esse
formado á sua ín^agem c similhança. S. Ex/ imagi-
nou talvez , que o vulgo dos leitores era perfeitamen-
le illustrado nas doctrinas religiosas, — que era fir-
me è zeloso na sua crença, — e sobre tudo que linha
os meios inlellectuacs e o habito de proceder de con-
Itoquencía cm consequência , desde o primeiro princi-
pio que se lhe apresentasse , até aò mais remoto re-
sultado; cisto, sem q«e nem fraqueza, nem paixões,
nem erros, nem externos impulsos, o desviassem da li-
nha recta do raciocinio; e sobre este presupposto, re-
j.utiindo que da meia verdade do seu artigo se podia
inferir a outra meia, cuja ausência o deixaria erróneo,
não hesitou em derramal-o: mas — outra vez o dize-
mos— S. Kx.* tem a feliz desgraça de desconhecer o
seu século na sua lerra , e a sua doclrina expressa foi
dívcrsissimamente recebida ; — apelos christios deveras ,
eom escândalo; pelos tibíos, com indiíTerença ; pelos
|)hilosopiios , ©omo contradictoria ; pelos scrplicos e es-
|)iritos fortes, como nm subsidio na parte , em que o
|>odia ser , á impugnação dos milagres.
Se S..Ex.' bem soubera o coroo a oração, alma e essên-
cia do culto , se tem entre nós amortecido e rareado ; se
visse — como até das famílias antigas, onde ella era par-
le quotidiana das refeições, conde se cria que a bençam
dopae era confirmada pela de Deus sobre os filhos eos
scrvos,ella tem q4iasi inteiramente dcsaparecido.-Hromo
até debaixo de muitos tectos de colmo ou loisa , nas
aldèas serranas , se vae trocando o terço pela discus-
são politica, e muito lavrador ji não accóde á egreja ,
senão quando no meio d'cna o chama a urna eleito-
ral,— como o domingo se profana egualmente com o
qjie se faz , e com o que se deixa de fazer, — coroo as
mulheres e até as mães , os homens e até os velhos ,
sorriem e se envergergonham d*este exercício, — como
innumeraveis ministros do altar e até parochos , pos^
tos por Jesa Christo para luz do mundo e sal da Ur-*
m, nãoapparccem a entoar as preces das turbas, se-
não sobre posse e automaticamente, bystriões do tem-
plo , menos conscienciosos muitas vezes que os do ta-
blado , — - se visse como com o orar se tem 'ido rela-
xsihdo toda a mais observância catholica e por ahi tam-
bém a fé , a ponto de que na opinião geral já valem
mais duas pranchas da castanho ou de pinho , que as
duas-taboas da lei ,-<— conheceria haver feito com a
sua theoria uiin grave damno, que a 9ÓS, qiie a todos,
roas que a elle principalmente, incumbe, quanto aíii-
M se possa, remediar. Cuidando espertar a alampada
da fé que é a oração, entornou, sem se sentir, uma par-
te 4o óleo quf a alimenta? a » qae é o proveito íaibo*
diato e temporal o nnico talvez bem intcllígivel n'ei«
ta era. O tédio, que geralmente havemos á oração,
não hão^de ser abstracções metaphysicas, c especulaçôci
tbeologicas as que o curem. Antes do espirito está o
corpo ; — antes do homem do céu o homem terrestre
que o involve ; — antes dos desejos do desconhecido e
remoto , o amor do próximo e conhecido. O nosso ca-
minho para o firmamento não pode ser senão pela ter-
ra , onde somos , com que somos , e de que somos.
Já se vé pois, que não é com a pessoa do sábio ,
que nos afToitamos a pelejar, mas com o escripto (jne
não é elle , nem o representa no sentido , que geral-
mente se lhe attribue: epor mais que provável temos,
que o mesmo auctor, que parecemos refutar, recon-
siderando o assumpto em si e nas suas consequências,
descerá a ajudar-nos , e dará ás nossas idóas o
grande peso da sua auctoridade. Elle tirará evangeli-
camente a luz debaixo do vaso com que a cubriu, 0
o altar brilhando c sorrindo, attrairá novamente os
desconsolados que já lhe iam desertar.
Resumamos para maior clareza o impugnando dis-
curso de S. Ex.*
1.® Principio. — Christo disse — vigiae e orac para
não cairdes em tentação.
2." Principio. — O chrislio, inspirado pelo Espirita
Sancto envia pelos merecimentos do Divino Mestre af
suas supplicas ao throno do Altíssimo.
3." Principio. — O fim d'cstas supplicas não p6ds
ser — lembrar-lhe que necessita do seu auxilio, por-
que Deus c omnisciente.
4.* Principio. —^ Tio pouco pôde ser — •xcitar-Ibe
compaixão, porque elle é infinitamente bom.
5.* Principio, — Nem egualmcnte — inieressar-lhe
o amor próprio, porque da creatura nenhuma gloria po-
de redundar ao Creador.
Consequência. — Logo o fim do orar nio sendo im-
petrar, não pede ser outro senão o evitar o perigo da
tentação.
Explicação. — Mas como se evita a tentação orando?
porque orar é adorar. — Adorar é humilhar-se. — A
humilhação é o contrario da soberba , e a arvore da
sciencia do bem e do mal , cujo fructo nos subjeitou
á morte , significava a soberba.
Orar é adorar a Bondade infinita e a infinita Justiça.
Consequência ultima. — Orar não é portanto mais
que um acto de absoluta sujeição sem mistura de mais
nada : arar é synommo de adorar.
Logo apparecerá como , no sentido da appticaçio ,
que d'elles se pertendeu fazer, o 3/ o 4.* e o 5.*
principies são falsos , e o 1.* tomado falsamente, em-
quanlo se julga que n'elle só se encerra toda a ex-
plicação do preceito de orar ; e d'aqui resultará ío-
fallivetmcnte o conhecimento da falsidade da primei*
ra e da ultima consequência.
Mas para que todas estas evidencias , que o são ,
raiem por si mesmas até nos espirites mais nublados
e anoitecidos , seja nos licito fazer , antes de tudo ,
algumas considerações geraes , acerca das relações
mútuas do Creador e da creatura , ao dúplice facha
da philosophia e da fé.
N'este mundo , onde a violada arvore da sciencia
ficou derramando por toda a parte as sombras da igno-
rância ,—- n'este pobre mundo . por Deus entregue ás
dispuiaçõeSi^-^^qúe é o homem? ^D'onde vem . como
vive» e para ond« vae? 0*ber;o é mudo; anaturaza^
REVISTA UNIVERSAL LISBONENSE.
303
mada ; e oscpnlchro, mudo. Em torno d*clle , dcnlro
íi'elle .•. . . nada sdnJk) porleulos c mysleríos. Ma»
èlle começou; — logo o seu ser — emanou de uni ser
fupemo, principio de todo o ser , e não destruclivel,
Tariave! e contingente , como toda esta matéria muUi-
forme e cambiante . com quem o s«u corpo se permu-
ta de contínuo, Elle ▼ive , discorre e quer: — logo ha
DfD principio que o pro#ege, e de quem emanam todo
O intendimento e liberdade : elle Itínde «sencialmen-
te pelas suas cogitações para o infinito e para obello,
pelos seus desejos íntimos para a felicidade, — e a fe-
licidade , o bello , e o infinito , de que elle tem uma
noção taga e como que infusa, tíão se lhe apresentam
era lance ou momento algum da vida , — logo d^^c^ui
de estar para além d'clla; cos movimentos secretos do
téit cornL-ão e do seu espirito não são menos que pro-
pfaecias de outro mundo.*
• í) homem , no meio da dependência de todos
Oi objectos circumstantes , onde desde o sol até o
perilampo , desde o oceano até á gotta do orvalho .
tudo actua sobre elle , sente-se entretanto livre pa-
ra querer ou não qnerer , e , para dentro na orbita
de suas forças , obrar Inteiramente a seu sabor :
^— logo se houver uma lei fíxa , clara, universal,
qne lhe aponte constantemente para onde deve pender
■ sua escolha, — essa lei baver-lhWha sido dada por
. esse ente , ieu auctor , e a infracção d'ella deve ser
sej^iiida de pena,. como de premio a suâ observância.
Que esta lei i^nata c^iíle , ninguém o ignora ; — o
feu nome é a consciência : a ique nós chamaríamos a
religião dos que a não teem. Ora assim como a appe-
tenci» de felicidade é prova de ulteriores destinos, as-
tim a lei da consciência , cuja sancção na vida algu-
mas vezes chega a cnfraquecer-se , revela que n*ou-
tra parte se encontrará o juiz e o julgamento; de cu-
ja existência pôde ainda ser abono oterror manifesto,
que precede' á morte. Além decaias disposições cons-
titutivas , tem de mais o homem a espontânea tenden-
cia , que o leva a diesafogar suas penas , c a implorar
por lodos os modos o alivio d'cllas. O manancial re-
eondito da religião terrestre, a qUem chamam poesia,
d 'aqui se deriva principalmente: — a poesia (e debai-
xo d*esta palavra não se blo-de compreender somente
as obras dos poetas , mas todos os actos da tida em
4}ue influem os afTcclos) a {Poesia , repetimos , é uma
rdnlín-u» invocação , já ás )>otencias invisíveis , já aos
ente» da nossa espécie, presentes ou ausentes, flnados
e até por nascer ,
Exoriare aliquis nostris ex ossíbus ultor ,
á natureza animal, á vegetativa, á bruta e inorgâni-
ca : — :queixâmo-no5 ás arvores , aos ventos; conver-
samos nos- degredos da nossa alma com a lua e com
415 cstreilas; damos beijos na pedra, que para sempre
Bos esconde um objecto amado. — Esta poesia , que
. |ior ser mais ou menos de todos se não pôde reputar
DDia loucura ou uma aberração insignifícativa , des-
cobre , qoe o homem frato . limitado e dependente é
mpcllído pelo que quer qoe seja interno para a ora-
ção.; e BÒ pelo descosiume ou impotência de a remon-
tar até ao seu verdadeiro alvo, a desbarata pelas
creataras fracas, limitadas e dependentes como elle.
Eis-aqui em poucals palavras tudo quanto o homem
sabe* ixK^nos imperfeitamente; por lhe ser declarado
pek» ê€nso intimo — a existeircia de Deus, da alma
꒴ re , dA lei moral ^ de Jbem ou mal na vida futura ,
de necessJdade de protectores na presente, -^Todo o rcs^
tante, de que se compõe as chamadas sciencias huma-
nas , são systemas de conjecturas , de verdades se o
quereis, mas verdades, uni.camento de eíTeJtos ercsuU
ta dos, permanecendo sempre mysteriosos e indecifra*
veis os verdadeiros princípios , forças e leis porque
se produziram. Por isso emqoanto cada século , der-
roca e reconstroe, sob um aspecto novo, todo o saber
mundano do precedente, estoutras noções, indemons»
Iradas , se transmittem sempre as mesmas de geração
em geração , de edade em edade ; a chiniica , a phf-
sfca , a botânica , a medicina de hoje não são as que
foram ha cincoenta annos , não são as que d^^aqui a
cíncoenta annòs hão-de ser ; e a lanterna surda da
consciência acceza por Deus para Adão, é ainda ames-
inissima , que, pelas veredas da vida, levamos cada
um de nós ; o selvagem como o parisiense , o tártara
como o portuguez , o pontífice como, o rústico. Afora
esta sciencia que o homem se não deu , nem se po-
dia dar a si mesmo, uma só das por elle creadas»
se pavoneou com o titulo de certíssima, e ain-
da essa — essa |)or quem se poderia poeticamente di-'
zer que não é infaijivel senão porque se engolfa peloa'
céus — ^que sabe ella? — ^além de contar . e medir
grandezas e movimentos que nos pôde aífumar do
que mais ha d'ahi pnra dentro, da natureza dos
planetas , da sua formação , da força primordial , que
os fez correr pela imraensidade sem perturbação ,
nem cançasso , nem desvio d*essas órbitas , única cír-
cumstancia de sua mysteriosa existência, que nos ufa-
namos e com razão de ter sabido calcular?
No meio de tanta ignorância do sensível, tantas lu-
zes moraes convergentes para verdades espirituaes da
primeira importância, faciJmente deixam presumir,
que, ou o primeiro principio e regedor do universo quiz
aclarar-nos já cá cm baixo com os arreboes propheticos
do dia que não ha-de ter noite, ou que, segundo muitos
philosophos piedosos conjecturam, duram ainda no ge-
nero-homanõ , confusas reminiscências , pela tradição
conservadas, de revelações, mediata ou immediatamen<9i
te feitas á primeira família no primeiro século do mun-
do. Mas ou sejam ambas estas coisas ou uma só , e
qualquer d'ellas, nao é menos evidente, que o hú^
mem religioso existe de feito dentro em nós , e que
se algumas vezes parece confundido , è até anniqui-
lado no homem' profano que o involve., ao bater das
horas solemnes das desgraças ou da morte , reapparc-
ce ou ressurge, e engolfa os seus olhos de lyncc atra-
vélr da escuridão da natureza , aló ao ente infinito a
cujos pésr ella se revolve.
^Mas então ao menos logrará elle conhecel-o? ; el-
le ! elle, que de si próprio nada mais sabe que a sua
ignorância , a Sua dependência » e que tem uma lei ,
e que o aguarda um porvir mysterroso, elle, que não
explicaria a foflia do pinheiro , elle, o homem, abran-
ger a Deus ! « Não, exclama o apostola das gentes, vel-o
nós outros naò o podemos, senão só o reflexo qued'elle
cáe sobre o espelho d*este mundo; vemol-o n'um eni-
gma. Para o diante , hemos d^ contemplal-o de face
a face. Mas não agora : agora só o conheço em parte,
c então tão perfeitamente o hei-de conhecer como elle
a mim me conhece.» — ^Mas este parcial eimperfeitd
conhecimento que temos do Creador será porventura
bastante, para estabelecer entre elle e nós algu-
mas relações? — Indubitavelmente: e estabelecidas
estão eitas ha muito, pela fé , na lõí daGraça e na
lei Escripta ; pela tradição desde o começo dat eras
25«#
304
REVISTA UNIVERSAL LISBONENSE.
na lei natural; e alem d isso em todn a parle e em
totlos os tempos pelos simpHces dictamos da razão hu-
mana.
A adoração nascida no Paraizo veio desfigurada e
amortecida sob o peso e trevas das diversas idolatrias,
atravessando as edades até á nessa , para ir ainda
avante desde a nossa até á derradeira. O qtH) o ho-
mem por sua mesma natureza ou por graça ou pela
tradicção das primitivas eras sabia e não podia igno-
rar do seu ser e dos seus destinos, persuadia-o ^ obri-
gava-o aos actos da mais humilde e respeitosa vassal-
lagcm. Estes actos porem nio podiam bastar-lhe ; ado-
rava porque o peso de uma immensidade de gloria
o prostra¥a sobre o pó como um átomo atirado pelo
vento para cima de outros átomos. Mas este átomo
era sen$ilivo ; e os átomos sensitivos ou brutos, que
o rodeavam, podiam influir, ajudando ou contrarian-
do, Qô cumprimento de cada um die seus desejos mais
am('»dos ;: os insensíveis não podiam, ouvir as suas sup-
pUcas; os pacií)naes eram tão fracos e desvalidos co-
mo cllc : a sua pcece tinha de subir até encontrar
quem podesse acolhel-a c despacha 1-a : a sua prece
subiu por consequência até onde a sua adoração se
havia elevado :^ o orar fbi pois como o adorar, um^ ex-
pressão natural e necessária da pequenez e dependên-
cia humana , e da crença c confiança n*uma bon-
dade mais que paternal , divina e indefectiveL
A necessidade de orar e adorar é de tal modo
rongénit» á nossa constituição , n^estc mundo mo-
vediço ^ — movediço como nau que >íaja por entre
teraporaes e escolhos, que o próprio culto das fal-
sas divindades , cm que o homem delirante decom-
póz a idéa da divindade única e verdadeira , co-
p\o no prisma se decompõe o rato do sol , era ain-
da , postoquo viciado ,^um documenta d^isso mesmo.
;Mas Dão se poderá oppóra este consenso universal
da oração alguma razão por onde se argua de enganadora
a consciência do género humano? Eila-aqui. «Supplicar
ao Crcador, que siga avante no cumprimento de seus
desígnios em todas es pontos d^eljes* é superfluidade
in.<:ensata ; pedir-Kie qne em alguma parte os mude
por bem nosso, é tental-o, desatinar e blasfemar. Me-
lhor do que nós sabe Deus o que nos convém^ porque
è omnisciente : mais de que nós o queremos o quer
clle porque é bonissimo ; e immulavcl não poderia,
ainda querendo (se o podesse querer) mudar coisa ai-*
guma no que ab eterno decretara, Zogo a suppliea na-
da pôde impetrarem favor dos nossos desejos mais do
que simplesmente a graça.» — ; Grande contra dicção ! ^E
pois essa graça poderia deixar de estar, egualmcnte
prevista ab eternoT ^Se pela minha prece eu não posso
obter um determinado bem que solicito , como pode-
ria obter o da. graça f ^fise o da graça éconseguiveU
midiante a oração cliristã , porque o não seria outra.
qualquer coisa , como n*ella se não involvesse pecca-
do ouoccasíão alguma d*ellc? — Ou este apparatoso ar-
gumento das infíoítas perfeições divinas nada prova
contra a eflTicacia da oração ou prova demais , perque
de consequência rigorosa em consequência rigorosa
destruirá todo o culto externo e interno , apagando 9^
final até o ultimo vestigio da adoração diviua^ Mas
digamos antes francamente que nada prova. — Se já a
natureza, se já a minima parte d*e}la tem arcano» im-
penetráveis i como não seria mysterio de mysterios e
todo mistério o Ente supremo? Toda a profujididadc
dos theologos e Am philosophos esmorece e se anni»
quilla na sua consideração , porque não ha mettei»
oceanos em conchinha de praya. Do amor e saber
que hão-de ser a nossa sorte, o amor só nos principia
cá cm baixo. No amor se cifra a lei. Os pontos. A%
que se compóe a crença^ não os descobre o discurso:
— são nos impostos pela fé : ^c de que serviria e que
provaria con effeilo » aoályse humana ^ (que, lendo-
se formado sobre a experiência, não pôde transcender
os limites da naturezir) quando se applicasse ás coisas
de uma ordem totalmente estranha, t inaecessivel aos
sentidos? A' meza da religião só o coração acha baii<*
quete, o intendimento é a Lazaro mendigo que implora
as migalhas » que d'elU caem. — Deus, compreensi»
vel pelos nossos juízos , deixaria de ser Deus..
Era entretanto necessário, visto que a sua exist«w
cia não consentia duvida , e as relações entre elle e
o homem eram demonstradas pelo modo, porque mais
claramente o podiam ser , pelo senso íntimo , — era ^
dizemos, necessário — c^u^ o bomenv creasse uma lin-
guagem , & menos imperfeita q.ae lhe fosse possivel ,.
para fallar d'elLe e com elle r d *aq4ii. nasceram as dis«
tincções de (qualidades n' um ente simples, os allri-
butos de poder, de scrcncia ,' da justiça , de miséria
cordia, de immtftabilidAde , — sendo que as coisas,,
a que^por nossa inscienc ia, dam^ todos esses diversos
nomes » devem lá ser uma fá e a mesma ; a justiça ,
misericórdia. — a miscricocdia, justiça, — a misericor«
dia e justiça , sciencLa , --^a sciencia , misericórdia e
justiça , poder; e assim por diante.
Da mesma inexperiência ,. imperfeiçio • grosseri»
nessa nasceu ainda toda essa linguagem Qgurada, conL
que nós e até os livros inspirados , mas inspirados
para as mçdidas da nossa compreensão, nos represcnn
tam a Deus ,. sob eertas fornias e com certas condic-
çõcs humanas, como quando- dizemos — Deus fez a
homem piir sua mão; Deus soprou na face de Adão:
o Padre tem á dextra o Filho: o Coração divino ó
misericordioso :. os olhos de Deus penetram cm toda a
parle, etc.
D 'este systema de analogias aliás necessário , teoH
se caminhado de uma primeira cxfvessão figurada
por uma série deindueções , até ás mais absurdas
consequências. ^
Sem termos a sacrílega presumpçãa dé havermos*
compreendido, melhor que outrem qualquer, ao in^^
compreensível nós vamos procurar conciliar as appa-»
rentes contra dicções, que, por este vicioso melhoda
de argumentar da creatura- para o Creador , parecem
aehar-se entre os chamados attributos dtvioo» e a t\^
cacia das supplicas do ftel.
Deus é immutavel ; — como tal^ dizem, nenhuoa
rogo o poderia fazer alterar clausula alguma nos seus.
projectos. — Deiis é na verdade immutavel na sua
substancia, nas suas idéas, nas suas vontades, mas
d 'essa immulabil idade de Deus não se coaclue, como
á prím«Í4!a vista parece, a immutabilidade das eoitas
que elle deixou „ por. qualq^uer modo , sujeitas á vou-'
tade livre do homem. Desde que admitUs, c^ue pode-
mos obrar bem ou mal , e , i|ue o bem eu mal qo<^
obrarmos . hao-de reactuar sobre nós e o nosso desti-
no, sois obrigados a cobvíc em que a immi»tabilidade
divina exprime uma idéa ., que não estamos habilita-
dos para apreciar, mias que nãiu exclue o que a nos-
$0 respeito e na nossa linguagem padem^s «hamaf a^
RETISTA UNIVERSAL LISBONENSE.
305
dança: — ^quem dirá, por exemplo, que Paulo per-
seguidor e Paulo convertido , encontraria cm Deus as
mesmas disposições c receberia d*clle eguaes enchen-
tes de graça? — Logo aquelU mysteriosa imrantabili-
dade nenhum argumento vos pôde oíTerecer. Demais,
folheae os livros sanclos, vós abi achareis de continuo
n'uma linguagem, certamente figurada, roas nem por
isso menos terminante, a expressão de mudanças c até
de arrependimentos cm Deus: — d'cntre mil exemplos
escolheremos, para citar, só três ou quatro. — Quan-
do a corrupção moral chegou ao ponto de desafiar um
diluvio: «pezou a Deus — dii o Génesis — o haver
feito o homem. )> — A Loth , que lhe pede salve da
destruição uma cidade condemnada ; responde pela
bocca do seu anjo: «acccito as tuas preces, e já nao
afundirei acidado porquem intercedes.» — ElreiEze-
chias está doente : o prophela Isaías lhe intima da
parte de Dous , que vae morrer. Ezechías ora e de-
bulha-se em lagrimas. Deus lhe torna logo : « ou-
vi a tua oração e vi as tuas lagrimas : estás curado :
d'aqui a três dias irás ao templo: e ao já vivida
te decrescente agora mais quinze annos.» — Nfnive é
formalmente avisada pelo propheta do Senhor, de que
dentro em quarenta dias vae ser subvertida. O rei e
o povo oram e fazem penitencia , e Nínive é salva. —
Combatiam os hebreus com os ámalecitas : orava en-
tretanto Mysés sobre o monte , implorando com as
mãos postas a victoria : — i notável exemplo do poder
da oração sobre Deus! — Todas as yezes que Moysés
levantava mais as mãos com a supplíca, levavam os seus
a melhoria, diz o sagrado texto; mal que as deixava
descair, recobravaní vantagem os inimigos.»
Todos estes exemplos descobrem mudanças manifes-
tas , sem contrariarem porém a immutabílidade ; por-
que de todas estas mudanças , que tão ao certo o fo-
ram em relação ás creaturas , nenhuma o foi da par-
te de Deus. O Auctor da natureza c dos succcssos
previu e quiz , desde toda a eternidade , tudo quan-
to DO decurso do tempo occorreria. O cumprimento
do que chamamos leis da natureza , não é roais lei .
nem mais providencial do que isso que julgamos ex-
cepções ou quebrantamentos d'ellas. Essas npparentcs
excepções coexistiram na eterna mente cem as regras :
e não são milagres senão relativamente á nossa expe-
riência , ou se milagres são , são n*o tanto como to-
das as mais simplices occorrencias do universo. A en-
fermidade mortal de Ezechías , verhi gratia, não fora
prinaeiro sabida por Deus do que a sua oração, as suas
lagrimas, e a cura, que, em virtude d'essas lagrí*
mas e d*essa oração, se havia de seguir. Fui uma se-
rie de causas e cfifeitos desusual e desconhecida aos
vermes da terra , mas que fazia integralmente parte
da natureza, segundo atraca occulta do sen formador.
Se Deus podesse ter desde o princípio ignorado as
preces , que se lhe haviam de dirigir e por ellas no
acto de as receber se visse necessitado a alterar as
suas predisposições , . então sim , . que se poderia dizer
que Deus era mudável na sua essência; mas então se
havia de dizer também , que nâo era Deus, e que o
não havia.
Fa liemos claro. .
A ímmutabilidade no sentido em que se pôde to-
mar, para que d'ella saia argumento contra a virtu-
de impetrativa da prece, anniquilaria egualmente os
«ffeiios sokirenatoraes de qualquer outro acto huma-
no : arrasaria , pelos fundamentos , toda a imniensa
e necessária fabrica do systema religioso , e tão mi-
seravelmente arrasada , que nenhuma outra religião ,
verdadeira nem falsa, se poderia em seu logar insti-
tuir ; o mundo não teria sobre si mais do que uma
divindade de Epicuro , verdadeira viga dormente no
charco das rãs da fabula.
Mas este ponto -^ digam o que lhes aprouver os en-
joadiços — merece pela sua importância, attenta mor-
mente a carência de luzes religiosas que ainda padece
o povo, que o desinvolvamos eellucídcmos um pouco
mais.
Eis o que diz um theologo respeitável , Mr. Ber-
gier. — «Quando a Deus oramos, que nos perdoe,
« que nos outorgue esta ou aquelía graça, que não
« puna a ura peccador vivo ou finado, não suppomos'
«f que haja Deus de mudar de vontade ou resolução ;
cr suppomos sim que Deus anteviu ab eterno a oração,
(c que lhe fazemos, e quer despachal-a. O qucdaim-
a mutabilidade de Deus se infere, é que elle cumpre
« todas suas promessas , mas não se infere que rea-
« lise todas suas ameaças ; porque em sua mão está
t< o perdoar, sem faltar á sua justiça. » Rematemos
esta explicação com uma imagem , que nol-a torna
mais perccplivel.
Presupposto o que se não pôde negar , que o ho-
mem é livre para observar ou infringir o que Deus,.
na lei religiosa e na lei da consciência, lhe escreveu,
segue-se , que o homem pode collocar-se para com
Deus em diversas relações; logo em Deus ha . para o
homem , approvação ou reprovação. — Supponh&mos ,
fignradamc^nte faltando, qne Deus tem na siia mão di-
reita a sua approvação na sua mão esquerda a sua re-
provação , e em si a vontade firme de dar uma ou
outra. segundo o mérito ou demérito: o peccador, que
se converte , tira-se diante da sua reprovação para se^
írcollocar diante da sua approvação, o justo, que se per-
v.erte, tira-se diante da sua approvação para se ir coK
locar diante da sua reprovação.
Eis-aqui cm Deus a mudança c a immutabílidade : -«
a Ímmutabilidade na substancia, nas idéas e na voutad**;
— a mudança sonos efleilos e em relação a quem a si
mesmo se quíz mudar: é assim que cm lómo do sol,
centro fixo d* este nosso sjstema, giram as espbéras. q<ie
o compõem, tendo cada uma d'e]las, por virtude dos seus.
movimentos , as variações do dia e noite, do calor e.
do frio, das estações desabridas ou amoraveís. Com
ser im movei o sol ; a elle só referem os nossos senti-'
dos , o nosso uso de fallar , e a opíuião de todos os
irreflexivos e indoctos, as alternativas por que passa*
mos com a terra. O sol anda longe ou anda perto , a
sol nasceu ou sumiu-se, encobri u-se-nos o sol ou abra-
sa-nos , dizemos nós : e tudo isto o fez rudear do or-
be , qtie o sol lá está o mesmo , claro , índefectivo ,
vivifícante , — emblema, pequeno, grosseiro mas úni-
co, do Sol Eterno para onde todos os espíritos gravitam»
(Ccntinuar-^-iiaJ
N.B. Sem embargo da importância do assumpto ,
fomos necessitados a cortar aqui este escripto, no co*
meço do raciocínio e antes de ▼erdadeirameote che*
gados ao ámagç da queatão*.
306
REVISTA UNIVRSAL LISBONENSE.
VARTODE
COMMEMOHAÇÕES.
]>• Râ.PBABX. BX.UTEAU.
Í3 DE FEVÈKÈ1R0 DE 1734.
2665 . Bbmdigamos hoje a memoria de um
dos maia beneméritos da língua portugueza, o
padre Bluteau.
A sua vi la e os seus feitos litterarios , se os
podéramos narrar aqui todos, seriam obra tio ex-
tensa qu3o maravilhosa. Limitar-nos-hemos pois
em resumir o muito que d*este sábio escriptor
cumpria dízer-se , sem até sairmoSi dos famosos
prólogos do seu Vocabulário ; onde nos deixou
dle mesmo escripla grande parte da sua vida.
Em Londres, era de 1638, nasceu Raphael
Bluteau , de pães francezes. Aos dez jannos en-
trou no coUegío dos jesuitas em Pariz , onde co-
meçou logo a manifestar aquelle vigoroso ioge-
»bo que ão depois tanto o afamou : fez d'ahi a
poucos annos profissão no instituto de S. Gaeta-
ito , em Florença , e aprendeu as sciencias maio-
res em Vei^ona eKoma. Adquiriu singular repu-
tíiçao no puípito , ptílo que foi nomeado pregador
da raiiiba de Inglaterra.
Tinha trinta aiuios quando veio a Portugal ,
a cujo dima e habitantes se affeiçoou muito ( co-
mo de assaz demonstrou depois) : fizerain-n'o logo
Preposito da casa dos clérigos regulares da Divina
Provideucia e Qualificador do Sancto officio.
Desde então se deu afiiKnadamente ao estudo
áa nossa Kn^ua , por quanto quarenta annos de-
pois , diz elíe em um dos prólogos do dicciona-
rio « raro fdra o dia em que se nao apro-
veitasse d'alguma noticia na língua portugueza. »
Foi esta porfiada diligencia , e tão heróica ousa-
dia-, a par do seu universal saber e da noticia
que tinha de muitas línguas, o que lhe alcançou le-
víir a Cabo a sua grande obra do Vocabulário Por-
(ttguez e iMino ele. Algumas das suas respeitá-
veis declarações poremos aqui para cabal conhe-*
eimento do incrível estudo e perseverança que em-
pregou n'esta obra verdadeiramente monumental.
' « Trabalhei n'este obra mais de trinta aimos.
« Duas vezes escrevi de rainha lettra os oito
« volumes que vão saifido á luz , e outras duas
« vezes foram os ditos volumi«s> ttasladados e pos-
te tos ^» limpo por diversos escreventes. »
Noutra parte:
« Para a execução d 'esta laboriosa empresa ,
à qvae íolum hominem desiãeratf fui precíàadò a
«.tirar^nie. da predic» e reimqciar os, emjolu-
« mentos d ella , que pela- coo(iiiiiaç|o. dSi ouútoi
« annos importariam a estas boras- muitos mil
(( cruzados. De todo este liicro cessante, e dam-
(c no emergente não fiz caso ; não altendi ás adver-
(( tencias dos amigos que duvidosos da possibilí^
«c dade do successo me aconselharam que fizesse
« d*este parto um aborto; não me desanimaram
« as contrariedades dos emulos , que com indis-
« cretas criticas procuravam escurecer a obra aii-
c< tes de saída á luz. Como eu não levava outro
« fim que a gloria de Deus ^ e a utilidade pu-
« blica, todos os obstáculos me pareciam chi-
(( mera e espantalhos de pusillanime.
Após muitas contrariedades publicou a fiual
o seu Vocabolario na imprensa da Universidade
de Coimbra ; os oito volumes , em nove auno#
successivos, desde 1712 até 1721 : e depois o
SupplenwUo nada Academia Real, n'este ultimo
aimo, tudo em folio. O acanhado espaço que po-«
demos tomar n'esta folha , não nos consente sol-
tar a vontade que tínhamos de substanciar aqui as
importantes e auctórisadas approvações dos cen-
sores, que superiormente con^trastearam^cstaobra,
elogiando os seus méritos e o incrível trabalho
com que um só homem alcançou levar a cabo,
este grandioso monumento da língua portugueza.
Depois de hayer escrípto e publicado muitas
outras obras que todos conhecem , e de iazer
admirar o iseu ingenho e erudicção em todas as
nossas academias do século passado ; recolhido m
seu convento dos Caetanos (l'esla cidade» falleceu
o jptkáre D. Raphael Bluteau faz n'este dia ceiH
to e onze annos, tendo noventa e seis de edade,.
todos ( i menos dez ! ) gastados em estudos e obraf
de grande nomeada !
Lembrámos de passagem , que , estando agor^
o instituto» do Conservatório Real, ua extincta
caza da Divina Providencia , e tendo , com mui-
ta honra sua , Conservado a egrcja e o culto di-
vino que alli se celebrava no tempo dos clérigos^
bem era que pozesse im versga da arco da
ceila em que falleceu Bluteau, uma inscrípção por
honra e memoria d'este infatigável cultor e be-
nemérito da língua pátria. Silva TulUo.
PTICIAS.
ABALOS políticos KO B.SXWO.
BOLETIM 00 TELfiSEÀFO DO CASTELLO , 5 DJS FK^SEBiB»
DE 1844.
Serviço da linha, do norte.
Do telegrafo de Santarera.s= A S. £k.^ o mitiuiro do reino.
sBx l>o |ro\^rnadOi' cliiii:
S8S6 BoKTUt 4.iwálo m I0TUIIOU jesn JOãom ISuvm afrilo
REVISTA UNIVERSAL LISBONENSE.
307
àm revolnçio ; eMo aoldadoi. bm etkndat ; ignora quem é o
cbefc, e peço providencias. =t Em 5 do corr«qte. = Jw rfa
Siliã Pereira^ alferes aommandaiUe dadi^ls&o tele;j;raGca cen-
Irai.
lOLETm DO TELEGRAFO NO CASTBUO , 6 DE FEVEREIRO
DE 1844. = ÁS 10 B0RA8 B 40 UIMUTOS.
Serviço da Unha do norte.
Do telegrafo em Santarém. s= A S. Ex.* o ministro do reino.
= Do governador civil.
Apresenlou-se aqui boje , ás oilo horas da maohS , o Pina ,
commaodaote do regimento de cavallaria n.^ 4 y com vinte c
seis cavallos e quatro oOiciacs, sendo esla a força que bonlem
pnsson ao sul do Tejo , «a Barquinha. = Em 6 do correiíle.
tszJosr da Siita Pereira, alferes commabdante da divisão te-
'legruflca central.
«OLSTIM DO TBLBGEAFO NO CA8TELL0 , 6 DB FEVEREIRO
DB 1^44. =Â8 12 BORAS B 15 MINUTOS.
Seroiço da liaha do tiorie.
Do telegrafo em Thomar. s= A S. £x.^ o miaislro do reino.
= Do administrador do cuncelho.
Hontem ás onte horos da nuite chegaram aqui os sublevados
de Torres Novas. Sessenta' carallos commandados por Ccsar
(de Vasconcelios, acompanhado por José Estevão e alguns pai-
.«anos , e b<»Je ás nove horas e meia da mauhã marcharam na
^irecçSo doFundik). ss Em 6 do corrente. = José da ^iltaPe^
reira, alferes commandante da divisio telegráfica central.
Em consequência d>9tas noticíns e de Tebementes suspeitas,
de que de Lisboa procediam, e em Lisboa se favoreciuin c'se
projectava imitar estes movimentos -«o gorerno mamion logo
{>render alguns cidailftos; e, apresentando-se no parlamento re-
quereu e obteve a seguinte lei :
Duoa Maria., ele.
Artigo It" Fica o gorerno auctorisado para usar por espa-
ço de Tinte dias, em todo o reino, de poderes extraordinários
c discricionários , seguiído as circumstanrias o exibirem, a Qm
>de atalhar a rebellilto qne rebentou em Torres Novas.
Art. 2.^ Durante o mesmo prazo ficam sunpensaá , em todo
•• n.'ÍBo , todas as garantias indíviduaes, e poderá o goverao.
mandar prender sem culpa formada.
Art. 3.^ Durante o mesmo prazo nenhum jornal, periódico,
•u escripto, impresso ou lylhographado, poderá ser publicado.
f . único. Sfto exceptuados d* esta disposiç.^o os jornacs lit-
terarlos e scientificos , os Diários das camarás legislatiraS e o
'do {Tovcrno.
Art. 4.** Fica egnalmentc o governo auctorisado para reali-
Jiar , por qualquer meio que julgar conveniente , os Aiodos ae-
ceasaríus até á quantia de dois mil contos de réis.
Art. 5.^ Findo o referido prazo, o governo dará conta ás
cortes áo uso qne tiver feito das faculdades que esta lei lhe
confere.
Art-. 6 ^ É o governo relerado pelos procedimentos illegaes
«e cztnkordiíiarios qne tiver ordenado para a manuleaç&o da or-
deai e segurança publica até ao momento actual.
Art. 7.® Esta lei princij)iará a ter elTeito e exccuçtlo desde
o dia da sua pntilicaçâo no Diário do Governo
Art. 8.* Fica revogada Ioda a legislaç&o em Contrario.
Mandámos, efe.
ABSASSimO.
3667 Dbpcoéá oTrrbunó; jornafl d'«9ta cidade ,
-C|t]e tendo «ppareoido na viila d' Almada , morta cein
uma facada, certa mulher, amásia de um-tanoeíro,
homem temido n'aquel]es sítios por sua malvadez , e
indo elle por insinuação de outro que tal , chamar o
escrivão Marianno , este fosse effectivamente com um
cirurgião — para fiizer o autoda autópsia e corpo de
• delicio , deixando porém de o lavrar n'aquel1c dia .
guardando-se para o seguinte, na qual tami»cm ^nio
efTectuou ; e todavia o escrivão dera ordem para se
enterrar o cadáver sem d competente bilhete , nem q
auto legal l '
Accreacenla mais , que a assassinada era constan*
iomenle mal Iractada pelo homem com quem vivia ;
que ba quem n'o visse emeasa antes d'ella áppavecer
morta; e espanta-se de que o escrivão (nio obstante
dieer-sc que na mesma noite estivera bebendo com o
tanoeiro) fircsse enterrar a mulher , cuja norte lhe
foi participada por ellc.
Ultimamente requer ao Sr« ministro da justiça as
providencias que o caso demanda , sendo vordadeirot*
para evitar as consequências qne podem resultar de
taes escândalos da justiça, ponderando qne o suppo^
to assassino é tão temivel que anda gente fugida
por não se atreverem a ser testimunhas contra elle !
Todas estns ponderações são mui urgeutes e judí^
ciosas. Ê mister que a auctoridade , mormente a }u^
dicial , tenha toda a força e inteiresa que nos abonem
a publica segurança , que íhe está eonliada.
Kccommendâmos este facto extraordinário á su-
perior vigilância e infatigável actividade do Sr. Pro«
curador Rcgio.
ARROB COM AXTAXAl^X.
2668 Da freguczia de Sancto Quintino, nos es-
creve o Sr. José Christovam França contando o se-
guinte :
«Joaquim Soares, pedreiro, morador na referida
frcguezia , foi chamado para fnzcr certa obra no ló-
gar Cabaço . freguczia de Arranho. A i5 do méa
passado mandon-se buscar para Qsen trafego meio ar-
rátel d'alvaiadc; e um de zarcão; e de caminho dois
de arroz para a côa. O portador nietteu tudo n'uni
sacco, e quando chegou a casa reparou omnstròemqne
o papel do alvniadc se tíilha rompido, misturando-se
muita parte d'csta droga com o arroz.
Nãoobstante, disse elle; á dona ^a casa onde estava
alojado , que O escolhesse e lavasse bem qne ainda
poderia servir. A boa da mulher qne naturalmente
tinha ouvido dizer muita vez , que o que não maia
engorda , lá cosinbou conformo pôde o arroz e o afl*
vainde sem escrúpulo nenhum.
Veio a côa para a mesa , e nSo só se assentou a
elfa o mestre pedreiro, mas toda a familia da eash.
Principiaram a ccnier affoitamente , todos sem ropn^ç-
nancia alguma , e mostravam ir-lhes sabendo muito
bem , quando o estômago do resignado alvanel se ta-
belou contra o veneno que lhe estavam embutindb.
Queixou-se de estar enauseado , e aítribuiu-o logo áo
alvaiade. Diziam todos qiie não, e reparando elle no
seu prato , o distinguiu logo , achando até uma bofi*
nha d*elle quê parecia um confeito , com a qnaíl se
pôz a riscar na arca em que estava sentado. Apesar
d' isto a dona da casa rindo-se 6 n má hocta àú' stii
hospede , ateimoa que uns poses tâo brnnqtiinhos não
podiam fazer mal a ninguém, e rogou-lbe que não^R-
zesse ceremonia, e fosse comendo scrrt susto. E assim
fez o pobre homem (;que docilidade aquella!) até qtie
chegando-the vómitos, se levantou da mesa para a
cama , com arripiamentos de frio, muitas anciãs, 'dfó-
res no ventre , os dantes abalados , e outros sympto-
mas de' envenenado.
Acudiram-lhé a tempo, e postoque a 18 ainda met*
tia dó vel-o todavia ficava livre de perigo.
Toda a famitia padeceu seu incommodo, ainda qtie
mais leve , porque não comeram tanto ; o Criado da
casa porém esteve tdnrhem muito mal.»
<S«inoto Quiutiiio'22 de jaoi^iro^dè 1844» ' # '
308
REVlStA UNnTERSAL LISBONENSE^
MSSAKAIiVKOSK AO BZTXlf O»
2(U>9 A UM periódico do Porto escreverain da ci-
éade d*ÁDgra, refcriado-*lbe que no dia 7 de outu-
bro levaram os irmãos do €arrao em procissão uma
imagem de Saneia Pbilomena, cuja historia é curiosa.
O sineiro da Sé Unha a seu cuidado um S. Joio Evari^
gelista , e julgando que d'alLi podia a sua habilidade
fazer uma bonita saneia , deitou-lhe fora as barbas ,
.piíitou-Ihe o rosto (naturalmente como a cara d'elle)
pòzAhe uma cabeileira d'anneis , vestiu«*o de mulher,
-«• sa(u-ihe a sancta muito a contento de todos 1
. Não nos admirou qne isto succedesse lá nas ilhas ,
quando aqui , no coração da cidade , certo proprietá-
rio de um dos conventos arrematados , escolheu um
S. Gonçalo d*Am'iranle , esculpido em pedra , para
d'ene fazer umn Vénus de Paphos« para o seu jar-
dim, como já contámos n 'outra parle.
PaOPBSTZSA.
2670 A coALLisio refore o. seguinte facto sob o ti-
,tuli) Um processo doesta épocha,
« Dignm>no$ ainda que o espirito retrógrado do mi-
nislcrio se não vae enca&ando em todos os corpos , e
de Iodas as classes. Vejam o seguinte facto ; vejam
como se pretende farer reviver a ord. liv. 5.' til. 3.°
completamente baseada nas superstições romanas , e
qne se expressamente se não acha derrogada , 6 por-
que ha leis que disso não precisam , porque a illus-
'tração as torna completamt^nte uullas , e obsoletas.
Ânna de Jesus , solteira , é residente no logar de
Bforcira de fiaiio , julgado de Senhorim. Se ainda é
moça , e se é fèa , ou formosa, isso não sabemos nós.
Ellâ nem lè » nem escreve , e é criada de Joaquim
Pires de Azevedo Loureiro. Anna de Jesus , julgan-
do-se possuida de um espirito sobre-natural , prophe-
tisa a hora em que entram no céo as almas de alguns
. finados , nao sem que ordene que se dêem esmolas ,
e se digam missas. Leva os crédulos afazer escusadas
romarias , e despesas ; e obriga pessoas de timorata
cji^jQ^scicncia a fazer rigorosíssimas penitencias. O ma-
ligno espirito doesta mulher já se vae encaixando em
outras , que se dizem egualmente inspiradas ; a mo-
. Icstia c contagiosa; — já se manifesta em Agueira, e
Carvalhal Redondo, onde ordinariamente Anna de Je-
sus costuma obrar seus milagres. Ahi , na ermida de
Kossa Senhora do Vizo , já se acha um retábulo em
que ella está pintada nos braços de duas mulheres em
acção de prognosticar , e ver subir certas almas ao
eco; e para que isto não viesse em duvida, assim
corisla de uma legenda no mesmo retábulo.
Com toda aquella ousadia que o maligno espirito
costuma ínúuir nas creaturas de que se mette de pos-
se, Anna de Jesus abalança-se a dizer; — «Se me
não acreditais , ficareis excommungádos. » Que hor-
ror! ... . e famílias inteiras. ... c as povoações de
entorno. . . . tudo. . . . tudo já crô, e tudo está já quasi
• prophetisar ; tudo anda revolto , e apregoa voz em
grita os milagres da Anna prophetica. Se a isto se
não acode , que será do throno e do altar t
Acudiu-lhe o ministério publico do julgado de Se-
nhorim , que cheio do amor de Deus e da pátria ,
abriu á ord. liv. 5." til. 3.", que se inscreve — Dos
feitieeiros — e no fim do % 3.' leu o seguinte: t-«E
« e^tas penas (as dos feiliceiros) haverá qualquer pes^
a soa, que disser alguma- coisa do que está porvir, i
<T dando a entender que lhe foi revelado por Deus, oa
« por algum sancto, ou em visão, ou em sonho ou
« por qualquer outra maneira. Porém isto não have-
« rá logar nas pessoas , que por astronomia , vendo
u primeiro as nascenças das pessoas , disserem algu-
d ma coisa , segundo seu juiao e regra da dieta
« sciencia. »
Não c preciso mais. Está salva a religião e o esta-
do que corriam evidentíssimo perigo. A instancia do
sub-delcgado se levanta um formosíssimo auto de que-
rela perante o juiz ordinário de Senhorim. Duas tes-
timunhas formam o corpo de delicio;, desanove de«
poi mentos roais preenchera um estiradinho summario.
A prophettsa é pronnnciaáa no 1.° de dezembro de
1842 , e não sabemos que astuto demónio lhe inspi-
rou que aggravasse para a relação !
Continuaram por ventura nossos leitores a ouvir fal-
lar nas predicções de Anna de Jesus, solteira— -ni
visão das almas, que cortando os ares transparentes,
entravam pelas portas do céo , como nós por nossas
casas ? Cremos que não ; e até nem ao mesos a tal res-
peito vimos cousa alguma estampada pela imprensa
opposicionista , que é sempre a mais tagarella.
£ porque com eífeito a Divina Providencia nos afa-
diu , afastando a medonha tempestade , que assolara
grande parte do julgado de Senhorim , que assolaria
a comarca inteira , e que ameaçava estender-se por
toda a terra portugueza ! . .
E decorrido um anno e vinte e um dias, a relaçie
d' esta cidade, congratulando-se por vèr arredado tio
grande perigo , em 22 do corrente ròez de dczembrp
deu provimento ao aggravo , mandando dar baixa nii
culpa , e remettendo o ministério publico para outros
meios de fazer corrigir um desvario de que se rira
a actual civilisação.
Pobre prophetiza de aidéa , que se via em camiza
de onze varas , se a relação lhe não acudisse !
Até aqui a Coallisào,
Agora diremos nós que o espírito de censora com
que o seu artigo está escripto nos parece inteiramen-
te desacertado. Ê evidente que o fanatismo esupersth
ção das ordenações velhas foram derrogados pela phí-
losophia , mas não é meiios evidente que a velhaca
Anna de Jesus se tomou sobre modo merecedora de
castigo abusando da credulidade do povo, escarnecen-
do de objectos respeitáveis . e contribuindo de iacto
quanto lhe era possível para remorar os progressos d'e$-
sa mesma phílosophia do século com que o auctor tan-
to blasona. Se asauctoridadcs tivessem consentidoque
essa ladra contiriuas.se a espoliar e fanatisar o vulgo,
entendemos que a imprensa* as punisse despiedada,
mas porque preenchem o sen dever e ao mesmo tem-
po servem « illosiraçãq I . . O assumpto ,para maldizer
foi d 'esta véu escolhido cpm a mai6 deplorável infe-
licidade.
XARATUn.
No artigo n.* 2607, a pag. 279 , col. 2.*, lin. 63.
onde está — excsditê a S€is palmos -^úeve est^r — nõa
ixcediu Q três palmos.
%%
UBVISTA UNIVERSAL LISBONENSE*
809-
EXPEDIENTE.
A ^liitribniçtA começa hoje íjuinla-feira A» IO horai da ma*
ulii; aot Sn que, o mau tortlar ^lalro huras d<*poís , a oito
tcnbÁm recebido , ro^a-se o obsequio de o parlici parem no es*
erifitorio da RsTraTA Univbjisal. Libbonkksr, rua dos Fan-
queirus a* 83 — í.* andar ; para se providenciar.
comciiENTOs mm
KSStrMO 2>AS OBSSaTAÇÕSS aKBT«ORO&0-
GlCJljl rXZTAS BBZ Xi|3BOA KO MXZ
. DS JAKSiaO DX I344«
2671 TxMPEBATCPi nié<Jia.das madrugadas 43.4
P. — diia pas horas de maior calor 57*9 — dita média
do mez 50,6 — varinção média da temperatura diurna
14,5 — ma;or variação da temperatura diurna a 30 e
31 do mez, 23' — maior frio a 18 do mez, 32°-*-maior
calor a 30 do mez, 68* — menor altura do barómetro
a 15 do mez, 748.2 millimetros — maior altura a 4,
€ 28 do mez, 767,7 — média do mez 762,2, reduzi-
dos á temperatura de 61* "F,
Ventos dominafUes contados em meios dias^ — N,2 —
N0.2 — 0.2 — S0.7— NE,33 — E.l — V.6 — B.9
— Estado da atmospfiera. Dias claros 16 — claros c.
nuvens 3 — cobertos 6 — cobertos e clarões 3 — chu-
va 3 — nsvoeiros 4 — gelo 1 — geadas 4 — ventosos 6
— de frio notável ti — chuva recolbida era todo o
mez 20 millimetros equivalentes, a 7 almudes e um
quinto por braça quadrada ^ ou apenas uma quarta
parte da que costuma cair em. .um 4«^ii£Íro de regular
andamento.
Quadras dominantes foransoi^:. i| 1.* 7 dias com a
macia. temperatura áfi 53*,;ar muito hiimidp, atmos-
pliera vari^vcl^ c dois dia& ^e moderada chuva í çom
▼eutos brandos do mar, ou bonanças: a 2.' de 5 dias,
com .a mesma tenip^raiura'» c^u claro,, e um pequeno
nevoeiro matutino , ar húmido , e ventos bonançosos
do N£: a 3.* de 3 dias com a. fria temperatura. ,d.e:
46*, ar secco ,' céu claro, ou com poucas nuycps , e
irentos rijos do NE: a 4.' de 6 dias com a i^ui fria
temperatura de 44.*, ar secco • céu claro, 4 geadas
nocturnas, e gèlo na madrugada de 18, com brandas
arcigens do NE, ou bonanças c a o.Vde 4 dias, com
a tépida temperatura de 53*, céu coberto, ar muito
luimido,. nevoeiros e. pequenos chuviscos, bonanças ,
ou Ycnlos variáveis e mui brandos do NE a SE: a 6.'
e ultima de 6 dias com egnal temperatura , e algum
calor nos uíttrrios dois dias, céu claro, sol ardente,
« ar medianamente húmido; ventos rijos do NE nos
dois primeiros dias, c. bonançosos no resto da quadra;
q[ue permaneceu até aol.* do mez seguinte. — Segiie-
se portanto que o mez decorreu com uma temperatura
regular , e ainda mais elevada da que a normal de
um grau \ muito falto de chíivas . e pouco ventoso.
Phenwiicnos notáveis. — Decorreu este mez assaz frio
no reino da tíclglca, baixando em Bruxeltas ^ no dia
15 o tbermómetro de Reapmur a 12* abaixo do ponto
ác cong^elaçào , pelo que. gelaram todus os rios, 6-
cando interrompida a navegação. — Ao contrario na
Allemanfia central decorreu com uma temperatura ma-
cia e injeilita para a estação. — Em Portugal conti-
dcntes , phenomeno assaz raro no nosso qHma * a^nxtò
os mexes de novembro, dezembro e j<jnciro Jip^ire^?
cem sempre os mais chuvosos do anno. Segundo 99
observações qne temos foito no longo período do 2i
annos , se deduz que a chuva normal c ar respondente
aos três referidos mezes , sobe a 26J mlilímotros . e*
nos qu6 decorreram apenas chegou a 56, 011 4im quin-
to da que costuma apparecer era anno regular. Parar
avaliarmos com mais* clareza a importância d'estei
grapde desfalque, convém .reflectir que* a ahnrá dô'
inu.miliimetro de agua corresponde nê superfície de
uin^ légua quadrada , de 20 ao grau , o enorme vcn*
lume de 75 mil pipas, pelo que a falta que sofreram
os depósitos ou mananciaes interiores da terra , c os
vegeta es estacionados na superfície avultou por cada
Icgua, crai mais de 15 milhões de pipas, ou ao liqui*
do sufficiente para encher 130 depósitos #gaaes em ca*
pacidade ao grande re&erva tório da praça do Rato does-
ta i;ídade. Devemos esperar, que nos futuros 'mczes*
appareça Gnalmente a desejada clvuva ; porém esta ja-
mais poderá compensar o grande desfalque esperímon-
tado no mencionado período , p«]o que uma grande
delGciencia de aguas nas fontes e nascentes necessa-
riamente deverá manifestar-se no prosimo verão , ex-
' cepluando-se qnando muito ás que se acharem sittia«-'
das nas encostas das. serranias , aonde o rigor do in«
verno tenha accumulado grande» massas de neve. Esta
prolongada seccnrateoF influído poderosamente nagér*
minação dos cereaes que ainda se poderam semear, 09*^
quaes se acham enfesados , e sem o costumado desiu»^
volvimento que já appareee n'este mez, restando aiu^>
da por lavrar muitoa terrenos destinados a cultura.
Necroloçu de LISBOA. E í»ELfM* -*-. fieccbcFauí òr
três cemitério^; 674 cadaveresi, sendo 372 do sexo<
maísculino, 302 do feminino , maiores 484 , e nie-^>
nores IdO. — Na totalidade se compseendom 232<
faUecidos noa hospitaes ,^ e na misericórdia ,. ou ina
terço do talai. Conlinuou per conseqtiencia o pro-
dominio da* funesta ínflaencia dos mezes anteccdnrH
tes , ainda que em progressão descendente , appa^'
recendo também n*e$te mez um excesso de 80 óbi-
tos sobre o numero normal deduzido do anteéedence*
quinquénio, . M*: M, FranxinL
♦ ''■ »
BSTTXaaABAS*
2672 Achei muito bem fundado quapto oSr» Pedre
deRourePietradiz na sua carta publicada no n.* 23 da
Revista, a respeito dàs sementeiras das beltcrrabas, qne
o mesmo Sr. juiga, se deveriam fazer no outono e nio
no mez de março, (como eu o tiiifaa indioado cm uma
das milhas conuDunicaçoes). especialmente nasprovio-»
xias do sul do reino , onde a vegetação d*esses buU
bos pode desiuVolver-se e apcrfeiçoar-se. até durante
o inverno. : Porém duvido muito de que o mesmo sOi
possa fazer nas províncias do norte, onde as geadas*
fortes que alli coem frcquentemebte , poderão dds*^
Iro ir completamente a colheita. d*utna estação* Além*
d'isso. o Sr. Pieira parece cstnr convencido dar
necessidade de regar os campos semeados de bot«
terrabas. . Isso não é assim : nos lerraioa seccos os^
bulbos não crescerão tanto comp Jias terras regadas »:
mas conterão por certo, muito maior quantidade de as-
sucar. No mez do abril do anno .1842 semeei eu uma
pe^na, quantidade de belterrabas vermelhas , para
uou a é^xlraordiuaria seccura dos dois mfiZQ^ HAieçe* ] uao ur4vimtÍQt em um quJMJtal muito arcento p ;S.ec^^
KBYsaBiuo — 15 — 18>3* * 26' vov lii. seuie ai
310
REVISTA UNIVEIISAL LISBONENSE.
As plantas apenas foram regadas qaalro on cinco ve-
xrs à mâo, durante o verão que foi rauilo quente e
secco : e apezar de não screra da qualidade própria para
o fabrico doassucar, essa s poucas bcUcrrabas chegaram
9 uma grossura considerável . e aehei-as muito doces
t de um gosto delicado.
A respeito de que o Sr. Pictra di2 da incerta con-
fenicncia doesta cultura , peza-me não podec e«n-
!brmar«me com a opinião de um tão iliusirc e respei-
tável escriplor agrónomo. Talvez que as su*as expe*
viencias fossem feitas em ponto muito pequeno, e
em tal caso é absolulancntc impossível formar umjui-
ao seguro.
No anno passado nma senhora muito amável mos-
trou-me ctiisa de dois arráteis do seda muito boa e
bem trabalhada : dizendo-mc com magoa , que tendo
deitado a copla a todas as despezas. feitas na ercação
dos bichos e Oarlo dos casulos , aehára que esta pe-
quena porqão de seda, lhe saía a perto de 6^000 rs.
o arrátel L Respondi iromediatamente a esta senho-
ra , que so> em logar de dois arraieis , tivesse feito
oem arráteis, não lhe cujstaria talvez mais de â^^OO
rérs a seda q*ie bem valia H^OQO réis por arrátel.
£' manifesto que as despezas de.machiaas, casas,
trastes c trabalho manual é pouco mais o» menos as
mesmas, tanto pava as. experiências cm ponto peque-
no coma em ponto grande.
Rogoi ao Sr. de Roure Pictra se dtgne vér os cálculos
l|ue sobro este assompto publiquei no meu segundo ar-
tigo ftohve a beterraba , que são baseados sobre factos
provados e experiências exaclas; everá que dando ao
assucar de bclterraba refinado» apenas o valor de 100
réis por arrátel, essa producrão merecerá preferencia
não só ao assucar dovcanna , mas também a muitas
lias mais ricas producções das nossas terras. Essa uti-
lidade será ainda maior sé a gente do campo se ac*
Cíostiumar a aproveRar todos, os pedaços de terreno pa-
ra piantacem betterrabas ». e principalmente no caso
de faieren^ ho$quetc$ de arbustos da amoreiras , todos
os espaços entre un^ e* outro arbusto será muito bem
utilisado plantando betterrabas». que se dão muito bem
na sombra tão genial das macrophillas. Mas paca al-
cançar tão bons resultados é preciso ter vontade
determinada , vigorosa e perseverante ; é necessário
que o homem empteendedor tenha confiança nas suas
proprías forças, e que não esteja a olhar só para as
ajudas io alto ; « tnãe^td ei U hon Dieu Vaidera »
diz um provérbio francez. Ê necessário largar esse
costume deattribuir aos governos, quero dizer, ao que
elles fazem ou que não fazem, todas as desgraças que
muitas \exe$ são o cffeito necessário da nossa pregui-
ça e falta de actividade.
' Já existem em Portugal muito boas leis protectoras
da agricultara eda industria, e actualmente o gover-
no mui illustrado de S. M. F. está sisudamente dis-
Ciitindo novas providencias, para promover odcsinvol-
Yimento da agricultura. As disposições propostas pelo
Sr. de Roure Pictra poderão ser de tão grande utilidade
para Portugal, como o foram para outras terras, onde
se adoptaram. Eis-oqoi um exemplo. O Estado do Ma i-
ne (Estados-Unidos d' America), não produzia em 1832
a minima quantidade de trigo , nem de centeio ; a
maior parte da povoação era dedicada i pescaria e
ás emprezas aventureiras do mar. Em 1835 a legisla-
tura d'aqueiie Estado fez um Wh t^i^ V^^l se concór-
dia um premio de 10 cêntimos de duros por cada
bushcl (•) de trigo e centeio produzido no Estado. O
resultado foiqne o£stadot dx) Mafne produziu em^l83d,
8i8,166 busliels de trigio ; 133L.9Í1 bashels de ccnl
teio; e 950,528 bushcls de milho V. l
L. ir. TvnHlu
i ADVERTK?raA. — A conveniência oadcsconveniencí.1
da cultura da betterraba para assucar é ainda hoje
problemática: grandes aucloridadesagronorçicas a im-
pugnam , grandes auctortdades agronómicas a defen-
dem : — tnclínando-nos — confessamos — para a opW.
nião das primeiras , sem embargo do muito credito^
que damos á experiência e sagacidade do Sr. Tm$U\^
pesar-nos-ta com tttdo na consciência , se n'esta fo-
lha , — campo aberto á discussão livre de todos os obr
jectos úteis, — deixássemos de admíltir todos os do-
cumentos prô e contra , até ao dia , em que sobre fa-
ctos sifíTicientes cm nnmero, suíiicientes em extensão^
o devidamente observados e contrastados,, se possa
assentar uma opinião inabahvel — a este respeito!
SrOTZB AOB BOTÂNICA»
2673 Em sessão da acadcmt;i das serene ias» a 2T
de novembro ultimo, M. Loiseleur Destongchamps diz,
que julga ser clle o primeiro que observou que na flor
do trigo a fecundação se opera encobertamente. As
eonsequencias d>sta observação, v^rífieada em 1843^
e já repetida este anno passado são importantíssimas •
porque d*ellas se infere que a colheita do trigo eslá
sempre segura contra a violência dos Tonlos ». e con-*^
tra as chuvas excessivas.
3P17&TAAIWBA.
2674 O Sr. deputado João EItas pedia na sessão-
de 3 do corrente á cafnara ekctita houvesse de convi-
dar o governo a q^ue mand'a9$e examinar por a Tgnma das
corporações scientríicas d*esta capital , a natnreza de
uma enfermidade, que ha anhos, tem atacado as searas
do Ribatejo, e lhe châmnm ptthxuinha.
O Sr. Ministro do reitfo, qne presentc^ era, pro*
metteu logo dar expediente aeste requcrroiento, man-^
dando proceder ho indicado exame.
Do mesmo Sr. Deputado soubemos nós, que este-
mo! é conhecido ha muitos aimos nas lesirias de Villa
Franca » ainda qne não mui geral ; mas dos dois úl-
timos annos tem lavrado cxtraordinariamcnire, saltando
nos campos visinhos. de Benavente ,. Salvaterra e Azam-
buja ; c já o anno passado foi correndo para o lado do
Santarém.
Ignora-se a naturcra de simílhante maT » e se o bi--
cho è a causa- o» o e/Tcito d'èUe. Começa por appare-
cer no pé e canns do trigo grande quíintidade de ová-
rios , d*onde saem os bichos, que a principio são tão
verdes como a planta , depois tomam n mesma cóc da
palha e grão.
Gonhece-se que o trigo tem pnf varinha qirando no-
grão se vè uma covinha mas sem furo • cnjo tamanho
é correspondente á falta de substancia farinácea qno
o bicho tem chupado do bago. Além d 'isto lança lego
um cheiro desagradável » até para os anlmacs qudn-
(•) Uin biuUel aa;iericaao corresponde a dois al(|QêiCcs a
um suzto;
IlEVISTA UJÍIYERSAL LISBOINEJISSE.
311
éo 6C lhe da a comer. Faz miiilo máu pão , fioaudo
iào baixo que par^^ce Nolrixa.
Os l<ivrador.c6Ucaíisiipportado este mal sem curarem
4e o remediart é o seu cosluoie* Louv.ores porém ao
iSr. João Elias que olboupara isto com do, e a todos os
4]ue puierem a uecessaria diligencia para extiuguir.tão
4afflaialia ettfermidade«
rABUicA voktugvíbza bs VJLmros
(Carta.)
3675 Procoeando sulisfaier ao louvável c ps^^tio-
iico empenho de V. vou daMbe ama abreviada !uo-
licia da fabrica de Gaçao c tecidos de iiiiho , recen*-
ieoienle estabelecida ircsla villa. Esta. fabrica, de
^ue é proprietário o Sr. Romão da Silva Salles , é
movida por agua» porém, seu* machinishio, todo
<]e ferro fundido, é d'uma tal perfeição esimplícida^
de, que teai justamente merecido os elogios dos io-
tendedorcs que a tem visitado. Tcni cem fusos , que
liam por dia IGO arráteis de linho; as manufacturas
que por ora ha feito, &ão , grossarias , que rivalisam
com as de Hamburgo , e muito superiores ás ingVe^
xas, exceljentos trís, lonas, c meias lonas; fazendas
€stas, que peJo bem acabado, teem achado umprom-
pto consumo no mercado. £ para lamcuiar. que um
lai estabelecimento, único (segundo conste) cm Por^
itigal, e que já d4 Sustento a mais de oitenta pessoas,
tenha, em pouco mais de um annp que eoiita deexts-
teucia , iHCtado com dilDcnidãdes , e embaraços que
teriam sido. bastantes para o anníquiilarem ,* se vm
ni«lbor futuro se Ibe. nio antolhasse , pela recçnte e
iavoTavcl deçisSo de um picílo que pendia n'estc jui-
lEOy 4HQ assegura:. ;m seu proprietário a fruição de
#gva9 que .lbo:fopam dtí&viadas, o que por mais de
liiDa M^ {como , presentemente acontece) obrigou esta
bellH fsibrkà « o|o trabalhar.
O Sr« $ia'iles, i?io t* só proprietarrio , é egualmente
^iri^ctor , •.e>iqestre inteligente, pois que / pela cous*
tacte introducçio de novos melhoramentos, vae dàn*
4o ás producçòes da sua fabrica a perfeição que as
4cm turnado dignas do apreço , em que já são tidas
pelos consumidores. EstCfSr. .para vencer ainda outro
^ibctaculo, que á prosperidade de seu estabelecimento
YIUQ. pór o augmento dos- direitos s^obre o linho , euns*
ijff-me vae icmprcendcr em grinde )a cuitura' d*este
^jeuero; ao assim o Gaer, bem mereocrá duplicada*
lueote da sua pátria.
N« rua dos Fanqueiros n/15S, é o deposito das in»4
nuíácturasr 4'«sta fabrica ; e , ahi mesmo se vciídem.
i; De V. etp.i : I
jr^^rcs. lÍAvas 3 de Fe^ver^iro de 1844.. v
Cundido Joaquim Xavier Cordeiro^ .^
rBRFHÇOAlSBjrTa MA XiOIÇA 3»S BARaO»
; 2676 O.viOBO , oscrystaesv as porcelanas ,. sendo
«laterias.de si mais ricas c formosas' que o rústico bar*^
ro si mplca, tinbam desterrado esta baixélla de nossos
maiores para as choças mais indigentes, permittindo-
Uie • quando muito , accesso a uma jou outra cosinha
das cidades; — e o oleiro , coudcmnado por cpnse^
qtiencta a vender por preços Ínfimos ; parecia , ao pó
da sua roda, o ynico individuo da classe industrial ,
fadado a permanecer, emquantotodo o mais exercito
jnafcbava. paraiá perfeição. ^ ,
Um. artista de talento ^l, Ziegler acoba de fazer uma
revoluçt^o ilemocratica em f^vor do barro. Quebrou (
como írcdeão , aquellcs vasos desprezados ; mostrou a
Itis e venceu. As obras de tal matéria fabricadas, por
M. Ziegler , por seu bom tempero, solidez e lustre^
e sobretudo pela graciosa eartiilica elegância de suas
formas, apparecem já nas inezas de luxo, o ci^lre os
apparatos. dos festins, bombreando com os esmerados
productos de Sévret, da Saàonia e da CMna,
Três fabricas se acham já em França , trabalhando
-pelo sysl8ma*d'este feliz revolucionário da industrio;
c tem. a satisfação de vòr, que apezar da altura dos
preços, que a novidade por ora conserva ás suas ma«>
raviihas , e eilas sao sofregamente procuradas , assim
de dentro oomo de fora do reino; e vão ornar até. os
gabinetes das casquilhas e salas sumptuosas dos. nica<^
ços : — tanto é verdade, ^ue a arte eo bom gosto po-
dem inesperada méflte %acar donada uovos valores pa-
ra o coromercio.
Paralfyaizes empobrecidos, esta novidade se esti-
mular brios aos oleiros para também crearçm ou para
pelo : menos imitarem , poderá vir a ser uma origem
importante de economia domestica, o ao mesmo tem«'
po produzir bastante augmento nos gosos e commodi«*
dades da vida.
Sabemos , qne juncto á Charneca , termo de Lis»-
boa , dura , ha já annos • uma ignorada fabrica d' es-
te pobre barro vermelho , onde os artífices i maii
com o instincto e natural habilidade, do que por
sciencia , fazem obras, cujo perigrino lavor ebelleza
causam admiração a quantos as contemplam ; — - um
perftímador possuímos nós , carregado de ornamentas
de folhagehf , fructos cavqs,bq«e pôde figurar Sobre
um trcmó, c que nada tem de pobre senão o haver
custado âOQ réis; ospncarijâliosie vasos. de £&tr4moe
são conhecidos de toda a gente. ■ .A ^
Estes dois exemplos mostram facilmente o a que
n'este g«her.o poderíamos chegar sém nrenhom custo,
;^. Que falta para isso?-"— que uma alma dcartista faça
cá , o que outra fez em França. ; E por<|ue o desde«>
nharia? Se de barro vermelho foi.feito o homem ; por-
que se dcshonraria elle de dar gloria ^á sua pr0|irift
massa! - '
VnSOIOSO rOKBNTO Ã INBUSTHIA
S677 lAoirro Dias {lamaaio,> 'proprietário da fun*
dição do Vulcano no boqueirão do Duro, á iloa-Vista^
tendo de prjecncber o quadro das diversas, officinas do
sen estabelecimento , que compreendem além das do
fundições de forco, e outros meta es , ferraria, scrra^
Ihcria*, as de confeição de macbmas do todas asqua^r
lidades, caldeiras para as de vapor, tanques de ferro
para navios, etc, tenciona admitlir n'e]las até trinta
e sois aprendizes de 13 a 14'annos de edade , que
sejam robustos , e que saibam léc . escrever , e con»
tar.para poderem aprender no estabelecimento o dese^r
nho linear , e poderem vir a ser perfeitos operários,
As pessoas que se quizerem aproveitar doestas vanta-^
gens , podem dirigir-se ao Sr. O. Williams, iegeobei-
ro do referido estabelecimento , para saberem as cun-;
díções com que podem ser admit tidas. /
âG78
O Sr. l. A. do Amacal.Framj^QDdora.mui
2G t
312
REVISTA UNIVERSALr USBOiVEWSE.
cordatamente , n'uiDa caria qac l«mos i vista , o pe-
rigo que ha em se vender nas povoações o fuhninalo
de praia , ou massa d* estalos usados no carnaval ; ad-
vertindo» qúc assim como a venda da pólvora foi pro-
hibida no povoado , com muita mais rasâo o deve ser
o fuhninatOt por quanto se aquclla só com o fogo.se in-
flama , este basta-*ihe um pequeno choque ou fricção :
•—que os droguistas costumam ter todo o anno gros-
sas porções d*este perigoso género, capaxes de fazer
voar um grande prédio, em havendo qualquer descui-
do: ««-que por este tempo se vende aiodd^ sem precau-
ção nenhuma, do que terá resultado muitos de&aslrcs,
e nâo poucos também de se lançarem os estalos para
a rua , espantando cavallos ele. , concluindo por pe-
dir á auctor idade policial haja de attcnder a tudo isto
com urgência,
BA ORAÇÃO OO CHllZftTlO.
(Continuado de pagina 30 5. ^
2679 O Qi'B dcixa-mos dícto da iuimukahilidade de
]>cttsv já podéra d»spcnsar-nos de fallar da objecção,
qoc da sua presciência se tira coDtra a virtude imper
tratíva da oração. Mas para melhor confirmar estas
kiêas; que na Religião são funda menta es, oiçamos a tn?-
da o que nos ensina o livro canonic4> Ú9 Sapien^
■cia (•) : —
« Ab iniêio eoBstitum Deus o homem , e • entregou
fto seu próprio concelho. »
«Mas dftt-lha ao mesmo tempo mandamentos epre-
feitos*»
« 8e quizerdes obedecel-os, e guardar sempre a fide^
lidade , que lhe é agradável , sereis conservados. »
ttFóe diante de vós a. agita e o foga, podeis tomar
• fttc vos apsouvèr.,» ♦
« Btlinte do -homem estio a vida e a morte , o b«m
e o mal ; como houver cseolhido r assim lke.i«rá da-
do :»• » . • í \.
■ «PoMfU». a' sahedioria úe Deasi.é grandes eHe é
invèncivd n# seu* poder, e vè todos os momento», (de
inod^^k cfue nada pode escapar ao seu conhecimento) • »
~ «-Os^^ollios do Senhor estão sofore os qne o temem ;
e cHe^ conheoe todas as obras do homem. »
«Elle-não mandou a pessoa alguma viver ímpia*
mcnte^ e a ninguém deu aso nem licença para pcc-
car. ah • ■ - ' - ■ '■
As questões de cencit&N' Presciência , Graçfi e li-
vro ar&itrio , já m4M*reran de velhae : « ressuscãar-as
aqui , fôra ociosa imperfJnençia. FaWo4itaraos comtu-
do e apresentaríamos em nosso favor as opiniões, una-
nimes de todos os thooiogos pbilosophicás a este res-
peito, sa com um deista, um scepLtco ou um herege >
fosse » nossa disputa , e não » como é, com um chris-
tão e calholíco , por quem as sas d^clrinas são , potf
conseguinte, bem sabidas, acceitas e acreditadas.
Diremos só iftie até e termo presciência, é um d'es^
ses impropriissimos , que somos necessitados a usar
em faltando do iiicomprecnsivel Ente Divino ^ pelosque
já, com saga» phílosophia , emvez de preseienda^
seieneia lhe chamou Sancto Agostinho: — ^e porquê?
porque para Deus não ha antes, nem depois : tudo Hie
é serapiternamenle presente. — Nós homens» não vi-
vos , senão só vivontes , e costumados a cqI locar as
coisas , uma a uma , no tempo , — que é a tóia onde
bordamos tudo , é sotiv a qual se nos figura que nada
^(*)~Cãp,XY T. 14. 13. 16. 17, xa,~iu7 íOVíl*' ^
pôde haver, — nnnca antes da morte nos poderemos
representar pela imaginação esta omniprcscnça da
Sciancia Increada ; mas pela razão pura, se a quizer-
mos consultar, ainda desallnmiada da Revelação, sen»
tiremos que esse inimaginável é axioma.
Mas dii o artigt)^ que impugnamos: —
«Não seria só impiedade , seria absurdo dizer qae
nas nossas orações teem por fim fazer conhecer aoOm*
«niscíente as nossas precisões. »
Pedimos licença para observar , que esta spnlença ,.
(aliás verdadeirissima tomada cm separado e na ac-
cepçãp óbvia das palavras) exprime um conceito tri-
vial , que nunca foi contradicto por pessoa alguma, e
portanto não vajía a pena de ser apresentada. No lo<
gar , porém , onde f<fi posta, contém um erra, nascida
do abuso do termo /a^^rconAfc^: — ahiíso a que o au-
ctor foi insensível e involuntariamente conduzido pov
uma idéa inadmjssivel, «qne tomara por ponto de. par-
tida da sua argumentação* Essa idéa, a que nos alrc*
vemos a chamar ina^missivel , fera o> estabelecer uma
analogia entre objectos* totalmente incomparáveis.
Querendo Iractar daoeaçÍK>-dohomem a Deus, priíw
cipjeu pela medir pelo rage da bon^m a fk)mcro,a
disse: — «o bomem para impetrar do sen similhante,
«ensina^he» anies de tudo, a sua necessidade; ora a
«Deus não^se pôde ensinar coisa alguma : logo n>s(a
«parte não se pôde de Deus impetrar como dacreatu-
«ra se jaipétra.» — ^Mas-nio serio mais rasoavcl. sa-
bendo-se a diiferenit" fl"« *»« «ntre os bera feifrsres^ ter*
restres e o benfeitor celeste;- ficeriog» atransforma*^
ffto.éa phrasc. aegunde essa mesma diílerençir?
Eipliquema-nos por ttm exemplo r—trtihometo,.
carregado de serviços, ée pobreza e de filhos, sente
a^iísiabar-rse a^ mortei,^ e treme e«idaftdo'ivo que será
d'aqneiia casa » quando já olle nleJor n^ella,- ^ sen
instineto paternal a otiriga a recorrer ; emqAaKto ha
tempo, a Deus e a elref ^ pedindo a ambos a contt-»
Buaçâò' do pão quotidiano. Para isto», metíedois reque^
rimenlQs^um, cscri|)tO'e documentado, em que des*
cobre ou recorda ao principe es fundametitos^ da sut
ousadia e esperança ;• o outro, neotel e para maior me»
nareha.) diz unicamente -^ c Senhor» nad^i mais tenho,
bcJn o sabeis, para maus filhes^ que este muite amor qne
YÓspíira elles me destes, ea penflança de que por
ellcfr e por mim , que todos somos vossos , vós reali-^
sareis n'elles esta minha y já agera, estéril anciã de
felicidade: o qve em mim. é desejar , é- em vés po>
der; e pois que eu sinto, e vós dissestes — que a mi*
Rb» iPQBfcrde era «ondiçao obrigativa para* a vossa , já
d^aqni vol-os entrego : eegora, Senbop, podeis de-
miltir em. paz d vosso servo , ou antes r evoca IrO em
alegria ; c ». como quer que adirais » bavereoio» ledos,
mcrcfr. »
Na primeira petição , que era a quem não conhe-
cfa> osou tsttfde, procurou fazev-lh'ôcenhe<Qer, eprovaK
velmente não o conseguiu : — rna segunda., que era a
quetn- o conhecia, limitou-se em apresentar os affectoi^
cobuo folha corrida , e coma hâbi4itaçâe paca o alvari
da graça-
Ao rei faz-st emheeer o que ha , e ás vexe» mai»
de que ha ,. e até o que não ha; perante DenS'
faz>se por merecer e desejar de veras, para que clle
veja, como não pôde deixar de ver^ que essas dii-^
posiçõeÀ eKÍ&tcm em. nós».
V^m summa y perante a xreátura ^ tractft:^ .de pa«
B^yiSq>A..«mY»RâM/ f EISBOl^BNSOSi
313
çeçer. o qp« se 6 ou^ o. que ae dqyèra «er.v.pcMn-
ae ò Çreador, iractars^.deser n\tnde'l^[uUk> que «11^
pôz por condição ao bom despachq;:
.. AÀ.sophismad^scieiícia. divina,, segue-fe o ia di-
vina bondade* v . .
S. £x.\ contti^aando n argaoicntar do rogo pa^a a
(Oi^lq e d<^ b^mem para Deus r mcthodo que / já se
.▼i:„ nos barde sempre levar a falsissimas cooclusôes >
•xprime-se assim : —
« O segundo motivo porque o bçmepd neeossibado
«dirífe as^apasisuppljcas áquelles , porquem espera
«ou deseja ser «opcorri^o» é para^exifílar ^ ^^adcom*
« paixão: mas o. dizçr. que no$ propomos, nas na8.sas
«orações d>e4pertar a rni^ericordia de.gm:.Dep5 infini-
•tenente, bom, . não ser«a só uma absurda |)laspbQini>a ;
cseria.uma monstruosa ingratidão» ». ,; . ,i ; .,
Todo o erro está-aqut naspala\vra(sdei^rtor.e*níi^-
ric(^diat porque hopve a inconsideração. dc! as definir
pelo uso humano. V . \ » v
l O que é a míserieordid divina de que. tA^^os
.«6 JLivTQs SaÉctos estão cheios , que retine em vto-
idos . 08 cânticos da figreja; , . que, ofi nossos l.abíos
confessam, que os nossos opr^ções senteiPi e cuja. ma is
brilhante prova é a existência mesm^ dosJmpios que
;a, nf^çffl ?MÍ Vangloriar-se-ba alguém de.\a cona^preen-
der?^Podcctfi|(|S( achar a sua deQoiçãp noa «dicciooar
rios das línguas da terra?
. .-Mo» • : ' . ■ '
Este vocábulo. -^evidentemente figurado <^omo o da
presciência , e ao qual o nosso e«pirUo. se apegou, co-
JDQ .iMtt eego a um bordão para caminhar, comi me-
1109' perig* de. preqipiaio por-entrç as. trevas, -gop.
prindo-lbe luz e olhos, não sendo el|e mais qup un)
páu secco, — é superior aitnda aexpUcaçãp, que d!el-
i« Se podesse <lar «a presente vida. Isso., o. que- quer
que é, que appe)tidaaio»tiuf^mardta rfmna, pão sç
áfísp^rtfif potPque nunca dorme ;. não se aotiva porque
não pode enfraquecer>se.
No homem a miâcricprdia ír/npi|itas vezes o avesse da
ífistíça :. em Dcqb , como já di^seipos^ 4^ve f^r .a jus-
tiça mesma.. Assim quando o..(ieU.oi^apdo4pvidainiQn-
te', soUicíla , e impetra sem duvida, a misericórdia;
é elle , porque assim q |tiga«ios\' que se.desperta a
«iirfie move' pela, su^ Jvontiade livre , q. vae colipcar-
se n^aquellas circ^mstaucias mpraes para. pnd^.eonr
vergem » como elle sabe , os raios da liivino $oiv a
qne-. a . nossflt lifigu{iie«i defectiya chaiçou mlMiicor-
dia. ^N'este sentido,. onde está a monstruosa bja^e-
mia e a absurda -ingratidãOi em diserninãoxi^e^o ho-
nem desperiou •< mas. que procurou o acho^u a ^niserit
cordial'! d9 seu J)eus , BMnifeatada em coofqrmidaíle
com as suasfpromeasaa-pejlo. despncho das supplicas^?
O argumento da: Saudade infmita , de que o.^auotor
se ival • 4eve ser traciado Qoin summo teiotp.. Não ha
aUrâbiHo: da.Divindadet) 4^ que:por mal conhecido, ;se
tenha chegado a mpÂs iC^nsequeikcias desastradas. . A
bondade de Deus é. infinHa ; mas se.d*abl se qu?r con-
cluir ^-r^qoe elU. nos ' fará .4odqs ;Os,bepeÍ4cios possí-
veis, ainda que nos não appareibfemoa para. os receber»
ter-%^-ba dicto uma absurda impiedade; e poe(p a
jboadade em .CQAtradi/^Qão £om a ji^stiça. Ã misericór-
dia de Deus poderá em^part» consistir ^^^r em nos ter
dado. o ser. ^ a iuz q^e b^«lpm para irmo/» ^a sqmmo
bcm-^ • lib^dade. para «.o .procura jpmos ,.subsidiosi .^e
graçaa para a ap|ie(«i;qrJ^Qa# « .p9HiM)«dgae q /&.t
c>iiid^(ie .dtefaa çon/Bf^gujfHio^ apenas as.|(]^zermo$ j-^ias-
sim «>ino,.po(ieré:C)9HsistJr em parte a áua jUtStiçW.rna
punição. aps pródigos e malbaratadores doa efftítos M
Sua..aiif;ericoi:dia.. :^. ,. < > t, .: , • • -,
. £sta .miserjqc^rdia, e est^ ji»stiça eonciliam-se com
deveitem ser infihitaa, por serem de ente infinito ; e eaa
repnir uma e.autra,>consiste,/se ousamos dizeM, a:iiit
finita btondaíe;-^ porque .otseftiida da.;pa.lavi!ai bonda*
de no Butq S^mmo, jOio p6de ser o mesma que o da
palavra bondade , ap^piicada ás .«reatura^ imperfeitasi
láj.nfo pôde, (}es%nar,witão perfeição absoluta, .::i »
J^Iq: se (orqe po^^s a argiimentarrc^ootra «rírttqt^ca^
cão da oração com a bondade infinita, porgue^ tè nev
não enganamos, d.'ahín(iesmo na ^óde antes colher
lima inferência pasa peoyar a roais ampla èfiicatSa>da
oração : — «pedi , e recebereis , » di;H$e o avangeiiio^
— le que outra coisa dtaem aboadaftle e o- amor f
f, «O terceiro ?m(A|*o-rdi«.JinÃa S^ Ex.*.— • o tercei-.
<c tio motivo porque o bom«m «eoessitado. : d)e soaco^ra
{ «dirige às suas supplicas áquelles por qttem cs^ra
«ou deseja ser soccorrido, é p9t*a.ioteressa« o!seu
ccamor prapri9, medianl.e',este;e»presso^reconheelmen-
((1,0. .dadjifpendençia.^ ^. que,. o suppíieanle «está /da
a sua benevolçncia.-ri-Ora a presi)mpçã(!^d'aquelle qua
«fosse assas insensato para* imagina f q^e a infinita
/ugnaodesa do. Cnt ador ido çéu, e »da terra. se ufanaria
«demover a .eUe.i dfesprei^jvelvéripev rendendo ho*
«inepagem á Divindade,, serja(^à anmttlo do orgulho a
«da estopidezí».^ ^ . } .,
Do mesmo modo que as pr)sceden(eB, pecca temhera
esitia pafte. do discurso , par assiffitar nt'ua» Caleo ^ im*
possível parallelo* Levado ^ a aoalogiar.eropregato au-*
ctor o termo ufanar-se falMn.dn de. Deus: -e com^ o
vfaqar-se exprjme^^de alguma;i;orta:vaidade>iou sober-
ba, diz e eoa» razão» que.Deua se^ não pódtí ufanar
com os nossos rendimentos de vassallagem ; se poréai»
deixando die* e.ompasa^õds , tifesse empregado Albgo
o termo próprio de ^r/oriar-^ff,— expressão applicavel
a D^us, e talvez só a D<^s.; todo ò seu argumento se
lhe houvera desvanecido. A glorificação «não pode nen
de certo .pertei>de JS« Ex.ôuegar ser decente , compe-
tente e até necessária ao Enite Summo* aJliás não^hou»
vera concedido' n'esse stn mesmo c^riplò ^-neeelsi-
dade^queabomem tem de adorar, sendo o ddar/lrbu«
milharia .e reconhecer as.divinas' pcr&i^õe^ :i pbrdu*
Ira o glorificar a Deus. .? , ^
A gloria divina é outro abismo pata .0» Aosso idfen-
dimento «[Xpeniment^l ; d>lla ^ aemos partieolas cada
um de nós , e cada um dos entes. , > que povoam iou
compõem os céus, o mundo, o inferno, e o tnais 4|uo
a Gmnipo^ncía tivec craado : \ 4 cotno. poderia a parti*
ci>lat abranger a ^çxprímir ;0;lodo2,l Mas. a ftevelacãa
è o raciocínio nos ensinam egualmente q.ue o mottvoi
que determinou Deus a crear ,. foi a 8lm;mbsnM Uen-
^«lfl^« infinita,, :que o leyava.a;4|tierer mais exisleíicias,
nas quaes as suas perfeições derramassem felicidade^
e em cujo complexo elle de alguma sorte Jie mirasse *:co-
mo n'um espeJbo:>.»pcilo q^ie., historiando a cret^o^ o
Gçnesi#;Çemat;a aompra o trabalho de oada > dia: cem
esta clausula : — « e viu que era . bom* o i c^ei* tibha
feito. » »:: . • •». - r . ^ ^.. ^ '^yi' »
Todas estas creaturas , tiradast por elM do-tiada ,
^ram-fH>i$'#nap|fe0til9Qe9da aua gloriai^ e dfMrtlhe «el-
las<, j9$id(Mdi)» de inl,€»dÍ«QeQio.capaa dcsoloaíilar, pre»
destinadas para o concento doa scHs Jauvií^ea* •' >A
26 *«
314
REVISTA UNIVERSAl. XlSBOlíENSEi
O. termo empregado pelo Sr. Silvestre Pinheiro de
eumulo do argidho e da eHupidez é demasiadamente for-
te, como censura, para -quem se persuade, como nós,
que Deus pôde e quer ser glorificado pelos homens ; e
é para destruir, nos seus effeilos, este phi!osophico afia-
lliema.oqaa], pelo credito que assUme do seu auctor,
poderia deslumbrar e perder a muita gente, que nós va-
mos annullar-lh'ocom anctoridades certamente maiores
do que a soa, quaes são ois livros do Autigo Testa mento,
os livros do Novo Testamento e as oraedes da Egreja ;
e não accrescentft remos os Sanctos Padres, porque se*
riam provas supera bundanteft^ e além d'Í8So, inferio-
ves ás allegadas.
Éxodc^ — cap. IIV— r. 40 i —
c Pharaó vos perseguirá, e eu $érei gtorifiúado pela
K sua destruição. »
Idêm~cap. XXIX— t. 43: —
« Do tabernáculo eu darei as minhas ordens aos fi-
• lhos debrael . e o altar será sanctífícado paraami-
« 11^ gloria, »
. LêvitUo — eap, JT-^r. 3: —
- « Moisés diese a Aarão : eis o que o Senhor fblloa :
« eu serei sanctificado nos que se chegam para mim,
« e Serei glcti/itudo perante o povo todo. »
Meti — eap. li — v. 30 : —
. «Agora disse o Senhor: — Eu mndei de resolução
« e não cumprirei o que havia promettido á vossa ca-
« «a , porque só a quêm fHe glorifica , glorifico eu , e
« os que me despresam , ficarão no opprobrio. »
fdem -t- eap, W-^ «. 5 : —
« Dareii gloria ao Deus de Israel para obterd es, que
« levante a sua mão de sobre vós* »
. idem — eap. Vil — ». â6 : —
c Cumpri, Deus meu, o que promettesteá , para
« que te magnifique e repita o vosso nome parti todo
• o sempre. »
Paralipomenei — Livro I — r(tp. XVI — t^. 9 e
10:—
« Em honra d*tlU cantae e tocae , narrae todos os
« seus portentos. »
c Louti^e o seu nome sancto e alegrete o coração
« dos, que buscam ao senhor. "»
Id9m-^lÁv. II— cap. XXIX— v. 31 :^
€ Eiechfas disse : fizestes oiTertas com mão larga ao
€ Senhor > vinde e trazei^he agora victimas e Umvo»
« re$. »
Ftalmo XVIII: —
. « Os céus narram a gloria de Deus >e o sen firma-
• mento annoncia as suas obtas. »
idem XXVIII :^
' c àprneniae ao Senhor gloria $ honra : apretentae
ao SeDbor a gloria do seu nome. Adorae ao Senhor
no seu átrio santo. »
Jdem XXXIII— r. 3 : —
. « Magnificai ao Senhor comigo e êatalUmoê a nome
• 4 'alie para iao metmo. »
Idem LXIX—v. â: —
• Exultem e alegrem^se «em ti todos os que te bns-
« cam , e digam sempre : magn^eado »efa o Senhor. »
lêm l^XI>^v. 18:-i-
« Todas as gentes engrandecerão a Deus. »
. idemCIII^r. li —
' m Beméue 6 minha alm» ao^enhor, porqne oSenhor
« men Btws «f ^ngrandetoa moito no que hk feito. »
idem LXf^v. t: —
« Alvoroça-te de jnbilo, ó terra toda: cantae hyn.
« nos ao seu nome. I>ae gloria á sua virtude. »
Idem Cl — V. 19: —
u Escrevam-se estas coisas para á geração que lia«
« de ¥ir : e o povo de então louvará ao Senhor. » '
Eeelemaitito — Cap. XLII*^, r. 17 : —
« ;Não fez o Senhor, com que os Sanctos narrassett
« todas as suas <maravílhas , as quaes elle coufirmou
« para sua própria gloria ! »
Idem -^ cap. JI///— r. 32: —
u Qlorificae ao Senhor quanto poderdes e ficareis
« sempre áquem dos séus louvores. •
Sapiência : — cap. XfX — t?. 9 : —
« Folgaram como corseis em p«i$to abundante, t
a como cordeiros saltaram, ^^ratt(fe<ren<l(M»,óSeDhor,
« pelos teres livrado. »
Isaías ^^ eap. XLIX — v. 3: —
ff Israel , o servo meu és tu , pelo qué , em ti w»
ff hei^àe gloriar. »
Idem — cap. LV.—v. 19: —
« Saireis alegres da escravidão e ireis caminhando
ff em paz: os montes e os oiteiros cantot^o na vossa
tf presença o kíeu louvor e as arvores appla adirão. »
Idem — cap. LXIII — t. 7: —
ff Eu eaniatei os louvores do Senhor por todos os
a benefícios que elle fez á caza de Israel. »
Idem — cap. XII — r>. 5: —
« Cantae ao Senhor porque elle operou magnlilcen-
« cias; e annunciae isto a teda a terra.
Jeremias — cap. XII f — v. 16 í
mDae ao Senhor vosso Deus ^oria antes qneanoite*
ff ça , e antes que os vossos pés tropecem nos montes
ff caliginosos. »
Idem ■*— cap. XIII — v. 11: —
ff Eu tinha tomado estreitamente a mim as famílias
ff de Israel e Judá, para serem o meu povo, para se*
ff rem o meu lowxfr e â minha gloria e elles não ma
ff ouviram, n
Exechiei — eap. XXXIX — 1>; 13: —
ff O dia em que eu assignalar a minha gloria pelo
ff e^icio de seus inimigos, ficar-lhes4ia sendo fes-
ff tival. »
Daniel — cap. III — v. 51: —
« Os três meninos quasi por uma só bocca louva^
ff vam , glorificavam , e bemdiziam a Deus. »
Idem — » — V. 57: — . t.
« Obras todas do Senhor hemáixei ao Senhor* >
Malachias^-^eap. I — v. 6: —
ff Todos os filhos honram a seus pães : todos os ser»
ff vos a sens senhores : 2 ora se eu tfoa o vosso Senhor
ff e pae , porque monegaas^honra^qsh me é devidvT
«isto dis o Senhor Deus dos Exércitos. »• *
S. Math9us—eap. Xf—v. 8* : —
' ff AdmiravanHse ^s turtnis, vendo qne osnandosfal-
ff lavam ; os €0io6 andavam ; os cegos viam ; e todos
ff engranâeeiam ao Deus de Israel. »
S. Lueas-^cap. XVIi—v. IS:*—
« Não se achou quem voltasse o desêe gkiria a Deus
ff senão este estrangeiro. »
' léem-^cap. /.^-u. 46:— •
ff E dis Maria : magnifica ã minha alma ao Senhor. «
Idem — cop. V — v, 28: —
« E o paralylico de repente, levantando-st em pre^
« sença da turba , pogon na sua cama, • com elUM
1 foi para tua aasai maçnifieanáo -•^Be^. o
I
REVISTA. UNIVEaEtôÀL LISBONENSE.
315
« E de todd8'«« «j>odcroii o assombro e* egaalmen-
« te magnificavam a Deus, «
Idem^cap. Vlí^t. Í6: —
« De todos se apossou o tétnor ^Íoá<ts magnilteavam
< ao Senhor díiendo; — á fé que mui grande prophe-
it ta >é o que entre nés appareceu, «
S. Joào — cap. F//— ». 18: —
' « Aquelle, qiie fallA por si mesmo e oSo da parte de
« Deus, proeura a sua própria gloria; mas o que pro^
tr cura a gloria d'aquelle, que o enviou esse é veraz,
« e n*e]Ie não ha injustiça. «
Âeia dó8 Àp09tolo8^-^cap. X — v. 46: —
« Porque o povo intendia aos apostdos, que falla-
M vam diversas línguas; exaltava a Deus. «
ídem~eap. XL^v, i8:— ^
' « Ghrifiearath a Deus dizendo : -^ portanto Deus eon-
« cedeu ás gentes a penitencia para lhes dar a sal-
« vario. « ' '
• Jâem-^úap. TíX-^ff. 17'; —
« Caía o temor sobre todos elles^ é era magnificado
y» o nome 4o Senhor, Jesus. «
S^ Paulo aos Romanos — eap I — v, 21 : -i—'
c Coino depois de o haverem conhecido pot Deus o
H nao mai/m/fraram/ estra via ram-se na vaidade de seus
« discursos, e seti insipiente coração Sé lobscurc-
*« ceu. <í
Jdem — êap.V — 1?.20; —
" tf' AbrÀham nem por momento^ descoilfiou de que
« as divinas proinessas Tossem infailfivéís ; mas con-
€ firmoií-se na fé, dando gloria a l)eus. «
Tdem^-cap. IX — r. 2â e ^3: —
« Quem se pode quèiiarsé Deus querendo mostrar
« a sua justa chólera, e dará conhecer a sua potencia
« sofTre com muita paciência a estes tasos de ira tão
% merecedores de ser quebrados.
« Afim de melhor ostentar asriquezes da siia gloria
m em vasoá' demisericordia, que elle predestinou para
« gloria sua. «
S. Paulo aos Corinthios — Epistola J-^cap. Tl —
« Fostes comprado por um preço grande : glorificae
« a Deus. «
Idem-T-Epist. Il^^cap.IX — ». 13;-— .
.< « Pela provação d 'este nosso ministério, g\orificae a
« Deus com a vosaa obediente confissão. «
Id0iA ao$ «pAMof — cap, I — v. O ; -^
m Louvor e gloria sejam dados á graça , por via
^ da qual nos tornou agradáveis a seu filho <|ilecto. «
Idem aos philipenses — eap, í — r. 1 1 ; -.-
« Repletos dos fructos da justiça por Jesu Christo
« para louvor t gloria de Deus»
S. Psdro.-^ fjpúl, / — eap. II^^v. 12;^-
m Havei-TOf entre os gentios com pureza -è saD<^ti-
« dade, para qilé em logar de elles murmurarem de
« vós , como dfe homená maus , as boas obras » ^ue
m TOS virem fozer, os inclinem a dar gloria ai Deus* «
Apocalipêt^^cap. XI — r. 13:--
« E no terremoto da cidade morreram aepte mil
« pessoano as restantes ficaram espavoridas e 'dérêm
a gloria ao Deus do céu. «
Jdem — eap. XV — «. 4; —
Quem se não estremecerá de ti, i lienhór^iguem
Hib engrandecerá o leu Dome?
« E os homens ser.ep^c^canv Orrevolver com exiraor-
« dinario l)olício , eblaspbemar/im o nome d'aquelie
« Senhor , que tem poder sobre taes pragas, e não fl-
ct zeram penitencia afim de lhe darem gloria. « /
Idem — eap. XIX — t». 7;-— . .
. « Folguemos, exultemos, e demos gloria aelle,
« porque chegaram as núpcias dó cordeiro e a iAk
« noiva se preparou para o reéèbeTíW * ' "
Estamos cançados de iranscreVcr; e mas iiem.ader«
cima parte aproveiiámos^ do que nos Livros Sanctosse
nos deparava para confirmação, de que não é insensa-
tez, estupidez , nem orgulho ò crer que as obras da
creatnra não sabemos como, e entre elhis; as da ora-
ção, podem redundar em gloria do Creador senão ven-
dado muito certa, muito indubitável e muito catbo^
Uca.
Cerraremos ^está parle da nossa argumeatagio , ái"
zendo que a estas mesmas idéas se conformou a egrer
Janas preces do seu uso quotidiano. Todo o brefia-
rio e todo o missal poderiam ser trazidos para aqui
como documentos ; mas basta-nos recordar o que no
sancto sacrificio, ouvimos todos os dias. — « Dé-se
gloria ao Padre, ao Filho e ao Espirito Sancto.» .
. « Orae meus- irmãos --diz o sacerdote, ao que umt
voz, como répcesentante docdro dos fieis, IherespDUr
de: — receba o Senhor o sacriOcio das vossas mãos»
para louvor e gloria do seu nome e para utilidade &os«
sa também e de toda a sua saneia egrçja. «
Averiguado que nem a scienitia de. Deus, Qem a
Sfua bondade» nem a sua suprema independência^
contrariam o podermos obter d'elle o que lhe .pedir-
mos na oração , visto como a oração é uma coi^a tor
Malmente diversa , nos seus fundamentos ç circums--
tancias , dos requerimentos r que aos homens fazen\of
pois que se os requerimentos presuppoem defeitos »
a oração pelo contrario , assenta era perfeições.—- ve^
nhamos já a fallar propriamente da oração do chrisíãOt
isto é da oração tal como Jesu Christo a instituiu.
Continuar-se-ha. i
VARIEDADE
COMMEMORAÇÕES.
O PABaOBULO OS OOIVB&A.
18 DB nVBRftlKO.
S680 AiNOA hoje vãa os representantes da anUga
cérle de t^ortugal , a formosa Coimbra, apresentar aia
sumptuoso templo do cenóbio de Sakicta Cruz as suai
homenagens a um vario t[tte abi jaz , finado ba maia
de seis séculos. ' : i
Foi este o primeiro prior da caza, S. Tfaeoloi>io#
t>amígb, ò conselheiro, o protegido e protector do
glorioso primeiro irei de Portugal. ■ .»
Na meíima caza descançam ambos « como dois ir^
mios, que depois de um dia de abrazadae. copiosa
t;eifa ae recolheram adormtr sob o tecto paterno. Am<>
bos efaristianissimos e sanetos , combateram com at
armas da oração e^com a espada para nos èaverem re*^
demida do poder doa RM^tros, esta boa terra, cujos ber«
deiros somos , e á qual , pela inlercessão d*!aquèllea
aeos dois campeões > boje do céu laureados , depoia
de . o terem siida • Ba. terra , Beoa restitua melboradatf
os dias da antiga união e.pHM^eridadé^' ' - • i
j
visra
REVISTA U?íiyi5R9AI/ íFJSB05í«T*^lSi
ROTICia
A Rmstà Univerml Lisbonense -^ eontítmãn-
do a publicar-se dura fite a suspeiwíH) das ga-
xantò — por se achar -;^como jornal scien-
TiFico E LiTTBRARib — na cxccpçào da, Iqi dq 6
do corraite , — intende -*- que traíiscreveodo. as
noticias' do Diarió do Governo ^ (per estrangei-
ras quer nac.íonaes , — ^ sem lhes accreÉcentar re-
fiexào a/5'íwâ„.,—;nao. assume cliaraçler politico
por que se baja de vedar a sua pubUcaçio.
' .'• : ■ •■ í- •- -rt- '■:;• • • ;• .■'. i ,• ' ••
ESTRANGEIRAS
^2681 Inglaterra. — As foihas inglezas aloanóam
até 31 do passado. . v
- ' Esperava-sc que S. lí, a rainha assistisse a aberta^-'
ta do parlamento qoe devia vorificar^se a 1 de fevo-
reirò ; ^ que* segundo é v6z publica ; tem de ooaa-
Jiar-se dcassumptos de grareimportafitia^ . . :
O processo de 0'CoAn«Il .èõíilinua enf.Dublin, e;.
t<yftíon-se notável pelo bri^hante/dtscurso de Mr. Sheil,
advijgado do- accusado. João CConnell. Esto discursa,
que occiípa onze coluronas nos jornae» ^' é reputado
petèS ' próprios adversários dos repealers uma vaHosa
• hábil defeza» asseverando alguns que nunca .^ desde
á époba de Ounom eGrattun, se owriu dissertação tão
profunda. :0 advogado arrebatou por yetet a «ssem*
biéa . e contra o costume dos tribunae^ inglezes • pro^-
Vocòo os applaosos. do banco:d4)9 jurado». . > <.
FraHça'. — A camará' dos deputados havia approva^
do o projecto de resposta ao discuvsQ do throno.
• ' O paragrapho reintivo aos> legitimiátas que /oram a
Londres foi violenta mente uoini^ti do por MM. Ledra
Rollin, Lamdrtíne eLait>chejacq«ie|ein, declarando «s*
te uHímo que esse p.iVi;idVse retícaria ^o parlameillo
no caso de ser apprbvada a expressão de stygma que
lhe é applicada. Como passou o paragrapho, os depu-
tados legitimistas retirar^iprSpJiçijnassa ; e o gover-
no ficou com 30 vptos ilb Jq|4<7Í'Í^ ^^s decisões subse-
quentes.
Prússia. — Heina descontentamento por causa das
perlcnções politicas de aVgumas*^ corporações d'aquelle
reino ; e 6 gosperno estájdiflfraito x-^reaislircii todas as
alterações que forem prematuras, e arriscadas.
'•' HisPAif ha. ^n- Foram presos em Madrid ifs Srs. Cor-
tinas, Madoz. (JD.;. Pascnal) , Garníca, Garrido;, Otã,
Verdá yx^Betiedicto. (k^nsta que o^overuo pos^ne do-
cuBientò» pelos quacs se mostram compr>omeltidoa es-
tes indivíduos n*uma conspiração contra a ordem de
çoiíasf existentes. * . » . . ,
Poi^ 4>articípa cão .offi ciai do chefe po1itico.de Uui^
cia consta que a insurreiçãa de Alicante (^ effeetua**
dá pèló ausíHo de 250 carabineiro» de infantena a 30
eavallos, eommafidados por ^D. Pantaleãd Boné ;, eq^e
se augmentott com alguns Raciona es« Quasi todo o rcr
gimento provincial de Valência -que se achava na fortt
da < mesma cidade não adherki áire^olta , e retirootae.
• t Na: capital prohiUiu-se a venda de proclamaçõetioti
•fllcioa dos sublevados ou de noticia elg,uma que prO«-
penda- a fomentar, a desobeftiehcia^ ás leis v sendo os
iníraetorea^proeisasados- cbmaooalpí«adores» segundo a
lei de 17 de abril^ d&M^dâ^. i -, j.. j
►I f ... . )
Sairam de Madrid algumas t tfii^a 3 em> direcção a
AHcanto |. en^ro as qua^s o bri|^Ate»corpo de iagc-
nheiros. ... j . ,. , ,
A 28 de janeiro hnuye vn\a sublevação, em Alican-
te deixando-se surpreender as authoridades civil e
aiilítar. O goyerno deu Jcígo as providencias oppocr
tunas para atalhar eMa reacção, fazendo marchar tro-
pas para esse ponto. O piinistro da guerra prescreve
ao capílãQ genenal do 4.''di6triclp( Valência) que lados
os chefes , ofliciaes e sargentos pertencentes ao exer-
cita,, n^i lie ia pro^ii\cial. ou nacional que toináram pa^r
te na rebelião d' Alicante ^, e qoef furem colhidos ás
mãos , sejum p9ssados pelas arm^s onde quer que se
encontrarem, ^m mais fói^a de processo alémdaidien-
tificação ()a pessoa. O vapor Isabel, 2.% ò brigus-d^
guerra Nervion, devem bloquear.o^porlo de Alicaate.
..peY<aI|ãn^ia,p^rtecipanx^^ 26, que.a facção de La-
cova e Mareei , tendo reççjxidQ algc^m reforço enl^aru
na povoação de Chéot, e roubara diversos indivíduos,
O general Villalonga e-o coronel ^frbala encarregados
fl^9. ^operjiçÕ4:% i^oMaesUrago, publicaram um baodo
fulmmando as mais severas penas a t[uem prestar aqi
rebeldes, o menor auxilio* . • ^
,. O ge^ef[a| Cla^erí^ levantou' o espado de sítio de
Saragpç;^. Determinou que todos os (^fficiacs queto-
ma,ram parte na defçza d 'essa povoação a f«^vor deEs^
partero; e que depois receberam passaportes paraour
tros pontos, e se não retiram,, sejaip capturados; no
caso de se. ei^çootrarem nas ru^s. de.ã|aragoçar • con-
íjpzidos jao .cast^jlo^ de Aljaferú. / ,
A 5 do correote deaíarou o capitão gf^neral da ^q^
daluzia em estadp.de sitio as quatrot províncias deSe-
vilha ,.. Cadiz , Córdova ,e Campo jl^ Gij^raltar ; e o
chcfç politico de Cadiz ordenpuqqe ^e eolre^á^se o
resto das armas da mílicia naciónaJ ,,^uq^çm inúmero
dê 600 ainda não haviam sido restil^id^^p.fC^m pepa^
severas coçtra i)s infractores. i . .
Em Sç.Vjilha houve filgum^s prisões» n^aj .fUi hayi^
socego, assim como nas demais povoações, 4 ej^cepção
de Carthagena^e.^Ucaote. \ , , ..
A fragata ChrisUtM saiu para bloquear AlicaBlè. ,
Diário, do. Goof mo.
VORTUOAXi.
f68f Atranquillidadr nâo «e i^çha âmda rettabelecída
eoiii))lâtaitrefate. Àg noticia* pubJicatfak útiilxt té^uinié , «m, ad-
dílamento ao"qHe«fmoi]ciánlh>A DO pi^ed^t^ numero; ' •-
Os insurj^ntet trahspoFtftfaavfle de Ti»rre^<foYaa b CastêUo-
franco ^ onde se lhes mgpgrfljrou um xlettManeiito -do o<^mll#ría
n.* 4, ,,e parte do regimento de infaateria.n.*' .IJi, do qui^
todavia diias cò'mj)anhias com o coronel recusaram adberir,
Uep.9is de sehWerem àposiado do cofre com 0:600^600 tb.
èTWefcej/lado' ocoo-râio qiie ia d* Af>ranles, partiram paraf owil,
atravessando o Tejo em direcção » Montai v3«, d^oMe ■e'a1Be-
nia terem pasáado- a Híka. O piado parece sei^,> ika Isentarem
escAfar ás f<H'^siqv« lOs p^aeguem,, avaaçi^ido ^p^ra '0,AI*
|:arY^^ 9M.qua^ fostvarcm a iai£v,hia{](an))ul2iy p^rn se tras-
ladarem para a naçfto vísiuha ,. no caso de ^ecensidade.
Atá á data de hoje, teem dado perfeito soçege àt comina
AicaçOes tfeleg^apMcâs , quéitcem checado d^ A tíràntes, Sánti^
rem , Extremos , Btrás , Évora , ' Béjâ ,* Portttlrégre y Faro ,
Ootrda, Viseu, Viaiina, Furto,* Aveih'«vC)oii*bra^ l»eiria,
P.femjei^etc. « .
A columna, commandada pelo J^arSo de .l^e^ia , que «aia
d*e8ta capital , entrou no dia U2' çm AWfintea , d^onde deve
proseruir Sobre os, revoltosos. Tanibem peta iiíÁ {>ar(é a força
íftfè^^&avà tm'ÈxÍTmúòi'\i í^orfatí^yre ntarchvm' no dia 11' sa-
bre Monforte. Outra columna 4tHicik de Chvvea e Vttla Real;
por ordva de Visconde dt-Tiàha»»- aa «irw^fto -a-Xd^f^a.
REVISTA UJVIVÈRSÁL USBOiSElVSÈ.
317
Dii-«e qne na Guarda se rerollaraoi uns cem homens , qnc
ml li se «cbaTâm.
Fulla-sc em que o Duque Ha Terceira se porá & frente do
exercito , bem eomo em quç app.Arcccrá incessantemenle uma
(iomplela organisaçilo ile uma cuJumiia de operu^^Oes n^esta ca-
pital, a quai se tem con8taotempnle.con^rvad(> em perCçilo
socego , procedcndo-se . como proridoncia de precaução, a re-
colher Iodas as armas da ^larda nacional, que ainda andavam
espalhadas. ■ ' '
A0T08 OTFICXASS.
Í683 Diário do Governe tte l do corrente/ — Portaria: con-
forme úlci nílo SC podem obrigar o» reeleitos a servirem côn-
tna su» vontade. Ouira providenciando sobre falta de vereado*
res na camará monieipal de Casteilo-BraBCo. Venda d« beat
nacionaes.
Idem de 3. — Ordem do exercito n." 3 de iB9 de janeiro de
1844. Dofpezas úo mÍQÍs<erio da marinha era novembro de
)843 — 59r465|;569 reis.
Idem de 5. — Portaria ciando providencias sobre aílri-
bui^Scs dos concelhos admiuistralivos. Outra explicando di-
versos passos da lei sobre sei los c diplomas. Outra que os
enifiregados do correio nSo s&o obrigados a serem jurados» Ou-
tra f{ue os orçamentos das camarás municipars devem ser cal-
ealados como os do estado , de julho a flui de junho do anno
srguinle. Outra mandando processar sem perda de tempo as
fuibas do primeiro quartel d*este anno ás classes. inactivas^ Ven-
da de furos e p^nsòes.
Idem de 6. — Foi presente a Sua Magestade a Rainha ^ *
conta do Bibliothccar^o m<Sr da Bibliotheca nucional de Usboa
fobre as iiicrcpa^des , que lho fax a imprensa periodira , de
liaver comprado , sem necessidade do serviço , uma por<;ílo de
f>apet por preço chiplo áo seu valor, e de ter feito ajustes e
eonlractos para collocar , com proveito d*elle, alguns indiri-
dqos das classes inacltva» fia sirnaçao de receberem tíotho efle-
elivoa^ sob pretexto d^r utilidade da Bibliotbeca. •Etendo-aeve-
riGcado, i)elo escrupulosa exaipe, doa. documentos, juntos á
átencionada conta , que similluinfes acçusaçSes sj&o. coropieta-
inente tàt$aÈ e calumniosas: Maiida a mesma Augusía Senhora,
pela Secretaria d*£stado dos negocies tlò reino, declarar ae
dito bibiiothecario , para sua íntélligencia e satisfação, que,
pela legnlif adif^dos actos da aduilntsTraçftn' a '^u 7argo , con-
tJnóa ^ Nicrtc^r ainHúra oonfian^do govtrsa ; Esperando i)ue
çUe continHará egjualmenla.a salisíaaer aos seus deveres, abem
do serviço pinico, com o sen costumado xélo e .probidade.
PUigO das Necessidades , cm 5 de fcvereWo de 1844.;— %/^ii<«nio
Bernardo da Costa Cabral. Portaria ap provando áproposla de
dose mil pipas de TÍnho^para a exportação da Europa^ e mais
providencias sobre este objecto.
Ident de 7. — Carta de let suspendendo por €0 dias as.ga»
ranlias indíviduaes (vcja-sc o arligo- $666). O^dam. do Exerctr
lo n.'*«4 de 5 de fevereiro de 1844. Venda e ren^ssSo de fo-
ros c pensões.
Iffem rfe 8. — Proclamação. } — Portngueiesf Uma facçSò com-
posta dé individuo» descontentes , e que unicamente aspiram a
pronsofveff interesses par ticulai-er, atanlia, desgraçadameitte , dé
lesABtar a bandeira da rebeliiio , proclamando Iraiçoeiramente
a Carta e a. Uainba , quando os seus Gns se tlirigem.a derribar
o throno , e o palladio dVIle que é a Curta Cone(ituciona),..
£slé grito, que os revoltosos levantam, é uma. homenagem
invohiDtAria , que prestam á memoria do Libertador da nação
|k»rtiigiieza , pbl» que reconhecem doesta maneira a adhesfto
nacioaal i» iUstituii^des vigentes , e reputam nSo .poder derri-
bal-as sendo pela .perfídia , e pelo engano.
Os ogani festos d*esta lacç&o consistem em uma s4rie d^accu-
ãmtfitis contra o governo» fantásticas, e infundadas, porque nito
recvufm Sobre Éiclos pralicadus, mas sobre intenções, que
irrafffUameate se lhe attribuem sem fundgmealo algum, de ves-
dadc.
* O» mafesi^ que á nnjçXo êolttc-^ alguns dbs qtiacs sSío coiiFe-
queo^ttkM Irisies.,. ma» ísdispensureis das agsiaçses palitisaa,.
que fhar tantos annus tem soíTf ido , longe de diminuírem , oAo
|>o(iein seoHo tomar um novo inercmento com nov;|S revoluções.
O luelb >ruinento , de que se carece em Purtugal , é um me*
Jbt}ranic*ofo pnciflco, lento, e buccessivo, que nperfl'içoe a
«dtniolaCrsiçBo interna do pais , que promova a sua prosperi-
dade', que estabeleça » edrcarSo publica sobre as bases da
relígtftn , e da moral., qnc tracle de crganisar a fazenda pti-
blica , diminuindo nt encargos do estado » e provendo pelo»
meios mais adquados ao seu desempenho. Estes beneíknot «v
podem ser fructu iU\ pa;(, da CKlabilidade, das di»russuef par-
lamentares, e (fa ci>operat;Jto de uma imprensa bem íntencicnarla.
Pelo contrario , intentar curar os nrssos males por mofo de
rebelliões , e de agilaí,ftí< politicas, é asgraval-os; é applícar
um remédio peior do que o mal. Mas inútil é fallar a lingua-
gem da ras&o aos que unicamente ^Ho movidos por paixões raik>
corosas, o por inlcres^i-s íjidividuaes.
Tal alo 4, nem felizmente o pôde ser, a di^posirao da
m.Moria da nação porlugucza , e8.«eneia1mf'nte afTtMçonda ao
tlirODO , e declditia a manter a Carta Constitucional. Na sua
lealdade, na sua razão, e na experiência já adqtdrida, con-
fio inteiramente , corta de que resistirá ás decepções, com qua
a pretendem illudtr.
EgualmcDte confio na disciplina, c no bom espírito do exer-
cito fiel, ao qual os revoltosos temeruijamenle ousnm din*rir-
se, e cujo comportamento lhes dará a resposta mais cabal ,
defendendo, como é do seu dever, o throno, e as instituições
palria» , que com tanta gloria , c á susta de tio nobres esforw
ços já fe^ triumphar aa renhida Incta qtie sindeotou debaixo
das ordena de meu Augusto Pae y de saudosa meiaoria.
, Porluguez(.*s! Lastimo que um pequeno numero do indivíduos
de t&u valoroso e leal excreitti se deixasse íncuutameote arras-
tar a perturbar o socego do paíz; esta crise porém será brcve^
e' o seu remate feliz , se , como espf»ro , fazcnílo realçar as
qualidades , que distinguem a nação portuguesa , apresentar o
trinmpho da ordem , a puniçXo dos instigadores, e :» real in-
dulgência, .que punra faltará a favor uos iiludidos, que, ar-
rependcndo-se dos ík;us crimes, voltarem prumj)tii:meuto á obe-
diência das Leis. Pa^o das Necessidades , em sele de fevcreirt»
de mil oitocentos quarenta e quatro. — Kninha. — Duque da
Tèreeira. Purtarin maalando que os géneros para c< nsurao d.'is
tropas sejam isentos de impostos mnntcrpnes. Ordem do exer-
cito n." 6. de 7 do fevereié-o de 1844. Portaria exigindo dó
govqi;aador de. Angola icifofmsçK^s semestre*. Avii^» maculando
abrir o pagamento de joeiro ás cla>sus inactiva».
Idem de 9. — Aviso de que p beija mào do dia IO do cor-
rente devia de ser pela uma' hora da tarde no palácio dnjt,Ne>
céssidades. A cdrte deita lucto pôr qurnzc dias pela morte da
in/Mnte de Híspanha , O. Lviza Carlohè, Decretos demiti indo
do seu posto, o coronel , António Cexiir de Vasconcellos Cor^
réa , s do teu pdsto c dologar de lente >de Economia Politica^
o capitão de artílheria,, José Enlevam Coelho de Maga Ilides ,
por levantarem o grito da revolta em Torres Novas, seduziu.-
do parte do regimento de cavallaria n.** 4. Venda de bens na-
cionaes\ Resumo das vendas e rcmiteÕcs de foros e pensões de
julho a desembro de 1843 hm todo o reino, tíSMO^tíBò réisi
VaBn&ITAS AMAZOXTAff.
(Carta.)
2684 HAtEimo ira ^«dmínistração d*csle concelfio
uma ordem do governador crvil , para ser preso um
tal Clemente Lu i« , qtté' reside rio logar da :4/^uetra ,
prokimo ao Cabo da Hõta ^ o administrftctor mandou
captural-o na madrugada d« 6 do corrente-; e sendo
bem comcçndar a dHigóncie , porqu« havia gente ar^
mada siiílici«nt^, para lhe cercarem a caza , aonde
chegaram ainda dê' neile : e , conhecendò-se que elie-
estava em casa , quando amanheceu ; drsse*lbe o com-
mandante da dilrgencía , que abrisse a porta ; e, res*
pendendo — qne esperassem: chegou á jandl» a pedir
soccorro s-nns, seus três parentes, que se achavam «
pequena distancia , es qiines responderam — que não
abrisse a pdria , porque cMes fariam por* saWal-o da»
mios da justiça; dido i^te, foi tal e cbnveiro de pe*
dras grossas dirvgidas pelos taes tretf, e por uma muU
|tidao de mulhefbs , que se reuniram , quo desalojan-
}do a gente armada , a diligencia se tornou denonhnfn
\ èffcítd,))orqiu«nto o qu^ e2J!é& jttl^av^m já iem segu»
818
JIEYISTA UNIVEUSAL LISBONENSE*
srrwt.
10, pode cvadir-se por uma jancUa ; as li^es muUic-
liubHS de faca e calháo espancaram doze hfMnons ar-
ruados de fortes cajados c espingardas ; estes bem que-
riam correr sobre o fugitivo, mas aquellasscmctteram
de permeio , com tal valor e decisão , que não pôde
ser apanhado. O resultiido d*esta escaramuça foi o fi-
car conluso uo) dos emprogados na diligencia , uma
c]a5 destemidas mulheres ferida levemente, e uma ver-
gonhosissima assuada d 'estas atraz dos vencidos*' Es-
tão já mctlidos em processo ospríncipacscqbeçasd^es^
te atlcntado , para serem devidamenie castigados! Por
jijchar curioso este desembaraço feminil, Umo.a líber-
iliide de relatar este caso.
Sou «ic.
8 de fererciro 18H. *
MOZBA FAXiSA.
2GS5 DisscoBjRiu-sE ha^ dias uma fabrica de dinhei-
ro falso, estabelecida na freguczia da Arada «, conce-
lho de Ovar; scodo assaltada pelo administrador do
concelho se encontrou um óptimo balanceiro» cyltudro;
f^tc. ; encontrou-se também uma grande porcao de
moeda decimal , apenas sarrilhada , e ainda por for-
rar e cunhar , e pezos hispanhocs. Importava em al-
guns contos de réis. A fabrica era eip um. subterrâ-
neo de umas casas bn pottço construídas pelo dooo
d'clla , por cujo sobrinho fut descoberta á hora da
morte; trabalhavam sessenta operários , e o cylindro
empregava 20 homens. Estão implicados n*esta cri-
niínosa emprcza algumas pessoas que gosavam decre*
dito. Constando que outros sujeitos de Viila Nova de
<jaya« cor respond ratei d*esta fabrica* se acharam im-
plicados n'estc negocio « foram buscados ha segunda
feira pelo Sr. Authero, mas na véspera tinham fugido,
lançando pela janella grande porção de notas &lsas
brazileiras de 2 a 5 mil réis. Estas nqtas , dizem »
terem grassado no Brazil, e quasi eifecluado a quelM-a
do banco do Maranhão. .
€onsta-no8 também que «o R4o do Janeiro f<)í des*
coberto dentro demçíapipa.devinbo^ que ia do Porto,
uma lata com grandes porções de notas falsas ; em
consequência se tinham feito pesquisas judiciaes. que
ínvçhviam vários portuguezct . alli estabelecidas; «
d*ahi resultou prejuizo ao nosso coromcrcio , porque
iam ser revi^tatjas com m<|is rigor Membtrcações por-
tuguesas.
Periódico doi Póbre$ no Porto 4^ 20- do pas4adOé
i"
JUSTA DECISÃO 9J( UM;.Jim.T«
3686 A MtxuEB , que , no artigo 1703, disiemo6
baver lançado de uma janella , no bairro de Alfama ,
um recem-nascido^ que ella aflTirmaya ter parido mor-»
\Q , preza desde esse dia , 12 de maio do 1843 , foi
julgada no tribunal da Doa-Iiora no dia 7 do correnr
te. O advogado, que foi o Sr. António Gil p por im-
possibilidade áoSv.IIoltreman, provou, por modo. que
^eixou a todos convencidos, que o feto saíra morto ,
f portanto o crime de infanticidio desapparecia.
A eloquência do defensor foi sobremaneira ajudada
pela presença da accusada. £* esta muito mocinha e
viçosa , respirando modéstia em todos seus meneios, o
palavras; o, com uma tão clara expressão de bonda-
de no semblante , que, olhando-a , em amores se po-
deria bem. acreditar , mas não^ om crimes. ,
^ J4rj« Vl^^titiiie r A.li^U^u inaoccott ; o. el{a. «aíu
solta , absolvida , contente e acompanhada da geral
estima. Nunca tão apreciável como quando» cm laci
batalhas I se conquista.
8VZC1DXO.
2687 Ux conhecido, e bem reputado, negociante
d'csta cidade « sentindo t— segundo di^rm — a sua
fortuna em grande desconcerto e horrorisado doqu«
no futuro se lhe representava , concebeu o desiguio
de 30 Ifce esquivar — jtpor onde? — pela sepultara.
No ultimo sabbado de tarde foi passear pára o cemi-
tério dos Prazeres, d*onde se recolheu já envenenado
per sua. mão. .Sisa esposa , sobre«aJtada com o modo
porque o viu entrar, com a moKe impressa no scm^
blante , manda chamar a toda a prossa o medico.
— E' inútil — lhe diz o desgraçado. — O remcdio
para todos 09 meus males já o eu tomei.
Quando cbqgou o doetor encontrou um cadáver.
^.. Domingo 11 , o cemitério dos Praxeret o tornoa
a receber para nnaca mais o dcmittir de si.
íDeus íuíxhA mi^fericordia com a alma do alienado!
2688 Nos principios d'estemei, um alferes d«
tnfanteria n.^ 1 , vestiu o seu uniforme pequeno , to*
roou no quartel uma espingarda , carregou-a , encos-
tou o ouvido sobre ella , desfechou-a com o bico do
pé , é caiu iustautaneainenle com a cabeça feita pe«
daços. . .
Esto crimo teai dado em que pensar. O alferes era
mancebo , gosava de boa saúde , tinha om génio jo-'
vial ; e uns trinta mil réis em dinheiro , que se lhe
acharam enlré o seu espolio, dão a intender, que não
laborava em extremos apuros p^ecuniarios.
Vma TWLA9VCÇÃO 0&ZOZWA&.
2689 DsLiciiiio-ifog em examinar o mais de espa-
ço , qne nos consentiram nossas muitas e mui aper-
tadas obHgações , 9 traducção recémvinda a lume da
— ANNA DE <;EIÊUS1EíN , de Waller ScoU^ pelo
Sr. A* .^- ftAXALKO E Sousa — quatro voíumeM emoita-
<?o. — E sem que nos influissem preocupações deamt^
Uíúé antiga e inabalaTel , sentimento bem cabido em
toda a parte menos (quanto a nós) em julgamentos lit-
terarios, com perfeita pas da consciência, a saudá-
mos, por TBAPUCÇÂO ORIGINAL.
. Ani^UBciando no artigo 266 outro romance do mesmo
aiKUoffv peia mesma incançavel penna passado para vul-
gar, dissemos comamosma verdade inteira, que honra
a quem a diz é a quem a recebe, que desejávamos qtie
o Sr. Ramalho — « provasse a mão n'um diverso systc-
« ma de traduzir; experimentando na sua Ávma de
« Geier$te\n umpouco mais de liberdade nas formas da
« elocução. Bem possue eile — accrescentavamos nós
« então — segundo nol-o tem mostrado , sobejo cabe-
« dai da pátria lingua para nos involver toda aqucfla
« substancia ingleza nos nossos modos de oxprimii* e
« pensar, que são os que verdadeiramente dão a uma
a qualquer leitura o maior sabor e conchego. »
Quando aquillo púnhamos , bem sabíamos nós com
quem o havíamos. Veio o êxito dar publico tcstima«
nho da bondade do nosso pensamento.
Saiu o presente romance tão pontualmente intendi-
do e, trasladado, oomo os trçs precedentes ». fvanhoe\
Quintiwf f^rward ^ii^cnií(co;-4A,e podendo, ainda cpjn^.
REVISTA UISIVÉRSAL LISBONENSE»
319
ellcs S€rTÍr de exercício pratico aos ínglczcsno estudo
do porlugucs on aosportirgncícs noe«ludo do^ínglez:
mas nolavelmeDlc mais livre nas formulas^ accidcnlaes
e indifferentcs e mais achegado ainda á nossa vcrna-
culidnde.
' Nós qxie nos podemos prexar de conhecer os grandes
cabedacs lillerarios do Sr, Ramalho e a sua probida-
de, verdadeiramente de outras eras, e tal que nem em
pontinhos de linguagem se poderá nunca desmentir —
afoitamente dizemos — que no muito que ha para lo o«-
Tar e agradecer n*éstcs seus trabalhos , já caros ao:
presente c que mais caros serão ainda á posteridade ,
grande particulíirisação merece o esforço, corn qnc
ftiibmctlc, dfe- contínuo, a sua própria liltcralura ádo
aen auclor , c se abstém de o carregar, como tao fa-
oil lhe seríà , de galas e joiass que um sisudo e in-
dcfesso estudo da nossas língua lhe tem accumulado;
e qtie um amor proprtò, bem dè»culpav«li nuiitas vc-
jícs ha-dc tcntal-o a' cmprcgafr. Xão , o Sr.. Ramalho,
o essa c quanto a nós a maior prov<i da sua opulên-
cia , dá sempre cm portuguez estreme, claro e techni-
oo a idca , qualquer qucseja.doseu original ;-cn' is-
so pára; resistindo virtuosamente á anciã de ostentar
outros méritos, só porque vé incompatibilidade onlre
eltcs' e o de traductorw
Quanto. ao romance emsíínrcsmo', sabem totfbs —
que é este um dos mais interessantes do rei dos no-
v^lHstns modernos: n'elle s« reúne o exueto conheci*
inento histórico do personagens memoráveis, e omara-
TÍihoso mais seductor dentro cfós raias do pos«iveK do
\'crosimti e até do certo. .Ficamos-oonhecendo a Sõissa^.
a Boigonha c a Inghitcrra ; os obscurec Ctncinatoshei-
bélicos ^ o terrivd Garlos timerarÍQ-f a^ desgraçada' e
sublime Margarida deAnjoUi.e.o coroado Ahacreontl!»
o yi Renato ; c ao mesmo tempo, um interesse n»«is
{iode roso , que o das mil e uma noiíês , nos é iafundi-
do c conservado até ao l$m> pelo saneio Vehnae, — esse
tenebroso » ás vezes eosanguentado ber^^p dã,RK)dema
ihaçonarià , — e pelo mysterioso character de Ânira ,
ftrlas preoecupações que a -fazem ter por um .ente de
e«pccte única, 6 pelas admifaveifttudkçoea. acercada
sua origem, sobrenatural.
Os applicados e ós só divertidos , .egualment^ sa^
carão proveito d*esta leitura : è a historia , sem per-
der o seir character , * brincada no romance e ajpren-
dida sem enfado; é a tão formosa e esquecida lingua
portuguesa rcsuscifada e enthronisada no logar mes-
no , onde a fizeraiiè sofTter' martyriõ , — ^na nop^rensa
da traducrio.
Úm li^ro, feito eom a scieneia-e consciência v con
que este o foi , e cob^ que a serão todos os qoe se
rccoranundarem pelo nome do Sr.. Ramalho ,. valer-
nos-ha dè» imíito no tribunal' dos nossos netos :- com
ei\e SC descontarão cíncocnta d*^ésses brochados cscan<*
dalos e parvoíces, com que sob^o pseudonymo de ver-
sões « de todas as partes e todos os- d rais se estão im--.
p^inemcnte-apodrejandA a n>oral4 a 1 literatura , a lin-
guagem , o^•s«nso commum ,.. as bolsas Os a p^aciència
dos leitores*
irSTXOIBXO.
2Ç90 Transcrevvmos.da (ra;;cí<i. mfdtVa^ jornal^dó
Porto » ó seguinte :
«flsi aqui, n*éstá cidade nmas rauRàcrcs qué se di-
tcrtcm c levam a sua vida em a^sassina^ Creancinhas
no ventre das mães ! ! ! ! Ra muito que so isto sa-^
be; sabem^no asauctoridadcs, sabe-o toda agente : es-
sas filhas do inferno , diabos com cara humana , por
ahi andam misturadas comnosco ; a casa infame ondo
ellas moram, sabe-se que é na rua tal, numero tan-
tos: eném se arrazsi essa casa, nem as furí.is são pen-
duradas d*mna forca, nem esganadas, como ellas es-
ganam os ínnocentínlios ; nem os seus corpos são es-
quartejados c lançados aos cães , aos monstros e ás
cloacas, como cilas esquartejam c arremessam os das
soas víctimas ! ! Esta tolerância , ou porventura con^^
nivencia, alguma razão ha-flc ter; quo eu não creio^ .
em eíTcilos sem causas — as auctoridadcs a alguma:
coisa SC bão-de apegar , para declinarem a criminosa
cumplicidade, que aliás sobre cilas pesa. E apcga-
rãm-sc com «ffcito ; se a ancora flrmc, ou a tanchão»
frágil e podre,, não o direi eu: di-lo-hão, á vista do-
que lhes eu eiposcr , os leitores- sisudos* c conseieu-
ciósos.»^
Logo que- saiii áltiz o artigo* — Fètitldiò — giie eu^
oscrevi no 1.® n.* d* este jornal, uma auctoridade das-
encarregadas da policia^ me tomou» para assim dizer*
um depoimento sobre o caso que eu delatara. Ralifí—
queio que linha escripto; responsa biliset-me pela ve-
•racidade dè todas- as minhas asserções, ein^omettiaju-
!dart quanto em mim conbcsse, a aceno dos magistra-
dos-, na perseguição e exttncção das assassinas. A au-
ctoridade prpmetteu-me também qvc ellas não haviam
dè fícar impunes. E postoqtie esta promessa alé ho-*
je ainda não foi ciimprida» é minha obrigação decla-
rar que a falta não venádâ auctoridade com qnemcit'
^passei oque acima fica diclo; se só d 'essn dependesse -i
.punição y certo estou de que dia havia de ter siJo
ínfligidav. e prompta e severa, condigna com a atro-'
icidadc do crime. iliSs cslas rtpartiçycs ptrblièas- são
:um labíryntho ; estão organisad^s^ — ou desorganisadns
' — por um modo tão com{dioado,.que para ahi ser jul--
gada qfial(jiuer qucstã»^^ por peijucna e ih5igníncapt« •
que seja ^.tem dè precorrer uma mulliãão d 'estações;:
d^ andar, como Cliristo , de Ahnáz^para casa dcCai-*-
pliáSy.e doesta para o t^reiorio de Pifo tos. Assim suc-*-
|cedeu aa processe ,.af)enas encetado,. contra as assas-
sinas.. Dá -auctoridade a que acima me referi passou a
ontra instancia ;.e ahi ficou encalhado até^ hojec K^
minha consciência e atté- a mthha honra -estava empe--
^nhada n*cstc processo : fora eu qiie o tinha trazido a
jèizo ; não n*õ devia alHindònar ; nem* abandonei. Oan-
çado dé esperar tanto tempo por uma sentença qut^ eu
intendia devia serrlavrada lógo> ave rignei qual era-o
motivo dá demora , e parque eslava pedi*a sobre utn
negocio qUé ISo aceelet^adamentc devia correr. Fòi-mo
respondido^, . . . ^oqtie? 1 . . . tenho pejo (]e o dizer. ; . • .
Fòi-mê responáfdd. . . . ; O crime deve ser punido ; maa
as crimioosas não podem ser castigadas $em qnc pre-
viamente se Ihé fõrmc e»lpa !1 ! \ — $e vos atimiraes^
ainda ouvireis mais — e essa culpa não se pódé foi--^
mar sem que algumas testimunhas jurem que viram*
as résem flagranle^delicto, e presenciaram o estarem
cilas a matar, as crcancinhas !!!!.... porque assim
o ordena o ^ 7:^ do artigo 145>* da Carta Constito-
'Íao5AL!! !!!!'.
' Ilà certas proposições, qm; para* lerem toda a for-*'
ça-, devem ser apenas enunciadas, e dispensam quaes-
quer commentos. Â resposl^a que ahi dei^o registada,
é tami uma â'éjKi^>. Forliifiiid bifdlpQdàf ^ 'asqqoro^'
320
REVISTA ;l>]>^iyEIl3iiL USB0^1i^Sl$,
sas que fossem as cOres com q no a cu quizc^sc pin-
tar , nâo lhe augmcnlaria o escuro da hediondc/ c
^squcrosidade ».que cila encerra. Em casos d'eslcs 6
fazer o escriplor como Pilatos — Ecce hoirio — Eis-aqui
a resposta da auctoridadc conslílucional !
Todavia , permitta-se-me que eu represente aqui
imi papel duplicado; que como Pilatos exclame —
Èccel c como os judeus brade, voz era grita : cruci-
fiiíe , crucipgc !
Eu disse que boje lodos sesoccorrem ao tf estava no
roeu direito; estamos em tempo de liberdade «disse-o,
porque é por eslc estribilho que se explica a inipuní-
ijade das delinquentes. A auctoridadc em nâo as cas-
li;^ar diz: çslou no meu direito; não p^ísso. que m'o
veda um artigo da Carta; — ellas cgualmcnlç bâo-de di-
zer que estão no seu direito, porque a casa do cida-
dão é asylo inviolável. Pois cu direi que em ralhar
das auclorídades e das criminosas, também estou no
meu direito. Bera achado estribilho; é Um bordãoque
afina com todos os instrumentos.
N'ão o por pouco caso que cu faça das instituições
lihcraes que eu assim fall(». Para sí% respeitar basta-
va,— quando outros motivos não tivesse, como cíTecti-
\amenle lenho — o serem estas instituições íei do rei-
no. Sou partidista da inviolabilidade das garantias ;
quero que se guarde acatamento ás formulas; mas —
cst modus in rebut — intcndoí que este acatamento não
íicve ser absolulo e cógo; aliás arremedamos os tera-
))os da heráldica , das genealogias e dos brazÔcs, em
que um rei chegava a morrer asphyxiado dentro do
seu quarto, por ninguém lhe aííastar um brazeiroquc
ahi dentro ardia , nem lhe desapertar a roupa , nem
lhe abrir as janellas; apesar de muitas pessoas lhe
poderem acudir; mas porque a etiqueta ordenava que
o brazeiro . a roupa do rei , e as jafiellas do quarto ,
só certos oíliciaes do paço podesscm por-lhes as mãos;
de .modo que por se não viplarem as leis da etiqueta
4eixou-«e morrer o rei , que aliás se poderia salvar.
Assim boje, por se respeitarem cegamente — n*este
ponto — as garantias; por as assassinas não poderem
sei; presas 6eai culpa Fonar^ÓA , consente-sc que cilas
inalem e despedacem quantas creaucinhas quizcrcm.
Não ; esta, não foi de certo a mente do legislador*
Traduzir açs^im na pratica os artigos da Carta , é não
os compreender; não os saber interpretar, oii que-
rer acintosamente sophÍsmal-o$. Eir respeito muito a
consciência de cada um , porque lambem quero que
ipe reapcilem a minha, sei o que são escrúpulos ; mas
iplendo que é este um dos casos cm que a malícia da
acção — dado mas não concedido que a houvesse —
í{ca e.\ub.eraDtcinenle justificada pela santidade do
fim. .
' 5c o instituto d*esta Gazeta m'o não vedasse , ou
melhor, se, eu me não impozesse a mim próprio o pre-
ceito de não tocar , nam tão pouco como a tangente ,
o circulo das qu<!Stõcs politicas , cu havia d'adduzir
— que as ha dç sobejo — argumentações especulati-
vas, e factos , que provariam até a evidencia , que
em se postergarem alguns artigos da Carla para ofím.
de escarmentar çssas assassinas , se não violava essa
mesma Carta. N'elía mostraria eu alguns outros arti-
gos egi que fundamentar a minha opíiiíão.
Eu lamento que n*estc século que se diz positivo,
SC sacrifique assim a realidade a vã3 chimeras, a
subtilezas scholasticas , que seriam boas para iuter-
tcr. uma palestra d'ari.stotclicos : não. as auctoridadcs
encarregadas de prover a segurança e.bem otarphy-
siço c moral da republica.
Aqui roc fico por hoje; o mais quic perlcndo dizer
jobre o assumpto , cstampal-o-hei em algura . ou al-
guns.dos números subsequentes da Gazeta. Cuprotc:i«
to de não desistir d'csta demanda cm que muicspoii'
lancamentc me mctti ♦ e na qual não figuro como dr-
Icgado o\\ accusador senão accidentalmcntç; p cargo
em que me eu constituo, é mais nobre e honroso: é
o de advogado officmo áà religião, da mofai e dahu<
manidade. /, p.
PvaTo.
2691 Nf.1I 08 mortos escapam! António Pereira,
coveiro da freguezia de S. Jcronyrao d 'psla cidade,
tendo da<Jo á sepultura uma filha do negociante Silva,
de noite a desenterrou despryandi)-a. 4as .rti^res , habi-
to, e mais enfeites quç Í<;vava ! E^te ma.lyadí» deu á
lingua, encontraram-s© em seu poder os objectos rou-.
bados , e desenterrada novampiije a finada se achoa
estar perfeitamente núa ! Consta que fora accosado
criminalmente peia justiça c pelo pae da defuucta.
P. da» P. no Porto.)
AZKBA UU SUZCZPZO. .
2692 A 7 d*csle fevereiro urna donsella de
16 annos, que morava com seu padrinho á pra-
ça da Figueira, despenhou-se da janella para a
rua. £era altura de um é."* andar; foil evada pa«
ra casa moribunda. Ignora-se o que a moveu a
ral excesso y a justiça conseguirá por ventura dei«
cobril-o. ,
. Q0S9A OSSASTRABA.
3693 O E&TiMAViiL e sábio Dr; Brignoli ím^
l)ia boje: 4/ feira 9 14^ na sua iege pela Rua
Niova do Carirto : a sege vir» u -st*- lhe , e. efle fi-
coii, segtindo seaflSrma, gravemente . ferido na
cabeça. O Sr. Alvito,' rbamaiio para lhe applicar
soccorroB médicos, bouvera-ò logo sangrado se a
estado de convulsão em que o achou, o nao pbri-.
^asse a trantrerir tat operação para amanha.
CARVAVAIi.
2691< O ©'estk anno tem*se distinguido por
uma Insólita indiíTerença no vulgo e rapazio das
ruas; apenas tem havido alguns bailes notáveis.
Na assem bléa da 11 orla Secca e na pbilarmoni-
ca ao Eãpirito Sanctp , bavet-os«ba mui luztdos,
segundo se afTirma, no sabbado ; mas parece que
us mascaras nâo serio n*elie conseutidas.
BZ8FOS.
9695 A 9AKCTA Sé acaba de confirmar os bis-
pos eleitos de Bí»ja, Faro, Lamego e Funchal.
E' de esperar da^ boas rola çòes entre Sua San-
ctidade e Sua Alagestade FidiíHisslma que aos ou-
tros prelados doeste reino, ainda nâo confirmados,
não tarde asiicceder o mesmo, — e noineadauien-
te aos dois, mui exemplares prelados de Aveiro
e de Angola. — : —
SHRATUM.
A pag. 305 — artigo 2661 — col. 2.* — Jin. 53 —
onde. está — ,e tudo istç o fez rodjgar — deve estar— tf
tu4Q ist0 fcx o rodear.
míWmTAl HmYVRSMi.UBBlCfNm&B,
321
' EXPEDIENTE.
A di^ribuíçilç.çi^in^ça hoje quihU^feira á 1 bora da f^r-
<í)p,; ^011 Srs. que / o mais tardar quatro horas depois, a Ufto
1é'âham recebido , 'ro»a-si» oobíteqnio de o participaretn'Vio et-
•riptòríoida RÉTr?ÍT4 UniveAíâl LrsBimBfiftB , raa dos Fao
fiu*irtts nj*'«li«^f.* iBdar; |iiirase providenciar.
eOSflECIlENTOS UTIISir
#ÍRA VJLÒ AÓ&^ksfiL qXÍXJMAAÚ.
âSd6 ' Um perigo a que muito s^jeilfis andam è$
creanças, moriQçpli^ nas cazas de campo, onde às
mães m .dei;cam as yeses feehac^as é sós, emquantóse
>ãt> (facUr ia. Siia vida, é o de se lhe incendiarem
os fatihbôs ê perecerem abrasadas • desgraça de qtíe
|todo$ os annos oc«orrcro çxeinplos, dos quaes alguns sé
acham Já r^^isUdos n^cste aTchivo.
£is o (|ue para precaver ta es desastres , se nos of-
ifercce ^Q^^rn Í9rpaJ ilálicino : —
' « Oei^bjs i\e sii Ia?arem os vestidos , mergulhem-se
em agua, em qMc fe haja derretido uma pequena
ifuanUdaáe de sal nitro , e ponbam-se a secçar: não
aó.ficarão mais beTloà e com a^ cores avivadas , mas
tampem livres (ie,incendio. Pode , sim » p^ender-lhes
o. fogo, mas lavra muitp lentamente sem nunca le-
VanUr labareda , ' pelo què facilo^nte se deixa ex-
tinguir.»
.>AAA. kIO KOnjtCK ÀrOCABO. '
. 26d7 Algjumas veses temos anpunciado n*esta for
lha invenções tendentes a se livrarem os caídos n^a^
gU9. ao perigo de se afugc^r. Em pontos de (xio capi-
tal utilidade nao deve nunca Haver pejo em insistir
por mais que a néscios se desagrade. Traduzimos
poí$ o segjúínte dSim jornal ingléz, .
, « Muitos inétbod os tèem sido suggerides. para salvar
Vidas en| çasò de desgraças marítiraas; o seguinte
foi-riíe communicado como experiência feita . ultima-
mente pelo próprio que m'ó escreveu: d^esita piancira
se agiientoú elle sobre o mar em Plymout(i , csppço
de vinte minutos, è poderia talvez continuar, llaven*
do perigo de se virar ou ir a pique a embdrcação, po^
p^a-se^o chapéo prompto debaixp da oartia, para ó
sustentar sobre a ági^a com. aS mãos da mesma ma-
hcira que sobre a cab$?ça. .0 ar «ontrdo.na copa im-
pediri a agua dç subir» o que bastar^ para susten-
tar a cabeça toda fóra d'e])a. .....
- Huitóê medíecys , eliimtcos dislinr.rosí , assiáliam á*
experiência^ a qual surtiu o eíTeito desejario, • retii*»
i nhecendó-se totDtádó que é ainda sVisceptivel de me-
Hioramehtos e simptincaçdes. O pi»ínH(>al do proble-
ma que o inventor teve ^mirista rèsélvcr , é o se-
ÇitíAté — pufifiêar-cotÊpkUmmie o<«r-ii'am Jogar fe-
èhado , sem st p4f em 'canknmnlhttçõú ^e<m o ar exie-
fpjr: esta parte pareceu eonseguir^âé, âo mesmo tem-
po que o tbermeméircr diiisceu muitos gtáus. Em pou-
cos dias o Dr. Payerne propõè-sè fazer no Sena , na
altura do Pmt ro^t, » ciipetleúcia de séu sino mèr-
gfilhador, cotistrutdo cOdíortoe os mesmos "dados que
seu apurador , isto é , pèfmHtindo tfos Irabafhadores
o olearem debaixo â'agua tempo itidelcirminado , Am
terem am<ênor communicaçto eom o arathmospherico^ ,
Lè-se no exceli ente ,i,ob^a'l pôs FAGi;m'ATtvos mu-
TABR9 de dezembro ó seginiUe ; — 7 '.
' 2698 c( Ha poucos dias fez^sc no hospício, da ^a2p«-
tríère (Pariz) uma experiência das mais curiosas , e
eujos resultados podeúrter grande importância in<H.i$T
trial , fcomo já a tem pe)x) Jado sçieqtifico. . TfacUva-
S4? de experim^iitar uma machiMa -inuepUda peto Ikp
Fayerne denontinada áfuradoru. e cnjoobjiecto é.pú-*
rtficar o ar , sem ò ren^vár^ lioS bospitaes , nas pH-
i5çs • nas minas, e mergãlha dores , e gera Intente enCi
iodos 0$ logar,es onde se acha viciado, e' impróprio i
respiração.' Â academia das sciencias ^ra - reprei^q-
tada p<»r MM.fiouissingauU tilXumas; a ^d^wistiração
dos JsospUai^Se por.MH.. BaLd^ Canski eXralaU»« • -
y^VSUfiUL^ ^ — 1 Sii.
lUiVíiiif Açio na oam^
Reimprimimoisi » gostosos dé^ podeir ajudar, com 6
no^so pequeno brado o tao jkiVtuguez empenho ()òs
Srs. tiOÍmàrdeS e Rtibiad, ò Seguinte requerimehtu
publicado avulso e que traz ]W)r titulo: — '
ABQIJBI^IXBNTO fi MEMOaiA JDSTiriCATtVA CONTBA A PER-
TKNÇJtd Dfi CLBGfl B CÒIfP. » LBVÁnò' Â PRBSBNÇA DE
. 'SUA VACBSTABB^kLA SEÇÈIÉTABIA d'B8TAD0 pÔS SEGO-'
aos DA PAZfiNDA Wif ÒAtA 1^8 24 DEJAl^BlitO DE 1844.
26^ Sexboba: Dizem José António de Mattos Gui-
maiiies eComp.^ administradores da fundição da Boa
Viagem, e Francisco Igtiácto Pereira Robiao , direc-
tor da companhia d^artèfactos' de metaes, que lhes
ebnsta achar-se trâctada a illuminaçio a gaz d'est«)^
cidade do Porto, entre uma companhia estrangeira 09^
cama^^a muDÍcipal da mesma cidade, e que entre. as
condições doesse ajuste, entr^ a de conceder o governo
isençUò de direitos doapparéJbo émais partes para se[
extrair o gaz' e'dtçtril)uil-o,,'coíh perda do thesoiíro,
què nio está rfco , e com perda da índusUia* fâbri(
nacional , (fue assim é toTbtda cm objectos què èlla
pódé mtUto bém faz^i^ executar , porque todos os dias
executa òbràs de mais díítlclildade no geâero de t^erré
eòado e serralharia. Q argumédto que se tem «íiipre-J
gado de niô ha^er em ^Ortugaí uma flindfçao, .qu(^
pbsãfá em pequeno prazo aprotnptár quanto é necessá-
rio para o «^stabelecimjsnto, da ill.uroini^ção , nao pafsa
dê átpeèiòso. por<)t]e nb Porto eiistemtres fundiç5^s„
outra nas suas visitihaAças V e duá^ òtl três em Lip-
bòa , Onde tudo pode fazer-se sem ^ei^ necessário di-
mittW a renda publica, liosdircitbs d'alfandc^â pela
entrada do ferro e cârvSo . eSénai sè expor ô governo;
a nioeoHier mais dnco réis dè direitos doestes' dòi^'
géneros é outros maisiob pretexio da fllumitiação a g^az.
Quanto á perfeição da construcçãõ do a pparèlhp pa-
ra a illiiminação , èlla riiò pôde Àcgar-se sem' in).uHa
feita aòs nossos Operários., porque os mesmos con«>,
tractadores estrangeiros. sabendo.» que Uargreaves ií
Comp. pc^te«dÍ4iii c^oeitrreriQa .aj«st^! com a camará»
seinteodcfram <ofli«Ue8ki pramcUando maBdarem ISitM*
parte do appareHio no ^seu' estabetecimento do fiica-|
lho tt'cáta cidade , oqoal éegual aos tttifrós , e onda^
apenas seis operarfos sto ingtezes eos m^is portugue-
zes: e intendedor..D^n}Mii|i haverá queaçbe mais difí-
cil fundir canos e retortas da ferro de t(Hla a biioJa ,>
do .qiie.iax4r iks difierenles obra« qua se éxtcutant
nas-aMiicvanadiilfttttdições. Por'«sté motivo, os sop-^
plkantes adregando o* $eu próprio interesse, 'âdio]^attÍ'
^7 yoi. ui. smm ui.
322
REGISTA ' UlT ITIRRaAE I «JSBaTWIUSB.
Uiobem o. interesse da pa$ã« » do lbesoiro>. e dos -Q^- \
Uél)uintes« ■ .' *
« P. « y., MagcsUde&e digne indef&r.
i. ; . .. rir 9- dila pertendida isenção de.direi*
. M . to&» fi)iia(]tT;^nd,ente a i^rar o en^pi^e-
*> •' gQi^QS bnai^os do paíz. babilitados afi9«
H> t . zcr^m a ^brai« ,e aLépoç umpreçqegual
,t.. . áquelVe porque deyeoi ficar .aq^i .oa
ftrUgf», ^bricadps ^u^ Inglalerira ^ não
iPf^rtO;Side jan^io de.l844i, Jo44f 4r4mip de^V^^t
6ui(inarã§.Ji^jCiffnpfr-rFiS^ncÍ9^Qjgnaoio Peneira ãiidã^^
,, .M«l|(Hl|A lUSTlFlfl^l^Vi DO ai&QfJERIHE3iT0. t. ^
m4 oçci^i4qi9aiiqpeC)^gg^Gomp:.periea4ein requerer
ao.g^V:^^^. at i^ep^ãç;: de dirci^qs; «ol^re aa a^parelhoa
e mais âccessorios , de que precisam para o estabele-
cimento , DO qual se ha-de extrair o gaz para a il-
lumÍDacão da.sJlfAd«f^ U3^:,4*»>nRrar,9IX0prluna , por
quanto nja fia-d^ ser^ ijo momento cm gue na,,QaiBa-
ra aos deputados se 'jijpjp^rovou p projecto dó govejrnp ^
pçlò quat'sè augracnlaín os. direitos no ff.rrp,! fom^.
BÍaleria prima,' (jfud se tãpde isentar de direitos ós
artefactos d*essa ipesma maleVia pr^niaí
Não somos ^*(í'.aciucjlesqi|e se oppoein a íoda^ é
qualquer inn,ovacâp, aiii.dá iqcsmp áe reconhecido me-
lhoramento ,* àples 'tributamos' áj Çaipara Mpnicipal
d;'cslá cidade os np$5,()s encómios j^ela dcliberaç8Í<o que
tornou, para á íílijuiinação ^díj jjar, roas intpodernqsi»
que áe modo a|guin .se^ devem prejudicar os jqt^çresr
8es.dB,fazenda'puIjlic^ , cada. vè? pais meis.quíiihoâ,^
nem (ãp pouco o creàito. e trabalho.^ de npssos artistas,
è o proveito dos prpprietarios 4<^s ' cjBtabelecimeplps
febris. \ /■.... .'',,',;.{■ .'.': ] , ."'.
Conliáraps poiS rjuc o governo e as^ camarás .desat-
lèndcrao^a pertenç«io dçClegg e Comp^ por s^rçpntra*
íia ás necessidades publicas, que o govçrAO, á^íaçe
31a nação ,*lerà' confessado mais de uma. vez^^ è pot
er ,' em' certo mod« / iiyíip*psa .àp? artíslffs. najqionaès,
os quâes , liçnitando-rio^ ao ran[io pai;iiçu!ar dfi fundi-
Ç5o^ fie ferro^ tem' dado exuberantes prpxas âa| sua ap
tidap; alèqíi de que a? peças 1 de qpOj osapparelbos
se haôde cón^pór, nao são de um faiimfíi}}p,,tâo irans-
^^n^etile ,^ ^Mc e mais .siinpíes fundidor .luíj) /laíba^fa-
Os nossos àríi^í^s téem .^ireito naxa rècjjan^aregi do
gíiy.erno a conservação do seu cr^ditp, 3l.ipguVan^á,.de
fiúasúKsislepcia,, f al.est^ibijidadç da^pflíiuiaasi ,çmqi<p
ír^abalKám;^ muitas das. (juaes/principl^rg^^^ jia
Protecção de um góverpoj íjuç se disyêlfva^^effi, pro-
mover 08 intei-esies materiaeç íJa. p?^ã9.,/5^ejii çl m.ai^^
l>cç|ucna çoi|lempla(çâo para com ós^es^i-ajngeiro^^.qu^n-
■ '^- ; , r,y: ; : • • •.,.-. > — ' — tt^t» — < ■. , ■.;■;{ n — '
(I) J^ emprezíi nJo, pgd«, epi.bo»;(é, alienar,,» ij^tpt^i^
CIOS nindi(for('s portiiifurzcg ; pcrquanlô^ saGemos de*'bôa parle^
(jiie pííra affastarflargréaveí e Conip. cia ' concorrência nc^rante a
cémftW, >D(eiif^iíise*coití estes, ptoirictleiído-Hierf^inanífar fa-
3«raMi««iiato«IR(»iini*^0é'futiâi(;9o'%se»rá1lMHii; parNí cias pe<^s
4^ f$fe ipfCGi)ii0iqr<i Sé a asfir»»! reooMbt^e ^ur ettei faclò se-'
C¥Hi«l>t0*>o9 qai«ffiiN^tinpre|||9dM»4i*4qu^j|)p.»pon»&a «Jcreifl»;
W'.í!"^ !^'p^%f^V^^¥ f/». <?wpjçefíi^,^s^s opçiATLoa laglfnp^ii
ires Tiin'!idi»rep , dous serralheirys e aq» aárpíntelroy os maU,
é'nno poiíci-r s-tò' p''òrítiguezcs.. ::•■'«•■• '•
'ViO/'SAtScinfts depcíisoa^dfe 'tbdà''â''ndísa confianra*, qnc
t|KÍ\«:d«(ftiodi^Õ49i:p de'.«lD:ta'»de «aifrfto 4HD ''btpíkt«n'^, <^
aVftff jferie»af|i^,5íCBrt«!%-iiye'l)8. •«íis,príi4McM.cptt:'»B««UiecM
.11* 'dV*ri .!■; . »:; • ::r '
do as suas pretençõf^f ^;<^ epjmtro áquelles inte-
resses.
Poqhâmos porém de parte e^se direito de nossps ar-
tífices,' qu,e mais de utn''portuguez lírlí' em mehosca-
bo , £,euf9rs:rse ò^^ássupapto^ do req.uçí-i mento ,pelo la-
doí unais .tráuscondeate., que^é.^ da faiç^da publica,
a qual não. se deve de&audar para se earkfaecereiD'^
por meio de patronato^Jlvidoa^especuladores , e mor-
mente espeoujadpres eslwnçjiros ,(^.
Limita rôiKótlpoJs •^.jiçs^flíí^JçHb';a''j!iyslificarmos »
requeri mcnfo que precede , pelo que diz respeito ao
preiuiz^flfi)C.^çcá,A."'^«»'\?T3 Jjízji^i P«bliça^ qoan-
dp no 'gpvenip ou rias camarás 'se aefira a/pettei^ãe
de Clegg e" Comíp.
qiie o terro derretido em tornos de >viiinnson, ))erde
3 a'5 por cen{o; 'esto desfalque porem, posto lenha side
assim calculado,* todavia 5í rhíiíto maior, indo mesmo 4
(j^uatro vezes mais, ém 'razão (íe se perder muito rcrro,
por ficar agcifrado nas ràarrhitas. nbs cahaes dè distri-
buição.ç nas paredes e lastro do tbifnò. noítftííw èfièto
que se derrama nas ofl(icinaá'de fundição; em conse-
quência'destas perdas inevitáveis, 'mfúitos' câfculam ò
desfalqiiè em' l5 \ por Cento, termo, mcdiò'; qUe nós
ãdoptamoVj posto nossas òbscrvaçi^es parficutaresnos
tenham moslrádò , por m'ai's de uma vez. sei- Wiaíor!'
' d cònibuslivej mais jgeralmenteérfipregrfdd pias fun-
dições é*b ro/íc, proíJTU^lo ánt Càrboirtsação dô carvão
de pedra , o qual em virtude dessa carbonisàçio pro-
duz , t^mq rofiúlf , ,{>0 bor cjyitçt, dç, cokç^ {5^.
.A proporção èm pezo ao ferro «do coTíc ," ijuc se
lançam eni um forno de Wiltinson.;"é àezS de ferro
contra 12 a 15 dé coke , o qúe dá , lerimo médio, 54 j
par cento,' segundo Lánriay e Landrib (4) ] ,e segqn-
Pctouze 20 por cento : adoptaremos pois o tern&o mé-
dio deites n dm éros , isto é, 37 porcento.
Ignoramps qual será o systcma que a empreza
adoptará, ma^ sej^ qual fôr, ha de sempre' empregar
retortas , condensadores , depuradprês e tubos mes-
íi-es , iudp de feiro coado , gàzometro ou gazometros
de chapa de ferro, iratnificaçSes dos tubos (britnche^
mcnú) para a distribuição do g«iz , de chumbo , co-
bfeou estanho. Estas são as partes principaes e indis-
pensáveis para à produceâo e distriíiuição dò gaz ex-
trabidò dé carvão de pedra ; alem ^'éstas porém ha
ainda outras', que devem entrar ení linha de conU «
cortio lámpôõés ç' columnás ôu armações de stis(>ensÍo.
Se livèssénios prêsentie o pja fio ou planta do eslabe-
Iccímento para a illumiiiàção , ^caTcularlamos com aí
exaetiillo pos^jveJ o peso da$,suiis,diífereQtea, partes.
quer de ferro coado , quer de chapa de 'fèrrò i <|Uer
íe ferro èrn barra , qlier finalmente dè cobre. , esta-
nho ou chumbo ; para o fiín poréin que t^mos eni ti^
ia podamos d^isso prescindii* , por^iie ^èlo calculo de
uma da^^* partes sè poderá avaliar ó lodo.
■ t fe. ".• > .• •' • ■ ' :
• (3) l^iulek les 'honiMei \kh ' sotit pas 'j^ tt i^res a' ílre* ^rule
méát eilHH>rftsée»| 'HiquáMil^ de^pf^odóítt diffè^ ««'écatcair
to)kçtm*ni> que tes iifws ne.doaafNil piua deiitôi poar .ceiíl do
c^, kf aulrM Qf.(rèoi J4tsqit'a 9(»..Jan)f|iê cep^ndanl «Í«uM
1,^ arls .on n;ajU,cÍDl ce.m^iaiipap., ,qyi R*a ^nçora i\^ ub4«fln
que ;dan9 lês jaMraloires et arec des precaiili(fns^qu*il e«l âa»-
' pos«if)fe'dé fiVeádf-e dan^ les grandes usines. 'Aafiuel dri nuKMÍr€
' L^^J^It^u^y a »iecr'd'liëi< fafilè Ik Vírfi^^x^cètef one Ití Ai-
siua du«Í4C dana k» rfomitoaiu . è lai Wlkiii|oA,' Íi i
.ri ■ - L^ - Kiius :
BMy.mrAí)Mmwísasíâií:i^^mBOBf^ss9RM
3âd
tr44:fl )9 ^Mjil> Vi{ijii«egiiod« aextepçãordA 41uni»nação,
iMudpftdOi/S^ |0 *i<i'l& e< Uft»! fiolegadast* èomarenos
^(w«,<i,teiim:«^i^. inferior f ístojó.^,, «e (daremos aos
tnbfii9 a<«s|^8M|r%Ae!4rliahàs>), Vfsjamo* pois qual- o
fifi»p-4>s»^4pbosiDaieiicD9ão!dfi 7 logov^iDgtezas (5)).
>r:*Úfii*lukM9:4<l feiv«kiqotdD. de 6 4)oUe9âda9 d& djoBB»-
iccil» 4iM^aa4^ espessura .e. no detenlolvimento 'de 7
le§09i9^.img\tífmi W^ naliros;>33ââõ.;3^:(f} peia â0ii2;
4^wiUf»»»i3iairo))a^4 ii.ttipvatcM.eflipiu, .f , i
'. O Xeií|v»iCo«flQ» em obra «ia^>le« paga ^.^or.dircitoa de j
i<a|MrU^,<^aoni aei^ntiifieiQf^s «molurnepUs e.fnais,
«i»f)DS.tQ9 K I}4]^t0. Hiil «m «por qti Ukt«l ;• IbgO Od d í rei- 1
tos sobre 20142 quti|taesM!'^ '««rabasf' ii..'(<«rrMòÍ0:
i«4MfK«i9;lmè As . . j ; . J. ... .;'..:.; k . • 8Olòi7l5;06O
-v^JBirtLará.iirAoaiot^ihAaDiir» «oi oircumâtaQQmi^kipefv
4«^'^o avultada) aomM». e.auítras ma^ (le qu^;>aãp
íuoaun mciiçãa?! tà^nagio já tecD.iulgftd^.-qiM^mã»» o
gOAfornoiíOft^ capiaiías-4) defidiriO. •/ » ,v
^Vcj^morAgovi^ qDae&atnioiôfll.díreítos '^ii«: !0 tbe-i
\aMiro porceberá ,:.nã0;ioçoDocàèwio áempreim aíJsmir
çio .quo pertopde i?equfir«r (NsliTsiSiaterviá primai, que
«s.ftm^tfõdaiiaoicauies hio^^e^erapr^^r fatí-ià^jsQnÉ-
l«Qc^,td«6 iobosiBCs4ref« umcQS»apl;0£a4tQSLtobr?q«f
luu»»QR4hdso«^K)fa-iiQb»os caUUfeoa.' kuc i. . ^H.i
Os tubos mestres do desenvolvimento de 7. l^gAaf
iOglcsA» )pdssmiv<aonQ:ifioa i:a^«tAdQ)'9MA2uqti«4Clae8
^f. idespn^nodo .-o» arratetfefico» ferro pftoek» ; pacft 'S«
iiináií^evi. pesará.^:. cpwoa li-.^por i«onto. dQ;fMH:é>»it
ââ66(^.;qmitAe9v €okto: preeâso.paieaiae ftíDdifft«9tq pain-
ho de'^Biko/i^ft4»«pi«la«spott.A7^ ftoQoMa» r^ lugfit
Dinsi^os éa &rarO'|ianbfundi9Í0,--pagiliM M ' - J >i
do 240 rs. por qaintaL. . . . . ^.w .'^í... í ^liQêgAQ»
Dictos do coke (7) ^. 191^600
• s ^••, '..••.■■.... 1- :'.:.. ■ u. ^c«aíhg/(m
iM -..uht' .. ."»í oti (• 'i" • » ' . ^ilt • ■■ • ' M" . .'far )' '•• .•
-""TaTvét se*'ob3«^t'á'; ttn^ íiSo se fettit^éde^haè -á^ etaí^
tírtta a^iétiçSo^dtJs^aireifos^^vnSò ^é vifificáíHá o pí^
Jcétto' a* sè rllumimii^^a '^f 'ã^ «dMdW. Aisftir íeW ; ^
àlé' rfKèí^o^diívtefamosrirtai^hem^ptíf "íí^d* rf» cidíideateP-
xhrí dé serWutolhá-dá ;''i sí!fh qufe sé hajâ^^dé^yerdfer
tártÃoi *c(mfes^'de V^s'T)áirà/*5te ^âttórarrer a Mâéi <dè
' NSodShamósí^tfS VrottftsW* ((uè'àdVííg»ifi6s^os^iWír
>re!ísi!s ;tfáS'fahdiçôes , niffá^tatlibfem^ áú%^à^é§ ifijuel-
lèS dtí'Ítiesoiro cdWhossos òperarfès ; ^'talv^t d^tfs'-;
"fí/^nossa' opèòsiiíló tSo tit^arfenios^ otitw?èíW(ádòsé«âi^j
^^ítiíiFqtJbfefíçâ 'fios ^nVp^ez^Hos^ e d€ 'sétíí''|ÍalTótiòá'
ífiai' •ludd»'teo d^prtekáttièfs ,'^4írtin«0^Wm'* satfsÂiiçã^
-frr-
TTtr
fairè TiD chÃÍ íe Uônne ftírife' g^rlife' cas^ée' eu oíorcéalix. . .''. .'. '
òDdithCdè* fímt<fd'V<i^ chargef 'dé cniqtmA(é^*HVre« («4 à «5!
KH.V4sMM'«f<èill« «rrié [|4'aítI6líiK}< à f«ir préi dui:t»ltt.|
JUllf«^34«<^MbaípTt -fe p%.a7. ' .1 ri< . ii '!.<
juUs.p^jLr^ pi^.7 ifffV)v^ qwfi4*Í|aiiií«8^e|ii,iiuj€75»J^. . ;
ãu Ainífa qWçé nuportè o cafv3o de pedAí, ^paíri t^ í^-
«tajMririi^ fMOm^O#im;^ciaiyBÍUuiá^ip«oUuiàmcàÍM4|9.
UQS Bd«M|dainoa<j^q«6 at^p9Mfá>^yo$iij;^iiísfíl^rjdfí:M^
ção já tão sobrecarregada de impostos e tributq%, .,.^|
. Povta24.:diB iaf)eirA'dt«:fi8#<':> r. n rv • j
€Uc(f ignamo,'P^èkta'de Bjupiàff* «. . c ; . :-;(>:
. aOBUX : A AH A£T8« J>0 SA9AO ; mÍsBTOTÍ^ >,.
.nâ70í>j . Jíq Jf .^ 24 >da BmÁHê Univ4r^ li^UfotmsfiiT-
tigo 2620 li uma caria ;s4brf é9aba9t,hyimftiÇ9'9 o sm
.vert^adeiro fí^/ctoT ^ que poderia bera deixar-se era es-
qUcdimentò,' [táiitb péc^ ellh na's noções mala etetben-
jtare^da cbíitn^icti) se' péla data da sua poblícadlò bS^
piírçÇes^e qú^fór^ de propósito publicada p«ira çofitra-
'ahk/ uma ánàlysé, qufc foilfauVcrltísr^no íP> 22 d»e^-
te jòrn^al .^eçuja* execução presenciei , porque foi fei-
U nòXaboi^âtòrio âaEscbóla Polytecfanica aonde tenbo
«pár^via^i . . ., . ,^ ' . ' í- •.;»<.-•. ■• , i ,. ri . .1
-í)itO ««<>l«r.4a Aifiii díiB(rH:qMe fcej^do:fimpreg9d9. «1^
«W C4(ageni«f..Qa9<dtiv«rs4a uA»^%sm^ff^^ dqsvt^Ã^
Jimottit, ackwu.que «00 ci»nftat^..4/»t l^jiMP» iaJ.N»ei^
4Q'Potass«. , < Q de. umu.subfttanícíf s9rgaiMP^>S^?MB<h
^f Qi^iiftil^goJbe «u^fftio aiâé«<^&Qa^f(^^dtUo4;oniT
•Rpfto/iMOqQnb baííWíPi.<í')Sc^í4fci>W'7T'fVT^rip4^
diucrentes receitas de misturas ]iq^$^,rj o^^qçidas
ia^iVint^ft^tfl^ifWim P«ré tfdveMa^.elTipjtOi t/u^puna
4ttf*idf) -Tr»q¥^,M«>oli .ot^liei'fftz,.íoij»éipaptq..§Xí«ÍWW^
%rivyfiii(k)'/i;0fyi2^.eofllip«si^ã0(«a^ ;já 'Co^sísftpi)^
cão de Sr. Menotti , nem isso vai a pena ; o .qff j^er
f{Ô«v«i sfberfi ó QflfnA #%auM»n Aincaf(f^.«pdd^ «ijh^r o
aabão, jua):tQ.oaiii ^ aluo^.t.âefni^.^&i^vrei^.sid^
iftlst^radaKast sua« )9Pllit«ifi^èíq»ii«dQ:^^iaiftfF>o ^}^
XffBba ^p^i^stipeccorriéd «snUMiiiSÍmpMfi^. #j^wiai^.
d#i!KhíiRÍ(^,{;sa^.i9iip Mídiss^luçQ^^ail a^u.iqei^tS/^r
im> iMst^rMla4 '%e4^c.oAiiped»uA«4«ikeote{> e^rp^r^f^
m«#<»qrfqu« aSfWQeMáis., .que. o.iUUilU-Q l*<*r»W«^<^
n"ula ctfrltf Urafi6cr«vevTMi|0ff^]p«irrHe pppHcadí^ .QO*
«í^ RWis^r^vc.UdtÃo» rfd.i líãdeiQ.laxqr : «q^ ^idQS. «
o papel impermeáveis , por<n«t'q%,|n«pMew,*9t'» *> s.q?
Wa aliiiM«h98«ÍQSfjyUiy9i.if-f JKiBlflH^l^sfl.n^ é^ermit-
tidor ímpr«iví]^r..^^S4Í;pwH0ii ideseif» Sí^^a^ \\\)í\í^\v^
aAcWMT jí» fiaria r4>» diga|Coo\9 fe*-^* w» ao^ly^^ ^
nrirUií wp fiãojiei>ii«i'A tonrift 4^,,sef |í^ariíW¥?«^tfP
! í*^! oh'.'''» "> .'> }'í ?' "* . fn >/i. ..IO ". ...'«> .
,mft1imM.:AVA]4TSA.ilf9i#||M^ WW9TTI.
"• » í. "I .' Mír) , ioíCllír<<l«^ <, n| .!•!•.. |í .; ".1.
.. 27í)l>,Cpn|»;V.,',unJ^i«rt JÍ!^uÍlM.»;P«blíçoq ? ^tf
eA q^f ^u 4*?*;P#n«^:Hfri5ll^J»iWP^Pi: líí^,%:bpl? Rfir
.)$taPbpi<ta^.do«ipri«i9Ífp%(fm«pi9s íeikwowbçe , a aç^psr
ti» daualKJo &|eaqtiÍ4:q)i0 p^.:V>,. Jbe fora rem^t^icta,
t «^'aiqueUa .carin Jii0i-í;Ofaprç«jptti[-.a.scj;uir,M4# io^e^r
^ig9Q^ 4«|erç;9. (k im9iMian9<l^cQiiip^íjs$o^» k(ui.v><^
.9itma ««9Plè»#Pv(fl)b'aiMl|lffl«. »; ti. ^^ M-) .!) ^ . .^.
.,<>^srMi4ti|di9S.wm«riçQa-qjlíeaÍl^íxp^itrax^^i;fv^*-^'V>
.«f:»cdW dfiídoin «i»}Woaít'feiítc|»' .s^bsftM^ua* .-porfiòcf
.dij¥<¥fNis,4<ti*?ítóoi».(íM)rqwe, qU^.ibIo. ÁiP<*r.fíJ\WÇ?íp
homogéneo era to^^^^^u^ «^^ > ;.|^ ^q^e .pipPT«níríí^
condições especiacs d9')Hi9 ff4)tl^9ÍÍMV<^. 49A<fi^i^^^~
qM##W MíWM>fiifSn)|iiíj .saífr^p ,i¥i^» V|»|nj^.y|daj;|«as
parti.9Ui|^,.'prÍP^^^%«r^«Vt€«AMisação do alu-
â7 #
324
RBYISTA UNIVEBSAU ^LI8BQNEilS& *
tíimi e mais facíl evaporaçSo da agua na parle ex-
terior. ■ • •'
O ainmen e a cólUferans serrados das oatrassub*
rtàncias pela ^gúa , c a eólia separada do alúmen pe-
lo acido lanníco ; a cera pelo álcool e pela ether, dos
quaes o primeiro dissolve a eerina . e o segundo a
tnijrieifia ; Híiatfiieiité o ^ílicalo dê- magneaía foi o re-
siduo insolúvel em lodos estes dissolventes.
Submettí á analyse 5 grammas do sabão, secooátem-
deratura ordinária (IS**) e obtive
Alúmen de potassa cristalisado . . . 2^giQ0iÍ. .
Gelatina e agua ^ , . . . 1 , 519. .
Cera O , 933..
Silieato de maj^oesia O , 535. .
. . 40.22
. . 30,38
.18,70
. . 10,70
5 ,000* 100.00
O alúmen foi calcinado antes de pesado , e' « sHa
ngua dè cristalisado calculada; oftflicalo 4è ma§fne-
»ia foi também calcinado ao rubro, antes de pesado:
a cera foi deter mkiada pela difierenea dos pesos dos
resíduos ante» e depois do trvclfrmento pelo álcool e
^her : o pK^so da gelatina e úm agua foi também de-
terminado por dííferença , porque d8o trã posifvelpe^
£ál-a8 directamente.
Devo acerescentar ifoe é ettremameote diflhsil o se-
rrar tanto a cóMa do alúmen , coroo a ^éra do resí'>
<fuo insolúvel , pois qoe na caleina^la «m e outn> me
«nppareceram sempre denegridos ; mas o carvio livre
era em- tão pequena :qtflnCidade que o nSò tnetti em
«alcttto. '
' A pt-opriedffde qH^e este composto tem de repelir
ii agua , é essencialmente devida á eéra; O alúmen
e a eólia servem «qui da «ordenteB ; o talco en pó
ilntésfmo cncerpord-se com a cera , dá-Ibe maior enn-
sbtencia, e ebsts, eté certo ponto» a que ella,
pela continuada acçiq #a agva , se esbroe e se des-
í>rerida dos fios. Os fios retostidoa com este hfdrofu-
^, l^e|felem a agua; éM pequenos canaes formados
pelos tntcp&tíctos dos fiot nao a deiíam passar em vir-
tude da* soa capilaridade.' .
No N.* 2S do seu j^rnaMi a carta da pessoa , qué
teve a 'bondade de se encarregar da veríflcaçlo da ef-
licacia do hydroftige , qae preparei , e desejava f*^
ser-^lhe observar, que at dincrençaa de cheiro, saíbor,
€Ór e aggregação das partículas qi>e notou , sSo pou-
co cssenciaes, e provém: — 1.* de que o sabão Menot-
th parece ter Stdo'^ fóSriMdo com a eóYI»^ Flandres
ott com a eólio* forte , o que lhe 'ééVfe communicar
aquelle cheiro pouco agradável , que também , em
parte ; deve á acçio da tiomidade ' em presença do
ar*, e o meu foi feito eoor cMla de peiíe, e por isso
n branco é inodofo'; "«'sebor diverso também provéAi
da eólia, éda mais 'perfeita separação do alúmen','
tK) d^ Menotti , pela uHerior cristaltsação : — 2.* a :
^ggrcga^ção mais od ntenoa perfeita das particnlas é
puramente aeeMental, aprovem de mode de fabrica-
ção e da pressão , que a massa su|fporton na« fòrinas,
a que o men nio M sujeito , e ficou por isso granu-
loso, resultando d*alfí adifferença de diluição n'a>gira.
"Espeta èm breve remetter^lhe uma amostra» em qUe
essas diíTerenças não serâ# notateif.
Appfttveito esta occasião etc.
8. C. Hm éa Ro»ã , f eS^^ 12 de fevereiro 1S4I*
' AMO&XimÁB MMAMtSAÉ M ikUWnOAVt^
2702 O ABTifio » qoe segtte ^ v^oa este cscpí^
rio sem nome , e enviado nlo sabemos por ^qdem. Aa»
sentámos não obstante em publictot-o, porqne frep«H|«.
o-beiqos incessantemente ) é systema nosso ei« i\^U
quer assumpto importante admittir- a livre diseossSe
até que a verdade saia d'ella pura e brf Ihinie eémo
o oiro do crizol , não fazendo a esta regra senão deai
excepções : — primeira , qnand# em nosso eoneeits a
impugnação , q«e se pertendo faaer a uma doetriua
útil f é desenganadamenle errónea » e por osnseqoen-
cia nociva ; •**- segunda , . quando a Te4aeçie^ é ind»^
cente ou indècoiíssa para nossos coUaboradorss , part
nós , ou para quem qner que seja.
A questão do merecimento comparatii^a-daadffrerca-
^es espécies de pasto para o biebo-da léda é lie ca-
pital , que » apesar de vir anóoToaa o artigo , apesar
de desconiedido Contra o nosso respeitável amigo o Sr*
Tinelli, eapezar, sobretudo, de nio apresentar provas
ou documentos de habilitação , qae possam cantrape-
sar a demonstrada seiéocia pratica do mesmo 9r. 1^
ntUi , creador da cuHura e industria seropédica dos
Estados-Unídos, parsce-nòs bem dal-o áestamp8..Seé
falsa a sua doctrina , 6 este o modo dè se. faier co*
nbecer a sua falsidade', e vedar-lbe q«e lavrs e coi^
lamlne.V . • ; •
€om o Éiesmo artigo e com a mesma Jettra aiaba
outro ^ traaendo por assígnatura «m ttteofmlo ; esse
nem agora o imprimimos ^ nem jamais «a inaprinirt«^
mos , nem o imprimiriamas ainda que viesse, um mi-
Ibao de veies irmada com o mais respeitável Bomt
de todo o mundo : — * lauto o sen a^ylii é impróprio a
indecente , e via o seu conlhenda*
O annnnciante na Revolução de Septembro de 31
de janeiro , sendo compeilído , responde ao artigo da
Rmrista C/mf^ao/ numero 2616 , de i de fevereiro,
que sendo como ella dís , o espirito do seu annuncio,
o interface de vender as suas airvonas» sendo as fue-
Ibores, p^rgonta-se-lbe ^se em.qpem vende ^ peores,
não bavexi também o. mesino interesse? o paraliéls
é exacto , e a léisão de interesse egual , e pQm que
f^n^^^piento inculca , cam t^nto ardor aos insnfficiea*
te^ arbustos das multicaules tão superiores « e trao»-
cendentes vantagens? se é ^or idéas transmitUdas r
ou fó porque Ibe conste terem si^n ufo em s^nnapai-
zes , não o pôde sustentar , porque podem ser idéa^
falsas^ e somente por exp^eneia própria: ou n*aqeel-
les casos ^ro qjue se tem estabelecido um conheciíncar
to verdadeiro e geral , é que se esti habilitado para
issoi o.annunciante rererindo-se ao sçu annuncio, sosr
tenta a inutilidade das multicaules,. pçlas.rasôes que
declarou e outr^ a|nda que podia aponiaf : não se
nega que as multicaules estejam em moda, mas moda
que ha -de cahir como aconteceu ás anis , e és mais
espécies secundarias experimentades; os intendedores
práticos e n^o superficiaes, certamente bd,o-de co-
nhecer todas as suas desvantagens: a anonnaiaate não
estabelece o seu interesse na vendad^arvor-es, pois
poderia ter THidido milhares na épocha d» maior íih
fluência, ei só o anno passado se rcsolreo a abrtr-lhes
vepda , o seu interesse é (\indâdo tio proditcto da se-
da , projecto era que trabalha ha 9 atmns; investi*
gando aclivameiUe as ipsuperavcia diflScnIdades qss
tornam em deseqníUbi io « interesse , cnan as éas|ie*
OEVISTA UNlYEIlSJtD LlSBOl^ENSBl
82S
.tu»» »ftm de Tfrdnrir ai crcuçocf â um s}'ítcmi» fncH
p rápido tin lod-as as suiis opçr5M:õcs> Como 4)a»e cIc*
hií^nlnr ^ apurou iambcra (^u^cs seriam as arvores de
"maior vantagem em toiiJos os seiílidos , conseguiu as
i<ju« pDSMn» c\.iti qne cstáfeatísfeflo; etperimcnloutam-
Jrrm pralicaaiènlc tm jtub cos» as mutticaules, c
as aciínu pcrfeitnoaeiíte inuleis , ;t<iBlo assim que ape-
nas conserva o poqaeno numero da sua experieucia ,
eàtaodo decidido a fhulilisal-ái, e proscrevel-as; se ti-
vessem as vatitagcns qiresc Ihtíá allribuem, certarofcnle
as teria adoptado lâttiuUiplicado él seus ti veiros, até
«oniar hoje milhares d'ellas: oannuncianteidrte d«6aa
convicção » chama ao campo da experiência , aos que
sustentarem a negativa pafn praticamente terem o
cfesengafiò: o annunci^nte ilãô acredita em theorias
insudicien^ *ê supeHicíaes , qne nada adiantam na
tpran(l« screiíbia seropédíca, em que o homem uada*tem
penetrado, ^ aonde a natureza sq apresenta com ioda
a sua força , c até incpherente-, «ombando dos maio-
res naturalistas ; bem ao facto das grandes diíTicuIda-
^(9es do t)bjecto em questão ; qne vè trattar com tanta
lircnidade por quem Mcreve . tett^ feito o» ittaiefcs
esíprçoa de investigação » conseguindo h esperança- de
destruir a mais copsideravel das diQlculdadef ,^ a epr
cossiva mortandade, persuadido das causas i^fficientcs
tf>ste estrago dé\odos os antlòs, precisando émfpregar
•rti proc«a!lo raUilO'-iiffiefl, maíqt^e se péla expeHen^
cia. cuBsegair o ntsnUadi», fcémà a^gmentar um va*
^or no paíz, levando a ,^ande ponto ^9. creaçies;
«xislem outras difliculdadcs , em que não tem podido
ct>mbíhàr id^as V formar nná juizo / tacs saò o desin-
^olvimenfto da semente , que' jamais deixa íe stjpro-
Jffn^ar dé 20 K,3%'àu9, e a éMegitaldatte do1ilsect<^,
jiÍDda qpe S6 elass^ÇquB no qi^mcnto da is^M basc^
^ento , obstáculos que transtornam mt^ito o projecto;
todas estas díflSculdades , e ainda óátras se li'actam
tttperíícialmeifte , oá 'se negaói h'ã{TÍs<rtíícÍeht'e theo-
9-ià d'e8S6 «Itimo tractado qutí Blirf^h dO^Porib n^)fffn
^ asno passado, pedra ipirecMsa qwilo.s^4hiQr4h(ama
em ua^ artigo transçri|)lo na mesma ^maUitt^ que.eum
todo o seu brilhantismo luminoso, nos deixou nas tré-
Vrfs como estávamos V Jiols que á sua^matèriTi hão é
«ènSo »'leitifa t repètreiõr dé qwaMos ai/clòres téefn
eacripto^ e por.isio pms que aabida.e t|ue, nada «lh^•
cida» 9 qnestáo ,^ a^sar dos graníV^s* «b^g^s f ue a i?a-|
€istà tem rendido â seu auctori e d<^ suas g:randcs
'r5peraiif'aá > atlVi^uindo-the uma sciencià superior c
Ireal .mas a (|tfo^9o aatfefer, pois òw nega ou i'arcta
fnpyerficlalnicflte ^a grandirt difllciildad)ea« dtai«dd na
sua arte » que em a semente começando a desin|Pol^
▼er-sc) 4endtt f reoedido os meios artificiaes que in-
dica , em io Horas eslaVá o bicho todo nascido : co-
mo ao annnncíante acontece sempre o contrario , em-
pregando os mesmos meios , e mais variados . sabcn-
e«abecidas qife^.tjifiai feiio^cpeiiçõea» . cqkiio moiio intc-
rosABiltt destja^ij^ t^r uma e5kj^tUac!Ío^|rui^tA:a 9obre
pêt» <4iperavão; nuiitio Xf^U pQderia dizer ^ «mfs |)ara
1^ ser d^!iPtsia4o«:e|(ièfi|5(^ ^uciuo, que soraigvm dia
pod^Sr apresentar a seda em graodf QJ^aolidade, .fica-
rá dada a prova dos seus principios , fora dos qnacs ,
Bcm . wMa peissof 'podefá fafter: grandes* £<ilhèilai. de
âcdá^r MÍVQ«|uer«ttdD gastef Uido- quanto tiTer.i
K'UA .
I^IK IlfCEUTO Dfi FEV£aEIKO OB l:^i7«
2703 « NBo appròvo nem repíòvô milagres ;
eitt ^anto os nSoapprovaou rept\)va A «groju. >»
— Isto qu^ taò discretamente disse um dos nos-*»
«>8 bons pregadores do tempo da i^estaiiraçao d(*
Í640 , acerca de ura siiccesso beííi' sirbidb, qué
«nlicy se <letí por milagroso, repeti-lo-hémcís nól
agora aqui áhtes de narrar a miri popular eaii-*
tiga léiida do Saneio Milagre de Saniafem.
Nesta villa; rua das Esteiras, ftejítteziu d«
Sant'0 Estèvam, viviam por méiadose(;*ilo XIH, uni
mal casados em eontinuas desavenças '^ reboliços.
Ei^aín causa d'esta guerra doitíeMíca {que são a*
guerras civis era ponto pequèlnd')'<W citraies dá
lâulber, que já nfto data i|aartel a ivenhumadai
niòéÉ"*em que o astuto do marido sé desfaíiãi
feãía a Iradicçao pela boccfa* di*á velhas dá di*
Ota vtlia, qtee só^eHe era ò culpadoídêlsiiifiíltómffe ri^
goridade, porque a "pobre mulher estrffiftórtdò
viotittie áe -ceftiiboftejáTfifii ladifta c çofcsa qrte
4he trbzjè =0^ nibrtdô peto beiço, c verpfSrtÉtosdmftn*-
t^^débénoabftililadd; é que apesar da^ ^AiiíistHiii
que a boa da nnulher títifaa p<^ vezies^èotu^cfdído a sen
i-ebéHfe" céí^rté,' para viyetM em pcfe',' èllecos-
iutflãi^ qt|ébl*tfr 'quantas jtt'fòs eprt)mèssíís ífie fiit-
zia, tomando á'mèsma,tofm grande escândalo dò
ifittiidcí, ^-é èiMh 'maior offensa de Deus.
A morti^dh santarena, qtíe assim- perd*ra a ffe
tftflès 'pròpoSíitôs de -emenda, comélf on dfe quei*
•?c*ir-se<ás Visinhas -e írmigas do mutf viver de sèi
'híMfi^tu.^ ■ '•' • '•■ ; /•••'•••,. -i .. í 1 ;
(Esta espécie de pAbHcidadeé.a mprmsa 7í-
^;ã> tfai^tamíims, a '<?iijo!s:cheré^ saem baldada* Io-
deis %s stip^e^Wà e'«uspettsdes qife òrdetiem. E*
lima^gdtarrtia insusféiàitdl e }íor' ventura hé-^
cessaria. ... ) ' ' .
Certa vÍ9Hihá> qi/e tntnlhéíeí pJidéeUrteguaes tri-
bulação, 'ineult^èii^fte uma, jttdía vlèllm , mutf^ér
êè ^^rtuie^i a* ^al -tinha na sua poc%a toda a
casta de amayias e phillros para tírár os homens
cagèdó^ daásíias ttfáà inclifaaçôés. ''
Drelo e feit^. A destentohida vai fogo èm caf^
ta da (léiffi^eit^â^', e gefaendo e chorando lhe cono-
ta uma poi* umu (odes síeias má^oaj. A véllm;
depois de muita ^íravoltu, momicès' ê eitíoujti*
f^çdes, "âedlarà^tfue ião aterta ífiom imésíntía ppo-
p¥Ítt para t5ò empèitadé ffchaqtie. ' '^ "
: A pòlwe -ihoçèr (que a ét^a idó boa ííam e bem
27 «#
326
REVISTA UNIVl^rSAC LISBOWENSEi
estreada, se não meutem os painéis que vimos do
milagre ua egreja de Saocto Estêvara) desata outra
vez a choramigar, tão lastimosamente, que teve
força de comrtiover aquelle cortiço de embustes ,
que andava cá neste ronodo acabando de reseqnir
para melhor arder no inferno. Ha ahi muitas.
^0 officio que andam na mesma grangearia. . . .
Em summa , a judia , ou fosse por dó, ou por
mauter o credito da sua bollca de mal casados^
disse á santarenaque IIu^ trouxesse uma bostia con-
sagrada, o que podia muito bem fazer indo çommun-
^ur sem consumir a partícula , que tiraria logo
ida hocca». guardando-a n'umd toalba para lha
trazer. Lá pareceu aquillo á moça christã gran^
de peccadoy masem fim , em peccado n>ortaI.anda-
va sempre a:cpitada praguejaudoo marido a, suiii.ri^
vai , e a negregada da su^ \ida ! Um abyswo
(çhama outro abjs^no, como bem diz^o proloquiq.
Foi poisa warreguezia,,>epnffessou-se» pozf^ á
inesa da Euçhari^ía, , e 'cm vez d^ consumir»
guardou a s^gra^a^Fói^m^a a'uxn panno» que, pa^
n Q inteuto, levara. Ia já abalando mmy s^cuilida
de contente .para t^sà da jiidia» quaa^o. lhe ad-
;vertif^iu que deixava apoz^si ^m rasto de .sangue.
Yae.a <W férevé que. era, vertido da hostÍA qne
irazia.. Atíaranta^^se com ^ta rara imii^av^lha» toi^-
^ atr^iz^ co^re para. casa, e esconde tado a^uma
Veio a oQíite , mas nSo entrou n^aquella caza ;
porque da arca sa^a um luzeiro tfloresplaDdeeen«-
te que parecia mesmo iim céu aberjto.
Chega o marido, conta*lhe a attoui^a mulher
jtodo o suçcedido, vem-lhe logo a elie os repior-
ios e o arrepeodimento. . . . (sempre a ãiml 4> re-
médio surdiu effeiijo)» acode ^ ^ijsinhança , e de-
pois o prior , que era solemne procissão levou o
5agrado>.r<Md>a para a soa.ií^rejfi.
. ]\ào consta que se procedesse civil ou ecej^
s^ast^camente contra a christ} pem contra a ju-
.dia ; só sim que, bo^ve uma grande demanda
entre os frades de S. Domingos e os clérigos de
âancto £^ti»yam, ,os da, Alcaçova^ e, outros sobre a
^ue ^reja d^via pertencer o Sm^ Milagre^ A
fmal os frades venceram a toalha > f o prior de
Sancto Estevám a hóstia.
Durante o litigio foi que succedeu o segundo
.milagre f chamado da ai?iòi4Ía» que assim se con-
ta:— Tinha-se involvido aparticula em uma ca-
pa de cerjBi , até vér copejo se I^via de expAr ;
j^enSo quando, appareçe mettida em uma ambula
x^i redoma, por kpodo 9ob|iei^atur^l., pois se lhe
nâo' rastreava ponto po^ pude pode^ae aer introdu-
j|ida a .partíiiula ; pelp. que )uhiv^. uip iffcebiapa ^
que parecendo-lhe aquilio industria humana,
tomou uma lima , e quiz cortar o vidro afim de
vér o que tinha dentro. Embalde , por quanto
apenas havia feito uma pequena pióssa , acodio
ai li sangue vivo, o prelado (kea>ieso do braço,
e em breve morreu miseravelmeitte.
Divulgadas taes maravilhas, conjeçarara logo
as romarias de todo o reino, nsuitas promessas e
devoções , que tornaram esta milagrosa relíquia a
mais famosa de quantas ha em Portugal. Marca^
ram-se certd^ dias do anno para se expor á ado^
raçSo publica, ecorh diiTicuIdade se dei:j^va eia-
minaiT.ainda ás pessoas dje auctoridade.
O mais notável é ^ que um escriptor nosso de
boa nota (Pedro de Maríz), que tíiais de vagar es-
creveu do Sancto Milagre ,* traz um rol de mui^
tos individuos qiie o observaram escnipuloatoeiír
te,, e a cada. qual pareceu vér çua figrana atra*
vé» da ambula. Por nossa parle direfnos, qnepos^
to nos prezemos de bom crente, e de ter clara
vista , (ieclarámos que o vidro é t9o reforçadc^,
e o sangue t^o crasso» que «»al podinos vér •
que está dentro , por mais que f»< tentássemos.
Quando os revolucionários francezcs invadiram
á falsa' fè o nosso Portii«;al, muita gentet de San?
tarem se refugioa a Lisboa , trazendo, o Sancta
Milagre ; que esteve na capelhi do Patriorcha',
no palaeio da MHra , em Marvilla. Wos os fran*
cezes, ou porque $e desconfiou de que a gente da
Lisboa ndo deixasse voltar o Sancto Milagre pa-
ra Santarém , ou porque (segunda é «ais certo)
ndo havia dinheiro para o reeondnzir com a de*
vida solemnidade e acompanhamento, annirnciou-
se que um estrangeiro em tal dia (de maio da
1^09) havia de atravessar o Tejo pdo seii pé^
com umas botaa de cortiça, e Í9tf» de Belém
para a Trafaria ! Correu lá toda JLísboa , e nes^
se comenos foi o Sancto Milagre levado, a occul-
tas p^lo rio aeivMí á sua antiga egir^ de Saacta
Estavam I onde sa venefa inuite> «ioda tioje an
dia.
A. da &tva Ttiffio.
AIAOOirÇÂO BO SBMVX mJLWOtBOO UB «Al«
TAO FaSfAB, ir A oe^OAStlO ItS SB Bia*»
TRiBirnusai os vnsitída i^A ^AeráBA-
BB BB MATHBlffAVlCA HA iTlanrBRStBA*
BB BB COIMBRA HO l^ZV BO BB.BTBaLZTà
ABBO ABOriTO
ãi704 • Skiihobw: Existe um código Hiterarí* , ^qat
nós, n.'e8ta rápida passagam de^taiilos aeonieetaieBtoc
não calculados » .da UuIm mudanças tmprevisUs , dt
taaUu leis eph«iaera»» aia podemos deixar de ter par
KETISTA UNIVERSAL LISBONENSE,
327
iniíg« , e que comludb estudada e respciúido atnda
lioje pelos sábios das nações mais cultas, deve consi-
derar-se como o mais brilhante e ultimo braiio das
nessas glorias liUerarias. Mas esse braiio^ venerado
de estrangeiros, .acatado dos nossos Tcrda d eiros sábios.
6 que, ainda não ha um século», era como um desafio
ás Mitras nações a favor da nossa iNustcaçilOi attrahfu
lambem» como tudo quanto era grande entve nós, oodío
4Íos falsos progressistas, dos adoradores dasruioas^ qoe
vendo Jnscrípta no Síea.>fronlespioio a data de Í772 .
bradaram só por isso, e bradam ainda, abaixo o edi-
Hcio velho e gothico do secnk) f assado*
Já sabeis, Senbdres, que eu fallodos EslatntOi.
pelos qaaes se rege esta nossa Universidade, e sabeis
tanabem, que. esses que assim atconham este código
.de gotbico e rep-ogrado, nunca Ibe abriram «ma pa-
l^ina , nunca Ibe aoleiraram uma IcUra, por qn^mloain-
úm que onâo lessem e somente o sòlettrasscm, achariam
que.n*elle, sobre iodas asr outras » transparece sem-
pre a idéa do verdadeiro progresso, do único progres-
eo seosato,:que consiste no apperfeiçoamento continuo,
«eguro , successito e scím abalos.. Achariam quen^l-
le se teconendaqtietodo«qnalqtter descobrimento ou
jiovidade scieniifica» seja logo inserida no texto das
4içées, e q^ue para estas se prefai^ b ad^ptar^se como
fixo qualquer, auctor nacional nu estrangeiro » deter-
flunando-se mui expressamante qoe se escolha sempre
o que fôr apparectendo melhor. Achariam finalmente
qne por elle se mandacrear^ como em commissio^per-
manente , a congregação das sciehcias naturaes , en-
«Sarregtda de velar e lrsM)alhar continuamente no «uc-
«assivo aperfeiçoamento d'estas sciencias.
Estas festas» estas pompas» nomMo das qnaes, e
em dia tão solemne , nós todos concorremos a assislir
á distribuição doa partidos, prémios , e honras aca*
éemicas, começadas, é verdade» a- celebrar ha pou-
cos «anos , e já debaixo do felix reinado de Soa Ma*
g«6tade , nao são todavia » maris- do^que a execução
4e uma das disposições dos nossos Estatutos que, co-
JBO outras muitas» ou por indolência, o« por um es^
piríto ^e reacção » nunca se haviam posto em uso. Os
eabios a quem foi confiada a confecção doestes estatn»
êos ». oomprebenderam bem que oenthosiasmo éomo-
Tel da5. grandes coisas, e.qnepara crear sábios eon**
Mmmados. e eplimos eidadãos érn necessário iazervi-
lirar- no coração dos roancetKis as emoções da «verda-
deira gloria, e ãaspirar-lbes desde os primeiros annos
o umico orgnlbojiobre, e de se distingairem noeum-
prinMDto das suas obrigações eno amor dae sciencias.
Aluamos da faculdade* de matbematica t não bus*
carer argumentos » nem julgonccessarfo empregar pa-
lavras graves para vos exlmrtar ■ ao cumprimento dos
¥0S9o» deveres» avista d 'dste espectáculo tão solemne;
«lie só *de per $i fali» bem foi^te a corações novos e
bem formados. Vós o^ue ganhastes os louros n*esta
aréoa i^loriosa , não -os deixeis .murchar » fazei por
Bãb desmereeeJ«és, trabalhão por lhes ajunctar outros
tioiN>i**Lennbc«e-ros que vossos nomes repelldos^ siqvl
(ooa Applause , lavão eccho fura d^^este recinto , e irão
tambmn eoeher de orgulho o coração de mais de um
pne» e faxcr borbulhar pelas foces de muitas mães la«
grimas desprazer e de ternura. Vósiodos queentras*
tds no liça» sem comtodo ganhardes aSesroas do com*
bate p considcrae querendo ellat tio limitadas, para
locemituior profO', áófodeai. ser alcanfiéas por pou-
cos : poreni se anciães por obtel«as , perseverae no
ardor de distinguir-vos . que á força da perseverança
virá também o vosso dia de triunpho.
Aluranos da faculdade de mathematíca : 3irvli*ves
de fncentivo a • importância do estudo d*esia bclla
sciencia , a qual graças á sua linguagem exacta, eao
rigor com que procede nos seus mcthodos, caminha
por uma eirada toda luminosa, desde os primeiros
-axiomas ás theorras mais abstractas, d*onde como diz
o grande Laptacc , derrama sobre a natoreea e sobns
.as aTtea,3 numerosas applicações, das quacs derivam
fontes inesgotáveis de heos e commodos para aquelles
mesmos que as ignoram^ çonsiderae que a pjfte mo*
teriat da actual civilisaçSo é^devida quasí toda ao pro-
gr/ssso espantoso das sciencias physico^mnthematicas, e
qttejper.ellas não deixará derealisar^se esseprogram-
ma,i ainda ha poucos ^nnos reputado um sonho phiio-
sophioo^^a humanidade formando nmasóíamíiiarcom
•m s6 código, o Evangelho» >
Correspondei cos elogios qve de alto do IbronoSuli
Magcalade foi servida dirigir-vos pelo .vosso regulafr
comportamento e séria applvcação* no pretérito- anno
lectivo:, correspondei á solicitude verdadeira mente pa-
ternal do sábio venerando , o iliu&tre chefe que nos
preside-; ao lãto incançavel de vossds meitres pelo
vosso adiantamento. Respeitae a nessa sancta reKgiáo
única base segura da moral ; respeilae vosses snpe^
riores ; respcitae-^vos a vós mesmos ; conhecei a digeií-
dade da vocação humana ^ á qual novas ttislituiodce
promettem um destina mais elevado, um campo diais
extenso, dando emprego a todas as capacidades epr*»
miando todas as virtudes;
Coimbrrâde dezembso de 1943.
F^ €. F.
I - r 1
O «crrvavo vÂâ mi^a oo Txubio»
' • MBIIOAIA no SXCOLO ribSABO. .
Dcin Aldft.— i|né hasen? ♦.
Jiiaaa. — u.^.. aiaentadas
ã Ul la^rM etiáo ,
qwe . é
' a e«tas horns laf (livi>rteiiv
Calderon de la Bãrcm — qual és majir
perJteàiêti-^Jofn. //.• *
Á 8ALA DO SXXÃO. '
270S — Vatha-nos Deud, Holetia! isto é tio tarde»
e Rodrigues sem chegar! . ...
— Ê verdade i é tão tarde ! . . . . que horas serSãot
nove?.*.. ' ." '
— Nove ! T onde vão^eiras ? opa, vpaf vai Já mníCo
para perto das dei : -^ resmungou bocejando, e eshre*
gando os «vermelha (fei>s olhos, uma nédia .e rol iça «ria^
da , que despertara n^aqeelle nveMcnko » porque-,: em*
briagada pelo snavo^ oscillar do sonmO'* fóro d^enfycon^
tro. cem a lusidia tosta aos alÉirete» de sua* aImofad&
de renda , desmaniel»ndo*se-the n'aquelle secco em^
bale a empaailíada e apolvtlhada pépa , que «por sobre
a cabeça Ibe caiepeava. •
' — Já .poifto das dez [ V . . . eb f mtuJia mie,' qod não
Ibe acontecesse por ahi alguma desgraça ! *j
—^Cruzes > fiihol não diga» ta]^ Ume desgraça !-. . •
ai!o senhiir desafflictos m'o defenda , «mais opa*
dre Sanoto António*, (Mdroeiro dá nossa capeltarepe^
§ê-4^ cpns elle , ando , 3felenà : re¥poasa«K)v em quan^
lo eu vou ver se mando^iaber, alguma neva» '< •• • * •'
132'8
REriBT^i UNIVERSAL í^isBtmfiivaasi
E crgucii-f^ , fpchofi o Rrtiiv Espirkual, cuja Initn-
.ra muito a conforlavn , ií saía com lai despejo, que
até lhe esqucccratn em cima da moza os seus ócu loa de
prata , « o sea regàio de péllos de marlha.
-^Qtiasi doz horas ! Jesus 1 e logo boje jprose-
goiq.I). Helena com \ima toz algum tanto embaraça-
^da ; e afastando o bastidor, em queestava bordando
a fílilhos de seda, • desleixou distraidamente a miío pe-
la meza , potízou-a em cima do livro , abriuHi , e co-
meçou a dobrar-lbe e a esíarrapar-lhe as folhas t — um
responso . w . . vou reza-lo :....« Se buacaa milagres ,
.morte , culpa , erros ....e ^ — •• foi-se abtsman-
• du poujço a pouco n'um penssmento profiindo , sem
^nr peto que fazia , nem pelo que rezava. Despertou
•idcpois estremecida r volveu os olhos para a criada , e
-Itendo qiie dormia * porque resooava — era um dttcLo
«de fagote e ciarinete — foi-se pé ante pé, muito man-
.-ainlio até á janella > descerrou-a, espreitou e voltou a
assenta r-sc , mas com o rosto tão pálido, ecom o seio
ítáo arfado, como seaqtreHas aragens da noite lhe hou-
-tTcsscro balejado algum rnim e desastroso agoiro.
j,£quem anbe lá. o que seria? o cnraçM.de uma
ddnsrella encerrja , ás vezes , mistérios , que .... qi&e
;&em todos pédcm , ou sabem decifrar.
O de D. Helena tambcftn os encerrava , — e bem re-
cônditos que- ellea eram-*— mas esses. . • pftrece-me
•que lh*os «vniio eu; — oh! acavalio! —e tanto., que
4S4HI 6apaz dejvrarquc no:âmago d'aquolle casto etão
nevado peito ardia suflocado ....
A sea tempo se cunhecerá se fallt i , oo nao com
*«oerto«
 Sra. D. Helena da Cunha e Castro era a doneei-
h mais cxtremada.emvirludea.rebf)Jiesa, mais doiada
de pcendÂJB /'.e douaires , que havia na província áe,
entre Doiro e Minho, — ou -para melhor dizer — nosi
reinos toêèê de RSrtli^ai « Al^arvcs.
Linda, cooMx^iitie roab mimoso do prado, moça,
que ainda apenas contava (i(esoito primaveras, ede um
corarão. !. « . oh! isso! que coração ella tinha !
' Era um anjo.,, jera. um anjo baixado lá do céu.
Sua iUuslre mãe, B. Ânna de Amorim Bacellnr Fal-
cão Peçanha^. era dona de prudência ebons costumes ;
mui cha e dada a lodos , c caridosa ^ como as que o
S30. Era alta, bpm posla^ e orçava pelos seus cincoen-
ta e quatro annos.. .
Dep«il da«itiQrl(e de s^u^maride^ Aartboloaiea^da
Cunba e Castro, fidalgo, d^ .prol» e honra du, como lhe
téU^príar-r-du^I^c"^* .havia pouco, lhe arrebatara dos
braços, viera prantear n*aquella sua quinta, folnr da
dMÔnè, a. soa víuyez, tio Kwia e desamparada; dei-
xara os folguedos da cidade de Évora, onde tanto prit
4nára e rcaVçéi^a, para v'r acabaf esse resto deesis-
leoçia « quo tãa eroia do gdios Ibe oorria , m» asso-
«egada paz d*aqi^Ua casa , nas variadas margens do
Minho , e ao lada de D. Helena , sua filha única , e
aua consolação, esperança e delicias.
&VI uma Sjinçta e virtuosa donajiqueHa viuva, roas
tinha duas baldas — ; e quem é n*es4e mundi» que as
nla tem'. — eram duas baldas» que muita quéi>Fa e
dasar lhe darvam , na verdade.
A priffieim — e a peior , de eerlo ,— r era que se
dei&ára por tal arte dominar por um eteudeira ou fei"
tor — : que para ambos os roistcr.es Ibe servia— qtie
MQ pod«i a boa da senhora nlevantar na sua própria
quinta voz aotiva acja, ps)^sif a»
Miiiiò bem eanhccia elia indb isto ; mx$ queriâ^lha
tanto, •« de tal modo! ... era uma amizade, um cecw
to respeito .... -►♦-"ponjuc o Sr. Lourenço Rodrigaei^
— e já o leitor ha«^e ter adivinhado que é cMe,*.».
foi sempire conpanheiro de gnerras e trabalhos de
Bartholumeu da Cuiiba , -^ qaie Deus tctoba oa sua
sancta gloria „— n avetou^st píw isso a olhar para a
familia como sua , a administrar o haver e fazenda
como suas-, e a dizer « e a mandar, e a governar. ..^
N'âqO£lies tempos havia muàod^ísso, — e aiada
boje. os ha. . > .
Ainda ha muitos |d*«S8es próvidos s«mdairw...<.
mas Rodrigues .... '^ oh i esse lá ! — sobrelevava ao
mais experto ; e tanto , que dè «m simples ermdinkú^
qoe ora , foi opèsoendo « medrando em cabedacs foit
tal forma, que se apresentava pela. pasclioa , e pela
çrugo da freguezia , que* nem om morgado dclinhav
ge e grande polpa 1 boa cazaca de bmnbazim coii bo-
tões de ftço polido,, bom oaletè matizado , cabeileici
de laço pnelo e castanhola ^ f*ica de nntto , flvehs dç
lopazíoa» e bons ^uaWinAi» deouto — n'uma sacca dt
•^ift^ — n'algibtfira. a que davam repelidas jangtias
uns cinco ou seifttafucs, 4|ue eoat uma varo da a jun-
tar-se,'às noites, emxaza do reverendo padre rorr«ii,
grande «açador de perdiaca e coelhos, e 6fm proeeéi^
do, cooio. o clérigo da Gil Vioeuie, para ali í díspu*-
tarem á tisquinHa os cruzados e vintena <ftte havíia
— sahe Dei^s, mui^s rezes, com que htllas.
Estos, serões duravam até tarde^ e D. Amia ben
■sabia tudo; mas calava-sé, \ coitada !
...à Qutra mania q«e ella itiniba ,>«!« a nobreza de
seus antepassados , que cm atfilailando oof pergsni^
nhos . . i . adeus l .lá se. ia tado coto a baéea por-elses
ares! ■ . .j.
Verdade seja ^ue- nfk joa saia;d*«aprra haviameíl
duaia de paineisi, -r^oh li^qAiò painéis para se veremt
—^ nada- monos disidois desembargadores v «m bispol
e três. cavalleiros> de armadura de ponto <em. brsncoi
; com cada espada., o cada >capacet« , « oado^-^nit» ss
que mais, porquo o pó eaáletaa de aranha tinham fon*
, madoipor diante d 'ellcs um cortinado- espesso e mtil
peCrificado.
£ tanahera alli havia unaorrAiitenooa com. o hraiiè
d'armas , que «raro seis arroéLas , e nove
Eu d'<tíatas coioas intendo pouco, ou qnasi nadK
Hei de.iOsUidar a nobiliarehia de António de Villas^
BoA^ e Sampaio.. .•. ou não , não: he>-de antes per*
gunlak>o «a certa pessoa , que eu covbodo • qiie é mui
lida .0 trêãUda om oartapacios d csU geaero; e dst
paia . • • k que venham para oâ, que4hes dares Ueçôei
de cadeira, cotno um knte tnaclmchê áe Salamanca. >
. jlas, .sancto Bens ! aondte en von dar^oomigo! ed
iempo a escacoor^^mev e o bom -do Garota doReaende
a a «lamar, n*oquelle.scu irmtiqinUo o bemàveotori*
do maculo , que
. , . Vkm •'• ^uem deixa* perder tempo
Nuooa o. móis pode cobrar s
e ainda por declarar o segrodo da formosa B. Helena!
Oh! qoo se slgir^m a visáo» cotné e« a imagiuof
juncio»d*a4|ueUB m^iu » tão anciosa , tio scismadorai
tão dominada polo seu pensamenlo, havia de adivinhar,
mas que Jb'o nm dissessem» — qiae.aqaelle cotação
virgem, -«< ainda, nin desabrochado quando viera du
Alem-Ieija«...ei}tava tneadoado» varado. o rendido,*--»
u^acLuel^aa «djliuiâs murgoos dpUiphp'^ aos «lhos ao*
RfiVISrCAi HMYEBSULL LISBONENSE^
32Ô
gros é scirttinant«s ^c um nrtnfcebo- d# i^iBl« « qitatra
a^nos, bem talhado — como uma estátua de Migue)
Angelo — e .vigoroso de vida e de verdura , — como o
mais elevado cedro do LibaiM»;. de um mancebo • que
• oapiivara decinco veies que 4as gradas de seu jar-*>
dim a arvisUira , què ouMPa ofiertaivllie om tmor , —
tio duradouro como porO — n^umas carias, que lhe
escrevera, em que Ihediiiia tantas cousas .... tantals,
e tio seduetoras.. . . çm que lhe pedia lhe fallasse
«aia noite « ao que ella não quizera » não soubera*
IMO poderá resistir » porque • . » . .
— O amor é um fad^arioy que está «seriplo no 'li^*
trellado livro ^o céu ! . .
Mas quem era esse mancebo? Seria ^obre?. • . .
Quem sabe ! . ,
— Helena» je a fidalgnia.de tua mãe?. . assim teaf-
íoitaris a calcal-a aos pés ? ! assim íarás corar as áes-
iMitwhis facesi dos retratos de teus avós ...••• e man~
ebarés com tSo feia nódoa o braeio de tbas armas tSo
antigas? ! . . que dirá , que se carpirá tòa mae , se
cbegar a saber tal ? ! — tua mãe ! I — oh ! que fazes?
Alri^lede I)»,IJelená da Cunha Linba d è cumprir
a sua sina.
Eu* ii'essa mfesiM «loile, queFemandOi losett aman-
ke\ havia des-iil)ir, á meia iioít«, por aquella Jattet*
la, que ella entreabrira, e para onde, por instíncto, —
ou não sçi porque fatalidade, — descambava a miude
seus olhos , ora languidos e abatidos , ora animados
de espanto' e veeeio., ora arrasados de uma lagrima ,
^e kivDluntariéménte lhe dcFlisava pekis escaldadas
faces , como o aijofairado orvalho da aurora pelo seio
perfumado dá bon'iná.
S^a mãe. tardava « e aiuda m^is tardava Rodrigues.
jAinda ttiobam df^ cear , de reatar» e de acomodar-se;
e depois . . « • á meta noite .... — esta idéa féí-a es-
«remeeer; parecia-lhe que já sentia os remorsos a sa-
cudirem-na pelas tranças com suas mios* frias e ées^
cornadas : quasi que teve medo ; quíz chamar pela
criada :
— Margarida? — ^
. .-:- Am?.. . , que élá?» • .. que é?. . . .«—disse a
dornaioboca inalteraveU- e caindo, de repente» cm si>
alevanUiu^^êe- estremunhada ^ e emeadoq :> ,
— Ai , é vossa senhoria , minba senbora?
— Accorda , olha , ' accorda.
' — E Rodrigues t. ... já veio?
— Ainda n90>. , . . .
— JEloH V elle4 « . i crido l ^
"^ Mas em qsanio inioi ven , oie dermas.
— Eu ? ... eu não , menina : e abriu uma bdeea
hiuiio grande; níqitô grande, para espantar a pregui-
ça.—^ Quer vossa senhoria que eu lhe ^cante aquella^
fida de Sancta Q.e)ena-->dasan€tÍDha do seu nome,
— qiie é linda, muito Ainda vida? — quer?; .
. *— Pois canta , eabta^-^respondelo D. HeleMi-» co-
me quem tem outra idéa na mente.
Margarida foi pór a sua almofada ^bre' una
poltrona de coiro mui lavradp,, que alli estava ; as-
&eDtou-se cncrusada no estrado, e alisou com asmao^
ambas atopete, escarreasepUiveses para afinar aquol-
ia rot de soveJIa , destemperada pele^aomno e pi^
tabaco , e deu largas a iHn metediosíssimo romance*,
cuja musica e toada dera cera a agua pelas barbai ao
Auber do Frd-Diavph^ e fizera arripiár Beetboven no
êffu laureado jazígQ.
A iettra dizia assfm ; *
Stando Sahcta Helena
A' porta assentada ,
Cosendo mui leda
> Na* soa almofada,
Sua agulha d'ouro.
Seu dedal de prata ,
Veio um cavallciro
Pediu-Ihe pou^da.
— Se meu pai l|i'a der,
Stá muito bem dada. —
Enfirott' para dentro
Logo se alentou ;
Fizeram-lhe a ceia ,
Elle não ceou ;
Fizeram4fae a cama»
Então sédeíteti.
Lá por meia noute
Se ale^anton , -
De trez irmãs , que eram ,
S6 nella pegou.
Lévou-a p'r'o monte
E lhe perguntou.
Como lhe chamavam
fi>'Como a tractaTam :
— Em caz de meu pai
Helena fidalga ,
Agora na tua
Serei desgyiaçada. — ^
Pucbou peio alfange
E iogo a mato«,
Cbberta de ramos
Aíí a deixou.
Findos septe annos
Por aU tornou : ,
•«—Pastorinhos novos.
Que guardais o gado , '
Que ermida é aquella ,
Que esi& n'aquclle adro?— ';
— Ê de 3ancta Hçlena ;
'i Morreu degollada !
E parou aq4ai a tkroniêta da foemaventerada Marlyf|
para r»zor uiM' eapltea^&o a este ponto obscuro e in«>
tricado da lenúa: — e raé então aquelle desalmado
Herodes do eavaiieiro ficou árrepebdido de ter fciló
scmelhaqte maldade , e atirou comsigo ao chão , di-
zendo com grande pranto e alarido :
' Mínhi Sancta Helena»
Meu amor primeiro , '
" Perdôa-me a tnorte ,
' * 'SeÉ-efteu romeiro. —
— Como te tiei. » . .
*-Que ponham já a ceia na mesa. — bradou da parte
de fora uma voa áspera , rija e imperiusa , e ao mea-
•OM passo senttu-se um rumorejar cenfuso na sala v»-
siftha. . .
A nossa cantatriz orgulhosa , que príncfpíavá a pa-
vonear-se da torrente de suas harmonias ,. e que J4
taivôz se julgava digna de gargantear , cpmo pvmii
^Um^ na spera que para el-rei D. Joai.l.* mandara
vir õ marques df Pombal da terra do santo padre;
ou, pefo menos; para cantar um minuete slot^cado
no theatro do bairro alto , vendó-se tão prosnicâjuen-
le knterrompi(|a I ficou. . . . — imagine o léttor <fOm^
dia ficairial : .. , , .. • — i
830
REVISTA HMYHHSàL' iLlSBOJTBFRSi^
D. Anna entrou então para «iMscar o sen ugúlo;
vinha-lhe a serenidade debuxada 110 gtistO , porque os
seus temores haviam.d<sapparecid^ , ciimo a colum-
na de fumo açoutada pel^ lento. . • . \
Chegou-se á sua querida Olha para ihe agradecer
o bemdito responso qqeiio prestes haTÍ^ operado, e
apareihava-se já para fazer ã' apologia, da poderosa
influencia do milagrosa : fh^im/io 4e Fadua . quando
um criado , que assoatt^tt- á porta», aftnunciou em
tom carregado e r^do ,. ^aa estava a ceia na mesa.
Era Rodrigues.
. ,, .(Gonlinuar-se-ha.)
t • Â* Pereira da Cunha.
PTicm
ESTUANGISRAS.
€705 Ev Inglaterra no di^, 2 foz-^e a alibrtiira solemne
do parlamento, « S. M. a raroba Tícloria proferiu o díscuno
do alylo. ' . ..i . <{
Na camará dos commiiDS lerd CHife apr^entou o projecto
de resposta. Mr. SfiarmAt Crmofúrd , deicrevtfndo a miséria
das classes operarias , propor, uma cmeiMiA pair& que se proce-
desse A ioqucrito n*este partiçjflai' aoles ^o -futar os su))sidios ;
c M. Hurne também propoz uma emqvda qo.Motido de dimi-
nuir as despezas , e sobre a associação contra á.iei dos cereaes.
De Dublin ha noticias até 4 de TeTóreiro. O processo de
CConnelI, que dura balires* sem^nai; dinda nlo se sabe quan-
do acalmrá. Ainda ntlo foram oiisvi<|at' mtfitáà testimunhas por
parte dos rcpealerSy que se ly^lviilk n^afueHAiic ciulef proceden-
tes de todos 08 condados dajfj^n^a. Dapiel 0*Connell tinba
a palavra para fazer a sua cxpos^ap a^ j^r^ y e aguardava-se
um extenso discurso. / / '
Em Fran<;4i o maròcbtif Sòtilf pfopòz ás 'cambras uma pen-
sSo de 3^000 francos para a viiiira Òo onrcchaf Drouet , con-
de d*ErIon, o qual m(vrtu tèo pobUé^ qué» apenas deixou di-
nheiro para o seu enterro, ^ ' )
Mr. de Viilemain apre«i9ntou ^ çamAr« (l^s pares o seu pro-
jecto sobre o enjin? secun^fVio , que tem merecido a apprura-
çSo das próprias bolhas áçi ppposirSo. v
Acaba de fallecer o gen^tíii Bk^trãnã', o amiiro e compa-
nheiro de Napoleão ; e é migiihir qne nior^efl8o quasi um mez
#hQ|lDÍs''de faltêcftsr Mr Hudtm Lomev^ faaiaísé:'got«nMOor db
Saiieja Heieifi* q«e deixou. uma aiemQnfwpaEaiyejftsliAaan anti^
^^ p<Mteri(|«fle^ n^iV^rando «91^ «Sy' fez senA»;f^guir> <rMca,ff
,>V»trucçôe8 de Iprd C/^sÚereaph, f Ir. . jje 3ricqu(;xjjle , proppz , f
Êamara dos depulaílos', quê n& cinzas do geaeral Bcrtraind' fôa-
'êeta tóifWAifjAg jiincto ás dfc Napoléaíí. A camará Jjarecè àl*-
posta a annuir. '- • ' '-í'! -1 ««^J-
A littcratura e Iinguttfràiict>zà"li^baiiK ide' levar um pro-
fundo golpe com a m^r^e de Ch àaLva. NooittA , ascriptor dt
Tastissima erudicç&o , in^enho. f^Q^li^e , g,op^ puro, singe-
leza e graça nfto vul{rares. Até.^q seu.ftcab^inento encerrou
proreitoiías licçdes : expirou comç tyiha vivido', dando claras
c sincer|tf demonstrações 'úh chHsfUÒ e cafliótíco : nfto quis mc-
'^HÍiH ^(jíieiíid crta ft*éll€8, tferitfo/qtie tiitfÀoqiièlaMÍSrgTa
HiitfnfisBis», nUí 6 íkiUkú liotateibs : qtiiz pof^m, '«recebeu còin
-4^grf«d lofi«a os resieilios .eapirituasc -w^ergontou «CL^taiTa
ao pé de seu leito sua familia toda, sua esposa , sua ilhf. £
fifo^ fieq/^^nos ^ — ouvindo que mul^ -jr pefiruotou
1 u9 niez -^ ú 27 de janeiro :»» — <» Bem nâo' vos
^miutos eràili U9 mez -^ u «7 de janeiro . - — .. -^,.« «->* .y-
TOreÍs'dtè eftqbc^cér nunCa d*esta dãta.w^E teirminbu , dandó-
4AtA;icom'Zc!tobl<nte risoáho, tionselhos et&nsahír.o<^t. Xiisuhs
oÉiíiÊtm palavms l^filhà, Mkdáknè Mèieltie^, folran ^MoiMeil-
d^rUhe [é .eNrà|Aora diitíiifita formada pbr ttle .ni«i«o} -h «>
^H*ie p^r^ fqrtjBlaDfr.icomo 4he^pipfifiy o ^Ijflo,, \paif Mia-
. pre Tácito e FénéJon, », .^^ . ..•.'.,«
, A^s suas exéquias c enterramento'' asústira^n) ,o8 principa^
1itlfci'alòs e artistks dèftn-ís ;e ds'8feftk ânígbt', ^ue éfaiirtiqu-
merareis. O r«i e a real familia mandaram qusnfthftnaÃen^e',
éivrt^if % iua.^oaiiça^, ,iof|i«,!:^<4wa%<4\Ufi, e Ca^^h^^ff^
feçipiento?;. .... ..,,., .,.,.,./ .^
Cartas de Forli ^ insertas na, Gazeta de Au^»hurge ^ parti-
cipam que hoíive, íim tumulk<»' dos Hibítantér de^ Cástel Bobr-
/rnsse Coiitra aaviropas pontf'lh:iás. H<itt\% inoTtòs mortoi e H-
ridtiti^Àá refVegá/ Em Hé^en^' <^ diféclof:! ita o policia twebeH
um tim,.<|iniidakM«eftt«ar>fncaiM>. «Sip i^itqpiwtrdti^va (rrsii-
^ejifó^^jio , iip^i ds^.prisdes. flua «Ifi^^e. fizf^i^am. Os íjidin-
duos capturados for.i^i)! conduzidos; i| ^íóp^ ,, onde ser^o, jul-
gados iMíla' GOiquúí^sào militar.' ^ ' . *
Ein ikispánha polo minisíèno "di giferm^eti*rminoii-se , eíh
eonseqoénti* dá revolta 'rf*^ A Hcantè- te Oarth^^na , qn« sejMh
declaradas em estado de sítio tOdM >ii: provmefaifl. dO «Poinoi ; «{ir
s^m proèqéaolDi wcéoijwpunfioiq Ini d« i7 de-M*fil M -ÚiSl ;
e que a auctoridade militar seja a %vp^n^T .tofi.çt^ proiiicia.
Também ♦« maníia^^«:ç^r «pw^jJho^jJci gíiçrç* perra ançaleí^iara
julgar summâríamenie lodos os qiieattèntarêm, contra a ordem;
nÂo se poderilo publicar periódicos seni lícença^dbs chefes po-
liticòl : ningtiem ^odèrú côníétvíir 'armM'^''teir t^4d^^ todos
os qiie tmetarbm- nesAisa» moiihè e> foren «apUkmdot , <»• qu»
nAo entregarem as armai, 6 oè»(|urimi|inmúivkpiptei«-iM tt-
G«nça, 4»«i qui^ JenUreu 4» ^4M9U>a ^opa^^s^ri^p j[Ulfiyk)s. ew
conselho de i^crpaí 'li* . . " '
Em, consequência d^eslas dísposiçoçi annuiicjá o J?ro ie^
Comercio que cessa a sua.nubTíóàçaõ., .^'àptéSenta um pro
t«sta contra os^dècretM do^governòi-nfêí^aá) pór"'Odlvef-Ca.
ncf.i e Fernando Corradi. ' -
'^Em' Miutrul ODnlinwKTalRai^prWIwi, (wn^otinltiaiiiiiegtelea.
{AMf4»4lo.D. Jn«oQi}nfio 4M^fpq^^i3iad,, fí^ck9r,çV>; jornpl
Tarai^xíJfl,, . • , / .» I '■ • ► .'
P; Sr. Raíniret de Avellanb', enqarrejrado da. minciattira
apostólica, dcgollou-se em tfua c<ÍÀa',' se?iíá\to't>*CÍ)rfeso^)tsár,
IgttofiWlèr-sé á causa ■^'ésfe âttd de d«íCS|)ofaçto.F * ■ ^ • '•
:Á'4l{||mi«A^ra recebeu io<giMfcTti* uiniá!YAi1icipai^ 4iflM«l
do olicfe das tc6pi|s ^nc htviám )««fri4i d^ Mmcia,'D^.ir. Paiv
que á frente de mil homeus e de algi^o^a ai|ti|l»eria fu^a^^^itv
Cjtl-o em Eyda.„ ' , . « . - *
'' Os levantados delxaiíírtt 'ini t)õ(J6r ica téncedores íOoprisio-
neitos'; íAbluintlo alguns oifiemék. BsCa T^itkipaçfto «devia p»>
Mlciír^etn* (ráztffã-ttfe-d, «erâMiinnMiraente iraporlaott pieit
grande inilimida que- idev« prodiifsr í4u(aí .oqUi .pqiit«9 «uU*
radus i^oitti fio railiinle das pfariuçi«i)v .
»:: ; :•.:.' .w " -, ; . . _:^ l r) ^ ' "i - ' '
PORTUGAL. . ., ,.. ' >
'' *^tf(^ 'ArirDiiiinreli<mt*ntc*nosh^o é dádA noticiar btijc ater-
iaioáf(9D dd biMdo vidli(fnlo*caii4lie aeiídmtfi mM M|io<Moa pdÍ4iet)Sr;
eis aqui o que .|iriMDU , 4epú|s( 'da date'd«»»no«NM oiMnoani*
cações. V».v./(ii,. ;.:.. •, . *.• .,' -.í . ..•>.♦' --
Os insurgentes , que desde fntâu, nã(ji fizeram j^quisiçio al-
guma nova, não chegaram, a atravessai 9,Tejo^ s^nSLÕ com mni
poucos homens, que depofs i^^srreisàram'' lòjro para t^astello
Branco, d*onde partiram para a Guarda; ahl eliegaráAk a 16,
haveudo-se-lhes reunido o Coháé' tfb* Bi^m^dWl , que atnJ^eflwra
o Tejo cm.kMkq(dl»MÍkpiqtiti:r#-pai«ciauirJ«pralMr párk Tran-
O YÂ^ilp.de Ví|llon|fq escreve ,^eÇoju^|>ra,^ a 18, que %
éO ficaria ein Thémar com o regimento 8 ,' «'ntVando o ^ em
Abrantes a «o: • -^ •'• '>-'*'•' ''
'Os V^isòoades^de Vlnhiíeé 'e ^ PrnitélTtMf mTiitl^a^ikipáni á
Guarda, páAnildb oDoiM a ÍG'ào«)Pew<da R«!ÇÒa;
-oO.CkroiKÍ'R«iendc;.Qiar^H<yu «a^' parfL.MâecfiuIès «on
dois esquadrões de cav^tvU d, pMa^d^.p.TeiOf^^a^.tVilfoyi»*
.l|uL. para a^S^se^unir ao par|i^ ^c X<ei'^A- .> .. *^ •
O barão de Leiria, qne a 20 ficara em Castellò branco, de-
via logo qu'e chegáiâe 0 òorouel' Resende lãarchar 'para n
Onafda. •• * " * ' ■ • • • •
i O eoronel d(» régiiaMti>'*10 «cliá^Mítm Castèllo Bnrne* rmf
ifiw|o ot.foldMl«4:quc 4ki9^IHiw> fe lt)e 4rrr««a«« f^ifidos
.d9% |eT<í»lados„ JegdotM^/ftílJitfft «uai .tjwrteifaifjeQíí pM<9^ í»
,^^lgynsoiIk:iaef, ,., . .., , ;.,,... , . .
Tem, continuado a ser tomarias providencias vi^orvsa» , C(>>
irfo' a demíMao dbs ÍirtpHc?i(Jx)S \i{r reVoflíi , ' prHííes 'tlè itw «ei-
tos , responsabilidade tornada efrectivanM^úífitíkérde^tails^
Bir«1^A>Jl<IJNiyi:BiSAI. UISBOPIBP^Sfi. 331
4a , ^ eràtm úm ârníilo ttM i bêfli > d«ifoMi](p)ias ^aittbelliSo' i e
recolhimento das armai da antiga guarda nacional. . :..
..^^ie fi«, abrira^, vxvaofptf •» qtmiuiif , 4'.dofl,df|Hitf^dos
aprt:«en(ou o governo um projecto .de lei pi|ra^ êonliuuaçAo ^d^
suspensão dai garantias alé o dia ^1 (lêqiarço; examinado pe<i
lá cJàimissào respectiva , foi apprdviado , depois' de 'aígura de-
bateV'bem como qm parecer da mesttía Cofa^^^^^íJ?!" t^.'
em rêsiWsla ab èr. deputado BelrXò, ifiie B^aCha 4^ n bòK
rfo dô uma fi^as^âfà , â* dert«« t,ue •otmafaioinam «m p^rlU
C*ih*r'lcoDtemprá<ío o f*c|e.da qne g. g* «.qu^^jw, p«rt ^Va*
UâU quando chegai o tempo cte. ppdir conta ao {roterjo dq
«9o q«i«.;^ouw. f«ilo 4?» poderes diacricipnarios quelh^fo-
A lei passará amanha á camará dos pafes.^epois do que
•rovaTelmentc será de noVo prorogado o parlaírtento.
«707 Diário rfo Gw^rno rfe 1« ite «w-í-^níe;— Re?*çío dè
dea degradados para as ilhas de Cabo Verde. Orck^n da^ ar-
mada m*^ llJèid*3i-de«ip»emW<Í tí« ?843. Tabeliã da dispo-
giçfto de fundos no me» de dezembro de 1843 ; no valor de
1.98Ã:éQtí^a%fi>si* Venda fie bcM^naciowuífj .. .
,Jrfrm dtflik — Parlaria de proyidencjaB sobre dircHos íícuma
íaTenda denominada escocezes. Venda c remissão de' foros e
pináSes. 'Venda dé'btlis'bationaes. . - '
WLmBTAWÈOjbtlViEfno l>£ VMA 8AUBS pks-
CZOSA PARA MUITAS OUTRAS.
2708 Dcpofe -rfe ferwW dadoí tf tftgir noticia do nr-
rfgY)' Í6W / fedttgrtttatàrtiõ-nos^ d« p©der putflicasriá^e-
Gráio sobrem«*eira< a uma immeosidad^ .de antígoff, que ti-
Teram.a tleíicadjíza de.« dirigirem ^ minha casa parq. 8« infor-
IDiar^ni i|f> cfrtadq.fie.minhísisaudí?, em virl^^fle do artigo , qM«
y. ..se deii,ao.iiujoi^ino'do de iusçrir no sêii acprediíado jornal,
iicerc^ dó áesasire flue me 'aconteceu bo dia 14 áo corr eittè ,
e ac^ando-me aclnálmeníç qiiási 'Tesià^elccído ^ aptoveito t»Xé
«Icsmrt meio para protestai a V. .', e a todas a> p^s*a« que
pv dignaraifi' 'dâ me dar provas de tanta lítnefToleBeia ^ o roeu-
sincero respeito e Eâciubecimento , assegurando-lhea que ficaiá
Incleievei «p w^u-ceraç^o a g ratidào que merecem ç^les^as^os
dfs tào.aílectuo^, amizade. «
.20 de fevereiro de .4844, Sou ele. ' .
'• l)r. JúÁo AntmUò BHgn^U, ' '
'•' ■ • ' STAtrrRAOXO. ' '■
!2709 No DIA 8 'do cort^entè; ;pela« 5 horas éa lôf-
fle . no sitio d' Atalaia , cdncérlho de Loif rinha , duas
legoas aosiíl de Péttichc , n^àufi^a^ou d brigne fraricet
7-.Marie— rcaçitão, Pierre ^ertín , que no d fa tf7
áe jaheifo tinha saído de Sétubà^ com ctírjga dé sal ,
è &e dcslináVa a Dunkerqiie. âaWarisíin-síe dex pesíoai
da . tripularão perecéiido úm niôçó , ' por líiome J<to»
Btarie Brillant^ filho a,e*Jean Pierre'/ refeidentèíéitó
Saínt-Servan; O brigue 'dáfez-se inleiraíríètíté'; fibtit*;*
como quasí^ seinpre acorittíce eiri casos símilhartlefe ;
muitos roubos, e exlr^Víbé :' o' ca^ifeo.delJitfisde sef ler
escapado aos. perfgôá dò mar , c quaíidò'íin terta es-
perava achar seguro aáy lo ,'fbi bruiálnoeMe espoliado
ãê um saco que "encerrava tiWo o' q"é podírà , tio
momento do' perigo^' junctâr, dè' melhor., a saber -í:^
48 peças ein oiro (mòeiiá de líârdeiiha^* bò val(rr*dfi
i67:680 rs. : — um oilan4e (com esta marca, Hngues,
london): uma sobrecasaca de panno preto, e calças
da mesma cór , algumàâ^JÓias ae oiro e prata , como
botõ^r, ' arnieib ,. flv^ia^^.^ gr^nd» |)erçftO dí^i|>rorde
kistoria. nantééA^te.viagetis-has ^iias.carta» ..e/oiMipf
objectos» .A. sua tribulii^i^r^eria awto .maiA.paraiM-
menbar» fie-oieifqsaem aji jadtsqfJada^pra^íUeççia» di--
das , logo que soube do naufrágio, pelo Sr. jiuif: d|t
Vara, dighe ad^inistt^ailor do concelho da LoQrlnhS;
^'qiial não só conseguiu fasor cassar granáé parte dos
ròtibos. Itias -aíésfuaflsòu de tal sorte os* males da
TfiífeliK tripnlatâd , liiaridaftdo-os sU^tebtar e aquarteU
laf pièMs taielfaòi^' CQ9EÍ9 dà Villa da ILoiírinhã , quê
os íVànèe2«s faflahdo d'elle e da sua humanidade,
diziam — c'est un ange r c'-est nolre père que nous
ff^llsWíilfiB %#i^ftie* cólè ; *ía'agl éatersnòiiscodi^
me lé^iftèflk^íw^^^pèr^. -l. . .*
Eguaes elogios cabem .^o, Sr. João Leal Moreira vi«
ceT(\ons.ul. d.e f^apç^ ein Peniche , pelo , pau ito .(jue se
temc^isveljidtj,^ í4 promovendo e ^procurando todas a$
oom.n^ojjidades. aQ3 infelizes naufragado?., , confiados aõ
seU; cuidado.» já spUcitandò ctas auctorjÂades todos os
auxílios. parA aalvajr os f çstos do navio è, perseguir ,òs
roíibacfores.
Quejfa Y»., .;.D0 ca5o.deo julgar útil, pvbliçar esíi
notícia no seu interessante periódico : verdade' é que
para pôs Qs portuguezes, amantes do credito.. papionalj
n^o é. ellá das inibis lisongeiras., p.orquê vae patentear
um facto.de qiie dos devemos corr.çr .e envergqnhar ^
mas ^óde, sçr^que a sua publicidade pha^ie aattençao
das aujçtpri(l?desj desperte nó govçrno boa vonta.de á^
começaç .por urpa véz a çxtirpar d'eíití;è ^ pbvoVu-
íe jB bárbaro, o perverso costume .dç jul^aréip prqj-
priedâd'e.,s>^a os ^ objectos que o mar IjEinçcj ^obre as
costas ; — para sé conseguir, isto, basta, a meu vê.r. liii
severo exemplo q,ue lhes fique bem gravadp na mo^
moria., .Sou de. V. étc,. '
Peniche .10 de fevereiro de 4844.
Pedro Cer%ant€s de Carvalho Ftgffèirà^
' ,, RpMAXfTZSMO ^^A TIBA ÀEApb': ''*
2J710 , « AcA»4 em .Coimbra de succe^er um cãsò hor-
rorjosp, que nae contam dá íórma e- maneiem scgiiiçte.
Um homem casado', estav^ enfastiado da sua qtterídi
metade, por aqtiella regra quç diz-7-némsjBn^ré gaU
linha ; -7-e Iractei^ de à^iibstiluir por puti;ajqnclhelír
nba ferido as cordas sympatbícas.;.trácton pprtaplo de
SP de!sf^:?er . do. empecilho , ', que SiC achayà ' doçitp çíq
hpspilaV» * ' .. . . ;. ' i. / .,
j^Or^comq o {talbopg^e^i ^sta.va no seu ^^ffeito, con-
sultou o progresso, ç. a sequlo. das luzes, e m^i^doMj^f^
Pf.esepte a sua iim|her dous bolos com alguipasmaças>,,
A it)fcljz,^que D^p d(;^cànpaYa ^0 infiel, espo^^Q ^ per:
gou em um bolo e deu com êlle na sachristia*, e pí\r-
t^indo o ^egundo bqlo o. jçepaf^ti^/ entre, duas mulhei:es,
suas companheiras no hospilaí.V. . '
«MomçAtos dçpoj»,'|grandçs anciãs séntirain.^s pa«
decentes ! e- d.eqtro. debito horas, uma, ^em $er a con-
sorte^ fez visiperp» ,e a$«'outras duas parece ,, ao. me-
nos uma , q^é .lhe. .farão coinpanhia ! ! o cadáver .cíâ
n^arta fpí levado, ao theatro anatómico aondie s.e lh<^
fez a autopsia, e sie lho extraiu do estomj^go itma pro-
digiosa quantidade dejárseníco] ! Este sr^ Arsénico -es-
tá «endo bojie milito moda! O marido <;haritativo , ft
oiulbei^ fl^c l^vou.o presente, e nao sei se a8Vi>!»titu\
la. ff, tudo. foi logo psM^a.a cadeia; vejremps o ^ÚQ r;e-!
sujta do. procf ^0 1.» ,.. ... ., ., \ . t^, . ,.\
;t<^Aqui tem Tf^i^ ma aconteeloiiento Tf.o.^pQsipVronpan-
tjCQy-fquc da.va um muito bogidraipa^ á.nós^a.e^chp^
ia^normalj 1/, quadro, a fof|^da,p£|tji)^í;'z^ edò^^^or.;}
SíJ" t. o juramííutQ^ 3/»,. o hoti&àrioteuàendo Qj^y.^e-
j^i^iqo ;> 4/., .0 bojpítaL: , 5.% as.anciaf. e os v^inito^.;
.6*%; a.pioítç; ,7,^ o/jh^l;'Q^*iia^opiicavj^.je á.,fUlo-
332
KEVISTA UNIVJERSAX liiaíBQNfíNSE^!
pitn ; 8.% • prii5o : 9.*, o Iribuiinl d^s juradcs ; 10.^
os iien» JHdicíaos: 11.'', a decisão coiisci(sncio»a..do
jary: íÚ'* , as palmas, os vivas, os fogueies á,|iber->
^ade» € os artigos da imprensa livre a favor áaíS Iih
•jEcs do século ! O seealo actual é todo um romance» «
Pabr98 tko Porto, .
WUklã VKBABOSSTATXSTXOO X»AKOBAXi»U-
BZiXCA — SrXCX8SXX>A9B m VVVSÇÃO.
/Carta,)
' 2711 Andava no dta â3 do mez passado um pas-
tor, por alcunha ó botas, apascentando o seu rebanho
entre Alvites e Vat de ÍMgoa, aldèas pertencentes á
comarca de Mirandella. Era ellc vivo trtfnsumptod-a-
qtielles virtuosos e sinji^clos pastores, fantasiados por
Úessner em seus idjlios.
I^o dia 22 talvez por toque do seu anjo, tinha-se
preparado para um passam(:nto christâo , sem que ,
tiiimanaitientc faltando, se visse moltvo para taes aprcs^
tos, nem doença, nem rixa ou má vontade, nem se-
quer jornada ou mudança na sua pacífica existência.
Toi Jubileu no dia 22, e tinha-se d'clle aprovcKado.
Andava-se no pasto guardando as suas ovelbinhas , e
'eml)cbido talvez , segundo era seu natural , na consi^
dcraçâo da divina bondade, quando algumas entraraiík
)im úma propriedade , onde pouco ou nenhum damno
podiam fazer ; o filho do senhor , vcrgontca degenera-
da de virtuosa slirpe« começa de cevap nos pobres
animaeS « sua fúria com uma foice^ cortando e matan-
do n'elles. O pastor implora compaixão para as pobres
\tctiihas, qtie nem se sabem defender nem quàsiqnci-
xar-sc, sçnão çotq aquellas espadanas de sangue a re-
pintar a lerra , que não offendernm : — a resposta foi
^— «como lhe faço a ellas , vou já fazol-o' a ti. 0 —
Sem mais réplica larga direito ao pastor, erabebe-lhe
ho alto da cnbeça lodo o ferro da foice , que dividin-
do-lhe ò craneo pelo melo foi penetrar no cérebro.
Eslava alH nma creança , que fugiu a gritar por soc-
corro; — quando porém chegou gente, encontrou om
cadáver: — o sangue manso e ínnocente do pastor e
das ovelhas., tinha confluído formando poças , onde os
rafeirps saciavam a sede. O assassino fugira; porqiie,
como diz o decano dos escriptores fVancezes — ts ti-
gre déchirê ia proié et dort, Vhomniè deviní homieidè
et wilte. — O morto deixou ao desamparo uma viuva e
quatro crcancínhas.
* Tem-se dado providenciai enérgicas, mas até agora
JMildadas, para ser capturado' o as^a^sino. Louvores ao
juiz zeloso que não dcscança. Estes moristros , decla7
rndos inimigos da sociedade , devera ser inexboravel-
monte banidos do sen seio. Os crinreimvltíplicam-sc ;
a moral dos povos preverte-se cada Tei mais : só pe- >
nas severas , mas justas , é que poderio tapar ou di-
minuir essa' voragem que ameaça engcAir a sociedade.
NotâHse, diz Jíeccaria, em todas as partes do mtiti-
âo physico emoKil, um principio universal de dissolu-
ção , cuja acçSo não pôde ser d«tida' cm seus efféitos
sobre a sociedade , senão por meios qUe firam imme-
diatamente os sentidos , e que se fixem nos espíritos ,
para contrapesarem por impressões vivas a força dM pai-
i6ès particulares: qaalqaer outro meio seriainsu(BcÍen«
te. Se este escriptor falia genericamente, considerada
ã sociedade no seu estado normal, jielos mesmos prin-
cípios nós devemos ter como infaliivel ; que sem umé
Sfiverr punição dos delícios , meno» poderá liairer se**
gurança.ou liberdade pttbiiea n« «fiado aoormil da la^
ciedade.
O direito penal tem (fé scns prfhclpaes fundamen-
tos no coração do homcoá ; a sua necessidade é reco-
nhecida pela. moral e pela pbilosophin ; porque peoa.
iidade não é outra coisa inais do que ~á moralidade
social posta em prática^^.-^ cila não tem por fim cas-
tigar por castigar , mas castigar para tornar melbor a
culpado e os outros eom o exemplo : attendam portan-
to os auctores e os applicadores das leis ; attenUan
séria e religiosamente aos sagradas deveres, que D'es^
ta parte lhe f^ram confiados, e que elles acceilaram pelo
mais solemae jura mento: — só d*esla maneira podere»
mos chegar á Uberdade e sagurau^ publica.
MirandelU 1 de fevereiro
de 1844.
Vm Philaiopko Mirmndellam.
AMOa VATSAKro 9X VM AHRXSm^.
2712 Quarta feira á noite, eín Cima de Vlila, oiq
alquílador de cavalg^iduras deu uma facada eça seu fi-
lho por este lhe não abrir a porta.
Fotresno Farto de B.de fà^eiro^
AiEdanK jEiTAMosiaco.
2713 Acabamos de vêr um livro aÍQ4a ^çm bran-
co, que tem por titulo — Segunda parte du $uòicripçã<^
para o Aêylo da Mendicidade — com uina liada vinheta
representando a charidade » mandado faacr pelo St.
Jacintho José Dias de Carvalho , para solicitar dai
famílias abastadas, a costumada subscrf^cSb ' para
mantença dos pobres recolhidos no Asylo dé S. Aiit(>
nie dos Capuchos , dos qua^s o Sr^ Dias de Carvalho^
como todos sabem ; é o mais feliz e activíssimo pr»i
curador que lhes Deus podia doparar.
^Qucm, sabendo que rat eom aqv ille qae poder
distrahir dos seus haveres amparar os derradeiros
dias de quatj^ocentos e sej^enta e cinco d é scros ir-
mãos pobresinhos e achacados , que alli estão sempre
a rezar por conta dos >eus bem(ei(ores , i quem , re-
petimos, deixará que ijie.saia dê casa em branco,
este sipgular e gracioso, ai bum , onde para qualqjMer
ser sentçQcioso aos ojitios dp. Deus , seuão já aos dos
homeiu,. basta escrever. 0 seu nome , e adiante uns
a^ariípi^?
£ maisi ainda* se tod.os esses a cujas mãos elle for
parar , se lembrarem de que as suas esmolas não se-^
rap unicam/eote soipmadas pela.arilhmeiica dos homens,
porque lá disse Chrisl^ a sous discípulos no templo,
qvando viu uma. triste' viuva ideilar dois reis no mea«
Iheiro dos pobres (o gMophilacio): Âgnetla deu mais que
os riççs , porque . deu da sua. pobresa.
Feliz, felicíssimo auctor é o Sr. Dias de Carvatho^^
cuja obra, .como de misericórdia \ não teme críticos
Qcm censurajs; e mais felizes a in^a os subscriptores
do seu livro, ., que sem trafjalho. de leitará — lomam e
^ão uma beílà lição do Evangelho. S. TuUio.
zaaATA.
No anifo meteorológico n.* 2671 , do antecedente
titinHero. pag. 309, 1/ coK lin. 16 do artigo, ^
millim^trés -^iea-^e 34)AnllllffletroS' -*-• Mesma pag. r
2."^ col. . lio. 17 f ^ 130 depositar; lec*«e 1300^ de^
•poslteiv ..'•,, -^'- . . vi - . ' . .■ í^j ■ .
ã^®;
RSYISTA UNIVERSAL LISBONENSE.
333
EXPEDIENTE.
A diitribniçlo começa boje quinla-feira £ 1 hora da tar-
de; aot Sn. que, o mais tardar qaatro horas depois, a nfto
4eflfauB reeebido , roga-se o obsequio de o parlici parem no es-
in-tptorio da RaviarA CTiiiTBnsAL Lissoubrbb, rua dos Faa
queiftttf n.* SS ^ 1.* aodar ; para se. piovideociar.
CONHECIMENTOS ÚTEIS.
' l^ZQVS rXiOGTVAVTX WASLA IXTTtOI^VBTB.
2711 Tevos por noticia que o Sr. João L, Spínola,
natiirâl da Ilha da Madeira , estabeiecido ha já mui-
tos annos , nos Estados-Unidos , acaba de chegar a
«sta cidade na escuna americana Delavoare, vinda
do Porto, com o bellissimo modelo de um àique fluc-
tuantê, inventado pelo Sr. John S. Gilbert de. Nova
York » o qual já foi adoptado pelo ministro da mari-
nha americana , conformando-se com o parecer da
Juncta nomeada para examinar tal invenção, e conce-
dendo o governo ao auctor privilegio por vinte annos.
Este dique já se acha em serviço em Nova York.
A sua construtçSo é muilo siniples» e pouco dis-
pendiosa , sendo todo de madeira ; e a única machi-
na , de que necessita . é uma de vapor para tocar as
iNmíbas que tiram toda a agua no espaço de hora e
meia , ficando o dique inteiramente sécco.
• Sendo necessário pôde facilmente transportar-se pa-
ra qualquer parte para receber a embarcação para
eoncerto, com toda a sua mastreação e carga : — este
concerto pode ser de costado novo , cavernas e qui-
lha , se fôr necessário ;' tudo isto com a maior segu-
rança , e desafogo para os carpinteiros trabalharem á
▼ontade : — a enchente e vasante das aguas não cau-
sam o menor obstáculo.
Estes diques pódem-ie fabricar com dimensões pa-
ra receberem em si qualquer navio de guerra até 5000
toneladas.
O Sr. Gilbert tem obtido dos governos , brasileiro ,
francez , e austríaco privilégios de muitos annos pe-
la introducção doestes diqUes fluctuantes , que em toda
a parte C«em prgvado maravilhosamente.,
Portanto esperamos que n'esta éra de melhora-
Aeotos , de progresso e de especulação nao faltará
quem faça ao Sr. SpiiuÀa propostas vantajosas para
estabelecer estes diques , não só para Êisboa , mas
também para p Porto e mais legares onde convier.
Mortos navios entram aqui arribados,* para se concer-
tarem , e d' estes nao poucos se condemnam por falta
de arranjo para a obra; d'onde resulta de qpais amais
Uma diminuição dò trabalho aos nossos artífices. Em
Indo isto se deve reflectir para se não pdr nenhum
obstáculo a utta coisa, já experimentada e approvada
pela Europa , e de que tantos proveitos se tiram, não
sendo o menor o livrar as embarcações dos perigos
foui frequentes do virar de querena , operação cura-
fhra sim , mas de que muitas se tem levantado al-
quebradas e com achaques que não padeciam d'antes.
SrOTIMA ÍSTtL A COMKSaCZAVTXS.
2715 JutOAMds útil publicar as seguintes partícu-
Ihi idades a respeito dos encargos a que está sujeita a
jhnponação da hrâfuja' e' limSo nos portos dh Grã^
FBvfiafiiRo — 29 — 1844.
Bretanha , a fim de faeíKtàr os catcolos e ^% especa*
lações dos nossos negociantes. ^
DiriUoi nãi aifandegas brUamúeaê «oèr# ã Immnjae
0 limão.
Pelo estatuto 6,*. «.*, vict.* cap. 47 (1842) %. 40..
a laranja e a limão pagam :
Por caixa que não excede 5:000 polegadas cubicas
— 2 schillíngs e 6 pences.
Por dita de 5:000 a 7:300 polegadas cubicas — 3
schiilings e 9 pences*
Por dita de 7:300 a 14:000 polegadas cubicas-*
7 schiilings e ê pences.
Por cada 1:000 polegadas cnbieas além das 14:000
— 7 I pences.
Laranja a gamei por 1:000 — 15 schiilings.
Pela avaliação, se o importador quictor — 75 por
cento.
Pelo mesmo estatuto %. 42.* se recebe o direito ad»
dicional de 5 por cento sobfeo total do direito aeina
declarado.
As^caixas qne pagam líb. O » 2 » 6 devem conter mais
do que as segnintes dimensões : ■
Comprimento externo — 37 polegadas inglesas.
Comprimento interno (abatendo 3 polegadas pafa
as 3 Uboas) — 34 ditas.
Largura — 16 ditas. *
Altttra sem cone — 7 ditar.
Extremo cone » um terço addicionado á altura de
6 — 2 ditas.
Assim , a extensão da caixa será de 34 , a largura
16 , e a altura 7; juntando^se o -| de 6=2 , obtém-
se a solides, n'esíta proporção, 34-'l- 16-1-9 = 4:896
poUegadas , menos 104 das 5:000 polegadas. Qual-
quer desvio doesta norma excede as dimensões qne pa-
gam 2 schiilings e 6 pences, e paga-ie então 3 schii-
lings e 9 pences.
U9S caixas que pagam 3 schiilings e 9 pences , t
solidei deve conter estas proporções : •
Comprimento externo — 37 polegadas inglesas.
Comprimento interno (3 polegadas para as 5 taboas)
— 34 ditas.
Largura — 17 ditas.
Altura sem cone — 9 ditas. '*
Extremo cone, isto é, umterço. de altura — 3 ditas;
Temos pois 34-l-17-l-9*-l-3 = 6:936, menos 364
polegadas das 7:300.
Tem-se notado que é grande erro mandarem de aU
guBS portos , especialmente de Setúbal , caixas cha-
madas malheiíe, potque pagam o direito líb. O» 2a 6
como ã$ outras caixas fhaifchestêj nio tendo tanta so«
lides , e só porque tíko chamadas caixas inteiras.
Folha Commerdal de Lisboa,
RXOTirXOAÇÂO os OMA IBÚA 1» MOÚVOmtM
VQ&ZTZCA. - ^
27lft Eh i840 publicou o Sr. A. A. Martins um
pequen»>folbeta, e» que compendiou as idéaa da Ma*
Chitti, acerca da reforma do systema monetário» con-
siderada como meio de remediar as crises financeíra|
e commerciaes. ,
A. theoria de Mr. ChHti não. 4 mais que o desínvuM
vímento de um principio que Ricardo expôs nes seui
Frincipios ã9 Economia FolUiea. Ricardo pertendia , '
que -a substituição da moeda metniica pòr um^papcl-
moeda/cuja efnissSo fosse circnmftcripta dentro de
28 VOL. Ul. 8ERIS Ul.
334
REVISTA UNIVERSAL LISBONEIVSE.
certos linjles» seria assis pro?ekosa ao paiz qii« a
admitlisse. Este célebre escriptor reconheceu todavia,
que duas grandes objecções poderiam ser oppostas ao
seu systema, e fez esforços para as destruir. Eslas ob-
jecções , a que Mr. ChUti também procurou respon-
der , são as seguintes: —
1/ Ê princípio geralmente admiltido pelos econo-
mistas, que o fundamento do valor monetário dus me-
laes preciosos é o seu valor intrínseco , ou valor de
uso , ou valor de utilidade , conforme as diversas de-
oominações «.doptadas pelos escriptores de economia
politica, as quacs todas significam a mesma idéa, con-
tem ã saber — a capacidade de satisfazer diroçta-
mente alguma das necessidades sentidas pelos homens,
2.* Vencida porém esta diíTiculdade , e alcançado
o neio de dar ao papel-moeda valor intriíiseco, é mis-
ter ainda achar o meio de impedir os abusos que in-
tente praticar á auclorid^de encarregada. da sua emis-
são. Bicardo , postoque tivesse na sua graude obra
admittído os gastos de producção como principio re*
guiador {•) dos valores de troca , julgou solver a pri-
meira objecção , dizendo que o papel-moeda podia al-
cançar valor pela raridade. £ á segunda respondeu ,
«ppellando para a responsabilidade dos funccionarios
públicos DOS paizes regidos por governos representa^-
tivos.
Mr. Chitti reconhece que o valor de troca ou preço
de um prodiKfte depende essencialmente da sua capa-
cidade para satisfazer as necessidades humanas. Po-
rém intende que esta capacidade existe na mf>oda ,
independente do valor da matéria , de que é fabrica-
da , porque o numerário satisfaz uma das necessida-
des mais extensas e imperiosas da sociedade — a das
trocas. £ d^aqui conclue, contra a primeira objeeção«
que o papel-moeda , sendo raro, pode obter valor ín-
tritiseco, como seja muito mais apto que os «etaes
preciosos para satiaíazer a necessidade das trocas. A
esta reflexão podcriamos responder «m duas palavras»
que 0 numerário uão satisfaz a necessidade de trocar,
porque similbante necessidade só as trocas a podem
satisfazer.
Mr. Chitti cuida que a lei da offerta e procura po-
de dar valor ao papel. Ifas não adverte, que a procu-
ra é detarninada pelo valor inlrinseco daa coisas ,
parque ninguém se sujeita a fazer sacriítcios para al-
cançar objectos sem valor. Nem está na mão de quaU
quer governo dar vak>r ao papeia por mais limitada
que seja a faculdade ée o emittir , porque a sin>ptles
rnridadie de um objecto nenhum preço Uie pôde dac »
laitaiido-Ibe o valor de uso, òu o valor intffinseeo..
A resposta á segunda objecção funda-se. eomo » áe
Bicardo * no princípio erróneo e desmentido pela ex-
periência de todos os paizes, que nos governos repre-
leutativos sç ffodem cohibir todos. ^.aJbiísoa daa au-
etoridades publicas.
.Joqqmm da Ro^ut Pnd^ de Snua..
(•) Notaremos de passagem , que este principio , «(tribiiK
êo gfrahiíeiile a Ricardo, se encontui exposto com precisão^
t applícadu a clitHceis assumptos ecuDumtcos n^uma cybra pu-
èlieàda-atfiMis aaiioettMet di« priaeirtia triplos d* etie cíiéie-
We eeoaomnate. Qiiefvmoa fatiar éuê priocipiof de eci^Moiv
poliliea de 4:aiiard. Eila ohra ta« sido poiíoo lida, e mal ava«
liaila i o qne se deve altribuir ao estalo obscura e formas siri*
çtamente malliemalicas , de que seu auctor a revestiu.
poBsaoso Avxuijja wabjl vzwToaxg,
2717 M. RotiLLET de Lyào apresentou ao gover-
no francez um. apparelho seu , que serve para cogi a
mnior promplidao se tirarem debuxos de todo e
qualquer objecto. O governo francez mandou-o eia*
minar por uma j une ta ; eis os proMemas, que M.
Uouillet resolveu^ ea q«« a juocta deu eabal appro-
varão.
1 .*" A projecção polar em uma auperdcíe plana ,
ou a perspectiva dos objectos, a que se dêem dimen-
sões mais ou menos curtas , que as do original.
2." A prqjecção polar em superfícies iacliiiadase
doscguaes . cuja forma e dimensões podem avaliar-ie.
Este problema serve principalmente para a construc-
çâo de panornmas e dos quadros a que chamam psra»
pcctirat curiosas.
3.* A posição apparentemente perpendicular da
imagens obtidas em superfícies curvas
4.* Augmento de volume de toda figura plana.
5.* Projecção ortogonal , ou debuxo geométrica
das partes de um objecto observado de um ponto fito,
O mesmo apparelho, com ligeiras modificações, ser*
ve para resolver cinco problemas.
Consiste este inveuto em uma caixa » sobre a qnal
se estende e conserva-se muiio tesa um pauno beia
transparente.
A juncta depois de ter examinado este apparelb»
o approvou : e conclue a sua relação com o seguia*
te: —
« O apparelho de M. Romílet parece-nos útil aos
artistas. Nenhum melhodo se presta tanto como este
a ser executado , nem é mais breve nem mais fecun^
do em bons rcsutlados. Nâo cuidamos , que por clU
se dispense o saber desenhar , mas temos que servi*
rá aos desenhadores para lhes forrar Lempo. A rapir
dez com que, por assim dizer, se calca sobre o modelo»
pormíltc escolher atitudes diíliceis» escorço e eíTeitos de
luz por passageiros que sejam; e finalmente faciiiu
as copias de originaes que por outro modo precisa*
riam de uma memoria mui exercitada. Verdade é,
que os delicados e minuciosos pormenores escapan a
este processo pela dificuldade material , que se offe*
rece ao calcar objectos mui pequenps com um lapis^
muito tenro e em um panno muis ou menos grosseiro
e elástico. Porém M. Routílei faz bosquejos e nâo
quadros , e não é pequeno serviço , que presta aos
artistas, abreyiando-lbes as operaçòea que são ali^
certo ponto puramente niateriaes. »
WÒVO JUiVITaS VARA A JfJkMMICAÇlQ
]>A 8£OA.
(Carla.)
2718 A satisfação com que leio a Revista Vnitír*
sal, logo que a recebo» ipe fczsuggecir uma idéa. qoa
não deixará de ser bem acolhida, no seu.iuteres*
santissimo jornal, porque me parece muito a beneO*
cio, da verdadeira cultura da seda , que. posto se is*
brica na nossa terra ha muitos annos ^ a desleixo, S
outros muitos inconvenientes, tem. Deito com que se
não tenlM tirado inuita vantagem d'ella.
Para esta industria se tornar mais vulgar, e ren-
dosa só por meio de uma . sociadaiU^ de ^erdi^etros
nacionaes, que tomem a peito esta producção, é qua
me parece, se tornaria em breve um manancial de ri*
que«a para o nosso reino , muito maia se tiver a Ma
\
REVISTA UNIVERSAIS LISBONENSE.
835
litor a profioiU d« Sr. Sales , feiU no artigo 2362
4a RêvUta, Uma sociedade ou companhia de empreen-
dedores d*esla forma , me parece que , nio só tira-
ria lucro , mas também fôra o único meio pelo qual
«e estabeleceria radicalmente este importante ramo de
industria,
Conceda-se*)he grataítamente, para este fim , ihb
0dilicáo publico, dé*se aos primeiros, empreendedo*
res um premio conforme aos seus serviços : animem-
nos, e vér-se-ba que todos, quererão alistar-se pa-
ra combaterem contra aapathta que tem havido n'es-
U belU cultura , que tanta riqueza pôde dar a Por-
tugal.
Ê necessário porém conceder seguranças para se fa-»
«•filiarem e animarem aa empresas que se tenham como
verdadeiras promotoras do progresso das artes , e in-
dustria nacional. Estou persuadido de que empregan*
do estes e outro» meios , teremos era nossa terra um
valioso ramo de industria • que nâo só dará honra ao
governo mas também proveito.
. Por esta eccasiio pedimos á caitaara municipal de
Lisboa, que hija de mondar pór alguns pés d 'amo-
reiras no campo de Saneia Clara, no largo da Graça »
c mesmo nas Obras de Sancta Engracia ; visto qise são
terrenos bastantemente espaçosos, próprios para estas
arvores, eqtt« ficam á mio para os moradores doestes
liairros , terem Mhas para os seus bichos : e também
fkara aformosetneiito d' estes largos.
HÁS WriiTIOAIIU».
(Carta.)
2719 T«inx> lido o annuncfo, que sob o tRulo— •
cultura da aéda^^saío na Revolução dê Septtmbro de
24" de janeiro próximo passado, pelo qual se conhece
perfeitamente , que o empenho do auctor tora recom*
niendar por todos os modos e a todo o custo a vendís
<las suas amoreiras , pelo que preambulou com uma
-exposição toda erò descrédito das iboUtcaules ; posto
eu lesse eg ualmente a victoríosa forma , com que a
Seviâía Uttwetêol Liêhnwue promptamentc cofnbaten
tal.aonnncio, intendo d&fer acudir a esta contenda ;
— tanto pelas tereu introduzido em Portugal, comopor
ler annunciado acenda das estacas, offiançandoaua boa
%iialida4e , e a vantagem, que por eilas viria ao de^
4Ínvoivimento rápido da seda ; — accrescendo para
corroborar esta opinião, o que tenho observado , tan-
to nas minhas creações de bichos, como nas dos meus
amigos, as quaes, hmií aíToitamente posso asseverar,
iereoi sido em maior ponto , que as do auctor do an-
núncio; e por conhecer o grave mal , que aos inte-r
cesses do reino podo occasionar, o estar-se-lhe a affir-
«lar quo é máu , o qno aliás muitíssimo lhe convém
possuir, por isso me delibero a rogar a Y. a publi^
^(Bo daa rafòesque apresento para tornar inabalável
a reputação das multicaules.
Sendo esta a primeira ve« que me dirijo a V. ,
como redactor da ao ulil como agradável Revista Um^
i|#r#a/ Liã^meHse , não posso .perder a oceasião de lhe
ai§nili«ar. os meoa naui cordians e sinceros agradoci-
sientos piela decidida coadjuvação , que tem prestado
ao men projecto e aos meus desejos de vér dcstnvol-
vor-se em Portugal o grande recurso , que a seda lhe
pode ministrar, o que bem se pefcebe estar complela-
ttAOte idAOtificadoí oMt a .«ftíoiõo 4o V* ; e . por isso
rogo constância eefiicacia até vermos preenchidos nosi-
SOS fins; tambcm não posso deixar de agradecer a ob«
sequiosa maneira , porque V. cm algumas occasiòes
em que tem Iractado d 'este particular , tom meneio^
nado o meu nome; circumstancia que me tem pro-
porcionado a satisfação de receber das províncias car*
tas de diversas. pessoas, que já vem coadjuvando est^
desinvolvimenlo , com o que vae gradualmente cres-
cendo o numero dos interessados n'este ramo de in?
dustria.
Gomo já disse ter sido o introductor das multicau»
les em PoKugal , convém declarar , qne os 500 péf
que ^e compraram em França, se mandaram passar a
Inglaterra , com . a mira em aprovei^r a rapidez e
combinação dos vapores, o que tndo fi^rmou a avulta*
da somma em que iinportou a encommenda. Todos
bão^d o acreditar, que ella se não teria feito, senão depois
de se obter a confirmação de que a experiência abona*
va a bondade e conveniência que os diversqs escriplore#
publicavam sobre a utilidade da folha d*esle novo
arbusto para as creações dos bichos da seda : e ter-
mos o roais positivo desengano pela mui interessante
e proveitosa obra que em português acaba de publi»
car o il lustrado auctor e antigo pratico o Sr. Luix
Walier TincUi com o titulo — aH# de enltivar a seda. —
N'ella classifica o auctor a paginas 17 as multicaules
como uma das espécies suas favoritas, c desde pagi-
nas 24 até 26 , se encontram sei enti fica mente descri?-
ptas todas as boas qualidades do arbusto. E pSr
ra . remate e desengano do be^ qne em Portugal os
Ufohos comem a folha , e da boa seda que produzem ,
temos a prova na existente em rama , fiada em agos-
to passado em Barcarena ; esta se mostra a quem a
dcaejar vér , o que se proporcionará mesmo em Lis*
boa • rua das Fldres n.° 37 , para maior commodida*
de dos intendedores ou curiosos.
Sou aífeiçoado aos debates , ou esclarecimentos de
l)oa fé; pôde, apesar do que levo exposto, haver uma
illusão do minha parte , e por isso rogo ao auctor do
annuneio contra as multicaules , nos apresente positi-
vos exemplos dos maus resultados, e cm que logares
SC tem abandonado aapplicaçâo doesta folha nas crea*
çôes de bichos ; nos iodique seu nome , porque a
questão limitada a coiYveníenoia ou não conveniência
das multicaules , não envergonha ; e assim se conhei-
cera que íoi por cenvicção e não por roa fe, que dei*
tott o seu pregão , e finalmente seivirá para conhe-
cor-se quem ien razão , e o que é de mais vantagem
ao pais para se adoptar.
Muito mais poderia dizer; mas d*isso me priVo,
por .não &cr mais extenso.
Lisboa âi de Fevereiro de Í844.
De V. élc.
António Ftdro dè Sales,
• ^m BU TUIA HX TtULOTAB, COX AMOa
08 AKZMAXS.
2720 . Nlo obstante a superabundância que scm<^
pre.tenos de ntaterfas oríginaes para a nossa, folha ,
cedemos á tentação de traduzir para ella o «eguinte
de tim jornal scietttífleo de FVança ; que; sobre ser
«Hil aos lavradores e aos creadores de gados , ntilis*
simo pede ser -aos pães , mães , mestres e mais crea*
dores. 4a ipfancia « jod<deacentia. A nma.prfkcçãd
S8 «
836
REVISTA UNITERSAL LISBONENSE.
d€ historia natural . em qae virtualmente se contém
uma prelecção social de grande tomo : -*
^ «Os animaes creados com suavidade saem esper-
/. tos, activos e dóceis ; trabalham sem repugnância:
'' \j ts forças, que teem , empregam^n*as sempre e por
' ¥ modo certo e fazem muita obra sem se estafarem. Os
/ que teem viajado nas partes do ievaute , attríbuem o
possuir o cavallo árabe tantas excellencias , e o mos-
trar sempre em todos os lances a seu dono tanta leal-
dade , aos desvellos . cnm que lá o criam na própria
tenda da tribu. O circassio é n'isto como o beduim :
tracta ao cavallo como ao filho; com elle dorme; com
elle' brinca : não o espanca por mais travessuras, que
)hc haja feito ; reduzindo o castigo , onde o caso lhe
parece reqoerel-o deveras, em interromper-lbe por
tim poucochinho os folguedos e os afagos , da qual
privação teem aquelles brutos mais pena , que se os
moeram com pancadas ; quando chegam a poder com
um homem , dei«am-se dirigir ao sabor e phantasla
do cavalleiro , sem haverem mister de nenhum gette-
TO de aperreamento. AssimAlbam estes cava lios aos
do Nedji, na Arábia , assim pela estampa, como pelo
veloz o seguro do correr, pelas forças e espirites ge^
nerosos e benignidade da condicçio : sao muito pene-
tra ti vos ; percebem pelos ares o que lhes diz o dono.
Vè-se o cavalleiro circassio n'uma batalha apertada ,
constrangido a ir retirando , pertende ainda então de-
ter o inimigo ou refrear<t1he os Ímpetos da arremetti-
da , faz signal ao cavallo que se deite , se estire e
«e ttnja morto ; deita-se o cavallo , deitasse por trai
d>llc o homem, assenta o cano da arma sobre a ca-
beç» do bruto , . aponta , drspara. Regala ver estes
bons quadrúpedes quando andam a brincar com as
•crcanças ; estão por tudo quanto Ibcs eitas fazem e
põem mil sentidos em as não molestarem nem por som-
bras. 9
c( Os animaes , creados com selvajaria , ia em sem-
L V. pre malignos; faeem-se estúpidos, desconfiados e d es-
\ obedientes Qoasi' que não ha cavallo máu , que o
não seja , por ter sido maltractado em pequeno. Ha-
veria nascido com génio, veio um bruto embebel-o
de cholera vingativa; e tanto bastou para ficar odiando
a toda a cspccie biimana.»
Q O desabrimeiÀo é um péssimo systema para que-
rer dominsT os brutos. Por muita gente o seguir , é
que se estão vendo algumas raças^por estas nossas
terras serem tão engoiadas e débeis , não obstante o
muito que se gasta em as manter. Não ha dono ai*
gum de gado que não tenha notado nos seus curraes
a diíTcrença de magreza de algumas bestas, que aliás
não comem menus nem trabalham mais que as soas
companheiras. As que andam á conta de moços de
máu génio , raivosos e desassisados , que as atormen-
tam sem qiiô , nem para qué , estão sempre desser-
viraes; muitas vezes mdnèas e doentes: pelo com-
mum são moUcs ; só trabalham quando lhes dá na ca-
beça ; e se IXes batem , cobram por alguns momen-
tos um esforce desordenado; atiram-se pelos ares;
tomam para a* direita e para a esquerdií , escor-
regam , caem » estropiannse ; distendem ligamentos «
apanham contusões , fracturas e aneurismas, n
« Os animaes maltractados andam sempre tristes ,
eo veneno solapado da raelancholia osderranca a olhos
vistes ; digerem mal ; teem indigestões amiudadas ;
trazem a peiie sobre ts ossos ; c o pello aguado. Mão
sei se é por se lhes ter alterado a constituição • sé
por andarem sempre com medo da gente, nem ornan*
timento , nem o penso , que recebem, lhes luz nada.
Os lavradores, que engordam rezes para o talho,
sabem por experiência . que os bois • que são ami-»
gos do boieiro , que lhe andam sempre na pista , que
se alegram quando elle lhes faz festa , engordam
muito mais depressa, que os ariscos e sem i-sUvestres,
que , em vendo avisinhar-se a pessoa , que tracta
d'elles , já se põem a oihal-a de revés e descon-
fiados. »
« Nas fêmeas vè-se quanto o ag;isalho e carinho
influem na secreção e excreção do leite. A mão, que
ellas sabem ser sua amiga , e a bocca da sua cria »
causam-lhes nas tetas certa sensação deleitosa qne 9»^
conbece muito bem pelo modo , como o animal se
põe a remoer pausadamente, e olhar para a ordenbadei*
ra com satisfação e affecto. Este estado de erecção
nos úberes é favorável á secreção, e necessário á ex*
creção do leite. As vaccas , em quem esta erecção se
não dá , as que padecem saudades dos seus bezerri*
nhos , as que são tractadas por pessoas estranhas ou
brotas , não dão muitas vezes nem gotta de lei«
te; e moitas e muitas ha , que 'se não deixam mun-
gir senão de mãos conhecidas e amigas ; ou quando
primeiro as brindaram com alguma golosina; »
K Os toiros pães necessitam de exercício, para cen«
servarem a faculdade prolífica, e gerarem filhes ro-
bustos. 8e as vacas folgam com ócio no seu curral »
o toiro ha-de transpirar , para que se não tome obe-
so , perigoso e inimigo do homem. Á forta e pelo ri-
gor não ha leval-o : s6 eom um trabalho módico , e
muita benignidade é que se conserva ágil / tractavel
e amigo: desde novilho o hão-de ir acostumando á co-^
leira e ao tirante , para poderem lançar-lhe a canga
e sujeilal-o a fazer alguns trabalhos brandos e compa-^
tiveis com a sua edade » taes como carreações leves ,
gradar , etc. »
« Antes da edade de quatro ou cinco annos não se
lance ao toiro carga sobre o espinhaço, para lhe nãa
retorcer e desfigurar a colomna vertebral , o que o
tomaria máu para a geração . por ser aquelle um de»
feito que os filhos herdam. Não devem castiçar mais
de uma vez por dia , mormente emquanto não vin*
garam os primeiros três annos. O praso de começarem;
a fecundar é entre os quinze e desoito meses» segnn*
do estiverem medrados. »
« Antes dos quatro annos não convém dar-lbes avéa,
salvo se tiverem de os obrigar a algum trabalho mai>
áspero. No inverno . feno e raízes ; no verão , herva ^
e em todas as estações , um punhado de sal pela ma-^
nhã em jejum : com isto se fasem afeiçoados ao Ihk
mem , trazem as secreções desembaraçadas e o pell^
losidío até no inverno. »
ft Um ponto muito importante é , qoe todos os dtsf
infallivelmente se hão-de limpar comalmofaça, brus-
sa e luva : sem isso , teem comixões na pelle , que
os fazem inquietos e malfazejos : precisam de se co-^
çar , e , apenas acham aberta , vão esfregar-se por
onde podem : é portanto bom precaver-lhes • a tem*
po e em casa , esta necessidade. O vaqueiro , qne^
alimpa, é sempre recebido entre o gado com alegria:-
não ha toiro que não oHie com gosto a quem lhe ap^
parece de almofaça em punho. » ú^
« Os castigos , de que jss aniaaes realmente care*
^
BBiYJSXAi .HFflYBRSJLI/ lEISBOKBNfflSl
337
do-lltts <t canheeer qde;». par». jH|iHn^'# livevaoi f ol-*
H»; « Hto imioediataiDMitff 4efMii» do ei^tigp ;. tim
4e q«# . p«rft M> 4i#ole« • UnibraOiÇ» jd». deutinac
lhes veaba sempre 4ieoiilP^»h«d(» da l^mbrança^ da p^r
MU T«do está, Ais Jl^itot» em saber danaes^ brostos
a consciência das saa& maldades • sem o i|iie H Ibei
tcaa ferver madMoente po lot^ríor.».seBiimeBtoíida
iimislija^^Caíqaanto os Ànimaes são meças bão-de«sa
/^ ^4fa€tar sempre com^braadura : ba-*de-«e*ihea caplar a
ly^í aMçio epm caríaiaa.. ^lodíçts» assinar « sal«: Os
/f ) soimaes pedeip jer edppdos sem brutarMi nem r pau*
I / cedas. Todea oa nossos, aeaiimenios para com eUea
J sabamHios f llea inlendar. e fippcecw. São stisaepU^
Yeís djS amiziide « de ieapor « .e. de respeite » e aJgQoa
lêem tDuita presumpçap. If eçessitam..do sor amados
acarinhados e louvados. Devem-se castigar p^lo stfjkst
ds* cirea»íoe« qee é privalf^o daamestfas dtaOeifio,
qoe* se Ibes costuma viam dar* m :..
« Muite&.animaes. )^a/qiie não sao bravos senão, por
l^rfMs demaa» de íor^as : esfea Mies aio impaqientes,
WkQapaaf s de e^ar parados <0P dis obedecer. Seguem
iafoiuDAaríameDte^ iodas s^as phaotaH^s. O remédio 4
dimii|olr*lb(es a nsantença ; sangrados e aujeitalro^ ^
trjbalbos aores , que. lhes gastem o supérflua da vir
laiidade e os tornem mais dóceis. »
. ««80 ainda. nio;hasfear ,i iMrada^bes^ rijo je arnosa*-
çal<4»s;.. mas isso com pareimónia porque as ameafças
ai|ilAiavúudad|is perdjun a sua virtude medicia^K»
. a Os i^str^mentps deespancajr.aóem casos estraorr
dftuaríaa; bâo^e servir y e bão-de sempre preferir-ee
aquecias. fp^ ^iâopo€)écwk fai^ .farida pem. cuntusao «
mas sé, ák passageira ainda f|jaeania..muitok xíva.^»
, M àMm dos meios prdiparias de correcção, também
o prival-os do somno e de comida é r^c^ta muitO;
averiguada, paaa ^ domar. O m^o é Jktíl : pafsapi-
se alguns dias ^m.,09 deijLar dormir , nem oonif r » e
depois, vashse Ifrcôm elles ^presaut^ndo-ltias boa pi-
tança. S^ fstão dóceis e obfdjeotes deiíamrse comer
^Apar ffi socego, quando ii|o» con^iuuar^lhes .com
é-i^j^m .e com a vigiUa«« ...
CCMUfflEMORAÇ&ES.
te00XIÍl,V jt>OS>isÍOt PA MtAÇJU
fi72l ▲ nomsilo dea.I^isaoa de Ghriato foi isa^.
Hilisbea no otnvenlo da Graça;, em imnpo
dos Pbilippes, com a 9estia perfeita -eveoeNfeiima*^
^■ím fUe-auida h^it vemo» jr sfeata>seleniiídadck >
«. £.porqManda M| Mdíetie popular um» histotâa.i
9me todos- sabemos e.moitoji.acerediiam» qual é. .aido'
€|;«#'esMr'ímaiei9dq Senbar doa Paasoa da/GraçoilAn
airereaid» em vmida aoe.padfes jesniUa ém 8. Aeqtte^
qm^ii Bio aqoereBd<> eetes» ^ ee«praram eafradesoue
|aiiind«dotd#!«ra€e; ^MfUsaadosliempos» cmnotstttm
rendendo espantosamente- »a eemolae^ es de S. .Boque
altogaaam» aie^bemee^qi4ed^(tos».é ialiagen» eu iis
»• ilto^4ilP.hg|i«0i«nA<iUfl«Midi>«^«tteiae ité
solveiEreas c»Aaceo«poslfSè,'ôOkioéi^#taqMGi eelsa si-
milbante, na qual fitea clauMa flcârem os de S. Ro«
que com o Senhor <« fte lá pernoitasse além da vigi-
lift da preuísaiU que aili' passa o Senhor dos ArsVos,
isto, á, senie ToltaSto lia sexfca-feira^pani' asna egfsjaí
e qiM,.flnalmekilev por isso nVsta tarde aB# aem^
pre a procissão, .muftos. vezes «deMao deéiievu >«
eanlnreá , 'de tnhroadas:' hosrhrais » eèmo setem4ris«
to, «tCf^nds, querendo averiguar IstOrf vime» qutoWt
t«4o'Ume d'cgsas iuvençõèe a q«e já ime> ika ae«BÍ«
târ eom. a origem ! ^ . . . >!
á "verdade histórica e authantica é esta. »« Heave
em- Lisboa uib. pintor de poueb vulto, ehamtfdo /tufa
▲Ivr^ de Andrade. «Era tão lembrado das almas do
p«trgátoriU',i qne )heettribe«m aiweuçSo de as haa
veriTeprasentade com as mães tpostas^ entra ehammaa
fazendo grande numero d 'estas pinturas em taboÍ4
nbas» com o pedido dé um P.HT.euinâii ^Jf.pelaf «al-
mas, e mandou pendurar estes pa ineis' em todos os loga^^
res apreças publibaado reino. E parece- qúe isto du^
roo muito tempoautes de7tassàr'p«'a os azulejos v po«
quanto bos lembra ter. lido n*algiim dos uoases- escria
ptoree antigos:, assim «ns ar de comparaçio provera
lual«^roMa cemo^uíMi iàMnka dcutãmaié
Sste pintor, .homem mais .dado a devoções d# qvd
á artev -traetooiem itSM da requerer eHdar psraqu^
' se instituísse em Portugal a procissão dos septe Pmtóê
ím.1í$tancUU\ «o dsò de Hfspanha. Certo Teneziàno
qifteiinba.viíidoa Lisboa feii-ar e» imagens, sabendtf
d'iato , leveo eo noaao > pintor LOia Al^rea algumat
'cabeças de Civiste para Ter se qncHa compaar, oqu^
auccmieu» esoolb^udo eUe a melbor» que Ibe.euatou em
quastáshe (Ires cnistdei>, énâe). Ê eeoi eflRiito nmk
bella cabeça, e a êxpnMfsão mui apropriada, coisè
cara nas fiais das taiegens que per ahi icemos.
Peita 4issitt esta acqofsiçió-, mando» armar a ima»»
gcm cín roca, ceui atm.obarola -, e a 'deu áirmandader
da Graça. Depois de feitas as capellas para as esta-
;çôes desde âi; Roque até 'd €i^ça ; (ainda eaistem as
mesmas , exeaplas a do Roeio o do latgo de S. Ro^
'que{»]) se fèeaprimenra ppoelsaloi, oa segonda sexta*
feira da^Quaresma do anno de 1686, o que em todoa^
se tem continuado até agora -com muita solemnidade.
: EsU iâsagam é^toA efRRo< t Ife Miè noòseàdá' que
tem tido PortngaL Nunca ^ae* dasmi^greja senão
n^esta procissão, ou quando alguma pessoa da fami-
lia .real está em perigo de tida; pfara idso se costuma-
va d'antes expedir um decreto dotei; e não ia se-
iião pata a Sé ou para a real capella , ' sempre acooh-
panhad^ da sua irmandade e dos frades gracianos.
A trwaiidado do ^Senhor dos Pmsq» da Graça foi
aempre mui respeitável ^e respeitada, por ser compos-
tq de moita, fidalguia e peamaa d^ancleridade , tomo
lii«da hojei..e« k tobfremôide louvável o puiâ portuguéu
n cnristianissímo empenho com qoe sempre tens. meu!"*
^ido o cu)l0 >e.eftplemier> d'eáta .edífioante procissão.
i A. ãa Savd T^lio.
I ll|tl>y|l>i éwtW^'* ■
{«]. ^iVraèOMnladasdMKflbiMlai Oamna Mduial^V emq
rfceptasdrtp^aMloS iikmM^$ e com riMio, panpie ettanx
ram mal •iful^UJ^ masA/lo^oçio foi jA vettaai^d^ cpar»»')
Bleotemente no aotífo cl^Ao. « propriedade àm ctifn de Cadat ;
ruHi" '^'i do*]sr|ro de'S!.ttQqú« lambem em breve leri de'
•aòvo erigida eái terreflo que ^ira itso dffereéea o actuaf po»» *
V.a^flalCáMásAAulelM -
28**
9Q6
imYWtA.^ nmxmtaãiià lUSBOBitPfs&i
., VAAOTAVWVO «MiwaM.At saia '
Imri^» <lestíQ»f«in««e |Mrâ te dnirâbotrcsi peUs pe»*
ft^«rlii.i{/ui(n>«iflM, e^ ú% mÊÊfwria. . . . . •'
fMT^imrariíifèriQirw é o st^gniiilo oâ «uir ordem ii|»r«N
cbMt> ika*iM «aoifl^iweiifaorM da stnela. egrej» p»*
triarthal de Lisboa. Aos viscondes . .beçêes i eaos dd
OMilKio dev-^M aenlidría»: que^oa diota ordem é o ter-
cftírt) r . «e iMS sei^korea d* terraã «aos, alcaides iiióres
de caateUa d'eltei 'tiio. se deu ItradUnenlo - apezaè
ée todos eslei ieremiisaenUi.iio brafeda nobreaa em
as entigas cortes, :4i <gue os aoBsenhcres nuooa 4ÍYe^
Ael iD0|D8 ifidalgos «nr^exercHáo-.sò paço e a suas
jDitIberes, imioa «. filhos coube o iractaoieoto de
senhoria. E a^pessfai com fôro.da fidalgo , que éstH
pettor ao ttro de «Of o fidalgo cem.jtnrcieio no paço,
Olé o^féror ei^ nené iDoateçat-pela palairrafidalgoy e
qtie.' «opipreend^ iO fóro á» iiidalgotda conselho,: e idro
de fidalgo de solar, o.filfode fidalga, ca TaHeiro«' o
ftrp de fidalgo- ciscttdéirò, >e ofôro de fidalgo ciapeJlio,
e» suas mulheres , irmioa eifilhas . nio^ mereceraj» . tua-*
etatiaito. . '•
c. Aos.§MÍ cnutes.dnaaordfebsviililares 4e eavalDeria
«inced«u-se.«««a<(««ria^ .E loacenlmeDéadoreè /i caj^
dignidade nas4iAsoffdi>i9iéeii|laleriorgrái»rinmedkita
d>deigrã^ciia.> nio.ae^oan^deu traetamentoi . •
. O» oonegx»ft d'j|gmM eaèidos, porque erami^anegoa
d'efliea.cirbidosr# ft»r9mjBffin<)aidaa com rtractamenlo
di ê$nharia^ l^,ei^iQinis4rQfi' das relações» que, quando:
accordam * formam Ui^opaU ^a q«e! oulrnrapresidimn-
os:rdis>,iC.omiqiie ae decide da: faxenda: » iieaira; e
vida. doa eldadins^ siip4ofam jnlgaéas dignos detiuH.
cUunento. ■ -i' n - •' * ' >*••.•■''•
EaMa jncnbeteficpas mnito conlribairam ftova' eaír^
«n- dçausa a cisrUzMi de «urc^, era. meia' iiortesia do^
txif^ pprqiae #pajc«iaUiidade íéAs i^isdáiase í sua trana^
. O aavvajio HA* iM^fi 9a «isaúle,
t ^MBUOBU DQwaBCB&O^ASaâno;:- «
j . • : H. .- :. -•- • 1 ►
. r . Nom ben^ 'quantas T^dcs 9fac^9 pUat» , « .
