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Full text of "Vestigios da lingoa arabica em Portugal, ou, Lexicon etymologico das palavras, e nomes portuguezes, que tem origem arabica"

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7iva,30/r 



Siiíx 



N 



,rnT 



o/n tiAlejnor^of 

-de Solomq^ordJ^lmeida 

Caunt ofSatUa ôidalia 
Õhegiftqf 



7^v^,30/r 




TTTT 



^Wan^aj-d CoUeaeJlhxiry 

c/n <JUemon/of 
fieiúco 3e ^aeiro^ <Miíeiro \ 
r^ de 0Olomq^ord\^lmeída 

G>iini of Santa ôulalio. 



r 



VESTJGIOS 

DA 

LINGOA ARÁBICA EM PORTUGAL, 

"' ou -- r- 

LEXICON ETYMOLOGICO 

DAS PALAVRAS, E NOMES PORTUGUE2ES, 
QUE TEM OKIGEM ARÁBICA, 

COMPOSTO POR ORDEM 

ACADEMIA REAL DAS SCIENCIAS 

DE LISBOA, 

POR 

Fr. J O Â O D E SOU S A , 

Sócio da dita Academia , e Interprete de S. Ma- 

gestade para a Língua Arábica; 

E AUGMENTADO E ANNOTADO 

POR 

Fr. JOZE BE SANTO ANTÓNIO MOVRA, 
' Sócio da predita Academia , Cjficíal da Secretaria de 
Estado dos Negócios Èttr^mgeiros , e Inter* 
prete Régio da referida lÁiigua. 




LISBOA 

NA .TTPOGRAFJA DA MESMA ACADEMIA. 

18 3 0. 

Com /íceflpa de SUA MjíGESTjíDE» 






RARVARDCtUidllHIM^V 

COUWT Of «AIITA EUUL»A 

C0LLE6TI0N 

6lfT OF 

Wi% I. SmWli, Jr. 



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.-ÍN 



^\^ 



^^ 



ma 



ARTIGO 

EXTRAHIDO DAS ACTAS 

DA 

A CA DE MI A REAL DAS SCJEN Cl AS, 

DA 

SESSÃO DE 18 DE JANEIRO DE 182^. 

íyEtertnina a Academia Real das Sciencias y que se-' 
jão reimpressos d sua custa ^ e debaixo do seu privile-- 
gio , os Vestígios da Lingua Arábica em Portugal , que lhe 
forão apresentados pelo seu Sócio Fr. João de Sousa , e 
augmentados e annotados nesta 2/ edição pelo seu So-^ 
cio Fr. José de Santo António Moura. Secretaria da 
Academia em 6 de Maio de iZio. 

Manoel José Maria da Costa e Sá ^ 
Vice-Secr etário da Academia^ 






l^R 01, P,G O,/ 




.^ ^ 



X^Pg?^^' Portugueza .fae, principalmente j aac^ 
pQSta xks ^línguas-, Latina 9 : Grega , e Âtabica^ e 
ddstas.se deduzem ainda ^muitas díaqucHas vc^es-^ 
qiic- Duarte Nunes^e LeSo redut á Classç djis 
Francezas 5 e ItaHanas» Os.Ramanos, habitarão 9$ 
Hespanhas por muito tempo , e desejaqdo pPbpa? 
gar a sua lingua y estabelecerão y qiie as. estipular 
^6c% , e mais, contractQS se fizessem na lingua La* 
tina, e de: outra forma não tiyeçsen^^ validade : ^ 
supposto , .que esta . legislação foçse, uhimamemç 
revogada pela Constituição Leonica,..e pela Júris* 
prudência de Justiniano ,, no § i* /Instituí. , 4e Ver-- 
h^r. Obligationib. sempre, se consc guio a prçpagaçap 
da lingua Latina nas Provincias do Povo Roípa^ 
n0 , especialmente nas Hespanhas citerior, e ulfe^ 
ÚQt yr qual Portugal , onde se fallou o Latim pu- 
ro ^,.e esta :lingua se GonservoM aqui por rnuito 
ttmpó y , ajíida dçpois He saçodido ,0 jugo Roma-5 

* . Atfs Romanos succederão os Godos , e sob^ o 
çep império se fallou ainda nas Hespanhas a lingii^h 
l^ina ,: posto que a mesma lingua fosse sucçeç^i-^ 
Tfamente de^rçscendo segundo a ordem doSjtem-j^ 
ps>$. Chçg^ndo porém o Secujo VIII.. as Hespa*^ 
iihaS: n^^d4rSo ;^e face. Os Alçhamiju^ta^osi (íl,e Àfri-% 
c^iv ô8 conquistarão , ç afjabárão de (fprromper <;>y 
«Ptigo.j4Í9J»^,Hçsjps^ol:: e de^ta cprrup:ç5p.n%s<^ 



11 

ceo a lingua c^e iallamos^ e pelo decursa dettti« 
tos Séculos teoí úao *élev^dà ' á per^içáo em que 
hoje está. 

Conservamos pois muitas palavras Latinai ^ 
<[tít recebemos dos Rdáianos^ os quaet^ pdr filntio 
temf>o n«s derâo Lei4 : moitaâ Gregas ^ ijfiie* 009 
çtotktrio }á ào9 Póvw )da Grecrai que antes dos 
RòntafK^ residi cáo na Liftitaiiia, e yá áôB mesmos 
Latinos ^ cuja língua he filha natural y e legitima 
da^Griega^; e também ficátnoi conserraadb tantaS 
palavras Arábicas ^ que della6 bem se pôde com« 
po^ hum arratoádo L^icott, como já notou José 
Scaligero Bsoript. 2x8. ad Isaac Fontan : T#/ /nf ^ 
Sli^abité vâdef irt HiipaH. r^efiumur^ ut est iitíf 
ji^tum teoiicún tóHfièi ^ssk^ 

■ ^ ft)r iâso ftttenlei fitóer, éomo me fosse ptfsú^ 
Vel y huiílá GoUecçâo delias. Primeiro j qUi» re^rin^ 
gi^^^é sóttehte ás que comem ilo vulgè , cujâ: si^* 
gnificáçâo todos enteikt^tn ; porém depois á medi^ 
úàs ^ué hia lendo algumas Chronica^i ad figas deâw 
te Reino fui óbservartdtí , qttó eUas estatâo stmeâ^ 
díls de muitos termos dôStwsadOá ^ ô qutt ji^ hpje. ^^ 
Tito entendem (ainda que os seus Âuthores entao^atf 
éntehdião pelo commsrckí familiar ^ quetinhâocom 
és Mouros iiacionaes) por èiste motivo me paréâed^ 
IlSò sQfh fora do propósito, ntfm menolr útil) ôntei 
a meu ver mais necessário colligi-lõs / explicâ^lOS f é 
redu2Í*los á Ma raiz , de ^rte que qualquer ^odeà^^' 
iSb j Sem correr arisco de Ihtes assígndr ttoçôèí^ éto- , 
tkas, e derivações^ as maia das- vezes ektravàgatí-' 
f^ y entender as suas signijSca^6es\proprkâ ^^orígenii' 

^- "' Pen- 



^^'^F^^^^^^^SE 



-^IM ^iD«n(d& USM^S;* pote» ^u niío lhes nefiro m 
£t]piti(4c>ghfr pttra^qtie «e usem y mts para qoe se 
chtendâo os^ importantes Twctados dos Audipr^ 
antigos da Torre do Tombo, e de alguns Cartó- 
rios ,'t:omD^^ i)'dá Sé déBrô^ ; o do Cotivento de 
Christo dcr Thqmar , e o do Real Mosteiro de Al- 
cobaça* Ajuntçi ás Etimologias Arábicas algumas 
Hebraicas , é Pérsicas , e de outras Nações , po- 
rém pratiqtiei isto não compondo Lexicon da* 
quellas litíguaâ , mas ^ nâqucllas vozes » que ^o^^ 
diáo parecer Arábicas , e que era neçÊiííirio mQj^ 
trar serem pertencentes .? outt-a litigua ^ deduzin- 
do a sua origem dessas línguas doncie encanarão. 

Porém , porque mUÍtos h^o de notar a ori^etíi 
Pérsica, que eu dou a certas palavras Portuguc^ 
zas , ignorando o como. elloi nos vievâo daquelia 
gente ,^ que dista de nós mais de i4ooílegoas, enão 
tendo havido maior commercio entre, estas duá$ 
Nações, que no tempo do Senhor Rei Dom Ma- 
noel , que pelos seus Capitães chegou âté á Cor- 
te do S^phi , ò qual €ntão era ò cèleb^ Xeqiie 
Ismael, cujas «artas na $tia. lingua aitídâ: hpjc sç 
conservãp jia Torre do Tombo , sendo tão pou- 
co o tempo, dejífa corrcspond^encia , que. não era 
bastante pára nbs vifem de lá tantos VocabtiíoS^ 
não será inufí^K^izer (a m&iaf breve cfà^ pod^r^ 
para evitar Jírcúíx idade y eJGaáíio ) porqufc via pro- 
vavelmente o^ adquirimos :. e ;para ficar oifais cl^rç 
o que se pôde dizer sobre isfo, deve saber se , que 
esta conveniência da lingua Pérsica feôto as dâ Eu- 

* 2 . ro« 



ZfSf 

ro^át^ \i^, maiorr entre^a^Lig^eza;^ AÍMM^ que 
jentre; a;nos34 ; porque K^chão muitos termop vbV 
gares , e commons. entre han^j . « oiitfos ^ ::<;Qint> 
«e p6de. Ter nos seguintes: 

Pérsicas. . , JngJezes* 

Bròdar/ ' Bro.ther.' . ^ 
'Doç|;har/ Dougtherí 






>'>í 



■Aí 



T^onder. 
Bad. ^ 
Bohtèr.' 
Bostar. . 
Band... 
Dár. . .- ^ ■ 
Astach. ' 
2JuaK ; 
Sl^akil. 
Ládah. 
Kub. 
Cak. 
Gârm. 
Gud. . 
Barbar. 
Lab. 

E outros maitos. 






Thottder, 
Bad. 
Botter. 
3olstar.,^ , 
Bond, , 
Door. 
Astagg. 
A Çoál. 
Shai;le.. 
A JLad. . 
A Guppe. 
A Câke. 
A ,Warm, 
Goodt 
Barben 
Lip. 



Parpigft^s.\. j 
Irft^oV '^ í. 

, Trovão. , 

Máo, cousa má. 
Melhor: 
Traveceirò. 
Band^, cinta. ; 
Porta.. ; . : 
O Cabrito- ^^ ^ 
O Çarvãol 
O Grilhâo/^ ] 
O Menino* > r 
O Copo. ^ 
Biscouto. 
O Calor. ^ 
Bom. , » 

O Barbeiro. 
Lábio ; beiço. 

À 



■^y 



^ ' .A ràzáó ^dééta: cohveniencia -- segundo ' Boxhoré 
fiio, e outros^ vem ^y <le que: 08 mesmas pòvos*^ qup 

^£zerão-as suas irrupções í para o Occidènte, aos 
^uaes chamamos Godos , JHunos*, Vândalos,^ Sue-^ 
•vos y e ^outros ,' forão os çiesmos que as fizcrSo 
para o nascente ; isto supposta;, : podemosdizcr i' que 
4DS: termos Pérsicos , que se achâo na língua portur 
guiéza,, oii lhe viprão i.*^ im mediatamente da Per-j 
^ia por occasi^o do CQnjmerciò , ou. 2.* diís 4>aii 
-SEes em que ficarão ricliquias dos. antigoa Godos, 
pu Scytas , como .$ão principalmente Alemanha, 
Paizes Baixos, e Inglaterja,. ou j.^, dos Livros 
facultativo?. '■ ,' : . í ^ - r .. ^ 

j i Alguns hie pr.ecedêráo neste trabalho, como 
Duarte Nunes de Leio , que no anno de 1606 
4qo i luz hum livrioho com o titulo, Origem 4a 
Jingua Portugueza y agora „ novamente reimpí^csso 
^m 1781 i custa do Livreiro Roland. He sem. du^ 
vida o ipelhõr Etymologista. que:temQS^ Mas :com 
tudo; manifçstamente confundia muitos vocábulos 

. xoma se evidencia do. cap. 1 6, pois nesse lugar 
^as palavras nativas Portuguezas se achão muitas 
pertencentes a outras lingiias , especial;tíeote i 
Arábica , cpmo Jçotea ,. Mftrdo , uHarido , Jlçada , 
jíleatMyJkãfusy e outrps.. . ^ 

A este seguio exactamente Manpel de Faria , 
e Sousa na sua Europa. Poçti^guçz* -Tom. in. Part. 
IV. cap. ip. sem accrescentar , nem corrigir, p>a$ 
só diminuindo , pois tcfí4o Quarte Nuneg 'conta- 
ndo 207 nomes Arábicos, Fiaria 8^:;Con ta. iq6 sent 
íasão algump. . _ ^ , /: : , . . 

De- 



.! Depo{s deste 9 veio I>ciin Raphtel Blàteau, 

fue doo i luz ao aono de 171 & o seu copioM 
iíccionario da lingoa Portogueza ^ aa jqual £al 
sem durida Tci^adísstaio ; porém ^ oi| porque igno« 
rara a lingoa Arábica ^ ou porque seguio Âudu>c 
ces menos instruídos ndla, tem pouca escolha na 
deducçáo dosseusvx>cabulos9 c^mo sep<Sde rer nas 
palavras j Jlmuacel , jítfáfue^ , Aktogémres , Jxorr 
éãtr^ Mêrahimos y^ Oamia^ Papagaia y Salema j e ou»^ 
(rasque não repito aqui por não ser extenso* Ser^- 
vi^me deste Author por achar neUe muitos pomes ^ 
que ^tros não trazem« 

Ultimamente não me demoro aliegando mídk 
tas ras^ pâfa mostrar a. utilidade desta pequena 
Obra que offereço ao público. Todos sabem ^ qtie 
nSío «e pdrde saber fauma língua ignorando^se a pro*- 
prtedade dos Krocabulos y nem esta se alca^iça sem 
o estudo £tyinok)gtco« Assim para a boa inteil^ 
gencia da língua Portugueza y está claro , que he 
inecessari^ buma semelhante applícaçio ; e de^ra ne- 
<iessíídade pode cada hum colíigir quanto ella pò* 
de ser utiL Ist<^ dito em sumríva y nio he tâo per« 
suasivel , como quando se discorre por cada hum^ 
d<s faculdades necessárias, ou proveitosas á vida 
humana y em que se encontrão mil obstáculos y pút 
íâità de eonhecimento das línguas origrnaes y e en^ 
tio he qae aos cdnrencemos da precisão destes 
estudoâ. / 

<Íitónto'toíof tenho eu principiando pelaTheo*- 
Jogia ató i uUiwa divisão das Artes, com qtít 
provar o que acabo de dizer? Porém o.ProJ^cígé 

se- 



iseria três, quatfo^.,,e ínais.vçws i^fiior que a mes- 
ma Obra , se eVitrasse ii*líuiiia tal htdividuaçâo. Es- 
cusado seria repetir isto a Vossio , a Escalli^ero , e 
a humi^ Jti^íiidlMitt ás hòitittiè tmàko»^ C[Wi traba- 
lharão em Obras s<»ntUu(^te6 ^ porque conheciâo 
muito bem a importância destas investigações , mas 
nem todos são Vossios. 

T«rei sumino prazer, de i^uèf ià«reçi a^eil$âdr 
éítt mé& trabalho aos Fhitologo«Porti^aiiKesyiiâ&' 
Só porque nos he propm este ad^cTO qitatfdo tí<M{ 
apptY}VÍo o que fazemos , ma^ prií^ipi^nieiitfc por- 
que estou eerto , qu« emprehendenda elU« aperfei- 
çoar está pequefMi Obra, etta ha de sáhir «IguM- 
éia mais angmetirada, mskh corfecta^ t bfeúi d^ 
^sta; é pJDf i6so ttiais ufil à todbs , que hé oqúe' 
devemos í«^peitá)- f e «u fe$|>eitei sem àwi^ 
^mnáb intentei da^ã á lutí^ ^rsUâdidò t&itih^ttí y 
e rogado pc»ir algut^ial peSfiõas , q^e amão, e duklt^ 
TÍo «stè* estudos^ 

Kão péço que mé eheubi-^ èW defdtés í^ 
acharem ; porque sei he inútil , e injusto rb^^^-Iò' 
i liomerií éhtendidc» ^ que' p^eltt ámoí da verdade 
úio devem deixai* tbxtci tottiò adettb ò qué Hé «í*-' 
ro, aihdà rSestás cdtisãâ, què hio stfb dogAiái de' 
Fé, é fogo cUide cada Hum dè «mandar as fe^aé' 
que áchaif j de ífortc , què nòB aproteitembs todos 
éaà iUas advertências^ 






EX- 



»£. rrG 'v 1- 1." .^«."I ■■■_■: 'j ■■ VJ. '^ .• ' ■ '-' -li:' 



ÊXPLIC^A.ÇÂp 



-; ; iSdbre p artigo Acabíco ^/ naí palavras ,; 

cl.j.:,: j i -jj Pofíwguezas. ' , : [ 

tp lic, nunca se acha só; na Oração, naajs sçmpr^ 
|lirí^xíi'a algum nome substantivo, ou adjectivo; 
e >erve .pata tòdps os géneros , números , e casos», 
Ejlè^^z queò nome indcterminayel fique reetricto^ 
a^im.çorioò, quando dizemos ^:AlcxaiKltc , entende^ 
n^op Or <5ran4e , e dizendo o ^ P^eta , entendemos a; 
Ç^ijiôes : :onde . O- arjigp detçímina: np primeira 
exemplo .lao, ^ adjectivo grande y é-no segundo aft 
no^pjappelUtiyo, e indeterminado Poeta; porém 
n|o\-he;i^to tâp ^rigorosamente seguido, que al-^ 
gumas vezes se não ache o àrtigp sem est^ forçíy 
s^úfx cj^mo çuccede no líortuguez , prancez ^ q mais 

liiiguag. ..;:•;•• í t? . ' ' ; ^.: :.:> ,' ■ ;:" ^ ' ■"•'■•- 

ul ' JQ f n^esmo vtigo ai , entre nós^ istp he , na. 
língua; Po^tugií^za ,. Ke; hum sigiíal^ ,r|o. principio; 
dafç yoze^ ;para;distinguir-rnos as^ue.sao Arabjcasij 
pQF^íiJ a;mesíiia,uniao. cjo^^rti^o ai ;Com <>, nome^ 
%ou como nqme inçomplçxo -, ou /indçtermina^ 
do, assim como Jlmocadem j jJJmofiid^ j aos quae% 
nós lhe ajuntamos outro novo artigo, áy ou aj 
quando os queremos determinar , e dizemos o 
jiltnocadem , a Almofada y considerando o artigo 
ai como parte.. integfantç da voz. que compõem. 
-:: . * Nas 



^tmm 



IX 

.- 1 - - Na$ 'palavras - Por4;ug\iezas Arábicas , acha-se 
algivpa^ vezes escripto $em o X; porém deve-se 
sempre entender,^ ainda que í^p não escreva , comp 
sey^j no? nomes Jdaily Arrabil^ e outros muitos^ 
que.devião cscrever-^e Mdaif^^ Jlrabili com tudo, 
os Árabes ainda que assim escrevem | o pronunciãd 
deara mí^neira , Jddaily 4rrakil. 

A r^são he, porque eljes dividem o seu alfa- 
beto em differentes espécies de letras , e entre es*, 
tas , huma de letras Solares , e Lunares. 

As primeiras são aquellas^ que precedendo- 
Ihes o artigo aí convertem o / do artigo n'huma 
letra semelhante á que se segue assim como^ Ad^ 
dail y Addibo ^ Jddife ^ Jísacal} onde claramente ve* 
mos, que o / do artigo se converteo em á, e x 
semelhante á letra que se segue, o que fica beoi 
entendido com o exemplo da lingna Latina nas 
suas preposições ady in j e outras , nas palavras ag* 
gravo , eappellação , illicito , immutavel , nas quaes 
o i da preposição ad se mudou em ^, e ^, eon 
da preposição m em / , e i9i , por se lhe seguir lé« 
trás que í^riao a pronuncia menos suave, do que 
não se mudando. E pela .mesma rasão de Eupho* 
nia , he que os Árabes identificão a pronuncia do 
/ com a da letra seguinte. 

Não succede o mesmo nas letras Lunares , nas 
quaes o / do artigo senão muda, e tem toda a 
força, assim como, Jltnofada^ Almofaça\ Alman-^ 
jarra y e outros. Do que temos dito se vê j pòr* 
que rasão muitas palavras aiiida boje se pronuncião 
çom o arjigp, ou sem elle, como acelga , oucel- 

* ga; 



à Étyiilolbgi'a' escreveír còrti íétías dobrááàs ^ aMiià: 
cbitiô , Aáfièife j A^^ugtie\ Jjfiude. 
^" Huma das cíous^á btiàis òecessariá* píti, qufew 
iníígá Btjrmoíogias, Ke r)&paffw nas letras, ^ittf' 
sfe àtígrnentátâ» , dintittiíiríò , ou se trocarão'; poí^ 
que. pela Orthographíâ , fte 6íctÍ poderfricfâ désco-' 
bilr a origétn dâís palatras. Esta ttiudafAça tâm mui* 
faT ve«s suas regrasf constante* , segunda o gétiid' 
da lingua , é sua Analogia : oiltrais y&2ies porém: 
não segueni regra alguma. Eií procurando as ori- 
gens dàs palavras Poi*tiígae4as , ^ue os Árabes no* 
déiiarâo y observei , que algoína regularidade se 
ácíia^ Aá mudança tlaã letras, t sub«titttíçâo da^^ 
nWsaá {>eíàs i{\i6 íhes sSb propfidS, e que tíó» nSa 
iferfiôs , o qtíe se ptitíe ver pelos exentplos segttitt- 
<eá, qaé J)oftho paW diminuir o trabalho ao Lelv 
tor, e per^Sâadir aaígufis que níò vendo todi* que 
hurií exemplo, mé poátúix> dizer aquelíe tetraá* 
ttcho vuígaíá 

AlfáiYà vient d*EqtíUs ôarís doute, 
Mais il faut aVoúef áussl., 
Qu*eh Vetíant de la jusqu ici , 
11 a bien changé Sur la fòute. 

Ao mesmo tempo , que daiído-se muitoS' eiertfi- 
pios de huma corrupção semelhante, nâo nos pó^ 
dem ridicularizar desta sorte. ' 

As seguintes quatro letras Arábicas cJg^^ 
sáo as ihàis díMcultosas de pronunciar, as quaes 

por 



por nio termos no nosso Alfabeto letras que Ihea 
oútté9pónóâo^ ai aupoiinos daiú "outru^ A priuiolr 

f# 4oAa4p 4irerto> p«»ufieÍ8^aç bbé^sm PKHWi»- 
cia h^ do fun4o dg ^trganta^ como ^Quem sie^piçi- 
xa de frio. Esta , ordinariamente se ve trocada em 
/^ ^Mpo, }è mus mgfíúíktcs íczeroiípbs. ^ 

Almofalla jLasiJK^Aimahaiia. O ArraiaL 

AlIeUa ^^\ ;4Uidh. O ^Ebesmo* 

Alfeloa «^( Al^eka. tkttoâoce^ ou cov^a do0è» 

Almo&pa àma^S AAmátizssz. tfiltruitientõ xle cavaéliariot. 

No nome ^gmnte se cidiâ ^rdcodâ etn Si 
Sãtíâío j em Idgar 4t ^yj»>> Hnrdáa , ^ Lagarto. 

A segunda ietrt ^ 4e mesmo lado ^ qoe ta»-> 
^m se pronuncia do fundo ^ garganta ^ ^ como 
quem quer arrancar Ifum eUcarro, he semelhante 
na pronuncia ao J Castelhano , assim como Joan^ 
Josei^<)jij^ Orejiís) oa cóttoò ô C desta maneira, 
J^ifgeí ^ ^'Cangtí , járg€i , Evangelm &c. Bs*a 
tambetfi bie isuprida fiâla k4irá:F, cooip se vê ;iios 
nomes seguii>ces,; o. . , : \ 

Alface pi^\ , . Alcnasse. Hortalice* 
Alfazema ^lyH Alchczâma. Planta aromática. 
JMfen^ yxJà.\ ' Aíchanjaí. - Arma -tranca, 

A terceira letra ^ , que também he gutural , 
jchâi^se teihqpre rsuprida; rCQih' hum A^ <e só tm 
Duarte Nunes ^«yLeao^ ^. i^ê escripta cqo» dois 
AA y assim como 
^ ^ . ♦* a Aab- 



xn 



Aabda: «<s^ *Abda Nome de huma Prcyriíicía. 
Aabdala a\OkKt 'Abdalah Nome próprio de hotaenL 
Àalacir '^aoiúV Alkir A vindima, 

A quarta letra não tem regularidade, jpoís ^à 
acha escripta cora Cy KjcQ^ assim como 



Almocavar y^S 
Alkerroe y^^\ 
Alfaqui juuSt 



Almacbar O lugar das sepulturas^ 
Alkermez Cooféiçao d'alkerme« 
Alfaquih, Sacerdote dos Mouro», 



Algumas letras ha , que corruptamente se achâo 
trocadas , teado nós outras correspondentes a ellas , 
e são as seguintes «o-zg^v ^y ^y G, Z^ S, H. 

A primeira do lado direito regularmente sé 
acha trocada por U^ assim como 



Alvará 

Alvaiade 
' Alverca 
Alviçaras 
Alvanel 
Alvarraâ 






Albara Çedula, Carta Regia. 
Albaiade Cpmposifão de cert^ dro^ 
Alborca ViHa' assim chamada. 

Nomo verbal. 

Nome de Officio. 

Cebola Alvarraâ. . 



Albexara 

Albanai 

AJbarran 

Acha- se a mesma letra B trocada em M nes- 
tes dois nomes 



Almôndega ^^xll 
Marrão ^^ 



Albondeca Certo guinado de carne. 
Barrán O Porco pequeno. 



A segunda letra ci» T^ acha-se trocada em D 
no nome Átaud cii^UH Áttdbut. ^ 

A terceira letra ^ G está trocada em L no 
nome Lezírias i^^ tJezirat. Trocada em Z no no- 
me Zeduaria J^á^ Geduar* - 

A quarta letra / Zy está trocada em G noa 
nomes seguintes. 

Algeroz vj^y* Alzarub O cano do telhado» 
Girafalte ci,uy^ Zorafat O Falcão Girafake* 

A quinta ) u^ «T, está trocada em ^^ no no^ 
me Zurame ^Ji^ Suibame. 

A sexta letra n H, he trocada em F, no no^ 
me Reféns (^^^ Râben , o pinhor. E assim em ou- 
tros muitos nomes ^ como se verá no corpo desta 
Obra. 



AEW 



ADVEàTENCIA. 



A: 



.S primeiras vozes ^ ifac Ura icadi !p«;gijúi:>«f 

«M:odtrtía, ^iof a^ Portugu^a;; ^ e da me«iia\sortey 
que se achão escrlptas nos nossos AuÚMfçg. 

As segundas são as Arábicas , que lhes cor- 
re$po<»l«m ^ é em catac teres Arábicos» 

,As ttíodiã át^ letoa ^iía, são as mtwm 
vozes Arábicas em Caracteres Portuguezes, que 
Tãi^rimem > quanto posfeivel he^, o Arábè. íOfcserva- 
das pois humas , e outras vobcs | <rçr-M^hs à! ocMh 
iro|)^y que ha em cada humu ; ias ^tetras nellas 
■J^ermutadíás , acCPè9centfedas,0tt faltai. ^ v j^l i y 

D^stít cotr^i^to fae órigétti ^ tíio tót> ^oiica co- 
nhecimento , que os nossos primeiros Authores tiv^ 
râo do caracter da sua lingua materna , mas também 
a falta que acharão no seu Alfabeto de humas tantas 
letras, que correspondessem a outras Arábicas,* o 
que fica já demostrado nos exemplos antecedentes. 

Toda a palavra , que se acha com esta nota % 
he antiga 9 e menos usada; a que não leva nota, 
he usada , e conhecida ; a que se acha com esta $ 
he addição de Fr. Joze de Santo António Mou* 
ra j e a que tiver esta f foi subministrada pelo Ex.*"** 
D. Fr. Francisco de S. Luiz , Bispo Titular de 
Coimbra. 



IN- 



INDEX 

Dos Àuthores citados nesta Obra» 



A. 



Sia Portugueza ^ por Manoel cíe Faria ç Sousa* 

Mcorão Refutado , por ríicoláo Marracio. 

Jxicenaj ou Etnsinãy Traduzido do Arahe em PortMr 

fuez , por Xaloni de Oliveira , Hebreo dos que sa- 
irão de Portu^t ^ impresso em Amnerdâo no anno 
de 165:2. 
Sluteau , Diccionario Vottugaea:. 
Bento Pereira , Diccionario Latino Lusitano» 
Seily y Diccionario Eirmologico LatiAo^Britânico* 
Casttlhy £3^cnon»rio Heptaglota 
Chrouica das Rnt de Pértugal^ por Dudrt e Galvio* 
Cirouica d^EJReí D. Manoel ^w>v Dam^ode Goe$« 
ÇJkronisa d^ElRei D. João III. , por Francisco de Èa^ 

drade* 
Chronica d^ElRiiD. Pedro L 
Commentarios de Affonso de Albuquerque^ 
Çborograpbia Portugueza y pelo P% Antónia Carralfio^ 
' e Costa. 

Chronica de CiJiery por &'ândío» 
jyecadas de Barros. 
Décadas de Couto^ 

JXitcioHaf i^ dâ P. Marques y Lmktt^ç^XS^lhw. 
DiceiOMriè Ge^rafitõ de Portugal do ?• Cardoso^ 
Pharmacofêa Tubalense. ^ 
Fernão Mendes Pinto. 

Gerardo João Ti^m^ ^ EtVfti<>IoKÍGO-LâtifiiHn. 
<leografhid Nuiiensty pelo Xmfifr Ekdíisi. » 

Grammatica Pérsica Latina , por João Gravio. 
Historia Geral de Argel ^ por Frv Diogo Hàite* — ^ 
Jornada de Africa , e perda d^ElRii D. SâèâJfi^ê^ 
poí Jctonymo d* Mendonça*. . l - * : 

Jor^ 



im . 

Jornada da índia por terra até Lisboa ^ por Fr. Gas- 
par de S. Bernardino. 
Item , por Godinho. 
Itinerário de António Tenreiro. 
Mappa de 'Portugal ^ pelo P. João Baptista de Castro. 
Monarquia Lusitana , por Brandão. ' 

Rosário Politico , por Moslandini. 
Tratado de Alveitaria , por António do Rego. 
Vocabulário y Castelhano ^ Italiano y por Francisini, 

Item dos seguintes Àuthores. 

Cbronica d^ElRei D. Afonso IF. , por Duarte Nunes dè 

Leão. 
Cbronica do Conde D. Pedro de Menezes. 
Livros inéditos da historia Portúgueza dos Reinados d? 

El Rei D. João L , d^ElRei D. Duarte, d^ El Rei D. 

Affonso Ky e d^ El Rei -D. João IL do livro vermelho. 
Sítoria da tomada de Tanger ^ pelo Conde da Ericeira. 
Nova historia de Malta , por Joze Anastácio. 
Ethiopia Oriental y por Fr. João dos Santos. 
Ordenação do Reino. 
Cblnme^arios do P. Figueroa. 
Diccionarios Portuguezes de Moraes , Fonseca , e da 

Academia da letra A\eos Arábicos de GoliOy Gigeo^ 

e outros. 
Abulfeda. 

Catalogo de algumas vozes Castelhanas puramente Ará- 
bicas y impresso no tom. x^ das Memorias da Real 

Academia da historia de Madrid. 
Camões. 

Bibliotbeca Oriental de Herbeloth. 
Cartaz y historia dos Soberanos Mobammetanos daMau^ 

ritania. 
Duarte Nunes de Leão. 
Historia Sebastica. 

Elucidário^ por Fr. Joaquim de Santa Roza de Viterbo. 

VES- 



vestígios 

DA 

LINGOA ARÁBIGA EM PORTUGAL, 

ou 

COLLECÇÃO ETIMOLÓGICA 

DAS PALAVRAS E NOMES PORTUGUEZES, 
QUE TEM ORIGEM ARÁBIGA. 



§ X\ B A c u N ^2,>^=*>j' AbU'hassun. Nome de hum Mou- 
ro , Senhor daquella terra. Aldea na Provincia d^entre Dou- 
ro e Minho , Arcebispado de Braga. Cardoso. 

Abbadim ^^^^u.Afi Abbadin. He nome de hum lugar na 

. Provincia de entre Douro e Minho , Termo de Guima- 
rães. Nome verbal do nuníero plural do verbo «xax ^ba^ 

. da , adorar ; dar culto ; ser observante , e Religioso. Si- 
gnifica Aldéa, ou lugar dos observantes; appellido da 

. família que nella habitava ou a possuia. Diccionario da 
P. Cardoso. . 

§ Abasis^ ^Uc Abbassí. Moeda de prata , que corre na 
Azia , do valor de 8o réis da nossa moeda , a qual tomou 
o nome da Califa Abbas , que a mandou cunhar. Sobre 
a yninha viagem me concertei com o Dinaqueiro por 
$o Abasis. Godinho. Viagem da Índia por terra cap. 17. 

§ Abater Laí» Habata. Diminuir o prejo de alguma cou- 
sa. Golio ye otffrcs. 

^ Abba za GELASSE. ( Voz Etbiop. ) Significa o Servo da 
Trindade. Este nome he composto de Abb. Padre ^ e 
de Zd o servo, e de Celas se os trez, que quer di- 

A zer 



2er Trindade , ou trez pessoas. Tara este sdcrijtcio po^ 
os olhos em Ahba Zd Gelasse. Histor. da Ethiop. Al- 
ta, ^^r Fr. Benardino. Livr. V. cap. 24. pag. 471. 

* AfiDA g^t Abda. Província de Ducala , no Reino de 
Marrocos". Foi sugeita e tributaria á Coroa de Por- 
tugal. Significa Serva, ou Escrava; derivada do ver- 
bo j^c Mada servir, adorar, dar culto. Determi- 
nou o' Governador tomar alguns Besteiros ^ e Espin-- 
gardeiros para hlr contra Abda , e Garbía. Damião 
de Góes. Cbroniaa d^ElRei D. Manoel. Part. IV. cap. 
56. pag. 5-5-1. 

* Abdai^a íi\i\ j^B Abdalab. Nome próprio de homem. He 
composto de \xft ^bd. o servo , e de ^1 Alab Deos , 
c significa o servo de Deos. Dos Mouros que vierão^ 
reteve Affonso de Albuquerque Abdala ^ e Coje Bi-* 
ram. Damião de Góes. Chronica d^ElRei D. Manoel. 
Part. IL cap. 33. pag. 223. 

* Abdêlgadbk ^^un «xa* Abáelcader. Nome próprio com- 
posto de j^ Abd. o servo , e do artigo ai , e de 

jM Cader,'o Poderoso, isto he, Deos. Significa ser- 
vo do Poderoso. Ao segundo dia da batalha morre- 
rão muitos aferro^ como foi Abdelcader, e outros. 
Jeronymo de Mendonça. Jornada de Africa ^a per- 
da d^ElRei D. Sebastião pag. 2. 

* Abdelmalek aUJ^ JvAft Abdelmalek. Nonje próprio com- 
posto de j^c Abd. b servo, do artigo ai, e de áJL^ 
Malek o Rei significa o servo do Rei , isto hç , de 
Deos Reinante. Fedido Abdelmalek o máo successo da 
batalha , se passou para o Gram Turco. Jeronymo de 
Mendonça. Jornada de Africa, pag. 2. 

* Abderrahíaan (^>,U>P^ J0.2 Abderrahmdn. Nome pró- 
prio sipifica o servo do 'Misericordioso. E.ra Senhor 
de Saft hum esforçado Mouro chamado Abderaman ^ 
que depois da sua morte ficou esta Praça sugeita a 
Coroa de Portugal. Damião de Coes, Chrtwica d'El- 
Rei D. Manoel. Part. IV. cap. jò. pag. 585-. 

§ Abes- 



$ Abesso ^j^m Jliassp. O mal, a «'drersidadc* Noti fa- 
rom méis ollios laJ abesso. Egas Moniz para a stia da- 
ma no Século XIL Elfícidarío de Fr. Joaquim deSan" 
ta Roza de Viterlo. Tom. L fl. 45*. 

ÂBiçAM ^u ^\ Abiçdm* Aldéa na Província de entre Dou- 
ro e Minho, Arcebispado de Braga. He nome compos- 
to ^l abi ^ pai, e de ^u çdm o assignalado, e vem a 

ser , Aldéa do assignalado , nome , ou appellido da fa- 
mília que nella habitava, ou a possuía. Diccionario 
Geograpbico do P., Cardoso. 
Abi zoein ^j^,^j. a' Abizoein. Lugar na Província de 
entre Douro e liíinho, Bispado do Porto. Compoem- 
se de Á abi ^ pai,, e de f^^^j Zoein o ornado, ou 
enfeitado j appellido daquella fàmilia. Deriva-se do ver- 
bo ^^^ • ZaÍ4ina ornar, enfeitar. Diccionario Geogra^ 
fhíco de Cardoso. 

NOTA. 

/\ Voz de ^ ab, ^j\ abu , ^} abi, que significa 
pai , rege depois de si Genitivo. No fim de qualquer 
destas vozes , algumas vezes toma huma das trez le- 
tras quiescentes, ^^^^j segundo o cazo da sua ter- 
minação. 

Muitas vezes se toma pela partícula ^2, %ú^ que de- 
nota o senhorio , propriedade , ou posse de alguma 
cousa: outras vezes se toma pelo Relativo, qutqu^ 

Rege depois de si nomes próprios, e appellativos , e 
faz huma Mete ny mia , ou translação de nome a 
que chamão os Árabes ivjín Alcônia , isto he, al- 
cunha. 
Este^ costume foi muito praticado dos Árabes , princi- 
palmentç entre as pessoas grandes , como forão os 

A a pri- 



primeiros Califas depois de Mafomi ; maiormèn^ 
te os Omiades , excepto Ornar , os quaes até o yi- 

fjesimo primeiro todos se denominavão pelo appel- 
ido , como se vê na Historia Sarracena* 

Rege nomes próprios, assim como, ^it^xxe^t abu-ah^ 
dalab , pai do servo do Senhor , appeiíido de Mafo- 
ma. iLjiSioy» \ abu Taleb , pai do supplicante , appei- 
íido do tio paterno de Mafoma. 

Rege nomes appellativos , assim como vj'>^>í' ^^^" 
xoareb pai das barbas; isto he, homem barbado, ou 
de barbas compridas, ^jk^ ^^ abuquerxe pai de bar- 
riga , isto he , homem barrigudo. j^UiJI ^\ abulfa^ 
dail pai dos benefícios; isto he, liberal. '^^tXxH^l 
abuliacdán^ pai da vigília, isto he, o Gallo. 

As vozes de J ommo ^ mãi, ^^^\ ebno ^ ^^ bén^ ^]^ 
ualad filho , todos estes seguem a mesma regra aci- 
ma , e fazem a mesma translação , assim como sIaJL) a 
ommol-baiat y mãi da vida, isto he a chuva. ^\ \ 
ommol-mdl ^ mãi da riqueza, a ovelha ^\ . 5^- 
nol-md , filho da agua , o Pato. >U«^11 ^^^ Valades- 
sebdãy filhos dos LeÕés, appellido de huma íamilia 
assim chamada por ser muito esforçada. 

Estes , e outros appellidos , são tão frequentes entre os 
Árabes, principalmente nas pessoas grandes, que mui- 
tas vezes não se conhecem pelos seus nomes, pró- 
prios, mas^ sim por estes appellidos; os quaes cor- 
respondem aos nossos, assim como, os Torres ^ os 
Bandeiras ^ Caldeiras ^ e outros de que o vulgo uza, 
como são Salgado , Sardo , Pendigao , Cordeira , &c. 

Entre as grandes familias dos Árabes, pratica-se o con- 
trario do que entre nós , pois sendo costume das ca- 
zas principaes denominarem-se com os appellidos das 
terras que possuem, ou de que sao Senhores , como 
os Marialvas , Cantanhede, Villa Verde, Óbidos, &c 
quandO' queremos assim falia r sem dizer o Marquez 

de 



AB y 

de Marialva; d Conde de Cantanhede iVllla Ver- 
de, &c. os Mouros porém cosiumão denominar as 
terras com os appellidos dos seus fundadores , oa 
possuidores , assim como , ^^j\ '^ys Calaato^Ayuh 
Fortaleza de Job, nome do Mouro que a fundou, 
g*Jb^j^S Casrihben Danes Alcácer, ou Fortakza 
ao filho de Danes , que fundou , ou possuía a Fortale- 
za de Alcácer do Sal. CLS^^ Alafoins nome do Rei 
Mouro , que dominava" Viseu , e seus termos , e ou- 
tros muitos nomes como adiante se verá^ 
Abi zoxfDE «^5^^^ ^^^ zude. Lugar na Próvincia de entre 
Douro e Minho , Bispado do Porto. He nome compos- 
to de ^t do pai , e de »^,y Zude , a augmentada , ou 
accrescentada. Deriva-se do verbo ^ly zada , augmen- 
tar, accréscentar. Diccionario Geographico de Cardo* 
so. 
§ A BOBA DELA ájl «xaíi ^S Ahu-Ahdãllah. Nome proprÍQ 
de hum Moiíro, Senhor daquella terra. Nome de huma 
Villa na Prcvincia da Beira , Bispado de Coimbra , e de 
hum lugar na Província de Tras-os-Montes^ Termo de 
Mirandela, Cardoso^ 
Abra \y,sí Abra significa enseada, ou ancoradouro para 
as embarcações j e he diffèrente da barra. Deriva-se do 
verbo ^xc abara entrar para dentro ; passar de hum la- 
. do para outro, ou passar além. Nas abras dos Rios ^ 
podia achar algum navio de Mouros. Barros, Década 
III. pag. 71. 
AbraX s^a Abrd^ lugar na Província da Estremadura, 
Patriarcado de Lisboa, significa Entrada , ou emboca- 
dura. Deriva-se do verbo ^^s. dbara , entrar , passar , em- 
' bocar. Diccionario Geographico de Cardoso. 
Abralanse ^Â-ctSl^Ac Abrel-hanaxi. Aldéa fHi ProvÍRCia 
da Estremadura, Patriarcado- de Lisboa. Significa En- 
• trada d^ cobra. He nome composto dè »^At abra a. 

en- 



é AB 

entrada, do artigo ai, e de ^fiXs^ hãnaxe zcohr2u Dic-- 
ciMariâ Gtograpbiúé de Card959. 
§ Abrotba oj^ Béruaq. Abrotea , ou GamSô herra. Cr- 
talúgp de vozes Castelhanas. 

* A%}3hCREf^ y^^siS yA jibulcher. Nome próprio de horaem. 
He composto de^i abu pai, do artigo aí , cde ,.^ cher 
a benificencia , ou riaueza , que vem a ser o Beneficio. 
Encontrou- se comAluicher irmão do mesmo Alcaide ^ 
e o derribou do cavallo. Damião de Góes , Còronica 
d'ElRei D. Manoel. Part. IV* cap. 76. pag. ygy. 

* k^TS^k \j^\ Ahuna. He o titulo, que os Cnristâos no 
Oriente dâo aos Sacerdotes. Significa nosso Pai , ou nos- 
so Padre. He composto de ^l abu pai, e do pronome 
li na nosso. Depois que os Abexins tiverão noticia da 

fé de Christo , nunca tiverão mais que bum Bispo a 
que cbamão Abuna. Historia Geral da Ethlopia^^r 
Fr. Bernardino c^"^. 38. pag. 03. 

* Abximl ^ ^ ^í^-^ Habaxi. Significa cousa negra , ou da 
EthiopiaTDeriva-se do verbo ji^^ Habaxa , ter a côr 
negra, ou trigueira. Partirão íesta Cidade^ e for ao 
ter d Corte do Rei dos Abixins. Damião de Góes, 
Chronica d^ElKei D. Manoel. Part. 11. cap. 18. pag. 
186. 

* AqACAL juJt Assaca. Particlpio do v^xho \j,,^sacd 
regar, dar* de beber. Significa Aguadeiro. Bois de car- 
ga y que servido de afacaes de carretarem agua. Bar- 
ros. Década II. pag. 48. (a) 

AçACALAuoR JULall Assaccdl (termo de que ainda ho- 
je uzâo os Espadeiros ) Significa bornidor , oii alimpa- 
dor de Espadas, Espingardas, e outros instrumentos. 

He 



(O Nas Cortes d'Evora de 1408 se queixarão os Povos a ElRei, de 
que muitos mancebos pobres , e necessários para lavrar , * servir , compra^ 
vão hum asno , e huma grade , e quatro cântaros ^ e se metem por afiaqua^s. 
(Aguadeiros) Mlucidarh. Tom. i.* pag, 47. 



AQ f 

He particijyio do verbo ^k^» sàcalà^ alimpar, boroir.^ 

Açafate ^Uu,ll Assafate. Cestinho sem arco, nem azas 
em que se mette pão, fruta, roupa , ou outta qualquer 
cousa* B^nto Pereira , Bluteau , e outros. 

AcAFELAR ^jiS Caffala. Tapar com pedra , e cal. Deriva- 
se do verbo ^ Cafala fechar com cadeado , ou com 
fechadura. Na segunda conjugação , significa tapar hu- 
.ma porta, janella, ou fresta Com pedra e cal. Af^»- 
dou tapar as Bombardeiras antes que as Mouros 
'viessem^ com pedra ^ e 'barro ^ e acafelar , de ma^ 
neira y que parecia tudo parede igual. Damião de Góes, 
Chronica d'* El Rei D. ManoeL Part. 11. cap* i8» na 
tomada de Çafím» 

AçaprAo ^^jV^yí A^%âfardn. ( Voz Pérsica ^sUy Zaâ- 
fer.) Especiaria bem conhecida. Os Italianos o pro- 
nuriciáo com menos corrupção. Zafarana Diccitmarin 
Hef^aglâto de Castello. 

§ AqAMAR ^n Acamma. Acamar , encabrestar. 

AçAMo -U^j Cdmamo. (voz corrupta) He acorda que 
sep6em na boca dos animaes para não morderem. Tam- 
bém significa a fucinheira de corda , ou de esparto, em 
que mettem o fucinho das bestas para não rcerem o 
ceirão, e as das crias para não mamarem. Dèriva-se do 
verbo Surdo ^ camma cobrir, tapar, ligar, enfrear. 
Bentif Pereira , Bluteau , &c. 

§ AcAUDiLHAR tViS Acada. Conduzir, reger, goveraar. 
lyiccionario da Academia. 

AcEQVíAT oUíUl^ Assaquiat. Nome plural de ^aSU sa^ 
quiaton^ o regato ^ ou ribeirinho. Deriva-se do verbo 
JjL^ saca regar a terra. Antes de chegarem h avião de 
achar muitas actquias. Damião de Góes, CJír^mcs 
d^ElRei D. Manoel. Part» III. cap. 74. 

§ AcETER «_VkA*5J Assatçl. A caJdeifinha. Diçcifinari^ 
da Academia. 

§ ACHA:^ 



t AC 

§- Achacai íCai JxcJ. Dar qaeixa, ou libello contra al- 
guém. Elucidário fl. 51. 

Achaque ^-^C&JÍ Axxaqui. Enfermidade, ou moléstia 

habitual. Èteriva-se do verbo ^^^^^ xaca , que na oita- 
va conjugação significa, queixar-se, lamentar-se de dor, 
ou de moléstia. Acha-se este nome escripto assacar , que 
na terceira conjugação significa, accuzar, formar quei- 

' xa de alguém ; e neste sentido o toma Barros; Assacan-- 
do4be além disto muitas faltas. Década IV. foi. 39i» 

§ AcHEDA Ajjai Axxedda. A aspereza. Nome de huma 
serra , que principia junto de Cascaes , e acaba emMon- 
te-Junto. Cardoso. 

Achete ^ují Axxat. Lugar na Provinda da Estremadu- 
ra, Patriarcado de Lisboa. Significa ovelha. Dicciona^ 
rio de Cardoso. 

Acicate *JCiJ^ Axxacate. (a) Espora comprida de huma 
só ponta , de que usão os Africanos quando montão a 
cavallo, vulgarmente chamada púa. Deriva-se do verbo 

* surdo Ílè xacca picar, molestar, estimular, afligir, 
escandaliza- Item mandarão que levem de guarnecer 
humas esporas mouriscas^ chetas de acicates ^ Sareis. 
Liv. vermelho fl. ^^i. 

AciPiPE u-^Jí Azebibe. Significa a passa da uva. Em 
Portugaí , *o acipipe , he qualquer cousa especial, que 
se offerece , ou se dá ao doente que tem fastio. E co- 
mo os Árabes não costumão guardar a fruta para o tar- 
de, guardão as passas da uva de que tem grande abun- 
dância , não só para oíFerecer ás pessoas que os visitão , 
mas também para dar aos seus doentes, quando tem 
fastio. 

§ Aci- 

(/) o nome Acicate também se pode dirivar do nome Arábico iíTy&Sl 
Axxaucate^ que sigoiâca espinho, bico^ aguilhâo, ferrão: e este do Ter* 

boJá)là Za^a picar, trespassar. 



^ AC ^ 

íi§'AeiTBiiA %^\ Assetara. A corbcrtura^ o vco. Mo- 

- raes. /. , 

íAçoFsiFA UKLJíS Jssafafa^Espt^ie de fruía chamada ma- 
çai de Náfega. Benta Pereira^ Blutenu , e outros. 
$ Acoimar j^isi Acama. Criminar , imputar crime. Man^ 
-' ãe Deas\ diziao alguns^ que não seja esta hora ^ em 
. que Deos nos queira, acoimar nossos fechados. Cbro^ 
^ nica de. D. Duarte cskp.iSy. . . 

^ / EiRei Atí-Boacen depois de ouvir a elRei de Gra-^ 
\ fiada ^ disse aos do seu conselho^ e aos grandes , que 
. estava corrido de elRei de Granada os ter em tão 
• feuca eonta^ que lhes acoimasse a covardia de levan- 
tarem o cerco. Duarte Nunes de Leão^ Chronica d^BI-^ 
Rei D. Afonso IK fl. 137. 
AçoTBA -.^tiJl Assotúa. Eirado, ou terrado de huma ca- 
za. Deuiva-se do verbo ^lam sataba extender qualquer 
cousa sobre a terra. 
§ kxio\s<^ ^^\ Alcauce. O arco. Nome de Eum lugar 

no Bispado de Coimbra. Cardoso. 
Açougue t_%^^\\ As soco. Praça , ou lugar , onde se vendem 
comestíveis: os Arabçs ,nto S(J dão este nome ao lugar 
onde se vende a carne ; mas também o peixe , fruta , 
hortalice, e mais cousas. Os Castelhanos o pronuncião 
sei» corrupção aSscco. De.iiva-«e do verbo clS^ sdca^ 
. que na oitava conjugação ^nifica comprar, feirar, fa- 
. ziçr negocio com ccmpras , e vendas. 
Açoutar (verbo) ^^ sduàta; Dar pncadas com^ cor- 
. das, corrêas de couro, e não com páo. ' 

Açoute fcí^^j Assoate. Acorra gue , ou flagelo com que se 

dão pancadas. Deriva-se do verbo acima. , 
Açúcar ^Jí\ Assoccat.\:itx\y2.-%^ do Pérsica ^Cá. cacea- 
ra ^ que significa o mesmo. .>.. ^ . . ^ 
ÁsucENA ^\^^J^ Assusdfia, Flor Sem conhecida. Deri- 
va-se do Hebraico zuzan. 
Açude ^^\ Assode. Lugar, onde á agua do riò, ou le- 

B • va* 



10 AQ 

vadá fat pfeza. Deriva«-se do verbo Sm'do ô^ Séd^ 
tapar, impedir, reprezar o curso da agua. Quando se 

' loltã humã grande pn%a de agua } a ^ãl ai$ cait, 
no açude. B^ros. Década IIL foL 244. 

$ AçuLAR Ji^ Assola. Eflfiireccr, irritar. 

Adail yÀòlS AddaliL Participio do verbo Surdo _Jâ daU 
lâ^ eflsifiar , mostrar o camtabQ, guiando, ou apontan- 
do com o dedo. O officio do Adail , era mostrar , e ea«« 
Binar o caminho , quando marchava oexerôtc^ £m Afri^* 
ta se usou muito este officio , <^ue era, afóm de ensinar 
o caminho encoberto, e não trilhado , governar os AU 
mocadenâ, os Almogavares, e mais gente com que se 
fediáo correrias nas terras do inimigo. 

Em quanto á eleição do Adail, e ceremonias que 
iiaq>nelU occasião ÊiEiâo , pòde-se ver noJill. Tum& 

' da Ásia JFúTtugwtf&a pag. ifu Leguõ aèa amtto.dis 
cedoy sem mais tardar partio bo Infante (jD. Sancho)^ 

' tom nqàelhs 14CK5 de cavitth ia mo is andar ^ e kost^ 
Adaysy e Guias. CbrMicad^EiRei £>. Jjfênsa^Aari^ 
^s pag» 68. L V 



j 



NOTA. 



A' que tantas vezôs tenfho fijillado^ áo verbo Surdo^ 
me pareceo acertado dar ao Leitor buma breve ho^ 
ção da qualidade dos vçrbos Arábicos» I>3a^' quali- 
dades de verbos ha entre os Árabes } huns de trez, 
outros de quatro letras. Huns, e outros os dividem 
era perfeitos, e imperfeitos. Os perfeitos são «quel^ 
les que não tem alguma das três letras quiescentes, 
4^^\ e que são regulares em todos os tempos da sua 
conjugação. 
Os imperfeitos os dividem em surdos , e enfermos. Os 
primeiros, são aquelles que tem duas letras semelhan- 
tes , que huma das quaes costumão os Árabes contra- 
hir^ e supprir a sua fòltia com esta nota - a que cha* 

mão 



«li w 

r — «ío jL>2sJ ^taxMã oandóost^ícá pwtr -por^dtba da 
. ' ktra , d^ta maneira ^^ maddâ tP^nài&t ^ 4$tti togar 

• Esta mesma nota texdid, cotrespohde aò nosso Til «o j 

cujo offícío he supprk a falta da letra m , ou n ^ seja 
ttíi yethoj ou nome 5 <juartdo õceoffem a$ diias letiras 
duplicadas assim como , Joann^ > Marianna, itnmiíta- 

sorte jMua , Mariànl , imatay el , é outros, 
§ Adaika «joÍúH Jddâira. O ei#culò. Nome de hum lu- 
' gar fiã l^róVinc^la dá Beira , Bisj)ado de Vizeu. Cardoyr.^ 
$ Adoçíbê , oà Adahbu ^_>^ij< Aádarht. O cainho, ou 
, rua miuito estreita. Da-âe^sfe tíòme ao cspa^ que ha 

sobre qualquer muralha, por onde se anda, acompanha^ 
^ do de áàeaé. CkHmiiã àõ Qwdtstã^ oz^. 5^. Mú^ 

raes. 
% Adaíiço ^jòiS Aúààrçõ^ O caminho occulto, «|>agadai 

desfòico ) destruidor DicciQnsriê dã Acaiemiu^ 
Adarga g^^j Addarâ. {a) Tambe» áe escreve Adaga. 

Escudo de couro , de que antiguâmente usaváo Os t<ívos 
- de Hespahha, e de Africa. DerÍT3t-se do verbo ^^^ ia-- 

raá y que na oitava conjugação signifita Vestir^ ou ar^ 

mar-se de Adaga. Vinhaú tcdúí adargaàoí d sua fn&^ 

da. Década I. foi. j^. 

* Adabme ji^r*KJ1 Adàerhtm. Entre os pharmaceuticós he 
certo pezo, que ccirtém 4S grãôá. Efttre os Árabes he 

- nome' geitericò de qitalquer dinheiro míudO de prata ; 
porém em particular o applicão a hum pequeno diiihei- 
ro de prata como os nossos vinténs. 

Contão os mesmos Árabes^ que vivia entre elles Çer- 

B a . toi; 



. CO Ô nome Arábico 'i''iy^ Jddarca he o que significa Adarga', ou 
c«:uclo de couto, donde en derivaria este, por ter menos coirupçScr; ^ 
rambeiti porqUe jiddai^a sigtiflíca lítoprícittl^ntfe' Siryà de rnaHw-, peifó èé 
9rmas , ou couraça, ' 



t« li D 

. to MaKômetano de boa vida, é que este todas às rezei 

; que fecl^aya,e abria as m&os lhe cabia delias hum Adar« 
me com a seguinte inscripção ^^s^v.AUabo, ahsdon^ 
quer dizer. Deos he único, e elles chamão a esta qqa« 

"^ lidade de diDheiro \j^\ ^J^^ Darbem el códra. Di- 
nheiro da Omnipotência. Vid. Bibliotb. Oriental de 

[ Berbelotb. 

I ÀDAUFÀ A$>ált Addaufa. Â enchente, a chea. Lugar 
na Província d'«itre Douro e Minho, Arcebispado de 
Braga , e Ribeira no Termo.de Villa Real. Cardosa^ "] 

Apbla., k Adelo i:<jj\ Mdallál. O que vende fato naa 
feiras , c pelas ruas. Deriva-se do verbo de 4 letras jMo^ 
dallala bradar, pregoar o preço de qualquer cousa, 
vender publicamente, (a) - 

§ Adelfa ^^vjjl^^l Jddefela. O Loendro. Dicehnarh 

da Academia* 

§ Adelkan -U 3^W Aàelgan. Nome próprio de hum 
Soberano da índia. Significa Soberano, ou Senhor jus- 
to, ou reao. Que Adelkan daria para a despega i! 
El Rei D. JoU IIL as terraf dç Salsete ^ que então 
rendido 6ÒkooQ ?ardãvs^ Cbroniça do mesmo Rei^ 
Part. III. cap. 94. 

§ Adelxah kLí^^U Adel-xab. Soberano, ou Senhor jus* 
to. Nome de hum Soberano da índia. O governador 
teve visita dos embaixadores de todos os Reis ^ e d& 

. de Adelxah y o qual lbeescrev£0 ^quje lhe cumprisse 
os contratos da paz^. , Couto. Década VI. Livr. L cap* 

§ Adereçar ^^ Tareza. Enfeitar-se, vestir as roupas 

mais elegantes. Golio^ 
§ Adereço j.^\ Attarço. Ornato , enfeite. E promettía 



(d) Foi certamente engano dizer-se , que este nome se deriva do vef 
Ipo de 4 letras W.> Dallala , porcjue clle s» deriva do veçbo Surdo ^\ 
dalla. ' . \ . 



«D 15 

: ^ Duque Fàruesse com sua filha D. Marta setenta 
mil cruzados \ os vinte mil em joyas y auro\ e prata ^ 
pedras preciosas , e adereços de suâ pessoa. Histor, 
Sebastica QZf; i^. fl. 98. : 

§ Aderísa Amj^í^ Addersa. h àthvXhz^ Lugar jia Provin- 
da da Estremadura , Comarca de Torres. Cardoso. \ 

'Adibo, ê Adibbs wjjJl Addíb. Sighifica Lobo. O no- 

' ine de Adibe, também por ironia se applica ao meie- 
rlqueiro, ou occulto agente. lS(o cerco havia mais de 
dois mil alimárias de qUe as maiserão veadas ^Oa^ 
zelas y e Adibes. Damião d^ Góes» Chroaica d^ElRei 

. D, MameL Part, IV. cap- 10, 

§ Admenas aJLiUII Adamena. Alamedas^ passeio , ou rua 
de arvores frondosas. Elucidário^ Tora, L pag. jy- 

!Adobe il^^U Attúhi. Espécie de ladrilho^ ou tijolo fei-*^ 

:^ to de terra, e secco ao Sol de que fazem paredes, c 

. casas. Deriva-se do verbo ^^Us taba ser macio , lizo , e 
plano. Era o Forte fabricado de adobe. Jacinto Frei- 
re, pag. 329. 

^ Adua *I^1 Addulã. Rebanho de bois, e bestas dç 
qualquer Vilia, x)uCidadç, que sahe a pastar, pasto^ 
reado por hum, oiimais indivíduos , aos quaes cada hun;i 

• dos donos paga mensalmente hum tanto por cabeça* 

• Tártibem significa partida ^ ou companha de homens , &c. 
JB huns servião por ãâua , e outros davm cestos de 
cal^ &c. Cbronica de El Rei D. Fernando sobre at 

■eonstrucçãú dos muros^ de Lisboa. Capi ^8.^^ dos Iné- 
ditos da Academia. 

AptTANA Q^><^:rjJí Addiíían. Cás^y ou lugar , onde se ajun^í 
tão os Ministros, e Administradores da Faziínda Real 
para cobrar os Direitos, e tratar dascausas Civis. Tam- 

- bem significa ^Conselho, ou ajuntamento dos Ministro* 
do Estado -, donde os Francezes , e Italianos deduzem o 
nome Aduane , e Laduana por Alfandega. Deriva-se 
do verbo ^^i^ dana escrever cousas públicas i fazer ^a&* 



«í ff 15 

' setmi dó iqjM sè^p^itsá ; Contar ^ ou eoll^lf ttffiptçs ; 
. julgar^ diffimr qualquer neffocio. : 

^ AotTAit j^M Miua^ AldSfei , ou Poioa^ em qtíe lia- 

bitáo os Mouros do Campo ,' e cònsfa de Tenda» de ca- 
' bellOB de ^gadõ tôCiáds como panno; asquaes Xt^znxt^ 

em diversos kigards por causa dos paitos da gado. Or- 

dinariaitíente os Aduares cônstão de f o , 6b , até ceol 

tecidas; e tbdois estes adoares juátos se cháoSião Alflso- 
* hella. Deriíra-se do vérho ^^ dáuára. Cercar y ou nju- 
-vMr iiroèkZ. Andando em hum aduw dibunt M^ro 

dàs\Priweifãfs: Barros. Década L íbl. 19* if. 
Adubo ^^i Attobo. Eípeéiarias, como ^, pimeitta, 
- x^itfo ; canela , tlz. Úériva-se do verbo v^lb tÃb» «eè 

suave, cheiroso, bom, e grato;.- " : ^ 

AiJiríÀ d^VAddd^a. Duas qualidade^ de adôfee-ha* Iftí* 
; xiÉi (^é jandia , outfà de moiíihoí Está he á faboa^ue 
' eiicâísa áâ boCcà da calha para impedrí â agua de hir 

áo nloiíiho. A dá janêlía sâó hurna^ fabôas utlidas, 4^e 
, 45e põem por fcíra das jaucllps, e servem de reparo en^ 
'lugar à^^xátoía^ Deriva-se dp v^rbo Surdo c^ daffd^* 

iDínir, Igaalar a$ taboas , ajuntar humàs com outras. 
^Vff^ i^Jp& Addqfe. Instru^çiientO: musico; he o mesmo 

qiíejpawíçíro. Oçriva-«e do Hebraico Wi5#^ que sjjpi-; 

fica o «lefiim^. 
$ AnPA mSmm 4tf^* Casta , çowinente. Fcegue^ia, Sí^r- 

ra, ^RiIí^a.««Fr.çvin6«i 4'ei«fç Doure eMiahp. C^r- 

doso. 
§;AfW24* ê^ ^sAOta. íftíistir^aíéimar. SuppIemMC^ 

ao Tom^ II. # El^i^ftriOí pag. 4. 
§ Awil^J© líCa» A^if0t94 Afferi!o, instancia., Éeiím, - 
$ Apfo»m .juteL H^fi^d* AiÍYÍaí,.fezer Ie«& Catai^go 

^ Aa^, ^^^» jáfetfi (vQíí Twfcaí) He o tiiiilo dO Gctfoflel 
do» JaaiMrosv £jí» ijaàfih 'DiègôEâpes ^r^dvà pdra 

Co- 



«ti *? 

^ JEochlm ^Wlt9u a ãlentadê Jgè Mãhnmté satrt a 
Fortaleza. Ásia Portu^ueza. Tom.I. Partll. pdg.iij'. 

