MEMÓRIAS DO INSTITUTO BUTANTAN 1937 TOMO XI * São Paulo, Brasil Caixa postal 65 MEMÓRIAS DO INSTITUTO BUTANTAN 1937 TOMO XI Sáo Paulo, Brasil Caixa posta! 65 ÍNDICE Pag. Noticiário V Sobre a chitnica dos horaionios scxuaes. 1. Estado actual da questão — C. H. SLOTTA 1 2. Obtenção da cstrona da urina de cguas prenhes — C. H. SLOTTA: 0. SZYSZKA & E. B LANHE 17 3. Constituição das substancias estrogenicas obtidas com o anol — (L H. SLOTTA & W. FOBSTER 31 O café sob o ponto de vista chimico. 1. Determinação do extraclo c da cafeína — C. II. SLOTTA «Sc C. NEISSER 30 2. Alcaloides do café — C. H. SLOTTA & C. NEISSER 40 3. Uso do café no preparo de sabão ou oleo comestível — C. II. SLOTTA 5: G. SZYSZKA • 5S 4. Determinação e extracção do acido chlorogenico do café — C. II. SLOT- TA; C. NEISSER & A. CARDEAI 61 5. Tres novas substancias do café — C. H. SLOTTA S C. NEISSER ... 71 Effeitos do chlorogcnato de potássio c chlorogenato dc potássio c cafeína sobre o coração do sapo. Bofo marinos — J. R. VALLE 63 Estudos sobre os venenos dc sapos brasileiros. 1. Composição do veneno dc Bufo marinos — C. H. SLOTTA S C. NEISSER 89 2. Sobre a adrenalina no veneno dc Bofo marinua — C. H. SLOTTA: J. R. VALLE & C. NEISSER 101 Estudos chimicos sobre os venenos ophidicos. 1. Determinação dc sua toxicidade em camondongos — ('.. II. SLOTTA & G. SZYSZKA 109 2. Sobre a forma dc ligação do enxofre — C. H. SLOTTA & H. L. FRAEN- KEL-CONRAT 121 3. Teor da coagulação e da lecithinase — C. II. SLOTTA: G. SZYSZKA & H. L. FRAENKEL-CONRAT 133 Novos estudos immunologicos sobre a substancia coagulantc do veneno dc Bothrop» Jararaca — D. von KLOBUSITZKY & P. KONIG 149 Concentração da antitoxina tetanica por meio dc adsorpçâo — D. von KLOBUSITZKY 163 Estudos sobre laccrtilios neotropicos. 4. Lista Rcmissis'a dos laccrtilios do Brasil — AFRANIO do AMARAL . . 167 Contribuição aos conhecimentos dos ophidios do Brasil. 9. Nova especie de Colubrideo opisthoglypho confundi vel com Philodryas gerra (SCHLEGEL, 1837) — AFRANIO do AMARAL 205 10. Redescripção de Philodryas gerra (SCHLEGEL, 1837) — AFRANIO do AMARAL 213 Contribuição ao conhecimento dos ophidios do Brasil. 11. Synopse das Crotalideas do Brasil — AFRANIO do AMARAL .... 217 Estudos sobre ophidios neotropicos. 34. Novas notas sobre a fauna da Colombia e descripção de uma especie nova de Colubrideo aglypho — AFRANIO do AMARAL 231 Regras Internacionacs dc Nomenclatura Zoologica (2.* edição) — AFRANIO do AMARAL 241 Artigos de collaboração: Alguns opiliões da collccção do Instituto Butantan — C- de MELLO-LEITaO . . 2í5 Um gencro e sete especies novas de aranhas — C. de MELLO-LEITÃO .... 311 Hermaphroditismo alternante proterogynico cm Rhabdias fiilleborni TRAV. — ANDRE’ DREYFUS 289 Sobre a evolução de ovocytos contidos no testiculo do sapo — ANDRE' DREYFUS 299 NOTICIÁRIO No Noticiário do tomo VI destas Memórias foram publicadas as linhas gcraes da reorganização, scientifica por que havia passado o Instituto Butantan, que, desde abril de 1931, se vem transformando em um centro de estudos bio- logicos, dedicando-se, no dominio da medicina esperimental, especialmente a trabalhos sobre pathologia humana. No Noticiário do tomo IX foi dito que no Instituto já haviam sido criadas as ultimas secções technicas, previstas pela reorganização de 1931, tendo mesmo, entre estas, sido installada a de Chimica experimental. Exprimiu-se nessa occasião a esperança de que, graças ao caracter moderno impresso por essa organização, poderia avultar a contribuição do Instituto ao progresso das scicncias biológicas em nosso meio. Dessa maneira, procurava-se também encarecer a necessidade de se incrementarem as pesquisas experimen- taes, ao invés dos estudos de systcmatica tão em voga entre nós c tcntava-sc abrir caminho ás investigações originaes que em Butantan deveriam ser feitas sobre uma infinidade de problemas de natureza chimica. Em uma instituição que se dedica á biologia não é para admirar esse apreço pela chimica. Muito pelo contrario; pois a vida é, em si mesma, um problema chimico a variar de accordo com cada substracto physico-chimico. £, pois, com especial agrado que neste tomo se annuncia a publicação de uma grande serie de trabalhos sobre chimica, a versarem uns sobre a natu- reza dos hormonios sexuaes, outros sobre a composição do café e outros, final- rnente, sobre os princípios constituintes dos venenos dos batrachios e dos ophidios. Esses estudos são ou serão completados pelas necessárias pesquisas no terreno da physiologia e da pharmacologia, podcndo-sc esperar que, oppor- tunamente, terão elles a applicação pratica desejada. Em outros artigos, são publicados novos estudos sobre a substancia hemo* coagulante do veneno da Jararaca c sobre a possibilidade de concentração da antitoxina tetanica por adsorpção. Alem de algumas revisões sobre ophidios, surge ainda neste volume a primeira tentativa de systematizaçSo de todas as formas de lagartos registadas até hoje em nosso território e acompanhadas dos respectivos nomes vulgares. Apparece, outrosim, a 2.“ edição das Begras Internacionaes de Nomencla- tura Zoologica com todas as opiniões emittidas pela Commissáo Internacional até o anno de 1935, epoca em que se reuniu em Lisboa o ultimo Congresso de Zoologia. Entre os trabalhos de collaboraçáo contam-se dois artigos do prof. Mello Leitão sobre opiliões c aranhas das collecções de Butantan c dois outros do prof. André Dreyfus sobre interessantes questões de biologia geral no terreno da reproducção. Ao ser impresso o presente numero das “Memórias”, é a seguinte a rela- ção do pessoal technico superior das varias secções do Instituto Butantan: Directoria e Secção de Ophiologia e Zoologia Medica: Afraxio do Amaral, B. Sc. & L., D. M-, D. Hyg. (Med. Trop., Harvard), Editor das “Memórias do Instituto Butantan”. Secções de Immanologia Experimental e Sorotherapia e de Bacteriologia Experimental e Bacleriotherapia: Paulo Artigas, B. Sc. & L., D. M. Prof. Fac. Pharm. Odont. S. Paulo. Jaxdyra Planet, D. M. Benedictus Mourão, D. M. AniosTO Souto, D. M. Secção de Viras e Virnstherapia: Joaquim Travassos, B. Sc. A L., D. M. Secção de Physico-Chimica Experimental: Dioxysio von Klobusitzky, D. M. (Pécs), Ex-Priv. Doc. Chim.-Physiol., Univ. Pécs. Paulo Kõnig, D. Phil. Chim. (Vienna). Secção de Parasitologia e Protozoologia: Flavio da Fonseca, I). M. Secção de Botanica Medica (com Pharmacognosia): M. PirajA da Silva, D. M., Ex-Prof. Fac. Med. Bahia. Secção de Chimica e Pharmacologia Experimentaes: Cariais Slotta, D. Phil. Chim. (Breslau), Ex-Prof. Chimica, Univ. Breslau. Geraldo Szyszka, I). Phil. Chim. (Breslau), Ex-Assist. Inst. Chim., Univ. Berlim. Cláudio Neisser, D. Phil. Chim. (Gõttingen). J. Ribeiro do Vaixe, D. M. Secção de Physio-Patholngia ( com Endocrinologia c Ilistopathologia) : Tiiai.es Martins, D. M. — Endocrinologia. Moacyr Amorin, I). M. — Ilistopathologia. Raul F. de Mello, I). M. — substituto. Paulo R. dc Souza, I). M. — interino. Secção de C.yto-Embryologia e Genelica Experimental: Gertrudes von Ubiscii, I). Sc. (Estrasburgo), Ex.-Prof. Botanica (Genética), Univ. Heidelbcrg. Toda correspondência scicntifica, relativa às “Memórias”, deve ser diri- gida ao EDITOR, MEMÓRIAS DO INSTITUTO BUTANTAN Caixa Postal 65 SÃO PAULO, BRASIL 612.4 SOBRE A CHIMICA DOS HORMONIOS SEXUAES 1 . Estado actual da questão POR C. H. SLOTTA Os hormonios são substancias que, produzidas pelas glandulas de secreção *ntema e transportadas pelo sangue, têm o poder de exercer ef feitos physiologicos característicos em outras partes do corpo. Para o esclarecimento de cada ef feito chimico, deve-se criar uma prova cxacta, mas jxjuco complicada, com que se possa provar a dose de hormonio con- tida nas diversas fracçõcs. Além disso, tendo de retirar quantidades infimas de substancia de volumes enormes de material glandular, o chimico deve estar habi- tado a elaborar elevadas quantidades de material numa escala industrial, ou para esse fim uma fabrica que lhe forneça preparados já anteriormente puri- ficados. Deve ainda dispor da capacidade c da possibilidade de effcctuar trabalhos uiicro-chimicos com milligrammas de substancia extrahida, afim de conseguir o UUulamento e o esclarecimento constitucional de cada hormonio. Si. finalmentc, quizer dedicar-se á synthesc desses prindpios. toma-sc-lhc indispensável possuir uni conjuncto completo de conhecimentos e meios complementares de apparclha- Uiento, como sómente se encontram cm institutos de pesquisas chimicas de velha tradição ou de grande dotação orçamentaria. Não é de estranhar, portanto, que dos 30 hormonios no minimo, entrevistos c onio producto de 11 glandulas endocrinas, só um pequeno numero delles tenha s ido obtido em estado chimicamente puro. Com ef feito, conhecemos, até hoje, sórnente a constituição exacta de 5 hormonios e a approximada de dois outros, tendo que apenas quatro hormonios já são accessiveis á synthese industrial. cm SciELO 10 11 12 13 14 15 16 2 Memórias do Instituto Butantan — Tomo XI O seguinte quadro mostra-nos os hormonios de constituição chimica já esclarecida r H ormonio Origem Descobridor Anno 1 Adrenalina Medulla da suprarenal Stolz 1904 2 Thyroxina Thyreoide Harington 1926 3 Progesterona Corpo amarello Slotta 1934 4 Estradiol Folliailo Doisy 1933 5 Testosterona Testículo Laqoeur 1935 6 Adrenosterona Cortice da suprarenal Rcichstein 1936 7 Corticoslcrona Cortice da suprarenal > 1937 Quanto ainda falta fazer! Sobre os hormonios da glandula pincal, da parathyrcoide e do thymo não sabemos praticamente coisa alguma. Dos hor- monios da hypophyse, provavelmente 15, apenas sabemos que consistem quasi todos de substancias proteinicas mais ou menos complicadas, ou seja uma classe de corpos que representa para a nossa chimica actual um terreno quasi intrans- ponível. Sobre a insulina, hormonio do pancrcas, estamos igualmente pouco informados: já foi obtida crystallizada, mas a sua estructura ainda está longe de qualquer esclarecimento. Conhecemos melhor os hormonios da suprarcnal : a adrenalina, hormonio da medulla, foi a primeira insulada em estado puro, ana- lysada e synthetizada. No anno passado, foi insulada da cortice uma substancia, que tem influencia nitida sobre os caracteres sexuaes secundários masculinos; foi chamada adrenosterona. Conclue-se dahi que, não só as glandulas genitacs produzem hormonios de acção sexual, mas também a suprarenal. cuja interfe- rência no caso ate agora não se havia entrevisto. Ha poucos meses, soubemos que, após muito trabalho, foi insulado da cortice suprarenal um outro hormonio, este necessário á vida, e denominado corticoslcrona. Também o hormonio da glandula thyrcaide já foi synthctizado : todavia, justamente neste caso ainda não foi dita a ultima palavra quanto ás relações entre o hormonio e as sub>tancias que o acompanham. Durante os últimos oito annos, o esclarecimento dos homwnios sexuaes progrediu com uma rapidez admiravel. Em 1934 c 1935, os dois hormonios femininos e o hormonio sexual masculino foram insulados das respectivas glan- dulas c ficou esclarecida a sua constituição. Foram produzidos por synthese total ou por meia-synthese. Vemos dahi que, entre os annos de 1904 e 1926, não se verificou muito progresso, mas que os últimos dez annos representam uma época nova e mais produetiva neste terreno. O esclarecimento relativamente rápido dos hormonios sexuaes explica-se pelos seguintes factos: Primeiro: Por se haverem encontrado prosas relativamente simples para seu conhecimento. Podem-se castrar animaes. isto é, extirpar-lhes a$ glandulas o Slotta — Chimica dos hormonios 3 sexuaes, sem que isto lhes traga a morte: esta. no entanto, sobrevem facilmente pela perda de outras grandulas de secreção interna. Conforme se injecte hor- monio masculino ou hormonio feminino, appareoem certos phenomenos physiolo- gicos nitidos, que podem servir de prova de especificidade. Em 1923, foi elaborada por Allen e Doisy a prova para o hormonio follicu- lar, a qual é empregada até hoje sem grandes modificações: o camondongo íemeo castrado entra de novo no estro com preparados de hormonio follicular, o que é pronunciadamente característico pela descamação de cellulas epitheliaes anu- cleadas e comificadas na vagina. Em 1929, foi indicado por Gallagher e Koch a prova “Gallo capão” para o hormonio do testiculo, e, no mesmo anno, Comer e Allen apresentaram a prova para o hormonio do corpo amarello. E’ este o niais complicado, visto que a coelha deve ser castrada após o coito e tratada durante cinco dias consecutivos com hormonio de corpo amarello, antes que se possa, por uma operação subsequente, verificar a transformação, na mucosa do útero, da phase de proliferação para a phase de secreção, para assim se poder determinar a effidenda do produeto. Segundo: Por pertencerem estes tres hormonios a uma classe de corpos, rçue foi explorada muito minuciosamente nos últimos trinta annos, e cujo esque- leto estructural foi esclarecido definitiva c completamente cm 1932. Refiro-me a substancias que possuem todas um núcleo cyclopentana-pcrhydro-phenantreno e que denominamos esteroides. A esta classe pertencem, além dos hormonios sexuaes, os esteroes (p. ex., a cholesterina), os addos biliares (como o addo cholico) e os venenos cardíacos (como a digitoxina) e a vitamina D (Fig. 1). Alguns derivados de Cyc lopentana-perhydro - pnenantnreno ( 9 C ) Vltaalna D Cholesterina (2 C) Acido cholanlco ” (4 c) Dlgltaxleenlna Progesterona Estradlol restosterona cm SciELO 10 11 12 13 14 15 16 4 Memórias do Instituto Butantan — Tomo XI Além de certas variações no núcleo, pode-se notar á primeira vista que as cadeias lateraes dos esteroides possuem um comprimento muito difíerente. en- quanto os hormonios sexuaes têm a cadeia lateral muito mais curta ou mesmo nenhuma. Sómente depois de se terem extrahido os hormonios puros das glân- dulas é que foi possivel applicar-lhes todos os conhecimentos que já se possuiam sobre os esteroides. Isso favoreceu o esclarecimento estructural e possibilitou também enfrentar a synthese dos hormonios, partindo de esteroes e acido$ bilia- res facilmente accessiveis. Terceiro : Pelo facto de já serem conhecidas antes do descobrimento dos hormonios gonadaes, i. é. dos princípios retirados do folliculo, do corpo amarel- lo e do testiculo, as substancias nas quaes elles são transformados pelo figado e l>elos rins. e eliminados depois pela urina. Essas substancias eliminadas pela urina podem ser usadas, como sabemos hoje. como nnteria prima para a synthese dos proprios hormonios in ritro. Xo fim da gravidez da mulher e do quinto ao oitavo mês da prenhez de éguas, p. ex., é eliminada com a urina uma substancia com dois átomos de hydrogcnio a menos do que no hormonio follicular. substancia essa que na prova de Allen-Doisy ainda possue de 20 a 25 % da acção do hormonio verdadeiro. E’ muito mais fácil, naturalmente, insular-sc uma substancia activa de um liquido aquoso como a urina, do que uma glandula. que contêm gordura, proteinas e outras impurezas. Por este motivo nos foi apresentado, por Doisy em 1929 (1) e. logo depois, por Uutenandt (2), o produeto de desdobramento do hormonio follicular extra- hido da urina. Esta substancia, a estrona, foi considerada durante 5 annos. o que é íacil de compreliender, como sendo o proprio hormonio follicular. Ainda em 1929, foi encontrado na urina gravklica por G. F. Marrian, o produeto de desdobramento do hormonio do corpo amarello (3), esclarecido posteriormente por Butenandt c denominado pregnandiol (4) ; esta substancia, todavia, por não possuir mais cf feito physiologico, não conduziu ao erro de ser tomada por um hormonio. Sómente após o insulamento e esclarecimento da estrona c do pregnandiol tomou-sc possivel a pesquisa chimica. seguida da synthese dos hormonios se- xuaes femininos, dos quaes trataremos a seguir. De 1000 litros de urina gravidica humana obtêm-se. por extraeção com dis- solventes orgânicos, um gramma de estrona e de um a dois grammas de pre- gnandiol, enquanto a mesma quantidade de urina de éguas prenhes produz 20 grammas de estrona e uma pequena quantidade de substancias semelhantes sómente fracamente estrogenicas. O pregnandiol, até hoje. foi sómente extra- hido da urina humana. Como a estrona possue um grupo phenolico. pode ser extrahida com benzol, álcool butylico ou chloroformio. Os extractos oleosos obtidos podem ser purificados por distribuição entre solventes immisciveis. Por 4 SijOtta — Chimica dos hormonios 5 meio dos reactivos cetonicos obtêm-se os respectivos derivados, dos quaes a es trona é recuperada em estado puro. Um gramma de estrona é capaz de pro- vocar o estro em 8 a 10 milhões de camondongos castrados, enquanto um grarn- ma da verdadeira folliculina ou estradiol pode provocar o estro em 30 a 50 mi- lhões de camondongos castrados. Pela transformação em hydrocarburetos syntheticamente accessiveis, de cons- tituição já conhecida, pode-se provar que a estrona, o pregmndiol e também um outro produeto insulado por Marrian. o estriol, têm o esqueleto dos esteroides (Fig- 2). xó Xj ° Estrona ( cejthyl . ) Estriol ím j(S.) 7-üethoxy-1.2- cyclopenteno-phenanthreno cs, cu, [CH^ígD I>o estriol, que ê. physiologicamente, cem vezes menos activo do que a estrona, pode-se obter esta ultima, deshydratando-sc com bisulfato de potássio (5). Portanto, o estriol possue, em logar do grupo cetonico da estrona. duas hy- droxylas vizinhas. Fundindo-a com potassa caustica, a molécula rompe-se neste logar com formação de dois grupos carboxylicos, que, ao se aquecer no vacuo com anhydrido acético, produz um anhydrido, mas não dá um annc! cetonico. Baseado em casos analogos, sabemos que este acido dicarbonico deve ter-se origi- nado rle um annel j>enta. isto ê, neste caso também o grupo cetonico da estrona devia ter estado num annel penta. Este annel penta está collocado num esqueleto de phenantreno na posição 1, 2, porque o acido dicarbonico mencionado pode ser dcshydrogenado com selenio e a hydroxyla phcnolica pode ser removida por destillação com zinco em pó, do que resulta 1, 2-dimcthylphenantreno (6). O grupo phenolico foi localizado pela seguinte prova: a estrona foi mcthylada. o grupo cetonico reduzido pelo selenio c o 7-methoxy-l, 2-cyclopenteno-phcnan- treno obtido era idêntico á substancia syntheticamente accessivel. Assim ficou provado que o grupo hydroxyla da estrona está no logar indicado e que o annel cm SciELO 10 11 12 13 14 15 16 c Memórias cio Instituto Butantan — Tomo XI escripto á esquerda é o aromatico (7). Ainda resta provar onde ficam o grupo methyla e o grupo cetonico. Com iodeto de methyl-magnesio preparou-se o carbinol, que scinde agua facilmente. A dupla ligação foi hydrogenada e o systema. deshydrogenado com selenio, do que resultou o 7-methoxy-3’, 3'-dimethyl- 1, 2-cyclo-penteno-phenanthreno, também syntheticamente accessi%-el. Portanto o grupo methylico está na posição 13 e o grupo cetonico em 17 (8). Xo anno de 1933. dois chimicos industriaes, Schwenk e Hildebrandt, des- cobriram um facto notável (9) : reduzindo-se o grupo cetonico da estrona com sodio metallico e álcool ao álcool secundário, conseguem-se dois isomeros opticos que são muito imis activos do que a substancia até então considerada como hormonio follicular. A principio, pensou-se naturalmente que desta ma- neira fosse possivel melhorar a actividade de um producto natural por via synthetica. Já naquella época, porém, os dois descobridores suppunham que talvez uma destas dihydro-estronas fosse o verdadeiro hormonio follicular. Em 1935, finalmente, Doisy (10) insulou de 1500 kilos de ovários de porco, como uma unica substancia desta classe de corpos, o verdadeiro hormonio follicular, que é idêntico a uma das duas dihydro-estronas. A essa substancia hoje deno- minamos de estradiol e é justamente aquelle isomero optico, o que possue a acção physiologica um pouco mais intensa. Como já relatei, sabemos hoje que o pregnandiol encontrado, em 1929, na urina gravidica representa a forma sob a qual o hormonio do corpo amarcllo é eliminado. Apesar de o pregnandiol não apresentar mais ef feito physiologico^ lógo se suppusera que estivesse proximamente relacionado aos hormonios sexuaes. Si o álcool diatomico pregnandiol (Fig. 3) for oxydado á dice- e tên a rcesaa constituição e configuração do esqueleto Pregnana c-tSc-COO* 4 -, H Acido chollco Acido cholanico G Slotta — Chimica dos hormonios 7 tona pregnandiona e os grupos cetonicos forem reduzidos nessa substancia, obtem-se o hydrocarboneto, a pregnana, que também pode ser preparada do acido cholico, passando pelo acido cholanico (4). Agora se conhece perfeita- mente o esqueleto do acido cholico e mesmo a estereo-localização dos quatro anneis entre si O facto, de o pregnandiol e o acido cholico fornecerem o mesmo hydrocarboneto. a mesma pregnana. prova, portanto: 1) que ambos os corpos possuem o mesmo esqueleto; 2) que, tanto o pregnandiol, como o acido cholico, têm os anneis A e B na posição ris; 3) que um dos dois grupos hydroxylicos do pregnandiol está no logar onde no acido cholico se encontra a ramificação na cadeia lateral. Por analogia á cholesterina, era de antemão provável que o grupo hydro- xylieo do pregnandiol estivesse no logar indicado; mais tarde, isto ficou provado pela oxydação do mono-acetato do pregnandiol para um acido dicarboxylico característico. Quando em 1929, comecei a trabalhar cm Breshu com o gynecologista E. Fels. com a colaboração do chimico H. Ruschig, na instilação do hormonio do corpo amarei lo da própria glandula, nada se sabia ainda sobre a relação intima entre o pregnandiol da urina e o hormonio gravidico do corpo ama- rello. Para dar uma idea da technica da insulação de tuna substancia tão scnsivel, partindo de grandes quantidades de material, vou descrever o melhor methodo para a purificação do hormonio do corpo amarcllo, como o obtivemos depois de um intenso trabalho de cinco annos (11). Partíamos geralmente da quantidade de ovários extrahidos na matança de 1600 porcos. Conforme sabemos hoje, esta quantidade de ovários contém mais ou menos 80 mgs. de hormonio puro, do qual naturalmcntc se pode obter de facto, pela technica a mais aperfeiçoada, sómente 30 mgs.. A matéria prima, 20 kgs. de ovários, fornecem, depois de cuidadosa enudeação das glandulas do corpo amarello, mais ou menos 5 kgs. dc corpos amarellos, que,- bem moidos, eram extrahidos durante 40 horas num extractor especial com álcool acidulado. Muitissimo importante é, porém, que se evapore a solução de hormonio numa temperatura mais baixa possivel num evaporador dc alta potência, isto c, que permitta evaporar p. ex. 10 litros por hora a uma temperatura que não passe de 25°. Depois da eliminação das phosphatidas obtêm-sc 65 gs. dc oleo crú, com Pouco mais de 200 unidades physiologicas. Por meio di distribuição deste oleo crú entre methanol e glycerina, de um lado, e benzina, do outro, depois entre álcool de 70 % e benzina, pudemos cm SciELO 10 11 12 13 14 15 16 8 Memórias do Instituto Butantan — Tomo XT alcançar excellente purificação, obtendo 5 gs. de oleo intermediário com 160 unidades. Xeste grau de pureza, é finalmente possível applicar unia separação chimici : o hormonio de gravidez (e as substancias que o acompanham, das quaes ainda faiaremos) produz, com semicarbazida. semicarbazonas. Por des- dobramento particulanoente cuidadoso desta semicarbazom com o soluto de acido oxalico obtivemos o hormonio gravidico. depois de varias recrystallizações, num rendimento de 30 mgs., que ainda corresponde a 60 unidades. Ainda não estavamos bem certos si as duas formas crystallinas fossem formas i som eras ou polymorphas de progesterona. Pelas experiencias biológicas de meu colla- borador Fels verificamos tratar-se de isomeros. enquanto outros as consideram como substancias polymorphas. A decisão definitiva entre estas duas opiniões ainda não poude ser alcançada seja chimica. seja physicamente. As respectivas experiencias biológicas ainda são disputáveis, devido á escassez de material dis- ponível e ás difíiculdades das provas. Mas isto é uma questão de segunda ordem Como já disse, ainda retirámos, durante no-sa extracção. uma outra subs- tancia do corpo amarello, além do hormonio gravidico ou progesterona pro- priamente dita. que agora é denominada allo-pregnanolona. Esta é obtida de 20 kgs. dc material numa quantidade de 2 mgs.. Como ainda veremos, é muito semelhante á progesterona e alegro-me de, já no anno dc 1934. termos podido descreve! -a em nossas primeiras publicações com sua formula e suas proprie- dades, apesar da pequena quantidade em que foi obtida. A progesterona possue. segundo a analyse. o mesmo numero de átomos de carbono como o pregnandiol c também dois átomos de oxygenio como este. porem 6 átomos de hydrogenio a menos. Admittindo-se que o pregnandiol repre- sente a forma dc eliminação do hormonio do corpo amarello. então é cabive! attribuir á progesterona o mesmo esqueleto que ao pregnandiol. Explica-se facil- mente a falta de 4 átomos de hydrogenio em relação ao pregnandiol. por ser a progesterona uma dicetona. Como ainda faltam mais dois átomos de hydro- genio. a progesterona tem que encerrar uma ligação dupla. Pudemos verificar esta ligação dupla por hydrogenação e localizal-a pela medição da absorpção de luz. dc tal modo que a dupla ligação fica em posição £ a um dos grupos cetonicos. A formula, por nós indicada (12) inicialmente, tem sido compro- vada em todas as suas partes. A constituição do produeto secundário ha pouco mencionado, que deno- minei de allo-pregnanolona. também poude ser logo elucidada (Fig. 4). 5 6 SciELO 8 Slotta — Chimica dos hormonios "0/küJv^ 2 ) allo-Pregnanolona 3 ) allo-Pregnandlol 1) Progesterona —ICS 01 "' 4) Pregnanolona 5) Pregnandiol 1) e 2) foraa Isoladas do corpo acaxello 3) e 5) da urina gravldlca. Trata-se de um álcool cetonico, que ê uni producto intermediário de íor- nração ou decomposição da progesterona. Parece-me mais provável que uma Parte da progesterona seja particularmentc hydrogenada na glandula, dando a allo-pregnanolona. Apparentemente, o grupo cetonico da progesterona é satu- rado para um álcool secundário e ao mesmo tempo é saturada a dupla-ligação: naturalmente o atoino de hydrogenio addicionado para a posição 5 pode ligar-se ao grupo methyla em cis ou cm trans. Encontrei na glandula somente a substancia trans, que, por hydrogenação subsequente, deveria produzir allo- pregnandiol. que de facto mais tarde foi encontrado na urina por chimicos suissos (13). Pode -se deduzir da minha descripção, que a obtenção do hormonio do corpo amarello acarreta grandes despesas c muito trabalho, segundo o mcthodo indicado Logo depois da insulação, Butcnandt (14) e, independentemente, Pernholz (15) conseguiram syntlietizar a progesterona. A primeira synthcsc Parte do pregnandiol, que pode ser facilmente transformado em pregnandiona. Por addiçâo de bromo obtcm-sc a bromodicetona (Fig. 5), da qual, fervida C*0 ooS^ Pregnandiona ^ Pro^sterona I Estlgsasterlna J - .1, cm SciELO 10 11 12 13 14 15 16 10 Memórias do Instituto Butantan — Tomo XI com pyridina, se scinde acido bromhydrieo e forma-se progesterona. Mas o pregnandiol não é facilmente accessivel como matéria prima e por esta razão é mais practico partir-se de um esterol do feijão Soja, o estigmasterol, por meio de ozona, c obter uma oxycetona, a cuja ligação dupla se faz a addição de bromo. Esta dibromo-oxycetona transforma-se em progesterona pela oxy- dação com trioxydo de chromo e desbromação subsequente. Essas duas syn- theses ainda não são ideaes e dahi se explica o actual preço exorbitante para o hormonio progesterona, frequentemente insubstituivel na therapeutica. Quando appareceu em 4 de julho de 1934 o meu trabalho em collaboração com Ruschig e Fels (11) sobre as formas crystallinas, analyses e curvas de absorpção etc. da progesterona, ainda não sabíamos que tinhamos tratado nelle, pela primeira vez, da insulação de um hormonio sexual. Com eí feito, conside- ravam-se naquelle tempo os productos de decomposição dos hormonios encon- trados na urina como sendo os proprios hormonios do testiculo e do folliculo: somente em 1935 foram insulados os verdadeiros hormonios das glandulas femi- ninas e masculinas. Quanto aos hormonios sexuaes masculinos, conseguiram-sc obter cm 1930, em Milão (16), substancias elaboradas do testiculo, que em 500 gs. continham 1 unidade-capão. Como podemos avaliar hoje, estes preparados deviam conter cerca de 4% de hormonio puro. Como se deu com o hormonio feminino, também a difficil extracção da glandula do testiculo foi interrompida durante annos, quando se verificou que na urina masculina apparecem substancias que agem sobre os caracteres sexuaes secundários de castrados, como o proprio hormonio da glandula. A Schering-Kahlbaum A. G., que tinira organizado nos annos anteriores de um modo amplo a colheita e extracção de enormes quantidades de urina gra- vidica, possibilitando o trabalho de elucidação constitucional da estrona, colheu então enormes quantidades de urina nos postos da Policia Bcrlinense (17). Esta urina foi acidulada e extrahida por solventes orgânicos e o extracto, libertado de matérias acidas. Obteve -se um oleo crú que foi purificado, por distribuição entre dois liquidos immisciveis, por Butenandt e seus collaboradores. a tal ponto, que a substancia activa poude ser eliminada como oxima. Depois do desdobra- mento da oxima, a cetona foi sublimada no alto vacuo e recrystallizada de álcool diluido. Assim, em 1931, foi possível obter de cerca de 2500 litros de urina masculina 1 1 mgs. de uma oxycetona saturada, que foi denominada androsterona. Como a formula da androsterona é Ci*H 30 O 2 . cila contem 8 átomos de hy- drogenio a menos do que uma parafina saturada com 19 átomos de carbono e, jjortanto. deve ser constituída de quatro anneis, tal como a estrona e a proges- terona. Por analogia á estrona Butenandt, desde o principio, adoptou a formula representada na Fig. 6 (18). 10 Slotta — Chimica dos hormonios 11 A urina masculina contem r'"V : — ro .rtY^' • JXr^ Androsterona Dehydro-androsterona "as o testículo £ 6° ^estosterona OH |N ►<*•*» H*H ja&xrv* Dlhydro-cholesterma No anno de 1934, Butenandt encontrou ainda unia dehydro-androsterona, ^ apparece na urina na mesma quantidade que a androsterona. (19). A investigação das substancias da urina masculina foi, porém, diíficultada P° r dois motivos: em 1931, foram obtidas 15 mgs. de androsterona, e, até o Principio de 1934, a quantidade total só poude ser augmentada de mais 10 mgs.. Naturalmente, estas quantidades não eram sufíidentes para estudos biologicos ° u chimicos. Além disso, a androsterona actuava sobre um dos caracteres sc- ^«s secundários de animaes castrados, mas não igualmcntc sobre todos; na Prova do gallo-capão, ella dava bons resultados; na prova da vesícula esperma- rica, na qual a hypertrophia da genitalia accessoria infantil de roedores é usada c °nto medida, essa substancia produzia apenas eífeitos muito moderados, •^chava-se até duvidoso que a androsterona representasse o verdadeiro hormonio ^nal masculino. Ambas as difíiculdades foram removidas no anno 1934. De um modo ge- Ruzicka obteve as substancias masculinizantes por via synthetica; quasi ao ^smo tempo, após muito trabalho, foi insulado da própria glandula, isto é, do tes ticul 0 do touro, o verdadeiro hormonio masculino por I^aqueur e seus colla- ^mdores. Quanto á synthese da androsterona e de produetos semelhantes por Ru- 2j cka (20), naturalmente logo dá na vista, na formula supposta por Bute- 11 cm SciELO 10 11 12 13 14 15 16 12 Memórias do Instituto Butantan — Tomo XI nandt, que a substancia representa simplesmente o systema de anneis dos este-l roes, sem qualquer cadeia lateral. Por isso, Ruzicka oxidou a dihydro-choleste- rina e seus isomeros e epimeros com acido chromico, e obteve realmente. I mesmo que em pequeno rendimento, a acetona desejada. Desta maneira, elle atél poude penetrar algo sobre a estereo-localização do grupo hydroxyla e sobrei a dos anneis A e B, pois, somente da forma chamada epiforma da dihydro-| cholcsterina consegui u-se a própria androsterona. Até ficamos sabendo que ol gmpo hydroxyla, e o atomo de hydrogenio se encontram em cis, os anneis Al e B, porém, em posição trans um para o outro. Quando Laqueur (21) e collaboradores insularam do testiculo o verdadeirol hormonio masculino, ficou provado que esta substancia era a mais activa dei todas as semelhantes quanto á sua acção physiologica e Laqueur a denominou dei tcstostcrona. E’ uma oxycetona não saturada, que contém uma ligação dupla nal posiçà . a, i em relação ao grupo cetonico, como prova a absorpção de luz. Por-I tanto, era muito provável que tivesse a mesma estructura que a nossa progesA Uroiia, possuindo, porém, em vez da cadeia lateral do hormonio gravidico, uml grupo alcoolico secundário. Baseado em todas as experiencias de Ruzicka. logol foi possível synthetisar-se (22) esta substancia c conseguir-se assim a detr. I tração mais brilhante de sua constituição. Neste caso, partiu-se da cholcsterina (Fig. 7). * UM r'"'S c«i< c PP' (CrOj) t (H *> ‘oCO^Mí fOC0.C t M* rOXO c^l, (CrOg) (Zn, depois TiaOH) Testosterona Esta substancia deixa-se transfornvar facilmente em acetato dibromadc| com bromo e acido acético anhydrico. Pela oxidação, já mencionada, com acic chromico e eliminação do bromo foi conseguido o acetato de trans-dihydr 12 cm •SciELO 0 11 12 13 14 15 16 Slotta — Chimica dos hormonios 13 androsterona. Si este fõr hydrogenado em álcool com catalysador de nickel. pode-se con^guir que só o grupo cetonico seja saturado para hydroxyla, mas não a dupla ligação. Si o novo grupo hydroxyla for benzoylado. consegue-se um derivado diacyla, no qual o radical acetyla possue menor affinidade do que o radical benzoyla. Por meio de saponificação cuidadosa, obteve-se a substancia com um grupo de hydroxyla livre do annel A, que. depois da addição de bromo uo dupla ligação, é oxydada com acido chromico a um derivado cetonico. Pela eliminação do bromo e saponificação do radical benzoyla, consegue-se a testos- terona, na qual é deslocada por esta reacção a dupla ligação do annel B para o annel A. Mas, apesar de todos .estes resultados, restou ainda o facto incomprehen- s,ve l, de uma certa matéria X no testículo, a augmentar o eífeito da testoste- r ona. Mas também esta foi encontrada: apparentemente é o acido palmitico Que auxilia o hormonio a ser mais bem reabsorvido pelos tecidos. Pode-se alcançar também um ef feito mais intenso da testosterona, si esta fór esteri- ficada; realmente, o ester propionico mostrou-se como o mais efficaz (23). ^*ás, o effeito do estradiol também é augmentado, si for usado como ester, e > de facto, quasi sempre o estradiol é empregado como benzoaío. Tanto o hormonio do folliculo, como o do testículo, não sendo esteri ficados, sao decompostos rapidamente demais, e, com certeza, os hormonios se encon- Icani nas glândulas, não em estado livre, mas sim em forma de esteres facil- utente saponiíicaveis. Tanto os hormonios como as vitaminas estão hoje cm grande moda na Vencia, technica, literatura e mediana. Na medicina estes produetos offere- c on grandes perigos, pois, acreditando-se no que dizem certos folhetos de pro- Pugunda bem feitos, em qualquer estado morbido deve-se injcctar frequente- mente e antes de qualquer outra medicação, um preparado de vitamina ou de hormonio. Mas a questão da applicação clinica dos hormonios é de solução m uito mais complicada do que suppõem os médicos em geral. O organismo depende de um equilíbrio hormonal bem acertado. As glandulas sexuaes pro- duzem seus hormonios somente, por assim dizer, sob ordem superior; neste caso a hypophysc é a autoridade preposta á funeção de commando. Os hor- Utonios, até agora chimicamentc desconhecidos, do lobo anterior da hypophysc *ão os que estimulam no testículo c nos ovários a producção da testosterona, do estradiol e da progesterona. Além disso, as glandulas sexuaes actuam nova- n *cnte sobre a hypophysc, conforme está descripto com minúcia no exccllente e m oderno livro de Thales Martins (24). Ainda existe um numero infinito de problemas sobre hormomos sexuaes a resolver, especialmente neste pais cheio de futuro para um chimico. Natural- 13 cm SciELO 10 11 12 13 14 15 16 14 Memórias do Instituto Butantan — Tomo XI mente, como em todo o mundo, também aqui já se fabricam preparados, que contêm (ou deviam conter) hormonios sexuaes. Estes, porém, na maior parte consistem de glandulas seccas ou extractos de urina, e talvez, com frequência, de um pouco de yohimbina. Além disso, já se encontram no mercado, impor- tados, o benzoato de estradiol, a progesterona e o propionato de testosterona. Quando, ha cerca de dois annos, me foi commettida a tarefa tão difficil quão interessante, de installar no Instituto Butantan uma secção moderna de chimica, já tinha, desde o principio, o intuito de continuar meus trabalhos sobre hormonios sexuaes. Naturalmente, no inicio encontrámos difíiculdades em criar as installações adequadas. Estes trabalhos, porém, já progrediram de tal maneira, que nos foi possivel reatar em diversos pontos o trabalho sobre hor- monios sexuaes. Os trabalhos de Ruzicka incitaram-nos a executar também aqui a synthese de testosterona. A intima collaboração com a secção de Physiologia do Instituto permittiu tomarmos também em consideração a possibilidade de trabalharmos com o folliculo e o corpo amarello de cobras. Finalmente, come- çámos a preparação industrial de estrona partindo da urina de éguas prenhes, assumpto sohre o qual pretendemos, em collaboração com os drs. Szyszka e Blanke, tratar em proximo trabalho. RESUMO Uma comparação dos hormonios até agora estudados apenas sob o ponto de vista physiologico e os já chimicamente preparados, mostra que estes em proporção áquellcs são em numero ainda bastante reduzido. O facto de que justamente os hormonios sexuaes tenham sido descobertos em tempo relati- vamente curto justifica-se perfeitamente. Existe uma differença nitida entre os verdadeiros hormonios sexuaes, formados nas respectivas glandulas. e seus produetos de desdobramento, que se apresentam na urina: o descobrimento da estrona, do pregnandiol e da androsterona precedeu ao do estradiol, da proges- terona c da testosterona, i. é.. ao dos verdadeiros hormonios. Um conjuncto das diversas reacções empregadas para o esclarecimento dos hormonios, feito em confronto com os vários processos syntheticos para sua obtenção, é agora apresentado para cada um dos casos estudados. Assignalaram-se também os novos trabalhos da Secção de Chimica do Instituto Butantan nesse terreno, taes como: ensaios sobre a synthese da tes- tosterona, extracção de hormonios do folliculo e corpo amarello de serpentes e preparação industrial de estrona extrahida da urina de éguas prenhes. 14 Slotta — Chimica dos hormonios 15 P ZUSAMMENFASSUNG. Eine Zusammenstellung der bisher nur physiologisch festgestellten und der schon chemisch dargestellten Hormone ergibt, dass die Zahl der letzteren in Verhaeltnis zu den ersteren noch sehr klein ist. Dass gerade die Sexualhor- n 'one verhaeltnismaessig schnell entdeckí werden konnten. wird begruendet. Es "'ird scharf zwischen den wirklichen Sexualhormonen, wie sie in der Druese gebüdet werden, und ihren Abbauprodukten. wie sie im Harn erscheinen, unterschieden. Die Entdeckung des Oestrons, Pregnandiols und Androsterons Sing der Aufíindung von Oestradiol, Progesteron und Testosteron, also der der wahren Hormone, voran. Eine Zusammenstellung der Reaktionen zur Aufklaerung der Hormone, wie auch eine Zusammenstellung der synthetischen Wege zu ihrer Gewinnung, wird in jedem Falle gegeben. Die neuen Arbeiten der chemischen Abteilung auf diesem Gebiete werden angedeutet: Versuche zur Synthese des Testosterons, Extraktion von Hormonen aus Follikel und Gelb- koerper der Schlangen und technische Herstellung des Oestrons aus dem Harn v on schwangeren Stuten. BIBLIOGR A PH I A 1 . 2 3. 4. 5 . 6 . 7. 8 . 9. 10 . 11 . 12 . 13. 14. 15. 16 . Doisy, E. A. — Amer.J.PhysyoL 90:329.1929. Doisy, E. A.; Velcr, C. D. & Thaytr, S. — J. Biol. Chemistry 85:499.1930. Butcnandt, A. — Naturwissenscfaaften 17:879.1929. Síarrian, G • F. — BiocJiem-Joum. 23:1090.1929. Butcnandt, A. — Bcr .caniente. Segundo outros dados dos mesmos auctores, isto corresponde a 11111 teor medio de 2,5 gs. de estrona cm 100 litros de urina de éguas do 4.° ao Q % * • nies de prenhez. Os auctores citados tratam o extracto de urina de tal modo. que se evapore 0 solvente (neste caso toluol) e extrahem o residuo com um soluto de hydro- *}‘do de sodio. Pelo mesmo processo obtivemos tão grande quantidade de resi- do, que nos vimos forçados a abandonar esse processo. Pelo repouso muito Prolongado da urina em soluto acido, desdobra-se o acido hippurico contido em ^r^nde quantidade na urina equina, e o acido benzoico, facilmente solúvel em solventes orgânicos, é extrahido na extracção subsequente, conjunctamentc com a es *rona e a indirubina ou corante da urina. Dahi nasceu a idea de procedermos a experiencias afim de verificarmos si a mesma quantidade de estrona não poderia ser obtida de urina menos acidulada, ^icou provado que era este o caso e que podíamos obter a mesma quantidade estrona até de uma urina fresca nada acidulada, a qual tem um pH de 8 a 9. simplificou extraordinariamente a elaboração do oleo crit e conseguimo 4 cm SciELO 10 11 12 13 14 15 16 20 Memórias do Instituto Butantan — Tomo XI extrahir, completamente e de uma só vez, quantidades apreciáveis de urina fresca num extractor de metal. Nossas experiencias estão de certo modo em contra- dicção com as indicações fornecidas por Zondek: no entanto, se acham de pleno accordo com os dados da patente acima citada. De conformidade com as indicações fornecidas pela Secção de Physiopa- thologia deste Instituto. (Dr. Thales Martins), a urina posta á nossa disposição continha em cada litro apenas 75. (XX) unidades camondongos (U.C.). Assim sendo, o teor em estrona poderia, segundo provas biológicas, montar approxima- damente a 750 mgs. por cada 100 litros de urina. O facto de que outros pes- quisadores (3, 6, 8), inclusive o dr. Deulofeu, tenham encontrado valores mais elevados, pode ser attribuido a que no nosso caso a urina por qualquer lapso tenha estado misturada com urinas de éguas com menos meses de prenhez. Sómente outras pesquisas poderão solucionar a questão de se saber si o alimento dado aos animaes no Brasil ou por acaso as diversas raças têm alguma influen- cia, nesse sentido. De 100 litros de urina á nossa disposição, conseguimos sempre extrahir cerca de 80 gs. de um oleo crú castanho-escuro, cuja elaboração mais ampla expe- rimentamos a principio pela adsorpção chromatographica (10). Nenhum resul- tado satisfactorio obtivemos com o oxydo de alumínio nem com o oxydo de cal- cio. Dahi termos empregado de preferencia, para a purificação subsequente, o optimo methodo de Girard (7). Enquanto que geralmente se trata de separar corpos cetonicos mediante o emprego exclusivo de hydroxylamina, semicarbazida ou reagentes semelhantes, por serem compostos difficilmente solúveis cm agua. Girard prefere preparar um derivado eetonico facilmente solúvel em agua. As substancias sem caracter cetonico podem ser removidas desse soluto com ether. e então, o derivado ceto- nico retido na agua pode ser desdobrado e só agora o proprio corpo cetonico, extraindo com ether. De todos os reagentes aconselhados por Girard para esse fim, escolhemos o “reagente T”, isto é, o chloreto de betaina-hydrazida Cl (CHj)a N.CH 2 .CO.NH.NHj. o qual nós mesmos preparámos com ester ethy- lico do acido chloro-acctico, trimethylamina e hydrazina. Segundo prescripção de Girard, obtêm-se de 80 gs. de oleo crú mais ou menos 5 gs. de uma fracção cetonica, bastante impura. Com hormonio purifi- cado pudemos verificar que realmcnte toda a estrona é separada pelo "reagente T” no sentido desejado, uma vez observadas estrictamentc as condições de for- mação e decomposição (Vide experiencia 1). O oleo obtido com a transformação pelo “reagente T”. crystalliza apenas parcialmentc. Delle insulamos a estrona de tres differentes modos, não tomando em consideração a completa remoção da equilina, equilenina, etc., sinão visando apenas a preparação de um produeto crystallizado de alto grau de pureza. Dis- 4 S lotta & Al. — Estrona da urina 21 solvendo-se o oleo em um pouco de ether e deixando-se crystallizar lentamente a -10°, obtem-se a estrona, depois de meticulosa lavagem com ether, em forma de crystaes incolores. Este methodo é um pouco vagaroso, pois se tem que recrys- tallizar os crystaes varias vezes de methanol, e elaborar as aguas mães (Vide e xperiencia 2b). E’ preferível sublimar a estrona no alto vacuo a 220-230°; para esse fim, empregamos um apparelho especial de juntas esmerilhadas. Xão resta duvida que este methodo exige um certo apparelhamento, o que o complica um pouco (Vide experiencia 5). O mais simples é, todavia, dissolver o oleo em álcool methylico e preparar a semicarbazona da estrona, mediante emprego de acetato de semicarbazida (11). Este oleo pode ser recrystallizado de álcool ou purificado por extracção com a lcool. O composto incolor pode, pelo repouso, ser facilmente desdobrado de sua solução em alcool methylico com acido chlorhydrico aquoso concentrado (Vide experiências 1 e 2). Segundo nossas verificações, obtem-se tanto com a sublima- ção no alto vacuo como pela purificação, passando pela semicarbazona, quando muito, a quarta parte da fracção cetonica conseguida por Girard cm forma de estrona crystallizada. As marchas completas de elaboração por todos estes mcthodos foram jã mais ou menos minuciosamente descriptos na literatura. Por motivos justifi- cáveis ainda não foram publicados nesta sequência com tanta minúcia. Na parte experimental expomos primeiramente algumas experiências características que elucidam o que acabamos de dizer. Pequenas modificações das prescripçõcs originae-, como seja o emprego de chloroformio cm vez de ether, ás quaes se- gundo nossas experiencias damos preferencia, são apontadas na parte corres- pondente. Justamente taes pontos, á primeira vista insignificantes, são na rea- lidade de especial importância na elaboração de um processo efficiente para a obtenção de grandes quantidades de material. Na parte final, descrevemos o processo de elaboração, baseado cm todas as nossas experiencias e conforme o praticamos hoje em dia (Vide experiencia 6). Parte experimental 1.® Experiencia: obtenção quantitativa da estrona pelo " reagente T”. 46.6 mgs. de estrona purificada por sublimação, de p. f. 247-248°, foram dissolvidos em 13 cc. de acido acético alcooJico a 9%, addicionando-se 0.6 gs. de reagente T” e fervendo-se durante uma hora sob refluxo. A mistura de cc. de soda caustica 1,5 N, com 40 cc. de agua e 24 gs. de gelo, foi coberta c °tn 50 cc. de ether num funil de separação. Depois da addição do soluto al- em SciELO 10 11 12 13 14 15 16 22 Memórias tio Instituto Butantan — Tomo XI coolico, agitou-se durante 6 minutos, as camadas foram separadas e o soluto aquoso novamente extrahido com 50 cc. de ether. Desdobrou-se, então, a hydra- zona com 7 cc. de acido chlorhydrico concentrado e o hormonio foi dissolvido em chloroformio. Depois de evaporado o solvente e seccado, obtiveram-se 57 mgs. de crystaes, os quaes foram fervidas, durante 2 horas sobre banho-maria, com 5 cc. de um soluto a 10% de acetato de semicarbazida em álcool methylico (Vide experienda 6c) e filtrados ao vacuo a 0°C. depois da crystallização e então seccados. Seu rendimento foi de 48,7 mgs. de semicarbazona ou seja 86% do theorico. Do soluto mãe ainda se puderam retirar mais ou menos 2 mgs. 2.