Nenoj. «iMAçto « loura .Ceres pjtoiripéa:
ào Pan paiçe à^"' "
Kem quanta caça a grS Díai^ cria,
Nom.quanto ^ado Pan pafce ca^* ^^^f*,
Kpm ^Aanta f ruela r(<ga a b«rtá Flora.' * ^
'Cfia'0)»-riini«« •
«1I7S3. O ãroinns;' a DifiitoaiiAgaíiinl«i^*iItf'Í)!terla,
cdiflcadn*: n^nquelhs^sanéta^^lolgadas» eraa ,: eín qét»
oa^nossoa poniign«res( j -^ ♦ .' •':'''• •*'" •♦ • •■ • •■ ' '
.1 ' > |iram'bdnien».éebarlM0tléJclnta,' -" ^ "^'i
De retaçcid<ps ,. ásperos bigodes ,
Kaobarbicas de agora, amoladinhos»
fúm vm'4ÊiÊÍb» ONRiO' illflfit#e.<{a?taldadaov êrviijo :no-
mn não rosa o^empoeirado manmarf^y d^-q^ t^
édfheitdo está fnCéressaiite ^V yért^sima ifimbrià,
afrresentava ainda pôr meado tOfcqJq .desoito , ^ n^ qve
Plji^piplou. q9^p%q,4^>mfip/|o,a,^^eri*oçaVraa, £omoacipn^ef?T : E
ce a todos os edificioi d'esta lnai6níiciaifibflu^i0AftfttRl|llHié
éipà, apresentais» i^-^eoffi» iaiHMado^-^uniMpeeln
deigaei^reiftf airoganaía , com seod'-taivas de<f#adi
lima); per^ âssim era iiÃiMer qaé fossem as honrn
a sòfares' pòdevoaes , pèr- eaiM^ dM >Éorit1ttnas altenK
ções , q^a pdr^eises teinfk)4i havia'. " -
Sra iMiHito i-^ muito 1>obí{& aVálêr ^-^a , já se sa^
be V jMr iêaguwqmêneia TomantiVm "■ • - '
»MOb! ^oe seresta* díacripçlo otfftbMs por soMe a*
Alfredo de Vigny mi a WaUer SenCt, enlio. . : « en^*
tioireriam como elles a faziam ; miís se a mesqoinM
da' oasa era Ptariogueta , qnè fomedio ha , para iqM
so saiba que etístiu , s^eaio ^oe tim PoHugnef sèd«l«
te aos marei para fallar defla !' Ora se fbsse «m^^FiMK
tugoea poeta , on — pelo meMa «^ ikiedor de ▼erftl*
nhos d'agua doce ^va ! -«lais eo? . . . è« . qne^ ..
'{Malfadado éolér da Lábaro, em que mioste^^rèi
■M4do!': ' . - «l . .
' Eo bemsei qne ae fbsie peéta batia de dfaér q«#
aquellas várzeas e pradbs, aqnélleií pomares è faèitaa
tão: louçãs « lSa'dondsa^ , qtie» ao 90^ se^the esten-
diam péla parte ' do otcidente ; • se" ^as^imfthàrMtt * 1^
aaeludtfdas^^alcatffirs de t«rdurti , «rêeaníaaas tle Aare»
suatissímàs e f aKegadai ; • c de irèeCéiifas » ^^^ ^^
jmaa dfesapèitadaaem viço e ^slà V^ondéavíiM ê Mèfoi^
da» brisas , oa^egadas ét mil ca^tbres aladoa e ptv"*
imosos. . : . í . • • i . .
Bem lei qhe hwH tliMMmdfe dizer qikMpertf^r-
te do levante se aftentbva^aabte um Hféhedo> macfassf /
alpetore «alcantilada, por cujas óCKsaiíitfaMMlearo^
demoinhava Ha^ erespéft (VÓeos^^e nevai» lespanià nm
profundo níaehè; qnfe la letar seu tributa rui*«a an^
magnifico leito do Minho , qúé iambtfà «orHa a le-
var ao Otèanò a nata mais p«f»'de«M* ondas, «oi»
mo a «cidade de Burgos Mwta 'ao CáfífoF ée GóMo^n
;as suas donzellai mais férmosas.' - ''^*
• B bem sei iadibem q^e jiòdfÉ dfzW , 4** qawtt^
òlbatada parte dè «allíza -páifa #q«\e!la' casa ãeúiM^
Jáãa e respeitava , demitíada pela tori^è tcrde-tíegaa»'
•que dè seio lhe avtfUiva eâihpeando, pensava iáeauK
:si||^*, .— porquê eW«o. ai*da i«b ha* ia a ^tquíslta*
mania de publicar pela impfemilr osmaisoèèikltnapen^
samentos, — que bem se poderia comparar com um
jgigante de granito , cuja fronte erguida parecia reger
sas nuvens , que a MdNI^*^ doUÓfsoa coroa de agn*
fçadas amèas, e olhàVpara' os' fl^inos e para o rio»
|que.se lhe achatava lá por baixo, com seus olhos som*
Ibrios e malditos, cimifOf^^td^.;...^ — qna eram^
{duas sétteiras. *
Mas, infiQ, istjp .ier^ ..«6 (b|se; poita ; P^vém f^po •
o sou.'. . T— - e I)eus me livre da aamnada ídea dn
^ sperar colocar-me , • Mã dí*; V^asa conU ;* direi nn
^inha linguagem rasteira e eomesinha que o interior
^a «asa Ú9f JLdè<»úriiio tsart^eafiiandia no eirtArioé. '
i 9a<akA . .• jnaU aalas. ... maa quapéosèrAam •'^■i<
nramninanho*, aanttciioiiiodaBienst * ^'
; Ora:;n'«aia dMtaa V q«^ aer^ehamava*^- micetliiial%
E.a«iai4o aamar r^^nomt^^^Hàé fêf^^ l pwf «e^ Ha
art», . Ibe ifteiodè e«l«laa ,*^«'caiito'toa«tn , ^ié-qMP
er «»n agora 'camar áoa«iMs<fMci(áitll9lin«a lèilarfaM^
tfisa lae^ilestlivn' eamando* vmníaèar*, |oh< ^ne 0l»t i»«
tolo se admirem^i n^emaff éraa é# atraso, o de <
ÍHto<inÍMíiMnda ippafcsa<ad»Branilin<ij odm^lMrí
era aibd» o cear um mmBhumMmo* <
flUi
[lio
Em* volca<dn «m»iongá > «siteft» mei» dtf^araa^
aabi»»<|MttftMai<n wmvmMêk péiilL4a^mia«^.
A£TlS1tjy ; if]!tri\'^BRS.Á^ »' LI8B01V1SKBIÍ.
m^
iilè e'8or«»è»'èiafto'dâ JndíA » que erit^r^Hiaira crnn
VA pforiM(ro'6/^i{«r'd(r fsrhrlca õacionaf , ti»aiistk)N
iaBd«r dè<«rT*<Jt é^fdhio, entre euja auperfkie aça-
ffoaila ai^aiildlia^a um gorde e l)ém eetado pato^aiiK
po , comia e bebia a família de D. Aona de Amerim ;
isto'ét*e>IàS' ^lie estafa assentadi a cabaceira,' è o
s«ii rererehdo eapèllSo padre 'Bernardo , que lbe'fl«
eava fronteiro «e^qtfe eràtfkn verdadeiro 0«rtiardo-m>
a«>allar o sabor de odia bóa pinga de Málaga, oa de
S. Joào ê» lon§õrvatt9t^
Comíain ^èebtaai e&tes doía ad«»ente, porque !>*
Bekmi, que eslava á direita de sva mie , pá4ida,
• €om uma espécie deatistoaresaumbrar-lbe no rosto»
ftteria.matnio podias epara se nSo tomar -ffiispofC».
•olaUez-para" espairecer o péns^ametito , que parecia
arder^llie ^em labaredUs ; lançara uns pedacnihotf tfe
pão ao seuMeftono m^ltéz» que alli Hie estará carean*
do^«-èoaEf]^aixSo eimi seus cortejos ,' è que fiia)*co)kía
a prèi^ ás unbt^ , 'fa sorrateiraiUéiDle devoral-a' para
sobre úm^faiontio- de milbò / que estava paráum ciin*
toda^sála.' • • - • ' ' ' ' '
^ D* isto ae éspantamT; . . • pois que presamiam?. . •
farcet^heê ^ê nho di» a' falht e&m âàtfajò^, coiiio
perguntava a comedia 'de^Sá» dé Miraiida » mê^etn^
wamd^elUê algmt triquet troques ?^
^ <i€^iilam-se ? pofs olhetti que nÍo digò^tudo; pèfl}ue
ae eu fallasse > dafS lirokftiras tarunchosas do teCfd» e
dos taaulèjov mutiladoa dás paredes; se -eu Tàllasse
éos inoveis e aderèçee • em* que a tlobresa corria pri-
Mites^cora 0 dea«l1inhu, tu 'eu dissesse a^erdtfde^n^ia
c çràa. . .'. /> e deviar §áitl^'9m comeiemia, ^ue uãu
•ou ' homem' pa w^ '
D- vn «iifi €sáH «u* A4hM »
■io'^on1i€imem paru. ;.>l.i'- *
. 'Ad4aQt«fvak}iant«; '
•M^Ha Mfve* tèitfposiiiu tfuuiemos uós^ aqui utba fru-
as láuai^m,' m êalmtm^', 'diase , emfim , D. Anua »
i0H«9dd>Oi'H)lliO6 , era pãva o eapeilio , ura para ^u
ticnãeire, ' i •»' , . ^ • •
'•w%..fi>i^((nlBde. «^ resp«ndutr, eom a bocca ch<fia ,
Mdre Beifiardu pré^egoíndo to» sua affaaM^e pra mis-
aio dér^fníer ^ela ^rida. ' '
• -^9t auupmosv»'. .^^ *
— Qoe ba-de ser, — replicou com vét afèratttada<
llodrlguefl , 'quê alIS estava em pé » eom ademSes de
ãnBpédèr ^«rèí , «eom uma salva de prata na mfiu,
oòrtando de um go?pe a phrase de D. Anuir, qde euih
■Mídecéu* 4uèitameufè , ^ — qbu ha^e ser; se nem j4
uuleài iaettipçee^, n^m prhilegtoa ? . . . . ^^
— Prâfiieyios; slin;^ continuou ella -^ já sé nir
te oasu d*isao:i ' edmo> aelfez «Ignm díar se fosse bo
tenpuduwiaba «v6, qUe 6à a<^fata Ha raíiiba D^
Mafip AHaamoa Jwbel.de«tfMar et- de WÉiha bis-
ava, que foi — íc . • .
'^ cMtér e dtlãmia*llodriguei , para escapar tal^z
mco8ianiddU'«ttl#m fê^nát » de 1(1^ se %ia> ameaçado,^
leve por discrição interromper de novo a sua amà? V. .
• <*«fá«itMU<i(Sé'u réspKilote^iabMaéettlo àoà Malgios!
ém todupoe abi eai<p««uar «oié «uael /e com rodes
á» ioanm.' ,y-j. <# • ONrif é que w^osaeitf sd^ ds da tér*'
<«*^<|«««li^-^|^tntov'i>< 'Anitos' > ' '-<"'-- •'-'
— Quem? ; uns poucos de farroupilbaa U' aWfBlu>>^
ftiiè8i> X)ou»6tt&ftr ub^4e quefiâasla 4o»' ^^uufder
r^ttk dar' s^a eii n'esU-iioCísaf trioiá fi^ègiiáci^rr. .
!ah! cies; t)ie«?.".r-*i' » > * i
— Mas quem sao?. . . . • de quem falia voc€;^ Ro-
drigues*? . . : . . .' •" '^^ duson de dííer ©; Helena com
um certo embaraço, em qne bem trausrerberava u l[|au*
bavia de procellcfsu em skta alma* b • •
— ^FaNo de mn tal.'. . .-^eu trem s^i qtreméllé ^/
-^ de um tal. . . Fernando;' J. oa que quer Mqne séja. . J
,de am. . • vadio t — e os olbos doatrevidu^Hadu ser^
-cravaram na Glha de Bartholomeu da Cuntra ,«^ÍntTa-»
iMiieé e prestrutaddrés ^ como oá d^or antbrop<^hag»
Ifmt 'ã'lêlandiá\ 'e âaerara^tffc estrentecet^l icoáio sV
0 gélé do' passamento Hie bouvéftsè' caTado nas vèas/
-^PèmanduT. .'. /— repétítí &. Anua *^'è'd*ofade
véiuélléT— ' ' ^ ^ '
• • — Bd sei , -— Ibétiárnoir' Rodrigues -j- irelof. .*• 4^'
infernei p 0eus me- peHHéè, — * '[" ' ^
! — - Ai . Rodrigues , niodigá táT t ^-^ atalbòtr a 'è^
crupnlosa viuva, socorrendo-se tnentafméute a' Uns
.fei^vol^so crédò par» apagar c daúíiuud!^ ésc^uidalu^
(que- receber». ' '
D. Helena apruteíCdu esle Tatíço pái^ péãlr a suar
mâc , que se alevantassem , porque érauí '^de^ huras
já âadts^ e porque ós o)ht>é ,' d'aqY^eTTe ^épmoógadqi
fttter a perseguiam porflósoé , eomaduis^bda^mlaé^'
tos na* cdla -de ulti cortfèírinlWy. ' ' ^ ^ ;
As duas senhoras ergueram-|e; e o padte, '-^4%^^
já estava como quçm ^tri '"-^entoou reimdh'^and&~ u
ífraiiat^ á^trim , 'e lérmirlou còm ú fcquieécmtitUff pace
por alma dos finados da Ldbariaf e ,. benfisndo^é'
e sMidand^-se , se loraiutodns irea áito^keda ájt^eu-^
los. • ■ ^/ •••'•' ••' ' ' '• *■'"-" '"'• '. ' ••'
RbdHgbes ftbtf!sd: vacfnòtf-portikn Tnsfanlel fo-
rno^ ruminando' cerlo píanò (le/alta-iBoika,' 'iè ãépi^i*
foí^açtídadlttnente na pista ^'tzfeVfíló'; Itíicu^fiè' n&*
hombro, travou-lhe <Jo braço, e arrastou-ô, ^'Meí^
átèHoada^^ii déà e^ ^è)o^ áotiÁio^^,. pàisf m^ sttíímvt
remota das casas. , ^ . • - '• *|
^'■í^lífítãò ,' que tóé- quer'; !fodTígnès? ^tífs8e--tf re*
vererido prcsbyrerff', marsvíMdo^ de tau <ixhttoitf!Wa^
rlo^proceder , è^ taó abalado , ,.que' ném íabi» ié^lHIP
bavlar *e offèreccr prímeií-á tífna pitada dtf fceu^-ldiJ
menso e encebado caítio dèf ítMmiíip.. ' " '■ ''^ 'í
O ibipoi^tiinte ItíUrenfço Redrígties còm lUctfffforde
um^deputâdu, qde'se enfeifa para improvisar umdls^
•curso é^ arromba , tàmtm à trão para faJttúr^ pémof
dh o nosto meibdiosu MânUel Bemardei^V. ' ^'
—Padre ! a bonr» d' esta catia tão nobre.'. .': i bmi«^
ra d*esta casa sabe que mais? está perif^ T^^
-^Que^día taomem'^ «^ replicou recuando o capei--
ilão,^ -e defxandu taf # da mão a boceta do tabaco, "-«-
.que diz ! ! — — ^ . - •
. — Ê isto, senhor Padff B^iiiaréo, está pecd£cía ! — »
1 *- Appello eu ! — «>.»)* i . i
— Ora tenha a bondade .^e me ouvir: jogámos, be*
•Je a nossa ef^tlte(a;emaa6,^,d^f;eu»lDigoTorreSv■ ..—
— Sim. — balbuciou o padre; e foi com este frio •
jesiupfdb^ nKmoiyhfbu , q«« Ifacr vêspoUifeil aempré^i
.^ua ardente e enthusiasmada narrativa. -- -y^ -''
, i— É O démo'^dá''soítl.» qdé paTfebéÍ(u« íne ántíWa
a perseguira- tanfda è'4«n(as dlfdiis<ik»« deo', t^iié poi<^^
41 três moedas de deseseis- tofldes em dftío-, -í— dib^^
.fainíiidb'n^uns mhído^^séBtiilimflímMititlriílfdd aeW
^é^eêpêêl-iM '^ ^)"'' •'■ * •' •• •" ■ ''
swo
JUBiriBTA VBÍIVBRSAÍ* J^^^ISOffSWIOk.
. -^Çtfk^tí^' Té' que ,B'toto oolrafa traUçaiick por<
força, porque perder dose feiet.a 6a;*. .—
^,-**- Sim» 7— -
..«ttE Yae^ çiifiio ea suspejUMe que toda a. manobra
era .il'aquel]e porro Ju4eii de Brás das MtfiUs, cantei*
ibe duas palavrinhas , que Ibe fizeram chegar a mosn
tar(da,fH> naru. £ CQtwtQÍmoM — liize iu , direi yh —
fòm<Hi* os travando , de Vazões p tímo^os piçande «m
com ó outuo. ... —
. -^Atié que lhe calmei c^ a minha bengala poial
tent^a* ^Ot, outros ]evantaram-se , t aparlarapiHi'of ;
tnas p diajM) dp homem », que tem nma Ungua. de f i*»
iKNra,- Toçi&rou, resmoniobou e tornou a resmoni-
nhar. . . . e entre mil arrojos e oílensas » que le a^
foHou a dif igir-me i^podou-me com a honra da
Loòatia , apodou-me com chamu-flie* , . , • *r en nem
lb'o qiifH;a dizeiL, padre. —
^ -^Jfafl quefpi?— . .
-t?^ Foi , qw^ me prpgon . naji btchecbaa • . -^ aqai ^
ii* estas bochechas honradas. . . • — en*ista bsaiía coqi
ajs mãos nas amareJ^as n e»corre.çadaa laces. «
«.r^lQMe a a.os3| menina D. Helena, prosegnin |t»-
drtgi^e^ L^ufn. Lpni mais baixo — », anda de^ncant-
nhada per namoração com esse. , , esse.,. • . Feriando
^^tureir^ — , ,
^ -* Jes^f r : nome de JesM ! r-
., -TF £ j^rPÂ^ qo^ fa|>ia, qn^ elle Ibe vinha fallar eata
npíte.— . i , . ^. ., . . «
. — Isao^p .in^j08s[vel , — asaevejrou padre BeroaT"
do , 1)enzeDdo-se e persignando-se , — é. . . . —
^ -r-Ê^«ma. veri|ade .p^a. iS^e eU^ Ib^ topoa q^m
umas :caf tas 4a ifdalgi .., q^l) ibe caíram ao pé .doa
çboupii^9 • qne ealio i ..bein 4Ío ri«i 1 . . • é uma verda-
,;r~Mas^que naa uja isiOr.emb^r/lbada de Satania
fãvií, . . —
>T-%QMalhitforia^ ^-* ae eo,{ÇQDbeci-lb'o a «Ha jms
tí^f, quando fallei no tal pieiM^dor gamènho de má
Biprt^^ .,,. «vilão f vilão ! . . • •*— mashef-de despicar a
hijl^ra df (amilia ; iss^ lb*o protesto en; protesi.o-^'o
pela alma de meu amo», que De^s.t^m**^
--^M^ que ii^tenta vocêlizer?--:a^$ervoa o padre,
tpde. assom.bro,, e cambaieandi». em cima. das esean^
4Sf^ gerias , como sp fosse atacado de terçãSn
— Vou aj imitar os moços e criados da lamra. ..?**-
^.R-«^ depois?, .. quoha-de fazer? •.••• —
.1— itçgo o Veií.. —
.; , . r ' á/ Pereira da Cmha».
._',./ (Qn^imar^t^^'},
- ' lOTlCIAS.
^ ESmilMEIRAS.
: Bj^ramo), :X(t«ralmeQ|e •• >seg«in|es áa/Heuie^
Governo : —
jS74]3 ' $« r|ii«u^isaE4i a 13 do. corrente boive
em a^baa .a^^an^rasnm prolongado deb^e acerba
dg, politica Jotcroa do paiz. . /
. nU ^MWa dps Md^ o iBiaiqⅈ; 4^ .Normanb; > exa-
minou a situação da Irlanda, impugnando aS'^iedídaf
do governo. Na camará dos communs lord. Jote Rua-*
aei , por ripago de trea bor^is ae «ecwpoa com a mea-
ma questão, taMndo de jneiScaiea aa pmtvídeocias pa*
;ra acflmar a irritação dos animea em Irlanda * redí^
ísk^nda Urga^.eciíci^sões, eoqio o waiuif mm 4p o^stat
aoa progreaioa doMepeal, e aoa fateçoa^doa agítaf^
dqres. t ^ *> . ♦
Sir iamea fii^bam..pQr parte ^o .ge9fm(i rfapo^deii»
qqe lodos os actos ^..i^xecutívo^ ácefea da IrbÃda b%^
viam aido díri^si^Qi eom .vis4aa 4e. promover oa iale«
reasei d.^easapwto do,Ji|iÇeria britannko» pondoigsal*
mente termo á conspiração permanente . que ae fetia
por ^ía áà a^soaiafio. úo^Re^^mU ê «em ^u^ 0*OmmU
e outros erao. os principaea «Milpadoa» GoqfronliMi ai
precedentes da administração whig <om ea do gabi«e«
te actual, e concluiu ^ue a diffensofa entre ellea er*
decidid,aineBte favorável, é politica dominante ,. qma
ttttia^a franqueza. a lealdade e^a energia no empmbn
de faaer joatiça a«m distincção de f artidot.
Jlh JMUn ha moHGiae ^li Id.— Oepoia d^a laiga»
exposições do advogado dos rios WbiWrcaide^ de hft<
niel ■0'Goonell » ,do advogado geral ^ a do.lord GUel
iJostin formularam-se os quesitos nos segnintesf leiy
mpsr— o 1/ se oa réos conspiraram iUegal e mali*
ciosamente para excitar o descontentamento entre o«
súbditos. de ^vf magestade* ódio ecinme. entre diver«
sas classes , inquietação no exercito < deipreaa parann
tríUmaes eitab^iecidos, o para efioetnar mndMisatno
regimen e instituições do país» depreciando as exí»f
tentes ; ; o 2.* quesito é qoasi comp • i^imeiro omit^
tindo a circumatancia daiUega|íáade;.n 3/ refere e^
aos ;iedicioso8 e illegaea ajontamèmoa x %> 4^* ás ie»4
Utiraa par^. indispor o e«ercíla;MO ft.^ aoa eaforço»
para chamar ódio e despreso sobre Ofgoveito darai*.
nha; o 6.* ás^ ieotativas d0 tnlMdnção para deprimir
o governo; o 7.* aos meios ^ qqa^^ae reoor#ett pasm
dissolver a união legislativa da Grã^Brolanba ; O ÍL*»
V t 10«* itentaUva para snbititoir ostribaipaeacena-
titi^idos para administraçío da inatiç«; • finatoeiíle tf
11,® ás ameaças. eaBprctgadaapaea rfoiíir mnitagenle^
e ás expressões provocantes e inflamatórias.
. O jnry demoro«*se maí8.4e a«s iiorel «oMolfeMii-
cia ,. e fiuitfido tnlton com,p 4on ^Mre 4ik¥m • levedei
retírar^se novamente , porque não.ae ac^ft Am coo^.
formidade com a lei, e porque apreaen&ava edocUi-
sã#s absm:<dMv •. .
•Depois da ^Ignma demora oJnrgr vqHimí com a %wA
deciaão, pela qnal. Daniel 0'(ipnnaU,lehn 0*€on-t
neU , Tbomac 9teele, TbemnfE.Aaj, e JabniBor* ^^
cbard Barret, Cbarles Gavan Dnfff siè: deelaradea;
cMlfadioe em 4uasi todoa oa «inesiliDa. O reverendo Hmic
maa Tien^ey., fatleeidot i excíyido da dociaio*
Os advagadqa doi réa ^poem eoi auaa aUegaçõeat
contra algiimaa irregalarida4<ifi ; e na aaatôea dnirí-o
bitnal. %tte <b»iiaai|i umanet» ^tann . adrtâidÉt pai»
abril d'este anno.
A deaisio do. jurj. «ansoft baaUmtnotmpreasin na
DuMin ; maa. a trant«illídadn pqbMaa. ni« bana sidatt
alterada» . , , . »
Danjiejt 0'ComMll futUicoo «Mtdasaaaa aManapro*
clanMçõea » reclamando o maior «sooe^o» a i|eCrreneta(^
áa.4eia^ ék a ;#haliAettoia 4fto «lenor acio do violeta»
As reuniões dos partidistas:^ e doa.atftmMríos daai
leis dos cereaes coitfiniavam em* dav^rsaf fovéiçõea
4e iat^aterraé ' ; ' n-. ^
; . i4f «otiaa^. da Jlndia « €biMxaçeMda#: owiLQ^ffsi
REVISTA UNIVERSAL LISBONENSE.
341
nio fHò.úe importaneia. No Scínde as enfermidades
causavam bastante estrago não só nâs tropas euro-
peas, como nas sípaes. Em Subkur nove decimas das
forças militares se achavam doentes.
 segunda camará da dieta hangara resolveu , em
sessão de ^7 de janeiro', que n*esse pak se ensaiasse
o julgamento por jurados , para conhecer a- utilidade
de stmilhante instituição.
& Jbmol de Franefòrt declara qtfe » rei de Suèfeia
Carlos João , foi atacado de ama apoplexia a 26 do
j;)assado ; que os soccorros da arte haviam paUíado
algum tanto os eíTcitos do ataque a 27^: mas qúé se
receava muito que o velho monarcha succumbísse.
A Gazeia d' .^u^^òur^o traznolicias de S. Petersbur-
^0 em data de 27 de janeiro , confirmando a viecaria
alcançada pelos russos ás ordens do general Fregtag
sobre os cireassianos do Cáucaso. Seis mil destes fo-
ram ou mortos ou aprisionados.
O czar publicou uma ordem para educar á custa
do Estado alguns mancebos qne se proponham exercer
ás funcções do sacerdócio ealholico-romano.
A Gazeta de Posen dá a intender que õs princípios
dos cômmnnistas franceses se introduziram na Polónia,
e que se descobriram tramas para os levar a effeito.
]|f uitos individuos foram desterrados para a- Sibéria ,
e outros fugiram para a Prússia.
As folhas dos Estados-Unidos alcançam até^ 24 d#
passado. O governo annuncion ao congresso que es-
perava concluir amigavelmente a contenda com a In-
glaterra sobre a occupaçSo do território , do Oregon.
Ratifícou-se um tractado com a França para a entre-
ga reciproca dos criminosos que fugirem de ambos os
pai2ie4« ;Q[Ãft«^^vi^ esperanças de que se alterasse a
pauta das alfandegas, porque õ Estado da Pensylva-
ain até agora partidista da liberdade de commerclo ,
ae declarou pelo systema protector.
As folhas de Madrid alcançam até 20 do corrente.
A 17 recebeu a embaixada franceza om correio ex-
traordinário de'Bayonaa transcrevendo a parte le)e*
graphica com a noticia de ter saído de Paris em di-
reeeao á Cata km ha S. M. a rainha Christina ai5 pe-
las duas horas da tarde.
O Heraldo diz que hemre ultimamente algumas ex-
plicações francas e affeètuosas entre o govern» e ose-
renisfimoSr. infante D. Francisco de Paula, em re-
stiltado da« quaes se restabeleceu a melhor harmonia
entre a família real.
A pra^a rebelde de Alicante não fez hoje um só dis-
paro , nem occorreo na linha do bloqueio outra novi-
dade senio a chegada do 3." batalhão de Albofaera ,
procedente de Catalnnha , fortiíicando-se maie a ex-
trema direita a flm de resistir, melhor aos fogos com-
binados da praça e doa falncbos artilhados fue tem or
f«beld as.
PORTUGAL.
2723 • Pôde emfim considerar-se como aboftada alen.
la ivade insurreição, que nos precedentes números no-
tleiámos. Bis-aqui o andamento que as operações tive-
ram, desde odia em que seeffectuaram as qne ultima-
mente descrevemos.
Os sublevados que haviam saído de Castello Branco,
entraram no dia ISem VcMa, e a 16 na Guarda, coro-
SMindados péí^ eeade dofiomftiti* Sabendo que asfoi»
ças do governo se approximavad», retrravam-se no dia
19 para Almeida.
No meio tempo , o coronef Caldeira , do regimento
1^, continuava a accolher es numerosos soldados do
seu corpo , que desertavam das fí^evras centrarias.
O Barão defieiria, com a cohjmna do seu eomman-»
do, tnlrou em Sobrei ra-Formosa a 18,: nas Sarzèdaâa
19, e a 20 em Castc>le<^ranco, oDde se lhe renniu o
coronel Rezende, com 3 esquadrões de eavall^ria 5»
A 21 saiu para Alpedrinha. A 22 para n Covilhã:
A 23 para Belmonte. A 2i para a 6 «arda..
O visconde de Fonte-Nova , com os regimentou 9 e
14, pernoitou a 17 em Mangualde,^ a i^ em Gâsten-^
do; a 19 junctou-se com o visconde de Vinhaes; a
20 chegou a Trancoso.
O visconde de Vinhaes pernoít^eu em Lamego a 17
eom toda a sua divisão; e a 19 fez ajuncção dás suas
forças com as dt> visconde de Fonte-Nova* em Cruxe
da Beira , havende-st aggregado também- o generap
Pádua com algttma forca. A 2.1 ficou' o visconde de
Vinhaes cm Pinhel» '
Segundo as netieias , hoje chegndas ; eonsta que os
levantados tiveram a imprudência de se conservarem
Almeida , pra$a hfoje sem defensa alguma , e que até
ft carne epâo quotidiano recebe regularmente da Ris-
ponha ; dando assim eecasião » qtte as forças do go-
verno se dispesessem para atacar a praça ^sabendo-se
já que o visconde de Ponte-Nova flverá pessoaflilsentef
nm reconhecimento, e intimápa aos srtladoii para* que,^
sem dennn-a , deposessem as armas ; fsto nor dia 2i;
Esperata-se a fedo o instante a celtimna' êò baroo dê
Leiria , para apertar ainda arais o cerco , e impossi^
bilitar que alguns se evadam. O telégrapho ámanh?
dará sem duvida os pormenores da tcrmihaeao doesta
desgraçada tentativa»
Como previmos no n4límo artigo , a prorogaçio d^
tei da suspensão das garaniios até 31 de májrço fbl
approvada pela camará dos pares ; e ne dia seguinte
foram addtadas as camarás até o dia 22 de abrrl.
A' ULTIMA noBA. — As uKimas noticras de Almeida
sâo de antes d'^hontcm , 2€: O barão de Leiria eflb-
ctuou n'aqHelle dia a jnncção das suas forças cem ni
dos outros generaes. Os sitiados não se tinham aindar
rendido. E* sabido que na níspanfaa os tem paralle^
tamente seguido uma columna volante de observação,*
a qual , tanto como o assedio , impedirá que d'allí
venham víveres para a praça , onde os* ún^ ha , nem
forragens, senão para mui poucos dias. B' de crer
portanto que o plano venha a ser redusíl-òs pela fo-
me, para não arriscar ao sacriicio de algum soldado..
ACTOS •mCXAS9.
fi7C4 Diário do Governo de 1 5 de fevereiro. — ^Decreto roaii*»
dando fazer arresto noa bens dosaockires ecespiicev do revolta
do Torre« Novaa.. A eôrte deita Itwlo p#r dois aeze» ipei»
morte do duque reinante de Saxe<'obqurgo Golba. Poi1«rj^
resolvendo algumas duvidas do governador civil de Angra.
Portaria á c.oDmiis82to. Administrativa <{a c;isa-pia, de ^ue já
se havia expedido avISo ao cardeal patriànrllit afisando-o de
que Sua Santidade coneede aos aluinnofe da casa-pía lícenra
para comerem de eame em todo o«anno, excepto dez dios,-
qve marra, c louvando o nosso miaiitro em Biuqia por. baves
pago os trinta e cinco escudos romanos, em que importou %
licença. Venda e remissão de foros, e pensões.
Idem de 16. — Alvará elevando o legar de Paredes m car
Ihcgoria de Villn. Ordem do* exercito m.** 7 de 14 de ícVe»
reire. Veada e remiisSo de íéHi e penaooi* •
84^
REVISTA CNIVERSAL LISBONENSE.
-X
3725 UsiA divida n.icional , já de alguns »onos »
9«abA de ser pag^ pela Academia Real das Scicncins
de Lisboa , na sua sessão do 2t. Alli se proclamou
iinanimeiuente para sócio o nosso amigo , Alexandre
Herculano da Carvalho e Araújo.. A Academia, fazen-
do um acto de justiça , adquiriu ao mesmo tempo uodi
grande lustre encorporando em si um tão bello nome ;
ç uma ulilídade ainda maior pela grande somma de
f onhecimcnlos históricos , já enthesoirados pelo novo
adepto» e pela suaíncançavel assiduidade em trabalhar.
Na mesma icssao foi nomeado sócio corresponden-
te o presidente da Academia das Sciencias de Turim.
Ú JflC A OXSOXVVLA QVtt OÁ HO VRA AO BfSSTRB* .
272$^ NosAB^AAO, 24 do corrente, foi pela pri-
meira ven representado 00 theairo dos Condes o dra-
ma intitulado — A Doida de Londres — em beneficio
da Çr.' Radice; e também B'esse mesmo drama foi a
estrèa da Sf .* Emília Costa , discípula do Sr. Epifâ-
nio, que desempenhou com muita habilidade o papel
de Miss Auna Butfer. Seria queria inverter a ordem
ç o curso oatural das coisas humanas» o exigir fora, e
muito antes, d« tempo uma perfeiçãoacaba(|a.emquesi
apegas começa a apricnder e exercitar-se em arte tao
diílicil , onde os próprios mestre»* e ba muito pro-
fessos « se lhes passam exame apertado , sio acoima-
dos em muitas imperfeições e erros. Cabe-nos pois
toda a razão para animarmos, a ainda para louvarmos
ó talento da Sr/ Costa ; e se do que é já tio de co-
inrço, podepios presagiar o que tem de vir a ^r; bas-
temos , que , se continuar a ser <;uUivado, o veremos
vm dia brilhar como ornamento do theatro português.
É a Sr.' Cosia dotada d* uma voa cLua , sonora, e
dócil: sabe modifical-a com propriedade: sua pronun-
ÇTcição é fácil sem afil^ctação« e animada de gesticula-
rão conveniente c natural; temcmCm uma feliz dispo-
sição , qfie prometle grandíssimos progressos ; quaes
devemos esperar do talento da discípula edaconsum-
mada habilidade do raestro , em cujo credito redun-
dam os louvores , que llie tributamos de presente ,
ç esperamos tributar de futuro: quando na rcalisação
de tantas esperanças rirmos a quanto podem chegar
i>s talentos de nossos artistas . livres da triste tutela
estrangeira , que por tantas formas lhes rouba o cre-
dito c a fa2cnda.
O que JÁ estamos vendo no tbeatro portuguez , é
vm bom argumento do que não carecemos n*esta par>
ie de serviços estranhos: o futuro desenganará os tei-
mosos, c os fará despresar aventureiros^ qne no lar-
garem as grandesas e florccencias de suas terás por
esta nossa tão pojire e despresada , já nos dão amos-
tras do a T]ue. voem. Não é o talento que nos faka ,
senio o amor ás nossas coisas. Pelo qne nos tooa • e
quanto poderem nbssas forçâs, hemos sempre de lou-
var e ànimar'o talento portuguez.
íasxvça 3»s um^s >ú:bAXioa.
2727 N*i;m processo julgado nas audiências geraes
de Braga » a 19 do mez passado , cm q^e se tractava
de certos ferimentos foHos n'uma taberna , respondeu
6 jury ao primei f o quesito assim': JSsTo'; N&q; Esta
Portado por a nimaimenti ; e a todos os mafs : Esta
Portado por a nimaimenie, £ como o juiz lhes disse
que não intendia a resposta aoprimoirp^ replicaram
que>o que alies queriam dizer na sua, era, que esta*
va aponxida por animaimetUe^
Ora é bem de crer que os ingénuos cidadãos julga*
dores, sabiam tanto a accepção do adverbio como es*
crevel-o ; e o mesmo seria quanto ao verbo approvar.
£ não obstante deram, a sua sentença , o que não
acontece a todos os que vão a Coimbra.
tfZOBiOIiOaXA I^B &ZftBOA S BBXJBK «O
ÁVBfO OS 1843.
2728
MASCUUNOS
FEMININOS
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Fevereiro..
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Março....
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286
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175
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Maio
184
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165
92
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219
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Julho
160
113
273
151
126
277
550
603
igoslo
223
145
368
164
114
278
646
625
Septembro.
198
108| 306
157
116
273
579
573
Outal>ro . .
S63
134
3971 173
110
283
680
595
Novembro .
251
103
3541 211
106
317
671
582
Deiembro .
292 102
394
222^ 105
327
721
589
Somraa. .
2524 1251
3775
1968
1199
Slíf
694^67«5
Os títulos dascolaranas indicam asna significação;
e a ultima representa o numero médio dos óbitos, qvm
compele a cada um des meses em anno regular, de-
dosido do ultimo quinquénio. (Veja-so a Memoria que
a este respeito publicámos na^RevUía n/* 42 da 21 de
julho de f842, artigo 614.)
Aaoalyse d'e^te mappa nos indica, que amarialida*
de total do anno excedeu a média em mais 177 obi«
toS', sendo para notar que noa primetroa nove tncies
diminuía a aiortaiidade relativamente á ntédia , em
i29 óbitos; e que nos últimos três , que fòi a opocha
funeata , a* exc^cu em 306. Osmezas doentios de ju-
lho e agosto , conservaram • e até excederam , a sua
qualidade mortífera , já menciít»nada na citada Memo-
ria» assim coroo os dois mais saudáveis meies do an-
no» m«io e jlinlM, maritíveraiH a sua beneíioa influen-
cia «. poisqne a mortalidade apenas «xcedeu em 28
óbitos á normal , apezar da irregularidacle meteoro*
lógica :de junho, qne dacorreu com uma teiaperatiira
mui variável , e em geral fria para a estação» atéai
de chuvosa relativamente aa nosso clima.
i/. M* Franzini.
MSOAOftOaZO ABI8VOOAVXOO.
(C&mmtíMcada.}
2f729 ; PASSáx as máioreâ pompaa ; — passam ai
mia^rias inTmias;-- tudo p«saa— e sé Deus fica ! —
Caem as cidades , monumentos dos homena — caeia
aa arvores e gaitata^tfo os montei, monumentos da na-
tureza : — caem as famílias históricas • monumento»
doa antigas eras^írr ;qac motioqffc.P Maam* 0fri«ÍMi
REVISTA. UMVJKSAL LISBONENSE.
S43
efémera enlre tanUs raiiHi» grandes que desappáre^
cem , desappareça tombem !
Mais um Irisle e .inlel», por que era hnmxBo, lro«
cou o penar d'esla vida pelo dcscaaeo da ostra » que
i6 te não transforma, nem tem fim.
Oremos por Pedro de Mello da Conba deMandonça
e Mpnezes, il. marquez de Olbâo, 1|. eonde deCas*
tro Marim , IX niooleíro mór do ri ino : gri cruz da
Ordem de Chrislo , presidente do antigo senadp de
Lisboa. Depois de longa , e penosa enfermidade , no
dia 2 de fevereiro do anno de 1844 , se finou aos 59
annos da sua edade* Da melber »obreia d* este reino.
Ilibo dos primeires marqaezes de Olhão , e primeiros
jCandes de Castro Marim, — tis Exm.^* Sr^. Francisco
de Mello da Cunha de Mendonça e Menezes , e D.
Joaquina Telles da Sil?a»
No verdor dos annus se ligou por caiamento , com
0 £xm.' Sr.* D» Marísana de Menezes » fltha primo-
génita dos Eam."" Srs. Condes de Caparica « iioje
fnarquez de Vallada : quia pNirém a Providencia «
experimentar a sua firmeza, e paciência, logo na pri-
mavera da vida: — (evou-lhe a espoza, — espoza ido-
latrada , e m^e carintiosa de oito filhos, qtte, a mui-
ta furmozura, reunia subida firtude: sofifreoieste goU
1^ inesperado ■, com a resignaçio de cbristie, e com
«a coragem do homem furte, que tudo espera no Se*
jibor« '
Desempenliando as ebrigaçces , dos eminentes car*-
^os , que Mçcupava , não se esquecia da educarão da
#eus filhos, nem de callivar as lettras. que amava de
fundo da alma» Varão probo, de firmeza de ebaracter
inabalável , de maduro conselho , liUeralo sem osten*
Mção, sábio, modesto, bom filho, bem esposo, iiom
pae , e o melhor dos amigos. O ultimo quartel da sua
Ilida , foi gasto cm infortúnios , e cortado de traba-
lhos. Muito amou , e ser v Lu. a sua pátria , que n^esse
^eii derradeiro viver de migustias, se deslembrou d* el*
)e : mas a sorte • essa que aguarda, a todo o mérito.^
^a hora do passamento, a in^ifiéi-en^a ^ a partilha
que cabe ao homem que « durante .a sua eztstencãi ,
deu i ^ria todos os seus cnidados , a amor ! Mas
perdda o justo essa mundana injustiça, por qoe es
sonhos da vida, e as íIImzôp^. da alma, passaram; e
peus que é bom» grande, e eterno, recebe ao ho-
meoi virtuoso ni^ Morada Celesie*. Mas cé na terra ,
deixou e$se homem,, eorações repaasados d« magoa!
f^ai;pf ra-n'ò os filhoa. cho^ão-AVos amigos, ecomo a
consolação dos tristes , na hora do desaoiparo , é a
Cru^ • sobre a pedra do sepnlcbro: e abraçados ã
^ruz, orando por elle,. fiihos, o amigos. Ihedeiaam,
«sta .àaudade . testimunbo de sou filial amor ., e res^*
peitosa amizade. <^ ^ * >
^VMX JDá O: VÈXt AVTSS filTK; WWBÍRA XV^
S730 Em Queimadelli»*^ a uma légua de Lamego ,
vm. suÍ3Joito , por appellido Lã-branca , para arranjos
de um sor)QÍtibO')he-fot doa^ gpr e^crijiNira de to-
dos P6 SCU& bens-, com obrigação de o sustentar, fes-
tir c calçar. Lugo que foiassignada a oscriptirra, ^w^
dadeira acta de suicidio p^t o pobre velho, prioci-
fiou o. sobrinho a maltra^l-o» f .ponto de p deijiaraté
curtir muitas faltas do necessário. Uin^dia dp }])ass.ido
Qoveoibro disse o triste doidesberdadiv ao s«u< inginto,
qbcesia a Af^n^i oi^e^tifi^a re)atíiei> jmdfr.WB
/«ffietro. O outro lhe tornou , que nas boos horas fosse
que também elle lá tinha do Ir. Vendonu partir, so«>
guÍH-o de perli». Chegados ao silio de villa €/\ã, sitia
emboscado c solitário , sem ainda ter sido por ello
percebido, dá-Ibe um tiro:— ^cac o desafortunado (
estrebuxa , vence ainda pór^se cm pé ; o assassino
torna a carregar , atira de novo , e acaba-o. ■
Gonjoim 1^ de fevereiro de 1844.
Bernardo Ànttmio Cardoso Hkiehado. •
•BT1CZA8 BRUTABS.
2731 Como queixa e denunciação feita. ao respec>
tivo juiz do crime, ou a quem competir, traz utn
jornal da Porto, do fim do mez passado, ura patheti^
CO artigo quo resurnitio vem a ser o seguinte ;
Na rua de Saneio Catharina . numero Santos, mo»
ra um mau homem, (traz-lhe o noúie por - extenso
qoe nos pareceu dever omittir) péssimo pae , e do»
iestavel marido. Ê casado com uma senhora ainda
moça, natural do Brasil, e de muito boas qual ida*
des, a qu^m elle tracto , nio como d^aates se Vtúc*
U«a uau escrava, mas como se elia fora um animal
feroz. Tem. sempre á mão um chicote. Com qiie a- fus^
ttga, sa lhe nio appareoe logo quando a- chama, ou
lhe osqucce fazer, alguma coisa que alie manda.: A in^
,Miz traz sempre o cotrpo magoado, eo rosto cheio
Ide viergões^, porqiiie- o- seu estúpido ver d«|o- compra a^
se em lhe bater pela cara».
Tem. um. filho de dois annos.,. qile tamben» and»
«Bcmpre raoido de pancadaria, que lhe dá o pae, ape«
sar da^sua lepra edadev Como elle desgraçadiínKnto
dorme na mesma oama entre o pae o ». mãe ^ quando
Buacede chorar, o façanhudo pae pega ii'eMev |iõe-n*o
no chão,, onda a pobre mão o tae .bu8ca# com moMae
lagrimas*.
Minguem, o- qver servir,, porque êi em todOs 00
criados*» e mata-os* á fome. Levou para case um sÍM
brinbo a titulo de o maiukii cducs», eoisa qoe nlin^
ea (et ,. porque lhe serve de criado , e uritiMamenle'
deu-lhe tanta pancada que o U ce|^do-'da 0lho'^s«
qoerdo ; e como o .rapas lhe iVigíii , ^ bárbaro fóí cm^
busca d'elle , tronxe-o para casa , e- não lhe morrea
nas' mãoi ^ porque Uitáin .équella flig^Ki^o o «abo^
de policia e a visinhança..'
lCu6ta<4ias sobremaneira a erer 'quelu^é eáifo Éós-
OB pae do famUlas tão abominável !
luxAiioHoucoí BsrmiriMi
fC^rta.)
2752^ ^Onde estamoí^ nés ? — -FariFo favor de me cK*
ser, se testo nosso .patz estd- na classedòs elviilisàdos-
ou dos bárbaros ! " * i
N^' estes três- dias cbimados à^entfnã^\ d ião em que
desgraça of^me se tomam' dobradamentt insnp(yrta*
veiss fisenav^p ^\ú eseossdameoie pasSo^ MieH ,
frios etrabalbos a unb poucos de homens,' algo As á^e)^
les já respeitáveis e sagrados pelo seu^ infórtlinio.
Quando toda agen^ doesta vilia andaisa no soo vai^^r
regósijo, quando os campinos, pescadores e operarias
4i^avttm nas^^ia ióca^ cantando os ritos delirantes de Bac-
on , .c a ropasáaida fina Bmi^*t% em bando mascarado,.
pceeocrcBdo-a «amilè as ruas da villa » debaixo do
«huveiros .do .tiromoços e feijões , qoe as bella^ Utes
lançavam , esia^ra eu a commenlar cemigo os ires ca^
344
REVISTA UNIVERSAL LISBOrfEr«SR
• No Domingo gordo Tinha de Lisboa um desgraçado,
^uc Unha saído do hospital de se curar de uma mali-
«a; eque pedira lhe dessem alta nosabbado paracbe-
far a tempo de passar estes ires dias com a sua famí-
lia, que era das- bandas da Mereeana, termo d'Alem-
^uer : e como não trouxesse passaporte , teve de os
passar na enxovia, mesmo molhado como estava, sem
d*elle mais cuidf-irem; dormindo emuma.caza térrea,
toda formada de pedras , muita fria e húmida , e pa-
decendo o fétido de uma péssima letrina. vlsinha sua.
Na segunda feira, um doente que vinha da provín-
cia cbtio de dores . queixando-se muito da cabeça , e
que vinha transportado por conta das misericórdias
das tílias , apparece na d'esta , vindo da de Vitla-
Franca . condusido em um carro , exposto ao tempo ,
sem nada mais do que uma esteira muito velha ; vindo
no carro aas salabancos por estas péssimas calçadas ,
dava este mísero enfermo toes gemidos , que a todos
cortava o coração , excepto ao desalmado do carrei-
ro, que picava cada vez mais «s bois« D' aqui foi con-
dusido na maca d*esta sancta caca para a d* Alverca^
e nada mais soube d'esU pobre vicliraa da naioreia ,
4os bois, dos homens e das misericórdias.
• No onCro dia vinba de cima para Lisboa um moço ,
que se recolhia de acompanhar seu amo até á Azam-
buja; e cbeg»do que foi a esta viíla, como não trou-
xesse passaj^rte, li foi fazer companhia ao miserável
da Merceana, e teve de dormir todo molhado, e sea
Bdanta ou cobertura^ porque a não tinha.
. Coisas d 'este género já tem acontecido um sem do*
aiero de vezts , e acontecerão, sempre , pois a não ser
A' bondade do carcereiro d'esta cadéa, que muitas ve-
»cs teitho visto mandar por seus filhos, pio e agua
piMPa estes diesgraçados , e mesmo a pbiiantropia de
alguns habitantes , muitos d^alli já não sairiam senão
aiortòs, ott pírDxifBOs aisso, de fame efrio., pois ne-
tthjum governo 'Se tem lembrado de providenciar nada
a- tal respeito, nem sequer as camarás muntcipaes
<|'esta villa, .
.. Alhandra âO de fevereiro de 1844.
j Lazaro Joaqmm de Soma Pereira *
[ ^ IMO€l«jmJB guB M xmo&cA vs&o
GUI.PA90.
, ã73( Um trabalhador da quinta de Caxias que an-
dava, havia lempoa. 'desconfiado da fidelidade de sua
mulher , muito triste e vexado , parece que ultima-
mente veodo qne ae não engattava, depanduron-se
pelo pescoço n'uma arvore que havia defronte da por-
ia do<itfe suppóz.8ea affrooudor.
r O almoxarife mandou iogo deitar . abaixo aquelle
patíbulo , que lhe mettia horror.
<, Quasí no mesmo ponto Ires bellas coisas apparece-
ram de menos — no mundo um homem — na socieda-
de uma mulher 4e vergonha — e n^ quinU de Caxias
!iUDa arvora !
A X0B:TS saiba ]^ UUCA IKXJÍA BS OZ&O.
. 3734 Nk viBCOBZi da Grat^, três léguas ao nas-
cente de LaQiego — nos conto o Sr. Bernardo António
Çardj»soM|iicbado.— havia um boticário por some João
d' Almeida : a mulher d'este.e uma visinba pobre so-
s^raiii Ajnbasj>^o« mesmo, tempo , que juneto á^ pe-
quena ponte "de um rio, que atoarisaaa a.fregpe7ia«
jazia um thesoiro sotterrado : -^quando não fosse o in-
teresse da riqueza, basUva a curiosidade natural does-
tas duas ilbas de Eva , para as mover a irem certifi*
car^&e da verdade.
Era um dia de dezembro uUimo , cerca da mein
noite , quando se puzeram a caminho , levando po
guarda-costos a pharmaceutico a quem pareceu melhorr
previnir com a sua presença o que podesse socceder,
do que ver-se depois necessitado a gastor a fazenda
da botica no curativo da sua metade : e demais, um
boticário é também filho de Eva como qualquer outro.
Chegados ao sitio com os espíritos um tanto per-
seguidos de moiras encantadas , mas refulgentissi-
mos de n^ontes de oiro , melteram mãos á obra -,
demorando e atirando para o rio as pedras que jaziam
no logar sonhado. Se acharam ou não alguma coisa é
que ao eerto se nio pôde aífirmar; como quer que
fosse , tornaram-se para as suas poisadas , sem tereA
sido percebidos de abna viva afora certa moleira, qoe
recolbendo-se do seu moinho pnra caza áqnellas horas
oudeshoras, os encontrara na empresa e o$ conhecera.
Se de feito acharam dinheiro , como se cuida , nio
repartiram d'elle com a comadre. Bra injustiça ; ex-
citou murmurações nos visiobos.
Por meio de janeiro um d'estes lembrando-se
queba morrer e viver, mas esquecendo-se de que no
viver ha tombem o estar doente e carecer do boticá-
rio, e qoe , quem sophisma o direito de propriedade,
mais depressa pôde sopbismar uma pílula ou uma ti-
zana» mandou ao presopposto detentor injusto de
alheio uma intimação de que, ou restituísse á compa-
nbeira no sonho e no achado a soa quota , ou se pre-
parasse para se haver com elle , que linha assentado
em Ih' a ir tomar por força para a dar a cuja era.
Atterrou*se o boticário, e caiu n'uma melancholta
monomaniaca , não dizendo senio , qoe o matavam.
A 1 de fevereiro, tendo sua ttfulhcr de acompanhar o
pão para o forno , e vendo-o ainda mais pensai ivo do
que. de costume, lhe pediu e supplícou, fosse com
elia : — desculpas, recommendações de que tome bre*
ve c nada mais: — a mulher saiu e elle ficou só: — ^
aproveitou então o lanço e saiu, tambcmdeixando na
caza duas velas atcezas , e a porta lipén^fs cerrada.
No dia seguinte estava em Moimenta da Reíra , em
ca2a dos fidalgos Sarmentos, onde pernoitou. Na seguin-
te manhã, que foi nmsabbado, uma criada, que IheeiH
trou no quarto a levar-the agua para se lavar . e t
cuja sandação elle correspondeu cortezmente, nio ha-
via muito , que o deixara , quando ouviu um tiro e
um certo reboliço , que se figararaih 'ser lá. Ct^rrem ,
entram , acham-n'o ostemlido no chão sem vida , é
com *ã mão esquerda chamuscada da pólvora : com
aquella mão se cuida . que teria pegado na bocca da
arma para nSo errar o^ifo; — e n5o o errou, qoe uma
bala, quartos e buxa tudo lhe entrou na «abeça.
vBLOTXBnreiA vTtsidaxiiA.
2736 Consta — que a aucloridade policial da ci-
dade do Porto, mandara — que todas as meretrizes
fossem' ao hospital para se conhecer do seu estodo de
sanidade, ficando alii retidas- todas as qne estivessem
enfermas.
• Parece que de cento e tantas qne alH comparece^
ramriKNKHa. foram as que- lá nau «ficaram.
Sy»
ms¥mPA \}fiívxsmA%\ umo^mmKa
94$.
- EJLvtmvmE. ■■■■■■•>■ •
A infTftbiii^o coitftfçm hoje quinfA-rcífâ A I Wi «1» **^
*; rtoi 9l«. ifoei • ttttlr ttrtxhr, fjoíilro fcortit clvpois , ■%. aHo
tepbiiin re«el>i(to, ro^a-te o obsequio •#» d j^HioipaAteA ttà «•-.
<ri|rirorki ^ RsvwéA -frvivBWAi iaisMiiBMn, nu 4ii JRui-
coRiiGiieNTos mn,
Í73S ^ Úâ E«AS fMrtííukiDes |Mra certos- togares. 4>
terreMOto de 1755 fez -era para Lísém». A.^mtniifft»
'do« oHv«es na despedida do am» de íB\% íat erâ
para Trat*<M*lIoirte5« Mes U . depois do. terremeto ,
eiedfl aliíoi». ▼irael as sead cans reedificadas; sós
estamos de peior» porqne nem. filhos aens ftelvee ne»
Uís vdrio «(eí eS oH«ees lepitntedos*
i Coo isai^eobss porém, eio se coram males reses , t
eó. sim cofo diligeenias e tom{is«---^iefiie oicdsiidMR.
^Mas qnaes são ii'eSla jcalamiéade os remédios a q<ie
nos batemos d^ soecorcer? As «esses «Hsetras consli*
lufam o«i»^i»9 d«/u»d9 da Bessa .sttbsislepcia. Tudi^
4«eiito oOB Ikou , são adjectivos; que não podem cè«
Xtix oe oração sem setetaetit o* íí^ oeajrixlanios., ou
•ates empraesmes ;>a todos «s sábios f phíioaophos*
ef^roDo^os, eaiuralistas e econoeusUs^ centiecedores
do fiessQ lei!reiio« par* que nos oemSMNiiqifem suaa
idéas e paroeere; sobre o medo com qwe podiei«iiios
«uf>stituir convfRífenteasertP «eque perdemos. Fdra isto
el»r« die taiHe caridade como a deipjkr «mcamkdian^
<e , que -em eoite escara entre espessas malUis, eme*
Sonhes precipícios anda vagpndo , já prestes a suo*
«.«mbír» e c<i!i4usii^ » senão á^«eslrtu|a'rtal, |>elo
menos a eamínbp trilhado. Traotarse de aocodir á
seafíor. pasto (de esde iirovíncía ; que se r6iK>He entre
#s: pero^ísQios domorl^. Uipe obca:lãot>l>tt«>^i^>ce
ainda vai bem a pena de occopar pior algens moeseer^
toe esfeniu^idos sábios i cHJa. tarefa • mais váJresi é
instruir ns ignorantes que o sappitcam*
Encetando pois a discussão : três são os meies, que
fietur^lmente se offerecem^ á neesa consideração para
fe§ii|r«ios algum camiubo, qiie nos condnse a.iibler<*
IDi>s de qqe sul^istii ,. ainda mesmo renmcia«da o
peosaoa^nto de consegiiiír ieteirji r^pscação ées «ales
cpfn tiw e Providencia qujz eMignrHHÀs.
. São eslffif meios:
iJ^ Restabelecer a oeUttre das olivetrad.-
d.* Lançar, n^o ds 04iti\a« 4»bqtaçpes próprios do
terroBO. .•■.',
ZJ^ LtmitaMio# á e^llors dos oereaes^ro outros
alimenios, que a ierr»:possa'.prodnsir.
. Quanto ao primeiro^ pede baver Ires methodeti dè
reaUbelecer o^ olivafs-; iJ" psc scmentetra: âw"" por
meio de viyey-osc 3*'' por !Qieip de esUeas, seguadtf
^ pr^ica cçmmum.
O 1/ parece inconveniente; e# eerofes de aseito-
iias rarissimss vcses' ,asscem ; e quando: isso se ob-
tém • saem oliveiras bravas « e dcmá qualidade» ftNl^
do ind ifipcDsavel ooxe|tal^s« Q.prffsesso por alguém
IcmLH-ado 4c <iar « í^omer witppas a perlis».em cujà
Bioela se-lhe e|(^ae o óleo que embaraça a germi-
MAttço— -'7 — 1844.
méMfiov •!# eái qtee taMlm «iil(f> bons^esuttidmii ^
quando e^fffosfte» sesspre dàfiam oliveiras dcfmd-qmiNií.
lidado. • » * J ' / . I . • . ' i ' u\uv. o •}
^ O -S.''i4amkens «eeíi ^ififeuMades « Jneeitdeadeneis.
;AoMle se^pedest k iMiséar « grandis^nti quàmMd^
de de wiifònlea^psni Ibfálar-^és vivifirast lUgiMtttá^
moqee;pef eiaso.síffVà*pkf« issei, ^e ^c .sohfis 'ses ai^
ipoma dasMSsasielrreJral ^«è pos^ifortumr sobrevive ,'
neift cbegefiera o qoe.ié nêeesnriq netoi póde^^ eiM
paz, ^<hHMile tempo é mester peva 4» :otifelrliybaSi diJ
tarem aptas pare' > serem transplafiiadss^r a oAd#
devem fcer? ;Qoento temfib 4 nJst^ff' para ve^re^
; terem » e se^ Cámirsi» olieeérÍMB ? t verdade. ^ esCe' é*
e Éidhor melèod* para se obterem; eíiyeine miais taêj
dttreduirai e^ fosivosas, mal » tardança fts desedimar/
e^tmsito mais qesBdo a necessidade de oftiev reciirsog
é at)gciilíssNBe. Gaetoa e^ poeta latino -t^lsieretoapiM
pirct, earpsttt lMS'|ism9 iiipoltfs-*-os eielos pcM^M
eomer as peras « knae da» olí^èicias por afie^pi^secíss^
poeee frueta pedeeia ooáhdr4 é muil» bom- pêra aeJ
crescentar olivaes , mas muito mesquinho pàiv OP
ftinder.
Peio qveiKrteiice ao 3/ modo áH estacas*, ess«
repute eu inteiramente impreticavet. ; Aonde se pnb
derio ir buscar tantos milheiros de (esHacas come ^sid
necessários? ^Q«em se etreverá a q^ndel^s e deitaf
fiizer nos. seus otivtdos « destroço que para ias» fdra-
mistesf 'íQue déspeea nio seria praciso fiíeerna eondn^
eao papa- aqui' pov ser preciso ir bnseal-es a frende»
distancias, por se^nchar este. terrena rodeedo de bH
garip, .00^0 nio ha oliveiras? ^Qoe esperança f^
dória haver de que as estacas pcendessdm, tettd<»íorç<i^
semente mediado moito lempo entre .o oerte e a plio*
taçio? (Aonde se< {mdcrão ir buscar, qoe aio esiejaoi
mais on menos tocadas- do mal que aqai sa efperi*^
mentou ? Quanto a faier estaom dos ramos çnebradop
pelo gélo^-^ldra , presumo eu , trarbalbo perdido , ni-i
tendo ie esCodo env qoo oiles se aebpm. Per estas «Mf
soes parece inadmissível este melo.
EmqnanCo 90 segundo recurso, ísle i« lanhar
mão de outras plontaçdes, e primeira que se eflbfe^f
ee é e reltura dqs tinhasi Subre ella é nécessáridi
notar qoe para oso e abuse dos àabitanles .da' fm^
vincía Jd lemos vie^ de sobejo em toda ella ; e para^
objecto de «spoHaç» .ellembpóde eervir pdi ra^
são de não ter as4tt"Hdades'necessprias psra soflrep
eaibarqpe> o pela rezãd darddspeta, que deve&aef
na condncçao até aos- poiÉoft por caiisa da distancia ,; .
e més estradas* A istóaoeresce qiie ctese Urectsv^se
oom preferencia de aproveitarmos ferreoos, emque.ieSfi
ta.vm» '08 nossos olivaeé ^ que ;|fcla mstor parte^eran^
valiesy Doloríamentb jmprepnios para prodeisir beut
vinho. .;!.•;■■ . •. : ;
Âji^nKoca das^nmpieiHiSj pdaco p^d.e:.espeepr-se.
Este negocio tem sido por veies, oipeirieientedo. e eié
com.lmp6Isd de^rerneíj^ ilem que lenha .produsidò
resuitadoSr satisfatórios . antes sim despezas perdidas,
pelo ^tieSíe acha abandonado. Os ares da provinda
são sot>remaneira destemperados. Continuamente se
vè no tempo dacria|ã&d(tt biebagdcseda, revczarcm-
se em um instante grande calor , e grande frio , sen-
do um como o outro prejudicial á mesma criação. Os
babitentes sÍo pobres, e não tceenTosaas assts rep^fa-
des para > porem os biohos abrigados das intempéries:
flMii^ vetes éneoesserie accender fogo iunçto Aell#l#:
29 YOL. 111. fiERlB UI.
S4a
RirVISTA' «MveiUSlklL USBaNBN(S£Í'
'EeiqailMeoBlra si o inc«atecii«i(^ ite^t* c^ bkliét
Btfffeiadeoidmario quando «ali» par^taobiff arramo, e
quando tem ji dado trabalho , e feito toda a deafmxè.
.,IhMtínKlot««^iilliaio pcfeiifiía, queaiftatf^fltteiíàsv e
a)tm«ntoi. qae podem .-ser- lírft^oa da* t^na^ béot le.
t4iqirA elhs é io&fiQeienie4 Q» anhnaes, e awli^ ospo*
VM i«lv«f<Di, poderiam ccmt^niar^i&eomiaMi; .mas o
l)0O^m <olloeado bn sfcie^dcoâo^aife sé' da pão, e
tem o^raa muHaa precíaô«a » une é neoassar io satía*
fater. m t«rnM*««e aoWagem». Nós «§ transmontanos»
%9« dcUi«a(vamos toées os nossos cuidi|dos e esfinto»
à QttUuM <la» oliveiras <dcr i}«e' vHria^QS , e j^ue eram
«I nosso -<r tudo --^fòi>lo$ d'elias'dQspQ(rados , • portai»*
V> não ^^nioaiDada;t> e solve isso esUaMa tsmi(|r«^9
^9milrftÍHi|oa>(6áparíl exposta» -paga «districio deBrar
i^BÇiS moú de âíUjíOOO orvsnéos) não tendo deque ti«
aardmbeiropiiM-M pagaTiunpara supprir «smais des*
j^io»^ kdi&pepsaveU : bretemmile âdo teremos, eom
%ue eetqpfaf um- ospote. paia .nos abrigarmos , o nem
ciUDÍs#«:ieridmM, .se na terra aio tiyesaemos mmos^
4o V hfvei*.. . . o . .
Tamanha desgraça deverá conciliar a attençio da
C9fk ^Mf^iiaih Skkerénas 'dtis oorpoa €o}«gitèatívds » e
miniateriof» <e eaMsiiaracempmNão de todo».oa por-
Itigue^es;, e^dia9todoS'.oa' ente» senaivets • qftie. sabem
tva(t«trqiiaaU^éd»leraa»a^eftír de iMu^ estado de sAb-i
«ísienciai ecoofmica, maftMgada; par^ mn» profwidi
mi&em. Aúidt) agom nos accresee ostro íbrte motiva
de èisfubpri» h ftaá a ser., que segundo a» eaperien*
ai4s qite-aeleearfoitoi, essa xuim azeitona , que «e
Uai podi^ eolbef^y T)ãb«hega a rende» a iqisar ta par-
te^ doiaai^i^e qoslaBaaáek, eeaae^nesmo é4t mwito mau
sa^cif ^ de (únoM que inao eotnre a» despesas da to^
)heita...e.fMtac|», .Otqae tomcconeorrido para quemui^
toSid^NpstsQm o qne aiada exisle nas oliveiras ^ as
quiies laffam a foUiii primeiro que a aaeitona. Para
eumqlo «|a< desgraça até fdmos defraudados d' esta pe-
qvtna Inclmia^ q^eas. olitoira» m»s deixavam ^por^
legado. .
•: CasD qoe »e queira prorídenciar alguma oeisa em
B04SÕ ÍJver, cí3a».4de espcMir^ não deverá tomar««e!
dttf MO . éeflinitiva antatf do íiiti da ptimavera i qae -é
quando' poderá oonkecer^se tuda a extensa» «dos- prejair
noft »; por qxMato ha razoo parasuppor que pouquisai*
BiM afiveiraa poderão sobreviver, em eamo^das.gnirt*
disaimas geadas que tem 'oenliiinaéoraem inlerropção.
Todas a» apparencías hoje ( 1^ de fevereiro ) faimn»
cm- 4file alias estaa inteimaieata mortas.
Novamente trpetmos a appellaçãè pana lod« asita^i^
blosxofihaeedonas d^^te dcsafonrtanM» paia , e.n»*
gamos «^tt^tanfrrr OptoiKittJ. jmtttHtimmá ^^^utmam
aommnnkaiHipsiseqs pancieemSisaiMQeo» vciem*s9» <tuo
poderemos ter , para aliviar o peso dos males ,. qine
nos efniiiam, « restabalaoa» adgnma agrionHona , de
foe 'PossUbsos subsistíp.
^ Tran^oitmoDtes v i8 d» fevereiro da 1844.
ARROZ.
- a7'S7» Jirnojareal»— J>úfniwe/>iaírii«<it?«»a.*^p»*
g!ina< i%%, cibet úmeiemp^o^ da.cultara do arroz., cem
feêia êxito ^ no aíliò dasiiiittaaa^ Ajnenos dn. £r iegoan:
^da capital, por um pfogíridteir^ .i|fo(ador em Alcoche-
.te ; fazendo ao mesmo tempo algumas reflexões , para
incentivo de outros empreendedores, elembraqdo ajie*
'<:essidadê de.agricultar cada vezJQ[^íl^ este no^o abe»>
coado e-leriil terreneu
fiitão apenas tiaba cenhecimentb^Hnlf^maseaHieí*
tas nacionaea-^Ae Ma 100 moiosÉ d^ai^roz:* mtfs tfend»
ultimamente visitado os campos das Rilvas , e obser-
ivando que o resultado dos (rabaíBos.* a que alli se tem
procedido, Auceclèii qOaalo e4Mitiagíi|tiyã[ ; 'idirei o que
a tal respetto m^ informaram , e que eu presenciei
com a maior satisfação. — Gonvém primeiro saber — que
do en^írffstimo. feito aos Uvradorea pelq gpverpo « em
'ISdl"", tocando áquelTe um contode réis, privadóen-
tio .d*oolrés meios , per iufortimè^ de sua' caaa . foi
I eom edte quantia què dev eomòço á grande' «m|ires4
de rotear , ft preparar um terreoo mui vaste, e quasi
todo coberto d* espessos matafaés, e afagados pantat
nos^ para o qne somente bavtà os Imos dexe^ : asaea
paréns^sAn de sobra,.
Penetrando pois o feiro n''a<fnello iiamído - labyrin^
thq f prostard • mato , a o aevtiredb*; o prsNiacla das
lenhas e madeiras- a«f mente o Hiodjeo- capital de ta^
vradar : é sangrado ò lerreno , abrind» vsltos « e en*
cittninhandoficóiiveaienliemente as aguas) arrauxidosoa
tr^antos e ar raize»'., e reduzindo tudo « cinza» ; lá d
adubam*; revolv«mHv*o as cbartua»; e os arados ; díek
dam*n'o em. taèbôes^ oa mmradog tabefetrojs ; lançava
lhas a» sementes; e eom as regas attfeidadniS^, e aa
moNdaa , brotam a cueseem as searas^ do^ arror ; e re-
petindo èm eada «ono egual preoesso em Uma porção
d'aqnelles. baenhMOs padMS (na prapbrção dos lia veres
do lanrrador) «is* aiir^e por Om* nm» bella campina pro»
|d«ctii«a> na qua} altcannndo asr sementeiras ^d^ arrex
oom as de^emtiiofr-cereBes* ditèfsos' legume» *ete. , jQ*^
diciesa mento assim* ponfw e aproveita as siiab terras;
je aocreioenta^do progressivamente- as ' mesma s< semeii'*
• tèiraa , vô enfarar no» smis- ceifeiros a* svullado •qtraw*
Itfdadc de' too maios d*af poz , s4 da <:o4lieita do oHh
moanno de .1843., afára algmuai dezena!^ dv maio»
de antros^ géneros ^
.' Vmtcis também eém gosto,' e admíraçio, o tráfegd
creador, que preside á^ae^ois campos- e Suas perten*
ç»9^ es iinmerosos', c afHrrfeiçóados utensfs e íns*
trumcnlQsdaagvieuttnra; as^manadas d^eguns, elM>í9|
que tão^ mil serviç» Mie» prestam ; e ao ioitge ; noi
pasítlos^ oa^totiros, algune dos quaesa^mão do bomem
sobanatMá aa arado, e 4 charrua. Os- que amam a
prosperidade, d^esl» reino, e' os eentcnarê^ d'iffidivt-'
duos que chegam a tirar subsistência de tão impor*
tante estabeleci menlD , bemdirio ao sèu flindhdor , e
•fiio memiS' 4quei)e , ém t|U€WV o dono* delegou toda a
sua direcção, e que com tanta habilidade, e energia;
ja tem lavada»» pé ^m (|ue ora ^ aefta.
O mappa seguinte, dando enr termo médio, a» quan-
tidades, wlof^', •e-direilesi do ar^6e importado, e
dei|)aehad» na» dvffs afftndígafs maiores , tvn^ 3*'anAdi
Éndoa ao .ttliMa dd* 4M9 , mostrará tamisem' o sen
grande consumo , e , por consequerieía , a' extracta»
eerúrda» colbelM tmcidiiaes , e* permanentes lacres,
eu seja em rels^o a» cuKivadM' , peTa tsemprSo dos
I direito» de eonsuma do sen genert) etc. , ou ao patz^
dimintf indo^ a» coMieitas qne ofa ^saem , e que podH^ão
d^aqui ávaolfe ficar par» benèO&io da tíossa irgrictiltoral
' . ' í: /. Peétoxo, •
RBYISTft. UTf lYERSJ&D XISBOV BNSS;
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-d 53 ítí ;:? ^
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< 2739 M. Mien BêHtrmd , ha niâis de SD annoft'
Btssionario na Cbínai, 4è« a coolMciar é Europa uma
Mva «apecie dia bkÍM6«d0seda. Soo cslenani robns*
tos, vivene [NHUianas aiáoheiru, e i^ellas formam
Na China , onde já' ha lampas siò ooÉibecidoa ^ «o«
»U«m iiotavelmeala «a uBdatUrta.
àacinbeii^' d* f ue aa maoieam , é da uma eapa^*
aie 41M1 j4 aodk ilta•dllfl^tauie^aealimada. na^fivaejpa»' 1
logo qno ¥em dHábròlhatido 09 pHmeirof r«bfliilòf
poe^se am^eeda atir6i% ihii ^tW tfumefO^-lle èkhoií
Assim que esles lhe teem comido toda a folha , kicli^
nam-se^os^ranucN^até st unirem líMt of^tlá 'aifnheira
ptOMimd, pata oode fodaest» potosiiybode^Mosipassd)
c«no 08 behreos do deserto para atérra^^da Pr#nsl$sio^
9 instiiMto d^eatel «ahrdcfiw ao 4otf emros AMideifros'
dèsedta. Sabem defeiidef-semataamente. Asna^idap
é mais 00 m«DOs longa aegando lhes corre o tekhpa;
Aos quarenta diias de uaseidlis , é qoftf principiam a
} íaaef ^ oasola^»- quis i 9Mဠvolumoso; CoUúdoa osto»'
99 #
ZA8
RETISTA UraVEIlSAL USBOI^EIVBE.
tfiam-se, e tem-se nm9 tela, gr(fcseira 5im» mumitto
rija Q que faz obra de miiitii d^ra.
mm JkB MORiMomuíB^
; , . (Cfr(a.) i
r 27i0 lií)!»» sahnin, qtie as affifffs jboneArrei» mtilo
*para a saudb, e âeiidii impuras « sobr«csírregadas de sub-
\»iQncnf$ $i)inas e inarganicas. , ^mom^ tempo se oon*
servam ína|lera>vei^ Tenho ouiil» (fiieíxar-se miiU
gente de f^lta de digestãn, sem saberem atinar cona a
causa. Mas é certo que provém de ae não ler analy-
sado estas aguas, impregnadas de saea, de eal, potas^
;8a . maghesia , etc.
'; Ha milito <fue às aguas ttiTcs MSo proiando mal,
quer isto sejf^devido a nascentes . qtft ainda não fos.-
«em analjsadas , oa a diversas direc^es, que tenl|aai
iomado por pavtes -osde haja em Ibundancta saes
íinsoluveia.. qu« sejam artastados .pela corretle*
:(ilcoiitece que por orna ferjuira prolongada , deposi-
itam no fundo das ya$ilbas parte^ salijtas , a^pontol de
jie podeç«n arraooar aos pedaço). Ora estas jiguas in-
troduzida na ecoueokift animal ». necéssarianente de-
.yeai cauàar iiHiHas mo(estías.,.A analyse torna-se por-
%an>ô mmto. conveBieme, assim fará a saúde, publica,
-Com» pari^ a limpeza dos eaiiol, qi^ as ifazem aos
làjfferenle$ chafarizes « povquie nos caiios se depositam
oa saes insolúveis,, que vem -a Mmar ama crusta, fue
|»elriflÍMtc(a » cbji^gd ,9. impedir. a corçeite.
A' caia^ca peifte«Qe olhar por isto ,, e mandar sub-
|nel|er estas aguas á a^alyae júe a%uma sociedade
ècícptiftca.. As camarás anteriores prlstaram grandes
j^erviçoa B'tstã |iarte; uãp sé dfve eájperar menos da
iactUaJ. Isídiro Joii G<míaiveM.
.^ S74rl Ò BfoyrvKifW > QecuDda ori^pm de iunuiké-f
farreia còandiod idades.,, reèebe t^dos cÉ dias da scirn-
|i» Dovoã agentes , que a facilitam e lhe aiigment^m
â celeríd^d^. Ot vapor, fazendo voar carruagens e
kavios, parecfa nãn deixar naisque lesejar ; ecq^*
fudo este-irSumpflador dos cavallos c do venio , polia
ainda fefhcí ver;«e:tlípt)1atiMT!v pfwrifiaros fluidos. Te-
kos v)sto coúio. se trabaljia por conseguir . c cokio
Im ei^rienctas; em pooto pequeno, si tem consegui-
fo praãuzir o: movimento com a electricidade.
Em>aminhps da ferro em Inglaterrf já> teem coili*
|o ca rryagenâ empinadas pela iitaaplr94>ressão athmis-
Iheríca : iugeiíbbao^ iUvento de qat outra dia darciAos
esrrip(lo. - . |
'! Agora appaacee a ifaes^ao da agua prooieltendo |os
|iesmos bons .servíçoa. f >
O periodico^f*^ -BtMIhraJâ publfdi a este respeito
9 a(«uiuta áeerca dorsysteiaa bjidaaAlicoin«eQiado por
^.^h9ttUuwtí^m €i>mo agenU aatai nm oaiaiubos. de
4 n SnactiMrsa a ffHafão por meto^ da agua encenra-*
da em 4ul»^a paae^jjtioa cum oa aauoa . que dislriiiiieaa
a agií;^ |»fí»Íasí.rftHia>j4aa 4 kladi^ S «aasia» como um.sá
dVstes ,««noa ae ealqad^: áiMior parle de noasas prin-»
eipaearuaa., do meamo mo4ciru«i doa. tulias de.M.
SMH^ww-Úi se. entende por. Mitervalloa regitladol m--
gundo n força motriz d.e.que ae.n€H:e«sí|a ao lougo dé
Him ^iiiukUUtf jíií íwi^t EsH^ ttti)^ #qré^.Mal0g«c der
estarem €nterradk>s Jcomo os d(^ aqueductos , jazem
i flor da terra- »
Está noticia é ainda na várdad# diminuta : rtpelil-a*
hemos mais tudtÍFÍduada» Idjg^o quto tal a bajamoa rece*
bido, — —
tmcomMwnmiwmAmm.
2742 PiftA se preservarem do fogo os téétos da
culmo , ets-aqiti um meio. fácil, pouco dispeAdiaso.
e já experimentado.
Applique-sa sobre a sliperGcie do tecto um» cama*
da de duas a tfes polegadas 4k altura do aeguinte
mi<to:^-tre8 partes e meia degreda; um» de es*
terce de caTaHet nacia de arèa': e meia de c«^ vivar
tudo isto lieiú misturado. j
Se o teelo «s^Tm coberto abrk fendas , teiièa-se »
cuidado de as tapar befti com a^mesma compmiçiío.
A* primeira vista parece' isto lidmíravel, mafl faei?-
meute seacredita que asain|p deve ser quando se adverte
que a palha impregnada de uma agua de cal ou pe-
dra hume Uca sendo qnasi incoiabustivel.
Mas na proviocia da Beira timos njSs mais — vimoa
fomes feitas unicamente de palhi amassada cum bar-
ro qua serviam comd outro qualquer.
lie um lavrador dos arredorciB de Lisbim sabemoa
— que mandou vir, por sua id^ , uma grande poc-
çio dos resíduos de pellos e ma|s malerias • ^ue naa
fabricas de curtumes sê defcam Kra. e, amassándo«-a
ciwn outra mui diminuta de cal^ cob9 a sua compus
tente ajréa , íaz úq tudi) eiwailintes fomalhaa , que
citTida duram . e deraais um tanfue tio vedacko coma
&e lhe tivesse posto o maih#r bitame*.
Extrarmrf» o artigo^ c|ud segfib , du multo •qterea*»
sante periódico Dnenstil , qae n'ésta cidader se publi-
ca, sob a titulo de jqiNAL |oa FâcuLTATivua HiÚTAisa.
BàXTAÇÃO^mOU líOBFOB.
274S o Da. Somiéb (d'Anver^ commonícoia i real
academia das ^cioncilisi dai Brux Jílas ,. na sessSo de ^
do julho prox uno passado* um ilovo meio de .uonser-
var os corpt^ , • qual pattete ser sttpertor a t«dos^ oa.
processos d'embal«amaçâo C(íiitlerídos até aqui», Eis-
aqui o como á este respeito se expèime o Dr.Somme:—-^
« Descobri ii-se ha muitos annas que a pilha voU.
taica tinba^ a faculd|ide de decqmpór as corpos suík
mattidos á sua acção'. Estiabeleccnd(»-se uma cArrimta-
galvanicã alrave« d'nma dlssoluçto de cobre, de pra-»
ta ou oiro, ajiietâl revívfficado vae depositar-ae por
camadas mui delgadas sobre os ob|cclias preparados pa-
r»este eflefio:- em poucos minutos,, estes objectos ^^r
cobertos do metal dissolvido. » As artes teem-se ser-
vido d'e^ta níaraiílhOsa propriedade do agente eletrí<»
co: e é isto a que se dá o nome de galvanoplastica..
« Um pharusa^utico^^d^AHMírs, Mt; Utgnel , fri
t^enietítas afin» d» vèr se a transfiorte á^ meta es podia
tMabe»! upet ar-se sobre as sntistanoiaa aKÍma4*s; e coim
QKéil». chegou a cobrir ifiCeil«Baniai^ d» oobna f>efa»
auatoa^aa, at^ latervdplaB comtticAamehar iw con**
tacto do ar , e por consequência conserlv^l-Aa indefi^
nidamantê.. A'A»»fónnas das cof^pòi, 'ãamaia po^ueõaa
pregas da pelle . as Coiçôea-da póata» tudo é'|iafffei»;
taflieule rq>ré5(^it.ado« Uma níe, %nt i\2i» qateesaertc^.
parar-aa do iiibo qiui aiuvirtulba raultára^ fm^^rim
RBYISTA. UNIVERSAL líSBONENSE.
349
lel-t no «eu qv«rto coberto de eabre , tendo doirido
ou prateado afim de prewenir a oiydaçao. Peça» pre-
parados assim por lir. Miguel foram aosUadas á aca-
demia : alguns membros ebsernaram s*«ssa eccasiio ,
que eiiMnrieociaa siarfUianies 4tafaam sido ji feitas , e
panicBkrMealr.iMira a conserTaçio das formas das
plantas.
ro anriíico.
HTM Um fabricante de instrumento em Ocíha , na
▲Uemanha , inTenloo , pouco ha , uns diapasões oa
ferros de tom m de aOnar , de admirável pequenez:
podtm-s« trazer pendurados na cadea do reiogio.
miiMfiiiS.
COMMEMORAÇÕESt.
axAMÕSS I^A HVJUBLMãWUm
13 DB IfAUÇO M 1636.
S743 A «BAivoE reputação, qiieoutr'Qi:ateTeopttl-
])ito português « ast^ não somente abonada pelo testi-
mnnho de todas as historias nacionaes e estrangeiras,
inas ainda melhor nos muitos e grossos voUimei que
bojje fazem grandíssima parte do catalogo dos nossos
auclores clássicos.
Entre o$ oradores, qoe primaram na predica qua-
rcsmal , foi sciupre apontado como o que maia se
avantajou, o doctor Fr. BaltbazarPaes^.frade da Trin-
dade , pregador régio , que entre outras suas obras
tios deixou dois tomoa de Mermõe$ da çuar$piM • havi-
dos e citados ainda em sua vida, oqmo ezempiares na
Biateria e no stylo.
K*e6te di|i faz annos que Deus o levou para si, de-
pois de haver pregado em Portugal e Hispanba com
^1 fama e auctoridade,. os oradores, sagrados .de
Riaíor reputação , timbravam em n'o citar • declaran-
fio , como para inspirar todo o credito , quando o do-
olor BaHhazar Paea era presente : Isto que âigo é 4f
fuem me está ouvindo; honroso tributo este que, a vai-^
(tadts e a inveja poucas vezes consentem, se pague ao
merecimento.
A sua sepultura estava assignalada com um mui
bonortfico epitaphío, e era das que mais cnoobreoiam
o convento da Trindade de Lisboa , ondo faileceu.
Aproveitando a occasião que ora ^e nos depara, bou
vontade^ tínhamos de fazer algumas pooderatções acer-
ca - da doctrína e eloquência . do púlpito .adualmente
em Portugal , mas olhando a que nos fsllece de todo
ò ponto , competência e auotoridade para tocar com
Ínhd exilo em tãp grave assumpto , exilaremos, bem
a mal de nossopezar, o desconsolo qiie nos causa o
estado cm que ae hoje acha entre nós o. importantís-
simo e sublime miniistério da palavra de Peus!
Apenas diremos succiíilamente,^ que grande serviço,
farão oa nossos pregadores ao christianismo, eprasen-
taireo remédio darào á funesta desmorigeração. qqe
J>or abi corre i solta , quando consultarem m.eJhor e
espirito e adiantamento do século em que vívemof .
■• . 4^^^SUfi9T9ieo^ ^.
m aoTttuto npAft uios mo ▼tuJlo.
■JSIIOAU DO 8ICUL0 rASSADO»
III.
Langue pér «mo ; •'! mio iQÍUnmiito vím
Fao , bUachegg^aado , } bei sudor pi A firo, |
Qual rag^io in o^da , le fcintiUa un rÍB#
Negli iioiidi oechi , tremulo e latcíro.
"Sovra hii peode : ed ei iiel grembo moUo
Le poaa 11 capo , eM volto ai toUo atolle.
T. Tãâi0, — La GermaUme Ukèralm, Cia«
ío XVL Eêkmff. XVIAL
\k UMA, BAPAZBS!
8746 A Hom corria mansa e formosa ; nem m\tt
ligeira oévoastnha empanava obnlbò das estreilas H)bii
çosasv que á imitaQãode milhares de lâmpadas pendiam
da abobada arqueada e limpa docéuasal-eaçuro. Ape«
nas uma viração lugittva e meiga animava as florinbaa
innocenles do campo , qne se jibriam • como cófrés
de myrrba para embalsamar a athmeãphéra com seus
«rómas recendentes. E nem nm leve sígnal da tida
prosaica se alevanlava o quebrar a poelíca pas da va^
turesa , que dormia reelHiada moUenente no regaço
da risonha primavera, qne dormia acalentada co*odea4
lizar fiagueíro dos arroios e com o murm«rio aandosd
das aguiBS do lli.nho<
; Oh ! o havia alH iattto de maravilhoso !
Eu tenho para mim, epormiHto iirme o assentado;
qne não ha coração M homem tã^ de brome, QneAão
sinta tntrarem^ihe nmaa harmonias solemncs ao. cr#
gner os olhos • na mtidoz de uma noiie de prlmave*!
rat e ao vèr um céu tão lindo e tão riscamailQ de lu^i
zes , ao aspirar uns perfumts tão suaves , e ao escuo
tar nas murmúrios tão acarieiadores. ] Quem ddtari
de eompreender enião o que ha* de nobre e alevanf
tado n'esse mirado do mistérios , que o rodèa , e de
conhecer que Tive , só n'aquelle instante , maia vidn
do qne toda - a qne vivera entre as tumultuosas e fri^
sas pompas da realidade mesquinha ....
;Quem deixará de sandaNa commovido ! <lh,! e eiH
tão quem deizaria de saudar a noite de 2 de abril^
em qM passava a historia que vós conto !
Muito havia que tudo parecera assocegar^se no sarf
lar da JMorin: o relógio da capeUa halèn« pananda^
meifte a meia^nolte^ >
I>e certo que indo jádormiu-.a^omnoséllo, poio
que nem um só passo se escutava por aquellas érasan
e dfinudMlas eaHas , a «ãe aer n'npili.4^e|la». . . . — ^
n'aquella mesma, em que D. Helena, — como oamont
leitores estarão lembrados^ tanto ett^nhè' posCcftva
em espreitar o céu , pela esguia e recortai» JaBclIa ,1
— porque era n'essa mesma saHave jimoto d>soames«
ma janella, que Helena, a tímida e tão recatada tle%
lena, wlavn.o» sobreaalto, e «Uentn ao niiiimoiruit
do, emquanto soa mãe, que assim lhe queria, se en«
golfava talvez n' um somno bem ameno e sonhava um por^
vir devesas para sua nobre filha, para aillnstro herdais
ra de seoa brasõea e pergaminhos, adubava eeFafeUz»%
D. Helena estava assentada ao pé da mesa ^ sobrsu
a quid apoiava ú% bmços despido^ , e brancos ; :00ipo
o transparente alabastro, e occullava ^ctotmas mãos Oi
rosto d«sbotadO;e<hingoklo; oeno: se as^ forças Ihefal*
laeressem para se animar a beber o aa «mcíd e reft i<^
gecanie da noile, quopaasavasubtilmentepelajaneUa*i
, quft Jhe Jâataírontpicfti ) ah L o quiyilo praniaav.« ella«
850
REVISTA UmiYBlílSAL XIBBQINEIRSB. '
de btb«l«4» ^ara 4ipa9ar«o túgo .tfaei-^ktílkwmêf cmseíos
d'alma: . ,
Eis que ãe súbílò sonfiu para o lado um ramore-
jar . . . , um iiãu sei què ...;'.
-«•^ftera }á. .'. ?i'^proffríii ettn 'Mvoslada, e oosou
levffrrtíír a cabeça : 'o\h<m .... «cntoH .... prendeu-
se-lhe* a respiração; arfou-lHc o seio d & neve com as
osciilaQÕes (lo coração, tfjuè parecia não lhe caber den-
tro no peilo .Mas Unvia-^&eeqganaíto.
' avQli 1 f«oi]|o .^Ila e^i eotio -belk .e sublime ! Um ru-
bor pudibundo Ungiu-lbeasfflc^s. «tanto e tanto ]h*as
acccndeu » que Ibe, foi mister affaMar com as mãos ,
para des«'iffV-ontar-se , as fínas e ahneladas madeixas
êç 'Sea 'vabFl^lfi» , qúe^deiatniloi èhe omfea^al
' ; Oh ! que pe^aanfÃtos €trf idm n*aqiiel]e viMb»é
»fog<i«:i4o'!*<^ o pesando v^B 0té « Aitwo, tuda^e eon*
londia <no .pmMite» A^flwiva^., ie- 00a todo o «•Hlhosias*
BIO 'de «imi «Ima «v|rg^í»ç> emarfA « • Ut Ter* 1*90'. . « .
aUi\^ ... .a )seusipé»% . . * aiiomem, qoe cifrada qnan^
t*-p;iRi ella hii4ft.de otreiMtafdor -sobre a lonrr;
A afreitôo»'qii« liífba a:fiBa «nio i0otMiob«>, • oa»*
éosa reaofídnçik» 4e iseo^^e , qoe ianias veieo lhe í^
•çra Toiicr lifftiwasi, (tiitto>'M. deovmlecíarii^aqiiettè
Momento ; ffiO^be so* amoi' Hw >abaTcava 9s- focoldadeo
Matf.-.Scéawua ,.íjespaso«aA »u:..i|oaiido'QBO «ábaça ,
uns hombros , e um vulto , coroo ^rapéèoi^ ophanto»^
tico.,. comScfOH .a^moBiafc tàà Út mammlio*peliíf )|«ir-
Vê^áe fim da' joiiêlta'; 'ora . » i .:tw êlU^ . <... .
^J>d S/ieJtmui ; «pestrdsitodososjetis dettimõies d^
%aiUwa,» «anfeUda eono f or> on iutiocto itttoluilta^
9fiy « -oigusii-se^^: quis' fofir to mcoobeool^o , «aaalb*
eofa , eáõo :pdde vèsístír a apfoxiaiarkse d^fflle, t até
aiosteiidefwlhe a mão xioavailsa' e^ KootoM, |>ara o a|Q-
iir a subir f^ dejnrodehioidieyraii «do eseada de torda«
yo»^«a>a8eu'(ii0tt0 passara soffMMdo p(ir«qi»H(e$ tai»
bios>ião«}iieridao, iavélio de -aentiiiMiito ^ detoanor e
éé f spénDça ; deui-lhe a: puo ; e .Pecnando , • «ffie ée
ite aaUoigalgánr.tftStehJsamenle' o infeio ; v^iomiTos-
trar-se-lhe ajoelhado., peufcriodo dom «ma ^nn H tio
kftimo.Viéai que-foioiuibritfita respaitooa ttmid«i o ^ir-
ViQada «bckgia : ««^
— HcIeDa!. « . mM» Baiona . • «.. »-- e .a* Mia 00
Hw ptr<lovti|'«m lpeifO'do:fego; ^lae oe alibiitoiiia era-
va^fB-eoia: vlo^Uao Ifada • tio idolatrada ; b^jo )ekt-í
ctrico e de magia» pois que a donadla > -oonio ^eoibaiu
ék for. aOM ^tili^;^ Roatrennstod » sust)iroa ^ ' o-y eaileu
ioafilloolda jubieiiaNi JMcdeíi».
- -i QjoAÍ é ^ ^aal q^éié^ -wt a Jeikidaét ^taftôta «^eoto
r Sil^<ai9i]« lovdilleiliÉBOtjM-alfflMa « :ipio tnitas Migoo
leab'vMaiai.?
- l-lfio^oeoái yowieototo, 'o frâneiKivwMÉao» a ^v
ê%'êiM^ÉmmAê^i £iôeiprlaáciao'^Btí)isaro,.iodo:eiilè:'
oooir^diflioiaai, oiii.'4«e4oai:ateo8 «oioiitao.se eéib-^
■íimtoaBi « "00 «odfuwien ; ^^^ se'tacadéan o'^oi^ii£Ucs
olharão 4ofoo» «ToéfDaaa, fiie te-trooa», «^aquofle^
éioonei dalMioa ; q«e o» oio mwna « «lao^qoe oe
Odmprooodeav , s^oquelAo aoqscjar ám^^úí» ^^00 se
arpeHaaa v '»«iiaiqiiei|co'oi«l«tftco4abioS', )qo«v^\ .
'^ipObt^M f >cata> *è«a-oordadc^' onítMr» a «tilea
^eittiim posii«ei>!
-'£' eita» vdptto:» ainico ¥00ltn«a'^BVaio «Miado;
porfue è (oâMOblo, (Sf^cttidoiicrolK no^covaçiotda mn^
Ibpr. qàoao^-oooiT^iiOioomo iki»«p«f^s<o'iftiylhosouM
ãê*uwiMmm*MLf^^^ ^^ oirlMlé^ io 4o'4olâoiia4o«'li
Hci^dde orar na iioalbèr; MMe proolafnar t|^4
um. anjo.,, aiada ^Q)e 'todos os sobtos qrounidos pf^h^
nem gritando 40» «elJa .é um ^lenoiíio,
Hei-^e crer «a «ulhmr, ptiw|Ue é ^o oe» amor qao
nos Tona to(io. i K qoe èeria d« ibomeM» n^^Bate^esortp
çáfiipe 4a existtnoia , saaa un ontoj eooiqpe ée i»efle«
ctissem suas mágoas e alegrias? iqne lhe enxugaaoe %
pranto e lhe esmaltasse \^s sorrisos? — ^que seria o
poeta . sem a mulher , que lhe in^irg^e e Ibe inten«
desse oscanticoâT ; lia rpa abafada cofii òordas dechum-
bo!— ^i<f4je «eria # cooqhisladnr . o^ijfliif^irô/ l^oi
a .mulher, que Ihe.afioiitasoo para o Muro «fMraà
gloriíi ? i estaHia de ferro . oalpicada láe oongtie , «em
uma .eorôa de •loiro oar «aboca ( «-ni^qoo aorw -o Btaif
opulento e orgulhoso monarcha do universo »• sem a
mulher » que o admirasse -e o deleitasse? ; ídolo pro«
fano de Baal , erguido na sua ara . rodeado das tur-
bas, mas sem vifta^iie^jgocA^^jporque era do oiro
macisso! ^ ....... ..
D. Helena v^^oéra ew sj , fevofo^ doesse eoAoc
deleitoso pelas extremosas falias do seu Fernaado»—
i Que juras giie elles faziam^ que -projie&(os í
nfgaif-tr ^i^em iláb )^ie experímeotaT-o»
Vasa va-se-lbe o )aeiit4B9eiiU> do. fu^do do coração •
onde Ibe refervia cobeío a lava debaixo dto.cinaafr.t^at^
cih8íftii'dò vtikSov , r
•Opresetife goSctiram-W^ol^tmc^lo^ ;:',o^»ro pr ometlíam^
se qtié sem ihn $6 paríi atobos ; e" o (>assado . . » ; oh t
Hcílena soirtie afllm tudo; Pertaanáo, b áineevo e leal
Femobdo, ronfíon4lre'o'se]^redo mais oiecoho o inte-^
ressante de sua existência.
Wal vrsló ipèlo grande , mas despótico e loto Btfár^
«liiet de Pombal, a qoem sei» pae eaira ei) desttgra*
do, por 9er particular amigo dos padres úu ctmpa''
nhiá ; 'érifne qtre o arrastou ás enxovias th C&va ãà
§l6kna , onde ei^frou de mingòa e de opprobrio ^ dei-
xou l.fsboft-^a Ini^a -e oYtnIeiftíi "Lisboa —^ pára i\é
arrastar uma juventude desdourada* lio retu*o e na bu*
míldode *dé 'uma aldéa / que lauto desdliia de so^
ereaçío primorosa.
•Peoára , penara muHól aorct-se asshttHi^Tóra dd
se^ eíemf^nto, é como aVreviessndo p^lo -veote do des-
tino das mair^ens do seu Tejo (Só lecnsdo. para ,as' dó
Ifínho. lio pdbfy; e tío Ihbbspitd. Jffas a retigião^ l^né
o «mf)aldrti ba infanéia , era o lenitivo de seus pade-^
eéres jnaid "pungentes : íófftía^ que t)eUs Ihò ordena-
va que soífr esse j e triste , porém seaapré tresignado»
oéc4 1 ta va 'seos' honrosos àppelíicfos com o sioiplés ^
acanhado nome de Fevn^ndo ; despira os veludos e as
cabaias, para trajar o'^\bào át fíttíga e Qe^po, qué Aa(i
daVa uenos gnrbo e Tieálc« is sttas'f<&riHasgenlTs ete^
galares r trodlra 'Os serões da corte de 'D. J^ê I pe-
los tl^lguèd os da: peseae da Wea. ' •
Sofftía^fOfrs esirerava , -^como esperam seaapi^e 00
icoraçáo
perimeiítado : viu-ia / ' ataou-^ . iduíalfòú-a' ; '^ |>or4uo
aquella dtmíelfa tlera to^níir-lhe maii^ fe^to o^'s3?ir,re-
tiro' sonegado ^ do' qoe todas as cUVade^ \l^ Eiiròpa
coaa'seti^ Ihxos ererreios^. Aqnélla doniet^ flka pa-
ra elte- o oásis úé Srerdora ' no árido dVscaédpadu dbi
Arábia, a èstrelk da satvàçlM> entre o negifutae da
jleDipestâée. ^. ^
AinorAHi» èhogára^ar^Uar-lhe» a ouvir d*eila quo
ftBTim^A- t)]^I\19tSAli XlSBONENSaS;
851
^A antatto . . . ; f t)h ! e -cntio flnrqiitíliAvín d^oc^Hftar-
ftc o \s(ni 5CfiTfetft) , escondér-lbe um nome, qoe ò én-
jçrandecia ! .
Fernando oontava-lbe tudo, tudo; e coqdÍ aqo^lla
#>aq»oaaia não cotu^ada , ^^loqueocja iooaia » que r^
V)m« a- Hfigoagen ikrtoaieM ii'e9se8 Aigilivos inaUto^
les d« eirthiHiasnio.
Ella . . . .euVia-o: è (fe^ setis olhos 'deslíravain d^a^
^9gríroas, desliladas doáma^o do peito, «ló p^ssoque
um sorriso embti<igado lhe deixava intèrver òsdenr
tes coroo pérolas ;-r^<iu«!Ía^w eom««J)aMha 4« La-
«apfeiíie / ^uaado Oed«r IIm éítia {iMièrada: -^
Í^Toi m*aimer ' ..,.,...• ^ .
.'^Tiii^ me^NHiler d^aoBaor ria •uit «í/omm ifeotaiMiYe !
*i.M«ii4>o«re«iic«r« 4ie9 ptoaraqwe<tii vfèna derépamire !
jMbf repoíiír encore ma teífe snr 't«s 'bras !=
^Í.PcYfdarit qa'aiàsí loojOurs tti me rcgarderas.! .
D. Helena coroo que tresvariava ; jolg.i«ii-*qufi^ itlo
»c, podia s^r'tao aventurada. Màs era-o: iè efii mister
tório sempre,
— Fcrnai^dq,, — |hc disaie ^1^ — la é» nobre, jís
tão il lustre, como men pae,. como.fB4ntia mie.vFer*
amido» Pebeto ^ ^va : neu Ptrtialld» . ^. «h.1 jura
,,. . : que has-^d» cwar «o*ní^> ; . . **-<
^Cafzar crtmt%o? ílelima, minha flWcttn adf>rwdli , ..
— lhe rcspoiítleu o mancebo» como tomado dè lau&u-^
PB euTani^-^^Cazar comligot . . •-— ^
— ^Cazas?-^ ' .
— Oh í j«r«>4e : aarei ^ .-^
— 't.MevMposo?' —
^ ••^•9iih.— ■ • •• ' ^ •> •'•■.,
D.. Hçlena reapondfeu-lhe com^nip thVnIhiitar» jÇf?^
to de afofaria,, e asiiéccas dos dois am^anlés té encon-
traram n^um só beijo, émqifanio seus cabe! los se en-
trelaçavam d«*nMktAdl
«rf«noaado*«e láqvcfUe aèrago -ciMatiUiè». «omo ■%%
«:entelhf» de miatbMH'tfés« caidb tntre «llet,
K* -«^.jA* iMÉa.; rapífifta ! *<-4-ftrad«o com a ^r |>aannro^ sario de 0*tToniielÍt opiíion que nUhca anr^iirla àqué
•a 'dt»*4imKã« o fuMoao- HcKlrígnies^ enlrmid« na sslt se ti*âl:1ásse o cjerô^cal^olico coni aimesbiàs condif
M^qido éaraplê («ríadiift) armadM de fiáiift M -^arv^
Ikm t(tai<cAii<píW «a fonta ^ qité foi»« -HiViesiir<d^thé^
ire cott >»erfirqKltt» M— í i ba;; eate» levaiid» 4» tM/»-
Ml âde «wlo, oiidoifccro soa 4alor dlkeaperado^qse^p»-
der ia assim resguaaéatfae dns ^«Ipeás q«0-!*piíitiailaa]
«MUf alira«ai»j. . I «
X.. >VlrcRiaar>vif 'f&:3MMdtM« . %:,. , m*s dB; Bekaa (4 aKa
•spwsa . a triste e desamparada Rolenau ««til»' ao
iMge m-
ra , quasi sem vida^. na.fHHiiafeiita. bi'«iMp|idflc-ae^.
aiai-^totfêa* firpmeíroi a aot«tdif«lfae« &* •> «apadfl • do
«diiarl^iifc^ditisiiaiio Mrfriatvapèdanit^lm peias "«voUifi.
— ;He ».. . le . . .na !. ,. — balbuciaiuatta, ariniute^
^aitd w»»twi»aoagi»dnM>Bnapte>
•»i.(P:«fM«í«tro aarjoÉo|brjdf:;totf^ pelai^»eÍD%^eia>âdà-
4o por doii íacato»o arrastoa panaii>iBlt-<idarc«ii|iiglM|»
^ ò jn^jaa caml ^sofá ao» plbeáieív-*<-^*qua-p»rr .baf xo
#cNrrtii.|Hwa,iai:lliaba ,^-^x;^acaiOÍfiahQ,<.fiiftaalfeliíaU^'
m^ 1»»raiD-m;ip!\ ' f, \ . •^».
- . 4Dft 4hÉna ■eatrMid wgffchbíéii^paft «ta..«^^;.lliaiwfb'
IKw?.^,.. *^iQar§iia(DV^«ilátMOçawl» — ^;H>âd»aelá aiU
uba filha?— .» • ^l. ' : . ^ , . . " .;
-' 1— lyilIrs^^rHft «arvsa Soérignai, laatNnsaada* d^^en-
ÍBè«eido^ ia jwnlaiide fif^aiémi^M A*ifleta«» i|Éa
}atia tf m alento -<^aUi, e ánanba ba^dc estar tioicia»
fienlo do flod de -Parairaa.
' 'B, Aaria «aluu-se» -% solofoa: man altot.
í£ era força qu» asaim ao oamprisae , fMmqita asaiia
0'daMnnâilMai; Radrigaea.; Hodrigues , ^t v^ etcaf
pMenHse-4be' para tiin ahyama sam faoilD aa^ sacis ateí^
vicejantes esperanças , porque chegara a conceber mi
piano de èspoaan » ura- dia , '**^'^\ lait^x breré . ., * :
'^ JloreditBJ«4>^hpie vòa , 'IciAcrea^
'4 4ibecdeiraiéai<(ilMiiii&t -. ; . i ^. ' . >
(A. Pereira daGmkm^
fiSS(UNti«iIUS . • i
ExtraíntoS' do IKâno <to 6[<Kmr*a»4tf:aflgwi|tc)9;--*-* f
2741' éê veiViíriqgJeftaa ^íeaaiçp» aiéM-
Os debata! na oanMU*»d^ camfi»^»Ty;r<aran)aobv9
oiestadar da tiri^ad^. dialingiHiMleisef h^rú* 4obn< Kh#t
(leU nofi ataqjtaa eoalraa go\>çp|iat* ^eWrid&titfiky 114
refot^^ã^* dt: (laWitai joen^acaa 90 íixerfm <eq aiiai4oT
ria, lonlo pelas medidas adoptadas- parir, reprumíf .#
^gH^^Cêt» :»^ tf^««ie aa Kiaeíaê0 »de í^baaiar ao»4ribuiviea
^CConn^M » .0^ aa-satiâ principoea aol|a^iored«res.
£s|as deliaiea* jíad<r.ií«3aRiri^iii 4h4«|iiH)94ia aesala de» M$
r^D dia 16 deu entrada na camará- 4ea. communf
D«|ft9i( O^^ioane}}^ -aandb^dMbid^ ^«.flaiAHaa acolá*
aNÇfíea»4àa'batte^9^4ik oppoaíiQào^. . . ,
-..l^a^|^l^d/l'€Q|ltin^aram As rea»í$j»s^ doa agitadofof
em CònciHation-Hall; mas^ a WaAiyMlKA^dd ptU|lífi#
não bam« sido alterada , «- .
A* sentença do trib^M^.d^'^een*s Bencb sobre o
rfforjio, de nu Ukl^de .produzido pelos advogados ^0$
; jeao»! -^^aNolamaram amboa refenfmaftMMe ,. af[iiadore^^éroente será dada no dia tS de abn)."
, — .y — .. L — ^ . ^_ jf-^» jjjjj ^j^ sêssao da camará dos commun^'. Vi 16-
lòrd '$»tanler. ministro das ct)Íonias , d4cidiáo Adver-
ções dó clero pròl«slanlè naí Irlatiíia, porque a 'egi*fjli
proteslqhte ^ai^ià reiluzilja , no casV) de seWílcedJíb
um siitfsjdio à outra cereja' ,^ à oUaVa pli^ dos s^Á
^kjkVMrt «Manto* 1ká<^Êmak£\0 ' ' ' < *'ii> t
rcnvlimentoft acCofies,
I^ota-ae qne^ir Uoberi If^l 'a|há^ xlfe toiQoà .^Vtb
D V<té debite; ' w"..'^ .'''." " /'
J?a au9euc%à.^'êè^ tt*p(ktÚ(Íri ^'Str. &ÍÍTÍífn^ pré-
sií^indo a issVbçSo d<í» 'H^péttí.. Eái tpdas as pro*
alahdfe^l» Hi^ aMe..v»*'aa baqtleá- vincias Aa trtatida^lna franquinVd^adc'.
O 3fnrmng>--ChromcU^. d\t,f(n^ lórU .Gfe^ ^èrá >jW«
vido do cargo 'de i8g?ir-íbt^enié ãaTrlnnd^; e que
(lentro em un^tme^ safra dé fifuBlHi^ f^té f^nécloo^
rii) hailÉ instado |ie!n sua eit(HieraçÍn.'i[indh*ii^ igtiã*
ra (ftVeoí sM o séu Succesko^ ; ijoas- tbrreq'Kòat& db
íjiit ««yá 'mi^eàfclô Ior(í'1?fiai*he11tf» taiíibiVií se dfc
que o 'gWbinete He ocdttfm à^òra da^^ardi^fisçiia 'M Mh
^odíclà ín;i^>artaYitc , .(jftie ,é^á l^utorésèio da c^^ tfe
vice-ret de Irhindá. '
O rei de Specu^ im ét^A-i menta (lo a1gt]d))i^dk#«-
lbiara'^..'tlS-^bMetíns TJoi fictlltatlvtjâ aWfartçamví<té "6
de fevereiro; mn^.r^i^ci<<-so'qye fHD.conf^queníia da
afanj^sidaTeda^ic doeste soboArno , .elti^ acatu^ ppr.aac*
oiiraUír' a/enfermit^ide^T \ . ..'
..iCMTlia.sd» âi^f^fif^w^iv» m <hm lit 3P'.^ Jiwei$o
352
REVISTA UNIVÍ3RSAL LIgBQmiN9&
dâxent que SC iioblicifa .alli um ukasc do imferador
dcclarandu, que o clero cathoUco das proviàcias oeci*
dentaas do ítíkpcrio ser» pago peb Estado. As írc^ue-
Uà$ são divididas em cincos classes ; os parochos das
jMTtoiciras receberão de salário annual 6Ò0 rublos de
praia (400 jf rs.) > e os das ultimas somente MO
Mii>)os.
Em Iodas as. províncias de HiarjuiHA , á excepçi^
de Alicante e Carthagc»a, segundo participações ofli-
claes recebidas na secretaria da gucara ,. .cctnant .so-
cego e ordem*
p commaodaate geral da provincia de Albacete par*
tícipa que nas praças de Alicante e Carlhagena reina
a maior confusão ; e que a deserção começava a ma-
iúfcstar-se na tropa sjsble^ddli. .
De Corunha escrcfvctti' k Í2 do corrente que 9, no-
ticia da revolta em Portuga] tornou as auctoridades
hispanholas de Gartiaa Itfui vigilantes , especialmente
ua-froritcírif do riésso paiz.
Ha tedas as probabiMdades para crer (vftz ura eor-
résp^ndente' do HenUéo) qoe os anar^^histas de His-
pánlia «e IPortu^al esi»vara áe âcedrdtf; cnas pelos e»*
lòrços -das auet^idades cS|H»ra-«e que tanto em um
fcomo >m outto pai^ fiquem frustradas todas as «siíaé
fonfbníafoês; 1
* 'fistá-se á espera da artilherla de f rosso calibro que
se mandou buscar ao parque deVaien^ia, a Am deba^
tef ém l^echa os muros ^de Ati^aute «ocaso de se pro-
longa a deféza«
- < -ScgilfidoolIleioB das audoridades 'd'esta provmeli è
de M ureia os povos aeham-ae airímados do melhor «s«>
|>iríto, é % 'insurreição limitada aos muros de AU*
%«ote e CaríbageiMi.
; AORt U&Af..
iíTIlK 1.Ê-8E na p;»-te ofBcial do Biarw ão Governo .t —
; O general visconde de Fonte !Nova participa emof-
ficío de 2 do corrente , que o conde do BomOin , de-
sanimado pela diminuta ^^aruição que conserva na
praça 4è Almeida 4 item feito as maiores diligencias
^ara j^eu^ir alll algumas guerrifbais de Midões , Moí-
jDCQitá^ e Foscóa. Assqguro o mesmo general , quees-
1^0 ioroadaA iodas as providencias para que tal reu-
'bíÍo se não possa venlica^: que o bloqueio se tcmapcr-
.|ado p i|(ais po^si^el . e que espera com impaciência
á bi1ga(ia do visconde deVallongo para ofccbarcom-
jplctajDQnte^ « ooriar toda a communicáção.
Do Jlelegrapho do Porto» i 1 hora e 50 minutos.
«—A S. £x.* o ministro daguerra. — Do commandaii-
Je da 3/ divisão militar,,
A(^'e.de manhã parte d*aqul para a divisão deope-
jrações^ em direcção ao Peso daRegoa , o material de
jirlilbe/ia« o 4>%iaes iogenbcjros; sendo as peças de
..«afibre 4cspito., por não baiercm.no trem os reparos
^Mira, a^^de caibro doze. -^Amanha parte o resto das
munioçcs» que oj commandjaote de artilhería n.* 3 te-
ve .lU-dem de mandar ^ara áqueHe destino,, em oflicio
de ^ do corrente , expeãido pelo commandànte geral
.^a. ^ua arma^* — Em. S do ç^i^fenU^^-^ José da Silva
,PeTcira , .aiXeves conuoandaiiie da O. T. Cleniral.
<749
^drOS OK-ICXASA.
Diarii ii òmierno àe il di/ecereirc.
- Portaria de-
claraiuio quç i» l%oticAr;uf , que ald fSrem droguibiai , dXosíIo
'otífi^^A^'a' tirar ikcitfSh Íi>eidi neSK^itffagaf «eUo. AaWiet-
to em Caiiello*Braaco em que s« diz qae <^ sublerfdoi,iio<lit
9 do corrente J iraram du cofre d*aquella cisado 8:963^dOQ réi^
Portaria louvando dois administradores de' coocellio d<* dislrictã
de. ATeiro, pelas provideocias (^ue deram para a coiuCruc^
de dois lelev^raphos, què tidham sido dé<lnUdW.
iétmdê 10. — Decreto : os títuWa de divida de triasport»
a. /orneei nenifjt ao exeroilo libertador entrem ao mceiíeeaaMOi
to da dirida fluctiiante do estado. Venda d« bens |iac^oBaes, »
liem de 21 « — Vçnda de beojt naciooaes, A alfandega fpfan«
de de Lisboa rendeu no mes de janeiro paRMtdo 'I06:809j^473
r^is: a do Py>rto 1^3:445j;053^éis : a das se|ile«ca»s 76:095^624
réis. '
Idem de M. -—Tenda de bens nacionsei.
Idem 4e ii3. -^ Carta jde lei p'^rQgando «n lodaa as -mm ^kk
posições a carta de lei de 6 do passado. Venda e reinissão de
foro» c pensdes.- ...
I^m de £4. -^ Alvará eleraiido a vtlla de Thouiir A oatl^e*
gom dexidafle. Belaiorio da juueta administrativa «do^bnspi-
tal de S. Jvêi^em que mostra o estado fiorecente d*aqufille tíU»
utii estalieJccimontcu Ordem do exencito n.* 10. Venda e (e-
missilo de foros e pensões. Decreto addíando as còrtea até ao
dia 2» de abriL
/(/cm ({«r.^<i.-^ Venda «J^cmissfto de foros ejiensòes. , ,
Idem de 27. -^Portaria elogiando o governador civil dodis*
tcicto de. Angra pelo sdlo e diligencia, que emprpgou no pro«
mô\imento «e díilrlbutçSo dá sntwcrip^o em favor dos 'habitan-
tes da viria >dá 9raya.
iden áe.9^, •*TTportatii ordenando fim nas dtafiet ou tati^
mações admínislrativaa sç proceda do^ modo e oom as aolemni*
dad^ pretcciptaa no artigo 205 , i tJ* da novíssima relorniâ
judiciaria. Sua majiestade imperini e sua augusta 61ba Cedem
a beneticto do estado de quatro contos de r^s. Veada «e 1
sSo de fóroi e peniSér. ' -
Idem de 29. — Venda de bens nacioanet.
Idem de 1 de marçe. — ¥«nd& de tieiís naeionnes.
Idem de 2. — Venda e remissSo de. Jófps e pensdet.
Idem de 4. — Ordem do exercito n.* 11. ¥eoda e V
de foros e pensde».
Jdem de 2. — Venda e remissão de fúros e |>eiiB6M«
S7fd Vão sair à lua^ sem loIervaHo * e em ^a-
ios sempre os «sais Jbrevea que posasreJ for , «• obras
de Ântoniô Felvekme éeCeuiilko — aditor, Thomax Aia^
-tonio de Paiva. Cada voíuhm |K»éeni ser Imivido , {»ol«
modo que maia agradar a eada fiessoa;-— com^ado«
depois de findo, 600 Mis 4 — por stthscrip(ãa^ paga
ott l(^ ou  entrega d» «xenplar lirocadot» 4^ réis^
«—por -aubacripçio, «utregaRdotia ae assígnanit a*
folhas a duas « dda« , alé o votome^ae coadoâr » liM^
iéia, d «nli:efa.de pada duas foliias,
Outras diffcrenças ha ainda no táma abo «ai f validai
de do fofuei , Bèndo porim ope»as de "âOC « lirogeiíi
dos exempiarea melliores. v
Os «tendidos, eos papei «uporíor, casUtio^MOcéis;
-^*em papd eptámo « -060 réia.
Oa aiemplares aos subseriplorea < ^«e es reeelNíitt
inteiras , em pepal jupeiéor 7â0 réis : «na {»pcl lepii?
m», to» réift.1
Os exemplares pa»i iis.*aiisifiiaiiles áfi eadennUft df
duas folhas, «n paptl «tu^rM áSOréis^-^en^^a-
pel óptimo « 140 réis. ú
Tomam-se os «onMS dos «ubicríptores ea k^a do»
^ti BeKinuàU, , Joncto á igreja . dos . llarty rea , «<— n%
da ttuoa Henriquee , rua Augusta n.* 1 ,*-^ii« «scríip
ftorio 4\ Ue9xkía Bki^erêol iAeboièetm ,.tu9 é$B Ffin«
queirea n."" a2 — a. «o da Tuf^gre^Mm ImUana^ ru«
do Abarracamento de Peniche 0/ 43. *
A comspwideBck para é mesuiO 4ltti deve iier dí«
tigida ad adit«lrr/i»iuia.dir j^rte» e.ppderi O v«IuK
.RBVISTA CTKlVEIUSAL l^lSBOlNÊNSfi.
853
das a^i^aftonií de pro? iiicla iet eoVíadb pelo seguro
do correio , oa entregue, na vísítthnnçii de cdda loca-
lidade , á pessoa que o orlkor , em rès)^o^(a i carta
que receber, designará. Os assignnnies da pròvfnc ia
receberão os .«eus exemplares do modo que indicarem,
encarregando-se o editoi* de «os IransmiUir gratuita-
mente (s;ilvo sendo pelo correio geral) aos segtiínces
|>f>n*os -^ Lisboa , Porto , Coimbra , Setúbal , Etoril ,
Paro , Castclío-Branco , Yisen , QtiímnMes . Bragb e
"Br^rgança , ]%as da Madeira e de S, Mígoel. -
' Os primeiros volumes , que incessantemente tSo
0afr, são, por esta ou differente ordem — É.\€atac^s
^KTic%8 — um fohime:-^— o Pbksbvtbsio da «onta-
WHi — um voíume : — - Cou^laçôm -»- um volnníe': —
As Plokr»— nm vii^hime:--» C^bk^k , conto oriental
em verso — um volume: — As qoatbo ^ar^es ^'d^a
t a t^BSTA DO AHOli FltlAL-^ Ultl VolOmC T — -à SaCEB-
tooTiSA DB Vbíítj» — um volome:-T- O b%hal db fifBo-
i.A$, contos persfcôs em verso — nm volume :'-**Tb4*
BlICÇAO DA8 ITBtAlfeOBI^HOSBS DK OviDIO — 2.* e 3.* VÒ^
lumes : — TBADtJçAb fABAravAsticl do^ AacirRès no mbs-
Bio — três volumes i-^Xacab AS, BOMAPfCeS t LE!«0AS
•—um volume: —*IoN Et dbCastbo^ romance em pro«
94'-— um votHme:-^0 nonrflii Do Di«D<y ^ de deus,
ou & Sancto ft. Git , romífnee om prosa -í-í um vohi-
me :-^A PBLiClD.lDB NO Sel»l'iCBB0 OV flIÒtOBIA DE CMA
IvoítE M 8. joAo«— um volume t — D. QuixotB no ro^
VANTisiff» , novella em prosa e em= v«rso -^ um^ volci<'
tne: — etc. ele,
Cmiviré que as pessoos que deseJoriMi» subscrever ,
B^" afn-essem aliixel-o, p«ira que o« seus nomes che-
gm^m ik tempo tfe serem' encorpo rados no- catalogo dbs
«ssfr^nanif^s ás ExcAVAgòss mbticas , fohrme que se
aefaa já no prelo. — ^
«AOBOBfÁ*
S7$f AWtkriffnch não é nm vio fnlertenimcnto^
é » laboriosa fornecedor» de todas as sciencial moraíe^
e p(>)iticas edB medicina na sua mais ampla accepçât).*
— novissimái no mumio , tem^ já' produzido iy>lle re-
Buitados* #e nnia imporlancitt roál inconie^vel v —-
é quaulo basta , para qne não camsenros de pregar;
— — gue olbem por ellB' n'este reino*-, a criem e a des-
hi7oi*vam loilt^s oique por sua posi^osoc»o4'Wpodóm.
Sbbemos que olgnns d* este», boitB^espiriVttS, e^atman^
te» án soa patff4a, and^rm já «siiHcitos rio desempenbd
de t«#) d^vtr i-^ \ mat são poucos ! ; ainda nml ! — ^
Yaca ^Kckarméâ noB resiBiites- naMuhonráfln •'^i<i>fletfa
rivalidade, folgamos de poder publicar Blgnmai- no^
las staiístieas cicellentes , relativas ao districto de
Angra , e de\idas ás ilhistradas diligencias do res-
pectivo governador aí^ Mi •fiilBu^Vr. Jo8£ Silvbstbb
EinciBof. ' ' ' •'.
Deii;«nda a» ontrat • paiia «nlroft smneMB da nt>ssii
Iblhé, êumeçamos^ boje ^bIb BlaiísliitB dte longevidade.
fazeitdfMi prcoedeii dnekailnr; qiic)lie.senÍH defS4l;
e que, não tinto por vaitlade. aliás perdoável, assoa-
lhamos / e4»iM pelÉ já )iponl«dà ràuâtf-^de ^neexem-
|>l'iiB #'esteB>sã«» Ikçòes ; e liafôtB d*<BBla» ião beiíefiéios
para 'lodo< o' puBo : -^
ff.'' M&^t* fiepiHrHcljfi ^rim1ar-»«llltD(f ;6r.r*ToAit
aa vesMí» que a ímprepu pc^h.díQa úá biiaa ooaa«^ibwfw«, c iWirn
UadA^a «ivUuf , ou siigç^re upli^a». lembrança»,., é d» devof
éwf AUCl^Tidades aproveitar tudo uu »'aikfo aem;uít.calialiuei|t>
te ciJfii|irir^«ú o» dercres de Mtts CHre«>s, c da pc^^òleivBará»
«o p«*v» a ofasiiaa aMmsa de beBèftctus.
A Retfista Universal LUbènénté no sen artisco 14^59* l\>nH
bra , com prudentíssimo jiiixo, o «grande Serviço, qiip' as aii-
^orrdadcs administractivas piidem prrat»r sobre um iraportnnte
oi>j[f>cte da saiide pubiiiia , qiial.é o de tomarem notas dhs pes-
soa» que clie^ram a uma ednde muito adiantada. Com .declkr».
^o das causas qiie proTavelai<'nte para isso contríhnímm. *
Pareceií-me excellenfe ò Conseco , e para ô aproreitar tc*
nho rosar a V. S. o se/çuínte :
l>t- hoje em Hlante servif-gf^ ha T. S. de imAtsrâr coijí todo
o cuidado e miauci 'S> exame , e empregandb para isso todtíii
os meios ao seu alcince^ quies as j>e!<toftS dos dois sexos; e
de difTe/enlcs c>a<tiç(kSf cxfsl^-ntes no conr(>lho a Seu carf^o',
que Já Cintam um jrntndb^ e extfaorWínario tnimero db aao>t
de edadc*: — ^ bem asnim quat^s as pessoas que tcpdo morriíro
nos uUímos dez ano>s chesraram a nma edade muiéo adiantada^
qual a de 90 hdoos e d*ahi para ciitiir. E' finalmente servir-^e^
ha V^. S. de ir daádb 8iic(;e«sÍA amente parte do faliecimcnto
de qi^ili^ier p^ssja qiie tiver chegado a nma edadè* exlraor-
díharla.
Como porém nma tal statistíca serfa Inteíiiimeate es!ef2f\
por is«o que dV; tia'iã mais coustaria' do que denomer, eseja
conveniente acompaoBal-a dls ob8eWa<;Qta' que possam derrã^
mar al^uii^a luz Su^re a h^ftiene publifea e dbmestica*; torna-
se indíspefisavet que V. S. pMctireindà^r por meio dbs re*-
verenrfos parochos, rp^ednres de parochia, por iriefo de líjh
formaçdes de particulares^ e até das familias^ em' cada uni
dos CHSiiS aeíma moncionadòs -, qnaf fof on.^o modb de vi.
ver d*essa8 felize»^ creátura» qin» cRe^aram ou che^m' a srtjsat
de irma invejável lonjrevidade. P.irà bem se preenctier esta in-
dicai^ , é mister que as íhformaçdi^s se estt^nilam ás nraioreè
miudexas da vida d^esses taes Tfstores^ e que se saiba con|
Ioda a individuação qutri é^on f<d o seu modo i\h viver nó
comer, Qo lieber, no vestir,, ho ddrmif, no ttabaHiar elc.etci
"Ao hom jiifio de y. 9, eatreíço o fiel cnm|irim4*ntb rt*'e«i^
minha ro^rafiva, fTcando esperançado em qnramcla n*éste caso
V. S. qiieireni diir mais nma ^rova do aeii 7.elo , e buhdade.
Deus guarde a V. S. Palácio do jirovemo citH em Ailitra do
Heroísmo 11 de maio de lii43 = Illm.* Sr. administrador do
cdacHllkida. . O goteMBttlor. ú^iú^^iM SUoett^íU^
NipTA: STATISVICâ .11^8 PESS0A9 C^K 50 blSTBICTO 'Uf
. :AN6AA JBO. HXBOISJIO CALLEÇ&RAM HE KDA»E J^B
90 AJ<illQB MBA GUIA.
ÒTSV JLfíK 6ií4CYD8i.~r/í/tf «/«^/Va^r.-^/llfanifeYCÍpi.
nola dh Tripa nrt.rreo a 17' fevereiro 184rde flfíí aftnos'— caí-
lado, — Nho tc^^c- filhos -^^.ccupaVaJBe mia^rrélilttira: ken «iivi
Icntu efa pSo d); cevada^ Itbrtállças, le^mev, pefxe^ ¥ «vitva* de
vinho. ^ \)
D. t»eOBor da OWia íonrrelk a fB março lB4n'd^ iÍ9 antidB
-^cazada. — Oçcupnv«.s« bo seu arranjo , domestico : snslóntò
o mesmo dò precedente, '
' Manuel àb Conde pSifeg morreo a* fS sepfetnbrã! f 8S4 de flf>
Aan.ts — cazsqdl>^. — 'Tí?ve 4 Ailtos : sèn ktistentt) o mesmo.
.Rafael d^MInindamori^u a ít dezembro Im^fi' de #4 aB*
noí-^cazado. — Teve 9 filhos : làrrador.
D/»mrâ^os Ji sé de Btltencc^urt morreu à f9 onlnbro 1890 dt
9Í ámi .8 — entn^b. — «T&ve 8 Blhr s r Ikvrador.
'JuSb dos dantb^ Picara;o morreu a S'oatubro IBBI^ da fS
anmrs — cazado.' -*- Tflo. tere Blhor.
HUa He Sãncta Cruz, — António d^ràówò Bãnfáà mOrlVB
a 10 uuluhro 1^34 de 90 ann« • — viuvo. — Trabalhador. .
Anti nio Jo9é Pereira morreu a £5 abril 1U36 de 98 aanoi
^raaaado..— *f r.»f«*»«p ^ pr^neiraji latraj^.. • - v -^ .: -
D. Francisca d»: Rozario morreu a 4 setembro YB37 de90àd^
nos-:-Solt';íra. — Occnpava-se em costura, e fAZçr mei.a,
'flthnfiet Eipilioft morrei a 90 di;ZemBro ltl!S9 *de 9Àoiifioa
CLa finito..*^ ftfcviWbr^
. Jk/ii^ B«pifl<'bs Bhtnem m 5*iDaaça MÍ40 .da BO anBai->«*>vhii
v#v.-?- Lavrador», .... ' ,
Jt.^ra, ALiria o^rrctt a. t desemUco IB40' de Htann^S'^
viuva. — •0ccii|^ava-se no trabalb«> d« mestiço.
Ú. IVabel morreu a «* ft*rerrlnD W4t áh 90 J
tÍa»«^Oecupáva<«é Bor ftndiaHÉo dòaieatifcb.
i354
.B^I^WfA ^liiyVM&AL LlBQON£NSB.
'nos — Tiuva.--r-UcçiipaVarSe*i»ó trabalho (lonieslico.
D, Am>a..'fliorrcu a SjK dezembro dito <)e 98 anãos -r- Tf uV«,
— Occup{^v«-«« 00 tnibslho domestico. ^
[ FrancíccQ. José morrçu a, S7 dito^' dito de 90 annoi — casa-
co.— Facjiçiro..
Antooio de Qn^rç^ E«p'Bola morreu a 3 Tevereiro 1843, de
éÓ annos — viuvo. — -'Empregado noa cargos 4a vère^çSo,
, '. Sebas^iio Jof4 ]do^,&4ia(jf motreu a 9 dito djío dq 95 ^iioof —
.viuvi»t -r PAsscj|d9r,,
^/ iTfHbci.i dy Rosário mQrrq^l^ em Q^tu\>ro 1833 de 90 anoosr-
Ti(iva. — Occupavj^-wSc em y^balbo domestico, .
' Tliimotep <{e y^ílfo Pach(^cp morreu em novembro 1836 de
^I^Q aoOLS — viuyu. — Laviador.
AaloDioÇs^npla.de 3íU^DCourt morreu em junho 1Ó36 de
j^O ^ttao# — caiado* -^ Lavrador,
, Gaspar Dias Eiró' morrcd em fev«reir9 1838 de 91 annòs
— viuYp. — r Lavrador.
Manuel Corrêa de Souza morreu era janeiro 1840 de 01 an-
pps — .vím^o. — ^^Trabi^ltaííoi^, . i
,P.. Marja dos Santos morreu em novembro 1841 de 9^ aa-
||Qs^ viuva. — Occijjwya-^e lo trabalho domestico.
S. JoRGB. -r filUí í/<i Fo^o.r-; Boaventura Míichado morreu
i. 3 abril 1834 de 93 annos — solteiro. «—Nunca senliu molés-
tia: çomti^J[)«n; l^ie, batatas^ iiorialiças, pão de milho, e
^ cevada^ . , .
Mariaona f}e Jesus fnorreg a. 30 noTepnbro 1841 de 99 an-
itos— viuva. -^ Nunca sentiu moléstia: comia bem. ^
Afarja de Azevedo morreu a 15 abril 1836 de 90 anno^-r
juiva. — Morreu em uma erupçiU> v.ulcanica.
Mij^uel. Macedo Qonçalves psorrcii a 28 outubro 1836 de
^^ i^nnos -r^ viuvo. —r Morreif de uma hydropeaia. Conservou
at^ poucos dÍ9s antes de morrer agudeza de sentidos.
' "Maria S^ta Xavier morreu a j^9 ^vemhro 1840 de 96 an-
{los — viuva. — -Activa no seu trabalho ; viveu com abundân-
cia : morrçu ^jdrópica, e tiiiha 95 ânuos quando fe^i a pé iíui|í
iria|;em. de duas léguas. «^
JÍ9íTM.^JAm»WKk J»AaBBS9IMiS «IO[Ç KO DiaTlIpTO «B AN-
CHA Dtt HBBOISMO EXISTEM COM ▲ EDADB DE ..
90 ANNOS MA CIMA.
Ilha Gí|acios>. — Filia 4a Pr4^«. — Valério doSacrame»-
lb\ dá fregúézia de S. Wttheus, nasceu á 12 maio 1^50:
edade^93 àniiofi — seleiro. — Oòcn|)a-se m> ágMoUMiira : seu
sustento é pio de c^a4a, hartali^at,- logumes e peixe.
Maria df fS, Jqs4 , da freguesia de S. Mattheus , D|isce« a
)^S junho 1751 : edado 9Í annos — viuva.— Teve 7 ftlhos: seu
i^u^eíilto é^ pio de. cevada , hortaliças , legumes e |>eixe.
^ .^pez (ip Saato António», da^ fre^uezia da Senhora da Lut,
nasceu a 25 fevereiro 1750: éclade 93 annos— viuva.— Tevê
f. AJhafr{ ^^.aiiftçato é pV. de cavada, h^taliçaa, kgumes
Manuel Macedo Novaes , da freguezta ^a Senhora d» Lui ,
Msceu. & % janeiro 1751^:. ed^i^e 92 anãos— viu vp. —Teve 8
li lhos;. ÍQcpupi|-sc na Iav9ura: aepi sustento é pio de cevada,
Jlf^^^e/^,, q affgpimas vezes peixe ,. ^fay uso de yinl^o,
Lauriana Roza , d^ Creguezia de S. Maltheas , nasceu a 11^
Jl|iV^ .|74í|[^: edil^ 93. annos — viuva. -*• Teve 9 Qlhos : conta
3 trinetos: acha-se en^ boa disposiçio, ocoupando-se no ar*
l^njp^dfpeftlco^ /az^ costura: a^t para fora: sustontaHie da
legumes , hortaliças \ alguma ícarna , peU^ » e wa de vipl^ e
^lfl^rde^tf| cora fjc^i^lkiade* , >
i VJ^O pOBS&A A tÊM% SJkZiTAÀ O COBVOt
"' (Carta.)
p, r:%7$3 ToB^f àquelle^ ,que, inyoUos ím tarbilliees
políticos . que teem revolvido, e qu«i6Í «noiquiJadQ o
Messe- balio (fhMs ítalos BrroJiacloB n essts, ^ve áhém,
mais civílisidos , viemos de lá com a manfa citatorla
IDjfí^ ouÉbétibs desíávolviãh ^ ç^dk qttál cita o qtle doI
sçu int^j^er^hãumais dijg;no de niçnciotiar-se. — 0a- j
m um granke siom^ q,^^ m^^ fi^U ^. «rt»iuiyátf |
pos fcapci^;e«^« .como 8 iptrov^içiici^ cpm.qne jUd^^^i
jnurrao ac^ á pop^t de cada estanque parj çf)iQm%-
fiic|a/de Í9i^ fuwisUs. — Dizem que iCti luío soo do^
mais cjiadtr<is» entreianlo também cito^ c(moo va^
vèr-se, Lembrou-me que a cilaçiío poderia auclorisaf
o coD^elho de i;autella., que vou dar. a grande part^
dos meus j;ontf rraoeos ; ,nepi é muito, que eu esperf
q«e um bom cqstume pegue com o exemplo « qvand^
9 mesn)o exemplo -aítai^os^ máuA serve.de vatbacoutot.
Em Pac|s e outras cidadps BOlei eu qiie quaudol^ih
via qualquer reparação para fazer a(^ ediflcios , ap-
pi^recíam lugo colga^do 4e om e outro tado d'elle duas^
suífici^ntemienle bem facjadas cruase^ de nudeira . 4
cujo sinal toilp o camiabante, fpgía coiqoí un^ posaesso.^
muiUs vezes, aa ver t^K me. lembrou um dicUdo-notr
so bem sabid^.
Na.n9ssa Lisboa é b^m pelo cqnUario : parece quf
a for^a fitiracií^va» para debaÍM de. qualquer edifici^
em obra, .e^tá na razão directa das alentadas trancaf
poetadas, nos extremos» Aperta<-s#*n^ 1^ ooraçã(> quanr
do vejo A iwrudfK^eia» eooi q^ie pesaoas de.lodaii af
classes § e4Àdes so ^xpoam a um. pengo , quei só por
providencia divina não. causa miiis. vidinhas. -7- Ha
tempos, vi eu debaixo da casa de Mr. Jnljcn, cabeW
letreiro, oma pobre velha com a cabjeça. feita n'uni
boloy porque sobre ella caíra um pintor, que eni
uma 4' essas esparrelas , que por ahi se armam « cbar
mad^s, andaimos, pintava .jo q a er que. fos^^ na Crontar
ria do prédio. Comparando pois a assinada cautella dqf
parÍMet|se« cpm a disparatada incúria do geral ^os
nossos Iisb9nense&, tem-mo occonido que às tacstTaQ«>
cas tão ludibriadas, como o rei. barrota daj^tiula^
conviria sij^tiiuir como aignal miU embiemaAicp . aa
cruzes, que, para mais expressão ,. ae, pintj^riam. 4q
preto, com as arma» flO'.<QemÍtano no centro, e em
amarolip umdjstieo afugentador^sSebeaverAqnfni ain-
da assim vá arrostar oma morte inglofiosa, é louco ^i
e u^essc caso -^palbas., ia eu a dizer! e as r^-i
c^^mQfí5e^? em um goirerno d'egua]dade p^.raote a. lei
quem pód^ desattendel^as? e . aUendeftdo^as » .
Qual será o vãoiba^Mrnte,
Para aliot^r * ^^^ delirante?
KãO'i«sísto Bo alvitre, ró-aim.naqMaoto releva de«T
viar , pelo modo mais effioai ,1 tanto inoauto do emi-
nente risco a que se expõe ; e comQ ^s c^nselhop^ sat
lutares aoanoasos leoncidadâos tem dex)rdínario a ini^
ciatjva ^0 teu estimável }oraal » é para esse fim quf
a i^Ue riéc^rre. beV*
2754 Os padres missionários , que o anno passa-
da estiraram em S.fto^ne, fáienèo QS sesus exercícios
eapirituaes. esta quaresma estio aa bra^ueaia de San-'
çU Catbarina-, as axl^inetoieoeveutoi doa Pauliataa^
. â7IU^ N'uiiUb» dias da pnoxioui semanat na grandO)
sala do real theatro de S. Carlos^ dará o Sr.. Marcbai
pianista de SS. MM. o imperador da Rússia e rei da*
6«ee1a>, ufti glande oorieeKo.' Sabfemòa que a eile
t«noianam concorrer todos os nossoíi graedea músicos,
è considerável numero de pesisuas 'a ctrjo conheci-'
mento ha chegado a bem mereci da/ reputação Ío Sé,',
Marchai. 'Temos ^M.Wà^ ^^ t»W. t^z.wiY*4ÍP p.^S
REVISTA 17KIVER8A1& LtSBONENiKB.
Í355
-inslftif! artista . € ÍD|^itti«me«itli< tMfessairios q«4$ iios
Dio patece péterTél iét eTútéúM '• ifoà p^tcfa . e
il^xtresa. AimpressSo que pttiâtít 1ioefpiri(to dequtiH
€òs o oQvem é a mestna tfbe' pfoànttm ai praprló;
«rrebaCn-se a 9Í le aos outros ; dlssíèrefs qtoe nem se-
«firef lhe chegam aoS ouvidos ài estrepitosas demon^
Iraeões de applaosos c^m quegalardoftes oaeu ne^
^ecrfnènto.
Ê n'uin magnifico forte pianíw do- Sr. BartBoJmiie^
Ifhibíiut (âftmado fírbricakite ff^nceí, residente
n^esta corte) , qne e Sr. M<ireiial xewcloira l<Ni»r ; vi-
Ino-lo, e seni b«sUar declaramos que os^mHhores
plannos Ingleres' e aUemÔes , por matoi^^qM seja «
força e vibraçié dto seu» sotfs'; devterfio neeessaría*
mente ce^er it palma aos do Sf. ttilbauf »' que n*este
tamo nada tém que infejar , pofs ebegon tt'êlle ao
maxiiio gra!id« perfeiçl^ Serão povSduas mara\Mhas
emvet á*\ith^ qile podorlo ao mesmo tempo admf>-
l^ar-Oe.
iroATirnAiié
. .2756 .Importação de Pm-lugnl 4, madura .nof por-
tos Ú€,S. PeUr$hurgo , ^'^ ^ e Perfum ; a ejcporlofào
^* esses porXo$ para Portugal em 1843. --r Segundo os cal-
culai oflTiciaxss aimportaçip foi de réis 728:11S^'000,
e a exportação de productos. da Rússia de réis
669:210^005,. resultando uma difiTeren^a de réis
^8:907^'^95 em fevor.de. Portugal. . . *
.. jEslep^ productos forAm copd}UÍdos em 129 embar-'
cações de todas as nações,, numer^. s]ttpefior emlf
navios ao da f^v<*g3ção de \^i%,.
.. O seguinte .i^e&uino mos^a um augmento^s^^s c^»-
•id«ravel de actividade i»ascelaçôes comfaescÂaes ^ip
a Ruspia èm 1843 : • . • :
Sm. (84i2 ip ^mptPrtaçio eíTectuou^e.em I3.naviqft
no vaWr de réis 5SM): 706^^750. £m 1843 .«. i»»-
portisçlo tevis Ipgar em .63 a^vio^ dq vplqr do
728pU8j^000/ , , . , .
, Em. 1842. a exportação realisoiirse ; em* 42 navios
|o valor .dó 4^8;&06^625. Em 1843 a eitportaç^
f«%<e.^m'60 navjoi no valpr de 65.9:210|j00ii.
Em presença. d'esie favorável impnlso éde spppdr
qo« as operações fnturiis v.ãp em. augmento » e <me
a iKivegaç^ do Portugal p^ra o império 4a Rússia
adquirida a importância .qve deve ter pelas relações
de iqleressesjs de opmmercio.que ba, entro . os dqia
i^izes ba muilios^ anc^ka ^-^fta, f^rte.
ttÒá^kl^AH Sttflt' ÈèA «OKVXBABOft.
' S7§7' EhK enlAdá « noite; — pr^t»riva4e «ma
tmVSkM do Mbliofa»', d*eeisi 4^idodo , pord ir p*r» onv
d«s p«bNcos bai1os'do eatMival » quando.tlMo obégMÒ
éois e#«Klbeiroe, trajados para f»àf io vi ja»< Mio* bou-^
T« télMdio^fMtoiíieeebol-os^ -Ahiiíi «Mitf» dií eaeov
# ái hora', a q^e» obegêvaai < ttio havia 9f«tide< nsiSo'
p«V« tcttN#, 4|tieae' demorassem. A estará d«is viéHts;'
«rgbíram-fe poréé logo , com poqii«n»s inIorvaIM ^
%, 4,8, 90 , M V liifumei^v«Mv • toiNt no «esmo
cerimonial. Era um baile inesperado^ : -«^iproveltaront
fará el4e romi sutilfinrfvofgna^io o» dispoMios de
toBcador feiliB poMíosln* |iatto<;. o o aorJo, que d«M
rott até á madrugada , foi tâo cbeio e animadO)» odaid
cuApHa' a^tdid tolsa^queassiai-vi^st ooin tila ebilrih:
der provvdenciaf.
No dia seguinte , qnando a manhã / até' *ma ' <ki
dMs horoi iTepolà Oé meto-diâ , devfa èet en^pre^ada
nòeatoár «m^des^dàn^r «4^480 hèllik-^H^it», J^Yiiná'W-
va série de visitadores se apresenta. D'esU tet n3ò
•Mí^Já daméS e eáValb^ros dahi^iMèo; è M^Htenti^a»
«rai çápatein^' francez , uma pèrte}(*a , ^ ifffmdof dO
'píamM. «m IfmpaLchaminés, ^ttmâ dásk^games itlô*
distas do Ghíftéa , nm^ «al^e^lleirè^rò v ^0' n^VIlieò , utii
t^ra^iadoai^ treo eoobèrreb , • -((M^ '^o%' teem . i porta
as Stfas e^arrnagens, é oètrte Varíós iiidMiHiòs -sèrv^
çaéS' pefteh(?Wktes # tf»i<èrses oHnpii^^es.' "Gffdá urii
-d'éHe9 afflnftáva te»' sido eha^odo (nrira «^tfém èaza ,
e não admvftia sèr^dèspêdídd' atites de ter"llostrad0 ^
sira fn-éstimo e bòm s^nrvfi^. ' ' •
A* hoité. teAd«néo^le ao eóhVft^ (b ititoa^paírlfie^it^
amiga . què as rogava pavsf-tfoihàreinf téWi^.elia' o chi
e dançarem duas eontr»dMn)^irs>,./A>Hrttí'a(^r t caza
hermekftametite fechada. Bra^-fí mais qofé tleiiiksiado.
Para se desforrarem é*t^ií derradeiro lartee, 'fora A
aproveitar no éluh o restante do sérSo. Ahi nova rai4^
dado as e^eráVa ainda :*— qttatltas senhora^ e homena
do mM Conhecimento ti >siávarh ; IvFef-aím « enda oijk
o cada' irnka por*sirà ve% , dif^-1!re mil éat&faòoe^ por
nio totens podido; -ab^oilotametitè, aceeitar 9 sêirobsèf-
quíoso eonvHe para o 'bailb d» yespera. ^
Poi entio finalmente qtre s^ podo fnftetotler 'o ènl^
gmar— •álgtim é'eMes éOlks'CféVièioso>jt)gady)i>cs'díO'ML
tnido, qu«, talv^eií por algrottí iitopedimento ^r^ve;
reria^ rfettadode pregar peras peio esípaçòrrfe "m^iflóa
annoy^ detértiliniTá réiiMnlr fòdàs estis díHélasr n'i!hia(k
Só^poiífam^lo ; '^ escoHiéha » para objecto- da séap^o*
nitencia , a ínnocenle e respeitavbFfamilil^', *oitjo noi»
me nã^"dec1^raifioí , é t(oe daria t^do por dcficro6rtr
este hivisivet filhA o/ú'6éto do faomèAi úás^hotàí^è^
fibtiiça. ' ■ • ' • •' •••»
!;i" «■ *.« •»..' . . ; ' í • .Kl
?-. ' ••. . . ■ •! - 1 . * "^ o
Wi TIWA^ BAJ^TX O^S A ▼ZK|irVB««.;u
^789' Hâvin aaiÉatiao ^emBafpolve miftbév, olh^
da'aaK)ça' ooamegaiide hiotn', iídA» léo oote^ (tois fr»
)biifhot, nm do^trme*, Mro d)oi(toisr4BBOi;>>pôdtrCÍ^
motti aporta dauma catt dorceilaí «ppyretfefti, #«10»
doi ruas da «idade, perpéndieirtarea-iíiíisnihttf boTé^
jou Amoraéfra da ican fhinoeéri»>ttoifytolAr «"^ai^lHIè
painel , tomara nos braços a cada um dos menMMj^i^
sisoTOffv belidra^osi muíto..< '^Miuibok MM-^ra co-
tterem o pata Idvaron , fiaéii»-os «ir- e mais' # iáÊé\
e«}oi tthjo, o xojo^ jettbiwao piâhd|iahhons«, >pa¥oèÍ«)ilr
diaevi, ^»o eoàa exprosbao de alegria* mtil* MVilrJi
quie tfte era e^tratthn^âepovs, eonviiám-ès parajan^
tar ;<-i-a pobre* sdnlionr^acoeitiira com ògnMefeirtièlítO^
eoÉa tonto pbnéÉi-^quo osdeiíaf iam «n c09JhMi t^fiMt
enCfis*09eriatfos/ ao qito alfaeNigvia huspiídefra, depoif
d«* algntiar lisllóirUlado ^ liio to^ vemodio seriié M»l
doMe^i ' • • . » '• "
k despctfidi^ lhe» régov; piimoíro aor fflbos dé qn^
á>mie , epám^ «amníapeiiiienii^ ,*-^qtfe ^bltas^
semhiuftbtv%zes«*v«l^u ' f
D;aiii pfr ttialiat m rnusah seeaa ^ fMhá VálpOtidc^
duas veaea* pov semamaí', aporíand&H^ oaidá^^è^ ifiaiá
o» toçoa dia mutua aAl9Í6\ :onSró éa prolègidb»' é> #
ptotatotMk^. qnav. bÍi» tvMÍo ferça para Mact* aeeefta^
^ presente algum á sua nova amiga « sempre cofed tM#
356
RfJVISTA. llfilVERSAt Í4lS90N£IS«B.
^(;ba\a niotip para osçcnd^r am alguma parte do v«»-
tiJo de seus amiguinhos, com que havi^rempii^ pajra
,^is.4Mi tr^« díps'. „ r f
, i Qucffl seria p^r^. este esj^ generoKv qnp tiabefo
jeispregaia os dun^. da £)rtttaa de qjue .pareci* estar
^4e. [èOMfi^l ...
,. £ra açui «l^sg^fÇA^^- "^ As suas aaUs» oroadas
eoqi algM ImLu e muito gosto ;. as suasgallas dispea-
.diftôaa e.seifftpce variadas, euf^rianiraiais ^rísteaos e
jpejorjf^ qua. ^ paredes, provaiTeíiacnte nuos, e o vos^
ftuano^ preto • da mondigii.. £sMi mulher. qHe a uata^
jesa tíaba predesUuado par« ornaqiepto do seu s^exo ,
jtiuba $\(\o , como tantas , dorrihiada .d® tão flor«ate
cume pfla mão da fatalidade» de despeeho em de9-
^çubp, fl4.quasi>o f\iodo de um sby.5mo,v
Esta mulher vendia a sim virtude , sem ter ce^sa-
4^ de a amar; detestava ^ocretameute .o vicio, for-
çada a $é lhe immokMP lpÍ9ê o$ dias ; e es^ mesma
jTcpugpaaicfa v^ivel, com que se abaudonava aos de-
$oJo5 bruUie^ de urna mocidade barbara ^osseusamoi-
f es. «era a ilida j^ra esses scbakaes um novo estimulo,
jf, C^ciUdade do prazer se Ibes adubava por um? reu
j^ugoancJa moral , que etles adivinhavam seji| cueiò^
P.simuiachro da/purcza no centro da corrupção,, não
.para. ee adorar mas para se p^sar , dizem cUes
jqoe ó um grande e feliz achado; ^--elle» t e#se9 de«-
humanos que não reQeciçm , que a mulher pQosa e
jKmit)9;.que' a mulher é seuiivel até ao, extremo; que
.à^iniilber esaelbeoe e não perde a memoria ; e que
para e mulher que não pode mais voltar para o $e%o
il'<onde desertou, cada hora do^eo passado a vae aguar*
>r eíf^ Cfiifa ao redor do seu^ leito de morle, quando
á pende |>^ra osepulclM-q oa sorvedoiro .commum á^s
jjoèndjgps ly) cemáterjo.-
., CarpJHia(pomps 6^ma4€ara sobre 4>belU rosto do
jxess<]i*áiija <de^a^doJ fyrf^VifUi MngàWê-^e áo seu .io<t
fortuniò , combatendo o dos outros em se lhe d^a-
rando occasião; e, não.4iadeDdo já crer na efficacia
das soas oracdes ou na jiossibilidade de ser amada com
amfl^7*%%^a'zíl^sé eni provtitar" cfem bcnetttíiof a
JM|Hsa4e'ft ee <w*çdet'iri»8 éesiralíéM., prínetptlm^nte
41 da ífifeacâll de infância , eoi que nailo ceia,
4a íaImicí* « a qu^m > iiMatratva — ak I . e . com
Hi^nt^sfi^Tc^ qumâo vâH peesar por looge d*elifii .e
jefi»«oue«r o)bat-a' a miiíi. de fafniHas,= embora indi^
«BBl^«. fOiAeada 4e seus l|lhmi iodos gentis «Aodee
. lS(^ deoMOgo #e entrudo., a pobre iríive , cono aa
c^l^ Uie i^lieimaven • ehègeo mais tarde qise o.ee*
^MsMiflpe e. levada eib lagrimai». O aiali «relho de seus
lloia ioeepfrevf is:, vinha ferido. iif> rocie por «ima Uh
xanjada q^ciip eaiuíaho Bia atirarem^ Já ee eetiva á
laefs ; a criada os recebeu., .segstido! o^ilylo , na eo-
fipbe* A done da eaea , que B*esse dià tinha visMaa
e jantar fe logo qire.seuli» 4a chegada éê. sua viuva,»
Umn^Hise . a joio obstantes, et epygrfammat e comb
mentaríos dos convivas sobre e boa escolha das.aaas
seleçôetiH sobra it.iÉa chictAede/ciH^k-M, talvez
tf>m mais anciã portsee mesmo/ a aftcaçàr aatia amin
ga. Qual não foi porém â sua teagoav v«adQ a feeee
sinha ^u<^ aU» eastoiMta liMríjmB aomí tanto praistr. fé-
tida e epseaguentada. Tonieu o imMcenie nos bra^or*
e como para cenftmdir os riiitoellM ignoèjos dos eeua
qomensaes^ toraeti^se logo com elie para «saTamiéaee
4^Xjára, ^ _ , , . 1
í
Um dtaUfís» .mn militar » o que o^aís a apodara s^
brç a sua fbaridede». o que pa oazepai^ecia mais in^
timo e continuo . e ^ue no festim qccupava o seu Ur
<lo direito^, apenas deu com os olhos «o ai^ioho»
manifestou um abalo que lhe não. foi possível dissi-
mular. Carolina , consente pelo coração, e talvez um
pouco também pela va^^de, doeffeitu que assim aca»
bava de produzir sobre ò seu mofa dor . qui% remalaf
« seu triumpbo,. passaado^he para os braços aquel-
le suave peco, e obrigandoiO a acaricial-o. N'esla
jnomenlo , a creanç^ qu^ tinha reconhecido à primei-
ra vista o xosto da pessoa a quem era offorecida , e
a qual debahie procurava afiectar um ar sereno enco-
brindo*se com o lençp que Unha na mão, estendía-lhe
ambas 9íS suas, e toda alvoroços ihp dava repetidas vezes
onome dé.pae. £ste descobrimento foi iim rsio de lua
para Carolina ; mas dissimulou o melhor que pàde ^
£^lé que todo^ se levant^rafa^ os sentinieqlps contrá-
rios que a agitavam : então chaníandó á parte ,. o sei|
petrificado , e entregando-lhe o menino que elle na
sua co;^asão>- nloHtoba. valer f are acoeilar nfm para
repellir, lhe disse, que não era a única restituirão
que lhe devia; que elle linha outro filho. e uma es-
posa que ella fa ehtregar-lhe. Vda á cosinha , e con*
dncindo cada- um por sua mão, sem que nenhnm
d 'elles adivinhe o que os espera, lh'os apresenta; e com
aquetle {rr6s'ístrvel tem de superioridade que a virtude
em taes'iahces deve influir, lhes ordena que se abracem.
NãooOUsaya-lrmolhcfr, ousàva-o ainda menos o marido:
Carolina avaliando o enleio da sHtfação , viu logo a
necessidade -de supprir-lhes túé asna indnstria a
f^rlta de expedientes. « Senhora, 'disse ella , fui eu à
que sem querer lhe estrirviei um marMo, qne até no
meio das sáás éistraçoes naneacesfiíeade aaitier; Ves-
litno-lh 'o pedindo o seu eo mèu perdão: péfo àiaot
d'estes innocentes, pelo amor de sr mesma, ba decôn«*
eeder-m*o. Sènhbr . eis-aquf a mnlher lèuj[ss f iiliides
me louvava ^e contiiiuo, e qne tsmtas ínvi^as metaVi-^
savam, I6rrfe a t*ecebe)-ii Ti*èslte IbgJar nVesmo; e é*esi
ta mão: a mão que lh'a apresenta, ofogar Onde a
recupera, tWo pefâ eoiit^a posição , èàtá fazenSo^^eal*
çar dobradamcnte os Seus'meriios';'e de todos elles-é
maior é o âmer; qúe já absolveu todo, que Já^a^te^
cen ladd , ^e qiié não se lhe restitne agora 'porque
rtoaca cessou de lhe pertencer. » Não nutíca, ounca í
exelamofo n'aii)« explosão de lagri«nas a enloclftda ,
arrojando^se em* joefbos e eém as mãos postas aos pés
db seu oITensòE^ , que imitando de repete o seu umh
vimcnto, e com bgriíias também , eote lagrimai dé
arrependimento , de vergonha e de. ternura , a tomou
ao peito como um naq^orado na primeira bçra de pos«
se dos seus amores. " - • » .
Não jiavia meia hora ique se tinha recolhido a Tisa
o reconciliado e felicitado par . qyiaodo uma. aaitte da
Gafpliaa ditigida ao filhei naís velho, e<]tte o* fiea re^
cusau «hrir. Iíi>i lida pela alvoroçsdaaoiva qnaedioa
o*èlla pouoa nmis aumeoosastas palavras. «S<wsanaa
« infelit qtia nfto dera peai PMsa» eeparar. tornar, a
n vèl-os:'reeeban tadoff as «wnhas^^espedidaaf r^eti**
% iu^^Umã o fue lhes . pert^nop, Hasae ambos poa
« miiBi, qve soa • uotoa para qniM «lo ba felicidade
«.nlesle/moada.:»
VaUaéa a pagina afberaimrsa eolr» a primeira e a
segoada folha 4a aaiía alfuass nalaa éa Baaco do
Usbaa.
s®.
JEUBYISTA UNITBIISAI4 LISBONENSE^
857
EXPEDIENl^
- A dlittribiliçllD eoui^ça lk)Je <}Qhila«felni 6 1 Mora' dfa tar*
4«; aè« Sn. ifiie , o naU. tãiHitr, qiKilro horas depois , 'a pfto
tf^nbnni rMebido , roça-se o obsequio de o parliotparem |m et-
çriptorio da Rbtista UnitbiisaIp Lismhsnsb , rua dos Fan-
t|Ut:iro« n.^ 8S — 1.** andar, para se providcBciar,
eoNOEciiPTos utm
jrÁ&A-SARAITA.
(Caria.)
2757 Len]k> ii'ani jornal scionlifiGOOtiiveniod'»»
«pparekho, qne ioip<ede cbnras de pedra, e ohaia por
conseguinte aos estragos que dias causam, joiguei qiá%
dandNM» em {'•samo hrU n'isto algum serviça. Ê mai-
lo aimpies ; merece qee ae faça a ekperienaia porque
sém ella nada se pódc concluir.
. £m 16âl um professor de pbysíea AT. Toilard pro-
pôs qna ae iiasleassen no meio. dos campos varas de
salgueiro, choupo, castanho ou .qualquer madeira
armadas.de pootas de coi»ré agudas; estas punias com-
municavamrse a uma corda feita de palita de arroc ,
ou de aveia , e entrançada em todo o seucoakprimeD*
\fi coto ufn. fip crú. Esta experiência foi feita em mais
de dez conselhos, e em nenhum d'elies léafu a sarai-
va. Os lavradores da Gantio de Vaud Aceram alguns
Ifiodificações no pára-saraifa de Tallai^; estas mo*
diíicações consistem em ser a vara queimada oa par-
ta que fica enterrada , e a pooia de ealira da outra
extremidade estar em contacto com um Oo de matai t
abra^anda-se o 60 e a vBtfB dedístanda em dii»taocia
com uma passadeira. Este ílo desoe até á e&trtimida*
^a inferior , a termina n^um pedaciabo de .ferro
q4ie toca na terra. , «
Não tiuTidamoa de que l^aj^ ifuem repute isto im-
possivel : com isso pada tem#s , a igaoraacia duvida
0« tad4> , e a scic^çja pó(ie ^ulto.
Isidoro José Gonçalvn.
2758 A RKSPBiTo de fugo lemos pu^blicado um gran-
de numero de artigas úteis: un« relativos a tomar jn-
coro ba st iveis as caaas, moveis, vestidos* papeia, etc
outros a í«ciiitar a fuga aos accommettidos.de Mm in>
cendio. Lembrados estarão nossos leitores do.oxcel-
^cf^e u»9 alleipão . quet^anto e tão baJdadameBte re-
commendámos na nosso jirtigo 68. do q«^ 4 da 21 da
octubr4> lie 1841»
EÂs-aqiii outro moderníssima , simples e barato, se-
goro B sem perigo » e sobre tudo , para qae bem o
recebam , ingijíjtf « ^0 4e qualquer parte de Ingla-
terra , senão logo de Londres.
:N'aqu^l4 cidade sa mostra o modelo d» iaveoto
àe M. Thompson,
A descripçao, une nos mandam , ( um tanto con-
fusa; mas se não.^ exactamente nas suas partícuf.iri-
dacTes ^ <|ue vamos prèsentar, í\lo cuidámos que lhe
possa levar grande vaptagem. .
J^ncto á jánella , ou janeJias por onde, chegad^^ a
desgraça díe i^m iocepdio^ Re poderá quvr«f sair, de-
ve estar um gascho., escápula^ argpla , <4>o qualquer
m^Bço— 14— I84i.
I otttr^fteltiiilhodxo^ b^m s^giird.* Dobra-se peto mKè
uma corda rija , e melhor se fur incombustihi lii»<la\
kmda&Mo-se' pai'a a rua ambos as ramos d'efla , que
devemter mais. cbmpptniefito qne a altura, ^itethh
do peitoril até á calçada , c Acaado a ettremidada
qua os reúne a amtos em cin». A pessan afiVelta nà
ciiitti um boldrié de coiro forte cem »mo ^góU m
meio ; passa peld' sua argaia a corda dal^nrda , pretit
de-a no pegiiíthosobvadíclo, d& para a rua sHg^dal pan
m qae dois Ivemens ; «omaiido cada um uma das pon^
tas inferiores da corda ,''se affastatn eom ellas para a
direita e para a «sqaerda , ^e aiiraise dajanella abat^
xo confladamente. -^Â' proporção que os dois da rui
se vão aproximando am da outro » vae o corpo des-
cenda , ainda que tenha perdido o tino , até que , áè
técarom-se os .doía-, alio se- acha cornos pés em terri
flrme sem a mínima lesão. ' *
D'eata'm«nèlr^ , • a mm a. «m , póde-safr ledsi ufna
família , sem exceptuar es enfermos . os entrevados^
os decrépitos e as creanças de mama.
BA ORAÇÃO BO OHRX8TÃO. '
V^rmdepç^. 315.; ,
5789 wOm>iiíétis— dÍ2L'Abbé Ph. Geròet no êeví^
« profundo e eloquente livra Ctméidératwfis suf le dng^
a megénérateur de la piété mtkolifttè — os deistbs ,
« mostraodb inuíto beifiqiie- é impossivei estabelecer
« logicamente a eíficacía da oração e dò saerificiar
« provam aquíih) mesfuie qne' a ti^ildic^o attesta, que
M estas crenças nlo teem por fundamento as concep-
« ÇÕC5 humanas. Quototoaiars elles fazem vereanicln-í
« rera , que o princípio doestes- dogmas se não pôde
(T ac4iar ,' nem na espliérada experiência, nem na es-
, <i phéra-do- raciocínio, tanto mais claro- se torna qué
o aão podOFÍa haver sido accredttado com fé indes*
« tructivel e lio antiga como o genero-liumano , a lhe
■« i^è bav«t sido revelado primitivamente: de sorte
« que asdÍfllcu|dades4hsoluvéts contra a tbeoria, ^u-
« ramente racional doestes dogmas, teem uma forç^
'<r ifíÉníta para pYòvar' a lias^ divina d'esia fé. Se o
a cuitOs expressão das c^ençaa perpetuas , não passií
« de phantasmagoría vã , tam1>em estas crenças não
« são senão umas chíméras eternas: n'e8te devaneio
,<r perm^éhte, quitóra f\ut me dissessem, como é que
a os que- nõo crêem nbsacriftcio hão^e fcizer parade^'
<« aionstrar a um espirito cansoqueiite qiM deve crelí
« etn Deus/»
. Ooaiido JesB Chrtsta, aa £^f«Mlo dà Mtmíanhã, rr-
commendava a oração, ditia a^s seus discipolosfC—
Psâi ^ e <tf^-to#»fta dodb ^ buscaê ^ achateis : hmíefi e
aMr-ts^-vos^a,
.^P$rque ,. acprtseentava elle ; iedo o fuá padie , tvre-
cehe : e o que busca , acha : e ao qae bate , ha ss Wá
» *-- • , ►
oorm.-
l Ha porventura enífe ftós aiguwi hémem , ajimcta?ea
ainda, que pedmcMhe ofillto pié , .lhe dê uma. pedfa ?
^J3u.peáin4o4hê «ai peisoe, lhe ponha timehsâipentr^^
Não n*oha: ora se tios cem êertítk, maus, sabeis dãt
dadivas boas a vossos fUhos.; ^-qmiMo mais o vbtao pke,
que está nos céus ^^tos ma dana dadioa» b^as se lk*as
pedirdeí? ^ . . . / .
TéâoMJM emias pqU, qut pttienéetúe» cbtêr dos to- ,
mcns , começae por Ih* as fazerdeá a eileg , qvi iMa js^
30 voL. 111. sÈaiE iif*
358
REVISTA UNIVERSAL LISBOHBMSE.
fke, eruinam os livm d^ IH eseripta e mais oê propkê^
tas. (í)
lí» na verdade , que é admirável a profnsio de tex-
I09, qual a qual niais claro, mais terminante, mais
iiisophismavei , com qae o velho teslamenlo , já comp
bísloria , já oomo Içi na parle cm que ainda m é» oos
ilesirohre desde os mais antigos tempos (i crença firme
dos bomens na virtude impetrativa da oração, a uti-
J idade o neoesi^ídade d 'essa crença , os seus funda-
mentos , tão inabaláveis como a palavra de Deus , e
as demcMistraçòes praticas e milagrosas da eíficacia
das sCipplicas arrojadas ao céu , sobre as suas asas de
fogo , que sao o amor de Deus e o amor do próximo.
• Trinta paginas podíamos nós encher facilmente com
•Itcft exemplos . sem os esgotarmos : mas , pajra evi*
lar prolixidade, contcntâmo-nos de apontar alguns
11' uma simples nota (â).
. Chrislâos» nós vamos agora continuar a ouvir odi-
(1) S. Maiheus Cap. VII — vera. 7,8,9, 10, 11, IS*
• " (2) Gcncsi cap. XX-^%ers, 17. — cap. XXIV —
vcrs. 13. .
Êxodo — cap. VIII — vers.9 — eap. IX — vers.28
cap.—XXXlV — vcrs. 9.
j Leviíico — cap.lX — vers. 7 — cap« XII — vers. —
7 — cap. XXIV — vers. 43.
Numeres — cap. XXI — vers. 6,
Deuteronomio — cap. IV — vcrs. 7, — cap. XVIII
— vers. 16.
Reis — liv, 1 — cap. I — vers. 10 — Hv, II — cap.
VII — vers. 27 — liv. UI — cap. VUl-^vers. 28.
31. 32, 45. — liv. Ill— cap. Xlli — vers. ^ — liv.
IV— cap. IV — vers. 32 — liv. IV — cap.Xl^L— lo
Parailipomenes — liv. II — cap. XVI — vers. 21 —
liv. II — cap. XXX — vers. 18. 19 — liv. II— cap.
XXXU — vers. 21— liv. II — cap. XXXIII — vers.
12, 13 — liv. II — cap. XXXIV — vers. — 21.
• Esdras liv. II — cap. I — vers.. 6» 7, 8» 9. 10.
Tobias — cap. Hl — vers. 11 — cap. VIU — verr
6— cap. XII — vers. 12.
O — cap. XII — vers. 12.
Judilhw- cap. IV — vers. 8, 12— cap. VIII—
iFers. 28 — cap. X — vers. 10 — cap. XII — vers. 8.
Eslher — cap. IV — vers, lô. ^
Job — Gap. XIJI — vers. 10.
Psalmos— IV— vcrs. 12— V— vers. 3— VI —
ters. 2. 6, 10— XVI — vcrs. 1 — XX — vers. 5 —
XXXVI — vers. 13— LXII — vers. 2— LXIV — vers.
3 — LXXIX — vers. 5 — LXXXlll — veçs. 9 — CV
— vers. 42— CXI V — vers. 1. — CXUI~vers. 1
Provérbios — cap. XV — vers. 29.
l^cclesiastico — cap. XVIII — vers. 22, 23» 24.—
cap. XX XIV — vers. 31— cap. XXXV — vers 20.
21. — cap. XXXVI— vers. 18. — cap. L — vers.
22, 23. .
Isaias — cap. VII — vers. 12 — cap. XXX VIII —
vers. 5.— cap. XUV — vers. 17.
Jeremias — cap. VII — vers. 16 — cap. XIV —
vers. 11.— cap. XXIX— vers. 12 — cap. XXXVI —
vers. 7 — cap. XLII — vers. 2.
Baroch. — cap. IV — vers. 20.
Daniel — cap. IX — vers, 16, 17,
Amos — "- ^"
Daniel — cap. IX — vers, 16, 17,
Amos — cap. VII — vers. 2, 5.
Jonas -^ cap. 2 — vers, 2— cap, n^— vers. 2,
-cap. IV — vers. 2, , .
vino Mestre, qne.nao viu na «iração unicamente om
preservativo contra os perigos da tentação ; mas tam-
bem um modo de obrigarmos a Deus 9 render-se-nus,
o que elle mesmo « aiiás com prodigiosas demonslra-
ções , nos con Armou.
Respondendo Jesus aos que o interrogavam, depois
do milagre da figueira, expressou-scn*cslcs termos: —
Em verdade tos digo , que se tir-erdes fé e não hcsi^
tardes , mo só fareis o que eu fi: a esta figueira , mas
até se disserdes a este mofite :. «<tra-/«, eiança-te ao
mar , rel^ms rcalisado» »
« Todas as coisas qae nas vonsas orações pedirdes com
verdadeira fé heis-^de as receber, » (3)
N'esta parábola , explicou a seus discípulos o cotm
cumpria orar ssmpre , sem jamais desfalleeeh,
« Haoia n' uma cidade um Juis^ que nãa temia a Deus.,
nem respeitava os fiofnens : «
« Certa viuva, que na mesma cidade vivia, foi a sua
presença e Ike disse : « Fase-^ne justiça contra o meu
contendor. »
« O que elle par mvito tempo não quit fazer , mas
per fim dieee entre si : u posto nãa temo a Deus nem res-
peito aos hémens : •
« Com tudo como esta viuva me importums . sentm--
cearei em favor seu para evUar que venha afinat a fa-
zer'4ne alguma afronta. •
n Bem vedes , accreac«iiloii o Senhor . o que disse.
aquelle juiz iníquo, »
« ^ Ora pergunUh-vos se então Deus poderá deixar de
fazer justiça aos seus eleitos . que lhe gritam de dia e
noite 7 e eonseniir que eltes padeçam ? »
ff Digo-vas em verdade que não tardará em lhes acu*
dir. » (^)
Mais explicadamente ainda na doctrina » que fez a
seos apostolos^epois da Céa vitima. .
Bm verdad/. vos digo que aquelle qae em mim cré, fará
as obras que eu faço , e fal-as^ha ainda maiores ; por-^
que eu para tá me vou , para juncto a meu Pae.
T\êdo o que pedirdeu a meu eterno Pete em meu fH^-
me , tudo vos cu farei : para que o Pae eeja glori/ièada
no fUho. (5)
Temos ouvido a Chrtsto na licção , vejâmol-o agora
na acção.
Chegando a' etle um leproso, adoravd^, dizendo:
a Senhor , se queres , podes atimpar^me. »
B extendeiido Jeeus m mão , tocoa^, ditenão : tr^e-
ro : sé timpo. « B para logo fni limpo da lepra. (6)
Entrando em Caphamaúm , chegou-se a elle ttm tem*
turião , implorando-^ :
E dizendo : « Senhor , um criado meu jaz em taza
paralytico : e lastimosamente atormentado. »
Responde-lhe Jesus : ni Pois eu vou e furc/-o-Aa. »
Ao que o ecnturião lhe tomou : « Senhor , não eou eu
digno de que entres debaixo do meu tecto : mas éize
uma só palavra e o meu servo será curado, »
Jesus disse ao centurião : • Vae, e assim como creste^
8
Maccbabcos — fiv.I. — cap. III — vers. 44. — íiv,
II — cap. III — vers. 18. — liv. II — cap. XIU —
vers. 12.
(3) S. Malheun Cap. XXI — vers. «I , «.
(4) S. Lncai Cap. XVIU — vera. 1, «, 3, 4, 5, 6, 7, 8.
(5) S. MatlKUi Cap. XIil— ters. 3, 4.
(6) S. JOo Cap.. XIV -^ vers. li, 1».
REVISTA UNIVERSAL LISBONENSE.
359
Mn» $<rá f9it0. » .E o servo ficmt são n'aquHla me)ima
hum* (7)
• Uiii pHncip9 da ^inagog^^ ckefftt á presença de Ckrislo
t põe- te a adúriA^ , diuiHh: m Senhor , a minha filha
0ea^ de expirara mae vem^ impõe a tua mão sobre
ella e tiveram»
Jesus se Ucanteu , foi^e eem eeus diseipulos apoz
file.
Eno eamnha uma mtdher » fue padecia um fluxo d»
sangue do»e unnos A«i>t0 , chegois-se4he por delraz e lhe
iacúu a franja do vestido :
Porque dizia dentro em si i 'e^asta gue «u toque Oseu
vestido para ficar curada. »
Jeeuê vdtando^e e vendiHi U^e disse : « Ccèra dnimo,
fUK% . a tua. fé te ha livrado. » E n*agueUa própria ho-
ra ficou a mulher sã.
E eítegando Jesus á coma do príncipe da sinagoga . e
wndoee flauiistas e>a confusão 4e gente que se esêaoa
para o funeral , dsAia :
m Apartae^vos : esta moça nao*está morta ^ senão tá,
admmecida. uE os que o«urtr««i, iiio/(Dir0»t.
Mas despejada a eazaefdrou^ pegou^Uèc datnao< -tf
« rapariga levantou^se :
Bo que soou graasde fama por toda a*terra de /#»,.
wmL (8)
Uma cananéa, vimda das paHes de Stdm^ correpara
CMsto-, exclamando : « Cmapadecei-vos 4e vâm filho de
Jhzvid e Senhor meu^ minha filha estálastimosamenle ve^
eeada. »
Jíeouê não èke respondeu^^oe diseipulos o oerearam
dizendo : « Faze-lhe o que» te pode para -o despedires ,
^mtnâo tião» tr^nof-Aa seguindo eom os sem alaridos. »
Jesus lhes respondeu : « Hão i/u» mandado senão para
4Sã atétíns perdidas da caza d*ieraal : •
£Ua porém se chegou ainda mais perto o o adorou^
eUzendo : — n Senhor , vale-me : »
JS elle lhe disse-: « Nàp se J^orde tomar a pào^ que é
os filhos , e atirais aos ^eíies : tf
Ella replicou: •Assim é' Senhor; mas os eàosinhos
também €omúm as migalhas que Ihee caem da meza de
S0U9 damos. »
Eníào Jesus lhe respondeu, s disse : « Mulher; fé grem^
de é a tua : façe^se o que desejas. » E para logo a filfus
d'elia ficou ^ioa. (9) ^
Saindo Jesus ^ >os seus deJerichó, segwiaas wnagrms^
^ enuiiidào :
E dois cegos quê estatam eesdatíos á borda do ca^
msinho , éenlindo aqmelle iropel , e intendendo que era
Jesus o que passava , deram a ^amar rijo , dizendo:
Sonhar , filho de Bavid » havei eompaixào de nós.
A turba os repreendia dizendo que se callassem. Mas
^lloe clamavam cada vez mais: Senhor^ fUho de ãavid,
kavei compaixão de nós.
Jesus parou « ehamo»-^ a siy e lhes disse : mque per-
isndeis que vos faça. »
«c Que os nossos olhos se airam , responderam alies :
Jesus houve d*clles compaixão ^ logo amhoe ficaram
vendo , e se foram na eomitiea. (ÍQ)
Jtãaria proslrorse aos pés de Christo , deplorando 'a
(7) S. Matbeiis Cap. VIIT — Terí. 5, 6, 7, 8, 13,
fS) * S. Malheug Cap. IX — vers. J«, 19, 20, 21, 22, 23,
Í5, te.
^9) S. Mnfheus, cap. XV—vcn. 28, 29, 80, 3f, 32, 99.
iW) S. MAllieui, cap. XX -^ yen. 29 , SO, 31^ 32.
morte de seu irmão, Christo eommondftf ordena, a.
tha que abra o sepulchro. Alartlta hesita : a o cadáver
está corrupto , diz ella , quatro dias ha que ftá dado
â terra : c Christo lhe diz : « / JVõo te disse já que sé aetOr
ditares has^e ver a gloria de Deus ! »
Levantasse a loisa e Lazaio resusciúz. . .
Poderíamos levar adiante estas iraoscripiçoes , maa
fora supérfluo.
Em todos estes exemplos se viu — que as orações .•
dirigidas a Christo cmqiianto andou viiivel sobre a
terra , serviram para mnko mais coisas do qne para
evitar o cafr em tentação. — ^ Seria pdrém* isso privi-
legio d*esse (empo , e que se acabasse para dtpoÍ8>?
Não: e que nol*o prove o mesmo Christo e a suacgre-
ja. — Eile, inventando o padre*iiosso ; ella, adopian-
do-o para sen uso.
Tendo Jesus acabado de orar :
Mestre, Ike disseram os diseipulos, ^ como havemos de
orar nós? que nol-o ensines.
Quasuio quiserdes orar ^-^ihes respondeu elle , — di-
aeii Padre nosso, que estais nos céus; sanetificadossja
o vossa.nosM* . . .
FejiAa anis o vosso reino» SejssfsOa^a vossa ^MmU^
de-, ^assim na terra èomo fiò céu:
O pão nosso de cada dia nos dae hoje.
Perdoae»nos sa nossas dioidas, assim como nós perdas^
mos aos nossos devedores :
Não nos deiíuis cair em tentação. Mas Híftae^nos do
maU Àmen»
N'esta bcllíssima oração, a primeira, a mais excél-
lente e porreira de qqantas se po^em recitar , atiran-
ge« teu Divino Aucbur ., em poucas palavra^ toda a
immensa csphéra das humanas hecessidadcs. Não ha
uma só d'estas petições, dirigidas ao Pae C«^IeAe ,
qne roediaia ou immediátameoie , se não refira aó
bem da creaíura.
As três primeiras»^ que (éem por objecto a glori-
ficação do ente supremo , a propagação do seu reino
sobre a terra, aabsolutaBubjeição de todos os homens
ás suas sacrosanctas vontades . compreendem toda a
nossa espéritúal destinação. As Ires seguintes, a do
•pão , a do perdão e a da tentação ,. exprimem as ne^
cessidades Urrestres de t\ue o homem não pode sair
sem o auxilio superior; ligado ao corfio, que cèlé^lc*
ve OMnter , como depositário fiel , aCó que Déas lli'o
mande restituir á terra d^onde. foi tomado, elle p<^
de para boje o indispensável para a sua sustentação e
nada mais , -^o pao. Mas este enlo que vive . já vt»-
veu e já peccou ; já ofendeu a seus irmãos e já foi
por eiles offendido: para que lhe remittom o qiie.el*-
)e fei • remilte eile o qne lhe fizeram. Emim a soa
perigrinação contínua ainda ; e novos perigos , «omo
os do passado, o podem saltear no seu iuturo ; por isy
so clama ao valedor suprema , que o nio subjeitc á
provações superiores ás suas forças , nem Hie retii« a
lux da sua graça • para que veja e avito as emboscar
ás$ do inimigo : «— noa nos deixeis eair em tentação^ .
Uma derradeira petição finalmente cifra todas as.
seis . e abraça quantas h^póthescs de justos e decen*
tes desejos se possam conceber :—' litra^rfiot de todo
omaU Tão incommensuravel requerimento só a um
pae , qaa ao mesmo tempo fosse um D^iis • se podia
dirigir : por isso Jesus nol-o encetou por aqu^llas pa*
lavras*-* Pae nosso qne. estais nos ééus: — invocação
tão alta » e > tão para confundir a humildade da ccfír»
30 *
360
KEVISTA UNIVERSAL IJSBONBIi^SE.
tara, que a egreja havendo de coliocar esta joya ma-
•xiiBa das oraçdes no altar, no seu acto mais solemoe.
no eipiatorio s«icrificío do Filho de Deus, se ?iQ
perplexa scib atinar como a tanto se afoítaría, até que
erofím rompeu n'eslas voaes , que o saceré^Ce , sen
interprete , levanta do fundo do taberni«ok> : — adr-
snofs^adM j»e/oa pre€êUo9 saudawis . do nouo Redemptor
e formados no seu divino instituto, ousainm emfim dizer:
,padre íwmp , qno ssíais nos deus et o. ete.
• Se a Oração do christão mo tivesse ouftros fins mais
•do que o evit^ir eair.em lentução^ o pcotitjpo das ora-
ções do chrislãò, a oração dominical, d,everia ter si-
*dõ reduiida a cites simpliees termos : psbdrânssso^
^fWÊ tstais m» céus ,. noa n9S deixeis eair ent íentação :
4NR»n.'-^-.Gu.aii}4a «ais a ^stes simplicissinios ; — pa-
dre nosso , que estais nos céus : — visto q^ wmr é sv-
Donimo de eidorar; e • Hxniir êis imiiaçào é já eíleito
•do fsesmo orar. Cbriato porém que era, e é tão Deus
como aquelle a quem oramos; Christo, que assista a
4tidos- os coMélhos do Divino Padre , a«ctorisoii-4ias e
4nsÍQ0<i-*Ros a pedirmoa iuda , e sobre issa diase ain-
da expressamente que tudo o que em seu nama pedip-
ternos MS teosL auihtrgádoi
A egreja , acooselhadi» da Divina EsptriSo , eréan
ainda um gmode numero de orações, para uso publi-
-ao e privado de todos os dias eparatadaa ascircuma-
tancias da vida« Todas eslaa orações estavam, sim ,
^iristiiahBeRlc contida^ Ha da Padre-Nossa^ porém ella
as estremoa para as desinvolver, para as achegar mais
-|»eTto à cada uma das nossas precisões , para fiol-as
•insinuar melhor na vontade explicando-^as.
j Viu v^ oração dominical uma espécie de Émnansa
«rvore da vida: <ledu6iu d'eUa an>a infinita qaanii-
4arde de ramoa , que plafllou no seu terrena , o. que
lioja fozcm o>|le jiima éeâciosa ílarasta myatica, on^
de a alma se refrigera , se alimenta « sè consola. D' ea-
-las novas arvérea , também da ^da , qoe todas se le-
vantam para o céu « chovem fructos para a terra , e
•onde os anjjos poisam com amor e d^ andebol bem fk^
TOS imnertaes para um dia lá na pátria aos coraarem ;
•d'estas orações tadas do . christâo, «^ amas são si|»-
plesmenta adoração — outros louvores — ontras ae-
-cães de graças — outr as petiçaes— -outras nblacções.
- Com todas ae evitará a se evita o cair em tentação,
>camo sejam perfeitas e aooaiipaiihadas de.snas inds»-
-pansaveis. ooodièções ; mas a outros fins muito distii»-
■ctos se dirigem moitas d^etlas; parque «obaverd^ris-
40 dieta aos apóstolos que ae deixavam adormecer ,
migkte e ame pam nim isàvréet wn íentofão, ^ evidente
^«e Ibea náe disse, que a oração não podia servir pa^
aa autra coisa visto que já para outras coisas tinha
^icta e provado que ella servia^ — e elle própria,
-qaanéo orava , ara d 'isso um ar^pmenla vivo , pois
que «o homem Deus «ãa padia ser tentado, e todas aa»
tem o q«è na Knguagemdo Antiga T«sta mento signi-
ficam as tafiUlçõcs do deserto; que pão eram tenta-
ções sa aeBtido «m que ae fcama a palavra vulgar-
mente.
- Se o 9rat9 ne iniretis tn tatilstsottaai quitasse dtãer
que o orar sé era para isso; para sermos consequentes
aer-Ros4)iemos mnitasvexesohdgados a sermos absur^
dos , na ínUf|ifetaçio de 4odoa oa litros .sagradx>s e
profanos^
Não -vansas BMÍs ioii^: «brumas a Bit>tSa im prtn-
eípia^-^ . . ■. -'.....
Dems frx dais grandes InnéMiTu. O lunUsutr maior
para que presidisse ao dia^ e o lumnar menor para qiÊê
pr€s%êis$e ànoUe: epet as estreitas no Ifrmammto, para
que lusissem á (arra, para assim poderem ser ditididas
a luz e as trevas. Digtimos Ioga; o sol, a lua , e as
estrelias não servem, não são , nem pedem ser para
mais nada :^^e dâssemns uinia £aksidade«
Deus expulsa Adão do paraíso , para que lavre a
terra , dignmos togo que não temos outra coisa que
fazar senão iairar a terra : — e dissemas outra fai8t«
dade.
Meia lUMitemptemas èatas orações da egreja mais de
perto. Escutae as vozes que o sacerdote dirige ao Al«-
tissimo, uniVido e abençoando os amores dos novos es-
posos: ffst^ implorando para ellès também a fecundi-»
dade e as bens da terra.
Mas orações , que segnem o sacrificio incruento ,
impiara- a cçn serva çia .. fortuna e sanctidade à<y pon**
ttfice , do prelado , de el-reí , dos príncipes e pro-
le régia , do exercito e de todo a povo: ungindo a
tigonisanta invoca ainda a vida ; nas guerras suppli#
ca>-ae a victoria e a paa ; nas sèccas a chuva ; nas
tempestades a bonança; na esterilidade a fartura; naa
pestes e contágios a sacuda. Çm tudo isto entrará ò ne
nos inducoê in teiUationem» mas ha lambem o jpanam
mostrwh quotidianusn e o libera nos a mato.
Quando a tenra muge e se abala « quando oa ma^
res se oneapeliam c se transfarmam em miltides de
sepulturas inconstantes , a celeuma de ; Senhi&r- Dem
náseriwêki í que rebenta M cid^idtr. nutante a pettdi-
4a a todas as partes, e da nau aberta embathnços e a
braços cora os -fixações, ^não.teria algum oitíta empe*
nho alem de evitar o perigo da tentação?
^ Quando ura esposo reoém brindado p<la nalureti
49am o seu primogénito, e tendo ajoelhado para o bei-
jar anjo sera azas no seu bercinbo alvo , levanta ao
céu o^nsamento, pedindo para aqueilo ente que ain-
da não sabe pedir, para aqneile ente que é ett
le e mais do qse elle, vida e felicidade sobre a ter-
ra , quanéo^ergueudo^e d*aUi em sobresaHo a um
gemido da companheira dos se«s dias a vé eoberta
<lo «uor da morte, e atnaiodaasna alma aos péa da Mae
de I^lisericofdia para que lh'a ol^enha a restitua , 4íaei a
este homem, « tívraste-te de cair em tentação, moa nio 6^
aeste maisnada, a sorte d'essa mulher 4d'es6acreaBça
estavam escriptas, em vão presumes que as mudaste!» Sa
o conveacesCes, nos lábios lhe trocastes aora^oem blas*
phemia. -* Diseé aofilboqneorâ aos pés do leétc do pae
enfermo, que « as suas preces não podem pralongar-lbe
um sóminiito na existência, b<-t elle vos alhará com hor-
ror, porque «ma vos lhe haverá diclo lá defitro -^<fue
vósmenUs, — pjxei ao irmão que ora sobre oaepnlchra
de um irmão, — que « as suas supplicas não lhe aprovef*
tam maia • que oa snsurros doa ciprestes ; que se não
estende para atém dos muros do cemitério ; » a aua ca^
beça se espedaçará cahido sobre a loisa.
l ; Que é da communicação dos 6eis , de 4|ne se
compõe este carpa mystico da egreja, uma vozadnait^
lido este syateoM 1 ? ^ í€omo poderá a oração de cada
um aproveitar aos ontros e a todos ! ?
A communicação dos sanctos deve ser ris<;ada dos
artigos de fé. £ este immenso cone en to de preces ,
que estabelece uma tao maravilhosa harmonia^ entrq
o munda da terra , o mundo do. céu , e o mwido in*
termidip 4a^ expiações; emAndea^n. Ae^^ tràíim-
REYISTA UTOVERSAL LISBOKEIfSE;
861
piMOte nio tem fue orar : ià nio pôde e«ir •« teaU-
{ões, e seu tDteretder^ comaodof aiifM, para nad»
fódt servir ás oatras doas. A egr^a evpecUnte j4
itíu das ienUçdes : calada e paotenl* esperará pda
hora do livranento. Nós membros » h<^e da egr^a
«ili aote» orareoios ainda alguns dias, mas dispersos
o solitários porque as egoisUs orações de cada um
Mío podem servir aenão para elle, e. a eUe,s6 para o
defender ^e ser lenUdo. } Ainda bemquei nada d'tato
iverdadetro! -
• .Chrísio» dignando-sefaser-^ebomei^, divjnisou a es-
pécie bumena até sobre a terra : torooo «ada homem
membro tio eorpo de -que ello era cabeça : afiançou*
lhe iporadía pérpéUia, para o futuro • no palácio de
seu pttíb, mas dèu^lhe já na vida caduca, pela pai da
CQQociencia e pela eertesa das esperanças, os antego»-
tof d'essa feliotdndo: tèlr9 saber a mais imporUnte
poete do futuro : tornoo«o superior 9i>s males todos
do natureaa e da fortuna ; e nao contente com todo
isto , deu*lhe eioda , mediante a oração . o poder de
o|Misar milagres em favor seu e de seus similttantes,
eoBsaagujoeos ou estranhos, presentes ou ausentes
nos uUivaos «ootes da terra , vivos ou mortos.
" A oraçio é uma neoessidade de toda a natureaa es«
piriUia.1 finita : é <iobradamenle necessidade na nossa
natuceaa, aiém de finita, decaida.
fiendo .0 Christtanismo iodo amor , cifrando^e em
#mor os »eu8 mandamentos , tendo sido a sua funda*
^» um s^criíiaio de amor immenso » i quanto nio i
digna d'elle esta .convicção de que jO nosso pae eeleste
nos nio M-de negar o que Ibe pedirmos !
. Dineí a uma imulherinha, ou a. pessoas similbantes,
-*-«orae para evitardes, a soberba^ -^ nio orará; por
f ju« nio lhe apresentaes senão um priocipio de um ra*
eâoeioio longo ,, que nao saberá fiiier — mas . dizei-lhe
prae porque pela oração se impetra de Deus , tudo o
qiie;nos pMe êer conveniente,—* orae porque , se fa-
xcndoKk com aa devidas dijiposiçôes , não obtiterdes ,
faao mofoyo aerá despacho porque é signal , de
f|ue , ^uppon^o pedir um bem « pedíeis um mal que
ipâo. coiibecieis: orae porque se o Senhor vos resiste ,
quer f«ser mérito de vossa resignação;» •-•o eila ora-
rá logo.
. A fl[»iserícordia, que desponta no céu milagrosamen-
te , logo que os labjoa se abriram para orar , enche •
. ^IJooia' e ^aformosenta 91^ nossos, olhos toda a lesra :
como o s^,eUa.nos dirige alegra por caminhos mais
seguros; como o sol, ellafâi naKer nas margens d 'esr
ses floef 0100 caminhos Inícios terrestres de um uso mais
fiDasedialo. — B' porque o Deus do céu é também o
bens da terra ; ^^.é porque eUe quis multiplicar, por
Iodou ^os raejos naturaes e sobrenetiiraCs , os incenti-
roa que move^Bsem. a nossa vontade livre a procura l-o,
A oraçio« -que sussurra de dia a noite em toda a
anpnrficio do globo , é como um florir perfumado e
poQtíiMio dos. espíritos para o céu ; e os ai^oe , que
Imízam a colher e^Us flores» voltam logo para sua-
fieuik^ MÈOB silâoSt d'onde aa collieram , os fructos
Por ires modos noração noa faUelta : -^ 1/, porque
ella wãio pede eiistir sem ler por.bnse a quietação da
foo^hmcm. — 2/, porque nos.pédjs obter o que de-
pajaviiiu «quanda q qoo desejamos noa convém realineo-
le« -^3.'', porque só pur eUa noa podemos toruiir se*
fOioraA 4^ nosaa sqfllfu..
Lamartine , na sua eloquente Viagem inf tetaxée ,
diz : « ; Oh 2 que mundo hão é este muado da oração !
« { que vincuto, invtsifel- sim*, mas possaniisstmo ! . . .
« . . . • Sempre se me flgdron que a oração , esse tão
« verdadeiro lostincto da nosaa natoreta fraca, era a
« única força real on quando menos a maior força do
«homem« Verdade é que não percebemos o como a ora-
«çio opera os seus efiKíitos, mos |qne é o que nós outros
« percebemos I A necessidnde, qae ivivoluota piamente
• obriga o corpo a respirar , prova também á alma a
tf efficada da oração. ; Oremos, oremos ! ; B vós , qu#
a nos inspirastes esta maravilhosa communicação eonv*
«vosco mesmo, e com os entes e os mundos invisíveis,
«vós, Deus meu , attendei-nos ! [ atlendei-nos muito t
« attendei-nos ainda além dos nossos desejos ! »
O homem/ que ora, tem mais um sentido do qna
o que o não faz. Duplica as suas rekções e a sua exis-
tência* Aproveita o praser,. como bem , as penas co^
mo sacrificio: — quando se sente marcado para oho«
locausto . Goróa-se eite mesmo de flores.
Que nos releve quem lèr, o desatado d' estes ultímoá
pensamentos. Falta-nos o tempo para enraroaHietar quan*
tos affoctos nos desabrolharo e Oopeeem naturalmente ne
espirito sob este immenso horísonte luminoso onde es-i .
ta SÓ palavra aoBAçIo nocunisTÃo noscoUocou. €oUie^
moj^os como. quer que vem • e assira os lançamos so^
bre o limiar e diante da porta do templo, para queg
mistura dos seus diferentes aromas possa ir vagamen<«
te convidando a maior numero de vontades.
Faltando sobro a oração , como sobre o amoí* , o
intendi mento foge das Irnbâs rectas, indispensáveis naa
mathematicas mas impossíveis ou perigosissímas na lo«
gica logo que sé tracta do bello moral c era geral do
bello. Um astrónomo celebre , perguntava depois do
ouvir uma tragedia de Racine, « que prova isto. r
Araaio; com seus rigores de princípios e conseqnenw
cias erra muitas vezes lá onde o coração costuma acertar
sem descorrer nada.^ Quem tom batido á porta à»
infomo com legiões de phílosophos? a razão transfor*
mada em gigante escalador dos céus? ^ e á porta dos
céus quem bate de hora a hora para lá metter cardu-
mes do contentes ? o affecto • o sentimento humilde.
Já na vida é o mesmo: — os maiores discursadorer
aio os que mais a desacertam.
Se argumentos abonam , não ha crime que iiãate<*
nha argumentos, com que se defenda. Morai, o b$*
sássintí á9í França , teve a sua apologia; Çuríofu Ccr^^
dayi a assassina dellarat, teve a sua apcílheóse. Ket-^
zHm neiocinon contra a liberdade; Sana racioci*
nou pára:apmdnlar a í<iêxelme. O FraneiêcQ dos^Sb/-
tèaéoru de Sehtíitrprowà que o filho pódematar o pae;
e nem Fnsneitco, nem StÊmd, nem ITofseèw, nemtor-
dattt nem Uaraí, se teriam jamais precipitado se , em
legar de se levsrem pelas suppostas linhas rectas da
logloav tivessem escutado a primeira palavra indemons*
trada do seu sentimento intmio.
Ora eite. sentimento intimo , que é o com que s#
ama. o bem, ese odèa o mal, — que é oinstinctodo
ânimo , --^que é a .virtude magnética do coração, qus
por mais que o reiPoivam o vira sempre a final para
o seu pólo invisível , — este sentimento , digo , nnn*^
ca teve. nem ha porquetenha presumpção de alinhar
phrases , porque o seu ofiicio nio. é fazer traetados :
vae dando, desconnexomente o que se lhe ofl^ereee«
Ôuvindo-o sóa ellcj pois fuo já^mvimosa fó, re^i*
30 ft
362
RETISTA UniVERSAIi LlSBONEHSE;
Knoft: — 4ue a oração, por-^seappl içar a objectos d'e^e |
mondo material « d'«sta fortiiila existência, aqui por
isaosedesauctora dasuaindolie religiosa. Todas as coi^
sas sãoo4»ras de Deus; — comoUes, boas; — eomo boas,
i^ígnos de s«r pedida«para racional e iionesto uso;
sobre tudo se d 'esse uso se aventam esceilentes re-
sultados espiriluaes. O pae , qvnt pede btnsí da fortu-
wi . pede neios f)ar« satisfazer? obrigações » para alí-
«ent4ir íilbos , .para lhes dar o ensino-, para os arre-
dar 4os 4)nectpicios moraes da indig^f^eia : e filho, que
|»cde a cvra de «e« fiae, paga uma divida da carne e
oiutra do espirito, ao mesmo tenpo que implora a con-
«erva^io de um meet-re « de ind gutac a fiel, queín-
tcreeic ^«ia vida de oiulro fiel ou do iaimigo da sua
^reuça , deseja-lhe horas « que podem ser gastas em
«oirlifiuar ou em começar a reunir £ahedaes, com que
merque ^ salvação. — Todaa estas « similhantes pcti-
•çôes , quando èem feitas , são necessariamente des-
pachadas.
; ^£ come deixaria de assim ser 'se'q<iando ochfis«-
4io ora , « « pontifice , eterno^ ^e nnmutavel , Ciirís-
to , o ffae noe ensinou o pedir .tade , o que nos disse
que i«do obteriaoios, Chrísio, « amifo, o irmio do
tornem pela «ame » o seu mestre , o seo redemptor ,
« seu bauq^iete perenae , a sua diviadade encoberta
nas presente sobre toda 9 £aoe da terra , Christo^ o
fillio da Virgem Amorosa, o do q«e« procede o Espi-
rito do Amor;, o que oasceu' meélao e foi annanciado
pelos anjos como paz aos. homens , <o que disse, «dei-
maç vir o« pe^tuMinoê ^téa mtmo-ii-e que disse á pec-
•adora, «mtic^o ic smá fierãoaéó, pontue ímUeamoâíe^
o que se eooturbou e se encèiett de tristeea Tendo
morto to seu amigo Lanaro, o que fez tantos coras
e fessufreições como prodígios, o«|ue na hora dotes-
tanM?uio legou á espécie «howana como preceituo aiuov
mutuo, como emfímdeiíUria de se eomprir asaapro-
roeasa , acerca da eílicacia espiritual e terrestre das
ei*açdefl se^éelle mesmo, o que as apresenta ao Bteroo
Padre , ungidas , perfumadas , divinísi^das com o seu
saugneJ? $im,sim: a oração do philoaepbo poderá uão
f assar de' adoração — e nem tanto Decessitaria de ser,
•T-mni*a do christão é orna palavra < mágica não direaos,
porém dkiaa, 4M:>ta para mover a Deus, alterar o««rso
dos succcssos e renovar aíaeeda terra^ — ^^;.Qoem ou-
sará affírmar què o aiIjo da esterilidade, que já cmbor-
eava sohre os campos o vaso das «inganças, não fosse
alguma vez afugentado pela pooeissão aUeana dos bel-
los dias de «mo^ «airavez das searas e das TÍnbasY!
— A vara séjcca do prophéla desatioi^««e en flores
e fruetos« ^ 4 Quem sustentará ipie nunca oanfo de
peste , aos clamores penitentes de uma cidade coii*
^emnada ,. embainhou o aua espada?!-— £m Nfnive
se revogou .pela pantteucia a prophecia de Jonas.
4! Quem asseverará^ eom pleba. confiança, «que nunca
os dias , coolados de «um f>ae de familias . se j)rolon*
.guram pelos pranlos christáos de uma esposa ^e filhos ? !
•^BíB dias (de Ezechtas foram resgatados só pelos .pran-
tos d^ello tmesmo. i íQuem^ fíoalmente, .se atreveria
a suspeitar , iCfue as bênçãos de uma casa, onde^sr es*
maU iiitrodiízMi YÍda e alegria, não eosiumam sencon*
firmadas pelo ã^do IMeroso sobr^ :a «abeça do tyenir
feitor.?! InnuaMrai^ts exemplos pa Escripsuia e aíía*
da na *v.ida sontempdrsQoa o conlundiriam.
. A efte rospetio « dizâa ãkuMen^ ma iea incoo^po*
Kye| 4QiAui*(4atMr«4iJE;m^p2aa.T-;
c Estai calamidades- fde anv»deotomp4n#dos,-e$«>
tf Uçõts invertidas e <espenifiças de. lavradores . frui^»
« tradas) , que a vós tios afftigem « e de que vós vof
ff lastimaes, caftigo sdodO' vossa dureza pura eomos
« pobres*; nos vossos bens vos escarmenta Deus , poè
<c d^ellcs usardes injuslamentc : o que attrae para s(^
tf tM*e os vosso» carnes a iodígnaçio dq céu sio.os
<r clamores e gemidos dos indigentes,' fueidesampa^
tf raes. Logo n^estas caiatAidades ^evaesnãa faaveme-
tf dio senão dar-vos pressa em apasignai* aichólera di^
tf vina a podér de mãos rotas : enèão« mais que nunca
tf heis-de tomar os pobres por sooeorredsnss de voss#
tf infortúnio, O que vos occorre logo, é nhioantente
tf invocar cem preoes poUieas os saacU» padroeiros o
tf advogados dVeste reino , para obteades quadrasmaís
tf propieias', acabamento ao pobijeo flagelo v testttoi-
tf cio de serenidade e abundância! mas nÍo é só-pani
tf ahi que devem de ir as vossas promessas e orações:
tf Nonea os ianctos se hão-de -mostrar compassivos pa-^
tf ra com as vossas penas , emquanto vós mesmos d
tf não fordes' para com as dos vossos irmãos. Os artki-^
tf tros dos ventos e das estações tende-los vós sobre a
tf terra: dirigi-vos aos pobres, que títo elles, porque
ff assim o digamos , os que teem nas mãos as ehaves
tf do céu; são as soas oi^çôcs, as que regulam os
« tempos do anuo : que mandam vir dias serenos 00
tf desastrados , que aifugentam ou grangoam os fsvo-
tf res lá de eima ; porque só para allivio d'elleséque
tr baiica á terra a fartura ; e só á eonta d'elles haveis
tf da Providencia castigos ou mercês* » • •
N'cste século , em que todas as tendências slo pa*
ra a matéria, século em' que estio dando sees Irmãos
as sementes de -incredulidade,' lançadas no preceden-
te , deve ser , nos parece , uma ídéa sempre presente
ao espirito de quem escrevo sobre assumptos f%fi^
giosos , ' para resuscitar ou fortalecer a fé puèlicar ;
mostrar como o Christianismo, irmão da ivaltireMi em
quanto ambos são Alhos de Deus, não contraria a ne-
nhuma das tendências d'ei1a, senão úe§áe o ponto em
que principiam a tornav«se prejudtctaes; — que até a
esse ponto , elle mesmo , as ajuda , as corrobora , e
a^sanetiíie*; d'o|ide se segue , que, fraetaifdd dtt
oração, não se deve parar na parte transcendente e»
para assim diaer, ideal da mesma oração'; mas des-
cer até. ao interesse immedtato, individlial eaté,
quanto for possível , ao interesse pbyslco: de* todo o
dadre-Hosso a petiçie do pio é a mais iutelifgivel pa-
ra as turhas.
Quem nonoa oro», nio contrairé o habito de orar,
começando por esse acto* de adotaçio abstracta r pelo
eootrario sabemos pala ezperieneia , que sio as nos-
sas necessidades ou desgraças mundanas , as frimei-
ros que nqs chamam parado' pé da orus; onde moitas
vezes a graça está á nossa espera. Uma enfermidade
grave nossa ou de um dos nossos nes dá fé^ ehavidade
e esperança , d'oud« immediaiamenie' ae accende a
omção: O , le essa pessoa ^norreu , as me9mas"dispo«
sifões ^ se eugmottiam ainda; a eroçãe loma «ta chara*
cter mais sublídue e nosmettedesengaDadamenteii'e9-
savi»da adoração incondicionada^ 6 tmmem, que está
na terra , só pela aèrrfr>pód)e caminhar para :o oéu.
Quamle toda a 4i»toría do Amigo Testamento ; 0^
BvangeltMS ,> oe Aclos dos Apóstolos , as Bpiítelas , otf
escriptoa ides. panclps fadres, as. résas da Èg-reja , iíúí
estão dizendo « embora «m síeatiáo-Hlwrado^^ qpuen
jKf^isTA vmyimHki^ umi^isismE.
303
mttaknrm, |mrMr livre, pMe «Mar a TMita^-da
Creack^r a icu. respeito, ;;qtt«virk«iqtti farar iima'árH
4it ínetapkysaca., desmeniíado , pòr «ma- álgebra tes*
frirktial , escaaada » eateril . ÍBiposaif ei , tio feipeita**
^ol concerto do rozefi, prolongado por tetlliaita deaii«>
mos ppr toda a tuperieie da. terra ?t-*«- crença ; de que
«e derivam vantogeiís moro et » incenteelaveía , porqae
f)or eMa se facilita e> miiitiplic^ oorar:-<-a ohomeni^
eioe ora , cpnsola-ae éeauítaB penas; adermenta- em
•ai muitos edios , afTaz-se pele .peasamento* aos senti-
HAenCos' da cher idade» e experimenta deleito»; l|iie
fien a pnlineza« nem os trabalhos; nem o eareere,
-aem o desterro, nem as doenças , fiem. o^duprèso,
«nem a. orpimwiaíde: ike poderiam iitebatar.. Do-ban-
Hjoete, . da comeryaçio , do spett»e«ilo^ do passeio ,
saímos sempre mais descontentes do que para lá en*
4rámoB ; mas \ vede 4» fOit»-do que se levaau de con-
Te#sar eoói Itoos l - f
. Havemos difetft ido 'O om^o vê eramvJto , repassa-
-dos da verdade que expanhamos ; esforçados pela coo*
4a em qae tlilhemos a soa < importância ; - e ao* mesmo
tempo , segundo nos parece , reverentes , como tod|
-a Eeropa. i^^bejtonomè.ao bettiswme cbaratler re- 1 ^^^^ riauissima ordem, coando oníz^ram dkoor do*
•ligioso ephitosepnico do idcvok » cujo escnpto bairia-|
«os por dev«r amlysar* ^miciif Àfiãtaíeles ^ Jtmitut
^aio t seâ ma^Mmicm tmiiaê. .
Da lealdade, com que na disputa nos boiívemos,
•4ief doòmnenios bastantes « artigo mesmo de S-j Bx/
^ por. nós estompado, a.pag« âB9 , sem avgmento nem
^iminaiçao de uma virgula ; o escnipoloso resumo ,
^oe d'eHe fitemos- a pag. 86S{ « a pontualidade, com
-que fomos reprodoaindo cada trècbd do original sobre
-^ue havia de recair a nossa refotaçio.
RelendO' ainda agora , e por muitas veies, e atten»-
tissimament^e aquellc artigo, confirmamos novamente
;qae — .a su dootrina nos pareee erratt^a e perigosls-
.siffla.
E aeeresceniámos jmtffoêínima , porque eritis ha
que , apesar de soa ^-avidade , nenhum mal podem
-produiir, se a obscnridkde , insipiência ou descredi-
•to^ ée quem os prottre^ iogd é naftcença osdesMicio-
•risa , o que no preaento eaeo inteiramente corria pelo
icootrario; porque o nome do Sr.. SiLTesnsPiiiinao
F^nmA e o titulo do jornal o Ckrktémdimo , orem
fwira o vnlgtt isdoeto o desestudioso duao inevitáveis
«edueigdef.
Quanto porém á qualificado de «rroitM * a mesma
-lealdade , com qae ^m tudo nos havemos, noi ipcrsoa*
de a fazermos uma declaraçio : — chamando errswao
aa sentido do artigo « Imigísaimò estamos de snppér
^m S. £x.* as opiniões , que o seu escripto apresenta
ao nosso joiío e ao de tnoitas outras pesèoas t -^ foN
•fiamos ^ntes, de acereditar que 8. £x.^ perfeito chris-
4«i> e perfeito eatholieo, teve com tudo ^«níbetnnio
«de DÍo etprimir aqui as soas idéas^ céa^.assás 4led«*
SMaiM>lviawiHo ou clareza y.pará ser^fu de todo» perce^
dMdas. B, seadoasaim) eonfladamêato)efporaiiMque9.
£x.* nâo tardará , obrigado pela sua consciência dèi^j
eada, — não a relractar-se^ masaotll^W^tea^-Ladbe-;
Títaéo plenamonle ás' vendados voeciúdas «a «c|[fe}a-. (
J O que pediinoe a & ,fit/ é quo->^aStf«t« «i«Qila \
4napdrtancio do ^saaiptoi, o <o.'p«qoeaai>aècanc% >fatel-
dectaaal de muito» éos leitores de .pèriadécoa^^^fe di-
gne 4«sQer.n'4sía 4lH|putaivjdes9nflKr,* ámím phil«Wh j<.u Itevalaai xeaaium4o:aDcajadail, >4il» l4lJi^««til».4íP
pbia , d'eide ovoljgo^matpoderkouvil^oeeDiergal-^e:
*-quo faça , digaraol-o assim., a oncamaçio do.sea
eepiritQ, e fnsXrua o povo, que d ""^ssa carece^ Nésaão
lhe ensinamos coisa alguma ^ pedímoa, pela ct)ntrat;io
que noa ensine, elle , contentes de sermos, d^entraoa
seus ottvfutosyf èa primeiros o os mais attentoe. >
fâRTOIÍE
commemqraCjObs.
IKSTXTinçiO BA ORÍ»ZM X^fi ettlJLXSl^Of
14 DE ÉARÇO DB 13l9>.
1Í760 A iNSTiTciçío da Ordem dos Cavanèiros de
Cbristo , foi rnn dos passos grandemente políticos pojr
onde D. Diniz f)em mostrou Ser um habílíssrmó rei^;^
e um príncipe digno dò alto cônceiio com que' a his-^
toria nol-o apregoa. ' . i »
Se porventura nSò são hem averig^iadss as yerdá^
deiras causas dá extincçlo do$^Té(âplarÍos/nio pade^
cedQvida qué depois de haverem os papas Clemente V
e João ^XII feito a seu talanle a partitha dos bens
d*esta riquíssima ordem, quando quizeram dispor doa
que èILa tinha êm Portuga] , o nosso grande rél D.
Diniz recusou sempre dar compríínento èos ntandat-
tos e exigências de Roma', tatito eoiítra os cavalleíèoà
do Templo , como a respeito da appHca^lò dàs sttaa
rendas. •. . >. ' ^
■fi* certo que jpara evitar algtiáa conflibto entre à
€uria e a coroa portuguezá , instituiu el-réi a X)fde(ík
dé Christo, dotando-a com os hensd*aq«etrontra, quh
o ponlífíce abofíra ; no que muito mais babil , politl*
CO e Independente se houve o nosso monarcha ^ âé
que , em similhante cênjunclura , os outros soberanos
da Europa. ' ' . • '
Divídia-se esta religiosa miticia cm regulares dé
cogula, clérigos freires, e cavalleiròs secnlares: e
em riqueza e estimação excedia a todas aS ordeiísini*
litarés doeste reino: o famoso convento de Thbma^ 1^
um grande documento do seu passado esplendor eva
Portugal.
Hoje em dia não tem riquezas nem estíiíta^o , — •
o que tem é muitos cavalleiros novos ... '
^. da S^ IWio^
0 oortBlko ir AS atlot 99 ^WsUló.*
MB»oau aio sBGUbo fassAapu
' • ■ IV. ' •
, t i Tu9fp que ai ps sfst |hm>^o
, , DVste soohu e mostm vXa^
Pyir (fc fora Vetplandéce , ^
"^ ' Deiitro hBo ha côha SnU.' . •
' ■ ' ' ^ Jf\ é€ Sm MitmiUi O$M0
^ madã Ilaii$m^
' ' «esAutlo no «VANtAnO.. —
fi7$l ^HaavaLitts tesvaJaa^ «nrtifadao oi^a«^..4ip
Minho ; rcsvalae, que itiftguem evofilará esaes «Qraà^
ride »*qíoe accahaea cm voséso seio |boitço$a.
•u;iteava4è^, ^oa podes» «fanar^vps^oi^mvoMaswiH^
tr«iiê tio'tMiÉdadaa d^ fochédoii esoar^iadps^.eotre^e^r
^liè^deiplaoktM de esmeralda «-aoaíratMiaa tbe lOi^
Arantes .choupos e aalgueire»^ •>:.!.., ^ ,{
864 REVISTA UNITEIISÀL USBONBI9BE.
atalaia f chit orlaa doa dois reinos bastidas |Mr^«3 . «
«castelladas vtllaa : ahi estio Valença , a porlugueca^
« Tttj» a aotiga, a celebrada da GalUza, c|ue pareceoa
guardar as arèas de |M:ata que iros iDvelfeoi, colloea-*
das em frente uma da outn , apercebidas e enroacar
<las , COMO doas leões de pedra a yelariua o: «eu tbe*
soiro.
; Que lindas sio essas ribeiras do Minho» tão mag-
niQcas , como as do Tejo , Ião aapènas , como as do
Mondego , e tão romenltcM, conM> as de Lima ! j Que
linda é Seixas, que lhe alveja pela esquerda; que se
debruça desleixada feira encosta, coano espumante ca-
tadupa > ouriçada de casinhas tão catadas; 1
Nas abas doesta pequeoina povoação, havia, se e
manuscripto de cerlo padre cwíqso não mente , um
ipequeno, mas mui alegre casebre, — porque era to*
do o dia mui soalheiro , — cm que morava Pedro Áf-
foQ^S f moço^de vinte e dois annos , alto , bem for-*
Dido de membros; alvo e corado; cabello c barba ne*
g/Pã , .crespa , e tão lusente , como flos de azevicjie ;
e de uns ânimos .... de uns ânimos de cavalleiro da
^ade media . leal , . honrado e brioso , e conheci(io
|>or lodos aquelles conlórnos pelo distinclo nome d.ç
tocarão das mHgens , que era , na verdade , uma vas^
aoira nos poços e reconcavos^do^io; onde abicava a
jproa aguçada do seu barquinho velleiro. ... ai« dos
iriUes peixinhos . coitados , que tá Ibe iam logo cair
lia rede ou nassa,
O nome de id>arSm doê mugem en beoi merecido ,
jera; e todos por tal e coabeciam e ]h*o chamavam;
akà seu pae , que era um pobre e derreado velho.,
de cahello e barbas, como uma estriga de linho, que
lhe queria como á lua de seus olhos, e que vivia com
elle em saneia paz e harmonia , e com uma Glhínha
de dez annos, em que sua companheira, que havia no-
ve se finara, lhe deixara uma recordação viva para
.aAudades e suspiros, e lhe legara o traasumplo de
]^ua lindeza e carinhosa virtude.
"Era ám anjinha do c^u a boa da pequena ; folgaso-
|ia e detpf^jada no amanho da casa, de que Ião crean^,
gjl ainda se encarregara e mui devota de se encom-
inieodar i senhora da Consolaçâ^y sua advogada e ma-'
iLriÀha de baptismo, ainda que o reverendo reitor,
para satisfazer as phantasiasdaSr.* Brites do Menino
Deus « ««a âmÀ e disQenseira , ateimara em lhe *pór ,
• nome de Marinha.
O^ vellM|-fafria-se »'eHa. \ ««^pois « âlbo ?, . . , oh 3
esse então não fallemos.
Era alta nMé; âilvetlre Aflbttsea ^qma assim se di-
sia o pae do tobarão dat vtugtns , dormia tranquil-
lamente sobre um montão ãe palhas miúdas de cen-
teio , é coberto com uma desbotada manta da Catalu^
nka ; dormia , e de espaço a espaço «m sorriso ligei-
ro lhe esvoaçava pelos beiços aiDarellos e resequidos ;
if^elos.aoiM»; sorria^se, porque um sonho ianocente e
ditoso lhe poisava ne ptnsamento.
— Ma, . .ri. . . fl. . rttw, . , .\ ::^ e« estendeu cari*
(ábosaaentè â mio grosseira etngellMáa» oémd fMcu-
tàúú^ alguma coisa para alIbgaWa. • ;
Marinha , que para alli estava ai uiacanliaho» «it^
Itíladá Èobtt imas poucas de redes ealirrafaiiaf, eoml
-eujas ttoyas de ooKiça teiaeavi pare sé haterter e ea-
^Ibar e mede de eiUr>aecof4aila,^ sásiiilMi tãqHoUM
horas medo , que lhe veprescniave m -sua imagi-
%i*^eioali«là e<peeliMf4MKp«pSet e, l '
a debusatcm^se ^e&tt defnoiadas paredet, .a
irémttlo da luz da caodèa,, qut vaei liava tandeante,
come Querendo exlinguir^ae dentro em iNne«e ; Mari»-
nha, qoc estava toda tranaidinita de smto, e. padandf
á Senhora da Conao'«^ , qoe lhe valesse em sim»*
IhanCe aperto* correií como uma corça , para juncto
de seu pae,. logo que lhe ouviu pronuoci^ir^ sorriu»
d#, o seu nome; pegtm-lhe na mão e aperioii-lfa'a
brandamente. Depois, não aei se por Kie parecer ^ ua
sentiu coisa, que lhe redobrasse o mede , eu se enloi.
vada na contemplação d^ seu- pae. . . — porque o a«-
pectede um pae jque se ama , — { eqnem àaverá.qva
não ame o seu ! *rderrama oe corafio laniaa delb-
ciasí. . . . ; e infunde n^alma tanto m^éko' anrobade
de deleite *e de doçura !. • . — aio pdde tcr^e, e deta-
lhe «m beije.
O .velho estreraeeep ; descerrou poi^o a peoeo ei
amortecidos olhos ^ que n'aquelle iasiante pevÍTtam
animados como as tampadas parabólicas do Evangelho,
quaode^ascineo iiingena prudentes Uma reBovavam è
óleo 4|ttasi esgotado , e ergBeu*«e aobre a aaa miseair
vel ceoia , estreitaado aamrosameata a filha qootn e
pelle. ...
<-^^ Mariãha . disae ella ,. teaa niédOi,« Marinha ?-<r
v«-Tinh8.-^Lhe. cespoadeu. a pequeaa n'«ai tom
baiiinhQ , e. esceodeode , como envergonhada , o aloi-
gueado rosCo entre as barlma auieias e veneraveia dé
seu pae.
.. âiiveatre ergaeu-ae ebe4'au^:— -Tinhas medo» ton-
tinha?. . não vés que já lá vae a hora OMldiela d|i^
dança das broxas , e da ruim procissão dos deCone«*
tus?. . que isto ha-de ser nwiis de meia noite l — ^
.r^Isso ha«de. -^ acudiu Marinha proeuraaée arrei»-
gar no coração tão animadora esperança, e ainda trew
mula e espavorida com as lembrmiças que seu pae
lhe suscitara.
-^£ , é ; que. eu já dormi doía aomnos rogaladoe^
E tu , e tu , minha rica trulinha real das eamòáas da
Guarda ?.%•*-.
*— Eu. . . . também dorsM , pae. -^
«n-*Aí. que me méales • Mariahitas dopecieado.— -
EilovooO a devorada, com affagea. — ^Oh! que nio tar^
daoá por ahi teu; irmão. Toparia elle ferluna, ^oi ilho
d'flale mea peito , a alegria dã minha ^do » o umv
lokrãp' das «aa^hiRS ff— o quatro lagrimas de -«061920
o de orgulho se lha deslafaeam dos ottiee arraaados ,
e rodaram rutilantes por aquelle roslo earogado e
áspero, como goHas de orvalho d'arraéada derraaaadas
par penhaaco earcomido. --*Obl í>9m lhe dètea .fort^
^-^Ancn, Deoa ]h'a depare !-^ volveu a peqa
— ^Faavento?*^ • .•
Ambos ao poaorant a esemaff em sUeacio.
•^Naò , nãor-^preseguttt o velho-«*-a noKo pare^
etq^ cístá át «osao;; a mas. espero .. . • • hotitott
-faâ Bkh aiada baai que i bojei aègaada feira^
^^ai^uoda feira das almiohâs do fogo do'|ÍN«tBdfa9rioi
é dia de boa oatrèa [ ora* ao Pedm ahapcattaoe ui^
aolmão, ... ««^
. ^Coaao «qaallo. . . . «^
-*->8t« • aiai'; omso aqaelleiqaè ae M d'a4oi pAina
M eoaa doà^aMHlàu . . .— «Imabraa^ filha « cooio ^ra
fordol. . . e coBi toaa eacama» iia boaHaa. . . • a ka^
4lrem oopm aai vtdrei .v edíe-eáraa ;al
^ Imrtop «aojaifafOBauft iciiftoi« » «. . r
RBYISTA UMYEASiLIi LISBONETVSE^
365
* <— ^E O Hmio, que létaiva na bocc»» lembra-se,
paê? —
•*- i PoU oio HM hei-4« lembrar • kmqninba 1 «jipr
•igaal » foi o na is tcmporio, qu« apfnreceu eaC^ontro
^UBO . que lá «ae ; e petcou-e o mea totario « . • .«-
— Ê verdade: foi Pedro. —
--^ ] E esCe aooa eilã» bem serédíos : inda se rIo
apanhoa nen meiot . . . , e aiada esti .por pagar o do
hífantúéo*. por ingar e-fôro do eostiime! Parece que
estamos «o im de rauode , MIm , ou qve noa deraai
algam n^gro olhado esses gaijogos peçoofaentos ! -^ i-*
gas , igas vos deu eu , malditos bruios e a4w vossoa
^nebraotos. e frnguejos ! . . . . — ofat que se e meu
Pedra. . .tamben , a não ser elle. ... —
•^[Abra lá, pao, abre lá depressa. Marinha, que
venho carregade*. •-* bradou une vòi eomprlnida da
parte de íóra , qve foi acompanhada por três eu qua-
tro rijas contoadas , qiie Azeram eslceniacef 9iê paie-
dcs e o tecto da casa.
*-^ i Ê. elle 1 *-* disseram ;iínHi1tan«aniente e pae e a
Alha , qiM imioediamente corren a abrir«Ihe a porta.
~ ; Louvado «eja Nosso Senhor Jesus Ghristo !«^ dis-*
ee Peéro entrando carrego do , quasi a ponte de ver*
gar , e depesitande «em cuidado o. peando fordo, que
trasía.
— I Para sempre, e sua Mie Maria Saneiisstmat^-^lhe
<respondeu Silvestre Affonaes , en enje elhar resplan-
decia a esperança e a curioaidade.
— ^;,B então, AUio, peaeaetes e salmão úo' hifwi^
itutof..—
'^-^^Hhta salmão. Deus níe perAée.— Marinha, vae*
me n'um p«1o á botica. .-^
*— i À botica ! . . . cruxea í — escjajnoq ella «saom*-
Araéa.
«— Anda , vae. « • . não me reepondaa , queteasan-»
go! vae , tate á porta , e chama cá depressa e^pa^
Iricante: anda, vae n'umf>é evem nootttro;eárta....
- ▲ pequena enAott, come varada. Tinba meée',mas
-o respeito q.iie consagrava a sea irmão vencia tndou
Tinha frio, que estava lirllando , mas a japona de
liurél , que piedro fbe arremeçon para que se cebría*
#e , a resguardaria do freseo da madrugada, -*q«e já
lá víbIm a eslrella d*alea a relusir, como um dla-
ananle , na horisonte sem nuvens. Era precise efeede*
cer ; cobriu-se , conchegou-se ; e foi.
O velho aeercau^se, meiapasmado, daf«de,qiieem-
l>riilhava o anspiradó aafmõo deln/anlado(«), masqoal
(•) N*esta breTè menoriã , — que fax a primeira par-
te de uma thtúnicm, qiie, se Deoi rae d^r vida e descaa-
^ , conto evrever de todas as tradicçSes da mfoha provincia,
uma da« aiais abendaa^es de iiiperiti^04*0 e aUno»-, « a mak
ricca ,. per oer ta , de poesia , qne tem Portugal, — piis todos
os mrus esforços para -eonseivar «m toda a soa piirexa e rer-
dade o hisêcrim, .sm q«e a mieba eoaipetiçao se eala^va.
Cmpenbei-me proficuamente em averiguar qual fosse a origem
ito foro , ou ,eof tometra , que havia na ribeira dp MiotiQ de
iiiBiidar para a easa do infastado o salmlo , eom que os pes-
•èadofe* annuaf meate -te estreavam. Ao eafbo de revolver e lo-
làear bttttaatee-maaaseriplos , em qve — wfelitiaeirte — oao
%9p«t eaelarecinieirto alfum , que me serTiase , pede^, em Am ,
elcançar por via de umoieii amigo -«^aioço de miuto ingenho,
e muito eHliido ,^a tfto «obiçada «opia de uma õorta^ datúdã
de £4 fft ^hrii dt Í666 m dirijuruta pelo tenh4>r infante á cama-
rá de Caminha , élo cujo archivo se conserva , registrada «e
Hvro dúo regiêtrot^ lehra O. e L, 1 10 , v.* — parm qve a
di€ê0 meiam ik$ imMtuu ifmMlmÍ»petcmi9 n» seu déãkicté.
foi o seit assombro, quando pele meio dos limos, e rofi ,
bacã^, empastadas de um sangue pegro e coalhado ,
pôde alfim descoWír á lua interta da.candéa« . . . .
; Emvez de um peixe fresco e hem posto, com o cor-
po d^sfallecédo e apunhalado de um homem 1
i i Eca D. Fernando Pejxoli> ! 1
A> Pereira da CtMa,
(Ctmiinuar'^e'4uiJ
lOTICIAS,
APOSTA XOUTAXi.
2762 Bento , era um galUgo de eequina , da rua,
do Oiro na volta para a dos CapcJlístas; bomeia.
capaz, e muito afreguesado^ Por isso, e já por i)mas-
três veaee tinha ido á terra alijar os pçaos duros.
Os outros gallego^ da sua roda tinha m-Ibes inve-^
ja , epunham-lbe pechas, a valer; e a fa)lar verdade,
de tempos a esta parte , estava bebendo mais do qu«
era de raâão.
Domingo ultimo , ao eom 4a gaita de folies , n'u-f
ma bod^gfs do Pelouiinho já tinha enxugado os seus.
tantos quartilhos , quando os anXroa folgando de lha
ver crescer a alegria — mO' Bento, lhe disseram « ás
a cafMix de Jb«ber mais uma canada ?»-— o Uma e meia
< até , accodiu elle çoiu a linguagem jgallega , ati-
rando já para inglesa*
« Nâo is ! • Soa \ — *« Não és \ » Soo 1 pag«€m-«^<e
e yenbá eflç ! »
Vem com eíTette o primeiro copo de a<^ia canada 4
vira-oj vem segup4<^, empinado; vem terceiro, eoK
horca*o ; e einb<)rcJHse elle mesmo por entre êè rása^
daf 4.a circun^st^te galliçvageii^.
í Quantas horas dormiria? — ; Dorme aínd^al^kS b*T
de accordar no dia de juiao*.
41 (jDoaiAçlp pasnÁco taioiubk mM\wrm.
27^ Lf^iMUÀ^oa feremos os nossos leitores do ai^
tigo 1244 do antecedente volume d'est(^ jornal, em
que falkinióa de um aingular velho , morador na fre^
guezia de Carnaxicie, por nome António Doiftípfost
a q«ef(i ;n|o))avia tirar-se-lbe e preseniifnentp de que no,
mes d'agosto. e não em algum outro dp anno, soaria
a sua hora derradeira, fiorque n'elle contava iodosjoa
seu» amrfveraaries ta» e maus. >
JkqueiJe natural temor qne ea veHioa teess de 3a*
neiw), tfnha«e elle d'agQSte« e. tanta que lego napri-
«etro dia se #atcaaienta9ft , cassando tede e noea 4c»-
mo um padecente no eratocto.
Mas perqiie ,«. nfesli^intiodo » a coisa m«is certa na
«er , e mais snceria no appareeer é a morte, te o sner
Ihor 4 eatar sempre apercebido .<par^ reeebèl»a ; oínoase
velho, a quem noventa e nove janeiros não tinham por
dído metler* medo , nem focel-e preeavfr^ee «dpseeuf
rigores, foioaMidasmuiUsvictimas do4'pal«e«nno^ <6t
noo-se nos primeiros, diaa de mea en «qpe eai:«poa. . •.
£is aqni um alentado «urg unento essitca os 4^gQÍMÍr
rea , e ^ma i^iuAcua Ucção para; eadliuUcoa* . .
HKA tnLvn»M»o^BJk» i^ràwraaaQaniAflUh.
^94 N*u«Ag dai bellaa tarées da semana passada
estava 09 laij^o 4o Corpo. Sauctd ujdm é^M^^ ^^^^
366
REVISTA UNIVERSAL LISBQNISWSE.
ôe p«vo a rir » e todos os giiatos- do bairro a darem
«t|)Uf)Osi e a&sovios; e já btslante gente alvoroçada
jxclas janelias.
- Áí caso realmente nio era para *ineiiof •
O bolieíro de uma das seges , que n'aqiicl]e largo
estão para alugar ds horas , linlia já montado paira
partir- com um ffcguez , quando os companheiros lhe
começaram a bradar : ; lá vae nina ! Olha o homem pa-
ra traz, percebe com cflcito um vulto; apèa-se , e vê
;na ta boa , com toda a sem ceremonia , uma dama
ctu corpo, com muitos atavios e franjas de diversas
.ceres, arremedando o trajo oriental, emfim , a rai--
'Wm da Grccia , mui risonha e contente de se vér em
taes alturas.
O lacaio, vendo que ella Ihènao tinha medo, e pi-
cado das gargalhadas dos companheiros , havia òu-
náo levantar o chicote para a dama de libri , .porqae
ítínha aluguer e não estava para graoas.
A este tempo já se havia ajunetado muito poro-; ^
de certo que quem quer que era que^fa dentro na sege,
devia de estar bem vexado de ter ^imilbante ciciado
na irazefra.
A rain/ia da Greda porém zombava dasameaçasdo
^bolrèiro, dizendo-lhe mui soberanamente'-: nndo lá
jfara diante. Eotio elle jávfóra de si, avista d'aquel-
Ja-tcíma e desvergonha, e ainda mais, da chacota
que lhe faziam os outros boHeiros e «o rapaz ío , já sé
desenganava a usar do seti cMcote , quando asenhortf
se resolveu emfim « stfUar pirra baixo, largando logtf
a fugir por entre as risadas ^dos espectadur-ea.
' 'kgwn ^ptra <>s que ainda o i>io souberem , dite-
mos, que esta chamada rainha da GreHa, é uma po^
Bre doida que ahi anda por essas ruas de Lisboa, tra-
jada como fa indicámos, oantando a quem n'a quer
■ ouvir as suas batalhas contra os turcos e inglezes, qu«
Jhç tiraram o seu tbrono ^a Greoia » eofflo /eila dis
jBui sentidamente.
O TkaCSZREVSE.
'£765 €oH este titulo -vae também ter emfin n ffha '
Teieeira o seo jorna^l , cujo primeiro numero acaba-
mos de reccbor. O empenfho dos redactores nverece
s animado. Graves e sisudos, parecem não pdr mi-
ra soníb nos interesses malCNaes e moraes.
Com boas fada6 entetem a carreira estes «ossos
eompaubeiros.
coL&ÉcçAo Bos «teaxMo«
* TXTds ú tiiTvsaAmiot i>o is&m.
tn. JOSÉ BUTASTHB KXBSIRO, OOTEA-
4tfA]>0R ciru 1M> Bcsmiovo ll'A»«aA
OO BSROXSKO XTO.
2765 to» esta rubrica poliKcoa *o 9r. Prfix José
da Costa. o(TU«ial-<ta secrolarit do gm^eriio cMI d 'An-
gra do.Heroisnio, -capitol da ilha de 8. ^^ligucí, no
iim do anno passado . tum^ bnidiura de iS2 pag4nas ,
contendo os priiidpnc« aotos-ofliciaes do, por (tantos
tHulos, benemérito governador cívkI, «o Sr. c^mselheiro
J. ê.. Mftieiro, desde que & fie. «tomou a «-administra-
do d^aqutlte 4Í9triclo em 4*889; « bem assim alguns
artigos políticos e IllUirarios de merecimento , c ain-
da de melhor assumpto.
Os ofRcios, què ao tomar posse d 'aquelle importante
cafgo, dirigiu o Sr. Silvestre Uibeiro ás nuclortdades
•dfiiioisUativai suas subaltvcnas, aos paroehos, ás
junctas de parochia, aos professores pitbliéas, aosjor-
nalislas etc, com que seda principio a esta CoUêòçào;,
depois' de um pfologo mui iádicíoso; são reatmeolo
peças que bem podem servir de exemplares para os
que forem «çMmados a exercer tão. grave ministério v
e puzcrcm , segundo lhes cumpre , no seu desempe-
nho tanto zeio ; tanto estudo « coDSciencia como este
mcritissimo governador civil.
Os mais documentos, quesoscgaem, jâotendenlesa
promover a civiiísação dos ihabitantcs d'aqiien« boa
ilha , tão assignalada nus fastos da Uberdade poiri4i«*
gueza , a melhorar a viação publica , a fomentar a
agricultura, a récommendar 'a arborísação , a reelto-
rar os edifícios arruinados , emfmi , todos se encami-*
nbam com mníta judiciosidade ao promovi m^to das
vantagens .iateilec tua os c materiacs dos povos, que «s»
tão sob a sua governação » iQsinuando-Jhcs sempre <
probidade moral » politica e religiosa como coodiícQãa
impreterível.
. Quasi ioilos estes actos , postoque ofiiciaes , teom o
raro mérito de não sorem pautados por esses chavões,
imperativos e estéreis , mufêlas carunchosas da igno-
rância , da indolcnoia', c da orgulhosa vaidade do
poder; são lodos, ora suasórios, 'Ora consultivos «.
ora demonstrativos • segundo melhor convém «i fiatu<»
resa do negocio. -O Sr. Sivestre -Rtbetro parece, mais
edlnselbeiro zeloso *•« amigo, qne ^octoridadc sii|»e«
rior. £ uma virtude politica «esta que nós quisera-*
mos ver em loflts os que 4eem mnndo, porque 4a l
deve ser o verdadeiro charactcr de toda a auctotidadé
ffonstôttdotta/.*-0^vemad«r'CPrll d*Angra éumboi-
lo exemplar para honrosa imitação:, ahi está paUnln^
a «na -correspondência oífícial que nolH> demonstr».
Os escriptos puramente lilterarios, abonam muito a
erndiçflo do Sr. Silvestre Ribeiro* e provam que o
tracto das lettras não é de todo iocompativel Oom o
, bom desempenho «dos altos cargos da republicai , como
*i allegan, c despeito de tantos exemplos antigos « mo-
\ dernos , os menos dedicados à sua cultura.
Por fim e rematte • trat a mencionada Cutlec^o • '
um mappa de todas 9$ obras publicas feitas no H^mço
da 4rdfluoistraj|âo do Sr. Silvestre Ribeiro , nH>nlaf)do
a tnais de trinta e dnoo. contos do néis , com iodns «S
informações Instantes para se conhecer da ^urgência
d'umas e da utilidade de outras.
ÃoSt. Costa M^os cumpre agora agnidecer e Iniffar
a idéa 4c fazer esta publicado, tão mongejra e lioa<^
rosa para os babitnnles da ilha de S. Miguel , para a
magistratura adminis(rath'a , cujo ornamento é o Sr.
SiUestrc Utbciro, e de tnuita satisfação para todos os
que rfolgámos do ver o poder nas mãos de quoin o
mosccc , e se faz benquisto c respeitadn.
SUva lutík^
VOMtSK YXRBIDO.
ALVlÇAB.iS.
S1767 Desoe O dia segunda-fcíra, 19 do nién pas-
sado, (em que pelas dos horas da noite fora visto
na calçada da £streI4« pela ultima vei) desapparecetf
o capitão ãúào P. Sttafin da esf nna inglcza Aurora :
c cbmo apezar de todAs as dilijg;encias, e annunciot
foitus pela imprensa , não lenba sido possível desco-
brir coisa alguma a respeito do referido capitão . rc-
coaudo-se que tenha sido yictima de algum sinistro
acontecimento ^ oíiercce-^c , pelo-presente jumon^io »
REVISTA ÍJNIVERSA.L USBONEWSE.
367
cJneo«t)ta moedas á pcfsea ou pcaaoas quci descobri-
rem i|tial foi asortorqoo Içfc o diclo ca|>ítio; deyenr
«fo esta somma ser paga pelo eêixsígnata rio Henrique
James, rua do AlcerJm n.° 8, Jogo qoe a cHe. se
dirija o inrurmante ou informantes , e promettendo
«ohre isto todo o segredo.
Siíinfleê do mdividuai. — AUnra regular , nar» e
bocca Inmhem regulares*, eabello loiro, olbos azuesi
os dois d«nt«s dafreote da machila superior partidos.
algUm tanto calvo; jaqueta azul, calça preta, colete
escuro, Ienrt> de seda preto iio- pescoço, e camiza.
branca ; trazia -por cima do fato utn maekinfotih cor
de greda.- Tinha em- se^i» poder um relógio de pr;íta
com cadeia do mesmo nelal: o auctor do relógio era
Cauch d».'Bnxiiam.
TOCAtt A TOaO APAGAUO.
3768 Dkoimais de uma vez temps pondera do,, eom
boas rasõe», a urgência de haver um signai de que o
iacendio^acabou ou nio^ncccssita de mais soccor,ros.
*ilgnorâmo&porqtte o alvitre se não. adapta '. AqueiD
nol-o pedesse explicar daríamos boas alv içara».
.No dia 8 » pelas- oito horas da noile , pegoit f<9go
ii'uma loja da rua da Quintinha* Acoudtram as bom-
bas do bairro, e bastaram ellas para o ajia^r; Obra
de um quarto de hora depois., começaram quasi todos
os sínos'»d» costuAie a tecar a fogo atccelèra da mente ;
de maneira f|«ie as^ bombas que se retiravam . é que
iam dai.dc^ ás<fuc. pelo caminho topavam, a bom cor-
rer , a novidade de que. o fogo estavq já eztincto.
* Outras irregal.iridadcs»^ nos dizem,, que ba na direc-
ção dos iucendjos queimpt^ria remediar segando cuav*
prir c fôrppssivcL
8»nCXA8*
(Carta.)
2769 Hiy^ easos em que o homem ««lalé^^probo e
de* O0M tolerância eitrama, nâo póHe* deixar de cons-
titui r-se delator d'clles » pela índignaç^ com que
.^contempla como oceraçao de um paetxs de uma mãe
tem força e- ânimo> para tyrannisar o-frnct* de seus
ttinores , dand««>lhes tractos cruéis Ur' Uin artigo que
vi nò jornal — A.Revetução de Scpt^cmbro — ^de 8 ée
corrente met\ sob aepigraphc — modelo de mies —
(e que também vejo* ne seu periódico n.* 2f , artigo
0559) veio despertar o desejo que sempre trve de
publiciir alguns factos recorridos i^^èsla villa.. tã» im-
moraea e d'ttma perversidade- a . tal -prova , qoe
t«ii] baslaole oonnevão coro a seena descoberta nas
vísÍAhanças de S* José, d- essa cida^tl^.' A»este irre-
siMivel desejo oppunha-sc* todavia não s6^ o pndór.
ma» (o que mais era) o receio de por esta cansa tor^
nar a sorte dos infelizes <ma is ^penosa pelo Animo irri-
tado ám sea deshumano chcfoi.
DesiiMiciarei os £actos q.ae.são notórias, e responssn-
bilisanda-rae peia eiacta veracidade ; aâo> receia qif«
publique meu nome, julgando«o necessário. Uesrde
ha bastaates annos n'esta terra um homem
'^ 2 que digo?I um assassino de seus tenros ftlhos, que
tem exercido qua^i sempre oofficio de eKrivão de< va-
rias repartições, omci^o desempenho tem prós e con-
tras. .... JlN>r ot oasia o dos acontecimentos polítieos de
iftto* lei. pronunciada e preso» percorrendo as pri-
sões de diyersas localidades, até que a restauração
da Carla ConstítQcioQal edi 1834 lhe trouxe a libef-
dade.< Era pobre» e os meios die .sttbsistebcia f»lha«
ram-lbo, como a mnttos outros: tinha porém mn*
Iher , e uma mulher virtuosa , qua incessantemente
procurava o pão para seu sosAesta, ora pelo trabaM»
de suas mios , ora ímplorandoM) das almas benelfáas.
Regressando aos pátrios lares , onde sua familia o
recebeu com acrisolada .demonstraçiio do alfectnosa
saudade, começou pouco tempo depois a maltractaUa»
por effcito de estranhos amores, que, pbysíca e mo*
ralmente f;illando, são pouco de invejar! Ascon-^
quencias, que raras vexes deixam de «eompanhati
estes escândalos , dcsinvolveram-se energicamente. •
Eram mulher, um tenro filho e quatro filbasi
O filho chegou a ser barbaramente esp.inca<to , presi»
com uma corrente -de ferro (que seu próprio pacfot
pedir ao ca rcereifo da- prisão publica), e ahi mesm<»
continuava a ser>víctima do seu furor !... . ^e por-^
que? ;qne crimes coramMteria w» innocenl*
liHlo de septe.a oito annos! Hoje passeia livre, gra**
ças ao amor paternal , que uma noite o expulsou Ás
arrochadas, cpor ahi vive miseravelmente -— ; quasi d6,
morrendo de^-frio e fome ! O mesmos aconteceu a i>ma
filha ,. se não mais, por consagrar os seus afteelos (11*
eitos sopgpnho eu) a um rapas, sendo encerrada
em uma escura casa , oom calceta aos» pés : valkMhe
a desconsolada mãe, que á» occti4ta» snavisava o Sea
martyrie, e mitigava suas dores proveni«tatos das pim*
cad.is I-ouvores sejam tributados = ao integro arl*
ministrador do conceUm; que a roges de sua senhora,
lhe proporckHiott a fuga «ia companhia dê umasiiA irriíS';
fasendo-a8transportaapnrauma'aMéa.' paimcasa^de un^a
hem raorigeradafamUta*, onde creio que se conser*
vam. N'est3»easa'ainda 8e*acha o cadeado que leva\a
aos pés. Das duas filhas restantes, uma casou , e da
outra tomoii. conta saa» madrinha; Apenas eih caza
reside a. mie sofrendo o^dcspre^ de sen- indigito ma^
rido (que ví«e comisua am&sb)^ melidigandd o pãa
quotidiano ensopado em lagrimas^i — ^Proh pudor t.\ . ^
Mivendella, 20 de Janeiro de ÍSH,
Uar amigo da humanidade^
MOKBA rAtiSA:^.
S770' AtfitJNS perversos assecKrratii^sè^na cidade
do Portor e projectaram ha alguma tempo fabricar Titoe-
d»<€ats«^; aio só para- Portugal ; nfas também para a
imi^evio do^BrasiK Astrenseqiieneias d*este^crrmeabo^
minavel foram ímiestas para*ocammerci(^ de ambos cts
paizes. "^
Nas feira» que' se^faxem^^acrnorle^d^ feino circuU*
ram cruzados novos- epe^os hespianhaes falsffieados ; e
apenas se verífièouta existeneia dtf siiiiiUiante fraude,
-dilllcuUanam*se as^tniasaeçdes v introdusin-se a des^
confiança o a inquietação nos ânimos , dando-s% parle
-á»'»uetor idades para provideaciarem sobrto uma^taM^
•midade tão prejudicia) p^ra os interesses dos povo^'.
' N(y JMÍaranhâo, na* Ribia, e no Rio de Janeiro, ap-
piirc,ceram «onaíd era veís porções denotas fiilsas, sendé
encontradas algumas em uma lata que> f^ dentro óé
meia pipa d # vinho. Na Bahia foi presa um Anlócio
Pkito Osork) no acto de ir descontar na caixa econo-
miza três bilhetes falsos na importância de 3:00d|^000
réis; e pouco depois. appreendcu-»se uma certa quan^
tidade de.netas falsas* No Rio de Janeiro foram ciè»
KiWtWft i .^ i
368
REVISTA UNIVERSAL LISBONEIVSE.
piorados doi«' individliM , «i»nTciicid<i» do memio crí-
. fne ; e ain^a eu o nvmero de hoatem Viemos iMMita do
processo porque passarajn n^aíqucHa cidade, sendo.cdki-
demaad^ot a deteseis anlkas de galés.
Aã auctoridades bra&ilMras« desejando empregar os
mniorea esforços para obstar à tntrodncção das notas
falsas , tem sujeitado os navios portugoeaes a peaqui^
»a& e investigações rigorosa» de que se ba seguido
considerável prejuiso para oiio5so commercro.
. Fdfzmente ba ínodada eaperança de qtie essa seve-
ridade deaappareça em presança daeíficacia o disvéio
Gom.qoe as anctoridades portuguesa» se empregaram
tm descobrir os auctores de attentado, que rcelanram
<» jDftis.elemplar castigo, lá em fios de janeiro se deu-
com uma fabrica de dinheiro false estabelecida na fre*
' gueaia da Arada , concelho de Ovar , precisamente a
mesma que apromptava as notas falsas para o Brasil.
Q admiuistcador do eottcelba achou alli os instrumcn*
tos prppríos para a preparo da fraude, grande por^o
Ae moeda deciauil • apenas serrilhada , na importan*
pi^ de alguns eontos derób. Estio implicadas no pro-
cesso crime algumas pessoas conhecidas. Gonstandi»
que alguns indivíduos de VHla Nova de Gaya , que
tinham parte naempreza, ferafm4>roeiirados peloadmi-
l^istrador de julgado do Porto , o Sr. Antbero da Sil-
veira Pinto, flftas na véspera tinham fugido, lançando
pela janclla grande porção, de notas falsas brasileiras
4e dois e cinco mil réis.
. Não se poupa diligencia algutta para colher ás mios
fsses malvados, e tudo indica que em breve se acha^
râo em poder da justiça. A indulgência que o jury
manifestou em occa^iões anteriores para eom os aecu*
ftados d' este crime, decerto não se tornará a produzir.
]È) beiQ^notorio actualmente rdesastrosa influencia que
jresulta «da falia de castigo exemplar para escarmento
dos que julgam <k pouca importância* atacar de um
golpe todos os interesses da sociedade, O exemplo 4a-
dQPQlojury do Brasil nioserá perdido para Portugal ;
e os especuladoras de moeda falsa h&o-dè.sem duvida
inudj)r de rumo quando virem os seus consócios, tan«
tò'n'^|le .reino.,, como no Brasil , soffrendo o devido
castigo pelos seus crimes. -
• D. do G.de Í6 de janeiro*
Vm OOBXCS Da ftSQUX.» ZMX. ' ^
. 3771 A AcinftiiiA real das scíencias de f^isboa ,
«caba' de publicar uoia curiosa traducção feita pelo
«eu digno sócio, o Sr. João Baptista da Silva Lopes,
a qual tem por titulo : Kehçào da darrala naveU , /*-
canhas e euccesios dos Cruzados que partiram de E^
jDal4a para u Terra Saneia m anno de Íiè9 ; eeedpta
«ern latim por um dós mesmo» Crutaâoe.
Este códice foi achada pelo eaTalhêiroGazxcra, se-
cretario da academia real de Turim , que o commen-
iou , e publicou cm tôiO, £stava escripto em doze
íblbas de pergaininbo , náu latim , coin muitas abre-
.iHaturas , pelo que tudo pareceu ser de secule trece.
Para iQiostra Iras também esta publicaçio da acade-
mia o fae simile de algumas linitas da terceira pagi^
na do maniHBCfiptoi. .
As primeiras cinca folhas continham a celebre cer-
ta, cscrit>ta a todos os bispos e bardes da cbrístandade,
Áeerca da Cruzada do imperador Frederico , a qual
Anda já impressa na vida que Revedico escreveu d' e»-
le iuíelia m^Quareba } aaa felbas restantes .víqM a re-
lação, que o Sr.. Silva Lepes pubfícoit textualmente ^
traduziu eannotou cem mui louvável trabalha c saber»
A principal rácio , parque a laboriosa c^eademia s^
deu a este trabalho , foi por eenter aquelle manuscri-r
pto uih importante facto da nossa historia, qual ecèr*
CO e tomada de Silves , por el^rei D, Sancho I, com
e auxilio dos Cruzados qúe iam oa armada, cuja der-
rota se relata no citado códice.
Postoque o »ttctor scfa aaonymo , e pouce acre»*
ccnte ao que dizem as nossas cfaroniças , como se achou
na tomada da cidade , bom testimunbo é a favor de
que temos e&cripio, e digno de ser consulttfdo e cri-
do. N'nm ou dois pontes em qae parece quccer desa-
bonar os portugueses t mostra o- Sr. Baptista Lopes
que o auctor se contradiz depois,, e a si praprio se
corrige.
Muitas mais óbserValj^ões históricas fai égualmente
o Sr. SilTa Lopes, nas vinte e cince notas, com que
illostrou esta sua tradneçae, todas mui approposit»i
das ; e a tocante ao estado actual da cidade de 'Sii-«>
ves, e assas curiosa e miúdas com a sua perspectiva
em estampa litbographeda.
fi com eifeito orna obra esta mm pnpstadia para a
nossa historia, e bem para ^ agradecer ao .Sr.' Bb*
ptista Lopes. ■ » •
GHO0O&ATB*
'£778 Um jòTiial, que tudo aolieía , fora iodiselilperel, ■•
deitAMe de aonuiiciar um. feliz aconteeimeAtofrattnm^iiiico: tal
se pede reputar o recente eflUbelecimealo da fabrica dechoco^
lale hi^panhol na rua Aiig:iista n.* 143. Temos onvido , até m
caste'nianu8 , que nem em Madrid se encoõlra chocolate dá
perfeiçlo d*e8te. Sendo Terdaderros todos os looirorei, que
lhe dl», é de eipcmr qne poiíeo a pouco esta bebida venbe
entre nós a tirar a ve^ ao chá e ao café. . ;
FRACASSOS TBBATRAXS.
2773 Os oois grandes poetas , Byron e Bomani ,
ambos tinham punido o adultério da formdtfa Parisjna
ÍMeedo^a perder o juizo d,epois de ter visto ocamente
suppliciad^ : veio um terceiro génio a quero tal oas-i
tigo pareceu ainda inferior á culpa e que determineQ
augmental-o eom estrondosa severidade. — Este génio
é Um machifiibta , carpinteiro,' ou o que qiier.que se-
ja do thoairo de S. Carlos de Lisboa.
Degolado Hugo, no domingo ultimo, devia o ultm*
jado mairidv) tornar arrebatadamente', nãe diremos «
sua metade rooe e seu quarto v visbo que a tal metav
de ora metade de dois e trasei-a á janelle a contem-»
piar o dcl«ncte:«^era aqui qtre o previdente génio
a havia esperado. O peitoril , pegada com eu^po d^
Piranha, cede. ae primeiro toque e vem á ma de eha-*
pua com a serenissima Sr/ Parisine-i/frrrtfni , qtw
na SU9 queda ie^a também eemsígo o serenissinwprin^
cipe Boíellu à piatéa leyantofHse espavorida , mas^ oe
dois trágicos , cujoi oíficio é morrer e rcsuscitar tedeá
es dias , 'iey«ntai*am-^e como se nada fosse e cdkátí-
nuaram a cantar as suas dcsesperaçées com Mis nst^
turalidade d 'esta vet do que nunca.
. A^Q mesmo tablado — ^e quê é eiqoe eim tabUidee
nio succede? — se vira, «ião ba ainda inuito , ir nm.
<los espectros dançantes das. virgens dp norte •apaobar
uma cosa do fendo de cematerie; «'atras da rfMia vk*
abaiie toda a roseira âcando ne se» 1og»r> Â vista fr
risadas dos espectadores, iim pobre hometide véstetf
aceciíapadinbo , que era » segiuédo ))»re€« ; o dryado,-
, que sustentava' em. pé atpittte iregeiat de papeUo.^ •
tlT
H&yi^Tik UJtiyGBâMv PEISBOVMiySBt
<560
ClíniCIOMOS: Utlilt
"I « P
»RXSf HV^ #,9S I|A^pr;RAB9^1.
;, 2778, ;^ jTiikBi.viim Hwft, yi^rdaíM Jncianl^^U^f el ,
dadeira , e quasi oníca fooLe , que nas circunstancias
de Portugal pôde levar^p^f aum estado normal . pois
f s outras (•n^^ det^§qiieM , indostría , e c^mmercio
8|l),por esta podem .ser a^ip^eptadas ; segue^se «pfíriaiir
^, ^e.cqm a maior iostfmcia. devempf .procui^aiC.os
meios d^ o çoiisegnir ; caies meios são de duas, «^pe^
c/es, ans dep^ndeote^ -dQ governo e caiç^ra^ Ugislati*
ya^ , e outros dos proprietários , . p lavjFJ^dorei^. Nâo
^JB^ctp agçra dos primeiros., sepdo eç^tretaato os úni-
cos , que pó^m produzi^ fjÇsuItadQtsn^PÂopa^es: tiçac^
$li dos.segundos^ p^r^ d,>ptre /çlles desii^YoUer ^-|>e-
guc^ putff quf;.i^otiyo]|L este arlfigp,. 906,016 foi
pedido pelo. reáaclôr da R/ef3UlaUtijtf€r$QL^
Sio 08 meips dep^ndêntçs.dos lavradores , escolher
bons corsos de cultuca ajietpa^a, q«e sem deixar a ter-
i;^ii4r«ctíQM», adesc^noem» lin^pe^ f^bçani qoeiqlla
pirodusa dimento para ,m«nter, ,;ç g^^P ^ece&sario paru
9' consertar j^nji^ert^Iiflade , ^ei^d^e^t/Q ,cle,^u,aUda4e^
Jiie pelo^r 8eu3 prçduçtos pag\ie; o ^ii sjist^to ; . intro-
iizir ipeífipiçés íçs^rameutQ^ para A^^r 4:f[ii per^i^o,
e^ecoQiomía ós diVérsos trabaltios^^ para,.d*est^>ino4^
f^ec prodqctçs./alSiundafites' e j>ffaios » .poíi s^ então,
elle^ f^râo! nma verda^ejr^ ^'^^^^fíi^ por is$o qi^e o
aeu, consumo é certo fapto jfiterna, cçmo externa^
mente. £m con^egu5Si:ipÍ9d'e^tes prí|icip^ot J^h9.cdm-
binado íima collecçio ^ initriuDQql^s » .açU(^
noisas circomstancias , a gaa4 oífefece cônsíderàbnís-
simas vantagens : eigAre^/fl^fgoipt o eultwaáoit , o
qvfl^sendq po|r mi^ 9,^Q0 passado iqtrçKkuido , */oi
log^Q adoplaqo Dor^aJ^^s^f^migos mçus,' 4ís^íqcUm U-
Tradprés da ÀMinbujá^, .^ e d*aUi se [>rqpMOU c|^ um^
ipod^ para mim muitp ^atÍ!^oi;jf> ^ Jf^zenao-se i)'esse
mesmo; anno lalvez ce^, /ehòj^^tf|Iyêz baja 4Hiçot4)&.;,
çoosla-o^e porém que algupa Javrijdqres, qote f^^n-
daram fazer ^ ou por alggm deCeito de construcÍ!;|aò,
óu por não o ter^ empregado nas ci|-curastancia^ e
da marieira pòrique' ò deve ser , enc^ptraii-ao^ ^íÇ^H!''
d«des; e como desejo qoeeftaíntroclucção, que tive o
§^to de fazer, seja eff<(jctjviíi)|^i^e om valiofo presen-
te; aos noas99,l|^;rji:^dojrè9. passo ,a jfazar.f9'iB«^c«çé#s,
que reputo necessárias,; p^f a csac firo. ^ ,
Foi Q cu/fiwifíor iifvfnUdo par^^CQm faciljdade desç-
truírasmáshertasma,(àçdo ^asannum/ é cl|f|iifij|pj(Ío.as
'''•'* kla o'— "àT—
'1 fjT.jlíVl
1.' #.í litl
• - Aí
...;.:r'l
radaa.p^af^raflçf, ou.eMÍnbMc pait ««uobiiíMfv d divlr
dira.)erra, em 0B%.9«'a<ba4iaftliie9te:, odiairibttir^e^
t*iicofl[i(€gwikli^í<^, »e«i'«para..i5sa 4eaini^ qs.eMtol
do afftcri^f alquo^l^^^ * )P08,:isso. que. dfáa^^tm .Aeseaaf
SQ a terrfi , qoe^para e^ft6.li|ll<^€batrlMl «éliMi$!.Àpo»
ÚqIo a ^fiaa^Hcaflki; 9o.€|«toiioM8 terás 9* jive.estt»
Y^rani de miibo» Qfk playt^MUflhadtf,, eiios.alqutivfii
do^\er%>> nos aei^ios oos qq«for2|ip aU|iieiv«di9S;dii#
fanto, o iqveriío , > e pf^Aea esi < J«yf ac. Uarat de^JMivo^
9çm,maia fMpdp ^q qiiatv%a chíq<> p^HígaOiíauj A çobt^
trucçãq da^ue iprefeniei é para «ojr<e êéc^íét ptèn
mo 4c (afgq.cad^ i|^». h^tq,:fÓ9a^jda/gfade «tal ^Ik
mo, colocados Di|:girf^e-df)sqncoo|jrMloa.) *.q«i8tdrD..ni
^^ftfl^^f* de diante» &.çiiicar 0^,40. li-aa^ nieUidte hm
furos , e ,ç^YÍJNi4o> .pqr £ifnii . ^ MÔdQ.^a .iU«lMii:iav ilé
uns a outros de palmo e joeio ; o tímio da grade pa-
^a MT q|le«:se;«ftta^:i^fPiNÍ0idi(Mvi^
tf^^/h"" «iMp .d'i^flli»^4Dfri9 aervi».aiiiiil»4Mb o
anno passado sem incoOcfont^O^j ;^í;cmk «HM^pnco
trabalho do lavrador ; i^j^^^i^i^^p^ doa inconvenientes »
qoa alguns en^qidr^^fip» f^^^ #Kf«r^%lllsteir J^m
i|P mesmo tampo ^Uear. i|.|«r^a»oqfie6rMÍlíMr«ioS^
jumento ^e|D|.ri^vlador, ^e jpor ii#o piaq€ttr«Bdo.ftlb
ec^siy.9iBe0to,pa lacra ^ /iei^:poriUM4PioUy)^ad#a#bi^
gado a leval-o suspenso nas bri^çOi9 «om*gcai||ei ípoÓM
nuHip., |,a, ao mi^ mi^mi defivuidp )d'<Q84%f«Me»do
gpi . ff(<Mr(íf>)> li9#>^^ q«(^{M^,ifoi: cl^lftutidftif . fiifiíl M
quebrarem algumas da9,Í)a§MíS4M#/n9«>«Ír»!> 4e?flMlH
dar qs. J4;jB^i^t^e%, < qUf ar.,#s. mqcís ^ >.(tMitoT«IMM|^
to sé altearam as bastes ^.a:d^;iP9Í*P^9lti<#^.lMmiii
para que possam regular. ji profundidade da lavoi-
ra , entre três e cinco pqlig#jbis , que é a suficiente
pau P^CKviçds i^q«aídpf)^.scsir^piUff^df»f' 4S^m icj*o
feito alÍg^s.apf|i;^ísp^me^ ^u^qíwiruçiçla dossfo
cos , e içiodo 5ie ^^Ym^€ i ^pdq , .q^uíij^ne.w^çn
vfDtfji|sqs vop disel-pSf, ^ jpalbor sa p^srpu^lÍQ^.peta
estampa jAoçla^ A i^st^ii^pt i^ piésfsnta . o ^ii^sfiçumeiNi
toarqiadÕY a figura n^,'' 4 representa um dm)8^pi9<Ml IQn
parados, fi^^ h4|s^é 4qii^^egfida Vmeia^deotffffQ:^
doi^ tçr^oi jíf poVs^^ai de, gfqtf q«, a doí|^;paí"»1^4ít
alto ; osmrte íoferjor,.Ba ^vfAJO.^^ P9^9« i)0,aBe99i
ie trtf qm^tqti^ é aberta -aopaio; a^apem de diWf
Qa((^a.d)s aço e c^i^te; aaqiÇfava^s i^i^^sóco;,,^
va em forma de sega, e crava adianU);,^, djs^iipia} 4^
WP« *!A»*^ ^f>*Strí.KrC«!H^i^áfiWbiÍiWfa W«s
31 VOL. Ul. SBRIB Ul.
i
^70
BMYl&tA . tTNIVERSÃly VJdB4f»WE^âlâ*
SOCOS assim combinados nio são mettid^Sr na. a^ad/^iri^
nas sim encostados ás travessas , nasiqèa^s ajb fluédi
nos competentes logares uns entalhes da largura das
costas das bastes, e da profundidade de meit polega*
da , em que estas se mettçm » e se firmam àa altura
que se quer por meio 4^ dois alHlhos de ferro qae se
enfiam na haste ficaMo um por baixo, outro p^ cima
da travessa; est(!i^ aHilbos , que acabam em parafuso,
enfiam pela parle de ti^ da travessa em uma chapa
sobre «qual são apertados com porcas , como~se ^è
na figura n." 2. Esta constVucçio tem f ^lantagem. 4e
poder dar roais ou menos atMfura ás hastes., e d^ usar
desepte ou nove socos conforme^o^estade da terra; pa-,
rece-me que estas explicações , e a vista das figuras
tornarão facíl a coostrucção.
A mais lucrativa das applicaçdes..á^st« instrumen-
to, é na sementeira , pois então com quatro bois e
Arít hoiMni, # ftMvHtl Mii» ptrftiçãè/fiilk..«« ^ tarestnd
foe peto Bitthoda «vdiMfift \vstÊt\k MJaAe b6í^ 't d>ec
luj«»ciis , |M»paiHÍo além :d^dso -«inf qufnto a Ulní
^%^à -éa* stnicin* , tonfsrtné destftdo dia iefrâ ; ficais
é» csta.Hidito «ais bctt' rèpMtlda , « áiibndièloÁavía ;
advirto que aiiM de s«iM»r, * t«rrá deve ^e<r gi^ada-
éa para dttftiAr os MM«s, <è UpMr as grelai diisléí^
va^; ^ra t«}» \mk a aMh viin«ii(Joí» apt^a^lo^ o é^
ynmáio^ tfti»ÍMeii>f 61^' nlfiMi èonlbinado i seiíleia^è de-
p«li,> é ettlÍ»Mv« o Mt^ioéátír, xáupoiê ê^ (fttál bastar
«Ml du dMi ^MAgetts de '(frade. Ha' sé^Mb^Éria' dé
Jbie dii €mUi, travessa «a VtéM-ii , ^se tem ebos-
liuide as tetragmM dê ^se se «ráíttÉ.' '"•
: Ltsttoá « deUttarço (ie'tM4.-^âMU^ 10krkk mt^
kukê OmmUe' d0 iHAwirtt «léi -Canha é Sthia: • ^'
"94 ' : e lie*efdW « (faenrèMf âcMHitóhtd ; a à áinguliff
AníttVflio , que Èe dfgki<m faif^ á MSnfta caftta de l^
éb(JeiM>i «e* eo^MiHb tría&\ Smj^és^a' há MetMà fr:*
"1 l^áMé e d ttotrretiáilio d'«'qi]eT.* é dot«iiKy;
«M ^Mtíbeill^ i"<éiH^iMhe ill^ilta^ Ml étiátMetáÉii
pllMMs'<lténwi(M' viriè# ^líclò^ tfè qti^ fui tdUán^e
cfWMiiiiisfiibsv e ^e mètiiersÉadé ^elii de tflgãm'
NlceMliáe^li>'ttfta'ettr'qu^-^àft»ct. ''•<^'<l '^ ' "'
' il'' 9§titíMâ»9méi'aÍíWí1tpéti9âêi péht hÈtt»
tHêoHm 9kHi, tmim íMtfes ete pritodpiíM-iá^agos^
mrfèféktí^ hmUtnVi tSe erdfiiarieé . qaé »è theg«-
■•'"ilPémfÉ^oòbaklIft^SèMirénddHim ilgtinif ãá Catú^i^
éêê mikí ôtil^tÈãHcM. Téeál VSáfao^ pSk^Hitt verdM^i^
MftVifMii^Lj^logéeiii' €é qtvetié pérf p^e{e «Igiftli; a6
«êsMeKMi^ 4il« eá beilt^ <;<Mfèl^tfo^, è^b» eibe6i^a'>
4M «Mi ceiMi^e', «ofeketVafábi et i^reçoai áftfteHòftfá!'
l^Mveè éé ifkMAuíé^tÈkm^Èéé é mulher V«dàsir4is '4
iJiyái^tfitoVèf ;'^eé'BaÉaa)-oA pÉté B(fáf Virètti de^-
cfétfiBvMe, « diè/ éíí&af^eMi iè «spè^iíUitioi: ihilAi ir
^Ví^d¥g V«SÍfllíè'."*' ...'•»..-v- »m:' ...
- fe# Xi»IM*Wfirtlbèài tidNtt vktortolifejisottttiii i 'Úé
fóri^a que^io^ pareciam tincta de escrever, que vi*
nhei. kígimskà correspondências apparcceram nosjor-
naes contra elles , attribuindo-lhes uma parte das ter-
ruLcis febres quç ffl9m devastado esta capital. Em al-
gumas pi#áa e barris, que se despejaram, em minha
presença , notei que tinham não pequena porção de
éampeche e oiHres ingredientes , que, por decompos-
tos, os nlo possd^Usignalar ; á vista d'iste não ésem
motivo que o. vulgo 4 denooMM^^ tin^o tinia, —
Rbtkoz.
If. Na minlia carta de junho, traetando de retrot,
efVtueci-me de Aencíoiuir o fabricado por Manuel Jfor-
tins , aotige tintureira da ^cidade do Perto , que tem
pcoMúlarbem , e não é muito inferior ao de Vaseoi^
eelloê , senão rouitai tezes egual. — Julguei dever fa-
zer esta declaração 1 não somente em abôno^ da ver-
dade, imi pei^^éífct- mpeítft ápcssóST Q^he , se a
minha memoria me não engana , supponho ter ouvíde
éíiÈétém miro têmpe',' ^ue 'sefvm iblrifo ^nt^ãò^sea
p*il fia qtialidtfde de 3éfÊtiâi^áí:JLèééÉè^ÉMUélhlR
Hf. O «eott^aet^Mabácõ ' èMtitieeti â fihftettef
pesármòr^pé, déqúe Iht teitt resa1laAod(Uicfedito HÚ^
mirieròãò nb eonsume ;' aébreMenifo, ique alénl^dò T»pt
nioserbôiA, íiiftdá aiful se èeixa èhà^r < petòír estbdii
antes de serpMé á teiHhi , pela raslíe de totrt^pím^
dente tilo iifir da alfandega VLtlnt remesfa itm (èr v«tt<^
dide ás imterierèsr, e a ctifraeiícréliciá é V <)«« ^^
«ie^^quér eu não pÀde toitíar fapé, i^m de inferío'
séoce; vae-se ^eoshiolandc^* aò 'dít ierfa. *Eé MenM
^tre o cònl^actò Aiéraría' AhaUV^id ÀasAâi* '«éio{^t|
bom rapé , e recolhei' o íécco. ' ' "
í , • ■ _^ .í «' . ■ * •
Nnt^ "t" cftúkê» ' '
'•W. AYffiÈéíà d^e^áir térib maurfotf à Smk, p^inúà
^eto supéfíor piai^a ven^<^.' Seriar de uHHdade, q^e tai*^
b'em nrand^ssèih p^fities pretos 'é áe tâtt% , âd(fuadof
Sò yfirrk , eqtre fqbi se (Ifott^m tender <K 'IJ'(Mf
ték jfáttt éffftik'^nfe fnt&é poriio) Usiúi toitre sedfa«
hrrrM#s patíi coHiei ,, t Vemettido â péssdeá une %i
façam 'irt}or fender tf loj&á tife retalho; porque etti
é^ciíflíáít^ V iómèÁté < ik bt^Mnt éônlrecíd^s tio cor^^
respondente ^'qdé saíSfcnh' d^b^as «•eibe«sas/q^amÍo
miiítâs pi^^ioiíhà itfe Hx^ô ú)^ á^ltVte tòúíoràt i
V.' tétAi<y iadtadb que út^f&fio tn^eúté Mdaift^M#
apeil^lçoatfd^^ )os eft9t>'io,s"He M; e íJe consegtíirem
fcrèr. es reÉaaíéfeVdíts tarâi^ e ís^ «ii»« fUefies t^hrmo-'
itíÉ, \6 ei^vetDísadof 'tfé jrr^o ou oúfrár Iftiatquei' c(H|
e^ra »p|>fepViidá í^&st seda, ter^lò túaioi" èxtracçãói'
porém ^tts iibt\i6s de.treda eufcafMda podeittf conti-
nuai li th' é^ me)sttá' Mrm* que «té aqu»,' p^ls aíTi\M
rir9 ii)u|toá tnèMddoi' do tempof^de rei VMbb; çiue tiif
' tYi JlHi^d^ t<^rèi \o assihnjptò êH MÍffi'^6. Alnt^
cafWif y0ntural'eiithái h*estcfjpòrtó noyWcipíe áe
torrente mè^l iiílbòrtdu círà dê S5& pasMgefros :'— ^
ÍS#'lébA't)aisapdr»y — e entre èTli^s algumaâ mulhe-^
rei; bá^te itair tfúmittfs íàttm c6rar dé tèifí<)fiha p^-
JRÍBV18TJL vmYSMsmjiimBOfaa^sE.
371
]# gfBc^ de «Mp » ^sfB lo§Qrmktà^mm^ ««'^ 4Q»|á
«bi o Mia iMibtoi. 0#^ htneft a«faaai-ie per cmunr
quasi todes os que nio tinham offiei9r»kr«ff^meBto
muitos d'enes se entregarie á cnpula, á devassidão,
e a iMilrof v iMus« oiras8eBtafi»*pní|a d» Mld^dsnos
«ii)kos deifripaura iiaha*
of WL lia t^di^s oaosloa pdâ avaíntereitutè AitW'^
tai.efDr o«tcès perioéiedf^ qm ii'ns» céri» jft^ealaM
^VfillisMKle «paCompaiibiaídf (knimevèioisflcve^M
[Mwa as «MMt poaseasã» dful/réf«i^ • «qual lortioiítue
«iqrrilH «Dkia d#. oaacar , f*fqtt« «ib sefoU^u^nitais
Q'«(|r .-..,.. - ....••.•
' .y<y>»idt afc<ii<pie»aiod« paéewMioa' 0plb<r laqieBH
•aij vaiVtafans 4i»i dic^a.pMMatiet ^lar «naéo.de oom^
paobJMjoi^gaiiíaadaa efaHDa.nftaadafl lúdin, *^«
teaeai; ahfígadaa » dcaitiò d« laoi (datetpúiaiia aipa«d
f od^iK 4att ^ aaMeàr • oéra*» .«Ltaotoos fèlKtos» mtàiH
taD^ortoHAbaiiaAíft^aaJiMrçôct da tAraDa^ociqnaÉÉiiMat
dA.gaiarat, iwr.aaeaiplo» ccib init fé» 4e «ali na
• 80i>J[PWaPl^.r,cialasaW tmigaessimafnte parnia»
|t>lof>anoosr-i aspregar aai^oadiiianbaiiMB aaat»»q«.
fliait ida biaçai: t^4 1 aU« , ip^gapda' para, aiieo^cii éa
atMd^.fm.jaipaslD BBòéehidacDhBe.oaiafltigotftq^e ccf
HNrtMr« ^ aa íHm ta >llgaoeiiaaanario.a ooneatoiHaa
--y*e;aa>iNMÍaa/aaipre9adéB palas. ceaipaiibías^^daTiaBy
ã^^/Mãiàsmwàfiúewgm aaaqtamidaa cai Bmim§mè eaaaa
paasaatiea» aaiBflB «ama asalãooanaaBír-ipfadisefeda c
«aiiateUMa qn iub^^saai .partofoaaqi. .Eai^aaa^
tot«f •tompanhías ^ )an quaiqsec.aepàeiBnta' oa.oapita^
liat^aaUariMBiiâttffMlaa aoscapncADa asTontàdaaéta
yfcapadtfeei Aa^pHaaasãés » ' GMoaimlanteai i)é pae**
aiilMLiaM^ ». aU.r, éiaai via timiar ícaítà 4Íg«bM'paia
ãàíu. Voéaaía a^Mi.*.áar<a oaoi^çD a:iiiDa {íoipartaÉId
tff^ip 4tt paaéaolès leate a.iitiupaN a as.calottsÉc^
0fm ;Q0m'pu$^UfmÊ^,> aoiaM^a aoataiafttea taaaar*
aoMa.Bapeatiiio.lnai Jttcaatm ya^giladacMÉ— lai iit^
Até certa apodai. paMsiaifiie a miBa: proAae^idtt
■Élaaaa ^akaiaa: oram asqravas, a pocxwiiaUaeaieia o
iaaottoaãa^QAàkbante aatenk; w^ aianèàarita analtT»«BM
4mfO MOóm^lMê^m IkMaaa « algpnvia teaanipa címh
wmámm^fí^ a.apiaadaate^ Biiinaagia»'papaqwi>úa
atlágoai^ MjopmUiatoeaa^vainaai
pa^éoa, Maonaè* dteiaiitaa porgies. da eè^^
aAaaa iaMinaiiIftkataoBBaiipaacaftigBaaario tidcatitik
^iém..e*itit\mími ^dasoaalMs qp4aaeM6eai. O^UUonii éa
Àãtgoia e BenguêUa tem taipa de doentio., pana» aa
>a|jie èiptiBt«egaaiaf <) 4iaam ^te iDíalpriM* é
\aii|i|aiiat:fallieanir>ipir «haiiiaai ^ammrçê^i
■olaatia <qMa mt. atetaj cíaf ti aaatoiwit ijenpgMi v
paaaiéÍD.da liala-aaaifib» a^tfiavínáitiiUiaa.safM^
péefla^, príaoipniaynteiéa^ieitíOyidaaiinttiyBSliBa, dd
MpHiki; apAs^. cíoaiidá.j ai^isopàrtafios éMagaas«ieieah
gMdte 'iÉfi8(4ífBaBmáBfaBiitaariiB8p0f oa^ioaJ itoatofo
iaidMdaaaMfi«aU»'ViaipHitatiiMJaaTeBaB:) aca«M
MÉa«a..laflipa Éid«i«na ék^da •èaèepiv a ^
iá BieAlMr aqaa aoíjjairfiihíaiwinw» a ai q«a
Icbif -peapaíta <« eonflesnr ^ jqaa^as^aMa
^nqlatl portfaallné«r>e eatiaivagaft^
mui iMèígaaaa anatltlialiiaai/ Oea^é>YÍBta> ida qaa
lea. íAla^tao^ leiidaata ,.hméj atmnaiid»>paratavaé po^
taJmilhviíwnMÉhiu qpáaadguaÉafial^^Mi
porqba rasio- air 'MxHho , iff^nv «xagèrrida , evfClinãD i»
fauiiridade»v of*r9ios do( sal oa soa isato Ibrça ; etat
4fcaaquiJlà denfua 'P fAroprte iadtvldobi é edandort
dando tanbaai o {^mo oa aa déni|riiiitriai iadiipmi»-
slBifèis prárâdeaeias aa éègoftaadcwl^ das ^aguas, t aa
allèrro.dió8>pânlàtids;'^iii«lo<i0tia rniartíAú-a é et(a
€ídad|e«>a todos os Éias' aqaí aportam •eantênapea' de
ptosaoift eomr o Qtp-4e fdsbrt^di fortuna ; |i«saailps> daia
oiaaes , .qttando «Mia , ji tena subdtitaMas as cdnis
rdsaiaa, pelaa aMcileqtas^ «na abba áé qmttê anoot
iahrei nio^^naiaia ametate dos que tiãosefoèan }^kt^
oiÍB|tapiaa. Ha^doi» iadnas' a «ata pâri# (fue a aiartaia-
éaiéaíiaai sii)a ai|ai iniiH« aaiaiof ,'ralatlviueaiile « <pia
ao Àngoèa 9^Mmgfmllm;'é ae srtguead AM4dard*asU
ninba asaecçtoy da nada aiatf prééisa |Mífa eaavaoaar-aa
d'eUa. »;i|verfiècoarer ao Jornal do OMÉiefcia dr^etlaa
«Moiaa neaais ooda aflcoMfarSa «etaçSei^ diariaaidoa
aMteé, por laaguaiiaa ) ad«teMlii«o t|aa*» da piapuaèi
U;,.aaaiBnríMeiii atMds»!pet^aef»illi»àieMa «oiibtaMai)
ou por esquecimento; poirsei de pessoas fallccidasqae
nunca seua aaaaaiFaa fiaMfèiraftnttiadtafa^Iblha, nem
doa.({ue'Ailleaaiti aaa èfiBpitaeaf «nos^qvaMairfdadro-
pa. len havida gtUNie nuMèiio.dêmoMH r^p^otiuàsy
fa«iitiaa:Rilcéraa aaaeadaa, «aem revem» uaa pai^iile m
aoMgoqaa ia ;«iMfea a 'chafftf^^e a allaa; sdniepla q
Inalai aaonvi» que ai «erve,'«*e inedieo q«e astrantat
sia ad>h0aaBn^ i4vanleaeom «fuem^ seeoiíníDmiicani^
enaitaa pnaaaa laeaaaaccuinèidatper aãnitere»4|uenb
IhÉsminialra aa remedM b*' moleitia , ifoe a jonritãf
aeaa lenipo<lbas dá éé' veoetfiereifl-aa' aos IfospHaefa
linaÉBcaaa «: respeito' 4é ccpiÉfitoi^rda eotd' «a nossaa
aolaniaa dirai» iqve gtaaAes' rautlg^Atf podei«eiiioa cél
Ibar^ a!«a pr^wdípads' gio^^iwpiíilla ^^marinlia^^v^
gaumám léé Muilrâa^ ^tet^a de eonauiífo 4i8i aoasaa
paodactoaç're|Aroilae{3^ de^^itaea pe«a.«iitearta> dè
uaHapniééaaa pttaprtos^r Ikmé&^âúlfp^ eiAa>IÍanHiaa9
âaaa as direitaa^ iirteaèasesv albflívaflhs; «la. ,- que^^pafv
gaBMS)a«#tealvaidie^, qa^Hea^ii^^eeMtt nofSQ» prodaa
chia eaii ttoaa 4os eoai. Seu de 'épiaUò' qpe^os< ingié-i
aaa itaido Yiíbeiidad^ aoa piiètoa da JáKMOia-^ò úéòtt
rmp am/vini au»ra«ni; que" cteatiméllieréroeBfSusniA
dores ai'a<ra€$tei que , aMraVoA , apèaa%'«4»iiraEifii<^
amíblamitaiavpar dacMiçtfs «dttas eanylcw dd gmM
sefiQ:al9nlloi>d1(í«réa,'iiétilioriís Ú4 aèwsItlaHoaifoa^
aeifia^ eéismití^c^ natnral/aAdlii* mal^tbeair^ea^
Itdaartfde mellieveatkeardM,' «eafçadoa. cict!; e '«
Bièskia,^p!ar-oatrai'«êléii; {^Mtieaitf^dl tffea tenharea
a neapti(o> êt»*mil» ' colónias ^tie |to9saeitiv iiópmdit
gaàndes 4iit«ílo^ aaa gintfrayeotoiíiaefí d^dulras'oa«
ções; animando d'e8t'ariee^^s^ftU9-'a fíiiod«HfeilF albiat
de.MKS podiíMi èttt»amiiAí»auaa' AladufircIíiN^ / «'fka*
flriíaat) «aoi aiasínaittaflfpdflbm MKÉ^If^dltfstviai ibaeMap
vailNa», tractadOir)a>>fÉi^^^in)kMsifl^'á)'{o<«tr«i'tfafoa^
alabrigaçia> de lafoiattl^ek^ftliniàmd^l^at^r^^rfes^' tW
AaalMk4bea aa ín^s^ artéfatiiss' d^-iflttodlo. liAhé,^
Ift» aadr elftdaa,)'>elev^ emberft^ 9fi couic^Ma fki «IM
tK4>cèialpabaèai^;>)^ftfWaí h^ «leitta 1hés'«èli¥<Mi tf
seus fins, ■ ' . n . ) ..i
' '^' '1teÍi«lfW-MlNllMaái^Q0M>'A>>lJ«^ityifea4 '"'''
Vflb< Já que loquei- ^9hM9«^ bon^tflliadoi é'f#a^
tai»oH«f^:dir«f p&miM paflaVfàsr áè^reaidd^T^ctiado^uev
aegvoda^os fieríad^étoa d'e«i*V eítl'^* ttorideff*«e eiH
irat»lhi[||la«a#M^e Hft'<iahiM^nMiíiiMld .palA^iíiV b^^^u^t
31 n
07^
AEIHBTA UJnVBRSM.' LIBBONfilSlS.
^e €h<^dr i a. «ffiMytuar^^e- «u . covGlmiHse' » ogtandes e j
tcrr4>prs>fl[íja]itô 9g^ro ao meu paii., quando por. ou*
^rQ9t.raoUvo| não; fo^ae,: sómonlç por uma ínsie recar->
4açnp dtí p««i«do^ Olractado úe AhUhtfen arrai^uiM i
AOSAa industria, adanltisido^lhefl . otiieasliecidos d'âl-
godã« e la semir^stricçôe»: ofle iâtô, iDalou>o:n6^
•fio Cdfnmerei6^ porque lívoraos um goveroo tio pater-
tial eprol^ctoir , qqe ihee abriu òfi.pqrtoa do Braxil ,
uníco ahm^taio .do .iio^o já dimiauio «* eofraquecido
commerm,- pagando elle$ 1& poi^ cento ; fe m^ 1^6
4i ! !)'a4éH^ de um tantq posr voiume (não me recordo
.«^ora a que tttifttq). e qh^gou a tal 4)ot>to o .iesesfiéro
««f índigaaçãa,>que.boMve negociaotes ^ue incewlia-*
raffl OS" sè«ft( «avios, e.outrçs.od desmancharam, e ven^
deram coma í)eiiha.(l !4 !)^< Estetractado, x|tte .agora
esié ai caofiluk-^e^ deve pelaiOrdein dos aqieriotios ,
0 uma. vex que ji aâo temos nem induziria nemcóaa^
nMTcio , arrapcar^qo» #& colónias , e paca is9o. lá es^
tao osaf tgoa ^ue lhaa>«oncedeqi, o e8JiabeIeeer>*se n^ellaa*
' DB8UU0 pç COHHBado POR^BIMGSZ. i
IX. Namiaba carta deSdej^nhoi dkae, que nUBoa
sabíamos a|)pff09eilar , <q«». promover Oisaida aoa nos-*
iofi prroductMir e que ^ó,4Í'is60 nossJemlíraràraojj dc4
poia que outros nos iiomayam a diauMra^ agora o com-
proTo com « faeto seg^ioto* — Em iSf^^ ,- vuoa hárca
írancezai (oreio qU(e:<deuomÍDadaijPtfiiny) < saíuide om
dos podrtoa do; M^ditercaiieo » cem uma carregação de
Yíahosv .licores. e:9íUtr»% bebidas ospiritoosaa , íhietas
seoeas, conservas» giiinquilhar ia$> miudevas^ etc, etc.y
Ba 'importância de 3iS:Q00 fcanços » e . foi negociar' i
Gosta d* Africa pelo. litlora} ,de ^nossas poásifisáões,' aon-
dB apurou. cÀrca de' quaiienta coutos de* mis. de uossa
Bioeda aJli. Como fiz^ftse. bom. pegociío ,; tentos ategun-
éa especulação. que entrou pel^; corrente anpo« econ
piHieo:Biaiorenipv^Q4.aip^roa oiatíoeiítA^ oobIos povco
mais* OB m^np^ ; lá. foí^4ç yoU4 em abril ^<:e i mui
Balnrai ifue já ^t^>a Aisp<wdo d^teiceira negociação.
i-;06 nés é que Bi^i^cMnia^ nem ABimo uem* gieito para*
aoisa alguma d'asta,.QatW2^a. Aquelíe Batvio eipas-
se a perder, tudo >::P(arque quaçi (odo:;o negocio que
iaaifoi.pDff coDiral>a94o,,6 nds» t,eodo prtípcqooes 4^ o
las^. liísiliNní^Ate ç<)m.asmeBmaff vanlagensDem d'ása»
aBsnBOS; ;qJiiahB4o possoassav^rar-^is lodos oaJctigós»
o»)petO;Bi^PA.ai maior, pirite dos m^^goê.^ iq^ie^coo^ra^
Bbam:a:j»fgciciaçãP da. bsrç^ IraQ^^aa, podàim^âerini-»
BÍairádas pej^ Aps^ miMfPPflCiuipl;. pois. quem d-'is»
to ma:.ÍQfcfmou é<porti^qe9»..,e.tem.iii^Bdo. muito: a
aqneiles logari^s ^ ^. fA§hqa q iVíw> i^rviHpa, íiJb^
|rídf«Ta«fmm.fli9oc.iaçfÕASiitMas«, >'i> i- . ;vt
- Qfiasi. Vodas asi.peMo^ffr<qu(S 4!aq«i -Xítmk^ ido» BBgai*
«lar jom; Q4PraiHi|St ^-aq^j^^ cpkmí^i^sia «ymoordesiBm
qBO'larijaaBd^Ebsq /rptjífeielafiimauto&tnioifín^arioi!, atiaaiii^
do, a .fjl^pf >^f tqfi.p#|<^ ^qm. jf actai9pnto e< agasalho,
•mpregaqdp-os.aíqíS^f^àípa r^^gu^Mf», e por meidd:alti
lljes prpgnpiirppdf».'a troça^dps nossoa^ .pejes, seus prodncioa^
se x:omq^Mb|ifn4 u^Ya ebrilh^qte ép«Qha;pens[i>ooçso
qpipmAffi.y^cfl^^vi^^ri^.» ^jBt perpu|^çã#.4qda<ifeita.por
navios portuguezes, . • : c. . '
£vitem-se as indigestõea^ a' cacimba » os raios do
sol na.^ua ,iaajpr*fqrq(p<^ (^ o.de#rcBmiimHa:eiik t^utras
caiais çpmo;muit^ teem ffi^,.que pUi se poda vi^er
daiif(i^sma mppeira, que t^ .pro^ip^^a^ do.Br/isfl quB
«filão d^t^p. àà i^na tórrida^. I^orèm. toda as ooisas
9(9^ ^ijociiil^. f praftentioB im«ff^»^djygaculd]idiea,jB
«slaué unM d'iBqBBikis!*qoe reqifer. qíiitro ooisas es*
seBciaes ^^^^juo «ão-^ caf^itaaá -^'' vontade-*-^ metfaoda
— cpersdverançal* ' ' . '■ •* :." .,
. CÒpOUlMk GllAB>raBT0ODEC I^ BIO B« lAHBmo.