* Aot, OIT KAjí ^u» Hiiggi. Titulo úttQto yitkMtosé 

* enti^é os MahdmerafK>6 , significa peregrino. D&6 esoe ti- 
tulo áíjueJles que tem hido a Mecca , e visitado o Se- 

: ptilchro de Maíbma ; cujo timli) ^Jltepò^ ao Aómé 

próprio dosDgeiío, de Basaneira que,^:liimi ante». se 

. cliaaiava Mahouied, depois da viátn, so nomen yj^gi 

. Mahomed. Derivasse do rerbo Surda ^ Jka^J » visi* 

tar os lugares Sagrados^ o Templo de Mecca. perégri-- 
' Tiar&c. • ... 

* AiDEL ^aU d déL Mir aidel >U ^^ Nome Composta 
] de Mir ^^\ Princepe, e dé _j^u, íf 'íí// Jusríceíro. P^^ 
l Ta o que' por cmselhõ àebum Tutçq mandou Mir Ai^ 

dei fazer huma estancia ^ e nella colhcou a sua afti^ 
. IbãTMy. Damião de Góes. Cbranica d^ El Rei D. M^^ 

^6eJ^ Part. IV* cap* 8o,.pag» y^a 
Ah ji aP. Artigo^ que és Árabes ^ájuntão ao itôiâer V«^ 
'- ja-sé ã nota que está éfa princípio desm obra. 
SAjL jl ãt. Particula que se acha quasi em toda^ as Es* 
' cripturas antigas ^ e ainda hoje sê usa pelos TabaJides ^ 

. quando nafioi do i^epojco^içnta ^^s tesucuinhas Mabãoi 
dizendo j e ai hMjo disst. ^ ■• 
Muitos julgão qué lie o árdgo Afabicò, lião sertdo 
mais que huma abreviatura da palavra Latina atiud^^ 
e quer dizer; e não disse mais cousa alguma. 

AlabÂo . ^IaMV Attabbdn. (Termo de pastores, muito 
usado no Ãlem-Tejo.) Significa ovelhas, que dão mui- 
to leite, e assim dizem, gado alabão. Deriva-se da voz 
^^x} Labdno kite. . 

^LABARDA ( VOZ Tcutonica.) A arma que os Archeiros,^ 
e guardas do Palácio trazem, Puz este nome, esua Orj^ 



gem, ()ue pireée Arabko^ pára dar a conhecef ; (flk o 
. náo he. (ii) 

» Alíibati ç^^f^l AUfati. (Termo Medico) Véa nlsti 
. baíL, be a vlã: axillar. Fid. Aviten. Tratado IIL cap. 

i6. pag, 6i^. . > 

* Ai-ASBEOi ji^v» JJakre.. Sio os Muscules, que nascem 
atraz das orelhas, e descem para os queixos. Sao dei- 
gadoa como agulhas ^ e por isso o Author lhes chama 
*v^1 Âlabrç que significa agulha. -/íwV.cap. 9. pag* 

* ALACfii ^/N4«» Alâcir. (Jb) Significa á vendima do vi- 
nho, e azeite; porém propriamente he a matçria, ou 
sueco que sahe da uva, ou azeitona expremida, I>eriva- 

7 se da verbo ^^^ áf ^r^.^xpremer. E?/ dar sobre eUes 
m tempo de seu alacir. Duarte Oalvãò^ Cbr^nica d^ 

* Kèí D. Affonsò Henriques. 

Alacrao s^^^S Alâcrab. Escorpião; Insecto venenoso. 
Também he o nome de hum dos Signos do Zodiaco. 

AifA?QENS is^xA Alafoii: Villa na Provincia da Beira, 
Bispado de Viseu. Tomou o nome de Alahún Senhor 

^ de Viseu ; significa Irado. Este Governador Africana^ 
sendo vencido por D. Fernando L chamado ^ Magno J 
se fez Cf>ristao , por cuja conversão lhe deu El Rei D. 
Fernando terras para nellas viver , as quaes compre^ 
hendião o Conselho de Lafoens ^ derivado do nom^e do 
mesmo Governador , (Nesse Conselho se acha vão- va- 
rias Fortalezas com os nomes dos seus fundadores ; co- 
mo ^ãò a de **»4jí /wjri hendahissa os cabeludos, appel- 

Jido daqíiella familia. A de A^sskjJji ^^hendaneja. Agi- 

' ^ "' ' ' ■ ' • * - * ■ ta- ^ 



" (iy Eu creio que este nome proicecte tio nome Arábico £^^.acvSt Al-har^ 
ha segundo Gigeo, e Golio, o qual se expressa a^im: Pugio, cuspisque 
iMSCilis Latior. bioc. Hisp« Alabarda, 

Qt} Na Ghr. de D, Affonso III, por Rui de Pina pag, 14 se acha Ala^ 



AL tf 

tàdos^ôU âçqXitados dos ventos; A de jumj^a Derices ^ 
as Adrecitas , appellido de hiiraa família antiquíssima 
descendente de Edris tio de Mafoma , e outras mais 
Fortalezas) Vid. Monarch. Lusit. Tom. IL cap. 28. 

pag. 37?- 

Alamar (voz Hebraica) alam. Tranças , ou colxetçs com 
que se ataca o vestido {a). . . ^ 

Alambique áSuA5!à)t Alambique (voz Grega) com artigo 
ai Arábico.' Vaso de cobre, ou de vidro em -que des- 
tillão liervas, flores, e licores. : . 

* AhAJ^SE ^^jj,\ jílbanaze. Significa cobra. He nome que 
os Mouros derão a hum sitio em Santarém que fica pe- 
la parte do Sul , onde presentemente está a Calçada que 
vem da Ribeira para a Villa. Foi assim chamado pelas 
muitas voltas que davão quando subiãa pára a Vilia , e 

' ser-lhes precizo torcerem como fazem as cobras. Deri- 
va-se do verbo ^ij:^ banaxa dobrar-se, enrosca r-se co- 
mo cobra. Chronica de Cister. Tom. I. Liyr. IIL cap. 

19- P^g- 317. 

Alanse ^^àÀ\ Alhanaxe. He nome de hum campo 'em 

' Africa junto a Arzila. Sabendo o Capitão de Arzila 
que os Mouros estavao no Campo de Alanse^ os foi 
accommetter. Damião de Góes. Chronica d^ El Rei Z). 
Manoel. Part. III. cap. 35'. pag. 341. 

i" Alar ^£ Alia. Levantar, elevar, içar. 

Ai-ARDO ^jíiy Alãrdo. Resenha da gente de guerra, oU 
mostra que se passa aos Soldadot. Deriva-se do verbo 
^^s arada, appresçntar , fazer apparecer , passar mos- 
tra aos Soldados. Os Castelhanos o pronuncião melhor, 
' alárdi» 

Alarido ^yjj^s Alar iro. Gritaria confuza, que os Tur- 
cos e Mouros fazem na occasiâo das suas batalhas. 

C BIu- 



Çp) O Catalogo de ypzes Castelhanas 4^z ser a voz Arábica ^'«^i' 41' 
hfonal'^ porém esta^, segundo Colio» e QUfóos^. a^ignifica franjas do vestido» 



t9 At 

BIttteau, sem rezáo deriva e«te nome de IJ Id^ e diz^ 
que deve ser como allá^ que na lingoa destas nações 

3[uer dizer Deos ; e alia repetido , não parece senão Id 
d^ e que destas vozes se deriva Alarido, Porém Go- 
lio, e Castello trazem este nome ^,^1 Alêríro com 
' as significa jòes sepiintes; Fex victoriã eoeultantisx ut. 
qui alia vtnciti Et in genâre^ vox^ sonus^ vacifera^ 
'■ tiâ^ strepitttSy &c. E tendo os Árabes eiste nome coni^ 
as reíerioas significações , nao ha necessidade de o deri- 
var das vozes Id íd^ nem de allá. 
Também Duarte Nuiics de Leão incluç este nome nos^ 

3ue os Portuguezçs tem seus nativos , e os não tomarão 
e outra gente» 

9 Alaripb cJLyJl Alârife. Architecto , ou Mestre de 
obras. Deriva-se do verbo j»^ ârifa , ser sciente , sá- 
bio , instruído em Sciencias , c Artes, Uãa teve a obra 
eutro arebitecta^ que as barbaras tdéas do Rei epce^ 
eutadaspele S4U alarife. Tomada da Alcáçova de 
Mequinez por Muley Ismael. Histor. de Mequinea:k for 
Fra IMogo Gracez. Gastei, pag, 36- 

AiiAAVfi ^jydl AlãrabL {a) São os Árabes^ que vivem 
no interior do deserto , os quaes nSo tem domiciUo cer- 
to, nem cukivão às terras: ordinariamente vivem de 
roubos, que fazern Kuns aos outros, e nas estradas: Pas^ 
tando as herdas d maneira dos Alarves. Barr,. Deca»» 
da IIL foL 88, 

* Alasceile *JU?^I AlasaU. He kmia das v^s do bran- 
co, e não das do pulço. Avie. Livr. L cap^ 20,^ pag* 

* Alaud ^yjl Alud. Instrumento musico , de cordas. 
Tem o corpo mais redondo que huma viola, O bafp- 
quete deo^se na Tenda do Governador ^ com muitos 

' tan- 



^a) A palavra Alarve he muito inada entre nós com as SJgniíicaç5cs 
ét ntttJGOy bruK>i « Msim' dÍMmos:^iiie «ooio toai alarvo. 



A L tf 

- tangeres de Arpas y FrautaSy é AJaúies. DatniãQ de 
Góes. Cbronica d^EIRei D. Manoel. Part. IV, çap, lO. 

Alazâo ^\jal\ Alhasan. (Termo de CavaJJaria) oigni- 
fica cavallo, que tém a côr mais clara que russo, em 
que domina o humor colérico* António do Rego^ Ins^ 
trucção de Cavallar. cap. 6. 

^LAZRAQ u^^í A/azraq. Significa , cousa azul. Appel- 
lido do homem mais cruel, que houve em Barbaria, 
cujo nascimento e introdução cona Muley Abdala Rei 
de Marrocos , e suas crueldades , se podem ver na Chro- 

T nica do Ihfente D. Fernando. 

* Albacak yUi\ Alba c ar. He nome genérico : significa o 
gado vacum.* Da estancia , que estava diante da por^ 
ta de Albacar lhe tiravao as Bombardas. Damião de 
Góes. Cbronica d^ElRei D. Manoel. Part. II. cap. 28. 
pag. 212. 

Os Mouros, ordinariamente costumão ter só duas por- 
tas nas Praças pequenas, e terras que são portos de 
mar. Huma para o campo, outra para a praia. A esta 
chamão jociJI ^^l» babelbahdr porta do mar ; e á do 
campo ^ijji \^\j babelbacar porta do gado , isto he va- 
cum. A razão disto he, porque nas Povoações não re- 
colhem senão o gado grosso como bois , vacas , came- 
los , jumentos , e cavalíos^, para os terem promptos pa- 
ra o trabalho , e lavouras. k% sobreditas portas são fe- 
chadas , e com guardas a ellas. A do mar , fecha-se an- 
tes do Sòl posto, e ao naacer abre-se. A do campo fe- 
cha-se á prima noute já depois do gado todo recolhi- 
do, e não se abre se não depois do Sol nascido. 
.$ Albacba AM#y< Aluas sia. O testamento. O dicciona- 
rio da Academia diz significar testamenteiro j mas testa- 
menteiro no Árabe he ^'^ Aluassio. 

Albafòr j^iòJS Albachúr. O incenso, ou perfume: Em 
Portugal , he composição de bejuim , alfazema , vina- 
gre forte, e raiz 4e junca ^ posto tudo de infuzão em 

C 2 hu- 



W AL 

huma tigela da índia, ou de barro vidrado, e se co^u« 
ma ter sobre huma meza para dar bom cheiro ás ca-* 

* zas. Deriva-se do verbo ^^ hacbdra , incensar , per* 
■ fumar. 

^ Albaleguim ^jyxiJUJI Aíbaleguim. Idade vigorosa , pu- 
berdade, isto he idade de 14 annos nos homens, e 12 
nas mulheres em que já tem vigor para a geração. Avia. 
Livr. I. Tratado III. 

Albakda 9JB^tyjií\ Albarãaâ. Q>bertura cheia de palha, 
que se p6em nas bestas de carga. 

§ Aj-bardan Abj^l Albardan. O tempo frio da tarde e 
da manha. Nome de huma Aldéa na Provincia da Es- 
tremadura , Termo de Thomar. Cardoso. 

Albarde «a.UJI Mbárde. Aldéa na Provincia da Beira 
Bispado da Guarda. Significa cousa fria. Deriva-se do 
verbo ^^ h arada , ter frio. Diccionario Geográfica da 
Cardoso. 

§ Albakbda Aò^UJl Alhareda. A friorenta. Nome de di- 
versos lugares na Provincia d^entre Douro e Minho no 
Arcebispado de Braga , e no Bispado da Guarda. Car-^ 
doso. ! 

§ Albared Ju^jJ^ Alhartd. O correo. Aldéa na Provin* 
cia de Traz-os»Montes. Cardoso. 

* Albarrada %^\y^\ Alborrada. Vaso de barro, ou de 
louça da índia em que se mettem flores. Òs Árabes 
lhe chamâo ,a}^^ Uarrada Rosário , ou vaso em que 
se mettem rosas, e o derivão de j^^ uardon Rosas. -B/íí- 
teau. 

AlbarraX, outros AlvarraX ^^J^!l Aiharran.Céoo\L 
alvarraã. Significa cousa de campo. Ot Árabes coát- 
mummente lhe chamão ^í 3^ baçal elfár cebola de 
ratos. 

AlbarraS jJwJ^ Albarraã. Nome de humas Torres , que 
na vida d^EÍRei D. Pedro I. havia , e em que se depo- 
sitavâo os dinheiros que das rendas da Coroa anoual* 

mça- 



AL í< 

- taente sobeja váo dos gastosl No^ Castello de Lisboa ha* 
via huma Torre; outra em Santarém, em Coimbra, 
no Porto , e em outros lugares. Vid. Cbronica d^El^ 
Rei D. Pedro L cap. 14. pag. 70. 

^ Albaras ^jJ\ Albàrãs. Lepra , moléstia de lepra. 
Avie. Livr, IV. Trat. IV. pag. 46 j. 

§ Albarraque c3/aJÍ Albarraque. Couza que resplan- 
dece. Aldéa e rio no Patriarchado, e lugar no Termo 
de Alenquer, Cardoso. 

§ Albbaça xmwUaJI Albiaça. K mizeria, e infeíicidade, 
Aldéa , e Ribeira no Patriarchado de Lisboa , Termo 
de Santarém. 

§ Albegal JUuJÍ Albagat. As bestas muares. Nome de 
huma tribu na Mauritânia perto de Ceuta. Como não 
longe daili havia huma cabilla chamada Albegal , e 
abastada em gado ^ fui acomettella. Cbronica aoCon-- 
de D. Pedro de Menezes. 

§ Albellor j^\ Albellur. O cristal. Aldéa na Provín- 
cia da Beira , Èispado de Coimbra. Cardoso. 

§ Alberga as»j^I Alberca. Pequeno receptáculo para as 
agoas. He termo muito usado nas nossas Províncias do 
Sul para significar as pequenas valias, ou sangradouros 
no meio das terras baixas para despejo das agoas.. 

Albergate >xJLaJ! Albalgat. (yoz Africana) Calçado de- 
Marroquim de que usão os Mouros de Africa , a que 
chamamos Servilhas. Hoje dizemos alparcas em lugar 
de Albergate. 

Albernua t^jÂll^ Barrelnaua. Freguezia na Província do 
Alem-Tejo, Bispado de Beja. Significa Campo do Ca- 
roço. He nome composto de ^ berr o campo do' ar- 
tigo ai ^ t át y naua o caroço. Diccionario Geo^ 
graphico de Cardoso. 

§ Albertel >/Nfcj^l Albertil. O escopro. Lugar na Pro- 
víncia da Beira /Bispado de Leiria. Cardoso. 

* Ai^ 



* Aleiram ^jxéi] jtífnehrdm. Instrumento Cirúrgico. Si- 
gnifica Sarilho. Avie. Livr. IV. cap, 16. pag. 481. 

§ Albòazar jVyíyÁ AbU'Azar. Nome de hum Mouro, 
Senhor daquella terra. AIdéa na Província d^entre Dou- 
ro e Minho , Arcebispado de Braga« Cardoso. 

§ Albogue, ou Alboque cJJ^I JJbuque. A buzina» 
Moraes. 

§ Alboram ^jJl Alhoram. O carrapato. Sitio em San- 
tarém, aonde osjudeos tiverão a primeira synagoga^ 
Cardoso. 

§ Alboroto fc^l Alforoto. Excesso, ou cousa, que se 
faz fóra dos limites , e propósito. Catalogo de vozes 
Castelhanas \ e Gol lio , e Gigeo. 

Albricoque ójSj^i Albarcuque. Espécie de Damascos, 
vulgarmente chamados frutas novas. Os Italianos lhes 
chamâo bericocolp; os Francezes Abricot j os Castelha- 

. nos Alverquaquej porém huns, e outros o tomarão dog 
Arâbes, Iloje se escreve , e se pronuncia Albricoque. 

Alborge »^j^\ Alborge. Lugar na Provinda da Estre- 
madura^ Patriarcado de Lisboa. Significa Torrinha. De- 
riva-se ae g^ borjon a Torre. Cardoso. 

Alborge também he Villa no Reino de Marrocos 
perto d'Azamor. Forão accommétter o campo em que 
estava muita gente de cavallo não muito longe deAt^ 
horge. Damião de Góes. Chronica d^ElRei D. Ma- 
wm. Part. HL cap. ^9. pag. 418. 

Albornós i^y^S Albórnós. ( voz Syriaca bórnés. ) Espé- 
cie de capa de taã cheia de felpa por dentro , com man- 
gas , e capík de que os Africanos , e gente ordinária do 
Oriente usão no Inverno, l^a Cidade de Maquinez, 
s^ fazem os Albórnós es chamados Mequinezes. Ásia 
Vort\xg\xcza\ pàr Manoel de Faria. pag. 9. 

Albufeira %pA^\ Alboheira. Villa no Reino de Algar- 
ve, e lugar' na Província da Estremadura, junto á So- 
nhora do Cabo. He nome diminutivo 4e ^^ru hahron 



AI; ir 

« mar. Signi6ca mar pequeno , ou lagòa. Os Ca$telba- 
nos , a qualquer tanque grande , ou lagoa , chamao AI- 
bubéra. 

Ç Albura xj^\ Albura. A terra inculta. Aldéa na Pro- 
víncia d^entre Douro e Minho. Cardes^. 

Alcabideque uuàJL ^I Alcaibedeique. Lugar na Pro- 
vinda* da Beira*, Bispado de Coimbra. Tanabem he no* 
me de huma povoação no Termo de Qiscaes. Significa 
o encontro no apertado. He composto de xii Alçai o 
encontro , e da proposição ^^ com artigo , e do nome 
{JÍaá daeque lugar estreito , ou apertado. Cardoso. 

Alcacel ^AAâSa? AJcaci L (Tçrnxo muito usado no Alemr 
Tejp) A berva triga, ou balanço, que serve de pastor 
ao gado. Os Árabes , e Castelhanos a comâo pela seva- 
da verde antes de langar espiga j ( e também os Portur- 
guezes. ) 

* Alcacema K^m] Atcaeema. DívisSó, que em algu- 
mas Embarcações se faz, fóra da Camará. Deriva-se 
do verbo ^^s Caçama , dividir , repartir. Biateatt. 

Alcacema xéum-UH Alcacetna. Nome feminino , ou partí- 
cipio femiiiiao do verbo ^^ Caçama dividir, repar- 
tir > separar. He o braço de mar que fica atraz da Tor- 
re do èogio, por ocde algumas vezes passSo a» Embar- 
cações que entrão para Lisboa, 

Alcácer ^ai Alcácer. Significa Palácio acastellado, e 
assim fica emendada a imaginada Etymologia , ^ue vem 
na Escriptura VI. do Tom. ÍV. da Monarquia Lusi- 
tana da tomada de Alcácer do Sal atribuída a S. Fui- 

gencio quando diz : 

Al^ Deus esty Castrumque Caccr/JAStrumque Deorum^ 
Fertur afud , genfts , id "Vâ^iramiur amaM. 
Alcacek do Sal. Villa na Provincia da Estremadura: 
Comarca de Setúbal , sobre o Rip Sado- Os M^wro* 
lhe chamavão y^b ^^^ Çacer ken Démés^ Ecuiar* 



^4 ^^ 

leza do filho de Danes Fid. Geograpb. Nuhien. Dts^ 
cripção da Lusit. 

Alcacerquebir^^Íjj^ Cacer elquehir. Cidade no Rei- 
no de Fez, Província de Asgar, edificada por A Imanr 
sur Rei dç Marrocos. Vid. Geogr. Nubiense. Signi- 
fica Palácio grande. . 

Alcacerseguik v^*aH wJ> Cacer elseguir. Villa no Reino 
de Fez, perto 'de Larach (^) edificada por Almansur 
IV. Rei de Marrocos. Significa Palácio pequeno. Vid. 
Geogr apbia Nubiense. 

§ Alcachanqe gvjj^lí» Alcacange. A herva moura. Mo^ 
raes. 

Alcaçarias ju^Ua» Alcaçaria. (voz corrupta de alçai- 
caria ) Entre os Árabes , he casa feita á maneira de hum 
daustro , com muitas casas e logens para alojamento 
dos mercadores e tem huma só porta que se fecha de 
noute , e só com dia claro se abre para maior seguran-» 
ca dos mercadores que nella se recolhem. Os Árabes 
der ivão este nome de y^rS Caiçar César , porque di- 
zem que este Imperador foi quem mandou edificar estas 
casas no Oriente. 

Em Lisboa alcaçarias , he o Jugar onde se curtem as 
pelles , e dizem alguns Authores , que nesse lugar fora 
antigamente o Palácio dos Reis Mouros sem outro fun- 
damento mais , que a voz Alcácer na Lingoa Mourisca 
significa Palácio Régio , e acastellado. {b) 

Alcachofra aí^^íkOI Alcbarxufa. He o fruto do cardo 
manso ^ ou bravo. Os Árabes também lhe chamão 
ryâ^.l ardixauqui. Qou%2i terrestre., e espinhosa, 
•' - de 



(«) Alcacerseguir «stá situada «ntte Tanger , e Ceuta defronte de Ta- 
fifa^e delia só^ existem hoje as ruínas. 

(hi) Alcaçarias pode ser também o nome Árabe 'ij^yeS!^ Alcaçaria que 
sigln^ca lavandaria, ou lugar dos banhos, em que se htravSo com agoa 

quente. Do verbo ^ Cagara. Lavar. Qig<o. 



de que sem duvida os Frartcezes tomarão o nome Arti- 
chau, trocado o d por t, e x por eh. Fid. Gí?//. pag. 

- 71., e 1274. 

Alcáçova ^^\ Alcàsha. Significa Fortaleza; ou Pre- 

. sidio, Castello &c. Nuno Gato cam outro tropel de 
gente de Cavallo deo nos Mouros pela parte da Al- 
caçova. Damião de Góes. Cbrqntca d^ El Rei D. Ma-- 
mel. Part. III. cap. 34. 

Também he nome de huma Vil la, e Serra na Provín- 
cia do Alem-Tejo, Arcebispado de Évora. Cardoso. 

AlcaçuSj he melhor Arcaçus ^yJi\ 3^ ârquessús. Raiz 
de huma planta conhecida. He doce , e i^frigerante. Os 
Orientaes usão da agua desta raiz no verão como nós 
usamos da agua de neve , e da limonada ; e a vendem 
nas logens, e pelas ruas. Bluteau lhe dá outra Etymo- 
logia menos certa ; e Duarte Nunes de Leão faz este 
nome nativo Porruguez, ou derivado do Latim ^ sendo 
puramente Arábico, e composto de c-3^ arque raiz, 
€ de .^^yyy sús nome da planta, è significa , rais; da plaa-. 
ta Sús. 

Alqadí^ .^aU^JÍ Alciada. He o poder Ao Juiz , ou Mi- 
nistro de Justiça , com certo limite de lugar« Deriva- 
se do verbo ^u sãda^ governar, dominar, ter poder. 
Duarte Nunes o faz nativo Portuguez, ou de alguma; 
nação a que se não pôde dar origem. Vej^-se o mesmp,: 
Author cap. iG. pag. 91. dos vocábulos que os.Porirm- 
guezes tem seus nativos. . ^ 

§ Alcadef c-3!ojai Alcod^. Vazo de bárrxDv sobre o ^l 
os tav€rneÍTOs , e tendeiros medeiri o vinho, azeite ^>e 
raiais licores*:. .. . ^' 

$ Alcafacha. ^pss\ Jlcafaik Ch salteadores. . AWé>. e^] 
rio no Bispado de Coimbra. Cardoso. , 

Ai-CAiDA »aASH Alcaida. AJdéa na Província jda Rsifa; 

. Bispado de. .Coimbra, HQ.nojm feminiao à^ Caid»»» 

D juis 



^ Al 

«xAS SigiaiSca CkMForntdoca > « fu , ÀUâa tbi Gorertei- 
dóra. Deriva-se ào Torbo seguinte Cui^i; Csrdosê. 
' Alcaide juUat Alcaide. Entre os Africanos s^gaiSca Go- 
Tcrnador de kuma Praça , ou Proiriíicia* Também o ap^ 

fíicio ao Capicáo de huma Companhia de Soldados. 
>eriva^se do f^bo ^u Cdda. Capitaniar, goreroar^ 
piK:har por hum exercito, marchar na frente deUe. 
Alcaide juUH Alcaied. Aldôa^ e Serra na Prorincia da 
Beira, Bisptdo da Guarda. Deriva*ee do verbo aotece- 
deate : Cpnio os Mouros costufi^o denominar as terras 
pelo nome 9 Q^ appellido de seos fundadores, ou possuí^ 
4ores, tomou esta Aldâa o nome do Senhor delia , evem 
a ser Aldêa do Governador , ou do Alcaide, 
ílm Portugal , o Alcaide Mór tinha a seu cargo a 

guarda do Castellp, ou Fortaleza, Também he cargo 
e Ministro de Justiça, que he sobre os quadrilheiros, 
Alcain ç^J^S Alcaitn. Lugar no termo de Casreílo- 

* BrancoTp existente. Mapa de Portugal dv . P. Joaa 
t Baptista de Castra. 

A^AiN^A UmII ja\JÍlc0Í^aHefd.SÍo dous lugares na 
Provinda da Estremadura, Patriarcado de Lisboa. He 

* ]x>me composto de ^juv aUai^ ò encontro^ e de U.; 
«^^^ as i]9ulheres, e significa, o encontra das mulhe^ 
rês.. Dicciomar. de Càrd. 

t Alçaiotb à l^av ^ãMadíK O akoviteifo. 

Alcala *«X»I Ãlcíáâ. Cidade de Cí»tella a Nova, Si- 

^^gnifica Casretkí, ou Fortaleza ; e não congregação de 

aguas como diz Garibai no seu Compendio Histórico 

' d^ He^nha. Livr. VIL, cap. lo* E Blitfeau o traç 

- Qom a n^eraia significação no seu Ddcciçiiario, Tom. L 

pag. 248. Vid. Geogr. Nub. descripç. das Hespanà» 
^ Alcali jsiv Álcali. O sal extrahido das cinccas^ da 

Salicorniá , e de outras hervas. 
^ Alcaaum wN^jtH Akamim^ A hortaliças ^ecca. Nome 
de huma Ald^a aa PirovlaciadaEstremadoca, Cardoso. 

Al- 



( 



AtckwúvíiÈi ^ijú^j^%> AlcAínmún^a., Usipmt de doer fóto 

' de mel , e fer ínba , muito mzúo no Miirfto. Entre os 
Aifabes Ire doce feito de mel , e kei^^â doce , oa coirtii- 
ntros. Deriva-se do nome /^>*S» Cammúm CatókAèflt 

t Ajlcanabçri í53.A;sn jfícòntbere. Espécie de âvé <íòra 

poup^. -^wr. cap; i6^, pa^. lícf, ' , 

t. Alcaiz jj^uai Alçaras: (y regulartíetito', o-Câtafogo;* £ 
/fí?j mouros ^ segniído depoir se' soiée ftl&s'^tis ateai- 
zes ^ que sam como Hauras ãa tarão\ e apnmçSes^ em 
que todos os que passaram a Espanha eram eserítctt]^ 
morreriam quatro€entos e cineoen^a n^ih Chrúftica 
de Bi Jffhnsa IF. impressa em ídfj^. faL 4f ^í ' 

* Ai^cAWDOitA sjàsSwAicandera^ (Tcrino* de Ealaoínría) 
o pdèiroí, 6U pi«t Sobre qiLe< descaaça ©iFakã©é Bhtf. 

hLCkiem^k AéM^Xiâ^n Aicanifa. Lugar na Pvovincia da Ss- 
treiuadura, Pairmrcadb de LisboaL Sigpificá J^arejca^iou 
Teaipla doâ Chrisiaos- Cardoso^ 

AnLGanede â ** J^lmir AkarJt, Villa na Província da Estre-^ 
madura. Patriarcado de Lisboa, Significa Temperada, 
Deriva-se do verbo c^iiui* Canata ser sombrio^ rempe.* 
rado ; prudente. Dicctonario de Cardoso. 

Alcanena ^ajlXH Al canina. Freguezia na Proviíicia da 
Estremadura, Patriarcado de Lisboa. Significa Cabaça^ 
Secca. Dicctonario de Cardoso, 

Alcai^fo^ j^j^^:,\Í Alcafiíf. Espécie de g<tmma arotnáti- 
ca, que depois de curada se far branca. Tem- râr^íòsi^ 
préstimos para remédios , e aguas aícanforardas. 

Os Maliometanos usSo muito do alcanfbr, principal- 
mente quando amcrrallMu os seus; defuntos*; embruMo 

"' Huití bocado dé alcanfl^r em algodão em pasta , e'^com 
elTe tapâo os ouvidos , ventas , e- via posterior dò dôfini- 
to" para impedir o fluxo dós humiõi^s tcorf uptófe. 

* Alcangeri ^ Qv Alchangeri cf^scvJLâcvií Afcbãfigèr^yYÍQ 
' a cartífege que e^á- na boca dô "cFwmagp, a goe vul^* 

D 2 gar-' 



'^e AL 

garmente' chamámos espinhela; que por ser do íéki<í 

. de Alfange lhe chamou Avicena y^^;,^\ Alcba^j^r^ 

, que significa Alfange., Fid. Avie. cap. 3. pag. 24. 

^ju:atitaka. «^IflOai Alcântara. Significa Ponte. He nome 
de hum lugar , e rio nos arrabaldes de Lisboa. Tam- 

f bem he nome de huma pequena Cidade da Lusitânia ^ 
hoje debaixo do Dominio de Castella. Foi assim cha« 

rr n^da pela formosura da sua Ponte. 
. Os Árabes lhe chamarão c-i^uJ* «JaiS Cantar àl essai^ 
fe. Alcântara da Espada. Geògr. jííub. 

Alcanzia AjiU^t AÍquenzia. Bola de barro secco ao 

\ Sol, do tamanho de huma laranja, que no tempo que 

op Mouros usavão do jogo das cavalhadas enchiãôras 

de cinza , ou de flores , e as atira vão ao Caralleiro. Tam- 

«bemha Alcanzia de fogo, que as enchião de alcatrão , 

' ■%• outras matérias , e largando-lhe fogo atira vão com 

i-^Uas ao inimigo. Deriva-se do verbo jx^su Canaza 
, guardar , esconíder , enthesourar. Lançarão os Mouros 

^^no Baluarte grandes panelas ^ e alcanzias de fogo^ 

•jacinto Freire. Livr. II. n. 97. 

Alcaparras ^Uâall Alcabbar. (voz Grega com artigo 

, Ar^bO He fruto de hum arbusto bem conhecido. 

§ Alçar j3\\ Alçar. . O marroio , ou herva das sete san- 
grias. Da-se no nosso paiz , e nos outros da Europa 

.meridional; e he muito usada pelos nossos ai veitares. 

Algaravia U^tjúí Alcarauia. Semente de funcho. Os 
Orientaes costumão cozer esta semente misturada com 
herva doce, e adoçada com açúcar, ou mel, e dal la a 
beber em tigellas (como chá) aos que lhes vem dar os 

^ parabéns quando lhes nasce algum filho, de cujos nas- 

-.cimentos dão grandes demonstraçóes de alegria, e re- 
cebem ^ parabéns.; o que nâq succede. quando lhes nasce 

. alguma filha. 

§ Alçaria ^jja{ Alçaria. Villa. Nome de certa povoa- 



AL ^9 

5^0 no Termo de Mertola, Comarca de Ourique, Ha 
outras varias povoações em Portugal deste nome, 

5 Alca'ria Mjy^ÁS Alçaria. Nome de certa planta , oú 
arvx)re9 que nasce nas áreas. Gòlio. Moraes a diíine: 
espécie de acordia^ cujas folhas são semelhantes ás das 
viollas. 

§ .Alcàkrachb jSíjja^ Alcarrache. O que ajnnta , c atra- 
hé líiuita agua. Rio assim chamado na Provincia de 
Alem-Tejo , Termo de Mourão. Cardoso. 

* Alcabrada fcjjQí Alquerta. ( Termo usado no Minho 
donde depois veio o nome de arrecada ) Brinco das ore- 
lhas 5 pingente. Deriva-se do verbo ly Carata enfei- 
tar com brincos , ou pingentes. 

AtcARRAQUE r ^%\\\\ Alcarraque. Rio na Provincia do 
Alem-Tejo, Arcebispado de Évora. Significa o igual, 
moderado, proporcionado. Deriva-se do verbo. / V^;? 
Carraea que significa o mesmo. Diccionario de Car^ 
doso. 

Alcatea 2^1 Alcatiâ. Manada , ou rebanho de gado. 
Muitos animaes juntos. Também se diz alcatea de lo- 
bos. Deriva-se do verbo ^ Cataâ dividir, separar 
parte do todo. Duarte Nunes , faz este nome nativo 
Portuguezc 

Alcajipa i^ÂAlsilt Alcatifa. Tapete* Deriva-se do verbo 
i^JUaS Caiafa. Matizar , ornar , bordar com cores dif- 
ferentes. He também non^e de huma Cidade situada na 

' Costa do mar Pérsico. Tomou a Cidade o nome , por 
■ se fabricarem nella bons tapetes ou alcatifas, Diccio^ 
nario JrLept agioto de Castello. 

-^CATRA tji^\ Alcatra. Parte do espinhaço da rêz. De- 
riv^^e do verbo ^ Catara dar no lado , ou no espi- 
nhaço. . ' , , 

ÀlgatrXo ^^Ua» Alcatrdn. Espécie de bitume liquido, 

^ Deriva-se do. verbo ^s Cdtara fuiQSLT distillar, cahír 



30 AL 

ás fw^r ipitcfm o pÊz 96! ccillic cbs gotas da restu , 
que o píoheirQ de si diatílla» 

íii>catru2l g«»9«x2U Akadmz. . Vaso de barro , (foe atad^ 
ao calabre da nora tira agua. do po(o, cisterna;» ou do 
ria Os Castelhaiioa oaroniBiciáo aeir cocrupçâa algu- 
ma. Jlcaduz. Duarte Nunes sem rasão deriva este no- 
ne do Latim Jqua dmttm$ ^ sendo paramcue: ArafaícGi 

AxcAVAX.1 jjuai M^ié^ã. He certo dÂveita^ ou s«xa^ 
que o povo pagaria aa» pafii imonio Aeaí, das fàoendas, 
oa gado que possaia. Deriva-ec do verbo j\^ Cébe^ 
tn ^ receber 5 aceitar qial^er pBtseiKse^ou dadihr& E se^ 
rãff Irures d» pagameftt» dar akavjBias\, e tirras. 
Monarch* Lusit. Escripb. XI. do £bral q^ El^Rti: D« 
Âflbnso Henriques dejoi i O^de de: Coimbrai. 

^ Au:iiAO «>iígJ1. Al^kadd. A £acB 4o rosfit», JmUena^ 
cap. 64 pag» 16» 

^ ÁXQSkKTUiL ^\^sXS Âícbdtem. SAo oa osíos^ qtte saus* 

tentão o espinhaço ; de maneira ^ que Alcbatim , e Al?» 
hejasi, servem- de baze a todo o espinhaço; e dbmíd 
nascem €)s nervos dos pés. Avie. L. I. capw lO. p. 12. 

Alcoba , ov Alcova xJai Alc0bka. Pequena casa que dfe 
ordinário serve para o higar d& cama, 

Alcoba ^s Alcobba. Aldeã na Província da Beifa, Bis- 
pado da 'Guarda, significa Torrinha. Também he noma 
de humai Serra , hòie. chamaia^ de Bestnros» Diccionã'- 
ria Geagruph. de. Cardw^ 

Alcobaça ^[^y AUobaxa^ ¥illat acastjellada wa Provin- 
da da Estremadura, Patriarcado de Lisboa. Significa 
os carneiros. Foi assim chamada , pelos muiços outei- 
ros que a cercão. Quasi todos os nossos Escriptores de- 
riváo o nome desta Villa dos dous^ rios^ éôa , e Bâcír 
que a cercão; porém acha-se esre^ome escripto sém 
corrupção no primeiro Tonjo da Chronica de Cister^ 
Liv. ÍIL pag. 318; nas seguintes palavw^/: JXamu^r ittt^ 
que vpkU. Idíum: i^xmtiy quse aUoòaxammc^atupAc 



At -g» 

^ sendo assim tião 8igni6ca ontn coiísa tcais que, os 
€araeiit)s. 
Ai^coBB «^l iálcoiée. Lugar «lâ Provinciá da Estrema* 
dura , Patriarcado de Lisboa. Significa Torrinha. Gír- 

§ Alcoçair j^àof^ jV^^air. Fottal^sinha , oh pequeno 
- |>alacio acástellado. Afbrtaie^a fbi até oposta a AU 
coçair\ que be treze legoas de distàitcià. Barr. Dec. 
Ii: L- VIIL cap. L 
Alcochete «LâJi ^i Alcaxete. Aldéa na Pfovinciâ da 
. Estremadura y Patriarcado de Lisboa. Significa , achad(^ 
da ouvelia^ He iKmie conQ|>osto. do nome yerbal ^ai 
. alçai o achado ^ e de sL-à xate a ovelha.. Caráâj^S 
AxcoEKTRE sjkMiSt Alctmakara lugar na Província da 
Estremadura /Patriarcado de Lisboa. Significa Ponte pe- 
quena. He nome diminutivo de «Jãt^t AJcantara a 
. p(»ite. Bkcumario de Cardoso \ e Qe^grath. 
AtcofA mjBI Alc4>ffa. ( voz Hebraica Cofi que significa 

o mesmo que em Portuguêz. ) 
Alcofra x^ij3\ Alcofara. Aldêa na Provincia da Beita, 
Bispado de Viseu. Significa Ald^ dos infiéis. Deriva-se 
do verbo yLfSi Cafara ser infiel , incrédulo ; sem fé , 
liem Religião. He nome de rio na mesma Provinda, e 
Bispado, e significa o mesíno. Cardoso. 
ALdOHot _x^wsJf AkahoL He composição de atiti- 
ttiôfíio crô, e outfo^ mineraes reduzidos a pó stíbtil, 
eom que os Orientaes , e Africanos tingem asf pestanas 
dos Olhos para enfeite 5 e o fezem com crertos pauzinhos 
redondos, e delgados, como o da ponta de hum /uzo, 
que molhado com èaliva o passSo pelo pó, é depois s\ib- 
tilmenre o ftzem passar entre as pestíhâs. Vid. Avice^ 
na^ o Padre Matltjues^ è o\ittos. Ha outra qualidade 
dè alcohoí, prèpai^do de variou mineraés, e serve para 
o rftal dôs olhos^qtie he comitmm na Oriente, e segun- 
da a qjtíei»', assim lhe àppfieSo o- Alcóhol, ou contpto- 



9* AL 

siçâo dos ditos mincraes. Dcriva-se do verbo _ 

Cabala tingir olhos de preto com o AlcohoL Pbarma^ 

. cof. Alcohol em Farmácia he o espirito de vinho re^ 
ctificado. 

§ Alcolea ÍM/>iSS\ Alcolia. A fortalesinha. Nome de 
huma Aldêa no Arcebispado de Évora. Cardoso. 

§ Alcomenia^ iuí^l Alcammunia. Certa qualidade de 
doce bem conhecido. 

§ Algôtam jcS\\ Alcottam. O occultador. Lugar no 
Termo de Cascaes. Cardoso. 

Alcorão (^>ÍjJBÍ Alcor-an. He o nome que os Mahome- 
tanos dão ao livro da sua Lèi. Deriva-se do verbo s^ 
Card ler ^ collegir escriptos. Foi assim chamado, por 
se terem ajuntado os diversos Capítulos que nelle se 
contém, os quaes csti verão dispersos por muito tempo; 
e pela frequente leitura que delle £izem, e á imitação 
dos Hebreòs que chamâo á Biblia Macra livro da lei- 
tura, Vid. a nota de Espenio sobre a Sura 12 do Al-^ 
corãoj e GoUio no seu prefacio sobre a sura 31, pag. 

# 174- ^ .. 

Alcorão , também no sentido metaphorico se toma 
por lugar eminente, ^e nesteo traz Damião de Góes. O 
Adail andou com elle a braços^ e o lançou da Aleo^ 
rão abaixo , e por ser muito altOy se fez em pedaços. 
Chronica d'ElRei D. Manoel Part. IV. cap. 39. 

Girardo João Vossio sem rasão deriva este nome do 
Grego, com artigo Arábico, mas olhando nós para o 
Texto Arábico, vemos na Sura 28, e 39, que Mafo- 
ma diz, que éílt escrevera o seu Alcorão na Lingoa 
Arábica clara , e pura, e sendo assim, não he de crer 
que elle tomasse do Grego logo a primeira palavra do 
seu livro , que he o titulo da sua obra. \ 

Alcorobiai ^^a-jjUI A/corbin. l^reguçzisL na Provinda da 

. Beira ^ Bispado de Coimbra. Significa os parentes, is- 
to he, Freguezia dos parentes. Deriva-se do verbo i^^ 

Ca- 



AL 35 

* Careha cliegar-se, a próxima r-se , ter-se por parente, 
ou pessoa chegada. Diccionario do Cardoso. 

Alcorce ^jo^S Alcorce. Em Portugal , lie massa de açú- 
car de que se fazem flores, passarinhos, e outras galan- 
tarias. Entre os Árabes, sâo huns bolos de4Tiassa de 
farinha sevados com manteiga, e açúcar. Sâo chatos, 
e redondos como bolaras. Os Christãos no Oriente os 

. fazem pela Páscoa, e Natal. Deriva-se do verbo ^3 

. Caraça beliscar com os dçdos, ou com as unhas; por- 

Sue quando fazem os taes bolos, com as pontas dos de- 
os Ines fazem beliscando huns dentes á roda , como os 

. da roda de hum relógio. Bluteau , deriva este nome do 
verbo Carére que diz ser Arábico, e que significa amas- 
sar; porém, nem esta derivação he verdadeira, nem o 

^ verbo amassar entre os Árabes he Carére , mas sim / Js^l^ 
âjana. 

ÀLcoRcovA AAr^jfeJl Alcorcoha. Espécie de aleijão, ou 
humor que se ajunta nas costas, ou peito de algumas 
pessoas, e os faz inclinar. Deriva-se do verbo de 4 Ic- 

. trás u^s»j.^j cárcaha , inclinar-se, dobrar-se; fazer al- 

fuma cousa redonda como globo , ou como novelo. 
)uarte Nunes o deriva do Latim cucurhita a abòbra^ 
sendo puramente Arábico. Vid. Avie. e outros Autho- 
res Arábicos. 

§ Alcouce ^^) Alcauce. O arco. Nome de trez Al- 
deãs, e dous lugíires na Provincia d'entre Douro e Mi- 
nho, Arcebispado de Braga. Cardoso. 

Alcoviteiro ^i^ai Alcoued. Tirando-se deste nome as le- 
tras formativas eiro^ e o artigo ai ^ fica sendo r^^, 
com a differença porém, de ter a letra d trocada por t. 
Os Castelhanos o pronuiicião sena corrupção AlcahueU 
Significa o medianeiro da torpeza , entregando , ou cou- 
sa sua , ou alheia , a outrem. Derivá-se do verbo ^is 
G/íf^ guiar, acompanhar^ entregar acompanhando al- 
guma pessoa a outrem. 

% AxcRBviTE 4^4j^5^v Alquebrite. O enxofre. Moraes. 

É ^ Ai-- 



j4 At 

AíiOfNHA jul^H Jtconia. Pronome , qne se ajunta ao no- 
me próprio , e ao da familia. Derira-sc do verbo ^^j:^ 
Canna pôr appellido; ou nomear alguém pór seu sobre 
nome. Duarte Nunes o faz nativo Portuguez. 

* Alctoex jSy&J^ Alcuzulr. Adormecimento , ou espas- 
mo dos membros^ espécie de apoplexia Avie. Liv. L 
cap. 15. 

AjLDBA 9MJ^ Àldaiâ. Significa Povoação, ou lugar pe- 
queno. He voz Arábica , e nío Grega como diz Mu- 
leau, ea deriva òt Aldainein que diz, significa au- 
gmentar , accrescentar. 

% ALDEEaAN (^<^4>Jt Adàebran. Termo Astrónomo , que 
^niíica as cinco estrellas ^ chamadas olho de tauro« 
^ento Pereira^ 

% Alderete 5|^jJl Adderat. O arremesso. Nome de hu- 
ma Aldéa na Província d^eptre Douro e Minho , Arce*^ 
bispado de 38ra^a. Cardoso. 

^LDEKis ijN^^íXJI Alderis^ São duas Aldêas do mesmo no- 
jue na Província de entre Douro e Minho , Arcebispa- 
do de Braga. Significãp o lugar da debulha, ou as ei-n 
Tas. J^iccionario do Cardoso^ 

j^IiDJRA VA , ou Aldraba ^^\ Aldraba. Ferro com quo^ 
se fecha huma porta, oujanella. Ha aldrava cpm que 
«e iajte nas portas. Derivarse do verbo w^ daraba ba-* 
ter com ferro em huma porca ; dar pancadas. 

* ALpEBTJL J^^Jí Atd^bul. Erhicâ confirmada ; Maraa- 
TOO. Jtvicena. Lavr. IV. Tratado I. pag. 413. 

* AxDEMAWBL j^UjJI Aldamamel. Nome plural de 
jJUâ dommaJa Nascida ^Furúnculo &c. Avijç. Livr. L 

^5^. 7- P«g- 4f • 
Adderuge ^^jò!A Al^krug^. 0^ degráos. Plural de I>ar^ 

getên^ degtio. Fi«guezia na Pfoyinciaíd» Beira, Xer- 
mo d|e Lamego. 
^ Aldkrugi g-^jjJI Alderugi. Sáo as extremidades das 
gengives superiores. Avie. ^iw. III*. jcap^y. |iag. ^A% 

a£- 



AL 55^ 

ÀLDUAR^t^t Aldúar. Frcguezia na Prorincia de eatre 
Douro e Minho , Bispado do Porto. Sigaiika a redon- 
da. Derivasse do verbo^^ daúara. Cercar ároda. Car^ 
doso. 
* Aleabwta?w ii^ ^ ^JU jfíy Bêu Tafaf. Non^ 
próprio de homem. Compòem-« de ^/jr . nome pró- 
prio, e de èen fillio; e de Taftif appdlido da sua fa- 
mília, e vem a ser, AI7, filho ^ ou da fâmilia da me- 
dida cheia. 

Aleafoentafuf , era hum esforçado Ca\>ttlo Africano 
natural da Praça de C^iim; o qual wmào fiel Vassallo 
d'EiRei D. Manoel sujeitou com seu esforço toda a 
Provinda 4e Ducala a ODcdíencia do sobredito Kei« e 
em todo o decurso da sua vida fez oníel guerra ao Rei 
de Fear, Marrocos, e mais Províncias vizinhas; ora s<5 
coma sua gente Mourisca, ora unido com os Porti»- 
guezes de ÇaSxn , e Arzilla , até que os Mouros por 
traição o matarão. Aleabentafíff evi quanfo vi^veo^foi 
leal Vassallo d'EJRei D. Manoel. Chronica. Part. 
IV. cap. 76. pag. ySy. 

Alecrim jjLâ»yi Aleclil. ArBásto aromático , c bem co- 
nJiecido. Os Árabes lhe chanâo j^a^VJ^^JL^I êJcUl el 
jabal Coroa do Monte. Vid. Pbarmacop. TuhaUns. 
Part. I. pag» 11. 

§ AxEivt i^^g^S Alaibt. AinfaiDÍa^ade8boQfa>ooppr(9!- 
brio, o descrédito. Goli». ^ 

Az/Ef^SB ^p,xi^ Alhsnaxe. São ditas Aldéas, na Prorior 
da de entre Douro e Minho , Bispado do Porto» Signí- 
ikáo cobra. Também he nome de hum campo em Afri- 
ca perto de Larache. Sabendo^ que o Alcaide estava 
no campo de Alanas^ o fora o accommetter. Chronica 
íPElRei D. Manoel. Part. III. cap. 55. pag. 341. 

5 Aletuia Sj^3í! Aletria. Massa bem conhecida. 

$ kv9h%K\ ;^íJ.\ M-habir. O vestido de diversas cores. 
Dicciímarw da Academia. 

% AlpaB£BA Sm2{ Al^béàibé. Aqi»erida. NpfH^ 4e cer- 

E 2 tas 



íí ÀL 

tas ilhas. E quando conhecerão que erão Cbristãos\ 
der ão' lhe salva ^ e fizer ao ai li as suas conservas ^ 
seguindo directamente ds ilhas de Alfabiba. Chroni^ 
ca do Conde D. Pedro cap, 46. 

Alfacb jj^l Alcbasse. Hortaliça bem conhecida. Tain- 
bem he nome de Aldêa no Reino do Algarve, Termo 
de Tavira. Significa o mesmo. Chorograph. Port. do 
P. António de Carvalho. 

* Alfadael _Jl>Uí1í Alfaddel. Nome próprio. Signifi- 

' ca Beneficências , Liberalidades. Deriva-se do verbo ,j^ 
fadei a , ser benéfico. Dom Francisco d'^ Almeida man^ 
dou dar ao Governador todos os escravos Mouf-os^ e 
lhe mandou dizer , que elle sempre fora amigo do Rei 
Alfadael. Commentario de AfFonso d*Albuquerque* 
Tom. IV. Part. IV. cap. 2. pag. i5'4. 

Alfafa ou Alfofa xs^yL^ Alhoha. Nome de huma pbr- 
ta antiga de Lisboa , pela parte do Castello. Significa 
Ameixieira , ou porta da ameixieira. Map. de Portuga 
pelo P. João Baptista de Castro, (a) 

Alfafar Jx1\ Alhofar. Lugar na Província da Beira , 
Bispado de Coimbra. Significa as covas. Deriva-se do 
verlx) ^Í2». hafara abrir cova, cavar na terra &c» Car-^ 
doso. 

§ Alfageme ^La2*J.l Al-haj-jam. O cirurgião. Moraes. 

Alfajar de pena j^acsil Alhajar^ Lugar no Reino do 
Algarve. Significa o penedo. Diccionario do Cardoso. 

Alfaia ^íji Alfaia, (b) Qualquer movei de huma casa. 
Agente da terra he rica , e as casas mui bem alfaia^ 

das. 



(jaX Ó nome Arabko «2;^^^ -^^S^ga^ ou Alhoha não significa amei- 
xeira , mat sim fresta^ ou postigo na parede, significação esta, que me 
parece mais confo-me. 

(3) He niais provável que o nome Alfaia traga a sua e.tymologia do 
nome Arábico X!) AlaCy que significa instrumento 9 apparato, ornato , 
porque o t^ome ackm indicado não 9e encontra nos diccionarios. 



AL ♦ 37 

' tí<//. Daftiião de Góes. Chrohica d^ElRei T>. Manoel. 

Parr. I. cap. 38. 
Alfayam ^icAS Alchayam. Lugar na Província de Trás 

os Montes, Arcebispado de Braga. Significa lugar som- 

brio. Deriva-se do verbo ^sL chaiama fazer sombras 

Cardoso, 
Alfaiate fcUií Alchaiat. Official que faz vestidos , e 
' coze. Deriva-se do verbo Uajw chaiata coza*. 
Alfaiates bUil Alchaiatesí Villa na Provincia da Bei- 

- ra , Bispado' de Lamego. Também he nome de huma 
Ribeira no mesmo. Bispado. Significa o mesmo que in- 

. dica y isto he ^. Villa do Alfaiate. 

Albmnça aJjUH Alf asnas a perdida , participio femintno 
do verbo ^^U fana, -perder- se destruir-se. Lugar nà, 
Provincia da Beira , Termo de Torres Vedras. 

Alfama ^4^1 Albama. {a) Nome de hum bairro de Lis- 

' boa , significa o refugio. Deriva-se do verbo ^^** hamd 

' dar asylo, refugio, ou couto a alguém. 

Alfandega cJjijiH Alfandaq. No Oriente, e em Afri- 
ca , he Hospício público , onde os mercadores Estran- 

'- geiros^ se aposentão com suas mercadorias : Correspon- 
dem estas casas ás nossas estabgena; porém nellas se 
não dá de comer. Em algumas terras do Oriente nessas 
Alfandaquar^ se cobrão os Direitos Reaes, e nesta ac- 
cepção se usa deste. termo entre nós. Os Italianos opro- 

- nuncião com pouca difFerença» Fondeco. 
Alfaneque uJuliLl yí/ri&^/í^í. Espécie de EalcSo assim 

chamado. Significa Suffocador. Era Hebraico , e Syria- 
• CO, chanaq^ que significa o mesmo, cjue em Árabe. • 
AlVange^,^;í1 Alchanjar. (vo^ Turca) Espécie de 

Espada, ou faca larga, e curta. Também he nome dé 

hum 



rr" 



^ Çd) Eu derivaria antes este nome do Arábico, ^i^^^ hamma Fonte quen?- 
te, caldas, &c/, levando no principio o artigo Al 'i^^) Alfania.^ 



§S At 

hum bairro em Santarém, ^ue fict áborâa doTejo« (a) 

$ ALPA.QUE i^JiL\ Al^heqque. Significa a fenda da terra , 

- ou quebrada, que forma o pego, ou o lago, qiiaado 

*eccà. He o pego fundo èegundo Màrães. 

♦ AwAQtretitJB ii\ím Alfaccaq. Resgatador, ou Liberta^ 
dor dos Escravos , e prizioneiros de guerra. Deríf a-se 
do rerbô Surdo ^ face a. Soltar, remir, resgatar, 
dar liberdade. Cômpufdicidos dã sns mhaetim , slgmns 
Alfàqueques ^ pagarão ^ r//^. Chorograpb. P^tu*- 
gueza. Parr. L pag. 22^. Similittt si fiU Mercmto- 
res Alfaquaques advtnissent dt terra Sarraptnêrum 
&c. Monarch. Lusit« Tom. III. Escripturt 22* pag. 
25^4. 

Alfaqueque é^w Alfattaq. Aldêa da Proviacía da Es- 
tremadiH^, Patriarcado de Lisboa. Significa Aldéa do 
Resgatador j derira-sc do verbo antecedente. 

"^ Alfaqui juSiSI Alj^^uib% tíe titulo que çs Africanos 
dão aos seus Sacerdotes , e sábios da LeL Dariva-se do 
térbo Oò f acaba , str sábio eloquente , instraido nas 
cousas Divinas, e Humanas. £ mandúu p&t seus AU 
fa^uis pregaar ga%wa contra es Cbristias. G^oa. de 
Cister. Tom. I. Liv. Ilí. pag» 232. 

* Ai«FABA8 jj^^ Aljfards. (à) He nome gefterk», e si- 
gniéca oOvalk)^ porém Ire mais próprio de £gua>. Cens^ 
jTir, qÉfe pediê e Vafa a El Ret sec cerre de tertes Al^ 
farazes ypara reprimir afaria das Barbares. Anti- 
guidade de Lisboa. Part. i. pag. 3^ 3. O Author , «a^» 

te' 

(a) o nõfne tktte barikro dcrita-se ^ oome ^^íXÍA Al-hêmt^ màà^ 

^hiiktraxi^tíuqai ^ h^íti f, e a letra ultiim ^ x em g. S^nHka. co- 
bra, ou víbora. He o nome, <]ue os Mouros derâo ao valle, que fica para 
a parte do Sul -da Villa , por onde se subia para ella , sendo o caminho fei- 
to em vTdtas para vwicer a iminência» V. Ahn)se pag. rj , e Alfaanse vo 
Mlucidúrlo L I. pag. 9), 

(O Seria talvez melhor dirivar este nome do Arábico u^mUH Jlfar$s^ 
^ue significa o iavaMeiro , e perito da -arte •questít. ^ 



V 



Al. 3j? 

te lugar toma o nom§ de Alfaraacj por CavíilMros , e 
não por Cavallo^ 

Ai-PABAZB» âui.t;ai Alfarase. l-Pgar na Provinda 4^ Bei- 
ra, Bispado da Guarda. Signifiica, lugar dpç ÇavaUei- 
ro9, derivado 4o npwç ^^^i />^r^x o CavaUo. 

t Alfama wo u^^íill Jlagrahr Sigmfici o roto, fura- 
do y ou destruldp, He o nome que damos a hum livro 
velho. 

Ai^VARnoBA L^^\ Âlcbarrub. O fruto da Alfarrobeira » 
^o hufliaa 6agena compridas e larffas , são doces porém 
pouco 8U€<K>sas« No Oriente , e Amca as comem a den« 
te, em Itália, e Hespanha pas terras pobrea as cernem 
cozidas , e temperadas com azeite , vinagre , eal , Sic. Em 
Porcvigal, sendo as diias Alfarrc^a^ verdes, servem par 
ra cingir <8 linhas dos pefcadores , ^ red^a de negro , ou 
pardo ; e servem tamMm para o sustento da §^ii^ , e 
àas bestas depois de seccaa. 

^ Ai-PAZA.R j/UJI Alf^^r. P capinho espaçoso, ^E y/V- 
rão aqu^íh dKa pnr as t^ndêS eni Jlfazar. ]Estafoi 
a sua frimeira JQrnítd0 ( s^h jpdo dç Çoipibra para 
Santarém). Çbranica 4e Ef^ei P* Affonso J^çnriquçs 
pag^ j3 por Pyarte Çalvão, 

AWAíiPAiA ^í^l 4lçbomm.a. Plapta aromairic?, e beov. 
çonhec5da%^ 

$ Afp»í^» yj^S 4^-beire, Sijgnií<:a o rebanho 4e g^do 
iamgero. Nós Ámgn^w ^ppr f^ç ^me 9 re^^m^ » Que 
anda separado do álaváo. 

^ Alfeítêra SyNlail) Mf atira. Significa aa ofertas, que 
se fa^eni a Peds, Sejgundo Moraes he o dizíoao % ga* 
do. 

/iLPEizAK ,í^jjí Alfaiz^ar. (Te;rmo de Çcrradores) O 
páp (jue|eiu mãp^ ou segura a;5 armas dg Serra. Deri* 
Tíl-se dp y.erbo^y/í?^^r4?, apçrtar, segurar, restrin- 
gi'^- 

i^.4ttA»49 iiíl;^J Jifhfmrtfn. t4\g?r pa Prpvincia 

da 



40 AL 

da Estremadura. Coutos de Alcobaça, Significa caniço 
ou canavial miúdo. Cborog. Portug. 

♦ Alfella AJlil Albella. Freguezia na Província de en- 
tre Douro c Minho, Arcebispado de Braga. Significa 
campo, ou arraial, onde os Árabes do campo armão 
suas Tendas , e fazem sua morada por certos tempos. 

Deriva-se do verdo Surdo \s>. baila pernoitar em hum 

lugar, morar por certo tempo. He também o nome do 
sitio , onde prementemente se acha fundado o Convento 

• da Graça de Lisboa, cujo sitio se chapiava antigamen- 
te. Alfella. Vide a Chorographià Portuguesa. Da 
mesma sorte se dá este nome á Terra de Mourão. Vid. 
Monarcb. Lusit. Tom. II. 

Alfeloa «^Xil Albejua. Nome genérico de qualquer do* 
ce. Deriva-se de ^ beluon doce. Em Portugal he do- 
ce que se faz de melaço posto em ponto. 

§ Alfeloeiko^^í^I AÍ-baluanio. O que fez, ou ven- 
de doces. Por huma Lei d'ElRei D. Manoel de 1496 
se determina y que não haja Atfeloeiros y e que pena 

. haverão. Delles trata a Ordenação nova e antiga L. V. 
tit. ror. Elucidário. Tom. I. pag. 84. 

* Alfena aXse^S Albenna. São as folhas de hum arbusto 
cujas folhas são semelhantes ás da murta, as quaes de- 

. pois de moldas , e reduzidas a pó se vendem nas logens 
aos Droguistas. Os Orientaes , assim Christãos, como 
Mahometanos , costumão nas occasióes festivas amassar 
o pó destas folhas , e cobrir as mãos , e pés com esta 
massa, e atallas com pannos, desde a noite até o dia 
seguinte; e depois desacbdida amassa esfregão as mãos , 
e pés com azeite, e ficão vermelhas, cuja cór dura por 
espaço de ouinze, ou vinte dias sem se tirar, ainda que 
se lavem. Deste modo de enfeite, só as mulheres, e 
crianças usão nas referidas occasióes. Os homens po- 
rém, (principalmente os Princepes, e pessoas grandes) 
sendo velhos , costumão tingir os cabellos da barba com 
a^ua destas folhas^ ficando rermelhos^ para encobrira 

ve- 



AL 4t 

Velhice, e evitar os desprezos , que os Cortezãos ás ve- 
zes fazem dos grandes , chegando estes á idade de ter 
successon Deriva-se este nome do verbo ^^ hanna tin- 
gir os cabellos com Alfena , enfeitaNsé &c. He também 
nome de lugar na Provincia de entre Douro e Minho , 
Arcebispado de Braga. Chorograph. Portug. E também 
Villa de Hespanha, Reino de Granada, yid. Geogra" 
ph. Nubiense. 

Alfenete ^^í Alchelele. (Nome corrupto) Deriva-se 
do verbo Surdo ^^JJI:^ eh ai ala pregar^ segurar com al- 
feneie. Em Castllhano. Alfilelt. 

Alfebes jj^iai Alfdres. Significa o Cavalleiro. Em Por- 
tugal, he o Official que leva o Estandarte, ou Bandei- 
ra. 

Alfer-se xkmjíH Alfere-se. Lugar , e Serra no Reino do 
Algarve, termo de Silves. Significa lugar dos Cavai- 
leiros. Diccionario do Cardoso. 

Alferce (j*.UJUi Alfas. Enxadão , alvião , e também si- 
gnifica o machado. 

§ Alfetena ^ii^ Alfetna. Discórdia, sedição, guerra. 
Elucidário. Tom. \. pag. 86. 

t Alfim j^l Alfil. O Elefante. Peça do jogo do Xa- 
drez , qu6 representa o Elefante. 

* Alfitete oUi» Alfetdt. (Termo de Cozinha) He 
certo guizado de gallinha , ou carneiro, com massa fi- 
na, ou polme, açúcar, especiarias, e outros temperos. 
Deriva-se do verbo de quatro. letras ciihfatfata. Cor- 
• tar em bocados , partir em fatias , esmigalhar, {a) Avie, 
traz este nome com o significado de migas , ou pão co- 
zido. Liv. in. Trat. VL pag. 343. 

F * Al-, 



{à) Eu derivaria antes este nome do verbo surdo CkI Fatta , que tem 
ést2i mesma significação, porque nunca encontrei nos diccionarios tal viibo 
de quatto letras, cujo oomc signiâea proptiamentc migalhas, ou migas. 