* Experiencia: cxtracção da urina acidulada dc cguas. a) 40 litros de urina de egua foram misturados com acido chlorhydrico- concentrado, até que o papel de Congo se tornasse azul; addicionaram-se nova- mente 4 litros de acido chlorhydrico concentrado, de modo a se obter um soluto de addo chlorhydrico a N/l, e deixou-se repousar quatro semanas (em experiên- cias semelhantes apenas 1 a 2 semanas, com resultados quasi idênticos). Ex- trahiu-se, então, a urina com benzol, 3 vezes durante 8 horas, concentrando os solutos benzoicos por evaporação. O residuo crystallizado foi dissolvido em 3 litros dc um soluto sodico, saturado com acido carbonico e extrahido com benzol duas vezes 8 horas. Pela acidulação com acido chlorhydrico do soluto aquo- so extrahido precipitaram-se 540 gs. de acido benzoico impuro. Após lavagem do extracto dc benzol com agua e um soluto saturado dc bi- carbonato de sodio, e após scccagem com sulfato de sodio, concentrou-se o mesmo, obtendo-se 75 gs. de oleo crú. Este foi tratado com 10 gs. de “reagente T” em 250 cc. de acido acético alcoolico a 9% e depois, por neutralização do acido com 225 cc. de soluto de soda caustica a 1,5 N em 460 cc. de agua e 200 gs. dc gelo c extracção com 2 vezes 200 cc. de ether, separado das substancias neutras que não formam hydrazonas. Depois do desdobramento com 130 cc. de addo chlorhy- drico concentrado e cxtracção completa com ether no extractor. obtiveram-se 2.658 gs. de residuo. Este forneceu 530 mgs. de semicarbazona bruta após trans- formação com 30 cc. de um soluto de acetato de semicarbazida a 10% em álcool methylico (Vide experiencia 6c.). Pdo desdobramento com um soluto aquoso de acido oxalico (Vide experienria 4b). obtiveram-se 200 mgs. de estrona. b) 40 litros de urina foram addulados até approximadamente um valor igual a acido chlorhydrico 1/10 N (pH=l,2 — 1,4), dexando-sc repousar 4 se- manas (em experiendas semelhantes, 1 a 2 semanas, com resultados quasi idên- ticos). A urina foi extrahida com benzol, a principio durante 16 horas e, de- pois, durante mais 8 horas. O extracto de benzol das primeiras 16 horas foi seccado por evaporação, os 105 gs. de residuo pesado, dissolvidos em benzol e neutralizados com 500 gs. de um soluto saturado de bicarbonato; seguiu-se a sec- G SijOtta a Al. — Eslrona da urina 23 do soluto benzolico com sulfato de sodio. Do soluto aquoso obtiveram- -e. pela acidulação e extracção com benzol, 70 gs. de suhstancias acidas crystal- dzadas. O residuo do soluto benzoico secco foi de 33 gs., o qual foi transfor- mo em 5 gs. de “reagente T” em 109 cc. de acido acético akoolico. Após neu- tralização, agitação com ether e desdobramento com 55 cc. de addo chlorhydri- 00 concentrado, obtiveram-se 1.23 gs. de corpos cetonicos. O extracto benzolico das ultimas 8 horas, após lavagem com agua e carI>o - m de sodio deu 3,4 gs. de residuo, dos quaes, após transformação com “rea- Scnte T”, obtiveram-se 0,16 gs. de corpos cetonicos. O oleo cetonico castanho, ( - > - nun. durante 15 a 20 mi- I nu!os . depositando-se na parte |’ nt erna do apparelho refrigera- Con ' agua. Obtiveram-se gs. de crystacs ainda ligei- l**nente pardos. Esses crystaes 1 Puderam ser recrystallizados por I **** fecrystallizações de cada l' e * 20 cc. de methanol sob n, tfjducçã 0 cuidadosa de agua 1^ a ^ gottas) . até que o ->:u- | to tenente começasse a tur- J' ar -se. Obtiveram-se 0.42 g>. I estrona de p. f. 256°. Experencia: obtenção de I ttr ona em escaJa setni-indus- I Extracção. O cxtractor I ' n * unia cajKicidadc de 65 a 7" I : I Fi*. t r ° s >de figura 2) é enchi- ’ 1*1° orificio situado na tam- i u- le 1 a ' !ura ^ torneira de I aberta (B), com 60 litro? de urina fresca a um pH=8 — 9; a torneira '■'hida (B) foi fechada; a torneira do ladrão (C). alxtrta. a urina. col>erta niais ou menos 3 litros de benzol, até que em C escoe o l>enzol. Fecham-sc _ ,0r neira do ladrão (C) e o orificio de entrada; colloca-se o recipiente de aque- 1150 (D) com 2/3 de seu volume (approximadamcnte 4 a 5 litros) de CTlZol . , • uga-se o recipiente ao tubo que communica com o condensador (E) : ° agitador (F) em movimento; liga-se a agua de refrigeração a G e o * or para o recipiente (D) e extrahe-se durante 48 horas. ^*gundo nossas experiencias. basta extrahir duas vezes durante 24 horas, 'lUe, para o segundo dia. só ficam 15% da quantidade total de hormonio. cm SciELO 10 11 12 13 14 15 16 26 Memórias do Instituto Butantan — Tomo XI Depois de resfriado, retira-se a tampa do orifirio de entrada (A), deixa-se a urina pela torneira inferior (H) até a camada de benzol, desliga-se o recipie te de aquecimento, e despeja-se o extracto nelle contido dentro de uma garrafd Para a seguinte extracção enche-se novamente com 60 litros de urina, sendj desnecessário cobril-a uma nova camada de benzo visto que este permane sempre no extractor. Cc pleta-se apenas alguma qu tidade que se haja perdid enche-se novamente o recip ente de aquecimento com a 5 litros de benzol e tr;.':- -->■ novamente durant| 48 horas. O extracto de benzol 4-5 litros é concentrado evaporação até 3/4 litros, filtrado em um balão fundo redondo de 2 litro devidamente lavado com e finalmente concentradj no vacuo em banho-mar Obtem-se assim approxir damente 50 gs. de um ol<] crú vermelho-escuro. b) Purificação com o “ reagente T” , segundo Girard. Por commodidade, elabora-se de uma só vez o oleo crú de 5 extrac 250 gs. de oleo crú são dissolvidos em um balão de 2 litros, em 1.1 litro de acético alcoolico a 9 °fc (preparado com 100 gs. de acido acético e 1 litro álcool ethylico absoluto). Addicionam-sc 45 gs. de “reagente T”, lava-se geiramente o gargalo com um pouco de álcool, e ferve-se o soluto durante 10 cm •SciELO 0 11 12 13 14 15 16 Slotta 4 Al. — • Estrona da urina hora sob refluxo. Deitam-se então 3,2 litros de agua, 1,8 kgs. de gelo moido e 990 cc. de soda caustica em um garrafão de 20 litros com torneira no fundo; a soda caustica deve estar preparada de modo que 10 cc. de seu soluto neutrali- zem 10 cc. do acido acético alcoolico acima mencionado, o que pode ser compro- vado por titulação com phenolphthaleina. O soluto alcalino aquoso é coberto com uma camada de 1,8 litros de ether e o soluto alcoolico, já um tanto esfria- do, addidonado de uma só vez. Lava-se então o balão duas vezes com 50 cc. de agua e duas vezes com 50 cc. de ether, e agita-se devidamente o garrafão du- rante uns 6 minutos. Depois da separação das camadas, solta-se o soluto aquo- so pardo de cerca de pH=5, e escóa-se o ether. Após a limpeza do garrafão de gorduras adheridas, agita-se novamente o soluto aquoso com 1,5 litros de e; her. Depois da separação da camada aquosa pardacenta do soluto de ether av ermelhado, preferivelmente retirando-se a ultima por meio de um siphão, dei- tam-se 2 litros de chloroformio, accrescentam-se 500 cc. de acido chlorhydrico ^centrado e deixa-se repousar durante 1 hora, visando o desdobramento da combinação de Girard, com o que se turva o soluto aquoso pela separação da estrona ; ás vezes a estrona se separa em forma de flocos. Depois de uma hora ^ta-se devidamente, solta-se o extracto de chloroformio e introduz-se uma nova camada de 500 cc. de chloroformio debaixo do soluto. Um quarto de hora mais ^de, agita-se de novo e retira-se o chloroformio. Trata-se a camada aquosa Uln as 3 a 4 vezes de quinze em quinze minutos com 500 cc. de chloroformio, -té que o extracto de chloroformio apenas esteja levemente colorido. Os extractos de chloroformio reunidos, isto é, approximadamente 4 a 5 htros, são lavados com uma pequena quantidade de soluto de bicarbonato de 5 odio a 10%, depois, com agua em um grande funil de separação, e em seguida Ceados com sulfato de sodio anhydro. Evapora-se primeiramente o soluto de chloroformio sob pressão atmosphcrica c depois no vaeuo em banho-maria e °htém-se, depois de seccado a 100°, 15 a 20 gs. de residuo. c) Purificação pela scniicarbacona. Segundo T. Reichstein (11) prepara-se um soluto de acetato de semicar- ktzida: 100 gs. de hydrochloreto de semicarbazida c 150 gs. de acetato de sodio Cr }'stallizado são triturados cm um crystallizador até se liquefazerem. Lava-se ^tão essa massi com 1 litro de methanol em um balão de Erlenmeyer. Depois 'k um repouso de 24 horas, filtra-se em um frasco de 1 litro. Dissolvem-se os 15 a 20 gs. de crystaes brutos em 125 cc. de um soluto ^ acetato de semicarbazida e mantem-se a mistura durante 4 horas sob refluxo ^ um banho-maria em ebullição branda. Deixa-se repousar pelo menos 24 11 SciELO 10 11 12 13 14 15 16 cm 28 Memórias do Instituto Butantan - — Tomo XI horas na geladeira, filtra-se ao vacuo, lava-se com um pouco de methanol frio e secca-se. Obtêm-se 3 a 4 gs. de semicarbazona pouco coloridos, os quaes são extrahidos no Soxhlet com 150 cc. álcool absoluto. A semicarbazona crystal- liza do soluto alcoolico quasi que incolor, e quasi nenhuma semicarbazona per- manece no soluto mãe depois de um repouso a uma temperatura de O 0 . E’ pre- ferível recrystallizar a semicarbazona em um soluto aquoso de acetona com a addição de carbono activo. Os 3 a 4 gs. de semicarbazona pura são ligeiramente aquecidos em banho- maria em 50 cc. de álcool absoluto e 15 cc. de acido chlorhydrico concentrado até se liquefazerem. Depois de esfriados, são absorvidos em ether; o soluto é lavado com agua em um funil de separação; o ether, seccado com sulfato de sodio e evaporado. Obtêm-se 2 gs. de estrona do p. f. 248-257°, os quaes logo podem ser utilizados directamente para a preparação subsequente do benzoato de estradiol. RESUMO A extracção industrial da estrona de urina de éguas prenhes é conseguida maus vantajosamente, quando a urina fresca é extrahida com benzol em um extractor adequado. A acidulação previa da urina é desnecessária e deter- mina. pelo desdobramento do acido hippurico, a formação de grandes quantida- des de acido benzoico, que também são extrahidas pelo benzol e removidas com difficuldade do soluto benzolico. Para a subsequente purificação o methodo empregado por Girard mostrou-se muito proveitoso. As fracções eetonicas assim obtidas podem continuar a ser purificadas mediante sublimação no alto vacuo ou sobre a semi-carbazona. Em vista do cheiro desagradavel que desprende o material, os methodos que visam sejrarar a estrona da urina por adsorpção, pa- recem menos adequados de que os que se valem da extracção com solventes or- gânicos, e descriptos neste trabalho. Tanto por meio do ensaio physiologico, como pela separação chimica da estrona da urina, foi verificado que apenas 7 50 mgs. de estrona estavam presentes em 100 litros de urina, não tendo sido comprovadas, mesmo com o emprego de urina de éguas do 5.° ao 9. # mês de prenhez, as verificações de maiores quanti- dades daquella substancia, registadas por outros pesquisadores. ZUSAMMENFASSUNG. Die technische Gewinnung von Oestron aus dem Harn schwangerer Stuten gelingt am besten, wenn der frische Harn in einem Spezialextraktor mit Benzol 12 Slotta & Al. — Estrana da urina 29 cxtrahiert wird. Den Ham vorher anzusaeuern. ist unnoetig und bedingt. dass durch Zerfall der Hippursaeure grosse Mengen von Benzoesaeure entstehen, die auch von Benzol aufgenommen werden und daraus schwer wieder zu entfemen -ind. Fuer die weitere Aufarbeitung envies sich der Weg von Girard ais ausserordentlich brauchbar. Die so erhaltenen Ketonfraktionen koennen durch Hochvakuum-sublimation oder ueber die Semicarbazone weiter gereinigt werden. " egen der Geruchsbelaestigung erscheinen die \ eríahren, die das Oestron d«n Ham durch Adsorption entziehen, weniger geeignet ais die Extraktion mit °rganischen Lõsungsmitteln, wie sie hier genau beschrieben wird. Sowohl durch physiologische Prüfung wie durch chemische Isolierung der zur Veríügung stehenden Ham enthaltenen Hormon-Mengen ergab sich. dass in 100 Litern Ham nur 750 mg. Oestron enthalten waren. Die viel Sfõsseren Mengen, die andere Forscher teilweise fanden. wurden auch dann nicht erreicht. ais nur der Harn von Stuten im 5. bis 9. Trãchtigkeitsmonat venvandt wurde. BIBLIOGRAPHIA 1. Slotta, K. H. — Deutsche Med.Wschr. 51:2158.1927. 2 - Aschhrim, S. & Zondrk, B. — Klin.Wschr. 6:1322.1927 ct 7:8-9.1928. 3 - Zondek. B. — Klin.Wschr. (49)^285.1930. 4. Butenar.dt. .4 Abhandlung Gcs. Wissensch..GocttinRen,Math.-physik.-K1asse. III . Folge (2) :31 . 1931. s - Bcall, D. & Marrign, G. T. — J.Soc.Chctn. Ind. 53:309.1934. *>■ Brall, D. & Edson. M. — Biochctn.J. 30:577.1936. '■ Girard, A. Er Sandulesro, G. — Hclv.Chim.Acta 19:1095.1936. 8 - Curtis, J. M.; MacCorqnodalr, D. W.; Thayrr. S. A. & Doisy, E. A. — J.Biol. Chcm. 107:192.1934. Euchrnia, X. V., Holland — F.P.811 180 (16.3.36). Chem.Ztbl. 2:438.1937. D- Dusehinskv, R. & Er der cr . E. •— Buli. Soc. Chim. BioL 17:1534.1935. Rtichstein, T. — Helv.Chim. Acta, 19:45.1936. (Trabalho da Secção de Chimica e Pbarmacoloeia Kxper’ - mental do IneUtuto Butantan. recebido em outubro de 1»J7. Dado á publicidade em dexembro de 1#S7). 13 cm SciELO 10 11 12 13 14 15 16 612.405 SOBRE A CHIMICA DOS HORMONIOS SEXUAES Constituição das substancias estrogenicas obtidas com o anol POR C. H. SLOTTA & W. FORSTER vcl Em abril de 1937, Dodds e Lawson (1) indicaram que o p-propenyl-phenol ° u an °K HO . C«H« . CH :CH . CH 3 , em doses não superiores a 1 gamma, dava Quitados positivos na prova de Allen-Doisy; do mesmo modo, o anol bcnzoy- *p^°. C # H ; .CO.O.CeH 4 .CH rCH.CHj. devia possuir um efíeito semelhante, -ssc cffcito tão pronunciado da parte de uma substancia de constituição tão Mt *iples despertou, naturalmente, vivo interesse entre os chimicos especializados T1 ° campo dos hormonios, pelo que nós taml>em resolvemos investigar o ^sumpto. E verdade, que, por motivos puramente thcoricos, nos jwrecia pouco prova* Hue o anol pudesse ter um efíeito physiologico semelhante ao da estrona. 01110 um de nós já provou ha alguns annos (2), é frequente acharem-se Estancias chimicamente differentes. mas de efíeito mais ou menos idêntico, tenham pesos moleculares dentro da mesma ordem de grandeza: assim se c °m certos estimulantes, como a canfora, a hexetona, o cardiazol c a coramina, embora sejam chimicamente differentes, têm peso molecular muito parecido. ^ 0 entanto, a estrona tem o peso molecular de 272 , enquanto o anol, apenas o c 134- A’ luz da theoria que acabamos de expor, era de esperar que. não P^Prianiente o anol em si, mas provavelmente um anol bi-molecular possuísse a< Ptelle efíeito estrogenico. Preparámos o anol pela desmethylização do anethol com o iodeto de ethyl- ^gnesio (3), evitando, porém, que o anol livre se pusesse cm contacto com o ’ Preparámos, em seguida, o benzoato com o proprio soluto. Como era de Perar, 0 derivado de benzovla mostrou-se completamente inactivo (Expc- P^cia 1). cm SciELO 10 11 12 13 14 15 16 32 Memórias do Instituto Butantan — Tomo XI Xo decurso de nossas investigações, appareceu uma nova communicação clos| mesmos auctores ingleses (4), que mostrava ser uma impureza do anol, facil- mente solúvel em chloroformio, responsável pelo ef feito, e não o anol em si- Por essa epoca, já tinhamos obtido em animaes estro completo na prova dei Allcn-Doisy pela acção de certos produetos secundários da preparação do anol. Certa vez, ao destillarmos o produeto da transformação do anethol com iodetol de ethyl-magnesio directamente sob pressão commum. appareceu sob a forma dei resina avermelhada uma fracção de ponto de ebullição mais elevado, a quall produziu em quantidades de 60 gamma, um estro perfeito em femeas de camon- dongo castradas. Determinámos o peso molecular dessa resina, que se mostrou, I como aliás esperavamos, bi-molecular. Encontrámos apenas 261 (Experiência 2).| em vez de 268, como peso molecular. A principio, suppunhamos que a substancia activa tivesse surgido pelai juneção de duas moléculas de anol a combinar as duplas ligações da cadeia I lateral e a formar um annel de 4 átomos de carbono, conforme se admitte parai a polymerização do acido cinnamico em ácidos truxillicos. Neste caso, serial necessário que occorresse a absorpção de 3 moléculas de hydrogenio na hydro-| genação da substancia activa para cada meia molécula (PM = 134!). Basean- do-nos nesse peso molecular, achámos 4 moléculas de hydrogenio, como mostrai a curva abaixo, tendo as curvas de hydrogenação dos ácidos crotonico e cinna-| mico sido igualmente determinadas para fins de comparação. Si esta interpre- tação com respeito aos valores obtidos para o peso molecular e a hydrogenaçãol fosse cxacta, a polymerização deveria ter ccrtamcntc occorrido, de modo beni[ diverso. cm -SciELO 0 11 12 13 14 15 16 V SroTTA a Forstek — Substancias cstrogcnicas 33 Em outras experiencias pareceu-nos também, a principio, que. com respeito 30 polymerizado activo do anol, não se tratava da juncção de moléculas de anel com o auxilio de duplas ligações da cadeia lateral. Assim é que polymerizámos anethol com acido sulfurico concentrado e com chloreto de zinco, na esperança de desdobrar os grupos methylicos dos produetos de polymerização e obter, em estado chimicamente puro, a substancia activa. Com acido sulfurico obtêm-se Polymeros muito mais elevados, que contêm na molécula pelo menos S radicaes de anethol. Com chloreto de zinco obtêm-se os chamados iso- e meta-anethoes, 0s quaes reconhecemos como bi-moleculares. Os produetos obtidos desse dimero c °m acido iodhydrico, pelo desdobramento do grupo methoxylico. davam bi-ben- zoatos oleosos, inactivos. Admittindo-se que os polymeros do anethol tenham nir gido pela união no ponto das duplas ligações do anethol, estas experiencias Pareciam falar a favor de uma polymerização de outro genero (Experiencias 3 - 4 e 5). Como segunda hypothese, verificámos si, pela deslocação da dupla ligação do anol, poderia surgir uma configuração chinoide, e si esta chino-propana se Poderia reunir com uma nova molécula de anol para uma formação semelhante a quinhydrona. Isto nos foi suggcrido especialmente pela côr vermelha, peso Molecular e numero de duplas ligações na substancia activa. Purificámos o anol mu 'to cuidadosamente através do seu benzoato c aqucccmo!-o no alto vacuo a 240. Assim esperavamos obter uma polymerização de modo mais adequado c tembcni um preparado mais puro. Sob estas condições, deu-se realmentc uma modificação do anol no sentido se formar uma resina avermelhada, da qual se pode extrahir por destillação o an °l etn excesso. Infelizmente, esta resina não era uniforme. Uma parte se dissolveu em chloroformio, e a outra permaneceu insolúvel; e ambas as partes era m physiologicamente inactivas. Einalmente, cremos ter encontrado uma solução j>ara o nosso problema, a Pplicando ao nosso caso a theoria apresentada em um trabalho de Scrini ^ Stcinruck (5), que acabamos de receber. A determinação do peso molecular nossa substancia activa em canfora só pode ter dado um valor bem appro- X| ntado, uma vez que a resina não estava completamcntc pura c uniforme. Si 0 P*^ molecular da substancia examinada tivesse sido 15% mais alto do que o ^'ontrado. teria sido possível fazel-o concordar com a nossa hypothese sobre a re lação entre o ef feito physiologico de varias substancias chimicas e a ordem (L , grandeza de seus pesos moleculares. Contando-se, porém, com um peso mo- Cu, ar mais elevado, a quantidade de hydrogcnio absorvida já não corresponderá 1,1,1 s a 4. mas sim a mais ou menos 3 moléculas de hydrogemo. Os auctores ^ Ue ac abamos de citar, preparam, do mesmo modo que nós, o anol do anethol. n,< riiante emprego de iodeto de ethyl-magnesio, e obtiveram como subprodueto cm SciELO 10 11 12 13 14 15 16 34 Memórias do Instituto Butantan — Tomo XI uma fracção de ponto de ebulição mais elevado, da qual, mediante acetylação, obtiveram um producto crystallizado, Este é extraordinariamente activo e, segundo a opinião dos auctores comprovada pelas analyses, trata-se de um anol dimero, no qual ainda existem 2 radicaes de ethyia. Ainda não podemos confirmar que a formula de constituição adoptada pelos pesquisadores alemães seja a mais acertada; queremos, porém, consideral-a apenas como provável. Cremos que com aquella substancia activa tínhamos em mão um producto que correspondia ao obtido por elles, que. no entanto, puderam conseguir o producto natural em forma crystallina mediante acetylação. Protocollo das experiencias 1. Benzoato de anol, C t Hs.CO.O.C t H t .CH=CH— CH„ Aquece-se em um balão de um litro 8.1 gs. de aparas de magnésio, com 1 g. de iodo, sob constante agitação sobre a chamma. Depois de esfriar, addicio- nam-se 250 cc. de ether secco ao magnésio assim activado e, pingando-se 33 cc. de iodeto de ethyia gotta a gotta, prepara-se, como de costume, um soluto de iodeto de ethyl-magnesio. Depois da evaporação da maior parte do ether, aquece-se o balão num banho de oleo a uma temperatura de 100°, enquanto se deixam pingar 51 cc. de anethol. Para evitar a formação de espuma e solidifi- cação da massa, addiciona-sc o anethol bem vagarosamente durante o espaço de duas horas, elevando-se pouco a pouco a temperatura até 150°. O iodeto de methyla que se desprende na reacção é condensado num refrigerador descen- dente, c captado. Uma vez que não se formem mais vapores brancos, deixa-se esfriar o balão e addicionam-se 200 cc. de ether. Sob refrigeração com gelo, decompõe-se o sal de iodeto de magnésio do anol com 1-N acido sulfurico e um pouco de gelo. Extrahe-se novamente, sob completa refrigeração, o anol do soluto etherico com 350 cc. de 1/N potassa caustica e trata-se immediatamente o soluto alcalino de anol com chloreto de benzoyia. O benzoato de anol assim obtido fundiu pri- meiramente a 120°, e a 124°C. depois da quarta e quinta recrystallização em álcool. 2. Transformação do anol puro cm substancia activa. a) Preparo c actividadc da substancia. Como ficou acima descripto, si não se tem o cuidado, porém, de evitar o contacto da substancia phenolica com o ar e de a transformar no benzoato, obtem-se o anol como um oleo amarellado, aromatico ao aquecer. Na destillação ao vacuo de 60 mm. passava, desde 240* até 300°. uma fracção que deixámos parada em balão aberto, com o que se 4 Slotta a Fokster — Substancias estrogenicas 35 tornou escura, solidificando-se ao estado de resina. Depois de duas semanas ^ repouso, foi seccada e moida e uma quantidade determinada, dissolvida em oleo de sésamo para as determinações physiologicas (prova de Allen-Doisy). A substancia foi administrada a femeas de camondongo castradas em 6 '° 5es de 0,3 cc. de oleo, uma por dia. As quantidades de 60, 80, 90 e 100 7 deram •Multados positivos na prova de Allen-Doisy. (Dr. Thales Martins). t>) Determinação do peso molecular. Foram pesados na micro-balança '•123 mgs. de “anol escuro”, 11,902 mgs. de canfora. obtendo-se, segundo o me- thodo - Calcu- lada* Acha- da* CH j— CH=CH— COOU 86 05 Pt colloid. Acido 200 69850 24.8 1.075 1 0^9 16.097 tngv acético c 6 H 5 -C1I=CH— COOH 132 Pt colloid. 41.9) mit». l.lcm 3É0 701.45 24J5 3,663 4 4.15 (ho-c 6 h 4 -ch=ch-cm 3 ) 2 26S, r 4 4.06 *1 OC 6 Il 4 - CH-HCCCjHj,- ch 3 PtOj 18.97 Idem 215 706.10 280 2 >I 1 HO— C j H 4 -CH-HC(Cj H 5) - cn 3 mjç*. 1 3 3.26 Donde se poderia deduzir que a ligação dupla na cadeia lateral não foi ltaca da pela polymerização (Vide esclarecimento na parte theorica). 3. Polymerização do aitethol com acido sulfurico. Obtêm-se dois polymeros, “anisoinas”, cujo peso molecular não se acha indi- Ca *° na literatura. A uma mistura ainda quente de 18 cc. de acido sulfurico Reentrado com 5 cc. de agua. addicionamos 6 cc. de anethol com 6 cc. de álcool T^luto. Obtivemos u’a massa amarella da qual conseguimos separar duas .Jtfes pela differença de solubilidade em ether, com os pontos de fusão de '■*2° e acima de 250°. O peso molecular era de cerca de 8 vezes o do ^ethol. “•31 mgs. de anisoina (p. f. 140-142°) em 51.15 mgs. de exaltona (cyclo- l^tadecanona) differença dos pontos de fusão = 0.5°; peso molecular encon- ,r ado - 2452; peso molecular calculado para 8 vezes o do anethol = 2584. 1, | SciELO 3G Memórias do Instituto Butantan — Tomo XI 4. Polymerisação do ancthol com chlorcto dc zinco. 10 gs. de chloreto de zinco foram dissolvidos em um pouco de agua e addij cionados de 20 gs. de anethol. Depois de se tratar a mistura com vapor suj peraquecido (até 180°), obteve-se um oleo grosso que foi dissolvido em 40 cc. benzol; ao soluto aquecido juntaram-se 40 cc. de alcoo! absoluto e a mistura geladeira deu um precipitado branco que, depois de duas recrystallizações mostrou um p.f. de 134-135° que foi descripto para o metanethol. Ao soluto-mãe addicionaram-se mais 40 cc. de álcool absoluto, a quente, que deu logar a nova precipitação de metanethol -f- oleo. Decantou-se o soluto e tratou-se o precipitado com 50 cc. de álcool frio, que dissolveu o oleo, deixandcj o metanethol. O soluto do oleo em álcool collocado na geladeira agora pre pita primeiro o oleo e, depois de dois dias, forma crystaes nas paredes, de nia-l tanethol. O oleo decantado, tratado novamente com álcool, se dissolve a quente| deixando o metanethol. Rendimento: 2,5 gs. metanethol puro 2 gs. de oleo puro. Determinação do peso molecular. 5,21 mgs. metanethol em 52,4 mgs. de caníora Differença dos pontos de fusão I o 16° = peso molecular 244 II» 14» = 261 505 : 2 = Metlia = 253. Peso molecular encontrado = 253. Peso molecular calculado para 2 x anethol = 298. 5) Preparação dos benzoatos dos iso- e meta-dianoes. Ambos os produetos de polymerização foram tratados com Hl para scindil o grupo methylico e formar os dianoes. 1 g. do dimero -f- 10 gs. Hl -f- 0,2 gs. phenol (para solubilizar a substancial -f- 0.1 g. phosphoro vermelho tratados a 140-150". Nos vapores que sahiranl durante a rcacção pudemos verificar CH S I. A massa, depois de fria, foi c*| trahida com ether; o ether, com soluto de soda caustica: e este, tratado chloreto de benzoyla, para formar os benzoatos. Ambos os benzoatos eram subf| tancias oleosas, sendo que o dibenzoato de iso-dianol, ao seccar. deu uma resif quasi solida e o meta-dianol, um oleo grosso. cm •SciELO 0 11 12 13 14 15 16 100 Si-otta t . Forster — Substancias estrogenicas 37 prova physiologica, os benzoatos se mostraram inactivos em doses õe gammas. RESUMO Provou-se como certa a hypothese, baseada em raciocínios puramente theo- ° 5 . de que a substancia com actividade estrogenica, obtida do anol, é um pro- Uct ° bi-molecular. Das experiencias de polymerização do anethol resultou r - Ue ’ com o chloreto de zinco, se obtêm productos bi-moleculares, enquanto que o tra ‘arriento com acido sulfurico fornece productos com cerca de 8 vezes o peso n '°k cu Iar. O producto activo, approximadamente bi-molecular, não pode ser °^*'do por desmethylização do anethol bi-molecular. Portanto, a substancia estro- ^ eil!Ca representa um dimero, formado de modo diverso do obtido pela conden- Sa ^° com chloreto de zinco. A formula proposta por Serini e Steinruck [»ra um preparado semelhante, ^tylado e altamente activo, parece bem acceitavel, pois ainda estão de accordo C ° n ' cila os resultados da micro-hydrogenação c da determinação do peso mole- C y' ar de nosso preparado activo, bi-molecular. Portanto, o anol bi-molecular, ‘^niente activo, provavelmente tamisem surgiu, nestas experiencias, com a desme- > ização do anethol pelo iodeto de cthyl -magnésio, pela addição de dois radicacs *^}la ao dimero formado. ZUSAMMENFASSUNG thc aus theoretischen Ueberlegungen aufgestelltc Hypothese. dass die aus °* crhãltlichc oestrogen-wirksame Substanz cin dimolckulares Produkt dar- C ^ 5, crwies sich ais richtig. Die Untersuchung der Polymcrisation von Anethol dass nur mit Zinkchlorkl dimolekulare Produktc entstehen. wãhrend mit ^cfelsãure Substanzen vom ungeíãhr achtfachen Molekelgcwichtc gcbildet crden Das aktive, ungefãhr dimolekulare Produkt lãsst sich aber durch .. "^'hylierung des dimolekularcn Anethols nicht gewinnen. Die oestrogen- ‘y^ ai ne Substanz ist also durch ZusamtiK*nlagerung zweier Anol-Molcküle in Sy., : CrCr ^ eisc c ntsta nden, ais bei der Zinkchlorid-Kondensation. Die Fonnel von U! 'd Steinruck für ein ãhnliches, acctyliertes. hochaktives Prãparat ist sclir Audi die Ergebnisse der Mikrohvdrierung und Molckularge- ^ s '^cstimmung unseres aktiven I -mag, l es iu m-j o did auch in unseren Versuchen in der Weise entstanden, da.-s Aethyl-Reste miteingelagert wunden. cm SciELO 10 11 12 13 14 15 16 38 Memórias do Instituto Butantan — Tomo XI BIBLIOGRAPHIA 1. Doàds, E. C. & Lawson, W. — Nature 139:627.1937. 2. Slotta, Carlos H. — Grundriss der modernen Arzneistofí-Synthese. Stuttgart 1931. Ferdinand Enke, p. 139. 3. Spacth, E. — Monatshefte f. Chetnie 35:626.1914. 4. Dodds, E. C. & Lauson, W. _ Nature 139:1068.1937. 5. Serini, A. & Steinruek, K. — Naturwissenschaften 42:682.1937. 6. Rast, K. — Ber. dtsch. chem. Ges. 55:1051 e 3727.1922. 7. Slotta, Carlos H. <£- Blanke, E. — J. f. pralrtische Cbemie 143:3.1935. (Trabalho da Secção de Cbimica e Pharmaeoloffia raentaes do Instituto Butantan, recebido em nov de 1937. Dado á publicidade em dezembro de 1937 8 612.3932 0 CAFÉ SOB O PONTO DE VISTA CHIMICO 1 . Determinação do extracto e da cafeína por C. H. SLOTTA & C. XEISSER Introducção A composição chimica e a acção physidogica do café como uma das bebidas o^is apreciadas pelo homem, tem sido. já ha mais de cem annos, objccto de *studo dos sdentistas. Infelizmente, faltou muitas vezes, para a solução do Problema, a collaboração do chimico com o physiologista, tendo cada um pro- seado resolver estas difficeis questões separadamente, c com recursos total- n * T >tc inadequados. Desta maneira, originou-sc a grande confusão que encan- gamos hoje na literatura, acerca das acções physiologicas do café; ficou-se Snhecendo, com certeza, apenas um unico facto: que a acção da cafcina não c idêntica á do café. As acções da cafeina são bem conhecidas c descriptas, en- quanto as opiniões sobre a acção do café são grandemente contradictorias. Enorme deve ser, portanto, o interesse pelas substancias, que, a par da ^fcina, ainda se encontram no café, substancias essas sobre as quaes. até hoje, P°uco ou nada se sabe, tanto sob o ponto de vista chimico, como do physio- ,0 ?ico. Reconhecel-as, classifical-as chimicamente e, si possível, detcrminal-as quantativamente, deve ser nosso escopo. E’ preciso para isso, porém, que se ,cn ha uma orientação exacta sobre o conteúdo das substancias, ou melhor, grupos de substancias, bem conhecidas na infusão do café: cafeina e elementos ^hdos, que representam o extracto aquoso. Estando no primeiro plano das nossas investigações o organismo humano e a acção do café sobre elle, era natural que examinássemos bebidas, preparadas a tnaneira daquelle que o brasileiro toma diariamente. O interessante c sur- P re hcndente é que. ao que saibamos, tacs determinações do extracto de cafcina cm SciELO 10 11 12 13 14 15 16 40 Memórias do Instituto Butantan — Tomo XI não tenham sido feitas por via simples em bebidas usuaes; só assim se explica o facto de termos chegado a resultados inteiramente novos, dos quaes trataremos neste artigo. Dados geraes Os methodos para determinação do conteúdo de cafeina no café e na in- fusão, bem como os methodos para determinação do extracto numa bebida, foram estabelecidos na Europa, sendo, pois, adaptados ás condições de lá; em geral, prepara-se na Europa um café de 26 a 50 gs. de grão para 1 litro de agua. Todavia, o brasileiro bebe um café mais forte, cuja concentração oscilla entre 100 a 200 gs. de pó por litro de agua. Vimo-nos, pois, obrigado a adaptar os methodos de determinação ás nossas condições de bebidas, o que conseguimos por meio de pequenas modificações, com simplificação da technica já existente, segundo se verá na parte experimental. Para evitar resultados eventuacs, conforme poderia acontecer si escolhés- semos apenas um determinado typo de café, empregamos exclusivamente uma mistura em partes iguaes de 5 differentes qualidades communs em S. Paulo (União, Metropole, Serra, Jardim, Paraventi). Esses cafés tinham sido com- prados no mesmo dia, no estado torrado e moido; sua mistura tinha as se- guintes constantes analyticas : Conteúdo de agua: 5,5% Conteúdo de cafeina, calculado em café não seccado: . . 0.88% ( valor medio de 4 determinações) Conteúdo de substancias extrahivers por agua: .... 23,92% (segundo o methodo do “Handbuch der Lebensmittelchemie”, VI, 32). Para verificar si. com a nossa escolha das concentrações, acertámos as condições aqui usuaes, arranjámos bebidas de 12 differentes cafés da cidade, misturámol-as e observámos: 1.® que a concentração da mistura se achava dentro dos limites das nossas experiencias ; 2.® que o café geralmente empregado corres- pondia quasi exactamente á nossa mistura, quanto á proporção entre o teor do extracto e o da cafeina. A preparação das infusões estava a cargo da mesma pessoa, tendo sido sem- pre uniforme, de modo que também aqui se excluiram variações; obedeceu in- teiramente á maneira pela qual o café é geralmente preparado no Brasil. Xos'a- experiendas levam-nos a suppòr que os valores absolutos do conteúdo de ca- feina e do extracto mal se modificariam com outros processos de preparação. Com isso não se alterará, certamente, a relação desses valores entre si. Como essa relação é essencial para as nossas conclusões, parece caber uma importância especial aos resultados que obtivemos. 9 Slotta 4 Xeisser — Extracto e cafeina do café 41 As bebidas foram preparadas sempre com a mesma quantidade de agua ' “^0 cc.), fazendo-se mudanças de concentração por meio de variação das quan- t! dades de pó empregadas na preparação das bebida- (de 20 a 65 gs.. com diffe- ^ en Ças de 5 a 5 gs.)- Assim se conseguiu que a quantidade do liquido a filtrar '°'*c sempre a mesma. Parte experimental A seguir descrevemos summariamcnte os methodos jxjr meio dos quaes obtivemos os resultados acima mencionados. Os valores sobre os quaes se ba- as curvas são todos valores médios, de, pelo menos, duas determinações. l tria longo demais citar aqui os resultados isolados que montam a mais de 50; Uimo-nos, pois, á descripção dos methodos e ás indicações dos seus limites * erro: Conteúdo de agua no pó — 100 gs. da mistura de jwrtes iguaes de 5 quali- de café foram seccados na estufa a 100“ até o peso constante. A perda de l** 0 importou em 5,5 g-, = 5.5%. ontctido de cafeina no pó — As determinações foram executadas p reci- piente segundo o methodo de Grossfeld e Steinhoff (Ztsclir. f. Untcrs. d. Le- 1931, 33). Resultou ]>ara a mistura (valor medio de 4 determinações. v ° café não seccado) : 0.88% de cafeina — 0.02' í . O limite de erro do “ °do importa, portanto, em cerca de 2% do valor absoluto. j ! - jr,r octo aquoso do pó — A determinação foi feita j>do methodo do Hand- * f l*r Lebcnsmittelchcmie. VI. 32. Resultado da mistura: 23,92%. ,. Con, cúdo de cafeina nas bebidas — A applicação do methodo de Jesscr a, idl>uch der Lebcnsmittelchemie VI, 41) causou-nos difficuldades. A extrac- d (— ' alcalinizadas jxir meio de chloroformio conduziu a emulsões ICl Intente separareis. Observamos que a quantidade recommendada de soluto ,n ° (20 cc. re K a,K l <) ajienas 8 cc. dessa solução, se podia também extrahir a ca- ,na c ompletamente, sendo fracamente alcalina a reacção com phenolphtalcina. Lorn o nã *olv. n ào dispúnhamos de extractores para chloroformio. procuramos um dis- c °te mais leve do que a agua, visto que extractores para taes liquidos sempre P°dein arranjar: verificamos ser o benzol puro (p.e.78“) o dissolvente apro- °- Quando se formavam emulsões no extractor. estas eram sqraradas facil- . ,e Por meio de addição de algumas gottas de álcool. A extracção da cafeina n ge o seu termo quando o dissolvente escorre descorado, o que cm regra se cm SciELO 10 11 12 13 14 15 16 42 Memórias do Instituto Butantan — Tomo XI dava depois de 3 horas no máximo. O tratamento continuara, então, conforme o methodo de Grossfeld e Steinhof (V. acima). As vezes verificamos ser neces- sário addicionar algumas gottas a mais do que os 5 cc. recommendados de soluto de thiosulfato, para obter descoloração completa do excesso de permanganato. O limite de erro deste methodo acha-se a cerca de 2% do valor absoluto; como, porém, os valores absolutos são tão baixos (entre 0,070 e 0.195%), trata-se, nas discordâncias, somente de millesimos por cento dos valores relativos. Exemplo: Bebida 5 (25 gs. de pó para 230 cc. de agua) deu. em 2 deter- minações, respectivamente, 44,4 e 44.8 mgs. de cafeina, correspondentes res- pectivamente a 0.0S9 e 0,090% de cafeina. Determinação do cxtracto tia bebida — Para isto evaporamos numa capsula, da maneira mais simples, exactamente 10 cc. da bebida, no banho-maria, sec- cando depois a capsula durante 5 horas na estufa, a 100°. Depois desse tempo o peso era constante. O limite de erro do methodo é menor do que 1%. Exemplo- Bebida 4 (60 gs. de pó para 230 cc. de agua) deu 0,6605 e 0,6561 gs. de eX- tracto, correspondentes a 6,60 e 6,56% respectivamente. Tentando determinar o conteúdo do extracto aquoso por meio de eva- poração da agua no vacuo, encontramos, por um lado, diííiculdades, devido 3ara depois subir fortemente, isto resulta de que. com o augmento da concentração, se eleva uniformemente a porcentagem do extracto. enquanto que a da cafeina logo attinge o seu rna- Xuno. de modo que a proporção se desloca sempre mais a favor da porcentagem do «xtracto. Registando o total cm grammas da bebida obtida c o total das quantidades Cd fcina c extracto nella contidas, obtemos as cursas das Figs. 5 e 6. Estas * ra, n a grande influencia que o augmento da concentração exerce sobre o cm SciELO 10 11 12 13 14 15 16 Slotta ± Xeisser — Exlracto e cafeína do café 47 ^ndimento da bebida, diminuindo-o: enquanto (Figs. 2 e 3) porcentualmentc au gmenta. com concentração crescente, quer o conteúdo de extracto, quer o da cafeina, as quantidades totacs attingem, em ambos os casos, um máximo, que, contudo, é mais pronunciado quanto ao da cafeina. pois é obtido sob uma con- ^ntração menor. Interessante é ainda a questão: que porcentagem de agua e de substancias extrahiveis por agua contidas no pó se torna a encontrar na bebida? A res- ista a essas perguntas é dada pelas curvas das Figs. 7 e 8. Estas mostram que 0 rendimento do extracto sempre é um pouco maior do que o da cafeina. em fsca ’ a especialmente pronunciada nas bebidas mais concentradas, resultado esse '* Ue c °ncorda perfeitamente com a Fig. 4, relativa á proporção das porcentagens. Surge agora a questão de saber qual a importância que os resultados men- c °nados e as curvas delles têm na pratica. Aqui no Brasil, ao contrario da Europa e da America do Xorte, o café ^ é usado apenas como estimulante, mas também como alimento. E’ super- f!,, ° Irisar que o valor nutritivo da bebida depende directamente das substan- ^ solidas nella contidas: Fig. 2 mostra que o valor nutritivo augmenta sem- I' rç . acompanhando de perto a concentração. Quando se quer, pois, aproveitar ° ^Ic como alimento, deve-se preparar com a maior quantidade possível de pó, ,a nto mais quanto da curva representada na Fig. 3 resulta que, desse modo, o ^Ic. mesmo nas mais fortes concentrações, não trás o risco de se tomar demais cafeina. A partir da concentração de 55 gs. de pó para 230 cc. de agua, o con- ,c údo de cafeina não augmenta mais: enquanto isso, nas bebidas mais fortes o conteúdo de substancias nutritivas c estimulantes continua a augmentar, como ^ v * pela comparação da Fig. 2. E’ este o sentido da tão característica curva j 4: a proporção de extracto cm relação á cafeina augmenta fortemente fedida que cresce a concentração; ou, cm resumo, a proporção de substancias ^ritivas c estimulantes, comparativamente com as substancias "toxicas” J -na-sc cada vez mais favoravel nas bebidas mais fortes. Além disso o facto s ’ bebidas fortes, occorrer um aproveitamento relativamentc melhor das jT 5tanc| as extractivas do café em relação á cafeina (como o mostram compara- irrKn, e as curvas 7 e 8) confirma as conclusões acima tiradas. . A principio já se mencionou que o único facto certo sobre a acção phvsio- f . 03 d° café era que esta é diversa da acção da cafeina. Enquanto que a ca- *oxi, -ría ‘solada, quando applicada cm doses maiores, é capaz de exercer uma acção j ^ Ca . na bebida do café não se observam claramcntc nem symptomas agudos, riironicos de intoxicação, pelo menos no organismo do homem são. Pelo con- cm SciELO 10 11 12 13 14 15 16 Memórias do Instituto Butantan — Tomo XI 48 trario : o uso do café produz subjectivamente apenas symptomas agradaveis, maior vivacidade e mobilidade, dissipação do cançaço. augmento da capacidade de acção do corpo e do espirito. A causa de todas estas acções favoráveis encontra- se nas substancias extractivas aquosas do café, sendo que de nossas experiencias resulta que se ingere tanto maior quantidade destas substancias quanto mais forte se toma o café. Deste modo, fica confirmada scienti ficamente a experiencia do apreciador de café. para quem um café forte, não só tem melhor sabor, como é muito mais poderoso na sua acção estimulante. RESUMO Em minuciosas determinações feitas sobre a cafeína e sobre o extracto con- tidos em bebidas dc concentrações diversas de café, foi obtido o seguinte resul- tado pratico: ao passo que o teor em matérias extrativas augmcnta proporcio- nalmente nas bebidas mais concentradas, o teor em cafeína nestas attinge logo um máximo. Isto pode ser attribuido ao facto dc que a grande quantidade de p° de café. empregada nas bebidas mais fortes, retém muita cafeina. E significa que, num café forte, se aproveitam as matérias extractivas de valor nutritivo e estimulante, porém não se ingere a cafeina contida em grandes quantidades e | que talvez seja prejudicial á saude. ZUSAMM EX FASSUXG Es \verden genauc Restimmungen des Extrakt-und Coffeingehaltes «*] Getraenken vou versebiedener Konzentration durchgeíuehrt. Das praktiscKj Ergvbnis ist : Wachrend in den staerker konzentrierten Getraenken der Geba» I an Extrakt-Stoffen gleichmaessig zunimmt. erreicht der Gehalt an Coffcin ei°| Maximum. Der Grund dafuer ist darin zu suchen. dass die grosse Mengc Kaf* fcepulver, die man l>ei den staerkcren Getraenken vrrwcndet. so vicl Cof feml zurueckbadt, dass der Coffeingehalt im Gctracnk niemals ucl>er ein bestimmte*l Mass hinausgeht. Dies l>cdeutet. dass man in einem starken Kafíee zwar diC| fuer Krnaehrung und Anregung wichtigen Kxtraktiv-Stoífe in erhoehtem Masse zu | sicli nimmt. nicht aber das in grossen Dosen vielleicht schaedliche Coffein. (Trabalho da Secção dc Chimica e Pharmacoloiria rimental do Instituto Butantan. recebido em março • 1937. Dado á publicidade em outubro de 1937). 10 cm SciELO 10 11 12 13 14 15 16 « 12.3932 0 CAFÉ SOB O PONTO DE VISTA CHIMICO 2. Alcaloides do café POR C. H. SLOTTA & C. XEISSER Introducção Em todas as plantas e jiartes csscndacs dos vegetaes >■« encontram, além '• e comjíoncntes quasi indiffcrentes. certos addos e bases que possuem especial ,ri teres«c. O grão de café contém, além de outros, principalmente acido tannico, ^nilícni o chamado acido chlorogenico. que parece ser de maxima importanda ^'a o gosto do café. Em um dos proximos artigos, trataremos mais gonellina natural (3). Mais tarde, em 1894, se encontrou a mesma substancia 00 grão de café, sem que se provasse a sua identidade com a trigonellina. O des- t^ridor denominou este novo alcaloide “cafearina” (4) c suas conclusões, a Prmcipio postas em duvida, foram (10) confirmadas, 15 annos mais tarde, por outros. Etn 1910, finalmente, pela primeira vez se suspeitou que a cafearina poderia * r idêntica á trigonellina (8), o que foi comprovado sómente em 1931 (9). A ^fearina, isolada do café da Guatemala, foi comparada com a trigonellina de maneiras possíveis; além disto, foram feitas com esta “cafearina” as Tí * sma s experiencias que já tinham sido realizadas muito antes (2) para a ^'tenção da trigonellina synthetica. Não ha, pois, duvida alguma de que a ca- n na não é outra cousa do que a trigonellina, isto é, a methylbetaina do acido ^otinico. Xo numero de setembro de 1936 da “Revista do D. N. C.” apparcccu um so ^ }re “Cafearina”: “historico, pesquisa e caracterização”, por Oscar Ri- ro> que affirmou ter conseguido mais uma vez insular este alcaloide (aliás ^ Pequeníssima quantidade), demonstrando, assim, não ter talvez conhecimento ‘lados publicados já em 1935, a respeito da matéria. A formula bruta por . n ° v amente representada como sendo CuHitOjNj, com uma molécula de agua e^ystallização, deve ser mudada para CjHkOjX. Disse esse auctor que esperava j ‘ :nuar o estudo, por pretender, não só verificar a formula bruta, como tam- ^ observar a acção da “cafearina" na economia animal, de sorte que não rj. 5! ^ crava terminado o trabalho. De nossa parte, concordamos com esse ponto ’ 15 la, pois trabalhamos com a mesma finalidade. t *^ S ata ^ as experiencias com a trigonellina foram-nos facilitadas, por termos ,| successos alcançados com elles. Nosso serviço obedece a tres finalidades principaes: 1.* Estabelecer base scientifica para a propaganda do uso do café: 2.* Mc* lhorar o gosto de certas qualidades do café; 3*. Descobrir um meio technicol com que se consiga evitar a queima da enorme superproducção de café. qu e l deverá ser racionalmente applicada na criação de novas industrias. Para alcançar estes fins. é absolutamente necessária a previa solução de tn I problemas: l.° Obter methodos para determinar, com facilidade e exactidáo.l a quantidade de cada elemento constitutivo das varias qualidades de café l 2.° Produzir as substancias chimicas principaes do grão de café sob a formal mais pura e na quantidade necessária para que sua utilização chimica e technic*l possa >er investigada. 3.° Possibilitar o exame physiologico. cm separado c f” conjuncto, dos componentes cssenciaes, sob o ponto de vista do sabor, da acçá°| cuphorica c do ef feito estimulante. RESUMO Aponta-se em primeiro logar a importância das bases contidas no cat c 'l cafeína, trigonellina e cholina. Corrige- se o conceito erroneo sobre a prepat*'l ção do café isento de cafeina: o uso do café isento dc cafeína não tem produzi^l uma diminuição, mas, pelo contrario, um augmento no consumo mundial do caR| cm geral. Pouca attenção tem-se dado até o presente á importância da trip^l nellina. cuja historia é rapidamente dcscripta. A cafcarina é idêntica á tri'1 gonellina. Descrevem-se a* possibilidades do preparo e da analysc da tri? lT | nellina. ZUSAMMENFASSUNG Es wird zunaechst auf die Bedeutung der im Kaífee enthaltenen Basen Allgemcinen hingewiescn : Coffein, Trigonellin und Cholin. Die haeufig sche Bewertung der Hetstellung von coffem-freieni Kaffee wird richtig geste®] Der coffein-freie Kaffee bedeutet nicht eine Herabsetzung des Konsiuns vl Kaffee uel>erhaupt. sondem hat zu einer zusetzlichen Steigerung des cm SciELO 10 11 12 13 14 15 16 Slotta a Xeisskr — Alcaloides do café 53 ^sums gefuehrt. — Bis heute noch viel zu wenig beachtet ist die Bedeutung < ^ es Trigonellins, dessen Geschichte kurz liesprochen wird. Das von verschiede- tlen Seiten noch in neuester Zeit isolierte “Kaffearin” ist identisch mit Trigo- ne IIin. Die Moeglichkeiten zur praeparativen Darstellung und zur analytischen Erfassung des Trigonellins werden besprochen. B I B LI OGRA PH I A '• J ahns, E. — Ber.Dtsch.Chem.Ges. 18 ^2521. 1BÃ5. ’• Hantzsch, A. — Ber.Dtsch.Chem.Ges. 19:31.1886. 3 ‘ Johr.s, E. — Ber.Dtsch.Chem.Ges. 20:3840.1887. I' I‘°Uaa,s a o incommodo proveniente do mau cheiro e da fumaça, e os hygienistas, j 4 " , °d a razão, levantam protestos contra essa medida. O antigo e primitivo ,ei na de eliminação tem que ser abolido e novas medidas introduzidas. *''ã° é porém, indifferente que se edifiquem e se ensaiem installaçõcs para • * r “ ,r o café ou para utilizar o café. Naturalmente, destruir é sempre mais < Cs 9 ue construir, mas a criação de uma nova industria sobre a base da “producção do café é mais simples do que a principio parece. No mo- em SciELO 10 11 12 13 14 15 16 50 Memórias cio Instituto Butantan — Tomo XI mento presente, temos em São Paulo á nossa disposição tudo aquillo que ne- cessitamos para esse fim, a saber: 1 ) Matéria prima, que existe em quantidade quasi inacreditável. Si 300.000 toneladas de café têm que ser annualmente destruídas, em cada dia util do anno podem ser utilizadas 1000 toneladas. 2) Machinas, que são facilmente adquiríveis em São Paulo; extractores pequenos e installações de evaporação para a nossa Secção de Chimica já foram construídas nesta cidade e, com a devida orientação na respectiva construcção das machinas, a industria nacional podería igualmente construir apparelhos em giandes dimensões. Caldeiras a vapor com combustão especial já estão expostas á venda. 