X. Seja-me permíttído díser alguiríaspa^vras 9<xbrs
um objecto bastante grave . e a respeito do qual se
necessita de mui/^promptas o^eâzes providencias,
pelasi fiiBestas consequiencia^^ que - pódie ' acarretar^ ao
nasso>catniilercio aqui estabelecido : é ioevca da icoft^
sòladOvgetaJ à^ Portugal >n' esta .eôrXe 4|fie voa faltar;
Quando falleca algwri português «ò inltfsfoi» a satt4
sitiado, procede Jogo. á:anrpcadaçeo dó* seu ospdliês a
reclamando os credores dos fallecidos o pagâmènW
d») que estes llies(écahi d evendo; res^Bia-aíMtkes ^ne
todo foi , ott ivaesQT rernsUida para esée reTB<»,e^(}ua
viq ou .mandem, tá cobrar. iOra pralicaBdn osconsòlei
das aotrás áações ;o contriíriodo qne ò nossb' pl^aiíca
a. similhante respeito, porq^ Ipgo* que morre qualqudr
subdil» d'aHas, convotani os^ credores pelB^|ornape« a
apresenlarem»se com as suas contas -lefpalisaèÍEis , j^va
seren^od'eUas embolsados ou do que em. rateio «Ibea
tocar; lem^dado este-pTOcedimooto- .iboUvos < ■ aérioè
damorqs e. ptocedimentos judiciaos ; faiBntfb , com
apdo das auctoridades dopais, recolher os espolioé
ao dep05ito,i fr' entregar qdepofs os saldBsao cõniu)**
do; .mas^ ném' isto sei foz èffecitivo a tqdas. Froeadt*
mentos taes nãosátnante nos desacreditam como na^
$ão,.'maS(«ão tafibem cauaa át se enxova4bair mui >se*
etamentevo^ credito dos. empregados do^aBnaulado ^ dí»
sendo^se que faaem reverter em proveito. sen' as ^arre^
eadaçdesi; .qíitr as familias dos fallecidos nitf cbegan
a receber abl coisa alguma : a isto de yo| do fiovo
qnando lhe di para aBpusar alguém de. mahrarsaçies»
é terrível ;' até oipobre velbo coberto- ée cãs, o: sobre»
•arrfegado de 1'amilia , que» se aaba i.ièsta <kk'C«i8U4
Ifltdo ;. e a: qaem> julgo: pessoa muito «apaz; v»éity> bon-
rada (' bemique pouco instruída y >e dè idéas; oín poii*
ca acanhadas , esse mossao nio.tmn sido poqpadn; u^
timasnciile o accusam de distsair dinheiros do con* .
suladp emítbpneicío ide sauE parentes.
Este eslads jde sH>taas não pode; nem devie, eonti^
nnar.par nntis Cempo;:{iprqBe por um lado daâeoncai*
t4a empregados , - que. aliás Julgo mutto4|)robos'; «por
eutro<'póde;torBa|^ar.eBi grave preji^zo do holsacoBH
mereio n'eslB parte do mundo r e tempo viivi 4^01 qoa
Bingttem, qtteira. ter negocias da alguma idenaora cosa
portBguezas solietrbs^, na ^desoonOança^de^^pegidaseil -
as> tnsaiditidas sifrsesi^ faUtaerem «otesi desata»
embolsados^.' • ■•: ' » . \. i i .
) HaipoBoosilias , nnia pessoa , ^n% 4e«i ntisfics nB
paç^y /me «disser que h) gqverne doeste impariB iadsr
Q .«d^ífiiBlur. a lei» Baptista Maraíra > o que svpixmbB
desagradar geralmente áj. classe porlugneaa B^utiBata-t
beleoida. e domiciliada ; eafre a» qtKit nie gosa 4b
muifto coneeito)< patÉ iOm^ub niò>>sei se''ha oiíbíb
jisslda motivos ; pois tMB« -p conheço senio^ de -rlsta.;!
BNBca pom etíe ttVOi negócios V a* iBeBBS.cMfBs^d eoBso^
lado !• falia linicameBCe á vista :dà apéniSo fMMíoBiqBB
se tem prqnnnciadaconfra.ellay^ voalaaas aer^moH
nia depQJS{dasBBnecenteq«el^rBqB'de IsaoèíiqBís w6a
necessiiam decomníentarlos. £Ha pertanecB diM» aocia*(
dades portjóguíezaav que eiistdmitn'esta cdrt^ ; romBo
GMneU.Bí;Ê^tugw%4€^JLeybtÊi^,. e^oatra a sociíedade to
AdM^fHMirc^taiMp nttmBròaaàv B^.^aegBiiéB' m^M^
REVICTÀ UPIIVERS4.L LISIUJIVSKSE.
073
som', cHc tem lido nniítos desejos de frrer pH^tc de
suas admiuisLraçdes-; nus desde Í838 até hoje o maior
numero de votos, que tem obtido em qualquer d^eJIas,
|]ú« excede a 12 » quaiKk) oulrai» ptssoas de menos
'nomotdn lem^ tido maia de 300 , e está^boje serviudo
•na út' Benefkeniíia , como 3/ ou 4."* supplenle com 7
votos, -quasi* todos dados pelos emprcga*dos do consu-
htdê , >t filhos do vice-coosal , ' segundo m'o aíBrma
p^ssoai<|ue deve saber, d 'isso.
D€S04ii|>e Y. a 0NÍoh« divagação sobre este em-
pregado, a qoal fiz unicamente para se fazer idéa da
indisposição que ha contra elle da palie da maioria
f4es porlAigiiftfés» aqui residentes, que talvtz seja mal
.íwndadi e «ojiusia.; mas rtttm«, que a empregados
d 'esta nfl^vreza se façam graves arguições, porque
lhes ttfafli e fornia woral.e a eonHança « tão {(recisas
para b»cfn "desempenharem as funcções inberenies a
■taes cergosi TambeM não ^ sem ajgum fundamento
que tH faço «sUsobscrvaçõies. Os consoles podem eon-
siderar-eeverdadeires ag.etttes ooesmerciaes : e se o
eommorcío vsver em ^slsarmonia oona elles , nem os
«einis interçsses e eausais são bem advogados , nem eV-
ilc6 podem bem -deseippenliar as funcções respectivas^
e traosmittir a seus governos os dados ,e eselarécH
tneiitos .precisos para o bom desiuvolviraeeto c !«-
«gmeolo de eopMimo.dos preduaos dos<paiaes que re-
rpecsenlam.
£' opinião minha , e talvez de muita gente« que as
.greodcs vantagens, que nd commorcio e ipdustriJb tem
•^iiáo os ingleses sebre os outros povos , são na sua
'tnaiorio devidas á unidade , t)oa inteUigencia c baiv
iDonia de seus .negociantes , es quaes de accôrdo com
;eecis eonsules e represenlaotes diplomi^tices, são éire-
fCla on iodirectamente os melhores agentes, que. o seu
governo pôde ter nos pa«zes estrangeiros , por Uie pe-
nderem minislrar com roais exaciídão «s esclarecioien*
los precisos sobre e mater ou menor quantidade de
-certas e determinados productos » que se devem levar
a este ou áquelle mercado, e maneira mais convenie»-
4e poi^ue aUi*podena s<er'veiidtdee ou- adipittides. Fa-
«çan os. nossos cônsules e reprcseotanies. diplomáticos
•cofa.que. oa npsses concidadãos donúeiiiados a'este e
•Díotfttros países, converjem todos para o mesmo fim ,
de faserem prosperar o nosso commercio , artes e Ln<-
•dustria» e veremos sepão .colheremos d' isto mats e
•melhor. frueto« qee do systeina de indiíTerentismo. que,
ec vbacrea eteo) oi»servad» até agera; dando até k>*
«gstr jà qiie elgiiipea desavença», qjie acontecem entre
portugiOezes , e.qoe podiem saiiar^e por .intermédio
4os 'Conjiules , $ejam levadas perante os tribuoAee do
j^la para ouiior vergonha e opprebrio no^so.
Bsrcccji.A.^Ea tAiA SAZBBisos co« k umaicá.
. . XI* i.O tractade doeste paiz com a Inglaterra deve
acab<ir de facto em novembro de 1844, e o nosso gover-
no está dc4iu^aifdiiH$e bastante .em ;mandar::iíeni aqui
-lifti fanlHl encarregado do .negacío&ou ministro pleni-
pnCenciario , que aproveite a oceasião em que os in-
^ie»«S'A)rcejaai por concluir outro > a fim de cons^
guir algum favor para os nosfos prodttctos , . pu que
peio:JDCis^5^n§o>s<ot)aaa.fniis eggravadps com impostos,
Biui principalmente os vinhos que já não pagam pou*-
fco scÂiretel ovadas ev^Uaçdeâ. .Melhor occasiâo nao se
Jlui ^ó4^preporc^oneii ^ a.^cto .das eleições de de-
putados á assembléa geral está próxima; eniLflMiq de i
1644 ; 0'<Aiafs tardar , devefin priBcipíar as grahdes
manoliras , e o 'commercio (tn grande f>éso na balança
■eiatoral. Qném for haiMl , intcliigente , ctraqorjado
na dipiemma. fede litar proveito n' estas decasíões;
ele. , ele. * , i
Ko Rie^^^Prata tâm%em áe agilam actualmente
tfuestues 'de grande hiteresse para as nações manuf#-
etiiFoiras e produclorn^r. A frança e a ktgUUérta tem
dado tractos á sua intelligcncia ; tem empregado o
lançai mio Métodos- os m^es de tirarem pnrlido
vanta^so para o seu commercio* e sua industria , da
lucta terrível eutre Rosas e FriUo , Federaes e> ^néla-
rios , lançando-se hoje iiosi)raços de um dos conten«
dores, amanhã nos tIo' outro, indecisos hoje, resolu-
tos áid8nb6," iaeilanies outra vez ;• ora protestando
amizade, ora anseaçando, tuilopara se illndirrro ni-
eiproeamente, e colher um d*uHes somente os fructQS
de tanto tral>a|l>o, ti^nta trapaça e tanto ardil; ma^
eu estoa cenvencido.de que as duas dietas nações, p«^
lo» papeis que aUi toem representado., seteem indíe-
poste pata ,muito tempo, nãcf só com e actual gvveiy-
^o de Buenos-AiP'eê , coom» com as popuijições , e os
.partidos que se guorream; por isso não seria par^
admirar que se ali i tivéssemos um hábil dii>l<iflui ta-,
■podessemos no ajustar das contas obter alguns favores
para os nossos productps , principalmente ^nhos. Al-
gumas pessoas pensam , que esta guerra destruidora
terminará breve , porém eu julgo que ella ha-dc con-
tinuar por muito tempo, porque *p posição do exerci-
to de Rosas ^ em "Monte t i deo , é mui precária , c per-
suado-me que Fruto ainda expulsará d 'esta vez o seu
rival do território úo ãiçtUcvielet, e qi]^ a guerra con-*
tiuuará nos campos de Entre-rios , Corrie^itcs^ Buenos^
Ayies'\ e'Sanèta-fé, salvo se as duas potencias fFryk'iê^-
ça e in^aifrraj intervíerem de mão armada a fa^or
de qualquer dos contctídores, o que lambem não dei-
xará de vir a acontecer . se sç verificar o que se diz
a respeito da missão da ' corveta frànceza Coquette ,
aqní entrada ba dias vinda de Fronfn , e sai d a im-
mediatamente para o Riê-da-PrOia com uma carta de
prego do governo francez p.ira o çommandante das
forças navaes alli estacionadas ; pots* se falia em que o
dicto governo não reconhece o bloqueio de iÊontêtideo
peias forças de ãosas. Ora sendo isto eiaoto , e con>-
binand(Hse com o que diz a cori^espondeiicia de Pc^
rw, publicada no JorwU^do^owmerch d 'esta , de ^9
do cornenle,, . sobre armamentes de br%Des « vaiNM-es
da parte ide Inglaterra e Fralhça, por combinação daa
<lnas nações, parece algum Uinto' provável a iuterveà-
.ção armada. .Comtudd , . qlier assim seja , quer não;
como os fedefaês e untforte^ se queizam aanirgamente
tia falta <de lealdade ée «qualquer das doas naçòcs,
porque os lêem eompromettidò com suas prbleeções •
abandonos , , estou persuadido <de q«e mipii .facilmente
que aquellas qualquer outra nação., que se nÍo acbe
mal ^isla d'aquielles povtis, poder-á ebtior alguns be-
neficies para o sentf oommcrcio e industria é
QDESPRfiSO.nA lUDOSlttlA NliBIOIlAL.
XU. Tioba cbegedo.a este ponte, ^loandeencontrdl
cem acoprespondeneia^deita^aane /otviai«4o>CommrretD
de -hontem, na qtml se dk, que o noaso governo m<in-
d6ra.ini fnio a Inglalerra' comprar a avtjihcria ^parX
a.«iiNi .Vasco i}a«<s«ma^! • • «.iPais )á.aãoi existe a íam*
dição dr Lisboa I jum.^qe se fondiu a estatua eqnlsii!!
31 f *
374
SLWnSTA UWIYIÇItSsâí^ tlSBOKfinaE;*
áítttii Já ftbi lilSii^ baT^rá qdeiii saif^i («ladir pe^» de
«riílkerk ?! } Ob 1 dcagraçaito PoftugaJ , qwe alé^ po-
iÇas ^uei podN fbcidír « ft. tont eujo (Fahalho pedras.
^iimoQtar. alstvift aniftcca » vais. CMDprai ao& Sngte-
«es!!! ' i
r, Ba^ta , 5r«.' Jhátkfit^ . «desciilpt» es(e desabafo ^ e se
V«ataa sia) traçodas linhas vistumbrar alguma coisa
<)|oe «erMea peaa pablkav^se> fas«ndoH>^ muito obr^,
^afá a^
4 Seu oêsignwUê 9 emttanH' leitWn.
f&icKde-Jaiicíro dO de . .
. iMvveaalM de 184^..
f ' ■ ■
ÚZMÒVílX DO SRttJLO 'PASSADA.
V. •
Oò Miív-je? jttate «id! vii ui<-j«'? Éialh«nrMx f
Anãtélii]«e fs*i partic !
• 2778 Ko jornal^ da SoeMade das Scíeiteías Me-
^dica^ da Li$tK>a de janeiro, do corrente atino, ae co-
'me^B a publicação de uma taieBiorki pelo nosso amw
<^|o o Sr^ Br. Berru« rd iiio António CkNnes, áe*rc» do
trac-taoM^nto dos aèienadós , a C[«miI , fala importaíneiB
-do assooipto , pelo acertado da eonjoocsnra em i|ue
*appai^ece, t isto acha rem-«0 ao. presente voltadas pflh
nrti este poiíio as a ttençjÈk;s dos ftossos médicos e dosadmi-
<nisfradores da flospilal de- &. José, e em fim petos,
•grandes oonbeci mentos e- sagaz ingenho do auctor,
(temde sér bem aeeeiia pelo pub2t<*o< cprodoxiní proK
^avetme^ljé algum proíiouo..pesu)lada..
COMMEMORAÇÕES.
2S »B MABÇO l>B t6Í^^
t
2779" €h. T»B8 BaranoB reanidos -ctn oá^tes vieste
'dia, pedcmiao Sr. rei IK JoãoIV^ <qoe ette , sous
.successores e todos seus- vassallns*. jurem defender
(O mystCRÍo d^ knmiaeulada Coiioaiçao da Vrr^mn Mac
4de Deus -— "« com pans: de desnatura lisa ção • extefmi-
^ >« nio' contra todos. os qtia livessam a.sentonao purmc^
-M nos piac pi elegendo a Nossa Saobaca d^^osla invocarão
;por padroeira e deí^Nisòra da moBarcbtii piirtugiieia ,
0^ue lhe '-ficaria pagando otrâbolo auiioal àe eit^coeota
tcruzados em. oiro ,, afplicadoe pa«a a cereja de ¥illa
•Viçosa. Eifisi/e os três Estados 4iss»m o juvam*.! asoc^
;c«ssivâmente a uni vecsidade,. bispados*, eoHc^adas •,..
«rdens e congregações do remo* l>'este'jUraraeent» or-.
jdenott o mesmo soberano ao tiosso iliMittssiínn^ asorsptor
lÂBioniti de Sousa de Macedo, ftaesse uma msertpçâo
•em tatím , pára mondar abrir em-pedna.o assoutar
'solire ds portas «da cvdade*
> Se .porrentota nio foi: posta «m lodus^ ipolo<m^Ms
ba memoria, de :4uè o linhatteot Lisboa os postando
Sitl; dos Coberloê; do Màr^; 4' Alfama; da Cnts ; de
.Sancto André: <de ânfeí»> Antã^re' do Bhitraria, —
IK^esta , e nio nos lembra- em* qual mais .' aídda! se
(Véem estes padrões mui retamados de mio de 'r»l>.
- No «nnif ersarto da iostituiçiin d« ordem militar ék
Conceição que fiai oníito depois d'*rsie jttrameoiío . dÍK
.«emos « quo sabre u a^unf^to nau. podemos agora
«itepder. . . . i 4.4^ ^oâ JuMo^
ThBR8A?IDIIB.
Ne ra^antlofioiTf pus dant iioi ctaa<p-in st iwir.^
^ ' ^ Ql»rNAOfj¥. RuLAND, 4CTB IH.
A UTEiaA £ O 8BU COBT|SJO^
2780 N*i;ttA r(](ie e m.il unida tarimba, raciimaéi
dè junco secco e de algumas roupas de boréi esfarrapa-
do, em. qoc iúbaràô da» mu^en^: usava do repousar dos
seus pariiosos aíl^ns do dia . em que élle adormaoia ,
— mais ditoso, do que muitos rieaçoê da corte em
seus leitos plumosos e regalados « tantas Tere^ tô-
deados do cuidado e dos remorsos , -« jasia estrra«(D
o desgraçado amante de D. Helena , que prtiietplavm
'O- dar ; a pouco -e pouco . umas ligeiros mostras àt
f kka , pois qne a ferida profunda , que recebera , Ibo
jirranoava» de espaço a espaço, uma dor pnngidu )e
-vrliemente , <lesobrochada n'nma cór roxa e sombrias
i|ue lhe revia peto rosto desbotado, ou. n'um arte^
«ais agitado d» peito, ou n'irm morder mais oobtqís»
dos lábios , que estavam azulados , como os de- mtfkr
«adar<er , ji 'semiw:urrnpto. ) ■
Silvestre , o bandoso e charitativo Silvestre, asseo-
ta d o juneto á caiicceira do misero enfermo , es^iv»
-iodo rcfiassado ifaqoella- angustia, que o oppriosiu ; «^
ora lhe punha a mão sobre o coração , eomo portei»-
iiendo acalmar-lbe as anciãs . que lb'o partiam ; ora
se curvava tanto sobre eile , que se podia dtser , qti«
-procurava tran^mittir-4he n -um sépro a deft>tl e exte-^
nusda saúde, que disfroclava ; e aproa ima va-sc^iA^
tanto da ft<j«>Sev que ^Ihe enauguva èom as suas cíSi^
prateadas o frio e aljoforado suor , que por «Ha ttm^
-gotejava.
— Btsrinba , Ioda susto e admtrai^So , resava afoelba^
da S(*bre a pedra da lareira, emquonto eum asmâosi^
Tihas atiçava as brasas da fogueira, para^ qAie se
apvomplasse prestes o taldo ifrniío, que sértirta íl%
•€onfòrto para o doente, e^do sadio almoço para todos^
e olhaíva , de vez em quajuio • para Pedro . qu«*, ei»
pé, de brocos crugados,. os-olhus eravados na taaha»^
-ba , o quasl pctrifloado de mágoa , parecia desejjir
compsoendcr a eaitsa de-tudo aquiilo, d''aquelle ac««*
teciroantov,. tque ainda se lhe figifrata impossftei.
.. -«^ Pobre iHoeMKKt «^ disse alllm, depois de«mtt
bom iotervalhi v • ^m que todos so conspiraram Qiiod«4
— que 6oisa& más de fcitiçariaa ou de bruxas d ariom
eomtigOi esto niiiSe% <|fete assim is di*txapam por morto,
etao chupado -de sangue!: — otmoieu-se- cala a ttiã«
liodu.
— !i E aondo foi que o* Inpashí*, filho ? — •
'o-rÔ Mariuhat.-^-lahoit^qoasiiao mesmo tomfUk^ lo^
'dorfio ifti» mitgmê', oomo se ndo. tivesse^ ou vido o qi«o
•sou pae- thc peegunt^ra --m}Uo disse atlel . . .c paSsi»
eanle. i . v '4tfue vinha ?-^
*»*Ç«e (viidis.; assim Deus mas saLre^^Respoodcai
■Or pequena^
"^filé Kfrios pastam o diabo. . . /e tantas- ta nlMsçMi
mi peste itia dè iva •botkfr» e nas planganas-, «^ «i^
i em prastoa*^ ;.••*« i.^ ....< . , .
U^j^
REVÍSTA UNIVERSAL LIaBO?<Fi^SE.
375
' ;^Ca|w|e'« (Uhli.-^caè-te.'-^ Ataiho« Stlfestré e«m
mma voa solcisne... *'
- — Mas te iat© é tande . ««m^^a varreckHira L '«"«tes*
ideagèaçado jJli.ás.JDfttCfii -t-^ e apooUva para Fer-
nando — Vê ^ora >è como elte estát, . . . « ciia^
0 laniio-faalVo afja**-|íar owáf', q«e s4 lli'o banhai
rmos com agua frr »ca ! c o |Ni4rteai*í# sem f ir I ... .
ipois já fas éi», ba «luaa ou Vtz% buras bem piixa^
-4as! .
1 £ era afslm; qne o sol penetrava de esguelba pcU
-«streila e defumada fenda do lelhado; e tinha doirar
com o seu clntóo fulgiimiitp as negras edeaegu4ws pa-
redes da cabana , e a quilha nova de um bar(|ninho
Mfte pé^ca^.que devia ser ouiro earro doa triíimphuéde
Pedro , que rangia espreguiçando-se -cum a verdur»
.éav «ladeira , e recendendo auaveroenie ao, atcatcão e
^v«sina de pinheiro, e que brilhava aos raios do dia,
;como um flô de tiét^rim» preciosas. . i
O v«lho, que.aiudil não havia atinado eom a.soJUr
iCào«d'a(yMlW euigmft, bnrhou.a interrogar, o liUio. que
embebido eok seus cuidares » nâo dera por suas pe^
(guntas:
. — Ma»ditfeHiie<o4,< Pedro, dÍ9e«m*o c4aaoe qemiM
.*ez., houiemí/iloude équeto fo^ dar curo ei*e,iní*ir
empregado moço , que ahi eslá penaiido aa su#f
icoípua»? —
— ^ Aonde,, pac? você vae^ flcai-, ée cerlov var
irado. -^^ Aonde ?...-. eu não lb> dovia .diíer ^ jiãu ;
ique -é; . . . mas eúíifim. ..<— *
1 —^Elttão onde foi T —
. «^No regaU) da Lobaria. — •
. . -*- J#o regiatè da Lob. . , . —
. — j Tal e qual ; éconaò ih'o conle-». pae ;! rrr
-—'4 E mesmo. . . . snn , mesmo pe«alo ú& .oi»fiar? -^'
I y-rllinas vinte baaçns d'agua. para b^ixo» ^vã est^
iip»r(e. Oh^! ineu pae* qne se visse como eu fiquei es^
•Ifii^eltdo, quofido sentk vir ^iqAiiilo tÃo pesado batór^
me na rede. . . \ humtk!i í ora — disse eu cá cojut í»^
-mevts ho*ôe5.-^h«»íc siitn , que dei -co* o pescado em
4>heío, com f>escado de me tirar o pó du afo>le»ro! e
,v«e seuã» quando, e<Mfieço a araastar. , . tira que tira
#. bom arrastar» .• .f vou a dos^mbrulbar, evejo. ...
- mas pae, — prosej^uim olle u'uai tom luaú ^ravev
«ocHiMt se Ibe tfotmesse a^sominla um imensa mento rep^ii-
fti no-» estie bomômiilUiOi que ali »ppareCiMt<, é ppr
^aie. . . — , • .
• — íQuo dise^v rapae? — reftlrçou o velho..
•«t- ^ígo. . . . «dtgo 4}ue CÃ mo* inteodo*. J^ é. preciso
guardar um segredo i>'íst», eomo se for»m negócios
He tfuifesiu); V-^ltôcaa^^ tapada. -^S^gred^»:*. 7^ £ ouves
tu la. M»rihba.k se* me^dises, .se.çaes em m^e di*
<#er:UflN*sÓN palavra ,. que -sejav * .•* »corto^fce essa. liu-
^oa ewbocadoa. ..E voeé, pae, olhe tá^^, que,.,*^--^
-. ^^ Air! -^gritou de;"su4Hlo a pecipei^a , e^Teia» s^oi-
tar-se^ntre us joelhos do ve^bo, que ^maveileceu;, e
4riiaiitftMbi leibomeiíte a cabe^ , proibiu coortodoa» os
«!eoe«Si<rioa'4^de«NiAeâ.éa'Ui»«<»fiá€ub^ esta sini^t^a^im»
tença:*; < . '.
— Mau agoiro pae^.ar.-^^.éaigvaK^de moríuori»{—
( Enr um oà4>.,' que^ ulVa^va ««riiiiug».
- 7o6'<rão r/a» iRii(rfRalambemiii.'-aqi^eUe iuataute foi
•íisaiUMio pfiF iim« confuisão^'. cooa» iiun«# «•'Utiaa :
■»« aita!ncaAdo-&e immediai;^nienlo áqiieUo adormaci*
«n«nto de)atttMi>e>aa, quep^Ua ter fatal pam o ferido.
do para reifuestaf» m ma0s^ nns 4^om»rías e »ot do^r
mingos de agosto* se ataviava com- 09. seus (ÁSns mm$
vistoso!; voMouí-Oh de re|>tfile, com a sola. para Oâr.
e-prqscçuio «lun uma 'voz incerta, .para assoce^ar se4i
pae e Marinha, e diasif^ir-lhea um reeeio , que mau
grado seu , 4hjB Donsumia e estortega%a a aknn :
— È o podengo. . . ;o cacbôrrordobosso vi$ÍQho..».-<r
' — É ,' é; nr/a , porque «lhe chega o fárp. . . • -^ e
fiil^eslre não ieve vator para acabar.
Pedro fez um novo esforço para sacudir a idôa lí^oi*
««fita , <)o^ lhe entflra' na ^«abeça :
— -Q«« mvia , porque má .esgma o toIlU. . • •
n6g'^omiiQ o eonsomma !' tn^^i:. . . . porque estará cooi
a rabia vm pelle. -^ £ cuspiu fora Ires vezes , para
expurgAr a. bôcca dona5to:vcncMiiOí^> que tal frave po*
dia alii deixar^Ibe. .
. E erak, por certo muito para. acceitar aquelle aH^o^
-^O.neasooar.sabiHante da eoruia» e o' piar agu*1n 4a
JDoobo sempre foram stgnaes terríveis para «191 ini»r Lbun-
«tu; mas ouxArar àt um cio. . ijsso então; sobretudo»
~ A pobre da família íkou ioda.4kb7smada ua sua su^
per9ticÍT>s» prença } calaranr^ae; e* apefia$ se escut;iva
o» iutermitenie e enfraquecido resf^egae^deiKcmaadcK
Calar2iitt«se^..«-mais dcsgra^^as ibes^ropreseotaria asu«
âma§NM^âo rude « «ivrarijfioi» , se uto» u<)>a pers^r
fi^^fifi,. que pelo ^en garrfdo e e^tfaopdinnrio traj»r
met^ei^a^fas honra» de*-ser apresentada j3'uma exposi^âf
no f^mPre, não vi,esse eortar.ofu) ac^^^ilações tãopror
fibndas eti»iàliBeg«»i 119a .vâesse— pona falfar umu
HlgoagemL w lamodaf-^ lanhar mn .tfaçp de alcgiía
ik!aq»ell^xpattiek de Iffote^a :.
--^Orasbous d ias-v tio Silvestre, ermaif çonáp^
uMii^da íteigaçib. -r-
. -r-Multu> alogre»« aá. mestre paUiéanHf António CUò*^
«or-^iiic;r«inbutu'laftarão><ía5*if9ti!^eiM,. como acorda^
^doj|e<tftn^^pesAdâllo-enorm-*«>aj|senle«4e, e^vá de es»*
tar a. seu. gr).sto. —
O pr^icirulexc^briu^e e« assontou^^se;;
^ Sú- «spcTO qjtte o» m eus m uito benévolos )éHAres'me.
húo-ide relevar , 'aem>s*e.enfodareip-, 4f^ie eu^lbesfaçf ^
aqtii.um eMioço do alfamsdoiru»<a«a4fi^.d'BquelU'fre': -
gupzia:.
• Aaitonio '6Meu er^-n^tural d* al'díia ééSnxm f 9r
Iliba- de u» lemradoe^afbasiado^ e* de C9pinl<^* tão aU -
tus ^ qoriBftl o^^viu-^eom^anaiw -de poder peocurar of-
iici^ ou betteikio , .oi' marudou ^raetkar a . mui respei^
tavel arU da pbarmacia i^om iMiccredítadissHni) At^os-»
tiubo de^O^Ribkb»; -o 'botkartO'4e' maia ínaoík. r^aioq
OMnçadA.,. -qw pof? tedás aquaiil^s^i^iiioç* «e conheceut
«lesde q^ie o m>nodft'é-m«i»do»' Q rapftspFepf»roi^*i»ed(|
eufbvari-te nHria^errenjos, toiUou a-béu^âo do ipae, quê
0bi»rav» polaa4)arbQS abaixo, que ipettiadó, B'j^i.elU
«vua .d>espNida ^e. po»-se a .oapiiiihq para ca^ i^ mea^
Ire Agostinho dos ^9\%. *
"Pasbi»ii*«e ofrfanm»; . . .'pt saaurse «nno emeio e
PM* fln aorcabo de~doifft«i»nof , tres/^neaes , e cinc^
dbfS^.. volta fO'«bom úe Aiitoi)i»M[|bdep'HttuibotiaarÍ4>por
ahi além áánúAimM9 nostal »*7seu p^e, — que- ae g^
riava de lhe ler adi>vHiha(^ a-vocaçâ^^-^do quaKi' Jaii
fèmam^^^PAfyp' i^uMm , . ^ . merectndof esr gaboa^
detlodos oa aeua vâsbibos^epatc^jo»; que |he^chi*\ i^iar
enr casa a darem-^lhq os.parabi9i»»rd<^a9li* adiaratameuto,
e a^ToligratU^lpfeniHse^^et^vereiíiifD* sua biia ieru upia
bolioa <s i«i.'i»lriéfMén:^T-itl>9ro^iiio..de«{^^ elloa
da outro modo/, o que aâo deiiávia dè affeud^r uvi
376
REVISTA UNIVERSAL LISBONENSE.
ffiíucío «s or^ulbM balofos do joven Fleumní, com seui
.fi>mos de Galeno,
E algum U qac ningacm éprophéla nn sua terra...
«— 'meotem pcld gocJn , que se regalam: e « prova
d'4s(o existe no boUeario do Seixas, cuja figura era...
— pois nSo quero agora d i ser como era, senão tiobant
muito que rir os meus leitores.
^fas basta de folgar polo emquanto , ^ue temos de
dor conta , — e muita exacta ^— -do que ^e passou oa
n>asii' de toharão das mugens.
O pralicanlc aproxiraou-se de Fernando Peixoto, en-
o.-vrou-o com certo despròso , com que. os fntndee da
«rle e da scícncia costumam sempre de olhar para
coisas de pequena monta ; revcsCiu*se de uma estufa»
"da anclondadeiíipocralica , tomou-Ihe o pulso Êisen-
.do visagcns c momiees , e decidiu^rse a oxamiuar-lhe
a facada , que (etára , e a receitar-lhe om récipe ,
'que se havia de lenperar na S4ia propría botica.
— isto nio é nada — disse elle. endereçasdonse pa*
«ra os altentos pescadores, e procnrando dar á sita voe
■dissortíinle toda a graitidade , qu« lhe convinha, —
•sou até capaz de apostar a minha cabeça , ^^ com 4e*
do o saber, qvc cá está dentro, —se em poucos d«as
•o nâo planto «na ma, íioe escorreito, .como um pêro.
^xléra 1 . .'«ião que se assim não fosse , que levasse o
iJiabo os carlapncios. Hcra que lenho inat.ido esta vis-
ta I Banhn-lhe -essa ferida aom agua de vioéoíi., Hedro,
« pelo sim e pelo não., dar-lho-has , a* recoMier, um
naropcsilo de ruibarbãto , tfue por essa rapariga man»
d^iciis 4á buscar , á^tarde, e^erás meu tobarào 4ó$
vnigios, verás, como eu tio p6oho rijo e fino para na-
^*gar poír 4oda a .terra, —
Ora António Choco eran*aquel]e momenito sflbiífue
lusfa-lhe a sapiência no gest*. como o resplendor de
8. Jtcnio , tenerado tia -sua -capella de ires naves e
ihias sacriHius, e a mais rícea t enfeitada das -eineo
que havia na freguesia.
Era o docler fòito á pressa eom o seu raibarbo
univcrsnl e omnipotente , como a agna morna de Gil-
Bra£ de* âoRtlilhaQa 4 ou comp os medicamentos do
Ai-gan de M(rtiere.
Pedro estnva trasbordando áe contentamento ; a
ccrleíi . €ítm q«e i» praticante fiara a salvação docn-
ferrrto lhe fitera esquecer os seus -temores eprosagios.
Tkun de um armário de castanheiro doze vâiHeas, em
prata, uníto producto do «ou peseado da véspera , e
foíí ^Qcee<^l-os com a melhor vontade a António Chó-
tOi <|Hie desejando pwvar-lhe, que ti«ha ahna grampe,
como os que a tem, reeiíMU d« acoeftai^lh'os , «m
quanto o doente não estivesse curado.
— Ah! é verdade , — proseguiu eite, como apanhan-
do uma lembrança, que lh«fogíra, — ^onde c que lu
foste desencantar, Fedso» osle pobre 4iaiio*a Una? . . en-
tão ?.f que dizes? —
Um rubor nacarado -se espargiu pelas faees de To-
il^t^o âas mugens, que solveu es olhos para «eu pae ,
^^lão4)rioso e verdadeiro — para lhe pedir -perdãa da
primeira mentira, que dizia em lua vida.
— Foi ... . — e calou-se.
~í, Palia . tornem, deseobucha.. . . que mandinga
de historia é eiwf — replioeuo deuctor phQrmaceliti'
CO r«tre descortlkido e impaciente.
P^^d1*o caiu, de repente , em si-; e «recobrando «todo
o SCO hòrtí aviso c pradeneia, lhe *e«poade« com voi
âficei
— Mal haja quem lhe poz as costas a'aquelle eor-
tard*a}ma, que parece mesmo um Senitor açoitadoá
cotumna ^-— ah ! s» pairieante , que lastima ! . . . . es-
se moço, que ahi astá .... ^sse mocinho . . . . i meu
primo. — í
•*- 1 1 Teu primo?! — atalhou António Chéc».
— È tão dhreito e carnal, como. . . . E* meu priom
que vinha <de viliar de ããoupos a faeer-me uma vízitft
e vae senão quando dá com elle uma rodada de con-
trabandistas gaflègAS, ^ve se não soa eu. .. £ parou
aqní o sincero pescador, parque não podia sostenlar
por mais tempo tâo enredado embuste.'
O boticário mostrou não ficar muito aoreiitodo;
— i Com que então forem conirabandisUf ! ... pois ea
pensava. . . '. —
-— iO que'?-— .perguntov Pedro com muito intereaae,
-^•Pensava .... pois vocês uia sabem o que vaeí
eu sempre lh'o quero contar. £' nma novidade dos
meiYS peccados! uma novidade! . . , . pschiu ! oovt |á:
esta noite .... ,houve grandes desordens' Dt casa di
ÍAjbati<r.
— i 6 ^a JjobariaV, — bradaram ao mesmo tempo e
velho , Tcòarão e l^larítiba , qac se haviam apinhado
'em volta do praticante, para ibc ouwcm a sna histo-
ria-tão neta véL
— Sim, sim; da Lfíbaria. ? Então qot querem voeés
diser com scns guinehos? —
— Não*<|tt^fleí<s, tião, que é verdade, -«prosegoiv
António Choco, — o que vos digo é certo, como aa
coisas que o são. — Contou-me um mestre pedreiro da
freguezia , que esteve agora a curar um dedo na mi-
nha botica. Houve lá o diabo esta noite t bnlhas . . •
arruidos. . . . e pòrtlm, creio queaiidavh alli volta de
nTimorico, -porque a «menina -^ a fidalga nova, —
diz que ivae para um convento , para . . Olé ! . . , -ora
repara-mc, Tobamo. olhà^me para o teu ferido, eome
irae mostrando que «ão tem pressa de morrer peragB^
ra! —
E era bemsingufar a altoraçSoc nmdanra qne se ope-
rara em Fernando Peixoto , que principiava a estrebu*
char com mais violência , a respirar mais snflbcado-,
a entreabrir os olhos empanados , e verter da i>ócoâ
uma espuma cdr de sangue.
Oh ! e quão perigoso era este ensejo ^ara qoe e
ignorante e desconfiado doclor de Seixas ^'asgasse e
mysterioso involtorio, coih que os seus charidosos hos^
pedes o occultavami e ^uem sabe se mas eis que
se sente , ao longe , nm chocalhar de guisos e eam-
painhos.
Aittonio, Pedro e Marinha correram de uai salto 4
porta, e viram jôh ! qiie vír-am elles!
Uma liteira doirada e guarnecida de recortes e ara*
"bcscos, como os de um retabolo do «século dezeaeis , #
com as cortinas de damasco fechadas , é tirada per
duas nédias e possantes mtflas.
Ao lado esquerdo, rebttçado n'om capote de JHirnsi»-
dã cava'lg'ava ls<mrenco Rodrigues n'om cavallo preU
e magro , que fora o rocinante das batalhas e «vm^
turas de Badhefomcn da Cunha.
Mais atraz. montadoií^nmo felpuda égua russa, com
a sua poldrasftnha , pulando-lhc ao lado , ia o reve-
rendo e bojado Padre Bernardo , com o seu eliapén
iriartpílar na cabeça, e conf a sua caíva de tabaco na
mão esquerda; e rematava e cortejo um bando de cria*
dos de (íM e de /«veír«« bem eMoados e-aperc^|hít
ttETI»rí4' 'tmiVERSAC XISBO^BNSB;
87?
é6s> «icoU^ndo' três ssémoUs carref^adas , e bolMrta^
cffiti rcfiostjenròk útemm-aéo com as^arflitti átt Epbaria
O pcalx^ante^ (tfodo ichcio.idefatind«4e, « 9iinilh»H
l»>a mm míròlogQ, qn« iè» pot êm^ r«rificfr-8e o^im
lanUs eiaolM c»k»fa>8lli« cdittátra' , .4mToiiLtdD bçaçd
• i">- ^ £ 4<íi«i te diaae f tt liomein? » 4^h» <)á<;^a«r<. cq niè
enifunaste ! ^leanbraMe do^foe tc^cKsaa^dPêdr»^! -i v||S
tf litarfl da Iioboria?'; .>^'^^48 aití 46 hão <p fmtof ^ * i
ftoh \i va|. dentro Dv •Helcnia.-«^i< . ;.i
^ Um gritfar.^gfado c.delegpenrftylo-peslrvfidrapidaaici»*
tt is ulttmasrpalaTk*as dot l^o&ioari6p e feánattdo , cooi
m cabellos' em vtfesòkti^ni!, «hera'^e ^do.e ée^ai^^e
)é sèi»o,-detiraMe,^e lMfmcl,'Co«io.»'iiMa É»f]aBa«
let do graádê^êrágiomi aattov^ido-foèho Jitfilo^:>e«^'(pia
}»ia,-^bonMro. UopaiiUr.nafancâaa da^nvDMe^^^rftièw
imn doas» pasaaBiiaa «icijhni^ftp^e ilHaUMiaiaaido mimos»
mt^igaoto e eoofiiaov «ariudeílivaças a adav aiabta».
-' O >Telho«e a^ Mloca^menai» ar ateoairèlMii n»; bva-
çm; « Afitéini» Ciié«>ftlsvivM->o^ •.pi;0fm(ttes(jeajiftOf
ftimia da 'neatpe : . . .' i • i vi.- / » n > o s .:■.■•: *.^
«. «wGrabdoa iiiaiei,cgH»deaitfurrii!^«*«*i' : -'-i'^! •-•
• '•^' •* •' « atr:/ . . • .;i..Faaeíni»4aiClitAm '>^
- âTm A iBfmio do cihaÉiado. cft*iirfii«>: da fotto*
ria , |)òsso tímbam^eoMInmir» liic}líd|id«ii^ boii aiBHo
d« mns^^doís ams^cnms; .: . -íj t; .u-m^-j ., k..' -'
• 1ia''iinaipcíaoo9>de vimaa i|Ke*taMilyo»eii da- (Mtot^
ra thaiMdo Joio itraáiàibaifa, »MqMBBa!«raiiat«ii9 «dé
▼inho. em Villa Nova de Gaya ; nas •^^'Irmiaàs-fii^
il^bia miiittf) adnriá lai MMiiMi,.ieguridd>vlleidiáia ;
um '4ía de niaidi& leve de vir aqqi.a^ioi^.ib/qte^^iMií'
qae>'fdH naa qiiania' mandou in»' -recado) mattttotalkrgo.
4lxer'u^«fua eini» deanerasae i:)fiap<fae tMiej^de ir a
ia! f^iia, onde se áebafvae ciror^íie da^selkaria v^a^
ve ift^a' eiíltair, e eána eOe Tiolik »Qi raras iiv<e%esi'é
cídbde;:ifc nem sa'jebia.cpi|ade, .lUio ipvériÁ fi«r#éf 'W
<>eea«íio. «^i^l^^ ;> o fa8UAa8:|Nmcasibefisi'V«MQ<, e
4iaM qée^ tiohasMIado- «Éia graede sôlitiMrté ,) qve^aa
«chavá oè^ r«a/€MI expeita/aíqiíaÍD aitpiíaMso exiili^
oer: <isu» se«paas«» hs cintoo aa saía amiov, • e<»^aaes«
■ae bómeiíi-ilMK controuadet |6B iut^inrapfia tids^sms
eoMiiiiiadaa 'iMrbalfaoalnaa^vietti anMnaiia,^e fM^e
'éerfeitt leode^ «... ...-., ^ ..*<.- f
'Catatialrovgíio da solíiana aie deve conaavta^^a
o ' Ae«íuaegn»éa: ) no obaoiiA) : retino «ín '4Íiia> tIVa /
pél9>fve' tuaAos benà tenp faileiá ibsdiamilaée ,^ avcMtt
Hn&to 4leaéal)effeAe;i ao fovavaw tompate lodeaKdstfi^
do prejuíEO qae lhe pôde cansar ananifesUK^Oido stf
grddd, e mÊspmgtà^ él^Ddmraiita; «liié aile |loaB«vter
moiteiíiieis^otll^ a# ^profecindo «lie OiteonsértiÁ-se
màM^ eali^V' «bi /masaáe éal^lbe ià(.coaaiAei«ylo íqoe
méltea% , «M-u<; Íj ....... •'*»:.: -^ ;o-i...;i: ri»,.
Porto 21 de feirereíro de 1844..<' 'Ht>: • > .i mIl..
-:o' MM:' |i0r«i Jii|i«<áMi 4hirêêra Ferio.
.A .A ... _
Temos a 'satfsfaçao de eimenciar que todas as pes*
soas de LisboáTr ^^Ifvd^Hi^ ddbtiV dftifti esle Toras
iifiinigF^,' sfo >eMfim ohsigadas^tt lèaapo-de alei dâcaAa-
Eis oiqoe iemoâ T)*iiiateeae(»;;idtrfgida dòPorlo*^
Sr: Cobwiendadôr Pêreh^a da» Hiist;, qtfè'tèri<>a Wm*-
dáde de nd)-^ comnianicsr : é, datada âéiSdèmarçol
Joaquim Joié de Oliveira (o Çirufgi^p dá í^^itaria)
o/ii iHf.ir .?iõo, na j;ro«ttna viãger» do vapçr,. vw na,MC*
guinte^ Bom será pubUcarse a ida. d^-elU .fara,q^e ^
homem tenha oecasiãê de beneficiar a humanidade : aliá$
eité pouco MsAaMre»; Mu^ cuÊtniimiáwi-o a ir, e
tii^iMtaikmu da Moreva.^. tint itáimò Amigo ^/:é gáíí
$e decàâíiu^ . . ' ' ' . - ^ '^ . ■ t -
JfirSS A flÉKà inlkul^de -^ CoLleoéâo ; de i^cêOar^s
»€§r9âo» pa»tiemUare0 , neceêêm» para^ o inOmfnro.^' a
jMca.'è wmmr parteéêêOttiMMr. àmmtfaeiurUs «fficioe
e.'õU$féê'diffêÊ'in^êe^eiaãn., -p^ oiijoc ainmmeio e pún^-
gBaaama já dêmos ^ coaÁaçau já » poèíicartee* . t
- "A fMiDeira -cãnlariiata^i ityiie iretebcsnoa , deveedf
ea^ smg formar, «dn velvriq .é eonsliaiidebde aeti \o^
lumes a totalidade da obra, a prílDeira eadetneta^
repelimos ,. JÉáji «larajnoaltia da eiuite estudo que
iià.^iAateria lem fèitOiA autilor o< Sf. Joãm^apUek^
Xeaio ;^ e pnomalAori aes^< tintiir.etras ,^j^mtúr9s^ ,. e c«i
ttoaesiakn^cieatjme^D Auito cabah G««itém:'esAa..car
darneta — irUroducção, onde o aiictar.|ifQ«a a util^daf
daderdo aett/teabaUiei ta^. I êa^hieiianm re$mdd4» dá
arte 'da. tânkiraria. -^11 áa eswt/ha 4q locai ^ e autroã
meioe e áiepoàipõe$ pura um e$t(iheU9Í(9mte: dê Uí0tura^
im m prmip^ caroMtf^ IV âa^. -di^erta^^eipeeks^ da
makuiaa oomufisa, ckmietefies, qm difHngttamios, >o^'«-f
aleajfH^rea irodiiadiiii. e estu é'cnie proúidúm: «ftia
diíMeaate»* ^miean^èpee, .emm'^cfméinaçõea eom oa
a0!Mos]mráa<mr«i«a«s^etpii«uhw»c >
tVJMVMIA^ A4nUMff>K «sulino.
!27i89i . QbAifDae iv>caHige.ã7&I copianamos ido l^ta»
mo'^ at$Êew»à'ei ifotiçie de',ingi«i perdido» Jgo«pav«»
mas i> ftia dpís dias aNte;s..bavi« alie apptrecidotie »i^
tie^de' Venaiim , .na mangete d«|«íeffda. do Yéio;^ d^
fi0D(iD^da;i.íabaAi/A4irada;paca ajlipele Téjoedlespa*^
beitojpaf.vmafcreaiiça;; a aadarer , iá/carru{»io^ aklT
de^ntrataalo.astawí reai^ociveL } w . :•»
Ke. aeu .faobee^iatia^ ^Igiuii dmhaire .e o.relegè»^
qate iDra «m^dos. Jadieiad.; .este h^xUr piarado eatf.oef
se-bèras^if^rafAiflvaille da HoUe.dariSL.de» foMereírfi
uirimo , porque n'esse dia depois de ter janVado tm
caai^die SríjMmriqu^^JameÊu :irt«ado «ii^a si4e<«Í6to
pelaa-dazé^ noite Aa;ctlçada 4i^'£stPeUik, «já eioiíli
deraaír comp eostUAayai: em case do Sr; .Jkfmod§,i i$
JXemmièdee. - ^o - . ,;-•<> l • '.
< .AUribiaffée ^,siia moHe.a stttcidki^> e:0> sensuipn
dio á causa, que mMi|jlrQ(|iMkitfiaiieete «««duf. (fil «kí?
me, á-^perteifpecuniarios.
O rapaz teve de alviçaras* 4^800 réía é 43^^20^
foram repartidos entMiéaierfaaNiles do mesmo rapaz»
Sabe-se que na sems^aa «. em que o infeliz desap*
IMMCfièVi ehegéid éa Iii|»laM»ra ume ^qa iemã^ ^e
liaftia>»eile«o 9S0 ria»» vifha:d€«<q(Q^,de|bri^**ea
.$3fe4 :a rfg)e4<fi( «fibsJtmn» ji^fr.ig^mifiiá^Mç^Wffi^e^
CQiiieJliQ de Ç»flç«çg, avisado d/s ^ye, n/x uyúo de 10 do ««r*
•rente 9e bavi<^^ acoitado cinco^indiv^Bnos'^ D^yinas casas ve-
lhas;'próximas a nm caniinho '(fiÍé.Tevu'iiara o lo^ki' âo M^^
nSque , reunia' ot tabos de pêiftcia e alj^ms '^Isinlios • déu ào^
\ M^e ai»ahr^^ ^éada eai^ida pi1eiiàac*4iqilie^ iW taaa aojaí^
378
REVISTA UNIVfiRSAI^ USBQBjQNSiBt
tflUipit éeh<m«muQíd« d 'um puAkal, -d*«ina>l9tolai e tma,
f(fn#i^,á^.t^TÍ^U: ,0'«;<|9in(o, que fe tinha evadido,, foi dai*
coberta o-pceiq ^ duaa hor^u. da tarde ; e&t^ ultimo era iia>
iural do çoiipelhp, e 8iipp8e-sè que capitaneava es outros pa-
ra àòcomilietlereiíi alguma ca«a rica da vílla: fizeram-se os
eôinp^eiiles antos, e a Justiça, a quem o oeguéio está entrei
guê', iioi4^afcobrirÃ>o'imiit.
— Estreia da Sr.' Âlberiini-^0 Sr. ZoML
2785 O TftAGico facto stiecedido com um príncipe
de Azzo, contado ^w P#izt«'n« Mstoría de Ferrara ,
lefvltt lhe stabgeíta A ByfOtt para um dw/seUs inais
lindos p96mkioSf qtio á «vaiiado, covo o iptii {mm«
. tko d*<}ttes. D ^qm extrafu Rqbmdí os lanoBt doseis
Iffbiietto ; ma^apesar* de^amatimcios portão» fa&bil es^»
criptor, fieavMé Kmpre «^aís belios e paUneiíoos ni)
pbeta' inglaíi Também o^ompotitoriiío foiii?«9t|i ^e-
ra ti^èrilkuMileiiiente nspiiJHlo comoemtantuoiriíras
qae d'elle admirftmfs» > ..
£ pelo meftòs « terceòta ?iei ifèe venes a^^Piari-»
iliia...^ea'aèeRa, e d'eiUi: «epria dVstreia i Sfeu^AI-
bertinl-** d'*Mtreki para uós que mttM a otnrírimoi »
ff para elha, qtie se aomoa beai iaforiudes , iiiavoa
prui^ira gme pisoii o paloo«
A jov^en &eopbyU-tèeàtr4il par«c« to vMeaniio»;»
éiaem-Bos ff«rnaMda oolngilalerfa, «disaada- ao>Gdii«i
«irvtflorFO de Fiôreiíç», « depon itslniida noBXOfMh
»ios' éo e^RU ^ela ceieère ■ U»gher. A s»» «di 1^ 4x-i
leofta , f«i«e ,. ^ibranli» / e Ino^. Pedteior angwtef^
Ibe um brilbomef latuvodeLtriumpbei seepieos^ MfiMii^
4o 4 estudo e a pratica «e tvnMm^ emfim al^çodo sobro
os bel los elementos>'«wq«o Cio diaimtitamiale^ pottò»
assentar*
09i^. IMmW éomtetiè^ a^A atéta d^ tina pMfeit»^
fi de «erlo. mui poaoo draaiatio»> 90 péd^ n<Aar de-
MeaeHi^de aòçõo^ mia pavo sapfiFtr lesUi toas^qua-i
Mdadea , sem dovída mwHo a)Meiaoeb , looi o ^w
aoboU ^ mai9 eaBtucU^' •'oaa oantor , '0'¥ok. BaUeiH
sa / íbrte , clara a espootaiipa' eomo.ello a pistões íom
ria >a.«a^ov^oi deieoov ae pqnNentum fosaaiigoai
om toda a sua escalfa. K* esta opa0a><U4Mriaiiai*««^aa
cabaHoQi do qoartoto 4io>4/ aoto^, nas te lamiría tm
hollMuo--^U-*^do p^o, tia:iFÍbninlei>e aveftada*K
qvo^kula- aoé mais indifitetealea artaaca ^ntbasiaati^
OM bPa!foa4
^ ^Hitbiioaqiio seenlala .uma oova opanâdoDoNiawl^
ii^^^lfarílB Sloai«l«-^ pe4a âc.^RaaBiP^ •q«e::para-soN
lamolsar oMniforsario de ^v M( >fa<4wá ^la^ maaad^
insigne cantora outra opera — Os profugoa^aftwya) */>
pr4uei#tf^eibt>o*^o ^^ S». ftoKiool, ie é^pialitdàos
raaio pa^ra osfiepaa «al-Mla ékilNK . j. .
' ' ^. -í ' • fCarê0.)t '• .•,..-.'*
$780' >9!R%4ii» oadiliAiadaiso» M9«teBta*íoaiiat
ooolNii^a-fHihlíoa^ao^-da preveraidadãv qw^Maoiafta^i
mente lhe vou relatar , eatimat-o-hei , conTencido de
que poderá ser é\i%oiéa'' olífldftia»''''''^
' ''tutz dos Stiitctos Catfo, do logat io CafTalbo^, oob-
çelho de Çoitnbi^a; e com actual residetirciV iib.6ira^o/
<Í^eUia de ?pY4fes.. bi^v^ndp èjUÍP. I l?ébçr. viohj^
«n Qom^Bíklm 4«i4a»ó 4<v^qiMip Ovelba • em. uina^U-»
iNKoa -M Vaut4Mft^ >a. X bqraa» ^bUMilAiAe ^ dO0«aiií oaq
to, foi de praposilo-ecaao pausado osperar aosle info»
liz a pouca distancia «. e cote um pab lhe deu iiofoi>
tes pancadas na cabeça , que o delzatt «sttrado bci|
seatidos, até que auantillher ajudbda poraif^mabenH
feitores . f|oa assim • onconlraram., è íetaram . em
bçaçòs ilaia casa. Mo dia^segliinCe foi ao.» lem eonf
panhia da competoaio aoctoridado/ pracodor a oxaam
de Gorpo dedoiMo, o onâié, iqabã borroe^. .«.vi a
agotMsante.tiitima eom uaM tacada na lace oaqnerdt«
que itoãelBava afeaia de. uma polegada ;. sobra o pari»
tal do mesmo lado ubm Carida cottusa , bojo oomprtt
moii4»'oaoodiit oicinoo polegadas; o aa. pálpebras de
ambos os qUiob -> eotiuméoidaa e Itvidi|s.. tigoalaiidi
qu^sir o floloma-do. um. oVo degaUinbaoada um d*el»
úi<f paia bflsca, a n^Hitaéai oo ae*a ida expiraçii
grande >quatitidadá é^ caamui aaagubialebta r toda a
eira 0Q,VQl|a em sangue ; flaaha^DM r Svv Aadaotar^
coafeasa^^^o.aa prosoiça dç tio daaAgoaadQ « aao*
ámhé. aaMo, Doaoiei verdadeimmanla hoatoaíaadoi
Nãa patanam fiorém aqaâaahilMadoÉignadaviaâi teaaa-
ÇM^, foiaquo, ^o pasto qao.a4oigrafaéaM*>nior«ay
já velbinha e em extremo indigente; obflffafyajuanfci
ao leito de palbaa' Aa aai» ifaaaidtP aiaaa farda » como
a de atai «aiob ampaiA,. muitos visinhos con^rriam ,
ex^UflftaiMkt oom pkfases populares, mas enérgicas—*
iQuem nos dera ver aqui^a-oabeça d'aquelle maroto!
— Passadas d«Bflaima.9Mdau «otlàttK: casto de vida
o pobre trabalhador ; e> o oialftf depois da morte mos*
taoU a oteliado Inderioa Ao «paeielaè oa^oardl^ toOl^fra-
ctiorada aí uma {M^ã^ écimiifal ató 4 avbita* d« nuh
neira que com a pinça se tiro» todo < am Inagamatoi
coaib a mhiat ^actlidado»; o «oerelara om omiaíostte-
dido ockado.apopímitâao , miiiimr. :no abi^icafraipoa^
doi^te.ia âtiotuias*.
: Bm p«aollado,>^. ladiM^taÉr; o fenda eatá aepnlUb
do, « odaUo^iioatepoKO «m cansaqneMcia 4o jftfatiH
g^vyel.foia.» o loBvawl.adaaidadfei d£| admioilteadoo
d'o$to cosioetfia.Riqiif m wa naèafciaa» nom jfodaMaaaaa
tot^utar 00 davadoa opmwoi.. i^ialá* St^.K^diíHori,
«uiebeom a meèom dijgMdaêo aaièoosre^aa poi^ i0éè m
«uc4eriâa(ia >M|iuiaii, pon^ot, dslaaÉoi». oomo teÉu,r
io4í«iad*. Or réoi pelo. áaçtoi^dotevieo daMpaacadiftgf»»
aasaM) c;tbin0a d/oviro. indiaáduov (àai pái^dõj toi aaMfO
á. aioMioo aop a^páialo^ dovaaiai aaiar- lia .muito Íoai|m
a» oitftodMk Oi aoioft to4 nrimbilittiéo paqa liaofioqM
afoaa.te;' i04a«iiii.iom»paaÉouhi Hineasitote» Kid aai
Hr%4aebs^niicm.aa:teiaA meaatdft gttat!ialeafcOajat>oi
ridades. Muitas , Sr. Redactor , não aMMsaaeaii aaáè
incfapafíO(» biafa-aésr bonsâi;. inaÍBsi»k: oniftaoomptí-
ToKf joia.do diraitb da teoid<i Oiqariam jaampale ^ i«Í9
«imeato, d* a&ikMViQlt-^osiai Qmoiaddracaapaaam^Aq
qtlo^Mo-tangíaiaqdabaaHlaioaaátia tee»m>:paiim<ecba<
• S^4aJ^H Mftarcab^ aaiàmiiHiitwfKnMi >a.l
éa -d/.aal» aflonteoteeotoifliotaáç^ éo qflàiw Mtp. 1
aiapi i»jm. inaaattciél-oi,. ikaiõm ',aavtaa»nt^- iid
para imital-a; e aqui está, além d'oolraa » ibi
dade da publicação*. t*^ .0 > '» ir^i: w...
Poyares.tide nHtrfdde 1844.
.V . âtaHi aalifwMotilMUUDta leitor
À. F. L.
VlISSi Sa >llíaaalallawCM|bMiqii mêSk^iíãtj^, mtni
auclorisada de beilos conceitos e observaçMt >4i€
imVlâTl timvMíl^ja. H3BÔlinEÍNS&#
3?Ô
iai^ítr^ccii «d tícr#, é 4» IwpDrUiiwte do in4«&le.
f» peU SM ^U«fiflid , tmo' pêt «M pmv^ Me em
que ni^ t^Wds^^j^oir éortvenftdtt tÂ4«iéêr slii tikilè
tífc«rtilpecÇI« . é talher ôpfnífrtonfcWlè'. i' í -
è fioiso lNMiéitieH(& c<rMldaptfS« «HslKstuittltf Mét ftpM-;
rtttido^ l4 «01 d»<}irf<iir iti «gr*}« á^ smi frtfgMtés', ,
abrira, tm^úu (Mft*, «Mrhèiá^ <!« ^riait^irAft Jef ratf biàM
!► mbalrt* ,' è^CottbiAáo já «HiiMft ÍlMl|MitoB. " t -
Í(^è MH«r l«ott>r -«e pMèidar iá^^ittflIHfO' à
«m tl4r#|svéltttdò «lírá d^lÉMI , '4o ^é Ufeer^foMi^
' Í79ê TémpemntÈ iiMMlfà dl» m^éftgaé»' 4i ;%
r^-.díouí Mè HOTM éeiiièW tator^ 4^r,«->^' tfiéM Ms
4»* 4o VM 8*J<^Ofi»;ia'-iii«4Mr fiorojf ff,*
«^fimlor tarikçio 4ímia tki-l.^ dè «letf 't4.*-^fel(iw
IH4 á 19 ^0". «et dê^^^-^^^teátof «olof il^>l.^ do no^.
ISr#MIP40liMi«IM*, cOlKli4l0O èiÉ IMioil iilis^ 1^, fft
r«l» 4^'^ olai^ o iAi¥«Mf » 8 • *^ «olk^M ^«
J^«Mttfllitad0 f#^4elli<» tfOMfe» IT-^dHiyafeffé^
IM40 OM todl^Tl^liiéEttMIlfirieMr, «4irt?afèttlféi il
99 é'4imN 4éM«» irlmodef^of feírO^a <jliMMdV, ofl
^di^ « ufví* o fOè «Mtm» €«ir élii nM «éguMK
J tfi<y4>W 4uilBd>iAi» forMMf», |>#i^'^d #1.*, êéiim
MM, fo» â (M/úW/ÊêÊh^ dft Mliiaí 4b ««« «il^te<5€l4èhtè:
# 9/ èO ^IWfra dfO> dé fblOi^ráMrá^ m^m aét^uffs dé
M^l, .iémtf«l#0 Oá(^Umt#, A^ MOito iéèêti^, tétt c(M
fe«rf4 19 I^Aii4foo«io««í#oy, tOM^^ tcfoco» mi«í rijai dtf
H. a IVO^ â 9/>d« édfroa^didV^oRl attaNrfa-téiiittc^
MMMW 40K M.^ i %éM tOiKeHo , «r lliMMdiy, téiitt»5' irK^
i««írtfê# M ir^ a'9Ò; terMIiMdô «m>M «M 4iar iíhtiY«^or
#^44^ dé^^dMl', «MM tértVMrátuf a 'iÈmiríkt é&Wi
fMdM-/' tfr ft«é«é; éèê éfÊrê-i é ^*^Ui8 fffoé^do^ i
NK eM^o Bái5ft(kl«Ci% e^fflfeMM r iir 9,^ dé'tiiH¥dr Í(
«Íis'«olft Mim téíapêrátntk '^e > ».♦ éid^a^m^^rtWi
#ft4rtfaMM> '«kTad^: á 4'J' d^ é tfitts 4éoi« « itfèdM
tei»|Mf^fW# de 98.^, 'a¥ «MfdieHaitMitte INftDfdd; d^
fUM 'cfelhrilkM!tf,>aliiiM|^MM' ¥Miaf ef, pfmisAmM(téi
ra ^M^ ll5A iShtt¥a» «MaMA*, tff HltVeMHifOMIfè Mmidd
e4eiftfMM4é9<dè 0/ «tMP. éOM^t)^ BafMhtelM dhftfHai-
Bo»? ar A' '0'IMídM' 4«^^ètftf0i{ do4» dí«§^ «étti> * IK^I^^ár
temperatura de W ii'êt hÉÉikMé^v HMk^i^ AÍÍiÍA&;
atmoapbera Tariafe)» asstnrcomo os ventos doN aSO.
í* "IPL fwr tfOdtfifteiHd W" fég^i]^'(fii<rtl Ãrtí 'détòrtdO* 2^
4 maia frio dò* ^oc^ O^iMfidA, e^om^i temperatara
tf^lrip ^db l^èMdtBfè' jáBréinrf aítfirxftwrosl'^ Aoi
Noticiai •grwmdtoi 4« JKs/H^-^MHtíMlW^l^íMIlét'
tèfé#fKft]GO «ÍÉr >kt^ctO è ^è tfMr^i«ltoftiott^N>!f IHh
iMisso lU^ttè d^àfttijfO' frftiito .aelQUtnleiAttt d^dioardb
aos trabalhos n^roftotofeos Oa prorttordidid^aqnena vil-
lifro^qdfil lifd^ tj^rteti^ft i^é « pror<)Dfad« ièeettt>idos
ttés ilitecddeilté& ttiet^^ taibbèm am^flhiiá fetâr^álo
lo<lotf'<M fMbalIfds propHos 4á eàb^o, fmt>etfáitò ft vè* .
g(*tái$i^das pMà^», dèitaiRfò Um ntiflgOédt^ 6 d^
sft¥OVf SmetHo dds èéfeaes tempordes .' è ' difl pIMls
leigvAíMcfsas ; t^ofi^fti as b«n\»ntiflS )!^tHiVi«i' d^èstè rt^
XiêMktni pArte rettédifárdo os «fféÀb^dA^etctlril, ^i^d-
fbèii4è fe» èèaros nlrserdas , fc^èrtdo bhòf AH dbtfsrs Iftfe
Y>arét!ifett éxtfMtéA, è bfrbmtafcidé' |tor íln ds latttfd».
fèfs a semear aá tèítas <tiie par^dfátn «onlf^tnfiifeldts á
^tMildJide , èstHí^formemfe Èt ^nift ^e''di^tfiM4hÉ/ Ads
ittfllios , ^^ <|ae os terranos d'aqiletl^ sitlov' òfíéfè^
ceRr'á'^(sta '^nAflz dO ires diversas Wrei f^éponde-
iWitèst * HaM^ ò'V^dH éácbH>- db»*1rígot tcmpérões
-é 4ár élfvMas; éatiiè Inftl^ «tai^ dtté tti^thos é^
1^èd¥» ^e<5éiA Ika^cid^è', è (lòr flm a cd* ^««'^tfáa
téi<M rtfcérti* lihryàdas é iMda tifd séiheAdíi^; ()tfe
lê destfiiaiD pd^a'^A Mhot, feijiò/è obiròs' lef^òtarel.
•* fti^iía «pparecért edWdbièardos «'e^té^tàpéfej pd^
rém com débil >tiH«, áMdá ftésiènltdós dâ illt*' db
bamidade qaé padecéranl, Assf n cqino os Iremoços ainda
mais ávidos ú^ a|^na'/ — As tidrias que não sio de re«
gadid I vié^-^agofá vigorando. Nota-^e ifbê ^safforedM
bio (yddttefsntt coiif a s^cca , príiteipafÉrenfé ^ étw*
tbrt^s péiteAiHnlte ;; réfttt fu^ dbyefV9-sé 4<fc dà UrOetda
tftts IdràAgèit^irár» Kínas, e dé fárff^s pt^ri^Mé' do ér^db
B&o pc^tfedoo, é^ ^^' bff uilMitò^' dinlèflittenf <í* i^dthfníi
felfiòarfr o> ^èu e^ádò de ei^òibplHPo St^ilnYÒlItittrtfiiit». • Í%
otlveiM ÈpHit déTÍçosas èài%6 éh Wtfi4os áWos 'M^
ead^ d« fVrhf/enr. Afi^vbtré^s-^ilír^^i^^é M Tdffiars
tMpoHnrias Mda (ilMMtá^iii, dTddbttf^^á r v^sth'*
s«s assint eottio nas -frdctifttatsr, ^ aitlébtidèíríi; ptt^àHé^
IMlAHir ééO^V^m ittte^ 'cV'j^<^rdS téiM( tfMO "a^f^l^
mettidos , especialraentr dT novos ^ de irltíaí ' lagãrld »
que, também enríí»iftÀ)S''adnd^ dé^ihévas regular es tera
i^Miéo i^eéBèHB éÉk e9^ifíM'^é ^ atsèn/d(btma
(«dá 4e A^tfÉM , sèMo^ ati^ns* d^af^uelfés' Téfive% Af«.
A nrai^ groAM 'tfò qWe á« W^AittdsP diíé^ eotif^. EMi
pfág^^HI lnftè^on*dt^ HiiAdA d0^pMAiéir,(fe ^álttin*
dâ/ i* v9tftt éritW atafl^a d a*'HWeirV; '{nifeirao 'Wroír
tÈúfm d*aqddM 'pr>fdd^és áFrd^ér, fm tujA* H^Tsfr
{jfrniCTpai' !/i6^ 'ntáfíeVèêeiíf AqiRffi^iii bernes , ' que èm
m ddA imitirteftafridá-dáÉ' RoíJífittís': ■ •
« 1<áM)««t áé dÚèW» M ^piVa^r ^dds tf \èiti pH^
téV'd ifi^^ff^i» 4r'oiitf#'d^é9éf'd^'Mfbè'(fdé'f^
Com '# rifaibt' MftíMb Mfàtínàyt^nto^ ê^th dotí^lli
fttHMf^Mfo-^deab» (firfdlitfb» é''Mm^tk!tíí d%ddVdb
fri^M^âb^dèS.Mif^.df^PHinbf »i l^eWi^tídb, $ê''^mf^
i^ dtt- lPè»r Tajpadr de» Kaftà; aonde já^ appá/eéM l^^fi^
M t^Wdtáf^éS' ito ipinnéfrOÉ^ Tári^. Aityendoétfàs\ iiin\l
neadM. d oMi^ iúârdiH*À a^vbt(f!r tTè^ \ítf)idA(fe': hi^^
litfs • tt^fòflfqdé MoiréíM iMIlàV eátrdl^tari:!^ é"ré^
nftésd^ d^di^ fkè^m^ff Ihrfl^rb, c^s^q^âei^ p^^étdé
tiíísffi/HttAêé, dlRrede^dbdrcointifttifo d*e^U'^^ildto^
àt liMndd-nttd iMMM^é ((bftftã^ mbdèftO' ; eni^irs á^
una estéril cbaíQfca onqaa^tttM jiMa^'iÉr4t»rteMi^
380
BEVKITí^ rUMXERSAl. l.ISBQ]^£;]>í^&i
qu«:ai^€^çoará os desvelo» do seu Augusto BemCeitor.
Receberam os três ceoii^io» 544 cf 4averes« seDdo
(^1.7 do seio masculino.t 227' doíemimâo, iiiaior]^^ 385^
.e meiíoces 159. «T^a totaUdade^ se con^prceiídiçm -26$
Jallçcidos nos bospitaes^ e na misericórdia il>sU ci-
;dade, ou qtvisi melade. Nçta-se ^gua|[aoni& qtte,aip-
,da houve, um acrcscimo ,dç 40 óbitos spbreo pa^io'
Aormal deduzido do ajolejc^denke quipquje^JQ«.^ique
.indica: a permanência ^a quadra funesta v be^ que
.em diminuiç^f^ ,. xiue reiua desde octubro pa^sado^^ e
4]ue n* esties^ 5 mexes lem arrebatado 418 indivíduos
.além dos quo. a.. inflexível lei da mortalidade exigia no
.referido inter¥^llo, . jiíp ji Friuaim^
. asAUQVAS ivi;ziuxçdsa i»a ^ê^íla. ...
^. 2789 Go2fTiffCj^H. a ser Cr^q^exUis^ngtos em^toda e$r
.ta. cidiade grandes defliuxos e grípRes^ bavjsodo f^ir
Jias .ai^mer^^as , cuj^s indivíduos desde o pricnf^ir^
^ié ao ultimo , se /não teém, podido /Cxiniir .doeste, iar
['cémmo^o foro., As mortas por^ç» par-SHnilbaote eausa
j^o rar<^s,; itendç^as aliás bavi4o súbitas , « outi;as e.i§
^asej|U|SQcia de Yebe^entes. poatad<as* ,,.
- . v; *.JUPOSTA.
S 2790 Um professor de grammatica y sa^j/eito jpro«
.fnodi^imo em conbecimentos historiemos f assi%tia^o
jpeU j^riípeira vex a uma reprçaei^ta^ão de Ànna.Bo'
^Ôh còiiY,i4^va:0Sseu$ visiqhos do banco, parra d&r^Qip
un^a .furiosa paieadfi , ao adpr Cc^anova^ por um teFj;f-r
,;iel descuidyi^, que havia no seu vestuário^ ««Que
.descuido? ^Poás.adivinbçna? — Não, ^ejoos^ naflaipT;-
.Nip,i jainha, cujpa; clle láefU.-n-Não M tal. -7- Ha
.lai. j»-rQtmestrç. propõe uôf^i, #^osta : /|icc^itajB||^lh'a s
^úma m/»eda 4e piro. A i^alta era ,fi liga n'uma pern^.
O erudito nãotinba achado em Tito Lívio a in&tituJiçJío
da Jari;ettíra{ t, ^.desci^^o úf^ licito X.^io custoiH^he
ijímtéis. \ -•^.^ .. ., . . ,:
. A xain^ OA ABKAv
279 1 Eh certa.casa estrangeira ^ |\%ra o bairro 4e.BH^
^nos-^yres,^ haji^ía adoi^ad*el|j(dado jájuxi^íilbo, gu^
0$ fnedícos l^Cfuão permittí^rav», cr.e^r apsseAis>|)ieito6.^
[. .Prqi^mrojUf^Sie ama a to^. a .pressa^ , e. tf^nta^ fpp«rer
f^eram ^Ãe .algúmji cpi|ia.hji-()eb^yer abundaiiciaj^^uf»
a difficuli^ad^ e5^va/ô()e^coltM4',^,e9tre duaspepd^^aj^
a final. indecisa a pr^f^f«çiar; ambas «ji^iúl^vieix^^^r
Jbas s^ç%%, ^^k^ de. I^i^nif ifp kiie.a,c^uodOcpUa5 di-r
síani , e ambas , por ufaa ^ing^^V ; c^oi^çidenêia ;«c^|^
^qu^sj. ^d,as.as.ain|is.dÇ|L(isb(](9 , p^lhjçrç^ ,44. ^^My^"
^^ifof,, xiue andavai&a^sjentea.f)e.,mã|Çf,<ie creança^i
jffxe n^orreraip quasi ao nascer ;.ha^ji||a.^mj^teb£c^f*
.^içio òuífa ; que 9s venceq amN*/.í'VÍuf^í^,, flftuJrtie^Cjdfl
termos e boa pr^ççn^ genip am^f^aiv^,» .ÃescrÇfida.s;
J>«|i9 já passava dos trinta , ,pa8 com upi^i^^eío.;, ^e^ os
doclores approvaram plenamente , depoj^s.de.>^;t^fep.
exi^minado com o devido escrupuH,'«^ ^r^a; !r^lce
jçle perfeições, tão caseira que Ioga dccjí^rou» qn^.nãa
tinha na cMa.dç^ amigas nem f^renlas a, unem* andar,
faseodo visitas, (além de sua icmi)^.que, seaUaiifras-;
sem, hão se arredaria do pé do s^tu jnef^^ffo.atéaofun;
ila çreação. Ênirou logo no«xercicio de ^uas Jífin^ões ;
t tal' se houve à*cllas e em tiicfo , que ^i^be ci^rear^
ê merecia-a « V V^is' verdadeira amisadp. a todf8|.aa,
pessoas da fapailia. que nãq ceiS|^va(i) fie .lb'a pr^i^iç
|»mpalavr^ e pmçnles.\ ._ \j^^,..jlnj.yi aai:^
>< Ana irmã mu»tP mfâi nm^ . do .^e :f Ua , e qu^e . n
respeitava icofn^.a/«ua.ii|ãe# çpj^s vei^s pila lhe .<sup-
pria d^d^ que haviam^ ficado orph^s» não podéndíl
.spffrí>;r^as.pecsegui4õ^ de um fiiho. da c^a, 99deser?
via , despediclh^, e viera ,|toda pc^aroita , {^rpcorar*
1^« 0â ^eus con»elh9S ou mites af joas ordens» ,Conso-
Jou-a ella; pregour^Úie com aauciorídadedemaísvelha
e.ipai$. ei^pierímpnf2MÃib;.,e.QUeve da^patcda licença p^ra
a çjHiservar^BasuaQompauhia, aió.lbe.de^cobfireom-
|]90da> o queella.canj^ntfu com.omaífir^é^U),
o;'.A (if n^L jda am^ , oik> < era em verdade bopáia , qu«
merecesse. ^asibo^HM 4e' iHpa perseguiçãa t^Q icirrar
daneoTQQ.a dequei.se 4|ueixava; Dem.tawbwi tãoties-
lituída-» que ^ ,1^0. podeasem dar quatro ff^saçii por
Jhe 0gra(!jl.^r.; p^d m^oa ,.a4Mfla. p^r^ç^n .a ^hh criado
antigo da casa , que im'medíatamente com^gQu a.cor-
tejal-a por todos os pontos.4a tarifa; primgiro, com
riso, .(Mms CQm.aleiitwia5,£iti»s<d?i|P^jç(K. depois,
emfim.^içom historias .e rompques ck ot^^í^jaftú^a^ São
os piacch^ctos/^ cÍ9€»t:q«ia4f06.4eítodo9 os.djri^m9&-4w
fosioba n^aos (|Haes ;se segne, de prdinaHOjo epiloga
que fás sabei v A ama ^i que .df^^die, o pnipícipia .p^rce»
beu ,a ^haribdes onde a fugida. dje UllU S^ AiafcH
vindo xmetter ,* requereu Ifi^a desde o legiipdo ou.t^<^
££11)0 ^^ ,^ qp^ df^x^i^^ .dorynir no seu. quarto a sua^
mana , por cuja honra ella haxia.de n&aiHMídgr) diaoMi
de Deus« Dois mei^cs passaram .sem apfa^eiser^ pro*
f ucádo comfapdo . e sem que o ^f.o fpiant^ pt^asaa.
aohaç mai&.asopfra boa(ortui»que o.prifkeirf. i^asi
^mor ou a vaidade nu p dp^tl^ 4^ vipgimça,. decidíraao^
olofmfim a arrisear^para ganhar tudp%tuda.pgrdec:«.
,.)lki..dia pel^ wanhãti^edot. quando todd# aiqda.ean
tâvamrrecolbidq^ » quaqdo.a. soa Gdfriffto.rsegwido.A
costume, acabava djB y\x i!«ceter á porta o-laíte para
Ojalmoço, e, facÁip^do-i^^, se 'díspymha pfrac^bir^
saltà-lhe ell^ da e^bofcad a... diuM jlPfisir^t ia 091(9 #
e meio suppliçante e extrejpj^SQ^e.^Hieip urrebaUt^ e
violento, começa um. ataq^9.;>do9 OMiSiaeríos., c^
prjmeiro reapltjkdo foi a^^b^r coVn ojacca do leit%
pelosiDariz<^i.o.seguB<^ Vgia bofetada quei«i|^^btoje.HM
4eve, iembirar ; pier^eirq». eO'n9iMatcprUel„«.i}ev(e«a(i4
lyii^/i. irmã da sr,', ^ii^i^qa ,. Oi/yiea «^per^ia.iio.jsiíH
S9quear^i)e coimffoya.v^,, t%» a«cha.çoipe f Ue.jii«wa4
.„Ouan<|o^;a j^t^^^fip leifaaíoja., ;açhQu,.dp^ mom>mm
iasa^a^au^.CJ^éça o a si^-h^s|^ .qup qii<è:Voíl|#i|;
jhais .*.€[. qiie a. a^sa, lhf^^^b^,9era^adir tpr.aaHaA^
jjn^n^pte i^ma c#sa vapt^gn- para opda ^l^e ,f4i||ki jn^.
MP»*^ ir;iogpjl9gn.opípriada, aprovfút^^^e ^
^e^qbrimoiDto , que a apa 4«»graçi^.UM.iQÍuíftr^a;irf»
^?)P^si,ria d^ absoluta •(iepan(ienw,,.ejii <f|^T« *»%
Ofiára : a ,fipn respeito , t^^&r^ o .boQv. ju|^0|;49: Jp«ob ;i
eiA )Ag^r. dre^^ftaçh^l accpit^ait 1^. CiçM9»«i/di, outra
crif4a,.;^escQbriVam>„estj^ s,egupdj|MÍi»t^inÂ4»4A> . flMa %
emip^g^4^cer,da^creança e ô ei^cdar .de.qi^em i|i .cartei
va , nãf fardaram em^par .aY;íd«9t4| | M9^ os. «Ab^ 1
.i.Todo% »ê trás foi^íim np i|ic;pmo. dia dçspeíidoni.í^
candor ^ ^sampára^a creatfvinh^ aypipvifto 49 \iàjK^
de.q4ie.naQ Ó 9â^,CetiiÇi,^,tSÇ^J^JKfL ..L s : ivi r»!
•A ?*#:. ,365j-,«>l. 2t^ UB,, ^,: qp^^ là,-r<í»rT»
léa-se — do*. — Por um t mau oumeoof não fique uÁ
3fti
Bevi«r4- in<ixERSj[i> rEiísBoinBa^rsEi
asi;
>. A ^ittrltiiAçKò côifii^ béjè qBÍiitái.rtef^â'á"11i»ft dá "lar*
4ç^' «MjSn^qiiq^vo.ilMiiítardftr, qufttrohõciwiiepolt, a Ma
criptorio fia Rbtista U^TSiwAf* Lif iv«if|i«K , WAiiM Vm^
queíTM n.^ 8S — 1/ and^ri^ P^^f^fÇ (írofidçQcUr,
. S79i TiiiiK> lido na ilmtf a ITMvfr joi £MoMfit# «
4rligo£7M, na i|i»l seaiattctor d«{itota triiteniente a
4it»9raf|a:qiw opprime e afflige a prwTfii<4tt deTr«a«os^
Montes ; tomei logo •re80luçio4e, com boas e certas e»-
i|^eraDÇ«s» abimaa os propriè*arips d*aqaelhi provipcia áo |
■restabel.ecimeiíta de seus oiivacy* Rogo faois a-Y. o
obsequioso darlogav noMaefi exeellent« jornal a eatas
.re|«ras , que, se pelo qae de/nim levain, não alo di«-
4Pias..<le.ap|iaroceff .na. àe$riaa.Unhí0ntA,.\íiio'pQátm
deixar de pierecer a attenclo de V . , pelo que con«-
tém de'doctrioa i^nmla dé.meétniO^iini.sadDios « céni-
peteotes na oialería» )
Três são os metbodliá iédic^os m a^tigiiiparí^ o
restàjiè^tapjkttettlb .'^daa^ olisaes -«^ sementeira — viveiros
-— e estacas, segundo a-prélica commum: o primei-
ro porém jffm Jttflovmieia, ^(àtí)»MÊn\àêb , incerto,
e de máu êxito; o segmMlo^xirdiffici] ; o terceiro j>or
jnfM-aljcaf^lftas. actuaes 'circoraitaiicras «hi pi-olrinèia,
ia^em todos desaoimar DÍlèustreipTopriat«riotFafiaion4>
iaao^ 4 ^re^ndlt o dnáiaif ia. ' a > cpnéidpw^ do
i|uaoto a oliveíea^é tanb em prodvBbr^seds^ffQCtosi
£ oom eífeito* Virgílio ao Uv;<St/>d«BiGeòrgâcas(pn»-
xeco q\ifi .assim «a.iiidiea<^:<.« lEtftvlim' êmrde-crm
cepUiê olivcBr^.^ iim CDramentador 4p Virgílio ^^cre»*-
.«epMi t fl^6\* ,8figii«4o. referve. PiiiiiD 4sv*. 11^, eap. 1)
Hesiodo era de parecer , que nenhum plantador de
^inoirik cintava, n «olher^ho oifrneio; .'O que; Vitgi-
Íío,di«, porém se.ée^oiinâeodepdf^deiiMrolTíraentoda
#ri^re >, desdi» a.s^a ^rigem . qualquer que ^ki sejõ^
até ao sed ^slado de perfeiçiD $ périoéo a qiie nlgures
jMÍo duvidMfi %s9Â^Q4r dwoBQloaianiios, o niodii plro-
ducção. do, fruG^o ; pois \iO\ meimq PUÃío^ d>> > ' V^^ "d
0^ tentpa 90 «oUiia.iriielf». de^olitoifaa âedots annoa t
JM» q9È4t Aio póde.Jiav«r ilovtdarv poi;qoe o eonftmo a
exporioncia d* est«a tempos , d»q«al >se pôde conot|iÍT
segorapiepte par# tod/i^s os aoeulos passados, poMpio
Âa ^cvoroAisaf^ ÍDdíviduQS<coBi|aiQtM e infarií^eí» em.
£^aê h^l>itos e f^ocodimonU»»^ Vendado- é, qoe , coa*^
4|ídera0dih#e :i| totalid^o- do firuoto^do -que^niqa olé*
^okii é oapa^ t^ se« efi^do de.perff^ío» e sqppon*
dò-se 9 que para chegar a esse estado tem 4 oliveira
de ver decorrerem dbis séculos, d*e8sa colheita pôde
con» cerjtexa aQrmar^^e » . que» èté agora Béõíhuái plan-
tador f&begoo, nem chegará jamais a<aprovdlar»«e.
^HÍBs devem ê^9(u> os. que orav9ivemdeixar<4e'pveBK
4or. d^es^s^.^coospdor^f^s para renuaeiarcsa^actillara
de .«ma f rvore ião 4»re«iosa ? Antes .peiot oamrario oa
deve escilar o que a PubUo Aeipião^e a Caid.Lftlio
djizia C^tao — NfC.vêTQ 4»^H (vritooto* ftwmow sé*
meúp ,- qumrmdir ^ m^ ^..reifiiaMkM.: .JHú tmOiortd/i-
Jnm» i^ aiv.iio»i.<vcipfraqKKÍ^toa«aN9ori^:fote<h
inpi;» ^.4ii«« pfi/^m.tm^fn. . i > * i - .i. •: ■ .
l)aoe'>~poi« t««taèofeo«rcscr ruj prvftiiti» ' Jia^^lMr^V^
Jfbntas a- etllioya dks^lvelraa^ '(foe <ttfio''<M'>lM'%
frimado das arforev/^eoMé^ diz (loIiinielLfU: OMa
príiiM>oiim<ttm ar^tiln'tfie-^-m«s MinlMfm' quo eiitrè
todaflT* é' a que nairahmMhvdMde^as-v^iMs até 'ao»
mafs altos ramos , - enf iiiFeiiMi«(de f>fOpdgai^e / e gtiè
tairto tende pai*a :a ^ua «piNypageK{io , que ater ée taméa
seapos pebeot», eomo parece ditar Virgtia^:iio logar
-citado ; ' •-.;.". '... •. ..:«;;• ;
Nio sio semente oiUrea apontudos nó artígfa^ o^nivu
th^doo qire cotiddaem aesteíhaD ; sepCeVeféfeVvrgiliè
no mencionado livro * de suão Georgica^; .oa q^a«'t#.
dos se achata If^ctados úô DSceioiíarkvd^àgricolttit-a «
quro Df» Fraoclsico Soares franco exlraíu em grande
parte úo Cmr$-'4f Aifrimltu¥ê 4e íbi^ , onde se poi»
dem ver r o mau intetito é só mostnr como lofiitHveit
e provados pela expeviedc4ai'o primeírc» e^egundéme^
ihodo-traetadoa n'aquelle Bfodonarío «a palavra -^Oli^
v*ira^^>tem. 4/; cap. 4.*, secç."2;*, pag; VI e 36j»
:. -^i^aEm l85M^,ino «empo da- colheita da''âzevlona,
pedi > ao dtmo- deum cfrxal déénse' a eomer aitabras^ e
fieri^ uma poaoa de aMitoah v tfc Ivreetidassa com os
asicremefitoa os ednsfoa depois de lançadoát^ áisim es*-
tívennn. até ^eado feveroiíD^^do' anano segOlntaV eni
que os -aemèei-; 'õ-iiive^ o^ gbstoí'»do em' téWpo vèr
as.novaa olhrefrMias. N6oyiér*m'ellès'ejtti «Io grande
numero quantd eh esperava' rmasi laio proèedeu de
áeaeoidoa ;' jár.^porque todo6<>09'eároçoS'fiMhias aft^eca*
dados 'O àenieadot coàfuyaanehtè , qàaad^^ift^lf mais
pcudcÉte^ aeqaeabos' á parte, para ob^rv^^ o resultado
dia una erdutroa ; já porque alg^iaas veséshki«égl>átl^
dev descaído èm ébnsoHrariBa tefrd^dés-i^asos ^â hiiitfi&
dedo «bnvetoientev » - »«*• »- "• « •» '» ■'•> '^ ' • '»>
. 'aNmadatnais repeli eaiaei»p«rieneia>dliseiiMnteitr«!
ací ainda ^rae resatver a* repetil^a /lodos ok^fiictos pas«
aarJo>á mioN ▼tUta/ ia*tuda'>een(erá>^r áiidha bontaj
wm me ftar de>hyivc«aarioSi qha ^niM tio hometis -pa-
ra >ealM a9cpari0iioíaà.'ilaía lipe«tr>de 'lodos os' 'desbut*
dos, vè^se que éocfRcari a sedienteWa , epòdèita prati^
oar.esfee «ibothodo! sem rai^oio' todas ^aspessoatfiquèqui-
aarenvoblfnt aevore0inaiqraesdofàâak»do seu qufcio 6
da.ladaqiasidHiei.idatquo 'depende' a saa^-lar^^ doi<a^
^io. N^^esio metfiodo/i|»oréiè;, para aesogm^af 'ft*béa
qualidade dofraéto; é prèdiso'dm'letti|)0'a>e»xeKfa.»
- â/ «Em i8dS tendo maflKladov<lr de Rio-maíer uma
qaantidadrde estacas dfoliV€iiriD,'> de três polegadas,
pouco mais. Ou monos ,; de cifoumférencía 'Odda uma ,
faiam metíídas: na torrai em «viveiro , amaa perpendi-
cularmente » como ordinariamente se pratfea^ ouiraa
deíta|da»:horÍ8éntahBisato,/por éHè ibodo; fit-abrlr ^t-
gos eaa «M^bdoía aoavei|iente,> eada omeorâ a proftm»
didaslia. d^uiah mio* Iravosaa', ou quatré polegadas ;
eora-ium aei^rote diifdi as •estacas em pedaços 4e oito
atè'daze}poÀegadas:eadâ um;> deitei-òs horisoadaimaiv^
to:no( fundo 'doaivegos ; ai dmandor'd''Omi a ooiro a
iaterfaHad^dnà paknei; «em ciada wa d'est'ea intérvai*
loa áe4âaoava>itmaibaliaayea|a' seria fleata >des«gna»à
do esta pliiiitbçio$')bn entes somanteiraveohi^iram-^a
natas: regas oara taíra ná alMà^de quatáo poleg^dao}
pasaado am moisi bo poUcomais, «liegnndoí aram Atai»
oU menosf 'B)>iindaatea de prdtobatancíaa-oa ^pedaços
eatelrradaa- aaslBiV'aai9oç»raiiv«^'i>eba0tafid'0llas^ a
a iarvât dai tenra Borásdiaalaa daialiTeiri. .M^ilgama^
32» YOL. m. sBauB viu
38S
BJBYISTiV UMYERSJLLr JjatBOITfTNSfi;
«|'Mtias: ctlhir U«»iif m Ioga a^ 4oi( »wiof « e oêflfio-
ina illeAtos, âaíxou j^mnU de o^dar d«« li^s ,c^i|iiaCro
^ edade eitt diante. £sIm novas oliveíras.«o».|ij(>i$ <m
irc4- «nii^s |>odett diridir-^e e plniiar-se nas logares
Dndé.^Qqui^Ecnc^UK Devç.l^<ver ouídado de hãc^coiih.
jMntia hortas n>sla sen^Ot^kar* • n.efn rocsma depois
4«*a^paire«Broin as.^aliveirinha&w Eittes dois; metbodoE
-fpfratnijkr^fkdpl «vi.iibril.-^ lia^ «^l^c^s :Q»ettid»s, pm^-
pcndioularmente poucas escaparam , talvez por não
terem sjdo-beoi metlid^aVvdas qu»€ir4mtp«fttas hori-
sonlalmeute .todas rebofi^tasaiKi » e 14 e«(0O jé ^ftrvorcs
jiHfitá g^iHies e carpulenUa. Itoíi^fi- Umi)eHi' et^l;rh*'
ineot^w çpm^ bea>< sgucaeíà^) mU «I911mhIo , e o dá ptèr
«tiito ^m p^ra.fóser viveMro»# > .. ' •
. , Opiro m^ibodo eguaí a éK(P S6 .vjà^va iciUd« dketo-^
narioi e é 0:4/. • pag. .40^ CoRsisti) em <«pref»r as
jíajzea 4a alíTeita do a^esoio m^A^ X|ne &c cAprcgani
AS peidaçoa 4e cats^aA pnfatoa <oti sotaeadps- horisontat»-
jp^^te,' As raiies 4a:oliiwíra:t0<iB de espaço eai espaço
|)raiiU).eraneiapr»ai^ JÍH'aeeS9 dp qoe. e resto, da oaftcx ;
fflbaa da r^niqb de |Do4tos gomaooa qMe esperam aa-
ca^iiO' de.9« desÍQ\ti>Wer> £ eãoipóí^ A<vt>r l<rvàr a
jtiem» qite» quaiMlon^e a^aanira ou tranaplaciia toma
oliveira D. ^ pfa^¥|Uf ç.'JMirbftro eosltune de. seperer-
Jbe IPdsi» aacams» e.qtfe«,aepaft»d)irlh*ae« asdcmoni
^dei em ^rez.de as. eonset^ar coBit cuidado p<rn:com
fILas forioar. viveiros. ^ se vènvais pò l(q<»r eàlaée,
que névii^viiif mAthedp lei Uleieliat eMet eate eae mãos
^e i?omr,,.e pei) isaeo:mu)emaQienda fortemente*
. Por uAifll^% ainda evtr^i mrtbad« se;.vé;B0 mesimi
dicciio«M'Ot « é.o Ç.*.e.|»eifc 44>» peie qnei » torná^
raíq.os tei^e|9A» epov^ar; df;olj|reífea; áif^B do fatat
invfrii^ 4fl 4>709l< £ eate i ..qwKpde uma oWveire eslá
W>itfl leitMi eticHedr^éJ MPtorer é flor dateira/ eia
ferida se eo^Re com uma eu duaspelegadas de ftevrá
bpa: e fm^ií m caaae feime^ peocpi a poueo oteir^^r^ ,
e celK^fiifflede.fiirida.^ petnoipelBleiíle axii^onaf^
rencía ;( .«toíA^xr^W^íff >i«aae«i» cemo^ .ile qoe ae cpeia a
uaíf>ri|»aff|^ <Ae áe^edp amo o»*ttftfieitoeir4í; emAie
divídff«:^ae> fí«aoeO'teia.dQ0i.iilclhoree»i^ OfiMíBeee'^^
Sie $er K^latJ^ve á bondade* de terrctooc - - t
. . Este ii^eUiede devi%se logo fter pdaAicede-H» p»»*
«incie de Tre^Hieièleolea * perque-iam logérnieté
ta«L referidas €ti:au4ttsMeeias^ii 'més tamhem quando è
e)iyeir;i foi; esteaf^di^ f^ râ^r. dd« itif oaoe , e. se nle
êpf pva^t^deee aiiidavpra(ii:ap^sçip.Se.a àmpAti^cão^já
i Aép da'reraa.,»!CQlifeHse a kfUeT^com» ice diefò^ se
^.«íi9«> alU, •€oiD>o.ei«plitfli).>d0 8^ Fmmrt^ M qne
(ambcm podie aeafHsejea pi9tPewa'.empii4ação« *en§B^
rfilmen^; se deve uler: «em- todea* as> fealdaa modeieé
{M^a>e^ er?.ereA«. v. - w . -:.
.. PerMsift*! .ae»de laoiaia.ypviedede de méie&«rtífrh
eMt^fi eílereci9';caieae9^«el»ipepa(.a sua ^repafeçie;
4eae»:4feiiaMacev-«5 qsseètmnM n^ei^ioiàa: provjbeie :
e: ae^dOc a iftesFue prarvímne ^aquitifai c«|.qiae entr^es
ieffia$> eapitóttl d^^ilieelra.imaiteDU eértameqte- eoni:a
esparie qufr m^SiJiíe.iciwtsieha « tmim;ee^dia.ilei'Oíla^
4» idioeèoearíe i piig«.96( nod^eDémi irbuiiceli«eitteB
4arprA»iOc«e el aMiesiÉeoc$aMl«siparaua«ciaaibelecé4>
mente diali.eltfaei> «foa^féea «d'alJe$.<ae'dtoi««i á^bud^
«jari.ppr^ttp 4li9Dti»e 4)€álaA;esiio.r'fiaSefl.«ieêflaip» rasles
fiiebrefbBA pelo gèh> • e!«qie& logotrdeviam itf sitoi4iet
ien«arfsp «^i|l4doaa«kuileii aincbaJegòra podem' e de*
ee'mrier.Qeni>.:beÉ eapenafiça >epnwejlade»' cettoideMs
|á^iqLtiediiçoa> .t^mêUmítimmihi^tk eiiUian biyiien»
talme nle como flea tfido. O meafnê digo <hs raixes ,
íi^epdo^se •desenterrar as de aJgiKnaê. o) -^aJNttf . a éer^
taedoras em «4>edaçee «> oeme já dmaepafe os'ieta'«ie
fia «erre herisanilelmente. Os tm»eoa mafs grnssaa
faf»bem^'Sfe'deeam ertprègéi^mettendò^s ém cAvas
grandes c^otlo estát^s» o que eri) afgumas terras d'csfa
provineia da Eitranssdxtra elhaniami tote/umroa oit tea-
cliões» r '• . - ■ r %
Em «mlK fnila^a ^ «enhoma^ ^asr-pani^s das oli-
veiras estragadas se devem-d^aproveitar; nem ter por
incepa>eeidei'.l>QAs feiiiilaite.^|iie^'eaM s^dêvé es*.
pcrar ainda. O caso k nio.ealar com desconftançai
nem demoras. £ até ett eenAo e espero ouvir dizrr ,
qde das rei^es/^iie ée nie errancefe-am ^t&seÉiéaKoe
metiertta terra tmrtsonUiimcBto» {miiftaram muitas ^^
i^eiras, o que .com eorteia pode C6penir«ee'n'a<|«eliés
oiiveea «ujo terreno ande cultivado.
.. O. que iioa.dictp é quaelo basta; e mais cptfepoéil
dize^-se , mas que Rara jé «ioé tteeessarie» pMíem
es;pess(Mis qne n^isao 4ivevea interesse eérmais da
I espaço n0'sobredicto:dfe<íiooarío, e em outras oftrfll
entigqs o m^âemê que Inetont doeste asHertai^lar^
mente. .•..••'.
• Com a. maiee eonaidençio e iwspcito« •
De Ve . é6g. >
: Peqtoiía:!! fie mâfçó.dé t844;: .: > < . r
^eMÍJVMoldo de .Stfte JVmKÂ. ^
iiyvBiiTSicoia. : * ^'
. kt Ghoa^ ^ tnede. de demiii^^ d4> de eorfen^-
4e ♦ 'R!oebé«aes: .^ «eria , e ertig%^ ^ve seguem , as^
aighedos. pebrpropríe.pusiM»' do l*ii»A 8«< tlilvestra
Rinhekt^^FeiTtmu >eirciuisia«c$a)cftii ;'que ^os obri*
gon iiêe.só.a«niéi e^paçarnme « sua ^uMvcaç^% ^ibas
a»é >a cmtturvarnioá^scrufMitosteieute «"^irm, e fl'ouUi
eaerípto^^. exprèsséea^ qu» 8^ Bx^' tnesnm algoto df*
oés .beaeriè de agradecer , áe afem lf«e bouvesSeffloi
sopprimâéo.. ..,.<]••..
-. Jurgénies naeessmíie e^d^eaikte dafeste saffefbri»
pbétia aaetoeaieiteresi^^A.que eltes ret^v^m épn^
lioi !ekppesaões de foe/nde pev Msea féHh veák
)evcftieiia«.na»^scatMi|ostofades; ' .'*>'*
fjaltbnéo^nes.o «empa toeeaUaH^ ptaee HMm tí&ifíp\^
U: resposta (a«Us:síiiperfltM)«á4«tttÍ€aDa ftdif^ieftdèSl
Ea;.\iiceBaenláme*Éioatoo«a» applida^ ao< ténlt« algtiibH
breffe^aoto»;'«dppole JMfta<eép«ieii^fi«'T«etMÉè da i«^
pugoaçioe já <fei*B laoavitge. i*« Mo^nnt o ^HémMmòl
teemâepnclakBmre ttpj%ilti<çãe doesse Meíèfero art^*
já^pereusMB eertepeesso^, e maisi ite iMee b>«tra^
etodo.: porque «télle» aei»3eomrÍMmaa^oe , étnt íetei*'
peetaçôesvse eonkê».a. iii(»a'ttiaíli e&bal ^Ménsa, ei
m»ta positiva' Ip^oyiâttiMíi^tKèKlaè ânn^ ^tlmáa^ ^açai
deLS. £s.V- • • •. . '^^ a r. • . ' *.
*• o ' . » :í ■• . ' {(rettov)-' '-• ~ "..
.: âljOft : illM.f ft% Aèelxrdf^rceabi!e^f^.«^ 399^ mtMê^
íMctntOi^' ima.qiie «eewmctoií DiAa M««iorMV .e4Mibès*d4
fl»aí/>ddii/GaM»i^-^afã»idk>^eH««9tioM ^ ^é ^en-
Dimieiui^..ceiaf& !a«fefiatã%< 4e' ^MIf (f^t^l^ò '>íàéé kibfe 4
aacofie íáaeoni^, <fMàgitíi&0m' è.^ -^4^ Via ^ ft^MM: ^'
< âiddel#t»a ri'oq«ia»fe Mie«»p|}gO^>tilir«cí)rMtiè {fioetf^
éan^MOAte calfcoiéeyK. I|«d«*)|i.aiiife H mr sitinuaicio H
■ Ht/ ftA dtt MHMeeáMMe^Míe^CfW WHvm^w : it^** S»
q«e.eilai^fipeAra a^^géene emihèfer e fsèi^fgosiritaia . «^
se prcmettia dar, cm deuiMUrti^fl^/. Myàrfegodnili
WEmwnài : :iimvjCBSfli^\ isaBoiíieyp^^
^m
•compositorefl de phrases nebulosas e «r^eU|«|M4»^As
qtHt ,40|iqdíKD<,«9 Rfei^K» «W^i# íwjtqv^íMÍ' ^ (enft^j# .
Tisaçio 4« Miencia uDíveraal âus homens ãe idé^^-juan.
Dita<j^ <«J[,. . . .' ..\.i:»t'.^-. . . -nv
Qual IMO foi porém o mpà pasmo , quando deparei
ap n.*!âi^,com a^rimeii» pwte «iar fobredii^ monií^cia^f s-
cripU:ii'ui|i ^)o> ' um «abef, •.um^^e^u^o.f-.que
ff r^a iRiF«ja a ^|l<|i|cff do» oriMforpSv49A^s,(iht^qtAS;,
^4ionr,«m-t>«998a pi|)pito! - 1 .,., r <. < ' . )
. ii«s4)^r iniM<o<qfe»eufdmir,a^ /iqij^lf. bèllo.tr^
cho d'e)oqoèttcia sagrada , mutlo mais admirei. o 4«-
a^M^or^afio ^eaiHcí^^:, ^ç^ q«a^ «m4i9«»m<<^<l Ar^emiie
ii^e4%«nçi«; j\ãá) vulgar , . ^p .5||ie f e yè ^ue , o aucíor
perlefi&e. sf aUcvcu a pabliçar o 19a ^ desleal e,,ca-»
lumaim) jib^llo (ib)..còm'^ue.já;iui^Í3i4algMef«;«^ |em-.
iirvM de insalur., nã^^digoiá ao piHÍqr^..|Q^« ap bym
K^QSO do ppblico ! * , .,. ' .. :> ti » :,
Oiiem acreditara que n^uma iatmyaçifí de -viole e
aepte «olomnas da Revitt^^ unicamente dêslioada ,
f^gvf^o ói^^Q 90tt^a^ic4tr«', para^feíutuca^resç^ndiM^as
docÍFÍna«. do meu., arligo , a|>epá« fe ií(ieQCÍo,iiam t^rcs
(fÇ) pffopò<it;ões <L'«lIe e^trafd^t. ^^^9 xfi^a kt^w.
i^jtefàdamente acoima <ie erróneas «« «o^bisl^cav .inafi
q^o Ío0O depois , çoín ^mj^ «oei^pii^ajci, ingfi^uídadef
ceconbece. (d) da, qiaf^r^ a^ai^^^xpi^oíla^ serçnn Verr
iíadeira*. _ , ; , . , ,., ' * ^: • ; .. _.
( M f9iwrfiiDO}i'4pfvmue..fj^^ S« Kx^ 4i|iAgÍBovv l^gu oue. «So
|)0(lita dmàr de ler u|q €bfirlal$4^ ,q<lelu^^«via do^iUKysar. •
-seu artifio. A tbeolugia n2o é muoopolio de S, ExJ nem. S.
^x. ccrtAtAentf* ke pemuáde d6 qi«« tem o dom da inèrrahcU.
A «dftifc^ de PiNiagorat e b dè ^MátS»áias òipse ^Izfl, é otr^ê
0U morre i ncj^baram e pfto podem j« resMivcitar. <Quatqiiei'.íâ^,
tondimanlo -quente mniiifetla ifea auljeito .au-J4iiia de. iÃdoft jM
i/t^eUfi^tt^^flU*^ •■;:....• M > ; ^ . . ' '.-,'. • ■ • : ■ \
^ {ii] . 4u M^uperatifiSf ironia^, a que Sí,.Ç«, ^i«cf u vcx«iwi
■««Ml , .|>aiiii pof rapri^tM^JT «lu Mtlari^-ura ^ oSp t^ ac«rto« ; -ii^a-
Vir^neHHa , ^ tive«aeiDo% a deigf«çi| de jBQrino» vaidow : iimi^
<;«obeC4iii0-ay«, yBoãoo«ianoa.£âÇi>ttdiiU*HrafU4Q||>or(Íi^..4ks io-
1^P«n(^eft Bkoraep de deslf ai4i»4o ,, è^^ÀuúiffUiM de ifwi^ ^«m
., Pcd4a|fla.4«oeaç^.,piurâf obterr«r. fo. Âl|y8tre->idet>lo9o,i. ^e(
j|figimffVi«psff?»vf» pódi^ ^oq^.^ber, |i'ye»^,ieM *4a«a%o ^ ^a
-que a de lihelU» £itaa^mo8 ibteini, e eacnipulosaniei^tis i^v^^
Biç\^ de ^ ^'i^m •'«í^i «W¥^r* ««*« W*. .«-«ffte,» pa-
f«imu.jnif^u.«.piçMvnv: ifsa, que iip« i^r/ecia , di)^ei|u>l-K>, e
-prbvúm^MlT /e«^ «Qubeipqf ,, a^pin^odo a^o^re .,a,^liira 4<>
9br^ro 1 e^ d««4o l^^ef te todo» oa. Ivv roces , qi^e « (^ ef«i^us
«ÃKÍ«riKl^ ^ dea^fÉ^^^iorquft .tipbi^pios^^. eacripio.^ «uipo exi
pressii» ^fmfy^ e .\vifúiú\i^yX das ^d^ /jb^acnj^AUV a -qúen)
por iaao IvtiUfef Idcmeate ^lediíiD^ q^ie ^ c]i^'licasse.,..<f^uefi» fei
%ittf q^M^ nj^s «èzfUQS, |>^e eVrari :R(^e a^ topliisavar^^^^iaap^âo
pM»t «f çfafflyjf» libèlllsta. O íikM^iúia agarjca*^^ ao b^m^Of
*liacii;04MI4*^dàar^dçaei^ir e o pêfder;o fjb^U^ta i)So.se«oiij
le»U-q«)m ,a«jabra,pi^^9. df>. IjUjQ^a^,;. v«e4he fruj|ninen(e 4
g>p»qiyncja.spQ»gÁ^ar-;Jbe ,in^djMLe#r "pigJifidw,. fiii^ ^êcrelos^c^tf
fKHlen-axistir^ ipas quQ piiN^bçof l^bfm. ^(i^jUstUjy pra.ouf
4p0IP«b . <K Cf>9lrari9 «Uifiu; .,lj^i(^pí<fO .ç)af|Mfp^cnt<!^ , itazcnglri^
«•«apre j. |p^ ..a^ q^itoç^^^.^flVe §, Kx^ ,i)9a /il>eral«yu, )í
if0Ãm «»^i|ps qye i^rU. a^r^i^f Q^aa perdoaoios-lb^ de poa^
mepla^. J^^4h*a p^ri|ôe a|iubl^4 *f)^S°> & Kx«, mestra de
dialeclici^i .fea .Mia cqiguia^.tksMrti^Q^, aucUtfi^aodo cgmosexi
títÇÍM «M **»**>Ha«í « jn^íMJJu^quç^tiiW^ Pi;!^dW«* «*itóMi^ar
4líiP«f <ç"l^iA,^.aan9».:*ÇifíÍQ.«;ç\vi5ii?gWibava,4je,>ubjílU»iriin^^
liruperia^a^a^iMDeatj^y,,^ jQ.j^^elagf .uma. çoiUrovec^ÍA yof
Mieppc «a .aiúakiâ d4>a m^t» cjq^íffk o seu ^|)Çjr«arlp^ .
-I^Wl-.**w«a:f^íor^%<rtt,S^%^.ço^1(^alí^l-^ a wl^^. J
I y Depow 4>efte(>(8o JiM6peM>bMnslMBUnho 'dado:p0lá)
;pr-e|»r^ :CMi$iPr 4(|Hyes#.-4a«YdoQ&Hilas'do^!iitAi
jeUe se. propoflfi^a >FtíÍH^r^ »i«(9) lenconárendo. n'elliai
'm^tfrHk para 4atempefth«r:ft p«la.tnaijqut dera ^o p«M
.bjj^«. foi.df:ae*4ier^aty(f)<44ii<Ab'iS já; sfqMcida» do»
|cbj)ipaAef(j9spdifitp«(Mbttitese^(9l»sMdewj QínoeíWNi^n
jtruosos e absurdos erros, já mil Tej»eiiFel'atlÉdlfti témt^
pp9^Qqinp.eil«a>i«'jprem^íd4 «Mmofía:. . e nioteve ffte-
k^9 ^aflyvy^Wai fl<)>PttM)€e;di9emle. J?tM&| vbMrfa^
to(rão anu^yttca do aríf^o sobre a oração éo elusMàm^^
cuja i^ttifia foi recebida pelõt chrUtãos deterás,' com
escândalo; peio^tibios, com indifferenç/i; pe^çs phUose*
pko$t cé/íuí ^bntrallièioTiai peloi steptiéose eàpirit^s for^^
tffii ^Mo iimrSHbeifliQs -aaf^rlf m 9mtè4»diM aíD>, í Ai»-
pugnacão dos miHçx^s.'.
CooSe^so q fie ao fôrWapatheticaintroducçio, veia*
me á lembrança -a exclamaçiro do nosso Hojracio ;
-'" ' i^:QiM difMMí^ianl^^jptreffim-p^
- Me» ^naiilo , ' «10 idavtfes#* dai Mtttra , íuír ^endft a
p«rtMs.;(g> coarqveAuai^- iiom«m'de teblis tetès i^ao
mesmo temp# qMhparee^^fiiD Tacbat «ésa# j^wfdados
e. ciyoaliv^ís cunjprimenlos (h) ipcjçaoa idlo, nuctpr^do
arii^o ,, tra^çoeiramcple Ih^ aHribiie 09^ iiiaia impioç ,q
absurdOf erros, de .qu^ j»cm o menor yest^^ò {ú 5^
eôconlra' n^aquelle arti^;' nafi sei d^i^er qnal doa do][a
senlVraèníos prV>v;))eccrám •pé ^pfi ^imo,)» ^e a ^«diç
WSÇã^'> se o dèsprpsb..(k).. ' ,.' / -^ "
;í:ípero qqc ^piam %»st^. ijacsmoa os^ icnfiai^nfoi qiif
d^csperte na consciência |||í^)íça' a concis^ cp^posiçâo,'
incli4$a , d'aquelta .piról^va inifMnoria , qne a^^i<>l-|)
( l) a. postcridá'4c . , cAçao. um modelo' da AÍi^^'.R<jfal-j
sadápoícmíea ; pois é feirçoso que.qiiep pià^^t/ver II7
dp,oiaeu^r,Uga, ou. d'el!e $a c^nsei^ar uma t^ujjusa
ícl^a;^ .^endotao victorio^ainLenle, ^e/MÚdes o&j íUh)i^Jj
naTçijs erroa que o ^uc^or me ímpika, ip^plame coflrf
mais profunda ,indi^na(^9;j Quem 4*n<» .ç^ifç oauçtog
ã'aquelle artigo^, ieiçfch a [%Ênpudfirffia de j^mtUr ,«0 tujsf^
século tão mopHrwfsífs ' Moctritm !. Mas fmda bem ^
encontrou um' zeloso e itoctò\campeao /mjLgjiie scmb^
[e] Pelo contrario : tudo <nw>to impugnáuios^ oiv tey^al »
ov Yíriímlmejite « ^e açbaya, e açHa #ia arlif p^<ia^,i ftçí^ . >
obras dos espíritos fortes o que tínhamos «o opusculo^d^ t^
Exrfi .i^dps. QMes, ffq)ibv^)f^y;jyiie já^Tm. d^ fsprrWai.for-
tesL, piUulsm hi^}Cfíif^cplp w»í lbeulpg4Cu»'4ipb9Mfi9)<M 1 <]«« ^
Ei^. »' uip jjorn^l . ^aq^imio • ,Ciirisf iawsttio , náa , .b«nMou, aw
atirar ao |)ofo y. .t«|^erv,^^t f t «N|(s«<: ■' 1 . ;
[g] ,iiáae.nàoaiip<»lfii{r.<
Jbj.ISalcny!
n^lboda çle»4ir^«cer^ Ifni «elo meiMf .o.i|ifP%
^'V«ítíí..d*PTigi*»Ví«*«5- •Wf«*l»ee*aíqpc «ftp a^i^a>o«tp«|
o j4i9da,,..c<?ino.S, fij^ OV^^fMír ImçWau A. refutatíkHjèn/uri^
«e-o;,os el/u^Í9s..eidwvaiik'o-: w rf^núi^t^ 4ihjtlpii\(^ ^m^ Sk.tpíí^'
ta<;8|0i qjue. c a ^uenus equtiVKa^ prfl[>a ; ; que., w P^de; 4l|ff ép
sioceri)^:apfetf^^ caadtsauiapa, o<Ha« .MtMlo.Sii^^yl^ainai e«^Ç mi-
fri;cgio, i If*^,h^;í^4 iHifa. :P geoio um^içplípV qH«. ««^>4<4#
{««Pí^/»: ¥^. fcfidííWÇ|U»tP*ialiÇ^?.S. &, d^fp^a^ f;e» e ^war
Hí^«/«í ço«tufiv„^4ís«;ies^ foí^Qi.iaflwx*! ^Ift^nw^ P«ii*íV-Mer
beOíí^l«fi,e fino íoi ift^ttHÍ^ aígM^W^ M^^:riHi(í^.,/i^, #upt a#^ir
ma ioteilij[Qjida, "],-.. ..••.;:,!. . . •. .. .,
- i'i: i-^^raíflCâíp^^^S. Sjç,;Ot paaH90f4e,.f«ie. wq d4| para
I Felis citlpaf ; A'oa iíirr»fs mmier! ..,.,. 1 .;*
/ í»4 . f^^^ PfVr«« <il »k»'HWMm<Ml|r|iH,a'a«!PVín<y«>* íf"*«
*• • q»¥J5>s*^j 4w#ttiim-^í* Mmi
384.
BMviartA nmvxBSAi. oaeanBNBS.
Tal é a arteira çeriáia e«m ^ne acftt^lte é^rlptor sto*-
be enlatar na sua ^metnorí» QSiilB«lio§ifl4ogiòy'aoiiieii
nome* V!a9 toqtraiKct^M ciUiedê^s do meti artigo,
oom os «rraa que «Ne sabia Mo^etistíreai alli^nkasipie
pomo*ivds>(o)>só « ell« eoMheordos/ M tiaba pro^
posto a&IribuimdK» / . . .>
Roi^'iav.T. • queira da» logar nas colomias- do seu
acroditado iorwilU-«áu earla bem como i'íiioItesa tt*
.. . i>^ '—■''■ ' \;'De V. -
yeuerador o mais atteuto « obrigado ,
Una do 8* FUtppe NorI 45 -^ 29 de março de 1844.
Sikeijtxe Pinjkeiro-Ferreira. .
BI^OOBGlO DO COmnmilO^D^Dllâ JIBflNIlU MfSUOáDA NOS
. »."" 2S, 2$^ B 3Q Bi RCT«YA cmvBpaii » .qomo ée-
FOTAÇiO B'qit AffTpSO SOBS* A Oi|AfiO »0 CUUTiiO
COmttJf^BO JfO ff."* 24 DA MKII* «rasffA.
' A memotíá t de que vamos fazei* a reseniha , deve
(foniiideraf-se composta de três partes, (i) Na primei-'
ra atial^sam-se ires proposições textualtneote transcri-
pias dò artigo criticado , ' e qúe sao qualificadas de
crroncías^e Sdt)hitrtic4s f»e!o auctor da memoria.
Na segunda parte discutem^se duas; proposições ex*
Iraidas * do dficto artigo; mas umá d*èl]as é, sem du-
vida por equtvocaçSo, mtllWVérsa da que tia realida-
de se acha no artij^o: a outra, támbem proVavèlmen-
te por engano , é transcri^ta dó artigo por um modo
inexacto e fnaoíhpletb. (2)
A terceira pafte , que constituo mais de três quar-
tos da memoria *(< qual occupa nada líienos do que
Vinte e sèptlí columtaa^ (3) da Bevísta) é consagrada
á combater cfnòo erros, tao itnpios» como absurdos ,
4ue o aoctdr da memoria, cotaipilbu dos chamados es-
piritos fortes do século passado e que por àma falsa
!iéâtM^ÍD'|Mrlendo ftHèr pásMr, coÉi^ conse^ien^ks {tf
dfyiilftt.arligõ. ' ' ' . . - i- •
fiegufrei pois eslài taèsiité divfisatf ^fe^^-biaterías na
succinta exposição que pasSo a ftitcir d^a^uelfá tam^'-
UM^Ia. •' • . • ♦► •
PropogifõeêtextualmeiUe trameríptas dòaHijiOi
• ••■' ; -i-' '>•••■■' ;
'Bitf-^se no artigo: Qtiê èerkí ú tumúthêe orguHío r
da éstupidei c-préfitrkir ^ D0ur $e ^fànà 'etMir uf nof^-'
stif&raçõef. ifRer. UniT. Pag. ^S9%'À'pre9umji>ç5úttt.)
Começa o auctor por alflmiar qvé èsta^ proposiçãbr é"
iJSà ' errónea como as outras ; ' e logo dfe^oU aecrés-
cettta :" •■'■'' V-
' Corhoo ufantÉr^etaiptim, ãUÉf^wiuí tó^íê ;' vaiãádê-
m soberba ; ittrfoaubior do àttígtfj e dota ranu>, fÊê
Deus se não pôde ufanar com êsrênãimeniéá éUi nossct
satassàlagem (ltev."Unir. Pag; 318 % Dóm^H» ino^
dóy. i Kát baver (5) uma apprqraçio mais ex^libita ú^
proposição que se acabava do annun^Har, èrèmo orro^
noa e sopbisticat ^ ■ ..
I ' il'
Drxrse no artigo: Qfiel senda 'Deufomnhtteníte, nõúr
precisa de fué lhe façamos conhecer as nossaè preci^esf
ètmso teHamoi de faset-o, ^se ai nossai snppiicáê fi^sènv
dbiiftéas a qúaX^iuet ftomem: O de ^precisámos é (9) lAr*
nos penetrarmos dos sentimentos dè íáímil\iáde, arirepen^ •
dimenià, graltURto é tèsignatào, paru merêcetiàoãamer-'
cé qaepadimoi. (Ktv. Univ. Pag. 289 %Nãosá'ia etc,)f.
Confessa o auctor da memoria, que estia proposição
í verdàdeirissima tomada em separado « e ná aceepção^
óbvia das palavras; mas çue, na logar onde foi posta p,
cantem um nro <RÍev. Univ. pag.-312 SPa^itmos otc.jL
mente. tSe o elle nSo tiveste feito , ontrot muitos suppririam
M SOES vètM : te o adversário èra ^gante , o gigante estaTa
collQcaâd D^fim terreao resvaladib e sorvedor eaqaestãó, pela
«toa simplicidade, era das mais accestÍTeis a tôdofi os ioleiidi-
nettloi.
[n] Os' motivei , que indasiram o auctor da refataçSo a
pòr-se eareaiApo, sio vitiireis a'tòdòs: o cotobaVer os erros é
«flia oMgiiçlo nataral de todo ô holnem ; nkais apartadameate
aiada do Jornalista : o combater os erTòs; eothtra a fé, i uma
obrígaçio rigorosa; que todo o christao eoirtrahe no acto, do
iHt ttoptiiÉmo: S<! S. Bi', sem ser theòlogo, se julgou com di-
Veiltf para ensíóar ás turbas uma fheologla , pelo menos, pe-
i^pMmimái ')cbme deixaria outrem >, qué fosse formado eiii
CanoBes , e qite afguma 'coite Noutresse vístò em Ibeologia, de
ler ((Hreito, quando ja liio fosse dever, para adiuCielár os
iwMÍverttdfMl? Qpntndo nNnb iMuquete alguém,' •mboraiatooce»-
temente , pegar a*^uma garrafa envenenada , e encher com ella
«• copos ab# circoffistanles, fcomo poderá o ínfimo ierVente ,
^e isso Tir, deitar de entornar por terra ot eopoi e a gar-
yeSk> Setonl^eeii o veneno, e'o ntofas , é mil reies mais
culpado que o infelis que, sem o cuidar, propinou a morte.
[1] A nossa Memoria y eomo o andor lhe chama, nlto é
4al diviMa tin ti^ p^flev: ou-' tem menos, ou tem mais; mas
é um todo ligado , e é isso o que unicamente importa.
' ' [£}' EMai^teas árgttçOiUl sèriám grafes, seUSò folsem fal-
tas: rogamos a nossos leitores que releiam a parta respecUra
do nosso artigo. . * ^
'' {3} I Dèfe^iér utt irtHdiíro fatal f ] Tsdavia <Ab'ftcabamos df
irtender o tonto a#1tossas vtate e sépte Cotnmai^ asncHíMMi
«■lòdMiiliMto', id|Mla'N*io^dOBeMaftvtali'eStyte4: "•• ''^
[4] Se a todos pareceram consequência da doctrioa do* S.
CxJ aqnénès erros,- digam subtiliiàsdores o que quiserem , sio »
e a&o podem deixar de ser consequências d*elle : pelo menos
dcTem-se-lhe imputar, visto que, com rasXo ou sem ella, todo*
os espíritos, dè tA ioferiram aquillo mesmo, qoe nds lÉfertmos.
Cfflobjeetbs de'sinnma imporUilieía moral nio basta qoe em
diga — a proppsiçâo, que avento, nio dá qUanto a mim, oor
nla^ deVe dar,'ctoS6Ct»'idt maus — ; mas énecessaHo que d»
modo nenhum os possa dar'; porque n'esse caso já o '•ilenel^^
é dever. 4
(5) ' S.Et. parou nasnairsnscrIpçXo h>^ que Vfuimmasr'
p^rém os noskos leitores hao-de passar para diante ,|'c logo^
achárSo em que se veio a tomar a approva^o^ explícita. •
(0) TMái estas palavras , a\i peinMS , flSo aUtam uo
logar citado por S. EX. , nem em todo o artigo: fotani ago«^
ra aeréiceiítadas. Isto lios dispensa de mais commentarios.
(7) Aqui trat o papel de S. EX. a seguinte nota: —
u Parece iticrivet que um litterato , eomo o auctor án^
memória, Ignore, que as expressões devem tomàr^e ria aece-
pçftò òhvia ; a ttiettoir de ser otmgado ao ceotráTie: e qoe «
verdade ou falsidade das proposi^lM nSo depende , ' sen&o do
se* contexto; e nfto do logar onde se achsJÉicelloeados no dt»*
curso. Uma proposição falsa, ponha^M onde -se poier , eni
quanto se nlo mudar o contexto (e sesemudeu jánlo á-^^ameo^
ma) nunca será verdadeira : o mesktto se devediaer dequall|ner
proposiçSb verdadeira que já maia p5de ser 'falsa. O que se«í
duvida , illudiu o auctor; foi o diter-sè ás vetes d^umacoM*
qnencta: qvs tUa^ifeha; postoqtte, èòutiderada té' por si ,
seja verdadeira. Isto é um modo ftgurado de iklUr. Hio é at
proposiçXo que de verdadeira patsaase a ser ftilaa: a lalsidailf
consiste em contíderal-a como legitima eònseqtteneia dos pri»*
cipios postos: elIanSo k'\ nem mais sem menos veAladeira*
Ora na pnssagem do m^ artigo a phraae que o eeflsordftM»
fatsá ,' p^o logar ehf que está posta , nao l^pími senio Mno
consequência do principio: Dfnt i êmniteiente ; l9$e «ia'****
èe dlJinePiàfliimnét cMecer 'aí mesas preMfesíféiti^M»'
REYISTA UNIVERSAL LISBONENSE.
385
Depois de assim esty^matisar esta proposiçio» conti-
nua pelo seguinte modo: EsgpHqitemo-noM por wn exem-
plo: Um homem neeeuiíaâo, recorre ao mesmo tem^
po a êl-rei e a Deue. Ifa primeira petição (a e)-rei) ^nie
/ a ^em não conhecia o ieuegtado^ procurou faser^h' o
conhecer — tia segmkda (a Deus) que ^ a fuem o comhe*
cia Hmit^u^e em apre$entar oe affecto» ^ como folha
corrida, como hMlitação para o alvará da graça, (Rqv^
Uoit. Pag. 312 S Expliquemo^nos etc.)
Compare-Se esta proposição com a do ajtigo ; e dí-
gio^nos que differença ha entre ellas , quanto á doe*
trina: e exptiqnem-nos como pôde accniar de falsa a
primeira , quem profere esta segunda « como verda-
deira. (8)
III
' Dít-se no artigo: que eendo Deus in/hUiamente mise^
ricordioso não precisa de que despertemos a sua miseri'
eordia : nós é que precisamos dê faser-»os dignos ds
alcançar os effeiios d^ella. Rot. Univ. Pag. 298 $
DiMer etc.) (9)
Esta proposição , cuja verdade parecerá evidente a
todos , é taxada de sopbistica pelo auctor da memo-
ria, (Re v. Univ. Pap. 313$ Osophisma etc.) mas lo-
go depois adopta a mesma doctrina exprimindo-se nos
seguintes termos :
íhumdo o fiel , orando devidamente , solieUa e impe-
tra sem dwrida , a misericórdia ; é elle quem , porque
assim o êigam€s, se desperta a si, se move pelastM fxm-
tmde liwre , c vae eollooar-se nas eircumsíancias moraes
para ande convergem^ como elle sabe, os raios do dtf?t-
no sol, que a nossa linguagem defectiva ehanum mise-
ricórdia. (Rev. Univ. Pag. 313 |S No h&mem etc.;
Torno a perguntar : salvo o stylo , que differença
ctor que ertm dediicç&o nSo é lógica ? E' a mesma qae elle
dediM no even pio que se vae lér , e que Alie fuUtitue , para
fclarar a queil&o, como ellc mesmo dis. n
At^ aqui S. Ex. : agora direitos nòs que a doctrina d'esta
hola nos parece tAo hcrretica em lógica práHca e usual , como
o queationadu artigo o é em tbeologia. O dizer que uma phra-
■e , êá por si , é tâo '▼•rdadeira agora, cono logo; aa tio fal-
sa honieai, cooi* hoje, nSo é certamefiie uma grande Botída-
4e^ iMHB um conbecimeoto di;roo de Uo alto psychologo. AUn
do que , nSo vem , nem pouco nem muito , para a qoestáo.
Querer porém insinuar , segundo para a quest&o lhe conviria ,
qii« uma phrase não recebe modtOcaçdes das antecedentes , e
das consequentes , é contrariar o senso universaV.
' Não ha Dans : eis aqui una impiedade. O insipiente disse
■o seu coração -^aSa ha Deus: tis aqui ooia conflssio Felí*
gioaa. A phrase — nfto ha Deus, ficou em si a mesma: graade
novidade I mas pela coUocaç^ão conrerteu-se de blasphemia em
èulto. Seria pedanteria o insistirmos sobre isto.
Agora tornando ao- nosso easo^ confirmamos o que disséra-
mos. Aquella ezprestiío de S. Ex. , sd por si, não pavsava
4e uma inaocenle trivialldada : oo logar, e com a infoiíçSo ar-
gumeoiativa , coai qae foi posta , dcgweroa em erro. N&o làip
^aoa <ia lógica naa scieacia ab^trusa , um Msnterio cie Isis ,
• iD«ito AMUOS um alçapfto , aa ama sede, como o foi n» tam-
|M> doa «scholasticos: a lógica è o susêo conauiB :^ argnoias e
■nbtilesas , nem m sèo , nem a uap^tem,
(8) Nto jrespoadeaiof á perguaU» porque já a msío arti«
ga 4> tinha feito. ,
^9) 6. £z. eagaaa^aai parqae aaturalBapte cita o sen ar-
tigo lie c<Sr, No $ citado nio vAm as pidavras -^ ads é qne
fff^iaamot de fasar-aoa dignos dealcaaçar as «ffeitosd'ella— ;
e nòa dÍo fiodiambs faxer obra d# que tinha içado «a mente
40 <i»clor; Se Q. £k. assim titesse Uifs^ de piincipio rediri-
do o aeu (, ni&o teria nascido esta parte da noisa censtira. Fe*
liciUmoK a auctor jK>rest«saaaiaeiida, pesanda-nea aò <)iie
« a2o tivesse feito emquanto lhe podia val«r ftara
ba entre a doctrina d' esta proposiçãQ e a d<^ artigo!
Nenhuma. (10)
CanelusSo.
Logo, n'ésta primeira parte o auctor da memoria «
bem longa de refutar as três tmicoa proposições queei^
ta do artigo , approva explicita a formalmente a pri*
meira ; e adopta a doctrina ,das outras dua», que cp*
prime com à pequena differença do stylo.
Proposição^f que se contém no artigo , mas foi mal
intendida pelo auctor da Uemoria.
Diz-se no artigo : Que nagrandexain/imta de Deossn
nossos cultos não podem accrescentarasua giotia^ (Rev*
Univ. Pag. 290 $ Se pois etc.)
Parece que o auctor da neinorta nâo compreendeu
o sontido d'esta pbrose; pois que emprega nada gie*
nos do que quatro columnas da Hevista, para me pror
var com muitas razões, e com uma inútil profusão da
te;Ltos da £scriptura , que Deus pôde e deve ser glori-
ficado, eque se gloreia dos uosaos cultos* (Rev «Univ.
Pag. 313 S Do mesmo etc.)
Mas glorificar a Deus signifíca, segundo a definíçio
do mesmo auctor da Memoria , adorar , ^umilhar-se ,
e reconhecer of díatfMM perfeições. (Rev. Univ. Pag. 313
no ítm do $.)
Gloriar-se Deus com os naseoâ culios significa que
Deus quer ser glorificado*
Accrtscentar agloria^ de Deus seria tornai-^ mais ex^
celso , mais poderooo e mais felig do que elle é pòr $ua
natureza.
Já se vé que as duas primeiras proposições são tão
sensatas como catholicas; entretanto que a terceira é
Ímpia e insensata.
Enganou-se (11) pois o auctor da memoria , se da
eudtier qu£ não podíamos aocrescenlar a gloria deDeu$,
inferiu que eo negava ou punha em duvida, que Dêu»
se gloreia dos nòssoe cultos, ou que jpoasa eer glorificado^
Proposição extrahida do artigo, mas incompletamente
transcripta pelo auctor da Memoria.
Diz-se no artigo (12) : que uma coisa é o fim que os,
homens tem em vista quando oram ; e outra è o fim
porque Jesus-Christo nos ordena que oremos.
Quanto ao primeiro dis-se alli que é pedir awdlio
nas nossas precisões aquém esperamos ou desejamos que
nos soccorra. (Rev. Univ. Pag.. 399 % Três são etc.)
Quanto ao segundo dis-se : que Je^us-Christo , or-»
denando^os que oremos, teve em vista ensinar-nos oqua
devemos fazer para ser atíendidos, (Rev. Univ. Pag.
39eS^#/x^ etc.)
Postoqne estes -dois fins da oração estejam ex-
pressa e distinctamenle marcados no artigo, o auctor
da memoria só reparou no segundo , e , como se eu
negasse (13) o primeiro» affirmou positivamente ^ua
'**■■"■■ ■ <' ' >.■■■■■■ — ■ '■ «*
(10) Toda. y«Ja««e o nosso artigo. '
^11^ S. Ex. esqiMceado^e de que havia , o qae os theo'»
logos cÉMaam gloria aocideatat , e que esta a podia Deas re-
eaber do homem , dis^ra que o hanem flio podia aereseentat
(fiaria absoluta a Daps , a qne era verdade , mas omttifra qua
o homem podia glorificar a Dens : e sobre isto é qae foadira
o seu inconcludentissimo armamento i^ sobre O qaal versou a
(It] Ninfuem é eapai de ver nos trechos citados par 8.
JEx. • qae S. fix. aqni nos afirma ter posto «'elles.
{U] Tpdo o artigo aio 4 dirigido a outro Ém aeaio a ae«
gal-o. u Orar , conclue elle , é sjnonjioo de a4otar.#
32 #
386
REVISTA UNIVERSAL LISBONENSE.
«O artigo se dis que a oração êerne sópara não cairmoi
«m tentação epara ínais nada: e d'esU Calsa supposir
cão áeque eu nego a virtude impetrativa daoraçqo (14)
tira molivo , para me provar em moitas columnas è
com grande iMin»ero de passagens da Escriptura, que
quem -ora pede alguma coisa « nãê tem somente em vista
não ^air em tentação.
Negar, que quem ora pede algoma coisa, seria da
minha parte, se eu lai d^issesse, não umaherezia, roas
«ma inépcia , que não era de presumi ^ ; mas lendo
eu diclo expressamente o contrario, logo no principio
do artigo, «ome acabo ée fazer Têr; não tem o au-
ctor da memoria desculpa deaie aUribuir «ma Ião ab-
surda sandice.
Depois ée ter mostrado que a primeira parte da
memoria , longe de ser uma refutação, do meu artigo
é uma «xpressa approvação das doutrinas n'elle conti-
das : e t]ue os dois argumentos da segunda parle se
fundam em duas equivocações indesculpáveis do an-
dor da memoria ; passo a fazer a exposição dos cinco
capítulos tia terceira parte , que assetíta toda fi'uma
compilação (-Rev.Univ. Pa^.SOâ ^Ccfneequmdas etc.e
Pag. 360 S Com todos etc) de ímpios e absurdos erros
•extraídos das obras dos chamados espíritos fortes dose-
eulo passado e apresentados aqui peloauctor damemo-
TÍa, como consequências do total coB4exto dome« arti-
go ; pois que elle não cita passagem alguma determina-
da, d'oDde se éeduza «speoialmente a matéria deq^ual-
4]uer d^aquelles capítulos : methodo mui commodo de se !
imputar a um escríptor quantos erros se quizer ; porque,
se se pergunta a razão , responda o critico:: que foi
•«ssa impressão que lhe proveio , não já de tal ou tal
passagem, em particular, mas de todo o complexo (15).
Bouve um tempo em que este systema -de criticar es-.
teve em voga; mas lioje^ e ha muito tempo não se'
admiltem «sses subterfqgíos. Um dado erro ha-de ter'
« sua origem n'uma passagem differente d'aquella ,
•d'onâe éerrva o outro erroi cada iim tem a sua sede;
<e portanto., quem censura ou ^a-de apontar a pre-
cisa passagem donde resulta o erro (16). que altríbue
«o aiictor da obra , que críbica^ -ou a acusação c ca-
iumnia.
Vejamos pots quaas -são os capitules de inferências
^eraes , que apontarei distínctamente , para que ao
auctor da memot^ia não ique desculpa alguma, «e se
Tecusfr (¥7) á fororal provocação que aqiri lhe dirijo
(14) A isso já respondemoa.
(15) Aiuda quando o mrtigo de S« "Ex. , «paifaado pelo
•coador de -una dialéctica tecida e entretecida de dislioçSes e «u-
bti lesas, se podesse defender como orthodoxo, o que não.pdde,
bastava o seu effeito geral para que elle devesse conderanar-se
por erróneo ; porque os leitores de periódicos , o povo , nXo
tem, nem quer, <nem carece de ter, nem seria 'bom que tiveste
•«sie crivo ideológico; mas temo senso commum, qne sabe^ver
m'um escripto o pensamento de quem o escreveu.
(Itt) <£ é isso o que unicamente fisemos.
•<17) I>erenda-not o .céu de recusarmos coisa algonia a'&
'£x. ; mas achámos exlraordioario que .&. £x. mm queira tão
rí|:oroiamoflie ponhorar^por uma divida, que não contraímos.
Attles de entrarmos na analTse de alguns dos princípios >de
^S. Ez., aprouve-noc, e ^eonveiomos ipreparar o terreno em
que havíamos de luctar ; e essas considerações previas -foram
•ainda preceilidaa doestas ^paiav^M^xpressas. — wSeja-^nos ikito
JaBer antes de tudo, algumas considerações geraes acerca daa
reteçõet mutuas do Creador^ « dda cfeatura , ao dúplice íacho
ida j>hiioiQ|)hia e da fé. ^
para que declare potUiva, eaíegoriea e prêcisameníe as
passagens , phrases , r palavras do meu artigo , duende
elle deduzi», que aili se continham es erros que o obri-
garam a escrever cada um dos seguintes capitulas,
P«i|iBiRO CAPiTOLO : Qut a oração vocal e o cuito ex^
terno são necessários (Rev.Univ^ Pag. 30â $ S. Ex^
etc.) — Declare o auctor d' onde é^e o -contraho se de-
duz do meu artigo. À definição que eualli dou de oração
em geral , convém íanío á oração voeal como á mental*
Sbgdrim) CÀFiroLO :- Que o homem éde tal modo de-
pendente d« Deus, que até involuntariamente é levada
a ín^ocac o auxilio do Bnte Supremo (Rev. Uniir. Pag.
^02%Mas para que eic.)~Oque hamomeu artigo que
obrigasse o auctor a consagrar varias colunmas na de*
fesa d* uma verdade que jamais contestei?
TeaCEiBO cartolo : Qm a virtude impetrativa da
oração não e incompatível «o» a immutabilidade de
Deus (Rev. Univ. Pag. 204 % MÊas não etc). Não ha
no meu artigo uma eó paiavra que serepra áimimiíaW-
lidade de Deus. Mas , ainda quando a houvesse , tudo
alli concorre a estabelecer que aoíação éeompaiivd com
todos os divinos aUributos. Portanto é mister que o a»^
ctor da Memoria me prove o cotdrario^ (Rev. Univ. Pag.
M2% O que deixcanos etc.)
QoARTO CAPITULO : Quc a oração não repugna com «
omoíísctencia de Deus (18) — NoarUgo diz-ee queDeus^
pela sua omnisciência , «tão earece de qne ná$ lhe faça^
mos conhecer as nossas predsdes; mas nem por iseo so
diz , ^[ue sefamos dispensados de orar. Também o ou*
ctor 710 caso ^fue figwm das petições dirigidaz ao rei e a
Deus , observa : que a Deus i desnecessário fazer4ho o
pretendente conhecer o seu estado; e nem por isso eUa
nega « necessidade da oração. — Digapon que passa^
gem do artigo lhe suggeriu a necessidade de eserever
este eapiMo,
<}ciTfTo CAFrrcuo : "Que por Deos ser infinitamente
misericordioso, não se segue que n*s sejamos dispen-^
sados de orar- j(Rcv. Univ. P^g- 313 $ .áo sophismm
etc)
£uãÍHe no meu aríigo , « o auctor da Memoria r<w
péHu n'este tapUulo ; que Dnus infinUamente mkmcofw
dtoso , não pvecisa ãe èerpor nôs commovido » p«f« imw
fazer mercê; mas {i9) quenis é que precisamos de noa
fazermos dignos de obteJ-a. Se pois eu não disse no mete
artigo , senão o que o 'auctor repetia depois , etjòre aa
relações que a ^ação tem com «a misericórdia de Deusr
e de eerto ^Uenão ha^^de dizer que a sua doetrina ooòrt-
gava 'escrever este capitíão , deverá dizer , tomo é que
a minha doetrina^ -a este respeito , idêntica com asua,
o poz na necessidade de defendeUa, tomo ee eu a ítve«*
se atacado.
j iiaíveiia «a Jogica alguma regra , que nos proliibisse t«Í
faier ? ^ A quem tem a honra de diseutir vm ponto com S«
Ex. , será porve«tura defeso occupar*se prévia , ou acciden»
talmeRte«om outro otqetto*? ;Nfto bastou aquélie encolhidissi-
mo seJOFíiM imie para nossa ressalra } Todas as verdades, qiw
pesemos n*aquena espécie de prefacio , lAo Itilfaamot ncecwi-
dade alguma de provar agora adiarem-se impugnadas no arti-
go de S. Ex.; mas já^ue S. Ex. tio apertadamente nos em»
praxa, diremos, porque -ié verdade, que a-praçlo, e«téaado»
raçfto, morvem inevilavelmente, adoptado o artigo, tal com»
a principio saiu ; e antei das -eaplicavõei que S. Ex. «e via
agora necessitado a lhe faier.
(18) O que^S. Ex. aqui allega-íé desmentido pelo teupr»
prio artigo.
(19) *S. lEx. confunde, julgando ter Udo ao MOJfftig* <»
que eà Ua4m jwim le^posta*
REVISTA UNIVERSAL LISBONENSE.
387
Para qn« o aoctor , prestando-se , como espero a
esta minha formal requísrçao, tenha bem çresenle to-
do o meu peiwameirto, aliás bem claramente expan-
dido no meu artigo, direi aqui em summa : —
Que os elementos da snpplica em geral , 4e Tcdu-
lem aos seguiirtes : 1.* Fazer conhecer a« nossas pre-
cisões á pessoa a quem a supplica se dirige — 2.'
Tomai a favbra-vel á nossa preteoçáo.— 3.° Obter,
taWei, desculpa d'algumas oífensas commettidas. —
4.' Reconliecer a sua dependência d*essa pessoa, —
5.* Protestar a sua gratidão. —^.' Cerliiical-a de que
acceHará com resignação « cxciísa 4a «ua pr«teii-
$âo. (20)
D'estes seis elementos da supplica, em geral, d«s-
se eu (21) no meu artigo, repetiu o auclor na sua
memoria, e diic todo • homem dotado do simples sen-
-ío commnns : quê tfs dois prímeiroê não tê wn/Uam a
re$peito d« Bem ; mat nem por isso a uraçêo é detm-
cessaria, porque Um de satisfaxer <i ioáos osmUros
^airo elementos ou condições da oração.
Tenha o auctor da memoria sempre em ▼ist^ «sta
observação: e, conforme ao c«p1rito d'ella , dè sa-
tisfação ao auctor do artigo e ao publico , apontando
textualmente as passagens do «rt4go que elle julgou
conterem os cinco «rros combatidos n' estes capítulos,
« que fiseram com que a sua docírina fosse, como elle
ousou afffmar , recebida com enanfialo péos verdadei-
ros ehristàos. Lembrei de que uiua accnsação (-22)
doesta .ordem, não se fat entre tiomens ée bem, «enão
quando se pide demonstrar tão clara como a lux
do dia. SHvestre Pinheiro-Ferreira.
OuTimM o nosso illnstre antagonista i resumamos
agora , aegondo promett«mos , a nossa argomenta-
ção. Démol-4i , como S. Ex.* parece «querel-a , sem
roupagens d'estflo, tem lustro de tec , sem cheio de
•carnes , esqueleto lógico , com todas as costellas bem
seccas , bem á -vista , com todas as vértebras bem
trincháveis. —
Tão alta intelTigeneia «omo a do Sr. S^We^e Pi-
nheiro , não permitte qne imaginemos a possibilidade
d' encontrar ii'nm escriptoseu, raciocínios estranhos i
•matéria d 'esse escripto , ou -que não formem ^los da
cadéa de argumentos em que t^rocura -suslenlar a
sua demonstração.
O artigo , que abaixo repetiremos inteiro , tem por
titulo — Da oração do Christão — e remata com estaa
palavras: — Eis agui em qtie consiste <r oração do
€hriãtão: orar e adorar são expressões synonymas. Lo-
go todo o eaqueleto da argumentação -deve ser uma
«nccessão de princípios destinados a provar ^que « a
(CO) RogâiBot a^S. Sz., te difae compaiar «tteotaiMnte ,
«atas .jeis elausolas , qne escreve i^ora« com o sen primeiro
.artigo.
(2i) .S.JBz. -se tivetie agora selide o lenArligo^ certa veo-
le nãoeicreTia eite — diageieu.
(SS) A accusa^io, qne «Usemos , nistentimol-a; istoé, a
.accusação do primeiro artigo , e não d* este, que já vem, mui-
to correcto, e aogmentado; se bem qne para o ilm, que deve
:aer a instrue^d -publica, aiuda •nos -p^^rece muito looge de ca-
bal. Suttentâmol-a , repetimos, e nistentala-liemoB emquan-
tto com rasdes vãs, e intelligivcrii nos nSo eoneensurem do er-
oro, e portanto a espaniota cencurm de lioment nSo de bem ^s
rogámos a S. Ex. qoe a retire, não eome injuria a n^s , mas
*€OflDo desar jpmra ^ueai tecoasidcrada •• iiiitistanaale ji em-
'PlCgOU.,
oração « não do «ocratíco ou de qualquer outro pkiio*
sepho , mas <do christio, conaisie aómente na adoração
ou humiliação.
A ttao terem os vários SS do artigo essa intenção »
«eriam um apontoado de idéas (verdadeiras oa falsas)»
mas descenneiLas , o que é impossível •
£ de feito apparece uma deducção tão evidente-
mente systematica no artigo, que a sua simples leitu^
fa denuncia a intenção do rigor dialéctico. Por tanto
não é licito considerar como alheias da doctrina geral
4o artigo , aa doetrinas parciaes 4k>s períodos que jo
compõem.
Bastaria já o tittflo e a consequência ultima da «>>
tigo para tirar toda a duvida acerca da these do au-
ctor ; pois d'osta vec , pelo menos , longe de distin-
guir , foi claro e eKplicito. Quando dii : orar 4 a44h-
rar , oiforor é hmnHhúr-ee — quando ajnncta < eig
aqui o em que consiste a oração do christão -^^f o au^
ctor fecho« a porta a todos os suttorfugios e distíne-
ções. Se a oração consiste n'isto , não consiste tm.
mais do q«e isto. Se orar não conaiste em mola do
que odonar , or^ir «xcUie a idéa de sÊtpjj^icat joio glo^
rifiear.
Mas «e ttio hz meio de aaír do rigor doesta
conclusão èo espírito gerat do artigo, muito mafs evi-
dente se deduz ella dos raciocínios empregados por '
ê. Ex.* •
Foi 6. Ex.'* «esmo quem se deu ao incommodo do
faser a« perguntas e as respostas acerca d'<eate mpto^
taoCe assumpto.
These do auctor. — i^ual é o iim da oraçãof
P. ^Será para lembrar aD«uv a «ecéssádad/e do jao»
auxilio?
R. Impiedade , tilasphemta , absnrdo.
P. ;Será para excitar a sua compaixõot
H. Impiedade , iilasphemia , ingratidão»
P. ;6er,á para qua o Greador se iifane do ^Fer a
ereatura render-lhe homenagem ?
R. Impiedade, blasphemia, e .cúomiIo do <>p§albo s
da estupidez.
P. £ Então para que aerá?
H. Só e unicamente para que« hunálhaBdo-naa^
não caiamos em tentação.
Esta ultima pergunta poia é apresentada pdoatictor
ooino uma exolusão de partes ; isto é , provado que a
oração não pôde servir para o 1.* , 2.® ou 3.^ *íim, sê
serve para n 4.^ Ora eomo um "profundo espirito, «quo
tão bem avalia as relações das coisas, não devia ifnm
tractado especial ter passado em silenoío tantas outraa
relações ofe^ias, que entre a creatura e-o Creador po-
dem «pek oração doChnstão realisar-^e, é olaro «que
se não contentou com a fútil gloria de demonstrar
amomas , tendo o cuidado, em tão momentoso asatum-
pto , de deixar de o considerar pelas faces exacta-
mente porque dere apresentar^se a qoem SQ4)re4il-
le inédita.
Dizendo e Sr. I^lvestre Pinheiros Se pois a 'Oração
não tem nenhum d* esses três fins , i para que nos^ orde-
na Deus que oremos? Para não eairmos «tn tenta*
ção. Claro *Oca -que eram quatro os únicos possíveis •
aliás deveria , ou continuar a excluir o quinto , sex-
to , seplimo ete. , Mé acceitar o ultimo, ou excluir o
primeiro , segunde e terceiro , acceitando como :ôm o <
4.* , «.• e 6.*
Seíoido i&to iaoonleâtof cl , ;oQmo o alto conf eifo «gi»
388 REVISTA UMVERSAL LISBONENSE.
à^ S. Ex.' fermHriH» nos obriga a reconhecer que o
é , tejamos ainda -a confírmaçiD da nossa refutação
peia intenção de cada raciocínio do artigo.
^Quaés são 08 Ires fins dn oração que (atém dtf ado-
ração) 6 auctor proclama imagináveis, mas inadmis-
síveis? Para que a sua refutação não seja puerilmen-
ite absnivia , deve reconbecer-se como barbaramente
«nti-cbristã.
1.* fim.—; Será para fazer ctmhicer a Dens as
nossas precisões ?
Esta pergunta porém deve forçosài&ente completar^
se cora a seguinte :
,. Será pacu dar uma prova de humildade e de fé? De-
uonstrar o auctor que a quem sabe uma coisa não é
necessário que essa coisa se diga para a saber, era uma
jtulticia. Mas negar que a oração» tenha por fim a
.prova de humildade e de fé fora uma heresia.
2/ fim. — i Será para deip$rtar a misericórdia de
um Deus infinitamente bom? Se B'essa palavra des^
per(ar ha uma idéa oflensiva para o Creador , é uma
puerilidade declarar que uma injuria a Deus é uma
l^lasphemia; mas se emv^ez de (/«iperlar ' honver de
empregar-se outra expressão condigna, como — invo-
car; exorar , pedir , ro^r , soiiciiár , implorar a mi-
^ericerdia divina —-negar que a oração tenha esse fim,
4i uqaa heresia.
3 ° fim. — ;Será para que o Creador se ufane com
4 homenagem da creatura ? Provar que Deus naa é
vanglorioso fora uma pura indecencia ; portanto emvez
d'esta pergunta a redacção leal deve ser: ;Será para
que 9 orealura dé gloria ao Creador? Eis a resposta
^l4*i$t| ; E\ e cum vezes c.
Não é de presumir do character do Sr. Silvestre Pi-
nheiro , que .tivesse a. intenção de pór-se a escolher
expressões. acintemenl^* impróprias para desfigurar o
seu pensamento*. Se o sttbierfugio.com que procu-
fafse esjçudar as suas doctrinas fosse a stratégia das
palavras — fazer conhecer a Deus— em logár de — ex-
p<ír a ^us-r-,í dcspcrlíir a siia misericórdia -~ em lo-
gar de — impetrar a sua misericórdia— r; prestar ho-
inenagem para ufanar o Creador-*- emvez de — pres-
tar homeoeigeiDi para glorificar o Creador — esse
systema de argumentação pouco se conformaria com a
lealdade de que S. Ex.* cosiuma dar provas.
. Nem só deporia contra essa lealdade , mas contra
a sua incontestável clareza de intendímento; pois de-*
yi^ociaria que o espirito que soube abraçar relações
jaunediatamente obvias , não abrangeu tantas outras
fue ficavam tão próximas d^essas qvq avaliava, e que
não .deviam de forma nenhuma deixar d* entrar no
duadro quq se propôz quem quiz iractar , não de um
«ó d<i8 attributos da oraçãp, mas de todos, e até, pa«
ra os excluir, d^aquelles que proclamou inadmissíveis*
C0NCUJ8Í0.
De tudo quanto precede se deduz rigorosamente «
que do artigo que analysamos , para ficar orthodoxe ,
T- ou se ha deelimindr ocoroHarjo, de todo elle resul-
tantes , de que — oi[ar e adorar são expressões syno*
nymas , e é só em adorar que consisto a oraçio —
ou se ha de mudar alguma parte no artigo , e essen-
cialmçnte o seu titulo, substituindo e4(e pelo de ^^ Al-
guns dos attributos da oração do christão.
^ Concluimos, respondendo á citação formal o perem-
ptória de S. Ex.* , com outra citação egualraeiUe for«
aial , e egualmeole peremptória.
Declare S. Ex.', não a nós. mas áquelles áoB fieis,
que não estudaram taes matérias, e estão aguardando
impacientes pela sua ultima palavra, declare , repetir
mos , se ainda intende que orar é êynonymo de adorar,
Sim. ou não: Sim, será negar formalmente a vir-
tude impetrativa da oração, e sustentar uma heresia.
NãOf será em verdade retractar-se ; mas essa retracta-
ção fará mais honra a S. Ex." , do que todas as suat
outras obras.
S. Ex.* assim o quiz. Não ha já meio*: sim, ou não.
Havíamos nós querido , procurado , diligenciado ,
— dilijgenciado- com summo e manifesto empenho — :
que por interesse da verdade catholíca e de um ta«
lento , que todos nós respeitamos , S. Ek.' saisse do
assedio, que por necessidade lhe tinbamof posto,
com as bandeira» , armas e bagagens e com todas aa
honras miiitares. S. Ex.' inutilisou tudo isso, eainda
em cima aos espingardeou pela» costas. Agora não ha
remédio; sim ou nio: entre sim ou não não é possi-
vel distinguir.
Sim ou Não? —
A OBAÇl.0 DO CHAISTiEo , tlEh E TXXTUAL, BEPBTIÇiO 09
AETICM) 9DE 0BO ORIOEH A TODA ESTA CONTBOVEBMA.
Velae e orae , para não cairdes sm tentação , not
diz o divino Mestre. ^Mas em que consiste a oração
do discipulo de Jesus Christo? ; As supplicas, que dir
rigimosaoAltissimosãoellas, porventura, análogas {*)
áquellas que costumamos dirigir aos grandes e pode*
rosos da t^rra? Para respondermos a esta importan*
tÍAsima pergunta, consideremos se os fins que i^ospror
pomos. n'estas supplicas são os mesmos d^ áquellas ora?
ções.
Três são es motivos porque o homem necoMitadode
soccorro dirige as suaç supplicas áquelles por queni
espera ou deseja ser soccorrido. O primeiro é par^
lhes lembrar a necessidade em que se acha do seu au-*
xilio: o segundo para o fim. de excitar a sua compai«»
xão ; e o terceiro para interessar o ^ev. amor próprio^
mediante este expresso reconhecimento da dependen^
cia em que o supplicante está da sua benevolência.
^ Yeriiicarse* por acaso, alguma doestas três rasões
nas supplicas que o christão inspirado pelo Espírita
Sancto , e confiado nos merecimentos de Jesus Cbris*
to ,. dirige aos pés dothrono.de Deus Padra? Seri«
impiedade somente o imaginal-o; prpferil-o, seria hor-
rivel blnsphemia : seria confundir a pureza da devo-
ção cbristã com o torpe servilismo das superstiçõef-
pagãs.
Não seria só. impiedade, seria absurdo, dizer que a»
nossas orações teem por fim fazer conhecer ao aranis':
cienie as, nossas precisões.
Dizer que nos propomos nas nossas orações desper-.
tar a misericórdia de«m Deos iofmitameote bom, não
seria só «ma absurda biasphemia » seria uma mons^
trúosa ingratidão.
A presumpção d'aque11e que fosse assaz insensato
para imaginar que a infinita grandeza do Creador do
(«) Roframos a oomos leitores que reparem na força da
palavra muAo^tis. Análogas não quer diser ms meiwtês; qiíer
diaer tinijbabtes ; por oade le vd, que o. auctor não recusa
^ a mudança real de DeuSi a ufana^So de Deus etc. , mas
tambeai a exoraçXQ a a gturificaçflo, que #Ío n'eitA cato oa
lermos análogos d^aqueiruatra, presupposta^ Já seaabe, aim-
maasa. dittaaigia da tmií^Uor t«rxe«Ue ao benfeitor calesta.
Da redáoção.
R£yiSTÀ< vN^vâOârÁi; l^mBcmfôt^tí.
'I
3»^
i^A&lUhi^M
vcl verme, rendendo homemigem é Difiild«dé» seria
o.Qvmui^^dvdr^vlho «4&':estupider. ' .
St ^Qh^l>tvtêi.ottmkei0mie não , ha «liftler qne IIm>
lembeemoe bossm precisões { se por sua infinita ^n-"
did« não carece qkie á força de rogatiras excitemos a
sua beniflcenoia ; * se*,' efnfim , na «oa grandeia 10%
ixíUb»,.noaM6 cvltosr bmU podem «ecrescMilar á s«a
gloria ; porque raslo; '^oom qoe fim- nos «rdeiia elie,
não . só que tselano' f mas q«e oremos? £11é iilesmo
imI-h> dk 9 quando accreseewta que é j>«ra nfio taif^'
moi em tentaçm. .. - < ti.
Naoiéetle qoe preeisa de q«e b4» loreiDos • ^ somos
nós qpat precisamos, de orar , -ee queremos fn^^ir* míl
ptfifo» aliás. inei4iav«j» de .cairmos em Untaçiò.
^{tfaa comoique a oração nos preserva d-esSe^perí^
go?, perguntareis-vás^ PreeBcfaondo^fl^ a uttica •eon*'
dioio qm. o Senlier no momenio de daif o ser aoflhnes-
806 prsmeireft pães Ibes impox, se eUes queriam Viver
etetnameofte-^na lei da Graça : wãtò comer do fr^cteda
«rvore da sotencia do bem e. do mal , que na sublimo
pbrase das. Sagradas Escrituras ,é o embtema dal
aeberba e ({o.oiiguli^.. Esquoceram^se nobsospaes :do
preeeilo dOiScsbor ; disseram ; *Mb êeremvs tninbew
ékmseg,;^ e.esle pensamento d& fatpi soberèa oo fet'^ *
oUeo £ a nós . .sua progénie , . passar da lei dai^* vido'
immortal , á lei da morte.
^ Que .remédio pois Bos dá para reporamio» (amanho
mal d divino Heotce, q«e descfu.d» céu á- le^ra para
nos libertar do escravidio; do peceado ? 0^<ir; Mas
omr é adtmar 0'fl'odorPoderoso : é' pr09trar-se com bu*
míldade na presença do Senfior , que antes de tudo e
vaia que tado nas recommendon que relasaemos para
feio cairaios no peecada da soberba»
Orar é 4dorãr a sua infiBiia liondade q«e, semmé^
rito algum anterior da nosso> parte, nos eof»eede eimi
«s primeiras luses da roaio e logo depois com as da
voTelação, os tkesooròs das suas graços, 9em ooira
c^adição maia do que, o de sermos submissos ehumíi-
éea > recoofaeooflido a nossa indefinida depeudeaíslo àa
011a infinita auBericordia..
Ormr 4 adaror a sua indefectirel |ustiça ^ que se
pune os nossos delictos é para oorrígír e emendar a
Bosoa perversidade : com tanto que na presença des
golpes eoBi que a sila mio paternal' procura ebamar*^
nos ao camiiihi» da virtude « reconheçamos contritos
nossas faltas , e>submissos noa resignemos nos decre^
loo da sua inóeásaBte o patetnal providencia.
Assim ; bumiihar-nos na presetíça da infinita €ran-
éo^a do Seolior : teêoiiheoermos agradecidos a sualn-
flnâtB Bondado ea nossa iHiantada dependência : sub-
moUemiMios jeontrkos e- resignados' «os impersoruta-
▼eio decretos da oua èteite Jtístíço o da sua vigilante
Providencia : eís-4iqui o em qne consiste a Oraçlo do
Giiriítio :-^na linguagem d'esta sublimo doctrina, orar
# Miorar são expressões synonymas.
dia a ab(^ição do tribnnnl * do ÂaMo Oprio ;*qaè eii»
Port«ga> #fa «staMetldo fie reiaiado^ de* D: Mlb Hl.
- '7^0 reino bovia Ires iiiqoi6i<!des ; a deíístipos odo(
Coimbra, ê a' de ^vora.A -de Lisbek esteve pirinieí^i^
nocofhènlo da Trèndade ; e dcpdis pvssoò-se aiopa»
ços dos.Estáo», i no itòeío., onde ao- ostáogoHt oto-^
\*tfat«ndo o Ihoatro nacional. - - < r
A verdsdofra^ historia do eslabdechnento da' ínquí-
stcSo em PAKugaU é uma edisa ver^tihosn» tanto pa««
I ra o papa como para o rei que entrou n'essa negocíá«
çõor algum diá se escreverá tudoltomentp » píois
. oque^nd^ Imp^evão^è mui eneont^ado^-dmaiisoo» •'
I Entretanto hajamos por memorável o dia cm qnèiá
ndist bóá terra se eiptfrgou de** tamanhafiffirotita 4ei-
ta «o diiistianisibo, como era tio nxc^erarnéa inata*'
tUfçSo. mfà T9UÍO.
O ooTSBxro xrAk Jtâo» no Ti»b£a.
:i. ) ,' imiOBUí Dn''aBOD10 PASBABO;. •
mimoís.
»'
2794
COMMEMORAÇÕE& '
A XVtUliXÇÂO Wm VOAVOOiftli.
30)DB VABlÇO.I)B 18311
Ao cirtes c^nstitucionaes de<roliin'^i»'ostc
Qmm, dita qbo «oibrádo, qoo aBedn
• maifk «ito f mais clarq 6 verd^^^iro , ^o
o de' quiil(|iier voi InuDana ? £»p«rar ro-
' foã Doestes caàoi , é desmentir e.fuppor
iagida, õB a tríbiila^Xo alk^ía , X)U a
-' «nÍ2ádeproppfa. é< Quedamos ao» anigfosv
..uiiia do qaa aos. estfttDlhM» te adivogadoo
r .. 'aiudireBi ? . - i. .....,*
i>. M. Btmãré€$ — Núvm ^Amtto» toas.
skiao PABA a bQCASiío. 1
' 9795'' Desobaçado Fernando Ftixoto, qve arrtbafH
do da tormenta des€sita « q\ie o colliélfàide salto , re^
voeado dos paroirismos' da morte ,. nio peias vilão bm«
iNaitins do tubedar Antonk) Chdco , ma» pela rbbnstot;
que os. seus vinte e quatro annos lhe bafejavam^ aeor^
dára doesse horrivel sootno, q^ dormira entto mar«^
tyrios , fdra abrir os olb^s á lu^ , que.' o cegava , pa^
ra:«xístír n'um mundo , qne agora se lhe' mostrai
a sqvc^oso. esqueleto., e cujas roupagens de loui|atnfti
e gala eram roias e apodrecidas; de una mundo, quo
o repellia e sacudia , como as ondas entumeeidas , o
em que , seai rumo e sem. porlo, talvet sÓBMnteUio
restasse è seu natifragio , «--a morte.
Desgraçado Fernando Peixoto, que estava n'afuel^
lo pesado ÍArper e abatimento é'ejpirito , que ftuccoy-
de sempre á víolieBcia de ura golpe iiaesperado . dn
sorte, e que precede, pela maior parte, o pungir agn^
do i e depois maia benigno i^ da saudado» .
Haviam, passado já dose dias, desdo.:qnooquoUo
cortejo,. que acompauiava a D. HeMa, lho roçam
pela phantasía , como uma visão do inferno, o o dor^
mbára por terra. .J^raco, sem vigor, e akida rnsl eoaf-
valecido , fora aqueUe o primeuro dia , «m que se «»
rojara a descer do sep leito de pobresa e andrajos*, e
a assentar^se juncto do uma parta, que di^èa para umn
eapeete ' de logar eu qmntalejo defendido por uma, so^
be do rainâda e mlvndos..
Seus olhos amortecidos e quebradas e^gueranv^io
para o eévr; -t aquèlle sol , que ha trese ilks lho os-
somara tio risonho d'esperança o do promessas, como
quo o cstavn então insoltiairio oom seus raios lomiQO*
SOS « bfeilbanies , como qne okoailiecia a âua desven*-
tura e desamparo.'
O mauodba/ esttcBMceu oém e$te .poniamoáto> A
ímf\
i*^
aRiiíl^TA H^JíVí^llS^fe v^ISjpOFBífl^JSi
iíegría cr4 iliâi CQmr«rudadi&*pflir«iJQ:^eiii;cf>rtt(|a., -é'
cM úiM pfeoiiio de nm4 i>(irttOcuf3 i ^ • f»oís; <tiie a
•dtitrem Ih -a nt^gftv^ • fui ^romiralra n^-^sk im^gítira-
fi« >iici«oM«:fiiiy»renl«)»<^eA*eHa); t «ua cib.oço:p<dif^'
•le«4lR sobe6(^^tiUr, coma « F»4kp^Jk^ «Obr^ A.4iasie«^
»«i«r«H«^4r.« smis.mMs jMlidats e fdçtotfm^as am^;
pareçam aqnclla fronte , q(i«i se llie,p»ri)i com Cfiigi-'
(afÕQfttib KiolentasVéfiéaniin ÍQVQUfesi.iM loagos 4in-
nêifí de sem cftbeltoar oa^taiiboiy (|uc ««toaç^vam 4«s-
alirvhfidosc^ .^. j .--. .;.-;/ «ii. . ^ .:. v. . ;
ii B\% qtie<«m4 lere patncada <a«bre o hcftnbro i e una
'vozijde. Qim(ofítu>e de amizade- o >mi^dfaflíerii»r d9<aeu.
kthapgQi.^ ',\:. ,•.'',
- i .f-f.;£'allatv irmôd ^. . .. é*.lu;?-r^ dUse eUe.» e^Ie-
vámoti r^.fhistikfara. cimB «:.eiaqu«nl(» al^<ima$>lagri-'
]na&«jX|^ Ih^vtrsíavara baloiçando aas pálpebras.} víq*
ram correndo Ienlamcn4« por luai faces brancas
como.'«*piaprtlilMt fíci^W, •. * vi -^ -"^ror* o
9o6arâo, <|ite>jero esM o.qitefaUs?eb(9ára, ficoo tão
doído e lastimado de o*ef,qae nem atinou com uma
plirave «omGa«hlia(p«rff lii&dnrosfráèabens dascuasm^-
Fbérds; fieoíi énftifado, •como%e dik mi minha provin-
cin : c 'e^tçihdéil W.mamcf^llo i sda «rude e xalqjada
luão y que éílc lhe cçrrou aíTeciuosa mente.
j — "ftemyMidOr. Pe^ro^^ .prosc^iu Fernando ro-
linindi) a$ tuas 4lingfi44as loFçaâ<» c empenhando-se
«rb.tUnr^v«ao$cdrc8)»upe«i mento á««aa phisíonomia con-
frangida.—;^B cotão-? i qu« ^ o^e/ie a feira iá j>or
— Hnm ! . . . as»1m , a«iin í faVèa., íissa eiteve., .es-
teve ; e bom poâcado . .\ t .Ai^raaa , -lauvado Deus , e
«í*li4«5tr Mtrtl£ >São debasúio de Suxas , (]^e ^e^o
1^0. d*ess&*ikislr'ilii0nado , queiMtitd fleima «e.Hielh
i\m B^ieste^etoCpiòo ; . . . e 4>itá$' ftro, «^ capazde ^ulra*
boitmiiii. . .*.; «stáB jnesmò aio].»" •evoonreito óe -M;
tem. o«Kine>O)taièstrepiitHeafi<0 .••(«rã'! ;,q4ieiir%«s|iidouj
«alacloSv.« e^maâs é hSstoriaf!*— ileU:!* e b joctí i»«Uii«
•iihi) ].%... ^«omo 9ac ^ ádèucfiie?.. . . .^«^ iMarinbtaí « /i
ifatlaha?»«»t B efitr««^paravd^otvo;da pefttf.si^iqite
fHimaiiulé AHtsae temfío 4e «respandèr^es >e>éa«<ior
4b^ assim occatião jjnrja '«pie eHe 9e^»r^lhasai.^.i vdta
ifiovov na8<8*as sombria 'raediít.içãe8i ^ • . . • m v
9Í'P»lii»B instatttefe dcpoii , jo^bom de SiiMsUt fhfím&
ses se v^eio sarindcr ii:tomap-« péskea -do m*èo-dia,>iipo»ar
fáo ^'boarbfo>du aeuTa&orio «tos mir^tfnr v: *:«iBffárii-
.^« doiootco Jaclo , pela' t«iir« ^e affaTcrl /lià«hH)«^ -ú
':'0'eiica|ie(|[ida>fifoi<ão padecia, '0 Énírto^ ÀqaAiU *^
:t«l|tan'^eL^t(rdppgo e mal «fegiriroiv :aqi^i'o^ velg«r
desleixado de* corpo ; oiaxam ,clai(a«eiit«ia ^iflteiideri^
Jlfúe Otio|ipoiniiía lima doent» 4>enii ^ffesie ,;q0ft4OS;tiB»s
«mioa adihn|ado4; e sobreiíMHloKis^tnutosj >queiO!fd«
lOHwH^undo. thóspòdé Ib^oaiMÍra <« dhe . kàviàn {^ez^^lf
AO saBgDst^i»ença«:rq«]evtaJ(VM.^m>brtvei^ loi;al:ifaar
liasse pnra M>J)ei^a»^<iaaèpaliarfiíL^. . . : / i . .
Peixoto i «rfinu-^s^ ;/ iibmo.pÍ9(le, •'(Ml f a >ee«bè]rA. t
« «i^Ytinha para .aqol , tíoSilTcsIre «H^Uieidifti&^om
rftdem«v.caQinttDSQiv^«^4>albú , as8ent«-ae> aò p6d«imÍ4a>
aqui 4 Jombra da parreira ». 4fae «4St« sei. de talmil <é
th)tatfc>;^pdi*è/>., >*►»■ n ^ . • « ,t:.-
- ' -^C^MfgadovtobfiigHdi) , meu^filíp); •^K a«6«iiit>itr
ao^e.Bo )adoi%-«^K aptãn^^.oòbtidwKiieVlé:, .depois
fie tomba o lòk»^,'^*^ cdtiioi qaé Hve^maaoemi por qá
«si«FSireB^..>^^ iia4da-s«:MiiÉirifiimOadeiaiacUir
Jiho. ..^ — ."« ' > •« '
'«^Podér^r «ii0 f^Ai» 4i) gòHadár da saagUa para>
qile d<;iii<m.|ior easè.íi. •*♦* • . . m .' - ' /
— Cále-se, caleje., meui.pa«|) kiiafaça aanaírat^o
iqu» bem está: unoAipa^A el)aA.i-HHlQadiir Fedro ;* qire*
r^mdbimpedir^be.qf e ftis^epot diante-» ao»' raeeíaf
de que Iba <:aus»s»em dUmoo a(|uellp aie««ao , • qtta
a|g^avasae eom recordaçõei iao.raceatet os fffrígos , .
(^m o seu amigo c«rrèra;'^Qala-8ei :qoe«a^(fraoo,
coaio iKiKa abóbora e nâo «pádç falbrtantp. . : ) .
«T^E é assim* eenBrmoua avisadomaacab^t^^:
não.aboaie .de tal modo da aaude; paiip»^ e conaer-í
ve-se para estes seus filhos, qae. . . . r^^ ^.
-^Psçbht.l cale-sev<^è também Kgara; :Benióo pre-
ga Frei Xhomaav bem oo^préga éi .^ . ^Ora W9 ^eamt
isto ? -r atalhoa Tokirâo doAm^/tg^JM^r^i £ «atão. poea»*;
sem^ a íallac rda-AiIstesasl... . . ora! 4éve a dial» pai"
xòas! f£.bojeu« ^arit maia. . . .4i.*este aancita JHav que^.
vaa-samlo tão beinooaittçiido -OU «e já faieagonu
me lembra; Tamos.aqai.^auuma-^pdtafrrínha, ntwafnir'
,go encapotado, -rr< e Aíiste apertaaa vCfiRn leaanniia ■§#>
d«^ JHiiStre destjcrrada d« áiisbea ^-^é cá «lau ícafU.
palavainha^ que «a andsíva;, — da iMiyeiiiàra amaaliif
r-rtpaca ib« dar: ««mos iá, %à magano :; fuam èiKib*^
cé?iqiie)lractadaa«oi]qbe arranjos focaomqtteUca.t-*^
Ande» dj|g<ií:iH>lHO já para^alK , qaeèeem ^bequc a^*
aa[03íde:>5e^<edav, «'i9ttf> ^oauo«»0|itro;dia;.'JMO somaa^
' capa ses de. .^ . ' r. . .ii--. .^
-T- 4 Ma f perca.aa1»er 'maus -«egreflea ^ ^^ftedroti-^
r-r Qfiaro. armão , quero ; qae. para Tisaai .la tedbaf
aqui tract«id».. e/aaais meiv^pae.^rom «m amas .:...;.<
obl ifmsfi para qtaa^heir-de. eu eét arreata» cmUos? a qvei
lá vaa, 'iài^èfi,¥t (iaa>qi»e devia vCono.beni'phrfSlia*1e|a«
assip» afQnsiaa o>iiosso IrecUir aicihoiffaevjèatnr.aajaiíBna
corpo e alma. .^ ..miasw2mds::<«lisa*N|oav aquaitiaimâãv
e' ai Biaa pae^^ . . . ^4cilaís4«f abli.kem <• inteado! -Vae
^ara <o baaraliia»i Sarm^a r. . i fsa 1 ta! »-^ -. • - < r
'A ;f>eqiijeiia:'sai«, •e:Veniaádoi «sfiia paraeiaagaiffr^aft
tine el\h te íFatirasae «para .ptínoipiar arelação^deseus
infor^niqíS , naUí vaoittav «m<<«ó anelante mm aonfiao
<df,iH)MltM ^«fe iliamehavradea ««.gettatosaa., >aiqDaab
devia a saivaeaoe a ^ida , fvi^Drentuca/dicireMft fi»
i§líaidfdç^ 1^^ llovf fr/ftha àoriissa f»atsipiH)panu» o
4<^rfitt«4)aaf«laria dts aea nomie^e de âees saaoiiea mrti**
ladadoS'^ MaactonoM alar o fiorde' soas iidéasiba0||)Uiadaa
'i^'»tifi^Uei>aé9abro.aAa9iM)ndã,..edflBarevea MQdanqèos)
4ai» fuaaa pon-maa ^ 4»daa jbíc dfi9dslas^ iqúa-aífincadart
j»^a otyersie^ai^nifln dcade.a imíaiaideacia^ vpaema
coca «ía.ffioir» aió;q 'kHiilClaiiri 'da JMarta.< Õcôreia
^Mf4ifir.id»tf|^i d eale p0afu:/'fiHdão..{oate'a abálo«.l|ue
^ apasaoiji.df^-ileiía.mamíbpaa i^Moa, ^e Cenfa.rpal
^rio. «. iC^^tCfdandajÉicaíta ino^ chãa» jsa não recoaiiia)
4q aioab^E^ntiai^itgiJaAiaiidaso Sildastae^ «oiaiàeáissta
4>aM'%ez d*agiii*a,'>^^:AlariBÍia<ibaiârodxanl>aaftead«i
^ani4dA*<iie StfbéliDpartpemtrmiot' '. > : • i * «r i . T
•Tv:'A1^9^:io^^HMI<ttQPMi.''>pasaamipràqae4ie 'aaoáitt)
de aíHicção que o.fiinbftrgára <. aesiitifbD aasoco^aMot
lhe 4mtiP9«M!|^(^. asfdKto^.tedartitou-se manso e man-
so no seu recosto -^rosmiai^ » nlhou para o velho, que
estava -visivelmente commovido com aquellas coisas
todas que lhe ouvtijjí] jkf]^Í^I^do a Pedro, que
d'alii SC lhe sunoirán um retancc , observoo que ella
se estava ataviâiáovpoaá om eááii) ^om a sua ca-
minguciros de ff^^ a £aipfla><unicOf^apufa da lã ris-
R^iftfCíiia»s«ivMtsKty lasQ^vnsNSBi
'õm
de trabalho, não d«iiio«'il0 cmMiiNll» iiunr«yUha.
' V«Utâo^ii|ci# foi Mdf^ MC»rc«p4« d^aoa péè«4ue
tiwitMfriii puretfU HptoMè,^ ptiiiMbe Uvfik^mmeá^
M .-^^ fciiond«9«o»ti»t-*<'Ite(MHP9UnUrftmltd«i,^^n
ao mesmo tempo. . • i • ♦ .
r .:u ^ *,: A Loftorte ! ?*^ bradon Fcmaedo estHmecieBa»
— A pé^lir ií (kUlga , — respondeu elle com uma
altivez , qne o enobrecia, — a mão da morgada. . . —
— ^Para quem?--^mlèrfAiDi9eHiiO aivDtjÀiMfaoit.poD^
do-«e em pé. -
— Para um bomeifi^tftd' fi<M|t ,. h tão illustre co-
uo sua filha. — •* .' ' \
r -^k Femaodo Ptiioto dk Silirõ..-^ . .. . «
y4. P.» da^ Citnham i •
mm%
1
1 C7tHI S^(iT l*liattia' «i4mm» tieies>tf pfigtiMP ei^QiHlv^ffiit-
pr«isâu de Artigos poUtioiM pof ^. .Ex/.pubhciii)<i« no jornaJ.
a RffU»ra§qê, Traz pprtUulo QpiwTÕfts ue oriMafo>C7BLicc»
1dmti<ii«tractivu,.fhiloí*ophta s LKftiílilttrn*, *
" • Éiíi-í.tjjjV i»» títtúofífo» iirtii:^ ^ife n*^4ft wedíftpneéDdfelli t
" éh^Mei^a pêêié.-^-^ Hm (14ltf.|«iláo<t.p<^lelá ii1kAf»«ib da v<h
l«i (\ ah»Mh» jU ufkitf mwòiUéft .4f||^léfB.r. Ilt Pai a^ivi^lba-
doestado nu» |iroT«rBo». r^presantativos. III Qo eoiy^tilii^ d^^^^UAr
da^ ^n{(U^^ a p4r<âi^l^:de^l«i pruro«ta ú cum«r» ilv« (Upii-
iul.ii» na iw»^ííto de té dç fcrerèiro." IV Da.policí» prevê lAiv/i
Bi>» g-ovcrn*»* ct>nstltiici«MiAe^. V Dò sealido do.atlT<i:a kf/éá
Bonsa Cnrlfi CooMitacional , tcwiimljíwó» pfUiSipío»^ 4ot'<|;^er-
■uii rA^r^)f(^LÍoa>^^r Dòíi éupnittOt trUmaftailde /oêth;^ nus
louvemos ret)f««etot«livoc. VU 0»-origem , nitureca e effeitus-
diia diversas «^tpf^c.ifndfmnnialttf.^ViH' J^m/^ue consiste a re-
^tuicia ^gai,-r-'Pnni«ijro, ítriílií. IX.. ^«•ír"»'*^* artigo. rX^ftiie
g;r dincr: o rei reina e nJo g-oviyoA, XI EHi inslilirn;ao do
y . X 11' Das Bií |) piií^taa fic^ííes dtis" gQvWiWs ' cotisl Kuciuhaés^
H't>> pf^f^ld- dMi lÁitiUnhs é^do vttto im{v<ehdcl , . iMé ^«o^
Tiínsoa veiwiHa4*f(maM/^lV»l)oâ«l#Htaiòf i^naiaef «do fodar
la|rwftAltro.«i»s 9<^tcmoa2r<p9aR9lsUúrt)<«. XV.[>a Xrfi^nd vhU
loral. ^m, |i>af iwspiiM)!^ aoiM.ti^i»t«« c. «^f CMisli(Hh;4^i^ar
: — Prinieir^ Jir< uo. XVUSpg:iNK)i4artl^<jí.Xyrn Terc*ir,o^ffiigo,
,<ef^n/!a^ parte.r^ I Do . po<íer moderador — I^riiuci Ai artigo^
lt55e^iih'do iirílgo. Ill Útiê d"jípenrt*á^Ía;ieLIV'l)t*ràniOTpri>«^
^i«ftiAo»'(fe' rt^adrvt, nácmnaèi òH «sthOifeirl/s j Mrèl»>ilíaiV^t
lKlê.«la»4Én«MIHiifOé8:$iii|ieitoA'Sdln afr>iivnAttiaiUlàLiVJD4irB»
os estabelecimentos peciicirfayes «te caridade ser cxeinplea dal
ftmtfftiuí^dil^-iifrlíO^aa j^bre,.C|||..MfMlÂineiit9».i V]I IH^Ufeza
4a paWaIo nas munarobiaj' r«|)fef«^i]^tUifas. YU t)^ pciue.t4)io
riindawenlal e íías comi i^Qcs exfteiiçiAes 'do% governos rÍM)j<*á4»n*i
tatltrtí» — i>rtme»w afiiifo. Vltí" ^égfimdo artip^í. ÍX Tefc^iíè.
ávih^ kil^As Mindii(IÍM ameúKim «lu^|>D«ter V»^i^Itf^^
imm 4i*^rwdbtflaIl|é*»***JpáÉaftiao ai*irJi;oi f 3Cíl: Sei^WMl* jotifioi
XII Terceiro aitij^o. XIU a<iarfo furt^. XiVâmolipí artigo;
Utrum^ jniwijinçin mijes tt prii|Me>ito prij^ o; iVllt ^gundp a^^
ÍÍ4fo." XÍXiÇa respunAabnjcíade doa av^mbros dri ^VíTeniô su-
(frèMW. XX! feoá c^iiiluí.>8*'iitâuáiiie». XXi Iiâ$ nuiattiioltataà
' airAVCMátdAré^ b i^ui&iles; '''* '■ '■'' •«'^'.'- ^
£iQr*iliUMêâftt»mft4r; iili|Mt«bt<aiCtÂ;\Mf«3todos
oá.^qaè tèem domvÀ íbre^ al9aniia'^rel«çilo«.:coiitfti<Êi a
«nHèp »a'soa JDt«gr».to#«^ V^^^ bffioial.vdo Dfm^
do 'ihbemo r mo^é, a:cfueidi«i«r i'esycitf> <m> pm (« Mf^
àèeftúê^ àMgtnxiM 9 .piJfrtariai det ekeehiçif»' f«nnM <
ôMt«* iiMia'taabai0tod«á:dcainsBemiékée|i^ den»-
niiumd d bem^asshnv aa #>«f0ii^> e; «ecD/cèliia» hiM
wi4^Ma ,'.ou ^. mstãòèlé^tínè mneHa; que- ». pr^ferirJn^
nos differetUm ftiUaê c intíuneiaé 4o féim t » iUiàÊ v dó
<fB« a' redacçio iposaa ier'«aiihecimeiit«;:i'e'^(oiitrofeim
M liirttnriado»,:ji talhfofõctyda direUo d« algomat coU*
-MM múiÉ cêhbrêf <# tnfari^miilat; e seu Tcdpèc(i«o jtal^
«D. ou à'0alyse( mjmuUbêidê efuinèniiÊ iHi^pfadkv.v ^c
•priucip^lmeiíte ai prMaimdmoiAjàabenmmrUãAUAaé'
içio DO» AflVOCAD«B M UBBOác oitftfot tf^f .«jtraítef an^
^MTtfa^NNiiilefioéat e -pàiendett Junàka;'.fvmhi^(j9riét i4%
vttto' «oa^.i8tiGicAiiTtt ; * pubUeaçõis jurídicas ^ ttiriedi^
-deã m.'mi»6tían9m : Jurídica y onde tem logar eápeèSai-
tttfthtai AH «atufffiia ãi poliiiítí eavrectéoftat ^ taarta /naeio-
naes cottM^ aslMiigaisa^ , . e GiHitifttD4aa»ièmei<^«.. i
, A Gazeta coutikúa t- ffi« tbb còr db paitioo , s
A 8EH IRTBIBAMBNI^^^MiltàMA' i^féUTlGA.
As assigDaturas-fior.eavti; ia íoàart aiaireamf^n-'
•éeàoJb d«íiê>B'Hp éíriírida^íVaiica-iie porte^ao»llÉiàís--
lráái»R ito ' Qavetii léoa ^IMíkiowS/^. MuniiàI JAinfÂi^
rdbi iS«B&n»r' im^^orifitoriiá éa«»iiwãMi em Liattiia v nifc
jAoB>F^iiqueíaos ikI St^f .'ti Mdae ; .àuiÉa».seâi cnarei^
^Mèiú^s, «o Ptorlov • Sri^<Mséilo«9BÍ«i^ft*ili1igaMS
éas^MuosvmiiGohDMM oSr. J.tM*. io«rèsikriltola« isa
^aJaJÚailàDigvttffStf* da VOtveiraíAadQ^^i^eiDFc^ aftrrJoAé
Gaelli^ de Carvattio^^tio 6Mt»^éai!o Sr^ Jokéiithdei
it^iCoata Pudnito;) cfli ángriív o Sr.^ l^noT.ttte^Htl
*r«Mo; iKiditfraiAãoiitf Sn;j9céo^iwiÍMrlér.dK)aa^
ttMíá/. oa^;Sn. yraiipi$€0^t<Mkticw!d»'(Iitai«( áilOnn|Mi^
nlDíB ;n8;fMâg«alt. =0 S^:€e4Ni8tiiaiTudRiqqt.iPcnMttniaiw
iKiv:towSrv:'Pran4iitc^ leiravkilòriMMUoi; Jli^od^rMiotv
rO| os Srs. Soiisa^ Companbia^. '•' i: t ^ J •>£>
'Mlíf^fttf* p(^hi9/am^Mè4 s«iiíesti% d^M#\ a
tMtneatae' t ;]jféaO : t)^4rscrtfy(iorfo<!'^a OaMta ido» Tpfc
A1ti4id txistemafgtAnaa fnaaqwísitiiba^^taH^Mn^ 4«i
ff^pfiinélMs. $eBieair*s^ 4a im .pi>blio«çSa»^ Are^o^Cíè
^i4fua >«» pttbttdMT J» t«r db! o«t^i4M^'.do^ 't84««^ 31 ^
rado das^ eollecções dos PJt"^4mi» ktíÊ»^Jê»t*i9ê9cim^^
quo custa cada uma lâ^^^dOrs.:'
1^ ^rfM^at- éttpert9ái«iU^es %ifidiil 'é#'Vdk fHi^llèoa
o novo fiid ice, croportòfío^^^lMas as matcrífta con*
tidas nos dínV<i(cntcs náuMl^tts )do4.^ «inno tlesiia du«
|;Wii%%ki€Mdti » e l«go depois fntíitiÊA^^ ' ' "*
»f»i di»ti»^r»Hté''atoiotiri8Utío*ttltlM«Mlitèi#e''M
3.* aoao da M»t« ptíblfét»^ã^ - ^^j-" i' «.•» i ■wor.^uu
. ;> j !•
II.. J
'•*Í4^' feoMos rbíTadov n |^ii!)ffcar ó* í^Wiíhe atiniiucio.*'**
-*^'cl^> aeadvmU focM ê fiMitrdééfitaf k^ tàYa' c1á^V;k!Ha0«-tÍÍ
HHhàcifíApfímfiàfs lifp^Wi^ ^ CarWf»vl:i9Ír'lMkl^H»iKAa sé
tsfmliqixnÊ pwtipé^vwd^ |)tnr etif dÚril, «Aoi j9«|lvDrlial
4^.11^ e^ lai ^i^os esfieataci^Hir^f*^ pcifli^iflf^ ( .á iaf|da|i«
iMir^ ^11-9 dia-quo Si?ri ctim^^çtenleiíy^te ^(i;r4ai)a^o ao; pijf
°>IÍ4U>,.'A^ pessoas qiie -a ''^*' ««:--.»*.«; k.iu*-i'«1 J- -.i.,.*.-,^« —
_- . , , .limla Qi«s<»r<^iii brlh*ctes de aítrais.<i^ pa*
Y«' sbMbVá eii VoMiém ' pédV>riro dirtgi'rJ>e'áo pôrtèlru diCsalà:
893
BeVISTA UinyCJRSJkL iUSB09rfiiI<Í89«
> 2799 PEDSBft-tittB • <|ii^ aDotmcéenos tt iradooçio
<^ortagoeci do liviio át Àiimé MarHm, sohre m eétx^
1^9 das mães de laRMlias , Iradqcção ,que hanl^.sak
«emanilmeBie ás folhas; e para as provincías .aos Ú^
-Tros; cada Mha contená/ 33 paginas 'em okaTQ onéi*'
nado a 40 réia ; cada taIuiim p«rto de ausentas pa-
«ginas t ostu custo será de â40«rét8. Quem, assígnar
■€001 dex exemplafe» lerá am graHiílaineiite.
< Por nossa parCe nada podemos disor do valonde uma
Iradocçao, que não víbuos : o orígiual.eooheeamol-o;
lai premiado pel» academia .francesa ; reimpresso por
vezes e geralnenie appreciado pelo seu ^slyJo., • ora
èrilbante, ora- gracioso» amiúdo pbiloaophico.esem*-
yre poeiieo. Todaf ia» nâo nos é licita dissiaiular, que,
-por meto de muita coisa inoralissima bem coai incen-
de € bem persuasiva , ha outras que um iraductor
-tathoKco e discreto deverá supprimir » ou pek» me*
-nõs commentar» por exemplo, o reiafcívo ao protesta»-
iisfflo ; celibaio clerical ; vírgíudado ele. eia.
-* DnnumnRiffa so aanao â7S4.
SMO O pbarBQMiQeutáeo Jaâp ds MmMa'i da-fi^é*-
-goazia dà Granja ,^^tto ojdosso 'Còrrespoodeiktfr of Sn
tteroasdo Aulonio Cardoso Machado uos deu suicida-
do lem ãÊommUa.da Beirm a 2 de fevereiro, esÉÉ-eve,
nio do oittna mundo mas d'este, em data doiSié^
mesmo fevereiro a ufti. amigo dé Sr, L«saro «Ioc^im
4e 'SomO' P«rnm uma carta / que^o metsmo Sr. .Laaa*
a>0í tel^^e ahoadadede nos remetler como prova da
lilsídaide: da pràneira noíicia ; o em» terdade «a .dáota
oacté de algumaa. coisas- se qoei;ia o autítor d*oUa,.è
«omMésoDíÀte do perseguições , queinimigoi^ palati-
nos sãos 'jmmerecidameote lhe suscitam; mas nisto
do.âa&^6es.4e .monrer dia coása alguma , quanto- Aiais
de ter morrido. . . . . .i .
. f^Ujiunâ> 4s4f Ifp^o. á nerdade e ni» tmãOHdo jií af-
fifimpoT Q, i(aMUiíia.éo rs«tofi<a 4a^ nolieia ácérea d^nd^
no de. wf » r^onun rmmmet^e a \odoi oê no^9o$ oor*
r€^posndêidm $e dt^.tiain ^ antu dft noi eteretmr^m o que
tuHver d0 ser pMieo^ exavf^al^ eom eecrupuU par»
faufiarem, asi e anói^ asemsabaria deumanettiootapao.
A. mnnL cNivaasAL usaovENsa fiko quem sm , nio
«' » NMs muKA FOI AivocnsnE »a ¥KUê, B swjfoa Am*
iU JPSJM&OmA JOB. CAMJaUftAS'.
i QomraMAçJL^ maw muirmir aha »p
AATiaO 27d4.
: (Carta.)
. 2I80Í Qpmu feins tda, semana passada ^pparecie-
ram seis homens .dfesqoobeçidus nf Logar de Manique,
entre Cintra. e Gascaes, perguntando desfarçadamente
a quem encontravam, coj.sa%.vagas, e ao mesmo tem-
po quai^^rtuna d'um e d'outro lavrador d'a11i edos
contor/ios^ erdepoís^ de fteeTeia táOs iBáagações , re-
colheram-se a ups pardieiros deshji|bitados« Como ai-
f uns do logar de^cQu^ssem dos taes, sugeitos , a^í^a-
fam o. €aly»<de> policia r a convidando gente d'oukre
legar próximo , oercataoi os pardieiros para eapturar
os suspeites', ^^^ i fatendo grande fesistenèia . foram
nini bem fócjfdo^',:^' depois de ferido^ levados paira ^
çadèa de C^sçf es ;. excepto um , que pôde evá^r-se:
quando íbf^n) prt^ jfc^ram-ll^s iirm/^# 4êf9gi», pqr
nhaes e gaiuks; bem se4ioda' supp4r por tal adiado»
qual o fim d'âqaelIa.digreÉSii>* ^^aivtotesparasl^m
mai»:àlgQtts para ompresa grande^
Valba-Boa a justiça, qiie hfm p6de n9^ laser in}QS-
tiças a reapaito d>stes, de.lmUos onti»s. que tamj^m
estão presos, e de muitos mais que ainda pasfeiaaa
mnsto « jeU-salYOr.^^aliátf ast^ na* nossas vidas em
moito risco. ^^
Como me parece conveiwfte que todds os casos
dí*este nnhireza sejam" pvblid(|dos'. tomo. a liberdade
de transmittir este a Y: par4^èaver;d« o puj^lioar» ,
. . ir. :DaV. Oto. *
dolWes dá do março do IBM.
J
-< ) .: .. . O .niAeaciBZtt#-
(Carta.) i .t
2802 Gna pelas ruas de Listína a pedir esflMia
um velho chamado José Mbria d*ÁlaufDpçâo>,. quedes
100 annos em' dia de Todos-os-Sanctos do anno passa-
do : mura na travessa de Sancta Quitéria n.* 99 , jun-
cto ao beco do Batalha; éiratura! de S. Paulo, no
Brasil, d'onde veio^dfft*ed|id9 # 10 annos para Lis-
boa; aos 15 assenCÒti práçà em artilheria , fkzendn
sertiço até ao fim d|i guerra peninsular; foi feridn
n'um braço; péla quB aiiten^ faakaTrÉ^uW passou 4
holieíro dn antigo desembargador- .ii^asarf a, e- depois n
cozinheiro de varias casas ;\ foi casado cbnr dusn m»^
Iheres , das quaes teve 5 filhos , e boje é viuto ; tem
netos de 30 annoks ; d'estes, dois slo capities do exer^
cito;- conserva. todas as faculdades ,.,s6 agora váe co^
nfaecendo uma fraqueza na visita; anda. mui ligeiro, n
«m dia poi* semana chega a Beiem a pedir esmoia, i»*
do e vinde a pé. . • .
* Todçs os sabbadôs pelas 9 da manhã' COrre a rnH
dos C^ipellistas a pedir a sua esmola.
Xifiboa 17 de março de 1844* >
ããaimel Chrysoetomo 4e Soma Pereira^ i
▼V&cdBS B» AMTA.
2803 Segupdo. participação do goremador^^cítil
dè Yizeu,, em,dala de 16 do corrente,' cònstá 4fue i
27 do passado, pelas dei horas da. manhS/ entre as
freguesias de S. Christovão de Nogueira .do conce*
lho de Sinfies, e Sant-Yago de Piães, doeoncelliodn
Sanfins, houve uma explosãe de agua e pedras, qod
seguiu para o lado opposto da fí^eguêsia de S. Chris^
tovaiu,. na direcção do ribeiro de Oleiros íté* ao Dou*
ro» ganhando «'este curso grande incremento, e cau^
sando' muitos estragos em distancia de mais do umt
legoa. . ,
Destruiu todcfs os terttettõs , ■ flizendo valias de W
palmos dê aTtura , é de 30 f^faças delar^o; levou Aa
sei4 c^rso. 50 .moinhos ou azeçHas, entulhou ò Doiro,
e causou a moKe a 8 ou 9 peisoas , entre aã qu^^
havia uma femilia inteira. O estrago calcuin^oe .em
sessenta contos de réis. *••' <
Houve outra ex|)]o6ao noméiido Úh emiF monfedn
Ufarcelim; junto Ivllla de Mures, flrfegueriá deTèh-
daes, (j^^^còncelbo dcj^ifiiaés, que ^eguiú^ direção do
ríbeiri> dVOuxiãiiS* o qual desagoa.no .rio K^s^oca».
Levou a casa de um lavrador , quatro vaccas, e gado
miúdo. .■;..■ -' ,- .;:•.''.
:.'No distrjctQ de Viseu abriu*se lUpa sqibscripçio »
P^er.ial^ryjc^çlo, dPl^^f^ridu goveroadpc ií^ítU» P4f4
soccorrer as victimasd'esMi.ea|Mcafl|9>w . .. w. .;
S¥7
•^íxsmí ijL' A uig j —
REVISTiu UTíIVfatSAL jUSBONEPíSE.
393
EXPEDIENTE.
' A iNMfihnlçlo começa hoje quinU^feira is 10 hbras é» mt*'
thki ao» Sn. que, o nalf .tAnlar, qiiHlro horas depol», • nft^
|iS}h«Di i«e«eliíd«, rpg«*ae o obsequio àt o parlioi parem, ao 0*^
mplorio <Ja RsvisTA .Universal 1«is|íoiiib«sb , rua dos Faa»
(iueiros B.*» 82 — 1,«» aqdar, para se providcaciar.
WBICfSmTDTEIS.
-" (Caria.)
' ^BOi AtMM como é um derer a publicação dos
âescobri mentos, que podem' ser úteis, não o é maftos
mostra r a Hisuf&ckMta das que se iaculcBm' como t
: O ariifo 2767 da l^iãta Univerâal , dá noticia do
Instrumento, que ToHalrd appellidou-^Péra^Si raiva,
«-r e coflM> não faltará tálvei quem se regosijasse , já
de ^iUr aquelle flagelo da saraiva , com 9ào poueo
gasdo, de.foMiida . e trabalho , bem sinto ter de daih
vanecer-Ihe a iilusao, mas evitando, què perca, por
perte , .o mais pr^ioso' dos cabedaes , o tempo , não
Movido remir/o dissabor de um desincaiHamento. :
, p pára-saraiva.é um iustrumento perfeitamente iuu-
lii; scieotiGcamenle .provarse d'esta maneira: se o
párar^raÍYa é para evitar, este meteoro , na suppoai*
fão de. ser um eíTciio da electricidade atmospberíca
(p que é muito contestável) o pár^-saraiva não ba$ta
^ impedii-o; se porém a electricidade nio é a cauaa
da saraiva , aquelle inslrumenlo de nada servo, A90-
Ta temos a isxperieocia » que confirma aquelles dados
fia aciencp^. ,
Os factos apontados pelo auclor do srtígo, que ca-
recem provar a eíficacía do pára-sarai^a devem atlri-
btiir-se a causas fortuitas, puis ha mifhares , que se.
Jbçs oppoem , como elle mesmo se podéra conv<nieer
se^-vesse lido alguma- coisa mais mcMern^ , $obre d
. objecte , pois mesmo os recentes tractadps elemcuta^
res de pbysica, ou não faliam de tal instrumento, oii
SC o f^sea é para. refutal-o , nomeadamente o do
Pouillet em que se encontra o argumento , que «fvo-
scntci em JubstaAcia.
. Por .esta- occasiãQ sejanne permittido rogar áquelles
aenhores, que tãoloovave Imante empregam o seu tem-
po na leitura, e tão conscenciosa a serviçalmente
commui^catn ao publico o. que ii'ella eq<;oqtraram ,
que lõais lhe preadessò a attènção , queiram dar-f e.
ta(Qfoem.a um pequenino trabalho, antes de publicar
4> seu achado , e ve|n a ser , indagarem se ha alguma
coisa posterior, que o conGrme, ou destrua; assim-,
parece-me, approveitaria o publico, e approveitaria
^oeia escreve.
Se julgar dignas do seu óptimo jornal estas linhas,
muito. obsequiará imprimindo^.
De V, etc,
. XÍBboa li -de mar^o.
♦♦»^
Mxn^BJiÇio ;i?»axoG9SSA.
(Caria.J
. S80Õ O 911B vou publicar » ó j)ara «19 bastaiOe
melindroso , pois parece á pfim.eira vista. |D»ít» aaaor
próprio. Não ó porém isso, maa iio.sámcnte mostrar
*«*©«» WUigu^ezcA Uei^ aptidão puaa quálquot t mpse-
aa» por mais estranha que seja» . .\ . . ..
ài minas hb^ia seciílòs , existiam esquecidas em
Portugal ;apeiiasv saio a abençoada leiqite as; lembrou./
appareceu logo a rica c famosa miaa de falena ni
Serra da EstreHa , c nos montes. Gar oia; Quasi por
UM sooào me apresentei para dirigir os 4rabaUios da
exploração d'aquella mina, nos: fins de. maio; e aité
o fim de julho do ailno próximo passado , em que re*
gressei a esta capital , tive uma activa correapolideR-*;
eia c(jm o adminislrador geral da associarão da dieta*
mina, fasendo-lhe ver nas minhas cartas d« O, 7, e 19.
^ de junho, 10, 0 18 de jnlho , o quanio eram rudes
os trabalhos com que as antigos dèranr começo* á ex-
ploração d'aqiiella mina , apaotando o methoáo que
«doptei p«ra a boa exploração; éeciarando-lhe a ri<^
qoeza , e fecundidade da mÍB|i, assim como, o ler en^
descoberto^ dentro da sua deiÉarcação no» preciosa,
mina de cobre e d 'outros metae». .'
- £m septembro foi visitada a mina pelo miaeralo*.
gico inglez , Miguel Froster, e em oetabro pelo doe-,
tor naturalista losé Estevam Grandona Gfaeara Pedo^.
monto, gcdovez; e hoje se acha dirigindo* os traba*.
lhos da mioeeaçio , o grande ingenheíro inglei -Elisha*
Moroom; quelodosvíram«eMimÍBaram a mina, louva-
ram asdireeçoes e trabalhos que alliesiabel^íci, eulii-.-
mameole foram approvados , e seguidos pelo referido
ingenbmna; o qnaLxifiança que^concluida a obra, se-
rá esta mina uma das mais ricas da Europa ; dandof
também parte de ter encontrado a mina de cobre.
Não me quero jactar de grandes conhecimentos eoi
simílhante profissãd, pai^O Ulfe fslton eschola, « aão
otistante o frequente estndotjae tertho feito: mas bom
é que os portuguezes saibam que entae elles ha ho-
mens , que merecem a approvação do^ grandes peri-
tos estrangeiros, e que não é preciso ir buscar a
pai^ estranhos quem dirj^aos trabalboa doesta, ^m
de outra 'natureza*
Rogo poilanto a V. o f^vor de mandar inserir es«
ta no seu jornal para conhecimento do publico^
r Bfe*V.. ele.
/o^ António Prieto^
SBCSITA VARA FASBR ftAOBlE.
(Carta.) i
S806 Te!<6o -eta meu poder uma receita para fa-
zer lacre mnitissimo bom , e desejando eu contribair
quanto possiviel fór para o augmento do seu interes-
sante e olil jornal, femelto a V. uma copia fiel:
pedindo uaicamieate o lavor de sar publicada no seu
jornal.
« Toma-so OMla onça ét gònbaa laca — doos a«-i
« tavas de coldfimía «-^mela dracbma de vermelhão^—
« mda d>e zarcão : derretesse a gemma laca e a co^
« lofoBÍa, .ajuncta^o-lhe tberibintina , vermelhão ^ 6
« zarcão misturando todo bem* DepaU: fa%€w^%c êê
« pám. * . '■ • ^^ ' ■ :
De V. ttf.
Josi Eutiquio de Mmaãa Corrêa' Miiefila« •
Torres Novaa Stà do março de 1844.
YSCftltf0&OaXA. .
jfTiniwrariaJ
S807 O i«raMpAaoa.Mercer dizem qoe ato* de aW
9uni tempo a asta parte , de am liquida na tèitararia
do algodãa , lãs e sedas, que elle denoaHaom maréín^
33 \0L. III. SBAIB 111.
394
REVISTA UNIVíyKSAL LISBONENSE.
te refwfado (aide-inordant) (») da qua> tíraasroahwes
valitagens ; taes que são olhadas como um aperfeiçoa^
mento da arte da tintureii;o.
•fiid^4|QÍ a maneira como^eUe prepara eato liquido
at>reciave) , t que extraímos sem aiteração de a» jov*
líal scienlifk» franeeE : . '
• «^A-43 kMogr. de fécirta de balatas ajuncla-sei 101 i*
Iros de .agua, 6 litros 70 de ackJo nítrico do tom*
mtcio (pèao especifico U300) el25grammaa de per-
óxido de iinignesia. Deixam-se estes ingredientes cn-
tregues é acção chiroica que entre eilcs íc destnvol<-
Te» até ffae o acido nítrico seja deoomposto; enlão
tfjuncta»-^ ao^ residito 225 litros de acido py-
rdlig*o«o r c esta mistura constilue o mordento-r^cr-
(údtí dcqtie tra eternos, em estado próprio úe se ajun-
dlár aBS.d«Ba«S'morde»kes que se em^^regam na tiniu-
raria e estamparia. Comiudo a propotção, em que ei-
fc^d^veter jiiiiclo «om os outros mordentes para pro-
áínn bbiw resultados, ^aría segundo as propriedades
rhÍ4»ieaB « a natmrttsa dbs mordetites a quo éapplica-
d«)'» O jornal d' onde capiimos a recotlatrui as pro*
pdfçoe^ para differentcs cdces ; mas. em mssos aKigos
tecbnoSogiow «So temos em vista ermuar, e multo mé*
nés êwfaÈtUtr, «•s^sim|)les»ettte ivcUctur; as pessoas a
(<ujae especialidades possam inter eesar «os nossos arfci*
ffos,ertt6 se > dêem á indagação e<á expetiencia'.
COMXIEMORAÇOES.
«âll-CHBISTO
A?f50 DE 33.
2808 . Eic 182*.- pwWicwi^a em íarf» «ma obra
intitulada — UUioire de^ iiutitutioiu de Moise et du
peMjde ^èf *«.---, por Mr- Salvadíir .. m (^b\ Ti«ha
«I» capitulo — ,Dojvig«me»to. t candmnaçã» de J€$u$,-y
onde expunha que. olle, considerado como «únp/^^tft"
dadâo^ tinha sido jolgiado segotdoltfi Hds da nação be-
braicA^ Bntio • m«ilo auctodsado^ juMriaecNMuUo íran*
cei, Mr. Dupin» escreveu um pequeno, mas eixeal*
Itííáe opúsculo, quae ÍBtii^o«i «^ Pt^em^ êe Jesus
Chrido , «*^ reítttamio cDmpkCa e. cabalmente a Mr.
Sahad«r , d visia da :nanraliva.4«s quatro^ Evaag^s*
las , e da legislação antnniiica ^ ccttnaiia , .provando
cm «ewo tora iiijastaia Ulegaèmente pcèaoe Qimdem*
nado; e que ao seu Processo, com bom fuadamanto
80 chama Paiárão; porque em verdade Jesu-Chr isto
padeteufpmsms ési} é nSo íòl.ja^a^fo. '
, , . , I ift, II . ,. Hl Tl ,1 , i,«i p *
(•) A palavra mordente , em tintnraria, deaipia principal-
mpnte os eorpoa que gosam dá dúplice propriedade de pode-
rem , ao mesmo tcmpg ^ adben/cm â. QJva orgânica e á maté-
ria que tinge; d'ondé resnllaSmia comMdíiçSo tripla em que o
mordente serve de prisSô t^mitiVim ciilèe a substancia que dá a
e4t eVi ftethifti <|ua>a nc^ebe; út tàl aurte «[««"a finiito ámiii-
%i»iBaif«ÍRtíi««;^p«rp9tiaeqaeiieiamelioa^eftiactivel« (Vi IHct\
D'este excellente opuscalo, CS« auctorísado, assim
p^la muita jurisprudência como peks bons principios
' do Cbristianismo que çncerra , trasladaremos aqui oi
pontos principaes da demonstração , deixando (udo
quanto se refere a confutação que o anctor dá a Mr.
Salvador , e algumas notas que a .eslreítcsa do espa«
ço não comportava.
È assumpta sobrt^ (WiosoutiliasImD eij^teLramenU
a ponto para a presente' semtma.
E^cks pravocçidores.. ,
l Quem haverá que ivãose admire de haxerjá n'a-
qttel]e'teiiipo o abomifnavel mister dt etpAs proeoca*
Se bo>e temas per infomes aos de lalofBcio , mais
infamados devem ficar, sabendo-^ q«c foraaieiles quem
deram origea» ao processo de íesu-Christo.
Ver<.se-ha pela seguinte analyse. que usamos doter^
mo' próprio i chamando «^'Of provoéctêor^s aos emissa-
rioa qt»e ca prioeipes dos sacerdote» en^iafram >% 3esas .
para argumentarem oam< elFe.
té-se na Evangelho de S. Lacas, cap. 20*— vcrs.
20: Et ébêertánies miserunt insiàiãiare^, ^ se Justai
simúlarêfa ut cãpetent efsmiÀsermme, ei iradereníilhim
ptincipaívi eí p(4estaU prcandCe. Seja tradisiide eale
tvxto per aactor irisaspeito e de reputação. (l)«Ce-
ifia andavavÉ sempre com o oHio «'eHe par» vqít se o
deitavam a perder, mandaram eipfa» para que, fin*
gindo serem homens és hem, o ápanhasaem no quedis^
sessé f *flm de # etitregarem á jnrisdicrão e pôdér do
govei^adòr. c Mr. de Sacy ae<M*escenta em um mtta :
SHl lui échappait le moindre motcoiUrè lespmismntts H
le ^ottairn^M^ai. -
Tenda e traição de Jyídflã^ .
l D'onde emanou a ordem de prisãe contra Jesus? S.
João falia de vm eoneiMobulo qne fizerani es pofitifices
e os fariseus , os quaes não pertenciam ao car|K> je-
díeialdòs}»deus. » Ajunctaram-se os pontificas e fari*
seas em conselho « diziam nas para os outros» ^qn«
fazemos i>ós? Este homem obra muitos milagre^ (S*
João, XI — 47.) E accrescentavara :ti Se o deixam^
Hvre . todo* crerão n"elle! (Ibid — 48.) Vinham a di-
ster : e nit9guem mspfs crerá em nós. Por isso aabemoí
que elles tioham inveja dever ir preraFeccndo amoral
e a doctrína dé Jesus: aporem que se tesolfcu quanto
á eaa pessoa?
<t Mas »md*eiles, por nome Caifiiz, qne ei^ opon-
liflce d'aqueile ahno, disse-lhe: vós esta çs n*tf ma to-
tal ignorância, e nem consideraes-qoe ▼os cottvèm
(gu$a atpedii vébis) que morra um só homem pelo po-
vo! .. . Eel!e prophetisqu que Jesus dcvià morrer peU
nnçào dos jadeuS'. » (Ibid, — 49 — 50 _:- 5t .)
Prophetisar porém nStt -è Julgar, A opinião péssod
emitti/ja por Caifac , um d' elles , nôo é a^ppinião de
todos , não é uma rí?#olttpão do conselho. N^h^ma or-
dem se passou contra Jesus ; somente se viu que os
pontífices e os fariseus lhe tinham tim ódio, mortal, e
que desde áquelle dia não cuidaram em mais do q^*
vêr como lhe dariam a marte (ut interficerent eum» Ihid.
— 8S.) '^v Mathèuè fallando d'estê conselho, diz que
fói^v para Iraetarctn dos meios de i^render a Jesus pot
-'(O- • li^« <)«iprn 4Hi# fr vcnio de Sacy , e dós emxMt«r
DOC á legitima do P. Perakau • > i m .
OEVISTA :UMIT^EB&AL USTBQiyftNSE.
395
' Itfttfrfiil «I Ogodhbict. (Gtp. XXVI *«« 4.) Ora na
liii(^iia latina » ' que é sobrâlsdo propriísshiKi nos (eiv
mos de emito , Dttnoa «e em^g^ a pviavr» ocúkàê*
re, nem ôiUi^re, Maccepçio derowfowincr ámdfte,
ma* unksameold p««i significar oiPomâPÚMo ou omoo*
4ÍI1Í0 (2).
. Aimúiõtf, pfia/ifuol se <e)iw haviam apoderav do
Jcsiis, foi CTidealeaaonie o afvate iq«e os pootiâccii
iier«M com Judas.
Judas , um dos dote, fin tpr oom os prínoipes d0|
Mcerdotès , e disso<4bes r ^•Quanto »« dafs , que eu
voIh»' «iilregaf ei: «á 1090 ooitr> ato» ttíaâam^ (B. Mhttifii
XXV — 14-^15). fi>elleft se «justaram eu lhe datam
trinia moedas de pMU. *
EoIíd lad»4 se poz á fínoi|te ée uma iiir|»a(da mrii^
doa e vagabundèê , aoa quaea teria de mostrar Jeftia»
• com um oscu/o dieítuou a am^ traiçM). '
^Se por^entera -houfasae «uaw omítm ie§al db pn$ão
«onl^a JtoaiiS» seria mocutado' for ' aimiMiame mo*^*?
#râão <i4^ 9 immíitm$:*^ BiÊÍÊÍmioèa eom omm-
camiáC^ d'^af«Hit.
; Em de noite ! — Acabada ,a Céa , Jesus &c enca-
minhou com os seus discípulos para o monle da^
Oliveiras: e prostrou-se a orar cota qiui to Fervor, mas
elles adormeceram. íesus como acabou a oração, veio
flcordal-os, e repreçndendo^s com muila brandura,
os avisou de que era cliqgada a hora. — a Eia, er*
guei-vos t que vem perto aquclle que me ha-detraír.»
]S. Matb.XXVÍ — 46.)
Judas não vinha só: seguia-o uma dTcat<Í9 armada*
quasi toda de criados do summo ponlifice. Os solda-
«doâ romanos, que \iuhani n\iquella turbamulta, erara
como simplices curioso^, e não em serviço,,. porqi^e
p governador romano., póncio Pilatos , nâjò sçibia do
siniilhanle prÍ6Íio.
Este baudo, e a taes faorns , tanto parecia un^ as-
^uada.quc os discipulus de Je&us se apercebera^a
jKira .repeliir a força com a fi>rça.
Malc«, purvcntura « mais insolente doa apanigua-
dos do pontífíce , foi o primeiro que lançou mão de
Jesus ,-^ por Í5So Pedro . etn de^oas^i de seu JHestre ,
d ciieni bainhou a espada e lhe cortpu uma orçUia.
£ adiante passada a resistência, se Jesuj^ \\ití não |;o^
kejsse cobro, '. ,
Agora cumpre notar , gue supposto houvesse Pedro
feito este ferimento, não desobedeceu ^ ,prdem, da
4iyicU>ridadi competente , o que seria havido cqmd re-
sistencia aos mandados dajustiça^ pois. que nená opreo-
^eroji^erallagraAte, nem depois em casa do pontii^e,
^«uando foi con)iecido e denunciado pelas criadas , e
^Ic por um parente do próprio Malco.
Só a Jesus é que prenderam: c.apezar cl^elle não
(2) Como fui odeEslevnno, que os meímos jjonlificcs man-
darnin malar pHo poVo "sem »er j'!l<ra(lo.
ÔCOTDKR*. N<m occírfrt. Orírtrn.n. L. 5.- — C W. .Vwje-
Vo.fKifnines «èelftelt». rie.pro Riibcío. 6r. VíivinfiMin #ÍÍMn
tuâ malHi occiíia Virginiut. Cie. 8. lic êxih. 109» Noq èo-
amieoi ecoidi, H«tial. 1. epUI. 17. 5W). laegaf^ fc«i^ie.
Ofitl. «. .fa«t. 13Í).
Intbrficrrb. Feraâ Inlerficpre.' tincrpt. lib*. *5.'y, Í5l ;
Interf^tufi in acle. Cie. «. de fiiiib. 103. Cnogárts ínierfcctò-
res. BnítiiR CÍceroni. H, d. -tiiterfécttfrèm âractiii.Cic. de
elaf. Onk.*«5.
penstit 1 sim prísio^ antes- haver- prohibído qw seus
éiSvfi)uilos • defendeasem, « aoMiRraram. como a am
maiioUor f€i ligaverwU eum). Vexame este ígfionii*
aioso t atros^ muito mais porqoe era çauiatla escusa-
da «para «m homem oereadó de iaolos, ar.madoaé« es-»
padas e varapaus. .(4íuan ad iaír&nem -timêu úu9% §la*
aUs, ff fmMm$. S. Lue. XXil--6â.)
Iílegalida4es e infracções depois daprísãa. — Detenção —
Ferimentos.
Logo que se ^^s«arfim.dí«..J(esu» , parliram^ Ma^
emveji de.ooondufsíremimraediataB;fcent<e. ii^rrseBQaido
>iiis cfkmfueiealf, |eraf^fn'*ti'o a casa 4e Aunar, que
maÍA Ufo «rA\doqafl.f(y4'o tfo poati/S^^ (^João, XVUf
-**á3«) Ve^ejpoisque foi só. para lh'o mostrar» o quf
foi acto arbitrário e alem d 'isso um vevâase pnipiveL ,
De -casa áa Aiitl^a <p levarain i 4f CaÂfaa;; ^»a>pra
wmiTMdo^ m^ Jloão, XVm -n- M). Porque . aioda^iça
iKiite, <t9perarain no pateo/; e 4:.<i«ao 6aessf.4ai|i4o(riAf
accenderam uma fogueira, e MjO/pqsMsraim 4(M|fí^iár-ada!*
¥oi enldo.qaePedfo , lebcigaado-se A^mbem para a lu«
laa , lai .etnibaeida ipelos caiados da ^sa, Or.a • a Ui
judai^ai^probiiNn todo ,i^,ue^ jufiidãi f0fto 4a mtè ; foi
lago aMa uma aiu4lid|ida )inaaoayelk4 . • .
.J^ua -praaiK i^aniataiday r^etido nfuma «^sa partâcu<v
Ittr» M»ip0dpr.daft i9*iadQs» aoiaiw M^anq imI^o^ ^ca^
mo foi jk-aelad^T.OiçaiiHks. a»£a(rat^Blo.^ 4» que. e^Un
vaakda.guarxla.a 4.6#ps., hiiv^^^^^i^^rn^.^^^^^AAf^. o
^aHaai:. fi!te|Hio^lbe -tipada.fos .olhas » idfii^^-abe' na
cara.. ei^ergua^lsaiD^lM : li-Mwpi** fl»*m :(e deu? iR
proferiam contra elle outras muitas iujurias elda^ph^^'
iaias.> (S..l4Ki.:XXtt«i*«3---fi4^j$^.)
Birrsa-ba .fftu^ iadp í^lo ^e pa ssou ffóra . i^a audí apeia h
pois hem , «ai90 a^pf^r^iaas qpe i>s do eon^eUie sç le- '
vatiiaiAda oaiiMk a fiej^uoROS^» atleii iaa<»leaiQ aia^auf
aidadA do praso^ ! « »
PerffwUas capctosaa, ^y-.UUnuf^ /^<* ^^ r#«difnciii«
\ Já o .galla linha .eaaM<»i • i. Toda^. wiWia dia «ra
manhã clara.
' «Os senadores do povo, osprincrpcs dos sacerdotes,
eosdoctorcs da*lci, mandando vir Jesus ao seu conse-
lho , lhe fizerairí perguntas. í» (S, Lucas XXll — 66.)
Primeiramente notnrómos que elles^ os doconselho^'
a não obrarem por ódio e vínganç;», teriam, nlo espe-
rado que anianhecesse ; mas adiado a causa, .por ser'
aquelle o dia de Pascboa , o piais solèmne de todos
para os judeus, e também porque astialei prohibia to-
dos os actos judiciaes em dta /m'a(^, &ob pena de
hullidade {^y * ]
,E todavia Jesus vôe ser perguntado! ' '
 âadicncia 6 em casa de Ca-iFaz . d^aquelle mes-
mo que no antecedente conselho sc.tinha feito accma'^
dar de 'Jesus: portanto se oponlifice persiste em que-
rer ser^W.é incontestavelmente #uí^ei7o; Ainfla elfo
nãò tinha Visto nem ouvido a Je$us , ' e ji ha*via di-
clo ém conselho que èlle devia morrer! «Con-
vinhíf que um só morresse para salvar todo ó povo «
(S. João, XYIIL— i4). Taj ^ra s opíniãb àe Caiftz :'
peloquc, não é de maravilhar a parcialidade è pe^Qdia
com que vae proceder rto interrogatório. .
vSj ^Vlde 'gôbre lesla» dfiat miií idades , * 68 aiiclofes jndèu^
dtiid<*"r»t>r PrúH ieRoyet^ T. 8, fkaj'. f05 , na palávhif
.'^
396
REVISTA UNIVERSAL LISBONENSE.
Einvez de r»aer as pergunUs a Josus sobre fueios pa^ \
sUho^ e siMS^ circumstancus , e sobre o» scui acUfê
petgoaes , o pontífice pecgunloii-lhc por factos^ geracf ,
p^tos sem dUHpulos , qu« melhor fôra cfaamar p;ira
{esltmuDhãB , e pela êua docfrtna- , . eoisa qae se naq
póíle }u1^ar emquanto não se revela por Dctos externos.
( Pontifex ergo interrogavit Jasum de discipulis sui$ , et
de doctrind ejus, S. João. XVIII — 19.)
Jesus respondeu com singclesa e dignidade:
a Eu fallei publicamente a todos; e sempre ensinei
na syDagoga c no templo', onde concorrem todos os
}i»deus : e não disse narh em segredo. (Ibid. 2t).)
« ^Porqne me perguntai* a mim? Perguntai antes
íífuelles que ouviram o que eu dfssé, paro saberdes
o que eu lhes tenho âicto. £»ses sabem «qcre eu ensi*
neí. (Ibíd!. ».)
«f Tanto^ qiie Jes»s acabou d& direr isto , um dos
oKícfaes de justiça- que estavam presentes, lhe deu
nm» boR4ad:i, dizendt> : ^ Assim 6 que tu respondes
ao pontífice t (fWd». 22.)
^ Bh-^sc^hfl. ag<ora qne esta affronta só é imputável
ácmélle qne ofTemleu o accusado? D'esta vez a aggres^
sao.TÒi feita perante o conselho, em plena audiência ,
c pois que o pontífice , que era o presidente, nio re-
prchendcu nèm- castigou o ag gressor , tornou-se cum-
plíc« , e muit^ ma-is, por qae o insnito foi feito sob
pretexto , dé zelar o decoro da sna dignidade.
^'Ifas eni qne poditi a resposta de Jesus ser offensi^a.
— «8e en* fallei' mal', disse Jesus , dá testimanho
é'elle : mas^ ae ftllel bem- i porque me feres ? (S. João,
XVUf— g*.)
Não havia pois meto legal de saird*a<fUfe1]e dílen»-
na. O réo nio pode ser obrigado a se culpar a si pro-
'prio» J^sus era e aòeusadi> cumpria aos sem ac-
cu6ado^es provar- a accusação. Deviam convencel-o
com o depoimento de testimunhas; e elle mesmo
as requereu , e invocou. Vejamos jpois que testimu-
Bhas^ foram produzidas^ contra* elte.
Tesíinmihaê. — dfovas perguntas. — O Juiz iradéi,
m Entretanto os princip.es d«iSL sacerdotes , e todo o
eonselho , buscavam contra Jesus algum testímu-
nbo com que lhe dessem a morte (Ut eum morti írade-
rerU); mas não o achavam^ (S. Malh. X — 55.}
« Porqpe muitos, sim depunham falso contra elle;
mas não concordávamos seus. depoimentos (Ibíd. 55).
« Então se alevautaram uns que depozerameste/a/-
so testUnunho contra Jesus : Nós ouvimos^fae dizer :
Eu destruirei este templo , qjie é obra da. mão dos
homens, e dentro em três dias edlOcarei outro que não
será obra da mãos d'ellea* (Ibid- .57 — ^8.)
« Mas os seus depoimentos não eram coherentes^
(Ibid. 59).»
Tem-se díclo sobre este passo que a s.dUas* testimu-
nhas que S. Matbeus e Si. Marcos accusam.de falsida-
de , se refeifem a um dicto queS. João declara verda-
deiro, presuppostò o poder que Jesu-Cbristo se attribuia, »
Esta chamada contradii;ção j^orém > entre os Evan-
gelistas , não existe.
Em primeiro logar, S. Hattheus não áiu que Jesns
proferiu taespalavras. Np cap. XXVI, vers. 6Í ,. refe-
re elle o depòimenío áus testimunhas, mas declara que
é falso: e nocap. XXVII, vers. 40, póe aquellas vozes
na bócca dos que insultavam, a Jesus no Calvário , e
Bão nâ 4 'elle. N'ísto é conforme com S. MaiXM.
Era segundo logar, S. João, cap. XI, vers. 13«
referindo palavras de Jesus áiit : m Destrui este tf m^ ^
pio, e eu o reedificarei em ires dias. » Mas o Evange*
lista , accrcsccnta ; « AHudía ao templo, d» se» eorpo. »
. Portanto Jesus não disse imperativa menie , ou em
tom de ameaça , eu destruirei • tmrqfla, como falsa^^
mente dcpozeram as testimunhas ; mas hypothetica»
mente , destrui este templo , isto é , s» este templa^fór
destruído , eu o reedificarei em três dias.
A* vista d*isto, se concluc , pelo menos, qae os
judeus não tinham- compreendido a Jesas quando tal
disse , porque maravilhados replicaram : — »€omo as*
sim ! Poís^ este tem(Ho levou quarenta e seis annos a
fazer , e tu havias de rcedifical-o em três dias I a
Assim ^ue, não sendo as testimunhas contestes f
os seué depoiaaeotos àào podiam fazer prova. (Et non
erat eotweniens testimomum illorum. S. Marc. XIV — 59. )
Foi mister pois lançar mão de outro meio*
c Então levantando-^se o pootifíce (não esq«eçamos
que é sempre o aecusadorj levantaodo-se Caifaz d'efi^
tre o conselho, perguntou a Jesus, dizendo: —
Q^Tu não respondes nada ao que estes de^em coik-
tra ti? Porém Jesus estava calado, e nada respondeu»
(S.Marc. XIV — 60.) E realmente» visto que não
se tractava do templo dos judeus , mas de um templo
figurado , oão feito pelas mãos dos homens , e que sd
existia ua mente de Jesus , a explicação estava no
próprio depoimento.
U pontifícc continuoa dizendo: « Eu te adjuro por
Deus vivo (adjuro te pet Deum vivvm) que nos digas
se és bCbristo, filho de I>eus?(S.Math.XXVI — 63j;
; Eu vos adjuro, quer dizer, eu vos tomo jura men-^
to ? Notável infracção do princípio de direito e de
moraf, que prohibe se ponha o réo na alternativa át
perjurar ou de se condemnar a si próprio! — Nãoobs*^
tante, o pontífice insistiu: ^ Tu és o Christo filho dè
Deus? «rResponden-lhe Jesus; Tu diànHi. (S. Matth;
XXVI — 64.) Egosum. (_S. Marcos XIV — 62.)
a Então o pontífice rasgou os seus vestidos , dizen-
do : Blasphemou! Que mais testimunftas nos são neces^
sarias? Que julgaes vós?» Responderam elles: E réo
de morte. {Réus est mortis. S. Matth. XXVI— 66.)
Âffroniaê e violências feita* na Synagaga.
Logo que foí proferido este veredicto sacerdotal con<*
tra- Jesus, começaram die novo os ultrajes, e com
mais furor, como se a raiva do xuiz se tivesse com*
mnnibadt) aos spectadores. — «Então unslbect^spiram
no rosto e o. f&riam ás punhadas; e outro&^o esbofé^
teavam, dizendo: Christo, ^adivinha qnera te deu?
(S. Matth. XXVT — 67 — 68.)
Taes e tãò abjectas affrootas , tão barbaras viblen*-
ciaí, postoqne fossem commettíãas pelos fâmulos dò
pontifice, e pelos mais que prenderam a Christo, não
deixam de s«r ihiputaveis também áqueUes que , ar«
rogando-se a auctoridade do juizes de Jesus , deviámt
dar-lhe toda a protecção qiie a lei! mandava se desse
.aos presos^ E< sobretudo <í!aifaz , ainda quando não
fds&e presidente do conselho , é dobradamente culpa?
do , como dono da casa ,. por haver totierftdo>as inju*
rias extractos quealli fizeram a- Jesus, e que sobre-
ppjjiram muiio a rai^a que manifestara contra: ejlo
quando o. interrogou.
Taes atrocida4es sãaimperdõayeis, ainda qnande feí^
tas a um criminoso já definitivamente cofideiniMido á
RETISTA UIllYBnSSUy.LISBOIVBIISE;
397
mrtf» • eiitregueaa8iif^>licto; qnioezeorandiiiMa foi
i«go C3l« aanha contra Jesus »« quo nem le^ oca
judicia Innnte eslava ainda seotenoiado segundei p
ilirelto pifbtico ^arqu« s« regia a Judea » .véteapoa no
capitulo seguinte.
J[>irtih8 âòs judeu9 sób i> dominio én mrnanor.
A Judéa era um reino conquistado.
Quando Herades morFeu • Augusto confinneo o
testamento em quo este rei dos judeus fei a ditlsío
dos seus estados entre os ddis fliboa quo linha $ mas
não lhes concedeu o titulo de rm.
Arch^lau, a qnom tocou a Judêa, foi deposto pe-
las suas tyranias. e então este reino se uniu á Syrio.
f^eio que , Augusto mandou governadores parti-
-enlates para a Judéa. Tibério fes> o mesmo, e no tem-
^ de que fallimos, Pilatos era um d'estes governa»
dores. (Josepho, Ant, Jud. Hf. i8-«-cap^ 3«-^g}.
Alguns 6onsáderam-n'o como governador titular ,
-^faiamando-lhejMti^jef , o que é ignorar a accepçao doesta
IHilayfa. Pilatos era um dos magistrados que se cha-
ma vampnM;uralorM(7aefam, E como procuruior*Caêia^
rta estava suiiordinado ao govehiador doSyría, verda-
deiro praeseê d' esta província • da qoal a Judea era
4egrtdencia.
Ao praetea pertenela o direito do canhictr dot tri-
mes eapUaes (4). Ao procurator locava principalmente
á arrecadação dos tributos , e o julgamento das eau-
ms fistaes. Quando porém os proeuwt^es Céasariê eram
mandados para algumas proaincias menores, como
governadores tntermos (técepraesidUJ tkiham então
4ilçada de conhecer doa crimes dapitUes; (-5).
£» aqui o qoe ora Pilatos ^em Jerosalem. (6).
Oa judeus posto se govemaasem pefas soas leis ,
€ tivessem a faculdade de usar publicamente da sua
-religião^ o goiassem outras n^uitas regaMas, haviam
perdido , pelo facto da conquista « o dirmio dt vida k
iU matíe^ prerogatira prioeipal da soberania , que os
•ronanoa sempre tinham cuidado de reservar para si
•«ioda que fdsse á costa de tudo o mais. Ap^id romã-
no$ , Jui valei gladii ; metem traiumUuntmr : Tacll.
Portanto os judeus n'aqueUe tempo nao tinham ne-
nhum poder Judieial , não podiam eenieneiar , nem
jironimcMir , e só sim aceusar perante o governador.
Este é «m dos principios invariáveis do direito pro-
Tincial dos romanos.
Não o ignoravam os judeus , porque apresentando-
se a Pilatos» pedindo-lhe a condemnaçio de Jesus ,
elles mesmos declararam qoe lhe nie era permíúido
!ÍBzeremHi'o t noèts nm lieeí itUcrfictre quemquam (S.
4oâoXVUl-^3l).
digamos pois Jesus até á presença dó Pilato»«
Accusação feita na presença àe' Pilatos^
Todai «a» nulUdoées , Infracções e violências qoe
«té «t^i temos apontado , nada' sao -á vista do fnror
«lanífestado na pvescnça úojuis nmumo, para lhe ar-
(4) D9 critiUM , pneeidie ccgnitíê seu Cujac, l'fF. Ob-
«ierv. 13.
(õ) Proetinitor C«Mari« fungeof «vioç f^^esiUis , potMt
cognuscere de ciuii^is crimÍDulibiif. Oodeíruj.
(6) * Procuraloribiii Cae«ari« dhfa esl jufiídíclio in cntisU
HicalíbitÉ pçcmimriii , non ia crimrnnllbuji . àinl com tm%e:
•bantnr ríre pnptfdam : iit Pontfas Pilatvv ftilt proeiírator Cae^
Muia, viço prattidb m3yTÍ».:<;iyae, -W, Otweiv^ i9.
raoear». fiontaasa sua ^oqi&íc^o , moa 4entençav.4a
nnortew •. • • '. :•«.:•• t.
«íiogp em amanhecendo , aeajuaeiaram os prínci^
pcs dos; sacerdotes ooniioa sénadooes. doclores da.lei^
e todo ocoasclbo, a- amapralido -a • Jesus , o levarauí
« entregaram a Pijatot. . . i
ÍJi9o em amomlíãtenda, porque tudo o que seteni
passado até aqui , foi diAvante a noite..
« Levaram pois Insoa da casa de Gaiías ao pretório
do Pilatos. A
Era de manha: t« elies não entrarem no pretório
por* «o nlo manahafem, o poderem, comer a Paschoa.»
<8; João XVlUr^âS.)
: -íNniavel escmpnlo este 1 e próprio doe fariseus!
Tomiam mancimt-se no dia de Paechoa « entrando em
casa de umpagào, e poucas horas antes do. chegarem
á porta d# governador « tinham ,. contra a. soit.l^i,
commettido o. enorme delieto do ramírio taibislJbo* a
4eltt>erar sobre uma af^cusação de marte^ .
Como elles não queriam entrar «Pilatos reio fora o
i»ergontou-Uieè. » (8. • Joio XVIII ^ âO.) Notem-se
bem as suas palavras. £llc nlo lhe disse: aonde est4
o prato <pu) me iraieis^^como foria se lhe competisse
dar iMi simpiea emeqnatw , mas perguntou peía ori*
gem do' negocio» como quem tem ^isdtcrõo p/àia;
d'este modo : « Qnai é o ermo de que fés arcufais es-
iè homem? » Ibid.
. Responderam*lba^ elles com o sen costumado orgu«-
lbo;«Se este nao fosse um malfeitor* nao vol-o fn^^
trcgariamoi nvs.» (S* Jmd XVI11í-^30«) Qiacrfam di-
aer n'isto quo era caso ^oblsLsphenáa , pracaMo reli^
gioêo^ cm que tiles eram nelhores jniies. Owma*
no, escandaliaado de que per tendessem restringira
aoa.jurisdicçao, e foze^ instrumento da vontade dos
judeus , lhes respondeu ifioninamente : « Pois bem; en-
tão tomae^ vós outros, e joigao«o lá segundo a vossa
lei. Aeeipite eum^ vos, et soeundum legem i'estS'am Judi"
oãte ewn. (S. João XVUI -«<*3I. ). .
Isto era para elles um vcrdadciro-chasco par verem
qUenio podiam condeinnarniligucm á morte. Tiveram
pois de submetter-se á auctoridade do Pilfitos » c do
jRoltiiar {ttrante tile a occa^acão.
Enláo vendo que mpl . poderiam alcançar do jnit
raenano » uma sentença do morie » por motivos reUgiO'
SOS , que pouco importavam aos romanos, variarase^
d*aeção , já -^não «rd Ue^kemia . era uma nccusaçào
politica , om crtma d'*esiado,
£'. a^i que esti todo o- sRanno >o:í fsixão» e o que
mais altamente prova a maldade dos calitmniadores
de Jesa Gliri^o^ : ; .
Como o que só desejavam era deilal-o a pcrdcc
íí)sse ' nomo ' fosse, já lhes não importava vingar os
sopposlas ultrajes da sua religião e doixando-se do
ser judens:» para se fingirem amigos do pader i^may
no» estes hypocritas» accusam agora o 5eu concida<tÍ4
de rMaóraf ò Ihronoide Jcrusaletti • fozcr*<e. rei dos
judem-. e nabo^lar o povo «entra os dominadores !
OKâmiHlos:
a C^eMneçaram a aeeusah-o^ disendor a eateaciiá^
mos pervef tendo o nbss» povo( probibindo 4»gaf
tributo a.Cesar;.e^iieiido qoeara'O.Christot<'ll0él i»<(ât
Luc.;\Xlil âl)« Q«e falsidade! Pois Jesnsnaanqnerlif se
pagaste oicibota.1 4endo eiJe 'Ceapondido aoa propt iqa
fari&eus » em presença d« todo* a; poto : *Dae a.Casa^
offutf INHei^a • Cmr? Aia3 esU ^ccusafão foi,aciitf
33 •
398
RETIBTA tllf Itl^lSAIi USB01Cfil!f8ffi.
k»^iaeDt0 feita fiara obrifur Pilatos: alomar conbtoí*
mculo d'ella, porque na qualidade át proewratar Ccm*
sariê, ibe pertencia a arrecafdaçio doslribotos; «Um-
b«iii porque se Iractafa tle «ma revolução contra aso«-
beraiiía de Aonia : «iSlle qoer-fte faier rei. »
Como pois a causa tomou um aspecto perfeitamente
politico , Pilatos recebeu-a. Entrando pois outra \ez
no pretório, cfíamou a Jestts« e pefgontou^lbe c Tu és
o<m dosjuieut?^ (S. Jo&o*-XVJlI^9a).
Jesus pareceu admirado da novidade da pergunta,
«tti dtfferente das que se lho havícm feifco no conse-
lho dos pontilices». e perguntou primeiro a Pilatos:
' « Tu falias por ti , ou foram outros que t'o disseram
de mimf (lfiid.--<-34.]i» Como procnrando coobecer
os^auctores d'esta nova acousaçio , se eram os roma-
nos ott osjiuitw.
, Replícott então Pilatos: «^Nio sabes c^ne en não
OOQ indoof A tMo nação^ e os pontífices são os ^ue te
entregaram nas minhas mãos. iQue lizesle ta? (Ibíd»
f— 3B).
Jesns conheoendo então a astneia dos seus perse-
guidores » responden a Pilatos i « O m$u fvtno não é
d'e«U-mimdo^ Se o meu reiím fosse d'est)o mundo .
«erto que os meãs ministros bai iam -ét pokjat para
que eu não fosso enStegne aos judeus s mof (Topobia')
« mm reina não é d*aiuL (& João XVUI--t^S6.)
Esta resposta de Jesus é de todo o. ponlo notável,
« tanto qite se tomou por fundamento da soa religião» ;
« penhor da sua universalidade , porque desassombra
.a todos os gowiios, £ nio £bí«só dada oomo asserção
« doctrina^ senãn tanabem^para jtiH^ap$oe dsfnua
4a aocdsaçõo ds st oUe. querer fáaep r» dotfudiíts.
. .£ de feito » se lesos tivesse ambicionado a vêiUMa
ianijurot; .se hQo vera. \ feito a menor tentativa pi^>a
•QSBcpar no que quer que tosêe o jiodar do Ce$ar ^ o
snagistrado romano o haveria .por criminoso de lesai-
•magestade. Mas. respondendo tile : o nuu rrâo não é
d'$stfi mundo , o meu.iaina nào i d*uqui .... a jnsti*
áieação' era cabal.
. Todavia Pilatos insiiláu, discndo :. « ^ Logo «s tfu
i-0]?>.Respondttt-lbo Jesus: «Tu o diaes» que eu sop
rei : tu dicU quia rex ê§o suum.j» En para isso nasci.,
« para isso TÍm ao mondo ^ para dar tesltmnnbo da j
4íerdade. Todo o quje é da vtídadê ouie a minha voa^v
i». João XVm — 37.)
V Pilatos , tendo-rlbe dícto , em tom de admirsção- » c
não de pergunta: ^Que coesa é a vordad^ saiu £6ra e
«Ksse aos judeus.^ uEu nào.afh» ntuhum mvm a^eête
homem. (S. João XV111_3&.) ...
Temos pois Jesus absolvida pela propiia boeca do
juiz romano.
«Mas os accusadores porfkufom «arte ven mais ,. di-
«ndo : « Elle eMew o pevo oom » dodHwi que ir^
f»or toda a Jndéa , desde Galiléa , <>ndo com«foa., até
(aqui. {&. Luc. XVUI-^ã.)
. Nova accnsação! ... de sedicioso l — Haa Pilatos*. já
não.fei caso d^ella, antes como ouvisse fnllar.emGa-
liléa , aproveitou a occasião para o remotter a HLsto-
4os (qne ora tetrarcha'^ da Galiléa.) acodindi» J090 a
IMifpntar.a.Jesqs se ora galiloo ? e dizendo^lbe q«e
aim, o oipedtu. (8.Lnc. XIII 6^7. fiaoy. ibídj
' Horodes''qtte ,. aegundo dia S.. Lucas ^ havia. muito
que desejava <v«r a Jesus, depois de satislaier a sua cu-
4rtosidade> dealbe perguntar muita coisa. vã» a que
fleans.nãQ^imsponder» vendo que a iasputads UÊUtir.
paçã» era uma eblmira* o roouvion a PBatos (7) d^
poia de lhe» mandar vestir oma^roiqN» hronoa^ como
para significar qqe tal teiúà/Ht» ofa mais digna de ri-
so • qun de, Mceio ou Cffstigo. .(S. Luc. XXI|I — 8 e
seg. Sacy. ibid).
Vltimae ineta^iaè perànie Piledoà. — Ameaçai fèiiag
ao Juiz, — Sentença de morte.
N«m Pilaiesr nem Merodes aobavaos por onde coa*
deamar a Joiuo.
Mas a. raiva saoeidotal não estava aisida aaeiada;
antes pelo contrario os pontifices » acampanbados dn
um grande klum^ro dos seus paneiae8,>oitarani apre-
senta de Pilatos i resolvidos a forf aM.
O malfadado Pilatos.. vondo-seapertado^.reÉumsu^lhes
o. que tiqM' feitor n' estes termos. «Vós aproaentastea-
jne este homem como snblevador do povo; mas essmí^
nando-o eu na vossa 4>resença . it&o.ike oafcrt crtair
nenhum do» fme lhe xmfuUie^ Niem também Horod£S »
a quem v^ r^metti : ^-iinda ee prowm cetetr^ dle pae^
que mereça aenonte^ Soètal^o-hei logo, depois- de omaar-
dar câ$(i§gr. (S. Luc. XXUi — 16— i».)
. ;PoÍ9 bets^lo por innoconbe, e mandais castigM-oi
^r,a,um yorgonboaoBctQ de fraqueaa o de condescei»-
dencia para ver se abrandava a fúria dos aceuaadorea.
« Então Pilatos Somou a Jesus , e o mandou opot^
Jlmr. « (a. João XIX— 1.) .
£ julgando «que lhes tinha apagada aquetta sèdade-
vingança , lh*o mostrou no .lastimoso eS|odo, emqu«
estava diaeudp: JScee.homo. <8« João XlX-p-i^4
Foi fsta a pntmeira dss dups infustas sentenças qne-
Pilatos 4erti contra Jesus» d'onde» porsorem sobre »>
mesmã^ae^ueatSo^ scoriginou.opsincipâo^eseDãofpoder
^castigar duas wet os n-m^smo crime.' JTop im i» idem ^
— éproverbío que nos iioio' dos romanos.
« Pesclo ontio Pilatos iuMcava algum aseio de I»-
vcar a Jesus. --(8.. Joio Xi& — i2.)
iPasipai porém .daperfidia' dos seusaeeusadoresí
« Se o livn^ nãor és. amigo do Geaar. (Si hime dimtf^
tu p mm les ofutaus Caeearii.) t povque tod» o que- se^
faz rei , ò, contra u César. » (Ibid.)
Parece que Poooio Pilatos não.efa muilo mauihomom ^
porque> bastantes esforços- fez para salv«r a Jefus; mau
era oitptvDfOdo imUifio, e teve meda d'aqueUes ciam»»
ces^qvie punh^nvona duvida a euotfidêlidmde ao imptra-
dorl Poáití eér deméttido , e então ocdeu^ Cupiehat^ XI*
òarars Jeetm :. soêp. «wu^molits eaU^ oanm eedebaiaf^
/sctíoKttais^.
¥oitae pofs ao.aou tsíhunai (Pto^ Mòunolis- $êden$.
S. MeUkeua XXVU) e vae pcofeur segunda sentençaL*
Mas. elle hesitou, ainda dizendo : — Que fuoweie qke
faça fik^imtMt Elles- entãa cumeçaram- a gritai: Cru-
cifica-o:. iolle, tollê, crucifige. Acoudiu ainda Pila*
tos : Peú.eu hei de eruci/iear o ftoeeo rei? dizendo ista
poff iaooi^, a ver se os apasiguawu Mas eUoa ilios-
ftic^ndutse aqui. msi»^ romanos do que Biiatos» anspsia-
derauv byt^ritamente : Aias. tm» tsmor >iSMliia nsi asnão-
u Ceear^ (&. João XIX-- i^\
«.Sicomeçatamk denovooâJicsadoa': Gmoifigot truci-
fige! £ cada vex se tosnavam anais ameaçadoses': €(
^fMialtfsceAônf eoc^s eorum.n (S. Luc. XIII — ^.)
Finalmente , Pilatos , querendo satisfazer o povo
fvolenspqpuío eaítUf açore) vae fallar. . 1 ^Çhamai^se-bg
{^) .^Mh 4/«,^w4st.jwriLJRMas.,
am^nMQBiJMo,
BsrisTA limymiâAD £isboi>(biise.
399
seiUmça ao qoe ▼9e pi«l«rirt TMi «ll«i 0 «ta eipicité
tranquillo e desasMmbrodo eomo eiNnpve » um juiv
que vae dar oiqa «4iiImíni 4f «laHtf ? ^Que é dat Bo*
vas teslimuahaa. e qva^ os doçaaaastai^ e provas qaa
lhe AseriBi mudar a oor^ie^jlo , tia segi»raiiMato de-
clarada, da innocencia de Jesiu? . .
c Então Pilatos vendo que nad* aproveitava , mas
que cada vez era -maior o tumulto, nrandaiHlo vir
agua, lavou as mios i vista do povo « 4liieBi4o: A
êou innocêtUe 4q mn§uê d*e$lê fuito : avinde-vos -lá. »
(S. Mallb. XXVII— 24.) «£ concedeu o que Ibes el-
)es pediam.» (S. LucXXUI — 24.) £ lh'o entregou
para ser cruci8ead#. (8. MaUh. XX Vil— $16.) .
.... Lava as tuas mios. Pilaios, ponqiie estio tin^tas
de /Sangue innocenU l Tu comdemnpste por temor, mas
D«ão és menos culpado d9 que se tWeras ç^nderonado
por maldade. Todas as gerações até nós teem repe*
tido: O Jfuslo padeceu sub poder de Poncio Pilalos:
Pasius esi n^ Pmtio PU^to.
• Coneluámos.
A causa da 3«ia condemiiacio (dU S. Iffarc. XV—
26) estava esc/i|>ta n'este titules RH 4o$ JiteUUè,
Eis-aquj pois a Mréwkirfi eoma da coDdeovaaçío
de Jesus ! A%ui está » prvm JuãieM e Ugal* Jesus
foi victima de'ttm4 ^tou^çãçt politiea' ! e morreu j^elo
imaginario> crime de querer ustt^pnf a podar M Cé-
sar , ín titula ndo-se m âo$ fiié^ui\t
Si hune dímiítU^ n^ eê amicv/Ê C4ês^^! TerPMeis
palavras estas, que mttHas ve«M teem atroado osetivi*
dos dos juizes imáieois, tio pHmoosos oon^ J^iMos*
imnolando per iemor» mpilas viciini^^r q^ ieriev^sal-»
irado, se esc«ussem^o griUi ikt ooAscieocáa.
Pon brevidade siippriiiHr^moa«i narr^g^o íh Mt^es*^
tacões. que bouve.depois- dA sept.ença dis Pintes;. dA-
lííolencia fei^^aobomem deCyrene; das loji^rwiiAU
]^deceu.a victimA aléao logsr do 8afirâ6oio(9^t o oa
própria cruz , onde ^esqs orou ainda» por èod^flH^
jnens, e até pelos 9e«ss algoses»! «
A09. próprios pngãosdjriaipQSQÓfr. fiocapeeei» amovi-
te de Sócrates-, e -não fos maraviUiaes da moiie de
J^stts ! {.Censores do Afiaopffgo ! ^como- ousaríeis vós
desculpar a Sfnagoga , e justificar o Pretório?
A philesopMa iião';hesétoo em declarar o q|ie todos
eom êfla. devemos nepetir.r-r« Avid*e morte de-8oera-
tes, sao de u«s sabéo: A ^iUàA E.M ORXE 0£ JSSÍJ8
SÃO ]>£ UM DEUS. »
Agors^para eenplemento e remate ». oífánios o cf-
piriluoso e bailo. iqHlp^o*' «fn« o no^so Padre António
Vieira foz de iodos os termos^e andamento d'esteCa-
noso processo.
ft FoiChrtsto prezo^ásdoie da neite; erjcrucíQcfdo
is doze do dia. ^Eqiie se fez , ea que- sp não for',
b' estas doze horas? Foi^ levedo o Sèaber aqnatr* Icii*
bunaes. mui .dsisteBtes , e ««lus d^^lles. dnas vx^ies^
ajonctaram-se e Aieramtse ^sm conselhos; preaenta*
ram-se em^doas partes astaocusaç$es; tiraMOp^etaes
iíiquiríçdes djefesiimuDha»^; eipediui-se a iMUisa. índ'-
dente , e pendão ide Barca bib; dèran^serdeitJíbeiiQS
eoptr» €hriste ;. Of erom-seercazoados por parte do réo^
e por^pvle dtssitiMlOMSi «èiegaraBe-se^ièísi;. dera^a-se
tIsUs; houve replicai, etrépiicas^loi tnee.vsitsjda*-
pido e iRfp veMído v .cinco ^^9% pergtinta4o, e exi^
minado; dua^ moslradOi ao povo;, ferido, e affroa*
tado , tantas vezes com as mãos , tantas com a cana ,
cinco mil e tantas com os açoites ; prevenirara*se laof*
ças , espadas, fachos, lanternas, cordas, columna,
aaorraguos^ T^ra^^ cadéas ; una. roupa branca, outra
dfe purpura ; canas , espinhos , crus , cravos t f^l »
vinagre, ftyrrha., esponja, titulo » «oQtm letras bebrai>-
cas , gregas, e latinas, não escriplas , senão entalha-
das , como se mostram hoje em Roma ; ladrões . que
acompanhassem ao Senhor ; cruzes para os mesmos
fadrões; Cyrtiíeo q^ie e^^^asse a levar a sv^; 4)ré-
gou Christo três yet^^-^ |ima a Caifaz . outra, a Pila«
tos, outra ás filhas de Jlerusalem. PinaJmente,. caiado,
e levantando-se, foi levado 90 Calvário , e crucificado
n'e]le. ^E qite tudo isto se ohrasse em doze horas?
^£ qoe ainda d 'essas» doso horas sobrassam^ três para
descanço dos- ministros, que fot^m^ as .uUimsiS . da ma-
drugada ? ; Qrav^ caso I »^
« í E coma foi possivel, que totdps* estas coisas, tan*-
(as, tão diversas,, e de tantas dapendencias.se obrn^
sem', e se podesscm ohi*af,. na ^revidado de tão pou^
ca s horas-, e mais sc^udo* aqietade d'eUas. de noite?
Tudo foi possível, a tudo se fcs, porque em todos
estes conselhos., eniitodos es(c9» trihunaes» em todas
estas resoluções e. execuções ,. não entrou papel , nem
tinta. ; Sè tudo isto* se houvera de fazer qom as tardan-
ças , com as dilaçqes, ,com os vagares , com as cerer
raonias qoe- in volve- qualquer papei, ainda hoje oge-*
nqro bfimpo njw esta;ria remído<4 .»y
«Sóqiintro palavras se escreveram «a AftOfte dpÇhrit*
to , que foram» as do tiiqlo da cruz^ .ç logo houye so«
hre ellfs ^flvhargps, O' rioquerimeDitii , e aUeraçõcs»
e teimas , e de$contept^ii|ootps t JS^ se Pilatos nao dis*
scra resolutamen/e , que- Sfs oi» havia de escrever
mais fqiíodTê^ipti, M:rifímJ , o* caso era de appellação
para César, que esta va. em B orna, d'alU /i quinhen-
tas legoas , e defmanda h«v|à , na meia regra , para
mi^ito^ aanes* i> i. dà- SUva^ Tidiio.
(8) £tpera«rtiiiiMMillria<Xa«t. A«-XVtrM.
I.
2809' SòiQDftfroBlejxopó, cbristiopâfdoso^
Ora , humiltM-to , iopplpus • glorjfica,
Nò throne da montanha ,. agofti^ant»'
Dos martyaiP^.O^mrltf^*
Já-naa^c
Da alVa tQn-jesíofella^a bronze austera
Lentamente o^paihou , conio • 11^ p suspiro^
Finaes echos da^ terra , i&'estf sancpa-
'Penitente semaqa-, J>erradeir9'
Extrema saudação foi feita ao mundo ,
Também^ conv^QX^r^i^mOv
Externas toz|^
Dos homeqs .ej^a^^r^la celae todas.
Ocettltoshymiio6.>6 mum^re o tei9p^>.
Só afiectes do céfi;ia.pai)o.vi(ireii^.
Pôr miõa , por. ti , çbris^Ot, pfK* (tnlo^e to4as
Ao siipplicie um Pe^ ver ... p (^rfM^rae^itps, .híom^s^
Estr^Uas, aoagfba^TOS, vesjt^>ófffim«lo<>
O lueto universal , que o mártir sóhe
Ab mente da'.4gfKría.. . . (.P;míqu-|^S;mart|7.r.
ijlfàrt^ elle pev^mm I. *^ . ^If^sterio Auaíisfi^if
£xpressar-te BãO|^iâ«:: a^»i:.q»rfiaf»^
'400 REVISTA Ul^IVERSAL íXISBOl^KW^
Conlefnplnr-le em minha alma — e corvo c humildo
Mcílitar-le , adorar-le — e, transportado
Du eterno amor ás regiões ardentes ,
5entir-*te quasi , quási padecer-te !
II.
; Ai paixão do meu Deus ! ^qne sãe, que importam
A par de ti humanos soíTrimentos?
^Quem nao foa-<le acatar-te . Ghristo sancto»
Cravado n'essa cruz , abrindo os braços
A pcccadora , afUicta humanidade ?
0 horrendo golpe , qne te vara o peito »
i porta d'onde sae radiosa e pura
A nossa liberdade. — Os crus espinhos,
Que a fronte régia atrozes te laceram ,
São diadema de floria ás nossas frontes,
É-nos vida essa morte. — »D'esse rolo.
Patente coração Hmf idas manam
As aguas redemptoras , em que o tnvodo
€aplivo se mergdlhá e sáe liberto.
Essa cruz, qne a maldade fez infame,
O lenho, que o meu Deus tomou divino»
O madeiro do G^lgotha cruento
£steia-nOs a vida , a morte ampara::
Bordão forte de incerto pertgrino »
Os rudes passos |^ta Ra existência :
Tronco sancto áe «anctas esperanças
Dá sombra pia áo campo dos sepiilchros.
'] Aí paixão sem egnal ! ^ que sio , ^ue importam
A par dê tibttmanos soffrimentos ?
Ghrtslo rei , o leu sangue derramado
Eetinge o t;hão do opprobrío. Afrontas choveai
5a tua face augusta. O insulto acerbo,
0 riso atroz , as barbaras torpezas
Apertadas — leu casto ouvido forem. ..4
1 £ Ghristo ^ Deus !
ni.
Semana dos mistérios
Be palmas , e de incensos , e de luctos,
; Oh ! quem me dera agora ter «d idos
No meu peito os teus cânticos d^affecto !
; Do bardo d'Israel ; efe ! quem ine dera
Palavras e harpa d'oiro! ^^e «dos prophetas
As imagens grandiosas !
] Quem me dért
Poder aqui dizer o que não posso
O que talvez nem cabe em phrase humana !
^Imme^so amor do Eterno, amor sublime
Do cordeiro mansíssimo, quem sabe
Celebrar-te qual és, ou cooceber-te ?
1 Se eu poderá soltar agora os diqiies
Da fraqueza mortal! job! se podéra
Dar largas ao vulcão que interno me arde»
Soubera-o ea talvez, talvez lograsse
Pelo fogo que sinto ã devorar-m« »
Dar uns longes sequer d'aquelle fogo,
■ Que no cimo do monte dos tormentos
£ braseiro onde a terra -se acrisola ,
£ cbammti que iliomina os céus abertos*
IV
Hamaiios , que soflVefs, «o lempYo vinde*
Não ha luK importuna. O seu reeinio
De lacto esli cobtrto twoa ess* outro -
Que as álmaS doloi4dá8 vos reveste.
As aras eStão núks. Só recobre
A murta e rosmaitínho o ehâo piedoso.
São perfumes saudosos •-^entristecem.
E' grave e austero o templo ; a turba é mii4ii
Podeis ermar com eila*
Ddsgrsçados
Kamanos que soffireis. vinde, apressaé-ros»
Eis patente O sepulchro do Deus bomem;
Moram n'elle celestes esperanças.
Consolações divinas. < Vinde, vinde!
^Porque está elle aber4oT ^ PiHivettliira
Será do Eterno estéril a piedade?
l Não sãO' acaso lá no eéu contados «
(M qoe o mundo «tormentaf? ^
7 Vindo vinde)
^ Porque está eTIe aberto? Lançao livtes,
Gurvados sobre a lapida sagrada.
Dentro d'esse moimento as vossas dores ,
Vertessem pejo os prantos da fraq o èsa,
Entornae»the .'entomae^^lhe as vossas almas.
; Ai vem ta infeliz , mais do que todos.
De quem o mundo zomba, pofqtio cego
E crédulo e sincero só tiveste.
Por único peccado, fé sobeja " •
Nas itinsõès da terra, « não podesto
A total corrupção achar ffossível: '
Vem til, |»ohre enganado, que sentiste* -
6yrav<4e o amor 'no sangttee,todo inteiro,
Gorrer-teao corado*: ^em, tn, queandos9
Da tua alma os thesoiros derraBaásto-
Ao acaso, sem conta, e sem reparo.
Não ha vergonha :aquí. O vacno enorme
Que- em teu peito deixou o desengano
Aqui t'-0 4'emedeam. Pé eonserva.
Mas põe a fé no céu. Despresa d' mundo
Pois que o mundo é tão í|ilso. Ha maiís affeelos;
M^iiores e melhores e mais íh-mes-;
Não mentem ; doRun sempre,.
O amor da ferra
í O tfue é elle, onde eSlá , qnem soube achal-of
Ta creste n'elle, ómisero, sim creste,
Nutrisle-o branco lyrio immacuiado,
Gom desvelo em teu peito; i mas que achaste
Que achaste em recompensa? i os tens extremosr
£ a tua abnegação com qne os pagaram?
Vilanias,, infâmias, « torpezas
Fazendo-te corar , foram teu premio ! .
^ E tv amavas , qual amar costuma
Quem , nos annos vivazes e sinceros
Da muita mocidade , generoso
Tem , no fUndo sancttiario 4a saa alma 9
Os afectos por vida ; —qnem respira
No abrasado vapor do ardente estio
O amor em cada phrase , em cada iáédc.
Em cada sensação e a cada ioflUíute ! •
«O amor «lepnra as almas» — >|k»hre ImaiaiM.,
li comttgo d4sias-r*^vès?..Do Jodo' . <• »a
maseer na^ pooe a uor qne tn sonnaras '^■~ "^
Se na Uknt se dá , rafa» a eMontMm » - : '^
KBTISTA UWIVERSAI* LISBONENSE.
401
E mais rtro» » èolben.. Certa achal-a
Sono eé« » ad do céu, k» eéti ,. portanto »v
BnscaKa vae , cultor descng^aado.
^O que é da terra o amor? iquem soube aehal-o?
Poucas almas dispersas o conhecem ;
Mas perdidas uo mundo nao se encontram :
; Solitárias vegetam , morrem ermas !
V.
\ Ah ! Tem , vem derramar as magoas luas
K'este aberto sepulchro, ó desditoso:
Sejam quaes forem, acercar-te podes;
Keohuma se r.egetta , para todas
Ha remédio edicaz , bálsamo promplo*
' \ Que maior , que mais amplo aflecbo queres
Do que este do teu Deus ! í que Qof mais pura
Dó q$ie a flor daa celestes esperanças!
£ todas d'aqui vem r doeste sepulchro ,
£ todas aqui nascem > sempce verdes
Para a mão » que as quizer , piedosa e crente.
VI.
.0 dias da paiwSu} , paixões humanas
A vós se accolbam timidas e mansas ,.
A vòr-vos , meditar-vos , e sem custo,
O túrbido iavoltorio seu mundano
J^espirem sobce a lapida sagrada.
O di^s da patrão , se ao penitente
Sois abrigo 4e pat , ao desgraçado
Sede porto, segnco, onde lhe esqueçam
As tormentas cruéis, que o desvairaram
)(o oceano- de seu mal: — onde não veja
Flamejar a procella , e as nuvens negras
Abrirem^se amostrando aos olhos loucos
Outro oceano de fogo , immensa e horrendo..
Do templo o v4u rasgado patentée
As portas refulgentes da outra vida »
De par em par á crença descerradas*-
Aji< trevas do universo , sejam.' trevas
JPara o iropio somente» ígnea columna ,.
AJ sombras desfasendo* a salvo guie
O povo do Senhor , contricto e humilde »
Da promissão á terra abençoada.
lE , quando es loeio»rd'hoje forem galas.
Sorriso triuropbal radioso solte,
4|iiem junoto à cruz. de Cbristo agora pena-!
Mittdet Leal Junwr^
SKsa^^Bsaoâ.^ ^s»E3«í^
QVIITArFUM-SANCTJU
^fií(í 7\ ^^BB^^''^!^^^^™^ institiiiç.9o dá ir-
^Amandade da Miaericwdta data' de
1406, tendb o íeu primeira* assentou na- capei-
la* dè , N., Sienlíioro da Terra-solta, no clausfro
da Sé. Depoia-elr^iD. Manuel lhe auindòu fazer
cosaeegreja própria na sitio da Ríbeírav(Gonoeir-
fUo velha), onde esta confraria' fleree6u< prodigio^
sãmente; até que^ destruído o edificio pelafíor-
ritel terremoto de 17Sõ» se pasaout para a er«
mida do S. Vicente Ferrer (ós Olarias)^ & daqui
para a ermida da Oliveira (era S. Juliào), dou-
do, com a exUncçio dos JeauilaSr teio' pam a
casa de S. Kaque , no aono de t76iK
Esta irmandade, de Iodas as que em Fortngal
se instituiram, foi assina pele seu piissimo* iiisti-»
tuto; como peio numero (seiscentos irraftos taxa
o eempromisso entre iiobrea e plabeog) e qtialifi-<»
cação das pessoas (o rei é juiz perpetuo*, os^ ín^
fantes e fidalgos todos eram irmãos} a jnats rica»
grandiosa e respeitável que nunca houve.
Os irmãos tinham obsigaçao deaasistir a cinco
acto» públicos r um dos quaes aia a viskaçao das
egrejas ua Quiuta^^feira de Endooi)ça6,> o que fa**
ziam processioualmente com um acorapanhamen-;
to e penitenciaçSo , que é de espantar, conforme
consta de uma memoria ^ que, deve ser de muito
antes do terremoto , a- qual viu e abona o auctor
do Mappa de Portugal. — Dizia assim :
tf ftrlfera-dâ Igreja os^Irmaos em aikHfecendo,
e vSo pela rua nova ter a S. Francisco, e d'aHi
pass^o á Trindade, e descem ao Carmo e d'alli
vAu a S*. Domiiigosy e tonido^ pelo Rocio, e pela
praça da Falha, rua das Arcas, Correaria até a
Sé , tornao á Misericórdia , gastandiy nisto até a
meya noite ,. e ffs vezes até a huma Kora. Os
Irm&os sardo sempre duzentos a cincoenta até ire*
zento»^, 6 lodoa \ão vestidos comi suas vestiraenr
tas pretasi e postos em ordem^ de procissAo com
suas Vetas nas mãos. »
a Diaute delles vffo oito* centbs „ nove* centos
ató mil homens e mulheres discíplinondo-sc ; os
quaes todos vlfp vestidos de* vestimenta» pretas, a
assim- homens como mulheres^ se- ferem com as
dlsciplfnas que tfram muitb sangue. E estapror
cÍ6s9o vai repartida em tces ou quatro esUincias>
e entre uma e* outra, hum retábulo,, ou Ghristo
posto na Cruz, e no meyo vâodez ou doze Ir*
mdos com suas varas regendo-os , e mettendo-os
em ordem.. »v
a.Entns estes disciplinantésvao muitos horoeiis
com barra» dè ferro, cruzes, e pedras ás cóstai)
e para daridàde da gente !ev3ò cincoenta fnroek
de fogo., em' que se gastSo dous mil novelos de
.^ádo da tómeiítos, engraxados em borras de azeite
e cebo, para darem boni! lume ;: os quaes' faroea
vilo postos- em hasteas muito compridas e altanT.
S leyHo* tríntH lanternas- muitb grandbs metidta
também èm hastieas com^ velas dentro acezas ; e
os Irmãos que regem « traaem nas mios quanti*-
dade de velas» par» tanto que faltar provarem de
õntras : levão mais trinta: homens com bacias nas
402
RETIST51 UniYBRSAIi' LDBBONSIVSIS;
mfios, cheas ée vjnbo coízídò, e os diBciplúiaDtês
tnolhSa e lavão lí^eiie as discipliuasv ponjfue Aie
apertão as cájnes. Ba nesma mmeina vão dez oa
doi» hoiQcns com caixas de manaielada feita em
fatias , as quaés mandio moitas pessoas fidalgas ^
ie d^otas^ qoe dão aos penkenie»: <e imèo ou-
tras ide confeitado, e de «idrAo» ^ara os qiueieiD^
fraíjuecerem : soccorrein-ihe com «m tocado; e
váo outros tantos liomens' com quartas 4e ^gm, ií
pttcaros nas inSaç, dando agua aos que. lem delia
necessidade, y^ » *
c< E tanto que cbegSo á Caia d» .Kinsericord^
e^So Fysícos que «sprenvam as càagas dos 'peni-
tentes, e ih'a6 la^ão copi vinho para i^so foiífeí^
cionado , e os apeí^tâo e viestem , e $e vão para
sara^ casas^ » A. da Silm TuUm
iíMCIAS,
mammfA vpavuovsxA ir^ xw^xa*
: 2811 « Fçn. çop grande jubilo, q4i@ no Diário .do
Coverno de quarta feira, 13 do corrente mei demar-
co, êncotttrátnõs a notícia seguhile: — no dia 11 de
J<in0ir« bbvitreh«ga(if^n 'fiolnbaiiii o brooblspa pVíiiMiÈ
do- Oriarit», «encBi) jrecobitio>pedai ciuclof idades briini*-
nica» cc^alj,tQ4fqs^ 05 dernonarações de -coi^sidevaçãQ «
devidas <i sua jeivircbia , e com muita pompa, pela
commissão defensora" dos calholicos, assifn como peló^
príncipaés habilaiítísde Bombaim, tjndb atpielle prfc^
lado tenciòttavtf- demor^r^se por aiigoriy tempro. .»
. « O a|)9areci mento die S. £x.*, o Sr« lArceblipo de
Góa , n'aquellas paragens do Indostão , como metro-
politano dos demajs bispados da cgreja portugqeza da
índia , é nm grande áucccfsso íf)â historia contem{^ora-
nea-, e fat1d^tn«nto de 'Corrsoladona f^peran^a fMr» a
ohrtttanéatle lusitana. S. £ic.\ «otfqal, pèJab èuiJas
ide siu ooBtirin»çãi) poDtiriCM . pertence a n^esma iji-
teira jurisdicção, que exercitaram os dçmais arcebispos
seus antecessores , nao será (compraz-nos esperal-o)
fi'art]d<'v<fo tto^'exeteicio dós direitos do fxriaiAdò na sua
<iòf3Ítia<fday B<un a conóa pohu^aeta prtvaila pat tnats
iètipo- jíruma áe suas 'jo#44 f^recâos^s -«~o padi^a^dado
prientCf As vjrtujes c alto mérito, do, Sr, arcebispo
facilitarão a volta das cotias á nossa posse antiga ,
que perturbações momentâneas haviam interrompido. ^
' « OSr. >Arceb}$po terá' tfdooeonsiio de ^erfaknar a
^htgnA ODire os Heis , , nossos, irmãos do Monte «.Jm»-
<bit^dares de Rombaim; Eista imporUotiss^ çolopia,
antigaoiente portugueza , , foi cedida á tngla terral no
annò de Í^G2 . como parle do dote da Sr.'* D, Citha-
fina, iriíiS dos doh reis, os Srs. 'D. AÍbn^B.^e
2>. 9^&to d.^, para casar oeim D. Ciartoi^.'' Iia e»-
ertptura de «sponsacs, 'ass^m comono «aut^ d*eatP€(ga
da mesma colónia , fte estipulou positiyamçote a coq^
scrvação dos portnguezes que ahi ncassom .' e o livre
óso do culto publico cftthbtico , admrnistracSo inde^
'ptendeote das egrdja^. élc* AsISim qUe, ã roz do Párs^
ior , e aa bençips do miml^orlo pastoral , desap^ar.è-
cida^ ba aiuito d^aquelle ponto v Hãowle ler confirma-
do aqueila parte do rebaono no fervor e doc.rina que '
plantaras. Fraaeisco Xavier , ^ WdeiíÉriffapòtloidi
da Índia. ». - Jomai éà ÀsáocmtSèk CaÊMiea.
ro&ARBs Bz Tioao.
28tâ SAUtfnos qse M. Cayroí, o insigtie vitnlIcaT
dor francez , de quem faljaoios no artigo ^324 leu*-
ciona. logo depois da festa; deixar esta capital, para
continuar as suas viagens.
Todas as terras, onde chega este artista, talvez sem
rival ainda no seò gettero. assistem a uma longa -sce-
na de magia vendo-o trabalhar, e se óobréih instanta-
neamente de uma Do^a e resplandecimte primaverari*
ca de verdura, de flores e de aves de vidre, de flores quo
não murcham, e de Qv^sque não trafnsmigram. Desde
o apparecimentò de M. Coyroí. entre nàs, asoaòf&cuia
na rua JVbsa Vfo^/CbWfid »i.° 7G, nSo tem èiinda celsado
de ser frequentada-; tiitíg^nem sae dVlhi senf íerartl-
gum frágil monumento o uma recordação indelével do
prestigioso tállénto ^*este mestre senl^ ètseiptilos. <fue,
trabalhando de dia' e noite , e eóm orna t^piéez qa^
eguala a stiia p%rfefidio, apenas pód^ safrísfazcr aos de-
sejos dos seus visitantes.
A paschoa é, por antiga e memora ve! pom, aqw-
dra dos mútuos brindes entre panenries te amigos. Cons-
ta-nos que M. CnyrcH prepara iito grande nirmiíro ét
lindos objectos , níais on itienos baratos,* in*s lodba
accessiveis a qualquer bolsa, paraaccudír a eiíttr iii€ei«-
teza, cm que muitas vezes laboramos no eseoHieribimo
que possamos offerecer, em que se rcutia Si graça, o
bom gosto e a economia : caixas para atn^ndoa^i MH3
e bordadas de vidro dfc tófl <J6r(rs , áçafftitiés ^ jarraa
com os seus ramafhetes , emt)li?mas db todo õ género»
da amisade, do srtnor, da gi^atfdão ; de ^<fa uma ^ ali
scicncias , áe cada uma das artes. Muito difiictl do
contentar, devic ser quem tiâojaeharahí, òqtie nyeeoa^
venha para o seu intento, e aimJa então não eslá lon-
ge o recurso; c abrir a bdcca è 'peflír ; ofMtíeèiro
alli eslá, benévolo eáorríndb, por detrafz d\asoa alatn-
pada , para proibir o fiai milagrt^.
Não ha idéa por mnis extravagante que sefa , qao,
apenas lh'a apresenlastcs , elle vo-la não reslftu^ vi-
sivel e palpável. Mas sitas mãos' veteis todas as voe*
sas phantasius vUrfAcadas.
Carlos íost ^tmriro.
2813 IVa madrugada do dra^Sldo p^séntia mas
de noarço passou d* esta a melhor vida ô sr. Dr. Car-
los José Pinheiro t antigo ieote de Anatomia . opera-
ções cirúrgicas, e arte obstetricia na Universidade de
Coimbra , socto eflf•ativo^da•A€»d«iBjl..RoatxlasSciell*
cias de Lisboa , e commcji^iador da Ordem de Chris-
to. Perdeu a medicina portugueza um dos seus mais
distínctos ornamentos, e a nnocldadic estudiosa um
preceptor obsequioso , que verdadeira academia foi
-sem^e a ca^a d'este ^arSo eidlliifo ';ité aos 4iltimos
dias de tua .csisftaacfa.
FuBdoo o Tl^tUro Àmtandeo,. t Jffuseu Pathclo^^
da Universidade { os estabelecimentos que antes exis-
tiam não mereciam taes nomes), e enriqucceu-os de
preciosas pecas e 'Reparados , de (fue pal)l|c4>à em 1 8S8
o A3^ben1aft^L Cm Ill34 piiMcoo em- latim o ^e^co
-das Liçòes «los Rimoft.éeiladirinji • áe que era prqr
fcssur,- é escreveu ^vuUado. nàmero do memorias so-
bre ò mtesmo assumpto, algumas >dal qiiacs já se
RETISTA UNlVURSAt LlSBONEÍSSEa
m^
8cK»m inprQftsAs . «•trasd^vwâe «rtw «ô arebivo da
Academia Real da • Soiewtias de* Llt^oa , a ifuem aa
offorceára. *
Mandado pela Universidade em fef crelro do 1833
i cidade de A^eim para reconhecer , esUidar , e ava-
liara» tyièptoina» de «m^ epidemia • que ali i »e de-
sinTolT^ra , tendo grand>e aiRnida^e cem' a Choiêra-'
MÊorlm»^ Asiática, eoncorreu po4e tn^ mente ceai aeus
conhecimentos médicos para se dcbellar tão nwrlifera
HKdcfftia-, áa qoe Doesse meaino anoo^^uibKoou \im
Ka/aíorm. Oattros mailes sbpviços presieu á httnwmida-
de enferma n'essa oaJamilt)sa'époc*ia naê varies pon-
tes do reino ^ a ^e por ordena superierea fOra man-
dadow . '
• despedido dòmagiaterio em 1^4», aò^^abòde dez
mn-mis de effêctivo êervifo , asgvstiose d^eade então foi
o seu viver » cortado de f^ívaedos , e «ggravado com
a tevrivel nevròse ^ tremor êênii)^ que liio sobreviera,
e de que pareeoii victioiaj *
Honra gaja aos iltuslres cathadral^a > 'qóe aoem^-
panbaram á humilde aepulttira os restais morta es de
homeiá póèfre e dotffifesmã^ -^ uUima homenagem d«
éiíeipulea respeitosoaá memoria domas^eièeiiefande.
< > It.. da êutvniStò.
. yscnoiítezo iiZTVxaAAiot * ' '
Diooo Komii*
2gl4 ««IfAVMV paseado apenas Irtnlar^e seis avmos
desde que nascera o. Sr. Diogo Kopke , qoofído
no dia ^'de fevereÍM do eoTTeiM ^no a«eptflttira
se abriu pííra o guardar para sempra. Enao Sr* Ke-
|)ttt filho da invicta ôidade doForlo.e n'dl» kiilé de
natlMmatioa da Escbal^-Pislytachhiôa. ^iNade> rtUil^ jV
ven ae ba^a entregado* á carreira das árMías, na
«rlllheria , ondo cliegára ao posto de cbpiiâo <em 34
de joaho de t834., tendo assíatide ao e^reó do Porto;
e merecido a coodooeraeto da Torre Espada do¥aior,
liealdade e Mérito. •
«Também desde mm joven foi seoi constante est«dA
« ramo de Mstoriaie antiguidades : consagravtf^lbe to-
do o tempo diaponivel dos seus deveres catliedratii-
€0s : é n'eate ramo «io pequenos serviços preS*íâi*i O
mundo litlerario em geral , e a pátria em parlieuHtfr,
Ibe -devem o conhecimento das obres seguintes ♦*-*-
« Aofnr» úa viagem qu^tnn âetcótnim^MtB da inéià pe^
}o Caèo dm 9oa JSeperem^ ffz P. F«aco éSa Oémm
em i497.i»
« Tr^atfUh hn^ dum Mioê de ^ttiné ãé €eM Verde ,
ãesde 0 Rh Sênatga até oe baiaéé de Saneia Anm-, feh \
eapit&a André Álvares d?\AlíMde^— *8S4. » *
« Primeiro rtíteire da €òetè da índia, desde Géà nté
JMi , mpranêo.ã tUifmn que fer to.Ge^ia dt Ngtó-I
nha — 1538-1539 — escripto por D. João de €ú4trõ.
-^ Aceiii^idíttitodosYN9feSti\^fM]ipàs^yd^^e§rapMcos »
: <t Consla^nos^ ifue d^ioâioe dos m^tMstHptos qe« pos^ \
sue ff bibiiotheea fmb>ka poKu&tíSe, fôrafeito^por sita >
miid ; e sabemos* qoe «Itimemen^fi^ se oefcupava «em* *^ ]
ordenar tddos os* esei4plos Inéditos d^ fl^. Jbão i^^Cas^
tro , auxiliado n^eita 4arefa peti* diet^e^o^^afl&igos e
companhelrosv» - . ;•.■.<' i»
^ « Eia^aqai os Irticloa da «tNr' app1ie«icão e W sdè
gffftnde .capacidade i^ret e estudo de' (^>'VMsKd'4Í'd3f-^
fieiihoso aasompto, foe o tdrnoiP Térdhèéirávtfetilè éé-
tmiadlo de^ qiiaf)i|as<o cartivdciam, cei^lcforrendi também
|M»aiissd:jojaieiig«tidataniv^?a dêlio«â<í«; fttlff*^ ^vl-^
da Utieraría é mais que entra algiTma ibcíá â'espir
nhos e'fadigas, que: só os que carninhajn na mesm^
estrada conhecem e avaliam , e por jssò torna roais
corta a exiiteneia. Porim* a sociedade mui raras
vezes 'ehega';a compensar tantof dúsvélos ;e sacrí^
Ócios « quando nem' piosmo reeonhccò os servii^ok
que lhe fazem aquel los ; que lhe itraaem' aos olhos
descnnçado» , os eactiptos , o$ feiton ,• * as 'memórias
dos antepasisados , *i|ae tão respeitado Sornàratn o tk>9(^
so pequeno Portègai , e que o farão sempre occupar
na historio do mundo y omadâa suafá tnais brilliatítei
paginas.» ■ ; .. .i
«Todavia nas-geraçoosfotores, o littorato achasem^
pré ema recompensa. E na verdade qu\E( as^im dcM
ser, porque este premio , esta palma Hl terapia . á'à
mais difScil de obter, v -> (Biarie^-dú Gornemo,) i
fi815 De^SETuiiàL noS' elf fêre'o neaso. l^om amigo;
o Sr. Lare^ à» Andrade-, administrador da alfande^
d'aquella villa o seguinte : —
ir Beferir-lheTliei umra^gjp dephiliiifropía edegua-
ptce mais digno de publicidade. do que iUvilos » que
seeneohtraia lias A»lliav ingletals.' »-
«f Ntf mee passado pegou -o fogo de noite n' uma ca»-
ra : loge^ q«e os sinòo tóCatam, o meu criado -^Fra»-
e»eo X'aviér'-^podiu-4ue 4icei^ça ptfra friaceodif í dè
tal majioira se houve ifdellie qu^zéram dar uma gra^
tiflcaefto pelO^ soO= trabalho*; poréhi èlle reeusdu-a, dí^
cende-^quenSo tmha ido por ioftefosse 'mas tiim jpior
buáRtoní(fade;-^8âl)iendo, d>époís. que .sé tinha aberto
unia; aubscfipçSo Cl ftivor d'éma pobre vèMiía, que tudè
perdeu ..menos a tidâ''e «hia manta>^«i que a salva-
ram enibrulhad a*, è ' instou do*sMhe ' novti mente para
accetlar a gfatífieeçno , ãcCeilou-^i', pasmando o recil)o
da forma seghJnte^í-i- Recebi da IPm.* camará 960
réis de gralfflc^lçâo , peto mev traiialbo cm apagar b
fogo na noite de % para 9 do '^cerrente ,' cuja quando
a^êe1tèT>para coA c41a 4occorl^r a Sr.* a fá^or da^ial
se' abi^in ^lÂa subsOrip^^o. -^ Com eff^lo assiin o prá-'
tícou , 'figurando cdin ó dieta quantia èMi^e oá^ubscri-
ptOBes. •» *
'D. Minru'AifífA Oe SoesA lIorsTEiN. "^ i
2816 A ExcELLENTissiMA Sr.* D. Maria* íàtn^'*ét
Sousa Holstein Becqs^, ftiha*, ornamento e amores da
casa ducal de Pal!m4íVi%''^tab5iva^ de prendar a seu
Marido»'' "O* Exmi"^ Sr. Euiz'9rabdãe de iNello^ com
segunilo fructo e' novo ']i€íhlrchr da suir- rtutua alWÍ-
00, quando o álVòiiôçodo ^hom' stíc cesso se Ifocoí <*ra
lewidados i^ e os 'Coidadorfí^ desataram om hictp. So-
breviera lio partó ôma in#animffçao: Accudiu 'a «AedS-
c5n%,- chamada a ^^zeS pêlà'faitíilia : Accudíraitt os r«>
Aredioè espirituaesV fhvoliados desaíísombràiiametilb
pela eiirféftaa, njuelògci presfsentiu eaiinuticibu rtífegaí-
da a ktfd'liora. • " '" "■''• " -' .-•.■;"'»
•A^^ d<y'còrrenl«', tio ^tefití de"^mà còwsMt}aç3fc
ipfrofort&áb géraJV se c^hlflòtf, ícrená e líòritèn«'è,'[fàVk
08-*é«àirtha''al*na caiSdÍAá , at^ântè'; 'cfceWífez-qa Ictó-
•m*'5oi' áVíjos. lavando Ixíf^^rôã <í'Jo?as'llJaoi''ds'gêi«e^
roa «dé^^ffrtu^s;' e nãe ^deníàndo na te^í'*; to^iífbo'^
um cadáver , em cujo rosto no ultimo suspiro'$0)pi4-
ftJfroliWiW liai' itoi^rtutWitfél-/í'íÁáí^'dd <j\iíSli<f!nof ia«
404
REVISTA UNIVERSAL LISBONENSE».
espalhara. £ em verdade ^ qne n'unia cxislencia de
3S «mios incisniplofcus , uinguorn semeou nuDca no
^)undo du8 ingratos mnior Dumcru de gratidões since-
ras e ferventes. A benirieeiícia era a sua viriude de
virtudes; 4ierdéra-a com o sangue; crescèrarlhe ao
*J)artt mater<nal ; e » fortificada pelo exemplo doméstico
iD por uma piedade christianjssima das mais sinceras,
«e. lhe convertera em pai^^ão e em necessidade: raras
>c2es. a fortuna depositou as riquezas em mãos ião fa-
-ceis de abrir; raríssimas as gragas do espirito, a tns-
^rucçio e a ai^clioridade , que dão um nascimento. no^
bre e uma posição brilhante , se reuniram para con-
sumar , sem estrondo nem alardo , tantos bencíioios
i»o. mesmo tempo: não se. cantcntava' de repartir o
pãp. .0 vestido e os remediou aos necessitados ; — d^s-
|)eAdc;r o oiro, muitos o faiem : — :-.coroprazia-s.e de con-
fortar as penas que o oiro uão alivia : deliciava-se em
instruir os ignorantes • cm doctrinar os rústicos , em
encaminhar , peki palavra como pelo exemplo , para
iO céu todos aquelles a qae se podia esieader a sua
influencia.
. Pregoamos a qne muitas boecas folgariam de poder
^OQfc^sar perante o mundo todo.
A sua despedida Coi ainda^ um beneíicia e uma ]ic-
jçftOv £l1a , qu^ entre seus pães, seus irmãos . seus
MlWy seus parentes , seus criados , era a única ím»
-perlerrila. , de. olhos enxutos e satisfeiU , aproveitava
0 ultimo de siias forças para prover de consolação aos
jquc, ficavam ; para lhes revelar o que só ella ao um-
bral da eternidade estava já descortinando; para lhes
j)régar com a prática de todas as necessárias virtudes,
^9 da mais necessária c diflíicil — a da resignaçãp; pa-
ra suppUcar orações , e repartir esmolas ; para , €1--
iiialmente, encommendar ao sacerdote, (a quem pe-
ja ultima vez acabava de descobrir a sua cqnscien-
:pia de sancta) que não desamparasse tantos corações
^orphãos do seu amor, antes de os sentir repassados até
ao intimo dos eonfort03 da religião*
A 22 se Uie fiteram solemnes exéquias à,e corpo
presente, com innumeravei concorrência de nobreza e
.povO| na paroçbial egreja d» N. Sr.* da Encarnação ,
dislríbuindo-se avultadas esmolas aos pobres, não pou-
cos dos qnaes as molhavam com suas lagrimas.
O cadáver» segundo ouvimos 1 vae ser trasladado
por mar para a cidade do Porto , para repoisar no ja«
4Ugo do viuvo.