42 AL 

* Alfitian io^^" Alfitidn. Idade juvenil, ou mocida- 
de. Avie. L, I. Trar. III. cap. 3, 

* Alpitra ^i Alfetri. Certo tributo que os Mouros 
antigamente pagavão aos Reis de Portugal , quando aqui 
viviâo, assim do gado como dos bens, que possuiao* 
Vid. Monarch. Lusit. Tom. VI. pag. 178. Deriva- 
se do verbo ^-ci fatara , remir , rcconciliar-se com al- 
guém ofterecendo-lhe alguma dadiva. 

§ ALFOFAR^UarJl AUhofav. As covas , ou escavações. No- 
me de hum lugar na Província da Beira, Bispado de 
Coimbra. Cardoso. 

Alfogeira %^Jb\ Alhogeira. Diminutivo de ^:^i=. haja^ 
ron a pedra'. Significa a pedrinha. Lugar na Província 
da Estremadura. 

% Alforba iUXacvll AUholha. O feno^règo. Moraes. 

Alforge ^jL\ Alehorge. Espécie de sacola , dividida em 
. duas algibeiras, em que se leva. mantimento, ou fato 
xia jornada. Deriva-se do verbo ^^^ charaja sahir fo- 
ra, fazer jornada. Bluteau ^ deriva este nome da voz 
ahfad guardar , conservar , esconder. Cuja derivação s<í 
nelle se acha,.e contraria a todos os mais Authores. 

Alforra jí^^I Al borra. Lugar na Província, da Beira, 
Bispado de Coimbra. Significa cousa fivre, sem sugel- 
ção. Defiva-se do verbo Surdo ^ barra libertar, day 
carta de alforria. 

Alforria ^^yse^S Alborria. A liberdade que oSenliordá 
ao escravo. Deriva-se do verbo antecedente. 

Alforras aaXj^II Alholba. Espécie de legume medicinal ; 
mais pequeno que o feijão fradinho. Os Médicos Orien- 
taes appiicão a agua deste legume nas febres ardentes. 
Os Castelhanos o prominciãe sem corrupção , só com a 
mudança do b por u , Al boi v a. 

* Alfostigo t_jU*Jt5í Alfortoq. Fructo semelhante ao pi- 
nhão muito oleoso, e agradável ao gosto. Os Orientaes 
o comem por sobre meza como amêndoas. Os Euro-^ 

péos 



AL 45 

• péos nsâo delle para tempero de_ certos guhados c pu^ 
dins com passas de Corinthio. Os Francezes lhe ena- 
mâo Pistacbe. Avie. traz este nome no Livr. L pag. 
269. e da mesma sorte vem na Pbarmac. Tubalense. 

t Alfoz (joaSJi Alfabs. O campo, ou lugar habitado. 

§ Alpugera, ou Alfurja iíayAH Alforja. O intervalo, 
ou espaço que medea entre duas cousas. Diec. da Ac a* 
demia. Moraes. 

Algalia ^uii Algalía. Entre as muitas opinides que ha 
sobre a composição da Algalia, a mais provável, se^ 
gundo Marufado , he o excremento de hum animal se- 
melhante á corça ; o qual se cria nas montanhas da 
Ethiopia , e que depois de composto se faz como un- 
guento a que os Persas chamão s\jj, zobad^ e os La- 
tinos Gaita muscata: Os Árabes por darem grande va- 
lor a este unguento , lhe accommodarâo o nome de xJUM 
algalia^ que significa cousa muito cara ; de muítoVa- 
lor , e estimável , derivado do verbo jik£ galla , vender 
caro ; levantar o preço á fazenda &c. 

Algali JUjt Algali. Freguezia , e Ribeira na Província 
do AÍem-Tejo, Arcebispado de Évora. Significa ferve- 
douro. Deriva-se do verbo *i gala ferver. 

* AtGAM jiS Algamm. AfHicção do animo, oppresdo. 
Avicena^ cap. 8. pag. 49. 

§ Alganamb ^Uiai Algannam. O ganadeiro , o princi- 
pal guardador de gado. Que todos os alganames ^ os 
que com Senbores morarem ^Ihe dem por soldada 8 
maravedis y &c. Acordos de Évora de 1302 ^1318. 

ALGANDUR^^j^iai Algandur. J-ugar na Província do Alera- 
Tejo, Arcebispado de Évora. Significa casquilho, ou 
enfeitado, ornado, e asseado. Cborograpb. Portugue^ 
za. 

Algar ^UM Algdr. Cova, sorvedouro, ou concavidade 
subterrânea. Deriva-se do ytrho jigdra súbmergir-se, 
hir ao fundo. Os Catbponezes, chamâo algar, a qutil- 

F 2 quer 



44 ^ AL 

quer Wixà cercado de montes; onde se ajuntâo^ e es- 
condem as aguas que para elle correm. 

Algar jjí\ Mgar. Lugar na Província da Estremadura, 
Patriarcado de Lisboa. Significa Sorvedouro , ou lugar 
baixo. Deriva-se do verbo antecedente. Cboragrapb. 
Portugueza. 

§ Algar do ouro .ují Algar. A caverna , ou gruta. O 
T.*" nome he Árabe, e o i,® Portug^iez. Nome de hu- 
ma Povoação junto da Villa de Paialvo. Cafdoso. 

§ Algara g.uil Algara. Significa a incursão da cavalla- 
ria para roubar , captivar. Moraes. Derivasse do verbo 
jÀ fazer incursões contra o inimigo. No foral de Évo- 
ra de 1166 determina ElRei D. AíFonso Henriques, 
que Omnes cavalos y qui se perdederint in Algara j 
vel inlide , &c. 

AlgarSo ^j\jà\ Algdro. Rio pequeno na Província da Bei- 
ra, Bispado de Coimbra. Significa submergido. Deri- 
va-se do mesmo verbo a cima. Diccionario de Cardo^ 
so. 

Ai^ARES ^^Ull Algdres. Aldéa pequena na Província da 

. Beira , Bispado de Coimbra. Significa o plantador. De- 
riva-se do verbo ^^ gdrasa^ plantar, pôr arvores. 

\ Çhorograpb. Portugueza. 

Algaravia iuojjai Algar bia. Cousa do Algarve ou do 
Occidcnte. He nome feminino do masculino Algark 
i^^jXíS O Occidente. Não significa a lingoa Arábica co- 

; çio diz Bluteau no primeiro Tomo de seu Ditcionario. 

ALQK^^yB i.^^jXi\ Algarb. He ã parte Occidental, ou Poen- 

Asjsim chamão os Mouros á antiga Turdetania. Não 
pude descobrir ,N onde Duarte Nunes de Leão, Bluteau, 
e outros Authores acharão a Etymologia que dão a es- 
, ; te nome, dizendo^ que Algarve na lingoa Arábica si- 
gnifica terra plana, cham, e fértil, quando todos os 
■ Authores Árabes até o mesmo vulgo o toma pela parte 

Oc- 



AL 4? 

Ofccidcntal. Algdrb\ quê nós corrupiàmtnte ckama" 

• mos Algarve. Barros, Década L . pag. !• 

§ Algarvio ^^i Algarbio. Natural do Algarve, Occi- 
dental. ' ' > 

§ Algazxjani S^^ySàS Âlgazuani. Appellido de hum Mou- 
ro , que sigijifica combatedor pela religião. Vinhão com 

. grande poder capitaneados por Std Algazuani. To- 
mada de Tanger , escripta pelo Conde de Ericeira pag. 
198. 

§ Algazarra aj aA\ Algazraba. O ruido ,. ou confusão 
de palavras. È no mesmo dia foi hum grande esqua^ 
drão de Turcos com suas bandeiras desenroladas dar 
vista da fortaleza ( Dio ) fazendo suas algazarras. 
Couto Dec. VU L. I. 

Àlgkbebe *._,Uii -^/g-^^^^í. OíBcial de alfaiate, que faz^ 
e vende fatos., e vestidos. Deriva-se de ^u^ jubbatoh 
vestido curto com mangas , ou sem ellas , ou espécie de 
colete. 

Alqebeirâ *aaAí Algeiba. Bolço, ou espçcie de saqui- 

. nho cozido no vestido , ou calções. Deriva-se dò ver- 
ba Uç^U. jabá , trazer alguma cousa comsigo. 

* AlgÈbin^ (^^\ Algebin. Vêa de algebin , he a que es- 
tá entre a$ duas fontes dá testa* Avicen. na Index^ &c. 

Algebista^Ix^Í Aljabbar. Q que exerce a arte de con- 
certar, ou reparar os ossos quebrados, ou deslocados., 
Periva-se do verbo ^>^ j abara. Concertar, solidar, rer 
parar os ossos quebrados , ou deslocados. 

Álgebra %j\a^\ Algebdra. A arte de reparar , e concer- 
tar os ossos quebrados, ou deslocados. Deriva-se do 
verbo antecedente. 

§ Álgebra t^^s Álgebra. A sciencia ^ que faz humà das 
partes da Mathematica. 

Algemas /^ij^i Allejama. (a) Instrumento de ferro 

" " ' com 



■T" 



(0} TaiDbem se pç()e , defivajL 4o oao^ ArabicQ Mi^l^) Aljamia^ 



46 ÃL 

com que o Alcaide , ou Official de Justiça prende as 
mãos do criminoso» ou dedos pollegares* Deriva-^ do 
verbo p^oJ la j ama pôr freio, subjugar &c. 

§ Alqemia AA4csMlt Alagemia. A lingoa barbarica. Os 
Mouros àiò este nome ás lingoas Europeas. He o mes^ 
mo que algaravia segundo Moraes. 

§ Algebevia, ou Aljaravia ÍAxtsaOI Algelàbia. Espé- 
cie de roupão com meias mangas , e capuz , que chega 
até ao joelho. Tinha vestida buma camiza de linho , 
tinta de azul ^ e sobre ella buma Algeravia. Barr, p 
Moraes. 

Algeroz v^^yi Alzarub. (voz corrupta) O canal prin- 
cipal do telhado. Deriva-se do verbo v.^; Zaraha^ 
correr para baixo , pingar , cahir ás gotas. Está muda- 
do o 25 em^ i assim como Zarafa , em Girafa ; e o ul- 
timo ^ em 2. 

Algesttr ^^^.j^ Algesúr. Villa no Reino do Algarve. 
Significa arcada , ou os arcos. He nome plural de ^^^ 
gesron o arco ou ponte. Cardoso. 

Algbzira »^^^í Algezira. Nome de huma Cidade de 
Hespanha sobre o Mediterrâneo. Significa Ilha, os Mou- 
ros lhe chamavão %yà^\ «^^ Jazirat el chadrd a 
Ilha Verde. Vid. Geograph. Nubiensè^ e Florido do 
Campo y Descripção das Hespanha*. 

§ Algibe i,,^asOI Algibe. A cisterna. Moraes. 

Alqido AAafiOt' Aljaido. Aldêa na Província da Beira, 
Bispado de Viseu. Significa Aldêa do Liberal. Deriva* 
se do verbo aU jada^ ser liberal, benéfico, grato &c 
Cardoso. 

Aloiras qoI^'^1 Algerds* Aldêa na Província da Beira , 
Bispado de Viseu. Significa campainhas , ou chocalhos. 

He 

' ^ . . ^ 

que segundo Gilio sigolfica s vioculum, quo coUum cum oiaiiik» wém 
ditur. ;s Nasce de veibo jií^ Jmifk Ajnnter , unlrw 



AL 4, 

^ Hc nome plural átjarason a czmx^z\u\\t^. Cborcgtapb. 
Algobeila aXa/sí>Jí Aljobeila. Aldéa na Provinda da Es^ 
tremad ura /Patriarcado de Lisboa. Nome dirainutivd 
de ^j^ jabalon o monte. Significa , monte pequeno , ou 
montezinho. Cardoso. 
AlgodSo ^^Lii!l Ahoton. Espécie de lanugem muito fi- 
na , e branca, c bem conhecida. 

* Algolamía *x^^W! Algolamia. Idade da adolescência,' 
mocidade. Avtcena. Livr. I. Trar. III. cap. 3. 

* Algokab s^^^\ Algorab. Arvore assim clianiada , de 
Que se tira ô óleo de Algorab, que serve para a laxi- 
dSo dos nervos. Avie. Livn I. cap. i4Vpag. 65. 

* AlgorabXo v_i>^\ Algarabo. Espécie de ave seme- 
lhante ao Groii. Bluteau. 

§ AlgovraivAo ^^^\ Alcorauan. Ave <te pernas mui- 
to delgadas e compridas , como a Cegonha* 

Ai^GUAZiL ^^^^y Aluasil. Vide Aluúzi. Tomou este 
nome hum g, assim coroo deVimarenes, Guimarães;^ 
de Wilhám, Guilherme, Ward, IngleZ:, Guarda, e ou- 
tros. 

* ALGt;ERGtrÊ ^Cv Alquerque. Espécie de jogo de ra- 
pazes ^ semelhante ao de Damas. Deriva-se do veíbo 
é^ carraca andar vacillahte y cercar ^ andar á roda. 
Blut. 

Alguidar ^uat Algadar. ( voz Pérsica ) de ^l^ goiar. 
Vasa de barro bèm conhecido. ^ 

* AxHEDASK ^s^\ AlhedaceJ Idade' da mocidade até os 
30 annos. Avie. Livr. I; Tratado IIL 

Alhapa ^lil Ahhava. Nome de hum sitio em Santa- 
rém pela parte do Oriente. Significa medo, ou temor. 

. Este sitio era hum outeiro, que cabia para hum valle 
muito fundo ; donde os Mouros lançavão os mal feito- 
res, quando pela justiça erâò sentenciados â morte ^ de 
maneira que quando chegavão ao fundo do valle hião 
já feitos em pedaço». Deriya-se ,4o. verbo 4.3^^ chdfa^ 

te- 



48 AL - 

* temer , receat*. Monarcb. Lusit. Escriptura ^o.^da 

tomada de Santarém. 
» Alhalcitm ^^yUL^í Alhalcúm. O Cco da bocca perto 
dos gorgomilos. Avie. Livr. I. cap. i%. pag. i8. 

* Alhaleb ç^lUJl Alhaleb. Vêa. He a que desce até ás 
virilhas;- e se chama porus uritridis. Avie. Livr. L 
cap. y. pag. 23. 

* Alharbê ^yx^\ Atbdrbe. Insecto, chamado Camelião. 
Avie. Livn IV. Tratado V. pag. 495*. 

Alhares ^^l Alhdres. Aldêa na Província da Beira, 
Bispado da Guarda. Significa o guarda. Deriva-se do 
yeroo ^^ bar asa guardar , vigiar. Cborograp. 

* Alhajame K^\à\ Alhejama. Vêa alhejame, a que está 
situada no alto da testa. Avie. cap. 21. pag. 80. 

* Alhamazes í^U:«^H Albomaze. Nome de huma fâmi- 
lia em Africa. Significa fortes , ou firmes. 

Entre vs quaes havia bum bom Cavalleiro de Te-- 
tuão muito esforçado da familia dos Albamazes. 
Chron. d'ElRei D. Manoel. Part. III. cap. 5:2. pag. 

§ Alhanse j2ju:vH Al-banaxe. A cobra ou vibora. Este 
i}ome derão os Mouros a hum valle de Santarém, que 
fica para o Sul junto da Villa , por onde se subia para 
elle. Chamâo hoje a este valle o bairro de Alfange. 
Eheidario. Tom. I. pag. 93. 

* Alhasela *Ju:,Uv» Albasela. Vêas Alhasela. São situa- 
das na parte posterior da cabeça sobre a cova da nuca» 
Avie. Livr. i. cap. 22. pag. 68. 

Alheda Ijsa^JI Albeda. Ribeira pequena na Província. da 
. Beira , Bispado de Lamego. Significa o limite. Deriva- 
se do verbo Surdo j^. badda limitar, terminar j pôr li- 
mite a qualquer cousa^. Cardoso. 
Alhella AsdS Albella. Vid. Alfella. Mandou o Almo^ 
eadem três Mouros i^de paz para saber onde estava 
Âlbella de Oleid^ Çai^d^ isto be o arraial dafami- 



lia ão náire. Damião de Goes.Còronica d^ElRei D. 
Manoel. Part. IV. cap. 40. ' 

* A1.HEÍ-MB ^JuJj Alhtlme. ÍPor outro nome dentes pu^ 

bertatis. São os dentes molares , a que chamamos den- 
tes do sizo. Avie. Livr. L Part. I. cap. 10. dos den- 
tes. 
<^ Alhmar ^4^^1 Alabmar. Appellido, que significa ó 
vermelho. Chegando a Coimbra ^ onde reinava Alba* 
tnar ^ o achou posto em armas para o receber. Mo- 
narch. Lusit. Tora. II. pag. ^ii. 

* Alhi^ania juJI^a»!^ Alhiuania. Os espíritos animaes. 
Avicen. cap. 4. Summa V. 

* Alhosos ^ytaxJÍ Albâsús. São três ossos pequenos çar- 
quilhozos , que estão no fim da cauda , chamados os 
Cauda. Avicena. cap. 12. pag. 13. 

§ Aljama itfcUaxH Aljamd. O ajuntamento, ou assem- 
blea. Moraes da-lhe a significação de mouraria , e po- 
voação ou junta de Mouros. Deriva-se do verbo %^ 

Jamaa. Congregar, ajuntar j anão da que lhe d4 o 
Elucidário Tom. I. pag. 04. 

Aljava xjjj^n Aljâba. A bolça em que se metem as se^* 
tas. Deriva-se do verbo %.^,^^Kkaf jaâba. Colligir, ou me- 
ter as setas na aljava. 

Aljezida «jo^Jt Altazida. Aldêa na Provinda da Bet- 
ra, Bispado 'de Coimbra. He nome feminino de ^Víjs/- 
do. jo^ Significa augmentador, e vem a ser Aldêa da 
augmentadora. Diccionario do Cardoso. 

Aljôfar yyfvH Aljaubar. Significa pérola. Castello de- 
riva este nome do Pérsico ^^S) gaubar que significa 
a mina dondç sahe qualquer cousa boa. Porém parece 
que esta derivação nasce daquella vindo do verbo ^^ 
jahara manifestar; donde a deduzirão para significar 
tudo o qtie ha de mais elegante y e excellente em algu- 
ma cousa, e mais substancial j donde èambem dcrivão o 

/ G no- 



^ó AL 

nome <Sykyi^jàuhari^ cousa subistanciál , tc ãebaixo des- 
te nome se entende toda a pedira preciosa. 

Aljorsès <j^1^:5.'ÍH AlgttAs. ( nome corrupto qlrè se uzâ 
na Beira.) Significa campainhas, óu chocalhos, quô se 
pendurâo aos pescoços das bestas. Bluteatt. 

% Aljuba , ou Aljubeta íxiçji Aljobba. Certa vestidu- 
ra mourisca curta com ínêias mangas , ou sem ellas á 
semelhança de jaqueta , ou icollete. 

Aljube » ^ yy u Aljobbe. Propriamente significa cisterna , 
oíi poço sem agua , cova profunda. Muitas vezes se to- 
ma por lago de LeÒesj prizao^ cárcere, ou cadêa. Eril 
Portugal , he cadêa dos delinquentes em matéria Eccie- 
siastica. Deriva-scda voz c*». Jobbon o poço, ou eis*' 
terna. 

Aljubeilia jJLa^^U AljobeiHíi. He nome de lugar em 

Africa. Significa montuoso. Deriva de ^j^ jabaJon^ 
o mòntè. O Aímacademfói accommetter ãs duas AU 
'dê as que estão na Serra de Alfarrobeira^ que etão 
Alfubeiliay e Arikana. Damião de Góes. Cbronicà á* 
ElRei D. Manoel. Part. I. c. 84. p. 108. 
* Ali Bek mumien ^y« ^.^ ^ Aly ben mumen. Nome 
próprio. Significa Aíy , filho do Crente. As principaes 
Cabildas viérao pedir pass» em nome de toda a Pro^ 
vincia y e de jBí ben muynen Senhor delia. Damião de 
Go^t. Cbrònica d^EíRei D. Manoel. Part. III. cap. 7. 

pafr 373- 

Alicate t»liíHl Atlacati. Torquez, instrumento de que 
usao os ourives, ferreiros, caldeireiros, e ferradores. 
Deriva-se do verbo laKi L^r^/^ apanhar agarrando, afer- 
rar , pegar com tenaz , ou Torquez. 

Alicebce ^U^ l Alasas. O fundamento de qualquer edi- 

' ficio. Deriva-se do verbo ^^í -álrJiíXií. Lançar funda- 
mento , estabelecer qualquer cousa para a posteridade. 
Os Hebreós tambein dizem ôj/x^ que significa o mes* 

\ mb. - 

§ Ali- 



At n 

§ AxiPAFE cj^jliií Al'ifiif af e. Leyè no pese. Derívarse 
do verbo -,Jbi Haffa^ Ser levo. Em 1092; significava o 
travesseiro , cm que o rosto , ou face se levanta , ou aU 
Jivia : quasi elevans y tel aleviam fa€em \ coroo se vé 
4a Doação, que neste anno fez Maior, viuva de Joaa 
Justo á Igreja de S. Pedro de Goinabra. lElucidaiirio 
Tom. I. pag. 93. 

* Ali kageu ^u ^ ^ly Uã^c^r. Nome próprio com- 
posto de ^v^Xfi -^(y , ^ de ^U nacer. Significai Aíy o 
victorioso/^ Almocadem Perp ^e Menezes , foi cêr-- 
rer o campo de Aly nacer. DamiSp de Góes. Chrwl- 
ca d^ElRei D. Manoel. Part. IV. cap. 49. pag. ^40. 

khviKVi^jy/^\ Alizar. (Termo de Carpinteiro) A guar- 
nição de madeira de hupia porta , qu janella, J^m Ára- 
be significa tudo aquillo que cobre o corpo. Deriva-se- 
do verbo ^x\ azara , qqe na II. Conjugação significa 
cpbrir-se com túnica a qye chamâo^ívií^^^^* Em He- 
braico , tairíbem i^Ziír significa. p mesmo. 

Àlkekmez y^^s Alkçrvtez* Especiç de confeição assim 
chamada Aviçen» 

§ Alkermes 3*#>SH Alquermesè. Agratp. Em Pharmacia 
he a confeição , cujo principal ipgrediepte he a gram. 

$ Almacave jÁtiS Almac^hr, Lugar das sepulturas , 
ou cemitério. Assim se appdlida a Igrejg 4^ Santa Ma- 
ria çm Lame^. , 

Almaceda »ju!y^UH Atmdz4ida. Ribeira , c serra ju»ta 
á Villa de Sarzedas. dignifica aguas crescidas. Cardoso*. 

* Almachim ^jS^\ Alfnaquim. São os dous músculos, 
. liue causáfi Q íBpyimentp dos olhos, e também se cha^ 

mão músculos angulares. A^ic. cap. 4. pag. 16. 

* Almacamijz tjô^^JuH Aitnaçmtls. Appellido de hum dpa 
Reis Mouros de Sevilha. Significa Saltador. Deriva-se * 
do verbo 4^ Çfitnasa Saltar. ElReí foi casado com 
Dona Maria ^ filha d^El UafamusSi lUi de Se-ailb^^ 

G % a 



f2 AL 

a qual foi chamada Zeiàa antes ie ser baptizada. 
Monarch. Lusit. Tom. 11. pag. 386. 

A14MACEGA «Â^t Almasnâa. Tanque pequeno ^ onde ca- 
he a agua da chuva , ou da nora« 

Almada ^jotjl Almadán. Villa fronteira de Lisboa, e 
separada pelo Tejo na distancia de huma legoa. Signi- 
fica mina ; isto he , de ouro , ou prata. ^ 
Bluteau, seguindo quasi todos os Etymologistas an- 
tigos, dedur este nome das vôzes Inglezas fyimadel y 
que quer dizer , segundo elle nós todos a fizemos ; per- 
suadindo-se que os Fidalgos Inglezes , que ajudarão a 
ElRei Dom Affonso Henriques na Conquista de Lis- 
boa a edificarão , e desta sorte a denominarão. 

Fr. Luiz de Souza, na Historia de S. Domingos, 
Part. III. Livr. VI. cap. 8. firma a Etymologia deste 
nome nas palavras também Inglezas altomad^ que de- 
veria escrever alismade. Elle quer , que os Inglezes 
usassem desta expressão 3 que significa tudo está feito, 

. para designarem a sua boa ventura na edificação da- 
queíla Villa depois de conquistada felizmente Lisboa. * 
Eu não posso approvar, nem huma, nem outra Ety- 
mologia ; porque esta Villa já existia com o nome de 
Almadan muito antes da conquista de Lisboa. 

Pois o nosso primeiro Rei Dom Affonso Henrique^ 
se apoderou delia em 1147, e nós vemos, que já ha- 
via a Villa , ou a Fortaleza de Almada no tempo em 
qiie foi escrita a Gcográphia Nubiense {a)^ que teve 
por Author (^) o Xerife Èledrisi ; o qual vivco no Rei- 
nado de Rogério (r) Rei de Sicilia , e a quem dedicou. 

aquel- 

(ji) Parte terceira. Clima quarto. 

(^3 Le Geographe Nubicn , autrcmcnt k Cherif Eledrísi. Histoire des 
Huns. Tom, IV. pag. 567. & VAfrlque dt Marmok Tom. I. pag. J2i. 
*" CO H^ogerio , viveo no anno de 1 090 de Cbristo , e 4S { da Hégira. 
As palavras do Author são as seguintes: Affirmãmos , que a Slçilia he an^ 
tlqaissima , cujo Rei no tentpo , que escrevemos este nosso Livro era Ro^C"^ 
H9^ c a quitn (kdicáfíiçj. Gcograph. Nub. ^art. IL.Qmv IV. 9m. 



A L y j 

acpíella obra. E como devemos dar maior credito ás 
memorias mais antigas, por isso me persuado, que os 

' Árabes lhe impozerao o nome de Almaddn , que na lin- 

• goa dessa nação dignifica mina de ouro , ou prata : e 
como elles cofhião muito ouro que o Tejo lançava fo- 
ra, quando o mar se agitava Ine pozerão o nome de 
i^òj^\ ^^^ bosnel mandãn. Fortaleza da mina. Vide 
a mesma Geograpb. Part. III. Clim. ly. Descripçao 
da Lusitânia. 

§ Almadan ^jojt Almddan. A mina de qualquer me* 
tal. Lugar no Termo de Torres Vedras. Cardoso. 

§ Almadravâ y^jAjí Almadraba. A armação, em que 
cahe o atum. Duarte Nunes de Leão. 

Almadena aí^UJí Almadena. Aldêa no Reino do Al- 
garve. Significa Torre, ou Lugar do Pregão. Deriya- 
se do verbo . ^^i addana^ gritar, dar vozes, clamar, 
chamar gritando para a Oração. Almadena^ he Torre 
muito alta á maneira das nossas dos sinos. Em cada 
Mesquita ha huma Almadena com huma varanda á ro- 
da , com quatro portas em correspondência. Quando são 
horas da Oração, sobe o Ministro, ou Parroco daquel- 
la Mesquita ao alto da dita Torre , e andando á roda 
delia,, grita em voz alta para que o povo venha para a 
Oraçãp. O modo de chamar aa povo^ he do modo se- 
guinte: diz por três vezes ^HamI ali abo achar ^ Deos 

- he grande ; e por outras trcs vezes áj» j^^^ ò^j^^e^ OS ^» >^» H 
La elab ella allaby Mohammad rasul allab , quer di- 
zer , não ha Deos senão Deos. Mafoma he Legado de 
Deos. Toma por outras três vezes a dizer ^'S^\ j^ ^i. 

baí ãla essalab. Vinde para a Oração j e assim de ma- 
drugada , e accrescenta o que se segue ^^\ ^^ y^s «íLJÍ 
essalab aebiar tnenennaum , a Oração aproveita mais 
que o dprmir. Acabada esta ceremonia , desce para a 
Mesquita , e espera que se ajunte o povo para rezar con\ 
elle. A'8 hora$ $m que os Mahometanos tem obrigação 

de 



f4 AI^ 

de rezar , TO pôde ver na letra Ç , ou S debaixo do do-^ 
me Çaía\ ou Said. 

AiMADik mUÍ\ Almadia. Espécie de embarcação peque- 
na , que se usa na índia , e Costa de Africa. Derivasse 
do verbo x^ mada cavar hum madeiro á maneira de 
calha , ou can6a. Logo ao amanhecer , vierão pelo rio 
ahaixo três Almadias ^ que os do Brazil cbamão ça^ 
nóa. . Damião de Góes. Cbronica d^ElRei D. Manoel. 
Part. I. cap. 36. pag. $6. e Barros Liv. L Década I. 
cap. 7. foi. ly e 17 )^; e também Camões Canto L 
Huns vão nas Almadias carregados. 

Almadkaque P^^Jl Almatrah. Significa colrim, e não 
coixão , ou enxergão de panno grosso , como diz Bluteau 
no seu Diccionarior Lourenço Francesini lhe dá melhor 
significação , do que o mesmo Btuteau. Vid. Vocah. 
Castelhano , e Italiano do mesmo Francesini. 

% Almafa^íLa jdL acwlt Almahalla. O exercito , ou acam- 
pamento. Demos pregão em Almafalla. Duarte Nu- 
nes de Leão. Chr. do Conde D. Henrique pag. 171. 
. O sitio , aonde está fundado o Convento da Graça em 
Lisboa, também assim se chamava antigamente. 

$ Almahalla j3L«JÍ Almahalla. O exercito. Dicc. da 
Academia. 

Almafre %^\\ Almagfre. Morrião, Elmo, capacete de 
aço, ou de ferro, que costumão trazer na cabeça os 
homens vestidos de armas brancas. Derivasse do verbo 
yl gafara. Cobrir , 011 pôr alguma cousa sobre a ca- 
beça. ElRei accrescentou ds moradias de éy libras y 
que os^àssallos tinhão de antes ^ mais dez^ que erão 
quinze dobras Mouriscas ^ e que por esta quantia^ 
havia de ter o vassaUo hum bom cavalh de accom-- 
metter , e Loriga com seu Almafre. Cbronica tfEl- 
Rei D. Pedro I. cap. 13. pag. 26. 

Almagbsto (voz Grega, superlativo, com artigo Arábi- 
co , que significa cousa grande) He o titulo de bum li- 
vro 



AL yy 

vro dé Ptoloifleu, que trata de toda a Astronomia. Rlu- 
teau sem mais reflexão o faz Arábico, e diz que digni- 
fica gijahde const^ucção. 
Alma<3be K^ij\ Almogra. T^rra rermelba, mineral de 

Sue se servem os pintores para varias obras ; e os serra- 
ores para assignalarem onde devem cortar , ou serrar ~ 

í a madeira* Derivk-se do verbo yu magara iratar, ou 
assignalar com almagre. 

Almakach ^Xjí Almãná. Calendário, ou folhinha. De- 
riva-se do verbo ^^ maná , contar , numerar , calcu- 
lar, definir, repartir jx)r conta. 

Ç Almanchar jAx^H Almanchar. O esténdedouro. As- 
sim se chama no Algarve á eira , aonde se ptíem os fi- 
gos , e outras fructas a seccar. 

AxiMANDUR^^Ut Almandur. O avistado. Participio do 
verbo ^ nadar, ver, avistar. Lugar na Provincia de 

Alm AN JARRA %jsp^\ Almvjurra. O páo torto da atafo- 
na ., ou nora , porque puxa a besta ; significa propriamen- 
te a rastaáeira. Deriva-se do verbo Surdo ^^^^rr^íf pu- 
xar, arrastar, atrahir a si arrastando. 

Almansil ^*A^\ AlmansaL kXáèz no Reino do Algar- 
ve significa o aposento , ou hospedaria. Deriva-se á^ 
Verbo Jy nasela hospedar, aípos.entar , dar agasalho, 
^ pouteda a alguém. Choregraph. Piírfugiáêza. 

♦ Almansur jyflj;jl Àlmansur. Nome próprio de hum 
Rei Mouro; « a de Marrocos; ò qual vindo á Con- 
4)uist8 de Hespanha , entrou em Portugal , e assolou as 
terras desde o Guadiana até o Mondego. D^ira-se do 
verbo ^ Jtafora ajudar, aoccorreri c çqwo -te partia 
cipio passivo, significa soccorrido, vktorioso &c. 
He:notKie de huma Serra ria Provincia da Beira, Bís- 
fSLÒo de Viseu , vulgarmente chamada cabeça d^Alman- 
&XU Deo-se o nome de Almansor a este n[ioate por nel- 
le se fazer forte, quando ^ retirou fugindo. È se re^ 
tif4U para hum lugar alto , )j^ muda iq^e Jt càa^ 

ma 



jr6 AL 

ma cabeça i^Jlfkansur. Montrch. Lusit. Tom. 11. 
cap. 2^ pag. 261. 
Também he nome de huma Ribeira no Alem-Tejo, 
Arcebispado de Évora. Tomou o nome de Almansur, 
por acampar com o resto de seu exercko junto a ella. 
Cardoso. 

Almansvkat %jyoi^ Almansurat* Lugar na Província 
da Beira , Bispado de Coimbra. Significa victoriosa. Tor 
mou este lugar o nome de Almansur por nelle pernoir 
tar. Deixando ao sitio em que se alojara o seu nome 
por lembrança de que alli passara \ porque até os 
nossos dias se chama Almansurat ^ ou mansures. Mo- 
narçh. Lusit* livr. 7. cap. 25^. pag. 361. 

Almargem te^l Almarge. Aldeã lia Província da Bei- 
ra, Bispado de Coimbra; outra no Reino do Algarve^ 
e três na Província da Estremadura Patriarcado de Lis- 
boa 5 em que entra a chamada do Bispo. Todas signifi- 
cão Prado, ou lugar ameno cheio de herva , e pasto pa- 
ra o gado. Deriva-se do verbo ^^ marajá dar pas- 
to, ou cortar herva para o gado. Chorograph. l^ortu^ 
guesur. 

Almarjam ^^\ Aímarjam. Aldêa no Reino do Al- 
garve. Significa lugar das pedradas , ou do cumulo das 
pedras. Deriva-se dò verbo ^- rajama apedrejar al- 
guém. Cardoso. 

* Almarracha jcàjH Almaraxxa. Regador, ou bofri- 
fador. Deriva-se do verbo Surdo ^j raxxa borrifar, 
deitar agua com a mão , ou com regador. Bluteau. . 

$ Almartega síj^í AÍmartèca. A escuma, vapor, fil- 
mo, e fezes dos nietaes. Bento Pereira» 

Almatrixa ^jiJLS Âlmatraxa. São as mantas com que 
guarnecem as bestas de sella. Também significa os ata- 
facs com franjas. Deriva-se do verbo ^^ taraxa. Sal- 
picar com lama, agua, ou qualquer cousa liquida. 
-Almazem ou Armazém ^^âsai Jrmacbzen. Casa,.on- 

*^ de 



/ de se guardâo armas , munições , fazendas , e mantimen- 
tos. Deriva-se do verbo /. ^a;. chazana, guardar, es- 
conder fechado, enthesouran Barros toma o lugar pela 
cousa , que nelle se contém ; isto he o continente pelo 
contiudo ; como se vê na seguinte passagem. Na des^ 
fedida , alguns des nossos besteiros empregarão nel^ 
les seu almazem para não ficarem sem castigo. Dé- 
cada I. Livr. IV. foL 65". 

* Almebat ^yj^\ Almabad. Vêa de Almçbat,que es- 
tá situada debaixo do joelho. Avicen. Trat* 17. cap. 

Almecava jtAjfeW Aimocaha. A derramada. Nome <lo 
verbo c-^s» cahba derramar , entornar , lugar na Pro- 
víncia da Estremadura , Bispado de Leiria. 

* Almece ^^u Almasle. Terino -de Pastores, e mui- 
to usado no Alera-Tejo. Significa o soro do leiíe, que 

^ escorre do queijo quando o apertão. Deriva-se do ver^ 
bo _ju^^ md(ala , desorar , escorrer. 

Alm«ceísa (voz Grega com artigo Arábico). Espécie de 
gpmma , ou rezina semelhante ao incenso , xezina da 
aroeira. C 

* Almechtelbiit ^^aXx^xX^ Aímochtelein. Idade proíve- 
cta , isto he até aos 40 annos. Auicen^ Livr. I. Trat. 
IIL cap. 3. O mesmo Author reparte a idade da cria- 
tura em oito idades. Veja^se o jnesmo. Ame. no Juga? 

citada 
Almedina ^yi^ Almedina. SxgnAcsi Gdade. Também 
he nome de huma porta do Castello de Thomar , e não 
porta.de sangue, como diz o P* João Baptista, Autof 
do Mappa de Portugal , ^luaiido falia da porta do dito 

- Castello^ He nome <le huma porta íia eptrada da cal- 
V' çáda d€f Coimbra , a ^jue chamão o arcso da medina , ou 

- d*almedina: e^e huma Cidade de Africa, na Província 

- ^e Ducala; muito forte, povoada, e a mais rica da- 
«ueUa Província, a qual foi muitos ^nuos tributaria a 
^ ' ^ H ^ El- 



5« iCt 

EiRei D. Manoel. Viâ. A Cbronhã do mesfM Rei. 

Part. III. cap. 23. 
Alweioa ,^^1 Aimeidã. Praça d^Armss na ProvinçU da 
' Beira , Bispado de Lamçgo. Significa foeza. Foi amm 

chamada pelo assento chão que teve na sua primeira 
* fiindaçâp. Erã em campo cbao^ e mais plano 4$ que 

mem^ agora ^ for cuja motivo Ibe chamarão Almçi^ 

da , que na lingoa Arábica significa mfZa* Monar- 

ch. LfUsit. Tom. II. Jtap. 18. pag. 377. 

. I^a mesma Monarcbia Ltisiiana em BliHi^ay y ve qu- 

tros Authores acha-se este nome escrito coipT noprin- 
• cipio desu sorte Téinkciàa o q w he erro ; porque ten* 

dp esti lefra fu> prií^çipio sigfíiíiça Discipula , enao me- 

za , por ser non^e feminino de Tqlmidçn j^^ o Dis- 

idpnIO) « í^^A^ Almoid4 h^ que significa més^a. 
f A(«y£JpPA %9^S Almojauafa. A cousa conca V2u No- 

jne de^umg íá^H rv^ Pr§vinç^ d^ Beira, Bi^do 4e 

Vizeu. Cardoso^ 
éMAáM»Xõ j^ Almorp^. P}aaça algum tanto gmargQsa ^ 
. significa cottW ^PírgQí^, 
§ Almeitiga jSULl Almatga. O doce. Elucidário^ T^n^* 

'I- pag. 97. 

Almèizah ^t^t AJnttiz^r. Qnto. Supplçmento a^ 

Tom. II. i/p EliNiidamiú pag. á. 

1 Almenaka í^Uí ^í^w^iir^. O faroi, qh A^Ç^ií^a* 
Nome de huma Aidêa no Bispado de Coimb^ > ^ de 

■ hvm iugar perto ide Ceuta, Qpir. de D^ Affot^ia V.y t 

dé i). Fedro de Môme%$s. . 
^ Alm^bxia ^ui^( Almexia. Sign^} » ou deviza por ^de 
V se possa conhecer qualcfocv p^soa. Era ç^to sigim^l ^ue 
D. AíFònso IV. ma«4ou, que os MwfQS d^ ^WWgai 
trouxessem sobro 06 4Festido8, qn^do n^ 9s$ij^^4A dos 
seus propriofr trages* Deriva-se do l^efjbsc^ «L.^ ^4ba^ 
flssignalar, marcar, pôr dfviza* Vié? ÇhrofHç. doi^is 
de Bort. for Duarte NumSh _^ 

" Ai^ 



AL jr^ 

ALMiCAiiTAaAT'^^yaJÍU jUmocsntãf^P. Sãe os ciícu- 
los^ que ?e imaginao pa$sar por cada hum dos gráos do 
meridiano. Deri? a-se do verbo de 4 letras ji^ canta-- 
ra , arquear , fazer arcos , acumular > cercar ^ atravessar. 
§ Almilan (^éiíi Almilan. O lugar inclinado , ou em 
declive. Nome' de huma Aldéa no Termo de SetubaL 
Cardoso. 

§ Almina ^^v Alviina. O ancoradouro. O Conde mam 
dou a Rui 'Fasques , e Joãa Martins^ que fossem até 
Almina. Chr. do Conde D. Pedro cap. (^7. 

§ Almires ^\^ Almeheras. O almofariz. Dicc. da 
AcadeniU, 

Almjsgaii S^i\ Atm^sco. ( voz Pérsica (f^,^ mosq. ) He 
composição muito activa , e odorifica , que se cria na be- 
xiga de certos animaes da índia , e Ethiopía. Vid. D/V- 
€Í9narÍ9 Etjm^log. de Bailej, Tom» IL 

$ Almohabin /. ^Xt Mmuãdden^ kmxsx se denomina 
o Mouro y que chama o povo á ora^o ào alto da torre 
de qualquer mesquita. Meu pai deo-me a hum AJmoítr 
den para me eminar a lingoa do piiz. Cbr, do Conde 
D. ttdrií cap. 13. pag. a^ 

Almoahbdes ^^^àò^^\ Almoabedm. Os Unitários. Parti- 
cipio ou nome verbal, do nome plural do yerbo ^^^ 
íéãbhada confessar a unjdade de Deos. Certo povpde 
A&ica <}ue passou para Hespanha m> aoHO de iijrxp e 
a possuio por muitos annos até a sua expulisao. Vid. 
Marmol dei Afrique. Toai. I. pag. 327. 

$ ALJ40CABA1A íLUíLI 4^m0C4tl^ala. A composi^áo, ou 
. CDn£rofitação. Moraes diz aer a regra de coufia^ ou Al* 
gebra. . . . 

^ Almoçabbl k^.AmiAi Aimobm^ei. Almotacel» £/!/<*#;- 

- dario. Tom. L pag. 99U , 

éi^wsxKomtí mjòSJS Almoeadirm. O^Í9 antigo da mi- 
lida. Significa guia , on etic^mífihador do Exercito- na 
sua marciía^ cujo o^cio Jtc marel^ar adiancé. Hkriva^se 

H 2 do 



«o AL 

do verbo ^sS ^aderna chegar. E na V. Conjaga^o sí^ 

fnifica adiantar*sej passar adiante; guiar, encaminhar. 
Im quanto ao modo da eleição do Almocadem , se pô- 
de ver na Europa Portugueza de Manoel de Faria e 
Souza. Tom. Ill , e Biut. Tom. I. 

§ Almocakia t^Jí^\\Mmocaríé^. Oflfcio de Atmocreve. 
Elucidário. Tom. I. pag. 98. 

* Almoça VA R ^^^t Alfnacèar. Significa cemitério, ou 
sepultura. DeriVa-se do verbo ^- Caèana enterrar, se- 
pultar , dar qualquer corpo á sepultura. 

Era antiguamente em Lisboa perto da Mouraria o 
lugar, onde enterra vão os Mouros. El Rei advertido^ 
por alguns zetozos , qtie as mulheres Cbristãas ti^ 
nhâo conversação^ com os Mouras^ mandou com pena 
de morte y que quando el las fossem pela porta^ de San- 
to André d romaria de Santa Barbara , não fossem 
abaixo d Mouraria , mas que cortassem logo pela Al^ 
mocavar, Chron. d^ElRei D. Pedro L pag. 124. 

Almocreve ^JCJA Almocari. O Recoveira que guia as 
bestas de carga de huma terra para outra. Deriva-se do 
verbo ^^^ Cardy^ alugar bestas., ou outra qualquer 

' cousa por certa tempo. Acha-se escrito este nome sem 
corrupção, Almoqueire faciat unum servttium. Mo- 
narch. Lusit. Tom. Hl. pag. 282. Escriptura XI. na 
foral que o Conde D.. Henriques deo ICidade de Coim- 
bra. 

Ai-MopovAR^^j^jt Almodaúdn Vilía na Provincià do 

^ Aliem-Tejo, Bispado de Beja. Significa cousa redonda; 
Dewva-se do verbo .^^ daúàra^^tTQàoííà^t alguma cou- 
sa , cercar á roda. xfborograph. ' 

Almobda sâUuJl Almonada. A vèndà. pública , our leilão^ 
que se faz de alguns bens, fazendas^, ou móvicis em pra- 
ça pública , cam pregáõ de hum. porteiro. Deriva-se db 
verbo ^u nada çhãía^t^ clamar, apregoar o preço de 
i^um^ liaenda em pi^^ça.^ ou rua. Os C^s^t^lhanos o. 



Al Si 

pronuficiãa sem corrupçãd. AltMêeia. Ke * toz pura* 
mente Arábica , posto que Bluteau a faz Castelhana. ^ 
Almofada M^l Almobassa. Raspador de ferro com 
- dentes, com que aliarão as bestas para lhes tirarem a 
^ caspa. Deriva-se do verbo Surdo ^^^ bassa esfregar, 
. raspar. 

Almofada «jjfci Almobbada. O travçceiro. He voz Ará- 
bica , e não Hebraica , como diz Bluteau no^ou Dkció^ 
narfo. Os Árabes a deriváo de j^; cbaddôH a face, pe- 
la razão de que quando nos deitamos^ pomos a face so^ 
bre o traveceiro y ou almofada^ 
^ Almofalla jJbkV Aljnoballa. Y\i^ Alhella e sua si*» 
; gniâcação. Tinbamas jA gastada quasi toda o manti^ 
mento que trouxemos ^ e mandamos deitar pregda em 
Almofalh^ que estivassem até ao quarto diay e no^ 
quinto cada bum se retirasse para sua terra^ Mo- 
narch. Lusit. Tom. H. Livr. VIL cap. 28. pag. 379. 
Almofariz ^^^l Almobrés. Vaso de bronze em que se 
pizâo adubos, medicamentos , e varias cousas. Deriva- 
se do verba ^^ bar aia pizar , maxucar , esmagar. Em 
Castelhano Aímeris^ 
§ Ax^oFATE tii\ Almagate^ Nome de bum ferro, com 
que se fazem os furos no couro.. Segundo Moraes he o 
ferro, com que os corrieiros abrem os bocac^uinhos ^ 
' aonde se enliio os fuzilòes das: fivelas; 
Almofia i^yJS Almifia ( voz AfricaaaX Sopeira de est- 
ranho, ou^^de barro vidrado. * 
Almofreixe ^^i^JI. Almafraxe. Kntre os Arabesf he no- 
me de lugar ^ e sijgnifica lugar da cama. Deriva-se do 
* Verbo ^^ faraxa^ estender, ou fazer a cama, donde 
. dedi^zem o no^^e ^Sjâijeraxon o colxão, ou a Cama^ 
^. Em !Portug?l> he mala grande, vulgo máloião, ohdé 

se lejya ^ cama nas Jornadasti 
$ ALMOFREz''y^í AÍmogre%f A sovela' de çapateiro. Se- 

; gundo^^i^utau he o ferxo^.ou sovela^, com que oa.coir- 

riei-' 



6i' Ãt 

ilúrõi ábf etn ôd ^wáquiohos m ^a pf rá naik esfia- 

ALMo4At)feL _5j<:i( jUmajéd^L Ltigar na Prtílrlii^iâ dOi 

• Bàfremadum ^ termo d€ ThWttaf. Significa Iwgaf da còn- 

K t^a* Per{vft-«e do verbo ^^^ jàdálú > que oa V* 

Conjugação significa contender ^ disputar , altercar. Cbo^ 

^ AL^toôAVKH^^UW» jUmogawâr. Homtoi guerreira^ ipt-- 

l^zdw. Efuciáãfi^ Totó* L pag. 99» 
§^ ALí(ib(tiíA>nX 5 ti^ MimgaMrú. Eipedtção militar, 

correria. Elucidário. Tòm, L pag, lòõ» 



?. ViOUJUgaçao Signinvrd guerrear, pcicjdi. 

. Blutèaú , tttd rasao defira este nome da vòt ^.xi^ íw^- 
^abaron ^ qae queí dÍ2:er homem coberto de pó ; e que 
x^ Almogaufôô, por serfem homens velhos, eráo maa- 
dadoé para a guarnição dos presídios» Bli»? usta deriva* 
^ó he muito ópposta á significação Arábica , e iem^ue 
a ttJMa DamMo nt Góes, oomo se lê nt áéguiftte passa- 
gem. Mandarão correr os Alníi^àiire^ iú èanéh da 
Serina còtrtta Jbf^Uã^farú n^&édiHremésM^*t^^ t)^ 
miâo d^ Go^. Giri>nk. ^EiRrí £>. MoMei, Partw HL 
cáp. 75- 

Em outra p;»bgêtn de lé; nèsPs M9f^ fesi yofge 
Fieira: buma ^Jm^^ífria com trinta t dois de^avãl- 
lo. Part. IIL cap. 8. Logo os ÀLmcgaures sao homens 
^uerreií-og^ e jiáo velhos cobertos de pó. Às mais sin- 
gulares sígnificacóes de^te nome além das referidas, sé 
podem ver, tmCastelio. Diccjonario íltfit agioto. Tom* 
li pa^. 2170. 

5 Almooèma ^j^\ AlfHàJàmm^. O âjuntamcftto^ ou 
aggi-egádo de cousaô^. Da-isè Cète. nôftie á xAttttrâ traTer- 
41a , aonde os páos são mais jtilitbâ |^r râúsá dtx t>o!ea- 
do da proa do ttavió. Morais<^ , . 

Àl-MotsRatoi >JW1 JlvtúgnÀ^% l^píc iíà^vQritttih> á2L 
^" Es- 



At ^ 

-, Bstr?i»ía4H'í > Patfriarcado 4eiLÍ6boft* SigakK» lifgír do 

Africano, ou Qçci^cnx^h 0$ QriieRta^ç, cham^Oí aos 

. Afric^DQs Mí^grabins^ isto he , Oççident^; (Jcnv^o 

t A^MqjAVBUA jiIí^^^tH 4lmAg0 hnA^ ( T^rwo aiKigo 
«d^ WíÂ^hn) SjgmM <jw^ija<Í0, Deri-w-ae d? ¥#rbo 
(jjjA^ i#^^4 w»r <l^ijoi çMiàar.kitft pa^a o ^«ei- 
)o. Bhteam e outros. 

# Ai^oLEi Omar ^^ ^^^ Afiif/f/ Omãr. O artigo íí/ 
peste nome he imppprio y e ccxntra a regra Gramttimi* 
cal ; oor<|ue jimats o artigo se ajuptou ao nome que çé- 
ge. He composto de ^^^^ Muloi que «igniSca rrifice- 
pe Senhor , e Heroe , e de ^^^ Ornar nome- propriô^^ % 
faz o composto de, o Princcpe Ornar. 

AxMAUQViM fS^\ Almarcam. Aldéa na Provincia da Çs* 
tremadura f ratriarcado ^ Lisboa. Deriva-se do verbi^ 
^ racMna notar, assignal^r. S^nifica lugar, ou Al* 
Séa do assignalado; Cardoso. 

AjLiAOiti>£QÁa jè\>JL^Il Alkêndica^ {Termo de sozinha) 
He guizado de carne picada , ou pizada com algom tem- 

^ pel^ , e adubos de que lazem humas pequeaas bolas do 
tamanho de hunt^ castanha ,^ exiejpois as guisão. Deri- 
Ta^e 4q Vcerba o4J> bandaca. fazer balas pequenas^ 
redondar ^omo bafes i^. Os Castelhanos, o pronunciâo 
sem cortupsia 4JàêfiÀegxu 

§ Almoqueirb isJiJS AlmocarL O Almpcreve. jílmo^ 

\ MtifiefMht unum urvitimn in anm. Forald^CoMi^ 
b» peki CwdeD. Hencique* Bimàdaria. Tfm). I. psg. 

$ AxMOEAi^. SdHhil AiMWátdéo^ A CMsa. quç rtUTOci^^e, 
ou torna a voltar. Nome de hum rio na Prqyioçif^ 4'ín- 

• ^*Gc Steuro.^^ Mioho. C^df^ , . ^ 

Av^o»R«i ^ 4lmrrfi' hngsu m V^mo^úQ Algítrv*. Si- 
gnifica o amargoso. Cborogfofi^ F^^f^ffi^Çí* 

éímn^^^A^i^èMSim^ ^ode^adof 4«S^ffr 



64 Át 

çõs dos mantimeritos , curador , Eáif. Dertvá*se do vciv 
DO u^.^^ bãçaba contar, e na IV. Conjugação, signi« 
^ca calcular, reputar, taixar o preço de qualquer cou- 
sa pertencente ao comer. Bluteau deriva este nome da 
voz Almosahocin , e diz que esta voz significa o mesmo 
que Almotacel; porém esta mesma voz Almosahocin^ 
segundo Gollio , Castello, e outros Authores tem a se- 
guinte significação \ Rector ^ administrator ^ qui cu- 
randis , re^endisqut pr^st equis : E sendo assim , he 
mais próprio do fiel,. ou sota das cavalherices do qué 
frafectus annona , que he o Almotacel oomo o trazem 
os Âuthc^es acima citados. 

Almotolia *Abèl) Alnu>tlta. Vaso de barro vidrado, 
ou de lata , ique serve para azeite. Deriva-se do verbo 
j^ tala untar, bornir, dourar , ou vidrar algum vaso. 

Ai/MOXArifk c— 5^i♦S^ Almaxarraf. Eminente, condeco- 
rado , constituido em dignidade, honrado &c. Deriva* 
se do verbo cJ(^ xarraja , que significa o mesmo. Em 
Portugal o Oflicio de Almoxarife, he cobrar os Direi- 
tos Reaes de vark)s géneros. 

Almúdb <x»]l Aimiídde» Medida dos áridos, que corres^ 
ponde ao nosso alqueire. Em Portugal foi antigamente 
medida de áridos, he agora medida dos líquidos. Os^ 
Hebreos também dizem modd , e significa o mesmo. 

♦ Alnabag c-SUi» Alnahac. A baga 4a herva kitcira 
Avie., capi. 7. pag. 'ésL ^ 

Aloé i^s Aluat. Planta multo cheirosa, e medicinal, e 
bastantemente amargosa. Os Árabes vulgarmente lhe 
chamão ^j^i Assahre zzfíatty cousa muito amargosa. 

. Deriva-se 'da ^oz Hebraica aiud^ que s^ifica cóu^ 
amargosa. - > 

§ Alparca , ou Altarcata laLJ! Aibalgm G^ta espe- 

- <:ie de calçado bem omhecido.* Has Aipàrcas ' dús fh 
em fim. CamÓes canto 1.* 

Ai-PEDRis ^j^^ ^\ Ahidris. ViUa ao ierao^ e Rrtriaéb-: 

ca- 



A L 6 J 

* caflo de Lisboa. Significa do pai dè Dris, nome próprio 
de homem. Corographia Portug. Tom. IIT. x 

Alqueire ,j^! jd/queile. Certa medida, que entre os 

Árabes contém seis alqueires, isto lie hum sacco. Em 
Portugal he medida conhecida. Deriva-se do verbo ^^ 
cáln medir. 
Ç Alquiar, ov Aêquier ^yCJ» Alquerd. Alquile, alu- 
guel. Supplentento ao tom. 11. do Elucidário pag. 7. 

* Alqiíice ^UX» Alqueçai. Capa com que còstumão^os 
Mouros cobrir-se. Outros lhe chamao J?/^/^. Deriva-se 
do verbo U^^» caça ytsúv , cobrir. Em satisfação dis^ 
to lhe derão hum Alquicé roto para se cobrir. Barros, 

' Becada I. foi. 19. 18, V. 

Alquidam ^íáJUV Alcpidam. Aldêa na Província da Bei- 
ra i Bispado de Coimbra ; e lugar, e Serra na Província 
' dá Estremadura , Patriarcado dè Lisboa , termo deTpr- 
Tes Vedras. Significa os paços ,' ou as passadas. He rio- 

* me plurftl de Cadamon ^jJí o passo, ou passada. ^ 
^ Alquies\^IaH\ Alquias. He a medida dos^ çapateiros , 

por outro nome craveira. Deríva-se do verlK) ^15 ca-- 
sa medir, OU tomar medida com cordel ,^u vara. ' 

Alquilar ^^^ Cara. Alugar por certo tempo. 

Alquile <^^!l Alquere. A acção de alugar bestas. De- 
ríva-se <ío verbo acima. 

•■ ' . . .»• 

Alquimia Lé^l Alquimia. A arte de converter o me- 
tal, com certas composições em ouro. Deriva-se do ver- 
bo ^410 Càmd occultar^ encobrir, esconder por certo 
tempo. He voz Arábica nãò obstante o quererem mui- 
tos que seja Grega, ijue he a arte Chrisopoetica. 

ÀlqúimillÁ AJLotó! Alcamelia. Vhntz y chamada pé de 
Leão. Pharmacop. Tubalens. Tom. I. pag. 68. 

§ Alquitira \^^S Àk atira. He nome de certo arbus- 
to, ou da goma de certa raiz. 

* Alsahad js^UII Alsâed. O braeo^ kto he do cotove- 

I lo 



6i ÃZ 

U^ até oymnho. 'Jhríc. Liv. L cap« i^. pog; 14. Petta 

alsabad^ idest. vtn£ adjutopii. 
P Alsalasel .juirSUJl Jlsalasel. Significa .cadéa&^ oa 

grilhões 4e ferro, ou de outro metal» Aqui , sao os^os* 

SQ^ 4q es^nha^o dp corpo buuianç^ ou dequal<|uer ani- 
_ ' mal. Avíc. Liv. I. pag. 10. 
^ Alsubet* oUiJ) Âhi^baí. Somno profundo, lethargo-.. 

Auic. Liv. I. ca^. 1$. pag. 77. Ha também vêas de 

Álsubati, que $ao as articulares, situadas debaixo da» 

yêas jugulares. 

* Altamâbi (gjUAK JUamaru Electuario feito de tama- 
ra3 , ou dactyles. Áixic. cap. 7. pag. 62. 

* Altualil ,juJJyai AltualtU Verrugas , que aascem fios 
dpdw< -4z7íív *Liv» IV. Trat. IL pag. ^y8. 

* Ai^^Q^J^ jii^sAlbacar.^ Rio na Provincu do Arem- 
\ Tejo, Arcebispado 4^ &vora. Significa bDÍeíi?o , ^u i;io 
. 4os; l|oi$. Derivarse de ^, bacéfron os bois. ÇardasA. 
ÀLVAi^m ^U^l. j[/kifa4ek Mataria branca., ou oompofsi- 
^ -gaaqjaie se fáz de iaflainaí de. d^i^^bp muito delgadas ^ 
1 penetradas 40- fumo 4p^ espiriíp. do^ vioagpe , deqtieusiao 

os puvof^, D|çirivarsa4o y^^s^ branquear. 

Bluteau. ' :, * 

^ è^L^hj^imvss yi^\é^\ -<ítóíÃ^«/>., Plantas , e outras, cour 

sas aromáticas, que servem para adubar as comidas» Vil- 

la de Alvaiazeres., e Serra junto da, jmesipa. CardosQ. ^ 

Alvamde »^5Ui Alpa}ad!t. Aídêà na Tl-oviííciâ dâ fis- 

' tfemadura, ^triafcàdô de Lisboa: Vílíá no kéino do 

' Algarvie, termo dfe Faro ; e VlUa haProvnicia: doAíem- 

Tejo, Bispadp de Bqj^a, Huma, calç^xja: em I^sboa na 
JFr^gUPzia, dos Apjpg,. Todas, sig^iíícp Ijugar habi^íiclo.ç 

muradpw Cbgrqg. ' ' . . 'í 

AjLrVA-NBL ^jí 4lhannãh Opedreiçoi, que trabalha .emi 

Alvenaria. Os CastelhaD0si^x]@aa:.^4iy^4;XÍ^iÚyar6e 

Oi " : Al* 



AL 6f 

Àai^^±^ tíyjt MhMtdt. (vM Africaim ) Carta Regia; 

Diploma, Cédula. Os Osrelhanos dizem. Albald. 
AiLiTABAz ^^AÍt jilharés^ Sao tectas teatichits brancas ^ 
> ^què Bppatiecem too rocta, e ^oorpo da gôdte. Espécie de 

lepra. Deriva-«e 4e ^^ buréça f}adQC?er kpra. 
Ai-TAKK^UE cJiíjjJI Albàrraque^ Lugar na Província ^da 

Estremadura ^ Patriarcado de Lí^a. Significa cousa 

resplandecente luzida &c. Deriva-se do verbo i %^ ^^- 
'ráca reluzir, resplandecer, luirif. Cb^rõgraph. 

* Aluakdi tfjo^^í Aiueridi. Véa «Kterna cíos jugmlares; 
•' tatííbem sechama artéria veiKysa. Jbyictn. cap. a. pag. 2}^ 
ALVA2IL _XA^^n AluaHl. Vid. Quúml. 

Alveitar juIaxIÍ Albeitar. O fferrador; ^Jrfficial^ que fer- 
ra as lrestas."Deriva-«e do verbo 4e 4 letras ^j hãU 
tara ferrar huma besta. 

Alverca ^j^í Aiborca. Vílla 'na Província da Estre- 
madura , Paíriarcado de Lisboa. Significa TaíKjue de 
agua. Lago, ou agtias encharcadas. 

Alvercle t^yji\ AJbor^e. Lugar na Provinda da Estre- 
madura , Patriarcado de Lisboa. Significa Torrinha ^ 
derivada de -^^ bx^rjon a Torre. Cbúragrapbiã* 

^ Alverque I %^^A\ Al b arque, O relâmpago, Aldéa na 
Província da Beira , Priorado do Crato. Carãosô* 

AtviçABAs K.láUU Albexara* Significa o bom annuncio 
que se dá. Também significa premio, ou dadiva que se 
offerece áquelle que traz as boas novas. Deriva-se do 
verbo ^ bdxxara , annunciar , dar boas novas , Evan- 
gelizar. .Cov^rruvias , cujo parecer segue 'Binreâu , deri- 
va este nome do Látiai Albities , por vir vest^ido ^ 
branco aquelle que dá o bom annuncio; porém pãi^ece 

• -Etymologia estràvágaiíte por sé não lachar ttp costcme 

anti^ , nem laodetaio o tiir 6^ anttUHciador 'Vestida de 
branco. Vid. Duarte Nunes de LeÃò. pag. 68. 
Alviclla ^Jua» Alòaila. Lugar na Província da Eatr^ 
madura > 'Páiria^ado de iLisboa. Significai Mosa õin- 
^ * I z gua- 



68 AL 

: guada. Dérira-w do yerbo yj taiàla minguar. Oar^ 
doso. 

AxvoR ^^VAlhér. Villa no Reino do Algarve, Comar- 
ca de íàro. Signiiica cousa, ou campo inculto. Cario* 
so. Em bum campo ^ junto d Serra por terra cbam^ 
a que os Árabes chamSo Albur ^.que quer dizer cam* 

T po inculto. Itinerário de António Tenreiro cap. 34. pag. 

381; 
* Alusbm ^^\ AJuesmi. Vestigio negro artificialmente 
. formado , ou impresso na cútis. Avie. Liv. JI. p. 97. 
§ Alxaima í^ií Algaima. As tendas, em que vivem 

os Árabes campestres , as quães mudão de huns lugares 

para outros , segundo os tempos , e suas commodidades* 
Alzabak «^Júrfvll Alzaibaq. Vid. Azougue. PbarmaciH 

pea Tuba lens. Tom. í. pag, 74. 
Âi^ziNiAR ^Uryi Alzenjar. Vid. Azenhayre. VerdetCi 
' Pharmacop. Tubalense. Tom. L pag. 68. 
Ama. (voz Hebraica) amim do verbo aman. Criar , edu- 
. car , jiutrir. 
$ Ama iui Amma. Criada, serva. Catbalogo de vozes 

Castelhanas. 
AhíSAK ^AÂfi ânbdr. He matéria de cheiro suavíssimo. Al- 
guns Authores, querem, que o âmbar se gere nas Ba- 
. léas , outros no Boi Marinho , ou que se crie no fundo 

do mar , como o coral j porém segundo Gentio. Rosa-- 
^ rio Politico pag. ^41. se gera dos favos do mel, que 
. a diuva leva ao mar, e ahi adquire a consistência, e 
. cheiro que tem. 

jAmeixas, Persigo ^^4^^ Mexmàs^ que significa Damas* 
: cos; donde parece vir a palavra Portugu^a ameixas, 
; ainda que significa cousa diversa; pois a diilerença da 

cousa he tão pouca , conao a corrupção do nome , CaS" 

teílo. Dicciwario Heptalogo. 
§ Amiramolim (jAJU^Ijj.^» Amiralmumenin. Príncipe 

49S CraotQs, E ho çoncertoque El^ei fez çomhos Mou- 
-í ^ ro8 



A'M €9 

. rós foi, qiie elles MontúSda't)iUalbefifUsfiin^ ãéi^ 
sem , é pagtí assem juntamente aquelle mesmo foro 
e serviço , todalas outras cousas , que faziÕo , epaga^ 
vam.aho íeu Rey Amiramolim. Cbr. de D. Aflmso 
IJI. cap. iit pâg. 24 ^i Rui de Pina. 