3) Experiências preparatórias, que já estão bem adiantadas. A tentativa da construcção de uma usina pira extracção já não correrá mais o risco de . fracasso. | O ponto principal no momento já não é a parte puramente chimica e techni- ca do problema, mas sim a parte economica. Suggestões não têm faltado sobre quacs dos produetos do café merecem ser explorados: quiz-se do café produzir álcool methylico e ethylico, licor, acido acético, acetona, ammoniaco, carvão vege- tal c muitos outros produetos (1). Até agora, porém, não se pôs em practica nenhuma das propostas. Segundo nossas expericncias, por emquanto só o que compensa é a explo- ração do oleo, da cafeina e provavelmente do acido chlorogenico, sem falar no residuo mbustivel, pois, segimdo estimativas cuidadosas, de uma tonelada de café se ' 800 kilos de residuo com os quaes é possível produzir-se 1.760 kilos de ' a por numa caldeira moderna. O essencial é que a fabricação seja dirigida de ^ m °do. que a fabrica se abasteça economicamente, utilizando como calor ex- dusivamente o resultante da combustão dos resíduos de café. Uni outro problema economico cm vias de solução é o de aproveitamento °ko para o fabrico de sabão commum ou para consumo como alimento. '- e Sundo nossas estimativas, de uma tonelada de café obtém-se 70 kilos de oleo, f l u c, por sua vçz, fornecem 140 kilos de sabão, ou então 7 kilos de glycerina. s *bão que preparamos é. sem qualquer refino, optimo para lavanderias. As ex Periencias que visam aproveitar o oleo para fins comestíveis ainda não estão COn duidas, parecendo que para esse fim é necessário retirar-se os insaponi ficáveis. Pelos motivos acima expostos a pesquisa do oleo extrahido do café, visando ^ a proveitamento, é de importância para a installação de uma fabrica. O P r °b!ema chimico que estamos agora atacando com o auxilio da Secção de Phy- ,1 d°gia e Pharmacologia visa o estudo do oleo no café em todos os sentidos, a nalj-tica, como physiologicamentc. . questão do aproveitamento industrial do café não deve ser considerada '•'mente sob o ponto de vista technico; cila exige profundas reflexões de na- * Urçza cconomica. RESUMO Experiencias feitas sobre a chimica do oleo do café extrahido do café bra- “ eu ° accusaram, primeiramente, grandes divergências na porcentagem do oleo ^do nos cafés: desde 14,7%, no café crú. até 17,9%, no café torrado e ^ Cc °- Em gera] o café crú contém, além dos 10-12% de agua, apenas 7-8% °'eo. Ensaios de caracter economico industrial demonstraram que os resi- do café deveriam ser suffidentes como material de combustão para a ex- Ção do café e que o oleo do café, depois de competente purificação c pre- P°deria ser empregado para diversos fins. 5 60 Memórias do Instituto Butantan — Tomo XI ZUSAMMEXFASSUXG Untersuchungen ueber die Chemie des Kaííee-Oels aus brasilianischem Kaí- .fee ergaben zunaechst einmal grosse Unterschiede im Prozentgehalt der Katfees an Oel. Es wurden bis 14.7% im Rohkaffee und bis 17,9% im geroesteten und getrockneten Kaffee gefunden. Fuer gewoehnlich enthaelt der Rohkaffee aber neben 10-12 % Wasser nur 7-8 % Oel. Ueberlegungen technisch-wirtschaftli- cher Art ergaben, dass die Kaffee-Rueckstaende ais Feuerungsmaterial fuer die Kaffec-Extraktion ausreichen duerften und dass das Kaííee-Oel nach entspre- chender Reinigung bzw. Aufarbeitung fuer verschiedene Zwecke venvandt werden kann. BIBLIOGRAPHIA . 1- Fontoura, C. & Andrade, P. B. de — Boletim da Associação Brasileira de Farmacêu- ticos I, Janeiro 1932. 2. Bengis. R. O. & Anderson, R ■ J. — J.Biol.Chem. 10S : 138. 1934. Bengis, R. O. — . Industrial & Enginecring Cbemislry 28 :290. 1936. I Trabalho da Secção de Chimica e Pharmacologia Kx?*’ rimental do In«titsto Batantan. recebido em outubro de 1937. Dado á publicidade em detembro de 2 3 4 5 6 cm SciELO 10 11 12 13 14 15 16 612 39J2 0 CAFÉ SOB O PONTO DE VISTA CHIMICO 4. Determinação e extracção do acido chlorogenico do café POR C. H. SLOTTA : C. XEISSER & A. CARDEAL Ha já muito tempo é notorio que o café contem um acido tannico, chamado ac ido chlorogenico, cuja constituição e configuração hoje em dia nos é pcrfci- ta niente conhecida. Pode-se considerar o acido chlorogenico como o ester do acj do cafeico com o acido quinico, ácidos que resultam do desdobramento do I' r: meiro por agentes saponificantes. Sabido é igualmente que o café contém alta porcentagem de acido chloro- ?Cnjc o. Mas a “determinação quantitativa desse acido ainda não foi conseguida nvxlo satisfactorio” (1). Não ha duvida que existem muitos processos ^* ra essa determinação, mas após verificação exacta foram todos reconhecidos Coni o imprestáveis, ou de emprego limitado (2). D teor em acido chlorogenico do café não é sómente de interesse sob o f°nto de vista sdcntifico. Tendo este acido um sabor íortemente adstringente, * dc suppór que um teor mais ou menos elevado de acido chlorogenico poderá n, !uenciar consideravelmente o sabor do café. Justamente para a maioria dos ***** brasileiros, cujo sabor duro é tantas vezes recriminado, o conhecimento t * act o do conteúdo de acido chlorogenico é de summa importância. Sómente ^heeendo-o será possível reduzir o teor em acido chlorogenico, mediante ex- ^•«ncias de sclecção ou adubamento, sob constante controlo analytico. Além dis5 <>. até ha i>ouco se desconheciam os ef feitos physiologicos do acido chloro- ?Cnic o. especialmente em combinação com as substancias, com que apparcee no Experiências interessantes nesse sentido estão sendo executadas na secção C Physiologia e Pharmacologia deste Instituto. Para a apreciação scientifica 1 62 Memórias do Instituto Butantan — Tomo XI da tolerância de um café, o conhecimento do teor do acido chlorogenico será de grande importância. Finalmente, o conhecimento exacto do conteúdo de addo chlorogenico será imprescindível para o provável aproveitamento industrial. OH -CH HC CO 0- CH Acido chlorogenico HO COCH OH HO ■CH HC -COCH + OH H0- ■OH «2 Acido cafelco HO COCH Acido qulnlco Por todos estes motivos nos dedicamos, ha já um anno, á verificação de antigos methodoó e á elaboração de novos para a determinação do acido chloro- genico. Antecipamos que até hoje ainda não conseguimos elaborar um methodo definitivo, realmente satisfactorio ; no entanto já temos idéas mais claras sobre muitos pontos e pensamos estar pisando em terreno firme, motivo pela qual temos o ensejo de transmittir um pequeno extracto das innumeras observações feitas durante o anno. cm SciELO 10 11 12 13 14 15 16 Slotta a. Al. — Acido chlorogenico do café 03 Decisivas para a orientação de nossas pesquisas foram as exigências por nc>s impostas ao methodo. Já que este deve ser adaptavel a analyses em serie, e mister que seja 1) rápido, 2) ao alcance de auxiliares pouco competentes e capaz de ser executado com o apparelhamento commurn de laboratorio. De 0utr ° lado, podemos renunciar a uma exactidão absoluta e nos contentaremos c&m um limite de erro de uns 5 %. Considerando os methodos existentes sob W5es pontos de vista, quasi todos são de antemão eliminados; pois, ou elles e **8 en i uma grande habilidade experimental, ou requerem para a sua determi- na ^° mais ou menos uma semana. Em todo caso estes methodos indicaram o rumo a tomar em nossas pesqui- ***- Em regra, podemos differenciar tres grupos de methodos: no primeiro, * termina o acido chlorogenico em si. por via gravimetrica, polarimetrica ou titulação: no segundo, se lança mão de uma reacção de côr do acido chlorogenico (com acido nitroso) e aproveita-se da intensidade da coloração rç su!tante, colorimetricamente ; no terceiro, finalmente, se scinde o acido chlo- r °Renico em arido cafeico e acido quinico, determinando-se então, de qualquer "***<>. um desses ácidos (o acido cafeico). O acido cafeico, ao contrario do 5c ido chlorogenico e quinico, é solúvel em ethcr, podendo assim ser extrahido °utras substancias complexas. A difficuldade consistia nos obstáculos exis- tfT1ÍCs na preparação de solutos bastante puros do acido chlorogenico do café, ‘• Ue seria imprescindivel para a determinação. Divergem bastante as opiniões sobre os agentes de extracção mais apro- Pnados. Temos que tomar cm consideração que o café contem o acido chloro- *' cn, co cm patte livre, diíficilmcntc solúvel em agua c facilmente cm álcool, c F^tte como o sal de potássio, facilmente solúvel cm agua e quasi insolúvel ^ álcool ; ainda uma terceira parte dcllc se apresenta como um sal complexo ‘ e P°tassio com cafcina. o qual é também facilmente solúvel cm agua c difficil- 0lCnte cm álcool. Em virtude dessas peculiares solubilidades, a agua pura c o *k°ol pur 0 (do mesmo modo o methanol. acetona, ethcr acético, etc.) ficam Wiinados como agentes extractivos. Porisso, pensou-se em usar misturas de 1 'solventes, como álcool a 80%. Fizemos muitíssimas experiências para resol- ' cr este problenja. e chegamos á conclusão de que a acetona a 30% representa ^ °Ptimo dissolvente. Methanol a 50^í é igualmente apropriado, porém ex- mais elementos secundários indesejáveis; o mesmo acontece com o álcool Ul( io. Com acetona a 30% conseguimos, em duas horas, extrahir todo o chlorogenico de uma amostra de 10 gs. de café crú (quantidade sempre por nos empregada), uma vez que se renove o dissolvente dejxns da primeira hora. completa extracção foi todas as vezes verificada pelo resultado negativo da de Hoepfner (3). 3 64 Memórias do Instituto Butantan — Tomo XI Os auctores, em sua quasi totalidade, empregam, para chegar a solutos de acido chlorogenico do café, precipitados de seu sal de chumbo, o qual em seguida é decomposto pelo hydrogenio sulfurado. E’ sabido que o acido chlorogenico é precipitado completamente pelo acetato de chumbo; no entanto, ainda não estava resolvida a questão de si o acetato de chumbo não precipita também outras substancias, especialmente outros ácidos, e si as mesmas não são igual- mente levadas até ao soluto final. E, finalmente, surgiu ainda a duvida de si no precipitado de chlorogenato de chumbo, bastante volumoso, não se acham adsorvidos outros saes de chumbo, em si solúveis e que, desse modo, perturbem o desenvolvimento da determinação. Todos estes problemas pudemos solucionar categoricamente, baseados em nossas experiendas. A suspeita de que saes de chumbo solúveis sejam arrastados mechanicamente, na precipitação de chloro- genato de chumbo, foi comprovada; do mesmo modo, saes de chumbo insolúveis em agua foram igualmentc precipitados. Xo soluto isento do chumbo pela pre- cipitação com hydrogenio sulfurado, encontramos, além do acido chlorogenico. também outros ácidos, entre os quacs pudemos até hoje identificar o acido acético e o acido cafeico, formando o primeiro um sal de chumbo solúvel em agua, e o segundo, um insolúvel em agua. Não é, pois, de admirar que, p. eX.. o methodo de Jurany (4) nos dè resultados inexactos, visto que o mesmo traba- lha com solutos ainda não libertados desses ácidos. Por mais que se lavem com agua, não se conseguem afastar os saes de chumbo desses ácidos, em si solúveis, do precipitado de chlorogenato de chumbo. Deixámol-os, portanto, dentro do precipitado, pusemos cm liberdade, pelo hydrogenio sulfurado, os ácidos livres juntamente com o acido chlorogenico c tratámos com ether o soluto assim obtido durante varias horas no extractor automático. Experiências comparativas de- monstraram que uma extracção rapida c intensa com ether, durante quatro horas, consegue afastar esses ácidos quantitativamente. Em algumas experiências em escala maior conseguimos, como já mencio- námos, identificar o acido cafeico e o acido acético nesse extracto de ether. Enquanto que o primeiro íóra obtido em estado crystallino, o ultimo poude ser claramentc reconhecido pelo seu cheiro. Com isto foi afastada uma fonte de graves erros dos antigos methodos- Os methodos de precipitação do chumbo ainda encerram vários erros. A de- composição do precipitado de chumbo procede -se rapida e completamente na suspensão em agua ou agua-alcool, o sulfurcto de chumbo se deposita claramcn* te c deixa-se filtrar com facilidade. Parece que até hoje se tem dado pouca attenção á lavagem do precipitado de sulfurcto de chumbo. Este sal retém rebeldemente o acido chlorogenico por adsorpção, de modo que muitas vezes, ainda depois da decima lavagem com agua quente, obtínhamos uma reacção de 4 Slotta £ Al. — Acido chlorogenico do café 65 ^°epíner positiva para o sulfureto de chumbo. Para evitar estas lavagens tão irosas, lançámos mão de um artificio para as experiencias posteriores. Proce- do* á decomposição de sulfureto de chumbo num balão volumétrico de vidro . deixando-o esfriar após a passagem de uma corrente de hydrogenio sul- ,lJ radr) e completando o volume até a marca. Agitámos convenientemente, fil- lr üno!-o num filtro secco e do filtrado empregámos uma parte aliquota (em ^ ,ra - a metade) para a determinação subsequente, após termos expulsado todo o r ogenio sulfurado do soluto por areação. Em experiencias de controle veri- !^ Inos que, com o emprego desse systema simplificado, não ha perda alguma: -cin-se a mesma quantidade de acido chlorogenico, quando se emprega o mcthodo ficado, ou quando se lava o sulfureto de chumbo até desapparecer a rcicção ^ ^ocpfncr. ^esse modo chega-se a um soluto claro, de còr ligeiramente amarclla, do ^ extra liem com ether os ácidos acima citados. E’ sómente necessário Pellir o ether da camada aquosa, quer por ventilação, quer por aquecimento, P°der-se proceder a sua determinação. ^ -^determinação do acido chlorogenico neste soluto, no entanto, não é das r _ 5 s 'mples. Já antigos auctores declaravam que a determinação do residuo Qua] Por evaporação fornece valores duvidosos. ^nte ^lais tarde lançou-se mão de mcthodos titrimetricos, os quaes foram igual- msufficientes, ainda que a titulação fosse executada clectrometricamentc. Jurany (4), finalmente, emprega a rotação do plano da luz polarizada, para . P°der deduzir o teor em acido chlorogenico do soluto. A jiequcna rotação ^ C:1:ca do acido chlorogenico toma impossível neste caso a determinação , J* lue, para experiencias cm serie, a titulação tem dado sempre os melhores la< ^ os . orientámos os nossos ensaios neste sentido. Em analyscs prclimina- p^^erminámos primeiramente as concentrações e os indicadores mais apro- JS - Depois de alguma pesquisa, verificámos que o acido chlorogenico se ^ 0 l ' tU * ar admiravelmente cm solutos aquosos diluidos mediante um soluto N de hydroxido de sodio, empregando-sc o vermelho neutro como indi- Jqq tres exemplos encontrámos, em vez de 100% de acido chlorogenico, : 99.80% e 99,30%. d grau de cxactidão é mais do que suíficiente, a viragem de vermelho vio- ^ a vermelho alaranjado, bastante forte, permitte titular com uma exactidão 1145 Sottas. O emprego de solutos mais diluidos pouco augmenta a cxacti- c hj/ ^ n ^ e 'iznientc, tivemos que verificar que a viragem nos solutos de acido ^‘co obtidos do café não é mais tão nitida. Isso, juntamente com outras a 1ões, indica que, mesmo em nosso soluto final altamente purificado, 5 66 Memórias do Instituto Butantan — Tomo XI ainda existem outras substancias. A possibilidade de que estes corpos seja® ácidos não pode ser posta completamente de lado : nesse caso simulariam u® teor de acido chlorogenico elevado. A separação dessas substancias do acido | chlorogenico seria muito difficil, si se tratasse realmente de ácidos, pois as p r0 ' priedades de precipitação e solubilidade não apresentam diíferenças perceptivei*- Parece existir sómente um meio para esclarecermos a natureza dessas i®" purezas : a titulação potenciometrica do soluto. Por meio de um potenciomet® | poderemos decidir categoricamente si se trata de ácidos, matérias neutras o° bases : esse apparelho permitte abranger ao mesmo tempo vários acido** mesmo quando as suas constantes de dissociação apenas dif ferem por po* 1 *®; umas das outras. O emprego do potendometro certamente ainda prestará o® tros serviços: para retirar os ácidos soluvds em ether não será mais necessan* uma extracção de 4 horas, pois que doravante se titularão os ditos addos mesmo soluto conjunctamente com o acido chlorogenico. Mais tarde tratarem®* da titulação potendometrica, uma vez que a pudermos executar. Para esse í® 5 caredamos até agora do apparelhamento necessário, que já está sendo adquirida Antes de nos dedicarmos á titulação do addo chlorogenico pensavamos v* 1 um caminho seguro, saponificando o acido chlorogenico com um soluto aIcal® A addulando o soluto, separando com ether o addo cafeico resultante, e doseando- 0 por titulação. Para esse fim verificámos que, na titulação do acido cafeico, 0 chloreto fcrrico se presta admiravelmente como indicador. Tendo, porém, m*® tarde passado para as experiendas de desdobramento do addo chlorogenico po fCV obtivemos sempre resultados divergentes. Uma metachromasia dos solutos a! 03 ' linizados indicava que se dava qualquer decomposição. Podíamos evitar e*** metachromasia. trabalhando sob exclusão de ar, p. ex., sob uma camada de dissolvente indiffercnte (ether livre de peroxydos). Assim mesmo não nos possível obter resultados satisfactorios. Finalmcntc verificámos que o aO^° caieico puro não resiste a um tratamento alcalino e subsequentemente aCW°" deixámos repousar addo cafeico puro com alcali sob dissolventes indifferentí* - acidulando-o depois do prazo habitual com addo sulfurico c extrahindo-o * seguir com ether. No soluto etherico encontrámos, em vez de 100% de add* 117,10%. Dá-se certamente um desdobramento pardal do addo cafeico ^ formação de dois ou mais addos no%*os. Abandonámos, pois. esta orienta< 3 ‘ v I visto que todos os mcthodos que a seguem, perdem o valor analvtico. Xo decurso de nossas experiendas (que por enquanto só se referem ao c3t< crú) encontrámos que. nos extractos com álcool aquoso e acetona aquosa do ca< uma parte do acido chlorogenico se deixa titular directamente, tomando-** vermelho neutro como indicador. O addo chlorogenico assim obtido repres^ 1 * aquclla parte existente em estado livre no café, i. é., nem como sal de pota ? * A | nem como sal duplo de potássio e cafeina. Este acido chlorogenico livre e cm SciELO 10 11 12 13 14 15 16 Slotta * Al. — Acido chlorogenico do café 67 Primeiro valor que determinamos no decurso de nossa analvse. Mais tarde, ^Pois da precipitação do chumbo e das operações subsequentes, obtemos a quan- kdade de acido chlorogenico total. Da difíerença desses teores resulta a quan- ^de dg acido chlorogenico combitiado no café. Como, pois, o chlorogenato de ?0tassio forma um composto completo com cafeina em proporções moleculares, P^de-se calcular, guiando-se pelo teor de cafeina já obtido por outro processo, i^mto acido chlorogenico existe em forma de chlorogenato de potássio c ca- . ■ Conhecendo-se esse teor e mais o teor do acido chlorogenico combinado, uz-se da differença dessas duas substancias o acido chlorogenico contido cm rrwa de sal de potássio. No curso de nossas experiendas esperamos obter -°s sobre o acido chlorogenico em suas 5 formas, os quaes em sua grandeza j J-Uta e suas relações entre si certamente poderão soludonar varias questões T aüvas ao sabor e aos ef feitos physiologicos. uma vez que tenhamos examinado ^udosamente um grande numero de cafés. Além disso, incluímos em nossos aquelles ácidos ligados (efles são encontrados em forma de sal) que são do soluto final pelo cther. S^ndo a nossa determinação de addo chlorogenico. feita no decurso de uma na qual com uma amostra de 10 gs. de café são determinados primeira- r c n humidade, depois a porcentagem de gordura, o conteúdo de cafeina, tersos teores de acido chlorogenico. e dos ácidos ligados, e finalmente a ^^llina, pensamos que, dentro de pouco tempo, poderemos atacar com exito Problemas, ainda mal explorados, que dizem respeito ás causas chimicas do *** do café. Inniuncros problemas surgiram quando começámos com a apresentação pre- do acido chlorogenico do café. Para as experiendas analyticas des- ^ 5 na primeira parte deste trabalho, assim conto para os exames physiolo- P • °«cessitavamos de grandes quantidades de acido chlorogenico puríssimo. ^ • Para esse fim, nos interessássemos pela extracçâo industrial do acido ^ ' ^^nico em grande escala, executámos desde o principio as nossas experien- 011 Proporções semi-industriacs, i. é., com vários kilos de café. O unico *- c] e preparação até agora existente para o acklo chlorogenico do café niodo algum, satisfactorio. Elle se utiliza do poder de crystallização «) «. ^ chi 0r °genato de potássio mais cafeina e despreza propositalmcnte a parte do Hç ° c ^‘°rogenico em estado livre ou em forma de sal de potássio. Um peque- approximado mostra com que grandes perdas voluntárias tem-se que ^®°Qtar nesse Caso: no café brasileiro existe unta media de 1% de cafeina. í l Ua ntidade tem o poder de ligar 1,92 % de acido chlorogenico sob a forma d uplo de potássio. Temos, porém, que contar com uni teor ntedio de 7 68 Memórias do Instituto Butantan — Tomo XI 6% de acido chlorogenico, de modo que se perdem 2/3 da quantidade tottM Na pratica, porém, o rendimento ainda é bem peor: em vez de 3 % de chloro-l genato de potássio mais cafeina obtem-se apenas 1%, de modo que realmen*®! só se consegue extrahir 1/10 do acido chlorogenico theoricamente calculado- 1 Para a extracção do café — em antithese á extracção analytica — outro» I pontos de vista são decisivos. Sendo technicamente quasi impossível extra!« r j uma massa tão volumosa como é o café crú á temperatura de cbullição do diss^* I vente, teve-se que encontrar um dissolvente com o poder de extrahir complet*' I mente do café o acido chlorogenico a uma temperatura moderada. Sóme ntf I assim seria possivel operar em vasilhames abertos, remexendo o material, o apresenta o trabalho mais rendoso numa operação em grande escala. O method*j de apresentação acima mencionado (5) extrahe o café com agua fria, a q ,! ^l praticamente só dissolve o sal de potássio do acido chlorogenico e seu compl®"] com cafeina. Uma extracção bem mais completa conseguimos com álcool * 80% ou 70% numa temperatura de 60°. O methanol também deu bons rea- tados em pequena escala; e ensaios com acetona diluída, dissolvente, segui^ nossas cxpericncias, bem adequado para as extraeções analyticas, estão sen^j elaborados. No decurso da elaboração concentrou-se fortemente o extracto por evap^ ração no vacuo, e precipitou-se então em fracções com álcool, processo muito demorado e que exige grande habilidade experimental. Neste ponto & preparação pudemos encontrar um aperfeiçoamento muito notável do anÕH methodo, adoptando a precipitação por meio de methanol. Do soluto aquu^ I castanho-escuro, obtinham-se antigamente, precipitando com álcool, primeiran** 1 ’ I te grande quantidade de graxas, que eram desprezadas, e mais tarde, depois repousar vários dias na geladeira, o chlorogenato de potássio mais cafeina ^ I forma de crystaes. Preci pitando-se com methanol, obtém-se um soluto c castanho-avenr.elhado, no qual se inicia quasi que instantaneamente a scpara<**| dos crystaes, a qual está completa após 24 horas na geladeira. Deste conseguimos elevar a producção do antigo methodo de 50%, de modo que em dia obtém-se pelo menos a metade da quantidade thcoricanxmte calculada ^ | chlorogenato de potássio mais cafeina contida no café. O chlorogenato de potássio mais cafeina é. então, facilmente obtido bom grau de pureza pela recrystallização em álcool aquoso ou methanol aq^^l ou puro. Dos solutos aquosos desse sal extrahe-sc com chloroformio, quaíõj tivamente, a cafeina, ficando em solução o chlorogenato de potássio. D* soluto obtém-se então por acidulação o acido chlorogenico, porém nunca ' rendimento superior a 60%. A crystallização do acido chlorogenico, aí^l como sua purificação subsequente, exige muita paciência, vi -to que elle po 5? I pouca tendência para a crystallização. cm SciELO 10 11 12 13 14 15 16 Slotta * Al. — Acido chlorogenico do café G9 Como podemos ver, a preparação do acido chlorogenico por esse mcthodo, de todos os aperfeiçoamentos, é ainda bem pouco satisfactorio. A ex- tra cção por meio de acetato de chumbo, como a empregamos na analyse, tem Unicamente o inconveniente de que, de um lado, é muito cara e, de outro, '"Plica no uso de grandes volumes de precipitados e filtrados. A crystallização ^ !r «cta do acido chlorogenico pouco promette em vista do acima exposto. Por enquanto estamos certos de que o unico methodo industrialmente 4 proveitavel é aquelle em que se passa toda a quantidade do acido chlorogenico café para o sal complexo de potássio com cafeina, addicionando ao extracto l^alquer sal de potássio barato, mais a quantidade calculada de cafeina. Re- c "Pcrando-se a cafeina quantitativamente, como pudemos ver no decurso de “ c,55 ° trabalho, ella pode entrar sempre de novo no processo da elaboração, 5t3c l° as perdas insignificantes. Esperamos poder aperfeiçoar a apresentação **1 complexo de potássio a tal ponto, que se possa empregar na practica para 1 extracção quantitativa. Si conseguirmos realizar essa nossa esperança, tere- 0,05 solucionado o problema da extracção de qualquer quantidade de acido ^ogcnico do café. RESUMO Escreve-se a importância do problema da determinação do acido chloro- Çeilic o no café. Tendo-se os methodos até agora existentes mostrado insuííi- C * at *« para a sua determinação, realizaram-se innumcros ensaios, com o fim de ** descobrir um novo processo que fosse applicavcl ás analyses cm serie. As "‘•'culdades para a obtenção de solutos finaes, contendo todo o acido chloro- ^ en ‘ c °. foram encaradas cm varias experiências c, depois, vencidas. Executou-se terminação do addo chlorogenico nos solutos finaes, mediante emprego de "kção alcalina, e descreveram-se. tanto as fontes de erros, como os meios de * rçni estes afastados. Ei seguida relatam-se os progressos feitos no preparo do acido chlorogc- nc °. mostrando-se a respeito as diversas difficuldades theoricas e practicas a vencidas.Mcdiante um novo methodo de preparo consegue-se augmentar o ^"dimento de acido chlorogenico em 50%, embora, neste ponto, ainda se devam **er novas experiencias para se ficar verdadeiramente satisfeito com os resulta- ** °*>tidos. ZUSAMMENFASSUXG Ee Wichtigkeit des E wird l>csprochen. Problems der Bestimmung der Chlorogensaeure im Da die bisherigen Methoden zu ihrer Bestimmung 9 70 Memórias do Instituto Butantan — Tomo XI unbefriedigend sind, werden zahlreiche Versuche unternommen, eine neue M f ' thode zu finden, die fuer Serienanalysen geeignet ist. Die SchwierigkeiteA reine Endloesungen zu erhalten, die die Chlorogensaeure vollstaendig enthalte^ werden durch Versuche belegt und schliesslich ueberwunden. Die BestimrmJCc der Chlorogensaeure in diesen Endloesungen durch Alkali-Titration wird durch* gefuehrt, und die auch dieser Methode anhaftenden Fehlerquellen, sowie Moeglichkeiten zu ihrer Beseitigung werden besprochen. Im zweiten Teile der Arbeit wird ueber Fortschritte berichtet, die bei praeparativen Darstellung der Chlorogensaeure gemacht worden sind. Sowob- die theoretischen, wie die praktischen Schwierigkeiten, die dabei zu uebenvindí* j sind, werden behandelt. Mit Hilfe der neuen Methode gelingt es, die bish^ erhaltene Ausbeute um 50% zu verbessern. Jedoch auch diese Methode bedai* noch weiterer Versuche. um wirklich befriedigende Ergebnisse zu liefem. BIBLIOGRAPHIA Handbuch der Lebensmittelchcmie 6:41.1934. a) Handbuch der Lebensmittelchcmie 6:41.1934 b) llotfjncT, \V. — Ztschr.Untcrs.I-cbensm 66:238.1933. c) Griebtl, C. — Ztschr.Unters.Lcbensm. 67:432.1934. d) Plückcr, W 6 • Krilholz, II’. — Ztschr.Unters.Lcbensm, 68:97.1934. c) Ticdcke, C. — Ztschr.Unters.Lcbensm 71:217.1936. f) Tíedcke, C. — loc. cit. 71:385.1936. Hotfncr. I f. — Chem.Ztg. 56:991.1932. Jurany, //. — Ztschr .anal. Chcmie 94:15.1933. Freudcnbtrg, K. — Bcr.dtsch.chcm.Ges. 53:237.1920 (Trabalho da Seecão cr Chi mica c Pharn aeolo*ia I li mm tal do Imtituto Butantan. recebido tm «“JJT ■ de 1 937. Dado á publicidade em dexembro de 10 cm SciELO 10 11 12 13 14 15 16 613.3932 0 CAFÉ SOB O PONTO DE VISTA CHIMICO 5. Tres novas substancias do café POR C. H. SLOTTA & C. XEISSER Introducção darmos inicio aos nossos trabalhos sobre o oleo do café, dedicámos q* 0 * logo uma especial attenção aos insaponi ficáveis por acaso nelle contidos. ^ lnsa P°nificavel de qualquer producto gorduroso encontrou nos últimos tcm- ür n intere. se todo especial, visto que nelle existem substancias muito interes- e de alto valor, como sejam as vitaminas A c D, princípios de cf feito ‘ °K c nico e outras. * °r isso. muito nos admiramos que. até o presente, quasi nada se tenha to» a pfoposito da substancia insaponi fica vel do café. Pode-se dizer que os r . «studos existentes são da auctoria de Bengis c Anderson (1), dois pes- j^^orcs norte-americanos, que se dedicaram apenas de passagem a esta ques- 4 ' ^centrando mais tarde sua attenção sobre os problemas relacionados com **° c, f»Cação da gordura. ^ 0r suas experiências, todavia, nos certificamos que as gorduras do café V-Jç ' c * a, ' v amente ricas em insaponi ficáveis. Bengis c outros auctores declaram ^ gorduras do café contém uma media de 10% de insaponificavel. Em er as experiencias pudemos confirmar plenamentc esses dados; no entanto, Ja *°' ^' to cm um outro trabalho desta serie, o teor em gordura osdlla Hij; ° 045 diversas espedes de café e com elle também a porcentagem de insapo- 0 ^. eI - Além disso, verificou-se que o insaponificavel das gorduras do café ü ma phytosterina, que é a nosso ver a sitosterina. Finalmente, Bengis ° u tuna substancia bem crystallizada, que elle denominou de “Kahweol". 1 72 Memórias do Instituto Butantan — Tomo XI Sua “Kahweol” funde a 142-144° C. ; é muito sensível ao ar; tratada com 0 acido acético anhydrico, fornece um mono-acetato e, na hydrogenaçãq catalytio* recebe 3 mol. de hydrogenio. Esse hexahydro-producto contém um novo grupo hydroxyla, cuja origem Bengis explica pela hydrogenação do grupo cetonico d* “Kahweol”. Por methodo directo não se poude verificar esse grupo cetonico- Bengis propôs para o “Kahwéol” a formula Ci9H 26 Os. .Marcha dos estudos Nosso fito era primeiramente reproduzir essas experiências e, si possivd* confirmal-as. Infelizmente já muito breve verificámos que o esclarecimento chimico do insaponiíicavel do café é bem mais complicado do que Bengis supp u ' nha. De seus resultados pudemos apenas confirmar a existência da phytosterin»* a qual, embora em pequena escala, conseguimos insular do insaponificavel et® estado chimicamente puro. Em vista de seu ponto de fusão e rotação optie 3, suppomos tratar-se de uma y sitosterina. Ensaios minuciosos e repetidos levaram-nos á conclusão de que o insapom* ficavcl do café representa uma mistura complicada, da qual pudemos, além sitosterina, extrahir tres novas substancias puras cm forma crystallina. Já possuímos uma quarta substancia, porém cm quantidade tão diminuta, q 1 * por enquanto, ainda não a podemos descrever. Essas cinco substancias representam apenas a metade do insaponificavel, gundo calculo sobre o seu peso, de sorte que achamos ter fundamento para supp 0 * que ainda existem outras substancias crystallizaveis no insaponificavel. O residuo não crystallizado apresenta-se sob forma de uma resina vermelh 0 " parda transparente, que ora estamos investigando. Nenhuma das nossas noras substancias se identifica com a “Kahweol” & Bengis. Nenhuma é scnsivel ao ar e seus pontos de fusão são inteiramente ferentes. Em vista de nossas innumeras e minuciosas expericncias, acham 05 muito pouco provável que a “Kahweol” de Bengis tivesse escapado a nossas vista- 4- suppomos antes que Bengis tenha tido em mãos uma mistura bastante impura, * qual certamentc continha um ou outro dos nossos produetos, como também * sitosterina. Sómente assim poderiamos explicar os dados numéricos da anal}' 5 * de Bengis, mais ou menos correspondentes á formula CioHnsOa. Enquanto desconhecermos a constituição chimica das novas substancias, as desejamos denominar, preferindo designal-as provisoriamente como substa®' cias "A”, “B” e “C”. Estes tres produetos apparecem no insaponificavel em quantidades bem & versas: quanto á quantidade, é de maior valor a substancia “B”, a qual geral pode ser insulada numa porcentagem de 0,28 a 0,30 em relaC*^ •> Slotta t. Xeisser — Substancias novas do café *° ca fé) ; igualmente foi insulada em proporção idêntica numa experiencia 13 com café torrado. A porcentagem da substancia “A” no café é de m o. m. 0,03, e a da substancia "C”, ainda menor; esta ultima até agora só ponde cxtrahida de uma quantidade de 24 kgs., e seu conteúdo não é superior a Ainda que, conforme já dissemos, o teor em gorduras e, portanto, em insa- Ponificavel de um café esteja sujeito a grandes oscillações, parece que a por- ^kgem em substancia “B” pouco varia: de um café "Jardim” com um teor ^ gorduras de quasi 15%, pudemos retirar 0,30% da substancia “B"; de um r ro 03 com um teor em gorduras inferior a 8% obtivemos 0,28% da substan- cia "Dii . . . , a ■ practicamente a mesma quantidade. Ern muitas experiencias reconhecémos, como muito eíficaz para a obtenção Reparação do insaponificavel um methodo especial, cujos dados são explicados Pane experimental. As gorduras isentas de caíeina são saponificadas á •operatura do ambiente com hydrosoluto de soda sob fone agitação; experien- ^ comparativas mostraram que a saponiíicação dura. 12 horas. Já que possuia- .. J% ^nipre grandes quantidades a saponiíicar para retirar quantidades suf- .‘ c *ntes de substancias contidas no café cm uma porcentagem tão diminuta, m °* que renunciar ao methodo bem mais rápido, si bem que mais caro. de ^J^ificação com potassa alcoolica. Extrahiamos do sabão o insaponificavel . c *her, e, após evaporação do dissolvente, obtinhamo-lo em forma de massa * ira - que, cm sua quasi totalidade, crystallizava na geladeira. últimos annos a adsorpção chromatographica deu optimos resultados f 'cparação de misturas complicadas de produeto* naturaes. Infdizmentc, foi . < k f * 3 nossa esperança de chegarmos á meta com este methodo elegante, em . a c' a lx)ração não se observava perda alguma. Para a obtenção apenas da si- • -i- c aconselhável a adsorpção com oxydo de alumínio. Dissolve-se o Ponificavel em acetona e deixa-se correr sobre uma columna de adsorpção, ^ ‘do-sc então a sitosterina na segunda zona bem mais colorida; dahi pode-se !Ir 3 sitosterina com benzol, juntamente com um oleo castanho-escuro, e. após *"'’ a poracão do benzol e recrystallização em álcool, ella surge sob a forma de *** branquíssimos, enquanto o oleo permanece no soluto alcoolico mãe; dc- 5 ^ ^gunda recrystallização o ponto de fusão permanece constante. Technica geral Utna VCZ ^ ue ’ j ustamcnte - 3S outras substancias eram as que nos interessa- t • Clabor3 mos uma separação por dissolventes, a qual deu optimos resultados r eat' nnUnicra s P roV3S - Trituráramos o insaponificavel com uma carga indiffc- P- ex„ sulfato de sodio secco, até obtennos um pó secco. que agitavamos cm SciELO 10 11 12 13 14 15 16 74 Memórias do Instituto Butantan — Tomo XI com ether de petroleo á temperatura ambiente; disso resultava a dissolução dai substancias “A”, “C” e da sitosterina, assim como da maior parte do oleo náa ciystallizavel. Xo residuo permanecia, além do sulfato de sodio, principal mentí a substancia “B”, e também uma quantidade diminuta de um corante solúvel e® álcool. Esse residuo era completamente extrahido com ether de petroleo, q uer no apparelho de Soxhleth, quer num extractor construido a proposito para essí fim; a operação em certos casos podia demorar de 2 a 3 dias. Pela refrigeração do soluto obtínhamos a substancia "B” em forma de lindos crystaes um tan» amarellos, os quaes geralmente fundem a 152-155°C. Uma segunda extracçá 0 com ether de petroleo, sem tomar em consideração o primeiro extracto, daí* crystaes brancos de ponto de fusão 155-157°, o qual não se modificava com aí recrystallizações subsequentes. Para a obtenção das substancias "A”, “C” e sitosterina da fracção soluv» em ether de petroleo frio, libertava-se o extracto, completamente, do dissolvente no vacuo, e aquecia-se o residuo com álcool. Por refrigeração separava-se J sitosterina do soluto. Para obtel-a na integra, era necessário repetir esse trat»' mento. Concentravam-se então os filtrados reunidos por evaporação e, trituran- do-se o residuo com acetona ou ether acético, obtinha-se o produeto "C” forma de crystaes, enquanto “A" ficava no soluto. A substancia “A” obtinha- 5 * depois, recrystallizando-se o residuo da evaporação com um pouco de ether àf petroleo. Sua purificação era feita pela recrystallização com um pouco de ethe r de petroleo ou mistura de alcool-agua. Desse modo, apparccia em forma agulhas branquíssimas com o ponto de fusão 114-116°, facilmente solúveis c 0 * todos os dissolventes orgânicos. A substancia “C” é menos solúvel. Ella cr)' 5 ' talliza facilmente em acetona, ether acético ou álcool, e tem, após varias puni*' cações, um ponto de fusão constante de 129-130°. As propriedades de solubilidade da substancia "B”, como é natural, foral” estudadas mais cuidadosamente jã que a quantidade á nossa disposição era bc® 1 superior a dos outros produetos. É ella facilmente solúvel em ether, mcthan^' álcool, chloroformio, acetona, acido acético glacial, anhydrido acético, pyridia*’ um pouco menos solúvel em benzol; pouco em ether de petroleo quente c cy^ 0 ' hexana ; quasi insolúvel cm ether de petroleo frio e completamcnte insolúvel cIÍ agua. É recrystallizada vantajosamente, do modo indicado, em ether de petr^ leo, assim como em cyclohexann c em soluto concentrado de benzol. Das o 11 turas de ether, acetona e ether acético com muito ether de petroleo foi ella obõ°* em forma de lindos crystaes, muitas vezes após separação inicial de um ol* 0- De misturas de álcool, acetona, mcthanol ou acido acético com agua obtc®'- igualmcntc em estado crystallino. Sua tendenda para a crystallização é já k* 5 tante pronunciada em seu estado natural, embora possa surgir, p. ex., no cth* 1 de petroleo, uma grande supersaturação. Essa substancia é insensivel ao 4 Si-OTT.v & N eis ser — Substancias novas do café 75 ****° sens * vc I á luz, em cujo contacto ella se torna ligeiramente amarella ao de poucos dias. Os ácidos, quer diluídos, quer concentrados, dostroem-na r *pidamente ; no entanto, ella resiste aos alcalis, mesmo a quente. Conseguimos encontrar uma linda e característica reacção de côres para a *“«tancia “B”, a saber: dissolver uma partícula desse producto em álcool, e ‘ C:onar um a gotta de acido concentrado; immediatamente sc apresenta um jogo de côres (ás vezes é necessário aquecer), que passa pelo roseo, ver- ^ e &o. violeta, azul e, íinalmente, azul esverdeado. Pela reacção de Liebermann- ^urchard, consegue-se passar de roseo para vermelho pallido; com a reacção ^r. balkowski, o acido sulfurico se toma vermelho, enquanto o chloroformio PCrnian ece incolor. Embora a substancia “B” seja insolúvel em agua, mandamos fazer uma . 0Va Physiologica, em vista de se acharem contidas no insaponificavel das gor- 'm< aS CCrtaS substancias activas como ^ vitaminas e os hormonios. É sabido a íracção gordurosa no oleo de côco contém uma quantidade elevada de h product0 de oxydação do hormonio sexual feminino, com elevado ef feito ‘* or monico. 4 Xa sec Ção de Physio-pathologia do Instituto, o prof. Thalcs Martins teve ^Çtntdeza de fazer experiências physiologicas preliminares com a nossa substan- con B *’ COm ° SCf?llinte resilItado: camondongos femeos castrados, tratados uma dose total de 2,5 mgs. do producto **B” apresentaram phenomenos dC a ° : d0SCS maiores Provocavam-lhes a morte; expericncias cm ratos yyj castrados, mesmo com a administração de doses de approximadamcnte P° r animal, não deram cf feito visivel. Ainda que estes resultados dc- ser tomados como provisorios, são sufficientcmente interessantes para pro- ^* u ’ r nios no estudo. Csc!arccimcnto chimico da substancia “B” é naturalmentc o nosso pro- cuM* 1 ma ' S intcr€ssantc - P ara cu J a solução sc nos deparam por enquanto diffi- '^es inesperadas. Purificámos energicamente essa substancia através de l r s rccrystaUizações, e a analyse realizada com essa substancia, puríssima, ^-nos á supposiçáo de que lhe cabe a formula bruta CmHuQj. O peso mo- ’ 3r ** portanto, calculado em 50S. As primeiras determinações do peso “Ccular foram executadas em canfora e accusaram valores instáveis c nada ^ r ° s - Dahi se deduz que o producto “B” não c sufficientcmente solúvel ^ ânfora, ainda que isto não se possa descobrir a olho nú. As determinações molecular realizadas com exaltona deram valores pouco seguros. Final- a srta. dra. Carst realizou, em nosso Iaboratorio, determinações do peso cu.ar em escala semi-micro com benzol. as quaes accusaram pequenas diver- cm SciELO 10 11 12 13 14 15 16 76 Memórias do Instituto Butantan — Tomo XI gencias entre si. com o valor medio de 482. que concorda satisíactoriamente com o valor admittido de 508. No entanto, não queremos considerar a formula e o peso molecular como completamente seguros. Admittindo-se a formula como certa, poderiamos estabelecer a funcção de 5 átomos de oxygenio. Ate agora ainda não o conseguimos. Executámos micro-reacções sobre grupos hydro- xylicos alcoolicos e phenolicos, grujxjs carboxylicos e sobre methylcetonicos, toda* com resultados negativos. Segundo Zeisel, não se obtém iodeto de methyla com addo iodhydrico; porisso nenhum grupo methoxylico pode estar contido na nW" lecula. Do mesmo modo, as pesquisas de configuração lactonica foram negativa?- Como é natural, já se tinha provado que a substancia “B” não continha nitroge* nio, enxofre ou halogenio. Em nossas experiências, para obter derivados crystallizados por meio " reagentes cetonicos (hvdroxylamina, semicarbacida) só recuperavamos o material original; no entanto, conseguimos levar a substancia "B” á reacção com anhydrido acético em presença de acetato de potássio. Da mistura de facção obtiveir» 0 * uma substancia com o ponto de fusão de 163,5 — 165°, a qual. misturada com o material original, produzia uma grande depressão do ponto de fusão. Es=* substancia é facilmente solúvel em ether de petroleo e. ao resfriar, apparece en* forma de longas agulhas. Dispondo-se de um soluto impuro, obtêm-se semp* 4 crystaes amarellos. os quaes podem ficar em branquíssimos por sublimação & vacuo de 0.02 mm. a uma temperatura de 150“. Essa substancia é insensível 3 luz c ao ar. As analyses realizadas com essa substancia, que provisoriamente querem 0 * chamar de “B-2”, correspondem perfeitamente a formula Seu f* í0 molecular, portanto, é calculado em 358, sendo que o valor medio das determin 3 ' ções de peso molecular feitas pela dra. Carst é 369, de modo que conferia bdq com o valor exigido. Tratámos a substancia “B-2” em soluto alcoolico á temperatura ambienta bem como numa temperatura superior, com potassa titulada, e medimos o consun 10 cm potassa por titulação. Titulando-se immediatamente após a addição da p°' tassa, não se observava consumo algum da potassa. No decurso de 90 minuto®* 81.4 mgs. de substancia “B-2” consumiam 2.22 cc. de potassa N/10: isto corre*' pondia a um peso equivalente de 367. No tratamento ao calor verificou-se lin ' peso equivalente de 368. Temos, pois. elementos para suppor tratar-se ^ uma Uictona da formula C^HjoOj. Esta lactona não contém nenhum grtip- 1 acetylico, o que toma pouco provável a presença de um grupo pri ou secundário de hydroxylas. O sal sodico do acido correspondente á lacto 1 ** com certeza passa, transitoriamente, pela acidulação para acido livre, o qual * seguir dá logar novamente ao annel lactonico, pois, logo após a acidulação. ** consegue recuperar toda a lactona crystallizada. G Slotta & Neisser — Substancias noras do café 77 Enquanto não soubermos algo de definitivo sobre a constituição chimica da 5 -b>tancia “B-2”, não queremos fazer supposições sobre a marcha tão original ' a r •seção, a qual se desenvolve sob a acção do anhydrido acético sobre a substan- Ca B Parece, porem, que encontrámos com essa reacção provavelmente a unica existente para o esclarecimento da constituição da substancia “B”. Comparando-se a formula bruta da substancia “B” com a substancia “B-2”, yZ *e que na mistura de reacção com acido acético anhydrico ha de existir ainda Ulna °u varias substancias com um total de 10 átomos de carbono. Conseguimos realmente insular mais uma substancia, embora em quantidade ln *uffidente para uma analyse minuciosa. Procedémos do seguinte modo: **®UUindo-se que, na reacção com anhydrido acético, além da áactona "B-2”, ** ten ha formado um álcool da substancia “B”. forçosamente clle tinha que estar c °ntido na mistura cm forma de um acetato. Porisso, aquecémos a mistura Cl ' ! u alcali ; o soluto apresentou então um odor aromatico. Dcstillando com Va Por de agua, obtivemos um destillado turvo, com um odor ainda mais pro- r,la >ciado. Extrahimos o destillado com ether, e do soluto etherico secco pude- 1005 °bter uma substancia branca crystallina por meio de concentração ao vacuo. a qual dava micro-reacções, altamente positivas, de um álcool. A reacção de ******* era negativa. Xenhum successo tiveram por enquanto nossos ensaios, ** Uani o á obtenção, em maiores quantidades, dessa substancia, que procurámos rr > stallizar, para esse fim. dircctamente da mistura de reacção, cm forma de a Wato, visto que, embora tenhamos podido crystallizar o acetato, até hoje não nos foi possivel purifical-o convenientemente. Estamos occupados 0 exame da marcha da reacção com anhydrido acético, e com o esclareci- ***° da constituição dos produetos de desdobramento dahi resultante, tencio- nuiis tarde publicar novos trabalhos a respeito. Descripçáo dar experiências Obtenção c divisão do insaf>onificavtl do café crú. Café crú foi ligeiramente seccado por aquecimento cuidadoso e depois ° *nt um desintegrador. kgs. desse material foram extrahidos com ether cm tres porções iguaes ^ ex tractor de prateleiras, exigindo essa operação de 24-36 horas. Dos ra «os filtrados foi evaporado o dissolvente. O residuo total pesava 1.730 * = 7a%. . ^' v idido o residuo em tres porções foi addicionado a cada uma 1 litro de r petroleo, ficando o soluto, destinado á separação da caíeina, em repouso cm SciELO 10 11 12 13 14 15 16 78 Memórias do Instituto Butantan — Tomo XI durante uma noite na geladeira. Foi filtrada então, por aspiração, a cafeina crúa contida em cada porção numa porcentagem approximada de 20 gs. = 0,25% • e retirado do filtrado o ether de petroleo, por evaporação. O residuo gorduroso de cada porção foi posto, ainda quente, a saponificar num soluto bem mexido, composto de 100 gs. de soda caustica commercial em 1 litro de agua, e o soluto bem misturado durante 6 a 12 horas. Foram addicio* nados então mais 2 litros de agua e 1,5 litro de álcool, continuando-se a mexer até a maior parte se dissolver. Reunidas as tres porções e juntada agua ate perfazer 18 litros, procedeu-se á extracção com ether. durante tres dias. num grande extractor para liquidos. Para facilitar a separação das camadas. f°* addicionada uma pequena quantidade de ether de petroleo. Lavou-se o extraCtO ethereo com agua, seccou-se com sulfato de sodio e expulsou-se o dissolvente por destillação. O insaponificavel assim obtido pesava 148,5 gs. = 0,62 % café = 8,6% da graxa. O insaponificavel crystallizou depois de permanecer um dia na geladeira: foi triturado com sulfato de sodio secco; para chegar a uma mistura adequada foram precisos 250 gs. de sulfato de sodio. Essa mistura foi agitada na machi* na com ether de petroleo (70-90°), filtrada e o residuo tratado de modo sente* lhante. A essa fracção, facilmente solúvel em ether de petroleo frio, demos 0 nome de fracção a. Fracção b, insolúvel em ether de petroleo frio, deve se* extrahida, com ether de petroleo fervente, da mistura com sulfato de sodi®* durante vários dias, num apparelho Soxhlet. Depois de resfriado na geladeif 3 o soluto, separou-se um total de 67 gs. = 0,28% da substancia B, que se ap rC * sentava amarellada, quasi branca, e fundia a 152-155° C. A fracção a contém a substancia A, C e sitosterina: evapora-se compW** mente o dissolvente, no vacuo. O residuo, um oleo castanho-avermelhado t ran*' parente, é triturado com álcool quente. Ao resfriar, separa-se a sitosterina- Concentra-se então por e% , aporação o soluto-mãe e repete-se esse tratamento As porções de sitosterina reunidas são recrystallizadas em álcool e fundem ent* 0 a uma temperatura de 134-135°. Expelle-se completamente o dissolvente do soluto-mãe da sitosterina, e trl ’ tura-sc o residuo com acetona ou ether acético; com Lsso crystalliza a substanc * 3 C, que se obtém, depois de varias recrystallizações em acetona ou ether acend- em forma de crystaes quasi brancos com p. f. 128-129°. Para a obtenção da substancia A concentra-se o soluto-mãe da substanc^ C, pondo-se o residuo a crystallizar com ether de petroleo. Uma vez purifica^ por meio de recrystallização com um pouco de ether de jietroleo, a substanC* 3 funde a 114-116°. Ella crystalliza em forma de agulhas curtas, branquissim 3 *' 8 Slotta a Xeisser — Substancias novas do café 79 Analyscs da substancia B. 5,003 mgs. subst. perderam a 60° no a v., 0,076 mgs. H^O 4,862 mgs. ” ” a 100° ” ” ” 0,130 mgs. 60“ :1 .52% HoO; 100»: 2,67% H-0 *327 mgs. subst.: 13,615 mgs. CO^ 3,860 mgs. H;0; 0.019 mgs. residuo. 