1 COWriBXLBlO.
2817 Mo Rosenfelder, suisso. era um|i excellen-,
.te pessoa c um excellente jardineiro. A casa Patmel-
f]^ p havia mandado vir de França para a sua quinta
.do lAtíttiar, que elle , em poucos aonos , transforma-
ra Q*um palmito. Seus amos lhe queriam como a
servidor zeloao e intelligente: os trabalhadores, seus
dependentes , e os visinhos » captiVados da sua bene-
ílccncia e da amenidade do seu traçio, não viamp'el-
]e um estrangeiro , mas um amigo , quasi um pa^reo-
te. Sua mulher e Mias três filhas ,• uma de cinco ân-
uos , outra de três , e a mais pequenina de dez me-
xes , — sua mulher e suas filhas eram tão felizes com
elle e por elle , como as mas flore^. A sua casa era ,
cm diverso género, uq quadro tão beifto como o seu
jardim.
Com tão boas qualidades naiuraes falta va-jbe poréip
a que de iodas é gtu|i;da. e pen^9jr# a que todas a 1-
nal chega a coroar. O lutheraDÍmo em que Rosenfel^
der havia sido creado, conduz ao deísmo, senão é el-
le já um deísmo disfarçado; bem como o deísmo leia
ae sccplicístno e b scepttin^úio á absotutfi negação da
divindade. Rosenfelder não passava ainda de deista'»
Na sua completa indifferença a respeito de iodes 00
cultos externos , permittia a sua mulher as praticas
do catholicismo que professava , e crear a'«llas a sua
familia.
Veio a grande missionaria a enfcrm^ade grave ba-
ter-lhe á porta. A graç^ havia sido repellida por 40
annos : não se deu prelsa em abrir. Crescea u peri-
go: foram-se desfolhaodo «caindo a uma. e uma a; es-
peranças : sobreveio o amor consternado de uma es-
posa : supplicou e não conseguiu : o tnttadimenCo nãe
é coração-*- não se deixa levar senão vencido e prè-i
so : o moribundo, sorriu, agradeceu : roas peraeveroa
voltado para o abysmo que não via. Chegou a nova
ao palácio : a Sr." duqueza jazia também de cama :
a sua piedade sincera e fervente lhe resMiue ou lhe
suppre as forças : váa ao Lumar ; vae stntar-ae á ca^
beceíra do enfermo; cerca-se das futuras orpbis e
viuva: exhorta, supplica; enternece semcuato; e9i<H
la todos os ampWs recursos de sua charídàde e de seu
saber , e não logra senão abalar pelo cume aquella
arreigada cpDtumacia: volta ainda ao dia .seguinte;
redobra todas as suas edificantes seducções , e alcan-
ça o que desde a primeira hora implorava , ifite Hm
ecciesiastico docto, por elU mandado ^seja recebida»
e escutado com atteoção: — se as suas rasdes não
conveiícerero. é sempre tempo para expirar lutherano^
Foi o Rev."" Sr. Padt e Joêeph HUley o escolhido pa**
ra esta conquista: João era. um Inteiidimeiíio reetfi «
amigo da verdade: a primeira conferencia não ocob-«
venceu: dcciarou-o lealmente, mas aã* se. recusou a
segunda. Na segunda deseutiu, repergeniob » péso«
e tornou a pesar cada um dos arg timecitoa da fé , e
pediu terceira visita e terceira licção para o dia pro«
ximo — receoso , dizia eile, de ^ue a morte lhe. aão
desse licença para muito mais, -^ mas a morte já nã»
podia vir antes de concluída uma obra de tão bona
priocipios : quando o Padre chegou (escusado é dizer
se «{begaria cedo) já a impaciência do seu discipqipo
accusava de tardança, havia horâs: o que laltava d4
instrucção para dar e receber., foi dado e recebido
com avidez , cpm, sofreguidão » com ímpeto 9 com eu-
thusiasmo.
João Bosenfãlder^ saindo dil baptismo, i|oe não tar-
dou em SC lhe administrar > parecia resiuaciiado A
vida e á alegria , como qualquer dds sua& plan-
tas mais preciosas, para quem uma chuva benefiea ti-
v<^sse sobrevindo aos abrasam^eotos de um estio por-
fiado.
Nos poucos dias que ainda amanheceram para elle,
depois de recebidos os saorjimentjos últimos , repetiu
por vezes o da penitencia, con^asandaaempre que a»
horas mais alvas e alegres da sua vida eram esta^der-
radeiras. A 25 de fevereiro, com iagrimaj da eapoaae
(lltias corriam aobre ^m homefH ,. qve.soitiâ depois da
morto , as de muitos trabalhadores e camponeaea» ca-,
da 9m dois quaei eoatmemeran lifti . beiefieio.,: um
serviço ou uma vjrtude: e a t^dos o aaecrdote, depo*
sitario dos uJiimos arrede?, diziá-r^oraa e coasolae-
vos— <>e ihea amostirava o etli., em^^ie qra impostt-:
.yf I que . alguçip dof cce^A jm Mia^ d^Miaalla acaaa«
@^.
REVISTA UNI YiaSSAL.IiISBONENSE*'
405
EXPEDIENTE.
A diítfiholçâo começa li<jíe. fluinla-fcihi í« M horas éa «a-
BbJl ; aos Srs. que, o mais Uráttt, qualro lioral cfopoisi a nfta
léttham re0?bido^ róga-ce o «ibwqnio de o partioifareH so ea-
criptoria da RwirrA UNivBssAb Z4i8:^MEi«asr. nia d^s Fai»-
queiroi lu* $8 — 1/ aadar, para ie |Mt>v4deAMari>
cdiíiCGiiÊms unis. :
v&AirTAçlo BX AiramxnLAft.
2818 TiunAMOs diclo ho artijfo 2589 — <í q^e ,
passado o praso dvs plantaçêes , hafvtamos de publl-
xar o que bouvcsseinos colhido de exactas iÃforma^ões
« esle respeito , e cem toda a imparcialidade e inde-^
pendência applicando louvores 'aos dignos e censuras
aos desleixados, que, por soa preguiça^ se houves-
sem tornado cdtapHces da poiírexa da sua terra. Pata
-o que rogávamos aos Srs. TineíH eSoAw, como a^uel«
ies que roais tinl^ani contribuído praticamente pára «
propagarão das aihpreiras , e a quaeéqner outras pes-
soas, nos coadjirvasscm para este Om com as suas in-
formações. Por tal meio esperávamos poder apresen-
tar , a seu tempo , uma relação do ntimerd dei amo>^
"Teíras, postas de novo , por quem , ^ em q^e éftios;
assim como calcular a* quantidade d^ casula, Mqoe vi-
ária a» mercado V que muito confiávamos rio governo
'ise Haveria de promover pelo modo^ qile 'deixáramos
4ipontado ho artigo 2S62. » .
Em satisfaeçSo d*eMa condicional promessa, tifo
|)0dea909 ainda apreiseotftr setMÍo raulio pouM , e eH-hi
«qul:— . .
No disirtclo de Lisboa , mais amoreiras se jílanta-
4*aiif n'este anno que nos precedentes , e muitas «tais
me bpw^eram .plantado^ se a c<ámava não tivesse dei-
ixndo dé a« dar; ipolas nio ter, como dU própria
«decl^'»roo ri' uma portaria. •
SejVnos flicito ^tMervar-tlie ^aqui , <(ue •*— toiído^^ já
tios precedentes anrios confessado, eguai Ihlta , ^dcvè^
<ra t«r augmeiílado o -seu viveiro' dò Campo Grande,
«orno «cumpria aié piarta poder salísí^ser iê ^l^^f^etidas
«rdefis do governo!
O distrícto de Atewú, ^onsta^os , ifne príoeipal-
<lBenle «o distinguiu na pi«otação 4ie amoneiras^
Do uma eòrresflondencta entre o Sr. Joeufiúm ã0 §&-
^^[m^t^a Hhreita d'aqtt«tia cidade e o «oss(> amigo > o
^Tinetti, ^oiire I i«dU6trfa<Sã>opédi^a se vé^ *— qoé
«nuitas pessoas das maioraes daaerra teem entrado de-^
«seugafi^-fdamente n'eiWe Mea^penJM' « taes.como, o£xm.^
"Biâpo Eleito , o Gombb ok» Avrixak da norte do rei-
^o > como /em uam aoa carta jiol-o cbama discreta*
anento o Sr. TinelH^ « governador civil, o Sr. UétUn-
^icmrt f -o Stv: e^dldo ^Iwiet ê^ Carrilha , delegado
^ Ibesouro ; # Stí Pedro Àntimió itebúèh^ , ^gover-
4Mid«r cU forte do barra <; o Sr. Amo ée SMlò ^eiias,
^fltttvM >do jtfic direito ; o Sr. ãhlningoi éoi Santot
•Mu^lHtm Jfeys, presidente da camará alunteipai $ e
uutros respeilaveis etòptegados; w«r«ccii4u pHiHk-u-
-imr r Honrosa m^nçlo , '4> 6t. JtíOftiim éo Ãfit^im Uo^
reira: todus eilcs plantaram e concorreram para que
]jc plantasse, " . •■ '■ ^ < ^
. Êm Lamego merece que o citepios, .çofDO..exç9)p)a,
A ^\a .í>r*. Jo9Í . Vifikfrim} .Sr^w Gar(l4($o,\é^ ^macoa.
£m Coimbra , o Sr. l>r. M. Manques d€ Fifueiri^
ABRIL— 11 — 18 U.
Em Villa-Real , lui i^aínta do S(J>ral , o rico pro-
prietário e negociante iiiglez doporto, o Sr, Fladgate,
"Desde oannopassaUo teetai nãomdnos pIànta'do ifm
grande numero da amoreiras nas snas vastaj quintas
i\o disirício do Porto , —os Srs. : conselheiro , AnUn
nio Dm$ dê OlivHra ; Mamei de Clamause firowne ;
Brundào ; e Joào de Albuquerque Forbes»
No dlstríoto de VUla*do-(kmde , o Sr* JoSo d# Sou^
sa Jimíor.
0'Sr* Ttnelli coacluia a sua 'grandiosa piahlaçiona
terra , que arretdou .• pertenças do exiincto eonvento
da.S0rr»*do^l'i/ar. Esta plantação coiiipFeeode já 3S'
mil amoreiras macropJnilas de dois a ires aonos: 41^
mil multicaules : imilmulttcaules e macropliiHasde
âHo porte: mil amoreWs de oilo a dez palmos dcaU
tora e três polegadas de grossura no moio da haste r
muito valentes e de todas as variedades conhecidas p
da Bofolina, úoPiemonie^ de Breussa^ do Jspão; JVefM
eoad , e brancas da Lombardia.
-oMnito será para seolatv 8ê'os vastos prqfectos do Sr;
TintlHf a respeito da creoç9<» e fabrico da sed? etá^
Portugal s» riiakigrareoi: por òtiU de despacha a um
modesto ejusttssémo roqúerimeoiò qoo.ielJe «o gioférw
no din^iu, e que ms pnblicámos no artigo 1740,^ii^
já ÍM)je., iMtto.dft dez meats {VA}. Nio.suppomos>
ffiMbaja no. governo falta dè desejo para áprói^i-
iar uma ' tanianfaa fbstuoa , como o ^Sr^ línelli. noá.
qu0rífl[ e pOdíadar;::e como çlte. meqno já.cfibctivaw
mente introdusíra nos Estadot-Unidot. («.) .MuUipHcí«
dafdelo gsa^ade xle «ntrdsiiegodòfl.^vè'ter «ido a
oaysa- uoica, de se nãohaver mndi aeeeitada am iàem,^
que,» 'a podur «dpe itíligeocias e sacriácíos < se '^ióvésiar
soiioitar, «e e4le mesmo sé nos «io tivesse vtiido graw
tu iftamiénte oferecer. Em* nome do.Puèiieo. ,- <ieqoere4
mos. pois >ao JLnm^^-Sr. M^oisbro 'do Reino e pronípta '
e bom despncha«d>slapeiiç3ov qoe^mdnos. o év^^e
um*iilttstite vsabid esiratigdiro; quo da industajla na-
CJO?IAL. , • '...%<
284í> Sétfos entrados no tempo das crençoesi; re-'
eòmmcttdámos aot possuMores d 'amoreiras que apro-^
v\eit<^m a folha , ou seja fazendo ás crcaçocs por suaf
conta, <m dando-as de «neias, a fim de prmclpiarmoá
a vèr resuttados. ios que ititcrnCarem de novo este
utíl sn^ertepimento I adveTUrõmos.*Q hsâ^ís essencial
(i^esfte tar^cto. . ! .
kão «o misturem, m «l^siuo itaboleiro tlt b«cbos. nasr;
eidos em diversos dia^. . . ,■. ;
. l^^iefVMQom^se^^Ii^cs^ m$ 3iva^ ,4.|foras de coniid»
#or 4ia;>4ivnc« passem M)fi;<H0fii|i|astomfoibi|bvnsid«i
•^cons^tf^^^ uma iofupeiHijtwrfk regular. |ia ca^ (|f|
^ue M cfíism • guverf».«0!ílo*^e us vcuAiladouff pi^r^
qiie ui|9^ «4m^tqmc ^ suavA ««Afva^âo d'ar p^riflqAft
o da ,caza ; — tenha-se o m«ior aceio nos i^ilfoUiryiS ^
— ruão P^. H>es m^i^» n^m se lhes .^ abundan^i/i; 4%
(éHiji 9aa oc^t#iòes d«.iiMa^ *-<-f p^ecnemH^ «M r«n
<•) .^^ja-fe o goe no fiipMçil^ido adí^o ,d'esl^ jorapjj. )^
lonimps úccrça do Sf , Tintlli ; ^ J».ira acabar i\è cunl)«rf ir a
giia i(Ii*neí(iadr, Cunsu1lc-íe oíuíh Manfktl itã i^ultftm ffâJSfda^
ãi! qtic uintl.i «eachafn a veWta olgtii» fexei^plare» iiõ\«en*'
p\tiii^ iiik H^ iih UtêUep^* ..... ^..c.r.:
• 34 TOL. III. SEaiB III.
406
REVISTA UNlVUiSAL LISBONENSE.
(Carta. ^
âSâO A soa Riviita n/ d6, fée^«ie».coin o sen ar-
tigo n/ 2674, rcaelver a esoreier alguma cois» sobre
a Pulvarinha; iodo quant(> aqi^eUe artigo rcsa aeri .vei;^
clade, porém Da parte qoe áh-r^ 0$ iavrúdopes: teem
supportado esta mal , 9em curarem de ík remediar-: é ú
seu cotiume J—T |ieFmittaHOMqu« Ihedtga, queV. Dão»
faz justiça aos homens: elles nâo são idiotas, pnoci-
palmeDto o^ qtié Tivem propriamante oo campa, pois que
tecm grandes iic^õos d ' economia r^urat tjfnto Ãeoricaa
oomo prática», |>eioqa» todos osannos, iDgoque appar
líecem os campos e assearas coÍM»pta8. d;'esle8.anima£Sv
elles mandam benzjer as cearas, e excomwigaca mal-
àxtih fvdvarinha ^ e^ fazem.* a sua pcomessa a N.. S. dft
Esperança^ eto.. Não^lbe quero. aqui referir coisas qua
elles contam a favor» da saa mania , pois se lhes dóst*
se ouvidos ás ex^iggerações. sem fandamento ,, qu« elr
]es contam • tinha matéria vasta para enchec grossos
volumes: é preciso que lhe di^a* qae estes poros tu-
do suppoem. sendo bom, por raUagre dossanctos» e
sendo mi.u pae astuciias de Salaoas. À ¥ista do ae^
iérido, os hooi^ni devemiiios. mepecer onlro conceito,
pois não. suppnrtam este mal, sem. o tractarem d&^o
teúiediav como Y.. diz no supra* citada artigo.
Não ânbendom os maliciosos «.que eu não creio em mi-
lagres: creio í^ algumas coisas, tenho obsecvAdo pos
estes campos >, que só por milagine Mas podeai^.
exi&IJr « . « . .:
No entanto abilhe remeUomna c^ia,denm.oí8cio,
em forma de proposta^que eib n*esti». correieremetlo á
sociedade Charmacentica^ Liuitana». para V.. inserir
■a sua Jmsto, ejuactamente Iba viando uma pequena
perçãa de 7NilrmTtft^4« e de taigo ferido por elia , pa^
ra V« faser d'etI«.o ^nse que julgar, oonvenieate.
Albandui 7 ée. março de 1844r.
r Lai^avo Joafuim da Sauea Peneira»
N. B. Recebemos assim a ptãíiarinha como o tri-
go annunciados na carta supra. I)je tudo vamos, remet-
ter amostrar á universidade- de Coimbra > e a uiha des-
tincta sociedadis agronomii^a .de França.. A^ testante
porção fica n'este escriptorio pj^ra se r.epactir por quaes-:
quer naturalistas ou lavradores ,,.quQ desejeim inv;esti-
gar a naturesa. domai e procurais ramedio contra elle.
. Segue-se o officiaaeciisadQ naicárta.
' Illm.** Sndkorv^. -««^ Vendo én, que na sessio da^ca^
mara dos Srs. Deputados de 3 de janeiro ultimo , o
J9f.' deputadsí Jbie Elias, Keqoereu o 'een^idar-se o
governo para manda» examinar ^«"^mal , a, que v«l«
garmente >e chama a pulmrehha\ t ífoe ha anãos ^m
Infestado as eearas: 'de Rifea-T^ , destralnde^s^ era.
grande parte, éii, nalftrahd'ifma' dw Vff)1lís>da mar-
gem direita do Téjd.;. e preifimo ae local em.qtte está
Mal teifi feilo^^ef miifevB» esivages , Julgo ' do Nkeu d»*-
"Ver^-cémtl socie tf'èssa #oeted«de ; que tenho à 'bbnra
éè s^!; pn^r-the^esla importanthsirtia questiev' pa-
ra ^IN^ á»49dcfledatfe' r ifQ«* lantos benéieios* a muttos
respeitos tem feito ao nesso piis", itfè esforce em
proc.ocar os meios de obviar o progresso de tão gran^
de calamidade , no que seguramente fará um extraor-
4)fdaVí(> leryiço a uma das mais interessantes classes
da njfção portuguesa. E para que parte dos trabalhos
da sQcíèdade , jie, possam fazer com o possível cetihe-
inento de causa , eu oíTereço sertã porção de trigo ,
(que remetto) da» espigas feridas por este terrível in-
secto a ptf^arMor, e taiuL)em alguns d*este» animaes,
para qu^ na presença^ d'ambas< a& coisas » a sociedade
possa reselTcr como inténdttr..
Permítta**me entrelantn» a» Sociedade <||ué tn faça al-
gumas considerações sobre este assampto , que mere-
cerão a<atlenção da me^ma Sociedade; não' só porque
se tracta de remediar os^ males causados a uma plan-
ta , cujos fruelos fazem a pria^eire «nkststencia dos
poTos., mas porque se concorre para beoeSciar os pro-
prietários agricultores , cuja condição é a muitos res-
peitos piura» iameiílar » porque- não tfies - betava que
elles lússem snas ceaças, muitas vezes» cstruídas^pe-
los muitos fsios, mpitas chuvas^ ou» Mia d'enas« pe<^
las inaundações dos rios-, emfim pelas diíFecentes oc-
cosrenaias.<||ue os.tempos produzem, não s4ás cearas^
m^M aos seus. gaicbs , e iafioitas outras, conlngencias
bem sabidas, faltava-lbes aiada o apparecer-lhe um in-
secto d'unM propagação tio prodigiosa , que lhes de-
vora suas cearas, e quasi que lh*a& inutilisa^ como a
muitos tem acontecido.
Tedio lambem (^ue notar á Sociedade ,. que este
insecto antes, dos nltimos. 10 annos^ ,. só era conhe-
cido nas torras chamadasv^^ salgados — e não se
observava nas outras;, hoje porém por toda a parte elr
to apfiaaece » e quecem dizer os lavradoros ,. que ai^
tes da., companhia das lezirids,. quando as pastagens
eram mais. lirres , nuis torreno se agricultada , e por
conseguinte maia gada existia , não appasecia tanta
pulvarinha ii'estes férteis campos, porque decisiva-
mente este- insecto » oa no esladp de ovos oa de tarvt»
erft^mais destruiu ». ou porque se lavravam mais tesr
ras, ou porque maior abundância ie gadoii (^pisa-
vam e- o destfiuiam..
Este insepto segue a& di/férentos phases de todos os
anifnaas. d'?csta. classe ;. pois que em chegando ao se%i
estado pecfeíto». e depoLS.de preencher a toi gerai
dos entes vivos, a propagação d^. espécie ,, as femeas>
'deppsitasn os. ovos que passa m« aa estado, de larva , e-
Gnalmente aom a primavera, e v<erãa passam, oulr»
ives ao estaáo d^animaes perJKeitos* gpc isso p^rtodo^.
outono, e inveroO' passam, ft(*estes doisestAdos, d'ovos>
e de larvas, por aquelles campos: mas logo qi»e ae
cearas teem as espigas em leito, como vulgarmente se*
diz , mna alluviãa d'estes insectos- as. aiaca ^ e-cobre
mnilas d-eUas, do qucv. resulta » que o. trigo, .que
depois, se colhe , íka enf^sado, como a^amostra qAie
semetto , incapaz de fazer bom. pão » porqoe lhe
falto maito.ainydo.,,. e muitA^/ii^».e além é'istonã*
é. ttHiito bom. paM sem«ar ,. peiH|oe. ainda que nasça •
é preciso- empregar o triplo, oMsttais da semente» e
além'4-isto« à$ máu$ fmcí9ê nã^ jMdsm- flfparfecr botia
vegeiaesK. •
: %es são os flatos pzinmpacs de que» eo-posso« dait
ooiUa:>a essa Sociedade. Reconheço que são insiilficiei^
tea» mas-, a Sociedade oem a. sua ikliístrftçio., poderá
dQ<;idir».«B.seré preciso entrar* em noaaa investigares»
pa^ .(^m.,mf)i9 perfeito oenbe€MenV> ^^ Musa , pro-
por: os meioií^.eMtineçia^d'^^ peaga (1).
4kiaci%.poaém.de»4palisar.W<iMnha proposta» permft-
(1) Emquasto « mun «á nc lambro de doii,. qne e offerè*
eer um premio a quem mai» moiot d^ella apreseoíar aa» iU«
las para lerem queimadas , eu «{aehnar' ym aseo lodaf ae
pastãfcm.
■.* w
REVISTil. UNIVERSAL. LISBÓKfilVSlEt
4or
t»«me a aociedade , que ««.ite.^fa fi atleoçâo para <
Uma importante questão d 'agronomia , e talvea será a
primeira para resoUer, no presente assumpto^ e é# ««
uíús ãnimm»ê $€m a Muaa <to destruiçà» dfít eet9aui oh
ae ^ka «ão d e^eil» do «itoifo mtntoto do w^eM^ fu$
chame aquêUes animttBê a natriPen^êe de ànu meeoij
oStíB^aâm, Ora é bem verdade qoe oá vegotaes teem
maites inimigos que concorrem para a suadestcuiçio»
tirados de muitas das classes >soologicas , em que os
insectos não pouco figuram , eialvex o homem seja o
seu maior destruidor; no emtanto é também vmfaeto,
que os vegetaes sio eoicf vivos , e por isso sngeitos a .
pefder a saiide, e fe mesma vida, e a algsos vege-
laes ha a qucoí ae julgam .muito nociva certa classe d'a-
nimaes, e depois se viu, que o mal não era porei*
les motivado ; o mal eslava tio mesmo vegetal , tal é
a nossa offVtféra, « » fua ferrugem: juigav»4e em ou-
tro tempo , e o asseveravam os escriptores d^econo-
mia riH-al ^ tanto ndcioBaes como estrangeire» , que
«sta era Mha do Coeeus Oli& ; mas o Sr. Dr- Soares
Barhoui' demonstrou evidentemente , . que a oliveira
adoecia, e que n'e«te estado os seus suecos eram mui-
to apetecidos , c serviam d'alimento áquelle insectjo.
Vio sei á ittfln^ntia que est« fticto , « oatros mui-
tos , qoe poder-ia^ referir anfalogos a este , poderá
ier , para a quest&o , de que tractaiáos , mas assim
como ha insectos destruidores das arvores ifructifie^
ras ,. das hortas , dos cereaes el«. , etc. , lambem é
fyreciso ixar bem a fdéa de <;fee os vegetaes teem mo^
lestias esporádica», >eiid«iiitcaf e epItfeMJtfoa; para que
«m questões* d^e^a ordem , n^s possamos bem averi-
jguar os ifaolos, e colher as devidas observações^ parb
liem se resoWer esta ^estioi. é quea 8njc4io à illus-
trarão áã Sociedade Fhavmaceattca Lusitana.
Deus guarde a V. S/ — Albahdra 8 de março de
if84i* — lllm/' Srs. Presidente e mais Membros da
l^eciedade Pharmacetoiica Cusítana.
O Socte
•fcpsoro Jcaqâim de Sousa Ferewa^ -
, umnm
COMMEMORAÇpES.
11 DB ABBIL* DB 156fi. .
S82i l^fi. Thomé de Jésfus., frade gradatie, atom-
panhoii a desastrada expedicçfto d^Afriea ^ e foi um
dos captivados pelos moiros e levado p^ra ás Masmor-
ras de Marrocos. Abi escreveu elle Émá exòellente
obra , tio rica de llngoa^èm como de doélrtna , «Se
«httstã • scnao christianhÉfima , 'e que bM pede ser
iiavida pêlo nosso £tr/edkri .4)yif^ ,• que tamanha nt^
meeda grangeeu a M. Bargembnt. tpo^lheê áe Jeius, se
'intkuia, dequeno reíeo sé bad «Irado vartab iedíçêés;
e os eéíranhos a l^m traduzido,- com- anirítos' louvores.
O lèr -corto aqucHe pathetiò» 'esetíiMè'ÍíH'Yeito,*se-
^gnndo o próprio atíttor eonfe«sa , •é-citòa-de espantar
^ enteHnectír. * * • • .: . .
' Para amostra, ^lísta este passe que vêm em irota ao
trab. 48; --i<í€ompòí-o u«"dia . «arregade de íerros ,
preso cm uma casa tao escura ; qiiie para o escrever
Dao teve mais hiz , que a qecthe eniravapor' gretas
4a peri« ,; dci- fri/ssura ét wia poMa- ét galHubi. ai
Tiiiha feito, vote . de.- na^. d^ia^nj^ar nentii|m. áfif
capliVQS qAie ja^aip cpin eiie a.q mesmo cárcere , . e
assim e otimpriu berotcan^ente,^ cpjeilando todas as
ofTertas ée resgate feitas pêlos seu^s paret^s.
. SuccumbíM n^ste dia , com aós claaoeota anim
<1Ã edade , e quatro de capiiveiro. ....
A, éK Súífa Tuííiõ.,
o,wwMB,nQ VAs nJLofi i>o yxizJlo....
vu.
' Bfgor. — Pôde haver rnnior pirâca Wer-
• -gQiflia! AjiMtándo-se eitao: ella pregai
me certamente. Oh! selai ^, , qiie coaie
oAet damoAdes., me eelaea atrataathaodo
o curaç^; eu estou feito úin arenque de
fumo; eu faio a enbaVaçar este damno,
usando da minha jurisdicçíó. (Quem mU
•Aí? .. i-
Teai.Cam.Vifffugttez.^^OtBmmtei
* .^ 4i àlmrliwk Aplú i.\ woen*.^^.''. •• r
MÃO POB Mie. '
ãfSSâ Wx(íúEiXk rfifatrsta madrugada, em que pas-
sou a ensanguentada scena , de que fatiei no terceiro
capitulo, fogo que t) namorado Femanâe (bi àÉrejado
ú corretite do riacho, e que I>. Anna e IK-Heféna fe*
ram condustdás pelo capeHie aos seos' aposentos •
aquella, sossobrada de frágoas, ésta> com os sentidos
aftettados,' todos os trríados e moços da casa, quê ha-
viam tomado"paite n'a(fue1te drama Tatal; forahi con-
vocados ao sótam do seu.maíora/; Rodrigues , qoe de-
pois de assentado n'uma caãdra debra^s edè^ haver
dado qitatro murros alentados $obr6 a^jwpelatra tlepaii
preto, em que tinha , a bom recado, es tUuhs mais *
valiosos da Lobtírià, limpou as góVtas 'de^uor, ^foe
pela enrugada testa lhe escorriam, e olhando para os
seus humildes súbditos eoiír' a fetoe íc^tadura de- dma
loba da Bohemia, ergueu-se e pronunciou estas pala»
irres á*um tom sacedido e impcribse. "
'—O prím(^iro'de vòbc/s ,» . . e vejatti lá se lomarii
-bem sentido no que drgo , -^ acrescentou élte èom Uflà
nioviírieftto de- cabeça àtóeaçâdor -*o^ primeiro -de ^
bcés todos,, que me abriu bócca ácercâ. do qucseaqill
•passou esta noite. .*.". ^'"inlenderit*-rae? o'''que mebo*
^uejahr em simiihánte ccrtsa , tibri-o 'ôfé meio a ma9e'v
coià aquella espada 'de m^u' defunétò amé , (pfe l9eah
haja V j Qra pois", bito tapado!' e fitidar ! ! - • '
Os criados ^afratn • 'fózendo-lhe uma éorf^ria, in^
«finados, como. és<iravo8« ha presença de seu sèBlitrrt
e Rodrigues aprestou-se, ttiandou ttodtftf a liteira'; e
sellar as caVaigadUras , -e -^eh ordèib a (|«ie se^poBOf-
se à caminho a cavalgada , que , «alfavesAov iiNrsse
mesmo diá ^do meio de Seiapái^^^t ednifránÉfdto e^
panto de toda a gente d^hquellas ribeira^.
O^a a Cíltiiilia da Lobária fdardou rellgiesamcnte'^
segredei Uu fdsse porque 1he'«fofa a heara e repita-
çfo da nebre menítta, qlie fante egnide e tã# boa ca*' a
ra tn^'tra<va sempre a todes, eh .^^^tfat, de>lfertb
é toais para acreditar --^ c^ib receio deqae oSr. LMh>
tenço Rodrigues , cfue hio erh pvra gra^a , euHf|vris*
•se í rièéa.o jarcMiento , qtre Hiero. :• ' ' j- i^
Ninguém fallou quais n'aquella aventura; a ti&9~se-
rem lá os de caza unscom òa eêtrosf,'-^e-KlSD nroito
baixinho V — èkiranle aquelUe pedji^ro « iit^e fof (ítfrar
ededo á hotictk de Seitas , ^âé soubera lude p^kqpé
Wò disse , "em* eotalldetrefa ;'acõsinheÍT4 , coâai queaa
^«idWa ^ ItivoricM, e-de qutm se iei despedlti.aiiUt
408
REVISTA UPÍIVRllSAC LISBONENSE.
dt siiâ partida p«rá a cidade de Fortó , onda fa tra-
balhar , ú jornal , n^uiiias obras , -^que 6 cMtou aa
pratieante, o qual o nâo repetiu . aania » Silvestre
a seas Oihos, porque se csquecea logo cIMsaé* no meio
tte seus eslndos e experiências , ningoeM fallou mais
n'aquella aventura, e o antigo e formiosi)' Wor da ikH
haria-, cotho corrido da offensa que ao seu brasão se
lhe flaera , cobriu-se de Iticto e de nâjo, mais tris-
te do qne uma égrejâ do nosso Portogal vis9M, guan-
do estava de trintairo eerraào.
,.' Já á^%c dfaa tinham decorrido» e nem uma só no-
Ta chegara ainda de D. Helena , nem dx> seu acom»
fanhamento.
' * D. Anna , — ; coitadinha ! — cortava a coração vèl-a ;
chorava desde péla manha até i noite ; e de noite não
lograva sequer passar pelo somno. Passeava lastimando-
se pelas noas e abobadadas sallas, vazias de tudo o
iquo^lla mais eatr^meciat yazias da malograda filha,
que assim quizera pisar aoa pés o futura gloriosa»
que se lhe preparava.
Conhecia , *« bem conhecia » é verdade i ««- que a ac-
ção, que ella praticara fora negra e vergonhosa r ; M-
lar a jam homem de noite ! . . . Jesus l nem pensar em
Ião feio crine l m^s o amor de mãe, vinha-lhe adejar
com as azas cândidas por entre os^eus mais lôbregos
pensamentos , vinha roçar-Ihe pelos ouvifios , vinha
teler-rlhe de leve ás pbrtas do cotação , faaeodo*Ihe
retumbar lá no mais fundo do seu âmago ama palavra
jão oóu ,-^0 piBrdão,
£ muita diiscgava ell^ pei:doar-Ihe; muito p^ia
aos sanctos da $iia devoção , que lhe inspirassem um
* .modo de po^er, s^ir«se de tal apppta; ^m^s como? co-
mo havia de-^er t ^« Rodrigues?. . ^e seu feitor, q^^de-
íitrmimárQ o cantrario ? . . • i Tudo estava perdido ; tudo !
I Eslranba lucta era, a que se travara no peito da
jtobre jpiãe \ -
Era ao cair d.a& trétfis ; sósínha , desajudada , aem'
^ma consolação , que a alimentasse » e vendo-se co-
m^ já sem recurso n'este mundo miserável , intendeu
M desventuradii D. Anna , que só lhe restava um an-
ililio»-ra oração.
. RejBÍolbida no cdro da aoa capella, ás escuraa,
que apienas em. escasso lampejo do orepuscojo se en-
|l:a^|iAVâ^» .11 coslo, pela esguia e baça vidraça da
ífresta , — prosj^^ada , com o rpsto por terra.» soltava:,
^ ftifsp^gosv .|imaa;Voxes entrecortada^ de suspiros, e
qfielaaa «mui sentidas » vozes tão nascidas d' alma »
que- MO po4ÍA deioiar de ouvil-as o Eedemptor dos
Im^us lá M liep.thrqnp de misericórdia:
— Meu lieuss* --^soluçava ella — meu senhor ! • •
4porvmo 'me rfl^bfstes.a minha Qlha?. . . como consen-
tistes em tal pescada 7. .,, meu ./senhor Jesus Chris-
10. . . • ob ! restituÍHn>., • • só vos peço que m^a res-
liUM«A. ". • .pe^dpae-ll^, perdoaorlbe a sq» culpa
^ãbil !ros»J)e^a.dofi^u, pelo fél e viqag^^» que vó^
dRraii>«;. pela>^ssa oruz^ e.... 4quem ó?.^quem v^ni
sè4T*iratalhou« ella de repente, att^ni^ado n'um
j/qUÍq^ que. i^ira davagficinbo i^ porta .do çóro.» t
que se vinha approximando lentamente, — ^vem é?-^
.'^nrSou eu»'-^..
• TTr ( <ih ! éa tu •. Margarida l —
. B^^era eUa , era a velha Margarida , que vendo
au^ iufeUx aenhora n'aquelle estado , cbegou-se a el-
te 91 à abraçou^, i Oh l e moi suffve- abiaço foi esse ,
§9Í$ qtte suaa akôas se intederan^ n^^aqHella mudes
salemne : compreen^cram-^ae , o coofandidat se' praiu
tearam*
-^6ra potientãa, minha rica senliora,-^dtss« a
boa e virtuosa da. criada ^^isaa não t assim. Não ao
esteja a aflUgir por tal forma. ^. .« ^quer malar^êe?. ••
^qiier raatar-ae por sua» próprias mãos?-*-
A viuva de Bartboluaaeu da Cunba , pergonUnHllie
passado um breve espado:
• — *; E que é o que tu aíe queriaftS-^
* --*' Vinha dar-lhe parte. ... —
•^^fteqiié?-*
-^ Oe que está lá fora um bomeoi. . . . «^
•*— £ d^ottdc vem ellet-^ acudiu vivamente D. An-
ua» ponáa-se a pó de líra aalt«K como tocada da elec-*
tricidade.
ir^ Eu não sei , minha senhora » mas díi elle que
muito carece de lhe fallar , e que lhe ha^o faltar já
e já • por ibrça. -«-
— Ah! Deus queira que me traga novas, que mt
deerar algom alivio— reflectiu comsiga mesma a amar-
gurada» senhora, e endereçando-se para a sala dos da^
nmtcoê , ordenou á eriada que o fizesse entrar para
alli sem demora. -
Talvez, que os meus leitores se persuadam qne o
pobro pescador loòorão dos mu^efis, — porque estou
certíssimo que lhes não ha-de ficar , nem a mais li^
geira duvida 4e que não era outm o desconhecido »
que se 'afoitava a procurar a taes deshoraa a senhá»rn
da Zoàarui,— -talvez pensem que elle se acanharia
au vér-se assim introdusido n'uma casa , coom» nunca
vira outra em sua vida , n'uma casa tão garrida e
bem arntada • como estava a egrej» de S.. Pedro do
Seixaê., no dia em que a visitou ^o seu aommfndodor »
o conde.de -S. Vioente^.^ .. poia., meus senhorea, de-^
Claro-lhes qiie se tal cuidaram . Aaeram muito, injus^
to conceito do bnoso e leal iobarãê^das wwgeiu . qu*
entrou por alli dentro tão fresco e desassombrado »
quanto estava tranquilla a sua consciência. Dirigiu*
se. para a mãe de D* Helena , sem fazer cabedal da
que o rodeava , e cortejou-a tosca , mas afiavelmea*
te.
— Tenha vossa aóiboria muito boas noites. —
— As mesmas tenha, Irmão. — Correspondeu D. An-^
na , que, coma já dissemos algures, era charrtativa
a valer ; e quando não vinha a pèllo a pur^sa da sua
genealogis , aecreditava piamente que todos nós so-
mos- filhos de Adão e £va«
— l Então ^ue. o traz a pracurar-me ?
— Eu .... '— resmungou elle , e caLoo-<se , lançan-»
do uma vista de desconfiança para 3Iargarida , que
intromettida e curio94^,-^ claro «está que o havia de
sejr,-— tinha aproveitado a occasião de o acompanbaV,
para ver ae podia aventar . o singular motiva ,. que a
alli conduzia. D. Anoa , qne compreendera a receia
de Joèorão, fei signal á eriada que se retirasse, —
que saíu.leviida da trúpía e perra, como. uma gata
aaaanhada ••r-e iaiterrogou de novelo maucebu: .
« — Já eitamof . sós .* i que t^ns a dizec-me ?
^-rp qne eu tenho a dizer-lbe., Sr." Fidalga, —
principiou finalmente o rapaz , estudando a m^eir*
mais eloquente- e cortesã de se expressar, — e que eu
tenbp A diser-lbe , . . . é uma coisa, qòe não ó para . * •
emfim , ó uma •coisa muito séria.
— Avie-so, bomaai, avte-se. .
T^£u voUtf miuba, Senhora. Ora tonye Y. S.* afuti*
r=*
EEY ISrrA; : lUNIYJCBSAli ■. liiaBOJffEllSE.
$09
^9 :. /d4>.Mrte q^e -ett • «mU) páB > ^ . . m^i , ;#oaM)s. uns
probes de Cbrísto« qoe vivemos n*uina ca.^iu <«kft^
];at,.da.^fi pesctípcyft com as iio«s»« vedinbafl».^. e
vae, faça V. S/ de conta ^ qu» «194 •«oUe»««»h»*<|a|
haver . . . espere , deixe-me ei scisipa? n'ist^ :tba:^de
^ler..., . qiiaUo t. qiut»)'OÍW>« cooi: nais-..^. ah!
sim : ha-de fazer . ao certo , trese. noites , que
— i ; Treze noites ! ! *--QâAUsfaMi.D« ÀiMíia« cqmo Dil-
minada de uma recorda çãa dokMrsisa -r- fii iMienniLesI !
^e quem é você? • .,
— JSkoi ^uamji disse a V. 3** • lov ub» peMisadir ,
que trajcio da minha vida , • que {^t^eando^ ia^oj
V pfrtu. di) regalo, que corre li para. o no « n'uma
QoÍLe . . . . e pi^r si|$nal que {Mia faci)ro » f^emft um
pcégo I — fui a tirar a rade«. e <to|N(i • . * . topei ... ,..;.
, — ^Coia o què?
— Com um.bomeiVi.
. — è ii ^^ ^^ h^mam ? J ->-«t accJéiii fila, pilí da cqmo
pma cíc^ra^ . ^
— Com um homem todo asfo^ron^ sangue^ e char
gado coam- a marlla S* Sabastião. E estes belJ^s fei-
tios, Fidajga,, fizerain-lhe oa arriados de Y. &/^
porque eile era .... .
— Cale-se., cale-se^ pelaa aU^aa da sqa obriga^ãa»;
Pedro. íingindo não ter ouvido» proseguíii aom voa
VoaisOrme:
— Forque elle era o amante, da mvgada'.4'aa(4
, — Jes^usiT-axcIamon alia» lyieaUmda aa mios.Ba
cabeia.
Houve , um instapte d0> calada^ prpfiiiic|> % W^ qne
ambos estavam irpmoveis , em frente um do oaiK%»»
convQ as .eslaiuas.da doia roajMolawa (ia* maamcme^.
O pescador tentoif. enlâe qambater a ^nimo darofr^
g^u^hqsa senhora peia parte . que mais. lha p^feeau |er
pugna vel; e á|>flandando o seu tom dt^. repxeepst«
amarga , começi^ii a pedir-lhe e a pondetar-Uia qaok
juuila brandura: ; ,, . . ..
— ^E V. S.* h/irde asHiatfiuarer 4w caboi deauajGk
Iba, minha Senhora? de,suafilhauoica?... , ..^ah,!.fe-^
lo amor de Deus, peLis dores, da Vírgesm-^nciisai-
91a q^f não^/aça. ta4. £ além da qiiéi. aquellç maci-
nho é. buurado e capatE. como.se quac; já.agmKi fi/s^
t£in remédio , . v . vamos ..... catera cpn^ elle»
.. — ^ i.Caial-a.çciín eU^ ? » -^ ces§ondett.lK. Alwa^KCilT;
jo orgulho ariitocralico estava a tractp%» áe meai^
tempo (|ue cm^aua alma 4an^ çaUaade nt^i^ameale as
razões do advogado de Fernando. — ^^;Cazal-a.cpmeJ4e? !
. — Sim, Senhora ; e saiba V. S.* que eUeáfid^o» •> •
— iiE' fidalgo!! .. ... '.
-r-Xã» fidfilgo- como fua filha.
tfm sorriso de incredulidade volteou pelos lábios
da viuva da Lobarià , qjie. .depois de reflexionar aU
guna BiHHUea» sen-^olveu.' emta it tadi8 ^«i«if «fi-
car tudo á dita da sua Heleiia\
,. -^^E qnde está. esse ^o«í^emJ.r^pergw»>u ifM a
JjuiHirão. *' ^ . i,p. . .-M
. . -^ Em nossa ca^a^ Senbnrati,-*- Ibe^tonaffi 'afta*. ->^
a ac' V. S.* quer..M. . ♦ , .
. Um coníuao tropear da caisaUos é gaitaa ideifeutim
▼eíp CQEtar estai pratica tia intenesaant^t. e UmeafO'
ÀcKlrjgJueSi, que acahavA de chegar ça» e<|^adlre.Bfe^*«
iiardi>,„e com os criadoí* franxiu a reposteiro da por-
ta, dasala» e sem cumpirimentar a i^ua. ama •' vakeu
para Q^d^êcwlffciêf^ um,oIbas Al JMy ^lk^Mk*. . .:
.P,rAw»â aievaiAoa^ia áa sua cadeí»a estafada , -e
an^lamotiLi-. ,»..,,.. >
— Rodrigues ! — Poréib como^visse que etla ae can^
servava mudo e quedo, e intendesM» eaMmaiHtf o
motiva^'.aqoalbt> •fi'o^e4to«ntci» «oliou^aa pva .a pes-
cador, e pediu-lhe com a eertezia ,) de que éenâpra
i»sava-» ,qiie iaeskr o lavor da .retiviissa , emquMito
eUa dav* duaa palat ms ao je« eéâuéntm*
Joftorãa tambèn ibe qaii «ostrar^quet sa#ia haree^
9e coai.itrkMmichHleb. Saiu preofplpiBaote , mm re^
cwimeniaoda-llui qiaa ae nm eafoeMpsa da reapastâ*
Rodrigues íicou só com ella ; approximoa-^senialsal^
gnns fnaaoi., a linitov^a d «irttj«l-*a mu» lticoitfca<*
mente. Quem sabe? talvei para lhe kifôr respeito*
E imponba^^lh 'O , jcasa adwhmvél!' a tattfa, c^ue-D.
Apaa:eMalbia-*seaa aaa presaaça, eoiao fée perabte
orj^ia, que .vae. cpnduimi-^.. <*
T^^ Eqtiia,. .oooM^ Hoos.... miuba filha t«^4MMo«
aUa de iha:4>etg4mtanj
— Bóa — volveu Rodrigues sècetfmêiilie. • •
' '^^B minha canhada?-^ "
•.rr^Xam|)e^. Has «aniosi a aiilier •» sanliora ; qtaa
diabo de estafermo é este , eoHtf que «U v4mp dor igfi»
ra aqui ? ; que-négocsia» teor voo» sealiovia étm ette?
i»dac*)#4a- ead» ^ua. lenhamos feitbr «oao ?> se aiUitt é,
ea4aa.-«<.i»* -r-»» ■ ••
- £#U. forte e pmeo^fmirkÊmàáèt MmféUhçí^ im 0^.
lan lia iacesdapasilaMi* e aapiwda- sembona t x|ae
desatou i tremer, como-varaa faMas% O hábil' • wh
nhoae «ried<^ aadscgula camfiletanieaie o* f eo i^téito
por este meio, pois que as phrasesde mtaHh» dat«a»Á
^mat. e Imém^ iinla'4he'ftf.ri9iaiidê- Kai ita»r por Hm
tía»^ peia. asanlada D« - Aaha ,' ^ae • bãm firaaatvni
desoaferirhlbe noa aHMs: am vialmbrai^de beDeaHen<4
çia.« para lhe eeiifiapas auaa Mgaasii e p^dKMIte IH
04000. para «t reoMdiar a< tadt> d custo-, «Mt ello; ; . ^'
alio .:. . . sin. ...utnAa lhe dlafat^ipdsto, ivMrf lOeiOltf
pireeia attend|èl»4v r pov estia «omia teilo embeiílM
H -Mn^prayecto^ qnpi l^açaaa # jcoaeeeiiaa^i • -* ^
Ella esperou, tomou a esperar mas nada:ae0
paUvfOtf :Lral{ron-»aèE aatte* d^nqunlltf nàittf dirmCo
adagio de Bento Pereira , que quêm tala , òtmiM^p
offerecaoi a. Deiss ^no-aaiii eova^fio o* túrtlíeMe»^ .sacrífi-
cio , a que se votava , encheu-se de ániaM»- a^ de re-
solução e disse-llâe pasittíeaoMffitc :
>^BiedfâgMa , a4 catow da^idiíia : miMia Mia «kU
deaacradilaéa t • rapaov, ctnifta-me que é ndAwt. . -^
.T-*n;0!fafi8a11L- . . ^pots elle eftcapotf t. . ;«. -^aco^
IM Bodf igttea», anaocaado^s^ i* eor ptoMeMtlcV
flMdit^^. : t*
— Escapou.-^ : *
..'^{|i'ertMollott>:i<^ • .
— Sim; elle. — • ^
•^iBr «onM saèevoaia) seiftwfiíf, . -^
...T— Sei 1.,.. .qoli évivo^-^ ' ' '
r r-riffiaoDée péra9
-. r^iAonda 9L,^ ^ eu OOa» ò>m»^- peseiOlNr , ^ itH
está dentro. —
— íTresantos milheirorde diaM ! -^ fifagíyoir o
attovida fsUw"^ anrepoilando aè batftas', e 'estop{iitan«
((o.aoabeAlflira. • . : . ^.
D. Am» aiQiri04a de lodti o s«« Vaflfr par^a' ^iV^
servariaisai» dignidades, é Ibi porãlittlè M snaidjia:
- .*i)-£»tLi...«..d.iioh«ei: laoti^-eMltf 'BI Héleôa da
Cunha. ... isso » í mal peccado ! maa askior ooaioaa^
34 o
410
REVISTA UNIVERSAL LiaBONENSfi.
sim , por credito, e ali mesmo em contcienoia. . . .
O mal está feito , e está : é preciso pór-lhe um o4»
bro » e emfim. . . • -—
-«iEnullm oqaè?.
. — \ Emfim. . . . foa ca8alH>s , Rodrigues. -^
—^ Agora essa !....—
. Ficaram outra vei ambos mergulhados n'um pro*
longado silencio. O escudeiro olhava de quando em
<|oando para o floreado tecto da sala , é calculava ,
« ordenava o seu plano, que com aquella inesperada
declamação ia porventura tomar um aspecto total-
mente diverso.
D. Anna já cançada de aguardar» fallou^lhe com
muito bom modo:
. — *^Entio que dis você. . . . que me dix? -^ •
Rodrigues fiei dois \neneios de cabeça ; mordeu os
beiços distraidamente^, desceu, para infundir> res»
peito, uma viseira de* arrogância pelorosto, que era
feio , como um bode, e deu começo á sua jMxrienda
polo theor . seguinte :
— y» S/ sabe muito bem que a sorte d'este nobre
aol«r. ^«. e.a sua própria sorte» Fidalga» as tenho
ctt aquf fechadas n'esta mão..-—
* <— ; i A minha sorte , Rodrigues ! ! *^
— - È como Ui'e digo ; e qoisera eu i os UMos do
, suas demandas , as instituições de seus vinculas e ca^
pelloê estio fechadas á chave por mim;* e essa cha-
ve... . . lenho-a aqui na minha algibeira , e ninguém
será capas de m'a arrebatar.
A malfadada senhora encolhea tristemente os bom-
bros, suspirotf.
. *• Vossa senhpria bem sabe , «— oentintieu elle —
como seu marido —o fidalgo —-me tractava : encarre-
gou-me o governo d''esta casa á hora da sua m^irte • ê
pdr isso tudp o que agora se fiíer , ha^de ser queren-'
do. eu , senão. . . • E veremos , • veremos. .... mes
. t^mos.aconciuir com isto» senhora: ninguém nos
ouve; estamos sós: e por conseguinte posso affiançar*
lhe que o casamento « que me propõem » 9á se fará
' — éO^ ^ mister qne eu sacrifique para isso, Ro-
, brigues? .
— Pódor^se tudo arranjar com uma condição*
. — iftual?-^
— Èuma condição, que eu cá sú.-^
, B. Anua 4c6lembrou-se então de que era nata de
nma apafaia., apenas se èecordqu . que era mãe ; e
leve a baixésa , teve a. . ^ , . .*- não séí que lhe ei-de
«hamar— ^de se lançar de roja am- pés do escudeiro »
pedindo-lhe, por quanto havia , que annuisse, «que
consentisse :
— Diga , Rodrigues, diga o que' pertende de mim:
lille , acabe ■ . '
— Pois n'ttma palavra, senhora *-t*> ]he>tornou e)Ie
alevantando-a — a condição « que de, vossa senhoria
exijo, é, que em paga do meo ooqsentimenla, eu
4ejs desde bqje. ..v.»« O senhor. verdadeito" da Lo-
haria.
r. -r-^E não o ^ voeé.já?.~
— V. S/ jaao me intende , on finge que m» não
intende. D. Helena casará lá com o seu amado,
ae sua mãe Ih Anna de Amorim oasetoomigo.
. — \i Casar oomsigo ? ! -^ bradou ella vecuando.
. — $ mão pqrmâor-lhe respondeulriamente o am-
hk^ÍQ9Q ftifor. .!-.,.. «
>.- Jesus, Senhor! -—considerou a illustre vinva
borrorisada.
— Mão , por mão. — repetia elle com toda a sua
fieugma — - se quer assim. ...
— Pois quero., quero.
O amor de mie venceu e postergou tudo n'aqaello
coração de poihba.
— Minha filha será esposa de .
-«Mão por mão , e estamos .arranjados.
— Sim — balbuciou D. Anna.
Rodrigues, do bolso o sen tinteiro de farfaru^tt tor*
neado , e apresentou-lfae um papel , e penna :
— Eu nik> me contento só com palavríadbs ; quero
documentos: para o nosso contracto sert^úio, ha-de
V. S.* assignar aqui.'— e indicava-lhe o lugar #
gar , em que devia assellar com seu nome tão vilã o
asquerosa mancha na sua arrore de gerado.
Logo que ella acabou de assignar , com tal desac^
córdo , que nem atinava com o que escrevia , cahio
assomtu'ada sobre a cadeira.,
O criado féi-lhe uma vénia de reconhecimento,
acompanhada de uma alegria triomphante e insulta*
dôra , e acercando-se da porta, porque o pescador
havia sabido , chamou-o , e introduziu"^ , de bovo ,
á presença da sua desposada,
— ^Ea resposta, minha senhora? — lhe peguntou
Pedro, mal entrou na salla.
— A resposta?. . ... eu ]h'a dou. — Disse D.' An»
na, expedindo a Rodrigues papel e tinta, escreveu
duas letlras n'uma carta, que fechou., e entregou ao
mOÇo de Seixas , acrescentando com uma* vós enfra-
quecida:
— Tome ; ahi tem ; vae servindo : o seu amigo. . •
luhde ser , em breve , mea genro.
Tubtt/tSo das mugens cafu dè joelhos , agra^ecendb-
lhe e beijando-lhe as mãos , todo banhado de pra«
ser. Ella engolia os soluços ,' é arquejava de opprt*
mida ; e Rodrigues immovei , e com os bra*
ços erusados , sorria-ee horrível e sardohicamente.
Era um irianguio de contraposições ; um grupo d$-
gno de um drama de Victof-Hágo.
Pedro alevantou-se , pouco depois » e foi fevar a
Fernando a felKnova. Eoe^^iMietro, despedindo^e da
sua noiva , baixou ao pateo , e cavalgou n'ama daSL
molas da parelha , que ainda estava suada , e cança-
da do caminho.
i Aonde iria elle, assim de noite, e com tal açoda-^
mento!. .. .
^ Aonde iria?
Ninguém o soube.
À. Peteirm da- Cunha.
(Contiiiíuar*se^a.)
AimSA SOB&S A.mWkAÇÃÚ 90 €&ifivJLa.
(Caria,)
âtiSS lux.* 8a. — Emquanto eu nãosoobe, quee^
era o auctor dos três artigos anonymos, (ajque-appare^
ceram na ReviAa l^uivefsé^, contra o que eu gobli»
cara sobre a Oração do Ghristão; pedia a minha hon-
ra , que en os qualificasse aos olhos do Publico pelo
que elles eram no tribunal da minha consciência,
onde , á vista de tão graves aecnsações*. eu me apre*
(a) N'uin jornal,- cujo principal redactor se iiO"
méa e assignai nada ba anonyno« Ai ÍMtaefãa^^ - «
REVlSíTA KÍíIVfiRSAL LISBONENSE.
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fMltef eomò réo: e* «éKfoiHndo a cmitícçío de qoe
nos primefros eíneo csphulos omeu Mcusndor íecorn
tradizia , reeonheeendo a catholtcidade na' doctrina
qoe n'el1es tachara de errónea : e gne , qnanto aos
outros cinco moostraosos erros , nio-só nio existiam
Do meo artigo; nem d'elle se podiam dedaetr, mas
até o men censor nio tinha podido indicar, d'onde
6u como d'a)li os linha deduzido; concluí, que o com-
plexo d'aquelles artigos constituía o que os Juriscon-
sultos chamam libello famoso , porque o sen natural
«ffeito é denegrir a reputação da pessoa a quem taes
factos ou dictos se attriboem. E come aqnelle libello
vinha redigido com tal arte que , apesar de se nio
citar passagem alguAa do i$^h artigo para aquelles
capítulos , os leitores deviam presuppdr que alies
eram d'alli extrabidos ; e que , á rista dos subidos
elogios que se dutam é intelligencia do auctor , era
finpossivei que tio. enormes erros nio fossem por elle
escriptos com plena scienchi e consciência; dei iquel-
le refalsado nl^odo de argumentar o nome » que Ibe
cabia/ de libello desleal e calomnioso.
' Mas hoje que V.' se declara como auctor d'aqne1-
les artigos, o alto cònceité que eu faço do seu honra-
tado caracter , me leva' a retractar, com summa sa->
risfacçio, aqnelle meu juizo; e nio hesito em' âccre-
ditar, que aquella acerba critica M effèíto de uma
istal , e , para mim , inexplicável illnsio de V.
' Mas, depois de assim fazer justiça ás intenções',
com que folgo de accredilár, qoe V. andou a nien
respeito ; peço licença para repellir a maneira cotno
V. corresponde á minha jnsta requisiçlo , dirigida
â quem quer qoe fosse o auctor d'aqoelles artigos ,
para que me apontasse as passagens, phrases e pala-^
Trás . d 'onde el?e deduzira as chico uTtlmas Ímpias e
àbfurdvf doctrínas que , sem cítaçio alguma do mèu
ártígtf , elle me attribnía; pois que a demoiístraçao
úa boa doctrina opposta fazia o assumpto detresquar-
CiS partes d^aquella Memoria intitulada refutàçio do
meu artigo. (*) '
V. emvez de annuir a um tio justo* pedido, re-
qninta na escolha dos termos infaraatorios , asseve-
rando qoe no meti artigo se acham todos os sophismas
dos chamados espíritos fortes e que puUulaik logieamcn^
te nos theologieos aphorismos de que o ãicto meu artigo
Sê comfSe: e com hyperbolicà exaggeração affirma que
MUè a parte sà do Pubtieo , tem tomado parte n'esta
questão ;' e que a todos pareceram aquellet e^os eonse^
queneia da minha doctrina.
l Onde' , quando , e porque meios consultou ▼: ii
parte si do publico? ;Como lhe constou o unanime
Juíso que V. tio decididamente assevera que todos
fizeram do qoe V. mesmo não atina com passagem
alguma ,' que possa citar, nem mesmo, com o princi-
pio d'onde visse pullnlar um só d'aquelle8 absurdos;
que lhe aprouve imputar-me?
^Mas como corresponde T. tf minha justa requisi-
çlo de me apontar precisamente as passagens , pbra-
{•) 'Paieúdó é«le pedido ao meu docto eéntor^ l^nrbrei
lhe ser tese o dever dos honèis de beu. V. toteadlra (alo
sei poiqué) qoe eu queria eem isês ífieer qfie eile. ew^ hemem
4* Mf9 Ai|M (iUv. Uaiv. B.* 38, ppg, 387, not» it). Petúòa^
«« V. ; bem loage de eu dirigir ao meu docto adverMrio-
uma tal iojuria , dava-lhe a up^iUi r otre o partido dos homon»
rfe bem àemonttrando a Justiça éas svuè aeeuiõçSe» tãe clara
êémm a luzéa iMi; oa o ^coadraria, reeii«UKl<Hia ft ítsBá^. .
ses e palavras, 4'ottâe vlssèpirilalSp a^ettes últimos
difl^ erros t Bis^aqni a resposta de Y.
1.* CcncMmioc respondendo a esta formai e perem*
pteria eiUiçâa cem outra cétaçio eguaimeniê formal #
egualmmUe peromptaria ; a saber: Que eo declare, ««
ainda Mendo, que orar é synonymo de adorar : rimm^
IMO. (Rev. Univ. n."" 82 . pag. S88 $. Conclusão.) '
Deixando ao poblico avaliar este modo de respoa*'
der á minha reqnisiçio, a seu tempo satisftiroi aeilo
des^ de V.
â/ Achámos eaetrmordinmia quê se nos que^ Ifi»'
rifforoemntnte penhcmr por uma decida que não oonfsi»»
hemos. (Hev* Univ. n.' 32; pag. S86, not. 17.)
KsU resposta eqoival a dizer: Eutámeníe me ii¥-
cumbi de diffamar; hum uõê contrêM a obrigação éA
apresentar asprooasdas artigos da diffumapào. (b) •
Deixo lambem ao poblieo o cuidado de qoaliOeat^
esU resposta ; e «bstenb^me de fiíser a esse 'respeito:
« menor reflaxio.
Deus guarde a Y. Lisboa 1 de abril de 1844. [
De V. '
Att.* Yen.^^e miÉlto obrigado
Silvestre Pinheiro^Ferreiraí
(b) 8^ fix.* sabeferfiitamente — qoe esta expree^
sio 6 tão descabida como igníóbil — ^ Difamar? — Sis-
nds difamámos a S. Ex.* sem toear na soa vida pri^
vada ou publica , sem ntos referirmos á soa* pèsso» sd«
nio para a eloglfrmo»^ sem cltarafos oonversaçio, nem
eerrêspondentia *panicitl«r sna',- mas , simples o onK
camento , raifyrimiiido e réiinprittlado o qoft ê. Bx/
poblloár» com oseu nome no jornHl', OCkrigtktniimot
e eommenlando-o (Qio sabeiiios se be^i se-mal), meé
commentando-o só pelo qoe alli era expresso, ou ^o-»
lo que d'a1lt nos pareda cfeverloticamenie i6ftHr^-ie,
-^ como difamámos ? ! pt c<Nno difamlmos^ós r ! ***4#
díftimaçio honre, o difamirdor vte S. Bx/ foi 8. Bx.^
nosmo , pois qne so' afronta dto lhe dfsermos , — quê
pobKcon o qoe elle nio pede negar qne ^pnbKeon. • ^
•Pedimos a 8. Ex.* qne, por interesse déS'^ensriiu«i
morosos discípulos, nio torne' a auctorisàr coinosê«
óxemplo este desgraçado systemttdeargonrentar. ita>«
soes claras e «bis, como as nés texpusemos resp^to^
samenio, nio se invalidam, nem eott snbtfleias edil^
tinges cbtmérieas, nem, e moito meHos, comlmpnsN»
>perios. A qualquer d'estas' armai 9é recobre quèm}t
desesperou de poder defeinler-«e/ B' ' o. salto dos' ar*
cos das aguas Itorsv na dialéctica.-*- Defloramos qoé
mn> hHendimento )como o dè 8. Et.* '(nio onfíriltvel ;
qne' os nio «ha) mafs tio perspiesa, esteja ofKíreèetHfÂ
sob o inâoxode vma pafxio qoe tisivehnente o alie»
oa« ni» speotaculo tSo pouco digno. — Nio. — Nós niO
dtlHDémos, nom jlmais «ífiimaremos a 8. Ex.^ ou i
quem quer que seja. — TcAioIm) por «tn hottevA prM
íondo e dê -eonliètittiefifos vastos : *^con(ldssAmo4-o;^, o
folgamos éeesnfessal-o,-*-* mas nio ereapKis na sua Inéi
rancia. P*rso«dfmo-oos qoe pôde errar , e qoe erra
até' na sc4encia de soa partionlar appHeaçio . qbanto
mais nas que lhe sioesMnhost' e quando julgamos
faaveKo descoberto, diflemos^lh'o'modesteme«iie; ou-
samos éHticar a S.Ex.^ como S. Es/ ousou erittear
a Ohatbaobriand , -^porque Já- boje na Boropo anaiff
snr ;bío 4 sjvionimodt oéorar^ • ' ^ Ai thdeÊ&t9èí
41^
RjryiSTTA UNIVBWSAI. LISBONEIfÃE,
irrt ^^ «rt «> fcnpbte (jk Cícero : de*èrl*<o fl^r de. to-
4I0S';: *^ fore«>«renítí« {M»rqii« seja sempre o iimsq»
^J)Í2e«iaft aemprc , • faiki«dtd4 imi« p«»lit»«aflienftaw
<yn9i*ú( bem e mat »e noa figura iiaver ooa tii»ilresBOA
de ^nimig09> d# inferiores,, de ami^s ou dâ me»*^
treso acoeitaai^94-<lbej dispais as suKs repostas • c«n-
tM9f aáHiftlk^ Qom os nossos jwtmeiroa dtcUis , • m
temos que ellasprepond eram, tpda a nossa • salisfiiiefiio>
«eiliid«>d« conaistie eniãoieaft úoofiesaai-o : no caso cttn-
UatiO'» <^ eieosso do generosidade seria «leosso de
vilela, pqrque. dapdio ^ooo^so ctedtUx» daríamos, tasn*
bcii dos- ÍBieressea da verdiMiei! -^^o qao oem o pu-
hkíco^nenfinos fiiesnM>s AOS pstrdoa fiamos.
Estjnnf>ando pois a prec«}deni«> ca»la do Esm/ Sc.
$ivostro l^inheiru-Ferreira, dn^menos íirftSpoflta.da(|ue
mmjíiss^ d« respoain. e <|ue <QdAJV.ena sobro íavidieii^
tesfpela maior parte escusadissiraos), lavemos. pov- d«s«
neees^açiç açompanhal-apassoi^passo de notas como fi-
Berantos árpenaltima ; porqúearefúlal^ãò de tudo íálo.
já abundante e^ajtvesisuperabandanlemenle, se achava
por nós ^«radji; n'esiO' jor^l^-r^asstfil nos nossos ar-
tigos , como no próprio dè S, £x.\ por nós, libellis-
toê, (hi^s Vezes reimpresso textualmente.
^ Quanta i. pergunta- <|ue S. Ex.* no» dkígo-» -como
\p$4^m0ti -cw/it^w a. optntÃi! fuMioa liz-rBO^ olla lem-
iHièr. aq«dH'oai|ra d«: |^tl«|os..«{fMÚI «ti. «crífaulta qua
ii C4 xsio resj^andeu: i^ormiM-HQ* & Sx/ rniiàrmoo
a#. nkeiios- «'.est^ |moU'« Im Q. : .
I Vi$t# coiiH) & £^* tAncNMi«j«Mtiqinl«r ado^ríqakdo
s^u aotigA e proyaffHVo^qMp «rtir e. «piorar m^ i^pinwh
lõf«iS2Wtiiiii«j^ 'Q8liMIH»7lfca^'M0>r iKir^isoã o«ioa«i«,
ipoo «iit»tÍ4Ho MmtNBi*i-ou(i>o fMKolo do mieoma tei^ àn«
iPift» ^mqn» dii^ pff^siaiip^nÃor <ttíi8ocamos: ainda i(»»
. Dtue tí« B^M^^-r-i^up I. C.«of.-i^oomm«fi4(Hi qud
flkasemoo jw«if ««i» o«i>mos n^ pr4rp04i» áib Hn^etiiD. &'
d9^iQiitva HmMaçl») iiiuo. legttalmeiítQ w« paçoca âB«^
4(^íssiyei, po«|Mo a; aMNiveit^, ar Iuxuaí». < n ifa. « up^
la, arÍBív^er» ppogui|a^iii# aio a BolMv#a^ «eiÉdiíet
BfMf mortaftift {»ecoad4Íis que « aobeit»^-; .e o« lodos
§l^% i^s 4109. pódie * teii^fiN fiMmt*«iittu N'«qiiali>
1# mesmo iHvÍ€K> lenicK d<;^wo^$^ S»/ ftibri«tm.tod«
«( sim* tbf Offi»; tk«0lQgÍ(Mí4 1^}«fí 4 oro^. jWW lll§O.MlllrAf^
4^ eyi. ^fil«fli«« #<;lvirâB. 8. Sa.*: ai ifNHm rdí»t «Mmif ti-
n^ «eiemvet^de lomfMr ti^s pal^yM^A aé fpiti; si» ãf;ti>
fesAo int^protfdio. |»eMif: aiike<$edeiHofii; fogqu«.«io«
atui>« l^Jipd , em que. o. JKed^^pilar< am^^rofonsi r^ na
Iprpionl^sa. noitf em qfus bailia 4fs imfittwv^flniw*
4f^9^* Mm pon«o ií^ %t\m apoi^oli9# para ormrr, Mnbat
Hiof.co^omif^^endadQ t^ velfcisa^m; quando, poite» sn
taroioa atolií9«« a^faHMí^ASradormtaci^çvsierfbí «fiiio'4u« ttao
adereçou, eana. memorável. sf^nlcAça» itti^íii^,^ mtmfmf
iKiífttf 9»^ .4m<rm aifi; fmMoii?ão;« Jiot^tfywt o. «lyirite tf
jaromff^ m«i| « c#rfNr>^ /h«f«.:
'. i A. t^iiMíQiio quo eoAM/osafntaçoiRii. seria porr^m-
Uiipaardaspb^jN^;? i^qiio soberbia-TLP^.coâirarái» ora
9 4a pp(«giiisi|« da puai)ao^mi4ade4^|So9iiír^se-4api»r
fkm, d'Í9t(9, q4»ff só. d%.t«|ii>içÍQ 4« paagaíf a mi lÂvraia
^raifio? -^ ooti>o a bf ur do sorfr o . aC6 vma !-«• •
"Arg^^epMf poiHiHmteatoiOi} um^paaíH>esfieeialénl
C0frÍpMiva%. seqv attfnQMi. a todos. sis.Ottinos lesAos o
pontoa d'eMi9i| « a<^ soMrforali s^piulpi é^o modo anais
|CCU«t<tf m^ar. A ora^aí» lttr#(iHtta a4 4a pcagnÂr
ça.« nem.ió^da apbetrbaa ma«.4a M^ a.qnalqoef.geht,
neco do p^çcado. A&sii«^ lieromaa iir«fãOi4o4toi|ii«aUi^
6er« apa a múo^ pala.vras qaeaóa. em imi&so ofo qoo^
tidiano, muito. bom tradusiaMS em osil'ouM'a|k /i«ra«^no^
na TOPO a vá^, . . , -
£m summa ; 'queira &, £x/coQ^iliar«iiioa.§ au» ai»
; &erQão« cvm esie texto de & João x--^
« N€ko,qmirw amara mundo t,.ntm <|s cowi ^e b4n i|*<Í<^'
/e« iVb ag^etraào ao mimdo aõo iia- fic^ o amor d<» e^<«
ttojpadi:^,; * .
« f orgii/9 ttt^ o ^ no munda 1u^, é ou. qtn^mpiicm^
^íd dOi coraa. ou con(ri^c«n£ia dkis <dhq^ ou ao^io^
loriciAS.
â3áâ No. sabbado 4U AUaUM. t^v€ o tbeatro dai
S. Carlos o.quo< já no» moio da q:iiat«sm9L bavia , baU
dadamepte« soUiqiWido , —um bfaiL^ de maacaraa* O
carnaval , transplania(k> para a ííscbo da quaresmíi •
entalado, antro a,. se&tari«ir;a saneia. 10 .0 djtMBkig^ da
cesurreição , como um bobo eaire doas pecioiiagouf
graves , tem< o que quor quc^ s^iíja.do tão impoj:tinanla
e pai^vo, que ainda aoa que; d'iaa^ náo aabom. dac ri^r
^0 . repugia^ e^tMnhamenia* .
Nio diacorremos. aqui peias cabota doa ibeologof q
não.nos reler imos ao que ^obre mascarados o. maacara*
dafwdia pDeiUoroQomia ; alo; citamos. oconciiia de Au<«
xorjç^, quo.probihia aoacbristãpa asU soltura pori§osa
dofgeoiioSftQOiQ umaniigo;peDátencial.romanQ..q.ue imf
punha .^'ep,ali^oa^ do peoitongíaaofhriatáo, que em tal
caissie; tampouco add loiremos, as opiniõesiormaos o aqar*
nimes. df lodosas moi:a^isias.AeUg4osos contra est^ costu«*
mf$ I, cpndemnado egiialiuente pol^ pbiiooopbia o. palq
SMnpl<^^ bom senso como <;oisa denABhumpjrQv;eitQL. edq
muiio9i e muito grandes.porig«s para os. costumes, cr»t
d|^o e,soeego dos wdividMoa et das familiof* Dirwaa
só — que« semsabores até no entrudo o« nossos bailes da
mascadas p^la- sua, lotai carência de chiste, e. viyqci-*
dadA . dentro ainda da aaNAiiA Viuoa^ ae. tornam doir
hradamjenta desl&vados e d^senxabidos.; e ta^o,, cpv
mq. dizíamos,» so conforma, isto com as id^ d^ ^
doa» que — a maior pact^ dos eàmarptea ficou vazia* a
a,i^lla apenjis recebeu, aJgttmos>dusias de d isfarçados^
enUro os. qnaos. api^arc^eu um em fralda do camisa «
que ^ polfoia mandou logá aair» outr^ ireatido. de &&«
de, que a policia ^deixou andar p.ulando^ toda. a noite^
A cb^niafU íuacção:ac^bou«^ ppi: somno dos êspe;ciado^
i;es-, mqito mais, codo^ que o costume. ^
, Kâo, aconselhamos, a eoqpfeaacios^,, 4^<b/ uea^X^m. a
experiência: o de que 9Mx se, gozo nãu v.al a. pena
da, irreveceAc;ia reiíg;ios^» .e da uioi attentado íUgfanr
to, contra. 03 bom g^slGt.
l^SCVIHXV »f TuAVPA&VSKa.
2096 Nào Callo.da.ÍASf;rip9S^ importante», qio^poi:
dfiSieixQ le apagara ; — : da eg:re]a que se destruiu pa*
ra alinhai; yma rua^ ou4ai^ um. laiçiP^; -<- domarmo-
vap €\9m qiM se l)rjaoqiuâa paea fingir ém^ ari^asMasa^g
*i— ou da^oaar-qaedesaèa pop fàJáM- de reparoa; Ir»*
ta-4è de eoisa ptíor , e> porventura 'nota em^aaaae^
do destriUçâo: — ^ de se ir <k prepósíto destelhar-nm. beK
lo ^ gr^ndi? edificÍQ nacional , para assikn antecipar e^
prowmíil K 41U qM^4a* l>.ji|t« o,qm iu#.SA HlIF^r^,
REVISTA UNIVERSAL LISBOTtENSE;
413
ficado u «ntigi etsa á^ Real Goliestio Militar, no
«ítlo da Iitir » a «ma 1eg«a dfe LislMa ; e é a isto qm
•nds cbamamoa*— ra^nltf 4# wnAUiamo.'
HotiTô, dia-se, tençõâsde fiuer obro9 do adiffeio;
a paio qne parace foi para melhor aonhedefèm do
sea tsUiáê d« mioa , que o destelharam em vários
poutas. Já bavia orçamento, (en^sad somos nós furtes;}
foliava*^ até eai grande partido d 'operários , que
iriam émtpO' em peuco dar eamèro é ot»ra ; tudocm-
fyú chefoii a annunciar novas grandezas e séeuloa de
durarão ao magnifico edíAcio. Tudo , porém , parou
em palavras, a a dtiraçSo, transfbvmott-se em des-
truição; poia nio aó destelharam, mas nem se de-
ram ao trabalho de pôr , sequer da valadío , a parte
descoberta: deiíaram ás telhas em monte aqui a além;
por modo que a ebuva entra em torrentes ; vao apo-
drecendo rapidamente os madeiramentos ; n*oroa pa-
lavra; vae-se arrasando o ediJiçio antes de tempo..
O . facto por nàs apontado observâmol-o , indo ha
dias do paaaeio. á Xtf£ a e * stocecamenie o disemoa ,
MO foi aem profunda jooDunoção. TiobaoM» raiio pa^
ra isso ,. e razão a dobrar : não era só a indignado,
que, sentíamos como portagxiezes , vendo malbaratar
assim nossas rXqueaas e glorias ; era aunar á eaza, co-
nhecida por nós «aos fO anhos, e onde vivemos aiéas
16; onde-nio ha sUto, onde nio^ha pedra, ondénSo
ha cantinho ,. q,ue toio tenhamos de- cór ; I eaza cuja
planta e alçado noê andam pai» assim dixer constan»
temente riscados «ua idéa , e d'ínvoHa » tanta reeor-
dação<de naspeito, de greiiditf, e de saudade, quê
aão como a memórki descriptíva dfáqueltea desenhai,
e que d! esta arte oompJètam e realçam aquadn) de
aensaçõea agradáveis-, sempre que ouvimos o nome
d*4quéile edifício.
Para nos coudoeunos havia, ji sev^, motivos fortes;
rele«e-se-oos pois este desafoga; qt»e,por desafdgo
só damos. o nosso artigo» Oxali/ qute nol-o quisessem
acceitar como requerimento a i>aià da pedra e cal:,
^ue podem, serf^ir, masnSo podem qoeixar^^.
^Deferil-o-hãa! ...
; Tantas boas súpplicas-leena porabftfloada s^màà^
^cho.!
Jí à^ C.^ CascoêH
1KACBÓB20* . .
(Cart4k.)
2SÍÍT Dommsos José d^ Sousa por (aleonjte ^«wrw
cella) morador n^eirta cidade ,. completou pepto e. um
«nnos,. em 16«de septembre ultimo. Duas veies foi
casado; com a primehra mulher um annov e*6^c<»ni
a segunda,. de quem teve 13 ftlfaos. Ora militar , ora
almocreve , nunca teve graniie regularidade de vidJi:
bebia agna-acdente tio sem oonta,'qbe até esteve hjr*
dropico. Oeixou-se d 'este est)iriCo e voltou-se ao vi-
nho » de que uma ver bebeil eia certa sucia seis ca-
nadas» sem se dar por achado. Na.artilherta d'esta
cidade, serviu «SS amios flkmezes e 15 dras^ Viu lan-
çar os primeiros fundameutps da.fert^ .de.I«ipp#^ V4
ainda bem, anda oom. dítfsembaraçp , ».c^vflrsa<.CMa
acerto. ■ . - ,: f.
D9 que acima dfsae- se* pode- conclui r^JUMom^aiUt
mentos não fazia escolha.
Elvas 23 de março de 1844.
De V. €ÍC^ :.
' {Carta)
9828 No nu 24 do corrente pelas 6 hora« d» ma«
nhS; um soldado d'infanteria n.^ 4, por akuiilM- o
nièo , tende apunhalado a sua mulher , a qu^m de^
irou por mòfta-; dfHgrtKse logo ao forte de N^ St. dli
Graça , com o intento d'assassinar um caba do dícto
regimenlo-t alli- destacado, que é4le diz faaveiv-lh'a
desencaminhado : quando porM chega v<a , foi -pr^s^.
porque já outra mulher » ida da cidade , tinha espa-
lhado a noticia àíãqweih anoatectm^to. A victimafoi
condAizíd* ao^bospiial d^ Mif^rieordJa» aonde ne-acha
9 Í*if«*H que MO «scapavá. . / ^ ..
É es^ a terceira mulher que tem desposado • e $c
ás outras duas não aconteceu o mesmo, poupo melbcvr
tracto lhes deu» povque é vui ger^il que lhes abrevioiA
os dias da vida.
j. Do y, ete. ,
r Ehas 39 de naarçg 1,8444
VMA nkaw^n «ooaba aos 949íos«
(Carta.) . .
2829 RiFA-SK a honra de uma filha , çomç se rifa
um dogue — ^a moeda aada biihcle ! ; e ha compra-
dores r .. . .
Hf n*uma. das u^aa- d 'esta capital uma, ia4he cba«
mando nãe, uma fera qiie es^á J>ondo em alm^da
un^a ÍHba da %uisua*aiM|oa:a sifa de i^^ocieççja, e. da
bellcsa.
/ Leviinte a BfVâio* sen bradu- cqjntm este honior;
evite- que se alie cominettii.^ diaperUMido a acção da
justiça , que nã» sari surda. Faça a Hevista ao seu
pais jqsaia este serviço , e oontinuari a ser tida en
cott^av de. um. jornal • promatiNrda felicidade publica»
Lisboa 31 de marçp 1844. .
J. U. L. .
NrB.. Dc.prppósito8U|||ti:ioNnos da ci^rta svpra o
nome, signaes, e morada d'e^ta infame; conteutando-
nes de lhe fa^er pot este modo conhecer y que o se^
nefando preieot» é já sabido , c que , se o consumar*
federá sec , que assim vconuo jápifemonilvriaBiente. a
denunciara» á inpiFensa e á» auetoridad®, lh'o façam
depois reeair com Mo. a seu pés^i s«iire ,a cabeça»
9em aos doeria, se a demora, qne^sta noticia teve eqi
nos chegar- ás mãos^ pcidesse ter innocenteoie^tò eoop
oorrida p^aa s« effeitoar o malefi^... <
imapiCW,l»»P16fMt ASlRâW- VI
,2830 .Um dos dias da semana. passada. um oiScial»
natural dr)ii»toaok^ queffaera «on^^D. Pedr# a ca«r
panha do ifoHe^ e J9'ella perdéia. um. braço > des|Aif>
nado*, aagundo afi^affira^a» <l^ pobr^i^ia e de «lium^.
carregtu uma pjalola , eneostoir a coronha 4 parade
do %iii^q«irto« pó; afní^ diaole do* cana; com um
paliAo phosphQciaa cbegoaho fogo. 4 escorva, a:oaii^
nsm^te»»- .ti .-':• • .j
. Aasam .dt* axplosio (eram nove hdras d^i noite) ac«
ai|diúm-aa'^tt:ufhas» o eabo.da próxima guarda na*
Irof^asia da Qu^wmiar*^ o^ grande numd^q de visinhos*
Entrando 00 quarto, qat estava abeiio, U8.ia»Uft«dos
acharam o cadáver involto em chamas : o»foga Iba^
^i)am*pi^do PO fato» e consumido já uaaa pi^rU<d':i41ti*
Na auaiaigitoirA hayia.^ônda algiuna ppUMlL:ef«aM
^Wjdqph^a^booos» ... i . . •
414
BSVISTA UMYERSAL LISBONEMSEi
O seu cônsul, «« qiMWi "ie 4leii "oonta dosuccesso
resistiu a fazel-o enteivar eoo cemitério, por ser tal.
^coiHjii oft aiticidaa a fe^ridadc*, poi^v^ura muito
•liiMMoa «e iDisíto tem iniendida , das leis da aua ter*
-tai O goiferno civil tão pC)u<\o se julgou auctorisado a
ifiiztr sepultar na campo àamcto áos catholicos um lu-
therano.
. IgDoramoa aind«, o que a, Qual sedecidisiaiiedeso
;pòjo .f^oclal d'eate dei^ra^ada.
iius
^891 t^DiNTA-rmA d*endoeaças, á« nore e três
quartos da noite , Tíu-se «'e^ta «idade , para as h^iy-
^as do poente, um 'formoso arce íris. Este phenomc-
no. nio vulgar de «oitt*; muito mais prendia os -olhos
«pela sua grandeza «e pelolirilhantísmo das suas córea^
«ACLZA SEM SXa KARZA.
N. B. Julgaríamos defraudar a scientia suppri-
^indo a presenlct noticia. Offcnderiamos porém a de-
cência publica se D'ella •conservássemos , sem véu ,
os termos tiechmcos. Oèirtgà dos doestas ^ um rasões ,
publicâmol-*a . convertendo em latim algumas expres-
«dcs , que alias poderiam «oar «ai. '
(Cartú.J
2833 Um lavrador de lugar denominado Fréi»o
concelho ^e Ekas^ 'veto oonsuHap-me no dia 18 ^u
"corrente á cerca d^^uin indfviduo, seu sobrinho, que
<elíe e muitos mo)radores do lugar j«lgam iiermapbro-
dito.
Entrando no exame do indiTidiio , que tem ' de
■edade 14 annos', observei as ^egUinfes abomatías':
alguns pellos na hct\ indícnndo pouca barba , v6t
^naturdl de níancèbo; fiafla de peitos, fórmas etterco*
res , em geral , -mffSciílínas : ,in 'pudenéU v^âto fton^
vulla ob$ervatUme digna emt^fichuitur*
Cauda ialais (ut aiunt) tem uma polegada e algu-
mas Unhas decompnimento.; grossura , «m relação
com a cdade , -contrastando ^ér - consequência com
'iqiidle ; pellis , qwB gknidem i^it, 4 tal « respeito d«
«lasticidade , -que não permlHe occtrltar a glancfe:;
ausência ou -f^lia alisoíifta de «uretra , e eevsegiiin-
toiente deebertvra -exterior d*estearg«ra ; ^eiMwn te$-
4e$qHê omntne t^santi' devendo nolar^se qne flz^ini exa-
«)e tninvcTOso nos anneís mguifraes , onde algumas
'fYWM costumam oceuftar-^ , -edo <}«a4 nfio obtive re-
sultado. Rima partm prófímãa inftriopeu^ pem» jmh^
iem oceupat , tendo origem no ponto central da^
l^ê%èe e iérinniaiido no -kilef^femltieo, 'Oède se Àoiàm
4>s opgio» kegitíntea: eirefdariw hiaius ohliqjêe pòtterío-
rrnn paftem petené , «n qu» «ta; digUarwm , miránH co^
•p^a iHferas. e que parece èskieHar á inedtda (fue ^i
danriM para è-iuteriof ; eperonde s« «ttree-a eií^,
'creeçla da «ritta : sua «irglinísaçiò êodem êit piam
^mdiê^ti Hbiêque ind^atit noHrm: aos latfòa ciicon^
Ivtm-iedoiis oorpòf oblonge». espessos no centro, •
de extremidades delgadas , simulando pela sua dta-^
poaiçio , mais '#e-(pte pelo tamanho , qum , ^aní^to'
miciê, magna foèia, fMtacu^n/ur. ÁeHk^èico.^ tsto
certa pusilaniliidade geral, pudor, animusim^^rem
tenerêam mitàmè iM0iHuê , irirgaqw mquaeqimm irH^
MnUê.
^ £ste cas* pouco freqaefite entre nóa , tomatse oo>
tevcl aiAda -por uma cireaNtostimcia. Um ente tãoinu-
til á aociedade , pelo que diz leapeél^á aap«cMade
4c propagar a> eapecie • hminimá -• que rperfaetce., ao '
bi^pli8a.r-«e recebeu onoioe «de .'Mina, qte coasei^
vou até ao dia 2i deseptembro ultimo* de ci^a épo^
cba para ^á deixou de o ter , soo . que ippr ora *haja
recebido outro : seus i^estidos Ibrara • em oensoqueo-
cia, osde que entr-e nós tts»m as ci^mponesas, e substi-
tuidos pelosdebomem dcftdeainesmaépocba; naqu^
•o indifjduo julgou declarar-se pertencer ao «exoiias-
X4i)iiio , tendo-ae obsemiado desde noito tempo, que
«q'eile existia tendência e 'natura Kdadc. para irabaUies
do campo , e negarão absoluta para et «dooiealicM.
Elvas ââ de 4i»ac$o de Í8U.
J. Jí. DaddMo Patheea,
1^33 Çqm flttf titulo t ^íu recwteaie^te Jl bie «n «úi^»*
Ur poema em des caotos , ci^ja acç^ é q retrate de Portu^
ga\ pelo Sr. D. Pedru. .0 seu uctor , o Sr. José àíartint ítuã^
dUo le havia aindn (que nós sáíbiaíios) fello conhecer como
ppeta. ^ejaHios froít lícito , para pormof ot oomos leiloret cm
ettado , de »por si meiMOi juifafem a -obra , oeeupar com »l-
gumaa ettauoiat 4'clU una ,papl« 4tí bom» iolba :
«o «tocaia.
VatOo ly e$t. l,*
Da moia noite já pa,$sava á vante »
Em Lysia a mente PJÊDRO só fitava^
Com espirito ardente, ;e vacilante,
Nas desgraças .da pa teia meditava;
Infortúnios em monte cada iastante
Mente lhe suggerja ^/e ^reaentav^; <
Coração ^eu paxtiaTse em fatias ^
Vendo-se ei^sto a jtaataé irop^lias.
Uiãêm: 9st. 23 9m,4ianUf -
À ancora levanUr PJEDEU) então manda*
Joanetes, gayias dal-as logo ao vento».
Despres^udo de^cafres fútil banda,» . .
Vociferal-os ^eixa-os a contento.;
Nos fqrtes já rovoUo tudo anda^
Dese^eram do plano «irulenlo^
Os zéfiros Fxagata ino^lindo^
O Pão d^assucar PEDRO deixa rindo*
'Já Merinos o mar tSo achanzando ^
À liberal Argo aplainão a estrada ,
Ante a préa já ^ntio , vão brincando
Sobre a via d'azul 'scuro, e salgada:
Da harmonia ao som já tudo «encantando »
Marujos criam ter nova mdrada ;
Adormecidos em um mar de rosas ,
Se esqueciam das mui caras esposas.
Ch^am aos ab.rolhos /Com prqpicio vento ^
Piloto os astros examina « é observa;
Do vjelbo poiie PEDEO de contento
jyianda dar , sem desfalque i reserva:
MarJnhcirada ^ma um novo alenta.»
Admirando lícôr de lai conserva )
Agradecem m PEDRO tai lembrança .
Vivas joltando ao duque 4e Qragaoça «
Até d IMia:, ou mar do "Sargaço
Vento- rijo « fragata impelfla ; * •
AlH se tomou manso , brando , e escasso ,
Fragata poi-se em pura òalmar^ :
OíRciaes com yoz forte qual d'aço.
Ligeiros andar á marojoria
Faxiam ; escotas , -ou velas içando
Joanetes f gavias , v^lachos ferrando»
RETISTÀ UNlYKflSAC £ISBfXN£N^£*
4t&
Rolando d*eatibor4»., H^ t tottUkrdo».
Em cima do conTei. tudo/andafã ;
Qual os Phrjgios outrora .co'o rei G^do ^.
Quando no Ihrono assento elle toMava :
Dos cabos trincadara. , mesmo ó morso.
A manobra ve)oS' desconoerUva ;.
Marinheiros já viip.JLibHina »
Desprczavâo / o que- a^ arte- ]be»< ensina^.
Mas por Minerva. Oést« ihstigado
Termo pòr veio *a- lànta ancfcdáde ;
^ Este reinante D'aUo Míir salgado ,
Mui proiiiplo obedeceu á Divindade :
Fragata por caminho azolado
Seguia já co'a mór celèrid&de ;
Um marinheiro pega então dà linha ,
£ o Êiloto lançooaoMar banjuiulia*.
0$ marujos* de jubilo dançav$o^
Propicio á viagem lendo o vento ,
E sobre a brevidade queslioBavãO'
Da tocaram o seu perto a salvamento :-
Aos- Açores em breve aUea^ chega vio ».
Indo a Fragata eom lalsegoimeiito;.
Mas^June áJerta , sempre meditan^e».
Ligeira e&viõu a Kilba de IbaunaiULer.
Formosa, e rutilnitie no horísontfe-»
Mui vivas cores eiia apresentando ,
Formava arco damats in^guidà ponte».
Quanto FxagaU s'ia^ avizinhando ;
Ifuvens dè cbnraseo em pinha . e em monte*
Junto do arco já s'i2aagrQpaYTdo>.
Quando rapidò raio , e tríiwnrtidô ,
Itemineole mostroao ríscp , a perigo*
Con negra véo , (opaco-» denso^e escura,}'
Da morte a Mâi* Fragatas encubríndo^, -
Gognita via- j^ por. trilho obscuro-
Brilanos nautas. iã&presaguindo :/
Furacão insperado ^ e prematura»,.
Fragata a soltas velas impelUndo
Deframar. fez o mais amargo pranto; .
Gritavão a-Ibelis com um^f^rv^saat^v
A AbébedA anladftse toldando
iDe nuvens, qoe o roxo inda mais sottbHiia>.
VragaU qQa8is'indò soçoU^ando ,
A tpofdo eram já toda* gritarias :
-Be toda- a garte% sim, trovio roncando,
£ dos ratèsEtâéos fasrlárias ,
Sangue a todos nás veias Ihei coalhava ,
YMas. salvar ninguém esperançava. •
Furacões^ pedisaceijrai^» , ^ cbuyaacoí , ,
Gavias pyooda pa.rtí4af , e. esgaçadas %
Joanetes rotos, feitos /mil pedaços •
Osmastarees^ a* aoUnoas desbaratadas^
ludo estapdo^ gpsU em. 'átiJhaa-, retraçof>.
As bordas falsa» aseso^arirDaibadasí \
Fragata ^suppuoha O' ir •^€ntidO'i^'
£ imm.ers|[ fer no Pélago profunda.
Da Caverna então Dom« FJI&DftO íemòrad^»
Nunca em si esperança e^fria^a ,.
Sorte pondo ça&dira^ IckrdQ l?ad4^»-
Só em £.ysia continuo meditava:.
Já a Guerreira pecando .ver ^ Jadò*«
' Esta como* por sonho lhe fallava« ,
=Ge8sa , ò Giranf PEDRO ,. de estar tio aflliclav
Vem d'uiQtDeas espiiUjr voz » braiJo*^ ^/s grj)(o« =3;^
PEDRO á cuberta sobe jnpi^ ligairo ;. .
Mas qtie espect^cuU .enl^ obaiei^va-I
AquFat^db vé um; ai^rinbeiro^ . .
As enxárcias, co' o^frio as. mãos esfregai
AlH já o expirante , e derradeiro
Suspiiro a outro vé dar, cauzaa refrega ,
D'Elementos! Sim. qpijs^ agonísacem .
Todbs^, desperançando o. se. 5akar«^i„.
I ■
• í
Em- mastros reaes^,.sam-pannos, ou velas,.
Nò-eonvez tudo raso e sem; defensas^.
Os manijés co' as faces ama rclJas.,.
Pediam a^Deus indulto das ojÇTeosas;:
;Mas á vista do Gran' PEDRO as procell^v^<
(Furacões-, pedraceipis , nuvans: densas)
|Tudo S''accaImou ; sómenterrugião^
^Ventos , que lá aolaryo ind^ aunião^
Viu no cimo^.daa.^Q4aS'> oSo muilosfac^
Em conshea carao>, trâdeniai^ vara^
Na dextra, bar^ais.^ qii«l d'iMn>v«iba:mongai
Gòrcovelando com. voa. forte,, e MMsa». •
; Decano veloz.^^qMal bala do bii[onae- , .
Expedita, que a tudo eUa separa»
TempasUde ». çoriseoa '9caniiMraiylo»<
Côntnast-i ronca >>» alto gri^uid^^.,
lEstèdècór bastante escura, e^brmio^
•Tendò^ um c\n% 4e a&nl. entre-bordado ,
;Niégirem era senão a Deus Neptuno , ,
;Que impera em to<id>*o *la«go na? • salgada.^:
Que- movimento vend<» impprtuno^
iNo cimo do Império Asulado^»
IJògo observar Tei^v^iaeni. ta t mandapra;.
^Sem ordem sui^aa oudaaafítayai 1 .
Ligeira á snper6cie. s«)iM0(, •
ICom £olo da cara a^tara^nd^s- . ,., .
Este afúgiv ca^ of^irnsterl^ga teda^* .
Neptmio* oorre a^a/d^-eMea gritando»
=f Gonr que ottsadáa estánse ora impadind^^^ .
A quem por meu conaeaaa uMeganda
Na snperíicie d 'este nea* Uê^tw , .. . <. .
Ser vai executor d^aitp nystèrít.tu.
Qttt ppètof anciã .ér.eata? qna attojo-t ': ^
;(Disse Ifeptnmr) e^detrergonhaaienta?
■Deixando- de raoDtanbas^akas bofav i
S'ultraja senk.a íà^ canaentiiaenti»-#
Xançar' qverendo em* pvoftwdo Iqja
'A' quero dos>Deus<;s é^dara instrnmantn?' -
^Neptnn» tantas coisas foi diacnd^ , .
'Qúa lÉ^ossive} i' i-*las descoatfoAÍLr .r< '
. 1 'A
; I >1
•: j
416
REVISTA UPÍIVERSAL. llSIÍiONEiySE^
Oi Ventos ét Neptuno s'e?âdirid
Coro ligeireza tal t ou y'h)t\áaáe ,
Que reprebensõe» poúcai d>IIe ouvirSò.»
Por a fuga veloz , celeridade :
Mas o peso das -faHas l)em sentirão,
Pois ditas «rio com seTeridade ;
Procé#ando eíles logo o esconder-se,
Nunca mrift* etti «eu Reino o ifrtromett«r-«e«
Na Fragata a este tenpo já marujos
Os ma8lar«06, e as velas c<meorta fio
Com os fragmentos da rieserva , cújM
Sempre elles cautelosos Conserva vio:
Despregada a cór , mesmo estando sojos «
AqiM , aHi as feias renlei^da^ãó ;
Fra antennas lhes servindo d*ataãúra , '
Por escassear outist ligiaduirá. -
Conio^ as «avens delgadas se iam pondo»
No ar um^orpo negro divisarão
Os marujos ; e logo ao forte estrondo
Ba sua "voc cabellos se arripiárão :
Este fantaateá , «iodo a tudo impondo •
(Desde que falias suas retitasbárão,)
Era a hórrida e fea Escravidão ;
Que da Tyrannia «é gui^e {^e&dla. -
De algemas titaira às niãds l^m veelieadaa; •
Eram raros , e mui al^oí t>9 «eus áèttísèi^
Mui largas , e desformes as queixadas ,
Tendo os cabeUas sd^Ros , e pendcbiefs
Ao collo , mas co' a« pontas carç^plidttSjt
No cimo da cabeç» grandes pentes i •
Mui longof , e nefpros os seus btB^oi ,
De cobre por anneás teodat ^edaso^.
O corpo era asqoerosoí , e jianseaiido «
As pernas mui disiAu*meB e alongadas «
Ora movende-as» ^ora as «stirando, '
Com as parles pudendas èem tapadas: '
Uma tanga trazia , assemelhando *' '
Em parte ás Africanas malfadadas ,
Que no poder dos Bra^lelroft cabem «' • ' (
Pois pudor virginal lego Itiè» Irahcm; -*
£sta é Filha espúria de Né^QM , '
£ de Ceres , no Mont« Etaio tida ,
Sem conhecida ser' do Pa« Satomo; '
Pois Ceres 'steva aempra aHi retida ,
Té do pasC»'€befa»4ba o iaaportuna
Movimento ; qua com iMO Miga
Neptuno tevi^ dirá , o eipa&tosa^
Por cép'ia ter com C^rear.veF^anUMnu.
Como nos Céus d3o |iAda larehti^ada^ ''
No Mundo aoslteis 4*apoia ora Ihaa <a«r9é;
Nos Ares , ou na l^errá é ^a estada :
Seu coração em raiva ihã «rde i « ÍSirt e
Quando uma Nação irA líbtrUda : • '
Doa Despotál ilarfomtf ofla véoeèe ;
Estes a adorão tom <ÍBauia míl^
Por inccBaar ao oapíreiro vàU
Logo que corpo líéie^brfé horrenda»
Vaticinou as lides maíá borrivets ,
Qnc no Poria ooíii fim diro , 0 tremenda /
A PEDRQ (he seriam .infa Uiveis :
Do desacato sam rubor pudendo «
Só fins predestinando; aa mais terrivels,
Os marujos de novo se espanta vão »
Pois que no tal discursa «edRavão.
Caní. Vn Est. 2.*
Esta a cabeça tendo , mui caahpsa » .
Em tubérculos face , e lodo p corpo , . .
Lançava uma matéria asquerosa
Cheirando, qual.á meiçes corpo morto; ,
Nauseando , veraz , íedcntinhosa ^
Da semelhança humana feita aborto»
Era a todos «eu corpo tão horroroso ^ ^
Qual figura hedionda de um l-eipr.oso.
Já se ^é p que nenhum carioso ^ que houver coq-
prado este poema ^ charará o dítilietro , que por dlè
deu.
2884 Acaba de sair das prelos da iypograíphia na-
cional, nitidaaMiita jmpr^so, o'coBbecidodrama— O
HoHBM DA MascaBA Nbgba , -^ pelo Sr. Mendes Leal
Júnior 4 bastantememe melhorado pelo seu a actor ^
do que era qitaAda |á no tbeatro o'app1atidiamo8.^
Acha-se á venda «em casa da Sr. RMand , na rna
nova dos M arares, 4baijt9 d»t(^atrode<S. Carias, a.* 3;
9iA^o^
«ZXiACRSB 90
. {€arlaJj
2835 Oa habíj^aiiícs d*«ste concelho ainda «creeiB,
quasí todos em í<âkícerjas !
Ha pouco um humem • veQdo quo ,síia consorte es-
gotara infruetnosamenie, os soccprros minisbrados f<H
la medicina, oírucgía , e chaflalania contra «ma me-
trorbagia de aumma pertínacia , lembra-^se do recor-
rer a uma fathigerada íeilicofra détÈoii»%ra, paraipe
lhe disaesse se «algaem fazia mal a sua mulher , e
quem. Ora ^contra qaemham de recairojuizoda im-
postora? cenlra unsa pobre mulher, ha potica viuva,
sem amparo nem censolaçlo, a nio ser uma pequeni-
na creança, única herança de «eu marido.
Agora vamos ad resultado. Opatcta pagou eomiioos
pintos á foilicaira, « com pancadas á iiMioc«nte , que
de mais a mais é-sua cunhada , e que se acha^ra de
cama , por ter, havia ^uco^» acabada de, «ofiTrar, f ct^
quinta vez, a ^era^^ da paracenthesi^ Teciamadapqr
uma ascite, ameaçandea por fim com,^' Baort«* H
nâo restituâsse em breve a sua mulher a aaude, df
que a privoo.^ Mcm nova sou eu, . naaa aaó par aqui
tantas os tolos , q«e conii^o » de tâfl aa^uraaa , qQ«
lhe poderia apresentai: d' ali es «ma ciítêitaa,.ií|ta. Fi-
nalmente, cá os meus amiç^i* em teodo qualquer
adversidade, qoc se nio disupè com promptidio, vão
confiadamente consultar o araculo de Coimbra, que ten
de Pograres bem boià feiAlo^aBèuá} ; « qii« nSo dern
de ser a^e de mau dgafro peláíi mukaa ^meadas i
desavenças, que por eá mcrtlrva.
Isto dete acatbar; iparáip do que- fliaoefra? P^aenda
as compoie«le«.éuctãridadea com que ac^ahe B*feiii«eí-
.ra, .porque a.cred«(idada popular^ si é intaraifiav«l*
O temfrt ItUar, , e uêtfjpimíf éa %u» tn-fnrltaM Ri*
35^
UEVISTA UNiyBIlSAL LISBONENSE.
417
BXPEDIENTC.
. ^3^ RosA-8t êés Srs. Assianantí». q«e sónepte te-
iibam sAli»feilo a imporUnCM d« s«n« «•bicripçMft
•tó o n * 36 , as queiram mandar renovar, « aos que
•nida deiFertm uma ooinats series atrazadas, queiram
saldar seus debiSos tH>m a ma«or brevidade.
« Tendo constado a esta administra^ . que a inaio*-
^fia de seus svfcseríptores se escaiidaèisam por se Hm
- suspender a remessa das folhas, cirando, ao fltidar d»
úraa^serie, liãó ténbam* saiisfeito a qoe se ha-de seguir,
adoptou «onliauar a remetter as (olbai a tedus osseul
Assigiiaiites, «mqoantt se pão dedararam despedidos
por carta franca de porte ^ conaidarando^AO oom di»
reito a exigir dos mesmos a importância das subscri-
fçées- toquaolo' e«li#^rem recebendo as folhas sem»
se déápadirem.
' Os pregoa das sobscrípçiles-«OBtdnuam a ser (Od rs.
|Nir 12 B.""* f irâOO por 24 . e 2:400 por 48.
'. Ús folipmei compleius do i.* ou 2."* aiun se conll*
noam a vender em papel por'22400 rs.^-^em JtroKO-
sra' por 2t440<»-«etn mçia eueadernaçio por 2:600-— e
.ein eneaderaação ialeir a por 2:700 rs.
; 2836 Todos o<i 44aa imBoo» aminciados «em *
maior publicidade « com oi ma«8 f>omposos «logios,
^peoificos^d^ segredo, perfumes novos, drogas pa-
ra foiMír cair. os fwJtoa «Ce- » ctc. y cie. : quando • i«^
4as catas ooiaas pelo muito nocivas, que podem ser,
n .qu«0iss Bccciia^ haviam de passar. por umrigoroi-
so e)uimc. dopeis do qual, quai^do approvadas, éáfiu
só deveriam ter licença para correr. Ora comodctaes
peçonhas,' a maior parte senão todas, nos veliham de
Ji^ris : bom será que oiçamos' o que sobre a m^ftcria
siíos' poderá «informar um paiúsicnse, Ê Fiãrre Jhiramd
nâ sua^íantarde lAuris de •6 cie março.
« Òs maiu ventura dos parisienses , — * dtt ellc «— con*-
iÍAtMIBiA Mr<]ftottdianamenic aveaenados^pér mil mo-
das ihais ou. monoà iuf enhosos. MoitoirobosUidcve ser
a compleição publica para resistir a tão rauRiplites ,
e variadas sevicias.. A cada passo nos aoonfteceoãoco*
mernios senão patranhas, que ai roinan», « não beber-
mos senão embustes qne .dão coésoosco qa oova. Vir
tibo e- Itoite muiloba já qde não passam defabutlasde
certos fabricaiHes de malaa^ries, em que nem. oval-
go já crò. A auctoridade, quando íhe. dão os.seuf
borruAtoS do vi){ílaAtta e justiça aev^ora, lá mamJa^en-
toriiar.no meio da rua casas béberagons derraocadas : -^
Bias se so houvessem dè despejar para a enxurrada
quantos viubos Íáí$fl8\ quMitufi feitos inv^aisimeissefa*
hricam em I^aris, até ao llavre chegaria o. Uio Sfwui
9i4L*io brapcae meio- vermelho/^ ^Umia espécie de. pão se
inventou feito cqni aroa:; não ha quadrupado na.cSreé^
fão qne não dé em biffsteck; qualquer pampilho ou
oliio de bpi ; ctomiiimdo com* qualquer vauemo , por
«xcmplo . vcrdeta , . moda^e am^bá verde , qoe vos
«guoce a roaU^^d» iaMMi«:maia. agradavalmíCSito^^cbAcz
^iie pôde ser. » . i
«.Ainda aqui não pára< O mortiforog«ttio.da espe-
«oUçãa não sç contenta com as comidas e ItebidMi
O* cbimicof» e«carrfi;adqsid» iMpecGáDttar.o locant»
ABftiL— 18— 18i4.
á snide publica , teem achado á Yenda^^um granda
quantidade de aromas venenosos. -— D^aiítet em artigo
(le cosméticos damnosos , tiio se achava nas lojas sc-
ftão o oiao aníigê , assim diamado , por dar á cabeça
certo ar de ancianídade, fasando^ho cair os cabellos
ou pondo-lh'os de todo brancas. Hoje em dia anda
ahimaa ^ãça de fabricantes invisiveís c , mélbof os
chamáreis, velhacos matadores, q^ie manipula por pre-
ços eommoios , é assim derrama ás mãos cheias por
«nire os incautos toda a casta de f ommadas , de un^
'toras, de sabões, de massinhas t de ^seneias enfar-
tadas do substancias assassinas. Os venenos já nid
<vão> só nos «cosméticos vulgares, *de que usam os me^
nos abastados. Muitas vetes st» lançam tambelii nos
cheiros aristocráticos, e não já sé por- economia senãè
1KM*a ihes*daremum aabor asais raro e fragrância mais
exqaisita. # fregoef» qoe não sabe oem pergunta co^
mo foiprepaitadO' o quv o regala . pôde apanhar uma
doeoçA asaim ás mãos lavadas , o com o seu cheiro
(sem ser de sauctidade) ir andando para ooulromun^
diK Todos 08 dias vemos em Paris de^raçaa doestas.
E!.caso de-^clamarmos todos o de 'oontkiQO*aié se des^
perlar a attcnçio publica. «
- Mas- basta' de Pierte Ikttanã. Qoem quiser sem sair
de Lrsbpa*dar caboto si á parisiense,-' não^be falfá
oode: Modistas, cabeleireiros, perfumadorcsd^Aqaellá
terra dos flgiivíoos. Mo •minguam cá: verdad« é qu^
estes frasquinhos, se pagam a peso de oiro,. masevi-L
dèntamòateéai á pena.fi' um suicídio <le muiSoma-
Ihor gésto do que deitar-se de unnijaoclia abaixe. '
. uxmtíOià. DA «exiiMeiA ^abla ava^aot ;
2887 AC4BA de se descobrir ha Bélgica um meM
de apagar promptifAenfte qualquer incêndio tom sum^
ma.rapsdez. .Não hh mais qne ékigk coiftra o f)g9
uma corrente de vapor; quasi iti^Maneanente aqoel^
le so eatingue. tfii o acaso quem <et conhecer está
Bsethodo tãosmipios oomo cCOoaa. Uma grande fabríctf
de tecidos ardia jú tom summa força.; porém tenda
o. calor leito arrebentar a ealdeim ée vapor, este?
immediatsmenle espalbando-sc por todo o ediflcio io-^
cendiftèo , nptjiÒB' o fogo como ^or encanlKy. '
Beôectio-so no successo , ftserara^se experiências* '
ftichora«h^6 subterrâneos de matérias inflammavefo
deitando abieriaraa pana entrar o ar \ pos-se^lhe fo^
go V >e , tanto if«e o incêndio chegou ao seu ange,- fe^
durrvm-se . os .respiradoiros c orro^u-se para dentrâ^
do subterrâneo uma corrente do vapor , que logo su«<
focou o fogo* . ' •
* A rasão d 'isto é porque o tapor penetra pela sdií
natureza era^ todas as partes akas ou baixas? é por4
que esfria ao passo que se condensa ie, ao mesmo tem--
poi^ue doslocQ o aralbmospherico, osobsttttict épor*'
que então já não obra como vapor , mas como um li-^
qntdò tio estado veSficuI ar.
' Sogne-se de todas as eupctienciss , que por est«^
oebasião se fijEcrain , que o vapor' é ^ melhor remev
dio para os incêndios das casns. For Isso mnHas'
dos fabricas , ondo i fsrça m/o9Hz é o vapor , já teèm'
appUcado ás caldeiras Hibos de prevenção,' que vão
desemboccar nas diífer entes fartes da officina mais^ns-*
ccptivois do fogo. Ê dar a utoa torneira e está tud^'
afoito: o vapor lá ««code i«stantaneameote , sem Ih*"
aor rotwHçai, som stiror laveiida « trastes á rua , e
5 VO)L. 111. SBRIB III.
416
REVISTA UNIVERSAL LISBONENSE.
lem os eiiSfipar como as bombas , com as qvaeS mui-
tas v€tes o qae do fofo escapa, não escapada agua.
Uma fabrica d'estas que trabalha por vapor , dú
muito bem um jorpal belga » já não tem desculpa sm
•e deiíar torrar çoflao S. Loiírençe.
1^ BOWEV.
• 2S3S GoíKriíl^s e« o nosso artigo 681 a ttnera^
ria emprosa, em que sa.meltéra Lord Boue, de for-
jar o mais agigantado telescópio que ae podesse ima-
ginar. Aos lâl de abril de 1842 tioba coueluido , co-
£0. dissemos , eom a maior felicidade a f audição do
reflector da ei^tracirdií^aria graodesa de seis pés de
4iametrQ« ciuco pplegada^ a ipc^i« àe grosso pela bor*-
da, e ciueo no centro : ía^ entrar para o fora» de es-
lo£a« onde tinha de ja^er dois mezes parv se reooser
f -^frlar; depois do que. havia, de ser torneada e po^
Udo; difficuldade« que não era talvez defodaa, a
menor. Lemos boje na Revida âtkcycl^ite^ de feve-
reiro uliimo que inalmente se acha rematada em
}^^ hora, assent/9 9 prestas esta scientiflca maravilha
da nossa edade.
; A maleriis » de que aa eompoz o tpetmlum mi refle^
píêTt é mais dura que oa^o/^mas tio frágil que uma
pequena pancada a pó4a faser pedaços, e q mint^
no grau de c<ilor , que sam precaução se lhe com^-
içunique, a rachará.
.. O canudo do telescópio tem de comprido ciaeeenta
e dois pés ingleses.
Para que se imagine pouco mais ou menos , o que
poriDcU ppria do céu &e ha-de daacobrír, cabe notar,
que um telescópio de sóa quinze polegadas de diame-
vlro,, da queemlngkiterra se serve If. JSdmandatm, não
aiigmenta senão mi) vezes psobjecioa e ainda íssoquan-
do lodaa aa condições são a seu íavor ; porque . pelo
commum, só os amplifica entre 020 a 706^ Ora é de
presumir , que a larça do telescópio de Lord Ro$90,
que tem 72 polegadas , «ugmentará os objectes na
proporção do quadaado de 15 para 72 , presupon^e
que as superficâafi deum e deoutro tenbam cgiial pevr
£?içã9 e a l^z o meamo gráu^
Já por via de um telescópio da trinta e [seis pole-
gadas de diâmetro • actuajmente empregado nas ob-
aarvações astronómicas de Pariofiloiati, se ten abega*
do a distinguir alguma coisa n'esaes grupos deestrel-
laç • que não pareciam de cá senão mpas leves n^aj»*
fbasiobas no céu, e que hoje se diforengan, e noa vie-
ram revelando, novos mundoa..
^Que não será agora? O que sobre tudo é miater ,
4 mandar observar a lua per ealf lince irlaodez , e
perguntar-lbe a elle o que por Já vae. Porque dianm
Já os calcjiladoraa, que aa distancia em que a lua noa
a^da, se poderia claramente distinguir um eovpo que
nlio fo«»s« m^or que um -edificio ordinário.
D'onde se segue, que tudo o que lá houver d*câsa
4dmi^, f' 4'a^i«para ^itfm nas b»rde ser patente , e
qtt|9 d:'a^M; (.^i^ '^« realisará esse bello romance doa
d^igac^ftrim^pt^. na tua pelo neto deHerschell, queba
pfkU^PS annoiiifdyproçai» tfià^. os jornaes d'easa Bur»-
pa»/ Não voaremos por ora naa aarruagens deM. Hen^
aoo, ma^ conheceremos uin pouco lOterrituria doa nos^
aos iTqiãqs lunáticas; e se lá faia XambeiA uma^ Irlai^
e nVUa um, Lord Ros9e, mo devamos «desesperar de*
r^cqbqrinas algum dia» poki telegaapho, aotícias. doa
0'Conneis do ultra-ar.Emtodo o caso , terçmos a car-
ta geographica e - bydrographlca da iioaaa satellitct
uma statisiica da sua navegação, pnesuppoodo que na*
vegam . uma descripção das suas florestas • daa suaa
cidades > estradas e aldéas , tias auas batalhaa a qae
poderemos assistir sem desconhecer o fim útil . come
tantas vezes nos acontece comas, cá debaixo, desaeua
monumentos com, ou sem estatuas» e de.mil oniras cn^
f iosidades muito para folgar.
Apesar de seu enorme péso« tãoiadpstrioaamentees*
tá armado o telescópio de Lord Roiãe^ que uma sé
pessoa sem grande esforço o pode mover e apantar
para onde Ibe convenha.
mnO WJkMA PlUmiiTAIlL 9K (MBaVBÇM
T09AS AS FAaXSS 9X VM WATIO*
2^9 PABá se tornar incoriuptivel tudo o necessá-
rio ás cansirucçdea dos aavi09« quer velame, cor^
dealba ou:naadeiramento# não ha maia qoe impregnar
estes objectos de aMorureto de zinco.
Para este fip abre-se um pOço , lançam-se n' elle
os objectos , extrae-se-lbe o ar cem uma bomba as*
pirante , e depois com outr a de compressão faz-se a
sua immersão no cblorurelo de zinco. Depois de bem
saturados , servem > sem receio de que a podridão
entre com elles.
GVA&l>A-nAX08 VAAA HATXOt.
2840 Pará se livrarem os navios dos estragos dos
raios . descobriu um chimicir inglez o seguinte : *-
Por um canal feito pelo mastra grande, fazem-se pas*
sar duas laminas de cobre bem unidas , da largura
(cada uma] de duas até seia polegadas, e da grossu*
ra de quatro linhas : indo terminar á l>ase do mesnM
mastro.
KAOHxvA armao^sftsermzoA.
2841 Esta machina , cuja construcção é fondada
na propriedade que o vapor da agua tem de •desinvol*
ver electricidade , consiste n'nma caldeira pequena
isolada por meio de uns péa de vidro.
Dois tubos, que saem do cimo d*esta caldeira, éas»
emboccam n'om cano horisontal, d'onde nascem qua-
renta e seia canudos curvos , terminados com tampi*
nhãs de páu com faros de um millimetro de diâmetro;
por ondesae o vapor misturado com uma grande quan-
tidade de agua condensada.
O vapor vae-se metter n'um condensador , formado
de uma caixa de zinco 4ioe encerra quatro fileiras de
pontas de cobre.
A scentelba eléctrica resultante d'aqui é notável
pela sua abundância e pelo seu grande volume. Che-
gauHse a obter algumas qae teem 55 cenlimetros do
comprimento , e que accendem cavacos quasi instan*»
taneamente.
Esta macbii^ acba-«e ao presente exposta nas salla»
do.' Instituto polytecbnico de Londres.
ouxcTaoaoBcrRo rai
• i^ «BA^OaOHI.
'W42 Tèbií oa^ihj^ioos ideada differentes iustrv*
mentos para medir a intensidade das correntes ele^
cincas. Algm» d^ellea são muito fngerfhosos : e gal*
vauámetro-rmUtípliêador ^ por etemplo , indica* o mi"
aiaM.muvimonio doaste iuido: mas em eito augnten^
REVISTA UNIVÊItSAL LISBONENSE**
4í9
Utido a fbrçfl . jl lh*á Miò pòét áfaFMrr-^em geral
todos os ínstr amentos d*este género dío passam para
tfléin d€f certas limites : t quando é aiD ponteiro <ftte
9erve para medir amá árcçSo qualqaer , logo qne elite
chega ao ultimo grão do qàadrante, já é mistét outro
Éieio para seguir o progr^o d*essa mesma acçSo.
O galvonámetro knivcrsal preeiíché o fim que o sen
Aome e sèu auctor annúntiam. Esie atictor é o ir.
Mhjorchi ,' professor de physiea em Mitió, e- muito
i^espeitádo entre os sabiog , pelos bons resnltadoá qoe
toem dado as su^s licçôes oraes é ás soas obras im-
pressas. Todas as correntes tttermc^electrrcas , ma*
gneto-electricas , hydfo^electricás ou galvânicas , e as
electro-chimicas ; todas emfim, quer tertham uma
existência' qaaái imperceptível » qwer adquiram uma
fbr^a medra , quer se tornem poderosíssimas , podem
ser appreciadas pOr este instromento.
Acha-se á venda em Mi}âo em catfa de Catloi l>é#-
ãegna, afamado fabricante de instrumentos âe physica,
que Toi o prlnoeiro que tal instrumento fez sob a ^i*
recçio e á vista mesma dò inventoi'. Nos gabinetes
de llalià é já frequente; mas ignoro ie já também os
fabricantes de França* e de Inglaterra a farão.
■ 4 ♦
2843 A eáLYANoeaánnA consiste em dtfs«fnbaif od
escrever pòr meio do galvanismo; Tomasse' uma la-«
nina metálica, de eoère por exemplo; sobre esta!»^
Bfoa se estende uma camada de qualquer verniz i^e-
aidoso : «obre e^e preparo o curioso deseriha oo es^
creve Com a ponta de um' fetto' bem i^ado. Met-
te-se a lamina em uma drssoluçio de sal de cobre ,
e tro pplo pelo^ qual a corrente galvânica sae da dis^
eolitção. N'este estado o metal da d issoluçio salina ,
transportado pela corrente galvânica , vae-se precipi-
tar sobre tode^ es pontoa da lamina que o ferro des-»
cobriu do verniz; e acaba por se elevai á camada
éo vernix, ficando por e$ie modo o desenho ou as' let-
Ira ero relevo.
Outro methodo para seobtef o mesmo resuHadof -^
Tomasse. Uma lamina de metal perfeitamefcite lisa :-
n'ella se desenha eo escreve Cum qualquer tincta oleosa,
què náo seja atacada pelos ácidos : depois eoHoe^-
ie a lamina em uma dissolução salina de cobre no
ponto peio qual a cerrente galvânica entra no liquí->
do. Immediatamente a aeçio gtlvamea céfroerá aso-'
'perfieie metatlíca , qoe nfio foitoeada pelii tinta- oleo-
sa , e fará appArecer em relevo o desenho oo as
loUroe*
mLãálé 90\AS WAtkAWWUkM WOrnsOÊ C TÊÂMA^
BáSLATtA MM M. TO»UaaK
(Cofría.)
$914 QoA^iBO H o titulo do arligo 2804 d'este
joroal , sobre o Nra-8araíva de Tollufãl persuadi-
me » de que o se» auetcr haveria feito grandes et-
perieneias sobre o apparetho de Tdltxrá, e d'ellas ti-
fado emconelusie a soa ineficácia ; porém não ; apre-
#enlo-se dizepdo , que é ttma inven{ãd perfeitamente
inútil • desanimando os qoe empreendehem pól-a em
pratica, ereftitandouma experiência com uma iheorfa.
- .O auek>r do artigo tem enf vista atheeria dé^euii-
IHj;^ e nós temos-em vista aa etpcHencias e observa-
ções feius por Toílard» uosF^canlées-de Fatid, e^-Oaib-''
pos da tjoihéátúià , sem que ntn^ueih sé (aolefitássef
d*aquella pequena despesa. Todo o ponto está em ti-*
rar a maior parte dá electricidade ii niivens , e pf^e-
venir por esta maneira o formação , on a queda da*
safaíva. Por conseguinte é* píratica de Totlará pfotá'
mais do que tbeorias fundadas em hypotheses, e que*
verdadeira ihente ainda se acham muito além doí Co-
nhecimentos actuaes. ' ^, -
^Será rerdadeifa una theotiáf Mpòlrqtfe émailiihò-'
derna? A refutação do meu artigo delFe ser feita eoitf
urha experiência egual á' de toUardt e qfue comfii-òVe
inutilidade do Pái^a-Saratva. ' *
Acresce qoe nenhum áucldr, a imIo sér lÀ, Pcàifêt^
contradiz a InvertçSo ; ^ e só porquê um auctor dès-'
aprotá o Pára-Saraiva , ha rasSo p^ra pi^dvar eViden-'
temetate a fusafficfencia d'elte? Nao.
Eu nio certificb o séu préstimo ; fiz o mesmo que'
o auctor do artigo; eu trasladei de um' livro, etle
d'oi}tro. !
Pb^ece-me nSò estar provada peío anonytiio a refo-*
taçio do áriige 2741, enàquánto nio apresentar (bctos, *
<|Ue comprovem essa refutação.
hidAro Joié Gcnçalvéi.
ÀMAvnàBm.
284&' No Jotúhldas Sciénciàs Mtdiea$ de fevereiro,
lè-se um artigo, traduzido do jornal francez dos Conheci^
méHtús fHédicoê é Hrutgieoi , e que se intitula — 'tf^a-^
clamenío da atnaurotê por meio àú galvanô-pUáciura
péh Dr, Fet$mk
A IH se mostra como, por via d 'este novo processe, '
ilíbitas aiúaiiréses se chegaram a corar com mais óo
menos perfeição, postoque muito ínaior numero d' él-
las lhe resistisse.
sed quid tentasse nocebit. ?
^O 8VZOWIÔ.
N. B. Ifo artigo 565 dissemos o que pensávamos
acerba do livro MèditãçÕei ou diicurso* religióiot: — '
no artigo 23^9 , apparecendo a segunda edição, con:-
firmámos áqnelles lòuVores , e promettemos dar , em
occasiao dpportona, excerptos de são religiosas e úteis
paginas; e noiíieadamente òs tocantes ao suicidio e
aos m^istrados. Vamosí hoje desempenhar-nos eia
parte da bossa promessa. Ponderações como asque se
vão' lêr t tio sisordãs e tão phifosophicamente espiri-
tuaes , offf recidas como remédio a um dos maiores
males nascidos da irreligiosidadé , e em nossos díis
tão frequente como é o attentar contra a nossa própria
vida, até os atheus , se não forem de^humaikos , af
hão-de receber de boa mente.
2846 «;Que frenezf é esse, que tio espantosa-'^
metite vàe lavrando entre nós ; e que tão desgraça- ^
mente vae enluctaodo as paginas da nossa moderna '
historia ? » '
« Nenhum animal raiga as próprias entranhas.; no-
rihuuá se priva voluntariamente da Vida; só o homem ^
é capdz de um tal attentado \ n
. cr Todas 'fts creatufas obedecem ao In^intto, cdnlqoé'*
o Greador as dotou: só o homem se atre^'e a désobe-
decer-Ibe! Todas parecem adorar a Providencia : t&
o homem se revolta cotitra ella ! »
« £ dizei a algum dos que mais desejam inatâr-se,
que se ekponha pelos^ sens slmilhantes; que se arris-^
.qoe a morrer por selvaKos;' e vereis como a- amor dt-
ób •
•í
430
REVISTA UNIVERSAL LiSJBONEI^8E.:
vida lhe faIU finlão inais alto , que todos os «ossos
discursos. »
« Ob! quem pôde comprecDdcr quanto é contradic-
Corio o suicídio? quaiilo esta palavra eiurerca de au-
dácia e de delírio, de de&esperação ededór^ de
<;rime e de miséria? »
a El^e é probíbido pela lei naUiral» por essa lekgra-
Tada no coração de todos os homens ^ que lhes in^ipi-
n iim secreta horroi á deslsuiç;ãi>» e Ibes^ ocdena que
ae conserfem. a
« É egnalmente probibide pela lei divina posltíta.,
DO quinto preceito do Decálogo ^ não matarás. »
« £aU lei é a repetição da leiprimlltíyaH e este pre-
ceito compreende assim o homicídio dos outros, coma
q de si mesmo. O de si mesjpoaindaémai$.gpaveque
o dos outros , diz o celebre Lcbrun; porqujp fax duas*
Tjctimas « a do. sorpo e a da alma a um tempo. »
« As legislações de dixeçsoji povos Iceia fulminada
diversas penas contra este flagcllo das Aocíedadesi
taes são o curtamento do mão , que perpetrou o crim-
ine ; o abandono ignominioso do cadáver; p arrasta-
mento pelas ruas; o snpplicio posterior do palibulq;
a infâmia; a confiscação; et c. »
(' Os nossos antigos legisladore54>e)o contrario nunca
se eccupara<m de um tal objecto ; talvez pela* rasão
porque Sólon n^o fei lei alguma contra os sacrilégios
nem contra os paxricidas. O primeiro d*cstès crimes»
dizia elle é ainda desconhecido em.Áihcnas; e a na-
tureza tem tanto horror ao segundo, que elle setocna
inverosimilf 9
'. <f As citcumstanciajs porém mudanon ,. e o. silencio
das nossas leis e dos nossos legi&ladores continua ;
sem ãuvidiT pela persuasão da inutilidade dJaqjuell^s
penas. »
« Costuma-sè dizer que os culpados estio íòra do
seu alcance : e não «e repara em que muitos d'elles
njio o chegariam a ser, se receassem c qu« depoís-da
sua morte aconteceria aos seus cadaveces, á sua me-
moría , e á sua descendência : não se attende a que
aquelle que se mata , deixa um exemplo que nao
içorrê^ ou que morre mui tarde , e a que. ó preciso
dii;struir a força d' este , com a força de ouiro exem-.
pio /com a do spcctaculo pegai,, que antes de rea-'
]|sar-se , muito pôde influir na imaginação de quem
'intentar destruir-se» t ao reali;sar-se na de quem. a
elle fór presente. »
^ a Mas deixando esta questão, em quje muito ha que.
dizer ppr uma eporbutr:a parte 1,, e emquenemos que
o^nám de uma. maneira , podem ser com razão nota-
dos de cumplicidade; nem os que opinam de outra ,
censurados de pertenderem , como Xerxes açoitar as
opdaa insensjveis ; uma coisa ha em que tod^os devem
cpncordar , ^ a ntilidade e a necessidade de medidas
preventivas. »
« Os delidos que mais ie precisa de preyinír » são-
j^uelles que menos se podem castigar. Mas se é ne-
cessário prevínir o suicídio pela didicttldade *de o
punir , ainda mais o é pela triplicada injustiça que
cUe encerra , e pela gravidade e estensão dos seus
renita d PS. m
^ « Em um só acto o suicídio contém t res grandes to-
justiças/ uma para com os outros homens, a qucn^
aquelle , que assim deserta da vida, priva dos exem-
plos , e dos serviços que lhe deye ; outra pafa com-
sjyijDy a quem rouba o, maior do^heos que pode rou-
bar» e faz o maior maL q«e lhe é possível .faaer^
outra porá. com. Deu» , despendo arbúrairiainente de
um deposEa, dt que só elle tem direito de dicpòr. »
(c Eiuquanio i primeirai não s« diga : ei» já paguei
minha divida i sociedade,, nos- tral>albos que empreen-
di e executai por ellai; porque esta« divida ó mnk
avultadJ} ,. não pode ser paga. senão pele emprego de
toda a nossa vida,, e quem se priva de uma parte
d*esta,. deúia de p«(gar umti.parted'a(^ella. Não se
diga egoalmente ; ^IJk qjue sirvo eu» á sociedade? a
minha existência é para elJa um pez» je não um be«
ucfiriot porque não ha ninguém que para eUa.não
Lenha algum préstimo. Aquelle ,. a quem* faliam as>
forças para servir „ pôde edifical-a com. os seiM exem-
plos 4 entre os quaes os^ da paciência e da resigDaçãe
não são os menos vantajosos^ O homem de bem luc*
tando com a adversidade;. &ju6to»cm sei> leito de do-
res , bemdizendo a Providencia, são o melhor spccta-
culo que a sociedade pude encerrar era seu seio , a
ntelhor cachola que se pôde (requentar» a mellier lic«
çãa que se pôde receber, j»
a Acerca da. segunda injusti^, * iáé» âm sfticktíe
.revela uma igncnrancia profunda, do bem da. vid»». e
do mal ià morte. A \iãà é um pi'esente de inestimá-
vel valor , que Deus fez ao homem ; um tbesoíro qne
bem administrada • lhe adquire nm reino , compara-
do com o qual são nada todo» oa oeinos d^a tferra;;'e«is
aqei o> que elle par.ece ignorar ,. e e que roube a se
mesmo^ A. morte , quando, .nosaea dias estão cbe«es ,.
e ae oos apresenta escoltada pelas nossas virtudes ».
não o uma desgraça ; maa i^uando a nossa impaciên-
cia a. precipita , quando eUa nós arvanca de uhm si-
tuação, em que as lagrimas e oa risos recíprooamen-
tese succedem » para dos aarojar n'um logar de in-
tenornaveis tormentos; é um mal tão grande, que
por mais que n'e.lle se pense, se .não> pôde caomproeur
der; e eis-aqui o mal que o suicida, se- faz.. Elle des*
poja-se d*um bem» de que e seu^maioa ininaigo o po-
deria d^pojar* e faz-se a ai nvesino un damne que
todos os seus inimigos conjurados contrai elle,Jhe nãer
poderiam fazer. Ninguém 6 tão jyojusto com elle* co-
ma elle mesmo. Elle é o seu maior inimigo ,. maior
verdugo o seu mais atroz perseguidor. »
• k injustiça para com Deu«, a quem elle deve iu«^
do, e de quem«é tude aqnillo de que gpsa, aioda e
maior. Deus o<v)Qedeu-lhe a existeeoia, como um de*
pesito de que podessè gosar e não cemo uma preprie^
dade de q^e pedesse dispor; ^e qye fbs o suicida?
de#ti;0e .esse 4^posito q^e. era .obrigado a^ guardar»;,
usurpa os direitos do Creador ; e torna-se a mais iib-
justa , e a mais ingrata daa^ereaturas. »
«•filie' se diríe»d'fi0ÍDdiiídao, que-haveado deaós
um depositp^para a. Destituir quando se lhe exigisse»
na nossa presença lhe chamasse seu , e d' elle dispo-
zette a seu»arhiCrie? Que jse diria de que , receben-
do de nós um mimo-em tesitimuebe de amisade, ir
nossa vista, o calcasse aos pis. e e despedaçasse 7 S
comtudo neohnns direiloa pedem entj'ar em parelMIa
Qom os direiH>s da Deus: nenhumas oileasas, nenhiNia
ultrajes » nei>humas injurias se podem comparar com
as que teera a elle per ebject(w »
« Gitam-se casos de morte voluntária oaEscríptura,^
e diz-se que muitos dos primeiros chrisiãos se oil^re-
ceram ao martyrio: perteudende-se com isso justificar
o suicídio , mf s em «ie. »
RBtts'r% umvHiiSÁii iJiSBqiNifiirsB.'
421
.« Qualrèd/aquetfantcatoBeíforasaVesIqMBté "àh
Ui v0l«Bi(«Masv^««fora«ii ierimfamop. A E4CM|iAiir«.;i
ratferiBflo^èt «io M' appMMr» , antes, feèa te coQ««li«r
id^ar bem ycsfavommii a e«|e r«spqita.^^^e a Tospéih»
fl<y«liaract49r « aorle 4os 4)^^íii![?a(torq«^ «stim paÍRiM
niBi4]praNr'á*siB» énsleociai^ »• ".' nti •>;
« Dos lf«s«r6sta«lesv edeRaaias, ipief^né» anmto
i^ iar^vrat que Ibep^qMnravam para afiaerèm mudar
itorttigiif ,. íb ãe ipoi iíveria naluecza; * é nn aete
nio de «a Ivífmovdttiac^ (Que ièr sangile^loi se mata
|MÍva te.KVrar ^d«i pet» d» viidia; mw iI»']imí de^spe-
ndi», «o» debita freiíetieor iMSidaniA iiMBeai pMv
tarbad9>i irisUi do ptrifp»; qiw, 'de daés males inevi^
laveis, eseaUieu. o! <fv^* julgou «)etioi\ Assim, mesaaaaa
aagiiàdn leci^as o cansUleratfifecniio-iiÉB vasgd de^-coiv^.
^em» e nio como 9 elTeilo deiiii<celciescl«risei^.(l)
^'de 3ansib, abalaiid#M«'eolumtwi doteánilo de
bagoo^, i|s«rii'<9epbitar débaíM 4taa solis ruiBaÊs Iras
imlipliioKs(iM«iv ie'iodoe.oss4as pifncípwf, na certosa
4de 'perecer COM ellest è %^4é Bleacárv romfcsido é»»
«NMhidamctttM >|KMr entéeaSrbosleeiiptmiga», :até «annrer
debaixo do elepbante que condusia o seu chefe; òntum
nMs ítiMét kxtiri(ffd4bark»)^v|iÍõri<^e''exlMiDadfo pa-
tftáiffsmi»» e afèr>ite sttictdio. Cada iimt^d^^estes beroes
Mblietis saiaaifHAdatt ^yirif^saWati o sete pofio» »•>,' ; :.>:
« Muitos oiiti^ fteecos dee<i#aç«m oaidètemfridbitté
i0e^t«ÍMáiA*$«'fralkai^iibfíaern,>ora beibr orapidáleal-
^vMos r e 4e(p»i<tos unijMveaes de prosperot ísocaés^'
^i ouiraa d* ^siieeassos* deiastiolíois. 'Dè-sm-lbee-p»»
réw ^noMiie qnésequite^pftttiíeaia^suleidlo.Ni^eUes
a perda da própria vida pode ser um aoãsorv :.um^id»«-
tHUré^í aiiMla aiha eons^aodd p^ímo um pvopiSsito.
xi..^0ueai diss^léifta^s ^fm coiM«etlettfuiGÍdfoal|úetie
que, para salvar as victimas de uminbebdiovtoiíkpait
pór^ )eíiftw á^cbâiifM qttll ^ émomtuímf. os ^quelle
<ft(is ta«ifèiido-so^s biMlas^ «tttoreddas >ipara sai:^i«''as
Yída^de seus sianilhamcsí » pe^ddu a s«uf( » - - '
' « 'Eniire os ptriíaeires ^ibristioa;* q«e&iéfcifrerèciaai ao
Vxiattyi4ov í\gms 4atf ea^hafi^ertá que proteéesscin «ne*
iias'<r^éfto%tida, e meta» «rodeuteneiite; AcouteciGi oom
^ tèíf^ ftà rcilig^;) dis W mor»Msta y ti mesmo xqiie
lÈoitK' o télo do mnor dii pátria :>i09 q«e d*elle são «ni^
niádoa. iiiasio ias^tfèeavdiss . úémyaf^i^timáiM h,
« ^Quom Ignora pováai^qaeosque, ávidos do marty-
rio , assim a alie fe ^efjfMui^ ,0 .não praticavam pa-
ra se destruírem ^(jVBdJkMnráidléom um solemne tesli-
munho da verdade da religião , para convencerem os
perseguidores dUÍ(a ^da; itÂIIHdMè áqs supplicios , c
parj[i. p^qf)a,re||i,>_expondo a sua. muitas ^putras vidas?
^'Qtíeifi'%iora qoishit^ isto c^ntorfttí pl8fa% tRttftíar
a tyraVihlà", pátii Sc^diraltídreíbi' íS ^tt^c^içôes,
para a conversão doirpà^as , para o triumpbo da fé ?
£ quem sabe euKfim:qiP4 ««ff ciores rôispirações , que
vebementes impulsos da graça receberiam esses mes-
MOS /letijas resoluçõeli ^piffaoi^iâ momsjprisdeÉMj^r oa
«km^ necessárias t »•'.'' ' .••-•i. > : o* r. . n
• M Qtterei^ipartaa|tooonft]«dino«uieidi<rca0t«fM^i^
^io :»o- mart^qrky, é qoêreivconfiundirtxwais repug-
«ifffite alMcMade 'd0 «oHÕMf;' comifo^maia asriilolado
httokmo dHivirlnda'. m : > u! . '.> • ^ -. • \ 1. •,
'" <'Os4iitidto'éimMeiiladaii)tMia69p^le<odapal>-
li^lilari NloilM^ooisasanqHfespotsdicompaFaMe, nem
c^fttimfldlMste qMfiapamii^stiâtaf. a: .^
•.■ < r.tiii.ifi.l a.i 1,11 1 . I , iiéain B^iHiMiri 1 hk ihiu í mii
•^« Toda «iiatiirefiEO^jOrcDMlemba.. T«d:nq soencdAdetdb**
reitrémer aftioonstjimllie: que algunl. kíos seusjfndiíf*)
bros o comiàettcu ; - ou ao presumir » quo. lia algum
propeosbra: comttetteb^. .» .
:« i)esdeiqtte a: vida éijuada.pttrá.umfapmetai.oellB é^
sedhoD^da. de» oiArosi Oesonptor que disse^ qnei) li»t>
rimi éapai de maiàr<!«e, é<um tígria am meio da saio iet<
dadeír^disse piO«a9.<'A<9«aicAida aeautaAa<»«e do^tigre^'
patqné o conhece; jimis quem aafaa o<^^e sofasaa.nr
alma ideséaperad» do iuictda ^ para acasteliisHMl d*el-
lèf i' Ella pôde .matar a .esposa áa acçio* de à beijar ^
o^^imiíg* na acção de o abraçar , a roagiattadonô/ac-»
fio. da Hu» fallar em iustiça » o soberano na: de Ibd
pedir alguma graça ; e deppis embeber o;puohai ei»»
saaígnentado em.Sttiifroprii^.stio, a ^ '
4 Deixae que esta arvore de morte laikcé |>rofimdaii
raia^s^ déixoe: rjuHtplicar os suicidias» e* vereis se
eataes^ aegufòs em alguma parte* »
- < K Mas pofa remediar um mal, cdnvém conheeeiw^ha
as calssaa/'^^ quaes sio aà eiuisas d*osèe» qtietão
glandes progressos eslá.^Béndoí? »- . t; . • . ^
i'-.« A frequência dos tsoccidips em Inglaterra; cosiutna
attribttir^se á; inteeiícia do clima^ 6è> portam* o clímc
é cttlÍMdó d*fSte.crimoi' em» cUja .dii^eiisf ão nãoiíeátvaH
f^moi » do berlonao ié eUe só o. culpádòi: » .
.« Ko9'ioutros^ pdiaesv^e «^otmcnienoòntíiso, >as^cau-i
aasi são todas socéà<s, e moFaei;.:» -r.. ) ....
, « Â antiga>. ordens d<^ coisas, q«a'tra»'para os povoa
umihabltoqQasi convertido :era riatorexs; aos antigos
bens, a que elies estavainraficTtofe;) e aos andigosma^
hís; com qdo se acbáTafti rasigUbdos r^suecediòcam novos
eTòmentosde ordem; o dc^ desordem;' novéis fliefi8;qtto
ellea • naa ' icem sabido apceeiqr ; e^ novoa ;ia3ileS. c«)m
«fsã<íSonSii tem podida resignar: nte; cdmp wicontçrm
poninee éscriptor se exprimo^ aúccedwbma gniorr^
dSisíarç^da i^pm tnd«ts as apparfiiin» idr pat ; e ama
paz contendo todas as agitações da guerra^.»»'
'«' Rícastolas de.oiéoancootram^èebcçcr coRi;,Topl*»sio
nani btfòHaçõos . dos qu& ha p«ico fwaqi polires.: ^cfs
andrajos -da pobresa cobrei» a nndez der ianinacr»»
veia:, iqoe ba poo^o foram, «oos, Bfnqfu vem!0:ifi9ÍA
ièQte orgiilbo de uOs ; <a Irístcaa; -o.dc^gnslo.dli Tfdd^
etatveea deaespomçioi de^ntros: iiMsislotflorsi só
nio pitNinzi-o sniddio^^^d.AeoèMaria q^e:se''lbr Junct»
• 'irreligião. »-i-- ■ ■•- '•- »• ' <^ \ «• •
;'«• £.Qnieni.fos,iqive ét snâoídoii; de tantos «eqt«ttar«a
de homens, consagrados ã Toligiião,' que «e deitaram
mivisena^ikâto»-, nio Ihxs -i^llaiido nadsi para as com-
wodidadei da: vida» -e aqofdaram.fdlari«s:.á^ers0§ni^
f%i»'«ao oppiiabr.io> -ssm; maiaij(eib«íqiie -o* «brigasse
dai ebliiva , «eas) ma pio-3Íegiit> e dam. qii4 Ibes» nfirtaé^
Wia^faifie.?! »"-■ 1 í.-'- '•' r , ^^,y ': ■' '.-; ■ ; % '• ,1
« A desgraça sem]»imp()sd«cÍ6* '«do. lésdflkiaitopd^
n arrailat^-iao sui«idio{ aiimpiedad}e«èHÍ«|a(diisgra«
^í,'St»ViJ>í i» '■■' • • í;: • ' í -i-r.iCMfi
' • ^ . Aiéda q«e sreBConlresbwMamaiormlinaro deilM*^
¥b» vnlnpilBfltfs e«k>|iessoiiSiJia;vidas''lpat idesgraf'i|d«i;
eMuintviun-s»*tiaihem-al9imas:emi>pessdas ri^piíUrdiis
félites-,'*' í t'^' '• '.•.■.'■ .. '^it .-.''i'... • í.. /L
-oWOs béna^o^érniAM dvferrirt^^dia imii^viÍiiNMin'«ipk
servadDT; fattfans^asalniâs yaiUs^de Mo»a« ¥éS4>sa
d^ e|p«vadça eaA «spesança; .^0 .dtaejô «m dáejo ,
«té. q«e i»aTtèefiRt»JnÍb lipivar ntM qiie' d^scja^ » «wm
qiTo esperar^ .ae: a bMIce a ^ida>. pars d^nyostas*
\ kaaíié» «''^aV' baatabettiS(«aivJ|i'iL lodtt.
432
RB^líSTA UfflTBESJaliVlflSBCMWIirSB.
tftKa ãoft 8609 prazares. Entie conhecendo t«do, o en»-
jadt» ão todo , cUe busca a morlo , como uma dorra-r
(icira seosaçãpé n i > ■ >•
« i Mas qual será aquellc que^se atreverá a tanto, per*
Mádido, de qcioafai nlo.tormifia tudo pana òHo? >de
qaè 'pan|) Ql<le .vao começar -^omà novaiexisteiwliaiv t»*
da de tdrmento&a de horrores? e de que estes horrsH
cea,' iõstés «efn&etitosnão fiodaraon-vm dia» n' um' ao*
no-, ii'Oftisecii(lov stm cmmiimíibareiBi^de 8lecl>lo9^? »
« l Q«ediomem, senitertpordidoâQteiremeBieojui«d»
pauaíialivias^fâous^sofrciDMiitossiou se ilrvra^ dkkcnOja
Wa. vida / velido. diaatç deisâiama fornalha aooesa^ ise
lançarta)ji*eâlB^;"terto d&qtie ah^ arderia eternamesn
Ve.^ ^m. qcobatrijdQ sob^fqeíniar? Morreria ^dos! os
dias, todas as horas , aladas .oisinstaiitts, sem acabajr
de. morr^f » * o^v-fn ••. ' ' ?
j a Ú honacrn mata«<e' porque áprospendaãdJIxe-pêsa
ou a adversidade o irrita/ o a* m(nrte:$e>ibe;rcçpe5co-?
Sa«omo bs.tcrmffde tudo(;i.raata^éev pi)ii|D4^ o iogma
éa 'imqiorlalSátede 'da.a4ma não & um^lo^m^ para elie. - »
u Sc clie SC pcrsAitfdíb de<fue; ondee^a lúda acaba
ootrávida ealfliaça'; de qúe ós males: da prim^ifa «âe
nada , comparados com os ída se^vúda ;• de quesnb»
trahiodosise yialentdraente áqueUea; cafrá tafallrvellnen*
te n*cstes,-€h ^deiioerto ellenSo dceerUirá doaeupos^
BUO serçftotoeá ooDtraa.Providcjicia; não -Se maCárá. »
<f Para qiie ba-dc matar-^ae^ eranda qutebmissoQio
iará senaa-fireeipítar^-se.^Bea abjesaus dai.t^ero idade •
contra as ordeos deDeiiS); o qtteDeos' estará lá paca»
castigara 00 que esperança poderá eUè- ter do. pardié
de« seus crimes, se o uittoo. acto da sua vidoi se a sua
ultima dOr« se o seu ultimo suspiro flkaínda iimcrime ? 9
« ▲o<c8qaeeiaientp\pois,:«ou ad deapaezo da celígâã<^
é que prâacipialncBlte » dere< aitribuir o falalissú^p
progresso, de uara das maiorc^ calamidadev doa nossos
dtas^ A qoem deiffirá poréai recorrer<-se para) que oUa
dc&apparaça ?, » • . - •
f « Qs .governoii farão a^goma coisa promoTcada 4 bem
BHterJal das povbs .^ melherando a' administrarão';
ereande asyfias pajra a enfermidade^ r pi^ra a pobceia ;
^struindo, vedahdo» oit faxendo giaasdari os. Jogares
dtí tentaçãa^e de periga» como entre nós ha ura», que
tem^dadjo á.raorte vohmtaria ionumeraveís victiibas/:
vas depdis7<d*es|bcs;'4r.de mxíros ipasaas similbaateiri
não pensem elles que terão andado muUav se. não ti»
;rer€m posta o scii nurior eÉsdadO'«Q reslabdieçiinento
da moraj p« da reljgi]ã0^ i>> < ■ l^^rf
.r« O imeibqr cDnsclba, qút sepáde (IswapsigafvamoAi
£ji|i>e' Aa^ecn^a.Bâltgíio, é a< proèejam ;< acb povo^/qiM
afjaoi Heis ás siias láaKínias ^^aos dcsgdatosos ám^kdsu -f
desQQsos de ftermiaa^a; «^«nnpiqreaa Qa«iaUio' dlríndi
que lhe peçam as forças, que lhes faltam.,) paiar,par>
4if em resistir á «entanjia^tAramrver.' ir • /
«aff^Vta».pbtàasapho rqaamvepddiaefitesruHáauf que;
quando se sentirem acommettidos d'essa tentação. fiur
mala- Jiãaianbem. cornai^ ;fiaer:al9ama'a)9çã0 kíM, an-
taabfua jtcafteai^^^e sttcoiHniik : a- dtpoia.2)iiaqfiem ai^
^mi liqdtgenla ' a qvein «'sacagrraakv ! al^ai-icippjiimid«
a quem defendam, algum infeliz a quem oansolem;
4taenfnri4bii<|ijier a;fM>diar:^e í»s«llitar'àqye)i Uráodaos
•aivèirámaDbi; 'dlahet t^éedasaèraf ^la^re. i^.. ' - >
. of)jAi'SoraQreii«is;quen ÍB[rpu§Be<asla-) lembrança') éks
Jlioas cíbrfftaio d^ Iodas ASiproiaiatatfasoiérrqslnfp.Saa
•osa8s.faellioacr'))roi«oioMs«. filiai) padcjn: ailraiiírrif
chaT^htieaaCtada '8b4i sobrai &)aciiie;E^ttis9ffriik d*
abM- dà^dâaesperado: mas asie remedia está mui longe
da eorirespdnder p)eQamenlei:«.gr.aBd(;2a do mal^ Qae
soeéarro poderá d arao.poÍ3raaquelle, qneBao^iaeroa*
da? iqtie defeaaipoderá» prestar aeoppriflMdotOtqitc fór
raaés :oppcimHha; que allet ^que aanaolarao-paderá l^var
ao infeliz o desgraçado ,. que não lachtr cansala^rina
letaacmaaa esperar. achal-A na na Gea? » ? i ^
i»'^Âr^e;nâs se^ quando oenAdn da rida^ .«ma d^
sespeniçãa nps «ettar na mio a puttbai ,\para D>xr4r
racmos' na fcito^ta* religião jtoa: nãa actidir 1 .»
->« ^^GMBipodeQádescoaheceaoiseu paderdti«iaa?;.eUa
tem espaeaiiças pata todos .oa desaleaAps-, cealidadrs
para todds.asrosperançaa., coosolaçôa^ pat^a Jladas<- as
panas. ItlU: nãb xlis: £e|izas aq4idlas}*jq!iie\sevtaga4'
Iam nos banqtialas da>^'ida,:^diz aa ^sooli^tf io';:i^mrr
aventurados as > que soflredi.r»: » o i ,..' f . ' o . !
a .Táav^que voabendes esquálido d'«II^i; ao qsia^a ha-
veis desprezado, útí aão.daixaia;dq'«veoorrfr.a-elia«
qvando tio lerrivei. lembraaça^^vos^çraaépuir. Airidit
gtJko Á ««Baia :cartBhosa d^ afiães,- i.t ^qm^l. é. a mae-qu»
repulsa um filho., qMa arrependido t se jaBça.nei aeits
braças?' i> "> ..-.•. • • •;. . . <..• .f{, s
.«^Um .instante de '<fé poda aalvatHvas do^br^mo, ^ua
está' aberto» diante >4«.vós>s;.e.«m instante (JeapaçãOti
uma supplica, eierando^e «através da<iiiiaemi q«icv<M
fcélcEa o espirkoi^. pédft^lraaea-vos»a* fá4..i»f. .: ./. ,»
- ' I « iMaa^sa dia ttão- vier, ^ qaalaserá o vqsioastadia «er
nio oidft<iHna ineerfceia , que fião^obefistea s^ vencer? '
sanãao da dCivida'!!» oem(>:ii^4^ devida, i «orna Ja»
IníraiMlo.Bresta imseataaa^' v^a alDeveaeia a dm^m pasr
so>tão decisivo.? m* V ' ■ . . .* t • •• . . , c
,'•'€- Lofflbmes-vaadc baieriéfSpiaataSfido.niMa : m»A(|«t
será de vós ;'ae« a» porias qaia se, vosj abrirjcm, ifortcia
as d» eternidadei? ••« ....... ,,, .-. .. t-.- j , .-
a. tPresunkia qoa^ /akida qufi aJbaja,i.nãalSarAiH[>uttír
doslpoff iim apto qoer,. em vossa :.pasmosa aU^ciíia^ao
vos pareça IHdsffecéBto ? ^n^is qiialjará amassa* sorte»
se eile íór.juègado . um grande cimit? le^^oiiwa Deus
irrítad**^ e Gmqipotenàas» prpfevirf.aTii^aat»^ sat>ien$a?
i A O visco> a quj» -iiéâb aneamios ^aftoalindo» nâflCip^deis
éeiocar da vèr que vos aapendes , q pâ^ígo ,qp9 arrosr
iaes é« tai;< qtie>a9» oanaidíacaif<) o eoracão se aperta^ »
pcnsamaato se aapanta , a imaginação s^ coDÍUAde l a
TÂtllDite^.
'I*.
COMKIBMORAÇÕESi
'« '^-93 M «latkft BB' l^fô- ' • ". .1
)I Í,U
;o 2S4II €a9Bmjmi a fiiçanhasa liatalha die >â^ljabarra«
ta , o senado da camará de Lisboa , tm congregaçãn
•dtí^^ckradQs^teM varões réfigidsosv <|Me , nas «eus«,paços
reuniu » . para. fazar varias Mt^.t ^s9nio$fAm..oitÁ^m 9
se refovMiarém.a1ganasat^iisães^eBàrjqi»atlífacsia o.pç^
e a nobresa, defendendo comagralesipenfls • usjirr^.q
^e saípiHlições ,* feitiços» eneimtaBttétadbi jbvoaaç^es
de!ii(^manlos^.je.sortMQ ie«l>f^r.aMim; daitod^5 oa fHPI
gentílicos , como. cantar. jÉQoíra^ ,^ faafr irtiai<iiai§ M97
trás fastas om diversos masas^ - carpir os flnadna. e
dep^iitiii:iostDabtUoasftb9e.f4ias, sftb.pf9)^4f, qu^m
.Bi:^srt)ti;^^UNiy£BSAi.í i:.]SBQ»EPrsi:.
4g8
ctamenle koIòu • «ícaÉitti» 'fner .eift'«aq9Ío te graças) '^
d'«8ta graDdi«sriiw>«Í0t»fÍD9 .9«lMicpliick)5àestinr^éisr^
curso do anno ,es«iMtotiiÉiflnu»ábrdd<âi'Jefg»; qaft
devia ir á sua cgrejau <ifi.'islaif><ivi|aá'ini)ircferída bii^
talha >flteftslnij«doHpor defensor .'dotenorcàtoforluglws^
esqu«ccndò-se, por «eale SB^páe^soM, ^otyjeilM dos prí^
meiros tempos, éa 'iMii^apchiar^t ' fni^ffasã6"<las no^ssfd
dcsaveiiças com a visinhi Caslelln ; por quanto , se«
gundo se depreendAridaKcèránien, f4é)C8ta«aprlÉaÊira
vez que nos arraiaeaéa. FenÍB»ii1«, se.«MrÍ4i pf^Uí^
dar i]p«MÍD{i» ^HMgaez^-^Pmiwfoli^ei & Jorg^^^^ tí6
bispanbol ainda CiÊÊàHhã ^.jSan/tofor.
No pontO'liiide«oéipflçoii a'pelc9aiii0ndott.o Mimort
tal condestavei D. Nun*Alvares levantar uma ermida
á honra de S. ioc^e; >o qlMBdo tirti.du JmUv*! . l*e-
forçoQ o castello de tisboa o f«z ,s«q iitnlar» Jl'cife
existe a sua.priínorosa ioHigem • qiie , veatida,Bò «M
da cavallaría;Miligé,us»*>tnde«iOé atinps: nii'#roci6isão
d e Corptu Christ»^ - jÊvmtOáá > cu» um ' jobcrb» ca va*] td
branco , com. :«0(i» pagetti v èslado. tespectiiro* • O sé4i
chapéov dadiva.ie'jaK)i|^(U'idftiCan 'dos-diiqvcs/ dtf
Cadaval, que são descendentes do Condestavei, épeça
rJquissimVt^M-pcdrnTéar-piíkc^fsa» «alpr .oparklade fcbr-
re entre o povaiqua valMlm^milhãa id4) /crusados^ a
fot invejada p6r'Napbleooi.qQlBfiÍM/laafO»'^Mii! aguiaf
raptnante , mas foi*oos reslituid^ ...;•• ^ . t \
Antigamente se faeíaiaqui-e ^iiii€oÍBi|íra::«sta<rpro^
císsão com muita» ilgiiras ta^adat. e^pilaAnaK). itiS4
trumeatos, danças e outras mais invenções burlescas,
similhantes áquÂeUv) que tão meòd«<)!e eleganteàieite
descreve o nosso Fit. Loii ldd< Sousa v • nrftraalMialçãé
de D. F. E. dMí>Mavíf?e»; Elreip^^D. Miaavei c IK Se»
bastião, fiaomaii éioitasf^rd^a^çõe» para cbrialiaiiisar
taes solemnidades , «ws- .-pottco' jMilvann conseguir 4
porque ainda em 1724 saf4i«faiat^obii»f3a!<éa«fogM';
danças e GgiMU*. reprewDOIIiiui^id&Sjroetostiias pro-
cissões , ondo se exceptuava a da imagem de S, Jorge
a cttvaUo, : u- i '- ' 4 \i
Este voto qve récoréa^a saitação da índbptndeteia
nacional, c a fundação ck- «ma dv1la!^ti««*d•'hePoélv
44le DOS traz á Iett>iiranoa> á'lllatar''Vítloriai4ra•'n(HDca•
tl««mos■, já hoje se nao cumpre como foi jurado.
i- ]È porqii»ln>tsleyHgmpH6it a «ida^-^fptnla miiis
é»ê voitíi politietn dq qae/^s «oIm WfifiM0«7'. . : ,
SUSPIROS 9S ABarL. -
>' ) r £fiii»mitj^Ufi««fl(ior^ ./ .'' r ^
E''pey|ifl|iViV> » f 4IM»WÍ>i'^J ir ir. . ;. A
Tutu racçojlj^i /i^?cor. ' - 1., .
Metâstasio; ' ' ,
Dilatc-se portanto: eaDiSOiks^^tseotídas > .-*
Exhale a pena sua.lo^mcoèosa»?''.* • u. < '
Suspire; gcma-.á: ly;ra /achrymoaa . -• ir:#
Seus hyfflna8^:€h)lâri4os« .-). ' >
Seria o canto eo>(Ch<^no perigriAf» ' ; o < '*
Se ao sentimento » voa c^fic^pi^^è^ij 0. *f
Se no rythmo oa^^aiOA pfantos ,e». podíéraí; '
Pintar o meu ^d^siifto I •' . :./ .1. ( : /.
H
£' todo fogo o meu peito,
A mínbaralqiji «,todffiíii«MK;fr;fvi
Solitana é 'minj^ai )VÍd<i,i . , j
Incessante a pniab^ ,((or« . ... ,
,0;" ' ' . '» : 1 <♦
Sc abril os prados matisa.
Nos praças, Iprmf^ntqs yeio- :• {/
Mudas às %r^S/S^ flntp<H^niAi|iK**(.
£ eu. . . «^,...54 i^aboj^v^^i^ 4<^jf*
Se, tristemente sorrindo,
Eocfc^ar lua mOjge^psi^ • , 1 , . .y
De vaga (prkui^a. as f^lfpa V . i ti ^
Os campos ,d> luz. #^u4os4»., ^ . /^
2847 Minha ahha," todac^mor, em vão comprim o ;
Pebalde os males^meus e^òiído attento.
;N'esle pego fatal o meu tormento
Nadar veikr i^nipre.aó cfiifo.
/)/iír: j
•jo
Se este pei^o»,i«^,|)avi«;f^9^x|]Mtív»i <-)< 1 ( .v
Teimasse acaso tm constra,ac»iu> «ata^ísaH^, • j
Libertar-me viria a mão da morte
O coração captjjytj í:í^i vn >' : . ' m <. \
(•) Viil. nu lit. 3. du L';'S.' A* Qhú:^^4êkÍiAiióo5 sov-
tíle^iot ridiciifissiiiM; 4|ue.pdr. cnUoari uM^au, e.d^^qne
aioda hoje le tiram muituS}iu<sfpí|.j'^, ^ j .^ . >
Eu, magoado cypcnsatívo»
Conto as ^estrcllas/ducéu ; , . ,
£ conta/p aAciâs iervontqs^^^ .
Do p^rofundo peilq meul . .
1 ir.' 'í
Sc( a rçla saudadas ge^ic». >>
Sc o rai;kfíúoi,.tripa;|^moces;,; j ^ \, . ,.,j., >
iO^ft/iavoja^ :.'... Ardo. .... e>|íO,;çimwlo ,
Ninguém santOi os m^^;^ 4u;dore6l ;i ; . m i :
£:trcmo^Xqç^)dc:su3tçv |. .^t .4 .*«'
Sê aiteuío escuto a moif lado. <>. a* p t .
Rir, folgar a ^ajurezá^ jj ,,i^ ;.,,, , .. • ^,,/
£ PM'?^^: ab«jií4onado; . . j , • ..^. ; . . ;
.?, . ; • ^tí<: ','> 1
Trem,o, d|B^A^slQ^ que. eq.^ifílo, .^, .; < /
O que é ter i?m.c9r?ísí'Qj,j,^.,., ,., . ... A
Torno, ano íos<^^ todo ^anaa^,,'; ,ji
E subm4íÚèí-o a -rasao I> ... .' , , ...^ , , . ;j. .1
*4 A ra^ao !. . . l Acaso pode
A ca^àa raaij^ poleale,^ , ^^^^^.^^ ., ,,,.• ,--
Seja de' ferro ou de^^na^zç-^j .^j, „ ,,y, .j^. :
Enlaçar um fogo ardente?
' "^ Ebtré as v^vjas mí«çç4a^^^ ... ,,- .^ .^
Brevemente se 'a'|^raz4a: , .^ :,.. ., , ' i,
Fundíí-w^, augm^nt^' ic^dí^,i U^àf>iv. ■./•s»} /
OqMé^oça.d^t^í^^cad^^.,/, ;,.„.;;.,; ./ .
•í » ,111*- '? i-^í-" '• -**J <^" i"^- "*'■> .
Aí^yriaAaiwra^riíMAha' '»• ■'*'«•' • í*'''^'^'^ *'*
: ''Xiiâo*far-riilloreMfèi<i í' • « ' -'• » t-'> ^ni «^
A ma4ii9«aét«a nos bosiçtHIV'' ^ "^"i- ' ** ''' •
Nos corações o prazer^ «" ^ "^^^í* '»^''f ;*^
Aécerda^«oíi«a tèfal biMoí ^(>b^ '^^"^ '-^
éh.iaves.pai^ cantarem; •' •• * > ^^^'» '^ ^
Para sorTÍfesi)os'b«ítíea8;' ' '''«^^''í ^^ '>i«''!>'
£ tados para!«G ummmr •^•'"^ ' • '^'^
424
REVIgTA^UmTERSAIi; USSCÍNENSB.
O9 estilo», flwejam : :(> -
Como as rekas^ aniorosM: '
Abrcm^se jvtictos , refcendeoir
Os peDsameoUM « m Msas .
Só pnmdmerk «1 nio tenho^ '
E se a tertho-^em soHdão
E' dt Dti^eM , nao d^ flores
Nio de sei , de es curidio >
, IV,
lâen eeveçao era tim yaso
Tão puro , tão i^reeiose! ....
Vcrieis d'a1ilia por elle '
O reflexo luminoso.
AboMdãflfte amer sincero/ ^
£01 nobres peitos irulgar ,
'Emi^ afeetos sefíinoitie - ^ ^
O eocfaiafli a trasbordar.
. ' '* ' * •''
Mios tyrannas in*o partiram: ' *
Roto está, tddo ciHtMTiou ; ^
Até a proprkr esperança ^ ^
Pelas fendas se escoou !
-' .V. '••■ • ' * .
E com tudo tahez itio merecesse
Desgraça tão crael ; talvez minha álmá ' .
Fdra digna d'amor egual-ao d^èfla!
4 Aí ! prados verdes » campos inaiisndos
Sombras da tarde, éstrelhs pudibundas,
MiA^e^ èédás ' d - amòl- f \ ai 1 treras meigas
Ba noile amena * qnafita^ , qoafQtas Veies
Ko vosso recatado occulto seio
Meus prantos derramei '/ cfíiasi cm delírio ! ,
i E quantas , lete atágem , qne gcmi^
!Nos Jaranjaes do valle , peto espacò
Meus suspiros levou , que vinham â*almá !
E quantas mais» sentado pensativo
Na alameda* da encosta em hide pbdrá,' ' ,.
A* beira da corrente iriquietit ié funda
Quantas — olhes no céu e tnldna fdbe-^ .
Contei ao campo, aos astros ,.)i'os fraguedo^
As anciãs que.no peito, não cabiam!
Foi-Ibes sepulchro asoTidSo proAinda :
1 Se haviam de rir d^éllas * : . . .
\ Astros , campos •
Fraguedos que me eâtistes • vós sómeníe
Podeis dizer, qpe affectos infinitos
Aqui dentro em cardume se apeftavam !
]Que ternura e saudade amena e triste!
;Que sedes de querer e s^r' querido,
Be entrar , calcando bwnaQipsi imporèfas.;
K'um céu d'amor, com quem cennga o abrkse t
2 Que desejos extr«mps ,> e jem maoehà« .1
Be fazer entre todos veniurofo^ r ;. - > ^
A' força de caricias e desvelloa
Um ente idolatradq I rJie feR tUe. ...
Por tila. ... os hymnps q^gof <le que stolè
Ardente a phanUsi» a tDasbondwrime
Fervoroso esgotar em bmjKuo enlevei *'..'^*: ^l
Nie tombeis, hMKMí «i*. '««nii^da %i%'^\ám
tCe'a froptte ••ppceM», »aiceoa|ie'>pnnidfty .1 lomi
, Gemendo e ^raal^anda^ e a^oaii ««ipini < m - .^u.
Mil desces/ ■MLaaeii^fr^millertens.
A'^ aóras capnclwfMvalregánd»^ » «
^uallde #4s % M»4efc?. «« Seialgi^ <•
Bepdr deve estas faginatç^geíMflv ; .'^'^
O que CBleRéér ia« f 6do
,:, •-.- VL.
Peítof tensÍTeès , . enraçie»)
Temofu lang«tdes elbea Minàian ; >
Besq^Oi >ftida inoiera^'» -sia eq^áHMf á^aian «
j 1 .'
Lède-me vds , só n4»i etfov aei^ftn^'
De q«é hafw» ioteMNr «nen «iBiples
, ' e •/.«''..'li'.];
Lé(le«me''TÓft,'ir<>e áíMÍi^mclkadà .>.
Na jánelta sâvdoan; wàgamenle,!
Honnda »^ce , «qntemplaeni mm «tWos,
0 Mnl ifeo «ar ^ do fivmanitfnle<o.è|çillM;r
E iBiorm«rar>olivàS'aeii» éáttingiiil«asi^.
I>'eguae8> myat^naa, "égttafineale lia^olt»».
Do ve8t# peito as níkUs « ai <l««eeeana. > . 1
1 ,i- '» . '. » < .. ' ' • i '»* :■
. Lede^me tós , qna ao ^eáponlar. éa amm
Bntre oa vossos. jasmàiateoUie» «im* risa.
Que , sem cansai' miiaiafrima ;deai(^ett^ i
E tremeis e córaes, qitJisi .ée* p^i» , i
Se oiuls mengai arrulhes amoitosoè
^am catai :éesvellado m> seQ^oà ^
Lède^me vkís que daes aítíceros pmatM. -.
A' kmcfaradoíTassQ-^de.Petcarcha
km iliagoàdoa aAtorfc&^^e kè saMMdea
BeBimtoardel saifdes^^^e ^«a» ettievmdai
Alguma vez ,(ân^«a »• desejaataa .
Para o pobre poeta opnsokrdes i • , < : *
Laura aer, %tr Beatriz., «« aer. Leonqra. \ >
Léde-rae vós , que am hyikino doloroso
Bnehe de dor-«e vót que rasas d^agna. • '
Olhos fitas no livro qaast tedo, .
CoBO veadas» carpís-eatrauhos males* •
> ^ .•.'••!.•*
Léde^neiíôs qifte o ««insere da teaipl*
De pranto buasèdaceia^ae ouvis , piedosa:;.*
Do Deits-ilomem xantan os soffHmentos
Ao sagrado orador , austero a grave.
Lede-me vós. .«-^eh! ledenaetós todas
(A quem ardente amor ou vago afféclo —
! Voraz incêndio, ou fimida sccotelba —
O coração tomou — 'TO Vos esmero',
De vésl, de mais ninguém, piedade e iatVessel
VIL . '; ;.
jSahw, rei da monlanbâ. ce^i;a annoso, ,
Que as lormebtas aíTronlas.
Geaao os breves aeiii d«H >oiailtiMí kMitoa';- ' '
Os jecolaai» oontas: - u. • ' . * «^
D' aqui vejo , nos ares recorttla-
A serra..do. âocHtente^i .
Dcpcançinda em. raponto «Uiva e ítTê'
Como um leão doMenie.
REVISTA UNlVJSBfiJLLi LISBONENSE^
425
S^lvo > rei d* montanha , {^itígu v«lla»
Soç«gado Tilfko ,
Qae mal faz murmurar severa e IrístQ
O' veiiU 4^ aoldlo»
Do cupvo tronco dobruçad» « c^pa»
Em arcos elogantes,. . , ,
Descommunal trophéo soberbo finge »
Ou yorla de gigapUei..
Qual vislumbra o estrollado firmamento
Atravc» áê folhngenii»
Taes^ v4slQinbr«ini memoriasrdp passada
Pop enlce.easa^ ramagem.
èalv« ,. tcl da roontanfui, A sombra tua
Ja cobre gerações:
Pendem aiuios e folhas dos teua ramos
Em. cerrados fa&lôes.
DebaÍ!io d*esse tecto susanrcante,
£ serçpre hospitaloiro ,
Como o tecto dos homens d'algum dia*
Paxá o pobre romeira,
Eu ,. romeiro infeliz no mundo • venho
Buscar abrigo obscuro:.
Fallar venho ao passado, a vêr se possa^
Esquecer o futiiao. ...
JU ! nSo pnsao . não sei. A toda a partft^
Me segue esta dôr. viva ,.
Como a frecha que trás no lado rota-
A. corgi fugitiva.
VII!.
^ i,lrei aos braços da/gloria
procurar o esquecimento?
Desgraçado ,.é vão o. intento:
Se conservas a memoria
Úas-de guardar u tormento.
Ar f lorta é fr neto - enga nès<^ ».
Seduz maa não satisfaz ,
Fcnas causa, sem dar paz r
fiào é tel-a ser ditoso ,
Jlfas- lograKa é ser* sagaz.
íem á dôf , qne te lacera ,
Que te abrasa a mente açccsa ,
Um só nome d oaturMa :.
Ê o amor que a magoa gera
J^.ã magQa gera. a trisíesa.
^Õ sonhada Fornacína •
Sonho sá». nunca verdade,
ô phanla&tica beldade,.
Çxistirásau . divina ,.
Qual te pinta a idealidade?
Se existes , quero eingir-te
'Be flores ; qivero adorar-te.
Se não teus, com gehtirarte ,.
t^if^ Phklias para esculpir-te ,
Tens minha alma- par9'amar4e!'
KOTrms*
Sancto André Í6 de abrih
Mindeí LmI Alwlér.
O cnnracnJKO xta soutaHia.
2818 Estava jà impresso o pveacdcnte nnmerodá
Reciiki , quando recebemos o seguinte annuucio : — •
c O Sr. Oliwirtt, conhecido pelo nome de ctnir-
<r giãa ia Sftliiaria. acaba de chey^ar a e^a capital »
« onde consta dcmorar-sc apenas td dias. Dizem-not
tf qn« foi- hospeda r-se etn casa do Sr. João Abraham
« llaiza, morador na roa de S. Xos6^n.^'34. »
COWCUiiSO BXBXXOOA:A9HIOO«
28*9 K4 Oi'i^'1'A-rKraA' 11, pcUí três horas da tar-
ât , as$i'stimos na Bibliotheca National' d 'esta c()rte ,
ao concurso e etamcs de quatro opposrtofcs ao tpgai'
de*oflScfal da serrão d05 manuscríptos e bellas-arlei
da mesma bíblmtlieca.
O. conselho, a quem pertencia- jntgar «6 per si ,'
teve a louvável delicadcs^ de pedir e tomar , em es-
icrutinm secreto, ns rotas de rodos os empregados da
caza e mais liltcratosr assistentes, sobre o merecimen-
ttrcorapararfvo de-cadíi om dos candidatou, em relar
cSo á parle publica e oral do seu e\ame.
Esta voRi^o, puramtmttr consultiva/ snfu favoravot
aaSr. A, dà SUca Tullío, cuja vocrcio bíbliògraphí-
ca>, e ftixheologfca 6 já por provaa assas bel las co-'
^nhecidtt. Estar j)referencia é tanto nrais honrosa, quaii-'
to o candidata ttnhar qne- Inctar com outros concorreu-'
tes . dos quai^ (Foís deram também notareis provas'
âe saber ànradurecido pela pratica. A^aoqoisição do'
Sr. Tullio , se sobre elle houver de recair a escolha'
âé cfmselho e a decisão do governo de S. M. , será
seguramente um serviço prestadoras letiras pátrias,'
á^n qu«es este nosso dbtihcto còllaborador será deu-'
Itro em pouco um- dos mais conspícuos ornamentos.
COVO sstA ir vux]pXTO. ^
(Communieado.)
2850 O msTEH de orador sagrado é o mais nobre"
exercício da paTavra ; mas para eabal' desempenho
um do» mais diflírccis oo o diffitilfmo. / ^
Piíreee qire esta verdade se desconhece entre nós ,/
'ou que esta nossa terra é feracissima vm fitimsi
\Bossuet8, ao vér a facilidade cem que uma alluvião,
de pregadores invade quotidbnatnentc o púlpito: — *
tal é elle tractado como a tribona : — ;A este escan-
lialo não poderá ohvfar-se d^a-tgum modo?*
Todos^ os dias lemos oceasiío â^ observar novoa"
^exempNis do até onde chega* o desemòamço , ignoran-
te e despejo dns garraios. ^ '
N'uma da» freguvzfas d'esta caprtbf. em sexta'-fbira'
sancta , ouWmos , emvez diurna oração grare e to-
cattle como- o assumpto o pedia, um apontoado de^
expressões fttfás on communs, queapezar do rcspeittií'
devido n'aquella hora e logar, provocaram os apodos
|e risadas^, '^^n' uma palavra, um complexo de ine-
' peias e puerilidades rídicufas, nm discurso iodcco-
rt>8ns que' só podertk ser iermào dr lagrimas para,
.quem ehorisse de riso.
Citaríamos èlgun» trechos cnriosor, qne ainda no^'
'lembram d'esta interessante pcraora(eria, se a vergo-*
nhanolH^-permittísse:' — custa-nos porém insistir em si-
milhante matéria; — concibíremoi por isso pedindo
a Y% '^y a pnblkidade «fèaUá linhas para que se co^^
42$
REVISTA UmVERSAL .LI9BONEl>eSfi.
hibam mais na soa audácia alguns indivíduos » que
tenham a infelicidade de nio se xonhecerem ; e para
que as pessoas , a quem isso toca , sejam mais es-
crupulosas 6 redectidas na escolha úm eradátres para
%$ festividades da egreja. *
KAXS UMA OSVTXLSSA 9B BOXiXSIltOS.
2851 Á MCUCA do batalhão naval, aquartelado
juncto a Alcântara • tocava o recolher ás 8 da noite
de 11 do corrente , quando , da parte de Lisboa ,
passava uma sege á desfillada. -Os cavallos espantam-
se , precipitam a carreira sobre os músicos ; derru-
bam alguns , deixando a quatro aio pouco nullracta-
dps. O bolieiro foi preso; o homem, que ia dentro
aproveítando-se do reboliço, desappareceu : — díz-ae
que este havia promettido ao bolieiro três moe^a^
ae em dez minutos o chegasse a Alcântara, onde íale«
var a certa pessoa a noticia dê lhe ter saído na.loter
ria e preoiio grandeu ..
Gojnrs&sXo bb um brotbstavtb*
(Comínun%ea(jU>.j
2853 No dia 8 d abril na egreja do Collegio dos
Inglezinhos abjurou os erros de Protestantismo Jorge
Igttacio Taylor , e depois de ter feito a ^ua solemne
profissão do Fé na presença de um grande numero
de pessoas , fui baptizado pelo muito Reverendo Pa-
dre Joié ílsley , vice-presidente d'este muito insigne
e edificante collegio , sendo seu padrinl^o o Marquez
de Vallada. A' ceremonía do baptismo, que se fez com
toda a pompa , segui u-se um soiemoe Te Deum por
ipusica.
Assistiram a este acto muitas pessoas de todas as
classes, — ficando summamente edificadas por ver
• respeito, attenção, e devoção com que a' esta egre*
ja se fazem as ceremonias religiosas.
Nós os Gatholicos Apostólicos Romanos niò pode-,
nos deixar de aos raoslrairmos gratos aos Reverendos
Padres dos Inglezinhos , não só pelo muito que traba-
Ibsn jem facilitar aos errados o caminho para a neltgião
verdadeira • mas lanchem pelo boopi exemplo com que
e^lese os estudantes d 'este respeitável collegio. tem
sempre edificado e continuam a edificar os habitantes
d'esta cidade.
MBSBOVajLBVZiZBABB B08 TVmCQlOmASLlÚB
BUBXiZCOt.
28S3 àuHPA nas Ic^^as do costume se encoqitni 4
i^eivta, um pequeno resto de exemplares d' esta obra
do Sr. iHogo de Goee Lara de Andrade , p^r nós aa^
nunciada quando saiu á luz. Obra de mérito peia im-
poptiinpia de sei^ assumpto , pela seriedade e estudo ,
com o que o auctor o tractou , e por cha^nar a^ «Iteo-
ção dos publicistas para uop dos mais difficeis» po-
rém mais urgentes pontos do direito pubijpa*
VBORO&ÕGJtÒ ▲azsTocaA.xico. .
Visconde db Midõks.
2851 HoBSVD no dia 6 do corrente., palas duas
horas da tarde , o visconde de Midões . par e grande
do r^ino, de. um. ataque ^popletica que durou vinte
e três horas.
Fizera m-se-lhe as. honras fúnebres na egreja de Ca-
banas, e á*a\\f foi seu corpo conduzido á um dos
ctrueií-o^ da sua aotiga p^^ella «. oa p.qT^(^« ^e Tf^"
Tanca de S. Tbomé. Assistiram a este acto nio nleiíos
talvez de três mil pessoas , quasi todas da plebe e
da classe média <
Viveu perto de septenta t quatro annoS , rflo tanta
para si , como para seus numerosos domésticos , para
seus visinhos , e para quem quer que procurasse (<►
que lhe era facillimo) sua angélica benignidade e be-
neficência.
Oxalá que todos os grandes , e os amigos do povo ,
o fossem como elle foi. (Diário do Governo J
BVB&ZOAÇÁa AHTnVZ0A.
1855 Somos rogadas a publicar o seguinte pros«
pecto , que impresso eorre:*'—^ Foi ao amor que se
«t deveu a primeira tentativa do desenho ; uma don-
zella grega , filha d'om oleiro, procura fixar a ima-«
gem querida do seu amante , traçando na parede o
contorno que produz a sombra d*aquelle rosto que
se lhe ausentava : nosso clima e monumentos nio
merecem menos cuidado de seus namorados, e que
menos s'; conservem d'elfes memorias e saudades:
a gente i ilustra da que protege as artes é hoje sem
contradicção qoem trabalha por consegoir as nessaf
glorias e terra portuguesa , a veneração que mere-
cem; ajude-os a arte. . . Vamos oíferecer aos nos-
sos concidadãos primeiro umS collecção de vistat
doesta capital, depois, de seus contornos; e se nos
ajudarem nossos compatriotas, dos logares mais pin-
turescos de todo o reino. Acompanha r-se-hio d'a-
« quellas noticias que pedir o assumpto: serão as vis-
tas tiradas por meio do Photographo (Daguerreotj«-
po} e lithograpbadas com o maior esmero e exacti-
dão por um faabil artista. »
« O exemplo de estrangeiros que se imita serril-
mente em tanta coisa inútil , seria por si só uma
razão para se não desajudar esta publicação , se o
amor de nossa terra e de tanta bellcza que possuo
este bello céu de Portàgal, e tanta recordação his-
tórica e grandiosa, que revelam nossos haveres mo-
er numentaes , não fosse já motivo sufficiente para es-*
a perarmos confiadamente np favor de noss^ oompa-
c triotas. »
« Receber-se-ha cada mer ura desenho por tresentot
« réis pagos no acto da recepção. »
« Recebem-se as assignaturas em caso do editor ,
« rua das Portas de Santa Catharina n.* 51 , 1.* an-
» dar em Lisboa. »
SBMAVA SAVOTA BK B&TAS.
(Caria)
1856 Vendo que as calumnas do seu acreditsdcr
jornal estão sempre promptas e francas para recebe-
rem e publicarem tudo quanto pode ser proveitoso i
sociedade , e julgando eu que nada pôde haver mair
útil á mesma socieda<i|e do que são os exemplos das
virtudes christãs, particularmente quando nos são da-
rdos por pessoas que occupam um logar elevado, ou-
so rogar-lhe o especial obsequio de transcrever no
seu jorna] a seguinte noticia sobre a semana sancttf
n*esta cidade , e na egreja çathedral.
No domingo de Ramos fizeram-se os officios e pro*
cissão (próprios do dia) com toda a decência e per-
feição; sendo para sentir que o nosso digno prelado
não podesse assistir n*este dia por doente.
Na q«iAft4-ftdfa deliravas, em «que (segundo o tòs-
RJEVISTA UNIVERSAL LISBONENSE.
42r
lniii^) é a <f ?40i»tift dos prè«03 áá cttúi^ twii . q«ii
o nosso virtuoso bispo levar 30S mesmos presos vm
abttnd»nl« jaotsv • sendo acompanhado .B'esLe acto de
eharidoaa humildade peio illm/ cabido , e pela ir«
maDdade do Sanctíasimo. iodo lodos prooessioaal mento,
e fechando a procissio • o digno prelado a ohaotre da
ié » qoe (recordando oa primitivos » saudosi^s e felíces
séculos da egreja) levavam uma alcora com a pão que
éeria ier repartido pelos pobres encarcerados. Aé en^
irar na cadèa* romperam os presos em devotos cantH
eos , a que se seguiu a repartição do jantar, em pre-
sença do respeita vel.bemfeilor e prelado. Mnitas la^
grimas de ternura e edifica cão. foram derramadas; e
acabada a repartição , voltooi S. .£r/ para o paço
episcopal ; com o. mesmo acompanfaainento.
Na quinta-feira Sancta , fea S. £x.* pontiQcal, ben-
çam dos Sanctos.dtèosr, e miaistroa a Sagrada Com-
munhiò aò clero, e a dose pobreft, >aos qúa es na tar-
de d' este dia havia de lavar os pés, precedendo a es*-
ta deirota e terna ceremonia am jantar abundante ,
dado aos mesmos pobres , e servido pelo prelado.
A'» três horas da tarde Cea«-se a terníssima acção
éo lava-pés» qtte por si mesma infunde o maior res-
peito è devoção; mas orna e outra coisa Se aiigmen-
laram, e fizeram derramar mnilas lagrimíla , ao ver
«m prelado respeitável , por siwm virtudes e talentos,
»|>atído aos pés de dose miseráveis pobres.
Estes ínfelistes tejceberam de S. Ex.' uma avultada
•smola em dinheiro , e nm vestuário completo.
S. £«.*> assistiu ás ceremonias, oíScios e procissões
ée sexta*feira de Paixão e sabbado de AUeluia ; tiido
se fes com o devido respeito, acatamente e perfeição,
para o qne muRo ooncorrea a presença, do nosso pre-
ledow BeV. eic.
IDK&AVCrBO&IA FAVAVIOA.
tt57 Seganda4eir« de Pttsehoa occoriren na-paso-
ebial egreja de S; Mamede d^esla cidade mr/sucees^
so , que pof todo o po¥o , ahi reunido para a missa ,
em reboliço , e as mulheres em precipitada fuga : —*
etam septe horas da manhã. Um homem^ que seaea«
bava de confessar v pareeia engolfodo «a oração , le«-
vanta*ee claBsando«*^«.não I não bei-d» ir para o in^
femo ! . » nãe faei-^ ! » — e principia a- rasgar e'
despir o fato com uma feria Tcrdadeiramente de alie^
Bado. Procuram cobibilH) e apoderar*sQ d'elle ; foge
espavorido e grilando; vae laftçar-ce por nma. escada
de mão acima; seguram-«i'o -^ está phrenatíoo ; amar->
ram-n*o ; cobremHi'o eom ama mania , e levara-n'o
para o hospital , não se lhe percebeg»io mais veies do
^ae «m porfiado pedir èe confissão.
Este infelf s , segundo se coáta , ên o comprador
eu copeiro de certa casa tilalar.
mCA O&OaiA 9ãMM m^.WAWfW^B
fift58; Em eaia do Sr. . . . negociante n^esta cl-
úêá»4 cbanuMi-se, no dia> i<^ do corrente para o almoço
commum da familia, o filho^ue ainda nâe havia safdo
do eeo qnarto : não respondev : -^ baleraiiHllie rijo á
porta; ^ como nada di^tro se sentisse, arromíbaram-
B'a : -^ »diaram-D'o eneestado^iá mesa , eom ■ nma^ p«nh>
«a na IMO, um papel, «md tinteiro emu eopO d«an«
é«.-si^
Estava morto. . . . ,\ f .,
O. papel era- uma carta parti seu pae , explicando*
lhe a causa do seu soícidÍ0, que era a insèluvel di<^
vjda« que na véspera coirtraíra aojogn^, de alguns con«*
los de réis.. O copo continha ainda um resto de ópio.
.xai;A]f»AiiQ«A vaorA9iAfJiO-
(Carta,) • >'
- fiS59 Seis legoas da Braga e deQtr<) dos tibftes
d'este areebilspado , está governando ottia égrèJaUfA
parocbo singulárissímo: e apesar de muittís pesares;
sanlarrSo 1^ conceito de- suas. ovelha». Para' todas aS
faltas do Decálogo é mais oa menos Inxiuigente; no
sexto preceito, aonde ó severo em demasia, egraín^
de exagerador da virtude da castidade , chegando O
seu mal intendido aèlo a indtorir casados , peta qdé
vjvam desunidos, eapartadnstdo tbalamio' cbojbgaK
A muitas moças donsellas tem feito píiroferir voto so-^
lemne: de castidade, e tãoiisokmne qo^e é aCoMpa*^
nhado de ceremoDías f qtfe larremedaik^, (em paile)
as das eUusiiras; pesque sei deitam ne èSqaife da egrè*
ja e delirara os sinos ao mesmo 'tempo: assim este pas«
tor obriga as inndcentesovelhas a nm sacriflcio, ctiji
importância ellas ignorara e insensatamente as arvisca
ao pepjvfio; algumas .depois' lêem casado; e ontraâ
caid^iem fnaqnesas. Mais >me disseram ; que tem re^
velado Os segredos do confeammario, descobrindo aòtf
pais as fritas (das filhas famílias {\ ! !) Isto é horroroso
e pede a attenção do governo, mandando ao admiRis«
tradoc do extincto concelho de Freixeiro ou pessoa
incorro ptivel conhecer d 'estes escandatosos factos*,
j. Pttuifiei 6 de abriè de 1844.
De V. ctc.
JbOBO. SJiMJSAlNI.
{Carta do Diária do Governo,)
Í860 « Desejando que chegue ^ao conhecimento d^
todos a fatal desgraça, quc^ aconteceu ná vUla de Olleiroê,
districto deCasteilo Branco, no dia 28 de março, me
resolvo a participar a V. S^^^para fazer o obsequio de
inserir no sen Diarm de Qwmao', .0 segeintê : — Ou-
; vindo dar no meio da villa de Olíeiros repetidos gri-
;to^, peias, cinco horas da tarde do diçto di^, dizendo
qne accrdissem a omascreanças que estavam a server
voradas pot um lobo damtiado ; me encaminhei para
o Àítio aonde jasiam as victímas: alli encontrei o lobo
despedaçando á cabeça de uma creança, que guarda-
va sen gado; dirigindo-me para elle com uma espin-
garda, atravessei-lbe o pescoço coro uma baila, o qual
f^imento aogmentou o farbr d*aquelle animal, que
pretendeu devorar-me , escapa udo-It^e milagrosamentq
para cima de um castanheiro. « '
1^ Este* bravo' e feroz animal, antes qtie chegasse a
este sitio , tinha passado pela ribeira da LorUreira ,
termo de ôlleiroit aonde malou um rebanho de gado,,
quasi inteira, e maltractou o pastor árrancando-lhe par«;
t(5'do coird da cabeça, maltraclando-ona cara e bra*
çòs^ passou d'aqui aò ribeiro das Hortflt, onde en-
'controu uma miilher ccifaíndo herva , e agarraJ[ido*a.
rilsgou-lbe os* peitos e braços, a qual a estas horas j4
itbrá dado os últimos suspiros: conliguo/ao queimo si*
tio sé achava um homem lavrando, aq qual ^cdirigiu,
érasgou a cara e Cabeça', ê ftiç arrancou o nariz, dci-
xahdb-o no mais famenlavel estado possiveJ: perlo d'esr»-
tte mesmo sitio encont|>)u uma pastora,, a qu^àl seían**!
'çciu com às garras /'a ponto de lhe arrancar ecTiupo,,
.ficando irâm^hlamentc morta: d'aqui'pâssuu a um
428
EEVISTA UNIVERSAL LISBOTÍEKSE.
iiÚQ Rfimfilí^ta,' oncoBtrando varia4 pessoas qnc se
occiípavam no serviço da Uvuura , srgarraiidii^e a ca-^
da uma de p^r .sH à tudas malbruetou, principalinente
i}0 rosio, pai^e. principal, a que eliç se dirigia , dei-
zcaiido no flui d'esU terri^vel vuracidade quatorze feri-
dos, dos* iiUa^s' apenas poderão, Kgundoa^^piniãodos
facaltativos, escapar duisi. «
(O**. Tend^rme finteiBente dirígidoao sflie «ond^ « èn-
poDtrei .pela primeira vci, como acima disse; mú do*
sappareceu logo que me acudiram; d'allr fui comum
íujeijtp ^ro busca d*eile , e chegando aonde eile jaxia
iJeitado, Bio esperando enconlraJ-o allt, saltou eUe de
repenti^ e se avançou ao dicto sujeito, ao qaal deitou
por tervf^ « luctando este eom aCfuclK! perto de cinco
|QÍni4^,^ c não podendo descarregar a espingarda ,
porquê- iemi« maiar o bomem , atTav.esse« tas mãos eu
espadoa/i do dício JoIk) com uma t»yoneta; porém re»-
do-se nora,m«nte ferédo /porquie irenboma das feridas
flue Ijpba recebido .desgraçadamente era mortal) se
Míançpu contra mim, do qiml também escapei, pas-
ipsk^o- um ribeiro que alii bavia ; pwróm recuMbéo «s-
\e terrível animal foi passar perto do sujeito qiie ja-
fia pp$trado por terra desiacerado, ou aliás maitrií-
(UdOt e cançadoda tucta, porém eorajoio. lan^çu mí0
da espjngaria ;qu« linba juncto à si» e atirand«i-1lie um
^ixo Ibe quebrou iima perna; eiteodo-se nprosimadoa
)90ite o não podemoi seguir. No d^i segoint^ appare-
reu no UoquQiro^ onde makractotidoas pessoas , c aht
fbialmciUe fui ntorto por um bomem que Ibe enterrou
um .«nchadlt^aa cabeça.*
« Julguei do meu deveeqtre àm caso tia eatrtnko em
PortHgirl^ nap ficasse eníi silencio , e que chegasse ao
conhecimento do. publico, por iCs» mé resolvi mandar
inserir tâo funesto acontecimento^ e V. S/ perdoará es-
te incomnriodo. Sun de V. â/ constante leiXor. -^-^O-f^'
htQ António Maria áe MascarenhtM, » ,
• «f Certií, 80 de março de 18 U. «
VXJUffTAÇjlO WÊL AMO&XZKAS.
' (Caria.)
' â8€t O cÁes da Alhandra , qne é o primeiro- 4o
Ribatejo,' e talvez o de maio^r utilidade, pois <ra
tcmpoSv de venilayal é stNOcnjte 'elle quem serye
de tií\K(i a todas as embarjcaçõcs .qiue navegam p no4*
iioTejo, queiogo que o vento sudoeste as quer «o-
SLOvalhar, vao pçdír-lhe abrigo^ era comtudo defei^
tnoso; por não tei* a mesma largura da rua, que d'el-
le toma nome . pois mais parecia uma jiogncta , ape--
ia r de ler fia ponta a largura de 24,|)jçs; principia-
va em um largo.de $0 pés, e por isso não tinha i:e-
^ufáridode. ' ' * '
' A camm municipal do b/eniHo' de 1843 e 1844
empreendeu a formação de uma grande sap«^ta ,; para
tf^perfeíçoamcnto dó cáes e utilidade da návegaçãp./do
tapor; "poisem* como o cofre do copselho ps nã^ afir-
masse a Vnerter mão i obra , {«ve a feJi^. lembrança
de nomcsír ntí^a Juncta' composta d^os lllm.'" Sr^. José
Bionisiò de Sobsa Aguiar Barreto, presidente ;< Jo^o
Aiftonio de Sousa , thesoureiro ; Maximiano f «r-'
reira BslreUa , e FVapcisco f)os Sanctos-, vogaes.,. .e
Theòdoro Faustino de Frias Nobre , secretario , para
promoverem uma subscripção para se levar a eílejto
a' dieta obra ; toda a joncta se desvelou em trabalhar-
•Offl a maior vontade possível i e em dois loçzq». já ji
olyra csb^a concluída , e bailia- um largo > <fue se po-^
deria farer nmjardtro^ ' \ '
Eu vendo ifse todos os m«us oompalricios concor-
riam com os 'seus donativos ; também concorri com «
olferta do 18 pés' d« amoreiras bnmedis do % annos ít
vindaff da Barroca d' Alva. «e tio bem recebidas fo-
ram oJlas pela camará » que Ao' mesmo dia «m qu«
chegaram, as «mmidott plantar (a 10 de lev«reir«r
de 1843)., coroando assim a sou obra , á qnal a cair
mara mandou p^o nome de — I^rt^o daê Amoniraij
Esti) annafico«' só por aqoi a plantuçõo; porém *
actual camará tem ioda a' temçio de encher variot
largos de mnlticaules.
Alhandra 9 d« abrtl de 1844.
iMzatm Joaquim ée &mta Per^rm. »
VOa&MA RICA.
â862 Todos no baérro de Aitantaw conheciam , e
muitos costumavam esmolar a uma velha meudigapoe,
alcunha a 6tspa, moi^dora nas sobrelojas de uma casa
nobre, b« rua de S. Francisco de Paula , antiga re*,
sidencia de certo çrelados a cuja charidado . segun*
do se pode «rer , olÍa devia aquolla commoda o gra^
tuita poisada; Três dias a fio a» semana passado dei-
100 esta mulher de ser vista pela visinhança. A let*
teira s«a freguesa, tendo^lhe todos estes: trcs diasba-*
tido baldadamente i porta, intendeu que devia do
haver na casa novidade ruim. GonsoHon com os vhi^
nhos, e^tes foram da soa opinião; deii«-se parlo á
aocloridadc ; arr«>mboti-se a casa. A bispa/ onica mo-
radora d'ella , jaiia morta* Era d que pouco matt oè^
meãos se esperava , nio causou assombro*; 0 quxr'^o^
rém o causoq , e graiidíssimo , foi a>ktqoesa. de qiiq
se achou «cr possi^ora quem, por soes e chttvasY..ço4
tendia a mão a pedir, peW-amòr de Deus . uma moe-
da de cinco téii áoT paésageirod. Ao' pé dbs seus fa-
tos remendados e das soas cbiuétas rikas via-se p>o*
fusão d^ vestidos o Oapatos novos ciM)n6. A ouagitar'*
da-roupa daria do rosto á d£< muitas casas abastadas?
a sua prata , oiro e ioyas «ram antigas c de um «alor
muito sisbiila: por ora só. doa diamantes , que se IHo
acharam , houve logo alii quem offerecesso â68 mtl
t^h. A SOI cama orar um rico leito , que podoria of^
fertar-se a umu noiva ; a mobília còndisia com o!mais«
T^Não é ludo. — O próprio pfedio' Ibe pertencia in-
teiro :. o , k que se julgava jião occupar aenáo ii^as
sobrelojas, aoass communicafudo^se por «mà escada
interior, coin os outros andares , habitava ém* ricas e
armada» s^rlias de uma: vivemia niagniica.
S'ao meio do iodo isto pareço que nâo podia deixar
de haver dinheiro ; prdcurou»oe; mas apenas se ochoa
im^' moeda dei.doz réis. A bispa, se seba^de accre-
• ditar HO que diz o seu aguadeiro , por vezes lhe ba<«
via dicto, (porventura par;i arredar cobiças de ladrões)
\ que r çfor snorqu^ for sua uK^te rtfvoltêsitfm , * di-
nheiro em sua casa • o :ttio Achariam. Entretanto varias
cèovinbdo so!lbè emionicar;im , que devem 'sei^ir ^m
escoiaderijoo , porque. «nl^ ndihama dot farteé desco*^
bertos foi poasivcl fazer«m»n'as entrar»
£ftt4-sõ i osfiera do vor agora. apfiarecor «parenta-*
mo de parentes da tolitaria. Já'a4guem so appre|OD«
tou, diaendo-se seu procurador e pôr ella oncarrega-i
do ci(^ declarar' t^erbalmplitlo as^^tias vitimas. votttaHies;t
Imas caraó não apprcsenlava mais prova do que á
; palavra, foi mandado patsear«
3<S*
REVISTA UNIVERSAI. LISBONENSE.
429
EXPEDIENTE» .
< A distribuiçHo começa boje qiiitiU-feiía ao meio dia;
•01 Srs que , o mai» tardar , quatro borat depois , a n^o
teoham recebido , roga^ie o obsec^uio de o. |]i|trUcipareDi do es-
criptorio da Rbvibta Universal Libbonensb, rua dof Fan-
fpieiroa ji.** 8S-^1.* aodar, para le provideociar.
CeNHECIlENTOS DTEfS.
. 2863 NB5BUIIA notícia poderia ter maioK direito
para figurar na primeira parte d'este jornal , do que
o aonuocio , que cm jorna es franc^ies. encontramos
, com grandes elogios , de uma obr^ , já segunda yet
impressa em Paris com este titulo: — La R^ligUm
,umsiaU€ umverêelUment , à l'aiãe úu leiêncs* «I 4e
VérudUion noáeme$; traUi general deg-prewu d/$ la
, religion mis au niveau de Vetat aeUtel des counaisBances
hfimaine^. — Dois volumes em oitavo: preço 2(MH> rs.
«O auctor-^dis um periódico dos .mais sábios —
tractou d'esle assumpto» que estava requerendo ura
jrande theologo e um grande naturalista , com tão
cabal conhecimento de uma e potra coisa e por tal
modo , qne não podo deixar de ser lido com, muito
interesse n'um secqlo tâo i Ilustrado. como este ^.—•
Jtfostrott com uma lógica inteiramente convincente que
je os tolos são inimigos da Sciencia Divina» as écien-
cias humanas o não são; e que a natureza assim co-
jao a rev4!lação, levam, para o pé de D«n&a qualquer
.espírito qtie discorre. Maravilhados Usarão muitos
leitores dever quantas approximaçoes, e.m qi|e.de Of-
.dínario se não adverte ,, estão unindo a sciencia e ã
fé. Alguns homens de génio já no fim do.seculo.pa»-
.fado haviam prognosticado . que assim h^via a final
.4c acontecer. A sua propbecia.está hoje reaUsada« e
por um modo bem' grandioso, »
VOÍrOS USOS 9A OOJPLTZÇA. .
âÇ6.t Em Inglatersa se tem feito as seguintes expe-
riências da cortiça em pó , a|)plicada a diversos íins.
Um colchão , cheio de pó de cqrtiça , e que, sype-
. ãC vinte cinco arráteis, deitado á agua, não SQ afun-
. da com o peso de septe homens. a
Colchões , travesseiros » almofadas de canapés ,e
ca4|iiras» recheados d'este pp, toem t^nta elasti-
<;idade e brandura , como se foram da melhor emais
.«isucolhida crina, ,e sobrelevam á crina em que se não
«caniam nem endurecem como peso*
Ainda esperamos que os inglezes, que nos vem
. buscar a cortiça para nol-a restituirem em rolhas,
, DOS levem muito maior porção d'elia para 4ioi-a tra-
serem em camas e assentos., .
SOBRABOS UASTzÍdOS.
2865 De nu adia se vãoeslendeodp a novos obje-
ctos as.applicações da gomma elástica, j^ora até já
. iserve nos pavimentos das sasas ou logares, onde con-
vém que não haja estrondo , por eieraplo , egrejas ,
húspitaes, bibliuthecis, secretarias, prisões, etc.
Para isto misturaip-se com a gomma elástica ou->
^tras sabstancias , que fac^lmenle se variam» com o
, que ae fas uma côdea ao jlaboado impermeável e in-
teiramente surda debaixo do piso« £m Inglaterra j4
AMiL— 25— .1844.- *
vários edificios ua^am d*isto e nomeadamente a.cadte
de Newgate.
Ú^, quem diga qjoe* seria uma boa idéa para as ca-
valbarices, por forrar a despeza de fazer òom feno k
cama aos animaes.
VXBOVVTA tOBaX. A b£gA I4 ÒLXTXZBAS
BS SSTAOA.
(Carla.) ' . I
2866 Tbxdo visto no seu interessante jornal a ma-
neira porque sê podem propagar os oiivaes ', indicada
pelo Sr. José Nicoláo da Silva Franco > procedi logo
á plantação de duzentas estacas em' viveiro', que po-
de regac-«e; xqmo porém o. m^smo Sr...posto Gzesse
bem claro o methodo que empregou em 1B26 para
obter oliveiras, ,nâo declare se as fez regar, o que
eu julgo essencial , é forçoso dar a V. b íncommo-
do de me fazerem ellucidar a similhante respeito, por
que não desejo vèr frustrado o esmero , que debiquei
a tão útil tentatival
Farp 15 de abril de JÍ84Í ,' . ,' *'- * ^ . . '^.l
Be V. 3 eic. ^ '
Ànjlonio Ramalho Uaceão Ortigãç. [ ['
àmJL BA S^UTÁUZA. " ' ^
(Carta,)
2867 Rooo a V. "por bem da humanidade , haj^
de dar logar no seu joriia] ás seguintes linhas.
Soffrendo hà perto de 15 annos os terríveis efTeitòs
da solitária , corri da minha aldèa a Lisboa , á noti-
cia da chegada do Sr. Luiz Joaquim dé*pliveira , e
hontem 20 de abril , viiido applicar-me o seu remé-
dio a casa de meu amigo ó Sr. José Maria dá Fon-
seca , a Sancta Calharina , rua do Caldeira n.* 1^
com quatro doses» dentro era três horas e meia e^
pulsei, sem custo algum, uma enorme ténia dé mais
de oito varas de comprido , que foi vista além da fa-
mília do meu amigo , pelas respeitáveis pessoas 4oS
Srs. José Xavier Mousinho d^i Silveira, António do
Sousa Pinto de Magalhães , o José Joaquim dos fteis
e Yasconcellos.
£m honra do Sr. Luiz Joaquim de Oliveira óio
posSo deixar de dizer que este Sr. , no seu tracto , é
pessoa sobremaneira franca , aflavcl , e exemplarmen-
te desinteressada ; receba elle n'esta minha manifes-
tação um sincero e eterno reconhecimento pelo bene*
ficio que me fez.
Aproveite da efBcacia do remédio quem tiver a
desgraça de solTrèr tamanho mal , sendo o meu dese-
jo divulgar este facto em proveito da minha pátria,
e dos países estrangeiros.
lâsboa 20 de abril de 18Í4.
Cláudio PUlipe da SUvu.
COMMEMORAÇÕES. ! !
t ibm MtAZOk *
. 2868' «Hátas — dizia Sluteau fallando do seu tem-
po— ainda hoje Sje usam em Portugal nos domingos
e dias sanctos do mez de maio ; ' póqdò«se enj^ algu-
mas ruas umas mezas» cobertas com alcatifas ouou-
36 voL. HL èúúW
43Ó
REVISTA UNIVÊkSÁL LISBONENSE.
tros pínnos , é se assenta cm cádn nm» d^elhs Dmà
menioa ou moça 4 bem vestida , c adornada com flo*
res , qtie pede dínheitro ás pessoas que pass^im.»
' Este uso devia de ter sido conservado das gcnltli-
dades romanas , pois sabemos p qtfe na atiiiga Roma
se praticava , sob q titulo de Mayuma, que eram afi
leslas que lá cem toda a Itália seceletu-avam cm hon-
ra de maio , nas qtiaes , andando todos floridos e a
coroarem com. grande alegria as portas dos parentes
'e amigos, se levava em um carro uma gentil moca ,
^corléjada de muitas outras que a saudavam por sua
rainha, e para ella Iam cobrahdo tributo dos passa-
'^eiros.
Bem era aquillo : que em verdade é maio por for-
mosura , alegria , e amoravel condição a feminidade
'do annO. Acabadas; por excessivos escrupnlos de au-
toridades, asmayas em Portugal/ que não consta ha^
verem nunca dado em\Iascivas como as da Roma ve-
^ha , vieram os maios pequeninos , que ainda nós al-
cançámos 5em festejados , mas. qoe lambem já boje ,
póde-se dizer . est^o perdidos , pelo menps cá nas ci-
dades grande^» onde fora do theatro e das discussões
politíeas, se não admitte coisa que não seja perfeita-
siente raciocinada. . X. /. deAfoira.
aOBBS .0 TBJCPLO BOttCAVO BE ]^ORA.
2869 Nio podemos resistir ao desejo de publicar
p seguinte extracto de uma carta', com que o Exm.*^
Trelado de Beja nos honrou em 9^ de novembro pre-
]terito, em que se tóca ucti^cnriosissímro ponto para
inVésfigaçoes de antiquários* Retardámos até hoje es-
ta comm uni cação , por querermos acompanhal-a de
Veflexoes nossas para as quaes , todavia pelo especial
^Studo que requeriam , ifos falleceu o tetnpo.
'« V. me permittirá diser o que me occorreulen-
'« âo na Revista Universal a p^g. 152 Iro. 30 — . :. ares^
'<< tauração do templo de Úiatia em Évora, . . — Êstc edí-
'« Bcio romano é o melhor conservado dos Alpes para
«r oOccidénté; apesar de adulterado pelos Árabes e
^« mal estimado por nóá. 'Ê sem contradicCa romano.
« Os romanos eram. religiosos até na edificação dòs
*( (emplos dos seus deuses (Testinando a archiCectnra
\( corinthià para ôs deuses , e a jónica para as dcii-
« sas. O templo d 'Évora (elle fòlla) ^ cie arehilectura
'n corinthià perfeitissíma ; os capiteis de mão mestra ;
«columnas^i-ègularissimaá: as baSes dóricas ; (» plinto
<i em. proporção á elej^ancia do todo em quàlqâer pon-
m to qc vi^ta pfpximo 'ou. remoto , ' tudo na maior
<( exactidão corinthià. Murphey, que bem desenhou os
« gólhicos do Convento da Batalha, muito mal copiou.
« este templo na soa viagem (que imprimiuj de Por-
« tugaL Sendo, ppis, esto templo 'de àrthitectura
« corintBia , não pode julgar-se dedicado a Diana. »
« Resolvp-me enviar a V* ^ estas reflexões , que
€ DÍo são minhas , são de sábios antiquários eslran-
« geiros , que m6 lidh^aHln HM a sua amisade » e
« direi os seus domes 'bem conhecidos em Portugal .
« sendo necessário-; .Rorque» indo avante obello pen-
« samento do tiosso aúgUSCo rei, e exécntando-se pelo
• Exm.* Ministro 4§ Reino oiq succeda improperar-
« nps aeriroonio^amente alguai estrangeiro , ^ do^que
"4*tòfnò;,'rfeY. Julgar cotiVcúíentt , paU étHarqiie
« algum diploma sé lavre c^m este erro popular (se
* o c) corrente em Évora. »
VA ORÀÇlo PO chaxstÍò;
PELA ÚLTIMA VEZ. /
2870 ÊNVEBGo.NHAnA e ehcolbidíssiraaroentc pedi-
mos vénia a nossos leitores — por ainda uqki vez, mas
que será a derradeira , lhes appccseutarmos ura lar-
go artigo, sobre uma questão já , ha mwto, senten-
ciada a ifínal , em lodos os juízas.
E*te artigo é do Exm.* Sr. SHvestre Pii*e*fo-Fer-
rerra. Indignos seriamos da vénia que snpplicamos .
se o eommentassemos : nas partes etn que elle mesmo
per si se não commenta , commentado está í»>, pcU»à
afligos d*esle jornal 266*, 2670. 2759. 27»!^. 2823.
Constantes no' nosso syskema de franquissima boa
(è , tennínarenòs esta qtycstilo coií^a a começámos., e
reimprimiremos pela TERCEIRA VEZ o primitivo ar-
tigo deS. Ex.'; e, agora, na luior Icttraqtie nasçais
xas d*cstir officina se poder encontrar.
4Qtte mais quer de nós S. Ex.'? — O so» artigo-
foi o primei^^o a que demos cabida n*esta (blha ; e-
n^esse dia , nem uma palavra nossa lhe accresccnlá-
mos r o seu artigo tornou n'ella a apparecer eo» resu-
mo escrupulosisèírao, tjuando o houvcnu)s de comba^
ter, e. em extractos litteracs,. todas as vexes q;ue nos
foi ihister referir-nos a cada «ma dfr soas partes. O^
tnesmo sen artigo , outra ve? inteiro e oompi^to , foi
por nós reeatarapado depois da peftallim» carta &^
S. Ex.*
O mesmo seu artigo emfkn vae segnir-se' a está cai--
la ultima , e ser o uHImo ,. que,' sobre a nalevia, ap*>
pareça em campo.
t Pouca deslealdade mi>stra» mas^pecicp medo' tasaf;-
bem , quem assim procede t
8. Ex/ appelMpara a decisão dos PreMoSw — Igno^
ramos o qtte os Prelados jutgarão prud^pte ftizern'es-
te caso — aliás grave :-^o que porém sabemos é que
— se elles houverem de' approvar ou condemnar, de—
ve ser o 'primeiro artfgo lai como por S. Ex.* fot
impresso e oflferccido ao intendimanto pablico ;. e nio
os noYo^commentarias, que nem o aecompanharam ncib.
;~o accompanham ; e nos quees (seja-nos licito dtcel-o>.
muito receamos que o pevo intenda tão pouco eoirió*
nós mesmos^ e se átiie adormecer com a babaca e^
'váida de' tantas dístineções imperceptíveis ,. tavtas di-
ftníédes , ociosas pelo tnéiios> tantas subtilezas, lanti^
inducções remotas ,. appresentadas eomd filiações kv»
gitas inimedihtas; éihtfm, tanto de^seienclaabstrosv;:
mas tão pouco de rasêes darás e chãs, como conveftb
em jomacs ; como são n«cessaritts para o poVo , para
as mulheres , para os' Ignorantes , pára tfldba tos ; -e>
como são 'sot^i^e-^tudo' indispensáveis n^esta-melitodrdéa
matéria, onde o erro, c 'muito nráin quatido os <fll&
estão de dentro o channna,' entra como seipente pela
n^ais pequena aberta , e; «ma vez aposaado da aK
ma , tarde , 'e só muito a 'custo, a desampara . se j"^--
'mais de lodo 3 d«sam pata 1^ Que kbporta que' a ídéa ^
que S. Ex.* professa àentl-o evTsi seja ortfarodoxa,c&^
mo accreditamos . se a qne o set^ artigo imprime vta»
nossos anitnos 9 hio é? £'-o'áTtige. que nós censura.-
mbs e nio a S. £x.*; afssás e desobè^ío otemOs repe-
'tido. 'Por esta declaração ex'prè$5aentctámes a dfepú-
ta.-pir^ella aconcittimospétfiffdo a^S. Ex;*, nSoqde
' io^retractafjsev portem* (Jtus ' íc cxplitasse. — Más p«fa
REVISTA UNIVjEBSAX. LISBONENSE.
431
qiàe ó pòr hos veiMfandds Prelados d 'este rainoèro tao
desagradável aperta» , quando S. Ex.* com meia hora
de' trabalho pôde terminar ludo: escrevendo para o
mesmo jornal^ para onde escreveu o seu primeiro ar-
tigo, oulro , tal como instante e inslanliasimamente
lhe supplicano^t confessando explicitamente . sem
redeíos nem eni^as dialeeUcos , sem formulas que
nem ás vezes es iniciados compreeedem . a virtude
impetratíva da oração. — Escreva S. Ex/ uma vez
o que nenhuma .ainda escreveu — que as orações do
pae podem grangear saúde para o ^Iho ; ai do pçbre,
^Hivio temporal para a sua miséria; as do orpham.do
irlmre^ edo irmão, descanço e felicidade para as almas
tâosuas, que o deixaram só na terra. — Biga-o6. Ex/
no mesmo jornal , onde intendemos que o negava ) e
ôs Prelados nâo lerão nais do que lielicitar-se por se
ter arrancado do pa«to a herva venenosa, que um bo-
jnem de bem n'elie seineáxa , por descuido.
São csias as nossaa ultimas palavras a tal respeito.
No artigo nosso, que ainda n'este numero banie
ir depois do de S. ^.*, tocaremos n'outra questio ,
<ambem por S. Ex.^ sUscítadá B'esla carta de hoje,
também importante « mas não já sobre assumpto reli-
gioso, -^ Ê «ma recommenda^e para que alguns a
joffram de HMlb^r vontade.
(Cofta.)
' Ift.^^ Sr. — Vo« acàhnt de re«tKMM9er áqnelfiifl aotu por
V. S.^ postM ao meu artigo do n.* 32 da Revhhíj que eare>
.«eai ^«Kpl4ea^«. *
IK«F.«.^'(4Mi^. SM) qaefitti appfovoe amialia íMm (de
que Oeus «e não pHée ^fimiar cem «t riMiot oraçSes) no tre-
cho qa« «t cfttei de arti^ de Y, S,* ; mat qoe se ev nSe par
Muse 4iHi iom « minha trèsuerifçâe , veria o e» qtft veio é
iornmr-oe aptellm mpproraçffo^
• is\o quer dizer, qneV.S.*, iio.ri^tto do artigo, modifica ou
-retracta aquella Ma approvaçflo. Ora i«to-é o que, aéii] V.S.*
4e9^ nom podk faser: pjrqne V, Sr* nte é eapa» de diter o
«bsufdo de fu& Hcwt n lífienã eom os neeoot i&uvorês : de ne»
nbiim modo, eem- neekun telitido. Logo o que te ftegne do
«rti«:o ifto pdde Mtraeiar, nem vodificar a expHcita e liUmi-
4ada approvaçlo que V.S.* deu iíqiiella ttioda XhéBc
• Dit mais V. & (pag: 364 o. 6 e385 «.8} que as propo*
-ai^dei que eu aNí-coal^oeft) com as traoieriptas do artigo de
W> S.*, «Sq «ao «t mesmaa qneV.S.^eoroboléra; poi^ e«i lhes
«jtiDCtei, a «ada unia delias -uaia phrase, qtw luiles a nlo
arumpanhava.
V. S.^ (iidia dicto que mptêltmi mmhàê theeeà^ em sepãrmio^
eram verfioi/eimt ; mtts que no togar em que eMUn^am'poe4ot ,
continham erro,
' Isto queria díaer qoeuMdM ao resto do artigo, de verda*
deiraa que evam, se toraavaa erroMaií < 1 >. Deria eu pois
» ■ * '■ '»■ I p ■ . * .■■■ ■■.*:. ■■■ .^ I I. .^.. , I ^
. (;i) Cii lis observar aV. S.* que esta «ua asserçtlo era um
erro em lógica ; porque a verdade uu fal^dade Uhs proposi-
çõos depende unicamente do seu cooleicto: de modo que, efi^
ouaqto esteae ojto.aJturar, á pr/uposisaN» verdadeira, seja quai
r}r a parte do ditcúrso-Ki^c Oft çutiiícai,, aia piÁde çer íaúa;
nem a falsa verdadeira.
Dis Ajfçora V.. S.^ [oot. 7.J que etta minha docirina è que é
uma heresia 'Cm logicac ixirn o provar dÍ9Ct»rre assim* uiStao
u ha Devo: fCts-aqiii uma iui|^fda4e» O iMipicate dine mo
f4 ocm,foraffâo mo h^ .Deao^ JSJiOrpquI uma eoofiKsào religiosa:
ft a ptirasQ núo ha Deut^ ãcou cm ^í , a mfínmsí^ ,maa^ peia
f« c^»l\i(tiU'A** cúu\erleu*se de l>]asj>liçmia em cultu. n
. i Pojs V. S.* ado vé^u^ acunum^o jcligiota, o culto coa-
giste cm ;Se,affirmar que é pireeitfi.ocr if^tipiente pan^ diz^er ^L
ma^komtaf E, portanto oao ré V.^ $. cque é na prinvirii^
p|ir;^se — DLise o iasi picote— que eslú aquella coaiãtao,
liqueíle coito e n^o na ifeguada,':--iVa0 h^BeuM — que., (posta
|ie)o n^rrad4^ ^a bocça do ^mipíenle , copservfi toda a «oa i»*
aanavel impiedade? Era di0ci'l achar ^m e;iipempío f^ue m<l|)qr
provaaft a.49<iti^n^ , qve Y. â. chaau iieiTesia cm jogica.
mostrar , que unidas ao resto do artigo aqueilas théics sXe
tilo verdadeiras , como em separado.
Raàumí pois o artigo em sim pios pbrase ; accreaceutci esta ás
Ihesas queV.S.* reputava verdacteiras em separado, e môslrer
que asaiai '«onstituidas ficavam verdadeiras , no conceito de'
y. S.**, porque eontinhadi a mesma doçtrtna qoe outras duas
piírases trasladadas do artigo de V. S.*
Assim tendo V.S.* combatido asmishat theses, nlo játoma^
das em separado (pois assim V. S.^ as approvaTa) nas niiidatf
ao reste do artigo , é^llie licito diser » que as phrases a ellaa
aocreseentadas nlo representam o resto do artigo , mas nie
pMe diser <}ue nio sio, as mesmas que V/Ç.* combateu.
Serem ellas o equivalente do festoado artigo é fácil denes<>
trar ; porque o resto do artigo redus«se a diser : que os netos
praticados pelo cbrist&o , quando ora , sfto ; es de humilda^
de^- arropeadimeiUúf gratidão^ e ronffnaçfy : E eis^aqui o qoe
eu aceresoentei á primeira tbese.
jMas para que nos manda Jesu-CbríSto praticar estes actos ^
J!ara nos fasermos difuM da mofcé qáepedimo*. Kis-abio^ne^
eu accresceatei £l segeoda these. Logo n&q alterei as thesei»
por V. S.* combatidas, antes mostrei que no logar, onde esta-*
van postas , isto é , unidas ao rento do artigo , de qae eraOH
resumo as pbrases que Jbes ajunctei, eram tie fenladetras w^
mo em separado. ^
Mas V. S.* aega que assim completadas aqiiella# theses conti^;
tham a eiesma doctrlea, que as dnas proposiçdss trmnscrlpta»»
do seu artigo. ; Mas idoi|í<> pode V.S.^ tal díatr? ; Pois os meui
aclos de humildade, gratidito etc. nSo s&o o qoe V. S,* chama
/olha corrida e Aohilitaçfío pam o aharà da qraçaf ^
^Quaado -eu digo que nòsprecisâaKisde faaer«noa dignos dos»
cffeitos da Divina Miserirofdia , n^o é o mesmo que o diser
Y.S^^iqnefM^ piteoi$ámoodocoUofar-m^ umeirtumoiameiao ei#d
raee, pura onde convergem p$ raios do divino sol^ a qno se'^
chama mi9ericordia I
Vindo agora ás outras duas theses do meu artigo que è^
disse terem sido impugnadas por V. S.*, postoqiie eonformet
á lioa doelriDA, por equivocado, rceónhece V:^.* ser assim ,
pois compreende e nao^ontesta a minha expUeaçfto enotaunU
camente < pag. 385 n. .11) que eu me esqueci do qne os theo-»
logos chamam phria .acoidenUd do Deuo.
Se os thculogus tivessem wpUcado oom claveSh o qoe se ia<»
tendç pela )Arase eicholastiea àngioria aicidenial, Y.S:* te-
ria visto q«c » bem lon^e de ella ase ter esqueeido , figura edK
quasi todos os parographos do meu artigo. Sou pois olirigado'
* a supprir aqui a faltaide difini^des d^&qaeiles theolog<is. •
A ifioria eneaoial de Dèao consiste na iaiaitafrsndesa,*
magestade o perfei^ dos divinos attributos. >
A. gloria aceidemtol de Deuo oonsista noresnttado da adorai
çSo de todos os eetes dotados de toteiligeosia do* oéa /t dap
terra. . .
l Mas qual é este resultado ? A 'resposta áfacil em rofiecti»''
áo no que ^ iat^aUe por adaraqio; eessadífini eu mesmo nof
quatro últimos paragcapbos do meu primeiro arligo: e.é o loiv
oarmo^nos ueUiore« » JBoAisiite a repotifio dos actos de pie*
dade alli enumerados.
Quanto á ofitra these, de que eudisse, queY.fi.^ a nio te-<
ria combatido, se tivesse refiectido que eu distingui eirpressa*'
mente no meu artigo o fim que oahomens4oem en» vista, qiuin-
do oriMn« do fim porque JesiiwCMslo nos esdena que oreaos';
concorda V. S.*. comigo ; m:«i diz qne «in^esm é tefox áéf'
ter MOf trttçhoe. pot mim eiPadot a que eu ^jirmo ter poeta a et»
íeo (pag. 385 ní?. a«.}. ,
Esta asseveraçjto é demasiado forte. .Psnrn tnoslmr qne e«
fis«ra expressa mnnçfto do fim qne os homens, se propõem oran*
do , e que consiste em pedir alguma coisa que daseyam , ctfet
as segaintes palavras <do:^ Tm$ oóo ete,) dk> mau «rligo : O
ham^em neoessilado de 9peeorro dirige <s ptiaf^iuppiicae áquol^
le» pequem eêpera ou dcMfJa ^et eoceotrido. i Como dis pote
y.S.*q)|e ni£igi^m é capas de «er n^este trecho o qne enalBr*'
mo ter poi^ a^ell»; « Nfto prova c^e« ao cooiprallo y qoe»
Y.S.^ If^ calfeNiiArA/(luppQnbp,quel«solontanafisseSel, eid^
\wr falta de reflexao> quando affirsMW , qnt cu nsgnsa a ^ío^
tjida iaspe^atifa da oraçik»^
UPajsMMis ao a^wdo trecho. Para moHfar qae«n distlo»^
lira dafi^lle prie^^ro Am, i^ queJemi-Ghnslo ^ws ofdienaa»
«
432
REVISTA UNIVERSAL LISBClfNElNSE.
Qvt JetwCkriiU teve em visia eHeinmr^nee o 4ftie^ áenemo^ fa-
ter para $er attendidae, e cito o § *Slr pois etc ?
/( Eqiieéoque led^m^etU para^rapho e sef uialet quenésde-
««iiiio* faser ? ^ Nfto é hiimilhar-oos , arrepeodermo-fiO0 etc. ?
{. K I1&0 é isto o que devemos 'faser para merecermoB aer-atten-
dulo« ?. ( N&o é isto o que Jesti-Ohriato nos ordena que «façamos
para n&o cair eu tentado l E se tudo isto é expresso n*aqoel-
Ifis ^( citados, jcomo d»V.S.* quesiogtiem é capas de o ¥cr
B^esses mesmos i^ que eu ciio?
. Teobo respondido ás notas deV.S.^ qoanfto sendo da me-^
tjts .personalidades , mereciam ser esclarettictas^ Passo a satis-
fazer a requisição queV.S.^ me dirige para que eudeelare, »e
úinâm iutettdo que Qrmr é adorar : eim ou não.
Nenhuma rasào oiivi ainda para duiridar ; e portanto , repi-
to #om hesitação, que sim. E rou mostrar que se V. S.^dahi in-
l«re que «írn, seránegmr/armalmefUe a virtude impetrativu dm
•ração e eustentar uma heresia (png^ 388) ^ porque nfto quis
tomar o pequeno tra^allio de se perguntar a si mesmo : o gue
é orar ? O igue è adorara Sâo ^etdadeiras ou falsas as difini-
fâes doestas duas palavras nos § ^ últimos do artigo impugna-
do^ SeV.S.* asáobasse verdadeiras concluiria qoeaquella do-
utrina ena cathplica : e se lhe parecessem falsas, devia limi-
tar-se a mostrar essa^abidade. MasV.S.^detxon-se levar pelo
melhodo ordinário de discntir, sem primeiro te definirem os
termos sobre que Tersa a quesUo ; • por isno, quanto esta mais
i^vança , menos se compreendem . o« combatentes. Acabemos
jiois , por onde eu comecei-, e V. S.* jatgôu desnecessário to-
mar em cunsidomçio. Que sigaifieam as palavras adorar , glo-
riflear , orar? Sâo eu não synonimas ? Dis V> S.* muito bem ,
do sim ou nâo depende 4oda a questXo. Mas no qne ¥ . S.^ se
fll^S;ana^ - é em affirmar qne -o sim itwoioe a formal negaçdo
d^ virtude impeiraliva da oração f o que na verdade seria uma
heroaiê. . ,
Silo sinonimai duas ezpressSes, quando n*algriins casos se
^le empregar , iadifferentemente , uma oa a outra sem in-
•oiiveniente.
, Das expressões synoirimas acontece umas téiés denotar
uma ^ género; ea ont^a, espécie d*esse género; outras veses
ambas eJias denotam duas esfieciee d*um mesma género.
A palavra adoração denota um género , de qvtc as palavras
§lõrifieaçáo etração demitam dm» espécies.
. Actos de veneraçSo , de* humildade , de dependência , de
f ratidfto , de arrependimente, e de restgnaçio , s2o os tópicos
designados peia palavra adoração.
Quando se pretende indicar quà d*aqiie11ea sentimentos o
^ue mas prevaiece oo anime de fiel , em tal momento , é o
de veneração : usa-se da palavra glorijkação,
Pofém quando a id^a predominante é a da dependeneia : e
Q.fiel, formando votos para alcan^r os objeetov, qne deseja; se
penetra da cunvicçHo, qne sò da Divina. Bondade os p<Sde ob>
ter f e ceneebe a consotadofa espetança de que os obterá : ex-
prime esta espécie de adoração pela patevra oração.
. Note porém Y.S.^que aoonteoe com estas Ires expressões, e
que dificilmente se «nBonlrarárnesxMKree easos , e é qne , nlo
•d sio sgnongtnas , mas equivalente». Chamam-se assim aquel-
las que representam o «mesmo complexo de Id^as , nlo sd al-
gumas veses (isso verificasse nos sjitonimos) mas sempre.
• Com eliUto é impossivel que um homem se entregue por
algum tempe á pratica dos actos que constituem a adorai^âo ,
«flm qne se sinta arrebatar pela admimçle e veneração da infi-
nita, grandexa e magestade dos ineiavels attributos deDivinda-
dade : e n'esse momento o seu estado não é de simples adora-
-lo f pias. de glorificação.
. £* ímpoasivel qne adorando , e glorificando ao seu Dent,
elle não ae ailita precipitar no ^ijrsmo do seu aada ; não se
penetre daidda ^sna dependência ;> não sé recorde do sem
nnmero ide «fintas, com qne,. ne decniso da sua vida, tem
Jirovocado es rigores da Divina Justiça ; não conceba , a par
do maés sincero arrependimento um justo receio, de que,
apesar da iinceridade dos seos propoiitoí, já faHtas ontraá
iNaes forandos e deamenfidos, asna iitsanatel fragilidade o
Cafa f<>eain em HDVBf' faltas.
A forçosa consequência d*etta inevitável lemfemnça é reeor-
Ur . á inAnHaiuiíeHctfrdia do nosto comutem Rddeikrptor , di-
rigMMhe na ▼Otoámali ardentes pela assistência de sttk graça ,
mm a qai(t-a lá mwcuina qoè á impoiaird ao fcomem> resistir
'á t<mtação. E ét#4iqoi o como todo or acto de adoração , ao
mesmo tempo qne trai neçessariameale oosasigo o de gloriftca*
çio , se n$o p^de coRceber , sem que simultaneamente se nos
apresente como um acto de religiosa e devota oraçãp.
Julgo ler provado que: adoração ^ glorificarão e oração" vAa
são exprHsSes synonymàs: mas são ainda mais 'do que sjmo-
nymas,. porque são 'equivalenie8(9). Tal ^ , ouso aflirmal-e,
adoctrina que cré e easioa a nossa Sancta Bftadre Egreja Cathe«>
liça Romana. E se assim não é, os Prelados» a quem o depqaito
da fé ,se acha confiado , aoathematisarão o meu erro : e 4
sua' vos , apoiada pela da Eterna Verdade constante das Sagra*
das Escripturas, uniformemente interpretacfaâ pela tradicfão
dos Sanctos Padres, dos Concílios, e mais Doctores da Egreja,
reconhecerei e abjurarei, com rendida submissão o erro do
meu intendimento ; porque, se o ha, nem está , aem jamais
esteve , na ^inhn vontade.
. P. S. Ao momento de expedir esta carta recebi o n.* 34
dá kevista onde, a paginas 411 , n*uma nota á minha prece*
dente , observo que V. S. dii ser , álim de ignóbil , mal cabida
a expressão de diffamação applicada ao que V. S. escreveu no-
bre o meu -artigo impresso no jornal — o Christianismo.
V.S.^engana-se4 não é o termo, 4 o acto dediflkmar qua é
ignóbil. O ternio é usado em direito : do acto sò me vejo
obrigado a observar a Y.S.* que, segundo a moral e as leis,
não precisa c^e ser tão atroz, como V. S.* perlende, para me-
recer o nome de diffamação ; em qualquer grau que o accusa-
sador tende a denegrir a reputação cahimniosamente é difia-
madér : qimnlo mais no presente caso em queY . S.'^aãu besitoo
em altribuir-me tão abomináveis erros, aggravando a aoausaçfta
com exaggeradus elogios, que lhe approuve dar á minha intel-
ligencia ; tirando*me assim aos olhos do Publico , até a fraca
escusa de não ter sabido p que escrevia. . . «
Accrescenta V. S.* que tendo discutido o meu artigo om r^.
soes claras e chis eu lhe respondi com subtilesas e disèdto-
coes chimerieas e , ep^m com impropério,
V.S.* confunde as duas partes da sua memorie, que en mui-
to honestameitie dislíiigui. Ao pouco que V.S.^quiitljser sobre
cinco passagens trasladadas do meu artigo , respondi com rai*
sSes que a V. S.*é liei to Iradar âesubtiloias edislineçâos e^
mericas (ao Publico compete a decisão). Mas nãp lendo eu
articuhido a menor queixa a rmpeito d'aquella parte dameno*
ria ; não ha ahi nada que V. S,^ possa qualificar de tMfr^rsá.
Quanto á maior e máxima parte dos artigos e notas de
y. S,*^ unicamente consagradas a combater monstruosos absar*
dos , que nem já pessoa alguma se ooeupa em refutar , nent
d'elles ha o menor vestígio no meu artigo , é claro que eu lhe
não eppux essas que V. Sr* chanu sublileias e dislincçães chi->
aiericas : e quanto a in^operios , aiada menos ; pois que ea
não fii mais 4o q^e protestar,, com .a indignação própria de
todo o homem de bem , que uma tal accusação , sem se citas
passagem alguma do artigo accusado , era , em termos de di-
reito , um libellojamoso , uma dijfamaçâo : porque a moral e
as leis qualificam assim, nSo só como T. S.* perlende oS ataques
atroses á reputação de alguém «»mas tudo a que , em qualquer
grátt, tende a menoscabar a sua reputação. EV.S.*^ha decoa»
fessar que, provadas as accusaçdes que V. S.* dirigiu contra o
meu artigo , não ficava muito airoso o meo character : pois
que y. S.* qner estabelecer erta distinção que sd na sua opi-
nião não é chímerica.
^Para quevemV. S.* atada passo com a odiosa allegaçfto de
que eo' me olfeiido de rtr eontrariadas as miahas opmidesf
(f } Pesa-nos , qtie um illustre escriptor francês formulasse
em termos desabridos o pensamento, que nos sugere toda esta
prelecção sobre synonimos e equivalentes. Nã<^ podemos ooia
tudo deixar de cilal-o àquf , declarando, entretanto do modo
mais sòlemne e positive , que nem por sombras , julgamos ap«
pticaveis a S. Ex.^ot termos injuriosos, os quaes s4 copiamos
para que o periodo não fique grammátlcalmente manco. O anc*
tor énada menos que TaHeirand, o leu Icxto resa assidi : « La
pádantitme vantteux saupoudre les léiences de tant de mots
synonfmh]ues , ♦que Teiprlt èst oiTniquépar cette épaisst
pousiiéfe scholaslique. n
]^ RtdéieçSq,-
REVISTA. UINIVERS^L USBOlinSNSB.
483
i El» que p«rte dot mmif pscriptos eoconlruu F. S.*^ viaot dei una
Uo csiupida philmicia (3) ?
l Acha V. S.*^ que taes ínfercncfaiiSo nui licitas e 1nnocente« ?
;Parece«lhe qne cbuniar ãHcfiMçâ» á tndijrnaçilu ^e um homem
ée Iwm , acoimado dm e«piríto forte e pretor de abiiwitts
ÍBpÍQd«dw , è iMia «xpreM&o «obre oti ijiiiobil ?
Perguntei a V. S.* como e quando tinha V. S.* podido averír
(var que Uda a part^ -sã do yuHico , 0 metmfi iodM gumttut
pessQãs que leram 0 meu arlige^ tinham viêlo piãltflar d*eíle ,
cútno rigorosas consejnencia* , os abominareis erros que V, &*.• Vte
êitrtímt êem poder asHgwar uma 9é phrase onde alli ot ães*
. A ínlodúy.S.*.' qiie> JoMUiido a^e^i^CbiTifto, quando Vi^
lato» Ifae perguntou o que era a verdade; V.S/aada r«poi»dQ«
A taidâ, al4m de muito edificante, é por extremo iage-
■husa.
E* proravel qne a parte tS do pnblfco assirik a qualifique.
■ Entrando novamente na qm?ttfto, MT.S.*^, que eu Kmito á
■DbfTba a eOeacia da^araçio; «ioio ie ella flfto lemaw para
éabeliar ot «utrot vícios.
SeV.S.^nio le«se com prçreaçfto o meuartico, <eria vist^
^ue, assim como eu nAo disse, que a soberba ara o uatcj^, mas
fira u primeiro peccado de Adão e Eva, taiui>em nau podia
•er minha íntençio apontar a humildade , como a única virtu-
de que a oraçSc» é d<»t»nada a arreigar nos nossos cora^Oet.
' P^iis V. S.* mHo rin alli a eaomera^ dóSatftoi dearropei^
éimen^^ de fraêidão^ de d^pendtnHêí , de imor^ de oàaridm»
dOy de cot{fimuçay de resignação que eu 4pf o constiUiirem, Jni^
^menie com os de humildaie , os elementos , a. cujo comple-
xo i(c dá, umas vezes o nome de adoração ^ e outras a de
araiçdo f
■ Has torno a repetir : é Inrposstve) «screref com claretta pa-
n que» idto quttf ier «om «ttençao» ^
Silwtoira PitiMrthFarrHrm.
IBSCBilA B«1IPBE9Sl<» II*KSVB MANAI, W> AnWQ 00
. flKM.'' âB. «IL¥BSTI8 lPlNBBI«0»rfiAtlUttA • IMPiBMO
1«0 «SOUNOO IflIlfBBO 00 CUMTIANMHfK
2871 Vtlw e urae,para màocarde9 -em tenta»
fZfo, nos dir o Divino Mestre. ; Mas etn que con-
siste a oração do discípulo de Jesus Chrlsto? ;As
supplicas , que dirigimofi ao AUissimo sao dias.,
porventura» análogas* AqtieUa» i]U6 costumamos
dirigir aos grandes e poderosos da terra ? Para
respondermos a esta importantíssima perguhla,
consideremos se os fios que nos propomos n'estas
supplicas s&o ofi mesmos d'a^ueUaa orações.
: Três sSo os motíviís per que, o hocnena neeeisi-
tado de soccorro dirige as suas supplicus ãquelles,
por quem espera ou deseja ser soccorrido. O pri*
meira é para lhes lembrar a necessidade em que
0e acha éo seu aoiilio : o segundo para o fim de
excitar a soa eompaixad ; e o terceiro para inte*
ressar o seu amor próprio, mediante este expres-
so recouhecimento da dependência, em que osup-
plicante está da sua banevoleacia.
2^^'^'*^^^''^' poraeaao, alguma doestas três
razões nas sapplicas que ochristtlo inspirado pelo
Espirito Saucto , e cçnfiado nos merecimentos de
iesu Cbriato, dírij;e.«os .pés do throno.de Deua
fê) Âqak BMfiiio; pott que Irada eom tmíégnaçâo e ofcaoa
Aifimador a fuam uaiu»mm te dai%ifa refutar um eecfipto
Padre? Saría impiedade sémcUte o iongináM»;
proferi!*^ Alaria b^rríi^el blasphemia: iM^ria coii^
luodir a pvreia da devoção ebríatS ooid' o tanpt
sarvilÍM^ da^ supei^tiçdea pafia. .
Nfto seria só impiedade, seria absurdo, diíer
que a^ nossas Oraçdés teem por fim fázar cotibe-
cer ao Omoiscienta as nossafií praoisõasr •»
Dizer que aos propomos eas oosaas onaçues
despertiir a misericórdia de um Deus in6nítamiefi«
te bom , f)9a seria -só uma absurda blasphemia |
seria uma mopstruòsa ingratidfio.
A presiHtipçík) d^aqualie* que foiaetsaai ifisen<«
sato para imaginar que a iiifioite grandeza do
céu e da terra se ufanaria de ó ver. o eUet des-
prezível véarma > rendendo bomeoageai é Divin*»
da^e, seria o caimuio dooi^tlUio eda estupidez*
Se pois Deus omnisciente tiSa ha misb^r qua
lhe lembrenMis nossas prectsdes; se por sua inii-*
nita boodade nfto carece que ifatça de rogativas
eifccitemos a spa beniãcencia; se, emfimi na sua
grandeza infinita, nottos cultoi nada podem ac^^
crescentar ásua gloria; por^ razio; iooimqui
fím nos oi^çaa elle, íÀo Í6 que velemos ^ mas
que oremos? Elle meamo nol-o diz, quando ac-
crescente , ^ue i para não eahrmos tni ^rUQçào.
Nilo é elle que precisa de que nós oremos ;
somos nós que precisamos de orar , se queremos
fugir ao perigo, aliáa inevitável» da eainnoa am
letitaçêo.
{Mas como 6 que a ora^So nos- preserva does-
se perigo ? perguntareis vós. Preencbendo-se a
uoica condição qua o Senhor no momento de dar
o &er aos nossos primeiros pães Ibes tmpoz, sa
elies queriam viver eterniimente na lei da Graça;
nao comer do fructo da Arvore da Sciencia do
bem e do mai , que na subUme phrase das San-
gradas Escripturas , é o anblema da soberba a
do orgutho. Esqueceram^e nossos pães' do prfr»
ceílo do Séíihor: disseram: Nós seremos lambem
deuses.; e este pensainento de fatal soberba os fez
a elles e a jiós • sua progénie , passar da lei da
vida immorta} , á lei da morte.
^Que ^medio pòls hos dá para repararrao*
tamanho mal o Divino Mestre, que desceu do céu
k terra para. nos. libertar da escravidão do pec«
cado ? Or<ir. Mas orar é adorar o Todo^Podero»
so: éprostrar-se com hutnHdade na presença do
Senhor,, que antes de tudo e mais que tudo nos
recommendou , que velássemos para não c^irmc^
00 peeeado da aoberba.
Ofwré adorar a sua infinita bondade qua»
sem mérito algum anterior da nossa parte , nos
concede com as nrimeiraa luzos da razão e Ioj^q
36 •
434
REVISTA UNIVERSAL LISBONENSE.
depois com a«diBiBeTeiaçSo, os thesouros das suas
graças , sem outra condição mais do qae o de
lermos submissos e humildes , reconhecendo è
nossa indefinida dependência da sua infinita mi-
sericórdia.
■ Orar é adorar a sua indefectivel justiça , que
se pune os nossos «Lelictos é para corrigir e emen-
dar a nossa perversidade : com tanto que na pre-
sença doS' golpes com que a sua Mão Paternal
procura chamar«fios ao caminho da virtude , re-
conheçamos contritos nossas Taltas , e submissos
nos designemos nos decretos da sua incessante e
paternal Providencia.
Assim; homilhar-nos na presença da infinita
Grandeza do Senhor : reconhecermos agradecidos
a sua infinita Bondade e a nossa iliimitada de-
pendência: submettefroo-nos contritos e resigna-
dos aos imperscrutáveis decretos da sua Eterna
Justiça e da sua vigilante Providencia : eis-aqui
o em que consiste a Oraçdo do Chrislão : — na
linguagem d'esta sublime doctrina, orar t adorar
ifto expressões synonymas. •
•• Silteítre PitAeiro*Ferreira.
9A GSHftURA S 8SVS UHITXS.
. 2872 A iNScmrçÂo do presente artigo poderia ser
titulo de alentados volumes ; e se volumes fossem coi-
sa que se boje lesse , iraleria a pena de profundar o
assumpto para. os escrever. N'esle século , mais do
que em nenhum» a censora . assim verbal como es-»
cripta » está sendo exercida por toda a gente.
O preceito religioso do amor do próximo éua verda-
de amplíssimo; e» segundo elle, somos obrigados a nâo
dixermos de outrem o que não quízeramos que outrem de
BÓs dissesse. As leis do estado condemnam e punem
o abuso » que , em damno da aUieia reputação • po-
demos fazer da nossa liberdade de imprimir e de fat-
iar. — O escríptor publico diíTamador é póís réu pe-
rante Deus, perante a sociedade, e perante a sna pró-
pria consciência : é nm miserável , a quem todos
aborrecem quasi tanto cooio ^elle próprio se aborrece.
^Qual é porém o escriptor publico , em cuja testa
se ha-de pôr a abrasada marca de diíTamador?
• Oiçamos a resposta do Exm.* Sr. Silvestre Pínhei-
^D-Ferreira • e fallaremos nds depois : — « uma accu-
c sacão, diz elle, aem se citar passagem alguma do
«artigo accnsado. é, em teriçuos de dir^glo, um /i-
• bello fanuuo, uma diffamapão; porque a moral é as
« leis qualificam assim , não s6 ps ataques atrozes á
c reputação de alguém , mas tudo o que em qualquer
« grau tende a menoscabar a sua reputação. »
/ . Agora nós. S. £x.* confundiu manifestamente duas
idéas , tão distinctas entre si , eomo o crime o é da
virtude. A diffamação é um acto livre pelo qual, ma-
iiciosaniente, se descobrem ou se assacam ruins obras,
ruins palavras , ou ruins pensamentos , e levando-os
^o conhecimento de òulrem , se procura destruir o
. ^m conceito , de que , justa ou injustamente , gosa-
vaaquelle de quem se maldiz. — ^jNo criticar porém
tuna ohrli íippressa /pobúcada e assignada , no crili-
cal-a , reproduzindo-a inteira no próprio acto em que
se critica , para que todos possam acarear a censura
com o censurado, n'um tal criticar poderá caber o
nome de diffamação?! — Segundo S. £x.*— «sim:
— mas segundo o senso commum de todos oi tempos
e de todos os povos — não.
Engana-se S. Ex.' estranhamente, quando assevera
que uma tal critica é cm termos de direito um libei-
lo famoso, uma diffamação; e que a moral eas leia
qualificam assim não só os ataques atrozes á reputa-
ção de alguém • ^9% tudo o que em qualquer gria
tende a menoscabar a sua reputação.
As leis, nem uma : e que appareça ella : em ques-
tões de facto não l>asta affirmar. — Amoral, veja-
mol«o : e para isto comecemos por desapprovar, como
inconsideradamente escripCo» pois não cremos que
por malicia o fosse , o termo de tendêwle. Se tendênii
exprime caso pensado , empenho moral , em summa ,
tenção feita de desacreditar , o período de S. Ex.*
torna-se inteiramente inapplicavel á hypothese , para
que elle o escreveu ; se porém S. Ex.* quiz simples-
mente exprimir , como lhe cumpria , que é libello
todo o que por qualquer modo pôde menoscabar em
qualquer grau a uma pessoa , ainda que tal não fosse
o intuito do censor, então estamos no nosso caso, e
repetimos que disse S. Ex.* uma grande falsidade.
Dois (já que S. Ex.* tanto se delicia com dístinc-
ções) dois podem ser os fins, por que se escreve uma
analyse, critica, censora, ou refutação. * Um , por
desauctorisar a pessoa , mostrando que ella fez má
obra ; — outro , por obviar aos damnos , que , da má
obra consentida, poderiam resultar. Aos escríptos fei-
tos para o primeiro fim , chama-se em geral , e com
mais mais ou menos propriedade, saiyra : — aos escrí-
ptos feitos para o segando Am chama-se m<tea.
A satjra é quasi sempre condemnada e condemna-
vel ; a critica é permlttida , é honesta , é nobre » é
necessária ; — d'ella se usou sempre e se ha-de sem-
pre usar entre os homens de bem.
Vir homu et prudem
Fiei Àristarehui:
dizia Horácio como lei ; e o mesmo Horácio aceres-
centava n*outra parte , como observador profundo,
Lerrisor vero plus laudatcre movetur,
Nunquam te faUeaU antml tuft tmlpe tatentee.
A satyra e a critica ambas cortam e ambas doem ;
mas a primeira, como punhal de assassino; aiegnnda,
como instrumento cirúrgico. Mas toda acrítica, dizS.
Ex.*, menoscaba mais ou menos o credito do criticado :
— sim : como toda a operação, destinada a salvar, morti-
fica emquanto se faz ; como um remedia amarga em-
quantosetema. Mas a critica da lei, e não infecta da
espirito salyrico, procura, como a nossa procura sem-
pre , não dilacerar no individuo senão o teenos que
ser possa, e nasferidas, que lhe faz, espalha quantos
bálsamos sabe para as suavisar.
O menoscabo , que de uma analysé pôde resultar
a quem a padece, deve também ser dividido em duas
espécies ; menoscabo moral , menoscabo intellectuaL
Ambos elles , confessamol-o , são duros de soffrer pa-
ra o amor proprío : mas .o menoseabò inteltectua] nao
infama como o moral , porque nenhum homem tem •
(pelo menos não deve ter), a presumpçio de ínfa Uivei;
mas todos desejam. ou devem desejar ser havidos co-
mo rectos, -probos c bem intencionados ; e casos bà tod*^
REVISTA UNIVERSAL LISBONENSE.
435
via , em qoe o crítico , sem se demittir do sea bon- 1
roso officio para o de satyrico , pôde alacar a nm es-
eriptor pela voluntária malicta dos seus erros ; — quem
chamar avencnadora infame a George Sand » a apoio*
gisU do jogo » das galés , do adalterio « da sodomia »
etc. , haverá usado do seu direito ; nio^haverá des-
obedecida nem á lei humana, nem á lei divina : pelo
contrario , haverá comprido varonilmente a religiosa
e social obrigação do amor do próximo : mas os mons-
tros como George Sand são raros ; e em tbese pode-
IDOS diíer , que o character moral dos escriptores de-
ve ser respeitado» ao mesmo tempo que os seus erros
se façam conhecer. Toda a critica, em observando is-
to, é josta ; — e de justa passará a generosa , se, co-.
mo já tocámos , apontando no escripto os erros do in-
tendi mento , — que sempre mo males, mas que nem
sempre sio males imputáveis, — render ao mesmo
tempo homenagens áquillo, que propriamente é do
bomem, que é a sua vontade ; mostrando o como ella
podia nio ser complico na fragilidade da razão , nos
extravios do raciocínio,
A nossa crítica forceja sempre por ser jnsla ; —
quasi sempre generosa , e generosissíma tem sido
lambem em muitos casos: — e um d'elles foi a pró-
pria questão recém-flnda com S. Ex,*
As intenções secretas são, por via de regra, invio-
láveis quando menos , (porque no nosso catbecismo
moral chegam ellas a respeitáveis); e segundo isto
peccou S. Ex.* quando a pag. 384 d'este jornal at-
tribuiu a nossa sisuda critica a fins maus e secretos.
Eís-aqui as dulcíssimas e não diffamatorias pal»-
vras , que S. Ex.* nos endereçou no logar supraci-
tado : *—
«Tal é a arteira perfídia com que aquelle escríptor
« — (somas nós) — soube enlaçar na sua memoria os
« insulsos elogios ao meu nome , e as caníradieterias
« citações do meu artigo , com os erros que clle sabia
nnSo existirem alli , mBs que por motivos só a elle co-
ei nheeidos se tinha proposto aMHdutr-me. b
Eis-ahi o que juristas e não juristas chamariam
diffamação e calumnia; mas a analyse que nós
nos abalançámos a fazer , do que no impresso de S.
£x.' nos pareciam erros, foi, — como sempre o ha-de
ser tudo quanto em egual género e com egnàes limi-
tações e resguardos se fizer, — uma obra licita, de-
cente, e louvável por parte das intenções ; e para que
fl. Ex.* não escarneça o dicto como vanglorioso , as-
scntal-o-hemos em sentença de auctor , que ninguém
pôde venerar mais do que S. Ex/ , porque é S. Ex.*
mesmo.
Eís-aqui o que S. Bx.* escrevia em nosso jornal- a
5 de octubro de 1842 : — cos erros nos impõem obri-
cgação de refutal-os.» Logo quando 8. Ex.* boje diz,
que o diffamámos , nós não fizemos mais do que des*
empenhar-nos de uma obrisaçIo que S. Ex.* nos im*
puiera , ha desesete mezes , e seguir o exemplo, que
è. Ex.* em toda a sua larga vida tem constantemente
dado ; pois que todas as suas obras não são mais que
refutações , e ás vezes desabridas , do que a &, Ex/
pareceram erros.
Se na republica litteraria não ha duas leis , uma
para 8. Ex.* , outra para nós , se não ha duas medi-
das, lima para pagar outra para receber, — ou o qoe
nós Asemos a 8. Ex.* nio foi diffamal-o — ou. 8. Ex/
nos diffama a nós e tem diffimado a meio mundo, [en^
meadamente e sem sair d'este jornal ao Sr. Dr Simas
(Rev. Univ. .pag. ^47 do IJI volume) a Mr. Flaures^
(Rev. Univ. pag. 27 do II volume)] porque a todos
esses seus censurados tenderam os tscriptos de 8^ Ex.*
a menoscabar. a repeUação; não disemos a reputação
de probidade , mas indubitavelmente a de juizo ; -^
^e oonsentiráS. Ex.* era qoe o aifrontem com o apodo
delibellista deKant, deChateaubriand, por exemplo?
Não decerto ecom toda a rasão; — ^como logo somos
líbellislasnósf — Mas dirá S. Ex.* — o que eu censurei
D'outros como erros, eram erros; o que em mim^ co-
mo erros , censurou o redactor da Revista , não n'o
eram. — Pôde ser ; mas não é 8. £x.* o juix em tal
matéria.
Para nos tirar toda a imputação odiosa basta , qoe
erros fossem em nosso cooceilo , os que por taes im-
pugnávamos;— e que em nosso conceito o eram, fica
evidente , pois que longe de sonegarmos o artigo dè
8. Ex.* a que nos referíamos , o temos reproduzido
até á saciedade e ao enfadamento. À vista de tão in-
contrasta vel demonstração , é manifesto , que ainda
quando houvéssemos querido diffamar e calumniarp
não o teríamos podido , porque o documento lá esta-
va , olhando-nos de todas as parles, para nos desmen-
tir, e não se pode fascr ao juizo publico maior aggra-
vo do que suppór , que os nossos sophismas eram ca-
pazes de lhe fazer ver n'um impresso, que se lhe
mellia aos olhos , o que lá não estava , ou deixar dé
ver o que lá estava : — pelo contrario , sem receio
de que nos chamem vaidosos , podemos affirmar que
nunca, desde que ha analyses, se fez uma analyse tãò
insuspeitavel de má fé , como esta nossa ; nem roais
suave , nem que mais portas viesse cila mesma abrin-
do ao adversário para iima honrosa retirada. Oxalá
que todos os críticos , em cujas mãos caírem as' nos-
sas obras, imitem antes o que nós a 8. Ex.* fisemos;
do que não o que 8. Et:* nos fez a nós.
Concluímos , pedindo e emprasando , perante p Pu*
blico , ao nosso amigo , collaborador e philosopho ái
direitas , Albxandbb Hbbcclako, para que se resolva
emfim a enriquecer as nossas paginas com a phjloso»-
phica dissertação por elle ha niuíto meditada , sobre
08 deveres e os direitos da critica. £ tempo de aca*
bar mos com estes anacbronicos preconceitos de io»
teressados , que apenas se lhes aponta um erro , le*
vantam. clamores até ás estrellas, — assim como coos
os infames desvarios dos malévolos, que transforr
n^am a crítica em satyra. Em toda a Europa, se acha
em exercício , ha muitos annos , a critica scientiAr
ca , litteraria , artística , e política ; -— e a isso pror
▼avelmente, se devem mais que a outras causas , os
progressos intellectuaes dos poves designados com
antonomásia de illustrados. Entre nós apenas se co-
nhece sob o nome de critica o thuribulo fétido e no-
jento óu o azorrague : a apotheóse ou o libello. Ê ne^
cessario que nm génio de irresistível auctoridade, co-
mo este que citamos • atire junctamente o azorrague
e o thnribulp para o fundo de um abysmo de ignemir
nia , d*onde ninguém mais se atreva a ir tiral-os ; e
proclame os imprescríptiveis direitos do intendímento
humano. O calar ou divioisar erros , só por não des»
praser a quem os assoalha* é crime de covarde ; é tor»
nar-se responsável de quantos males próximos eu rer
motos d'abi.se bajam de MCuir; é sacrificar a iBo^ié-
436
REVISTA UNIVERSAL LISBONENSE.
éade ao individuo , o , nais veses ainda, ao egoisnio
éo qae à JísoDJa.
O «OTSKlf o VA8 WÃOt HO TnilO.
MBIIOIIA l»0 6EC0L0 PáSSADO.
VIU.
O ^olpft Im 4ttdo (Xo bem fobre ti f ta<^
ferida é grande e mortal. N&u imaf inefc
que doirou Iret sii»piro8 debes , le po*
derSc» dar uma inteira cura. Rorape-te
em mil podnços, eofrega-le á ddr.
áf, Francisco de Saíes.— Li oro de o<-
'^ ro. — ^vã Jez. — Terci tícto»
FLOR DO MINHO QUE HLRCBA NO UMA.
2873 Defronte da muito escLirecida e monumen-
tal Villa de Ponte de Lima, e na quebrada de ura
oíteiro formosíssimo, que se banha com suas abas
4e verdura nas mansas e fagueiras aguas do rio . a
que os nossos rimadot € venerandos vates baptisaram
de Lethei Lusitano , recostado , como sultana vaido-
sa , n'um voluptuario leito de relva, e cercado; de
õuintas e togares , enfeitados de suas vinhas e arvo-
redos , repousa graciosamente o mosteiro de Vatle dê
Pereiras , tâo largamente dotado pelo nosso grandioso
rei D. Joio ÍIIs, e de continuo refrescado pelas au-
ras que vão . como tributárias , levar-lhe o seu feu-
do de perfumes balsâmicos, — ou pela claridade do
j^ía , ou pela escura tranquillidade da noite.
No tempo em que a nossa historia passava , ain-
^a os seus telhados eram robicnndos , como o disco
do sol que n'elles reflectia ; ainda as suas paredes
jeram alvas e nevadas, como as almas das sancta$
jhreirinhns franciscanas , que alli viviam paz e descan-
co, offerecendo suas preces ao Altíssimo por aquellcs,
que , como nós , andavam peccando por este dester-
ro árido da vida.
' Então era elle muito bonito : mas. . . . veio o pro-
gresso e fez-lhe as boas reformas . que tem feito a
nuiUs hutras coisas, que por abi vio por esse miin-
j9o de Gbristo. Intendeu que aquella humilde je vir^
tRoftt casa podia faaer damn* á eivUisaçào. . «-^e po-
•4ta isso !. . — mas vamos , tirou^lhe as tristes
velhinhas das suas cellas de penitencia , e deixou-^
^ar «o desamparo; e os telhados começaram a fazer*
«e feios » e a encher-se de musgo e de hervas ; a caJ
tias paredes começou a ser lambida pela chuva e a
deitar ver as pedras e o barro descarnado , e sem
^la nenhuma , e. . . .
N'ttma cella voltada para o lado das serras, q^e
itfm cordilheira fechada dividem 9 Lima do Minho , e
t|Ue perCencia a soror Francisca da EnoísrMçào^ que
fsi na sêculo D. Francisca da Cunha e Castro» irmã
,€« Bartholomea da Cunha : ao pé da janella
Co'o peito encostado á pedra,
Co'o semblante unido á grade ,
'Mava queda, e sem dar tino de si, a infelíx D. He-
lena da ÍAíèariã, vestida cem a negra túnica de secu-
9«f , que lhe pesara; como uma armadura de ferro;
^tte a enlictara , como a mortalha da sepultura.
' IHideeía : mas era ainda tio bella !. .
Sotis olhos lanfoeotes e meigos estavam pregadea
nes agrestes penedias e orzes bravas de monte : pa-
tecia que delejavam «trav^ssal-o , para enxergar o
^e se passava pelas raias de Gaftlhu».
Qoaad» «eaaiaa «ra toda touiad^ d'aqanlla
I veio pottsar^e sobre a verguniea d' um viç9$o ioireh
ro um rouxinol mavioso » e começou a triqar tão do*
cemente suas amantes porfias que a donaella sentiii
eotrar-lbe pelos ouvidos uma brandura , que Ibé veio
repassar os seios d^ahna.
-^ I Gomo é feliz aquella avesinha !. . «— disse ella
então-— canta. • Jt telvea que o seu companheiro não-
tarde a vir encontral^a , e retribuir-lbe com caríciaa
o seu carpir doloroso.- Mas. . . . eu !. , choro e lamento*
me. encerrada n'esta prisão , a que innocente me coih
demnaram , e em que não encontro senão essee echee
abafados que me respondam , e que me intendam.
Ella que lá voou., oh... tem liberdade, véa par«
onde lhe apraz. . . não pôde soffrcr a magoa de estar
só. . ;e eu?. . eu nãoi posso sa<r d'aqtti. . • e hei-de
estar só. . . sempre só. . . sem poder ao menos arra*
sar aquellas serras e saber o que foi feito do meu...«
£ aqui um jorro de pranto lhe veio cortar as vo<*
zes. \ Ai, triste de D. lielena , que taula razão tinha
para se lastimar! desentranhada, assim de repente «
do centro de sua familia, d 'aquella terra de tão saiH
dosas lembranças, ignorava inteiramente qual fesse
a sorte do seu desgraçado amante , que fora colhido
com ella n'essa noite aziaga e calamitosa. O desmaio
que n*esse instante a derrubou , como exânime , em-
bargou-a dealtenlar na catastrophe pavorosa, com que
rematou a scena mais infeitiçada e maravilhosa da
sua existência; ea« pessoas, que pelo caminho a acom-*
panharam • também não podium informal-a d^aqdillo
que. tanto lhe importava saber, porque o bárbaro ver-
dugo da sua ternura , Rodrigues , esse criado detes-
tado, a atalaiava de continuo, sem que lhe deiue^
se logar para exhalar apenas um suspiro.
, ^No convento a quem o iiavia de pergualarf
^A's seculares? Era ella a única.
^A's criadas? Não ousava conGar-lhes segredo de
tanta monta.
^Ás freirinhas? i Essas, sim ! que não cuidavam ae
não das suas vésperas e completas,
l A sua tia ? só se fqsse a essa ; que era uma serva
de Deus, como ha poucas. Mas acovardava-ee ; e de
mais, era tempo perdido, porque soror Francisca
recebera reçemmendação formal de não conversar com
ella sobre tal porUo ; recebéra-a de Rodrigues , que
os dias que alli se demorou com o capellão e^òriados
da Lobaria ,. não cessava de vellar, porque ^e cumr
prisse á risca o que determinara ; e lambem nunca
foi lá d*essas coisas de amorico&: muito aíTavel , e
lhana ; m<TS em se fallando em homens. . • • í Deus nos
acuda ! lá se ia tudo quanto Marlha fiou. i De quem
se havia então de valer a infurtunoaa D. Helena?
ninguém app<irecia que podesse esclarec^*4i , e co»-
sumida, ralada, desfeita assim de desesperação e de
incertezas, conhecia que as forças lhe minguavam,
que a vida se lhe esvaecia , e pedia a Deus que lhe
abreviasse o .instante de fazer p.ira o céu o seu pasr
samrato , ou que a tirasse d*aUi , e a deixasse vér*
ao menos uma vez^ única, o mancebo, cuja imagem
lhe estava graiada n'alma » aiodj^ que por tal preço
arriscasse a sua felicidade e salvação eterna.
-4» *^Meb Deus ! —-balbuciava ella conservando-se
recostada na janella » atravei de ci^os varões de fer^
ro entrava a aragem mema eabafoda da tarde --^.; meu
Dens!» . j porque raião me condemnaste» a ser assim
desditaial. . em %ae «es aesoú oa
REVISTA UMVEftSAL LISBOIÍENSE;
437
go ;. . 9ínmr\. . ] oh tós benr-sabefs, cojtao evo-^ma-
Ta, mea Pae do Céu ! bem t) sabeis; . . efa com uma
pureza. . . com ama candura. ,. c(mi nma ínnocen-
eia. .^. era am amor como o que os anjosTvos conía-
jfram • porque vós sois a sua luz , e a sua gloria. . . ,
€ era elle. . » era o meu Fernando , que lAe alumiava
estas trevas da vida, era elie sò, . . era toda a minha
gloria. . « meu Deus , compadecei-vos de mtm , dae-
me a morte. . . a morte. . . t
■ -—^£ queres o inferno depois d' eHa, fllbât-^inler-»
rompeu D. Francisca que abrira cautelosamente a
portai, e que ouvira as duas ultimas palavras de sua
aobrinha,
D. Helena ficou immove} : a appariçio de sua tia ,
e aquella idéa. .« . fizeranh-n^a enfiar de medo — o in-
ferno? ! — ^ murraurau ella.
-<-Sim o inferno » Helena : que é li que vae^parar
quem ae rebela contra os decretos da Pro>videncia.
Olha: repara bem^: nunca desces morrer, porque
ainda que B'este mundo se padeça. ...
— Ab! eu padeço muito minha querida tia — ex-
clamou emfim a mesquinha donzella, occultando entre
as mãos o affbgneado rosto, como envergonhada deba-
ter-declarado mais do que lihe relevava.
A. consoladora rWt^ofa pasao<ii-Jhe a dextra por so*
hre a eábeça • anediando-ihe os seus cabeUoa de
ébano , que o alvo e .desleixado véo de eseomilha dei-
xava livres, e descobertos , e admoestoo-a carinhosa-
mente cbm estes conselhos de soIidis»ima oharidade :
,. -?-*líão te mates a&srai , filha ; não te alBigas :' deita
o coração ao largo: o que. Deus quizer; põerte nas
suas mios , que elle só procura o* bem das creaturas.
Ora vamos « anda : levanta a cara para cima , anda ,
qoc temos na grade uma. visita*
. — Uma visita ? — perguntou D. Helena — e quem é t
*— £ é Rodrigues.
- — 1\ Rodrigues ? ! — e uma cortina de tristes^ of-
fuecou aquelle assdmo de esperança , que bruxuleara
pelai feições da angustiada.
-**-Sim é Rodrigues -«proseguiu a tia — que traz
um recado de minha cunhada. ... de lua mãe,, pa-
ra ti.
— -^Um recado? Minha tia venha comigo.
— Vou , menina , vou. Põe-te a pé ... . upa ! — e
ajudou^; e sopezoQ-a do aasento dajanélla; mas ao
tocar-lhe notou que estava fria como a própria neve ,
€ asaustoQ-se a tal ponto , qúe considerou lá para ^i :
-— l Que será o que tem! minha sobrinha ?. ^ . . não me
y/à ella por abi adoecer ! . ora para que a mandaria para
cá sua mãe? foi lembrança dos meus peecados!
Emquanto desceram as escadas do dormitório , So-
Tw Francisca procurou sempre distrair a melancolia
da desfallecida menina , e quando entraram na aalla
da grade , viu distinctamente que o rosto se lhe imr
pallidecia e arroxava , e interrogou-a :
- — éNão te sentes boa , Helena?
. **- Sinto , sinto , minha senhora.
Assentaram-se ambas. . .
-—O recado que eu tenho a dar á Senbara 9..Her
lena da Cunha — foliou Rodrigues, depois de lhe ha-
ver feito um cumprimento risonha, mas visivehnente
velhaco, e simulado -^é só para .ella • e muito par*
iicujar, conforme m'q rebomcndou a lU.^* viuva de
mevk amo que Deus fcea w sem Saficto Reino » e pof
cooacqveneia^ « . . - . . l
— iQuer que eu me retire d'aqui, na« .é assim?-—
acudiu Soror Francjsca. ,>
— Se y. S.* não leva isso a mal. . . .—-respondeu
hjpocritamente o escudeiro»'
— Ai , eu nada. — Até já , m'inha ftHia ; vol*
tarei logo que tu me chamares.
— iOlhe lá se volta ?. . . ^Sim?. . . — Ibc observou
a misera secular.
* — ■Sim, sim — e safo cerfando a poria.
Rodrigues fieon á sua vontade; do passo que ét\%
se aparelhava a dar é que dependia talvez a sua futu-
ra independencta e pujança. Àvtdo e egoísta nio qac-
ria- quem lhe poaesse obstáculos á& suas ordene.
Da mão de D Anna de Amorim já estava elle se»
gnro , porque tinha o titulo authenti^o bem fechado ,
a septe -chaves. O que lhe faltava era estorvar a«niãó
da herdeira com outro homem, qualquer queelle fos*
se; porque como se costuma dizer, não gostava de
vêr dois gallos no mesmo pol^o. Eis-aqui o que o
obrigou a safr ao anoitecer, da Lobaria, sem reparar
a iocommodos , e fadigas , e a occultar cuidadosa'»
mente á sua noiva e a toda a familia , o logar para
onde se dirigia, e o objecto da sua viagem inespera*
da ; eis-aqni o que ^ levod a- abusar do nome e da
auctoridade de uma mãe, para perpetrar omab atroa
e esoandaleso dos otioiíff^^ ..
Reton^ndo o çafa^ct^f sol^anceiro quf costumava
adoptar em taes circumstancias , Ih^ fallou d'esta
modo r
*-r^ Q naotiv» que hoje aqui me conduz ,. Senhora , 4
deciarar-lbe que spa mie está na firme e inabaUvel
Uoçãp de a não adoHtir mais em sua caza»
D. Helena ficou gelada > e tranzi4a»
O fetíor continuou i
. — E maneia mais participap-lhe que sa prepare pa^
ta entrar, .quaotp antes, na namiadoy porque ou ema
vocação, ou sem ella
— iQ«er que eu professe? — perguntou a desven-
turada com um aspecto que abvandana as rochas, mai^
broncas e escarpadas».
I — E ha-de professar — lhe volveu decklidaoãente ^
criado , que jé saboreava na mente o proveitoso fru*
cte que ia colher , dentro em breve , d'aquella aut
ingenbosa invenção. >
A extreraqsa e aipaíxonada dpi^zella qitiz dar largas
á sua desesperação, mas, os conselhos de sua tia , a
sobre, tudo o quebramento , de que se sentia oprimi*^
da , não lhe deixaram pronunciar . mais da que eslaa
phrases ^rtadas- de soluços :
— Não- me quejr vêr mais. . . . que hei-de ser frei-^
ra. . . . pois sim. . ... sim : sel-o-hei. . . . e também. . . •
serei freira^ porque tudo o que me prendia lá fora. ..«^
•—Está findâuio paraV.S.* — lhe tornou Qodrigues»
. — ^Findado? — grilou. ella, porqpe n'aquelle ins*
tante vira realisado os seus receios mais pungei^es— ^
findado?:
— Tudo, sim: tudo findada.
D. Helena empenhou-se em concentrar tod^ o sea
alenlo ^ constância , e faasendo um derradeira ^sfdrça
cpma.a lu^ que antes 4e .apagar'-se soluça um çl^rãf
cbamo^ejante . e .confuso , disse-lhe n' um i^n^ firme t
deUberado: . . . :, i .
— Rodrigues, |alle-me desenganado, que sou,, filha
de H^ ame. a quem você tanto deve. Rodrigu^a^
digf^Aa. 4^T«l54i»de: q^l^foi o destino da luafiçato
!l'«i^^. . -Jgi^ ., ■
438
REVISTA U?ÍIVERSAX. LISBONENSE.
com que-f óflA nic cocontrou «quella uoile ?
diga.
, .«^Quer ub.ôl-0. Senhora?
— Quero.
- — ^E lerá Valor?
— ^Valor? ohineiiDeQs1«;..^RodFÍgue&« falle*
. .*r- Ene mancebo, . , .
^ — Jesus! ! ! acabe.
— Esse mancebo. . . . maicí-o>
. A iafelis soltou um gemido acerbo , arrancado lá
do tnnia íufido do peito , c baqueou-se sem seu lidos
MOS lijoios do pavimeoio, como arolinba, que varada
pclô lir^« cae despenhada 4o lascado piobeiro, em
qtie se poiaára.
Soror Franeisca , em cujos ouvidos reboara aquelle
brado improviso e dolorido enlroii » e correu a joc*
ourrei^.
E Rodrigues. . .. .
Ufaiiava-ce (U sua ricioria.
A. P, da Cunhas,
(Conlinwir-êí-iuk,)
m\mi
B1BX.IOTHX0A VAC20irA& »S XlflSOA.
2674 No DiaHo do Govei-uo de 22 do corrente se
fé a scgntnle jiorlaria ?•—
a Foi presente a Sua Majestade aRamba, oRelato»
rio que o BibuotHccarío-M6r da Éiblíothoca T^ácional
de Lfsboa enviara a este Miníslcrío sobre 4Í estado da
administração d'aquelle Estabeleoimento? C , «rendo
A Mesma Âugusla Senhora, que oéilo Díblíotfaccario
procura , com illu&lrado lèlo^ Aát nfíl impulso á ete^
^ãoídas Leis porque é regida « DiMiolheca^ c que
forcejando., cora desvelado «enfenbo , por es(ai)e4ecer
a regularidade e devida -ordem no sistema de eatalo^
gaçao e éoòrdenaçio dos preciosos objectos delâo rico
tlepo^io , letn provido á «egurança e oonservaoão
d '«lies, e alcançado melhoramenios progressivos nos
demais trabalbos bibiio^rftphices, -e «m lodo o serviço
da Repartição, a seu cargo^ «om reconhecido proveito
lio Estado, da»Sciencias , e das Letras: Manda, pela
Secretaria d'£stado dos Negócios do Reino^ stgniflcar
ao Bibliothecario^Mór / /> Doutor f osé Fcleciano de
Çattilho Barreio « Noronha , qne 06 actos ila sur g »>
rencia sio dt4^úos do jouvor <e approvação R«al , por
Irever earroapofidido no eouc^ilo, qtie se lormaara do
seu merecimento fi préstimo ; Esperando Sua Mag«s»
tade , que elle nio cessará de se emprègJMr sempre ,
eom o mesmo arder , no e^xaeto cumprimento dos «cus
deveres; tendo intendido , que das providencias, qué
treelamára , serão desde logo expedidas afi que forem
ada competência do Governo, e propostas á« Cófioras^
^e depenáerem do concurso do 'Poéer lc(i$4ativo.
Paço das Necessidades , em áO de Abril ^-e- ISM.xat
António Bernardo da Costa Cabral» »
- ^€onro nò longo relatório t que esta porUi*ia se ne**
fore, e q«ie éo primeiro, que jimaís se fet s^re «s-
te eátabèleêimento publico , se eoniém um grande nu^
toero defadof ferafaneote igiM>rado6 até peloé est«^
diosos, e a noticia d« dkersos importantes melbor»»
«nentes , que ahi se áen r^ecentenfente Introdusido ,
nos seguinte» números irafiacj-everemo» aigiràs^^teer» I
TtMd«c*teilocameoto, ^oe nioseri^Moâstmi^ac^
P VALSO cusmxoo .oojmncaTtso mm
CHRIftTÃP VXmDAJMUZRO.
287^ Nbxboii dQS nossos leitores esqaecea ainda
a curiosa instaria do Padre Mathias AnUnáo dos aos.
so^artigoi400, 45J. 1280, 1623, 1795 senlen.
ceado em 12 de maio de 1843 a oito aonos de gilés,«
e, deade enlão até hoie» preso na cadéa do tíaoeim!
Eis-aqui uma caata» que d'eiie aeabaaos 4ere«
c«ber:#—
« c Eu abaixo «ssígnado., Maihias António « teada
« dado públicos , e gravíssimos escândalos per ter
« eiíercitado, sf m ter Ordens algnmíaa es Fundões da
<c Sacerdote, no Altar, no Púlpito^ e no ConfeswH
« narío , por espaço de do«s annos ftafiollegã , e êa
« Lisboa, e havendo recabido mo mesmo crime depaii
« de desenbcrto, agora tocado* cooki ^reioda€ra{a
«r de Doos. e tratando de faxer a minba reconcilisfia
a com o mesmo Deos por meio de huma conâssia ^e-
cr ral , acho ser minba «brigação siforoxá coafesMr
« publicamente os sobreditos crimes , « pedir perdão
.« ao Publico pelos gra»isaimos efoandaioc e prejnitgi
c qne Ibe tenbo cauxadoL
9 Beciaro qne detesto do fundo do me« «oraçia «i
(f ditos crimes « <e promeUo dtante de Deos e doFs^
« blico nunca mais emnetter similbanCes attentadas,
a e hnmiidemenle peço aos Fieis qne mofj«dem csa
« AS auas Sanlaa Orações. iCadéa do limoeiro em i&
« de AbrH de 4844«
« Esta minha salisfeçio ^cvia «er dada àa mis
c tempo, mis não foi possível por motive de «Joeaça,
« ^ue me impossibititava de assignir.
IfoKÀtcw An^Êdêi
A Assígnatiira ^pra foi leita em minha preseaçi
por o prezo Matbias António. Cadèo da Cidade 15 d9
AbDÍl de 1844. G OrcercJro
Agonio Bibeiro Cerfueira»
Nfo aémos d*aqu«1ies , que nio dio a um' bomea
Noença para mud«ir sinceraménle de opiniões e cobh
portamenlo; mas lambem Baosdmos dosqwe semaiai-
.10 êoas pravas accreditam nas subétaa revoluções teo-
f»fíS..
Antes pais de nos decidirmos a estampar a eirU
supra , houvemos por conveáiontc e necessário pro-
curar informações meiios •suspeitas.^ eocreremos para
este fim ao sr. carcereiro • éà c»déa da cidade < eis-
aqui a sua •resposta': ,
íltm,'' Âr. •*-« Que seja necessário nMdnro enmt,
« e grande drevnspcção ein aeredétar oonversoéus áe
« bomens obstinados em delinquir, he conca t|o féc(H
« nhecída, «qne a 'Santa Igreja nada decide a lul rei«
R péilo senão depdis de empregar todes os laeios para
« tal fim. Que a vida do suposto Pa^re Maábias b«
« assas conhecida ; e qpe seus erros aio por , lodos
aliem sabidos he verdade incontesta^rel , .e fraoda
« fundamento tem V. S/ para desconfiar dt eonverçâ^
.« .deste bomem, fois nio sabe que Boa$ faca ião ía-
« fiortante negocio qaal o da aalvaçâo daquella ahaa,
« se sérvio como dejgeute, do:Padre Or^rorio deSil'
« les finto J que aukiNadè pele Po<)er Snprcmo do
c mesmo Deos . obteve :tio ftlit resnUade.
. a O dilo «apposbvsPadrá Matbias pede ser que h»
M l«sse ea ^dre Sallca ^i^è e ana «onOçao. quares^
« mal t 'p^r sèr esla uma obdga^io Ke Mos 4)s pre*
t lot; .mai-iadvet eaiwesaa tem kmge de nber o
« que Ibe havia de acontecer — como Sr. It^ >
I
ílEVISTA UNIVERSAL LISBONENSE.
439
qa^tido Ma para Dttmasco. S.PatiIo cahio aterrado
com o folgor da Luz » e com o som da v6z qut sa-
1)b da ntovem ; Matblas cedeu â miesma yor;. mas
Gommunicada com a doçura que caractéf ua o Padre
Salles , qvfé siabe irnsínuar-sé nos coi^içpens dos pe-
cadores para deli es lazer coraroens de Jtrstos» Não
ha duvida qtie^ isto scríá miiÊo deâci} a qualquer
outro mas Deos repartia este grande dom com este
sèu Ministro; e sua falta seria por eerto mui sen-
tida. »
« Noto sentenciados à pena- vltma dt)s quais se
aehavSo quatré» impenHentes, cora assbtencta dòsto-
Sacerdote derão todas as provas de verdadeiro ar-
rependimento. Poblkos forio este» factos pella im-
p vença , e ahi anda a vida de Diogo Aivez, IVfattos
LoIk) ele..,. cujo-tranzito aocadafaíçoV.5,' comtan-
to apuro descreveu; bom fortes erão estes Castel los,
e forâo vencidos peh grande ictlcta de que folio!
« ièlem destes^ honve- nesta Cad^ea dois enfermos os
homens^ mais ' obstinados qfic tenho vtsto;: vários
Saôendote» debalde rmpreenderão a^ònqtiista dostas
aknas, por mak que lidarSo: a palma estava le-
zervada gara o Padjro Saltes ; e «He a ganhom
•«. Se para testenuinhas do qne^ digo «on^wdasso aK
g«ns Parochos desta Cidade eties dtrtao^ quantos
impenitentes em sitas rtspeèttras- 9arocb«à6> asaia-
tidos do Padre Saifcs', se' voltarão ao camínbo da
Salvação; cónfeçando quea^fefecídade deste Sacer-
dote , em tais apierto» he ta«ta » ^ue bem. se pode
dikeCt». que Santa Ritta^i.. Adevognda dós tmpossrircíis
lhe tem prestado lod<K- o seu valcmento; em cMos
de tanta importaticia.
(•<'£$^r<^ V. S.* me deseirlf^ráv de oio ser-tio^oic-
teUço c^uauto dezejj,aria ;: • sou
©•••V..S/'*
AttAV.^^e Obrigado.,
Ânloma'Ribemk'CirquevW;^
LiàbM l6.d^iM>Nl^de IS^.
A* Conhecida probidade^ d<csl6 empregado.- d^f»a em
'Hòsso Aoncftito^grailde peso aò precedent» doeumcnto :
nas faUaira*4ios ainda«o depoimento,. qUe o» tal ne-
gocio podia se^ o ma4s- eonvincenie. Ésere^emos: ao^
'Si*. Ptdrd. 6regol«io^de<Salêa Pinto, de o<i}a sctenciá e
' virtudes , já ^r tezes B'este> JornaMMMS tido oooa-.
• 9Íao de faliam ; é vimos a inesperada- »f^lc niava cma-,
^prov«éa peli^ resposu » que se ve»'L0r :>^
fUiNw^ Sr*.^— #Para satisfazer ao poedido^ wa €aF^
« ta* de* V> iS.Mto participo ^«le-leiidiKi freqaefttado ,
« 'desde J&neiro dopvetente annot aCàdéa doLimoei—
f« ro ^M dteerhttiba da» leis MKséas». ^iie^a Santa?
-« Gaza dàMicerfeordia «liitt^andiv celetoir BosDonin-»
'« f^è-àíasSaiitos, encofttiiM pfOr ae^yto-o s«»pposta
^«. Pftdro^- Mfttbías! foi inexpHcâvel o aewtl«Renk> de
-« qué'md«0hei.pft8siiido còRletoplaiido a desgraça d«-
<«- «qil^lsuálfeaa r e deoejatido volér^^be , 'do nodo qae
.«• nie^sie<p.ossiv^,' cémecei foigo a tr»vdr-eonversa«
« çao familiar com <^ dilo kiTelIz protturtfflâo (por mn^
tm dds'ihdi¥64SlbB)'^ftrahlf ai» ^bétiho éeSbiíú^ GhtisC^
< « ti^ltia oiM»lha^ tio desgarrada./ e f^ara iÉi)lN)r':««tof
'« ségiíir tã^juaM^ftOirogMtiiârpeiísoas^d^ picdnde^ne
-« 'èrasseiík a JD#»s pelft'v«td^0ij^a oonv^Mtôo dâqMMe
-m desgraçado^. -
^ *^ DM «nezes erao pts«»dios nMti^dtl$|f«fi«iás >q«Mi^
, « dolii«sp«rjHhiBie0t«*-tto^ia^24do^Mârça<Íatodo^«u»
•• para> dizei» llfss» (Qhrxstf^uíé' peib dito Mbthias para
« o ouvir de confissão no dia sef»4htc mais cedo.
ff No mesmo dia- 24 proiimo ás Ave Marins meapre^
«r sentei na Cãdfa , <e roguei ao Snr. Carcereiro me
«< concedesse licença para fallar particularmente aa
a dito prezo , dcciaraiido-ihe para quo Qm pedia esta
« licença , o- que logo me foi concedido.
» Retirados a bum quarto particular , e começando
« a fóllar-lbe sobra-^ as disposições para a sua confis»-
«* são , ali bou verão argumentos de parto a parte , e
« continuando en por mais dehnma hora o desgraça^
do se convenção ,.. mudou inteiramente de pensaK*
rogou-me tomasse conta da sua almja e lhe dotermi»-
nassa o que-^devia fazer para. tratar mui seriamente
do importante negocio da sua Salvação. O' Maravi-
lha da Graça! Ajquelle infeliz conreneido jiá., con-
templa com assombro a grandeza das Mizericordias
de hum Deoe três vc^es Santo, ja d ezej a. reformar
Hr soa Wda , e raeonciiiai««o oom Dios-por m^ío de
« hnma confissão geral;.
« Ajustámos- fallar nodía ^egtiint^ de tarde , on a
« noote para começar a dita oonfissaoi (o que^se tfí^
(rtuou) e conthfuando alguns dias para ocomplemeri-
» to da mesma, no principio doprezentc mez de Abril
» fui dizer Misaa para^ lha ministcar^ a Sagrada Com-
o mnnhão.
« Hé quanto am verdftdè^ posso ecttrfícar a Y. S/
». do quem sa»i Vn." mt." atti*
i .. Paéite^ Gregário â0>'S€Ues Pinto^ '
Lisboa í»áh Mmil de iSM.:
2878- GoMaçof) a sair á luzeih voiumo^^dé oilaVt)
grande^ (qno se podeasAComprar^separados) acollecçãi»
das obra s< do António Feliciano CàstiUio , do cèroa áe
tMsentas paginas eadajim. O primteiro volume piibli^
cado 4M^ s^mana., ialitt»tado — Escavações • Poetisas
• — eoinlém : — . . i
. Dedicatória. — Pralofco.* — A'Franciáeo de Paula
i^tirdosode Almeida^ epistola. — Sancta Iria, xáoara.
— OsDesejosdo Romeiro ^ precedido da uma peque-
na KrósA^ ^- As Flores-, de?aí)eiosÍDlM) do uma alvora-
da d^ prlsnavesa. — Os Irésa annas, cantilena. — Ejpi-
^ttimm». — #infai»eia) tradircçSa do dièamarquez. —
Aborf»- dir «m»' sitjrra. — Advertência ao apólogb «iOs
Macaca»»»^ — Os Ma<»<t)s, ap<^loga. — Preambulo: aés
' versos liberaas. — 'fixU^actoda^w^iitarda Avançada. »'»^
Notas sabr»4M com^posi^ões^do Outeiro, por Seòostiio
Corvb.. — A^. Apparíçao. — Dcor^lo de nrercè feita do
auctor^ '— A^M^editação. ^-Todos livres , etc. , soneto.
— -Sobnaa poesia laiiiia e a alatinada^ — Ad Rempu-
blicanK, ode dè Jf4>racia. ^ — Ao Estado ^ paródia da
"precetfente;— rEUgia-ad mnsam quodcLitinò scribeve
incipianr.' — innatalem meum. — Versos e9cripl4s'
i»'^um albiMi. — > Ao usurpador , 8on«to , precaídido 4o
ftm preambulo. -^O^SacriAeio a Camões , pveaaeld,
preeedido de itma adverlenria*-^Epílap)HO^ gravado
no nftmtilO' de dm rico. *-* A Besertação «Gloriosa , ctk«à-
tata, oom uma explioafio. prévia. ^-^Befensa de^^rm*
inconstante» eançoneta , com.uma«dverteneia,p-^IE^*
plkaiçio da -e^vià a João iJorge de Oliveira LHnar. «^
Carta ^ 01* verso, aõ mesmo .-«—^EÍMgrammas aFIKta..
lo." — O seu 0' sen dou», iprósa relativa aoaepigradu
más a''ffí)iâto^ *— ^Aò-n^orpador-, epistéhi , ooa^ uma^
adiWMleBcla^ prÓMfUrnA;4ifltiiÉU^^ aa«
440
RETISTA UPÍIVJBRSAL. LISBQNBÍÍSBi
nos. — Eu, Antão Verissimi) , e a mosca , paraboU*
— Sonetos «^ aoniversario de SjM. F. em 1^4, pre-
<^edidos de utn preambulo. — Os Sonhos. — Ao P^vo
nas eleições de 1831», epistola, com unia advertên-
cia.— Hymno cantado nu tbealro d^ S. Carlos em
1836. — p Quadro Animado, anacreonlica — A Tem-
pestade , idem. — O Glarim . idem. — Prosa relativa
'is anacreonticas. — Á morte da «Chconica Constitu-
cional do Lisiioa» Elegia. — Rendez*vous a uma Se-
nhora.-^ As folhinhas antigás e modernas , com uma
Dota.<*--£pigramraa a um avarento — A fonte fria de
JBusaaco, ode. — Elogio de um poetastro.— Imperti-
nência das mãos, adivinhação moral. — Inscripção para
-um monumento joncto a Alcacernld-^al* — riiyems,
«legia latina. — A Hauricio José Sendim , haieodo-
nie retractado em lilhographia, epistola. — O amor e
'« tempo, €onto.~>0 anjo da harmonia* cançoneta.
«^Epilãphios a Fr. Gaspar. — Prosa em satisfacção dos
epitapiiios.,-«-A Fiiippe Folque; epistola epitbala-
mica, precedida de uma advertência. — A Ribeira .e
o Lago, fábula; — As duas Primaveras. — Metamor-
fhoses de todos os tempos. — Ao Sr. Borges , etcel-
-lente cdn^positor de musica .epistola accoimpanbi^Bdo
um exemplar do roeu livro « Amor .e Mel»neAM>lÍ9.. —
•Poesias franeesas.intcrmeadaâ de suas eiplicaçõos ew
Vulgar. — O Commecicio de Cíthera , explicação dada
'aos. que só lêem pela rama.— O Oammercio de Cithe-
ra , cançotieta atravessada. — Poesia dinamarquesa., -*-
Saudades .da Fatria , poesia do dinamarquez Oelen-
cfalaeger , achando-se.em Itália. — O CemHerio Cam-
pestre, com uma nota prévia. — O Campanário de
Farum , poometo, tradtnido do dinamarquês de Boye.