* Amirqubi^r. yjj^ys^S Amirquebir. Nome Èomposto 
: de y^\ Amir Prinàpe , e do adjectivo ^aaS> québir 

grande, e fez o composto de, O Grande Princepe, O 
Soldâo se agastara e mandou matar Amirqtíebir y 
que era o principal Capitão do Reino. Qjmmentario 
de Affonso de Albuquerque. Tem. IV. P. IV. cap. $•. 
pag* ^^. 

Amofinar (verbo) r^yss^ Mahana affligir, vexar, an- 
gustiar , cansar pena , mortificar , opprimir. Os Caste- 
lhanos dizem ámohinar. 

t Amovco uU^I Ahmaco. Louco, demente, tolo. He 
" termo muito frequente nos nossos Historiadores da ín- 
dia.^ Vej. Mordes.. 

§ Anadel ^Ull Annader. O vigiador , observador. Gar-- 
cia de Mello y Anaàel Mor dos Besteiros ^ e dafaldi^ 
lha andava no Estreita com buma Armada. Damião 

r de Góes, Chr. d^ElRei D. Manoel. Part. L cap. 3. 

Anafil ^JUH Annafir. Instrumento musico bellica, de 

' que usaô os Mouros na guerra. He espécie de Trpmbc- 
ta do feitio dp Oboé. Deriva-se do verbo ya nafara 
ser fugitivo , pávido &c. na IL Conjugação , significa 
incitar para a fugida, annunciar a victoria, inflammar 
o animo para vencer. 

De ambas as partes sabirão tantos gritos e atari- 

• dosy e tantos estrondos de trombetas y atabales y e 
■ anafiis. Duarte Nunes de Leão. CAr. d^ El Rei D. 

Affonso IV. pag. x^fl^ 
;ANA?it ^\ Annafir 4 São duas Aldeai ©a Província da 
Estremadura , Patriarcado de Lisboia. Significa íwgar da 
Trombeta. Deriva-»ç (ío verjbp antí^edeçto. C/$rdosç. 



AiTàGjWiS ^Asdôí Àffíjesf. X^iigir m Prç^rincía dt Brita > 
Bíiptdo db Coimbra. Significa às Pereiras. Cberçg^ 

^ ANA«ATiiB^iU.àa4 jàamaxaâar. (vòz Pérsica )^|^i4.:,^ 
iMdAtf^/^r, sal atumoniaco. l^htrmmifew '^tAãl.^ 

Andaluz ^jJ jJI AndõUis. Nome de frpm fcairro , ^ de 
htiffl chaíariz nos arrabaldes de lisboa , Pregnezía de 
S. Sebastião da Padi^irái He nppelHdo de hum hoidem 
nai^uf^l dt Aodalttsia, ^ quem o lvg0t\&omou òtiosie: 
e vem á ser o lugar do Andaltiz. Deste mesmo afjpiaíllí- 

1 do ainda hoje se xtsa em Africa ^ e ^ aquellas faaúiias 
Q^ se râtirarâo da Andàluaia* 

§ Andaime ^U<>JI Addeãme. A armação de madeira, 
de que us$o ps ^dreiràs , e carpinteiras nas obras. 

AiffPQK ^^ -áÉBiíWp (voz Pérsica ) Espécie de liteira, 
ou andas , que he levada por quatro homens , em que 
costumão » pessoas grandes transportar-se; (donde nós 

- derivamos o nome de andor, i^ apresentado a Vasco 
da Gama bum andor para bir nuh, fiárros. Década 
L foi. 75*. CbL IL 

AkbmolAi ou ANSMONA jJUiiâl AmàmaUt^ Flor a$«im 
chamada e bem conhecida. Os Árabes lhe chamão 
4^J^ ^ ' r^. -ní xaeank nâmdn^ PiApoulas de NÂmán, 
R^ei da Pérsia; x> qual, diaem , fòm o ^rimeífo ^m 
fdaotou esta flor do x:ampo no «u jardim. Vid. Herie^ 
bt. pag. $io. 

♦ Ak^Xq ^^^jAj^ dfiiln. Compo^ção de sqcco das p^)Ou- 
las btfaacas, vulgarmente chamado ópio. Os Asiáticos, 
e Africanos usão muito do anfíâgw Os ^eí&itos,, que ope- 
rai nas pessoas que o tomão^ ^ diversos ; Mcihuns cau- 
sa ffliáta alçgria^ ^em outros n^rn triíteia^ e ás vezes 

• ios provoca a choro. £m outras ifinalmenté cansa deva- 

são , considerando-se como Sob^anos , e Pbdarosos. * 
'. AntigameMe se paga^ ^txx >õòa a Elilei de Pbrtugitt 
^grpíées tributos do Arifiáo, peto multo tiso que os ín- 
dios ddle^ i&aiSow Havia n»- Tropas Soldador de ar- 
roz , 



' Tcnça dos mantímèmòs* Js wtras pessMs nÍ9 fiWk^- 

- tãa^ nem hehzrão efà túda ehé Hemp^y simenu tâdA 
hum toMãVit bum g^S9 de jfy^São.^MtroSi Deodd^ IIL 
ftA wOi OdL Hl. 

Jtmii ^a 4^^. CoWif)okiçíar á<> succo^ íÍíí hiin» plan- 
ta ^ qàt' sefliéão' na Imtia , que serVe para a) tinta^ owiL 

§ Á»TXRW ^tic. Ântaê'^ (TerrfiovAstronDtnicc^); Estfel- 
la da primeira graedeza^ no cor|K> dèEsràfpi^. Btííto 

- Pitreira. " • • ^ ■■ •.- : -• -- 

* Aofl^ME» p.âilLj*fc fíifijWfifjíta. Koma >«írtà'dq^^^)^ 

. '^^féi^ bé^atM ^^rim. S^ifica Goveraadory t)i]c Re- 
gente. Nenhum sabia da yudíMÍi0 \$etm(»'ébsm£El'' 
J^eiyvu de seíh^A^mès^ JVisrmrdttde Atricay :p0r.Jéi 
.rPH)^^ Mendonça, oã» psmia d^ElBoe» 0; Sbebaatâ^o. 
í íivif. II. CajH IrJS.' p^* Ilí?. r : :íi r ' ,i , 

* Arab^ ^^ jRur^A/\>;^(cvQZ Hel?r4Hra/)t:,Sigmfií3a'*S€aihor 
, ' Me^ere y*x>ii jà^& d^Lei. Nesta nomA, 'o>prài»pír©/At 
íiJie4^,Hiaisc.Hko'títiil0< quQô^ildataí.mr Bi^ ique 
, gjjyefna-Va ps: Jydeòiv sf^un40[ia9i:Jttas> Leifc prtliciila- 

Cs^ ^ndo erãoiPÍerftdoR eia Pen^gat; Er^icâtífkí ^il- 
; llavia hiuiar E^ahbi acÉMtôf* O R ^^i> jn^àtiot ; fusava ,do 

Seílo (lasArm^s^^^Pottu^^ çoit) a$Icftm£(q(iie.^zd9o, 
^ j§çH#dfJ)Rgbtó maiqrr.de r^^^ eçajia wm^delleí 

tinha seu Seflo particular oom^o npip^r^dç seu^í^J^iricío^ 
^,As mais nf)tim$.respectívas^a| este ncj^e^ pçdcjai-sV ^y» 

no t^r. Tòriíò dá monarchta Lusttan. p^ag,/ íf^ ,* 
^O.nomeg^ji^^/. He hi^m dos Xreç titiflòs <^íie osju^r 
- 'dtosdaVâd íos^setis jKíablíirios ;. a >aBer/ è pnraeiro ' ht 
' fAiHr é^rM. KH^gúúdú'faí^iiyOtétctM^ Com 

a differença porém, que * f fimeird titula dà^va^se aos 

Docioííesí, ò^ Méptte^ , qu^í viViâí^ fóí^ dâ Terra SaríJ. 
-'lòt O segu»itoí e téreèimí as^fe tquíí vivíãcy liella / 6^ quaá 
-'^B&ã 9Ó «^ líepiieados. €Onlo-^]i)c^t€ir^ 4â-L<á Moíffai* 

'"^■í ca* 



7* AR' 

Cá, hiís também como Prinoepes, tteéooiíflò foríotjy 
ieíc pDSterioros á Htlael , e delle descenderáo ; cojo ti- 
tulo era Rabbãn. Vid* .Castelh. Dicciúnari<f. Hepta- 
floto. Tom. II. e BaiUy citando Ferroso &c. 
.RABIA n^jtt, Arábia. Cousa da Arábia. Ehtre os Aff í- 
canoB sigaifica o idioma Arábico. Fará este recado 
mandou o Governador hum Castelhano que sabia, mui 
bem a lingua Arábia. Damião de Góes. Cbronica d^EÍ" 
Rei D. Manoel. Part.- II. cap, 23. 
AitRABiDA Mjyi\ Arrabdd. Serra na Provincia da Estre- 

* madura • Pdtriârcad<>: de Lisboa*. Significa habitação 1I0 
gado ^ lugar da pastagem. Deriva-se do verbo ^^ ta- 
bada. Vovbâ^o fiSra dosmfirôs da Cidade. Derm^se*^ 

- : da . yçrbo^ (jêu^ rabads. recollber-ae . par* Jugar s^eo , 

- oa porá. a pQvoação^.Or^/^í?. • ' ' . 

h^hm.%1* :^^J;^^ Arraséh Mioata; rol, Usía ^ meiaoria 
para o futíir6.;'Dèriva^« do verbo ,_jui^ r^isala. Es- 
crever, deixar memoria para o-fufufo, fòzer assefttó do 

^ que^se deve eôcrêver , icm do oue se teiti ^passado! * 

* Ak AQUJi , . ou Araca cjfj* éraaa. Eepèck xle 'agtta-^ar- 
dente v'<pie rem 4a índia, mais- iíbrte <pio á fíòSsà. Os 
Arabéf dcrivão este nome do verbo {^^ ârecà suar, 
destillar , • pela iraáão-de que a agua^ardeÃte bé o suor 
què antes de?cori%r pelo ca ntídòdío alaióbiqué, Sobe á 

f ' tampa ido «aesibo ala mbiqile. Biuteàu. ' '-' '-^ 
§ Arcabiw u^Bí« Alcabús. Arma de tógo.' Os MSauti- 
tanos chàmab assim ás pistolafs. ^* * ' '' ' 

* Arcub s^^^ ârcub. p calcanhar. Avie: Livr. t Càp^ 

§ Akdagàr jlr^ô' Ardgar. SQrvedpiírp. Nome de 4yas 
Freguezías ná Provincia d^entre fafoura e 2^Iinho, Arce- 
bispado de Braga. CardcisOf. ^ . .» . . 

§ Arfar ^^ 4r ha. Hsàouq^^ ^^dicnàit/. Moraes. í 

* Argan "^^^\ Argdn. Fructo de huma<ítrYore ^pinto- 
. «a que se cria oa Prpyincia de Xedma Smsíq de Mar- 
ro- 



AR 73f 

- focos, CUJO fructo he semelhante i amêndoa, de que 

\ os Mouros do paiz tirão grande quantidade de azeite 
tão bom como o da azeitona. A este Argán os Africa- 
nos lhe chamão j^j^1/>l Lauz el barbar amêndoa dos 
rústicos , ou Berberes. Bluteau. Supplemento. 

AitGBL ^tys^JI Algezaer. Significa as Ilhas. Derâo os 
Mouros o nome de Ilhas a esta Cidade , nâo só por es- 
tar fronteira ás Ilhas de Maiorca , Minorca , e Eriça ^ 
çias também por estar edificada defronte de huma pe- 
quena Ilha , a hum tiro de distancia ; de maneira que 
querem significar com este nome como se dicessem, t 
Cidade das Ilhas. Vid. Historia Geral de Argel por. 
Fr. Diogo de Haido. 

Absbhio, ou Arsénico ^vij^l Alzaraicb. (voz a)rru- 
pta do Pérsico ^uJwJ Zarnicb ). Mineral , que se tíra 
da mina do cobre. Ha outro Arsénico artificial chama- 
do sublimado , e outro que he o rosalgar a que os Ara- 

: bes cbámâo^UHjM- Sammel fdr. peçonha dos ratos» 
Pbarmacopea. 

§ Akgola sXiUt Algolla. Grilhão, golilha. Catalogo de 
vozes Castelhanas. 

§ Arifa iabjA Arifa. Conhecedora, sabia. Aldêa na Es- 
tremadura. Cardoso. 

§ Aroúce y^^js, Aruce. Noivo. Nome de duas Aldéas, 
hmna na Província d*entre Douro e Minho , e a outra 
na do Alem-Tejo. Esta foi ganhada aos Mouros por 
Affonso Pires Farinha; e cedida depois ^ra 1 25*3 a El-»- 
Rei D. Afibnso III. Cardoso t historia de Malta por, 
Joze Anastácio. 

§ Arrabalde ^j^j^S Arr abade. Subúrbio de qualquer Ci-? 
- da^e , ou Vilia. Golio , e outros. 

* Arrabil k^\j^\ Arrabab. Instrumento musico de cor- 

^ das , e arco , semelhante á rabeca. Tem o corpo mais 
largo, e o braço mais comprido: delle usão os Poetai 

< Árabes^ acompanhando com o som delle os versos mtt 
- K el- 



74 ^^ . . 

d há recitSo: "Des^e Dome atnda Hoje vtío «nossos Poe- 
' tas- Portugueses. Deriva-se do verbo Surdo ,_^^ rabbãy 

criar , ornar , enfeitar , compor. 
AánAÊS ou Arrais \j^^í Arraies. O Capitão de htmia 

embarcação, ou patrão de huma lanchi. Deriva-se do 
: verbo ^Sj rasa\^ ser eleito por Cabeça ^ Chefe, ou Go* 

vernaàorde hum povo, família, ou ca^* Tomar ãa a 

etHbarcaçãê dos M&ttrês^ qu€ o Arraes Selimão tinha 

wandãdo concertar. Damião de Goe^ Gbronica d^ El-- 
. Rei D. ManoeL Part. IV. cap. ti. pag. i8i. 
Arras Jí Arra. Pensão , ou porção de dinheiro , que o 

marido promete á sua esposa nos contratos esponsalicros. 

Alguns querem que este nome seja derivado do Grego, 
- outros do Pérsico /^^j porém o mais provavd he ser 
í xio Hebraico aralmn promessa, pinbor da palavra , pa- 
. cto, e ajosie entre as pessoas. Castelh. / . 

Arra^bi^ — WíjiV ArratJe. Pezo de doze^ ou dezèseis on- 
, ça$, he o mesmo .que Imtna libra. Bluteau deriva este 

nome da voz rath ratai ^ e diz que hç Arábica, è^jue 
'\hp pezo de dois arráteis; pois he nome que oa Árabes 

não tem ; nem semelhante voz , se acha ^nos Dicckma- 
. Tjos daqaella Naçãa y , . 

Arre t^jS Arrie. (Termo de arrieiro) Voz copa que sè 
P -çostama^ incitar os juincntos , t bestas de carga para quç 
* andem. Deriva-se do verbo ^} arra movef-sq, andar, 
. caminhar. 

g; Arrecife uJl^^S Arracif. O banco, ou escdho de 
V pedra. Ena venta- da banda da Arábia tem arrecife 

de pedra. Couto Dec. V. cap. 3. 
g Arr£Cob ^^^^\jk\ Arracub. o cavalleiro. Aldêa na 

Provincia d^entre Douro e Minho ^ Arcebispado deBra- 
•.• gp. Cardoso^ 

^ Arregaçar ^jaa^ji Arrábida. Abaixar, abater de pre- 
i^ Ço. Moraes. 

^*RfiFÊNS i^^\ ArruhnU Q penhor ^uc se dá por ai* 

gum 



, çtthii «crayb , ou ptimóhmtcrré^ gueftrt/ Dçriva-sc ã^, 
verba ;^jysj TAbana z^íti^nr , dar alguma cousa «m 

. ^ reféns;' T«mbem he ndíne'de huma Aldéa no Reino do 
Algarve, significa, Aldeã dô reférri. 

§ ArbÉjMÁl- :JU^1 Arfemaí. Os areaes. Aldéa e Serrar 
na Prbyinciã da, Estremadura , PárriarChado de Lisboa. 
Cardoso} ' ' V* . ' 

Arki*ana Ajjiivj^li Arrãhânà. Villa na Pfôvincià da Bei- 

' ra , Btepádo de Penafiel , sighificá Hôrtaf. Esre rtòme íe- 

petidag vezes se encontra no Alcorão, coKi esta raesm^ 

significação. Ha outra Arrifana na Província da Estre-^ 

' madura , Patriarcado de Lisbdar C^ráosó* 

Arroba m^^s ArYobá. Significa a quarta parte. He pezo 

* de ijT , ou Tl arráteis , e vem a ser a quarta parte de 
húm quintal , sefa quintal grande de 118 arráteis, ou 
de cem. I)eriva-se do verbo de 4 letras ^^ tahbad^ 
dividir em quatro partes. 

AKRÓRfe^^yi Arrobbe. (voz Pefslca ^ robbé) O Môs- 
tp do vinho apurado ao fogo. Diz BÍuteau fio L Tom. 
do seu Diccionario pag. ^66. que arrobe nâ Lfngo* 
Arábica significa a terça parte ; e que o raostó que he 
.a matéria de que se faz o arrobe, depois de apurado, 
ficâ na terça parte; porém bè derivafçáo extravíígantej^ 
porque além de ser voz Pérsica , {d) a terça parte em 
Ar^l^ he cJã súlsún^ e a quarta parte, he ^.robên. 

AiiROz: i^\ Jtrú::^. Ef pecie de grão bem cíotihebrdo. Al^ 
guns Autliores querem que seja vòz Grega pry%a\ po- 
rém a pronuncia Portugueza he marií conforme com a 

. Arábica. ViU, Castello. ' 

% Ar5enal ijufl3yA Darsand. Ca^za das obraá , ;otf 'dos 
oiÈcios. - ' ' .... 

• K 2 Ar- 

Kaiba, Adoçar*se, fazer-se doce &c '' ^ - '• ♦• : v ' '•- - -* 



76 ATt 

Arze/i ^Jj\ Anela. Lugar ns Prêmcia da E ttrem adur a ^ 
Patriarcado de Lisboa. Significa Cedral, ou lugar de 
muitos Cedros. Deriva -se do nome jji arzon o Cedro. 
Chorograpb. Portu^ueza. 

Arzila jJbspt Arrazila. (a) Praça no Reino de Marro- 
cos. Foi*doDominio de Portugal na Conquista de Afri- 
ca. Significa cousa desprezível, humilde , e pobre. De- 
riva-se <io verbo _3i,t razalã , desprezar , &c. Tam- 
bém he lugar na Província da Beira , Bispado de Coim- 
bra. Chorograpb. Portugueza. 

AssACATA LULJt Assacaia. Nome de hum valle perto 
de Santarém. Significa regatos. Deríva-se do verbo jj^ 
sacd regar. Chorograpb. Portugueza. 

$ AssACALAR ^,jãj^ Sacala. Burnir, pulír. EstimavSo 
muito suas armas trazendo^as limpas y e assacala^ 
das. Couto Dec. IV. Liv. L 

AssAFARQE ^jLa.jiJ1 Assafargel. Lugar na Província da 
Beira , Bispado de Coimbra. Significa Marmeleira D/r- 
cionario Geograph. de Cardoso. 

AssAFORA iu,KwJV Assahra. Lugar na Província da Estre- 
madura , Patriarcado de Lisboa. Significa Campina. Ch(h- 
rograpb. Portugueza. 

AsSAMSijA jmiUÃll Axxameiça. AIdéa na Província da 
Estremadura, Patriarcado de Lisboa. Significa soalhei- 
ra^ ou lugar exposto ao Sol. Diccionarto de Cardoso. 

Assassino (^^U^ Hassassino. ( voz Pérsica ) Os Assas- 

, ^inos erão certos povos da Pérsia , e bem conhecidos na 

historia. Alguns Authores querem que sua origem fosse 

dos Karamates y que era huma Dynastia que durou 171 

. annos. O primeiro Princepe que tiverâo, foi Hosseiu, 

sabab de quem tomarão o nome de Tiossassinos\ o 

qual 

" (11) Eu tenho encobtrado este Ttonie Tscrípto «m «Iguniii liistorlis Afik 

bfeas de díveraoi mo4a^, e da sfiguiate mançiira «X^t ÁuH^. Cousa ficme^ 
constante I pernunente. 



AS- '^í 

: ijfíal « estebdccea primeiro tá Proi^i^ciSa ^ Irsk /fiér* 

sica^ no anno dè 482 de Ghristti. O» nossos Hl^òria* 

- dores lhe dão o nomexie, Vâtlhâ da MêfttanBa tradu^ 
5 zmdo o nonie de Cb^k por .Velho, c Kiekal por Mott- 

- tanha y isto he \^JU^V gvA Cbek ^l jabal ; posto que ,0 
.'iioinedegjjtO&^fe significa Velho ancião, 'A^ste lagar 

se toma por Chefe, Princepe, ou, Senhor dfe^hum póyo, 

• Tribu, ou Faitnilia, á/qiiéní oS Artbes chàíírfão Àá 
Cbek. ; ^ 

A proíis^o destes povos, era o voto de obediência 

' que pfestavâo a seu Princepe dê lhe obedccerjem cega- 
mente , e de se matarem a si mesmos, se elle ò mandas* 
se^ e com maior vontade lhe obedecido , quando oè^man- 
' dava para matar algum Princepe seu contrario, ouChrls- 
tâo. Destes mesmos Assassinos forâo os que matarão 
publicamente o cekbre Marquez de Mon ferra t emTfi- 
polydaSyria; á Cònrado Imperador ; ao Cortde Ray- 
mundo, e a Eduardo irtíaâo de Henrimie 111. de Ingla- 
terra em 1171! Vid. Histar. of In^í. pag. 445. E a 
historia dos Árabes pelo Abbade do Marigni-Tom. IV. 
pag- iy8. na seguinte passagem. Hassassin , ôu As^ 
sassitty d^oú mus 4vons pr$s Jt nomd\Jssassin ^ pour 
áenoter ceux qui tuent de guet-appens^ &c. 

O P# Bento Pereira ^ traz este nome na Prosódia , com 
a sua significado de certos infiéis, que mata vão os;Chris- 
tãos por dinheiro , e a sangue frio. 

AssAQUiAT cjU*UJ1 Assaqutat. Vide Acéquia t. 

AssoBiRA %yi^\ Assoelra. Aldêa ija Província da Estre- 
madura , Patriarcad^o de JLisboa. Significa Imagem. De- 
riva-se do verbo ^^ saúara pintar ^ retratar , fazer 
imagens. Diccionario de Cardaso. 

§ AssuADA cLi^fl» Assuat. O clamor, a gritaria com 

3ue se pede soccorro. 
^ LTA (^, Hatta. Ate. Elucidário. Tom. I. pag. 1$$. 
Atabal uU) Attablo. Tambor^ ou caixa militar. Em 

^^^ Por- 



y9^ A Tv 

-iòr ladõl, fi:HftQtíÍP off^TOs^ás^ exliis festi^ws i^ pior- 
.tíi^^^freja% iPcrivíbtée dorérbo _jatí TaèBaiw, io^ 
-caf "^taodbdis' OB -ataÉáh OVice^^ei i wio^nceher a 
iihm^df com ^imkofágx , )^ /^Mt de tt^ombíAar; < atéftkt^ 

Atabaq. ^Lbl Atabaq. (voz Pérsica) O Aio, e Mçs- 
j tr;ç j;|p PrÍ4;iQepi? r'<^^^^ Mçia^,^ ^ t^fn. cuida4o ija sua 

.^ueflft í^^í^i^ goaspu d««a;digfti4*^,i jwa refonm^f ps 

. :Rí|ii|%», o^q^iaí ft$çripyGç^ i^ipfk Tíatflido^plwer^ftc físaKo. 
^ VMf H^ariíBt, Ffil^ica^ p^- vi^y E wft^mh^ie para 
<f Pffpe^e \pam ft M^^^^e éiM f^rofpàefrhadp y e 
--/Wr^r^ -Qorehk -^m , i ^ í^ít t^ Cupitãí^ GtfUtraí dos 

- yfyl^^JíMc^ Gqt& JWm^ da Ittdiík :ôtjé' I^iafew pior 
ii terr^i Liwi HL cS^fVi i;t* pag, t^^ Sobre aa excçUên- 
rcía^rd^^teiinoíne', i^eja-fte.' Gfílli6 pag. 14. He mais j^íp- 

- iravclQ«er toz Turca, c cxqnposta de mj\ ^ pai>í. ^ 
d«i^ iwf Senhôf , q^ie vem d ser pai 4Í# Senhof á se- 
melhança do; nome Bfeferaico abimaték. UsarfJar*o^ os 

^ Árabes^ cere iwwiíe', táesde qaé a gente da Scythk fez a 
" $to Irrtip^anàf-P^a ^' Égypte , e has ProvíttCKts= vfei- 

nhas. ' V ' : , 

§ ArACA^siCi^^jétfcta. O cordio, oú atacador/ 
Atàpae» ^ji Aetafat. Cinta fárgâ' de tecki» de cÔre»-,'^ 
' còm fí-anjaà, qííe^Jevãô os^jíimentM-, e bestai de carga 
'em luèardefetriiiítói u . . • x < .: 
Atafona .^^s^lUí Attah^iiàvlÀtyírí}kr^^ 
*-tb , nèm a§uíà ;<fttó**hrf iífibví(fe^pe^hò«eftfrj^ ôtt pOf bes< 

tas. Deriva-se do verbo ,^,^vb tábànit rrioér. 
Àtaija 
' da,És 
' n - ' Si- 



IS. ueriva-se ao veroo ^.jaçyfe tiwana moer. * 

ajA iUíilár \ktt^âh áíô dOÍá4uj^te^* íia R-oviíicií 

a^Ésfréitíadàfa^i lfâpàdô'dé*Leií^^^^ 



rSígnlficaa eorradi: Derhiâ^se 4o vcrfio ^^ taiàja co- 
roar. Cborograpb. Portug. 

Ataímâ iMtíS /íttaíJaã. Vilía «a ^òvífKrift dr Bstre- 

. í áiatfaíra , Pátrkrdado de ÍLrebea* Significa lugar èPto. 

' Torre itondíé ds vigtóí descoíirem-ó camjjo; Lugáf «tíii- 
nente. Deriva-se do verbo «Xi^ íJIea subir, e ná VIII. 
Ooínjugáçãó ,' he vigiar, oJhár ao lorigè , descoVrif com 

' alista. T^arfjem :se chamã<> A»laiía& os liomeíi^ , -jue 
vigiâo ortcainpGSiíiDTmkízas, fracas , -è pl-esidios. Obe- 

V gifu d Mesqiàif^t ff ias éuas^ i^ras da aoitt^^ & kgo 

^$i(ls^:séf4'/\ÂtiíihMs áo rtãsuf" Àpiampú. Damlâa de 

Góes, Cbronica d^ElRei U^ MameL Part. lY, e^p* 

64. . .V,, -.-:-; ,;.- / : / . ^" ^ . .. '. ' - 

Ai?AmBOíi j^xMS^MmHr» Vid. Tambor* \ , 

f 4tai4<>kr ;»j^.»b^ no Reino do 

Algarve, termo de Tavira. Significa CoVa , oir Cel- 

,:.1eú'.6^.sub«c^i!a««o^ mdk 0$ ^Níspun^ ^stumâo giua^d^ 
seus trigos. Chorograp. Portffgt Q feitio das.Matfiio- 

./ raSç se pôde vçr up mesmo nqm^ m l^ja M. 

* Atauor jya\ Àttanur. Fomalba ,r ou ^onao. O Ata- 
.. Jior^ M cova redonda., e Hz% por dentroy da altura dç 
j^ 8L, até dez j)áli|^os, e farga á j>roporçao5. Nelii costu- 

mão os Afr^icajioè, e Árabes, do campo cozer o pãp, e 
j assjar a cari^ Jíe diffcríhte 4o forno; porque tsiie he 
: iàibncgck) de pedra e cal^ e«m^aibocca par bvna lado, 
e o AtaHortó catado «a terra, eram a bocca por ci- 
i flàt como o forno d« cal. Este .nome, só pm Duarte 
c Njuncs sjí aíha, e no numerosos vocábulos Arábicos. 
Atabafa ^i^l Attarafa. Vid. Tarirafa. 
ATAKfeACAíi i ^^ jAi gjíif-riyra. Verbo> (termo. de icrraáof) 
ç * Extender aa sd^rtélo^ aiair^caf a? ferraduras* 

# At Alto iO^ilxtt 'At?t^nt^ Afca^ tumba, «qaife. Deri- 
. :m-i^ da voz Hchcaicft /í^^ii com a mesma sigriifica- 
^ ,^ió zxLvam.Jáaifdou. aas CãooqUeirês^ ^ o nãa en- 



«o AT 

- em bum ataui. Diiafte Nunes* Cbromcã iP El Rei' D. 
Diniz , pag. j-. 
Também he nome de huma Aldêa na Província d'Enr 

- tre Douro e Minho, Arcebispado de Braga. Significa^ 

. o mesmo que o nome antecedente. Cborcgrapb. P^tu-- 
gueza. 

Ataviar, atavio c-^UJí Jttiaba. (voz corrupta de 
èaiaba ) Adornos, enfeites, compostura, preparos; do 
verbo r ^^y taiaba. O Mcaide de Alcácer Kebir era^ 
agente desta companhia ^ tàdif nobre^ e mui bem 

'- ataviada. Damião de Gpes. Cbronica d^ El Rei D. Ma^ 
noel. Part. III. cap. 70. . /. 

* Atauxia AA**r^lUl Attausia. Vid. Tausía. 

Atb* tíc> batta. ( antigamente se escrevia atha ) Parti- 
cula", que serve para limitar certo tempo, numero, e 
lugar. 

§ Atimar ^\ Atamma. Qonduit y cpmpfetar. Elucida^ 
rio. Tom. I. pag. 148. 

§ Atoar j^l Atauab. Perturbar, estar atónito. Eluci- 
dário. Tom. I. pag. 148. 

AxfGE ^ji Auge. {Tetmà Astronómico) He a parte su- 
perior do Excêntrico , ou Epicyclo ; e o ponto mais 
apartado da terra, em que pôde estar o sol, e'a lua, 
ou qualquer outro Planeta. Auge metaphoricamente: se 
toma pelo mais alto gráo de qualquer cousa; e âsèim 
dizemos N. esta no auge da sua felicidade &r. 
A Origem desta voz, he Pérsica de que os Árabes a 
tomarão , e nós destes. Vid. João Gravio. Compendio 
da Astronomia Pérsica* 

^ AxõRCAs »,^jâS\ Axxorca. São humas pulseiras de pra« 
ta á maneira de argolas, que as mulheres no Oriento, 
e Africa trazem nos braços, e pés por cima do calca^ 
nhar. Deriva-se do verbo ^y&xacara que na III Con- 
jugação he encadear, enlaçar. Axorcas ^ manilbap^ é 
peças de prata ^ que ajnor4t^ ãe Benduma despozàda 

de 



d€ pouco trazia^ e hum dos nossos soldados Ibe cor^ 
tou os braços , e pés para melhor lhas tirar. Damião 
de Góes. Cbronica d' El Rei D. Manoel. Part. IV. 
cap. 39. 

Bluteau, seguindo o parecer do P. Guadix, deriva 
este nome da voz 5^ xarqui cousa do Oriente , sem 
attender que este nome se escreve com ^, e aquelle 
com ^3 , e cada hum tem diíFerente significação , assim 
como as letras, também são diíFerentes, ainda que na 
pronuncia soão o mesmo. 

O mesmo acontece entre nós com os nomes cella^ 
cubículo, e sella do cavallo; os quaes posto que na 
pronuncia tem o mesmo som , diíFerem nas letras ini- 
ciaes , e na significação. 

§ AvENBAÇA »^u ^^\ Ebn-Baja. Apellido de hum au- 
thor Árabe, cujo nome era Abu-Bacar Mohammed , 
Bcn-Baja, o qual foi o mais subtil de todos os filóso- 
fos Árabes. Trabalhou sobre Aristóteles, porque elle 
era da ^eita peripa tética. As suas obras forão traduzi- 
das em latim , e conhecidas por S. Thomaz , e por ou- 
tros Theologos peripateticos. Assim o diz Herbeloth 
na sua Bibliot. Oriental pag. 724. 

§ AvENZOAR jâ>j^^j\ Ebn^Zobr. Apellido de hum «scri- 
j)tor e medico Arate , cujo nome era , segundo o Car- 
taz , Abu-Bacar , Ben 2ohr. Deste faz menção o dito 
author no cap. 45' , quando trata dos médicos de lussof , 
filho de Abdelmumen, aonde se expressa a seu respeito 
da maneira seguinte : foi hum dos seus médicos o Vizir 
(conselheiro) Abu-Bacar , Ben Zohr , e vinha repetidas 
vezes á capital (Marrocos), na qual se conservava al- 

~ gum tempo, e voltava para aHespanha^ mas afinal 
transferio-se para Marrocos com a isua família , e iiio- 
fcilia, na qual permaneceo até que aconteeeo a expedi* 

• ção contra Santarém , em c«}a batalha se acJK)U. Era 

- <ílle intelligeme na naedicina, iias belks letras , civíli- 
4ade^ trato^ e urbanidade, ao que ajuntava a sciencía 

L do 



«1 AV 

do direito, é das comas divinen; da historia dos ditos ^ 
e acç6es do profeta^ e da mterpretação; econseryavaf 
de memocia , segundo diz Den Aljaddna , o Urro de An- 
nojari. Era cm fim liberal, abstinente, e poeta. Fale*^ 
eco em Marrocos ^ dia zi do mex de Dul-Kej-ja dOr 
aimo 5^95' ( 1 199), t^ndo eotão 94 annos de idade, 

Herbeloth na sua Bibliotheca Oriental pag. 9x6 di?, 
que elle se chamava Abu-Maruan , Ben-Abdelmaleq ^ 
nome que no dito Cartaz se dá a outro dos médicos de 
lussof, Ben Abdelmumen, contemporâneo de Avenzoar j^ 
c por isso eu dou mais credito nesta parte ao Cartaz* 
Escreveo^ segundo Herbeloth , vários tratados sobre me- 
dicamentos simplices e compostos, e o methodo de em«- 
pregar os ditos medicamentos,, 

§ Ayjsmioes òi^á^S^^S Bhn Jrroxi. Apellido de hum me-^ 
díco Árabe, cujo nome era Abu-Alualid, BenRosed, 
o qual foi tido pelo caais hahil Doutor , Filosofo, e Me- 
dico, cjue os Árabes tiverâo,, e o primeiro, que tradu- 
zio Aristóteles do Grego em Árabe ^ mesmo antes dos 
Judeos o tradu:iirem. Esta, traducção Arábica.,, áqual 
o dito ajuiitou hum copioso commeiuario, da que S. 
Thomaz e outros^ Qscolasticos se servirão, foi por nós 

. vertida em Latira ^ antes, mesmo de apparecerem o& ori^ 
ginaes Gregos de Aristóteles, e dos seus commentado- 
rcs^ segundo di^i. Herbeloth n? sua Bibliothçça Oriw? 
tal piig. 709*, 

Dellc faz também menção o Cartaz no cap. 45^^^ o 
qual lhe dá o mesmo nome; e foi contemporâneo de 
Avenzoafj q mandado chamar por lussof, Ben Abdel- 
mumço, ei9^78. ( ii8^ ) para residir em Marrocos^na 
qualidade de seu Vi;íii; e Medico i mas depois onjomçou 
Gadi de Córdova» 

% ^yioMAR J9^»^s^^ Mhnar^ No.«i€ der Injm Mour©, $e- 

. nhor daquçUa terra^ Ald^a assira champdia naPfovin- 

icia d'entr.e DourReMÍinho> Arcebispado de Braga. CV^ 

§ Axo- 



§* AxolRàE j^\ Axura. CAt)cr , conseguir, íojcítar , sub- 
jugar. GoliO) e Gigco. O Capitão Mor áferrâu de bu- 
ma Lanchara ^ que hgeaxoron. Couto ^ Dec VI. Lir* 
V. cap. 2. 

A2APEMA A«^y< Azzabma. Aperto de gente em lagar 
pequeno , e eètreito ; também ie toma por prensa , fer- 

' Yor, cuidado, diligencia &c. Deriva* se do verbo ^^ 
25^)&/í«z^ apertar, coarctar, restringir. 

ÀZAGAYA AjjU.jfe\Il Alchazeca. (voz corrupta) Lanç» 
arrojadica de que usío os Mouros quando montão a ca- 
vallo. Deriva-se do verbo cJ>^ chasíata rasgar, pas- 
sar , ferir rasgando com lança , ou com arma de ponta. 

'Azambuja g^vlí Azzabuja. Vilia na Província da Es- 
tremadura, Patriarcado de Lisboa. Significa olival bra- 

• vo , ou zambujal. 

AzAMOR^j^j! Jb&mur. Cidade em Africa a três Icgoas 

de Mazagão. Significa a Frauta , ow Flawta. 
AzAMBujo A:^^^» Azzãbuja. O zamfeujo oliveira brava, 

* AzAQUi ^^1A Azzacd. IVopriamente lie o dixirfio c^d 
se dá dos^^fructos que cada hum colhe das suas t(n«as. 
OAzaqui ^ era hum doe tributos, queoB Momros pa- 
gavâo aos Reis de Portugal , qtiaado »56te Reino efão 
tderados ; os quaes pagavâo quatro qualidades de tri* 
buto, a saber, tributo de cabeça, ou pessoal, que se 
pagava no primeiro de Janeiro, tanto por cabeça. O 

. segundo era dos bens que possuiáo, assim do gado, co- 
mo das terras a que chamavão Alfitra, O terceiro, era 
o dizimo a que chamavão Azaqui. O quarto, era a 
quarentena , isto he , de quarenta pagavão hum de tudo 
quanto possuiãe. Mõnareb. Lusit^ Toím. VI. Deriva- 
se da verbo ^^ zacá.^ que na 11. Conjugação he fjH- 

zer esmola ; dar o^ dízimos , oflferecer dadiva para re- 
conciliar o animo do Soberano; ju$tificar-se , purífi^r- 
se pelo azcqui. Mededes amim Aifitra e osíoqifL Or* 
denaçáo Affonsinha. M^aes. 

L 2 A 



84 AZ 

A esmola entre os Mahometanos, he de dois rnoJo^*, 
hunia he voluntária a que chamâo jJjmp sadaca^ que 
he de justiça; a outra he im|>osta pela Lei, que pro- 
priamente he tributo , ou Decima que se dá para a sus- 
tentação do Rd , e da guerra ; que elles também a terti 
por esmola, e lhe chamao Azzacát ^ termo mui repe- 
tido na Alcorão. Vid. Kefutatio Alcoranis , por Mar- 
ra tius. çap* 6. da esmola, pag. 19. 

§ Azar ^^ Asar. Dificuldade , infelicidade ^ fortuna 
adversa. Catalogo de vozes Castelhanas^ 

AzARcSo i^^yi:^\ Azzairacán^ Tinta vermelha de que 

tisão os pintores. Também se pôde escrever sem o anti- 
go aL 

Azar<Slas ^3^^I Azzarúr. Certas frutas do tamanha 
das sorvas. São de duas qualidades, brancas, e cncar- 
Jiatfas. O gosto' he agrodoce. Em algumas Pharmaco* 
peas impropriamente lhe dão o nome Latino Mespilum , 
que he o das Nêsperas^ 

AzEBo 4_uyi Azzaibo. Lugar na Provincia da Beira Air 
. ta, Bispado de Lamego. Significa Lugar do CabeUudo.. 
Deriva-se do verbo^ ^\^ zaha ser peludo j ter muita ca- 
bello. BUcionario de Cardoso^ 

AzEBRE ^xi^\ Assahre. He o sueco de huma herva mui- 
to amargosa ^ por outro nome Aloé. Deriva-se do ver- 
bo ^^ sahara esperar, ter paciência. 

AzEDi tk>jSy^\ Azzaidia. Aldêa na Provinda da Estre- 
madura , Patriarcado de Lisboa. Significa cousa aug- 
mentada, ou accrescentada. Deriva-se do verbo, ^l^^ za-- 
da augmentar, acçrescentar. Cardoso^ 

AzeitÍo ^^^jH Azzeituft. Lugar na Provincia da Es- 
tremadura, Patriarcado de Lisboa. Significa olival, oU: 
as oliveira. Chorograph. Portugueza. 

Az^iTB cuj^I Azzait. 0\qo da azeitona. Da mesma ma- 
aeira o pronuncião os Hebreos zait. 

Azei- 



AZEITONA ^yu^\ Azzeitun. Oliva , ou fructo das OU*- 
veiras. 

Azemel _JUy' Azzamal. Almocreve. 

Azemel ^\ Algeme (voz corrupta ) Ajuntamento, Ar- 
raial, Congregação &c. Mandou Nuno Fernandes ã 
,Lobo Barriga , que fosse ao Azemel de Abida , ondt 
os Capitães das Cabildas , e Aduares tinhao as suas 
Tendas. Damião de Goes^. Cbronica d^ El Rei D. Ma^ 
noeL Part. III. cap. 32. pag. 327. 

AzEMOLA iJu^l Azzamla. (voz Africana) Bçsta de car- 
ga. 

AiENRA *AA4*»n Assanha. Moinho de agua que serve para 
trigo. Ha também azenha para moer azeitona , ese cha^ 
ma lagar. Deriva-se do verbo Surdo ^^^ sanna : que 
na n. Conjugação ,. significa amollar , aguçar, fazer 
dentes a huma roda. 

No foral, que D* Affonso Henriques deo á Cidade 
de Coimbra , acha-se este nome cscripto sem corrupção , 
Assania. Vid. Monarcbia Lusitana. Tom. III. Es* 
criptura, XL 

h%Bís\nk(k\ ^-^\ Azzancha. (voz corrupta) Aldêa na 
Província da, Estremadura ^Patriarcado, de Lisboa. Rua 
estreita, e apertada; caminho entre duas paredes, ovt 
matto. Deriva-se do verbo cJuj zanaca apertar, es- 
treitar. Cborograph. Portug. 

§ AzÉQtJiA iuSUJl Assaquia. Regadeira, ou presa para 
regar as terras. Elucidário yTom. I. pag. 158. 

S AzERBE c--ij>ll Azzarbe. A sebe. Segundo Moraes si- 
gnifica o paravento feito de ramos para amparar as eir 
ras. 

§ AzERVADA iujjjvH Azerbia. O muro de madeira. E aU 
li quizerão fazer huma azervada ^ em que pensavão 

' de se- salvar. Moraes^ e nos- Inéditos da Academia.^ 

§ Az&- 



«5 li.% 

$ AzEVAL ^Lyi Azebal. As immundicias. Lugar na Pro- 
víncia da Beira , Bispado da Guarda. Cardoso. 

§ AzEVAR ^^< Asebar. A herva baboza. Duarte Nth^ 
Hes de Leão. 

AzENHAVRE jV^^í AzzcHjar. (voz Pérsica ^\<;^ zen- 

. gir) tnatçria verde, ou ferrugem que de si lança oara- 

.me, e cobre mal estanhado, verdete. Na Pharmaco^ 

. pea se acha escrito Aizenjar, Tom. I. pag, 68v 

AzENiTH cia^-JI Asiomt. Vid. Zenitb. 

Azbvixb Jtbj» A%zebame. Pedra mineral, negra ^ e kve^ 
Deriva-se do verbo gy*, sabbaja tingir alguma çp«sa 
d$ negro. J^7iJ Fhartnac. acha-se «cripCD Aaievacke^» , 
Tom. L pag. 74. 

* AzBze tysym Azize* Aldêa no Remo de Marrocos per- 
to de Tangere. Significa coma estimada , c incompará- 
vel. Nufío Fernandes d^Asaide , mando» que fossem 
sobre iuma Aldéa chamada Azeze. Damião de Góes. 

, Cbromca d^ElRei D. Manoel. Part. IlL cap. 31* pag. 

338- 

Aziar ^L.^! Azziar. (Termo de Àlveitaria) Mcwdaça 
de ferro , ou de páo , que lançao ao beiço de cima de 
qualquer besta para estar quieta , quando a querem cu-- 
rar , ou ferrar. Deriva-se do verbo ^j %aiara , lançar 
o aziar a qualquer besta, aperrar. 

AzicATE iíCÍíJ Axxacate. Espora de ímma sá ponta de 
que u«âo Qs.Mpqros de Africa; vulgarmente chajptda 
Pua. Deriva-se do verbo Surdo ^ xaeea picar, mo- 
lestar , estimular ^ escandalizar, ê não do Caldaico ha-^ 
%acat 9 aguilhÍQ. Vid. Acicate. 

% AziMELA xUkJI Azzamela. Besta de carga , azemola. 
Elucidário y Tom. I. pag. i5'8. 

t AziMiTTH cHaaaJI Assamt. Significa o mesmo que Ze- 
níth. 

§ AzoREiRA j^j:^^ AjSMorur. Aíarola^ Ntsp». Dá aqui 



AZ nr 

© nome do firucto a arvore. Elucidário. Tom. 1. pag. 

Azota *j^\^\ As&s&auia. Sâo dois lugares na ProTinjcla âa 

Estremadura , Patriarcado de Lisboa. Significâo angu- 
lo j ou canto. Diecionario Geograpbico. 

AzoVQUE i^JtAjy» Â%%ãihaq. {a) ^roz corrupta) Semi- 
metal fluido, e multo pezado. Derivasse do verbo uJLj 
j&abaca^ correr de hum lado para outro ^ ser inquieto, 
c vacillânte. Na Pbarmacopea acha-se escrípto Alzai-- 
haq. 

* AzuA<K)s.(_3l^^! Azzua^.lí^ome de hum povo dè Afti*- 
ca, significa os enfeitados. Deriva-se do verbo cJm 
zuuaca^ ornar, enfeitar. Este povo he antíquissirao na 
Africa, para onde passou da Phenicia pela perseguido 
que lhe fez Josué filfio de Nun, e como os Egypcios o 
não quizerao admittir no seu paiz, passou para Africa, 
e habitou na Província da Libjra muitos annos antes da^ 
vinda de Cbristo, até que os Vândalos , e Godos con- 
quistaram aquelia Proviticia de quem fprâo sugeiros. Is- 
to 86 collige por huma inscripçao que se achou na acK 
bredita Província em caraaeres. Fhenicios sobra huma 
fonte, que diz o seguinte. Nas sumus ^ui fupmus a 
faàe Josut Latronis filii Nun, U Afrique m Mar^ 
tnol. Livr. I. cap. ij. pag. 71. 

Este povo , vive presentemente sugelto ao Rei de Cur» 
CO, distante de Argel i jo milhas pela parte do Orien- 
te. Os mesmos Azuagos, suas mulheres, e filhos tca*^ 
zem no meio dá testa , ou no braço direito huma Ouz 
T«rde artificialmente feita com bicos de alfinetes. Aos 
Azuagos ficou este costume do tempo que forão sugel- 
to© aos Godos para divisa entre os que erâo Chriítâos, 
e Genciosv para o que, mandarão, que te dos os que 

erào 

(fl> Mo dialecto d» Ilkdio» na ArsAna^ chamSo-Uit óf^^ Axtn^^ teri. 
3Mt do veibo Arábico ójj) Zau^. Pionnr com asougua. &tít. 



n AZ 

€râo Cbristâos Fossem assignalados còm kuma Cruz ta* 
Ihada na carne, dando-lhes juntamente com es^e signal 
hum privilegio de serem izentos do tributo, que os ou- 
tros pagavão. Esta devisa ainda se conserva entre este 
povo , ainda que náo saibao a causa , somente tem por 
tradição , que são descendentes de Cbristâos. Vid. Jõã^ 
Leo^ Descr, de Africa. Part. IV, Os Mouros nesta 
Cidade^ são infinitos^ e de muitos géneros ; porque 
huns são Azuagos , que são descendentes de Chris^ 
tãos , outros se chamão Andaluzes. Jornada de Afri- 
ca , por Jeronymo de Mendonça. Livn II. cap. if. 
pag. I2p. 

AztXL j^/i Lazur. (voz Pérsica) Cousa azuL Donde os 
pintores , e lapidarios tomarão o nome da pedra a que 
chamão Lápis lazuli \ e os Árabes , e Persas lhe cna- 
mão 4^à^^» Lazuardi. 

Azulejo -.^kJI Azzalujo. ílspecie de ladrilho pintado,, 
e vidrado usado entre nós ^ e bem conhecido. Deriva- 
se do verbo 4 ; zallaja ser lizo , escorregadio. 

Atxa xáiAft aixa. { nome próprio áe mulher ) A viven- 
te: assim foi chamada a mulher de Mafoma, e a mais 
. querida entre as mais que teve. Deriva-se do verbo jíU-» 
ãxa viver. Também he nome de Aldêa na Província 
d'entre Douro e Minho, Arcebispado de Braga, que 
Arem a ser Aldéa de Ayxa, Senhora, ou fundadora del- 

• Ia. Chorograpbia Portugueza. 

Atxa Anzures ^j^aXs aíut Ayxa ânsora. Nome próprio 
da mulher de Echa Martim^ Rei de Lamego; o qual 
depois de vencido por Dom AflPonso Henriques, se ba- 
ptizou ciom sua mulher , e a maior parte da «sua femi- 
lia; por cuja acção Jhe deo D. AíFonso Henriques, o 
«idominio de Lamego, e seus limites para nelle viver co- 

• mo se coUige da seguinte passagem. Ecba Martim, 
Dominus Lameca . . . donationem quam nemo postnos 
irrumpaty neque violet . . . .,. quam iiiifacio de tots 

ter- 



A T »9 

terrd de Lameco quam ipsè simpèr haluit de suis 
^atribtts Sarracenis , w/ ibi regnaverunt : é^ quí4 
ego illum vici , ^ pretendi cum Axa Anzures , cum 
multis feminis \ ^ postquam erant ad meum velle 
"voluit esse Cbristianus , tam ipse quam Axa Anzu^ 
res , do illis , £^ suis posteris íocum Lameca , ét to^ 
tam suam jurisdictionem &c. Cbronica de Cister. 
Tom. I. Livr. V. cap. i. pag. jryp. 

B 

§ i^ Á B A SjUI Loaba. Duarte Nunes de Leão. 

Babe juL-j Babe. Freguezia na Província de Traz 05 
• Montes ,* Bispado de Miranda. Significa portinha. De- 
riva-se de babon *-*L-j a porta. Chorograp. Fortug. 

Babegabdo ^yà\ kÀ^/ Babelârdo. Aldêa na Provinda 
da Estremadura ,' Patriarcado de Lisboa , termo de Tho- 

mar. Compoem-se de ^\ ^ babe a porta , e ardo ^^ 

largura , significa porta da largura. Diceionario do 

• Cardoso. 

Bacéca ^\ j Babeca. Lugar na Pipovincia da Estrema- 
dura, Patriarcado de Lisboa. He nome composto de 
v^ *^^^ a ^OTXz y e do affixo , ou pronome pessoal 
da segunda pessoa ^ cd tua ; e faz o composto de tua 

g3ria. Cborographia Portugueza. 
ACHARI c^Lâ^ Baxari. He huma das festas, que os 
Mohammetanôs annualmente celebrão. Tendo E/Rei 
ordenado^ que a festa ^ a que cbamSo Bachari se ce- 
lebre em memoria do sacrifício de Abrabam , edocar^ 
neiro , que elle offereceo por seu filho Esac. Bar. Dec. 
IV. 
Baçal ,jLa^ Baçal. Freguezia na Provincia de Traz os 

M Mpn- 



Moitteft , Bràpsriò de Mlf aiNÍar Significa' cd>oUal ^ ou 
lugar daà cebe^tas. Cbô^úgrapbia^^ FartmgueskK, 
Bacd&o ^ (s) Si>caífVé Nome dkaioHtivx) ckt jju ia^ 

cron abdi. He o mésrtraqtie^^iíovifho. Os Árabes cha- 
mâa btícair&n a toda a crJá qóe he- pequena. 
Fadajús ^A.jJ!òi)0 JBnhdelmxe», Gfdack na Provinda da 
Estremadura de Gastei lá ^hvt o Rio GUacííana. He no- 
me composto de ijikj htladb {)aiz/é dò arfigó el\ 6 do 
nome ^^u* ^/^^ o sustento , ou alimento , e vem a ser , 
t«ri^ do susfenmr âssím lhe cfí^ifwvSo or Mottré«, d 
seria peia fertilidade de seus campos. Vid. MonarcK 
Lusitan. Tom. II. cap. S^. e U Afrique de MarmoL 
Tom. I. pag. 208. Mas ò Geographo Nubiense , escre- 
ve este nome ^JHySiaLx Badalius , e os nossos antigo? as- 
sim o pi^ttmnayaor ; e- pwr isSo túe iAcUna, a qafc Q no** 
roe riSò venka daaudl^ palavra*; copa tudo osllíiàwai 
pela fertiJLidadi? do teireno Ifae cáiamavao' por afitofio- 
masia terra dog odantiruântos^. ^. ^ 
Smíàna. aSaij Badane.. ^{h) Á «ictremidade da .pelle^ o<» 
^ d^ carneir;|u^ (|ue be^uiMi^Q fraca, e de pouca utiUdade. 
Perivarse de ^^^^ itaáan Q coipo de cjualíjner itiate- 

. ri<a V pella^ couro. ; ,, /^ . 

Badim ^^\ , Badtm. Freguezía na Pirovíncia d^entre 

Dmiroe Mibb0,i!ÇQebÍ9padp daj^^ Sig;mfica priííf 
• cipiftdf. Derivasse àQ verbo (j^cs^bada còinefar^ prin- 
^ cipiar. Chôrogr^h, J^^!?fu^i4e^a. r^ 
ÍAf Ahi ^jL-a*u B&hMri. ( Terpo d? caçador ) Espécie 

de 



(éi), Pepsuado-riíe |»r bi^i-iJdo engasie ©m dizer-se cjiw Bácoro htf o mesí- 
ma qn« navjlfao» assim conao na sua etymolo^çia, porque Bácoro entenda 
eu ser pequeiío porco rondado nos nossos díccionarios , ô quaí podè sti* Ará- 
bico do Qome yi.j JB^^r^ que significa cria nova de 1 até 2 ahnos. 

(^) Badana talvez seja antes o nottle Arábico »j\^ Baiãita ^ que^ sig- 
njfica forro, ertambeni as pelles curtidas das ovelhas, que servem para fosr 
ros áo%. çapaÉos. ' * ^ . ■ , ■ 



TartJbem Jie uorp^e die -^Ftaç avesse Tapina, que passão 
o mm^ significa wusa ^ukramarina. jieriva-se de ^^^^^ 

$ jBafjctjí* mi^ B^fi4^ <?prta .^Ii4aícle 4e ,p.anpo á^ al- 
godão da índia. . 

BA«fEiXÊ *2^3&o BacAueiúúe. Lugitr ^a Çrpyijíçia de Trte 
os Mojifôs , flhpadiD dle Miranda; JSmp^ dároift^jtivo de 

* «c do vefbo ^j&«3o bactãxa í\jíT9s: ;, ain^r .bui^cp^ Qjo- 

fí ^HÂKEs t^^i^j Bai^irií Ceíto pez© .da 'Jbdia, qu©ç0tí. 

' teõi fiifseiiíos árraittas rd«é «ceiòf .N £ çt^e' EJRe/ M Co^ 

lombo era contente de ^er ^sf^h \d\ElRei D; ^a- 

• ' 'no/BÍ/(X9m â triiffM d^ tre^&et^o^ ^iHki^^ri^ f,gdo^ :ss an- 

' nos. Barr. Dec.IJI.l4y. JI. • 

$ BáiiAwti^j,acu Bâhrmn. Dotis jnaí^s. lípgiç (Jc^)iu- 

•ma Jí ha ifnoiíteica de Catifó , -cyjw ;iriW^r^pf ^o ^I^u- 

' nos e AmHes. «B^rr. Dei:. IJI. Dt^sta. Uha tçmou ^n- 

. '• smiú iSorreã ^^ ^^ptlUèo de Baf^rm , .^ f M^a^/ l^Rel D. 

João III. lhe áeo ^ e d sua famíHa. ^\mm^ 

'^ B^iu j^j^' Btídjà. Certó espfcíç ,de joypão , de.qwe ^ 

íiioIJienes;,nMiíto usgvão, e de^ç alg^i^as íii^a «sâb 

nas nossas Províncias, aonde lhe dão esíe ooôiç. ElÀéi 

^4Íe'^&ie(mt^st^mm vestxdvicom ^é^jfí Baju bmnco ^ 

. s^.ífpdt^r^ pí^p^^ji^eif^Ador^m Jbufn Qf/^X Damião dç Çpes, 

d?*çjjc^ 4*Ía1W ,^^A^^'«^AitW P^^^^ de ma- 

deira, ou 'de ferro de huma janella. Entre pós ^he va- 
-.i^^ndarCQtíi jgrades^rpu seip.çljas^ g.ue fervem de guarçia 
^ , is jaaelUfi^ Çastello.!^ ; 

'PALPS;, COUSA DE BALDE 2f^\j Bãtcle. *( VOZ COf fUpta ) 

Cousa vaâ , frustrada /baldada ,* sem utilidade. Dériva- 
se do verbo jj^^ btítala^ ^er ocioso., sem presíimò j ^em 

M 2 Bal- 



pi . BA 

Baldio, campo baldio oJL Baledon. Campo ou terra 
inculta; lugar agreste, sem cultura. Deriva-se do ver- 
Ik) yXj balada , habitar em lugar dezerto , e sem cul- 
tura. Também he nome de huma Aldêa na Prorincia 
do Alem-Tejo , Arcebispado de Évora. Significa a mes^ 
ma cousa. Cborograpb. Portugueza. 

Bâleiob «jJLj Baleide. Aldéa na Provincia da Beira, 
Bispado de Coimbra. Nome diminutivo de jJLi bala^ 
don terra , Villa &c. e vem a ser terra pequena. Todas 
ias mais Âldêas deste nome signiíicão o mesmo. Vid« 
Diccionario Geograpbico de Cardoso. 

Balio j, Uaiio. Senhor Principe, Heroc, Nobre. Deri- 
va-se do verbo J^ ualla. Constituir alguém em digní* 
dade, Principado, ou Senhorio. 

Biuteau seguindo o parecer de alguns Authores , de- 
j-iva este nome de Bal o Guardião; ou do Toscano Ba^ 
lia o poder , ou finalmente do Italiano Bdlia a ama; 
porém he mais provável a derivação Arábica que lhe 
dou , nSô só pela significação do verbo , donde se deri- 
va, mas também pela pouca corrupção da pronuncia» 
Vid. Gollio^ e Castello. 

§ Balôttta «9^ Balluta. Bolota. Nome de duas Aldêaa 
na Provinda dê Traz-os-Montes , Arcebispado de Bra-^ 
ga. Cardoso. . 

Bálsamo ^^\j Balsam. (voz Pérsica) 'Este.Aome nãa 

só significa Bálsamo /.^UyJlj entre os Arábes, e Persas, 
mas também qualquer^^oleô aromático. Viá. Herhelot 

" p3g. 191. t Bailey Dtccionarh Etymúlog* Jnglica 
Latino. ' 

Ba LUTA AbJL Balluta. Aldêa ná Pfovincia d'entre Dou- 
ro e Minho ^ Arcebispado de Braga. Significa sobreiro, 
ou azinheira , que dá bolotas , ou as mesmas bolotas, 
Diccionario Geograpbico de Cardoso. 

% Banco ^^ JJanco. Nasce este nome do vexbo ^^ Va^ 

non 



BA 93 

naca , que significa fixar o assento. Duarte Kunes de' 
Leão. 

$ Banda íjj^ Banda. Bandeira , ou banda de Official. 
Cat. de vozes Castelhanas. 

§ Baiiqub ^ Bang. Meimendro. Moraes diz que he 
certa espécie de cana mo ^ com cujas folhas se embebe- 
dão os índios. 

§ Baqu£ ijj^ TJaqdo. Queda , cabida. 

Baraço ^^^ Maraçon. Q)rdei , corda delgada. Deriva- 
se do verbo yy,yA mar aça ligar , atar com cordel. 

BakXo^U Baron. (voz Hebraica) Bar. Cousa justa ^ 
pura y limpa de toda a mancha. Em Árabe significa o 
mesmo. Alguns Authores derivâo este nome da vos 
Grega, cousa grave, solida, e que tal deve ser o Ba- 
rão,. 

Barato 3^V^ BardteL (voz Pérsica) Soborno, ou da- 
diva que se dá de graça : qo jogo , he porção de dinhei- 
ro, que dá gratuitamente o tarul ao jogador, ou ás pes- 
soas, que o tem servido no jogo. 

Barbâidon òJ^yi Barr baidon. Freguezia na Provincia 
da Beira , Bispado da Guarda. Nome composto de ^ 
harr o campo, c de juU baidon destruido, estragado, 
arruinado, e significa, campa arruinado.^ Diccionarh 
Ceograpbico^ 

Barbbita Cuu w Barr baita. São duas Aldéas na Provin- 



' cia d*entre Douro e Minho, Arcebispado de Braga. He 

nome composto da ^ barr campo, e de CL^^sj baita a 
casa. Significa o campo da casa. Chorografhy 

Barcarena Uj^*^ ^arr carreina. Lugar na Provincia 
da Estremadura \ Patriarcado de Lisboa. He nome com- 
posto de ^ barr terra, e ^ carra habitar, e da afixo 
U na nós, e vem a ser, terra da nossa habitação* 

BARcovqp ^^^^ Barrcouço. Lugar na Provincia da Bei- 
ra^ Bispado ae Coimbra. Coippoem-se de ^ barr cam- 

' PO> 



94 8 A 

po , e de ^^ causèn o aroo, e vém % ser, campcr do 

arco, Chorog. 
§ BARitATíHA sj^ Borma. Va2X) d« ^rro 0©m gargate 

estreito. 
Barkígana ^fe;,^ Bargana. (voz Pereicíi) E»pecie dí 

tecido i!e laS assim chamado. Gi>líto fág. 263. 
Barria ju^j Barria. Aldêa na Provincia d*«ntre Douro 

e Minho', Arcebispado de Braga. Significa campina, ou 

dwerto. Chorograph. 
Barrh> ^syJ Barria. Aldêa na Província da Estremadtira^ 

Patriarcado- de Lisboa. Significa tousâ campiestre , ^ 
^ ide^â, 4eaa*ra. Cbarografb^ Borâug. 
ag Barrwi^^e Bai»» 1^,^^'^^"^^ ^jj Bmmo.lsfigut in^ 
' KtAto ) deeerfo* Nomes*, dé 4iirerstó AJdôas na Pp^mcia 

d'entre Douro e Minho , Arcebispado de Braga* Õar-- 

dôso. — . ' r 

-$ Barroca ]jSjj Bâr^^a. Tcsra incidta dheia dc;peBcwIia, 
«cascalho. 

§ Bate A âúfcU Batia. Va^o de barro bojudo, iíofws diz 
ser Irutn Taso ^e madeira como alguidar com ftmdó y^ 
iftílado, que serve para a lavagem do ^wroj^quefidi no 
íiriado , quando «c lava a terra. Gi^Hio idwndanihc .a pri- 
meira signifioai^o, accnescenca xpse .serve ^ca tpèr vi- 
nho na meza ; e por isso eu creio ser a Jbiot^a;, .acqufe os 

. ;M<wiroç dão CÃte noarue. .- í 

,*jBateoa ^ús^uba BMtecba. MeUnçia. He vpz Arábica, 
e não Portugueza, como advertío Laguna, conaentando 
Dioscorides. Livr. II. cap. 124. Vid. Wuteau. ' 

§ Bátega ails»^ Butaga. í^rato, escudela, oucrizol, em 
<jue sé porijffcáò os mjbtaps. O vjzorey mdnd:ou cavitr 
os paços d^EJRei todos para ver ^ se àchâDa os tbe^ 
-^cfuroSy quenSo cachou ^ ^ o miesmo'/^ ao ¥a^ode 

. ^raifde; que aíH tstuvà , em que seathárSo anitos 
tdoi&s ãe ouro efrat^granêes e pequenos yCatDltféfroSy 
haregtts,&c. -CoutOyBcc. VI. Liv. IK. cap. ^17. * 
a *Ba. 