4732 mgs. ” : 13,140 mgs. 00=; 3,710 mgs. HiO. Achado: C = 75,66% H = 8,80% C = 75,73% H = 8,77% Calculado: C 32 H 41 0 5 ( 508) C: 75,58% H: 8,66% determinação do peso molecular cm bcnsol. (Dra. Ca» st) Concentração : Peso molecular: Media : 482 7.0 *''*uma experiencia exeaitada com o café torrado, pudemos de 500 gs. insular S s - de insaponi ficavel crú, sendo o café empregado rico cm gorduras. Conse- f'í|. rn0s °^ ter do insaponificavel a substancia B e a substancia A em forma crys- . Ina - Não fizemos pesquisa de outras substancias, visto que naquella occasião . Unhamos ainda elaborado o processo de separação descripto para o insapo- ttíficavcl. Cxperiencias physiologicas com a substancia B. (Píof. Thalts Mastins) ^ Seis camondongos femeos castrados foram injectados, no decurso de tres g ’ cinco vezes com quantidades diversas de um soluto a 1,19% da substancia cm oleo de sésamo. Os camondongos 3 a 6 morreram no decurso da expe- n cnci a . ^mondongo 1 : recebeu cada dia 0,6 ce., total 1,8 cc.. ^mondongo 2: recebeu cada dia 0,8 cc., total 2,4 cc.. Os dois camondongos accusaram. desde o quarto ao oitavo dia, prova de ^* n 'Doisy positiva. Elles tinham recebido, respectivamente, 2,14 mgs. e 2,85 ® 5 - de substancia B. ^ Oois ratos machos receberam desde o sexto ao vigésimo dia após a castra- g • cada dia, respectivamente, 0,1 cc. e 0.2 cc. de um soluto a 10% da substancia ^ °lco de sésamo. O primeiro animal recebeu uma dose total de 140 mgs.; cm SciELO 10 11 12 13 14 15 16 80 Memórias do Instituto Butantan — Tomo XI o segundo 280 mgs.. Tres dias após a injecção matámos os animaes com ether: os pesos concordavam mais ou menos com o do animal de controlo. Laudo da necropsia: Bom estado geral, nenhuma lesão macroscópica, gen*' talia atrophiada. Desdobramento da substancia B com anhydrido acético. 2 gs. de substancia B foram aquecidos com 1 g. de acetato de sodio e 10 ce- de anhydrido acético, em banho-maria, durante meia hora, despejando-se, então- 50 cc. de agua, com o que o precipitado, a principio oleoso, se crystallizou inin#* diatamente. O material foi filtrado depois de repouso na geladeira, comprimi^ 5 fortemente e recrystallizado em duas porções de 100 cc. de ether de petroleo (70-90°), donde se obteve 1,22 gs. de crystaes amarellos liem formados. Co# relação ao peso molecular, representa elle 79,7% do theorico. O filtrado do produeto de desdobramento B-2 foi alcalinizado primeir 3 ' mente com soda caustica diluida, e depois com um soluto concentrado de carbo - nato de sodio. Desti llaram-se então do soluto, 2 vezes, 100 cc. de agua; a P n ' meira fracção tinha um cheiro fortemente aromatico. Ella foi extrahida extractor com ether e o ether seccado com sulfato de sodio, durante a noite e então destiliado. O resíduo, a principio lácteo turvo, crystallizou-se. solidifica 1 *' do-se na geladeira cm um precipitado branco microcrystallino, o qual. tratad 0 segundo Feigl com anhydrido acético, hydroxy lamina e ferri-ião, deu reacfi 3 dos alcoocs altamente positiva. Sublimou-se para a analyse a substancia B-2 em alto vacuo de 0,02 nin*-’ ella passou numa temperatura de 150° do banho de oleo. O sublimado brar»c<* foi recrystallizado duas vezes com ether de petroleo, com o que se obteve J substancia em forma de grandes prismas uniformes, incolores, p.f. 163,5 — l^* - Analyse s da substancia B-2. Determinação do peso molecular em bensol. (Dra. Carsi) Concentração: 0.9 1,6 2.3% Peso molecular: 367 361 381 369 5,337 mgs. subst. perderam, a 80° no a. v., 0,28 ttiÇ* 0,21 mgs. lífl Media : 4,639 mgs. subst. 5,337 mgs. í 4,611 mgs. ” : 12.480 mgs. C 5,316 mgs. ” : 14,370 mgs. C 10 Si-Otta & Xeisser — Substancias novas do café 81 Achado : C = 73.81 % H = 8.32% C = 73,72% H = 8.42% Calculado: C»»H 3O 0 4 (358) C : 73,74% H : 8.38% Titulação lactonica da substancia B-2. 87.3 mgs. substancia B-2 foram dissolvidas em 5 cc. de álcool absoluto e addi- j ' JnafJ os de 2 cc. N/2 NaOH (F: 1.059). Juntamente com uma prova em _ c °. foi aquecida num banho-maria durante \yí hora. accrescentando-se tres gottas de phenolphtaleina ; titulação com N/10 HC1 : Controlo : Substancia B-2: 7.38 cc. 7.38 cc. Ci consunxj de 2.37 cc. N/10 NaOH para 87,3 mgs. corresponde a um Peso equivalente de 36S. fixamos repousar 81,4 mgs. de substancia B-2 cm um soluto de álcool *üto á temperatura ambiente com N/10 NaOH, e depois de 15, 30. 60 c 90 ü,os > titulamos em camparação á uma prova em branco: Consumo de soda caustica depois de 15 30 60 90 minutos: 1,30 0.64 0,23 0.05 cc. C* consumo total de 2,22 cc. de soda caustica corresponde a um Peso equivalente de 367. Analv, '.VJe da substancia A. “*•208 mgs. subst. perderam, a 60° em a. v., 0,158 mgs. HjO 3.969 mgs. a 60“ em a. v. f 0,140 mgs. H-0. ■*.050 mgs. subst. : 11,885 mgs. CO», 3,750 mgs. H»0 3 -829 mgs. " : 11,225 mgs. CO». 3.580 mgs. H~0 Achado: H»0 = 3,76% H»0 = 3,53% Calculado: C~H 34 Oí C = 80,00% C = 80.03% C = 79.95% H = 10,36% H = 10,46% H = 10,31% 11 cm SciELO 10 11 12 13 14 15 16 82 Memórias do Instituto Butnnlan — Tomo XI RESUMO Xa fracção insaponificavel do oleo do café existem tres substancias até agora desconhecidas. Essas substancias, agora descobertas, podem ser chama- das de A. B e C. A substancia A occorre no café na porcentagem de 0.03% I a substancia B, na de 0,3%; a substancia C, na de mais ou menos 0.001%- Além dessas substancias poude-se insular, também, numa phase de separação cuida- dosamente orientada, a sitosterina em estado chimicamente puro. Além desta- é provável que no insaponificavel haja outras substancias crystallizaveis. Descrevem-se as qualidades chimicas e physicas da substancia B, assim corno o resultado da verificação physiologica preliminar de sua actividade estrogenica- Para a substancia, que funde a 155-157°, discute-se a possibilidade de & Cs-jHuOj a sua formula. Pela acção do acido acético anhydrico. poude-se trahir um producto de desdobramento com a formula C;;H 30 Oí, com a propn f ' dade de uma lactona, tendo na mesma reacção surgido um outro corpo crystal* lizado, com forte reacção positiva de um álcool. in der unverseiíbaren Fraktion des Kaffeefettes berichtet. Substanz A ist i f; ‘ weiterer kristallisierbarer Substanzen im Unverseiíbaren ist wahrscheinlich. ZUSAMMENFASSUNG. Es wird ueber die Auffindung von drei, bisher unbekannten Substanz * 11 in der unverseiíbaren Fraktion des Kaffeefettes berichtet. Substanz A ist & Kaffee zu 0,03%, Substanz B zu 0,3% und Substanz C zu etwa 0,001% enthalten. Ausser diesen Substanzen Hess sich in einem gut durchgearbeitete® Trennungsgang auch Sitosterin in reiner Form isolieren; die Anwesenb* 11 weiterer kristallisierbarer Substanzen im Unverseiíbaren ist wahrscheinlich. Eigenschaften eines Lactons hat. In derselben Reaktion entstcht ein wcit* 1 ** kristallisierter Stoff, der stark positive Reaktion auf Alkoholc gibt. BIBLIOGRAPHIA 1. Btngís, R- O. & Anderson, R. J. — J.Biol.Chem. 47:99.1932. (Tnb* ho dâ Secçio de Chim ira « Pha rma co iog-a «ba ho da Secção de Chimiea « Pha rma colo* ta 9 mental do Instituto Butantan. recebido em outo* 1957. Dado á publicidade em detembro de 19#V 12 612.3932:591 .11 EFFEITOS do chlorogenato de POTÁSSIO E CHLO- Rogenato de potássio e cafeína sobre o CORAÇÃO DO SAPO, BUFO M ARI NUS POR J. R. VALLE I ntroducção ^ Pliannacodynamica dos constituintes do café. exclusive a caícina, apenas ^boçada e poucos são ainda os trabalhos relativos ao acido chlorogcnico. <**>do Ctti 1849 por Payen, de alto teor no infuso e condicionante, segundo < ' Uns > do gosto forte da bebida. ^ acido chlorogcnico, Ci#HjsO# + 1 / - H-O, de t>eso molecular 363, existe ^ c combinado no café. sob a forma de um sal de jxitassio c de um complexo sta 'cl com a cafcina. solutos destes saes cm liquido de Ringcr ou de Clark, cm pH 7.4, da ^teração fornecida pela Secção de Chimica do Instituto, tem còr verde-clara, * ^ hr SS3 n ° ^' m a ^^ umas ^oras. P 31 ^ 1 ° vc rde-e.-curo e, depois, para o cas- K Esta mudança depende do desdobramento do acido chlorogenico cm ^ jS cafeico e quinico e coincide com baixa pequena da alcalinidade do liquido - ' ; ologi co empregado. ^ Eendrich (1) af firma serem menos toxicos os produetos de desdobramento chlorogenico e, porisso, preconiza o emprego do “Café-Idéa" (Idee Kaf- j isento de chlorogenatos. Sómente este dado traduz a importância pratica t4tu do pharmacodynamico dos ácidos chlorogenico, quinico e cafeico. cm SciELO 10 11 12 13 14 15 16 84 Memórias do Instituto Butantan — Ton.o XI Neste trabalho, cuidaremos do primeiro, sob as duas formas de chlorogenato de potássio e de chlorogenato de potássio e cafeina. Entretanto, como ha de- composição destes saes em meio alcalino no fim de algum tempo, verificam» 5 também os effeitos de solutos antigos como introducção para o estudo posterior do quinato e do cafeato de potássio. Segundo as experiencias de Seel (2), é a seguinte a ordem de toxicidade decrescente das substancias referidas: acido quinico, acido cafeico, acido chloro- genico, acido chlorogenico-cafeina e, finalmente, cafeina. Conforme Kochmanfl (3), não são toxicas as doses per os de 1 g. de acido chlorogenico por kg- de coelho e de 70-85 mgs. por 20 gs. de rato. Estudando os effeitos do acido chlorogenico, do chlorogenato de potas?* 5 e do complexo, injectados pela via intravenosa em pombos, cães e coelhos, vC ' ri ficámos a pequena toxicidade destas substancias. Nenhum effeito foi observado nas doses de 20 mgs. do complexo por kg. pombo, de 30 mgs. por kg. de coelho e de 50 mgs. por kg. de cão. Em cadella de 20 kgs. de peso injectámos, na saphena. 800 mgs. do complexo c, l*> uC ° de|X)is, 370 mgs. de acido chlorogenico, tendo apenas observado pequena bai** «la pressão arterial. 2 Valle — Chlorogenalo e cafeína sobre o coração 8õ liquido de Clark e ajustada a concentração hydrogenio-ionica = pH. 7.4 (me- ttlo do colorimetrico). O liquido de períusão deixava o orgão através das aorta* Acionadas. 1 ) Chlorogenato de potássio. Os solutos foram obtidos a partir de um ^°to "stock” a 1 % (ião chlorogenato), derivado do complexo pela extracção ^ 01 lei na com chlorofonnio. O soluto “stock”, contendo de 0,001 a 0,01 % *-a-/ tnmethyl, 2-6 dioxypurina. de pH 5.0 consemdo em geladeira, per- n,ItlIa ° facil emprego do sal, dada a sua difficil obtenção em substancia e a sua n, tabilidade em solutos alcalinos. 2) Complexo: chlorogenato de potássio e cafeina. Os solutos foram <*«**. partindo-se da substancia que é um pó amargo, não deliquescente e '■ítáraniente esverdeado. ^ Sabido que o peso molecular do complexo é 586 e 392 o do chlorogenato Potássio, para a mesma concentração de 1 % em ião chlorogenico 1.110 mgs. lorogenato de potássio correspondem a 1.660 mgs. do complexo. O seguinte quadro mostra as modificações de còr e do pH de solutos re- CCnits e antigos do chlorogenato de potássio c do complexo a 2°/oo, calculadas . ‘ ao chlorogenato, feitas em liquido physiologico de Clark, com a concentra- fco H- ■onica ajustada c deixadas á temperatura do laboratorio: Sola Soi *ios a 2«/~ ^ (f, 'orogcnato) rrn Llark Chlorogenato de fotassxo Chlorogenato de potássio cafeína Coloração fH Coloração />// 0,0 recente Verde 7.5 Esverdeada 7.5 * *P>V* 24 hs. . Verde escuro ... 7.6 Verde 7.5 * 3 dias . Castanho 7.4 Castanl» 7.5 * 6 » . Cór de charuto . 7J Còr de charuto . 7.4 cm SciELO 10 11 12 13 14 15 16 86 Memórias do Instituto Butantan — Tomo XI Resultados Os ef feitos do chlorogenato de potássio e do chlorogenato de potássio e cafeina são comparáveis qualitativamente: em pequena concentração reduzem 3 amplitude systolica, e, em concentração maior, provocam distúrbios da conducçáo. como bloqueio auriculo-ventricular, extra-systoles e parada diastolica do coração- Estes phenomenos são obtidos mais facilmente no coração insulado e independe® da atropinização previa. O quadro e os graphicos annexos objectivam os re- sultados experimentaes. A acção cardio-depressora do chlorogenato de potass® e do complexo é pouco pronunciada, mesmo na diluição de 0.5%, quando & substancias são injectadas na veia abdominal anterior. Os ef feitos do chlorogenato de potássio e do complexo a 0.5 % sobre o coração insulado são discretos (Graphicos 1 e 2). Nas concentrações 1 e - por mil. a reducção da amplitude systolica, provocada pelas duas substancias. e bem nitida. tanto no coração normal, quanto no atropinizado. Os graphicos 3 e 4, 5 e 6 mostram ainda que, na mesma concentração calculada em chlorogc* nato. o complexo agiu de maneira menos pronunciada do que o chlorogenato & potássio. Também Secl, em 1935, assignalou a desintoxicação do acido chlot -0 ' genico pela cafeina. facto este expressamente referido pelo mesmo auctor nu® parecer sobre o ‘Tdee-Kafíee”. A acção cardio-depressora do chlorogenato de potássio é bem evidente & concentração de 3°/oo (Graphico 7) e já o soluto a l°/oo provoca distúrbios conducção (Graphico 8). De um modo geral, pudemos verificar ainda que 05 produetos antigos, mormente de chlorogenato de potássio, contendo os p r I c. c? « o •c c o !i & s 2 E c ■S £ - í£ ç m S 55 £ »ft o o ot £ £ S S i c o « > c o ■8 — CV 1 : s « n « « o o o o o X I/l W W !/) O o £ £ o H SR _ * = 5 > V Si. - £• "ti 0 = * S ■w w 1 J ■ c £ " t £ 9 o £ ^<<<< m ir* t * i • ò d - (M M n s/5 t/3 c/i ' si °l°S ica contidas nos venenos de sapos sempre pertencem a duas írentç s classes de corpos: as bufaginas neutras (formula 1), que representam , nas com um annel lactona, e as bufoteninas basicas (formula 3), que são ^•'«dolyl-cthyi -aminas. ^ *' u Dgina encontra-se, em parte, livre e, em parte, ligada á suberyl-arginina ; ll ^timo caso, trata-se de bufotoxinas. As indolyl-ethyl-aminas são bases em tiç C terc ‘ a rias, em parte quaternarias ; no ultimo caso falamos de bufotenidmas. de 15 venenos de sapos differentes insularam-se, ou as mesmas substan- ou substandas ao menos muito semelhantes a estas. É dc extranhar cm SciELO _0 11 12 13 14 15 16 90 Memórias do Instituto Butantan — Tomo XI Bufotenlna. n Slotta 4 Xeisser — Venenos de sapos 91 ***• justamente acerca da buíagina da especie de sapos examinada em primeiro isto é a warnio-buíagina, não se haja ainda chegado a um accordo. E ‘“'«no, quanto ás formulas brutas da warino-bufagina, foram registados por * 8íte dos americanos, durante os últimos annos, resultados muito divergentes. Porisso, foi de interesse especial para nós o facto de a especie Bufo ntarinus *** So abundante e representar não só em Jamaica, como também no Brasil. ‘* r *r.d ç parte da população dos sapos. Entre nós, num grupo de 1000 sapos re- **«4* ao Instituto Butantan, 940 correspondem a Bufo marinus, 57 a Bufo ^ ra °« Oi-ãs, e 3 a Bufo crucifcr. Temos, por isso, abundancia de veneno de fi »/o Marinas 0 q Ue seduzia, pelas razões já mencionadas, a um novo estudo • v avuuEia, J “ u ’" a substancia afim de enfrentarmos as questões pendentes. j. P r *Paro do veneno. Procedíamos do seguinte modo: o veneno era extra- ^ a mão e seccado ao ar, na geladeira, depois de addicionadas algumas gottas ^ c ^loroformio. Em seguida, as secreções, em forma de crostas, eram tritura- , e seccadas. durante alguns meses, em deseccadores a vacuo, até se tomarem ^zaveis. O pó impalpável, pardo claro, e que produz estemutações, era ^“^do num deseccador a vacuo. Assim obtivemos 180 gs. dc veneno de 2500 exemplares, tendo uma parte, y. ’ s *do extrahida duas vezes — ou seja por animal, uma media de cerca de de secreção secca. ^ Pudemos verificar que, também no caso do nosso veneno, obtivemos os me- , J ' es resultados pelo methodo indicado por Wieland (2g), no anno passado, 4 elaboração do veneno dc Bufo vul garis. Pareceu-nos, porem, necessário ^ ’ lr mais uma serie dc purificações subsequentes, afim dc se chegar a produ- ^mpletamente uniformes e garantidamente livres de impurezas A elaboração foi executada na seguinte sequência: ^ Secreção, extrahida com chloroformio. P^iduo, utilizado na extraeção de elementos básicos. Extracto concentrado, precipitado pelo cthcr dc petrolco. Precipitado recrystallizado dc methanol aquoso. tr_ Bufagina natural em acetona, filtrada sobre oxydo dc aluminio c eluida '^^oroformio. Residuo secco do filtrado, recrystallizado de methanol e agua. Recrystallização com álcool absoluto; ether absoluto; ether de petrolco. r- : / ^ Absorpção sobre oxydo de aluminio como em 4., c eluição com chlo- 0r mi 0 . ^ Residuo secco do filtrado, recrystallizado de alcool-agua. Xova recrystallização de alcool-agua. cm SciELO _0 11 12 13 14 15 16 92 Memórias do Instituto Butantan — Tomo XI 10) Dissolução em acetona e filtração através de um pouco de oxydo * alumínio. 11) Addição de agua em excesso, a quente, ao filtrado. Segundo este methodo, obtivemos a bufagina em forma de uma substa^r* perfeitamente branca, de crystallização homogenea e de ponto de fusão defini^ a qual se manteve constante mesmo após recrystallizações repetidas. VeriticaO-" da tabella I que o ponto de fusão, a rotação óptica e os dados analyticos são & pouco differentes dos indicados por auctores que já trabalharam sobre ^ assumpto. TABELLA I Ponln de fusão %C %/í Abel & Macht (1) 217-218° + 11» 70,99 8.26 Jenstn & Chen (3) 212-213» 71,89 8,03 Auctores 205.5-208.3° + 93° 70,79 8,16 A formula CmHuOs, que ultimamente parece não merecer mais nem 3 cC " fiança do proprio auctor, não entra em consideração, porque o peso molect^ já anteriormente determinado, é de cerca de 450. ao passo que se calcula aquella formula um peso molecular de 400. Determinámos, por titulação & grupo lactonico, o peso equivalente como sendo 478, resultado este que exd'^ complctamente a formula com 24 átomos de carbono e só permitte a disco** sobre as formulas com 28 ou 27 átomos de carbono. TABELLA II Calculado sobre C m H 3 ,0 6 : C : 7130% H : 770% > > : 72,00% 8,00 % > > Ce,H 3G 0 6 : 71.01% 7,95% > > C;;H, s O a ; 70,787c 836% Achado : 7079% 8.16% A formula C; S H 38 0 G não pode estar certa, conforme mostram as nossas» lyses, as quaes na tabella II foram compostas em proporção, comparativan*^ aos teores calculados para as formulas cm apreço. Resta, portanto. s ^ nyeti ^[i discussão acerca das formulas com 27 átomos de carbono. Mesmo que, ha> ^ um peso molecular tão elevado, não se possa decidir só pela analyse si ha 2 de hydrogenio mais ou menos, a formula CrrHjsOs se apresenta como a provável de todas, como se vê da tabella II. Contudo, a wuriiio-bufagina de um aC etato; o quarto atomo de oxygenio encontra-se no grupo propio- enquanto que o ultimo atomo de oxygenio deve estar contido em um grupo ' rox }'la terciário. Até o momento, os nossos resultados estão bem de accordo C ' Tn a formula 2. Parece-nos que a formula com 24 átomos, de carbono, defendida por Jensen * p 1 * 31 (3a), se refere a um corpo do qual se desprendeu o radical propionico, . ou pardalmente, por seccagem demasiado intensa; assim, as analyses esta- ^ F^rfeitamente de accordo. Quanto ás substantias basicas contidas no veneno, obtivemol-as, extrahindo methanol o residuo da extracção com chloroformio (vide acima). A ° contrario do que acontece com os venenos das outras esperies de sapo, ^ '«neno de Bufo tnarinus não continha nenhuma base, que pudesse ser extra - do soluto alcalino com ether. A unica base que obtivemos dessa fracção, ^ Precipitação com arido picrico, era differente da bufotenina e bufotenidina. íuas propriedades, tanto chimicas, como physicas. A base precipitou-sc como ;,^ t0 a marello, fadl de purificar. Este picrato, quando molhado com álcool. fc** 0 acido chlorhydrico, se transforma em um picrato de cor vermelha bri- com o mesmo ponto de fusão. Partindo do picrato, que crystalliza com molécula de agua de crystallização, produzimos o flavianatc. c ambos os sacs 31 analysados. analyses resultou claramente que ao corpo deve ser attribuida a formula 14 pX*. Estes dados. em coniuncto com as nronripd.iH<*« hvrirrv4>1nr»tn » JrTnu!a 4 - Esta base é a substancia fundamental da bufothionina, um produeto do h ” V *' 2 ‘ EstC5 dados ’ cni conjuncto com as propriedades do hydrochloreto e í, J rÍ0(lct0 - < l ue lambem produzimos, asseguram ao corpo a constituição da CH = CM xh 3 H Fonrula 4. Dehydro-buf otenlna , J °rio, contendo enxofre, do veneno de uma especie argentina de sapos. Sua tüI Çã° já foi estabelecida, desde que Wieland conseguiu transformal-a cm ' /0r °'bufotenina. por hydrogenação da ligação dupla, sendo a constituição desta cm SciELO _0 11 12 13 14 15 16 94 Memórias do Instituto Butantan — Tomo XI substancia assegurada por synthese. Portanto, convem denominar a base secreção de Bufo marinus de dehydro-bufotenina. A formula desta substaB^ 1 está bem de aecordo com a formação dos 2 picratos, também observada no O' da bufotenina: no picrato vermelho, o acido picrico está ligado ao átomo & nitrogênio que se encontra no annel; no picrato amarello estável está ligado * grupo amino aliphatico. Mencionamos mais uma vez o facto estranho de não poder a base ser es trahida com ether do soluto alcalino, o que é possível no caso da bufotenina, & qual só falta a ligação dupla. Poderiamos explicar isto do seguinte modo: * dupla ligação diminue a basicidade do grupo amino; o grupo amino, então iri camente básico, forma com o grupo hydroxyla phenolico, levemente acido, 0*°* betaina, de modo que devemos escrever, com mais acerto, a constituição segu**^ - a formula 5. Esta formula explica todas as propriedades do corpo de nr> satisfactorio. .N<“‘ H \CH 3 Formula 5 . H Betaina da dehydro-bufotenina, Depois de concluídas as nossas experiencias, tivemos ensejo de conh* 4 ^ um trabalho de Jensen e Chen (4), publicado no anno passado, no qual já *** estabelecida a identidade entre esta base e a base resultante do desdobrai**?* da bufothionina. sem indicação, porém, sobre a constituição destas substanc** -1 Descripção das experiencias 1. Preparação da marmo-bufagitui. 167 gs. de secreção completamente secca e pulverizada foram extrahidos rante vários dias com chloroíormio isento de álcool. O extracto foi concentrado no vacuo á temperatura ambiente até ma*’ ^ menos 100 cc., e. sob constante revolver, despejado em 1 litro de ether de 1*" troleo. Deixou-se repousar vários dias na geladeira, aspirou-se a bufagina tural, ligeiramente pardacenta, seccando-se em seguida a uma temperatura 100°. Seu filtrado, na concentração, já não deu mais quantidades aproveita** 1- foi, porisso, desprezado. 6 Slotta a Xeisser — Venenos de sapos 95 ^Recrystallizou-se a bufagina natural de methanol aquoso quente, aspirando-se * )rj,s de repousar vários dias na geladeira e deixando-se então seccar ; seu peso ** * 17,5 gs.. H ^solveu-se em acetona, fazendo-se atravessal-a uma columna de oxydo ^ ^ltaamio (Brockmann) de uns 20 cm. de altura, e lavando- se depois com ^ O ‘0rmio. Sómente na superfície appareceu um annel estreito, sujo; o resto columna estava incolor; o filtrado, ligeiramente amarello. Concentrou-se no 0 a temperatura ambiente, obtendo 1 1,2 gs. de crvstaes amarellados. Estes •OCâm •j. n rec rystallizados em methanol-agua ; resultando 8,4 gs. com p. f. 195-200°. a recrystallizar com álcool absoluto; ether absoluto; ether de petroleo: P ' f - 197-202°. dissolveu-se novamente em acetona (mais ou menos 300 cc.) e fez-se pas- ^° r um a columna estreita de oxydo de alumínio (Brockmann). Depois da com chloroformio surgiu novamente um estreito annel sujo na superfi- o filtrado muito ligeiramente residuo secco do filtrado foi dissolvido em 200 cc. de álcool ’• enquanto a columna permaneceu incolor e ^eUado. O 'a f C despejado em mais ou menos 700 cc. de agua quente. Durante a noite, ^geladeira, crystallizaram 4,80 gs. de agulhas quasi incolores do p. f. 203-205°. novamente recrystallizadas e deram 4,17 gs. de ciystaes com o p. f -209° c °l j erti d» dissolveu-sc, então, em 200 cc. de acetona c fez-se atravessar um filtro 0 com uma camada de 2 cm. de oxydo de alumínio (Brockmann). lavando- 0111 seguida com 50 cc. de acetona. Na superfície surgiu uma estreita cama- ^Pardacenta. O filtrado incolor foi aquecido c introduzido, sob agitação, em cc. de agua, previamente aquecida a 52°. Immcdiatamcntc iniciou-se a for- de pequenas agulhas brancas. Depois de uma noite na geladeira, proce- á aspiração: obteve-se 3,61 gs. de crvstaes de p. f. 205,5-208,5°, o qual ^^occeu constante, mesmo após repetidas rccrystallizações. ^ l >ar a a determinação da rotação óptica dissolveu-se 0,9327 gs. de substan- ^ 50 cc. de chloroformio, medindo-sc a rotação cm um tubo de 20 cm.. + 0,347 X 100 a = +0,347° Tal n = = +9.30° LajD 20 X 1.8654 5,071 mgs. subst. perderam no 5,078 mgs. ” 5,040 mgs. subst. 5.049 mgs. ” Analyses a. v. a 100° 0.031 _ — — mgs. a 100° 0,029 mgs. : 13.060 mgs. C0 2 : 3,620 mgs. H-O : 13.130 mgs. CO* : 3,740 mgs. H-O cm SciELO _0 11 12 13 14 15 16 or> Memórias do Instituto Butantan — Tomo XI Achado : C 70,67% H 8.04% 70,92% 8,29% Media : Calculado : 70,79% 8,16% C 3 tHs«06 71,01% 7,95% 70,78% 8,36% 2. Titulação do grupo lactouico 106,1 mgs. de murwo-bufagina foram dissolvidos em 30 cc. álcool absolu* • deixando-se repousar durante a noite com 500 cc. de soluto de soda caust * 3 N/10. Em seguida, titulou-se o excesso, simultaneamente com uma prosa branco, com acido chlorhydrico N/10. Sol. de soda caustica N/10 gasta: Peso equivalente achado: ” ” calculado para QrjHsisO* : 2.22 cc. 478 456 3. Acetato dc mnrino-bufagiua. O acetato foi preparado como de costume e purificado por recrystalli* 3 ^ com mcthanol-agua. Seu p. f. oscillava entre 225-230®. 4,899 mgs. subst. perderam no a. v. a 100° 0,018 mgs. 4,881 mgs. ' Achado : Calculado : CsaHjsOj C-dHíoOj 4. Preparação da dehydro-bufotcnina. O residuo da extracção de chloroformio (vide 1) repousou durante 10 d*** em 2 litros dc methanol, sendo depois decantado, addicionando-se novamente ** residuo 2 litros de methanol, deixando-se repousar mais uma vez durante U á temperatura ambiente. Os extractos de methanol reunidos foram completamente scccados no á temperatura ambiente. O residuo resinoso pardacento foi dissolvido em cet< ’ : 12,610 mgs.COj 3,450 mgs. H 3 0 C 70,46% H 7,91% 69,88% 7,63% 69,60% 8,00% 8 Slotta s. Xeisser — Venenos de sapos 97 ^ 1^0 cc. dc álcool absoluto e misturado com cerca de 1 litro de chloroformio i "' J tor te agitação. Depois de decantado, o residuo foi novamente tratado com ^ pouco de alcool-chloroformio. C» componentes insolúveis em alcool-chloroformio foram dissolvidos em ~ t tratados com ether durante varias horas no apparelho. afim de extrahir *Qdo suberylico. Alcalinizou-se, então, o soluto aquoso com hydroxydo de . c extrahiu-se com ether, no respectivo apparelho, a bufotenina acaso nelle “ aa - O soluto etherico, no entanto, só deixou pequena quantidade de residuo. . ^is de afastados, por aquecimento, os solventes voláteis do soluto aquoso, ' Çm-se ligeiramente com acido sulfurico e aspirou-se o sulfato de baryo. ^ ,c >onou-se ao filtrado, a quente, um soluto de 6 gs. de acido picrico em 500 agua. Occorreu immediatamente uma precipitação, que se aspirou, sur- Uma °ova quantidade de precipitado, depois de repouso na geladeira, du- uma noite. Estas duas porções foram recrystallizadas cm alcool-agua. dis tjnguiam um pouco pela cór, enquanto o seu p. f. de 189* era o Ujç. 1)3,71 ambas. Com o fito de purificação, rccrystallizou-se ainda varias ^ ^ com methanol-agua, até as duas porções obterem a mesma forma crystalli- ». T 3 mcsma cor. O rendimento foi dc 6,09 gs. c o p. f. 188,5-189*. No a 100° nenhuma perda de peso. * 00° mgs. subst.: 8,835 mgs. CO-; 1,920 mgs. HjO; 0,015 mgs. residuo 2 . 17 mgs. ” ; 0,416 cc. N* 28,5*, 748 mm. <569 " : 0.356 cc. N ; . 27,0*, 749 mm. mgs. Achado: C 48,34% H 4,31% Calculado : c iaH M ONj.C.H 1 0 I N,. H-O 48,12% 4,23% N 15,35% N 15,53% 15,58% 5. r 1 ra nfformação do picrato. ^ v /^ r ' n< 'o-se o picrato amarello com acido chlorhydrico alcoolico, este toma '^^ amentC Uma C ° r vernK *^ a v,va - Aspira-se, então, o picrato, assim ítv; 0 ' e lava-se com um soluto de álcool c acido chlorhydrico. O ponto de c 0 ponto de fusão de mistura dos dois picratos é 188,5°. Preparação do flavianato da dchydro-bufolcnina. 4 ^f' Iou ' 5c 1 g. dc picrato com 4 cc. dc acido sulfurico diluido mais 16 cc. e ether, diluiu-se noramente com agua c extrahiu-se no apparelho com Concentrou- se o soluto aquoso no vacuo e precipitou-se com acido fla- cm SciELO _0 11 12 13 14 15 16 98 Memórias do Instituto Butantan — Tomo XI vianico. No dia seguinte, filtrou-se o resíduo vermeiho-sujo por aspiração, dissolveu-se quente em alcali fraco, fazendo-se passar uma corrente de nitro- gênio, e acidulou-se, então, com acido sulfurico. O residuo vermelho vivo f°* separado por aspiração e lavado com agua. Decompôs-se numa temperatura superior a 250°. 3,111 mgs. subst. perderam no a. v. a 100° 11,272 ” 3,109 ” 11,132 ” tt rt tf rt tt tt tt ” : 0,288 cc. N a , 26°. 749 " : 5,124 mgs. BaS0 4 . 0,002 mgs. 0,140 mgs. mm. Achado : N 10,42% S 6,32% Calculado : C, 2 H,«ON 2 . CioH 8 0 3 X-S 10 . 86 % 6 , 21 % 7. Preparação do hydrochloreto da dehydro-bufotcnina. Cobriu-se com 1 g. de picrato com 15 cc. de acido chlorhydrico alcoolic* (com o que se deu a transformação em picrato vermelho) e pôs-se a íert**j Depois dc esfriado precipitou-se com ether. Aspirou-se depois de algum tcmp° a mistura do picrato vermelho e hydrochloreto, repetindo-se o mesmo tratamento acima descripto. Puseram-se. então, a ferver os crystaes com álcool e carbono activo, filtrou-se e precipitou-se o filtrado com ether. Desse modo se obtive* ram laminas quadradas brancas num rendimento de 61% do theorico. Na micro" determinação do ponto de fusão verificou-se o desprendimento de agua a um* temperatura de cerca de 130°, fundindo-se a substancia nitidamente a uma tem* peratura dc 247° sob forte decomposição. RESUMO Depois dc uma introducção sobre os componentes dos venenos de sapo & geral, vem descripto o processo de preparação e purificação cuidadosa da buf»' gina do veneno do Bufo marinus. As qualidades da substancia assim obtid* são comparadas com os dados de auctores mais antigos, discutindo-se a possi rf ‘ formula de sua constituição chimica. de accordo com os dados mais seguros sob^ a ridtfaro-bufagina e confirmados por analyses muito c.xactas; da fracção & veneno dc Bufo marinus, contendo as bases, insulou-sc uma base sob a forma diversos saes, cujas analyses unanimemente indicam a formula CbHhON» pam * própria base. Esta é reconhecida como dehydro-buíotenina. 10 Slotta & Xeisser — Venenos de sapos 99 ZUSAMMEXFASSUNG. im Nacfa einer Einfuehrung ueber die Inhaltsstoffe der Kroetengiíte •Algemei nen wird die Darstellung und sorgfaeltige Reinigung des Bufagins aus B »fo wannuj-Gift beschrieben. Die Eigenschaíten der so erhaltenen Substanz ^wden mit den Angaben aelterer Autoren verglichen und eine neue Konstitu- •‘onsformel diskutiert, die sich an die weitgehend gesicherte Formei des zntlgaro- ^ u * s gins anlehnt und durch sehr gut stimmende Analysen gestuctzt wird. — ^ Us der die Basen enthaltenden Fraktion des Giftes von Bufo nutrmus wurde t,0e Base in Form verschiedener Salze isoliert. deren Analysen eindeutig auf Formei Ci;H 1( OX; fuer die Base selbst hinweisen. Sie wird ais Dehydro- ^ u ^°tenin erkannt. BIBLIOGRAPHIA J. âr Mocht, D. — J . Pharm . Exper . Thcrap. 3:319.1912. *) I Vieland, H. — S.B.Bayr. Akad. Wiss. :329. 1920. h ) Wieland, H. Sr Alies, R. — Ber.dtsch chem.Ges. 55:1739.1922 c > Wieland, //.; Hesse, C. & Mittasch, H. — Ber.dtsch.chem.Gcs. 64:2099.1931. I Vieland, //.; Hesse, G. Sr Meyer, H. — Liebig’* Ann.Chem. 498:272.1932. e ) l Vieland, H.; Kon;. IV & Mittasch, H — Licbig's Ann.Chem. 513:1.1934. ^ Wieland, H. Sr Hesse, G. — Licbiffs Ann.Chem. 517:22.1935. ^ I Vieland H. ; Hesse, G. Se Huettel, R. — Ltebig'» Ann.Chem. 524:206.1936. ») Jensen. H. & Chen, K. K. — J.Biol.Chem 87:755.1930 ^ Jensen, H. & Evons, E. — J.Biol.Chem. 104:307.1934. J **s*n, H. Sr Chen, K. K. — J.Biol.Chem 116:87.1936. (Trabalho da Secção de Chim Ura r Phartnacoiog ia Lapa* ri mental do Instituto Butantan. recebido cm outubro de 1937. Dado A publicidade em dezembro de 1937). 11 cm SciELO 10 11 12 13 14 15 16 612.3141:615 94:597.5 estudos sobre os venenos de sapos brasileiros 2. Sobre a adrenalina no veneno de Bufo marinus POR C. H. SLOTTA : T. R. VALLE & C. NEISSER Em 1912 Abel e Macht (1), nos Estados Unidos, conseguiram isolar duas Sy ^tancias crystallinas da secreção das glandulas parotoides do sapo Bufo mari- ***■ A analyse chimico-pharmacologica minuciosa de uma das substancias de- ^«trou tratar-se de adrenalina, hasc que até então sómente tinha sido encontra- ** ^o matéria endocrinica activa na medulla suprarenal. Tendo a existcnda de tal hormonio na secreção toxica do sapo já chamado ^benção, maior surpresa causou a relativamentc alta porcentagem de adrena- ^ nclla registada por Abel c Macht. Estes af firmavam terem obtido de 3.42 gs. de veneno 0,243 gs. de adrenalina crystallizada, pesados uma hora depois Su a extracção, o que corresponde a 4.5%. Prcsumindo-sc que o veneno Atinha «o agua, e que durante sua elaboração ccrtamentc se tenha perdido 1/3 a drenalina, pode-se contudo ainda contar com pelo menos 7% de adrenalina k v a de adrenalina. Já cm 1923, Novaro (2), baseando-se nos . physiologicos. indicava a provável existência de adrenalina no veneno ' a Po sul-africano Bufo regularis. Mais tarde, essa supposição foi apoiada cr . Chen « Chen (3), que calculavam em 4,6% a adrenalina contida nessa sc- guiando-se pelo methodo da pressão arterial. Em 1935, Jensen (4) ^iu insular 0,3% de adrenalina desta secreção do sapo, porcentagem esta cm SciELO 10 11 12 13 14 15 16 102 Memórias do Instituto Butantan — Tomo XI que está em completa contradicção com o enorme teor, calculado segundo pes* quisas physiologicas. Já ha mais tempo, Jensen e Chen (5) conseguiram insular 0,2% de adre- nalina. em estado bruto, da secreção secca do sapo chinez, commumente design*' do com o nome de Ch’ an Su. Depois Jensen (4) insulou adrenalina num teor de 0,4% do veneno do Bufo arenarum (sapo argentino), resultado este, inde- pendente e simultaneamente obtido pelo pesquisador argentino Deuloíeu (6)- Enquanto que grande quantidade de adrenalina foi obtida do veneno de Bufo marinus, apenas se conseguiram obter pequenas quantidades da secreção do sapo chinez, sul-africano e argentino, e em duas especies (7) foi a sua presença af*' nas admittida. guiando-se pela reacção physiologica e chimica. Já que tinhamos á nossa disposição abundante material de veneno do Bufo marinus, pareceu-nos interessante submetter o resultado obtido, ha 25 annos, P 01 Abel e Macht a uma nova verificação, uma vez que os resultados citados, 0°* últimos annos. já careciam de confirmação. Com o veneno preparámos prime 2 ' ramente uma emulsão aquosa e procedemos ao exame sobre a sua acção vas®" constrictora, segundo methodo de Loewen-Trendelenburg. Já qualitativamente obtivemos um cf feito muito pronunciado. Procurand* 5 avaliar esse ef feito segundo sua ordem de grandeza, preparamos solutos de ve * neno em concentrações variadas, e comparámos o effeito vaso-constrictor, ass' r ‘ obtido, com o effeito de um soluto padrão de adrenalina pura ( 1 : 300 . 000 )- Como explicaremos mais pormenorizadamente na parte experimental, ob-ervám^ que o veneno do Bufo marinus, em vista de seu effeito vaso-constrictor. parf^ conter menos dc 2% de adrenalina. Algumas reacções chimicas do veneno natural indicavam também a existe®* da de uma substancia, que chimicamente se assemelha á adrenalina. A'' 2lí observámos, por exemplo, que solutos ligeiramente alcalinos do veneno, expos*** ao ar c á luz, se coravam cm pouco tempo cm rosa. A reacção com chlorcto ^ ferro, bastante característica, si bem que não especifica para a adrenalina. cf * positiva: com solutos áridos obtinha-se uma coloração verde; e vermelha escu^ em meio alcalino. Bascando-nos nessas experiências preliminares, dispuzemo-nos a separar & veneno dc sapo a adrenalina cm estado crystallino. Nossos primeiros ens* 20 * tiveram resultados negativos, os quaes, segundo hoje sabemos, foram motiva^ pela elaboração pouco rapida e sob condições menos cuidadosas. A adrenal 20 * caracteriza-se por uma extrema sensibilidade com relação á luz c ao ar. espe^ mente cm solutos alcalinos. Ficou prosada a necessidade premente de execu : * f mos essa tarefa tanto quanto possivcl numa atmosphera do mais puro nitrog*®^ No principio, procedémos do seguinte modo: depois da extracção completa & veneno de sapo pelo chloroformio e ether, foi o mesmo triturado num grande v °"‘ 2 Slotta a Al. — Adrenalina no veneno de sapo 103 de agua e centrifugadas as substancias mucoides precipitadas. Este soluto ^ libertado de albumina e outros elemento^ básicos por precipitação com sal p c ^ Um bo, e o chumbo removido do soluto filtrado pelo hydrogenio sulfurado. ^ . ^“‘Se então a concentral-o no vacuo, agitando novamente o soluto com dis- ^ entes de lipoides e, finalmente, concentrando-o fortemente. Com a addição amrnoniaco á solução concentrada assim obtida, e na geladeira a adrenalina • alhzou, sendo recrystallizada varias vezes com o fito de maior purificação. De 4 gs. de veneno secco obtivemos. 54 mgs. de adrenalina recrystallizada, Wntsdade esta correspondente a 1,35%. Uma vez que a nossa elaboração foi 4 . Ra,s ^‘dadosa e rapida possível, estamos certos de que as nossas perdas em || ^ na lina foram muito insignificantes. Achamo-nos, pois, no direito de affir- 4 ' na ^ereção secca do sapo Bufo marinus de nenhum modo existe mais ° 1 ** 2% de adrenalina. Está excluída qualquer duvida sobre a uniformidade e a pureza do nosso r 'Parado, assim como sobre sua identidade com a adrenalina: ponto de fusão, óptica e actividade physiologica concordam perfeitamente com os dados 81 '«fratura. Ainda que. de um lado, não possamos confirmar a quantidade tão elevada de ^•fitalma indicada por Abel e Macht. de outro lado verificámos ser o teor de ^ *-al:na no Bufo marinus bem maior que o encontrado nas secreções toxicas ! ^\ f ’ Cnwis especies de sapo. Não ha, pois, duvida alguma de que o sapo Bufo nu s constitue neste caso uma exccpção. ( difficil é. no entanto, explicar a divergência entre os nossos resultados ^ fie Abel e Macht. Estes escrevem que cm outras experiências obtiveram *,> quantidades de adrenalina e que creem poder tirar dahi a conclusão de ;> ' a Porcentagem da adrenalina varia com a estação e as circunstancias”. Untando, pois, os resultados por nós obtidos nas pesquisas de veneno uma «Hia Crn vários milhares de sapo, extrahidos cm diversas estações do anno, ^ n> nos no direito de dar mais credito á porcentagem de 2% de adrenalina * \«' Cneno de sap°. por nós verificado, que aos teores tão elevados de Abel la cht. ^ Achamos, pois, que os nossos resultados merecem toda a confiança, já que ^ as experiências chimicas e physiologicas, procedidas uma independente- f, ‘ c ^ outra, existe uma perfeita concordância, enquanto que, nas demais c;'. ?s de veneno, apenas se pode isolar uma fracção do principio vaso-constri- P r o\ado por via physiologica. ^ *abido que no veneno do Bufo marinus existe mais uma base que pude- ^^ rec °nheccr como sendo a dehydro-bufotenina. Também nos venenos de ‘i h . e *P ec ’ cs de sapos, existem bases semelhantes, que se distinguem em geral }dro-bufotenina, á semelhança da adrenalina, pelo seu cí feito vaso-cons- cm SciELO 10 11 12 13 14 15 16 104 Memórias do Instituto Butantan — Tomo XI trictor. A presença dessas bases pode ser o motivo pelo qual nas experiencia* physiologicas se encontra mais principio vaso-constrictor do que a quantidad< de adrenalina chimicamente isolada. Descripção das experiencias 6,4 gs. de veneno secco foram completamente extrahidos num extracu* Soxhlet primeiramente com chloroformio e depois com ether, operação esta q 1 * durou tres horas. O veneno natural assim extrahido foi bem triturado com ma 1 - 5 ou menos 350 cc. de agua, e centrifugada a solução turva. O precipitado to- varias vezes lavado com agua e esta mesma agua depois novamente juntada soluto principal. Dahi por diante todas as operações foram executadas num* atmosphera do mais puro nitrogênio. Addicionou-se acetato de chumbo até não mais surgir precipitado, filtra* 5 ' do-se em seguida e deixando-se passar uma forte corrente de hydrogenio sulf°‘ rado pelo filtrado. Lavado convenientemente o sulfureto de chumbo filtrad* o soluto foi concentrado no vacuo até mais ou menos 100 cc., agitando-se seguida varias vezes com uma mistura de ether-chloroformio a 1,4. O volu * 554 do soluto aquoso foi reduzido a 15 cc. e depois dividido em tres partes igu 3 ®* - as quaes foram guardadas sob uma camada de ether de petroleo e sob ufl 5 * atmosphera de nitrogênio. Uma vez que ensaios de uma das partes do soluto deram resultados pos* 11 " vos, addicionou-se ammoniaco concentrado ás duas outras partes até reacÇ 3 ° alcalina. Depois de deixar repousar dois dias na geladeira filtrou-se por 3SP 1 ' ração; os crystacs foram lavados cm agiu e ligeiramente seccados no deseccadot* Dissolveu-se a seguir em um soluto bem diluido de acido acético, filtrou-9* £ addicionou-se ammoniaco concentrado sob uma camada de ether de petroleo nufl 5 * atmosphera de nitrogênio. Observou-se quasi que instantaneamente a fornia^ de crystaes na geladeira. Filtrou-se no dia seguinte, lavou-se com agua, ale 01 ’ c ether c deixou-se scccar no descccador: Quantidade obtida: 53,6 mgs. Ponto de fusão: 20S-212® Do mesmo modo procedeu- se á rccrystallização. O ponto de fusão f 5C0Ü desta vez entre 211-213® sob decomposição. Para determinação do poder rotatorio dissolveram-se 11.3 mgs. em 1 cC ' de agua, na qual previamente tinham sido dissolvidos um pouco de acido ac** 108 c um grãozinho de sulfito de sodio. x = — 0,29®- [*F = » 1 J D — 29 0.5 X L13 = — 51.3® cm SciELO 10 11 12 13 14 15 16 Slotta a Al. — Adrenalina no veneno de sapo 10.1 Ensaio physiologico *■ Mcthodo. O eí feito vaso-constrictor do veneno do Bufo tnarinus è bem conhecido, e ' ^tudo das propriedades sympathico-mimeticas da substancia tem sido realizado differentes auctores. Empregando a conhecida preparação de Loewen- •^delenburg, de perfusão do trem posterior da rã. inicialmente procurámos ' e ’ e nninar a intensidade vaso-constrictora de solutos do veneno natural como si ’*Mvessem 2 e 5% de adrenalina, acertada a diluição a 1 por 300.000. Utilizamos exemplares médios de Lcptodactylus occellatus. A canula de ^ r fusão introduzida na aorta abdominal era ligada por um tubo de vidro em e dois tubos de borracha a dois vasos de Mariotte de pressão constante: um ' ct inha soluto physiologico de Clark e o outro, a diluição do veneno feita em ' filtrada e com pH = 7,2 — 7,6. O debito da preparação, expresso em ***** do liquido pcrfuso a sahirem pela veia abdominal anterior, era registado n camente, graças ao emprego de uma chave interruptora particular e de um eletromagnético de Deprez. Com a inscripção concomitante do debito e ‘ CTn Po no papel enfumaçado de um cymographo obtivemos traçados que permit- • tanto a contagem do numero de gottas por minuto, no decurso da expe- a . como a confecção das curvas do graphico annexo. K f iultados . ^ ^ ^i^emos inicialmcntc a determinação do ef feito vaso-constrictor de um soluto P°r 1 50.000 da Suprarenina Baycr, levando cm conta a sua actividade como Ucto synthetico raccmico duas vezes menos activo do que o produeto Icvogyro. ^ rt *ultado foi tomado como padrão do cf feito vaso-constrictor de uma solução ^ ^renalina natural a 1 por 300.000. Com esta solução o debito cahiu. no ■TOndo minuto de perfusão, de 22 para 1 gotta por minuto (Graphico B.) ou jvjç. S°ttas cm 5 minutos de perfusão com liquido de Gark para 13 nos pri- ’ 5 ? minutos após o inicio cia perfusão com a suprarenina (11.7%). lí 1 — Experiências com o veneno natural. .y.*) Soluto a 1:6000 de veneno natural. Correspondente á diluição de 000 de adrenalina natural, si contivesse 2% dessa substancia. O cffeito > • ! C >nstr ' ctor P°de scr apreciado no graphico A. O debito cahiu. no segundo '■'> Ü ‘° dc perfusão, de 28 para 5 gottas por minuto ou de 137 gottas em 5 minu- Perfusão com Clark para 25. nos primeiros 5 minutos após o inicio da ü| * 0 com o veneno (18,2%). cm SciELO 10 11 12 13 14 15 16 10G Memórias do Instituto Butantan — Tomo XI b) Soluto a 1 :15.000 do veneno natural. Este soluto, si o veneno conti- vesse 5% de adrenalina natural, corresponderia á diluição de 1 por 300.000. O ef feito vaso-constrictor pode ser apreciado na curva D. O debito cahiu de 1® para 3 gottas, no segundo minuto de perfusáo. Considerando 5 minuto» antes c após a perfusáo com o veneno, temos a relação 49 para 10 ou 20 ^ó. 2 — Experiência com a adrenalina retirada do veneno. Os ensaios foram feitos nas mesmas condições, empregando-se a diluição a 1 por 300.000. O ef feito vaso-constrictor pode ser apreciado no graphico C- O debito cahiu de 20 para 3 gottas no segundo minuto de perfusáo. Considerando 5 minutos antes e após o inicio da perfusáo temos 100:12 ou 12^c. Nestas condições, temos que a queda do debito de perfusáo por cento f°‘ practicamente a mesma com a Suprarenina e com a adrenalina retirada do veneno do Bufo marinus. Também os ensaios com o veneno natural mostraram qi* não contêm nem 2% da substancia activa. cm SciELO 10 11 12 13 14 15 16 Slotta *. Al. — Adrenalina no veneno de sapo 107 RESUMO Um pequeno resumo de toda a literatura sobre o teor em adrenalina no 'eneno de sapos mostrou que existem quasi sempre grandes divergências entre 15 verificações physiologicas e os dados da separação chimica. Espedalmente, o teor em adrenalina por muitos auctores registados no veneno do Bufo tnarinus Queria, á vista da literatura moderna, uma verificação. Esta acaba de ser executada por meio de intima collaboração do trabalho Physiologico com a determinação chimica, tendo provado, consistentemente que, 00 veneno do Bufo tnarinus, não se encontra mais de 2% de adrenalina. O ensa io physiologico chegou a esse resultado por meio da avaliação quantitativa ^ vaso-constricção feita pela prova de Loewcn-Trendelenburg. A separação Arnica, feita sob as mais escrupulosas precauções, deu um teor de 1,35% de a drenalina, de modo que, incluindo as perdas certamente insignificantes, de ma- aeira alguma se poderá calcular um teor superior a 2%. ZUSAMMENFASSUNG. Eine kurze Zusammenfassung der gcsamten Literatur ueber den Adrenalin- S«halt der Kroetengifte ergab, dass zwischcn physiologischem Nachweis und C ** mis cher Isolierung fast stets grosse Unstimmigkeiten bestehen. Insbesondcre ^urfte der von den aeltesten Autoren im Gifte von Bufo tnarinus gefundenc, ^hr hohe Adrenalingehalt im Lichte der ncucren Literatur einer Nachprucfung. Diesc wurde in enger Zusammcnarbcit zwischcn Physiologen und Chcmiker 'Jurchgcfuehrt und ergab cindcutig, dass im Gifte von Bufo marinus kcincsfalls al s 2% Adrenalin cnthaltcn sind. Die physiologischc Prucfung kam zu ^ e >en Resultat durch quantitative Auswertung der im Loewcn-Trcndelenburg- gemessenen Vasokonstriktion. Die chcmischc Isolierung untcr allcn Vor- ,>c ^tsmassregeln ergab einen Gchalt von 1,35% Adrenalin, sodass unter Einrcch- ” Un g der sichcrlich geringfuegigen Vcrluste keincsfalls mit cincm hochcren ^vhalt als 2% gerechnct wcrdcn kann. ‘ A BI BLIOGRAPHIA dbel, J. J. & Macht, D. J.'— J.Phirm.&lixp.Therap 3:319.1911 avaro, V. — C.R.Soc.Biol. 88:371.1923. Ch en. K. K. & Chen. A. L. — J .Phann.&Exp.Therap. 49:303.1933. cm SciELO 10 11 12 13 14 15 16 108 Memórias do Instituto Butantan — Tomo XI 4. Jcnsen, H. — J.Ara.Chem.Soc. 57:1765.1935. 5. Jcnsen. H. &■ Chen. K. K. — J.Biol.Chem, 82:397.1929. 6. Deulofeu, V. — Ztschr.Physiol.Cbem. 237:171.1935. 7. Chen. K. K. fie Chen, A. L. — Arch.intem.Ptiarmaccxiyn.Therap. 97:297.1934. (Trabalho 4*» Secções de Chimica « Pharmaeoloffia rimentaes e de Phrsio-patholoffia do Instituto Bata#* tan, recebido em outubro de 1937. Dado á publictdad* em dezembro de 1937). cm SciELO 10 11 12 13 14 15 16 612.31412:615 94:598.122 estudos chimicos sobre os venenos ophidicos 1. Determinação de sua toxicidade em camondongos POR C. H. SLOTTA & G. SZYSZKA No estudo do ef feito toxico de venenos ophidicos c no exame do poder ncu- ,r »lizante de nossos soros ophidicos vem-se. ha muitos annos, empregando, no Instituto Butantan, exclusivamente pombos adultos, como animaes de cxpericn- 08 (1, 2, 3.). Em si representa o pombo o animal ideal para as determinações teor da toxicidade, pois além de não estar sujeito ás influencias de factorcs ternos, como temperatura ou estações do anno, é extremamente sensível ao Vçr *no ophidico, de modo que com facilidade se obtem um limite de erro inferior 4 *0%. Visto que, para a i mm uni ração de cavallos, o teor de toxicidade de cada VtI >eno c, para a applicação clinica, o poder de neutraliração de cada sòro têm ^ ser determinados com muita cxactidão. não ha duvida que jvira essas expe- r!