(O AcalénUr da NeU, xácara. — Na festa de.am ba-
(flisado.i— • Bpigramma com uma nota. — A Fraqcisco de
•Assis Rodrigues, epistola, precedida de um preambulo.
Dasobras do mesmo auctor xão ser reimpressas aquel-
<Ías cujas edições se acham esgotadas» taes como, a Pri-
mavera, ANoitedoGastello, Amor eMalanchoiia, etc.
f Atfsigna-4e nas lojtis, de Bèrírand aos Martyres —
.a da Viuva Hionriques rua Angusta n.*' 1 ; *^e nos es-
•«ríploríos da RévUkit UtUptréíu LÂàbimenêe , rua dos
.Fanqueiros n.^^Sâ, l."" aa4ar; — e da Typop^phia
^iMfUana^ rua do Abarracameato, de Peniche n.''*43.
> Correspondência , dirigida ao editor ThonMi Anto-
(nio de Paiva , franca de parU. O preço das asaigna-
(turas de província deve ser pago em qualquer dosai-
. lios. abaixo designadas. O editor transmitte as obras
• fratoitamente aos seguintes pontos :^*í«wioa« Porlo,
I Ccimàra, Setubat, Evera, Faro, CoêUllo-Braneo, Vizen,
. Ommaràes, Bragança, Ilha* da iãadeira e S. ãiigtêel,
TUuloê de algumas das. obras de que se comporá esta col-
< Ucfão. — Excava^ães Poéticas — Presbyterio da Monta-
• nha — Amor e Meiancholia — Consolações — Quadros
; Históricos de Portugal (muitos volumes) — Flores —
' IJsbeek-^ Primavera-:^ As quatro partes do dia eaCes-
M do Amor Filial —< A Sacerdotisa de Vénus — ANoi-
'la do Caitello — O Ramal de Pérolas — Metamorpbo-
. aes de Ovidâo (3 vol.) — Or Amores de Ovídio (3vol»)
j«—Xacaras— 'Romances , e Lendas — Tributo Portn-
.fOet-á Memoria do Libef;tador — Ignes deCaatro (ro-
..manee) — O Moroem do diabo e de Deus, ou o San-
_ et^ Fcei Gil — Palavras, de um Crepte — AFeUcidade
. no Sepulcbro, ou Historia. de uma noite de S.JÍoão
. ~D. Quixote doRomintiaino — TIAsatro (2voK} etc. ,
Attifn»tiita por vatama ea papel ordinária 480 a. >
em superior 7^ ra. , em opMmq 800. .Avulso 600,
800 . 960 rs.
No fim de cada volume , inscre-se a lista dos aser
signantes respectivos.
Na&. partes supra-iodicadas ae. vendia a5 seguiotea
obras do mesmo auctor:
Excavações Poéticas (pertence a esta collecçãa}-^
Metamorphoses d 'Ovídio (1.* vol.) 600 rs. — A Noite
do Castello, os Ciúmes do ^ardo, a ConSssâo de
Amclía 600 rs.— ^Palavras de um Crente 600 rs. ^*
Tributo português á memoria 4oLibefiador 300 fs, —
Quadros Históricos (cada um» com as corapeteatea
estampas) 600 rs. ^
O seguinte volume da collecção . será — O Presby*
terio da Montanha » — que provavelmente sairá á lus
jno proxiiqo mex de junha. ^ ,
XSCaXPTPBIO BJB (ilMr^QAPO.
. 2877 Na auseoc&a do advogado António Maria Jii^
beiro da Costa. Holtrenan, continua aberto seu escrn
ptorio na rua dos Fanqueiros n.^^S^» 1.* andar. A pes-
soa encarregada do expediste de.todaa as causas á0
seus .eoastituíutes e qne Uca fazendo as suas* \we% np
escriptorio , é o ^u amigo e collega Antoníoi Gil, r^
dactor da Gaseta dos TrUfumes, e conhecida nao^^
ma pelos artigos com a assigoatura de — Á^ G* . »
MSTAMQRVHÓSSS SM U
2878 Conan pejas bocc^s do povo de Loires» Oâir
fellas, Carnide e outros logarejos á roda da.oiípiíal»
que tendo, ido (não . s^ declama onde) dois saloios dov
pois de muito bem almoçados., desobrigar-ae de cok^
àfsSo e commuAhao; na egreja da sua freguezia amunt
dos dias da Semana Sancta* e tornandpise d'alli para,^
taberna, pediram á vendeira lhes medisse mais meia
canada, paca afogarem o lobo, — accrescentaram ellet
sorrindo philosophicamente nm para o outro. Até aqui
nada ha demasiadamente exl^aqrdioapio. Qual nio se«
ria porém o assombramento da desprecatada mulher»
quando , acabando de encher já torneira da pipa a
seu largo copasio , e voUando^se para o apresenta
aos fregueses» qs viu a aímto^com cabeças áa lobaa
a olbal-a e a estenderem simullaneamente as mãos
para d'entre as suas lhe tomarem o vinho: ao .grito
que ella soltou , entre-olbatn-se os dois e com faila
ainda de gente, mas já estranhamente demudada.,
exprimem o pasmo que os sei\horèa do que eslãoven-
do : camo se cada um estivesse diante de t^m espe»
lho, conhecerana amlMs o horroroso papal que estavam
representando.
A ovidiana, iroagitoaçio do inventor, quem querquA
fosse d' esta (abula , ou a de aeus ouvintes e repeli*
dorea, não podia deixar de corppletal-a. Ajuncta se
pois que emquanto a vendeira teda trén^ula» tendo dei-
xado cair o «ópo , fasia or cre4o em crnc , os dois es-
píritos fortes acabavam de se transformar até ao bico
dos pés , feito o que abalaram ,. correndo a oívanda»
para b$ partes de Torres^ Vedras.
Outros, com fumaças de acenos crédulos , ateiniatt
que só as cakie^s se lhes transformaram ; e que jo
regedor da parochía eos.visinhes, ante^ que. uUíisas-
sem tamanbp despropósito , 03 prenderam « qu^ bra-
vemente vio ser condusidos para' cjta cidade. Se ti-
vesaem chegado era sahbado da •allaluia poderiam ter
ido teUbar n» baiU 4e wm^vgn,^ ^ <iariQf<
f7
RE?»9TPA;' UfWyERSAL, MSBQNEJHSB^í
44 i
• .: '. r '£XPEIH£NT& i •.-:: . -m
.M»^;»qiie)i p «Núfli tarduc*. qiwtn» Ik^iim- ^pçit « « «4q
crip4orH» Ja Rbvistí CfiivK^Aií/I^lvppilJm^» rua^doi tsah
i|u<^rof iL* 8ã — i* anilar, para' m profideDciar^
iiraciipm .wm
OA2XA JCCSOKMIXOA» , ,
na rua da Oliveira n/ 65 (ao Caii^fÇiQ;)»^ r«ç«itett em.Q
.iuifi. l^OOi) rs. ... .♦;«.. • .
. Nâo. ixKiWiios df ixâr ' 4e r^cçniiQcpdãr Mi P«ibrni
.4iue se\pi^^item.4'«^^9^ít(uç$o.<.qu^ ^olir^.iliar
^ji^Mltes wofiã Ul.Ott.qo^l ri||i|6^ ^ra.uai:^|kjtt« m^
.SníuT^, ^u.parÀ af;QS> Qj.hoa.» , copnoça ^de l<igo a.fsh-
.f^r dois grafide$ iyo«(Íçips, 7*rd9r-Ua^ o* gom 4o
irab^lhoi» e arired|^l-9â, cmq vma, v^oUi»ciasuAvi«3m%^
•da& teqlAcdp$ t|açni^la, da^ev^.^JiOf dOtj.ogQ e.áe
^'Outr^w yici^ Aio Hie|M)6 ruiocf^ú^ pâiyi..%sa^d^, para
.41 faii^.,e.par|& o.soc«go doneaiico do gue. para a:))ol8a:.
, Beiís pit^per^ 9 ^aúr<i r^coMomtro. , ,.4|iit /é d<^:^odo5 ;
,^ i^r^i/f>m ;fQoderQ06:..^^maM .{Nreçido' á ÁrovjdeiMiii. |
* fCÂlTJtliOáoâ Í>A BUÚbloirSXpA. vÂfMMA^
.. 3880 .I^TuWos do fe^rjM^^, a|iroflenUd9 ao Qo-;
.^ejçp^ {^clo; actual Biblíofbac^rio-pokór, a par^e jr.€Í4iiv.a
. âôs./c«^J^9^.;,;p%).«ó i09fiérapçaf que .poa deii^.
coaccber de) emfltn, vermos ord^in p'el^.caa{l ^; ipus,
. lambejiii^i:(}iH>^ui»jpsf;Q^^ quieu*ellie#ê a^yoU, ^por-j
.'tuguez e ,pó()'<) sar e«iii. grande, vantageip^ a^ov«i(adoí
^J»or;^dftô,a^ou|xa84í.vrar4?s, /^aribr^of,. cas«« ft^.rqg^
, to9 e mil outras- rcpartijçqes : — . . j
. <{, J^oi^r^senje kS^^ ll^geslad^a JBLatnha» O Relato-
^519 que o Jftibliiitbeçaf io^ílóír «ia JUbliplh^ca I^acií^pal
^deXf^boa.jçnyiáça 9 este Sfliabijerlo sqbre o.^stado da
^ai^úiustjaoio d^águeílô EÚi^(c<iiinen|U> : £ , veodoí
XMéimà Augusíâ Scnhoirá, !qiie o dito Biblíci^hecarjo
. procura , cc^ ifl4i|^ra4o i|é(/»3: iw^ ulil.^pulso á exé-i
euçio das leís porqo^ | reg^i^a a Bibliotheca » e que
^foriççjando,, 0019; 4esiM lado ampcub^ ,, ppn est|b«lçcer
^^ reçujarídadee devida prde^. no syaliem«,dA cata^
^gaç^a é coordebaçaç, dos preciosos objectos, deiap* ric^
.depos^jío^ t^. provid^ á segurança , e c^nser|;^|oi
).d'€llcs » ej^lcançado m0lho£aQ|ientp^ çrogref^lt^ aos
demafs trabalhos bibirugraphícos, é em to^o p Sfrf[âço
r 4^ K«p9rtif ^0 j^ .||eu. cargf,; t^op. tc^cqnhecidiO nf oj^eito
^4id l^^tado,. dAsSpLencías^. p dásletras.; Mao^^^ pçja|
.i^ecrelaria d^Est^ifo ^osl^eg^ci/Qsdo.Eeinqi, ligDiQc^r
>.^o Bibliolheçâfli^Móir» .^ õ Do.uj^or ^j[os^ F^ttoí^nq.do
. Cai^Uilio '^ycetp- ê Noronha ^^ qpe 'loa f c^Oji 4n . f Ufi ,§ç-;
, TCBci^ sí)o.,dig^os do ioúvof.^e d^|urova(i$o À^l ^.;poP
^^a ver córrcsppiuiido Jho^nçeHo , (.qui^ se (pr;npyi^.do
^.«ejii ii|eT«ciif<çi)VÈ> epccf^tyno^ Efpfiçi^f^S^ Ipíag^l
ji^dtlc,** flôe^e^le Dão jocifarif^ dê. Jfc ;fm pregar «mprç J
.coai /vmefBjó, -ardor,, no, c^jíçíy ci^prfm^ptçdps.^eu^
JáivçVçsj' Içníy ioienflidp^ giWi.áaf.provjdçnclafi, qju
^roc^ODap'* .ieiçao. desde Ipgo^ e;^)edid^8, as f o)q; fiirifi
'jdáêoiw^ejeufià^do QaVerno,, e ^çoi)osUÍs ás,.Ç<Jr^cg.fi
qúq * dependerem do cqpputj^ do Poder ktf^il
MAIO — 2— 'ÍSÍ4.
Pa^ dqssNeeossiil^llP^ , en;^ i9 dcAliríí de |34Íí=:=j
i JSngUc.-o reía*#rjor-r': ' •> . .' . .« ,-. . •' ,
. ^J>fi .pooeo iHrviria tonais :T:j|s(o:ic rjcp.defi^itA 'pW
htka , s# 08 Mor^s não. podça^iifa. encontrar, nlêlic ^ '
^pport,tma íè.i^Qnptamenie • M.liY.roA de qae 'i^eces^if
tasaêiQ» Uipa ^Hothec» ifnportaAt<i(,' sem cat^J^f
alpbabeticoa. o mçtMiçoa» #?r(a. sjimplesoienle nnx «r^
mazaaii « .offereçenáj^o ^vmes dílfi<}uldad«f parado aprqr
y«itan^eii(o euso das BQfSfiqup^aSf.Uma catil9|;omq
drígerpdos«.«n.i|ial cfa^sf^cadu;*tr4Z:^ofBaigo pasqtii^af
9HiUipUGadas 4 1 ^. muiijis Teimes, inutejs ^ ju^ioações inr
«xacias; ^rda.dj^ tempo; ^rroa. upfi novos oatálo^of
(9»d^fio%ti^9bf^ o'anMgò;;o emftínk pôr ipfias esU^raf
tiifí^í. orna utilidado ile taaa J|ibUu4toç|S mnito infe^
aior á.qpe poderiam, produsir. f \ .
..i^^sictrabaUio. fundamental do uma Sibiiothecf ,foi
«n^HrohfPdido.e muítoadíiinUidO' p^o verdadf^roçrenr
dor d'e#lç JBsl^bf teoúno^io , o. sábio e laboripsbsín^
ir^ António fUb^iro dp» 8anM>A» .<^ cujo i^vfíço, ti^
priocipjos d>^,#f!o«ilq <l«tom .ô& cM^Ãofoa g^«fe& 4j^
iÇaan.í». : m •
. (H Varias :ci£coins^oiai..|ioré«i« toem tof|iado estes
J0r<9nl9rips,qo^ic<ii|ipletai»ente içt^t^if parii> o 9mqup
lhes cpbo>pneomber. lífí^,c»\ilfígúi é feít^ para.timfi
dad^ ctes§iQpa^ão^.*^,jejisa^ fpi ièig^m (antò^ailteriutapô^
lo Ue^eiQ de 7de d«i&embro do iiUfi^rr^ 4«»tip^
^.'sorvír. de quia n;uo»a dolenwmd» W^iilidade; en
.Mtrarin ) -pela .fuufQta mndança )q\i«r ^e (si iona. iS3%y
.^ba^^e 'li'i)uira Casa , Siena a. mifliòi* lOjllog^i à^ <Uf^
.pqsiçfo.oon» «t q^e oiicppaiva no te«ipp,r ^q^ia essas
.Ç^ttítoggsi.^^.rQÂigi^Ani ; ^^«iiifiiii 4nntiii9a^e, iocni^
;das ns p0siyer«M^^. ac^uHiijÇÔes de q^Hn impf^iinci^*
, í, dedmiidoe o# Ijvr^ q«e. p^«fli ao 4bepifp .0 ^ trf*
ÁHio . « bem 80 ppde avaliar q9anti|8 » e quãor esteia
áas ^^ra^go^s t^em,Qecôrrido-em iMtade d^ jiqi seci)-
leu, .iDÓroi^fíle pel^.jncorpoifaQão de' mtiÀ^^ miJha^
de volume^ p e«c«lbid^8 M defKMjttq das 14¥r^ta8;doe
., ..«Qs^iinJGos C|i^á|ogfl8: pois f^e.aCsise^posifii^, ,seii4ei
os,q|ie p iflr. fAntonfo.Klbeiro |do8 Saibos ofg^ntsour»
estão postoS; ^Ipaeptft de pvte, ^ apenas ierveep rg-
,^manÍ9e.':Pora.;ai|]Kina .me^Uga^e 8ubsídiafi4|.^^^|^phei
^di(HM^d^4>^ sjubMit^l-o^. iim.>]«k^ino.«i ^}^^f -oií-
jpifMlfm pkpvnisiaoiçias.de^pnlpiMii» mae.qi^ deoeaMfi
i^odÍ9.pó4e H!veterfr-a^«, seoi gi^a vp: detrimento df«^
^ur^fi^ K d^. celçvidadc^ e^eonven^qia do$fr?ífio>,4ÍfS
pesf uizas dff & estiidiosa^ « o da díígaidade 4^ &efa4r*
ticio* .Os^tjiguJpa.da* Obra8 l^aa sido'OVva»eátejpstW*
áof » ir dji^Pf»sVoi( em peqpéjaoa If^pnento^. do pdHÍ»
.pttii^í}h.ete's; .f estes. biiM«# , CjOord^nid^t^ e.:reiHij«
f^ efl^:m4fip«.rfBlo O «pícerifiPi^ ,qpe itoo.^niia ii'.«ii«
.vaslo labyrinllM>, * , »..i, .. , . i ,..,
o Foi por Un^ 4^p) ^ poostog, qoo meij c)iameram^«
;4^ip^a>ttjçn(^». p^r ,um terqio^ a osla dM^grad^irpI
fyliàj .^e^fft^^Uiaopnatfifit^Mpenle $^ ^UmWf «i^lp#*
O primeiro, èr^ar notps. c^álogpt para ,o.8er;i^ f|n
[C^asa.* 0'8«|gfMi(U>»' dai^s i anmnorHÔo^.^oo rilWieiqiM
fibisiem.profoplvrpqiajeida^o..^ > i • . m
]. ^^.FÂneífQ íi^ parêce^e bav«l-^ preen^bpdoi. |)e
nm modo novo , e qu4^«...se )nâo .^mo.jevgonq* d^ffiT^
%» fH*<«tf do 199) tQdo$ fts,eíMWo«iim#ntqf 4'«tfi or-
,d^y,j9pde ir>j»rffJiJsar ,u«# np^nifm Ji^ difpoijçio
.<oi^.SfM^8,^vpntarios/ Com unH|,i|i^ii>8iimple^ in§flHiO»
íl}íf>i*í^^ J«li?UW^ ft EloWçinaâ4^.0-VÍ|l^r,/wk,ÁIWf
37 VOL. IlU 9GBi£ IV.
U2
RÈVròfÂ; tí^Aví5fe&Ài"iâ[SB0«jEíífSfi;
.H^
conjuntamente asiftnUgêhs áó éAà^hgtí èii^f í^Vdl ftobr^
M$ bilhetes, do catálogo em bHhctè^ 9Íbre ^1l%r0«.»
^'lO|V^S%6 'e(n1ivh>Vtèm'âfobii^ òs.t»»lbétè9 h ^nta-
gètú ^-^àb t<Mrnar->se»>m«is fécH ée matliMelif ^^cotí!f^¥^
iH^^^^WIa^afl* aóMftt>ós«to tiiftis ^^ftfhú^: 'pela
thJjKiá^liiiéde ^è seV<eM IV)iibadoft fWÍoft', ^cHf) ^iá
ri fl^e^^e^lstrirda Ir" (»r6V« do ih>«í)o, iiâ éiiY>Oêfl(^So dè
thiitb^'(!â OtM — 'U^ apréátfiiti^ áitih 'fi»cfHd3il« xl«
(t^át^^(e'-^tfè ^Tifiár a p<fc^fMKdd<k'«è %ef'tamniUdi*
1rHà*-è f ^fiirbtfrem ostirdlos toas Otím étd. etc. õie.
ifà^^^Mbèmv {^'bUtk^o l4i^0p 'iGiáà6ni%ro'e6iSi b dffMP
IMft t^í^os'.'Q«pbl« dè Oít fòi<çaK!6 ltildlÍdMbaiâ6nt(^ft
ehllE^laftíiMtfs, <è a hiultiplitdr áut^(»lclM^fttDá J^tAú^
iHkhé", èéii(ría<fdAec«i»'aòB doesta 'Gésa ;'>'e' dl^oís'^
ter, desde certas aUtfra^;<^cbmplí^fiidõ' ifyíInft«8iéti(%WI
^Vfi^, iciiba 'jiMJr éiiòir ama reforúia t^eral «^Imn-
^là ; ^ceth tod^s «s dlR}c«)d»áes e Víicbs , ^'^M^^Mf^
WSéiá ^^ 'trábalbôs. nas |rf<»n<)«s Livrarias. i»' ' **i>
^it)s'filfbetésítc\&m*)p«rsi a VanUa^h) "-^dé Mrr<nit ba1i«
^é^Htiiifada«tetif enerve liarão tté»ÍRòf^»bklli^g^|
ral — de permittirem «a facii intercalação do^ tiMi«s I
^fái^^Ol^raV^ÍKíéésAváHi^ftCfe idcftrtfldtfs ^^è^Qttrèdl oj
4ttftb èa ^urpprltitir , seb cTeivar vestítríoi^/ íi -ihtfítft^'
^'dd Obra, i\niè éémAiú^^t^er *ptiTit4& íOM^têti-
"ÍMáò "^^'ê&^ie re^floíar ém . ' sénf * prejndioat* ^ 'Nitidez
<daT^tôlò^b-,-»ft«lnexaetid6ea 'qUe possam' >téfr-^e'<fbfn-í
i|Q|itti(fio-^dè'éeikâiré»tf''èè)>»(o no verso para tietdâ^bH
•)JÍiogtapKictí9.'tre. ett. M^s lafmbelb , poi* oâtrò ^a-j
"dtf; 't^^9 fólkas 00 fragfnedtos destacados tre^maitíatti-
^iè ftòihneMè ; <<Sèiftdp4icam' 6 trabalho dos CHfieides !e
Hoff^lf^ontfliniiM y '4tte pára 'cada pesifaíáa téetai deéMriir,
•líf»cttráí';e»^*l*r de taovo ' cuidadosa metitentti'! 'e , ás
^Ik^, kliiHttiiii*fos<; èprotègetn ^ íiifiilelid«tli»''<ro
*Al^^^a<r<Pp^evâf<kador,^<}Qe'póde á slira Vtoéade tfAciír;
'í\fféi'Qt'n\òT, ^r oolr69<|il<e b nffatiénhiini, hafendo.
^dfdâdo de êiiftsrituir por oUtH) b 'respectité^ bilfaeie:»!
^' i*«1ls<m}élo<^fDe pois 'de eef aehíi<fo ata luettiblio, èml
ooe todas as vantagens dos dois syslemas «se '^6y$hiéV-|
^tfttr, è-ilftféb^òs pdfíd<â^atÍos íiicontení entes %e rétno-j
Vte , i^lfual f áé seripoUto eita pKatfda èA «iodo^eMel
-^átáVèièdnilérifo/ Bil-Hô tH^úi ^m fèadnro.ix i <
' "^It^^s èitractofs das obra» ooMUitariTo *a %èr tféH«s/tt9o|
-dfc Ihi^v m>s «fÉD^fNiJ|Qfentbs -d^ i^a^^f ^festf»«M)S 'e!
'1Mjy^^^(Al«èbat^*ba'^xtr«ftlldà()e di èt^afViltà è^tlto!
*M ¥ès1^Mrtb*ObDi. €bol^«fbadõs èàtês^M^áMfttbsVMl
'^<^s^ , nòlbii^a) «tf «ry»t^ftinlil2c«nieàte / a^xiMflKltfêe
*%)í^a^qttèlla eride MéBCféfeu, éqÈélki^^^m)\''^
^^'/'^^CrétfiilfidA-n^utoá f^éq^ena' prénva ^tfé^, Vrkef-
éeàffa tt%a^í^9lib>1|(iiaK*'e 8dbfe'uma !ítíp^Mfcie)>lh-
-W^;^^i^' >á toãtMe / fètloando 4^ todo ^M&*<n«á-
'^Mrffaçib^iFMfatftíiea / <é'dando ttm livro de^^riltidfsiji-
ma, mediana, ou pequena ffros^ura , - confbribi^ ''Xe
^'ftfi6fV^*^tV%HcM«riia^; "{rfr^Waf^iiòèeltot) pa>Cicu-
h)ii'^^'1Mlli^e'i^lkn^ilHi*<iliave', '*dé fé^mii ^tiê èò têkí
<Acá^6V\>»rif-lfMi§;>:òQ»^>ar'«iá<6Ao».'1^ ^ .'
('^P^flftlilldédr K^f^i^íMAhr he; á> vék^>««S«ètíídâ , ' tà]|
como a concebi, e cdlii>liiila'^è^féí^i€l qúé'liéfltô cré^
'^itd iiíi^èès^^áftifldè^ trf^itlitfttèlH , 'pâo nttMiò-ttilititictd
^mBHta»le<êttMnme»,'Collaré9!» -;
*('' líM ábfè^qftv-M^s ff*i4giAádb8>btfftf1ogT>»<tt^«^ íéãi
«•'^VtiMp^iíi^ds^lJtf^f'. j^toWfuepela 4éá* ébrMerfiit^d
«%l<)hN¥os ;Og^fddlf a^dos bílhiires,' t>^«iefatt19êm èf-
-Mfl^attéttlt^^Mi^kiiàdtea.' C#^ è#fe noVo <j^t<iáa |^àt
rece-me que, pclapi-ímáirá. tet «. ae poderio copula-
tvKAraiMiie al«al^^'1lo|las «I oaoAíçõeft^da lBÉl1ia'supe-
l»{«rillade',-'q«0'«)^•<l•ivaflti9ds oittreviam em segttFafi- ^
ca ; "eto iifli)Vnic;idâd% ; eta 'tiltldex , em economia dé
tl^ab^fab-, em l(o'à òiNHem^do lervíço. » * '♦.
«A flm dèterminar^-se rapidamente a execução dfei-
te plano , em penha m-sè to3os os Officiaes das varias
Salas em ç$ibffl¥t^ <^flKiit;at|fSjd5; Mê^es do fun-
do da LivrVria", bem como cTaK ubras com que do de-
posito é quotidianamente imríqiiecida. Tudo Tac espei
rar que o seguíêéê^irdMiAio ^peMeii-ji dar como mu-
iilta)ib4í^^te ^tf àbailiftr fifncMfltMit;!!,' e. ib^ispensavel»
ôrti ferifptWêfldíio. D ' * ^-^ ' '« ' ' ' '"'
k^Ttíiibéa Wl^enueié ^ispdt» esteã OiUlogos <|e *ilio-
tiò^^e (fMiítfmh'^^' bt^¥è ptstte 's«r < pbblf cíidu» , ser-
viço que eu julgo de bastante interesse.*^ Kslacpublicí»
<IMo,;tflllA ní ^éfã4\ 'Sim^iiHtM ttTÍos abo^s , fioje
Ikítei Véf^ V p^sto que lidbe^a praf itadèls ; mas trará com-
«fee^*»tflfi><t>t*eVe§tò dé tk^tiseendettfe importância para
4 lEístriie^Sb ^tth ^«ralVo^eAt^MgonrtittUsortpto tiiosae
<èb «^tieliàcíttretift) , -onde só 'pódr' lér cdnsuHado al-
^iMratí 'hbraM 'do dia / ém quanto 'o-finpre^so , occa-
pàndó as estadtes^das tivràfrias parllciilares, pôde ser
conktafltetoénfe'e'Cbm mindeza examinado por 'quem
tem inte^es^e èài Mzbr eiitudos èspeciaes , e em apro-
veitar na leitiiraufíl todo o tempo qoè pasaa ii*ama
•BfMiothfécr. ^'A <de Mrltm '{Hibflca 'annoalmènte um
catálogo, e a slatistica 'das novas acqoisições: a da
IJtóipertíchfiflS-dt^ííoltitoga todos os semestres: o Mu-
seu Britannico de Londres' todos't)s annos uma exp<y-
sí^ão; WC. '0'úlzéra' eu p^er imitar estes' estabèlecl-
'itíentds ,' coiiíeçandôTíélii publicação geral . e contl- .
fiHaiidó hrínúáltbiéttt^ coiA um iiídice '^upplementàr das
uoVas -acifuísiÇôéè. y
'«Pohéfm ^afa ieWg«ira este r«ii]Uado;é mister rever
>sc>upuTosart)êtite , ^^^^ iCfedito á*tiiSí Repartição, to-
-dds oá( bilhetes extraídos, tfiti por um,/e <fin'relaç9«
ao systema de classíí!eaçio qtiè dèífuitivámenté haja
de ser ^dóptadoVia Casa* N^issb trabalhámos offioiaes
còMpefentês; o consefhò tét já' a acquisiçãb, a bafio
l^e^o ; jde pãpeT tníii' superior , e mvti próprio para
simifbantc pubIiòarão,'a qual 'és|)rerx> pdder encetarQ»
'proíimo^imnb. » ' .'— í-í^ *'
-' (Cofia.; ~ ' •
'^'SiMt ' 'A tisrr^A do artigo de noticias estrangeiras
lílo ^Dtc^ffo Vlò' iBovemo * de 17 -do mez passado , 'fez-iÀe
^ rèbòvar ' és' idéaa ^ue ' ha multo tempo possuo ; e qM
'é néee$^arto'espalha'rem-se a ílhi 'de se acudir cotn
^^Vom^fítas^proVidíeneiasa assegurar a saúde publica
ètó-Llibá*, • /• • '
"^A M^^àllsaçio dás'átiòtorfdadès competentes é qtfe
'^^ei deve principalmente exigir , para qUe' nio conti-
Wíèm' a di-ixar Vender Vinhos com confeiçSès corrosl-
^Vaá^;' éstiifaulàífites .' e* íisqiierosas. Na capital dp mQifc->*
'% %if ifu^ado* (t*arfs)*dèstampam-se' boje as pipias e to-
'Mir, 'qfue ^tfòtitèem linhos confeiçuados , ''e'damtriflci-
boirès 'd^'8á1idé;'pubrTCá,> etaiúbem á^rvheríd^m la
ifii«Héem*mfst'uVa d^gâa. 08'frántétes'd^'Fàr{8,'*4è«
Veadem Viaho' elici8^es,'tèbiíi''de bostutttéfarer taómás
tibomi^s ào ' vitthò ,' cumò o^- traBiafutes* ]de* Lisboa ;
:m^sba tfrtoMsorel queitfie de bpinião /' <|ue em Lis-
'boa se faiem maiit perigosas f^]nficaç9es , e a iraiide
'de muitos 'tthhares de pessoas é atacada pelos ihgre-
mkftlet) -que «e triMurám no vluho, e q)ie d^vem iuftl^
míYi^fj^ vmy.w»APfMm9^m^
^i
lifelmente produzir inconvenientes . que redusem a
Tida doé habitantes Mé |.^|^à a. t^terço oii meUde da
que deveriam fívér.'
Ê certo que AiO^ do fiulio qott^ (iq vinagre semi»-
tura gesso, cal, sal « paji campeche , sangue de boi,
vitríolo, e outras coisas* §«% nfçessariamenle dam-
Diacam a saúde pAbHco»! olÃvaiH^ fm poucos annos
nUtU gtiH« < f99p«Hur?- . . .
JUuiâo embora dis^94s^:Hapfí«(^P tfW» H«n membra
d^G#Melbo de S^udf^ Publica ^ç^slraa, q'^m folhçtp
^f^q^0^pr9prUtarÍ04\€ste.^^ner^ {vinho) o viu Í€9C»r
h^ íip ^^ maU kfUx^ prsço poitivcl ^ .$, jfor iãso m^^
Atasão qu^ dá 0:m«n^lH'Q ^^ Çonsel|)p de S«m4a
pMàtse i«a.jidunerac ^ yifibo.,. é.^ f?^.qi^.JrP^)Â<U<ÍA
«iisle.« f)|iwi.i|uK o«,KfQdmrjOS^'fa)nriqjH!m.t,EK>cqMA
h2o aep«di^(ii vend«C xinhoi)^ç9 |»(<» j^r^CO.gV^; qorn
n naa t^bemas* r • <
. O Gonèfc1b#. de Saúde i que d?vi9 tfr, ^ muito, ,^^d^
protidentiU. para evitar lao perigosas inBu^ei^^^s na
ividi e.laHik dos cWíldios. Maf. ae,ellc o pão fa^ í^
fBiiHa*« idadminialradoref dos districtçs, e.^.çaniAr
ra miUHcipai por seus agentes,. pres^dJudo a^gu^i^ 4fS
NrereàdordS. ao exame: 4ive •« l^^r W Y¥*9» e .y^
gras»'.Se.^a »x«BMs,a que.AS pyr^ce^er^ (<)r vçi;iflça)lo
IMBioS coofpetciíites p^ilps^ que o.yil^o íC yipVF^ <^^-
4ái»£ iBgiedt^ias , ;q»« íhim»í$^iA 4,«4N<^ RH^l^<^f
juste s« dBVA. deciapTíir 9(l.a»tQ qqe ||^,0^rj^|>ecep)
f MEos ^ vendedon94t e r«im<;lí4<>& i^l^.^ogipetentç.Juff
1»r«' Uie IvriMc «nlp*, # ífreip ,4ih^í#. seMleqc ja^M
4:om a pcna.q.uemeoiiít^^ofll. l&,#4m»M.A'»^^f:f. Wf
Mçio dM ^>»» 4M« pó4j9v«prrigir ^ ^raflc^ntçf ; ^^
MI. orioies d'fstt Pod^^^^nlHW WP«<HP4(^ 9H^<fff{r
ridadedeve SM oegligenjlp .<w desleixado, porque fiqu^
cas sio as pessoas que nio ^tcjam a ser envenenadas
todosaMdiii.7PM qio5ar.e«lMta«iMJNi«Í9^ /^ri-
mes será neoesiarjo 4i«muv. q^ dif^os no vinho
quando entrar em Lisboa,.. Psta questão eternamente
^^jitadi . Jião je resobjet , nem se dilucida , por não se
considerar , que um direito tík» eice(»ÍM Tniov/póde
^pb^istir, .sejam tiuaes forem 'afsriiiêet qué seèlettuem
"Ipãra oépnservár. J^oderiamos dar piultos pôtfvos para
diminuir of direitos excessiyqs 40' ▼Ánbp e c^rnç, mas
somente daremo«dAÍ4: seja Qpniqseiro.oie^tfr p^^ume-
•UiivoiiscuilaMte «eduzidoMves a4iMi»PS 4«4«^iina P^r^
te, doqufAsistía^ quaiido seiíqpciserajQÍ^a.jUs^oadirei-
VM' die^qnsuffia Múp KxoJ:bi^oles : /»^'a .0 sçgund^ ^ine-J
^<i^sií^ad<e d<^evit(ir.ocji»ntraJ[MlidQ e^num^ c^di^ie^becr;
4fj, ^b^ia^ftquinl^. qujs o.ídmitç^.eftypi;eçem ç^mo]
.fii9^Vi(^4pigr^e (libero, qi^iç se Q>(,ém yçnjteqfio; gé-
neros, que téem um tão,ekvA40r.4)ceçp t^lfi X^bi^l,!
;M°^MirMp CAip .0 qjue- se dá .ppr ^)Les' fói;a d^ /^Afisma,
^i^%dia^ f;m mpt^rVle tfmta i^poft^^ ],\i^Áf> ^e.flf-'
^^f jkviíbc^r , p^ra qnti At jprqipDto se,evi,liOiRi» mH^I^!
««nflKS,,^ Inales, ^pe.ffuem u ralsificaiçõe^*
Lembramos o da associação. Muita g^enij^ ^\e|^^ ^
jvitjil ,9JM^/|)ebe viobo » pj^.usA ,de ma^r^,, «i^viq se|
. im44 ftarcidad^ , . íaiepdo, tir este^^gpnef^ps ,4e,^i;a,,|
r^ifida^ qujs ibe cuslsi]^ ip#is ^aro. .l^a. .|^^4ívMf^ç%>
oWe ^e MWr ,dç. WMi<as iamiUa? « P«W ^9»ífu»wW
(.yíl||ipf:« niwi9^% 4e tfff^wwlfl^e jiffif^^cfjm^^^PftjlíV-
reza e. bondade, sqprá pia meio «{çca^^l^ra; ÍMC..4lB^eç-
.niiid» u abuse ^e i;s,|^i0bir f|sies,^ener/i^^,. .; : _.
Lisi
de e^i
Jprj^nzido perdas e. estragos, peVi immoralida-
gn(iranc|a dos direclores JTellas / não seja isso
caus^ parà q u/e se nao continuem a foribar outras as-
SGcia|5e.s,.que dcvenf nec^sanalnêblè fiaer nascer
amoiali^âàeJ evitando-sq os. erros exaltas que al^
agori sc^ tsm praticado.
Uifa associação paca fayoceí:er.a.S9Ji0e publica . f
qual IJtiHvfz:- fica vender vinho e vinagfc sem confç|{>
ção I mtis, blratoS;do quf os tt^rneirps iendem,':^
de absoluta. necessidade e da maior utjiidade.^Pan^
ce-n<B'que os| compradores que fbremrmembros d'esta
^omaçãft deiem ganhar ipuito em coiiprar mais b^*
rato l cuin sedurancâ para{ a saiíte , e-os vendedores
njo fevcm scfr avarentos, para não' ptrd^rem a fre«-
^ezla, é sali^rasereín ao í^ da u^esma ^s<)Çiação, que
r,de|tewaf^a:immoraUdadey % im
c^ntfi d^ i^oniinuar a env^enar.
iilitar o^ traâ-
)POV1(B.Plí^.
^ ««K- !>/?"•[ 5Sr. — PansTAiiDo sempre a Revitím Univer^
iêi b^ifna afoi bimenla a tudo qiuuito potaa' ler 'd« nHUdád*
pebliaa^ e j|'o>de pciíM retàlUr qnkilquer <^provellamealò k
porlivfjéfetã , nlo hesito em yogar a V. ,,«ei^.nome da ((f»
recçA do*)! ont hPio Qeral , p favor de faxfr transcrever gi
pfoxmo .BWQgQ da-jeu^jaiiito-aprflfiaTH |órq>l o nappk
Jl>niet| ,'(|(eU) qual le recoabec^ o estado de ri|bu^ , em q«e
j^ s^acSaiesti phtl4||tropici^ assoc|u|çÍo, jboitoque tio re-
eentoÉieiíte ifunf ada , j>or fór^a que J:V nSo fá rèoetot aigim»
pfcla Íua-con9erf ação e *futara |profperidade. Parepe-me mpcr-
fiuo piifir a JUS apologia T por q^fnt^ a todflf é fraslvet auti-
&ãn\A e as. vaala§p:iis,'que retultadl ^ imlilifiçdês desta nata-
Msa I e <||iaiit(j cijocorrení^pàrf. o melhdraipeato dos cosln-
''^-^-' quirado porém, i^jfsímjenftoiut^se, a outrem mellier
ia ijècor^ihe: o. elogio :, que; filo f0r| alguv^ dos ee-
do|í aett^hlieatà poiC scui ck>apocioS df honrosa missjta
ioiÀrare^ Oi )ie];ocio> |la|ociedade^: I^rei comtudo qnt
m ^ a i^ertto cf qbafeéta ' oS asálDciad^s, cnjo numero
Ota i^iariumMte ; èite^ ^ tAittero Idól ipdividaos qne do
Piò^ Gerai' recebeé jêopArtáa ^^ Ja atlpodivel ; e fioal-
aient| quejroui^t outros ^Âm 4a ifi^ tr^ndoilidade dt espi-
4to «ue Ij^sre^iUa daeo^tUc^o em q^ie virem, de que quando
H verem deixado de existir para sua» desventuifdas famílias, ao
fTenoè' flc^riío eUas a abrigo cia miséria. A âssodaçUo, competen-
'lenie|te |(uçtori|iada pela eart^ regiadeideMeírodoeorrenta
ajin0| acl^bird&instalaflem arpa da^ivetra raoCarmo)a.*65
Jisuaipaixa é:oDbmica,;^titai^ que;||eia primeira vei se pla^|a
Ztn ]|irt^al, fe que poucos Miaiies carecem^ ainda os menfs
idiaálad^ em p'vilisa^o, e que naitos 01 tros possnem èot
ii^m*o mfftlipIjéado.O^alirajptsarmosTrriit lidade d^gBte• es-
4abeJKÍ miolos . da tipjportanda^qqp iqJbei dá em af nações
5aisl flor<icent< 1 , e ^. sua iijfluao^a, f. to los os respeite^ ,
i p|ospei idad( 1 e na J^ral p(ilil^\ bastar ver que , sendo
18 n cais a econj^ica dp P<pia a ptim< ira que 8{p.rnn4i{u
[rançi , Ji-nstem ao presente. ajais db tr sentas diuemi^-
r te daí c I seus departajnentof .: qiie ai quantiaM)ue jdn
Oefcçbi [> de I14< se inchavam edi d posito i^camcfi*
^ (Ciftzs de Psirit , iiibiáui* á |irod fi;iosa soQma Je
Oij)CJO']fr. , propciedadejde líf):p00 d< [losiunte^^de aA-
ipibosj lois iemt doa qoaes' partènoi m ás^cli^s ^h^
ieW^as^di sociefide , ties^tono «per rios de "totlas jis
1^1 soldados, ^creadoif de servir ^'etc , sendo o nui|^
rd dfs jcpoBitaptes qi»p coacofrep^m á!ca^xa im o decurso d'â-
qiiel|^ anijo 35 658 , ':Como t^o se epllie de relatório que na
assembtiU. gen I presentoo a eomissAo «dmiiístrativa , e que
pub|co'Íi fm~o.prnietpio'du aavo de't9e9 , ae coilige das ta-
[stati^ticaq que o acompapliam. ' *
^* ' tf 'Spí' qoe esta c<Énmunicaçfto , í>elo sen objecto ,
pijbttcif ade , e que áé seu eoahecimlnto ptSde resnltar
algrii|ia u ili^aile pubUca, tiknscMvemfaHi áa Reviftu, tam-
bém amuitn â>2équiaraLao set^ etcTr— Lisboa? 24 dn Março de
184f Jl^é d^ Freitas TtixHrmJffiièÊki d^Cmitêl-Brancê,
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444
RETtótAl XJbílVÈt^A:i''fâ9Bdí«5!>íSfeí
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VARiEBABE
€OHM£MOlU€Òfi&
A AttMAUA.
7 te mi<y d« i740c
2883 Hà um scculo saía aftodd dtt <l)»yra de-LifM
hóè ea&n anno para a Indili umd ^rosaa aniiad4 ....
'k qve áeu í vclla a 7 die vaio dê iT40compiiaiia-té
de seis néos de gaerra, e efa gévernadtt nelaoitfrque»
de Lotiriçal; que íti seg^unda yet por vice-ra, forqno^
Já tinha sMo quando era conde- de Eríoèira, '
As nips e seus conamandantes n"esla amada erain
estes/ f,* Nossa Seiítkòra d«i Eíiporafiea ». aomiuiiiiiBD-
te o eorotie] £uíIê -de ArbréU' Pi»cgo. N'ttiU ia «mliBiv
cado ovíce^rei. 2.* Nossa Sénlidra Ui> If tforttb, 4om«
mandtiAle Bernardo 'AntODb llebello> dá Fonsec». 3/
Nossa Penhora do Carmo » commandanie D.. Trancisoo
Xâvíep iMh^carcohás , (Aho do ma^quez de Fronteira.
4." Niy^sa Senhora dás Mercôs, eommakidanle Lvizdf
Píerrcponl', officiél fratocea a-nosso '»er\»fa. 5/ Boa.
Ib^tts át Vtíla Nora , 'commandantc José Caotano da-
Mattos. €/ Nossa Senhora da Conceição , ooaiBian^
dante AAtonto Cârlo» Perèifd d^ Stfosa. Ao loéo» S
da invocáçlo de Nbssa Senhora "e tma db Bbanr Joans^
Levava a bordo «afs' d^''4ois mH «oidados de infanta^
riii/qaeao depoi» ganhtfrtfm na índia faiiiosas>mto»
Haí9. Ji provMa do considerável 6oaimt'de dinlKtroi»
innhâé armas, petrechos, e nHini^es do guerra, m^
gularísaedo-se entre as 'de maiS' dosásseis peçais de art
lilherfà da nov« iiiv^ençiode Frederico Jaaet) deWei»
Mbolti/ qi^e cadd uva fazk' vinte Mro» w> eipaço ét
ttln miáiit6, B^èlkii lamatemos a fallar a-Mvd^eibt'
meK Ji ir. 4ia CutOim ilii;dr«u
VEMOEIA ne SMOtO PASSADO. '
IX.
-... O.hmé
' < mn J aat ep aiy «veriatUag reiAt:. -
Atié tliake the yoke «^f ^uspic^if9-<ttarii .
, "^iom Ubi# worid, weareed fleth.— Cyet loolí' ybiir ImI.I-
\Âjin9, l]\k« >oiir lâft embraceí and lips, o you
' Tl^e-doors o£ brealh, «eat with i riphteooi kiss
A 4a tetesi' bap|:aiii lo iil|^oif inr «Mib I —
C0BDEI1H) Qtni BALA t TIGBC QUE MATA..
2884 Dkpois de ipuitrigozo e inccssanlecaniiAhaf,
c^oháegoíra chegar a Setxas o generoso TíAarao dé»
Jfk^^ni; ao ebtrac nas portas da casa-, ftyi tSo gra»«
dê e tjstrondoso o alarido, que féti que lódk a hte^
Jin se jdnèto^u pata' recebel^K). - '
«^Alviçar^s, altiçaras ! éi toa., Fernando! é to«
tf nobre herdi^if a da Loòuria !' — lhe bradoè elle , * e^.
estás' palavras íbráv aoonpauhadés' á^ unrabrtço ti^
arrochado, que pitre.cjA querer soffocar o' i^eu convé*
fe^eâte amigov ' '
Quando acabaram de ouvir Ht aeaishi, isioentio.?^
foram canas ! e velbo rítr de alegre,; ooipo um parvo ;
'l^edrosaltav» de contente; como um ^itanhote ; Marinha
* eslava pasmada , e i^e b^ccà aberia, com tildo o qtfe
olttervata, e ouvia; e Fernando répctift ei^lhtísitsmade
e de)h'aiite o que aqueile pipeh lhe cértiffeava 5
— É minha. . , . minha para sempre ♦,..;» i6 mi-
IU!1« . e poMO ir ' vdl«t 89 cèttroitô;'! *r e cHiha-do
■^^
REVISTA. UWVEIl^AL /OSBONENSE.
44S
faliar»nie \ e beí*de mostrar-Uie esle e&cripto de vtia
nae , cn qae ne autorisa para isso. — £ acabava to*
da esta exclama^io com uma cobvalsa risada; e com
toil beijos e agradecimentos aos bemfasôjos pescado-
res do Minho.
Mão lia fiDslbor remédio para os males pbyaíeoa do que
uma noticia d 'este jaez.
i^jíóto sfDtiQ-se mais robiMto, do qu^ ntiooa fdra
em 8|ia vida ; jul^va que auas pernas eram de broa-
le,. e que. sdas- veias pnlaavam cota violência, porque
em cada uma Ibe corria um regato de saíngue vigoro*
w^ -e wmi^
■ Hvsk desejava «lie ir prostrar-se aos pés da soa fu«
lura sogra, e offorecer-lbe;a própria vida^ em -troco
da ventura ^pie ibe outorgava, mas antes «e m^isna-
^. ... . — iipedéral equcm deixara de disculpaJ-o? -^
em ^nimeiro Jogar , antes de tudo. devia correra Vúl
é0 /ftfmraf. e tornar a vér es.olbos que ocaplivaram;
e 4K)r ^uem >o8 seus tanto pranto h^aviam derramado.
. Beko três ou quatro vezes: o bilbeie de D. Anna ,
• arrecadou»o ne bolso , em que mas qual foi a
sua maravilha e amargura , ' quando deu fé que lhe
£oilt*iu.>a^èirtmlifa carta, que a sua formosa He-
lena Ibe esorovòra, aquella carta, -que tãoanctesobei^
jára e qtie 4anto Ibe promettía 1. v . .
. ^ Tel-a-àia por acaso perdido?. . e aonde?. . . . scis-
laeva. elle:~réUo rio? — no rio decerto, embora: lie-
leoa era sua, e esaa ninguém no mttndo seati^cvoria
a disputaf^lha.
• Aprestou*se para partir ^ apét e que Importava? a
eapjeranr.a Ibeempi^estaria as 9lia« asae. •
. Muito -forcou Pedro porque elfe antee fo^síe na li-
:^ra; na multnha do. Reverendo Padre Reatar que de
boa vontade a emprestaria , porém ora preciso iv bua*
-cal-^a ao pasto. ; . . e. . . , e ahi Unhamos "demoms , e
mai» demoras, a bem -estava Feniando para elLasl
'. Deaidiu-se : não Ihevofiria j^ rsuo avidez tardanças;,
decidiu-rsc a fasér o caminho a pé.* '
Escovou o melhor que pôde o seu gibão ainda mao^
ohado de laivos de saogile^ ãbordoou-se n'u«Â bem
<^a(lo de /adam e loi^ necessário que os scus^amígos e
41 comdú»gueiru Marinha esgotassem os seus mars for-
tes argumeiítos para ^.obrigarem a comer um ful^
wkão de tdòel 4e caláetraúeu e a beber uma pinga de
viaho branco de l^untielas que era verde» e azedo co»
mo r»bo de gat^o. Chegou finalmente, o momento das
despedidas; palavras le «misades que alli se trec«raái
nii» a' as. posso eu iiqvi descrever que não tenho pena
com que ouse de fazel-o:.avaliem*n'as os meos leito-c
.JTtf barão, qncria, a todo o.poderqqepodespe, acooi^
panhar até Ponte o seu apreciada) amiga; más isso.
l|i'4^.jnão consentiu. alie.
< — Fica. Fedix)». fica;—* ibe disse Fenuodo — que
teu ípae ha mister de^i, qUetcstábastantementeaáoen-í
ta do. . adeus : lembraste 'de, mim , sempre , . meu Pe-
dro; e pede ao céu:qne me leve a salvamenlou: adetts
^ò aiais ver : adeus. . . • . <
' Tubarão úa$ Mng€!M BdQ Ibe respoedep q«e estava
ealtaJado; deu-lheo derradeiro ade;Ms com» sua .c£h
mitola de eaêioritux^ ao tempo que se elle sumiu <nh
tre ssi ramadas que. toldavam a.cstr^ada' c^c ia ser-
peando pela serra em. fora i e recoih^Urke para a sua
^bana • cabisbaixo , e tris(t«v oomo a.noiáe^ .
V. ifoiMudo. fvi audv)do,^.and*«Bb>, andando^ .faannile
das fraqoesas forças, de sorte, què na manhã do dtai
seguinte já êlle vinha descendo pela íngreme chafíada
á^Arga^ e endireitando para Ponte de Lima.
; Eram nove para as dez horas do dia , quando Fer-
nando/» depois de se haver perdido por muitas vezes
,por aqueltas agrestes e tortuosas sendas lograra che*'
gar ás férteis planuras, que circumdam Vai de Per H^
me, . ' -
Ao avistar o mosteiro, um tremor súbito se ]hediC*í
fundiu. por todo o corpo: dir-se4>{a que um presentiw
mento >a«iage lhe surgia medonho por entro as suas
mais dooojias iHusoens de jubilo, como t^rvo miihano
que se ergue a pairar entre manso e maranhado ban-
tio de pombas/ e que dá mostras de querer empolga-*
las, ilBM por iHua.
¥e.itiando Peixoto era saíBcientementepbyiosopíio, e
ainda melhor christio, para se deixar dominar por
abosdes s<ipersticíosas, esew feser reparo n'ellas, foi'
proseguíndo na sua afanosa derrota , até que parou á-
porta de omà ísaòema ou venda , que alli estava mui
garrida e bem posta, e com toda a traça e geitos de
fazer alardeada sua taboleta acabada por pincel que
excedia, em simplicidade o de Wan-demeer, flamen-»'
go, e':effl -que Se lia por baixo de um copo ideado de
vkibo,>e de «m pie de trigo, em lettras gordas e ma«
iúsccAaS- estO' elegante epigraphe: -^ . . v
— BOM BINDO CUMER E POUZADA — que tra-
duzido para a nossa adamada linguagem de agora signi-
Gcava provsvelm'enl?e%— Hetél e Restaurador.
O cançasso>e o desalento do mal enregecide mance-
bo n|o' lhe- pennittiam ir mais adiante^ sem que to-
masse alguma refcíçiò, pormof pa^rva que fbsse , e^
sim jgnebrar o jejbm natural , ém que vinha. Resol«*
veii^tse a emrar, e a- repousar.
..Mal tiniia elte transposto 08>iimbraes da porta ,
abrindo já meia bocca , para pedir fhe trouxessem de
alwoçáv , qqando recuou arrepiado , ' eómo se topas-
se epm uma hp^ena, pre^es^ a^ tMrgal-o, oueomoselhe
aparecesse a chamuscada figura do tinhoso Belzebot.
,? — Pois encsiitrette ?T— lhe gf ilon êlle, reconhecen-
do o Becudeiro da* Lobarià.
£ era , »a verdade , Rodrigues , o que alli estava
assenlado ; Rodrigues, que viera casualmente áqeeHa^
«etnfc^; para apagar a sede , que o assavn, ou para se
alongar do convento das Franciscanas, cm que, peta*
primeiraivez. sentira certo horror a si proprioL *
-í^^iiBÚdo seas olhos se Htaram* ees doseo níaftir»'
cuja presença mui longe estava de recear , pois que
tiferá. o imflmidente descuido' de nâo lèr o bilhete ,
^^*e D. Anua lhe remetl^ra pelo pescador de SeUtati
e. quando intendeu que elle se preparava talvez part
(T esganar péla gorja , e vingar-^ de «soas malfeitor^
riasv; cobrou, de relance, toda a sea M^erderi e pk->
eidez» bábitnal; ergotu-se» avançou para eiie , e dfs^'
sé^Ibe em meâa vez : . *
-^Faça favor de ema palavra ; mow amo^-^e pe-
gea4fae. levemente pelo braço, ievaiMlo-o para filrá êfk
taberna , em que toda a gente parara de comer e do
b^ber^ é;se apinhara 'emtoniod''e)les.
Quando estivevim- wais aeMargOj e<á sombra dei
um ambientado roíilo de cari^lhos , q^e es escondia
á:Mabi(4e'qjuem passiva , então foi opdv o JBtetidem»
cm pratica todas os «feios,. de que tinha» grandece»»
tpia, para Irvar a. aguo ^ao see moinho. 4tirou com-
sigo; ao/abão^ . €■ de 'joelbosi» bateiiiiM' «es- pêilôi; «^omè
37
446
EEVISTA UNIVRft^iSL , LlSBON£I>(SE.
rapaiclho de eschóla, qi>e promoUe 09 ^eu foêf^fMê'
ttà de não iumar a faser outra , tiusc» na4$ . por
nunca ser; e coidoçou a lagrimíjar ootti m-uiía arte ;
--^Mètt rico. senhor, cuuheço <^e*£is muito vbA\\
roas eu-efiUio «rrcpendido. . ».. e de vófos. . .'. e «Uili-^
nha ra«io : ^| pois não Liolia ? ora di^a Y. Su* ^ue tem
juif o , não |)ódo dewiar .de desquipor>rmp .0 q^ie -usei :
«ou um criado velho o antigo da casa , não quero q«ie
me offetidam a sua boofa » que é /«expede diter^ ^0-
mo miuha propri» :• vi^ offendidft , d«8rp[iqneí-4. . .
Ftroando rccoi)he^u que elie fizera como bom .0
leal servidor » e esfceudoii^lbe a. mão para que se lo-^
YanUssc. I . ) •
-«^«0 não me bei de levantar d'«q9ii, — * teimoii
Rodrigues , ^— sem que vossa senhor ia •me^pendoe. . . ;.
já sei ludo. . i. já ^i que vessa't sonboria é nóbrè' e
fidalgo. ... já sei tudo. . • . pcrdoe-me > senhor ; aU
tenda, a estes lamantos da mioba dor . . . senhoMT, se^
nbor , ijerdoe-me..
T- Ponba^^e ^ pé homem, ponha-se ape-^rlhe disse
o manoebo e o ardiloso criado obdedooeo, esfregando»
muiio os 0U10S com a manga da casaca^ para mostrar
que os tinha incbados de se carpir.
T^>f eu. fidalgo . — fallou depois elie , .-r^.moo .bom
amo , que já me consta que o vai ser ^em brevo ; se
fiz a soa desgraça , quero agora faier a sua íotíc»-
dade, .
— Cwno?
— Condu2iodo-o a ver a stn querida esposa. .
. «--.peis bem , 9odrÂgu<3$ * ptfrtamoa , ; e já^
. -r-« Partamos, *^^be volveu, este, e ambos âe poze-
]»am a apdar para f9^ 4e Pereiras.
.. *— j|Ii)9 . espera , RodrigAies , <— alalboii -o aanoraéo
moço, detendo^D pelo lembro, ^^ espere •> ou estou
fjraiCA , «moilo fraco »• e ainda são tomei alimento, de
<l«halidado alguma.
. -^ Lá era cima , fallaremos ,-*«- lhe respondjeii La»*
ronco t empenbaado«o a que se aviasse o-Biais po»»
sivol.
▲stoto! n^o lhe passava -p^^* itoftliia a mais le^e
consideração: se entrassem «ia estalagem, alguempo^;
dberia dolatar o qup tanto' ibe interessava occuJter *ao
lAeirpprto Fernando > que docíi ,. e cbefo de. bamlailt,
o siengelem ,, como era,- n^o duvidou de acrediter O'
QAntfir. refalsffdo. d^aíque^la a^r<f« maldita « ^ de se lesi*
trcgac n'aqtte|kst. brtf^s' .< que . o esmagamm v deii-:i
tjo ^m< «pouco ,. como os a«»eÍA de uma tesas daa.far-
nalhaa dp infemo* . . <
Hiãtík sobindo pela/ aasoBiadado ontieiíx),^* já sè>
Aoercafom d«. enteada... eis que «os aons po«fsados'4f ;
yAltfi, e iopregimdosdaamejodiaft mistieas de ttm'pr-^
gam>t. viecamroigar-ilbe QOOÍusamoiiU»» pelos ouvidos;
e ao ten»po qiu^ .^ aprooúm^vam -dá porta da egreja ,
por c«jas'.eniridra(adaa janellaa.ooaT^ um bafo e on-
deante clarão» que se perdia pQr\e«tre os raioa do
sok. empartaiio do^ pardos nvvoa»,; ouviram 4is-
Viiclameiie jpaalmear <aiis*m ;: ^tm*(NÍ^ptmm#(omtfi#irr
Fernando susp«ndeii<-se , ooiio sa mao» «brijr>4e ».
|ira.-iM»ôl-b,"ttm.abf»mo somiifmido.
;. *-«-ijQ«ie é 4sÉo?^ ; • .para que* são esâos ta«lmQ»?*.&
'T-^pargtfttaio eiio^o «t^ird^ro , que emolheBéo matí>*
•Í0f«l>eolo 08 bcnibfds , Ibe respoodoii :
-«*«»-»Eii.aeí'cáL «.ialrea alguma festança i virgem
teMla,Calal|ai»itaifosa Ror^qoc ma«d^ uma rega:
{para aa novidades. Entremos.^ entremiaa. o lá S£ «erá.
Doram mais algumas passadas ; cheirava ao incen-
so que recendia ; as vozes continuaram :
Gtwratio mM aèláia etí ei convohUa uê à me gtnsi
[tabemaculum pastorum,
•£ ôtiigubro- dobrar dos sinos restmgiik de. inv«ilta
com ellas.
•O mancebo ia de novo a iirterrogar oseucooductar*
pprém eJle prcvioiiM), abrindo rapldamettio a. porta
0 oferecendo-lbe aos olbos um quadro do iiorrof , e
do mjsterio profundo.
Um grupo de freiras rojaodo suas negrasi «Mfu/aa^
e cobertas com mianioa compridos de Como, transpa*
recia, .como pbantasuuhs». pelas, estreitas o opacas gra*
deado coro. Se9Uiàm-«.o> ao lootío.do corpadyegre-
ja, que estava toda parameolada da d4 e iudo, duas
alas infileiradas de.padces . oom; spbrepèlises mtd ai*
\as , e .ao cabo fl'aUSiS , antro fúnebres- renques de
toohoiros aombviAS, avultava é sobre uma :eça de ve-
ludo preto , com altQS.de galões depiata'' e de ooiK> ,
um adornado caixão aberto» <;mque dorosía oaeusom*
no. eUmo uma jovea dom^ella.
Ligeiras e níveas eram $uas roupas; .uivçaa, cmn»
suas faces de jaspe*. Tmba os olhos descidos eomo cn-^
■balada n'um sonho ameno; enfeitava^lbe oa iabios des^
! Ungidos um resumbrar de celeste deleite, o em suas.
mãos Jividas e deseoradjis apertava a sua -uUima he-
rança do. mundo r ubi ramo do liyrios o^de- aasuccnas.
O desgraçado amante ficara como estúpido , ou do*
miuado por.algum novo presãgio do infortúnio; des-
cambou uma visis d^os^vorido por todo» o que por
alli bflvta, mas nãoKiu» o&o qok a(iirmair*se erans'^
da. O coração adivinha via-Jbe. < . não^ sei, não possa'
diaar o quê ; jo oseu implacável coropanbciro* que jol-
gára o ensino. apcopriado, para aosbai a soa obra ne-
fanda » agarrou*lbo. na convulsa mão » alteou a vos »•
porque aa pretea doa clérigos, quu reboavam por
dquellas arqueadas naves» lb'a não abafilsfen>, e dis^
se«-lbc ao ouvidor
-r Nobre morgado da Lebana, ehegon a rainha ves
de. te* fazer ditoso: prometi^te que verias a tua es-
posa querida. . . vè«^a , repara beni n'ella. .• abraça-n>
eil*a acolá! — e apontava cem e discarnado braço pa-
drão cadáver que jazia no féretro, emquanto em sun
'bòcca se devisava o rir bediondo de um condemnado:
«^ Helena !. i. -?<-> gritou Fernando, e correndo »
atropelando' desvairado o concurso de gente , que m
cercava , foi cravar os seus ardeptes beiços na maoi-
! lenta face da sua desposada. . .
Um súbito assombro lavrou pelos corações de tn«-
'doa; as preces pararam» o fec-sa um prafundissimo
siiéucio.
Lourenço' Rodrigues , inspirado » então , por umn
d*essAS idóas ingenhosns, com que o ospisito do erro
lhe acendia soropre nas crisns de mais embaraço e
polpa» calculando, de pinmpto , o futuro de maia
1 opróbrio e miséria, «que podia aparelhar ao rival des^
'.graçado, que eusira interpo^-se na carroirados seus
trnunpbos., qncbrou aquèlle entorpecimento geral de
§^oa e de voaes , soltando» de soas peçonbentaa íao-
ees de tupidé estas patevris terriveia.
— Agarmi^n^o. . . agnrrem-no. . . énén doMo ! •
—Um doido !f— bradaram unnonos frelrqs o sa«t
cerdotes , 4|u« já Agnr««ain na ímagíDaçio a fogaeim
dá inytisição n eonsomtr em auaaifnlaalavaredas o
REVISTA umVEKSÀt jJâB^ÍÍÊlSSEíJ
44r
iflipio aiicrilogo , ^oeassHn st arrojara a desBeatar,
«'profanar a paz do aepulfcliro, è a reverencia & Casa
de Todo Poderei :
— Um doido!?
— E varrido? furioso! ! !.. — aflíançou o esbaforido
Bodrigi]es\ — lim dQÍdO, que me teve qóási esgailar
do lá na entrada. amarrem-(i';o,: e que $eja maudado
quanto antes... í .
. — Para onde? — lhe i^rgantou asajBhri&iao doroM»
ieiro, que prÍBieiroi for » a IrAvar d» delirado Pwiuui*
4», — ^para onde?-
— Para Listíoa : para a ema doê cralàif
A. P. 4^ Cun!ia,
«oweiAS»
i (Cçmmumewtú.) •
t9S8 li^iffEoo aarpfa a pirrda efe «tias prerosratíviu :. encá-
neeida no neio (te «ieim peirauiiAlrós e tilnlbs dê gloria via
irém-te ao tom <te «oArohi^s iiolUieat^^em qne como expe-
yleií^é^il* tomara parte ->^ a «ia di^nkiádê dê chefe-, oftograo-
fPHÚa no campo doi «mpetiHòs,' mn« adquirida n^ arcõa da. pe-
]i'}4, no decorrer do» see^fbí, nos actos de mcríto e de ser-
>-fç()S. Fidalga' csbul&rfda do leiís foros ^ sofft-ia e eiperaVa to-
mo chriMt : -a míH6r é líielltor parle cte' ma esperança realisoit-
•e; re*\»pcroBa í«ii antSlortdade-eptfccopal.
Ar«oe , ntfla^ toldada , WndeúrKs fhiètnâtodo dat janelías^ as
frOBleruis-dos edificio» adâmaaeadti^ as ruas tapetadas de her-
vaa aromáticas, -gimndolas de foguefccá; nada esquece e tudo
se^ efléelttkeomò por encanto. ■ '
Pola'-I bora da tarde de 30'dkí'itf)âl^ , es sínotf e os fogae-
les aminnciauRm que sè apcavjt o prelado no mosteiro d'afir re-'
li^losas das Cttogtts y onde o esperafa uma liudtidao , qtie eH-
diU o eirmpo! ali dtfTerertlèi Irmaiiihides se entaminham para
a ef^rejã^ e dòs pa^s do e^^cefliõ saé Rm fttrmosò préstito
dehttixo da bandeira da illm;* camará, eomposlo doesta rorpo-
vacilo f fida 1 SOS , pcMoas sobres , e eidadXos qne estavam ou
tinham andado ntf goverminça ; chega ao sitio onde se havia
mandatío levantar um portal magestoso no gosto gothico, e ai-
li e«perti a vinda de S. Er.*
' A itaitra eobrê uma cahe^a mni veneranda dô elero por-
tngties: aqnelta ihSò-éa' conhecida peto pá/br« a qiiém mi-,
«iiitrava a esmola , pele desvalido a quem AicoHava «òeêorro ^
|N»lo rko a qif«m indiêava a virtude ,^ por tódds quabdo lhes
i^oMéta o trilho da humildade; espedkçou ferros, uniu dis-
tiMiciafl f aprotimon classes ^ fei o que a> maiòiiès forças n3o
hmiveram coUse^uMo. . • >
BÍbI pede abrir cantialM y a maito «aist* «hèga ao porti)co
«ha cfttiiadii , assettta-se no Mdistoríb.
Um ataque de gota o havia assaUad» na» vésperas.; t o in>
cciinaMKla<'a tanto ^ que mal podfa segiinir-^er o receio de per-
del-o lactava em todos oom a gloria de possuiJ-o , ê redobrava
«ríNifei^sse com qné^o coMem^lávam.
DepòM de algum desamão , em qa* a mnsfaa Ai sé , aíirr»-
Kada pot^ eiirloso»to««ldados^ entoou o aagnsto caatico — Be-
€9 êméetd^ê^ ftea^HN^-^ o illm.^ presidente da aattara lhe diri-
gi» o seguinte disenVsa r — "^
J^itt.^ e Révm.^^^r. ->- A anmara mnnièipal d^áifi' cidade
d« Liaiiegoi tem a nmiá>r satisf^So em rêeeber a T. Zi,* deui-
tit> do» seas muros;' n>tfta oetastlo soieteae ella se cTompra»
é'* meP»9 Qfgàm Èeli, nâe sé -das "povo» do' sen nraniciptio , ritéê
tamVna «loa maia habitanlea de tedo o bitpado. 'Pudo , Exm.*^
e Hevili'.*'9r.^' è pa/a néi aTeatd dl» motivo de contehtamen-
to: a preiaite aeiimoola <pit^ csUI «idade n2ò tinha presemla-
do lia um téctíUty aoertezc d*coMliinaçÍ0 da dignidade epis-
copal ^ e flnahnenie a fetieisiiiaa éscdllka dtt pt^sàoa Sé V. Éx:*
jmr* biipo d'etia dioceie. • Lameiro amoir aempre bs seu* bis-
poa ebHio'11111 dos aeiii bTaiSéii máit nobrel' *
•s p^rlBea dál àalUednifr-flbMdoá de lavora gothitoa', mos-
tram a hia ant%aldadeV'as actaa^os conditos d<is Tfóspáa^ab
aprcjSiaam elseb saber. e a sda ^Hedadet a» merc^ dòs 'fl.>ss0é
reis aUiMtam aiMtima e considéfaçilo de qne:êUe« irosavaBi.
Kào devràm p«rderise tant^fl titu)^ de fj^ritu l^mtgick Iv
mebtava que findasse a jsene brilhante do^ seas prelados ^ mnf
a nossa' adorada soberana' ouviu os nossos rOgòs, c V- £x^4*
tornou a prender os elos d*çsta cadéa rloriosa, que aurora pro-
melte larg^ duraçilo. G>níça» àó '^'ú \ a sdk mágestàde ; a an-
li|» ealhBdrat daftâmegó ; regMa pM- T. E*'.^',^ cMitiaiiar& h
o^ntar dfntfP' .«m -seu aeio as galaa do aanaivario, as virtndea
do tempo presente , e a gloria áç^, tempo» passfkdos.
, S. C^.* com o ar mais affavel, escutou e respopctefi-, (pie
ãgratiecia tilo benévola recepi^So, e lhe servirm de estimulo pá-
ra nSo descuidar-se de orar incessantemente p^lo liem do seli
hsbaliho. ' • •
' Aa. psaioas cfa»'. o ésootaraié iU pàdéhui» eonier-«a , é âtff»
, xaram correr li^remeate lagrima» de intimo contenta mentt). i
Den 9 anel a b^ejjar ao presidente a maéir vereadores., eus^
tâodo a refrear a turba do povo iodo soffregQ de ^gu^. v^
tura.
A procíssXo cdiilitfá^ o sen eaíAinho para a se, áilb seiá
, gruiadès empacho» no transiw á eunta- da~mdltidSo ^ué^mik9>
data tudo. ^ , . ; , . ■ • . ' l»
Qepots dp arco di «amara, maicaaiao e»per«r«m pelas niaf
do transito , e a cada upi d'eH^ $.. Ex.f eontemplava com
ar de agradecimento e humildade porque a sua virtude gefui^
com o peso de tanlós obséquios — tantos na súa con8idera<:ão ,
' tSo pouéoj para agratidesa de seuà merèdmcntos é descjoá d/i
cMédei Sãtttpre abençoadtf é (liberto de flores, êniroil na Sé{
viuva .fa*- tantos : annos , e desamparada de- oíiflto» do»-^i^ |Í
lhos que agora voiíveat a réconhecer-the a sua.aiiQtarid8derde
iní\e. — S(Sbe & cadeira epis^pa) , e o, Te Ideam J&audamu»eiir
ehe o espaçoso templo e de todos os olhos rebentam^ lagrimas^
Findo o cântico de ácç%o de graças dá outra vez a beijaro
ánM * eomeifaiido péla« dignidades princlpaes:' aqui* e t|iie'ja
nSo houve her roSo na afluência do povo. Os eifòrçbs para
Irin^Eir oa .«aMloà da capellia-mdr sáo tSo fèrtoa,: & npêrto '
't&o considerável,, 9. e«thusia»mo tanto iqiie não valeos ditigcMí
cias de seotiáálas e auctoridadesa contel-as^ n.nto- cedem. se»
não afinai ás pondèiraçSes dos eclesiásticos que lhe ç;(poem' o
ihcommodb do seú pastor. Apenas^ reeél^ida a bençàm , que es-
te lhe lançòn do* altar-mór , ^tná.' em tropel para ftie irem
fointiar alaa até O' ptt^.
A* noite a didade sa Mmifiia.;. o» amos- déscttham^ eont
luaes e o povo aparece «nfra ices ènofabndo ás sima^e rèiaie4
se no cam PP defronte do \u^ porque hSo de ahi aubjir ctttre
iuDumbroS foguetes dois baÍ5e» aerostaticos. ^ , .
> 'Á'8 8 da noite às priocipaes família» e auetoricfadc», se di^,
rigeitt ao théntro , aoadè a èonipanhía hispanhola d& Dl Cus^
todio- Arena» tèm preparado um escolhido espetacufo. -^ Aa
dana» t&S' btíHuuites como de tarde na» janela» , ^ èmíKeni os
eamafptes a vealçam «091 tanta galii a fcrmasora» o xiniàraenttf
d^ casa. : ; • . • ' «
Era uma hora dà noite,, quando a ultim» giraodola.de fogue*
itcB irtinunciou qUe o Tèstejp doeste diàse ílndára. , ,
Ibamegò 4de Abril. • i
Simê9.J99é Pereira.* \^
CbM «usto^. nas íbrçadbápela^iieeessldade de àbr^v>iar, éof*'
tápiçs. na cqrta supruc tudo. qnaato. emas íj>matè»d0)»^Oj ff
KeàexSes philosopbicas e piedosas. ' ...:'• . }
ixmk Ai
. ;•;,, ;, ' , ,. içarta.} ^ . ■ V.'- ,V;
- ^ ^Sé^ 'ihímia It*; 'pnblfçáde nó sett ;forniiYàfgti1baf
noticilfs f eíàlitas á'êmi{|;raçSò das flhas dos Açores, jul-,
gp q«e npreciará os' cíocamentos/ que )hê envio;
eoiieeèheiVlíes' á 'que 'iém. tido' togar líá Ilha da líacleW
'rari^»4t^estiithnoa'a6iioír:;' ' '•. ' \
j ' Ê precito' , ' Sr. Rédactíií ; què a cjindlção da ]»a-
deira seja hój,e béi& desâivot^avel — ^qôè as caudas im^^
ipul^i^as da expalvftçSo' sejam, as áiais activas —'para
que o povo méniraprtofrciiao • tltaiidoiiar ti hòtdgjàé
448
UBVISTA Ui:^}VJEB«AL USBONEPifiE.
i9 viu.Mscec r— O pp9ro> .eotrc qjtiej» a eoigraçio.çra
quasl desconheeida — «e arrqjo , , e >vá perecer em
paicee inhospilot , arrastada feia neees<ida4é de pr o*
curai* « longe da palría , o fào , f^ne n'eHa já q8o pô-
de grangear, nem mesmo acosta dos mais d^ros tra-
baíhoi. . ' . 1 /
Infelízo^enle para .os q\iç Jansarain mio d' fsste re-
curso, o resuUado d'6Ue não.' cfH-respaodett ás espe*
ranças qiie o fomenUram ; e e eITeiio d 'esta clrcam^
stancia, <!ombínado com os das opportunas eadequai^as
prbvidònciáí , . constantes da synopse * junta . postas
em pratica pela. auctoridadc siíperiur do di^lricto«
tcem feito acalmar considera veímente o phrenesi d^
emigrar «^ que |)or algutt tempo lavroju n'e^ dis-
trict*. " *•
E assim df^ ia ser. Gomeffeito, á condição mísera-^
Irilis^ma de uma vida de escravo '•^— áòs perigos
fluasi <ferlQS.. — c^,i;BUitos casos ÍRfaUÍYjeis — de um
clima dòéulío -r: vieram ultim.ainçpl^ juntar-se as
decepções , os raáus tractos , as extorsões praticadas
petos irgentes da emigrâçio ; «e pci#s cutnmandanies
da^ embarcaç9es qise éondozíatn os infelizes emigra-
dos aos portos onde os deviam desembarcar.
Homem, bouve , d^euti-e os deshumaaos especula-
dores d'c6ta nova espécie de escravatura , q«e , ópn-
íta a fé e saootidade dos contractos , forçou, duranie
H viagem , osfcmigraâos a assignarem-lhe novas otiri-
g^ç^es para ipa^amcntt) de 'fretes e mais despesas,
orçando estas e;ai*importãDCids mui superiores ás que
exigira uas estipulações ^em fiíe. a principio coavíc*-
ra com os emigrados. . .
Porá prcvinir os simples e incautos lavrador^ da
JMÍadeira contra •tftnta deslealdade e má -fé, contra as
so<iilcções delioiftens , que , com o fito em sens par-
ticulares interesses, calcani aos pés a lei, c suíTocam
os brados da consciência , o governador civil do dis-
tricto fez publicar o edital , que; envio a V , cuja
«líposição é f andada om; infortiia^es fidedignas que
recebera da eérte do Rio de Janeiro.
' Taes sâo em geral as medidas adoptadas par^ ire-
-^rimir Q curso da emigrarão — medidas todas confor-
mes á lei . e em barmonia com as providencias, to^
madajs.peío gov.erno em circurnstan^ias identicais.. .
. Devo poçéju dizer a ¥• > que, a despeite doquam»
lose faa ppaiioado ii'osto sentido-, a cfmigraçãe, com^
V. verá pelo mappa que lhe remetto, tem. sido coii-
Sfderavel; e que» doloroso é lembral^o, 14 foram pe-
recer, de horríveis enfermidades nos pantai^os de De-
morara , centenares de nossos infelizes concidadãos ,
ni(^ Aendo mais bem suecedidos , segnndo a» infot-
ma^õe» que ba , algunís dos que emigraram pata ou-
tros paizes.
£' esta a sorte que teem experimentado os emi-
grada ;. «ío só lia Madeira • mm &» tè4as^s partes
do mundo , e muito cqnviria evitar a continuação de
tantas calamidades. ^Mas qual o modo de o conse-
gui^ em um pa|7 r^do constitpcio^)a^entc? Vadar
ao cidadão a faculdade de se transportar a outros
pajzeá/seri^ jr de encontro á ^iberdàde ^âr^njLÍ^a
Sela C^rta Confititj|icionaI, e esta .violação da lei fun*
àmenfal levantaria contra ''s\ os justos .«.|aiQor);^j de
todos ,c^ homens .v({.r4ad<eir9 mente liberaès» que, a ve-
lierani como p^lladio das liberdac^e;) puMícas.
~ P'está suççinta çxposição^e dos docii^n^eiilps.qiie
jjfic ònyio, ^Q.derá V, ^ app^pi^cttar o^^í^c^ar cgpvç-
nientje , par^ .dar ao piíblico uma idéa do que teo^
sido a emigração na Ilha da Madeira, .
De V. ele
Segue-se o editaJ : — / *
Domingas Olavo Correia d* Azevedo ^ bacharej fornado eiT
íeis pela Uoiverudade de Coimbra, commcndador da ord^ai,
de Ciiristo, gorenúidor civil do dislrícto dò Funchal çtc. Coa-
8tando-me por mui aiictoriudas informações ; recebidas receiN
teifteRle da corte do ftio d« Janeiro , qne os íatNffdnot , (|ue
iocautameate tcem pretendido /naUitar a «ua emif raçAo pam o^'
império do Brasil , mediante estipulações ou coalrastos oom ea
capitães ou donos das embarcações qae os )Ao .trit^ipotiadu
líquelle império , nSo §6 teem sido completamente enj^anadus
na esperança de encontrarem em solo estranho ps meius de
subsislenóís que na pátria lhes minguavam , mas que alé , «ia
máxima parte , teem soffrido '-r—com manisfesta e escândalo* .
sissim a quebra dos contratos que os deviam proteser — olra-
ctamento mais desbuuana,. e as extofesdes mais violentas da
parte d^esses alliciadores' que , 'a força de deslealdade e má
fé f teem convertido os especutaçõet de alistamealo de traha-
Ibadorea livres - cm 'itiim espécie de eaeraMDicà ifiiail tSo bSir-
bara, e mais immoral, -que a primeira, porque é mais pérfi-
da;— e nfto podendo eu , 'tanto pela for^ do sentfeneato que
me liga ao mea paisv, como pelo respeito « lei, e ^t moral,-
tieixar de obstar directa e indirvtamea^ ao detenvolvimeoto.
(íe um s/st ema de fraude, qite põe em perigo a liberdade, e
vida de .muitos habitantes d'esta provincia^ eque, infeliz-
mente |Nira nós, ameaça progredir indefinidamente, atlenlas.
aa circumstancias dos.paixes, que, pela suppreisSo, ou pro-
gressiva diminuição do tráíleo da escravatura , se veom ba ne-
cessidade de recorrer á importaç&o de trabalhadowt eiirçpeui,
e de 04itra» partes do mundo: na prçscaça doestes foctos^, e
por todus estas <onsidera;;Õec^ faço jHiblico para Cf^becimea-:
to de todos aquelles que.preteqderem transportar-so . ao impé-
rio do Brazíl — quê os naturaes .d'€ata ilha^ que iiltimamen-:
te emigraram |Mra aqneUe império ,' foram indigaamcí^te traí-
dos , forçando-08 o capitão da embarcação que os condasfa,
a assignarem-Uie novas obrigações para pagamento de fretei ,'
e passagem — obrigações que importaram em vonimas muito sopé-,
flores ás que tinham sido convencionadas flQê cuut rácios iai* .
riaes, ou ao que se lhes tinha prometido que pagariam. — Cum-.
|)re-me mais declarar — para que se evite d'oraávantc a maior
desvantagem « a que ficam «gjoitos os que pelo modo acima
notaf|o S(/ arrojam á ey.entualidadçs da emigraçfto — que os io-
dividuos que apurlaim ao Brazil , obrigados a pagar com o tra-
balho de seua braços aa despesas da paisagem , sfto expomos
a bordo , sem excepçilo de pessoas , aos que oceorrem -a con-
' tractal-os per serviço. Este contracto, desbonroso para homens i
livr-es, reatisa-se fazendò-os assigaar termo, segundo a* leis-
de coJoní^acio, para pagarem com trabalho em trcs, cinso ,.
ou m^Mi ann^s o adiantamef^., |los /retcs e mais despesas a
que dera logar a sua conducçáo ao ^raxil. ; e ao modo ponpi^<
sito forçados a cnmpràts> , teem ^meaps vantageaf , afta ta^ves
.Iractados com mais duresa.do que nfto os escravos a fficaaoa em
algumas colónias francesas, onde se ihes.eoncedb um dia por
«emana para trabalharem por aua conta, ou alguma vantagem^
equivalente I ,.
Doesta necessidade forçosa , em que se.coMtilaem^oa emi».
gradqis de remirem com 4rabalho o empenho que ^coalialúraia ,
nasce para çlles uma serie de calamidadei^ rialtt qua a^o Uiesi
sendç livre a escolha de occupac^ão, são forcados moitas vesea ,
a siijeitarem-se a trabalhos que repugnam asaencíalmenle á sua
cooslituiçl^ lUiysica, e aos habitot de vida aalerwr, e a sof-
' frerem sem protecção todas as injusliçaa , todas as. privações ,
todos os maus tractos da parte d 'esses cefitraclad^rea ávidas e
sem consciência, cm favor de cvjas «interesses reauBcíafaHl por .
certo tempo a siia condiçfto dè homaos livras* Se* a eslas.ak*.
cunstancias accriescentáfaios . o género dos traball^^,^.em q9e.
os emigrados são geralmeute epopregados, e pa^a qiie só sg re* .
clamam «eus auxilies, iato é, a grande culluia das geoeroi.
dos trópicof ,' e a. maneira b^r^ara por qtifs os obrigam a tra- ,
balhar^ seip. nenhum resguarda» smlaado mt|itof d *elles des-
calços, expostos asiira as picadaa dá^n^fai das iiaosquili^ a;
^iiiseclos, q^ii atHui^àm, an faiMi.b|U||M$>s> t*«i «scá var.qp»
K£V1^A ITNlVEIlBJlfi . LISBOJ^fEIVHE.
pér\f:oittM e terrirets Moietila*, que a ipnitos Item iido.falAO», l da |io(iei|i da administraçuo do copcelho.
po9d€Hi*eiik Miado d9 silo poclerem^ graogear meios de su^ijh ; 5. .«Finalmeiíie^ oortidiio passada peias competèntet repaN
^ B^ para que o» Taclof que leVo exposto» dfegiíwn ao còWlie-
:tiçS'fís'qiie o mostrem qiiUe com a fazenda publica.'
SbndO' casado , -e querendo- levar stta mulher e'M<iá (tcfH*
^méato die todos , > se evitem assim 6s maltts que lêem resnl^ ^dò-oi^ ,' 6tiai|»re-fte^ afá-éséBlèr docaitt«m*fr pMssado jmUi «dmi*
fado' d*èst^ ifiodo ifè emi^át^Io , Será' eHe «dnalallxado aut ^ ulêiníglÊb-^é vitfpecltva èonectiio , que vostfe : -—
Paiaaio du govamo do KmkM, S4 de
XOt\ BAS OBR^A^^KS lUPOSTAé A09t^ik^ITX%8'lyfi IVATIOS ^
eONOUZfiM EMIGBADOS PAEA FAirBS ESTirAK6k»09.
iLrtigo K*' Coptfoaimio q navio mais de 30 passageiroa^ é
fbrljgaclo a ter mo mçdico ou çirurglào , ^devidamente nahiiita-
^o, e bem assim uipa oàixa de botica oom as droiras e medica-
nienlos necessários para simintaAtes vlaj^en».'-^ Viáè' a>|N>rta*
rtii de 9 de d^embro de-ldAd-, e deaftet» de 19'de à^slò dq
nesroo anno. > ' ■."....'>.*.• ;« «■
• . Art. fli*'^. .Vao adniifettii allerê alfiMDtdeftupUiatOH.M^vi-
duo •^e^ wJI^ —\^if^ iB^Dido do coqHíteleDtc;pj^saporto^-— Y^^
»yl^ «.^ do líçjrçfo cHado de J9 de acosto do 184á, ^ .
Arl.;ji.** Os iiavio%d<fcverfio ceunic os commodOs oècesMriés,
assim como 'deverfto le/, e aa qnalnfldad^ preéiià;^bbfis mau»
titnentos )e k^mén , a: Vaaifo de dose eanádáf peVfcMbalIa fta%
«ada iiHfiviídno, faiMKlb-se<^al«.esia flaitoaalaado imekHHrM.
•^"Vidi arl. &^'.íio'de««to,Qitade,je?|»cU da V «dej^nlio
4a.|8|6.. •. r . . .. ,.
Art. 4^**: OccapiUo pceslasá fiança ^la qaal se olviciie a
datxar mís livremente para terra os passagreiros,^ logo' qne o na*
vio cliegúe ao séu destino; avisando o aguente* cottAnlar portlj-
Ifoes, resrdeíileir^esse poUto, para assistir' aos- co^lraeius^^ht
Ha-me^oa passáf^ros lteJaui'd«'Au^r<taiibn» oaseus^serfiçoti
- Art:*d.** .Oot|Rtao:do liaria Aocltobrlgaíla, aaiead^ d rda%
•IHIcfaar, a.eatrqiFar.^ao aapiUo- da visÂVi.^OfpqUo upiaJistf
jyir elle aMi^nada , em ^e declare ôs pomes , cdade ^ proíis-
aSb e.sevo dotMdos ca passageiros quèléva, e o nume do por-
ío odiogãT onde ajtistôõ 'desdnbarca1-os. -^I^iã. wM. r.*"'d6
^èúr^o de ^'de á^oslo de 194S aeinavltado. i > •
^' ifrffi 6/ lOr^jipítao do navio alo padeti >. ^^^ òm|scnI|»
meolb. doa possayoMs» desctabaBéal-oa tm.ciwllrfa |>octos Mi
dlfgiiff«« .saÍ»o»o»^cf^oajafreados.iQ«odigp coiíimirfçiaK r7:yifL
^çt. dv* da citado d<:ci:ieto. , .i (. »
j Art.. 7.*' No fim' da. viagem > lodos os passageiros qne clTe-
Çarem ao )>orto o|i Ibgar do sen déslifkio^ f erXb direito, dtWant^
BB primeiras 48 kèiràrs dtjtoh da stia cfa^^ada , á Etírtm ééâ- ,
aervados a ho94f> » 'e AHi^naMido» « proyidoft>c6tto ^taraple á
viagem. — YidL aet. lO.^de oitade/dacratp». ....
, ; A rt. 8.** I^enbfin^ oavio podar^ faiar y iagcm com inais -de
éow- iadiriduos a bordo por cada .cinco toneladas de sua ar*!
ii}ueaç9o rc/iitada ,. enlraatlo pVsse mimero ó cnpitfto e a tfi-'
'])ula(jko respectiva. Quando o iiávi6 nSo lenlía doèmnentò que
'iiiò«rre'qQát o seô^lole, dete^se-]la reqnerer é tosfa^ coiÉpií-:
f^ntè liflhra^teaadar prooeda»^ ao «aassaiie eitáne.-*- Yíd; aH.
^4.* tio tlavéio aitade«
\ ArU.1^1^ Os.capiUtos êfk nario íarSo assim «)nstar iK>g0-
Teino civil o numero de t(MpeLidas.d'estes>. para, se ter em
Tista essa ciroiniistancia na ooncessàb dóa^ passa portes.
Art. lO^** 6s ca/»ititei de navio que rãebèrem t^ssa^^irds
sem a.eompefenle passaporte, flcàtti- sujeitas* &apeti«è impoflás.
ceutraA Uea iftfrac^des •-» YM. art/ S>** dcdMMto de IS^de
WRoaiè de 1848', qêe fica ailadõ. > . -
límcmmenhê •« «arnrmslafictes, f i» deve j^f^resanlef ..c^i/a tAdlc^-
. 4u0, qtte pertendi pf^siiporte^ , . .,
Sendo solteiro , e nSb tendo de sàír em com^ianliia dê sens;
pães, dévè apresentar : — * ; • »> *
1 ; Céilidtò qaa mostre ■ ededeqoe tem , a ihir dè «ecò-
<iililM«er se está ois nlo co»p»eemtído *oxMicrolaaie«le (18 e t5
^JMinea)j •
. 9. . Un*a|tHtado de ^lefpeaW^ administrárei-lo ^Mçelhe,
.^f (faene declare se o iodividuo i 014 niô orpham.
&. E q^ndé o seja v.^eViBrT vir munido dé d Ciumento afi-
'teiítico pôr òndé comprove W obtido o oons«i>ti!ilento'de sefie
^fiilorcs ou éuradòirès^, 'còrrdWMrad^ tem aensééseliiti ri!f|#ecfíto
^iicirtbo de familKi. ^ i .. .
.. 4^i^JteciiiacDt» /iue.jiuit^fijilicítatt8nli6 pipiri^iAp Measte
i> ATÍdMlidatW de individiM ede leda.esua íapiilia, co»
aaeonírqtUaç^ nyifpccttVi^ a cada um..j ^ .„
' IS. Certidão, qjie mostre qual a edade dos- filKos varões pk*
f ra os fins acima designados.
S; E os'demais^ dúcnmeirtofe adma qiAe slt> ÍÍMlÍs|MiSavél8^
Sendo easade e Mb qiierendò^ ler«r*srta faniiNÉi:>-r-«« * '
1. • .BeeasMnIo nétiieDtied' pasaade paio. ndndnisVnMlfxi; idçr
respectivo concelho reJativo á declaraçfto fel^ pafft.qçsina íi^
miliaj em q|Qe se mostre que eUa se n&o op|)de á sua saída.
' ~S» ^S.oa dcmaia documentos qpe^%s Jhe JiominL iadispev
savéis. " . . " '' '^
. Seqido dò' séaeo ftmio)na . soiièira ,
•betar»:'-;
e-nSft 9Hi'firi8^ apre<i
' l; '4^fl^^o*^'^MMásari«e«loeiimbntpt>admaa|v»Qlndes.^qif
4áo«9lla;mQSlffee.d«f)d^Teo||•en(|ê'deseu|I>a«nr ,^
.%. fluando sf jf 01^^, i^resenUri os i^oc^wieiiios qyeac^T
ma fiofim indi^dus ^cjerça de sÂflulbanle ciasse. ' * '
^ 3; ,0s cêilí ficados >eip^otivameut6 á>éifjiyDnsabffidade^)iirk
cbm a* fksedda ]nib1ièd: ' ' •- •" • . . . ..fj
' 4. Ilbciraièntb,' qilé'<Miif«zpti4Mi»èlil# prove n«o- se aèbstr
involvido oro crime algum , e nfto èxít objecto de.iu«etf|)^afi$qf
da>ÍH4«cwtda«dmiiiiaMíaçfte'dejfleacclho^' . .< , . ^.
%ndD ca^da,/ Q. nlo Jqçlo eu) /ct>mpa«bii^ fie sou.mfkrido e
^eipais família qiiQ ()or«^niura , tenha , Apri^^nlaiá;/-^ \ *]
1; Doenmento (comov acima ffba diétò^^ue no^re hSb^ha«
vérf opposlrffb &' t^ saíèa ; %> oanlèidaí** qiMr Ite d^eortés^
]jeilb.' ^' •• - '^«'•••^ ■ » *" .' '••' '• - . f
8afldot»iu<na|J>Miintorá:<>*» '/ -\ *i.^
' '\,i CMid«b lf«al*<ive/nsiini.acoi»pro««i;,.*.n»r4in^|sd9f
c^Hnenlnaf ^S{a> lhe .siU) A^qçsfn^ioa. .
. &» . Teiylo 'fil bbi pjpJMos^ .jDf 4oonmcntoa qqe e resppito 4*6»^
tês acima ficam designados.' - ' ^ '*
■•>■ *♦ e- '^ Bnt^kk^Hjhk/ii, . •' ' :»
eóótiMiik a |nrá(r4a«iMellmdh/i ' ■(
. ' J^IU^ ''DAS. VEf89A9 H(ÍÇJP KKiaiUKAX IÍa' KAI9«IeÍ^ '^
'.; .'J. .; jKOfi Aí^ti «4934* A 4843; . , ^ \ .^
■ >Eii-lt3f ''«inHrntfMB fÊcnú aa'Básh«dna* e ffríèdndes .f)liot
.An 189^ vrm.^ 9f Iba^f^» Çbeinerara. e,Bfas^ , ,. hbinen^
^40 » mulheres J46. /.....'.
Em 1836 puata Barbacfds ,; Demeríra rBraBil , ht^uÀi* 49*.
' EÃíi 1837 -para Ba^dks,^' TriMade/ Dcfaieratia eÂnall*,
iKymeos W, pH^^beres*!)! .' • 1
1^ 18d8 BafiMdlis\ IliHnarameJfeitfè».hontMtA4Í^.iK
-]fa*res'94 •• j-- ' ',!■ .» •' ,
. > Km |848 -WT^i^s Barbafia^,.Bra^l, ;hiunais 3*.
. . Em :18<4(]^ j^am. as Barbaflaf , J)<n)ç^rara^ .JBrrazU,. homens 1^;
míilheres 4. / ' ' ' ! ^*
' Èi4 l^r paira as ftjirbadisa , Ini^fa , Btmeilaiií; Bhitil, h^
mèis«33^, ■ranlWeWm^'.' ••»,..' ti
'Bfli l«4fl:}ikrà Aaea^bitfAii^fflrfndader/lleiÉeafai, Braail^
.htoiana<l68,. nnilheraiu68|. '-'.:■:.' /'::s.
Em JbM3;.raii|'na*Bi^b8tias r. Dçaerara.» ,BfasU^ ^^tJt»
lj6i> « mulheres 5&. . .' ., , . . ' ,,,^\ •.•ti
^ Ad todo^^: 403 ^ssoás'Oê< ambos oà sexos/]
-'••»••''''' ■ u - • "5 t^ . í • . if -v^.T r ..->
. , Jio^iqrAi» aM| ;f. job|8v . -
888T.. a: ia 9B.,|fAÍ(Ç9,,4i8 do S?nc^,4f jiiy<$f
€ilçio. da 9fa«(de hc^|ú(»l /df^^l^islioa , bo^fv alli iiHM^
BMMlrtMHf^^i. .e.o.MUifio Uv6 oc^a8Íãa^ç,ad89Ír«r. a
.b«8 pplÂcia.^ ,»biiiM|amai e aceio, que boj^ reiii^.eJii
feHl9«>â|kfMr4fy'<}'j|#oeUf.«a48^. . ,.,
Ha muitos dias tinhanns eniDom^podèracitcuapf^
MO
RBtlSTAí^-lBKI VERSAt LISBO]H£?iai:;{
Iradpres tc^n ,chcgA<ío . é qiite rto§ tòrn rtWféieWii pcrt
•, nòs^íd cohaborador e àmígo , o SC. SfenSeljllíííttJurnòt,
Naa lePiAo pQduío atj6 bojo púbiical-a , tènciiUi^V/^inos
ftiseKoi n'tâUy o^nn^ro -e iá |>j|ra4s90n:6e t)p(»ava fjpo*
graphicamcnt€( «om^o^ta , c|kiaiiéo. > iCi «iicQfUi^á«i«»t'Wi
SMfió-dó^tvÈfm úe ^ dopvsMdo. RetttiM«}'« p<«is,
T^o deyendo vconsumii^ fl't5<na'Mlmpí'eás5<y uHiéflpaÇò
ia^go. que óutrõs mtíftds tíbjecítòsr nòsf éi^lã^ó |)èdiritlo
p<tca,6i.}|.e JímttáQio-tips enpi^indicar' a nossos Uitores',
onde pe4eDi».aclian tMea notícia • qiie .njirpbiHn^ ?í«a
êàrMosiife biimaUa deisMá^de reeieber C4Hiiisa4afacfâo
^ ^jgtiâéámkMò. ■ . , . 1. ..
ákát/iUfAtfòá blff éMtttitkpòtÈ ttrtlráoiio^
. ._ , /, j^ípcfiçAs BX VAaçjo. os 1944,, , . "' /
Í8á8 temperatura media das madrugadas 46^.»$
F: — ^dvdtM^itiaa honitfide>inát«r:tsal(Mr 69«— f^ái^ta me-
^íatdo mez 94 ,8-^ Yannçlbi tnédhi di ortw 'il^>4 **«^
ibâiór ^*àtláçao ditititá .af3 9b tá^, 26: ^'HfiMor-ft-io
0. J8 da jfRez . 41 ~ iiiaiof çaltír a 12 do liibí Tí. —
meiíor altura dó barómetro álf do mez 74â^« ^ilDí-
iiiélrot--^m*ior dieta npl/ dioaiez 764,9 -«--•nitdia do
incs 758.2.
Fcnfo« cIomtnan(## , «0Bte^«^ «eni mcMS dias*^N^4
2-.KO,i6 — 0,4o -^SO .6^8. S — NE, iS. B,l —
clsiroi 16 TT ciárof. c' niiv^na , 1 — cobertos , 3 7^ co-
bertos e clarões, 2 — chuva e chuviscos inclusive doU
de graniso , 10. — nevoeíréa :l*i^vi«&tfiftOftM: ittclAi«ive
tàí tféf Ib ift)>«steftre , . T ^^^^ «pk> iwUiTel 9 ^4« cdlor
jt.^ chova recolhida em toêd ò' tíkti SS iliillim«tl«flí ,
equivalentes a* fS è tres ijilintôs âtíhadespò^. braça
quadrada » ou mais di]a« ter.Qda' pátlas ^a que còsíú-
jna cair regularmente u'.0fttâ n^^ . eip^^era^; u «B/epos
chuvoso do inverno.
'^tiaâm» ífomWíltèí feV9ltt'*r V'» 1.* íê 4 '-(HW tépi-
dos, na tempériàtufa 'ãi %&!* if lithiííd'ó com iim te*
iMie <3tt«Wip6d« Révétitb^^boMnçM, .flto^eq«tDa4vra-
e!S do NO a SO: a 2.* de dez dfas cotn 11 iMper»-
4^s.,aineiio^, CMi.claro, . ar^ multo.scicco ,* vdiioí bráinr-
jdic#:4p J^jZ^ âK, ausm^ntaBdb/^rogressiva^nièhlè o .ca-
lor e seccnra desoe o dia íl ;• ^ j3»*/dc .5 iik^ a&si«!
tmpeMf^mu ieiálpeittara ée ^.^,cfall1P«tt iiíli>.frí^ôs|
aguaceiros, ar muita secco, ventos rijos e teoi{>eft«b-J
S05 do NO %<fiki ^'bflffériírètrò 'wiíKò fe;fiW: -a 4 ^, dej
4'dia| . em àlè1rrtí)'^ratora' 'írtítfíi sitrfabfcrtfe H-^te-l
4^deiiU^ Q^drugadaj» e riioites muito frias .. .ar sçcco, .
céu claro» e ventos rijos áo>.fí 9^ 1\£: a,^/ de„oa-|
iHas 9 diafjlqíidot t ;MmièM> :tNi iMipmtiirai de-
56:^ chuvas brandas, ventos IMn«nç4io» dòNO a Mi,.
■%¥tòno/tóéiyj ef*^4(>: a «.'* ^^» úfH ^útntt$\ na'
temperatura di$ 59*, ar secco, céu clat^ ,/scrl krdM-
te , com arages do NÉa SO , e o ly^roihéirb flej^c<en-i
dente: a 7.* .e ultima , ^^utros 2 dias com a tem-)
peratura eguat^â^lírntfeAVntift , "if "t^Ib e secco, chu-'
W^etrítná^ ,^¥«ntb^ bHÉndds^flo^fi.^^é ó bafomètr^liaí-:
S' Sk^ú^^i^ ^áo «|ttie écÉ ^4pm^ , i}^ èSte^lnea.^tfihi
\M'illgéTit%ikíéiM >ae*éMfái bi»Vie'«^iMAHÍMii#ft«^H
Wa*^ífc'IM'<^dl«pel<f ,' 'ê^ntfU^^yrbVéitMè uéê ^WlfpM ^|
mananciaes tão sequiosM>^^ela< 'Mlhilè M0éif ^''•elIé^Ml-!
H réiiiapvi-^ Uflia prodigi^'** qiiM4ida4e< én iieT<: <Hibfíia
09' Al^es' StirsÀors , 110 precedente mec , ôj do.! " dq
féVferteírò terríveis mas^a^ de gelo e neve (aMáoncN»^
Imram a, ruína e o terror, á aldéa de Netstall [Q|á-<
risj« e no cafitiode Uri» sepultando líriíií tas casas, e
seus io0radones-9 acontecendo eguaes desventuras no
OberUad; Em algiuu. sítios caÍA a nev# , sem íuter-
rupção, pelo espaço de 30 hçras. Em .27. predooM*»
na^do. «v^ Ifisboa i^enlof tempestuoso^ , ijle .'iSO, c O »
acdntçceif, napro^midadè dus coticelhos.de Sinfaens
ç Sanfins, a explosão de uma espécie de volcao aquá-
tica*, lévafitaodo-se rèpenti*»m«?nte o tetfreiw eeiqjiel-
lindb ujn enorme volume dè agua « pedras na direc-
çlio <}ó ribeiro de Oleiros^ Acooleceii esta catastròph^
pelaa 10 - horas da, ikianhâ , . qqe Ji^ foi dcscfipia én
um dos antecedentes números da Reviêta. .. . . ,
fítíHáiaé ag¥únmtiêQ9i* O regvUlr andamento d'tfste
úét fot assas proveitoso aos catdjmm pelas #àas ivode^
rada) e bem distribuídas chuvas» faVorec/eUdo o crés**
cjqieol;o,,dp? cereaes já nascidos, dispondo os terrenos
(Niraj.a aenventeira Joa. iMÍ)hoaj, Jegupaes e batatas,
facttitaiido m cavaa das víníias , e/aa maia trabalhos^
O ftoflio r^sf^itaTel oorrtapondatite de Mafra confir-
mando o qye referimos no antecedente artigo a rei^
peito dos melhoramentos eíTectuadóS na Real Tapada^
accrescenta que. os moradores d*aquella villa já go^
aam. das vantagens devidas á illustrada.beaeflccncia
de Suas Magestadas,. dignamente desempei^hada peio
administrador d'aqiioÍ)a «grandíoaa £taendar> o Sr. An--
tobio Severino . Alves ,' cujos diligentes trabalboa for
ram já désçti{|tos por um dos nossos mais atífadtfè '^í^
críptorçs^, m Panorama n.* 77. — À Real Cerca só
acha coberta dçvjçosaa s<Qaras, .^enerxifsai^ente cedi-
da palofl Augu&toa Bomféitorea, aos mora doref que
*s arrotearato , achando aiií trabaUm ^manenâoa m
subsistência. —Jii aqaella víMa se vve transtbrmiodo
em uni ponto impprtaot<( para o mercado de trigos no
Vempo dfis .colheitas « verifiçando-se nós domingos a
.«^^porVa^o sepanaldelOO a 150 carros., levados pe-
ÀQÈ padeiroa doa ^buisbioa de..LiabQa , |irom^veodo«s«
ao me^mo tempo «a vnínda ocxpértação Óm coroaos
é'ai(|u«tle tevmo; cujas t^ansát^çSès auji^mentarãdligo
'qtié ie melhore | estrada real que cofidúz á capita!.
\Neçrol(^Ía de Lisboa c 'i^^íem. -r- Foram ^e^tdtadas
j)'eat^ mca 7^3, cadáveres», sendo 3^9 do'^(;xo,mfscit-
Iído.» ^334. do >femMiioo« .tioMocea ãi50 . tê nu^nor^a
164. Na ^totalidade se çompreendenir d59.íykcidOi noa
'hès|$;tiifeê «f Aial!trcòrAia d^t^jjla tvdade. fixcedoo {>or
tanto ámortãllidaiie á^qneéònipétia regularmente n^iflo
,11)^ . em mais 1*^ inijiyidups^ ou (^uási uma qdartt
,porte, i^ndo iãp fuf^esto como od^.d^zçxQbrò passar
do^> lá U»nM.refeKdo.:«in >oa$sas •aÍBt^ad^lifs^.#olÍi^
cias. que esta maligna initianoia leve prlniáp^<Mi
t$)§bbá o»s^ "termo/desdexo afeiteo«d«nt« «lea 'da^v^-
tubro , c;ontinoaTÍdo env ||Togre^s?io ascfendepte até de-
zembro Vem que parecia ter altín^ido b seu matimo,
dando , Ús^Qgeira^ «aparança^ ;4ç tecininar &éns estrat-
egos ^.pok.jqiáe.-ooiuj^oiMrii e^fe^feko>a..4imíiWCÍP
foi notável e progressiva ; porém infeliz^iente rea[ofanMi
¥i^^M tofajhMV au|giMeW?andd^» «íomefo^i^e '%^s -«ic-
Um^s, qiíè írfhéíí^bo éòm pf ètteréticia'' e.iitt fe os adtíK
tps^^^jlè.com (j^pécialíaáije íjos ,^b' f exb róipirtlrio Des-
•A^> 9 .^H.) c^pi^ço i^iÀbij^ .0 /^efSo,da..inoi;Ul[ídafÍe a
557 óbitos .numero assas considera>fA« -^ 4|ue.:ayjulVt
« «fl»>«iK«»(pi|rlaitidit»t«lTO|tttiuu ^«léafiDâaAcMi de
.IUE?nSTA OníTEIWaE. l4lS«05fENSB.
^u
iiolioisis «sttttsticis sobné a ^u«!iflc#ç3o das euf^imi-j
dtfd^ ppeéÒBiàiaiite» r láo -podemos d«si^iiar as cfo^e
pr««irtec«f*m , mas .jiMrece ^òe amigperalifbraiii nítfis
ttit|[a(r«»)as f«lA^ã%«9trictfS^ e as inOamaçdcgs degiav^
f «du raa'«)fiiitt€S:illver9m faiaPMrttfinaçiciqpiaodf»^ atd^
caram indivíduos do tetdfaramoriio^ k«inguine<lí^ ou já
difra^uttfitoi por iilteiiibíés pado^imtftfito9.<'!(iò.' se
pôde raáoaxiilaAeoie^àUríljiilf-iaqifêlla íAfhMOéltf feifii-
tlasitadirs a^m<NpfamoM 'domafr^ sk pois «fueijrmota-
í»08'.xfne o*Beii'aniiam«kito nito t>odla ^efmaiirogfilar,
lascodiHae tiistèiaeÉte ' notavei» d Ittgttllrt • eonOPaste da
«viçoia* TiUkUdadO' no^ ^PCf^tk' coni> *a) Irréparatéfe
pcrdaH t|ao tom enluctado tau graiídoi*iHimaft>* Ao'jA»-J
fDfiias. .Ptfreee puis' que a origei» do*i0al^ reidotá^ó||
-oomplicadiíi, comosempiio aoonteao ii'iMtea * iiasb?/
sem que a sciencia fiôssàdeseotiplr o -^extremar qisA'
^ r •«...•. ..;)
•ieja* a) vctdailèirb caflBsv*
'Foi daiasteavtv , limando Sr. loséxRfcMft)
<da .Cuniià^ :o o^tra' sonvassigodturat; so iiostp<dltf%
que , em obsequio á 7«ftlade ,• efti< aUéDçSo'ja«om« pjte
consternado e aos muitos- e saudosos amigos do^de-
functo, cAfrlfaHibè "ilifèsMéSidlá, õòm^'4iié Híiformações
temdits oos-flseraas osqreror o<anlgo intitulando MaU
««HMi. floria pwra^ eé 'fa$ê$$\do^Jègadêt$g, O suictite
'évjoioome não disaomos o^ainda hojo calamoa/ «e-
-§9ado *estes nossos correspondente» , ' nSo >f«í ]«tsMf0|
•iqu%U«Bcto de-desosperado doikro poroéuaeqiiiálieias
^è^^jU^Q ; tLéoí' por- 4ivídas algumas ; peio>^tFarfia,iAa|
sua actuai fortuna era prospera, o scu-ftHdro risonM^.j
«OmoUYO» ifde n^^aqiAUs-àiisoriâo^doapetflioiíV^igÀbra
tse.'*0'qée se sabe é, ^m» tiniiaiMnyèroBOsa«nÍ9QS'*dén'
«Iro^ ioifira dcu^oi^ do"coAmieroio e^oij Btereoià^pidr
'•oas^arliéades. •' . v . . ..
âdTÍ[ygado dr^glDem «nr inq)irièíiio^'«8obrarTsertde«ia -eo»-
•ttemir rspemaiiooer :eiooBdidinvJ od-^fe aqiiiUei sorte'
tÉa[l^lfi^tD qifo Ih^-^aeraBt^tllaâtaK f^lo! ha-doonr^^l»
'd'elléiéobiM«Di por* se* deixar cair 'é^ilsgro-son JàWé»-
-éet^oitBtúmmtíbai^ toii|címictai9uo Vie^kiaeslàr
iimocentaj fteepaBdoneiiips:a «s^9}qffer'u»Q[ligD:TifÃ
ià^ po^ovf— neaottelU^•ícaldo da: galliphaiiKinca íes^m^i '
ir4<i««^'*-«*vai'* sobnríftodAa^ as ^outTdsfnsbMidtfin^g.
^:sònio(<firè witvèr to»Lá •RontaioerfabuJa^da lobifs
-donrendo/a esconéar-se.' liàloiipelo^ue pirténce «a eé-
^ndér«B. No s|ue toáa ao. dinheiro eaostolQ^OrOmt*
€Maiilosí>qae' sdircnsasfeanoi» arsi vai paiicobdmdto
fll«i<) paraipodarí^àasimriDeiMsei £ra.dui^'Jpar»d9'qiaa
•Oètio como OR leitor a ■^angste' ím^^ ^ Porém i'dé|»of8 ^dia
umdnotfCta quejlinda*.ferrdo dièto provasrtmri^jideiD.
-Fr^Adsco !MâaBdI«-4.fdii4idmosi^ qaiebaja^ som^aMa-
iiio'4qQÍ-teiidameixlakipaia fir4;>. ;.i/ a *j « «i! i -<
(Cimmumcadom}iu>'i
'2690 »llrt«1bo partazsanado?!^ aiiBoa; qMnvnoa
•MMib«/disrné poiíllo«riHiira sifWÍloaçio s«nãu*a èe^oi
«^ittdade»' qUeé aquis ooèipK» teto 'em poptú^ef. bo-
.mem^ttâ» epl§ de boi em l)0dii<lB*4íttenÍÍio 44= páDo^a,
íit-nfoè "doa offtrilBS.d^onà riaosoa-^igtfiiiovi^loibaitarda
-ió-tttt «tido-oolicia pelos 'oonbooitnfetttos • èá^Msinia
c|»redi«l o Indastrisl , o qvei apodas» «e^ pdde'>tfadr<oi-
-éãáêá no<Bintido- do censo ; Indi» ane^MlídMO! #«liai
ioâiir íwhmrvo aUoe eqvaaí^aopéidvsna-j^tá^ffl^ tiim-i
ipflaaeiítado.por .'doisaojMóa desooAtMcilios»*1làfY«r4
-eoiaa'do^ oa>10-dias» os qoaas moir 'cotiMeáMlí^^
aamigavolitfeote Iba 4o«larmm, qoe tratfifasse • do>flê«54
obottdõr /'porquioiíff '««iser prelo por .miolÍTb#^'poHlí4
t^^boa." Qne 'oUes otYinbaiD ^tlsar por. ii&:>qu« iMXaiij
^^^\\e i e^qtéiooiWíiamrunibCBDr p^t>JsO'eifi<«0(pmht
*çaf;i:o!(9e acbo^am éàhosd^imvloa^llfepeítkm^qiite^^
fâftten^aó^aelrtjltoique lhe<pr«stafaiÉi» o-a.osttoHÂo
<^iias mesmas» ofrmliiiilantiasvNie' fifcssé ^y íli¥ct''4lo daj^
"O rriogio <^alg^ 'díDb«iro;:fue1ef aMe,' para >ptfdoréns
*«iibsíst9#'iiio 5ogiiV(do tskoaMori}o; Ti4iO'iqti^iet«m'.parl
'^begsCioicftio iniustatnettto,-' ocAno^ellepft^boftilem i5b«io
^éé letwrjf oriiom/Aadoi é\ agrtfd»e<fen«ifoop6lOiot^ft% [
- Ibei iáM#^ur*íirolmeDl«) -e-de> aiitilO'')b0a>iP0nttfdb ; «'a^
*<q«e'> parece , 'O Tologíov^ e^o llitihôiro iqné létuta , > ó
tirtfotou lago 'do pdMo' a «alto 'e*m«llo: NtO' aaooitdi^
*idNibo. i^ias.^oSs^ eterno <iiio •vísso* iignál o%M* «o
ser procurado, e incerto' lindai: ttaÉdb» oonsbilor^HHo
iíiíSM 'BotvwbMlf-do.cocnattte, aebpndo^so dè iwh
da>iHV'^unnt»ida «tfaulega » toò eáos ido< Terreiro do
Tvigo , :0 esOafido a noíAeiíbaatanto «scfírft »* osea|NMtt-
Vát 08 ípés,eJdespènfaa^o.paDa a pray»y .qnb a essa
boratso' achava xasia^ ideBMsom a* <'ai>eca n-'4ifiispovb-
do, c morreu logo! Honr^fiiaemisetottee .a qoedH,
viorambusOai-opara ii gtiatda<i|iro]íima , !{])«pft d'i3ii o
le^avonr iao oBlTO di» poraio eeníteiôib. Apparvociff.oa
(érs^'iGoDd«ixas , >ae.e:6lbii<,;^ueiJ1i«cbni«ani«l|^s
•migoa iomatm arsá fascrOttiOmb siibacríp^i tODto
p^ivOiAnJlonrOs .oomo f aiata vibra. Dffo!sttasfkdi%en*
eáasiTtiulioD'^UBntM ibaitante .pbife -vm ikctBto; fuaBi*
!rftlv teSd^oqoeaiBdk ÉOon lemaDescaate,, ^ifiM^fOttcio
caiu: riguflifts esmoAte'l»i'eBtrogue'^á*ai«Kèv. il^o -70-
vau otiM^ a officiosa eatidoão d».^j QQn4ata»9fi-»4i-
rigii^. tte requerimcttl» ^«dároatomdiiealfandogbtp^ra
um.VfiUitf dlo defunclo sér admittido^sMs^Ofar^ :q4o>o
pae exorcia, o qual fiii:kgaI^dspoabMlo«. ;.<.. ■' l
Depois de gabirdoa^rraos çoin a ptiblit^^j^d^^iO bello
comportamento 'd' eslé cidadão , V^ò qeyeinos ^<J^Uar
sete men^o ò prior ,de S. Jo^o 'dá Praça , Que^appQi*
paobou o defunctd gratuita Oiente. Oxalá que 'todos oa
parocbos seguissem em eguaes circomstancias oexem*
pio d'este. -^ ^ ^^ ^ - -" ^
■' ^O^prèíteÉile^^aioderd^i^-d^ldir a conniissão do^^ér*
rèifb PQbllcò>'á p^^éaHilficébro nd^jieHi^osd*aqtfèAe
fwoèipioié'; ^Xio^á^tidUllb -vatias dutros moW«^s dè 'Bo-
mens, mandando guarnecer, com uma gradam de
ferro , o cáes do lado qtte-*deita para a praya /cxcer
•^ • *- » * - ^lW»orr*Jb#^ttmía/r«.
^^ÊK^^^^tm-é^ ptf<ím«iros 'éiás 'da 9titíÍHiãf')ililí-
>lbá ; péla* tttéir tiòHel', ' lia oa»ç4da''db (^^
tirtfíatt-áé^grátodlfs 'd1tiridod''femttrfs;, quo safatà''dla
Imas de oiAo' ôvs^ '>pbbM V iCttjtf pèrUl OMlH^ i%-
4ladaí: «ftdlà {HftrMia , ■4afti»/ fOr achfeto la>iMsb*do ,
1)d»õU^^<r60otoi*éOd«hdo«sttenoiò^. ^«^^^llaraUi-ao cèb
«áflsito «s Wbkè^ y'lfi[o<4ai^0¥íoiMi<^iie 4^bttlé(H»s^bm
< «(^>g«ai ótt èilííè¥^¥tolebeiih : -^stegamla tbfíitta|iò ,
aogirodd 'pausa* "e^id^icMCa' re# iâUÍt«HWl4s'dllálá<ía.-^
' M^ èl^lokla4Wi^^í^dftbAiii' «-retMf-sc ' pbà* (HM-
W2 atiVl^A VKIVBfiSlE ' iiSOOKENSB.
tIrAipofèiiàadai.riiaft iNupocCnsi» segaiéM fi« t#ftée
.«èm:: «*^a» cidbéfcnf nio «bátea» - a mwMaèUMadt
é^êeé «tyki!» -**fB numicí^ta nUodàÍB «banar o «air
lèo; .de lê^ovtaiSa- puèiic»: {leittebeMl^^ noaJl^.d*
jporU- xtm 9ml0 ' por 0ii4e • ta« J«& » Aa«ae>-«iiMr iMi
.boaMmiaoa faMUfertt» de.o«lto»|Mni'iér.» ••nMMtfar
tWti «oeiilo , o :qne asiáfli al«orot» a. laet kara 6; aaylo
ittvíplaTflU .Sraaa jbres^ifÉitflbèraa»» pmatradat.iife ht»-
•fM). . :#JiBle' 4e* oòi. «Miaria aberto^ e vaDowaiMk. O
•fenmrj.da «a» detoçâo tra o eaasaêor vasàpo át êívt^
(aqiicMe «fltnipi1oc..# eab<» ikea inUnia' q«e saoMll-
tAuaáfr.|èiis iserá 'ârnunliMla a poets.v elaa fiuá caiiidÉi
.tlr prctesipara 4 eslaçio:iDMs.^sini|a « oad« pMMleiiol
^ca«laiiMf«r«he»4t is«^ vonúúKi» O «ilaKÍ<i"for.rfeaAaíi»^
Iccido» e a TÍsÍQliaBça:ipdâa idaims •Msiafk.daí
11893 O ACTUAL «Mj^ratari^^o tbeatro do ^Salitre
(fue , pelos jornaes esUatogein» , ditia ainda ha poa-
-ttn dè noa b qil«" Mafona naoí didisoéa iaifcinM» ídíz
cftoanhDJe.iaêAaaaaa barbas, «iconi a maior sjev^erte
>a»Dfía • qtfierjporliigaetMiniÉipa •utaraBA-;. iusqiU par
r.UMia da. imprensa nouB«|ulbei!« .li|Sttlt»^a.aqfaUe es-'
-^ai|gMiN>.:i i|v«.d««ie V easa^tmlberv e •ol)OtttfOf af-!
. liMasu 4|innbo Aem ; 6^l|M«t» IraL
ii :.!Kd< snppjQineiilu ao:a/ á; <Jbiioi^«IIMituia4»t^O
eJmpmrM^^. MÊOoti^tmm indífoiafiò mia >seràe. 4«i di4-
cJtai^«.«Milra:'« 8r/ Tallaãai:uè 4'esia inodo tqiie^io|
(. amlgf) «íDoret«ri» d^ .thcatxvdoftiCandeargaiasn^.os-
-íajj9MÍfar^.â devedor /de/ suas:>oaaiforUinaaJ '£f«nf9e;
-m)«: peia isér giar.tal arte.alrajado o nerittiL fka^BOin
f)miSiirtcitas^,'«r»9aiiios á EmMê jOmoena^^m:imD^.wci^
-jana^iStfacia^ideféMlfBdaHM ^tfo indcoèotsa.e.ÍQjvt'
-.faa-accasa(Méi Faça*<o pelo aaaor «dadirte^ e pqloaM«i
ii^iipi§Bi a esW>QMlntiecra« '^ne senre tdemeidtíroAi
oa^taDtpa^ifgraias.. ^.w :. r -. •- .• '- ^ /y <AU>d^i
Xisbiaa 16 dm abfil da I844k: ^ . » >
nao co-f
Jieii <miílieifdor qiie:tffa 4er4>a4Kria isapMailas .^ solas
^40; bmieti; itadft íaHaffal-r-JSÔtre^adiMMidSk^ agradar
«Mto iior tal raafo 4e'MêUda4o» « fd^q^iVí^^ ««flHK
«oraM^ pe«le.«a fttitgo q«e:HMi vi tcoaar nmm «ota
4e 4M9 :r<ii»ei»fnag este «olu taiai a4rdao.^ Aii»
é^eiíe ;Mta viiedã j» Ui''a eoltfefa.
¥imo .§Aí0mj/»ré qap o teutido nlo ««Hae^atav
iMr 4ía«le <i«i M«i pnedif ífl» proéffalidaâA. .
i i lièia ipiMUi por aoWr uaMi menúml jf ^'.pee(» 4«
,w«a fM» a#>pé (4e f oy p«r iar Id^ Anacar. mi^Hpdl
era. TffaÉMWit».pafW nlemetiaar J.ftapwPI» • olfart» , ^r
JMie 4|fi« Ae «aftMefcé^ i|«erta dar «ou «lÉtenuialia^. •
4N|ca40(Sien iisa ?alía , fDaa eia. ftm «iat •.cecasaTftf
^labMraip d# ppiite a parta ,. taímafãai «tllol. .aaas !•
I^Uefo d»oo« icom a Téelorla^ eradeicsswlenitiiwiaiphaai
âooofi.o ^«flleai p*fia e^cfeafarte.
Cf}BÈú o caso havia sido preaeMaadot lá ée lMâK«pft-
toa cDaipa«bdír<ftr, jMguDdo espanto á sua eb^ada o
aguardava ainda , pois saa atinar porque, se via cer-
cado dèa^po»^ risadas^, ap&liia Ur: toto^. aacadas,
«totfaèletai^.ttoalafâa tal que da boa mette Iwwlera
.eUa çlado oaep viatoai^ por. padet. pagar MiL
Áil^QOfia.do cafre o,^m^ Ik» tfiseran».
^ !íl^aá' poÂemos dizèr na matçría , porqpé , —
^iniccemoá ò Jbrf)á1 á que ò jnòssa cprresppiMj^bt^ #el
^ Jrefd-e, n<m òiífúnófi faltar ft^^^ . .' [\
UTB.O VTUn i> ., ' i
.^ iW* PwwueoorflB ã a0g«iad»,f$94fiiDeli(^a qfafa-^
^.Ck^Ue^io àp lioqeiti^rr-aafiiHiiMaA?! ao ffeaea artigo
..^82. Copl^ ^ pagiMií: IffiNHaí di^.Aavaidkif «iM^
XVCtA 9M,.VJmA')
.,- :rffN^ çmt-, 9mnLA «A&UtaA.
2898 Pela volta da.t^cde de 15 da passado, aié
gallcgttUor.Hadand«fpa«:agni^Í9Íla#Mi|is dafV«[
-Mr ^ ÀtUBH^Oí» cbaiaaiuKo, a. «ioensHb^ aqai ua|a:a|rtei|'
^ TA ff^b^di) DtiflNP;., satMS iiHpiHifsiiraA» af>r#«irala4i# à
IqiMr^ll» lAlflda 4f^.p#dra«:.qn^ pdA.iaoMia §mt^^
. arrf9kQ»s^ fMasi « piqaç pwa ia Afpeio^ ,
. .!,Jti^ieUe<ao4l«mpe.4aiiiiii;ffaÍ9Ílo^ tífíin^fm.im
..i.haoi^ffi^Byi^ |[ão:/ea^(Afia.M«io. 4ia«;a4i^>per9fftHit
, <tpc fbi^f^ièl^ t aibe: i|liya»iatwati^a»rteig», qaa a^
Ji]^f^4fffieM;a4aA Ih^^qka awastfp^^iti aantk. ^ ia
.^ opmi|MiíEnBiir# ^js <
SSMt JN'ilTa edado , lem qae aAá :0 âiabo kaprifla»
aa fuoê mBmviiui. rud0i.tcai^4QdA pasaos agtgailadoa
ao qaaualfo da cairiláia^ft-^d^aBiea sé algum :para^
ttfho «ialataado.se gabaaa fiiisasnente de bavet caça-
sdoíttiafi auMbert -regara fcaji mulfaetes; qua aia)»»
idèaiui . jca»a iacUaeia e laiaáowate^ • o lerearr^aA^
da. uia. kfím9m4" ^ <>.<-. ^ ; .1 ..
A|>|gaí|a >fa«fta<.ddaailtMa. ^ièc dar .aaula este
exanoipia e. iiçftav.aasi.áiaaanaies* atm a ala»íquaaí
bftdi;. -77* vyidiiB.se vAada .a.repcaseDtposQbre a tabtaila
o que se passou por trae dosbastidoraaioaiQDrlolbet-
tro d*e$ta capital n'oma4as noites de récita dn se-
mana finda. — Uaia ^cariilv.Tigurante , ou o quer
rqaa <o0se fl^asUa gienaca s fnac*^, «aglaçadlf e Ovbè^n-
Aoi4is«tn boBiM aláiaegi^ aiMarmeilâa^ :aadtov*ièla-
.adnMKl<>v.;havÍA dias ; defbareaioonqusstadp ;a «eria
caa«lb?ifft ode reaàbaras.atsilaé d^eOa eauuacaaa:
O: QaMlb«úto;>;a<qaom'este biiarQ),í4fae outras lafian
pnNvavMo <DOiN[ Uma honra, deseóttviaba^.deaagrada-
ura .aofegeaiaaeHa ,, Qbi)ga^>a9S da^tiáotcafnri bofai «^ efi
qafts»^a«Mt!vá neproKeaiaudo , «aoootni.aMa iiurala-
aoí» íqpa eslava^ pgrá oalrar..«aii aataa^tiatiOR aaioa
cafatuç^a )('a4Mlia)ieapéM^;apdob7pbq.<ittiarQalada
»á(4a« ^wUMa giuâ Yfaiéko$4fàatoaamor«s«»d«a ca*
«aríai, 4iaala<ta algumas dhialas de toMtitHViliia sa
eanteaia^ de ipax^r .0 n|aia>'MleLipar de !or.elbiia da
tfjfimpba, .qaa jiiiaatarMbanaal;tffaate as^tonr^rteade
hariaouiA da^iifta avabtelta* £aiqoania assim '^Mlra
«mM^e ToUef «a ^a ^vm aylphiftis i iriam as «im^aaf'
ílanitoa.Ki^n^aas doae .nem ooia. d^rtaglaieMa^safaÈDi
a, ««mpo/p^ia a dalbider,, ia cepatacia du^agpsYfdu
èaUava doa çéui, resplaadeeènie Oomo tiaiit#prlatda
iig%!de,Baagato ;- ^ f .vulgafaminam; 4*0imli9^mk^
iauiao de ripa^ a^laaos.* apraadia;»: p*Ui aiaHlit da
Mlraia:. o^qua.pekM próprias MaMos fogae >I»ÍPM
Jh^ JKMnr«aaflim:eDa)aa<o>t>-r^a, sa:ai:v«nlada» qi*
d^sboara , .6 qussi Jnaipre» api cf jaie asqueMaaiodes-
iMmaiQ M n»<nUad^; oé «aai^rimf-Uli qila ^ ^ ^Amsm da
» s a #aaireai . de a^abattia .parte sai>ff«hBtà.«i jaiaal^
REVISTA ^NIVJERSAl» LISBONENSE^
453
EXPEDIEÍTE.
. í* dfiirribaiçXo comei;* hoje qmiita-felra ao neio-di«;
«4M bffc qii«, o nait tardar, ijoiílro boràa depoi», a nlo
Kfuuiim ffv«eMot ro««»ta • abaqmo de o particiíiansi Jia «•-
«:ri|)turio lia. RaviarA IhiivKiia^b LiatoniuiaB , rua úm Fan-
{jueiro* n.^ 8M^I.* andair, para se pjcof^ideociar.
(63* RoGA-SB a«8 Srs. íssignantes , que ainda não
tenham satisreilo a importância de suas subscripçõcs
pela 4.* serie do 3.* rvlomc. começada cm o n.' 37
as queiram mandar satisfazor» é aos que aioda dcTe-
rem uma ou mais series atrazadas « queiram saldar
5CUS dcbilos com a maior brevidade^
Tendo constando ^ esta .administração, qac a maio^
iria de setis subscriplorcs se.cscandjaiisam p^r se ib«
suspender a remessa da^ folhas, quando. a4» findar d^
4ima serie • i>ão tenham satisfeito » que ae ha-de se»
.^uir; âdopfou continuar a remetler as folbas a todo«
•os seus Asiignantes , enquanto senão declarareoi áQSr
pedidos por <:arta franca de porl« , considcrandu->8«
com directo « ekiylr dos mesmos a importância das
^dbscripçõéscmquanto eslivejr^m. rec^beoda, M /olhas
^em se'dt*spcdíreffl. * •
Os preços das subscripçõcs jconltniiam. a ser.GQQrs,
^or 12 ii/% 1:200 por 24, e 2:400 poir «48.
Os volumes completos do 1.*^ ou 2.** anoo $e cooti*
ntiam a vender em pppeí por 2:40'0 ra, — «m brot^-
aa por 2:44P-^ emmeia encadernação por 2:600 — e
^m encadernação inlcjira por 2:700 rs.
« 9$97 N^ ,név/k Ur&eans m £ez em (mbM frand«
<tXipcvi«QíÂa« dT^a amrtf lábricação » e saia «siapêT"
, £aie «aaocarnafrea der fhiwDf sacèafomelro âh
^emmíbf.i coiHéUl^^iocQ trezes ^'tanta' «Mterta como •
iMH-cta.deaiattctr fér«bi«) ; iaes. vi»«statau «oníoaéè*
l^Niba; eianta tMi<K ar eaa»ia doa Estadoa-Unidoa,
ÒlUmyain^e f 6 por cento de ealda ^rystallisavel.
^ssenla agtiil^daa 4e termo deraeii ItlíO lil»ras de
^ssiicar.
,. Se a)gv<3ni.(ier,apíRiB88e a faaeroá umi tanlatfra
4*iat0i Itlvez a.ac^aiiite aaèicia' llie.iiê^i^lbste «ihicÍI;
momuo
moinho; com^cintli ojtindros bfH*i(Min1acs , 'dí^)A6tnss
de mod»> • que ficam três ittCbrior^s sobre o mesmc»
plaoo horisontal- e os-eptr^séois ra<>is elevados. As-^
sim faz passar a canna por quatro pressões consecuti-
vas em-k>^air dediKls-v « consegoe ainda mais quan«
tidade de çumo. Entre a -segunda e terceira prcssãe
fas passar agua oa vapor para amollecer a canna.
M* Payen tioha também proposto um moinho simi-^
Ibante, eojos cilindros haveriam de ser aquecidos
pelo vapor» qae {>assas8e por uns buraquinbos aber-'
tos d6 ciHndro.
A experiência ainda não Beutenceou sobre o mere-*
efmeeto d 'este noTo moinho , mas é de esperar que
se coesegutrão qs effeiios premetlidos.
.2899 : £« Í8I9. foi de liigla^inra para es "cdloniiir*
Cj^rta uMrbioa.de esmiigar a canoa» ââni q«0'fii^i)efli
se M dtfam . qiue.o séa tt^«».se>UrBOtt^aral»<H /
Esta machina tinha tres^lindrot horisontaes » |>as*
lajrinniiaiyuia' de cttiadro .piív cilittdrd «ueeeAivé^
meaie; «aaoiNwa ^onca wpÊço te^à de^fbotl miMio.
Maia m^mammjHB . Jf . rNllhig erMii^ tia Htfrre um
et^tMílei;imnU'J udiqnai ,. além de difarsÀs ingebhos
proyrjoa $f»n:M Ikbríeo éé asaacarv cansltutii mais
4<.lriuia.aMÍobM de êrestcttiodroav '^^ dia> de-fò
a -20^ fMMT aeaia^Bais q«e aa aottgat prensas. * *
r'"£sie liabilfeenstruetor ítnagiaod depois i,' que maior
resfiHtfA)' te poderia ainda obter , se o numero do)s
|;it?ndrps se aiigq^cntassc e,.pox]p j^Ie p9r.co|)5egiiii4e|
o niifaêro' da^ pressõps,., a\|f!^jpf]l^^,ia.«aaoa eotije
estes '^mesmo^ cilindros. Goastmiu piaslaBt<MmiiiVN»
HAia— .9 — 1844«
'MMTABO MM SVBSVAUrMAS AMIMAMM
9999 M. IKneuBO pára conseguir èite resultado •
4ue cm viagens- e em ou^as circunistancias pôde ser
muito afipredíavel ; emprega uma combinação de aV-
snear e de ferre, que não se altera, nem- se cryf"
talísa , ^em fermenta , seja qual for a temperatura a
que a exponham ;mette-9e n'esta mistura a carne ott
peixe , que se' quer conservar ; tirasse depois de ai-
gúth tempo e fica fivre de que nenhum dos agentes
da pnCtefAcção lhe entrei Fará fazer retomar a carne
0 vofnítie cheira e goste ób que chega fresca do açou-
gue , besta deital^d de m^lho eof agua fria.
YOS#«&JiL mnvicxvAB ummmM ^amtDAB
29€j8 Aarien i.* Todo e individuo ifue titef li*
cençapara tabertía , ow tenda em que foça 'de comer,
e venda vinho , deverá ter as suas medidaè afferidas
duas veres no anno i não as podeUdo fer dobradas .
nem- (fuebradas : e e - que o contrario fizer , pagará
dois mil réis pela primeira Vez, quatro pela segunda,
é eito pelas mais reincidências.
•Art. 3.** Aquelle que hnçar na viriho qne vendei',
gesso , agea saifrada , ou outra qualquer mistura qite
possa ser prejudicial ao publico, será còndernnadti
em ortar mil réis pela primeira vèz . era o dobro pela
segtlnda , e no triplo pe^as nlaís reincidências. • '
• % IA Não poderão 'ter outras medidas qne nib
^ejain canada . meia canada , quartilho , mèiequartf-
ibo , e metade de meio quartilho ; e se liie forem
acbódas outras pagará dids mil-Téis. \ * *
^^d^^ Aqbelle que comprar carne ttra -dos açou-
gues públicos, soífrerá ~a pena do paragrapbo anlecc*
dente.
.$.X^ Aquçjle que nãa.liyar a^ fa^rolafr f-W^f^
• utensílios próprios , beip estanhados , pagará a m^ma
múlta,^ ,'.
Ãrt. S."" Ficam obrigados ,U>dQS os rçfer^os ta})er-
neiros , ê lendeiros , a reformar o presente regimen-
to , Ioga (^e etie sé nãá possa \êé , H^ndo-o sempre
«m logár 'que erpuMito o veja, para esfar ao fiiclo
'#18 suas disposições; - >
1 ^ vtfioo;' todas as *riiiilias que v6o impostas i>o
f^eiétítê reglafento , tem appHeaçlo^da ibetade piii*a
no âdeasádwi ;' e a outiva para o- cofre do municipio. '
«•«Ml- PA«à '4urcma# ÍÉlgumaa Teflôxões sobre -o
38 VOL. IIU SBIUE lY.
454
REVISTA UTWVJERSAL LISBONENSE.
meta de cohibir as fabittea^des- do tíebida« 6 outro»
géneros em Lisboa , trans^refemos o artigo do Aactor
nal de Paris de 18 d« março passado.
Diz ellè: — »
« Continuam as queixas con(i justa raxio contra as
Ulsificaçõcs. de. substancias alimentares, em conse-
quência da concorrência desenfreada que existe no
coromercio^ Em uma útil obra sobre este objecto, que
esiá na ordem do dia, MM* Harel e Garnier indicam
os meios cbimicos de reconhecer as falsificações» e
propõe uma providencia policial, que soria umgraade
beneficio para as classes pobres pnooipaLaente , que
sâo as que mais padecem no commeicio em retalho.
Seria conveniente nomear para eadja mat>i# um em-
pregado, um oíficial de.cbimica , ao qual o publico
l^odetse 'levar suas queixas , e que stria enearregi^o
de faaer as precisas anoly^ses , a Am 4e leconhee^ r as
falsificações das substancias empregadas. Seria o meio
de evitar uma infinidade de moléstias • ác punas a
cubica dos vendedores traficautes, e de apreciar a
lealdade e boa fé d'aquelles , que leam aentimenjlos
honrados. Ê evidente que o conselho de saúde niopó-
de entrar n'eslcs exames por miúdo, e só pode traclar
as altas questões de hygieàe e salubridade pubUc»« a
O que dix o artigo do Nmcknai de Paris tem ap-
plicaçâo a Lisboa, na qual se fasem falsificações mais
mortíferas do que as de Paris« Nós acvedit^mos na
sinceridade de um excellente professor 4'esta caf ilal,
que é de opinião, que a. maiof parte das. mqlestías
da gente que bebe vinho da&labernas de Lisboa, teem
sut erigem uas danmosiis cqofesções qu^ os.iiboroei-
ros lançam no vinho« Est^i opiniio é mais sincera do
liue a de um membro do eoncclhoi: de saúde de Lis-
boa , qué aífirma ssr muUo bom o vinhf V4n4iii^ tn
£i9bca • e que nãa ha interesse em o fais^nr^ Se o
eoocelhe de saúde não quer ^ on não p6d^ cuidaâ da
inspecção , que tanto interessa a saúde publica , to*
mem este cuidado a camará munWipal, e.os adiiiioi9?
tradores dos dislrictos da capital , porque as leis lhes
incumbem esta inspecção e fiscalisação.. Bm oviieria
.de tanta importância não ha caprichos , não M coosi"
deração por opiniões ou erros, que por teima sesus*-
tentara ; deve haver amor da bem publico ,. ^ de to«-
da a gente da capital , porque ninguém está eiempto
4e ser envenenado em vinhoi, licor, genebra i^ leite ,
assucar, confeitos, amêndoas, doces, ele. etc. ti ti«
iremos occasião de lembrar esta matecía em outro aiv
Cigo, e novamente a recomme^damos á soUieitimU
iSíRstistaUt^vsrsal. B^ (Cmsmnic^iji
còvAoERoio i^s ▼iimbs.
XXnACTO DE UMA CAITA QUK O 8R. JOSB M AtHSmA ,.
OOltSUL OKHAL DK POBTVOAL BM SIlHiAPVBA » B8CtBTtt7
pÉ CA|XUTÀ BM 30 DB JANBIBO d'B8TB ÀNKP A B. BI.'
O SB. MtfnSTBO DOS tlBOOCIOB BSIBANGUBOS.
3902 Como toráraoa a Ponta de Galle, eniopef»
4éndo\le vista as injitrucçQes que recebi de Y. Ex.*,
e que tanto mostram o seu incançavel desejo de apí-
jtiar o coaunercio português , Iracteí de me in&irHiar
relariTameqte ao consumo dos nossos vinhos alli: As
apnbecimento eom um negociante n'essé poeto este be*-
Iccido, por nome João Joaquim Yonderspar, homem
de BMÍos e probidade , o qual me iiiieniioa qoe os,
Aossos vinhos são procurados , e que se alli tecMse;
algum navjo poderia dispor de um terço de uma car-r
ga mediana ; os vinhos devem ser puros lAAoa (»), e
na proporção de seis brancos a um tinto ; é preciso
m>tar, que narfia que não se|a de mais superior é ada-
ptado para o mercado da Indía» V £r/ deverá saber»
que sendo Geylão possessão àa rainha Victoria , os
navio^ estrangeiros nada alli podem levar que não se-
ja produclo dos seus respectivos paixes. Como me pa-
receu vantajoso o ternaos alli um tiecH^onsul , fallei
aqui ao nosso cônsul» a im de o^ nomear, e até lhe
recommendei o mesmo Vonéerspar. Aqui estiveram
esta monção a Restauração de Lisboa , e a Flor da
Àmisade do Porto com vinhos ; é desgraçado ver que
fiseram especulações ruinosas. Os grandes consumi-
dores dos nossos vinhos são os ingleses, e eomo elles
estão acostumados a receber de Inglaterra e seu Lon-
Oim particular Madeira , lonêm Porto ,, ete. posto
que em muitos casos os não receberão genuínos , é
com todo necessário que achem supetíorkiade ea qua-
lidade das nossas reiaessas directas ; temos a nosso
favor que estes consumidores são rasos veis, e se deixara
eouveneer quande se lhe faz upa demonstração clara.
Se os encarregados das negociações da ffeslaii-
rhçao e J/or da Àmisade se tivessem cousignado a
alguma casa respeitarei:, não teriam necessidade de
forçar o mercada, totnandb impossível a realisação
de uma desproporciooadft porção de vinhos (ao me-
nos sem enormes sacrifisios). Os consignatários teriam
feito avanços para o carregomcnto dos navios , estes
teriam voludo immediatamente, salvando por isso des-
pesas constderaBeis , e rollaodo com.oro prompto re-
tomo, e os vtnhos se realisaríam milhormente logo
que fossem conhecidos : hoje que tenho a honra de
escrever a V. Bx/, osíinims. ^e deisaram unta
pec4&, «alto cincoentai poe- etolo mais, e não tenho
duwde eus avançar , que italerve e«. pooee tempor
mais de cento por cento. Eu mandei de Lisboa mr
JUilenrarão doze j^pis de itinhO' orinle e> Can^eavelios »
eocemmenda des meus amigos osS»..''8ookér9teins;
os dias passaéas os. pnovimoa, e o resuHade» foi sa-
tislMlosio t estava presoite om^ingle» que lante gos-
tour dfis. linhos • ^ue pediu aos meãs amígos^ Mie ce-
dessem ou mandassem vir. algumas pipas»;* oe dictoa
senhores vão engarrafal-o , e estão determinados t
mandei aaMstras. aos seus aangos , a inie de- ISBcr co-
nhecer e acaeditar. osnos8oseiiihpe;"eat»iplano me
parece rasoavel , e nada duvido do seu bom resulta-
áoA tu lenheL animado es meus correspondentes pro-
meltendo-lhe Ioda aconsiieraçãe- do governo se foreoL
solicites na introdiicçio; jdes. prt)diMtos d# Portugal.
Oa. djaeílos aqui sãoi de vinte por oceto em maeios es-
trangeiros^ e seria ai desejar que se- modifleessem^ >
9MS A umKsão da carU de. S». A. Mauricie
Cabral« atiãs dignissima da Ins publiea, ebrigar-noi^
gia e relardal«a ainda por nuile tempo, senio- adoptas^
(t) K de ore? qpa o ^. J^mhí de Almeida klMls aúaitiita
levado «mostrrif (|« vinho de I^isboa e Cspcavellof , , titetae tí^
miiaÁo o Mil ax#me s estas <}i)^lidadet , e nso titesie tkk» ô
tempo neeeftario* para po<l^ igualmente informar lobre as
qualidades de irinhe de I^»lt0| qm devem serpreferidas psm
REVISTA UNIVERSAL LISBONENSE.
455
i^mm , eoiao noNrar conselho , decotal-a , redvsin*
df}-a ao meramente necessário . « que esperamos nos
S€ja benij^namente relevado peionossacorrespondente.
«£m nnpah agrícola» quando os productos da ter-
ra pereceram oa escacearam i>or muitos annos , escu-
sada é dúer qse ^ iadtisUias faMt ê jèommercial >
se as ahi ha, succumblram com o mesmo golpe; e se
este. princípio- se ée^e considerar cotno ttiiia verdade
incontroversa om economio politica , i como nio deve
ser eiilcnsa a soa applicação quando é feita a uma
provtnda * que se pôde díier exclusivamente agríco-
la ? As industrias fabril e commercial nunca chega*
ram a f rando desenvolvioieDtó ; ômqtiànto é primeira
apenas houwe algumas manufacturas entro nós, e quaji*
éà coaieçavan de prosperar » lolhcu^as o máu fado ,
que tolhe qvasi iudo o que é utíl nó nosso patz ; o
«ommercio traha recebido algrnn desínvolvhnenlo , é
verdade , aptsac. da nossa má posiçio topographica ,
péssimos meios de transporte e estado político dopaiz,
mas j»elfcqr fora nâo estar moita elevado ; foi a queda
menos acnsivel. •
Podemos concordar que, em regra ^ a nossa lei
económica <é favorecer iodas as industrias» mas dar
«nsa prínasia decidida á indiiatria agrícola ; e se esta
lei é em 9er<al appMca««l á nossa província* deve-se-
àbe.dar toda a extensão na presente crise.
• . ^Qoem iiaveria^e nas nossas actnaes circurnstan-
^as fosse encetar noa empresa fabril ou commercial»
-empregando o'ollas os sens capilaes? Só quem fâra
«Dononaniaoo óu ^lerdiriario.
• A torna é a grande laacfaioa onde teem origem as
^matérias pumas, e os meios de sobststcncia e e\b-
-tencta, paca. toda a humanidade; é um laboratório on-
de se preparam os elementos da.riqueaa» como lhe
chama Smith. A agricultura favorece o principio da
fKÍpiíJa^/ poKpie "dcmma a abundância e coor
serva os seres creadost^prómoive a moralidade, affian-
^a «ma ftjcaoõomass justados salários ^e- uma popnla-
^ão mais* si.» mais roliosta « mais limitada em seus
iprogressoft» .offereoe um luòso mais ssgoro que as ou-
tras industrias » finalmente a terra » auxiMsda ^om o
itrabalbo do hopiem económico» ó a qae ministra imme-
-díatameate as verdadeiras riquesas : nio queremos po-
•vétfs com âsto dicer^nê somos cegos partidários dos «co-
nomiêtas, pelo oootcaeiocoohecemos «que todas as indos-
4naa teem enlíte si^treíla analogia, qtie se auxiliam m u-
4iiaAi6nte» eque ^ak|#er d'ellas solttaria» poucos ou
nenhuns progressos iêúM; .no entanto-a industria agri-
-cola. é. a única «que ». independente das mais » offereoe
productos utois á humanidade — meios de-subsisUr«
- Fatoreoida a^agricultUDa «- prosperando eUa» . floren-
.Ses estio as mais indusUías : <é consequência neoessar
44a«.;£'. ^a raia (dis Baitgemoot P% P.) que se deve
regar a arvore : as eidades só podem flovecer com a
4ecuadidiide<«dos campos. Ainda oio houve econoipis-
4a qu6 não fosse a|»ologfSia da agràevltwra, e que nio
reconhecesse a saa importância moral e material;
iciai»fS9.oa 9ossos:4conomistos desde Silva Lísjlioa até
o Sr. Forjaz : — leam-se entre ^ estrangeiros o escor
cex Smith-, \pao da eeononua politica» e ipcderpa-
jneote os Yrsni^eses J. B.gay, ^i^mondi.e Bi^rgemont,
este ultimo com especialidade » em todos estes e os
maia que tractam da matéria «se enaontra por uni
ser õ alvo de nossas altenções » ^quiD ramo nos oflerc*-.
cera maiores vantagens » para a elle nos dedicarmos
com preferencia? A cultura das oliveiras.
£' principio corrente em economia politica » quc
quando a receita nio cobre a despeza da producção »
larga-se mio da empreza» porque emvez de deixar
novo rédito, destroe cahedaes existentes : circumstan-^
cias comtudo se realisaro » em que o empreendedor
deve trabalhar» nio obstante a receita uio lhe deixar
saldo algum sobre a despeza ; v. g. o empreendedor
que cultiva um campo» d'onde tira o alimento neces*
sario para viver» n'esta cultura consome serviços, em
tròca^.dos quaes recebfe productos» çom que suppre
suas necessidades; existe producção» existe utilida-
de , que não existia nem existiria senio fosse o sen
trabalho ; e assim temos uma producção sem um sal-
do de receita » e comtudo útil » porque alimenta um
produclor, que aliás sem consumir seus serviços não.
poderia alimentar-se {diz o Sr. Forjaz}. ;£ qual será o
ramo de cultura que actualmente nos poderá deixar ,
empregando nossos serviços productivos , um produ-
cto liquido considerável ? Foi é será sci^ duvida a cul-
tura das oliveiras.
à excej)ção da cultura das oliveiras » cinco são os
ramos da itgrícultura » que merecem a principal at-
tençiò do agrónomo Irasmontano; — gados , ccreaes^
vinhas » linho e seda : percorramos por todos elles ».
considerando os seus resultados económicos* Emquan-
tó aos gados » cereaes e vinhas » que nós confessamos
que devem ser attendidos , e aconselhaniios que o se-
jam , e para isso básita attctider qne são objectos da
primeira necessidade, cuja abundância é tão necessá-
ria ; comtudo nio podemos também deixar de confcs*
sar» que os réditos provenientes da sua cuftura, pou«
cas ou nenhumas sobras nos hão de deixar » e portan-
to poucos ou nenhuns cabcdaés; porque a receita pou-
co ou nada sobrepuja a despezs da producção no nos-
so estado actoal. Estes productos e^o summamenfe.
baratos comparativamente com os mais géneros, mas
muito caros em relação aos réditos do lavrador, e ca->
dá vez mais baratearão » quando n 'estas industrias s(s
empregarem todos os braços que ficaram "sem empre-
go: novos productos affloirio ao mercado, e a conse-
quência ínfaUrVel será a mniòr baratcza » sahro se al-
guma circunistancia particular se verificar.
O linho» çue já não deixava interesse ia igum ao
agricultor » ainda soffren mais um abatimento pelos
novdi' direitos sobre elle lançados : não pôde compe-
tir com o chamado — panno de linho inglez — que
pela stm barateka é boa qualidade tem excloido o
nosso do mercado.
Acnltora da seda tem cafdo em grande abandono»
já porqee a falta de conhecimentos práticos do tracta^
mento dof tfiohos fai ^m que se nio saiba dar reme*
dio ás epidemias que todos os annos os vem destruir'*,
it porque uns poucos de negociantes conioiados fa-
zem o preiço á soa vontade , e portanto dimioutissi-*
mo» o hvrador não pôde deixar de vender: o sen
fftoduclo apenas Chega para ps|^ar a renda das amcN
roiras : (este mal está remediado, em parte).
Escusado ó para o nosso caso faltar nos mais ramos
da industria a|ricol8.
N'esles «ermos só umif nova plantação de oliveiras
•lirado unisono favorecida a agricnlCora e reconhecida { é que nos poderá dar um rendimento liquido de ai»
a aua importância. Pri)vi)do qoje a agricultura dete] gmi^.c^nisideryçâo» e cabodaes psrfk novas <mpçe|as%
3S •
456
REVISTA UNIVJEBSAL LISBONENSE.
O pr«ço (Torrente do aceite tem sido sempre superior
ao originário ou necessário , porque as moléstias a
que as oliveiras estão sujeitas, o serem poucos os
terrenos que as produzem, e' sobretudo o seu tardo
erescímenlo tom feito com que o estimule do interes-
.(^e lenha jTido contrapesado, e a aSIuencia dos empre-
endedores ninda nao fizesse nivelar os preços. Aí-
gucm dirá: — pude vir nos a nnos futuros nova des-
truição , qne mais facilmente anniquilará os renovos
da» plantações; a estes responderemos i — tombem
Lisboa fumegou em 1755 debaixo das ruinas e do in-
cêndio : e não obstante isso , qual outra phenk, sur-
giu mais formosa e hriihants do que antes era ; e is-
to ha tantos annos ! !
A junta geral d'cste distrlcto » na ultima sessão»
pediu auctorisaçao ao governo para crear lim banco
de economia n*esta província. £stes estabelecimentos
teem feito em muitas nações a felicidade das clásscs
laboriosas e pouco ahastadas, que d'este modo acham
na sobriedade e na temperança os meios de accumu-
)ar algumas economias ; desejara que se concedesse
a faculdade de crear um banco n'esta provincia , co-
mo foi rcqu'^itado : nao deixo eu de conhecer que o
espírito de associação e patriotismo que tem feito em
tantos povos íloreccr esta instituição , como se vé em
BdrgenM)nt citado, é entre nós substituído por ura es-
pirito de egoismo, que talvez fizesse paralisar to<Íos
os movimentos vilães do estabelecimento ; no entanto
bom fora experimentar.
Também Gzera eu votos , para que o nosso gover-
no, a exemplo do governo visinho bispanhol e de
lautos outros » mandasse estabelecer colónias agrico-
]as , não só nos sítios incultos d'esta província , mas
lambem, e com especialidade , nas províncias quç
apresentam grandes extensões de terreno incultas,
como V. g. o Alemtejo ; esta seria a maneira nkai^
]>ropria e efficaz de fazer pr4)sperar a nossa agricul-
tura. Carlos III, rei de Hespaoba, (diz Bargemont)
concebeu o grande projecto do estabelecimento da
colonísação no seu paiz e pól-o em pratica; .de-
pois d'elle, Fernando VI! e o seu governo tomaram
este objecto debaixa dás suas vistas ; e eis ahi e$%9L$
colónias, principalmente a chamada da — Serra Uo-
rena — estabelecimentos importantes e que honram o
B^n paiz : em 1837 , quando escrevia aquelle sabro
e piedoso economista , cuja licçio tão recommendavel
se torna uo nosso actual estado , ainda se achsvam
Horccentes.
CoBprovincianos , criemos enire nas o'Terdadeíro
espirito de associação, a economia, e o f9$to da ort-
4tta e éo trabalho ; demos a« viãos fraternalmeate .
«stes já foram os meios (diz Bargem(^nt).com que a
■Bbilanda prosperou e eLevou a sua cultura. ao maior
/asttgio. de prosperidade» apesar dos maia fortes, obsr
4a]ç»las : empregiando estes meias , todas os povos 4a
4erra.pro6pierarão: el)es sio aconselhados pela leíaa-
Aura} , eoMignados nas paginas sagradas ; e 'partanio
^am toda a parle produzirio as nesmaa eífeitos.: tMú*'
juvados fioalmanta pelo go? erno. e peias eamafaa le*
^lativas com uma lei de isempçio de tribulaa por
alguns annos . esperamos e cooÂamQS ter en aljgiiai
tlia nossos montes e veigas revestidos de forauMa ver-
4ora de oliveiras.^
Na segunda- parte doeste artigo direi qual a methoh
do que julgo mais eAIcaapara eonsagiiíriaos novas oli*
veiras para plantar. »
Mirandella 17 de março de 1844<.- •
.4. ààtmridtk Cébral»
V&JlXVULÇIo PS AVOaSX&AS XK ATSIBO.
iBcnncjiçAo.
2904 Por nlteríores informações , que de Aveiro
rios manda pessoa da mais insuspeita probidade , ca«
be qne emendemos algumas inexactidões, em que
involuntariamente nos haviam feito cair ne nossa ar^
tigo 1818.
De feito a plantação das amorérras cret een notavel-
mente n 'aquelle dtstricto: e todos os cidadãos actnena
por isso déramos louvor» cooperaram para tal resnltada:
mas a escala , em qut devem ser coilaeadoa • é um
pouco differente da qut se ahi leiu O Sr« Nioolao
AiKASTAao na BrrrBifcocnT , servindo de goveVnador
civil , sobrelevou a todos os outros até tomados colle«
Gtivamente: porque a Sr. BBTTExcouar , que é, se*
gundo nos a Rir ma m , um exemplar de empregados
administrativos , mandon vir do Porto á sua cpsta per-
to de 000 pés de amoreiras dediílbrcntes^variedadesi
Não possuo elle em Aveiro um palmo de terra e por*
tanto todo aquelle dispêndio de dinheiro e enidados
foi para proveita alheio; as sua» 600 arvores foraaa
por ,elíe Repartidas aea donos de terras, qúe mab ca-
pazes lhe pareceram á^ as aproveitar , sem exceptnsr
até as ricos e opulentos a quem a» offereceu sem re«-
tribuiçãe» O £xm.* Bisno fez mais dó que iodos os
outros do que no artigo se falia vra; excepto o presi-
dente da cainara municipal, «distinguindo-se pricipal<»
mente em pk>opagar , á soa eosta, o mamutU ia cv/hi^
ra da seda da 8r. TinelH^
wa^ioão
ML FOmi^AÇÃO
X>A nSPAh
290S CoBlo n-esta bohi» em que eserevemoa, mni'-
tas pessoas por todo este reino estio provavelmente oc-
eopadas com a creaçio do bicho da seda , e desejosas
de vèr cbe]^ar o momento, em ^e estes instinctivas
fabricantes hão-de começar a sua obra . nâo virá fora
desasio fazek*'-lhes conhecer , o gue áoerca d'esta ad-
mirável industria da natureza, tem ultimamenle éaa-
coberto o estado sagat e perseverante.
«r Conservavam uns a persnasio, qne já fi&ra dos an»
tigos , de que em certos teservatorios , qae no l>ÍGho
havia, se continha a mataria da seda em eátado liqoà-
do : outros julgavam que o fio da seda já dentro no
bicho esteva formado.
Bf . Robínet forcejou para deefdiv esta qnestio por
Tia de factos irfefraga^eis. Bis-aqui os prioaipaas vd-
sultados do escrtpto qne elle publicou com o titula* da
memorio êeèrê a frnmafào do $éâa.
1.^ O bicho tem um appenéiculo cónico oear^
itoso pegado ao kbio inferior ! n*esle appendie«lo ha
«H» buraquinho simples e membranoso por onde sae
a sedVh. * A 'totalidade d'este ergam dá o desaoliiHdor
o nome de Wmiéa iér^a.
9.^ A sieda ehega a este bnraqninbo par vm canal
único , muito, corto , resultante da nniSo de dois tu-
bos sedososv • .
3.* ' A parte anterior dos4ubos sedosos é oaptliar;
e está pegada d parte «nédia ; e muito túmida quo
c(>nstitue o reservatório propriamente dict&.
reyistjl imivERSAX ' uaeoNEifSE..
457
A parte posterior JCODsiste ii'ttm cilindro delgado ,
BiDito comprido : que. é pro? avelmenle o orgam se-
ttetor« •
4/ A 3eda contém-se em estado deam llqaido es*
pesso, naadmift partes posteriores do orgam » e soli-
]idiflca-«è no tubo capiliar.
'^''5.'' O bicho aperiaoseu fio por meio.de eentrac-
çÔBS de On cotorello ^ise íocmam os dois tubus capii^
kff«s : e assim é que chega a parar a excreção da se*
fia e a suspender seu fio.
•..6/ A matéria sérica per si nio iem cór nenhuma :
a cdr , que em certos casos representa , provém-iii0
de Qflíia certa* «ntttffa, que a accompanba nos reserva-
4<rioft do animal e sae, com eUa.
7.* A forma cónica do fio da seda é devida á «uc*
f eaaiva contrao^io em que estão os lubos capillares :
estes devem ser eonsideradta como a fieira da seda.
SJ" -> Todos os outros pboQomenos , qoe tinham fei-
ta auppòr i^iie a seda oaistia dentro do bicho ennoveJ*
lada» explicam^ facilmente pelo facto da.snasoli^
difioAçio nos tubos. capillares antes. da sua reunião.
. falta oKplicer o que é q.ue obriga a matéria sedosa
liquida a tooMir , nos .tubos capillares a forma de um
fio solido* A est£ respeito nâo ha por ora.sciiâo can-
íecturas queja»iwir^tiga^ões de M.ftobinet ainda. ni^
explicam. ». . '.
....£906 Us nosso leitor, em carta imío assignada^
nos dis : — «que vira, ha dias, estando. em Belém r
V3 cumêilos pertencentes ao Sr./ Pinto Bastos: que po-
dem com carga de dncoenta .arri^baa» «ou um moio de
trigo ; que andam ligeiros • e se mánteem com pou*
C9k^» Pondera— «-a vantagem, que iulga levarem aos
Ws. nioi sendo mais caros do que elles; e lemfctra as
muitas cqnyenienciasj que. poderia, baver^ em se man-
darem vir da visinba Africa, por conta de alguma «o-
ciedade mercantil , animaes d' estes , ni^ só para tra*
l^ihasem desde jn* mas fMriaeipdlmente para cneaçao,
porque se persuade, quo; no Algarve e Alemic^o, por.
exemplo, facilmeMe 1^ aclimariam. Lucrariam os es-
peculadores , lucraria o commercio interior pela faci-
lidade .da tráfego, e lucrariam jDs.munioipies^por des-
apparecerem os carros , que lhes derrotam as calça-
das , ' e obrigam a an<|ar de continuo sobre ellas en-
xames de calceteiros.
lOA&ÇAOAflL
29Ô7 Ò msiio eorrei^ondentd nos p^de^-que/
cm nome do interesse .commiMp,. respeitosamente jem-
^f^°M%'4 camará municipal a demonstrada conveniên-
cia de se deijiar, de nmavex.pava sempre^ o syste-
ma antigo de calçar ,. generalisaqMiq por. todas. na*. par-
tes o macadainiso,,já provado e approvado.ppf. tantas
ruas da apitai. — Em vez das obras « . que se trazem
na Rib€irík'V$lha , desieja se contiiiue o maeadamiso
da ma do Âr$imd , por .«pa. parte %\i Stmfiêçi e
d*abi por diante, ppr outra, até ao Pofo-do^i^iipo;
por outra , emfim , até Bemfica , para cHJa estrada
paga a companhia ,dos Omnihni uma forte qiiaptia.
« Assim » pede — continua eUe — o interesse geral di-
recto » e o da companhia dos Omnibus , que também
indirectaapent^ é interesse garaUa finalmente observa,
que a frequenladissima rua de^S. José, não sé por
macadamiso tMU( claiviuuio^ nu MoihAii^pwr um ca-
no geM , para se desafogar das- irnmundkíes , qoe a
tomam uma . das mais intoleráveis e doentias da ei-
HOTO ftTSVniA 93 ÉÊOraUOiTQ.
2908 JÍOL«AMoe dever annunciat nm intento , quei
já talvez ser esteja eiperimentando em França . eco*
jos resuUados , se'fbrem quaes o seu auctor promet-
te. teem de f^zer una revoiuçío espantosa na indus-
tria de todos os géneros . sendo aitis a machioa mui-
to simplesm.E' «oticia por hora incompleta, etãocboia
de dureua para ser aeredftada , que sem ulteriorea
demonstrações ninguém se atreverá a declarar-se sea
detesor. Nós vamos eopíal-a fielmente do MémorM
de janeiro d'eate anno. . , -
. § Q motor , inventado pqr Mr. Barse ^ ha-de . se*
gundo elle assevera, substituir o vapor,, as quedas dft
agua.. a« molas « em summa quantos sjstemas de mo-
vimento se teem até hoje conhecido. A theoria de M.
BarsQ.é CnmUda nalòdeattneçiodoa corpos suspen-
didos á superikáe da Urra pata.acenlrit4'ena . e na
applicação das alavancas de primeira espécie. «
c As explicações— aecresecntam es redactores —
que nos foram dadas pelo próprio iOveUtor, fasem-nos
accreditar, que este motor vae revalver completamen-
te a mechànicâ ; segundo 'èlle, trabalha sem interru-
pção possiv^l çm<|(aanto se não haja destruído a ma-
téria de que é feito — é^'oikáe «e segue que na roda
de M. Barse se aeharia p m^ aontinoo» se o ferro
ou o, aço íbsaem metaes indestructiveis. « o * '
« A roda de.M^ Bif se trabalha sem fogo, a^agua^r
V^m. copapressão pelos gaaeH O inventor já entrego^,
os seus. desenhos a um constructor de locomotivas fiiH;
miniatura* a fim de appresentar Ji'uma das proxinias.
sessões daacademia o seu sjsteu^a em applicação,. Àa,
suas machinas serão depois enviada» para a. expoai*;
Ção. « , . \ ..^
a M. Barse ano^uocía.de mais qoe o seu systema*.
*Iogo que seja conhecido, ha^e parecer tão simples, quo^
todos hão-de de perguntat-r-como foi, possível» q^o'
não tivesse elle oocórrido desde quo ha mechanica. a.|
COMMBMORAÇÕES.
«OSnpt 9M WnMPA 9X aOKA. 9AflL4
WSBOA. '
13 ni nàio ni 1750.
SdiM\ 8i n'esUr dia aqui dioto fosseis passear Xe-
jo abaixo, Teríeis sair barra em fora duas formosas háos.
de giieora% guarnecidas de milícias e artilheirpspa-
gos, c^m petpociíoe de guerra e mantimentos para al«>
guuaimeses. A maior de. 70 peças commandada per^
João da Costa de Brito, (e u'ella para praticarem a^
naíuljca) O mar^uez de Angeja. D. José de Noronha ,
a ík José dePoHngal, fiiho 4e D. Luiz de PortqgaU*
coGonel e brigadeiro' do regimento de Setúbal. A se-
jgunda commandada polP Henrique Manuel de Miranda
e Padilha, e com elle D.. Eodrigo de Noronha, ir-
inão do conde de Cantanhede. — A sua missão é da
paa, jalvQ se algum. temerário e descrente corsário,
desafiar sobre si.a justa coléra do marinheiro portuguez.
EU-rts.que vão demandando o MedUerraneo^ porquê.
45S
REVISTA UNIVERSAL LISBOTIENSE.
,ét CWUU Vec«fait ideve ^rtir, lenão é já partido,'
«m navio marcante eom preciosa carga , qo« de Ro*
ma vem dirigida a el-rei de Portugal. Era uma prim^
rosa imagem de N. S. da Ceneeiçio, toda de prata doi-
rada , de pèao ie tantos mIJ mareot, eilém d'lsso va-
rioa caatiçaes» nm rico cibório, e outras peças de gran-
êt valor. — N^vio que tal catga trazia, devia de ser
muito catholico , o boptisadepelo menos com o nome
de Sanoto Ante«iip,oad'aliipara cima. Pois nadad'is-
ao. O navio era inglês na fabrica ; e pagão no no-
me. Neptanf ae cbamava. Óptima occasião para al-^
fom .poeta diiedor d 'aqneiles tempos faier nm Roman-
ce á Virgem da Conceição deitada em braços de Nep*
tuno. Este aenhor ânglea deu sua entrada aos 19 de
maio. Poucos dias depois po<lérois ir admirarão coreto
d« Basílica Patrinvchal oipiiimor da arle romana» e o
asimo gtncFoso 4e monarèha pertogues.
J. H. éa Cunha Rêtaru.
# o^^raatf^ «TAS atlas 90 ▼ts&2o.
MUIOllá no aSCUL» ¥AB8àlBQt.
/Cbnr/vaáo.;
^ pd que Iteva, é a vUa ; • qne lavemos
ê0 Ht é íí ai9rt« : fic.
^ O maior bem dn vida é a morta ; e o maior
mal da morte i n rida.
Padri ji. Vitira, t.^ParU.' Serm. di Q.
' FiU Cinta.
\ Tt>no âooi riiA !
2910 O gtrrmo é fie( EêcnMrò da I/Mnriã fbí re-
ligiosamente escutado e obedecido. Fisrnando Peitoto ,
■ quem tia inesperado^ gt>lpe torvara e desarranjara,
n raaio , pòr algnm tempo, foi violentamente arran^
cedo do cadáver da su^ Hetena , com que só lograra
ée se abraçar por duas vezes, arma em vida , outra
em morte, e remetltdo bem *f gemado ''para ú Rtal
BotpUal df tadoê oê Sonetos de Lisboa , porém , com>
qvatrtd recóbreme alli o siso e o fntendíménto , nem,
Ikrrisso deixou de ser Oag elido como um doido.
' Orossos cabedacs, qne o seu poderoso inimigo des-<
pendera para cònkegail«o, peitaram os verdugo» cruéis,
que o vigiaram , que abrilum ao cbocalhar das peças
de oiro os ouvidos ; tm que nio 'calaram os abafados
lamentos do innocenle, que s6 declarou seu nome ao
virtuoso parocbo, que lhe -assistiu na extrema agonia,
e que recebeu, dasseas, mfes ilibeis )e definhadas,
um papel, — era aquella mesma carta que D. Anna
lhe n^nd4re , ení- cnje^ inverso esta vis êscfipfôr- e as*
signado com tinta veruelhn, que alguns affirmaram
ser sangue , que.doa'ila lodos m aeuS bens e haveres ,
qoe de-aftu^pae herdara^ n Pedro JMbnses/ TMkitAo
áii Jâqjttfia, pescador de ê. i^odeo «ie Mn», '
Ifa panno da parede da geadenda peeailga, em que
e)ta viívctt e M inuui» tio jpooKO iaitiiMdo^k appai«^^
cf!h^nk veatigiaa de ietiveiros ,' lavndoa èom a meama
tinu , cem que fiaesa o aestpmentô.
O aaKtruso.e obscunecido dA mnn> «i« deiaéu pat^^
caber , maia do que tdlg^a fVagmenlos de lemòrançàs^
de- sandHde., te deacottaéio.^ o qtte mais ciar» m dia-^
tinolo pdíHà lêf*ae^. antea:qiié oom • desaatoMo terra*
mato .desaliasie aquoUe jobccbo edifleio^dn noaso ma**
DaMhaiMVWfa» er«#:
*>•*>
« ^»
»abr.9*^.«
•H ..... ena
• »••«« y ••%
.Abr..l.e..l75....
£ mais abaixo , este verso inteiro de um soneto d9
Petrarcba :
/ff caUH aospirt tU ff Mio «ora. .
D. Anna , que foi de rdjo dar a mie de esposa a»
bárbaro assassino de tudo o qne mais care Ihp fdra «
depois do amor de iBar4holomeu da Cunha , recolheu*'
se immediatamenle para o Mosteiro de Foi da .Pwn¥»
roê , chorou » fet penitencia , e jax nn meama sepnW
tura , em que O. Helena se enterrara*
0 padre Bernardo morreu de uma apopleida Mmft^
nante , procedida de uma iodigeatão de ^099$ «ffml«-'
doa.
Margarida den a alma aoCreader» em um dosaeu»
frequentes ataques de flãU mthmienK
Rodrigues ficou a4 nua eaaas da Láèmia , porque
os criados principiaram a desampara l^o, pelo fero Ira-
ctamento, que elle lhes dava ; e porque, sobre tudo»
corria fama , que andavam por lá , alta noite, aa al-
mas de D. Anna e de D. Helena, com mortalhaa
brancas , emboldriadas de terra , cbm oa dentes car»'
comidos , a pingar cera amarella , e oolh una oHion
'de enxofre atulado,. que luMam-, ^e punlia medo.
Se assim era ou não, n' isso me não quero eo mel-'
ter : o certo é , que o noère iolmr dos noòrat Cunhas
e Castros se esbroou-ínhabitado', porque o seu possui*
dor derradeiro , o damnado- Lourenço Rodrigues , as-
sombrado , talvea , por alguma 4l'eaaas visões pavoro-^
sas , deciditt*se a ir viver para as soas h^rãmÊn d»
Alem-Tejo> e «mbarcando*«e no biate — Faifs fai^
ftma — que seguia rumo de Caminha para Setúbal»
aílbgott-^se nasaJtnras de Aveiro, n' um temporal fé^
rioso , que accorometteu e engoliu tfqnelle harto li»
bem estreado , e por tal havido e oeahecid*^
AÍTogou-le.
Taliê tiia fbiêi Ua,
1 Deus Ibe farlle n'alma , 0 nos teiiàa aempre nasnn
graça, por todoa oa aeculos dea.secnlest
A.P. 4m Cmnhm. >
'' ISheuf fqgaces. ,,
' tfabuDtui- aaai. . .
lien.
2911 Primavera da vida, oh! quanto és breve!
\ Mimosas flores*, "coni que a fronte adornas
Como logo muHÍhadas %ao ealndb ^''
' Sob oa rijos soõesM estfva qnadr*!
-, Das paixões bafb atdenteem ^ankpnoutt^era
Tio donoèo e fragrante apenas^ deilf
Sobre minas revear sávdades? . . (
] iVimavera dn. vida, aht ifuanto és %reve f-
Tempo hoilve em^néft^alma alegre, ategtes qnadror
84 via eiHó^nè a sf sem-^ver oHioS -
Ao revofte pti^Vik' , ^f#e tai4 hqft tffàía.
^slo em me« eera9do<, risn em meus labloa
Srmpre aurora a ^repaiÉcUlo me ^iam.* ''
Névoa nenhwnfa ^ dias me entnrvana»
Mal despontava a^ lenige i madfnrgádi
•He alvo dia de nbr^Keòr ria- ao» campos.
Nio semeolher prlaDeift'0 um ddee beije*
'• £ um doce risonns Ésaternas faees. ' .
la emre^-a^ioHUa-db iieaqiièYocjad#
REYISTÁ tMYfittôiLL LlâBOKt^NSB.
4ÔÔ
THoar am eattt» ouvia ou oèi pei»«doB,
Que d'«fttre o hamiide arroio »é alevanlam »
Xaços díapondo a oocultti, longa a vi^U
Por tDtra oa ramos , aothelaate e a eudta '
Sostendo o raapirar, ponbtf-mo á éspéra"
Que o nva livre oantdf virtse ao laçO:
Se- d* entre espinhoi tooquista^a a rosa »
Da carinhosa mie correndo aoa braços;
ffo terno séió lb'a pooíata alegi<e , •
E «iB trfyaa reeebendo um riso , um beijo
Aoe tnfamía folguedos me foiçava. -
Nas horas , em 4|iie o sOt ilsuaira aií folhas,
De-olaedo as moveis soMbra^ me oeenltavani:
E quantas vezes do folgat eançádo
Dormi ao som das agoas trepidantes
Gonío ellaii poro o somno è^ tniMiieeheia'; •
£ eu revivia para novos brlneos •
Té ^e dos montes deslisando as sombra^ '
Mais n» dia falia dava ad passado,
i E. assim fugiram todos manso e manso
£ nio mais voltario dias tio belles ! ' ' ^
Se roncava o tròvSo , se as grossas navéttr
VtitUm saltitar poi* sobre os tetítos
EslrTepitoso, esplendido ^anisn
Cerrando os olhos és soKoreas Rtas,
lios llraços maternaes, achava asylè,' -
' Onée entre aífagos se esVaía^o snstn.
Unindo as breves mies poftto em jodfaoi
An«a a imagem dtf Virgem misttfrava
D» minha mie eo^arferverosas preces •
Heiga oração, qoe mefloon 4é berço*. "
Conao-nm raio de loa bahfa^a ao peito , ' '
Caitfra n*ai«i» devoção sincera.
Na mesma laça d*oiro confundidos
Dota bftlsainos, libei doçafas d'aimii - .
Paro aaior filial , pfedade saricta.
Amof de mãe , como é felíx quem logra '
O Iam ferlfço ! inftaso sentimento» " - '
Amor de mie,- nié tons"n>a1 no *ttíttàâ&:
Debalde o amante , o irmSo , dehaffde d cnfdani :
Todo, em daniiando a sorte, nds deserta ; '
Mais amigos nio h»*/ s6 tu persistes
flrme^tto- bem,^ no maf, do berço* é- campa.
O pranto eompanbeit^ dé eitstencia
Da vida ao despontar' faglieiro enchngas»
•E-na^ccmpnwss vêrties pranto amargo. ' '
{ Esvaeceo-se o tempo da inooeenda ! •
i Qual foi o anjo terrív^ das vinganças.
Que hrMidiodo ígnea espeda me ha- babidé
Do paraiso meu para estb- cahos
Da !Vicloa / dè traíçSes', torpesa^v ^mes
4)Qde <é mais ViCntiiroso o mais tori^pUs^
Ond« oppvoM^io o lovrar seus nome» Irdcam I
<Me , se' abi «nlr» ^affseto, anda esoondldo!
Onéo o semir^ se perde, e a almadeSphidd
Uma a nma tridéaa primitivas- • - <^-
Coi|io4irvoim .«MàB* «ma «tMhn» iretfd«i^
Passa de outono a inverno o sécca e morrei ' '
' Aqni o ootaçtaqotf «ae da inttne<« *
AsseaMlha ao^orol', q«e ««t|yeslaí és avría
«Do' ff agéi tphrnlK. oo trataamfMl«<«m pcUfa.'
Brando oorrisaii- ^m adejava meigo
Nosilabíot ntotfs «ttCi^bnívtoBde roaslat'
Jfojo awUvktas^ a«if«da Mlesa
oau foiaé«isNtailtit **
Nos olhos' meus los pura dMnnocencin
Refulgia donosa , agora. '. \ ai tristes t < ' • -
' Quando em rios nio vét-tem' longo pi^anto^
Betratam d'alffla uávianguidó repouso.
;Mett ser, meu cotração, mính'alma • Vida
Tado> tudo i mudado! a esp>ança ao menOè
Nio morreu, nio morifeu; cá dentro a' steto.
Se a Ventura no mondo é senho apenas' -
Depois qteií» asas descerrar minh'alm«.
Deitando é terra o que pertence é terra.
Irei , vencida par* sempre a morte.
Encontrar , bom sei* onde , orbens Som teim^
Coimbra 24 de fevereiro de 1842
ÀnUníh Marlã dê Csnlo ifonlsíro.
'-AsaftA»
Oiiblleif la fleur ^pbeln^é
Qu'Qn Jônr d*orage ftút m,_,.
2919 O unto dlt hmoeetiíeia •, ^
Do lírio me aprás o àHbr;'
Saudade leitfbra ôpaiíèaído.
Da éaAdade amé o pudor :
Amo a ró>xa violetas »
Amo a perpétua singela «
Amo tudo ondo nio Vijb ,
Onée é muda ' n 'iniagèm d'eltni
Mas -a tosa tem oapínhos ;
E tem ,'Maio élla , o^ rtfbor »
A rosa dia alegria ,
'Diz' ventdré e diV amor ;
'Ne Ifttdo ímpétíó das^floiM
Tenha en^Mire apvlmasia-;
Naséé e ébre, séeta otnoTfO;
TriAei^inlM d'unrdia«
£' a imagem dobelkttt ^
' €Nr espinhos i& Ibè aehtel t
E^ symtíólo «a Tontnra ,
'' * Esse nome «pétti» seÍ4 ' '
• NSaamo, de9pliiso'8 maU'»
. iam'^im nio tom^^albr;
Quero o aiArryrio'«oti a floinrta^ '
• Qaéro qoaníto^ OMpitoo « do^l'
lisftna n-ú^ abt4l'ie lS4ii< '
á. jLtMà.
M^núti
UM svmuoio Mi WÚJL
f€aAk:f^ . . . ' i :
29f9 l^id 'd«fvenA>s' jatéar-nos de possuir o que
outros nio tem, nem escarnecer d'aqueiles que pos-
suem , em estMfo de tro^eA^e;!^; o qoWlkft gosamoa
settí deíeito , quando eiísa posVedtf peVf^içno bÍ6 de-
pende da voiItMé dos' possuidores. ' ' >'
O caso segdittl« jpMcf dcf kípitík mVlb Mif -Vlrom
460
REVISTA: UI^VERSAIi, LlSIBQT^EaNSE.
Maria José., moratdopa Ae Morêlinho d'e0te donce-
celbo , e casada çQm- Fr^Dciiiico JMlarUDS , deu. tá luz
um filha,, perfeito e^bfH) proporcionado em todo o
corpo, exceÍpto,i|o rosto. Tepijaíace esquerda, juncta
ao fim- do (|^fiixo pf^^no á orelha , una pouco' çieltU
da iKira dentro^, fiomp se o gueixa fos^e tdrtO': — o
logar^^do. ollH>..esquer<iio pouco mais baixo do que a
lesta e alface, teai uma fend? /ormando da parte
inferior niaa pálpebra qua&i perfeita ,■ e toda aicavi-
dade, qoa devia haver para o.g4obo do ólbo se o hou-
vesse , é ocçupada pof uma^.suMancia que ^4fa<;reote
oom a pfiUei exterior fckma a ungida e iucompleta
pálpebra superior :.*-r não tem sobrancelhas: f^ o,.fa-
bello.(da':catteça que todo é «ompirido desce abaixo^
da fonte , e termina irregularmente pelo lado^ da lesta
e juncto ao sitio do oUiD;'OH)eAha um montículo maia
cspessQ, qu£ se julga, pela formatura , ser sobrance-
IbJ; porjém fórá do seu loj5a,r. —O lado direilo étodo
inai&.d^stoi9i»» --.É uiha face prolongada até á testa ,
e no sitio do olho tem uma eminência como se um
corpo esphérico ahi eativíwe cobi^rlo (íom.^ pclja» o
que fei crer que a Mtur,esa Ihf 4inh« dado.d'este la-
do o que lhe negaça do outro, ^ que corUndo aquella
parle (porque não. éjçndida çqn^^ do , puUp lado) se
daria TÍsta ao infeliz; mas nio foi assim, porque
tudo é uma grossa carnosidade,, e os peritas declara-
ram a completa falta dos i dois prgios d^ vista. — To-
da esta face é mais voUimosa dQ^que a outra , e ter-
mina quasi WH dfígrio jun^J^a. á prelha e fente : —
o cabello desce mais abaixo do que do outro lado,
mais irregularmenle e s^m moslr« d/e (Sob^tncelha ; a
bocca e nariz qip ^^fijOK defeitK>.B^vel«.. :
Maria José é mãe de cinco filhos, tpdos ^ios e per-
feitos, e não pens^TJ.que e%le ,uUi»o jS^sse meno*
perfeito do que os outros . c lahez por julgar que
ella já não podiaf.g<iraR se nS^ pqrfeiçõus, usava dar
a duaS^ raparigas .do naewo siMo a 'S^lcunha de a amar
êm olhos » ppoqttc JLêfa os 4)1J30S mqilo pequenos , e
parecem sumil-os quando firinam a Viista. ;
^E agora ? continuará ella a dar o mesmo epilheto a
estas duas?— ; £ qnealcunte porá ap âiho? ! ao filho
que não possoe d^MMi» o que ^a Auás ancarnecidas
creaturas possuem • ,se bem qute imperfeito» ao menos
«m esUdo de serviço I.iJBt que dirá eUa..nO;Seu phan-
tasiar d'este caso. • . . ou acaso? — acaso P sim ;
acaso, muitos a^nmrlke çbamarãol'-: Mar eu.... eu
não ousarei chamaHhe 'O.^ue j;u|go,, e o fue julgam
• disem os viçiobos da mãe 'doi infflia.i
Este desgrafi^lfl «09d«mnadO; ^plea de nascer a ser
' privado de gosar da luz a que devia ser dado , offe-
rece esperanças de virara ' coisilpdo. o, d«mirrmO'ou
falta .4c# vrgftos viauaes (segundo alguns) suppõe im-
perfeição no cérebro. - --
Eisaqui o facto , 0'qnal e»U^ o melhor qne posso
para faser compreender ii4efonaidade d'aquelleente;
nio me servindo de termoa tecbnicos , por só serem
-familiares açtJlfiftartc^ o; . :u : t
Ginlra d5 de abril de 1844..
JulHo YifU^fi» SimÕ0$. •'
.. jltfU ., Ha no nf^asquinho Jogar da Olgunra^ juncto
ao Cabo-da-Roca. a familia do. um pequeno e tm«M^
pffíVinftariq.1 dgof npn^e J|oagujpi.(Li|if. Çoma^i^a^da ,
eensUmte àe sua mulher e cince filhos; um 4«;&9li!*
tro de lOannos, a^ maia violba, fmr nomeiieHnides,
de 14., A desabrida crfaíção.e. os oKius.ex^mplol que
lhes dav^ p.pa0, bofn^, oonheeido. per turbulento,
espancadoc. e ladrão» ei9tic{im essas as ruins quali-
dades , qM^ se Qotanam e» fierlMidefl . 4le preguiço-
sa, desobedieuti) e propeoifa eo furto, qHflHdadfQs que
a haviam, feito expuifiar de algumas- eaaas* onde. fora
posta por criada» i .
Tornada ultimamente ao covil pateroo-, e, Tendo-
se ahi condemna(|a , além de maus tractos • e priva*
ções e fome, furtou priqietro comer, depoíe ^tambem
um crozado novo, O pae , que muiUs veaes Uie dia-
ser4i"*n« que furtasse mas .não em case a«-^eafure-
ceu-se , correu com um forcado contra ella , e hon«
vera-a matado se uma visinha lhe não accode.; Dias
depois . a â4 de abril ,< lendo de. if irabaiber > pare
uma vinha sua, lonftOr.de casa, Car^t^Àaaáa diz á
filha qMe— «oacompanbe. a— Recolhendo^ee á noite
só, pergunta. á mu^^r— « se ainda a rapariga não
voltou : ».-r^«l mãe assestada, lhe responde que. não;
toda a familia. se inquieta ; maa oão.é a psimeira vei
que ella foge ; espera-ee q^e, volLará.
A 2 do corrente , andando na n^sama vi^ha d6is ir*
mãos, o de 10 e o de 8 aDUOs» a cavar, um .homem
que passa lhas diz: — «vossa mãe. anda. a preaurar
vossa irmã ; procurae-a vós ah» pela vinha ^ue ttlvez
a encontrareis:» — leestehomee» seguira; o aei» eami*
nho e 4^apparecéra sem dizer mais nada,- . .
Perto do sitio onde estaveui , . tiobafli os •pequenos-
notado, copa admiração, um. enxame eapesaisaimo de
moscas a cevolYerr<8o o'um pequeno especo sobre a
terra recem-cavada.;..ei«eUerai|i-lbe aa efixadao/ e a
pouca profundidade descobriram umhombro: era com'
eíTeito aua irmã.
Para logo, pefps atterraéas descqbriderea* obegou e
nova ao casal e se derraasou na yisinhaof a« •
No me^mp.dia , des^pparecia o pae, e a jiostíça co-
meçava as suas diligencies. O ei^ma de corpo de de-
lido feit9t no 4;adair;er meatrou — que. a morto fora
dadaj /?om. uqi golpe . de enxada na cabeça. O paro-
cho benaeu a ^zre da sepultura, que temo.u a escon-
der para senipre a sua.prez^* O monstruoso assassi-
no anda sumido^ di« o povo que peles lapas, e femas
das cercania^, d'oAde parece qne já uma vez' saíra
para vir pergunta^ .em ;Gieire a un|jdvogade,*4-«se
o seu criíne. era. grande e que , láe fanam se 0'apa«
nbassem.ás uMiofi<a
comxmmÃJQ os fUMoíaf.
• r-C^ríe.;,, . ..: ....
2915 LBifBBer]nde.te.rlideb hs -tempos, eniili dei
números, do. seu interessantifsimQ .periódico • grandes
elogios a.^m parochodapatriarcbade por haver Admi-
nistrado com certas sçlemaid^des a primeira oocumo-
nhão a^ menino^» e meninas» seesperochiattes, que
haviam chegado i odadCi própria de a receberem , e
que tieham peia ense 0m á iosArnasçio» «disposiçõei
necesayriai^* . ..,•!.; •■../*..
\ Que diria ¥• , .se preflefic^sei4) quie te passou
n'esta dioeese dO( Porto lao dOBio^. Sá de presente
mez d'A,bril , cbemade .pela.e§eeiai —o do fiom.Pas-»
tor ! — Não foi semente em qme parocbia , que se-
se pratie.ou aquelle.fcto, tãp.ediêaeiíte e transcen-
dente para afervorar os«enMiMB4os».raligieaoft , jfipro-
ino?er a Jiég .MPDit»{#lifift/ «pas^utaf , M sim
«ipnAp
REVISTA UNIVERSAL LISBONEPÍ^l.
461
em todas as parochias d'esU eâilatiet do seu-exldh-
80 bispado; porque assim o tem dekermfnadD d^BmA.*
Bispo actual á*e9U ii|C9»a diocese na «Hitpastomlde
í\» de Março de t8iO, acompanfaad» de instracçSes.
nntto apropriada», qvte os-parochos devem observar
i>'aquella importantiesima eerimooKi, > qué indelect»-
velmeiue se pratica , pelo mosmo modo , lodos o» «a*
nos no reft>rido d^omiogo. Ê. inexplicável a eommoçio.
que aqucHe religioso acta prodas nos qiie comoitm-
gaiQ, e cm todas 9á pessoas , que asli^tem; porque
eHc apresenta exemplos vivos> e enérgicos da subli-
me morai pratie» do £»angolb*. Os quccomimingam,
de|MMs de pref^aiados- c<mveDÍentemeDte peta confis-
são sacramental, c de ratificarem as ptome^sas,
qoc seus padrinhos- por elle» llzeram quando recebía^m
o Baptismo , e de serem instruídos sobre o que vão
recdicr -r pcdenii' publicamente perdão tfo parocbo ,
94U pf»tor , por qualquer oifensa » falta <le respeito ,
ou desatenção , que com ttíe tenham pratícad». — O
mesmo &cem cbepóís^a âeospaes,' tios , padrinhos, e
amos ^ que estão dentro-^^lo lemplo^ -— abracam.*se do-
poifr uns aos^oiitW>s, pefidoando^e , o dando-se «eci-
procamenta o oscnlo-d»^ pas — finalmente um dos jao-
nitios pede pelo mesmo ni64lo perdão em nome do todos
a. todos» os ffloradoiies da paroelúa.
. O auto. t' tão enérgica e feooante, qiie.arranmi
higrimas e gemidos^ a todos os que o presencèaai»;
e CcCqiMcnies vezes teo» produsídio- aeabamfi^tos de
ódios e de litigio»-,, neconcilíaçoes do familia^s e
de- inimigos-,, restituições. do alheio, e asrependimen-
tos». e coni^rsão de aõáos e obstinados christãoa« que
tinham deixado d£ receber per^ muitos annos os-san--
elos Sacramentos ..
Sou. etjG«
Podo em. 30 álÃbi^H d a ÍBUk.
Um Pivroeho dd IHoceêi Sm^mmê^í-
vscaoiAazo.
D».MiRiA Amaua BaandIo..
2916- A' 29 B&. abril^ faUeceu^ » Sr.* D. Mam Amá-
lia Braodio , Mha primogénita do Siv barão da Folr
H^osA* Os soccorroftdar aste lhe foram mlaistradost^em
Tflo coffi^o maiS' extremoso desvelo duraetet a moles*
lia ^ que na nais» flortoenie estação do anno o edade
4a wftda a. roubou aos^ carinhos de sua família çoiu t5
annos- incompletos* Se não teve larga vida»: dx^àiou
l^or suas mui disiioctas qualidades saudosa- «e p^rftf)*
Soa memoria , em muitoe- corações*
O seu. funeral foi feito com a maior pemfis«, co»*
eoiwndo mais de quatrocentos convidados áencçniv
mendaçlbo do corpo na egreja do Soo^orrp ,. e acom*
panhandiM^ qúasi todos, ae cemitefia de altp do: S»
â9i7 A BBLAçio de Lishoa acaba de dar maisrum
e^eaane documento. da sua consumada juri9predenci»
e iniegridade ». pnsvende o recueap inierpoaio die*des^
f aeho» porquês selaçlo «ccleeiaslica, havia :$oooedide
afpella0io»pa»a wma qaarla instaoelr do ajcoerdam d'és>-
ta oaasme tribuaaè quentinha juigedo^ eaik^iceire^ias^
taneâa , valido o matrimonio de Line Silvaira > ilefo*»
esante d' esta praça» com D. Fraaoisea de Gastão,
aiMill9ndo as aetecedentes sentenças que eUe tinha
aÍQao$a4afia&|ra aaa. esposa jftUifaa». (Mio. amador» o
jSr.: advogado M. M* Bèirio , €oi qnèm' interpôs e»l«
uUNho* decurso, que sustentou . com muito saber Sk
perteiav . j • . . • - » .
Esta aáosa.faaMÍa célebre, que temvifído moder-*^
namente ao fópo ecclesiaslfoo-, não s^ pelo nome das
.partes, pela mulliiplicidade deis incidentes ô díscor^.
dancia das sentença», mas sobreaiedoipeips singula*
r^s nwlíiros que paoa a dissoloçio do- matrimonio sq
allegawam.
'Convirta^ qae dos processos d 'esta ordem e transr
joendeacia , se fizesse um exlraeio ou resenha » mor'^
mènie das diversas inleUigenaias eapplieaçõesde dif»
reito tanto canónico, como civil, criminal ecommer?
ciai, a respcRo da meima espécie, segundo as diiTe«
rônt^s instancias para instrucyãu do pulriico in-
teressado , e mais ainda dos que se applieam ao fóro^
patrip.
Todas. as naipes teem sua eelleceão dé cãusc^irjeéle-*
bre$ , só- eaire nós a publicidade des tríhupaes é qua-^
ai ,infr>uetiSera , coo» a honi^osa e mui disliucta elce^
pção da Gazeta do$ Tjrifnmaes, que tn eitos serviços
ba-^Xá feito h- este importante ponto da moderna <iyt-
liéaçáo.
O accordam>da rela^ ultimamente pnoferidb a'es«
tt litigio . redigido peio Sr. desemhargadar Maura
Cabral, abona miiiio a jnrisptadQneia*e;£eetiããod'eM
te magistrado ^.^saibre ser unr documento de muita va-
lia a prol das leis do reino, da disciplina dajegreja»
e da.aaoral publica^
Sobretudo a resposta dada pelo £m.*^ Sr. Car*
deal Batriaiaba , no recurso á conn , sustentan-
do o de revista eoncedíd&< por seu antecessor, é
um moaumento; ces(>eitavel .da saiiedoria e gravidade
de tãa venerando preladi^r assina^ pa parte^ quq
respeita aos pontos de direito oanonieo , como na re-*
CuiaçBo dae ificíropa^pes-Ceitas^na mionia da^reooeren^
to^quis pelo serear oom muita irreverenoia> a res-
.posta.« tão ae-'Coalfarii) grave e-impaasiveiv infunda
admicQÇfio e aeatameato* >
A. i^usa..aioda; não expira* aqni<r resta^lhe o «Itimo-
recurso para o supremo tribunal de justiça, que^
saSMude aoplkttâai^dos laríBpieiitae> Baa'póde fias pro<«^
aancHOsfà aaoankavwAi»
SSISr N)» MosTEtaoi de Jr«a#r deVixenv faa^S re^
iígiosas. Qualorxed-estas,eontam, semiaadas as saas
vidas« mii e oovasMinea: divididos estee>comaeftta4^
dado, que deve reinar .eptM hoasHrmãs, cabe a co^
.á* am^., uaíia' existência de 72^ anno»» .âft dias ,. 1
hora a M minuUKM -r- a decima-quíate , Sonm 1/erta
ÍBarbara, tem,, á sua parto,. iOO annos» completos.
No mosteiro de Fsrr^ttx». dl> Jrs#',.. no bispado de
>Viieii, ha il religiasse. Dtt doestas- asotanav - som^
madas^avaaae vidas, sepletteates e desosseis annos :
"[divididos estes'4 cabe, a cada ama,, uma existência
de 71; annos-, 7 meses e 9 disa%^ — a undécima, So-
ror Atma.baMf. iens isua.|^ru,. IM.
pletos. y) ■
O msz » csajuarzioF mn :
â919 Na? ARTIGO 2734 , sob a epigwpbe a^ aierle
14^ 4e mm-, mina db oiao^« dissemos o que o Sr. Ber^
nardo ÀnUmiQ Cgf:d^iàbch0àor.Mê bàwxicrlj^Xo , a
462
B.EVIST1; UlffjrEUâjlJL IISBOIÍEHISE.
fffip«il« áò phMrínaceotico foio d*^1mer4a , êttioid»-
èo vm Moímenia^a Beka. ▲ «stigaiatura cki 8r« Ma-
chado era para nós um grande abono de veraciflMle,
porqae nunca jáioaír este melosfi conréapoodeote nos
havia enganado ^oein mvoluojUiftavienteL. No arU|^
S800 porém com .a irt^iica de ffutuscUado iwemos de
desfaser aqoella •noticia • por nos ter windo àb mãa§ ,
remeiUda .pelo Sc< Lazaro Joaquim, de Sonsa Pereira ,
tuna carta , que d*estç e uâo do eutro mundo escre-
vera i^elo seu próprio ponho e coma sua' asal^atura
e supposio suicidado — muito defois ida ocicasião em
qye o suicídio se dtsia aooBbecidã. itoje recebemos a
5egoÍQte — -
(Carta.)
Vendo a inslructiva e bem aoredilada Rtwta Unir-
wrsal de âS de março, «'ella h a hotioia. de uma
carta remetida a Y. pelo Sr. Lazaro Joaquim , es^
cripta pelo pbarmaceiítico João de Almeida, datada
de 2â de fevereiro pretérito , a qual só p4de. ser
ip<rdadeíra, sendo vinda do outro mondo, porquai^té
o meu visinho João de Almeida, feí Terdadeiramente
saicidado » em Moimenta da fieira , em casa do j3r.
Sarmento, no dia 2 de fevereiro, e por mim visto moi^
to. e dado i sepultura na e^«ja parochíal da dieta
villa de Moimenta da Beira, de que se pédo apneseu-
tar certidão de óbito, sendo necassario.
De V. etc-
, S$o CosDMdo 26 de aèci4 de t«44.
Lino Simões éie iSmnéa.
TMXSOmO UTTKHAAM.
S920 ExTBACTAMoa de uma carta do nosso amâfo ,
tUibliot beca rio de Évora, o Sr. Dr. RIVARA, o se*
fuinte paragaapbo , euja leitura dará gosto aos est««
diosos: -^ .
riBOAOá Das CAnTOMs» ou ABTKaes t>o 1/ ^0L« «K> ca«
• TXUtQO DOS VAffQSGamTOS DÁ BnUOTBRCA VOBUCA
t BMBENgB, OaDXffikDO KLO |l»LIOTmiíGA«tO' B'bU»A.
I. SeBVBM COMO DB INTEODITCÇiO, OO OCABDA POt-
«tes'D'BSTB volume:' viagens* roteiros^ ear(«a dona*
vegaçio. . .
» WttU arUgo entram -o roteiíM <fo ^ffmnée DuatU ffi^
éheeo , que slU chamou — Esmeraldu , de titu «orMf • —
os roíeiros de D. João de-€astro; ete, ete.
Cartas e phinos das ierras « foftalésaa do ultramar.
-Ha ^^ um beUiêsimomappado' MSananhãê, oM^ dèje-
suitas. Um atlas em 4 cartas da Ásia e ÂrcMpeiagos
Oceanieos , desenhado em tempo de ei^rei D. José^ em
JUsboa por N. Miranda, etc^ ete.
IL Ambbica« Notieias das terras do Brasil^ o de
seus habUadores, com algumas do- aeu commercío elCa
Mais coisas do Brasil.
• Coisas do l^ará o do Karanhio.
Hereeem aqui singular menpão a V e Vi parte do
Thesoiro Descoberto no rio moútimo Amatoaae, pelopa^
dre João Damel^. Jesuíta — Áutoqrapho.
A viagem o visita do Sertão em o bispiMlo 4o Cnío
&rá em 176d^e 17€3 o^onpia polo bispo- D. f^; Joio
de S. José — Auiographo, •< •
Umas poucas de chroittcaa da companhia áo lesos»
no eslado^dèlífirlabio. todUs ori^aée* o
Leis , provisões ,' e otd^mt i^gias para o estado do
*Alararihao.'.e Pará.
-' Éum volume éolossiU com traslados d^sHas dosáe f ^49
jat4 1745. Jkm esctraeto de tadape^, . s .. ... . v
€ai«as deiPeiinaiBbéeo.
Caásaa da Bahia.
JS*este arSi§Ê metto camo qae psHence propriatnsuta
à Balda e seu território ] o traslado atdheniué do li^
oro doirado da relofão da Saklet, e o trstsèado omtksn^
tico das ordene régias paraoe Provedora dos def^ÊSsetoe o
auseiUes^ reoidisos e vapeUat nouUraman -^dou^o^ossUiOr
eêo de cada poça.
Capitania de ^QU do Góes.
Aio grande « Uba ^e Saneia Cathantm.
Coisas das Minas.
iQttÍDtos, capitação, e^nanifesio do oiro das minas*
Nova colónia da Sacramentai, e mais coisas da Ama-
rjca Meridional.
America Hispanhola*
America lngl«za«
lII. Afbica: Codioes « ip«peis aralíigost
Aqui juntteitoda a tolleeção arsdrigaf oem emèargodo.
nem iudo perteticer á Africa,
Phiiologia arábiga — Arge! — Cetita — Tanger —
— Arsilla c Fe£ -^Alcácer — Azamôr — MaaagSo —
Cafim — SaLé — Marrocos — Cabo 4^ Goé ou d« Agucr
--Uhas Canárias — Ilhas de Cabo Vorde — Guiné —
Mina — Ilha ^le S. Thomé— IHia do Corisco— Con-
go — Angola — Ethiopia — Monomotapá — > Moçambi*
que-^ilba «de S. Lourenço, que já não é-éo dicio
sancto,
O s^iinle valwne deve «anlèr o qoe <ota á Aaia,
•u *pelo menos á Jndia.
fMBLSM ]M>S VOKTVOV SBSS fVX SBEl
9AJÊLA 0 mBJkMllé*
(Carta.)
29$M Pego na penna só para patentear a T. o
que abaixo transcrevo e qiioé ifieímente 6opiada:-^i
«t>iiarta-feira 3 de janeiro de 1844. Diário do Rio
de Janeiro. Sr. Editor. Rogo a V. S." que para bem
da humanidade dè puhlicidade em sua interessante
folha ao seguinte: —
« Cbegon do Porto a f alera Commereio Màritinm oom
22rS passageiros horrivelmente afectados de mofâstiá
d'olbos. O deshumaoo iractameoto que tiveram esses
infeHses dev origem á peste de que algass -perderam
para sempre a «ista. Dormindo ao tempo, sustenta^
das jieK) «spaoo de 46 dias a «ardiobas ardidas e ba«
calkáii podre , bebendo para cúmulo do miséria Mti«
iidad<Ss d*agua -de quatro viagens , e por consegmiote
derrancada , milagre Ibi aiiida ^qve cio flcassem todos
oégos.' Qoeixam-se qae o contr»>mestre, homem gros-
seiro , emáu os espancava barbaramente ; e «de Moita.
lhes lançava baldes 4'agua salgada , do que resultava
DMiitós constipa ren»"Sé': ^ lado isto sabia e^-o capi-
tão e sócio do navio ! Faltam três passageiros eoem
d 'isto se deu conta á visita , nem se sabe que fim ti*
veramt'€omo dormiaid em cima dasplpas émbito de
crer qfie caíssem ao mar Esta embarcação carroça*
da de sal , o oebolas , teria, qeando muito » commo*
dos para oincoeiíta pessoas, e tomou cinco veies mais.
£ assim* que estes novos argelinos para saciarem sua
sede de eifo,- á oasta da miseda das seus similbao-
tea e patrícios 4 illiidem os pobres pães , «t^e pagam
em iions erozados nbvos, suppondo qae seua iUbos vi*
rão ^em acoannodadòs. {Maídicçlocofitrasinkilhantes
monstros! O 9ovm'oo porttigilea .não sabe d'isto, e o
DossoooQSBl anda. tão ocsupado can espólios « < ▼m*
HEVISTA UTflVEUaAli XISBOWBNSm
463
da dM M»s p»petelBSv^^e]henã«soik'a•telllp• pani «(^
initNir e^Us bagalefUs. Appellamoypara o Sr.ViuoDvél*^
los. Riò SO lie dezembro de 1843. — Um»Poriugu$s. »
«1^arl«^feira 3 de janeiro d^ 1844.. Diário ^ Rio
êe Jkneiro^ |^., £dilon. Roge»lhe5 ^ue pcnr «ai» esta
Tev ( etfmo com tanta bondade. o ^tem.feito)»^ pveste
á pablkação d'e»te billiete qve.iiie Cbi eudereçad^-fot
uma pesioa^qtietero. ensua oese um^dos mfilíeespas»
saleiros vindos- do Porto na gaiera €<mmircio ilÂiri-
timo^ Soii^^eu muilo ^oeradoe e obrigftdoi ifm Por*,
tU§U€%. »
« O" Ptfpas qo» ienhow em* eesa^ est» com. isOima»
cWdie olhes,, grande iivka|ã»de estômago einflama^
cão de fig^ado; e hoje declarou-se-lhe febre bilíosa,
ê muitos dos ottiroa estáo atacados da mesma moicstia
eda qtml j.»tam munida alguns^ e lun d*'eUes scpul-
ftOM^seem Sancbo AniOBÍo. »
«Sexba-fetra 5.dejanaiBade 18i4« Dkmo do Bio dê
PinaHsapei'- esta dvienda a V. que- estes- S55 prefaif
lemia fomma de ItOO^passa^eícos portugnexes, istoi
eoalaodo4e^esem^ de 1642 atéhojera araior parte sSq
das Hbas doaAçoresv {£' atmaíor de^gra^ domando!.,
Eio^e^aneiro 7 dli janeiro de 1844.
Um EOko M PrwineiA do^iÊtnko.
Sr. í^éttáitm^. — Nòi ae» IHaria de.g^rta4eira 3.da
aM-fteate 4<cpar4)i 6om uma correspendeocia asstgnada
por -^Um Porlti^cs**-n»qaal axpnnba o cruel tua-
ctameni» 4ado peio oa^^ilào da gaieni €ommm-eio JIqh
aíttata^ebc^ada do Boatov isas* passageiros vindos, no
mesmo navio, duvanta.«a. viagem. A narniçãa^de um
aciontecinLeflU tão bárbaro, e ainda at^boje não pra-
Uaad^f* desafioa^mo de tafc maneira a ciiniosídade que
para. Jogo ma-prapua indatgar da ^racidade do lacto ,
i e com effeito, que horror! ! ! ^jarrepiam-se^neos^c»-
bellos só de pensar em tal ! ; Que um passageiro pa-
gue em bom melat: a sua' passagam com intento de
paocuffar^ampai^estaaJigffiK) Bielhopac de fortana:» e
que>emv«a d'alU,. cncoatra um sAgw,. que lha seifa
a^exiatancia paía.maneiaa a. maia atroa, como seji^ a
íbole c a.sade.e; na verdado duao de auppoatar-se 1
í Chega a tanto a deshomatm ambição. do. capitães
OM antes de um monittio* qM&^conUeaenda a incapaci-
tada-do §ea navio, para^condiiain um tal iMimero de
fiassageiros , se arrojoui a^ fas^H> , pana as conduair
mil vezes peior da qua a» negsosi que rttsk da Gosta
éiAIríca ! ! £ bem degMdtote para o governo, parta*>
f uesf coasanlir que os seua súbditos se transportem
para- fora do seu^paiz par uma .maneira tio aviltante-:
qneom barbaito».ia quem pôr. fatalidade aonflaram a
«dnainisCfoçâade um navio, abuse assim* da caedaiida«-
da e boa fé d'es9es. iafeliaes^ que âados^em.saaa pffo*-
mesaa^, pagam com usura uma passagem para«oífiieram
a aorte de tonneatos a Ul ponlo, que apenaa chegados
.em4arpa teem suceumbido nas^ e outras Peado oegDSi>ara
.aempre, e poft censequenoia inhibidoad^ganhaneoi com
que subsistirem !i' Tal é.o misaravel eslado» d-Ossea
infelicas passageisea- da galera Comn^reio Jtfanf tmo >
pelo bam traotamento que tivbram ! ! O aeu capitão,
qpadoiha muita j^-devâa estar proacHada, aCm de
dar conta da trás d'esaas tnfe]iaés>. que 8egaDdO'é<
•Bi^torio>, fiaracçramnas oadas» iMia» falta* de recuraos
e completo abandono do capitão , acharse ainda em
plena* li benlade, mas 4 parque nãa temos- doa etmsul
.enargjéo.e^cai^a de íisoalisar os tnleress^ dos sean
«ompatríoias-, .a^poa iaao* éi^de cMr que tiquar impune
mm Ul attantado « a hem4assimde*aermoa em breve
a TejM-aduicção de egoaea acana»M Ceai a pnbliaafão
doestas mal traçadas 4inhas, 9r. Redaoton, muito eb-l
aeqaiavá o. aeu constante laiter.< Si» 3 de jÉtaatfn de
FABSRZCJk
SOfiâ^ Otfvwoa' que em cesultada da» deéntelligen^
eitis entacMadama Pabbrica, e a empreza do theatro
de S. Garlaa, accopdaraao» ambas aapanies- em romper
aa^escriptairas.,
Madaraa Babbaiaa , que ba< bastante tempo'se havia
tirado da scen», epa agora esperada, anciasamente »
sobretudo» pelos antigo» frequentadores* dot theatro qn&
a linha m' admirado em. muitas» operas^ ande ««ata can«
tora se havia grandemente dasl4nguida.
it. quebra papém>do contraeto, que a empreza tinha .
feite comastt» dama,.,prrra a aetual:oòmpanhia de anui
parte impertanta, e n pablico^da saiisfação de onvir
e- applandir novamente » sn» antiga cantéra • a quem .
senqpie presou< segundo o^acti' mar ita*. que aânãa hojn
davia^da neal^r pelo estuda e euitumia«que decerto
sa iem dado^ naiongp temp»^qae* tem estado>fóra do
theatro^, mas sempre , como ónotOrio , applicada ao
ensino a exercícios da arte. . . /
aiSSUMO o A SXATZST90JL OaZHIHAl 90
Hasiiro X zuLAft aio aB00K»0'M-'
BUBsvna ms. Ii84i.
â923 fiaimsí palititos, 1< •— 4^ma»deíeaas« 19.-^
Arrombamentos, 25. — Dederçoea, lS4»-~^uga do
presos^ 35.'-^'ic8suadas 14.— Mâeéa^aisa , 1. — * !
Falsiftcaçõa», .3. — Aasas»tttimentos ,. Iâ8«. — Infanti-» ,
Cidio»^»; 18. -^ Suicidios , â4« —Capina ^. de veno^
woi, 5. — Latrocinio»v lb.-^Rouboa-, 275. ^-Furtos,
107^-^Riaas,. desordens, flérimento», l:9ft9i-T<-i>e»*
eaminhos» tô. — Xransgresfltões' do policia.» 267. — •
Damnos; i7.. — ^inaendios» 48i **-^Gnmes contra a
pndiciciá , 13% -r^ Crimes religiosas , 8. «— Resistcn-^
ola. áfr. aucioridadeSvpubIica»>. íâBLi. — Crimes» não
classificados, 1. »
^ SSSM" A Lxitiajt^ do seu artigo 2878, intítulâdò
pmtamoppfmieê em: 1844 > desparteu^nae a idóa ^e re^
lertr^lbe »* seguinte casa :}-«^»
« Na iregi»zia.do Olival, uma daamais populosas'/
ricas e fanáticas d' este concelho , pregou n'um doa
domingos da ultima qnai^sma o 'cura da freguesia de
Bè^Uí Antes^do sermão , a talvea,.pararvarse de-
vita ar cavilha, /perguntou um dosSregnezas.dll paro^
oliia do OUvai , qtiepa ara o pi^dar n'aquelle do-
mingo ;:>in formado, do j»Bse 'da padne, dia-^e que el^
le accrescentára (eom;que ihtençaa nãasa aabe):— ^
jrora vaaM» ouvitt o pregador dos iluraoSi.v^-p- Alguém
lhe ouviu» esla»< axpramôess de. quo' provavetaaantd
mais. se nia lambrourquemn^as profiaria«> Vmda po^
rém a noila , e'raoalhendo^e a^çasa^r aaha;d sua^iarw
ta uma .oaMeça . de burro , • ainda, gotefanda sangoe :
harrorfeoa^aa p mas4ava a'aatfórdo de aundanleMr^
liara â'alli% la«|ga ,. aqnallfe ibam. pneaeni^e.
No dia seguinte pela manhã , defronte dfttpartaid^
san qoinlal ,. »m«ama< oábeça de UnriíK^eooaral^ :
amís aflícto liaan:aiiMlit a lÉainem ;í Jima lovuou-af ati
464
REVISTA UWIVEHSAIÍ LISBONENSE;
jiie«Hio cr|>etifctite qtw ^jt pfím«nra v«£!:'qtuI'BÍk».€i>i
))oréiD o seu ^ipan^u^ qMtndo n'csse oii no scg!Bl»(t
dia, IKe apparcceia mesipa CRèe(a^t6milla defrocUe
/Ta camav « iMN-as era<U)fi« dle esUva {Mira Bè deitar!
Tal foi a sua aflUcção^;^ iie sé diz ficara d^eote. Esta
liislorM tem ti)rrido'eÍAaegre4o,.de ^cca em boeca,
e está hoje mais divulg^ do que se fosse impressa.
Accrescenta-<e: geratfiiiàiHte/ que una criada do iio-
ineiPvifDê tivera tai Tisao, Umára uma distingia. |Jdr--
ie u'ésia iiistoria ,« levada de um requintado fanaUs^
mo e felalsada hypocrisia, « iaWez de insiatiações de
quem por esse fia abusa do confessionário. Coino
qner que seja, tt-aqveila fresnezia quasi loda.ia g^n-
fe cré c clama, <voz c« grita , q«ie.tt'isto aift'^^^^
dedo visível' tía Providencia ^> eque é «ste um inoòu^
testa^lmiJbgre.* o certo porém >é qoea ^«tigião têm
pouco com taes imUgrecL Se. não receara abusar da
. paciência ^a Vk ^^^queihenSodirtaeu a respeitosos
napro^iiádos 'pregadores que appareccm «'esta ean-
«olho, para descrédito da rdlgiio de qo« ^.diae»
ministros? A'freguetia« qae foi Ciíeairo d* iras»» abun-
da em ta;) faienda . que. muito cooriria eipvrlaf para
A$ possessde» uHramarinas; mas emquanto iúo.não
acontece , sejam elles ao raetios denunciadoãi to Pu»
blioQ » pfi :oi^ oonfaeoer e se aeaniellar d'eilee«. ^
Villa Nova de Ourem 2» de ftbril deJS44.
iv:. /.
29âa OucOttcèKo fbosil e iiiaromeBt^^tfelfv; Mar-
chai, já por nós «tndnciaxloi se eifeet«ará impr«teri-
velAènte- ;no dia i^*à^ còrreolè tia saihi /dos ^onâ&r-
tds do tfaeaírò ác S. Carlos* ' .r . • . . :
- -S£|gnndé.!nebinfoFmaiti,'4> concerte -scirá' vm doç
in6lhark8>-q(ie Ise ietà .feito «m Lisboa. .Mr. êklréhal
acra «jmioladq pelos principaes. artistas* -O Sr«f C^stàtdi
pae'eÍilbo-, locarão, 'cada um, um solo dis mbecio .pe^-
^é6o, e:áe Éielophono. Mri iÊarehal enUpe ás di^crsaa
peças com que nos banie encantar noseb piado ^te^
cará wnaphaniasia caracleristica.da-epérá FretscAia
fãàbin ae9-B<MsJí de Weber, e ^(ra do^ BU^tMal»?
dé;JlfeyKn&«èiv-0 Sá FJaviõ e f/ít^MàrdM 'cantorio
o grande dueto de Guilherme TelL .> -
Os bilhetes de admissio-pedem-se obter na rua de S.
Jesé nM&S;'éW éamlíiiv^wSò ifo-^eatroUbS/Carlos.
i ' Qtoéin ipeidÀsse m ocoeisíío do admirai « ilalâito
d'tsi6 inaigac srtiata talrea a i^a tornasse a achar;
porque nos consta que, imfltediataitíehte depois. il^iÁsie
çoBcéírto,, U.vr M6irchúl'párté piara a Kwuni^j/. , o
• .S9â6r Dâ liOURBfBl! nos< esctcTc «. rev^ferewN M.
Ba4reil..fi. 8, td». Almeida qii«.íaiiecéni fi'aqn«iia
vijla omeiriguiaii-iiifersonagem , por noÉi0>ldafOíniida
GriíK oom-Sff; annds 4^ edadcs mai coja qiiasi mth
crobta Kiãoner«..a nif mi^iòr.siagttJa r idade.
I ' Fiibé. 4^iMlhi;fr«9ciesia , depois de large Tidgar-v
toroott ^a aJlii para ahi tenDÍsar .os Mm dÍBS/:e>jasér
depoib td'é raoetâ aç fie ^dos toesos de cfens pa«s..4--à
primaícB mulettiAt, qiie se dtoev!é« áisua féivilegiaKia
eústAniaia.wnlit' aqsáa faavio^-de t>di»>lhe fimi,-«^^açli
^mto.imaiáiieipeciai; teat» «etsatdmirAvel dia patte
da natureza ,'-^aito;ooi<ti'Aeer6cido.fft#eiQla'6 eialp
dbspreaal^ •))• :-:U ; • ' •«! v*. •.»?' ''^^
: Das<.te9r«srda'll3rfléne^'áÍDda.d'ji^ell9*^iíe.esin-i
fhn •ittrtéiMtO' tasima.: «.liados / .«ômbtvA ells.'kopiioe-ll
mente* O s<« alioieolo 4M-«diiecto erata carnes nao de
«acca . cvcado iM.aifes , «io frcecaè atm sequer $úU
gadas ou dcfomadas-, atas do qualquer aJMjn ai morto,
embora de dooo^ , embora de tmiitos dias , embora
e&lcrrade e podre; chegando a tal penUi eAe sem
gosto , que • a q«em quer que lhe dcttoacéaira ^ eede
jaaia : um tal acèaao « nãe< deixava de dar ^ além de
sinceros agradecimentos', asoa.càmtda de vmhe: ie-*
vara para casa estas asquerosidades. salgava-as, pre-
vavelmeide por formalidade; e d''cs(ii fcaiuiCa . difS-^ «
pensa , cuja porta nao linha necessidade de «e fecbat
salvo st fosse aos lobosi ov eoa colves ,' tirava as va-
riadas eguariae de que a sua soUiaría e. ciclópica
mesa se carn^ava«
. Um hadilo incomportável <e tnm bedienda exbala^
cáo de toda a aua pessoa era o-neoessarto effeitQd^es-»
les repastos e da profusaquantédade de vinho em que
eile òs^fogatra ^ e a aiiedoí iambi^m^ a. raião e a iiuo «
chegando a cair pelas ruas lâo sem accdrdo, que moí*
ía6'\>eces o houveram dé lerav eníbraçes' parai sea ca-
sa« caridade, ^ue elie. ao coino éía nio deixava de
pagar generosamente; níía em comidas, que lb'^s nãe
acccitariatt , mas em vinbo.pelor copo; da tabenn« '
Procurava sempre o^sel e <^ çakar de I«»e porá
«uavísac a fria iC Aiai passada: velhice.' ,
Não era preguiçoso em se levantar cedo, para dac
A seu pregão pciaivtlla com admírarvel melai de voz.'
Fallcceu no hospital da viiià e ibe 4eix0U sua U*
«enda ». casas , c dJAbeiro.
:nxaA ú o&rrBiHAB.
Paca tilo ' demorarmos a poblicação doeste arlig»,
qúe reputa mos. pôr de uRgeneia para..«>sintere8sados« e
que só á «Uima hora nos cbefou is mioc , o damoe
iiqiH fora do seu ícigaar eempetenie , ' que sertaDapri«>
meita parle : ^1- . (Carta.)
- 2927 ilooo a V« «o cjlsequío de, <fK>r nèio de
-Reviita Univereal. LiAoMme^ farer chegar quaato aa»
iea á iMticie do/Sr. Antoniec RamaHio de Ifaced» On-
tigãd ostas poucas regras «ora que responde aos de-
sejos iqoe no anigc .2806 d*este jonial mottira de i*-
ber , se os viveiros d^oliveira pelos melhodes índlcar
des tía ar-tigd ã79ií «arecem-d^e aar,j'egadas. .
A humidade;' gerabpeote faillaodo ^ «unca o«
•qttaii nunca >é^f^udicíai aos Teyetaea, scje ne e»-
Udo de germineeio ; ciú* ^^ àB vegetação. Os peda-
ços eu de estacas o« ^de raixes' e d'oiivoíra , desde
que iMrhm.semeadoB-^horisontaldacnte, ficara m^neesUdo
de geroiniiçio ; cperefão que compreende todas as
mudanças qoe a sísmente sofN 'desde q«e é.neltidm
oa terra* Ué q4ie. do 8eu«)intank>r bbmeca a «brotar m
plenta:' esta operadas itèQ Sfetítes qiie e^^cttam ou
4»retaiovem:e priúiéfro^deslnvelvixiento deibmsplanui,
cujos princi)»ies e partias primíitlvaiiL etistete naseme»*
lie^C è CS agentes -^da gertnÍMiçee sio ía Jiumidade , o
«r e o calon, ^eraafdo todos jiaistos , e «n unia Jw-
<«» pròporçãe;' ': ► . •;;.>♦ ^ : i. '•■ - .
<• 'Jl'aq«i se «è« qneeifege i neeesss^ia^em nmai9»
«enteira tão snpteiiíiaial coino csobrsdieta.e ehgi^vaM
'profincim tãoiquente coino'a'd> Algarve v de tal sop-
-te regiataide', qoe-. nanes ise desaorenje* s^:b^nnsnlKi
cqoi que os três ^ mencknados agcnles ■ deveot epersr
I -simoUaneajnentel ' ^ . i::i ? •• »>
j Ptiikbi^ &de nliodett^Mj < De ¥•<' (éte. '.
?f.
HEVISTA tJPflVmiSAL LISBONENSE.
465
EXPEDIENTE.
A dMftríM^ eooieça boje, ^alá^/eír», ao meio-d<a;
aoaSrf «fne, o bms Urdar, ^tro horas depois, a nio
leolia^i retebjdo, roga-sa o obte^io de o participarem no es-
criptorio dff Revista Univbhsal Lisbombnse, rua dos Fan-
queiros o.*.8S — 1.** andiír, para se provideodar.
A carta, do Sr. F. B. S. Q. nSo pdde ser inserta nVsta fo-
lha sem trilxer a assi|fiiatura do sev aocror , cònpetoBtenieate
reconheéidn ; pôr serem grAvissimos os factos de que réia , e
tAo termos d'ell6s provas para os podermos sustentar quando
. impugnados. O mesmo se diz ao conespondente que se asai-
gaa t/m atsiçnanle moderno.
A reúac^STo da hbvista tem a descrição de calar os nomes
dos seus correspondentes quando assim cornam ou lhe é pedi-
é» X 'mas não pubtfca nenhuma das .cartas , qira lhe aio manda-
•dfts anouy.mas, podendo d'eUas rssnltar prejniso ou descredit>
4o de teKoiro,
HONHECIHENTOS CTXIS,
â X^BO COM A PB&liS BO COHOBZAO.
; '(Caria.)
â^38 O i»i6KJ0 qiae. V. , se serviu manifes-
tar-me, .de que eu .lhe coramunicasse as razões
que tioiía para jdescopfiar da. orihottoxia da obra em
defensa do ChfistianismQ , annuaoíada t» fiwiêía Unir
. ifentkí Li^b<num$e de 35 do mec ^passado , .flie . exçítoa
« felbe^r es ooeus caiihenhos para ver se ^'elles en-
contrava alguanir aponiameoto relativo ao assumpto, de
que se tracta. Foi l>al<|ada a mioha .b«sca , e por is-
so .nada mais passo iaeer, do que repetir, por eseri-.
pta, o.qae. de viva voz tive a honra de dizer a V. ,
só fundado na mitiba memoria ; . — istoé, qDeemt835
■ 4í um$ obra intitulada — ««Ia Ite/^n univêPseUemif^
éémentrée àViLiÃe de* cDnnçtUMnçu el de r.érudiíio^
modemef , » -r a qjual ieilara ene €ODÍirmo« na pepsua-
-são em que eu já estava, de que n;i(}a é mais perigoso
para uma çaiísa, soja ella qualfòr, do que uqi defen-
sor • ou inbabil ou de mà fé.
Com efleitoo aiictor , que perieude ser. calholico ,
. e qoe niostra possuir vastos conheGÍmenlos , pareceu-
me pertencer á escbo4a racUmatísta , . que nascida na
. Ailemanha protestante, como V. não, ignora por
certo, tem n' estes ultimes tempos feito não poucos
;proselytQ6 em França ena Suissa,. Bélgica e Hoj-
. landa. Lemb^a-me q^e recorre aossymMos e alUg^
rias para provara verdade, dos .mysterios , e parti-
cularmente o da Euçbaristia^ adofttando a respeito
.d'elle>e sentido figurado» para o que emprega as
mesmas cxppessqçs e allega os Doesmos especiosos ar-
gumentos de l^inalio e dos outros ãOfirameniariai,.
. Ale«íi.d'isto .nega abertamente a inspiraçlo dós Livros
, Canónicos , ,appiiçapdp , por sombaria , o noipe deH-
• òliolairoê aos qne a reconhecem. Depois 4e tudo is-
, 10 , e de outras doctrioas do mesmo jaez , empre-
,^a um creKido nUmera de pjigin^s |)ara sustentar
. C0O9 grande apparato de raciqcinios , e prolixa cita-
. i^o de £açtos, a, opinião d^ que todos os phfnomenos
do somnambídismo nfagneticô sâo devidos i dÍMCta in-
j tervenfâo da espirito mau I
Estes são, em. substancia , os pontos que ao kr
. aqueila estranha apo4ogia do Cliristianismo , maior
. sensação me Ezeram , e que por isso ficaram impres-
sos na minha memoria.
HAio— 16 — 184i.
A' vista doestes da<]08, V. melhor decidirá, se ha,
ou nio , suíliciente fundamento para desconfiar , até
ulterior averiguação , da puresa da ductrina contida
na obrav cuja reimpressão é, recentemente annuncia*
da em algumas folhas francesas» como um serviço
feito á causa da religião. £u por certo muito estima-
rei que a minha suspeita não seja bem fundada, e
que o livro • desempenhando o promeltido, possa ser
lido sem tropeço por toda a classe de pessoas , do-
ctas., e mcRDs doctas , pois a todas são devedores os
que sobre tio importante e melindi-oso assumpto es-
crevem nas línguas vulgares.
Concluo, protestando q ye, só para satisfazer i recom^
mendação deV. , é que me decidi a lançar mão da
pen|^*j»ara Ibè expor. «s motivos da minha dcscoiifian-
ças; aliás Icr-me-bia abstido.de o fazer, até porque
é muito possível que a obra que li , e aqueiia a que
agora se annuncia reiay)ressa , nada tenham de com-
mum alóm do Utiilo.
De V, elc
Lisboa i2 de Maio de Í84lu
António José ViaL .
BAIidsft AXaOSTATXOOS J>S iaETA&.
2929 Um dos muitos problemas , que é necessar
rio que se resolvam para que se chegue a realisar 9
urtiversál desejo e, por ora , utopia scientífica dç
navegação.a^ria -por; via dos balões aerostaticos > é
acbar de qiie matéria ha-de o balão- ser feUp para re-
sistir aos inimigos, que de. dentro e de fora a amea-
çam.- . - - .- :
O padre ^Xan« em 1670 e Guyím 4e Morveam em
1784 proposeram 4)arfl este fim o metal.: a sua pro-
posta acaba dê ser realisada era França por M. H^rey
Jtíbnge, l^onstr^u este t>b3rslco vim aeróstato de cobre
de trinta pés de diâmetro, isto é, mais de 90 pés de
4iirc«mferencfía.' Este balão, segando, tíòs diz um
jorna], é OMiito* forte e deMro em ppnco poderá ir-tfe
4)os ares. O que.« muito cunoso é ver a anciã ,' eam
que este amigo pede que parem desde já com tudi^
quanto sãd obras de estradas .e caminhas, porq«e ,
d'aqui a pouco, segundo elie, aing^tem ma«s.ha«dd
andar peto chão.
Não ha physico raais desengiinadamente aário. ,
atÃoBivA VAAA j^uLioia os mãxèmM.
. Por conta e risco d« se« aaotor, pubfeámoft o se»
guinte alvitre, sobre o qual não daremos parecer, iwr
que , para tel-ro, não somos competentes.
' • (Cúria.)' .1
2930 Cerva por abi se tem 'faltada nfito em dírec-
i^o ifi baJòes • e ^ iageps aérjas , . eu tambeci me
lembrei publicar o meu invento para sê poder dirigir
um' balão , em «Iodas ês direcções,' nio senda a vento
forte. Quem estiver em melbiiíres ciranmslsttcijis da
que eu , poderá fazer a eJiperiencM á vista da d«9-
cripçao abaíizo 4ndícada,^e li'iss6 bm dará iiHikõ pr»-
aar , e ao «aundo e a ai utilidade*
Um ibalio preparado (conforme a HiTencio de Pitth ^
4Pf. dAs [RQsiêrs para subir e descer) terá ct»l1ocada
borisantalmenle por baixa da boeca do célo um eíxpk;
com veUime de moinhos, perto dos dois estremes; as
velas pedem ser seis, mjDS o panno será cosido e bem
tQcido ás vergas d' um o ojutro lado , cuja face a li^
.abji.horisoDt^lficará inclinada «o eivo 40 a 45 fiáttS)
39 VOL. 111; SBRIB IS.
466
REVISTA UlNIVERSALr LISBONENSE.
cstç eixo estará livre de fortes fricções ; elle tem no
t&cio um carrete de 20 dentes para uma roda de 60
collocada por baixo , e no eixo d 'esta um carrete de,
30 para uma roda de 90 , o eixo da qual será curro
em duas partes (como para mover o embolo das bombas);
das quaes curvas descem abaixo umas peças que pren-
dam n'umas como expremedeiras , ou apeanbas , ran ta-
chões i>u pedaes (que todos estes nomes tem) detecedei-
fa, aonde o viajante carregando alternadamente com o
pé fará movimento continuado. As velas fasem o cffeí-
to da nova roda nas culatras dos vapores; movendo-se
com velocidade darão desvio ao balão, desvio da cor-
rente de vento, porque uma véld por cima do balão faz
•s vezes de leme para conter a macbina na posição con-
veniente á direcção; para o que será o leme depanno
egual ás vélas, cosido a duas vergonteas de madeira
fiel. e estas atarraxadas n'uma verga na posição d'uma
grimpa , a qual verga desce até á bocca do cóIo por
dentro d*uro tubo metálico, sendo este unido com o
corpo do balão em ciiua , e em baixo , para não. sair
o gaz. A bandeira ou leme move-sc pela dieta verga
e se Orma com tarraxa n*uma tampa que está na boc-
ca do balão. Os passageiros vão dentro d'juma barca
de leve e segara construcção , e um homem moven-
do ahi os marcbões dará facilmente movimrento á ma-
-china para todas as direcções , não sendo a viração
forte.
De V. ctc.
Padre Manuel âo BspirUo Sancto Almeida.
naioPAOAÇjLo bas outezras pk
TftiAS-Òft-nOVTSS.
(Continuado do artigo 2903.)
Olea priflia omoium arboram eit.
CoLVHBLtA.
2931 TiiBf são 08 meios porque as oliveira» se po-
dem reprodusir , co«o diz auctor do artigo 2726 ;
por sementeira — por viveiro — e por estacas: segui-
reilips a mesma ordem.
A reproducção das oliveiras pelo caroço é amaisna-
iorai, não a mais proGcua; Apontaremos as suas van-
tagens e incovenientes — E' esta a maneira de tonse-
guir. oliveiras mais sãs e vigorosas: as radículas ori-
gina es (ptvol) entranham-se na terra a grande profun-
didade, quando as que saem das estacas tomam úmal
direcção horisontal, e muito á superfície do solo; d'a-
ipni resttHa que as primeiras podem ser lavradas pro-
fundamente ; nenhuns calores as fazem secear , « ad-
mittem em roda de si qualquer cultura e amanho: o
contrario se verifica nas segundas, que àe^em ser la-
cradas muito por alto « fita út se lho não quebrarem
as raízes.
As prodosidasde caroço apresentam vma bastea di-
reita, íiBtt e vigorosa ; pelo oonCrario ais prodasida^-de «s-
iacã , quas? sempre no interior do tronco Ibes fica sequei-'
«o q lie lhe mina a existência. — Nas predosidas de caro-
ço começa uma novacída: «s predosidas de estacas sio
' por asstm diter tf ettensiodavida do iftdividood^onde
ioram tiradas, pelo qute teera aquellas maior duração e
vigor. — E' verdade qu#as oliveiras prodosidas de caro-
ço constituem uma variedade ; a sua azeitona é nais pe-
quena e as folhas mais miúdas; chamam-lbe vulgarmen-
te--bravas ou silvestres: — mas nib obstante isso. o
ie« aseite é moUior e mais fino* — O inconveniente.
mais notável que estas oliveiras teem contra si , é ser
o sé<í creseimeato sunmamente vagaroso : — diz Plinio
— IkêioãuÊ. .... negavH olea eaiarem fruetum ex ea
prtBCêpiise quenquam — Hesiodo ccrlamente faltava das
oliveiras produsidas de caroço.
Attentas porém todas cslas circumstancias, devemos
concordar que este processo não deve ser detododes-
presado , como pareça querer o auctor do artigO';
devendo-se d'e]ie lançar mão mesmo na falta de outro
recurso. Vou apresentar um methodo para a sementeira
das oliveiras ensinado pela — Aíataon Rustique du dix*
neuvieme êiécle — ( d'onde extraí estas idéas ). To-
mam-se no mez de março azeitonas bem maduras ,
produsidas das melhores variedade3; tira-se-lhea a pol-
pa e metteno-se oa caroços em uma lexivia ou barrélla,
por 24 horas a fim de ficarem bem lavados: — depois
semeam-se emlogar bem abrigado,^, bem próximos uns
dos outros , ém regos que distem pouco mais ou me-
nos meio pé» e.na profundidade de 2 a 3 polegadas:
o terreno deve estar amanhado e bem adubado a 3
pés de profundidade ; — no decurso da primavera
regam-se de vez em quando , tirando-se-lhes todas
as hervas nocivas : — no inVerno devem-se cobrir
com palhas ou fiottias séccas : -^ Ka 3.*' primavera
transplantam»se a 3 pés umas das outra» , formando
vivefiro : -^no 4.*" ou S.* anuo ^stio ca pazes de plantar
no sitio em qde devem ficar.
A oliveira dá-se com teda a natoreza de terreno ,
tegeta nos solos mais Ingratos , quer calcários quer
areentos ; só os pantanosos lhe sio prejudi^iaes : -^
gosta do» paties temperados : — aborrece os clinica
frios do norte e os oalores abrasadores da zona tórri-
da. Entre nós requer Ama cultura desvelada. Se na
ilha de Córsega , Nápoles e Cecilia , deixadas á na-
tureza, vegetam de um modo maravilhoso , é isto de-
vido á suavidade .de um clima essencialmente pró-
prio á natureza da planta. — $e entre nós fossem as-
sim despresadas , teriamos certamente o dissabor de
as vér abafadas pelas arvores silvestres , com quem
não querem visinhança • alguma ; principalmente com
o carvalho, como diz Pliriio-^^^rcui eí atem lem per--
Hnaei ódio deesiãent , ut et altera in 4Uteriu$ tercòedt-
paetm moriaíUítr. — Devem ser plantadas em togares
abrigados voltados â'o'meio dia , e lavrar-se pelo me-
nos duas vezes, uma no outono oãlra na primavera.
A propagação por viveiro é talvez a mais própria ;
e que' as nossas circumstancias mais adquadamente
nos hão-de facultar. — Se às nossas oliveiras não see-
carem rente á terra, fróndo&á ramagem devem lançar
que necessariamente deve ^èr desbastada , e eis-abi ,
passados dois annos , material para viveiros. — Seè-
cando pelo fundo do tronco (da raiz é faro seccareiú)
devem ser cortadas ao rez da terra; e coroo innu-
meras vergonteas heo-de brotar da raiz , eis-ahi um
viveiro natural , que pôde em poucos anno^ oíferecer
pequenas estacas para a plantação ; deve porém- ha-
'ver cuidado de lhes accumular a terra juncto do pé»
para que todas estas vergonteas temem raizes • e ne-
nhuma niorra. — Algumas d'ellas devenl ficar repre-
sentando a mie eíbrmando novas arvores.
Consta-me que em alguns sítios visinhos , v. g. na
VíHariçá, algumas oliveiras teem ftcadocomvida, cu-
jos donos hão-de caridosamente vender-nos , ou e^s-
tamber-nos , os ramesr que puderem tirar ás suas ar-
vores , sem grande detrimento das mesmas. ^
REVISTA UNIVEtlSAIi USBOPÍEJVSC.
467
A pròpagaçlci por estac»# iu^[o-« impraiteaTel pelo»
motivos apontados pelo auctor do artigo.
. Uma bem pensada- resolução sobre esta matéria s6
se poderá tomar no fim da prima vera. — Recommendo
porém que se aguarde para fevereiro ou março futa^
ro a operação de cortar os ramos mortos d'aqiiellas
oliveiras que nio seccaram pelo tronco; á este o pra-*
ao que se deve escolher para similhante fim , como
mais favorável e aconselhado pelos mestres da arte«
e porque é eotào que a Seiva começa a pdr*se em
movimento vindo assim mais facilmente cicatrisar as
feridas feitas pelos instrumentos cortantes. — Pelo me-
nos trabalhemos para acabar com a importação deixei*
te estrangeiro: a França (diz um esoriptor) ainda em
1831. 1832 e 1833. importou, termo medto df azeite
de oliveira para as fabricas, 23:264:000 fraMos: de
dicto comestível 7:000:000 ; — a nossa posição n^esta
parle é m^is vantajosa.
Mirandella 23 de março de 1844.
A. ããmrieio Ooèrai.
VOTO COAXIOli.
2932 K. Roussaur, pharmaoeutioo em Paris , in-
ventou Oro novo filtro de vantagens incontestáveis.
Consiste este em uma caixa rectangular dividida em
muitos repartimentos por diapbragmas côncavos da
parte superior^e que teem dentro um miito dè barro
calcinado e carvão vegetal. A agua efaega ao primei-
ro repartimento, que é longitndinaimtonte dividido em
dots> e abi deposita as matérias que trai eomsigo-:
fkassa para os outros repartimentos atravéz dos dia-
pbragmas , que devem ser três ; chegada, aq ultimo
repactimebto, a agua de lodosa, qne era, tem adqui-
rido uma limpidez e pureaa admiráveis.
Este filtro tem muitas vantagens » quer pela sua
conslrucção simples quer pelo seu fácil manuseamen-
to. Accresce que estragado ou sujo pôde ser substi-
tuído facilmente por um novo.
TXWTA TB&MIBUBU XW OAMASmMMVm. '
2933 M. Grott , physico. em S. Petersburgo ,
achou um meio de extrair do casco do carangueijo a
jnateria coiorante que lhe di ^ depois de cosido ,
íBquelia bonita còr encarnada.
£is o processo empregado por M. Groty. -^ Pega*
se no casco do carangueijo, çorta-se empedaciobos,
3eparando-se estes de iodas as partes anàmaes a elles
^clberentes.» deixando tantoqaattto for possij^el amemi^
l>rana que contém o pigmentom. Diepois de bem sec-
X0S ao ar , reduzem-se a pó , e este se mistura cpm
kati eauiticfÊm, Horas depois cose-^se tqdo até que o
•liquido adquira uma cor de larania carregada : feito
isto, filtra-se. Ao liquido filtrado juncte-se um pouco
4e ácido chlorhydrico • e cosa-se de novo até que no
liquido appareça a matéria coiorante em fórma de
Hocoa cuja cór é de um vermelho romã.
Esta cor é orgânica e facilmente solúvel no álcool.
\Fizeram«-se tentativas para tingir ala, e surtiram bom
cffeito.
2934 8v julgar., que a publicação das formulas
<d*estes vernjzea, deque eubajá muito faço uso tiran-
ido d!eUes o jMJhor xestt)|ada« seiá, d* alguma maoai'*
ra vtil aos no^aa» «rtistaa > ro^o-Jhe os queira p|ibli-
car nai sua MfvUta, NãQ são iaventados por mim, são
tiradas dos melhores aueiores de obj^mica francezes
que teem chegado ao me(| conbeciinenM>> e postos èm
pratica por este >.:
Sea creado muito obrigado
TbRNIE DB ESPIJIITO.
Sandaraca. S otiças.
Álcool de 36* , meia canada.
Terebinlhina fina 6 onças.
Agua raz .... onça e n^eia.
lieduz-se a sandaraca a p<i grosso» põo-se ekn uma
catimplora com o álcool , e se aquenta a banho
mark , mecbendo de quando em quando até quo a
resina se dissolva inteiramente ; retira-se do lume, e
ajuncta-se^lhe a terebinthina e logo depois a agua raz :
põe-se novamente em banho maria» e ferve-se 8
ou 10 minutos : deiza-se^epoQsar , e tira-se por in-
clinação, ou passa-se por um peneiro de seda espesso*
Este vernia , serve para dar em papeis , para os
quadros, e para as pinturas sobre madeira» etc. £ per-
feitamente branco , quando se tem o cuidado de es-
çetfaer ' boa terebinthina , e a resina Sandaraca bem
lavada. P6de-^e muito bem ti^ar-lhe toda a còr trar
ctandò-o pelo carvão anínial, se d'isso houver neQe^si»
dade. porem então é necessário deixal-o repousar
muitíssimo tempo antes de o empregar. -
YbIXIIX 9'£88ENÇU.
Este verniz é formado de sandaraca e de almece*
ga , dissolvidas em agua raz.
' Varnniz Gr aio.
£ste verpiz é composto de resina copal derretida ao
fogo, e dissolvida depois em óleo fervido pHinieira-
mente com fezes de oiro , e dilatados com esseOcia
d'alfazema ou outra qualquer. Estes últimos 9lo os
mais formosos e os mais sólidos de todos.
Vemiviz cor os ooro.
(Doiraétru.) ' ^
Gengibre amarella 6 oitavas.
Açafrão 15 grãos.
Álcool de 38'' ; . . . meia canada.
F^aça-^.ipfu^o por qm dia, filtre^se, edissolva-so
Gomma graxa » . duas onças.
Gomma Ellemi ^ duas onças.
Sangue de drago .-. . . uma onça.
Abnecega um,a onça.
Gomma guta seis oiuv^.
Pissçlva a iNmbo maria., fiUre ou decante.
OOMHKftV^AÇJLo 9% vaÇAJI AHATOXlbAS f
AMJW «0&»A« 00«0 UQUZOASf S JkQ^JL
WBA&SAKAÇÃO VAmA OAOATE&BS.
â935 Já falíamos (diz o IMnoríal) do emprego da
créósóta para a conservação das peças anatómicas. M*
Pigné , eonservador do moseo Ihufwi^ren , fez sobre
isto novas experiências , que lhe deram preciosos re-
sultados:—
a Um cadáver on uma parte qualquer d'el]e raergu-
Ihftndo^M em um litro de agua com dez pingos de créó-
sóta conserva-«e eom Iodas $s soas propriedades physi-
cas. Os muscules e todos osoniros teddos ficam exacta»
mente com a sua flexibilidade e cdres primitivas : não
se encorream nimca: e os instrumentos que os cortam
nio padecea.com este rnixto. Todaa as peçiM.de.aõa*
39 .
^ I
468
REVISTA UMYERSAL LISBO?iENS£.
toinia palbologicâ se conservam em toda a sua gran-
desa. Os objectos, já em pulrefacção adiantada , la-
vados com esta agua, perdem instantaneamente o chei-
ro cadaverose ; o qual não rcapparece se o banho t>-
ver durado vinte e quatro horas.
Peças de anatomia pathologica, conservadas ha vinte
annos no álcool, perderam a córmorbosa, a forma, o
volume e a elasticidade : e mergulhadas , por três
ou quatro dias n'^ste mixto, recuperara o aspecto, o
volume e a flexibilidade que tinham antes da auto-
psia.
As peças, longo tempo conservadas pop dessecaçio,
recnperam rapidamente todas suas propriedades ana-
tómicas.
Desde qne mostrei^ estes resultados de nàinhas ei-
periencias á academia, tenho-me occupado até hoje
com outras experiências, que ji ha mais tempo come-
çara, sobre a conservação dos liquidos morbosos; e
cheguei a superar os obsta^alos que se a ella oppu^
nham.
Segundo é a natin*eza do liquido, que se pertende
conservar, 4 , 5, 6 , 8 ou 10 pingos de créóaóta sa«
bastantes.
Por este mek) , póde-se* guardar osangne viciado,
qne em diíTerentes moléstias se extrae com sangria ; e
por este modo se podem desde já fazer colibcçoes de
faes ;exemplares, que algum dia virãa a »er muito ateis
para os diagnósticos das moléstias. O mesmo, que
succede ao sangue , succede tambeih ás diversas es-
pécies de -pus, ás eurinos, acM líquidos extravasados
nas cavidades, etc, etc.
Advertindo que a pouca porção de créósóta, mistu-
rada eom eites liquidos» não lhes perturba nada a »ua
puresa relativa.
€om isto me animei a faser outras tentatiiras cujo»
resultados podem ser de grandes vantagens. A créósó-
ta em vapor penetra os corpos organisados e impede
que apodreçam. Por modo qne um cadáver , exposto
a esta evaporação por meios simples, que eu farei co-
nhecer dentro em- pouco, «atura-se de créósólar, e^a
conservação illimilada isto é o embalsamamento se fará
de -boje avante por um methodo excellente quanto a
mim, e sem ser preciso faxer nenhumas incisdes> nem
mutilações no corpo. »
aSVOBWA vos TKSATBOft.
S937 £sTlo-8B v«ndo os theatros' desertos \ prin-
cipalmente nos dias de semana, -^ será isto por<|ae se
preflram* outros divertimentos , ou por alguma outra
cansa t
' Julgamos qne o verem-se os théatros pouco fre-
quentados provém da careça dos espetacolos. Os
theatro5 de Lisboa não devem exigir os mesmos pre-
ços , par que em Paris se vai á grande ópera e tbea-
tro italiano. Comparados uns com outros théatros,
sendo os de Paris em tudo muito melhores do ^que os
de Lisboa, deveriam estes dar dtvertimejitos mais ba-
ratos do que aquelles. A esta raião accrescem ontras
DÍo menos ponderosas , como a de não dever ser tão
caro o pessoal das companhias como as que represen-
tam nos theatres da Paris, e de ter essa capital rí-
qnesas infinitamente markires , do que a nossa defeca-
da e empobrecida Lisb<M. Finalmente fazei a conta
ao capital que um homem , muitos homens » uma fa-
aiUt 4HI muitas famitias podam gastar indo todo .o an-
uo ou metade do anuo vér os espetacolos. Achareis
que muito pouca genie d'aqui pôde ir todo ou meta»
de do anno aes theatro». Por um calculo decifras po-
deríamos com evidencia demoostral-o, mas parece-nos
quo estando es factos a faier a demonstração, e nio
so devisando outras causas , é forçoso confessar . que
os Iheatros são pouco frequentados, porque são exces^
sivamente caros, èm relação ás circmnstancias do nos-
so pai9. i E que se ha-de fazer n'este caso?
Dhninuir os preços dos camarotes e das entradas
nas platéasv Não nos digam que se os^ théatros são
custosos de sustentar pelos preços, actnaes, o se estes
baixarem, serão menores os rendimentos, opor isso
augmentari a» difficuldade de os manter. ls4o é uni
erro , contra o cfual as razões sao obvia* , mas apon-
tamos um> meio de chegar ao desengano : este meio-é
experimentar: experimenta e^ , e vereis nas receitas
de dois mezes por um e outro- systemab,. qual voa
apresenta maior utilidade.
Estabeíecei também os meios preços para quem for
depois das dez horas. Este tystéma já se adoptou eoi
S. Carlos em Qnsdei834, e por nefeso conselho, que
se fundara^ em fue muita gente já viu- uma peça
^uas e tMS i^ezes, e só quer vér um» da«çar convém
aos rapazes e outras pessoas, que rauita»veio6 estão oc-
eupadas até ásno-ve edez horas, e querem ir^ no meio
da noite eonvorsor com os amigos ; convém^ aos que
nlo^ podem porsaasocciípações ou impaciência aturar
os longos e enfadonhos iiHervallos , que- levam metade
da noite; e fiiialii|enleiconvém>anMiita gente que não
tem dinheiro, a qual se não pede vér muitas óperas
ÍQlõicas, verá muitas; de meio preço.
p. jir.
COMMEMORAÇÕES.
dO nç MAIO 17481
993S 6reio qne nenhum dosfe^tores estará já lem-
brado da promessa, que lhes fiz ha duas semanas, para
estifi dia 20 de maio. Pois- eu me encarrego dielh^o re-
cordar. O caso^é que prometti dizer mais duas pala-
vras- sobre as pacas da tiros aocelerados do coronel
Weinholtz. Mas apuradas bem as- contas , o facto «
que eu então me referia , pertence ao áidt^íX^átr mar-
ço, c não de maio. ;£ agora, como sairei d^ tio gra-
ve embaraço? Errar uma data em tacs alturas é sem
duvida botar tudo a perder. Não importa ; perca-se
tudo , har$ Vhmmnir, PalSe-se muito embora ao inbe-
xoravel rigor da veracíssima chronología , mas cum-
pra eu a minha palavra. E assim peço aos leitores se
hajam caridosamente, referindo a âO de março o que
vou a dii^er com a rubrica de 30 de maio.
Era com effeito o dia 20 de março de 174^, quan-
do na praia de Pedroiços se ostentou um brilhante
exercício militar das tropas destinadas para a índia.
Simulou-se o ataque de uma praç«i , o serviram 19
das peças de 20 tiros ^or minuto , commandadas pelo
sei] inventor o coronel WainhoHt , qne tinha por aju-
dante a seu filho. ¥estiam ambos farda branca , com
canhão amaceUo^ o botão doirado: montaram bclloo
REVISTA UNlV^RSAIf liiSPONENSE.
469
fiiicUt igacwdiM a loé» o òutlo. AMÍfU«t o ^iomipe
tiABA^da em um fornioto c«v»Uo pret», «««Itdo d« oor
cagado íwdádo 4o #«ro com galão • bota abotoada ,
-oslrib» de ferra , cbapto agaloado de oiro , l#|raí pre-
lo ^ bengalla , e pioiollas. IcoMfMoboa a & A. o ior
fante D.Pedro, acu irnio» vcoiida de axial pottbínbo,
agoloado, eom Come fésiea «oroielba, moDlada em um
cavaMo branco* Na barreira da firaya eiiava aprkic«-
xa veilida do verde bordwlo de oiro com caaaoo » e
« eabeiio atado , em un coche. **- Aléat das didaa
^ prçai , que já eram conboeidaa , appareoem aqaí o«-
«ra de mais nova invenção do moomo coroael , ^ue
«òoipedia com egaal celeridade uma granada , de q«e
ealram M bailas miudaa.
Agora resta saber q»em era WaioiwlU.r-Fredeneo
Jacob ée WeinboHK era aêcmâo ', «aocâdo no diuodo
•de AÀÈÊ^ , de gente nobre. Serfía s>«iloa annos a
el-rcí de Dinanaix^a, c ao imperador Carlos VI » (eae
^iHse «cbadé em tS campanhas, 4 baUlhas caaapaes,
«ma naral , 4 desembarq^ies , 7 sítios ., ã bloquoíoa.,
e drrorsos ehoquee , sempre^ com grande credito e
^tKMD procedimento. £lHre4 D. João V. informado das
•suas qnalídades- o mandoa convidar para vir server
«'este reino no anno de 1736 , a tempo qne se acha-
va Bcnríodé no.lheno oam o conde de SecàendoríT,
•general "do ínq^ríe. Aceeitoii WeinboHi» e não laltou
^ao tine se eaperara de sna pessoa. Afcslou «m Portn-
;gal mai 4mpoata|M«s sarciços, e o «eu nome aerá men-
-«ionadâ^oom vespeíto por quem honver de escrcnor e
liistoria militar doesto reino. Em t748 o proveu ei-
rei' ti<r posto de coronel de infantarta com etorck^o de
cing-eofaairo , e na ertilbnrla da eérle e marinha ^ co»-
-codando ao mesmo tempo paftcntes de ajudantes com
^ dicio énereioíe a seos dais Alhos , Freéerioo Jacob
«de Wginbolti e i€hilsli«no Frederico de WesnboRi.
/, a. âaCmnha iUvat^
Começarmos boje a pobM^ajãl^ de entro romance ,
^•mbam de anctor fnvetiisaimo eqoe «sé tem para con-
-sagrar à Hltératara os romanesc^onles do seu tempo ,
«•mpr^ado , com graikki apMveitamento « nos estudos
académicos. Não é o primeiro ingenho distineto, cu-
rftfè florentes priwioifltt a ãeiMà VtHver$àt presenta á
^aCráa. Todos os devotos «da gloria d'eila da«ão ilb
-slioeeramenle , Oomo nós, os emboras a esto* novo
campeão , qne tio gentH « desirc «e apMsenta logo
mo primeiro reeoiUro.
4»« «nA8TXÍ0*0-gDCSSJJJ»0«
«Biiná auemiM..
C«so f ^e trísle lado , -em oníI o >ljriiMda!
One Itiirtdphot, qiie f lona«, qite eipt^rsaçiit,
<|»ie Me'los de vktoria , que rirltidci
Mk» Vle, uToai dia, parpoer com «llu I
. . . wcfvaVI. íT" CcaiMV.
. a^ mopQnciA.
2939 O smi das cbacamelias echòa na psorundi-'
dode do falie;-^ pagens e escudeiros ordenam ein
longa .Gloira es briosos ginetes, a quem x) oicto d^ 4oii»
Jiorus faa rcoiotder Q3 jMdid^s.Creion, s ««carvar a ter-
ra como em procura de alguma distracção.; — .UU aço-
damento-itndie^^ 4 aproximação dos cavallciro^ ; e as-
sim é que , pala íngreme c pedregosa encosta , dcs-
Qtné^. vem uma luzida companhia--* a pé, qae não
dá azo o terreno para cavalgada, — e o sol d^ primar
vera » tio bçllo em nossos climas mertdiopaos , refle*
ctia seus raioa Innunosos nos garoimcntos de oiro o
pedraria que adornavam os senbores , coi quem era
nssim impossível cravar os olhos de espaço.
— Lá pararam fora do trilbo, Sr. Braz Fagundes^
creio ifão dttscançar.
—-Sim, e não descerão lao asinha ; el^reí, nosso go;-
fihor e amo, folga assas de correr por esses rochedos
«scalvados» em que a cada passo se encontra um pro-
cipicio; T— muito se ageilam estas fragas com seu qar'
iural áspero e merencório.
Assim travaram conversação — nm pagem imberbe,
cdjo rosto, não tostado peio ardor do sol , adornavam
longas madeixas de loiro e fino cabello ; vestido dos
mais primorosos estofos, e cingindo. apenas por enfei-
te uma pcqnoo« espada de ei^quisilo lavor — e um
vclbo esoudeiro , cardas melenas prateadas » rosto en-
covado e trigueiro , longos bigodes , veste om desali-
nho , e laigo montante , o davam a conb^er por ujp
d'esses restos truncados da milicia de Africa.
*— Fpraa.de certo para a gruta d'esse trovador in-
feliz* de cujos amores elevados tantas historias se
conUm,*-rprosegutu o pagem » qne fura- o primeiro 4
íaJJar.
^ — De amores saèed/es vds contoa t A jrres Tinoco ,
não assim de pelejas por es$as ínantariaa alrfci^;^ ^
praças do oriente , que m*is inclinado, ^e^cs f f^ifi-
dar os oabelloa qne a puUr uma /armadv^a , Â9ÍQ é
«ssa ^ossa espada embonecada par^.enooaU^ nm ^-
miiUrra monmsca» qwo para logo vmn* feijla Pf^fU^of •
^ — Asporo sedes de génio, senhor {Cseud^ifo ; ^p»ís
não achaes mais aprasivei e de folgar nm brilbaipU!
sarau da cdrie , canas , tonros , momos o viÍai|cetGs ,
^m que folgam donas e dewcil^, CJivalleérps o.peões,
aneaesíroid « jograes ,— «do q«e «asa.vo&aa «ip^Qa de
pelonros , esse jogo de landas ^ monl antes, ««se can-
to de moribundos, que é o pas^alompo de n^m bn-
tattií^? , .
— ;0' Portugal 1 Portttgan ;; Onde «sOia essqs
manc«^s esperançosos doitempo doSr. D. Jtoiuel.,
-«qoe passavam do terço ao campo é*ê pvclejits , p^-
ra quem nm recontro mal-ferido era wt brinco 4e
infância ? ! . . . 2 Oh 1 como bão^do lelios apparocer» ae^
sen «lho (Dons o deriha am saneta gloria) entrega^Q^
-ft d«Kridoa<|natro praças de Africa bemganb^s á cu^-
4a de tanto sangue chrislão , fechou outras tantas cf-
cbóUi dt cavnllaria ,á mocidade portuguqsmi;. M dilli
^no jairam os çonquiftadortss do oriental . . rniss qne
oe vasdi a yósd^isso, filho do valente. Vasco Peres; ^
.^|oe morreu « meu Mo no baloavte S. Tbiagp n'es|e ,
mcmDr^^l.^egnndo eèreo 4e Diu.; qwi voa ippor^a
isso, isi» ,aa qaaia bettas ddnas da corte admiram a
eleganeia d# vosso tirajo , voísb ademon fcobqrii, p
ftoa peUe â^^ mãos , e o rosado das U^$>1 ^ . ,
EiO velbo.córavo de raivn is de vecg4ifUm« pocqne
ofutuiio do soa patda tão querida se ibcanWlMfa
ii^aquelle mancebo de nova goraçãp» eomonm embto^
ma dç fli^obrio , como nm^jnaMic çlo de De«« I ...
£ o dotpuiel c<Nrava • $em sab^ porquê 1^ e ab%i»afa
os olhos confuso^ *
£ im tqUiJd^ ^ilooçío roíiKw cp^ n» val(e.; m out
39 n *
470
REVISTA UNIVRRSiAL USBONENSB.
Taikiros já se haviam occuUado por eatre as- quebra-
das da serra , e o relho escudeiro disse :
— Ayres Tinoco, dae ordem a que prendam de do-
to os ginetes • que algo teremos de esperar.
E dicto isto . apartou-se do mancebo 3 sen ar era
taeftumo , e itma iagrima , tahex pela primeira vei •
assomava em seus olhos ; — e o pagem ria com es
mais donzeis, e nem ama pakvra lhe lembrava já do
sermão do velho Fagundes.
Emqoanto um pensa na depravaçio dos eostames
qne vae a passos agigantados invadindo a sua pttria ,
e os ontros decidem qual é a mais donosa beldade da
villa de €intra, acompanbe-me o leitor por esla deve-
xa da aleantiiada serra, e vamos indagar o que faaem
os personagens , por cujo respeito hoave no valle o
movimento de que falíamos.
Diflicil é o passo por entre estas penedias; porém
subamos ainda , qne assim é mister para alcan^r os
lusidos senhores a quem pertendemos segair. Elles
lá vao , e eerto se dirigem para aquelle bomorm que ,
absorto em suas meditações, ainda não deu pela com-
panhia que o busca ;-^el'a elle um velho, qi»e no ros-
to requeimado pela angustia, mais aibda que pelu sol
ardente dos climas abraaadores que percorrera , mos^
-Irava qnanto o desgosto e o soíA-imento contribiiiram
'» faaer-lho alvejar as cans antes de tempo p e a pre-
'parar«l6é a sepultura no verdor dos anãos ; seu ar al-
tivo , membros bem fornidos , e uma larga cicatriz
onde devera avaltar um dos olhos, o Indiciavam co-
tno um d 'esses (guerreiros mallraclados da fòfiuM ,
para quero a morte não tem aspecto hediondo. ^^ Sen-
tado sobre mno bronca pedra á entrada da romântica
l^tuta que escutou as saudosas emieixaa do nellilloo
Bernardim Ribeko , arrimando » cabeç* a uom da«
mios, e com a outra seguraado um papel •-^sikn-
cioso e meditabundo , longe do tracto dos homens, só
com Deus e soas phantasias — dava deseanço á vista
que, por largas horas, apascentara no quadro knmeo-
' so da natureaa , que com tantos attraclivos se apre-
senta aos olhos n'c8ta escabrosa paragem da deoanta-
da serHi da Lua.
Admirara no pincaro da mais alta serranfa . sus-
penso como por milagre , o templo que a piedade e
perseverança de Ifanuel-e-Ventoroso elevou entre as
nuvens ; e aquella habilatio se lho antolhara » nao
morada de seres mundanos, mas asylo éai mesma di-
vindade: encarou depois as ruinas d'esse eastello
mourisco , que liio alto fabricaram mios de homem ,
e esses penedos descomuuaes díésiminados peia en-
costa , -^ e sua imaginação poética , daAde vida a tu-
do que o cercava , lhe mostrou reattsada a antiga Oe-
çSo grega , e ello julgou ver n'aqHellas ameiat der-.
roçadas a^torf^e erguida pelos ilhos da terra para es^
eatar o céu/ e nais pedras de emtórno is ossadas dos
gigantes prostrados- pelo raio omnipotente. |Todo alli
respirava magestade egrandeaa! — Com o coraçioop-
preaso de contemplar estas maravilhas em que a Dens
aprouve estampar ura medonho aspecto , elle volvera
o rosto , e novos quadro» de mui diverso coloriílo o
deixaram respirar de uovo: — era aquella delieiose
veiga de Collares , aquelle extenso vergel , por entre
o qual se deslíaava de manso a suave lympha . que ,
mesmo p6bre como é . vao pagar soas páreas ao so-
berbo Oceano ; — tudo mudou n'csle volver de olhos :
as aeitdas tortuosas e malgradadas lornaraóir^eetu '«ím-
pias planicias , os rochedos- eteaivadot em agrudaval
vegetação, --^ e esta contraposição, tio grande, tiousiiblí-
me, — esta reunião em curto espaço do suave clima
dos trópicos , e do inlractavot solo polar-** cond uai-
rsim aqueHa alma religiosa a dòees reflexões» e a mão
de Deus se lhe pateoteeu nas auas obras.
Mais longe . elle observou as vagas, a eurolareua-ee
umas sobre outras , e a invadiram com surdo fragor
as arèas da praia , e depois , como uma boate que
sofllreu larga resistência ante os mucos de caatalie
bem^petrechado , recuarem murmurando para. e seu
primitivo pMto;**«e mais distante ainda aquelle bo-
pífonte infinito . e tantos baixeis sulcando os mares
que elle já atravessara em dias mais felíxes » e . . .
uma saudade, uma lembrança de amor -^porque o
velho também amara a fora amado. — o. vieram fuodir
em lagriflMs. e elle aíTastou ainda e rosiad/esU sae«
na melancólica*
E férteis courdas. a perder da usta mm eáteusie
assas plana do terrena . lhe attrafram a attfençío,' e o
viver do lavrador se- lhe antolha» mais felk sob o
colmo da núsera ohoupana,. q^ue a grandesa do poten-
tado debaixo de marmóreas aiMbadas..-* Via osgethi-
cos campanários do templo tiagcstoso« e velaendoaii^
da a face encontrou de novela serra , e li por entre
espinhos a obra do filho. do mais henaade dos pies —
o mosteiro de rocha e- de- cortiça*** «.Deus esouta al-
li melhor ãt orações dos fieis , do que |uQcta á ara
sumptuosa ar-— disse comsíga mesmo o ancião» eabai-
xou a cabeça para pensar na tet^ruidada.
Foi então qua os-cacalieiros-se ácbefaram a elle:
e som paodnside pelas espadas^ eacicaies aa loçar os
penedos» o fizeram despertar d 'esta letbaago; e c»-
nbeoeudo o joveo que para elle se adinatava á frente
da comitiva , ergueu-se , dobrou um joelho » e lieijoii
a mão que o mancebo lhe apresentava.
— Â^ão esperava encontrar-vos aqui » Luix de Ga-
mões?
-*«Vím cumpria aS' vossas ordens, seulmrr.apresen-
tar>me na córUe ». como em vesao alvaaá dataemÍMos
que ofisça, pasa vingar a- moradia de-qulmce^iii
réis » com que i»ouvestes: pa»< bom» remunerar meus
serviços.
—Mesquinha recompensa» no veadade» pa^a noa
homem coma %ós«. que immortalisou uossos navegado-
res e guerreiros ; farei que seja aegipeuiada. Lc»-
brai-m'o vós » D. Chriatovam de Távora » qpe osí |Hie-
paralivos da jornada de Africa de todo me bio faiV»
olvidar. — Emquanto dchcanço um pouco á sombra
d'cste penhasco, faiei calar esses menestréis com seus
atabales ^ charamcMas , e oiçamos trlguma cançâb de
melhor trovador dâs Hispanbas. — Depois edderéçan-i
do-se a^um homem já de dias, queo seguia de perlo:
— Achegac-vos , Djogo Bcrna.rde$, suave cantor de
Lima » continuou o mancebo » vinde estreitar ao pei-
to o vosaa amigo.
Os dois tethos aaabraç^am cem transporte,—
quiçá pela ultima vez! . . . breve se separaram pare
sempre.
E D. Sebastião , Tei de Portugal , que esse era o
jiiven rérém-ehogade , eomo nosso» leitores Itrão adi-
vinhado facilmente , -^exuJtuu ao ver a a|4»gria dós
-df>is portas, e oecupando a centro da penedia-, d'on-
do se erguera GaHK»es , es ooeridou 4 temoiem Jogar
a sctt iaUo.
REVISTA UMVERSAL LISBONEOVSE.
471
D«^«dM«Bi eHi» otededtn^lh»; wêês » f or impem^
sk é» «MiMollft •• dcUraiHiou. •
— 4- A8MDta«-fOii ^Be nais do qiM ot gaerfftiros vós
•dilitaet ê gleféa datMfi*.
. fiMe diw«, ft o» pâetas obcdectvaitt^ =«-«11» idiit<'
Burio abaCid» «#- d«»iaTolye« eniào entre o» oorle-
iãot,-p«r Terem ^èiéridos a eeoa pergaminhos futbí*
cos , tbeolo^íces^e íuridteea -^ as trovas de Camões e
Bernardes. — Elles se affiístaran tim«pooc« , e^-* ; ai*
mas de Mo ! *^ antepoaerakD as» MS«isas- bttfenems
de vm igoobii bistríão da edrte aes caraus de maior
poeta peri«gnet.
Entrelaaio encetava a-» eenveisaftto- alegreaeate o
ret generoso e cavalletro :
— Bís^c|hU Liiift^^e QamõeSi quem ba-dp*cantap
nossos feilaa, se Deuo nasKajiidarrda S4ia mão; é Ber^
nardes iftte passa comneaeo^ áfrtea , para presenciar
esta enleada em terras de ÍBftsí»v qao t à guiea de
. nassoa^avós D. i^àa^t^ IXt Affenso^Vf empreendemos
para^gloria de JBenas . paopagação daifé*; e augneote
de.^nosaas fronteriaSf^nea^AJgairv^ de além-mar.
—'DilficiJ tareia ^ senbpr, p^ra tão apoacado ínge**
nha^coB») onoeo, respondeoHO rauxiaol do Liasa cem
acptetla sin^elesa, qot; sobra todas aa virtad.eS) ò
adornava , *-* etensisar os Acbileo*é tarefa propri» de
Homerqst^ Nio. a» mias, aans ai Gamões-deVéra- V, Mn
oonmetter tfio- grove asaimiplo. «-^DepQísr'dirigiado*se
paca .0 velbo. Irovador-^guerreíro , proseguiu i'-^ Vem ,
amigo, afiompaoba«flia aos .areees da Lybia, «vem ein^
gn á fronl« .iuaia)d0»»Bamoft de loiro omHrta-^n^mna
moo U' eêpadtt, 4- n^outta i^^pfitma^^
Q mbor do^enitliosiasatf» asseada ásfacasKdeC»^
mões, onvándo- asias palavras- que tio íunda echoa-
vam em^stta^alma^^porqtte a •iploràa ainda para elle
Bõo 'perdera o encanto entse otf* desengane» t da mise»
ria»— ^poróan este fnlgor foi logo eclipsadsFpor nm
geato lugnbro e siiiistro-«^«omo aeontete áo aatvode
dia radioso e brièbante^^ sé^ nuvem espessa, e negra
aoevt» . de passar 'pov 4inle . elle .— e com aceonto • pro»
pbetioo^ssdtoa icstas palavras » —
— Nioi irei ; iao fMíra chorar sobre ao cinMs^da pa-
tain, .se^ emveft de* loiros véa^^aobardes- eypaeates
aUissa .ptaga<'afBÍoana. .
— Fé em. Deus que nao4erei» osso* tia balho !.
•-i-Tdlvea pon|uo oio^falte o alenta para sebrovi^er
á pátrio.
— Novesi agpunssi'— Embora^: sei aftontaI4aoi —
Isto^diMe o^joven ponarcha coo» eatraniia inflesio de
voa ; aaas tonando ao -oen accento ordíMrio : -*^ •
•— fLuÍK do-Camdos ,; 'disaev a»edade vos toriioi»#vH
sionarioi. . . porém voasos,. lede algum» coiso d^osse
Jtvr»qiie na imio tendos-f quo^pesa ai me nâo-asaeiH
tei aqm.
— ^8io irplbao"pQeaiasr^ sonhort ^onio iiet já' ca-
ilor^ara rhjpioor^ o frio preoursea» da meale alcaoçoo^
mo tmnlseDl» o ingenfaen ^
. •— *Niò in^pprta, seja *Orqa».fâm aotpgoouvmodep-
]10< .todo ouvirei «omr:proser; Jédo^*
£ Oi rei .crusouioo òra^s% e inoKnoo<* wni ponto a
cabeça ;-<- Bernardes 7 mostrava no rosto a^ancfedode
^i)m que se dispunha» a onvin aquo^tão ben»«oabia ava^
•liar, — e Cainueas dopais . do> os^bari* umr-moniento
icom gesto de ddr 'pcofondon^, abcR»/a<» acaso o manos-
•«ripto,.«e leu estaa oitavas de uma Edn^a-, outdiaáor
^0 .ooiro oa j»a|torea Frundoiio e Dmbranow
Umbrano irmão, decreto é da mUura
Inviolável, fixo; e sempiterno;
. Que a todo o bem suççeda d^syealora,
£ não haja praser que seja eterno :
Aò'^e1att>r'dia segue a noite escurar ^. '
Ao verão suave . o duro inverno,
£ se ha ooisa que saiba ter fii^mesa
£ semente» estagiei -da nalure&a»
TodB a-alegwa grande r o sumptuosa
A«port9* abrindo vem ao triste estado :;•
Se um' hora> vejo. alegro e deleitosa
Temendo estou (^ mal aparelhado :
Não vés. que- mera a serpe venenosa
£ntr^ as Qores do fresco e verde prado ^
Ah ! não te engane algum oontentamiento.
Q«ie mais instável é^que o pensamento..
£ prasae Doiw que o> traste e duro fado »
be tamanhos desastres se contente ;
Q«e sempre um grande mal inopinado-
Ê mais do que o espera a incauta gente ^. ; .,
Que v^^st^fCarvalho, qoequeimado^-
Tão gravemcnte.foi do raioardonte, ..
Não sej4 orarprodigio,.qve declare^
Que barbasoncultoc meua oamp^is áre t
Earqnanlo dor^eguro.azambnjaíro^ ,;
Nos pastores de Luso houver caja^ost^^ . . , .
..E fo .valor^antigo,, que prjn»eiro . . . ^ ^ „
Osfei no mundo tão assinalados :
Nio temas^tn , Froodelio compaubeirOt;
Ou<*em nenhum tempo^sejam spbjugados p
Nèoi.que a «^servis indómita obed^ça^
A .outro* jugo algum que se -offr^p^
£ posto que a soberba se levante >'
De^inimtgos — a tortOr.0 a direito — ;. .
Não crèas>tn que a força repugnante
Dolero, e nunca. já. vencido pettç , .
Que; desde quem- possuo o monte Athlantet .
AHl'0Qâe bebe o^Hydaspe, temsugeito,
O pooaa Qonoa sar de fórç^ alheia ; ,
Sm qpaoto^o sol -a terra-o*o céu rodeia.-
. FrondeliOi.-
"9mbniinof. a 4oaaerarl» segurança ; -
Que em força ou em rasão não.se.assegora^»
È falia*- e vã % qnc a.gran4o confiança
Nicr.ésfnpro. ajudada da ventura:
Que lá juncto das aras da esperança »
Némesis moderada^ justa , e*dnra ,
Um freto lhe está,p^a'.e* lerterribil»
Que os limites não passe do possibil.
£^30 attenCafcs bem' os grandes dâmliòsT'
Que se nos vão mostrando cada dia ,
Povdsfnno iatebom^oieasee enganos--
Que lo está figurando a ousadia ;
Tu n|o'vés como os:labos iingiiáiios^^
Apartados .do toda« a cobardia «
lltoam os ea<*t? do^g^dft^tiardoâerot»^
£,iião<ateiqnieros.,*cãasrma»os paitoref? ,,
ri
47^
REVISTA umVERSAL LISB07<iEm&
Pois O grande curral segsro e forte
Do a Ho mont« Àths nio ouWsU
Que com sanguinolenta e fetá morta
Despovoado foi
— Basta ! — eielamon inna tos qae parecia tatrdo
fondo da caverna , 4io borrisono era o sev acccnto !
— basta ! — repetiram os echos á porfia, e o vento ar-
rojou este brado até onde os çortésieis , os menestréis
e o bufão folgavam sob a influencia da sua nuJlidade.
— l \ Será utea prophecla o <|Qe aca^bas de lér ! ? EsCa-
ris ta inspirado ! ? — ^^prosegníu D. Sebastião» horrori-
. sado do que ouvira , porque as lícçõesdo manhoso
jesuíta Luiz Gonçalves da Gamara haviam assentado
em seu coração . a par do destemor nativo, a pnsíla-
minidade da supersUçio. — Camões jaita mudo no
mesmo legar , e com o lí^Hro entre*aberto » — 8èrn»r-'
des como se Eonvera visto un espectro , — e os cor-
tesãos que chegavam atraídos pelo som áspero dá voz
d'el-reí . pareciam estatuas mortuárias sobre ttmúlos
de cavalheiros.
Houve um breve silencio; — D. Chri«UT«m ée Tá-
vora o rompeu :
— Senhor, disse elle, o sol já ▼•« batio, e oc(ni-
selho de estado deve estar Reunido.
— Sim, p. Christovam. vamos pela ultima vezes-
cntar seus votos disparatados , e , mau grado d-ulfet,
seguir com meu projecto avante.
— Assim lhes mostra^^rcis* que sois soberano , e não
escravo de seus éaprichos— replicou irmá #d<d« cas-
telhano ao ou^do úé el-rei.
— Ê ò seu amor pára comigo ^«e os olnrigaa lal-
]ar assim.
— Ou talvez inveja dá gloria que ides aleatiçar co-
mandando^ o exercito, tornou a mesma voz, |roífiq«e
só elles se julglim bons capitães « porque goirernaraai
alguma fortalesa na Índia.
— Não conheceis os portoguezes , ca|Mtio Aldâda ,
por isso fallaes assim.
Um gesto ddBaprovador que «companhou eslat pA-
lavraSr fez inmudecer o capitão castelhano.
— Partamos , dis6è o rei , que em palácio nos es-
peram ; -^é os instrumentos muaicos reeoamm; a co-
mitiva poz-se em' movimento; e D. Sebastião eséen-
dendo a dextra ao cantor das ^glorias do Oriettte —
que lh'a intindou de lagrimas ao aproximar doí kbios
— disse: — Adeus, Luiz de Camões , torna r-nos-he-
mos a vér — ao menos quando voltar de Africa,
— Ou no valle de Jôsaphat, Senhor í, — E õ oor-
tejo desêeu-a moiíCanha.
Pranciêco JMbfi« Bordalh.
NOTlCIiS.
HOBBnOIA 7AIÍTA 99.VO&XOXA niBXCUU
fCària.)
2940 AiNDA' ifst seja defeao 'vendei venenos * ha
um (o arsénico) que íicfíl»ente preporeíonaoi algtins
pharmaceuticosí' • pessoas ^aéttconheciratato, nopre-
aupposto de ser para matar ratos ; « é este o voieno
quasi só conbM^éo do povo , principolmefite das al-
deãs; por ifso4^e)le seaervem moitos para Oos sinis-
tras, quando «dial». oatenla 4 «e a «la feÉkNen ha-
ver, seriam frequentes voaatoMMafrfráddaa ^asgra»
ças. UilifluaMRte auccaderan os lactoi iágoiaM i —
No concelho da Maia , aldáa de ¥iãmt*iáhiPnA€Ít9 »
um lavrador ainatadó viWa, ha atiiof ^iconiaoà natUier,
um ilho e uma Alha» O Ilibo «a^rto a jian|ncaz. a
filha tartamudiT e simples* Forfialalfilade aervia a.cáta
uma criada , que loaMMi aaonaa <om o ^neo , e qeia
envenenar a ama coaa avaenico; mos e peq^ee .<ai
dizer á mie que-^«nio coavesaa qae a Icried» laeçá^
ra uns p4s na aanida d*eila« i»*^ft^<stii vetpets nM
teve effeito o envenenamento. A lavradora pnéat mar*
Ttm haverá dois aipias^ dizem 4 «fi» poit mallractadii
em uma doença ; e arriada iieou aefldo «aahera ; maa
o rapaz qÍM iacrsieeada díaía fallaMie d^elia-:— « «m
eu sendo homem, a Jaaqsiaa «'aa^Mgará €ta&»--^
Além d'i«so o lavrádar díaaeaima eec«síão:<^fli aa
nâo fosse ipw causa de me« (ilbo a qvem não qoero pre*
judicar, casava com a Joaquina. •*-9«p(HVB*se ^mê
isto levoa aquella desgraçada sa um novo eriau). ;
No dia â da maio morreu o ttha tio laeradar , q««
orçada pjlos «eus qealorae amea,. e a Infame cilada
dizia ás viainbas^ aoBttaBdo-llie «odoas réxaa que •
infeliz moço epreseolaea á vista, dapoâ de mortet
«^«Vède; as deaaver^ankádaa dae farala» eeimparafli
por aqui!», — ▲ ¥oz pulilice .foném niocuipára aã
bbnxas; mas sém a «lia ; e « regedor da ^^oecia^
sabendo a que se dizia , o pailiaipeu ao administrai
der. Foi, porordemd'aat«» embei^do e entirpo dôre»>
paz,' e ocorpoa^ertepor crruqgioea» qaieatteatarám k»-
ver sido envenenado com arsénico:; fet-ae aute e foram
presos opae« acríada. Aule-e «peisio fiz«ram*ae a4. »
étfio aseamo tempo passava uoPevto ootra tragedia
em que tanfbem o arsénico figuraiFe. Uni carpinteiro^
eaoellenfce homem, eibuito hem effielal do seu effieíe^
tiafha uma loja n'esta .cidade , e a sua oaza e família
em uma aidèa , distaaite deaa .léguas , ande adpaiss»»'
Va os domingoSi Vivia ella acabrunhada iM^ià tempo
por. differeutea catiaas^ nio^r se dar á preguiça ou
a vicies : e deiícou-se abater déansiado. Bilre oiltraf
dividaa iuraía uma, peiaqual o queriam obrigar nespri»-
cipios de mex corrente ; «lie 4kaia aoa aeus am^s
— «ou vou em treve pela barra fera , ou me àã»4e
eotériW um d^eates dias. »
No dia i de auinhã oede, fòi um ftbq d'ella, Um-
bem carpinteiro , ao quarto do ipae ; este lhe díaae x
^— «rahire aloja^fue «io horas-devireaa es «fficiaes;
e quando á ttoite fores ^ra Meteiva (a aldéa d'eiiea)
toma conta de tua niie e irmis; nÍo as desamperee
idepois, ainda que és caaade; eliaa uie^^eemmai^
fliingttem que seja por alias. •-*-«;£•«. aa. para onde
vae?a-**-per9untoiu e filha. -r-e^Hi^ é aaWiadQ níe
irá tambeai a casa?» — «Hão: vou para o Brasil.» .
Depois ; para ifue o flUm o^ delxaise » macMbn-o a
anânecado; este^aruaaide voltou, achou efaeeateiyieia
estado. Ti^iha bebido tanta quantidade de nrseniee;
que flio era poasivei Miv4rl-<e , ainda .qnn «Me estava
peompto para tomar qqaale lhe davam , qne já aa
achava arrepeftdidO'; e dizia :-^c daria tudo^quanle te-
nho, e quanto podeme vir a *er^ por muitaa riquexaa
qve foásem, a quem me tirasae ofosaigat que tomei.»
Morreu em poucas horas , deixando a família e».
tregncr a uma descapdraçãn lidil. de. conceber, mas
diffidl4e descrever , e ameaçada dè miaeria. O d»*
sejo de remediar aéua malea Jeroa jO;pot>fie iMuaem 4
REVISTA UNIVERSAL LISBONENSE.
473
multiplícalH)» mil v«ze8, e a tirar a sua mulher e fi-
lhos o UDÍco amparo e protecçãQ que tinham.
Uma obscura Pwtmwt.
AftSOOXAÇiM» QS&A& FJUL4 VHOVAOAÇiO'
DA 1^.
(Communi€aáo)
3941 O AKmvBR»Ano» do ramo portnçnei d'csl»
apostdiOi associação foi< celebrado aos 3 do cerreote
na egreja de Nossa Senhora dos Martyres d'esta ci'-
dade, onde* assistiir um grande concurso de ildal-
guÍTi , clero e fieis. \
O dlscarso, tio eloquente- cono histórico*, for re^
citado gratuitamente pelo sábio doctor José Maria de
Lima- e Lemos, que mui* cUramento patenteou aos
seu9 ouvinte» os sa4idn&<bcneficioss qne resultam ao
género hnmeno era todo^orbe, dos trabalhos merr»
tórios da sociedade centrd , estabelecido em Lfon
de França , e qnanto indispensável è a religião ca^-
thotítra , par» a perfeita eivilisaçio do homem, cpara
promover e conservar a pas e felicidade politioa dos
reinos.
M exro.* tbesonrfiro ». a> Sr.*- marqnez» de Ponta
Belgada , é merecedora <te muitos louvores pelo zelo
e perseverança . com qne tem* promovido o estabeleci-
mento d'esta'SeeÍ6dade em Portugal, e pelas avultsdas
esmolas enviadhs p^ra este soneto fimi
Vários ecciesiaslico» estrangeiros', residentes ir' esta
Ctvpital, SC aeharam lambem presentes. Coneluio-6e a
selemnid^è com as eeremonias do«co«tume.
Até aqui* o nosso correspondente:
^m pormos* nem levemente, era duvida- a^ sinceri-
dade dos bons > desejos, queinfljimraam os membros da
Soetedàà9 ãa Fé, e convencido» de que nad» pode ha-
ver mais eminentemente chrrstôo e catboirco em thése
d&*q?fe opensomento de — pór em oontri4>oição os fieis
de todo*o mundo, para mandar a luz; o» baptisroa e a
salvação aos infiéis de todo -o mundo,.—> perguntaremos
oomiudo ; — ji se o ramo da speiedaée da fé plantado
em Portuga) , — no.Poçtugai* de bo>e , -T—considerodo
o se« presente , considerado o sen futuro , náo é ,
pelo menos, intempestivo? — ^que^fazem, de feito, os
membros da êociedade da fé? — Lançam dinheiro para
111» reservatório commum', aberto em-França. d'oi^de
se-disparte até aos confins da terra, pnra ir alimentar
os-^obpeÂros da palavra nomeio dos ser boes silvestres
c aottiropóphagos , dos povos* bárbaros , dos maho-
metanos* e dos idolatras. — Bxtelientemente ;* com-
praiemoHMs • de accreditar quo^ todo esse oiro (eorao
o earvão de pedra no laòòratoHo central de Londres)
vaesafr ao longe por râilpavtes convertido era 'luzes.
Af«s*^har, párcee-nos, uma questão prévia :^ — ^ternos
nós obrigação, ternos^ sequer direito para soecorrer
es estranhos e desconhecidos , emquanto nosso» pró-
ximos-e parentes morrem á mingua : : — ^ \ o homem •,
que sÀpesswe um pão, deqne depende* a vida dé
seus flUioft, poderá' lançalH) ao mendigo qne pasta e
a quem talvce ooiros lá> adiante soccorveviam ? t Em
quanto a reiigiso entre- nóe for, como vae , na vasan»
te; emquanto odero HUtrnide' e« piedoso se for tor-
nando mais raro de amie par»>aínno{ emqminta os
escrtptos Ímpios se moltiplic»rem e os* orthodoxos> fcH
rem sendo cada vez. mais raros, méis repugnados e
mais Aficavoecidos : cmquauto oproselytismo. protestan-
te nos envenenar com as suggcslõcs de traidoras es-
molas* as ilhas, as províncias e até o coração da
capital: emqnanto não houver seminário», que pro-
divsam parochos de* lei, e purochos de lei, .que repro*
dusam- chr islãos de veras; — nós não temos fé para
exportar.
Avultadas esmolas*, confessa o nosso correspondeu*
te, teem<ido para*Lyoni 7<^nhuma esmola é mérito*
ria . nenhuma esmola é esmola, se é feita- a custa do
indispensável: — ^ternos nós primeiro aecudido no
indispensável? — ^ temos < ao menos pensado em lhe
accudir?
Parece-no» qne este ponto roerete ser considerade
attenUmente pelos muito honrados e muito virtuosos .
membros* de^ sotiedade da ' féí
QITBM 88- MA*iKB. rXAR VA* ttZflTOaXA.
Sd4B ; S HBALMBHTB qucB ha-d« p6r a mão do fó«;o pe-
la-veracidade do que um ascriptor antigo nos reftra acerca de
um tem|v> aoliquÍMÍmo , quamio aimla hoje H de maio , tle-
pois*de uma accesa» polemica , de dcpoiòicntos e documentos
de parte a parle, nSo podemos '«aber se em Mbtmcntn do íict'
ra, a' S de ferereiro, se matou ou nito «nr boticário?' A^quen*
lio nSo é das de maior interesse pnblieo sento pelo resultado
moral que d'ella se tira, • que nós cifráinos ao titulo dVste
artigo Bi»-aqui a c^rta qne acerca do nosso artigo S9i9 nua
esorevem. ho^. Brovavelmente n^ será. a ultiaiA
(Carta.)
Quem ler a carta do seu, correspondente de S. rosmádo',
o Sr. Simões de òouvéa , em que de rende o Sr. Machado ,
affirmando novamente que o pharmac^líco Joio de Âlmeiíta
está |ia eternidade,, inlònderá que a carta que eu lhe remetti,
foi fabricada por mini , e nHo escripta pelo próprio , quê se
dJs suicidado em Moimenta, da Beir».. «
Tenhio qgc responder ,. que emquaato eu n&o vir a ceitidao
deohii» dê JoSo-de Almeida^ pharmaceutiao cm Sernancelhe,
dislricto dé Viseu , nilò deliarei de dizer que ellc Ti?e, c laiv*
tò Tfvc , que ainda depois do dia dó seu fkllceimento escrcven
A Sociedade pbnrmacetitica ; a carta vem marcada pelo rôrreíÀ
de V7ien , a firma ê d*elle mesmo , e eumo por conaef lAnie
em todo o dlstricto de Vfseu nila conslá pelo almamlr dqt
pbarmaceuUtos do reino que haja outro pbaraaiceutico Jo2f
de- Almeida, o bomein riven
Mand^proe o seu eorrespomleate a certidlTo dé obitq, j^í se
sabe , reconhecida por iHbelliSb qife seja conhecido pelotf '-a*
belfiaes d*êsta cidadér; pois emqnanto assim o naò Ifeer, naô
o acredito.. De V. etc.