SM 



^ IaTeqa :(i^> j^L Béteay oti Bàteja. Prato côVa,. ti- 
^ella , ou sopeira á semelhança de gamella. GoUio tem 

' esta vo« por. extranhay e a âeriva do Pepsieo, e lhe dí 
, a ^gnâfica^ào de vaso de hzrm ^ue coatunaãD ob Ferfas 

. enciíen der vinho ^ c pór soòre a meza; ojadeead» bum 
eache a sita taci. Vid. GoIL pag. 279, 

Baxa. Lèt^ Pif aa/. ( vOz Tiflurca ) Dágmdade que corres- 
ponde á de Governador àe huma Cidiide, oe Prorincia. 
Deriv^-<^8e de ^ Fdx z caijeça , por ser oBaxa cabe- 
ça daquella Província, Oft Cidíack pelo poder qiaJe' lhe 
hecODc^idoí 

* Ba^íar j^ Bas^r. ( voz Pérsica ) Vn^m ou Feini , ©n* 
dè ^e vendem- todas as castas de mer caidorias j dcMide de- 
íJnzern- ò noipe de ^'^JjL Bazar cdn negpciante», ou 
Ujercadores. El Rei se ruoíbeo ^ e o Bá^at se levan-- 

' tou. Ferttâó Mendes Pinto. cap. 2. p$g^ ij^ 
B^AKxrcò á^JjL B^zoj^aq. ( voz Pérsica ) Moeda da 
,, Pérsia^ e da índia. Vale menos de hum real dos nos» 
SOS j de sone , quç hum vintém na Irkfia tem doze féis", 
' í este tem quinze bazamcos. Né^te Inverno for haver 
falta dt bazarueas.^ mancou o Governador fazer ou- 
tros mais p&qkenos. Andrade* Cbrcmica^ d^ElRei DÍ 
. Jéãã II Pare. III. cap^ 97. pag. ip^ 
^ Bbq. Ársj Bti^ ( vt>z Turca ) Dignidade, que cofnes- 
/ ponde á' de hum Capitão. E$:a nesse tem fã Úafkãã em 
. .Califa Màhm^eé Èec , Turto^ de "naem^ e grande mi- 
migo dos Bortuguezes. Coutos Dewd^ -VIL cap. 10. 

* 0eu£M ^^^ BsdÁn. Espède àfi cUfa oom <pte os Mou- 
tòe se fcoèrem. Der iv^-se de ^^:^ hddúmn cobrir o oor- 
po^ vestir-se. Vinha vestido a moda Mouri^4:a , cãmi^ 

za 

(jo) Parece-me mais própria a etymologia que eu dou a este nome de- 
rmuMÍ&-o do neme^Bofai^a y porqiM^ » notoic hate» he dififerente , do <]ual 
pouco acima faço também men^ãflL * : 1 .;.- * 



96 BE 

%a branca , e sen iedem em cima. Barros Década IlL 
foi. 8o. 

♦ Beduín c^^jo Badaui. Homem rústico, que vive no 
campo. Ós Árabes Domésticos ^ que vivem nas Povoa- 
ções, chamão Beduins a todos os que vivem no campo. 

Com pouco fundamento , diz o P. Fr. Joáo dos San- 
tos na sua Ethiopia Oriental. L. V. cap. 17. que os 
Beduins sao pastores de gado , porque ainda que muitos 
destes o sejâo , o termo ne mais amplo , e comprehende 
todo o que nâo he da Cidade. 

E muito menos são os moradores da Ilha Socotorá 
como diz Joinville no seu Vocabulário. Tom. VIL e 
Bluteau segue o mesmo parecer. Vid. Tom. II. de wu 
Diccionario. Beduins^ são os Mouros y que t/ivem no 
interior da terra. Barros Década I. foi. 184. 

§ Beduin /^^ou Bdduin. Camponezes. Aldêa na Pro- 
víncia tfentre Douro e Minho ^ Arcebispado de Braga. 
Cardoso. 

Beitareins ^^fiJía^ Beitarín. Freguezia na Província d* 
entre Douro e Minho. Os Ferradores, (a) Deriva-se 
de ji^y^j taipara ferrar. Cborograpb. Portugueza. 

* Belauan {^\^ ^ Benâudn. Aldêa no Reino de Afri- 
ca, termo deTangere. Significa Aldêa do filho de re« 
petido. Nome daquella família. E porque estes Alçai-- 
des estavão em huma Aldêa forte chamada Belaudn. 
Damião de Góes. Cbronica d* El Rei D. Manoel. Part. 
IIL cap. y. pag. 377. 

§ Belazima x^y^ ^ Belad-bazima. Paiz destroçado. 
Nome de huma Aldêa na Beira , Bispado de Vizeu \ ê 
também de hum Lugar e Rio no Bispado de Coimbra. 
Cardoso. 

Bel- 



(41). Significa propriamente alveitaret, c o vcfbo, donde se derivai 
exercer a alveitaria ^ ou a arte vt terenaria. 



Beldkobqas èS\jò\é Bàldi^aca. (voz Pérsica) Hortaliça 
bem conhecida. 

^ BELEdULGERii> J^^JS^H.^31b BeUdeígerid. Região em 
Africa , antigamente chamada Nmnidia , ou Getulia ; e 
por ser abundante de; palmeiras os Geographos lhe dão 

i o nome de Dactylifera , que produz muitas tâmaras.* - 
He nome composto de aíL belad o paiz, ou região, 

' e de ^y^ girid as varas , ou ramosr da palmeira. Blu** 
teau traz este nome somente com a significação de va- 
ras, ou ramos seccos da pahneira, e não faz mensão do 
primeiro nome ^Slb belad o paíz. Vid- o mesmo Tonu 
II. pag. 123. 

BfiLEGuiKS ^L Baleguin. O official inferior de justiça, 

. que prende; vulgarmente quadrilheiro, ou esbirro. De- 
riva-se do verbo 4L balaga ^ que na IL Conjugação 
signi£ca trazer^ acompanhar, guiar, lançar mão a ai-* 

fjem. 
^ ELEauiNS ^jHj Belaguu Cbanelas mouriscas. Acha* 
, Se este nome na primeira carta d*ElRei D. Affonso III., 

- pela qual absolveo os Monges de Alcobaça da obriga- 
ção que tinhão de dar aos Reis de Portugal hum par de 
Borzeguins, ou huns Beleguii^ á sua escolha. Liv. L 

- dasdmçSes ipaig. 30. '^ 
f Benabecete j^Lm»^ ^enehbbaci. Porta da Cidade 
\ áe Marrocó$.*'Tompu o come de, huma grande Mes- 
. quita, que está fora dos. muros, da dita Cidade, dedica- 
da a Benabbas. Tambein lhe chamão a Mesquita de 
y*,UjiH ^ju^ Cidi Elabbas. Nuno à^ Ataíde , com os Xe^ 
quês assèntdrão de hir primeiro atacar iãarro^os fe^ 
la porta chamUda de Benabecete. D^miío de Góes. 

. Chronica d^ElRei D. Manoel. Part. III. cap. 74. pag. 

. Também he nome do CastcUo que está na VilJalde 
Aícobaça defronte do Mosteiro. Vid. M(marck Lusit^ 

N Jom. 



5* BK 

Tom. II. cap. 28. mg. J75:. da doação qac ElRçi TX 
AfFonso Henriques fez áquelle Mosteiro. 
( BfiHALBgRGTOS f^i^ ^^^ Benaíbargax. Apdlido d* 
familia senhora da<^iielia terra. Nome de huma Fre^e- 
zia na Província do Alem-Tejo , Terrao de Erora* Na 
Cidade de Rebate em os estados de Marrocos ha huma 
d^s suas m^is distinctas familias com este apdlido* 

* Beka MAQUAR^i^iiu ç^^ BtH' tHcxuéir. Nomc de famí- 
lia. Os descendentes do aconselhado. Saquearão todas 
as Aldêas até a Serra de Tanger e , e a que faz ros-- 
to contra Benamaçuar. Damião de Góes. Cbroniea à^ 
El Rei D. Manoel. Part. IIL cap. 75. pag. 426. 

1^ BfiiiA MIRA ^y^\ ^ Ben amira.s^omt de huma fàmt« 
lia de Africa. Os descendentes da Princeza. Na hata-' 
lha morrerão alguns dos de Alibentafnf^ em que en^ 

" trou o Xeque dos de Benamira. Damião de Góes. Chro^ 
nica d^ElRei D. Manoel. Part. IIL cap. 51. pag. 380. 

^ Benami^a í(^ ^^^ Benârmta. Nome de familia. Os 
primos* Mandou o Alntacadem dois Mouras ãcpdz^ 
para saber onde estava Alheila (o Arraial) de Be-- 
fktmita. í)amiÍo de Gocs» CAranica d^EJRei D. Ma^ 

^ nòeí^ Part. IV. cap* 4. pag. y^j* 

* Bbnanifa aíaJci. ^^w Benhanífa. Nome de huma ferai- 
íia de Africa. Os da fartiilia dehanifa. Tomado o deS'- 

* P6^ Iheposerao o fogo ^ e dsmais Alàêas até a de 
^ Benamfa. Dàmiâa deGoos. Cbronica d^ElRei I>. Ma^ 
'. noei. Part. HL cap; TJ* pag* 4a6» 

Bwasafawm ^^jrt^Uiwt qw Benassaharin. Freguezia na 
. Reino, dp Algarve, TernKi deLajps. Significa a dos 

feiíiceiro?.^ Deriva-se do verbo ^.^cu.» sabara encantar^ 

enfeitiçar. Diccionari$ de Cardjosa. 
Sengatel _Jj15 ^^ Bencatét. Aldêa na Pt-ovincia da 

Alem-Tejo , Arcebispada de Évora. Significa Aldêa do 
t filho do maeador. Deriva«-^ âoiverba jjS ca$ãía ma« 
.\Xdx. Qbara^rá$b^ Portuguesas 






^* BEfícATfiL _3iu ^^j Ben^Cáhl. Filho do matador. 
Freguezia , Quinta , ê Ribeirií deste nome no Termo de 
Villa Viçoza. I.ê-se na historia do Conde da Ericeira , 
que entre o povo desta Villa corria â tradicção, que o 
i,^ Duque de Bragança, que entrasse na dita quinta 
deixaria de ser Duque; e que tendo entrado D.João IV.; 
por isso (Jcixára de o ser , por ter sido acciamado Rei. ' 

§ Bbnfarbas y*»1^/^j Benfíirras. Filho do caralleiro. 
Nome de huma Aidêa no Reino do Algarve. Cardoso. 

* Benamet ó>.^ç^j4 Bendhmed^ Nome de huma família 
na Província deDucala , Reino de Marrocos. Pêro de 
Menezes determinou correr o campo de Benamet. Da- 
mião de Góes. Chronica d*ElRei D. Manoel. Part. IV. 
cap. 49. pag. 5^4. 

♦ Bbnge, ou Bebengi g,Xj Bepgi. Herva salutifera. O» 

Latinos lhe chamão ApoUinaria. Vid. Pharmacopea. 
Tom. I. pag. 75*, e Avie. cap. 20. pag. 84. 

Berberes ^^ Barèar. São os habitadores de Berbéria. 
Deriva-se de ^ harron. O campo , dezerto. &c. 

Bertel _jj^ Barrtéll. Aldêa na Provinda da Beira, 
Bispado do Porto. He composto de y harr o campo , 
e de j3 téll o outeiro , e vem a ser , campo do outehro. 
Cborograpb. Portuguesa. 

Bbrtarovga ^i^jioy^ Barrtaruca. Freguezia na Província 
da Beira , Bispado de Lamego. Campo trilhado , ou fre- 
quentado. Còorograph. Portugueza. 

Betuaria iuyjC^Aj Beitbaria. Freguezia na Província da 
Estremadura, Patriarcado de Lisboa. He composto de 
Cka^^ heit a casa , e de x»^ barria o campo. Casa do 
campo. Cborograpb. Portugueza. 

Bezua», pçdra Bezuar^U^^L Badzabar. (voz Pérsi- 
ca) ^e 'pedra contra o veneno. He nome composto de 
aU bdd a pedra , e de ^U^ zabar o veneno. O P. Ben- 
to Pereira na sua Prosódia lhe dá a significação de Re- 

N 2 gi^ 



^\[^'^*^¥ 



loo Br 

. gha nsenéni. Junto d Cidade^ ia luma Serra , e neJ-^ 
la se crião certos animaes em cujo bucho se acha a 

. pedra chamada bazar , ou bezuar \ muito estimada 
dos Persas , pçr ter virtude contra o veneno. Itinerá- 
rio de António Tenreiro, cap. 3. pag. 361. 

§ Bibe t_^. yj Bib. (voz Africana) Ave de arribação de 
côr negra*, coliar branco, ecom popa. Delias appare- 
cem muitas no inverno nas nossas Provindas 4o Sul. 

§ Bisnaga ^Uaw Bastina^. Herva bem conhecida. Cat^ 

de vozes Castelhanas. 

§ Bizarria s^Jl^j Bexaria. Elegância , gentileza , garbo^ 

. E com outras bizarrias e soberba , de que aquella 
barbara nação usa. Couto , Dec. VI. Liv. L 

BoFAKiNHEiRo *U^^ Bulhenna. Os Castelhanos o pro- 
nunciâo Bohenero. Covarruvias deriva este nome Cas- 
telhano Bohenero, e diz, que vem da voz Bufos, que 
erão huns toucados, que antigamente se usa vão em Hes- 
panha: Porém se nós attender-mos aos costunaes , e idio- 
tismo dos Árabes, veríamos, que não significa outra 
cousa , senão o vendedor de Alfena^ ou Alhenna ; pri- 

. meiramente pelo quotidiano uso que lhe dão, servindo 
de enfeite ás mulheres, raparigas, e crianças i e pela 
outra parte , que o npme ^ Bu denota propriedade , 
occupação , ou posse de alguma cousa ; como também 

:'.ás vezes se toma por, qui qua quod. Donde se coUige, 
qjae pela frequência de audar apregoando ( como he seu 
costume ) Alfenna , Alfenna , lhe chamão Buhenna , don- 
de os Castelhanos tomarão o nome Buhenero, enós Bo- 
farinheiro. Veja-se a nota sobre o nome yj bu t yA ahu 
no principio desta obra. 

§ Bolota ^^ Ballúta. Fructo das azinheiras, e dos 

\ carvalhos. 

§ Bonito Ck^^^ Bainito. Nome de peixe. 

♦ BoiíN ,.^Bonn. O grão do café, isto he, antes de 
^^' ser 



í^ 



B o lot 

, Icfiorrado. Vid. Pbarmacopea Tuhalen. Tom. I. pag. 

BoRNi ^\^ Barram. Espécie de Falcão mais agil , e for- 
. te. y\à. Origem da Lingua Portugueza. por Duarte 

Nunes. 
§ Botija ^\^ Batia. Vaso bojudo com boca estreita. » 
Bringei^a Ij!^cXj Badanjan. ( voz corrupta do Pérsico ) 
(jj^^ Bakenjan. Frueto de huma planta, de horta 
bem conhecido. Diz Bluteau no II. Tomo de seu Dic- 
cionario pag. 107. que segundo alguns Authores, as 
' Bringelas , são huma espécie de Mandragoras , quando 
estas são espécie muito diíFerente , e que não servem se- 
não para o cheiro , e vista , e verdadeiramente^ são me- 
loensinhos de cheiro , a que os Árabes chamão x«Uã 
xammamey cousa cheirosa; os Africanos lhe dão o no- 
me de ç^\ ^j Batech ennabi^ mel6es do Profeta. Os 
• Hebreos lhe' chamão Dodaim. Vid. Gen. CXXX., e 
aquellas se comem guizadas de muitos modos. No mes- 
mo Tomo, e pagina diz Bluteau, que segundo Diogo 
de Urrea se deriva o nome Bringelas , de ^ j^ hadan 
O corpo, e de /.^U. j^^ cousa maligna, ou diabólica 

Klos máos humores que causão a quem as come. 
)RAX cJ,^ Borac[. Os Persas lhe chamão ^^^ borad. 
Espécie de Nitro. Vid. Avie. cap. 3. pag. J9.'Ha ou- 
tra espécie de Bórax r chamado Kebuli que ^^j^ he 
huma semente, e serve para purgar a fleuma , e mata as 
lombrigas.. Vid. o mesmo Ãvicena cap. 30. pa§. no. 

BuFOARiA ^J^y, Bubauana. Lugar na Província dà 
Estretoadiíra , Patriarcado de Lisboa y termo de Alem- 
quer. Compoem-se de Bu ^^ pai, e de ^^^j^^ bauaria ^ 
a cândida , vem a ser , Lugar do pai da Cândida , no- 

^ me da sua possuidora. Cardoso. 

§ Buço _JLJu Bocúlo. A primeira barba que nasce ao& 

rapazes. Deriva-se do verbo Jju Bacala. Vestir o sem-- 

blante de penugem. 

• ^ § Bua 



$ Bvz ^^ Èus. Beijo , Oscula. A i^o alíudè 6 Adáflo : 
Foi-se sem Cbuz , nem Buz. Elucidário. Tom. I. pag» 
217. 

§ Buxo ^ ^p« Certa qualidade de páo bem conhe- 
cido. 

* BuziDAK (o^«xj/^ Suziddn. Raife de huma herva que 
nasce na índia , vulgarmente chamada testículos de Ra- 
poza. Avie. cap. 95'. pag, iio. 



c 



Aba aa)u£> Ci^i^. Cenáculo , ou casa quadrada. 
Este nome tendo artigo , significa o Templo de Mec- 
ca , por ser fabricado de forma quadrada. Derivasse do 
verbo «.^.jmiâ, caabá fazer alguma cousa em quadro, ou 
quadrada* Bluteàu. 

* Èava, ou Caba ^^^«5 Cdhba. Mulher má, adultera. 
Deriva-se do verbo ^ ^^ cahdba viver á maneira de 
mulher pública , ou ter vida dissoluta. Derão este no» 
me á filha do Conde Julião pelos motivos, que se po- 
dem ver em Brito, Barros , Monarquia Lusitana, e ou- 
tros. Os grandes y e públicos pecçados ^ acabarão de 
encher a medida da sua condemnaçâo ^ que a força 
feita d Cava filha do Conde "Julião. Barros. Década 
I. pag. I. 

§ Cabaia XjUT Cabaia. Tecido de seda, fabricado na 
índia. O Rei tem mandado fazer para aquellas pes- 
soas, que lhe assistem y humas vestiduras de seda, 
que lhe chamão Cabaia. Barr. Dec. II. 

§ Cabana SuU* Cabbana. BarraCa , choupana. 

Cabidela a^xaT Quebdía. (Termo de Cozinha) espécie 
de guizado ^ que se faz dos miúdos das ayeSile peniia, 

par- 



CA i^ 

. particularmente dos Perus* Os Árabes lhe chamão Ã>«>x^^ 
. auibâia , guizado feito das entranhas , isto he , moela , 

^ado, e forçara de qualquer rez. Deriya-se da voz ^ 

quebdón o fígado. 
* Cabildà, otr Cabila aXaíS Cahila. Pova de huma Pro- 
- vincia , oa Tribu governado por hum Chefe. As cabi- 

las são próprias dos Árabes do campo ; cada huma he 
' governada por hum Xeque a quem obedecem; porém 
. todas tem sugeiçáo ào B^ei , e a quem pagão tributo. 

Deriva-se do verbo JuJ cabeia ^ que. na III. Conju- 

' gaçSo significa receber o governo, ser digno da eleição 

&c. Barros y Liv. J. Dec. I. fl. 19. 
CACStA íXjkÉ& Caciia. Villa no Reino do Algarve, ter<« 

mo de Tavira. Significa , pastagem do gado. Chorog. 
Cacew Saht^Iaqobb Cacem. ^^Js Cdcem. Villa na Pro- 

• irincia do Aíem-Tejo, Arcebièpado de Evorâ. He no- 
nje próprio de homem de quem a terra tonlou o íiome. 
Significa o que divide, ou repartidor. Partidpio do ver- 
bo mm cáçatna dividir, repartir. Cúrdeso^ 

TanSbem he nome de huma pequena Povoação na Pro- 
víncia da Estremadura , Patriarcado de Lisboa , no ca- 

• ininho de Maír a. Deriva-se do mesmo verbo , e signi- 
fica o mesmo , isto he , lugar de Cacem. 

Gacbmm ic^is Cateine. Aldêa na Província da Beira, 

• Kspadò de Coimbra^ He nome feminbo do ;roasculino 
antecedente , e deri.va-se do mesmo verbo ; de quem a 
tó-ra tomou o nome de Aldêa de Cacemes. Cborograph. 

CACfí |jma*»3 CacU. (voz Syriâéa caxixa) Titulo que se 
^é a todos os SaceVdotes Clrr^ístãòá do Oriente assim 
Gregos, Arménios, como Maronitas ;- e não aos Sacer^ 
áetes Mahometanos como trazem os nossos Authoresj 

^ porque nem .os Xurxos , nasx os Mouros iião semelhaui- 
te titulo aos seus Ministros da Lei: aos primeiros lhe 
diamão ^^ ^aicb yi^ kos segundos juii^ faquib. 

^. Ç^fi^ ^'pIí' CMh ^ Jiiã» Cíidi>..xp«9 V.^ct* ás yiía^ 



ia4 CA 

escripto) Titulo, que os Maliometános dio aos Mi<íis«^ 
tros, é Juizes Civis, que julgâo as causas por Sentença 
final. I>eriva-se do verbo ^ Cadd decretar, definir, 
sentencear, Bluteau. 

Cadima *^jJ Cadima. Freguczia na Provincia da Bei^ 
ra , Bispado de Coimbra* Significa cousa antiga. Cb(H 
rographia. 

§ Cadim ^jó* Cadim. Antigo velho. Aldéa na Provín- 
cia d*entre Douro e Minho, Arcebispado de Braga, 
Cardoso. 

§ Cadimo ^oS Cadimo. Ardiloso , Ladrão velho , e muj-» 

to exercitado. 
Cape «^ Cabue. Pequeno fructo de arvore, assaz co- 
nhecida, depois de torrado, e moido, he que este mo- 
me lhe compete. Vid. Pbarmacopea Tubalens. To* 
mo I. pag. 217. Antes de torrado chama-se ^^ Boan. 

Cáfila jJlíIs Quafela. Conjpanhia de mercadores , ou 
passageiros, que para maior segurança se ajuntâo e fa- 
zem jornada. Derivasse do verbo _3ij cdfala camir 
nhar com segurança. Por haver poucos dias , que os 
de Bukaba tomarão buma Cáfila que vinha de Çafim. 
Damião de Góes. Chronica d^ElRei D. Manoel. Part» 
IV. cap. 4. e Barros, Liv. I. cap. f. 

§ Cahiz, ou Cafiz ^AÍ5 Cafiz. Certa medida de grãoS; 
Havia Cahizes de i6 alqueires, e de 8. Elucidário. 
Tom. I. pag. 225'. 

Cafre y\á' Cafer. Infiel ^ incrédulo, homem sem Lei, 
nem Religiáo. Entre nóé , os Cafres , são os Gentios da 

' Cafraria. Deriva-se de jH Cafrofí^ o Dezerto, terra 
sem agua , nem herva. {à) ^ 

Ca- 



Ça) Os Mouros chamSo Cafres (ínãeís), tanto aos ChrístSos, como 
aos Judeos, e Gentios ; e por isso me parece não ter lugar a dirivação do 

ooflÉb ^ Ç^tfa dsmto^ mat síiK é>yeiba j&T ffifurg. Hio cm cia 



CA fOf 

CAn*AK ^^\_kiS Coftdn. ( voz Turca ) ▼eítido tahr , 

que os Orientaes trazem sobre os mais Ycstidosi e sò 
' se faz de seda , ou de tisso. 

Cairo %^\s Cahera. He o nome , que os Árabes ò&o i 
Cidade Metropoli do Egypto. Significa Augusta, ven- 
cedora. Deriva -se do véroo ^ cabara vencer, afli- 
gir , sugeitar. Bluteau. 

Cahera x^í»u Cahera. Aldêa no Reino deFéz, Termo 
de Larache. Significa o mesmo que o nome anteceden- 
te : Determinou D. João de Menezes correr huma 
Aldêa dentro da Serra ^ que se chama Cahera. Da- 
mião de Góes. Chronica d^ElRei D. Manoel. Part. !• 
cap. 9^. pag. 128. 

Caíd£ «jyi5 Caid€. São duas Aldéas do mesmo nome na 
Provinda d'entre Douro e Minho, Arcebispado de Bra- 
ga. Huma chamasse Caide d^ElRei. He nome femini- 

. no de j^U-5 Caidon. O Governador, ou Capitão, c 
vem a ser Aldêa da Capitoa , 00 da Governadora. Dic* 
cionarh Geograpb. do P. Cardoso. 

$ Calafats tsv^ Calafat. Olafate , homem què exer- 
cita este officio. 

Calahorra » JLI m)l> Calatelhorra. Cidade Episcopal no 
Reino de Aragão , sobre o rio Ebro. Hé non» com-' 
posto de jodS cald Fortaleza , e de «^ borra a livre. 
Vid. Geograpb. Nubiens. 

* Calaiatê ci,L! ijd3 Calataiate. Cidade da índia no 
Reino de Calecut. Compoem-se de jyjis cala Fortale- 
za, e de aiate ^^\^^\ as maravilhas. Fortakza das 

\ maravilhas. O que não fez o Xeque de Calaiatê. Da-^ 
mião de Góes. Chronica d^ElRei D. Manoel. Part. 
IV. cap. 80. pag. 590. 

5 Calaim ^jus Calaim^ Moeda da índia do valor de 
^' O 60 

Beoi, iif{a*k>, str iropio, kiaeduio, ou ingrato para cem p seu htwítU 
1^ 



, éo réis^ dt? fioísâ tttoe'da\ A m&tltá ^e akfiã c0r^e cta^ 

{^ ma-se Caiaim- EtWopia Oriental , Lir. U> cap* 8. O 
mesmo nome dão alli a cerra e^ecie de eMaobo mais fír 

; nov doqiíô o da Europa. ^ 

$ . Ca l AVCURr j W*r Caiandar^ ( voz Persiga V Homem 
despr^sador do mundo , <|ôe vive de esmolas , e veste 
somente roup.i de lâa. E foi-se Hadur par esse Indus-^ 

, tJ ff assim em tragede Calendar. Couto, Dec. V. 

Cal \tauu w>^ aJlj Calataiub^ Cidade de Hespanha 90 

. Reino de Aragam, He composta de juiU Fortaleza , 
t .de ^^^\ Aiáb Job » seu fundador. Fpf taleza de Job. 
íVid. Ge&grapI?. Nuhiens^ . - 

Calatrava ^\y!í\ t,^ Calat el terahan Cidade de Hes- 
panha na Castdla a nova ^ Reino de Toledo. Com-' 
pdeiá-se' de jujj cald Fortaleza , e de ^Sys Tersba^ a 
«erra. Fortaleza de renra. Foi asam chamada pelos 

* dois grandes outeirra de terra? <jtte tem aos seus iados. 
Geograpb. Nmbiem. ^a) 

Calecut c^í^s^ Caiacâtt. (.vOz Pérsica) Gdade na In- 
dia ,) significa , plantas <|uences. Foi assim chamada pe^ 
las grandes producções de especiaria que deliam aeeo- 
í IHem. Vid. CasteiL Tom. !• P^gr 4^4* 

^ Calha'o giU CõJído. Seijco» GjqUo. 

^/ Caufa jdblsL Chaiifa. Significa sua:essor Iwíreditario. 

He titulo de Dignidade suprema, tom poder ibsoluto 

cm todas as matérias <x>ncerrtentes á Religião, e gover-*^ 

. 60 politico. Os antigos Soberanos Árabes goaavão áes-- 

; te titulo, e ainda hoje os Reis de Marrocos; peio qual 

se fazem descendentes-, e successores do seu Profeta Le- 

^ gislador. Deriva-se do verbo 4^Li chdlafa ^ deixar 

de- 

i ^l i - 1 I ■> ! » I n • ■ ■ III , I II ■ n 

(a) O Cartaz chama-lhe ^j XidS CalaaUKMh, Fortaleza de lucro ^ 
ou interes<5e , porque o 2.^ nome deri va-se òo verbo ^ ♦ j lucrar , interes- 
iix\ O mesmo 2.'' nofne sendo a vogal da i.^ coft<oame'^s^ifiaa toao^^ 
OU cftbrieo^ vindo a ser fortaleza do mono, ou cabritoii * 



rc 4q3€>t5 de fí «uccçssor^ ou Wddrp. J?/:itf<4W, tMar- 

HàMEliO ,,jk*^ J^malofí,. {uoe Symca) Animal conhe- 

• ;CttkL Os Garegos dk^ca-íp Káiaelo^, leas m iwllxor çpi- 
nião, vem da voz Syriaca. 

G^mizh 0X44$ Csn0S0^. Twftica dç linho, que h tr^z por 
baixo dos mais vesticios. Faria íjtiçr, que seja palavra 

" PjuBiica; pGffém ella lic ^Cfii duvida Arábica; por is^ 
I50 Alcorão no cap. de José vem jnai^ dp buma vez, 

' Ora os <^odòs vâo consta , qw fossem a Arábia , nem 
. 'ps Mo\3Tos a levarão de Hespanha , ppis ainda a nSo ti- 

^ ;nbão invadido i logo , jae certp que a deixarão em.Bor- 
tugal quando a possuirão. 

§ Ganpjêm ,J^ti*>^ Candii. Eludã^ÍQ. Tqvçl^ !• fag, 
232. 

OiNGiii ^.Jlh^ Çanãil. Limpada ; donde /n(^$4erÍYam9B 
o nome candêa. 

% <^N£ãz \y,h:S ^àndif. (voz Persiç^) Certos ceir&s fe>- 
tos de íaUj»B <te palmeira , cack Imm dos quacs leva 20 
alqueires. Recolhe<hse em €a4s Aimaxem Âa Fmtã' 
le%à àous mil Canais de am^s. Côuto , Dec. VI. liit. 
IX. cap. 6. 

% Caiíibo 4yjs <^mn^. LinJio cânhamo, Ef te encontrJ- 
- me assim ^escripto repetid* yetzíes n^s Dec» de ÍSarroe* 

Ca* A \_AÍ- Ca^a. ( voz Fersica ) O opote, ou capa, Hes- 

§ Ca^rameÍíoí ]^^t^ ^CúTfi^obaJia. 15oce bem oontó- 
" -eido.* H€ composto do nottíè iy Xhrà esfera , e de íÍ^c^^ 

* Mãballa. «Gousa doce; Qyr.^^wit-^i Qãsulbanus^'^ 
Caravana ^^y^:^ Carauan. ( voz Pérsica ) Huma co- 
_ mitiva de gente, de mercadores, viandantes, ou Pere- 

grinos, que para maior segurança vao juntos. 

-. >w«a ^ JEstalagetn ; <m afíosento j oiade Sfi r^colhiwi) íispaj^ 
sageiros. CojBfo«*fie o^^^suomti de ^^^5^ cúmuem^ 

O 2 * CO- 



io8 CA 

comitiva, ou viandantes, e de (s^y** farai a casa, ev 
aposento; quer dizer, casa onde se recolhem os passa« 

feiros. Junto d Cidade passa bum rio ^ ao pé do qual 
a kuma caravançara. Itinerário de António Tenrei- 
ro, pag. 366. 

$ Cahcajada *^í^ Cabacaba. Risada immoderada, des^^ 
composta. Cat. de vozes Cast. 

§ Carcarbjar ^^ Carcará. Carcarejar a galinha, ou 
outra ave. Golio. 

Caria ^^ Caria. AIdéa na Provincia d^entre Douro e 
Minho, Arcebispado de Braga. Significa, Villa, Al* 
;dêa , Povoação &c. Os Hebreos também dizem quiria. 
Todas as mais Aldêas , e Lugares com este nome si- 
gnificao o mesmo. Vid. Diccfonario Geograpbk do F^ 
António Cardoso , e a Choro gr apb. Portug. 

Cariofhyllo ^Jájjs CoronfoL Cravo da índia. Os Fran* 
cezes. Girofle. 

Carmim ^A^yB Carmim, (a) A graã de que se fez a côir 
vermelha.' Os Hebreos lhe chamâo queJmez^ Vid. Avi^ 
cena Livr. I. cap. 389. pag. 138. 

Carmezim çí^jS Carmezi^ A c6r encarnada, muito vi- 
va , e dá lustro ás mais cores. 

CARNACHtDE lUJiJt i^^ Cameocatt. Lugar na Província 
da Estremadura, Patriarcado de Lisboa. Significa pon^ 
ta, ou corno da ovelha. Compoem-sede ^^ carn. a 
ponta , e de gL-á xdte a ovelha. Carduso. 

Garnide saj^ Carniet. Lugar Jia Província da Estrema^ 
dura,, Pétdarcado de Lisboa. Conjuncta á outra,, vizi- 
nha de ouica Povoação. Deriva-se do verbo ^^^ cd- 



O*) Pbfftuadò-me que o nome Girmím 59 deriva dbnome Alabico-y«jÍ 
^mcrm* ,, que dignifica graã>; e com tanta, mak razio, por nãp se eiKOiii»^ 
mm o nome f^^^^ Cai^núm noa diocionarios Arabiosb 



CA ^^ 

rana unir , ajuntar htttna cousa á outra. Cherograpl 

» Portuguesa e Diccionario de Cardoso. 

$ Carnota ^^ ^jS Carnoata* Lado , ou ponta da pia- 
nice. Nome de hum lugar no Termo da Castanheira 
na Província da Estremadura. Cardoso. 

Garrada Carraça, e Carrapato ^^\jS Cardda. Inse- 
cto que se mette nos cães , e animaes. Os Árabes não 
fazem distincçâo entre as carraças, e carrapatos, ainda, 
que sejão de differentes espécies. Eieriva-se do verbo ^yf 
cavada criar, ou produzir carrapatos. 

Cártamo ^b^ Cartamon. Assafroa, planta, cuja se- 
mente he purgativa. Vid. Pbarmacopea TubaL 

§ Cartaz ^^jS Cartaz. Salvoconducto. Moraes. 

§ Caspa íuas* Hasseba. Caspa da cabeça. ^ 

* Cata ^ Cam. Espécie de ave de arribação, que se 
cria na Arábia. Ainda que muitos dizem que taes aves 
não as ha. Vid. Goll. pag. 1943. Bluteau. Tom. II. 
pag. 203. t Avicen. L. I. cap. 180. pag 12 r. 

♦ Catar ^ Catar. Quantidade de bestas de carga , que 
os Almocreves costumão ter, a que chamão recova, ou 
recua. Deriva-se do verbo ji^ catara guiar muitas 
bestas prezas humas ás outras , levar pela arriata. Kà 
nesta terra muitos recoveiros : Tem cada bum sete , 
quatorze^ ou vinte e buma bestas \ a cada sete lhe 
chamão catar que quer dizer recova ; e dizem ^ be 
recoveiro de hum , ou mais Catares. Itinerário de Aa- 
tonio Tenreiro, pag. 378. 

* Catel ,Jôte> Catei. ( voz Pérsica ) Na lingoa dos 
rústicos daquella Nação he cadeira, ou assento de ma- 
deira. El Rei lhe acenou ^ que chegasse para o catei ^ 
é o mjindou sentar. Damião de Gocs. Chrenica d^El^ 

• Rei D. Manoel. Part. I. c. 41. pag. 49. 
♦'Catuàl _j!y;âi Catual. (voz Pérsica) Dignidade, 

que corresponde á do Governador de h uma Praça, ou 
toviúezgi. Yiá. Cajulla. Tom* 1» pag. 440. 
/ ' S Ca- 



ff« .CA 

5 Catur j^3>í Gtftàr. (yoz Pérsica) EfebarcaçSa peque- 
na armada em guerra* Ordenou ^ qí$e se fosse s/>hre o 
- rio]^ e qme of Çaturis "vigiassem por ambàs os luãos,^ 
y Andrade. Cir. d'ElRei D. Jom III. Part. I. c^p. (Í6. 
Gazelas jJw Qa^^la. Lugar «a Provinda da Esrrefpa* 
. dura , Patriarcado de Li^o^. Significa Itigar da fiadora; 
f Derjva-se do verbo ^yí Gazala fiar. Cardoso. 
CJaparo tír,U.dff S^h^ri. Espécie de Falcão, seíiwHismte 
r a© Açor. BÍMteàu. 
Qafaro ^Sj\ á? gabaria. Cowa remota da gente, c^e, 

• tuçal , Jbravia. Sendo i^afan dòname de Christâo , suh' 
meteo seu entendiment<í em obsequio de Christo. Bar- 
ros. Década. I. cap. i. pag. 171. 

* Çafy , ou Çai^m J^^ Asjy. Praça no Rçíjk) xte Matv 
roços ^ Provinda de Duçala sobre oOoe^m) Atalaatií^ 

' CO. Foi sugeita á Coroa de Portaggl. He formiala de 

i i.dor. Significa dh^ minha dor ; jninha pena, ou Jastima. 

Veja-se a causa da Etymojogia deste nonae na X^eogra- 

c fb. Nuh. na descripção da Lusit. Ç^m a que os Moi^ 
ros chamão A%afi. Damião de Góes. Chronicu d^J^l-- 
Rei D. Manoel. Part. II. cap. i^. pag. 186. 
Cala »U^ Saldb. Oração, deprecaç^o-. D^iv^-^ do 
verbo i)U> sdlla orar, rezar, deprecar. 'Giaoio Trezes 
frequentâo os Ma^ometanos no dia este acto de fileli- 
gião ; a saber , ao romper da alva , a que diaraão ^^^^ y%^ 
oalatel sóbhi^ ÔrâçSo da madrugada. Ao mdb día^ e 
se charnaj ^Uíi 'i^^^ Sal atei dôhri ^ Oração do mei© 
dia. A's quatro da tarde, chamada ^\ 1%^ Salãtel as- 
ri j Oração da tarde ; ao Spl posto , a qye chamão 
^ .jVi iiUo Sãlat el megre^byrÇv^^o do. Sol posto; e 
as oito, ou nove da noite^ a que cliamao ^J;^\ ^'%e Sa-^ 
lar el âxé ^ Oração da^prvpa ^Jiqire. Não aponto nçsar 
lugar a ^Wírtpia :da .Ocaçíd nem as ceremooias por 
pertenc^^ á ouç^a ^materiia. ^Stfkem^òo fico n» qm ^^a- 

vâo^ 



•ftfjRínr líairgikr dd Im^a^ e faSerti' % ^aiUi f Damião 'de 
\<}qq%: .Cí^imipa. ^Et^Rdi^D^ Mafti>^l.'^tx. H. capi >i. 

* Cala ben cala ll^ ^ lU» Saléh ben saléh. Notne 

* *j)rOrp?ia tíie Ífcfrtfeití/Signíffci^bjusto fi^ do Jwtcr. pb-^ 
'^^rivai-s€^^ do^ v#rS(y Jt J j^^/^íí^/í , sfer justo ;, perfeito y ooin- 



'' íll. cap. 75^. pa^^, 426: 

f C^ALOYOVpi'^ ' Çíí/^/íií?- ÇalatiílOj homem na tuteai 'de 

' -Çaté, Cidàdef marittma da Maoritariia , donde creio' que 
5e deriva o dito nome cm razão de alguns dos seus na- 

'bitante^tertm^indo talvez povoar os subúrbios de Lis- 
boa. . '*-i' 

Çanefa ^AÀMé Sanifa. Peça do cortinado que se atrâ>í^s« 

- ssa íio altt) da pm^tada , e chégàt dê 'hunva peritó sf o#tta'j 
' GOfetuiti^ ser de seda, leiíço «c.»..., ^ 1 . : 

* C^AkoTsrà ^^.4S<f»*»ix*.( vo» Chaldaiça ) sdmnita a 

- andorinha , '£/»í^/aí/Á - ^^ > ^-^ >v.t .< v 
CJapato CLijkm SáfítfM. O càJçado^ qifeaf gehfe*fa2^ nos 

* pés, DcrÍYâ-se do verbo cuJ, sdpata c^çxK } ]\ 

* CJakato c-JÍj^ Sarfafõ. fcariíbiador ,"'00* pertimíâdor 
de dinheiro.^ Nummulaf 10. í)erivà-se do* yertjb c«J^ 
çdrafa trocar, cambiar hurà dinheifb' por oiitro. Na 

' Cidaàe ha muitos y^ e mui ricos meVt adores , emuitoí 
çardfos/lúíi^tàrio de António Tenreiro, cap. t. pág, 

349- , , ;^ ," " ^ \ '^ 

§ ÍJarama^o ^^JsyééSarmaeo. Rabão siivtfstre, / 

* Ceifadin ^jJI ijLjç^-^Cèifaddifí. Nome próprio, é com- 
posto de ^AM. Çeifz espa^da, e de ^^o^ -D/^ à Reli- 
giâo., espada* 4a Religião, ^e eUe, aepofr^do Rei Cei^ 

' fadrn ser morto ^ aievatttara esfe^ qUe agora gover^ 
na. Gommentar. de AíFonso d*Albuquerque. Tom. IV. 
Parr- l^\ <2^P»' 3^* P^g* 171- • 

j^ CfiiFAK ^^ Ássafa. Ceifás^H' seara ^áo çstaiido ain- 
-. i .♦ da 



Ill CE 

da bem maílura. Na Província do AIcm-Tgo j>ròiniii-i» 
. ciâo este nome com menos corrupção, dizendo actí-- 

far. 
Cbife cJUm- 0?(/>. Rio na Província da Beii^, Bispaflo 
. de Lamego* -Significa espada. Cborúgrapb. E ribeira 

na Estremadura. Cardoso. 
Celga, ou Acelqa c_JiU Ce/ri&ir, Hortalice conheci-* 

da. 
CÉLIB& ^jXm Çalim. Aldêa na Província d^entrc Douro e 
lAinho , Arcebispado de Braga. He denominada pelo 
nome de seu possuidor. Significa salvado, livrado. Í)/r- 
cionario do P. Cardoso. 
Cemide »3^{4^ Cemide. Aldêa na Província. da Beira, Bis- 
pado de Coimbra. Significa a flor da farinha. Cardo-' 

• so. 

* Cbramb jutjuiN Çarame. Lugar sombrio, e ameno. De- 
riva-se do verbo ^y^ çarama cortar ramos para fazer 
buma cabana, ou cobrir algum lugar. Foi kvado até 
o cerame^ onde estava o Rei^ em lugar sombrio fó^ 
ra da P^^^dò^ no qual vai passar o verão ^ coma 
nós o fazemos nas quintas. Damião de Góes. Cbroni^ 

. ca 4* El Rei D. Manoel. Part. L cap. y8. pag. 96. 

§ Cerome ^w Salabame. Esp^ie de capa , de que mui- 

, to usão os Mouros. Elucidário. Tom. L pag. 261. 

Ceroulas ^\^ym Serudl. Espécie de calçai, por outro 
nome menores. Deriva-se do verbo de 4 letras _Jj^ 
sdrauala vestir ceroulas. Os Persas dizem ^1^^ xe^ 
rual. He voz Arábica , e não Castelhana Çaraguelas , 

. nem Grega Sarabala como diz Bluteau no II. Tom* 
do seu Diccicnario. pag. 25*2. 

5 Chab ANDAR jò^ xU Cbah-bandar. (voz Pérsica ) Se- 
nhor do porto. Os autbores desta informação forão a 
Cbabandar de Gozar ate ^ e o filho de bum poderoso 
Ldo de Malaca. Damião de Góes. Cbr. d^ElRei D. 
Manoel^ Part. IlL ctp* %. 

Ckaj- 



CB iij 

Çhafawz j^Jíá XMarigté (vof Affiwfta) F«mc de 
agua cora bica , ou .sem eUa. {a) 

CHAQd^ {jaB<& Xaga. ( vez .Bec&ka ) Còrtadura, £eridt^ o4 
nascida*. Vid. Castello. Dicclon. IhpU^glúSo. 

Chíumar VBriõ fg^Xamnuí. (roz Hebraica) /víi»í^ chaí» 
mar, ou Doincar algutm por^u nome. Era Árabe ísi- 
gnifica o mesmo, só mudada a letra x por^s Ji^mw^; 
donde derlvão a voz ^ ésmono nome^ e por isso po« 
de derivar-^e d© Árabe ^^^^ Sairima. 

Chai^ovca ^^ Xanouc/i. Aldéa na Província do Alan>* 
Tejo , x\rcebispado de Évora* A íbrca. Derivasse do 
Tcrbo (_jijtó xanacã pendurar pelo pescoço, enforcar., 
Chorograph. Portugueza. 

* Chauabe \jy^ Cahrah. /(voz Pertíca ) O Alambre. 
Vid. Castèílo Dtecimnrw firshp], e Heptitgiúto ^ â 
Pbarmacop. Tubal. Tom. I. pag. Ç3. 

Oharquezas Myà Xarquidt. Nojne pátrio, cousa Orieo-r 
tal. Derivado de cjtó ^^To^n Oriente. J£ mandou r»- 
tràr khg» eito das suas Damas Gbarqueis>as df Na^ 
ção , mui bem concertadas , e honestas^ Godinho. Via-* 
gem da índia. Livr. III. cap. 12. pag. 146. 

§ Charqupzes ^^j^aS^ Cbarquin. Orientaes. FaíloU a 

dous Mouros da sua taza muito determinados^ que 
erão Cbarquezes. Couto, pec VIL, Liv. IX., cap. 4. 

§ Cha vicA iálxà Cbabeca. A rede de pescar , e de caçar. 
He também b nome de hu^ija Aldêa no Algarve. C^* 
doso. 

( Chedoa XiXã C&^^//^. Adversidade, angustia, aflicçâo. 
Nome de duas Aldeãs na Província de Traz-os-Montes , 
Arcebispado de Braga , de outra na Província da Beira , 

P Bi^ 

(jtt) He engano dirivar o nome chafariz do supposto Arábico Xacari^c 
o qual'Senáo enconjUra :no8 diccionariofc; e por isso creio que se deriva do 
tiome ^jj^ S^hrigè y <[\\M6 signi^a depozito de a^oa, ou tanqqe. 



114 C H 

Bispado de Leiria , e de huraa Serra , que começa em 

Cascaes, e acaba em Monte-junto. Cardoso. 
$ Chifarotb KyL& Cbofrat. Cutelio, ou folha de espada« 

GoUOy Menisque* 
$ Chifra syL& Chofra. Raspador. He o nome de hum 

ferro, com que os livreiros ^ e os correeiros desbastão 
. os couros. 
CnrTA Ca^ Chit. (voz Pérsica) Pannoda índia pintado 

de matiz, bem usual, e conhecido entre nós. 
§ Choça ^uaai Gossa. Cabana dos pastores, e dos guar« 

dadores dos meloaes , e das vinhas. Golio. 
§ Chorro y^ Garro. Chorro de agoa. Nasce do verba 

yL Garra correr a agoa com ruido. 
§ Choutar )oyà Xauta. Andar a besta de chouto. 
§ Chouto fc^ Xauto. O chouto do cavallo. Golio , e a 

Abulfeda. 
CiD 0^ Sid. Senhor. Titulo de honra. Deriva-se do ver^ 

bo ^Uí sada dominar , senhorear , governar. 

* CiD MoMBARAQUE ^^u^ j,A>y. Síd Mobaraque. Nome 
próprio. He composto de Í^uh sid Senhor e de »á^U^ 
Mobaraque abençoado, ou bento. Deriva-se do verbo 
^U baraca abençoar. Acodirão logo dois Capitães 
poderosos ^ chamados Umicão , e Cid Mombaraque. 
Damião de Góes. Chronica d^ElRei D. Manoel. Part. 
IV. cap. 104. pag. 124. 

CiDE %^Km Saide. Nome feminino do masculino antece- 
dente. 'He lugar na Provincia da Beira, Bispado de 

* Coimbra. Lugar da Senhora. Chorograpbia Portugue^ 
%a. 

§ CiPA ijuU* Qaifa. Área sutil ) fina. Afor^^/. 

§ Cifra «^ Sefra. Nota Arithemetica. Golio ^ Menis^ 
que , e outros. - 

Ciranda %òòym Saranda. Instrumento de pedreiros de 
que se servem para cirandar a caliça miudaé Ha ciran- 
da de junco com arco á feição de peneira com que ci- 

ran- 



CO 115' 

Yandâó a câl branca pára guarnecerem as paredes. De- 
riva-se do verbo ^jm sarada encadear, enlaçar, tecer 
hu má cousa com outra. 

* Copos cjy Coffcn. ( roz Pérsica ) Espécie de escudos 
de couro dobrado , de que usao os soldados na Pérsia. 
Trazem buns escudos a que cbamSo cofos. Itinerário 
de António Tenreiro. Trazem huns escudos feitos dé 
seda^ e algodão a que cbamão cvfos ^ muito fortes que 
ús não passa nenhuma frecha. O mesmo António Ten- 
reiro, cap. I. pag. 359. e Castello. Tom. !!• pag. 
1780. 

Coifa tÁ^& Coufa. (voz Hebraica cofé) Espécie de co- 
bertura da cabeça á maneira de rede* 

* CojB ^^sfi<jã Ccfje. (voz Turca) {à) corresponde ao no- 
me Latino prator. El Rei de Calecut , mandou fazer 
bum Castella de madeira por conselho de Co/e Aly. 
Damião de Góes. Chronica d^ElRei D. Manoel. Vzvt. 
I. cap. 91. pag. 119. ' 

§ CoLHADOíXS CoJlato. Outeiro, Cabeço. do moiite, Jkf^- 
raes. , ; 

§ Colmeal j^sxlt c^J^Í Coarmennaba^l. He nçme com- 
posto de ^y Cuar cortiços , da propozição ^ Men 
de , e de ^^^x» Nahal Abelhas , isto he , cortiços de 

j abelhas. Os Hespanhoes pronunciâo este noçue com me- 
nos corrupção , porque dizem colmenal. 

§ CoLOCASiA ^ji-lidS Colcas. A colocasia , ou fava do Egyr 

pto. 

§ CoLotos fc^jLai Gcllot. Kome de huma tribu de Ára- 
bes, que habita nos campos de Alcer-quibir. Chr. d^ 
ElReíD. João 11. , cap.^ jg. 

GuMiNHos (^^34.^ Cammfín.^ Espécie, ou qualidade de 

P 2 es- 



fú) Gollío diz sçr a voz Petííca ^iía^^^^•Ga^^aja', e assim á prcnuncião 
também os Tincpj e, Mouros em Afg«l «""JTuncs. 



/ 



íré CO 

especiaria bem cúâhedda. DerÍTa-«e de Hebraico^ C/- 
mân. 

§ CooMA si^^ Cumãé Valor, compensação. Todas as 
coémas e penas àestts soutos se repartem por esta 
gaysa. Foros de S. Martinho de Mouros nos inéditos 
da Academia , pag, 5^51^0. 

GoPA, E Copo u-*>S) CWj^* (toz Pérsica) Ingtez a eup. 
A copa , se pdde tomar era dois sentidos ; o primeiro , 
pela casa onde se trabal)»ao , e se preparão as conservas 
de doces &c, O segundo, pelos vasos, e mais serviço 
da mesa , seja prata , ou louça. No Testamenta d*El- 
Rei D. AfFbnso Henricjues, e D. Sancho L e outros 
vem repetidas veies este nome et meam copam auri^ 
et argenti &c Vid. Mmarch^ Lusit. Tom. IV, pag. 
yii. 

$ Copa ;a9 Cohha. Pequeno Qp02«nta^ ou ca^sa. Cat, de 
roozes ÚasteUkMfpos. 

* CoPTi JajS Copti. Unguento copti isto he Egypçiaco. 

Vid. ifharmacopea Tuhahnse. Tom. I. pag, 8y. 

* CoPTos, ou CoPHTos u>j Coptt. f OVO , ou Nação 
assim chamada naturaí do Egypto. Castélh. 

§ CpRCHA k^àS Caxra. Cortiça. He a casca exterior que 
se tira daá sovereiras. 

* CoRQi Baxi ^i^ t^y^ Corgi Bao6u (voíz: Turca) Di- 
gnidade que corresponde á de Capitão General da Tro- 
pa. E voltando-se para o Princepe , e o Corgi Baxi\ 
que mais estima &c. Godinha Jornada da India^ 

Liv. III. cap* 12, pag. 144. 
Córdova M jUfcji Cortobant. O couro do bode, ou da 
cabra cortído. Os Árabes , deriváo este nome da Cida- 
de de Córdova, a que charaão *xU^' Cortoba y jpor st 
fabricarem primeiro nftquella Cida<kj á imitação dos- 
Marroquins, por se fabricarem em Marrocos-, e vem a 

ser Cordovense, e pela corrupjão do vocábulo secha* 

mao 



CO ^ xa7 

mão cordovão, isto he s6 trocada a letra py por 4I ^ c o 
h por ly Castelh. 

§ CoTAMA a^txT Catama. Cousa, occulta. Aldéâ na Pro^ 
Tinem d'enire Douro* e Minho, Arcebiapad© de Braga. 
Cardoso. 

% <^EA ^í^ Çatab. Eirado, varanda. 

t Coirlo ^^M Cetnm. He o pcHo fino , que se tira^ do 
panno de linho, raspando-a CQn> huma faca, 00 que se 
ajunta ao pé dos teares , e a lanugem que cobre o pece- 
go, marmello, &c. Este vocábulo com o artigo j| Al. 
ou sem elle significa propriam^te o Algodão. 

§ Coto ^W Catáo. Cotos das mãos, pés, ou azas. Go- 
lio. 

CoTONiA *AJjaS Cotnía. Panoo da índia tecido de algodão. 

CoTONiA í^lasj? Cotnía. Marmelo Pbarmacopea. Vid. 
Tora. I. pag. 85^. 

Cotjços ^ Qau^on. Fr^guezia na Província da Estrema- 
dura,, Teimo de Thomar. Significa Arco. Deriva-^ 
do verbo ^u C4ç,a extendier o arco. Cardoso. 

Cuba ^ Coba. ViUa no Bispado de Beja. Significa Tor- 
rinha.* Cborograpbia Portugueza. Mappa de Portu- 
gal &c. 

CvBEBAs iir; i^f=^ Cubába. Eispecie de semente aromática,, 
e medicinal , semelhante á pimenta , e por ser muito 
quente, os Médicos Orientaes , lhe chamao ^^<íí^ - _ ^^ 
hjabbd êriits ^ sçmeníe dos nqivos. Avk. cap. 154. pag, 

§ Cus ^^f Cuz. Jarro, taça. Constellação. Vqz Astro- 
nómica. Bento Ptretra. 

§ Cubo .^_y^f Cubo. Pipote para acarretar, ou tirar agoa. 
Golio. 

§ (^UMAQRE / *^t- Çotnmaq. Arbusto muito usado nas 
tintas , e cortumes. 

§ (^ubkAo fíj^ Sorratm, Bolsa d« couro ^ de que usap 

os 



V 



ii8 CU 

os pastores , e em que se traz o dinheiro , e 6 ouro cm 

pó. 
Cuscus ^t>mS> Coscus. Certa comida de todo o pova 

de Africa , feita de farinha. Em Portugal he conheci- 
da. Bluteau. 
^ Cyphi (_v^ Ceif. Espécie de perfume fortificanfe* 

Também significa Trocisco aromático. Pbarmacopeot 

Tubalense. Tom. I. pag. 89. 



D 



§ mJ a d o ôò Daddo. Dado de jogar. Golh. 

§ Dainaca iyíljuA'2)/?/Wr^. Espécie de embarcação, em 
que se navega no rio Tigre em Babilónia. Sobre a mi^ 
nha viagem me concertei com o Deriaqueiro por 900 
reis. Godinho , Viagem da índia por terra até Por-- 
tugal^ cap. 17. pag. looo* 

Damasco í^Jxá^:^ Damesque. (voz Pérsica) Espécie de 
seda , que se tece na índia , Itália , Castella , e outros 
paizes occ. 

* Dêbul _J^ja Debul. Tisicà , chaga no bofe : Item , tris- 
teza, disgráça^ infortúnio, calamidade. Avie. cap. 2. 
pag. 26. 

§ Debuxar gu^ Dabaja. Formar, ornar, abrir estam- 
pa. Golio. , 

§ Debuxo ^La Debajo. 

§ Dbgeb , ,^1^ Jadeb. Arrebatador* A sua corrupção 

está em ántepor-se a 2.* syllaba á 1/ Nome de hum rio 
no Termo de Évora. Cardoso. 

§ Deneb 4-^i Daneb. (voz Astronómica.) Cauda Eçr 

treN 



DE 119 

tfella da 2/ grandeza na Cauda de Cysne. Bento Pe^ 
reirã. 

* DfiRBE ..^s Darbe. Caminho, ou beco entre duas pa- 
redes. Fomos aposentados na judiaria em huma rua 
chamada Derbe. Jeronymo de Mendonça. Jornada de 
África. Lívr. 11. cap. 16. pag. 131. 

§ Derme ^j:^ Derhem* Moeda de prata do valor de 80 
réis da nossa moeda. A moeda mais corrente no JVr- 
tão be o sal , que tudo be de pedra : bd pedaços depal^ 
mo^ e de trez dedos de largo , que vale bum dermes 
Couto , Dec. VII. cap. 7. 

* Dervixe, b Dervis ^^^^ Daruixe. (voz Pérsica) Po* 
bre, mendigo, despresador do mundo. Os Dervixes, 
são certos Mahometanos, que estão espalhados por to- 
da a Ásia. Correspondem quasi aos nossos Ermitães: 
vivem solitários , e sustentão-se de esmolas que pedem , 
andão vestidos de pelles de ovelha, todos rapados, até 
as mesmas barbas (contra o costume dos Mahometa- 
nos) para maior desprezo seu. Na Índia ^ tem domici- 
lio certo, e vivem em Communidade á maneira de Re-^ 
ligiosos. Godinho , Bluteau , e outros. 

§ DiAFA iJiL^â Diafa. Banquete, convite. He a comida, 
ou aquilloque se dá aos trabalhadores de mais do seu 
jornal no fim de qualquer trabalho. Moraes. 

§ Dinheiro ^Uja Dinaro. Nome genérico de toda a moe- 
da corrente. G/7/tf. 

§ Dique l^aA Daique. Lugar estreito, apertado , com- 

Êrimido. Golio , Gigeo , e outros. 
)iVAN ç^\yj^ Divan. Concelho, Senado, Tribunal^ 
onde se ajuntão os Ministros de Estado. Na Corte de 
Constantinopla , he o Tribunal , onde o Gram Vizir , 
com os mais Ministros do Império se ajuntão para con- 
ferir sobre qualquer negocio do Estado. Divan , tam- 
I bem significa, o raesmo acto do concelho, e o despa- 
cho^ que nelle se dá, isto he a mesma consulta. Em 

ai- 



aio DO 

alguma terras mâri rimas o Diváii Jie a.casa^ onde se 
despachâo as Fazendas e mercadorias , e se cobrão os E>i* 
reitos Reaes , á maneira da6 nossas Alfandegas ; doncf^ 
os Italianos deduzeni o noEie Dogana, e Ooana, 9 os 
Francezcs la Douatié. Deriva-se do verbo ^^u dana ^ 
qut na IL G)njiigaçâo significa, colligír escdptos, es- 
crever , ou fazer memoria de tudo o que se passa. 

§ Dobadoura %j\^^ D^uúra. Couza que anda á roda. Ga- 
lio. 

§ Dobar ^^b I>auar. Andar ao redor , em girow G^io , 
Minisque. 

t DaoaMAw ^^U^y? Torgeman. Interprete. Ot q«e igno- 
râo a lingoa Arábica assim Ihechároão; etamJiem Tru« 
cfaeman ^ dragmano , turcimão , turj^imão , &c. 

DvRASios ^\j^ Dwraqutno. Espécie, ou qtialidade de 



E 



Bano, ou Evano ^oz Hebraica hehnim ) Ma- 
deira de certas arvores , que se cria na índia , e Ethyot- 
pia. He negra , muito dura , e pezada, Castello. 

* Ebenabeci ^LjaII /^ Benela bbaci. Do filho do Ab- 
baci. He o nôiiie do Castello , que está defronte do Mos- 
teiro de Alcobaça , de que Dom Sancho o I, fez doa- 

fão perpetua ao dito Mosteiro , como se vê na Escrip. 
I. do TonfK) IV. Monãrcb. Lusit. onde se acha es- 
cppto AbenoAeci. 

* Ejw2he gdft Eigu Novo convertido , renegado , Prose- 
Jyta. Deriva-se do verbo ^ âieja passar de hima 

Re- 



E L J2I. 

- ' Religião para outfâ. Os Arc/ilmziirvs de cavallo , que 
regia Abmet Letaba , Elcbe Genuez. Jeronymo de 
Mendon^SL^ Jorf^ada de Africa. Livr. II. cap. ijr. 
pag. 123. da perda d'ElRei D. Sebastião. Também he 
nome de huma Ribeira no termo de Thomar. Choro* 
graph. Portugueza. 

Elexir ^^-feS\ Alacsir. A quinta essência. Castello. 

Ema ^U3 Neâma. E não Heama como escreve Duarte 
Nunes. He ave de extraordinária grandeza. Posto que 
o P. Eusébio Niesimberg, na sua historia natural , diz, 
que a criação destas aves he na Ilha Maluco, e Cjama- 
tra, com tudo, a meu ver, he mais abundante no de- 
zerto.de Zara ^ ou Sahara^ na Província da Lybia, 
não muito distante da Cidade de Fez, pelo grande lu- 
cro, que os moradores daquella Cidade tirão da com- 
pra das pennas destas aves, que os de Zara trazem pa- 

, ra vender. 

A criação das referidas aves no dezerto , he cousa 

, maravilhosa ao dizer dos Árabes \ pois nunca p6em 
mais que 20 ovos, e estes em dois lugares 5 porém huns 
perto dos outros. Quando thega o tempo de chocarem 
cobrem somente dez, e os outros dez os enterrao em 
arêa j chegando o tempo de tirar , descobrem os que es- 
tão enterrados na arêa, e com o bico os quebrão todos, 
e os deixão apodrecer, e criar bixos, para nelles terem 
os filhos que comer em quanto são pequenos. 

Em Marrocos, Fez, e Maquines, ha grande quanti- 
dade de Emas ; porém não fazem criação , mas osMóu^ 
ros depois de terem juntos alguns ovos, os enterrão em 
huma esterqueira, qtie com o calor, passado o tempo 

• necessário tirão j e então os crião como os pintos dos 
perus, outras vezes os comem, e de ordinário, meohi- 
dos com manteiga ; e quando isto acontece nunCa ós quei 
brãp ; mas .fazera-lhes hum furo por onde deve escorrer 
o que tem dentro, ficando as cascas inteiras para as da- 
rem, ou venderem. 

Ct § Ema- 



§ EM^Mo ^uí Emamâ. Prelado, Ministro, que preside 
á oração aos Mohammetanos. Pôr haver em cada mes^ 
quita bum dvs principaes sacerdotes ^ aquém cbamaa 
Em amo. Barr. Dec. I. Liv. III. cap. 2. 

Endívia xjjjla Hondeba. Chicória , hortaliça. He voz Ará- 
bica não' obstante, que a deriva Bluteau do Italiano, • 
diz, que estes a tomarão dos Castelhanos. Veja-se LêOu-^ 
renço Francio%ini no seu vocabulário Italiano, e Cas- 
telhano, que a deriva do Arábico. 

§ Enxaqveca igyià Xaquka. Dor de enxaqueca. Colio. 