Çl iCias, nas quaes apenas se necessita de alguns animaes, o pombo continuará ^ n do o animal de experiencia mais adequado. No entanto, quando ha um anno começámos com as nossas experiendas ^bre 0 veneno ophidico. usando espedalmente a peçonha de Crotalus t. tcrrificus, fàreccu-nos logo que, em trabalhos puramente chimicos, teríamos que renunciar er *iprego de pombos para a determinação do teor da toxicidade dos nossos so- * üt os. Em taes pesquisas, para se poder determinar um enriquedmento em 5l, bstanda toxica, isto é. o grau de purificação do principio activo c exprímil-a ^ a lgarismos, o unico recurso consiste em determinar-^e sobre animaes o teor cm SciELO 10 11 12 13 14 15 16 110 Memórias do Instituto Butantan — Tomo XI de toxicidade de um soluto ou de uma substancia. Como, naquella occasião. ainda não se sabia bem a que classe de corpos chimicos pertenciam os principio* activos do veneno ophidico, tínhamos que lançar mão de methodos que facilitas- sem a pesquisa desses venenos. Considerando que até então não se dispunha de nenhum dado definitivo, resultante de ensaios feitos para insular a toxina de cobras, pareceu-nos de antemão impossível obter o numero necessário ás innu- meras inoculações a serem feitas. Além disso, tínhamos que esclarecer primei' ra mente a influencia de vários factores, como temperatura, luz, acidez e con- centração de saes sobre solutos de venenos ophidicos; tinhamos, igualmente, q ue obter uma idéa dara da influencia da seccagem sobre o veneno, etc.. Para ess< fim, necessitavamos de numero considerável de animaes, para termos pelo meno* uma idéa geral da sensibilidade do veneno ophidico ás influencias chimicas 4 physicas: para isso, em certa occasião, tivemos que gastar 1.200 animaes duran- te 3 meses. Nessas provas, não exigíamos uma exactidão além de 5%, mas sim a possibilidade de realizar, em grande escala, experiendas nas quaes os di- versos problemas pudessem ser examinados sob os mais diversos pontos de vista. Os animaes de experiencia em qualquer quantidade têm que ser facil- mente obtidos, e isso a um preço modico; um limite de erros de 10-15^ é pc r " feitamente admissível para o fim a que se destina. Por enquanto, não se podem dispensar as experiendas em animaes, visto que ainda não se conhece nenhum* reacção chimica característica, que forneça dados quantitativos capazes de indi- car qualquer enriquecimento ou concentração obtida na substancia ou fracçã 0 toxica do veneno ophidico. O animal de experienda, que corresponde a todas estas exigências, é o ca- mondongo. Antigamente era bastante difficil o emprego de camondongos par* experiencias, visto que eram muito raros e di ff iceis de criar em S. Paulo. F 4 " lizmente, o serviço zootcchnico da Secção Agricola do Instituto Butantan con- seguiu superar essas difficuldades. dispondo a qualquer hora de um numero sufficiente desses animaes. Uma vez que esses animaes recebam um alimento uniforme e rico em v1 ' taminas (mingau de pão branco, leite com um pouco de oleo de figado) e cava- quinhos de madeira de cedro (com cavaquinhos de outras especies de madeira* contendo certos tanninos e princípios amargos, elles morrem depressa) e sejam mantidos, com a maxima limpeza, em gaiolas de zinco com tampa de tela de arame, e numa temperatura constante de 23-24°, conseguem-se criar c dispô* 2 Slotta a Szyszka — Toxicidade de venenos ophidicos 111 para experiencias, mesmo num clima tão inconstante e húmido como o Paulo. A proposito, observamos que espedalmente a temperatura em são mantidos os animaes de experienda exerce uma influencia decisiva jA_ e as provas, a ponto de, nos dias frios, a dose mortal minima ser maior. &eve ridade dia 'em-se, portanto, manter os camondongos em um bioterio aqueddo a electri- a uma temperatura de 23-24°, onde permanecem pelo menos durante um antes da experienda. Considerando que o peso do animal desempenha um importante, tomamos desde o prindpio como base de nossas unidades o *>• de animal. ■Animaes utilizados: devem ter em regra o peso de 15 gs.. não se mantendo 05315 de 8 juntos nas gaiolas acima mendonadas. Não se faz diíferença algu- ^ entre femea e macho, visto que não se poude observar qualquer divergen- ** P rov «niente da differença de sexo. Excluímos apenas as femeas já prenhes _ ^ acabavam de ter cria. visto que estas demonstravam ser menos sensi- VCÍS ao ve neno ophidico. A classe de pesos de 15 gs. compõe-se apenas de ani- ° 5acs jovens. Solutos : os diversos venenos ophidicos para a determinação do teor de to- dade devem ser preparados do seguinte modo : 50 mgs. de uma peçonha sccca 530 dissolvidos, cuidadosamente e sem agitar muito, em um balão volumétrico f , 2; ° cc - cm um pouco de soluto physiologico, afim de evitar muita formação espuma do soluto proteinico; cm geral basta cobrir a substancia toxica 1°® f«na camada de soluto de chlorcto de sodio, deixando repousar por algum Justamente na preparação dos solutos do veneno de Crotalus obtivemos ^ s resultados com a technica aconselliada por Brazil (4), a qual consiste na *‘ 5s °Iuçâo Previa do veneno cm um soluto mais concentrado de chlorcto de ^ 0d!o - de modo que, depois de completado o volume até a marca com agua filada, resultassem 250 cc. de soluto physiologico no balão. A esses solutos IC »onava-se 1/5 do volume total de liquido existente no balão volumétrico: ^ “«ente 50 cc. na preparação de 250 cc.. Pela addição do soluto saturado ^■Pagina, que por litro continha 1,5 gs. de substancia, conseguimos, nas ex- ICT5Cias permanentes, que as soluções, mesmo depois de permanecerem meses estufa, continuassem completamente livres de cultura de bactérias; nas pri- ^ experiencias, porém, feitas sem essa precaução luetamos com difficulda- ^i provenientes. Esses solutos base eram então diluídos com sòro phy- cm SciELO 10 11 12 13 14 15 16 112 Memórias do Instituto Butantan — Tomo XI siologico, a tal ponto que se injectava 0,1 cc. até no máximo de 0,5 cc. por ca- mondongo. Injccção: os solutos toxicos devem ser administrados aos camondong 0 * nas concentrações indicadas, em duas partes iguaes, por via subcutânea, aci®* dos omoplatas direito e esquerdo. Temos sempre o especial cuidado de semp 1 * empregar a mesma technica nas injecções: estas são feitas pela manhã, a®i- da refeição que se dá, ao meio dia. aos animaes, ou algumas horas mais tard*- Os animaes são marcados por um systema determinado e levados novamente p 313 o bioterio aquecido; por ser mais commodo, demos sempre as injecções no p® - prio laboratorio. Seguindo-se as mesmas normas, obtêm-se sempre os mes® 0 * resultados, na repetição dos ensaios com os mesmos solutos. Assim pode facilmente alcançado um limite de erros de 10-1 5^, o qual é mais do que ficiente para os nossos fins na chimica. Enquanto estavamos ainda occupados com as pesquisas de determinação teor de toxicidade nos camondongos, appareceram dois trabalhos sobre vene 1 * 1 ophidico, feitos nos laboratorios de dois pesquisadores de chimica, mundialntf® 4 conhecidos. Até agora, apenas médicos e biologos se haviam dedicado ao estud 3 dos venenos ophidicos, de sorte que quasi todas as suas indicações sobre coinp' 7 ' sição chimica apresentavam erros mais ou menos graves; por isso, as novas f* 5 quisas, tanto de F. Micheel e F. Jung (5), como de H. Wicland e W. Konz (^’ por serem os primeiros ensaios sobre a pesquisa da constituição do veneno op®* dico, têm uma importância especial. Parece que para a chimica pouco a pouco se approxima o tempo cm *1'“* ousaremos buscar a solução da natureza dos princípios toxicos e activos dc e - truetura protcinica, que se encontram, p. ex., nos venenos de origem ani® 3 ’ e nos hormonios de hypophyse. E’ interessante que por parte, tanto de Mich^' como de Wieland, e, ainda nas provas de venenos de abelha feitas por out®* auctores (7 e 8), se hajam empregado camondongos brancos, como animaes experiencia. Micheel toma até como unidade de veneno o gramma de ca®®* dongo, o que também nós tínhamos considerado vantajoso; enquanto isto. Wi r es comparativos dentro do limite de erros de 10-15%. Além disso, se deve iixa r o tempo de avaliação, de accordo com a experiencia, em 8 a 22 horas: si ** Iaz - de um lado, essa avaliação dentro de tempo muito reduzido, com injec- ^° Cs de solutos toxicos mais concentrados, os resultados se tomam incertos e Ba * 0r o limite de erros; si, doutro lado, ella é feita tardiamente, os resultados 110 tombem incertos, pois se sabe que os camondongos, 22 horas depois da i í J Ph cação da injecção, não morrem mais por eííeito directo do veneno. Só- ° !eate os animaes mortos, portanto, dentro daquelle periodo devem ser compu- Como unidade camondongo ( UC ) denominamos aquella quantidade de medida em gammas que, sob as condições acima dtadas, ainda tem o P rj de r de matar 1 g. de camondongo num espaço de 8 a 22 horas, sendo exigido ^ de 3 camondongos novos dum peso medio de 15 gs., injectados com a res- ; t,Va dose (= UC X 15 gs.), pelo menos dois tenham morrido typicamente toxicados dentro do prazo indicado. Da dose minima mortal para um gramma Carr> ondongo calcula-se então o teor em toxicidade (TT), isto é, o numero de ' tHí dadcs camondotigo contido cm 1 mg. de veneno seccado no alto vácuo a 35° C. 0 teor da toxicidade de alguns venenos ophidicos, assim obtido, fornece a *&uinte 1) 2) 2 ) <) 5) Tobella U. C. sícco : T. T. Crotalus t. terrificus (padrão) 0.45 2220 Crotalus t. terrificus (commum) 0.6 (0.52) 1920 Crotalus atrox 20.0 (17.34) 58 Rothrops jararaca 4.0 (3.6) 280 Bothrops alternata 6.0 (5.06) 200 •V °tas : 1 ) A secreção toxica do Crotalus t. terrificus foi extrahida no verão e im- ^tamente seccada no alto vacuo. ficando como rosiduo secco 24,9%. I 2) Trata-se de uma quantidade mais elevada de veneno secco, colhida pelo **“Uto no decurso dos últimos tres annos. Ê, pois, um veneno medio de todas es taçôes do anno, de animaes de idades difierentes, e, das duas variedades de ° l< du s i terrificus brasileiras: collincatus e coUirhombeatus (9). Esse veneno l ’ n ^ a 12,6% de agua, a qual foi expellida no alto vacuo a 35°C sobre pentoxydo P SciELO P 10 11 12 13 14 15 16 cm 114 Memórias do Instituto Butantan — Tomo XI de phosphoro. durante poucas horas. O facto de Micheel (5) ter achado $ gamma/g camondongo como D. M. L., é por elle attribuido á pouca activida^ do veneno que empregou. 3) O veneno do Crotalus atrox foi. ha vários annos, trazido da America Norte pelo director deste Instituto, dr. Afranio do Amaral, que nol-o offerece'- para estudos. Contém 13.3% de agua. que é retirada pelo processo indicado numero 2). 4, 5) São venenos de 2 espedes communs de Bothrops, os quaes * semelhança do veneno do Crotalus t. terrificus, são extrahidos na rotina bi-set 0 *" nal em nosso Instituto e seccados na estufa a 37°. O veneno do Bothrops j ir1 ' raca continha 10.1% de agua e o do Bothrops altcrnata, 15,6%. Uma vez certos de que os nossos teores de toxicidade podiam ser reprodu**' dos com diversos venenos, dentro de um limite de 10-15% de erro, dedicamo-J** ao estudo da conservação dos solutos da peçonha de Crotalus t. terrificus sob mais diversas condições, valendo-nos do nosso methodo recem-elaborado pa 13 determinação do teor de toxicidade. Como orientação para os demais traball** - era para nós de especial interesse conhecer o comportamento dos solutos toxic^ com relação a diversas temperaturas e a diversos graus de acidez. Os solut 0 * de veneno, com excepção do ensaio ainda por descrever a 37°, foram sempre coF servados na geladeira a uma temperatura entre 2 e 4® acima de zero, em fras c °’ com rolhas esmerilhadas. Não expellimos o ar dos frascos por nitrogênio ou r um outro gas neutro. Os ensaios foram executados exclusivamente com o 0°^' veneno de Crotalus t. terrificus que chamamos de "medio” (vide acima No. ' e, por commodidade, justamente com o veneno secco, tal qual o recebemos. ^' ca * experiencia em separado mostrou que este veneno perdia, na seccagcm sob** pentoxydo de phosphoro num vacuo de 0,01 mm. a 35®C, 12,6% de agua. Co* 31 ' contra-prova, realizámos também verificações do teor de toxicidade com vC* 1 *®* complctamente secco. Estas accusaram exactamcnte no teor de toxicidade. ^ augmento correspondente a perda de agua. MS O teor de toxicidade de um soluto de veneno normal, conservado livre bactérias pela addição de Nipagin, mantem-se constante em 1920, e mesmo dep'-*' de 112 dias. Somente depois deste periodo é que elle começa a baixar, ficar>’ ainda em 1640 depois de 153 dias. O soluto, mesmo depois de tres meses, p 0 **** ainda o mesmo cf feito. O seu grau em acidez oscillava durante todo o devido á presença da pequena quantidade de Nipagin fracamente acida, en {re e 4,5. (Curva 1). cm SciELO 10 11 12 13 14 15 16 Sotuto de 80 /«*•». do tenrao communt (mm de mguti > ■/<• Cndmttta /. trrrifieua c/i j -50 cc. í/c soluto phyaiologioo, com 75 mgs. ra sua queda fosse mais no lado alcalino. Enquanto que, depois de 2 meses, o soluto de pH = 8.2 Possuia mais ou menos 50 a 60% de seu teor de toxicidade, e o de pH = 1 possuia 40 a 50% o seu teor num soluto, levado ao pH = 12, cahiu nesse ^ a menos de 5%. todos esses ensaios conclue-se que o camondongo branco pode ser empre- vantajosamente como animal de controlo nas experiencias cm serie c nas ' J ' is de controlo do enriquecimento de solutos de veneno, oífcrcccndo, em com- com os pombos, enormes vantagens cm vista de sua barateza c da facili- ^ de serem criados. Ainda mais, o emprego de camondongos possibilita a de trabalhos e pesquisas, que, em vista do acima exposto, com o emprego Pombos não poderiam ser realizados, tomando-se em consideração a despesa lon , . . 0 numero avultado de animacs que taes ensaios exigem. cm SciELO 0 11 12 13 14 15 16 118 Memórias do Instituto Butantan — Tomo XI RESUMO A determinação da toxicidade do veneno ophidico foi obtida com uma ctidão de 10 a 15% de erro, mediante injecção subcutânea de um soluto do ven em camondongos. A unidade camondongo (UC.) é aquella quantidade de venC*- 1 capaz de matar 1 g. de camondongo dentro de 8 a 22 horas. O teor de toXJ® dade de um veneno corresponde ao numero de unidades camondogo contida em 1 mg. do veneno seccado no alto vacuo a 35°. Assim o teor de toxicidade d 1 veneno do Crotalus t. tcrrificus é de 2220, e o de Bothrops jararaca é de 28^ Solutos do veneno do Crotalus t. tcrrificus podem ser conservados na geladeif* durante 3 meses, sem que se lhes altere o teor de toxicidade. A 37°, o teor toxicidade decresce consideravelmente depois de um mês e meio. Com 016 pH = 1, o teor de toxicidade decresce rapidamente; com um pH = 12, decres** ainda mais rapidamente; mas com um pH = 8,2, elle se conserva um P 00 ^ melhor. Solutos do veneno do Crotalus t. tcrrificus conservam-se especialm^ com um pH = 4 ou pH = 5. ZUSAMMENFASSUNG Die Pruefung des Giftwertes von Schlangengift, wurde mit einer Gcnatfs keit von 10-15% durch subcutane Injektion der Gift-Loesung an Maeusen 31^?^ fuehrt. Eine Macusc-Eitthcil (ME) ist die Menge von Gift, die 1 g- innerhalb von 8 bis 22 Stunden toetet. Der Giftwert eines Giftes ist die Z**' von Macuse-Einheiten, die in 1 mg. des im Hochvakuum bei 35° getrockn* 4 ** Giftes enthaltcn ist. Der Giftwert von Crotalus t. terrificus-G ift ist 2220. ^ von Bothrops jararaca 280. Giftloesungen von Crotalus t. tcrrificus-Giit sen sich im Eisschrank 3 Monate ohne Acndcrung des Giftwertes aufhcK^ Bei 37° faellt der Giftwert schon nach 1.1/2 Monaten betraechtlich ab. pH = 1 sinkt der Giftwert sehr schncll, aber bei pH = 12 ganz ausserordent I* ijcfe rasch. Etwas besser haltbar sind Loesungen bei pH = 8.2. Loesungen Crotalus t. tcrrificus- Gift sind am besten bei einem pH = 4 bis pH = 5. hal* BIBLIOGRAPHIA 1. Praril, V. — Dosagem do valor antitoxico dos soros antipeconhentos Paulo 10(22). 1907. — Rev.M^- 5 ' 10 cm SciELO 10 11 12 13 14 15 16 Sijotta & Sztszka — Toxicidade de venenos ophidicos 119 Amaral, A. do — The Braiilian contribuíion towards the improvcmem of the specific snake-bite treatment — Proc.N .Y.Path.Scc. 23(5) :92-94. 1923. Amaral , A. do; Arantcs, J. B. & Fonseca, F. da — Sobre a duração da actividade das antitoxinas e antivenenos — Mem.Inst.Butantan 7:336.1932. Brasil, V. — A defesa contra o Ophjdismo :60— (Pocai & Cia.,S . Paulo) . 1908. Miduel, F. & Jung, F. — Ztschr.Physiol.Cheni. 239:217.1936. ' Wieland, H. & Kotts, U'. — SB. math . -nat . Abt .bayr . Akad Wiss . : 177.1936 — Chcm. ZtbL :1456. 1936(1). Hahn, G. & Ostermayer, H. — Ber.Dtsch.chem.Gcs. 69:2407.1936 — Chem.Ztbl. :634. 1937(1). Rfi nen, J /. _ Festschrf.f.E.Chr.Carell.Bascl :4U.1936. tf Amaral, A. do — Rev. Mus. Paulista 15:91.1927. (Trabalho da Secção de Chimica e Pharmacoloffia ELxpcri- roental do Ia» ti to to Botaatan. rccrbido cm outubro de 1937. Dado á publicidade em derembro de 1937). 11 612 - 3141 : 398.122 ESTUDOS CHIMICOS SOBRE OS VENENOS OPHIDICOS 2. Sobre a forma de ligação do enxofre POR C. H. SLOTTA & H. L. FRAENKEL-CONRAT INTRODUCÇAO r ^ analyse do nosso veneno usual de Crotalus t. terrificus secco accusou ^*5%, H r= 5,9%, N = 13,2%. S = 3.4% (0 = 30,0%). Outros auctores ÇTlc °ntraram num veneno de Crotalus t. tcmficus, provavelmente apenas scc- ^ ar, C = 43,4%, H = 6.6%. N = 12,6% e S = 2.9%, o que concorda l ^ eit *mente com os nossos valores, tomando-se cm consideração os 10,8% de ^ Atidos no veneno, que elles certamentc analysaram. Comparando-se estes <■; r analyse com a media das analyses das proteínas (C = 50-54%, H = N’ = 17,0 — 17,6%. S = 0,3-2,3%. O = 21.5-23,5%), o que mais se i j ° alto teor de oxygenio e de enxofre no veneno. O primeiro nos leva ^ POr ^ue compostos ricos em oxygenio — como as glycidas — entram em * r ci ^ artC na const ' tu ' < > ao do veneno, á semelhança de outras substancias pro- ‘ O alto teor em enxofre poude ser igualmcntc observado nos venenos de V, * C ° 5 * assim encontraram-se 3,2% de enxofre no veneno natural e 5,1% (2) Vj ; 1 ,Ca do de Naja naja; e 4,6% no veneno natural e 5.5% no purificado de ;a fki' '*■ (3). r *o ür Pfehendeu-nos, assim como aos auctores desses trabalhos citados, o facto *s . P°dcrcm ser verificados grupos -SH livres com nitroprsussito de sodio de Folin; no entanto, pudemos encontrar, no veneno de Crotalus t. lfUl a PÓs reducção com acido sulfuroso, grupos — SH como o reagente de cm SciELO 0 11 12 13 14 15 16 122 Memórias do Instituto Butantan — Tomo XI Folin, o que não nos tinha sido possível alcançar com nitroprussito de sodio, em si já é de reacção menos sensível. Micheel (4), ultimamente, parece ** observado algo de parecido com o veneno de Naja, si é que interpretamos de**-* mente uma observação feita em seu ultimo trabalho. Dá-se algo semelhante com uma outra substancia proteinica, physiolog^ mente muito activa, a insulina, a qual contem um teor de enxofre na ordem de grandeza (3,3%), o qual não existe, nem sob a forma de grupos ** nem em ligações -S-S-facilmente reduzíveis (5). Ha já vários annos, foi trado (6) que a cysteina (-SH) representa um meio de reducção especifico F*^ as ligações -S-S- proteinicas. sendo por sua vez deshvdrogenada para cy 5 ’ (-S-S-) : Prct.— S— S— Prot. + CjHgO^.SH = 2 Prot — SH + C^H^Oj X.S— S XOjH*^ (Cysteina) (Cystina) De accordo com esses dados, conseguiu-se finalmente (5a, b) provar q ,Jí enxofre na insulina está realmente ligado em forma de pontes -S-S-. Pela ^ especifica da cysteina, estas pontes puderam ser destruídas e isto com perda pleta da actividade do hormonio. Tratando-se, no caso da reacção de cysteina (-SH) com proteína (-S-S 1 da deslocação de um estado de equilíbrio, é natural que, para alcançar um mento quantitativo de proteína (-SH), se necessite de um grande excesso cysteina. Além disso, a reacção depende grandemente do pH (5b) ; pois, * pH inferior a 6, ella não se manifesta; num pH=6-7 é ainda bastante lenta. * passo que se mostra cada vez mais rapida á medida que cresce a alcalinid*^ Assim é que um pH = 7.5-8.0 se mostrou optimo para as proteinas fortem**' 1 ' sensíveis aos alcalis, como. por exemplo, a insulina. Experiências Era, pois, indicado estudarmos a influencia da cysteina (-SH) sobre o veneno de CrotaJus t. tcrrificus. Empregámos para esse fim o veneno r cc^ extrahido, muito activo, sem qualquer purificação. Com effeito, fôra veriffr*^ tanto por nós como por outros auctores (4), que os resultados de experien^* - com venenos ainda não purificados podem ser relacionados directamcnte, „ principio, com a ncurotoxina pura. Para isso addicionámos uma quantidade * vezes maior de cysteina (-SH) ao nosso soluto do veneno; acertámos o seu P a 7,6 com carbonato de sodio e tampão de phosphato. Determinámos, enl*‘ depois de varias horas de repouso á temperatura ambiente, a toxicidade, fl decahira rapidamente (Vide curva 1). O facto de a toxicidade não haver des*? - parecido completamente parece ser devido á formação de um equilíbrio; em to>' cm SciELO LO 11 12 13 14 15 16 Slotta & F.-Conrat — Enxofre em veneno ophidico 123 Ca5 °- com excesso ainda maior de cysteina, pudemos diminuir bastante mais o *eno fresco. Influtncil (FORMULA 7) S.SOjl 1 I SOH 1 SOH 1 S.SOjH 1 CR, CH, CH, CH. R-XH-CH-CO-XH-R... CO-NH-CH-CO-XH-R R-XH-CH-CO-XH-R. . .CO-XH-CH-* *■ Como é que Micheel chegou á sua hypothese. tão complicada? O mais seria, naturalmente, suspeitar a occorrencia do enxofre em pontes -S-S- tn- tando-se de proteinas isentas de thiol, mas ricas em enxofre, e que são des^ r braveis pela cysteina (-SH). Isto Micheel não conseguiu esclarecer, não pot < l-’ í faltem pontes-S-S- no veneno, mas sim porque lhe passou despercebido CHj-CHj-CH- NH- I ‘ I S COOH SOjH <+H,0) (FORMULA 10) CHj-CHj-CH-NH, I SH + H»SO, COOH %undo a nossa concepção, as neurotoxinas são substancias com ligações . TkiPtx..»,. — — — — - rltt f itn m . I . « («wwt 1? — - \ _ . . » •S-S. J Portanto, a sua reacção com sulfito c de fadl explicação. As pontes V>| »o desdobradas pelo acido sulfuroso, no sentido da Formula 7, cm um . e Um acido thiosulfonico. Com ef feito, é esta a reacção commum c normal t 'Ubstancias com pontes -S-S-. Com sulfato de sodio não se dá simplesmente ^ucção da cystina, o que se deduz do não-apparccimento de sulfato de ao demais, só a metade da cystina pode ser transformada em eysteina. a outra forma o addo cysteino-sulfonico (8). ^ssa maneira explicam-se as 4 observações feitas por Micheel c amplamcnte n ° s comprovadas: 1) o composto thiolico é relativamente bem solúvel e os ^Pos thiolicos também podem ser verificados no soluto; 2) o composto do acido cm SciELO LO 11 12 13 14 15 16 128 Memórias do Instituto Butantan — Tomo XI thio-sulfonico é pouco solúvel a frio e bem estável, possuindo naturalmente ca- 2 vezes o teor de enxofre que a neurotoxina; 3) a variação da rotação opti° : compre hensivel, mesmo assim não permitte tirar conclusões de grande alcai** 4) o desapparecimento da toxicidade em relação á desintoxicação da neuroto* 1 ^ não é de admirar, dando-se, por desdobramento, reducção, ou hydrolyse. Em outra serie de experiencias (4) Micheel conseguiu desintoxicar a & neurotoxina por oxydação com oxygenio, em ambiente acido por addição cysteina (-SH) e muito oxydo cuproso. Segundo as experiencias de out& (9), a cystina (-S-S-) se oxyda lenta, mas quasi completamente em soluÇ* acida, dando acido cysteinico HO a S.CH ; .CH(XH 2 ).COOH. Si bem que experiencias de Micheel a solução fosse menos acida e o tempo mais breve. e ' emprega, porém, muito catalysador de metal pesado e forte corrente de oxyg*®* Em todo caso acreditamos que, em suas experiencias, se haja dado o desdobr* mento das pontes -S-S- do veneno, por oxydação. Em geral, pelas nossas experiencias ficou unanimente pro\ - ado que nas versas neurotoxinas existem pontes-S-S- normaes, que são de importância d* 1 ’ siva para o ef feito do veneno. Como pensamos ter mostrado, todos os tac*’" observados por Micheel falam a esse favor e não contra. Em todas as outras proteínas altamente activas (p. ex., insulina, proteína^' toxinas, vinis) até agora não se descobriu entre os amino-acidos, encontrai como produetos de desdobramento, um que fosse particularmente caracteri>H c ‘ quanto á sua estruetura ou quantidade, para a proteina activa corresponde^ A natureza parece construir sempre as proteínas com os componentes já cont*" eidos; a actividade parece depender mais da estruetura geral do que de pou 0 ” componentes heterogêneos. A theoria de Micheel requer um agrupamento átomos, no qual um grupo thiolico deveria estar localizado em uma posição f 3 '^ ravcl para fechar o annel lactonico, digamos na posição ú , quanto a um carboxylico. Um tal composto ainda não é conhecido entre os produetos ^ desdobramento de substancias proteinicas. No entanto, justamente nas protci 0 * altamente activas o seu teor de -SH c -S-S- é de importância decisiva: a instd 1 ®* perde sua actividade pela hydrogenação das pontes -S-S-, enquanto que as teinases cathepticas por ella se tornam mais activas. Protocollo das experiencias. I. Desintoxicação do veneno de Crotalus t. terrificus com cysteina Foram preparados os seguintes solutos: a) Soluto de veneno: 4 mgs. de veneno de Crotalus t. terrificus to* 31 ” dissolvidos em 4 cc. de soluto a 8,5% de chloreto de sodio. 8 cm SciELO LO 11 12 13 14 15 16 Slotta & F.-Coxrat — Enxofre em veneno ophidico 129 I 5 ) Soluto dc cysteina: 75 mgs. de hydrochloreto de cysteina (Kahlbaum) orani dissolvidos com 50 mgs. de carbonato de sodio em 7,5 cc. de agua, tratada ^'iamentc com uma corrente de nitrogênio, e 3 cc. desse soluto, mantidos sob ^ogenio. c ) Suspensão de cystina (-S-S-) : os restantes 4,5 cc. do soluto foram Bas * u rados com um pouquinho de chloreto de cobre, deixando-se atravessar ° nia corrente de oxygenio até que a prova de nitroprussito de sodio fosse nega- “' a (30 minutos). Experiência feita com uma quantidade de cystciiui 20 vexes maior. Addicionaram-se a 10 cc. de um soluto de phosphato-tampão de pH=7,5, j^'° ^ual tinha passado durante muito tempo uma corrente dc nitrogênio, 1,5 cc. , ÜIn soluto de veneno (a) e 3 cc. de um soluto de cysteina (-SH), sendo com- • a da até a marca de 25 cc. e a mistura, depois de expellido o ar com nitrogênio, a repousar num balãozinho com rolha esmerilhada a 21°. contra-prova, addicionaram-se, a igual quantidade de soluto de tampão ** Vç neno (a), 3 cc. de suspensão de cystina (-S-S-) (c), sendo o volume J^Pfetado com agua até a marca (25 cc.), e guardada a mistura como acima. °PH líoraj nos solutos de experiencia c controlo era = 7,6 no inicio da prova e 24 mais tarde. j series de 6 camondongos foram injcctados os dois solutos 15 minutos, ^ ‘°ras e 22 horas mais tarde e, assim, obtida a D.M.L. do veneno. A unidade ^ Ca niondongo (U.C.) do nosso veneno natural era de 0,8 gamma. Na prova j . contr olo, esse teor permaneceu estável (=0,8 gamma). Na prova com cys- ('SH), elle importava cm 1,0 gamma, depois de 15 minutos; 2,0 garnmas. V>i j. 5 de 3 horas; e 2,4 garnmas, depois dc 24 horas. Depois dc descontados ^ J '° (teor de humidade do veneno tomado cm consideração) c calculados os rç-.' 5 t0XIC > da de (T.T.), verificou-se a queda da toxicidade, a qual se vê t °^ U2, da na Curva 1. Essa experiencia foi repetida sob as mesmas condições ** rts nltados, lançados na mesma mrva. Experiencia com uma quantidade de cysteina 40 vexes maior. iirf ^ m £ s - de hydrochloreto de cysteina c 27 mgs. dc carbonato dc sodio foram ^ * ! Çionados a um soluto de 2 mgs. de veneno dc Crotalus t. terrificus cm 0,2 cc. jj, r ° Physiologico, 2,4 cc. tampão de phosphato c 2,4 cc. de agua, tratados com : , v ‘^ Cn io, c, 24 horas mais tarde, accrcscentada a mesma quantidade de r0chlor eto de cysteina e carbonato de sodio ; desse modo, no total realmente * tía 40 vezes mais cysteina do que veneno. A U. C. do veneno assim tratado cm SciELO LO 11 12 13 14 15 16 130 Memórias do Instituto Butantan — Tomo XI era, no dia seguinte, superior a 9.0 gamma: o T.T. era menor do que 110. de rnodo que cahiu até 5%. II. Desintoxicação do veneno de Bothrops jararaca com cysteina (-SH) a) Soluto de 7-eneno : 8,8 mgs. de veneno de Bothrops foram dissolvido* em 1,1 cc. de um soluto a 8.5% de chloreto de sodio. b) Soluto de cysteina: 220 mgs. hydrochloreto de cysteina e 148 mgs. ^ carbonato de sodio foram dissolvidos em uma mistura de 4,5 cc. tampão de phosphato (pH=7,5) saturado com nitrogênio e 6,1 de agua; e 4,5 cc. des** soluto foram conservados sob nitrogênio. c) Soluto de cystina (-S-S-) ; A cysteina no soluto restante foi, confort 1 * descripção acima, transformada em cystina (-S-S-) por meio de oxygenio- 4.5 cc. de soluto de cysteina (-SH) (b) foram accrescentados de 0,5 cC de um soluto toxico de Bothrops (a) e conservados a 21° sob nitrogênio. Para controlo, misturaram-se 4,5 cc. de uma suspensão de cystina (-S-S*) com 0,5 cc. de soluto toxico (a). A U. C. do nosso veneno de Bothrops era de 4 a 5 gammas. O veneno 0* prova de controlo, constante de 4 a 24 horas, accusava uma U.C. de 4,5 gaiTim* 5- O veneno tratado com cysteina (-SH) accusava, depois de 4 horas, uma de 9,0 gammas; depois de 24 horas, 11,2 gammas; e, numa repetição da exf* - riencia. 11.7 gammas. Depois de descontados 10,% (teor de humidade do ^ neno de Bothrops) e calculados em T.T., observou-se a queda descripta Curva 2. III. Influencia de bisulfito de sodio sobre o veneno de Crotalus t. terrif^ 0 *' m 1) 22 mgs. de veneno de Crotalus t. tcrrificus e 66 mgs. bisulfito sodio foram dissolvidos em 3 cc. de agua e o soluto, deixado a repousar á t e ^ T peratura ambiente; 17 horas mais tarde, surgiu um precipitado. A suspeB** 1,1 tinha uma U.C. de 20 gammas, isto é, um T.T. de apenas 50 unidades a 8®*** O precipitado pesava 9,8 mgs. depois de seccado no alto vacuo. Xão se dis* 0 ^ em 0,1/X de ammoniaco, sendo no entanto solúvel em 1,2 cc. 0,1/N hydroX) de sodio, podendo ser novamente precipitado cm 1 cc. 0,1/X de acido chlot^' drico, com o que se recuperam 7,8 mgs. de uma substancia sccca. 2) 20 mgs. do veneno de Crotalus t. terrificus em 0,2 cc. de um soluto chloreto de sodio a 4,25% foram misturados com 2 porções differentes de fito de sodio em 2 cc. de agua; Experiência a: com 20 mgs. de bisulfito de sodio. 10 cm SciELO L0 11 12 13 14 15 16 Slotta & F.-Coxiiat — Enxofre em veneno ophklico 131 depois de 4 horas, formaram-se 3,6 mgs. de precipitado; depois de 24 °° Tas , novaniente 3,6 mgs. ; e dois dias mais tarde, outros 2,9 mgs., o que perfez 6ai . de 10,1 mgs. A U.C.depois de 4 horas era de 3 gammas e o T.T., ^ jr tanto, apenas 333. Experiência b : com 40 mgs. de bisulfito de sodio. „ Depois de 4 horas obtiveram-se 5,6 mgs. de precipitado; depois de 24 horas / t togs., depois do qual não se formou nenhum outro precipitado. A quantidade er a portanto de 12,7 mgs. __ 3) A reacção foi repetida com soluto diluido afim de evitar uma precipi- do producto. 35 mgs. de veneno de Crotalus t. terrificus foram dissolvidos 2,5 cc. de um soluto de chloreto de sodio a 8,5%, sendo-lhes addicionado to- de um soluto de bisulfito de sodio a 5% c completada a marca com agua J CC. A rotação óptica foi: ao principio da experiencia 32,1° ± 3.6* depois de 1 hora 42,9® dfc 3,6* depois de 17 horas 55,0° ± 5,4® Este ultimo valor não se alterou nem depois de outras 24 horas. RESUMO w _. Ds teores de toxicidade decahem rapidamente ao se deixarem repousar os to> de veneno de Crotalus t. terrificus e de Bothrops jararaca com um grande v! fSs ° de cysteina (-SH) a um pH=7, 6 e á temperatura usual, enquanto os ^ 05 de controlo conservam o mesmo teor de toxicidade com cystina (-S-S-) I _.‘ ro do mesmo prazo de experiencia e sob as mesmas condições. A cysteina p > ê um meio de reducção especifico para as ligações -S-S- em proteínas. _ isto ficou provado que os compostos ncurotoxicos do veneno ophidico j® 11 ligações normacs de -S-S-, cuja presença desempenha o papel prepon- n to na acção neurotoxica. O facto de que a queda da toxicidade corresponde Qal mente a uma acção sobre o componente neurotoxico, decorre da própria ^inação da D.M.L. c dos phenomenos sob os quaes os animaes perecem. Eodc. se portanto, excluir a hypothcse de Michcel de que o enxofre esteja nas neurotoxinas das serpentes, em ligações thiolactonicas. ZUSAMMENFASSUNG Eejm Stehenlassen der Loesungen der Gifte von Crotalus t. terrificus und r °ps jararaca mit einem grossen Ueberschuss von Cystein (-SH) l>ei pH 11 cm SciELO LO 11 12 13 14 15 16 132 Memórias do Instituto Butantan — Tomo XI 7,6 und unter gevroehnlicher Temperatur nehmen die Giftwerte ausserordentlk* 1 schnell ab, waehrend Kontroll-Loesungen mit Cystin(-S-S-) innerhalb & Versuchszeit unter denselben Bedingungen denselben Giftwert behalten. ^' aS ist Cystein(-SH) ein spezifisches Reduktionsmittel fuer -S-S- Bindungen 13 Proteinen. Somit ist bewiesen, dass die neurotoxische Komponente ^ Schlangengiftes normale -S-S-Bindungen enthaelt, und dass das Vorhanden<*- dieser fuer die Wirkung des Neurotoxins eine wesentliche Rolle spielt. Das» ** sich naemlich bei der Giftwertsabnahme im wesentlichen um die Beeinflusí^ der neurotoxischen Komponente des Schlangengiftes handelt, folgt aus der A** der Bestimmung der D.M.L. und den Erscheinungen, unter denen die sterben. Die Hypothese von Micheel, dass der Schwefel in den Xeurotoxinen & Schlangen in Thiolacton-Bindung vorhanden sei, wird abgelehnt. BIBLIOGRAPHIA 1. Tftsch. Chr. & Wolff, K. — Biochem. Zschr. 288:126.1936. 2. IVieland, II. & Konz, II’. — S. B. math.-nat. Abt. bayr.Akad. Wiss. ; 177. 1^®’ 3. Micheel, F. & Jung, J. — Zschr. physiol. Chem 239:217.1936. 4. Micheel, F., DL-lrich, H. & Bischoff, S. — Zschr. physiol. Chcm 249:157.1937. 5. a) du Vigneaud, V., Fitch, A., Fekarek, E. & Lockwood. IP. IP. — J. Biol. O**’ 94 :233. 1932-33. b) U intersteiner. O. — J. Biol. Chem. 102:473.1933. c) Freudenberg, K. £r Wegmaem, Th. — Zschr. physiol. Chem. 233:159.1935. 6. Mirsky, A. E. & Anson, M. L. — Proc. Soc Exp. Biol. & Mcd. 28:170.1930. 7. a) Sehoeberl, ei. — Ann. Chemie 507 :1 11 . 1933; CoUegium 795( VII) :412. 1936. b) Fruton, J. S. & Clarke. H. T. — J. Biol. Chem. 106:667.1934. 8. a) Clark. H. T. — J. Biol. Chem. 97:235.1932. bl Sehoeberl. A. £■ Ludteig, E. — Bcr. dtsch. chcm. Gcs. 70:1422.1937. 9. Andre~.es, J. C. — J. Biol. Chcm. 97:657.1932. (Trabalho da Sccçào d* Chtmica r Pharmarologia rimtnUw do Instituto RuUn**a. recebido etn bro d* 1937. Dado á pub irdade em drxeitib^ 1937>. 12 612 . 31412 : 615 . 94 : 593.122 ESTUDOS SOBRE OS VENENOS OPHIDICOS 3- Teor da coagulação e da Iecithinase POR c. H. SLOTTA ; G. SZYSZKA & H. L. FRAENKEL-CONRAT Todos os venenos ophidicos contêm, em quantidades variaveis, enzymas pro- '^>ticas e outras, ao lado das neurotoxinas que. conforme já mostrámos, repre- composições proteinicas com pontes — S — S — . Os venenos que contém •^tivamente poucos principios ncurotoxicos. ajiesar de serem bastante peri- “V" 05 - produzem um ef feito principalmente nocivo a outros tecidos. Essas le- Jes » apresentadas sobretudo por edemas e phcnomcnos hemorrhagicos, são ap- ^rentemente provocadas pelas enzymas protcolyticas e coagulantes. No prin- ‘**° f lcste século, investigou-se minuciosamente uma outra enzyma dos venenos éditos, que, todavia, na sua toxicidade não desempenha um papel tão impor- ‘ e como, de inicio, se suppusera. Esta enzyma é a Iecithinase que seinde o gorduroso central da lecithina, formando assim a lysolecithina, que pro- ^do *5z a hemolyse, i. é, a dissolução dos globulos vermelhos do sangue. Dessa • VTn a mais tarde trataremos pormenorizadamente. ® complexo das enzymas proteolyticas dos venenos ophidicos ainda foi 0 mvestigado. Aquellas que actuam sobre o mechanisnio de coagulação, fo- °bjecto de recente estudo e interessante artigo de Eaglc (1). Normal- * parece ser o seguinte o processo da coagulação do sangue: a prothrom- ^ sob a influencia do chamado systema calcio-liematoblastos é transformada 'brombina, substancia que tem o poder de transformar o fibrinogenio em fi- f, Em vez desse systema, pode-se obter, de modo artificial, a coagulação, dç.. J °* se a fP r a papaina sobre o fibrinogenio, precipitando-se a fibrina; po- : çiia] tambeni ’ em 1 °g ar dessc systema, empregar a trypsina, a qual transforma ^ Ciente a prothrombina em thrombina. Eagle observou ainda que o papel '^Psina pode ser exercido por uma enzyma, como, p. ex., a que se encontra cm SciELO LO 11 12 13 14 15 16 13 » Memórias do Instituto Butantan — Tomo XI no veneno de Bothrops jararaca ou Bothrops alrox. Estes dois venenos co®" têm. além dessa, uma outra enzyma que transforma o fibrinogenio em f ibrín*- ou pelo menos em um complexo semelhante á fibrina. O efíeito coagula®* do veneno de Crotalus t. terrificus parece ser exercido apenas por uma eru.' - ® 51 deste ultimo typo. Esta enzyma toma, pois. o logar da thrombina, ou da {** paina. systema caldo-hematoblastos fibrinogenio prothrombina- thrombina- -( papai®*- (trypsina) Finalmente, cm certos venenos, dos quaes mais nos interessam os de Crot atrox, Naja flava c Naja naja, pode-se verificar a presença de enzyma», ^ destroem a prothrombina e o fibrinogenio e, por isso, tnes venenos, encara®^ de um modo geral, não têm acção coagulante. Eagle provou que o veneno das especies de Bothrops, já em concentra^ muito diminutas, pode transformar a prothrombina em thrombina, enquanto < esta reacção difíicilmente se verifica com o veneno de Crotalus t. terrificus- efíeito muito mais accentuado do veneno de Bothrops jararaca, no que se á coagulação, decorre especialmente de sua capacidade em produzir com rapidez a quantidade sufficiente de thrombina. O veneno de Crotalus t- ***** ficus somente coagula, devido a um factor semelhante á papaina, o qual tr *^ forma o fibrinogenio directamente em fibrina. Nesse particular, nossas riencias concordam perfeitamente com as de Eagle. ff Para os nossos fins mostrou-se pratico não fazermos differença cn' re , diversas phases do mechanismo de coagulação. Nas provas utilizámos o r ' ^ tado global desses processos, i. é, a coagulação de sangue oxalatado. . nando-se do veneno a ser examinado quantidades crescentes, mas sempre d iN ^ vidas na mesma quantidade de soluto physiologico, á mesma quantidade de gue oxalatado, este coagula cm prazos decrescentes. Em concentrações } elevadas, o veneno augmenta o tempo de coagulação, o que se deve attri ibO* ‘ outros factores destruetivos. Essa variação torna-se mais patente quando ap> tados em curvas os valores alcançados, registando-se nas ordenadas o prazo de coagulação em segundos por 1000, e lançando- se nas abeissas em e»c***^ garithmica o peso do veneno em gaintnas, contido cm 1 cc. da mistura de - * e veneno. Dessas curvas de coagulação temos um exemplo na seguinte, q l * responde ao veneno de Bothrops jararaca e de Crotalus t. terrificus. cm SciELO LO 11 12 13 14 15 16 Slotta a Au — Venenos ophidicos e coagulação 135 Em nossos ensaios de enriquecimento dos componentes ncurotoxicos, feitos C ° ni ° veneno de Crotalus t. tcrrificus, tivemos de registar, ao mesmo tempo, a 4 f < * a ° favorável ou desfavorável do tratamento chimico sobre a acção do prin- ®Pio coagulante; por essa razão, tornou-se preciso determinar o teor dc coagu- • a ° da fracção usada. Sendo impossível estabelecer curvas para todos os *“ TaUj de purificação, conforme os obtivemos, pareceu-nos mais simples c cffi- C * ntc determinar esses teores de coagulação, dc modo a fixarmos a quantidade ^“fcinia ^ vcneno q UC dissolvida em 1 cc. dc soluto physiologico e addicionada a de sangue oxalatado, coagulasse os 6 cc. de liquido exactamcntc em 10 JJWos. A esta quantidade de veneno em gammas, referida a 1 cc. (portanto, ■' |r lida por 6) chamamos de unidade dc coagulação ( UCo ). O teor dc coagu- "%ao ( TCo ) é o numero que indica quantas UCo. assim obtidas, estão contidas ^ ' mg. do preparado de veneno scccado’no alto vacuo. Desse modo se ob- 011 numeros de facil determinação e retentiva, os quacs exprimem nitidamente Poder coagulante de um veneno. Os venenos das cspecies de Bothrops tèm ^ TCo muito elevado, que oscilla entre 1445 (Bothrops jararaca) a 3300 ( Bo- r °t‘s atrox), enquanto o TCo dc Crotalus t. tcrrificus c apenas de 30. ^ A determinação do TCo é. muitas vezes, igualmente util no reconhecimento q £ rau de pureza dos venenos. Segundo o trabalho de Eagle, o veneno de Ualus atrox destroe a prothrombina, bem como o fibrinogenio e, porisso, não c ffeito coagulante. _ todavia, não somente sob o ponto de vista pratico é importante a determi- ^ v* 0 do TCo. Assim é que obtivemos, por meio da determinação comparativa * TCo e TT de solutos de veneno de Bothrops jararaca c de Crotalus t. terri- cm SciELO LO 11 12 13 14 15 16 13G Memórias «lo Instituto Butantan — Tomo XI ficus, expostos a certas influencias, resultados theoricos muito interessantes- segundo dissemos acima, o grande poder coagulante daquelle veneno bothrop ,c0 é devido, no opinar de Eagle, a um componente semelhante á trypsina. ao P* SrJ que o poder coagulante daquelle veneno crotalico deve ser attribuido exclusiva* mente á sua enzyma de acção parecida á da papaina. Isto mesmo foi por n 05 comprovado de duas maneiras: a papaina distingue-se, com effeito, de outra* proteinases por sua resistência ao calor e pelo facto de poder ser activada p° f compostos contendo grupos — SH. A proposito pudemos provar claramente q»* a enzyma coagulante do veneno de Crotalus t. tcrrificus também possue e* 1 * 5 duas propriedades. Deixámos solutos de veneno sob diíferentes temperaturas e a different** pH. Enquanto o principio neurotoxico e coagulante de solutos de veneno ^ B. jararaca, em temperaturas elevadas e mesmo a pH optimo, se mostra cepcionalmente instável, tanto que após 24 horas a 50° o TT, assim como 0 TCo, cahiu a 4% (Vide Experiência 5a.), os solutos de veneno de Crotalus *• tcrrificus se mostraram bem mais estáveis (Vide Experiência 5d). Ao pH o TCo deste veneno permaneceu estável durante 2 dias, mesmo a 50“, e o 1 cahiu somente a 70% do teor inicial. Esses resultados tomam-se mais cor- 1 * prehensiveis á vista das curvas seguintes: cm SciELO LO 11 12 13 14 15 16 Slotta í. Al. — Venenos ophidicos e coagulação 137 resistência, relativamente grande ao calor, da enzyma de coagulação do CT °talico, que, só por si, provaria a sua natureza semelhante á papaina, ^'•oduj. se melhor ainda no seu comportamento (prindpalmcnte em compara- c °m a enzyma de coagulação do veneno l>othropico) á cysteina ( — SH): . ^ 5 °* Porém, deve-se levar cm conta, conforme já mostrámos, aliás, no nosso anterior, que todos os venenos ophidicos por nós examinados são extre- sensíveis a taes compostos — SH. Conforme verificámos cm nossas -> ^^ncias. os componentes activos dos venenos são intimamente ligados, po- destruir alguns por meio de certos processos, não sendo, porém, pos- j ^se ^ «'■ou Ui i pv/t iii-.iv/ viv vv . |/iwvwawo, uav/ svuuu, ‘ ^parál-os sem perda de suas actividades. Assim, tivemos desde o inicio, addicionámos cysteina( — SH) ao veneno de Crotalus t. tcrrificus, que j. ^ c otn uma perda das actividades do complexo total do veneno. Esta se r ° u sob a forma de queda do TT. Existindo no veneno de Crotalus t. 5 ^ ,f wj um componente sob a forma de papaina. clle pode ser activado por v 1 cysteina ( — SH). Dessa maneira, porém, no inicio o TCo deste ve- > ^Oiinue bem menos do que o TT. i ^ li> experiencias No. 6 a e b, concluc-se que rcalmentc o TCo do soluto ( ÍI1Cn o crotalico, sob a influencia de cysteina ( — SH), decahiu após 24 ho- v, ' <1 * lle nte a 25% do teor inicial, ao passo que o TT após o mesmo tempo, ‘*'«10 soluto, importava somente cm 0.5% do teor inicial. No veneno bo- cm SciELO LO 11 12 13 14 15 16 138 Memórias do Instituto Butantan — Tomo XI thropico o TCo estava reduzido, após 4 horas, somente a 4% do original, p° r " que o componente, de acção parecida com a trypsina, deste veneno não p°^ c ser activado por meio de compostos — SH ; enquanto isto, o TT importava ern 23% do teor inicial. O resultado destas experiencias, que outra vez confirma® plenamente o trabalho de Eagle, torna-se bem claro á vista das seguintes curva*- Qued& do "teor de toxicidedee teor de coc^ul&ç&o ô.pds bddiçixo de c^síein&^-SH) & os solutos de veneno de: Em Bothrops jararaca os TTCCoo decahem rapidamente e, em Crott iM* tcrrificus bem mais lentamente, do que os TTTT. Conforme já dissemos no começo, lemos boas razões para attribuir 3° 5 componentes neurotoxicos e proteolyticos a maxima importanda na acção p h J" siologica global do veneno ophidico. Esta supposição torna-se tanto mais ' n3 ' vel quanto se acredita, segundo as experiencias acima, que a cnzyma coaguWn está incluida no componente proteolytico. Entretanto, é ainda importante na completa caracterização dos venenos, ^ nhccer-se o seu teor em lecithinase. Para a determinação desta enzyma elabd" ramos também um methodo padrão. Propositalmente, não talamos cm unidade* hemolyticas, ou de poder hemolytico. No entanto, a enzyma lecithinase responsável pela hemolyse que occorre no organismo sob a acção do vener 0 - porém esse ef feito é complexo pelo facto de existirem ainda outros pnncip* 05 no sòro, que, em parte, estimulam a acção da lecithinase e, em parte, a parai)' sam. Uma vez que não nos interessava examinar a symptomatologia das P ,cl ’ das de cobra, e que nossa orientação nos estudos não estava dirigida no sentid 0 clinico, mas no puramente chimico, tinhamos que procurar um processo de df 1, | SciELO G Slotta & Al. — Venenos ophidicos e coagulação 139 er minação P ara a ledthinase, que possivelmente excluísse aquella complexidade, •°sse facilmente realizável por outrem e se mostrasse capaz de indicar, real- e, si possível, exclusivamente, o ef feito desta enzyma. A reacção enzymatica entre a lecithinase e a lecithina depende muito, como i Ua lquer processo enzymatico, da concentração assim do substrato como da en- z ytna, do pH, da temperatura e, principalmente, do tempo. Pelo contrario, a in fluencia da lysolecithina, formada, sobre as hematias não depende quasi do tem- P°- existindo concentração sufficiente de lysolecithina, o sangue hemolysa quasi In stantaneamente. Precisavamos, consequentemente, de determinar antes a con- tração minima de lysolecithina capaz de lysar hematias de determinada especie eiri diluição determinada. Para esse fim, da gema de ovo preparámos lysolecithina pura e com ella tutánios ensaios sobre hematias de cavallo. Nosso preparado, muito purifi- I ^j 0 ’ COn seguiu hemolysar, na quantidade de 60 y e no volume de 2 cc., os glo- j ° s ^nguineos quasi que instantaneamente. Essa mistura, além dos 60 y de ^thina, continha em 0,8 cc. de soluto physiologico. 0,2 cc. de N/15 tampão Phosphato ao pH = 7,4 e 1 cc. de uma emulsão a 4% de hematias bem la- adas de cavallo. j . Afim de estabelecer condições perfeitamente iguaes para a determinação da ec uhinase no veneno ophidico, fixámos os seguintes íactores para o exame : tem- * r 3tura a 37°; pH a 7,4: tempo = 2 horas: volume do soluto: quantidade e hwlidade da lecithina; quantidade e qualidade das hematias de cavallo. O pH " / .4 e a temperatura = 37° foram escolhidos para que a expericncia se ap- l^ximasse o mais possível das condições naturacs dos humores no corpo. Pela ^ ição de 0,2 cc. de tampão de phosphato N/15, facilmente obtem-se o pH sujado. Observa-se também que os teores alcançados dependem grandemente . 