Lotara Joãpêimde-Sêma^Pereii^^ *
. A9VASA MM- S&-BSI M. «O» XZI.
2943 Acabam de sair á luz os — ANNAES BIZ
EL^REI DOM JOÃO TERCEIRO, POR FR. LUIZ DE
SOUSA, PUBLICADOS POR. A. HERCULANO; —
um voltime de 49i paginas em qiiavlo , inipresso com
aceio e correcção.
N'ttm cnrioe» prologo dá eenCa^oedrlor do como st
fe:p a achada doeste precioso raanuscripto , qttv se* jul-
gava perdido , tantos annos havia , com grande laalt*
ma dos- estudiosos V assim da ksijovía como da lin*-
guagem portuguez»; e expõe af irrefragareis provas
de ser, nio só aothegrafho, ma» raseimho/ Oxalá
qne outra acaso, quando* já. não-^sejam diligencias e
buseasrmandadas facer a rogos da nosso governo nos
archivos de«Castella, deecubra a parte qu« ainda nos
fiea Mtando- d'esta obra-, e que , . não sem^bons fun^
ckimentos-, se« julga haver sido remettid» pelo aoetor
perdia edrtè . que entio era- em Madrid. Oomo^tfuer
que seja f.foi<iestc<dcsoobrimeiito<< uni' sirccesso de im-
portância , e a publicação de tal litro um faver , qu«
474
REVISTA UNIVERSAL LISBONENSE.
ha-de ser por muita gente festejado como o é por dós.
O original, que se guarda na real bibliotheca d'À-
juda , não tem só o valor de ser todo da lelira de
Fr. Luiz de Smsa (da qual no fim do prologo se nos
dá um /ise simile) ; mas pelas emendas , suppressões,
rescripcões, addilamenlos. hesitações e mudanças de
lodo o género t de que está raso , como que nos faz
assistir ao trabalho secreto de tal mestre , nos revelia
os sens escrúpulos « parte dos sens segredos de stflo,
e vantajosamente nos confirma n* esta Terdade, só igno*
rada dos escriplores medíocres, — que a pagina , que
jpaís facil 'se representa a. quem a lé , e que por sua
natural singeleza parece ter saído logo assim do pri-
meiro jacto e poder ser imitada por qualquer, é,
muitas vezes , a que mais consumiu de estudo -e pa-
ciência.— D*ísto rirá por ahi muita gente, mas não ri-
ria Virgílio, nem Horácio; não riam Boileau, Féné-
loo , Racine e Rousseau ; e não ria de certo o bom
chronista de D. Fr. Bartbolomeu dos Martjres, dos
dominicos e de D. João III. Quem o duvidar, que lan-
ce os olhos para qualquer d^aquellas laudas, sobre que
lanto se cançou a mão de escriptor, já tão exercitado
que transcendia dos septenta annos.
Yendem-sc pelo preço de t^âOO réis , em Lisboa
em casa da vinva Bertrand t Filkot , aos Martyres
n."* 45; no Porto na rua de Sancto António n.* 42 a
44; e em Coimbra na loja de livros de J. Orcei.
2944 RcPAiTiu o Sr. Gaubbtt pelos sens amigos ,
em cujo numero assim como no muito maior dos seus
admiradoires folgamos nós de aer contados , o seu ro-
mance de Miragaia , primeiro impresso no jornal das
Bellas Artes e agora para este fim reimpresso avulso
em um folheto de 19 paginas em quarto.
• Este opúsculo não é só notável pela graciosa e sin^
cera naturalidade do seu estylo e pelo seu profundo
eunho de chácara ou lenda poética popular.
A sua execução' typographica , as quatro perigrínas
gravuras em mndcira , a bellesa do papel , e o asse-
linado das paginas tudo contribuo para tornar esta
obra um formoso monumentinho dos rápidos progressos
que. entre nós começam de lazer as artes,
A Miragaia pertenee, como o auctor adverte a prin-
cipio , á coUecção do seu Rtmumeeiro em que a sen
tempo ba-de ser encorporada.
BQUZAS 9B VmA ATS.
52945 A Sm*. D filha da uma iilastre casa
d*esta cidade edonzella, cujos annos Terdes são real-
çadoa de mil graças e prendas , empregava os sens
«nais eitremosoa amores D'um canário, que não ex-
citava poucas invejas em entes racionaes. Elle tam-
bém merecia-lh'o , que , ao vel-a , todo se esvoaça-
va , e desatinava era cantorias ; comía-lhe na mão ,
empoleirava -se-lhe no pente , adormecia-lbe no seio
e, depois de girar no quarto enas salas em roda d'el-
la , recolhia*se á gaiola apenas ella Ih'o ordenava*
• N'uma das ultimas manhãs do mez passado , antes
qae ella se levantasse , foi o brutinho achado morto.
O cavalheiro , temendo o effeito demasiada-
mente vivo que uma tai vista deveria produsir no co-
ração de sua irmã, appressou-se em fazer desappare-
•er o cadáver ; mas .
« i quis fallere possíi amantem ? »
perguntava com razãa Virgílio ,w . v
« íQuem. quem pôde enganar de amor o tnstincto ? »
Assaltada de não sei que pressentimento , aaiu a da-
ma n'esse dia mais cedo do qaarlo e correu á gaiola,
que achou vasia , e oom ambas as portas escancara-
das, como o quarto, d'onde acabam de levar um fi-
nado: debalde lhe disseram e lhe repetiram que ien--
do esquecido á criada, incumbida delbeacear o apo-
sento , fechar-lhe a porta , e achando-se a janella do
quarto para o jardim aberta, desarvorára atiraído na-
turalmente da formosura e fragrância da manbã , dos
cantos , reclamos e negaças das outras aves. Contra
tudo lhe protestava lá dentro o amor , e repetindo ,
lavada em lagrimas, que — «bem. sabia « que a en-
ganavam e que era morto , pedia, ordenava, sup«
plicava qúe ao menos morto ih'o entregassen^ , oa
lhe dissessem onde o tinham ido lançar. » — Não hou-
ve resistir á sua consternação ; o cavalheiro lhe coo^
fossou por fim que o tinha elle mesmo dado á sepul-
tura com a possível deeeneia , não no cemitério doà
ánimaes, nem ainda no jardim, mas no cemitério (bo*
je desamparado) da visinha egre}a de : e para
a secegar, lhe prometleu que Q'eisameima. noite lhe
provaria a verdade : com eíleito » chegada a noite ,
voltou furtivamente ao cemitério, eihumou sem gran-
de, terror o defunclo e o veio depositar no regaço ,
onde , vinte quatro horas antes , brincava , e conver-
sava tão descuidado do porvir. As lamentações » qae
abi houve e que todas nos conta a ajnavel correapoa*»
dente de quem esta noticia- recebemos , foram cheias
de mui affectuosa poesíA , mas não cabem aqui.
O cadáver foi cuidadosamente amortalhado em meio
palmo de renda de França , mettido na caixinha éof*
rada de um sabonete de macassar ,. ornado de viole-
tas a mandado rep4r para todo o sempre na. e^eraa
jasida. O. coração da viuva ainda se não consolou:
ainda agora não pôde ouvir um assobio , nem sequer
o apito de S. Carlos , sem que lhe accudam aosolbea
lagrimas abundantes, ^ Feliz do homem para q«em
uma lai companheira estiver predestinada?
MIIiOlO BA« ▼ZVHAfl^
(Carta,)
2946 Vai grassando , por algumas vinhas d'eale
concelho, uma praga, a que vulgarmente se dá o no-
me de pulgão » insecto , que filando-se • nos gommoa
ainda tenros , das videiras , os destroe , consumindo
não só o fructo do presente anno , m^s causando de-
mais estragos , que hão^e aílectar a novidade do se-
guinte , segundo dizem os intendedores. Esta epide-
mia dos vegetaes , que nem é nova , nem desconhe-
cida , por estes sítios , desinyolveu-se n*este aono ,
com muito maior força , o que fez converter contra
ella aattenção dos proprietários das vinhas; d'algueiii
sabemos nós , que mandou apanhar em aaecos^ o tal
bichinho , e que assim destruiu boa cópia d'elle : a
maior parte porém dos lavradores , desapproveitando
aquelle exemplo e julgando caminhar por mílhor es-
trada , lembron-se dje. fazer eacommungar o pulgão :
^mas quem havia de. ser o arauto, que havia de inti-
mar a sentença de morte a este tio cruel inimigo?
Hoo epiti, hic labftr «sl«— Discuttu-se em plena assem-
bléa. Occorreu muito a propósito , que o cura da fre^
f tteait de do concelho
REVISTA UNIVERSAL USBONENSE.
475
át Torreft Novas, tinha dedo para o negocio, e era
pratico em taes exercícios. -^Falloa-se ao padre , o
qual declarou que não entrava n'esia campanha sem
lho darem 7,j[206 réis , os qua«s se obtiveram por
suhscripção eiUre osinteressados. -— Yeioarmou-se de
sobrepeilic eesiola, e lá cerce as vinhas, fazendo are-
ia por um .livro, que na.pbrase d'aqiie]la gente, elle
s6 teme acabando por mandar deportado o pulgão para
a serra d'Áire (porque .éda «ssencia dar-lfae pasto èm
alguma parle): apezar porém de tal mtimaçio, o pulgão
não se deu porcitado« taWespornioreoonbocer a com-
petência do juiz que assignon o mandado dedespejo, e
continua nos seus primilivos alojamentos: e os donos
das vinhas sem o dinheiro. na algibeira, e com grande
receiodcque o «bicbhoiho, «soanda lesado pela guerra que
lhe fizeram , se enfureça mais efltendend»-se áquellas
partes que até agora tinha poupado.
Ha quem tome esta calamidade, á conta de castigo
providencial, em ordem avèr, se os vinhos, que nada
rendem actualmente pela destruição da futura novida-
de, ainda idquirem algum preço; sem entrar poiém
na discussão doesse ponto, disemos s6, qae, causa las-
tima o ver estar a invocar a religião, em objectos muito
inferiores à sua alta missão ; não que desconheçamos
que em todas as allccções nos devemos voUar para o
'Ente Supremo, unico medico de taes enfermidades:
temos porém para isso preees na egreja , proeissõas
«te. , mas niiiica *a pratica meirns ortbodoxa . no nosso
.intender , de estipendiar um padre , par« vir exeom*
.mnagar o bicho. ---Como pofsém d'aqiH resulta algum
proveito , ainda que sérdido , nio falia quem influa ,
para qne taes idcas se imo desterrem d*entre ò povo,
que propenso a «ccredUar e a admirar o que nio in-
.tende, recorre aos meios extraordinários nas pró-
prias coisas-, cuja raxio safficiente está nas leis ordi-
nárias. De V. etc.
. N.J.
Yilla^ova d^Oarém 3 de maio de 1844.
Somos rogadoe instantissimamente a publicar o se-
gninte programma : —
VOVÓ COU.EGIO D*IVBTR17CÇlO PaiBtAaXA
Z SECUNDAÍÊLZA.
S449 Sob a direcção de D. Mariano L. Aleman se acha
'estabelecido na roa da Bella Tiita n.* ISI, St, e O nm novo
«olleg^io dMlialrncçlo primaria e lecuadaria ; Mado trantíerido
•d'efte cdiAcio para a. nia de S. Bernardo n.* 23 , á £«trelU ,
o collegio de memaa< de Madame Aleman.
N&o perteode p dtrertor d*aqjelle novo coUepio eacarecer
•de palavras e pFomeMas , como é nso , o seu eslabelecimeoto :
quanto a^elle ha de vantajoio e preferível , hade-o mostrar o
tempo e a experiência. O que p<Sde « deve afHançar ao publi-
co, è <|iie cnnstante e desveiadameate porá era pratica qaaa-
ios meioi se reconhecem actual mvate nas pnnctpaet Cidades
■de Europa (cujos melhorei ettabeleeimeatos de educaçílo vitt-
tou , e examinou) como oa mais próprios e approvados para
educar e instruir a mocidade , tanto no que toca ao methodo ,
como ás matérias e regularidade do ensino. Para roaeter inva-
'riavel ordem e disciplina em todos os actos e exercidos; epara
-ae refepeilBRbiiíMr^onscleMiosameate pela educaçSo linerai^ia e
Dorai doa^luamofl, IfaDÍta por ora o aumero d'cates apeeas a vjelé.
Nfto haverá meaor selo ao escolha dos mestrfss professores , e
das mais pessoat, qoe directa ou índirectameBle possam ioteD-
éer Bo ensino « serviço doa collej^iaes ; assim como bo aceio , ,
«Hmeotos, e bos exercrcios ^jmaaslicbs, tilo reconhecidamen-/
'te uteis á saiide e ao desinvolvimenlo das forças phjrstcas, Co-|
^mo para adquirir uma favorável dispAsiçAo para os •estoé^s. '
Com tal fim 4em o direatos agriooltade e arxai^p peàaiof*
ma* mais conveniente a bella quinta do meadoBado ediiloio.
Pmm ialeiro deseam} j e coafiaaça das fainilias dos coUegiaes ,
iiffiaBça o mesmo dueetor, q,uc terá o maior cuidado e escru- ,
pulo em escolher alimentos nutritivos esaudavei», eritando
tudo que possa ser nocivo. As mesadas dos alumnos sAo as
mais módicas , que e possível : e convém Botar que s<*m au-
gmento de dispesa se eabinam n*eStc*éoliegfio algumas ling^uas,
e prendas , que em quaai rudiia os outros se pairam separada-
mente e por l>om preço , «corno o inglês , italiaw> , muslea «
pianno etò.
Oi estudos sTlo divididos nas três seguintes elasscs:
1.* A lingiiH francesa serú , quacto pt)ssa ser, a usual em
todas as classes. Lér , escrever , as operações elementares da
arithddetica, grammattca portuguesa, fraBoésa, doetrioa chris-
t\f musica, e pianno.
S^* GrafflmatJca latina , aoalyse grammatical doa clássicos
portuguesas em prosa e verso , graromatica grega , arilhmell-
ca , álgebra , geometria , geographia , desenho liniar » Uogua
italiana, e faispanhola; continua exercício no piauao e no
francês.
3.* Tradncçlo e composíçXo na língua latina • grega , lo*
gioa , meta phy alça , elementos de direito aataral e dt» geates»
de politica e ChroBologia , historia , rcUioriea , ideologia ^ U^
gua inglesa, pianao e canto.
O director d'esle novo collegio convida os. pães, chefes do
famílias, e os demais littcratos, que desejarem conhecer me-
lhor , tanto este estal>elecimento como o de Madame Aleman »
a qoe os visitem e observem a regularidade e boa disposição
que em sarobos reioam ; je por ai mesmos .vejam oagraades pro*
grcssos das meninas em todos os seus estudos. « partiettlar-
mente aa musica e pianao, bo que visivelroeate se conheae^
que os talentos e habilidade de mademoiselle Carlota Alemaa,
teem feito prodígios em ISo pouco tem po , eoma o de septe
meses, que tantos tem este collegio d*estabeleddo. O edilcío
para onde ultimamente íoi transferido , offereee nSo tó todas
BS cdmtnodidades do antigo , mas ainda outras vaatageas mui
superiores para recreio das .pensionistas. O lott pxogSBina|a
coatiaúa e ser religiosameate observado.
OOBIM17VHÍO 909^
2950 Um reverendo parocho da diocese portnense»
escreve na Revista n.^ d8 sobre nm assumpto , que
eu me propus tr^ictar , e do qual nie desviaram inti-
mas pertnrbacoes e cuidados.
O dia 14 de abril , domingo da paschoela , desti-
nado ha moito para o acto edificante e religioso, dl^
commiiniMio dos meninos , em S. Nicoiáo» ^e Lisboa»
lançou; nas trevas da minha existência , mn reileTf^
do pafaíso. Convidada pela mãe de a«a das mai»
lindas neóphitas , discípula minha , fui apresental-a
ás niipcias euebarkticas. Aqui nio bouve recopcilS»»
ções publicas; a solemnidade foi desassombradamen-
te angélica. Vinte e quatro admtttidos', de ambos o»
sexos » depois de preparados devidamente pelo sacra^
memo da penitencia , saíram da sachrislta , e eotra>»
ram em procissão , pela porta principal da egre|a »
conduzidos pela icmandade do Santíssimo, presididos
pelo reverendo prior , e mais diáconos , e acólitos, «
trasendo nas mios uma vela acceza » engasgada ena
Aores. r .
Ottie neninae , rolilantes de graça « e candidez v
eformosearam nra elevado coreto, que se achava coK
locado ao lado direito da capella mor : os meninos «
cm numero de treae , occnparam nm logar , dividida^
mais abaixo. Uma mtfasica terna, accommodada aoa#*
anmpto « <vibrava nos corações nm praser suave.
'Çeleiíroq-se o sacrificio incruento : tido o evattge*
Ibo, nm orador distincto assomou ao púlpito; e nea
termos mais. enérgicos, sublimes, aliáveis e intetlá*
^iveis:, .«xplico|i o mjsterio da fiucbarisUa « ídOmiísi
4r«
revista: UTVIVERSAL IISBOr9ENS£.
.08 meníboê meé deireres contraid^s pelo baptismo • e
-o8 dispôs, com êê mais tocantes exbortaçõe», para
a cèremonia auglista.em qae^am representar. No fim
.darmjssa, o reverendo prior dirigia-lhes tamliemuma
pr«itica preparatória.
Uma larga cadeira, estofada do damasco carmesim
^oi trasida , para servir de mesa no banquete sacra-
mentai : cobria-Ibe o respaldo umatoftlba de floissíma
tela de algodão , com os emblemas d« religião , e do
omor divino, primorosamente bordados. Osneophitos,
a dois e dois, precedendo as meninas, chegavam an-
te o reverendo pastor, que lhes punha na cabeça uma
grinalda de rosas brancas ; adornados assim » com es-
te symbolo da puresa , Iam 'pela mesma ordem, re-
cebendo o sagrado Viático e voltavam aos setfs logares.
Em seguida, o Immortal , escondido sob as rórmas
accidentaes, fulgiu no seu throno de luzes: o perfo-
me odorífero despregou-se em rolos , do centro d! um
cortejo do brandões accesos: as meninas, coroadas de
flopcs, com os seus véus brancos , e as faces incendi-
das pelo calor das luzes, que lhes scintilavam nas
mãos , faziam lembrar os serafins , cândidos 6 res-
plandecentes, que circumdam o docel do Eterno. Os
sacerdotes, êm profunda genuflexão, rojando tissos
de oiro , e prata , fiseram resoar no templo o hymno
mysttco -^ Te Deum latidamui.
Finalmente, os meninos, em despedida, foram bei-
jar a mão ao reverendo prior , que a todos imprimiu
na testa cpm uín sorriso paternal» um beijo de paz,
de amor , e de bençam. . .
. i Infelizmente , em Li«boa , « S. Nicolau , a iwtea
^arócbia.ofide se faz esta cerimonia i ' ousámos r4icom-
mendar , ás aoctoridades ecciesiastícas , o -piedoso
exemplo do £xm.* Sr. ^ispo da diocese portuense.
Lisboa. 12 de tiaaio de 1^44.
JWaria/, S. C~
iSalo M UBiCO.
2946 O BENEFICIO de Mr. Marchai , que anuun-
-ciámos, a' semana- passada , osecotar-se-ha improroga-
Yelqiente boje.: o seu programma é o seguinttei —
1.* Parte : — 1.* Ouverture de la Muetle de Portici.
<f^ 2.^ Variações de • Méiophono por Mr. Gossooi.
.— 3."* Grande ária da Niobe por Kr. Flávio. —
i4.* Sinfonia. t — S."* Fantasia característica da opefa
-Fresc^utz de Weber. executada pòr Mr. Marchai.
. 2.* Paítc: — !.' Sinfonia. — 2," Le Pif , Paf , Pouf
,dos Huf^enotes cantado por Ur, àktrehoL — 3.°'Va-
.riações de violoncello por Mr. Guillerme Gos^iofil; —
Ji.^^Duo de Guilherme Tell, cantado, por Mr. Flávio et
^arcbal. — b,"* Sinfonia. — 6.^ Fantasia brilhante
•dos Huguenotes , por Mr. Mareltal^
I ■ i ■ . ^
^ ' . OARKS ASSAI» A».
2947 Í)b Collares nos escrevem que, a 7 do cor-
rente, foi Anajmente preso o fa$aDhudp Joaquim luiz
£arne'À$iada, matador de soa própria filha, coiso no
artigo 2914 relatámos. O sitio onde o apanharam, foi
na Ribeira Nova. em Lisboa. O benemérito juíi' ordi-
nário do respectivo julgado , merece todo o Jòsvor
pela actividade com que se houve n'eftte negocio: na
sua mão se acham já reunidas suiBojeates provas para
o processo. — ^— . . « '
TaAOSBIA iSrAUDZTA.
2948 Um caso atros e insólito passava, não Imí
multo. n'uma das provedorias da oidadc baixa. Um
cuteleiro , mas homem naturalmente inimigo do saa*
gue e sobretudo do seu , conhecido e estimado peia
visiuhança como exemplar de pacíficos, accorda
de noite, sobresaltado com uma vox Verrível qoe
vocifera estas palavras, ao som de um rijo bater
de pé no sobrado superior , que a elle lhe serve de
tecto: — «^Quem me impedirá agora, qne o punhal
«está nas minhas mãos, e a victiraa debaixo dos meus
« pés? A — ; Seria illosão de um sonho? -^ não. A
mesma furiosa ameaça toma logo a ser repetida cosi
um tom ainda mais lúgubre , mais concentrado, mais
diabólico : ievanta-se, escarra, como para fazer inten-
der que está accordado , .e qve não seria seguro ac-
commetler assim ura fabricante do seu género : — outpa
vez as mesmas desalmadas palavras, nas era tom mais
solemne e surdo,. como de quem recéa ser ouvido, vol-
taram aarrip«al-o; — aquém me impedirá, quem me
.« impedirá agora qnt o punhal está nas minhas mãos,
« e a victíma debaixo dos meus pés. »
Não havia já que duvidar : accendeu luz', cntrin-
chetrou-se ajprumaado contra a porta, da escada toda
a mobília da casa , armou-se , entreabriu a janella
para o caso de uma fuga forçada , encommendou-se a
Deus e ficou pasmado -com a boccasécea, «dbando pa-
ra o tecto, até que rompeu a manha. <Logo.que pela
rua sentiu, gente, renasceu-lhe um posco d'4iljBa:;
abriu mansinho a porta e foi correndo íazor o seu de-
poimento, ao provedor do bairro. O caso era gravo.
£' chamado: ò visinho assassino para ser compellido
a despejar das casas^: depois deexplicar os motivos <^
seu furor, contra um cidadão que nunca 6 oSendèra ,
ou Dão os podendo explkar ser coBdúzido como doi-
do para o bospitail de S. José. O réu appar^ce oem
dfcíto. O espanto e uin nio sei quê de yegò susto $fi
lêem no seu sembUote. .i
O.^jnagistrado o interroga : nio pôde negar : por
três vezes prbfenu a desbóras aquéllas palaVrâl. —
« i Mas com que intenção ? — ^; Com que intenção.- res-
ponde elle, cem que intendo?! cem a intenção de
um homem , que traz no coração um ódio de rouites
anqos « que tem uma terrível viugança para tomar .e
que a ha-de tomar ! »
O cuteleiro enfia c cose-se com o magistrado: o
réu e olha sorrindo e continua, i \ Cpm que inteo-
ição ?! c(«m a que me era insinuada pela sitns--
.cão e pela notti ido manuscíripto , onde o poeta escre-
veu trovejando,
O réu era o nosso dlstincto actor o Sr. Rosa, que
ensaiava comsígo aquellas palãtvras da scena quarta
do acto segundo do — Éoincm da Mascara lícgra-—
.do Sr. Mendes Leal. Acabava de o representar n^
theatro da rsa dos Condes,- e sabia peio» applauses
da platéa que ainda iunumeraveis vexes.torniaria a re-
prescntalH). R\iminava-o pois, rcplsáva-e , vafiaváio
e experimentava n'e11e qnatitos recursos o seu talen-
to o a sua imaginação lhe spggeriam ; fazia o que fa-
zem Wd^s os bons artistas , ,e tão bem o fazia , e t^o-
to havia de aterrar a consternada Branea , sua vieti-
nMi, que até a um homem, que se não sustentava sé*
não de facas e punbaes, ouriçava òspcUos c oobrfgsí-
va a perder a noite.
Çste caso, que seguiu ímmcdiataroen(e á penultioia
representação do drama , f^i-nos cciat^dp pelo própria
poeta y. qu^ o ouviu da boçca do Sr. Rosa.
Ç@7
REVISTA UNIYBIUSAL LISBONENSE.
47^
- BXÍfiDIBNTE. . ^
«Mi Sff qiHJi, o^ iMM tariAT V quaifo hoftft depoif, • oft*.
teaiiâu rMebido, rofa-te o obpt^UM» da o |Mrlicipwev no «••
«rtptorio ^a ÍELitistíI Umvulsal Libbqubusb, rua doi Faft-.
«jiieírvi !!.• SÉ-^l." andar, para se provideiiciar.
' O tfoaso eorrètpoiidMrte ^^ torres Novat , qne auipia a
MM earú d« 15 do èorr«nte Cêwtiwdt Leiiõr, faeitmente aidl-
irinh^r» o porqife lOo Ib^ iflipriiiiin«s dpM«r d» Ito grKio.
n c fiaca mk ifta JtioigQira» AUo fMMMc ^anuw «aia loloa
CtíAlra iKÍK, , • ,
Uptiyos de detlpadeia redan q«e etUmpovoi a oirioaa íkk
(!cia, que notdí o Sr. JV. M Rogaiaos-Ilke que accredile, que
•eeflei íUe ruiieia imperioios, loo prescindíriatiot do teu ar-
tlp>.- . .í . . ■ • . . . >
->0 «rH^ do MnkttuifkêãMHpÊ^iUt-^ttÊmmi^ iaif^itrtaf M
oo9Ko« io|»ie à orfgJKrfo thriâiêii d«ko4iJaiMa á «aliimpâ |n^
Qi di ver li Isento do pubUc»,. ae«B|o ti^na Uo aaèiaoari^effido de
^ , de bereiias e d« «/^.
Ao Sr. ...'... . que te anda fabaado de que a topretitlo ^
qne Baemoa, d« soMaa poKticaa e de parte oficial foi deTÍaa
A berlo tMípeH qoe eOe «o* luactteir peio correio , oom dm
frttMdo totrtor ilvligalft que dttW* iMla «a» pi^liiia, eleOdo
Hor iiomtHÍifiotMa oMAe do «Md oft|aaéa» foa ao «rim eja-
çiUpido por chna de çoflaa poetai oa Fani|ié*» mi^I«6MW-
^^ ^^^^ *>$ leoilire da íaiMtla da moKa eobre o rarai;. e qne
•êcfodàé foe le a aoeloridade de anônjinoa ^ deapreaivel , de
àeti^eàhm potnr ando a de qoc|B eai tua coáeeiencia intende
<^ oaa ^adanai oIlMeaaipléeaaito tnai aopprir iéoáio fyno-
Bcau) o oaa^ikaÉe. t •
i. A:cai«BfdQ8n A jr«.l^«-ci|ÍslWki«taafla.|M|f«coaHMÓ*
Kf^ a^^Mooenioa, foi qatnpsao fra» repfoallM.edilor « 1|H«<«IP1^
laaipi a. toii\e na derii^ ^^Matdrragjo,
MnnuRns mil
dlf dillip«ffa. mttúoÈ
t iiÉfiDltaaM' n'«8to
•'iié* dé apresenUr
« MlNli't«ap«lto8» é
HDUbiMUM
''açn««lá«'"naiíl ri
BQSsojalftv ^niu^f^^'^
AfMWMÉráV* v9^6ln^0MNItWrtaB'^MnMM9» av6ft(Mias
firMlitBtfaHi^iMdifi > 4«irèj«MHfifr #b lo4ta « patte
«•«M*^ «M*' ftMl o eirtfo !• fiMft: a*«Bt TasillM
éH.iiiiidiír», laMtaMiè «ora por^ 4% Mm|Niltto lie
tem arOMM»' oiwi <€i»b aw t^adH «íMíÉ^agvèttMn» m
^«ttl %« <ttiaMt^«tai [^«Iriio 4e ««ttrt» (t) m ratão
4« qualra arratoia por • ataHide iTag^a , qaè se
éfí^^úéÊárioÊÊ^miit^êÊt. p«ra qw • lèfra seja
fcqniiáec^dá «ia 4g«alttè«lir, w^nn osta cánMida ;
|4a>«é<»ir» M c«»oçof , féiMtooai viètfe' qne 9e sio
d«f otio |»òr Uft Ébbre ot «impíí? evètraiiHio étpM
eMb «ok patefaéa^ d» nottia Wrfs , qoe do?e htt-
amleoér-^ lo^atottte^oi^» tacshMíag^; CoBlmuati*-
do islo altcrttaiiTameota , do mattoírâ qfte a ttUínâ
«•mdév dovtt iair <dv torftt« A- vàtima de«re sor furida
porto 4oo • «g«ft lák ôooi faofilidide. Btto pfoÍM»io
M«««r twa»4<igBWto' ife^ toipeifatara <jitf>i^»ãiait» (o
«eíkopé «M ourral do boia)^ oqms^toi ^adi miiiíim;
ro^»^ a «iiúM «Miada tupomr , fendo ottesçio á
pirepàiw(6« da «§««% leeaMÍ leu dicto. Bite» «a^oços
' (I') .O qual dfeo aer de<eíiHlkaa.o«^e«liraaqpM aio oa Mo»
llMrto» aai» fil^.9Mto<t ;..f'L
MAIO— 23 — 1844,
èonservados doestar aia»eijra Tité ao.prfadpio da prima*
voNi devena oníio ^emeAr^oo ; .com: v. hvni^do e ca-
lor o com o princípio de foríDenUçio» que. eslçsr
d«í8 agentea proaioTcm»'ter*se-bA vniai rapid» e i^rom-
pia .getmiiiaçio. , i«idpro Jwé Ganffolwês.
xitilnuD innmocTcvo.
• • 2d50 Rbvebb o JttMiotia/ d« Pãrí^ quer^ «II.. . ven^^
deo a um negeciaaie de Roood IS pipas de TmiK^ d&
S. Mft.JÍRfpo* qoe forapi pagss paio comprador, oti«
:tes de as receber. Chegando as picas, a Roueo^ foram
arpAendtdas 'a reifuerièAentO do ministério publico* o
qval, depois dfe .ier feild profrar e oxposimentar o v|t
ithOil recDnbeoett ser adultecado ; sem qne com tud#
mogiteB se qraaàsse; até o comprador estava tio sa-
tisfeilocDaãa^onipcB,;.que escrevaua M... . « cactas» em
' qne lhe declarava a sua satisfacção pela excelleoteqoali*
I dade dos vinhos, que lhe bavia vendido. Não obstante o
liAMérior juMcé fA: teve a' masma satísfactio.,. e
foi inflèxlaal amiapseeadcr asiabo., -foe aate oeputa-
va de tio boa q«atidada« Lega qne: o negociante se
vi a, privado de soa mercadooia» sentia a mesma in-
díijBaçãcqiie b •minislerjo^abiico ; o:aasígo<fli , pe*
ranteottribMnl.do commermadeRooeD,. qequotimetfr
to pari ser pago- da somma desejilbolcada ^ perdfSk a
dáaiDoaqiie oâo »oate«em> a pondp..'
'£Ék . vfo If ; . sfuteatôa qne aeii adversem v
Hie esora«èea,iagradcoeiida»Uio a boa4|itaUdade do vii*
nbo ; em vão ffqpreaoBteUrqua a tenadía era um .<(aso
de iorça nmior , qpo «Ue pio podia preicer nem im?
' pedira a tiibaaal o eondemnoa 9, pagan^ao .aogoeioal^
ide ^otteà opreço, o frele, o sagvo,' os. juros O; orna
sooamá pata. perdas e damnos*. ft
Assim é que as auetorldodes procalemem^Fraaça
eonti^ aa traficantes liborDeiaos; é d'e»ta aerte qao of
âacacs.do citropriíaealo das. leis nao deâam isipiiaao
os ladrões, .que.oom o lMm^ado.*aome de aQgociaatjea
(is»Bi 'Camineroiorilícite*
Louvores sejam dados á cfoiaca mqníetp^l de Ii9«
boa, que segando vemos em sooa «ditees do mes pasr
sado» eomega a mostrar 4 que qa«r icobibir os oiceip
sotf a criaMS dos tibomeiros de Lisboa , que a jtodoa
príneípolmeiíie com o vinho e vinagxa íal**
>i *J4 lembrámos em. outro artigo a adopção .d^
que I em. Paria se faz^Nira faeiloaen^o se.eonbecejr^a^ op
goneroa corrompidos, ou adoHerados: nomeem-se joor
ctes.de chimâsos o agoMtes da camará «m 'differentea
pontos da cidade, auotorisados pate.eiamipar^m qoal-*
quer geMix», qire os cidadãos Ibes.apresenteaem snir
p^os da oonfeicõea ou adulterardes* afim de se pn)r
ceder ooutra os* traficantes» ;qoe devam, ser considí^ar
dos em. flagrante delicio, e por isso logo presos, erer*
mettsdos ao' jóia competente como auto 4o verificação
Só com estea meios promptos» se pôde paralisfraperr
versidada dos iibomoiros, e se. Uvrar4 Lisboa ^
quotidianas, a perpiluas propiíaa^s^ Goiíbaeemosfa-*
miliaa, que sabendo ter o. vinagre composição, da vir
iciolo, o mapdam .vir de Mrada cidadã^ lib$ tembeoi
pediríamos providencias ap jcaocelbo da sonde. ,^ma9
baveeúdon'este'Corpo^ um membro» que nos. dissf, ha
pOBK» Oempo em uma sua obra — yuo o vm^ q^.stf
polido rmiMoA é ftom o 9*0 (ifqo Aa.íal^me.em .
féMfcar; naQ.lbe pediromoís coisa alguma^..' ^.* . «
- - • • • ; :...:>J^. -...
40 you ai. 8ERIB lY^
478
REVISTA CTÍIVBRSAL LiSB0f7¥EWS&«
VIAÇÃO 9A SaSA.
< 291)1 O 8b « Manuel José Affonso nos escref«
£vorâ,-^«qu6 nio se Undo ainda refllisado a ^ran*
<r'd« previdência ( já lembrada n/e&te }0/nal ) de se
(( d^f 'tuisadministrafoes do tabaco «foiíiquer iaga
« pelo arrafel de casulos ; seria outro meto aniina-
« dor de lie inlef esáânte- lijyUisIriá , e |iublícar-se
u quauto autes n^esld Mha para inatfucção das mui*
<r taé peweas r «I' ^etti élla move» a plaiktar 8iÉS>-
<t'reW»s'e crear bi^o9, o methode para qualquer
«poder fiar os ums eaiolos; meihodo qnb ég^raU
4* meAte ignorado» -^ - ■
*■ Espe^amo» que • STé DmeUí satisftirii tmk o teu
co^tumallo seélov scMnoi» eplareta ao •lòmravetdeieji»
46 iioeso>cerref pendente r « ^e o Tara ainda a ieait.
p&do^ederthegar esta* preetosa instrocçie a todoa^
Mffisds lehores» ante» ck eelheita dns easaUs 4'esie
anno,' • »
VRcmseso iml mu; iiamLAAA aioirA
o mAAOlD .]>^ COIIIIIK BAaio A«á
^ sAncnrc^ ahaao*.
: • ' . (Ctmmmicadú.)
• 995fi Ao»' melhoramentos, de que IJsbça eaiete,
deve addklonar^e inna nova e fácil €ommanÍ4»cia
ia paHe do lit|Wal , desd» o largo, do €odi!« Bafno»
etéSándo Amaro. ApoeçiOi d» eUade eom^eendida
efttre éstei d>oift poptdi eont^ém. um le^çoi dos babt-
Idlites e glande trafico ceiÉmercial da. capitai. Ik-
lnai5 o transito tntlk'^ estes:deis p<nq^ compieende
os ínltores^ies e< oommodidadé da .^ssagem de qiiasi
todoft os 'baMfantet r' « dns qne estie» na. pada de
^tite fera de Ltatee. lodos sabem quanto é dsspen*-
i^ue » porque nada ha qnie reeear da'so)idex do terre-
no ; qne> peio nome • aiiio^ bem.^oohecMki é. 0*^8(1111
atéae forte d^ Alcântara ou d^AlfanebeiM a maior
parte dasebras eensistem ém^ derribar paredes daster-
cenars, srgamessar e (tn^iílcar as que servirem para o
leito da estrada, e entulhar. Quande acabam as Ter*
cena/»r par($cc<4)^s^ )|tte a estrada devç serjormad»^
bre as rochaf da prs^fa, endireitando á.dóea d*Átfai^
roboira, que. sendo do fistado:^ .^póde ser eedrda pela
utâLidad*. 4|ne ooMime Estado tirada. obra. i>' esta do-
ca por diante ale Sancto Amaro a maior çl^ra seri fater
om ou dois arcos para dar passagem' ás agtuis do río>
d*Ãlcantara , porque tudo e mais será lançar pedra
sobre a praya para formar o letlo da estrada , a qual
pe4rt eiiate oa oMsma praya, de eaeellente i^nalida»
de, iá quebrada • e prompta para o BM^cadamtse.
Esta obra pel» orçamento de peritos não gasta ré
^ mais de cento e çtncoenta contos de réis , porque a
maior parle dos trabalhos se podem fazer por empreza».
ou empreítjida , e por estarem na ;proximidade .a pe*
dra e noateriaes necessárias* &'eata sorte fcará p*i»
littoral eomiDunloada toda a cidade somente cem uma
snfaíida ne sitie de Sancta Apobnia.
As rantagens d'esta obra são 9s segâintes: — \^
todo o transito da Boa-Yista «a Sancto Amaio poderá
fazer-se. i>a terça. parte d^ fteinipo> q.ue pd^. actual
estrada se dispende , e esta economia de tempo for*-
maaá em poucos aonae uq» gradde eá^íla! » pois» qifte
08 Jiomens » os asimaes e todos os íhstrnmentos oc-
cupados na transite em^^regarão o tempo economisa-
do em outros serviços , e peiírcommodidade e faci-
lidade de andar pouparão ferro *e.to^ es materiaei
• de eonslrueção de barros , seges eomniboss ; poden-
dioso em tempo e materiaes o caminho actual: ^ q^e 1 de affirmar-sc , que não aetá menos imperlaale esta-
«^f ^è desde a Boa-VisU até ao CaUarse ^ por aatisa
«as s nbidas « descidas e imius qne faa ,.: as qtiaes
MOitodemniileam e censomem-aa seges, carros, em»'*
1>U9>^ CftimaeS' eatpmgadoa.ft^ieste serviço. .
A nora estrada deve ser dirigida cm passaadot o
tii>gd do Conde taKfo» pela praya até ás Tmtceaas,
Tf h'èst« sitto pouce^ba que laser por ser a praya
lMíd# , e «oftcà alagnda. A companhia que tomar
^^ènti d'=èista ^trbdi convidará os proprietorios das
Ibrcènas a entrar «na aseocíai^io , avaliando^e a parte
^ne das mesmas teroetias Idr* necessário , para teniac
« lefte da «slMda v Acando^es o resto. Dois inten
Têfisey-riraiiiHtes proprietários entrando na aseocw*
1^0 ; 1.* virem a receber pele qoe eecvpa ria estrada
niffi c^iui , qn%*he]e;não vsílemae Tercenasf 2.'' fir
rtfredi qnasl todos os* mesmos preprkftKries' com im^
te dos terrenos confinante^ á estrada, qoe «aiot^eH*
Tem valei' do qwe hoje , por qwartio estaa eams não
'poderio em trfnpo atgum tornar a • ser deposito* dee
iliHnétí^â teveâes, que eram neenssaries :a >Lisboà ip»»
TO as arnNidaa qoelsrftm doTéJe^paKa.aEnlmpa, Ásia,
(Afrira e Amefít^o; Pnr interesse dos>)>i<oprieúiiios^ e
•dá faoitldiitle Hlc eonssrntr eemlirtttar a estrada, di^
-vc esta segi^^ -por címa< 'das' ¥ereettns , •as:qjLNie^ a
agnetit^rSo co<i^p<»ndtHsMhe^ i% p^rredes^ «om ais ne^
rMftaniss trgamassesfsrtesi: '^ . > ^.
' ]S '4^ om bem «pòuea> 'desfie»! a ettrndn está ráfèíta até
tf i^atiha' do'OoAd«^#bÍdoS< N^estè logar ae ft>rmav4
a ostrl^dii"iia reiMifl», 'qne^>s%nclo de penca ^eittensio »
pouco custarás nB'oece5ião da vasi^ite, assentar as^roa^
saipedrtRS que formem tUura, a que a agua não che*
ecenomia« ,
2.* Os emnfbus , gne-fiiem eerreira n'estfr direc»
ção» podeião dispensar orna terça partede svas testas»
e alguma gente empregada, no jnesmo seni^o r fari<^
mator^ Buasero de jornada» ». não, teodo sabidas » dics*
cídas,, nem \olUs qiie.dar iWaqoelTo caminho.
3.f Os omnibus poderão pe^a- nov^ esUsd a estender
as suas carreiras até Pedroiços, pelo mesaM)- preço
que levam atir Bel<em> coosegiMnde»'.no lerão prín-
cipalmenta •• tanta concorrência, que si^estaoorreic»
fi)r4 a prospeiidado da compi^nbiot dn^ opojlnio^ QVO
dereri.ppr iss# ser 4^ primeira» ea» st^ ps^oew k quo
empreender ^«er a. nova» astiM^dO;^ n
4/ P^rá mais vi^a e amo^ão- aeS',keiiures de Ju»^
queira j BeifHB .eP^droiçoa.
5.1 %\\k entasr eaok a^s^iaçêo « ipof* bmrja e sne-
téntar-se, a deài^badâ comp^mhiadps (mm^VK Oftpro*
pFíetarios de.ipr<;eaa#^ ajlguos d^s-qtHeo.eelão be|e
pk9g}aqdo,por eUas fórsiS pesodos». sem reeebeaea^ in«
lerpsses^ Todos 0^ rpropríetarioi^ conflna]ntes :Qeiii« amo*
xa. e^radO) tj|ml»em «erãcadigmentoiíp o.Yataíriie deoa
lef r^nos e caza^.. ...
. 1^^ i)eve a ^oaipanhíO' ío^vessar d^atgoma, «mie oa
obteiffo^ e >opeirftrk«< d«pdo<4be#'.a)éin dp joinaj dia-
lio alg4w» fe^iowN. ftafttfeaflío «os iifderasaes «.qnA
ftserafA ea. emprcAodiederr»> . da . nora otifad#..< l&Mm
esto. ioieresa^ ao ob>vai:se forjo em >pon«» tempo cem-
soUdei eperfeiçã<«» e |a|.«ezjperimooaeidOiM»nliide«
do que custariam , se os operários não Xossem »ate«>
reesados. Ksia asAQcioçãoraHitna de cepiiâli^as, »pBo-
prietarios e obreiros dtrá rida e iaterêssee' a m«i-^
REYISTA UIÍIVERSAL USBON£KiS£>
479
tiiiina gente -dt ^el^BlMéa tápitel, que ilio efecefKra
nus «rtei ou commercio meios d9 Msleolar-flc , ndm
o iempo e u circuuisUnctas lho clio .esperança do
•mprcgo mM tttii nos ronol da iudostria ou com*
nercío.
Fersio^e t osmcísçíoh » deatro em un amio a
obra so fahi , Ukea^ por metade da somma , em qtle
eatá orçada ^ ao a Hscalioor poMoo » qoo a ieto ao
offeeeco grotoAamooto , • ae» se ingerir em receòer •
ffiooi pagar ediso alguna^ moatrando assim o nudes-
folonssc. tB^
2tS9 M. émtral apreae»to« daoodomio daasefe»
ciaa do Pari^t da parte de Bi. JMso Damoxy» liedloo
principal do asylo dos alienados do dopartameuit» da
•AMPl^f , obacnratSões ééerca d«- suicídio.' No espaço
de iâ amios^ dii M. J^toe iMiasy,> boove no Màm
%1 sofcidiaa; 6# de iKWons e ftl do mmlheréa^ on
^ stttcidio por I:ét9liabitautea. O»aiiolor averiguou que
tsa tríroostre de 9ton\ a joièo, é qoo 4iavia maior um^
anero do aiHcidioa ; o quoopraso em que nienosoaha'-
iria era enlro ootisKro o janeiro. Dois terços foram em
lira. ehola; nra segondaa-feiras mais que om neoàom
-doa omroa diea da semana ; e maia db dia do que de
moite»
If « ^«00 JMwiy efé poder afimiar •**-> que o s«f cidio
é inais frequento entre os easados dofoe eutte osaol^
teíms :. Hoalmente um grande numero, doa que se siiS»
cidaram , tMia }i Hprespntado symptomes de alie-
aiaçio meiHal , ou tinha Já ptiii^eida muito, ou tido
nd« desregrada o crnniDoaa^
^ . ÍABTODlsS.
/ CÒlíiMEilOBAÇÕES.
S8 DE.ilAlO 150&.
âM4 jSu eon >d^ temfio doa íradet (oe^iio crf ío). , e
se iuleudeis de toemeoaial das proeiaaõa» (do q|ie
<i»9ito iduvido) fc«»ararieia algum» vea quo oa frades
de S. Domingos de Lisboa, quando saiam em. oorpo de
^qsnatuMdade de crui alçada, nsoTaua /voltar oCbrís-
.to .da.ofux» oSopara diante msts-para irai» isloé. com
« fpee paraooom«iiinidiHÍe; Ealouao sâugular, eçoi^
tra a pratica commum , tioba, segundo ao conta, a
'iMigi^ul seguinte.
O celebre tumulto do 1106^ contra oacbriatios AOr
\o^ -qo^Mabeu do amigue ede^rrortoda aiísboa«
teve. oomo-é sebié».« sc« prineipio bo egr^ do S.
.AooiMigdS; e alguns frades do me#«o convento lòram i
ofos- priavipnea iaetigaéiMa. Além àeoetroa grevas
Ltfa5Ugorque>a4ualica>impo^aoa téofi orAaaou e^^oi
iqcie aatsaoaa do.ean eottveiiio oa religioaos do S« Do-
-jUiflgt*! Mnilo eeemf^nbaroea eslea paro impedir que
«iaaee^venAeieaÇa erdoM; moa baUadaafor^fli aícuaea-
^prooo, o e>-rei inaiatiu amfuo todavia aayaeoDi. Çom
^«fiiito entjqeiMahreii^ S8 de maio de lM6.se aaiaam em
.dorpo do eemmwNdade coei a crua na f^B» aobrodji-
.la» dando tt'ÍBto a^iotendor 4|oe perdidaoiao' ^orau-
.çiisde recurv» bumne, féi tíubam ao Senhor, por «eu
.reiugio. Bm AMOfri» poi» d'«sli.f^sadjiu|i^nvão »c
perpetuou o uso da cr.oz virada papa tira^; nao obs«
tante qve.por intervenção do papa; foraie os dicCos rot
Hgíolos. reatibiffdos •ao seu convento logo a 24 do ucLu*»
bro do^ mesmo amio^
-ySè Jf« 4fl'C}imhm iSivara. .
mBsvoBVA ▲ wn Mfinvvu&a.
fl95<lí ¥ma senhora dus /mais^ respeitáveis pela sua
píedado noo nmnda rogar, qué aeOi penda de tampo
ceodcmneàios , pelo>modo Éiais Ibamal e eiplioittOi
ueia:ejipresqio impta, escapada a um de npsaoa cdlf
laboradores (aliás excellente christio) no artigo>PM9w
- Bim eHe , islando do navio,' por nomo» iMplimo ,
que da Itália trouxera a Lisboa u*a ;rice imagatt da
ViafeuM Mil' em 1750;-— cipltetooredstior pare e^fwe
poeto éited» 4'a§uHle$' iempoi /iiaar um romaneo é
Virgem da Ccnttiçãú dtUãéa #ai irsvos de i\fifptoeo. i»
Esta etpreasão , segunde parece , foi lomadi^ como
desacato á If lu de Deus; quando não era , neok par
dia ser, quaniu a nés , maia qiM um gracejo, {tal-
vefc menos bcfm reflectido) contra os poetas de re-
manoea e silvas d'aquaila deeatinadissima époelie lit-
«eraria. ;0 termo do pode diaodor . nio marea poc^ ■
-rentur» , • com asséa de cjareia,: reprovação: e a il^
tençSn unieaaseoto lilteraria do periodo? Quem tivek*
Iffdo a Hunix BêMueida o até ee seroms de ^adre
CeHares e oUdee tetnaderes da oscboUr é4tbtíl:de
Vieira ; quem, subindo «ioda mais pdoa teaopoa ; se
lembrar dos LuSládaa a do clorigo> ftfecehoeau Moçaoa-
-bi^ue , e mais para além «inde , dos , iMÓa do bom
<iikVieente» longe de eo^demourif epprovsRá oelogi»-
«rétaivet e aniieio ctom; que e nosso amigo- leuçea
âqaéilaa palavras. . '. . > , t ;
Esperamos, que a Exm.* Queixosa,' a quem damoa
aatss£i€ç8o, discreta o inslreida «omo.é, aprecâará-de*
vidamente o que deixamos* escripto; o para •assim' io
esperarmos julgamoa «ue aaséa noa<dio diaeilo:q«aq-
tosaetigo setteem puDaioade n'esle J«nnl 4UiS'.tro8
anos da aua eotiatonÊia / em qee uuncaf ae eneoabreci
nem sombra de - irrcaeroneia para oooi ea aegradoe
objectos daorcnçá o outo doajeeftboliceab . . ..
9. 8SBA«!l^tt0-P-ÍbttB JAB0«
ÍMKúâ SrAONWAU ...
•"• . ' ' * / ■ *•'
D. Stiiastíio o o aqu pnjedf de to
lii^ imperador da }fUfToeo9 , olo
enuB t2Q loucoff como a éef^aça oa
' fes seateociai', LOúCameiíre dirig^t-
dot, tira. Garrett,
e» cpifanja^
â9S6 Db iodo se pcuUara o 9pl no djstantf bori«
sente; um listão auri*vecmolbo i^rf quanto r.esteva do
seu poder eai o uosso bcmispherio» o níveos acastel-
ladas para o ocidente davam, pfuito aíuiagiiiaçoes fer-
ventes quê» em 9Wí$ recoictea« viam uiansolo«|s agl-
gadtedoe> féraa descouiauiiiaes, anjqs q ilêuioÍMos« —
k pai da solidão começa dê reinar por eátre essa iu»
Cacunde congério de penedos i^e constiiqe a sercf de
Ciutca^ ippcéip vocês bemfoaa que^iioa ^ mudcx ii«
nat^rasa.
^Qpem ,est< abiT^-^rOb- «M> ^ois homéus — <o
Telbo LÚia de Camões; quo fiom A Ttfú Pí«f«d;iV
40 o
48Ò
REVISTA UNIVERSAL LISBQI^CENSB. :
joTen iDDnardia segue , parrado » todos ot seos mort*
mentos ; — e Diogo Bernardes , que tendo abandmia-
do a companhia do s#a rei , para goaar mais algiins
momentos da sociedade do homem sábio, .ortivira
n'eHe os oHios » emodo è.qoèdo o contemplava.
— Vae mancebo inexperto, dizia o velho, que só
te lembráiki' às paMãs- do ttri*mpba/. «a cMticos do
appláoM , 09 hymnos da ^victorta ; ««io «és 4> áGys-
mo aberto na senda que vás trilhar «' não vés- o ttgrt
mosqueado dos lertões éa Lybia abrir. as fauces jam
te tragar; a ti taos teus — a ti, o áHua paAri». [Ok*
éàin pattia l. :..
. HH piide eoDtinnar porqoe as lagrimas. Hm «or-
tarata o dker ; deixoo^s correr » a alflm IrodnindD
lodat as «cias forças :-*«^ Bernardes » disaa anderé-
^ando a*pa]aiwa'ao outro velho , nio pódes^ tu salvar
«D. SebasUiô. sahrar Portugal ?-^dise?
' ' -^ r Já Dia i tempo t respondeu sobauieaMiite Beit-
«ardaa. : . •
- — ^Qvani lhe aireigau pois na alma esse .pngecta
4ê destrulçio? Foi Satanaz por certo? * -
- -*Poi ataobrcsa clamando contr» a oatfega qae
-seu: air^ fet aos' moiros de Saim . Isamof • Arzila e
•jkicaicer; (oram as promessas doXarife de, o. coroar
-imperador de Marrocos ; íbram os conselhos do seu
'Confessor sobra a propagação da Fé guerreando as Id«-
(Jleis ; fòi 3 sua índole naturalmente ballioosa, ; e eitifia
'iw teu poeina dos Luaiadas que fovtèâcon suas idéa»
•sobre a prefereuei» das pra^s da Africh » qu« esten-
idem os limites -da* Portugal sem quebrar asua.imida-
'4e » ás colónias da india que tem o oceano de per»
isM^^ilifníigo gigaateu eimplacav»!, que torna imr
possivel a ligação de dois impérios, nas eitremidadies
ado mondov' '- . •
' . -<^ } Gk\ desamparado de I>eo»que eu seu. ! Àtè o mou*
(poema que antepux aoairo, á rida, — que julgara só
pradusftria bens, porque a semanle era a rir tude. . . .
esse masaio conspira contra a pátria • contra o re»,
'Ooátra mím!-»--Obt bem ma lembro doasses versos
«^oa pua aa iMcea de um bonrada> «elho , ao partir a
armada para' o descobrimento dovOíjente :
Nio UvíiiBcto coiDtigo-o isinaelita H^
Com* qúcm sempre terás guerras sòbejfa^;
Não segue ellè de afâtiò^ a lei maldita »,
Se tu pela de Ghristo só pelejas :
Não tem cidades mil , terra infinita ,
** ' *Sè téWás e ilqéesa mais desejas:
' Nio é élle por armas esforçado ,
l Se queres pot viciarias ser louvado?
Deixas crear ás portas o inimigo ,
. . Ppr ires buscar outro dé tSo longe,
*' ' l^or qném se despovoe o reino' antigo-,
• 'Se cfnfrâque^a e se vá deitando a longe :
Buscas o incerto e incógnito perigo , '
' ' ' Porque a fama te exalte e te tisonge^
Ch^mandfo4e sienhór com 'larga éóf^ia -
. ' Da Ind1á\ Pérsia , Arábia e da Ethiopia !
''!* Otl! ibens cantos íaô queridos / tanlbem tós , em
^l6gar dar Corda de lb(h) tpie esperava me4ec«^eis ,
ajudaes a as^entaf-mi^ a do martyrío! — Também cort-
^Mbúfs a sepultai' Portngal, quando eu Vos ária çom-
I^aheiros <in Ma glbria r . •
- "-^Mais do que isso , €amôés» uio seguirão a pa*
tria.só nos seos dias de gloria» irio com ella á beira
do sepulchro , e — { milagre- do génio ! -^ depois da
eitincta, serão ainda Ubaa , que leve a disUntes
praias os restos de naufrágio — um nome glorioso;— »-
serio mats< duradoiros que esses gigantas de. granito
elevados pelo orgulho do homem, — aobreviverãe a tó»-
áos os monomentas — conao os poemas de Virgilio ás
atrevidas conslnieções dos díctaderca éa Universo.
Emquanfee» engolfados em sitas .meditações suUi*
mes ^ os dois poetas são assaltados pela noite ; d黫e
o leitor a mão , que atravea- das roas estreitas , tor-
tuosas e immkndtt dap tiHa -a^^^h» pelv «seado actual
ae pàà% Inferir qual seria ha dois seeulos e aaeío' —
o periendemas conduzir aa palaeip lèal^ «etide dava
rauttir-M o conselho. ,
£va já elie emão , amn» bofe ó-, uaaa fcbripa suubi-'
pioasa, «formada, de divarsos lanços de edificios, cuja
fomaattca desharmaoia-agrada a todos os olhos que não
sejam de classieo estremado r — duas chamittés de
grandes dimensõas augmeaiiam a magestade a esta
oohslrucção maravilhosa » e as gothiaasHsisgoâas. íre»-
Us eomi seu pcndaiio . amtóauo* roereeem o name de
èellas. Os honeus d*aqiaellas eras abavam com* res*
fieito para eala habilaçãa r«U qne.éuas. épochas me-
moráveis recordava ella: — a liberdade, ganha na
«ampo de batalha , por seu fundador D» Joâo-o-popu-
4ar;— ^e ecunw da gloría e aspleudor Baaienal. por
Ik MawaoiHKfeUa, que lhe deu eateosie e brilho.
- Entramos em patooie, que já por essas, portadas -
gotbicas. se. engolfou toda ai comitiaa.; — toda' não,
que dois homens ficaram á posta ; faliam de maneai;
escutemos o que dizem.
— ^. Então, Aldapii, está firmemente resolvido sobre
as vossas informações , » desfeoÍr''as velas p e pòr as
proas em Africa ?
— Sim p Srv D. Joio da Silva , partirá apesar de
toda a eloquência d'esses conselheiras velhos que •
cercam moeste momento.
— S. M. nie <se esquecerá dbs vasaoa serviços/quer
vença /quer fique vencido o actdal rei de Portugal.
— ^Lucrada toda aaaénaira: se trlumpHa» tem se-
guros seus portos deiuvaedes bavbaresoas; se morre',
como é deespertir flcauda* Toncidat, él seulegitiaao
herdeiro.
; São' dois traidores. * . .t Nie t aio dois* escravas, que
promovem os seus interesses e as de seu senhor.'—
fFih d^elles era ^embaixador dè Caslella » a^autra o
capftão Francisco Aldana. • . ^ >
Atravessemos estas longas sallas , • queM: divise ao
íhá ò rogar do cotaMher era um* pequena oateara eu
<|ue avultava uma ampla poltroua deasiilefío',- e uaÉH
eomprida bancada da mesma matéria ^-taas os toga-
res destinados para o rei e oaoonselbairas^de estada,
nova magistratura que iuatitufNi Di Sebastião, e qoe
tem chegado' até nós: — no* do mab<os orulos da
salla eram stguns' paunos da«<ArMa,< aouda se viam
syníbolisadas per6ona(|ens da Ekwriplura, da mytbolo-
gta , e da historia profana; Aioda boja um criada d^
palácio, mediante paqueiia- espacMa • vas^mastrani
áf paredes nuas d^ssasa lia, é 'vos dM í^dicinda os
assentos eom*aqoella convicção de Uitnmi ^^^ye^ atli
que D.'Sebaflfllão e o aeu eooselho decidiram a jorna-
da âe'Af^ica;-^a qée lio é verdade, porque ha-
via mttiio qu^ e»eâ*4eaidirit ár combater os ioftaís»»
RBVISTA USayXB&liL. 1.1&n307f£N6E.:
481
e tMÉi«ta éw tonMlfc«éHENi vpmm , eoàffof .bfje éíri»-
fúe QB meus icttOTM ifio-jprQloBdár , querendo )>iMé«^
goiir wá MLvn' d'éfiè ckpiUik) ; ipe ^csrrâ , : cokQfi
lodo» 4)8 maia ^ «éiHirra^BVfrfdieas.
* 4o doiiío .itiltéo dos tirãMiões^ «^ae circiinMÍ«itoiiii.a
M)tov M via» «B rèstos.contríslados e tibalkias dus
vdèo&gverreiroo quefaaviain dei|rajBsdo o Sangue por
Mios ide «lomis «> ^«qlios s -f^-^dois niaacèèos. estaf anp
loailMb aiii / isfiHMs 4« se verem colloeaclos etitve 4í*
dalges de lio alta noiàasoda per iua cavaUeria e sd^
berí^^es ptbes de D. fteèastíão tnostreTaaa qumito
HMM a^adímel Hie seiie ini' lieoofaSro eoa iuiaDíigoSi
d<» f»eí ás admdestaçftas if^e de eeiio taiMolheiros e>^
pêra va oiltít. •^-%- fieÉIna-se \ «« am JipoiUsen icáas ihe'
segiiíittíD o exémplb; houve om momento de mudez ,
em que esta camará sianUieva a oíUcina de um es-
tatuário , 'gtà.tfOie 9 iMaarcte conofin alistes ter*
mos:
r «^-Leoes vaiêaUDs e eottasthoiros ( aèjccto 40 adta
mesta bei. a oeinaMiiiioarwTosi;— ^paasb á Afiriçft.
• ' O silencio dlw oampas mtáava JBttlãoi :Da jâUa. D.
8eòa$ttãoi)roooreH ler nos rostos dos conselheiros ai
dívtfnsa^ oommoçães, que lhos ftmram ms poocas, mas
lermíqaiilM.parlaYrsaqkn aOitátava pailidex se esiui*
Jèámi «['aqueilas laces respeiláireia, e «ra suspiro aba»
lido itn qiMmlo se eacolom. Não descoTO|ooa ú moA
oarcha.» aoleexorn maas seg uno atoénto bostiattou : ^
. --nVoíi montear OS' leões cin seus cé^iá, t^iogar tâ-
^nmte«> da fehriMaiidade,' estAsdor mete domiaiós,
pòr no throno de um «iirpadòr o* hdrdeilio dos Xarto
fes !«-^'A sorte- qne mie dguardsí é « de todos os to-
«feeAS' empreendedonefl^ : sé veooedor, $tveà um me^
narchs digno de empunhar o seeptro ; tLioboo me àèn*i«>
rá suais .poiias entre os'gcitos de al(}gria^; e^i coreana
do«me 4e palmas , os trovadores nio 4ardafSo'em«om-
paratHnea César' ou Aioiandre,— ^ae tvncido, um
louco, tim temerário e tal seria o destóno de knoopre»
deoe^aor que abateu a^orgolbosa Ceuta, se^aqiftelles
4escrid«i f testas, veaes mais aimierosos què j»i. ooo*
oos , souberam defieader «seus lares ; e bem diverso
«ppellldo ceiíbera ao Afrécatm , aò vencedor de Âiriá*
|e , se a iorliina kie etelolM-a a eapada tM>s oreaes -de
AIrica oomo ãon campos ;die Toro. Nio lé •p«ra tnol«r«-
«os das vaotagcosou desvatilageiisid'esta joraacta iqoe
i^u yos címoml a oonaeiba -^ pèum*vds porá qmr » vo»f>
^o saber e ett^erieDcia- bajomr do guiar mem passos^
r-^Falkie, D.- Joio de^Masoarenhad., â vés som{iete
|>rimoâro „ oomo á^MHe cpie liao precedeu a todM ao
iiarreira da vldéi. . » . : /
. Todos os olboS Jo: éilrigisam fiarti to ▼etrcedor.dt
Diu ; e o ;mioiio «lç*ndo a oendi i que .as isnnos ii
lanam dobrar , e ompafttodonoe ^crtm lOS mios ao mm^i-
jbélo., org«eo«8e evi .pé.^ e jnddo im» mom^nto:^ fHiro«-
4íii um pbaniasma.rde gigibtè, armado doponCo cm
ím^^ooo r como aol^Kie piniom ps «atigos iimancès»
r — Selibor,^'dttseel]e>emim.t o dewf.de leal TOS**
^Ho me impSé a obmgafio nde r«f>cfsr o qmétmiâi
'{««aes boi 4io(o.jp«ro:aal»a9Íô idofoÍMto.^:¥ás idos
perder^vos, senhor, que mui dimimitas sio.siteas
^Of^as ; bom ' ptmoo •valbul «sseaibumlíaeea metictftia*
<ios .de ttaHli e^de^Uénnoba:, O) ainda monaa smlef-
rio os ipariidatfios mouriscos d esbe Raaiio iaobeoil,
4«0 <o dicaguondorem«'^l>em Tanger {-^iqiiomiíoe*-
4«iri os, portes do j>m;t|F«awM 40moilu(oy:Jlfahamet»
<^^ pbrdeo a ooréapor efietto ds s«»s IX)rpeaas?»»*f
•Ólboc. que aguerridos sio. os motròs , o min experir
mctitadeio seu ciíefe que na TOrquio aprendeu a bon^
bater : os soccorros de Castella. nio obegam » nOssos
fiétes são (bloonhoo , /a a ca valia ria cbrtsii eslá aig»ní*
sauie; o estandarte da Cruc já se nio cerca, dé o^
fervorados como D'oulro tempo, e difficil oerá já ago-
ra jtfecooqÀâstar. nosso predohoiíMO na Africa ,— «^le*
Ihor fora sustentai-^ na, Índia , que mo vá desaílap*
também.
^Lá.esláJ).Lui^ de Attaide )para o amparar, qne
nao cunta elle os soldados qnando tem que abater o
orgulho de descridos ; eora besm poucos desfez a liga
de todos os potentados de Orieote.
— Nem eu os contei, senhor, nos muros de Diu . . •
- — A.ednlo VQi enfraqueceu' os^bríos^^^fftKlhou D. ^
Sebastião , tomando um gés^o alegre , porém que pa«
tenteava ironiis, r— o.dS909 pbysieos siodeopfeiiio il«e a
yelhice faK acobardar, o mais braivo. dos tiomoas ; qm
^os oitenta MMios ......
. ^—Oitenta anpos tenbo., .;se.nbor» para vos «conao»'
Ibar • porém vinte p4iíra comtal/er por vós.
— .Senhor, dae<4ios .ouvidae!. disse ootro veUit
caurallçiro, que a par se «ssentava de D. .João, deMas*>
oarenhas ; i des(pre6axéss.,os .psreéeres de bomensesfter
rimentaidos , porque contrariam vossa vçnlíade 4Íe Imv
ro ?'À Acoimareis de cobardes áquelks de ifuem omoo^
do. inteiro sabe o some, como de liomens sobse-ti^rUii-
raes-r-que tio Ineriveis .sie stias faç^nbaisf — icnspii»
reis affronUs aa faoo reeequids de «re^sp liiUtigo nj9^
çó 'pofque. vos pertende iselvar „ qae tos não segni -^
apesar da vontad&-*-aoa tffeaof do. africa « porque a
eiilsde lh'o prohibe, mas que.ios entrega secis.ftlbos
-^.iSavaileiroa- esperan(Qsos>, e unica^ ooasolaçio. dé
seus dias?-— 4 Kap atiendereís finalmente, «os: avisas
do: QÓu r — o inctodia d^osae armarem em qite se ado^
javam os petrechos destinados á desgraçada emppeui
que Se ignora comorre* quem íhe deitau. ir íogo . .i« a
appariiEio de um oometa. t>. )
: — - A á < . . . á*. . . . tniernompeu o rei com mut
gargalhada pro4ongBda...'*^*(> cometa me avisa tfue . . 4
Depois tomando um gesto osrregado» pcomaciou osa»
tas palavras,:-^
— i \ ¥inia ctt aqui só.para ouvir asrepretiensões4o
D» Joib» dielIascaneabaK e D. Aleixo ^Ifaneàes ! t^^
í^ nenhum de vós me >faouHaFá meios para sairibom
d^-dsU emppeca?!
— À minha «espada, senhor, tm onoiía vilda ; disso
D. Chrktovam de Tarorã., «trgaendo^se solemnementé
do exiremidade éoieioabélo onde tomara logar como
o mais ^vtíÊL 4a tasombWa.
• .-^ A sorte do meu rei será a iminiia ; defenderrvosi-
èíei al6 ao uUtmo iránce da vida por iodoa os meios
ao meo alcance.
Galro mawieho pronunciou estas pahrvraa oom a
miio.âireiiAa suiicr^z da .espada ; «-rera^o.jHramento da
um neto de D. João de Castro, a fidelidade Ibe com*
•bera fwr herança , tinha ^e sêr Comprido.'
Os Ottíros. senhotfos que presentes estavam , nsfââ
disseram; o o rei cancluio o. conselho com estas pa^
4aipra3 : ^^i^riiromos ámonfai para Liaboa, e em. pon»
/cos dias para ABBrlà';T^aooetto a vosso oomponfaia^
dà. .Qhiâstemm. jám Xa-vora , D« loia 'de Gastn) , e os
vossos filhos, D. Aleixo; quanto. a vós, D. 7oio.;da
^. lossh phidracia.qoBaamsdai-miAer
40 * *
482
REVISTA UNIVERSAL LISBONEPISE.
DO reino ; ficareis goTernando os meãs povos de par-
ceria com o arcebispo D. Jorge d 'Almeida . Francis*
CO de Sá , e Pêro de Alcáçova , que preseoles estio;
•^-A nação dío sentirá a mioha falta.
Disse e partiu ; o silencio reinou então n'aqaelle
recinto ba pouco tio ruidoso , e estendeu em breve
suas azas sobre o restante da vi lia.
^Quem diria que n'aqnel]c logar acabava de se
pôr o selio á ruina de uma narão?
Francisco Maria Bordallo.
; (Cantihuar-se^a.J
HOTÍCIAS.
TRASXJLBAÇlo VE UM ftAVCXO.
(Carta.)
' 2%7 O coLLVCiío de Sancta Rita , de Agostinhos
Descalços , ficou , assim como os demais da cidade ,
devoluto depois da extincção das ordens religiosas ,
estabeleceúdo-sé n'ène , a principio , a sede do go-
verno civil» e altftgando-se depois a estudantes. A soa
formosa egreja, livre dos horrores da profluiaçio, con-
tinuou a ser frequentada pelos fiéis nos domingos e
dias sancfos. — Depois que o Sr. A. Forjaz comprou
este collegio , tornou-se vulgar uma noticia até entoo
isabida de poucas pessoas ;-^que na capella do cor-
redor Ufparecéta um sancto em carne. — Accudtu o
povo a certificar-^eda nova , interveio a auctoridade
eof lesiaslica , e «flRectiva mente se achou um esquele-
4o humano , coberto do oma massa esl>ranquiçada ,
siroilbando betniie, que lhe dava feições de corpo
organisado , ^(podendo , ainda aesim , ver-se mui dis-
tinctamente o espinhaço oom todas èb suas vértebras
^ eostellas artiauladas, o crâiieo^ ossos dos pés e
mãos i etc.)» veslido em trajos a inodo'de soldado ro-
jaano.
1. .E*. o caso » que no mesmo temf>o em que de Roma
enviara o Summo Pontífice ao piedoso Bispo D^ii^-
gwl àa Âwmnda^o os esqueletos de S* lÁberato e S.
ClemeiUe, para coHocar na egreja do sumptuoso semi^
imtío , que acabava de fundar, ¥iéra também estende
S. Frucluofo^ martyr e soldado como os dois compa-^
iiheiros , para o còtlegio de Sancta Rite , -onde se ibe
«onstnríu capella particular, permanecendo ft'ella^e^*-
ée 1834 até #gora esquecido e ignorado.*
O dever e a piedade persuadiam que se trasladas*
•e ó saneio a melhor logar; que de presepe dí^ cães
tinha servido a capella havia já mnito proftmada. O
£xm.* Vigário Geral accordou , que ein qttinta-^efra
de Ascensão , com decente acompanhamento de cleri-
•gos, se levasse para o seminário: murmurou o*. povo,
que queria ver popipas e festival triumpho, emvezio
que apenas se lhe representava mesquinha formahda*
de , e alguns manòebos , com v^niii do prelado , se
«ncarregaram de dirigir a foncçáo , qne fot soleame
e primorosa.
A egreja de Saneia Rita concorreram as nove coii-
Irarias do Sacramento , toda a «leresta , muitos pes-
soas qualificadas , a tropa da guarnição da ctdaide ,
etc. , e d'a]li aoompanfaaram o sancto guerreiro, cerc-
eado de íbrnipsissimos anjos , ricamente adornados ,
até ao seminário , onde se cantou o hymno Te Deum
a grande orcbestra.
O concuffiO do povo da cidade e viainbao^s foi
^miiienao ; poias roas atropelUva-«e , e lôra de portas
enchia a calfada de Sancta Anna, e os largos do Jar«
dim Botânico, ;de 8. José,':e SemMiario; o seu jubila
e contentamento era indisivel ; tinha um sedcte* tmoop
, sob cuja protecção se promettia largos dias.de vtnta-^
ra. Além d 'isso uma procissão numerosa oamínhaâdo
pausadamente sobre um chão cobei^lo ét. verdura ma^
tisada de boninas , por entre renqoes de arvores na*
gostosas , debaixo do um céu perfumado dos aromas
de milhões de flores, confundindo-se as harmonias
dos Cânticos Sagrados com «• trinados msiodiosos das
aves do bosque , tem um nib sei quê éopoelico-sMH
vidade , que encanta o espirito o acrebaUk a iq^giM-
cão. — A quinta-£sflpa de Asceosão de 1844. fce«S' de
ser lembrada em Coimbra por muitos annos.
ã. de Gnemm^
8^ rmvflWQso mm eoupxRA.
(2.* carta sobre o mesmo assumpto.)
2958 DisM o^amo do Senhor de 1S34, emqn^os
bons religiosos haviam sido expulsos 4Ío scubelloeol^
l^io de Sancta Rita; (dizemos bons religiosos, porque
bons eram realmente aqneiies frades; «otre os qeaes
avultavam alguns sábios e eruditos vavões , ainde
hoje de grande nomeada de sat^er , e virtudes ; bem
regulada e sisuda aquèlia sancta cau; e ololKfmda
a ordem , como tantas botras»* da desawrelisaçSo e re-
lação do século; ) desde esse amo, que lá no Amda
do dormitório [kincipal jasia escondido , js ignérado ^
debaixo do altar da lormcMa capella do tops» o^Corpe
do bemaventurado mártir S. Fmctuoso.
Aqoelle corpo era de grande devoção e respeito entre
08 monges negros de Sancta Rila ; que o mostrava bem <^
recato, com que era guardado em elegante capellinha,
vedada com soas portas e cortinas, ornada de maitas re*
liqnias e de formoso retábulo: — jasia estirado d soire
no altar , com um vidro inteiriço por diante , em ac;«
ção de descaoçar, com a cabeça reclinadn sofbre um
braço ^ e o outro estendido ao longo do corpo- sobre e
espada-. Porque deve saber-se qiie o saneio foi solda«>
do e valente capitão, como logo veremos ; é por isse
está vestidcit ao modo dos romanos guerreiros d 'aqueK*
les tempos, de rico sendáu de brocado de seda , cem
suas custosap rendas e bordaduras d'oiro ,' e jóias»
com os seus gantes calçados, a sua coiraça 1 utente, e
seu elmo desatado e deposto ao chão , e os seus ri«
cos coturnos aiíertos, como era usança d'squelfas eras*
Ha meinoria de que aqoelle corpo viera de Roma
assios preparado,, qnidos e ligados os ossos debaite
das ricas vestes , e com a sua bella cabeça de màn^
ehbo no verdor dos amuos, ^inda imberbe,- e sem gor-
ra, nem capacete, mas* toda coberta de elegantes ca->
heios negros « que Ibe eaem em anneis por um ladoe
outro das faces moi mimosas ;' mimosas , e macias »
porque sao do cera» traiMlhadas muito ào nstoral , e
coloridas delÈcadaiHentet f«e pároco o santtO' um lin«
do pagem d'aqueUes, q«e os rímances s trovas nos
descamam comb adorno e mimo das c&riH dettínór oa
dos enfeitiçados palácios dos bens^tempte dá' edade
média.- > - ' .
Outrora pendie*lbe ao lede orna rica espada toda
■recamada de oi^o e jóias; e de 6iro e joies 4ram tate>>
híem os anneis dos dedos e abotoaduras , e laços »
qeo o enfeitavam; e-de oipo macisflfo a palma domar*
^ycio iSBCto, quo sofsévi* 7«de istodesapareceei e^
REVISTA UBíIVBRSAIi LISBONENSE.
48a
no tantas ootras ríqueú» e primores, na de?asta*
çio da nossa mal g0Yernada regeneração politica. •
àié qa^ um dia» noa prineipioa do corrente maio, ao-
•spaHioê' entre o piapuJar de Coimbra um nui^or «a*
go, moito tago, mas bem aceeito por todos como tudo
o que é mapavilboso e novo, e que não sabemos d-on*
do nascea» ftem. porque modo;, mas stií f«e o aaneto
era um bello mocetão do carne o osèo, que dftTa á
noite 08 seus passeios pelos vasios dormitórios ; )á ves-
tido de monge de Sam^ta fiitn , )^ coberto de asmas,
já faltando de vos.muâtQolara,, já.trtneando raivoso os
malirapílhos, já daodo^com a sug man^^ emaiguma
^Ih» hedionda, que oe ibe obegnaraAiais da parto, co-
mo indicava .um vidro ^nebfadqjiifllHo á mão direita,
«T-qãebrado oom uma gr«Mle krfatada qmdata osan*
cto mancebo* >• 7 !t ti..
* Estes e queísodos . tutaoros . Gresoemm de hora
em hora , de bo<ica om bocca ; até qiio de mniJfcaa-)o-
gnas .entrou a vir uma roínuria contínua ft vér a san^
cto milagroso; que foi praciso. cerrar as porta^ do
convento , e regular o maneira da visita ; que a toda
a hora do dia cercava a casa uma muUâdão de mu-
iboreS'^ bomens , creanças , velhos o gonta de to^a a
espécie, que ás veias prorompiam en^ eoelamações e
voserias , e por duas veaés arrombaram e forçaram
as portas da entrada.'
£ logo as offirendasr 00 votee , as .perten^ões de
dtfferontes cospenaçõas a rtqvarerem para si o sancto ;
oareqQertmentos enoontradoa dos devoSos^ e.mjl outras
€oiaas , que iserato d*olle o privativo objecto de to*
das as conversações e pensamentos ; até que o judi-
cioso vigário geral. do biaiiado, ^em ãm porpo i.ko-
perstreSo. doa crédulos e protegendo a devoção dos
bons, proveu n'este negocio- muito prudentemente, or-
denando a Ira^totafto daa rellqaiar sagradas para
unia capella do acminarío epiaoopal , onde seriam
ipvardadas com a devoção e reeoibimenfto qneeufl^)rta>
Beterminod^se para ã eeronanía o dia da Ascenção»
16 do corrente; e logo de madrugada se transferia o
carpo da capeUa para a egreja do convento , que eo-
teve todo o dia cheia ée ôm 'coMSWse immenso , que
ee apinhava extático , e pasmado pelo púlpito , pelas
escadas , pelos aitaaes , cada um a aaborear-se com
ama olhadura , de longe que fiasse , do mancebo mi*-
lagroso.
As 5 horas da tarde saiu o aaneto cendosido em
«immco berço oã céixio doirado, coberto com um
ligeiro volante ornado de oiro, qoeihe haviam o0ere*
eido em donativo*, acompanhado pelo . virtuoso chefe
da diocese, pelos cónegos da Sé, padres, ordinan-
do», e ooilegiaos do semanário, aa irmandades do
Saerameato de todas ar parocbias da cidadp, uma es»
coita de 40 soldados e muitos estpdantes e paisa*
Boà , qne nas Cleiras iam encorporados alumiando o
ooncte com brandõca descora , e acompanhando o p«-
•ilo : passou por eniro Yaríos arcos de seda e flores »
•qne no transito haviam armad» os devotos, e seguia^
antro a estrépito de Emitas girandolas de fogo» e re*
piques de sinos , as ruas da Pedreira , Trindade, -8.
Pedro, roa larga , -ca^ellò , arcos de Sancta Aima,
até ao jardim botânico e seminário.
A concorrência do publico ,foi admirável, especialf-
mente no jardim botânico ; onde formava um vistoso esi-
peotaeulo aquelle ^estito religisoo, e.aqUoHas duas
compridas alas de brandões accesoa e vestes verm»*
lhas , por uma bella tarde de maio, ao longo da ím*
mensa gradaria, onde se apinhava de um lado e
outre-o publico de< todas as classes ; seguindo o sa»-
cio peU porte de idantro do jardim um numerpso se«
quito de pessoas , que com elle se encontraram de»
pois.no largo de 8. José e dcseminario; onde a con-
corrência foi. tão numerosa , que foi mister vedar o*
ingresso da capella e do pateo.
A' entrada da nova morada do sando , rebentaram
novas girandolas e morteiros, e rompeu a musica
do seminário em um magnifico Te Bewn ; terminando^
ao pdr do sol toda aqoella vistosa trasladarão do bem-
aventarado martyr.
& como durante o largo transito nos soassem á di-
reita e á esquerda algumas palavras destacadas , que
(amos colhendo , acerca da vida do sancto , do sen
martyrio, da snâ genuinidade, e da authenticidade daa
relíquias sagrada», diremos aqni alguma coisa áoer-»
ca de quem era, para que nãaseja confundido com
os outros saoctos db seu nome ,e para qne não esíVio
a devoção doSv fieis com o boato, que por ahi fa cor-
rendo de que x>s seus ossos verdadeiros eram gifarda-
dos em Gompostella , e a sua cabeça em Villa ^eal ?
o que tudo naaoe da inexactidão !con| que taes bio*
graphias são tractadas nos sanctoraes antigos , que aS
mais das véaes attribuem a um todos «s feitos dos
sanctos do mesmo nome , como os Hercules -da fabu-
la. Mas nós que lemos. a fundo aquellon sanctoraes o
memorias , «diremos a nossa humilde opiniUo acerca
do que de mais Tcrdadeiro podemos cQlher de tantos
livros . por tea sido o sancto nosso visinbo ; e nSo
queremos que as nossos visinhos sotfTram testimuiilioa
no seu credito « ou brilhem com luz emprestada , enl
quanto houvermos língua e papel com que os des-»
affrontemos.
De quatro sanctos , eom o nome de S. Fructuoso ^
dão noticia os velhos sanctoraes»
O primeiro , e porventura de mais nomeada , é è
qne a egreja celebra a 16 de abril. Foi godo de na^
ção em as nossas Hispaubas, élho de. um duque muí^
to esclarecido e valente, de sangue real , e seiihot
d^ lòrtUAa immensa de aua illqstre casa , qno tèda
despendeu na fundação do rico mosteiro da ordem dè
8. Bento nos setts domânios de Viorço., juncto a As-
torga , e de òntros èonventos , em qne viveu .vida pe^
nitente; até que disposto a fazer uma perigrinação <
Terra^iSanela , el-rei Ciudasuindo , para livral-o ú*Í9^
8o;í o nomeou bispo de Dume , no Minho, em cuji
quaUdade assistiu ao 10.*. concilio toledano, onde oa
padres o nomearam arcebispo de Braga e primae daa
Hiapanhas, pela deposição dePotamio. Por cinco annoS
foi o modelo, da virtude e modéstia cbristã na sé me^
tropel ilana de Braga, continuando a viver com extre^
ma pebrosa e penitenicía,. despendendo com os pobres;
e com o eus í nu e movigenição do clero , e oom o ro^
paro e fundação de novos mosteiros os seus imme9sos
thesonros ; até que um dia convocou a$ fieis , e des4
p«dindo-se d'alles» alli fioou morto mesmo na egreja)
onde ifÁ depositado, o seu corpo , e d'ahi transferido
540 annos depoia para a' Sé- de Compoatella , por h:
Diogo de Gelmino, 1.^ bispo d*aqu^la egreja , coni
grande mágoa, dos bracarenses; e lá está em um«
arca antiquíssima , toda marohetacta , guardado com
grande devoção. EaAla<n«d'e)lQlai9aaaenie,Fforfs, Th$^
amiro ««««ia», o :o n««ao ifjriplsffo. .. > 1
454
AEY1STA UiqiVBRSAL LOBBONBMBE;
£ }i vemoé que deito Aio é este o nosso sancta. .
O sagunclo é ceids^ado no mesino dia. em Gonstan-
im , juncto Q VíHa R«al. Este aim . qae é nosao , o
BHiiio porLttfpues; erft fiiha de um tricô iavradòf ú*â-*
que Ha terra, serfii» desde noço na sé de Braga cú^
iil# etemplar stcerdete , e foi nomeado pelo célebre
arcebispo .£le«4herio , aòbade da aua aldéa , onde se
distinguia em continência e virtudes; perigrioou a
Roma e à ^€u*«toalem , d'onde para a aua egreja (rou-
xe Boalas nelíquias sagradas , e- nrarrett poodo depois
éà sua votei; O corpo foi depositado na sua parochia,
e depois imudado para orna uma de pedra na cape}-
la-mór do lado da epistola ; conservando-se de. fera o
crtnfeo:, .qtte foi roubado t^eloa |ga41«gos em ífikd / e
logo reivindicado; e \£ se conserva ainda boje eaa
IM nkhQ> com grades de íerro; síendo crença e trai-
dição d*lbqnoiles bons poyos de Vtlla R«al.» que o
Cráneo roubado appáreeéra milagrosamente na egreja
for iflllerveaiçia do sancto ; « é muito rerercneiado
fèt% curas de cies éanmados, cosi o nome de cabo»
çf sanicla. S' particularmclite «lencioMido em Àmèto»'
sio dt ãÊÊf^ts , no À§kào§lo LwnUmo ^ c mais san*
eiioraies oussoa.
.Parece-nos q«e também nio aerá «ale o nosso nun^
cebo.
Ctolroeina é celebrado aos âl de. janeiro. Foi bi»*
po e mèriyr* Yiveu no tempo do imperador Galieoo ;
llorecon em grandes virtudes , e regco a egreja t-er*
?agoBènse ; . aié que foi preso , « Jogo consumido po^
las chamas^ pendente em nma cm /onde aoflireu o
afu martjinò*- com dois diáconos da mesma sé « que
egoateeme preferiram a morte ao paganismo. D'esle
martyr nio se fei ihenção em sanctoral algom por^HK
giKf «v^que tiveaemo^ .átnao;. mas apenas àiaíto de
passagem no martyrologio romano annolado por ilai<o*-
mio f!» nlía largamente •noformioldl de St.*" Agos-
tinho no dia da sua festividade. E acreditamos , qâe
é ^ste Uhmx o unsco docmtienCo escripto , por onde
coesie a sna: existência ; peia Beda , Usoardo \ Ato
ti Moml^cio^ qae d^ettcteem niençio « lhe si» m^
fiosteríore^.:- •-•■'•.•
. Bslie . > poaleqne mktijr i também nio tem tisosdé
•er o âoaso saneio.
. K>iAJ é ^elebradé «vâò ée oeUibrb na eifrc^a de
Sf^QVià , de tine é padroeiro. Fala d'eMe -Aarenid
Ipntlo de relance em orna nota ao martirologio 'liovo ;
JBtts pol* miis deligencias , que ileetoios nio noa :M
pbssivel descobrir outra netíoia mais larga ; e flod^
nsoaem jejum acerca da sua naturalidade,' vida; o
frtiduaçio, Temos pena « por acreditarmos muito d^
Miao ceráfio que a este sanoto, eiâíeae^ontmislres,
pertence a ossada renerada pelee nos8eadeTOtoi[;'iqi]e
nio ré de crer Testissem de guerreire romano e de
mancebo a ^al^uer d'aqneUe8 treasanctoa pToIndoa,
qoe toáoe morreram no descair daedade, enioceno*
la que eita tempo algum dngtssam a- conraça ,' nem
emponbasseiti -a lança ; mas eómonie 'Os beus baeidea,
^ às anaa Testes saeerdetaes^ Além. ^ 'isto ainda lemee
onlpo motívò , gne nos leva « norcNlitar na ièebtvda^
de d'aqu0lie'sancto: e Tete a ser qne aarwndiirei
de que este revestido tendit Ibsolntamontt cnae â
qualidade de^pèaroeire » oo vnCroao dn irMifde' e IM^
ws de Segóvia ;, fíoiá foi: sempre 'usança dos povos úfk
c^ffstandade . lèseoMiereÉi para eens« padroeWoa , »n
patronos , ou advogada n jiuielaa<qne henveeaomMo
guerras militado , e que pe« isao: petèseem dar*-lii«a
bom oonselho , e defensa contra inimigos e infieia ,
na lucU quasi perenee dos tempos da edade media ,
e dos qnn se Ibe stgoiram r mormente nas flasptínhat
contra a meirisma. Haja tím, sem ir mais longe,
ao nosaoS. loiige e a S. Thiagot que ae ▼oneram
montados eae bellos cavallos brancoa, cobertoa de ipô*
jas coUs , o mattna;
Mas já a poeira dea veHios e carnncbeena cfaroni«
cies e sancCoraes, que revolvemos, nos cntroo' pelos
olhos, e pela gàrfania ;. etenqio é de acabarmos com
estas mal alinlmdaa palafrae écerea do nesso martyr*
Sentimos nSa saliaDmor completamente oè nossee 4n^
votos icerca de t>llfeeto lio m^indroeo ; mas nioqnÍH
semoa improivifae, nem fiiter de ramanoísus/ anãs
tio somente colher a diflcil verdade , que abi deixa*»
mos toda empoeirada -oomo os lin /W^» onde a be-
bemos. Damos todavia a nossa palavra de nio ao*
frearmoa ae nossas inquiriçies e diligencias-, até
qoe posaames mais de espaço , levar é evidéneia a
ideiftidade d'aqualle sancto; on descobrir um qvinlo
B. Fructooso , que sem- neiso conbecimehto estivesse
sotterado n'esse8 cameiroa de Rema^ EniénesAcá
escrúpulo em quanto a livros • sahio -se os aancteraet
bispanhoea nos esclarecerem «lais ; poif d'esaea con«
fossamos humildemente . que ponoo tsmoa. Também
▼amos escrever t algn*s aabioa religiosos do mostei-
ro, e se nio ficarmos «nlerradee em poeira , on cn*
runcho > daremos breve miio de nés e do noasfo tm*
balbo « para desafogo e éeacaiiçodos éeveles do noa*
so sancte% ' >
Coimbra « i7 ée Maio de 18éi. >
r • J. F. i9 *; •
dtS9 Oê eapecnladoMf aobre ea fundos portogne*'
ses nas praças de Laodrea a. Feris» e até nâs 4q
Hollanda, onde oe fandw de i por cento foram- redu«
eiées a d , já começam a dar á»^ suns ordens párk
aqni na .praça de Lisboa se effectaarefn avultadas
compras dos nossos títulos de 4iv«da publica»
liuitas dezenas de contas dn céis ae temamim.ven*'
dtdo ; e In transacçõm pendentes ^or quanliaa moite
mais cenalécraveis. & sep shivida em ' conscqnencia
d'esla procura, que o cambio para I^ondres tem rabíh
dv a iè fMces q^or mil* ré» , ièndb ifindo mkiéns pa-
ra a compra dos titeian por maio de> saqnés sobre a
praça de Londres.
• €òra eata iisenseira mndattça « grandes eanCagens
se proporcionam » nio só ao oomme^ip.nias a te^
dos ^08 qte entram em.gyiiM de^nUenio. Aasim.ne^
será o empedho (rdinoae-para opaia) denteanésr d'aqirf
crnsadoe nem» para fóra «do Tesns ; e tl^es aUnana
ao nosso. mercado ae ilihtas «ierlima para neoencluip-
rem as transacções encetada»:; e d*e8lc nmdn cmsae*-
gttiremoa modar , denlro em 'poeno tenipo., a preotP
Hê «inaçio do.noss» nmveado ^ dando^lhe a. ndivséÉ»-
de e a evtensio que ae ebeema em ontiea anak%ns
de 4lív«rms nações,
, As aoçdes do banco 4e FèKngal» cnjo representati-
vo é de 500]|:000 rése^ tem-se ivnndido a TOO^iM
liais,' as acções das coaiipmibias^eclierimenlsm tnmlbem
•mna .siibida>'de pnsçe ; e itudn prasagia uma qoadsn
«le asstgtmladas vaniayins eé^
I tmaja /e «onslaacin^. ...
REVISTA tnVIVEiÈSAL- LISBOWEPISEj
485
' A constrvcção d» eitnidis a qiw se Tae proaeder » |m«lf fuer com que portão raesqmho tandajncnto» A
e cujos tralMilbos tm parte do reioo já estão em anda- Iquê onerada umâ nafão iiiteiya!
mento, ó sem duYÍda o complemento iodispeosavel [
parv que , pelo aperfeiçoamento das nossas conHoa*
nicações. internas , se muUtplicfUf p exttacgio- dos
productos d' este vieo s6lo, e se dè á agtíeuHttira a
importância que lhe compete • e d» qual depeiide es»*
senaialmente , como é sabido ^ a prosperidade geral
da nossa pátria.
(Cmmumend» 4o JMaffto do Gowmê^)
CONTAS BB 90n ai.ZNZ8TSa208.
296& Saíbais i htr as conta» âo ministério do f el-
no do anno econotmico de ÍSÍ2 a i843 ; e do eserci*
cio do^ ann» eeoDoimco de i841 a f&fâi folio deiS9
paginas : ^— e as do imnisierio dos negoeiot ecelcsias^
tito» e de justiça dos. memnos anno» aonasmo forma*
to , com 47 p^gíoaAi.
. D*eMas:>okras , exeovtadas .. segitodo ontimoo a- m^
ieodedores, com a perícia ectoreaa» q«a distkigvem o
iiUistre oQieiaiqoeasorg|iniso9» deduâ-se-^qa«, d' es-
tes dois mioisterios, o primeiro pa^ou IfSTSrll-djjffdO
lérts:: ficoudey^do 173:315^492 réis:^ — o segundo
pbgoo 368il91|Jíâ3a reis: ficou adefeii8;r:39iíj|:i32
féis. ...
FS«t»»A
Mb OUVAX»
psaPA
VaAS-OS-JCOKTSS.
/ 2961 Sob. esta epigraphe. demos, conta n# arti^
go 1675 — do julgamento na relaçSc^ de Lisboa
•da celebre cansa do ágio da moeda papei» intentada
peloo Srs. Lino^ Pimenta o companhia» contra o Sr.
•eqnde da Farrobo , ycem respeite à snblataçia do ca»-
tracto do tabaco.
í Ko dia 17 do corrente.,, lot sentenciada n* supre-
ma tribnnal de justiça » a favor dos menciemidos su-
blocatários p sendo-, (se bem OM informam) o único
fundamento pelo qual foi annullado o ultimo accordam
da refaiçao, o baveieiA sido ps embargos oppostos ao^
primeiro accordam, apresentados algumas horas depois:
do praso marcado na ki!
- Bit» qneatão de horas,, ji tinha sido serieimeMeireni-
tilada na nelaçSo (segundo vimo» dos. anlos pablic»>
4os pela GatHa, ào$ rri&Hna^)f votando contra e1 la ,
jpoa inprocedontc n impertinente, .os Srsv.d^sembar-'
gadores Tavares — Alves de Sá.— e Miranda: e a fa-
vof-, osSrs. desembargadoresGodinho — eCunha. Ago-
ra no supremo tritmntl» ikfa^r oaSrs. conselheiros
V. da Lafoorim — e Abreu CaataUo Arancioí conlra^^ os
ên» çonselbettos Caoojlo — €iiniía — e Cabral.
. £* para notar con .osUvanbesa , f«e una* questão, a
que podemos chamas de ^LtifpoMta , teirtia por ai egnal
ianm«ro de votos-, çm tfibu^aes de tal caUiegoria e
lio cooaummad^ ^rispapdencla, e então ^'vana c^uaa
iimport^niissima, atépela^^uaseonsequència», seÍ0B«do
indicámos nâ Aosffo ra(erido ^rtígo: por quanto^ .preva-
lecendo a ultima decisão do. supremo tribunal, lávao
cair scève o nosso «tmphiop íèceoiM pub^eor, mais
Moáses tanto» . mi) contos de indemnUttciBs^ ofim os qvaea
.havemos. de pag4r.tode«,.o descuido* oii igootianeia de
•»lgiiQi l«tirado ou procurador, se pocveotiira o bowvcr
no qo^nao joos compete entras. . :
lBtcetanto,;C#moalD4a poteceq^t restam doís^reenr'*
;«0ai» tMms (6 e«A.que«p trâhonaeahi^Mhd reoonsMksiíaf,
que a pbilosophica ebeBiiM«ildid9J(niti|«, .niPp4dtíáj
(Extracto dè uma carta,)
29^ Revbtto a V. mna reVàçãti' das^perdas can-
sadas peTo gêfo no conéeTho de Cortiços, affm de lhe
dar pnblictdade : $6 os povos qne n*etla Vão meneio^
nados, e que ITcam ao meio dia , á que possnlam olí-
'verras,. e estes ainda poucas possuíiam , por serem os
que formam a trarnsição da serra par» a> chaabda —
terra quente. — Esta relaçã^^, bem como todasasmais
qne sobre este obfecto foram reroettidas ao governo ,
por ordem do mesmo , e imperfeita por áúi» motivos
í,^ porque multas oftvefras , que avndh ke reputaram
I com vida quando se fez a foutaçâo. estão hoj-e de to-
do secca»; 2.® porque se esfk^tlhounos povos uma flln*-
sãe não sei d^^onde emanadi , que The fazia ver
n^esta^ previncías, emvez de um princípio de utilida-
de, um prejoizo certo; muitos fouvaram em 20 a per-
da de 100. Teyrter remediar este már, nras não a
tempo.
Vãfor dtu òHvêfras peréKãas em cada uma daralíiéàs :
Fotnes -^ 1 râOO^dW. — Burga — 2:209^400. — Can-
rapatas — t: lOOlfOOO-. — Cedamhòs. —7:000^000—
eernaderia-- 1:080^*000. —Cortiços — 6:7f6jg200l
— Grijó — t.mbgm. — Macedo — 6:200,^000 —
Tlogueirinho — 5:890^000. — Pinhovelb — 150^000^.
ftomeu—4:300|[000.—PeTnire— 800^000'.— Trávan^
CO — 2r:112á'8O0. — Valle das^ nésv — 7:ni$9m.
— Valle bem feito — t : ItO^SOa. — Tatíe de prados —
3í000;|:000. — Valle de pradtnhos — 2:000^000. Va?-
le de Gousso — 8: IQO j[000.— Vimieiro — 2: fOt^BOO
Total— «r:7O5;í:20O.
A. Mmncio^ Cahral.
I7H. «&ASM» FftAWTABOR im AMORSl&AS^.
â96S Convencidos tão inli^aamenle como estamos
de que Jiseda nosha-de via a ser ^ em dias pro^imo^;»
uma cnkuca prineipalissicna e unia loote- caudal de
rtquiexas , não cançaremos de estimular as vontade^
para esie fim ; o- ima do» aMios- mai» officases ,. inlenr
demos- nós que é , ^ presentarmos para eiemplarens
aos descnriesos as diligencias dos homens i-llostrado^
e aelivoa:. kso temos faifto, isso çontiftinaremos a
toar.
O Exm.'' Sr. AtnMnp^Jhks n (kiwmmà r de qnem
a6 muito por alto podemos fallar no artigo» 2S1S, on-
de cnomevavaisoa o» que se haviam distinguido em
plantar amoreiras ; — consta-noa agora por carta de
pessoa de* ctediUo que esteve oasna qninta úeErméla,
q«e. principiou ahi ha três annoa » planta{-as ; e con-
ta }à 1:200 :' » saber » ama» 500.maçrophilas , quai^i
entras tantas ttuJtioanles; e as mais brancas. Afora
as multicanl^e» » que bordam, setes e fazem* tapumes^.
as mais sãjo> todao empsegadao como arvores devjnho.
€uida a proprietasio em- fazer d'ellas um grande vi-
veiro.» .pelo.que se liie dereia,. em bêm, as que es-
tão postas , terá de augmentar dez vezes mais a $m
plantação , e de fornecer os- seus visiphos , que estão
com os(QÍtiD»ii'e]ir; os qnaeirn^esse caao substituir
rão as suas» per si innteis» arvores de vinho por amo*
Mirai.' ts ' •
486
REVISTA UNIVERSAL LISBaiKiST^EJ
KSVJBVTIVO ÁSSrRXABKSVTO VA ATItOi-
PHERA OS XiXSBOA.
â96l Drcorreu o este maio , até ao dia 47 , na
&ua nattiral Ufn per atura , ' mdnífe-sUiMlo-sd cal&Pci
notáveis a 2, 3 , o I, em qii« o (fteraioiDetra aiiogiii
81^ nas hofa« quentes , e $5* uas madrugadas. Este
ifles^mo-cakir se repetiu novaoieiile desde 12 até 17» c^n-
ficrvapdo a media teraperaUrã d^aqueUes dias eiUre
CS^ « 69**, com as madrugadas lépidas , e assas cal-
mosas as horas meHdíaias; porém infelumente con-
liuuou a grande seccura que predomina desde novem-
bro ) pois que apesar de algumas pequenas trovoadas
que apfiareccram á 14 e 15 , apenas caíram em LU-
boa alé hoje 20» dezmiilimetros de chuva» que ainda
kião equivalem á quaiia parte da chuva normal de maio
cxcedeod9 jé o dellicit da chavá no pa,ssado scmcsire
de novembro a abril , a mais de metade da que com-
pete a um anno regular. Em í6 começou a baixar o
barómetro ; mas este annuocío só mabifesto» a appa-
riçio de um vento impetuoso do. norte, que repenU-
nameoie fez baixar a temperatura das madrugadas a
4-7*, e a dás horas quentes a 61* resultando. a fria
temperatura de 54* para a totalidade dos dias, a qual
pouco excede i temperatura media dos dtaa.de jasei-
XQ, Este repentino esfriamento de viate gráos nas h^
ras meridianas,, nio pôde deixar de ser muito nocivo á
Mude dos habitantes d'este capital, especialmenLe aos
indivíduos do bello sexo , que desprívinidos terâi^ di-
* minuido o seu agasalho conflando na permaneAcia da
suave temperatura do mez« devendo também esta in-
sólita troAsicção , pela impetuosidade dos ventos , e
jgraudç s.e.cçura do ar, ter absorvido a maior parte da
escassa humidade da terra, subtraindo ao reino vegetal
f)$ suecos que o alimentam.
U. M* Pranzini»
BaZOA MOAtirJSELA VA OABXA J>0
UMOskao.
** '"3965 A âKailHA passada, doík j^tes' Aás ^aSêiis
^0 limoeiro trarvaram^se de rasões por cansa do ajus-
te e pagamento de contai antigas. Umd'elleft, passan-
do de palavtai a obras ; saea um pnhbat , e o crava
no peito de seu devedor , lançando-o )>or terra qruasi
morto.' Um dos presos' especladores' do confltcto, ^oo-
re^nèo apartal*oa, pega n'umii tripe^ e descarrega no
-afgressor lançando^ também no chão"; n»a eUe , er-
girendo^e logoi arremette para o seo noto âéven-
sario com o ferro em punho. — Este foge a relto-
glar^seno se« quarto , e ao fechar procepitadamente
a porta, entalia o braço do assassino, eili'o quebra:
o assassino, passando o punhal para a mio esquerda, dau
<fuè l^ier para o- poderem agarrar. Parece qoe sie
acha em perigo de vida : o outro juis já morreu , e
o que atalhou a briga com a tripeça , que eri preso
^e culpa leve , saio solto por flinç»4
i^reee-iios que, sé elle iò teve hitençSo de «ta-
lhar tio assanhada rixu, e o não pdde]faxar por me-
nos, deve ser, em ves de eondemnado, absoi^hlo
e louvado pela sua Intrepides , com « qual evitou
quo o furioso assassino accommettesse osdemais com-
panheiros.
I viunas , tem parasiqne •: melber «sa qse pMe Utr
ao dinheirinho , forrado á custa de nmitò ssor e de
muitas privações , é emprega l-o «m differenles Irastes
de oiro , oom* que mui galhardameate se adorna o
hello SC)» em dias fpstivos; o que sohre proporeis^
nar-lhe este praser , fue já nio é eoisa psuea , leq
de mais a vantagem de. Hie aksegocár um valor nti «
que muitai veses lhe serve em 4)Goasiães de aporo: a
nisto , tenho cu para mim , que mais avisadameots
andam os que assiuãohram, do ique aquelles, qae
para seus adornos, preferem essas quinquilharias qoe
os estrangeiros nos vendem por bom dinheiro , e qae
nada vafetti.' ' *. • - • ^. ^
Ê par oceasiSo das leiras , fué os nesses paS^abes
íaxem as suas eot^f^is e tricas , «m que quasi seiH
pre lieasÉ éngánaiioSi ^lo que dia respeito ao praça;
porque , em quanto i quaKdatfe; «uaspre confinitr,
que- nio: tem havido até .a^ava eíLcmplo d^efrasde)
porque os negociantes d'este género, ou ourives,
•qiie ás feiras edncorrom péla msior parto do Perla e
éuisMiriesv sio* sujeitos edaneos caeerediudos; ps*
pém uma vex éa primeira ;^ e osle ainno, na féíra
qúc se fex ó*esta vflla por meado tf o marfo apareces
um certo individuo , líao sèi de que terra ,.cô«i vau
vistosa e tem sortida unda de ourtvea, que todf
quanto oiro vendeu era falso, ou tão libado, qae nie
tem a terça parte do seu verdadeiro valor — e loge
por desgraça» ÍTm um ^és^quo làlRsr^vdlideram, nio só
pOrqiiinse aecommrodaíra mcis nos preços, nihs boAcA
por ser novo» : < <
Ê eitie um roubo de- muita' transcendlcnctu , elm
fiéado com pramcdita]íl<o o fríiudulrnío; 'que cumpn
evitar por. aigiiin meto , ^cndo o principal , a paniçs
scvérn i)o deliquenle. • -í
A' «zf-niinci^ il'b^e Mto., 'servirii ik>"ta«nos (Sara
^H( lliiliU sruu* rvllo «f b^o.— o , já hÍoí ôpou»
Xi»/rià Àuvas^ do março de'lB44.
De y,
€. Jj Xenéèr €cr49kõ0
2966
O NOSSO povo, e principalmente o duo^pft»
^H7 Fcmuodò-^ V 3/ livreeo da uillma ohnai-
sim intitulada; é deita de paginas 1«!» a tSâi TiscU
da eockeniiha , á^ktrmes, da <^<fco« ^ da oócAamiAadi
Polmm ,. da diayavar, da ãêH^fréOi e do^ pau do lho-
 COSTA/»
N'iw dbs primeiros dias do corrente mes» das
á costa no logar de MÊkgaiíê , ter mo de Cintra, ubé
baftu, que brevouiente morreu. I>aa ^ssiaw ^uê^osíoí»
dês o nosso côrrèspondento, quò iiméã |»6dA ínfisnasr,
porque quando «hegoo a Vei<4t , já estavu Ioda sa
pedaços , para ser redusida a azeite » ^or w ^t^
nbol, que «IH uppaimceu^ , « que paupnvn w9B
que n'rsso trabalhavam '480 réis por dia.
Tnrairioi
M69 Bom mancebos, empre|f«dou ein unt ^;
secretarias de eatndo, fendo visto trabnlliar o hsbit
vilriflcador» Mr. íIa9rol , já eettfrooido dM Msioslâr
tores , conceberam a èspersnça d« |M>r ol iMsaMS Is-
terem oútf9 tanto tmandaranb fefeer n mexa*, íoíb»-
pidu', o lÉiaçaricõ, o folte de ingeãbo ^ e
Itrtvillomentc « IrtbaUittr. '
RW^aVÂi UNIVERSAL' JJSBOHENSB;
487
I. Õtttiaiot q«i«'já •daa «um imãk)» Ut» mMo «Igiwas
peças 4« nol»««l ^tki%»^ coi»d oesto». luMres c«ié*
ftgttrlnbM ée awotts .» jiiífrbret«ík
.2970 EsTicufiosí) livr©, tae bt^^emcnt^ pttWlip
c«r*»e irsiVl^d^d* (io„>pT«prtv. oHglpAl alUmao, c^m
mtiii» esmero e ftdclidtide segundo no» aífirRi(>iit ,, t
UriD*fr r»zi« de crer ^ peio eoniS^ito «lir^Uo gef«liB6i>te
i tí4# o lff«4»€ior»
. Par» •mesita do toteneaoe f«e «xcit* e«U obra co-
l^kiAos para aq¥t o- mémt <f09 eaj^lvU» qae se D''olia.
cjentéeifri . » . — .
CâPrm^ l — Viagem da Allemanl» pela HoUathátv
i In^laierr»,. e B*hi» d* .lUscai*— Vigq — Os galk-
. go9r-)ÍilrDdeHQ^ e a djesetnbarqti^ de D<.Pe4^ em
/ i832i-^i^Jferlí8nga5^JLiH>#f ■r-Tb<ea|EodeS>.Car-
. li>s-** finque dfl.Teroe{«9 — Seges, |i«*aa., eX*w*
C4i*inji^ II T-^Chitra -r- fiiete-*-i/ord &^wêtú> — Tr»-:
..«lado de Co^imefcío com a Inglateria •-*- Ontflui — :
fi M^dittOtP idf . Aifuntari^ — Quintas nos arredores
de Lisboa — ObSjetr4r9çôe».b«A4iúcc9^ q geog906^iea»
Berofit'»» e Qumtella*-^ Palácio das Necessidades
-^<MK?f se «.laiAbo -^<>exertKó^r«£mbir.a^«i no»
f negoeios daf figreja. — Procissões . e iogereacia jio
, Cieiro na foiiiica — O finque de.'P4liAelJft.
. Ç4«»iTio ill>~CasU C»bral, e os jMirlidQ» foliiH^—
£l<)içjõ^f ;. Oradores -^(kvBllariças ceaes — Coiri-
da« 4e lowas-^-AUiatidra., o $obralittbo — O Cénor*
[ i)o dieYiUa Re«l — £gsej«» i odíficie» 4eLt»boii —
Belem-r-Ajiftda»
C^HTCAO* IV — VieffM, e lUsoa — O Bai^ de ften-
: diifie— Viagem sobre Oilejo— Valle de Zebro^-^.
Caslelle de Pa^me^U -* Stlvbai . e Tróia --Avrabi.-
4a • Ca]k»fn f e â«eiiio— A iriCanU fi. kabel m^
, RewaUiim^-^A côeie « e a çamiu-ílba — Os pokciee
. 4a P(ena> e.éeC^a — Arred^rea de CioUa-- *0
. contreiUo fie covljç^, § PeoblitVeTde — fi^. Joie-d^
. Castro— Seteeie~ Meira, >
CáfiTiu^.YrrrlN#^io para a Kigtieii»^, «e pel^Uott-^
dege — Coimbra ^-Jornada p#ra Aveiro, e viiagem
nocturM èobrp a ria de Ovar — Perlo — Jornada a
..BR9ga,,,e fittjmaries — Serra e con^eflto do 0*6-
. 99CQ — Peiabal e LeicM •*- Mos^iros 4e ihicebaça e
. de Batalba^— ^Regresee para Lisboa,
CAmviO VI T- Pânica de. Ppr^ugak :
. loimam^ee a^stgnaVtít ee ^s prtiici|iaeft fojae «to eee-
l|)me.'-nP4^eçe $A0 réie pa^osié enirega do Jírro.
. 2071 I)vi*s» que ind4 u^ dia de Ater. pálsede
iuas figuraaies- 4a épera para um eoeaie , ,\tmn á9Á
qnaes , .mqiio mo^a,, era esícref ulosameitltt vigiadita ,
como filha % pela oiKra, que Uie iaeia as To^ce ée
boa JOM , e septíod* ao. i^em* ehegaiifdfoi á perta^ , poe
ende do. picadeiro ae<;dea«e para a eaiaa-, que já e
ensaio ealaxa i»meii^a4o », a.maie> velhe apertou ». pase*
dizendo á outr^i qioe a» seg iHaoe e eeriendoe sullaiiét
desceft.,. coiAO jimi relâmpago» a eaaa^i. — €be*
fOoAo «a baèxo >. olbo' paae tmz.^ « iiãlt yè a eompa4
uheira : -^ espera alguns momentos , cbama^ra^r^.chil*
ma*a oiiira ves em voz mais aka ; «-» terna a subir ; —
chega i run, e oem ouve nem. avista ».que prpcora.
Kao sabemos o qiie dtíria origem a este dcsappare*
cimento theali»^, ifemse a Citgiiiva toMieu para. casa.
CAÇAH no TBXATRO.
2972. No Mil i$'do eoraente ihi ao thoBirtm) de S.
Gartos^ o preeonisãdo beseikio d e. Madame 'Aq^ii;- Ape-
sar da inconte^iveJ saperilonridatie 4 esta cantora «
até boje sem rinml na nesaascena,! eéeoehaverannun'*'
ciado qpie execniarici pma grarivsà arla da ópera fraitr
ceta a EmlfaU^tiz » nem a. enebenke fpi tanta come
da pritaeira vez * Dem;«i apfla^sès* têe< es^epKofoSi
i Seria janioamente e^Ipadia D.'esl» rrieee.cfsia^o, qm
já traz dispersos pelas quietas, algomf .dee- frcqfientar
deres da é^ca? T)»tfè»; mea em geraift ettfiJíw^a^ae o.
desagradável effeíto a «mui «liversr c^sa.«. Coreia e
accrediílarse ainda beje^ coaieoefie, q^e^^heneOt
ciide eri^ a empre»(^ «njesma ; a qu9l» cepeculande
M» SQFmptttMse dia Pwblieo para «om a sua psimâ: do«^
«a« ialíUfvma, da excessiva ' cendeM^eRdeneia i'esta,
qee ifmpreaUlse o sen.iMMMr e.e eeii' Utente^. par? .eal.e
qdi pra quo^ digao dos enredi»». das eiomediaia an^tiga^j.
Quanto a nós nio podemoS' dar assenso a um tal
bB«Ui;*(Mnm» KmiMNi ^«|v#f,. nem' • eoviMa/mm
certamenlecaietee.deHtma-veUiMarie, lante m|i»des-
gRaçfida q«anto aqmf idb ve legredo (;.e ^nal éoeegre^
do tbeatiral qjee .ae d«q roii}fe.t)< «ma e oulsa Ac^riam
aecessaviameade. iiiem>see »''umr*diMafradta^ qtto. \he$
(Kía pegar cato^ a uma., á eua ecquies^eoeie em aet-
gociof miNáo poM»' airoso ;l é eidnn > e i^i4esa de Oíb»»-
ver e^ie0bido, propeato le execolàdo eem aaaaifesio
pnjiMfo do lereeiro. e.com o isiiúw unicamente em ,
juB<;^r«'iaaaa<iNHie.m«iealguní^crwQd4eiiomMÓ eusle
da credulidade de »m :pQDev 4e ee^gciMfosiilad» n^
He> de- certo eaiee. empacaawoih»e ee podem <|.»e9(ar.«
■Reyetinee q«e nie«aeeredMemos^4|iie emfresa ai-
gamift do.mmid» oMa^se jámam jpeccer assim* ep
mesmo tempo,: contr» a:pfude*eia e ooniva a biMUatf»
dade.t^^eme. qiacr if^ sqja, .o esperadiit^^jttraph^
iiti».ebc«a4r.a t>va#^. fiem 4u trts^ pobres itamalbetep.
e um eazàl de pombos branco» foran ae ueicmoMar
fões ,. qm» «a enviaras^i; pnabieflstftica beneficiada : e
aiada de» deia ^pombe»*^ leogade» por orne am#^el s^
•bora e correios dè lieAos verões que BÓaMiíemea <y
fost« de nèr , . sé -mp: cbcgou . a^ seiv dertsae. jSeUoiS'
apenae do camarote, um-refogion-se ledo medkiato np-
camarote iadMdImiiK dtemli'em ftKtmaomHr o nio dei*
xerae^sair, o outrefoi pdMir e om camireleda ordem.no-
bre.d'oiKlCjdefoie de o dícspeiarem • atfMiMio parece;,
da innoeenle.me»sagem que ieaere* eaellaram.semire-
eado erconOittèi patela pare ir, como (br,f parar, mudp
aoa pfeda que ee dMia .a eaabee nttiÊet. NiO: é a pri-
meira .ves que «n» simttbmite abuse se cemmislle.
. Olheatnai.poder^ser fogpr.de ea^desí de o«lro gA-
m^ífú-^ ;^ma5v . . .de pomboft-i? — Ir pêra o ttteetre ar-
«fmjar a cèa,. é>.pelo wtmtfi detemd«. Tomar o. que
manifestamente se sabe e »c vè que vae mandada per
lima .pessoa df oiilva /-^tomat*e Aimte dosr.elbos de
ambas eUaa- e de mil IwslMttiinbae i- íbzer degenerar
asna ga^nteria emrfrieaasá, ea aotepôr uma |NinelUr
ae eamarim perfumada de «eae prima dona , é «m^
atUntado ^onlra a preprieéide,. é om quebrantanen-
j ky Aagraeèe das primeiraa: noçjka da delieedeza.. fia
I etibteaeria.dee vemDa-eAOvdta^fid^.direBios^ per par*
488
REVISTA (JMYEBSAI. IISBtfNENSE»
ie,éo dirHto, porque prctemot ti rviposta q«e nio é
tfílllctl. A OarU coilftlitucioajfíl afHnnç» a invíolibili*
dAde do segrrdr» das cartas do correio , mas nio faa
menção dos èliliotes e maito tntnos em TOrao pMdli-
rudos ás pernas dos ponrirat.
VfMA OAVT^mA TO&ATXXilSAiÍA.
ã97d Por partitipaçio teUgraphtea c«oebida a(|(ii
do forto tto dominfo ultimo dava • theatro da eídade
heróica a conatetnada noticia de se lhe haver stmi-
do não sabia como , Bem onde , nem por quê a saa
dileetisstma prima-donna llfitd<ínie OMvIer : em* eon-
6eq4iew:ía doqite fbl kigo maãdtda para asnpprirMíss
Aibcrtini. Em boa hora partisse esta que não vá snb-
-verter-se por algitm» nova escotilha.
* ^Sef^do «ma* carta; qtt« do Porte nos escreve ^him
êilêUtMle 4^ À JoSo, dizem uns por la qtè a imiiier-
lal cantora morrera ; e«lros qde se reliroH para uma
casa de campo » onde ealá preparando^ êm segredo
uma peça nova ; outros «mflm qoie se embarcáre le-
creiamente para PavU. Se o tempo não deelnadar ♦
caso , vamos ter alguma aettaf ét divUriiêêt eomo fi
tiremos ée se^NistiaAistae*
VKA WAmM 0MK VK «ÉIBAMUI ÁS mMVAS-
' JI974 A progressiva retírsda de ^anloraa de 8.
Carlos fex com ^r^^ * ^^ ^^^ ® P^^ ^^' operas «
^ue baveri «té ao dm d'<sste mes, víeese a cair so-
bre a muito amável e condescendente Ma4ame «í^smí
-Cmceia : que hoje fax lembrer, mutatU mulandU » o 8.
Francisco do andor nè aniiga proolssio dostereeifos •
«aguentando com um braço robusto a egreje ineHntfle
« de boa cara t e qde é certo , é que se a eite iro*
Cresceu nm trabalho c^ que nenhuma outra pod^*-
ti», e que nio é demasiadament» pago pela addiefi4
^e dez moedas p«r cada noite- , que représenttr ^
va tia obrigação da asa escriptura < « ptiblfco amdifi-
>te áá boa rotisica Itforou ioflnitttmenle. Madame ÊêêiH
7>oderia cantar 3f 5 noites por anno diaute dos'Vi«a^
mos on vimes, e colher em din de 8, Silvestre* os
«meamos applavsos, q«â houvesse recebido em <li« de
anno bom.
Será logo outra boa wiv« per» os nossos leitores o
sarberêm, q^ie nio oMa^tes oa convíles e promeesasr
'qne de alguus theatro» estrangeiros' se lhe faawam
feito , Madame âosH. está esci^pturada pêra o nosso
tale 1846. ■ -^— ^
* 52075 QesH tiver o seu relógio errado poderá acar^^
•tal-o pela ulthna arcada de rabeca de S. Carlos a 31
do corrente : — quande esU afeada soar , é meia noi-
te em pOBlo^ Todo o instrnoiental ae levantará cdmo
um só' musico deiíando embora Madame Rossi c^m a
bocea alMria na primeira syllaba de amp<«/á, onMaN
dame Mabilii com um de seus pés de sylphide nour.
A expKcaçSo d*cfiCe nunca visto pheciomeno , d^^^a
rarisísímii coaíòrmidade entre inslrnmimttstas , tÁU
aqui: —
A oreb^stra d'este tbeatro é justa pela erapveza ads
nozes , e o seb mez acaba no sexagésimo minuto d%»
spois das onze bo^a» da noite de M : se o espectaeaio
daraese um segundo mais , deoidiu (como geralme»-
te se diz) o chtfíe^da' conjuração musica \ que Ihèa
» haviam de pagar todo a mei de junho: ora ooaftoié
-evijdeDte qoe um segoadb não conaUltte um. mel dt
junho , a empreta dacidhi a eontéario ,' insistindo em
qae assim como of dias theatrãea HtlemA deè eivfr*
em SC Comporem só de noites v ' autm as noites thea*
traes se não reputam acabadas senão quando acaba o
e«p>ctiik:u1o. ^õí «mâlncta eiltré^ois eêrpoãlMds:*
a empreza fundada no senso commum , a orche&tra
n*tlma escfíptufa de mui prohletfutica legalidade ò
na malhematica de um relógio: se a orchestra preva*
hjeesse , quem viria a pagar as custas era o publico.
Eis-equi o de que servem as colligaçôes e os esta-»'
dos no estado.
NÒB aconselhamamea áempreií.que se nio deixas-
se atterrar por ta es phantasmagorias de resistências ;
que pozesse flífoitameite ' em tèena o sen |irajeeUdo
espeolacnlo d'assa noite, acaliasae qvanda acaturave.'
Se o instrumental a desantparar no meio . nio haverá
sido culpa soá, nem e^sa aíTroata^aos espectidores lU'
cará provavelmente-impune. £''até de esperar que a
aucloridade policial saberá constranger os desertores
a voltar para o seu posto, e a terminar um acta a
que indubitavelmente siot»brígados. Se no dih segoín-
te se intentasse alguníia acçio em juízo por parte dai^
instrumental forçado contra a empresa , pôde eata es-
tar' certa de que era nenhum tribunal do mvmdo a
obrigariam a pagar o que nio deve. '
voBQVs x«TÁ eAMÒmá MA msftnaiM.
â975 Ito^B' que se tenciona ordehar á Academia
das BellasArtes de -Lisboa r- qu< frça eaeetltar em mar*
more, e de grandeza ooflossal, a («tatua de €a*0»/
riscada pelo lenfe de esouiptnra da mesma atadèmàa,
o Sr. Francisen da ÁuisBúâfi^eê, pM*a ter impaata»
como remate, «-noaito. da fcontaritr principal * (isto é »
nu alto da ilharga direita) do theatro a§riãoi
■ S^a^ÍMs licito duvidar dá^ veracidade doboalo, em^
quanto -íe nos não mostrar o qae ha de commum entre
Gamôrs e a arte dramática :^^ porque as comediasde
Àmphiirião o de elfei S^fencoí, nio tuidamos que liaja
alH quem n^as- encorpore en^o os títulos de gloria do
auctor dos Lasiados. Coih^aal propKadade o pode-
riam coliocar çahreo hospítjrt dos doidos , por terès-
cripto umas trovas que se intitulavam duporalàe ivs
híâia; bu.emclma da porta do cemilerio^^por. ter '
feito um soneto qac prhicipiava -^
tf Ahna minha geniii que le partiste. »
- Rematar o theatro partagucz (poitugnez, com licen-i
ca dos italianos) oom um poeta épicoi deitando no es-
quecimento Gil YtCKNTE sobre todo, e ainda depoia d 'eN
le , António FeHBKiaA , Joiofi Pnanmi vk. Vascoiv*'
Gtuos' e Akfcmtí Pibstbs, seria commHter oaaa m^
justiça, e deÍK^r á geraçio seguinte para emendais
um erro do peso de muitos quintaes , depois , ji se
sabe; dè bem e devidamente «hasquéades pelos* via^
jantes e turUtoê esCrangetros , que não deixariam de
ir á bii^líotlieca publica pedir para verem os dratãas
inéditos' 'de CiiiOfes. Que levantem muito embora â
CavOgs uma estatua de mármore ou de bronze, se quí-*
zerom e poderem^ e que aponham na praça do seu no-
mei: ^^ entro taalp Aieram , pouso ha , osoastoibanos
ao seu Camõet da noarella em prosa , ao seu Miguel
de Cervantes :-^flMs en^ma do theatro, a^ría «mar
adivinhação de muito mau gosto. . . .>. .
- Confiamos na illastra^o do Govamo <de Sua-Magcs**
lado •*<» que tal ae nio ha-de permitlirj qnàalo
detararinar»
i>8
BJEYISTA UNIVERSAL LISBONENSE.
489
EXPEDIENTE;
- A flistrilmi^ò Tòitiéça 'lidjè .^uhttR-fetra , ao nwicwlhi;
•aot Srs-f^ie., o naU Uréar, quatro àuraa dttpuia^ a aAo
.lea^afti roeQbido, roga^^ie aoly^ifit) àfi « par4M^i(\M;<^i¥ i» «*-
criptorio da Rryjsta -UviívfiisAL. LnBoi»RN«Kr rua dos Faor
<íueiro8 n." 82 — 1.''* andar, para aejM-ovideuciar.
O Sr. Jaliao^aleriaBo SiraTJeí, dé quem algims artigos lia-
'Wifloíi já, *cdm g:ranae síoato,.pm»lrcaííò, rt lerar-no**ha HenAo
faliêrmoi^mtro<aflto^A«ini ttfttntkn doekjticèlhòde CiiitrA.Re-
-couhecemos» ocnno cltev a utilidAde de tncã i4«hBlliòi«;aiiúiea
.qiiaiUo çÍJe& 8Ò abrangerem làni Otto«lro4)eqiittDqdwtricU>t. pp»>
CO re$uUa(|o podem, oferecer: e, quaudo se.tocaarem nerat^^
rc^qiiererão espaço de que a nosaa folha nlto p<^de dísp^lir : por
'esta mzfio, e )>onE|tiâ»a graiiiiissima maioria dos loilfij-es abor-
tute e coitt«ma preterir cícriptus d* crte género ,• femo^ a»«etf>
*ta<Ío em nunca mai^ rnserir taea mappat, mIvo. qtla4ido'alfumá
.|Micul|ar CQafiideraçRo ottornar reoom meada teia. .
A applfi^a^ da rM peioÂr. Q, l,, «eri iwpre^ togo que bfg«
Iftgar. • ' '
X carta do Sr'. J, D, da F. , é cheia de razão, mas ntlo vê-
'ido» ria i:oÍ8a Qtf prterií^os qUe elle vê : é melhor iÍ3ò bulir u&ais
ttó tal. '
• O cartapmiJD de écelesiaptico tmHpapitkiy 8ca aa ^Aiila pa*
«a^noaie <fti¥ertiiiieDto,pai4Í3niar. A.giadeccmosolbc a parte que
iH».dá doeeu próximo Citameoto^ e deipjamos-lbe todas as
boas (brtuoas 09 seu soro estado , ao meãos terá , d 'aqui a
suínos , accolUÒ2l!nhos de caza para the ajudarem á missa.,.
iSr.' M; S. ...*. . ^ i que lemos nós com isso t ?
' 'Òriètênte ih> tfesenganô s6 muito* tarde poderá ter itasertó
A>sU fulW por termoa emmotsa mio 'qaantidade grande de
4^p4aiaa, que chegaram pnnieiro. Soo auctortqiiiser empre-
gar «ata dBaç^ cm o retocar,* ou se proferir impfimilro n'o««
tra .parte, L sua orilem lhe serú promplameote restituído.
O assumpto da carta do Sr. Augusfo José Gonçalves i»iffl«
lê já. ^01 demasia antigo para o nosso capitulo de noticias.
'■asA^ap
< «eSieCIVENTOS UT8IS.
TZJÍTA8 J>X xscajsTJsk , ,
Preta.
2977 Gawias. negras. .....*. 1 wiaieU ^
Caparrosa verde meio dicto.
<ioroina arábia.. meio dicto.
Agua fervendo.. ... ., . . , ^ 20 quartilho».
Oleo essencial de alfazema 2 oitavas, e mj^.
Pisam-se as galhas ein pó grosso , e passam^se «poi;
ura peneiro ralo, e dcita-se-Ibe a ^gua fervendo , em
ctraà» deixando íicar era infusão p9r2^ horas; cóarS9
b^Yiquido , e. ^uncta-se-lhe a caparrosa e a goipma
arfibía ; ,a^'ta-se de vez em quando para fazer Derfoita
suiução; ajuncl^-sc depois o oleo de âlfafema eguar-
aa-se em vasilhas bem rolhadas^
Alguém costuma ajiinclar, á tintai preta de. escrever,
pau de. campeche, e lambem pedra lipes etc. ; 4)orqa^
a simples formula que damos le^-nps produsido.uma
tinta muito j[)rela.
O oleõ dê alfaieéma , que ajuncúiEOS è. para a pre-
servar do beloT. Os characleres, formadas com está
tiuta • cora todas as qiíepor ahi se acham, avenida pof
essa ci(|ade, akeram-se com o tempo e em^ sítios hU'-
midos» e podem tirar-sé in^çiramj&nte fçlo acido oíkoLícq
e pelo çhloroy propriedade de que se hõo.fiprovei^do
mailas vezes os falsificadores de. documfntos.^ Para
evitar, todos estes incon^veniêntes , deve escrever-sé
Sal ammouiaco. , . . .' T, . ', . . , 2 oitavas.
MAIO — 30 — 1844.
Agua .distiU34a fer^eniio. : .* .'.' ..... 4 oiCcivas.'» * •
Gumma arábia meia Ai€t3i.
Tiklta Êonmuro. ..... 1 ;.\ :.'..». . ; algumas gaitas.
- Dissolvc-»seo sal na agua fervetido '; ajuncta*N a gou^
ma e^isgdtiaa da tinta contimtfto: ibíslurc^se' e^gMrdc^se;
Q qUc se escreve com estii tinta sédn promi^tamèn-^
te...Attiita coHunum- emprèga-sc unicaixlento para fa^
sel-a vesivel quando se etereve , porque depois de
seoca '80 vê 'melhor o escriplo e resiste a iodos' os
agentes chimicos. [*) : • . * '
P«*íu da rainha raspado ou machucado. . • 1 arrdtel. >
Vinagre branco opUmo. . . ^ . . i . . : . . .. meia canada.
InlTiittdá pnr três 'â>fas'a'frio, e depois dos qitecs
ferva por uma hora . cue e ajtiBCle. • > >
Gommá aralbia. ". .' ^ . . . 2 onças;
Pedra hume • • • .- ^ dictaw
Assacar. . : .'. .... ', . ." . . 1 .\ . '. ..." /, j . . . , . 2 dioias.
Deixe effpiare gõarde em vasillijai bèm rolbadasi
> . . •TtKTA -CARAiNin»A. ■ '
Carmim em pó. .' .'. .'. qnanto Ise queira!
Bsipiritò, de ^a! ammonfactf quanto baste para se 'sa-
turar dè^oarmim: ílltve^e e a}«ticte«>se unta quantias*
de de gomíbo arabítf^&raiica, evapore o espirita do sài
apÉmoiiiacoao ar I4tre e^àafrde-se^eai vidfrhihos. ;
TINTA VBBPE. 1 • • ->
Ver^e «m pó. . . .^ . . . ? .'. :....... 1 oftáVa*
Cremor de tártaro. \' : , . .» . '.. i 6 dlaa«í
Agua. '. ; .♦. .-. : .•. .^. .... .•. . 5' W¥«IS.
Fervei-se ^uáe atéredd^ra amretQde*, tée e guar*-
deH»e* - ' *
. _ TINTA AID-L.
F1èr-d'anil. ••..'.*...>,..>, 2^ oKavas. •
Sai de taríaro .... j ...... . 2 dietas. ^
Oiro piíàétita .....' 2 dietas. •
Cal etn pedra .-.....•.....'. 4 díclas.
Agua. ^ ; '. . 1 qilartiibo. •
Radusam-se » |)6 todas estaS"sotrstancítis » misto-»
rem-se efervam-so na agua prescripla em uma capsu-^
Ia de porcelana ou de. loiça da índia , até que- adis»
solução esteja perfeitamente feita : cóe-se por um pan-;
no» e yftinctés^' ' ' ' ' . '
GoDnaa 'Senegal* em* pó *•.'....# ,i • nfcia onça»
Dissolva-se e giiar de-se- a - tinta • * *
euTB-A.
Prèpara-se eguafínente uma etcellente tinta aznl»
com tfiba dissolução .saturada d^^aTríi^éin acido sul^
farico e dilatada convenientemente em aguacngò^
mada. .-.*:..
Até» doestas diferentes prepartfçSèS 4e lintas de
escrçvierv também se* empregara outras» que nio laip^ *
parecendo depois de séccas no ptfpel d'onde foram
esoriptos ob diflbrentes cbaraeteres » se fhzem yfáiveís
por meio d^iini raethodo <q«alquer , e só pelas pess6(KB
qne.teeflt contaecimento d'elie. Eilascôiuposi^^fes oh<i-
mam-se* ... « i
j . . TINTAS SniPA^BlGAS..
. 1/ o hyit^êtkioràioáê êoMêo (dissdlnçSo de) . ' i
Prepara-ae , dissolvendo o cobalto emí agua r^'« ;
evapoÂnioVixcesso^ d' acido , e di4ataMo*o «Kquldo
(«) .. Rfteommendàmos o' uso tt'eMa' tlhth , a todos otj^rs.
tâbellKM^, pois a siikipUcidade' d'^llá e por eònseqnenctá o
poiíoo- importe, a2o õs deiaiiúnánÀ , a ^^sareas a sita e|p«M
rienpia., , .... ..»].. . . , •.-/... *.::»'■ *w
41 VOI..1 MI« SEftlB IT.
490
REVISTA UNIVíaiSAL LISBONEWSIL
em MKcesso deagqa , até ficar eala c«m uma còr de
rosa muUo desmaiada.
Os charactere$ formados ou traçados com esta tiiv-
ta desapparecem depois de seecos inteirameote • po-
rém tomam uma c6r verde quando se aproxima o pa«
pel ao fogo • e toroam pele arrefecimento a desappa-
recer » não se aquecendo o papel demasiadamenie.
2.* vinagre de chumffo,
0$ ebaraeteres, traçadoscom o vinagre de chumbo,
tornam-se negros , quando se banba o papel em uma
dissolução fraca d'aeido hydro-sulfurico (ou na agua
das Caldas).
3.* O êulpkato 4e ferro (dissolução de)
Dissohe-ae a caparrosa verde em, agua destillada.
Os cbaracteres, formados c^^n est9 dissolução, temam-'
se negres mergulhando o papel em tintura de noa
de ge&bas«
Além doestas 4i^«r9idades de tintas » ha ainda ou~
trás que servem parii^ marear a rcupa, as quaes resis-
tem a todas as lixívias akalinaa (barreias) etc. , enão
leekn e incenveniente de queimar a roupa 4
1/ Àeetaio d'^lumina e ãe fetr^ (dissolução de)
Deve-se empregar esta tinta em cenaistencia de ge^
léa , e para fazer uso d^ella basla estendel-a com um
pincel ou p^una, e formar os cbaracieres sobre oa te^*
eidos.
â/ Svfphato de magnesia e ferro (ditfaelnção ck)
Prepara-^e, tomando sulpbalo ^t
. magnesia (sal inglez) 5 onças e 5 oitavas.
Sulphato de ferro (caparrosa verde) 3 ditas e 1 dita.
Gomma arábia 3 ditas e 1 dita«
Agua • . ; . 1 quartilho.
JDiss^lve^e os saes n/agua ; e se lUM^Ct^ 4epoii â
gomo^a. e f9»-«e uma mistura bastante censíatente para
formar os cbaracteres sobre os tecidos que se fuif erem
marcçr ; deixd^-se seccar um, pouco , e mergulba-se
depeis a parte marcada do panno.em opoa solução de
carbonata, de soda de petassa » coog^ a precedente
3.* i^ilrato de pnU^ (dissolução de)
N.' 1.
Toma-se nitrato de prata (pedra infernal) â oitavas.
Gomma arábia 2 ditas.
Anil 9 grãos.
Agua destillada . . ^ 10 oitavas.
Ilísselvei^&e> a-pe4ra ioíernal em a agua 4e9til)ada
ê ae xlillue a gomma e u anil puh^risades. Tema*ae
em separado*
N.' 2.
Carbowllo 4k ê9Ín ......*• é ;: * 1 anca.
Agua 4eslriHada .•.*•••• 3 onças.
Biasel^va-âe» (Utre-se. aguardasse.
Paru uaar d' esta tinta, aparte, porexeoii^lo, de um
Itnçe^ se molha eom u s#l«»te alcalino a«*2, e ae dei-
xa acecar. etraçam-fe dcipais com uma penna. aa
leltras, com a tinta n." 1.
Esta ultima tinta . é muito usada . para marcar
roupa» Unas. na duas piimeiraa podem seiírir toais pára
laciearja. pawes etc
Albundra StQ dfl maio. 4e 1844. l^I.S. P«
AMxn*48 »9 vnnvmABiA.
2979 $fUJ a lu7 o 4."* livrete da colleeçio de
veotítas. dead« pag. 183 alé S46« Cpmpreende os
seguintes artigos : — Brasilina — Analyse — Urxela «—
Ensaio das planlas'— Fabricação da Urzela — Proces-
so usado em Florença — . Prqcesso usado nas ilhas —
Processe uiade em Hollanda — Observaçoel — Dissol-
ventes da matéria colorante — Variação de oôres e
][)recfipitados — Analyse — Pau de Campeche — Ex-
tracção da matéria corante — Variação de cores e pre-
cipitados — Hematina — Analjse de pau de Campe-
che — Pau Sândalo — Extracção da matéria corante -^
Variação de còr e precipitados T-âanialina — Analyse
da Santalina — Orcanete — fixlracção da matéria co-
rante—Variações de cores e precipitados — Orcane-
tina — Analyse da orcanetina ^- Mana — Extracção da
matéria corante — Variações de cores e precipitados —
Lirio — Extracção da matéria corante -^ Variações da
cores e precipitados — Luteolina — Analyse dadeeoc-
ção de lirio *— Quercitron •— Extracto da matéria co-
rante •— Variação de cérea e precipitados — Qnerci-
trina — Pau amarello — Extracção da matéria coran-
te, e meios de a purificar — Variação decores e pre-
cipitados — Moriua — Sarreta — Extracção da matéria
corante -^Varia^ões de coros e precipitados — Giesta —
Extracção da matéria corante — Variações de cores e
precipitados — Feno grego — Datísca— • Extracção da
matéria corante — Variações de cores e pricipitados —
Álamo — Extracção da matéria corante. Variação de
cores e precipitados — Trevo — Extracção da nsalierifl
corante ^-^ Variação de cores e precipitados •— Verginba
de oiro do Canadá — Flor de cravo da índia — Bsj»
tracção da matéria colorante — Variações de cdres o
precipitados — Casca de espinheiro — Dita de freixo —
Folhas de amendoeira — Ditas de pecegueíro — Ditaa
de pereira — Flor de cerefólio silvestre — Ditadejuor
CO marinho — Ortigão (ortiga grande).
Continuam a reccber-se as asiignaturas para esta
obra na rua da Magdalena n."* 129, e rua des Fan-
queiros loja n.* 68 e 69. Preço para subscriptçresSÕ
réis a entrega de cada livrete ; avulso 120 réis.
RSBCSDZO VAHA CBrHABL A BVaSXB.
^.CommtfmVddp.^ .
297^ FcvA-s£ tabaco de fumo o mais forte possí-
vel, tendo cuidado de não deitar fumo ofórâ, mas de
o conservar bem na bocea t e de apertar o nariz com
o dedo polegar e o index , e de esforçar para faxer
passar o fumo pelo canal auricular , chamado trompa
de Eustáquio, Impellindo fortemente a respirado, ou
balo: continua-se este remédio, até que os ouvidos fa-
çam um estrondo similhante ao de uma bexiga que
arrebenta: o ouvido então fica immediatamente resta-
belecido ; isto acontece ordinariamente no fim da S
00 3 semanas, e é conveniente não cessar este remé-
dio doas semanas ae menos seguidamente depois de
conseguir alivio, a fim de impedir que os ouvidos se
tornem a tapar de novo.
. Esta receita é extraída da obra Intitulada — Ettropa
e America compradas — por Mr. Dronin de Bercy,
colono . e proprietário em S. Domingos , lenente-
coronel doestado maior provisório no exercite francês,
na occasião da expedição do general Leelerc , iwor
presso em 1918. Tomo 1.*, pag. 424.
2980 PoBBts em conhecimentos sUtisticos , como
nós estamos, devemos com cuidado recolher aquelles,
REVISTA UNIVERSAL LISBONENSE.
491
%ue «8 nações màís adiantadas vio tdqviriado com
grandea caídadoa , estudos e dsspesas.
Utá de nossos atrasamentos é a administraçio dai
prisões ; e por isao nosses leitores se ínatniirlo , « os
fiseaes das prisões poderão estudar melhor o qae de-
vem saber » lendo a que se segue , tirado do Naekméi
de Paris de 7 do nes passado^ Dia elle assim —
aM. Gâríos Lucas acaba de publicar uns brodnira,
que deve attrahir a attenção publica, ft a sua expusi-
f ao á ' academia das sciencies moraei e politicsa da
estadi> aciíial da questão peuiieuciaria , seguida das
discussões que se levantaraai eutfe elle , Tocquevitie
e-fiéranger. £sta publicação á destinada a esclarecer
o debate que ha-de ter logar ua camará , e que tt*
B»us peaar, de aão saber quando. Ainda quenão saiba-
lUDs em que tempo baverá a discussão» parece«4ios
impossível segunda as revalações de M. Luoas e de
M. Léon Fancher » tiradas dt doeiQ»eaAos ingleses »
sttissos « americanos • que ô sysiama. absoluto de pri«
aio solilaria , proposto pela eanMDÍsaãe , seja admii*
tida. A brochura de que falíamos tem . importância
pela posição offioial de seu auetor« M. Lucas é iúp^
pecior geral das prisões » e por este titvia esta qnas«
tio especial adquire certa aoctorldade. »
aBmvãa M. Tequefilh» relator doprojeeto sobre as
prisões , e M. Béranger teem cqidado de responder
aos factos ariicuiados par M. Lucas* È hoje evidente
qve por aeiodosystaaoa ceilu^ar s martalidade é mais
numerosa e os casos de loucura são mais frequentes*
Quando não se morre , sae4é da prisão enfraquecido
t desfigurado; e é necessário eaniSassal^pO , esta sâtoa^
fio moral e phjsica» que põe os presos oaimpo^stbili»
éàét de achar no trabalbo oa recursos necettarips à
vida f explica perfeitamente o parque as raiocidencias
teera augmentado na Lnittanaeem Milaéelpiíia. Em
fim » a conslrucçãa a sustentação das prisões oellniaras
produsem despesas enormes , ao me«mo lampo que os
prodpctos do trabalho são aHiito fnsigoiAcanteSé Bar
esta 'forma a França se imparia sacrMcios enornMS»
para fasér uma grande despesa de dinheiro r augmen*
tando a cifra das reincidências^ »
cNos factos cHadoa par M. Lucas nada nas allligia
lanto domo a maoifestaçia do que se passa em Re-
qnette. N'csta prisão as mortes são da onae por can^
lo UDS «acerradoa en quartaa »- e geralmente em tem«»
po muito curto ; ao mesmo tempo que em certas quar*
teia' <te' nossas casas dentraes » a «oitandade nia ^assa
de tra por cento. Além do que , esU eifra taria
nuito tt'esles estabelecimentos. Prislo ha onde 4'eatra
tS e as não morre mais do que naa preso , outras
mide de oítoraorre um emats. {Qual é aeausa d'esU
differença? a administração superior que conhaee es-
tes resultados , não merecera uma reprovação serem* «
par nio.faser nada , aflm de redusSr a mortandade áa
eifrat mini mas t»
« Parece qne a commissao está disposta a rcmmcva»
• Sfstemá delsèlaçio para as mulheres ; niognem que-
rerá vér renovado o ensaia deJtoqoatte; resln só á^
arreigar uma sorte de preocuparão irreflectida e já
nót%u pelo 4fUe dit respeito aos homens^ Nós espera»
nos qne w discussão dará este n^nltado^ Mas agora
para faser apreciar n conseqoefieias dosysteaDaceltu^
lar , basta alui* o ektracto seguinte 4é brochura de
il. Lueas. — ^«Ko systeasa da diacipHna dosilanalo, a
reclnsio«aeUaUaré n castigQL disciplinar > que se dá;
nos easos de mais grav« 'insubordinação; mas este
castigo encepciona) tomando*se sob esta disciplina ,
a regra geral e coostíluitiva do systema pênsil vanío •
pergunta-se — como se chegarão então a sugeitar os
presos recalcitrantes » que tentarem perturbar a or-
dem, a comprometter o lystema cellular por mias
voeiferações? «^ Ao mesmo tempo que esta obser*
vação é tida coma supposição puramente imaginaria «
e que os eommissarios europeus exaltavam com muito
boa íé. a brandura maravilhosa doeste systema pensil-
vanio , que alé dispensara recorrer aos castigos dis«>
ciplinares» castigavam pondo o selto do segredo aos
condemnados que faxiam bulha , applioando-lbe uma
mordaça de ferro descrípta por M. £lvee. Esta mor<-
daça é «m iotrumento de lisrro bruto similhanto a
um freio com cad4as, qae se põe em roda do pescoço
e so fixam detraz dacabeça* Este instrumenta meite-^a
na bocca , as cadéas ligam os queixos até á nuca ; a
extremidade d'uma das «adèas passa atravea d^um
annel que se acha na extremidade da outra cadéa:
aporta«>se até um quarto annel , e um cadeado fecha
toda mordaça* Concluído isto « metUmi-^lhes as mãoá
em luvas de pelle , nas qnaes mettem anneis de fèr4
ro , e depois lh'as atam atraz das cestas. Correias df
coiro, passadss através dos anneis , apertam depois as
cadèas da mordaça entre o pescoço e as cadéas. Ent
tão apartam^-se as correias; este movimento levanta
as mãos até á cabaça , â'onde resulta qne a preS8ã<>
trabalha sobre as cadéas , as quaes comptifliem sac^
cessivamente os queixos e jugulares , e prorocam a^
dores mais atroses» fatenio dirigir o sangue para a
cabeça. »
<f Com eata infernal macMna , dia W« Elwoe , mui*
toa desgraçados foram atormentadas muito além da
qne a humanidade pôde soffrer. B a mordaça de ferra
sé 'lai abolida quai>do um condemnado » JfasuaM«á. ex^
pirou nos padecimentos de sua áppliosçãp. Não se fea
in^irlção alguma, dic M. Elwea, e quando dois
ewpregiidos traetavam de mstltuir á vida esie desgra»
graçado , o director M. Wood lhe rocommendao ie^
greda. » ....
í>'à fiaalaaente oJVa^isnal^tirA^ée agora até qne
ponto osquakers pbilantrohosda Philadelpbía leem.<de*
vado a sna barbaria^ para manter a disciplina no seu
systema penitencísrio. I9éa sfirmAmos que nunaa a
inquisição tutenton vm tormento mais atras. ^Seri
neeasaatio mais para íolgaraeendemnaa aemd»vídao
nHho systema, que nossos pbliantropos^erem importaf
para entre nóst» C» jp. P- *•
oowunnCAçtim ■ Mn»«niçj&Q ison iixvmmn^
' nxtttécto no ntULToavé no mausfvmicAaio*
B96i a A Muaeçlo da bibllotheca publica da cérie»
craada pelo alrará de S^ da fevereiro de 1796 , foi
logo ^confiada a um homem que reunia todas as difii^
ceia qualificações para bem desempenhar tio bonf<^
sa missão* O systema do 'Sr« Anienio ft9beit« d<ea
Santos é rerdadeiramente ainda ho}e a base da «;)as^
sUleaçio dos oentenlos d'esla casa , apesar d» diver-
sidade de denominações apparentes « e da snppestas
alSeraçdea n^essn namenclatura intt^edusidns pelo de*-
creto da iHM, e apesar dos extraordinárias progres-
sos das scienoias em geral nos ultnaros 50 aimos , e
aspècialmenln da bibliographia , tanto pela extènsKt)
4^ teem tomado am toda á paisto^ esses- wa^cps dapo^
4Í a
492
REVISTA UMVERSAL LISBONENSE.
sitos do8 conhecíroenlos hunanoB , oofno pelos «sfior* |
Ç9S dos Brunfts , dos Merlio , áa% Renouard , dos
Fortia d'l]rban. dos Honrichs» dos SohreUioger, eic.
clc- etc*
« Serviram como base primeira n! esta fundação par-
te dos lÍTros que haviam pcrlencido á extincta. com-
panhia de Jesus, e os que eran propriedade da Real
Mesa Censória; collecções quo posto fossem nuinerosas i
inporlantes^ não compreendiam comludo um uiimo*
ro proporcionado de objectos, que abrangessem os va-
liaNJos ramos dos conhecimentos.
' « As sciencias que tractam 4e todos os deveres do
homem, como legislados pela mâo de Deus. que for*
mam um dos principiou elementares da humanidade;
e são o primeiro pensamento civiiisador, coordenou-
as ekle em diíTerenles seeqões , ^b o titulo — Tbao-
logia — e compreendem-sc jms salas 9/ , 8.* , 7.*e6.*
ff As que diaem respeito a nossos deveres, como e»*
tes soctaes» sanceionados pela mão do homem emre-*
lario is grandes sociedades, rel^iosa, etvil erSDoial
segundo pensamento pivilisador e constitutivo tam-
bém (k> nossa humanidade, foram dispostas sob o ti-
tulo geral de— Sciencias Civis e Politicas— e cora-
preendem-sc na sala 5/
tf Os conhectmeates que disem respeito aeste-moado
real e sensível , bem como aquelles , que coBCorrem
para o tomar commodo e agradável , e são um verdadeiro
instrumento de civilísação , for^m dispoétos sob o li-
tato ée—- Sciencias Naturaes» e Artes— e se coo»-
pveendem- na sala 4/
« Os ultimes productos de aiòa pivilísaçio crescen-
te : obras da imaginação ; voos do génio , » todas as
concepções do peBèamenlo , eom a tbeoria dos pro-
cessos ou instrumento de analyse , piopria parai roa-
]isal-os pela palavra , . oa transmittU^os pela eacripla»
acham^M col locados sob o titulo de— -BelJas Lettras
— e se compreendeip na sala ^* .
« A oolleeção dasobr«s, queieem por, fim darmM a
oenbeeer as acções da bumanidade , consideradas cm
raJaeio ao tempo, e aologar» e debai^xo dos dois gran-
des pontos de vista , civil e religioso, acha-se sob o
titulo de — Historia — e compreende-seaMS salas 2/ ,
el/
: « Os monumentos da imprensa» que e capricho dos
auctores e editores subtrabiu a esta tio phikifophi-
ca classificação ,. foram comi propriedade coUigidos
fékf iihistre bibliographo, sob o titulo de — Poligra-
pbia-^e se compreendetn nasala 10.*, que, eom
razio, se deve considerar como supplemeoiar.
« Os inéditos, autograpbos, e outros monumentos ,
povtiKfiie na oreaçio do eflUbcteoim?nto tasan. pou-
cos em. numero, cemtudo pelas raaôes que lhes são
peculiares, foram ooliigfdos sob o titulado — Ma-
ttttscriptos e Antiguidades — e classificados, segon-
do o systema , que leva exposto «as saiais lâ.* , e
11.*; ficando d 'este moda organisado , oam o pes-
soal de 20 empregados , o estabelecimento^, cuja his-
toria compendiei.
« Se as necessidades pbystcas do baniam se aiig*
meatam em proporçãoi:4o desinvalvimanto do prin-
cipio de sooiabilidada , pela mesma lei ^^reacem ,
e se deainvolvem as necessidades da iuUlligencia »
•qujB n'e8ta edade mal podem aiada com as raias do
possível circumserev.ctf'-se. Competente avaliador does-
te grande lacto» o Jk<^ AnUAmiRíbaira. doa Santos >„
não podia eoalentar^e com o primeiro resuItadod'es»
ta sua creaçâo; per isao empregando cuidados a ei-
farços, e càadjiiHado par um governa, que havia
concebido tão preficuo pensamento, procurou frao-
qaeac aos portoguexes um estabelecimento , corres-
pondente á crvilisação europeat, enriqueoendo a bi-
blioteca com. o< precioso JMonetario de Fonteaelli; coi»
a iiftpovtant^ doação dos^ religiosos da DivmuPronin
deneia ; . cam a coiletção de medalhas, manuscriptos;
e* livros raros de B.. Thomaa Gaetaao de Bem ; coar
a do 5:000 medalhas e livros manuscriptos escolhido»
de B. Fr. Manuel deCenacaJor com a bella çoUecçâo de-
edições de Bodomnianan^ pertencente a Francisco Viei-
ra ; eonb a compra dos raagoificos e raros exemplares*
da celebre Bíblia. Moguntina , e outra Hebraica ma*>
Duscripta com delicadas 'iliumÍAUMis do XIII século ;•
eonh » importante doação de muitas impressos , ma-
nuscriptos , raappas . cartas , er medalhas qtfe eram^
propriedade sua ; assim ciome com os variados ohiee-
tos provenientes dos actos legislativos de 24 de mai»
de 1798, o 2. de septembrode l-805« As causas jqne*
vieram retirar o primeiro bibl iotbecario mdr da ge-
rência «ipie lhe fóva oommettiua, Axeram comi que este
estabelecimento não tocasse • a meta da perfeição, »
que devera chegar com aqiiella andamentos, que Ibe
dera , tM rápido e pppgressívi»..
«•Sobre o governo do Monsenhor Joaquim José Fer»
reira Gordo é mais pnoprio? ua minha* situação » guar*
dar siieneia.
« O Monsenhor Gordo foi substítoido pelos-Srs. Joa-
quim* fjaroher , e depois Vasco Pínio«de Sousa; e m
este ultimo, cavalhaiao deve a- repartição algumas* pr»*
aas da des^a que o>attimava. dailbaí:ser ufcíl ,. senda
os prineipaea res«Ua<las. da sua gereocia a sala -doa
clássicos- portuguesas na repartrçâo dos impressos,. •
outra , que se reuniu á repartiçãa das aatigwdades ^
aottiettdo uma riquissiaia .collecçãe especial dos livroa
dasecido XV, tão proficoa para a histeria da typogra-
pbift e xylograpbia , como parada philologia m histori»
litlecaria » e estudo des. usos e costumes da edada
media , de que são amais rica manancial , formando^
se d 'estas preciosidades uracaibalago systematico;
haaeoda sido.ambas estas* collecções especiaes dedosi^
das , por uma minuciosa escolha , das diversas salas ^
a do deposito dos livros dos mostaifos, onde taes pra-»
ciosidades se achava.
• AUi sepodam.conCroDtar osGuttembergs, Fasti o
Hentellins', com os Spiras ,. Saniynhêyms e Paaartxs;,
as Hagembachs, Uros e Reis, oom^os^Saaoniòs a Mo»
ravios:.alli padem os apreciadores di\* gravura* aos
Budeira, tão usada em nossas dias, vér os progressos
da arte*, estudar a diffecença dos estylos*, e conveo-»
çer^se de que nunca os portugueses* forsm altimosea»
dar impulso ási.baas acUea;. finalipeiite: esta preciasa
collecção anda por 900 volumes , cada uan dast qnaes
Um seu merecimento pecuniário.
« £ièctivam.ente esU 5a/a- Paleotysn$a 4 hoje uma
das joyas com q«e esta caxa se ensoberbece ; pois é
sabido que os 3 a 4 saciilas .decorridos desde, a pa-?
blicação de taes livros os teem destruído , porquanto
os impressores d'aqiielles tempos tiravam edi^oas em
proporção eom a pequena nuaiera de eiampIareSvqua
estão se consumiam , e muitas biblíoihacat da.cQnsi*
deração pão podem apresentar a quantidade . da. livroa
d' esta ordeip, que caBipracnde a deJUsboa. ..
REVISTA UWIVERSAIi LISBONENSE.
493
«C(msideri-«e eita wh» como Mia d«spriocipaetJ*i*
quezas, pelo stabido ^lor ^ké tcnem moitas das obras
que encerra, laes caiaa aipuinorMa c4iftodas-r-€«fv
ias famUimres dè Viêero — fTlmoíMppoducção da pren-
sa do celebre João dêSpirt^, executada eon VeiieÉa
«m magniico perfaminbo, c nítidos oaracier» ro-
manos , bo anuo de 1469., f ae sobe a %00$QaO vs.
de vatet — a mní rara e.preekMa edição da-^&nto
/Tiè/ia foila ^elo próprio Outêêmèerg «m Mogmcia, pe-
los annos de 1454 — 55 en «cMiées « bem formados
cbaracteres ^othicos . e que orça ^wr 700^000 rs. —
n mafnifica edição do Kvro áeLudolfo de Samania in-^
titulado — Vita ChritH, tradutido em Itnguagecn. de
ordem da Sr/ Infanta D. Itabel , Doqueza de Gotm-
hra , por Fr. Bernardo d * Al cobiça ^ impresso em Lis-
boa em 1496 , reputado em 90^4:000 rs.-^a MiUh:
Tw lio mui wérè Veipasiano , impressa em Lisboa em!
1496, a que, f>or ser o uaico exemplar eonbecido'
. em todas as Irfbliothecas do roufiéo , se não assigna
valor. —,A ii^ducçio^de Fr. Bernardo d'A]e<|baça: o
MUsale miíeium secundwn regulam Bemti Itiàmi^ cuja
iíthurgia «promoveu no XV secolo as mais acaloradas
^lisputas eifire os Prelados d^Hispanha , e a corte de
•Roma ; e o P/oCtuo de Wtwenva , a que Scbelhorne
chama sam pari monuiáento da magnificência de Lou-
renço de Medíeis , mais iilastre que o dasiFinturas ,
Estatuas , e Mármores , por serem provas da grande-
za, e amor; que tributaram ás letlras, uma Princesa.
«Portuguesa , ura Cardeal Hispanbo) , o um Príncipe
'Italiano; — <e outros mailos , cuja enumén^io fdra
-«descabida nos curtos tímites de um re!;itorio.
« Confesso que nm- exame eseropoloso do iK^toal
syatema de dassidcaçio da Bibliotheca Naotonal de
lisboa, já sob o.ponto de vista btbljogvapbíco , \i
«ob o material, aconselharia importantes modificações.
Todavia hlo me atrevo |H>r emquanto a tental-as, nãd
«ó porque taes nradanças prodoaom sempre, peío me-
nos temporariameote , «ma -certa perturbação no ser-
viço , m»s sobre lodo |iorqoe essa empresa deve ser
reservada paca o dia , qut tanto ambicioso, e qjie V.
Bx/ se déffnou i^romelter-me aér próximo-» em que
este rico deposito sefa- transferido de «m local consu-f
«nidor para outro propcio e i^ompelente.
«Só me resta, pelo que toca á coordenação, indicar
um novo systema , q«e imaginei , e com o qual puzí
vm termo á deplorável ^confusão, que toanava incom-
pletas on inúteis as três quartas partes das publica-
rdes portuguesas^ , pela diffieuldado de as conservar
classifiiiadaa» detidamente, desde o dia em queen-
- iram na can até á sua .lertti&afão; obstacirio que se
- aggravaria extraordinariamente , agora que, pela pri-
meira i^s desde que existe WUiotfaeca fiacâaoal tal-
vez , as typ<^apbias , lithographias , e estamparias ,
graças as providencias qoe ultimamente tomei, são
. exactas no camprimento de seusdaveres. « depositam
•xemplares de tudO:qitanto:puMicam.
«t O STSteflM pois aetaalmonte posto «lopratiea para
Itfea publicações é o^deovèra espécie de ^encaderna-
çio mecbaníoa « -so assim se lbe*p4de cbamari Na res-
pectiva saia das publicações portuguesas, ^mandei dis-
por'em boa- ordem pelaá pared« longos pregos d'onda
pendem glandes ganchos de Jarga curva, susceptiveis
"t)e aofom tirados á ventado , ' nos quaas se enfiam as
varias foNias^de cadaobra, por sua ordem, esem qna
posoa ^Wh^t. confusão^ alguma p .ficando assim iigadai
instantaneamente até qne a obrr completada possa ser
extraída do logar onde pendia para ser anlregua aà
encadernador.
« A quem não tiver pratica. d'esta especialidade pa«
recerá.esta innovação escusada : passo affirmar a V.
£x.* que só á falta d^elia attribuo o haver-se extra- .
viado grande numero de folhas de anteriores publica-
ções , e conservado na sua integridade todas as obras,
que teem entrado .para a casa , desde o dia, em quo
este systema 'se adoptou, com grande conveniência d^
repartição. »
VilUlMDíJÍ.
COMMEMORAÇÕES.
OOXrTflLA o #0i«0 , JPOOO.
(Rfictita d^el-rei D, João IL)
4.'' DE lommM. 1490.
2982 « N'bstx anuo de 1490 estando cl-rei eiA
•« Évora antes da vinda dapríneesa, lhe foi dicto quo
« em X^boa cm caza dè um cavalleiro, que se cha-
« mava Diogo Pires do Pé , e vivia juncto da praça
« da Palha, sç Jogavam dados e carias, e outros jo^
« gos , com que Deus era desservido , e sou ssnetb
« nome renegado, e o át Nossa Senhora, e o doli
« Sanctos bVasfeoMidos. £ como el-rei era mui calho-
« lico, devoto, e. amigo de Deus, por atalhar e evi-
« tar tamanho mal , e por castigo do que nas dietas
c caza^ se, fazia, polo mesmo caso, na metade do dia
•r com pregão de justiça as mandou qaeimar no pr\-
« meiro dia de junho do.dtcto anno, de que na cida-
« de foi grande espanto; e alguns homens, que em
r soas casas tinham jogos , e tavolageos , com muito
« grande receio se tiraram logo d'isso. » — « Garcia
ti de Rezende. -»
Olhem lá o que por ahi ir{a , se se usasse hoje M
receita. ! J. H. ^ Cunha Jtivara^
j». ssBASTULo-^r3»»isarAJNi«
UKm>A iiaooirAt.
II.
. . .. . . ;U tê vis, o pam isempref
Km., pardas afãs dop traidores veuto^,
Indcpeadjcncia , Uberdade , e glorÍA.
Gmrett, — Canões.
. A P^ETIDA.
mt CoKBU o anno do Senhor — Í57B« — Cbe"*
fgára aqvella noite de religiosa /alegria •>featoiada. lio
campo e na cidade , no palácio ena cboopana , per
velbos .e per .maocobos ; —-noite de.folías , tm qne.a
doMoUa, ansiattdo a. custo a agtts naiboeea, .aguarda
anoiosa ouvir o. nome -do. que ba<^e aer. sen espjnso;
eu queimando a. espinhosa ol4;achofra , anhela que al-
vociiBça a manhã para conhecer — pelo florir . on « seccar
de.umarfloror^se a Deus aprax oii.nio, oonoeder-lbe
por nfrvido o oloitodo aea coração; r^ noite de liber-
dadc-om qoe os moços folfaofoirpe fora :da auas poisa-
das , ao som de cântaros alegnes , Miàliãm a fogueira
qoe 'debalde -altéa as cbammas .pára os impedir, pw
toroandota pra$a.p8blica emsal|»:de aacáa p faiam,
41 ♦ ♦ .
49 4
REVISTA UNIVERSAL LISBONENSE.
fcsoar tangeres. <lanças e engraçadas loas. Culpa gra-
ve entre mancebos e donzelas é o repoisar cm tal noi-
te , destinada a folguedos innocentes , puros como a
sua origem palriarchaí .porém escura e silenciosa
«stara a cidade de Lisboa, em a noit» do 23 para 24
de junho de 1£f79. — Nenhum som harmonioso dç toz
ou instrumento quebrava a mudes das ruas solitárias
mas nem todos 'seus habitantes jaziam adormecidos^
Havia luz em muitas cazas fechadas • vozes sumidas ,
e arfar de corações ! -^ eram suspiros abafados , eram
lagrimas de saudade que transpiravam po» todos esses
edifícios, desde o palácio do grande até ao sótam do
indigente , . ^ era pòpque , ao paiat do novo dia , de-
sessete mil pães, irmãos, esposos, noivos, fílbos, ami-
gos , iam ser condusidos para o matadoiro de Afi^i-
ca I . . . -
Já o arrebol da manhã se mostra no oriente , e co-
meça a dar>ida à tio variados oVjectos^ — Os altos,
montes do s«d já apresentam os cumes avermelhados ,
e por entre essas deliciosas veigas de aléni se distin-
gue o cazal solitário , ou a pequena aldeia , matísan^
do de branco um extenso tapete de rehia^^ — 4-*áq,"«ín
assoma o vulto imn\en80 da capital : campanários
de templos campeando sobre as> b^biiações profanas ,
e os vidros simples e corados de niv e outro edificto
reflectindo os raios áfí sot nascente com mil* acciden-
tes de luz t — o Tejo ufano do azul de suasagnas, —
e os contoroos de tão diversos navios <}ue iam em bre-
ve mostrar os pavilhões de toda a Europa, ppmpletayam
um soberbo quadro para um observador collocado na
praia do Restelo :. ebastantes lá estavam (^ue pela ultima
Tez gosariam de tio brilhante espectáculo. Era d^aqnél-
)e logar que se deviam desatar as velas de oiten-
ta baileis » que , como as azas do anjo da morte ,
poisariam sobre tantos guerreiros até ao momento do
extermínio.
Despovoado se acha já pela ante-manhi o labyrintho
inextricável de ruas estreitas emal-gradadas, becos-tot-
taòsos e immundos, que constituíam então a cidade de
Lisboa — proximaúiente no gostO' do bairro de Alfa-
ma, 'ainda hoje de pé poc làercé especial do terremo-
to de 17^ã — e o povo se arrojava em. ondas pela
margem doTéjo para o logar do embarque, — uns a:
dar o extremo adeii» a quem lhes era caro , — outros
por simples- curiosidade. .. . e para esses havia ahl
muito qne vér.
' Já o rol patenteará de todo sua fronte altiva e ra-
diante : era essa a hora prescripta por D. Sebastião
-para a partida « e tudo esperava a posto. — Na direi-
ta da hoste se vé um esquadrão de velhos guerreiros-
do Oriente , que vestem pesadas armaduras como se
'foram cabayas de setim; seu capitão i D. £uir de
Meneses , que fas tremnlar o estandarte real cooao al-
íeres-mor do reino ! só com o final alento o ha-de- al-
ies deixar escapar das mãos em Alcácer Kibir» quan-
do já não restar eoot vida on Uberdade algum d'a-
qnelles cavaleiros anciãos cuja intrépida firmeza fa-
ria inveja á antiga legião macedónia. Segnem-se os
mancebos aventurosos, fior da nobreza e esperança da
pátria ; commaoda-os Álvaro Peres de Távora ,, ir-
mão do valido d'elrei : não ha entreNelles tristura co-
mo em oa ontrot terços . —são como ténues raios do
•ol brilhando por entre o agregado de nuvens cali-
f inosas ! — Elles ! para quem d*aqni a poucO a areia
de uma vala oa a povta de um cárcere vae abafar o
fogo da vida » ou o anthnsiasbio da gloria ! — Apoz
estes mancebos estão as levas de gente recrutada no
reino-, soldados* sem eiperioncki e sem desejos de
largarem seus lares ,. creados na paz do reinado do
IX. João UI, e ouvindo só fallar de batalhas áqueU
les que voltavam da índia nos galeões de viagem ;
dividem-se em quatro terços . de que são coronéis
— D. Miguel de* Noronha, Diogo Lopes de Sequei^
ra, Francisco de Távora e Vasco de Sequeira : o
porte d'esles>cavalleiros é mareia) , porém máuigr»-
do a.suas esperanças lisongeiras ^.é a moi:te ou a e^
era vidão que Dew lhes ha íadado..Mais adianto se-
vera os poucos italianos^ que governa o marquez ;Th(^
maz Steruvile , çs tudescofr^ do coronel Mai-tim de
Borgonha, e os castelhanos « de D. AJonso do AguW
lar , capitães infelizes , que faão-de junear com seus
cadáveres as, margens do Lucus. — ^a extrema e^
querda está a cawiUaria ^ a pé^, por ter já Xeit<^ em-
barcar seus ginetas na» galés de ttansporte ; são dois-
míl e quatrocentos soldados ; e todo o eiercito náa
excede a dezessote mil.
Defronte do sumptuoso mosteica, elevado pelo po-
der de D«.Mannel á memoria da deseobrimento da>
Oriente — conversaià o mestre- de 'Campo general, D.
Duarte de Menezesi; o l>ailio de S..João, Pêro do-
.Mesquiftella , capitão generaUd&artiiherJa; Fr. Bet-
nardo da Cruz , capítãou mor da expedioio ; o rege*
dor Lounenço da Silva,. justiça moc do exercito, e
oê desembargadores António Velho. Tinpeo, ouvidtr
mor do campo, e Francisco Casado de Carvalho, fna->
riel mor:— qoen. diria que nem as becas* de juria-
cottsnltos os salvariam da espada. !>^Algans médicos,
se achavam abi também, que seguiam o exercito, pasa
acabarem os^que não saissem bem. mortos do logar da ^
carnificina.
Uma nu^ra de poeira , qpe se desoobrin ao longe
no caminho da cidade , e o snsurva quei simultânea-
mente se fez ouvir entae o>^vo^ deram a conhecer
aos chefes, qae o monarçha se aproximava ,. correram
rapidamente as fileiras ; a em um moimento aqoel&a
massa > de soldádesea, mnda, firme a unida, sioii-
Ihava uma. gradaria de ferrot; — só Unham movimento
as bandeiras qne a vieafão da manhã, fasia ondear U-
:gekamenle.
Em bneves instantes aqnelle espado d»- terreno &í
embebido debaixo doa pés doa fogosos ginetas qve tra-
ziam eirer. e a sua comitiva : assomaram alfim ante
o exercito, e os soldados, ao sigAal de seus che-
fes, ftcevam a usada cortesia militar, os estandartes
se abateram, » os tambores», atabalea e mais instrn*
mentos músicos fizeram resoar hymnos gnetreiros ; — -
o joven monarçha soeria á vista- dei tantas aimaa» cn-
mo se já tivera seguro o fim. de -sens* desejos; Instroaa
era a companhia que o seguia», e o riso do soberana
sa oommnnicira a todos aqoelles vassalos tão leaes »
tão cavalleiros ;- o contagio se apossou* de- toda a hos-
te:— Yrrat D. Sebastião,, viva Portugal --«Topetiam
milhares de votes de nobres e populares , de guer-
reiros e burgueses. Era o nlllmo piaaer, por isso mais
vivo que nenhum.
D. Jorge Tello. , pagem do g.niio de ol-rei , vinbdi
na frente da cavalgada ; aos lados de Dw Sebastião^so-
peavam seus valentes corcéis ricamente a|aaaados-^
o prior do Crato , filho do infonte D. Lniz , e o da*
qiie de Bareellos , joven de doze annos, qoe pela prl^
REVISTA UNlVtellSAL WSBONENSE.
495
meira tei iê a^Fancar do montante:, as. prisões de Afri-j
^ca os esperavam. Apoz elles iam os governadores do
reino, e entre outros cavaUciros de primor que se- -
gajan, »otbv«i>s» D. Jãyrae, irmão rd* du^ueée-Bra-
gança; D«. Vasco da Gama , conde. da^Vidigaerra ; o
duque de Av«irov os condes áe Tentogal, Redondo, e
Timioso; D. Gbnstovam de Távora; D. Luiz, filho
àe D. Aleixo de Meneses*,, e os bispos do Goimltra o
do l^rtorj — sangno tio generoso lá o lialia do con-
íiandir o Lucus eaa sisas- aguas..
Tudo estava a ponto para o emíbarque : D. Sobas-
tíio foi o primoMPO^ a saUar no esquife do galeão 8.
.Matbeus aondo o aguardava P. Diogo de Sousa ,' ca-
|Htio wúw. da armada , cavallciro já de dias, pruden-
te , valoroso e experimeatado^ teodo^se^ lado* o ce-
I^jÀre D. João de Castro, lilbo de D. Álvaro de Cas*
. Ico, vedor da fazenda de el-rei. O esqnsíé vogou .fará
.longe da praia e aio. tardou a abicar a nancapHania ,
. Vfue salvou ao monarcha cote uma estrondosa-surriada
• de artilharia." 0& baieia^dos ovtros* navios navegavam
egualracnte da voga artaneada,. transpostaado oa^capi-
laes e sokiadasqne ían na expedição.,r— D'alli a al-
gumas. hiMEaa mo se via em Belém umi pique , lança ,
•a adaga..— Lagrimas», impreca^ães esuspiros subs-
iiUiianx es-brados de alegria» qua o vento kvára fora
; do Tejo^ qu6« st; esvaeceram no oceano l
Mas emq»anio«se concluía o embosque, tses diá-
logos 4o vario tbeer havia em diversos legares da extensa
praia do Restelo. Eram três personagens que partiam.
.««davam o oHimo adens a ouiros tantos^ que -ficavam.
— E' óptimo o seu plano* capitão» ni^o se^ aoobar^Je
no- momento da execuçio.qve a sorte de um príncipe
o espera..
— Descanae no^mewsélè-, Sr\ Ik João da Silva.
Estas paiavsas pronunciou o capitão Franci^o^deAl-
déna; ignofamos qaal era o seu plana. Alguém disse
depois que elle soltása o grilo de retirar quando o&
moiros iam «de Tonaida ;.— r nãe poasjoimos suficientes
provas para o. afOrmar mos» . mas 4 certo que» se^ios atra í-
çoou , .diverso premia Iba reservou Deus do que elle
. aguardava na .Uispanba, .porque o seu^cadavar foiau'
centrado ao^eampo de AJcacer^Kibir..
^^Adeus,! Laia d» Gamões^ disse uma voz-íraca po-
rém jnelodioaa^
— O céu te acompanha» 3ernaKdes-, lhe responden
um velho com # o sorriso dà desesperado nos (a bios,
— nio Jle esqiieça esWe'larg^-vela para um canto da tua
«epopéa.
— ^Fica< abi, pagem imbelle,* não qnerea ver como
se combatei ^^Kstos pilavr^s saltou um velho escu-
úpÂte com- aeento son^brio , e segurando fortemente o
^raço de um mancebo que esquadrinhava cuidadosa-
. mente as louçainbas e< brasões doscavaileinos^ueem-
liarcavam.
—.Não , Sr^. Braz Aigondes ». disse- o pagem Ay-
res TindcQ*» eacapaodo^lbe das mãos , — 4magipo qpe
nadaiei^á de aprasivel uma. tal vista. Fico para saltar
as fogueiras da 6. Pedro, .iá*que poa vossa causa pen-
; dè|Bos os/fo)gpedos^a.«aitode'S* Jeao»^
Xudo estava acabado^ ^ara .Portugal !
i!hiftstsro Sbíria Bbrdãlld.
^CofiinitMir-f€-A0«^
HOTICIAS.
2984 Um DOS ramos d^irrdustria. que mais tem pros-
perado em Poridgal n"e5tes ulHmos< aimos,. é o fabrico
dospannosde-li. Delíigfentiamoseesperamosobter, para
ptt&Iícarmòs , uma descripção áff actuai e mui flores-
cente estadode-algumas-de taes fabricas, eem parti-
colar da de Portalegre.*
Ba doCánipo Grandd podemos já affirmar, que me«
rece a todos os respeitos ser visitada-^pelos que se ale-
gram de vér coisas porttiguczas bellas; grandiosas edo
incontestável utilhiade publita. O seu fundador, o Sr. À,^
r. Rodfigiteê, com uma perseverança de trabalho e de
amor, dé qne ha pouoos> exemplos , e com uma iin-
mitavel magnanimidade no empregar immensos cabe« '
d^s, de que sónmi tarde> poderá perceber lucro »
sem sócio, sem^irecção alheia, sem o raai^ leve auxi-
lio doestado, e, pelo contrario, luttando* desde o prin-
cipio com todas as dificuldades inherentes a taes em-
prezas*, e com as que* por maito tempo lhe suscitaram
os ingleses', e de que só uma sagacidade como ad'el-
le poderia (tiumphar , o Sr. Rodri^is possuo hoje um
estabelecimento vndastriel,' qn^, senr lisonja, se pode
chamar exemplar no seu género.
Este edifício, todo rncombustive}, etíoja alma vivifi-
cante ^0 vapor ,• produz já obras assaz bellas e (cuja
perfeição cresce todos os dias) e*alio»enta'>a «um gran-
de numero de familiasj
& provavefmíente por^ falta de se conhecer ainda ,
como" cumpriria, o*ponlO'»qtte esta fabrica tem cbe«
gado , q^le um requerimento' do «Sr; Rodrigues a bem
da sua industria , *ísto é , a bem do publico*, dirigi-
do á camará municipal de Lisboa , acaba , segundo
nos affirmam, de ser indeferido. Pedia elle que se
lhe aforasse umaporção.de terreno^inutil» pertencente
*ao«mmiicíp>io^ visioho á labriea epara efla-de grande
conveniência para estendal.- O indeferimento parece
que fdra assígnado por poucos vereadores, mas o con-
ceito-que 49 todos^ellcs^, e d'èstes mesmos«qne o as-
signaram , devemos fazer petas *irrefragai«is demona-
trações , que dO'Sett zelo , saber e* pátrio amors nos •
téem ^ad o constantemente» te-nos esperar qoc^hoj^,
reconsiderada a matéria , segundo a cópia do mesmo
requerimento qne o Sr. Rodrigues lhes apresentasse ,
não deixaria de sair com favorável e promptissimo
despacho, assignado, não pela maioria, senão pela to-
talidade da «vereação.
^ sscratahia:
AVISO AOS PAB8 OS FAMUAS;
â9S5- Acabamos de receber um folheto, impresso vo
Bio de Janeiro, já n'este anne de 1844 , com o titu-
la de Aviso Aoa-PAiana famiua; oposeulo que onos^
so governo deveria mandar incessaniemonte reimpifi-
mir e destribuir'gfatia> a^com abundância , por todos
os concelboa do reino er possessões ultramarinas, pii-
ra qqe a gente simples da povo» escarmentada com
os exemplos alheios , tremesse só do pensamento do
jamais emigrar para o Braaâk -faaoinada das mentirosas
promessas dos traficantes de carne' branca. Eis-aqiiia
intradttcção d' esto opúsculo • precioso 1
« Movidíos somente poE- espirito de<biimanidaàa fa«
.496 RETISTA UNIVKRSAL LISBONENSE.
c xemos esU colkcçio dos diíTerentes artigos publica-
.« dos pelo Piaria doftío de Janeiro, os quaes sem o
c nrenor encaredmenlo descrefeio o lasUmoso esta-
ff do de saneie , e todot os borrores por que ipassaram
« 08 passageiros da galera Commercio MarUimo.
'« Leãm todosesses artigos, e vojam como foraortra-
M ciados os infelises que tÍTerani aimprudcDoia de ac«
« creditar nas falsâfs promessas d 'esses traficantes de
« carne humana. J)'aqiu aprendam a conhecer os em*
41 ,bttstetros, que andam por todos os pontos das provin-
de cias sedosíndo os siogellos camponezes cnm promes-
« sas Jargas para lhes apanharem o dinheiro e comei*
« le^os filhinhos ionocenSes, deqaem se constituem pa-
« Ironos, para os virem trazer >áo mercado brasileiro,
« de UB modo que ínsnka a humanidade. As fomes e
m sedes ^porqae.passaram 'os passageiras do CommereiQ
« Marítimo, sé as pôde desconhecer quém^nunca em*
« J^arcofi em navios da carreira do Porto. £^ nova
« 4»»peclc de argelinos , ilindindo as leis » atulha os
« navios de, paisagoiroscomoacoBlQcea comente» qiM
« iroazerquaaijtresentos» e ^pela sua desmosorada amUi-
c ção os mata á fome e á «ede / e ainda os «briga a
41 desfiar c^lQpacomose fossenuBoços denavios. Se os
« pa«s.i :iiísta.do que abako sele, não se puaerem en
« guarda contra os ta^es senhores; o malsobirá a um
f( ponto sem exen^ilonos annaesda escravalura oÍMca*
c na, ^eodrama que se representou Jijiordo ,do Connner^
u cio «erá por muitas veies repetido. Cumpve ao rgover-
« no tomar proKidQpcIasiComa maior-urganoia para que
« este abuso não se.continue« «
« Mui importantes serviços podem também prestar á
cr causa da humanidade, da honra ^nacional, a tribuna
« e impaensa portugueias^ se por ventura aquisereip
« tomar a si. » . O jParingutXs
TQVLTJjJaxnSMMã vo smAzu.
2986 Por demais sâo os raciocioios onde estíío
os factos: vamos resumir o que nova e recentemente
nos escrevem do Brasil com instante recommcndaçâo
para o publicarmos.
Com portuguesas 80 astão por li enoorpaiKlo os
batalhões de tropa de linha. Os capitães 4|ue os le-
Tam enganados do Borto e ilhas iporlqguexas tractam-
n'os atromente na viagem , faltando-lbes a todas
as promessas e «ríoiando p^ra com eUos até as leis fia
humanidade. Logo que <íhegam ^- «ferros ao fundo;
m passageiros para terra , isto é » os que porfelicída-
c ún sua pagaram ahi a pasfagem ; e Já se «venham;
<c procurem arrumar-se ou estoirem i fome se oao
« acharem commodo, eomoi qua&i sempre lhes acon-
« tece. Os pobre&itos , que ficam a bardo por não '
« terem podido pagar , levanta-lhes o capitão o pre-
« ço pedindo crincoenta patacões por cada om de maior
Cf edade , quantia qtte ha^ei ser paga por quem os.
ff fôr comprar, eque depois lá Ihellrai^ dapello e
' « com bastátote usura. » «^ 8e não prende todos , tor*
na p pirata a faz«r-se de veHa , e"vae a outro porta
procurar veniaga. -^ « Br. ftedaotor , «ccreseeota a
«c nossa correspondente , Já^chegámos a Sempo de se
<s fazer preço a portoguezes como ao gentio de Oui^
m né ou ás bastas da GollegS. ]Que grandes gostos
0 nio sãoestes, para certa nação I 8.'M. , laossamãei
<f tome isto em consideração , que estes vendidos é
<c açoitados s||o seus filhos , e os açoites nas èamei
' % dos filhos devam 'doer mUito aos paos. » < j
MM v;
Mxmju^i^nutMmio
(Carta,)
2987 Tsifno Tecebidopelo brigue Carlota AmeHa^
«chegado do Pará , em Id do corronie, ^oma carta dar
tada do 26 de Março pretcinto , «n qiie se relata um
phenomeno , que muito deve interessar os peritos da
arte obstetrícia , envio a 'V. um transumpito exacto
do artigo 4a<}fcta cárU a 4 ai respeito, occultando s^
mente os nomes por^iclindre , afim de se dignar daiu
lhe publiaidade no ^eu accreditado jornal , ficando
na certesa -de que , attenta a probidade do meu cot^
re^ondente, me re^>onsahiliso peta certeza do facto*
De V. <etc.
Jisboa â8.de Ifaio 1844.
Sabino António firimo 4e Lava.
« Ha n'esta ^[ttdtde-a-miflfaer ée um majar, que aft<»
«t dava gravida 4ia •muito -mais de aano; sentindo d^
c TOS o víftdo-lhe ó leite aoê peitos sem haver par-
« to, os médicos convocados pelo marido^ mo con-
€ eordaram em auas opéniões e contam qi» um só ^
« que dissera que DO ^ntre 'Oaistia creança. Masque
is admiraçda não será «aJser-se, que esUSr.* expellitt
•« ha pouco <pelo anus ^s pesnaa , um i»raço e mais
«carpo (foUandoo^oulao hraço ^ a «aHeça ) d 'uma
•« creança desfeita já pela podridio, 4a qual o mais
•c que se i4a «eram^ossos. EstaSr^' passou depois d'is-
« to soifriveknoDte , « está á espera que a natureza m
« ajude a expetlir o Testo. »
« Ê caso digno de ser lavado aoamíbedmoatodopii*
« Wco por algum periodsco. «
M9Bè Vm iM)sso assignsBte, i^ssaa de credito^
Jios envia para publicarmos -à seguinte notarei oarta
por clle prqpoio trasladada do ti«bograpbo assignado.
ff A mudança que se operou no meu coraição , uem
« 00 «Tísmo a sei dizer; porem afirmo que não fot
« u«n riva4 que a ^causou 4 mas sim a inconstância
ff de que sou dotada. Tenho Contado sor firme em
«aanor, mas não posso conseguil-o, ináu destiiio
ff meu ! Todas as «ilnhas acções levam o cunho ^a
« votwbilidade , e «u aoo uma infeUs ! O epjiiíeto de
ff ingrata cabenne hera , porcfue paguei mal o amèr
ff deV. 8l.*1 Eu tne envergonhe, o até >4e mim roes^
^ Aia me aborreço ; mas comtndo se V. ^^ deÍT<Sii
ff de sor para mim objecto de anor , não deixará de
ff o ser de respeito para ^uem tinha a honra de fèr
ff amante de V. &* »
•ff Sou com o maior respeito do V. S.* a
mais humilde aerva. ^
N. *
ff P. S. Não^remeto es objectos pr^losos que <te^
ff nho em «neu poder por causa do correio , mas
ff quando fSr possivel podel-os entregar as»m o fa-
ff arei , porque sou incapai de os possuiré » <
« xivHo »B oimo.
2989 Q6kV90 o 7 de julho de 1842 soh ^ titulo
de Livro- ih Oiro atinunciafamos^ Àf JMttapãsâ om
ditcurioê reiigioioi , já lhes prognosticávamos , como
coisa muito certa e muito merecida » um grande no*
mero de ediçõas;i — e com effeito a 11 de janeiro
d' este anno tivemos que annunclar a segunda , e já
hoje a terceira nos apparecc. De edição par^i edição
REVISTA UMVERSAL LISBOWEJNSE.
497
(em o auctoF o*Sr. Rodrigues de Basto» aocrescenijâ^
do notavelmenle um litro «^ q4ie já«coi|io tinha nasci*
do se podk repala» clássico no seugoaero i o^uie
género ião nnpoKftnte qae é o seu ! — Na segtiwda
vez que d'eHe fallápauos bafJainos promettído ir en-
FÍquecendo d nossa folha com alguns artigos colhidos
d'allL O affi>ge e urgência da outros artigos origíoaeS'
só .nos tQH aié hoje permíítido. trasladar um de seus*
eapituloa, .o do suicidio, que*n'este volume se leu
a* pag. 449: içamos aoeiosos de poder tomar^be
outros brevcinente e em particular o do duelo;- por-
que é difficU qiue um espirito ; que nio seja inteira-
mente perdido , resista a uma phjbspphia tio elo-
quente e a uma eloquência tão ungida como a do nos-
so «uctor.,
Ê para nós de somma satiefae^t o considerarmos
que o destino das — ãíedUaçÕH ou àmwrêos religiosos
se tem ido pceenchendo qual desdo o primeiro hm»*-
mento lh'o auguráramos; ba muito que estão tra-
dusidaa etn* francês : depois» do nosso , quasi todos» os
jornaos sisudos as recommeodaram como de grande
valia e préstimo; — «opreladosv mui.seiosos o mui
« doctos^ chegaram a prover-se de gr^ando quantida-
« de de exempiariee» d*ellas, para graluítamento as
« distribuíoeift piei os« ordenando» e pelos porocho^. »
Depois d' isto todo o pae de familíass qae não pro-
curasse tor eat^ livro em casa parar- uso doseusíUbos,
só se eximiria de uma grande responsabilidade^ mor<il
por uma profissão franca e posiiiVa de isruteza*
OOVSUCGXa BB OS]USaOSI9A90Ba.
■XROZCA9..' V
2990 Ê BOJC tão raro o desinlevesse . o abnega-
ção das coisas do mundo» quo me paneco digno. 4e
I)ubH&ar-&e o. caso' segointei
Falleceu ultimamente , nas Cortes , concelho de
Leiria, um dQcmdis abastados proprietários e ca-
fttalisras; ocíibatarío» e de uns 7^annos'de edade.
Besde que adoeceu» foi assistido d'unià visinho;.
egdalraent« abfisUdo, iim dos poucos rda^ terra-, eonv
quem travara, havia muito,' relates? d'amisade^». de
que e!li9 bem- digna se mostrou, n*estar oocasiâo ..pe-
lo assíduo cuidado & diligencia», com que o acoom-^
panbou n'este sud dolorosa enCermidade ». ^e parece-
ter sidoiuma-inBamiição de bexigas
Desenganado o enfermo pelos facultativos de que
são triumpbaria do inimigo , com que estava arcan-
do braço r inraiço, decíatott wi^ scit fielimgo e
caridoso enfermeiro , que , em prova da soa amisa-
do-, Iho.qtieria dekar ioda a sua casa;. esDe Ibe nes-
pondeu. que — anão queria-;, admirado «doente d* es^*
inesperada resposta » replÂceu quo.lbo deixaria todo
o dinheiro; nova. recusa da. parte do seu amigo z
quasi que Jbe pedi? , pela"tci)coira..vez». que^.- ao me-
ses acceiUsso' iima^ propriedadCi do- v^lor • eonvisÀnha.
com outra d'elle; a ipesma resposta do amigo, o 4]i|aL
d'csta voz, se dia, que* aocrescentou » ,%tte s^insjs*
lia mai0^ em taes propesiLos , o dosampafaria n<^ seu
loito dedóa^». mas^que muito lhe pe^aso pelfiiamisa:*
4t, quQ Jiboiioba^ — porque, <d#ziliesterdeMpteres«ido
amigo, ao moribivindO':: «^eu^para mim Leqho: meur
ftU)f/^fitá rico , deves pois fiaw'. íottzes,.|^u# sobri-
, Convencido o enfermo , disquo ^he nio tariar acei-
tar legado algum; pediu-lho então, que chamasse
á sua presença, 4Í4)is sobrinhos, osqvaes d*entre outros
amava com mais predilecção e constitui u-os , - por
e^al , berrdoiros da sua casâ , que se a^^nlia em 80
contos de réis, comosqiuaes ficAram halúlitados , Oi
herdeira , para fazer um casamento feliz » qno já es-
tá está justo, e em breve se vai concluir e o4iei^lei-
ro , para- con^miar , na sua carreira de Coimbra ,
cm cuja Universidade continua a frequentar o 2.^ an-
no juridico.
Yê-se que uma casa d'e$tas nãt) é muito para des- .
presar , e de certo a não teriam hoje aquelles sobri-
nhos, se em* vez d'om tão honrado^ amigo, allf appa-
recesse ootsohomemw — D'um padre, d'esto oonce-*
Ibo, sei eu , que não só* não recusa qualquer le«
gado r mas até, para os* obter , se arvora em -adminis-
trador de velhas , qfoe teem alguns- bens de fortuna,
percorre a casa dos praprisLarios , que não teem her-
deiros forçados , insinuando-se para seo herdeiro e
tesiamenteiro, a propondo^ lhe contractos leoninos, -pa*
ra se apossar, de suas casas» negoceia com os ren-
dimento» da Mis&rieordia etc. » o assim teemelk ar-
ranjado ,. já abastada fortuna , qno na edade ,.>emque
está , ainda promette augmentar , coivtinuando em
taes^ raeios^ Assim vai o mundo^^
Yilla Nova.d:0urém>2a de Maio de ÍSH.-
N. J,
2991 .SEGUNoonos consta por informação diglin (Uí*
toda a fé'; vacr cOHocar-se a estatua . do ira^norlal in-
fante D.Henrique na sala do risco doÂrstnai dalh-
rinfia': para este eíTeito fóí nomeada uma commíssão
compostst do Sr. A\ D. Castro e^ousa , auetor da
lembrança ; e dos Srs. conselheiro A. J. Maria Cam-
[^los, e capitão deiVagata Ai. L» da 6osta eAlmeida.
Jí '
(Cominunicado,)
2992 XiVBaio^ o gó&to d& vér uma- e^tataaeinba do
Laia de CamÕQS', feita de dente de- ca vai jo carinho;
eoà Goa , e por' um Índio, chamado íiO0unqla., qwoy
levado, unicamente peia habilidade nalurai, eregAiiaiv-
'do-se apcAas-por ura desenho^ doSr. Eirancisco de As-,
Isis Rodrigues» que de. Lisboa* levara, para- aUi' o nosso
iaj^ugo oSr. Lagraage» por tal arte a esculpiui queape*;
zí^i^de se não poder chamar obra prima, écoortudç di-,
|goa de attençao pela regularidade das proporções , c
rn eis que tufjo pelo character do poeta representa-lo no,
4esenho; do qual se n»o aifasiou, postoqoè. não sou-^
besse desenhar , nem tivesse algum modelo em.- vuU;
to -fue odivigisse n*«es|a emprcza, — O poeta está co-
rqmior-de^ loiro; tom a lyra na mão esquerds^« cucos-i.
tada ao bombro, e a núío* direita» apoiada sobr« o-
flanco ;.aps pés t^m o^sapaoefe^e^as luvas; veste- pcH
to de aço , etc. ;
A/^ estatuasinhA « que tenrt pouco n^is de meio pol-
ido, é sobreposta ii'nm simples - pedestal i feito do^
ébano pe)o mesmo vindio^ tendo. a meio um oval de»
marfim , ceròado do um festão de loiro , em cujo ès-'
pelbo vão gra^rar^se os seguintes *versos.^om^smo Ga^*
498
REYISTA UraVERSAL LISBONENSE.
À^ellê tufa lyra m>mfrúia ,
Será wutU afamada foe dUòta.
Quem desejasse admirar pelos seus olhos uma tal
esculjytura, executada por um semibarbaro/ que ape-
nas é torneiro, sem nenhum custo o conseguiria, re»
correndo i offkiosa urbanidade do Sr. Lagrange, mo*
rador ao presente na calçada do Duque n/ 58.
Um Àrtiêtaé
(Caria.)
9993 No Dii 15 pelas 4 horas da tarde tia fre«
gnesia de Crespos, evisinhas, a uma legoa de Braga,
Jevanlou-se uma repentina trovoada, acompanhada de
mu furacão tio forte, que derribou n^aquelles sitio» mais
de 600 arvores , c deixou abtilàdas , e pendidas ou
quebradas qdasi todas bs outras. Logo que o furacão
terminou , segúiu-se uma saraivada do tamanho de
balas d'e9piníg^arda , e em tanta quantidade que tm
coisa de S minutos cóbrin os campos na altura de pal-
mo e meio? Era uma manta que abrangia quasi
meia legoa de comprido , e 600 a 800 passos de lar-
gtira, dehaíio da qual tudo Içou derrotado : -^as ar-
vores parecem podadas de novO : *-^ os centeios corta-
dos, e alastrados; as vidraças que estavam contra o
furacão sem um só vidi;o, etc. Entre os muitos quei-
xosos d*este terrível meteoro, avulta o bom abbade
deMaiínÍBOS, que sofiTrou estragos horrorosos m sua
quinta de Crespos » os quae» só com muitos annos po-
derá remediar.
De ¥• etc.
Porto 21 de Maio de 1841. .,
■ ■ * * tt
WíMt OHXOOU/
(Carta.)
2994 Qdanin» H o artigo da Revista 2878 disse para
os meus botões; homens com cabeça de lobo! que bello
conto para entreter crianças ! mas vá feito ; que c/t-
sfuando. ... eu iria por diante com a minha opinião ,
quando noartigo 2924 o apparecimento de uma cabe-
ça de burro me fee ser mais reflectido, não porque
esse acontecimento fosse extraordinário , porque ca-
beça* d< burro encontram-se em muito maior qtiaètf-
dadè, do que as de lobo, mas pela ikialfda, quetrans-
]«s em um e outro caso , que ambos convergem para
0 mesmo íbco , e que mo parece deveriam descrever-
«e sem o veu, qie o resguarda, (axemio-severaopii*
btico ttoi preceptivdmeiíte quaesostns, que se teem
cm similhantes emrbuètes, e o modo porque esses em^
bustes se levam a eflTeito; de outra maneira , os dois
•rtigos dlo aos perversoé um reforço considerável ;
porque, como levo dicto, as cabeças de burro sio por
toda a purte muitas.
O gosto das metamorphoses vae-se gener*1t sendo ,
6 nio dutMo, que seja chegada aépocha, em queoQ«-
tro Ovtdio tenha de esòtever outlms* metamorphoses.
For lá apparecem novos Lycaons , por cá também ttio
falta que admirar.
Abi pof ^ssas ruas de Braga passeata tim quidam ,
que para melhor levar a sua Vida e conciliar a pia* áf*
ftiçio de certas {(entes, dizia ler sfdo capitão «o ser-
viço de D. Miguel , não teodd passado , seguntfo s^'
ivttam ^outros seus eoli«gt$, de oargento , ^on furriel
nas fliciras do eitincto exercito: como este cstratagemÉ
já nio produsisse tanto effeíto, como no priocipio» não só
porque já lá vãolOonnos, mas porque os especuladores
d'este gcnerosão mnitos. resolveu metapierpbosear-se:
e de capitão «o serviço de D. Miguel, fes-seeile mes-
mo D. Miguel ; e com este nome, começou o discor*
rer por differenteo pontos d 'este districto administra-»
tivo, apreseotando-se aos crédulos, a quem de tal sor-
te sabia mover os ânimos, que onde chegava, recelNa
d'eUes todas as considerações , e auiilios , que a oc«
cultas lhe podiam ministrar. Sua nova magestade des-
pachava os seus bemfeítores, agractando^s com boaa
commendas, concedendo abbadias etc, etc. etc.;
mas tinha de bom, que não sublevava os povos: oqun
elie queria, era que lhe ftzessêm bom gasalhado, que lhe
dessem dinheiro e bom passadio: no de mais exhorta-
va-os, a que se conservassem paciicos, até que che-
gasse uma esquadra , que ellc estava esperando d«
Rússia, porque então, á que deveria ser o movimcn*
to geral.
No dia 10 do corrente nma escolta do 8 de inlinta-
ria, commandada por um oíficiai inferior, e seguido
de muito povo, se approxim^vaá adminístraçio geral:
era a guarda do supposto rei Miguel , mas condo-
sia-o preso , tendo-o encontrado em casa do abbade
de. ..... . conselho da Povoa de fanhoso . o qual
abbade tinha aido agraciado com a abbadia dé S*
Thiago Dontos, por ser mais rendosa , do qoe a pri-
meira.
O governador civil mandou-lhe fazer aposentadorít
na cadèa da cidade , onde actualmente se acha hos-
pedado. Ahi lem Y. um fkclo , que abro largo cam-
po ao discurso; e que , se o diabo me chamasse para
a vereda da politica , muito dava que pensar , e lon-
go caminho andaríamos*
Braga 22 de maio de 1844.
ÀfUamo Barreto Ferreira Aramjo PémentH*
2996 Ko nu S de março succedeu em S. Miguel
das Aves o desastroso fWcto seguinte. Uma rapariga
vivíà com um velho qoe era o sen amante, o qual Asi-
lava com outra mulher chamada a Retroteira : o ve-
lho desenganou a rapariga que nio casavn com elia :
esta no dia 3 de março appareceu morta na cama todn
negra ^ e com evidentes signaes de ser enrenenada ! t
PeriêMeú 4oê FeòHs Ho Peti».
cmMitsmotf ■ amomiTRunBifTos*
(Carta.)
2996 Conto T. está persuadido de que os cemi«
terfos estão em use em todo o reino , pego na pennn
para diter-lhe que nem em metade d 'êlle se iteram.
Em muitas partes apesar dâs diligencias d*algnmas
pessoa» «ciosas (como ▼. g. em Torres Vedras, on-
de o administrador do concelho se lem empenhado
u'fSso , chegando até a dizer em seus oflSeios que 99
egrejas cheíravain mal ) nada se tem podido conse-
gvir , porqiie em Portugal nio b» castigo para qnen
nio cumpre a lei, e só a observa quem qner. E íotá
se vé príneipalmenie no recruta meuio , desertores ,
mendigos , e tndo quanto pertence á policia.
Que importa que em Portugal diga a lei — oaorteadn
é desertor : passados 8 on 15 dias depois do sor-
teameiíl» «e nae 4 pitbftdo^nonoa mai^ é iwiirietado ;
REVISTA UNIVERSAL LISBONENSE.
499
t por Í9so é ^e nunca m pôde faser em Portuj^al o
recrutamiÍDto.
Ha outro abuso que é prenderem gente vadia oq
das províncias sem verificarem como se í^sía no tem-
po domareoèal Beresford 4 sua naturalidade, o que
se segue é fugirem , a fasenda e o estado perderem
o que se gastou com efles na esehola do ensino, e os
regimentos estarem sempre incompletos , ele.
De V. ele.
Lisboa 21 de Maio de 1844. S.
MIZ80 VOH MXXi, VaXflO »MI Mil
S QVlVmMKTOB. ^
2997 Diz-ee que um preso da cadéa dé Oeiras na
occasiio do juiz lhe ir fazer perguntas , lhe despe-
dira uma facada que o lançou em terra Morfo , fe-
rindo também outro individuo que se intromettèra no
conflicto.
Ignoramos por ora as circnmstantes d'este atten*
tado.
te: principio de eclipse total ás 9 horas e 35 minutos. —
meio is 10 horas e 14 minutos — (ImdoecUpae total ás
10 horas e 52 minutos-— -ultimo flm do eclipse ás II
e 55 minuutos.
VA OABBA.
(Caria.)
2998 Tbnbo vísIo no jornal VHlidaáe PMiea n.^
904 um ar tigo com o titulo de hriga mortiferu na ea^
dea do Umoeire, extraído' da Revista Univirial , na
qual se altera em tudo a verdade do acontecido : por
isso levo ao conhecimento de V. a eiposiçlo lio fa-
cto tal qual acontece», para qoe em alK>n(> de verda-
de seja desmascarado o anctor de tal calOmnla.
No dia qoinaeiie maio, pedindo Joio Torres aquan^
tia de seis mil é tantos réis de qne lhe era dereéer ,
Joio António i#ourenço, juiz da salia li.* 7 , este lhe
pertendia dar tio somente dois mil e quatro Centos
réis, e travando-se de rasões, resuRou o primeiro dar
nma bofetada no segundo , ao que acudiram vários
presos e entre elles Severiano António Bandeira $ es-
te deu com um banco na cabeça de Joio Torres, què
vendo-so a^sim accommettido correu para elle, de que
resultou o dicto Severijano fugir para um corredor, e
fechar uma porta , sobre si para evitar o resentímon^
to do preso Torres ia possuído, O logo em segoimenU^
Domingos Lopesde, que o mulato, lhe deu cot» outro
banco no mesmo Torres , de que resultou ficar ator-
doado bem como das pancadas que tinha levado com
nm pau , e cabo de vassoura, que lhe bavia dado Ma-
noel Fernandes: então foi que o dicto Torres vendo-se
atacado por toda a prisão, se poz em defeza resul-
tando ficar o mesmo com o braço esquerdo fracturado
e ferido na cabeça , e Manoel Fernandes com uma
picada nas costas; porém nenhum d 'estes ferimentos
foi mortal, como se inculca no citado artigo, o tanto
que se acham quasi restabelecidos. Esta é ifuè éá exa-
cta informação , que pude colher dbs presos mais si-
sudos qoe allí se achavam na dieta salla , e dé cnjo
caso se está conhecendo pelo joíso de direito crimi*
nal do primeiro destrícto onde melhor se ilhicidará a
verdade. Deus guarde a T.
£m 24 de maio de 1814.
O Carcereiro.
António B^Mro Cerqut&a.
2999 A>AiniX haverá uni eclipse lòt»h dá lua.
Prin^cipio de eclipse ás 6W«a t 92 minntoa da not-
aovBo
3<NI0 « Amtonio Gomes da Cunha, cidadío brasileí^
ro, estava em uma quinta ao pé de Guimarães, tendo doi«
xado bem fechada e trancada a casa em que morava
na praça da Trindade, em frente da assembléa
portuense: ha dias recebeu um próprio com a
notícia que estava roubado: chegou a esta cidade ter*
ça feira passada , e abrindo a porta de wl^ casa a
achou em um ésíado miserável; tudo lhe tinham roor
bado ; roupas , trastes , guarnições da sala , e até os
colchões e enxergões das camas ! ! Avalia-se o roubo
em l:200|j[000 rs. Desconfiá-se que o roubo fdraper*-
petrado com chaves falsas e tirado pel«s quintaes, on»-
de se encontraram alguns copos de crystal. Gonslt
que por diligencia de alguém, e pela quantia de dose
pintos, já lhe entregaram uma casaca e uni colete de
seda. A praça daTrindadf é nocoraçio da cidadel \m
P. dos Pok-es no Pvtto.
ãMABIkVJk.
SOOt UrSt na HeêUmraçào de hoje 29» o ser
gninte : — ^
« Se já li vão » eomo quasi fabulosas ». asM^rinas^
Talestris e flyppoltthas , ficou a Bfaría da Piedade !
Se esta , emvez de mutilada , se apresenta em pior-
no góso de todos os seas encantos , é por, nio.ter ar-
co de que apertasse a corda. Se emflm a nossa ama-
sona é menos indiíferente e fria que as suas IMustres
predecessoras , culpa sua não é , mas srm do deus
travèço , a quem desde tahra edade subjeRou alma ,
vida e coração. »
« Qnaes fossem , no dia de hentem , 27, as perfi»
dias que a exaltaram a tal ponto, o não diremos nós*
Mas a mesma díscffpçio não nos veda deeíarar quo^
o rapagão ; esbelto e hercúleo com quem tractava p
ainda boje corre i sem olhar para traz , atterrado da
qnasi reátísada a Ksongeíra promessa de o tornar tão
Arnoso, como Ah/nlard, de melanchoUca memoria. »
-« Felizmente pdde evaâir-se a tempo: e lá pára
a nossa Piedade na cadéa , ond<^ os guardas munici-
paes , abusando do numero , pois eram dois contra
uma , lhe aconSclharnm que meditasse de sangue-frío
^em* algum meid menos violento de segurar fideli*
dades. » — ^
SZ^SOSla BX VeiiTORA.
3003 (c Na segunda feira ás 6 da manhã bonve nma
explosão 'de pólvora em uma barraca no Bairro Alto ,
á Aguardente; ficaram muito mal tractadas três pes*
spas , que foram para o hospital. »
P. dos Pob¥ês no Porto.
FOXTA A VAXBB.
30OI Lé-se na Èestawação de hoje 29, o se-
Ifuinte :
« Séav apenas 5 horas da manhã de hoAtem * co-
mo devem sabeUo os fellses mortaes que já a essas
lyoras são d* este mundo ; e como nds estamos dís-
"postos a accredital-o in vct^o magistfl , fazia um frio
de tiritar, ainda a qu^em estivesse n'^uin canttnho> be»
embrulhado no seu capote» »
500
REVISTA UNIVEIWAL LlSeOSTENSE.
> -« ;^^a)kl> s;tf.ia< pois omotivDporqaeAittofMó dáCo»-^
?la; de AlchleBâ, $e aohovji 8 cssa hora pTisscainlo
hfl estrada aava de.Qqêiiu . i lei da naturcsa , som
camisa, ceroulas nem meias? »
a ;Accomcacl-o-hiam e d«*pojal-o-liiain os ratoneíros
do sou falo?ta3o-6dc crer, que o modo pcusalivo e
-vagaroso por ^ue passeia, mostra qu^ outro anomplo
•)he ocott(*a a reente. »
• « 6^'ei'á olle mcdo.dos leões,' qao. segundo diíè».
nSo fliacani«o-homem nó? não, qué Q ho«eBi náo es-
4n*4i ernscrra ou maUí d^Africa , maá na -eilrada d<
« Obsenndo mais de perto, nnra circamstancia agr
-grava a sirigiilâridade do encontro; o homem passea-
va , coni. acaboça quebrada , sem dhr por isso; »
< cr lilftamhiado o negocio , o çapntetro António 4a
Cosíta c poe^a, mas só compõe mentalmente, pois ttfo
-<1cha opubHco digno de entrar nas conAdeticias áé
sua mu6a. para se inspirap, quando poetisa, tem por
iiabito (kspir^se , pois só gosa das suas faculdades ,
Ihre de todas as pèas sociaes Assim andava faâei»44
'vcpsos na estrada , sem qtiç ainda se podessje^sabeca
causa da íerida» * .
a A au<^toridade madrasla teve porém a crueldade
de o enviar para o seu domicílio, onde |)odcrá á sua
^'lÂitUdo íitet. tao Iwns poemas ,• comtf tim qdie esta-
mos anciosos por vèr sair do prelo .^ Assista -bòje^ii^
ikaciouât e real tiô§iíiíal ^e S; José. V ' '» ^
3ÔOi «Na tardç de 27 de rcy<íreJrosuiçidon-3e,iHD
individuo, >j>or nonie Miiiuel Rodrigues Çib a ve^, «^
rador em Cima de Villa. lia dJasque e1k otinha tis)|.-
tado, pican<lo as giielas e os braços com. um.gar^Jf
liraram-lhc lodos estes instrumentos , mas" n)f \subql}r
,jiicia tardo, depois de ler .bebido em demasia ,' com
uma faca velha au^olada deu um golpe ua .gargaõt|i[^
y correndo á jancIJa no 3.* andar, di^se para a crifr-
dp que Jhc fôr? buscar cigarros:^, — ade\is , *iva aJi-
bcríJâde^^ e virando-jc de cosias se lançou da ja«
neliá abajxp! Parece que andajra >^l|ttj]i taato .aliena-
do : jQorreii no dia seguinte^ a '
P^ dos Póhrcs no JPorta^
«aÍ^AMS OXiXTXBB^
3095 « &TA insigne artista deixou desde hôiit4N((i
(le pertencer á empresa dos tbeatros de S. Gafloa f
íi. João, por composição amiga ver com a nbe^ma^ em-
presa ; uào maisa ouvirei&os fobre jo Palco Sícenioo
jj'cfiila cidade^» . • '
P. dos Pobre$ nfyPoriíi^
0BÉÍOBI58. TRIPAS 1>Z jJL.
3006 Cm 3f^ á^ abril dê 'Í8'42 péla uma hora da
tarde', passava peió sítíoda volta dai ceiras , estrada
de Loires para Bucellas o nossa bm- conhecido cona-
truct^r naval,^ o' Sr. Manuel tuàz dos Sâncios,; racott»
panhado' de sua mulher è de suas fitbás, iodos a cêr
vpUo, quando viram sair de uma concavidade do t.er-
renoi fora do caminho , um homen^ , que não co;ifae*
ceram, roas cujaappar<;ncía, e ct^o sobresaltado mod#
de fugir o torna vajn infiníuinente suspeito^ de LadrSç
qú malfeitor, riiòémgravado na coi^ciencia ceqi ai-
guni érime, . ,*
PesappivrQcitlo «stis, e ioimando os wi^ndantes a lan-
çar os »\\ítès para o sitio d*onde o linhaih visto levantar-se;
enxergaram um k^o^ó e ufna cobeça coitio qiie aos mer-
guthotf apparecondo c somindo-se , e eom goitos de
quem f .i»!ttm Unce apertado, chamava mudamente
por auxilio. Inerme^, o cercada d.e senhoras, duvidoa
o Sr. $ai>c4os — SI6 acoodiria ao q«ie bem pedia sor
uma cilada, mas a humanidade fallou JAais alto qupa.
de$confla.nça ,. arrcmcttcu resoluto, e não achou mais
do que am mocinho d^.tl anitos/ eAifadon*umcKar«
CO de sangue , que lhe jorrava de uma ferida trans*
vcrsaJeprohnda na gxrgaiUa: invotven-kbe jO pescoço
o melhor que pòdA, ca rregou-o sobre.a sua cavalgadura
^a pé,4mparan(lo"0ie agasalhando-ocom todoo'ãmor, o
foi cond«isin()o, apressand^se .de chegar oúdoilhe po^^
dessem dar soccerros. — Eatrados em Bueéllas, cha*
mpraAi faculíaliv<i^, fistes, .mal que.eiamijiaram oein-
fermo , 'deram o caso por desesperado; mas. não obs*
tante começaram a.appliç^r q^a^t^s -remiMitQS aseiea^
cia , para taes casos , lhes sugeria : unido e tapadn
o golpe por onde o ar da resptraçio Qntrava esaía, o
moribundo que nsm. umt pilcvra padéra ainda artí*
cular, para responder ao. muito que lhe perguntava^,
Recobrou a voz , dèsfalepidit -ísitt ' e i<t«Hn1\ iifape^Ce-
ptiveU mas basla<ite para muito a çuato podier .-rebelar
a jso^ trafica historia e o:)noilie do «çià naUdoK»
Levaya elle dapaM de seu amoicà^ço moedas para
^tregar a uma pes^^a -em SaoalreiK; João Fjeireira
-Çín, alcunha o (r^« 4ê lã., aa.taral da freguexia de
S. PedfiD ée Mi P«r|of.» ae. Úuà anunciara no cami-
nbo» e4?po«s,da.ir p^ algum e^aço «oDveraaodo
,c«iaa dlfi, ihe.d^s#9^M^a çpnn o bor()õo pcU cabeça ;
'lbe<tírára f d.Í4fib0hr4» i0>pf(rtf que Qãi) podesse deuuo*
cial-o pQÍs 0)CfnbiQQi;(; ^rdp eqégo aos seu» TOgbs« «
AS «uas aappli^c^^Ae JA^^es ed^ nãos poetas» lhe cortara
afi^ goellas com usm 4aaa 4^ ponta , atfiaodo*o para o
Jia^io d'uDa lfigii>s d'0QdQ a ebaridade d*aqiieUe ar,
pa^sageiiro o, Svra J.on)ar>.:. > r. t
yilÊ^^ qiiatro bo^as -depois d^' attetftad^ , José M a«
thias ('éonoinre da vfètima) títíba «xhâlado o «kimo
suspiro. Corrêa iatito a fiistfça oaa aaas diligeitctas «
^ue o tripai de lã foi athàdo t' presa com as próprias
tineò «aedaa ainda' intadtas.
Acafeád^ com O Sr. Satfctos e depois /eparada*
mente com cada uma das pessoas da sua' comitiva ,
de todos fbi feconhccídò ser o mesmo , que' haviam
visto levainitar-Síé ^ fugir do sitio onile o corpo se en-
controu. ' '
A conformidade -doestes insuspeitos, d^po^rnepíos , a
qne de manhas ;€ de latrocinios d'eJle* relataram vi->
sinbps seus, cbamadj03 a jurar, ^Igfíma^ outras pravas
ainda , ç sobre todas a solemae declaração do mori-
bundo forçaram o réu a confessar de plano o m^ileli-
cio. Quapdo pqcém a 8 dO; corrente elle tornou 9 ap^
parecer em juizo po tribunal do Sr. Reis e. Yasçoa*
cellos , já a esçhoia ffa cad4a p tinha amesUfido , e
negou atrevidamente. £ntre tanto o delgado, .$r.
Castilho, o convenceu , e o j^in p coo^exanfu <^ 4o-*
gredo perpetuo para S. José d,e,£oçoge«
p delegado appeHo|» 4* sentença por diminuta, at-
teiiíá a Aatureza e as circuinstancias aggravantés do
crime. ,'\^\
JDo mais <|tue n'este negocio ocpofrer darempi con-^
ta assipi^^ue nos chegar ao ^nbecio^ato, «
£
REVISTA UNIVERSAL LISBONENSE.
501
EXPEDIENTE.
RoGA-st ao& Srs. Âssignantes das Provincias,
que aitida não tivereni satisfeito a importância
das assignaturas de algumas das series d este IH
voluBie da Revkla Uiuversal lÂsbonetisêf quei-
ram sem falta e core bnevidade — effectuar seu pa-
gamento» fazendo a remessa directamente pelo
correio , ou como mais commodo lhes fòr ; ao
Administrador da fíevista Universal Lisbonense
Manuel Maria Corrêa Seabra — rua dos Fan-
queiros n/ 82, 1." andar — ou aos cokrespoà^
dentes; no Porto, a José Joaquim Rodr^ues dos
Santos : em Coimbra , na Imprensa da Universi-
dade a J. M. S. de Paula: em Faro, alòsé-Coe^
lho de Carvaifao : em Braga , a Luiz da Amaral
Feriieirai rua da Fontf da Çarcova n/ 23 ; na M*^
deira, ^ Christovâm José de Oliveira;* na Ter-
ceira, a Lucas José Chaves: no Fqyal, a Ma-
noel Maria Madruga de Bettencourt: em S. ftli-
gfieK a SobastiSo Tudury : no Rio de Janeiro , a
Agoatiaho Freitas Guimarães & Companhia: no
AfarajihSo » a António da Silva Fontes & Compa^
nbía : no Pará , a Luiz Francisco CoUares : em
Pernambuco , a Silva & Fragoso.
A ^littrfboiçao coneça hoje, qiTarU-feira ^ ao meio-dia;
ao9 Srs 4ftie , o «laia tardar , quatro horaa ilepma , a nlo
teo^Mi reaelído , ro^-ie II otMeqdto de 9 participarem 00 e»-
críptario <ki KbvKta Univbrsal Libb<»mbks$ , oia dof fê^
qu«iru* ».* flK — I.* aotlary para se profideocíar.
• S' abusar <1o direito de ser j orí|rii»l o exibir,' o Sr. que
Miaí|^a «tth laiNii^ dojf êstranf eiras chãrlãtãit , que por tet-
nfoa Nnurwa fadado 'dá fabríoi dé pape], qpe o Sr. Gil^
evUvs eatabetecendo , Éie dêmos eSpliAçào ^o porquê aii\da
elU oao trabalha. N^ iio soai(*s o Sr. Gittot^, oefli coasocies
na eorprMa. Quando anananiíaios que brevement« iairia d^aMí
maUo e bom papej, repetimos o que ette mesmo oosuffinotra.
Stf o ar. aiioil) sfp tauixer mXis ,| que se dirija ao próprio Sr.
GitiOM.j vieaem mora,. nem te|B o^-teu correio na- esceiptorio
da ReviêU 9ni9etiuU. , ! *
A carta do Sr. « • • • • sobrei a eaipreia do theatro do Sali-
ite e a joraar TrUiuns i imprúi>ria-'da nossa foiba. Importa-
■oa o theafro, a Ho^oa^m poM-tugueia e a arte , mas tíko ta-
moa qiie yw f om a vjda aMieia. -
Affmdecemas ao Sr. Joio Maria Gom^s Bârboai , da Villa
Fimnca de Xjhi , q seu oifeftodaKiitd e aoceitâmof^: reaftaiir
os. ^r<Nnettid«k apontamentos , doi qnaet p|-ocMrarc:nos lazer o
vaihor uso qpie noÉ for possiwel,
ifagôa-nos nSo po^etmos acfceitar a Botic^ romanceada ,
que o Sr. J. IM. H. |U>i| oiTerec^ da freira , qu^s arrebentou da
jo^iella abaixa, e aobne mie eU^ co^Époi4ois áonetos dífnosda
suar penna : «as 6 facti passoi| em GaQka, e af noticias da
Boaaa folba ll|nitaii-sa ai Portugal. '^
O aasiynaiale , qlM noi n^de ,, que demos ta^ibem artif os de
modaa, dc?e lembmr-se — da qoe ti^f.arUfgi. pira pouco p9^
dam «ervir, desaconipaliliâdos de pinturas: eque para as dar
coia a perfeA:fto cbra^ qtie o faa o Çorrfia àà$ Dwnãi^ seria
]Nir aflora iudispeiisáTet; accresqentaf o preço d' esta folha. Pos-
ai vai é que para a diaite, no^ rejamos' êm drcumfitaacias de
satiafa2er aoê seusi raso^veis dtsejoa, sem por ista grararmas
»9 bolsas dos sukworiplores. t
Uuito nuSMubse4uiar4 o Sr.^n Sr.* M. d^ S. ,^ de tiuimà»
JCKHO— 5 — 1844.
rftes, «e nos mandar uma cdpia fiilelligfivel'da sua carta, em
qua por mais que se furcejaise se não p6de lér senfto ior/fa ou
tardo, salvo odrro. Rogamoa-lhe isto, porque os muitos pon-
tos da admirai^ nos (denunciam que a mat^ia é importante.
GONHIGIIENTOS ÚTEIS.
soBas A rxAçlo »a mMoa.
' (Carta.)
30f7 ]flo poflso deixar de tesponder ao artigQ
â951 do aeu 8cienti6co joriMÍ , sobre o n^ethudo de
flação dos casulos ; porque vem taxando os portugae*
xes de ^liico a^8Íduoáli'este^amo de industria.
Di£ o St*. Màòael José Aflònso que o iftethòdo i€
flação dos easuloj^é A.^raliD€nte desscofihecido. Eu j^U
go qut nãe seria preoifo recorrer n'esta parte ao b^
Demérito Sr. TineUi para umatcoisía tSo insigoiflcarite ;
bastaria talvez; eonsoftar algama pessoa da proviíucta
da Beira Alta, aonde se colhem al^amas arrobas de
casulos , # tudo lá é fiado • tractado escrupulosa-*
mente, sobre tudo ao Ijermó de Pinhel , e Guarda •
onde ha muitos annos se en^egam a esta industria ^
de que tiram aignm.resaUado.
Nãf du^idai^os , de que haja outro précesso mais
modeino ej melhor ; tbdavia ^0 é para sf di^er qut
ninguém tém doticia de nenbom.
A euUufa^4 seda não énova piara Portugal : oqna
tem havido é fvha de impnlsa da parte do» gorer*
noa («}. €énsuke-seo' logar de Sctopins^ ne dícto ter*
me, onde o capitão Manuel At Fifnseúa , estal>ele0eii
em gmnd» umki fabrica de OikçSo ^ mandando vir áé
Ralia muitas fiandeiras: isto não fecontecea b» taiAos
anoés que seja ignorado pITf lados.
O processo usado desde tempo anligo é o seguinte 1
• — uma caldeira de emboccad&ra estreita, e suspensa'
a pouea alkura da rhãn, Um na borda « pjpla parte d« «
flora «roa chapa de lerro perpendicularmente , ceai
uro orificio Bo meio j^or ande pasSa o fio da seda;— '
d'e8ta caldeira, deita-le a ag^à , 4 uma porção deca«
sulos ; fenrem-lse os casulos até estarem cosidos : —
para se conhecer se o estão, usani denma espécie da
lassoariaha dos ramof seccós da caBaça com que me-
xem ; e mergulhando mi/tto bem , os fios dos casulo^
tèem ^garradoé , despegam-nòs ^a Tassonra » e jan-*
ctam-iios dom ^ mão « formando tàn fio muito grosso ,
que se eníla_ pelo. pri^ío que a chapa contém, e d^a*
qui passa apegar-se na roda, que está armada apouca
distancia : faz-se aindar, eo fio vae seguindo, e fican*
do logo tãb flnb, que se toraía quasi invisiveK- èm-
quanta a toda osWha-andac , esli umâ mulher ce^iHr
lando com amfio o fia entre a caldeira e o orificio ,
cofisefTando*se- sempre um lume muito brando. A ro-
da é larga , e da fórraa d'uma debadoira r depois da
acabada tad» a sçda da caldeira ,^ edn que só devem
ficar es bichas k tira-se a roda , e poem^se a secear
ao sol ; fai-sè p castal , como qualquer oulra meada «
enrola-se,' e a^sim sei vende por muito bum dinheiro.
Ju%o qoe e|te proèessa é bem fácil de intender*
. lêidoro Jo$è Gtmçalvtê.
(#) .Louvor^iS- sejam dados ao actual groveroo, que temcon*
^rrid^ bastanta barii/.a^laipaXK) d^jesta tj&o rica intlustría (|o»
framette a PortilgaL grandes vatttãgens4 '^ '^ ^ ^
42 • VOI^-UI. gEftlE IV.
502
REVISTA. UNIVERSAL LISBONENSE.
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80BBE A IKDUSTAIA AGBICOLA DA ILHA TEBCEtBA.
Observações^ — De quasi Iodas asfreguezias da liba
Terceira iaformam , qae a falia de paslagons é a
maior difficuldadc qae impede a criação de gados. —
Em verdade a maior parte das povoações carecem de
terrenos próprios para pastos , e assaz extensos para
criação de grandes manadas e rebanhos. Os éaltiva-
dores são p«la maior parte rendeiros e foreiròs po-
bres; e alguns d' estes ínfelíses teem-se visto na ne-
cessidade de arrotearem térreos , que n'oolros tem-
pos produziam somente pastos, semeando-os de trigo
e milho, para mais facilmente satísfaserem os seus
encargos* — Há um grande clamor contra a criação
das cabras ; não sé porque estes animais damninhos
estragam os pastos , se não porque em regra os ca-
breiros são homens jnáus , que destroem a cultura ,
derribam os tapumes e ^commettem toda a casta de
excessos. — Ha porém grande indolência na maior
parte dos Gulthadores de todas as espécies, emquan-
to ã criação dos gados. Pondo de parte o muito quo
poderia d4Eer-ae para abonar esta asserção , bastará
n^ar , que é ainda raris&im* e uso que se faz de
pastos artificiaes , com quanto tenham sido assaz es-
perançosos al^ns ensaias , f ue d*esta «ultora se tem
feáto na Ilha.
QCBSITOS iCEBCA DO MAPPA N.* 2.
1.^ QuABS OS géneros que mais usualmente se
ciiUii^am — qual a razão de preferencia que opovo dá
a cultura de taes géneros?
Ee sposta.: -^ Trigo , nillbo , Itatartas , ir^moço. — '
A razão porque os povos preferem a cultura d'0s^
tes géneros, ê porque os terrenos são muito mais pro*
pries para eáta cullara , do que para a d« outras.
Além d'isso encontram *os lavradores grandes vanta-
gens n'esies géneros , pois que com os trigos pagam
os foros, e rendas aos senhorios — com o milho se ali-
mentam a si e a suas famílias » pagam aos jornaleiros
e sustentam anhnaes — das batatas tiram um grande
partido para a subsistência — e com ' a planta do Ire-
moço estrumam a terra, e «m certa epocha do rnv«r-
DO sustentam os gados. —
Afora Y^as razoes deve também ter-se em lin^a de
conta a consideração de serem os dois primeiros gé-
neros o principal objecto da expoilação da Ilha , pro-
duzindo por este motivo mais avultados interesses. —
Além doestes prinvipaes géneros, são também obje-
cte 'de cultura, se bem que em muito menos escala,
os seguintes: centeio, cevada, Unho, feijão, «ervilha,
faTa. cliicharo, ie inhame. €ultiva-se toda a sorte de
hortaliças — e aqui e acolá apparecem algumas arvo-
res de fructo, como maceiras, castanheiros, noguei^
ras , etc.
A laranja Taz hoje a riqneza de algumas fregoezias,
com especialidade a da freguesia da Terra Cbãa, —
A cultura das preciosas arvores , que a produz , est&
muito adiantada e a exportação d* esse tructo para a
Inglaterra é já considerável.* CultiVa-se a vinha em
algumas fregnczias, nunca porém virá esta a ser o ra-
mo da maior ríquesa da Ilha.
2.* <^a1 è o termo médio das despezas de cada
cxiltura e qual a relação entre o producto bruto , e o
producto livre ?
Sobre este objecto não pódc cstabelccer-se com sc-
42*
504
REVISTA LINlVERSJiL LISBONENSE.
garança qualquer asserção; do entanto parece-*meque
a seguinte tabeliã que ja n*outra occasião apprestntei
ao governo, satisfàt pelo modo possiveí a este quesito
tendo em consideração que necessariamente se ha-de
encontrar variação , segundo certas circuinstancias es-
pecíaes do terreno e do cultivador.
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Ihodos da cultura » e Belboramento de que é sosce^
•ptivel.
Pode diíeo^se aíbitasiente , <|ue' o lavrador da
Ilha Terceira tem feito em certas localidades todo
quanto cabe em sua^ apoucaxlaa for^s para fertilizar
o terreno. ^ Nas freguesias dos Altares e do Raminho
tem eUe um trabalho insano, qoalé o de ir buscar ás
entranhas da. terra uma camada vegetal para a lançar
na superficie e tornar assim proditctivos os terrenos
qjue euiliva. -7- Eq wesoio ^ireseoçiei ^ fadigas <L'a-
quelles agricultores na occasião em que cavavam âté
grande profundidade» para depararem com um pouco
de barro, a fim de o lançarem por cima do terreno ^
é acommodal-o assim para a produção á força de tra*
balho e de alguns adubos. — Na freguesia da Sarre*
ta, onde tambçm o terreno é hagacinoso^ costuma o
infeliz cultivador aproveitar as grandes enchentes • que
descem das paontanhas na estação desabrida doiover*
no , para arrojarem a$ camadas de bagacina ao mar ,
e ficar o terreno na camada mais vegetal.
Em outros pontos é mister empregar consideráveis
fadigas para desembaraçar o terreno de immenso pe-
dregulho , restos dq lavas que os voloões vomitaram
em eras remotas ; com 9 pedra que tiram fazem abri-
gos para plantios, é sementeiras, que só no cabo de
muito tempo lhes pag/im os. seus suores — £ finalmen-
te até das areias do mar se fproveiUm a' alguns ioga»
res para adubar a terra.
No de. mais usam ainda estes lavradores de todos
os instrumentos de que seus antepassados f e serviain;
as mesmas praticas , e o mesmo theor do lavoira. —
^E tomo se atreveriam elles a fazer innovações sendo
tão pobres, e ao mesmo tempo tão desliUiidos de mo-
delos, de ezemplos para imitar? As intiuvações • aa
experiências e as tentativas eia objectos de agriculta-
ra demandam tantos . conhecimento^ quantos recursos
pecuniários , e infelizmente faltam uns .^ outros aos
lavradores da Terceira. Muito convinha pois que no
pÓBto mais acómmodadoda libe se estabelecesse unsa
guirUa experimental, ou futn/a fMdelo qpdese fizessem
tcntatiyase experiências, em trabalhos agxicolas, onde
se oíTerecessem modelos, exemplos, e até ÍQcentívos4
curiosidade e ao iateresse 4o coUlvador.
Mas para que approveitasse este expediente fora
mister que se aforassem todos os te|'renos vineuladose
que se acabasse coõi os rendimentos : que se repar-
tissem alguns baldios por famílias necessitadas : que se
desse impulso ao estabelecimento de algumas povoa-
ções nos sítios para simílhantes destinos próprios ; e
em uma palavra , que se olhasse seriamente para orna
classe tão interessapte , quanto infeliz, a dos lavra-
dores.
4.'' ^Quaes são as arvores que de preferencia crés-
cctn nos tetrenos incnltos; e se as errores, que allí
crescem, são oa não próprias para alguma espécie de
construeção, e para qaal?
ResposU. — Pinheiros, aUmos, faias, cedros, e sia
próprios para conslrvcções de iastrumentes de lavoi-
ra, e ootras e<mstnteç5$ê necessárias
;Se os terrenos incultos são ou não denatareza imr
productivos? —
N*esU parte ha grande desleixo nos terceirenses.
Po^am plantar muito arvoredo que em verdade fas
falta á Ilha. Ê.por exemplo para lamentar , que nã<a
plantem asinheiras , sovereiros, carvalhos, castanhei-
ros e até oliveiras nos sítios mais abrigados, além do
outras arvores , que produziriam exceli entemenle na
maior partes dos terrenos incultos • pois que talvec
neohuns eiístam , que possam dizer-se improduett»
vos.
5.* Se os braços empregados na cultora sioanni»
do paiz.
Resposta. — São todos do paiz, com raríssimas ex-
MAKSZRA »B OBYSa O A.OXBO OXAUOO*
9009 Ett o processo o mais vantajoso, e simples»
pai^ se obter este sal. Místura-se «ma parte de assa-
car secco na temperatura de iOO*; com oito parte» da
agua forte ♦ do peso especifico de 1,38; evapora-se
a sexta parte da mistura , e faz-se crystallisar de-
pois de a submetter á eballção. Esta operação ornais
que pôde levar a fazer será uma ou duas horas.
Década lOOpartesde substancia empregada, oblem-
se 58 a 60 d'acido oxalico com amn bella férma da
crjstallisação.
N^esta preparaçSo vai a pena que empreguemos,
uma • ou duas horas,, por ser hoje» ama sulkstaiMia
muito usada para tirar as nódoas de tincta do papel »
sem ser preciso raspai*^. -Mém d-*i«so, o que se veada
por ahi é quasi todo falsificado, e não pcodus os e^
feitos desejados.
w^JMm HÁÊÃ (tttnfífílvet
SOBSX A COl
sxçlo »
(Cafta:)"
3010 Laifiio no artigo 2S06 do sea jornal, a re-
ceíu para fazer lacre • vejo qne o Sr. José Euliquia
de Almada Corrêa Pimenta , não dieelaroa a porção
de theriblatUia , que éo lho deve ajuoctar ; por isso
rogo a y. o favor de me illucidar a este respeEo.
Pa y^ ele,'
HorU 13 da MaJD de 1844.
JUr. M. de M. B.
N. B. Â.redaefBO confia em que o anmmoiador
d'aquella receita nio deixará de a completar.
BB¥]STA UrilYfiRSAL LISB0IfE1!^B.
Ô05
3011 Pdbugou-sb o qaioto livrete da eóHeeção de
receitas de tinturaria : de paginas à47 a 310. Contém
•— curcuma longa — curcamkia — páu amarello, — grão
de Avinhao — awfria-*afS|tfa(ita o« polychroile —
rocott (oi^racQ) — marcela — folhas de salgueiro —
triil,
ÂCMMCA B# vaOJVCTO 9S mUA B8T&BA HO.
▼▲ JISftMI O ftAAO* 90 OOVOS BABÃO
ATi SABOTO AVABO- ,
(Carta.) y •
3013 MuiT^ me admira que, sei>4o a Bemta Uni^
xertal Lísboneme , um dos periódicos que t^m dado
mais provas do bom senso e .tino dê seus redactores ,
sç atreva a publicar agora um arUg^ que faa pór. em
duvida o conceito óptimo que foc ,piirt# da publico até
boje tem gosado.
. Sob o titulo. — Projecto de poM e$ír(^da mva desde o
iargo do Cmde Bário até SanctoÀímrfi — artjgp29$2.
-r-^e desenrola um apontoado dos disparates «mais ex*
travagantes, que pôde nutrir á imaginado efquenliada
de um doudo!
. i Com eAeiio!— ^que necessidade ha de faier com
■mito custo, muito- incommodo e muito dinheiro,, uma
estrada jnutiJ, havendo uma estrada Uo' beJla » tão
formosa , Ião agradável , como aquella ? qu<e vulgar*^
menfe chamam â rua direij^ ? ^ Quem iria transitar
por uji^a rua deferta e iocoffimoda bo invemo » ten-
do, parallelame^tç uma rua agasalhada, de mu^ap^is**
sagem e spberbamenU calçada ? i Paca que gfi hão de
cortar rochas, demolir fortes, tercenas« çasa&r eor
tiUlhariagdas?' : .1
, Quanto és suppostas vantagens e ^ fiooomias , isso é
um sonho de,dorifiír inquieto. . .i;ão longe é e tão do
pirêssa se.anda o caminho do hrigo do Conde Barão até
Sancto Amaro , peja rua direita , como se fosse pela
estjraáa fuf felizmente só icari em prqieçto, — >.eufe-
Ip .menos assim o desejp de toda o roeu coração» S Po-
bre companhia dos òmnibus! -^Coitada se caísse era
1^1: era um meio seguro de so perder de tpdo, —
J6r4ade é quo pouparia as ferragons — segundo dia o
h B« auct9r do projecto ^.^ mas quanto podarij^jM)»*
par 7 4 Um tostão cada ann^?. • .m, fiieríá o.ma^s^ .
Pedimos ao Sr^ B. que veja se .se. lembra :dp:Ontra
projecto ;--^,n'este não a^l^amos furu.Tr-j^rppQi^^ar al-
guma.,coisa, a Kospeito.da illumiu^ição da cidade por
Uieio do gax.
31 de luaiode 1844. ... . C.
Jf. B. A tedacçfio» ensinada .peú própria, cxpefie^,
<^ia.» , ip^nde, dever extirpar J^go .do priná^p^o toda §,
questão» que ,.. ameaçando tornarrse r^enhida , difusa ,e
fj^stidiosa, (mormente quiindo o.assuin|>to, bemcon&ide-
ní4Òt não vai a.pena) desgostaria a pluralidade ^os lei-
ioiref. Q.Sr. B» ded as suas rasoes^afavor da estrada
JB^ova: o Sr». C. deu as ^as eontça á estradf noiUi
' Iton hosttum, inter B. ei C. , iani^s eimponere^lites ;
a pn4>l|co e*os peritoa quci soÉtefiieeeai, que abi^tem
já uo proeeiso nais' que àutântt» .
Não deixaremos porém de observar ao. 8r. C. «^««-qne
acàmnos' 'Seèt e^maoeilra impróprio o* estyio^; com que
tracti» ao seneqllega no «IpiuibeCa. OSt*S% pódei^'u»»
Ite
a
easotor errado, mas "nm^ erro nio' é loucura, o*
boa vontade , que o Sr. B. n'e«te artigo mostfoo.*
e já bavia mostrado em muitos outros , a respeito do
interesse publico , não merecia ser tractada por sími-
Ihante modo mormente quando , emves de um nome
assignado por inteirp , ^ó. se m^n^a. sair ao duelo um
C. , um tjpo — cQiptra qiiem nao é possivel reconvir.
VOBTO BS QOBBUTA CAMC^Ba^O A XlHA
PS 8. Mrau£u
. iCarta.)
•8013 Tsiniò o gosto de ser assignunledo sèu mui
euaioio e scientilico jorool , e aprecio u ardente «
nuata desBerêeido selo que V.. tem por tudo quão*
to é português. A Afotifa (estou bem certo d^isto^o:
hoje leda com arides por aqo^eo ám seus aasiguan-i
tea fuu, de veras , amam as coisas pátria», não só por
ser ella uma boa lbuie^4-^oiidê dinsanans ooubecímou-
toa úteis tondeàtes a todas «s> sciencias, mas tombou^
peique offertce aos leitores as noções da sã moral, r».
uão poucas veies , as da ireligião. Passemos já ao ok^
jeelo doesta carto , ' visto que ^dos os encómios. qíD'
basum para diíerw*. o Quanto a limito éhafo utilaoii .
porloguuaes.
Esto: ilha, coaso nacíooae» e estrangeiroa er coufe»-'
sam, évul populosa, -i- rica; ^--e cofamercial; mas.
é pamr qile não possua um porte que lombe das tom-i
pastodes , evdos vilntos quaArantos , que aqui reinam
a mér parte do anno. IfuitO' se-ba fallado na construo*.
çao'd« uma. átea^palni defender das fúrias do:o€eano
as oumereeas' amlnrea^Ues que demandam «ate torrão»
haja de tanto uonieada , mas debaUe ponfue não ba.
quei» abone. 08 meios pecunlapioa para Ião magestosa
obra , qaé algundia Viria'. a ser uma renda certa eí
e avaltadu para ogavíeruo; Mas> já que sa antolha ea-
ta grOBde diíBovhlade ««^ ; nãa será possWei • aa m»^
nos , coBsegufr«M um abriguimais pequenD para Mí
embarcaçãos costeiras que , dm mais flbaa dr^erite ar-:
chépelago , também aqui aportam ? — ff*isto« a^maUN
▼ér, nãa haveria grande despeça ; em ratio debavar>
n*'csto cidade um 'pequeno porto- denaminado.-M*. a^sal
de 5. Fnansifiãeot — ^ cujas aguas baabam ú Cace do eaa*í
tella qne alba ^para^ o uasdunte ; e sé a incapacidaiar
d' ella, para conterás araénrcações costeiras "^con*
siste na péssima estado em^que b aondaval de â új^
deiembrp éê iê9i darxoti a^muralha , que o abriga-
va , n'outr*ora , pela parte do sul. Reconhecendo es«
ta urgaate^oaceisidia»'U i^otJdtgUdgUVUiuaUoymvil ,
Francisco AíTonso da Gosto Chaves e Mello, represen-
tarão; góvèl^ de 8ba Magtstode as vaarfigetttf ^e
rcaultatía» aoaommercjo sa se levssse a eleito a ree-»^
diêcâçío da dieta muralba ; a* este mandão, entre ou-<
trás Cqísas tendctates ao> meimo. assumpto,, que se:pso«.
cedesse ao raspuetiao' orça^hrentO', ao que me'<pareoe^
satiAria aqoelta' asctoridade: e, segundo as infòr^
mkções que raè deram^ aé orçou a despesa* em 3<^:000 j[ .
Ora , f o govamo' llpie# este- pequeno sacriflcb a uma
iUi^ que Untos a tiun^lfosos setvíços lhe ba presto;*^
dD^^|); oio fvaogeará eiièa bençam de seus laborioaos*.
habitantes, e não' ibc tenderá depois esse mesmo*aa-
oriflpio tima Ima quanlai' proveniente das embarcações»
que aabarOtai: segurança no m,esmo porto?! — Certa*»
mente que sim. — Pois ^htio nada mais dtcei. sobro
aui vantagnisque mfallivipliàente resultariam d'esta obra
42 * a
506
REVISTA DTNIVJ»SAL LI9BOIIEI^E.
«O icoflaoMrcio e á agricultura d''e9Ui Mia tUia — bqh
9ha pátria.
De V- etfc.
J. I. C.
mmmi
COMMEMORAÇCMES. " "
▼lOTO&IA DB MOKSTAVTO.
11 DE J6NHO D8 1704.
t 'dOft4 uFAUd»«T08-«Rt de unta baéalba v e áé tflna
TÍcturia., que <no «eu temtio devia de ter grande no-
lueeda, e <tue hqje seafkàgou da mamorá do< homens;
5oi|« q|ae tamben ha^d» chegar a muitas bataltifis er
Tíolortas , e a aMiitissiiBaa entras coisas dos nossoa
dias , até que alguis »eii -CDUega descettles futuros ,
baseulHaikdo a poeira de ei^eitiflisiliiblietheoasv inge-
nbe algUBML commemora^ao para regaiaií os' seufr.iei^
tíiresi, como eíi na minha eottieieaçia intendo -« que
'uk ragáfo a vés»»^Mas basta/depceambalo,) <|qe ji
yoB T«jo impacientos por ealRirdea ao oerio «quaoitos?
koteft 6 e«4iladas d«rani 0S( ca^lUíras- d)el-ireí B« Pe«
dro II em castelhanos e francezes. — Coma eraf coisas
Ntèo nyelíBdrvsás njín deseje Mtár.áT«rdade^ aqní tos
trago o Rt/" Beneiciado fraaciaci»., Leitão Ferreira;'
q^ne abrindo a sua Ephênmríâe SMuHftl - no- Iqgar qpe
por cautella , e por tos poopar íaelie jé- Tem regist»«
do , vos dirá as segnintes palkrvraa. -
-*-« Janete a Meneanld o exereito ide Perttígal vence
e ^esbaríita m franeetese oaUelhanoa de outro exer-
cito» 'mancado, e goveraiado 'por IK Francisco Adnqiai*
lhos f qu«. pekjava. pelo duque de Aujou , intituindo
^ItppeV» rei de Hcspanba. £ra general denosso o
]Bn*queE das Minas . que* fioott ferido ne rosto , e -em
uma mSor e da nessa gente entre ferida e morta 50
iOldadoe. 0os inimigos morreram mais de 300 ; ' e pre-
zoa. e feridos 1^0 cabos e offiotaes de giaena ; toma^
dos'í6'.estatidanes , e toda a bagagem e equipa^;eni ,
(fonre gnleras, muitos carros» barracas, e armas., a-^-^
- I Quereis s^ber mais alguma^ coisa ? Jiio tos julgo tao
imtfseretoe.' Bem tédes que se o bóm do Beneficiada
mm dissesse agoni tudo , nio Ihei ficara nada para a
ofttra ves» Não é elle homem que desconheça. a ap^.
plicação do teito'^ Et sanim òuedtwe poule^m.'. . .
Ji H^4a Cmihê Bmmra. •
» . (Cafta.) / ' \
9018 Bmo-fcHB ás -maoS' pela peem^idio , com<
que no aftiga â93S acudia por naim quando nma.
nobre senhora aeeosou^ée ímpia centa phrase nnaluí
ne commcmorAçêo do n.^ 38. *^\m ditaetudo quanto
eu poderia áiíer com verdade em minha defensa, e>
neda tenho para accresoentar;. popqnecom effeitenphra*'
30 censurada é ironi&a^ mas iufielismente foi iemada
á- lettra oodio eapreasão de minha própria opinião. Com
todtose aiáda asitm a Exm/ Queixosa se não dá por
satisfeita , desde já me desdil;»'. de .tudo quamto^ na
sr>tU'edi8tB commemeraçãe, e em iodos os mens mes-
quinhos elBcriplos r poflM' bsTer de efiensivo aost pios
nifvidós. ' Bei V. etc,
£Tora 37 de maio de l-SAi*. > •
jy ff . Cunha Bivmra-^
ABO.
UENDA NAaOHAl..
Hl. *
• BU B O rOBTAé
Sancto era elrei^Luíi dê Frún^
SMcU sua (eoçao, e muicatliõlica
a gente que Ie?a?a contni oi inú
♦ niigroê da W de CfcriíU» , « fj"
^ - . ^ -delbaratado , prtto^e «Oiv*» »
(HtéroiUmõ ãe Mendonça. ■^Jofu.á^kítiu,)
3016 Nlo é no^so propósito seguir pas^o a passo a
expedição de Africa pelos portos de Lagos, €aâti,
Tanger e Arnia , nem ainda entranfaarmo-nos com
aquelles eenteàares de aventureiro^ christloi , já en-
tio reforçados dos agarenos' de Muley Bfehamet ', até'
ao campo de Aleacer^lLiMf , nem indagar se ^tten-^
d idos os conselhos dos velhos fronteiros , e atè os
do Xarife e seus capftfies , ainda a salvação éra pos-
!9tvel; e menos descrever a batalha de 4 de agoslo,
que nao tem ella poucos historiadores; apardosqnaes
a6 mostraríamos pouquidade e póbreka': — correremos
um véu sobre as façanhas do rei portuguez , dos nvs'
vkssaílôs, e dos eslrangeiroí que tanta coragem osten-
taram. ' / . .
! Um s6 dfa ! algumas hbrasf—^e trinta mil ca-
dáveres de senhore^ e de escravos , nitetados pelo
anjo da morte , mostravam as feridas por onde a rida
se lhes escoara , e cobriam o areal , transformado en-
tão em utn lago de sangue, ou eram arrastados na
corrente doLucus — mais vermelho qne oEritfifréopor
espaço' úié alguns dias. -
Três reis se perderam também : • — MoTey Mbliico
expirou de Um acçéssô 'fébrif no"mèio do combale, o
Xarife preeipttòn-^se noLucos, e D. Sebastião —
oh ! d'eise ninguém soube entio o destino , e porvea-
tura em tempo algum se co/nheceu realmente.
Depois dè nril gentílesás de armas, o rei caralleiro
se entranhou ,^ad*'ga em panhb, pelas -cohortes moo-
ríseas ; a 'sua espada stmilháva a ão anjo de exter-
mínio', levava a mor(<r á<(uè^nfes que tocata na passa-
gem!— desapparetiett entre miiMfhng es.' — t quanto
díttài os portuguereè ^uei nUfmoa , o virafm — B.
Luíe dei.ima.'e Lui«de RrHò; o Salvador do esUn- |
dartíf feal ,^^aífnbès depois prisioneiros. i
2 Aonde condtrsfrani pois* o ircf on b seu cadáver?-^
;'lK>rfen, fof'prilHoneiro úú sâlvbn-set^^-^' O Lncus no
'o involveu em suas aguas , aliás o seu co^^ appare-
^cèraAcomo o do Xarife; não foi reeotiHectdtf entre os
mortos do campo , — ficçãií^toi essa dos Telhos cav^l-
lelros ^pãt-a o salvar *i9e ainda ' éxiutièse , -^ nem nas
masmorras de Fe^ .'neo^ regressou á' pátria a empu-
nhar o steptro [ nem por então se otxTlu* fbllbr d'è)h
tfo mundo. Todavia mu^itòs portogn^zes eoibeçaram
a >sperar o seu regresso', o esta no^v^ seita Teio oc*
(fupar as attençcfes da Burof^ emr togar de <Aitra si-
milbante ^èvantadii nar- Bséod^ ', e tfue-' enlSo^' cotoie-
cava a desesperar da volta do vei.^^^cqnes IV, morto
:na batalha de Flodden bm Í5f^.-^ Investigar sê nos-
aafrairte:d'afueUa.épochB) tndmm-irnBM. ax^este ponto,
será objecto de nossas inoiÉbraqoea «n» o» aegointei
eapiittloál : *
Ê entsetaUip, pelev»«noe oi leiiar que- oèn; trnniyer
(ente em/ipíde nôo a Porlugai., axãa .pnraitèv nconir
R£V^I»rA; ONIYBRSAL LISBomENBIU
léfnitSd de límliis fti«l4Hàs ; qtíê aSa ha abi fah^nw
(|ve po^tiii eopiar tomanha^dr, «as f«r» pr«s«iiiswr
(MIesUtio de um beniem li|^ado estrettaai«»Bte á acção
doe f)o4 propoiémds e^boçan
A nota fatal da fierda do rei e da flor da nobieia .
<nje a õllíds tfetea sepaltat a a indepeadeneia • a glo*
ria d* Portogar, ehegoo alé i liuBiilde poisada do an-
tigo guerreiro de Africa e do oriente» do cantor das
nícanliat Mítánaa.^e <> homem cpie toavára ée drei
».' Manuel com tfm braço , e de Vasca da Gama cam
a outro, t|tie se eloTdra eom dlcs á imoralidade por
eWre eaescélhos da miséria e da caiumnia . -*• tiar
lAal [Algo dos sees, qoe só encontroa cooltota 9 ter-
dadeíra afler^iò no pobre iáa comprado oemo oaa
objeeKy material; olvidando agdra aa iofraèidôes de
príncipe^ e de potos , para só se lembktar da perda
do seu r^ e da sna pátria , — maior qne Cátia aarér
íítpirár a repbblica entra as rninas de Uiica--r»8c»-
^ndo "rasgar as Teias — de paro dcsipeito ao.flne« e«-
cfamímdo como o uKimo fomana^: — Fairia , oêmeim
" I Qwf |)erda !. . . . 1^. Sebastilo. . • • Camdea ! Eram
as armas e as letras personMktfdas f — erim w gebios
da earanaria e da Epopéa!.
i E dè^mbc^ desconbeeem fefoje os porlugnests aonde
éeseandam os testos mortaes de* ambos l-—( Uai, o
mais brattf » e máfs eavalMra de todoa os sana reis ,
— o oatro ; o mais probo , ornais^ sabia. db seus sccan
t^nra^eoi!!! ^ . - ...
Aweftwâ Aferia BÊrdàllo.
. . „ . . , . , * (Continuar -te-ha.J
, ÂTQIãíA >»CCA.
' k MtUS FAE8. ■ ' ■
J^eDYOi UB foupir a cetix qiii ni*AÍnieDt.
- JByrOHj tr, de B, X.
I
301.7 JfmaiM.,.0c«ca
Ji'aia:do vento oade i9Mf
Jbpera ; -«t lava comligo «
Um suspiro, e nada mair;
. to os moalas ii'alóii>jpaaeafe««
* Haa^d^ leva^iO a mcua pais.
A mana pães I. . . . talftfs.nest'boca
Vanda a moo ileila deserto , :
«Yekda à meaa atoidaviado
O logafande.aHhcarto^ •
£emo ea refolvmn da aMate
«. 0o..refreaao drdiaiaatrtai
Mas, folba • aiw«a-:ta ao ríq»
' Ihie^a M9 mea oosai^O',
Qbe faaa-de paftir Jnd^ qneola
DDtfalar;d*e8Íe vaieio,
HefHto abnaar4a e'ro pranto
Daimaífpora deTaffiaS»
Irínco innoeania das toras» n
Êa. toda at retraio ' «Ma ;
. Poate já Titoaa. a beila •
Hoje teu ;ríço morreu ;
Infesto ' noto sopraiHe, ,
Verma nunn la.inerdj^u;.
6en qbidlésiefuitqaai fttstb^ '.
Hco» só tirtts aialladada ;» : *
Se do tfonooionde péndiaa
Te.cçgou fératrajadas- '
Ao lar patenio ronbau*«ie
]>a^in£arlOttfo a mão gelada.
San taibbem folha- mesquinha
Que na esp- rança vicejei «
Oeculto verme rodu-rae
Não maia n'arvore fiqacâ i
Sopra^me a brisa lao acafeo «
Ondie» ai triste^ pousarei?
. iOnem sabe? talves .bem ceda
8'àiga o espaoko da morte , .. . .
Ode sob o jDuaga da campa
lAaaaniiã m^esoondaia sorte.» ; •
Qae miaàias cíoaas/diaperaas
: JHalro em |mueo espalhe o norte !
^Mas que penso?— ^-Fohre falha,
' Veloa carrà ao ler paterna ,
Fenda ee anes. coma o raio . ..
' Que dbspede a mio da Eterna «
Corrq vak)&* •nãn.te p6se
Saopiro d'una filbo' tomo.! .
Foge , yae • - nia te, daipaces y
iSâmensageira èel, . ^
Pinta ao vivo , ae poderes i - .
|f mha saudade crnel «
ílaaáadav qae; me. dislilla .
.Banlaa abalam .acerbo .fel!.., ,
Negco cachopo , onda morrem
'Jto^ vnpa ibr paisaaienCD »
Anleneia, aamo ó^^amargo
O teu- primeisa momento ,
• O adens da •despedida ,
▲ hora daspartanaentoi
• Tragada ioda impraasoji-alnia,.
Dia aolamne a fatal, -
VeJo4e |nda am prattUi immarsa t
Cândida mãe , acm-agnal ^ .
tiDe men pae síbIo osísíIo^
JH'sq«aUa abraça .final !•». .:
. ' •••.I :■• • . •
Mas basta*-^Nqlia 4a acordando
Ocadaaei^ do passado «
• \Íâ. erguendo ao que já fora.
• -O negro manto paaadoi
' «***-Folha, adeòs-! .--^ corre ligeira t
O oéu 4e.cedá bom fodoi
Gbittièra-a demaiac de 1842.
A, lÀma,
'•■I áaiai
:; , mimi
3018 iosÉ Pinto tractava amores com Maria de
Jeans. José Pinto aarráa.aoma aaftdada j^ segnoda
508
REVISTA XJINIYERSAL LISBONEN8£.
companhia municipal do Poria« Maria dè Jesus como
criada em ceria casa da. mesma cidade : mas nem na
casa do patrão de Maria de Jesus, oem no quartel do
regimento de José Pinto batia commodos , segundo
parece, para o sen coDM&ereio dandestino.
O sachristão da egreja do Garma, <qtte, nio sabemos
como, apparece aqui por medianeiro, condoído d'este
forçado apartamento^ dos dois amantes , dfiéreeeu^-llies
para os seus colloquios nocturnos, o qu^ estava ao seu
. dispor, — a egreja do Carmo. A 15 d« maio quando já
a escuridade favorecia o intento , chegou o hosso mu-
nicipal , e mandou recado peio acólito á sua Thisbe
de que a ficava aguardando; a. sua Thisbe r aecotapa-
nhada do mesmo acólito , não tardou em chegar ao
logar aprazado, aocjtCto dof vUtãi como diriam os nos-
sos clássicos , ou do .rradtfs-votM comp 'boje foliamos.
— Recolhendo-se com eUa para o templo • ébrio de
amor e de vinho, Pinto ped«u ao seu condescnid ente'
paranympho que lhe fosse comprar uma garrafa do
bom. — Assim que se «via a.s6s eom; a eleit» do seu
coração , desfechou á pancadaria sobre cila , tanto e
tão deveras que (di&ma) a chegara a ferir. .
O como ellaselhe livrasse das maee ignorâmol-o tan-
to como a causa de tão inesperavel desfecho: o que
sabemos é que — ao dia seguinte M^tria de Jesns se
queixava ao commandante d9 guarda do comportamen-
to tão pouco municipal do sou soldado v e que dois
dias depois este por um conselho de guerra era expul-f
so do corpo e entregue IO quartel general,'' para írser-
^ir em^ tropa de linha , pagando 3400 róis pura t cu-
rativo da referida : — e que o ceroferario era demfttido
pela competente auctoridade do serviço de uma egreja
>m que se avinha como o poderia' feier o padve Bae-
cho do , Gamões na capella do Esfririio Saacto «Ba: Mo-
çambique.
POZ8IA CATIVA JM> Sm. r. II
3019 Caídas como «estão em 4e«uso e deepréso
as musas latinas , ó quasi heróico o oom|»ór o impri-
mir um livro em que nada mai» se «encontre senão
isso. O Sr. Martins Bastos o jousoo a ejáipociãlo ó
elle credor de admirações : eis-aqui o titulo e o còu-
theudo do seu opoaculòvi que nós^ácàbateos dé lèr
com a devida atlenção — Fràncitei AniciáU- ãÊáríins
Bastos, BUbtrnicQ. BeãH F^árMi tn €oUê§io lÀngwM
latinai professoris cormiaa. -«-(Comproende esta obra
nas 46 paginas de que* se compiM, depois de tima
dedicatória em prosíL .Jose^ I§ftiêtíê<*JMãraêB /.doe-
íissimo ipUíolographo , e de uma prefação também em
prosa , — l."" praelmia.poêiioa : ~2.* Mãtia 11, faus-
titsitno, efui natalUio, êcloga:-^3,^ Àã FeMKuoÉdum
// fau9Íisnmo efusdem nomífdè dú| , écloga : -^4.? 'Fer*
dinando 11 fau$tisnmo êjui natmHUo , écloga: -*-5/
Beatíssimo Grejffffió XVI, teloga :. — ^.^ oruãltmme ol-
gue sapientissimo SUvestri Pkiario FerrerUf t paeifieo-
rum academiae , praesuli faeto , écloga : — 7.^ ãÊOtiae
^Tirffinis in solêmnissirno assumpíiiOtiii /eff(or-i-8.^ Jh-
riae virginis septem Âolorum tu sdemsMUUe: — 9/
Jesu Christi , solemniêsimo in natalitio , écloga': —
IO."" Publii Virgilii Màirwliê, '<H matiem^ écloga : — 11.*
Jesu Christi in ressur^ectione gloriosa , w/o^o; — 12.*
Epitaphium, — 13.^ Joanni-Statio Mourato epUaphium:
-^14.* Jòsephú Joãquimo a Begíbm VasconcelUo, epi-
^ramma : — 5.* De EmUia te de Leonido,
. Não nos detoromoa a aaalyiár.UJSubsiancie própria*»
m^ente poética d'efta obra ; tempo , espaço e talvos
competência tudo par^ isso nos failece » contentando-
nos aresta parte com diaer que ao rovoz dos zoilos do
quem o auctor se queixa por lhe. exprobrarem ç to>
mar a mittdo.dé Virgílio, nós faí|;auios com a fideli-
dade da nemocia do Sr. Bastos qiie tão frfquçnto*
mento nos repmMlus bemistichios o versos ántinros
d'aquelle poeta., amores nossos.
. O nosso intinto é outro : — * ó dizer summariameiílo
o que pensamos acerca, não da liofio^g^ lat|uaj[que
sondo mestre d!eUa ha norfiitôs awos met^or ,do que
nós a deve conhecer o Sr; Bustos). mas a re^p^ito da
execução métrica : esta em nossa opinião não é o que
podéra nem o que devera ser. Podemoq errar mas
diremos com liberdade o que sepitimos porque a adu--
fatção em material littersrias bavamol^a por culpável
sobre vergonhosa: e não tememos qoe o.Sr^ Bastos
se oífonda com reparos que uão são dictados , senão
pelo muito amor, que ternos^ assim coipo elle, ^ poe-
sia cia Mica da nossa oreaçãow Pareceri^os pois que es^.
geral não ha entre os pés d'estes hexametros ooeces-T
sario ti'avomento , quail constankimente observado pe-
los bons poetas e rocomsiendado por todos os prece*..
ptistas. Logo o vei^o primeiro* o terçe^rç e o (^narto
Jam nox pallida Oslo locida sidera pa^cit ,
Cordaque irrigat, aluque siúrat somni^ menti «.
Munere divum. tempore quando dulcia carpens,
são ires notaveii exemplos .d*isto : — ; em, todos estes
versos cada um dos seis pés abrange palavra inr^
teira, ficasdo assim d«tflifad# do antecedente e do se-
'guinte.
(H bemistychios também não são pelo commiim de^
vidamente marcados , o que bem s^be o auctor quan-
to pela continua-lo Chega a cançar aos costumados
com Virgílio, Ovidio.» e ain^o com os poetas de se-
gunda ordem, Stacio, Lucano^ Claudiano; Valério
Flacco, Silio Itálico e todos. ''
Finalmente levado btraz do pensan^ento e escreven-
do porventura com «demasiada l^of lidede,' aà quántiáa-
.des nem sempre são attendidas pelo auctor : eís-^iqul
algumas poucas provas : uSo sairemos da fvwsiuno
poética : — verso terceiro > —
' Cordaque irrigai ; altaque splrat soiunia menti.
O primeiro pé não pede ser o dactiiio eeirí^s^fm por-
que o que tem de ser necessariamente absorvido pel»
concorrência de' ^ogaos na (irimeira s^llabuido trrs*
jgat , logo o primeiro pé é espondeb , AmaS'«omo es-
Ipondeu se a ultima áe^êotia é ntoessaríansèote- bre*
jve o que o toma choreu ou tro<Ae«it~ Verso fc*—
Tum mihi fulvus A^oHv aè asirU vísns adesseç.
joò é breve e vem aqui ir^sMo* coíbo longa pata* rema-
te do terceiro pé que é espondeu. — Verso 10.* —
Lingua quando Jálitia silèC, eosiponopé VersuSjL
a ultima de Lingva visto nio estar om aMativd nÍo
pôde ser senão br^^; .mss aqui ^ está eoiÉo» longa ,
salvo se de Lingua se qunesse ficer um Urlssylla-
bo dáclilo do que não ba um sé- 'Ovemplo , que» nós
saibamos, em poeta latino do botf ou de jâiá nota.
Todas estas observações porém não provam senão a
grandíssima difficuldade de rael^oftoar .èm^unsi lin-
gua estranha , e tal lingua eouid^Osti , pois- que.nem
um tão assiduo estudo, como o do 8r. Bastos, se pôde
eximir d 'estes peccadetes. •
O que nós pediríamos ao nosso auctor se o ousás-
semos era, que^-emvet de niaibacatar. ojfo.pre-
REVISTA UNIVERSAL LISBONENSE.
509
cíoft« tempo em escrever o que ninguém )ô , ling^a
quamâo latina siltt , conlinuasse pelo conUarío a pas-
sar Q% poetai latinos para o nosso idiqma como já fea
a Pcrsío e a Juvenal : traducções » qoe não chamare-
mos perfeitas, porque traducções perfeitas e mais
d*aquelles escriplos «lo cremos qvíh as possa haver ,
mas que, em nosso conceila, possuem' um mérito
nao vulgar; e sâe d*entre as obras , até hoje publi-
cadas peio Sr. Bastos , as que jnais longamente bão<*
ile viver.
Q TROTASMaflL.
^20 Assim ao intitula uma colkcçio extreme de
poesias líricas , principiada a publicar ás folhas , em
Coimbra • na semana passada.
Na primeira que nos acaba de ser remeitida leem*
ee -** ,À iMocacão — ea eêtrella pelo Sr. J. de Le-
mos (João de Lemos Seixas Gastello Branco). — Só
,J>eus pelo Sr. Á. X. R. Cordeiro (António Xavier Ro-
"(drigues Cordeiro). — A estatua pelo Sr. J. F. de Ser-
pa (Jçsé Freire de Serpa Pimentel). — DeHipmí,n$a
|>el!0 Sr. A. M» Couto Monteiro (António Maria do
Couto jtfonlçiro). — À mankà de piem teráe pelo Sc.
A Lima. — Recordação peio Sr. L. da C. Pereira (qoA
julgamos ser O Sr. Luis dài Costa Pereira). — iiuio-
ceneia pelo Sr. A. Gonçalves Dias.
Exceptuando o 2.*" , 6.*" e 7."" todoe estes poetas
4naiic(;bAS são já mais ou menos cOnfaecidoo e eslima*
4qs dos leitores do nosso jonul , que iem tido a
boa sorte de ser o primeiro revelador de muitos ta-
Jen&os p^trâoi», com cujos nome!s se tem aioda de en-
soberbecer a nossa historia litteraria.
Todas, estas poesias pertencem rigorosaneale á es*
chola moderna , e algumas d*ellas encerram belleias
noite notáveis. Satisfação é para nós o vermos as-
Jíina provado, qjie os ócios poéticos, que ha annos pa»
xeciam haver, desa^parecido da formosa Coimbva , re<-
llorecem com' toda a pompa entre a mocidade acade-
jníctf • eom quem noê prende uma antiga e indisso-
lúvel fraternidade.
Aos amantes da Utteratnra recommendamos aauilo
particularmente este cancioneioo coniempormiea, ^ue
.4>xalá vá por diante.
3021 JkMkMBi , 6 , espera«^e mui lusiáa a procif-
éào de Oirpoê ÇkrúiU
J^esde o meio dia at^ á neile por oídem da eam»-
.rn municipal estarão armadas ledas as janellas cpop-
4m das ruas do iranaitos a saber Sé, Magdalena,
rua nova de el-reí» rua auvea, rua da Conceição, ele.
8. M. el-rei ornará com sua presença o préstito ,
.devend» concorrer a elle todos os grãoHsruxes , com^
aaendadores » e caitalleiros das difib^nles ordena.
CMioAmn.
3<>92 8i ainda durasse o antSgo costume intredu^
nido na Buropa , depob das guerras das eruaadas ,
4e levar gigantes na procissão de Corpus ChrieH^ bem
eslava a d« amanhã , pois ahl tenuM um figante , nao
4o papelão e lonas mas de ^ao e cnme , chibado
fresquinho» e melhor disséramos frescão, deGuipuxcoa.
J>. Joaquim Eleiíegui é o seu nome. O Iteu com«-
fkrimento (como poderão Teri ficar os que á porfa da
iMaa ik.* 1^3 M praça 4e 3* IMxq j^agarem 100 es.)
92 polegadas hispanholas : a sua largura de unha a
unha , aberto& os braços, ainda maior qno o $eu com-^
primento : o seu todo muito proporcionado : as soas
for/ças brutas , mas o seu génio pacifico. Quem o ré
não imagina como um barbeiro harde poder quando lhe
vier a barba (porque os seus vinleedoís annos ainda a
não tem) escanhoar e pentear aquillo sem andaimol.
O espectador faz sem querer, sphre a sorte doeste ente
privilegiado, reflexões muito melaneholicas : e com
effeito, viver no meio da sociedade para não vèr os
seus simílhantes senão peh> alto da cabeça , nãooaber
em sege, nem em camarote , nao poder montar a ea-
vallo , nem dar o braço a uma. dama senão indo ée
gatinhas , é um terrível desconto de ser o alvo das
attenções do mundo.
Ignoramos ainda os pormenores da sua biographía :
as dsmensões do pae e da mãe, que lhe deram o sér-;
ss do seu bercinho, que seria alguma cama impe-
rial; es seus brincos infantis qne deviam arremedar
aos de Heccnies ; a oopia das sua» refeições ; o& seus
passatempos ; e o em que mais frequenUsmenIe se in-
tertém uma cabeça. moradora n'una região tão supe-
rior á nossa.
Por boa fortuna do guípuacoano, Lisboa é talvez ho-
je a imica cidadtf do mundn,'qiitf se aehã aos termos
de o poder galardoar da sua visita.
Mademofselle Camiik , a fomosa giganta , qne o^
nossos leitores , jé conhecem . acha-se ainda aqat
Avistar-sCThão necessariamente , e o amor ferirá , e
não <h)m qualquer setasinha ordinária', os seus gran-
des corações : sMspirarSo -, não estes suspirosinhos
das dúzias , de qoe usamos nós outros o^ bichi-
nhos da terra , mas dois verdadeiros furacões arrari*
C&dos da alma , que hão-de dizer muito; e o hvme-
neu , unindo-os, haverá estabelecido uma fábrica dSs
collossos , fazendo ao mesmo* tempo a vêbtOra de udi
par qne até á moHe se ha-de por força conservar fiel.
A exhibiçSo d'este phTlisteu é todos os dias desde
as onze da manhã até ás duas da tarde.
mzírPSBIBA TBXATRA&.
3023 Sai^TA-FBiBá , ultimo de mftio — qfcando i
lua por não desmentir a folhinha e o nosso artigo
2999 se eclipsava totalmente . deitando a cidade ás
escuras — desped!am-se- para férias de vétf-ao (qné
ali^uns dizem d.nrarão mais do que se annuncia) ò
canto e baile do nacional e real thcatro de S. Carlos^
A casa estava cheia , a compatahia animada do de^
sejo de semear as sapdades extremas. ' '
O serio foi composto de uma etcéllente estíeiba d^
deliciosos trechos dos melhores compositores miisico^
e de graciosos pedaços de darlça : choveram palmas ,
choveram cordas e ramalhetes, choveram vivas e gri-
tos , sendo as partes principaes da companhia' chama-
das fora , pelo seu nome uma a uma, depois da uUi-
ma corrida do panno , e ahi ressaudadas com estré-
pito. A condescendente ofchéstn nio desampaton o
seu Ibgar , postoque o divertjmenlo acabasse muito
depois da meia noite : — foi úma cortesia' de que ,
por nossa parte, lhe d$mo» parabéns e agcadecimentos.
Q melhor da companhia partiu para o thealro de
S. João do Porto , onde é esperado com insofrida avi-
dez , t onde d«sejamos , qne nlo té' presenciar repe-
tições do brotai e sâvestrissimo comportamento , qno
^ lá ao houare, pooco ha, para com MadamtOlt/vier. —
51^
REVISTA UNIVERSAL LISBONENSE*
Apraaivel éstàva a tarde ; a viração nio eicaciava
D^s vellas do moinho , e o coração de Pedn , seni-
pfe tâo tatisfeito , sentla-^f trlsU : oão sei que funes-
to presentimenlo ]h'o anouTiaTa.
Ahrim é boa cavalleita ; oseò cavaTlo, em que el*
hl foi, é ftai e eostumado comelU; < estrada sem pre-
eipiclos , nem maus encontroa , eotretanco a
demora cresce i a phavitasifl traballia , os desgraça»
meDoft TeroaíRMls começam a appareeer como prová-
veis e a auditar de minuto para minnto. Jé sedtspn-
abaastfir, para. encontrai*^ ^ quando, n'nm vulto
fue avistou au longe , o coração ib'a adivinhou » e
dentro em pouco os seus olhòâ a reconheceram ; —
era Jfaria.
, Caminhava vagarosa e ton a cabeça baixa ; a sua
cavalgadura a segaiá adita. Peêm; olvoroçado por
vér os seiía pevores racoíd^ desvanecidos. Mas^ assus*
lado com a novidade do andar , da postura e de to<-
da a presença de soa ftlha^ oornen a reoebet-a econ-
daBÍ4-a nos braços para o moinho, oppriinindo^ de'
porgoaias , a qiio eHa «ao podia responder / ae«9o
com lagrimas e soluços. — Entrados em casa , e fe».
ehada por dentro a: porta • 'rogo de Ifon* , êsla, re-
vocando todas suas forças , se' âr^êidoçoa aos braços
paternaes , e sepultando o roèto afogueado no seio
onde eila sabia « qiie palpílava um coraçio tio cheio'
de honrados brios como d« allbcto» lhe«conton a sna
desaarentnra.
: ▲ meia lagoa do villa , quando }á , toda alegre ,
se tornava para o moinho , um homem , qfue eHa
Difoea >{•»', "ser lhe havia aíiravessado diante, diti-
f indo-Mie propostas infamas , qóradas cotn o especio*
ao titulo de aiabr. Nio vend^ de parie alguma quem,
n'ttm passo tão estreito, Ibe podesse acoudir,e^
nhecendp que áoda» as rasôes i que « honra ^ que -%
religião, qM o;mmlo IIm- so ggeriam » ae quebravam
contra a vontade de ferro dp temerário desconhecido,
iMildadas as súpplioa»; 'JUiagrímaa, as lisonjas, as
•intaças , até aa prom^nsaa , recorrera i desesport^
çio i Tecurso* ttltàmo^ que mnitas vesei. faairiwnpbar
os entes fracos ; .oppuséra a força á força , tentara
impetuosamente a fufis -^j em vio X i^toda o aiia re*
sistencia mo serviu senio de augmentar a brutalida-
de indómita dp seu aggressor; — fora derrubada,
opprimida , saeriVeada e desamparada sem sentidos
no meio dn estrada , eihaus^i da lucta , com os ves-
tidos feitos pedaços, coberta de pó e de vergonha.
-^ l Conlieeef-<ííia5 ta , ec o vtres f perguntou oèm
vos surda ,' depois de.Alfnaa momentos de reflexão,
o velho.
— De certo. : ' i
. -^'f Bem ! emf o §aiiá«ioa I- '
ToaMHi a sua espingarda «arfogada ; montou levan-
do na garupa a profanada Inooceoat , e dfrigHi«*«e «o
sKfo. Mio aehaDdo*já abi , 'e nio ae avivundo no at*
redor o qp^ procurava , correu á ventura , mas lia-
do em que a Providencia « enoataitniiaria onde um
tio horrendo attentsdo deVia %^ punido; segnit «
estrada das Àmeirm, logar aifaMad^ da ¥i]la obra de
uma legoai Chegatlos a: nm caminho estreite / qnasi
juqcto ao monto, drvieon Pedfo Um homem-, « larga
distancia. Dau-lhe o flor«fÍounna panoada, evoTlan-»
d4>-8f para. a aoa companheira, que engolfada em snaa
penas, nio attcntata-pnii^oisa alguma, Ih^^o Indicou,
perguntaado-lhe ^se porventura nãtf seria aquello-?
— Nio poderia ainda a(Brmai*o, mas.cceio. . . .
— Bem depressa o saberemos.
£ cortaram direito ao individno , com assas de pres-
sa parao nio perderem , mas não tanta que dessem
de aí sospeitaa , e o afogenussem. Be minuto para
minuto decrescia o intervalio que oa separava.
Um dialogo , quasi em segredo entre o pae e a li'-'
Iba , era o terriv«] e^sopremo tribunal de que então'
estavam pendentes a vida do um bomem e um^tr^n-*
de exemplo para a sociedade.
— l Rotonbece-lo Já f . . . Não levantes taritoos olhos; ^
occulta o rosto por detraz da minha cabeç^a.
-^Grelo. ...... .
— i Espera , espera nm pouco maia ! >
-^Otr^e. '
— Eaconde-le melhor enio aolnce»; disfarça , que'
jénoBVttt... está desconfiado , incerto; parece ré»'
parar por onde fuja. .■ . . toma agora a olhar , e coq<- '
sidera bem na tua resposta. Far tudo quando o«ititt«-
do t^ms não quereria que te dnganasses. 9ólta*me n*
braço dlreko; j4 pódea afçarordstoeencararrfito. . .
^S elle?. . . Não pfecisas de me responder: inten*'
de-te ; ess6 braço eonvuha e esses soluços. . . %
'^ \ Sim , meu pae , é elle fujamos \'
-^ I Deos aqa louvado^
Apontou a espibgarda v o tiro retumbou ao lonfe».
O homem, que se iaarremeçar á fuga, jasia por èerrai
immovel.
— iDeua tenha compaixão da sua alma! disse P^
dro , segurando com um braço ^ ílJba , a quem duas '
com moções , tão extraprdinqrias e solemnes , em tão*
pouco tempo , quàsí haviam roubado os sentidos ; a
torceu as rédeas para o mesmo caminho por onde vie»'
ra. ^Irá sumir-se no moinho, levando comaigo a,'
unicá testimunha que sabe do seu crime, equenun-*
ca o denunciará? Nio.' Pará a Villa se dirige. jPara.
a villa ! para casa do juiz.
— Senhor, lhe dix elle entrando; commetteu-a«|,
hqje.n'este districto am homicídio; venho descobrir 4
e entregar o* matador. O cadáver deve aer dado á ler«»i
ra : que o vão boicar ; eu oosinafei e sitio ond^ elle
jaa. O réo deve ser preso e julgado» eil-o aqui» qoe
ma leveip.para a «adeía. ^
tJma tal revelação sobresaKou t encheu 4o berrar
a quantas a presetiCeaí^m : mas logo que Peértí «cr-i»
rou 8 historia , a^ue as lagrimas e é rutòr da pra» ^
fSanada vktima a comprovaram , Como testímunbas
.matorea 6e toda a excepção , t) sobresalto e hecror '
dos ouvintes se augmenlou ainda , mudando dé^eai—
ptégo* O magistrado, escrato da. le(, fei condueir
para # cárcere o honrado assassino; toda a povoação-
correu a vél-^r Com mostras de Interesse e dé iffecfo.
O cadáver da fera damnada fbi mâYidtfdo buscar'
em Um earro, e assim' ^otron por Grândola ortde O' •
aguardava o poSthnmo sopplicio da exect^ação pública.
- A autopsia lhe descobriu o coraçSro atravesaada ée-
nma bala. Ninguém na povoação o conhecia ; o odio*
dos pães e mies recaiu sobre um ente sent nome.*
Possa a aépuhura guardar, o sea- segredo, lia ertoMO '
que são de um . mas deshooram uma família o lima*
géraçio. O exame de corpo de delicio ," què nSú tar-
dou afater-se na pessoa da ínfelit Maria, tomprovoíis
o attentado , no juíso do povo quasi que aaoclítteou ^
a atrocidade da vingança i"^ • . - . - - .
«¥7
REVISTA UmtEBSAJL MaBOJfENSíL
-513
C0IHinlí]tfOS STÍIl
l^^^te^
n fl'5
• .' I"
; I
viAJío idÊQUMãmmé
Satitos , antigo' e mui insigne ingenh$úi>o cpD«troç(Qr
da Armada , nma breve» idara , e tecbnica Memoria,
8«i>r»«» «a^^A^M d» fnKrod«tíç|o ^ fiteMittiiMlio
eiB Portugal» ^ A^ cPlamê- hmílinad^ , rf arar^wrenar ,
çp^ç^i^ 4. ^ .esta^^i^iHV >ps navios em teriji , fóra.-^do
bem âahe com estf a.rligp. obtida |M>r se^ favof ,, i|
fl^ fepresen^iiugQa fir<|gatad^, guerra/ubMa a^ fla-^
no inclinado, por meio cias novas mâchinas.j^a, isso
inventadas.
O Sr. Santos começa por historiar , como desde o
principio do século paá»adô , òs mais conhecidos in-
genheiros «éAatfAcVof-es^ tidhaim defáoniirddo asgran-
' 4ÂHf<ia^ «ai^^iieiis '4Ufi: se ^eríMi am.qéevtmC os
P^m. iW <<^r^ i JNMra ^jtar osfÍACOS e peodas» reanK
MAUfrda^ 4^^^BM e eo9«erftO;reitQ« no mr. d'oad«
j^l^Uoiit^ m^nt0.AQa Pliífu» JnHimâoê;qae€Bíiohoi^
rf Hf M!PCi44Mit M« Qi$õ«»> iBtritímaa «mís ouIUí da
jçmropa», -^ i . ^^ .• ' • f « • .
. . Dap<iif^ ^fi 4ai9M serie de ^ble e doas.Twitagffis 1
^«^oi^^a .^Sr-íUntoa!» c«bal e e^ideDiementej, os
^^aa. rj^iiUa4^«.que«r|M4effl tirar :d'«ite novo
invento, .U^tikiMtfa a i»«rinbftvd« gpenrft; tQiD»pm^
Ija aJ^rc^f^«^. . ■,.-;.». .i.*. . .p''
, Senlinw)f, qpf ^ p#<i«« eifi)Bf o d« q»iK íftodéinai dis^
pòr^i^QSv^níp pefimit&a^ ivapscr^ifer «i< peirJkKiM neis
^pprta^s d'ea|a,parie^a ilhneria: «mvidiíiiios po^
tém oa, int9r#sf^d»r j considiuraWa ,. sefandc^ pede
a Qovidade e tra^f^c^ade^cja d'efC« bov9^ |NM^oeAS«na4
ritiiBo,, qife s«, iK^bft d^orípto! « fivaiiado peki Sri
_^otos cowl. a mealria f eiporienM >q!ue o tarnaiD<ii4ii
.des mais ^XNDHMBUntQS íoiaei d'eiU siakiyia.em Ftr»
tttgaV
juimo— 13— 1844.
Ek a dètoripçSo lií qtial* se M mu ià m&ÊtiaáMém
ããimariaí . * r .^ . -)
fentTB HfBBOlIVÇiO »0 PLÁffi IRGUVklIO*, '» -f
« £> Maa^ /jic/ánddo eodipde«#e. dé éi» praUA^it*
meéá» dm auideiros e eétaeas» . dispôs^ kia> direc^
mais .conveniente fafgondo pcinnMãlir o tooal) com^ m^
necessária cxtensio .parp cdiitcr Ms ou imíi amrnoa è
oonfome fôr o/seo loCe , t«Mlo>d eòmpritoail» Bepeè#
sarid / e na extremidade inCaríor á 0|ipdcidideiprat»t
sà para receber es. aevba,.a qeal operaçie éieita
por meio de outra machina - dkanádá Qíuiú&fvm Àm4
pkikém , ea Barre JVIrmkI , qse dcic«iido ceio Pièmoim
elitmdo , çntra tí^ej^a , recebe, n navie^ >« • tfmémk
par^ oíma ceoa. toda a aegenmça^ pela lasca
d'ootrae machipaSiqne ae ibe apf^tíea»^ tiê o
obcgar ao le^ar cqnveniaite par^ se ihe f atier a olire. ■
. «Quando o sa^ia ikeÉi ebtpade .oeihpèetameate ni
Carroaaem ,.'é eeeocAdttsabr») eUa; e ealçedo lalee
ralmence át iNn modeimni flkttplee> e t^o> mesmfictai-
po admirável; porque Judo efeito debaixo d' agoa.
sem o menor embaraço , ficando aásím o nàvíó fiVnIé-
m emente apoiado por todo' o fundo/ e com a quiliit
assianfe jobne a Cdftea^ni/ tiidvíéilo deMx^d^i^aa
oono se o nario é8li|)esse >em sctaoe f e , .: o
c Òg;raad9HHnero Ú9iHmio$buííÍÊtÊtéhiquthái$mr
Doe se te» etubelecidb dos Estaiki^fUnidesi Ba Idgkit
terta, na Franga, eíem: nnitCea outres i^orloa. terieaper^
feiçMdatailto>os;iliftcbi«Í8ikioa'eBBpregãidoi< Boa: apaert
lhos, qoe hoje >sê« preferidot aos JK^iiea;, á^vlala det
graádiasimas* cofeiienieotias e vaiftaigèna qaereMreâem
os DOiros a^afféliiotDgyaes,.o«: PfaHesf/Bf ^iiÉadsi, 000»
bMates ilnieafflMlAe.dei tiee avteCielíaa) jfÉa deixamei
descriptos . os quaes , combinados pelas leii da mef
cbai|iç«# leeBt « niàra[vilbefie |[>Qlfer.aeki«d«r. i^qlie-
43 YOP: ¥1. SBRIB It.
I
j
514
REYISTA UNIYKKS^iLl. LlSBOírElNfeE»
renas do mar para a terra, tirando os i^?io& 4'agua^
até os ir pôr fora do alcance da maré^qiierfst^itflí
aparelhados ou desaparelhados » quer carregados ou
descarregados» e até em estado de darem á vela.
a Proximamente vimos annunciadoenâ um jornal lit^
terario da primeira ordem, publicado n'esta côrle , a
ílevUta Universal Lisbonense (N.*^ 28 d' este anno), um
artefacto naval denominado Dique Fluctuarite, cujo prés-
timo não pretendo contestar , mas porque tom o mes-
mo fim , qual o de querenar os navios por um novo
processe , ainda que também é no mar , e o de que
tracto é em terra » o ç^« bastaria para confirmar a
vantagem , que o Plano JnclinadQ leva ao Dique Flu-
eíuafUe,,e serem supernas as demais reflexões ten-
dentes a mostrar a superioridade de um ao outro ar^
tefacto naval ; e sobrajn motivos para ná preseute oc-^
casião mostrar, que. o Diquê Fluctuante está mui lon-
ge de preencher, nem sequer um terço das vantagens
e conveniências que' o P/ano Inclinado oíTerece no nos-
so paiz ; bastando só para isso ver que o dique fluctuan-
te 9 servindo de querenar 6s travios em cima d 'agua ,
está exposto . e mats o navio que tiver dentro , não
sé aos meamos perigos que todos os navios que entre
nós se queVenarem sobre as barcaças , mas ainda a
outros maiores. Além de que, nlo slo evitadas as
despesas de conducçõesd* tetra para o'mar, augmen-
tando precisamente outras do mar para terra etc.
Sobre isto, o custo de tal artefacto e o seu costeio
anpual são muito maiores por seu corpo fluctuante , e
ao mesmo tempo submergente , o qual , quanll^ ^fâf
desalagado , para poder subir a fluctuar livre , com o
navio deatnoi, íloa -tom. dsJ^dbtf e.fo funde interior
traspassados d'agua , como deve estar o fundo do nà»
Tío; e porrêsa os<«iiasnias -insepavams de todas a-
q«9ei*Uasppaiilcks, pela falta â 'ar 'Hvre«,c^pái de
6B|»gar e dei^riíkar.aquel^e receptáouls pdejvdíca
• gtaode miiaero '.decop^^rarios; (|«e aio em prega doa
em ama querana r-aftém de que , ò diqae ftoctuaate
aétpúdoi.ceafier dentro ^em< ai um navios quaíido o
piaaoMBbtíbàdo. pôde > codid já disae, conter dois: ou
■Iasl.'i£a6ra eoDtras';moita9 conaíderações que ommil^
liaios por bret idade, iízeram com que o oommissie^
Briioi da soa intraéoeçio aio. éDcoátrassti nas .i&ossas
doaa praças priiicipaes'<( Lisboa, e Porto) :qtiem se qòi-
leaaeiasaociâr ila<| menoreniDaniero siiftciente» para
poder conlàr ceai.oafiiiidOiiDeeessQrid8 pavaacesetíoçãò
dos; diques fiactnantes,! e? também porque são -maito
auiia.iáDoaiáiáodo8>, e mais diflpendnwos^.não sá. no
oaatb mas também í mo costeamcnto aanual . .a m -
.i^ègimat o projeoto disilribiiido com a^^dicth JÉSraiaria.