§ Ekxiravia ijjiys^ Jauareba. Socos , escarpins. Em 
todos os casos , em que alguma mulher for condemna* 
da for alcoviteira ^ e não haja de morrer ^ ou hir de-- 
gradada para o Brazil ^ tra^a sempre polainas ^ ou 
enxiravias. Ordenação do Reino , Liv. V. tit. ja. ver- 
so 6. ' 

§ Enxovia iy^Là. Xauia. Nome de huma Província da 
JMauritariia^^proxima a Salé, c Rebate. Com grande ris^ 
coseuforão esp ar certos Jíduare^s de mouros da En-^ 
xovia. Chr. dTElRei D. Joto II. cap. 27. 

1^ Enxovios 4^^1Â Xauiin. Mouros naturaes da Provín- 
cia de Xauia! Vierão dos mouros , segimdo ho testi^ 
munbo dos Alfaqueques dez mil de cavallo , e ate no^ 
venta mil de pé dos Enxovios. Chr. dIEíRei D. Duar- 
te cap. ^6. 

Escarlate o^^ Scarlat. (voz Pérsica) Paniio encara 
joado , que da mesma côr tomou o nome. Castello. 

Espinafre ^\xm\ Fsfanecb. (voz Pérsica) Hortaliça co- 
nhecida. Alguns o derivão do Grego bárbaro. Sed ^ 
jírabicum^ & Gr^ct^m d Pérsico manasse. Gplfio. 

!pag« 101. 
g Estancar gax^) Esjtancd. Esta,nçar, vedar^ ou parar 

o s^gue , ou a agoa. Qçlio. 
§ Estopa í^í Estobba. O grosso do linho. Cotio. 



ͻJ 



I i u p i i|ipipp> 



§ Ju A q À M E 'U^ Hassan. Çavallo. Supplemento aa 
Tom. 11. da Elucidário ^ pag, 40, 

^. Faoia */>^ Feddia. Couza de prata, ou feita deste me* 
tal. He nome de certa moeda ^ que corre na índia, Azia, 
e Palestina do valor de vinte a vinte e cinco réis danos- 

' sa moeda* Ainda gastava por dia quarenta mil Fe- 
dias. Barr, Dec- IL cap< 9. 

f Falaca i_'^u Fãlaca. Instrumento com que segurão 
os pés, quando os Turcos no Oriente querem castigar 
algum delinquente com bastonadas, ou pancadas na so- 
la dos pés, D12 Bluteau , que o Falaca , he huma ta boa 
com dois furos em que se metem os pés do delinquen- 
te, e com hum páo , ou vergalho lhe dão até cem pan- 
cadas : porém o Falaca verdadeiramente he hum páiQ ro- 
liço do tamanho , e grossura de huma var^t de medif) 
lio meio da qual ha dois furoa, e entre hum, e outro, 
hum palmo de distancia , e por elles se pasçg huma cor- 
dinha com dois nós ii9s pontas, para não encapar, de ja- 
neira, que fica fa^epdo hviip bpl§p, pu laço; por opde 

. faaem metter os péç dp rép. O mçdo de dar este ça-stji^ 
go , he da maneira seguinte. Eçt^ndo p criminpsb senta- 
do no çhãp, ç pspés qi^ttidos iuol^o, pegão dois QfSir 
ciaes de Justiça nas pontas da vara , e levantão-a para 
cima , enrolando a uorda para segurar ps pés; çpcp és%gi 
^cção, fica o Bois^avçl deitado de costas, e os pés le- 
vantados; outro Official com vara de marmeleiro' da 
, grossura de huma ppllêgada Jhe dá ^ cincqenta , até cem , 
ou mais paiK:ada& aa W^ idos. pé«t í^^iui ^ ^is^uçiãò ò 

QLz íe- 



n4 FA 

levão para a prizâo , e o curão com vinagre , e sal , fi- 
cando na prizão até que se cure. 

Esta casta de castigo/ que os nossos Européos cha-^ 
mSo bastonadas, só aos Christãos, ejudeos do paiz o 
dão , quando não são sentenciados á morte. Já os Afri- 
canos usão de outro modo de dar bastonadas, e vem a 
ser y o que se sentencêa a ellas , he suspenso por quatro 
Mouros pelas mãos , e pés , e com a barriga para baixo 

. . lhe dão com hum páo da grossura de hum^ t>engala nas 
costas, pernas, e assento,, ou com hum flagelo entran-- 
Çado de corrêas de couro crú. (a) . 

Faleta *dLi Faleta. Freguezia na Província da Beira; 
Bispado da Guarda, Significa Escapada. Deriva-se do 
verbo c.)3 falata ^ soltar , largar , deixar , escapar > 
Cborographia Portuguez^a. 

Falbtia *,.vau Faltia. Lúg^r na Província da EstremajT 
dura, termo de Ourem, Significa a Solta, desatada do 
verbo uiJli falata soltar , largar , deixar hir &c. 

§, Falir ^J^J Afalla* Falir, destituir-se de bens. Golio^ 

Falua ^^ Faluça. Eínbarcação pequena de remos, De- 

" riva-se do verbo é)3 falaqna , correr com vehemen- 
cia , cortar as ondas com a carreira. 

% Fanío ^ Fanmn. Nome de certa moeda da índia 

do valor de 25 réis da nossa moeda. Que ElRei de 
Calecut daria toda a pimenta , que houvesse no reina 
pelo preço de ^zf anões y que 12 valem hum Parddo^ 
Chr. diElRei D. João III, Part. III, cap, 71. 

§ FànfarrXo^U^ F arfar on. Homem falJador com ex- 
cesso, e de cabeça leve. Golio. 

§ Fanhozo . ^í Ahhanno. O que falia pelo nariz. Go- 

ho. 
* Faqitir jSi Faquir. O pobre. Entre os Mahometanos 
, significa penitente pobre, Deriva-se do verbo yU faca^ 



9 



CO Os Africanoi tambcm;U^ «Igumâs vezes da údaca. 



PA i25r 

riy que na VIII. Conjugaçáo, Significa', cahir em po- 
breza , indigência , e necessidade. Pêro de Menezes , 
determinou correr o campo de Faquir. Damião de 
Gpes. Obronica d* El Rei D. Manoel. Part. IV. cap. 

49- pag. Í40- (^) . 

§ Faraó g^u Fareaon. Presidio, refugio, gente de soc- 
corro e referva. Assim se chamava a Cidade de Faro. 
Tomada a Cidade de Faraó aos Mouros , El Rei D. 
Affonso 111. fez doarão de todos os berdamentos , que . 
Abuzala , governador daquella Cidade , tinha em to^ 
do o Algarve y assim ellCy como sua piulher Zaforo^ 
na a Esteves Annes seu Chanceler Mor. Chr. d^El- 
Rei D. Affbnso 111. por Rui de Pina, cap. ii. pag. 
a2. Na Cnr, d'ElRei. D. Affonso V. pelo mesmo auT 
thor cap. 139, se acha o mesmo nome escripto da ma« 
neira seguinte : Faaraó. 

§ Fabdo Aji Fardo. Fardo, ou costal de qualquer cou- 
sa. GoliOy e outros. 

♦ Fares ^^U Fares. Nome próprio, ainda que appella^ 
tivo. O cavalleiro. Deriva-se de ^^ fards o cavallo. 
O Xeque de Xarquia mandou seu Irmão Muley Fa^ 
res a Portugal y com hum prezente a ElRei D. Ma^ 
noely e hum recado de obediência. Damião de Góes» 
Chronica &c. Part. IV. cap. ^9. pag. ^^^ 

Fareja juçu^ Fareija. Freguezia na Província d^eotre 
Douro e Minho , Arcebispado de Braga. Significa o 
prazer. Deriva-se do verbo ^ far aj a y ter gosto, pra- 
zer, alivio. Cborographia. 

5 Farfalhar jí^ Farfar. Dizer mal , amotinar ^ ser 

; muito fallador. Golio. ' 

Farrejal JU;^ Farreai. Lugar na Provinda da Eç- 

CO Alguns sãbíosL o doutores Mobammetanos usáo na tarm das suat 
*cartas do nome Alfaquir no, sentido de desprezador db mundo, e das suias 
. íiquizas. - 



íi6 F A 

tremadura , termo de Leiria* He nome compoato da ^ 
farr a fugida, e de ju^ rejal os hoiWM. A Fugida 
dos homens^ 

$ FartaIc ^^ Fsridq. Povo da Arabca , «ugcito a EI- 
Rei de Caxem. Pedio-lbe que tomasse a guãrda rf#- 
quella cidade por sua centa e de seus dous filhos com 
trezientos Fartakes. Couto , Dec. VI. Lif . 11. cap« 9. 

pASQtjtA ju^vm.5 Faschia. Sarrafo de madeira, ou taboa 
serrada em tiras. Deriva-se do verbo ^^ fasacba ra- 
char, dividir, abrir pelo meio. 

Fatia m Fatta. Pedaço de pão cortado com faca. De- 
riva-se do verbo c:^ fatta cortar, partir, migar pão 
para a sppa# 

• Fátima t^M Fatema. Nome próprio de mulher. \m^ 

far na Província da Estremadiu-a ^ Bispado de Leiria* 
le nome de buma Moura Senhora de Ourem , que de» 
pois de baptizada se chamou Ouriana , e casou com Gon- 
çalo Henriques, homem celebre daquelle Secubem Ar^ 
mas , e Poesia. Vid. Ásia Fortugue^a. Tom. III. Part# 
III. cap, 6. : E de outra Fátima Moura , giie foi capti- 
vada na invasSo , que os Portuguezes fizerao na maqru- 
jada do dia de S. João na Villa de Alcácer do Sal. 
''id. Chronica de Cister. Tora. I. Livr. VI. cap, i. 
^g. 713. 

♦^Fjen ^ Fann. Modo, Doctrina, Tractado, Secção, 
parte de huma obra. He o titulo qiie Avicena dá a qual- 
quer Tractado da sua obra. Vid. Bento Pereira^ spbre 
este nome ^ na letra F. Gol lio , e Castello. 

% Fistico uJCíUmí Fostaco. ' Fistico , espécie de pinião* 

S Fofo cJULí Eofafo. Fofo, Leve. Golio. 

Folques l-aIí Falque. Freguezia na Província da Beira, 
Bispado de Coimbra. Significa pivisãp. Deriva-sp do 
vérbp v3í f^iaca dividir pelo meiot Óforograpk , 

» FormXo ^u^ Formdn. (voz Turca) Decreto^ Qm»- 

ta 



ga( 
Vi 



ta Regíâ , Diptôma* E nós deu hum forniSo para nos 
darem as cousas necessárias. Godinho, Viagem dn 
índia. Lm. IIL cap. ii. pag. \/^t. 

£ FoRBAii ^ Farra. Forrar o vestido. Gêli^ 

$ FoHRAK^^ Harrara. Dar liberdade, carta de alfor- 
ria. 

$ FoRTiTOA jcJ^ji Tartuna. Este nome ^xMt os Africa- 
nos significa temporal , ou borrasca do mar. Alguns dos 
fiossos escriptores tem usado delíe no mesmo sentido , 
como se vé no seguinte exemplo: Ehi < Lages) recolheo 
El Rei o Conde de Odemira^ e o Almirante y donde^ 
contra o conselba de têdí^los PiUlos t mursantes par^ 
tio com assaz fortuna de tempo. Chr. d*EiRei D* Af- 
fonso V* cap. 148. 

* FoTA AÍ9^ Futah. Tecido de lá , ou de algodão , e se- 
da com listas , do tamanho e feitio de huma ciiua. Os 
Orientaes a trazem enrolada na cabeça por Turbante^ 
outros a trazem^ no pescoço com as pontas cahidas para 
baixo por causa do frio. Os Nobres trazem Fotas mt 
cabefa com cadilhos de seda. Damião de Coes, Cbro^ 
nica d" El Rei D. Manoel. Part. L cap. 38. 

FbanoXo -^^ Farruje. (voz corrupta) O fVangão , gál- 
io pequeno. Ná Pharmacopêa acha-se çscripto sem çor^ 
rnpção Farrugi. Tomo I. pag. 97. 

♦^Frawobs ^i^ Frangi. Nome genérico, que denota to- 
das as Nações Euroféas ; porém em particular os Fran- 
cezes. A origem deste nome , teve seu principio ò^^de 
, gxie S» JLuiz Rei de França fez a guerra aos Egypciqs^ 
e èqou prisioneiro* Desde aquelle tempo ficarão com o 
uome de Franges, outros lhe chamâo Francos. Vid. 
Çastdl. T<m* h ,pag. ^4- Senk§r,t¥. nSo tÃm hm 
ce^seíh$ em qwrtr g^err)í &om os Franges^ JConapuant. 
jde Afib0SOdd'Albuque¥que. Tomo I. cap. 13. pag. fo. 

f^iíLANO #o^i Foi^n». Pronome, *qi|e se accommoda a 
todo p g^iero de fessoa^^ assim c^mo; h^im ea^^ ou tal 



xa8 FU 

sugeito. Os Hebreos dizem floni^ que significa o mes- 
mo. 

FuLUZ ^^ Fuluz. Nome plural de ^ felson hum fu- 

luz. Pequena moeda de cobre sem cunho , nem sarrilha , 
corresponde aos nossos reaes de cobre , porém entre oz 
Árabes vale meio real, demodo, quehum vintém, tem 
. quarenu fuluzes. Deriva-se de \^ falaça cahir em 
pobreza , ou estar coberto de escamas como o peixe ; 
donde derivão também o nome Feluz escamas de peixe 
por serem os fuluzes semelhantes a ellas. CasUllo. 



G 

§ vjr A B A K yj^ Cabbar. Exaltar, engrandecer. C?^ 
lio. 

§ GabXo ^Uc Abaon. Gabão, capote com mangas, e ca- 
puz. Golto. 

§ Gabela jJUS? Quebala. Tributo, imposto. Golio. 

t. Gado Ui Ganáo. Riquezas , bens. Dá-se este nome col- 
lectivo aos animaes, que se crião pascendo, para lavQu- 
ra , serviço, ou sustento. Os HespanhoeS pronuncião es*^ 
te nome com menos corrupção, dizendo: ganado\ ena 
Andaluzia o pronuncia o vulgo sem corrupção, porgue 
diz igafído. 

* Gafar ^ Gafar. Pequeno tributo, que os Christãos, 
e Judeos do Oriente pagão aos Turcos debaixo de cujo 
dominio vivem. Duas qualidades de tributo ha naqúel- 
le paiz, hum he certo, e annual, outro he accidenlal. 
O primeiro, he pago de seis em seis mezesr, e he de 
três modos , e quantidades : os mais ricos pagão hmna 

. moeda de ourp por cabeça de varão em cada- anno , fe 
esta em dois pagamentos; os remediados^ pagão três 
:. - ' ^ * ' quar- 



GA m* 

' qiiartinliofe , et)s mais pobres deaSçseis toSttíes. O segun- 
do tributo, he pago nas estradas, isto he na passagem 

. de qualqiíer ponte á imitação da Barca de Sacavém, 
Cada passageiro paga 25 , ou trinta reis da nossa moe- 
da, eisto succede rodas asTezes que passarem por qual- 
quer ponte. Deriva-se do verbo ^íí gafara perdoar , 
remii", expiar á culpa, ou o crime. Chegamos a huma 
casa feita de màieira^ em que estai) ao huns Mou^ 
r^s , que arrecadavao o gafar dos passageiros. Itine- 
rário de António Tenreiro, cap. 46. pag. 388* 

§ Gafeba, ou Gafeira giiip Cafd. Certa moléstia quô 
acomette os pés do gado. Golio. Daqui nasce o nome 
Gafarias^ de que trata a.Ord. do Reino. Liv, I. tit. 
62 § 66. 

§ Gaifaens (^juU Gaifin. Medrosos. Assim sé çhanja a 
Freguezia de is, Miguel , Bispado do Porto. Cardoso^ 

§ Gala aX> Helía. Vestido rico. Golio. > 

§ Galan jLi Galam. Namorado, libidinoso. Cot. dê 

' vo^es Castelhanas. - , 

§ GaliXo ^^^U Galiun. ( voz Turca ) Náo de àx9B 
pontes., ou de mais. 

§ Galiota ii^£ Galiuta. ( voz Turca ) Embarcação 
de vella e remos muito usada pdòs Mouros para corso. 

^§ Ganar ^k Gania. Ganhar, utilizar. Elucidário. Tota^ 

I. pag. ÍJ2. \^ 

^ Ganhar ^i Gana. Lucrar, perceber utilidade. GoítOj 

é outros. 
§ GÁN30 Ui Giíííi^. Utilidade , proveito. Goliò. 
♦ Garabia 'i^yí Garhia. Cousa Occideptal. Deriva-se,de 

CH>£ ^é^rbQn. O Oçcidente. He nome de huma Cabila 
^ na Provinda de Ducála, era assim chamada, por estar 

situada na parte Occidental da dita Provincia. Ccmpu- 
. nha-se esta Cabila de cem Aduar«, ou Povoaç6(2s, nas 

quaes havia mil homens de cavallo , é vinte mil de pé* 
-. Pflfíavâo de tributo a ElRei D. ManoeL todos os.annoi 



mil cargas de ccrmefo entre trigo , c ceirada l ^ir quatra 

cava lios. Vid. J Cbr$nica d^ mtrmo ReL Captroa* 

' pio hum das princJpaes Xeqtttf da Xarquia ^e^a w»- 

derio s^s da Garahiít , f «^ ãnàãvão Maquelte tempo 

tmwertã cõm elhs. Damiáo de Qw^ Cbrúnica iP 

EiRti D. Maneei. Parti. IV. cap. 40. 

* GaxRei» ^,^ GarbUn. Os naturics da Prorincia deGar-» 

' Wa. EUgo se Ibe offèreceo octasiâõ de doh Garbis de 

Íutz. Damião de Coes* Chranka d^ElRti IX Manoel. 
Wt. W. cap; 4j; pag. 5^3 1. ^ 

Gakrama ,^yM Gariímu Nome Y6ÚaX de ^^ gãrams 
|3aígar o tributa Gairama , ou DerratiT4i ^ he a mesmo 
que tributo^ ou finita que se põem ao fC^Ay^ 
§ Garupa s^í^ Goraba. Garupa do cavallo, oatameHo» 

Golm 
Gasxo, u CdtSMí Animal domesncOé He vorz Ám<bica, 
não obstante o quererem :a(guiB)(;^ue^fiàja Ladua barbai* 

TQ-MttU<S. 

Gazela *5(^ Gazata. A corça , a^iimal scmelhaiite ao 
sfieadb porém mais ^eq^no.,^ tem as pontas àxm&é d 
sitio he abundante de gado vacum^ veados^ie£^a^4S^ 
, Bar<-o$^ i^ecaxia Hl. 

5 Oazmí ^^ Ga&ua. O acto de conyocar a giente pari 

« aguerra.j, que se^az>em defeza da BLeligiao. Xambent 

_ significa ém geral, qualquer expedição, e^correspondè 

-á nossa- Cruzada» Mandou os seus Alfaquis apregoar 

' gazua contra os Tortuguezes. Brito; Cmrmica deCis^ 

ter^ Toro, I. pag. 1 20. 
Gazu . Também he nome de huma fbnte no termo dj 
^ Villa de Vil leia Comarca de Coimbra. Significa ajun- 
tamento da Tropa, ou do Exercito. E ão VuHe bont 
até dar na Fonte da gazuá. Monarch» Lusit. Tènu 
II. pag. 350, esctiptura -da venda que o Mouro Ma- 
homed filho de Abdervaiimá» Í&l ao >^btode deiior- 

trc 



. trr Doirrcr e Minho, Arcebispado de Braga; Significa 
o6 doia montes. Deriva^^e de _i^r- jabalion o monte. 

* Gebel zocak ^\ -J^í^ Jabal zacar. O iscmte da 
. memoria, He nome -comíposio de ,,^}j^jaiéílo monte, 
' c de ^sS zaear a i»emoria, a lembrança, E parsara 

}t(nt0 allhd de Gtbel%0€ar huma hora antex do iol 
posto. Comm, de Aflfonsa de Albiuquerque. Tcwn. IV, 

^cap. 8. pag. 44. 

Gi^GELiM (nJ^J^ yolsielhn. Peqiiena semeate, e bem 

* conhecida àeqae « hz doce. Os Orfenraes, ddla ti- 
rão óleo como o da amêndoa , € se servem délíe para o 
tempero do comer. 

f Ge^irat %yj\s> Gezirat. Assim «e chamava a Cidafde 
de Babilónia , ( hoje Bagdad ). Tomou aque^Ile nome , 

Íue quer diwr Ilha , por estar situada entre osdous riog 
lufrates^, e Tigre. Ã G&zirat be ctrcada pelos doui 
rios. Barr. Dcc. IV. Liv. III. cap. f. 

GibXo jcAsfc. Jobbaton. Espécie de colete* Do^ira-^se de 
9<j^ "^ubbaton. 

CiBRALTAK j^Ub ^j^ Jãbaltarík. Praça forte ila bdca 
do estreito sobre o Miediterraneo. Tomou o nome da 
General. Tarik ben zarca (Tariq filho da A2ulada, 
appellido da sua família) que á instancia do. Conde Ju- 
lião , e por ordem de Muça Governador de Africa veio 
TÍ primeira Conquista de Hespanha , e como formasse 
seu exercito sobre este monte , lhe ficou o nome do dito 
General. He composto este nomtr dè ^^Sj^ jabdt o 

* monte , e de cJ,lfc Tarik nome do General , qtie por 
corrupção lhe tirarão a ultima sylaba ik e ficou-íe cha- 
tnando Gibaltarr , e pelofi Européos Gibaltar.^ Vid. Qtof 
grapb. Nuiiens0 

Os Mouros ás vezes ihe chamâo ^otíí —JUa. Jabal 

Elfatbí. O monte da victoria , ou da Conquista. So-» 
bre este ponto , pode-se ver o côp. 48. do Alcorão, dia- 
madoda victoria ^ pag. 65:9. cítijo principio o traíiem 

-Ra 08 



os Mâhometanos escrípto nos seus Estandartes, em fe- 
trás de ouro. Vid. O Prefacio da mesmo JJc9r&opor^ 
Marratio. . ^ 

* GiNDi ifouc». Gendi. Ò Soldado. Os Gindis na índia 
s sao como os nossos Soldados Auxiliares. Deriva-se do 
verbo oJl:^ janada ^ que na IL Conjugação, he ajun* 
tar , coUjgtr gente .para o exercito.* Castelh^ 

$ Ginguiz-Kan ^.^u^xacO:^ Gengíz-Kãn. (roz Pelica) 

* Rei dos Reis. H« nome de hum Soberano, nascido eny 
Deliun no anno de ii5'4 da era Cl^ístã, o qual con- 

. guistou a Tartaria , Mogol , Pérsia, e grande parte da 
Moscovia. Os Soberanos da Azia anterior arrc^áo a si 
este titulo paramaior grandeza , como se observa nasr> 
cartas, que escreverão a ElRei D. Manoel,, e a ElReí 
D. João III., impressas^ em 1789 pela Real Academia. 

^ Girafa MãSyg^ Jarr^fa^ oa jii}^^ Ta^rafoi. Animal as- 
sim çhaniado. Outros lhe chamao Camelopardat, por 
ter o pesscoço comprido ^ cabeça pequena , e pés altos ái 
semelhança do camelo. Tem o corpo mosqueado de va*- 

. ri^s cores. Vid.-. Geograph* . Nubiens. Descripçao ànà^ 
Africa , e João Leo^ Africano. . 

^' GifiKYKuvE ^^:J^\^ Zorafate. Espécie de Falcão mais ; 

, forte,, e bem feito que. os outros. Deriva-se de nome : 
/ i^^^^Zarifony bonito , bera parecido , elegante. J>es^ 
tasCahildaSy e lugares ^ pagavão o que lhes tocava 
soldo d livra > e mais quatro F.alcoes Girafaltes pri-^ 
mas. Damião de Góes. Chronica d^ El Rei í). Manoel^ . 
Part. III., C3p.. 14, Vid.: Duarte Nunes. ^ Faria ^ e ou^ 

.. tros. - 

ÇrGòLiLiiA ^ GòJla. Espécie de^prizão muito usada a 
bordo dbs navios para castigar os delinquentes., dr. de • 
vozçs Castelhanas. . 

ÇfOMiAiA^,^,^^ ovL.Sebla. aJU-^ Arma de arremesso , ou es- 
pécie de faca de mato. Mdel Numen tinha tratado a 
Pítrude Mama^ue^ o qual foi por dois negros mar-- 



GO tj, 

- . t& 4^ Çamfa'd4f. Godinho. Viagem de Africa pag: ^7. 
§ Goro _JJr^ Garcalo. Ovo goro* Cat. de vozes Cas^ 
, teibanas. 

Gota c:^^^ Qi^t. (voz Pérsica) Mplestia, ou mal, que 

accçmmette as mãos , e pés. Os Árabes lhe chamão 

^ «^pJI %^^ najaâ el meluk moléstia , ou mal dos Reis^ 

• Os Iiíglezés dizem 7hi Goute. Gastellò. 

GêàvSo u^1>i Gorabon. Vlllâ na Provinciá do Alem- 
Tejo , na Comarca do Campo de, Ourique*. Significa 
^ Corvo. Chorúgraph'. Portugueza:^ 
§ Gfi^^K %^Jy^jauareba. Soco , espécie dè calçado. Gre-- 

* bas^ ou grevas sâo botas, ou poíainas de ferra, de que- 
' se usava antigamente na guerra. Moraer. 

^ GuADALABiAR Juj s« ^V Uadelabiar^ Rio de Hespa* 
nha, que passa pôr Valença. He nome composto de :,\^ 
ládd rio ; do artigo ai e dp^U^r abiar os poços;; deri- 
vado do iSingufár^ biron o poço. Rio 'dos poços. Vid; 
Louf^enço Francizini. - 

GuADELCAcER j^! k\^ UadelcaçãT. Rio dó Paíacio. Eè- 
te rio passa pelo Viscondado de Córdova. Henomecom* 

' posto j como o antecedente. Vid;. Lourenço &c* 

GuADELERSE (^yJVôíj, Uodelôrse^ Rio no Reino de Gras- 
nada. Significa Rio das Bodas. Nome €ompostò.\ 

GuADEiJEjARA, ou GuADELXARA %JíàV:^\^ Uadelbejata. 
Cidade de- Castellá a Nova. ' Diocese de Toledo , e" rio 
do mesmo .nome. Significa Rio das pedras.. He com* 
posto de uad o rio, do artigo alédo nome plural jbe^ 
jjira ^s ^àv2is. Geograph. Nubiens^ 

GuADELHANAR^Ui» :^^adelfjindr. Rio no Reino de To- 
ledo. Significa Rio da Lanterna. He nome composto. 

. Vid. LourçnçQ Francizini. 

íGtTADELiiBDiNA juLiiXjr^fj Uade/medíMéi^ O Kk> àà^ Ci- 
dade: corre perto de Málaga. Vid. FoMb. de LoUreft^ 
fo &c. ^ • . 

SyADELQVEBiR^^jAâJUíj TJad$lqutbirj, O Rio Grande- 

Riop 



. Rio fRtaozOy. qoe' atravessa roáa a Andaltttik. íteao* 

• me composto^ Geog^apb. Niibienn 

GuADELUPE 4y*jJl ^\^ Uadelubh. Rio de Castella z Nc^a^ 
e VlIIa da aiestmo nome. He nome tma^oetOy e sjgitw 
fica: Rid daSeia Geograpbé J^mbiensí^ 

Q^Jkr>u»K.\^í^\^ Uadiama. Rio dt Hespmbt^ que de« 
pois de atravessar parte daquelle reino $e mete wi Por- 
tugal ) e vai desefnbocar ca Occeano. He composto à^ 
W4d rio de jJna nome do mesmo rio ; c i>âb de Gina- 
diana , couSa que se esconde como di^ o P* João Baptis- 
tfk de Cajstro no seu Mappa de Portuj;aI. A. letra G qua 
este, e mais nomes tem 00 principio, he de mais;, ppr- 
que òs Árabes o escrevem , e pronunciâo uéd e nio gwd. 
Açlia-se com menos corrupfáo era Duarte Gglvão. Qnrot^ 
niea d^BlRei D. Sancho o L pag. jí. odiana. {à), 

§: GuAi ^ Uai. Ai ! intergeição. Moraes. 

I Guarida» Gaurita, Gruta «^^ Guairata. Çrntz^ 
caverna, guarita para se recolherem os soldados. 

Guazil ^3 ou .J^j. í^^sj/r, ou uasit* Entre os Ara-t 
bes , se pôde tomar este nome em dois modos, ou signi- 
ficados. O primeiro, (segundo a proíitmcia AJvazir) 
Selo Ministro d'Estado, Conselheiro, que está ao lada 
o ReL- O segupdo ( Aluazil) aquelíe que adquire al- 
guma gra^ , Qu posto do Soberano : e segundo õ semi» 
do que lhe dio os nossos Authores ,. significa o Meiri- 
nho Mór. Na índia , e Pérsia , corresponde ao posto do 
Governador de buma Cidade. Oposto deAIgoadl^ cor- 
respondia antigamente em Portugal ao do Verea^dor da 
Camará. Vid. Monarcb. Lusit. Tom. VL pag. 43 1* 
Passados três dias^ mandou o Governador recado aâ 

■■ ■a 1 I , _ I i w i I l l Ill I - ■ _ ■ 

Çay Uísi^tradud^o. db hlstorf» Arábica da conquista da Htfapasha/ pdè 
iUcaí^ Abuça^Oi^ f^a fOtlX, ÍAiffHl de I^na, ^impiesHi enor híÍ9t 
se diz que a etymologia do nome deste rio he de ál^ Vad rio, • djfc ^uy.Li 
J:>àhé ovelha: &ia^ ovelha.^ jKr oonér n^aniamente isepoclhança^daortr 
lha. . . - * 



-^^iammbr^. ç»r w^i^m Ismatl hivià porèif>n eêm- 
tnuníMSSe o seu negocio com tile ^ e i^w ^Gm&íL 

IV. cáp. ia , ^ 

^ Cw-Kicp {&/ji Gaice^ Lúdd^, lama, barro. Na Afiftaí 
e Azia aiMfisio 4)arfo coot ipaHia , <te ^we fòPtínãó ado- 

, ífeès groasfis do tamanho de líielb akj4iei*e, e com dks , 
depois d^ ^^eoQils ^o soi , ediíkáo atf côz^s e iti waíha«. JS 
xom^ ús murros £rãò dt^Gu^itt ,, otfohur&sfiâ^H>ã4^ ^w- 
bebidos ,HH fnunoi. Gbr.^^ElRiei iX João JU*,\£áru 
Vil. , cap* ijt,. 

\ G«i&AR «^ Gwiãdíf. Conduzir. : 

Q\}tTk U^^CBaiM. fiad)âiiw ccwkJdHnlló teitii*Oi 0*1- 

ira>« dó irerbò y^j^ àbâfafa cô^er, domJe dfedbwtt o 

nome feU^f j^tbainte o Alfaiate. 
Cuil*AirRA » UaS ijW/if*^* Instí-umetíto ifiu^ico dexordas* 

QastellQ. V í 

'^ ^uSGvi j^^ ^orc&n. Páo, óu estaca de* feixo. Èluci^ 

dàrku Tom* ,IL pag. 27. 

''■'■ ^" ■':;■■:",'■'■, f 

§ JTJL a m e l 3.45^ Hamel. ( voz Astrt^rVM^wca-^i Gor- 
( iddio. 4fcsim> ]St ^hasta ro ^^gno idâ AIbíisI. Jitftfa Jòm&r 

* Hamet j^.^í Jbmet. Nome próprio de fiomem. O mais 
louvável. O queyendo o Alcaide Hamet Laros^ man^ 
dou alguns dos stus Cavalleiros. Damião de Coes. 
Cbronica d^ElRei D. Manoel. Part. IV. cap. 76. pag. 

§ Habmale y^js^ Harmal. A arruda silvestre. Herva,^ 
'\ com 



com que os Árabes se esfregão para afugentar os eipH 
ritos malignos. Moraes. • 

§ Haut ci>>2* ff^^* Peixe. O signo de Visc^. Bento Pe^ 

reira.^ He voz Astr. 
f Hégira y^^^ Hajra. A Época dos Màhometanos;^ 
. Teve seu principio na fugida de Mafoma da Cidade 
de Medina sua pátria, para á de Mecca sendo perse- 
/ guido pelos Corachitas seus parentes. Significa , fugida 
r ausência, sahida da pátria. Derivasse do verbo ^^^^^ 
., bajara^ deixar, repudiar, desamparar, retirar-se. ■ ' 
Seria útil dizer aqui o modo de ajustar a Época da 
Hégira , com a do nascimento de Jesus Ghristo ; porém 
ha tanta contrariedade entre os Authores a este respei-. 
• to^ que para tratar isto com exacção;, he presizo hum 
disctti^o mais dilatado- mas a opinião mais se^da^ 
he que a fuga de Mafoma foi em 622 de Christo* E 
quem.quizer sem trabalho ajustar aquellas duas Épocas, 
use das Taboas de Monsieur de X/anglet. 
^ HcxDAMO pUJâ© óddm0. Cousa grande , maioral. De- 
ííva-se do verbo ^^Jâc ãzema engrandecer, magnificai 
Cada Igreja tem seu Caciz^ a que chàmao Hodamo y 
o qual não serve mais que hum anno. Godinho. Via-- 

fem da índia. Livr. III. cap. ia pag. ijy. 
luED EL BARBAR jj^l^l^ Vad el barbar. Rio cauda- 
^ loso de Berbéria j íem seu nascimento no Moiíte Ata- 
las, e vai acabar no Mediterrâneo. Significa Rio Bar* 
barisíco , ou de Barberia. Vid. Vocabulário de Lour^n^ 
çè Francisiim. ] 

fírsopo (voz Hebraica azob.) Os Árabe» lhe chamã<í 
4^j^| Â^zqf. Herva assim chamada. Castello. > - 



^ír 



§ij A Cimo ^^ laumo. Dlà. Os mouros^ que nafoe^ 

gão no mar Roxo^ repartem a sua largura em tres& 
Jacini^s^ em cuja largura haver d trinta e seis bo^ 
rds. Barr. Dec. II. Liv. VIII. cap. i. 

§ Jaezar y^ yabheza. Preparar , ornar. Golio. 

Jaezes jL-^jj, Jebaze. Os arreios, e mais adornos de 
hum cavaílo. Deriva-se do verbo ^^ Jabazà , ador- 
nar , preparar , ornar. 

Jalepe , ou JxTLEPE (quc parece sier mais próprio.) ^^^s 
Golapa^ (voz Fersica) Termo Pharmaceutico. Bebida, 
composta de agua , e charope rozado. He composto de 
_jk^5 gul a rosa, e de ^í ap a agua, e faç, agua ro** 
zada , ou agua de rosas. Castello: 

§ Jales ^U Jales. Assentado. Freguezia em Traz-os- 
Montes , Termo de Villa Real. Cardoso. 

* Janizaro tfj A^s.:| Inquisario. (voz Turca) Signi* 
jBca nova Tropa, Esta qualidade de Tropa , teve seu 
principio no Reinado do Sultão Murat primeiro do no- 
me ; o qual , tendo tomado a terça parte dos rapazes 
Gregos , que no decurso de alguns annos do seu reina- 
do se ca pti varão, os mandou criar, e depois instrtiir na 
Lei Mahometica, e depois na Arte Militar. Estando 
já bem instruídos em huma e outra cousa , mandou cha« 
mar a Hagi Bektache , homem muito estimado , e tido 
por Santo entre os Turcos , para que abençoasse a no- 

^ va Tropa , e lhes desse alguma dçviza , pela qual se po- ' 
dessem distinguir dos mais Soldados. Hagi Bektache 

. depois de os abençoar á s^a moda , cortou huma dar 

. mangas 4o..seu roupão, e a poz na cabeça de $eu Chefe 

' S '" ^ p^^ 



fj? J A 

servindo-lhe de cobertura á cabeça como hum gorro, á 
maneira dos nossos estudantes de Coimbra ^^ o que todos 
os mais assim fizerâo , isto he trazerem na cabeça hum 
gorro de panno pendurado, ou cahido sobre os hom- 
bros , da cor do seu uniforme, cuja instituição teve prin- 
cipio no anno de 76^ da Hégira, e 1361 de Chriôto» 
Vide Bibliotb. Oriemt. de Herbelat. pag. 448. 

Dos mais costumes desta gente de guerra na Tur-» 
quia; de que maneira rinháo das Prorinctas da Euro- 
pa pelos Turcos conquistadas ; e como o Grão Turco 
os mandava criar, e depois os repartia pelas pessoas 
grandes da sua Corte , e de que modo os fazia janiza- 
ros , e depois subião a outros cargos maiores , se podem. 

^ Ter cm Gesnêro de rthus TurciciSy e Amustero de 
Origine Turcarum. 

% Jama Sj^u J^i^- Escrava, serva^ Nome de huma 

* quinta iio campo de Coimbra. 

Jarka , B jAR»a %y^ Jé^rrs. Vasa de barro de boca Jar- 

* ga que serve para flores &c jarro , vaso de barro ^ ou 
de metal que serve para agtia is mãos. 

jASMm i^f>^Jasemin. Ftor conhecida. He voz Arabi-* 
ca , e não Hebraica como aponta Bluteau no Torau IL 

^ 4e «eu DicdonariOy jiem se deriva de Jtsmir , ai viole- 
ta. 

jAsr£ (v>oz Hebraica) Jsípbab^ Pedra branca muito es- 
timada^ Ha diversas^ qualidades , e cores de Jaspe. 

Jatalk Ju^ Jabá li. Porco bravo, ou montéz. Deriva- 
se de iSx^ jabshn o naonte, he o mesmo que dizer 
cousa do monte, ou nxMitatthéx. 

• I^A BUBAQVEm ^Ç^^ mjf^ Ifa bubacri. Nome próprio 
de homem. Signiècâr Isáú pai de* Bacri. Neste tenifo 

f" chegpu Içabubaquer homem principsl de Garaèia Da- 
mião de Góes. Ò^anica Stí:. Part. Ili. cap. 14. p. ^90* 

Jrzida ux^-yj Yazida. Freguesia na Província da Beira , 
Bispado da Guarda. He nome próprio de mulher, de 
^uem a cerra tomou o Aomet ^gaifica augmentadora^ 



3 Cr sif 

t Deriya-se do verbo ^\^ sioda augmentaf , accfescenttr ^ 

, abundar. Cborograpbiu Portugueí&a. 

$ Jogue ^^^ Jugui. (voz Pérsica) Nome que na Pér- 
sia e índia dão aos eremitíes , e despresadores do mun- 
do . que rivem no retiro dos montes. Baãurfôi ter d 

• cidade de Per , e dalli cvm trage de Jogue foi até ê 
Cinde. Couto, Dec. VI. 

JoiA jJ|^^ Jatfhar. Significa qualquer cousa substancial^ 
que brilha^ luz, resplendece, como ^o pedras precio- 
sas, peças de ouro &c. Alguns Authores querem que 
seja voz Pérsica yâ^yS^ gaubar a mina , donde se extra** 
he qualauer cousa de estimação ; porém segundo Gol- 
lio, melhor çe deriva do verbo Arábico ^^^ JMbér^ 
manifestar, brilhar, patentear; donde derivâo o nome 
4Syàys> jaubariony o lapidario. 

% Jorro ^^ Jarron. Páo de jorro, o que carrega Imtfl 
carro, a que chamâo Zorro, oujorrão, e seryia para 
arrastar cousas de grande peso. Ainda hoje dizemos 
Zorreiro o sujeito, besta, carro, navio, &c., que se mo- 
ve de vagar, e conao arrastada Quem cortar madeira 
dos ditos matos ^ por cada hum pdo de jorro , pague 
400 réis. Liv. vermelho de D. AflF. V. N. 38. Sup* 
plemento ao Elucidário pag. 46. 

§ JubSo , OIT JibXo ij^ Jobbaton. Jutóo , colete. Que 



de sedas os homens poderam trazer soomente jubpes ^, 
e carapuças. Chr. d^ElRei D. João II. cap. 23. 



* jS^ a b k Áj^ Kaiaq. (vo» Pérsica) A perdií, Vid. 
- 4w€. cap. 3Ó4:pog. ZS7^ . ^ 



^ K ACABE juuaS Cãíãhe. Cannavial de açúcar. Ena Cí^ 
dade excede a todas as do Norte pela muita fruta ^ 
e açúcar que recolhe cada anno do seu Kasabe. Qo* 
dinho. Viagem da índia. cap. 2. pag. lo. 

§ Kalb 4_JL5 Calb. Coração. Bento Pereira. 

§'Kalbelac«ab ,_i^\idí i_a)L5 Calholacrah. Coração áo 
escorpião. Signo celeste , ou cstrella lusente em Escor- 
pião. He composto do nome c^JiS Kalh. Coração , do 
artigo ^< Aly e do nome ^pb Acrab. Escoçpião. Beni- 
to Pereira. • 

$ Kalbeleged dsJi\ c^V; Calbolaced. Coração do Leão* 
Signo celeste. Bento Pereira. 

* Kam , ORAM kAM (^>L-2i Cbdn. Titulo do Imperador 
da Tartaria ^ Gram Kara d^ Tartaria,. He o mesma 

Sue , Grande Rei , ou Soberano.. 
Ianísat EL QOBAB ^s^§i\ 3waS> Cauisaf el gorah. K 
Igreja do Corvo. He nome. coinposto àtKanisat algre- 
. ja , e de gorab o corvo» 

Assim chamavão os Mouros ao Cabo de S. Vicente- 
no Algarve^ Na Geographia Nubiense se faz men^o 
desta Igreja todas as vezes, que o Author quer deraar* 
çar 3S. distancias dás Povoações. Como he notória a his- 
toria dos corvos, que acompanha vão^o corpo de S. Vi- 
cente, só porei esta passagem , que vem^no Toaio IIL 
^ da Monarchia L,usitana, Escriptura XXV. no fim d^ 
qual. diz: Lf loca remotissimoiy versus Occidsntem , 
qui Latine ^ dicitur ad caput Sancti Fincentii de Cor-^ 
1)0^ Arabice Kanisat i^gorab. id est Ec cie si a Corvi^ 
E he a mesmo que o- Author daquella. Geograp* quÍ2S: 
dizer. 
§ Karaba L^r Caharaba. Alambre^, Bento Ptreira. 
§ KAzmo ^jj Cãdimoi Antigo, superior. Hè o nome- 
positivo do verbo ^ys Cadapta. Etceder, preceder^ 

• levar vantagem. Soldos Kazimos ; soldos dt prata^ 
^siimos^ úí^rQ K^zimq são. termos, diz q Sábio. Au t 

thoc 



KE ^4T 

' thor no seu Elucidaria tom. H. pag. 69 , mui fr^uen- 
tes nas Escripturas , que entre nos se exararão no tem- 
po dos Sarracenos , e ainda depois , aue jio nossQ pai5{ 
forão expulsos. Kazimo, continua elle, ^uer dizer pu- 
ro, limpo, sem fezes ou liga; e em confirmação disto 
transcreve algumas passagens de varias Escripturas, e 
continua depois: eisaqui temos Soldo de prata Kazimo, 
Soldos de Kazimi , e vaso de prata puríssima , que tur 
do he synonimo, dondç se vê, què menos bem se diz 
dever-se escrever Kazimi , ou Kazimo com d , e não 
com z: isto he, Kadimos , e Kademini, e o dizer-se, 

Sue se deve assim escrever repugna a todos os originaes 
)oc. dentro e fora deste Reino, em que esta palavra 
se acha, e não he de presumir,^ que toaos absolutamen- 
te se enganassem. Não obstante tão judiciosas reflexões 
parece-me, que não pode ser outra a sua etymologia , a 
ser o dito nome de origem ^rábica , como parece. Eu 
não ignoro, que temos o nome positivo Arábico ^j^ 
Cazimo. Cousa inferior j^ vií, baixa, do verbo ^yi C!a^ 
%ema. Ser dé inferior condição, mais vil, somenos j 
mas estas significações não quadrão ao sentido das taes 
Escripturas, porque aliás diria eu,.- que trazia deste, e 
não daquelte^ a sua etymologia , por não ter corrupção 
alguma» 

* Kebla aXaS Quehla. He a parte oppoáta a qualquer 
pessoa, para onde estiver virado^ Os Mahometanos dão 
este nome ao Templo de Mecca, pela obrigação, ou 
preceito que tem de estarem voltados par* aquella par- 
te todas as vezes que querem rezar , segundo o que se 
lhes manda no cap. 2. if. 146. do Alcorão : por cujo 
motivo em todas as suas Mesquitas ha hum nicho na 
pancde , que corresponde á parte do Templo de Mecca ,, 

, a que chamão Alquebla para o qual nicho estão vira- 
dos quando rezão. Nelle , não tem Imagem , nem fígu-^ 
ia alguma , tão somente serve de indicio do lugar par* 
onde devem estar virador, Deriya-sc do verbo _Va» 



f4i KE 

Cahela , que na IV. Conjugação signiGca estar ffontel^ 

TO de alguma cousa. Bluteau. 
Kequbngs , ou ÀLAQUfiNGE g«^V_£> Cocãngc. Espccie 
' de herva moura. Avie. cap. ^69. pag. 138. 
♦ KiARCMAMBER jjjLii^U..x:i. Cbtarxambãr. Canna íistila^ 



Medicam. -/íwV, e Pbarmacopea Tubaleus. Tom. I^ 
pàg. III. 

* KisT tu*j Quest. No Oriente , entre o vulgo , he bal-^ 
de delgado-, e comprido, com arco todo de madeira, 
onde os camponezes trazem o leite coalhado para ven-- 
der ; leya cinco quartilhos , ou canada e meia da nossa 
medida. E entre os Authores he certa medida dos sóli- 
dos, e comprehende hum sá, ou quatro alc|ueires. Tam- 
bém significa certa porção do sustento da rida , queDeos 
tem concedido a qualquer criatura. Vid. Avie. cap^ 
286. pag. ijS* 

§ Kto j^ Cuz. Jarro, ou vaso de agoa. Nome de cért^ 

. constellação , ou aggregado de estrellas , q[ue fazem hum 

. i^iguo celeste. Bento Pereira. 



h 



AcA ,jj3 Laeea. Espécie de tinta encarnada, que 
se faz do sueco de huma planta , e serve para a tinta 
dos couros de cabra. Os pintores também se servem 
delia para certas cores. 

Ha outra laca , chamada lacre de formigas que rem 
de Bengala, Pe^, e outras terras da índia cWientaL 
Vid. Pbarmacôp. Tubaíens. Fart. I. pag. ayi. 
LâGAia jy^ Múiquitm. Criado de servir, cuja occupa- 

j^o hc^^bem conhecida. Significa cngeitado/ lançado fó* 



LA i4| 

f a , exposto. Deriva-se do verbo ja lacad , que expres- 
sa o mesmo. 

Herbelot, na sua Bibliothcca Oriental, diz o seguin- 

' te; LaquaiSy enfant e^posjl dmt la mer est incannue. 
Les Espagnêls onifait de ce mot lacaio , if" de cellui- 
€i nous avimsfait laquais Bibl. Orient. pag. 6ao., 

Entre as muitas derivações que Bluteau no V. Tora. 
deseuDiccionario deste nome traz, a verdadeira, çmais 
conforme , he a que lhe dou. {a) 

$ Ladeira »;^jJLl Al-bodura. Costa do monte. 

§ LAt»Ío Cadimo ^>5 Cadimo. Ladrão velho , e mui- 
to exercitado» O i.'' nome be Ponuguez, e o i.*" Ará- 
bico. 

Jj^QUECN ajuía âquica. Pedra preciosa de côr vermelha , 
semelhante á granada^ Tem virtude para esuncar o san- 
gue. Blutea»^ 

Lacrc «iTy La€C9. Composição de cera , e fezes da laca , 
feita em páos; que serve para fechar as cartas, e sellar 
papeis &c. Castelh. 

Laliml ^ã) Lalitn^ Aldéa na Província da Beira , Bíspa^ 
do de Lamego , fundação de Zeídan Ben huin , Regulo 
daquella Cidade. Significa Irreprehensivel. Cboro^rapb. 
Portugue%a. 

Lamehhi ^r^ Lamenbi. Freguezia na Provincia d*en- 
tre Douro e Minhío, Arcebispado de Braga. Significa, 
de quem he? Composto da partícula ^ Xí de, do in- 
terrogativo ^ mdn qoem, e do pronome pessoal fe- 
minino ^ bt ^ que muitas vezes se toma pelo verbo au» 
Xiliar sum , es ^ fui , e f a« o composto de que fica já di- 
to, dhorograp. 

f Laques ^^ Laques. Moeda da índia, que valia 1500 

-réis 

^ i ^ u 

(m) A etyoiología rmm pioprift do nome Lacaio parecç-n^ ler do no* 
mie Arábico ^S\ Lã^mo^ fgm ligníjfica.hopiem vil, despoeiml , 4c^ G^ 
9$è 



144 ^^ 

féis da nossa moeda, ^e El Rei de Portugal lhe MM^ 
daria dar do rendimento do Porto 400 Laques , que 
são óooáyooo réis. Couto , Dec. V. 

Laranja ^j, \ Naranja. Fructo conhecido. Os Caste- 
lhanos o pronuncião sem corrupção. Naranja» 

Larim ^JS Larim. Moeda de prata da Pérsia , que va-' 
le três vinténs da nossa moeda. Da Cidade de Larim , 
tomou esta moeda o nome por se fabricar nella , assim 
como dizemos moeda Lisbonense, ou Portuense. Aqui 
se bate a moeda que chamão Larim e vale 60 reis. 
Itinerário de António Tenreiro, cap. 3. pag. 360. , 

* Lascarim ^y&Jú Lascari. (voz Pérsica) Soldado de 
cavallo. ElRei de Narsinga , mantém á sua custa mais 
de vinte, mil cavallos, e da sua mão os entrega aos Ca- 
pitães para repartirem pelos Soldados das «çpas Capita- 
nias a que chamão Lascarins. Estes são recebidos em 
soldo , e com grande exame ; porque os fazem despif 
em huma casa perante quatro Escrivães, osquaes escre- 
vem seus nomes, de seus pais, da Provincia, do lugar, 
idjade, c sinaes de cada hum: O que feito se lhes assen- 
ta praça , e a cada hum se entrega hum cavallo. Depois 
de terem praça assente, já mais poderáõ sahir fora do 
Reino sem a licença d ElRei. Vid. Damião de Góes. 
Cbronica d^ElRei D. Manoel. Part. IL cap. 6. 
Hoje vulgarmente chamamos Lascarim por desprezo 
a hum homem descarado, e de, animo pouco humano, 
c assim dizemos , fulano , he máo Lascarim. 

Larachb ^)yííS Alaraix. Villa forte de Africa sobre 
o Rio Luque, que depois de atravessar o campo de Ca* 
cerquebir , sç mette no Mediterrâneo. Significa as par- 

, reiras, o^ as latadas. He non^e plural do singular £Ã»y^i 
ârixaton a parreira. Gracia de Mello ao amanhecer 
do dia segutnte fez metter as velas sobre a barra ^ 
Larache. Damião de Góes. Cbronica d"" El Rei D. Ma^ 
noeL Part. L cap. 84. pag. 108. 

^ LAqu£CA Moís aquica. He huma pedra lustrosa da côc 

♦ da 



1;A 145^ 

da laranja , de qué fazem brinco s , e outras obras como 
anéis; guarnições de facas, e alfanges, os lapidarios lhe 
ch^mio carneol a. Vid. GolL pag, iri2. 

3*^ Latar ^L-kxJt Alâiar. Appellido. Significa Droguista. 
Depois de D. J^ão ser efn Azamer , teve recado , que 
o Alcaide Latar vinha ao soccorro de Ducdla. Da- 
mião de Góes. Cbronica d^ElRei Z). Manoel. Part. 
III. cap. 50. pag, 377. 

Lauda NO /. ^aS Ladano. Composição que se faz do sue- 
co da papoula com outros ingredientes. Vid. Pharma* 
cop. Tuhalens^ e Bluteau sobre a composição do Lau^ 
dano. Tom. V. pag. 16. e 53. 

XíAZAKiM /^»j^L-Aacvll Aldçarin. Aldêa na Província dá 
Beira , Bispado de Lamego , fundação de Zeidan , Re- 
gulo daquella Cidade. Signifíca* as duas fortificações. 

Deriva-se do verbo ^\ :>, haçara , fortificar munir, 

Chorographiaé 

§ L ÁZIMA jUjil Lazema. Cousa necessária , deyida, e de 

obrigação. Que podia Adelkam mandar levar a Goa 
' todos os annos trez mil Pardaos de fazenda sem pd^ 

gar direitos ^ nem Lazimas. Couto, Dec. VI. 

* Lela Makiam *jj^a3UJ Leila Mariam. Nome de imí* 

Jher. Significa couéa formosa , ou a formosa Mariatn. 

Vid. Gollio pag. 2183. Tinha o Xerife huma irmaã 

chamada Leia iliiír//?w. Jerónimo de Mendonça.. 5^r- 

nada de Africa. Livr. II. cap. 16. pag. 138. 

^ Lela quabir «^j^aJuI Leila quehira. Nome próprio 

de mulher. Significa a grande formosa. jHÍíi;/j em Mar-» 

roços huma mulher Portugueza casada com Elche 

Vice- Rei de Ducal a , ainda que renegada , muito ami^ 

ga dos Portuguezes , chamava-se Lela quebir. Jero- 

nymo de Mendonça. Jornada de Africa. Livro 11. 

cap. 16. pag. 139. 

JLrEZiRiAà nSj^y^Jazirdt. (voz corrupta ) Ilfea ; ou terr^ 

^ alagadiça, e çéri;ada àç^^gua.Aterra em si be baisu^ 



i4<5 Lr 

M^gaãifa , e reiaJè^ds com esteiros , r riúf etmá ed 
sãv as terras s, que por vocábulo Jrãbito chamamos 
Lezírias. Barros. Década L foi. i8i. Duarte Nunes, 
c Faria , escrevem sem corrupção , «te nome ^eziraj 

§ CiDAfi oJ Ladda. Litigar , peleijar. Moraes. 

LimXo (^>tfuJ Laimún. (vciz Pérsica (^>^) Fructo co- 
nhedcjo. 

* LocAFA AacvSa Liír^Aj. Multidão de gente , companhia, 
Tribu. Affirmão os Chronistas deste Reino ^ (da Pér- 
sia) que em quatro annos morrerão aferro dezeseis 
Locafas de homens , e cada Locafa , tem mit homens. 
Fernão Mendes Pinto, cap: 45-. pag. ^^. 

* LoPADA x^asM Lafaha. Rajada de vento, fbracâo, so 
pro forte de vento. Ihitariobuma lanç^ no nosso Ga^ 
iião^ a qual se apegou d vela , até que a sacudia bu^ 
ma Lefada de vento. Barros Década IV. foi. 94. 

* LoHOC e-V^ t^ Lí^íí^'. (Termo de Botica, e Pharmaceu- 
' tico) Lambedor. Derira-^ do rerbo ç^itj laâca lana* 

ber: cm Latim, he lingo. Pbarmacopêa.. 
§ Looco ^ Loccdo. HQmem louco ^ que injuria os ou- 
tros com palavras. Golia» 

* LuZtETEM ^^j LuUittini Significa as duas pérolas. E 

. deuobrio tvdos os partos ^ e Ilhas até a que se chama 
iMktem. Comment. de Affonso de Albuquerque» Tom» 
ÍV. Part- IV. cap. tf. 



M 



M 



AçaqXo, ov MasagXo ^^j^í»^\^^ Míafociotu 
?»>áCA em Africa no R,«iiio de Jlairocos > Provinda 4i 



* Z)u€ála. Significai agtta morna:, oo* quente; G)mpoeai«i 
8e de ^L--« »^ avagua , e de r^jêês^ £wr Ao» quente. 

* Maçal ,Jla# Macei O soro do leite, que escorre do 
quejo quando o carregío, Yid. Bento Pereira , e Fhar'^. 
matffp* Tom. I. pag. 3^9* 

§ Magana J3iC« Macana. (voz Pérsica) Espécie de tòu-» 
cado , de que usão as mulheres Persidmas. Foi ElReí 
Badur dpraia^ e mandou fÔr duas mesas ^ hum a com 
dinheiro para aquelles que pelei ias sem , e outra cont 
MacanaSy para os fracos que não peleijassem. Banv 
Dec. III. Lít. VII. cap. 5. 

Ç Machad Alt k-^x^-* Maxkad Aly. Lugar do mar- 
tirio de Aijr. Este era genro e successor de Mafiama , 9 
qual tendo mandado publicar doutrina- opposta á ào Aí* 
corâo, logo que foi acclamado, não foi reconhecido 
pelos sequase® de Mafoma; e repurandoK) herege, lhe 
declararão a guerra ^ a qual durou por espaço dequatra 
annos e nore mezes., até que foi morto : e íicarâo cha- 
mando ao lugar , em que o matarão Maxhad Aly. Foi 
trazido o seu corpo para alli y e os mouros lhe cha^ 
marão Machad Aly. Barr. Dec IL Liv. X. cap« ^. 

§ S. MiQUEL D£ Machede ^^,^ Mdxhad. Este ultimo 
nome he Árabe, e significa lugar do martírio* Fregue- 
2ia âo Arcebispado de Évora , assim chamado. Cardo* 
so* 

Macio ^„^ Maciho. Cousa liza , plana , macia , 5em as- 
pereza. I>riva-?e do verbo ^u*^ maçaha^ polir, ali* 
zar, alimpar. Gol lio ^ e Castello. 

^ MacrumB ^^^y^i^ Macrume. Freguczia na Provincâ 
d'entre Douro e Minho, Arcebispado de Braga. Signi- 
fica cousa honrada 5 estimada. Deríva-se do verbo >.>^ 
earama ^ç^ut na III. Gjnfugação he, honrar, estítnaiv 

* Cborog. 

* MadraçaL' ícwjJ.^ Madraça. Escola^ onde se ensina á 
ler,, e escrevefv Derivasse dó verbo ^j^ dar^ã^, e^uí- 

T 2 dar 



t4« MA 

- : dar a lição, decorar, repetir a leitura. Em buma nòu^ 

te , estando os nossos Portuguezes , que mof-avao na 

, Cidade ^ accommetterao os mouros^ que^^estavao na 

^ . Alfandega , no Hospital , e no Madraçal em que se 

defendião^ lhe largarão o fogo. Damião deGoes» Chro^ 

, nica d' El Rei D. Manuel. Part/lV. cap. 79. pag. s^^. 

Madrid ís^^^ o Maajarit. Capital de Hespanha. He 

nome composto de ^u maa agua , e de tg^^ Jarit cor- 
. rente. Aguaa correntes. 

Mafamudb s^^arv* Mahmude. Nome próprio de mul/ier# 
Significa Louvada. He Freguezia na Provincia d'eníre 
. Douro e Minho , Arcebispado de Braga. Deriva-se do 
, verbo j^^^ hamada louvar. Cborograph. 
Mafra «y^aô Mabfara. A cova. Freguezia na Provincia 
' da Estremadura, Patriarcado de Lisboa. Deriva-se do 
' verbo ^ bafara cavar, abrir cova. Cardoso. 
Magos ^^ Majtls. (voz Pcrsksí) ^^ Majãs. To- 
- dos os Authores Árabes , derivão este íiome do Pérsi- 
co, e lhe dão a significação de Philosopho, ou indaga- 

* dor das cousas occultas; só Gerardo João Vossio o de- 
riva do Hebraico mabgim da raiz baja^ buscar, exa* 
minar, 

^ - Os Persas porém , tem , que assim se chamou hum Pro- 

• feta muito antigo, e foi o primeiro que revelou os se- 
gredos de Deos aos homens , e introduzio o culto do 
fogo na Pérsia , e Chaldea , que durou por espaço de 

. 400 annos, até que Omar. III. Califa dos Árabes o ex- 

tinguio. Rosário Politico de^ Gencio^ pag, 533. 
f Magzenia AASjlâs Magazenia. Soldados. Morrerão 

logo 5'oo Magazenias bomens principaes. Chr. d'Ei- 

Rei D. João III. c^p. 51. pag. 8r. 
3M[ahamtjde x^^^r^ Mabamude. (Termo Pharmaceutico) 

Herva vulgarmente chamada Escamonea. Medican>ento 

♦ louvável. Pbarmacop. Tubalens. Tom. I. pag. 118. 
P Ma^amudi j^^^^^^ Mabmudi. Moeda de ouro ^ e de 



MA ^ •r4ír 

^ prata da Índia , e Turquia, que por ter; o «orne do Rei 
« jMahmud gravado nella, se chama Mahmudi; assim co- 
mo a moeda de Carlos se pôde chamar Carlinos^;. a de 
; AíFonso AíFónsins &c. Este Mabmudyéra Rei de Gu^ 
zarate^ e o primeiro deste nome. Barr. Decad. I. Li- 
vr. VIU. foL 148. EJle ihe deu cem mil Mahamudis 
de prata. Couto. Decad. VIL foi. 191. 

* Maluco ^^ Mameluco, (voz corrupta do nome an- 
tecedente) He nome próprio , ainda que appellatiyo. 

V Muley Maluco era o Rei.de Marrocos, que deu bata- 
, lha, a ElRei D. Sebastião, delle se falia a cada passo 
. na Jornada de Africa, e perda d*ElRei D. Sebastião 
. por Jerónimo de Mendonça , ôcc. Sendo o. dito Rei pe- 
queno se auzentou para Constantinopla , e quando vol- 
. tou, seu pai lhe mandou pôr huma braga de prata mui- 
, to delgada no pé direito , chamando-lhe Mameluco, 
, que quer dizer. Escravo. Vid. Jornada de Africa. 

* Mameluco ^j^ Mameluco. Escravo , possuído, Deri- 
f va-se do verbo ^^ maleca reinar, possuir ; c como es- 
te nome he participio da passiva deste verbo, significa 
escravo , possuído de outrem. Castello. 

Os Mamelucos no Oriente , são os rapazes Christãos 

?ue se apanha vão na guerra ^ ou por tributo se davão á 
orta Othomana. Destes oç mais bem parecidos , erão 
mandados criar no Palácio para o servi jo , e assistência 

' do Grão Turco, acompanhalo quando hia á Mesquita, 
servilo á meza, e pegar-lhe na cauda do Coftán. Os 
Baxas , e Grandes da Corte , também costumão ter seus 
Mamelucos , á proporção da sua graduação. No Egy- 
pto, forão famozoS desde que o Sultão Saladino, e seus 

. descendentes os mandarão criar naquella Corte ; os quaes 
pelos annos de i2>o de Christo se introduzirão no go- 
verno , e se fizcrão tão poderosos , que não só occupa- 
rão os primeiros lugares , e dignidades , mas se fizecão 

^ formidáveis ás mais Nações, até que Selim Imperador 
(dos Turcos em duas batalhas aue lhes deo^ os desbara- 



fjfa MA. 

tou. Ot fuviw erSa guarnecrJas dlem ia Efuipdgffni 
for cincoema MamttiáC3^s cada bmm^ Barr. Década IL 
foi. 190* 

M AMOR A, on Mamouos ç;>4x^ Maâmura. Fregoezia: na 
Província da Beira , Bispada de Viseu, Significa a Edi- 
ficada , ou povoada* Deriva-se do verix) y^ âncora edi* 
ficar, povoar, construir. Também he nome de Jimn^ 
Viira em Africa, termo de Alcácer Seguer, Reino de 
Marrocos. Lé^veu nms suas instruefões, que acahad^ 
a Firtateza dt Mamara &c. D&miSo de Góes, Cfir^ 
nka d^ElRei D. Manoel. Part, IV. ca|). 69. pag. 589» 

Mana' ^ Manna. O Maná , segundo Galeno, he espé- 
cie dte mel , aue se produz em as plantas. A derivação 
(feste nome, roi quando osHebreos virão a comida-, que 
Deos lhes enviava do Cèo* , admirados , perguntarão 

' hun» aos outros^, mannu^ que he isto ? Coma se yè no 
Exodq. cap. i(J. 3^ ij. E desta palavra formou USow 
sés Escriptor desse livro o nome Substantivo matífio ^ 
de- que usa rodas às vezes que tem de íàllar desta comi- 
da,, e para se tirar de toda a duvida , basta ver o refe- 
rido Capitulo do Êxodo. O» Árabes pcwr outro nome 
lhe chamão g^lg^JU heluet el codra doce da Omni-^ 
potencia. Vid. Bibl. Oríent. de HerbeL Letra ML, < 
o Dicchnario de Bayli. 