8Ue sc use de uma boa lecithina e cm emulsão recente cm soluto physiolo- ^ Cr ’ e de que os globulos sanguíneos sejam frescos (permanência tnaxima de r ^ as na geladeira). E’ claro, que a quantidade da lecithina addicionada, do ''■ s mo modo que o tempo da reacção, desempenha um grande papel. Enquanto r eaeção entre a lysolecithina e os globulos sanguíneos, como já referimos ad- ^ sc produz quasi instantaneamente, a acção da lecithinase sobre a lcdthina, ’ P°rtanto, a formação de lysolecithina, é de apparedmcnto variavel, por se tra- de ef feito cnzymatico, que depende, não só da quantidade da enzyma, como ^betn do substrato presente, isto é, da concentração de lcdthina existente, e ü ‘ a Çâo da acção. Como já mostramos, 60 y de lysolecithina bastam para a im- ediata hcmolyse. Dalti termos fixado em 100 y a quantidade dc lcdthina. De l^alqucr modo, é necessário que a suspensão de ledthina não tenha repousado rt,ü >íos dias. visto que a lecithina em soluto aquoso é hydrolysada paulatinamente, n do nasdmento a outros produetos de desdobramento, que não a lysoledthina. cm SciELO L0 11 12 13 14 15 16 Memórias do Instituto Butantan — Tomo XI 140 Essa limitação do prazo de repouso é tanto mais necessária quanto já não e muito grande o excesso de lecithina empregado nas experiendas. Denominamos unidade de lecithinase ( UL ) a quantidade de veneno en ' gammas. justamente necessária para a completa hemolyse de 1 cc. da alludid* mistura. Desde que o volume total, usado no processo, é sempre de 2 cc., J UL corresponde á metade da quantidade introduzida de veneno. A quantida^ de UULL contida em 1 mg. de veneno é por nós denominada de tear de i íCl ' t hinos e (TL). Os venenos de Bothrops contêm quantidades muito diminutas de lecithinase- Bothrops jararacussu, p. exemplo, possue apenas TL = 32; mesmo o vene°° bem fresco de Bothrops jararaca tem apenas TL = 0,7, e quasi que pratica - mente não hemolysa em nosso processo experimental : pelo contrario, o TL do veneno de Crotalus t. tcrrificus é de 133. A lecithinase é apparentemente ainda mais instável do que a coagula^ Quando percebémos que o veneno crotalico (C. t. terrificus), em soluto cons* r * vado a 50°, perde o TCo na mesma proporção que o TT, concluímos q l!e * queda do TL não occorre parallclamente ; pelo contrario, pois a lecithinase e destruída mais rapidamente. A qualquer pH usado, ella já decrescia de 1^ * 8, dentro de 24 horas. O modo mais suave de atacar a neurotoxina, como já mostrámos, consis** em transfonnal-a por meio de cysteina( — SH). Enquanto o TT do veneno **■ Crotalus t. terrificus, depois de 4 horas de mistura com uma quantidade 20 **" zes maior de cysteinaf — SH), cahe até quasi a metade, o TL no mesmo temP 0 cahc para 20 ou = 15%. Descripção das experiencias. I. Experiências de coagulação. 1) Determinação do tempo de coagulação em differentes concentraÇÕ 15 ' Curva 1 com annotação da concntração em escala logarithmica. A. Bothrops jararaca — Veneno collectado no Instituto, contendo 10.1^ de agua. Concentrações relativas a veneno sem agua. 100O :gundos) “•1000 seg. •y/ec. Co (segundos) 1 **. -1 720” 1.4 10 100" 10 440” 2J 20 77" 13 360" 2,8 30 70" 143 295” 3.4 40 61” 16.4 220" 4,5 50 58" 173 195" 5.1 60 53" 18.9 ISO * <5.7 7u 50" 20 135" 7,4 RO 48" 20.8 120” 8,3 90 45" 222 cm SciELO, L0 11 12 13 14 15 16 Slotta £ Au — Venenos ophidicos e coagulação 141 B. Crotalus t. Icrrificus — Veneno fresco seccado no alto vacuo; teor to xiddade = 2500; dissolvido em soluto de cloreto de sodio a 8,5%; di- •“^o c om agua distillada até conter 0,85% de cloreto de sodio. 20 1380” C,7 200 170" 5.9 30 720” 1,4 300 170" 5.9 40 630” 1.6 400 170” 5.9 30 630” 1,6 500 210” 4.8 60 480” 2.1 600 180” 5.6 70 400” zs 700 200” 5,6 80 320” 3.1 800 270" 37 90 300” 3.3 900 360” 2,8 100 270” 3,7 2) Determinação do teor de coagulação. Mim de determinar, por um processo pratico, o teor de coagulação, cm- ^cçáinos sangue de cavallos sadios, a 100 cc. do qual foram addicionados, itn- ^atamente após a colheita, 6 cc. de soluto de oxalato dc sodio a 3%. O ', ' m a foi conservado em temperatura ambiente durante uma hora, após a co- to; esta mostrou-se a maneira pratica de obtenção de tempos constantes dc ''togulação. O soluto de veneno a ser examinado (0,1 a 1 cc.) é pipctado cm J ° s de ensaio dc 15-16 mms. dc diâmetro c o volume, completado para 1 cc. soluto physiologico. A cada minuto seguinte, collocam-se, cm um desses 5 cc. do sangue oxalatado bem misturado, começando-se com o tubo que ^•tém a menor concentração de veneno. Determina-se o tempo por meio dc ytoomctro de marcação. Os tubos dc ensaio são ligeiramente agitados logo ° recebimento do sangue, repetindo-se a agitação dc 2 em 3 minutos, quan- 0s globulos vermelhos começam a se depositar. Depois dc 10 minutos, exa- ífllt to‘ Sc o primeiro tubo dc ensaio, afim dc verificar si o sangue já coagulou, ^^^toinando-sc cm seguida de minuto a minuto os outros tubos ; scguc-se a ordem rçue foram enchidos, para se examinar a coagulação. A coagulação corres- a ° P° nto exacto cm H uc ° san 8 ue começa a deslisar no tubo inclinado, a *orma de massa compacta. A quantidade de veneno no tubo de ensaio, em 1 Primeiro se verifica essa coagulação, é dividida por 6, obtendo-se assim a ^^ntração do veneno em cc.. isto é, a unidade de coagulação (UCo). O nu- dessas unidades coagulantes. assim determinadas em 1 mg. dc veneno, é o ^ coagulação (TCo). Nas determinações do teor de coagulação referi- •^nos sempre ao preparado de veneno, seccado no alto vacuo a 35° até obten- too (jç toio, ^vita- peso constante. Deixa-se escorrer o sangue na parede do tubo dc en- a fim de evitar formação de espuma cxaggerada. que igualmente se procura n que continham 62 7 ou mais de veneno, a mistura estava completamente ^molysada. A unidade de lecithinase era, portanto, de 31, o teor de lecithi- nase de 32. 3) Teor de lecithinase do veneno de Bothrops jararaca: Da mesma ma- neir a foram addicionadas á lecithina e á emulsão de globulos sanguineos quan- j ldade s crescentes de um soluto de veneno de Bothrops jararaca, que continha •000 7 de veneno em 1 cc. Nos tubos que continham 3000 7 ou mais de VeilCn o, ,a mistura estava completamente hemolysada; em doses de mais de 6000 'ant, lant 7 a hemoglobina se achava destruída, o soluto era de côr castanha e bas- e turva. A unidade de lecithinase do veneno de Bothrops jararaca era, por- °> de 1,5, mas o teor da lecithinase era somente de 0,7. 4 ) Influencia da cysteina sobre 0 teor de lecithinase do veneno de Crotalus ter rificus : 2,65 mgs. de veneno de Crotalus t. terrificus foram dissolvidos 2°' n 30 mgs. de hydrochloreto de cysteina e 33 mgs. de carbonato de sodio, em ' Cc - de uma mistura de 3 cc. de tampão de phosphato e 7 cc. de soluto phy- Sl °logico, pelo qual se fizera passar uma corrente de nitrogênio; o ar foi expel- 0 do recipiente por nitrogênio, deixando-se o soluto fechado á temperatura ^ biente. Para controlo, deixamos o mesmo soluto, porém sem hydrochloreto . c 7steina e carbonato de sodio. Após 4 horas, determinamos nas duas expe- ^' en eias o teor de lecithinase : o veneno tratado com cysteina mostrava a unidade e lecithinase como 50 7 sendo, pois, o teor de lecithinase de 20, enquanto o ° r de lecithinase do controlo permanecia em 133. RESUMO Afim de medir 0 poder coagulante dos venenos ophidicos de maneira sim- ^ Cs e fixal-o em numeros claros, foi estabelecida a definição de unidade de coa- ^lação e teor de coagulação. A unidade de coagulação ( UCo ) é a quantidade e v ’eneno em gainmas, que coagula 1 cc. de uma mistura de 5 partes de sangue e c avallo e uma parte de soluto physiologico de cloreto de sodio. O teor de 13 cm SciELO 10 11 12 13 14 15 16 14G Memórias do Institulo Butnntan — Tomo XI coagulação ( TCo ) é o numero que determina quantas unidades de coagulaÇ a ° estão contidas em 1 mg. de um preparado de veneno seccado no alto vacuo. Os venenos bothropicos contêm uma cnzyma semelhante á trypsina que tran s ' forma a prothrombina em thrombina, do (pie resulta o grande poder coagulai destes venenos. O veneno de Crotalus t. terrificus não contém este componente semelhante ú trypsina, porém somente (como, aliás, se conclue do trabalho ^ Eagle) um semelhante á papaina, que transforma o fibrinogenio em fibrina. P° u de-se agora definitivamente provar que esta enzyma do veneno de Crotalus ■ terrificus também possue as duas principaes propriedades da papaina: a r eS,s tencia ao calor e a de poder ser activado por compostos — SII. Finalmente, foi definida a unidade de lecithinase ( UL ) desses venenos co» 10 sendo a quantidade de veneno em gammas, que hemolysa uma emulsão de h CIlia tias e lecithina com pH a 7,4, completamente, em 2 horas. O teor de lechn 1 nase (TL) é, consequentemente, a quantidade de unidades de lecithinase coflh 8 em 1 mg.. Os teores de lecithinase dos venenos bothropicos são pequenos, comparação com os teores de lecithinase do veneno de Crotalus t. terrificus. efl 1 ZUSAMMENFASSUNG Um die Koagulations-Kraft der Schlangengifte in einfacher Weise m es5Êl1 und in einprágsamen Zahlen angeben zu kõnnen, wurde der Begriff der Koagiil ase Einheit und des Koagulase-Wertes geprãgt. Danach ist die Koagulations-Ev* 1 ' 1 ( KoE ) diejenige Menge Gift in gamma, die 1 ccm eines Gemisches aus 5 Pferdeblut und 1 Teil physiologischer Kochsalz-Lõsung innerhalb von genau Minuten zum Koagulieren bringt. Der Koagulase-Wcrt ( KoW ) ist die 7 a ’ die angiebt, wieviel so erhaltene Koagulase-Einheiten in 1 mg des im Hochvaku getrockneten Giftpráparates enthalten sind. Die Gifte der Bothrops- Arten enthalten ein trypsin-áhnliches Ferment, ^ Prothrombin in Thrombin íiberführt, wodurch die starke Koagulations-Fõrdef a ’ dieser Gifte hervorgerufen wird. Das Gift von Crotalus t. terrificus ent diese trypsin-áhnliche Komponente nicht, sondem nur, wie schon aus der Ar ^ von Eagle hervorgeht, eine papain-ãhnliche, die Fibrinogen in Fibrin verwan Es konnte nun einwandfrei gezeigt werden, dass dieses Ferment des CrotaW terrificus^ Giftes auch die zwei hervorstechendsten Eigenschaften des Pap a besitzt : seine Hitzebestándigkeit und seine Aktivierbarkeit durch -SH-VU dungen. Es wurde weiterhin die Lecit hinase-Einheit (LE) der Gifte ais diej en çfly Menge Gift in gamma definiert, die innerhalb von 2 Stunden eine bestinuntei ^ pH 7,4 eingestellte Lecithin-Blutkorperchen-Aufschwcmmung vollkommen Jííí 14 cm SciELO 10 11 12 13 14 15 612 . 3143 : 598.122 NOVOS ESTUDOS IMMUNOLOGICOS SOBRE A SUBSTANCIA COAGULANTE DO VENENO DE BOTHROPS JARARACA POR D. VON KLOBUSITZKY & P. KÔNIG I Etn publicações anteriores escrevemos sobre a fixação da substancia coagu- atlte > obtida da secreção natural da glandula venenifera da Bothrops jararaca, 01110 também sobre a Bothropotoxina por meio de differentes antivenenos ’ Dos nossos resultados conclue-se que os referidos componentes do etl ° assim purificados se fixam por outras regras e proporções, como era de CQ Perar á base da fixação do veneno natural. Conforme communicamos em lnu açã° a estas pesquisas, resolvemos realizar immunizações com estas )st ancias e examinar a capacidade de fixação do sôro dos animaes em- Pre §ados. c oai ^ objecto das pesquisas que relataremos agora é a determinação das qua- es dos sôros, que são obtidos por meio de immunização com uma fracção Mante do veneno natural da serpente mencionada. ® soluto usado, contendo 0,85% NaCl, tinha as seguintes características, ao j viciada a immunização: dose minima letal (D.M.L.) — 1,6 cc. (D.M.L. é Se minima sufficiente para matar, por via intravenosa, um pombo adulto, em ( c mit iutos) ; 1 cc. do soluto coagulou 5 cc. de sangue de cavallo, contendo 0,3% Sul em 2’20. “A quantidade correspondente á D.M.L. provocou a coa- da mesma quantidade de sangue oxalatado em 1’50”: o soluto foi i^ado, conservado constantemente no frigo a 4°C e as empolas necessárias á üni zação foram retiradas da geladeira 1-2 horas antes da inoculação. Apezar ^odo de conservação, o soluto mostrou actividade bem differente após 8 dç. st e ^ nas , isto é, ao fim da immunização: sua D.M.L. subiu a 3,5 cc. ; o tempo er Hmlaçâo por lcc. foi de 7’ e pola D.M.L., de 1’20”. O nitrogênio do soluto 2,4 nig % (micro-Kjeldahl). iu ^ f, m de poder comparar o poder coagulante dos vários solutos de veneno, ’ °as substancias coagulantes purificadas, escolhemos uma dose que denomi- ° s 4e unidade, assim definida: unidade coagulante é a quantidade minima cm SciELO 10 11 12 13 14 15 16 150 Memórias do Instituto Butantan — Tomo XI que em 1 cc. é sufficicnte para coagular completamente 5 cc. de sangue oxalata oaS foi obtida por meio de precipitação com (NH^nSCq até a meia saturaça°> que a adsorpção foi feita por meio de Cr(OH) 3 . Ao soluto dialysado foi j unta NaCl até attingir 0,9%. Este soluto mostrou-se, do mesmo modo que o aPP* 1 cado para a immunização, coagulante em alto grau e menos neurotoxico do l lE os solutos de veneno natural, (*) tendo as seguintes características na dil u ^ a ° de 1 :2,5 : D. M. L. = 0,8 cc. Tempo de coagulação por cc. — 1’25” Tempo de coagulação por D. M. L. = 1,35” I D. M. L. = 6 unidades coagulantes. 1. Experiências com o soluto DB e sôro Cl. a) Fixação da actividade neurotoxica. Denominação da mistura Mistura posta na estufa soluto de veneno sôro XIX .... XX ... . 3,2 cc. 3,2 cc. 4 cc. dil. 1,5: 2 cc. não dil. Quantidade inoculada 1,8 cc. 1,3 cc. Resultado morte após 13 ’ nenhum symP t0 ifl ’ 3 b) Fixação do poder coagulante. 1,8 cc. da mistura XIX produzem coagulação em 3,45” 1,3 cc. ” ” XX ” ” ” 1,15” (*) Não foi possivel applicar o soluto usado para n immunização nas experiências de fixnç» 0 * .. , 1 c . diminuição da sua actividade neurotoxica. Quando diminuímos o soluto, por meio de ullrafiltração » 11 ^ i volume original, verificámos, talvez devido á adsorpção desigual na membrana ultrafiltrante, que ^ I modificação na proporção actividade neurotoxica: poder coagulante, o que tornou o soluto scmclbant* natural. Assim: \ a) antes da ullrafiltração: D.M.L. = 3,5 cc.; tempo de coagulação por cc. = 2*20”; tempo C f pof D.M.L, = 1,20”; ^ 5 0 b) depois da ullrafiltração: D.M.L. = 1,2 cc.; tempo de coagulação por cc. — 4’; tempo de co» 8 ü D.M.L. = 3*40”. cm SciELO 10 11 12 13 14 15 Ki.ohusitzky t Kõnig • Substancia coagulante 2. Experiências com o soluto DB e sôro C2. a) Fixação da actividade ncurotoxica. 155 denominação 4a mistura Mistura posta na estufa Quantidade inoculada Resultado soluto de veneno sôro XXt . . 3,2 cc. 4 cc. dil 1:5 1,8 cc. morte após 9’ XXII . 3,2 cc. 2 cc. não dil 1,3 cc. morte após 13’ XXIII . 3,2 cc. 4 cc. não dil. 1,8 cc. nenhum symptoma b) Fixação do poder coagulante. ,’ Cc - da mistura XXI produzem coagulação em 3’ j cc. » » xxn ” ” ” 6’ >0 f) ff XXIII ” ,y yy g' III. Experiência com veneno de Cascavel. No decurso de nossas pesquisas anteriores, pudemos determinar que o sôro ^otalico, obtido por immunização com o veneno natural de Cascavel sul- r 'cana (Crotalus terrificus terrificus), neutraliza, do mesmo modo que o sôro >'botl a nti-. b, '0r a V Ctl, v en. bropico especifico, a neurotoxina purificada da Bothrops jararaca, em- a capacidade de fixação do sôro anti-crotalico seja bem menor em relação ao etl ° natural da Bothrops jararaca (3). Pudemos também mostrar que o la nt e V: ^ n ° de Cascavel possue um certo poder coagulante e que a substancia coagu- n elle contida é fixada pelo sôro anti-bothropico (4). Afim de completar er minação, procedemos a um exame do poder de fixação do nosso sôro 1110 em ligação ao veneno natural de Cascavel. Em relação á alta actividade e r °toxica e ao poder coagulante relativamente pequeno deste veneno, as duas Cl6s fixação foram determinadas cm dois solutos de concentrações differen- b J ara experiencias de coagulação applicamos um soluto de 1 °/o e, para o 1116 d a fixação da neurotoxina, uma diluição de 1 :2000 do mesmo. ^ quadro seguinte mostra o poder coagulante : 1 Çç , 1 soluto original produz coagulação em 0,55” • ' ” ” diluido a 1:1 produz coagulação em 1’15” ce. » Cc. » Cc. » Cc » cm SciELO 10 11 12 13 14 15 16 156 Memórias do Instituto Butantan — Tomo XI A D. M. L. foi determinada iguaimcntc em pombos por injecção ititra v nosa ; fixamos, porém, o tempo de observação em 24 horas, devido ao lento des eI1 volvimento da actividade do veneno. 0,2 cc. do soluto original diluido a 1 :2000i ocrrespondentes a 0,001 mg. de substancia secca: nenhum symptoma. 0,3 cC ' da diluição mencionada, correspondentes a 0,0015 mg. de substancia secca: nl ° rte 0,4 cc. da diluição, correspondentes a 0,002 mg. de substancia secca: morte. Por conseguinte, na concentração por nós applicada, a D. M. L. era 0,3 cc., isto é, 0,0015 mg.. 1 . Experiências com sôro C 1. a) Fixação da actividade neurotoxica. Denominação da mistura Mistura posta na estufa Quantidade inoculada soluto de veneno sôro XXIV . . . 0,6 cc. 5 cc. não dil. 1,8 cc. XXV . . . 0,6 cc. 2 cc. não dil. 1,3 cc. XXVI . . . 0,6 cc. 2 cc. dil. 1 :1 1,3 cc. Resultado nenhum syniP morte morte to»' 3 b) Fixação do poder coagulante. Para esta experiencia diluimos o soluto original a 1:6. 1 cc. dessa óil u '^ produziu coagulação em 2,50” e 0,5 cc., diluido com 0,5 cc. NaCl (sol. phy s ^ em 4,50”. Desta e de determinações anteriores concluímos que 1 D. M. L- responde a 0,0019 de unidade coagulante. Denominação da mistura Mistura posta na estufa Volume usado Sol. original dil. a 1:6 sôro XXVII .... 1 cc. 1 cc. não dil. 1 cc. XXVIII .... 1 cc. 1 cc. dil. 1 :1 1 cc XXIX .... 1 cc. 1 cc. dil 1 :2 1 cc. XXX .... 1 cc. 1 cc. dil. 1:5 1 cc. XXXI .... 1 cc 1 cc. dil. 1 :8 1 cc. XXXII .... 1 cc. 1 cic. dil. 1:10 1 cc. XXXIII .... 1 cc. 1 cc. dil. 1:20 1 cc. Coag» la?; eru cm SciELO 10 11 12 13 14 15 16 Klobusitzky & Konig — Substancia coagulante 2. Experiências com sôro C 2. a) Fixação da aotividade neurotoxica. 157 e nominação 113 mistura Mistura posta na estufa Quantidade inoculada Resultado Sol. original dil. a 1:2000 sôro XIV 0,5 cc. 3 cc. não dil. 1,8 cc. morte XV 0,6 cc. 2 cc. não dil. 1,3 cc. morte XVI 0,6 cc. 2 cc. dil. 1 ’1 1,3 cc. nenhum symiptoma 1)) Fixação do poder coagulante. denominação da mistura Mistura posta na estufa Volume usado Coagulação em: Sol. original dil. a 1:6 sôro XXXVII . . . 1 CC. 1 cc. não dil. 1 cc. 3’5” *XXVIH 1 cc. 1 cc. dil. 1 :1 1 cc. 4'10" xxxix . . . 1 cc. 1 cc. dil. 1 :2 1 cc. 4’ XL . . . 1 cc. 1 cc. dil 1:5 1 cc. 4' XLI . . 1 oc. 1 cc. dil. 1:8 1 cc. 4’3ü” XLII . . . 1 cc. 1 cc. dil. 1:10 1 cc. 4'40” Xliii . . . 1 cc. 1 cc. dil. 1:20 1 cc. 3’15” s òr 0 IV Experiências para controlo com sôro anti-bothropico. A-fim de comparar o poder neutralizante do nosso sôro caprino com o do re Pet vai, Por P^Si a nti-bothropico commum, obtido por immunização com veneno natural, «nos todas as experiencias com um sôro anti-bothropico concentrado mono- Cnte . fabricado neste Instituto para fins therapeuticos. Este sôro neutralizava Cc - 2,2 mgs. de veneno natural da Bothrops jararaca. Os resultados dessas lUisas são resumidos em seguida: cm SciELO 10 11 12 13 14 15 16 158 Memórias do Instituto Butantan — Tomo XI Capacidade neutralizante do sôro anti-bothropico. a) Activklade neurotoxica. Denominação da mistura Mistura posta na estufa Quantidade inoculada Resultado XLIV . . . 4 cc. veneno a + 4 cc. sôro dil. 1 :50 2 cc. symptomas leves, sobrevida XLV . . . 5,2 cc. » b + 0 8 cc. » » 1:10 1,5 cc. symptomas leves, sobrevida XLVíI . . . 5,2 cc. » b -1- 1,2 cc. » » 1:10 1,6' cc. nenhum sympton 13. XLVII . . . 3,2 cc. DB dil. 1 :2,5 + 4 cc. » » 1 :25 1,8 oc. symptomas graves, sobrevida XLVIII . . . 3,2 cc. DB dil. 1 :2,5 + 2 cc. s> » 1:10 1,3 cc. nenhum symptorna. XLIX . . . 3,2 cc DB dil. 1 :2,5 + 4 cc. » » 1:10 não foi injectada. b) Poder coagulantc. 2 CC. da mistura XLIV produzem coagulação em 51’ 1,5 cc. a ff XLV ff ff ” 14’ 1,6 cc. >> ff XLVI ff ff ” 50’ 1,8 cc. ff ff XLVII ff ff ” 20’ 1,3 cc. ff ff XLVIII ff ff ” 60’ 1,8 cc. ff ff XLIX ff ff ” 90’ Discussão dos resultados. Um ligeiro exame dos quadros anteriores mostra-nos que os sôros obtid° 5 de caprinos infectados com as fracções fixaram bem menos o poder coagulai do veneno natural como também do soluto fraccionado DB, do que o anti-s^ r ° obtido por immunização com veneno natural. O seguinte quadro mostra ° s respectivos dados de comparação. 10 Kixjuusitzky & Konig — Substancia coayulante 159 Veneno o Veneno b Soluto DD Sôro anti- bothropico D . M . L. fixada por cc. . 55 55 30 1 D . M . L. + quantidade de sôro neutralizante retarda a coagula- ção por 47’ 10’30” 18’ C 1 D . M . L. fixada por cc. 10 5 2 1 D.M.L. + quantidade de sôro neutralizante retarda a coagula- ção por 2’40” 0’ 0’ C 2 D.M.L. fixada por cc. 15 15 1 1 D.M.L. + quantidade de sôro neutralizante retarda a coagula- ção por 0’ 0’ 2’ 30" Conforme se vê claramente por este quadro, o sôro C 2 foi excepcionalmente act ivo, quanto á sua capacidade de fixação neurotoxica, apezar das pequenas Entidades de D. M. L. usadas, pois o sôro anti-bothropico era concentrado, eil( luanto que os sôros caprinos não o eram. O poder neutralizante dos dois S ° r °s caprinos relativamente ao poder coagulante era pequeno. Seria falho tomar l, nidades coagulantes contidas em 1 D. M. L. como base de comparação, porque ex periencias estão provando que a quantidade de sôro, que neutraliza o effeito neur °toxico estriotamente correspondente á unidade coagulante, não augmenta o tettl Po de coagulação de maneira correspondente. Desse quadro parece poder-se c °ndui r que o sôro C 1, que neutralizava menos D. M. L., era mais activo relati- Vai Uente á substancia coagulante, do que o sôro C 2, estabelecendo-se assim, uma P r °Porção invertida entre a capacidade de fixação em relação ao componente neu- ^°l°xico e o poder coagulante. Si isto é um facto não se pode affirmar com cer- 2a > á base das pesquisas realizadas, porque para isso seria necessário fazer expe- r ' e ncias seriadas com diluições bem differentes. Essa duvida ainda augmenta em ls * a de parecerem os sôros caprinos, em maiores concentrações, apressar a coa- Ma São (Vide as misturas XIII, XIV, XVI, XVII, XVIII). Aqui queremos as %nalar que, comparando-se as quantidades de sôro necessárias para augmentar tei npo de coagulação de 1 D. M. L. por um certo tempo, digamos 4 minutos, os °'s sôros caprinos se mostram equivalentes conforme o quadro seguinte: 11 cm SciELO 10 11 12 13 14 15 16 1 00 Memórias do Instituto Butantan — Tomo XI Quantidades de sôro, que augmentam o tempo de coagidação de 1 D. M. L. em 4- Sôro anti-bothropíco C 1 C 2 Veneno a 0,01 cc. 0,5 cc. 0.2 cc. Veneno b 0,02 cc. 0,4 cc. 0,4 cc. Sol. DD 0.04 cc. 1,0 cc. 0,8 cc. Até agora só se pode af firmar com certeza que o sôro immune obtido P° r meio de immunização com uma dessas fracções de veneno, que têm maior acti vl " dade coagulante e poder neurotoxico mais baixo do que o veneno natural, é be 111 mais fraco em relação ao poder coagulante do que o antisôro por meio de inu* 1 * 1 ' nização normal, isto é, por veneno natural. Esse resultado se poderia expl> car facilmente, considerando-se a substancia coagulante como uma haptena, isto e ’ uma substancia que, separada do componente neurotoxico, não possue caract er antigenico. A pequena capacidade neutralizante dos nossos sôros caprinos, obse r ' vada relativamente á substancia coagulante, pode ser atribuída á interferencia componentes activos existentes em estado natural no soluto applicado par a 3 immunização. O caracter de haptena da substancia coagulante explicaria tanib elíl o facto de os sôros caprinos terem um ef feito visivelmente menor em relação a ° soluto fraccionado DB do que relativamente ao veneno natural. No decurso da 5 experiencias de immunização, sobre as qúaes falaremos mais tarde, procurarei 1105 verificar si a substancia neurotoxica purificada do veneno natural, a bothrop 0 toxina, que, conforme sabemos, não possue poder coagulante algum, se coinp° rt3 á maneira de uma haptena. A’s experiencias com veneno de cascavel temos muito pouco a acrescenta 1 Os resultados referentes ao poder coagulante (1,5 cc. de sôro não retarda a c ° a gulação) confirmam a nossa affirmação anterior de que a substancia coagnla |lte do veneno de Cascavel deve ser differente da substancia coagulante do vene 110 bothropico. O ef feito coagulante mais rápido, observado nos soros capi" 11105 (Vide as misturas XXVII, XXVIII, XXIX, XXX) pode ser devido, de a01 lado, ao pequeno poder anti-coagulante deste veneno, e, de outro lado, ao cal c '° addicionado aos soros. Em experiencias em que addicionamos 5 cc. de sa equino normal a 2 cc. de soros caprinos não diluídos ou diluidos a 1:1, 1 :S, 1 1 :20, não notámos a influencia dos soros caprinos sobre o tempo de coagulaÇ a °' RESUMO Dois soros caprinos obtidos por meio de immunização com um soluto p llfl ficado, obtido por fraccionamento e seguido de adsorpção do veneno natural 12 Klobusitzky & Konio — Substancia coagulante 101 J ar aracn ( Bothrops jararaca), por meio de Cr(OH) 3 demonstraram a seguinte ^Pacidade de fixação, apezar de possuir esse soluto, em comparação com o veneno ^aturai, maior poder coagulante e menor actividade neurotoxica: 1 • Os sôros caprinos neutralizaram os componentes neurotoxicos do veneno n atural e uma fracção coagulante obtida desse veneno, bem mais do que o poder COa gulante do mesmo. 2. O poder coagulante do veneno da Cascavel ( Crotalus terrificus ) não neutralizado pelos soros. A’ base desses resultados de nossas pesquisas, parece que os componentes c ° a gulantes do veneno de serpente, separados de sua fixação natural, se devem c °nsiderar como haptenas. foi ABSTRACT T-wo sera obtained from goats immunized with a solution of Bothrops ^araca, venom previously purified by means of fractionation and adsorption Cr(OH) 3 showed a certain capacity of fixation although the purified antigen possessed a higher coagulating power and a lovver neurotoxic activity than e or iginal poison: 1 • They neutralized more completely both the neurotoxic constituents of th, r om ; natural poison ( Bothrops jararaca ) and the coagulating fraction extracted d than its original coagulating activity. 2. They failed to neutralize the original coagulating activity of the rattlesnake ( Crotalus terrificus). ^ the light of tliese findings it seems that the coagulating constituents of ° Se stiake poisons, after separation from their natural binding substances, % ■ l0 Ul |( l hç conisidered as haptens. BIBLIOGRAPHIA 1 . , v °n Klobusitzky, D. & Kônig, P. — Mcm. Inst. Butantan 10:233.1937 et Arch. f. 2 exp. Path. & Pharmakol. 181:387.1936. v °n Klobusitzky, D. Cr Kònig, P. — Mem. Inst. Butantan 10:245.1937 et Zschr. f. 3 Immunitatsf. 89:145.1936. v ° n Klobusitzky, D. & Kônig, P. — Mem. Inst. Butantan 10:205.1937 et Zschr. f. 4 Immunitatsf. 87:202.1936. Voit Klobusitzky, D. Cr Kbnig, P ■ — Mem. Inst. Butantan 10:217.1937 et Zschr. f. $ Immunitatsf. 87:330.1936. v °’ 1 Klobusitzky, D. Cr Kônig, P. — Mem. Inst. Butantan ct Arch. f. exp. Path. u. dharmakol. a ser publicado. (Trabalho da Secção de Phy»ico-Chimica do Instituto Butan- tan, recebido em novembro de 1937 ; n ser publicado também cm alemão in Zschr. f. Immunitütsf. Dado a publicidade em dezembro de 1937). 13 cm SciELO 10 11 12 13 14 15 16 614.478 CONCENTRAÇÃO DA ANTITOXINA TETANICA POR MEIO DE ADSORPÇÃO POR D. von KLOBUSITZKY A- purificação e concentração das antitoxinas é um problema que, além de ^ ran de importância theorica, possue também uni valor puramente pratico. 0l Uprehende-se, por isso, que actualmente as pesquisas sobre a purificação das ^'toxinas sejam realizadas, não só pelo methodo chimico clássico, introduzido Po ■■ 71 * ° r Tizzoni e Cattoni (1), como também por meio de processos physicos, bio- loi &>cos ou enzymologicos. lüe No estado actual da questão, os methodos physicos, e principalmente o s e baseia no emprego de vários meios de adsorpção, são os mais estudados. x Periencias sobre adsorpção da antitoxina diphterica já foram feitas por r ° ns on (2), no século passado e, ba mais ou menos 25 annos, por Marshall e er (3), sem que houvessem despertado maior interesse. Todavia, os ^alk, tr 'ibalh os ln Sül a , fundamentaes de Willstátter e de sua escola, sobre a purificação e o ‘arnento dos fermentos pelos methodos de adsorpção, obtiveram tão grande ess °> que os pesquisadores começavam de novo a applicar aquelles processos es tudo das toxinas e antitoxinas bacterianas Os methodos especiaes adoptados para este fim particular baseiam-se no h- c t° c] e ser possível retirarem-se do soro as antitoxinas por meio de vários Wr, ° x ydos de alumínio ou caolim commercial, de tal maneira que, depois de Itcl a eJuição conveniente, as antitoxinas ficam por fim em soluto aquoso. As lr Hcas elaboradas (4-7), principalmente para a purificação da antitoxina cli Pht. er 'ca, têm, porém, na maioria dos casos a grande desvantagem de impli- a Ssi u determinação das condições óptimas de adsorpção para cada caso; ainda 'A o rendimento delias é muito variavel. ^nt, faseando-nos em experiencias por nós realizadas em 1933, nas quaes ‘Uttos insular a antitoxina tetanica, inclinamo-nos a acreditar que a adsor- cm SciELO 10 11 12 13 14 15 16 1 04 Memórias do Insiitulo Butantan — Tomo XI pção é relativamente facil e se realiza de modo bastante regular, mas a segundo-nos somente com o seu significado pratico, devemos confessar que — P e '° menos por enquanto — os methodos de adsorpção não podem ser consi- er ados adaptaveis para fins industriaes. A causa disto reside principalmente na grande irregularidade da eluição. O rendimento das nossas 16 experiencias çi ar .iou entre 8% e 56%. Até agora, não foi publicada technica alguma de ^ão que desse regularmente um rendimento acceitavel para fins práticos. s experiencias em geral, inclusive as nossas, mostram que a adsorpção das ^toxinas não c selectiva, isto é, que as antitoxinas são adsorvidas juntamente 111 as proteínas e só a eluição nos dá a possibilidade de separd-as. A este ^ Spe ’t°, as antitoxinas bacterianas comportam-se de modo perfeitamente igual 0 do veneno de Bothrops jararaca (8). Uma outra desvantagem do emprego dos methodos de adsorpção para fins ^dustriaes é a necessidade de forte diluição. Partindo, por exemplo, apenas 6 10 ütros de soro, já temos que centrifugar e ultrafiltrar (ou destillar no Cl, °) mais ou menos 40 litros de liquido, 0 que torna muito dispendioso o r ° c esso na pratica. Uor fim, devemos levar em consideração que, usando-se os methodos de s ° r Pção, o preparo leva muito mais tempo do que empregando-se a concen- * a ° pelos methodos communs. O phenomeno de adsorpção é influenciado Clr cunstancias que não podem ser determinadas e fixadas previamente com Retidão necessária, de modo que o doseamento do poder antitoxico é indis- n savel em cada phase da manipulação. RESUMO 16 tentativas feitas para concentrar antitoxina tetanica por meio de ’ 0r PÇão por caolim foram observados os seguintes factos: a ) O titulo da antitoxina tetanica não fica alterado entre o pH=3,8 e me smo quando foi ella conservada 8 dias na temperatura ambiente; r A adsorpção por caolim ao pH=3,8 realiza-se de modo bastante u ' ar , reduzindo-se de mais ou menos 80% o poder antitoxico do soro; Ms 9 .3. cm SciELO 10 11 12 13 14 15 16 Memórias do Instituto Butantan — Tomo XI ICO c) Esta adsorpção não é selectiva, visto que todas as proteinas f> caI11 também ad sorvidas; d) E’ possível separar das proteinas a antitoxina pelo methodo de F ed° r ao pH= ± 9,3, mas esta separação não é regular e seu rendimento é mt' lt0 variavel No decurso duma das concentrações feitas o rendimento em antitoxina i 0 1 de 56% e o augmento do poder antitoxico do producto, calculado em relação a ° nitrogênio, foi de 144 vezes. Do ponto de vista pratico, pode-se concluir ( l l,e os methodos de adsorpção não são por enquanto applicaveis á concentração & antitoxinas em larga escala. ABSTRACT d; Sixteen attempts made to conoentrate tetanus antitoxin by means of adso r ption through kaolin have brought out the foilowing facts: a) betwcen pH=3,8 and pH=9,3, the titer of the antitoxin did not l°° s£ potency even after keeping it for 8 days at room temperature; b) adsorption through kaolin at pH=3,8 takes place rather regularly afl the antitoxic titer of the serum decreases of about 80% ; c) this adsorption is not selective since all the proteins are also adsor ve< d) it is possible to separate the antitoxin írom the proteins by Fed° r ^ method at pH=9,3 ± ; that separation, however, is not regular and its y' e is very variable. In the course of one of the concentrations thus performed the antito* 1 '' yield equalled 56%, whilst the antitoxin titer increased 114 times as calciu a from the nitrogen content. The conclusion to be drawn from these experir° eI1 ^ is that the adsorption methods are not as yet applicable to the large scale cofl cefl tration of antitoxins. BIBLIOGRAPHIA 1. Tizzoni, G. & Calloni — Riforma Medica :102.1891. 2. Aronson, H. — Berl. klin. Wschr. :625.1893. 3. Marshall, J. & Walkcr, H. IV. — J . Amer . Cheni . Soc. 35:825.1913. 4. Eislcr, M. & Spicgel-Adolf, M. — Biochem.Szchr. 24:28.1929. 5. Tasrmn, A. & Pondman, A. D. F. — Zcihr. f. Immunitátsforsch. 82:245.1931. 6. Schmidt, S. — C.R.Soc.Biol. 103:1926.1929; 106:308.1931; 107:327.1931 q 7. Kliglcr, I. J. âr Olitzki, L. — Brit.J.Exper.Path. 12:69,172,393.1931; 13 :2'37- 8. von Klohusitzky, D. & Kônig, P. — Mem. Inst. Butantan 10:223.1937 et Areh. c!íI> Pathol. Pharmakol. 181 :387. 1936. (Trabalho da Secção de Physico-chimica do Instituto tan, apresentado ao 3.° Congresso do Chimico X ^\\C cm julho de 1937 no Rio de Janeiro; a ser V ^ jo * também em injrlôs in Journ. of Immunology* publicidade em dezembro do 1937). 4 598. 118. 1 ESTUDOS SOBRE LACERTILIOS NEOTROPICOS 4. Lista Remissiva dos Lacertilios do Brasil POR AFRANIO do AMARAL PROLOGO No decurso do ultimo septennario, tenho estado a estudar os lagartos en- fados no Brasil, com o intuito especial de comprehender-lhes as relações ° m os representantes da Ordem, encontradiços nos países vizinhos, em parti- c ular, ^nte <*rti e na região neotropica, em geral. Graças a esse estudo, tenho incidente- descoberto diversas formas novas, algumas das quaes vieram completar ^ 0s hiatos até então existentes na gradativa seriação morphologica dos La- b rt °s e sobretudo evidentes na familia dos Teiideos. j Desde que, até agora, não se publicou ainda um catalogo systematico e in- r ,tlv o sobre essas formas, a não ser o trabalho de Boulenger (Catalogue of the Mj 4l ltlo$ ^ d as famílias, generos, especies e raças de Lacertilios até agora registados no /^il. Sua publicação visa despertar a critica dos entendidos e a contribuição s es pecialistas, para melhor comprehensão da matéria. 12ar ds in the British Museum), o qual, infelizmente, já data para mais de 50 a actual Lista Remissiva representa apenas uma tentativa de systematiza- cm SciELO 10 11 12 13 14 15 16 A Fam. GECKONIDAE I — Gen. Briba Amaral, 1935 in — • Mem. Inst. Butantan 9:253.1935. Typo : brasiliana 1. — • Briba brasiliana Amaral, 1935. Briba brasiliana Amaral, 1935 — loc. cit. :253. Nome vulgar: Lagartixa. Distribuição: Typo e cotypos procedentes do noroeste de Minas Geraes. II — Gen. Coleodactylus Parker, 1926. in — Ann. & Mag. N. H.. 9.17:298.1926. Typo : meridionalis 2. — • Coleodactylus meridionalis (Boulenger, 1888). S phaerodactylus meridionalis Boulenger, 1888 — Ann. & Mag. N. H., 6 . Coleodactylus meridionalis Parker, 1926 — Ann. & Mag. N. H., 9.17: 298- Coleodactylus meridionalis Burt & Burt, 1933 — Transact. Aead. Sc. St. Louis 28 (1,2) :1. Nome vulgar: Lagartixa. Distribuição: Por todo o districto nordestino. 3. — Coleodactylus zernyi Wettstein, 1928. Coleodactylus zernyi Wettstein, 1928 — Zool. Anz. 76:110, Fig. 1. Coleodactylus zernyi Burt & Burt, 1933 — loc. cit.: 1. Nome vulgar : Lagartixa. Distribuição: Vallc amazonico (Pará). ! : 2 -$' cm SciELO 10 11 12 13 14 15 16 Amaral — Lacertilios neotropicos 109 III — Gen. (ionatodes FlTZINGER, 1843. >n — Syst. Rept. :91 . 1843. Typo : albo guiar is 4. — (ionatodes humeralis Guiciienot, 1855. ^yvinodactylus humeralis Guichénot, 1855 — in Castelnau, Exp. Amér. Sud. Zool., Rept. : 13. ^ ° n atodcs humeralis Boulenger, 1885 — Cat. Liz. Brit. Mus. 1:62. ^° na todcs humeralis Procter, 1923 — Proc. Zool. Soc. :1064. ^ ° n i r ' s bruneti Thominot, 1887 — Buli. Soc. Pliilom. 7.11:184. li . , 4, ‘0li ! s bruneti Burt & Burt, 1933 — loc. cit.: 14. ^oiries vulgares: Camaleão ou Papa-vento. D Atribuição : Desconhecida. cm SciELO 10 11 12 13 14 15 16 174 Memórias do instituto Butantan — Tomo XI 20. — Anolis catenifer Ahl, 1925. Anolis catenifer Ahl, 1925 — Zool. Anz. 62:85. Nomes vulgares : Camaleão ou Papa-vento. Distribuição : Desconhecida. 21 . — • Anolis chrysolepis Dm. & Bibe., 1837. Anolis chrysolepis Duméril & Bibron, 1837 — Erp. Gén. 4:94. Anolis chrysolepis Boulenger, 1885 — Cat. Liz. Brit. Mus. 2:89. Anolis chrysolepis Burt & Burt, 1933 — loc. c/í : 14. Nomes vulgares : Camaleão ou Papa-vento. Distribuição: Districto tropical (desde Goiás até o Amazonas). 22. — Anolis garbei Amaral, 1932. Anolis garbei Amaral, 1932 — Mem. Inst. Butantan 7 :62, Figs. 17-18. Nomes vulgares: Camaleão ou Papa-vento. Distribuição: Holotypo do Pará. 23. — • Anolis holotropis Boulenger, 1895. Anolis holotropis Boulenger, 1895 — Ann. & Mag. N. H. 6.15:522. Anolis holotropis Burt & Burt, 1933 — loc. cit.: 16. Nomes vulgares : Camaleão ou Papa-vento. Distribuição: Extremo sudoeste (Matto Grosso). 24. — Anolis lindeni Rutiiven, 1912. Anolis lindeni Ruthven, 1912 — Proc. Biol. Soc. Wash. 25:163. Anolis lindeni Burt & Burt, 1933 — loc. cit.:\7. Nomes vulgares: Camaleão ou Papa-vento. Distribuição: Valle amazonico (Pará). 25. — ■ Anolis nasofrontalis Amaral, 1932. ,1 i2 Anolis nasofrontalis Amaral, 1932 — Mem. Inst. Butantan 7:58, Figs. 11 Nomes vulgares: Camaleão ou Papa-vento. Distribuição: Holotypo e allotypo do Pará. cm SciELO 10 11 12 13 14 15 16 Amaral — Lacertilios ncotrojncos 175 26. — Anolis pseudotigrinus Amaral, 1932. >l0 ^ s pseudotigrinus Amaral, 1932 — Mem. Lnst. Butantan 7:60, Figs. 13-14. Nomes vulgares : Camaleão ou Papa-vento. Distribuição : Holotypo do Espirito Santo. 27. — • Anolis transfasciatus Amaral, 1932. ^ n °hs transfasciatus Amaral, 1932 — Mem. Inst. Butantan 7:60, Figs. 15-16. Nomes vulgares : Camaleão ou Papa-vento. Distribuição: PIolotypo do Espirito Santo. XII — Gen. Enyalioides Boulenger, 1885. Cat. Liz. Brit. Mus. 2:112.1885. Typo : heterolepis 28. — Enyalioides laticeps laticeps (Guichénot, 1855). yuhoidcs laticeps Guichénot, 1855 — in Castelnau — Expéd. Amér. Sud. £ 2 °ol. Rept. :20, Tab. 5. ^yrtioides laticeps Boulenger, 1885 — loc. cit. :113. y^ioides laticeps laticeps Burt & Burt, 1930 — Proc. U S Nat Mus 78 Art. 6:9. Nonie vulgar : Papa-vento. Distribuição: Valle amazonico. í í 29. — Enyalioides leecliii Boulenger, 1885. ■ >a ti°idcs leechii Boulenger, 1885 — loc. cit. :473. fendes leechii Burt & Burt, 1933 — Transact. Acad. 28 (1,2) :24. ■^ome vulgar: Papa-vento. Atribuição : Valle amazonico. Sc. St. Louis XIII — Gen. Enyalius Wagler, 1830. S yst. Amph. : 150. 1830. Typo : catenatus 9 170 Memórias do Instituto Butantan — Tomo XI 30. — Enyalius bibronii Boulenger, 1885. Enyalius bibronii Boulenger, 1885 — loc. cit. : 1 19. Enyalius bibronii Burt & Burt, 1933 — loc. cit. :25. Nome vulgar : Papa-vento. Distribuição : Districto nordestino. 31. — ■ Enyalius catenatus catenatiis (WiF.n, 1821). Againa cate nata Wied, 1821 — Reise Brasil. (1815-1817) 2:247, Abbd. Enyalius catenatus Boulenger, 1885 — loc. cit. : 1 18. Enyalius catenatus catenatus Burt & Burt, 1933 — loc. cit. :25. Nomes vulgares : Anijú-acanga ou Papa-vento. Distribuição: Districtos oriental e nordestino. 31a. — Enyalius catenatus paulista Iiierjng, 1898. ,iq2 Enyalius catenatus paulista Ihering, 1898 — Proc. Acad. Nat. Sc. Phila. • Enyalius catenatus paulista Burt & Burt, 1933 — loc. cit. :25. Nome vulgar: Papa-vento. Distribuição : Typo de S. Paulo. 32. — Enyalius fitzingeri (Wiegmann, 1834). Laemanctus fitzingeri Wiegmann, 1834 — Herp. Mexicana :46. Enyalius fitzingeri Boulenger, 1885 — loc. cit. :121. Enyalius fitzingeri Burt & Burt, 1933 — loc. cit. :25. Nome vulgar : Papa-vento. Distribuição : Desconhecida. 33. — Enyalius iheringii Boulenger, 1885. Enyalius iheringii Boulenger, 1885 — Ann. & Mag. N. H. 5.15:192. Enyalius iheringii Burt & Burt, 1933 — loc. cit. :25. Nome vulgar: Papa-vento. Distribuição: Extremo meridional (Rio Grande do Sul). XIV — Gen. Garbesaura Amaral, 1932. in — Mem. Inst. Butantan 7:64.1932. Typo : garbei 10 Amaral — Lacertilios neotropicos 177 34 — ■ (larbesaura garbei Amaral, 1932. Garbesaura garbei Amaral, 1932 — loc. cit. :64, Fig. 21. Noine vulgar : Desconhecido. Distribuição : Holotypo do Pará. XV — Gen. Hoplocercus Fitzinger, 1843. in — Syst. Reptil. :78. 1843. Typo: sphiosus 35. — Hoplocercus spinosus Fitzinger, 1843. ^ °plocercus spinosus Fitzinger, 1843 — Syst. Reptil. :78. ti°plocercits spinosus Boulenger, 1885 — Cat. Liz. Brit. Mus. 2:199. ^°plocercus spinosus Burt & Burt. 1933 — loc. cit. :26. Nome vulgar : Papa-vento. Distribuição: Sudeste e sudoeste (S. Paulo e Matto Grosso). XVI — Gen. Iguana Laurentius, 1768. ’ n Synops. Reptil. :47.1768. Typo : iguana (= tubcrculata) 36. — Iguana iguana (L., 1758). AlLCr ta iguana Linneu, 1758 — Syst. Nat. :206. y i, ana tubcrculata Boulenger, 1885 — loc. cit. :189. y u aiia iguana Burt & Burt, 1933 — loc. cit. :26. Nomes vulgares: Sinimbú ou Tejubú ou Tijibú. Distribuição : Districtos eciuatorial e tropical até iierto do parallelo 20° S . XVII — Gen. Leiocephalus Gray, 1827. Philos. Mag. (London) 2.2 :207. 1827. Typo : carinatus 11 178 Memórias do Instituto Butanlan — Tomo XI 37. — Leiocephalus dumerilii (Steindachner, 1869). Ophryoessoides dumerilii Steindachner, 1869 — Novara, Reptil. :33 Pab. 2. Liocephalus dumerilii Boulenger, 1885 — loc. cit. :170. Leiocephalus dumerilii Burt & Burt, 1933 — loc. cit. :27. Nome vulgar: Lagarto. Distribuição: Valle amazonico (Pará). 38. — Leiocephalus tricristatus (Duméril, 1851). Ophryoessoides tricristatus Duméril, 1851 — Cat. Méth. Coll. Reptiles :66. Liocephalus tricristatus Boulenger, 1885 — loc. cit. :170. Leiocephalus tricristatus Burt & Burt, 1933 — loc. cit. :29. Nome vulgar: Lagarto. Distribuição : Não conhecida. XVIII — Gen. Leiosaurus Dm. & Bibr., 1837. in — Erp. Gén. 4:241.1837. Typo : bcllii 39. — Leiosaurus paronae (Peracca, 1897). Aperoprisitis paronae Peracca, 1897 — Boll Mus. Zool. Univ. Torino 12 (299) Leiosaurus paronae Burt & Burt, 1933 — loc. cit. :30. Nome vulgar: Lagarto. Distribuição: Extremo sul e sudoeste. XIX — • Gen. Liolaemus Wiegmann, 1834. in — Plerp. Mexicana : 18. 1834. Typo : chiliensis 40. — Liolaemus glieschi Aiil, 1925. Liolaemus glieschi Ahl, 1925 — Zool. Anz. 62:88 Liolaemus glieschi Burt & Burt, 1933 — loc. cit. :32. Nome vulgar : Desconhecido. Distribuição: Extremo meridional (Rio Grande do Sul). 12 cm SciELO 10 11 12 13 14 15 16 Amaral — Lacertilios ncolropicus 179 41 . — • Liolaemus occipitalis Mertens, 1928. ^ °laeinits occipitalis Mertens, 1928 — Blatt f. Aquar. u. Terrarienk. 15:302. Waetnus occipitalis Burt & Burt, 1933 — loc. cit. :3 6. Nome vulgar : Desconhecido, distribuição : Desconhecida. 42. — Liolaemus wiegmannii (Dm. s- Bibr., 1837). p ro Votretus wiegmannii Duméril & Bibron, 1837 — Erp. Gén. 4:284. Genius wiegmannii Boulenger, 1885 — loc. cit. :15ó 0 a evius wiegmannii Burt & Burt, 1933 — loc. cit :38. Nome vulgar : Lagarto. Distribuição: Extremo meridional (Rio Grande do Sul). XX — • Gen. Norops Wagler, 1830. t'n _ „ Syst. Amph. : 149. 1830. Typo : auratus 43. — ■ Norops marmorata Amaral, 1932. r °Ps mannorata Amaral, 1932 — Mem. Inst. Butantan 7:62, Figs. 17-18. Nome vulgar : Desconhecido. Distribuição: Holotypo de Minas Geraes. hl 44. > °P S sladcniac Boulenger, 1903 — l hr 0 . s iadcniae Burt & Burt, 1933 Norops sladeniae Boulenger, 1903. Proc. Zool. Soc. London 2:69. — loc. cit. :38. Vr 1 °me vulgar: Desconhecido. distribuição: Extremo sudoeste (Matto Grosso). XXI — ■ Gen. Polychrus Cuvier, 1817. Nègne Animal 2:40.1817. Typo : marmoratus 13 180 Memórias do Tnstitulo Butnntnn — Tomo XI 45. — Polychrus marmoratus marmoratus (L., 1758). Lacerta marmorata Linneu, 1758 — Syst. Nat. :208. Polychrus marmoratus Merrem, 1820 — Syst. Amph. :48. Polychrus marmoratus Boulenger, 1885 — loc. cit. :98 ( pro parte). Polychrus marmoratus marmoratus Burt & Burt, 1933 — loc. cit. :41. Nomes vulgares : Camaleão ou Papa-vento. Distribuição: Districtos equatorial e nordestino (de Amazonas ate nambuco). per- 45a. — • Polychrus marmoratus acutirostris (Spix, 1825). .4 Polychrus acutirostris Spix, 1825 — Lacert. Brasil. Spec. Novae :15. Tab. 1 Polychrus acutirostris Boulenger, 1885 — loc. cit. :99. Polychrus marmoratus acutirostris Burt & Burt, 1933 — loc. cit. :4l. Nome vulgar: Camaleão ou Papa-vento. Distribuição : Districtos oriental, meridional e sul-occidental (desde a até o Rio Grande do Sul e países vizinhos). XXII — ■ Gen. Proctotretus Dm. & Bibr., 1837. in — Erp. Gén. 4:266.1837. Typo : pectinatus 46. • — Proctotretus aziireus (Müller, 1880). rcfy. Tropidocephalus azurcus Müller, 1880 — Verhandl. Nat. Ges. Basel 7:160- Saccodeira azurea Boulenger, 1885 — loc. cit. :160. -j Proctotretus azurcus Burt & Burt, 1930 — Proc. U. S. Nat. Mus. 78 Ar 6 ^ .. ysr Proctotretus azureus Burt & Burt, 1933 — Transact. Acad. Sc. St. 28(1,2) :41. Nome vulgar: Lagarto. Distribuição : Extremo meridional. XXIII — • Gen. Strobilurus Wiegmann, 1834. in — Herp. Mexicana : 18 . 1834. Typo : torquatus 14 cm SciELO 10 11 12 13 14 15 16 Amaral — Lacertilios neotropicos 47. — • Strobilurus torciuatiis Wiegmann, 1834. S ,r °bilurus torquatus Wiegmann, 1834 — Herp. Mexicana :18. $ tr °bilurus torquatus Boulenger, 1885 — loc. cit. :181. tr °bilunis torquatus Burt & Burt, 1933 — loc. cit. :44. Nome vulgar: Lagarto, distribuição : Districto nordestino. XXIV — Gen. Tapinurus Amaral, 1932. 1 Mem. Inst. Butarrtan 7:65.1932. Typo : scutipunctatus 181 la Pk 48. — • Tapinurus scutipunctatus Amaral, 1932. ,,ir us scutipunctatus Amaral, 1932 — loc. cit. :65, Figs. 22-25. Nome vulgar : Lagarto, distribuição : Holotypo e paratypos da Bahia. XXV — Gen. Tropidurus Wied, 1824. ^ Abbd. Naturgesch. Brasil. 1824. Typo : torquatus [ r °Pidu 49. — • Tropidurus semitaeniatus (Spix, 1825). semitaeniata Spix, 1825 — Lacert. Brasil. Spec. Novae :13. Tab. 26: 1. v -‘e,lll dophorus ocellifer Peters, 1877 — Monatsb. Akad. Wiss. Berlin:414. * ern idophorus ocellifer Boulenger, 1885 — loc. cit. :3 72. tetn idophorus ocellifer Burt & Burt, 1933 — loc. cit. :59. Nome vulgar: Calango. Distribuição: Districtos tropical e sub-tropical, desde o Nordeste (Per- ,ltc o), pelo centro, até o Sudoeste (Matto Grosso). 21 188 Memórias do Instituto Butantan — Tomo XI XXXVII — Gen. Colobodactylus Amaral, 1932. in — Mem. Inst. Butantan 7:70.1932. Typo: taumyi 68. — Colobodactylus taunayi Amaral, 1932. Colobodactylus taunayi Amaral, 1932 — loc. cit.:70, Figs. 41-45. Nome vulgar: Calango. Distribuição: Holotypo e paratypos de S. Paulo. XXXVIII — Gen. Colobosaura Boulenger, 1887 in — Cat. Liz. Brit. Mus. 3:508.1887. Typo: modesta 69. — • Colobosaura mentalis Amaral, 1932. Colobosaura mentalis Amaral, 1932 — loc. cit.:72. Figs. 46-50. Nome vulgar : Calango. Distribuição: Holotypo e allotypo da Bahia. 70. — • Colobosaura modesta (Reinii. & Lütk., 1861). Pefiodactylus modestus Reinhardt & Lütken, 1861 — Vidensk. Meddel. Foren. Kjobenh. :280. Tab. 5 :7. Perodactylus modestus Boulenger, 1887 — Cat. Liz. Brit. Mus. 2:423.1885 & 3:508 ( Colobosaura modesta). Colobosaura modesta Burt & Burt, 1933 — loc. cit. :60. Nome vulgar: Calango. Distribuição: Typo do Morro da Garça. XXXIX — Gen. Dracaena Daudin, 1802. in — Hist. Nat. Reptiles 2:421.1802. Typo : guianensis 22 cm 2 3 SciELO 10 11 12 13 14 15 16 Amaral — Lacertilios ncotropicos 189 71. — • Dracaena guianensis Daudin, 1802. Eracacna guianensis Daudin, 1802 — Hist. Nat. Reptiles 2:423 Tab. 28. Eracaena guianensis Boulenger, 1885 — loc. cit. 2:338. Eracacna guianensis Burt & Burt, 1933 — loc. cit.: 61. Nome vulgar : Calango. Distribuição: ' Desde o valle amazonico até o districto nordestino. NL — Gen. Ecpleopus Dm. & Bibr.. 1839. in — Erp. Gen. 5:434.1839. Typo : gaudichaudii 72. — • Ecpleopus gaudichaudii Dm. & Bibr., 1839. Ecpleopus gaudichaudii Duméril & Bibron, 1839 — loc. cit.: 436. Ecpleopus gaudichaudii Boulenger, 1885 — loc. cit.: 401. Ecpleopus gaudichaudii Burt & Burt, 1933 — loc. cit. :61. Nome vulgar: Lagarto. Distribuição : Desconhecida. XLI — • Gen. Elaphrosaura Amaral, 1932. in — Mem. Inst. Butantan 7:67.1932. Typo: spitzi 77). — • Elaphrosaura spitzi Amaral, 1932- Elaphrosaura spitzi Amaral, 1932 — loc. cit. :68, Figs. 31-35. Nome vulgar : Lagarto. Distribuição : Holotypo da serra de Cubatfio, S. Paulo. XLII — • Gen. Euspondylus Tschudi, 1845. in — Fauna Peruana, Flerpet. :41 . 1845. Typo : maculatus 23 190 Memórias do Instituto Butantan Tomo XI 74. — Euspondylus champsonatus (Werner, 1910). Prionodactylus champsonatus Werner, 1910 — Mitt. Naturh. Mus. Hamburg 27(2) *31. Euspondylus champsonatus Burt & Burt, 1933 — loc. cit. :62. Nome vulgar: Lagarto. Distribuição: Districto meridional. 75. — • Euspondylus cupreus Andersson, 1916. Euspondylus cupreus Andersson, 1916 — Goteborgs Kungl. Vetensk. VitterhetS' samhalles Handl. 4.17(5) :6. Euspondylus cupreus Burt & Burt, 1933 — loc. cit. :62. Nome vulgar: Lagarto. Distribuição : Desconhecida. 76. — Euspondylus quadrilineatus (Boettger, 1876). Cercosaura (Pantodactylus) quadrilineatus Boettger, 1876 — Ber. Senckenb- Ges. :141. Tab.. Prionodactylus quadrilineatus Boulenger, 1885 — loc. cit. :393. Prionodactylus quadrilineatus Griffin, 1917 — Ann. Carnegie Mus 11:428. Prionodactylus albostriçjatus Griffin, 1917 — loc. cit. :314. Euspondylus quadrilineatus Burt & Burt, 1933 — loc. cit. :64. Nome vulgar: Lagarto. Distribuição: Districto centro-meridional. XLIII — ■ Gen. Gymnoplithalmus Merrem, 1820. in — Syst. Amph. : 74. 