A INSTITUIÇlÒ DÁ C0Ml»AkillA If ACIOiNAL
QUERB^ANTE LIJSITANA.
e^U^^pipHkaa^nkO privilegio exclusivo por quinze an*
.ilpL.iSQb.iL denominação de Escorregadio de Mariim
^ Azevedo , associados hoje ao referido constructor ,
Manuel Luiz dos Sanctos , os quaes como installado-*
res da companhia teem já calculado quanto devem pa-
gar as embarcações que subirem ao Plano Inclinado,
segundo o seu lote, e bem assim as bases ç condi-
ções que devem demonstrar as vantagens d'e5ta em«
preza. «
O fundo da cotnpanhia será de 40:000^000 rs.
distribuídos em acções de 100^000 rs. cada uma.
Os Srs. que quizerem subscitever para esta companhia
se dignarão fazel-o em carta fechada , a com a desi-
gnação por extenso do numero de 'acções que perten-«
dete. As assignatnras recebem-se até fins de junho
do -corrente anno : mas se antes se tomarem duas ter-
ças partes do mesmo total , se cpnsiderará installada
a companhia, reunindo*se logo a^assembléa geral para
dar começo á constituição da companhia. «'
^ O pedido e remessa das assignatnras para as ac-
ções , se fará segundo mais convier aos pertendentea
— em Lisboa a João Eclles Mariim, negociante bri*
tanico, defronte da egrejâ da Magdalena o.* 35» 1.*
andar. — Manuel Luiz dos Sanctos, ingenheiro coos-
tructor naval, Calçada do Marquea d' Abrantes n.*
35, 2.^ andar. No Porto a Bernardino Joaquim de
Azevedo , constructor de navios , morador em cinm
do Muro. »
Estamos certos de que todos os negociantes , e m6r->
'meáicT os proprietários de navios bio-de auxiliar esta
vantajosa empresa , para que se não diga que entra
hós dãtf Vinfain a invénçlfes otcSs , e jl provadas noa
i^eiaos estranhos. '•'■ " ■ •
faOJ^TO PARA
r. :■ :» r f
^•>0' *i«'d^«tfa coriípanbia
é estabelecer em Lisboa
e no Porto (oa lambem •m qualquer outro ponto
-êé 'rêinb)2)o Piam^ htclmàdo ', < e svas raspetotivas
mèoMnOãj para qiíerenar,. reooústrttir.estacâoaar etcj;
es oavjntf e embaraações de toda a espeoia ; lem tei^
ra , a fera doaleanpe da maré , sobre o dieto. jPlano^
Ciotnoba /sua. primitiva eonstrncçãa bo estaleirov
V '»A deicripção d'eate maravilhoso artefacto naval, a
auasipriaeipaea vantagens , se acham na iíemortaie»*
oripta pêlo íagenbairo constructor , Manuel Luiz > doa
&nclè6.
O governo de £I,*M» boufo por bem oeucader Ripada
9o»ax'oM8A8 VMLVtraVBlL&m
VO» UlK.lPOKTVliBS srerM&Áfttli. -
« '-3880 . A sKGomTB carta ^'é éo mesmo Veloso portu-^
gvet dé queitt' jápWbKeámos duas, quê ttdb o publi-^
CO reéebeu còfnò fmportaneiasíAtas
A presente ^ quanto a nós, não «Éiérècé menos con-'
sidbaçio;" ''"'' •■•" • *i "'
. , .(Caria.). >. : . » ,
. , , GOLONUa POBTOOUUZAS NA AV»|CA« ^
Dmbb eui na minha carta de 30 dètfovétnbro uRftti^ *
qae ainda poderíamos oolber grabdes vaheá^^As das
noasáscolomas ^da Africai orgànisandoVttiaeompanliM
pelo aiatema da inglesa das índias — e hoje estou niti-
Biamente* eociivieaetdo<do. que:^ po^ râeio d'ellà aa
poderemos obter não somente ti irecta, mas também itrdf^
reoiamènte. A' eompánfata èévè ein|Á^*égár todbs os lira-
çes.posaiveift; empara ostér certos e*éinabuad%ncia, pv-
de oontraciar^eam os Regofbsf os serviços de stluaVa^
saHoa.por tampo'/, preça, ^afain^ero^dtemibado.Tam'-
bem deve obstar á saída dos pretos pata oulrofs çái'-
zás, fBO»pribdpalo»enti^*p!elft maneira eoomo caracter
comiqae '6Ío><oada9í<I05', e r^to^pormvltalse ponderosaá
rasõea, que deiííoao alcance doa linteresisa dos» 'e s6
farei menaãO' das 'segaintes — l.^^para não darpreter-
to aos nossos fiát odia^^ a' toMtem, visitarem ê de.
tefiem o( aavlôs que se emptifgarem ao commei^d Ir-
cito.''^2.'*<paf^'que aquellíia tiações. qaed'cllespres-
eisa^am.', ^ d8> guisarem l^v^r.nitr qealidade de co!o^
nos> nos concedam em troca alauns favores. — d.*pr-
A
— ..;í .
REVISTA. tlPaVERSÁ^ ' l^lâBONEl^E.:
515
ri de commisin ac€Mo' eom eséds 'D«ç5e» etobidar-^'
nos os- mevos. da íêm» tom-qne o» fáglezM não» tío-^
iòrpeçamo homo eoramercio colonial^ e co)loca)*o6'Da
eòJáisSo de qbé de um talproeedínett^lheftproredha
efuial «umaUr damiio qoe aquelrle.<}ueiiosca«saréiii<
•r^4/ ftobimente , para se eriUr / e «ni pr<yvéite da
Bona.iiidQaUia é a^iouHun colmai e das inaís*na*çcMs
qm^ 4» in^lexes , |Mr meio de toiMiias de navios ne-
freíros i taobain escravos gratuitos para trabalharcfoi
Wàê atlas coldnias^ : . . : i
. «GflDfWfii Umbem á* companhia «omprar «scra^i la^
^no$ haJbiUndos aoa traiUuiosne processoé do oaffé ,
aatuoar, .aigodio, «nroa.eta. e coooedeivtbes a lièer^
éade «m relribtiíçio; ée unia tantos aiinos do' direoçio
oui^QtiBO dosviérviçoi^qae aia podem sor deri^idoa
oii roitosf pcff braocQ», em raiio do clima.
. . T^liTKz .qfw^ aigea». esteja. ewbuidò><taê docfrinaa e
opiauõosi do Jn A.Say a respeite da xoflpaaiiw iiw
gleep das índias ,• e por oonsequéaciá praviíiído ooa*-
tra Maa. siinilbanteitRstíluiçãQ. fiu poréniícOtti^iiaBio
respeite Qkuito. as xioetriobo e opiniões de i2o'iIlusire
e ceâebre .eoansAisla, ó aqueile ooa díis pontos e»
qoe não conoordo ctoan, elle , : antes me tmsltno mais â
opioijq de Lmz Say. » quaãdo Cracta idas* causas da
gcapd^sa de Inglaierra; por quanto ;ÍliIgo que para
««ta ^^oáec admitliir as doetrinasid^aqiielle, precíe»*
T» Bâa ter.qiiw P*g9r ou* enonne sonma de j«ros4le
sjia dividia» .e auataotar. lin^a oiimeresa mbrinha d«
guerra paca mapUr ^ sua isi]o«licia< e conter aquelkq
a.qu^m tem ofiandido sia «ua;iiberdade é vía$ seusin^
lere^ses« • i >.••■• . ' - ■'
. Pracisd^a/taintfeai que o poro tnglez nio tivesse d^
paig^r maiw^^ impostos queos^que pagam eaitrosquaea
^fier povA« [coop por esempb os allemies] ei que po«
dekMO manter^v-set ao laesBlo pceçó^ Redueida ^aJngla»
g|^t^«2| a ^ste estado podbria prescindir do exçlusit
-p/^,, 'Ç%m o qttal,:j^z Joio Ba^istaí Say^ ella* diiapeiH-
deftéS ipilbõe^ io recebe sámèsta âO? porém parecei-
me qu^isei^a «mai^ eMola a.proposíçioid-iiqoelleeéo-
poi^istja.».: seidjssesse,. .q«6 os i§ milhôas »eacedebtes
qu.e^ direistain^ateid^mbolçaf indirectamente ea re^
embolça,' e a razão é .mui simples ; pois sustentando
<^t'Oi>0)morçí^.d'liqaâ]Ia,Qaa9paiiiiia , )gram)é''partè^ida
maripfia. mercante ÍjB^leaa , «um bom numero das ísh
t^ric^A.do raine, unida , ..e jpor cíoaMquenoia os seus
?Hi4ç^^» qbrigaod^ as.pep\i)açdesi da índia a consumir*
lhes as manufacturas pteDos pregos» que elles querem ;
de.qu^/ro90^a uma grande» parte da sua riqaesa , e
d'oDde perc^t>feaa[ es triboIDs para faser ftce ássuas
defpe^9L> .aarMmeute lhas reevetle ep dóbrd aquelle
desembolço, e nem eu considero os inglezes e seu go-
verno J^ãormiopn ov iBsmas, qaatpor UnCDS ^iMbos fi-
zessem similbante saarifieio .sem colher d^ellebonsre-
aiMladq^^^^endodiotooiíue me occerrè a respeito la^nos-
ufiíSi eqloi^s,: direi lambem algeme* coisa áeerca dafa-
U* eAMgr^ção,v, .
'•" •'' • '-^ aiulisiáiçXO PAftX o BBA8IÚ
O.na^Q Afi^^.cto itfafiiaaio, do Porl#, ,apòrtado
^qu^i.e^ ^6,.da.d#iembi!e do.amio pasi»»do trooxeddO
Pf^sç^^eirjOfiU d^a qMaes.mais de âOO comendo do ran-
çV9i 4o. pr.da^e 8 em cadaitina-, como cfevados.. A àkê-
(rU»qi^^;d^,agMa .era presidida pelo conlrahiestre ,
o qual apenas os miseráveis tinham bebido alguns tS<^
loa , q$ n^ de^Miiva beber ]mais, e aervia com uuíxa-
labi^oté >ibs qtiíei a 'efle^lhe l^^t^i^v excediam '4 sev
caloufov' Comida pouca e maleeAinbada; agua pesiâ«
m^ » e^quabtídadéqae jádisré;' per eamai o • «couves ;
a Ian<^a / e om pequeno espaço d<> poeaio«Éi que vM
nha uma porçãoi de oébolas , furam ac^uso' de que a
maior parte d'aqueiles infelizes eb^gassem còm omá
(«rrível moléstia de olhos, daqoal algtAiS falieeeram;
muitos cegaram completamente, e- outros 'ainda 'est
tão padecendo!!!, .....''..'
O malvado do capitão, e o monstro do contrai»es-i
tre , segundo «dizem os pa-ssagelros, comprasiamtse eiú
mandar de aoite despejar bâídes de agua salgada^ so-^
bre aquelles ^tiè doratiam no eoikvez ! ! ! Logo que d
navio cbegõo'á batt^ » ordenou o oapitão a lodos <o^
passageirosMiyae vinham doentes ,' tirassem os* knçoa
que trasiam amamdo9'iia tabeça cobrindo os olhos ^
e- que* se o nãoOreisseifa. a visita de sande, vendo at4
guem n'esse estado, farfa sair o navio e ter ama grin^
de quai^nCena fora da barra, e<que se tal aeontecesse
os havia ma^r a «alabrole !. '. Assim qvo os^paasagei^
ros. desembaaca^am , « se^oube do máu tratamaut»
que tiveram e do nlisero^estado em que vinham, e-sandií^
vistos estesffdesgra^ido^s atravessarem as ruas aoa ma^
gatesf e o& doentes e cegos segurando^e aossãos^^que
meCtiâm eempaiiio-y (6i Ul e 4So .get*al 'O clmiio» « a
indignação contra o bárbaro capitão do navio- ^qiae
obrigavâme ckmsut a i\t^t tMipdo com medieoa a pdri-
tos\ «os quaes' depois de maduro e refleotidO' eterna
declararam qua os mantimentos, bemquefNnabuUdan^'
cia, -eram pessimosha^^S^^peior, e è espa^que^
capitão lhes mostrara em qoe tsouaera^os passagèiroas
apesar ie já estar desempacbadOxdaa caixas dos lèes-
mosedae cebolae, i^ podia ainda assim tnesme a<iom'<^
mOdar amétadedas peisoas que elle diwfe alU troutera t
e que as «cebolas, proiimõ Más quaès dormiam , tinbaiii
rido lima das prineipaen causas das^ moléstias dospas^
sageiros, parque g^fide^rte d'ellas apodreoeràm e
fermentaram. - • . . »
'> O eotnot convidou OS' passageiros a^depiyremoHifie
soubessem cronlra é a favor do capitão,' mas até Imjé
não ret em qoe pára o processo: Os navios Cmmêrcip
iíaritimo — (Hive&u^ O^ei^êè— SubtU — Fsrfsfito —
u<n da Madeira e outro de Si 'M%ael, eondoslram
para este ponU> para mais de 1:400 paasageiros,- a Is*
to>'> desde meado dezembro do anno' passado ater- finft
de janeiro do corrente , a d'este Mim^sre de passageií-
ros ametade seguramente* «idâa até hoje nÍo> obtiver
rana arrumação. . . t ' .. »
; Os armadones do^IHMrt» parese qvenãe pedem^ cos-
tear os seus navios* e^ditydespdtoattdo Portugal! Mal-
dição'do céu sobre elles , ' e» á» eixecra<çãe poblieà' e
ao desprèso sejam vetados entes tffes'*q ire querem f^
zer làPtiiAa á cu^ta da timtoanfdade e dasdesgraças do
seu pair !. « , . £ desgfaçadaméitíte' esses' armadores.!
OS' capiUes e seuS' agenSes teem** o mime de' portu^
gaieaes?! ir Ah! s^ ainda são^useeptivevs de remor*.
SOS , e se db etitra fórma nio^pédenv faaer navegar os
iiav9ès,"que es vendara ou os qlieim(em ;^masnão fla-
gellem a btimanidade ; não mandem emissários pelas
«Idèbs^cotai estudadas e mentirosas historias de riquezas
e lartwaas, ete. , lanhando 4^800 rérs por cada filho
que arrancam , taHea , á mãe viuva ; 'ao octogenária
pae, a quem servia' de arrimei o» íiídíd á irmã or-
phã ; ' o marido á mulher , deiíando^a* sem meios de
anbsietetieia e entregue «ai mesma ^ <4 cairia os bra^
43 *
516
REVISTA um VJ»fiA^; LISBOBfEPíSE^
fo» de qne neoessiiU para a livoira • p«ra a industria
epari^ a defenderem. OftQapiiâe» úw navio^.que l9?aas-
portani maior nunero de passageiros» det que penpil^
te a stta lolaçio pa conformidade do^ decretas do^-
vepno a esse respeito » costamam , passados alguns
dias de viagem . lavrar um protesto em como» depois
da saída do Porto • appareeeram tantos passageiros
{p.Dumen>:qiie excede ao permiltido] a bordo do na-
vio de seu eommando, munidos de passaportes , q«e.
u'€\h 0e haviam oooqHad« sem seiencia sua; com<^se
fosse posaiviei» e menos crivei., q^e em uma eml^afr
caf ão eomo o Cúgnm^çia ihriUmo, se pedessem oqcmI*
lar, sem conseetimeiít^ do eapiOio, 100 pessoas com
seus bahós. cauaae.jB.okiiões,. qqanta.mais dHzeeias
que B'elle( vieram: além do permittido. em consequen*
çia.da earga q^ie trome ! O.que porém é aiuda m^is
eocandaloso é o protedlmei^o . dos empregados . da vi-
siifr oe.sftida. do. Porto; .porque é impossível , .a não
serem cegos ^...quieDão vejam esse extraordinário nu-
mero de pass^kgeires e os. não façam desembarcar.. Se»
esta emigração não fasie tolerada ealé protegida pe-
hs awf t.orldade» encarregadas de a. evitar ; se es em-
pregados, da . visita , em logarde traetarem de come*
«aina.» e de cncberem as algibeiras » eiimpcissem cem
e aeu d«ier e obrigação^ qio baviaoi Qs navios de tra-
ler epximies 'taes^
• Se o goverAOt uio prestar mui séria attenção a siml-
lente IraSfea; sei não ew^r^gar pessqaseapa^ee, que
í:ii^m effeetívas; a.suias^danaa respeilo d'«Ue* deur^
Are de penco tempo, es .nAvic» ,.pirof»ideol<es. do; Porln
jpio trç^m ontiA earga / senioi pnSflngekos^
. iissim como os armadores e capitães d< navios man-
4am emissarioa a recrutar passageiros. ; t^imbem ogo-
yevne ;dfYia mandar alfiKar pejas portai das |Aa^
|rixes»J pelos caievaHms 4 besra das estradas* nas jwa^
çás( e nas esquina» ^$ ruas d«« iriliae e cidades do
Miobo^i 9mo. Iraa-^-lfAufes. e JRsira,e4ílaes.deisuas
ordens e deciretoe > e extractos dos artigos que áoerea
da^migMÇin:pnb]seeM^ es pertedac44 d'^se reina • e,
Umb^m de algn«s.d'«stc;mpftriQ, qued^vei eo^qnauT
4ê pMWiiçam:b#eadinbe«.de oiro a nesso* veepei^, cor
mo por. esemplo o Pbarel ConstitwiiAnal^ do qual
ifHHtos Ibe remettO os nJyíM a 105 , patt q«e V,
4a sir.va. oea%n'isse:een(Venba» tifansçve^er na. {tei|i§*
ia:paf arUges^tiu^ nee dMeem respeito; mas o gnvnrno
4iin aimeolii dê^ve ins^it^ir os pódios dos maleadas emt*
^a«i%, |#r<Qi,.tambeaa pr^edei eontra ess^s^emissar
rios que andam seduzindo a nossos cooiçidadãpn, pnca
4iben!deMre«>i aeins lases e Siuny famiUfts^i -
e#iPflH^ VMf.V|}fifm Np SM»!'^
Na. minha nUifi% a^^a .disae qne o pro^edimMlis
na e«naj}la4a:> aíi^ejapei*nidK)S espoUoa dos. pe^tugaeaes
IWiinpidfi>s« Mnb» dado.mpMrW a que. J^cpi, nensottidos
an lièpasíia pnWj^o na pcfMtuctes do^.dictps «spnlios^
n hoje ^Ko< deaQcrtscefitaji que t|eiA^ajri(V>«i»>'gsa»'^
de eeufliAto d« jnriiditQção eiMvre e i^i^ce-^^aps^l :« ft>n«^
doe oppb^a per «auaa. das ar^ecndatÃes q^e estei dis
Ibe competem, e não ao «i^nsul ,. cfcsgando. e p<^uAe dit
mandar ai^iioq^.baíi a. mM^baA^s .porias ssAMãe •eeaa e
se4W, do eoDsi^doí,^ e mMMi^ir caritegaiii par:» o.depc^
sito. osf eapoiiies d«! V^P e cousmI tinha .Gomeça4ei a ai^
recada^ao.; (ondaivlo-^o <^ ji^z ,np) siiitigp 43^ doi deere^
to d% ^ de «^.io de 1843 %iin dia ^ que » eUe. (juia)
eompete ía/t^ ariiej^adar os bensj^centeai iia^oa « e
40a. mvMmí^v ^»Mítâ#:4% «asãsà i^qia.«««eitMa
haja traetados oom ;elnu8uUs. eepeeiaes a eate respeh
to; e o cônsul dizque-^nãneooipelenlaojttiii naim n
elle.» as arreoadagões des espnlioaée portngQezes^^l<«
lecidos,. fundaudáHse para tslo-no.nrt^ 5.* dutraetada
da independência^ combinadneem o>arl. d;' dotra^
ctado.d'eaie império oom a Inglaterra : aquelie artign
diz que os portugUiuiBS gosarão ao Brasil » «m snan
pessoas e propriedades , das mesmas regalias qne gn«
saírem os .súbditos ada unsãa mais íavoreoida ; >om n
nação mais favorecida é a inglesa e o arl. 3.** dn som
trsíctado diz , que ns oónsnles poderão admísistriÉr •
arrecadar A:c*, os bens dos súbditos de sna nação. A*
vista d'isto creio qne o cônsul obra em regra » n qon
tudo quanto praticarem contra aqniliò a quetemot
direita» é uma manifesta e eseandalns» viofatio dan
tractados e do direita das gentes.' e n maior rrílta«'
mento para aquellé qUe sâenetosn o tolerar. 'Não en-
trarei 'Sgora na questão de conreniettciã oU' ineotfvo'
akocía para os biecdeiros em a arrecadado ser ■féftn
pernm eu por outro, jnas s6menté na da ((«eèra-/
que soffre nosso credito e kenra cemo-na^o. Se «^
empregado não merece , ^ ou gosa oenflança , snbsti^
tuam*n'o por um* qne a mereça; mas não se eodsintn
nèm tolere , que se rebaixe eu atvilte a naeoo na pes-^
soa de umempregiado que a representa , o\nniaa mo>«
nos se saqccÍDne á usurpação de nma tio hnpeetanlo
regalia, eomo a da arrecada^ io dos .espólios de noa«
aos concidadãos por seus juizes >nirtiiraes / emqoanto
por dkeítD on tractados nosoempetiri CMélSHmê^-qM
o. vicA cônsul ieviíâr isto ao eonbeelmenlo do tíoím^
encarregado de negócios, e por mais de omávec?
porém .que. este se não tem ifnoridoinlvéyfortt' esta
questão , nem reclamar on protestar por nossoá dlrei4
tos (o que me custa a accreditar) eqne ofke toneoi
á vista de tal negativa , reclamara os seUe direUoa o
justiça ao governo: im^eriBl » e que este mandai •!»•
fòrasar o procurador da corda , em fêdet* #e ^em
até boje dormem tts redamaçdes a t»l respeita , 'é0
juta vae indo para diante, a peiíta quee eobsuP sé tiis
obrigado a pedir .uma aadifeocia ao impetaddr parn
se queixar, porém não sai o qnon'ella se passen.
• • nmmnuK. ;» •
Pelas ultimas notioias, qne'd'abl vieram, tejó ifatê
a nossa industria è. o nosso ee^mereío vão* melbô*
rendo ; que o tractado com a Inglaterra ieára em
embrião ^ e qoe.do Porto já Sínbam Safido ttee navlbt
carregadoo de vk^o para a GMna.
|>ens felicite o men pain. 'Be T.'ete.
aio do Janeiro 1/. de BiUffO de 1044.
. ..^miva^anlr jájflr^uoso oC^iMaanarvEeiaor.^
Mwso. Ds vn&Am ba» savavasi
3031 A BATATSi é » uniea planto enja ^eola leni
entro n&a oaoa demnatiiQoo, esopédo ¥enéor' por^ bai-
xo preço. O metbodo mais simples par» 90 ofia^ obíe^
consiste : em lavar ^^ VWÍ^% a|(ua4 a^ batatas : de-
pois ralal-as para dentro de agira , passal-as por um
peneiro^ .qne deiaa safr« a ^uià\ relendo Wníc^a
as cescaa emois partes impnsao* Quando* a é^ertrcãô
^sfti acabada., decanta-^ea' ago», 1ava*sé a fiçnfa»
torna a d«cnnlap«4e ,> e isCb até *q«o a Sgwa não l^vO
iceisa alguma solnrelrdo pretípêMo*.* deps/ir soecfai^^
a,(éc«la ao sol, .ou n'niha tsiofii:^ .. . * ^ ..
A fécula assian. obtida apresenta 'Um p4S lmpafp»v«li
REVISTA UmTERSAX. USQONENSE.
517
tfcryiUNiDO coBsertindo msua alrura , um peq«e>
M «ér «gatada» -
' JBal« pó labem Mm .tfue %trre , nSo s6 para cal-
do» e ovtros uaos d« menv mas também e optiffia*-
i^eile para gonima de camisaa e de objectos mais
Ikras* Idâéro Joté Gònçalwê,
' 3032' Pajkeck-nos importante o assumpto da se-
guinte carta. Objecto é este», nao $à ligado com a
propriedade nacional, mas mais intimamente com a
^e uma nossas mais ricas possessões. O mercado dos
i^stados-tlnidos • já hoje interessante » pode fir a toj-
iièr-se de incalculáveis vantagens para a nossa agri-
cultura , e todos os esclarecimentos, aobre tão ponde-
rosa mâtería sâo dignos do público reconhecimento.
, Sr. Redactor. — ÍÍQva-York 3 de março de 1844- —
De um mappa oíBcial das importações de vinhos nos
Estados-Vnidos d' America , desde o 1.* de octubro
"de l64âl a 30 dfe junbo dé 1843^ que se formulara
para o senado americano , extrai eu o que dizia res-
peito a vinhos portuguezea ». onde mostra o $ustó do
vinho da Madeira . segundo a factura , o que pagou
de direitos' específicos de conformidade com a pauta
die 1843 4 hem como o seu equivalente e direitos ad
valorem. O resultado do meu trabalho é o açguinte;
Màamã mncÊíX m«> montatl^is ihb Ttmida Maniaoi-
^ou nat. .Ktmi»ia.<pirn>oa »'A«aaicA afetoa o 1/
aa ocTfraao b)bI842 a 30 db jcimo na 1843.
QoaKdadet.
Direito.
Clal.i
Valoi
Imp. dos
Direitos.
AJ| correfp»
ad valorem.
Madeira.
am^€lir<3d.
S949
«0751
3369-4 Octa
£6 "pie.
1 .
P«f to 6igar<
rafa^.
ik35 M p
..*3«a
624
1Í4--80 .
w 3 .
I)Í(o em cas-
cos.
al5 » ">>
S8593
35714
5l99^t5
16 ^' »
PMtobmefl
•ii^
M354
.9atlf
18a6^55. ^
90 3 *»
V. absevrará qtíie o vinho da Madeira vem eoCado
aai preço exo^Mtanfta , que nio è reai , e pro«
yém do oostome que teem «a aossos negociantes ded^
aigiar aas ^alor éettefb> nas facturai^ dovinbd qae em-
barcam |Mir^'Oa Bstàdofti-Uniyios , aa idéa de alean\ça-
reia por «sta meio um preço maior. Este systema de-
verá aar abittdooado ^br ineffieat, e tartei perdieioso.
^O^ralar do -viaUo^dà Madeif^a nio é regalado senão
paiaa exiattiioias » • preço do mercado , com referen-
cia* á reapa^lKa qtlalidadfe; - e se porTtentmra «He vier
* ' F^S*** ' oa* latadoè^UliidDa am direito aã vàím^em ,
emvaa da^om tfxd, entio a diflerença no' valor -que
as ttttmns Mía-da offeracèr, dará motivo a díividà^ e
difltoartdades aas-aftedegas ammeanas ém préjuho
dos interesaes dos possuidores d'aqoelle género.
BBfpir a V» queira dar l<ygar nas èotumoas úo sea
aeoreditado Jornal aeatab^ail&haa idéas qoe eoKto no
imaraaaa éii$ neoa «fwrrfeios. Teivfio a honra 'dte ser
da V. mttild alténto venerador e criado. — Um Ma-
dciaenae»»- - -- ikaTaurar^a^
VARIEDADE
CQHMEMOKAÇÔES.
16 l>a JufTHO DE 1647.
l>/SOVAOIA XATISH.
9093' D. IcNACTá Xavier, que por àppellido nãdi
perca , foí uma dama bracharense de muita nomeada
por sua sabedoria. Contam d'ellaí ds biograpbos que
narbetorica não iinha, inveja, a Cypriaao Soares, na
pbiloaopbia. egaalava a Pedro* da Poaaeea , na mathe<*'i
matíca nio ficava abaiio de Pedro Nunes , na medi*^'
cina* corria parelhas com Rodrigo de Castro , e em
hiitorla dava sotta e az a uma academia real inteira.
— Nao deu á luz obra alguma, ainda que consta qua>
as C]oanp4s • a se noniéam • ubm Arte da bem fallar ;
Antiguidades de Braga ; e a vida de naa venerável ii
matrona , saa eoatemforanea. — Merrea a 16 de la^ .
nho de 164T.
Síc transit gloria mundf.
/. H. da Cunha Rivàra. <
■ jLyiMWkMimoAÇÃm abAariVA.
3034 Ao unt a jadictoia|Britfea, qae^dtaMiiavanoalatiaot
y» .publia(m «a a Revista iMieerteU LUèênsme^ a«*, 4S.ar. •
tigo a0i9, nâo deixei de eauKar , por ver que uma obra tio •
inig^flcaDte mereccn a lua atteaçío , o af nidòeAido « V« at'
dietas reflexact, que «obroaig^nt doa meut renoa faa, B&crr
poaso deixar de diíer atgvma coita , - para qiat as .paisoat t^ •
Diu toem coabeeimeBloa de latiaidada aie aaoieoailderem^ifao^^
rante completo daantfcta^ qao ensiao doado X& do juuho da *
1857^ o qoe «tludo.dcade 4 de octobro 4e Í8i9. Portaat», >
0 que vou a diser , nSo è pam coatraríar a V. ; mas <mra.4
moatrar em quo rasSes mo fundei para compAr etaes venoi. •
; Que eu meimo nio approvo '* PtmlitMie poãíia^ to.vé.d!oi-
lai palajrfim dc^m^ prologo, pagiaas «ote — multm in Prm^
lusiamxfúèÈitn «aas lamln» ewpeHn^fútuiêeem^ em ut eraai
imper/eeta relin^uú , meliu» ut- hme ab 0$ qum êe^uuiUur diã'
temi peeeint. Perdêe V. que ou ftradusa para íatolliureacia
doí ,què nSo sabem J^atim— mWa qt*e eu pfdesee -iq^MfMr
multai coitai m meu entmò paetive , et Mre imperjntmt éú* ^
me estatam , afim tfe que melhor ee peesam 'distiaguit das pr*'
çoê qoe ee* lhe ee^uém. . •
é€omo«fiA poiaivol a um homMa qn» naaoa havbi failo aai^
sò.veiaoMiao» aaortarlogoao.pHaaipi^^ N|a^a.dvfid»qa«<
podia aperfeiçoar a sua obra, .quando a publkMW iimcta côas »
outras, isto éo que não fii, UModo de yjnceridade, porque^
01 sábios' intendem o meu pensameoto , o' T. melbor que
bíianiem.
If Ota y. a faNa de tmvemeato em aiffnm doa «leas bezA«
metiot ; eita advertraoia me fea o dostor f^ieemêe Pedra iVa> .
laêea da Cemhã^ o uauí »$ iieção d'osto ^aaHMP ilOerálo bas- .
tott para eu m^ opieadar^quai^o |dq foi possível, y. bem m-
be que nas nòttás aulas Já «e náo ensina â compdr , mas sim '
a medir versos, e d*es(a falta resulta o que me aconteceu. '
Portanto . n*isto ramoa deaccoMo, atiidá que a Iravaçlo doa
hoxinetroav aiespio em irrawtes poetas , aio é exackaaMate '
obaanrada algamaa veaas. . J>ai<«aoa poite de leíerir ezeaiploa. '
Nota y. de errado o seguinte verso «- •
^Cor^amf ifrdgat ete, discada qne .alo se pddo admiUir o
choreu ou. trocheu. Reipondo a y. com o verso Stl do Í*
liv. da Eneida/
, In»tílÈe'Iòhdètnmagne ete.
No meu Terio, p^a figura dialepha aSb absorve a vogal
seguíate^ ao quaimilet yirgiliaa'aqeeltaltígardaéalogaa v. 41, «
.C^|osdi,.tfílRsrM, «//na a^c. i
.No ¥0^ S8L dp i«. i.^ das Qe^|i4ia«i. i
Ter ttiHt conati impenere ete. ,
No verso 437 do meimo liv.
''Cfkuev,etPàicpcÊe,et incdMéUeerhdi *"' ' - '^
43 * a
5^I!8-
RlâTIâlTA UMVEILBiAiL LKDOUEINISG;
e em mullof outros, ii3o,de Virgílio^ ,mM de onlros poeU». | Jn» §» nãO: perm^ttíria y... s«»»'eilÉr*i< âSiitaste á Mcre-
seguinte. O mesmo fia ea
Isto mesmo se (M% hner no/verpo , qa9 Vi" apontai ou mt«
nl^i- obi» -^^ Tum mUfutous ^jMo db at<n'# ^^-nsndo d«oiK»»
lepba , oú fazendo a proposíçito longa , vista ser absorvida pe-
la ultima de Âpollo, que é commum, on pelas^ seguiates ra*
lOes.'
•Melker do (pie eo, sabe W, «pianlD é extliiiifa •a> Uberda-
de que d&o .a^ llfiwas doreno; coido dicia llirgttio,.. sem .«••
tajil>erdaid9:.-r .
^JUtJãtut.nioeym ipúlUfiiUnf hjaeinthát oa eclog. $..v. â3^
MmnfribuM t^bi pantpinee graoidut autitmn» ? Gèorg. 1. 8» ▼. 5"
'drnere erat: MHmqué itutnte^ Marte viéeresfBhtid,, K
«i y; «7«.
B' sefTttftidé amesmtt liberdade, que BtiMtf o bSo dttvidou
dker , Saft. sl w. 7/ . i
{Quem p^e negar, que taes syUabas-sAb bre^s^ e qqe os
«iictores pela ftguia diástole as fiienun lotuen»? Foi usando da
díeresis, qt^ eu .Os Irisfjrllalia a palabra Imgim, que lambem
léi pòlt slmfrèse poderá ser de thms, oueu me engano ; apesar doa
auctores assim a trazerem, ée certo, que diphtongo não ba
aqui , podUUá Joteaiito sêrUqnitht a^feUralW ,'.dé tfiié. lenAs
alguns eiiempJoi.
rTnea eftfiliraçte \ e^aio.impngiMç^cit «o i doetissitiio Mtifh
da y« , Al MCMiarias.è um èomn^ da prínb» proliwaeu O
giBBd* amar, qiMi-a«boa.QOiim«fiuaaa* á liã^ii» laUaiLioa te
pabiicar aossas idéaa; íMm «Ma; dilRMaqa (pov^nr , que» aa de-
V. s3o bc^dcB de «fslDtv e.a»mi«bàs% sAo respoalas^edía»
cipala^ staipva amn» <|e,eiladbff^ e apprendev dos^raadasi
mtalrts , mormeate em mb objnrto de laitia eonsidaraçàb, .]!«»•
^«aV. 80 dignmpMbliear eitasmal anuH^ *>*■'>** i P*^
qvt « Jhiblico aâ^fjft , a oMbe0 am ad^.dois* «maBlcfr dicltfs»
«Ui.pelaa òdieziiê dorimaMttal iViígilio:
CttUejgio .da S; Hatricki , ^. Padma: i . . t
•kUwleaciy «««dajnBb^deiMé; i
. De V; -at».!
Í«8I»Ò6VA. *
] 9#3S ' Sonv man^eir^ penhorado o redactor com a
Qj^bai^i^^de, da earta^iuprf^ e salísfeitissiino de tor
ejDÍini encontrado Qm aoctor» a qaêni*cn|JQa< (H^a^
Ifr t imIgáTel BÍoiiftnila«Mn«i tMlAiáecesafe» «oommi-
praM iiroiilav 'de«ni«lb«r^'¥0iKlid^*ciiipr«g9ria'eslo'
espaço eili recoRmuendaf ao tiilgo fflterarib; oomo
exemplar dè 'di«pnta dores sensatos e honestos / O Sf.
ÉhYtvni' Bããtoi , se 'as pequeirás diívidàs, em que ver-
si^atdiacv^sãpic ni^r .(^ace^eaaafl^ide a«rt ^ModA a^erí-
gvadas * -^úêo> pon jularesse deanor propiiiri qii& De«
nfittfnp deii^'0 tem , — ^mas e«i iieifHkio d^^este; já bm
j« tão dcspfesiado , ramo da boa IrCtetalvrfv chamado-
Jitinídadef,
l ]$i^-aqui.pois^,lÍ9 mais apertado reasípciô pqssirelvai
i¥))«M«M'i(Mas.»soiife o.pontf^i.-^comô^ coii^i\ÍUçAe» e
fiâo 4ofmati.aA«ffíè««eaM» a«:noM0/araéitOi cormti*
pondente.
. *^i A'1ic«irça«pioeti(íb; á horariànà pôCvf lot '^giiMWí
«Kâehdtnerá' pat^<l ' nds leigUíaès ambrtdS( ém qaai^aer
língua, em que escrevamos ^Qçaiita «9 qttev^ pensii-
JOMie 4^'. ua9 4^ tfépoa^e figniras» que^ ao pf&aaa-
MMito «•i^r«Aumu:poMMl^fmDOs<|iie>-^tim:.4|iiaiiliypo^
rém á contextura material íloi vWatelvs , á mecha-
Bica da sua sintaxe'** a« modo pecitfiar da sot cotlo-
cação, intendemos que — nilo.. Muita coisa .ousará na
3IUI lingoft um ^gf|»ho»«ceadoc, qii^ uqi estcang^)-
|uma toversõo qio a' essa ; língua fosse estranha, oa'
|a introéuzir-Ihe uma palavra nova , embora dedusid^
^e boa fonte, conformo a todas as regras da deriva-
ção, e ú^ a««iaigia%ael«i nft B«a -aantldor e^ali^mces-
saria,.. i quanto mais atadas nos não (ibam logo aamãoa
'.qtiándo nbs houvermos de tomar com. língaa', nâo s&
laHieia senão morta , exoiB^tafcimmovele sagrada?"
jMasr. diz-se, àS systoles e dfâstolifes, a conversão das^
sylbbas bi-eresém longas^ e dds* longas em breves ap^
parecem ^ds tnelhbaes poetas* do seeulo d6 Amgusto;
'c nós crsando de s^y^stolcs^e diaMoles, mais- não faze*
'mos doque iroitd-os. fiiVagni a nosso ver , onde é
oiitrá ve2 imfkplertsavol distinguir:, todos os vocabiw
lõs que esses donos da su« llngna transformaram por-
essas oo-ttuaesquèr outras- íignrai da dkça^f, todos-
esses pés-on hemystkhiôa; errsdos., segundo as rt>^
E'as communsi mas porelfès empregados, e* como
es; fegitimadoa, podemos ' adopta l->o^ sem nenhum'
Iescrnpit1ó;.mas nada m^ír do queadoptalros^' OTmi»
^al-os pára' ot^tras bypotbeses; pof^ m«Ss perfeitamente
(análogas qireelías nos pareçam a èsse5<exem'plòs« seria.
já abular-' dã Hcença. Se algum poeta romana fez 4oq-
go oa^/ embofa^façaqcemdaneeèssidiídeao^vir aper-
lado- loim »uki nas » -por ismm gae a Detoo5Ídad#-.
^ apçrt&» qjo fiiça o a^ lango aó potqve Vivgiiiv liam
uma vo$ tongf .a primaira de j^itrtfiKt -
' £&taL. cauieila oksfirvacaja.^emitfo rif iporUi mirdar
tos de nielbor noU fuindç poetasam em latim; edu-
idamos-daqiio emâamatfaro, Aootano.' Yída , l^ra-
castor , retFoaea , cMitrontcirOsel^ia*, oMiigero , tSi*
bier,. SantoMiU MÍII0114 e ostros de iOgfaljiiicx.M! cai.
bonlreum só caso dep^lavrai latina poreUes»; senabom
f clássico exemplo, adulterada. Asigoras |Hn^if«o'séA
(innniUeni ou so «eéreseentam letlrfs no priaeipiè. no
)ncio4)u nojflmdeumviocabuílo, tamben^^haolutaroenta^
tão- são erros :^mas assim. coroo |wrto, $$elo , mármor
tái^ qu^ poetas nossos Cjmpregaram, nip auctori-
tir4am a um francez, 1 um jtaliaqo oa> a um pottegvart
ao dúzias pacè escreverem, por exemplo . jktíêo ptfr^,
MltltãoT^^fío por hôrrídò , ou pagin por pagina , as^
km» e sanita menóa»- por Vii^Uo. tea^sffffíplaaáacíorMi»-
^pr a<u;<;tt/(MEifjn,.;nÍ0 .podctremoS' n^ esgae»er >niíi»f gnms "»
E' vfMiciiíanmi. Usarei, cqm >extnem» naeeesidaá* úm r
agí^ga admt^ier ppr aémii,. pqafuai d^£«6«d» a. U^^
.;.mas nen9.por.isso favef ,: Í0*amari^,<m(mer%
; Baça e^e escriipuio pa? ec^H^s^ Jiaver , w»i|omoUe»^^
le . ra;ão, — N^s não faliao^i -x> iaiim.> mkh co^bei»^
moa» , nem jápoderemoSradiviiiliftr^.>s«M/piion9Mm,(to
aeu çuid^vivo. S^*no&vorsos^)aMBM^q^Àtet»ao«ooÉ»«.
iaobsoTM^cia d* todas aSv regida, ; çiiiniaif Uiva» fr^*«
SuantejiiKeaea^ em coisa»* d/oqôa inpLliairlmiio^ott uoaiflM-*
ina.roflsaposeMriam^ e.q^e. a GkerarUrMm 'dMdrc»»
Klos; na. fiiua. cadeira curai ,-, lyifumiOfom^Ttmmstrku
». Mrig^.cm.iios aicemesaando #ofcjo»ttditn< iwítUk
fcôea?! . ' • ^. :
■ l S^bemps n^s .finalmonte *o oornch tod«B e^sea ymtmk
fora do comoLum • comppaiM 4Miv..]|oraofoi. parVârw
P"io ou por. Ovidío eram dodamadoal iSabaMas^V^
itorquB ellea'e oa |euft.K:oDUff9a|ic#aji^nii9liaparaioai-<
erem^8oaf«orioi? 1 Poderemos sequer affirmaty.MMu
REVIDA ÚlVlVftllfeÁlL LlSftaNENSÈ:
519
pftcDá cwlíckiick, qof ess»è sylUhtB b^ê^res, qae mór
jalgamott terert-gkio *10Bj?»dM. oo essH Ittng»!, q»«'"
MipipoinM' se alMf miMBi' , p^à^o^tam rooimeitft tinifr*
Ibaiftte meUmorpliast r i A»«iin ^j^bo* o »mo*W»áÀiet»^
aéiBÍtte oespondak», isto é», pód% l«r<no togin *>
dactyio dorqmnt^pé fift espenttteur» nio ctb»na«M
i^'*ire além d^eapaiNleos^ a dactftta^ oufrM gdivna»
d« fés, c»Bi<^«o filiai st adinmè.alfM^itf'
. Ê verdade qm os unicta hmaeiH^ qoB podarônn de^
iFidaíQMite áfaliair «lies erroa.dâ «asav-malisilbatla-k-
tina, estio mvdos, enterrados » desfeitos ba mttHM^
s^olott^nradUv tnterradoa edosféitesaténaouICimo;
• ás orelhas dos que hoie irÍTem , por mais que bár^<
barísenios» ji<veoni isaa 8e<iiio fáténoiíbvm^esoalidalò
^mv: ^masfMWiieH«re8iDa'^04nlv.s»|Nela':etctekiHd4
não .sermaoi piin»doas« nem.éeseabeitoaf B»sa niesn»
impossibilidade, qoe umo lMgé«Uci»s<dei|ifttnf p«ius
sao (íror, i iiiim«é«nti««r9t»eDt^para qoo lh'o^»^rw^
peitemos? âNSd tama fiiigraiUfr«ouUradi«çqio,.que no
actovRieaiBO on»q««te9laaM^ tffbvtaBdonm^ evito litro
e espontâneo «s-nosas ro«i«ia»/>lhfes»fa^aa)0»*ÍD«iiioa
e esgares « porque, diiemps^vdt* esti».coa«ocliéas
ena 6iM«aa , ofr>sa«ii oibos «io àit pédr^o^nia' Ébs
enxergai»? ! . . »
• EisMiqtrí^ .eiBmi»lottgi dò^w toncioMaVamoá^-a
aoMaoandJda rofposlaw.A^oeiao% q«o sobre eMa^ièv
o Sr. Battos. será sem duvida, a aaaff^MU»todav por*
qaw nitigwim i»fe e«llÍM..ooBi maié fá« nHa^om
Bsaâs aiacoro^amUTrMlé gwiivo^^éiittera^an^
UUCDA NAQMfAL*
. Vi :
I^eifarfe^me Ogttn a fánláiín
'Jk^yMk c<nD V^iier vivo desterrado'
Po bem que n*oolro tenpo posmifr^ '
Ufint sob^atndo A^Mioeta o que em Veitéia se admV
fo^no^soetilo^ X¥<l..--^]>e'Uiii lado <r templo deS.
i.- AHí Te>»aoBdiifl«e.deM|rlorii9
^ ^ . ,._De^giy|iuuir qiei ârn>fii\*a, mudança,..
' 'Que-faaa íragil vida IcansiUria» . .
. (OArilái;wJBlegiaHa|.>^
:.9ÍSHr O^ÈêL:^.c0m}iéféfijki§mgMã^> 4ardnÍft^~os
900S raios sobre Veoeza*
ilforguibosii -aimb^fa; do Aértatk»» fia^io^iie ôá, ea*
tíi^deoaUa.dojOtttigo pod«mov e «sppitMtli:daiaii|bco«»
TÒ9 Ao.9 miret>faelat Mf «(gadorea}f>orHigiMaKS'*-»qoo4
haviam do ceder. 4Q8 twtov^a o bratoeS'^^ fonsorvovibj ^btfres^ S<ebastíio t*Ul\ AtoCèifid
^MoMWis ondr se impetrava a justiça dhina> pe]a me«'
ldsai(.So do b^iu^ fivangeiiftkft proèeetoi: da* cidMe . -^ da
joalra o palacSo^^diMBl , em cv^recinio ai^m^is san*
|cia»^1eia'd<- equidade eram cortaadés^por aqí!«f1eá' que
' * everam* velar nv^sua goorda , -*- o doge , o^ sknkúò ,
iiifiifieidoré8'de:ekiwl» , co«»elho dos dèzie su«'
perno ,. árbitros d*esla republica ,. mais cruelment»
gelada V -do qoe o^secia. sob o despotismo d>e' nm ti-
jrano coroado : — d*aUt> oodéirainava o fouát6, ii^de^-
jvassidio e o or^Nio^^ ^''pesaatff por pec[tena pon-
te part umlogar de miséria, «sbrdvidae e opróbrio :
|— era^a prisão de* estado fSepavada do palácio pela
Icelebre' /Nrn^e doa««u#/it>ot. -^N^>mele de pírS^iiv ^^
boilidò i<:6il«tettà do -leiei, ap^#eei» qaolidfannnen-
le um vulto sinistfo, coèene do luoto, otitltunídó o'
k^ilo ew wnaf mseero" ei ermádO'^ ipiiuliàl ^ .-« o seu
kniater en uaegMfU' mais' iofattfe qu« o dó' carraséo
|-^chaiiMT<m«-lbe e<&rtfiw , e«eiet«tavá* as ti^an-
içtfr parrtieiílaree 4kM;o»ieHi» desces , e éos 'íoqtiisi-
idores do> estado.
Péf é*' é itflMéri*irait»s pvocQraf («itia 'pe^«Ba «sm
terte da»«ponte áa-^Pofflimi .. .. t «
! O e«t»vidr de marade^ aSe - âe^mtkiã inora^i^ ia^s^l
iénlo ! dentfo^lgtimea' poit#<«as 'e^assenlos -raisos, dois '
bofet#B , sobre ^im dtts^ qnaes uiir espelho , objttio.é^r
jioiieo preço- «'aqoellat oldodo/.e* um retrate dtcfref
p. Sebasbíão com tosca moldura ^ " .*. '
> M«et« ao hofete^de^v^Mo* e«tão ae^tedò^ dols^bo-
jriensi d«-edède<'deaegu4Vl ; mfas^pt^as ^ feí^õesn 'éfo^Mèr^^
^anoês <; ; eutibe»' hnpnnbol— mktto^ > da clrettihstiêé^io *
p^rtúâús ; e tdt v4vacidad« dos 'Ofabe». -^ UÚi -litàir-
|;obo^> reslid^ á fra aveia , aeabá dè entrar r os' dois
âe-tlenatttfBttQm afiert^odo^os punba^s oetn ã mào^ como '
<iuen»^se-atteeèia deialgutta aleivosie..
-^lE^'3ti^^ r perguntou o^ecém-^h^gadò , fat etido .
iimo^levo'fn%li«Kiòitf dd'0^beea<s a poiaadádê f^antaX^
leio Peeséa J ;Será4 algum Aa^05»a&Hnertés^^o céi^alhei-
\o qoe procuro ?
I ^^-"fiuí sbtf (qiithi ^boaeirea^ f éif omlétt^o «ailHá -iooçcf,
1 o<<tés senrborqoém sofe. d*6nd6' vindéè.^e^trqmrflm'? ^
; -^ino 4)Oino é P^ro^Pantoja ; e^^^f^u^dÀdM lÈld 'ser- ^
t»^ dosebbop D: Cbi^stofan^i ref de-iPoHÀgfli * tih--^ ^
^ev'o>«i*ncM)Oifa^6itdo» oma pnoMnda vèn^ , e>i^ô^ ^
« tlo'd#itivar'Oi'górro»(le vetodo^^-que^tMitti nutabeçá;:'
{lepola«<eoiitifiati«K: — Venbo^de^Wrtó-pW» MWelft», e*!
rego- pAra rt- mv unir carte do^^mdite nobre- o* leal D.^'<
loSo» de* Clsaro i eons«lbtel1íie'dè'e«t«dto' que W dés s«^ •
aíaáii ooièMpiMitiAo d«>gffaodeaa como iio»dio9'4e gl6^
Tí^ -^ fio%- sefm> bclloa. .caoaea so^ espetba v^r palaeior
d^«aettlioiiea fafplenioer «onde a maipuiliaeiíci» eicedk
o 1 gdate- 4ciltooda« mosiqnof^enm^ todavift- olega«lflO
— r« íM^ooÉordaeoipeHaMei-.gethjiiat.se.' viam moitas
gôndolas ricamente adornadas, e se esoubivdii» oamBia
betMeiJve&acíBp<libIiia|)of.e dPc^Á^idsM ...canlMloá pelos
rudes gondoleiros. — Uma otdade populosav,. trtnei^
iando por pontes- e casacs no.ia» JOf aw»^ nenolo , té
um objecto (ao original, que. fará esquecerio viajan-
te todoa os logãre» do mundo , embora não encontre
etn Vei|p<emitft.«í^çosas e carroagens magnifica»,
qae sio abi dcsnccessarias>n -embora não de vise uma
fevca de vegetação, que li estí^ o-coBtiaente para a
Jaastecer de Iroctoa e flores.
'Aftría -eiHio^o eéd>^edfpele^'dé res^'cs^fli(è^còiii
passamaneir' dé "pMlst', "^e ífrod n|n''pàp^« feèbètíà co<n
um fie^dè setfa verde-; qiib* entregou VPatiCàtibSo Pes-
•> ] sôa ? esle passoi»^lig«iMmènte«p0lbr oihiyt -o^ioHtb^ú^-
tft ^ #o do «éeorfpto >, e'^è[folb ^è1t«ndo-%e yttk^ tfeti eini-
%Q , disse : — Éscolae, Abtonío de BHlo ^ o que^^nos -
dit D. I«kft^e fèdoqde se^è» - ^ '
: « Mpoísi^dai jon»li^ é^tpedftão do^D/' ^íêXMo'ú%
IfonezM dP eestfeí de Minarem f SW; a 'proènrar ò hssso
jlioni-teiDa Sébdaflbd qié€^'9èdhféeíU¥ afH?' nfeten-
voM^^iduramè n^rvoían^ès'» bayitf^aniesntifma-
(at pciréttt^o pfcdre ff.^EíitévàfAir Gairètt^^ da^Vamr*
Íia ' dl»iAa«Éf akfe,i qíM^aqtff reiidèiia^ «Badb 41ÍI Niinw
?a^' vefb >hoipe«eo'protBitrát^miê,, etem^^indíòibsno^
oe^leMIa^a lá q^iiie'IMe^/ inbnfanifo^iftét SQ(«i-
h20
REVIOTA. UNIVERSAL USJSOlHENSfi.
U9 prí)pho«ia3 qnedio como vivo o De^^fad^i ^^giunas
das qufies , encontrada» eolre ogpapoís do um noiro
de Granada^ çom a daU de IMO, são de U1.imd«í^
Xà claras que me pareceu bem mandar-vos d''eUaaua
extracto,. (foe. incluso achareis. Por oude esporo em
NoséQ Seiíbor « na Yirf em Maria e no. hemaveotora-
do MarXyr $. Seba6tiÍQ , que amda.^rei • com estes
olhos . pecqador^s , assentado no tbrelM) de Porlu^ai •
£ncoberi*>. » .
. — A pi:opI»ec4a reza assim > «onliiiiittf elie .tonaede
outro jpapel aenexo á caf ta,:
Lá n'esies lempos^indokee
: firandca feitos $o veri»
etc. etc, • ctç. í. ■ »
> — ^Oue diíeia a is£o?
— DigOf r«apondeu AnlODÍa 4eBrko íímenfcel, q^
nad^ creio, sçnio o qae.vejou > . .
— lias ^.tornou íanialeão Pesada , não ouvimos a^a
a narração. «l'esso homem qvB àa. alguns mezes.cbe*.
gqu a Veneza, enviado*, como dit ser, de elrei.D.
Scfhasii^o^ e qoç ^fiap^a sor elle. vivo e estar. pr«u*
mo a apparecer !
I -^Qtt^. credito merece esse homem que 4em atra-
vessado a ítalia como mendigo, com oa vestidos desr ;
pj^çadoa , ..e a iMi)ba crescida como um ermitão
que chçgaflúdo a V^inefa se foi alcyar na CMe Contarir'
na, ^irr^ ^ê iníemia e prostituição, e qtiQ esco*
Iben pçr b<^6pe4e~ Hm miserável cosinbeiro , Misser
Francisco Chypriota ?. . . • •
-^Não continueis, atalhou Pentakio com o aiibilo
do quem acaba, de tomar iMn9 Resolução , é essa. uma«
censura que os .estrangeiros nos deveram fazer , mas
eu Vou ,ifQpedil-4 para o futuro ; vou repartir esta
p^quen^ caaa e o meu parco alimento com «envíad»'
dp eirci , e. ^radccer ao pobre chypriota a hospita-
lidade , que . só elle« offereceu ao^terigrino.' «
,ra a partir» maa reparou em que e j.oyea, portador
dt carta ai^^a senão ausentara.; voltou e.disee-lbe;
- — l^W8^é yiettes.a Yeneia «6 pior esta carta? —
l Esperaes a resposu ?
-^ Â Â ^^ ^<^ dÂsse qoe^ era «dental do. servi$o de ai-
rei .! ? — r iorpeu. o pagem , picado de aseim vçr meii#9»
cqbada a soa dignidade át corteaão . ainda , -que sem
c4rte •'^vim , proseguiu , como addido a« muito w>*
bte e eicellente senhor MaA^l de Brito át Almeida»
que foi ya^Udo de D. Antomos e hoje é ^embtiixador
da^D. Christovam. D^pqis abaixando a.voz e com ar 4a,
importância, como quem estava ao cat^ dpa aegredoa
de seu jfnot^ continuou: vimos solicitar a protecção
da republica e do papa para a restaura^io de rortvri
gal; maii Cacii .ag0ra pala mor|«.de Fillíppe II, qte
já conta dois mezes eianlos dii|s de sepuUiu^a.
. — Offerecei da minha parle a yai^uel de Brito rosu
hnmílde poisada:, e vós, Pimentel* ílcae para o re-
ceber; eu vou aonde a 4efer me chama, Adeos je-
nhores*
Chegado á ponte dit Palita aUigon uma gpoBdola » e
Togando pele Cima^of o , calcançou o arrai>alde deno-
minado ^drit^ Coii(0i:titii : ha^ro feia e hediondo:. pa-
recia que todos os fl^ge^s lhe tinham caído; a. guer-
ra, destruindo 4>s adiliçioa gf,an4es, a peste, infectando.
o ar, je.a fome copsiuníndo o> hahitanleS); isó rostos
lividoe e:o.descá|ro da.deva^id#a ahi, se eiicontraRa,.
Pantfleão camfnh^va ,apfe«sado em demanda da ca^
do^q^Pfipta, ^ne.iirere djçsçobi^tt. líma<.p^qacn»|
poria,, por onde mal .cabia um bomem curvado-, e
uma fraca gelosia entre paredes griiadas. edebaiio de
um tecto emruinao eram o panna de becca d'estethea-
tro; dentro, via«»se ama mulher. asqoeresa , cercada
de qiiatro eu cinco creanças • quasi nuas e chorande
por pio: era a femiáia de Franctsce, oceêinheiro;
o qual estava -sentada em o unice escabelo qne se en-:
xergava no acento, jnnoto a uma porta mais.pefu»*.
na ainda do que á da estrada. .
•*-»^0 nosan homem? lbe^pergaato« Paatalei#, en-^
trando.- • ^ . '
'—'Está domindo -^ respondeu seceamente o hós-
pede.
: — Nio importa, necessite de* fallaMhe» .
«-^ Abri essa poria e eotrae ; achal-o-teis a' esse qonr-
to — único que temos, alim dícste tMidc eu durmo,
minlMi muUftcr e seis Alhos* . • • .
- Fantalefio , já quasi aoCDoadu pele pestilencial da -
casa , abriu a poita e . . . .,; que viu eále! Um cabi-«
culo escoro, fétido, sem- hit nem- ar , e aobre uoia
pouca de palha . o hdmem 4|tte precorava.
-^ Senhor , sai >d'.este» logar.
Q desconhecido aderdeu .sèbremltade. e. erguen-^se.
— Quem sois vós t ... ■ Ah ! Pantaleao Pessoa
' .— TSaá'd'este inAsmo^ senhor; qiiem^quer qne se-
jace , vinde tebitar a minha pobre casa , e lá nos re^ *.
>ivelareis se quiserdes. ...
Diseoda isto iet conduzindo • bomem wysteriosn •
para fóra.<la pueHgBv «..passando^ jnoala ao.chyprioUi
lhe deixou cair em uma das mios algumas moedas de
praU; enoattlnhao^en depuis para a feita principal ;
e já transpunha o limiar quando uma voz forte lhe
bradou de fora :
• — Larga esse homem que pertence á justiça :
£ alguns i^guazís se apoderaram immediatamente
do mendigo , sepârando-o de Pessoa , o qual clamou
irado :
.--ri Porque prendeis este bomem? — raça. . . . !
— i à ordem de conselho dos dez, inlerrompou
|>ausadameiite o cabo dos aguacfs, creio nio tentareis
resistir-lhe?
! Q pttrUifoez sábio* bem o que era aqnelle tribunal
fle sangue que tinha ^r delegados o carrasco e o
bravo; nio continuou.
^Sklrstf oivosso rei, Bnl^leio Pessoal — ezciamov
o desgraçado preso.
— ^ Aonde está elle?^qoé perigo corre? --^ tomou
PanMeio sutlmado, e fançaodo os olhos em«dorredor. '
-—I Está nas mios dos famiiiaMSda inqoisiçio. ...
corre o perigo de ser assassinado^.'. . .
Estas paiavras soltou o inoognilo delMtetido-eè «»>
tfe os oayões. que o arrastavam. -^ l^adtaleio Aesson
ficou assombrado, immovel , stleneveio mn snomento, *
— depois olhou em^ roda do ai e não enxergou viva '
alma; qoiz duvidar do passado, cdmo de um seuho»
0 alim exGlambu*: •
~^9oiS' era elrel do Poiiugalqoo eu vi eus taaita
miséria!
£ correu poea o caual.^
fnmcifso Mim Berd^.
REVISTA UMYERSAL USBOWEÍÍSE.
52J
umut
' àATtÚÉCtAmó ns AawoiCUXimLA.
5037 Ouynioe ija^ odiitipck>,<»»allieiro o Sr. Ma-
nguei M»ria Huil)e€he, nQOYidt dQ.^eju ardeotíivirao
desejp de vèr prç«pei;aida « «|[ricjaltura pairia, ^ venr
cendo a 8U« natarai roodesUa.se d^termioou mílai a
escrever , como os aeas amigos ha inujlto Ijie suppl»-
cavam , um maoual ou cathecismo dos lavradores.» ..
Tod^is as pesoas , que teiçm y\sU> ^ perfeição , com
que são fabricadas as faaendas do Sr. Holbecbe no
Ribatejo, que já hoje, dizem 0| H^tendec^r^s » pode-
riam servir de eschola rural, devem estar persuadi-
das de que uinguempodeiia». iQelbpr do que elle» ensi-i
.Ti9r..e$ereyeAdaaqttillo mesma ^qfiajia já-anno^ está
ensinando p.ei|p seu «xemflo. ]@^piri|o. cultivado e^fOr
fundo» invéoUvo e.po&iUv;o juncUmeu^, q Sr* Hoh
^ecba tem Bresenceado pela. ]e|lura todps 09 prQgre*^
^s ibodernJssimos da aciencia ^ tem ei^perim^atado t
julgado ps novos melhodos ^.. adoptado;, m^Uiorado e
ioventado ipstrumf^tos ; e, cof» up>a pa([)ii|iifiía'^ per^
ievecan&a.qttâsi k^eroicas, lueVado brarçon.bruçp com
O .raiperri[o» e Tfncidp e;,oQpveDçido,(|]ão pelo4 ouvi*»'
dos senlo pelós oíhôs , 9 ferrenha kiqt^df^iídfde Ú9
muitos dos rústicos sens. visinhos.
Com esta$ ;^^lid^s ,. com t^iHf - ^hvria , tanta
pratica, tanto zèio, não é mift9r;Serinos pfpphetaYpa-
ra predizermos com segurança^ -T^q^^ P«ov ff i^ibecismo
será upi dos livros mais solidaa^ea^e i«tej«» q«e jásiai»
podçremos annunciar. . v . . / <
i póbresivhos saindo ietavam^ :11o rosto a alegria e gr^-^
itdão , e a maia denm vren Ir çolòcar^-sé dianlé do
^Itar , implorando certamente « Deus a vi^ e proi^
peridade para quem Bí'aq.ueHe iia lhe matara afomeu
< CatBinftOlikO BA tOftZTA^IA.
> 'Sd3f NovAnnm se aeha em Li«boii , tornado ^o
Porto , o famigerado cnnirgMk) da solitária , que pela
mfaèlibrHdade das soas curas , tantas ymtés httfUaog
rccommeadadè aos que pàdeeem tão imp«i^no o fi^
«ijsto hóspede . .
Todo aquelle , que em taes cfrcumstaneie» » deit-
^Easàe.de sé áprévtiUr doesta 'i»tidhi,"quiisft'p»dlft ser
èom^arado , em juiso , aos slndda9^. • •- . . )>
fi a saa reiii^eneia aa ru» de-S. losé a:* S4l< h »
. OAKmvAMABAé
. 304Ô Coimrfi-iiaa que' o^ fanio^o Joaquim .lUitz (Sii»-
ne-assada , ' vehèmentemeate- suspeito e accusado de
haver moi:to.ai»ii»»raâ($ iA «lala ^ntíbM èaa filha^Ger*
Irades a £4 de abi^l ^retarito^i' (eoAie'eonttm(»fcrf)»>r-
ligo 29i4)^e ppeao em Lsboa (como sé laq na àiáigo
2M7), tém récofrído , 'faà4dadanieate ,. a algaa» adlna*
gados d'^âta' oídacfe paira serem^ seus ikefeasdpes; oa
dais' primeiros « qoq ]h'a tacasoVam , feraoi as ^èí
Adriano. Bmtsto de Castilho e ilb«l St»f)a> Jordío. da
Paiva Manso. IgnorBmoa se }i , a estas horsis , liaf o-
fà achada. Chincn -para a doacrai ,-4ipeí nao( é: daa
leves. Desejâmos-lh'o , e qtte seja homem d« (bPQasi
•qaaata mair gravv é UI9 tHaMf/ tatttormatoa: 9 «iai9>
urgente é a necessidade da boa deCinsà.. • >^
dBABLZUAllB ZXS|fU^I^ÍMv
fí^ommuatVado.j
.. 3038..JCoii6TAVi«ipa havia mnt/i9^q9cra:S€i^flnfí^§r)
sa dê Palme Ua auiadava deslribairj jaaa v.estspor se-
mana, uma ração a n^uitos necessitados das.difCen^stes
freguezias dá cidade; ignorava p^rém a qualidade da
esmola, p' numero, dos seccor^idos, »ologar eaaodq -dn
destriboiçSo: o aeaso m'o fez descobrir. Passava imi
dos dias da seniai^a ultima pelo-t^rgfx. .da ehafai^^do
Rato, e deu-^ne na vista uma ; grande multidio -de
indigentes, quê psya alli concorriam de todaa as par-,
fes; int.ejprq^uei.úm d'eHes qu^ satisfez eu aateaaug-
menfoií a' minha curiosidade.' t
. Çirigindo-me jo<m elle para o -pateo do mosteirodas '
Trinas^ ,e precencecí o acta q»is ebriBlSo;. eaAHicalih
yo. O pqmero dê rações, qu^aUi' se deattibuem pa-
rcunemente a qi^antQs appres^ntao^ hilbete^. aal»a, atf-
gundo fii^í inform*ado,^.a.850 e tantos, e além d' este
Duipero. aflflue Ssempre immei\sa p^^brefla avitba qaede
-ordinário é esmoU^a^ com o que sobra; absêmii que'
D'aqiiene dia 'o numero dos jantavea abegaoMâi ^
FQÍ.para,.Q[iím< muito arcada vel natar ti aceitli.e ben!
adubado daeomida, mas o que sofare lado ma ma-
ravilhou {c(í o bom regimento e ortfem no dislribaír
ê receber , sendo pára admirar que nem 9eqvuét ãé
percebia aquelle motim ou aua^ifra (]^Qa.< ondinariá»-
meote costuma bater aonde. ha concursos: é porque
todo, a^ueUa , q«^ tranatama a lacego , á amassa dia
privado da cbaridade: assisada providamla cujo bom
resultado nunca ae desmente, S. Ej;/ éu|llicati aftida^
o seu beneficio com a escolha, que fea da regador d»'
freguézià de 8. MABtediç.ftoe é a eaearrtgailQ da jsa-.
pecção , direcção e distribuição da taes esmolas. Oi
axvm: vssQBmMíÇA b» muco )Mnl^^
a04r No Btfamr, >raal' dá ilto àt^ Madefra»
fettioa a adeosaçio^r d^ifètita a edndeaMatfid á mama
:de:doi» harqgeiro»^ qaa Datiàmmeftcy nrticteada d^
'ttmlembaixadar ioglez , nd ieta de o 'iè¥a^elh^'il« Qer^
ra para barda àú v^par de guerra gkgérá, - onde caÉf aem
amd devia seguir vlafèm ptttfa 6 Iteiicò. CdM dsduta
accasadeshaaia terceira, uiti rap^áz; néiíorH MS^
-d» vm d'e]i:es qne saia ab^Wdò^ . -' '
Dâsej^niág bater campo em noSiíè fbilia papara fi^*
-prodvziraba o brilhante discurso dedefédsiilrdos^ráMl
o Sr. Francisca' Vfâira da SflvaBarr«da<i , }ête« a^^
gada, saidov pcmoa ha . áo ^^tttnw da ndssà ato1va#*
sidade r mas acoaséAaFlnos â tíêssos Yeftòí^és , iiaeprc^'
duredi lel-o Ha 6àz^ ifos Tfmndes que éelí&éole a
-tarailadoa áo séàaamèrd^ 4f6 dé êabéaais ^ 8 do- oeít
.renka» ■ ' .
• A par da uma naiáítei sagacidade ai^lbéntatl^tf^
mdstaòif a< SrJ ftifr^^s píe^s^iir uma rfea e' fecntiét
imafinaçie a malta aífcdtd: d'eomple!to d'et&eadai^»
-qnaada^ ' elbalmente assasoadbs pelo "temido, Áti
A*ellé am do^ drnameaiitos mais censpiciíôs dd nosdé
Xotar a jd bafe a realça por citoa do eommutti' úok
advogados até 4a eapífak • - * "^ ^
iiOirrATSiriOMiltea ma^MíÃiABmimsABx;
'^;3M&' PmtiAaik .em Braga tio nlfimer dè fííaio
aéf idos alumnes taifutá; dê ideologia , nè tycefu d'iiL
qtleNr cklade, pof neme Lourdn^o íosér Rodrigues d^
Carvalho: --por sua epplitfaclfo e bons^costntnèsV^^
bre liiadd Nm quieta doà eoitdi^ipnlV>^ ^ dtdfSèi^e'»
oriah|íitita'p»eda>«S9Ímo db magisteffo. Ouarsff ti)d«i
«8;qiia'iU)pr^etoie frequentam ^ ws já* fMiinr f^^
quentada como estudantes as escholas do Lyceur
!52à
HÊVISTA UMVE«»ÀL llâBONEIVSE^
coBcorréraid ao enterro: eram tfainhentM ou mais.
u: Não flára'^oi Fí atara m<«e. espontaneamente para
Um jcelèòrxrem sofeotnes execfaias. O sobredito pror
iessor. «5.: Ajudou a levar. ao fim o sea empenlio^ e
com a maior magnificencia^ «e fízeram ellas na sé a 3
do corremi ; eom laftsistMKia dé tiift» 0 ei^fpo acade-
(ifaicó e grande numero de curiososire prestando o
jclefo graluálamènlte ósseos 'Servicas^. ' 1
' -Ô .^r. Manuel Piftheiro. de -Áimeida e Asévede re-
-fit-ittdo istaf.aa Biario á^.Qwemp, que é publicou em
o seu nomerO/de segunda-feira ultima, põe - estas {Mi*-
■lapirasr — • •. 1 • * •- ' 'rr
'iMjt.,U«i. feito, d 'esta aatoresa nao.é individual, én»-
c eional; e çu rogo; a Y.' a graça de Uie dar poMci*-
« dadèi^e^^tantoé^r. possível i ate mesmo para glocia:d os
« senhores que tao generosamente tomaram parte n'ene
« servindo>lhes eête pobliieo* msinnmho de agradeci-
•« ãkeátQlparlaamlia, p(aitè'e ;da>«laase foe roprésento. »
ATXA9' A. PASS.X->k1B8.
>3043 No »i* da Procissão doi Corpo deBcus, vm
«ireiíifla* qu^ teria, de eclade eens oiieoa nave. anãos,
^csttiva sem pessoa .qiM>4 gilaridasse tioTerreieo.do Pa-
40 , entre o povo , paca ver *pi|S9«t a cavallaria :- cu-
ii^sa de a.conUoiplar .maia dè perto « e.não sabe»*
d0'itfitevcr.pe0igo«,.taiito.de;4dianlou, que a pata de
4in..ilo^,Gt^alki;9. lhe pisou- ura. pé e lh'o esmagou > 1
«ainda o ^ang^ue en rios atnav«g 4o - seu botimuuho ,
eaverAis^Ou : ; j
^..IgnorejÉoa.a .quom.pMteoGÂa, mas» segundo a ex-
terioridade , .desvia, aer 4k Ismilta decíente^
. ^3044 A RAliiBU>dD Bom Jesus de Braga parece
«Re«eer eia âreqneneiai, ao passo que outras muitas
«0 fio a o^b^s mt«s attaauaado de aono para anno:
•é pori|i^ o 4ÍU0 .é.das maisiformòsos de Portugal , e
A-arlAk ique , .havia muiio^ o começara^ a ataviair,pom
amiietr, «tmiero ainda o tem feito n* estes .últimos tem*-
V^U ^':xéi4f»{)re;tudo porque ri' aqueUe cfrouito e no
geral da província ^ ainda se Qlo>doscrè, c6mo n'oa-
'4tt4«iiefn tduas jcois^s muito nossas r. muito experinien-
Mi^2f})-muitit «certas-^oa iHiiâdfifdedas deraonístraH
•Sd^.reiligifsps» e na n^€^S!si(lad&;de'dar ao peto dias
^«/r^ftgadai.ribJgaiQça ao sen mod^. que o «inguemí de
.aeifts aWira^^s.meaesxie ilida o.l^iva^ões.
1^ 'jr'Mdó corria. este. .anão «ntre -«a -infinitos devotos do
.9«9níiie»is de Bç^ga coma maivifAtisbcçãoe eantew-
tamento , senão quando um inesperado e inciUpavel
^|i9p]9asO;,f> veio a- aguar. — I]|ançavaiii..maitos.foaaei-
mQif 99 e^ ronceiras eip 4ima casa vislnha^ao principio
4)aa,;çaip^l|ã^;, desaba n'ella» um; forno,, vae-ae abatxoo
llOjbradp }ão.]de,.&(^ítq.e imprevi^tp;, qi]e;todoa.os e»-
Â^ita^oae alc^gfes 4ai)çanteiS e ta^gedores 8Íú«tMii eilefiii»
jí^ipr^çlpa. ^1^(0^ iiçfirsim escalavrados;' otaiinuMrlo;
e saa mulher com um bráç.Q'qioebrad^é .
(.; 304ã , No IMA IjQt do passado , ^rai^do* alguns no-
vo^ irmãof a tomar o habito na secretaria da Trine»-
^^ ,» caiq uma yéla e .pegoq fogo ao andor da Sanctis^
j^ina Trindade 9 ardeiôuio rapidamente o globo e.ch»-
m^ifgqmdo X» doirado das imagens. Foi.paeciso trab»-
]|bfi|i; com «^ maior zelo p^pra restaurar a aproiBptar 0
aiUof,.parfi â b^)a px>oçÂaai0 4p 4ia 2 de jiiiiiioi •'
consta que fora dac]jO,pçlo J^m/ Sr. João Allen .
prior da dieta ordein' ». íb qiie^sA a seda bordada do
andor custara 300^000 rs.
, , ... jÇ^ríc^ícojdo/r Poftrw.jw.. Porto.
XOAteXÀ tWVmBXCTA.
304^ A 26,00 passado houve na egreja do Senhor
Jesus de MaUosinhos , bfsjftado do jPorto , iima desor-
dem, originada por 'ute brasileiro, lido e havido,
tio. muito, pôr alienado. Tornou-se pendência grave {
houve facas arrancadas*; correu sangue no templo í
'ém consequência do qiiè Òpairocho lhe pot ínterdicto,
que o prelado eònílHnott , ' devendo decorrer ainda al-
guns dias antes qiie vá pesso^hiiente lévirnul-o.
AFTòaAUOB.
3047 A 28 de maio rojon o Tejb para cada umá--
de suas margens' um cadaVer de "homem ; ^—nenhum
dos dois foi conhecido T -^ um saiu ha praya da itfotto,
por uns restos de vestido parecia marujo', esiaVa jf
meio ggsto e completamente desfigurado t — o outro
veio ao caaè de^Saiitai^em , juncto' á Rf bqfra-Velha ,
e parfeeia muito mais recedté. ^Seriani victimas dá
suicídio, do homicídio otí de uma desgrai^a fortuita?
Deus o sabe : o Tejo guardou ò seu sègredfcf'; a terri
nfio o revelará. • '
' ÁAirOlSOO BE ò&&Asn>A.
3048 PtoiiLicou-flB st Vida de francUeò de Oílandà,
iUuwUfiOdor e arckUicto português . que fíoreceú no de^
otNMi i€»$0' iecu(ú, extrahida de séUs esénptàs, pelo o(-
bade A. D. Castro e Sousa, Académico honorário dá
academia das Belías- Artes de Lisboa etc», etc,aE'vim
folheto em'6itai^> de 18 pagífrâs. -^ '■' -*
AlfGtriKAB »aiTX0VXfAlltOAl^8'lCCHCA BO
oxoAjrvtt mo iMMd ' abtmo 3022.
3049 JoAguiii Bl^iíegal ,0 gigante "hispanhol ,
«iasocd de paès de nina estatura para métiòs de regu<-
lirr; te«i 7 pés 0-9 polegadas de âlltíra ; dfesde a
extremidade de uma a outra -àilo 8 pés ' e 4 polega-
das; aleànçacòm amaoa* altuj^a de 10 pés é í t>o-
legadas; o ^ seu pé tem detòAiprtdò It pblígafdas e
meia^ e o i^n palmo 14 polegadas. '
:iSeio' embargo é tSó proporcionado que forma tínl
formoso conjuncto. •'•
• Prõpôtidd-^ltietía dias nm visitante ^tie pedisse a
manáptola de Madféimoíselle Caràiifa , pof não perder
oqia occâsi&o de se=tíásár, que talvez núncá áiais se
lhe .o(fefecesse> -^Vespòndeu que^ — ^,eríí 'ainda muito
moço para> eíTcctuar similhantes- ligações ; e que de-
mais; qttandohouveáse de iie casat ; 'líavía de ser na
sua terra. •^Objèctaram^lbé' còm' o sabido, * /,
Qual sari o amor bastante. ;v.lv* ' *.' ' ' ' '
wêmí elle soheu a duvida dèclSr^n4o'!''t[ue havia na
aoa tenra moças de ebk-polencia propoTcfoòada á sua.'
Se não ;'é fanferrioe castelhana', ^ bérmaVetituraxios oí
fiii)ri]ciintese merendares 4^ pêiinòs deUàl pkiz , q]ue
-devevto nãeteem mios aMedi^J ' ' ' > -
) ' i^" . •' '
> « smOQBXBXKirCXAd BO OAft. ' '
3030 O, mvBatiHBKTO dtiè árFèquins, domingo
passada; Mía^aeaòatiátt por um lev^nt^ibento do povo/
4Jiii «Icides-lranícex, que ahittabaiha, tíôba j^romeUido
REVISTA UNIViaiSAL LISBOPÍEPÍSE.
523
lamçar aos ftres nÚ \tnhen%ú batio e0m è appenso de
moa formosa menfna de^Aozo ou qnatoi^o aunos: — • o ba-
Mo porém, qtto niotlhhaprottoilido^ottaalgutta, por
mai» diiigencias , qoe o nioílre fiamM para ttie mol^
ter giz lio cort»'i iwtétíié ínamofiv^íh 8uf p6frse qoe
algum aialoTót» o ivoba picUdo* o quò é c^ftMo^O'»
é que o fravo o e«ta^ de réra^ , e quer já mgía , co-
mo a hydra do mii cal»éçiis,'eontra o altitka, (|Uè
âè Togava' «rre<|ieHanilo a sua » com U>éé» úb feUtt^
ú^nta- artista . que \è a sua Têpiita'çdo por torra no
lâomètilo , em qio tinha «sperado fdl-a sttbír até ás
nuvens. '• ■ *'i ■ ^
Niolbt senão iriuitò a €0stò,'q<ie o direeior da
companhia, D.José Serrate , e' a po|kia con»egnira«i
acalmar a tardai O director, promette»do4be , sob à
(Ha palaTra de honra, para o primeiro diasaneto inn
IMiío mais cOHdosèendente : a pdlioia , -fasendo levar
o alcides entro dei guardas nfãoieíparèa : n$tBértvã9ê
etmtriá ^hó. *
Esto brcides ; aliá^ muito* destro , em tddo qnode-
pende ionA^iatánieMe do seu coi^po ,• tHn uma no^
tifel »in> de>malAgro em tudo o qoe respeita á ae^
roatatiea.* — >não hamollo, qnoelle annnnciííra qnena
a»e«nia praça laria subir poruma toitga corda aoima um
cl^phaote (escusado é dizer se aílloíria gefAe>: oe!e-
phatile ora de oleado, o o- motor da asi^ensao de^ta
s^ também o gaz : mas o maia que ^ódo conseguir , \
foi' q«ie-obrulo estrdbaebasso um pooco pe4o tèireiro, '
flb laeio de uma paleada • com seus foros dè tèrre^;
noto, aié que desesperado ' o klfelia comactf esra*-
aeoo a féhi *dre iio terrestres espltttos , e m«ttendo-a
debaiio do braçio, desappateeev desejSThdo que o
chio ,' ao soó doo aitfobios*, §¥ abHsse par» os en-
f^lir aambos.
N'um dos-diaa dasemasa Anda, esto iofe4iz>iòíen-9
còntrado junoto a Sacavém , seguindo á tóa o ciiji
Rh^ do norte. fteçonfaoceram*n'o ; viu-se que padecia 9
interrogaram*n'o , — tinha Xom«do: veneno, mas a me^
dO';o tm pequen qiiantidado: applicara«-lhe os re-
médios do costnise : 8aivaramHi'o. Foi recondusido
para sua cava., onde se conoerva , enfermo e oKena-
do , 019 maia propriamente cooà as iacuidados inieile*
ttuaea- behetadas.
3053 No Fojo, fireguesia ide Bomftm , Juncto ao
Porto, n*uma fabrica de pol tora o^ fogo de vistos i
houve a 5 do corrente um incêndio seguido de explo-
são, tendo olbgo sido pegado por um Ibguele que es--
tavam a aperta#» A mulher do dono da casa , q^ie-
teádo rèr so aind* a tempo aal^rio a sua roupa, 'foi
alo tal maneira colhida pelo terrível inimigo , que %
tiraram meio *abf asada e <con povcas heranças do
?kia. ' ' ••• ' f- ♦
• SOM ViMoa tim rieqoerlmenlk) MipressO, dirigido a
€•. M. peioSr. •Abbade Castro, cheio de :notas do ex^
^uisita enidicçio ; d'aquelkis qvé sé elle sabe oeos^
tiinaa (baer, e pelas qnaos todas as suas obras tão pré^
«firtbdas sio das pessoas do 'bom ^^0* N'el4o. bol-
ticit» o illi^re abbade quo hajé -S. 'M:por ^em mon*
(gÊnrit^Êe^pm$eoli<ii^ru*eitainadokSr.ínpAiite D. HenriV
que na sala denominada áoKisco no argenal danmrMmi
'* •' A''este reqoevlmiioíto ,• com dátsa -dè '24 de nrar^o ,
Mgue nma port«ír& de >*8 dO' ttioío; tm- que se' no^
laèam 09 quo na obra derem iMeilder^' e -cujos ftom^
já dekDoe M artigo â99i» • m :
•WD» VO« VOBXM JUÊOÊJkÉWãA JkS» BITUIA».
- 905â Um carpinteiro do Ai^áenal d< Matinha pa-
recia , já do tempos a -esUi parte , possdido do grave
ée^gósto: levita vo a eohversasio doa aaaig^; tr»ba-
9ha^a destraide, eMterroditiia muitas foaei: o seii «ra^
iMilfao partf torengloifar oni áiodita^^, qoe lhe afinir-
T««vsm e!carrofa?am'aind^ ihaiaio Bembla«te;- • '
' Ha dias^^estoibom^m deqapparecaa( tfeiíavdo Uáià
€Hirla 'para • derto empregado êo ' nMSiiio"arseMil\ - ftà
qual lhe pedia«^d«ssie>a» soas dospodidas a<4odoi'^s
o^pawheírosc -^s rtiBittavo# aeganda-ftosiiidfsvmàm,
declarando que — «dividas insolúveis (que se calcu-
lam em dusentos ou tresentoj mil réis • e que se não
attribuem a génio viciuso or gastador) eram a causa
4ia lua-d^saspfera^o.e da «ia.'eageRiapf«:r^BfUKÍa-
ção á existência, a . j '
9XBÚMOB BA BK^BIAOmiV*. -
M54 .iMÉíék nuãefUmrmçdo de 11 docorronler^r^
Acaba de^occòrrer èm caso tnexpNcatél , e 'de*>qóo
ho}e> andou! cfaeía t^a a etdade , sem quo até <sm
mqnenio se* possa asseverar como as eoiso» ao paèsHt»
ram* O certo é o seguinte); «^-^ ^ •
•O vapor. ioglOB Pê^á, achando-se fttndeadv^ no
qoadto dafiicaflisa^ãò da alfaodeiga , Ihiba Aontem^t
recebido a seu bordo os^ competentes guardas da ai-
fandegaédéttbAoo.' *' ^'^ «''i^' "* "'
Eniri» estea: tâsi^' ido o <|ipfhMI«: étt 'alUnde^ã luís
Aaitonio'dé.3o«ia'Fep«jra Leite, q«e effectívamerifé
eotevo CaUando eoQs ¥«riaa'|>Moas da trípnla(io » •
lai .visto até -^vld hovaa^ 4a-noHe ,'^fofo -menioi». ' ' '
{Desde então ninguém mais deu por elle! Préttiv#*
do. por aoda ol parte, «ão-appaNceram d^* tà( homem
a» menores' Testifâas. A «Iflnidega «ffirtoava ser W»
poasiSrei «qoe nemiMeVadiase ifÊa bote', nem*^ tiveil>
«e lascado ao mar, aev> ser piMentido. Miè o oai^
é que tambem^se não ocKon m^sí ' ' * ' '^'\
- Asandorldffdas.íApocodel-am a* mlnnciooo eiatti^-, e
«omarom o d>cfK)imi|atotdj9 tod^ as pessoas ^heisiu^^
vania bétdoJUnfimarajo dtsae-qtie ás 4 hòrks étféRt
é9L m«nbij estando do "quarto; um-^dos gúvrdao dà
alCiadega Ibe 'pargomái^ jse tinha viMb è aàpirlihl^
t|«o dràpparecérai O t>)ispen«eiro dik ^lé^ovfn ík f
toma,' embifMMdôii'«fn<«aipote, emb¥iagédo , e qííb
O' féo criado lho dera* -oei^lií 'Esse' criado conft^sk
l|ut áàx9 baroéilfaè dél^<tf)^\infti cerveja. UM ^ildrdli
tfa olfaiideilô', que Mra de BeféMa èom elVe para bof^
do ."oaiovota^^e b bometn la ^A'6n»' estado extra^k
dinarío', ^o^f^ m^l doidiéesr, e q^<t'>dettlrlÉI á mtfA
o^tufra; einbrieigado : > que i^ ' #0 hora» èffe- ^ Viu obrt-
tgado' a %<^ :recoIh«r na' meiii laranja; Odtt*o giiardH
4o 'li^ico viU^o áa^iObc^ao* embriagado, repi^é^eU^
ttado-^omoiimicomlto, Tècitándè-eote' um papei n^à
imioí;- « porgutttando-lhe a eflb mesmo varias coisas^
-^oma^fMBíi-étemplo^-^e^*)^^» vni. perqiie nio épofl#-
igoer^ Bnàd «MO' aqfui nio^é >bonit»7 Quê tál ttíe ^
reco esta entrada na nossa cara pátria? et^. ■• "^"^
•'•'Toil)!^ Iddâw « nitr qttV> 0i«e6gír#^dé'&é Aifiçôir ou
4a|i ao >nMir, o quo era: fsofl" séik^ff^Mn^ifein'^^
pveseneiíèe.,^ vislae aa'gr^iili^'*diá»#tfè6és db vi^fMK
Tod«li^j»lldepétaMlM«MooMatoh<eib qiM^iiio^hanv^
S24
RUVISTA UNIVERSAL LISBOIfEftBE*
4k 'bétdo â teínáma desordem, nen se ouviu coisa al-
{^ima ei^traordíoaria. Nãa obstante , a tisita da poli**
fia M mui miaiicios^ , e antes da partida do vafiôff
se lavrou um a ata regular. ^
Di8-se.^tt« este bomem » filbo de imb antigo ompto*
fado da alfandega, exercera a\\i om eargo.de nuiíU»
maior consideração. £sieve. fora por algom^tompa» je
iekdo Toátftdo para este emprego de «euer itn^rtan^
cia, caára desde então em grande maiancboilac^tfi le
dera ao babíto da enibriag4i«j^. Os companheiros o ou-
viram dicer muitas veieaji|Q« dtttro em pouco ouvi*
qm& âckum de cumprir; a potoossà*
^5.5* bsiios «a AsHamraçãQi d« li do corrente :rr^
. U^aa Tospokaivel família está bojo icm^lucto^ Um
éos seifs membros , antigo oficial roformado, jsem
•ioiiro algiuii. que a tsiirto jeitremo o.aroastassA., ipots
era mni estimado de <]iiantos o conheciam , saíatesâa
nanha de casa , is 7 bocas-> e indo a nm botequim
almoçar , . p«df « {«iíqI • «ser^mr orna efltla, Entre-
^M^ a um gnllcgo o desappareeev.. A íamiliá Jibtin-
4l)ha' 9cha um biJbeèe eoncckbído arestos termos t —
Al^l caros irmãos À bora a ^ae reecòerdet efta ;
ià^ie^fimmáQ de.QMStir^ l^o ,um p^dre soasopor
ininbâ alma. Adeus até i .oteriiíd«d«. «^.
c.!4# Mmolosas diltgeiícia^, í^ boja &odo.aftía Idem
«idv foijips^ Otiar^^ iofníctiferas .ale eate momcsto*-. -
vm rasAFiò Toa vusaipava. .
i ; í: yMMi ' íH teAipoi ail^mpo» M app«iiBce ainéc (bem
^e se.?Bo loraaodo.oadaveilmait raros) algmmieaeim;-
i>l9iÂe desAiOk que 4Ó por.miiagr» chega a d«elo,
rumpjmto. 4c iTAi^edift , .dcsfoobo de farça» .... «ntos
-^mm^i : • ■ . ' ;
X. Ji(liffkji:aiviM»s'dta9» que «'osla ofdado occofMli
JWa « eullvf peaaoas chimasiadameaúte coDbooidaa pok
j9fÍfão> omí^epU .. oii q«»e a fortuna, as lem oaBÔcar
<Ã%o eo«fif..dQV4ffl .ia^ortar^ aome^;. ir-éesigaemol-as
por i e ÍET , e con^noÁ o íloU).
9 .4.# it) (aai9m pojs amarosa aaíia a «aia dam^/ge-
J(^e<4Ã (asttâada A*oste capital. par. sfá formosura >#
Arafta,; iiadUDk riv#os em> e^ercicia : . tiabakn ritaes
|ilaj(oaWaaiem.miii4o laaiorauaMsro;'— bíq AAmitar-^
4i%f^:9^,4f^ma,^YÀA obtido^ públicos (eipmphos , amiito
^qlanwifs o,,^por muíM^ ve^a^s o yer Cestojaratim,
^eçtq ik, um .^af . mçtivoft maia ardinarios de> o« appor
jteoof>> Mf» .d;en(«e todo^As.saus omiQwtreDtea neobam
/pilia U^f^ sQUihrA a r# como A : bflnbMs Usia a. 4 í
.^Qiaq;#(,* ai|Bbas,fr,aai«lillionarios: os.tbartbulos da
-4a..9Ím <ra6aam. a virUida 4oobria;He 4as: inaeaaas^ !^
Ãiifi% ppréfl» .eaprc alies uma diRsrca^.. À leca* miL^
4ijí^pasip^n^i Cuituro : . B mplUounarÍQ no praseala ;.. difla»-
jlieni^a,„fiue^ deveria^! rampct Mo « a^iiilibrio.» ae
4jaUa.coptrana a. alo.na^uUaliWsa.; -^ A.comcíçava. a
i4ecMBar{ Pir^a o.qqcaspt »4ibrjUii¥a ainda na protaioth
ledora. aurora da sua mNtcidada* Clato é^i|iiettephlwi
.d'«lla&. 4etuda de cacarejar as.-suaa vaiAagosa . .at-
JbapttaDd|p..ou.fabatapdo nos aaiii arraaoadoa ai do ami
adfveriari(K'. ». . ...... > <
, ., Vuma carta de ^« am (^ entre .vaiioa asgadi^ii-
4oa,de u^i^.suasòri». artificiosa o esmerada,, ellc apa^
lidava d,e cr#aii^.i|o.si4ii cofnpatidor; Â., qtx»^ mo
pernos çQm% i<^a^fL'aUa.«oiiiacinfiA4a, julgo» dai-.
cobrir n^aasa expressão nma airoa jaiariat iião-raAa'
ciindo .em qAo g daria metade do aou cabedal » poa
poder $or injuriado com egoaltocabulo. — DeUrmi^
qauTse em padir satisfacçã^ d^umacpisa» em q^iapa-
fece« que a uniu prova seria uma cfrtfdioduebapiift*
pió 6 uma, defioíçãp tirada do qualquer diecionaria*
.O.acasQi Ibo dóparpii« ba dias, o suspirado onooii*
tro-^^^da pessoa, do sau.teittlo? pão;, aaas da
s^ earriobo parado ^:pa^ta de cerla.oasa^ Esparov
que daacfssie , e qbegand»-se a ello/lbo pediu satia*
ftcçio da iôaudi^ft injuria, r- O $r. ir, aem saallorar*
aioas laUiar d'eUe; a provav^UienUs ésto;Toi:4iyeio lhe explicou francamente que — «nio julgava sor um
gFMide crime » iiei^ uai; grande dosar o sec moço , o
ftuo se d'aquelia palavra .iisiva ii'unia ca^u pânica-*
lar, f^ra ppr4|ur o'isao jaiaodia faser ktm i sua cau-
sa sem per|,ender» nem por saiubras • meaoseabaln» &
ae a velbica te.m.aaiifi' maios e Hua beaa«. a mocidaf
de t^ui.i^^ ip^pios oa.aafva pr^ a os seus contras , o
eram esses contras da mocidade em relaçip ao gala»^
iear damaai aquo.eila:d#|i^)ára faser notar pala soa
j^opimom juiia» quaodo «HCev^ra lai palavra.» — Pa-
receu fraqueja a dosc^rlpa ::!0,Sr. À , (dmm) travaft<>
4^ da i^$ãQd^ do Sr, f,(e djrigiado-lbA termas deaa-»
bridos . fea deanie d'«Uej, t^WiOa seai inten^Q, êem
mtfi^iqs do beogaU ;a: qa^..a Sr. M («uppoaaaa qaa
tf mbem &em . granda. tnkn^ãa) parrosposdeu com duas
0^ três clMootadaf petas.: pomas do se» aidaffimisU4
4á.a pl^téa^alloga doobafaHa provímai.oamoçaiva a
rir e a .^pupar quando^ para eailar esíMttdalos « o Sti
Á sa fetirou ligeíraitieiito a o Sr« B subia coTacior
abado para a pmsiAa aasa d'oudo aoabaiva do descora
Accreacaiiia-su fua oo^ mesmo pu^ m»: sotuiniie dia
-r^A^^pB racaWa da 9r. A um deaalo conformo aa
regras; uma explicaçio de cavalheiro, (.sufumla.ikf
chamam) , que vem a sor «nfiar uma boUa de chum-
bo j» onítor a poolo: da:m cidjhrofe pet» corpv de
VMOiT^usQr o^u ^ umodandidot ou^ ifiamio nio
{kódií ser , pelo do veptoi depois ^ . abraçarem-raa ». a
a' um olmoço suouleoio beberem 4 'sauda um do oor
lco« ^ Coiaa 4á sa vé a mais aanaala de .fnaataa os
irodqs iiMT atitara» ; . o a q*e;« «ívi{iso(io modeiMt ao
di^aou faaer oa seus smireo^piiaiils ; hpfvti d*immititm
iiara os.tplos auUgoi; ^nvei Ac jMrfnílmwramii^ para
oa modornos^
Q Sr. B {%t «os nio aaisanimi). raapaadau <~ «q[tia
Aa.deiaftos imm emlraaaiUt aai aenèm». doa aena doâa
ayal^mas; n#m:i1ft.pMluiA|ibico dom .UfOi by^iania^ft
bem comó também eram defei09..p#r jambas jsa ^slor
mas da sociedade , — peio religioso e pelo legal : quõ
ae/orduelo' cr», akmola sm tbeaa , im f^mMatc biyv^
ibfso o pela parvâdada «ouipaiv^uioadoatii ttotòr^ pas-
aava muita do ridiçulpi; quo, .fmtUMota , ae. a fin
4 aA.agarraasift SKiicaijMoiOj.daa leis. dòr duéio » qua
j»mida dar cam umabicota, aa qaeoo. vocmm • olle B
-90 atíubfl aa capilutoda JbeiíAalurul^.qisa lem puri^
tulo detoaa da ín«u<fiadii'Mifaic a fual manda «mp*
.i>ar( Ma»! a. de yoa ». emjqiiemqiUíeff qauí nos aocoaiet-
ita : ,q^^ ludo.mai«.:d'<sibi ipam dâvaiei . locava., á Poo^
vjdaãoiai, i políQÍa:c.4taa tf»b«àiaas.-^i . <■ ..
' Toétt. aocted&Un q ua a Iraficamadia paima Mlk
5ait
, SBRATUM»-,
:X\ Ma. 3a , oado otftt eéktf , ia»oe
a,
jfcEYigvA . uwivBUSAiu . tKQorrsDrflf^
(^
Por falta djç lopar nlo publicámos nVile oii«f ro o jui«) gue^-
Vémoi formado Halradocijaodolivrorioprincipe dcLíckoowski
êòbn'Pm-ttípat:-^timinne\iímoÉ porétA queèlle leacha á venda
iHft. Idjai <•« Planlitfr, ma «lo Oirw; de Bordaflo, é tiuvH
HwriqiiQf, mrvftAiigiUâ, o8ilv«, iKyR«ei«| for 600 ri.
: . OTIICIIÍINTOS UTIIS. -
......... . . ..J i '
3057 No Nacional de' Paris de 11 de naíif paflsa-
dp Âe «icha a notícia da^ bonbts as^m cbaipaidas ^ c
ák fabrica de Esllímbauni e C/ D03 aripazens .d>iir
posição e venda , Boulcvart Poiêsoniere n.* 28„,
' Estas bombas^ cujo auct^r tem privilegio ;de inven*
eao, apresentam as vantagens seguintes —^ cooslruci^Q
àóllcla , sendo a tnaleria bronze, ou qualquer oUtr<»
metal , segundo o para que se destinam ; mechani^-
Mo simples', ínalteraiel e sem coiro nem estopai dei
fecil collociçâô em todas as alturas ; pó<it us#rHie
d'eHas repentinamente para os incêndios^; serv^iap^a.
Codas a^rtetessldades domesticas eindusiiiac&i ^|^ar4^
esgotamentos e regas. ; . . i »
' Preço inferior, ao das bombas ordinária $,^ pçpi^u^ipT
do com força egual um dobrado volume d*âgua.- .. .
* Emquanto fizermos os trabalhos somente coqi ,i>r;(7>
òos seremos pobres e nao noderéi^ios comp^iip qoip 09t
^ne trabalha f em côm macninasl Òs indu5trÍQfos ^ .h(^
meos: ricos dqvein mandar vif estas machinass. Jí$ fie
tffar agtíri' com facilidade dos rios , fontes es., poço^ ,i(^
fSb' de 'graride Mtitidade ,^ e dç vem quanto fòr f|(fSfi)(el
^fcneiralfáit-se. ' . (Ç^mmmica^^)^ ^ ,
Mt «AltflhM i^A&A »tíÒ«SÍâ:k8SOS "^TSIMÕiÁi
mmoàjM VA ▲oaicux.xvaA VAC%QjfÍAt^^'
'^ . -o. ' '(Carta.) "' ' *' .' ^. . ..,
3058 %ifDO de geral interesse , e do maior em
quanto a mim, que os progressos da agricultura sejam
quanto anlés apeciÉiifaadMV^AslilBrvpelb introducçãodos
iBielboresJíistromentos .de J|ay>ira , comos quaes se
façam os^abállioâ máís exono^ica e perfeitamente ;'
como-pel4( syslema de alteri^menlos , e introducção
de pradóè ar^eficia^s , cultura é^ .i»|iv<?iras , ^«pn^ha
da azeitona tabrico de boiD' asei^e » , o.quft ludo mo Rt-
ba-Tejo se acha no major atrazo; f)pSçi>4oos fxem-
pios práticos os únicos .ip^einf . j>i^lBp|U»s< e /legipros ;
julgo será um grande serviço ao publico fa^er-lhe
conhecer , o qtie'^ pessoalmcifte fenhò visto praticado
pelo illustre cnitívadòr o Sr. Manóet Maria Holtjéche.
Mui Dtil seria á agriciíltura , que o sábio j^ov^rno ,
que hoje nos rege , o auxiliasse pài^ entSó melhor
poder desinvolver os sei|S:Ç^Ql|eciaíi«|il9s n'mt^ obje-
cto , e facilitar-se ainda.- «{â^.liQS .lai!radoM«' do Ri-
ba-Tejo, para e\les içesinos tertqi » :e • inHidlirem os
mais babeis de' aeus criadcis apre^dec. â serviírem-
ae dos diversos iRtrumentos que lhes são desconhe-
cidos até agora; e egftinlmente' encarregar-ké o tpesmo
8r. de ensinar os rapásfes , quer depois ]^os>am servir
de abogões . de qoe fenlo àe peircisa. ■ ' ** * j
£sle illustre agricultor ,' apesar dos ^ránde^prejni-
209 que em memoráveis epocbas ^emsqffri^o n<^ seus
rendimentos, como é^goitprio, teqi eilabelocidfí pa sua
quinta um aystema regujar de culjtqua. fK>.q.U^Jt)<^ fal-
tam alguns meios parj^^/G^ti^r copipleto, ,Métfj{ ^do trato
joiMio— .20— 18ii.^
dts 4U|aa olium? «^» fl}»».9fi Hhfmoí,me\twf wmf^U ffie-
dtizindiaMi»s.oir9Qno«)C«m>p<»nf<'is4Íff9r9fly^ '^^Íl^^P^
estabelecimento de turinas, fabrico ^I^.SDM^ejgf, aij*
4o« ^liifHkfe». pomorUevth eaparp^iioonv^e^c^fem
mais. onía collecçlo 4e iasietineatoa det^v^ir^^ cop
o« t!«íes.pr«lic^»énie,sia. r/edMff ^íl*j^Ç%l',?iWWflp^.4o
metade do que era até hoje. D' isto são çregoeiros ps
meus collegas d'este campo-4ia sementeira d*este anho
com o nso dosc9lÉi>»ilQra/iqiir;«lft)c(o Sr. Holbécbg
introduziu ; e comçi p#ra sÀmilbante acqnistção todo
o kivrudor tem |i|0ío9;i pqr itfr cmftmwdiha-^cliíM**'-
Jts. en.oeosequfAClia d'iM()i, pie«su<idi4o4^q^ 9)C9*
obefímffttQ d'e9tM factosí por m4m;epíOF.a4gHem iq^s
presenciados , pôde ser. de» grando i^tiU^s^lÇ: ;PMMiC(a:;
nm^'§t»\iiá9i0'9^ modo.fraano c}9m que',o.ílict(>,bçníMw«.
rito jbsvodor V não só a mim mas a^tpdos q^oet:» ^egi
pnootir^d^* faciliita. todo^ qs sem iiiétriiin9ei^s.„ffi9fçn-
djWíS.c^slr«ir. e osandando^ ^eus m^sapps çrj?d^s
para ensinar pratica^pente o.aea,iM€^ mA Tfi^W .k,^9r
crever esta, que espero do Sr. redactor da Revista Uní^
venal se digne adníicrtr' hãs columnas da sua uti-
lissima e instruida' obm *, -^^fúfe se confessará sea
etc. etc. •'•^* • -•-^ '
Azambuja 10 de junho -de 1844.
> '< : JvMé^ JifMiíKi ia SUta.
XMDU8Tl>Mr||4ÇlOVAIi.
.'.AWisOt: ^ ; ;
i»0í8 <>4..spcmDAiB (ripDojbora d^,MnA|4*«KMÍ^<l
df^eXdodo^ npprcsomo^a^po.í^míWiHar, i|o.pii|>lj^Mfll^
eKpisígpo d4^9 pip^nclos. úfí- lndnaM^ai- P^lAPft»?^) fí%"
mptjé. Um Mko por iVMtfas ,H;ie9>.fk.^Q ll^e aei^p ppf-
Mvoihdírígiivse ,|Nic|isttI«W(iD(Q ^^^ W '.4^! í^^^
fabrUant^s , acti^taa . propfieUtrios dioMKHias, J9^r«-
bvios. e mtiom e^lMle«ftdQ» li>s|i% tem ^^^opf^^
por e^ forma a tiodosr>awi.geral * #;mini^9JB^9| ^^ V
dta 90 do^proximo m^ac 4();^ilU)(»».í^ jecr^fjLHp^ ^ft^»-
cÍeda.4euOo.eKláiio(o poav^^lo 4o§if9^»M^^.4m^9i^%-'
r03 4^ teatoWí .9 lé;is/2..d«^Urd«. '^ sièas.<jlf$lpri^sõ^
f«rl#epk <MI poiv:Oícrjpl*.ii jpkí^as <u»ie$i:.S<) possí;,lgr^
ciort^z» «U. wtm^fsm ^iste çonWft^i aí^%:^¥P^,A^Í^í^
i^fiPí»a enumecp' de aatcfti^lQ^) tl«Q:p9i:AeQdPfllt^0rf-
S09tar, paca em t09illla4a a ^Qckd^dfuffiíiff MW>»-
iQÍfktà se pe}«»/;0iili«€iim0fito. di^.oiaip^of tmptm«^:;i«-
mero áe iaes.deolai^^^^rseiMdórialç^inçiiriiVÃ^açoQ-
rorr<encta.'de prpdv^to^Tcapatdei di%«<b^M.ta49 »>
eonsidísctção e.iot»r£safi,', . L.'f o è ,hir.i. >.. >•
, A S<K;Mad0 €0sili«p«Bdo.a»>vi^iff4«> f$if áJaM««
•riiatas. e. f#br ienutas ' jé ^tqm isà^áQtáaf «It jm«9 MPP-
síçõiia^ .e p«9(Bfd0raffMlo r<t aiignkQt0,>e.pMf4Í«ãP««;q«e
n' estes ultimo^ Mb^ iem:f€Ho 4llefAr.a•'3afS|.^l«n||-
f4^l1jr«all> nã# betila. em esperai;*- que. co«Aa.«ifJhor
vontade todQ$ síí presiacãp a toeiiavetfi esle. iK^to^, maps
poAposa 9 ÍQtQrê8sa<i^«« lep^loqoal Jhe.deye:pf#er.não
só jAliiU gloi^ia , «ovo imeresse partic^v* -^s^tisfa-
çio ptra a Sí)cied»da«.W Liaboa^ Ifisdejuabodel^**
306.0^ .;:(^]ioa.4ip|^«s^ad0. ai nosloai leilor^tcum
gr«»4t»;Dtè«if»0 éerèfioilas.' :pà«at m fymx.^.úwimrBSí
OMsaervaiçãp d^a^nes eiOQiroè gimeros animais ;co-
me^iyeis.; Gamo» p#r黫jhda u na. d'ella& possa M n^ws
ou mm^s fnc\k íMiQQdç^Q > «seguiidG^ mil otrcumflísatias
HrjltyiÁs. ^çnli»ilftramQsia;pro»4r .quam^ not. ylerefi
A* VOI.' m. SERIB lY.
526
liÊ^mi^À* tJIII\VR2K4Ii LlSBOFtfiNde:
' |l«lU<%è lleàrtik' f)^eM« n^Qttli tVfilha ««mel, qtie
1ié're%ii*á'9utti^«ulré»iiéft«ft «f» 4i». Com lito, por
ft06t' tftl <prad«eçlii do Brasil i út qvè iMje 9ê
"Wéá' %M* Init**' ô^ MMiesIlASi de- perlo. « pnlnuMinre»,
-íléWi «iA)^pntfd«nt^5 ifo B^^ail (|W Me iti«MMs«m
•%9t:tf prtfd^^SÀ. visto qu^ fllg^im mediooí» atêonh itto^
ilé^nlimstité «Wph*gad<[» t:o«H ifrotta Vaniagm; o ali
s^ríà ln<]ilè ewhtoiíiptfle <qa6 ^é IbeUse umiidliortpçib
« anoos no tempo ôé f Kind^íssimé senhor D. Affonso
ir Ptirtado de Mèrtdtínça, nosso anitícéssor , esta do-
«f iiáá montaria » parecendo aos do foverno d^cida-
« do que nio convinha acbar-se sua nohvesa n'a^aeki
« lo tão kvc oMr«ícj»;i nas. éopou êdfortind» ii'«ii«
« tros costnmes , que pelo que lem de anligoídade
« não só se toleram, mas veneríim n'«J*c reino, or-
• denon qne a íesla se resliiuissd OUlm ^ez, como
c em effbito so restitui a^^ »
IWiS' Ra nm anno. toá descreveu o.nosso collabor
mu ái)pái*étee'é Yttírta em Lisboa; |ttr Í»o ooria mai^ fador e imigro, SrlvaTuHio, n^Unrformôso capítula de
quebrados pefa vime á meia noite de S. João nas bor-
taíá da i-ai^a da Oluría qital a vira práUear. Àquellcs.
a it\í%m so áCééndossem desojosde presenciar eise cu-
rioso rfco^de jIbfiUca e immòmofaVcl origem .' pod^e*
rio ; ca»anlos nós , som grando custo salisfaíeU
tif^*'J^?*^^'^^^^^ ^'^^^^^s* hospkalitíado do Sr-
Cúdêa* Meêe, a ctlja quinta , do- tpião para. cá , st
actte^cehtoti a part* do terreno, e« qi>e os bcntokvi-
menios esi5optamtàdo's.. «í"*»»*
Naproxima véspera át, & Jfeiovnão s^'so pirá ahi
» coafhtm^fl paMagcmptlovime> UMobaverá, seguod*
se espenis boas- fogueiras . bem saH»das e dançadas
mustcii . t*lf<íx fo^o d0 vistos, e sem. dmida. con^rso^
tolgttsão com inodcsiisi , como díien^os.. Uvm qito^^ pa-
rá \sk\ iiott\»s« rcqucf.. '
^Otontacimenlo, que temos do genlobisarro do8r^
CWtfdlr. r do. sou provada gosto ca^conser^w, por
iúé pétte , tticlD. o qi>e n^s. Veiu legado, áos^ antigos e
noa pti^ndiea aos modomos*. dio*nos a.é«iúp qi^e-
verá sair a noite ainé» mass^ b«tla4lo 4M o MuaM»
eibocada. • • ^^ t-tp-— '^
Btt qcrts hodVít tóccedida &reOM>srela4^ de hoje a
oito dias. .
GOMftSKWrORAÇÔES.
A KOVTABiA oo^ ipoaco vasvo
-•':- ■■MUtWá* .- - -.
23 e â4 lito' JcNRO.
Mmf Pir. fe^tri^rdo ^ 0rtto gá^/ j^ète ih Hb.
'Mi^clitiá ibkftitiiii» riiilitfd0 d« I». Viotor , odi »: ¥i^
letOufd , è òUtYbs sl^bloS' miirf^«S , fl«(tiiraes 4» Br«^
Htt ; íH '^ ^ è ^ror ttòtetllf éè HKtMih^ um «migo
•é cotttfmV . f^úé difra' èftt ftOiísi tcH^o» ná cktadla tfo
*è Bfá^a , MMervatío >(ilotfilo ais p6de orer> déttdé tè*
<« 4^s intígoV ,' ' éà «>lft jtti^ÉNMti» éo^ q«« 'MvecodM «d
'#^ ttfáfrl^m ^tí^ ftafKctdS , 4)i> poT {(tfthMl^fr oqUoRO' mor
-4r dò tíè'rèitâ . loAa '^iitf girètilMv . todavia' oo»«eHl»
'^ ilii ett uAfllkèriisot te ^ tpfé etn .V«s|Mra de A. Mo
"M Ktftflifí'/ lèr p9e «tanllè a g«^t%'))riiMipail ^ «i*
'« '«èdè^, « pls9tftklt) O rlsf Deolo; ')Qni5l« mt ^mí M
Hi^éài.-Mypkyidcii stfdcio»; 'W^mí íêMêê «í j%gos o m^
-« éfifiblbá ^«CéVtt éSyl^ilms 'finiíott qoe «m^^rm
éiimh Iféj^itb'» • gíísUd# li Itofde «m feétas k trfio
% a« ditf €O'SiH0to peKi''ttiifibi 1li«er luft monutli
« tam^" ufb ipoi^ Mgrb . 4110 'Hm tá te«k «psfeihiftto ;
o « «siállbddtHa^ i ' -lho sét^nom ^ «ledoe^ , á* ^m 4«
S «oi^ieUiv^o >ifOw^, 4|ii!o t«présMtMm'tsmo vofdtideM
m montaria , o o vem seguindo^ )0cnlttfa a* cldaiite lodo
^4t^t)>d|i^ defUilè'^ '€^%6 wyê^f «O HOiVe^lsftiça
'{«átffin* « fulsso péllifvgtiai « 'dão ftès motslf^fit
''4r.d«s<MMnbMi, q«i» ím Ml mefNii» ribeira ; "è 4«m«*^
n 'dò^a^pOftt^, fioa lAa |gt>nlO'dk iílAa«a. »:
' '!A'«ste'iíir«smo, propósito aocn^sdoma D. Rodrigo 4^
^etttbii ifta suo «Moràt A;<flÉ»ids(«Ni#f I^Hi^to.
« Jlétbor boe tpàrofie line por fMt«j«r to siiiifcio^ei-
1(1 ébrMT (lilMrptisU) wúeÈÊíkàm 00 aiftigbi do Bvagi
•i( qiio ha itto virfspèl^a' o idii iHrafèHfoireriaidotniniMv-
u taria de muitos porcos tnontetes , o outras feras»
• é'm^9ÍÊ9Mê'ê Mà^íMià tt9áèé IfttaMdèA
«iporeáUi' M«>oei«adli i*s ospoaios tofifue^v tÁi(fe
««< <se oriafa» r * maitlplkstíim to» dmmo 4o» Oii^
'0>pos e ioarts tíbíoImíí. Bsto eweeiidio» fest^'$ifík
'k Allal>att us^íMé', o «epwMtami 00 4ioèq«e9, Itod
a ooflkfM «m liio # €a8tndo-M tm tnoUo>4lo ttroMiíriB^
ft>i'Uiivor «1i«onin4%Mo«t«<> «^'liPolHi^ por MgMst
A JkãkQAemowauk.
30M ; t^tonniifli^
"An*i-vóu»«i avee vos heuri tratàj
KM.
tuío flotírJs;
Miifhè *laic4kofr»'g^ntffr
FtoriíHIs', qoe tê^ floriram
áfgttai hemNNetOft de obrii :
Vou queimdr-io e requeimM'4eft
Míniba oicacboíra agoireira :
Vou oonsqlt/^r minha sorto
N ' esto planta feiticeiro.
I Sbvtd d*irfKfor«s tio tária,
òuoM lo d«iia « )R«tt fb%vr!
^ AlhyVetreiW^i bélilo. Méêo^'
ieik)feiíattdii>tfONnittc «sta flbr?
JUíeJa npite . . , . .pouco tarda. , «,,
pWp tjrèi. . . H w doio são. . . .
i Arde ,' ãor, quç é inf^ia noite ^
^Em louvor do S* }oão !
Nlo 'ficou dás garlltfs t^as
Um« silr-^ tfèm unegin estdr.
áffd^ , ipoM áo têfèiNo
^ VMMrfaf ....iiioflorifáat
]$«?ri^Ar ii^H)VS9^8AIi WSPQa^iSíW.!
mr
Tens «mtí mlnba aimi lodà: ' »
K'esta noAe lieiita *e 1e4a»
Todes-lke^dar a<«Ts d'^i)jo, ' ' '
X>ti dtHlhe espaiftos» ^fQeda,
Milito d^pfif Ml». » • é 4aA«lb^ ^ • ir
A^ejamM ae a f ifu^ $í^f Ua •
£i|}ia :c(sU «ju flur ^i^ |)«Ui
i €MnMt 86 c1i>xa! abl desdita!. . . ^. ,
^ Onéc ba Dor ma^s desastrada t '
'; Nem sombras d^oma fóthmha» ' ^ ,
£, mas llcou bem queimada*! . ^
4 :€iil»ii.«0vL «^ .. we MM Mía^!<w « «•
. T«IM t^WMIS^. «líGiltilIll ,• ir.
Metiées íml Jmtatr,
n* f OÂO S A MtUttOA. ^
3065 ilSl atii , porVísntnra V Hgieii ipie tenba
tieixado d^^uvir as melodiat 4o insigne Rossini , ou
no lhea4iro com toda a pompa da musica, oa nas phi*
larmoirroas com toda a boa foiftade dos executantes ,
ou pelas casas de seif^ AVçÀBOt^ çoçi .lOKJia ia scfl^âo
d'tima Yot juvenil ou d'uma beil^ m^o saHÍVi°4Í^ ^
lire n teclas d'harmoni|Mo jpianQ , ou fuiajq\^^ nas
cord«9 "de impertinente vW^ «cofn^anbaodojiiú^ rou-
qiidiáia qne entoa ama «iodínhade ^chÍQppeÚa. ^ude
mcmolono cavaquiiil|Or^ue pi^^sçia* de pirite {»e|a<| ruas
«kindo discantes aos cies? JDc .eei:to ^o .^ ^njif^uem
no campo e na cidade , no palácio e na cboupana ,
que nio tenha appl«fi<|idp,» .r(N(i^4Q^c.4^ai»K^d0 , ;^oca-
4e das feilíceiras melodias 4q .a.uct^ .^p , (rtijl/^mn^
Ifell, do compositor m4Jis.;ppp^Uf,,.iPí^j|Ís, 'f^4|n|pdo,
mais gostado e n\ais ç^âllr^Midp (ipis .pqi^^ boas
intenções) que BQ.mMqdp |eip ,bavldo, O .fin«..iH>rèm
ainda não passou p,eU ^déa.dje^p^^9pV^Jt(ilVM)>^M^
«stá ouvindo Rossini , leníeyapdo-^e ;^mi)^qsf^ , oo
«stropeando Rossini, é queS. Jtoao Baptista tem uma
parto imporUntissima-r-j^^aifip,<ji|l-^.p'jÇj(^i tptfenies
joelodicas que o arreba^^^ , . . * \
Pois nada ba mais certo/ \,[ ,
Todos esses diírerenteS(M|i^^./Ii|c*CDmp<w^ ^jl fíttava
musica de que se Ufa ^a jP|]ífqD?|, jB;fj^e,;6,,fíti Ip^as a
mis perfeita , essas vo;,ç^ .píl^gi.qji^^s.iiíil.Aqfignâ-
mof a escalla diaUiSica , ,f .çpx^ .«r.V^i^^M %bifm®°^^*
âe ieem feito todas as maravilhas harmónicas de Mo-
sart , e Meyerbe«r : ess,f .iH>i|^s^iif ,^ m^ ^* aol.
la, Jt, origem de tan^pert^en^s» ^^l^s^DÍjfsmos
portentos diurna sancU orí^^^ jtf rj|pi4}if;t||4pt • S-
Joio ! ' , ' y
\ Sancto ttobomfadádo,.p.q^lui%)>i^i(p;/fqpi^S|ifictof,
que nos áí a frucU , nq». Vw*^ .{tf ^>«ft^,^ A^s fai
os casamentos , e PToiJjl^^^J^ RV«« • 4ftWil»»*r«
fiancto haveri ei(^ rq^lteioiSoit Aps saoctos , a
N^ama.i^iite *í\8, J^ .^nio, é «nft» Me. «òif^^f ^^
honrM if km^ip SÓmbft:iaproe«»be4plf|idllPl««tff:.
Atí^ i sf c|e|d.a4«. .^ ffo^ n^ipe c§ti lipMo é mepU^iifiXp.)
.fogpfirA .«p \fitm àâ, fHíJuA fm &lgAn<#j k Hf^^
l)i^ /de mb^r «P» ^i»iii0q deatodniilo. lap^ff .êm*
;P«» <le pcdgHÍçqpo g^egfl, A v^çwi^)«KMIl».qjM f.^
spV^^R^to Ct^o HmPm^ pw« llrilo<(iv».e:<«fi|ijVa
nqfMfi :e«^r^llfa# de «mçc, Iff^. mMi^Left.i||fmebr<^
qiM «« ^(ciidefii le Ji^,flm9i um aff^n^ ap JlwnMybi
cto mifilpme 0s .^ve. «wfo ,t>rii9Af^ .f^íf^o^a^ q^^,'
hfA^ ei»,)irevfti4ffiPH^^ M #M«Md<^;pAm« <^ní)>q^i^)
CAfitfgArtopf, af ,(?MMS, ,4!>M«^ íll*c. «MÍ#i iIWÍ*f íW^ .
tii«^ o Oflrto t^v/e|i|.pi^f|fKQ4lftrgu|i|9r ipACS çftffii^.i
c^^i^Mf #:MWM «llêfmi |»WfffMfip»4«JMMin<èm.
a«^(9ffes.; f# PMlagrffSO. >V)pi# 4^90 4»l«lk «f We^W^
uqM^iÍrm|io .4W4Íi*p . 4fi «OMM^ri^m^ :4«Mf mm Pm>
pWgnpilYHiA t«l^mKI ^«cji(ifiii|..da «gemai i«#n%H}(tAOf),
o. a«WÍ9^rfl1i|i.4iMAl«HI .. |«iWPO Jprinb(rfj(ci^ .*• ffv^v^faffr
(|^f)elf|pv»itfm# «íiMw|^/í« tÍMw4q»WiP.^."íiWfir
cw,mq <► JWaw #wr44iP «Pfclf* oufftí^pm.Wo^íffl^.
wm^ «^ i;#llipfV^,|}/i,Qql^|t<i ;«Rff«a4a .#«H^^ ^9m
ii# ,i|ríiiwi^4«» 4« ^n#iwí íl'^mm ^m^^m -H p^*
lqçf94€icpSrjfffjtrR|:/ÍM ^os jJqfpjswW fkWíftiVqftWT.
m^^^ i»ç^rftiH!«r«P 49fi .ÍP**>« *>*• íopOf par^
ups^fts «fa^fi^i Mejps . fflAam ^ 9íhm^^ P y^ ^í^q
..^JH^ iqpvo^éf ¥.a .ílnilP»a>fw.CVÍ*l49flW#S<W>tVni
mos musica? E o que.wlo.ffi toiQVoryfu.^ovit^.a^
qn^ AW<M.cP.WM>if#Mqif fc jlWA .«^W .««Wí**ipf»l«
deíWi quip Jh^ fw(meM, p«f qw -^^V*^»^^ :»««ií^h
4mM fru^pe^^pq ílíMSfia A"*? prí|viriW:í#«líPíM9f«
1 4 fíWu.qfíq- WlWer *« W ^*f-*«»> ^l^ifíWxjnsh
pípjOH ia pm (n|<*e. (fMl^ercpfiio .fod^pa.pm^fi^i 6> Mftetih
ÇQl},;c,h|iy«9^^f flV^^fiui. i*M^V^p ^9^í^ daXwT
o;ppvt;qCAii;MJÍP,^qa,içqtAAT«!m «4r^i^W«ífMç»(«»IÍg»í
T(;f:|ftSi/l0})MW9»qr.^m>fiqillW'ÍÍ^içq^^ .
''ÍJt juMml-iftiitft \retomre 'itbHi
'Mfi^ #M(otWftHÍlié^MoMiiè
So/ve.l^Mi. LaWVVíMiA
•,.v :. ■ j ont
" -.^ tvii •>:^",
..>! .'fci...:;!
m^^^m^^^ffm^Bn^'^imm qmM iív^mit». 9omp(6o
f.»fW>«?«>*lí^MirqWÍfPíflw »V,iifJi««pp#jdQ ;in|igp4aFH
I^OHiniWMii^fMfMW^. q|cpf«^St,4ÍflhM r^.ijinpf^rtíbf
imio|P^qRmWP(,IIPíWf^9l|r»,p>tfM^^ -Mrtlftilt
M(>r â»te(flaim^{Mt. {AffWlf .i^MetcqnlopiMi o ni)»
. i<f)|IWifMr^qimqoiNP)9-'MMtll4^^
tasí* « . • .'^
44 «
5^8^
HtíVISTÁ tnVlVÉUSALLlSbO^NÉKBE*'
«■■■»
^9069' CitTtE as ttiii('âs1r;idicçõ€$«uja erigem qnasi
Bê'pé*âe na^' é^uridão' do« tempos , eni' cuja crença
unrifi («iâlidé du ú«ií*)Mhto itfteíro tem um poderoso in-
te^éíí9fe'i '^te èoíitarí-se a que' «eâdia recebida . sem
còfrtrévérbitf , entiie osgeíMitete^' , — de qoe as veneran-
cHtt^^cffMí»^ idéJ«i'9o3o BaptísU se' acham dêpositedaj
nli ifÚ^difèfMftfl nietrofíolítaDa de S. Lobrenço."
' ^rH"pòr^cerlddifHciiftd$a Cafteftí o Wsforiar, allegan-
d^ dòi^6itteDtl»9 ^iithenllcos , as tícissfilud^s porque
pasíírám aè relkpiils rtè âetrúÍeho'iDttttyt da hntfga
a!HàViça/'*è8íl«o^4ia', teta Hf#e a visfa da snVi decepada
ciAb«(a's:ieíòu ia Mde^de nínfjériçâ da ifieestuosà con-
c^í^itiá ãelIérwdos/Méiá^ép^ba» em cjoe na' sé déGé-
irnvn gé eon^tr^iíb' «'v^ptiféMA^capèlTá que Ibe é dedt-
c*ffá ,'c qiíetsc g10i^fo'dé*posttíli»'tidpfetíbsotlíeíõttro;
'^^feuirt |Mrte,*'ty<ia#^er qtie s^jattf o« (Vitída-
lAi^blòy^^íto-qtfé' tfe'i!ifirib« á'f ersuàsio dos^ío^liirbTla-
dWès^dtf Wíjíhiia?; athato)^ itinis ^rtSOaVW, é pw líer-
tò liiébosr^ ttl^riàòálk , adòpt&lwl t^nfiovèrdàdèfra i do
qúfe^rtc^íftr^-, p^ra HntpvfmV^à , h uma mifluèfei* 0
seVéVtf'<?fi»cfà. péHíiio»(f^€*tf'èslé'da^ não' s^' tl-rfctá
deàlíftthr d'tíqi<e11e^ ái1i(it<jdsds efrilteíéssiNJfos *mèi*9^*
les ',- #cerca*^lW5 q«rftes'\ 'aré -para bfem da réíi^íab ,
c^fevé*/ wtlaiipoer' os eiljWrflo^ 'pitopeHso* V uirt» cè^ft
credulidade /tàVs^^iÀo os miflbir eom' t«nlo'^?f((or dè
ldg\cM'e 9itiVnmtt/àeesíy\o írígnalaidos (^èFo ffi^àifítis-
Slftò WenédlWffttf íeíJòtfno-íeíiUeatro crítico uúlVersal.
• Perteddfeih 'poíí os gènéfWA (e nÃi nití éiíigiremt)S
ffí^bra '((oe á'íÍM étbfbam «s prdvaií) que a ãcqtifsí-
^ior por enes 'feita' d*fr-s#griidliSíTè1íqufas do Kiplii-
«a, daU do tempo ^W tirúítfdW ; tias tjoâeí aqoellá
«açao eomou, como é nòt<i-ío/^iJ*«í íáo «lre<Jla e lio
•cewi. É celebre toa Iríslorta d' aqueílas' famosas et-
pédicçôcs o cerco qutt^^Bidléunib I , itteio c succes-
«or do grande Gédofrédiô de »ulltôeà pdí á cidade de
Cèsaréa nafãleálina emlllí. '
O patriarcba de» Jer»s«eií 8|tt»esertland^ ante ©solhos
doáf soldbdo* a terdadeira cru» alentava o esforço do
eierello ebristio; que se compunfha -em grrfnde parte
de genoveses e de pisanos: Ao válord'eslcsatixHiaVes
áó novo monarcba da Paleíttaafa-baixo db auxílio di-
vino) 'é que principalmente sé deVetí * Tfctorh , longa
e porUadabienl^ disputada^ pelos raabotaiétanos. Na re-
pttPtíeio dos despojos couberam a oi genoVeeéSjrs cin-
zas dé Preeiírsòr; <}ue>iram fídasiem grtóde vébera-
ção pelos sequazes de Mafogia. TiMUbem.^uver^o em
sorte um grande vaso ou pfaio feito da w^a aó esme-
f alda de un valor incstjjqwiíl, \ ^
A respeito d'este vaso 0$ ^s^iptoret .ecelesíasticos da
Liguria , relaUm coisas exlrraordinarias , a cujo res-
peito dfremos «brii o bftlofférdor rátíkano : eã nec âàt'^
•«r#? fiWf^(P«efeítH efnháé ttt. Cnà iffirmam ; qite é
ofstMM em flb« a cábiéça- dè íiHrepMo rejireensOr tfe
Herod^s' f>i^apreííe*Mdte áivídgámt adultera* ovtM
nfio duvitíafti «ertiiieiír q^ '4 b^ nfeimfssimo em qtté ^
êêhêé^ towe» <» bbrdéiro^astbàl n» liff iiúà céa. Cò^
«o foor! qèe sej^; ò ^r«^oio Vmò exf^te im catb^dyjtfj
de«. LimwíiiçoOs^ná^mèstoà Afchíeplscopé!'egííèjá'»liftf
cu*o powi>oíiO''e^sèlemííiêi?tío as tlbtas d^ 8: Joffè
BáptMt»/ qu»'\oon|uéct«ménfe éoMi eHíé' f Wfeihíèl)' se
wseféna >'lòftrt 4 qu«ftblo'dè prHn atíjttdrc^da M
enttidos jgeDéir<«efc'3d#iH*^ gkH-JoSff^etpiígftaçSo êh
Cesárea. ...... i
lH»^tflta dedicada ao anoto Precursor é entre as
guitas que adornam* a vasta «grandiosa catbedral,
bdiflcada no estylo gelbico nos fios do Xil seento, a
^ais sumptuosa e mais esplendidameme decorada.
Mármores exquesilos e do varia» edres , cobliiMias,
'^estatuas , balaustres. primorosamente Jmbi|Jibados.« lo*
|do indica o apreço que os cidadãos da autiga repu-
blica, que outr'ora dispuiou a Vencxa o ãomioio dos
mares , faziam das sap^radas relíquias (|p grande san-
eio , a cuja protecção ainda boje attríbuem a gloria
e ríquesas que antígam«iftê adcfuifiv^m , « de cojo
palrocinio se valem quando experimdniMi ou reecaia
experimentar algnma grande calamidade. D' esta fer-
vente devoção , e da grande conrfiaiiça qae o pové ge-
Inovei coUoca no palrocinio d^aquelle, a quem o Filho
! de i>eus proclamou o máitr enírlf ài nésMás 'da mu^
jMcr, só pôde facer eabal idéa quem presenciou a so-
lemne e verdadeiramente edificsmle procissão das sa-
jgradas cinzas, com que elle proeuV-óu applaear a ira
de Deus, c impetrar a cessação dg terfivel.ílageUo da
ckolera morbug , no anno de 1934^
A propósito da capella, onde se vençranx as cinzas
do saneio Precursor , uma circumstancia mereee ser
Jaqui mencionada . e vem a ser, que a entrada n*ella
|é vedada , iebaiwo âè ptma êé ea>comilm»Mú maior ,
a todos es indivíduos' do seiíO< femf nino, sem exce-
di ptuar as mesmaf prfncesas ida augusta casa dt Sa-^
boya , buje soberana do^dAcado>de^ lieuoiSa l
•«^' ' '* ' • ••• A. J. Viale.
. ,^ a[,.TBXAGO M B£|^XSBXrr»
. .. < PH01#OQO«. /
306T PoartATA c*o d^onio
S.Thiago certo dTé ,' '
Qua) dos dol^ aposta ri]a
' Marís depressa ganharia :'
' Tracta-sc â'uma donzélhi ,
E dois , que morrem pór elfó ,
tie estremada galbardia.
6, Tbiago dará ao demo ,
Lá no melro do verSo, ' • ' - »
O seu éorcel das botalbas , ' "
' Por trcs dias , e rtiafà' não ^ '
' Se o demo áqueTIas três alojas
' De christâs roubasse as patmaa
£111 ttoitè de S. João.
E ò diabo outros três dias
Ao saneio de Cempostella ,
Serviria de cavallo , '
'Tão veloz, qual caravela, '
' $e 6 cêú entrassem priiuèiros^ '*
Aq\ièlíes'dois 'cavalieiros ,
.^ 'Mais a formoaa donzelfa.
-Mãos á obra \ rad^ qual ' ' /
' ' Btos dois valentes senhores ' '
" Porftados se lançaram»,' ^ " -'*
Como bons mantenedores ; ^
E^da maneira ée^uinte
' Ambos foram por acinte"' ' * '
'' Mfercè pedbraoi amores. ' *•
REVISTA UNIVERSAL LISBONENSE.
529
Cauto f.
Onde vais dom cayalleíro
Montado em rijo alàzao ,
Com formosa coita d'oirO|
Com turbante, e rourriao »
£ por legenda no escude :
« Á noite de S. Joio. »
A noite de S. Joi«
Dá no goto ao afi»0] ,
Estremado lidador.
Por nome AbeD^Ro»dil »
Rico senhor dos Algar ves ,
lliii' acfeètdfo e f eolil.
Mui acabado e gentil
Era teu pae , teu avó ;
Em noite de S. ^oão\
Tedos a morte bs levou;
Da crua sina fatal
Só Boadil escapou.
Só Boadil escapou ;
Mas Boadil tem Tinte nmos,
£ aos vinte e um é que se cumpreoi
Os seus destinos t^rranos:
Oh I não vás desafialH>f ,
Não vás que são deshunaoos.
Não vás que são deshnmaaos ;
SoíTrcia o teu alazao ;
Despe a tua cotta d 'oiro ,
£ tiirbaatç., e murriâo ;
Risca a legenda do escudo :
« A noite de S. João. »
Canto II.
Sii do castelloVoqueiro
Postigo mui recatado ;
Atravessa monte e pr«do , -
Qual perdido aventureiro:
Por vereda tortuosa
Juncto á montanha escabrosa
Pára o bom do <:avalleiro.
« Ê aqui » disse enti^o bentes-;
Desmontou-«e do alazão ;
£ na basta escurídlo
Entra com passos tr«m«ntes:
Ê caverna impsunda e fria ;«
Reina lá feiticeria
De negros mago» doscrentii.
— ^Que buscas, dom cavalleírot a
Brada , com voi de trovão , .
D' entre a espeséa negridão
O barbudo feiticeiro :
— íQuc buscas f» — A mínba sina;
Uma estrella perigrína
Fas-me aqui teu presíoneiro. —
— Tua sina já te dei;
Já te li o teu eondio ;
 noite de S. Joãê
Legenda foi , que en gvafti
No teu escudo real. -^
— Essa legionhi qoe ¥•!.,
Se eu jamais a decifrei j
Dom feiticeiro , seniicr ,
Minha sina, e meu condiò!?
Estala-me o coração . . .
Dts saudades, e decimori .•
Vejo em sonhos uma bcfla , '
Vejo em sonhos uqm esirellt»
Vejo em sonhos unM flér.
Tem madeixas' d*^oiro flno.
Olhos asues , que me matara ,
Tem uns seios , 'que retratam
O candor alabastriho:
Tenho presos meus buidados.
Meus transportes enleados
N'esse gesto perigrioo.
Dom feiticeiro , senhor »
Se é real essa visão ,
Dá*m'a para o cor*ção;
Que para os olhos é ddr
Vél-a , mas não m lograr»
Quero aqui mesmo acabar ,
Ou vêr a fim <l'ost«.
Canto Hl.
Fnfictiro. -
Belzebut , dom Belzebot ,
Põe aqui a tua rmIOv * '
Pelo Alborah de MafimM^ .
Por este signo saymão ,
Vês aqui dom Boálit r
Quer saber o seu condão.
Boadil ha-de logral-a
Em noite de S.' loão.
FeiiieHt^.
lOnáe vais dom ea^lleiro?
Não acabou teu eondio ;
Falia roais áoHt Bef^ebttC,
Dom Belsebut bésttntio. .
Boadil ha-de 1oçv»l-a
Em noite de S. João ;
Ha-de lograda na tamba »
E morto , que vivo não.
Não desmaes , cavalleiro ,
Falia mais ', dom besuntão.
Diaba,
Vão d'aqui noventa dias
Á noite de S^. João :
Se n'esses dias noventa ,
Na tua espada pões mão •
Nunca mais teus olhos pretos
Seus asues olhos verão.
Fazes annos vinte um
Em dia de S. Joio ;
Acabou-se á meta noite
Tua sina , teu condão :
Mas se antes da meia noite
Pões na espada a t«a mão-.
Nunca mais teus olhos prelos
Seus asues olhos verf o.
Feiiióeíf^.
Não desmaes ^ eatalltiro ;
Falia mais» dombMsiiiior
44m
530
REVISTA UNIVERSAL XISBOPIENSE.
Dioio.
S. Thiago de Galisa ,
Sancto de boa feição ,
4Ia lá torneios , e fesUs
Em dia de S. João :
Vae direito a S. Tbiaga,
Dom Boadil ; e mais não
Passarás por passos d'arma8»
Yeqceráso guardião;
De que modo não t*o digo.
Mas com armas isso não.
Vencerás os do torneio ,
Estremado campeão ;
Terás o premio da lide »
Mas com armas , isso não.
O premio d* esses recontro»
Dois asues olhinhos são :
Boadil , bas-de logral-os
Em noite de S. João.
Mas se antes da meia noite
Pões na espada a tua mão ,
Nunca mais teus olhos priatos
Seus asaes olhos verão. .
Feiticeiro.
Dom Boadil dos álgarves »
Acabou-se a Xua ^ina.
Corre , corre , cavalleiro ,
Essa ^trada perigrioa*
Canto IV.
ViB seguindo o seu caminho
O valoroso romeiro ;
' Ninguém os passos lhe veda ^
Thé ao caslello roqueiro •
Onde tem seu passo d'acmat
Dom Fuás o cavalleiro .
Que jurou vencer no encontro
Todo e qualquer passageiro.
Trai o retrato pendente
De Elusinda , seus amores ,
Atado á rija coiraça
Por dois finos passadores.
Boadil attenta n'ella ;
Rompe , iroso , em vãos clamores :
« Ai de mim ! eis o meu sonho »
« Minha beila, mens amores.»
Boadil.
lidador, quem qnêr que sejas ^
Eu não posso batalhar;^
Dá-me espera de três dias ,
Que eu te virei demandar :
Vou-me ao sancto de Galisa ;
Por Deus , deixa-me passar.
Dom Fuás.
Romeiro , quem quer que sejaâ.
Comigo vem guerrear.
Boadil.
Lidador , eu ten^o brio».
Tenho forças de leão ;
Deixa bater meia no.ite
Em festa de S. João;
Que eu virei vencer por elta ^
Que eu virei dacHte tfkw.
mm Fwu.
Romeiro, quem quer que sejas»
Segura-te em teu arção.»
N'isto enresta a lança esguia,
E arremelle c*o romeiro.
Boadil finca as esporas
No seu ginete ligeiro ,
Salva n'um pulo a estacada» •
Furta o corpo ao cavalleiro;
E alto brada : À meia noite
« Serei na liça o primeiro. »
« Dom traidor » dom vil , dom fraco ! »
Brada dom Fuás em vão.
Eil-os ambos a correr
Apóz o mesmo condão.
— A liça, á liça. por ella ,
Em noite de S. João ;
A liça . flor de meus oHios ,
Olhos de meu coração !
Camto V.
Gentil torneio se apresta
Por dona Elusinda bella ,
Na cidade padroado
Do sancto de Compostella.
Quem vencer inteira a lide
Gosará favores d'ella.
Vem um guerreiro , e mais cento ;
Nenhum á dama agradou :
Thé que entra o moiro Valente ;
E Elusinda lhe acenou.
Mas o moiro queda estatua ,
O moiro não batalhou.
Vem-lhe emtórno os lidadores
Suas lanças enreslar ;
Vem-lhe as cagalas mil l^as
Do S. João descantar;
Vem-lhe as damas do torneio
Os seus ramos offerlar.
Estatua queda o guerreiro ;
E estatua lá er» ainda ,
Com os olhos enlevados
Na sua dona Elusinda ,
Quando na arena don Fuás
A sua carreira finda.
Vem dom Fnas derramado»
E mal avista Boadil ,
Assim c*os olhos suspensos
Na sua dama gentil ,
Tira o montante; e d'est*arte
Grita ao pasmado anafil :
« A fé que não , don Moiras «
ff A fé que te hei-de matar ;'
« A fé que d'essas entranhai
« A vida te hei-de arrancar ;
ff A fé que heí-de il^ ea pcifeoa
ff A Beizebut entregar*
REVISTA UNIVERSAL LISBONENSE.
531
« Nem dom Japiter no céa .
« Nem no inferno dom Platão,
« Nem S. ThUgo na terra ,
ff Nem o tea negro alcorão ,
« Podem salvar tua Tida •
« Podem anster minha mio» »
N'isto o fulgido monlanle
Aos ares alevantou .
Solire o pnlso do anafil
Raivoso descarregou
Fino golpe . qne do braço
Valente mão decepou.
i Valente mio , — tio valente ! -
^Qual ha ahí que • fosse maitt
Bona Elosinda a carpir-se
Derramava tristes ais :
— Meu anafil, meu dom moiro»
Quem nSo te vira jamais ! —
Ergue de novo o montante
O desalmado infançio ;
£rgue-o de novo Eis retumba »
Como o ronco de um trovão»
Meia noite pelos bronzes
Da torre de S. João.
« Meia noite ! meia nmte ! »
O cavalleiro exclamou ;^
Ergueo-se como um leio »
De seu alfange travou ;
Duro golpe do montante
Com a lamina aparou.
Àparou-o , e com tal arte ,
Que o montante se partiu »
Saltando a ponta quebrada
Tão longe . que se não viu»
Immovel ficou o alfange ,^
Immovel; — nem se buliu.
« Real , real ! » brada a liça »
c Real por dom Boadil ! »
Nada attende ; — e só c'ttm brac#
O derramado anafil
Os campeadores investe ,
Mata oitenta . e vence mH.
Jaz apagada com sangue
A fogueira veladora ;
£ já desponta no oriente
A asol estrella da aurora »
Quando morre no anafil
Toda a sanha lidadora.
Tinha á cinta charpa d'oiro;
A charpa desenrolou ,
Mil oitenta e um escudos
Todos n'ella os enfiou ;
Mil oitenta e um escudos
Aos pés da dama atirou.
Canto VI.
DoifA Elusinda a snrrír-se
Estendeo-lhe a mão formosa ,
E imprimiu-lhe um beijo ainda
Com os seus lábios de rosa.
Ê debalde: — cerra os olbo»^
.Sólu lya ai a cavalleiro ;
Esvaí u-se-Ihe a existência
Por esse ósculo primeiro.
Com a voz semi extincta
Chamou defuncto por ella :
—r- Quero ser christão nos braços
Da minha Elusinda bella
Gelou-lbe a morte a palavra.
Elusinda estremeceu;
Do sen converso nos braços
Também chorando morreu.
E quando ao sacro jazigo
Os dois amantes levaram ,
Dom Fuás , anachoreta ,
Já n*uma cova encontraram.
EpaoGO.
S. Thiago n'este dia ,
Seu corcel deixando atraz, '
Passeou pelas batalhas
A cavailo em Satanaz.
/. FtHre de Srrpo.
lOTieiAS.
COMO tS OaZAK VaiHOZVSã BOIfiSHTS.
3068 Ji para ninguém de Portugal pôde ser no*
vidade o desvello e primor , com qne SS. MM. Fi-
dellissimas criam e educam a seus filhos , o» quaes ,
segundo informam quantos os teem contemplado, e8«
tio sendo pelo seu desinvolf imento intellectivo acien*
tífico, moral e religioso, exemplares, muito para
ser propostos ás nobillissimas inveja» e imitação da
puerícia. Sobre intenderem e fallarem correntementa
o português , o francei , o inglez e o allemão ; co*
nbecerem , nomearem e explicarem uma desmedida
quantia de plaantas e animaes , segundo* ao acaso $%
lhes offerecem taes^ estampas nos livros de historia
natural ; estarem senhores dos primeiros rudimentos
da religião catbolica , e praticarem para com todot
os da mais estreita civilidade, cultivam também»
sob os olhos de seus augustos pães, os exercicioa»
que desínvolvem as forças e destresa corporal.
Em uma carta» que de Cintra nos esciev» pessoa A-^
dedigna , se lè : —
« Assistindo nos dias 7, 8 e 10 do eorreate ao»
exercicioH do destacamento no real paço, no camp%
dos Sitiaet^ onde foram presentes SS. MM. e AA. »
gesámos de uaa espectáculo muito no^o e muito lio»
do : e foi vermos o nosso principe real e o Sr. in«>
fante D» Luiz , formados á direita do destacamen-
to, com as suas espingardas, fazendo conjuncta-
menie com os soldados todas as manobras,, ora dei^
tados no chão , era eoa o joelho em lerFa , ora a
marcharem e a coivtramarcharem e até a roarcire-*
marche : e sobre tudo o que nos espanto» foi vêl-<^
assistir aoexercicio da fogo, que foi no dia 10, no
qual elles mostraram. a sua affbítesa , pois não si
« não tinham medo dostiroA qoejuneto a elles davana
« as soldados, mas até disparavam as suas armas»
m que um official lhes carregava , esperando a voi do
« commandante do destacamento para pontualmenla
• faserem fogo. b
« O priíMÍpe , apesar de não sar tio cobosto como •
532
RETISTA UniVERSAL LISBONENSE.
^ infante D. Luiz , nãu cançava , pelD contrario cor-
* ria tanto como am soldado, porém no exercício do
« fogo distíngiiiu-sc o infante D. Luiz pela rapidez
« com que o fasia. »
cr O Sr. infante D. João também andaVa de espin-
« garda apropriada á sua edade indo pela mao do
tf camarista de semana, atraz dos soldados mascorao
« é muito pequenino, quando ouvia o fogo tinba me-
c do e fugia para o pé da mãe. »
« El-Rei conhecendo o des^o éw prineipei , di-
« zem que quer que continuem eslet esereiCMs • para
« lhes servirem de eschola. * * *
BOM PUESfiimí A lí]>OCA]K>m£S.
3069 Com muito gosto havemos lido emedíiadoum
▼olume de perto de 200 paginas em oitavo, com'o se-
guinte titulo : — O menino perdido : romance insírtícíi-
vo , civil e chriêtào , eúgenhoiamer^U .aeripto em estylo
familiar e accommodaâo a todas cts inteUigcncias pára ser-
vir de compendio de bòa educação. Obra reccdmmenda-
da pelas maneiras , suavidade e ternura que inspira to-
da a sua doctrina.; pelos jihrudentes eonselhôè , qUe dá ,
especiaiménte nas cartas ; e até pela pureza e correcção
de linguagem; composta por um virtuoso sacerdote, exi-
mia em litteratura , e con&umuéto em prudência , fructo
de uma experiência octogenária : publicado por um seu
amifo , € offereéidó aos èdueuckítès âa itk^idáãè è em
tfpeeUd ás boas nvães de família. Porlo : typograpfiia
úe Faria títtínmrêes. i844.
Nio Mbemos se esta obra é origltml , «u traduzida
do fra^ez e acvomqiodada para cá > segundo por le«-
\es lAdicíos algumas V6ze« hos quiz parecer. Se tra-
âlicçãb é , damos os porabens ao CVaiuctor , que óos
}>&rece èllá^dava das nH!<DOs viciadas tiuo n*esteB'nlti-
taos C^eMf ós sre tem feito. Se é poitugoeia batho, do«-
bradániente os damoá ao belieM«n)to reKgioso , d«
4oem até o nome^ nos é oeeulto , por iMver feKo ái
fomilm e á soekdade vtm d*aquelles serfiço^s » q«ie
abrangem a lodos os tempos , o a qife muitOB indivi-
Vuos veM depois a d*evef a sua felicidade.
« O meniHo perdido é uma e9pecio de toovetlínba mití-^
In sihg<el)a , conch^gatfva e afectuosa , nniito aeces^
srfol a toda a qtiolídade de intetidimentos , quer il-
lustrados. 4«ér não, moito judiciojsa, d^oeljcá §ete
p^d^taría ; nnmil Sfem seqoidiò , religiosa sem biso-
nhice. O pae mais instruído depois de á fer, fal^^^M
Mel^^por sÉa ítaulhet, eslapòr seirs filhos; e taY)tBos
IlIbOB , eòmo a mSe , cokno o pao hat«rao cottiido ,
d'eiAré o recreio, dictames práticos bem sios elátm
persuasivos , 'de que muitas vezes M aprovettem.* A
iMa e má ed^açSo appatecein ciMrapòst^s por «nS
modo lio sagac , que o espoctadbr iiiteoeive)«netatesê
«ffeiç(te á primeira , jé por sentia t) sen Intvioêeoo va^
Ibr, já por etftffr. ora adiviotntHib ; ora palpawdo^oB
Heds óptimo^ t^duittdol. A IHteratuptf da ]t)gla«evfá e
1 do Allemanha e , mai^ que ambas èflas , o fra#èe^
%à > toMam om graode hbttieto .de oscfiptd» ^elte
Ifènero. eooswgrados ah progressivo apeifeiçoametiloda
laossa e^tfeeie; ikias a nossa* iitipriensa , occep^da dòm
fòtiterias , qoando o oão é ciom roítaiundieies bèMiia^9,
fitto produMdo ttelo. nem sequer reprodusido d*èíll^
Mitidotos para os avéfrieoados , â*ostas vatcMs pài«
%s aivido ifrtttctos do tontagio. ' '
Vi¥a pois o menino perdido, que a muito» llvraná
Vê o vk<«tt * sor. -teafá 400 't^iina Iraits k^òblios , i
ejccitados por esta prinaeiria tentativa « «e lancem tam-
bém a cuUtfar cijnpo tão fértil e provertoio. As ben-
Çcãos dos homens de ben e oi agradecimentos da pos*
Icridade serão a sua recompensa; mat a gloria deter
ousado pregar o amor . a sisudeia , a religiosidade ,
as virtudes e o conteótamoiiiú da alma no meio dos
bacchanaes typographieos, que, dos aturdem ,. essa ,
avinda que outros venham aliás a excedel-o, nípguem
já a tirará ao modesto religioso, que, passando è ven-
do a miséria do seu século , lhe lançou christamente
a esmola sem se descobrir.
CONTAGIO Dtt BfiXtGAK.
3070 Em Lisboa e Aiuito teois por algotas logares
dos seus arredores eUào as bexigats , ba tempos , fa-
zendo deploráveis assolaoõos, sem qiio nora esla ter-
rivel lícçao demova a muitos pães > bratos ou crjmí-
nosos , da sua ferrenha obstinação contra a vaecina :
antes concorrendo 4»|vez » paro B'«l]a os cerrobora*
rem , os mentidos e mal observados ou exagerados
factos, que entre os rústicos se referem, de meninos,
que, depois de vaccinado^ , foram também accommet-
tidos pelo òontagio e succuínbiram.
Posto seja hoje opinião corrente entre hóns médi-
cos , que a vaccina não é preservativo infallível , o
que muitos aconselhem o repelír-se a operação dean-
nos a annos , ninguein , sensaito edf» boa H . duvida
com tudo da sua immensa equast univeraol eíBcacía.
Pelo que á instituição vaectoica de- Lisboa, mais do
que a ninguém , tocava , segundo ms pereee ^ # soli-
citar e impetrar do governo, afue por todos os biodos
directos e indirectos , com smesorias * promios e cas-
tigos , pelos governadores civis , administradores do
concelhos , prelados , *parochos e facultativos de todo
o reino, se fizesse chegar até aos últimos recantos e
individuos d'e]Ie este milagroso presebte da Protiden-
cia. Aos nossos colle^as, os jornalistas, nada (medimos,
que recommendem , coin medo de os escadalisarmos.
Um d'enes, hoje 17,' nos significa pela bocca de um
seu correspondente, (o qoat adiè nio valer' o pena as-
signar o seu nome]— «qkie nio i^ apre« fue iracte-
mos . nem de a^càllanra^ nem detileolo^ia • Mm de
poesia , nem de latim , nem de homicidios » oem d«
suicídios , nem de duéJao , «em. de doctrioa ctiristã ,
nem dos successos qiio.oaoorpeiB » mtm dos grandes
crimes que se comméttem, e nem sequer de carne as*
soda. Talvez que a vadcina se compreenda tatnbem
(como o assignar o seu^ nolne} na immensa lista das
coisas de que não gosta : sobre is^o éque nãòpáde ha-
ver disputas. O que pedimos ao amável redactor é ,
que nos obtenha do lítteralo , seu corre^ondcrite , o
rol das coisas que elle acha boas , e a tabeliã prohi-
bitiva da sua alfandega intellectual. Estamos resolvi-
dos a fazer-lbe em tudo a tòntade , aidda eom.x» ma-
nifesto risco de desagradarmos aOS ooíssos costumados e
numerosissimos leitores: o que sóroCorritnendatnos ao
nossocollega, eaocolle^a dVlle é. que em llies appe-
tecendo interter-se com à Revista tlHivèf sal fqlieiionca
jamais com elles se interteve) seja fallando-lhe dire-
ctamente , e não quando esgritfie com ou iro jornal ,
com que a ffmtí^anada tem de commum, e, em que
por ser de politica , o redactor dd Revista tietú acci-
dentalmente collabora, salvo em artigos^ fhira e exclu-
sivamente lilterarioi, ooftfo àv^enêurat 4é wn milito^
nario (de que o auouíftM^ iaab«ai^>Bioi.fosUy 'O qoe
REVIST* UNIVEttSUli USBOTíENSE*
533
muita pena nos fax)% o» éiÁ «ma ou oijlra noticia,
cfifriosa ; Arfsn* principal « na forma . tompleUflwnle
ilheta às di^cusèôes governativas;
'Pérdoeto-nos os nossos leitores. csU digressio/ijwe»
se podia ser mais ampla . na veráade devia ser m»ifl
corta ou nenhuma,
3071 A éocienàDB das Scienciaa Medicas ée Up^
boa . conforme aos áeus estatutos e ao «eu :cortwm<N
inalleravolmaníe sefçuido. celebron domingir l« '••
soa sessão annual e solemwe. A €St»da,de Si' M. s^*
Rei em Cintra a privou de ter D*este a«to » pre»eA?a
do seu augusto protector, qle nunca aliás effl táes a<s
tos costnma faitar.
Depois de lida pelo segundo secretario, oma concisa
e interessante relaçlo âo íinno «hdo', m«>s Irando que a
benemérita' aocicdade não tem d'eixaado de promover
com grande credito seu o publico interesse no tocante *
saúde . relaçSo que foi oifvida com tant» praser coma
gratidão, o presidenta o Exm.* Sr. José MariaGraiiíe
len um iraportanlissimo discnrso sobre grafes e diffi^
eultosos pontos d*alta philosophia phisiologica, áe ^fié
nlo sé oslmedicos; mas todos os assistentes, pareceram
summamcnte saftsfcilos, pela grande lui qoe o aoctor
soube radiar até ás mais alias profondesas da sciencl«,
^ela vastidão dos conhecrtoentos que desiwvolf êu ácer-
ca dos phenómenos vitaes da Ftmna como dkem; ^tz
Flora universal , e pelas galas de estylo coto que »a
mais' áridas e esquivas doctrínas lhe saíam adornadas:
méritos e bellesas nao commiros que elle Sí>ub« akl*a
realçar por Hquelle dom de excelleftie e stwipatWea
decfamaçio que todds lhe conhecem ? não * pèêsiyel
darmds hoje uma idéa raia is ca bal d 'am discurso mi vWê
apenâ< uma ves e que môito perderia e« ser impw»
feitamente minutado.
JOSÉ KàlU DB MB&tO TAICÃO.' D. miLU AUflfWT* «»•
« GOSO DE MELLO.
BèntitmiiMieiilati' ín vi»
PiRlm« 118
' D^w eharilai et I :. 9t «li >n*"^* '■> "^
vilBie ia Dco mao^l, et Deus in o«.
Joaon. cap, 1.
(Qiiciqne sccouliimí que iolt BOlre eiprR
i la oêcettil^ de Ia morfr, eepcDdant Bom
í toBunet lonjoB» frapi4»4'etoiiBem«il- lora
ifiB i^eteiBt ^uehpi^ua de eea boainiesrA-
. 1 ret d<Hit la vie toule eatii^e, aBíi^ée par
HO fecvcnt aoíonr du biirB , a ele emplo-
yie dan» Teiercice cobsUibI de la vertu
• ' et de la oharUe.
Nêcrot: it Juiry
3072 Ha poucos dias «inda, qoe um par formoso
«ntre todos , sTinpathico e unido como poucoí , gosa-
▼a amphmente áe todos os bens d» ttrra e de !»d<w
dons do cto: eram osBxro.** &• JQsé Maria de Mel-
lo Falcía o D. Emília Aogustji Trigoso de Mello.
Fizera-os Deus sian ilha ntes na idolc excelloole —
fizera-os o amor pacUcipantes- do- mesmo destino inve-
javeL Ambos na flof da «dade . amlw ^^i^os de vigor
e de esperanças, pisaudo; ambos ^ .enlevados no seu
mutuo affeclo ^ o caminho de lo4as *s prosperidades
Era a vida pura elLes. uma .po|»o spcegada nafcgaçioj
n*uin mar sem perigos , sob um céu sem nuvens, Oi
posiò commum a qoe iio dar toél^s os eiistencias ea-t
tata^^moHo longo *^ tio longe qoe mal o podia avis-
tai» o pen^menlo. Nem arrecifes traiçoeiros, nem va-
gii6 eníVifecidas, nada : mar e céo — esplendido cé o
d* amor — um pla«ido e liso mar de Yenturas-wufmai
agm» §l!reDas*<e*traDsporeiitescomo um^esp^lhOt-atravet
das <|oaes se viam todas ^s probabitidadefdo fotarot
*i Que fotoro !
A «r,' D; Emilia Augosta Trigoso deMeUo^era filha
do nosso íllustrè Académico Sebastião Mendo Trigo-
isa,e sobrinha do sábio e honmAdo Francíseo Mctwel
l^ígbsi» d« Arhgio Morato» cajo nome é ainda lailtfb^
|sam0iile'faf>otido por todoa es cultores das boas leltrtfs
U pori^qoantos atnda se lembro lu de o ler visto rcsplen-
decetioi irMiuna politica pela sua profunda e erudita
etoqueneiar o ISr. José Maria de Mello F»lcãa não ti*-
nba menos importanie ascendência.
Nada lhes Caltavr portanto; nem Jnstas » esperançai
neny gloriosas rebotdaçôes. Eram da mesma edade com
pequena dífTerei^a. Pouco etcedèrh ' de trinta annds
coda um d'%Ues. Tioha^oa eolaeado o anaor , durava
ho dez apao^, tão vive como na primeiro dra. Nós*,
qne nos honrávamos com a soa aoalsade, não podemos
recordar^nos sem lagrimas da mtiroa e perfeita uniãa
qne por mais á^ imm vt« admifámot a'aquelle par
examplarissima.
Septa fUbos, qwifro menino», e três meninas, eram
os froctDs-de um consorcro que ji contava, como diiat-
sêsiaa. 19 aaoos de dora^oe de ventara — eram a
alegria, a esperança d'aqoelle sáncto aíTecto-^eram,
fNtrqoe assim digamos, a soa perebne reprodocçio, b
a)ÍHpe»to substancial com qneelleaefortíficafía se aca-
so podesse cbegar , algama ¥ea , a cnf^aq«e«er-se.
Tudosonriá pois ao afortonado par. As riquezas da
terpa pasotavn«4i'as proAiaamente \ as qoe tinham em
soas aliM» aram ioaagotaveis/ A* nobreza da soa a^
cenéMiaia era grande e legitima , ma6 a dos seus co«
raçõeo ew aioda ibaior. Neohoma das condições d>e
felicidade lhes laltava.- A benellcenoia , e acharidit-
de baòitawm dabatxa dos seus tectos. A povoação âo
JNmcalf oode Tiviam^eonde era a sua caza, toda alK
achava obcopaoio e aaxilio — a esmollti qoe não et»-
vergonfera parqôe é dada como recompoosa d* um tra-
balha sakiiar --^ e> o soceorro sem ostentação nem ar
de vaidoso fiivor. Todo a Itogar portanto , achando
«'aqnella «aza lio i^aro abrigo eprotecçio, respeitava,
9têt^^ f adorava vis seus donos. A soo bcfneflcentra
porém nio «a linitUiva a lio peqoeno* circulo ; onée
qaar qtie a miséria apparecia U iam elles esleoder-
ttie a mão valedovi. Um sen digno» parenie recebia
lodo» as meies em fiisboo algim» mil réis destilados '
a Siiccorrer. malt d "ama fiimilia da capital ; e ©segre-
do d'e5ta charidade era t&a piedosa . IÃO- evangélica-
irnnte guardado, qa© s4 a efpamao da dor o rmllou
agora. «Qne landatívos discorsos pàdam ectuivaler a
este si«p1«a'ft«Wt*
A^ s«ntii»oafo d^ ft^kidade jonetiva-se-^lbe o testir-
munbo' da «dnsciêooisi p«iòs inftirt«níos qoe atenua-
vam. ;Quc podiam pois desejar? Saúde, mocidade*,
fki^t^s . Tírtwdes — ique mbis oomjH^ta i^euniao de
fatqres dà f^rovidepciu ^
i Ai ! incertezas do mundo ! O ventada miyrie sopraii
sobre WSt» aflot^da hime^ée vebtèrM, qoe todo alian-
çava ainda tio esperançadas de longo» annoè , e íta
algons dias . em horas , n'om .momeaU» dis|>ersao-a8
_ á^lMiA$%ii pó , eç fumo , em nada 1
554
imyiSTA ÍUIfFVBRSAS^ £i1SB01«£firS&
■e Ífiií«id94e ; 80 rtiii >m ^'e .« consUratçlii e o ta-»
cto. Ot MW tio ■Mfof « ebor«dui^d/inos êWvciH&bi-
tmm Msbfti áoMsM deM)9« — ia oma «iriploiiU ^$€ê$à'à'*
iúift. EgoAM TtKtrain: egvaef Morreran. UfiM^s^itaio
fir.t4i| vffidi iJBòtto Sai , m «etiM piodHfa ^ aga o»
qoii desvoir. Nenhum d^elles soube go im do^outfo.
IV^^àiivteUíà 4Hite Ignorakkja.feragi eícontran^e «a ^a*
4«iii iu eMTMa eèi>aolfiçõ«ii . .«B4e nie M iMiteaiia :
«9Mi|i|«r«tii(e ^g«d» da tiem , ae ^inw «Ums iT4»<-
JBMi • Mgtr-ye 'para sosipre iiat4é«. á.efetfli acaèeai
.tAdaiuOa qu^ «erdadeíramaote^é a«iaai<iie oMnid»*
jBe Uminihas^ de lio efl^leodid ae ^inédtttma naotof •
ilWi í« «enie lagnintris e-sanidadesH^aatlgea ^%Ê9é*
jnenlei»ai9oa4iM-*--4^pl&ocphios.iMiMM«lanraist«H^ e ^yarii
jiavoaçâo íutuira aír^a >lBaés chaia «de ^phajidade do
rf|iiaieUeaf peri|oe as^duaésapnltprac, ..Q4ie meriteao-
éda-com es^cus proaloa, Ihe^eacenraa leda eèam, teda,
4 'M^ue^a e jtOfwentura leda a<eiperaa$aJ
Mãtt aceireaecnlateniieedogiea.^ ttrida 0$ haarená^Btio*
rea «e ,|Belheiiie , ide quo no «eape etaottla.^d^^eiiaelU oíh
IUqM |i»ev^^He . :elMHiande indinadeeebre iodefiiiiohif^
^somi-^berip ^doa aoiM JbedifeiUirea^ le leaíndQ angustia*
•^«m^nlfQ^pt^ea cem .es soluf es^dfteue .dar TfFalla-ttiae
a sua .alq^DÍa., o seu arrimo *. «o aeu reaioitia»
^'l<)g9ir'''der^B<(frl^>6,aiiida^je.epre<|íledtQ as^ida
.dôf |»fqfenda, líão é M que se àáo»-de «fira oustr as
igfMo^yiLlegresdeinfaiioia^^flildrBo.da ^iieirftl>reptta«le
— n^m M6 fotgasãs palestras. <esWoioaiofai»oea e aSiSMiía
ringanuas eaperançes da Aocidade jfneroaa.n^eatas lie
.|»M»teresee8 e Aio •iiaeionece Italejae <de eiesse àmm &
Joio -*n sem t9o f Qei;e <es fed«l^niíes «edciaea -deaiatt-
«cíioa que ^i^pla^d^ estes .Mocos Aridicctimaefiiéeaa
aa discrepas aaíidadtss 'de iieitlffiqpo^.tiio.ferecrttfk ià
. chaga está ainda !viva.;,,dis aaiidadcseie ouUrfit.,''iiie
.cenaoladofiis , f)ie suaves . tnas aoertes, «poBgeMes^ i
"ioceaftpeHaveis. Sc aos é.lipUe draospor distancias*
.d^Mqui vemes, uva legar dtis' herdadas ale^âa !d*«Ue
rtempe, a ifioiçidade e a velWce eekiCdeidtdas7ew Éueswe
:crii«l pezar — d-eqei reaids asomiesxeiíslerairfee «rer
Jrearem ^s iéotatiyasêniieofiatea desqAie atnda «ieaar
.bem o. que «êo^pettaè do coração., 'ief areaitnfejs «oifié
ido novof (ttorulo • e <QsÍMffic«i^ea a baliiudíar ea. Imí-
raues e o^i iottirer^s dos qv» aili f>6po«8am , « jiitocto-
meele -eeei aqeelJe eooie è étifàtkhê leu? oneaos ieatir
rVi«ieho8 éo'£^ redeBbeaJ«ieeio..iAe«*Mea*á«cieuiiettv«
rJDgrataa . siHrá peenvel «qtter^oa ha^a afeoa t « í •
0:bjiiiiie!daH]«oceiic|a «do ngradeeiasete /én o wmin
rlorroefo de 4odoa oexantâcos^ que.eafes8a«'iettloar«e^
fhre ema 'sepultura. Aggnegef^^n^ ima .eéiiafleiíradtra
.quefi saei^Hfifo.. ftetxeese<«i0 Jfmsúsêkk futratáfi^
embar^çadeaus jpéê do Etekiie*
. ] Honra ie paa» n^i ierea ^e iUoelra ^ar .qnenaonMle
rd^i!ubou tfojeddol
;(j1or ia e rceompensa eo eiéa segoitdeiasjees »#rite(i. f.
\ éessa: a JMr da«aa<idla4e ete^cdr-dheyeamapguteiaea- <
ie sebre^ eeen tMi«lo * eotio a Aéase nífÊ «nreigeiíiao'
eoMiçio t .
, Ó)oriti908flhd eóoelde! e^Hráto eoadniidenppqveddi-i
TLon ; mas lotigê de o laaUmareMiSfptfiofee» Om^iqneii
• que e4Mrtífiaies.*
Ásshi acabem iledes mq^€ eftcdadeireiDrideiee
rfSDaiD JlO'fBUBdo! . • ,
M7S Oo 9U JÍ7 de eorrcute ei^ea «de Jiiebe per
diante, achar-se-ba á veeda no esartfderío da JlfP^
IMsrradI j&tAenriiar ,. e eaeienle dp Sdbifoiíi, <oo ^s-
pMiffftei* toelWdff jd fisi^ apao,, e «vi -^mefu^ea.;
preço de cada alqueire 800 rs. .
iÕesde gá -se adverte qmt havendo muitas pesaeae
qeea tmbnr^eimemamiNladey^ir s^ eoogeevfiidt os
^«e^eosMiaa^nie^e eebendo a quantidade que cedasm
peelendia» ea 45Qi<elqiieíres«> que^paveo mm eu me^
Qoseerá ottoMídade de que se pode dispor» pse tf^i^.
í|^d«Mae ^ quem piimeíre apj«reeer«
.4ee «epmpnadeaee se eniiiegiar4 -grulís ume iof tri>*
q^O'do medo d<» a seipev , eelber etc.^ que ,a Kcr
rúla publicou cro>o nl^ 1.* «do :â.* ^h^oç de 33 de
eeptettbffo de4849. >^ —
fdfíSê^ h$MW dntjMeo -cem ^ seu.prelcigo,, «ota# 4
doenmeotes e^peema, <em quatro caiuo^^ qee ^ ^r.,
▲• L. iGeftMI «deu^ é (Mis .ciem e I^Jf ^ O dta 14L 4e
efesle de Í8S» , eu .i» ricferiq 4a {FUla 4a Pre^ ; um
«iilUme em eUeee de iOt» p%gi««íi» .effeilBoid^ |K) JB^q^^
Jlmtteda Verccím.
!l»ie ikQS .parece p<esssumflU mnil «seieAbMa : e fÚÉt,^
QM^abi<.^.gmtediia8a.! ^es berees,» #^«iUKyHa .te^es m
cenbeeeasenes e '^st^am mi^ wi>«íps é<hfliUAf»ana «i
poeoia ^ícete>dmiia|ica •éumierritv^l dei^cii«iíU>j«/t«cap^
ume impe0taiie4a,aesáa'eo>«siderpir0lc; < ffj; nêo#edc«
ao8'ieer.ei>Ues)«ígeiitae« aeidJmoWos fK¥ft#sa4p8.^p«^
eelfaofdiíieiâe rfka fçureiWHancMí^f |^el4 JÇí( mhiit^
eem qim i^aiKi^erAfB .|iece«ia .0 if^go dn n^^fim^n
IMÍi epeeme)da«ii«fiaM«^i« »da Audita em .q«q 9C{9mf^
fèmm 'ooetra 4fqi'e^rie e^ «nufliNiWVi.. «peiU 4(slffii^
4e.:iiiqreeid4!foU(aid7li«.r«^^W'qviy9 ?n»*íraríN» ^aie«
eorr* rde .|ri4»eip:bp JW <^efi^ew ^eopWotj >e hipií il>e*in
mas é nossa opiniãe , que este iD?g?vMf)<» «l|Sfimh9.1^
recia de ser tractado de jnui diverso mode.
As Astrcas, os fét^-^^iHnjhiQi misturados oenu
oedi«eeMq%£:fPA4dps«,yijlaTF4orej^, e í«nJ?|iSrW»-
nías fceem «m não «aí tqué de repugnância e aaa»it
proTanaçio , que idi^ kiaibrar .««eKlravagafiie |ieeiBa.
de f arnf . Ás flcçdea m^tíntiogíces ««npa pedem «er
^Mrios^ée^inu ^^eiHiaée teoAteMap^anea; e, qvafide.
n*e)lii selifttiroSDfetlcm^ j^dem aucteKsar, aesque a «ao
«onbnA^iQ e#^n$^r.flue P.lpoMa, aifnlJhante aoSmoni-
4es aMtjgQ..i4ãQ,'eÍ9gH)ii aMStôr AMIex^seoio iperque
«oiso«i'rba«0e.MaiaQbma..l«^ paraeseu
-eneemfo4 ««-««^ realtaacmt^ |[qiie'4ÍMra fai o Èim* Bn-
qde <tt Teroeka , ' q4i»Dde tie qeatio ca»to o vewos
coroando de (pirás pe}a iít|e'd4Bf'Fl#a , no meie de «m
iasráitai doPamaW, onde jis dè(crá|iitas musas por or-
de^.d4^,J^ik^.f.»^vaô issCejar f í Qn« significam es 00-*
4foa;mliitefe^^,e,oqmee4i|p^e 9 .bf^t^lhle^derefliun-
iAríqs.dir-^rAiipJia » .f^nA^s^^o /mes^«i ^(ie ípp^MVVfW
^,migRÍKia|d#deA par«{H4S4|u^.nqpç/i.cxistir<«9i,! , , . ,
As.õinsas-eoípi és lifmp^y^itoiattfpadae
Ou;ísí d itid^empaí a8^A4nlds>eeà&eé<iiavaiii
'è'9!^rtròs /qde f^ractêee^diéignalkdae
' Bfgtios.de eer 'c^retfilea^ee «léatravenit
' H^r(yióe'avdf)r , fiiçanktfs^éle^^aav
" Ka^ bàMnçà ^ de «niemia áe i»eeavem 4
ObtétíM «8 wftdbtarioti eg uertidoa > • • '
^Itaíof apirèç<^/|^elnioa>tieieiruU(l*ft; • ^
REVISTA. GNUÍEBSIX lISBâNfiNSE.
6dõ
o pueaa NápoU&o no Bgiypéé poF^ Daríhéliem e Méry
é , qimiila ft úàè {taêê «liUIiit» )^ceiir-^àí|«iai»> tMc em
Um corréspobdenfè d^ Paro not^escréiriícoiii
afh átíà 6 |wU oikia hom h
jdaU de*Tdo corrente
; Qual ée nés , tendo ^4Mrtt%«i»Mlb« iiMso»-«m»i | 8«iii'«^««Mrito» tirar ot leotlèg^rtc a HamétOv. Mk^
^9 , ex«-toiualaria$ da ratoht, alhl j^omium roà^^^^ai^ | gilio c GaBiões, que seiupre kenvaê dv féi^ c«bê^ a
sas com osea*cbapéu redondo e osetttchanHo tié^ct* iMialr gdato;' dtrem^ álref íifaMpta ; .(|ao nio ,sJlo
ca , SC iiâo ríri ; âgufando^^MAtado ft'èiÉt padra da eHaa^aa oiodetoa^para NM«ar«'M páeaib é^tta.macteiMu
P%masa, 14 aa Grécia onda-élle tmnca se lambaoo de
ir. e uma ou.duaa nyntihas-em^pé-^ todas afflèrmi#a<i
das a touealoo, nãa eom9 Mr. lòYhn a qual^vr
maaàriio , oiaa eono aias-tnaitr^^erv^aes ^a mm aol^
' ta^qiie se va&r«ceber! ti»d«a se rtriám e^ e^^i^ela* |iirl^
AMtro q^ Qiii^eiií« ppis qae possa* oaaa- imagfklíielo
viva. q<^e Hie deve eDearec$r'Okirtiaesêa«éé tol^Hgiira'*
Esto defeito -grave^v- eporventora o4iHií«~§ra^ do
ya^aaa^ nio st ha-de< pjt>réiD> atCrièúrr tanta a dett^m*-
jpaaada gdato do^ duetor coaso á «ecessidad*^/ eda'qtte
alta si»pppè ique.o>ttMo%d^'Sita okrèo- cooalia»ia ,-âé
nmufibf. a ^IM at^o pelos^^gaiad^aM an^Hiologiooa^ è
da< alo defnmdar ^ Mn poenta^^de- inéMt^«,-. ]parte
lto«ieo asseadal, eono etwiaà^m P«dff#^José é» fVm^
sacAr ettod<os os aii4K03>preee^tlalaa*^ve]lios*; aifcá • f4r^
ttaf-éa-estaneia , oa oitava ríasa , adoptada. pala^^^SlH
GaotU, ajuda esta (nplieaçiO'«o«»4q«ie idOésdéaioa )
de oeria moáo, éeseali^l-o. €ofl».a-?kaadea Luaiados-
é da UUÍ9séa, vaio porossMit/rdisar, ^dlièrefila o^Olymi»
|H^, q^a lá briMnra, e o p^ei»o^raaafiattv não porqu«'
o approTHssa no seii^.jttiaovfiias p(yn|«a- ao nãaptnD^
If^^julg^l'^.
S^. esta ptíoMlva praduoçio- do^fir^ GemH^ tÊot^tSk
ra<^€Ítassa n'eHe qi^alidades apraeíavatat vmuilo^ bõMk
oTrvído«-piirtt> ai^ead«iicia melrlaa i faoiMadia . .nataroti'
Hdãde e<is^vecea^£elUiidada«darmMi; es^o e«in«erU-
ea»r^av rapfdcfe e dareaar^aitaMi fjjiairtasia^ a esi;!#^
fos, Vhaic br4Uiaftla,jifiO'Aaa"4#i»ararianios^ltfnh> em.
é'«eftai|aãr.^ 'a^deDiiMAo» - nâo eosUMbonas^ fazer oafre*
gaçôéa.s-Gom^<fpréai elto^ppda (a* uó» Uit^i^sejaiAòs^
dotfliViuàt/a.íèvet^ttaNae i»a pooffia^ alMtaiao^a eoicii-
itofini«iaf*»M^o>Ai»^sa'|)0isaiMnta pfiiaieiílup aabiia esla
asj^eia d^ntert aeGea« .
' Co^eeididòvi-q^ê aaa aawDlaa»aiieiit« êa^-iiossaadla»^.
da ^nossà Wrtú^i doa aoaa^ amigas a pat^ntas-, oai^ie^
éiSà&i eoisi«.t»d;A^ a^sí-snas eiraaiaitancias «oa boleq^hiS';
«i9Ai«bèriiaft> «as Is^as dos èarbairos » aade duttaíaa'
éaaiaa^ p^IriMIaas «a rap^tn^ai confortMi aovberam , .
t^^ sev tablado , m faUanda hnasaiiaawBla'; |i<^de
sar-relaudo' ett 'vaivaa aaii»<a Mibrasa^ed^aaiicia qira
riies • regeram « • €Sotie«dklo*hio, (4uo< pa«» iida'nfia
daiia« ainda aaate, do iava)iF«r saas^nrofas) éoia
éJctaèuKia sobra lad^ se hi^do aritar .^-^-^* naotM
sbMirda éos^mamefttaavelhaa, e a^ísaaboposa tpêé^
saka v«rdade do^t^arios^^ocesaorios^i Dottiaa fva^iàa'^>
techoáta^la iaiada não oaiisagfadaa'pe)apa8»a<d»esly1o>f mc«mw» *saBi iioaivral^aaa faasoa»* emqsMitto ià*êií§têr
|45^'iiilinitòs da tarde; correndo vento sndoeslo • vira^
||ç|o ,.dcítfiUBi repeHao a acnt^a-se um grande ftManço
;da terra na direcçjjo de; sudoeste* para léste« sem pre-
jcc;dencía algilma e go céo claro: d«avaneceu*se o
síxiio p^FTOM hafer repetição.»*'
\ SCHffi: IfKar^ba pipata «piéo^i -qna não teaba encare*
icâdo^v^uvna cOaifNíra^aA . aaettMa paaa aUr^í k^^x* , a
v»]éntkrHÍaa^uaeradi|s déa áaiHraa » qi^aiido «a» n^aio o
cíot)s ÍM brigar pdo amordie^uaiaiiovilha*. Xodoaeat
aaa èxt^em^-doaniaíelliáfifi Utifo9\, cantados eui |)«in-
]ioaaa r^mas . fteam^a f ardaif der» siaTa » diaoto do qof
ikOfa '(láaran» no «ampD^dc St/ Atea doU tairoa ^ nãy
da<piwta% mal^a-riwlaviiador^ «•Sr* /(p/^ld Jot^ d^
áififlftá ; nio |K)a«aiiior*d< uaaa va<ca , ava^ . ^t q^cat
6<»ãai>dai4il»KHitia dos fobfirs^or aa)i|d » e das arremivr
taiitet;oaw^.por mottiar dhertnas ;• duo are cmaiaolaa c fi os
pobre»* do oaylo^e .. • ;-a oãojÍHkliii^Dte parv %Hú#qsi>
vaus pOF'^ escarnia IhKidos-oon a recente embolação.
ITesoa obMív«flj»^Jkakii«a , p etun^ bnaas da manha.
Ulft^aM-aiNaMieav: estava Já no aaeio da ^açt pmn»-
pta/, iatâr 4% dosMKBaado pava^ o^tioosèaka da tarda»
■jqaaiaali- an»aa* •qttwti aa acabÉv* dafaarr^a masma opc v
raçãó-i aliriodO'^-llir'a'pçM«ta!w «^saindo ao |òf^eiro>
;do^> oow oa* olhoor- u'.èi^i Ignom-^ia a que 11'aqiaella
vialQ lhO'fatia/fer«er òae»>s»Rg»a.de bot: oq^aaesflrhèi
c*»i|u»^iwem a oábuvi dtá««itfo«Ni^ da AobáUaa» ;da qAf
n^Ua^l&Mevoi ogi»aloii4 qua de repeaite m fceander
aa^aadaa^aoi^ceg^tdardabratía do bíoboi 4}»qv«'aata^»
l^alttitíínde' pelar oarranea do r«eeaiffittfh>' a «rabtiaai^a-^
qoao aaptraTiv assantoq easqueafia melhor faaer daa *
IPipasí^ra^ ; :»4f» Auas opfiásIaa-^aFraaipas-ao 4aa|^
dkara:qua8Í^«» mesmo teaapo; .
j €oBB»tamanfta luría la»:.anibQsdeaadda*9 qua WCQS^
triaiido»«a>»'mcio caminbo', a^ JMUenéo^^nlroiid^aamonf-
ta ' orna «canlra' • i oiat ro ApèQlay, ò Toadada irra aggrasnor
Bébre. fieva^-se dar avoaHdado. laas «RéttiiadB %agei^
Ioda ^ tonando td*éllà ^todo qoanl»-^f •vamiaa< e «Ma*-
quínho ^ OU' o puírat^r ^ a^^nio a aaeresaeauado total
laasaaa ^Mbaa^osua» maa, a6 aadoooovierieaaaiiffuito
Itwlo» soptttodo-a (peamitliKse-nos a eapaessío) p/t
doutro. para «aaaltar» llm-poocoabkifao ido*atagaraçto
Bosaffectos ou nos paosa mentos soAa-ao a>qM4BlfO'^;
ifta laa^-bli-^ m vm» aevévd eom oé -pHtaa^^lo ^4 so'
tom fido eaan os hislioi^iadaiiis'$-»-'«iaa'par iaao^inMiíma'
q«a tal Sé Ib» periaHco para nabllitsicio. «lo «rentiam
dK^araM*«-lbo o oifeHo oeitoa nomoa, aoftas ftnMoa^
certaa h»M , •• aettaa alh»9aa , qoa «os olimav^de'*
inatiadai»cnta para a vida ppoaaioa , yam «a aai«M«^
annaiao 'dos lirnaa da poria ^a aeoratariaa oa «dao
falias dos diários das camarás.
lNdo^>d««>ona:aaffida;aolÊa em TedQiido:^ ofO «egofid^
•lioqatfr mas mmiaTarqi»« aeu adroranmaiMè pri^^n
n^um ladoi «» featMsblr; .« éatiraa-40i . . TiadiaiOasaadí^
Mra^aempro da dar <olerra«r<inaaraKl«sr1tnka<'(E:tf irado-
, ' if^^aoa ícaboça i(badoa' ias -coaÍDaaa ^qqo^-^daaaiesraarHi
af)adtiar4i*a , pddeflO^davtafalítenaho <cbr trardad«:)j..A
MMSJasbato de^ra estava aatassatda» >e'tada «dea^aaô-'
IMV edeaooojuaoia; pelaa auiora^doarossoa nio*aiMaOk
tSiQflF bala ide «itolMfsad^ll^Iaffeqtéhaovera^feífcaaiail
nifidatiamooad^'obaB«v Aani amtiar a «aif éaa- ptodígiae
1/t da aiipim^barl: ícabéf a do^^ialadar; ^lamèfffmoHsaii
doqoea ferina caveira, que a a«ia<daslaa n.^asiasf^pKo;»
tiW4mia'd>íaiquelèaa^«qape«tanltfa vMoa^e t«miTÍ6i«.par' -
•(éiréai offiiOpoa^ loai?' pilar (ân^pysdnaMqA^adtado'» d^'*
fpa * Msda ^ ^ifNnaaâaffS itêm^ytifÊk 4^a<> «p^^
536,
REVISTA UMYERSAL LISBONENSE.
parapeito de hdm trt&cibeira con os groasos barretes
« qúe está pre^^ado.
• \ De<is livre a qualquer cfariatão de íocoQtrarp*uin
caniolio a om d^eate Talealôef dos poemas épicos !
vm M0T8ÍS con luuroã roaTUXA.
3077 Tbrça-feira, li , viram os do breu, qoe
trabalhavam no arsenal da marinha perto da agua, vir
passando, rio abaho e joacta da terra, uma panella
(tapada;, conseguiram apanhada , e acharam denlro o
cadaverzinho pallido e*frío de um recéronascido. Na
mes/na praya , em que aportou . o sepultaram e com
,0^ mesmo miserável esquife, que o trouxera.
O PERBXBO ACHABO.
3078 O 8IIGEIT0, que a iO do corrente desapparecéra
deixando a seus irmãos uma carta, cm quesedespedia
para o outro mundo (vede o artigo 3055) , não chegou
felizmente a ser vich'ma da sua fatal raelancholia.
' Tii!rfia atravessado o Téjq para Cacilhas : alii dois
«stranhos , suspeitando pelo desconcertado e iasolilo
da pbysíonomia , a alIociBa^ão que o fascinava , de-
teeni-n'0, e segoram^n'o.
Pessoa de sua família, que, chamada para abi por
alguns indícios , não tardou em apparecer , reconhis-
ee-o , ftbraçaH) , convence^o . e reeondul-o para casa ;
onde ainda jaz de cama, sem qoe a tristesa &e lhe haja
diminuído , • e sem qoe pessoa alguma de fora , nem
as do seu mais intimo tracto, possam entrar a véi-o.
£spefa-se que os desv ellos assíduos, de que é cer*
cado , e o tem^M o cbegario a restabelecer.
AS yZUKAf F&OBIOAa.
• 3079 Não ha muitos dias que um pobre homem ,
morador 'd 'esta cidade e violeiro de officío, viuvo e
com três fitbas , experimentou dae maiores, penas ,
com ifue a dita de ser.pae se pôde descontar.
A mais velha de auas filhas , qae nem era velha ,
tiem feia , nem rigorosa segundo se viu . iadusida
por «m amante , acabava de desamparar a casa pa-
terna ; quando a segunda , oa tentada do exemplo ou
do amor , oa «ao podendo presenciar a eanateroação
do relho e as maldicçòes que choviam sobre a cabeça
ausente de sfia irmã , desapparcceu egcialmente seoi
deixar dtcto , nem eseripto , nem suspeitado para oq*
de ia : subiu a desesperação do orphanado mestre
-ao ultimo ponto , e isaíu para as procurar por toda» as
cartes , depois de detlarar cholerioo á maia nova ,
sabedora e conaeotidora quanto a eUe das duaa.ea*
caudalosas deserçAes , que ae ás mios mo eolhesee m
auctoras da sua vergonha» sobre a eami^lice cairia se-
réra e tremenda toda a sua vingança. -^-^Foi , aodaii
e desandou ; nada descobfiu : lomoirrae a casa.
A altima tinha também desapparecido » postaque
«ão como as primeiras , nem pelo nesma motivo. O
medo só a havia effogentado e linha ido piroiítfrar asylo
em casa , e entre os braços de uma tia muita amada.
DixeoHnos (»em comtodo noi-o.affimarem) que até
lioje só esta voltou para o pé de. seu pae, que emvjea
de vingar n'ella os aeus desgostos* n'èUa pelo coo*
trarío reúne todos os quinhões de amor, qoe as ovr
Iras prMigas' renonaâaram.
I>e outra donzelia se falia iambem , qoe ,.na vea*^
pêra de 8« António, pelas- 11 de noitOi fòm vista eá**
uap deapalff' e aom 0 veatido pala.4aÍÉeça..p^ra caaf i
de uns. estudantes , juncto ao Baicro^AUo, e que a
visiahança., por mais que' a espreitasse, nunc^ maia
a viu sair. — ^
A CABA DA MZXHA OSaTRUOUl.
3080 A BPiDBifu mais dominante . parece estar
sendo' a dos desapparecimentos.
Um çapateiro do bairro dos anjos desampara de re*
pente caza,, mulher e &ihos, não deixando á sua Aria«>
dna, por nome Gertrudi^s, nem u|n vinterç, com que
se remir. Passa-se o dia em suspeitas; a noite em
sustos ; as seguintes noites e dias em consternação.
JMLarejavam todos os olhos da família com lagrimas do
coraçãíTe do estômago. — Procurarara-o'a portoda a
parte ; deram-0'0 por perdido e defuocto : — eis quo
um amigo topa com elie casualmente; em verdade,
u'uma região de espíritos , ma^ não ao céu ,, no in-
ferno, ao purgatório ou no limbo : mas n^uqaa tasca»
bebendo e comendo alegremente çon^o se acabasse
de dar o uUimo lustro a um par de botas ffeito por
sua mão para um mooarcha :— perguntado do amigo,
.( ci^a vinda elle festejou com a maior alegria , coix-
vidaudo para que se assentasse e comesse ] , e insta-
do primeira e segunda vez para que lhe declarasse
a cau.$a , porque ^ssim , com tanto desamfir » Urgá-
Ni a sua companheira c os seus meninos , — levan-
tou-se meio irado contra uma suspeita tão injuriosa*
para o seu coração? e tornando logo aiassentar^se
com uma resserenação digna de um Séneca se ex-
plicou pouco mais ou menos nossegnintes termos: —
. Compadre , cada homem tem lá a sua. systema : . »
jqml^a sy/siema. 6 ser muito amigo da minha Gertru-
des que é boa mulher e mui(o capax : o compadre;
bem n'o sabe: ^pois é, ou não é?l Andava eu a
scismar ha muito tempo, cá n*mQa Qoisa, que era
verdade; que já ipo principiava a aborrecer a vef^
sempre diante de mim a cara da minha Gertrudes:
abria os olhos na cama a cara da miqha Gertrudes :
a cata d^ minba Gertrudes ao almoço: a cara da mi*
oha Gertrudes ao jantar: .á céa a cara da mtoha Ger«>.
trudes: e sempre a cara da minha Qertru^es. para
qualquer banda « que me virasse. Pbelosophei com
os meus botões , o ' que deveria , faier para me não
aborrecer de todo da cara da minha fiertrudes , que
isto do amar em se estrompando de veras. aem ofiia-
bo temaJma de lhe deitar tombas: intendi que o me-
lhor era separa rmo-Dos por ajgurn, tempo» p^ra ver*
mos ouxras caras , e tornar depois à vacoa friOi. Aqui.
tem o compadre ,< porque eu ando aqui. o*este degre-.
do: também já n|o.ba-de. durar .muitow
-r- Ainda bem * -que^ já as saudades o apertam.
— Ainda mal, que já os vioteas se. me v^ão-aiia-
banda, e uão iia remédio senão iojNiarnne para .0 ti-'
F^pé e para a cara da. minba Gertrudes... >
O amigo o recondusÂu em triumpbo para sua casa »
e pagou com que se fazer a céa^ Pejo que a ^eeaa
do reapparecimento e da reconciliação- aão lai falta^
de um certo eocauHo.
Á sobremesa o mestre pbilosopbo^ (que já tinlm no
corpo maia espirito, ^0 q«e ]>eus lhe dera) provou
á $1$^ Gertrudes com raaôes, de que ollapafeoao i»*.
teiraaieiite ooufènc^a • que muito aaelbor « Ibe ia a
eila em lhe eilasujo .queier ver jaeaaa algUM dias »
de que, se ii'uin. impetq de quisilia. Ih!a desfizesse.
comt.umaa.eiKiiQi^pas ou eomr o«priAeiro diabo que.
apanhasse á mão. ,. .., », . ... v - —
ÇsT
REVISTA UNIVERSAL LISBONENSE.
537
^. EXPEDIENTE.
ConcnrdaiBof em qiiaii tudo cdiu o Sr. F. M- L: mas certat
ta»Sei nos Tedaoi publicarmui |)ur emqiiaiito a itm carta. DeU
kenii*! viver também oê charlalSei. Se a Providencia os poi
ii'e>te mundo para alguma coisa foi.
OSr. L. da outra banda, a<:ceiUodo os nossos ai^radeeimen-
tos , dtflpenaar*flO{i>ha de estamparmos a sua missiva : não co-
nlirccmos o folheto a que allude , nas eonliecenios , inhti et
in eule , os tolot que o fiseram : nem nerecen^ a l^onra de ter
«hufeacías.
O Soneto á honradez de èXe, fica esperando, por termos na
BONa pasta uma grande quantidade de outras poesias qoe che-
faram primeiro, e ser K*efta redacçSo preceito invariaTel, para
poupar ofiknaasa meUndroaot^onlo faaeffmos Já mais preterições
no dar á lua obras d^eilas, aalvo quaailo alfuaia pa^eromt rasSo
a issQ nos constranja.
GosiEciimos oriis.
AOirJUS THSAMJ^XS, KOWVMSlfTOfl AVTI.
' OOS S AATOBBOOS»
$081 « Çojf8TA-ivo9 qoe o Sr. João Elias Um vUiU-
do 03 diíTerèntes esUbelecimeotos d 'aguas thermacs
4o seu dístricto, e qu« se tem empenhado em veo-
ftr. a& difficuldades que chegaram a tpmal-^s qua^i
desojti»^ ; . entre os maU celebres , o das caldas da
Gere?.
• Este estabelecimento, que no tempo da. Sr. D.
^oip y 'foi mui frequentadp pela enérgica virtude de
suaá aguas , já então conhecidas de nacionaes e es^
tjcai^eitQSr acaba de. ser melhorada, graças, aos es-
forços do proVidente governador civil , q^ie ,<, baven-'
do visjtado e inspecciouado o esta he Ice í mento , fez
proceder ao concerto da estrada e das pontes dos fios
Caldo e Cávado, e o tornou accessivel a^os viajantes
e aos doentes.
Pede a justiça que se áè i junta geral do d#stríc|o
a parle, que lhe cabe* do merecido louvor, pelo
patriótico auxilio que deu ao governador civil , mi-
oistrando-lhe os meios precisos para aquellas obras.
As agua^ são Umpidai, sem cheiro» nem sabor
desagradável, e teem o credito de mui enérgicas, e.
salutares.
O Sr. João Elias , conhecedor das rjquexas histeri-
ricas d'aqn«lla provipçia , não.^ menos diligente em
descobri r-lbie os monumentos, em fazeUos conhecidos,
e em sòlJiciiar a $ua copservação.
Sabemos também que se tem applicac^o a pi^omover
a, plantação dè arvores,, e .a faaer conhecer as vaiita-
g^a3.q,úe a no^sa industria poderia trar do eippregp
do ieIxQ que alli abunda., e que, oíferece excellén(:e
madeira para os mais beilos moveis t arteCfciòs de
marcenaria. / . . <
' Se os (UíTerentes corpos administrativos elecúvps do
dis^ricto, apreciando a vantagem deterem um tal che-
fe, lhe prestarem a devida coadjuvaçâor é de crer que
«'pro\Íncia do Minho chegue em, breve ao altci grau
de prosperidade que lhe desejamos. i. ,
' J^iruftp do Diário do Govérno U 20 d« >itiAo,
HAFBAp S SSU GRAVH^ JBfDSf lOXO , .
S TAPADA.
3082 Ko n.* 4, .artigo 47 da An^«fá ^t, 27 de jar
neiro de 1813*. se apresentou um projecto de encur-
tar a. estrada de Cintra a Mafra , evitando fuz^r uma
l«gUA de caminho^ o que.efn más estradas é grande
• JUNHO — ^7 — 1844. *
utilidade. A ponte, qtie n'aq.uelle projecto set pcrtén-
dia, se não se poder fazer, gastando tanto quanto em
outro tempo fai orçada , talvez possa por intervenção
da camará d'áqttella villa custar menos. SS. MM.
como mais interessadas em melhorar esta estrada, pa-*
ra gosareni o grande edificio de Mafra • e utilisarem*
a grande tapada » s^íam poryentora os primeiros eai«
•oncorrer para esta obr^, cujas utilidades erammen^
cionadas n^aguelle projecto.
Não é porém só isto o qoe se deve pedir a SS. MM. ,>
mas também que façam abrir orna estrada pelo meio da
tapada na direcção do norte, para commaDÍcar com Ciei-
lidada as povoações do nsrtecom ss do sal; e tdrnar nu is
faceia , e baratos todos os transportes. Na verdade é
exce8sivam<»)to ineommodo e dispendioso o trAnsito
ao norte e sul d« Mafra,, perque tem do so fazer um
rodeio pelo sul , o^ p^lò norie , eosteandot. topada ,
parar se \v ás povoações do norte o« do^nascicnte de-
Mafra, tendo de radean-se uma iegua e mais para so>
viajar em moitas direcções. £l-rei tem dado gratuí-.
tamente por certo numero d^nnnas porções da tapada ; •
por isso k de esperar que S. M. conceda <|08 povos
um beneficio desmaiar. valia, qoe é abrir ama astifa*
da pelo meio da tapada > que vá na direcção^ do. Gra-.
dil , ou visinbanças» A tapada não fica com esta ea-t
Irada menos valiosa ; anlea.aogmeniará de valor, por-
que.em toda a parte onde ha. uma fácil communica^^i
ção juncto de. uma propriedade, esta vai mtiiio mais».
do qoe outras que a não possuem..
Esta estrada é também muito necessária para dar-
vida á amorteeid^t: Mafra , que eKrei qoec animar , .
sendo o melhor moio» o dar-lhe boas vias de commu«:
nícação. Hoje que ei-rel deu de renda terras da ta-
pada, parece natural qoe faicUite a entrada a*s lavra-,
dores , qdie dovein andar constantemente transitando.
por dentro d'eíla ; por .isso é necessário que tenham;
comjponkaisões para os pontos mais povoados • qlia
são os do. norte, em cuja direcção sedere abrir aas-^
trada«. A tapada nao sed^eciora com a nova. estrada ,t
porque oque n*el,Ia se produz., existe também fira. em»
oo.traa propriedades: qoe não teem mnruss*iieiii são:
guardadas^ Além d*isio por serem tantos os rendei-*
CAS interessados na cultura do terreno, » pelo rpspei-.
t|0 devido a S^. M. , ninguém so atreverá a iovadir a.
tapada nas. beiras da ostrada, qve até.são pela.maior^
parte moQies incultos. Esperamos que SS. MM« se in-*
tereasarão-na. formação de duas commtmicaçõ^s de taa«t
t,» utilidade* B.
Postóque atraxadas nppançam , tf^m ãt $4ffuiniê$í
féstnaçfêê ^t0iU0 inUrêsm e doehina para dévertm
$ar htín r€ç#òido#., $ intrar^m am direito nU^a pwríé*
dos aeanUpimef4o$ .Ht$i$^
MMãV^TA90 9AB OBSSliTA^diUI MSTBOaa-r
ZiQOZCAS SS 4 MkM A9B.U» BB , \BM^
3083 TbupibatcHa média das;m8druga<1as 51?.a F.'
— dieta nas horas de maior, calor 70'', 4— «di^ta^ méíiiai
do.mes 61.1 -»- maior variação diariai a 27 do HH»l»S7^
-r-^aria\ção média diária lS^.6--« maior frio a 3 do
mejK, 46*~n^aior calor a 15 do mcz , 79*— menor
altura do baromtti:Q« no. 1.* do mez , 7â3«6 niillimer
trof — maior diotai a 7 do maz* 753'.5 -^ média do
mez. 758 miiiimetros, redtnida á temperatura de6f\
. Ventoâ^ (foviiffoftlff., caiados om fi^ips dias — N, à)
45 vow nu SBftiB tv.
538
REVISTA UNIVERSAL LISBONENSE.
— NO. 16 — 0. 1_S0,'6 — 8, 1~NE. 18 — E.
2— SE, 5 — V, 5— B, ^ — Estado da atmofphera.
-*--Di»s cUrof 12» claros e nuvens 5 -«cobertos 6 —
cobertos e claros, 2 — ebuTa, incliisife 3 de brandos
choviscos, 6*-*- dias de frio notável, 3*^ de calor 6
-»- ventosos 9 — nevoeiro 1-^ chuva recolhida em to-
do o mez 29 millímetros , equivalentes a pouco mais
de* 8 e meio alandes por braça qnadrada , on apenas
metade da que costuma cair rcfT^larmeote n' este mez,
& portanto foi mui escasso de ag^as.
Is quadra^ déminant$s foram 5» nao se contando a que
predominou desde o 1 .^ do mez até 4 pois qoe foi a cun*
tiniMçio da oltima doantecedeole mez; e portanto a
f/ de S dias tépidos na temperatura de l^^, céuqoasi
sempre claro, ar secco, ventos rijos t variáveis de NE
a NO, e o barómetro elav^do: a 2/ de S dias com
a. temperatura 2 grtus mais elevada , ar secco , sol
ardente , céu clarQ , ventos variáveis de NE a NO ,
continoando elevado ò turometro: a 3.* de 8 dias cal-
mosos ; subindo a temperatura a 65*, sol ardente, ar
muilo aeeco , cén claro, ventos constantes do NE, ou
bonanças , descendo o barómetro no 3.^ dia : a 4/ de
4 dias na temperatura de 62*, em geral frescos, ar
•ecco , vettios fracos e variáveis do NE a SE , céu
coberto , e nm dia de chuva abundante , permanC'^
eendo poiíco elevado o barómetro : a 5.* e ultima de
6^ dias com a mesma temperatura da antecedente , ar
seeca, vestes fracos e variáveis do N, a 80, e o céu
quasi sempre claro , segnindo-se do complex» d*esles
pbenomenos que este mez decorreu mais quente do que
regtílarmente Ibe competia, com um excesso de 3 e
meie graus, ar seccò e pouco chuvoso, augmetitando
agVande defficil de agua dos mezes antecedentes ;
porém as pequenas chovas, que eafram, foram essaz
proveitosas ii plantas , muito mais per nio serem
«eompanhadas de ventos rijos. • :
Phenêmê99oi nptãtêis. -*-Ém i7 do tnez hoiite foi^te
tremor ná ilha de S. Thomé (nas Antilhas) , o qual
segundo a soa direcção parece qoe devia sentír-se em
€Otrac ilhas de barlavento. A seccurv, que tem predo-
minado este inverno e parte da^ primavera no conti-
gente europeo , foi extensiva ao americano. Nas Bar-
h»da$ , na ilha de Cnka , e em oatres grupes das An-
iUhas reinava grande secenra , o que causava milita
escacez de viveres , sendo assaz notável a presença
doeste calamidade em sitios onde caem as chovas em
torrentes , qoasi todos es mezes do anno. -^ O mesmo
acontecia no Rio de Janeiro , e em outros pontos da*
costa do Brazil. N'aquell« cidade a falta de a^ua po-
tável aogmentava diariamente.
NoHeioi mgrcnomkoê. A constitoiçio predominante
do mes foi mui íjavoravel ao desinvolvimento de toda
a vegetação , e á florescência das arveret fructiferas.
Af chuvas brandas ainda que escassas, que caíram sua-
vemente prestaf'am sofliciente nutrição ás plantas, sem
que os fortes atiles de ventanias sacodíssem as soas
flores, não appavecendo os desabridos aguaceiros do
noroeste , quasi sempre acompanhados de granlsos
que despedaçam e crestam os fhictos nascentes. Os
trigos , principalmente os temperões , as cevadas e
ferragens continoaram com bom aspecto, especialmen*
te os que foram mondados a tempo , pois qoe as chu-
vas de março desinvolveram grande copia de hervas
ruins , que a falta de chuvas no inverno tiveram oc-
oultas. Os favaes pooco prosperaram » sendo geral-
mente atacados pelo moarilhão ; porém os ervilhaes
bons , e sem a mella a que sãe sugcilos. Os pomares
de espinho e caroço agradavelmente viçosos e cober-
tos de abundantes e odoríferas flores ; recéando^e po*
rém que e falta de agua para regas lhe fosse assaz
nociva no futuro estio, pois osmananeiaes estavam- he
muito diminutos : as arvores silvestres egoalmente \i*
cosas , e em pleno desinvolvimento de vegetação.
Q illustre correspondente de Mafra, a quem somos
devedores das interessantes notícias agronómicas que
referimois , tratando do estado das vinhas , esclarecia
este objecto cem reflexões tão sensatas . que nos pe<*
reee fazer um otil serviço aos proprietários de tão
precioso producto , transe revende-as quasi litterai-
mente.
Nota este sábio a^^ronomo, que um^das maiores con-
trariedades a que as vinhas estão sujeitas, e que por toda
a parle se vae desenvolvendo com espantoso incremento^
é sem dúvida a terrível praga' do Pulgão , insecto fa-
tal e gerador de ontra praga a Lagarta:. que a não
ser atalhada na sua origem , o seu desenvolvimento»
levado quasi a orna multiplicação infinita , destroe a
ova ho seo estado de cernir , queima as folhas , e
aniqoiHa até as varas, que lio anno seguinte deviam
predozir os cachos, mutilando assim de om só golpe
duas novidades , ou diminuindo-as muito , e fazendo
perder ao pN>príetaWb , por uma ommissão , a despe*
za feita com os trabalhos que deviam habilhal-o para
unta boa vindima.
Parece pois que persegufr os pulgões , geradores dá
lagarta devoradora , devia ser o objecto da mais cons-
tante solicitude dos proprietários das vinhas , que e1-
les acommetem : são raras porém as pessoas que façam
em termos esta diligencia , resi^rvamto-se antes para
lagarlal-as depois da desovação fecundíssima d^aquel-
les propagadores (fa praga; e quando algum mais in-
tendido manda fazer a apanha do pulgão, cuja opera-
ção se consegue facilmente , coTIocandO om funil dft.
barro em um saquinho , e procedendo á apaViha pela
madrugada emquanto ha orvalho nas cepelras , servi-
do moi barato feito por mulheres oo rapazes qoe cor-
ram e catem as vinhas , vé o seo trabalho qnasi sem-
pre perdido por nova invasão d'àqoelles insectos alia-
das que vão da dos tisinhos , se estes lá não fazem
ootro -tanto ; e por isso justo parece qoe tão interes-
sante assumpto fosse vigiado pelas auctoridades admi-
nistrativas e monicipaes: assim como Éão se permít-
tir qoe as folhas, tiradas das vinhas com lagartas, sé
lançassem perto das mesmas á sòlta , como se prati-
ca ; porém qoe se queimassem oo enterrassem , per-
qoe as lagortas fozem d^aHf a soa metainorphose para
pulgão , e voltam para as vinhas a reprodozirem-se*,
ainda que mati tarde, para na anno segbinte appare-
cerem aos milhões: e os proprietários ignorantes vão
de mal e peior com esta praga , até com grande pre-.
joiso do thesoifo , diminoíndo-se consideravelmente o
imposto do subsidio litterario.
Mencionaremos por esta occasifo ootra espécie de
praga , qoe, em doas épochas diíTerentes , persegoem
as cearas ; a saber os pássaros damnhihos de bico re-
dondo , como pardaes^, trlgoeirõest chamarizes, pín-
tarroros , etc. , e as calhandras e cotovias , os quaes
todos fazem os maiores estragos nas sementeiras dos
trigos e cevadas , principahuente úo engrecer das es.
pigas , p^Io qoe moito conviria bier reviver 4 anti-
REVISTA UNIVERSAL USBONENSB.
539
^ postura dai eamaraf ^ que obrfgaTam a cada om
dús lavradores aaprosonUr «m oartasópockas algumas
dúzias de cabeças de similbantes pássaros damiilDhos,
a qoe muito minorava a sua propa^çio e os prejuízos.
, . Ainda qjue em geral a agricultara do termo de Ma-
Ira se coAserva estacionaria , 6 por toda a parte roti^
neira ; ao contrario ella tem tido notável increroeo^
Í0« con novos ai^roteameatos, varlaçôoa do sementei-
ras, e criação de gados, no novo estabelecimento ruf-
iai , que vae prosperando na real tapada , sustentado
liorSuas Hag^stiidescom esmero, que até para alli
mandaranoijremeUar dois fonnosos «finos cavalios in-
teiros do que a rai«ha de Inglaterra kt prasente aos
mesmos Augustos Senhores» e serio óptimos para., pães
êm nova caodeMaria Grosadas as raças eom as exael-
lesitea egoas qao alli «xistom.de Alter do cbio; edo^-
poia suas crias» aiji4a tornadas, a crnaar com a raça
^^•btt poderio produair outros éayalíds » bellos , aor-
tas» o ligeiros» que. nada deixem que desejar; o na<-
tfidos; com os abundantes, pastos dos prados artiflciaes
alli preparada pelo habii e activo íntendento das
reaes cavalharices Anlonio Severino Alves^ a quem et-
tí DOnGl^J^.a.direoçio d^aqteello novo eUo ioteressan-
ie es4^bele«i«iento • é do esperar quo se apure uma
laço d« cavalios :do> roputaçio eutopea, se depois ae
fored» distribuindo pelo reino candellarias bem rego^
ladfs^— Também 9IU orcruaamento,daa melhores raças
do paiz^aom tiaivo da. Ai|ía teia produzido bellas e
iMPçosas crias : e da. mosraa férma o gMio Isnigoro 4t
íora do roino com o iudigeno alli existem» e se vêem
todl^s 0$ arranjos ruraes na melhor ordem * oa cami-
nhos bordados do novas arvores, e todo fivIQcado
eoiA 04 rogas doa abundaotes depósitos d.'ogus apro-
neiAadoa ou. preparado» para esse flm pelo iotolHgonte |
llicoctor •^seg^nao as iosirncçAca de sen auguotoamov
# aa rofTM ihoom^a 4e uma verdadeira cata rustíoa
modelo.
^ . Nt^rMosia do tísboa oBelmi~]f' esto lUes foram
• sepultados 554 cadáveres » sciído â79 do sevo mescu-
Ifoo^, S7$. femiaíoo;. maíorco 419 . a monorct 135.
Na totatidado ae comproeudem â4« fallecidos noè
|iospit«es e misericórdia d*esta cidade. Seguchse poiè
qtio ainda o'oste «es apparocou um' excesso de 39
^biloa iiobro o* o^meao normal ^ deducido do quíBi-
^oiitai» âotooed^to^ o.q»e prova a noUvot dímfnoi-
fio nii.mortoUdaiieeitraoréiAariaaeooteaida nos me-
ies decorridos , e que tantal tktimas arrebatou des^
át iMHibrcl passada ' ..
«tP6']>S C«JIÍB#w
'« (Curta*)-
M84 CoimaiDONiui quo «Igifo» Ckuhalivoa dès»-
j4traiii mutiii .tonheaer .0 nome botawco do dp^ 4»
chumbo , .« vMdo afpora Oi8rti90:30fll dp seo jonmlv
me lomiiteí.iComlBttnícir^^lbe 4'asla férma 40 iteu nouM
para* á aisU' d'o[ie;9e poder melhor foáer ^oatafuer
•nalyse ou descrfpçâo : ^GoscoTa UnBBiiKaTA ^Rmáh,
• Vem has Viagens» de Martins : voK 1 *, iap« éI.*>
H9« IM., impressas em Múnioh, em 1823»
DoV.. eio. •
dafts
(Carto.)
^ qBSjiltado fuo tibtivo -dO' v^
celta para matar os ratoa impressa ha tempos • na soà
folha, para que os seus leitores» teiido um «specífíco
tio certo , não recorram a outros meios» 4^ que tib
frequentemonto se abusa para suicídios c ibdmicidioa,
eomo pelo sou mesmo jornal temos visto^ Maodei cck
ser quatro onças de Scilla.ou cebola albarri era viu*
te e quatro de agua e deitei-lhe cinco onças dO mi<^
lho em grio .: ferveu tnào até ficar oito onças do li-
quido*: coei , sequei o milho e iancei-o nas psrageaa
sabidas dos ratos ; poodo^he ao pé agua para bebe-
rem se a sedo os tentasse. O eflbito foi o melhor qtte
eu podia desejar.
Do V. el€.
losé Joaquim Lèpea da Silvia -
praticante da botiea éo hospital civil ée Ss Joio
ICareos.
VOTO BMOojimíBraMto wm n&iriitírAçlo.
SMfi MM. Béufson-Dèmânrier , e Rooen apre»>
aentaram á academia das seienciai de IMvís bm prot
rosfo. de illuminadio tio novo como simploa peia e9>
sencia de schisto, de carvão de pedra» e de terebío-
tuni qroe podens ser empregados segeudo 4s auctore^
sem misturas atcòholicaa.
O aparelhe cousiste n^ofi t^be curvo» tèndv uip
gcaodecaoo; ^ue terniod P«r um vácuo» que serre
do rosevvaiorie . e oolro tubo pequaod » qnt v«m e^
tteitaudo uo fim» e^uó coodui e áaida de vapdr«
Adapta-se é extremidade do tubo peqvedo » que
dos o gai a nma chaminé de me|al » na qual q
mação se intretélíi:de tal maneira , que a prodecçfie
da chamma asvl, e pouco clara'» fica ftivblvida u*eik
ta chsminé para aqoecet , e consertar a eva|lorBiçÍo;
émqnanÉo o prolongamento da chamma , peta parle
de fora » dé uma lus maite tiva. Tapamii) a eztra«>
midade superaor doesta chaminé , e eíreo4s«de^ dè
buracos de 2 » a 4 m|lKmetros » o gaz escapando-se
poe esta espécie dé: crivo fM^iA «iria luií do MU»
d 'uma coroa muito regolar. A conibuAio assim divi-
dida é mais demorada , o menos ruidoèa/
A qualidade da chamma torna-se muito notaveti
e sua intensidade èquivat á do gar olefficonte.
Além do interesse scientiftco » acresce ainda mais >
quq a invenção dá uui resultado ecoodí»lco de mnilâ
imporUnola» e vem a ser» que pelo lAesmo freço te*-
riaraos 4 vetes tauCa lut como com gat ; e saí» veooi
tanta como com o óleo oommum*
À vista disto esperamos que as aúdtoridados eeui«
potentes b«j«m do resolver algenfa coisa sdbre wt
objoeio , em qua ainda estamos tão atrasados.
hUÊáré /asd é7aiif^olfes»
VAftllDADE
COMMEMORAÇÔES, i
á. »in»ao.
39 Dl IQITHO.
Mte7 Mcjfvo haveria qae díxer sobre S. Pedfo , è
coisas talvez rião descabidas hoje, que o telho e des-
calço, pescador do mardeTfbérfáde 1^ qiter^rém lhe
roubar até a barca os pescadores ricos e soberbos da
Inglaterra , « qu^or drpois' de tieotgarefl(r tt ehristé
4ò «
540
REVISTA UNIVERSAL LISBONENSE.
Ounca mais tornou a cântaro gallo; mas porque não fal*
taro entre dós indÍTidiios* ainda para baixo de protes-
tantes , que estão de candeias ás avessas . com tude
quanto cheira a assumpto religioso , e logo lhe char
mau doctrina chrislã, como quem lhe atira uma chu-
fa de deitar a baixo, deixaremos muito quieto áspor^
-tas do céu S. Pedro mais as suas chaves, e em Roma
• sen suceessur mais a sua cadeira ; lembric-nos-he^
.mos só do seu mar e dos seus peixes* .
Assim como S. João é o saucto "da terra, pelo seu cor-
.deiro o bemquísto das aldèas, pelas suas alcachofras
o confidente dos namorados, pelas suas çapeJlasde.frow
cta oamigodos meiiinosede todos, assim S.Pedro éo
. patrono dos mares, quefoãd tèem menos poesia do que
4íS terras e o sancto mais> vezes nomeado, até nas pra-
gas, pelos pescadores. Nas povoações de taboa e fe^
no, ende vivem por toda a longa e^maruibosa costa
.d'6ste reino estes Icvradores e mineiros das vagas,
-não ha eni toda a roda do anno dia solemne como es-
te. Cada choça tom o »en baile em que entram os
Telhos como os rapazes» aa avós como as netas : para
cates bailes de S. Pedro se pcnpa todo o annoi n'el-
)es4e ajustam os casamentos paca renaate de amores,
que n'elles também muitas. .Teses tinham nascido. —
iQoè vóláumphileaiiphoprêgar-lhes, que deitem a* es-
se dia ao mar o seu b^réo repintado da véspera « e
4|ue ao som das.oodiis está dormindo no areal, ete
quanio ôs filhinhos de seus donos saltam brincando ^or
•cima d'elle! .{ que lhe diga que é superstição condem-^
nada pela economia poUtiea ^ perder 24* huras de pes-
caria , e ter por 2i horas. improductivo o capital das
•«laa sedes ! Dig^lb*o:embora ; nns. seja fora do al«-
cancedo. remo; porque emquanto os sr$. phiiosopho^
cm lréco;daft alegrias, que ao povo procuram empaK
mar, Ihenio derem equivalente, má veuida hão-de
ier na. ana nussao do fanatismo econMBicotpolttico. .
S. JPSOBlb BM BOVA.
3088 Ev todos ospaizes catholicos se celebra com
ghittde 'solemnidade a fest^ do glorioso Príncipe dos
Apóstolos, 8. Pedro. Por uma parte, os ecclesiasticos
com rasio se consideram debaixo da particular pro-
lecçio d'aqttel.le, a quem JesuChristo constituiu pas-
tor dos pastores, do seureb^ho , supremo jeracebcda
soa egreja , príncipe e chefe do novo sacerdócio da
lei da graça. Por ou^ra parte> os pescadores , esta de
«alortttnada e interessante porção dos. habitadores dos
f«iz«s que teemuma porçÍ4^ do seú território, rodeado
das aguas do mar « não podem deitar de .profesiar esr
pecií^l devoção para icom um sancto que exerceu o seu
trabalhoso e arriscado mister : — até o chamamento do
divino enviado o ^rr^ncpu á& barcyis e redes do mar
da Galilea para o,C»9Qr pescaéor 4o» homem , e para
depois lhe confiar (usando da figura empregada pelos
seus Sanctos Padres ) . a direcção àa tjpica barca da
sua egreja. Em geral , sem distincçao de classes nem
de profissões, todos os: fieis catholicos tributam a S.
Pedro culto mui|o especial , e consideram a sua festa
come uma das grandes «élemnídades do anno. Tão ra-
dicada está , desde te^mpos antiqj^issiiai^f , a prof^da
veneração de todos os christãos para qom , ^ sagrada
pessoa do prim^ife ifigarto de lesu Christo, que na
egreja russa, se bem que involvida no.scisma orien*-
|al, se festeja çoffl poiojpa verda^i^iriípeil^ /ciUraord*-
aaria a memoria d'este máximo dos Apóstolos, em-
pregando os russos, em seus £tt«/io/o^fto«, expressões tão
significativas em abono da sua superioridade sobre os
demais membros do apostolado , que são iniposslvets
de conciliar com o erro que os gregos, què a si mesmos
«e denominam 'vrtkodoxos^ lhes hão communicado, de
f^o reconhecerem o primado de honra ede jnrisdicção
que, por direito divinfo, compete aos bispos de Roma
na sua qualidade de «uccessores de S. Pedro.
Mas onde no culto d'«st6 sancto se ostenta maior
magnificência e pompa mais augusta a todos os res-
peitos, é sem duvida em Roma, •onde elte padeceu
glorioso martyrio, e onde até hoje se conserva o pre-
cioso thesoiro de suas relíquias.
ComeíTeito aceleberríma cidade^ qiief4ra por ta»«
tos séculos o centro do polytheismo, mo se eiquecea,
nem se esquece de que á esèolha, que d*ella fet o
Príncipe dos AposCoios para ahi assentar definitiva-
mente a sua cadeira^ deve todo o seu lustre moderno
e a gloria de ser ainda haie, postoque debafixode eo-
tro aspecto, o que oatr'ora havia sido, meírópole d0
4ttundo .. .
Ninguém ignora que a Basílica Yatieana, dedicada
ao primeiro bispo á» m^adê etertia, exceda em dn
meusões e sumptuosidade a>lodo9 os templos que exis-
tem sobre a (erra , deixando muilo apó^ si o de S.
Paulo de Londres, a Sé de Milão, ca antiga egreja
de & Sòphia de Gonstantinopfa . hoje a úiaior de t<w
das as mesquitas. Também entre «s templos antigos
nenhum lhe poderia disputar a- primazia , sem exce-
ptuar a de.Ephesa., e a mesmo t<>mpid def Salomão^»
de que. a Escitiptura e Josepfao Hèbt eu contam tantas
maravilhas. Só no colossal das dimensões lhe leva-
riam vantagem alguns templbs egypctoií, principal-
mente.o do Sul de Kamiic; e em profiísSo demetaea
preciosos alguns pagodes-daindia ; ttias t>em «os nena^
outros doestes monumentos podem ser comparadas coatf
a.Raiilica de S.Pedro em g^to artislico, ena perfei-
ção a. riqiMsa de suas decorações.
E'egualmente sabido qae na constrnofio'i e oma»
tod'efiita obra primado architeetura Moderna^ se gas-
taram três séculos, e que para ella contribuíram oa
fieis de todos os estados da Eorapa , subiddo a des-
pesa só até a anno da< 1694 (cm que o cardeal
Fon^na as calculou) á enorme somma de 94 mithões
de cruzados, que corresponde a mais de lSO'milhõea
no valor actual do dinheiro.
Emquanto aos festejos , ^om que se celebra emAa»
ma a, iiorailie]taora(ão de S. Pedro e do seu collega
no apostolado S. Paule , basta mencionar a illumi-
nação da fronta#la da fiasflica Varfcalia nas noites de
28 e 29 de junho , e o fogo de artificio lançado do
oaatfeUo de S. Angelo nas mesmas duas «dites. Ima-
gine-se o magico ^fleito que deve pradusir , toda il-
luminada» aquella ímmensa frontariaqnc' tem. 339 pal-
mas de largara e de altura 232: e além d'isso adas^
mesurada cápula , cuja altura desde o patimentaaté
á sua extremidade saperior sobe a 563 palmos, egâal*
m^pte iUumihadacom archates> e iasiiernas! Mem é
no seu genere' menos curioso icspectoeula o bellissíiaa
íogo de artificio,' chamado a girandola, com que nas
mesmas noites se honra a memoria dos dois sanctos
fundadores da ^grindeai e lustre da moderna Roma.
No castello de S. Angelo , antigamente Mausoléu de
Admlma.é qucsfe dá .á poiíukfia da cida.ic eads^lo^
REVISTA UPirVEUSAL LISBONENSE.
Õ41
Aumerflfeii estriínsreiros qne aftí concorrem por esta
. occAsijIo , • magniOca divcrlitnetilo d'cste fogo Áe ar-
(ínci9 onde se esgotam lodosos -spuim ánpyrotef,hnia
Junctamente com duds successívas descargas de fo-
guetes, cada onad'ellas deciBComil m niesnolem^
po ! Assim os roraMios de hoje «inda podem dizer
cem verdade a alguns resdettos !
CuncU Romana cedatU «traeti^ Urrm !
À. l. YuAi.
A MOIRA DS nàmOTA liVKA.
(tiadigção da minha tkrea.)
!.•
' Y«adp-se d'ella ap%rtado
Lamentou ^ «ia ddr
. Nascida do fto «uídado : .
pia-M pelM v«iladoa
SuapiraãdQ pelof montes
Oi tempos qiM eram passados.
Seus olhos tornados fontes ,
Todo cheio de cuidados.
\ Bermmrdim /2»'6e/ro.—1Sclofa Quitt«
€ Bov fadário , méo fadark
Mioba estreita me fad^o, . .,
Bòa sioa em coDheceJ-a » .
Rttim , que longe me tou*
As bravas serras do Algarft
VouMne agora a guerrear ;
;Sem ii*a ver dentrode um aimot,.,»
i Um auoe sempre a penar *.. . .
Ai. triste de roinba sorte ,
« Triste d» mtm -, ;que farei?
« Que sua lindeia d 'anjo
« Tão cedo nio goterei.
« ;Aí. que tempos que passaram»
€ Ai , que vida que eu levava ;
« Que Villancetes , que truvaa
« Por esta terra )en cantava !
« Que caçadas que eu faxia
c Co'o nobre falcSo em punh«| .
o Ao derredor de seus paços
« Por alvoradas de junho.
c Aí » triste da minha 8ort«
« Que sem um anno flndar
« Não lhe ouvirei suas íallae»'
€ Feiltceíras de matar.
€ Voa-«e por hi ée-tongad*
c Mas cá me flca a vontade.
« Captíva de sen qiie1)rant#,
« Bem captiva de verdade^.
Cs olhos ao mar ié«itáBd«
Dom Vivaldo assim rimava ,
E escontra a montnnba ergufdt
Manso e manso os -levantava.
Dom Vivaldo a Compostella ,
Fora . e vinha de romeiro
De donoae' roítaj^ria ;
Que era gentil cavaUtire;- - - ^«"^ ^
Cerca do aitie do Lima («j
Alguns dias de pousada
Repousara do oamrnho
A brilhante cavalgada ;
£ poi' valles enlremontet
Os cavallcíros denceis .
Oa por montes' dfscurriam^
]^m seus briosos corcéis.
Ao raiar da madrugada
No dia de S. João,
A passeio dom Vhaldo
Póra , por negro condão; •
Co^os dourados acicates
0 ginete espieaçav^a ,
£ para espaldar do peite ,
A tristeza que levava,
.1'^ cantando comsigò,
1 E que doce era o cantar !
c Verdes arvores db Minho ,
c Que aqui estais á beir^a^nar, • . .
Eis que pára embevecido
Ao subir pela assomada ,
Que aventara coisa rara •, .
Tão rara , como esiremada»
Assentada n'um rochedo '
Viu donzella mui louçã ;
Nunca vira dom Vivaldo
Tão formosa caste11$.
Finas perdias arraiavam
Suas madeixas histrostfs »
Olhos negros , a4vas faces
Lindas , lindas de mnesas» .
Vestia rico brocado
Barrado de pedraria ,
Que do sol co'os. raios claros.
Gomo acceso relniia.
Mal que vira o eavalfelro
Foi com pejo virginal
A fugir para sens paços ,
<}ae eram feitos de çrystal;
Mas trai d.ella dom Vivaldo
A correr diria assiin :
« Morto soa, que deste. mate
« N'este peito; ha dó do mim. Ji
^— »T«a serei se me juras
aAlma e corpo me entregar ,
»Se juras que d'boje a um anno
» Me has de vir aqoi fallar. —
« luro séV fèu ; serás , minha »
Disse o donzel c corpo d'oíro ;
c Aqui voltarei por ver«te
• Em que me custe um thesoiro.
X*:) Segundo o que teabo podido c«)lhèr)das eacassa^ nnti*
eias, que a este respeito nos Acaram pofaki maniisciçiptas,
chamavam — isÈrio ou utrium — á planície , em que jiincto
da rpi do Lima se estendia a nascente jr pequena vil la de Vtan-
na, antes que eliei D. AOooso IH lhe concedesse o foral, e
muitas honras e privilegíus, com o que, dentro «m pouco,
começou a ílorecf*r , e au<;inenlar-6e , e se fez uma das mais
coosmcrciaes , opuleàlas e formosas de tortngal.
4» ••
■m-- 1 Tf f ■! i
549
REVISTA UWIVERSAJL LlSBONElfSE.
« D'hoje a nm annp ?. . . » --€d'hoj« a^fHftainu» ix —
Ella repete e abalou
Para os paços ; do» Vivalda
Como varado flcou.
i Bínl de ti ; quc.a conheceste^
Pobre infançao esforçado !
\ Mal de ti que da «eus olhos
Ficaste assina captívadet
l Mal de ti que é fo9ça parlM
An Algarve a batalhar !'
; Mal de tJ . s« findo nm aoD«t
Xe kmbras. de cá- voltac !
• . . ..aqiicite gnít^t atto^^
D*At»or^ne á nae^ft cbadMi».
JLeTa o vellio^ í^rm e mo^ %
Que •iitri priffleiro eai destroço.
Sé de Af/rmiM.— €à#la. m AaMiaiNnjra.
i Alarma por S. Tbi#got
i€ácrfcifes, rêtl , real! ,
; Aiorma ooDtra es. descridoi^íx
iS, Thíago ePortogaU
Gpíta- rija d'este mod»
Pelo campo se a<Meiidi5v
£ eonlra Síliws me^isefl^. . •
O christãe se aperoeUa..
Dom Payo Feres G^reli^
J^trára Silves de entrai,
KuDca o mestre aa- f uaa jwaf^
Sohta^ de qoebraetar^
Atahales se tangiias »
Os ginetes relio^iefei»>
Os gitepreiros porlugemef-
• Seus escudos embraçav^i^.
Brilham ae^ langui pelldae.,
£ es monlantes desoudadee,
Ondeam 9tí'^ó tento ai pAuaiaj>.,
£ os balsões variegados.
Cavalleiros earafgalldé-
Seita ginetes ; os^-prôes;.*
Anadeí» com hiiarríA.
Ordenando os batalhõçSs.
Todos prestes i»giiard«f«iir
A monçio»de pelojer,
Todos porfiam pritttfiffoi
Sangue infiel derramar.
O níybre mNt^e dotn Pwy^»
Fazendo o sigml da cíOf-» ^
Brada: « j oerra » ó Dermgqezfa;^
« Por nosso rei , por Jesus !
« I Cerra, cerra! S. TW««Pl
« E fé na Vlrg«m Maria,
'« Que haveremos be« b*r9^<^
ff D'e9iea ties da ttourafia U
•n A malar ! « cfamaram 'lodes.s
Trava a ttwsta de Toldèe ;
Adnl} ! — hrndfvm mnsnhnanos ,
Brada poi— Christe — o christie.
; Oh ! que tanger de trombetas l
Que voaes de arrenetter !
Montes * serras , algarvias
Tude parece tremer*
Ceriadoras eemitarraa
Já se crusam oe'os monlaslef ^
Duras lançadas ae embebeii
Por entranhas pal^iantea.
ferem te>go as cutiladas
Peloa almafres Insidos .
Jorra e sasgue fuatiegando .
Pcloe elmos jà fendidos:
{Qual fiel jaz bi sem vida/
Qual jax sem vida inftcl t
Sem alOaráz , agareno ,
! 9eÍD eavalleiro , corcel !
Maia ae atèa a lide e a morte»
Mais vae lavrando o combate ,
Mas nos do mestre a vicloria
Já n'alma lhes dá rebate.
Vencem grossas liarkMicãs •
Vencem mcrloena »w lútalMos »
Que de valor e ardimentoi
Levam anipes inntidea.
São do aanro a ^valleiv»»
Vão meiroa a retirar ,
Vao cem grandea àlaricto
Sva perda a apregear»
Peloa eirades ae •eeulfoiíi
Pof buaeat a aalvaçae ;
Lá mesme sie degolados
Qne era um dd do coração,
Veem-se a monie oa- eade^ereg^.
O sangue a terra, empapar-»
Srlves , cdrie dos Aigar«es ,
È f|4ial triste almocabar.
Almansor Aben Afan
Ê já sem veiao e sent ti^i^;,
J^na alcáçova flueiua.
Lusa bandeira garrida..
Sete padaes revestidos
Cantara Tê ^eum festiva!
Na mesquita do prepheta ».
Hfije matria principaK.
Pelasruaa dançais , icelias*;'
i Lá B0 Alcajcer t|ue ah^íi<r
£ dom Payo agradeéido-
Recava á Virgem Marias.
^Mas onde vae dem Viaaldé
Nobre e leal ídíhiçío,
Que de sebae ne combata
Deu. víaos de- eapjts^f
i;Dom Viva.]do que e p»i4ie»».
Muros de S^ives^repoft,
£ qjtie. a sina periii9ueca«
Na moira torne baeteeiít;.
Bom Vivaldo qae em tcislei»
Sempre andou a suaph^ar,,
Déa que veio , ha quasl m
Jbe Mrh de á Hetw^MNU;
REVISTA UNIVERSAL USBONEIVSE.
543
^Onde tae «percebido
Como de paz e de guerra ?
Só eile o sabe . paas loi\ge
Tae por cerlo , ^ longe lorti..
Qite nrefeeto tau rerrihto
TiaM por padre ai anor !
J9. £.«}*$ 4/« G#«f#ro.— Lai flraiesM
de Ifabella.
Corre a Boite «lui estrenado^.
Corre o lima o mormurar
Com soas aguas de prata,
Etti qae o Tento- anda a Miíetf». /
M orrem» nos^ eehoa^oaudoMi
]f tti alègradoâ caolarei ,
€ha«n^ade aceeso pinheira
\íta se espraia non areSi».
9. Joio tio milagroso-
ITesta DoUe se festeja ;
S. iolo , saacto garrida^,
N ossasr afoBàs Dos^proteja.
■o^e lonavMe orvalbadat^
9«« layafl» oe^ia Uifiura ,
Boje f noite de fol^D^a .
Voite 4è pai «««n^uta.. .
iQue. serrísos tio coutmttp-
C^ue votos de bera*qiierer
Bnire mo^ e.donsellas
Boffai-^se estio a.fiKtr !
;.0b! toofl» for4.4|iM alir tfoífirt
. I^r meio 4'*Í8sa (utia
Assim T«aiido»4o prol»
.Goài figpna tão soÂbria !
i QDaBr.sevá tl^foon i^ tarifei
É caiealleiso. » brios».,
f)ae om sen giâelo cavalga *
Moi-lNMB B^to oprííDorasa««
LuK deteBa%da^alaiio€ol)av<
Sep cafpeel» llNlBad^v
{iDi-ibatepor eatpo^o pelota
Gibão éo. aço^ reaaawdo» .
Valma aMdaáo» Ib» ppag^i»
Grão cmsdadoe torasenlDSO i t
▲J não leva no sentido
Que o mislor cavallofroso« .
Vei-lo qoe. galga iifodado^*
Aor essa montanha acima .^
Que sobranceira campeia
Jancto i fot do brando lÁfOM^ .
Cémo «m eé» alN^rl» , . briUiê^
^palácio de eryslal,
Kárs^^ia bi trsia maia totli
9^0 aig» len deangelíaaU .
Ha doDzoIla qor pcnt^a
Com bafdera doírçdU*
JL soa negra madeii%'
9cli» c«íU(a 4c^ad^
Quem %íra tal galhardia
4Muz da tua formosa
Dera a vida a todo o tranco
Na liça inais porGosa.
EnFevado o cavaileiro
Mal a viu , deseavafgon ;
Tirou pelote e almocella
Todo armado se mostrou.
— « Dom Vi valdo ! dom Vivaldo ! -»
Disse a doiuelU , e voou
Para o gentil cavalieiro.
Que nos braços a apertou.
^ Tu és minha ; 6 mui formosa ,
«- Que minha juraste ser ;
« tffnha serás. ...» dom Yivildo
Kra lottoo de prazer.
. . — •« Dam Vivaldo, eo sarei t|ia
c Todavia vida*, que asai,
\ « fis fioJ, faz boje um anuo,
• Que te partiste d'aqBl(;
tf lura do noto adora r*me,
a Jura de novo ser meu. a--*
• Juro de no%o atlorar-te«
» luro de novo ser teu. »
— ». Era qat dèbret TáaMi.e glorÍA. •• . «^
• Tudo deixo por te aaiàr; i»
«—-a Então softa aowu palaoio^
c . Qoo' DOS • vamos a xasar,. » -m^ .
Entrara nas paços; ét aobiftt *
A meia noite aao»<.
Eis senão ql^a(Ml6 fabirorop»-
^ iáonf» irovio r-ftBmbiM»<
Paços , . Aàma e< ca vallefeo
Tudo ali) despareceu:
Era motfa essa donzeTIa*
Omc^ >• dom VlvaMo p»rd#o t
Sm iátal: encaniamento
lasom ambos* sepiritadoa
En minaad'airo o da pratn^
lé^-q^ <• fnem saua fados. .
Kásèlama qoe apparecem
Eoai noiles • de< S. J4ao ,
Ab pino da meia noite
For encantado condão^
Sobk-e aaroctoa-da montoab^
Dhi"Vifgeo» Sancta Lnsia»
A' aeccar • barras doiradas ,
E bvilbaota- pcdravia.
- • ■ /
3|)90 S% houvéramos a imaginação feliz do maif <
fecundo d(tf dramaturgos franee&es » descraveriamoa
um passeio em que fossemos dando conta ^ um poruor*
de todos os festejos populares , que tio devotâmeolé *
lie jbzem por essa cidade e aléra-rio, na noite de 8*
Joio em .honra O' louvar do seu bíemdicH) noi»e, ape*
sar'denão termos ido mais longa de nossa caxa do que*
aiftrc^aka d4^ Íim4tís ^DbB4es> Assm ^fpl^ • jékguk»
544
REVISTA UNIVERSAL LISBONENSE..
te pscriplor das impressões ãe Hagem as escrefen sem
Síiír Ho seu qnarlo, «o que «es pirece na rua Pelletier
«.* 16; infelizmente; aporem, romances nunca osen-
-fendrámos (nem o diabo nosmcUa lai naC(^beça, por-
que ófasenda que ruim fede mais que apelle d/elle},
e <1ramas «atrapalhámos apenas uns três quando come-
çámos a engatinhar pelas letlras, que o menos qitelhes
falln é o nome d'auctor que os recômmende. Ora já
-se vé que só por milagre de S. João poderíamos d^s-
-crever sem vermos os seus festejos , e mais tivemos
as h^elhures intenções de o fazer o mais capazmente
'4)ue podessemos , ^ haviamol-o prometlido com toda
a boa-fé.
Mas que ha-de ser! o céo tolda^a^se, o venlo sol-
tou-se , a chuva caía a noite «stava lâo jiouco
devota ! Fomoa para a Rua áfis Condes a d«ixa;r pas-
sar o mau tempo , e a Sr/ Emitia cafeilicou-nos de
tal modo com o Itctrato vivo , que não houve resistir-
lhe., Prendeu-Dos magicamente -com ò condão 'd'Ar-
fnida , e ficámos magnetisados que -nem somnambulo
tocado pela varinha de Mesmer iio som de voluptuosa
harmonia». Nem a lembrança 4a Praça da JFigfieira,
com seus palmitos , fructas , e flôre^ , e suas «{ancas
4:amponesa« ^vistosas de grinaldas. , .4rasca'laodq a vi-
nho; nem a do jardim do Sn Caldas coa oss«us,aben-
4;oaiio6 vámcs ,
* ;.Qpfi<, em 1oiiT«r 9c S. Joio«
Tornam o menino sio ,
Passando de mão em. mio
De Maria para João^ ^ .
nem as folias que Iam por •easajPnifsiftf B» Esdro^
bordada de taboleíros de bolaza., iliuminadol pelas
pequeninas laitterttas.4iae simelham «m distancia lam-
pejanle vagalume. e d*onde a espaço aibilla o éesafi-
nado falseie con^iidando á Maxinha^dâce ; nem os es-
trondos dos esLriduIos foguetes que 1uciTet*iam aolon^
ge na devota Almada^ por onde mascarado semsaborse
pavonèa embriagado nacja iiou^^e tão poj^eroso
que nos podesse quebrar ó encantamento : presos pelo
beiço lá ficámos até ao fim, enlevados na propriedade
ila engraçada actriz , e satioreando o chistoso da peça
alé àrealidade úo ^njci desfecho. Não noa parecia noi-
te de S. João , tivemól-a como èt fai-a nós s5 fóra
feita,
£ todavia foi um desacerto, uma grande irre^^en-
cia — ^e que muito nos arrependemos — e fique isio
aqui só com os leitores da Revista — mais ninguém o
saiba. — ^Que se diria de nós? Cairíamos decerto (e
era ben 4«íto) no diesagrado^ de noss»s amáveis patri-
cías. Tãe«eductoras como sS0deJMiixo'd*e&te céu me-
ridional^ «eigas como é «tépido o ambiente que aspi-
ram* nem uma alcachofra queimarmos pordias.! nem
crestarmM á fogueira sane ta um raminho d'herva-pí-
nheira ! Nunca mais lhes viríamos o omnipotente sor-
riso abrincar-lhc nos lábios, nem os penetrantes olhos
a volverem-se para nós ! Elias, coitadinhas, qúe^lao
fe^iticeiras' em -sua candura , estavam ao releulo da
noite fria pelo ibat«r de hora fatidica , guardando na
hócca a agua predestinada, todas attcntas e cheias ^e
fé a escutarem, o primeiro nome (e qnantas ouviriam
o de José !] que as auras lhes trouxessem á bafejar^-lhes
os ouvidos! Foi uma ingratidão — uma horrenda in-
ghntírião. — Que o não saibam ellas. . . . . ,
fim"plnitdncia' 'doesta culpa , tj[at tão sem culpa
eomtnettcmos ; desdo já fatemoê voto a 8. Joío de lho
dedicarmos para o anno vinte • quatro horas út pie*
dosa romaria por áquera e áléin do Tejo : e havemos
de nos desobrigar. • , ••
Sc ainda fór moda escrever os mysterío^ de tudo,
e fazer de tudo mysteríos , escreveremos nós também
os mystertoS'da noite i^ $. João, e nio hão-de ser
mysteríos de mysiertos como os de í^ondres • S. Pe-
tersburgo, e Madrid, fervendo en torpesaS) vaporan*
dú' horrores, hão-de ser a singeíla narração do piedo-
so folgar do povo, n'um cuUo innocente que elle for-
mou e mantém em snaa cândidas crenças ; cba.n)em-
Ihe embora superstição ou loucura esses sabiás illumi»
nados que querem fazer o povo phílosopho , sofo' ve-
rem o para que esj^o orando. ^- que o viver do {>ova
•não é como o d*el1es
Emquanto porém esta* oeemiio nio chega , dire-
jmos como vinhamos tristes por essas ruas lamentando
ia sua escuridão, apenas ínterroHipidad^eapoço^a; es-
Ipaço pelo frouxo reverbero do- 'goiftico- lampião; Nós
ique ainda alcançámos o tempo, em que as eftridentea
barricas d^ alcatrão formavam divertidas, fogueias •
iQue, disseminadas pelas encostas o tia ix as da cidfide
dos septe-montes, davam'àèsi ao lon^e jnagestosa dos-
ira n*umhorisonte de fogo, que de sobre elevado poiw
lo nada mais 1»ello poderia rer-se. Temos saudades
d' essa vista singular. iE o povo oontertie briaca#a;'eni
foda d 'essas fogueiras , Ião esquecido de sua laborio-
sa vida, que chegava da si profA-io a esqvecer-se pa-
^a entregar -se todo a folganças que herdara con4>saii-
gue de seus pães.
; Pobre povo ! com o esealpello das reformas iéera*
iá^o anatomísado como quem disseca ao cadáver até
ver-lhe os ossos, e depois de tornado em esqueleto
Wdam-lbe á Int^fH^ que «láo ^*a o sen arcabouço !
\ Coitado do povo ! nem pão nem éiveriimenêús ! ^Que
nuil ia em que ellé risse ese-folgasse motto lá de sua
alma enftérno d*uma lavàredaf- Espantam-Be òs ra«
bôes do repimpado ^^|ie trota em carruagem inglesa
atirando-lbe com lama ao rosto. ^.,. alemorisa-se a
comprida borsa do soberbo que • atropella, . . . ^ pois
per causa d' esses Ci;^sps que comem do povo , e a
qaem o povo faz grandes,' não ha de brincar o povo?
Ora, que andem a pé , -sequer unta só noite, mas
q»e não seja senão como pratica hygiefríca para Ima»
da sua saúde. •'' ^_ 5tlf« Lwrf.
VA98A|i WMZO TZIIX.
3091 Nle faltámos á cerimonia, que haviamosan-
nanciado, se taria na quinta do Sr. Valdas Aulete.
Houve alguma concorrência de curiosos e curiosas e
não faltaram mães com menintis quebrados. A Maria
e o João fizeram o seà dever com toda a consciência.
Os vimes ficaram muit^ bem e ri^nalBMnte vatados
com o competente mel de enxame nqvo e atadas se*
^undo a regra ; mas fal4au a presença do 4lo«o da
(jfuiota , que não era o menos deseja da fancção-: a
essa falta nos haveria deixado inteiramente ás esca-
ldas, sem fogueira, nem' fogo de vistas, S6 dois dos
Concorrentes não tivessem tido a precaução de/lçvar
archotes, '
Esperamos que para a anno ^"^iM^so' exééUeata
REVISTA UNIVvERSAL LISBONENSE.
S45
àmiefo nío deixará de faaer as honras dM seus vi-
mcirês aos devotos e curiosos que lb*os forem fisi-
tar ; até par» impedir «'esle ínnocente co^ume tím»
circumslancia que pôde nao o ser, eque muito nos i*c-
pognott, e é o pòrtm nus empelle aqucllcí corpinhos
tenros e doeíifes bo relento da «oile : tanlcy imporia
pussar pelo vlm« nu como vestido. As mães podem
levar o mesmo grau de cdnsolaçio para casa tem que
M Alhos^ levem além da rotura um defluio.
IMVO&TA&TX aBSTlTVZÇÃO Â VATAIA
S Á8 &STT&A8.
3093 PoB cima d« todaa as faíscas e passageiras
paifões. politicas • brilham para nós immutavel o in-
teresse da publica inslrucçao, interesse ásve^es des-
conhecido ou desaltendido pelos fanáticos de todas
as librés,, mas única verdadeira necessidade de to-
dos os teinpds; t-^ damos po^is i nossa terra ós pa-
rabéns de se ii^cbar emfim. restituído a ella , para
íeinpre , o Exm,.' Sr. lobo , bispo de Vikeu , pro-
fundo pbiWlògò , ornamento da nossa academia e
geralmente rcspe^itado pelos estudiosos. O descanço,
que a sua vellúce torna a encontrar n^estes tão seus
costumados ares da mocidade j promette amda á his-
toria e leltras pátrias novos serviços , . não menos va-
liosos , que as ricas memorias por S. Ex/ eçcriptas á
«erca de alguns principaes clássicos portuguezes*. S.'
£x/ veio de Itália por- Inglaterra , desembarcando
aqui do paqiMt^^ie Londres 9k 19» • ^- -
3093 € (km qaanto aiiHla nio pei^sa contar dois lus-
tres e meio'de edade , nem por isso meu pensar de
erúvnfa se'i»ega a receber grato e tributar do cora-
rão por tantos elogios quaes os que a imprensa perio^
éicat mo ha feito-meus sinceros agrft<fecímentos. —
Jfftsoida em um sdio tio benéfico ts âbénçoédo qUem ,
Sr. redactor , não vegetaria , mormente sefido acari-
ciada por selosós agricultores?
. «Conheço^me «Sr. redactor— ^ na mínhfi edaáe 'di*em-
náe / q|D0 é fel i cidade-^ eis porque não pi6sso riem ma iir
ulD instante guardar silencio acerca d6 que tão vulgar
ee batorbado. — taCraeimênne diRitçada no real tbéatrtf
de S. Carlos pòr madame MabiUe; portal arte me enthu-
eíBfmon que em meus sonhos de infância projectei re-
ptodsUU-aem beneficio <!e mínba mae. — Foi talreií
o queime <kru ferça para Ir á vante em tio gigantes-
co projecto! GratifSão ao ente a quem devo e vida Y
Sim e foi isto também o que por certo me grangeou
tio subidos elogios — tão subida estima qual a que
me consagram .AèuB cómpatriolas.
' liio't2Bnbo habilidade — confè9So-o , teiibo ^desejos
« jDuitee deme tornar não só útil a mim mes áPattia!
4»--Jíasci prrtttgoexa , Sr. redactor — não desmentirei
• iflneii Me -^ tfio peetiçO' e rico 4e enthusiasmo. De
«ler concekM os ligehru^ passos ^a SyipMdiíestran^
ff9ira -^ De ntuguem tive lições *- dèo^me forças o
pensaiteDtO' — deo^me atas a minha Lisiat Evoei! <
•: Reifoa V, e obsequie dedar publicidade a e^as
«linlNis linhas as qmaes não procurei alindar, mes^
n» porqueo não sei a fim àt que para com esse poj-»
blico que tanto me affaga e a quem tanto devo» re-
conheça 01 sinceros seniimeiíles que mo aniliamB a
seu respeito, e que são tio do coração quanto ea seu
d*elle
Verdadeira amiga • ^
Juàiih Rugalli. »
Vm AOVO -BVItCOPAl.
3091 « No Du 3 de junho pelo meio dia,>ísítoii'
S. £x.' o Sr« bispo d 'esta diocese (Porto) o hospital
da sua Ordem Terceira de Nossa Senhora do Ganno.
Foi recebido pela mesa da dictá ordem , que o espe-
rava á entrada do hospital , e d alii fui em direitura 'í
capeUa onde está o Santissimo Sacramento facer ora-
ção. » í, . . .-
a Depois visitou S. Ex.* as enfermarias dos doen-
tes , entrevados e /;olr£vadas , e com todos conversou»
dirigindo-Ihes expressões de consolação » -e animan-
do-e.s nos seus padecimentos; descançou umpouco,,de
tempo na secretaria do dicto hospital convérsandq
com os mesaríos , e examinando tudo com aquell^
affabil idade que tanto a cbaraclerisa ; dirigíu-se á
cosinha , é d^allí passou i casa onde se reparte.o jan-
tar f é assistiu á divisão do mesn>o. S. Çx/ se reti-
rou'"p^la uma hora e meia da tarde, tributando á me-
sa os elogios, e agradecimentos pela honrosa' rece-
pção » e pelo a ceie e Ikni ordem em que teig, o hòs«
pitai. »
« Os doentes fidaram penhorados pela afTabilidade
de S. £x.\ e á maior Ipadrte d'èlles arrebentaram
dos olhos 4a\f rimas, de alegria, A mesa tâmbem ficou
muito satisfeita ^ beradixeiído , a Providencia per ter
entre si um tio digno irmão.
Tanto na entrada como ná saida de S. £x/ subi-'
raa ae ar girandolas .de foguete».
PefiodÍ€ò d$$ PoÍ3T$s xe Pvriê.
ISTAyTAXBWI^ VB IVTXRDMTO.
. 3095 DoHiNfio 16 teve lugar na freguesia de]ía<%
thoisÍ4ibes o /acto aoleame .do levantamento do inter«i
dioto; Icomo se bavia anounoiado. S. £xi.' o Sr. bii-i
po da diocese saiu dç Paço Episcopal ás, 8 beras ám
çianbâ ^m ai«hi aege> o em n^is quatro iam- oe co«
neges José Narciso » Mena , Rocha Pinto , e Passo»
Pimentel; foram também vários membros da camaiv
epelesiaBtica. O préstito era eaperado a pouca. dtstan-
âa de Mathosinhos. pele presidente eqamara ranoici-v
pai , adminísitrador e recebedor do «oncelho • e maia
empregados » e grande numero de povo \ a. quem 8.;
£x.'. lançou a bençi^m. Cbegado o iUusIre prelado^
e tendo feit<( oração em uma capella onde estava^ o»
Santíssi^ao Sacrapviento» foi em pcocissão debaixo da
p^lio á egreja.malcrii, e pirocedeu áscerenoniasqne'.
a egreja.prescieie para similbantea acioa interiores ei
exteitiores.
. Piriadicê dos Pobiris no Porto» .
,i(AVAa.ftiB» caxMi^ j.,.
'3096 No supcemo conaelliQjdeiusijf» militar , ^mt
ses/iõo.de 4 de julbo foi sentenciado um soldado de
infanteria n.* 6 , accusado de haver ferido com baila
a um almocreve «. em acção de ^ d^ffender ^a^í e a
seu camarada , que jasía ferido ecohtuso pêlos al.qjo-
creyes , a quem perteodia alugar uma cavalgadura.
OVonsélbd de guerra absolveu oaccusado, declaran-
do illibadq O seu confportamento , por praticar unt'
M^ de valôT', eijfâlidto a .vida a sea eamartdfa. 0'
646
REVISTA UNIVERSAL LISBONENSE.
iHl^reniQ conselho etnfifinoa a teoteuça^dt primeira
iosUmcía. Foi defendido pelo nosso excelteQte ami-*
go Q Br* Aolotíio Joié Ferreira de Garralho.
oozvQi9sifcxA snroinuLR.
r 3M7 ' Covo se fòra pequeno raio para uma casa
• lUtrie qaasi simultânea de pae e raie , e tal pae e
Ul naa como o Exm.* casai « cuja perda lamentámos
DO. artigo 3072 ; quasi Ioga dc^is d^elies^ a 8 d'es*
|e mei» expira também o seu filho primogénito, cba-*
mado do nome áo seu pae » Joié Maria de Mello o
Lima Falcão. 4
A VÚXA SAPRO.
309S lÊ-flí no Patriota de 21 : —
«' Nh travessa do Judeu ao Puço Xofò mora uma
rapariga que não é feia , e linha seu amante ; succe-
Aèndo arrufar-se com elle , intendeu dever passar a
Melhor vida , lançando-se da janella abaixo para o
conseguir. O salto teve logar hontem pela uma ^ora
da tarde •' i&as a infeliz só quebrou um braço é as
duas pemâs. O romancismo faz progressos ! »
BaiiEfTo .Bmrn. ■ •
' 3099 c Em 93 dè maio de 1644 perdeu a fatrfia
«n id'|i<|aollts varões, em qoe 9Í amiaes d6 buiniK
Didade não abundam : passou á m«Uior vidaoSr. Bies*
ler, nascido em Portugal» oii4e deixon saudade per-
petua a seus numerosos amigos, ineitinguível peiar
a sua.4tem« esposa, e indeléveis recordações de seu
patriotismo , e philosophia verdadeirailiente pia.
Tendo vivido sempre com exemplar modéstia, 'mai-
lo áquem de sua Idrtuoa , testou um funeral' , epe-
Bas acompanhado pelor seas caixeiros , para q«e de-
pois de morto «ão incommodasse os sens amigos, que
mê, fida tahte presira : se e44es , como saccedeo, con-*
«orreram ao oito dos l^raaeres , foi mete acto de sua
tordialidade, porqve o convite para eB$e fim seaeba*
Ta teatamentariamettte prohibido.
• O Sr. Bíester , vetado desde niH tenra edadé aos
•ctes liantficof, exerceu*os sempre <|ueteveoehasiSe:
Bsda para elle eslava em primeiro legar ; e infância
desvalida*' e illnstira^ãe de ambos os sexos era toda a
sua vida Ibé mereceram intansavel atleúçao: esteie
constante de todos os desgraçados ,. cuja notícia lhe
chegava , empregoe grande parte éo seu haver em
aoccerros aoiníortunie: foi sammemente nrbano, leal,
0 Uso naa transacções do traete mereanlil^, em qee gi-
rava ; affavel para todas as classes de indivíduos , e
dotadede inabalável serenidade- nos transes desagra-
dáveis, que a todos alguma vez se deparam. Feliz se-
rá a nossa pátria , se mais • er hmitas 'copias lhe ap-
papecem d*aq«clle modelo eximío. »
i^rjo âò Geverne» '
ÚX^tãXL A VKOV&XA BÉJfmWUA.
3100 U*«c aos Pobres de Porte : r^
•' « Dois pobres e desvalidas jornaleiros pae e filho ,
Sjiuteotados com o suor. de sea resU> , «continuavam.
Wi das passada* Baduogadan diar^prim^tcra na «m
trabalho de liirar barro d'uroa mina das visinhanças
da cidade ; a excavação ia longa , parecia antes que
andavam cavando a sua sepultura , do que Iractande
de ganhar seu uoico susiento ; alguém houve que os
avisou do perigo , qias surdos furam a seus avisos »
continuaram ató horas de almoço , em que a mina
alluindo-^ os sepultou debaixo de suas ruinas ! .... na
dia seguinte na eapella de Sanctp Adrião, caminho
da Falperra , o sacerdote encommendava dois cada*
veres, que momentos depois foram entregues á sepul*
tura religiosa, a
SACKIXXÓM.
3101 A EcaxM parochial da Arkera foi a 22 d^
maio ultimo accommeltida de ladrões; que arrom«
bando o telhado da casa da fabrica , passando d'ella
para a sacristia , e arrombando-lhe a porta para o
templo, d'e1le furtaram a custodia, a cruz pro-
cessional , dois cálices e patenas , e dois éiborios ,
tudo de prata , deixando esparsas no altar as sagra-
das fórmulas. Fugiram pela porta dá cereja deizan-
do-a cerrada.
O correspondente, que Isfotios relata, recommen-
dá que se ponham sobre aviso os ourives , para que
se lhes lá forem alfaias , dêem parte ás auctorldades
a ver se se descobrem os* criminosos.
nubA TXtfSsnarA tbm itMiro.
3102 Ji principia de ser de veras muito cariosa
|a questão da morte e9^ vida de^v^Bcbastião dospbar-
maceuticos, morte e vida Unias vezes affirmada e ne-
gada n'«sta falha- por icornesppndentet ide muHo cre-
dito. Graças ao 8r« fAtof^ Joq^m d9 5mw« Persi*
rci Unhamol-^ «ive ha alguns teikpos : b^ • per car^
ta do Sr. Bsnmrda Anionte Cairiiaf » Abf fcada nonameiH
te o temes defttn^te: e adduz o flr. ihckada estear*
gttmettto ae (qualiprassiippeate» o «uàto credite do sem
aiictor) não sentMM» iiespesla: —
« Quem pôde melhor saber— ^djs elle--* st* e betí«
« .4)aría Mm 4í; Âkn$ida morfeu ou nio; — é • Sr.
« Lazaro , qve nunca lalrei, a visse , oa eu qne. U*
« lava com elle teties os dias 1 Se hsuvesse ainda
« irmis M^rtkai, qne akançaascaa daSalsaderotor*
a nar-Ibes os irmãos ^ vida*^a«eofesceota elle-^nio
« digo nada ;. pedia ter saide da sepultara e cacrttiCa
• qaacitaa cartas poslbuaias elle qoite*e : maa aasi«
« está debaixo doa tortões tio cect»» «Cm» néapoe
• QTêi andamos per cima d^elles» » '
liOuavmA . y wasv A.
31M Vmk .miriber . já de dias , criada de sieÉvir
ba multds annos em ema easff Cílnlar d*estai carte, ba^
via teaaado tattto a peito a merte .de mu ama , qoe a
astlancolia negra, ^ue d'ella se apodere» eaa logacde
se lhe ir cem â tjefeipo enêraquécendev êt Ike foisg^
gravando; a olhos vista» Sebre^eio-lhe poréi* a> parda
de um» irmã euf parénla , que de tedo-^a acafaôa dq
a descoMertar : deseeftfiaòças ^ todee e de la4a, e
centínpes terrofes vagos a flcaiaflr senh«rcando-dd dia
e noite atá^ domingo, i€, em cajá nunlMi -abriíide a
janella do seu quarte, se arrcmesèon pana aaaav oiii»
de.iMtmUMftmeqU cxpicaiu
REVISTA UNIVERSAL. LISBONENSE.
547
CAVTX&IiA COK AS VIVAS.
3104 HòNTBM de tarde no cães dèvilUNova,
kido um homem com uma pipa ás costas a pousar
em cima de um muro, mas tropeçando elle em umas
taboas , a pipa vírao^se-lbe por cima da cabeça ,< 6
# iofetiz em um momento tinha deixado de viver.
Periodieo do$ Pobres no Perto âe âl de Junho.
SVZCZBXO.
3105 « Sabbado S desnpparecèa um barqueiro da
alfandega , por nome Carlos : como ha dias andava
melancoitco , temeu-se que se tivesse suicidado , ían-
(ando>se ao rio; com effeito hontem as aguas do
^ío lançaram á praia o cadáver assaz inchado doeste
àifeliz. a
P. ãos PcÒret no Porto.
CVXBAHO COn rOGUSIIlAS.
•
3106 HoNtsM de tarde apdaudo uos pequenos a
fazer uma fogueira em uma laja na pjraça .dos Ferra-
dores», o fesgo s^ communicoii a variea u^ensilios da
casa I, mas com promptidio foi apagado pel«s mora-
dorea da casa e visiohos.. sem qjue Cos^e preciso que
as Corres deaaem o. «ignal do cotilume.
Peri^éUo 4Qê Pokree no. Porto de, í^i de junho.
TIIMVMTA9S SM ABBSZAO»
' 8107 eVo dia li dò corrente ás 7 horas d*tard«
«ma medonha e devastadora trovoada anniquili^Q em
meia hora pSo, vinho, azeite» e borlas, não sd*n'#sr
ta villa, mas principalmente nos lugnres dos Con-»
dessaes . Abr^nhcda . e Sobreira ; era tal ^ força do
vento que arremeçande uma copiosa chuta de pedra,
de 3 e 4 onças de peso ealgtimas maiores, tudo cor-
tou , c em 2i horas as vinhas e recovos queaformo-
aeavam com sua verdura, apparecériím sèceas, e âs
oliveiras sem fructo , e quebradas ! !
P. ióe Pobre» ii» Porto.
YSMVlBSTAltS EBK BKAOA.
. 3I0S Ekbbtbm de Braga ao Periqdkii d«s Fobrtf
Bo Porto o seguinte : -«^ .
«-Mas de ínsoffrivel çalér tinham abrasado a cidade
és Braga , dessaa nuvena «eaglomevavam ao ses bo*
râonte, 4»relampag«a fnaálavam ao kmge* tudo amea-
çava trem«adaa troroadaa; com o fresco ]korém da
noite diaoSmia a alectricrdade da ar: boatem detar<*
de {t6\ as nsvens se apinhoafam tobre a cidade, o
Irovaa roncos de ua»a .maneira assustadora e uma
faiaea de rate veio cair naé <visinhaqças do. Carme,
. heapital militar ; após eUa víaleatos tufões de ventq
févolvendo a poeira 4aa ruaa , e dos camfos levanta-
ram tiuvess abrasadoras , que por longa tempo nt*
volveram, e abrasaram a cidade ; os tufões coatinn»*
yam até á madrugada^ revolvendo. os» telhados ,.e ar*
vancando arvores, ifneimando as vinhas e milhos, e
predozindo outros innnmeraveis estragos; a noite
lonuH|-se ainda mais medonha, o ventp apagou a
maior parte dos lampiões «• «una eacmádas supttat eo«
briu a cidade, a qual era involvida nas trevas, S
nuvens de poeira ! »
TSKVSSTABX VO VOBLTO.
3109 CopiAHos do Periódico dos Pobres 11'aqaeN
la cidade o seguinte : —
« Hontem 20 do corrente presevieeámos um pheaoN^
meno que assustou muitas pesseâs; que gradualmente
o foram observando. Ao pór do sol , eomeçou o hori*'
sonte a tomar còr tão esvnída, que parecia um ama-
rello palha. O reBero d'esse horisonle , contrastando
com o negrume que para o sul se começou de carre-^
gar , fazia uma medonha vista. Assim durou per es-i
paço de 10 minutos.
No momento mesmo em que o sd se mergulhou de
todo , e que se pode reputar o instante de transicçã<^
para o crepúsculo , levaniou-se tal furacão de vento
q^ue , vindo correndo de norte a sul , cubriu o Portqk
de poeira , a ponto de .que foi preciso quo quem
andava pela rua , de repente se rccoJhesse aos por^
taes que encontrava para, abrigo. As arvores dos quia<i
taes.e de Massarello Vrcrgaram e estalaram , e ao pas-
sar o furacão impetuoso do vento^ appareceu o ar fii^
zilando amiudadam^ute. ,
Passados 5 minutos,, o ár recobrou a sua serenída«>
de • e somente continuou 9, relampejar sem trovâ^
até pela noite adiante. O susto rio momento do fura^
cio foi geral:; qas Fontainhas ^ Batalha, rua de San-
to António', Praça de D. Pedro e rua dos Qerigfíi
eira tão forte a chuva de poeira, que se não pdde tran-*
sitâr durante alguns minutos sem tapar 0$ olhoS|. Èn
algumas casas caíram os quadros das paredes, e em
outras se receou ser tremor de terra , pondo-se de
joelhos as mulheres.; m.a& como foi. rápido o pheno-
meno e como correndo, depressa serenaram os animos«
Passada meia iaora, alguns tfot9es 4o fénge foram
oSvidos ; mas nioise aproximou a trovoada dá cidir*
de., e uma chuva miúda refrescou a atmospiíér a, ^né
t4Mlo o dia f^ra ardenlissima. »
«usvxst^ADs smt úibsóA.
3110 QmiVTAHPmA; M de corrente presencíeo es«
ta cidade , o mais apparatoso phehomenenatnral fpíé
nnnba seus aboradores tinbam viste.
Já. o ensnado dos prceedenles dias trazia «ib mul^
tos animo» descenfianças de algum* desfecho e^tréor-
dinario de temperai on terremoto : :as moléstias , tf i^
saem ee médicos , terem crescido ná rasfio de I para
to havia ama semanaJ O tempo eorria itteo ^ o eéS
eia Itmpo df: nuvens.
EnU-e as 7 e S heras da tarde d'esté dia o eén se
aeastcila de grossas nuvens , que parecem cercar poÉ*
tadK)S os ledes a èidade , eseepto «ma pequena abeifà
per* neroeste»
• CerroiHse repentinamente a noite , e uma treWarfa)
enmposta ée trovoadas sem ' cento , começa tfe fuslfat
em ledas as nentanbae è torres d'«ste fantástico as-
seéio
Relâmpagos , ciares como a }wi merfdiantf , seen^
granzavam uns nos outros , se encontrai am de oppoák.
tas partes, se confundiam e sommavam em nm : hots-
ve<^ 4ne dsrarasi 19 segundes i descortinende^e^es*
546
REVISTA UNIVEKSAX. LISBONENSE.
tretatito a poToa(lp como. em dia pleno. 0$ trovões ,
qne a principio se oao ouviam, eooieçaram de.appro-
l(imar-ise « crescer até que as suas bombardndas vie-
ram retumbar por cima de nossas cabeças com tão va-
lente estampido que as vidraças e paredes se estreme-
ciam. .Os raios serpeavam como listasde fogo em dais.
ires , e quatro pontos do horisontel ao mesmo tempo ;
n^urnf nvomento, um arco de fogo rodeou 0 céu ..dar-
dejando simultaneamente de toda a sua extensão uma
quantidade de raios perpendiculares á terra.
Por uma larga hora durou no seu auge este espe-
ctáculo, cujo exíto se não podia calcular c cujo subli-
me poder de fascinação era por isso mesmo mais ener*
fico,
^* Bello en si bella vista anco è Thorror
Ê dr mez2o la tema esce il diletto.
' Os ventos contrários e fbriosos ; qne tinham vindo
acarretando todo' este cahos etheréo para cina da cr-
dade , luctavam sob e)le , e bramiam rl!voltos em to-
das as direcções: felizmente quando menos se espe-
tava todo o elspaço do cén se desatou em chuva tom
que o mais nrgentc perigo dentro em pouco se desva-
neceu r út ventos abrandaram , e os relâmpagos e iro^
voes que ainda conOouaram até volta das tres horas
depois da meia noite, se foram- progressita mente alòn^
(ando , e sumindo para 6 sudoeste pela immtinsWade'
do escaco.
Falla-se de tim graude numero da raios, etidosem
diversos sítios» no Ho e n^ima en'outra margem d* eí-
le ; mas até ao presente não líoâ e4m$tou ainda qué
produsistem desastre algum.
tm tko:
2 3111 & AifT#ifiO{, qii%. «efnado todas saboto ,
iMío foi S« BomiBgotf • lã comtttéa na fua.íèsla d'ieBfte
fono ^endo, sem :0 querer , aucCor de um auhhderfH^
Era um dos procuradores da dicla festa na. viUa úa
Sobral de Monte Agraço um proprietário por name
Mamttl Âffonio. Propusera este aos col legas como coi-
sa fácil, e com cuja ezecuçao eUe .oocraria , oarran-
jar-se porlQj^SOO réis' uma banda de musica para
tardar' o dia mais estrondoso;' os cattega;i lâo lhe
gfispOoderikm , e foram ajustar o instrumental pot
-26Jf iOOréis. Qneiioil'*se :-*^ altercaram. Niaobstan**
lè coQtribttliii para a solemnidade com l^dOO réis..
. Na ^esp^ra á naite esta^<^ mo arrayal á espera
M f(;^go de viataa; Affaneo e dais toigos se«sconver«
aavam junctoa. O rapasío ímpoctente de ver. começar
A arder e es^irtir. um ^rmàe boneco <. qne no láeèd
do terreiro se via espetado n'umpéa e q»e havia d»
iser.ò remate do diJireftimtnCò e o trophéli do íogoe-
leiro, orapasio, para ajudar apossar o tiampo com
pim bom Pt mete, iombroursp'. de dac ao bouãco «m
Bome e este nome foi o' de Manuel Àffoma, O homem .^
jk ^uem este gen/ero den eelehriéide e as risotas 40
^u inesperado iriumpho (imafioeTse qualgaer no
^n iogar ) . di^agr^daram jnoito, ardeu còqm o
poderia fazer o próprio boneco , separou-se dos amin
90S, cebegoo-so- disfarçado para o. pé, do poste , em
xujo cimo se estava veado, O fogueteiro ateste co^
jo^euos repicando ^ em que faltava algunaa coisa no
jea fDoaumenllo V tiaha-lbo ^arromado uma escada o
subido a tomar emr hraçDt- a estatua : redesceedeu
com ella, e já seappareihava para a concertar, quan-
do Affcmo, pedindo-lh'a por.um momeot», para ex^
minar mais miudamente a. delicadeza com qjue era
feit^ , e f recebende>a das ináus. do mestre , se aba-^
iou.com ella , correndo como um foguete pela viila»
íóra f camÍDho de sua casa , com grande admiração
dos seus amigos e espectadores e escândalo gravíssi-
mo dos rapazes. A anciã de se desfazer era tão viva,
que ainda não éra chagado á porta e já o seu Sósia
ia decepado- e desmembrado, com as bombas das
suas entraníias fora e a granada do seu cérebro na
algibeira do operador: recolhidos ao asfloinvíelavel
e trancados por dentro , parecia que todos quantos
Salanazes e Belzcbuts 8. António escoiyurára , em
quanto vivo , se tinham vindo mettei' em casa do sea
festeiro* Era um esi)ombardear que fremia o chão e
restrugíam os ares': — 4 Àli ! os dois Affonsos haviam
cessado de ser dois : — sé existia o de carne e osso.
Passado . o primeiro assombi^anMBto dos ^stafermoa
do arrayal , haviam todos corrido em chusma contra
6 raptoir dè si mesmo , e lhe xercaf am a estrepitosa
poiéada com vociferaçôos ainda maia estrepitosas, pe^
dras, paus e* quantos instrumentos Improvisa a vingan-
ça popular. Era.íncftitaVl a^ma desgraça , se accu-
dindo adi .um viri^0o-PMÍFe MartiM dê grande au-
ctoridade e muito bemquisto na.terr», nio eonsegèis*
se quietar 0^ animes > ilispersar â t^tbk e reenvial-«
para o arrayal.
Uma hora porém nio era passada , quando um ma*
gote de nfstfcos áppèreee-i H^aiendé em tHuhipbo uni
boneco de paliia eaUr«i^o-? Af «(n cf^ (^l^zarra { -era
o terceiro dos AÍTonsos jp/lammaveis, — O andor , en|
qne o tr^zifm quairq homens, era.uoia escada de
mio : ladeavam-n^o doía ceroféraríos com archotes .
precedia-o musica ., seguia^sç-lhe uma chusma de
ociosos , vomitapdo impruperios' e ameaças dé ijuorte:
ofte. préstito, se dirigia compacto e :iinido como um sé»
bêbado para a çasa.d,p ex-fe^eiro , já eõtão aterrado
de jéras, e e^commendando-se do fundo da a ima ao
sanctô em cuja honra tanto fogo acabava de deitar .na
sua eostpba. Traaia esta segunda investida carranca
ainda muito peior que a primeira.
Até á meia noite duron o^umulto , as pedradas na
porta e nas janc^iUâ^. aji injiiirias , e desaQu^: queima-
do emfim o boneco de palha', gritaram, « ja está mor-
to:.» «âaiáraohlhe. résfDnsps,.e't' obrigados noviâieitite
pelo Padre Mariinê , se retiravam. r
No outro xlia faltava saber quem. havia de pegnr ao
fogueteiro* o seu boneco. Mamnl ÀffcmÊO o. fies pn>aM
ptamente nas mies do padre, aen salvador \ .qne ú
capetia da sane to < ena presença de todos Um entrofott
o valor do «eií maiogi»do parto; desosseis losiõea. \
' Ha na sina d'ésle homem Aifonsa o que quer que
seja da naiureaa da phenix : passadas d nas iieras, de^
pois de pago o primeiro boneeo ealôsnado , e quando
já todos tinham passeádnr por^ cim^-dast ciniasiidõ se**
gondo, apparece terceiro de ptapelãono eorelo <ln
músicf. Ainda doeste se apoderaram os miadiaoboa n
tomaram» a correr para a porta ido Agímm raesunali
nas 4'esta ves o padre/ ji/enfadhdo oOma re^i^ioi
da.CBrta»:r«preeujdendo-^s ssperameoto pela |i«rtina<^
Bacia da xrueidade, sem sabor, arrancou-lbea das
mãos o boneeo e olerou para< -casa,: duende sofMresit'^
me ^ua já uu .tornará a re^usc^ar« . : j . . >
^^>
-tSm
RílVi^A l>NJVPR»AI>;USP01HE]?í?5«,
H9
V>lo. a provei íamos 991 rjíCciUí «i« coiupo8içlo do Ti(|rod^Sr,
í. J. d. , porque os rrt|>ecrivos* fabricanlM noccssatiamcnie af
ilibein; e'o r^vúnfe do |>iibiibo nko tett que fater dMlM-
. A íaítaidòSfi 'A. 9 ÃokninttLÍ Cunha conir bíogfflffrlfft'*
Oo S»/Fiiip|fo Bttlíorte;' pocJ^Mi VêÊim brtoftmiMte aMigfM*
da , p^ím ÍMJ^iftaii0ciik.do «bii a|MiiiB4ii«r (indis 4a fra^iOAdft
^*fijra fojho. ^ra4e«emol«A o#qi> H<> »/ »rpW»Am»l-«i : ,.
A tréplica, ;comqu«f, wi$ Ziopra O Sr. Martinit ^«<to#t ^rda^
nibl-a para lióssa parlicqlár Ínf5lriicçíli9.'0 Pubiico. em j^erai,.
Bftcx cufra dtí laViôi J «lú eífoporalita touito àccrcdirado ja de-
BtoifirrD<yiqiltt>ene>rá nocívò; « Conbecemoi tarfoi áit>io«, f|ué
• ftfttt 9aba«v qaèthiiMai* alâ«» nrUy«M igaafnrg»<w»#Ntoi»g<t>.
Temos iqiie hMMtr» |»ani. «iltafaB^ ilemowrcorfwpoMkDte «
^ccV»rac<|Loi^ ^^e 4em iKKierffoii p>nfi9«dar com a.«ii« OH^^i^^,
ad liu ramos todaV ia a aítundavcia, dos seus coiihe<;iiiiealo^, Jij^
matéria. '..*.. ,.'...'
• ^Sr. JI (íc Ò. / aínJa "jí cedo'.
' Sfi A:'X'. d« Sihra, re^uefm aos prelados a qiiemiiib't)«*
Unre.i.. ..•.,»." .-...* : • y •' '>
- ^ Cun^qim M no» dáv'fir<M>i Líjè^»í«it ,.dâsíiamf4
raçCtes Oa tn^ Amiga? Oqui» l|ie>p(Mlqi4os.|>r«p|AUer ^t <)««» M
^* sii'a amiça uos cscrev/er cMitro., tanto a Respeito da 2k/ iX*
T0Íshonfft9e iauiDem Ih\o nào inipri miremos. . , .
O fêrtuoiuz sem pepãí na tingtia erroti oSobsdripto dasúa
ÊBLtytá\ éerfttmettte et para =6 esfcripKíf» de'0(itío jtiràafrpò.
fie mjuiãHl(*i bMstâr -que imiiH44iataate«M IHe será f éstítilida. .
...O gkifm a^4maà»J,\ A' S;,.ilo. Fasto, tem-mulu .raslo,
• ainia achamos a sua çarl|< . ,modt}ra«i« » lUM M^n aisifMUM^
Iprcr-obecida oSp fi pp(^m.es piibUcac. .
. *' O aivllí^o commnnicado/ sobre os exames e o exceliente ar-
tifiíjo' tift bollegio de ' S. í^alriclo^ é cm demasia lonjrò, e po>-
fid^lia., se o aec«itai>srmo8 , na dbn^atlKò moral de eac6ermos
» iiosf«i tfçitb* e*m'egiili>9 Misfmííhttmeá re}àv^s'de òatroi mH
Ai4b6|^oi 4 €|qli«^.; «^que pã» » pussifek
3112 7À ^poi* ve^cs a>s(e joruai lemos: consi^qr^ir
^0, Licqi (juc podes^c pdir.^ccr sup.erflupaccirndçrQ^i)-
dciasp^r^ alIuniUr ao sol,, as vaotàf^cu» pby$i«a4'e
morãesqQc o,s indív.idiio& , as familffiSvv, 04 r^^inoi e
o geDero-ht|inaj;^9,.podeiD tirar ^ \t 'já em muitas j|ar-
Ves vSo.àran^Q . ' das ÇÁI^AS vBCOXOMICAS. .^^
instituiçjío é.^,A|e^sjas Lçxrestrç (ki^pov^.na socjeda^-
dcmQderQa';. .^'^u^^cguQdo cvangf!ljM> de c^iri^aflo^
Irifíude e çóni^eii^piiAnto : ' nãa. qhs jmpoDdo pf^ê^
cruices , mias pêlo contrat-iofacilílandó^os o depdrdè
todo ou fiVà parl^jB^fjUie a Cortuqa jfo» tivesse ^cvsa-
da e pjalicios^íp^e! ^nç^db ás cosfas ,. e coose«fj%-
do-nós^Do firo da ç^jrreira seatarmo-uqs irMia^phfinler
toente sobre el^* ., ^ . < .,; .
N'um exceJlp^e discurso^ ^ obra sem duvida de
rraade^ génio ,j rej^ein fmblicado pa^a convencer a M^
dos polp rácjQcjoip.^ píjjçs factos do . que ji|ío ^
do' que presijaBJ e';dp giiéjaJctm as CAIX^AS EÇONOr
)flíGÍS, s'e.pjede!çdmr^4o^aó&.paNç)iAa e a^QSfjôrr
iia)isrlas qiiè-7-êTantgeJLsemJ;por. cíitre. qs. iudoctos .e
ITumlldes esta reaêropçâo ,"já ajcceita ,. prc^eisada e
'^|>l^nf;^Qa(^a..<;oi ,qufl;si,.t.oda^ 1nli^do civilisado»
' ^ Sentimos ,.^,<ue, a éxjlen^o dç tal,su<^ória, em que
iicnhum parag^r^líd jptçd^r^ ,sqr s|ipprjmido âemjgra-
' y^ dctrlioenio j,.,pafii yede, ó reidj^primilra , limitando^
íios^epi rofaraos iiôssps «í;^niPTOfíw , q^e a procur
Vem , a JêÓTii , a decotepi',, c ,.fi\ preguem opporiufia ^e
Içipprtuiiimciílel — ;Mà*s^ís7«(^ui ri^ifpenle trasladada
óuíro jnipre/so , que a W'Vcí(iq,àg^ ^nte^JPioficrai^
leve a bondade de nos rcmetler : c que nóà fima e
mnit^s-iftai^»' reçcfpipHWK^^»^ .4'&isv(i|4a; mediia^ãp d»
toda';a:gcàlft;-rr <..■ ■ . ■. > . . . »
9SlffVP|Gip ÀQ W»Wf>t Of ,AiC.4pU iPKOIfOItl/Ci DO MpN"i
TBrPIQ qff||Aík;«9TABi^^«Wo./ftA «UA IM^ OUVíUBA .
. f: ... )- •. A4^ CABMf^ If/ ^.si.' • ■ • .1.
d ▲ caixa cçouqibÍça é MA iepo^ilo.oq mealheiro ,,
^ Qnã^ com tedíi a,»qg(í^^Q« p^dejquajquer infi^i^uo
a ir depiOfiilando qiKiuM^s ,qMe.i)ioi sc^m meaj^r^çs d^i
C;|00)réÂs, ^ quan^ lho par.eça.4r.i)Usç<'M' lúdq oo,
«.paiiedo^ine bouaerajmic^ado». 40111 oâccrçsçimodo^
« jurp^-^ve^cidQSfi á vj^la.4ie tim«t^çii|(a .qMe-ae.TeDlçe*)
a .ga a cad(9 d^posj^i^o com a dacleraçao. 4af .,q^Q-«
tf. lias qi|e.d#po9ÍÍ!ft.« '. .
, « Cm .aar.v«i49g0B9,q<m,4e'tal estab^Uoimj^nto ,sq
«..^^pljiqia lucfa moral; •. i^jsic^fneM.to 4<oda.as0c'i(94atT
« de, desde a inyii;) Msa^}i^(^. á mAis elejJíaduiClaMe;^
(c porque.. aiadi^4U9^do{itáQ,i^Ma«if <o. raeioi:ÍQ^ jpa«
« lurai, mo6tráfr|Mfr|}|etfae)L|^eríepiqia>4ps nações mais
« civilisadas^ (unde est(^ .eslabeMim#9tos sio muito
«c YU]gares,>yqnf P homem» h^l^^^andofse a ^er pra«
« dentement^ eo9pomico. I^riuirsfí »ir|uoso«, despe-
a de-se dos rViciop e das m4a, nocipdadei , fa^sc mais
»:Jial^(]^i«^> IVbaia modesto, [lO. mais.utii.a si.e:á ^^a-
tf Ção. :-,,-.■ . ■ ■■, 1 ■•.)•%
r, .« A.caÍEaiec(xnomica.gu9rd# o supérfluo., oupque
il c^a.im.qu^^iler em reserva, p^va efupregar qy^iw
« ,4q .Ib^í.coBveuha ; g^a^dar^^que o^da./M» . PFW^
fi,.ajuuaiqr, p^^r» Mi»a despesa jofifia.^^ j^oçj^ssaria^ p p
«voMíllue C01D...04 pompelei»(ies..>Mr<9S logo qup >é>er
^ olimii^Ot'^ „p: &méo.. por ««f.^ m^^ .» f^alv^.guardj^
« contra as tentações , onereee ao mesmo tempo yjn^"
(«..Us^s «pqalç44av.eM ».<|CMO^:fiBit^«IIV .sfér)P<)r alguns
« I8i,^!{mpl^v. • *T . í..' .' 1 ..I » . f » - . » 1»*
. ft 0'i|rli>U pQ o jQvnaleir^ «..ehefo de faipilíii t Jfo^
« cada ^eni^^a.r, cadf «fii.,: o«. qqen^o qMfiíi;a e po^-
« sa, for ajuQctando com que no fim do semestre,,tqf
« .4ibaí.e deofBSMrM^ pu^ fNig^r «cua em \q^ Jiafajla»
« t^HK. CanS<)gUÍdj»J... . .. i' . :.; .i.. ^ i
. 1/ Náo dispender com sacrificío por u«a.^..Yip^»
« a importância d^aquelia tenda.
5>%Ê .ítíf^-t^fprt«iw iíB soor tTOg9t:$^Q»Jt9Pres-
* lí/l|op?i^?J^fr^ue|le fiiD) l^cna^oirSQ. P<ur isfo.^^pais
« indep8fMÍ£|iU> ;/.../ ,-. .,.
3/ Não soíTr^r as importunes visitas do senhorio.
V Vértse; livre do veiíemoi 4«i 0.í»Mnmpífr:por
« ffTÇ9^ miàfi Vtnápx. e.qmi^t^ar ,q#a|quer oi^c^
« 4e valor,!, que Mrdft|(m(iyi|K3 íVfJeríí recuperar,,.,
K ;^.-*i. flsubar cojp «iqmÚp ipiEismq diq^eiro qu^/Ofí-
c {os4mo%^ ba*de. Ai^pmidor «umi^ «quantia , de^ jurp
« propor (uanai.á, que t^via 4^po»'A9íáQi e ^ue dãoi^a^
« crar^í s^o ti f^ss^ feito o depp^lo.
.,1 «.O official de-qoalWfn^ pQcio., querendo do f^ip-
,« .jpoo m»á^, fiisJBr.oi^.seus .deposi(oi^.> çoibe à gran4«
c v<â|Dt^g^A de .acb^r » quando se.qiM^r qstab^lecer^
.€ A>W(.fi?Í?fííl)i,ad»gwentadO:'^e,jur^ perii
« <ííRiWW*«P<»^ «ÍH Do^ff .VVfbe^ciflueutosem depei^
« .d^ciiL fi}(eíai(prj;s;..e ^inda. depoísHÍ^4erá contiuuy
a^4i;ajuoc|af p^ra)pôi;.uipa c)i>a.,deceule cn*elia í^ff.^'
:a,;í^é|?.4,^a,; wpsafífioipi .^ifUfp.a^en^s comrà^
.f,jj)ôm^icas, qtip taii^..4:quUiJ^Uom pai^^ ii boa Mcr
-^.mW# <í,a/ilfíB(|iUgft. ..',,, ^ ..... i ■ ^
« I)*es(e modo os artistas, e mesjlres dfirofticiosen^
\\ a.-comlwiwíl Mttjí Jfij^i %.jrf5ftí/}a* .^erftf tos ,maís^ agpU-
46 VOl^f 141. fEWB W.
550
RfeVlSTf lít^mvÉUSÍít, LtSteOííKN^R;'
'^t^'-
tf cados , mais ihdustríosos , roaíig bdD^ák]os , e úíbíò
tf S('rdios. ' ' '
; « As pcs«ob9 -do «€«) feminino', dí& quafkjúér^ esto*'
« do também são acceilas a fazerem in>à>p5elcftlèn4e!l^
d Ic oí* seus d^ósUoá ; >árè defK>fs oi ertipregèreitt'
ff i\(À o4)}€ctoí do ec(>ftomííii '«? SC h«M4Mare(n'»^Bem
ff administrar suas ea^asV pèlò qiHt merecerão melhor
€ a estima- d^ sects líiatitfò^ è pftfeht^s. '
tf Nid ha classe à queih este 'estabelec&iteiitó
ir íi2o jMStá aprovekar, ^\\e é btiih para tudo/e pa-^
It ra todofs i portfuè n ningÁete naHo^al o^ eslran^
i gcifo, rico oa |)oftre , ' nâtlilai^^dn pari^ho, é veda''
i do fazer a'Ui <À''sei^9 d^pôsilM-:' p melhor farèt sen^
« tif' as i^iV)a(fds '^ue >dellío ^f èbdtdas ^ésèrAan^
ff do o numero dos depositantes (kl9'e«iiilís ehmomi*-
kcM$ éèWnm.k 1(1^ e)fèe'd^ a «eíi0c^ht&9 e «hoVc^ta
h cíneo mil pessoas» qtiè e^ rèlaçio áí cHsseis è qfue
« pertencem dá<'6'«»e|iu')Mci^èsttltadòl - . -
é Dt cada iW hjpíera^r^s ^4 sS« depositaiftès.
flí • WOicríái<l<)s de strtír 19- ^ . -
' « t<l9 empreendas * 9 «r
« lOOtóFilarfe» 11' «
• 106 dívefsós 30 4 '
« • 100 ttèiKnrí» ' ' iÒ ^
' ^ %<^mfrn(lb asqiMitftia» <f«ie«stes!«áivfttiiòè ftiih
« em deposito 38 milhões de cruzados !
' « VIA Máârid taf^ tinbáMè if^HHãe ' IMti^íÈènfb a
% cttitn económica » é entre nós já nSo ha ra^âo pa-
% ta tfu^M^r ^e se lefar a leffeilo tSò gtiinâe obhi ';
% por quánl^ dentid ^ "caiK» ecokiomlèaf dé' LFsfeéa af>e'-
i( nás «ilgitmffíseBQi^iiaâ d«e«{Mencilijái'ieoiit'a")>S8ilé^
% pie>^Ha%le»» qfhe tfeeM cfkik'e^M a q*ia<litla de ISM^SOO
•«"rtis. -í'^ ■» '• «•• • • •'■ ' •' •; '•'''■ '
e'*-W;'Fa^icrtfâ(á^Wf "tf «xf^SèDclMv ^ èWamo^ h^m
« certos que ao depois bcmdirá uma instituieSo ^ite
<lr por Hal i)eid'\ditt)tfihe i^ttiUSftà ^lAUèá ; e*<foOse-
'u gulnfémfeate a amài^ra-daà %las&es"ttieb«s âtbéáUp-
V'daS. • .„'-•• ,.',■■ ..- w
« domingos desde as 10 ^ra< da tiAiliàá'«<if'â'utMã'd)íi
NICIPAL DC COIMBBA PELO CIDAftÃ^'¥IÍllÍfe* ^ ' ^ ^
«91JI3 QiTit<bo lià «Miilrti^ada do di«'fO> 6e àgiosto
mos servir para extmgtíir ds Çnaendios : a areia oa
terra, 'espalhada cm suíIRcrei^teqtiántíaádc subre a$
casas por incendiar, ^ão ura excç)lçutê "prescryatiTo
prjrncipn)mcnLc .quan<)o o fugô qonaeç^ de^ ciuia: assim
coflio evitar-se a comoiuuiçaçãa do arqii adido: sè pôde*.