* Mancara %j£í^ Mdnçara. Campo na Provinda de Du- 
caía , Reino de Marrocos. Significa lugar da victoria. 
Ferú de Menezes y determinou correr o campo deMàn^ 
Çéora. Damião de Góes. Cbronica d^EIReilK Mamei. 
Pâit- IV. cap. 49. pag. ^40. 

Mancrbo^ v>*-^ Mansuhon^ O amante , ou^ namorado. 
Dtriva-se do verba 4«;.jumÍ naç-aba trazer ã memoria o 
passado; louvàrt ar atniga com versos amatoríos. Vid. 
Goliiò. pag, J338Í 

% Manchar ^k^ Manchar. Estendedouro , em que se 
póèm os figos, e outra* fruccas' â seccan * 
^ % Mak- 



MA íjri 

$ MARCHít 3;^x-u Menj^L Fo»cc , ou <:iitelIo. Onhogr. 
de Duarte Nunes de Leão , e íoncecn. 

>ÍANCU«A jijyU^ Mamubu. Gousa cavada , ou furida. 
Fi^iiezia na Província da Estremadura , Pàtriar^íado 
de Lisboa, Deriva-^se do .verbo ^jy nac^iba , cavar , fu- 

* rar ; abrir buraco na parede. Chorog. F&tttigue%a. 

Mani>el _Jaí-# Mandei. A mudada. Freguezia na Pro- 
vinda do Minho, Bispado do- Porto„ Deriva-se do ver- 
bo ^jò nadaia , mudar huma coasa de «eu lugar para 
outro. Chtvgraph. Fortupitzta. 

Mani3ui?e aS^^j;^ Mandufè. A sactdida. Freguesia na 
Provincia da Beira, Bispado de Viseu. Deriva-se do 
verbo c-JovJ nadafa^ sacodir a lãa rom pào, tarpan" 
Chorvg. Portugurza. 

Mandil _j^jju Mandil. Lenço, ou guardajíapo. Era 
Portugal , o mandil , he pedaço de çaragoça , cudeba^ 
ta com que alimpao as bestas do pó. Sento Pereira. 
Também hunrs pannos ralos como toalhas, de que se 
servem em diversos ministérios, c hum delfes para |)6- 
rém^na boca dos cortiços de colmeas, quando se trahs- 
portâo de huma parte para a outra. Os Africanos tara- 
bcm chamão nftandil a toda a espécie de toalhas. 

Mangil _Vs^Â^ Mangil^ ou Manchil. A Fouce. Ins^ 
trumento rústico. Bento Pereira. 

% Mantilha xLjju Mandil a. Cobertura de que usão 
as mulheres, e com que ve^em as criançajs» 

Mansxtrks ij^Aí^ Mansura. Fr^uesda na Provirtcia da 
Beira, Bispado de Coimbra. A soccorrida. Esta Fre^ 
guezia tomtku o nême de Ahnansur Rei dtMarr»cvs ^ 

f fiando nella se ahjôn na su^ retirada. Monarch. 
.usit. Tom. IL pag. géi. 
f Manzelage gULU^Lo Manzel-haj'je. Pouzada do pe- 
regrino. Fitando Baltas&ar Lobo no rio.de Manzelom 
ge. Couto, Dec. VII. Liv. IV. cap. 6. 
M^quiA ._,v^tn-T.,D MeqfiiaU (termo de moleiro) Porção 

de* 



Ifí ' MA 

de trigo , que o moleiro tira para si da «farinfia que ht^ 
Deriva-se do verbo j\ ^^ cJla medir. 

♦ Mar ^\ ^ Mar. (voz Syriaca m^o) Senhor Santo, 

Deos. Corresponde ao nome Latino Divus. He titulo, 
que os Syriacos , e Maronitas dâo aos seus Bispos. Os 
judeos usâo deste titulo mar ^ e o da vão aos Doctores 
da Lei Moisaica; porém áquelles que vivião fóra dáí 
Terra Santa. Vid. o nome Arabi. Em quanto Mar 
Abraham andava nessas- peregrinações ^ Mar Jusepb 
vivia pacifico no Bispado. Jornada do Arcebisp. de 
Goa D. Fr. Aleixo de Menezes á Serra de Malabary 
Livr. L cap. 3. pag. 8, 

t Marabuto ]aj\^ Mor abeto. Monge , eremita Moha;n-^ 
metano. Deriva-se do verbo i^^ Rabata. Estar firme ^ 
e entregar-se á devoção. 

Maracotâo (^lasS^j Barracoton. ^voz corrupta) Espe-^ 
cie de pêssegos , que nascem do enxerto do durazio em 
marmeleiro, chamados assim pelo muito cotão que tem 
a modo de marmelo. He composto de 5^ barra por fo- 
ra, e de (^t$ ciítvn algodão, que he o mesmo, que 
cheio por fóra de algodão. 

§ Marapona XjuUsí^ }áara-haina. Mulher enganado* 
ra, infiel a alguém. Golio. 

Maravbdi (jj^m^^ Marabetin. {a) Os Morabetinos erãd 

' povo da Arábia da Seita de Aly , Genro de Máfoma , 
cuja seita era opposta á de Oman Estes, passarão pa- 
ra Africa em companhia àtAbujauar^ fundador da* 
quella seita , e depois passarão para Hespanha. Vid. U 
Afrique de Marmol. Tom. L pag. 283. 

He participio passivo dQ_ verbo laj^ rabata , que na 
HL Conjugação significa pactear, consolidar, colligar, 

taes 
— " — i — 

(fl) Morabetin significa o rócsmo que Almorabides. V^eja-se o Cartaz; 
Gjmo estes reinarão também nas Hespanhas , talvez esta moeda fosse cit 
nhada no seu tempo , e delles tomasie o nome. . t 



.^a«MerJo t$tés MLorahétíriòs ^ firutés:; eíoíldcí! «a ^pa 
seita , e oppostos á de Omar. .' ■ \ .-; .•- ^ 

•>, ; O P., Maríaooà • m^ sfeu Uvjô. àc.pimderihiis:àf ^<»-ç 
suris ^ cap. 23. diz, que os Maravedis erao moeda dos 
Reis Godps^ Çiç pein^rão^eça ,HespanlKi.ir>p€xr4fn estais 
Etymplpgia se dçsvanece por muitos exemplos , que mQs- 
trao. o contrario, Vcja-se a Cborografhia Portuguez^a^ 

* pag. 3i,i,,f;e ourrcs Authores* [^^ ^ \ 

Taçibem diz o mesmo Maríanna sem fundamentp^ 

3ue segundo a opinião .de outros ^ íjuer dizer , despojo 
cte MòuTÒè ; porque íiáôra os Moui-õS , e butims o 

despojo j da voz Franceza hutin , e que significa despor 
^ jeaòs^ Mouros, o nome Maravedis, he o mesmo que 

Môrabetin jte segundo a i^egra geral da mudança das le- 
- trás j só se vé o ^ trocado por íí , e ^ por d, EÍ!es crá6 
: Maliometanos de Africa , que professavao as Scienci^s. 
: e Virtudes .Moraes. Sua vida era quasi semdhanta a 
. dos Filosofes da Gentilidade. Delles ainda Iio^e se cqn- 

«ervãa alguns no Reino de Argel ^ Tunes, e Tripoly^ e 
, lhes chamáa Mara bu tos* Vide a Historia de Argeu 

* Makdecenqxje iU^j^ Marsanque^^yQz Pérsica Ái^\^^^y 
' Escuma da prara, escoria. Pharmacopêa* 

M ARFiM _>AiwU J^abfil. '{ vçz . corrupta ) Dente do Eíc* 
fante. He 'composta áe.ij^n/ib o dente, ou preza ^ 
e de _Xaí fil o Elefante. Os Castelhanos dizem Mar- 

' fii. •• • ~ -; ". . \ . -; 

Mahgarita. •NuW Maruar}d/'(\oz Pérsica) Perolál 

ou qualquer pedra preciosea. Vici . Castello. Dicciomrio 

, Htftaglfit^ ^' ' ^ • : . > 

Makgem jij^^^ ifcf/ír^rJ (Margem do Rio) Lugar abunr 

dante de hervas,' pasto para o J5adOjj'fre$cô', aííienò'<&cíí 

* Marlota j^^J^ Marlotà. Vestido curto de qq!e'usão 
[ os da Periia e Indi^.. Huns sao de sed? ^\g)utros* de \AÍ. 
^ Além distfilhe dfoMarlotM^ AMtrA.s.Msúd§f.Í^^^ 



15^- MA' 

ttiíSo de Góes. Obrvftica d^ElRei D. Mãmoeí. Part. I. , 

cap. 37. pag. 121. ^ ,' 

f Ma «oro ô^y^ Maruiú. Insoleifie, iwmiafigerâdo. G^- 

* MASQxrrizirA l-^jj% 'Matca^ãt. TSfitcs, {fedft que 
acòmpaiiha ós veios de métàl. Qâa mina tem sua mar- 
quezka. A rfo ouro, he aiòarella; a da prata hè bran- 
ca , e á prpporção os mars metaes segundo a côr, e qua- 
^ lidade dfe Cada hum. Defita-íe do verbo y^i; racaza , 
^ Hque na I^. Conjugação he, descobrir, ou achar mina. 
Jèluteau. ; / 
lAâRxXo ^\^ Barram. Porco pequeno. Deriva-^e da voz 
, \j^ BarrM cousa de fora , da campo , ào .{nont« &c^ 
V^^vh» ^^^^y% Maru0n, Nqtne próprio de homem, si- 

SnHica ^uave^ agradável* He nome de huma Villa na 
roriúcâa^ da-Beira.^ Bispada da Gttardà. Naannò de 

* 77a de Cfari^co, Mamaa Mouro Africano a mandou 

Eovoar, elhe deb oí seu nome* Também he oometle 
uma Serra na mesma Proviocia vu^armcnte chamada 

Cabeça de Mai^uao. Odito Mouro era &nhor deCoim<» 

fcra 3 e nella .governava nos sobreditos ajinoar Vid. Mo^ 

narcbia Ijísitana. Tom. ÍU pág. 292. He também 
""^ borne de Kutna Vllla ila^ Comarca dé* Portalegre. 
$ MArVÀo' ^^^ Maruofi. Nome proj^río de Mouro , 

Senhor dâquella terbl "Nfome de huftiá Villa na Pro- 

vincia do Alem-Tejo. 
l/tARWE Ai^yjt* M*#ri^.' Cousa conhecida. Preguezia nft 
' ProvifKitt^ d*entre Dowo e Minho , Arcebispado de Bra- 

ga. Deriva-se do verbo eJ^c ãerefa^ saber ^.ccmbeoer, 
, apprejider. Cborog^ Portugw%a^ .. 
Mascai ^ e Mascarrá »^«^ Mascbara. Mofa, es- 

. cárneo , zombaria. Entre nós he caraça de papelão pin^ 
^! tado, de que ^r^às occazióes de brinco, on jogos se uza* 

* Deriva-se do Verbo yéssu. sachara ^ que rta V. Conju- 

* gaglo signiãcã^ escaraec«r^> Í9Mt Bombarkv Castello. 



• cevt9 mfaí2$o.mA)iíiu:ta;p^\à! Muáei^çlelixiinv grande 




i J^aiTQcoíits Afeíqio;-caa ,,„ . , 

EIR-eii Detíva^e da.iícrt)©!^* «írfwwictf.ííJoàrdar, ife- 
í^ciar ? <«cotídeí débaiífli -db ^M» ; edbrir eom' ferrâ. <?/- 

, wrb© HeBraiõd-^ífwWár- «ahtárj- fjsalnseár. Be f^ois 

tSo eícrr«vaga»rc.5e^â dèfivaçíô, l)úé séhdo^^às maíníor- 

: MS pf iiôes horisiveís , ^âo-^ âmv^^-sè dé^tiúitt * v«rf)0 

• <Me «ighiíiica ^teg^ití ,cofÈ»< bie <*áhítff , 6 fJtálttíeár. Vid. 

-_j»wád» vfe i^/^•di^Llv^• ni^-cájfi é; pág. 7IÍJ ' '■■'■■^ 

Massosa *<««,U-. ÍÍI*áv<íj^.>Fi»egtí*H^'*nOfèírti<!» (íè^Sin- 

tareití. Sijg;íifficá'«di«caaa, òu^^iiSada. Mrf<»k'eé'Pòr- 

Mastiga ^jCta^ MárjífefWlRíwiiâ-èi^anHiifavisàlgwtón- 

P MA>rAiM*«»Ai3^tiW*Pi«»rrír.,erffeiis* fitteerraneoeta 

' que os MpíinW çosfuiíab iitiardáfío trigow: ^ks-Mattobr- 
ras,' sio 'ão mtio W^hxàà miefna^-'^cotti tfe§ Óíi ^tia- 
- -tro braçais' tíe altd, è fjfeas i^^Jn^ói-^V elatóâioí Jar- 
i 'te fdellais 'eátlo- nò^caWpô^, nelí^ Vltoííiém o »}ge de- 
pois de debulhado, e limpo, em estando frioíífctíbHn- 

• - ^OGOiti algiiiiia patha, t tetva!^ fi»<ám^ye aili lás ve- 
■ -Ééè Se conserva, cJnco, seis, e mais annos sem corrup- 
ção. Ourras Matmorras , ha dentro das mesmas casas, 
e iio do feitio das outras. Deriva-se do verbo ^.^ 7a- 
màrà esconder debaixo da terra ; enterrar por certo tera- 

, po, Forão avisados por dois Mouros , qtJe vinhãa bus~ 
■^. carhuma Matmorra ãe trigo. Damião de Góes. Cbro- 
i mAd'EiRei JX Mamei. Part. III, cap, 71. 

♦ MA!S4k. cijyi^ èh.u^i*.«. Uaíw^\ Eçtí o» í,' conjuga- 
ção, porque na primeicâ, queJiè ^vi;» 2^tay signifi- 

.':''ca no^xer. .' ,•. ■ . .<,...í'. ■•;;•■ 



• ídA?r<,rMÂfrf.c»Wò),UJS^JU ifif^ cíiabi' (Vôík fei^wí 
! "^ 3 termordo JQgótdóXadnrar) Significa, ns^ta; otlíiior- 

.' :Seiii duvtda.4 >es0e nóta^ se deriva da- ^lOxFôrcáça^' ^o 
*j;ohstabtè oí.grandè trabatbo^ e contrafiedade' que enue 

* si.riverão ès.Etymologistas, dosquaes^ só Bocbaiíto se 
/Conforwa coín a V^dad^ cEtymoliDgia ,:çoiMt aie ré Jia 

, ;^u* ^^grap. Sací^ Livr. I. çap. a* çtgaa • |:i^la vf as^ sao 
B « ç^uifjíes : Vulgar e illíádfh^c m^t* \Perswa //«- 
' .gM\A9^Py R^g^^ ^si$e, tnortuum. E 9 mestoo se: lá 
.: ^E; í^fstàr* : Sarracenita. Li vr. 11* cap* : 7. - . pag, 117. 
.i;ia)hd^'qiiienpfr;Outrqsj,^aU viras, Se^dô. a$siii^,9ena duvi- 
da d^iii ne^veio o^^erbo tii^f^r ^ e tâq do JL^tim bar- 
. n terí5^>wwwíV?*f Oj^ HebreDs ^ e AiC^bes usão doste : luesi 

cií>^ ^àutan do Hebi^p^ífirt^câ «Hjçtç.^ \^ 
•^ii4abrrtg/ídr,^cfcomiwjAmli<^^ ^. :,^ / .^l.! 

XTi^oasíargola» do:fefT9,4**^OT^Wto4fij.f§2^ ^rosndo. Noé 
^^cÇQ«MnW>.(Serveopajra,r>ç^(pai;^QS Fadr^eM??!*. P coro 
^r, iiíii$ç?K^iparrS?yitaj^,eo^iví3i/»of^^ algutij.^ç^igioso » se 
-•í:^^nÇigp*L ç<yj^Tajf^pfttr|^^^ áofypiíoriQS. Periva-sc 
•5ide.,Yfrb© \^^j^j>í^ coi^^peiira ^ou 

-tív O iúio tlaaiiMítra«f SfWjjOf ieptír^e^í?^^^ por- 

^i;âue^^efldo';pirQl^lMd^ aps^ C^iscaps daqúelle f^aiz 9 }iso 

., do? siqps (^?CjE;ptçi Oj5 do^oníç.Li^^no V^isãp >das ina- 

j.^^aças p^ca^^QÍiam^r ^.||€mté/pâr9^;^ QÉciQ^f Pivíqos. 

I>)rpiiigps,]\^^ pag. áoi, depois 

* de expujcar o notrié dá matríca ,'díz o seguinte. Instru- 
* '^eniufil hier 'OrieniaUs Çncos , ^i^o ifH utuntur 

^■^tohortímpanét^ nihtt ^ãliudèst ^ ^am bastn^ bikis tnal-^ 

' leis percussà\ làd inditendam Divinoi^um Officiorum 

'-^^ tktehratioMm\ út hinniws ^^'tkuliiresqífc adeam cMr 

* vfffi^nf Ôcc CasíeiJo y e Gp/Jia. \ , í. ^ 
J^ATRAxiBAXi .^L (xcjjivf MatraxiUxí. Agwdciro mór^ 



r:rHe'nonie cómpo»o de ^^ wi^írtfflaí^odrtfrcT, e^de 
i^lg taxt rúÒT , cHi principal. Gostiímãoós Tufcót le-r 
var á a*gua para OfSeu exercito em odres de Vacca cori 

•'- tidos *â que- ohamãa^^t^'AíÍ//rilr, e aos que ádminlsi 
' trao a f gua para? o exercito ;^.jíi^ i ou ^^^ Scndo; tem- 

• r po de verão , costumão certos homens , vender pelas jruas 

- aas Cidades, e Villas agua de alcaçus^ nessea mesmos 
^ odres, como entre nós a limonada pelas riiasi^ Jbfdao 
. continuamente. bútnens peJa rua aj^uà ch^níão..thatra^ 

xi y com odres ds costas cheios de agua:^ mendenda tm 
" taças de latão euriosdmeMe lavrams. Godinho, /^/4J 
.. gem da Índia. Livr. 1. c^p.^ 25, pag. fó^. : , 

íí^.mAZAGAWA AA^^ââ Macbzanía: ( voa Afric^ns^ )^ A 
V Tropa, ou Soldados pagos, e não os' Auxiliaroa que 

não tem soldo» Os Africanos ;! a^in) obainSo' aos Sol- 
' : dados, ^ue estâó era actual seEwlçd^',e derivSo «fiè ftoç 

me de -.>\âs Machezan. Erário, ou Thesouro^ don- 

• de sé colfige 3 • qú(í sâo l^bmens ) ^ue^^jíi^tetíc^in ffo EráS. 
riõy e delle- se susteftíao j OU tobi^ seldoi Atotú^eile 
vinha o Alcaide com sua Mazagania ^; (isto fae .com- 

fanhia ) r^wi^ í^fej* '/A^ tbamão na sua^ Mngaa^yL 
)amião de Góes. ChrtnóíiiaU^ElRei^Ii. vMiwMfAíJUrt. 

l.íiy* cap;. 44..^]. .-; .;.:-: ;.,..v^ ... , , o - ^r^ 

§ Mazagajíyns ^^i^ Magazenin. Soldados. Morre^ 
rão logo f^o de seus Mazaganyns. Cht d^ÈlRei D. 
João II. cap. 31. ' ^ I ': V ! ^ 

Ç Mear ^U 'Màa. Mtar o gatoí. ' *: ! - ; í 

§ MÊ(;;^MiDAs:^íX4lia^ jAf^ da íri- 

bu de Mossameda na Mautk^»^ ^ h4t femfA.^uri^os 

. 2íoifrdsàa qutemArabicâ ckamâo Meç\amid0f., Çbr^ 

- d'ElRc$Br Afibmsò H«iiríques^^ cap. aj/^pag* 30, for 
-'' Dua*ft''GÈli^i^yÀ -,-:.■•'- .•^^ -: 

$ Mecha ^XjuLo Macbal. Mecha psira pSgar bfogo.^ 
Mmcbjídk i^^. Mackadd. Nofflç.de buma dgs fpi|t^$ 



>ck Bvonú Significa |)orta do impct»^ da Irmppio^ "30 
taGcommettUnento &c. dp verbo j^ xa44f. 

MfiDiítA ^d<^ Medívéf. A Cidade. rVi4. JJmedina^ Os 
Mouro» chamaváo a Medina Cctí^ Si>^«J! a^jJo* Mtdi^ 
nat ai mei4a. Cidadie.da meza, por acharemnelJa ]iu«- 
roa meiza de três pés ^ feita deèuma só esmeralda, cpúin* 
. dò a sa<|nearão na prtflieira ihi[aeao c\m íizerMo em.Hes» 
pawha. Vid. Vj^rique de Marmsí. Totxu h Lirr. 
IL pag. 1162. . 

^ Mbdi^ta* ENA^Bi.^jOit «jUa^ MáídinatMahi. Cidade -do 
profeta, ,/fe butrodia a^rsta^ãâ Madfnat Enahi ^ que 

' 'óulgarmente èe ckwmada Medina, e he o Itfg^r db 
nascimemê dt Mâjhma, Godiniio, Plagfftn pur terra 
a PartBgaJjlcz^ Â. p^s^ ^4. 

f MttDROMHfiifta í^^jiáéà Meirunm. kiifOTt bem ooniie-» 
cída. ' ' : 1 t' . :í, : -• ' -^ W '■• :: 

."ctimte, ou ^OiGurflfs do$ 09S()S(y <m t^sco da calD^a. ^z- 

Msjw/«i^ «j:^ Meduzà.^Bíifr¥2í^'(^ Pinfr-^ 

. maè^ú^Mkdi. Uoii. I* pag. iio. > j ; ' 

Mei^Ío /^t>-tU Mamun. lío^ne próprio idte hóítieítt.' O 
^:,cÒns^y^o^ seguro , guardado, pefív^-sé do verbo ^^^% 
" d mana. Estar çeguró , firme , constante ^ conservadc^. 

He Freguezia na P^oviíKÍa da Miirfiò , Bispai^o d^ 
• * 'P<mo , que 'tdo Senhor , cu ' fiiod^dQr xosmvk o tólínft 

li/ÍEi^bA »S^:^U M»WMs. Nome pr^id devfiAuUia*; Ere-' 
ggexía ija rProtiacia 4í> Mmhó.y Bi^pid/^ da ?prtt>. Pe- . 
riva-se do verbo antecedente, e signjÔç^\«i^0«nQ, (36^ 
rographh^ortupieza.' '. \ .^ ,; ' ^ • ,' ' '/ 

Meleçàs^ ^j^JkM Mali^^ Lugaf ao BitrUt;i;»do iie Lii» 

boa, 



rbim, e Elo* do ifsesma nome, • SS|fni&:á cooM fl^tíe^y- 

branda, plana j também significa stAo^ dftpc^ada /' 
* íMfiXiQjTiTAS Í^Mtlqiêia. ReaJi«igs., Deriva.» <i<>yít4 

• sbo SXd imaldca^ governari^^reiDàr ,ídomÍDàr. ifiprOiSen- 
.. tç dá-se o nQme de Melt^uit^^iiaoç ArjíOíBfitos,, e Syria- 

' cos, (}ue 1^0 sendo Gregos se unirás, a: ^Iks , c »hr45a-. 
, rão a «ua doctrina, J^í^/ji ImperàtorU.seMAntijalfn Ât^nt 

Seeutiy voeati sunt Melqitiiét. HisHr^ E^cks^ iW. 

!• pag. 475'. ... 

% jMLkrcuzah jy^=^y- ManuTum^ A jonctwa faíi,^ bem 

unida que os dois ossos do casco da cabeça, ^asiem en- 
. tre si. Aoic. cap. i. pag. lo. . ; > 

* JMbȍultkm fj Jif^i Mor cul tema. Nome deJygar 
em Africa perto de Azamor. He composto de do^ Im- 

,. perativo», e de liDoia p^niouh) ou adverbio de l|igar( 

.. a saber, de ^ m9r vaite^ do verbo ^ mart:ah\T^ e 
de ^ irWoome, do verbo :,,j£b\^^ala^ Gorpçr^ (B do 
adverb. ^ l^^ ahi nesae logar, e fia o comporto de 
▼ai GOfiíer ahi , ou nesse lugar, 

MBSftiAMA jd^fiw^ Masjanã. Vilia na Província dòAlem- 

- Tejo, Bispado de itòja. Significa, prizâo, ou cárcere. 
Deriva-se do verbo ^^;acw ifi/^írir^ encarcerar, metter 
cm prizáo. Na historia Sebastica cap, i8,fol. 27^ 

' acha-se este nome sem corrupção atguma ^ como se vê 
na seguinte passagem : Dt Beja foi El Rei ( D. Sebas^ 
tião) Ã Messagenúy e virão a mai^r farte do campa 
de Ourique. 

Ha outras duas Mesejanas ^ huma no Algarve , ter« 
Ido de Tavira , outra no termo de Santarém. Todas 
significâo o mesmo. Owragraphia Portuguesa. 

Mesquinbati: ^Sj*^ Masquinat. Freguezia nã Provín- 
cia d^entre Dowo e Minho, Bispado do Porto. Lugar 

* da pobreíta. Deriva-se do verbo /^j-âw» sacana que na 
VIII. Conjugação significa ser poEre^ indigente^ neces- 
«itadpt Qborograp^ FortuguesM^. , 

^^ MfiS* 



t6ck MK 

l&A$(ivi^BO fj^^í^J^ Pobre, miserô/íiidígwferf 

Dermwseido vcspbo afítécedente. ^ 

Mk<^víta '^.i^ Témplp, ou lugar' dá' 

ra&Jíaçãb..i>riTaí«ÇTfltevcrb<> ,^,^ ppôs- 

' tr^da^pottttrsí. Esie^ôme-^ primeiramcíme foi proiíuh- 

'ciado como G forte Mesgnd\ e 4epoÍ9 Mesguida,' e 

daqui ^ prolação vulgaf Mesquita ^ dando mais força 

aO'rf, íàzendoot/QMamçirem verti potefl Latine 

^rationum , seu locus adorationis , vulgQ dfcimus^ 

' iáú^sched^ seu Mesquita. Marratii Bxfutatio Alco^ 

• tí^if* pag. 47* ' . 

t Messias ^v,^ Massih. Ungido. Golio diz que para: 
■^ sigiiiécar Messias deve levar o artigo jt Aí^ dizendo*^ 

• se Mmãssih. 

MEneÂL _)UtLt MetcdL Certo pezode qtie usão os ou- 
' rívéís Ve cohtém huma dragraa , e ddis termos. Os Afri- 
' xátios chàtó^ Mtf^rií/ a hum dinheiro que tenl dez tos- 
tões 4a iiosSa moedíi , ou por outro nome. Ducado. E 
se concertou por trinta, Mèticses deouro pezo dater^ 
ra^ { Moçambique ) que vale cada hum 420 da nossa^ 
moeda. Damião de Góes. Cbronica d^ElRei D. Jk&- 
noel. Part. I. cap. 37. . . 

* Mexvar j\yà^ Mexuar. Em Aifrica o Mexuar , he^ a 
í praça onde ElRei dá audiência aos seus yassallos , e man« 

da fazer a execução de qualquer castigo.; Deriva-se dó 

' verbo ^^Lâ xi^yara ^ dar conselho, determinar, defiçir 

qualquer cousa. Os quaes forão trecos ^:e levados ao 

Mexuar cbm grande estrondo. Jerónimo de Meridon-^ 

' ca. Jornada ae Africa. Livr. III. cap. 4, pag. 158» 

* Mezalqtjebir ^jj^ ^^^ Manzalquebir. O aposento 
^ grande, <^ hosp^eria. Sitio em Africa , termo de Du-i 

cala. Dice Pêro de Menezes ^ que o primeiro negocio ^ - 
era pôr ú cerco a Messyalquebir. Damião de Góes. Cbro^ 
*-, nica d^El Rei Di MaHoel. Part. I.. cap. ^%. pag» 64. 

* MfizquERAT ty^o^. Mancar at. Lugar da lembrança 



MI líi 

- He ^s» -de Im» lugar perto de Azamor. Derivasse do 
verbo ^j&ijaicirrit Wniwiar-se, trazer á memoria. fV- 

• moda est4i resõiuçáo , p^ftirdó Jtt Mezquer^t depoià 
. da tés. Daftião de Gpes* GbrMcs lã^ElRei D. Ma- 

ymeL Pari. IIL ca|). 74. pagt 424^ 

^^»A ^s^ Mib^ab. (w)z Pérsica) termo Pharmaceutico. 
Xarope de marmelo^ IPhíir. Tom. I* pag. %^^. Mlbat 
verdadeira meáte, he o âmago qae «e tira do marmelo 
com ás pevides* 

*. MiBfcAM ^^liu.4 Midún. Praça, cíide asnaçíSes do Orien- 
te costvmão faíer suas escaramuças a cavallo, dando 
carreiras, arrojando huns coiitra c« outros humas peqoe- 

* nas, e curtas lanças de arremesso. f^^/Vrá?^ com os Mou^ 
TOS d^spada^m hum Midan dtúréã^ tfue estava jun^ 
to ^9 lugar. O^mment. da, Affonso de Albuquerque* 
Part. I. cap. 6^. pag. 333, ' 

§ MíDAií ^i^ Midan. Palestra. Lugar dos «x^cidos 
do corpo para a motidadci Noifle de huma Freguezia 
no Termo de Penafiel, (làtdosô. 

MiòMA ^j^yui MaÚnua. A álâgáda , ou inundada do vfer- 
bo ^. Freguezía na Província da Beira, Bispado deVi^ 
seu , € Ííiúííh que sígnífttfa o tôesmo. Chorograpbia. 

* MiR js^\ Emir. Nome appellativo. Príncipe , Còmniian- 
xlante,* Governador : Também deíiota holira , e ncAftsí 
de Sangue Real. Mir Mabomed zamdn\ descendente 
4ús Reis de Dely , que òaviib possuído o Reino . de 
Càmbaya. tztit. Asiu RortugUeza. Tôm. L Part. JV* 
cap. 8. , 

*,MiRAMVLiM' (^^!j5^t Ethir El mumenin. Título 
que ôs antigos Califas Árabes ajuntavão a seu nome pró- 
prio , e ainda hoje tisáò os Reis de Marrocosi He no* 
me composto ^^ j^^^S Efnir^ Imperador, e do artigo 
al^tâè ^,;;<^^ds' crentes i Imperador dos crentes, do 
verbo j^S amar a. iflaperàr-, »andari. ede ^^i dm^a 

X crert 



i6i MI 

crer. Mifalmumenin]^ que. nós carrãtp^ameffU chama-* 
mos Miramulim. Barr. Década I. foL 2. 

MiKRA y^ Morra. Cousa amargosa. Sao varias as opi« 
niâes sobre a Etimologia deste nome. Huns o derivâo 
do Grego Myro^ outros, com quem concorda Vossio^ 

/ o derivâo do Hebraico mórr cousa amargosa , e desta 
voz, a de hamorr a Mvrra. Casullo. 

• MiRQUEBiR y^^j^ y^\ Emir quebir* Grande Princepe» 
He nome composto de Emir. Princepe , e quehir gran- 
de. Todos Unhão por costume hirem de manha ver 

, Mirquebir ^ e fazer-lhe Calema. Francisco de Andra- 
de, thrifnica d^ElRei D. João IIL Part. I. cap. 24. 

Mitra. Não obstante o que diz Bluteau, que segundo 
Scaligero, he voz Syriaca, e que correspoade á Diade- 
ma dos Gregos , ou Touca , que nos antigos Sacrifícios 
da Gentilidade Romana , os Sacerdotes trazião na ca- 
beça y he voz Hebraica Miíron. QucuUtiS , bardòcu cul- 
lus\ Capitis tegmtn^ quojudei in luctu olim uteban* 
tur , é^ adbuc todiè quibusdam in locis. Castello Dic^ 
cion^rio Heptaghtp. Tom. II. pag. 1041. 

t MocADAM ^^yJLê Mocaddam. He o mesmo que Alrao- 

cadem ; e só com a diffèrenca deste estar çom o artigo 

^ MoçAFO 4-Jl*uii^ Mosbafon. O Livro , qu Código Sa- 
^ grado ; e restricto este nome com o artigo ai significa o 
Alcorão. Derivase do verbo cJl^ sãhafa escrever, 
cofupor, ou collegir livros. O que assentado ^ El Rei ^ 
e seus dois Governadores jurarão no Maçafo da sua 
Lei de manperem as pazes , assim como as tinbão 
confirmado. Damião de Góes. Cbron. d^ElRei D. Ma'- 
noel. Part. II. cap. 34. 

* MoGAMo ^\^%^ Múcamo. Casa, ou Lugar Sagrado j 
e de respeito. Tem por toda a Ilha muitas Igrejas^ 
e Mesquitas a que chamão Mocapto. Godinho. Fia^ 

: gem da hdia Lnt, III» cap. 10. pag. 135'. 

$ Mo- 



§ MúCA^ikMr y:^\^^ MúcaVraratl Imposto, tributa- 
Que elle tiãé tenha de paga f aos Reis as Mocarra- 
rat ^ nem aos príncipes ^ seus tizires. Couto, Det. 

§ MocAT\^lLó Mocat. Alimento. O pão que se cefne 
em Salsete he milho misturado com arros , e lhe ctía" 
mão Mocàt, Ethiopia oriental , por Fr. João dos San^ 

s ios, Liv. I. cap. '40, pag. 9. ' . * 

MociPAL _3LL«.-# MósfaU Freguezia na Provinda da Es- 
tremadura , Patriarcado de Lisboa. G lugar baixo, ou 
inferior. Chopograpb. Portug. 

* MoDAPER ^ii^ Modafer. Nome próprio de homem , o 
vencedor. Deriva-se do verbo ^ dafara vencer; al- 
cançar o inimigo. O Raiz Noradim entrou no hateí 
' de Lopo Vaz com o Raiz Modafer. Comment. de Af- 
* fonso de Albuquerque. Tom. IV. Part. IV. cap. ji* 

§ Modelo jl!U metçalo. Exemplar , forma , modelo. Ga- 
lio. 

MoFACEM ^^_yééé.sÁ Mobacen. Pequena jiovoação ria Pro- 
víncia da Estremadura , Patriarcado de Lisboa , juntcr a 
Caparica. Significa, Lugar do Barbeiro; êerivado do 
verbo ^^jm;^ bacana fazer a barba. Cborographia Por" 
tug. 

^. MoFTi f^ Mofti. Titulo, e dignidade, que corres-, 
ponde á do Regtdòr das Justiças. Dcriva-se do verbo 
(^5 fdta responder com juizo, e justiça, decidir qual- 
quer causa, ou questão, julgar, fazer justiça. 

Na Corte do Grão Senhor, ha hum Mofti principal, 
e he o Summo lí^terprete da Lei , que decide todas as 
^quest6es em matéria Civil, e Criminal, de maneira, 
que quando os mais Juizes dâó huma sentença. final ,' só 
ao Mofti se pôde appellar. Nas mais Cidades, aJém do 
Cady , que he o Juiz, ha hum Mofti para a decisão das 

causas. BlutcAu.. .. .^. 

' X 2 Mq- 



J^ÇiQhpojfi^j^^SU Mífu^r^A Nome propdcríSí^kofifeixu. 

. Significa cousa fatal, inevitável, e diestinad^» 

Villa aa Pçoviociaf d'fentre Douro e Miçiho, Aroelw»- 
pado de Braga , que do sugeito que nélla viveo , ou pos* 
suio, tomou o cíome. A mesn^; prova temosrna nome 
d^ Praça do Mogador em Airicí^, a que os Mouros 
presentemente çhamâo «^^ Arsacira cousa pequei^ ^ 
e unida, ou junta. Antigamente lhe çhamavão OVáf Muc^ 
dur.j^M^ ^iNa^ Nome. à^ lium Mouro, que eatre et- 

r íes, era de^hóâ vida, e está eoterracto em huma Ermi- 
da nos arrabaldes daqueila povoaçãa, de cujo nome de- 
dwirao o8 Marítimos , e os nossos^ Européo^. ode Mo*- 
gadop em lugar de €idi Moedor • 

^HoGKio yk^ Mogron. Lugar na Provijjcia d^sntre Doura 
e Minho, Arcebispado de Braga., Si^ifica cova, lapas ,^ 
QM caverna$;. Bçriva-çe do verbo. ^\;^c gd^Oí subnaergir- 
s§ ;. descrer par^ lugaf bairro e fundo». Dimomria Gea-^ 
graph. de Cardoso. 

♦ MoHABiKPEUrAif A^ yéfi^. <Xé.3« Mobamedelabinar. No^ 
.. me. próprio d^ hum Rei Moura, cuja raça reinou por 

çiuitos aanos emr Granada.. Significa Mohamed o Ver- 
melho^ Vid, Guetra de Granada* Mohamed Elahamar y 
deripuít Còlijnbriam é^ totam regionem &c. Monar^ 
ck. ÍjUMí. To0u, U. pag;. 283. 

* MoHARRAM ^ysc Moharram. Nome do primeiro mez 
dos Mahometanos , em q,ue Ihe^ he prohibido o pegar 
em.armas, nem. fázerena guerra oíFensiva. Significa cou^ 
ea^ prohibida,, iljicica^ não perm^ttida do verba ^^2» 
harrama pfohibir. Asstntou em, lhes. dar batalha no- 
ãh seguinte , que erai o terceiro do mez de Mobar^ 
ram aos 92^ da hégira. Monarcb.. husit. Tom. \k. 
pag; 271. 

KtóLFQirE i^Çx^ Mòlaique. O escravo^ He nonre dimi- 
nutivo At Mumluco escravo pequeno; 
.% m^AMiTA, £ MoRABiTO« O me$mo ^e Marabito. 



ti^joâ 



MO i6r 

. htima faflailia disftincta cm PoitugaL , ^ 

$. McmQViBft jjeu Mênquem^ Vingador* Apálidó éo Se- 

- iihor daquella terra. Freguezla na Proviítciá de.Thz- 
o's-Montes ,^ Arcebispado de Braga. Cardoso. 

5 MtfDBAGE -.l^j^ Moàbage. Roupa rica pintaáa^ou 
debruçado. Trcs^ capas y una de ciclatony et alia rku^ 
4hagè ^ et alia de uno demiy et acitara de mudíage. 
Documento de Pa£o de Souza. Elucidaria Tojiu I. 
pag. 48* , . 

* MoTiBAs yjyU Metrds. Sitio em. Santarém assim cha- 
. mado, significa o feixo, ou segurainçar de fauma poHJa, 

casa ou lugar. Também significa a tranca , com que : se 

segura hutBapoFta,.Deri^ -se do vefbp ^^yí tarasa se- 

. gyrâr, trancar, fichar huma porta* Tl^miriítf ^xi^jk/- 

: èouro entre Motiras^ è a finte dactamarnta. Duarte 

Galvão. Cbranka d^ElBjti D. JÍffmsa Henriipt>es. cap; 

:^8^ pag* 37* 

♦. MuA» Jâft^ Aí^i^ Freguezia na Provinda de Traz 

os Montes , Bispado de Miranda. Significa , lug^r da 

asivertiencía. Da verbo ]è^^ uaá%^^zàyétúr , aconselhar * 

ciertar. ChongrapJk 

♦ MiiLAjíiA UV^ Mulana^ Timlo, que os Africanos éâo 
aíçys seus Ministros da Lei. He voz composta deMuId 
BeniífeitoF , Se»lk>r ;Heroe, Sábio, Directbr &c., e do 
pronome pessoal U na nosso, e faz o composto de Se- 
nhor Nosso , ou nosso Direcrbr. El Rei tinha comsigo 

' hum- Caciz seu Muiana ^ que èlles tlnbão pof Santo. 

Fernando Mendes Pinto. cap. 3. pag. 7. 
♦* MvLBT NA€E» yiúis^iyc Muhy nâccr. Nòm'é próprio 
de homem. O Senhor auxiliador. Deriva-sc de Muley 
Senhor, e de naeero que soccorre, auxiliador, do ver- 
bo ^ naçar auxiliar. Os Capitães erao quarenta y 
em que entrou Muley nacer; Damião de Góes; Cbra^ 
mUa d^ElBjsiMé Manul^ Par*r HL cap* 70.i.paig. 4?^^ 



T^ MU 

MuRLiÀ ^^^ Mumiaí Em Pérsico significa corpo', 01$ 
cadáver 'secco, e mirrado. Èm Árabe jJie «corpo embal- 
samado. A mumiâ em. todo o Oriente he a píirte canuní 
sa tdo corpo human9, que fica enterrado nas ^rêasda 
Arábia' dezerta , quando os Mahometanòs vão .á pere* 
grinaçãode Mecca, qué por causa dos grandes, e re--^ 
pentinos ventos que sê íevantâo naquelles sirios, ficâo 
muitos enterrados , e ahi se mirrão ; e ni^ volta dá pei^e- 
grinação os achâo jâ descobertos por outros ventos còh- 
trarios. Destas partes carnosas, que ordinariamente sSo 
as coxas das pernas , usâo os Médicos Orientais , desfaz- 
zendo huma pequena porção em agua morna , e a dáo a 
beber para as quedas, epizãduras, quehe remédio mui- 
to efficaz. 

Ha outra qualidade de Mumía,; qué são os c(Jr(As 
das pessoas grandes, que <» antigos Ègypcios enbalsa- 
mavão assim, e os conservaváo livreS da corrupção pot 
mais de dois mil aanos ,"como ainda se achâo alguns iia 
Cidade de Memphis perto do Grão Cairo; o que se pô- 
de ver nó Diccionario EtymoL 4e Baylei na vêz Mu^ 

. .mia. '..-'- 

* M^JB^\^j.y^:.MQ3ia. Espécie de arvore, semelhante: á 
bananeira , e dá huns fructos mais pequenos que as4ia- 
naaí» do Btazil. Cria-se nà Ilha de Chipre. ' Palestíria ,* 
e Egypto. Bluteau largamente descreve a feição, e qua- 
lidade desta ^rvo^e, e diz, que os Authores Portugue- 
.zes lhe dãp vários nomes. . r 

Marracio, notando ^o ver§o 31 do cap..5'6 do Alçp- 
rão, diz, que também os ÂraSos lhe chamão t^lbe^s e 
continua; }ià^c arbor Arabice vocattir M«5J, Ò* ta-- 
lbe\ est autem magna \ quamobrem nesch cur inttr^ 
parjdisi delicias eam reponant ^ nisi firte quia uv^^ 
brifefaest yò" f^uctus ejus dulcis &c,Q. : * 

MusAi^ABES ^^yzfja\ Nusdrab* Meios Árabes , isto he em 
quanto á lingua, e costumes, e não á Religião.. Deovse 
este nome aos Christãos. que yiviãoremre. os Árabes cm 
' Hes- 



^ JHespajjha , e' Jhesefão fiWgiitos•^^Mut:Jéatf âetiva' estô-íio- 
me de Mtiça, e diz qu© significa Christâo. O nome 
Christão na lingua Arábica, ne Naçarani ^ e não Mu- 
ça. Diz também, ou de^Muça, Capitão dos Árabes^ 

3ue alcançou a ultima victoria de Dom Rodrigo Rei 
os Godos; ou do Latim corrupto mixti Árabes ^ cu- 
jas derivações sao pouco verosimeis. Elle he nome com- 
posto de ^ Nuce meio, e de ^^,^ Árabe ^ Arábio; 

* JMuswMAN ^^I-^^Um» MusIemdfi^l^ofíie.JciuQ se,^á a to- 
WC dos os Sectários ida Ljcl JJitaknnctka. Significa os «n- 
-, tregues. Deriya-sc do verbo Ju* ,J^i/<!Íte^i cujo passivo 

faz Muslem. Taes forão todos os Ctariéííòs, Judeus ^ e 
: :€enrÍGs, que se entregarão- ávftova. sei tl|^ epeía prbfis^ 
.^^ qi?e feziôp,, cçnfessaijdo j>pbJic^mew^ a unidjide^de 
(, Deof, ejeg^ção^dp Mafoi^^ ficavao;5^|i)ittidos i lej; 
-^osa/ido^ dos privilégios^ e seus bens. livres de todp o 
/ tributo. Isto nièsmb ainda hoje se pratica com os míse- 
j raveis qyeu deixando a.swa.lei^ çrofes^ãota de Mafò«ia> 

cuja ceremonia não consiste., em maisdò q^ era di^er 

em alta voz diante âo Ministro daquelfa Icil, lefres tes- 
< temunhas. ^t ly^j^ Ã*^ ^! Si k*i\'S Nlo lia Dcos^ se nío 

Deos, Mafoma he o legado de Deo^,. Dim isto por treç 

* vezes, logo o circumcidâo, èfi^ feito Mahometaiio^.. 
■ sem outra ceremonia mais» . . / : 

§ M-VZLEMd Am^^ MosseieMa. í/íosselem^no ^ Mouiro. 

* No Elucidário tom. z;* pag. tó^ se acha este home 
; com a significação de rústico , bárbaro , incivil. 

* MuçAMUDES ^v^U^,* Af>í^f^^w^He. povo de Africa, 
- ijue òccypava 'a parte mai». Oçcrdeatal daquella Região, 
" que coii}prehendíe*as>quatro Provindas^* a saber, Hea, 

Sus, Gezula, e Marrocos; cujo Rei era Muça. Vid, 
V Afrique de Marnroí: Tom. I. pag. éy. Em 1147, 
os Mouros^ que se cbamavao Mu^amud^s ^ entrar ã<^ 

em' 



168 UV 

tm HesfAnfia, Mcnurch. Limt. Tom. III. pAg. jri. («> 



N 



N. 



Kc KK JC Nácar. ( voz Pérsica ) pintura , efligie^ 
ornato de varias cores, a amiga formosa. Em Portu- 
guês , he a côr vermelha; termo muito usado entre os 
Poetas , que dizem ^ o nacarado nosto; as nacara das ía^ 

' ces. Scc. Bk^esáu 

$ NiiCHA^At^jl^ Nmachd&ar. Esquife de Azar. ( toz 

Astr. ) Significa a Barcii , constelação. Èento Ferthra. 

Nadir jjii Nãdit. (Termo A^tronomiod) Hé o pofito 
inferior do líemispherio/ opposto aò; ponto Vertical, 
ou Zenith. ' ; \ 

< Nàhak ^ j^r^*^r. Rio. ;( voz Astr. ) Nomeí de huma 
, ^Cgnstelás^o die aj e?ti;ellas, BeMo Pereira. 

ÍÍARCi!í,q uí^^ , ^^'"^^^^ Flor conhecid?. Em ^j^reiço, 

tamhem, se. 4iz, cr^jê M^è^* ^^^^^^^ 

* .Naçárani ^í>ia> NasranL Christão, isto he Nazare- 
no. Deriva-se de igjuAj naforion íisi^wo. Taes fo- 
rãp çhapjfldop Oa primeiroe Çhfistãos no Oriente. Aou^ 

'^ tru vigia ^ quauM eonhecetpy que éráú Çbrlstãos \ c(h 
meçou a bradar , Naíarani , Nasarani ^ CbristaOy 
Christão. Duarte Nunes. Chron. à^ElRei D. Jfoiíso 
Henriques na tamada de Santarém* 

* Na*ap cjdaj Nataf. Espécie de terra mífieral t oleo- 
sa y de que em ajgumas terras jda Ifludta se servem ^ co- 

/ r nio 
■ _ 111 ( 11 _ I 1 1 II ^ ' , I I ■ I 

(4) Deve ser (^^^w^Um Mo^atméuM. Naturaes de moçamedau V* 
«ap. a?> e 5Í áó Cartai ^ - * . 



mo entre nós do carvão de pedra. Deriva-se do verbo 
iJila^ natafa derramar de si alguma sustancia. Itinera' 
rio de António Tenreiro, pag* 568. 

§ Negaça iiftljpi Negacba. Chamariz, pássaro que ser- 
ve para chamar os outros. 

§ NfMER yj Nemr. Tigre. ( voz Astr. ) Certa conste- 

" laçSo. Bento Pereira. 

* Neri>i, ou Alnabdí ^iy Nardi. Os ossos da sola dos 

Çés. Avie. cap. 30. pag. j,^. 
Tbzules j^y Nozuí. Habitado. Nome de huma 

Freguezia no Termo de Thomar. Cardoso. 
Nora »,^Ij Naúra. Maquina Hydraulica , que serve de 
tirar agua dos poços , cisternas , e rios. 

* NoRADiN /^JJí^y Nuraddin. A luz da Religião. He 
nome composto de^^ nur a luz , do artigo ^Z de, e de 
-^à din a Religião. A luz da Fé , ou da Religião* Af 
cartas erão as signa das por El Rei Ceifadin^ e pelo 
Arraes Noradin Guazil Mér. Damião dq Góes. Cbro^ 

. nica d^ El Rei D. Manoel. Part. II. cap. 33. pag. 224^ 
NuADAR^btsy Nuaddr. Villa no Alem-Tejo Arcebis- 
pado de Évora» He nome composto de ^^ nua bu^* 
car, e de^b ddr a casa, e faz, Buscar a casa. Cboro^ 
grapbia Portugueza. 
Nuca »^ Naera. A parte superior do cachaço. He pa- 
lavra Arábica , não obstante o parecer contrario de al- 
guns Authores. Vid. Avie. Part. I. cap. 9. &c. Di« 
Biuteau , que segundo as mais saãs opiniões, se deriva 
da Latim Nucula; porque tem semelhança da nóz; e 
que não se devera derivar as vozes de tão longe , nem 
das. semelhanças das palavras, e que ha regra certa para 
a Analogia , e derivações das vozes : e para provar a 
^, sua opinião, traz a authoridade de Causabono no seu 
Tratado da Satyrajfa liando das palavras Hebraicas. 
Rotzoffy Atzila , Messura , que á primeira vista pare- 
, cenj derivadas do |^atim, Ratio ^ Axilla Mensura^ e 

T: que 



170 ' NTJ 

òu€f O meshío succede em muitas palams Pérsicas:, i^a- 
aer , Fader^ Moder , <jue parecem Inglesràs , mas del- 
ias nenhum bom Etymolo^co dirá que ^ originarias 
da Pef sia. Mas hum , e outro certamente uao dijriio se* 
melhante cousa se ouvissem > ou lessem a João Qrayio^ 
Castello, Vf^âlcoa, e outros graves Authores^.que for. 
rão insignes Professores das linguas Orientares, que $e- 
gueto o contrario. Veja-se o prefacio deata obra , sobre 
este ponto. r 

* NiTNCPED j^ip Nauaged. Os dentes molares* Aúicià 
cap. 5. pag. II, ^ 



o 



o 



C c A iS^\ Otca. ( vo^ Turc^ ) Certo pezo de que 
se usa no Oriente, e na Grécia. Contém 40 onças , que 
íkzem dois arráteis , e meio dos nossos. Úollio^^ e^<]as* 
tello. . ' 

t Odí A xi<x^ 'Badia. jPreseMe, dadiva* Nasce da verba 
^j^\ ^Aiari^/offerecer4adivas. He frequente nos nos- 
sos Escriptores da índia , nos quaes se encontra aijgu-- 
!mas* vezes escripto JÍdia y e por isso; com menos oorru^ 

giâo. • • • - 

LBiD AKMET iX«cb.t<xoÍ^ Ueleid ãbmed. Nome de ouv- 
ira familia que era ^ugêita , e pagava igual pensSo a El- 
Rei 1l>. Manoel. Item^ afamiliít de Oleidahmetpa^ 
' gará mil cargas de camelo em trigo ^ e cevada, equa*^ 

tro cavaílos bons. I>amião die Góes. Cbron^ ibi. 
^ Oleídambram Díscaui is^\xm c^Sy^ ò^^ UéHeid âm^ 
rdn el sequaidi. Nome deoutra faraifia,*iia*mesína'Pro- 
vincia também foi sugeita' á Coroa de Pòrtug^il , e pa* 
gava a mesma pensão. Da mesma sorte a familia de 
Uleidambram Discaui pagará i^núualmenH mil car^ 

ga^ 



o L i9t' 

gas de camelo entre trigo ^ e eevãda^ e quatro'' cavala 
los bons. Damião de Góes. Cbronica. Part. 111. cap. 

Si'- P^g- 341- - 

* Oleidamita a#* ^^ TJeleid âmmeta. Os primos. No- 
me de huma íàmilia na sobredita Provincia, que paga- 
va também a mesma quaotia de tributo. Igualmente 
pagará a família de Oleidamita mil cargas de tri^ 
go ^ e cevada ^ e quatro cavallos. JDamiao de Goe^^ 
Chron. ibi. 

* Oleidamran ^1j4*iX/^^ TJeleidâmrdn. Nome de hu- 
ma família que ainda existe na Prpvincia de Ducik, 
Reino de Marrocos , a qual foi «ugeita a ElRei D. lUz- 
r^d. E me a família de Oleidamram pagará mjl 
cargas de camehs , metade da trigo , e metade de f ^- 
vada , ^ quatro cavallos bons. Damião de Goee. Cbro^ 
nica d^ElRei D. Manoel. Part. 111. cap. jf . pag. 341. 

^ Oquia »j3^ Uaquia. Huma onça. Dcríra-se 4o veiíbo 
j^ uacal pezar por miúdo. Os Africanos de Marro-* 
cos , tem certa inoeda de prata a que chamão Oquia , e 
os npssos Eitropéos que lá vivem , onça : tem o vaior 
de 90 reis da nossa moeda Fortuaueza. Na Índia ha 
outra moeda de ouro de valor de 4&3o rek doiíosso di- 
nheiro , a que também chamâo Oquia. A todos quatro 
nos mandou dar vinte Oquias de ouro , que são ^40 
cruzados^ Fem^ Mendes Pinto. cap. a. pag. 60. 

Ota \io^ Uata. Lugar na Provmcia da Estremadura^ Pa- 
triarcado de Lisboa. Os baixos, ou cousa baixa. Dcri- 
va-se do verbo ^^J udtta abaixar* Chorograpbia. 

% OuKiQUE jti^í Orique. He nome de Lugar. Villa as- 
5iip chamada no Bispado de Beja. Cardoso. 

OxALA ííMi V / ^w Enxd allah. Se ,Deos quizer , praza a 
Deos, queira Deos. He voz comporta de verbo, nome, 
e partícula. Oa partícula ^ eií .si., do verbo ^u xd 
<}uer^r , e do .nome ^ i Mllai* Deos. He vqz Arábica^, 
« Jiáo Pérsica coou) diz Bluteau no seu Dicçionarlo. 



17* 



LA p A Q A I o ^UJUj Papàgai. Pássaro bem conhecicío. 
He voz Arábica , não obstante a Etymologia extrava- 
gante que Aldrovando lhe dá j dizendo que se deriva de 
papo , e gaio , porque tiene elpapo gaio , esto es , va-- 
rio en colores^ y jalegre por la aJegria^ que causa 
mirando le\ e diz mais. que chama-se este pássaro as- 
sim, porque he como o Papa, e Rei das aves, ou por- 
que hum papagaio , he presente digno de se ofièrecer a 
Hum Papa : e que excogitârão os curiosos esta Etymolo- 




Paparaz jj^yii_^ Habberrds. A herva chamada pio- 
Iheira, cuja semente mata os piolhos. He nome com- 
posto de u^^j^ babbe a semente, do artigo at de, e de 
^\^ rds a cabeça. Semente da cabeça, ou para a cabe- 
ça. Os Castelhanos o pronuncião , habharras. Vid. vo- 
cab. de Lourenço Francesini^ e Bluteau. Tom. VIIL 
pag. 103. 

Paraizo (j**yji Fardoson. Baylei deriva este nome do Gre- 
go , ou de Hebraico ^ e nao obstante achar-se também 
em Xenephonte. elle he propriamente Pérsico , e se pro- 
nuncia ^^^yi pvarddsy com ás seguintes significações í 
Hortus^ Paradisus^ Beatorum sedts. Vid. Castell. 
Goll. Âtcoran^ e outros Authores Árabes. 

Parasanga ^^ Fbarsanega. (voz Pfersica) £sm^ phar-^ 

sang. Medida itinerária, contém três milhas, ou deze 

mil 



PA X7# 

mH covados de distancia. Também significa intervallo 
de tempo , quietação , tempo prolongado. 

Bluteau sem ra^âo alguma critica a João de Barros , 
e diz que este Author corruptamente escrevera pb ar san-- 
ga^ de cuja critica não teve rasão, porque assim se es- 
creve, e pronuncia em Pérsico, somente com a difFeren- 
ça de estar a letra, ou letras ph^ em lugar do/*, ca 
rasâo desta mudança hç, porqqp o pb tem a mesma 

. força, e valor do/*, e vale o mesmo dizer Joseph , ou 
Josef. 

Pateo isoioj Patbaton. (voz corrupta , e Africana) Ter- 
reno; descuberto , cercado de muros , que faz parte de 
hum edifício. Gollio^ e Castelh. 

Pato i^ Batton. Ave domestica, e bem conhecida* Es- 
creve-se este nome com J?, e não com Pj porque os 
Árabes não tem no seu Alfabeto a letra p^ porém os 
Turcos , e Persas a contão no seu Abcedario. 

PfiNDlo jjb Bendón. (voz Pérsica) ^^oOj Pendon. O Es- 
tandarte. Gollio lhe dá as seguintes significações. Ve^- 
xillum magnum , unde Latino bárbaro Bandum , ér 
Hispan. Bandera. Em Portugal o Pendão he hum gran* 
de Estandarte farpado , que as Irmandades , e Confra- 
rias levão nas Procissões. 

* PiR BEQ á^^yi Pir bec. (voz Turca) Dignidade Mi- 
litar, que corresponde á de hum G>roneL He nome 
composto de ^ Pir primeiro, ou único , e de ^Lu Bec 
Senhor Governador , General , Coronel de hum R^i- 
mento. O Pir Bec mandou no outro dia desembarcar 
a sua artelbaria de bater &c. Francisco de Andrade. 
Cbronica d'EJRei D. João IIL Part. IV. cap. 93, 
pag. io8. 



Q. 



m 



\3 U E L p E s ^ás> Qíf^ífi* Ffcgutóià no Reino tío 
^^ Algarve. Significa cousa malhada. Deriva-se do rer- 
bo L»^-^ çdlefa ter a côr negra misturada com m^n^ 
chás amarellas. dbúrograpb. Portugueza. 

$ QuiçAES ^jjjí' Quiace. Bolças. Na A2ia, c com es- 
pecialidade nos Domínios do Gram-Senbor uzão deste 
termo para significarem, que quàlqtier homem he, ovt 
era rico ; e no mesmo sentido , em que nós dizemos fu- 
lano tein, ou deitou tantos mil cr^uzâdos. Cada bolça 
tem 500 sequins, e cada seqàim vale lilSoo. JÍhm de 
<oo quifaes , que pagava todos os annos no Xmco &c* 
Bam D«:* IV. Liv. X. cap. 2, 

t QpiLATB fcí^s Quirat. A seitiente da al&noba do pe* 
20 de quatro grãos. He o nome do pezo, que exprime 

' os gnáos da perféiç^ e pureza do ouro, dos diamantes, 
&c. 

§ QuWTA SjL* ^Gennat. Quinta, fazenda. A cornapçãô 
deste nome cotasiste principalmente em ter a .ktra q «m 
lugar do g. O Padre Fígueiroa no seu comentário tom. 
a.*^ pag. 439 dix: Os Oaideos e os Àr^thes chamÕâ d 

^ quintja Genuat , donde nás ^s Lusíitatíos tomanun o 
nofim Quinta. 

QuiNTAi* ^uJa» .Quéntar. Pezo de <:ento , e vinte arrá- 
teis. No Oriente , e Africa , ha duas qualidades de quin- 
taes ; hum de 120 arráteis a que chamão grande, e ou- 
tro pequeno de cem arráteis. Deriva-se do. verbo de 4 
letras Jiai3 cantara ajuntar muito dinheiro, accumular, 
ou amontoar riquezas. 

Os Africanos de Marrocos dão a este nome a signifi* 

^ ca- 



,^^2JBSBÊÊaSÊÊmiÊÊÊÊáÊá 



, cação de Ceoteoario, sejg em.çoDsas dpMro» W:«m 
numero , assim quando quierAm d^jer cçm ^uca^Qs^ di- 
^m hum quintal dç dinWro, C^stelh > tf Gí?///>. 

» QyiRAT i,!^ Quirdt. He a semepte da alfarrçba , que 
tem o pezo de seis gilos de trigo de que usão os ouri- 
ves ^ e os l)oticarios. Castello. ^c. 



R 



R 



A B JECA v^j ^laha. (yoz corrupta) Instrumçn- 
to musico de cordas, e arco. Yid. Ârrabil. 

* Râbbi ^^j Kabbu (voís ííebraica Ra^bH Senhor) pe 
Jium dos tiiulos, que os Judeqs dav^o^ofi Dpctores da 
Lei Moisaica. Vid. Arabi, e mar. E porqíne soube for 

' iium Judtú por nome Rabbi ^br^bam^ que flgun^ 

:. dA Cidade os querido matfnr Sac^ Damião de uoes.. 

, ^Ciromcild^JEl Rei D^ Manoel. Part. IL cap. i8. 

Rabique c-juj>^ Rauique. O b trocado por u. O enfei- 
te d© rostoj assim champô na Bçira aos enfeites que a^ 
mulheres p6em nOTQSio.Deriya-se do verbo i^^^ raua^ 

. e^ enfeitar o rosto, ornar para parecer bonito , brai^co, 
^ntç Pereira. - 

f Raça íUajj ii/7/fií?. 'Principio , origem. GoJio. 

^ Raf£CB (^oxaL, Rahes. Fácil , barato. Acha-se com a 
,primeira significação no tom. í. pag, aSj da coUecção 
de inéditos da Livraria de Alcobaça j c cora a segunda 
no 2.^ tom. da mesma obra pag. 199, assim como no 

' -manuscrito, obra de Moral, que existe na mesma Li- 

. vraria, traduzida doiG^sreUiano ein 1J99, onde se lê 
mp cap. 77 : {Comprar p/fp ^ ^u vinho Refiz ^ e vender 
fjaro. Com esta mesma sig^^a^ão se ^acjia no Eluci- 
dai* 



t76 RA 

daria Toín. i.^ pag. 275^. E muiãnio^ ou fazendo^ 
se a dieta moeda mais refece , que lhe dem , e paguem 
o verdadeiro valor de tomo ora corre. Doe. do Salva* 
dor de Coimbra de 1422. Vender a refece \ comptar 
as mercadorias mui refeces : he o mesmo que cqmprar , 
e vender por hum preço muito vil e baixo. Cod. jdf. 
Liv. IV. Tit. II. $ 4. Tit. IV. § I. 
t Rak o^U. Hareq. Cousa que queima, e abraza. He a 
aguardente extrahida do coco, e do arroz na índia. 

t Ramadan ^^^à^J Ramadan. Nome do nono mez Ará- 
bico, em que os Mohammetanos jejuão. He huma es- 
pécie de Quaresma. Eiles tâo comem , nem bebem em 
todo este mez desde o romper da Aurora até ao Sol pos* 
to; mas como comem e bebem toda a noute, só se lhes 
faz sensiyel a falta de agoa, quando o dito nlez cahe 
jio verão, como acontece muitas vezes, porqi» seiidç 
os seus mezes lunares, tem os seus annos menos oaze 
dias do que os nossos; e por isso o tai aiez vai corren- 
do por todas as estações do anno. 

$ Ramel y^j Ramel. Área. Deo^se o combate nas Ai^ 
deas , e se juntarão os mouros de pé junto d Ribeira 
de Ramel. Tomada de Tanger, pelo Conde da Ericei* 
ra , pag. 104. 

§ Rasbleggd *k^NÍ,^1j Raselaced. Cabeça do Leão. (Voz 
Astr.) Estrel la fixa na cabeça de Leão. Bento Pereira. 