1820. Typo : lineatus (= quadrilineatus ) 77. — Gymnoplitlialmus lineatus (L., 1758). Lacerta lineata Linneu, 1758 — Syst. Nat. :209. Lacerta quadrilineata Linneu, 1766 — Syst. Nat. 1:371. Gymnophthalmus quadrilineatus Merrem, 1820 — Tent. Syst. Amph. :74. Gymnophthalmus quadrilineatus Boulenger, 1885 — loc. cit. :427. Gymnophthalmus lineatus Andersson, 1900 — Bihang Svenska Vet. — Ak® 1 '’ Handl. 26 Sect. 4(1) :16. Gymnophthalmus lineatus Burt & Burt. 1933 — loc. cit. :65. Nome vulgar: Lagarto. Distribuição : Districto equatorial. 24 1, | SciELO Amaral — Lacertilios neotropicos 191 78. — • (iymnophthalmtis multiscutatus Amaral, 1932. ^yttonophthalmus multiscutatus Amaral, 1932. — loc. cit. :73, Figs. 51-55. Nome vulgar: Lagarto. Distribuição: Holotypo do sertão da Bahia. XLIV — Gen. Heterodactylus Spix, 1825. ln ~~~ Lacert. Brasil. Spec. Novae. :25 . 1825. Typo: imbricatus 79. — • Heterodactylus imbricatus Srix, 1825. ^ ef erodactylus imbricatus Spix, 1825 — Lacert. Brasil. Spec. Novae :25 Tab. / 27:1 ‘ ete rodactylus imbricatus Boidenger, 1885 — loc. cit. :422. ^ eler odactylus imbricatus Burt & Burt, 1933 — loc. cit. :66. Nome vulgar : Lagarto. Distribuição : Districto centro-meridional e oriental. 80. — ■ Heterodactylus lundii Reinii. & Lütk., 1861. ^ et erodactylus lundii Reinhardt & Lütken, 1861 — Vidensk. Meddel. Nat. Foreti Kjõbenh:214. Tab. 6:10. ete rodactylus lundii Boulenger, 1885 — loc. cit. :423. ete rodactylus lundii Burt & Burt, 1933 — loc. cit. :66. Nome vulgar: Lagarto. Distribuição: Typo da serra de Piedade. XLV — • Gen. Iphisa Gray, 1851. 1 Proc. Zool. Soc. Lcmdon :39. 1851. Typo: elegans *Ph tfih 81. — iphisa elegans Gray, 1851. l Ph elegans Gray, 1851 — loc. cit.: 39. lSa elegans Boulenger, 1885 loc. cit. :424. loc. cit. :66. tls a elegans Burt & Burt, 1933 Nome vulgar: Lagarto. Distribuição: Valle amazonico (Pará). 25 192 Memórias do Instituto Butnntan — • Tomo XI XLVI — Gen. Kentropyx Spix, 1825. in — Lacert. Brasil. Spec. Novae :21 . 1825. Typo : calcaratus 82. — Kentropyx calcaratus Spix, 1825 A Kentropyx calcaratus Spix, 1825 — I^acert. Brasil. Spec. Novae :21. Tab. 22- Monoplocus dorsalis Günther, 1859 — Proc. Zool. Soc. London:404. Centropyx pelviccps Cope, 1868 — Proc. Acad. Nat. Sc. Phila. :98. Centropyx calcaratus Boulenger, 1885 — loc. cit.: 341. Kentropyx calcaratus Burt & Burt, 1933 — loc. cit.:66. Nome vulgar: Lagarto. Distribuição: Districtos equatorial e tropical. 83. — Kentropyx paulensis Bokttger, 1892. Kentropyx paulensis Boettger, 1892 — Kat. Reptil. Samml. Mus. Sencke 1 ^ Naturf. Ges. 1 :73. Kentropyx paulensis Burt & Burt, 1933 — loc. cit. :6 7. Nome vulgar : Lagarto. Distribuição: Drstricto centro-meridional. 84. — Kentropyx williamsoni Rutiiven, 1929 Kentropyx williamsoni Ruthven, 1929 — Occ. Pap. Mus. Zool. Univ. (206) :1. Kentropyx williamsoni Burt & Burt, 1933 — loc. cit. :6 7. Nome vulgar: Lagarto. Distribuição: Valle amazonico. XLVII — Gen. Leposoma Spix, 1825. in — Lacert. Brasil. Spec. Novae :24. 1825. Typo: sdncoidcs Mick- 2G cm SciELO 10 11 12 13 14 15 16 Amahal — Lacertilios neotropicos 193 88. — • Neusticurus bicarinatus (L., 1758). ^ acc, 'ta bicarinata Linneu, 1758 — Syst. Nat. :201. ^ e,l sticurus bicarinatus Duméril & Bibron, 1839 — loc. cit. :64. eus ticnrus bicarinatus Boulenger, 1885 — loc. cit.:3 81. ej isticurus bicarinatus Burt & Burt, 1933 — loc. cit.: 69. Nome vulgar: Lagarto, distribuição: Districto tropical. L — • Gen. Pantodactylus Dm. & Bibe., 1839. 1,! Erp. Gén. 5:428.1839. Typo: schreibersii (= dorbignyi) 89. — Pantodactylus amazonius (Ruthven, 1924) °t’°glossus amazonius Ruthven, 1924 — Occ. Pap. Mus. Zool. Univ. p Ali ch. (153) :1. lt °dactylus amazonius Burt & Burt, 1933 — loc. cit. :70. N, °me vulgar: Lagarto. Distribuição: Districto Occidental e tropical (Matto Grosso). 90. 41 , ^ °0lossus gracilis Werner, 1913 Q,,í oda, Pantodactylus gracilis (Werner, 1913). Mitt. Naturh. Mus. Haniburg. 30,2:13. N, Di r Co Sl ■Orf, ac tylus gracilis Burt & Burt, 1933 — loc. cit. :71. °ine vulgar: Lagarto. atribuição: Districto sul-oriental (Santa Catharina). 91. — ■ Pantodactylus schreibersii (Wiegmann, 1834). aura schreibersii Wiegmann, 1834 — Herpert. Mexicana :10. ct ylus schreibersii Boulenger, 1885 — loc. cit. :388. ‘oda, act ylus schreibersii Burt & Burt, 1933 — loc cit.:7\. °me vulgar : Lagarto. ’ st ribuição: Extremo meridional. 27 cm SciELO 10 11 12 13 14 15 16 194 Memórias fio Instituto Butantan — Tomo XI 85. — - Leposoma percarinatum (Müller, 1923). Hylosaurus percarinatus Müller, 1923 — Zool. Anz. 57:146. Leposoma taeniata Noble, 1923 — Zoologica 3(15) :303. Hylosaurus muelleri Mertens, 1925 — Senckenbergiana 7 :76. Leposoma percarinatum Burt & Burt, 1933 — loc. cit. :68. Nome vulgar: Lagarto. Distribuição: Valle amazonico (Pará). 86. — ■ Leposoma scincoides Spix, 1825. r\ Leposoma scincoides Spix. 1825 — Lacert. Brasil. Spec. Novae:24. Tab. 27 • ' Leposoma scincoides Boulenger, 1885 — loc. cit. :386. Leposoma scincoides Burt & Burt, 1933 — loc. cit. :68. Nome vulgar: Lagarto. Distribuição: Valle amazonico. XLVIII — • Gen. Micrablepharus Boettger, 1885. in — Zschr. f. Naturw. 58:217.1885. Typo: maximiliani {— glaucurus) 87. — Micrablepharus maximiliani (Reinh. & LÜTK., 1861). Gymnophthalmus maximiliani Reinhardt & Lütken, 1861 — loc. cit.: 21 1- 5:6. Micrablepharus maximiliani Boulenger, 1885 — loc. cit. :426. Micrablepharus maximiliani Burt & Burt, 1933 — loc. cit. :68. Nome vulgar: Lagarto. Distribuição : Districto sul-occiclental. XLIX — Gen. Neusticurus Dm. & Bibr., 1839. in — • Erp. Gén. 5:61.1839. Typo : bicarinatus 28 cm SciELO 10 11 12 13 14 15 16 Amaral — Lacertilios ncotropicos 195 LI — Gen. Placosoma Tschudi, 1847 ’ n — Arch. f. Naturg. 13,1 :50.1847. Typo : cordylinum 92. — ■ Placosoma cordylinum TSCHUDI, 1847. ac °soma cordylinum Tschudi, 1847 — loc. cit. :5l. ^cosotna cordylinum Boulenger, 1885 — loc. cit. :39 7. hcosotna cordylinum Burt & Burt, 1933 — loc. cit. :72. Nome vulgar: Lagarto. Distribuição: Districto tropical até Rio de Janeiro. «« LII — • Gen. Stenolepis Boulenger, 1887. Proc, Zool. Soc. London :640.1887. Typo: ridleyi 93. — ■ Stenolepis ridleyi Boulenger, 1887. etl °lepi s ridleyi Boulenger, 1887 — loc. cit. :640. en °lepi s ridleyi Burt & Burt, 1933 — loc cit. :76. Nome vulgar: Lagarto. Distribuição: Nordeste (Pernambuco). LIII — Gen. Teius Merrem, 1820. "" Syst. Amph. :60. 1820. Typo: teyou (= viridis). 94. — Teius teyou teyou (Daudin, 1802). c 'tii teyou Daudin, 1802 — Plist. Nat. Reptiles 3:195. I j. c. cit. :77. Nomes vulgares: Lagarto ou Teiú. Distribuição: Districto meridional (Paraná). 96. — • Tupinambis nigropunctatus Srix, 1825. Tupinambis nigropunctatus Spix, 1825 — Lacert. Brasil. Spec. Novae:18. Tab. 20. Tupinambis nigropunctatus Boulenger, 1885 — loc. cit.:337. Tupinambis nigropunctatus Burt & Burt, 1933 — loc. cit. '.77. Nomes vulgares: Lagarto ou Tejú-assú. Distribuição: Districto equatorial (Valle amazonico). 97. — ■ Tupinambis teguixin (L., 1758). Lacerta tcguixin Linneu, 1758 — Syst. Nat.:208. Tupinambis tcguixin Boulenger, 1885 — loc. cit. :335. Tupinambis tcguixin Burt & Burt, 1933 — loc. cit. -.77. Nomes vulgares: Tejú-assú ou Teiú. Distribuição: Por grande parte do território. E — Fam. AMPHISBAENIDAE LV — Gen. Amphisbuena L., 1758. in — Syst. Nat. :209.1758. Typo: fuliginosa Nota : Genero carente de meticulosa revisão, que provavelmente lhe r ^._ lirá as especies, agrupáveis talvez em subgeneros e representadas por > n duos portadores de enormes variações morphologicas. 30 cm SciELO 10 11 12 13 14 15 16 Amahal — Lacerlilios neotropicos 98. — • Amphisbaena albissima Amaral, 1932. n Phisbaena albissima Amaral, 1932, — loc. cit.: 55, Figs. 4-6. Nome vulgar: Cobra de duas cabeças. Distribuição: Holotypo de S. Paulo. 197 99. — Amphisbaena brachyura Amaral, 1932. m Phisbaena brachyura Amaral, 1932 — loc. cit. : 55, Figs. 1-3. Nome vulgar: Cobra de duas cabeças. Distribuição : Holotypo de Alagoas. 100. — Amphisbaena fuliginosa (L., 1758). ^ Phisbaena fuliginosa Linneu, 1758 — Syst Nat. : 229. Phisbaena fuliginosa Boulenger, 1885 — loc. cit. :437. Phisbaena mattogrosscnsis Peracca, 1898 — Boi. Mus. Zool. Univ. Torino. 13(326) :1. Phisbaena fuliginosa Burt & Burt, 1933 — loc. cit.:79. Phisbaena mattogrosscnsis Burt & Burt, 1933 — loc. cit.: 80. Phisbaena fuliginosa fuliginosa Amaral, 1935 — Mem. Inst. Butantan 9:231 Nome vulgar: Cobra de duas cabeças. Distribuição: Raça commum e representativa do districto norte-occidental. 4 100a. — Amphisbaena fuliginosa alba (L., 1758). ^ Phisbaena alba Linneu, 1758 — loc. cit.: 229. n Phisbaena alba Boulenger, 1885 — loc. cit.: 438. Phisbaena alba Burt & Burt, 1933 — loc. cit.:78. n Phisbaena fuliginosa alba Amaral, 1935 — loc. cit.: 231. Nome vulgar: Cobra de duas cabeças. Distribuição: Raça commum e representativa do districto sul-oriental. 101. — Amphisbaena petrei Dm. & Bibr., 1839. phisbaena petrei Duméril & Bibron, 1839 — Erp. Gén. 5 :486. "Phisbaena leucocephala Peters, 1878 — Monatsb. Akad. Wiss. Berlin:778, Fi ■g. 1. 31 cm SciELO 10 11 12 13 14 15 16 198 Memórias uya agilis Burt & Burt, 1933 — loc. cit. :86 k a buya agilis agilis Amaral, 1935 — loc. cit. 9:246. a buy a mabouya mabouya Dunn, 1935 — Proc. Acad. Nat. Sc. Phila. 87:544. Nome vulgar: Lagarto. Distribuição : Districto equatorial e tropical, desde o valle amazonico até Faulo e Matto Grosso. 117a. — M.abuya mabouya dorsivittata (Cope, 1862). af) uia dorsivittata Cope, 1862 — Proc. Acad. Nat. Sc. Phila. 9:350. Ul 176 fQf^ ( Enyalius calenatus), 176 t«l paulista (.Enyalius), 176 ' e hl','i Cr (Anolis), 174 C fll , (Amphisbaena vermicularis) , 199 V** calcaratus, 192 pelviceps, 192 1 5 a, ' r « ( Pantodactylus ) quadrilineatus, C„. %tnl aUra schrcibcrsii, 194. \i n , S ° nalu s (Euspondylus ) , 190 ( Prionodactylus ) , 190 (Anolis), 174 %n,ti 0phorus > 187 ;i Porus Icmniscatus, 187 C Hí/ Moruí Icmniscatus Icmniscatus, 187 *Cob r °i > Borus ocellifcr, 187 2 n a n dc duas cabvças», 197, 198, 199, *°* 201, 202, 203. «Cobra — vidro», 184 Colcodactylus, 168- Coleodactylus mcridionalis, 168 Coleodactylus zcrnyi, 168 collaris (Anotosaura) , 185 Colobodactylus, 188 Colobodactylus taunayi, 188 Colobosaura, 188 Colobosaura mentalis, 188 Colobosaura modesta, 188 concolor (Arthrosaura) , 186 concolor (Pantodactylus) , 186 conspicuus (Gymnodactylus), 169 ccrdylhmm (Placosoma) , 195 aassum (Lepidosternon), 201 crassum ( Lepostcrnon ), 201 cupreus (Euspo>ulylus), 190 darwinii (Amphisbaena), 199 danvinii (Amphisbaena vermicularis), 199 Diploglossus, 183 Diploglossus fasciatus, 183 Diploglossus lessonae, 183 Diploglcssus tenuifasciatus, 183 dorsalis (monnplocus), 192 dorsivittata (Mabuia), 206 dorsivitlata (Mabuia agilis), 206 dorsovittata (Mabuya), 206 dorsovittata (Mabuya mabuya), 206 Draraena, 188 Dracaena guianensis, 189 dúbia (Amphisbaena), 199 dumerilii (Leiocephalus), 178 dumerilii (Lioccphalus) , 178 dumerilii (Ophryoessoides), 178 duséni (Tupinambis) , 196 Ecpleopus, 189 Ecplcopus gaudichaudii, 189 Elaphrosaura, 189 Elaphrosaura spitzi, 189 elegans (Iphisa), 191 Emoca frenata, 204 Enyalioides, 175 Enyalioidcs laticcps, 175 Enyalioides laticcps laticcps, 175 Enyalioides leechii, 175 Enyalius, 175 Enyalius bibronii, 176 Enyalius calenatus, 176 Enyalius catcnatus calenatus, 176 Enyalius catcnatus paulista, 176 Enyalius fitzingeri, 176 Enyalius iheringii, 176 Enyalius undulatus, 173 Euspondylus, 189 Euspondylus champsonatus, 190 Euspondylus cupreus, 190 Euspotulylus quadrilineatus, 190 fasciatus (Diploglossus), 183 43 cm SciELO 10 11 12 13 14 15 16 VI Memórias do Instituto liulanlan Tomo XI fitsingcri ( Enyalius ), 176 fitsingcri (Laenumctus) , 176 fluminensis (Arthroscps) , 186 frcnata ( Emoca ), 204 frcnata frcnata ( Mabuya ), 204 frcnata ( Mabuia ), 204 frcnata (Mabuya), 204 frcnata ( Mabuya frcnata), 204 fuliginosa alba (Amphisbaena) , 197 fuliginosa (Amphisbaena) , 197 fuliginasa (Amphisbaena fuliginosa) , 197 fuliginosa fuliginosa (Amphisbaena) , 197 garbei (Attolis), 174 garbei (Garbesaura) , 177 Garbesaura, 176 Garbesaura garbei, 177 gaudichaudii (Eepleopus) , 189 Gccko mabouia, 170 gcckoidcs (Gymnadactylus) , 170 Gcckonidac, 168 Gckko rapicauda, 172 . glicschi (Liolaemus), 178 Gonatodes, 169 Gonalodcs humeralis, 169 Gonatodes spinulosus, 169 goyasensis (Phyllopcaus). 171 gracilis (Alopoglossus) , 204 gracilis (Amphisbaena) , 199 gracilis (Pantodactylus) , 194 grilli (O phiodes) , 184 grilH (Ophiodcs striatus), 184 grillii (Anisolepis,) , 173 guaporienia (Mabuya), 204 gucnthcri (Lepidostemon) . 291 guentheri (Leposternon) , 201 guianensis (Dracacna), 189 Gymnadactylus, 169 Gymnodactylus amarali, 169 Gymnodactylus conspicuus, 169 Gymnodactylus gcckoidcs, 170 Gymnodactylus humeralis, 169 Gymnodactylus mattogrossensis, 170 Gymnophthalmus, 190 Gymnophthalmus lincatus, 190 Gymnophthalmus maximiliani, 193 Gymnophthalmus multiscutatus, 191 Gymnophthalmus quadrilincatus. 190 Hcmidactylus, 170 Hcmidactylus mabouia, 170, 171 Hctcrodactylus, 191 Hctcrodactylus imbricatus, 191 Hctcrodactylus lundii, 191 hispida ( A gama ), 182 hispidus (Tropiduros) , 182' hispidus (Tropidurus torquatus), 182 holotropis (Anolis), 174 Homonota, 170 Homonota brachystoma, 171 Hoploccrcus, 171 Hoploccrcus spinosus, 177 humeralis (Gonatodes), 169 humeralis (Gymnodactylus) , 163 Hylosaurus mueltcri, 193 Hylosaurus pcrcarinatus, 193 Iguana, 177 Iguana iguana, 177 iguana (Iguana), 177 iguana (Laccrta), 177 Iguana tuberculatü, 177 Iguanidac, 172 ihcringii (Anisolepis), 173 ihcringii (Enyalius), 176 imbricatus (Hctcrodactylus), 191 infraorbitalc (Lepidostemon). 201 infraorbitalc (Leposternon). 201 Iphisa, 191 Iphisa clegans, 191 «Jaearé-pinima», 185 Kentropyx, 192 Kcntropyx calcaratus, 192 Kentropyx paulensis, 192 Kcntropyx williamsoni , 192 kingii (Anops), 200 kingii (Anopsibaena), 200 kocki (Arthrosaura) , 186 kocki (Prionodactylus), 186 kockii (Arthrosaura), 186 Laccrta ameiva, 185 Laccrta azurea, 182 Laccrta bicarinata, 194 Laccrta iguana, 177 Laccrta lemniscatus, 187 Laccrta lincata, 190 Laccrta mabouya, 203 Laccrta marmorata, 180 Laccrta quadrilineata. 190 Laccrta teguixin, 196 Laccrta tcyrn, 195 Lacmanctus fitsingeri, 176 Lacmanctus undulatus. 173 lacta (Ameiva), 185 lacta ( Ameiva ameiva), 185 «Lagartixa*, 168, 169, 170, 171, 172' .«J, «Lagarto», 178, 179, 180, 181, 182, 183. V 189, 190, 191, 192, 193, 194, 1#> 203, 204- laliccps (Enyalioidcs) , 175 laticcps (Enyalioidcs laliccps), 175 laliccps laticcps (Enyalioidcs) . 175 lecchii (Enyalioidcs), 175 Lcioccphalus, 177 Leioccphalus dunrcrilii, 178 Lcioccphalus tricristatus, 178 Lciosaurus, 178 Lciosaurus paronac, 178 44 cm SciELO 10 11 12 13 14 15 16 índice alphabelico VII ^uniscalus ( Cnemidophorus ), 187 ei, »iiscatus ( Cnemidophorus Icmniscatus ) , , 187 ' "‘mscalus ( Laccrla ), 187 c, nniscatus lemniscatus (Cnemidophorus), 187 j c Pidostcmon crassum, 201 dosternon gucntheri, 201 : e pidosternon infraorbitalc, 201 ■ c Pidoslcrnon microccphalum, 201 : c Pdosternon scutigerum, 202 r c Pidostcrnon simiosum, 203 fPidosteruon wuchcreri, 203 5 e Posorm , 192 j c P°soina percarinatum, 193 c Posoma scincoidcs, 193 e Posonia tacniata, 193 Postcnwn , 200 . c P°stcnion crassum, 201 j C P°stcrnnn gucntheri, 201 . c Postcrnon infraorbitalc, 201 J-Pc-stcnwn microccphalum, 201 ^Postcrnon microccphalus, 201 - c Pasternon octostcgum, 201 _ e P°stcrnon petersii, 202 J-Postemon polystegum, 202 , c P°stcrnon rostratum, 202 JPosternon scutigerum, 202 , í P°stcrnon sinuosum, 203 e Posternon wuchcreri, 203 183 197. 198 190 f Ss °nae ( Diploglossus j , y Uc Ocephala (À mphisbacna ) , .!"*»» (Anolis). 174 !!’ co, a (Laccrla) , 190 1'l^atus (i Gymnophthalmus ) , j[° ce phalus dumerilii, 178 :\° c ephalus tricristatus, 178 ~\ o! ne>nus, 178 Jpiaemus glieschi, 178 jplactnus occipitalis, 179 ' t0, ueinns wicgmannii, 179 !° n °tus (Anisolepis) , 173 h n fü (Hctcrodactvlus) , 191 'Wouia ( Gecko ), 170 '" 'oiua (Hemidactilus), 170, 171 ^j >ou ya dorsiviltata ( Mabuya ), 203 C; - vo ( - Lact ' rl <‘'>, 203 , , - Vn ( Mabuya rmbouya), Lfbouyn mabouya (Mabuya), A;°; !“ «P»Vw, 203 A/°; (° dorsiviltata, 203 . <, o»ía frenata, 204 j. °o:«o nigropalmata, 204 ‘ o6 «ía punctata, 204 203 203 Mabuya, 203 Mabuya agilis, 203 Mabuya agilis agilis, 203 Mabuya agilis dorsiviltata, 203 Mabuya dorsovittata, 203 Mabuya frenata, 204 Mabuya frenata frenata, 204 Mabuya guaporicola, 204 Mabuya mabouya dorsovittata, 203 Mabuya mabouya mabouya, 203 Mabuya nigropalmata, 204 Mabuya punctata, 204 marmorata (Laccrla), 180 marmarata (Norops), 179 marmoratus acutirostris (Polychrus) , 180 marmoratus marmoratus (Polychrus) , 180 marmoratus (Polychrus) , 180 marmoratus (Polychrus marmoratus), 180 mattngrosscnsis (A mphisbacna), 197 mattogrossensis (Gymnodactylus) , 170 maximiliani (Gymnophthalmus) , 193 maximiliani (Micrablcphnrus) , 193 mentalis (Colobosaura) , 188 meridionalis (Colcodactylus) , 108 meridionalis (S phaerodactylus) , 168 mertensii (Amphisbaena) , 198 Micrablcpharus, 193 Micrablcphnrus maximiliani, 193 microccphalum (Lcpidosternon), 201 microccphalum (Lcpostcrnon) , 201 microccphalus (Lcpostcrnon) , 201 Microlophus spinulosus, 181 mildei (Amphisbaena) , 199 mitchclli (Amphisbaena) , 199 modesta (Colobosaura) . 188 modestus (Pcrodactylus) , 188 Monoplocus dorsalis, 192 mucUcri (Hylosaurus) , 193 multiscutatus (Gymnophthalmus), 191 nasofrontalis (Anolis), 174 Ncusticurus, 193 N custicurus bicarinatus, 194 nigropalmata (Mabuiá), 204 nigropalmata (Mabuya). 204 nigropunctatus (Tupinambis) , 196 Norops, 179 Norops marmorata, 179 Norops sladcniac, 179 occipitalis (Liolacmus) . 179 occlifer (Cnemidophorus) , 187 ocelifcr (Tejus), 187 octostcgum (Lcpidosternon) , 201 octostcgum (Lcpostcrnon) . 201 Ophiodes, 184 Ophiodes grilli, 184 Ophiodes striatus, 184 Ophiodes striatus grilli, 184 Ophiodes striatus striatus, 184 45 cm SciELO 10 11 12 13 14 15 16 VIU Memórias do Tnstituto Butantan — Tomo XI Ophiodes siriatus vertebralis, 184 quadrilincatus (.Euspondylus) , 190 j Ophiodes vertebralis, 184 quadrilincatus ( Gymnophthalmus ,), 190 Ophryocssoidcs dumerilii, 178 quadrilincatus (Prionodactylus) , 190 Ophryaessoides tricristatus, 178 «Quebra-quebra», 184 Pantodactylns, 194 rapicanda (Gckko), 166 Pantodactylns amasomus, 194 rapicaudus ( Thecadactylus ), 172 Pantodactylns concolor, 186 ridlcyi ( Amphisbacna ), 198 Pantodactylus gracilis, 194 ridlcyi ( Stcnolepis ), 195 ( Pantodactylus ) quadrilincatus (Ccrcosau- ro.mani (Trctioscincus) , 187 ra ), 190 rostratum (Lepidostcrnon) . 202 Pantodactylus schreibcrsii, 194 rostratum Leposlcrnon) , 207 «Papa -vento», 173, 174, 17S, 176, 177, 180, Saccodcira asurca, 180 181, 183. schreibcrsii (Cercosaura), 194 parnnac ( Aperopristis ), 178 schreibcrsii (Pantodactylus) . 194 1 parnnac (Lciosaurus) , 178 Scincidac, 203 paulcnsis (Kcntrnpyx) , 192 scincoidcs (I.cposoma) , 193 paulista ( Enyalius catenatus) , 176 seutigerum (Lepidostcrnon), 202 pelviceps ( Ccntropyx ), 192 seuligerum (Leposlcrnon), 202 | pcrcarinatum (Lcposoma) , 193 scutipunctatus (Tapinurus) , 181 I percarinalus ( Hylosaurus ), 193 scmitacniata (Agama), 181 Peradactylus modestus, 188 semitaeniatus (Tropidurus) , 181 | petersii (Lepidostcrnon), 202' silvestri (Amphisbacna) , 198 petersii (Lepostcrnnn) , 202 silvestrii (Amphisbacna). 198 petrei (Amphisbacna) , 197 t es maxillares 14, seguidos, após curto diastema, por 2 presas chanfradas; dente 5 palatinos 8, os 2 anteriores pouco maiores do que os demais; dentes pterygoid eoS 16; dentes mandibulares 25, dos quaes 13-14 situados para a frente da p° n ^ do osso articular e 12-11, para trás delia. Pholidose : escamas dorsaes em filas, todas ilisas, e com dupla fosseta apicilar ; escamas da ponta da cauda efl çadas; placas ventraes arredondadas, em numero de 196; placa anal dup^’ placas subcaudaes 112. Olho pouco menor do que metade do comprimento focinho, que é antes saliente do que truncado. Rostral tão larga quanto alta porção visivel de cima cerca de 1/3 da distancia da frontal ; internasaes p° mais curtas do que as prefrontaes ; frontal cerca de 1 vez e 1/2 tão longa qn UCO .I3f>t° larga, pouco mais longa do que sua distancia da ponta do focinho e tão l° n ® a quanto as parietaes; angulo antero-externo da frontal apenas contiguo vezes separado) ao angulo superior da preocular, que é unica e cujo ang 1 anterior está bem proximo (quasi contiguo) e ao mesmo nivel do angulo p ostef0 superior da nasal ; postoculares 3 ; temporaes, todas pequenas, esquamifo rlfleS ' em numero de 2+3; supralabiaes 8, 4." e 5." contiguas á orbita; 5 infralabí ae contiguas ás mentaes anteriores que são mais longas do que as posteriores- Hcmipenis — Dividido, calyculado c não capitado; cálices polygonaes, P r ° fundos, sulco bifido, occupado mesialmente por uma crista longitudinal, col^ de numerosos pequenos espinhos ; porção calycular interna margeada por 3 nitidas de espinhos dispostas parallelamente ao sulco e, de cada lado, atc ponta. Coloração — Corpo pardo-olivaceo em cima, com grandes manchas veft ^ braes pardo-negras, transversaes, subquadrangulares, de bordas anterior e P° terior gcralmente côncavas e de bordas lateraes rectilincas, bordas todas clat 3 as claras inferiores formam de cada lado uma faixa clara longitudinal inteif°|\ pida, em cada intcrvallo de 2 manchas; cabeça pardo-olivacea com 5 faixas esc longitudinaes descontinuas, a mais baixa das quaes atravessa a orbita; 13 pardo-alaranjados com manchas negras; ventre pardo-anegrado com estrias gitudinaes amarello-olivaceas ; ponta da cauda esbranquiçada nos jovens. . de Holotypo — 9 , No. 802 na collecção do Instituto Butantan, procedem Porto Martins, Estado de São Paulo. Allotypo — S , No. 9633 na collecção do Instituto Butantan, procedente Hansa, Estado de Santa Catharina: ventraes 193, subcaudaes 102 p. ; tenip° r ‘ 1 + 3. cm SciELO 10 11 12 13 14 15 16 Amaral — Novo Colubrideo opistoghjpho 209 Paratypos — Constantes da relação abaixo, com as seguintes variações de Pholitlose: postoculares 3 (ás vezes 2, 4 ou 1) ; supralabiaes 8 (excepcional- ^^te 7 ou 9) ; temporaes 2 + 3 (ás vezes 1 ou 3 + 2 ou 4) ; ventraes — 3 í : I8 1 — 204. 9 9 : 189 — 209; subcaudaes — 3 3 : 102 — 119, 9 9 : 90 — 112 . Nota: — Duméril e Bibron assignalam o limite minimo de 178 ventraes Crtl exemplar que provavelmente é desta especie; e Boulenger, o máximo de 213 ventraes e o minimo de 88 subcaudaes no exemplar f do Museu Britannico. RELAÇÃO DOS EXEMPLARES Localidade Sexo Post- Oc. Temp. Sp.- Lab. E.D. V. A. Sb. C. ^° r to Martins, S. Paulo . . . an sa, Santa Catharina .... • 9 3/3 2+3 8/8 21 196 2 112 Holotypo • 3 3/3 1+3 8/8 21 193 2 102 Allotypo ‘ aul) até, S. Paulo • 3 3/3 1+2 8/8 21 191 2 43+ Paratypo ^ m anso, S. Paulo ■ 3 3/2 1+3/ 1+2 8/8 21 190 2 114 » ar ão de Ibitinga, S. Paulo . S. Paulo . 3 3/3 2+3 8/8 21 190 2 112 ■ 3 3/3 1 +3/2+3 8/8 21 192 2 113 » , ant aleão, S. Paulo ■ 9 3/3 2+3 8/8 21 192 2 102 » >er Pentario . 3 3/3 1 +3/2+3 8/8 21 186 2 112 » . 9 3/3 2+3 8/8 21 204 2 101 » f . * ^ lz de Fóra, Minas . 3 3/3 1+3 8/8 21 182 2 105 » . 3 3/3 2+3 8/7 21 196 2 112 "° r ernbatahy, S. Paulo . a *hias Barboza, Minas . . . . üe luz (Areias), S. Paulo . . 3 2/2 1 +3/2+3 8/8 21 187 2 115 » . 9 3/3 1 +3/1+2 8/8 21 201 2 90 . 9 3/3 1+2/1 +3 8/8 21 198 2 100 j,°by, S. Paulo . 3 3/3 2+3 7/8 21 182 2 114 P^embé, S. Paulo . 3 3/3 1+3 8/8 21 190 2 107 » r ata, g_ Paulo - rpu hy, S. Paulo 9 3/3 2+3 8/8 21 195 2 58+ . 3 3/3 1+3 8/8 21 187 2 111 ■, erpe ntario . 9 3/3 1+2/2+3 8/8 21 199 2 104 » , ar 8em Grande, S. Paulo . . . 9 3/3 2+3 8/8 21 202 2 46+ Manoel, S. Paulo 9 3/3 2+3 8/8 21 197 2 109 >has. S. Paulo . 9 3/3 2+3 9/8 21 192 2 103 ^ntario . 3 3/3 2+ 2/2+3 8/8 21 185 2 116 » ^ 0lla Jesus, S. Paulo . 9 3/3 2*1 3 8/8 21 208 2 101 ■» • Q 5t ^’ a s Barboza, Minas . . . . 3 3/3 2+3 8/8 21 198 2 104 » [? Odessa, S. Paulo . 9 3/3 2+3 7/8 21 197 2 107 * Ca ° Filho, S. Paulo . 3 3/3 1+2 8/8 21 186 2 109 > » » ^°8y das Cruzes, S. Paulo . t. etlr °i Minas . 3 3/3 2+3 8/8 21 191 2 110 . 3 3/4 1 +2/2+3 S/8 21 191 2 114 . 9 3/3 2+3 8/7 21 195 2 104 IW Péva . S. Paulo 9 3/3 1+3 8/8 21 200 2 96+ Uca ‘ú, S. Paulo . 9 3/3 2+3 8/8 21 195 2 112 5 210 Memórias do Iiistilulo liulmilan — Tomo XI No. Localidade Sexo Post- Oc. Temp. Sp- Lab. E.D. V. A. Sb. C. 2120 Santa Barbara, Minas 3 3/3 1+2 8/8 21 191 2 110 2558 Leme, S. Paulo 3 3/3 2+2 8/8 21 183 2 109 2560 Pirituba, S. Paulo s 3/3 l*-f-3 8/7 21 187 2 109 2562 Vargem Grande, S. Paulo . . . 9 3/3 2+2/ 1+3 8/8 21 197 2 102 2563 Butantan, S. Paulo 3 3/3 1+2/1+3 8/8 21 191 2 117 3337 Serpentário 5 3/4 2+3 8/8 21 204 2 106 3572 » 3 3/3 2+3 8/8 21 199 2 105 4320 Cayeiras, S. Paulo 9 3/3 1+3 8/8 21 195 2 107 9223 ?, Estação do Norte 3 3/3 1 +3/2+3 8/8 21 191 2 107 9227 Jaraguá, Santa Catharina .... 9 3/3 1+2 8/8 21 197 2 96 9230 Hansa, Santa Catharina 3 3/3 2 +2/2 +3 8/8 21 186 2 115 9260 Carvalho Araújo, S. Paulo .... 9 3/3 24-3/1+3 8/8 21 199 2 100 9262 Araguaya, Espirito Santo .... 9 3/3 2+3 8/8 21 201 2 105 9263 » » » .... 3 3/3 1+3 8/8 21 191 2 110 9264 » » » .... s 3/3 2+3 8/8 21 185 2 104 9281 Hansa, Santa Catharina 9 3/3 1+3 8/8 21 196 2 105 9283 Araguaya, Espirito Santo .... 3 3/3 1 +2/1+3 8/8 21 200 2 115 9285 Hansa, Santa Catharina 3 3/3 1+2/1+3 8/8 21 186 2 112 9286 Alfredo Maia, Espirito Santo s 3/3 1+2 8/8 21 194 2 56+ 9295 Araguaya, Espirito Santo . . 9 3/3 3+3/2+S 8/8 21 203 2 105 9363 » » » 3 3/3 2+3 8/8 21 194 2 116 9376 » » » .... 3 3/3 2+4/2+ 3 8/8 21 190i 2 102 9379 Rio Claro, Rio de Janeiro 3 3/3 2+2/2+4 8/8 21 197 2 118 9381 Araguaya, Espirito Santo ... 9 3/3 2+3 8/8 21 209 2 106 9417 Morro Azul, Rio de Janeiro 9 3/3 3+3 8/8 21 189 2 108 9444 Mogy das Cruzes, S. Paulo . . S .3/3 1+2/1+ 3 8/8 21 191 2 111 9445 Araguaya, Espirito Santo .... 6 3/3 1+3/2+3 8/8 21 189 2 111 9502 Serra Azul, Paraná 3 3/3 1+3 8/8 21 189 2 74+ 9542 Areal. Rio de Janeiro á 3/3 2+3 8/8 21 193 2 64+ 9576 Piquete, S. Paulo 9 3/3 2+|3 8/8 21 206 2 100 9581 Pedra Corrida, Minas 9 3/3 1 +6/2+4 8/8 21 192 2 101 9594 Barão Homem de Mello, Rio <3 3/3 2 f 3/1+2 8/8 21 199 ? 114 9595 Mendes, Rio de Janeiro 9 3/3 2+3 8/8 21 201 2 107 9609 Suzano, Minas 9 3/3 2+3 8/8 21 205 2 109 9616 Baruery, S. Paulo 9 3/3 2+3 8/8 21 204 2 94 9619 Areal, Rio de Janeiro 9 3/3 2+3 7/8 21 200 2 108 9629 Rio Claro, Rio de Tanciro ... 9 3/3 2+3 9/8 21 196 2 66+ 9639 Campo Limpo, S. Paulo 6 3/3 2+3 8/8 21 181 1 111 9662 Baruery, S. Paulo 9 3/3 1 +2/2+3 8/8 21 191 2 106 9663 » » » 9 3/3 2+4 8/8 21 190 2 107 9665 Rio Claro, Rio de Janeiro . . . 9 3/3 2+)3 8/8 21 208 2 104 966 6 Porto das Flores, Minas .... 9 3/3 2-^-3 7/7 21 200 2 105 9684 Araguaya, Espirito Santo . . . 9 3/3 24-3 8/8 21 200 2 107 9693 Mogy das Cruzes 3 3/3 2-i-3 8/8 21 199 2 106 9695 Rio Claro, Rio de Janeiro .. 3 3/3 2+3/2+ 2 8/8 21 191 2 119 9703 Hansa, Santa Catharina 3 3/3 2+3/ 1+2 8/8 21 189 2 112 cm SciELO 10 11 12 13 14 15 16 Amaral — Novo Colubrideo opistoylypho 211 Localidade ^ugenio Lcfèvre, S. Paulo . . K°mem de Mello, Rio de Jau. U ^ an 'Paio Moreira, S. Paulo ^ ai 'sa, Santa Catharina ( ® n genheiro Cesar, S. Paulo !j Si «o, Minas lo Con s.° Zacarias, Paraná Ar; a guaya, Espirito Santo B: Post- Temp. Sp- E.D. V. A. Sb. Oc. Lab. C. 3/3 1+2/2+ 3 8/8 21 205 2 106 Pa: 3/3 2+3 8/8 21 198 2 106. 3/3 2+3 8/8 21 195 2 112 3/3 1+2 8/8 21 190 2 113 1/1 2+3 8/8 21 194 2 64p.+n. 3/3 3+4/2+ 3 8/8 21 208 2 101 3/3 2+3 8/8 21 193 2 105 3/3 2+3 8/8 21 187 2 115 occorre no districto centro-meridional do Mi; r asil, desde a Serra do Mar até o planalto dos Estados de Espirito Santo, 'nas Geraes, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa Catharina (zonas total: 1.185 mm. (cauda: 230 mm). ^ 0s campos e das florestas orientaes). Comprimento máximo : No. 9666 B RESUMO A’ luz de uma revisão tjue acaba de ser feita, a cspecie de Colubrideo 0, "ineo Philodryas serra (Schlegel, 1837) Boulenger, 1896 é subdividida em: ■ serra (Schlegel, 1837), com escamas dorsaes asperas e P. pseudo-serra ^ n 'aral, 1937, com escamas dorsaes lisas. ABSTRACT In the light of a revisionary study which lias just been finished the form Colubridae Boiginae Philodryas serra (Schlegel, 1837) Boulenger, 1896 is P into two species, namely: P. serra (Schlegel, 1837), bearing keeled dorsal Sca ' e s and P. pseudo-serra Amaral, 1937, bearing smooth dorsal scales. I BIBLIOGRAPHIA dinaral, A. do — Contribuição ao Conhecimento dos Ophidios do Brasil. VIII. Lista 2 Remissiva dos Ophidios do Brasil (2. a edição) in Mem. Inst. Butantan 10:142.1936. boulenger, G. A. — Cat. Sn. Brit. Museum 3:134.1896. q Schlegel, H, — Ess. Physion. Serp. 1 (2) :150 et 2:180 tab. VII: 1 & 2. 1837. 5 ‘ Bitsinger, L. — Syst. Rcpt. 1:26.1843. ‘ Bitinérip A. & Dibron, G. — Erpét. Gén. 7:1113.1854. ■j Günther, A. — Cat. Col. Sn. : 1 25 . 1858 . C ope, E. P. — Proc. Amer. Philos. Soc. 11:153.1869. 9 ’ Cope, E. D. — toe. cit. 22:192.1885. Boulenger, G. A. — > Cat. Sn. Brit. Museum 3:134.1896. (Trabalho da Secção de OphioloRia e Zoolopia Medica do Instituto Butantan, recebido em outubro de 1937. Dado li publicidade em dezembro de 1937). cm SciELO 10 11 12 13 14 15 16 598.1281 CONTRIBUIÇÃO AO CONHECIMENTO DOS OPHIDIOS DO BRASIL 10. Redescripção de Philodryas serra (Schlegel, 1837) POR AFRANIO do AMARAL No trabalho anterior, mostrei que, á luz da bibliographia ophiologica, a es Pecie redescripta em 1896 por Boulenger, sob o nome de Philodryas serra, é re almente um composto das 2 formas seguintes : Hcrpetodryas serra Schlegel, ^37, e a nova especie Philodryas pseudo-serra, por mim agora descripta. Acentuei também que a fusão de exemplares de caracteres differentes em uma s ° especie representa um erro commettido em primeiro logar por Duméril e R 'bron, em 1854. Para rectificar esse erroneo conceito de Duméril e Bibron, repetido por ^ünther, Cope e Boulenger, para só citar os principaes herpetologos envolvidos 110 caso daquella fusão, é que fui levado a descrever a nova especie P. pseudo- Sen a (Schlegel, 1837), o que faço agora. Resta-me, portanto, para completar a revisão do assumpto, redescrever a e specic. F > hilodryas serra (Schlegel, 1837) (Figs. 1 — 4; Tab.). hcrpetodryas serra Schlegel, 1837 — Ess. Physion. Serp. 2:180. tab. 7:112. hryophylax serra Dm. & Bibr., 1854 — • Erp. Gén. 7:1113 ( pro parte ). hilodryas serra Günther, 1858 — Cat. Col. Sn. : 1 25 (pro parte). cm SciELO 10 11 12 13 14 15 16 214 Memórias do Instituto Butantan — Tomo XI Tclcolcpis striaticcps Cope, 1869 — Proc. Amer. Philos. Soc. 11:153. Dryophylax serra Jan, 1879 — Icon. Gén. Oph. 49. tab. 4:11 {pro parte)- Tropidodryas serra Cope, 1885 — loc. cit. 22:192 ( pro parte). Philodryas serra Boulenger, 1896 — Cat. Sn. Brit. Mus. 3:134 ( pro parte). Philodryas serra Amaral, 1936 — Mem. Inst. Butantan 10:142.1936 (P r ° parte). Morpliologia — Colubrkleo, Boigineo, opisthoglypho. Corpo e cauda longos, corpo mais longo e mais fino do que em P. pseudo-serra. Cabeça alg° clistincta do pescoço. Crânio : parietal sem rebordo, supero-externo ligado a articulação parieto-supratcmporal ; dentes maxillarcs 13, seguidos, após curto diastema, por 2 presas chanfradas; dentes palatinos 7, os 2 anteriores ber 11 maiores do que os demais; dentes pterygoideos 14; dentes mandibulares 21» dos quaes 11-12 situados antes da ponta do osso articular c 10-9, para tras delia. Plwlidosc — Escamas dorsaes em 21 filas, todas carinadas, carena bem nitida nos 3 3, cujas escamas supra-anaes (e as placas para-anaes), chegam a ser tuberculares ; escamas com dupla fosseta apicillar ; escamas da ponta da cauda lisas; placas ventraes arredondadas, em numero de 226 — 244 (33 :226 — 236 , $ $ : 228 — 244) ; placa anal dupla (ás vezes, unica) ; placas subcaudaes 98 — (33: 101 — 111; $ Ç : 98 — 103). Olho pouco menor do que metade do focinho, que é antes truncado. Rostral um pouco mais larga do qua alta, a porção visivel de cima cerca de 1/4 — 1/5 da distancia da frontal; internasae s pouco mais curtas do que as prefrontaes; frontal cerca de 1 vez e 1/2 a 1 vez e 2/3 tão longa quanto larga, tão longa ou um pouco mais longa do que sua diS' tancia da extremidade do focinho e tão longa ou um pouco mais curta do Q ue as parietaes; angulo antero-externo da frontal geralmente bem contiguo a ° angulo superior da preocular, que é ás vezes dupla e cujo angulo anterior es ta afastado e em nivcl inferior ao angulo postero-superior da nasal (em P. pseud 0 ' serra não existe tal desnivelamento, porque cada prcfrontal não ultrapassa, sob re o lado infero-externo, a borda superior da nasal, conforme acontece em P. serre) > 8 postoculares 3; temporaes esquamiformes, 2 -f 3 ou 2 a 3 4- 4; supralabiaes > 4." e 5“ contíguas ao olho; 5 infralabiaes contíguas ás mentaes anteriores ci lie são mais longas do que as posteriores. Hcmipenis — Dividido, calyculado e não capitado; cálices sub-polygon* 1 ^' razos, sulco bifido, occupado mesialmente por uma crista longitudinal, cobe rta de numerosos pequenos espinhos; porção calycular interna margeada por 1 bem nitida de espinhos dispostos parallelamente ao sulco e, de cada lado, at cm SciELO 10 11 12 13 14 15 16 Amaral — Philodryas serra 2ir> Coloração — Corpo pardacento em cima, com grandes manchas vertebraes Pardo-chocolate, quadrangulares, de bordas em geral rectilineas e mais claras; ^beça parda, com 5 faixas escuras longitudinaes descontinuas, a mais baixa das c l l 'aes atravessa a orbita ; lábios pardo-alaranjados com manchas negras ; ventre Pardacento, geralmente côr de tijolo, salpicado ou manchado de negro; ponta da Cau da esbranquiçada nos jovens. Distribuição — Esta especie occorre nos districtos nordestino, central e Ce ntro-meridional, desde a faixa littoreana até os contrafortes da Serra do Mar ( z °nas maritima e das florestas orientaes). RESUMO Red escrevesse a especie de Colubrideo Boigineo Philodryas serra (Schlegel, ^37) ( depois de desmembrados os exemplares portadores de escamas dorsaes lis as, nella erroneamente incluídos por Duméril e Bibron, em 1854, Günther, em ^858, Cope, em 1885 e Boulenger, em 1896. Estes exemplares pertencem á e spe c ie P. pseudo-serra Amaral, 1937. ABSTRACT The species of Colubridae Boiginae Philodryas serra (Schlegel, 1837) is r edescribed following the elimination of all specimens bearing smooth dorsal Ca les which had erroneously been included in it by Duméril and Bibron in I 854 , Günther in 1858, Cope in 1885 and Boulenger in 1896. Such specimens be long to the species P. pseudo-serra Amaral, 1937. (Trabalho da Secção de Ophiologia c Zoologia Medica d» Instituto Butantan, recebido em novembro de 1937. Dado á. publicidade em dezembro de 1937). cm SciELO 10 11 12 13 14 15 16 Mcm. Inst. ijutantan •'Mahal — Philorf ruas pseudo-serra, P, serra. Vol. XI — 1 037 cm SciELO Philodryas pseudo-serra Mem. lnst. Hutantiin V»l. XI - 1937 Amaiiai, Philod ruas pseudo-serra, /’. serra SciELO cm Philodryas serra SciELO 10 11 12 13 14 15 16 598.128.1 CONTRIBUIÇÃO AO CONHECIMENTO DOS OPHIDIOS DO BRASIL 11. Synopse das Crotalideas do Brasil POR AFRANIO do AMARAL (Com 29 gravuras no texto ) 1.” PARTE As serpentes solenoglyphas estiveram, durante muitos annos, reunidas numa ^ faniilia, sob a denominação de Viperidae. Este grupo, criado em 1840 por ° n aparte ( in Mem. Accad. Torino 2.2:393), prevaleceu até os fins do século Assado, quando Boulenger, o grande especialista do Museu Britannico, ainda 0 re conheceu (m Cat. Sn. Brit. Mus.3:463 et 518.1896) como uno. Isto occor- feu . apesar de vários auctores já haverem precedentemente proposto, em termos peitáveis pelas Regras Intemacionaes de Nomenclatura Zoologica, a divisibi- aa de do alludido grupo em 2 famílias bem distinctas. Assim é que, para uma 'kstas Par: , Fitzinger, em 1843 (in Syst. Rept. :28), criara o nome Chcrsophes e, ra a outra, a denominação Bothrophes. Sem falar em outras designações que 1190 Podem ser reconhecidas pelo codigo internacional de nomenclatura, diversos ° m «s foram applicados a estas 2 famílias. Delles, Viperidae e Crotalidae, Cr iados por Cope, respectivamente, em 1859 (in Proc. Acad. Nat. Sc. Philadel- Ia ; 333 ) e 1864 (in loc. cit. :231) receberam, durante muito tempo, a prefe- etlc 'a dos herpetologos. As 2 famílias Viperidae e Crotalidae incluíam grande numero de formas facilmente se reunem nos 2 distinctos grupos correspondentes, a saber: A. Fosseta lacrimal ausente; osso maxillar não escavado em cima l. a família. cm SciELO LO 11 12 13 14 15 16 218 Memórias elo Institulo liutanlim — Tomo XI 13. Fosseta lacrimal presente; osso maxillar escavado em cima 2.“ familia. Sob o ponto de vista da systematica, estes 2 grupos poderiam ficar subordi- nados a uma superfamilia, caracterizada pela verticalidade dos ossos niaxi liares e para a qual seria cabivel o nome Crotaloidcae, proposto por Stejneger (in Buli 58 U. S. Nat. Mus. :256. 1907). Cabe, porém, accentuar que Stejneger, ao crig ir aquella superfamilia, mostrara (in loc. cit. :442) que a denominação Vipcridac não podia prevalecer na nomenclatura, porque o nome generico Vipcra, que l* ie dera origem, fora criado somente em 1768 por Laurentius (in Syn. Reptilium :99) e é synonimo de Colubcr, criado por Linneu (in Syst. Nat. 1:216.1758), c0111 antecedencia de uma década. Sem embargo disto e em virtude da confusão ( l ue resultaria da fixação do nome Colubcr como typo dessa familia de serpentes sol e ' noglyphas (a qual teria de receber a denominação de Colubridae, já preoccupada por um grupo de serpentes desprovidas de presa inoculadora), Stejneger crioU 0 nome Cobridac, cujo genero typico é Cobra Laurentius, 1768 (in loc. cit . : 103) , tomado, in sensti strictiorc, como synonymo de, e preexistente a, Bitis Gray, 1^42 (in Zool. Miscell. :25 ct 69). Dessa discussão da matéria resulta que as serpentes solenoglyphas (sup er ' familia Crotaloidcae ) , caracterizadas pela posse de maxillares verticaes, se ag rU pam em 2 familias, a saber : A. Fosseta lacrimal em cima ausente; osso maxillar não escavado Cobridac B. Fosseta lacrimal em cima presente ; osso maxillar escavado Crotalidae Destas familias, a l.“ (Cobridac) não tem representantes no hemispherio o c cidental, isto é, nas regiões nearctica e neotropica. A 2.“ (Crotalidae ) , todav’ 3 ' é quasi característica desta parte do mundo, porque, embora possua representai^ 5 em outras regiões, a maioria destes occorre nas Américas. A familia Crotalidae subdivide-se em 2 subfamilias reconhecidas desde (in Rept. U. S. Nat. Mus. :1 131 . 1898), assim: a) presença de appendice caudal articulado (“crcpi- taculum”) Crotalinae. b) ausência de appendice caudal articulado LachcsitUfC ■ Não só na região neotropica, como na região nearctica, occorrcm reprcs el1 tantes destes 2 subgrupos, havendo do 2.° formas também na região paleard ca Da subfamilia Crotalinae fazem parte dois generos, assim reconhecíveis • cm SciELO 10 11 12 13 14 15 16 Amap.au — Synopse das Crotalidcas do Brasil 21 !) 1 • T«po da cabeça coberto de escamas maiores ou menores, algumas escutiformes Crotalus Linneu, 1758. 2. Topo da cabeça coberto de escudos bem con- figurados Sistrurus Garman, 1883. Do genero Crotalus, que é peculiar ao hemisphcrio Occidental, occorrcm representantes nas duas regiões, neotropica e nearctica. O genero Sistrurus é Por bem dizer typico da região nearctica, pois apenas uma de suas especies (5\ ravus ) se encontra no México oriental e, pois, bem pouco para fóra da divisa Meridional, aliás pouco nitida, daquella zona. A subfamilia Lachesinae comprehende tres generos, que assim se distinguem : 1 • Topo da cabeça coberto de escudos con- figurados Agkistrodon Eeauvois, 1799. Este genero também occorre na região palearctica e, no nosso bemispberio, Mas regiões nearctica e neotropica, mas seu unico representante neotropico (A. oitincatus) só se distribue do México até Honduras. 2. Topo da calaça coberto de escamas ou escudos irregulares : 2a. Escamas supracephalicas granulosas, escamas dorsaes com carena tubercular ; escamas da ponta da cauda longas e espinhosas Lachesis Daudin, 1803. 2b. Escamas .supracephalicas chatas e carinadas; escamas dorsaes em carena mais ou menos alongada ; escamas da ponta da cauda não dis- tinctas das demais Bothrops Wagler, 1824. Estes dois generos são exclusivos da região neotropica. Por mero desconhecimento da matéria, muitos auctores confundem sob a s ° denominação de Lachesis as formas componentes desses 2 generos acima, os 'lUaes, segundo mostrei em 1926 ( in Rev. Mus. Paulista 14:39-40), se apartam ‘Pndamental mente ainda pelos seguintes caracteres, de indiscutível valor taxo- lomico : a) dentes pterygoideos, cuja série ultrapassa a articulação transverso- Pteryg 0 id ea nas especies de Bothrops e não a ultrapassa na especie unica de ^ ac hesis ; b) pulmão tracheal, que occorre nas varias especies de Bothrops e não c °'Hparece, nem sob forma vestigial, na especie unica de Lachesis: cm SciELO LO 11 12 13 14 15 16 220 Memórias do Instituto Butnntan — Tomo XI c) systema de reproducção, que é ovo-viviparo nas varias especies de Bothrops e oviparo na especie unica de Lachesis, segundo mostrei em 1927 ( í,! Rev. Mus. Paulista 15:43-45). A’ luz da systematica é, portanto, erro, e erro crasso, incluir no genero Lachesis certas serpentes solcnoglyphas, como a Jararaca, a Jararacussu, 3 Urutú e outras especies affins, cujos caracteres satisfazem, no mais alto gra u > á definição de Bothrops. (*) 2.» PARTE Esclarecidos, desse modo, os pontos mais importantes da systematica das Crotalideas em geral, passemos a assignalar synopticamentc a differenciação das especies occorrentes no Brasil. Definição: Serpentes relativamente grossas, de escamas asperas, de cabeça distinota (bem mais larga do que o pescoço), de cauda curta, de pupilla vertical (confo r ' mada á vida nocturna), providas de 2 grandes presas moveis na parte antero- superior da bocca e caracterizadas particularmente, assim pela presença de escava- ção superior nos ossos maxillares, como pela posse de um orifício (fosseta lacrimal) entre a narina e a orbita, á maneira de uma narina supplementar de cada lado, donde decorre a denominação de “cobras de 4 ventas”, que lhes dá o p° v0 ' Differenciação: + • Presença de appendice caudal articula- do (“crepitaculum”) : chocalho ou guizo (Fig. A) subfam. Crotalimc: Flg. I. Topo da cabeça com escamas irregu- lares, ás vezes escuti formes sobre o focinho (Fig. B) gen. Crotalus Linneu, 1758. <«> (*) Eaie erro fundamental, de animilaçáo da» eupecie* de Bothrop» no genero Lachllit, ainda recenlem<*° ,é perpetrado por J. Vellard in Boi. Sec. Agric. Ind. Com. Pernambuco 1 (1) :30. 1936 et 2 (2) :192 et •«‘l** cm SciELO 10 11 12 13 14 15 16 Amaral — Synopsc das Crotalideas do Brasil 221 Especie unica no Brasil (Fig. 1) C. terrificus (Laurentius, 1768) Nota: Esta cspecie é representada no Brasil pela raça Crotalus terrificus terrificus, da qual, em 1927 (m Rev. Mus. Paulista 15:89-91) registei duas varie- dades, a saber: a) cnllirhombcatus b) Ei*. B mareas nucaes sob a for- ma de losangos marcas nucaes sob a for- ma de 2 faixas lineares . longitudinaes collilmeatus. (**) Nomes vulgares : Cascavel ; Cascavel de quatro ventas (nordeste) ; Boicininga ou Boiçununga e Mara- cá (Amazônia), Boiquira (sul), Maracaboia (centro). Distribuição gcographica: Forma commum a todas as zonas seccas do pais, es peeialmente abundante no centro e nordeste e relativamente rara no extremo sul. A esta sub-differenciação, que parece ainda estar em vias de constituição, c °rresponde um caracter chromatico predominante no veneno de cada uma delias : a v ar. collirhombcatus, que occorre sobretudo no nordeste, possue um veneno Wasi sempre amarellado, ao passo que a var. collilineatus, que se encontra sobre- tll do no sul, apresenta um veneno de côr quasi sempre esbranquiçada. Sendo a c °r do veneno funeção de sua composição chimica (segundo mostrei in Buli. Anti- Ve nin Inst. America 3:7.1929), pode-se acceitar a forma nordestina como uma especie physiologica bem distincta da especie physiologica representada pela forma Meridional. Ausência de appendice caudal articulado, subfam. Lachcsinae: Topo da cal>eça com escamas granulosas (Fig. C.) ; escamas dorsaes com carena tubercular (Fig. D) ; escamas da ponta da cauda longas e espinhosas (Fig. E) . . gen. Lachesis Datjdin, 1803: Especie unica do genero (Fig. 2) L. muta (Linneu, 1766). Nomes vulgares: Surucucu (Amazônia e centro). Surucucu de fogo (nordeste), Surucucu pico de jaca (Bahia), Surucutinga ou Surucucutinga dentro e sudeste). I{ . v 1 1 Rprfnkmrnlí, Klnnhrr, Inlvrz por nüo hnvrr rotnprrhrnditlo o que ru rscrevl rm vrrnaciilo naqiirlla (p. 90), npplicamlo cu cbsc# doia nome»' u '* vurirdndca", íc* crcr que cu Ihci «lera valor capccifiro. cm SciELO LO 11 12 13 14 15 16 222 Memórias do Instituto Butantan — Tomo XI Distribuição gcographica : Especic encontrada na região propriamente tr0 picai, onde habita as matas e florestas. 1 1 . Topo da cabeça com escamas chatas e carinadas (Fig. F) ; escamas dorsaes com carena alongada (Fig. G) ; escamas da ponta da cauda não distinctas das demais (Fig. gen. Bothrops VVaglrr, cm 2 3 4 5 6 SCÍELO 10 n 12 13 14 15 16 Amarai, — Si/nopse das Crotalideas do Brasil IIA. Cauda prehensil (Fig. I): 223 UB. Fig. I Placas subcaudaes quasi todas inteiras, em numero de 71 a 83 ; colorido do dorso cinzento com faixas trans- versaes castanho-escuras, bi fidas e a terminarem em 2 pontos negros de cada lado; colorido do ventre parda- cento com manchas amarellas um pouco esparramadas sobre os flancos (Fig. 3) B. castelnaudi D. et B., 1854. Distribuição gcographica: Especie rara, dendricola acci- dental, procedente das zonas septentrional e centro-occi- dental. Placas subcaudaes quasi todas divididas, em numero de 56 a 71 ; colorido do dorso verde, com uma série de pintas amarello-avermelhadas de cada lado da linha ver- tebral e com uma lista puncti forme de côr amarella de cada lado do ventre (Fig 4) B. bilineata (Wied, 1825). Nomes vulgares: Surucucu de patioba, Surucucu de pindoba e Patioba (sul da Bahia), Ouricana e Uricana e Surucucú pinta de ouro (sertão da Bahia), Jararaca verde (centro até Espirito Santo). Distribuição gcographica : Especie dendricola, própria á Bahia e outros districtos da zona hygrophila tropical. Cauda semi-prehensil (Fig. J): Fig. j "lAN cm 2 3 4 5 6 SCÍELO lo h 12 13 14 15 16 221 Memórias do Instituto Butantan — Tomo XI a. Placas subcauuaes divididas em geral, mas com nitida tendência á união, em numero de 48 a 65 ; colorido do dorso pardo-amarcllado, com marcas lateraes subtrian- gularcs ou irregulares e com o centro claro (Fig. 5) B. insularis (Amaral, 1921) Nome vulgar: Jararaca ilhoa. Distribuição gcographica : Especie semi-dendricola, con- finada á Ilha da Queimada Grande (littoral de S. Paulo). IIC. Cauda não prehensil (Fig. K) : Fig. K IIC’ Placas subcaudaes quasi todas divididas: IIC’a. Borda anterior da fosseta lacrimal formada pela 2. a supra-labial (Fig. L) : Fig. L 1 . Supralabiaes geralmente 7 ; escamas dorsaes forte- mente carinadas (ca rena curta e subtubercular ) em 23 a 33 filas; ventraes 180 a 231; colorido do dorso roseo-pardacento com estreitas manchas lateraes an- gulares, ligadas de leve a 2 pintas negras para ventraes (Fig. 6) B. atrox (LinneU, Nomes vulgares: Caissaca (nordeste) c Jararaca (norte). Distribuição gcographica: Especie terrestre encontra- da em toda a zona tropical até S. Paulo. cm SciELO 10 11 12 13 14 15 16 Amaral — Sgnopsc das Crolalideas do Brasil 225 2. Supralabiaes 8; escamas dorsaes fortemente carinadas, em 25 filas; ventraes 164 a ?; colorido do dorso cin- zento amarellado com estreitas manchas lateraes an- gulares, ligadas de leve a 2 pintas negras para-ventraes (Fig. 7) B. neglecla Amaral, 1923 Distribuição geographica : Especie terrestre, oriunda da Bahia. 3. Supralabiaes geralmente 8; escamas dorsaes fraca- mente carinadas (carena longa e baixa), em 20 a 27 filas; ventraes 175 a 216; colorido do dorso verde- olivaceo, com estreitas manchas lateraes suh-triangu- lares ou irregulares, geralmente confluentes com 2 pintas negras paraventraes (Fig. 8) B. jararaca (Wied, 1824). Nomes vulgares : Jararaca, Jaraca ou Jaracá, Jara- raca dormideira, Jararaca preguiçosa, Jararaca da mata virgem, Jararaca do cerrado e Jararaca do campo. Distribuição geographica-. Especie terrestre, distri- buída da Bahia para o sul e communnissima especial- mente no Paraná e Santa Catharina. Nota: Segundo mostrei alhures ( in Contrib. Harvard Inst. Trop. Med. & Biol. 2:26.1925), a nossa Jara- raca foi confundida com a “Fer-de-lance” da Mar- tinica por Boulenger (in Cat. Sn. Brit. Mus. 3:535.1896) sob o nome de Lachcsis lanccolatus, o que levou muitos auctores, mesmo brasileiros, a lhe applicarem este nome. Ora, como a serpente da Mar- tinica (lanccolatus) , descripta por Lacepède em 1789, é um estricto synonymo da especie atrox, descripta por Linneu em 1758 e á qual corresponde a nossa Cais- saca, cuja nitida separação da Jararaca foi entre nós de ha muito estabelecida, não se comprehende a razão de se terem aqui applicado a estas especies dois nomes scientificos, que afinal representam uma só e mesma forma. Denominar a nossa Jararaca de Lachcsis lan- ccolatus é imperdoável, porquanto não corresponde á especie lanccolatus ( — atrox), nem ise pode ligar ao genero Lachcsis. 