Para mais facilidade! em a arei» ou ticrra ser eleva^
da ondfí convenha , se»*ia fcfòfn haver trts ou qrjatrâ
«èrgattoè^ de ferro, collòcâdôsnas jaínctlds em con-
veniente alt ora , para sê içar á terra em.cqstips.,. bp-
veodo.na. extremidade década um 4) eJJo^ ,uiQa> rol-
dana em ^u a. gire umaioorda á BMiveira das.<|iMfha
nas cisteriias, com qtie So lira agoacsaa <kirs bii4des »
podendo-se ao iiíestho tempo 'por: eistè tàteto dar umà
ipVdtnpth jfafdaa oiíjedos «aindos: * "
Para se salvarem movei^ maiores cobiço espelhos»
quadros, mezas elc«.; ç^iíviiria liaver uoa. panno furte
e comprido que tcndó uma extremidade segura deiH
iro da itoella, t ã oiUra ttiahftida Acm« na rtiii por
brados do hoBnefXs forçosos,' íbr^aBse «ssftYh umpla-í^
n^d inclmado poí" ^)hdte estõírVegíis^t*ih essts tnesmof
objectos sem perigo àe se estragarem!
^aira destruir fogueiras q,i,ie se ténhaaa formado* «
arrebatar-lhes ohjeclo»quo aUinenli»ri^ni a ooisbiisèão^
sefia uLii hflNroralgunaoroques.tfpplieadM a |Nr»s*^dln* *
frídos e de diforenkes tamanhos.
Julgava também muito acertailo tão se prcs<indié
do hnl^o ioqUO de rebate a qUe o povo oi»lá acoslu*
roàdo , e que depois se dcsscoí as badaladas, part
designar a. fre^uczia onde o titcendio ctint^ça > por
que as badaladas por si só pouve dos^érlam» quem
assiste longe , e n'.uma rua pouco frequentada : de^
vendo repctír-^e oia iim, or^outro toque,, e depois de
acabado o |inç(Uitíif d,^K4^.sjgi!nlub. repique para in-
dicar que tem acabado e |>ara não incummoaar mais
gente. . , 7!? •
Eff uai mente me j^areçfi iffíuító iirtr<pí> á ,coippaahi«
dífe' bombeiros se vfé^sc afjçníaa orgailTslição e dírec-
•çfto. è que cada uma 'das hòiiibas ti^^èsse siias ferra-
Ijíent^s próprias, pofqtie senão deve' Ir buscai; um mar^
le!Ib yyu chave dfc parafOsos Tja ()hípria 'occâ^slão. ,
A faltttf def'a^ilal oh a grande ãistahcia èáqôVmui-
ta^ veWs fièainas mntes echataff/èsu sSotafhWm ama
Tl?iè*cattsâfs pVifq^àcWecfuentcWcntè os edifícios sío devo-
radoàV-A és^a*fà!ta, tfie |[»arece Cf^è ç8m' ÍUdátca des»
peíá-, ^'sfe piôtíia octdnrer," i^pprovéfttiftío-seo árbitrí^
|'^(i^ífòí>8nho.' ' \;'-' ;';"'; / '"' '
Téinri esta cidade 'a vatita^eib ,âe.'th')^ sei* a a^ua trans-
ia int^endfou a câSá^ d6>8r. MbriceHiné Jtfsé •do ¥a|t. iMtlCida prelà páVté h)ai^ elevada ;'^ círcuíihiàánctó, que
cot/ceDos, òoDCOrrf sHl >pbi^li (ft^est^r 'Oi seôcforfoi^{|i#è
^síS MtíkRÈ rorçálf é aiAdà iHtffft^ >lk!fo>ié<Aftílade,-^mej
^peymiUtósemí !* è ^Or ^s^a O^Mfto ')iudté têt é eiealnl-
ifrârtiujrh«òs daBMios deixarMi dh c%ital<>!^^ fillíi
de um homem inte91ig>ehlè4uèp!^ès9(fíise^Srtr8^BaTioÀ'.
^9èr aititík stí fatnehtoíi á Taflia dia' ái^Jitih in^^tííeit-
tos, ois qullèSv^eestiTessek)pk*«rrhptb9'\[f<j| ASo*,- fSHaiíh
•com qik« fatnteètofo sebttíhirsse-^^é^Éji^ dó'ftf-
tifd.. Vi cdm^tfeVítiMtMo ^u^ "iAi^iiHtBS' di^ t)b^^oa% ^à^
carregadas de %}eCfta^<h''áfgUa damíbrt&htiittfAMd mafe
%reH!b do íncehdlid do ^ué 'detiatav ^bM ^é^a%Íiitò*TO-
-éeio de perifedonde^o nid havla»v 'e>q»é Iflirit^iá Vézés
a cottbtistiío lOtagede dréitiuir imié^ séatrgtnfeiil^ía'*:;
\í!tb só pár hio.sor â íagua ^p^^ada ^sMò^aires êori^
\enie.nte8, mas até mesmo por àfibaer lanhada a hé^
'<'c^saria qâfltntídáde. ' *
' £' hój« recoobecído 9&^ tiK# HÀk ^K dos tfàáé^
-mW priréce ^líotfi tft^Ha utiHdades*^ <)odfei''ia aproVeílar
dividindo-a pela cidade , não sq para jDsais tommodi-
dadie dos^hafhillintèii , nia!s para'à iéréiá proihna e ena
^uhd^nctS' contra oS inceWdlos': e òofno Já e)ctsie is
«960 peU' cènflro da "cidadci. è oulrò péla couraça dos^
i^^^^olds , nâo restará schãb >còndilsil*-a para a còu*
fa^ dcLisftba, THhdade, Grtlôá él^. léicl d*tih^o re-
sultará'nio Vir -a str oiitaf obra iát) daspeudUáa còin6
èl^gtKmi tèih pcfnsádò. ' ' '
Estes dK^pósíto^7chaÍíáitíè^ d^vbri^ih ser roberto» «
totos^l-Vaivsç sctepte Ctietois de agtta 'lim\)8 l^ne rccc-
1»ei«am 'pela parte sôpericrt-ic qué por' quÀsi egual aí-
tura Utieari^ttiparastrti^dqtelli» ií^aefóferior to'óurre
-pomo; no liando uids tortreira prol^Wcibn^adà íf a^^irlak
à^tliièm vae Btiscar'a^da,'e em .séla^atido (^or sicA
ma se' fecharia d*ondiê restrHaÍ*ia tírar-se a ag»a de qu^
«e carecesse e ntDhtixAa ^c desj^eiPdhóar. Aagtiti , ^%
, : i v' . — . - V. -
-nrr
EEYiaTA. UmVJ5BSAÍ-/W^QKENSE.
b^}
do nfi (V^u&iU s^çjs^i pa*^íirí? para o Jnfcr^çf^
4'oíle pvl«> m<t|rap WOdo papa .Q oulro. , , c . ag:»*»
por dianlc/Supponharaos qu/í pwiwi^cioi fiO>a/W^ ^^
<ip.Qmro fl>çi,btèn!P(HHP 4*<^ifMei}Pi>««í^^."«*»'^P"*
d io/^^i havendo ahi um lai depo»i^p vftç: ífl Iti^tpM"?^';
indo agua , e exbaurida^csL) se abrem os' mais cha-
farizes, que da pjrf* ^i||e|iaríi:imfi»in içara com esle
pM;á„M^%lí«Çíí»^ rtc«>j(^Pri^9r caii&fak^ísfioír^qiítjm
«ó ponlo próximo 94^. iiVQ^mlio 1)9^n(t^l>tç qMiii^i<j^^
d||.;lig¥* .4c5.«|UÁ^HS 4Qpg|$i^os çom ♦.fliUJil s^.p^dcjde
»rAlWlq ^.W»ifa^ÍMA>4eçi^^nçuírv.* iuficn^igjjofi^^ft
6W:!^WÍí?« í; '"• •♦". i.r> »> t ' <•>(:■ ..I íL.hoqií
d«.fi^0p«.UiMi4^(to^ Rf^Mí^-^.do. 4M<)^^af .f^^qf^iii^o.M
acabar cm seis applicando-se para elles a^Di\^.<|«9ef»4f
Pf.S^,í^jngji/ faflí?rií.Í»^ar;.^pqesçíírM »1«W^ Ç»fi^7
Y«l«4ni«9ÍQs,iq^í^ 4.I«UMP9M9 t e PKl«S4in^M W4^
^fím (h^nr^ de o9erefi§Vrl)»e»^o^t/Mm«l|t^.p§..4ffi^is
iiH^iM^O^^»!^ iW? IÇdí^.e. qMaím«r„refi(íw^§iuia,,i ,o .-... il
..AIS^nMi^-A^^r^í^ liqinbr^JS^^ PP<I^M eip^:dfi¥KN
U«ef9 p^a.f |>biiaMM>íÇ9 ^ ><Y»« <A« P^BPR)»:^ «^i?
&9;a <ÂlIq[).? ..^a^nriiu Ae^ 4Âmrc. Ffifie^ef . J^(^«MMn|# »
e a'pprovar estas minhas ideas , em oec^^ifiufífípqyf^
tia e quando a necessidadivil Piíigir , me presto a pô-
las em pratica Si.i^^ ^p^if^ej4£ auclorisado para
dirigir os trabalh^i^.p 'f.síjp^lftll A<fc houverem de fa-
zer-se para atalhar e extinguir os incêndios que des-
l^raçadamente s|o tã^ (rcquetilçgt .
f>oi$ d'aquelle incidente mandando fyzet algumas es-
cadas ctc. etc. más ignero se dera outras de não me-
lros ti rittigcA. •• ^n-- ' -• . '- .• í "»••*
« Lehibtii d it)f!sniH fMitf.^ camért oH a (fuiileftef on-
\H a^^lhfe 'sy|cceda;'-éttn«tf a 'mandar faiet*'algtins dé^
Íb&lloMtíkthvizei , 'c conduzir a 'ag^a'p<it*a a coOrd^a
fe IWbtía.^efí COfiscgnii^com Inéimidespesatnftrtj-
«Nrtído-'á eh^anérioro nòfiM do uUimòí&pçtif a '9. Bcn^
fé at) iftngo llo' mofo' qute Voe dar ao <9rlfo' onde anli^-
Tfortóentc Viitíália' ò^ ar<?o da IVaitio*; '" • •
"* lèfnlWò'Wèniiiisqi>e. t>ai'aq!)feosd^blí1to^S(<já#ffio^
fios dispendiosos, 'e tbmesnio tempo 'Hinpós))airá ré^
ècbere W a«nli par»' l>eber ; êe^éf^ feíferdcPp^
brá- Ceòr, n^ 1^f»akii»!í.^dr-den3t-b 'c«Hl tijoiéi Vi-
ll^^ados >' bitúmâdá^as^htlfàsV •tfV^arídb-sé-aèiÍM è^k
^dhUè despega -faé al^íiém ifae objéttóra; ^ " ** ' '•
"•" ' '^ ''" •• '"• '• '■ • rêtvfêkdo áfws f^eh-é:'^
'' liéní iid9 íátrérettMÀ^a ado^t» a M($h des y&^9és^è
ferro pe>máneh(és nas JaneFIas 6 mcV^ar aírtdttiA di)^
pahnoi- fcries' qtf nos^^bfefce , Tnpnnenl* ^M si ^ís»-
CreitWsimaV wâ^ ih fltAnfciííf, ser aniíétta 4 jgttfi^ frf-
Cbnteiiierida^V inicndéirioácomíudò ^crè^a t¥^Wíètflíii.
ffeor; -^oe se 'flicta- tfc^r ,; íia atv^i^ ,' q^ête' l^idfcW»)
1^*^ apt^oveh^os , tAo" ^h péla cftmáVh fte CòimU^tf^
Úas'pHasV!(j ov^i^s^f^lCas l^drfd«i V*tM^'éK9^
iNípDSifôs kutcessii^o* IfétJ^e já- d'^lVjVi*ii«t ié falW»
ftw» étíi^ '2f 7^V ^' o ' crtH¥flf':yfíttfYo -m -to<}ut?» í dWi
sinos para«'Wénirtn^ <tf íi* ^kv'ffe^^^«^, ^rovWéDtftt
í^^^mbM^Alf^i^t^Vtil^niluita e sem nenhum contra;
que nós |4<«%ún^^ ha mi\U{> . a^. qua piír muitas
vczef havemos insiiilidu;., mai qwc ãimla ate biiJQ.Hão
obteve,. Jífípçpi^ito ; cnignia ' eòtc que ngs ^aiuos ^
deci(^4^.^j9S;,fn^js' expertos adivj^t^ôv'^
/U.t )
j. f, ' ' MUTAMBA*.
., ^U,||,.,Q P^,u.;^elp. Bpju^.inleresvsçs qaciopae^,.djeí|^i5
55V^?..4? .<WlÇ^iW,P9§taíffW.fi .^,'ft'jif? .NM»|aflds
-: 4 WíW ^<!íVÂ.fí«*e9Í4t»flèí^b if^Qiji^ .^e.,^mv^
nas. , I
^ ífo rMíWP^l Cafio..Jtuis,.f Uj^oçirf^ ^s(^|n«9}i4U ;*!»
™P» ^Ií8 .«stfaçw^a «AW«t. íe«>(av-a^ í^m fçbtpa. e ^
Wtfí«nr\5pft,,4^ vid^ ;^ 6^^K>f^<^ Bcquepa.qiAantidaiJiÇ
^ ^ P9s#vp),f}i,ljgq^ç^,di)^ f^lçi4ljÍ^i|:o&, (djifyiMUf
W 3PíÍM*»« Pf te A"^.*abat>4QPando^Ui4lo, p fl?i^ ,, r^
terceiro dia ja não veio sangae, nem já4^§)^ y^^q^^
restava somente alguma febre e uma ddr no lado di-
reito que cederam a um rèiicalorio . de feição que
Parece-me pois que 4^fy el^^f $ çpRV^ifiçiJetKPrtP
examinada , pois já pode ser que d' ahi pn^veabam
vantagens para a medicina'; é para a humanidade ; 6
n'es8|B.p^i4Ílft,flue pelo Sr. José G«eia,iK^.fio^^|í|)^ j
V. fu^ ji,4Íf^T^°?Ç^.*f- >
4i.«R«4Í<í>^.^rcK:ç cspÔDtMeamente nqsiiK^
»ãq .f^|p9 «T^4fí abuçdanda ;. não .#fM 5^ tílV«»«ft líV-
uma das qnaes ate produz uma fnictf j ^e.^qpiff se fji|
doce , nunca porém a vi^jn^a sei se é também me«
dicinaJAAMif/j j^-t hoxx2p.\^ a e/.?An«i
vendo-a «fazendo chá: estQ,,tq9|^«^.,4q^^i)^^e4,:v.f»'
ií(» f I
552
REVISTA UNIVERSAL LIl^aílENSE^
nsTttOJio ms tazeb xáciub:
; 3115 VEEMELBO.
Óoihina laca .".'.' 1 .,, . men btita.
Tcrilunlina de Vènez* '. . /OUâs oflíiVas. ^
Vermelhão fino ...:..,...., meia oitnTa.
Zarcão V. . . .' .*. ... meia oitava.
Coiopbonia ^ ' duas oitavas.
Preparação. — De dois modos se fazem os pai^ de la-
cre: a saber — ' cm moldes de cobre, que possam^atef
bmà õfuduas dusiíaB década vez, e sobre uma famfna
do mesmo metal, recravadâ n'um buraco feito na pcèn
hiarmôre de uma méiza rèdóikda , debaixo da qua! sè
mette lim fbgarefrp portátil. O molde déve abrir co-
mo'iH ai ferro de fasrer lioMía^ ; hqúete-se primeiro,
\mtk-sci com azeite, e dépòis deita-sé-lhé a'misttfr«
derretida. Faz^se esfriar com uma espotyíi mofHírcfa i
e tíram-íPcós paus. que nos mesmos ca ria es tfb ittol-
de podf»m receber Iclrelro» e o que se pertéridér.
' Sendo feito pelb segundo proèesso, ^z-seirssfm : —
aq'úece-se a lamina' dè cobre eoin o fogareiro ^otopibs-
10 / utítà-jie còm' azeite , lámça-se em eímár nma poer-
ca á& ma^í^, é ròfa-sè, -é ^YisSa-srècdm^iihi bninidoií
de cobre. , ^ '
' VcmnVtf lie âerrHtr cihíásÉaS^^^íyúTMéVtí^Tògo
bfahdtr a' gòmma laCça fitircfa ' íom t 'cblo(ihonfa ;
"dcitae-lhc dôpòis a teribintítíi , e ,' qtraitída 'cítite?
Ibdó bem deriretído , ajunctaè^Hie poCico a' pduèo o
Vcrmtílhio-e o zarcão, méxèndò sempre. Ovásòdtf^
Ve ser dé cobrè\ e ò' banho dè aVéíi ,1 posto em for-
Vralba que Y^âo poMa ineoKmoãak' néinfég^r fogo áos
iiigredientes. ' = < ^ . / • i .; n-
' As mesinas diro^as dt precedente , excejf^tnandb ò
Vermelhão e zarcSoi «*m- véi Mosquaejs' lhe déítat-eís
pogro dè ftmio deFfancfdrt , eu pós de marfim qtiei^
"ibâdo áos melhores qne hoot^r. , . ' »
r. •■ i.. ' , f ' ' , .'.•.'•■«. ^"
€<nmDa lacta. Vv i':l . . : .-. .... meta «iça:
Colophonia '. . ' rtfòia tíack, • '
9*eí*ibÍBlína . : . . . : : . . . .... ..... .' uma' òrtaW
•Verècle enà pó Bwy. i . .' . . . . . . •. . . ;'. ir^ék' oítatíis.
^•'Exiractb étz €hirliitieã èn$inèÃd m9Xtíicfne9\ifi^
tida em pôi^fnghèr pèíoBr.A. L.' B. F.T. Gyrití;
|íffg. 484e'485:' - *■'. •" '. • ' ''' ' ' '^' '
, WBJLÇAB X VAUSX08 9A CAPITA».^ ^
-» Slitf Títe ãf hètfeta fembi-aííty á^'cíimaraís'(fif#ren-
tes melbofãiiàénVosrá/Dito» â^éW$ Mhméúitséiéekk
^trtidòJ; -Outros purecem ter hévtád etn esqtteeiraéinfo.
Cirfbe pwttinlò i^e^éordali^s. ' • ' ^^" > ^ »•'
' ''Pèssoàa Ha-qttè lipp?aQdeffti unf bòtÉi -alTftTè qtiafidb
#fr |>ropdé', ' níasf esqiiectib^se^ depois d& íhé^fcottKrrei-
rem o dèiièmpeabo com meios, protecção ou conse-
lhos i '(lor i^ itt^IséA-emos sempre sem desfalecer.
•RM^e^ddido á cvmfátâ ; qóè %çã» alizar com man-
cos de ferro ou paq .a^ ;gr^pde^« pcaç^s^e pjifAP^of^ da
capital, como o Terreiro do Paço. Rocio, Caçs doSo-
«ré; I%«(ft dia È/iégríá e das FW?es; Paáíeio*uMfco
« o do 8. Veôti itfè Aicàntra.l IWdtiKa maísfàòil dò
4»« iMe. Safbèftund 'òae exíi^tém mi prlsòès' dv capital
motos «priéirèè^ dbHg»d6S a VrabilHnr.-^^^ponihelfiSb
cmi^r^t4o^4offe ou ^ÈíÊtn'mÉA9fétà,'àúé'tt tbti-
cluirá em orna semana t A^ praças e pasaeidíí^cète]^
dfas levantadas íncommodam a quem passa , fazem
estrago ho ca lçadd'd?s -senhoras e creàn<^as , e dSo
de nós pouco vanlajiysá fdéa. ' .
Esperamos que a exm.* camará inloVfeixará dède*
fè¥ír o requerimento. • B.
▼lAGBM A««ÉA'
J 3'f 17 PxaKCfi eslàr resolvido ^ Içraiide 'e fecandt^
)imo problema de irrajar pelos ures. ^'"
E8creve'ao fltkes , de Lonfdres (fm" sfèa eortéspon*
dente dè Charhs^own', rios Estados IWítfos , btfver:
aportado lá são e salvo e em sós 65 horas o barlãó;
qtte safra de NfífrtViealèf , èm fnglflíéVra , Mandona
sna barca oito prass?#^efros , com' os liècessairiós pro^
vímèntos paira touitas semanas ; m^iis do ^ite-^dikyoa ^
kev transito. • ' i ' •• ;
Esta maravilhosa viagom, atravéz do-0(<^nò Atlan-^
tico; eacrípta em fíTtrmã dé diárf^^cl^ próprios
aeromtiras, e a desirripifiro do %i^mf)les irids íngetihos»
machthismo, que govetna tf balão, merecem' ocenpar
a attèneio pnMca; pelo que, logo i^de pari tanKy
houvermf^s e^ço, <o fmbKcàretnfe^v Em lod^ o caM,
e^ta' tèntMívA , mâls béif} s^tèdldi doqUe-as de Mr.
Vensên e Sir ^i^ot^é C^íey J embora ba}a áe.ser ae-i
gtiida por novéis è f^rogreasivés melhár^taietitos . éfár
um ímmènsè passo dado'pfela''sçfen<tla a fovor do §•«
nerò humémo.
VARÍEBiBrS..
COMãlEMÒRÃÇÔES: ^ ^ ^
8 DE JDLHÓ DE 1607. ' * ' '
3118 DisrosTAs, como cumpria, as^f^is^s neces^^
Aaria^,.para a fundaria, do" a#«9 faa^t^irc^/iie ÇÒr^oií
Chrisii, vul|^mient^..d<^,i$4!Cr/ifDQnto,.4;e freiraa dq^
mii^jcanas emU^boai. Còi. o dia.8,4€.jvJl|ia:dA4W7
si- eacolhidqi.p^a introduzir • n'e)1e^s..saas, fir^mefiraé
habitM<tf^a^ 4ue.eraiRa)^mas Ireir^f, ecpnveraafti^
ijn4as,de Evo^ 4o cpnyiepto, de Caneta (G^lharji^a <Ía
Senna, da mesma, ocd^.r^-BAvia.corridp a fuiida^
jção 4(0 novo cvQpv^nlQ |^da por oonU.do conde do Vi-
jsioso D. .Lui:^'4e Portugal», ej[^.X9n4eiÇi^. D. JlaaoBi^
Âjè Castro % Uien^Qnça « suj^ maltifu* , fieaoíutoa ambof
4? eotrair Qqi.ralJciâoi; i0.iq^e|»M<ff'afl9 logo eaíi eifa»*
to pq 41^ ^2 40:9j<Wno mea e aimo.; a tondeça ta^
mando o bak^ito no ^f u pojro. .conyeplo, e o conde no d^
S. Domingos de Bfmfi9a,.,qom' o nome de Tr. Domín-'
gos^ ,4o.Ai)sarrq* V^i^ o. conde a fallecer no sea con-»
vento de Évora , e foi sepultado no capilnla entre as
<4e maia religiQ«|i^af^U |J».e lém^s-^gf|iiHia. vesea o
j»pit9^pbio.*'. qu^.bqje §p .buscai?^ «a» vãq, porqM« «
ftampa deva 4e estar servindo d^,l^ia de .alguma Qo<p
fa jai^Ua 4e saccada^ sem • que oa .4f5pèodeQtea da
ijiti<tri#siipa ,G9aa do Vjmioso e Valença ^, lemjbraa^
.seiB 4a salvfir dâ deiQolição.do aoniyeiíiio as ciazaa,.de
fvn avd» a de un^aayé por todos osj^ls^^l^ji^f^
,peitayek-^4<^ l^artiicuiares sem duvida, competia sal^-
ya^.i| Hiaipr parte áf^%, monuii^aofc^ a. primores doscpii^
^yaptòs; mas por 4e«^açá nossa « o^ qoe quiiarain i^
|K»4«r^9i 1 5 1# que poijflrw.inão qj^ia^mor. . _
REVISTA UPnVBHSAL LISBONENSE.
553
LBNDA RAaONAL.
VI.
A SBNHORU.
St 19 « EiifOBA, bdja ea errado, o meu erro fi-
cará comigo.
« Porém TÓs levantae^vos contra mim, e me arguis
cem as minhas calamiifadés.-
« Intendai sequer agora , que Deus nio é por tim
juizo de justiça que me afligiu» eme feria com ósseas
açoites. ,
. « Clamarei pois padecendo violência e niogaem me
QOTirá: bradarei e não ba quem me faça justiça.
. « Por todaj as partes fecbon o meu caminho • nio
posso passar , e no meu caminho poz trevai».
, ^ « DespeJQU-me da minha gloria » e tireu^me a ct>-
roa da cabeça.
« Destrui u*me por todos os lados e pereço; ecomo
a arvore arrancada me tirou a minha esperança. .
« O seu furor se accendeu contra mim, e assim me
tractou como a seu inim^o.
« Mancommunados vieram os seus . salteadores , ie
llieram. para si caminho sobre nhu , e cercaram em
roda a minha casa. ^. • •
. « Poz longe de mim a meus irmãos; e oa measeo-
Qbetídos cofio estraahos se apartaram de miaa.
« Os meus propinquosmê desampararam : e os que
iQe conheciam .esquecera á|-se de mim*
« Os que moravam em minha caia « e as meamas
Qiinhas servas me reputaram como Mm estranho ; e fui
«orno um iperigrino aos seus olhos* »
Uma voi fraca .iijepetia est^s ewMxas do velho Job»
d'entre as paredes afumadas e grossos yarões de ferro
da prisão de Venexa ; embargadas pela poole dOs Sus-
piros, não penetravam ellas no receptáculo de todca os
%icios denominado palácio ducaJ, mas retumbavam na
luperOcie do mar. O homem* que assim dava saída a
aeus pesares com resignação cbrisiã, era omeamoque
foi preso na Carte Cmtarina ; encerrado a principio
em uma gaiola .de ferro , e transferido depqis para o
calabouço onde acaJ^mos de o ourir , o desgraçado
Tira escoarem-se-lhe , setecentos cínqoeoMi e três dias
catre os horrores, da .miséria , oa tractos de bárbaros
«Igozes; tintos decorreram desde 24 de norembro de
1598, em que deixámos o leiljor tão estupefacto como
Pantaleão Pessoa , até 16 de noTembiyi de 1600.
A porta da prisão acaba dc^ se abrir , e um homem
«Uo^ magro, de olhos encoiiados, naris coosprido e
c^bellos grisalhos,, parando no limiao, fai éuvir es*
tas palavras com voa forte i.-m Marco T4ilUo Gatisso*
nin pescador calabres ! .
. Ao ouvir este nome com que usaram destgnal-o., o
homem da Biblia knçoa um olbar. de despréso para
quem o proferirei ; calou por um «momento; fez. um
gpslo entre resignado e.despeitoso» baixou 4 cabeça,
e disse;
, — £is-m,e aqui.
— Acompanba-me.
. O carcereiro deu algUQs passos para. fóra da prisão ;
Dão tardou o preso a scguil-o, .dicigiado de passagem
^si^s palavras aos seus companheiros d^ ínfortutiio :
•«ofipcsoTa^elflliente para o sepulchro que metrans*
ferom doeste earcere ; irmãos, orae pela. minha alma.
A vista do agoirento ^aspecto do carcereiro julga*
va-se já acompanhado do algoz; seguiram silenciosa* .
mente atrases de um extenso corredor , na eitremá*
dade do qual havia uma ampla quadra/ occupada n' es-
ta ocasião por alguns esbirros; chegados abi, um dos
sayôes , vertido de negro e mascarado , como era de
uso entre os familiares da inquisição , se apoderou do
preso , e conscrrando õ mesma sMencio saiu com ello
paru a pênie dos suaptrof*
Em um momento o prisioneiro se achou á porta de
uma sala, cuja mobilia.o ei^heo de te(tor;era o
logar dos tractos ; e crusaudo por entre estes instru-
mentos de marlyrío , entrou em outra saia , ornada
como um tribunal; ahi o deixaraia só.
Já o desgraçado calculava com horror qual âeria e
nova igBbroiuía, porque o Cariam pasáar, quando um
homem revestido comi a toga de senador , reio a elle
com os braços abertos ; no recém-vindo conbéceu ello
tmmediatamente o seu amigo Marco Quirtui , um doa
quatro juizes deputados para- o julgarem, eque sempre
lhe patenteara a mats^leoidido affeição; o4esgraçado ^
não pddo suster as lagrimas , e balbuciou estas pa-f
lavras :
— Vão matar-mci e eu que. não posso mostrar-vot
a minha gratidão. ...
.«—A justiça da rossa causa, atalhou Quirini , mu
fez interessar por vós ; porém baldados leram 09
meus esforços para'«tos rêstttuirr a 'Hberdaée,. quando
ba dois annos , em publico exame.se acharam no v^s-
so corpo todas as marcas iialuraes, que, na cdrte dQ
Lisboa , se dizia ter D. Sebastião ; o senado decidiu
que, só requisitado por. um príncipe reinanU serieis
entregue.
— .Ob !. meu Deus !' e nenhum até hoje «e lem<T
brou;
. — Umy senhor; o príncipe d'Orange, chefe das
Provincías^Unidas , acaba de enviar por seu embaixa-
dor a Sebastião Figueira , portuguez , para tos ro-
qulsilar.. >
— íE eutio?. ..;
— O senado me encarregou de tos intimar a sua A*
nal sentença.
— Ah !. . . . dÍEeí. . . . diíei. . • .
•-*-£m 24. horas fóra da cidade da Veuesa » em
três dias do território da republica. ...
. -t-Ah! meu amigo, ainda serei feliz.
— Podeis partir.
— Adeus senhor; o céu* vos restitua o que. legiti-
mamente ros pertence. AbraçarauHse suífocados em
lagrimas, e deram*se ò ultimo adeus.
Em- cata do Panlaleão' Pessoa , . se achava reunido
um respeitarei conselho de pôrtuguezes ilhistres , a
que presidia D. Christovaia ; filho do Prior do Cratr.
Este príncipe viera á Itália advogar- an(e o Papa e
a. Senhoria, a cansa do captivo de Veoexa, tendo lav^
gado o titulo de rei de Portug*! t ^osde o momento
em que chegou a Paris a noticia de ter apparecido
D. Sebastião. Os outros congregados' eram, além de
Pantaleão Pessoa e de António de Brito' seu hospede
«ffectiroi, os seguintes cavallevros e lettrsdos : -^ D^
João de Castro, que fora e continuou a. ser o mais
constaifte defe^sojr do preso , seu conselheiro leal , o
Valião desinteressadoí; — Fr. Estavam Caveire, ouco^
46 #•
554
BETIOTA tJPfl\«HSAL LISBONEN^^:.
mo vulgaimente IÍie DhvmaYam o doclor Sani(>ftyo,
borne» respetUdo por &e<i multa saber; ím e\U quem
soIitcUoii enr Lisboa os Bigoaes de ckei D.- Sebaslfão,
e que, exígio em Veneza a exame publico do corpo do
•encarcera-lo .para veDÍficar a identidade da peMoa.;
nas estes serviços díq Ifte alcançaram a conílttiça. do
rei, ^ue antepôs a 'uma roupeta de doroiníco, um
saye de cavalleiro » e o frade parecia despeiloso coo*
ira D. João , e contra seo amo ^ cem quanto teniassje
tnoobríl-o. . .. tfapttel de Brite d' Almeida , homem
de bom conselho , e que sempre acempanheo a Prior
do Cralo d. António; Diogo Hanael , cavallsifo de
primor.; Rodrigo Marques , e Sebastião .Figueira,
duetos e leaos portugueses, e Fr; Gbnsustomo da
¥isitaçio , mon^e de Cister.
Tinha tomado a mio na ordem do fallar Sebastião
Figueira : — . «
i — B' hoje, dísia elle, o dia destinada pela Senhor
pia, para dar resposta á embaixada de que yim en*
esrregad>e pelo prineipe d*Gffange.c— -*Sabbado tereis a
liossa decisão, me disse o doge em presença de siena-
d*«**- Serei pontual, ivo» reeebel-a.
' — Muito temo , lhe tornou D. Cbristovam , corres-
p«i«deodo ao mesmo t»mpo a uma {u-ofonda vénia que
lhe fazia ocavalleiro; muito temo que nio sati^açim
a requísiçio do p^rrncipe que representaes.
Figueira ia a sair, mas recuou, dando um beado
d» espanto e de alegrii^. ... um homem assomara- ao
limiar da poria.
^ O BOTO íoieclocutor era de estatora ordinária, ma-
gro, cabello castanho escuro , pouca b^rba e bigode,
ludo da mesma côr; testa espaçosa e olhes, afiesar de
encoyados de uma vi vexa extroosdinaiia ; nerisisom-
prido, boeoa.rfgúlpc epé muito, pequeno^ AJém d'es«
tas feições geraes, olhos perspicazes lhe descobririam
outros^ sigi|aest'0 Ubía infesioi' caàáo,. fairaçt) e perna
direittiS roais compridos que o braço e perna esqueinla
#tCb ;' trajaiur um» roupeta comprida: db seda e^tti>a ,
tonada, de peites,, e gònro de 9e'iido proto«
-. Qnosi ;tod|i aAcei||panfaía.«cenbeèeu imeidiataineftr
te , mas o sobresalto causou um torpor gerat; íbêPrr
£steYam quem primeiro rompeu o.silétteiO'>cfllQHHna
•locarão latina, como omnrinba a om.dociorj -
— Vidimuê eum et tum erat aspectus! {^)
— EIrei! clamaram todos os mis congi!egàdos a
om lempot « ' ceírendo a> beijacai mão ao ireoóm-ehe-
gado.
— Meus amigos, meusileaes.TaasailIos, Ihetloraou
elle com voz pouco clara , mas bôa psopiàeia poriu-
^tteze., ebHDe:â«ti«T¥evenlre v6s}
f . IX. João, fieaséa,..Fig«ieiM e Brito, qne eram ain^
da juYens na ooaaião da falaL jornada de )AJo»c«r^ii»
ã>ir ,. não (tinham olvidado M phssioiomia de D.> Sebas-
tião; e Diogo Manuel « ma» joven caiada , cniíra a
«eu paei;dfisicre¥flr a figora èo reé eoas tão i^svap c^
ff es • qu« 1 paca í «logo iuigou: reeonhecelH> no bomem
.Tíelonado ^Hi eamosobotaao.-^O enthusiasmo d'«»
4es cayeJleiron nio .pede descreYerwseui)
Depois dO';PmlkefniilãO(ide congrataitoçõesv iiffcrtat
^ agradecimmlios.». couTencioDaram qtie » rei passa riA
•aMh)^>4 mesma eioite am uma gondehipara. Padaa^
dirigindo^se pat Fkuttsça a Leonw , emle embarca^
ria para passar ú França ;-*que iria desfalcado com
um habito monástico » e acompanhado por um dos
congregados.
Deram-se pressa a escêlfaer o comissionado • e i
eleição recaiu em Fr. Chrisostoipo da Visitação.
Fatalidade ' ' ( Cantinuar-te-ha. J[
Fítan^tUeoMMa BoirdaJllo. '
nmmi
(^> Btia «leei»çfto lê éiUds por D. loto de Castro ,
daaew<efari«.aahaP..Ssbestifto. '
&nvcçl« DOS DIAS SAtfOTOS.
3120 /Ali de janeiro d'es^e anno publicámos solb
a epigraphe — ffoi^as reflexões e attenditel propoita
áeerca do9'dia$ iOntios — um artigo, em queexhorta-
vamos ao governo a sollicitar da Sancta Sé a dimi-
nuição dos dias festivos , e dizíamos : -^« é de crer
« que SuaSanctídade, com a prudência, que o exor»
« na, decretará para togo uma reformação tio utft
a ás coisas do espirito como ás do século. » O nosso
bom e fundamentado alvitre -fòi adoptado em 15 de
abril; e a nossa propheeia seresHsoà em 28 de maio.
£is-aqui o que se lé nó Diário dó Governo áe 28
da passado : —
« t£m officio^de 99 demaio^ proiímo lindo, |>ertiei-
«í pa o nosso encarregado extraordinário e binistro
ff plenipotenciário na cdrle de Roma , que Sua Sdu-
« ctídade annufra benignamente á instmciaf que se
« lhe fez por este »inisterio,^em data dé9S dè alfril
« ultimo, para a snppre^são dos dias sanctos dlspén»'
« sffdos . diminuição dos de gnarda , e transferencia
m das< festas dos eragos para os domingos r *c conclue
« que vae tractar com toda sedtíigencia da teipedrçia
« do competente breve. »
> ^AAVS as»a9a; -
(Ceírfa.) '
3124 CoHO eu assistisse na quarta f%íra paskadrl
aadieoeia geral, em que se trattava do caso maishor-»
roroso de que ha lembrança por estei silios, e o crime, e
a prisão do réo fossem' jd publvcados nk sua interes-
sante Aeutste ; talvez alguns doiíiieV]^ muitos leitores
desejem sad)eT o em qué parou isto. ' '
O réo, aecusado demitida, pa^aHi^iêtiodcf da
Olgoeim), que. tinha a persuasão d« qtiè W filho é pro-
priedade dcsen pae^ bem conto nm aftfefa-cio f pro^
priedade do avtlAcé que ofhbriéon, erpéded'e1l% d«S-
fezer«4e aa«« bel prazer, cobsefvou-sie; em lodaa au-
dienaia, eovi iimevtèribr qtie bem- incnleava amais
requintada malvadez.
. ' Nãci se entristeceu , ' neai deu a nrininua noslr» de
arnependsmenloi^íii d(»r;iemquanto só á «élle ò'i;rimi-<
novam/ E>emqiianto moitas pessoas die d tstintçio, que'
lambem allí se *ètlav«im^, ^ò pòvó, tod(t á uma se
horrorisavam de varias particularidades que precede-
ram; e qve seguli^m a morte da IMfèlír, esse des-
naiqrado paé impriNdi^eiflI^ifma» t-edttmunhas cottto-
doio sangue fHoi naibèaMi) éemp^e * itrf^ii vittfma,
cruaodo acénteola fafllar d/elhi ^ c<mi epithetoi horri-
veis e vergonhosos, mostrando, como com alardt», é
rancor que ainda votava n*aquelle- Ibgài'» ás ciaías
frias da que fora sua prole e suá victima.
O delegado do pi<oeiiradd«» régio orou bem , iM»-
Irando o horroroso dD> crime e ali túès tristes eõnse-
quencias na sooiedade. O. advogada do réo porém^^
RETISTA UIÍIVERfiAL UBB09IC1VSE.
655
de sentir que nio fosM m«i«' mi^rgito. O jai? fotloa
alguma coisa: e lendo ouvido o réo que julguva ter
Ba negaçio umá defensa infallifel, o ceodènmou a «er
eonduiido eom baraço e pregão até 8. Pedro d-ette
eonselho, e ai M enforcado» sendo-Mie depois deeepada
a cabeça , parasef pregada n'um poste por três dias
M legar do deiicto.
' CiDira 39 de joabo de 1841. De V. ete.
Miio Valerianno Simões
aoQVxmlo no nrvsmiro.
3122 CoKTA-ei que no logar do OraM oa perto
d'el|e, fflllecea poocQ ha um rústico despresador pu-
blico e escandaloso de todas as praticas e erenças ca*
tfaalicas, «o qual tão pela posta ?eta a morte que nem
para. o arrependimento^lhe dei%eu aso.-
A família, não obstante haver elle expirado sem ne*
nbum sacramento nem lembrança de tal, desejou o se-
piíltassem em sagrado: mas os visiubos se oppuseram
• levaram a mellMr:—a'br4u-se uma cófa profatM; ar-
rojaram-a'o a ella ; eobríraAHA'*o e desampararam o
aítionio sem horror. Ifa segoinle* manhã accrescenta-
•• 0 què iMissasdo por abi gentedescobrfra eemgran-
de pasmo seu a cova nov^imente aberta e Híe 'afunda-
da que por mais qae se afflrmassem lhe nio envergavam
• lastro, qcm branquejar de mortalha : deram «rebate'
é» nova peU visinbança *, aceudiu e^ povo ; entrou em
cdBaakass reeolveu-se qite èe examinaria a cMo até
ás ultimas: UBl^«llais destenido-se oíl^ecea para. ir
ena pes.«oa 8t>ndar o boqueirão; amarram-lhe uma cor*
da á cinta; entregam-lhe um archote e uma campaí-
Bha, e vãona^^tf arreando com asorelbas -fitas *e per-
^iMaado^tbe • de inátante p^ra instante o' que desco-
bre :'«-«'< iitfda;'per ora tiada « — era a onica resposta
que surdia câda Vev mais sutorna : até que emfim o
archote lhe eae da mio e do meio das trevas se oure
retinir desconcertadamente a campainha , signal de
^ apertado Udoa. lçaifa-n'ocora fúria; o tenierario vinha
partido como um fiinado:-^ acabava de descobriria
aoi baixo , lá maito • em bairo , jandtb • ao fhndo
da cova que eslava por signal despovoada « é «ua
mio escfuefdftum porta] grande e largo, principio de
uma despenhada ladeira, d'onde safa uma alarida de
TOze>^fl3léias^tie>p6nhara espanto.
Por derradeiro se* conta , que pelos arredores do
sitio maldi<íto reáda; principalmente deno^te, uma tão
deècomposta ? ozeria de gemidos e gritos feros , que
á mais destemida ereatura gelariam o sangue.
JEsta patranha . ^uenos' affirmam anda geraliiíeht^
acreditada pelo vulgo das cercanias , teve , ao que
se cuida, u^úia origem assas verostmíí. Os íadrõesnoc-
ftimoá , que , n^este pfaso^dtfs colheilas/ eostomam fa-
xer pela» qvintas e fazeáda» «abertas aéiiá' féehiiNi ,
conceberam e espalharam esta nova para afugentar os
passageiros e lhes flcar a boa fenida mais a salvo.
podengos* asmetfar^senae que: eiki duas cartas, e niba
de peaftòfftiinhecfidap por sisuda, se lè sem discrepa'n>
«la nas- prhítjpaes' clausulas o que deixamos exposto
AlguM. metttdbs' A docteres nos teem já censurado,
o referi ranos- patranhas* manifestas; «^ á^espendejnos-
lhes, quen'estas mesmas patranhas ha uma verdade,
e é o accreditalt^ o povo; assim pei^encem á histo-
VM do tethpo é>nie sii derem cstfodátr aos médicos
mwraas da soc4aa;&d«« .'-•-..
TlADUCÇtO BAS IIB«OBI.<e BC CiUUBaiA mLlTÃB ^ B CAH«
- FAIV0AS no BXttlO D. 1. LAaBBT.
3123 « Tenoo esta obra mlerecido a unanime aceeW
tação de todos os faoultati vos' tanto estrangeiros, ^o*
mo nacionaes, que, não será excessivo dtter sa a teen»
admirado, achando-se extincla em França a sua ultima
edição , e sendo entre nós raríssima , vae- o traductor
empreender vertel-a em português , bem coarencldo
de que o seu trabalho nunca poderá merecer ^titula
de itoulíl , pois , não só pelo qae respeita á a^e da
curar e sèiencias accessorias , mas também relativa*^
mente á historia, geographia , etc. é esta uma obra
de interesse tão geral, que ninguém deixará doa
confessar, a
« Abstem-^se o traductor de tecer-lhe qaalqtièv enco*
mio: obras similhantes trazem o devido elogio «mia
nome do seu auctob. Liinitar-se-ha porém a dizer qu«
nãõ é somente interessante pelas liizes , que diffuade
na arte, tia qual tão eximio se mostra ; porém da
muita recreação para todos aqueUes, qda admiram <M
gloriosas campanhas fraivcèta», achando n'ella coma
um remate officia] ao que viram, e (alvettaiuita ootst
qhe não está escriptá dom precisão tio apurada , co«
mo- a campanha da R^á^ia , até á abdicação d<> grant»
de botliem. « • . ^ • . • .. .r
' ^ « O tradacttir , evocando a cooperação Aos sèut coN
legas e mais amadores de obras similhaMtefi,' paraiftia
o honrem çom as soas aááignaturas , ^ protesta empre-
gar quanto em si caiba para que a suá traducçi^. 8#-
ja exacta, julgando-sè muito félia quando seus eafofk
ços Sejam pagos com a approvação de- leitores liadii^
lÍBCtOS., « '-■•..-'• *
« Será esta publicação hebdomadaria, constante dè
duas folhas , forniatò de oitavo gtàndè ,' bom papel ,
typo «Ovo, e com todo 'o earmero ^^ue fte|a possitdfc
preço» fiO r*. i pagos no aclo da éMfegl. *
« Assigna-se em Lisboa na loja da Viuva Henr^quei;
ma Auguáta n.* 1, e diá cása do traductor*^ rua dos
Doíradores n.^ G6-^B^— 1.* andar. Os senhores: dáH
pi^vincias , que pértètidam ser assignantes » poderi*
dirígir-sé em carta franca ao tradudor J. M . iPreira,
▲ SOtSirCSA HIBSB »AÇA-tB A ÈéVt 1t At^M
3124 EscBBnM de Chaves^ que obalffl cim^gtfo
João da Silva Bravo , natural • e' reaidénie na mesBsà
rlHa-, ^}Kb da escholà tnedrco-círUrgiiHv d'esta ^da«
de , fizera a operação da-cataraeta na pfèvsaa de 1\6^
renda 'Reis, de 24annos deedade^ do fogar déPa-
radélla de Monforte do Rio livre, 'á qual Ifiaba eat»-
ractas desde o berço, « nunca tinha riaca aoisa alfah
flua. A operação fei «m Ifi de maio passiido e etmi fiM
)leidade»-^A ^dktá joren.meslraot grande presencn
Netí dá atptfiaçi» do boate, netn dd boatcmetmoi de espirito, soffreu a operação, que teve-MiB^saW
tado em ambos os olhos; não mostrando signal algum
de soffrtmêiirfo^, £sté vendo' ^rfeiiainenté T e i muito
curi<Moúbser¥al^ dMiCranda-the coesas 4a quà élla
nio. fazia idéa algútdy^ Pc^a^na Anta* -^
JOBlTAlf mA8 BmULA8«ABl
3t2S Acaba de sair á lua o 3.* uaiUero do jornal
dás Bellast-Artea, contém:-— * - .- •
lAsiciila Domini— <^Md^# d« lUphMl^-^ptl^ M
556
REVISTA UNIVERSAL LISBONENSE.
Silva Leal. <^?orU. lateral da egreja de S. JoHIo»
ear Setúbal — pelo Sr. Varahagen. — Intigo costume
c trajos porlugueies:— pelo Sr. Silva Leal. — AsBel-
lasi-Artes— pelo Sr. Á. J. Viale.
Cópia da Madona da AuDvncíaçio, em desenho li-
tliograpliico — pelo Sr. Borda llo-Pinbeiro. — Vinheta
cm madeira, desenho do Sr. Bordallo-Pinheiro, gra-
vara do Sr. Coelho. — Idem. pelos mesmos. Cópias
das esculpturas do tumulo de D. João I , e do capa-
cete e espada d'e$te monarcha. — Cópia do Baixo-
B^le^o do' Sr. Cerqueira na exposição académica de
1843» repriísenlando o juramento de Viriato; desenho
a contorno pelo Sr. T. da Annunciação e gravura em
cobre peio Sr. Fonseca Júnior.
O desenho que com este numero se publica da Ma-
dona d'AnnuDCÍação, de Raphael, é cópia do celebre
quadro d'este auctor que por muitos ann«.s se conser-
vou no exiincto seminário .de Brancanes em Setúbal.
Publica««e sem artigo especial a estampa do baixO'-
relèvo do Sr. Cerqueira , para sati^foier-se com elia
êú pcograrama, porque d 'esta producçio se faltará no
artigo da exposit^âo, d'unde Íqí extraída, e^ao qual a
•alampa ílea pertencendo.
Sae.este numero retardado por motivos de transtor-
no geri^l de todos, conhecido: epela mesma causa não
pôde ainda* dar-se conta da exposição da academi4i^
das BelUs^rtes, o que se íará no seguinte numero,
que já se acha no prelo.
. * CoffPKçftBs DA AssiGNATvaA. — Cada numero conte*,
rá pelo menos i6 pagipas 4'impressão, assetinadas
feia prensa hydraulica, duas estampas gravadas ou
•lilbograpbfld^s , e algu.QS orn^^qs ou vinhetas dese-
nhados e gravados em madeira como illustraçoes aot
iexto.
. No fim de. 12 números d'esta publicação os Srs.
As^gnaotes* receberão um frontispício com ornatos
análogos aos. assumptos de que tracta. o jornal, e o
indica geral das matérias do mesmo volume.
•. Subicr«ve-se em Lisboa no escripiorio da redacção
#a rua do Arco-do-Bandeira , n."" 59 ,. â."" andar —
«onde deverá ser. dirigida toda a correspondência «
j^rte franco, aos editores Manuel Maria BordalloPi-
nheirot t José Maria Baptista Coelho*
Acha-%e á venda em. Lisboa nas lojas da rua An-
f oilaii.^' i , 120 e 195< rua do Oiro m.""' 62 e 93 1
ao Chiado n.* 6 ; calçada dos Paulistas a.* 54 ; rua
rd* b|(er|D^ n.* 150. — Porto na loja de Novaes —
Coimbra , na loja da imprensa da Universidade.
> Aasignalnra por três mexes 1;200 rs. — seis meie^
â:i60— anão— 4:200— avulso 440.
- Ca Sn. Sohscnptores de Lisboa satisfarão o preço
«esfiectlva de cada numero á recepção do mesmo : os
daa proviocÂaa> remetterão logo .á entrega no primeiro
Bimiero • e pelo seguro do corraio , a importância da
Ma ass^aaivra por qualquer das ires epocbas supra
dasignadai«
jwTAmrnfMMB jL aps varks-
I 3126 Ev a noite de 27 do passadas? acharam dois
aadaTaresdaffecMMscidos un\ á Boa-Vista , ou^rojun-
cto á egreja de S. Julião. As a uctoridades começa-
ram ^o caaoas dikigenetat do costume.
i' Os crimes dfeste género vão-se tomando tão frequen-
tes, que é admirável que os pbilvsopbos' e legislado-
res aclnfttt reitbam'aij|dit<t.í^«r i^rw tant^tiir.ai. pa-
ra oscofaibir. Bem sabemos que Oie&tirpal-osde todo.
nunca se conseguirá pelos remédios externos, mas só
curando os vícios orgânicos da sociedade que o pro-
dusem , como tanàbem não são os patíbulos, e degre-
dos, mas a abundância, a illustraçãoea mora)is<içãoas
que hãoHle acabar com os roubos, i mas ás moléstias in«
curáveis não se applicam ainda remédios que lhos di*
minu9m os ^tragos e lhes retardem os ímpetos? ^não
se deveria tentar tQjdo contra um mal tão antinatural
e horrendo, tudo, até outros males de menor gravida-
de? £' immoral favorecar a dennaeáa , ^mas promo-
ver até com prémios as denuncias de.taes attentados ,
haveria no mundo pae ou mãe que o não achasse pro-
veitoso , licito e até sancto ?
£' um alvitre que sugerimos a melhores pbiloso-
phos do que nps , para que o discutam so merece
tanto.
3127 No Aariao 3054, sob a. rubrica de pm^oa
da embriagues se contou como desapparecèra o aspír
rante da alfandega Luis António de âousa Pereira
Leite , no dia 9 do passado. — No Dimno d» (roaerno.
de 1 do corrente os Srs. Van-Zeller e filhos , agen-
tes da companhia peninsular e oriental de vapor, pu-
blicam o auto do corpo de delicto e autopsia a quo
se procedeu sobre um cadáver laogado pelo mar no-
sitio da Trafaria , de qne se >concluitt str o do dieto
aspkanie e não haver sido assassinndo.
CAZM.
3128 Na noite de 25 das. 9 para as 1^0 horas, es-^
tando. Aptonin Alves .!Estf ellado .. e seu irmão Manuel
ALves £stellado , almocreves da Cr^gues&t de Asse-
ron» a descançar ap pé das suas cavalgaduras em uma
casa na rua de Fernandes Thomás , houve altercação
entre ambos por causa da palha, das bestas e daoom-
pra de um bacalhau; pegaram a braço ««e o Manuel
Alves deu uma facada mortal no irinão António Alvea
que deixou em perigpde vi4a..e fugia* P juiz cri««
minai procedeu ao. auU9 competente.
Pobre* no Porto.
HoaanrsXi àttsvtai^o oohtajl a,
jcATuassA.
3129 No dia .2^ de junho n» concelho de Izeda ,
Manuel Barreira e seu filho achando-se em uma ta-
berna , travaram entre si desordemt.de que resulteii
dar o pae três facadas no. filho. D. do Governo^
.teVBGIX DX FAHMIOniIO.
. 3130 Eu Villa-Plor, a 2 do passado foi ferido Ciom
um tiro o parocbo do Villar. Idem
8ACBJ&SOIO.
S131 Na noite de 17 de junliio íoí roubada com
arrombamento a egreja parocbíal de Bibeirão, levan-
do os ladrões os ornamentos da- egreja , no valor de
170jjf000 réis; os perpetradores do sacrileget aUenta<«
tado ainda não poderam. ser descubertos, .apesar dsa
diligencias das auctoridades adminiatrativas. Idem
TXVGAirÇA mBXTTA.
-3132 . No dia 6 de junho pela tarde entraram na
ivilla de Senhorim, José Marques eaeus irmãos d»
REVlStA UÍ?ftVfcttSÀL UâBÔlVEjySEi
557
hi^Ar» de Goàdtife , còrt Viljçuní outros' ihdiridWs do-
Aicsiíio lugar eéti villa de Manícuaíde , éspin^án^t^
^tHMlos ciwontrevoíh ; > di^parandft alguns líros, (|ué
por fortuna não foram empregados. 'Estei f^rfosos pcr-
tcHdiftrn,' ftt> <fue parece, tirar h'est*e hctotfeUapída
feròcKád^, tfn^fa do fririo dé nmás 'redes dej^e^-^
tê , artrftHiMo * èlguiif índiYtduos da YJllà de Senfto^
rini'. o rèj^eilòr de' pa roebià empregou òi iekis esfor-
ços para itopbdirque fossem a mais a'<|iieUas lat^*)^^'*
m^ãtViÈaL ÉJtiOMAYiooii '
• 3l3ft ]Va frrgitexia da Po^wi e HeadhgftanfSi^íhê
0e Cast^Ho de Vkifc . nppUrettívi tio dia 2f> o cadáver
4f*iiitfi if«dlTidH« assassinado; sttppde-ae* ^itéèraode'
iidi fàihÇgorafd»' ssHeadór , o q\ie se iiãír ^^ét Mreriflcar
éelo estado de tttí(4iiçio em ffiie sé ac&dTa. -
• • -^^ • '• •• • '- Mém. '
.. . , : OUXaO SWIGMA 9A JKp|I.T|B.
91*< Em 'fittrtú, ãe ifei , na margem fS<íoefda^
Dooro. foi'cncontTada'no'dla i7 Vfe/iiDbo ôm cadíster
iiiíi , pjifssad(p ctim Ires punhaladas, e cMM' aeábeç»
e^mngadH, e de' tal forma deallguradò , (fneiii^yfoi
im^tfíirèl^teçtmhcceUo/ Ignora-^e quehi fbsséili''os»asM
ââssiooi. A justiça procede ás detidas investíjfáAôes.
-V : . • * idi^. ••
ucÒBCxsMO 'MAS 8«Jtokvii>«;
313$ Ó Pad»b MauuijlJoaqtnro Fcrreica de Sepúlve-
da d^conce^Jw >dç .Cj^stellode Vide, acompanhado d'al-
giins homens e^mulber^cs. foi, eocantnadp cm praticas
aupersticíasas, com o fim de curas çw» pofare epíer^
910 qato k^m-^o padri^ iàià por pcissfiSs^.-r-A au-
eloridade d^eu as proyidencías oanveaieqlfs^ ^ ^ P^^^
éen o sacerdote , que assim abusa do seu minisLerio,
e da .credulidade dos potosi Deus sa|>o. (^om que flus.
id«m,
.. . ^ 2 QVf * à: RAXillO HVWAITA ; i '
; .3136. Uva scobor? viu?a, p^^r nomt D. Genwfv^,
fSsisleiHc juncio ao jcorreio » estava fio dia de, S. ,Pe-
4ro jaDtandq.fflui paciflcamiiBiecpm a su^familia;; Jtka-
yi9 n^.casa alegria, saúde. em M<^« iç/nenjiuro. re-;
llexo á^ desgóMo*^ voUa-s^ . repentipame»te ^ara sua
liltía e dif :,-T«^9^6F<^s^ v^f co^aa^eU' fa^ja tripf|i rqiU
pô;e3 . d')e^(^ wopío.. .qVft tr^w lesti^p? .«-r-Lfiuçíí-
lhe as mãos com ímpeto e o ^ p«daço||;...apóz et^^
H festaute ' do v^fáp ^ íA camisa*. Spm o lo^js, ^ve
ayinsptoioa preçursoa ,s« kivía dçcjan^dp Jouçi^fu^i^a,
Acodir^m-ibe <^m. remédios^ OJrtÁM^QFíCjida dy cjuida*
^«St.mas a scieuoia, sãp , se. atreva i^ioda a proguog-i
tkar*.;. "' ^ ,,'.. . - • ;
' ' Vm W>K,. JPIMXpsàçO ^. ÔABOrVXfWS
•í ' (Cê^munii&dêu) . : >
9t37 T^TZMOt occatíSo de Í^f atteotadalnelife o* Botetííal
éflieisl do ifowrao dè Câbo^V^dé, 'priiiAcifi«^4a hMitifKdoaá
Saifit-enfà m^vsia |i«4)vfiicia;' a ^Scdleado' á fb^tteaçàodiiaordaBi
do fsf^^tno .6 datieir, .«I daoijatqii; ipte dia«erem rfSpirH^ a
<l|ta Aã o ifiipurliinl^ i^le il% nqfp^o^^t^Bii^of,:. e eari^u^cia/^
cb oiíiii ^go) ÍDfo(n)«^ties eitalisli^s a vcnorias dignas de 1q-
da a pônderliçlfo pôr seu ínlere^éc. iwtç jornal 'édetodoá bem
viste, e apreciado coiiio'friictài' da déJícaçUo' &á xnh iagénlko
eoin "tnniT paTter para ittiutraro t|iie'toiinmtre niaoveoltier-
i»«f||ta>«}Moiu cdb • «ftt tivtolar e» otfferàter aos haèfleal«4 àé Ca-
bo-Verde o indi^pcasavel , o gaatitarte ^ o : paovailasa. > hon^
rõr^9tcJAm tribiitadoi a <|iieM ainda toma a «eb cafs<^ reerau*
rar o anti/so -credito da imprpna que cura paritcularjdadff pfsr
eftM fegídet. leni feito •iil)#tilirir, 0$ gabo« tigi,l)6m mef^i-»
d«a outrora, por b«^ jnvtaj» e fundadas -queixas, . J..
«Aferq^i '^o^;a' áova.
,3436 , Em Baudqfnfe9.j[\\ci)ní:e\h(f de VouzelL-j;,
fpi morto José Rodrigues ,tobo em desavença que teve
çom Antonjo Fprrfjífa (|ô, mesmo Iwgíir^ por cauw àa
partilha de aguas.,|d&. reg^r, O .assassino eyadiu-sis
apesar das iíijigiçnçias clã aiiçtoi-ídade administrativa',
.' ' \ í , -r' '■ ' 'i '■ ^P' ^ Governo J
^, FffC^ |>|í^'CA©'ÍtA. .'•
3138 , ÍÍA,poiíe,de 11 para 12 de jiinho evadiram*
SC da cadè.9. 4j^ Villa .-Viçosii 8 criminosos , que con-
seguiram oisçu' intento penetrando por baixo doà alir
cerces pa casa visinl^a^' d'onde saltaram pela japella ;
parece qufs o carcereiro f 6 é culpado do desleixo;
todavia^ as. auctariaád«s deram as proVideivctas co|^
venientès. . . * , ^ .\ .• ida«i, .
TROVjÁpÒB.
^ 3139 Rkccbími^s .9 jfguudo^ número do trova^o^
que deita de paginas.íT a 32- ,'Com summo praser 0
relemos e, com a maior sinceridade da nossa alma; ]'he
repetimos os mer^^oai^oias^q^ei^demosé sua pri-
meira apparição*.
. As poesias „.conM<'^o'<^sle segvudo Bumero sao:
À íapa doa E^em\ por J, F. de Serpa. — Á desptr^
d^oda per A. X* R. .Cordeiro.*^ O arpftmn Poi* L.
da €. Pereín.-^Oaifio dm.minkm inrm por J. de Lc
mtíÈ.-^^AreeéVMiaseida por A. Lima*. — A virgem por
A. de Serpa! —^ (7ma itíritè no Tej0 ppr ^A. M. Couto
Monteiro.
De boamente daríamos a nossos leitores amostras
d'tst^ coiiecçBo,» qfie^ se fór adiante como adora-
mos 1, virá ift, ser um tbasojro de poesias; mas..â cscor
liia .é tâo itblpf ÍL, que , faUando-nos espaço paia co^
piar tudo » por, mclW.cQQSfilboJemô&, enviarmos 0%
nossos. leitorc^ a .ivac^iarçm, na fonte a sua sede*
MwnxumMJké
Saálgaem, lends Q'q<aieísegirc; estraiiba8So;acfcar
aèl e nosso nome taBto'^veB.ae|^tido elãoieòreadoda
fovor !, ] ein brar^fce^iamos ^qm ainda pòdeadv airan-/
eali-o oomo .cdisa' iestn^a stuFcbada e> triate. d'«ntre
tanta venliinB ,1 tanta isi e tanta» alcfrjia « aão o de«
viamos faser : «^ ttido-^na . amizade é sagradov: alé 99
sMa^ superstições tiraaaiisadtt té-lianbem poesia a^ a
poesia nid é.bistoifia faté osiseus erros- devera, se^
respeitados; • ponq«e; rae parsi obioAIris da fora. sior
erros , por dentro contet m sempre ^ que^^oas qual
saía "de mui' Verdadeiro.,' doop geridas e naaeidosdo
affecto . '..'•...«• • .«.* :••*.; . « ;
. iiiú sabeaios aa o S.^*May>Ptletíeo deljeHará a ^noa*-
sds leitores carnosa Dés$—-aiías coita das.^doa-qad, 4ie^
pois 'de* a t«arem: lido, ni>p:.v|eHrercím a relalni sem se
seqtieam : essies» ^oa ji^aairamdasinlttmas tuias daaao^
cidadeou vqnaa airver^a^ oono ()ealB<stn. For. nossa
parte » eneantamaiiip aos foi o aAeatacma-inas em ea**
píritò aestefostiaít iM^^ado dos péaeDamancebos^ qoa.
bcje ocovpaoa» ftãasephorilmeote» o logav por oada , 'ikía
também, wdíapasainds. Possam os qoe depois d'el-!
}ès, <iiispér^diis:>fiíeloisai cio Mondego te cheios <âe toda-
•'fiíaiavaia:)iflasBas>mai9CiiSr aa tfJuwUr»p'para'
558
flLEyiSTA Ur^lVERSAL LISBONENSE»
vsimílbaBíes festins, -^fwswiu RngaMhos n$ sanda^es
Tqtíe elkfiliojci noíofifcTCcem, calegrar-lhcs com amor
odfciíaír (f«s seus ahnus , cbmo ellcs nos alegraram
o d*estrs nossos. Poesia e eterna moriíJade sãoocow-
diio impcrdivel,dilfocmosa Ço^ijibraj já desde ostem-
PQ5 do Dr. António Ferreira ," e 54 'de' Miranda ; . ^o-
dós os que por lá passaranx' o melhor dos ^euá anhos,
Verdes , 'e inodularam ternuras' c con^enlameI^tos a
fcôTAbra dos sificefraes^ como as ^ves perígrinas, (Jue
dnsvàriâs regiões "acodem bò florir da e^laçjio no\'à ;
tòios compõem uma família única é()éí^pètira ,' ein
quif os primeiros, q i?9 wílTmoa sy hgo-de sempre con-
servar onidqs: blbanclo os^iribcos pàrA os >velhf)^/wni
afleiçãío Vserà orçulhò ; os^vel^os para ''9a moços sém
inveja e com 'teiievolo so^^riso. Nós régíslátaós asnos-
sa$, memorias de felicujade '*W livro íía Prífnatera:
los víndoiros. Oxalá que os preaeates, exccd^iiíio-tíôs
muito, Bejam ainda ip^j|iò jyicçíUflos pelos «ucccsso-
tçs. Todos, imos, tôao^ dos' alongamos , tQ^Os ^l^sjíp-
|aM6cnSis'r mas as ^éllras ttcím' e ficam os^çrçdiUs
U^í palrja *^\ic vatóm wlíís* que iddóá nói. ^ "^ ' '] ' ;'^* í
' ** ■' ' líiíiiti^slqííos^ttto tialdof w votitRclê, eoi|-
*' * " • " ' . iiyrmo» em jçhj<to / feria^'# de cúidadus',
' t >. -.» * tirented na ran^ral, cliéias' e ' cefcado* de
pdeáa, e.muiQnido» d«^qftupn«; ^(r ipn
' ji/T: (}& hisiUIiò — Primaverm-^flitUrifl ^s
' 3l4f 'No (tia ^ de jtinho dfc' 48W, ácríartiifêz
horas da^rafinhi , qnando ,0^ mínceHos ; qye escretc-
ftaos nó ÍVerÉkfor, fios^enibarcártôs' jonttod^ J^otilte de
éôiinbri parn unia festa excliisívaraèriter nossa; e que,
não sei se ccmi muita liioKlesâa , liapiísaratiioé-^F^cS'^
ta de Poetas. — - -
Fora escolhido o;42l.4« ^«iMceorao osan<^to, que
è áxi^ gaáridil , mati laiigfia> c .:maLS p»iç(ica*.do
KaloDéavio' ; Jota' è«Cfti|bid« porqae a vespcf a no» 4á*^
via>d» aparelhar lòfl noimos cob iiiaâi&rp«éiia soItUo/t
4a »i»% aififlclKifraa, baictepktar dm fiogitoira, aas
danças, aos descestes v cas i»mbB8i noi f6fttet«s»»«
«B èMia • &>igaf d'nqòcUa ..ortnça 4« tcoraçãop; i|ttt
aiétinoiros n^ .MbjralBa «io d«sd«nhaiii ; <fér« jeacoiáúi*
do ^fintlflMnte coroe usito talvez »>• que .ti'«slQ. aDiM4i(t
xsMamòé étsna^aibradD ,. paia íoéf^ a^s , dèi.ADa^»«
1 CXiiostai haFoa.cra,aqnelie,,' tÍH0 perlenori é ce^iH
missio directora do encanamento do Mondego, «tiífíle
par^on loiMcqíaiB nos fiDiescèpciònailmeatereiíipreftlardo.
Ê»« .ba;c9 mais gélbard» ^ Coràonso dns qtta> a'csta
rt« nwegafai:;' ^vandc^iaipaçéso » )Oofai: von «embraio^
etnfeVi aberta >flfh qoátro^< jàoeUaat .envidraçadas .poe
iiaitda ,Milnarifi0rta paoa: a^ pépa e outraitpara. a prda 1
ed(»ttpa8hÍ9Mi,i.>t«8nbeiii> èrtvídnaçadaa., iao» kidofifd^
cadp uma.' fialaFa^tadq «ilgnbal^ailQidid Dânaòsdc luisèij
Ihíxo .9\ aalgUf^iBii ). icom oa tleua qvaUé mmfitm. vçs4
tidfis.de I|oánce;)tfa.dei»rtii':le«aâla4aa[a9aacdando 6
signill da^aiialadact^icatèfaigiiàltfoii^ado pw^êgrU
tftd*plfl9riaJde;lbdflB i(ás:,?jaaAafa8{.dfiiisesaaar»uab|r»
CO dcsiisQ^^-se; pur sobre a cQj?re;pl& dq,p4:(ula , ^.o^
um pciasAmcnt(> d<^ csperaosa.om al«a.si{»gel|a,;/^f>ú|^
a proa àQHml<\. da§ Vapimúnf^ ^^^^ ^^,^^m»i
dircila do J^oikiefo. ; ■ ' 1 ♦ * m . .. »:oM '.
Knlret ÇÍi»P3 e bU^Of i^?»^ , prUdas. .de .jquaB^q ^
quai^da p^rAíQi»' .qpbf^vcçcqnpii .n<i ni^^sisjifiM ,pa-f
uoramí, q^ia:^ palurez^ <iifíiK^(^^:V'a'4 i*<^í<m4a&»âoa%;|
entre m» fcsl«jíir #inc.çi;o j^ f ^^ç , c^Ç^w . .níW9r«^^
lo vivar foi transposta a. dútaocia ; e , quasi seai o
cuidarmos omWw«4í«^4^ ^^Mtf^mitT^ aqui ; — e
VÍ»V«;k flW»l^»e RMH gca^^i i¥¥l&Oir **»ca>! o ÍPJwU
S^W#(^^s , e.^UVfjraasíMid^ a A^ínt^ %ic|f x^^f^s^)^
qHh^if..a^ aai^ «^d^.^^iaam WÍilMí?ri a, ^co^f^ fuj^
iír^W ,,^3 inaiar . c. inai? ^c^,©^ .pf«»o í, alap.i9,4*p[|
mancebo : rr gHar^ijCç^paoi^n 4e Pf^i^fi ^*Ç^4^r<^ J>H^
o^s,«|}í|^ni08 conduzidas iiíUL.eulros aposentos; desi*
gnácBOs a hora eni que voRariaraos para jaatarí pre-
corremos gòjlósosaqft^a tào linda iiafiiiaçié, liore-
ç^^%d».da«|tpiifl^&^ l^<^.fa8g4iíía,tçi9^janclUa, ^mv-
\fm'W9B^\ C4wr% d'aíjftelU i^^^^.^tjpdç ^ví^^ ^asçi-
P«il*«írft>W.Ípsfcí- ÍÍ*U çvcmpstiwifií|.,.^jj|^^ (Víreis
Iç «?Y,aJiz^..„.d^í)rív « W*^.í* TO% P<?l? ?*^*í! • 9»«ba7
viai|)^,^escoikído ; quiceaios-lhe cono a tei^ • qiie
nos fallava ao coração ,_e^. com este achado muito
acartDha4^it^«JBp«^c||t«f»,.€|i»ÍKidr^j^^ novo e
partimos para a Quinfa das Cancii ,' que~ ms ficava
exactamente d cn-onlé. r&m^'4\idos ioMâdàsde vespèi-
ro ao aproxiaiar-ttos' d'Á(}#(^lè cá^s ,>^oft#e •«to dal
arYet^c8~V sé di%nii?é^ (^} pcêtà^ íiitiáàt' retérír oom
ã suà' ióÀibé^ã wbáfciégM<^§a1h"^i^; (à MM tomados
dé respeito patlí áqáefic— i( fi^tMal íeHcfkií, mèarú
restrein^c&tkó^edhé^ pènduraáoê ,' o^à "êe t&úàlk^m fifíra,
fanlastúrèm M''pòr ifcmfro s^êu grullwinttiPÊ'^ íab^ti»^
tóè — ^^«^ fáYBfò/*'ioínadosí de rèsp^ho p*ra''iiqoall©*-^
« bosque peauetio , onde 0$ olhos se et^eam na confusão
de troncQs iYbfha'gem-^tt comi iinái 7 eontá dej^o^
fánaçao temerária o aportÀi'Tnos alH úepéh èi« htraos
á^k] festa 'de maio / e úo dià da; ^Hnkivere^ Mas «ól
iã^ó idttips tá' nfahchbt" esses eefaéis HofuêltndMsosdefH
de então , nãd íamos bdbio sacei^dolcs, s^énio ooMo ro^
ttieirbs Visífttndò ò téknfplo com' déf^ia > amor pot
â (tòesia ,''qaé 18 leM seú$ aHares ; síowráiÈíot c áe*
VQtSo )pof quctá nas feistas da Pnimaverà t-maio taeá
aífáfrcs ihe" tornou fetVrií^s,'
^ 'Ão deseibbaròanfios Itfzhi tia<í tofmfts' êt todos «m
sentimento; e ; dfe caheças deseofereflas ^ toou dda^la*-'
tÃ6s dè todos um tidme : •— » ; ò scnAmeiHo era a admi*'
n^ÍQ,'é'no1sHí'tTa*€MMo! Wertmétítot «^^uiuU^
divagámos n*um delicioso encantamento por aqaelléè
tapetes de verdura e flores v por entre aquelles tufos
e festoes :isséirtiaclòs7 f%r v^^Tle (ai%f[)al,^ pdrl^el->
les mirantes quasi |iatantea, poT} tudo o que n^aqael-
l^^iti^ s^i^ lí.Qr.d*pdo,, pg^?tjsandQ,,a, naiMJf «a. ^s-
denbQaa. 44^ íii:t|^,.ji'qjBii diji 4'orgu|bo^. £ op^miraat^
nais atoo., an^asífida.bam. aiagrot«s • i^ «usm .d#%iM»«
rocha iriva , cortada a pique fobca 0-^rios aviaUad»
pfet)^itienttf Goittibra et^â' a ts^t^tm opp<Mla , pará-^
mos', e ciompozemosí a segiifnto iettida .í ^ad lá d«ifc
^jiwós'e>çfijj.lai/^ta4a.,,e a.sf ignara : / , \
:.f»}«> Dcfcfiiçavá^awii.uiaiararBii^a emaUa^ aaair
tO/li?a«Mwffea^«»Si.oCiastUlM» o ^{^^...".-1:1: j
<lE^ÍM*ÀVtí3tlV?El«sr^lf?>LlfeDÒ'NlíTíyíl
^55^
rtn
"' ^ %^'m TTòè iifàúxé â anVízíltfe'; '
• E aos UÍrdôs áÁ 'Prfm(9t&'ti'^^
'" • Mantfátnô^ ufetf syid^am». '-•.
^edep a ^u#: parle, Bçnburó de.nó^qiLi« «w (i!eÚ«$:
u^ptii^ à£\(Àq$;r-rU «exlina é 4le Lodoi..: .. . .
. Mql* a 'tinhimqs' t{onchiído.iqi«Mid<»i xJa.ipafbét^dls
AiQavfiis dondsda Qui^a dúi^C0!$<uíTt(mhe9lús>a^gr^^
cio^a fiff^rta da. anã*; f AM , ^ i^ ^suaf>t|(ingBata; -«abifMii- j
pfii4 «imik» a /^«fa de inaie .tii»ba . lavado b9Ais%o>*' ih-
piia,feU«. nMopolii^ di^ :iae4 vieiiiluraii » ^néarfião fMéit>
BBioâ. iM;teitaf,y ti^qi!, popqi^i jconi: ijnC«ira ' MiMbitòcia
dto soaâot- miof Urfdof . d«sUnoft a» f«Hi haTiniAo» ai|Jorw
iAd^/paretauánr «•«iaw^M* tma iinda epo«hi ^i^ufi^
Múo »' emãis» i^rii: ofyoaraifia jfwi ^ttêtúíQ úòaBft,. q^n^
•lAo p0ítÍ;MiH»- .•.'»• •" ' «■ ■•• <• "i. .'!.•• 1- •
' O Sr. Jvsé^. FrJwr» <i?r £rèf*pii ^ e «« 'fbiito9>^'e9c»fhMi:to
fará:, fortodos ,' imas: depesiUr a^ f)éBidaá' ISdtlAo-
•SV6 da IBM 06 nM4&cocdia«S'#i!«t[íéiiosb» ngnidlMlníirên'*
Um; «95in.o>ffzenio9«, eiÍ£spedifl0S>>'dèa deNcadaahos^
'pedel^af d<ó poafta^»' vounídoa' (|io^iiÍ0M%<i; efAbai«4-
nps.; ttaT«gaiido íogo =f)Qlavri4y b|:iffia* em 'dir»e«!Í0^li
«lYtfga ^uífnta dorjasaiiasrUeiieflífndd^di^liíM» Fi^d,.
- •l>u conte C8U* v«^g«mro<:Sr^.>ÍM^ jp^>i<t0yi j^^ifm tttO
•Igumã» ;pè(v$MSf siia4 de moitoD belUMà t^ .>» ^U rtKft ^'^
os r9mo^dos<9Íiga6fn»9< aitrahidoirf ck>reoMtfo'(M» V^ÃS-
Mv; Hnhai»id'dsntt«ai^se'G«rÍ0s<Mb.basrja«iéMM'd3i^'É^^
carmani iúoy6<|tç»i:'i • • ; ■ -.> ■ • ■•.••' » : - r. ' . . j
cidade àc CoimfiW , 'd'ánzclT?í' priguiçosa encostada ao
sen moTÍte ; i^as-aíllva éom^ â kuiv torce , eom a 'síia
iittívcrsidadé.' coin'òJi íeus cboveiiiòs, «om osèuaqne-
daéto . c'oftí a'^a''^inha^âi casarias, 'ébm a sua pojí-
tc; í^dm o èeu rio, cofn* ò Vé'u''cfi'mp()rcóín 'lullo scil !
íaféifeti-iiie, e iíra òbè? ellíilo . hiAó isiOj tiro càh-
tfcòde fagncíí-a;ÍiaVÍnôhíA*,''q&è í(rtiVa'Í^'oiGrèaâok'!-i-»
CKígi^yá (?tfíMM'tíÍií tat^tfn<íá> ém t)/eVe nbs a-t
sêmiíiíios áliiesa;. éjArtdU o 'jantar èntí-cViVas ; ali-
g!la%; 'S aiÀigat^el 'conyérWí;So,;àflttde'kbiiípf0 cfttfaVn
rtiuitoj'áinni^^ tòíílfi Fáílar. ijiinto ^tísjmàr cbifi a' jjoi-
'^h ; hAi(f^had.lVa'^'hiAítíi ré*pò!ô"^fuYiirõ;'VinÍa'*esba^-
i/S« iíd^VoííSf^aiftiósttrhtós, e Í9Ddieõf-l.1çV,'!ài»eÃ^
dos na amizade nos ligavam, i'|[/í'dbíáÍYí o'(^crV^tlètran'i.
' ' •EnÍf<í'A<S'jiíí4abòràsá Sitikriic^ãó- viqha átitíia^hus-
itir^r-s€i' imk .tó Wilg»a; .fe cfé'nâò'H'rní'os*'áV8us!?o
Wò^ô Sr: A^tAfM tíiMfiiimMàé, qde lima re^eff-
mí érirtViWdii^Mií tií^éíidíà^^^^ reUo* ~ô sévmi- -
Wíè 'íSò' salidisímè^híé alHi^e^^elido eça â ii^eV^ mp-
%(>ada eritfíkíeiíeníó as roíwVfèsti>«eáv c^rà a Jigti.i^a
q'.DiÀ^sb^ai^*Vs'óW'i^4.:" ;*;^''^- '•••••/■• •
j Àátès fi(fr coteécaFjtíos ^ tifiiiiía côfteVI.i do riosío
jmaY' fí^áve 'a'>MVrà da'Vmesíà qúè Icáda ub de nos
lSxpTèlíáHiéntéÍ6'em'ée^Téàb, ÚavikhifiúbsiÒ 'pafe
attí ^er hKÍiVaíttíl— i e*-a , /fei5 áasite Aer'; à vei».
*dà^Wri^ obíeiW dSíteVa; festa; l6*iim foi òor riiiin cn-
Vètàdi 'co4i.;!i' jp^esiJi — IfotóifcÃ^ ségniu-se (v S^.
Ma ^"Cma PPrêira coin sí '^esiB — Érànca— kí-^
\MVÍmó^4(^ii ô Sr..iátiVdmo 'lài^ier-ílodngúei Cor-
l^/(?fti**lfc:
0 com a poesia— e^ JUett-S^o^ — pepoi.s
èífi' iftiBsSertí'^a*ilè*Wr7.íí -èílrtri «fá tré^^o^j^Vw mi-
«òá db rtíF^a èflóíriribàaía cétiírtr ò'ft^Wd«'do'qti'ãdro
-T-á esqtfbiiáà as qôMafe d^ 'Séa Vistá e* fÀrtíw&ai^-
DÀ^^b^Atèfhi bóirtía^o ^é)fimfh\i^{ ^tri aréàTVtVehso
ffíTui te yiifttt?ela1hWity'lpo^rlfta*'a'aíua Vebèfábi' sèíá
eJ%y])ás de <Hín^'u, "d^HJÍIâ tè«i)ft»^Hi áSícsà 'tffbii hó^
ni^dh ; ^^é^^t^^Vhihà ; afgi/tóaB ' li^Vabiíétras e^:
tendendo roupa sobre os tectos cPà^q^ftbs 'S^na itu^ti-
gos do sol e da chuva : n^irvolla que o rio faz lá ao
cabo para nos e5G4>ndjBfe.ar.t$CX»age5tosa e variegada
galeria^ a, alameda .4«f H!^^, A^ Y^Ua- Fnmvík-i^^^mmíí-
ranhar«se verdcuegra.
. fVjiir.ôW qticde miv^MtitMs^ èmHtfrt^ , e éfié à
sombra d*aque^a»^a•í•v<irt»s 1íobéfbaíí,-ré|))Mmdi6'vèríôi5,
cantando, ouvindo as níèTbdras,do Sfv Luiz da^ Cosia
Pereira no SQU angélico vfoISt) ^ sempre contentes e
ditosos em nossa fralernidácfe , fof ahi.que com a jve-
léeidadè d^ Velaflipágio' ncfstrblBkrt a' hora de jàtftâr.
' HeenibarcnVflo^s porl-anío- * c fora'íitóô's *6'- i^úmòj.ía*
Çirh/fa ãak' Varuhãífà : •— essa .'peí-spéclíVà ^fbi^ amai
BMÍs'i^WiTtfe! turf* 'b qítm laVíanlòè- aafeiradé hÁ
l^enico , i\oé ia «AgQÍ*à ' sáínáo , éomo aò éncónlrd , a
medSíâa qiíè as» turtuasidádes do tík) èe trinspuhhara ;
»ra ikm poema ^e se lii cáhfb pò*t dHfaío , ali quede
repente corrida toda a cortina verde d 'adiíeílc tcmpTó
fit àkvaiitoà *v kxiú^, wm 5<icmí'0'at:fcÁ«z»1s, à
*^^Sr. 'u4tíflr«sfo^VàfÍ&««firvri í^ima- éóm a^'^o'e&ra'-í*
àahÍÍ(^0rAo^.±^^^^^ AhióihJ Édria do
TOiA^* )ÊènÍei¥o éov^í a poesia'-^ o íunifò aOf^Çiàné : -^
tór^' ^•*^^'' M.m^WOCOS^ÍlÇ^,.,, .^,,., .,.,,, ,.^
lwrdí>, deixando» ^spírosos aquelJa; qninU , .fWf^;5f?f
iempre iiwpprVik' .*ç<>i:a cadii u«i, *4« R^>ir**?^^^^^
âu l€ issiina |^J ifjí cèírda çõ[«s /,'".'/' , '." .'.,/'"., ^ ' ". p*
^ Cafá ii â noite qqaiodo'/ )li> som (íè fegiíeíeiài.aya--
Wssainps imi' cf(j« .^ròos. à»- ))ôfú« , ' o^ ^ jsáprlpi .ijela
frenl*e ái cidade 'fc(mos'^5émbârcaráó ?Kio' dp, <-ftf ^
^meiíloi^ èonientes*íí<í toàiSs i>'d« ltwÍ0i,-iiias ajiiXJ;-*-
nbâhd^ óa niienle que p^.pr^ier/d/íiqjicUe, .^in, /râilí
ÚDM pagina dí) pAassa^, qtieníinc^i mai^ Jha,^^Yo}U'4
Coia^Jiírà- 27 de nH)ba áe íàU.r . Í (ifi. XiíW* ' .í»
...?'».: ^?lôkió de toices entrava j, ba iiW
^^manas^ fjislâ ,oirtíjijia ^ operaWia. *de;,iii^ , dien)í^fif
da 'capital,' tendo ^, deixa do TsoljUiir 4R9^(*i Áf^ATOt
bem^pòr b?iio dp)trf;mebuDdo dèbt^' dp'Rft^R?i<Í; **Ki4
"burr(> cur» à carga' «íe Mici^ .^ Ij^gjijpjeir.íyndi»- í^^^
M.» o .q«e^ provav^jm^i^oa ÍElcs^Rêgo^ijÍafi^p(^^fjJ|>.(qué
"m? vrhçmente,preopç|ipMÇjao,,^\á^^^^ W-.Vtf
>Í€JtO| as lagriiiuus Jb« corriaAi a quaUo € quatro pe^
560
REVISTA UNIYBRSAI^ JLISBOJHENSJEV
Ins faces , barbudas apesar do dia que era sabbado .
e.pallidas não obslanlç a. soalheira qucçra de rachar.
.0 ôiho exercitado do (JeniisU j)arísiense^ por cujos
ferrínhos titiham passado todas asdeQtnças, iiriperiaes,
reaes c serçnissímas desde S, Petersburgo aléTetuão,'
. como se prevava pelos seus mesmos annunpíos , des-
cobriu logo que o pobre aídcao viutia atormentado 4e
infernaes' dores dê dentes ', q.ae o não deixQvam dor-
;iiQÍr bavií) poiles. — N3o lhe doía nada: todos os den-
tes estavam mais sãos que, a, sua fruçta« aUos como
^ o marfim e arreigados par,a resistirem a todos os bo-
^ ticp^s do universo, A caus^ das lagrimas, da pai li-
dei e das barbas grandes era outra» 'que jBlíe niò
descobriu, porque bem' descoberta est^VA / masque
Dão tardou em explicar,
*' .Havia na sua bocca logo \i entrada , no proscenie ,
'no primeiro plano (como (Jiriamos.empKrase theatraJ)
^dois bellos, dentes em yerdadíe, mas tão escandalosa-
, mente deseguaes émgi^andesa de tod^s os seus yisí-;
jnhos , que aiiidá em tempos absQlutos .não poderiam
deixar de ser estranhadps.: os do seu companheiro,, que
^íicára á porta carregado^ talvez não levassem a me-
^Ihor. se cpm ellçs se medissem. Este dèfcite ou esta
vantagem, (q vantagem seria indubitavejmepte se todo
'o anno Tora entrudo) tinha«se-lbe convertido em des-
^grffça muito sfna : — em impedimento de, casam culo
cóm uma sáloiasi.nha muito geitosa e trefoga,, dona
(ic uma das melhores caras dá fregui^siji, de um cor-
dão grosso d é oiro fino e de umas ar recads^s grandes
de pechiâbeq4>e ainda mais refulgentes que o cordão;
deitada /!e mais. a mais' com iimá dusia de lara^g^ekas
.tão frescas ê esMtas como ella , e um ialhaió de re-
']()olbos, que fasíam trcçier a praça da. figueira, e eram
sempre òs''prnr\eiròs que' se vendiaíQjè jjor cinco réis;
níaís qup qs da va^zea de Collares. Tudo no seu ador
^fadoí: lhe agradava , fnas aquélíà ameaça contínua
'^dos dois dentes, que eram a primeira coisa, que lhe
feria nos .olhos apenas ellc lhe sorria, causava-Ibe
uiriaihvencíVel repugnância', '
' J.ogo'qàe' o rapa:^ descúbi-íu os metiros do desamor,
que de dia para'' dia se lhe ia tornando inals' sensível»
"perdeu toda á vòtitade de rir, 60 que lucrou duas
coisas , — - niío mostrar tanto os dantes,' e inspirar' com^
^aixSo, qné ás vezes é semente de t)cb[i'd|i'erer. Com
«gualcúidado é^ítòú^o comer dfahtè d'ena , e quasi
Intéiratilente o fhllar : —quando tinHa para lhe dliser
'algumsttFnesff muito urgente, eraseib^ire v^tando-Jhe
as çosUs« ou pondo diante da bocca o kebf ctiapéu gro^-
soí -^* ós suspiros,' cises jí lhe ítóo sâlam senão nariz.
Este modo eícentrieo de\námórár iomeçaya à seç
a matéria dó artigo.' dé fundo d è todos os "J ornai istas
vcrbsícs das tabernas doiogar ; 'iSr.* Miría sòiíbé-o;
^cou-sc^ é ,com raiâò ; e para ,i>Ór ponto ultimas ré-'
Ifti^ões Vpúe a etpbnham a tâes conti^ateinpo^ , desbc-
diuo^en arfojardov *disehíÍo-lhe — qfuésebtfa miiilo
perdel-o , que melhor que ninguém co^n)iecia e con-
fessava ella ;ít suas -boas qualidades ; e qUe se algum
dia '! fmr tnf\^^u da Séáhora da Roclia , com quem
íhe acòbsélhává' s^ apegasse^ , os seus dois- dentes se
iHe rediisisiéltt a íHk tamanú) racional', el^a lhe da*
Ha asna iúiól o seu laranjal eo seu tatliãd de re-
polhos se ainda fe^sé Hvi-e. ' ' '
O 8al^ò;-^qfte' era èspírfto forte, como hoje o sio
tnniVos' ialdios , fiorqtfe* a- pliyiòsó^hta voUeriana pns^ •
sou J^ \lá ehsse média j^ra i ibfiíWa/ co'mo á rMigio-,
sídade vae subindo da ínfima para a média — antes
de chegar á Senh<)ra,da Rocha tinha avistado a em-
blemática taboleta , ' a^dentuça de. pau que l^c fez
lembrar a sua , e um raio de inspiração o forçou a
subir para mandar cerrar os dentes^ se fosse possivel.
quandp nâo arrancal-òs:— o tírarem-Ihe um ou dois
dentes da bocca não era tanto cotiib o'renuncfar aos
seCiyamorès.' Omeèti^e, veriefaRdô no stfu interior
aqtielle rasgo de pai tio digno das eras heróicas 'e'd«^
sejando'vefK> mtlvetes reprodusído p<» honra dacons*
taneia fttésènTIná , estendeu em 'cim* d^a tcít:tú um
braçado de ferramenta de cabos detratar, «stremon
d'^ene!fe ellaum serrote parisiense muito B=ir0so>, pos
o pnoiente em acti» ét ser opèrMio , « eomeçoa ^com
HiiB bi^ço enérgico, pesado 0 ineattsav^ « cerrar ;«'-^
^ saloio fechava^ oá olhos para M» nio fér ; sentia om4
trav«ad« HM mioioB'« tfma ddr' nos qiM»s«09v' ^ui^
mMS'de«tta iret, lhe viorum ondas d& matar # d«ii-
tist|i. e fugir t entretanto a podél< de pactencí» « dfe
<sÍMniilr • »i a ima^en 4e Moria c<em as snav irrneoa-^
daa e< cordão de ofr^ , f assada meii li^rt' da pers«»
verança do intrépido discípulo de Hipoertitieái flnda^
áút da^cte de linar oa dentes/ seétiH-sii Ao avbtàdo
o iruz^^ de duas lagoas : -^oram as d uai e«cse9cencia«
•que iiiiJiam caldo» Osaloio ievantoií-^se p viu^se 4to «^
pelho » e^não te cimbeoeu: sentia a cabeça com nie«>
iios. meio qrratel de ipèso' é o.coraçier radwo.de e«^
perança, .Deu tresipimot ao dentista, qtie.ihe ttits
pedia sesioidois. e «ioda deerescençaii oui a^braço a
Alguns arraieis deiserejas-parara^sw.iobt-emefta: Tèn«
deu na pr»ç9 ioéaa carga' pelo primeiro dinheiro qiie
Jlie efihi:0i(Mam.i eaAntoii Ma seuPftades, qne,* ao
pdr-rihft os. ^ibo4 , algum. tanto o. es^raobota:; r galop««
para a sua terra e apresenton-se triamphante em ca-»
^^ dil q^^erida » que. o recebeu como b^m podereis
ioiaginar^ ;>...;.•..
O casamento vae ser celebrado brevemente. Em-
quapto elle larda« o poivo conta a sua hist()ria.aU»dJ|
agente — ríhdò com ambos os beiços muito bem ar«
re^áçad05>-r-/liz as. finesas de- cara a cafa, e ji nâo
subira ,neip pelo n^riz nem pela. bocca :, é o bomeái^
mais felic d.ò todo o concelho admini&traíivo.,
, Fr-esumle-se que tencioDa coi^vidÁir para seu padri-f
nbo Q .áentist^ , ^ . por ^^sa pccasiae , ^onsuUal-o —
sobre .^quando poderão nasc«r-)be a elle e á si|a fiitu-*
raos dentes do 4Íso« que é uma coisa que tem mui*
to empenho. de saber^ ; .
Noart%a:3e84a>ag. 5M, Illi. 58 ^ onde está JAmM-»
léa-ie — Kunth.
, Nu mofina' pfb^jni^ Qm «Mvtie UarHm» — lêa*ae -r- Harlluf •
e jpjide está— -/Mif. 186 — lôa-jKs — jm^. J|86. .
pásGAUçAo.
, . .' À ÇLTUfl HOBA, , , .
JoàsTABS recebijdòs lio cprrcio de hcQe, qnarXa^fcir^i
tó vistos por nos quando este numero se achava já no
prelo e se ^o podia recorrer^ desmentem a noticia
da viagem àéria* — ; Seria um JJwato armado no ar?.
— o balao nao faria çaaior avarja gue levantar-se do
escriptorío ide úçi jornalista para ir c^ir no de outro?
Convidamos os nossos, leitares a apezar da b^cqp.W
nha os se òs curiosos dx)seJ98 como nós fazeo^s; a^f^j^o#7
^^s; cj^^ esmerarem pelo ijltimaiufl} s» WíJ/IsÍWI^^ *-
Çjr
REVISTA UNiyiaEfcSAL lilSBONEPfôE;
5Ôi
coniechentos mii
*' 3H^ 'Contámos no primeiro Tolumo à'este jornal
a P9g. 77 que um professor dç híall . por nome Mei~
nehe / tinha inventado uma iiluminaçio eléctrica de
que já elle se servia para ler e escrever em saai caca
c que propunlja para nsp geral das cidades , sendo a
4ua luz cómó a de bom luar em noites serenas e de
iodo o ponto innocentissima. O invento do professor
algum <pstdrvo deveu àt enconlar , pois que se nio
feberalisou logo. Tod^vii^ a luniinosa ídéa ficou por
semente ; c agora quasi três annps apóz , lá rebenta
li*putra parte. Veremos se já d 'esta feita irá avante.
Lemos em diversos joroaes com grande alvoroço pre-
goada a noticia de se haver, nacídadella de UontpeU
liejr, experimenUdo.a.i^^miQação eléctrica para ar ii-
vre» que surtiu o melhor cfTeito; a sua luz fqi calcu-
lada em metade da do sol e a quinhentos passos de
distancia facultava o ler. Um farol asado no centro da
immensa Paris, conjecturava-se que bastaria para a
(iluminar toda, e desterrar d'ella a noite de uma vez
pafa sempre.
« Se é certo qué as camarás municipaes de Lisboa e
« t^orto teem entrado em contractos para a illumina-
c nação das duas cidades por gaz , parece que con-
« viri^ que nada de dcfuiitívo concluissem , emquan-
c ío se nâo determinasse ovalordaseiperiencias que
€ se deven[i fazer cpa Paris sobre a luz eléctrica. « ^
Esta momentosissima ponderação, que a extracta*
nos de uma carta com que nos bonra o Exm.^ Sr.
Visconde de Sá da Bandeira , conforma inleiramentje,
coma doctrina de um mágístriil artigo do Sr. O. (T.
publicado no nosso numero de 1 de fevereiro doeste
anno . è com a do requerimento dos Srs. Guimarães
e Rubião que rcimprémímos ora p n^sso artigo 2699.
A ambas as díclas camarás municipaes «^respeitosa
nias instantissimamente sppplicamos , reponderem' na
sua alta sabedoria tudo o que então se allegou ese
provou superabúndantemente. , . .
4L9^hêa\rx]roxA xiítsrsssjiwts aòs eásA.
^ .JU>JW8..9X BXOKD9 XI|B BMMA. .
; • ,; * {CurlaJ.
, U144 . Si VpVTEM erPQr .acaso, me veia i bú^.q
artigo 295^ do sev, vf^i^ apreciável p,ei;|odico , ea
^liue «e lae pe4fm iMf*'^ esclafecimeniós .c^ inf^rfvii-
C$es « rf»«peiio 4o n^o^o de c^Avecter os cas^io^ em
seda* Cumpre 4i^er«jhe,fara,i|únh« d^€4ilp^ jt|u<^ei4
iiiliWM recebo, owikirece^i.j^ H^viUa $i^if>*pqf IMJQ
i>ii*eqiii^ de amigos.;, escrevi b^ muito t£«»pQ». pe*
i)indo que se ne enfiasse es^e inter/essante JiPr^V,. é
me icQusiderassfm coaio-um coDstante asMgi|a^ie,| ma^
supponbo gue # uvinha caft^;foi ou per d ida. pu ^sque*-
cMa, p^rqge.ji^é agora íÃft u^j^k^oix nem' .um s4
minero.
Porém os seus leitores nada perderam p«rcfr(opQr
Jtita sirvolpptaria falta da minha ,parte : pelo contrario
.«(caiiçaram ifu^ p.Sç^. Isí^pfo. iosié Gociçalves seaiir^
•entasse çom ;0 i^p^ ^rJligo. n."!. ^07 »> a .r^fiponilejr, , Á^
perguntas ^u Sr^.Afapu^ ^^osó AfToufo,, e a escíare^
cer por este modo os creadorcs ()e . U^hps de aç<U i
JULHO— 11 — 1844*
qAe.iioda «lo cpoheecm o preceaso prático de todur
sir os «fisiuloa a fio sértco. . • . ^
Quanto a oi«i deve aiAceraaiente confesaar » qu%
pouca eu nada me teria passível accresoentar a quen«
tA jií^ Henho , pq^ic^de .no meu pequeno traclado («)
c sobre a ÀrU d€ eullivar a snda » nos capiKiUHl
quQ tracUm «$p^ialmentè da Gaçio. 1 1 £ como seria
posaivei aprender a Oaier «^çopatos, ou a.iugenhar
um. casaco para um de nossos ^anáts , sem havet
umca (lequentado a oíBcina de um babil mestre ça*
pateiro , ou alA^te » e só com o auxiUo de .um mafr
uualTl
O mtde aummario porém • com qoè o Sr. Gongal*
v^a eogoaunicou ao publico as spas idéaa sobre a fia-
^o da seda em Portugal , foi talvez, a causa de Ibe
eseajltarem alf^UBU» pequetaa inf^xaoiidões » que Ihn
peço respeites^nepte lieenç^ para, rectifícac.
1»* Não é na Beira Alta» m«a na província deTrai?
os^^oQftea que se produz .a aaipr «ipantidade e taivei
a m<«))bor qualidade de seda em Portugal. Kão.só aW
g^Mpa» arrobas ,, çpmio dit o Sr. GoogaW^s , mas al-
guns milheiros de arráteis ^e seda .aâp. adnualmente
produzidos p noa 'di$trictos de Miranda , yilla Rca) è
ottir«is • que. ps re^rozeiros da Poclo çemprpm por 1 4
op |& tostões por vratel , Síendo aquella ^aoda muiiu
grossa^ dpi^pal.e mpUçí tiiAraguda p^lo fppiio. Se.eaa
logar do maehioismodescrípto pelo Sr. Gi(Maçatves. sê
aerihiMpm as Oandieirea de. T<ra«*Pi-llopl^s detmais ^o-
dernopi #pparj9lbo» e eapecialmeoiedoiíigenbopiemoift*
iez« e aeem l6^rdesujas.emsa«ra.veísclioupaqasi tives^
spm labordtevíps grandes e regvdavH para Wfla^odea
casukM^taio ha duvida nenhuirtva ^le aa sedas petfCu^
9iaèz9fi a^ yepderiam entre irás pelos meainpa prff^ea
que se pagam anui pelp^AcUber^S: seda»: tB»pa«Uda%^
e^ poder JMMn vant^epamenie entrai -fim. opqaoiYeiwíf^
com. a^ sedaa df Itália nn mercado de:LHidres«. .
. d/;& (amtiam. inpinela .o.qoe o Sr^ Gonf alves dia
a.fespeilp de fazer /erfar.osieaaiiloa par alguns mwkr.
tpe na oaldfsira. Uma fipndeírá, qu(e eommetteaae. o amn
de deiáacf ferver os casAloa dostroânja úievtovebmenU
Ma a. vnierja goawpsn eaéffi<;a doá tapuios «naaaaaa»
^ seria ívramissivelmente eipojaa da oina lia^o regui
lar. -*• Devo portaatq repetir o que lave, oocaiMO'de
dlser moltaa ontraa f^aos » qup ã6 (ealoMIacendo* ata
djfiereniea loceUdadea fla^es ; ncgularea cem os m^
tbpdoB. m^mm éqoe se poderá lornac popolar epro^?
foiloaa p futura da . ipda: em Portpfpl. ,
A minha colheita de casulos d'este anno realiamiT
se ha coisa de vinte díaa^..e.me deu muitíssima sa«
tíifaatíio.^Appjar^ ttcpaèacídoiofncjmíirnaoíure*
nientes do anno pumdíw ^cro díiec» escassez de fo-
IMa^pacqvo ^ê minbaa amoreiras lorem'todas tiiitis«
plpntadpa n' este anno) o íntemperie'd'i&sta^io, ni^
tendo nam «atufa neai fogãono qparto doa bithoa , n
colbpiU; foi soIríTelmeitlo alnindanta, e a qualidade
dos eaaoilfi vecdadek?imesto perfeita. Nâo .cbogaram
talvez a í por oentp.oa bichos qiM« morreriam. p^r en^
fermidadas;' 300 caaoiea kiaaado^ ao aeaao e sem, ea-t
calhai pesapapu pm arraiei p qpalro onças . sendo 15
caaujps por onça ; a quantidade pm geral correspondo
a 77 arroteis e meio por uma ença de semente. Eoa
um fqlheto em fórn^i da circqlar • que vou publicari
- - * - ' -■ ^ - -- - ■ ■ ■ ■ .
(•) No «Ktipisrio da JlaàMi VnhW999 aiadase «aham é.
vtaf^ .lAg^■^ exaaplaie» 4!asta.tal4reimiil4 obra.
47 VOlr nu 9BA» lY.
569
REVISTA UM¥£HSAL< IiISB<ftN&NSEi*
quanto antts, receberia meus amigos uma; espMf«t!N
relação <|e tudo o que eu fii n'e5te «nno a respeito
é'csta nova coHieita / a commuf) içarei* Iam beni^igu-
mas cartas, qae sobre o mesmo assQmpto nftFe foram
dirigidas pèr vários curioêo9 d*esta arte.vet^ad^nh>
tteote interessante e proíieua,
-^ , L. W. TindU\
' A precedoMe carta , pela graviífsima aacterídade
ie quem n'a escreve » vem corroft>orar-iios' em a noa*
sa antiga e ji m sitas vezes manifestada opiritâo,—
de qM-nio basta q^ie os lavradores « curiosos 'criem
casulos, mas que é necessário — que estes se lhas
comprem- em bruto , para serem-devidameirte^fi^os
por mios próprias e adestradas no mister. O grande^
yríneipío inglex da subdivisão do trabalbo não pôde
B'esia aiateria ser preterido sem graves penas , im-
postas pela naturesa m^sma das coisas. Os pequenos
creadores, querendo liar por sua conta, serão maus
ereadores e maus fiandeiros ,*— amvee da lucrar per^
derão, e a ruim seda, por eMes produstdà, quando
óptima poderia sair , desacreditará' i nascença este
producto de tão altas esperanças.
Muitos lavradores attenderam ás nossas reiteradas
instancias, — e PorlBgal conta |á faoje alifims- centos
de milhares de amoreiras de diversas espécies e teto
a probabilidade de ver esle* numero adiantado de aã-
IM para aimo.
Poisam ' os especuladores , que desejarem ganbar
milito mas nio solitariamente , — *- que amare» mais a
aoa fortuna quando a foitona publfea for travada oom
#lla, *- que preferirem' o muito diubeiro exprimido pelo
Ifffbalbo honesto aio ttinito dinheiro ahovido das ntl-
f«ns pe)o»eoiifurosd|iaglotageni,-^e que intenderem
q^e n«o ha rír nm bom rír, néfli sabor^ir eguarita»
quando á roda de nés'«H)sèa a fovie eeorrem lagtri-
taias ,-— passam esse* espMulad^es » homens úé bem
è baistarfa ditfer homeíiS • re0O)ver-se emffm a* prefa-
xèf « consoiidar a obra« já começada eadiatytadafpor
a«trat, comprar em rama» epor honesto preço Ioda
* aeéa- prodosida f^ata a exportarem , sèpíarèaer esse
a^ifteibor arbtirto, ou,' è qué 's»rá níro sobteasul^
par» este reino; fiirl-ia >• tecel-a, ting<l-a, «e ivedde1-a:*
Ainda omavekiiti^ dírigiiiles, c^omo proenradores
anr nome* do |>ov4> *« da patrfa / 'aéS • bétiem^Hlo^ se^
sliaves-da eoniraeto do tabaco, qoa em soa mãoleeái,
aa-o quitenam ; '« réaltsar de snèlto «m milagre vbh
dustrial que os- lata lembrirdos àa ttafil ^oMolia fosié*
ridade. '■ ' '
JL O0\
DJt* atBSCAHlAS/ B'A0S
' >8145 «O FciiEic Àteitê pfodtoa umateito d6«p(!ma
qualidade. A abundância d'^sta èspeéio àé pei^e fnoi
marèt d*Angetn) ^ireceria o^cf^ia^iò a muitfts em^
presas , destinadas a este* uiifieo ^e Tacralivo nsmo de
industria , acccrescéndo a* habilidade é gosto- dns ne^
gros para este trabalho; ao qni^l se davam n*(mtro
tempo comeoídad». batteédn vestig^íos nas ilhas do
Còansa deter sidé mu Ho Rezado; ^tiias o pouco
interesse que tiram< ho|e de anas' fadíg»r, é as eosíu-^
atadas jornadas a qjieos obrigam ot negociantes, pa''
ro oonduc^jãa dO'Suas fateíordá^', tfèsviafidtM» de sed
de6lÍA0-« os teem Deila abandanar esla^occupaçao, que
asria ÚA «aíar f aniaipem anúnfer « proteger. »
Observaçãê. -^^Si^ a«on»paohia das pescarias ou ou-
tra empreia se. determinasse a faaer a pescaria nos
rios e mates d'Angola » ou nos de outra colónia por-
tugueza , devera tratar da obter antes a isenção de
qualquer ooiro^erdfD • àé qwàkpmt Jbom tributo,
para os negros pescadores que empregasse, por um
eerto numero de annos pelo menos.
Peixes de numerosas espécies S20 abundanlissimos
nas aguas das ilhas de Cabo Verde, e nas d*Angola
especialmente no portorde Mossamedes e outros por-
tos das yisínhánças do Cabo, Negro. Díz-se que algu-
mas d*cstas espécies são tâo próprias c^mo 6 bacalbaa
|para sialj^ar e conservai'. Sendp assim , poderemos ter
nas terras das possessões portuguezas , a niesma ván^
tagem que osinglezes téem líiâ Terra Nova, onde vãò
seccar o peixe que pescam noS bancos. Faltando o sáf
levado da £uropa, acharão os nossos pescadores abun-
dância d'elle nas libas da Cabo Verde , e porto de
Benguela. '
Todos os annos frequentam os americanos com uni
grande numero de navios, o< mares dos Açores, pa-
ra a pesca das baleas e outros cetáceos; elles tambemf
os vao pescar perto de Cabo Verde . e nos portos ao
sul dé Cabo Negro; a população niaiitíma. dos Aço-
res mitíistra todbs òs annos reforças de gente aos'
baleeiros americanos ; de modo que n'aquellas ilha»
encontram-se muitos marítimos com esta pr.itica. Tam-
bém se encontram alguns nas ilbas deCabo Verde. Sò
as viagens para a pescaria de baleias para até^ dos Ca-
bos da Boa Esperança e de Horn , não parece , at*
tendendo ás distancias e á |>ouca pratica porlugue-
za , que devam sèi' utèis á companhia , o mesmo nãé
acontece com aquella que Se fizesse nos Açores , etc.
Algumas cidades americanas teem prosperado d*uiii
I modo extraordinário com a pescaria das baleias. —
OsofiSciaes que teem estado nas estações na?aes podem
dar informações importantes sobre o assumpto.
Fãzendo-se estas pescarias na costa africana men«^
cionada , o peixe secco tem no Interior do paíz, i
no sertão dm Irúmehso mercado : e em Pernambuco
e outros portos do Brasil , tem consumo por preçoá
sdbídos o peixe preparado ém Africa , como a espe-
' cttlação de alguns Americanos dos Estados tinidos o
tem QiQftrado. .. « * »
TAnomO »A.&A iTAtffniAOAllOS.
3146 Brm que já noticiámos , depois de muitos
outros inventos, destinados 'a^èafvar <k náufragos de
se affhgarem ', ' O' dos colch^e^de dofUça em p6; Ih--
Ststf remos afnda n'está'idéá ingTeza , lao preciosa po^
los seus effeitòs , como facll e toihmoda na execu*^
çao; sim , fnstètirtfmos' tí*elfa , até verihòs que e mf^
nisterio da nharidha e o^ donos de navios a adoptam i
para- 6 que* agora traduziremos -da IN^#ra eúeyéhf^
ãiea de abHI o artigo intitulado MãMas db mttveta^
fft. Esta Reritta eficyciopeÃieu 6 de Paris d'oiid% se
conelue, que os fHancezes tomaram na devida cohside*
ração o alvitre dos *èws visinhos, NSo ha vergonlia
em não inventar, mas^em não lançar mão do boiá^què
se ioventqn 4 ha mnito g^attde vergoifha.
« O coíchio de salvametilo é de panno de linho 01^
dlnarlo , e rècfieádo de perfd da det lii^gramas de
Cortiça moida , com a* qnál apresenta vm volume d*
seis péi át comprimento, iras de largura t qyatro po-
legada*-de- aliara, a I . -•
RETISTA UniVERSAIi LISBOIVENSBI
563
. r « Teflt»«e feito jà nuttBSi«fi|ierte»cU9 ) odiítarèitios
UiÉa.por 'iii&s presenciada. A tiròu-9« o colchão áá^^»;
Irta Jte>«s polegadas da^sna altuira Içaram i flor d'tU
la • mergulhando apenas uma : um marinheiro veio
naéaBdo fmê ello', olcMiçoií^a)! e agarrounse-lbe de
q«aii(oa modos ooubo; sabiu«>Ifaor.para dua , já por
um já por-outro lado ; assentou-se n'elle em todas «a
posí^^oft poisivoisn' 'Buotontokh^se em pé em equilibHo ;
disitou-s^ ao comprido o atrdTesftado^ o oio foi .para
ello • por. naii quo flsosse , «bpígar o^ seu rebelde ea-*
Uado a.afusdoiwse.A«m loeia polegada mais: -^dfseD<-
gJMiod« d'alli ODtrott a faieKro. navegar 'com sofrível
»aloièidaida« servindcnlbe do remos as míiM. »
. « Taes colchõet floara «endo d'aq«i por diante, io*
diapansaveis á «aarinha como remédio eeatò para sal-
v^mepto, .d»ormeoto:.settdo, xottò são, óptimas ca-
maj para bordo ; porque nlo ha palha nem feno tão
fiffoa et mo a cortiça em pé. Chagada a desgraça tem
t^.iMrâBlieiro sempre» mão no seu camarote q livra^
taento; Só «ata certeca'baatará para Ibemetter apimo
a NHtvsflí-^e |>ermaneeer no oafio por maior que seja
o» perigo de na«frsagio{ por onde maitaa vexes aoca-
derá que.aindaajudea livoal-*^ 4e; perder-se. »
. « ^fieomque facilidade e praasa ae náo.podem tam-
bém ligiic muitos: d*:e9les colehões ima aos outros pa-
ra lòamar iM*a ja0§ada7 basta baver nas ilharga de
e«da um com^que se prfDda.ái dos outros — cordaa*
coatreiAaafiifeladM.r o queae qaiser. » ,
'^ «.tSe osico|obõ,es forem feitos de lona forte como a^l
YeHas não ha jangffda.de>madeira.maÍ3.«eg4ira e ia-
dioatrnc.Uvel do que ha-de ser esta. Ê escusado diíeri
qiie^K.se i^to se cbej^ar a pôr em uso, deverão o;f.col-
cbôes^ aÚm 4es atalhos, sobredictos . ier eguajAoeute
£Of4as m coreias bem seguras com ^que os naufra-
^d^s.sa pfendan. para oão serem varridos^por qual-
i|uer ragaJhão que aohrevenha« »
m, X<)do este systema de aalvamento» que já é mui"
tu paim acceslar» pode aiqda ier, bem. se vé , aper-
leíçoamAÚttis « ha-df tel-es, Esperamop. que. o Sr., mi-
nis^rq da mauuha olhe para esiepouta com ati,eD-
jàia* * :- . --—
.. .^147 . £.' MTA a estação, em que os pereevejrea
limis.-^e:des)iiivolvem nas casas « dii^e que. o. óleo
A^.JÀIihaçacom.subliaMdo <eoM06Ív<o«é opiimo remédio
^ara oa.e^M'ag.ttár. , (QmmmcaUo,)
^. ai48. VisurnocAi oqueiM<lÍ«'eo vários artigos da
Mm^ *obre ps.rerpediqs ,par? matar o gorgulho^
Para não cançac oa lieitoref b^aré dicer^ quB laes
processos e reeeitas não aproveitam; nke? eás-aq«i
«íiMiq-ren«»)ni«Ha$ .terras do distriçlo d Ateiro* aetem
conseguido o diefejado efTeito;-— appe1vittiam-se, os
celeiros ou caídas dós» eereaea com oal.Cua.em pé.
Os celeiros suciai ealio livres dp^^guHio. N«mte-
lAe-^flg^M receio de lanç^T a (U)« porque >eU.a vae
ao fundo dos C4e|eiros«». noa^qi^ias ,ae' podem padejar
iPiíffealé^frjfue n!elks. ficaramc» par» Jhotealrabíp a^caK
3149 À SOCIEDADE d' encouragemenl em Paris pro-
poz Mr. Beulard iim invento, para se conservarem em;
biartaia«l^tf0>40 painéis.,, que, .por jicoslàôlflBiiaitpáredes:
m»\'9wieàà, «m pouco tempo se «slragam. EtloH»-4|fiK
Pintao«e o %ve9so do paaao do painel tom uma"OU
dubs áemios de oleo^ anbes doeste; aecdar» eobre-sedjo
Colhas delgadas de ealanho; .as4|uat8 pegin pcrIaiLac*
mente, oquerendo^b, para maisaegarança', per cima
do estanho 4orBa-se a dãp com -« óleo»- r>
Á apciedade deputou alguns de seus membros part
assistirem á verificação da reeeita: pc^o«<-se em um
painel» meio apparethadopelomethodo.ée Mr.'i9afi/iird
mas com o restante do panno' ne seu estadf ttatorahsem
confeição, imposiçãe» nem casquinha alguma; mettecftnh
ii^e em um subterrâneo bumidocoti o fundo paia cimii,
eobcíram-^^o de. terra lenta , a qual porte&paçio: de
Irea OMzeà ficaram re^^ando para que oio s ecoasse :
— t^qaando o dejlcntorraram, deeeohriram.. cora.admir
ração, que aparte medicada eslava sã e aem nefihum
estrago seneivel : o domais pddre e ednstratido. <
Mommm as aovaa . i.vva»i.
. '31^0 Já im artígo 3744) esposemos 09 inoonveníe»-
Us.de se não asKalyaarem as aguas da Lisboa. TiUfr
natDOi ao assumpto.
As agsas de Lisboa estão peasiraas , tanto no sa^
bor como em todas as suas propriedades ehímicasf
íervidas depositam no íundo^daa vasiChas* quantiv
dade immeitaa de saes Insolúveis, i Porcpie se ttãe
aaaUsa? não, sabemos: Não^é por falti^- de aeciedades
actenliieasi O iqae sabemos é que ha uma auctoridaf
de n quem isso cempete , eque iambcn» ha «ma 90«>
ciedade , que não será a primeif^a vea', que teoha sb*
do enoarregada d'esse mesmo mister, e o tenha. cu m^
prjdo digbamente. Isto não é objecto de luxo, isaU4>
depubdiea, não podemea pqrtanta deixar de lembrar
outra TOS o nossq artigo 3740 va Revkta Unitjersal*^
pedindo, a Deus que nos depare alguma providem*
csae^e a Eoím.' Gamava haja de applicar a <oiivídO
a' ama supplica tão justa que seria desbumainda?
de aftroc o desi^tendel-a. Jêiâói^ Ja$é Gm^msé i
soBSB A irtAamn mémlia.
3151 RBCinaestlm»JNssima*ca;rtadey« eaadaat
Gasetae de Madrid n."" 85tô* e^SS^O.^em que VBSfre
Ddticia da mafavilbosa viagéià eériai do. balão: qm
saiu ide Nortbwaies na logiaterra., levando >8^homent
e. provisões para i^ dias -, 'com 'diversea snstrumvnlel
deioptiea e sautica, e^que teve^a losfuna èe ktraves»
sar o maroeeairo.eM €5 hbmschegaiido a saWo^As
costas da Carolina, aos Estados iJtiidos da Amancat
£8tai noticia é tirada do Timsi e pareoe serextrlibídt
dbs pr^ipries diários doa aeroiia>iftaa; • mas pcrmka-mè
V. qae eu me expresse «em frenquexa <e dtg« <[u«
ienho mui forUs fondameiftos paraduriÉard^etle, po^
dendo iasseverar^lbe que me pareae anb^puni; ficção l
ou qare. se em mairdiide acenteceo- íío lestraerdinario e
felicissimo auoeesso íião foi «ome seceata t logofiro^
varei o ^ue digo edesereveirei. agora tomo era 6 tn^
ião , e 09 novos laelhorameiftoS' que ' fee Mr, M encà
ittasoa;. mes ^siévirto- que fattsiuAo* a estampa ; e i«la
-seitdo TDUite boa a descripção, • qife Tem- nas felhàfs adl^
«ra reflíDidaB pôde ser' 4ii^me<englBDe em^íl^maic^iisA;
^t>8e a auotor Bir. Mondh seffofaefxaeUmHil^ asfóri
roaa: 4|Be doo prjmietram^totai ao úMbXuíí eornqne ^ea
es |uas eaperianoías , :prim>eiraiiieM«v' 9th'Wfllktm
Roam e depois em ldéteide€sNerfi^q4iei6oqHe4«ai
47 •
564
ÍIEVISTA UÍIIVE»SAI#.LISB0NEWSE.
desertpto) o dícto dcpto balão deDomítiadp Viciaria era
ciniftruido peU teguiiHe maneira*— Tiuha a figura de
«iD elipsóide de tio grandes d imenaões que iioseu b(h
jo encerrava quareoU mil pés cúbicos de gas; era
^e seda eiiT«itnisadaeoin verniz. de goniBa elástica , a
que DÓS chamamos borrachudo Pata, coberto de uma
rede * como se pratica ha muito tempo , na qual se
prendia , tmme^iatamente por. baixo do. mesmo balia
um pilar de madeira Leve e n'esU armadura se sus-*
tentava um parafuso de Afcbimcdes com seti eiiotu^
bolar de bronze de 18 polegadas de comprimento,
rodeado de uma htHa dedois pés de saliência,^ eu*
jo phino tinha 15 gráua de inclinação, sendo formado
de raios racialicos cobertos na exlremidada de «ma
delgada lamina metálica e de seda< Esta macbina sus*
lentava-se entre duaacolvipnas verlicaes etubulares de
broRze , giranda livremente o eko éo parafoiM em \
anéis sustentados pelas eolumoas. Da extremidade in-
ferior do ineSMo «itib safa uan bailaa (agulha ou
frecha) que vinha ter & barquinha a atlv se «poiáva
sabtc uma cha«iaceira ; em.ftmpor meio de um ma*
chinismo próprio se podia fazer girar esta hasbea ra*
pidamienl^ et commnoi«arô mesmo movimento ao pa-
rafuso. A barquinha era construida de vknea , e [pos*
io que senão drga nada nas ex^líoaç ões} devia ser in*
voHa por fura 'á^ alguma tella eiwerkiiaBda , que po-
desse resteltv á agtia se cahrsse'no mar; pois isto se
iofere de levarem oa aeronautas dois marínheiroa pa«
ra a goveraaerem: ta<H» este a pparellro estava pendente
da rede que cobria o balão. Havta maisnm timin(leme
ou cauda) feito.de canas e cal) er ta de seda , qoa Sí-
flha tre» pés de comprtmento soibre «m de largura , a
qtie fe uiiiaraa partffbso por maneira quie se não ex-
.plica , disendõ-se unicamente que pedia tomar a pa*
•aioio vertical ou hortsantAUomo se desejasse. Estava
lambem a dieta barquinha munida de umaanearaU-
fflira com sita amarrai e de. um aabo regulador, que
ae diz ser muito extensa e gri)sso;..pflntoqua noa ve*
nha determinado nem o- sou peso nem o seu compri-
mento; mai èmttráàáe étfvia alia. ser bân grande;
pois era destinado para arrastar com uma ponta pela
taníB ,. e também no mar ; armando«se estio cèmáois
cjiindros de madeira leve postos á maneira de baía*
«m mais aoíma da eilremidade da oabo. outro n'eaU.
Grandes elogios ae fuem a esta invenção* do tal rega*
ia4or , dlxend»-9e que* «He sapria o lastro e que mar*
€avia estreitos línitea de variação aacencional ; por
i|ue Se balão descia uma parte éo peso do meamo ca-
bo se dascarragava sobre a terra ao sobre a mar , a
se elle snbia o peaç d'eftsa parta descarregada Umi*
lava a força deascenção. e qua também fkelo angulo
de incUbaçio qua fazia fifim a bor isente se conhecia a
velocidade loaometiva do mesmo balão. -i^ Se oom ef-
íaíto é posai vel a axaaução d 'este invento então, di*
fo en, que um balia armado de «m tai regulador
qnando fdr lavado por «ma forte eorrente de vento
▼ae faaendo a figura da uma viuva voando pelo ar com
a extremidade da sua canda arraslando^se pele chio;
Bsas corra aan risco da se enredilbar'Ms arvores e de
ae entalar entre a« rochas dos montes quando os atra-
vessar, eto. Indo pala mar com os seus oylindras
boiantea poda amharaçar««e na mastrasçio das navios.
Bos eseolhos que aativaran fora da agua • a se passar
par cima de ajguma i&ba on pegará nos recifes que a
tecdamou juts arvaras a oasas.
E' certo porém dízeran» os aeronautas no aen día«
rio-"-* que osdtctoacyliodfios.ibes retardavam a vela-^
cidade do curso aério e qua por isao os recoIlMíraD
á barqninha.
Cabe agora 4 iliinba exposiçio dosmotivaa que me*
abrigam a dovidarmmto da veracidade doesta eslapaft-
da viagem^
Lè-se no relatório d'alla qua o bélao foi cheia de
gaz extraído do carvão de pedra pac ser mais barate
qoe o gas bydrogeiíeo , e como^ sabemos n ralaçiede
seu peso para o do ar ainiasphoncia, bem come a ca-
pacidade do balão, eiamincnios isto sdenf ifieamente t
eu héi-de sempre fazer oa cálculos favoráveis ao in«i
ventor U>da8 as vases qoe ma faltarem oa dados pre*
cisos ; adsim' agora , qnando sa dia q«e o dicto balia
encerrava ^Q^^O^O pés cubiçea de gaz nio sa^doeiâ*-*
ra que medida era, se inglaza, se francesa, seMa*
panhola ; . pasboque $é deva Intender que é «ledida
ingleza , a qnat ne pé tnhiao>faf mut consiileravet
d*íffek*eiVça para menos do pé- cnbieo- fratwez, áicUffé-
d0 rríi mas vá o calca'lo> por este maíar "pé- e demos
de barato o m grande augmeato da cspaaidade ae ae-
rostato Victoría. l^m pé oabico de ar dVsta medida
pesa t onça 3 okavas e 8* gvftos (T.* Brisson) ^ por
conseguinte o pese ê% ar dasloéada pelo bsISo,. liqui-^
do do peso que tem o gar, o»a dilTenstofa^diKposo é que
faz a força ascencional dos balões. (> gas do^ csrvio
de pedra é um composto degavhydregenio» gaiamo-
ntaee, carbónico, e hydrosalfoplco , a por isso pede
ter maior ou menor pese ospeciieo ai^undo' estiver
nlais 00 menos- expurgado de gaaes eslranbars, a va-
riarão de pese, ieguado e Br. Henrique, é desde
346 M 660 , tomarei e mais fa vara vel, qua é » se«
gundo Thomson o de O.fiOO . senda e do ar atmos-
pherico, .1^000(€hiMicadeTbem9on V. 6.^ pag . 290)
•ste peso especifico è o do gak do carvão bení lavib*
do na agua di^ dal e reduaidt^ a ^-i^hydrogeoeo car*
bonàdo, que é o melhor que os aeronautas poti^iam
obter ; logo a differença de pesa d*esl9e ^f para o ar
atmospherico' deslocada é é* — 1:37&— a reateis porla-
guezes [mil treseotos e trinta cinco] , que fazem toda f
força ascencional do bafio» a qnal he-de levantar o pese
de aerolttflo, da nova macbina, do pariífuso , barqui-
nha , oito homens , ^ spas finrovi«6es para 16
dias, as toneis em qifa ae encerravam, es teletc(>^
pios > baromelros e mais instrumentos, a» roupas, a
lastro de aréa, a ancora-, e sobre tudo aquelle grosso
cabo regulador qoe fé das nuvens ha-de chegar com
a extremidade á terra. Tames pois do -Ibrça asoeneto-
nid t:â7S arratak
Peso.de oítt> homens éom vestidaaca*
paj e roupas da raserfa a sais arrabaa
cada um..: .. tfii6 arwNis
Uma canada de agua por cabeça p»* *
ra as 24 horas e tampo de 16- dias a
3 arraieis 4e pesa , [que é o da agua
destilada} ^ . •' à MO airateii
Peso da vasilha, qué devia ter a ea«
paeidada de tO almudea "fO arráteis
Peaa dos alimentos, regulado a uma •
libra por Individuo e tempo de 16
dias
«M arrateia
8qmm»já ^.. ^t.., ttOíK «ri
REVISTA UNIVERSAL LISBONENSE.
565.
Já DM exco^e a força aioéiicioiíal eiii.590aiTotei»ft
fatta ainda o peso do balSoqueé muito cootideravel por
»«p de «eda enTcrnisadá coéigomina elasticn, o da re-
de* do pilar de madeira , do novo maefaÍDismo con-
posto de columnas do br#Dze e d« um parafuso qoa^
todo nwtaHoo, da barifuinfaa. tiom todoa o§ wnsapres-
U»t eifiè et€. Por cansdguinke i>âo é posaivei acfedn
lar o que st codU , oiiianda a qoeaUio sémeote por
estaci^df»! ttias ainda ^ cofitideraroi pm autro.
Segundo a ralarão da viagem principtada no éía6
de abril passado ás il da manhã tiveram os a«ro-
nautas um vento norte fresco e suave,, qoa es l«vou
«a dii^ec^» do sul pana o eanalde Bristol , e 'so-
nante guando avistaram Cap$ (Hemr é qne aeBiiran
Yonto fortsssim* de. fiiracão qoe os fez movar tom «
velocidade de 40 a 50 militas por hova ; no» outii>8
éias 6 movimento de qne ae d« noticia era de 30«i-
lhas e.ootms .vezos se dk mníU) vatoz sem del6Kmi<«
mr a veloGÍdad«« nen nbemoa lambem que qnalid»*
éé de milhas tvam eseas de qiw se AiiU : . supponha-
•s-«-milhas naritimasdeôOaográa. Postos estes frtn-*
ciptese «aufeando a disUneia é9i Jng^laCerra aas JBsta*
dos Unidos aciíam^^e 75 ^ráos 4mí milhBis 4idd0 em
linha reela v e f>ara eoipel-as em 65 horas de tempo ^
€Ni pcreciao «na velocidade. constante de milhas ^,^609
«easebCa e. novo milhas «e seis decimas por cada terá
«daapresnndp a.pacynenafraoçio da nove ««Iqsiimas:
■«sta velocidade excede a «do «anio denominado ^^-^iem*-
pést«ide 'violenta , gu4 é d»niilbas 683 por hárafV. '
«0 uboa» da M. Rnnseie lít. 'Mnd] qoando a ivcSoc^
dado jnédia jqua neidnacreve^ no diavio dos aéranan^
tas anda por 40 milhas por hopa.
. lUinbotarobJnn, sem receio dn ser contradicAnipor
pessoa goe d*isso intenda; qne o limiõ ; ou leme de
canas nlo .era capaz de fazer desviar o balaoda linha
do #ence neti;ttm'só grán qnanto*mais oito; pòr^ae
o dielo halão ícom todas as aoas porCencas . era a^
rcA»tado 't>ela «<)r pente do vonto 4iood« todas as suas
moléculas se moviam no mesmo sentido o com egual *
«•líaiiahto; ia^o nio;.poiia d s?o 'plano encontrarre- !
sistencia nenhuma , nem.'ponlo de apoio, :)e por Isso
annhnm «fMto faria» 'isto qoe digo é otmesoao que se,
nbnerva tpratlenmente nos barcas do Doiro ^ qnánfdo'
descem polo rio, Jevadospela oarvente: .aexpèrienola
já/mostrau ha mnito lampo «osnrraesqno o leme or-
dinário nio governava por mais que inalinasse « q«al-í
<ffaMr*4«do , 't por isso lhes puseram « deqominada — .
<«spadolIa*<»*4fu« trabalha, á maneiraide um grande're-:
mo, e de leme. Se a cauda das aves lhos servdranitDl
Kêm, -e' lauto sobindd como deaoêndo, ^ni voHandoj
fiara os lados» é porque, o <movrai€nto procede da f or-
ea da», ans aiAaiido o nmio qne «thaviessMn * aemmio-:
•vlmento, ou com elle muito inferior ao^quéléVaiii.,
- Attenlafrpois Iad»s.«sta9razdes,qoedeiio espendíd8s,|
nio vejo èanhiiib pt ogresso das «rtes. nem ' das scien-i
iciai no balão Vistoria , o parece-«ie«m canto fabn»!
'lo|o.> Se* porém houver i»'^le nlgnma coisa de verde-»,
tdo , "Wiié esta 'maáto divsrsa d^aqntlfc) que •está.escti-'
^o, omáikprmlante é.aaporar a-conftrmafio dit .noti-
cia, da qoa^aca^ilál-ai desde jáw I
ViElftDADlsl
COMMEMpRAÇÕES.
m vamoBSA s ab uiffsvxa8X9AB««.
12 JULHO ns i545.
3tid Nora» alguns historiadores <|ne a princesai
D. Maria ; filha d'el-rei D. loão lii da Bartugal » ft
mulher, do prlncipo D. Philippe, que veio,a §or9/ da
noma.em Hispanfaa ,.dot£asie os, principaes. siKces$9»
da «na. vida memoráveis em três- cidades ,. Iodas inn
signas por serem assenta de 'Universidades celebres*
Notam, pois que esta princesa nascaaae em .GaHnbra.t
celebrasse suas bodas em Salamanca , e falleceaseem
Vaihadolid a il ou i3> de julho de 1545, deixando
reeéoMiascido ao príncipe D. Carlos, qoe depois aca«
bou aeus diae d«6ditosapttenCie.>-^£ra a pcinoesa {^\M
GhronisU Sandoval) iqoi gentM dama, de eata^^r»
Biedúina , o bem pk^eporciooada. ai^ia para gorda qw
pa^a magra ; de rosto prazenteiro ,. e riso engra^do^
Bem mostmiui ser da rai(p do Imperador CsirlpaV >
e muito se par«ci3 com a vainha íl). 1zabel,,s«4 bir
savé» Gomava |po«co mdis de 17 annos.da.edadiu \
•'■••• ■'Sonde y.* ^
lísboi^ 5 de ji|]ba,j(le 1844. . .']
(Cwtia^y . ■ ./: u »
SftlKI' .NJk Theoru EI<NneBtar de BoCanich.deAp-
eendoir qve Cor omaio^ balanico :da Eatropau vem
f> eegasíntB ekf lo ao nosso na bio abbade Joaé Corrêa
«la Serr^-^iítO teimo (sjimitrta) foi -eropnegadoifialp
ML prlmsira vez por Uirneo, e o seoi^mpsegoiiodí-
« ca que. alie tinha idéas muito justas 'Sebra: %.roah
a tbpdo natural. Poréib Corrêa > da. fierra: fbi o pri^el«
« ro que,' nas Memorias da Sociedade Linneanoal»
V desinvniveu reaimenle , sobre est|i ffidlecla , «onaí*
« deraçoes. novas , fecundas, e de qae ««' tenha ieièo
« muitas vazes uso.n'tsta discussão. :« * , • t
. Sé <V; julgar q«e merece^ ser -pnblioadainhvilenlH
seqoiavá cate.: '* ' . *
I ' fi^u assignante ,
Lièbea 4 de julho de'i844« •.
' ib. dllllA8TllÒ.d.BXÍXjLâ»dfft
I^NÍ>A NÁCIOJiAL.*
' ; • y\\.
.,..' ,. pfil jfrupácg. ei.gM«imo;isP«rig^*.*
... .0^ ' camiDAO.da vida ji.unca cerCo !
, > ' ' Que aonde a gente põem sua esperança
Tenha a VidA tâo ponca ibe£:ai'aiA^a.
C ^MÕBS. — LuíiéíMm >
aift4 Converl«a-se e ««calo, XVI no XViL P^rmf«
ta-^os 1^' leitor qoe 1aílceflK)S a vista «obre estas daas
grandes lépi>chafr,-^e' às comparemos em relaQio ao
no§sè paiz. . . '
\Quàndd O século XVI despontou -<« viu n. Indiá e/o
"^Bi^sit descobertos já ' por nossos navegadores^ a coala
dê Afilca explodida por portuguezes, «• moitas ilhas
do OiBeano reconbecendcí o nosso senhorio^ -^ maa es*
lava ainda lenj^e de sef firtnar a nossa (potencia como
p^iifiHra nè<gãio'cott)fi(icrcial e^waritima^ — fai duran-
te^ O «dtr4ifip#riO' que AIMsé^ 4s idbuqnevqnai svgcí-
47 »»
566
REVISTA UNIVERSAL LISBONENSE.
tou ao sceptro de B. Manuel os mais longínquos pai-
ces , — foi como consequência necessária dos gramles
feitos de nossos cavalleiros em alcm-roar, q,ue o com-
mercio enlão entregue aos mercadores, ^eneziianos lo-
mou nova direcção, e os galeões portugoezes vencen*
do os mêdbs e as borrascas do caha das Torneotas ,
as correntes de Natal eZanguebaiL. as traições de Mom-
iMça e Calecut — iam le^ar á Índia o vinlío e ateile
de Portugal, os pannos finos de Inglaterta ç Caslella^,
barretes , tafetás e c*lça8 de scd» de Tolcd» , acol-
choados de Nápoles , Teludos de Geoova , éamascos
de Lucca. sarjas de seda. c ltt«as d*- Valenei«, escar-
latas e Yídros de Veneaa , vasos ée Florença , sarjas
de là de Ptandres. marhHas de Constantinopla , e ou-
tros mil objectos , para ToUarem a Lisboa onde os
•guardava a Levantino, o Genovez , e o ludeu com
seus saqsíteis prenhes de oiro, e que a troco do nu-
merário iam bastecer a Europa de cravo das Muliw
cas , naz e massa de Banda , pimenta e gengibre*, do
Malabar» canela de Ceilão, avbar dasMaldivm^
sândalo de Timor , beijoim do Achem , tecas de Co*
cbiin , anil de Cambaya , pau de Solor , cavallos da
Arabi» , alcatifas da Pérsia , sedas , damascos e por*
elaoM da China, eslófos dtJieog«la, pérolas de. iUi*!-
ckar» diianastes de Narsinga^ rubis do Peru, oiro
de Sumatra e Lequio, e prata do Japão I . . ; porém que
nos restava de tana gloria , de tâutea lucros no sé-
culo XVII? — Apenas a recordação do que fomos, do
^òc •èuèémol cpddémos.. Oslogaree aonde' se bastea-
vam a« saneias quiaias d* Africa , na Azia . na Ame-
rica è na Oceania iá são salteados por ismadilas «
protestantes , ia se dasb)iha uma a uma , ás iores da
corda tão viçosa- de nossoa rets ; na Europa mesmo , •
nosso nome é riscado da Itsia das nações independcnr
les{ — ft 0$ rcsnitados de- tantos- desastres cm ^e a
Crus foi aeaospresada , coodusiram a essa locta san-
•fttineleata do seguinte século, onde a iocreduMade
o o septicisoio se mediram com oEvongelbo e osdoc-
lores da egreja; e cujo choque prodnsiu ainda «maia
•^liBrríiceldds.malea— oindiífeaenlJsmo do século XIX.
Raiara o primeiro dia do anno 1601 da itedemf>-
ção. — Florença, o jardim da Toscana , não ostenta-
va então suas galas nakíraès , se^a perfumes balsâ-
micos, porque a estação, ia ffía e chuvosa, — era uma
dona trajj^do roupas^ de fnto , — porém- a torre da Ga-:
tbedral ainda elevava até ás nui^ns seO' campanário
soberbo , as Portas do Paraixo ainda lá poisavam- se-
guras ao BapHMeria^ o^ viajante Jinha ainda para- ad-
mirar as maravilhas espalhadas pelos Medícía sobre*
aquelTe solo abençoado ; e sôbrè tudo ver o Arnot
. açudado pelo sueste, debater*se o susurrar comoop-'
primido entre as arcadas de marnsore da ponte dtêla'
Tritálé.
Sobre esta ponte, concluída de pouco, passeava um
• taiong^ dé Cister; dcpofa de jciaminar va^sroaaniente
vaa estatua» do Estio • Outono e Primavera qoe aUi se
vêem primorosamente acabadas, den^oco«»-8e lafi||obera-
po a contemplar a do Inverno, como buseaado a ana-
• logia edtre a obra do cinzel e a obra da Deus, que
om toda a soa magestade se lhe desenrolava ante os
olhos; algumas vezes interrompia o exame para ao-
guir com a vista a estrada de Pisa, como que aguar-
dando alguém I e logo voltava á estatua.
Dm frade dominieo apparoeeu na marg enU . do-
rio, o f^ «ala o aigoal para o bernardo conduír a.
sua analyle aritstifca . ^— «ofrea a oncaolral-o e trava-
ram ambos oonversaçio.
N-enhofp leitor deixará de ter eonfati»cido os respei-
táveis e mui sabedores theologos, Fr. Eslevam Cávei-
ra e Fr. Chçisostomo da Visitação.
— Domine doctor, proferiu o ctstercianso ao èúit^
gar*se do dominieo , com as mãos crurada» no peito^
c a hypocrisia pintada no rosto.
— Que tendes feito , atalhou- o doctor Sanpa]ca. .
—Tudo! — foi a resposta do primeiro.
— Tudo ! ? . . . Gonlae^OM isso.
— Escutae.
Aqni o bernardo lanço» ot olhos emtorno de si n
examinar se alguém se aproximava ; porcautelia ache-
goo-se ainda mars do outro frado » e foi em voz baí«
xa^a sua infaaM narração:-^
•^Chegado a Florença om companhia do nosso ha*
mem M Mujar-me . como era natural , em um mos-»
teiro da ocdem do meu padre S. Bemasdo , introdu*
si na minha cella o mtaeravol perigrino r e como ti<^
ahaAos ajustado fui logo deounesáiH» ao> arcebispo do
Pisa, ministro do grão-doque Franciaco ; a»; ordena
para a captura foram imiAedial-amente passailas , o
no dia 29 de dezembro, quando» o homem mo protes-
tava a sua eterna gratidão, seolio-se agarrado poraU
guns esbirros o soldados . ^ue ê força o arraataraaa
para a prisão. . . D«pois não temei a vél-o» mos com*
ta -me que está a bom raoado.
— Nem Judas Iscariotea o farsa melhor. — Agora Sr;.
D. João lie Castro , proaegiiiu com um kíso dâaboli*
ao o frade dominieo , seda miôiairo , conselheiro o
privado de D. Sebastião^
;. iJosa pouca d« invej»* fn!éra nm ts^iidor do homem»
que pvimeiro bnfcou> salvar o preso de Veneta. Era
frade anobroi tinha muito* de ambas as coisas. — ^B
depois, qnaadmiraoa uma aleívosia em EsèevamCra^
veira ? ;0 vencedor de^ii» não ^nwgnlhon as palmas^
de tão gtoriaso cerco , sob* algone pnoltadoa d^ oiro
castelhano ?
- -**-*; Que nos r^sta pois a faier n' esta 'cidade? per*
gontuu^oifirade de Alcobaça.
-«'Nada , tornou Sampayo , partir já para não mi^
eonlrar os aavaUeiras qua deixei em Bolonho^ e qdo
«amanha devem estar aqui.---* A caminho eem Madrid
receberás os mil docadas promeUidoa pelo fimimau-
dor em Vencia D. Francisco de Veras Aragão.
•V— Séíoper caridade, resmungou Fr. Chrisoatomo^
efsegutw ai Fr. Bsteveniique a largos, passos ao afaf«>
tava da ponte.
• No outro dia chegiram« a Florença osaoHgaa á^Di
•Sebastião, o }ulgne-ae do seu espanto sabendo, da ca-
ptura do rei, o desapareeimenU) das firadoa. Dt loão
do Castro oonhecen ontão qne eraaa ca soáveis aa suo-
peitas que cencebéfra da fidelidade á^ Sampayo , dOi>
pois qne Dt Sebastião mostrara maia predâletçao por
ella (Castro) do qne pelo frade ; Umbem Iholanibron
-nm auccesao que ouvira relatar ao rei^preio , e quo
lho não passou mais da memoria^ aié o estampar com
aaingeleaa qne llie era própria no teu; INaôirao do
vida do bem-^vindo a dâãejmda B. Stòotttãp» rn 4$
Portugal, — Foi o caso, que aebando-se el-rei reclu-
so na príftiot do Jardim em Veneia . pedira uma cruz
aos seus Oeis vassalos do. clero os quaes lhe manda-«
ram um croeiOxo de oiro , porém falto de corda , -»
d'pfnk to9(lnia o do^açfdo aiouifcha gne o sen
REVfôTA UNIVERSAL LISBONKNSE.
567
iemiM) dertmar niaera aiiul* chefAdo; ma» 1>. Joio
MrediUf» agora, oaipa coiaa » e ,vn D^aquelU faiu
um aviso c«le«i9 • que o seu espirito traduzia assim :
Não é doa frade» que Ibe virá. a. corda.
Todo embebido, n' estes preciosos commentaríos foi
pro«ii«ar Haauel de Brito, pofém o honrado velho es-
lava eompleiamenie des^nienado : não via salvação pos-
sível para o rei , nem esperança para a pátria..
Depois de urp eit^nso úMo^o a que pouparemos o.
leitor « resolveram ir fa^sr ao arcebispo de Pisa, vis^
lo ser probibido o acesso jiincto ao grão-duque; — o
BDinlstr» atiendeu-os • e fcz-lbes antev«c alguma possir
liilidade de salvação.
O sacerdote mentia infamemeate. Alguém notou c^^n»
grande aiiençãa que n*esse dia oaiuk um raio na belr
la< eathedral de Florença.
Todas a^ iUusòes se. desvaneceram am*tres mes^s-:
em togar de ser entregue aou Fapa para o fiiaer julgaR
publicamente coma se dizia eara de justiça, foi aban-
donado aos agentes de Castell^^^e contUisido aJNapop-
Its- em um dos primeirios. dias de abnL
Quando o desgraçada prisioneira* atr.av^easava a pra-
ça de Sancta Maria para sair de .Florença-, encontrou
ahi os seus leaes amigos qut vinhapibeij^r-lhe a mão
pela uUiqfia ves;.<— proscrÂptos da territurii^ bispanbol
era-lhes defesa a entrada em Na polés : — os velhos cho-
ravam !..r.^ elles^de coração de ferro^, como a. lamina
das s9^s boas espadas^
Dois antigo«. conhecidos do leiloa aproveitavam es-
ta occasiâa da se darem, motnamente o adeus da se-^
paração.
, — Felii soria.^ Sr. Paro Bantoja » Deu» vat protejfi
e a vosso amp , não soudo em detrimento do meuh*
-—Ide descançado, ^^yres.Tinôca. que não aeri D»
ChristavaJD, nem esse desgraçado^ que abi^la^aas ma-r
nietado, qi|ue hão-ée abater o. podrcto d^Fèiippe lU*
O donzei foi encontrar-se oom os- BnaFingnea^a , ^
Ayres. Tiuôco eoeoaperar-se na CMMtiva ÍM'afapbola.
Gs conselhosr do volbo Fagunde»»Aão.tinhaa^.apravei»
U4o ao bello pagem :. torna4«^ fi«^d«iao ssiguíra as
partes de Gastelk. Do covasde ^^/atáca oicaido^t-r
Sempre as^iyn acontece..
. Quanto .ao% honrados pofj|||gf^fftt^ qi&e a«gttif|9m' n»
adversidadi^^ seu rei ».Uiado pecdidáa eapenanfa da
«.salvar, a menos que não Ijíiae reqiusitado.p#r algum
4f»: grandes» gptentMfcos ^ d|i< £ttco||ã • -^-lespalbacauirsa
pela AUeBwoha. frança e {«dlaUrra dalige^ciando al-
cançar protecção d'aquellei. soberanos. — D. Gbristo-
vkaA,.foi .nvwíifieaveate acolhido g^la rainha. Isabel ,
nas- nada pâd« cons^g4iir deflnitiirament». Ilanu«l
.dd Brito, e Se^aatião^Figueica laaçasafn->se em. Jloma^
jnas^usBnckOi-padre negon-sa a iaiervia na qpit$\à^; o
imiíM^ador não foLmais giMieroso, ,mau- grado aiia.esv
.Corços- de Pantalaâo pessoa ; e D*. JiNío^da Castco-, o
bo^m leal e desinteressado poc couRiçção^e por ha*
rança., aqueile. qae havia jpMd» ni! çonsolbo da €in*
ira defender o seu. rei até ao ultimo tran^ .. da* vida
^or lodos os meios que ppdesse, — não. cessou de
trabalhar em Parix, oor^oi debalde. Defende|-a.c^m
jt espada na mão. era impos&tve^, qiie não Ih^ peroáVr
.tiam inuocar ojui^a d# Deia, suatentandp em canipf
.cerrado a.«erdade da causa, por.qpa pugnava, cont|ra
jQualquer qualevastasa* a sua Inva,.-— Aligpel.Cerr
vantes havia esmagado sob o seu, riso irresistive(<^tOr
das^as J)eUas idéaa da tavaUariap como Sansão, o.ca-j
valleiru ultrajada fizéra> desabar o templo, embora el-
le ficasse também debaixo das minas: — era a \ia-
gança do genio , a raais> perigosa das vinganças.
;Que rostava pois a D. Juão? Trocar a espada pela
peiína. Assim, o fez. — Dirigiu aos Tres-Esindos do
reina unwi memorável re|iresentação sobro o assum-
pto; publicou, entre outros, o Ikvro que j^ mencio-
námos n*estn capítulo, e qytc tornaremos ainda a ci-
tai: para diante, e morreu velho — pobre- e-proscripto
— mas sem curvar a cerviz aute o throno do usurpa-
dor, como cumpria- ao neto de D. Joio de Castro.
FrancUao Alaria Botáí^Ho,
( Conlinuar^t^ha.)
anWRTBNCIA..
à.tia^fm de duat mil léguas ^ cuja pablfcaçãò hoja
encetamos , escripta pelo nosso amigo o Sr. CLAunia
LAQnAifGB Mò.NTBiBO DB BáasunA . secretario que foi
do governe geral da índia porlugncza) não se recom-
menda^só pelo nome de seu aiictor, bem conhecido do
todos os que- entre nós professam* lettras.
Coip ura estylu,. claro, ornado, poetièo> apfosen*»
toá^nos grande copia de conheciinenlos j^ neeessarios ,
j^ utets,, jçr- cnriósos-. e acompanhados à espaços de
profundas, e philosophicas ponderações: é a ^gcogra*
phia e a historia com todo o interesse dà nbyella oii
da conversação fácil de amigos , quê apóz annos i^o
perigxinaçãe praticam om noite do inverno ao canto da
sua lareira; é a Odyséa e o Atoaclúirsis como hoje sq
devem eserevper-
Uma razão ha por derradeiro, demasiadamente cerl^
l^r onde esto opu^cul^ nos- caréa a si[pp.athlá, O iU,
liIsLre viAJANTB^, qjpe tanto mando peircorreu. e obser-
vo4i para si' c para nós, nada mais tirou de tão esti-
rada e.sçutida ausência' da pátria , dâ esposa e do9
amigos», que pesares,. desgostos e enfermidades, quef
bojp o teem preso jú neto ao seu- Uiia* e cond«mn«do i,
elle. espjtifo activíssima^ a^^uma inacç$o qMa^i.abso^
Juta. \
. Cada pagina doestas ^. que da sua mão íremo^ pas^
undn para asados nossos leitorea. é eseriptà compul-í
so de&í^llecida a quem só a boa vontade súppi^e for«
ças, e iiiterrompjda por dores e quebramentos de pe**
ú'^dQ a p)eriêdo a quasi de líiíha a linha.
Nôo tocámos aqiii isto ppira lhe captarmos indnU
genciaa.da qvie^ não* carece , mas só para não défrau-*
darmos a-sua obca de t^dos es> graus de- veneração'
e. interesse , qvre IHe são devidos*. ^
mc ▲. TZAcniic »x i>vas xu; usguasu
ivoífTAinvTos -^ RtisiKiecrfcus*
Tntrodikcçao. .
u. G*étt le- coijp d*«eir'd^nrpaaiB|sêr'ai«
sit Mir (e pont d« aon aavir^, qui vuil
fjiir ile» paiaavea devant liii, et qqc pouc
i^éo reitouTPnir le leadeinain . Jntte4|uel*
qoet conpM dé cray^o ; lans-coalcur, lur
1^' pares de soa jvuroal. »
hmnartim,
3T55 Esta epjgraphe, extrahida.dà ihtrod acção de
nma .obra , que a desmente a cada passo , pela abun^
dancia , pela mestria, e pelo poético das descripçôes.
anpppe, na phrase elegante do culto escríptor, quanto-
podéraiDos^ diierd'èstes aponlàmàiilof ;.}— fructo»..é;vei^
í?68
REVISTA UNIVERSAL LISBONENSE.
ãiido, d* uma ciiríosM^dc reíleclidri, mas tomados sem
|)1ano , e ao correr da pcnna. abordo dos vapores, nas
hospedarias, nas estações do deserto, ou em face dos
JnoDumentos, que Tísitámos. — Escrevíamos (e ásve-
i^es quando os nossos companheiros de viagem repou-
savam da fadigado dia) só como intuito de formarmos
|)ara nós imia relação diária da navegaçSTo , e do que
íamos vendo , nao tanto em terras da nossa Europa ,
^ue mais ou menos se assemelham . mas n*esses pai-
res do oriente , em que a liatureza e a arte , os ho-
mens e as coisas , se nos apresentam sob fórma« tão
novas, e tSo variadas ! — ^ mal podia este trabalho ,
ligeiro e desprimoroso , aspirar ás honras da publi-
cidade, qnc jamais lhe daríamos, se nos não fizeram
in.ndar.de propósito as lisongcir^s instancias d 'amidos
ílluslrados , o ínlcresUe e agrado natural dia teiate-
ria, c os poderosos incitamentos da Revista Universal
JAshonense , a quem mereceu os mais encomiásticos
louvores um pequeno fragmento, que admiltiu em suas
columnas, relativo ás Pirâmides doEgyplo. (a) Acer-
ba e prolongada enfermidade nos tem inhibido , até
hoje, de satisfazer ao què enlao pròmeitemos; e ago-
ra mesmo só mui lentamente irão saindo dos borrões
estes apontamentos , para escriptura mais limpa , e
Alinhada , em momentos fbrtados a dores, que, ain-
da assaz vivas, nos atòrmentaínl — tteriB cur\)a ím
cor por e curvo, — •
O sábio Dapin , cm sua Viagem á OrB-Õretanha ,
producçâo sínj^ular no "Sen género , pe|a vastidão do
desenho c superioridade d'execução» na qual /co-
mo clle mesmo nos diz, se fazem conhecer as insti-
tuições d'csse grande povo por seus resultados, os
homens por suas acções , e os costumes pôr factos ,
sem conjecíiiras e sem subtilezas , aconselha aos via-
jantes escriptores ; que se não lancem entre o espe-
ctador, e as scenas que lhes abrem, porque as nSo
interceptem com a vaidosa sombra de suas pessoas ;
— que aíTastem das discripçõés e pintaras uma per-
sonagem rídicula , estranha aos leitores , que só que-
rem veros paizes percorridos; as sues riquezas n«-
turaes c artísticas , a physionomia dos habitantes, as
suas crenças, indústrias etc. — E, bem pelo coa«
frario, outro escríptor, se menos profundo, tão vas-
t9 ,. e.talveaf mais àgradaVel , considera os lívj^oS das
vSagci^s como obras de mais com' moção, que nao dMns-
frucção, as quaes nos devem fazer participar de tb-
das as iJenas e prazeres do viajante , com^ se com
elle sempre nos acháramos. Os tractados de cfeôgra^
phia s^o.aridQS,. acrescenta Àimé Martin, mas as via-
gens , com serem também obras geographicaS , diblei-
tosas todavia; — e a nnãdé porque n'aqueUcs ascien-
€ia encontra-se em si mesma ,. e n'estas personifica-se
no viajante, cujas ptorígrinações e aventuras nos pa-
reccfln oommuhs. -^'^ B não setão conciliáveis estas opi-
fiidcs tão encontradas? Certamente que sim. — Se que-
remos como J/r. Dupin descrever d estado d 'um paiz»
{relativamente aos seus meios de ] governação , e de
guerra , trabalhos públicos , commercio , industria ,
ou sob outros intuitos d' egual transcendência , o seu
methodo é sem. duvida o preferível. 0_ leitor ,. en-
golfado na imrâensidade do assumpto, nem sequer
pensa no que poderá ter acontecido ao narrador ; pos-
[ã] Veja-ie • eiudo jornal n.* 43 do í.* vol.*— l^rté 4.*
arii^o SOit.
toque touitas vezei o a^s^mbrem ' considerações qoé
revelam os estudos proíandissimos d'»lD howem áe
gofiio. — Mas como se trácte de simples relações fo-
gitivas , d*impressões recc^bidas, de scenas preset^
ciadas , — se o viajante se esconde , se não é elle o
que nos diz : -^ «i ft , — néga-se fé a informações
d' um terceiro deseonheeído , e o interesso de nar^
rativa esfria totalmente.-^ Por dot^ séculos, «amais»
Sè gritou contra Fernão ÈRndu Pinío , ou quem qner
que foi que esci^eveu o seo livrO. accusandOASed'eni«
busteiro b homem , que pareeia eseamecer a posteri*^
dade; mas ellcconlluMOU a ser lírio, nio só pelapro-»
príedade, e cópia de termos, e flexihijidade do es^
tilo , senão porqôe , apesar do maravilhoso de soas
narrações-, custava muito a taxar de mentiroso o e^
criptor, que, em tudo o que dfzia , fnvocava , eoiu
scíJ^rança', o seu próprio tesiitaunho.-^ Hoje o sen.
credito se acha restabelecido.
Entretanto é fbrça confessar que o^orgolhoso deseja
de. não repetir o qtícontros já tinham escrípto, «
supposta necesárdade de crear puttentros n*esses pal*>
Zés*» otide ba menos d'nm secnlo se não ftodia pene«
trar sete 'perigo , a tentação, lio faUl e t«o freqnetf^
te , de sacriOcaV a viérdade real e sublime das coisas
a pensamentos ingenhosos « reqtiebrades; teem encfai^
do paginas e pagrnas de noções falsas sobre os povos
oríentaes ,' que habitam útsáe o fendo do Mediter^
raneo até aos limites do império cele*)tial.-^Reciic^
dos alpestres enús teeín sidii embalsamados d^planUs
exquisitas e reeendentes ;•— dêèertos atyratadereà
povoados de arvores pomiferas , e de ribeiras eatf^
daes ; — a bè}\rr.9r Plural áo sóio a<fâl(<fràda r — e .
finalmente , a sua riqueza toentld^ por èspeenladorel
sórdidos, gente para a qual o lAundo nada tem de
real e positivo ' senão os meios d^ enfi^rossoren os
seus cabedaes. — Basta pízar o sóio úoBgjpko, éè
paiz éa eUrAiãmáé , coíbo o appellida €kateaubí^áàd ^
elB cifjóS monoMenids está gravadii a hlàtoria dopas»
sado, que a 'torrente dos secniõs altida nio pòát
delir, — para no* leonvencérmos da ÍDfldéiidade
de 'muitas pinturas , {»osCo<]\i6 anctorisadas , e beee
capazes de seduzir pela forçado pim;el o naturali^
dade das edrês. — '- As fantasias do poeta e as inspi-
rações do artista nio se pódemr jamais encontrar ma**
terialmènte tradusidãs em toda a sua pfeniii/de ; -^
a natureza , e o grande 'idear goarda» entre si umâ
distancia incommensuraveU '
Hesnihfda hoticía das localidades, mais otr^nvenos
destnvolvida , segundo o tempo de'q^e podemos dit-
p&r fiara o seu exame; — accrdentes de viagem; —
informações estatísticas de pessoas acreditadas , é-
cerca das terras, em que nasceram, oU residiam, na
eccásião da nossa passagem ; — e a menção pif rtlenlir
d*algum ponto notável , por seo interesse histórico,
tradiceional , on arcbeologico ; -^eis quanto ousámos
offetec^r á reíd acção da RMita VMr^iaí Lisbonense,
abaMnçando^os , de raro, a'ftillar dbs dsos, e cos-
tumes de povos, por entre oi quaèé não fitemos nars
do que perpfassar. — E não desaproveitaremos traba*«
lho alheio, quando tenhamos de Mememoràr o'quee»-
tá ditto por ingenhos'-mafs s\i bid os , que^[^éram
óbsèrVar d*espaço oque' apenas nos 'foi *Hado rcian*
cear, ' - ^ \
•Ot artigos áerSo taiKo^/qnaalàsitsdesMIMhrCiaçfcn
REITISTA UNlYERSAIi LISBONEWSEi
569
tfVkú Ít*?«ino* At ftizter p«ra tomar poos^du em terra,
•léfo das deMripçõe»: das frrandts cidades » em que
nos deroorímo» *.-recro artigo eapecifll nos ecciípar*-
snos-, p«T» oonhccittcnto „ e ulilidad* dos que tive;-
r«m desegaér « mesma róU,.da8 diftamhis entre os
porttoB • despesas , aceommodaçõet , bagaj^ens , hos*^
pvda^rías ete ,.eom as alterações, que oHimamenl«
«e lem^feilo pos preços das passagens — antici^ndo
só a*^isso a tornaviagcm , que » a seu turno publica*
remn*.
' Partida. de Lisboa a 30^ de «gosto de 1S39': pelo
Hi^iterraoeo, Egypto . Mar-Roxo. e Oceano* Indico.
—^Chegada*» Gôa a .^ de nevembro de 1839.
. {ila»4lÍQ La^ramg^ Moni&iro de BúHutdã*
mmkt
TOXRO alQJMTm,
3*66^ Ani^ata' meia* liisbosi alvoroçada- eom r^ee-
perança que um jornal lhe dera de^fer no campo ée
Sâírtct» Am*a , naP t»rdc de domingb, 7. o ma4s fa^a-
iiboèetCMr(^ d« qtie b»via^^a>emoría . desée* os^d^Hèr*
cules e Jasão. Era gigante na su« espeeie, <fue nem
«•* òii|tr«>», nem c^Mtfpikiòs- se )he avi^inhai^am^ eTiria
IãsiiMo bavia annes n'oma lesim do Tcjov por onde
e appcHidavam o felis inêêpêndeníéi O arraneer-d-ali-
ti t trarer á' c4rle esee itidovnito pbil^soplH»- er a faça-
tiha só.p»ra Aleides: concerUram um plano d^e-cam-
panha ainda assim arriscado e executaraiii-n'o com ta-
•ientf^. Affiig«ntaram-il*'0 dés seus estados (ndo stfbe-'
«MaoAmo) centra a^betra do Tej«'* conseguiram íb-
ftel<o 'fugir piita a agua , e lérgo^que perdeu péré&á\'
veo accudiram bároos )á* para isso app^relbadds , \è-
^rviaHifo por ambas as pontas e^•^eeondlfii^aàl«Ln'o
fisplivo^-e embokulo para a*inàr^em. Do sen ilinéràf-
woat^Lisboa falt»m-n^' os^^pormenore^v massacremos ^
i^e ni<^ seriara de grande monta.
HiT«« três dias(|ue era- cbegiado^ qmindo opové o
'vio Hh- do corro e lhe fegléjoii o vi^liiioe eom*esfyon-
dwas palmas; ma»^ o volume foi t«do quanto n'etrè
liMTe para festejar. Obrnto, qnenão^enedntrlra enti^
a«^s«aa>«|ioçdo» de eontracto sooia) coisa, qie se 'pare-
cesse com o direito de o irem arrancar á sna iito^
•iHKsiva feiíeiéade^e de o obrigarei»' pôr a^nle a ser
«Pttoè piN^a diverti» a «alguns centftt>t de. mandrio es q%i«
Me iioaca i^iita» tmba encerdbado tio<dev4rasv que,
desdoa primeira iiona do seo-«ap|^iveiM» • nutfea mais
•«oméranemtoroára a^mòsltav > sombra sequer -dns s^ns
•atívos e^stlvestnes^ brios i o caso* era-para end«idec«r
•ntcair en^^demeoeia-: o nosso jf<^lir ind^p^d^^-caí-
«a «oi/ demência: delvaMetoda a manhi»qaa preòe^
<deiB a^^espaetacolo sa empnego* em o èspioaçaM» e
aturdirem; debalde na praça o far pearam per'lodos-
•és iadoa^ caòa r à ^nuii^^dfbboliw» perieveránoa ; a > todo
resistiu aooMise-^l^a depedra'*,^— 8e«]bé cervassam^ae
•poDias» CMMMSao con» elias» p«d«ria^ aer' a intgamde
Jim* eataiG04
. I>e8engan8daa*d» qisarnio era possival tofvial-o<€e-
rof eomo baa. parto doB> espectadores » manda^adi-n^o.
•aeCirar eom ignominia t)-^i-ae> jamais s« tom»*» vati-iMi
aoa jnsaia do Taj«> fjpaando^-habilidada^hio^de^tertos
(^ne periawiaiMio aittvar.Mi loftal^ saírew^d^^iâaon
A tarde com todo, apesar d*ostt agnamentn do gos-
to , não se pode dizer que fosse peca ; um dos me-
lhores capinhas fiçoii com . um braço desmanchado,
e. quatro fioniens de forcado com as costellas dentro,
ôu pouco meno».. —; — .
OUTRO ESPSCTAOtrXO KÒTO.
3157 CoaRB por cerlo que na corrida de toiros dò
próximo domingo, no mesmo campo de Saneia Anna, -
figurará o famoso gigante hispanhol que os nossos lei-
tores ji conhecem.
Se assim for, terenuis provavelmente outro escusa-
do e deshumano passatempo como o dó domingo pré«
cedente, porque o gigante — homem ainda émaís pací*
fico do $eq -natural que o gigante — bruto, fàllo de for-
ças corporizes e parcce-nos que também da ligeireza
indispensa ver para similhantes exerciciós : mas como
todo jo empenho é ci^var biem a r^de para pescar coq:&
que^ encher as trincheiras e a bòlía, aCtentã a credu^
Udade do v^ulgo- néscio e ocioso, ninguém dfráquá
não acja a .coisa muito bom cal&uradá.
TUC^ORAX. .SK AMARAlTTir.
3Í58 0.â7'ãexunhb amanheceu para Amarante tol-
dadit e carrancudo; com relampajg^os e trovões. A^sím
correu até' ás duas da tarde: então estoirou uma eSlre- '
pjtosa bòmbârdáda e caid um raio nã antiquíssima a
de toda a província mui festoada egreja dé S. Gòn-^
^glp^antigp. morador. da viffó e auctdr, segundo as
chronicas • da sua* famosa ponlé. Gzimborio e telha-
dos do tcmpió ficaram estremecidos, e comidos todos
os doirado9'd<)s altares, retabuiuse' arfaras qaen*ellb
havia.
V6 mesmo dfa por tarde desfechou ontCa tfovoadá
sobre os visinhos campos de S. Simcio , no concelho
do-Soalhâcs, dé que ficaram muitos lavradores com as
suas novidades perdidas, e uin mocinho de; treze aonos
morU). . .
^^ ' mm^UjÍz; bs irsiírxcHs.
; , . (Carta.)
3)159' Ê(:rAX ao refsi-ídô^noarti^o 3110/dâ líHy--
tá fcií o horroroso espectáculo qtic Peniche tamWiii '
presenciou na noite' dé 20 dé juiiho^ p«lssádo. Hlhiit^rs
embarcações que por causa do insupportavel nortío es-
tavam abrigiidaf 4»'esla Península. di^sde^ dia f9 lar-
garam ás 9' da noite com nordeste,' e o "mesmo fez o
biate p«rt»faez'S. Josá BoaUisiio-, prbpriedátf^ do
Sr. ARlonia Joaquim Judioe, qvefa daViila Novade
Portimão comi darga: da axeite. cereaeli,.e ontrbs-pro-
doctaa do Arlgar«« panado Popto^ £s|av» tndo' de ven-
ga d'aUo, e treco aaríos bispanhocs jár aeigiiiam : eis
-qéeda lispente desfecha a trovoada , sa4la«o« vento ao
Sttdoasta, e leva o diloj biate «ontra os coc|)ed«ts froii-
leiiroaj Par duas^v.eso» saccesaivas o procuraram sego-
rar lapgaado* duas «aaaraa, xnjas correntes* lofro r<s
-banlarain , o fai ioevitaviri a naufrágio. O Sr? Pr»i>-
eisoa d^AiSsiE Jédiae por>^atitre:vquaUaa daiisés. trevas
vaio- a terra buscar. auanli»? .a Iripulação saivou-se.
Indo a mais,i. enbarGBçio a €argii,« se porden, á eaee-
pfãa da ijinta aet» pipas de* izeiie. 0^ hispaahoM vi*
ram-se 1 muito afflictosi e cotti nvita^difficoldado cba-
garaiD.a mqnlar. orcatba,.,
Btoióhe a dejuibo - • DeY. etc.
,da. lM4y.
570
REVISTA U PriVEHS Ali XISBONBNSE*
CHÁ VAV
A&MAOA voa UMA
eATBAXA.
3160 Poucas t«rras ha que não tenham soa balda
tradíccional , uma alcunha , um apodo , um dichote ,
cuja origem c explicação inuitas veies se jjei-de nas
trevas do passado; Lisboa tem osèutiotncmda^ bplas,
o Porto as suas tripas , Povo* o seu ctira , Friellas o
seu padre Julião bo a sua bota, o Algarve o sen abril
€.4» mei ^e "ha-de vir, a Redinha 1 sua septiitura dé
Pilatos, Olhão o seu orgam , etc. , etc. « etc. ; seria
uma curiosa obra para Tazer ò investigar taes origens.
Õs da Trafaria não Unham ainda nenhuma doestas
baldas, a que nem os que as atiram nem aquelles con-
tra quem sealiram, ligam idéa alguma exacta, tnasque
Iodas se dão e se recebem coroo affrontas, que miiiTa)
vezes produzem desordens , e desordens graves : maS
desde a festa do Espirito Sancto doeste anno, que lhes
▼á lá alguém perguntar — se Já letaram a nau a Paço
d* Arcos — e verá um temporal desfeito de pancada-
ria. Ora eis-aqui a explicação para osftitaros origina-
dores de anexins.^
Entre as peças, que mais haviam de brilhar no fo-
go de vistas do Espirito Saneio dePaçod*Arcoâ, avul-
tava uma bella nau de aTgumas três varas, tocfa pré^
:phe de bombas, foguetes, pistolas e todo o género
de artificio pyrotecbnico. Estava já assente na ante-
;vespera da noite , em que tinha de correr ttiwmphal-
noenle sobre as suas quatro rodas para combater con-
tra um castello e contra os espectadores mais teme-
rários que se lhe achegassem • senão quando sem le-
vantar ferro héni soltar panúo' désappareee emqpanlo
08 feftfiros deitados nas suas camas sonham os belios
cíleítog de tão estrondoso combate. — Foi p caso que
alguns IHã Trafaria , vçndo a nau desguarnecida «de-
samparada , e captivados da sua grande elegância ,
Vieram cálládamentè pelas trevas, carregaram com
ella áf costas até á praya e mettendo-a no seií barco
a trasladaram para a costa fronteira , onde a conser-
vam , segundo se diz , encantada para àpparecer e
aervir em ftsU de S. Pedro, quandp çrs annoa houve-
rem aiQortecido as ódios ofi tornado possível alguma
'composição entre aqucllas duas potencias marítimas.
« 3f6i « ÁBBAi de fama adviria, em maia ét[
'«ma bcoasiSo , o gaitado , My.|^raimanle eoéhecr-
-do pela nome da Paío,-«4- nama qaa ella aafaonran de
-addiaionar aoa que detia ao i>aptísmo a á família :
•élo é mister iiaFrar4fae:a Variada biographia.
'\íi*m O certo é que. o neaso .harioe» em dias de abaaki-
-lutísma , provavelmente inspãnado por alunem perte»-,
-ceple a qualqaer dos appostos partidos d 'essa epoeha ,
-eommettau um dos aotos d«.maís espantosa ousadia
-de qne , desde Codro, ie taiaravilha ia hislorâa doa bo-,
mens. A horas mortas , fttrava^saa caotaloail a aldade
,tacíUivoa« com om pequeno embrulho d eirarxb do bra-
nca * •tremewlo f omo. raras veriles ao aspedto de hoh
-nem , gato / olé ,. ou orealura vira: é porque na rea-
lidade ptqiaetira nra :attentafdQ bediondo.
fn Lá se encaminha para a fuadiçio. ... « pasFa. . . .en-
tra nfinampÒM repouso. .. . chegada^ao cOfr doaiAfo
alba sobresaltado emtdrno a si ; o sílentaé^Ihauinspi-
fa^animau íi.éíifàk^f9ê*mÊ' dirésçáo da viuva , e n*iim|
eatadn da eonvalaão* a deliria' fabril.' toba. arrdíata*
lamente .pala fataj aseadinba ^ aaoa t^ myaterioeo eni-
bruiba^ de «tab a braço, a pendura-o na f^kea.
icTal:£sí parem o Urrar, que desde lega seapoderoa
do cffpiriia.ila man9lrO',.qtfa, ptinginéo^a a eonsci^n*
eàê^ as iaaçaa o ttaíram* fugiv-ttia o Inme dos olhoa»
e d«soaU' maia rápido, q«e<subira^ pots« aem mais pôr
pé em dagráos 4. eaia detenta allura par. terra, a
èem lentidas.'
o Não é sitio aquelle, que por divertimento le fre-
qjiiente:; ofcm é aparar adin^ar que quanda . pasiádar
hortfs, ' a viraçia 4a madHigatía cbegau, o ciiminaso tor-
nasse em si^e sa aoteme Mída só, em tâa deplorarei es-
tada» aam tão.aleíiador logar. Deaappareceu, sem qua
ninguém Iba^fame.na-cóla.
o ; iMías no dia seguinte a capita] inteira estava cbeta
do acontecimento da-noita passada! Desde o Paçoaté
o Gaes dos Soldadosnio safai lava n'outra coisa, e
os homens politicos amontoavam cálculos, e os tribu-
naes se preparaiam • p»a , em aeoio permanente ,
prescrntor a iamit^ , o marel . aa ramíAea(pef da lio
ÂnaudiAo aoentecimanto.
«.Com effeito o, que se encontrara na íôrm fiSra nma
cabaça de um |»<o r0al, com um* diaticaem rada : ar
ffa^tf lavi^^m morr«i^«
« O procesao foi rigorosísaimo ; . o gaj^a foi eaptura*
do, a .permaneceu moitas amrof na cadeia , san qua
nunca compramettasae as saaa cua^lioeft , . que certa*
meate;oatiAba» aaguindoa opinmageral. poieatemem
não tem apparaneiaa 4e Mar,eial; a sevi goiera nio4
o epigramautáco.; -ir.
« >ão nos sobra espaço para indicar muitas autras tm-
eiídantes d^aquella avispturosa ví4a. Gbcf «emas aa caaa»
« De^ibraUar, onde ultím^menie residia, regrossa»
Puto aa Algarve -t d'<mde veio aU lisbaa.
«JHa na calçada do Salitre uma casa má, pafviena^
á mal-afamada .* . esta €#sa pmienc^ a Mifo illvm^
des4«.o, tfttpoam.que fdra. baUeita do Sr. cansdhni^
ro Castro. Diogo AUpes « -que sempre tivera teadeneia
para q aexa, esjbabeleçéra alii o quartel ^ncral daa
sui^ operações amatorias ; lá tinham mar ado .va»
rias das s«mp predilectas-; e é fama antiga q«»e » ailá
se çoi)S4iunaanm crimea , e se aoham aiada tiiesaaroa
aaaiilt€s:He|p.toda a calçada «ãa^ba quem o p<mbaea
uluvida* . • . .. '
>«£ todavia banaoitasamM)» qae a casa se Aio alaga»*
va, porque até apfMireceu qndm asaeveraase qaçia>i»
k: se ouvia, ao. bater da. meia AOÍle, .uma rostolhada
aagaida ú% uaS'.gfmidass»4u4o'mtt»tosabrcma«uML •
<^ dqsteas^o i^lo.^ chegando: a Usbaa*. aoeamtnboia-
ae lega directamente á casa amadáiçoada ; achanAMi
-cem eaoripias^^ < nâa pade aoater . a alegria con. qnw
•interrogatt. as* visinhos sobre a.maaada.ile senliQrfa, a
i]nem immadiatamenAa Iípí alugar a.aatígabaliitaiçii
4e ãHo§9 Álve^
«ifintren lego de .posse» e doda. a .vísiabança ccrnsi^
.4eM>va cam ierpor eats.singaiar fkersanagem • a tal
ponta que cboveBAm.as.denonciss>ao.adminiatradsrslp
bairro, o qual deu as competentes ordens. ao :ra|g^dan,
-pára se vigiar a homsm,, ia casa. ^. a.qaain lá enèrasse.
« Loga na primeira noite ae oaviu^iatiucèamentanma
faulba «itraondioariai apesar -de niiigueaii ,;:aenãat)Jim>
'Olrno, para lálatyaiiiffatín<:> lemfn' BM^tolladasiiieiam
anabadiydaa» .iet:depíDs,/uiaQaia».iDe dia^wímam^si omis
leve motim. IVa seguinte noite» repetição da estnlMlp
RE¥ISTA UMY£R&A.Ii . LISBONENSE.
571
4m véspera. . . . Ficaria o bahrr» deserto , se a aacto-
Vida^e.criuias^ «a • traçai.
«Foi-se pois a casa do homem» ifiieaeeiícootromiiuí
ftai;efa<kune&tft encoalado a umapec^ena meia.r iiiu-
minand^ Saneio Anionio. Pas90u<-sa a pesquisar asua
iQorada, e «cibaraas^ae em .divetsaa ponios d^çHamuír
tas iaboaalevaotadas, te«to,iaobcado réio, paradas es«-
burac^as* etc.
• «0'bon»eaii dii que émineira, e qaa andava faxeado
•Kptrieaaias rainera)ogicaa. O provável, « qiiasi car*
V>. é que aos seus 4>iiirido8 chegou o ba^Un 'garakaen*
W .acfifedíadp im> liaicra , -dl» thesoira^; eoterraiioa.t e
WoHMíatai aicargo de explorador. lia;lvei aléo compa«*
abeiro de Biogo caiara, que aecaadiíi paraHispanUa,; a
iâreasedireptaoit indirecUmente cdrroèavado, n^aq^oel-
la ephlÂãa* Taolos.índictos porèot nia sendo paradas*
priesar* a ajutilor idade tem ooatiauado.o exame, qua^
Dada produsiu a ioda , que coDÍirmasse aa eoaxkig^a
dos crédulos.
« Pato, que eaiavepEesa aos dlax; *lli boutem rasU*
t^idDíá Jiberiiade.i»
Bestcmrofãa dê'Q'de pmho.
N. B. Por .falia da espaço se lem detaorado a pu-
Wlbaiçio é'esie artigo, que se acha aoaipoaU) faaifaa-
$k deis aaaxes. i > >. ^
(Carla.) i -
'. 3j[62 «MoaAemViUaaealdeSaiicto António a» JkK
paave i)omtogos' Marlina , a quai ien de edade 101
attnOs; é aataral de Braga te foi paxá esAa villa da
adade da li. Aioda trabcllia por seu officio da capa*
laROf usando de ocaloa sem as qaaas. puuto vè. i>iz
qiua sónunAe se lembra deter, padecido por espaço da
iH> diaa em*caaicqjienGÍa de um ^denteque ihe ihrois
uai barbeira miiilo bêbado e ignoninlei Caaon seguiH
d* ves en 1838 lendo .i^&«annos de edade com uma
biapaahola de 40', e d'ella bouiw. um .Hlbo.' Qqaodo
aatava em melhores aircamstaneias almoçava pão see**
CO. Janbiva legumea e peixe- e inibia com a mnlher
«m qilanlilbo de vánho^ a á neile. ceava papa» de mi*
Hfto. AopFesTDte aiimenla-se^om cebolas.^ cduv^es^cruaa,
* tomateíi aom paov ^Andi direito, sem acxr eneoatodo
a. bpadãa ; trhhalha ainda até de noi4e; deita^^o ás -9
baras , e iei^anta-se- ao naaeer> doso) ; luna tabaco »
a'lem:peFfeiÉas as. suas lacaidadds iotepleeiuaas» »
, Dá^me de Villa Reai* da, Santc to António eala-notioia
^ .íStw .Frima • dá €aata fiHpmaries, •*- e tenho maât
to praser.aaa a.tnmamtttir a V» :• de q«em aoaa com
ioda a. csnpidbníçio^ «le^
>d5 de junbo
da l»M. Mo MàfHiia (kk mw Ixp$ê.
3163 Ma aiBiA^Mla de-^ paaa ildaeorrcaitev.tei
«rfflda da aenvíp/iqoorpor: dsaas.boraa aoatnmavd ir
basoar agna awabtafarix do Lorcio, e que ilado naa
anas.fòDçaarau ao Hfesto -da.iitiBMdaçio qneoKSuaa
bravatas e ameaças nunca deixavam de prodiitimaa
outros concorrentes á iHoa^v enchia sempre primeiro
ainda que nltimo viesse» .euconiroo n'outro moço uma
resistência ^inefperadà • porque checando e ^endo-Jbe
o barril já meio . e remoVpndo-)li'o para collpr ar q
sru k.o .affian|ad« pagou nell.e coai um braço 4aci-
dido a lb'o*atirott por cima da cabeça pára omaíoida
calçada. Enfurecido com esta onsadia leva da aaão e
lh'a assenta na cara , e , investindo com* elle arca per
arca se prepara para o lançar ao tanque, mas em tão
má hora, que uma faca de popta, arrancada a aubitao
entre o lutar peio seu adversário ; o atravessa ; fo*>
,ge a a^alador; o assassinada corre ainda sobre ell^
dando a voa de ladrão até á bpeea da rua da fyymrq,
ande. aa forças o desamparam e cae.
As patrulhas nMmicipaea» que accudiram » só a
aabaraai a alia^ n o fieeram conduzir em maca mon
ribundo para o hospitaK (
Axoaxs sroitTxrsRos.
3164 InvcTO afl. Goa^>a da Saneia Aom na mes-
ma noite , e pela me^ma hora pouco mais ou menps «
dtz-se que realisava o cíume outra similfaante trage-r
dia.
Tm namorado (desfavoi^acído , segundo onvtmos)
espçrava á poria da sua dama o sen competidor a
quem odiava eomo a rival e como a feliz; vendo-o
approxipaar-sc precípila-se sobre elle, apuàhala-o a
foge.
COKO 8S »Ó]>B StriPPRIR' vAtA BAVBA '
BE teVSXCA.
'• >' i . , . . • . • »
3165 Os ptATicôs em.CHOcçõea daarrayaaaaabem^
bém-que entre asi obrigações do malrumen|al ae.aoiAa,
como primeira eindisiKnsaYelr a it bascas aa véspera
oa cargas a casa dos fealeircia que os afferaaom» a
ir. eatrogal-es no fim da graade noite á .pojta daa
de^Dl^squeosarremataraa». O lerreirade JSanelo 4»^
tonto,, celebrado mo largo dia fiarroo no aabbadoeDa%
mingo uIHaao , bavia aJHStado ^ nasicaa para o aett
coreto; roaanoajttste; ou esquecera ott ae ja^gáKa sor
perAuo efifjeeiftoar os triumpbos costnnaadda paracam
es ear^Sí. O resultado foi, que chagada a hora desf
daverjem ár bjiscar^á casa das oflerentas i rtude desda
o xabimba > até o flautam ae loveateq uniaono dadsi;
rando que-i-nlo ia por aio ter isso ' entrado upafuar
te. '—Cidadãos , costumados ao da ré mi, naè execo-^
tam senão o qoe está pautado : argumentou-se-lbes
com o uso,.fieàpnnÉaram com .o contracta, instou-se*
lhes com a decência da festa » replicaram çomocqnv-
modo das pernas, ecòmeçaraina tocar a 'ctiioonenna« :
os festeiros , que se n§o havi^tm de pôr no meio da
rua a esgrimir contra as ferriohos e a requinta, ttve^
ram uma iDsplraçSd de expediente e ao mesmo tent''
PP de vingança , que ha-de ser por multou annos ce^
iebrada no visinhe cdafariz e em lodos os dá capital :
— mandaram vir umá ^aila de fblles^, foram com ellaif
buscar os cargos e« com ella também no domingo i*.
meia notte , posto qtie os artistas còDIgados já entio'
houvessem desistido de sua insdciat obstinação , cont'
efla , com á mesma gaita de fáTTes , os foram entre-
gar de porta em porta aosarremataiitès :•— a gaiteiro
ia mais inchado que o prot>rio fullc
- 31«6' 6 8a. Manuel Itmocenrio dos SaM^s» it»^
sígnr pianista , haepáala e con^posilar mnsíco ianio sa-
gra d«:;ciNQD profano, .á^uba de ser honrado por 6. M«
eom 'éUitnlo de meatcadie piano doa prineipea, aeuaf
\
572
REVISTA UNIYXRBAL LISBONENSE.
Odr. Daflcli p^hla -mesnía *occ*silò foi nomeado pli*
nífta da real' eamnra.
> . Amboia este» proibsmres mo bem coiibocidos pdf
Ioda a gente de Lisboa , e de fsuna pela de todo i»
reino.: qualq^ier- d!elles, ou de alguns dos ocitrM
que abi temos illostreB discípulos de Fr. José Maf*
que ft, . poiieria st fosae viajar por essa Europa Ifrtib át
uma vez para sempre a certos pianistas ambukmtes a
Tont«de ée nos virem mostrar come se toca : o que os
nossos. teem contra si, ésó ofaierem menos bulbalan*
to Qos pianos como nos carlaxès. . •
3167 Â^ucjjj: i^^destructivel boneco^ verdadeira
Phenix do Sc^bral' do Monte Agraço . de quòm fíze-
nios bistpriJi ^a ItTtigo ^Úi : ainda outra vez.ress4is-
eiiou. , /
/ O festeiro Affpnso. que em menos de 24 borasta^7
ta^ mctamorphq^s passara, mudado .primeiro em bo-
neco de foj^ue te iro , dilacerado e estoirado por elle
mesmo, depois ,em boneco de palha queimado pelos
Tap^2itôr por dLi4jlimo« em i)oueco de j>ajpelão sun^ido
pelo Padreltfàrlins ,, viu-se no sc^uinte^domingò mu-
dado ainda e affixadó em uma esquina, como boneco
á% piniáfá tM JM^neeo edé«al.'
• ' €otti i^áiè iml^c^nado de Sie ww atsin rcsurgir é«'
gavMàcio* l^adfe .HTarlifi»; (onde «iippOMra',.:fU8 iu
aetemm^ j«fer4«)' ftm tomar 44^ ti^Qlaf ões d'esle
mimdo, âitig^m^êè a o«sa d'elt« íptfra se q uaíiíap d»
fti^raiitc» viotâtçie^do Um septiUbM: em legar foré»
do padf e , kit«i{-9meiiU ^spede »tf malená , enebu-^'
tmiocem uat s«MnlM <tf^eli#,w ai 4|«em f«r iMsf ra^
lOés: aitritai» eiU «o»^ quarta >app)rriçiO': tik.iiea»ltaéo
íoi p«|»ate«i^ á <in4ia, •€ depois de al^nt socoosde
parte «^pdrttov d«fr-e de^aveilt trado* Affoáso de ooa-
fdê dm^éttb regfwáta, d^onde, já^sa vè , q«e reKSiir*J
t^ MnpaMiwcl fM#a<eoótftti]«r até ao fim; esto neli €a<»
dvrie dfe^mn gag^ra oei^tamente iBa»diia.
BBirÉI «lo*.
* 31($8 j^! mwntf geralmente sentida áò jSr. Van^
Zeller, ji^^cj^bofcntil-pessoa. (Jjb e?;c cl lentes fluàUdf -
d^s «num|i^ro9i^^Ígos, foi seguida de um ácohtecime^-
tQnao.,unicoifem.farissifflo, porém merecedor (ia.Gçar
mencionada n'esi« folba. /
Um cão» seu cQnipàQh.eiro nos passeios e cacadas
^ qpe a^niia o serviu na uUima cm qúe o excesso
da fadiga :p calor originarap a moleptiá qiie em poií*
çps di^a veio cobrir de luQto uha boiirada fa^^ilíáí,
^epois de ter sido inseparável dó (eito' do^enférq^o ;:
baver [presenciado com to<las as luosiras, de cpnsterha-
yío a sua agonia e passameiito « c tpdos os preparati-
vos paili á nltima Jornaida , açoiupanhou o saimento ;
entrou no cemitério,' viu' dar' o còrpó aterra /-^è
quando curiosos, convidadt^a-, amigos , parentes, sa-
cerdotes e por i^Ui^o os. iw«veii:Q^«^U)dí> havia já de-
sapparecido , quando , no fúnebre Togar ao cair da
m^lte, n&a pèr^iinecta senM aqniiloqoe^ó Ikiolèkto-
ptra iMincB oafinados, que^são.as pedras lé aai çiprcs^
teis ,. eseartóu sobre o sepdtelK). recente •qftamla Ibn
llastasse para'^Ie tanriícçi .ficar. e dcilau-i9eí.i]àettfaa
por elle passados dois diaa : agonisava já , Dãa Um
restava de forçaa seiiia o indispensável para moatrar
a sua invencível repugnância a desamparar a nova
pensada do seu anoíigQ;
' Se é licito, se é jpsto , se é rigoroso dever Mri'
bnirmos a um animal aasíai um crepuscnfo de inten»
dimeuto, como Um^a»^ necessário c«ieed«rmo»-tha
uma eeru ineiftaria do^^oeraçio» que poéticas saada-
des nlo deveram occopal-o n'essas longas barasdeso*
Kdfio é sétericiosas! travas ! \ comof o pio dos pássaros
eesasorro daa piantas lhe avivw^m aaidéasdaasiiaa
caçadas e do sauèa^ador, dos senâ' catomans iraMboa
a phiaeresl -*-Qaem podasse. adjVíAbar ladiiã -aa mtn
góados a«norea, 'que da eertò lhe fer«ia« lá deiilr#
a qiiev aímtlhaDies.a aaa renena acai-vo consaanam #
v^so que. os aodiiiiba , e , advinhando«^s . as eser^
vetse-^á fè , qua evohería ama pagina deaMiiio no-
va e BMiitoiòpmasa.^eaia paca aBJaè^goabat e instrair
a >HMiiloa homenf •
OB-via
3169 Da Tilla Real nos escreva o §r. S. iiii tonr-'
rendo fáctò passado a ^ de junho ultima entre o la^»
gar de JkneMe « a «íHa d^ Pro?éaeiid6.
- 4Í;^Ainkajrspii sós da iri]bi.para..<o Jogar «ma v«Jbc
viuva com uma Alba na primeira flor da tnatidade-^
que era. pela sua honestidade e muitas graças, a so^
berba dos seus cabaAél Ifrviancoa; a alegria das seus
olhos e também a esperança doirada dos seus derra-
delrM <diai^' £oi sítio «àsbiiao e embostada^ sem visiiiiha
liéiá pàsáageiãoa esaa (loaa , <Te]ieiita-lliea d^enlra nis
maitedia «n 'homem anjo rosto idaaconheeído as ^bra*»
9alta ; -^ picam o<passo;| aefaa^atf cfaamânda: ^^ alcab-»
^ms ; -^dete|nHi'a$': ^-«-fiBa*4beaprapo.8ta$ mfàme^.*^
AmpçQ não «ora > anifi, a a|çarra.^el cotivslsa àobrat-
eo ^a roiet esU pérém (alé «va ittptaae defende eona
fawa a aaa f»#ole) rebate aom termos jamre sv^plécatt-
tea e aaMa^dí»9ef :«S'CanaitM, •asJ0#dena« asMAié«ia^
cias pereaitiM^-iaa da ooitasda saHeadar da irialhffipes-,
da detefrvin^éa.assassim} da hóami «da sonacanoi»?
aaa prâmeivas daãéiaa «e^ajaqclan no içab-anitfdamtfl-
vado'^?a$ 4ta<!viii9ança':-^araancá aoaalfaíâha.dalai*
matenMr^;.'^darr.abíi laaaa foaea • daféioois ; «^piAcMni
ah^slar a vtfiima parai feita dbi^ntnho-: as duaa inc-
làni. e^riiaÉi:; ^-^0.90^010 td^tiaista a daaespâra; oa
gritas (d ínln*idaiar;<jé>tan[ipai:coarefr-sè algaem aabr«b
víerv iiiais6 a<|>raaa Ule babará «seapado aiaa.«stá^par^
didó. ««-^^A eapefM|a de «vealier jfi «d desampara^ a&
UM.fica «de vingarHsec.isyuihala m filha 9<4avtab«tt0to
VAflseaAeiei^s^pneã. a játfãe; *^« dasa^paraea.
. Uns cavadores, qae por ahlaeartariín . da panar aám
hora depois , foram ps que descobainin esla qttada»
asp^niloso; -*-n ddBiAs|llL esfeàdida sem jenlidas>fi'nn
charco do seu próprio sangue; — a mie debruçada s»-
bre ella aèftí áêt accéffdú da vtdar^aapiMkMha aa ia*
rsrins ^sia.una dai £ices« oom iaaibaa us.-Moi* "
;i LafBraiB-*n'as para a togar prosimorondcraèilhaa da^
ram tódaa as .ipoasiveia aèoeorros. Amâa.tonioa am aí»
aTespaite da èititeDcia dáfiUia mo maito gravas
' CRAÀTA. •
' X pag! 560 — C0I. l — linb. 49' a pbtaiê nSú miam tenS^
nttriz deve ser iiuo sâiam ftn&ê peto ilaríz. ■ • '
*' Na nèMaa pa^iaá-^ol.t*— lialr. 61' eaMrès da>p^*ap têa^
%»s<
REVISTA UNIVERSAL LISBONENSE.
573
EXPEDIENTE.
iratio», pela sim extensfto, i| retardal-o ainda uma a«maiMi. E»-
p<^ramo8 que a pefsoa » que teve a bondade de riol-o ufferecer,
Bot letcrará eate apparente desprimor.
Á segunda carU do Sr. ísidoro Joté Gúnçahet «obr» a se-
da, nada áccre«:eBU deMtetaada) áaua prlaieifa qne kojeap-
preseolamos.
^ O arlijro dn Sr. M. E. S. Almeiíia, da Ixiiinnhl, dXoqo»
parece asfiás interessante para entrar nos coiih»*cioientOf úteis,
tisto Comu a preconisada machína de mótti cuntinuo imagina-
da por um frai^cei e de que u6s falíamos , parece ter parado
em oada.
'. Q «xcellente eommimkm^ sobre a eaiXM êeommicm centrai
f6 por oio ter cbe^adu a tempo de ter covposto, é que
li2o apparece já no presente numero.
A autopsia cadavérica de certo jornal nãíf politica i na rer-
dade escripta cora úm talento superior, chíslem&o vulgar e cm
freral , quanto a nós, coto incoutc»tuvel jusliça. Julpamos po-
r^m mais cnaveniente nfio a tratar a lume : se o 8ãrri»tã veth0
«orna e aiietur lhe cliama e qae também nám eonbecemo», con-
tinuar a cartear, talies enl$o ; laiâmcs df> nosso serio e n'um
i^mer^ulholhiçpetrffiqtiemososproblaMaicDS miolos, cemo fa-
sem ás lesmas oi ^rs. Seeah e fítlffnreom do nosso artigo 9178,
— ' Cbama-se isto um patse de lúr§9 de leotinelUiqoc temaar-
áia cárre;?Ada.
' Para á semana daremos couta do qneixiime do Sr, A C. S.
fue iítm parece Joato.
. Por sua exlensão somoi.Qoaairangidoa a addíar aiada a poc*
|i€» vi^§eni « & AlarcfS , pelo Sr. Jeêé Freira ée Sfrpm Pi-
mentel , ati duas proveitosas memorias dos Srs. Coronais tm-
ma e f^ãrnlagen, sobre av/errmriaa da Fot de Alge^ e acar-
ta do Sr. A. J, át Ouréin.
' Pedimos di^eiflpa n nossoi feitores da forçada fnlerrnpçio
fáe XaMoot áa toada oaoional 4i* D. SebúsUtkhe^detejmda
: COPECIímoS UTEÍS.
jísfferiginios qae o governo sínceraineiite dtsejoso ,
comu sabemos q^uc o está , de promoTer a prosperi-
dade publica, dará » maior attenção ao seguinte mo-
mentosu t Argente artigo, quf jMssoa , por lodos os
títulos respeitável,' mas cnja mo<Íestia nos veda no-
hical-a / nus suplicou impríraissemos e commentasse-
ínos. fmpriroimos-lb.'o ; mas quanto ao €0fnmenl3r-
íno8-th'o, por demais seriamos n*esse trabalho: as
{' onde r«i coes do auclor bem alto faliam e tudo quê
ouveramos podido accrescentar-lhes — veses sem con-
to a todos os propósitos e subre toda» as fórma^ se
acha já repetido na nos&à folha.
MIMAS.
A preguiça morreu á sede , andando a nadar !
3170 .I<Aiic«-8B a vista por ea^e Portugal todo, e
âiias colónias , olbe-se bem , para os immeDSOs re-
cursos que de todas 49 partes a ProTÍdeocía nos
pifdigftlisou :' Tej9«fte odespreao q9«>de tildo ísle-fa-
f^eoios.— ^.e diga-se, seeratal ierra para ia I gente, 00
lai gente para tal terra : nio faiemos eaao de ne-
nhuma d 'estas fontes d« salVaçao , de vida» de ri*
^oe^ e de «fulencía : — de dia para dia e de liera
para hora nos deifcamos ^ todoleiítemente ir rolando
pela esparpa do precipício , tendo tanlos. ramos onde
nos apagar ; . tendo caminho» patentes e faceia para
lernar a «ubir ; tendo até «sas para. voar ás maiores
«•mj^iâlMK>A«#<.«Huras:.a e^igr^ph^ ^u^.prepMt;
moa , é uma carapuça que se enterra até ás orelhas
nas nossa» parras e ruins. cabeça).
Os recucsns . que estamos malbaratando , occupa-»
dos só em nos apuparmos como bcbádus uns aos ou-,
três, sio taés rectirsos , tamanhos « tão certos e ein
tãa incalculável copia, qvo seriam necessários vo-,
lumes, e volumes para os abranger: — por hoje sé
fallaremos e muito por alto á»% minas.
O HtcctonortodM Origine, escripta em Pari*# m ,
1777, no seu tomo $." a paginus 3». dià textual-
mente o seguinte: -^«Quando O» Cactbaginetes fd-
ram pela primeira vé« a Portugal , « |)rala éra abl,
empregada nos usos mais yii%\\\ %
Na bella obra BeavAiê da thiHtwe df9 ,Eêp(»sneMr.
compreendendo toda a Península , diz-ae na sita ior^
troducção, — « ser tal aqvi a abnn^Aocia <lo.f(H^o,.
da' prata* dos diamantes, das anàelistas , d<)t es^
meraldas, erísoliUs, agaihas , turquéia^^ jacintos»
saítras, ferro, chumbe^ cobre, minio, vitrieio,'
antimonío , . pórphido , jaspe , sal marinho « e toda f
espécie de mineraes ricos, qi^-mlnislr^ndo a s^us
habitantes . riqueaas inOniias « tentaram ^ cubica dos,
outros povos , e prepararam uma luta , t^o glof iosa ^
como sanguifMilenta ,, onde quasi todas as nações 4^
antigo continente , tomaram parle activa • e oo^e* po«
voa inteiros desapareceram, a . , í
Dii também a paginas 12. — a qne a prata e o.oi^
ro • que estas gentes fabricavam grosseiranaéi^e Ibea
serviam , pata os uios.mais. communs.da vfda«.«
û ofttra. parte accres^enta que « tm R^m^* • QUQca
o oiro , a prata e outros metaei de valor jbjyuMJ^^ran^
Unto como no .tempo enàqne^os romana cftmrMi)
aenhorea d'es.ta penlnsnU.4 » .• > • '
Os nossos antigos bistoriadores aio Mm ^dnanus
des n'este particular, tbegando niA núw^-^n^^
quem duvidar da riqueaa daa .noawta : DHnaa » .Winl
perdido o juísp; e que nâo é if^ira |a| g en^o., i\w
eile escreve, p — N'esta noU ún jum i#rdU#/ía<çor^
re boje miúta gf nte». que alias ae itm e«» b^,CMHfir
Ninguém anima os esforços d^s empreended^fus ,qM
eivariam o paii; é mais.lacil.de4«arei»''se morrer
na miséria do qne mo^eregn-se â*oi»dp e$tão, onaln
tendfsrem á boa lembvança que nào »eio>)traa^a.p^e
estrangeiros. .
, A' nosaa mão», por »« singular acaao. chofar^ni .
doas cartas, efcripta^ ^'este reino piNrn Coca por e%^
trang^iros ,a patrícios sc^ns • naa qiiafS: dep^ ^ ^
lecojowondar o maior segredo sobris o sei/t.c«nlbeii4^
M dizia : —^ V Eate país é de una riqueza incalcu-s
lavei en mineraits; eti1^s se enconttan por toda a
parle ai|onilaiii#Bie«te e dos mais preciosos : na. viai»
gem que eu tenho Ceiio |>or todo. o pait^ 4)iaca .bem o
conhecer, tive muitos dias de maretiar sem inter-
rinp^ãW sobre nhnas segoidaa; am<fai ne ohmai cavKllii^
pisou tanto msL^ tania prata , e por tanto tempo co»
mo aqoelle em qae éu viajava. Uma companhia bem
estabelecida se tornaria senhora desuna riqueza hl^s*
timavel ; juncto remetto também o projecto para esti^
companhia: devemos fazer tudo qne esteja ao. noss»^
aJcao4(e., para qi%e ella seja unicamente formada dé>
boroena 4<» Dnaso ^iz-; -é provavol qna asl^s p<»riiHi
goezea ignorantes nos façam guerra « porém se nó»
(como espero) chegarmos a montar a nossa compa*!
nhia^ nós oa diaitruifenios emum momento, contando;
«f ciomipanhiM ^rtnguezas 4|ne j^ se acbèa e»^
4S nov* IR. sBaiB n.
.^74
RIÍVÍSITA. UNIVERSAL LISBONEFiSEU
Ubelecidás. Incluindo as minas que por m nu pro*
prio examinei . eu tenho cm mou poder pma reUeão
de 4OT lod^s tirgens, que eslio na mio d'eftlei bolen-
lotes . ele*
' Para mais ajiidar esta thcurta • indohiicfa naeto«
naV, -accresce :^—i Primeiro, que antes qne sepossiaal*
ifançar,- o prÍTtiégio de ima mina, sio taes as solera^
nidadcs da lei ; as flautas , os' ifnformes . cte. de
^è pára ett^é flm éé tiecessiia , que cí» empreiarius
esmorecem e Jargan» tudo por mão : -^^B para. que é
rudo'iHi|uftlo? ^ni nada ; — dar ftança ; i para què ? e
cfiiandi^ eflâs liã« tõb Mfíceis , prliicipalmeote para a
fatenda nacional ; *i porrenlura dá^se Gançar á decima
qiie cada utn V^l?^ ^ naodc certo: porque lá está o
pred^ para re spoTxier ; omvslno deveria succedercom
as' mlnàs: é perciso pois* rêíopnhir a lei, cuKando por
estfts enfadotilMs e inui<ers d iíficu idades.
' Sêf uRdo% ilkatí^aila uma mina e dispostos para tsttxos
fundes necessárias, é preciso qrem a fabrique :. procu«
ram^-sepnr.1 tal p<*9soas praticas etntelligerites nopaiz^
é debalde, mandam-se vir de fora a peso dedinheíro;
^ma^ o que é -o que vèm T ordinariamente' charlatães ;
porque os borts^pt r lálicavi ; e como elles- sabem pouco
étiMittdTi impiindo sempre de saber muitov querem dcs-
íy^ifctAT, m«ttofn-*4e em vavallarias alias, gastam aos em-
presar Í(js rios de dinheiro "com pouco ou nenhiim resol^
taávf\ it^gúe^e li ^MfUi -desanimarem est«s : e' como por
dil-^e' 1^ sabem eonheíiíer fsCa« rasões. a'dtsaniRia«>
çao p^ga-sé^ (5omo moléstia coutagUrsa, e todos temem
axHHn' e<b'um ««goeio. que nio só lhes daria ganhos
éftoflnes^V mas até sahr^aria o pnk; < & .
<•' 1Vr« 'et iMr iaioid«Jr6riã| «got^vno<« ii íit teandar
tír aqui d'AllemaDha , ou- da ftu^^tia , humens d«
fèHIAlIftiitiibi^iitia prática em minetarogia i e 'es-
Ili^llèkrer"eaid4>lraia*>èiid6 la^s malerias'Sfc ensínasaem a
flindot para-i^oisab is<^dc*ve oJbar a despesas, por-
4|llil s«'tractá'ld» gliÂar cinco paril eallier milhões.
EMé^-^eqWiprfMffftftt* b 'ttavembs assim ptít fèilo ao go-
?êhMa>, ^fo^attdi^ih^' b nao despreze, «poVqoe è tnle^
f««àe'd^lelt», do rrintf e dos particularfs. -
"' Nu- kemaM que fendoti. ouvimos; forism ^stas em
amvimento e^m Mn reavllado algmnas das matbí^
flaa, q»e^'0«- Srs< èmpiiisartoa da mtná de asougue
de Coina mandaram fir para a sua apanbb.
• Ã compaidifrá-^Empresa dás ftflnal^cltfaft acções
it um coni^ do réis cada uma ; loram iodas rapirfa-
mence tomadas , const«-«08 » ser poisstiidora de írh
portautes mini^S' de oiro o ^ata , o ^ua márcbá
eom m^v^oaino o bem pensado systemo.
> P^Umoa «» foterno , que»coriande porthdos^osem-
baraçoa. ftrtorefa^taes' empresas^ e por este modo dè
Tida do> pa|r f «|M tanto d^etla careee.
ss iMVtt Aceonm A>viiAs«òs.bMirj
fc.. {Càriw ) '• ■ •
' 8t7t ft ffofoiíiA af- assoTaoSo quo 'rsta pnovíneia
fMdeaoQ rcom a murtodos seuâ òiWedos. Os ricos es«
Ião pobres i os p0h^e» morrem- á^íng^a. A^nat«r<fa
dd let*raiio ^^'o desabrido do^olkna -^o-fUatt etl<ad0
daai es|rada9-^ia Mtâ^ de rios- MTegat^is « a íítí^U
mente o còne^rsordws eauM^ ^ife fafteltt os páiscs po-^
braa, e que tnfbliimmitiè »e<TeVitl««mn'est«, fcMsbam
« porta a Podias os ra«u?fi:os; Rsporar a res»iti*r«(çl<i
doa oliveira» paroca <«bfiitÍMbm«( aJMa s« ignora»
w# . ... • : : :;. / '. '.
toda a extensão do má); mas sabe-sc já muito bem
^uc ém muitos sítios muitas pIÍTeíras não podem rol-
tar â vida , e algumas que ainda poderão conva-
lescer, será só em proveito dos netos da geração pre-
sente^
A|as existe ainda aqui ttm peqoBuo ramo de cnlln^
ra , que, melhorado, poderia dar algum socorram
— Ê a crea<;âo dos bichos da se(ía , que tanto s«
tem elogiado , e mesmo favorecido por etcripto , mai^
é necessário- que do escripto se passe para as ol>ras«
Muitos são os obstáculos qne empecem a esta culto^
ta; porém oa principae»siO'-^aão terem <iababi^ntes
casas accommodaday aoint«nto, apenas nos pobres
albergues ipal . reparados onde cosinham e dpr*^
mem, misturados com os seus bichinhos, e a incoas*-,
tancia e desabrimebto do clima* Accresce que a pe*
bresa dos que teem esta* curiosidade, não Ibes permita
te o lerem amoreiras suas, tomam-n'as de renda : cm
dando noa bichos mortandade, é quast' sempra qoanda
estes estão no fittimo quartel da vida , e já se teem
com elles despendido tudo o trabalho e dinheiro.
A déspeilo de tudo isto, ainda a seda nos podo^
1^ Xalar da muito», sa aste nagocio não andasse mo*
nopolisado em quatro israelistas pec untar ioa, aqnemn
pequenez do Seu nnmero dáafaciiidadedaseeimUiiai*
rera contra irm esquadrão de desgraçados» qdecom ai
lagrimas nos olhos vão oíTérecer o mesquinho fructo
de seus suores . que os comparadores desdenham in-
sultando a pobresa dos mesmos, e só se resolvem a
coní>prar por vil preço, -qna não chega paia. pagar m
renda das amoreiras. ^Qua banle faser » pobre?— «
vende peloi|ue lha querem às^i — queima a sua fa«
zcnda : é a á)rae de mulher e filhos que o; obriga : —
não ba que disor. Em consequência d 'estas artes a
conjuracio dos compradores, tem^-sç chegado a VCO'*
der *s«da fina a l^SOO. ^
Estes nValcs não se podem curar senão resiilvendt-
se o governo a meíler aqui o seu bra^o; ç«Hitrami4
nando q monopólio 'ou por meio do uma convei>çãa
com os contractadores do tabaco ,' ou com a compa«
nhia da agricultura das vinhas do Douro, ou esi«i«
beleccndo um banco rural; ou por outro meto que 4
selo e superiores luaes do mesmo governo péssam su«
gerir, estabelecendo um regulamento que concilie o*
mútuos interesses dos compradores é vendedores.
'O^ciira' pois V.' levantar um brado a favor do$
miseráveis •nteressadbs ; um' brado que faça esper-
tar e mover a philanliopia, e maternal comiseração
de nossa augusta rainha já por tantas veaes mani-
festadas em socorrer os. desgraçados ; e caso nada s»
obtenha, sempre fica a gloria de ter pqgnado a favtr
dos indigentes eòpprtmiaos contra oaseiís opressores*
• ITm IVtoliamaiilmio «ái^èdéa*P^è#^
N: B.
t Que pôde a JI)HPAir«: acere screntar ' a- tio «enaatad
preposições e tão conformes com -o qu^ i*Ma'm«imaf
tem por tantas veaes requerido e solicitado ! Témud
fé em que • governo de Sua Mag<^Slarde nlo só ba>dd
•ttiar ^enão qute jáolba para isto com «tMição ^amor.'
A amoreira é a arvore da vida pahi TrAz-«a^onle4
epara todas as provinelas;-^aamfOteifa<é*qUr bante
Ser tgora a m>ssa- A sia , a nosaa ATr ka ^ e* a : nosaa Ama-j
rica t *-^ 0 Mo da nossa -Mura exisiendla^é « fio dal
sfdtt "tod^t o prtsacKrtém-, ti^dos - r pregoe*^ iiM
REVISTA UNIVERSAL. LISBONENSE.
575
lios o dftsfjam TUr eamprido, muitos principiaram já \
qiiahlo porém ao que rcpeljé sobre o modo de s^ «I-
por sua parte' a reaíisal*o.
* Se o governo remover qvanto poder os estorvos »
se 09 opulentos , incitados pelo governo . metterem
mios á obni saneta , tornari a andar para diante a
desandada roda da nossa fortuna. -^ Mas porque a
esses a\ixí1io9 qaa bão-de versar sobre o consumo
lem necessariamente de preceder a creação, que por
Ber de arrores, não depende só das vontades ma^ do
tempo — convém que todas as camarás municipaes ,
(erm que ò aÀicfr da pátria , a caridade , o juiso não
forem de todo mortos • se afcr^Dreni desde já cm
plantar a maior copia possíféi de boas amoreiras nas
praças , cominhos e. baldios , para uso coramum de
quantos as queiram desfolhar; xC para as darem de
fraca; e para asofTerecerem com instancia; epara
n$ embutirem qaasi até contra vontade nos prédios
tíos incuriosos.
' Esta despéza é pequena , mas grande qne fbssè .
deveria fater-^se logo com alegria , com alvoroço ,
com prod-igalidirde . com míús rotas. Com ceitis de
cobre se haverão semeado moedas de oiro para os ne-
tos , para filhos e ji também para nós era ^puços
«hnos.
S09&S A PIARÃO HÁ SK^A.
(Carta, }
• 3172 Paia provar a veracidade do meu artigo 3007
4b ff»rtfftf, basta apresentar hoje o resultado de uma
èarta que escrevi ao Sr. Pirei, pedinrdo me infor-
toasse sé ainda continuava à cuHAra e fiação de sc-
. da na provinf ia da Beira Alfa , o qual teVe a bondâ^
de <le me responder itamediatamenie, diteodo-me qtie
àó em dous concelhos se fabricaram i40 a ISO arro-
èas de seda , e qne até chegam a ficar por vender
algumas arrobas d'«ns annos par^ outros.
-• Ora avista do que elle raedfz.já sevé. <fn« a cultura
4a seda nâoé desconhecida por aqaella provinda, "eisto
ha muitos annos ; e por conseguinte o progresso a qtie
tem chegado. As amoreiras lá siod*uma grandeci im-
mensa, n$o«8Ófror terem bastante edade, como também
peia 'bondade dé solo para aqnellas arvores. Além
d^lsso é rara a casa , qne se não occnpa na fabrica-
ção da seda , d'onde tiram tím resultado, pecanfiario
maior 00 menor "canfbrme eolkèram ; sem que para tu-
do hlé seja preciso empregar grandes processos e
ihvilos macbiViíimds. O processo ainda hoje lá osado,
é o qne Mexpetadiido no artigo 3007 dá RevisUi', sem
^ne até aé fresèúté baja tido alteração âtguma.
A{(ora b calo iodo esti' em vender a seda , o que
ft^éssa provinda é fácil «-^em^nanto cá em Lisboa
«hega a fÉltarifuem queira* compral-a; af razio d'is-
te nio a sei; todavia ientiO' para mim que o gdvérno
fta <lecoadj«?ar, no qne poder, esta Importante cultu-
ra, e qo« então haverá mdito quem se dê a esse tn*
ftanio.
Apresentarei Agora « resultado dacoTtirr}! da seda
ctn poucas terrai da provinria da Beira Alta * — Man«>
fiolo 5;ari'6bas, Lai^eiras 4, Fei^eiro' O , Gamellas
ê, Seropires 4, Azinhal 12, SÀf»rd9ò S\
- Deve-se adv«rttr9 ifué aigumas d* estás terras aio
IMiío pequenas-.
'• ^' ' Isidoro Jòâé Ofmçafveb.'
N. H. Agtadecentoá áo ní>s»o laborioso correspon-
)a fiar.' o que elle só parece conhecer por irifnrmHçno,*
permtttir-nos-hã, que não podendo Julgar pornósmes^'
mos. este ponto, tomemos por ora, como partido mais
seguro , x> irmos com ò Sr. Tinelli^ que tia tantos an-
nos.se occupa n'isto, ecom tio brilhantes resolladòs^
na ilaliâ , nos Estadós-Unidos e cm Portugal.
Oníro cavalheiro, que ha Umbem annos nao iracla se«^
nSo de seda, eque é porventura^ o portuguez qucfio-*^
je sabe mais em tal matéria , consultado por nós ^o^'
\ bre "esta questão, nos affirmou — que a rA^o estav<l
[inteiramente por parte do Sr. Timeiji, mas que o er-
ro .do Sr., (f onra/vet tinha uma fácil expUçaçííQ ;. ppr-
que o refugo dos casulos realmente se ferve para ser
flado ; e fui talvez essa operação a que elle viu ou. úi
qne' ouviu fallar: quanto aos casulos de primeira é
segunda sorte , se na Beira os ferverá , cummclteoí
uma barbaria altamente reprovada por todos os escri-^
piores e práticos da arte seròjtédiÀ ; provindo ^talvesé
; só d*ahi a ruim fama., *escils2Í ieiida € preço infinU
da maior parte das sedas de Portugal, .\ ]
Bsta questão incidente dal-a-hemos aqui por terml'|
nada. • < . • . .?
K09O l>s x^sinitríR a orama ídas flKBAnAfl.
3173. Pbaga amaldiçoada da lavradores é a gra-
ma, importuna e não convidada hospeda daV^^^^i'^^.*
Boa nova daremos pois aos cultivadores de. trigo , si
lhes dissermos que se julgo haver atinado com re*
médio para exterminara grama f,^ iy Memorial, i(^j
VMt EfiCifclopédique no ^egi pumero de anríj'quèm«n4
col/ãfi ríol-ò refere assim: — " ,^
« M. Lezeret de tá ' Maúrinérie' rtpurou em iqúe o
vegetar da grama era'quasi subterruneo; equc.ne^
nhuma planta necessitava tanto de ar é. humidade coj
mó esta. — Occorreu-lhe que se ibe tirassem, a hoitii^
dade' e o ar provávelráente a desíroiriam. 5emeou ái
ervilha ne^ra umchSo inçado de grama ; queria pá*
ra a submergir lavrar de novo o terreno pof causa daa
chnVas que sobrevieram ; e como as ervilbai estavana
perfeitas ceifaram-se : e ceifadas ficaram estendidai
na terra: quando depois sa lavroif, descobriu-sequè
já ai li d|o apparecía grama , emquaolo n*um catbpf
visinho , onde nio tinha liavido ervilhas se encontraii
va mais abnndabtcdb que nunca: d'onde se inferiu quê
uma cultura espessa , ' cortada e juncando o' tert^eni
até qne o seu^ restolho haja tfipdipçcúfd» é para at
granMS morte certa. » *'. * --,-»
to*
'1
OVXttRA AOS #AaklASS.
3174 ToDo$ os que ieem searas padecem eofiside^
ri veis prejuízos com os pardaes: este anty) caíram
elles com grande farça sobre os trigos He Cam^plidè
e suas visinhanças. Pelas provincial sioi estas aves dal
mais damninhas; e por isso lx>m serlaVer se^sedimit
nuiam esters ladrJesdos pães, centeios eceSradas. ^
No anqp passado experimentei eúnma mistirra' d<|
uni pouco de rosalgar bem mnido com maiisa de broa
de milho, de que lancei pequenas bo)a& onde nad
chegassem' animaes, nem aves domesticas. Observej
qtie entraram a picar e Idvar d'aquillo para difi'êren«
tes partes , .d'otídé inf)>ri , qoe 6 tomavam para l^is-
calo dos flthos. Observei roais que para um,pombi|1se
recolhiam com a tal coroidãi',. matídeí-^)s esproll-^r.. a
diMlieas^súaHs^B^lfeias^áfínpeho^dt-cttltirfa da sêdâ^:4 com eftHo sefiranr lá'mórtdi ftlgnns p^rdaéií uoVu!
48 #
576
REVISTA UNIVERSAL LISBONENSE.
'Lembro que lambem se poderia ^enlar para este
mesmo fim a receita, que ^Revista aconselhou para
exterminação de ratos, a saber, a cebola albarrã •
que sendo cosida com- milho, trigo , ^ou cevada . pon*
do-se nos sjlios próprios deve matar os pardaes novos
e talvez os velhos.
A experiência i\ao custa iquíto ; • feita com cuida-
do, será innocente pelo menos. Provável é que esfes
• similhantes mi^to^ aproveitem tombem contra outraa
aves údronas, como pèg;as e^os<q^ue sâo. cocisco&noA
Diilbeir9«s, , B^
3175 Q Ti4íCTA|ko'do Sc. Francisco Ignacío Pereira
Rubião, b^ ten^pes amiujiciado , com o titulo de —
O VINHATEIRO , oiqiA bk qcb se xbacta da chu-»-
KA DA VINHA* 04 FABBiCAÇÍa, ^NâHB.VlÇÃO B 0B8TU.LA-
çio DO viiNBo— começou einína a saif á lua. O nornje
do seu auclor. a aotprio da .soa consumada scicQcki
e èscropuiosa codscíodcíb etm matérias agronómicas
em geral , e em particular »'^esla, fdaom. qu« deva
ser tai noticia u» acontecimento noia^^el e fausto pa-
ra um paíz , cuja príôcipa) cultura, ha muitos annns.
cujo maior rendimento ainda hoje é a vinha: paíz a
t que ia bttlpsa, ausoâo im|)ropria4nen4ese attribuui por
fundador e Dominador um lilho de Baçcho. '
Pessoa de todo^ o voio na mataria, a quem havemos
fDonsuUado sobre este começo de um escripto. qire
Dão poderíamos avaliar por nós. mesnMis , nos coafir*
nou Da idéa, que popmt>ltasraides jáaníecipadamen*
le haviamps feito d elle»
Propopdo-se tractar — i.* da cultura ã9t vinha. —
$..^.d^ viiliAcaçao e questões qae lhe diiem respeijto.
[ — 3!* da destíUaçlo tanto do ?inho coma da s> fezes e
viuhaço, p Sr. Riibião não só consnUoo e seguiu as
ipelhores escriptores 4'^«ssa especialidade^ nacíooAcs b
estrangeiros como e lie confessa, o.Dr. Rehella. o Dr.
C. B. L. Lobo e Girão, Bosc , Chaptal , Lenoir e
Cavoleau , mas gutou-sa com as. luzes que lhe decam
duraotiç a sua estada em França as conversações, que
teve com os eD9logos eminentes, e» sua ol»servação ocu-
lar dos trabalhos práticos do» vinhateiros. .
Este primeiro fòlhcti>, qiieannunciamos, co«iiéml30
paginas em oitavo grande; os outros de ^gu^l volume
se irão seguindo com pequenos iDtervalW^ O preço
de ca4a folheto é de.áôO réis.
^ 8176 A CRAM4DA couve do Algarve, communíssímà
^'aquellaf pr^yiocia^pierece.sec ^eaeraUsada em to-
ldas a.f outras. , , ■:.'".
Ao zelo dp posso amigo, o Br* José Jpaq^úim Rama-
lho, de FarQf somos devedbi es de uma porção de se-
mente d'ella|, que n'este e^cripiorío se dislribiiirá pe-
los primeíréis' dos nossos assi^nantef que a pedirem:.
Quanto á sua cultura, eis-aqui as informações que
Uve a bondade dei. pos dar o Sr. Bramâo.
No Algarve s.eméiam-ii'a de março a abril, prepa-
rada primeiro a terra com estrume cortído : depois de
nascida dão-lbe agua : se « terra o pede» continua a
regtír-se de oito em oito dias: quando chega á altura
de palmo, o que v^o por junho , transplan|a-se para
onde ha-de flcar, guardada entre pé e pé a distancia
de três palmof, e réga-se, se sevé que é necessário:
Méha-se, moDdâ-se d^a berva e Mtrttma-s.t : ^oatinuji-
se-lhe a accudir com agua emqaanto Dão choine. Lan-
ça folhas grandes e muito largas: por octubro come-
ça, a fechar por maneira . que forma um repolho muita
duro e volumoso e tanto m^is quanto mais bem tra^
ciada. O frio não lhe (az mal. E' muito doce » ama*
relia por dentro,, cdr de gemma de ayo.
Faz-sc; com car^e de porco • com feijões etc. £'
também óptima paçá esperregadoi com manteiga e pi«
mienta. No Algarve dura ordioariameole até ao ea-
trudo*.
Dá.-se mjntio bem: em Tras-os-Montes ; nos arredores
de Lisboa lambem , e em Collares o()timaroente , pa-
rén) a experiência tem mostrado que por aqui dev9
semear-èe oa Xna de jiiibo, e transplanta r-se no fiiB
de agosto, 00 principio de septembro p^ira receberas
prjuneiras aguas da terra. Assim se tem feito no sitro
de Bcmíica . e outros, "fambem ha quem a tenh» se-
meado cm diversos tempos, e cría-se bem. Em um hor-
tej^o BmPedreiços houve no anno, passado tr<*s dVstas
BOttves que pesaram três arrobas menos arrátel e meio»
segundo disse o reodeiro um velbo — iVi^oM.
]>XA8 »S ^S^UM.
3177 A FBÔVBIT08A reducção, que peins meios ca*
nonicos se acaba de íazer^em o numero dos diassan-
ctos para a-cgreja fusitaM , permitte-nos -«spíTar qne
pelos prelados do reino oti pelo summo p^mtifice. oo
ca^o^^mqiie elies só per ti a nãa queupam «fTectnar, o
nosso governo faciUneiite conseguirá a dimimiiçãoto
dias de jejum.
Bem sabemos que a absttneDcia — - assim da
quaididade como de qualidade de alimentos cm cer*
tos dias ou prazos do auno , não sd é um proceito
cccleskistien , mas também um d ctam« higiénico, ji
anies do cbristianismo inteudido e pral içado pormuir
tas seitas philosophicas ; — ^que os mabooielanoseospa*
vos idolatras da índia e da China o costumam, comoa
costumavam os antigos hebreus;— ^e que não íallam
nós saoctos padres .e nos concílios eibortações e câ-
nones em favor d*esta pratica , tão prestadia à saúda
como aôs bons costumes : todavia não é menos certa
que o preceito da abstinência no catholicisma díb
é d'aquelles., que pela sita intrínseca essencialidade
não consentem alteração; lan^ assim qve o Duoie-
ro c r^or dos j^uns não sé de reino para reino ca-
iholico é diversissisno » senão tanib<;m muitas veses »
dentro^ no mesmo reino, de bktpado para bispada «
dentro no mesmo bispado de se^.ulo para seeulo: lon
go opertender introduzir o>sta paste refd^iimação* b«a
será novidade inaudita notn temeridade cmdo »« ^^^
peitem as regras, se não quebrem os vínculos da
obediência esugeição, se não lovantem. os qse sode<«
vem obedecer, para colherem o fruUo probibido»
mas o recebam tivren^ente offerecido da mãodeseas
naturaes dispehseiros ,.que sãtj^ os preladas.
O único ponto que se deve maduramente examíBU
é se sim ou não, . convém no estado e eircumstancws
presentes alliviar os fieis de alguma parted'e»U,obm
ção. Quanto a dós, ^ilendemos que sim, © o porqw
eil-o-aqui em poucas palavras.
Perlo de cent«, e quarenta aâo os dias de.abstw^]*'
cia do nosso calendário, numero', que já se vê, i»^
pode pela sub exborbitancia conformar com o d«w»»*
tissimo fervor da nossa edad^; o resvUada é 9^^^
^mimeatc dbo s& se jiio fBXBiii: lodos. çste* 1*0 s*^**
REVISTA UNIVERSAL tlSBOMENSE.
õK
SÍ08, mas até s« nio fakem nenhuns de talgcDero, por
tantos, se haverem e&igidb : o prímieiru passo na ca*
minho da desobediência leva pelo commiim á desbb-
diencía ahsolnta e assentada : logo para esta maioria,
já de. facto rebelde e qne já não pôde nem pela sua-
sória, nem e muito menos pela força — porque o tem-
po da força eD& matérias puramente do espírito está
passado, — ser recondusidâ á primitiva observância
d'esta pratica disciplinar, esta grande maioria lucra-
rá muito em ser allíviada das consequências de um
peceado , que eHa já não quer nem pôde deixar de
commetter.
Nâò nos venham aqui eom a resposta feitíça , que
anda sempre á mão na algibeira dos fanáticos:*^* se
p4)rque esta lei é ^desobedecida deve. ser tirada, tí-
rem-se todas as leis a que se desobedece , e caire-
mos na anarcbia religiosa e social:» — não, as leis
uníversaes , que teem por- base a natureza real das
coisas, não estão ne caso das particulares, em quemil
circumstancias fortuitas influem, que se deixam de-
«flrbedecer pela maioria e que, noseu me$mo progres*
siir<r enfraquecimento» estão descobrindo a sua morta-
lidade : os preceitos do decálogo nem a egreja os po«
«d^ria revogar:- — o matar, o adulterar, o furtar, o
desacatar pae e mãe , hão-de ser eternamente actos
•illicitos pocque as leis que os condemiiam ambas
são divinas 6> irrevogáveis ; a saber , a natureza de*
ttonstrada pelo sentir commum , e a vontade de Deus
•expressa pelos -seus mfandamentos escriptos. — éI^o<)e-
•ria dizei^e outro tanto d'este ede alguns outros man?
damentes da egrèja? o que só Deus immediatamente^
;poE, só Deus o pôde tirar e não o tira; mas o que foi
.posto peia egreja em certas e deferninadas circoms^
.tanetas, l>em pôde, aeaftMdas ou mudadas essas cir-
'Camstancias • ser por ella abolido ou reformado.
Mas a nossa respeitosa representação nãd se funda
•a^*e$te prinieiro argumento» de estar o preceito para
^ maioria morto ou abolido.de facto.
Concedendo que ha ainda muita gente que o vene-
ra, e d'eHe se desempenha, intendemos que por isso
-mesmo se deve ainda mais depressa decretar a , de
flodos,' desejadissima reducção. Individuar aqui ex*
•piicações seria repetir o -que todos^sabem; em geraj
apenas. diremos-^ que 140.dias de magro forçado, não
.só para as terras sertanejas mas ainda para o povo
.pobre das costas do mar, são um erro económico e
4#lver outro higiénico não menor: quem tem vivido
.pelo interior das províncias sabe o cokno em dias taes
abi se.alimenta o povo, cujo maior banquete, quando
-transcende da sardinha ecavalla quasi sempre d erran-
cadas, indigestas e rçimosas, é o bacalhau e cpm pre-
ferencia o estrangetra, i Quantos centenares de coDtos
.de réis nos não pescam n'estes 140 dias , n*estas280
refeições de tantas mil caias, os nossos doirados pes-
cadores da Terra Nova? Não temaets que os protes-
tantes ingleses . com m novidades religiosas^, que nos
■ perlendem introduzir, mandem também alguma homi-
.lia contra os dias de jejum: — pelo contrario, esta
pratica bem que para u a não queiram , b«d-de pro-
. curar, por via dos seusdoctores evangelisanles, arrei-
gal-acada vez mais no seú Potosí .de Portugal. O
pbantasnia inglez está de dia e de noite diante de nós
com a. bíblia falsificada na mâío esquerda , e o baca-
lhau na direita ; repulsemos um e outro presente : a
síia biblia por nós mesmos» o seu bacalhau pelos nos-'
SOS pastores e defensores. Também cá temos baca-
lhau, tão são como o seu , também cá temos bíblia
mais 9ã;do que a sua; — que so vão nas boas lioras
com ambos os seus presentes de Danaos.
XtatO|lVAU9A9S HAVSaZAK.
3178 A iNCiA daimmortalidade é congénita á nos-
sa natureza: em tudo e sob mil aspectos diversos s»
patentéa: — queremos perpetuar as nossas acções em
monun^entos , o nosso nome pela escripta , o nosso
corpo tomando á natureza, com que lhe vençamos, a
potencia destruidora: uma só pirâmide do Egipto pro-
va tudo isto ; a vontade de um homem revolve todo
um povo n*uma edificação de muitos annos, — ^ e
que deixa elle ao mundo a cabo de tanto lidar? —
pedras junctas para attestarero aos séculos que elle
existiu; jeroglyphicos para lhes dizerem, se poderem»
o que eiie pensou, e dentro de tudo aquillo uma mú-
mia , o protesto do seu mesmo corpo contra a des-
truição. . . .' ,
O embalsamar era no Egipto uina necessida<íe reli-
giosa!» um documento» se outros faltassem, da cren-
ça da ímmortalidade : — nos povos modernos emquan-
to cbris^ãos , o dogma da infallivei ressurreição phj-
sica fez olhar como supérfluo este cuidado despendio-
so e importuno ; — mas o que o principio religioso
já não faz, tornou em parte. a fazeí-o a cobiça da
sciencia.Não se embalsamou pafa a veneração, nias
embalsamou-se para,q e^ludp: — para elle se deseja-
ram enthesoirar todas as partes do cadáver humano e
os cajaveresdos outrqs j|nimaes. ... ^ .
J)çsde os tres\systernas de embalsamar , usados pe^
los egípcios; e de quqi um historiador nos conservou a
descripção, innumeraveís ostros, se, haviam tentado^,
experimentado e succedido. alternativamente ; 4 té àô
processo de M. Gannal , o injector, c ao do JMÍ. Pu
^n/, o mergulhador em creósóta, processos que os nos-
sps leitores já conhecem..
O italiano. Seeaío possuis um segredo dá sua invenção»,
com que petreficava qualquer substancia animal du-
ra ou molle; o seu segredo. porém morreu com elle*.
SaldaccinU, preparador do imperial museu de Vienr
na, sjurte hoje o metoio eflfeito cQm o sal ammoniaco»
unido pela via húmida ao sublimado corrosivo, pelo
mesmo processo que se emprega para fazer o sal
triple , a que chamam á*Àlembroth.
Os primeiros objectos» que e|le^ mergulhou n'onia
solução d'este sal , sobrenadaram a principio , depois
foram-se affogando manso e manso, até que dias apúz
tinham pousado no fundo da vasilha: >acou-os e viu
as sttas esperanças realisadas ; -^ tamanha aplidfz ti-
nham ganhado, que podiam ser polidos ; o marléllo
sp' muito a custo entrava com elles; e quando se che-
gavam a quebrar era em lascas angulosas ; o seu pe-
so especifico excedia cinco ou seis vezes ao da agua »
eram emfim tal çiateria e tão parecida a mineral*
que» em se lhes batendo, davam som.
As partes anatómicas ou «ntmaes , que saem de tal
banho, conservam as suas cores próprias , não pade-
cem alteração alguma , e ficam logo promptaa para
guardar. Entre os muitos e perfeitíssimos preparados
que elle tem feito para aquelle museu , até os ha de *
lesmas, bichos de seda, percevejos e muitos animaes
gelatinosos. Por isso recommenda e eom a maior aC* *
loiLezè^ que experimentem e adoptem .logo entoda a
48 » ♦
Vã
8
REVISTA UWIVBRSAL LISBONEINSE.
|)arte a receíia para eDriquecerem os irtuseus de bi§*
turia natural e os gabinetes anatómicos , e até para
satisfacçSo de curiosidade e mil usos de salia, touca*'
dor, ele.
ZITH08 BAAATOSé ^
3179 GoirsTA-NOs que a Bibliotbeca Publica de Lis-
boa se está intendendo directamente com algumas das
principaes casas de commercio de livros^ estrangeiras,
para se fornecer das obras modernas mais indispen-
sareis nas sciencias e litteratura, — e que tem toda a
esperança de as conseguir por preços incomparável-
úiente inferiores aos dos próprios catalogds dos livrei-
ros de França , Inglaterra e AUemanha.
Este systemã , evidentemente preferivel ao seguido
atjé hoje, de comprar em terceira ou quarta mão edar
muitas vezes cem pelo que só custaria primilivamen-»
te cincoenta ou vinte e cinco , deixa-nos esperar —
que viremos dnhualmente a adquirir oduplo ouoqua-
druplo, do que até agora ap«nas recebíamos d«instrac-
çâo estrangeira.
Uma tal vantagem porétA nio se devia limitar á ca-
j^ltal. Todas as Biblíolhecas Publicas do reino , que
fivessem dinheiro para empregar em compra de livros,
deveriam adoptar por s! mesmas egual expediente, ou,
líhelhor ainda , remétter as suas encommendas á dí*
recção da Bibliotbeca Publica de Lisboa « que ouvi-*
mos está resolvida a èncorporal-as na massa das suas
proprí<is, no qde haverá beneficio de parte a parte,
porque quanto má is avultadas forem as encommendas
tanto maior deve ser o iU)«timeDto para cada fraecâo
â*ellas. .
' Por derradeíi-o , é per esta mesma raiio no« pare-
ce , qne não deveria bavier duvida alguma nadirecçio
da Bibliotheca Publica, em tornar elten^iva esta comBiO->
diiiade a todas a$ sotíédades soientiflcas e litlerarias, oo
pessoal partfcniares estudíostts, que d'eHa se desejas-
sem aproveitar, para augmeíitórenr, sem grande sacrffi^
cio ) as pequenas bibliotheòes' do seu uso.
' ' OíTerecemos esteaddilamento ao plaosivel alvitre da
direcção da Bibliotheca Publica , esperando que nio
tardará éra gene^akisar o mais possível o seu oíferecimen-
lo e convite pata um mercado de lio manifestas van-
tageiM.
TARIEDABbl
COMMEMORAÇÔES.
94 Ml JVTLMO BS 1504.
311$0 « D, Joio de M enetes , capitio-mór de Ar-
e xiila em Africa , entra u'este dia no porto de Lara-
« cbe com Be\$ caravellas, e accommette n'elle acer»
« tas gallés e galliotas dt moiros , que pouco havia
« tinham tomado algumas naus nossas, que também
« Ihihám n'aqaelle porto : e á forçd d 'armas rendeu
« ama gallé real do alcaide Aimandarímr e a qaeí-
« mou depois de uma bem travada peleja t em que
4r morreram, muitos moiros , ficando grande numero
« de feridos ,. e todus os mais foram desbaratados ,
« de maneira que D. João pôde traxer cinca gallio-
« ta«, e dois berg«iotin8 , e uma das nossas caravel-
« Ui aéiiieoie ; por não estarem as outras em parte
€ conveniepte a mais , que a lhe pérem o fogo , eon
9 que arderam, c Mari*, DUUog, 4.^ €ap, 17.
UKA TIAOSM BB BUAS XU X.S6UAS.
APONTAMENTOS — RCMf NiSCENCIAS.
L
DK LDBOl A GtBBALTiB.
u Braodas agua^ do Tejo , que passaad*
I^or estei verdes cumpos, quê. resraii,
Plantas , hervas , e flores , e animais ,
Pastores, niuiphas, ides alegrando:
NSo sei (ah doees açiias ? ) nfto tel quando
Vos tornar«i a vêr ; que magoas tais ,
Vendo eono vos deixo , ut» causais ,
Que de toraar j4 vou duscanfiando. »
Gsm^ffs. —Sonetos.
3181 ; E como plácidas que desciam n'e8se dia
90 d'ago8to de 1^39, en^ que embarcámos, um poo*
00 antes das 6 horas da tarde, no vapor inglez I>i-
ffus , capitão M. Leod ! — Era um partir-so o eoraçãe
de pungente saudade ap separarnios, por annos, para
sempre talvez da pátria , da esposa , dos ami-
gos— de íuda quanto no$ ^ mata «raro , -^ para trocar
a suavidade deliciosa de nossos doees climas pela i|i-
salubre ardência dos trópicos ! Sobre a dor do lan-
ce— como que um funesto presentimento nos presa-
giava talvez as contrariedades e desgostos, que mal
aventurado destino nosapparelhava n ' essa siotiginq nas
regtdes ! ^- Eram nossos companheiros de viagem o
Exm.** Barão do Candai , nomeado governador geral
da índia , e os oíBctaes do seu estado maior, os Ma-
jores losé de Sá Nogueira , e Manuel Corrêa da Sil-
va e Araújo , e o capitão José Maria IMorme CoHav
ço , euja vísivel commoção lhes accnsava a perturba-
ção do animo. *— A hora é solemne ; e por menos ape-
go qne se tenha ao torrão natal , ao largar d* um er-
tremo do 'mundo para outro extremo, apartados po^r
largos continentes e mares vastíssimos , mal pôde b
Aituro deixar de se antolhar coma entennebrecido de
contingências indefinidas , e aasustadoras. — | Ain-
da não eram cumpridos oito mezes da missão que fe-
ra confiada ás virtodes e experiências do nobre ge-
neral, e já eite cessara d'exísiir ! — A seu tempera-
mento e a seus hábitos era infesto um clima tio qoeil-
te e^ húmido. -*- Varão justo , e cenciliadur : — a soa
morte teve para aqoelle paiz consequências funestiasi-
mas
Encosladoa na amurada do vapor , fixámos por air
gom tempo os mal enxutos olhos soibre a grande ci-
dade, cnjos templos, palácios, e caiarias estendidas
pelos valles , e suspensas nos mentos produzem um
aspecto soberbissime, e magesteso , realçado pelo ma-
tiz das hortas e jardins, que lhe dão um colorido en-
cantador. EUa parecia debruçar-^se sobre as aguas»
« exprobrar a filhos Ingratos o desprezo de seus favo-
res ! — SooQ a hora de levar ancora, e logp tudo em der-
redor se moveu em diíTerentes direcções: — a cida-
de primitiva , a conquista^ de Affonso Henriques, su-
miu-se em^-contínente , rodando quasi inteira , e dei-
xando apenas á vista, como atalaias do rio. as mura-
lhas , e albarrias da vetusta Alcftçova. O liUoral nas
REVISTA UNIVERSAL LISBONENSE.
fugia paralello d'unia e outra banda t e tiiâo quanto
víamos , ao perto t ao longe, mudava de sitaação re-
lativa com tal rapidez , que mal tínhamos tempo de
distinguir a variedade das perspectÍTas , a qual mais
bella , mais extensa e pittore^ca.
Entretanto a sineta chamou os passageiros para a
inera. que foi servida, no gosto inglcz . com profu-
são e aceio. — Ê bem sabido actualmente, que os
vapores, que se empregam ua carreira d'Inglaterra
para Gibraltar, e d'este porto para os de Malta e
Alexandria , são verdadeiros palácios fluctuantes, nos
quacs a riqueza dos adereços,' as commodif^dades sum-
ptuosas dos aposentos , e o luxo da mesa em todos os
sentidos, se disputam primasías , — impertinentes fo-
riam, portanto, aqui miúdas descrípções. — O Paofcáse-
brepnja a todos na magnificência do serviço, e de-
corações, que o embelezam. — Ê ama homenagem ,
« não desinteressada porventura , dos ínglezes ao gé-
nio de Meh0fMt-Àlli , cujo busto adorna a proa.
Pelas 7 horas já tinhames dobrado o cabo d^Espi^-
ehel; — e na madrugada segointe estávamos á vista
do celebre promontório de S. Vicente , cuja extremi-
dade é a ponta mais occidental da Europa ; açoitada
quasi sem interrupção por ondas tumultuosas e
bravias, que; parecem enfurecer-se contra a inércia
de^stias altas e fragosas ribas. Ao alvorecer d'este dia
{31 ) subimos ao cpnvés, nio só porque a bordo o ár
matutino tem certa novidade « e doçura, que deleita
e anima, senão para gozarmos do formoso espectáculo
da appariçao do grande, asiro, qn« preside ao dia/ e
vivifica a natureza. — De .momento pira momento
o crepúsculo se torna meia transparente, e puro, e
como que perfumado;^- as noven» d'oiro pálido, que
orlam os horisontes « mais límpidas e fulgoresas \ -^
o céu mais alto, e azulado, até que assoma, noorieii-
ie mais apartado e incendido, um ponto luisidissi-
•mo, que para logo começa id^engrandeeer-se e ale-
vantar-se , estendendo sobre a^ aguas um Hstio trá^
mulo , e scintiiUnte , qae disséreis composto de re-
vérberos sem- conto: — snccede-lhe um segmento de
fogo, qne abrasa os céus, e purpúrea os mares; —
e por fim surge inteiro o disco fiammejante, quedef-
rama torrentes de juz inêUeripUvel , e cbristalisà .a
líquida immensidade , testificando ao espectador en-
levado, e commovido , a sabedoria incompreheifsivel
io Divino Crèiidor de outros tantos f useiros, que allu-
fBíàúÈ milhões de mundos !— O praser ineffavel â'es-
ta scena tio grandiosa penetra a alma o sentidos eom
•a mesma intensão e voloptuosidade .
' Todo o dia covremos ao longo da eostii do Algarve,
•Biâs em distancio, (fOe nalpermittia enxergar as po-
voações qoe a orlam;-'-* o tempo sempre bello, e
'O mar chio. --* Pelas 9 e meia da noite fundeou o
Tagus na babta de Çadiz , tão conhecida , o nomeoda
desde bem remota antiguidade. — Dorriíimos a bordo;
e pela manhã nos foram conóedidas só dnas horas pa-
ra ver a cidade. Os edificlos, em geral, sio bemcons-
trnidos; e magníficos os qse pertencem ao governo;
•*-as roas bem calçadas, e. limpas. As casas são co-
bertas de terrados com sóteas , o que lhes dá orna
apparencia agradável. O passeio publico,. á borda. do
mar, tem lindas per^^peitivas ; a praça principal é
mal airosa, e guarnecida de coInmneUos de pedra, li-
gados com cadèas de ferro. Na cathedral , e cm ou-
tras egrejas nos asseveraram haver origiosies de lf«-
HMo, e d 'outros pintores nacionaes ; mas nio tiveni^
tempo de os visitar.
Da babia que diremos que se Dão saiba? Nos se-
guintes termos a descreve , com verdade , e de re-
lance , ura escriptor aprimorado. « Rola com as suas
terras alUs até ao castello de Santa Catharina á es-
querda , — o plaino até ao porto de Santa Maria ,-*-
Medina com suas montanhas cenlraes , — Porto-Real ^
e Carraca com o Trocadero formando a bahia interior,
— a bonita villa da ilha de Leão no fundo, e a larga
calçada que vem fechar em Gadiz , á direita , apre-
sentam , ao entrar do porto , uma scena esplendida »
á qual dá vida a movediça mulidão d 'embarcações de
todos as lotes. » — R6ta e Santa Maria sio logares d«
recreio para os habitantes de Gadiz, como o oulra-
banda para os de Lisboa ; — Garraca é nma peqnenft
ilha , que serve d'arsenal , — o Trocadero entra em
quQ os navios se concertam, e constroem. — A ilha
de Leio figura grandemente na historia d*Hispanltfi
por íaotos d* este século ; e perto lhe corre o rio Gua«>
dalete, em cujas margens, juncto de Xerec, toi ves-
cjdo, e desbaratado o ultimo rei dos Godos pelas hov-
das mauritanas , na famosa jornada, que deu aos bár-
baros o senhorio , quasi inteiro , da Península Hispâ-
nica.
Levámos ferro de Cádis pelas 8 damánhi do l.^do
septembro; e ás 4 da tarde doeste mesmo dia , surgi-
mos na enseada de Gibraltar , tende passado bem á
terra do cabo de Trafalgai* , que recorda o glorioso
-fim de Nelson . e de Tarifa, em cujas visinhanças nm
dos nossos Affiinsos eternisou sua memoria • een» fes-
tos assignalados de valentia e magnanimidade ca-
valieírosa. — Os cabos de Trafalgar, ao norte» ed*E8-
pastel, ao sul, formam* a entrada occidental do estrei-
to , que se vae apertando a ponto de não ter mais de
qaatro léguas de large, em frente de Tarifa ^t-* «^
mentes Calpt (de. Gibraltar) , e Abyla (de Ceuta) IHr-
vem d'umbraes á entrada, oriental— -e abalizaram pòr
muito, tempo a . eivilisaçãodo mondo romano , cfueo
Mediterrâneo só em si continha , depois de haveren
sida , talvez pOr largos séculos , o at>rfwní»Ho de ma-
toantes afloítos. • experimentados;
' C. La^ange.
3iS2 Nio ha ninguém da boa roda que niotcnlMi
ouvido fa liar da jN»/te-^e que não tenha fa liado da
polka. Em todas as casas do tom se toca a palha: tâ^
dos os armasens de musica vendem a poika r e todas
as amigas pedem ornas ás outrasa poUsa para apren-
derem : em ilm , a poUta já está eotre nós aclimada
sem ainda cá ter chegado. Pois bem, este dtêidtraudum,
a dança maravilhosa, dos salões de Paris, dos tibea-
ttos de Paris , o assumpto dos vaadelilteê de Paris ^^
acaba de cbegaré B' mais nma importação que' nos
vem da França fbrtada "Sos direitos , apesar .de toéa
a llscalisaçio da alfandega : tambrm não acreditá-
mos qne §oue género de se achar na pauta, nemco»
qoe se intendesse a sua tommUiõo permanente.
Além de dois cavalheiros ultimamente chegados áe
Paris que foram tão felizes que tiveram a fortunado
aprenderem lá a |Nrfl» ,. chegou também o directoria ^
indicador, marcas, oo como lhe queiram chamar ».
>paraiiistrttC{ão.d'e4(e portento da&gasçl» a o S&Zir
REVISTA UMVERSAL LISBONENSE.
dá-se pressa a pôl-as em exercício : até sabe-
de duas ou Ires venturosat que já dão licçôcs da
lka\ PreseBtemenle não ha cuisa mais necessária.
1^' o' complemento d' uma educação seguida com es-
mero e aproveitada com gosto : é para a sala como a
handolinê para o toucador. . . . duas coisas da primei-
ra utilidade. Felizes osmortaes que dançam a potàa!
.Quando o mundo estiver iodo polkalisado o género hu-
mano locou a perfeição \
;Mas o qoe éapolka? E* isso justamente o qae va-
mos dizer, com o gosto de contribuirmos de cer^o
modo para a cabal instxucção dos polkistas ; . quíi se-
tria uma grande falia — uma veri^onha — apresentarem-
•se nas salas do vMndó elegante fallando na polka, è tai^
vez dançando a polka, sem saberem o que é a polka.
Faríamos acinte ás t^enlurofai e aos elegantes^ sabendo o
que éeBãolh*o dizendo. Demo-nos para isso aprofun-
do tfstudo , para lhe descobrirmos a etymologia . e
indagarmos-lhe a historia^ £is-ahi uma e oQtra coisa.
A palavra p^lka quer dizer polaca. Os polacos cba-
nam ao paiz pdêha , e polka ou pulk foi também o
Bome d' um regimento da Polónia. A dança que boje
chamam assim é conhecida n'aquelie paiz pelo nome
de mazurek^ que vem.,de i&irafoia, um dos naisbo-
nitps logares da Polónia. Todas as árias nacionaes
'd'este ^vo desditoso leèm oãi carabter peculiar, fes-
tivo ou de melancolia .'que se' nao confunde cora ne-
nhuma outra musica. A maxinrek é a menos antiga
doestas árias mas o typo de todas as suas danças. O
compasso da tnazurek é em Ire^ tempos ; o seu moví-
-mento varia muitas vezes, e exprime admiravelmente
*os sentimentos suaves e ternos , ora graciosos , ora
-pathciícos , ora vjros • ora risonhos; as Gguras é pas-
sos são uòsa serie de movimentos complicados , com
certo systema de voltas, com menos rapidez do qóe
a valça, á cadencia d 'um motivo em noUu picadas em
-Talorés desigàaes , que requerem grande energia e
levesa para a boâ^ execução.
As prineípaes figuras são a roda , a troca doé pm-'
irei , ê a cadéa.
' São a dança e oanto mais predilectos dos polacos.
Por ultimo , apesar do que muita gente pensa , nada
tem de voluptuoso ; é certo que os francezes , que
triínstornam tudo que lhes cae nas mãos , lhe tiram^
muito da sua singeleza popular. Cada mestre de dan-
ça se arvorou em legislador 4fa polka , de maneira
que a principio foi uma anarchia daoçantènas assem-
íMéas de Paris. Mas ultimamente a celebre dançarina
-^aria Dumilatre dançou a polka na Grande Op^a,
ie fez tamanho fUrore qu-e a sua. maneira de polkar fi-
cou definitivamente adoptada. Esperamos que Mada-
me Mabillé queira ser lambera a nossa legisladora da
polka, assim como é o iman dos nossos olhos , eque
-«mvez de nos kre^viar até i saciedade , noi poika-
Use antes eternamente.
Goip eifeito era já tempo de uma reforma na dàn-
^a. O romancismo devia invadir lambem os domínios
de Terpsichore. A clássica dança .já enfastiava per
JDonotona, e a valça já estava mais caduca qoe o mi-
nuete da corte. Terpsichore imperou tempo em die-
■lasia, foi adeusa da Grécia que mais custou a desalo-
jar , mas finalmente W/e €*en ea, graças ao influxo do
norte, d'onde lera vindo as reformas em todos os tem-
pos . desde a politica , com os saxonios e os godos ;
4a raligião , coni Luthero ; da jurisprudência » com
Grocío; da philoso(>hia , com KaM; da astronomia
com Copérnico; da hislçria natural, com I^inneu ; da
medicina, com Bichai; da litteratura , com Tíeck;
da poesia , com Goethe ; da historia , com Herder ;
da musica , com MLozart ; até a da dança, com apol^
ka
Pois viva a polka! e não polkalixema$ mais coro os
leiteres. Silva LeaL
SOTIGIAS.
AMAROOSOS FBVOTOS OA IMOOITSTAMCXA.
3183 Um moço do concelho de Almada galanlea«
va ao mesmo tempo a Ires donzellas convisinhas . to-
das de famílias pobres e plebéas como elle. O joga
doestes Ires ciúmes feminis deveu necessariamente de
produzir lances curiosos : alguns nos foram relatados
mas não nos toca repetiUos : uns amores são já un&
estado violento ; Ires são para fazer dar vol^a. a qual-
quer cabeça , por mais solida que seja, se não trou-
xer turbante : antes que tal lhe acontecesse . detcr-
minoa-se muito depressa o nosso Locelaco transtaga-
no em se cazar: não foi talvez só o coração, mas lam-
bem certas circumstancias urgentes as que o decidi-
ram na escolha : antes de nove mezes e até antes de
seple, já havia subido de esposo a pae; e o filhinho era
lindo • e a mulher era affeciuosa e trabalhadeira e a.
casinha prosperava e elle parecia feliz; e era-o quan-
to, o pôde ser, quem deixou apéz a si dois zelos femi*
nis accesos pjor sua mão. >. .
.Pelos fins do mez passado, poucas hpras o expul-
saram d'e.ste paraíso para. ura valle de lagrimas sem
fim. Saíra elle para o trabalho; a mãe, depois de ce-
var de leite e beijos o pequenino, deixára-o adormcr
eido no berço e sajíra lambem para ir lavar roupa :
— quando, o homem se recolhe a casa para janlar ,
acha o mottino. feito pedaços; 4;orre como (loidp. para
a lagda, onde deve estári o. único objecto precioso que
lhe resta , e dá com a mulher- afogada.
6 Q^^l foi a mão infernal qoe afogou a ovelha de-
pois de ter esquartejado o cordeiro? — Sabe-o Deus*
l mas descobrilrO-ha elle á justiça dos homens I
BBrVHCTQS .riWOB.
3184 jEsTjLo os livros de medicina legal cheios de
terriveis faísjtorias de, mortes apparentes; — e é uma
.yerdade atroz>, . que a. ignorância tem dado involun-
tariamente o supplkio das .veataes a muitas pessoas.
Um oOicial da nossa marinha , o 5r. António Pio
dos Sanctos, falleeído deveras ha poucos annos, duas
ou Ires vezes havia sido já reputado- d efunclo; e uma
d'ellas no Rio der Janeiro chegou a ser amortalhado,
metlido no. esquife, condusido para a egreja , e dei-
xado sobre a tarimba para no^^eguinle dia, depois do
officio de corpo presente , ser lançado á sepultura :
recobrou de noite os seotídos ao clarão de quatro to-
cheiros, que aUumiavam a sua. insólita cama. reco-
nheceu onde estava, e facilmente adivinhou o porquê:
— desatou*se mãos e pés: ^rcejou por abrir a' porta
da egreja , e , frustrada n'esse empenho , voltou a
passar o restante da. noite, estirado no sen esquife,
onde tão regalado e profundo somno o tomou , .que
só D estrondo do cantochão á roda/d'elle pela manhã,
é que. o pôde despertar: — senta'-9è:.'r-rOScUrigosao
REVISTA UNIVERSAL LISBONENSE.
581
1>ovo desarvonmi atemartsaiios,^eíl*oaqoi de novo só
un templo, mas d'esta vez c«ni dia claro e as portas aber*
l9s: — embriftlfaa-se na soa mortalha o mais elegante-
mente que sabe, e corta para a casa, onde a sua pre-
sença faz sucecder aòs prantos da esposa e familb o
terror; ao terroi' o alToroço da alegria; e a tudo isto
o mais agradável almoço postbumo que jamais se co-
meu.
No carneiro sotoposto ao adro de S. R^tT« de Li»-
ÍM)a ,. carneiro: que já hoje nâo exisbi» , pafS«e«-86 (cob-
aio ooI-pO contou pessoa nâo ^macrébiá , que »tnda
d'isao se lembra) outro drama similbante, porém de
meno& alegre desenlace; — Ouvíram-se um dia gerni^
dos aublorraneos qoe de lá vinham, sen lira m-se pan-
cada» iM affer rolhada porta ao cimo das escadas lu*
fpubres:- ninguém se affuilou a.abril*a: as pancadas
cessaram: emmudecerAm depois os gemidos; não se
êeniitk^ mâi» nada: não se tornou mais a pensar em
tal:. -^Quandet dias apéz se desceu, levando novo bos^
paHe para aqii^lle palácio da morte , viu se, sentada
•obre um esquife, -com a cabeça encos^) da ao braço,
^ Rtisto voltado pnra uma das estreitas frestas abcrtas-
BOS- degraus d«f adn», uma. rapariga qite se não tevan-
ioia nem se demoveu com a invasão dos seus dr^mi-
ftioft :^ desenganada de -que o mundo a não queria re-
tomar, ««baostas-, provavelmente « as forças , fora
«eotaff-so- aoKirtalbada a espertar pela morte a sós do1s
dedos de distancia do ar, da luz, e do mundo dos
vivosv pela morie da fqme. da sede , do desamparo,
' dio fráo» da* trevas , das saudades, das invejas^ do
terror, e a mor^e espantada a achara e a deixara al-
)i: até que vieram mãos humanas derrubaL-a decima
ào «sqoifo alh«io para dentro do seu, onde o palmito
€ a capella que lá deixara a esperavam. A expres-
são do seu rosto amarello. e olhos abertoaí era indefl^
IN^I.
I^e propósito asieatámos em revocar ás- memorias
amhfe»» estes factos já de aonos «por .iwrmos que alu-
de boje, algumas vetes setvanscoram as necessárias
«antelias para verificar a morte antes de se ella tor-
nar- irrevogaviel : e eis-aquk uma prova coibida do
Diário do Governo de iO do corrente. : . .
. « No^eoneelho de. Ferreira dê Zêzere^ na.noíio de
« 2.4 de junho foi acicomeUiíla de um ataque deepi-^
«> lepsia oma rapariga de. 16 annps ; — a doenlé fioào»
«• por morta, e oito horas depois a^faziavconduiil? e
c acompanhava^ ao cemitério o pae, que ttb estado.de
« embriagjuec , em qno se achava ^ nâo percebeu os
« ftignaeade lida, que por veies manifestara a aup-
• posta fali e£ida 4"** chega da ao cemitério » o paro-
« cho reconheceu 4iie havia ainda vida, o «ppoa-se
• aq. enterro»-— foi logo advertido o administrador do
c concelho, que tomou as djsvidas providencias;-^
« fes' ioaoediatamente chamar un» módico > e-admi-
« nístrar soccorros á^qente; mas ainfeliav posto que
«. á -prudência, do parocbo devesse a escapar de ser
« enterrada ma,, tuccumbiu todavia no^dia^ 2^. —
«As auctOHdadea competentes mandaram procodcr
«nos termos da lei^ para se verificar >se> o pae^nose-
o ee imputação pelo. sou» estraiiho-procedimeido».«s
3IS5 A POOGo e pouco se hão-de ir remediando- ^
iifuanto ainda for^p^siv^ei, os eatca^DS quci na mattri»
pnpa daip^riicfão^ p<if ijinos.» «ímíisoii o. nasM po-
litico terremaio. Algumas bibltothecas publicas vão
trabalhando por se organisar, e precaver-da ruina o
remanescente, a inda^assim copioso, das muito desapro-
veitadas e muito roubadas* livrarias dos conventos.
Oxal^ que a principal , a de f^ísboa , chegue breve
a- ter meios para sair da censtimidora catacumba on-
de jaz para iogál* mais vital , mais do munda e da
luz e mais digno d'ella.
A de £vora , graças ao incançavel zelo do seu be-
nemérito e eruditissimo bit>iíothecariò , essa , supe-
radas mil difficuldades , vae já vingando o ápice da
perfeição que lhe é possível attingir. Pelos fins do
mez passado se concluiram as estantes novas ; dentro
em pouco todos os livros estarão no seu logar orde-
nados e os respectivos catalogas findos.
i £ Braga? attento o grande tráfego 1iN
terarío, que hoje nos consta 4ta««r ri*aquella cidado»
fomentado principalmente pela presença do lycen , é
de esperar que o exemplo de Évora a estimule para
imitação: cada anilo áo demdra'óacasiona pei^das iv*
separáveis»
KATatCtBZO;
3186 Um rnstíco pondo sobre a meza oma garrafa
de vinho , recommenda a sua mãe ,' que lhe não bula
que é para o seu jantar: sae e quando voHa , acha a
garrafa por meio; cega-se , arrebata uma cadeira^
descarrega-a sobre a cabeça dá desgraçada velha; dci-^
xa-a por morta e foge.
Aconteceu isto no^ Barreiro a 16 do corrente. No
mesmo dia se mandotr chamar a toda a «pressa um pa-
dre de Lisboa para av confessar , que* ainda- a aebou
viva y. mas som poocos^ signaes do escapas.
ABEAjrrsciBia x suícisxo foh^amob;
8187^ Umv soldado do batalhão naval ga)onteava «
para ^casamento , a^ certa moça, empregada em enro*»
lar eharutas*na» fabrica^ do contracto em Alcântara^
Gom» razão ou sem cila , conseçára , havia tempos, a^
ser aeioso ; . qoemi dias zeloso i\z louco , dfr sujeita
a todosas tormentos & predisposto para todos os cri*
mosi os riu mes tinhanf chegado >fl(o sen auge-: —no»
dia 9 pela*, manhã, quando a .s«a- cbantteÍFa> ou
.matstoxaetamentei-a cberutetra , . se encaminhava pa-
rafa.fdirroaremcompaBbiaodefOUiras, elle , que a
esperava no meio de umas terras, por onde era Ox
(cansito e qoe já> a havia ameaçado com a' morte,
detxa^a passar sam lbe'^dizer coisa alguma., e, .ape-»:
nas a vè a distancia do poucos passos , lhe -desfecha»
pelas castas^-irma pistola carregada^ de -escumilha :;
aos» gritos da ferida e-das companheiras acciidi« quem^
n'o prendesse ; — eile também não fngio/. ^ .
Havta poucas horas qoe jazia^^no calabouço do sen ^
regimento, quando ahi se ouvi» um tire^ e o acha-*
ran^ estendifk) o lavado em sangue. A mesma pisto--.
la , com que tentara vasaf o coração infiel , e quo^
etle teve* 0' cuidado do levar escondida no cano da •
bota , lhe ha via. servida- para so livrar do seu amor»,
dos seus *«seh>s edos seus remorsos. Paltava-lhe só a
bailai: dois botões da sua fardeta lb'a- siippriram : *
ambos lhe haviam altravessado o peito, e n'este de--
p^rmeL aaladoifiBi conduzido para abospitai da inai^-
lrÍQk«#<. ^ - .
.082
REVISTA UlMVKRSAl. IJSBOWENSE.
(Caria.)
3i8S Un saccrdolu coro bons parlei de TÍrdide e
jBMttdcsa pediu « um seu caubécitio .cerio livro , que
Iraclaia do mqdo d alcançar 0 5.ilvaçãa; o livro, eo*-
carecia liinlo 06 sacrifício a indispensáveis para tal Am ,
xCxtravagAva ião por fora dai 4>receitos da própria
•eonscrvíiçâo, que o leitor se.eacheu de excesaivo fe^
• Ip^c.faDaiisino, i^QfSiHi l«!go fí desespera j^o ; e a llnal
jai inteira«enlé alienada, nâo , pede teuáo que «o dei-
tem ir para uia deserto, paraaelásuplioíar a fi mes-
otio do não ter sabido, coníonuar a ^vida «om aquelle«
a-usleríssi.aíQS diclaioes, e não isooba neoi cogita senão
^m infernos, e demónios, M^l hnja quem simiibantcfi
obras permiUe , que |Mir seu. fanatismo são tão «nti*-
^ehristãs eantirreligii»sas, tâo prejudiciacs ctãoabsur-
4 AS como as proj»rias impiedadea dos espíritos fortes.
* /.
♦' '■' ■ "
3189 £m o nosso arligo 3029 fallanda .na Menuh-
ria iohre o Plano Inclinadú , pelo Sr. 11 . L« dos San*
Gjlos , chamámos a este, constr<ucfor à* Armada, 9tip-
pondo que ainda exercia c«te cargo : desde que nos
Nilendemeaj seoppea^m o oti»irainorTnot*ea^; ^cn»
do grantic a sua fama não só cm Portugal , mas^m
Arsena^e^ doBra^sil,. onde 4rabath<Hi em quanto o Ara^
$ij era poHuguez.
. pela. qarta porén qtie abaixo inserimos, nos -ad^rep*
te o Sr. Santos que bavemos caído <em òrro, porquan^
lo em iS^5 (àtM dentíUido doeste logar , e bem as-
frim da sua patente de c«|iiiãont^nente1 J O motivo foi
ter eile antigo engenb«Àro , weouccrlado ie appapelMiiái»
a esquadra. de D^ Higuei. Se outro «à^o bouv.e («pouw
temos rasão para acreditar) grave injustiça se prati-
cou^ pois. símilbantcs irabaJhos os dievcti fazer x> jSr.
Sanctos por^oLrigaçlo do seii oQicio.
, 'N'um inui cabal requerimento- («cuja «ópia açéci|>«*
nba a ca? ta reiiierida} , Aarra o Sr» Sanctos n .S. M,
tá)da a sua historia eivil o ^toJiltca , 4}om a^eniubeiia*
çio dos serviços, que tem prestado ao £atado por ea?
paço de. f m?i(a e trei annoê , ooaso ongenbotro <on«»
ti^uclor do arsenal da marinha , cotíoluitido por p«dir
que 4he inça a justiça de o restituir ao seu^iogar o
|iatente. Este requerimento 4ein a data de l^4e ou-
etubro .de 1842 ! «... cm qne . foi ^eoli^gue aoi Ali'»
Dístro icompetenie , ^eaa qne até agora ^iiou^Foáao ida£a-
Pfmento'«
Quando não baitaàseiii ^ara abono da<pettçõo d/otli^
benenueaito ofiiciaí. us trinta « tantos ^aanos do servi-
ço, n'uíDa profissão ião laboriosa e transcondcnte-"-*
é^lhe grande docomento para o bom despacho/ a aua
antiga «.ificonteata^a reputação 4:omo engenheiro eona^
tructor, o sen! Xalento. fecundo e activa :pelo 4|Qal ad*<
qQÍría,\ qanfi^ andou: estndando noa estaleiro^ de In-
g-taterra% ^aia .fiolcaAo, pela inaenção de uaM maehi-
iHi liarval, a ^ue der«B o nome do seu AacV(»r.;
a.', constrticção do íkrço Naval , doa pépoê mUUmres ,
o. invetUo de maetdoaspara iflan» IndinadOf^tíLCí^ âiH^
do pruvas da soa perícia e dodfcaçio. ' • .
Com taoa docamoDlot, qoo não ae adq^frem^egrO'*
ciosamente, nenbusa gov<erBO<sat»íov ittostrado» 'oona<-
titticionai,. que.^ diaer todo , ao qual . aó compre ai*
ttodes aa&.iiE(ecitoa e. ip lentos ,..péda«dot«Oi& da «teér
justiça ao pretendente, s £o>u&âmos em q4ie o MiM^*
Iro respectivo não retardará mais um despacho que se
tfoi licita cimi tanto direito e merilos:.
£is-aqui a rectiOcação qne intendemos dever fazer*
(Cátia.)
Agradeço extremamente a V. a recommondação
qne se dignou faxer , no «eo exceli ente c tão aucto^
risado jprnal , da empresa em que oatoa empenhado^
de, estabelecer era Portugal os Planos ínclinadfn, pa-
ré evitar os riscos e delongas das qiterenâs e concer*
4os das embarcações feitos no mar. Estoo coDV«ncidé
de que hei de achar - apoio «m lodos os homens ao*
licitos pela prosperidade e adiantamento da nossa pa*
itcia e o que já recebi , na approvaçao e lonvor que
a Jítfvwlo -^ valente aoxiltiaidora dos interesses nacio*
iiaes,*-«»se dignou dar-lhe, me anima »Ofto para ar*
r<istac todoa ots contratempos que entrenós se encoUT
.tcam para fundar símtlbantes empresas.
Agora TQgo.a V. um novo favor , qno é o de re«
ctiflcar uma equivocação que notei norefevido artigo
goe tanto me lisongeou, qual a deqoesooێnalmc<or dq*
Armada, £' verdade q«e o for |ior.trinU e tantos an««
noa, até que era 1835 «se demittiram do logar epa<»
lente! Essa historia consta «do requerimento qne fiz a
S. M« edequeremcltocopia a V^ para evitar o referil-t
oqui. Doesse j-equeumento que *e«itregaeihaquasidoia
«finos, ainda nãp tive despacho*r- também nao atenha
instado nem mottido empenho , j>OH|iie meda na ou^
nha justiça. Esperarei que m*a fa|aai«
Peço a y. se digne fyMr esta «Mnha declaração
para que se não pense que já estou- 'réintregado (>co«
jno muitos outroa) quando taA não ha.
.Sou^lc
Manoel Ináa ^ Sanctàt^ '
3il9(^ ExTBAiMOs do Diário do Governo âe nm doa
clMStosorarHgos, qne o nosso collaliorador e âmago ,
o:Sr. âitva Leal , aiK eomeça a pubHoar , aobi> ti-
tulo de Chromaa Lisbonense , p oei^Hinte : —
m, £m'<certa qvinta doa suboriíios-d^^enia «idade lha
<nm casoipo qoe aasiate na .jmbre cesirlhdla da nies&itf
qnínta, ci]S'a alco^ra é contigua ao espojodoirod^umá
jumcÉiba:, que bambem alU coma , « «dorme. A ooeie-
dade não era <d'appelile , mas ia«ir1>em níngoem |K>*
éorsa ' feoear q4*é foase .^eiigosa; «om todo o d^sgra^^
çado caaeiro «ivia .em companbía d*um/|adrão-^d*um
Jadriio de dinheiro., oomo não ha dn.tida. a
ftí Acaba>v9 o coavaioaeente caseiro 4)e se ievaniar
d^um» grave onfmnidade, restavam-the apenas umas
oetemoedaa, modesto friicto denodas as snaseeono-*
«líaa, q»e o bom do homem se dispo itha a i«r trocar
acidado, para oom oa soantes* cruzados tio vos , so
aiMiar para a sna teru; reformando «o mesmo tom«
>po o seu ipaaaapoffte , ctijos dias mareados iiie Aaera
expirar •4em*nso a soa doença. «
c iPassaporte e notaa., l«tdo"0 nosao^aseiro t>oc om
tOtma do q4iatro>taboaa de pinho á laia dè «lesa , de«
^^oia de «oa haver ilrado da gavfiatla aoa cémmoda
onde a soteebaveatOstlfAfa caiilel08ÍMtoente<gttardadot
eroquanta. escovava, e viaotia ats«a*4omvngoei«o|aqiie»
la. Quis a sorte qne a mesa-licasse por batxo d'uma
abertura qne ha lOa pa^rede fn st amenio fronteira á
manfadowra da^burra. Serro cnrtoso >d«*oKfervar ^se
oêlo-aUmaria terá- a òosao do le-Mutiaç infêlizmeiítd .
o^^foiaoi ftaio>^«r«ipblonologOv.u'^ «Mè^^oafto* éa|bi
REVISTA UNIVEU^AL LISIJONENS!:.
58^
o
eoriosif como todos os animaes fcmêos , a burra es*
lendco o pescoço apenas viu os papeis , cheiroti-os ,
naturalmente arreganho» os dentes se Hie cheiraram
a dinheiro, que é coisa que faz rir ainda mesmo os
brutos ; rcsol? eu no seu asinino besittnto ser duas ve-
xes outra r e tragou as notas do desventurado casei-
ro. . . Quaiido este lhe quiz acudir era já tarde ^ e
para maior desgraça (eie o desgosto de vèr as stias
queridas notas revoiverem-se e sumir-se entre as fan-
•es da avardnta burra , sen lhes poder valor! «
• c Um curioso d'etymo)ogias sustenta que todas as
burras são gotosas do dinheiro e que d'ahi veioude^
Bominarem-se também burras os cofres onde ene^ se
guarda. Gomo quer que. sejay o facto ó certQ: quem
%ií4Ztt q.usi o moralise. «
.. VRB80 AacABusaioo.
31^1 « JuNCTO a Ato de Loba , fregMesta roral 4Ío
«. concelho de Vúeu, acaba de se perpetrar um as-
«r sassinio execravel. fio dia â3 de juubo uma escol-
< ta de cabos de policia conduzia prezo para as ca-
déas da cidade João Ribeiro Que íti^o ; — ao pa8sa^
defnínlA de um.piubal/. uma. descarga sobro a.ei»-
coita põe em fugida os ciibos de policia « e o pre-
so épas^adQ. da bailas- a de hajiMieladas^!: Foram
capturados quulro individuos-^, sulire os qpaes re-^
caem suspeitas d^ j&umpjicidade nu crim», qu*sc
«ttribii» a ódios partícula rcs%. »
£is-aquii Uida. quanto «a. este rcspeiio nos- refere o
JPtoiuo do Governo, OusaLcmos cum o. detido rfS{«.eiio
lembriír áquelia-^muáo instruída — redacção, que>
9»-.ftiHÍ€Ías>poiíci^e(S tão succinU e incompleiameate
expostas» ciimo hoje: coslumaas .vir na sua íiuiha, nem
Miiisfazemji natural curiosidade^ dos hkorei/ nem Ibesi
4ão^ logjii^ para^ faaiet^eaupor sivmesmos ^efUxão^aigu*
na pruv ei Lusa ..quando mjuito , servirão como elemen-^:
US' para futuros mapjias €s(atisUc<is da criainaUdadev
ainda aji^sij» maít» impeif^ios»
. £sta faita longe estamos de a.aUríbni»m^raa9<pe»
4aaores>, cujç capacidade até gpr longo tf acto co-^
tth«cemos-:r eiies* puldicaxB. ( julg^Hxos.nós)vas íú(ú^
miài^õts . qijíe os governas civis en>i«m aa respectivo
vioisterío.; mait.cumpiiiria soltcitar dos*^txm;^ go-
y^rnadfires civis^ que. «a mandassem elles: maia cir»
cáijn^tanciatiaS'»^ mais* em estado- de poderem teriis
(ia% ct)rou ati.enção e apr^weitamento,
• Na mesma^ío.Uu • por exemp^ d.^Dde aeabamoa
â« extractor, esfa». iauúi. bosquejo , . se lò? o* aegiiior-*
« Noxoiicclho.de YòMga fallecea^s^biUmente-um
^. individiuo de excess4»..de emá>riaguez» 9
«< £m. O^troa bouvet u^aa tentativa . de.siúeidiai Ja
» parlede um a|tenado4 .qi!^e>5e lançou «ao mia »,« d' on-
« de o <f«icam.a^|%ar f>|MraH$«r. entregue. á família; »
i H l^eUapjiUulhas. da guarda municipal foi captu-
« rada Carliúa Maria » criada de aeniiia^ qee seái
« licença de seu. amo baiia.intiiodiíaído em si»a casa
a.ManueV FjcaAcisjra» 'soidajdo de aaçadorv^-^J 2. »7
Correndo os numero^ precedentes «.pefUsiames re-
pre^eiif ouiites» .ainda tmaLs-flagraiiles,t<il>ec«aieBtos da^
raaSo» que nos suggere a nossa respeitosa sàpplica ;
-i-Tódii a tèí que ttaí. réla'ç9p dé/uài' crimeoude
Vima desgraça não vem, çaii ud ^en9S clara , uma
ai^menle de virtude ou de felic^ade para qitem. iè»
naíbaratóu-se Q.pu>el-i it tÚ^lA^i» («A^r V^^lf^.
diakn ser empregados melhor em coisas solidas oa
ainda em coisas meramente divertidas.
Estas reflexões .^ue , sem a m»Í5 leve intenção de
aifrontar, tomamos a liberdade de dirigir ao Diário
do Governo , com egual propriedade se poderiam ap»
plicar a muitos outros periódicos portuguéies;
JBíBWJOivéoB XN^-^AMmAVmiB
*3iOâ Bs^fliraga nos»escrevem ifue estando a ã áo
eor rente in*aq^l la cidade. uma seniiora a destillar li^
cores, saltou o fogo no álcohol e (ao rápida e viuienh
tá foi á combu&tii) . que a imprudente operadora não
teve aso para fugir : 6cou tio abrasada, que , dentrb
em seiis dias, expirou,
A AAimiA SAVCTA OSSSKTB&OVISABA.
(Carta,)
3f93 O DIA 4 de julho, que em Estremoz foisem«
pre de pompi»sa recordação , dedicado ao cuito da
gloriosa Rainha Sancta laabd ,. lá se foi callado etrtS'»
te ff^m o cemitério do |vissa<lo. Apenas a piedade
de poucos extremoaenses , qne concorreram , conse^
guiu que as portas- de templo so abrisseqn ; Quantas
:lagriraas abi se nao vèrtòramde corações magoados I
\Sem fnicto bie sido os roge^ , as supplicas da raii^
nicrpalidade , oa requerimentes dos devotos:' lodo;
a averesa.' teo»'desattendidO': e a mãe , e protectora
des povea-, a liainha. Sancta dos purtuguèzes , sem
culto, utflogar do setti venturoso transito 1 ; Dcspresa-*»
do osolemne v^to, qucselheprometteu, na crise mais
arriscada da^ nossa indepehdcílciafi e redilsíiia a ca«
rececv d/ esmolas O: siHirbolo tln generosidade! Nemi
milaa^4iouve na 9«a cape lia t ! !. Más- o clero extrc*
moaense ainda deu provas- da sua gratidão; o mo-«
vide de piedado , sem pompa , sea» fau^sto , e só cea
sincera devoção, ai li asststi^r^á mísaa conrentimí, j^ud
0 prior da freguezía celebrou; e ob dÂs^dOoi ta varie
foxam. 'edifieaDtes% pelo- concitrso , . sempre; navneroso ^
dos-devotos de- toda esta província, qtíe medfirítes oq
suissidtos do»'què seieem icm^ihado ' eD>:€ránqudar
aa^ portas d^ templo, n*eMe achavaan-^à^itffe' còm"^
•monr^oa' puvos, para ser sua valedora-nas immènsair
neccls6«dades,.para que se soLiõitava o«eti patrocinio;;
1 qiie feia mgratidão para com uma Sancta Rainh?»*
^oe foito ínis da ^paz e o axemprlo. de todas aíi viiv^
tades ê uma das jóias maia resplandecentes da oe*^
réa' d'èsto'reim)'! -• , -- .'
Estíi^moz 6 de julho ' De V. ete. !
• :'delM4*. • . . ^
Flrmi€heo afaria- 4a SUveiranh^HV' >
3tS^ Nee anvargarados dias em que Deus déscat'^ •
rrgoo ò sev.tremeAdei^oder' sobre a Vrlla da Pniia *
da Victorra-, e a reduzia^ a -cuinas por meio de um '■
hecforoso terremoto, evgei eu^a^TmMâllcfliil voz pa^
ra Levar á*' noticia de tão lastimosa oalaslrffphé a^s •
pés do^ throBo 1 da nesaa ideiatrada raio ha ^ 'a.8r/ D**
&lar»'2/, tto! eonhacímeato dos sesks minÍBlres . do -
pfixe pprtufueX'; ei em gerai ao d estiadas es nações.'
Ansensibiilvdade e^ a cemmâseeação da«'«imas bem'
fazeias foram íbrteroeate- despefftadas..pel»inarraçãodo'
um acoiktecimealo • que oflerèetavo pim^eBte qeadro>
|jGle4«iMn>SQSf4aaeeav <de cofiatcnmdórft ^miséria, e der
i aAselifeMIcdailfttb -m A, teita eUietaáa irnsieiís eiaoe^*
584
REVISTA UmVEESÀL LISBONENSE.
tpemtindo uufn pAvcpKso estrondo, enfuroctcla-, e. <Íqi>-
vuUa; as morailas do»!bom<ni8 sacudidas dos seasali^
'cercefl*v'Vaiinu|níl4d«i6 em- um RMNOicnto, corno 80 io^
•niiineras balèrús lhes 4rj;^mes£<issMa os etflrag«B do
Hçmbio; fcreaturas inumanas vagueando pelas Miiipi>
nas sen tioQ, aterradas, e tem aziio : •^— tudo ialoae
'aífigurou á imagiii«ção de quem ouviu o meu tristíssi-
mo brados, e-'K>90 de^t .^« oorftfrem lagrimas da
«hais «nSeaU sfflipothia . cft4t uca je deu présM^m
•prestar soccorro ás victimas d' abadie fibenomcnohor-
•fivel e devastador.
A caríniio^a mãe dos portugiiezes, -a excelsa rai*
Ma, e o sea .augusto csfioso , Jião ^rdaram em fran*
quear osseus particulares cofres, d-ondq tantas esmé*
las tem saído para 'nfeli««s ;- os^ corpos legislativos, e
os saldos aíntsirps 'úti adorada aebènna xierumftekH
SOS e sem perda de um momento as providencias que
o caso podia : e de um «xtn^mo aé oaftro do Péilu-
gal , e em díAerenteS' pontos ido globo se «brfram-na
Ihe^irot ia benoêeeiícia , - de sorte que «muito am
breve» nas atas da caridade dvrslã, noa vderamaira*
vécdóxkf^no avultados dogaaiinos^^ abniidaiftafl soe»
^rroi.
: Graçaa i generosidade inandiia 'd«!tanloa etia«aai«
paasivos bemfekoreÀ ,. ^s ahi rffiaacèram fnnnnsas.e
louçãs lodaa essa» povsnações^.que ainda. ha ^nco de-
safiavam, o pranto da compaixão, «e apreaeniiHraai o
«apcclaenlo da solidão do deserto^ aggravaéo 4bí4 ^n»»
ses jMila iiq{pre«são:meliinc«lka das rtiinas-qiieasala»^
Içavam»
' Eli ftíí teslmunba dos hnrrores êo fatal aconteei*
naento -r- couhe-ftte o penoso dever de 6 facer pabli»
€0 , e de chamar a altcnçâo dn meu paíz sobm ^mW
aera sorte dos prejudkados; más agora, por mim
•omp^nsação benéáca da providencia , incambe-«e
tattbem a deliciosa obrigafão de agradecer os eífeiios
da síngoUi^ phUantropia, qite por todo a parle «e: de»
fienvolvett em beneficio dos praienses « doa seus com*
paDbéír«B na jdeaventura. • .
' Por mim pois, e «aiaiome tf êxodos «s moradmres
éa Ilha Tcoxft ira, qac' receberam spccorras por •oca<'
Aao do terremoto de iK de jmtbo éç i8M, -v^nho.faa^
jn lestímuttfaar a todos os bcmfeílnres a-nasaa pmfuii-^
Mã graildâti , pi?dlestand« que em nosJsos corações ^ea
gravada para toda a yida a suave lembrança «d«s be«
lÊtúcim raeebldas. . < . . .
Acétlae « 6 almas generosas , este meaquinha tvl»
knto doa nossa reconhecimento, < .emgiiMitn tiós áup*
pHcamos ao Todo Poderoso qne .vos conserve a. vida ,
e vos líber^lise «s séntitraié' qtie mereceis , como ga-
lardão dos grandiosos acto§-4«-earidade que praticastes.
Angra áo gyitidi» ^W 4e miio ile ÍBH^
^ .gaver.nador CitU
3195 £ra noite escué^a no sabbado nUimot
)nurmurl«bo de povoentnpsa parle uia rnado6^Caval«i
]eiros:-H-jé.d« diversas pastos acendiam .palralhas
iniimcipaes;.^-«-nin açongne parecia 4ar o a^nlrir^dt
toéo.eaie IreboUço: á porta do açougue vin««e> tua ho-
mem com uma Jiiff na mio :-«-^s qneisbliam cbegattr
óo pergnnuvasn é osmilros perguntavam também «f
respondiam, itif.^biúws: .<*-*• )i tio snmtam publicai 'Va-r
giiTam. as mais eiwmitf wina ,/ «a mn» Jogntarcihtvâi»
riantes de. um facto que estava alli y inas que oioi»
guein conhecia ainda ao certo. Segundo un^» era4im
homicidio que se acabava de conunetter, seg«ndoiMi«
tros^ o ootíador "Tendia bofes de cavailo e minloa dm
gente : — fallava^e também de creanças esfoladas.
^ Mas a Jaz ?. . ^ . . ^ obontem, qne tinha a lu2 na mão
e qne da banda dé ióra do açougue s« dvmorára nnn
largo espaço cote o rosto virado para a parede , aca-
bada a sua obra . voUow^ae para os espectadores •
lhes mostrou o verdadeiro motivo qnt tantas atten-
ções lhe attraíra, eque no fundo do seu coração mui*
to estimava que fosse por todos conhecido: estiverp
a escrever eora $iz e conr o mstor escrvpiil» e ap«r«
<;ajlijgraphic9 certa aliecaçâo , que tinh^im £aito^ par«
menos, no preço da vacca e docarbeiro : *os i^tos do$
espectadores do homem ^as botas desfecharam a rir
de si mesmos.«oa tão boa gaba, cornou tod« o munda
o baví».féilo das venerandas pessoas d« sens ivèC
UK JlfOl^JUB A '[ATOflK 008 90mTVUVMXmB»
3i9S Nio é pnsMvel. ler sem a.dmtraçSo e aített»
quasi agradecido o opúsculo, que nt Porto se acaba d#
imprimir, composto em inglês por JMr./aba^iiuMooqp»
Utulb de Obiertíavões Jo6np odMfmo ^piarfo refo/ario a#
xonêdko pnmdo 4o commems da 5. M* rSL for Mmc^
Grmgur, ■ .
Nada mais cruelmente falsn, mais IndisenlpareV
mente absurdo que »o tal decimo quarto reiaCorio de
If r^ M^ictGregor. Qu.iuLo aos fact^ts nas relaçSescom-
merctties de Inglaterra com Portugal mentiras domaiè
^pprobrioso Jmp«d4»r; quanto ao que é a «ossa terr«,-
a bossa gente, os aossos costumes, erros tohintarios»
qne sesíam pnerfsst não fossem depr^vadMnccite ma-(
leroíos ; q«e aeatam de palraatoada seha<* foí«ero de
cajado ; quanto is «endenoias , o maisi^itlSo desfavor
para eom esta prrenne mina brJtaiinica chamada Por«^
titgal , e ú mais vistvel empenho de aedMr de arrti*»
nar-^nos a nós incorregiveis consunvidones da soa iiè^
dustrir,' preferindo a6s nossos vinhos os da frança>
A todos estes despropósito» aecode gencrosanMlntr
Mr. /WrffSmt<A,'CommcrciaQle tnilanmoenakSfdade áú
Porto. Bem haja : mos(nr-se Ires vctes ndbre : ambre
oomd amigo da verdade ; nobre 4)omo amigo da terrn
onde .vsve ; nobre como vingador da tarra ondenascen*
porque se contra aquellás vilamos de -um inglei, mt^
nhum inglec se leventasse a pnb«rÍ9alras, bt^m mia«^
ravel 4déa daria isso de toda a nação , e a Providen-
cia j4*não poderia, fazer melhor obra qne lamber com!
um corisco os três reinos ádí soperCicíe dos m«res.\
OnpnsenlndoSr. isltMSmUkpeXn stra moderação. T>el«
sua veracidade» «pela soa philos<q)hia merece sertão es«<
timadó em Inglaterra come entre n(>s. O IHiiíhinéê^th-
vêtfto 9 0 PtriodiOê dos P^kfet m^ortb já o pnblii^aramf
em vitlgár ; ontro ;lanto fariam<^ nè^ , mas não -o po«^
deildo, recommendnmos aos nossos 4eitoresopree«refln
.n'^iMillas doas folhas.
'SRAATA.
ftg. 664 --eel. 41 .« Unha 43 eiuvèt de hoii 1er«^Ma«: ^
t(ê mesma pairiM, eieroa eolOmiM, iinhá 4H — i>iide *e«lK «e
àstfa dewia afsm pèfU deva c»Ur 4t e bMo ántié^ mm por*'
P^. ^68 liiiba 5t<*-oade esiá ^ficêfUrm-êe deffe ^lér-fe-?*.
««SRMri^re-f f Paa ^^^> li*ibK 1.* — omieoilá íunfiami det^l^r-
S6 — kMtúeHniê» — linha S.* c megmui^tm «)«ve l«r-«e m nketmã r^ia,
PÉg; Sít — colnama f,^-^ húhã tS escii}KfU em al$u0i exeai-
j^es^iaO(»--^ai Vea^do^numéro-^ Ull;/ - .. ^ . . " «
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