§ Rasalgesi iSSÀS u^lj Rãsolgedi. Cabeça do cabrito 
(voz Astr.) Estrella fixa na cabeça de Hercules. Bento 
Pereira. 

§ Ras^lhaqel .jLiVrb R^tsoUhagel. Cabeça da perdiz 
( voz Astr. ) Estrella da segunda grandeza. Bento Pe^ 
reira. 

* Rauand áòj(j Rauand, Ruibarbo, raiz medecinal, e 
bem conhecida. Avie. Liv. IIL cap. 7. pag. zjy. faz, 
ou deduz este nome do Pérsico y^x. rhabarbar ^ que 
significa ^ a mesma cousa.. 

t R»- 



RE ^77 

t Recamar ^^ Racama. Marcar a roupa , bordar á agu- 
lha. 

Recamo ^^Uj Recam. (voz Hebraica) Raquem. Borda- 
dura com ouro, prata , ou seda. Obra de recamo. 

Recova x»y&j Rocoba. Comitiva de homens a cavallo; 
he o mesmo que (Zafila. Em todo o caminho se encon^ 
travão mercadores da recova^ e Cáfilas. Itinerário 
de António Tenreiro, cap. ^3* pag. 302. 

Recoveiro v>^i> Recobe. Tiradas as letras formativas 
eiró , fica recobe , o b mudado em u. Significa Almo- 
creve , arrieiro , que guia as bestas de carga. Deriya-se 
do verbo í-a^jj raceaba dar cavalgadura , ou besta pa* 
ra montar. 

§ Redor j^ ^^ Raddodor. He voz composta do verbo 
t,^ Rad voltar , e da prop. ^^^ Bur a roda. 

§ Refém ^^^U, Rabatu Penhor. 

Regueifa jjur^ Reguei f a. Vio pequeno. Nome dimiau- 
tivo de ,jui^ ireguifon. Hum pão. Na Província do 
Minho, a Regueifa, he huma rosca feita de ma^ de 
pão alvo. Ha roscas grandes , e outras mais pequenas , 
que de ordinário se fazem na Cidade do Porto , € Bra^^ 
ga. Bhteau. 

Remel _x^ Ramel. O areal. Lugar no Reino de Afri- 
ca perto de Larache. Correrão a Costa a través de 
Alcácer Seguir no lugar ^ que cbamão[ Remei. Da- 
mião de Góes. Chronica d^ElRei D. Manoel. Part. IV. 
cap. yz-.pag. 55^- 

Resma s^j^ Rasma. Resma de p^pel. Deriva-se do ver-* 
bo ^^j razama y arrumar apertando, còllígir, ajun- 
tar muitas folhas em hum só corpo, arrumar, ordenat 
successivamente. 

^ Retama x^ Ratama. Giesta. Soares^ 

§ Revez^ ^j^ ^tf^^is. Infortúnio, fortuna. adversa. 

^^^ ijJij,Rd;z>. Gçralmeute. significa cabeça j porém quan- 



17» fi^E 

do SC feria emanimaes, denota namaro singular dequak 
quer qualidade; por exemplo, quando querem dizer, 

- hum boi , çxplicáo-se por este termo , jx^^Jj ^z kdi^ 
car huma cabeça de boi, isto he hum só boi: Jíi^y^ 
Rdz ganam , huma cabeça de carneiro \ hum carneiro^ 

Xa-í ^yJij rdz chait cabeça de carallo, hum só Caval- 

It). A*s vezes entre nós se pratica a mesma fraze, quan- 
do dizemos, fulano tem tantas cabeças de gado. 

t Rezina íUa^j Ragina. Golio. 

§ RiGEL _xL, ií^«/. P^. (Vbz Astr.) Pé esquerdo de 
Orion. Geografia de JD. Caetano de Lima^ fl. f?4. 

* RiHANA A3lr«j, Rihana. O Horto. Aldèi perto de Ar- 
zila , Reino de Marrocos, Acodirao todos os da Serra 
de Alfarrobeiro ^ e da Rihana ^ que todos não fizeraot 
mais , que verem levar suas mulheres , e filhos capti^ 
vos. Damião de Góes. Chronica d* El Rei D. Manoel ^^ 
Píart. IlL cap. 35*. pag. 34i« 

§ Rincão ^^ Roeon. Oknto^ rincão. Fonceia^ e outror. 
f Ri^jUEZA 'iySj Raquiza. Thetouros escondidos na ter- 
. M. €a$. devores Castelhanas. 
Robe ^.^^ Robèo^ He a çumo da fruta coaida wé que tà- 

Juire a consistência domei liquido. RharmMifia^ Tom. 
. pag. 378. 
WK3A t&^j RMa. Instrumento era que as mulheres ^o 
^ linho, laã, e algodão. Duarte >Nune8 , e Faria^ derivão 
; qste nome de Arábico Lusita«>; porém etíe não tem 

esta origem. Vid. Castello. 
§^ Roías ^jfX^^j Ruias. Chefes, priíiçipaes. Repartirã^t 
^ todas aquelhs provindas entre si , tomasdo o titula 

de* Roias. Couto , Dec. V. , 
è^oMAÃ ^jj^j Romvíàn. Fructo conhecido , por outro no- 
me granada. Em Damasco^ Cidade dia Syria foi adora- 
do antigamente o Deos Rimon, que trazia: na mão di*» 
reita huma romaã , para mostrar , que elle era o prote- 

* cfor daquellépovo, isto he osOphturiris-, oequaes tra-» 



I i^H 



^ z%o ut» firuCft na sua cota àt aKnaas. Vid. Dkcimario 

de Baylei ita palavra Riman. 
É.OPIA ^^j Ropia. ( voz Pérsica ) Moeda do Mogol , e 
- corre na índia* Vade 400 rei* do nosso dinheiro Pdrtu- 
. guez. Vide Castello. Tom. L Colnn* Hl. pag. ajj. 
Roubar 'uerhn b Roubo (^a^^ Rabudan. (yoz Pérsica) 

Ser ladrão, furtar. Castello^- Tom, I. pag. 289. 

* RuM£CÂo ^^U-^^,^^ Rumicbdn. Voz? composta de 
45-^íj riifi»/ oGriegô', oirda^raça dos Gregos, e dfe /. ^L-^l 
rÃ^/» qne n» lingua dos» Tártaras, significa Senhor, po- 
tentado, e vera a ser p pot«Ktado, ou Senhor da raç* 
dos Gregos. Vid» a origeni dos Rumes no nome seguin- 
te. Conhecendo pois Rumecáo 0^ estado em que nos acha-- 
vamos pelos poucos defensores , que occupavão os pos» 
tos &c. Vida de D. João de Castro num* 66. pag. l^^^ 

* Rumes ^^^^^ Rumin. Nome genérico, e significa Gre- 
ga Os Rumes da índia tão celebrados na historia , tra*^ 
zem a sua origem de hum valeroso Capitão Grego,, o 
qual depois de abraçar a Lei Mahometica , se chamou 
Mustafa, e occupou a Dignidade de General de hum* 
armada que o Grão Turco mandou para soccorrer a 
praça de Dio v e como este General fizesse alguns servia 
^ a Badur Rei de Cambaya , lhe deo a Capitania de 
Baroch, sita no seio de Cambaya, e outras terras consi- 
deráveis, com o titulo do Senhorio dos Rumes. Vid. 
Ásia Fortugueza^ Tom. I. Part. IV. cap. 4. pag, 189. 



iD A B X o (. »jU*ii# Sabun. Alguns Authores deduzem: 
^ esta voÉ do Aleitião Seipp , ou Seiffe\ e o mesmo refe- 
re Vossio Livr. I. cap. 2. devit4Ís. Hnnomji PQFfm 

Z 2 * vlas'» 



ito S A 

Castello Tom. L pãg. 389. quer qucrcsta voz seja Afa-* 
bica, e diz o seguinte. Focatulum boc Arahicum est^ 
pluribus linguis , ut inquit Logatt. 27 usitatum. 

* Sabadin ^^j^jJl nxm Sabe eddin. Nome próprio de bo-^ 
mem. Sigmfica Leão da Fé, ou da Religião. He com-, 
posto de ^A^ sdbf o Leão , do artigo àl , e de ^^jjã 
din a Religião. O- Governador ^ mandou pôr o cerco d 
Fortaleza d^ El Rei de Ormuz em que estava por Ca» 
pitão Raiz Sabadin. Francisco de Andrade. Cbronica 
d^ElRei D. João IIL Part. L cap. 2. pag. 22. 

* Saca *ôU-^ Saca. ( termo antiquado : voz Africana ) 
O direito , que se paga das fazendas , ou géneros , que 
se transportão nas embarcações. Vid. Ordenação do 
Reino. 

$ Sagre ^ Sacre. Huma espécie de falcões assim cha-- 

mados. ^ 

Sado y^u^ Sado. Nome do Rio de Alcácer do Sal. Si^ 

gnifica cousa feliz, rica, e abundante, Cborograph. Por^ 

tugueza* 
^ Safar ^ío Saffar. Desembaraçar, despejar a caza, a 

navio , &c» 

* Sapena -^o\ m S afina. (Termo Medico) A vêa sa- 

fena , he a que está sobre o joelho , e se divide era Crés 
ramos , e corre também péla barriga da perna interior- 
mente até o peito do pé , e dedo grande. Os Médicos 
llie chamão vêa Saphena. Bluteau. 

Safio JUu. Safiío. Peixe de pelle assim chamado. He se- 
melhante ao congro. Charaa-se safio, ou safl/o, por se 
pescar no fundo do mar. Deriva-se de ,jjui» sefion lu- 
gar baixo , fundo , e inferior. 
'Safira (voz Hebraica j^^/ít) Espécie de pedra preciosa* 
Safora ^^ Safara. Freguezia na Província do Alem- 
Tejo , Arcebispado de Évora. Significa campina. C6^- 
fograpbia Fortuguefsia» . 

— - , § Sa. 



§ Skvoí^k ^\y^ Sahara. Dezerto, campo inculto. Os Alar^ 
v£S chamão safora d' terra que ht toda coberta de pe-- 
dregulho miúdo em modo de ^rea grossa. Barr. Dec. 
L Liv. III. cap. 8. ' *: 

Sagapejo^ ou Sagapeno ^kjS^ Sagapenage. Em Pér- 
sico ^;axCa«» sagapina. ( Termo Pharmacelitico ) Espé- 
cie de gomma muito usada nas boticas. Em L^tim j^- 
gapenum. 

§ Sagena U:^ Sagena. Cárcere, cadea, prizao. Moraes': 

♦ Sagres yt^ Sacron. Espécie, ou qualidade de peça de 
artilharia assim chamada. Baylei julgou, que era liòme 
Hespanhol, sendo originalmente Arábico. Vid. Sacro. 

SagxtXo, outkos XaguÂo z^:^ Sahnon. (voz corrupta) 

Pateo destelhado, no meio, ou no interior das casas ,^ 
para onde correra as aguas da chiiva» 
Salamandra^jj^^ Samandara. Bicho reptil, quasi co- 
mo lagarto, de côr negra, cora manchas amarellas, tar- 
dio no andar, e raoUe. Alguns Authores querem que 
seja voz Grega; porém Gamuz » Gollío, e outros Au- 
thores a fazem Arábica. Vide Cí?///í?. pag. 12 1&, 

* Salema^ ou^Salama a^JI^ Salama, Saudação, oit 
comprimento com que os homens costumão saudar-se. 
He voz Arábica, e naò Turca como diz Bluteau no seu 
Diccionario. Os mais lhe vierao fazer a sua Satema^ 
que he como entre nós beijar as mãos aos Reis emre^ 
conhejcimento de Senhoria. Barr. Década IV. foi. ^x^. 

§ Salema L«5ll> Hall ama. Nome de hum peixe bem 
conhecido. 

ShiÁSqpiKM^Saluquia. Nome próprio dehuma Mòu- 
1^, filha de Bu bassún \^y**^ ^^i Senhor de muitas 
terras no Alem-Tejo, a qual era Alcaidcssa do Castél- 
lo de Moura , significa a engenhosa. Chorograph^ Por^ 
tugueza. Tom. IL pag. 477, Também fie nome de 
Aldêa na Arábia Feliz, c de huma Cidade na Grécia^ 
yid. Gol lio. pag. 1204. 

Samí* 



Saj^^uço cJ>4*m, iSsrmiu^^ Batel , ou hncha de^ que 9 
. çervem na índia, c3í>| pequena embarcação costeira. Grx- 

Sameiça ti^i^ju^ Xameiça. Lugar descoberto,, e expofeto 
- a o SòF. FteguézU na.lPravi^icia da Beira, Bispado d» 

Sanimlhas (voz.Éíebií4^a) átf»,^^/. JSspççie de calçado 
de que os antigos usavão. Castello. 

Sa^^ai;p .Josíjip S^an^lon. Páo aromático. Os Mahome-i^ 

< tanos us^o delle queimado jpara os perfumes. Outros o^" 

naijstufão com o tabaco de turno para lhe dar bom gps- 
.. tq, e choiro,. 04* Mauros da índia hvão o Sandais a 

; Çambay^.^ par^ os Gentios sei perfumarem quando s^ 
queima* Barros Decad. VII. foí. 78. 

Sanepa aí^ju? Sanifa. ViçL Çanefa. 

* Sangeaco i^ ,y^;^ Sanjak. (voz Turca) Titulo, qun 
. corresponde ao de huni Capitão de hum território. Os 
Sangencos florecerao no governo do Egypto depois da 
exrincçao dos Marpelucos, q ainda hoje gov^rnâo. Pre- 
sentemente sao vinte e quatro Sangeacos, e cada lium 
tem certo lemite que governa ^^^ de maneira, que o Bai- 
xa , que ahi reside por ordem do Grão Senhor, não tem 
mais poder j do que cobrar os Direitos Reaes, e tributo 
dos Chrisráos , e Judeos, que alli vivera sugeitos aõ 
Turco. Nesta batalha morrea o Baxa dos Turcos ^ e 
elegerão outr^^ que era hum Sangeaco chamado Ma^^ 
homed. Couto Decad. VII, cap. 10. 

t Sanha sUà Xand. Ódio, enfado, aborrecimento. Po 
verbo Uà Xand Aborrecer, ter odlo. 

Çaquut oUSlwM- ^yiar^ír/W/ Os regatos* São ' dois lugíures 
na Provincia d'entre Douro, e MinJ^o.,, Arcebispado de 
Braga. Dcriva-se. do verbo Jkm sacd regar a terra. 
Cborograph. Purtugueza. 

SardÃo ^jj^js^ Hardãú. Bicho reptil , he o mesmo que 
lagarto* 

Sar- 



S A 185 

SakdXo '(^>3Ayi^ Harããà. Aldéa fia Provinda d^entre Dou- 
to e Minho, Bispado do PôrtQ. Lagarto. Vardosv. [ 

$ S.ABAMAGo ují^j^ Sarmagúí {voz Çersica ) S^raAia- 
go herva, òu rabão silvestre. , ^ 

Sardoeira ,^^> ^u Sarãoura. Fregúezià na Província da 
Beira , Bispado de Lamego. Significa andar á roda. Hè 
composto do verbo ^\^m sarn andar , ^ de ^j^ ^^^T^. 
á roda. Choro gr aphia Portugue&â. 

Sargento »xjl:s.j^ Sarjank. (voz I^i^sicô) ÒQfficial me- 
nor da Tropas He hoifie composto dé ^^ sar cabeça 5 
e de ^Âaj. jank a guerra , e vetn a ser Cato dè Gaer^a , 
ône pf^idè âos outros Soldados; donde o» Holtandéz^ 
^ deduzem a palarra Strgtánt , dé que tàtobem os Irí^e- 
2C& Serjant , # S^rgeànt , e n<tó ^tq^ío. Gísfeiio. 
Tom. I. 

5 Sarja- xs^ Sáraga. "teky cmé qualidade de fifóeridí 
bem conhecida. Catalogo de vozes Castelhanas. 

SiáíR«Ai,m>, 00 SKRi^Aifib t^\y^ Sàray. ( vcK& Persiea ) U 
Palácio do Principe, Cúria , Tribunal. Senado , oiiíde 
se iajufttâo os Ministros de Estado, donde osnóásôs Éu- 
jtopéos derivão o nome Serralho, que he a casa^^^nde 
vivem fechadas as mulheres, econcubinae doÇrão Tur- 
co, e mais Reis Mahometanos. 

Sarraquinos ^^iSyéé Sarraqfiino. Os rqubadores. Fre- 
guezia na Provincia d'entre Douro e ÍIíahQ, Arcebis- 
pado- de Braga^ Deriva-se do verbo c3^-^ Saráca fur- 
tar , roubar. Diccion.-do Cardoso. , 

Sàtam ^\3am Setani. Lugaf na Provincia da Beira', l^is^ 
pado de Viseo. Significa , cousa entupida. í)eriva-se do 
verbo Jia^ Satama entupir, ,entulhar. ChorograpBia 
Portugueza., 

■f Satakaz ^^Uaxá' Xaitan. Dõ verbo /.^taií Xátana. 
Ser obstinado, desobediente: Golid diz,' cjue vem da 
Hebraico. Seguhda Gomo-, y. 6. 3^ díagal, e Sàlíaa 

sáo 



1^4 SC 

são os nomes , que o gentio da índia dava aos Aojos áa 
terceira ordem , Ministros dos castigos de Deos. Os 
Egypcios , como diz Plutarco j também da vão a Typhoa 
o sobrenome de Seth , i. e. ^ génio inimigo , segundo 
refere Volney Tom. I. p. 342. 

§ ScHEAT SU Xat. Ovelna. ( voz Astr. ) Estrella fixa 
no signe de Aquário. Bento Pereira. 

SeAra de trigo »^s^^ Sãhra. O trigo em pé antes de 
ser cortado, ou ceifado; campina semeada, a que cha- 
mamos seara de pão. 

* Sbbel _Va.w Seèel. Vêa sebel, he a dos olhos, a que 
os Médicos chamao dilatatíva. Vid. Avie. 

Seoa ^^^^ Seca. Certo ferro do arado, que serve para 
cortar as estevas maiores, e a terra forte, por outro no- 
me , a ,Relha , que corresponde ao nome Latino Vomer^ 
Vid. Bento Pereira. 

$ Seira ij^à Xeuara. Traste feito de palma , ou de es- 

Sarto bem conhecido. 
EiRlo^^^ Xeuaron. Certo tecido de esparto, ou de 
folhas 4e palma. 

♦ Sejana /^%áBw Sejena. Prisão, cárcere, cadêa. Deri- 
vasse do verbo ^^sp^ sajan prender, encarcerar. jBj-- 

tando estes Fidalgos presos na Sejana , e com perigo 
das suas vidas. «c. Jerónimo de Mendonça. Jorna- 
da de África y e perda d^ El Rei D. Sebastião. Livr- 

' I. cap. 8. pag. 76. 

Selmes JU^ Salem. Aldéa nó termo da Beira. He no- 
me próprio de homem. Significa salvo, livre , ou ízen- 
to. Deriva-se do verbo Ju salema ser livre, salvo, 
izento« 

Semid£ xaa.1.^ Semide. Vid. Cemide. 

Senne jiji Senê. ( Termo Pharmaceutico )' Planta, que 

se críâ na Arábia Feliz, cujas foi ha« são mecticinaes, é 

purgativas* Vid. folhas de Senne. Pbarmacopêa. 

§ Se- 



§ SerXo\^ Sahron. Vigília , trabalho nocturno nas pri- 
meiras trez horas da noute. -' 
f Sertema \^ym Sertemma. Rio na Provinda da Beira, 

* Bispado de Coimbra. He nome composto db Imperati- 
, vo do yerbo ^U.*., sdra andar, ^e. do adverbio do lu- 
gar ^ temma ahi ; por lá ; nesse lugar , que vem a ser, 
vai para lá ; caminha para ahi , para aquelia banda* Cho-^ 
rographia Portugueza. 

SiD, ou CiD owk*»í Srd. V\à. Ciá. 

§ SiDE j^^ Sid. Senhor. Nome de duas Aldêas/iiuma. 

na Província d'entre Douro e Minho, Arcebispado de 

Braga , e a outra na Provincia da Beira , Bispado de 

Coimbra, 

He também apeílido de varias familias Portuguezãs, 

e Hespanholas. . 

SiFRA (voz Hebraica sefer^) São certos caracteres que 

mostrão as letras do Alfabeto. Deriva-se da voz sefer 

o livro, ou a Escriptura. 
§ SiGANO ^^^^Cj Zangui. (voz Pérsica). Os siganos são 

hum povò\ que habita na Provincia de Zinlghei entre a 
Etbiopía e o Egypto sobre as margens do Nilo. Os 
Italianos pronunciao este nome com menos corrupção 
dizendo Cingari. Mandamos^ que os siganes , assim 
homens , como mulhtrts , Árabes , Gregos ^-^ Armemos , 
Tersas não entrem nosmssos Reinos j e entrando se-- 
jão presos , e açoutados com baraço , e pergão ; e de* 
pois lhes seja assignado tempo para sahirem fhra del^ 
le. Ordenarão do Reino , Liv. V. Tit. 69* 

* SiRAGE £^**í Sirege. Óleo do gergelim , ou gerzelim 
' Avie. Liv.' III. Trát. XIÍ- parg. 283. e Fharmacopêd 

Tom. I. pag. lao. • , 

* SiSAMiNA oIaíL-^*^ Semsaminat. Sio os ossos miú- 
dos das juncturas dos dedos das mãos, e dos.p&. Avi* 

. cena. cap. 25. pag. 15'. 

* Soda c^x^ soda*, Dor d^ cabeça. A esta moléstia dia- 

Aa ' ^ mão ^ 



t%6 sa 

mio os MedícM Geplialalgia ^ vúIgD sòdá« AvU* Trat« 
II. cap. I. pag. 189. 
JOEIRA 1^^ Soeiro. Freguezia na Prpvincia éa Beira , 

• Bispado da Guarda* Significa cousa bem cintada , edifi- 
cada. Dcriva-se dò vçrbo- j^^ rauara pioti», edificar, 
íortnsít yCripr. Ckarogréf^g. ,. 

%' SoLDÂo ^^UU Solfam 'Soberano. £ passi^ndo d In^ 
dia acompanhou o Governador Lopes Soares de Alva- 
renga y quando foi a^ mar Rooce. Hist. Sebastica y fi. 
Jix. 

f SoPHA* iub Soffd. Banco, estradinho^ Golio. Os Afri- 
caiK)s 35 e ós Orientaes usao dó tal estradiuho coberto 
com hum tapete, e sobre este suas almofadas de damas- 
co rico, ou de seda^, segundo as suas possibilidades» 

SoRVfiTE iú^^Xírí^/^. Bebida bem conhecida ^ e usual 
entre nós. Em Árabe significa bebida indetermináveis 
. Derivasse da verbo ^yà xareba beber , ou tomar al- 
guma bebida. Os Árabes, e Persas tambcm daQ este 

. noQie a coda a bebida ínedicinal. Vid. Goilio pag. 1267* 
e pãsiello 1^ ,, pag^^.7a 

* SopKi ^^Ac Souji. Titulo dos Reis da Pérsia. Deriv^a- 
do da voz c^t^ í^iy^?/? vestido de. laâ, q^ue entre essa 
nação denota Sábio y e Religioso; .porque entre éiles^ 
taes gentes não vestem se^a , e. diteai , que todos aquel- 

[ les que se entregão ás cousas divinas devem desprezar 
. todo o fausto do mundo: tal foi o Xeque Ismael pri- 
.\iije/ro Spphi deste nome, euio exemplo todos os seus 
descendentes seguirãa Vid. Gollio sobre esta noticia^ 
. pagf 1394. 
ÇoTTlo rj^ Sotuho.j^xoz corrupta ) Pequeno andar, 

que se faz por cima de qualquer apozento; qúasi como 
as. aguas furtadas. ^ 
5 SvEWAS J,^ Suar. Manilha , ou colar , que se traz no 
braço, e pescoço. Os melhores pannos ^ apostados com 
muito aljáf ar y pedras riças^ penas y que vive^tàa coní 
.."'... "El- 



.^ElRjti setr màridtfúestirã ^ eiama èunia mui fwmo- 
sa , e degram valia ^ cuberta das mais ritas sutiras. 

\ Vida antiga da Rakfaa Santa Izabel. Elucidário. Tonf« 

' II. pag. 336. 

^ Supup {^^ Sufuf. Certo medicamento (jiie se toma 
em pó , ou qualquer remédio sem ser amassado nem li- 
quido, mas em pó» Vid. Avie. Livr. V. Trat. V. pag* 

' S17^ e ¥barmacopéa Tuhalens. 

SyjuTlo ^ ui-n Sultdn. Monarcha, Rei, Deriv^-seido 
verbo \^ Sallata^ que na V. Conjug^sád significa 

- ser eleito para a dignidade Regia ; Domínio, ou Gorer^ 
no* 

^ummagbe t_ y t- Summaq. (voz corrupta) Arbusto, 
que dá fructo éb tamanho de lentilhas, cubertas de hu- 
naa pelíicula vermelha. Deste fructo u^o os Orieiltacs^ 
para o tempo de certos guizados em lugar do vinagre, 
deitaado-o de infido em agu^ quente para largar o 
azedo , e faz a agua verqielha como vinagre. Aos guW 
zados que são temperados com a agua do summagré, 
chamão-lhe i^i^ summaquia ^ isto be summagrada, 
ou cousa temperada com summagre. Em Portugal^ a 
casca do summagre serve para cmos corrimentos. 



■^ 



rp :-- 

§" X A A ^rifc Taa. Obediência , sujeição. Assim cHa^ 
ma vão os Monros a cada Imtpa das divisées, que se fi« 
zersíO das rooníanhas de Alpuxarras na Hespanha. Elu-- 
cidariá. Tom. IL pag. 337. , 

t.TABAR;j*T ^j^y^^^Tap^zad. (voz Pérsica) Espécie de 
açúcar branco, e duro, que se faz ds^ ium^$x$nn^^ s€h 

Aa % me- 



188 TA 

' melhantes ás dò açucár. Jvic. Livr. I. pag, 7f. Golj. 

. pag. 1439. 

*' Tabamk ^Ufc Tabaxir. Liqiior que se faz pa índia 
de certas cannâs grossas , que depois de fervido até que 
adquire a consistência do açúcar, lhe chamão açúcar de 
Bamba. Vid. Grãcia. Livr. L de aromat. cap. 12. 

-Ha outra qualidade de Tabaxir a que chamão 
WLs:\» yjJ^\j^ Tabaxir dos Alfaiates , que he huma es- 

* pecie de giz branco, de que os mesmos Alfaiates seser» 
' vem. Bluteau. 

* Tabax «A*d Daba4* Diz o P. Marques no seu Diccio* 
na rio Tora. I. que os de Mazagão davão este nome ao 

r Lobo. Significa propriamente a Leoa, e não o Lobo, 
. porque este chama-se Dibo y^vâo Tabdz. 
Tabefe ^j^h Tabicie. O leitç das ovelhas fervido , e 
( - engrossado com algum tanto de farinha , e açúcar. De- 
* ' riva-se dò verbo ^^ Tabacba cozinhar , guizar, 

Tabique \.j{^' Tabique. (a) Parede, ou repartime^to 

^ de que se faz de tabgas , e arcos de pipa y ou fasquias 
j; sçrradas , e depois de tudo pregado se ^nche de cal , e* 

se reboca^ Djçriva-se do verbo u-jút tdbaca y pôr hu?» 

ma cousa sobre outra , tecer* 
Taboleiro *JLxb Tablia. (voz Pérsica^) Certo movei de 

madeira com bordas á roda. Castello. 
Taça ^^y b Taça. Vaso de metal, de vidro, ou barro 

em que se bebe vinho, caldo, chá, agua &c. Cohstran^ 

fia o Xeque Ismael aos que comião d meza , que be-^ 
essem as taças cheias de vinho. Damião de Gocs^ 
Cbronica d^E/Rei D. Manoel Part. IV. cap. lO* . 

S Ta. 



Ça) O nome Tabique CJíxls Tahaque significa propriamente tabla- 
do , cobertura , sobrado , solbo ; e por isso eu antes -derivaria o nome tabi» 
que de «â.AxÍ;3 Taxbique , que significa engradamento , radie de hdrilbo. 



TA 189 

$ TAaAÓÀitTÈ cíjjs^j Tabadart. Nome de hum rio, 
situado entre Tanger e Arzila. Matarão alguns mou'- 
TOS , e captivaram , e amarraram muito gaJo^ e otí^ 
tro despojo^ e junto com elie ( Tagadarte) da banda 
de ^Alcácer se allojaram aquella noute. Chr. d'ElRei 
D. AflPonso V. cap. iS/y* 

Tagabro jSa Tagaron. Lugar na Provinda da Estrema- 
dura, Patriarcado de Lisboa. Significa fenda, ou boc$ 
no monte, caverna, concavidade. Diccionario de Car^- 
doso^ 

♦ Tage ^u.^ *rage. A coroa. Deriva-^se do verbo ^^ 
tduuaja coroar , ou pôr a coroa sobre a cabeça de al- 
guem. Quando o Sophi lhes mandou o carapução a 
que cbãmão Tage , o não quizerão accettar. Itinerário 
de António Tenreiro, cap. ?. 

§ Taipa , ou Tapia íJOio Tabia. Parede féíta de barro. 
ívoz Africanii) Acha-se estt nome na historia Arábica, 
denominada o Cartaz, tratando da fundação de Fez. 

Talco u-JíXfc Talco. Pedra transparente, e luzidia, qw 
se abre em folhas , ou escamas. Delia se fazem lanter* 
nas ,• e se põem sobre os Registos em lugar de yidro , c 
chamasse lápis specularis. Bluteau. 

Tâmaras .^^ Tamaron. O fruto das palmeiras j he o 

- ffiesmò que Dactyles. 

^ Tamargal ^ Tamar. Tamareira. A ultima sylaba 
gal he formativa do lugar ^ assim como de ginja gin- 
jal. Tosto que escapassem dasferida^^ huns morre^ 
tão afogados ^ outros acolherão-se aú Tamargal^ Chr. 
do Conde D. Pedro, cap. ly. 

Tamarindos igys^ ^ Tamarhendi. ( Termo Pharma- 
ceutico ) Os Tamarindos são espécie de ameixas co- 
mo as saragoçanas, são purgativas, e refrigerantes. He 

, nome composto de ^ tamar tâmaras, pu fruta, e^de 

is^jji da índia ^ Fruto da índia. Tamarindos ^ que aos 

» * - ^ . - » 



f^o TA 

, naci0fiaei servem de 'úiuagre. Barros Deo^di IV: fd|- 
.40. 

* Tamarma ^u j^ Tam^rtnd, Ncwoc de buQW fonte em 

Santarém. Significa agtia das tâmaras , isto he agua do- 
ce. Todos os Authores que tratío da tomada de Santa- 
rém Jhe dão differente significação , á excepção de Duar- 

- te Nunes de Leão, que na Chr. d^EIRei D. Affbnsò 
. Henriques diz , que çsta palarra quer dizer em Arábico 

• J^^AS doces ^^^ dizem que a tamãrnu quer dizer aguas 
amargosas, taes erão as da dita fonte. Cuja Etimolo- 
gia fi^: desvanecida , nâa só pela significação do noriíB 

.Arábico Tamarma , que quer dizer agua doce , mas 

também pela seguinte passagem. Tom^aa c sumidou- 

TO entre Mouras , e afoute de Tamarma , d qual os 

Mouros assim lhe chamavão pelas aguas delia se^ 

rem doces. Duarte Galvão. Chrouica ^MlKei JX Â^r 

fonso Henriques, cap. 28, pag» 37. 

Tambor ^^aU» Tambur. ( voz Pérsica ) Instrumento mu* 

, .«ico bellico assim chamado, ou caixa militar. , r 

Tanga &âas tanga, (voz Pérsica ) Certa moeda da In* 

. dia àt F^ta. q^ue vale 60 reis da nossa moeda Portu- 

gueza. Ha Tangas. dobradas, e outras singelas, e meias 

c Tapgas. Najndia, cada Ta^ga tem cina> vinténs,. fe 

cada vintém tem quinze Bazarucos. Amoeda, que aqui 

i corre, be deouro, e de prata. A de ourOy chama-Sjt 

-- Xaraftns, e^ de prata ,^ Tangas. Itinerário dê Anto- 

- nío Tenreiro, pag. 35*9. 

$ Tau Al (.^jui» Ta&iaca. Tapar , cíArir. Cot. de vâ^es 

Castelhana}. , 

TTapeqaria x^^ 2Vj5^4^ (voz Pérsica) Panno de J^xxsfi 

Castello^ 
Tapete 2^ faph. (vo? Pérsica)^ Alcatifa. G/j/^/Zí^. 
5 Tara ^^ Taraha. Abatimento, desconto. He o que 

se abate no pezo do barril, ou do sacco, çm que se pe- 

za o-generOt 

S Ta- 



TA f^t 

$ Ta^i^cexíã uímXS Ja Dârsend. Ctea^o tratelha, i)u 
das iihvts^ E uã cazã de Tarecena mandou fazér bom^ 
^ iardaSyfal'vora^ salitre y &c. Chr. cPElRei R João 
. II. câp. 41. 
§ TÃBJA j^a Teraz. Margem do vestido de dit ersas Co- 

Tabifa ^jía Tarifa. Antiga Cidadt da Andaíosia , per- 

*' ta de Gibraltar. Significa, cousa ultima, extrema. Fdi 
assim chamada por estar situada na extremidade da ter- 

* ta pèlâ parte do Mediterrâneo. Derlva-se da ^ot < 4 u 
Tarafony^my ponta, extremidade; e não d$ TarifCst^ 
pitão Mourt:», tfué cofiquístoá a Hespanhá, como diz 
feltíteafti no Tomo VIIL de seu Diccionario pag. 53. 

t TABtFA LJj^jkJ Tarif. Noti^a^, cotíliecimentcf. Di- 
riva-se dó refbô j^ Arafà tik 3^/ couj^gaçSo, ^ue çi- 

" tóiificâ fàiev certo , significar. 

P Tari<3 ^^L^ Tarich. Eftocfà , Chltotiioé , Série d« tam- 



pos, ou Livro da Historia,^ Deriva-se do vefbó ^^^ //^fv 
Acha-se em Barros com^ hum I_de itiais, ''Tíaríg. Se^ 



tacha. Eícrever, notar, fazer assefito do que siTpassa*. 
Acha-se em Barros com hum I de itiais, ííaríg. Se-- 
ptndo o tlàrig. dos livros. Barroâ Década IL foL 
228. 
Taíuma (hoje diízemos Tarimba > ^^ Tdrimá. {ioz 

fersica) Estrado., ou lugar alto^^ feito de madeira , á 
semelhança de leito. Castello. 
I^Takr acena ( mellior Tercenas ) éi^^ ^arcana. ( voz 
íersica ) {a) Arcenal onde se fazem as embarcações. 

He 



(11) Parectt-tne <)ue élte rtètpé sé (^'iVsr Dfiáls ' pi^làfn^te ^M ^uas 
palavras Arábicas Ji^ "Dar ca2a , e cU^^ ^cna obra. Gtza das obras ; e as- 
fim lhe chanião os Mouros. 

Neste sentimento me conír me i aindía mais, quando li a citação ae 
d. &anicisco Afenod fido Sh Hkpo iX F^. ;Fmcisoo der S« Luiz, naqíid 
diz : Darsena , e Arcenal , cbamâo 06 Venezianos ao seu famoso ^Imaz^ àk 



19* T A* 

He nome composto de ^v, tar a caza, e de »x,^ Ç^nk 
navio, ou embarcação , casa de navios, ou das embar* 
caçoes. Em Portugal as Tercenas , são Armazéns, on- 
de se guarda o trigo, legumes, e outros géneros de grãos* 
Casteílo. ^ 

Tarouca ^^yio Tarucá. O musculo da co?a d^ perna, 

. Yià. Avie. cap. i3. pag. lo. 

Takkafa ^\^t) Tarrafa. Vid. Atarrafa. Rede de ar- 
rastar. 

* Tauxia ^Km^ Tausia. Obra de ouro, e prata, com 
embutidos de cores , e delicadeza de que usão os Mou- 
ros nos Alfanges, e arreios dos cavallos. Deriva-se do 
verbp ^j^jio t duas a. En feita r-se de cores como o pa- 
vão, donde os Árabes deduzem o nome o^^^LJb Taú^ 

. son o pavão. Coje Ibrabim , vinha com buma espada 
cingida^ e lavrada de tauxia de ouro ^ e prata. D^- 

\ miao de Gots. Cbronica d^ElRei D. Manoel. Partr 
II. cap. 23. 

Taxo kâJ» Taxton. Vasilha de arame, e de cobre, que 
serve nas copas , e cosinhas. 

Tefé, Tefé {^^ (_ijb Tafe Tafe. Particula, com que 
exprimimos o movimento repetido de huma cousa, as- 

. sim como dizemos familiarmente de hum sugeito cheio 
de medo, isto he palpitando; o coração lhe está tefe 
tefe. Os Árabes usão desta voz, quando huma luz está 
a ponto de se apagar. Deriva-se do verbo de 4 letras 
cjitdUb /^//?/lí , enfraquecer-se , perder , ou diminuir as 
forças, estar próximo á n^rrer. Gol lio ^ e Casteílo. 

§ Tela giu^ Teld. Termq usado no foro. Nasce este 

nome do verbo «Jlfc Tald^ o qual significa oflferecery 
exibir, c propor para ser lido, e considerado. , 

Te- 



' Galez, aonde fabricão e guardâo, a que nós chamamos terccna, c taraça- 



TE 15^ 

Têliz ^L-.*maJLj 2V//xj/r. (voz Pewiea ) f anno bordado 
* com que sé cobre a sella do cavallo. Castello. 

§ Temia L y^fivS TâmiaL Inclinação Nome de huma 
Freguezia, pertencente á Ofdem de Malta no Termo 
de Chavão. Cardoso. 

S TfeRRAu :,Sy]o Terradt Núú\e de certa embarcação pe^ 
quena, e veloz. E correndo a costa contra Mtlinde 
lhe sahirão oito Térradés com m^ita gente. Damião 
de Góes. €br. d^ElReí D. Manoel. Part. I. cap. 44. 

§ Teta ^sòâ Teda. Mamma. 

Tkamel \A^ Thnmel. Lugar na Provinda d^entrc Dou- 

r ro e Minho, Arcebispado de Braga. ÇignÒí ca descui- 

* do, negligencia, desprezo. Deriva-se do verbq ^^^ 

' hamala Qwt r\zV^ Conjugação lie, despregar, teí^^m 
pouco , hao fazer caso. Chorographia. ' 

TiMBAL \j,jjp Tambalí; (voz Pérsica) Insftrumento mu- 
sica, que se toca nas rccasiòes' festivas ás portas das 
Igrejas. A cavallaria militar usa também deste Instru- 
mento nas suas marchas^ asisiní como a Infmaria-dd 
tambor. Castello. . ' . ., x -) 

TiNCAL, otr TiNCAR ^Jtóí tchcál. ( vòz Pérsica ) E&^ 
pecie de sal. He de duas qualidades ; huma mineral , 
que se acha em certas minas na Pei*sia^ outra he artift- 
cial, e se faz de huma misttífa tíe nitro, pedra faume^ 
e ourina , cosido tudo até que adquire a consistência do 
sal. Vid* Pbarmacopéa. pag..goi. 

t Toa %^ Tuba. Perturbação. Díriva-sç do verbo ^U 

:Tata. Andar errante, vagando. Hir á toa, i. e. sem 

saber por onde se vai, talvez conduzido por outro; an^ 

dar á toa , 1. e- sem saber por onde anda , senv saber o 

que faz ; levar o navio á toa , i. e. guiar , e puxar com 

. buma corda. o navio:^ que não governa. 

Tolipa ^^^IxaI^ Tolipan. {yoL Pérsica) Espécie de flor 
bem conhecida. Castello. 

J ToPAGiBAXi^^áU^^^çss^ TobègibaxL Artilheiro Mor» 
•'*''* Bb O 



194* TO 

• O gnv)ernwidr h$^'prrgtmt9u qiiem er^mas.i rtspBnêt^* 

mos que Tenras da I^diaf fljfife: ert^mo^ cia^mMdos 

prJó Tbpagikati de DuMétAco^fana^ o servifo 4$ Qr^m-^ 

Stnhúr. Godiabo; Pti^M da Ifídi^ f»r urr^^ cap.* 

ia . ■.. < , . .' » 

tafkiçaL 'qw\«ft itrax m cabeça* -Gà^snlh. 

* TouGWE ^^ Timtiei E^ppde de Bandeira , ou Estí^n- 
*4arté, que. hum ^AJietes lèva diante do Grão Turco, 
quando sahe a cavallo. Ot Baxas , e Sangeacos sao co- 
JMiécnkB) pelos TouguBs que diante de st levSo quai>da 
Q^hém a cavaHo.} e por isso^ lhe èhamão Baxa de hum , 
4ois ^ xmt de três TougUes , oti Gauda^ cénao os Euro- 

r.péQa dizen» , segundo a nobreza , e grandeza da Cidade 
para onde são despackados^^, assim como ^ntre nós os 
pfin^iros, ou 3Qguj3dos bancos^ olide seassentão osMif 
qis|ro^^ e. Nobreza nas occa$iôes das Cortes,, Yià. Biu-- 

*V9'^J^^:J^.Ta^r%n.y{^sQ^^CX^ tor. Animal <:onbe- 

cido. Castello. > 

%.li%^?kmk^ jâl^)òy\í Tàrfelgar. Poara, om cabo dd 
, Isovffèdiouro.. Assiflíi.se chama o c*bo , \Mè está á entra- 
da d©!e9treito de G)ífcral.tar do lado deHef^paaha, fron- 
, '}XSL\xé aii 4e , E€pin'tói .tte }ado.. dd Mauritânia > ao qual 
'-^^<)»*Moai!oa>irhainâor*^^4^» .^ 

Trafaria */nL»jJí Tãrífia. IrUgar n» Provinda d^ Es- 
'"^'tréiTiàd^faV Patriáréado' de Lííboa, Significa cousSí ex* 
f"treifta , finai, ouiuitimâ* Vid. ad^rmçã^ do^oíwè. ?>- 

f> DíáfântDÇía ^^^v T^fw^pt Eíj^cic de- legume bem co- 

Tropa »í^^ TiWmfài Fr^^íia^ nâi ftov4nèk da* Beira, 
Is Bi»^dcvd[e Coimbra, «gnifica o^ díesmò ijue ô^ noioe 

Trafaria , e se deriva do rq«$ttro v^rbOi CHr^fgraf^ 
t.TtÍB(Ei4\^^4;. Ttif^.^X Escama deqpajquw «kiaÍv í^* 

del^ 



TVf %^ 

703. 
§: TuBiXo j^^ ;Tij^. 5©pro éc >v«into .coija ioç^o^j 
movimento das agoas , diiwia Rítt jun^o ki»dQ Àe^ 

Dec. V. cap. 12. 

. /çaíb^ç? .4e gue os lOrie^^gç? ^ e iji^ripapop ygãp. 
Tf¥/i^iT A^^ Xurki4* ( Te/p^ í^^^rjçia^çuUGi)) ^Ç^gi^z pur- 
• gativ^ asçim cli^nj^dfi, ,qi|ç ^v^çp^c^a ^nd^. Vid. Pft/ir- 

TuRGEMÁN ^^^Xç^^ Torgemdn. ( vo? .Ç^ald^ica ) JE^po* 
sitor ; donde os Francezes deduzem o nome Truche*- 
ment, ou Trucheman, e os Italianos Turcimano. Os 
Árabes o adoptarão como próprio , e dizem Torgeman , 
que Jie o mesmo que Interprete. Hutn Christao^ que 
Id vivia chamado Alcaide Miguel ^ foi o Turgeman 
da entrega do Infante, Chronica do Infante D. Fer^ 
nando. cap. ii. pag. 67. 

^ 'Xwnf^^yi ^í4tia. .('Termo. Pl^r/!>?çpqti^o) Pedij^ 
roiperalj^decôr verde azulado, quç4€poj^s dç.prepjra- 

-^ .áà i^zeqi ^ella^uin CoUyrio para ^ ^ngl .ílQsolhçg , e 
4Sra íiç$3ççar ^s chagas. FM^rma^o 



■y. 



A c CA ^j Bacra. (voz Hebraica hacrab) Animal 
conhecido. Castello. 
§ Vadio ^^o«^ BdduiOi Somem que anda errante ^ vaga- 

Bb z bun- 



^9^ ^ ^® 

. bundo de ínima parte para a outra , e que nío teth lia* 

bitação fixa. 
$ Vbueda 5v,^^ XJarèàa. Eiste nome no Aral^ico sígaifi-^ 

' ca caminho direito e ^lanò. > 

•VííKRtJ^MAi Aé.,^ Barrima. Instrumento de que úsão o» 
carpinteiros para furar a madeira. Derivasse do verbo 
^ barama torcer , andar â roda. . . 

••"^^ViZíR o- uazir. Grão Vezir. O Primeiro Ministro 
d^Estado^na Corte de Consta n ti i^opla , o prírariro Con- 
selheiro. Deriva-se do verbo ^^^//^/sj^r^f, trazer sobre 

" si, sustentar, ou supportar o pezb do governo, e do 
Estado. Vid. Gollio. sobre as mais expiieaçde^ deste 
nome, pag. ^66^* 



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■■$ X A B A N D A R Jjju .li; Xab-battdar, (toz Ferska) 
"Çènlíof do porto. Os Autbores. pHncifaex destas in- 

' 'formações forao o Xabandar de Gúzarate , t afilb» 
de bum poderoso Lau de MaUca. DaraiSo de Góes. 
Chr. d'ElRei D. Manoel. Part. III. cap. 2. 

Xadrez jogo -vJ^ Xatraiige. ( voz Pérsica ) O Jpgo 
do Xadrez 1iê muito. ii^âdo,. na Pérsia , e em todo o Orien- 
te. He nome composto de xax j£\__ã seis, e de gví, 
ra7igue mollestias ou affliç6es, e vem a ser, jogo de seis 
aíaiç6es. Joga-se sobre hum panno de 64 colas, e consta 
dé seis peças difFerentes , ou figuras de marfim , cujos 
nomes sao os seguintes ^\ à xab o Rei; (^jy^ J^^ 

~l 2W'« , .a Jlainha v ^.ó M , o Elefante ; ^^Soch a ce- 
gonha ;' ,^^; faraSyO cavallo; í^>«-. W^ívO.SoI- 

. í -dadíX) dfivpé;.ÕSrli»f!i«i# i.i§ ^^■■. primeiro invenípr^ f«* 



X A jçf 

^U Jji íu»!^^ Sasaè hen Daber. A cawsa de ell« d in* 
/ ventar,' e mais propriedades deste jogo se podem ver 

na IL Década de Barros, cap. 3. 
^ Xaes ÍA^L-â Xahíd. ( voz Pérsica ) Moeda de pr^ta 

daquellé Reino , que vale cem reis da nossa moeda Por- 
I tugue^a, Deriva-se do nome xab p Rei , e vem a ser 

moeda Regia , ou Real. Ha nesta terra moeda depra^ 

ta a que chamão Xaes ^ que tem o valor de hum tos- 

tão da nossa mofda. Itinerário de António Tenreiro. 

cap. 15:. pag. 368. 

* Xah ^u.à Xãh. (voz Pérsica) Rei, Principe Sobera- 
no. O primeiro j que com maior vantajem se vio nes^ 

' ta Conquista , foi o Xah Naseradin. Ásia Portugue- 

za. Tom. I. Part. II. cap. f. 
-% Xairel ^btà Xf^r. Cobertura , que se p6e sobre os ca- 
, valloj. Golio. ' 

* Xales *j\ & Xdle. Os xales sao huns pannos do feitio 

- de, cintas, e da larjgura dopanno de linho, tecidos, huns 

de seda , e algodão-, outros de laa multo fina: huns li- 
sos , outros com listas de cores. De huns , e outros uzao 
. os Orientaes, e Africanos, e lhes servem para trazer 
na cabeça conio Turbante, ou enrolados á roda do pes- 
coço no Inverno por causa do frio, de maneira, que 
dando duas voltas á roda do pescoço lhes ficao as çon- 
' ws cahidas pêlos hombros abaixa Presentemente as. pe- 
nhoras desta Corte os trazem em lugar de capas : estas 
porém são quasi quadradas , e como guardanapo gran- 
de; e $ão pintadas de cores. 
íXaqujeca, ou enxaqueca ^íAiá Xaqaeea, X)Qt à^ xa- 
I ipíeca,, qúe dá em hum só lado da cabeça,. ou em hu- 
í rma das fon^s: os Latinos lhe chamão hemicrania^, 
Xaquima , otJTROS Jaquima iL^^à Xaq^er^ia. A cabe- 
çada, ou corda çom que se prende huma besta. Deriva- 
se do verbo ^Ci x acama y prendej huma bçsta com 
; _ cabresto, Bluteau^ .. , " ' \ 



t9« xã 

^'"XAikA^k' xí^yà Xitrétfe. Nome prapria de homens Si- 
gmííca 6 Mobile^ SuMirae, Eminente &c. Com EJRei , 
estava o Ra es Noradim , e seu filhe X£r4$fk , que xs^ 

' f^é eni ^trr^íigat. 'Commerít. de ÀiFoinso iíe AI«Kj«er- 

'* <!fué. Tom. fV. cap. 35^. f>ag. ^i%. 

^ XakaíIm ^sjÁ 'SiaHfi. Certa mocíia da. índia, ^ue tem 

" o víílcr de' joo t^ís da nossa moeda Pomig iieza. To- 
tocm esta moeda o tiomé de Xarafim dõ Kariíe, »em cu- 
jo Refinado Foi Feita , -e sobre eW^a rrax; Seu ^lome gravan- 
do. Fizerao-se as Bscripturas de^huma^^ iHfitr/cfãr^ 
te. Aslírmu^sitmas ycxmttnhão ^ que EíRsiJe Ormua 

' 'tJeifaãtn l^esfada ân Religião) sefaztwQ^assaJU d* 
'EVRiel D. Mnnoeí com quinze ^ii Xarafins cada ^ti- 
no. Ásia Portuçueza. Tom. 1, pag. iò8. 

^ Xakêta iTtuyi Xarrta. Tatmça , *om cordel de espa^ 
to, ou de palma. He a rede de pescar, feita de coitias, 

' í)lotues. ' ' , , 

^ XARAtíjíirE ^1^ ^araqui. í^raça larga, t .ampla. Cbe^ 

' gou AntoHh Mendes totn as wSos ítmupraâas atraz 
âo Xaràque^ onde recèbeo a morte. JeTORytnó ádíLen-^ 
tídnça. Jornada de Africa. Livr. ^11. Gap.;4. pag. 1^9. 

^ IX^iirPÊ cJl,^à Xarife. Nobre, Eminente >eai >gioria, 
^«K^ídade, 'Siifilime^ entre ^tddos. ^Derim-ee do Tirbo 
L3j>Á ^rifa^ ^e na V- ODtlJHgaçâo ságriifea adqui- 
rir iiobrezía j gtoria ; dignfdade íbonrosa &c.^ntfe os 

' 'Màhôttòtailos, he tituío ^ nmita iio/ina , ^e «óro^f 8rin- 
* cipe aa Cfdadé de Mecca , e o Rei de fM&rmcmitg^zio 
deste tiíulo como de jure , por sefem >de$oendeiireS' dos 
' aòtigòs -Árabes, ie por consequência dè ^Mafomq. ^Kío 
"•• ' Oi^ieinte , è etó^Aírica , ' ha ornara q4ja]ídadç>de Xiarifes , 
^ e^ãb^quélles, qiie tem visitado tr^s vesses-JoTFctiiplo 
de Meeca , que sem e«tas três visitas não pctíern^goíàr 
do referido titulo. Os Xarifes - do Oriente , àâo ^conhe- 
cidos peto 'Turbante verde que só diles o podem trazer; 
Hups, e outros, por aquellas três peregrinações adqui- 
rem 



Ttm tal aobrasMLj que além dos grandw privilégios, <jue 
lhes são concedidos 5 podem aparentar-«e com aaipriíoçi-' 
ras faxnilias, e os Príncipes não duvidâo r€(;ieber $(|as fi- 
lhas por. mulheres. 

* Xakoco c-S^^ Xaru€^ (Termo marííimo) O veaio 
leste ^. ou da terra; outros Ibecihamão levante. Nas Pro- 

. vincia«. dão este nome «o veato Nordeste , por ser mui- 
to frio no inverno. Deriva-se da voz ^yÁ xarqui o Náis- 
cente , ou Oriente , por ser o venro x^oco daquella par- 
te. BUteau. , _ . . 
Xailov£ ij^jè, Xnrahe^ Lambedor, qBC se jRaz do suiúco 
; ^â fruta r^^^t-es, coip calda de açwár apurado ao 
fogo. .Também significa qlla^uer betyífda medidnaL 
Vidw Vbarwaevfêa Tuhuiens. 

* Xarqiíia è^jí Xar}g[iífiir. OMsk OrienwL He moine 
de hama Câbilda, que fka pela pane do -Oiente da 
Província" de Ducak . Reino de Marrocos*, a qiial foi 
tributaria a ElRei D- Manoel. Derira-se de Í3jÁ xar* 
csn o Oriente. Os Jrúbes pèttirSo a Lobo Barriga ã 
cabeça do. Xeque de Xarquia porque fora entre èUes, 

" èum dos mais honrados. Damião dô Góes. Chrtmica 
d^ElRei D. Manoiâi. Pare. Ill, cap^ 34. 

* Xatima ^^^ Xadnta. Npcae de huma Pxwviftcia de 
Africa , entre Miarirocos:^ e Duq^ak , que £w rrihutaríáí 
t ElRei D. Manoel ^ e pa^^va annualniMte mil cargas 

' éo cameWde trigo, e cevada , e 4 cavaltesw Vid. Ghro^ 
^mca d?ElJ3i^ B. Manoel^ Vzru III. cap. Jf.jp^g. iM-i. 

3tAUTER ^\ itXatér. Significa, homem perito,^ ^abio, 

diligente na sua, pbi:igASãa X^^ttfr he o ^Pflpfp^j^/Qirt^ 

fuia a gente nos caminhos e areaes do dtzefto da Àra- 
ia. 

Não quiz o Xauter que passássemos na Aldêa. Go- 
dinho. Viagem da Índia. Liv. I. cap. 64. pag. ii6. 
Xelma aJu Sóllema. ( Termo de carreiro ) Certa ar- 
madilha de páos á feição de huma escada , que se põem 
sobre os cavalletes do carro para sustentar a palha. Tam- 
bém 



loo 3t E 

bem se pitem nâs bordas dos barcos^ qu€ ttátem pâ(ha. 
Xequb' ^á Xecbe. Nome , e titulo de honra. Signifi- 
ca homeni ancião ; de probidade j cotrselho , authorida- 
de &c. Entre os Árabes do campo, *^e Mouros da ín- 
dia, os Xeques são os Governadores das terras, Trí- 
bus, Cabildas, e famílias ; assim como antigamente en- 
tre 08 Israelitas os anciãos do povo erão os que gover- 
navão : entre os Persas o Xeque era o Rei ; entre os Go- 
dos , ou Saxões era o que chamavão Alderman ^ ou Al- 
dornian y os velhos; este termo ainda he usado peIo« 
Inglezes; entre os Latinos Senator\ entre os Francezes, 
Italianos, e Hespanhoes, Seigneur ^ Signore ^ e Seãor\ 
por serem aptos pela experiência que tem de decidirem j 
os negócios. Vid. Historia de Inglaterra por MnJ 
Rapins. pag. 149. hobo Barriga^ matou o Xequm^ i? 
mandou pâr a sua cabeça em bum pique sobre huma,^ 
das portas da Cidade. Damião de Góes. Cbròn/ra c^[ 
ElRei D. Manoel. Varu Jll.^cap. 34. 

XbkqAo rfj^ Xdrcon. Colxao de panno grosso cheio de 

. palha, 

XiKAZ ^J^ Xiraz. ( voz Pérsica ) Nome de huma Cida- 
de na Pérsia. Significa leite coalhado. Vid. Qastello. 
Tom. IL pag. 30^8. Seu vinho he muito celebrado. 

Xó ^ Xou. (voz -Pérsica ) Com que se manda parar hu- 

c ma besta , ou jumento. He o Imperativo do verbo au- 
xiliar ^ xou ser, ou estar, e vale o mesmo que pára, 
ou está. Vid. Castello. Diccionario Heptagloto. To; 

r roo I. 

* XoACAi 



,^ Xorta. Vià^ Axorcas. 



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4or 



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ir AaiiA i ç^ Zavira ^^j £âbrm. Espécie de embar- 
cação que se usa cm Africa , t sSo seimelhantes aos nos- 
sos barcos. Nesta retoita de jdtderrsiman y tivetão 
tempo treze Çastelhanot , que ^staváo taptivos de se 
recolherem em bum a Zahra^ pam o Castello Renl. 
^ X>amião de Góes. Cbremeâ d'BlRei JX Ma9weL Part* 
% II. cap. i8. 

í' Zaca s\áj Zacút. Vid. Azaepn^e Alfitra. 

^^''íf Zacum j.^j Zacúm. Fruto muito amargoso, semelhan- 

^ te á amêndoa. Os Árabes lhe chamão fruto infernal 

. pela sua amargura. Efelle se faz menção no cap. 37 do 

Alcorão, pag. 584. , e na Fbarmac^êa. Tom. I. pag. 

161. Bluteau também o trai no VIII. Tomo de seu 

^^ Oiccionario. 

'//* * Zagazabo ( voz Ethiopia y. Nome proprk) ^ homem. 
)• Corapoem-de de Zagaz^ a ^aça , >e de Aio o pai; c 
^^ quer dizjsr a graça do Padre, ^agazabo, era hum Bis- 
^t ^ po muito docto, o qual disse que sexhamava Matheus. 
k Veio a esta Corte com o caracter de Embaixador do 
1^ Preste João , no tempo d^ElRei D. Manoel. 

Este Embaixador sendo nesta Corte |>erguntado na prs^ 
sença do Rei, e de muitos Theologos sobre a fé, e 
crença dos Abexins, elle respondeo, dando hum trat^^ 
do sobre esta matéria com bastante individuação, e ele- 
gância cujo tratado , o traduzio Damião de Góes estan- 
do em Pádua, onde o mandou imprimir, e anida encor- 
porado na obra intitulada : Hespanha illustrada , e -o 
toais se pôde ver em Damião de Góes. Chronica d^El- 
\ Rei D. Manoel. 
J Ce * Za- 



ymH Z A 

* Zara »^j Zabra. A flor. He nome próprio de mu- 
lher. Assim era chamada a Irmaã de Abucadam, que 
foi Senhor de muitas terras na Lusitânia , e do Castel- 
lo de Gaia no Porto. Esta foi roubada por D* Ramiro 
II. de Castella, e depois de paptizada cazou com elía, 
e se chamou D. Isabel. Vid. Monarcbia Lusit. To- 
mo II. pag. 244. ^ 

* Zahua «^ábj Zabra. Nome próprio de mulher, e signi-» 
_ fica a mesma cousa. Zabra benat Iça ^.^^ c:^ »j^ 3 >^ 

flor da raça do Messias, ou a Christaã.^He o nome que 

' os Mouros derão á Rainha Egilona; (ou Elyate como 
Querem alguns) mulher d'ElRei D. Rodrigo, ede Ab- 
^elmalek filho de Tarik, Governador de Hespanha de- 
pois de conquistada; o qual tendo noticia da sua,for- 
mozura , a mandou buscar , e agradando-se delia a to- 
mou por sua mulher, prometendo-Ihe de a nãa obrigar 
a deixar a Lei de Christp e lhe poz o nome de Zabra 
benat Iça. A flor das Christaãs. Vid.. Monarcbia Íjí^ 
sitana. Tomo II. pag. 2S4. •■ 

ZaRAGATOa \^^]a9 jyj Bazercatona. Herva chamada pui- 
gueira. Os Árabes lhe chamrío o^i^xH »£:^í^ Haxixat 
elhargut erva das pulgas. He nome composto de ^^ 
h^zer emente, e de U^Uí cãtuna nome da Qty^.. Pbar^ 
tnacopêa. - - • 

Zà^cSo (j^^j^) Zairaeun. Vid. Azarcão^. 

% Zarco cS^l Azeraco. Qye tem os olhos azues. Mò^ 
raes. / 

* Zarur ^^j Zârur. Vid. Azar ól as. Avie. círp. 742* 
pag. ij6. 

IZjs^uaria A^^Geiuaron^ (Termo Pharmaceutico) líer- 
va cuja raiz he purgativa, e antídoto contra o veneno. 
Vid.. Herbelatb. Btbliotbeca Oriental, pag. 5*25. 

ZfiUDA «x»3 Zaida. Nome próprio de mulher. Fregue- 
?k i3.a Provincia de Tra« os Montes, Bispado de Mi- 
randa^ de quem a terra tomou o nome. Significa a aug- 

meu- 



ZE ^3 

mentadofá. Do verbo :^\^ s^ads ac cresceu tât , augmen- 
tar. Diccionario de Cardoso, 
Zeida íj^j ^aida. Home próprio de mulher. Zeida.^foi 
- filha de Almucamus ^y^iX\Benhawet ^ Rei d^ Sevi^^a, 
a qual depois de baptizada cazou com D. Affonso VI-» 
deCastelIa, e se chamou D. Maria. Vid. Mênarchia 
Lusitânia. Tom. III. pag. 28. 
Zeidan (.^à^i'j Zeiddn. Nome próprio de homem. Hè 
t o mesmo que os dois antecedentes, e se deriva do mes- 
mo verbo. ElRei se fez na volta de Lqtfugo^ onde 
reinava Zeidan-ben huin, Monarch. Lusit. Tomo IL 
pag. 386. 

* Zeniar ^LsO) Zengar. (voz Pérsica) Azenhavre. Vid* 
Avie. cap. 739. pag. 176. 

Zewith Sj^^j ou uii^cwi, semt ^ e com artigo c^wJI asse^ 
met ( Termo Astronómico ). He o ponto vertical , op- 
posto ao Nadir, que vulgarmente chamamos Zenith. 

* Zerbo 4y,^ Cerbon. (Termo Anatómico) O zerbo he 
huma membrana delgada, e dobrada; de substancia gor^ 
da á feição de rede , vulgarmente chamado redenho. 
Vid. Avie. cap. 9., e Bluteau. Tom. VIII. pag. 642. 

ZiGUE ZiGUE ^j ij^ Zig. Zig. ( voz Pcrsica ) O som 
que faz huma porta apertada, quando se abre, ou se 
feicha. Desta voz tomamos o nome zigue zigue, que 
he hum pequeno instrumento , á feiçSo de hum pequeno 
tambor, cuberto de pellica, com que os rapazes brin- 
cão, e de ordinário se vendem nas feiras. Vid. CasteU 
lo. Diccionario Heptagloto. Tom. I. pag. 

ZiZANiA ^^^y Ziuano. ( voz Syriaca ) Zionab o joio 
certa semente, que nasce entre o trigo. Vid. Vossio 
Diccionario Etymologico. 

t ZoiNA i^jSy Zaina^ Meretriz. Denominação injuriosa 
que a plebe dá ás más mulheres, e mais vis prostitutas. 

* ZoleimSo ^i^IcvaU Solimdn^ Nome próprio de homem.. 
Significa Salamão. Daqui passou a Lamego , onde rei-^ 



m 2 

^i^i Zàl*ímM9. MoMi^h. Lusit. Touk II. p%^. jtt. 

* ZoRAME A qi^ Selbanre. (toz corropta) Capa bran- 
ca tecida ne lál i^ftnitó fina , com buè òl Mouros "^ cd* 
Wm tíOttio «ntre noa os capotes, item , qtkumque ac^ 
ieperii âíicui tapam , Zffrémt^ypeilems aut elidam 
WxfeiA y pMèt tpsuíA dn^lum^. MooarcL Lusit. Toou 
IV. Escript. XX VIL nas leis q«ê D, Affoaso VL fez. 

^ ZoRZAL j^yjf Zarzár. O tstoí'tiiftàò. He pássaro àSí 
áírribaçto (te câr parda com malhas brancas, êtwteau e 
àíar^tíes^ 



FIlil. 




^ í