9 226 Memórias do Instituto Butantan Tomo XI 4. Supralabiaes geralmente 8; escamas dorsaes nitida- mente carinadas (carena sublonga e alta), em 23 a 27 filas; ventraes 170 a 186; colorido do dorso ama- rello-escuro com largas (bem abertas) manchas late- raes ligadas de leve a (jovens), ou confluentes com (adultos), 2 pintas negras para-ventraes (Fig. 9) B. jamracussu Lacerda, 1884. Nomes vulgares : Jararacussú ou Jararacussú verda- deiro, Jararacussú malha de sapo, Cabeça de sapo ou Patrona (Bahia e nordeste), Jararacussú tapete, Urutú dourado, preto, amarello ou estrella e Suru- cucu dourado (Rio de Janeiro e sudeste de Minas Geraes). Distribuição geographica : Especie semi-acpiatica, en- contradiça á beira de brejos e correntes nas zonas baixas desde o littoral do sul e leste até o centro-oeste. 5. Supralabiaes 8; escamas dorsaes nitidamente cari- nadas (carena longa e alta) cm 27 filas; ventraes 164 a 167 ; colorido do dorso amarello-pardacento com es- treitas manchas lateraes, confluentes a 2 pintas para- ventraes (Fig. 10) B. pirajai Amaral, Distribuição geographica: Especie procedente do sul da Bahia. lIC’b. Borda anterior do fosseta lacrimal separada da 2. a supra- labial (Fig. M). ! Fig. M 1 . Supralabiaes 8 a 11; escamas dorsaes distinctamente carinadas (carena longa e baixa) em 29 a 35 filas; ventraes 165 a 190; colorido do dorso pardacento com grandes ocellos lateraes, por vezes confluentes longi- tudinal ou transversalmente ; topo da cabeça annegra- do, com um desenho esbranquiçado, mais ou menos irregular, ao centro (Fig. 11) B. alterna ta D. et B., ^ 10 cm SciELO 10 11 12 13 14 15 16 Amaral — Synopse das Crotalideas do Brasil 227 3. Nomes vulgares : Urutú, Cruzeiro ou Cruzeira, Co- tiara ou Coatiara e Jararaca rabo de porco (extremo sul) ou Jararaca de agosto (região da Lagoa dos Patos) . Distribuição geographiea : Espccie terrestre, própria da zona serrana, desde o sudeste de Minas Geraes, através de S. Paulo e até Rio Grande do Sul. Supralabiaes 8 a 9 ; escamas dorsaes distinctamente carinadas (carena longa e baixa), geralmente em 27 filas (25 a 29) ; ventraes 152 a 165; colorido do dor- so verde-olivaceo com manchas lateraes pardo-negras sub-triangulares, cada ponta correspondente e super- posta a uma pinta negra para-ventral ; topo da cabeça annegrado, com um desenho esverdeado claro, em forma de dupla cruz, mais ou menos irregular, ao centro (Fig. 12) B. eotiara (Gomes, 1913). Nomes vulgares: Cotiara ou Coatiara, Boicotiara (S. Paulo e Paraná), Jararaca preta (centro de Santa Catharina). Distribuição geographiea : Especie terrestre, encontra- da na zona serrana do sudeste de Minas Geraes, su- doeste do Rio de Janeiro c nordeste de S. Paulo e, depois, do Paraná para o ,sul. Supralabiaes 8; escamas dorsaes distinctamente cari- nadas (carena longa e baixa) em 25 a 27 filas, ven- traes 150 a 160; focinho não truncado, nem recurvo; colorido do dorso roseo ou tijolo em series de pintas lateraes negras, simples ou duplas e superpostas; topo da cabeça rubro-pardo, geralmente com manchas anne- gradas, sendo 1 impar, anterior sobre o focinho (in- ter-canithal ) e 2 ou 3 pares posteriores, geralmente fundidos em forma de uma estria parietal de cada lado (Fig. 13) B. itapetiningac (Boulenger, 1907). Nome vulgar: Cotiarinha. Distribuição geographiea : Especie própria ao interior de S. Paulo e Paraná. 11 cm SciELO LO 11 12 13 14 15 16 228 Memórias do Instituto IUitnntan Tomo XI 12 4 . 5. Supralabiaes 7 a 8 ; escamas dorsaes distinctamente carinadais (carena longa e baixa), em 19 a 21 series; ventraes 139 a 158; focinho algo truncado e recurvo para cima; colorido rio dorso pardo avermelhado, com manchas lateraes escuras, triangulares, próximas entre si ; topo da cabeça pardo com 1 faixa clara transversal sobre o focinho e 1 marca também clara, em forma de 8 irregular, na região fronto-parietal (Fig. 14) B. erythromelas Amaral, 19$' Distribuição geographica: Especie terrestre, própria dos districtos áridos da zona nordestina (da Bahia ao Ceará). Supralabiaes 8 ou 9, sendo mais longa a 4. a ; escamas dorsaes distinctamente carinadas (carena longa e baixa), em 21 a 25 series; ventraes 160 a 170; focinho 'seini- pontudo; subocular separada das supralabiaes por 1 serie de escamas ; colorido do dorso pardo com faixas transversaes escuras; topo da cal>eça escuro com uma 6 . ponta clara irregular sobre a coroa (Fig. 15) B. iglesiasi Amaral, Distribuição geographica: Especie procedente do sertão do Piauhy. Supralabiaes 8 a 9, sendo mais longas a 3." e 4.* ; esca- mas dorsaes distinctamente carinadas (carena longa e baixa), em 21 a 27 series; ventraes 163 a 187; focinho semi-pontudo ; subocular separada das supralabiaes por 2 a 3 series de escamas; colorido do dorso variavel, desde o oliva ao roseo, com manchas lateraes irre- gulares, escuras e tarjadas de branco, oppostas, alternadas ou confluentes ás do outro lado e rodea- das de pintas (manchas menores) de igual colorido ; topo da cabeça pardacento com 3 a 5 marcas, sendo 1 impar sobre o focinho (inter-canthal) c 1 a 2 pares parietaes (ás vezes fundidos), negras, tarjadas de branco (Fig. 16) B. ncmviedii WagleR- Nomes vulgares: Jararaca ou Jararaca-de-rabo-branco (S. Paulo até o extremo sul), Bocca-de-sapo (Matto Grosso), Ralxi-de-osso (Goyaz) e Tira-peia (nordeste). 1923. 1® 24 cm SciELO 10 11 12 13 14 15 16 Amaral — Synopse das Crotalideas do Brasil 229 Nota : Segundo mostrei recentemente (in Contrib. Harvard Inst. Trop. Biol. & Med. 2:56-62, tabs. XIII-XVL 1925; Mem. Inst. Butantan 4:114-115 et 237-239. 1930 et 10: 158-160. 1936), a especie B. newmedii é sub-divisivel em raças geographicas, dis- tribuídas pelos differentes districtos do Brasil, com excepção apenas do valle amazonico, onde a especie ainda não foi assignalada. (Trabalho da Secção de Ophiologia e Zoolo K ia Medica do InBtituto Butantan, recebido em outubro de 1937. Da- do A publicidade em dezembro de 1937). 13 cm SciELO LO 11 12 13 14 15 16 Amaral — Synopse das Crolalideas do Brasil. Fig. 2 Lachcsis mula Mcm. Inst. Rutantan Fig. 1 Crotalus terrificus Vol. X[ — 1937 cm . s? Mem. Inst. Butantnn Amahal Sfjnopse das Crolahdcas do Brasil . Bothroí) !t bilinvala SciELO Fig. 3 Ilothrops castelnaudi Amaiiai, — Synopsé das Crotalideas do Brasil. Mcm. Inst. Butantan Vol. XI — 1937 Flg. 5 Bothrops insularia Fig. 6 Bothrops nlrox Amahal — Sunopse das Crolalideas do lirasil, Mem. Inst. Butantan Vol. XI — lí) 37 Fig. 7 Itolhrops neglecta Fig. 8 Ilothrops jararaca aiiai, — Sijnopsc das Crotalideas do Brasil. Mem. Inst. Tíutnntnn Vol XI li) 3 7 llothrups pirajai SciELO cm Fig. 9 Ilolhrops jararacussu Amaiial Synopse das Crolalideas do Brasil. Mcm. I nst. Butantan Vol. XI — 1037 Fig. 15 Dolhrops iglesiasi Fig. 16 flothrop a neuwiedil 598.128G ESTUDOS SOBRE OPHIDIOS NEOTROPICOS 34. Novas notas sobre a fauna da Colombia e descripção de uma especie nova de Colubrideo aglypho. POR AI-RANIO do AMARAL De meus distinctos correspondentes na Colombia, Rev°. Niceforo Maria, do Instituto de La Salle, Bogotá, e Rev°. Daniel, do Collegio Departamental de San José, Antioquia, recebi ha algum tempo vários novos exemplares de repteis para effeito de identificação. Desses exemplares, um representa especie nova para a sciencia e dois correspondem a formas ainda não registradas na Colombia. As localidades em que foi colligido este material são as seguintes: Barran- quilla (Atlântico) ; Bello (Antioquia) ; Carare (Santander) ; Cúcuta (fronteira da Venezuela) ; Girardot (Rio Magdalena) ; Ibagué (Tolima) ; La Ceja (An- tioquia) ; La Estrella (Antioquia) ; Medellin (Antioquia) ; Muzo (norte de Bogotá) ; Pueblo Rico (Chocó) ; Sasaima (noroeste de Bogotá) ; San Pedro (Antioquia) ; Rio Negro (Antioquia) ; Sibaté (sul de Bogotá) ; Sonsón (sul de Medellin, Antioquia) ; Titiribi (rio Cauca, oeste de Medellin, Antioquia) ; Villavicencio (Meta, leste de Bogotá). Esse lote, composto de 23 exemplares, corresponde a 19 formas differentes, a saber: Fam. TYPHLOPIDAE Helmintliopliis canellei Mocquard, 1903 11. cancllci: Amaral — - Mem. Inst. Butantan 4:8, 135.1929 (1930). Esta especie, cujo typo procede do Panamá e que não havia ainda sido registada na Colombia, caracteriza-se pela presença de 4 supralabiaes, 2 preo- cm SciELO 10 11 12 13 14 15 16 232 Memórias 'morada dc pardo; ventre claro no centro, com pintas pardas lateraes. cm SciELO 10 11 12 13 14 15 16 234 Memórias do Instituto Butantan — Tomo XI Stuart (3), tratando dos exemplares occorrentes na Colombia, distribuiu-os peilas seguintes formas: E. b. boddacrtii (Sentzen), no Sul e no Centro; E. q ui1i ' quelineatus (Steindachner), no Leste c no Norte; E. ruthvcni Stuart, na Sierra Nevada. Si estivesse correcta a relação entre essa differenciação e a distribuição geographica, assignaladas no referido trabalho, os 2 exemplares ora por mim exami- nados deveriam chorologicamente corresponder á forma typica, o que não acon- tece, pois o de No. 33 corresponde á forma de Duméril e Bibron. Tenho, aliás, a impressão de que Stuart, para reconhecer aquellas formas, foi levado a subdividir excessivamente a especie boddacrtii, dando valor exaggerado a cara- cteres chromaticos, pois as differenças morphologicas que assignalou, não sa° nitidas, nem convenientes. Assim é que, ao distinguir E. ruthvcni de E. q u,n ' quelineatus e de E. boddacrtii, se baseou no “maior numero de subcaudaes”. O ra ' o numero que registou destas placas varia de 114 a 121 ; no entanto, Bouleng eI (4) já havia assignalado em exemplares da forma typica, oriundos da Vene- zuela e das Guianas, o limite de 113 a 115 subcaudaes. Dendrophidion bivittatum (Dm. & Bibr., 1854) Drymobius bivittatus: Amaral — Mem. Inst. Butantan 4 : 1 54 . 1929 ( 1930) • Dendrophidion bivittatum-. Amaral — loc. cit. 9:210.1935. No. 39 (C. D.), procedente de Medellin. Adulto á : Spl. 9/9; D. 17; 148; A. 2; Sbc. 92 p.. Dimensões: Comprimento total 690 mm.; cauda 230 mm.. Colorido: Dorso acinzentado, com as 2 faixas paravertebraes nitidas e con 1 uma linha negra longitudinal entre a 2a. e a 3a. series de escamas. Plirynoiiax poecilonotus shropshirei (Barbouk & Amaral, 1924) P. p. shropshirei: Amaral — Mem. Inst. Butantan 4:317. Fig. 4,156. (1930); Buli. Antivenin Inst. America 4(4) :91 . 1931. Esta raça é representada na collecção por um unico exemplar: No. 155 (I. L. S.), procedente de Muzo. Aulto <í , com a seguinte ph 0 * 1 ' dose: Spl.? (lábios mutilados); D. 24 (23); V. 203; Sbc. 115 p.. Dimensões: Comprimento total 1380 mm.; cauda 330 mm.. Colorido: Pardo alaranjado, com o dorso listado de amarcllo e as csca pintadas de preto; ventre avermelhado, mudando para pardo até anegrado P° s teriormente. cm SciELO 10 11 12 13 14 15 16 Amaral — Ophidios da Colombia 23õ Leimadophis epinephelus (Cope, 1862) L. epinephelus'. Amaral — Mem. Inst. Butantan 4:165.1929(1930) et 9 :21 1 . 1935 ; Buli. Antivenin Inst. America 4(4) :91 . 1931. Representada na collecção por 2 exemplares: No. 34 (C. D.), procedente de Titiribi. Adulto & : Spl. 8/8; D. 17; V. 147; A. 2; Sbc. 53 p. ; 5/4 infralabiaes contiguas ás mentaes anteriores. Dimensões: Comprimento total 470 mm.; cauda 115 mm.. Colorido: Ventre amarello-roseo com manchas negras. No. 41 (€. D.), procedente de La Ceja. Adulto S : Spl. 8/9; D. 17: V. '53; A. 2; Sbc. 52 p. ; 4/4 infralabiaes contiguas ás mentaes anteriores. Dimensões : Comprimento total 450 mm. ; cauda 95 mm.. Colorido: Ventre avermelhado com manchas pretas. Lygophís taeniurus albiventris (Jan, 1863) L. t. albiventris: Amaral — Mem. Inst. Butantan 4:21,170.1929(1930) et 9 -21 1 . 1935 ; Buli. Antivenin Inst. America 4(4) :9 1 . 193 1 . No. 147 (I. L. S.), procedente de Villavicencio. Adulto 9 : Spl. 7/7; D. 17 i V. 137; A. 2; Sbc. 67 p.. Dimensões: Comprimento total 420 mm.; cauda 110 mm.. Colorido: Azul olivaceo (sem a camada córnea), com a região vertebral ^is escura e a paraventral mais clara, separadas posteriormente por uma linha nc S r a, tarjada de claro, que se accentua ao longo da cauda ; ventre claro levemente inchado de negro. Exemplar anomalo, desprovido de f renal e com 1 só preocular, represen- tat] do talvez um hybrido das 2 raças occorrentes na Colombia — albiventris e i6i l t’ r rf a cauda. Micrurus spixii Wagler, 1824 M. spixii: Amaral — Mem. Inst. Butantan 4:232.1929(1930). Esta especie, que não havia ainda sido registada na Colombia, é representa 1 na collecçâo por um exemplar: V. No. 145 (I. L. S.), procedente de Cúcuta. Jovem 9 : Spl. 6/7; D. I a ’ 200; A. 2; Sbc. 24 p. ; temporaes 2 + 2. Dimensões: Comprimento total 210 mm.; cauda 15 mm.. Colorido: Dorso branco-roseo, com 10 triadas de aneis pretos sobre corpo e 1 sobre a cauda, cuja ponta é preta; focinho negro até a altura região ocular. da da cm SciELO 10 11 12 13 14 15 16 Amaral — Ophidios da Colombia 239 Fam. CROTALIDAE Bothrops atrox (L., 1758) B. atrox: Amaral — Mem. Inst. Butautan 4:234.1929(1930); 7:123.1932 e ‘ 9:216.1935; Buli. Antivenm Inst. America 4(4) :94. 1931. No. 156 (I. L. S), procedente de Pueblo Rico. Adulto $ : Spl. 8/8; D. 25; '• 171; Sbc. 53 p. ; carina das escamas dorsaes bem alta e curta, conforme ^signalei anteriormente (5). Dimensões: Comprimento total 1420 mm.; cauda 170 mm.. Colorido: Roseo pardo, com manchas escuras tarjadas de claro em forma A de cada lado, ás vezes fundidas com as oppostas de sorte a constituírem ^ transversaes, donde o nome vulgar de “Echis”, que recebe a especie na Colombia. RECTIFICAÇAO Devido á minha ausência na Europa, não pude acompanhar a revisão das pr ov as dos “Estudos sobre Ophidios Neotropicos” XXXII e XXXIII, que, em ^35, publiquei no vol. IX destas Memórias. No texto desses trabalhos appare- Cer atn algumas transposições de linha cuja rectificação aproveito a opportu- ,1,r Iade para fazer: la., á pagina 213, a 4a. linha do texto relativo a Atmctus latifrons (Günther) '' e ve passar para a 3." linha do texto relativo a Atractus niceforoi Amaral. Essa !' n ha está assim redigida: “na collecção do Instituto Butantan: Spl. 7; D. 15; V - 146; A. 1; Sbc. 22p.”; 2a., a indicação bibliographica de Atractus loveridgci Amaral deve ser ] ter- çada com a relativa a Atractus niceforoi Amaral. 3a., a pagina de gravuras das “Novas Especies de Ophidios da Colombia" 4 Presenta como Fig. 5 o desenho dorsal de Leptocalamus limitaneus, o qual deve lcar como Fig. 2; de seu lado, a Fig. 2 representa o desenho em semi-perfil de ^ P°stolcpis niceforoi, o qual deve ficar como Fig. 5. ABSTRACT In a lot of serpents lately received from Colombia representatives of two ^ >es wcre found which liave never lx'en registered in that country, namely: el> ninthopliis canellci Mocquard, 1903 and Micrurus spixii Wagler, 1824. s Pec lll ' í an r An cm SciELO 10 11 12 13 14 15 16 590.1 Regras internacionaes de nomenclatura zoologica TRADUCÇÃO PARA O PORTUGUÊS 2 a EDIÇÃO POR AFRANIO do AMARAL PREFACIO DA 2. a EDIÇÃO A procura que teve a 1* edição da traducção portuguesa, por mim publica- ^ a új Memórias do Instituto Butantan 5:235-264.1930, das Regras Internacionaes Nomenclatura Zoologica, veiu mostrar a falta que uma iniciativa dessa ordem es biva a fazer aos círculos biologicos do Brasil e de Portugal. Anima-me a publicar esta 2, a edição a circunstancia de haverem sido emit- idas, por parte da Commissão Internacional de Nomenclatura Zoologica, 19 ll0v as opiniões que tomaram os Nos. 115 a 133, sobre questões que, de 1931 em ^' a nte, foram por ella esclarecidas e cuja divulgação em nosso idioma se tornou ^Periosa. São Paulo, dezembro de 1937. JUSTIFICAÇÃO DA 1.» EDIÇÃO Ha muitos annos se vem fazendo sentir nos meios scientificos do Brasil e '' c Portugal a necessidade duma edição portuguesa das Regras Internacionaes Nomenclatura Zoologica, obrigados como se vêem os technicos dos dois países a ° manuseio constante de edições em linguas estrangeiras, com cujas particula- bdades nem sempre têm elles a ventura de estar familiarizados. A crescente C ° n tribuição, oriunda de Portugal c especialmente do Brasil, ao progresso da cm SciELO 10 11 12 13 14 15 16 242 Memórias do Instituto Uutantan Tomo XI zoologia em geral c da zoologia medica em particular, justifica por sem duvida o esforço que resolvi fazer ao traduzir aqucllas Regras para a nossa lingua. Na verdade, deste assumpto já me venho oceupando ha alguns annos. Assim é que, em 1925 e 1926, publiquei, na Revista do Museu Paulista, varias notas sobre Questões de Nomenclatura Ophiologica, para justificar a passagem, p al ‘ a a synonymia, de algumas especies de ophidios consideradas até então como va- lidas. Também em 1925 o Harvard Institute for Tropical Biology and Medicine reuniu no volume II de suas "Contributions” uma serie de artigos meus, em alguns dos quaes tratava eu de repôr em seus devidos termos outras questões attinentes á nomenclatura de ophidios neotropicos. Ao ter conhecimento desses trabalhos que estavam a revelar um provável interesse por este assumpto em nosso meio, o secretario da Commissão Interna- cional de Nomenclatura Zoologica e membro do Instituto Nacional de Saude Washington, Prof. Charles W. Stiles, me convidou, em fins de 1927, a traduzi 1 para o português o importante Codigo, que tão precioso auxilio tem prestado 3 quantos trabalham em systematica zoologica. Parece-me desnecessário encarecer a necessidade da introducção de um Co- digo dessa natureza em nossa lingua, porquanto ao nosso meio é perfeitanien lL applicavel a opinião, expressa por aquella Commissão, de que se pode com seg 11 ' rança asseverar que relativamente poucos zoologos, ao começarem a sua carreR 3 profissional, fazem uma idéa, perfunctoria que seja, das questões de nomend 3 ' tura, devido especialmente a que não se exige ainda, em nossos Collegios ° u Faculdades, qualquer conhecimento de grammatica zoologica por parte daquelC" que se candidatam a um diploma scicntifico. Por isso mesmo, é de esperar q 11 ' a presente edição receba benevolo acolhimento da parte dos zoologos brasileR 0 "’ e portugueses, cujas suggestões serão tomadas no devido apreço para a prog reS siva melhora do trabalho em futuras tiragens. São Paulo, setembro de 1930 cm SciELO 10 11 12 13 14 15 16 Amaral — Regras de nomenclatura zoologica 24 :! REGRAS E RECOMMEND AÇÕES CONSIDERAÇÕES GERAES Artigo 1 - A nomenclatura zoologica é independente da nomenclatura bo- tânica no sentido de que o nome de um animal não se rejeita simplesmente por s ^r idêntico ao nome de uma planta. Si, todavia, um organismo é transferido do reino vegetal para o animal, seus nomes botânicos devem ser acceitos em no mendatura zoologica com seu valor botânico original ; e si um organismo é trans- ferido do reino animal para o vegetal, seus nomes retêm o valor zoologico. Recommendação — Faz-se bem em evitar a introducção em zoologia de nomes gene- r ‘cos já em uso em botanica. Artigo 2 - A designação scientifica de animaes é uninominal para subge- beros e todos os grupos mais altos, binominal para especies e trinominal para subespecies. Vide Opiniões Nos. 19, 20, 24, 35, 43, 46, 50, 54. Artigo 3 - Como nomes scientificos de animaes se devem usar palavras f 10e sejam latinas ou latinizadas, ou então consideradas e tratadas como taes, n o caso de não serem de origem classica. NOMES DE FAMÍLIAS E SUBFAMILIAS Artigo 4-0 nome de uma familia se forma pela addição da terminação l dac e o de uma subfamilia, pela addição de inac, á raiz do nome de seu genero t.Vpo. Artigo 5-0 nome de uma familia ou subfamilia deve ser mudado quando Se troca o nome de seu genero typo. NOMES GENERICOS E SUBGENERICOS Artigo 6 - Os nomes genéricos e subgenericos estão sujeitos ás mesmas ^ e gras € recommendações e, do ponto de vista da nomenclatura, são coordenados, lst ° é, possuem o mesmo valor. Vide Opinião No. 72. cm SciELO 10 11 12 13 14 15 16 244 Memórias do Instituto Butantan — Tomo XI Artigo 7 - Um nome generico torna-se subgencrico, quando o genero cor- respondente passa a subgenero, e vice-versa. Artigo 8 - Um nome generico deve consistir de uma só palavra, simpl eS ou composta, escripta com letra maiuscula inicial c empregada como substantivo no nominativo singular. Exemplos: Canis, Perca, Ceratodus, Iíymcnolep^. Rccommendação — Certos grupos biologicos, propostos distinctamente como grup 35 collectivos e não como unidades systcmaticas, podem ser tratados por convcaiiencia co®° si fossem generos, mas sem requererem especie typo. Exemplos ; Agamndistcnnum, A» 1 ' phistomulum. Agamofilaria, Agamomcrmis, Sparganwn. Vide Opinião No. 44. Recommcndaçõcs — As seguintes palavras podem ser usadas como nomes gcneric° s a) Substantivos gregos, com os quaes se devem seguir as regras de transcripÇ* latina [transliteração (vide Appendicc F)]. Exemplos: Ancylus, Amphibola, Aply sU> ’ Pompholyx, Physa, Cylichna. b) Vocábulos gregos compostos, nos quaes o attributivo deve preceder a palav^ 3 principal. Exemplos: Stcnogyra, Pleurobranchus, Tylodina, Cyclcstomum, Sarcocys ,lS ’ Pclodytcs, Hydrophilus, Rhisobius. Isto. todavia, não exelue vocábulos formados á maneira de Hippopotamus, isto vocábulos em que o attributivo sugue a palavra principal. Exemplos: Philydrus, Diorh >- a ' c) Substantivos latinos. Exemplos; Ancilla, Aurícula, Dolium, Harpa, Oliva, ó-d jectivos {Pr a sina) e participios passados ( Productus ) não são recommendados. d) Vocábulos latinos compostos. Exemplos: Stiliger, Dolabrifcr, Sctnifusus. e) Derivados gregos ou latinos que exprimam diminuição, comparação, semelbaní 3, ou posse. Exemplos : Dolium, Doliolum; Strongylus, Eustrongylus; Limax, Linutcd^' Limada, Limadna, Liimdtcs, Limacula; Lingula, Lingulella, Lingulepis, Lingulina, •^' |l gulops, Lingulopsis; Ncomcnia, Proneomcnia; Buleo, Archibutco; Gordius, Parag° r " í Polygordins. í) Nomes mythologicos ou heroicos. Exemplos: Osiris, Vénus, Brisinga, VelR^’ Crimora. Si não forem latinos, tacs nomes devem receber uma terminação latina (At9 l rus, Gündulia) . g) Nomes proprios usados pelos antigos. Exemplos; Cleópatra, Belisarius, h) Patrouymicos modernos, aos quaes se junta uma terminação que denote dcdicat prl3 a. Nomes que acabam por uma consoante, recebem a tcrmnação iux, i a > 0 ium. Exemplos: Sclysius, Lamarckia, Kõllikcria, Miillcria, Stalia, Krpyefia, lbaãc-ut (i o ^ (j. Nomes que acabam pelas vogaes c, i, o, u, ou y, recebem a terminação <>s, 0 um. Exemplos: Blainvillca, Wyvillea, Cavolinia, Fatioa, Bernaya, Qunya, Schulsca. Y . Nomes que acabam por a, recebem a terminação ia. Exemplo; Dcmaia. ç . Em nomes genéricos formados de patronymicos, omit tem-se as partícula 8 ^ ^ não estejam ligadas com o nome, mas retêm-se os artigos. Exemplos: Blainvillca, denia, Chiajea, Lacepedca, Dumcrilia. 4 Amaral — Regras de nomenclatura zoologica 245 s . Com patronymicos que consistam de dois vocábulos, apenas um destes se usa formação de um nome genérico. Exemplos : Sclysius, Targionia, Edxvardsia, Dathiersia. Z ■ O uso de substantivos proprios na formação de nomes genéricos compostos e objcctavel. Exemplos: Bugrimmia, Buchiceras, Hcromorpha, Mõbiusispongia. i) Nomes de navios que se devem considerar como mythologicos (V cga) ou como Patronymicos modernos. Exemplos; Blakea, I Iirondellca, Challcngcria. j) Nomes barbaros, isto é, de origem não classica. Exemplos: Vtmikoro, Chilosa. acs palavras podem receber uma terminação latina. Exemplos; Yctus, Fossarus. k) Palavras formadas por combinação arbitraria de letras. Exemplos: Neda, Clan- Cu, us, Salifa, Torix. l) Nomes formados por anagramma. Exemplos; Dacelo, Verlusia, Linospa. Artigo 9 - Si um genero é dividido em subgeneros, o nome do subgenero vPico deve ser o mesmo que o do genero (vide Art. 25). Artigo 10 - Quando se desejar citar o nome de um subgenero, colloca-se Csse nome entre parentheses depois do generico e antes do especifico. Exem- fos : Vanessa ( Pyrameis ) cardui. NOMES ESPECÍFICOS E SUBESPECIFICOS Artigo II - Os nomes específicos e subespecificos estão sujeitos ás mes- regras e recommendações e, do ponto de vista da nomenclatura, são coor- 'kftados, isto é, possuem o mesmo valor. Artigo 12 - Um nome especifico torna-se subespecifico, quando a especie c ° r respondente passa a subespecie, e vice versa. Artigo 13 - Embora substantivos específicos derivados de nomes de pes- s ° a s se possam escrever com letra maiuscula inicial, todos os demais nomes es- P ec ificos devem ser escriptos com minuscula inicial. Exemplos: Rhizostoma Kvicri ou Rh. Cuvieri, Francolinus Lucani ou F. lucani, Hypoderma Diana ou • diana, Laophontc Mohammed ou L. mohammed, CEstnis ovis, Corvus corax. Artigo 14 - São nomes específicos: a) Adjectivos que grammaticalmcnte devem concordar com o nome gene- r ' c °' Exemplo: Felis marmorata. b) Substantivos no nominativo em apposição ao nome generico. Exetn- : Felis leo. I' c) Substantivos no genitivo. Exemplos : rosac, sturionis, antillarum, gal- ,cte > sancti-pauli, santac-hclcnac. cm SciELO 10 11 12 13 14 15 16 246 Memórias do Instituto Butantan — Tomo XI Si o nome é escolhido como dedicatória a uma ou mais pessoas, forma-se n genitivo de accordo com as regras de declinação latina, desde que o nome tenha sido empregado e declinado em latim. Exemplos: Plimi, Aristotclis, Victof v, Antonii, Elisabcthac, Pctri (nome dado). Si o nome é um patronymico moderno, forma-se sempre o genitivo P*** addição, ao nome exacto e completo, de » si a pessoa for homem, ou de ae 51 a pessoa for mulher, mesmo que o nome tenha uma forma latina; colloca-se 0° plural si a dedicatória comprehende varias pessoas do mesmo nome. Exempl°' • Cuzieri, Mõbiusi, N une si, Merianae, Sarasinorum, Bosi (não Boz-is), Sa-'' nü ’" (não Salmonis ). Recommendofão — O melhor nome especifico é um adjectivo latino, curto, euph°° c ‘ c dt facil pronuncia. Vocábulos gregos, latinizados ou barbaros podem, todavia, ser usado*- Exemplos: gymnocrphalus, echinoccccus, ziesoc, oguti, hoaclli, urvbitinga. E' bom evitar-se a introducção dos nomes typieus e t ypus para designar espeoes °' s subcspccks novas, porquanto taes nomes são sempre capazes de produzir confusão í uta ra - VUe Opiniões Nos. 8, 50, 64. Air. iço 15-0 emprego de nomes proprios compostos que indiquem dedi- catória, ou de vocábulos compostos que indiquem comparação com um obje ctl> simples não representa exoepção ao Art. 2. Nestes casos, os dois vocábulos £ l uf compõem o nome especifico são escriptos como uma só palavra com ou hyphcn. Exemplos: Sanctac-Catharinac ou sanctaccatharinac, Jan-Mayeni 011 janmayeni, cor nu- pastoris ou cornupastorís, cor-anguinum ou corangninum, (€ ^ c -nulli ou ccdonulli. Expressões como rudis planusquc não são admissíveis como nonie especificos. Vide Opinião No. 50. Artigo 16 - Nomes geographicos devem ser empregados como substanti' -0 * no genitivo, ou collocados em forma adjectiva. Exemplos: sancti-pauh, sonc ,al -hclcnac, cdzoardiensis , diemenensis, mageüanicus, burdigalcnsis. xnndobo ****** Recommena'a(ão — Nctncs geograpbicos usados pelos romanos ou escriptotes Ia**** da idade media devem ser adoptados parecer ligados a nomes proprios. Exemplos: subviridis, subchelatus, Pseudaeanthus, ^*eudophis, Pscudomys. Palavras coroo sub-IVilseni e pseudo-graleloupana não são recom- endadas. As terminações oides c ides só devem ser empregadas em combinação com substanti- v °* gregos ou latinos; não o devem cm combinação com nomes proprios. cm SciELO 10 11 12 13 14 15 16 248 Memórias do Instituto Butantan — Tomo XI Nomes geographkos e patronymicos de paises que não têm orthographia reconhecida ou que não usam o alphabeto latino, devem ser transcriptos para o latim de accordo cotn as regras adoptadas pela Sociedade Geographica de Paris (Vide Appendice, letra G). Na creação de novas designações baseadas em nomes proprios e pessoas, escripto* algumas vezes com ã, õ ou ü, outras vezes com ae, oe e ue, recommenda-se que o* auetores adoptem ae. oe e ue. Exemplo : mutUeri de preferencia a mStteri. NOME DE AUCTOR Artigo 21-0 auctor de um nome scientiíico é aquella pessoa que primeiro publica o nome ligado a uma indicação, definição, ou descripção, a menos q ue esteja claro no texto da publicação que alguma outra pessoa é responsarei P° r tal nome e sua indicação, definição, ou descripção. Artigo 22 - Desejando-se citar, o nome do auctor deve seguir o nome seien- tifico sem interposição de qualquer signal de pontuação ; outras citações que se desejem (data, sp. emend., sensu stricto, etc.) devem seguir o nome do auctor. ficando delle separadas por virgula ou parentheses. Exemplos: Priniates Linneu* 1758, ou Primatas Linneu (1758). Recommenda(ão — Na abreviação do nome do auctor de uma designação sdentibe*- o escriptor andará bem si seguir a lista de abreviaturas publicada pelo Museu Zoo!ogP £í de Berlim (1). Artigo 23 - Quando se transfere uma espede para um genero differente do original ou se combina o nome especifico com qualquer nome generico dif * c ' rente daquelle com que o primeiro foi publicado originalmente, deve-se reter :l3 notação, mas collocar entre parentheses, o nome do auctor de tal designaÇ 30 especifica. Exemplos: Tacnia lata Linneu, 1758. e Dibothrioccphalus (Linneu, 1758) ; Fasciola hepatica Linneu, 1758, e Distoma hepatic' ,v> (Linneu, 1758). Desejando-se ritar o auctor da nova combinação, escrere-se-lhe o n ° :1>c depois das parentheses. Exemplo: Limnatis nilotica (Savigny, 1820) Moqu' n ' Tandon. 1826. Artigo 24 - Quando se divide uma espede, as espedes restrictas 3 *l uC estava ligado o nome especifico original da espede primitiva, podem receber uma notação que indique, tanto o nome do auctor original, quanto o do revis pr ' Exemplo: Tacnia solium Linneu, partim, Goeze. (1) Li«t« der Autor** vooUfi«*h*r Art-uod Cottmagmomea >B«imai*af*«t*llt *»n fu r Natorkundo in Berlia. B#rlm. 2. Anflaç*. t°, UH. Zoolof en d»* cm SciELO 0 11 12 13 14 15 16 Amaral — Regras de nomenclatura zoologica 249 lei de prioridade Artigo 25-0 nome valido de um genero ou especie só pode ser aquelle sob que um genero ou especie foi primeiro designado, contanto que: a) Tal nome tenha sido publicado e acompanhado de uma indicação, ou definição, ou descripção; e b) O auctor tenha applicado os principios de nomenclatura binaria. Vide Opiniões Nos. 1, 2, 4, 5. 9. 10. 12, 13, 15-17, 19-21, 24. 28. 37-40, 46, 49-54, *-59, 65-67, 73-78, 84, 85. 87, 88, 90. NOTA DO TRADUCTOR; Dfcvo irisar aqui que a redacção deste ar tigo 25, sobre a lei de prioridade, foi modificada e ampliada pelo Congresso Internacional de Zoologia reunido cm Budapest, Hungria, de 4 a 9 de se- tembro de 1927. Com as modificações introduzidas, conforme rccommcn dação unanime da Commissão Internacional de Nomenclatura Zoologica, este artigo 25 ficou assim redigido: Artigo 25 — O nome valido de um genero ou especie só pode ser aquelle sob que um genero ou especie foi primeiro designado, contanto que : a) tal nome (antes de 1.® de janeiro de 1931) tenha sido publicado e acompanhado de uma indicação, ou definição, ou descripção: e b) o auctor tenha applicado os principios de nomenclatura binaria. c) Tcdavia, qualquer nome generico ou especifico publicado após 31 de dezembro de 1930 só terá caracter de aprevcitabilidade (e. portanto, também de validez) á luz das Regras, si for, c somente depois que for, publicado, (1) com um resumo de caracteres (ou diagnose: ou definição; ou des- cripção condensada) que differcncie ou distinga o genero ou a especie. de outro genero ou especie; (2) ou com uma clara citação bibliographica de tal resumo de caracte- res (ou diagnose; ou definição; ou descripção condensada). Ainda mais. (3) tratando-se de um nome generico. com a designação definida c clara da especie typo (ou genotypo; ou autogcnotypo ; ou orthotypo). Outrosim. a alludida Ccmmissão adaptou ainda a seguinte resolução: a) pede-se a qualquer auctor que, ao publicar um nome como novo. de- clare positivamente que elle é novo, que faça esta declaração apenas em uma publicação (isto é, na primeira), ç que não junte a data ao nome no momento de sua primeira publicação. b) pede-sc a qualquer auctor que, ao citar um nome generico, especifico, ou subespecifico, indique pelo menos uma vez o do auctor c o anno da pu- blicação do nome citado, ou uma indicação biblicgraphica completa. cm SciELO 10 11 12 13 14 15 16 250 Memórias do Instituto Butantan — Tomo XI A P PLICA Ç AO DA LEI DE PRIORIDADE Artigo 26 - A decima edição do Systtma Naturac de Linneu (1758) e ° trabalho que iniciou a applicação geral consistente da nomenclatura binaria biologia. Portanto, a data 1758 é acceita como ponto de partida da nomencla- tura zoologica e da Lei de Prioridade. Vide Opiniões Nos. 3, 12, 13, 15, 16, 51, 52. maií Artigo 27 - A Lei de Prioridade prevalece e por consequência antigo nome aproveitável se retém: a) quando se designa qualquer parte de um animal antes do propn® anima! ; b) quando se designa qualquer phase evolutiva antes do adulto; c) quando os dois sexos de um animal se têm considerado como espe^® distinctas ou mesmo como pertencentes a generos differentes; d) quando um animal representa uma successão regular de gerações <ü* se ' melhantes que se têm considerado como pertencentes a espccies distinctas oU mesmo a generos differentes. Vide Opiniões Xos. 44, 48. Artigo 28 - Um gencro formado pela fusão de dois ou mais generos 0,1 subgeneros recebe o nome valido mais velho, genérico ou subgenerico. de s* 05 componentes. Si os nomes tiverem a mesma data. prevalecerá o escolhido r* primeiro revisor. A mesma regra é applicavel quando se unem duas ou mais espccies ou sU ^* especies para formar uma só espccie ou subespecie. CS*** Recommendação — Na ausência de qualquer revisão previa, rccomnvnda-se o belecimento da precedcncia pelo seguinte processo: a) Um nome generko accmpanliado de especificação de um typo tem precede 1 *** a um nome sem tal especificação. Si todos os generos tiverem, ou nenhum tiver, especificados, dá-se preferencia iquelfe nome generico cuja diagnose for a mais aproP fiao ^ • b) Um nome especifico acompanhado de descripção e gravura tem preferencia a acompanhado só de diagnose, ou só de gravura. 'meif® c) Em igualdade de condições, deve-se preferir aquellc nome que apparecc na publicação (precedcncia de pagina). Vide Opinião No. 40. Artigo 29 - Si se divide um gencro em dois ou mais generos restricto^ nome valido deve ser retido para um dos generos restrictos. Si um typo 10 cm SciELO 0 11 12 13 14 15 16 Amaral — Regras de nomenclatura zoologica 231 sido estabelecido originalmente para tal genero, retém-se o nome generico para o genero restricto que contenha esse typo. Recommendofão — Para facilitar a citação, recommen da-se que, quando se tomar uma Wpecie mais antiga como typo de um genero novo, se combine realimmte o nome deila com o novo nome generico que se citará também com o nome antigo do genero. Exemplo : CilbrrteUa Eigenmann, 1903, Smithswiion Misc. Oll., v. 4.', p 147, typos Gilberlclh alata (Steindachner) = Anaeyrtus alatut Stcináachner. Vide Opinião Xo. 10. Artigo 30 - A designação da especie typo de generos deve obedecer ás seguintes regras ( a-g), applicaveis na seguinte ordem de precedencia: Vide Opiniões Nos. 11. 14. 18, 23. 31-33, 42, 43. 43, 62, 68, 69, 71, 79, 81. 86 I. Casos em que o typo generico é acceito apenas por motivo da publicação °riginal : a) Quando, na publicação original de um genero, uma das especics é posi- tivamente designada como typo. essa especie será acccita como typo. a despeito 'k quaesquer outras considerações (Typo por designação original). (Vide Opinião No. 7). b) Si, na pubicaçâo original de um genero. o termo typicus ou typus for 11 sado como um novo nome especifico para uma das especics, este será tomado c °*no “typo por designação original”. c) Um genero proposto com uma só especie original toma essa especie c °nto typo ( Generos monotypicos). (Vide Opiniões 6, 9, 22, 30, 42, 47). d) Si um genero. sem typo originalmente designado (como cm a) ou indi- co (como em b), contém entre suas especies originaes uma que possua com 0 caracter especifico ou subespecifico o nome generico, seja clle valido ou syno- n >tnico, tal especie ou subespecie se torna ipso facto typo do genero (Typo por ^ntonymia absoluta). (Vide Opiniões Nos. 16, 33. 35). II. Casos em que o typo generico não é acceito apenas por motivo da I^blicação original. e) Excluem-se de consideração as seguintes especics na determinação de *7Pos de generos (Vide Opiniões Nos. 14, 32, 35, 56) : % . Especies que não estavam incluídas sob o nome generico por occasiâo publicação original. {j. Especies que eram especies inquirendae no ponto de vista do auctor nome generico, por occasiâo da publicação. Y- Especies que o auctor ligou cm duvida ao proprio genero por elle ^do. 11 cm SciELO 10 11 12 13 14 15 16 252 Memórias do Instituto Butantan — Tomo XI f) Caso um nome generico sem typo originalmente designado seja pro- posto como substituto para outro nome generico, com ou sem typo, o typo de qualquer dos dois, uma vez estabelecido, torna-se ipso facto typo do outro. Opiniões Xo s. 9, 46) . g) Si um auctor, ao publicar um genero com mais de uma especie valida- deixa de designar (como em a), ou de indicar (como em b e d) o typo, este pode ser escolhido por qualquer auctor subsequente e tal designação não esta sujeita a mudança (Typo por designação subsequente). (Vide Opiniões Nos. 6. O sentido da expressão “escolher o typo” deve ser tomado ao pé da letra- selecção de um typo. III. Recommcnda(ões — Xa escolha de typos por designação subsequente, os auro- res farão bem cm yoguir as seguintes recommendações : facilmente obtenivel ou áquella de que se pode obter um exemplar typo. o) Dar preferencia a uma especie pertencente a um grupo que contenha um nl tão grande quanto possível de especies (Regra de De Candolle). p) Em generos parasitarios escolher, si possível, uma especie que occorra no b ou algum animal usado como alimento, cu em alguma especie hospedeira muito c c espalhada. 9. 10, 32, 56). Menção de uma especie como illustração ou exemplo de um genero, não constit’-'- h) Em caso de generos linneanos. escolher como typo a espede mais coram» 00 * medicinal (Regra linneana, 1751). j) Si o genero contém especies excticas c não exóticas no ponto de vista do a0< * original, a escolha do typo deve recahir em especie não exótica. k) Si algumas das especies originaes tiverem sido classificadas em outros g CI * r deve-se dar preferencia ás especies que houverem permanecido no genero original (Tf? por eliminação). n) Dar preferenda á espede mais bem descripta, figurada, ou conberida. ou 12 Amaral — Regras de nomenclatura zoologica 253 q) Em igualdade de condições, preferir uma cspccie qi*.- o auctor dc genero tenha tea lmente estudado quando, ou antes que, propôs o genero. r) Tratando-se de escriptores que costumam collocar como cabeça (“chcf de file”) uma certa espede principal ou typica e descrever as demais por meio de citação compa- rativa com ella, a escolha do typo deve recahir na alhidida espede. s) Tratando-se de auctores que adoptavam a “regra da primeira especie” como cri- tério para a fixação dos typos genéricos, as primeiras espedes por ellcs designadas devem ter tomadas como typos dos respectivos generos t) Em igualdade de condiçcA-s. deve prevalecer a precedenria dc pagina na escolha do typo. Artigo 31 - A divisão de uma especie em duas ou mais cspecies restrictas *std sujeita ás mesmas regras que a divisão de um genero. Mas um nome espe- cifico que indubitavelmente se baseie em um erro de identificação, não pode ser retido para a especie mal determinada mesmo que ella seja mais tarde collocada cm genero differente. Exemplo: Tacnia pectinata Gocze, 1782= Cittolacnia Pectinata (Goeze), porém a especie erroneamente determinada por Zeder, 1S00, como "Tacnia pectinata Goeze” = Andrya rhopaloccphala (Richm) ; a especie de Zeder não recebe o nome de Andrya pectinata (Zeder). Vide Opinião No. 13. REJEIÇÃO DE NOMES Artigo 32 - Um nome genérico ou especifico, uma vez publicado, não pode *cr rejeitado por motivo de falta de propriedade, nem mesmo por seu auctor. Exemplos: Nomes como Polyodon, Apus, albus, etc., uma vez publicados, não devem ser rejeitados pela al legação dc que indicam caracteres contradictorios a °s apresentados pelos animaes assim denominados. Artigo 33 - Um nome não deve ser rejeitado por causa de tautonymia, isto e . por serem idênticos ao nome gencrico o nome especifico ou o subcspedfico. Exemplos: Trutta trutta, Apus apus apus. Artigo 34 - Um nome generico deve ser rejeitado como homonymo quando •touver sido previamente usado para algum outro genero **) de animaes. Exemplo: (1) Além da nrfafl • wU» tirÍM *rupa«. •« la f il n ••• «I» frand* ***dada para •• aartam. parlar *1 uaa dada Mm# nl«ranira. |n#tM #a laprífrarfica. »•(< arm- >Wa anta. voa caatalK ante* da cr#aç •• d# mi*« —ar» ftiuri aaiU • latara nodaa#a d» , — c. D. Samoa*. atiailian *»dai Maia m qua# «b A. D 17*1. |ta»fíU« «I tp#o#bi« a a im altura ^*a«rta »aal. ValaliWii rrwiilMm adiatialiU» a Carla Davu «Itrriam enafeata*. Vri» 1 a kaleedr* janua- ira, .i t,~m 4mmW ú. imo. m:. r>. A «Wtiaufi* akn 1M1-MS* »•!« appanaaAa «m p»mi. 2* 5. II. f Cl— M- NmrwUtor aaa l af tota. Luta alpkaUlka d# tada* •• fcaarka* qua tem iada Ij^ada* par nataralúta* para «atacara racaalc* a fa*aa d e ad# a« Umpa* aai* rraaalM alá • fua da acusa d# tm 2 paru*: I. L»*ta i«ppka«Ur. II. lalti uaiivrial. Taikii|laa, 1U2, I*. ^ C. O. Yimaotu. lairi iaaW»«* I-*«U alpkaUtara da faarra* * *ab«carra* prapa«ta« para a*a cm ''■'i « • citada* M Zaal«xteal Rccacd. IIM-IHIO a lW.lfll, juoliarnu ra*a aalra* aaa#« naa incluída* M >a- 13 cm SciELO 10 11 12 13 14 15 16 254 Memórias do Instituto Butantan — Tomo XI Trichina Owen, 1835. nematoide, é rejeitado como homonymo de Trich » *> Meigen, 1830. insecto. Vide Opiniões Xo*. 12, 29, 83. CODIGO DE ETHICA Sem se arrogar o arbitro de pontos de ethica geral, a Commissão está persuadida que ha uma face deste assumpto sobre que tila é competente para falar, e, assim, a peito suggere ao Congresso a adopção da seguinte resolução: Considerando que — a expericncia tem demonstrado que auctores não raramente P“‘ blicam por inadvertência, como novas designações de generos ou especies, nomes que e*tí ü preoccupados. c Considerando que — a expericncia tem demonstrado que ouros auctores, ao descobn* rem tal homonymia, têm publicado novos nomes para substituir aqueües homonymos, Fica resok-ido que — quando algum zoologo notar que o nome generico ou especin c ° publicado por qualqtjer auctor vivo como novo c realracnte tun homonymo e, pois, in>4*®’ veitavel á luz dos artigos 34 e 36 das Regras de Nomenclatura, sua acção no caso der* ser, do ponto de vista da ethica profissional, notificar ao alludido auctor os factos encc°' trados e dar-lhe ensejo amplo de propor um nome em substituição. Artigo 35 - Um nome especifico deve ser rejeitado como homonyn* 1 quando tiver sido previamente usado para alguma outra espccie ou subespe 00 do mesmo genero. Exemplo: Taenia ovilla Rivolta, 1878 (sp. n.) é rejeita^ como homonymo de T. avilta Gmclin, 1790. Quando, por consequência da união de dois generos, dois animaes difl e rentes, que possuam o mesmo nome especifico ou subespecifico, são incluír- em um genero. o nome especifico ou subespecifico mais recente deve ser rej c: tado como homonymo. Nomes cspecificos da mesma origem e siginificação serão considerados monymos si se distinguirem entre si apenas pelas seguintes difíerenças: a) Uso de ac, oe e c, como caendeus, coeruleus, ceruleus; ci. i e 001,1 chiropus. cheiropus: c e k como viicrodan, mikrodon. b) Aspiração ou não aspiração de uma consoante, como oxyryncus, 0 rhynchus. — ' meoeUlor 7ooloo irtti d. S. H. Cooip.I*4o ••• por Ck.rl». O... V.IrrHoo-. • «**»*• P«» D *’ l.ndr.., 1»S . ms. «*. •* — Tb. 7o.lo« ir.l Rr»or4. XXXVIII (w «.). Coo li» <*■«•« 4. liuroton "lotir. - •KM do ÍSOI <« •«(.). toodt... 1W Ur »| ). *®. Min 4o »on 4o oo-oi .moro. • rok«r»r*o' „*!*• — RniiUf rum imUcíkW An*«n. P»»kí>e««U pnr J. V. Crnu. Awri l-lt(lITt-lMT) . 11-1'* u-:o( im-itt?), :i :3(ir>«-iw2). Lipri*. w. iro, iw. iw. r». ^ ^ _ >'«m#ncUt*r inmilnm istrrum ri «a Wr nr rum. Eili ir*ri (ItlA rf *r»d» publicr«U V * T Pr«uMM«h« Akr = au SI = i «V = eu

) Anrãistomum. e não An.oistoma (Srptvt rpov) Ancistrodon. c não A^histrodon (#fa) Rke a (ippaia) //rrmaea. e não Erma ca G. — Translitcrafão de nomes geografhicos e fr o frios — Os nomes geographicos de ^*5 que empregam caracteres latinos se devem escrever com a orthographia da região ^ due se originam. Os seguintes paragraphos applicam-se somente aos nomes geographicos de países que ^ tem alphabeto verdadeiro ou usam httras differentes das latinas Komes de logares. estabelecidos •**niplos : Argel, Moscou. por longo uso, conservam sua orthographia usual. 17 238 Memórias do Instituto Butantan — Tomo XI 1. As voga cs o, e, i e a pronunciam-se como cm francês, italiano, espanhol [e por- tuguês], ou alemão. A letra t nunca é muda. 2. O som francês u ê representado por i com dierese, ccmo cm alemão 3. O som francês ou ê representado por u, como em italiano, espanhol (ou portu- guês], alemão, etc. 4. O som francês tu ê representado por et, pronunciado como ca palavra francesa otil. 5. O som longo de uma rogai é indicado por um ac cento rircumflexo; o srtn interrompido é indicado por um apostropho. 6. As consoantes b, d, f, j, k, I, m, n, f, q, r, t, v, e s são pronunciadas como em francês. 7. As letras per têm sempre o soro duro, como nas rogaes francesas; gamtllt e tirof. 8. O som representado em francês par ck ê designado por r*. Exemplos: SUrif, K os hg ar. 9. Kh representa a guttural aspera e gk, a guttural branda dos arabes. 10. Tk representa o soro cora que termina a palavra inglesa ^itA ( >em grego), Dk represenu o som inicial do vocábulo inglês Ikaat ( ; em grego). 11. Fora de tal emprego (9 e 10) «la letra * modificando a que a precede. * ê sempre aspirado; o apostropho. por conseguinte, não «e usa jamais antes de uma palavra que cetnecc por k. 12. A semi vogal representada por y ê pronunciada coroo em yolt. 13. A scroivogal tr ê pronunciada como no vocábulo inglês 11'd/tum. 14. Os sons duplos d/. Ick. U. etc. indicaro-se por letras correspondentes aos sons que o» compõem. Exemplo: Moitkim. 15. O n i pronunciado gu coroo no francês srigntur [kA em pirtugués], 16. As letras x, e e <7 não se usam, por serem duplicatas de outras letras que re- presentam os mesmos sons; mas . mas errou cm rejeitar fimbrialut, 1820, não havendo razão apparente para perpetuar o seu erro. 13. Nome especifico do carangueijo da areia. — O nome pre-lirmeano (1743) are- k arius dc Cates In não c approveitavrl á luz do Codigo, embora tenha sido "reimpresso" cm 1771; q uadraius, 1793 aifirma-se que está prcoccupado ; olbieons. 1802, sendo o nome especifico immcvliato na lista, torna-se valido diante do» argumentos apresentado». 14. Espccie typo de lithtojto**! Rafinesque. 1819. — A designação de £. Nntn • oiies Rafinesque. 1819, como typo de Elheotloma Rafinesque. 1819. conforme fez Agas* siz cm 1834. não è invalidada, por ter Agassix usa.!.., cume base para sua diagnose gené- rica. caracteres tirados de uma errônea «kterminação especifica de 1839. Não somente Agassiz affirmou cUramcntc que “lilh. Unaioifn Raf." rrj ty/o de “Etheostema Raf.", mas ainda, mesmo que se tome itn consideração a questão da identificação crronca d. /:. bUtmwidet por Kirtland. a conclusão a tirar é que esta identificação errônea não excluiu deste nome especifico os exemplares origina es de E. blenuiaidet; pelo contrario o nome usado por Kirtland. 1839. ainda incluía os exemplares typo; retirando-se agora os exemplares erroneamente determinados em 1839, os quaes pelo Artigo 30e («) são ex- cluídos de consideração na designação de gvnotypo. permanecem os exemplares typo ori- ginar» de 1819. os quaes. diante dos argumento» apresentadas, rrp-esentam o typo do genero 15. Cratfedaeutia towerbii Lankrster, 1880. sf i. vs. Liaumcafim victaria AUman, 1880. <7 ".. tf n . Medusa de agua doce. — Cnufedaciuta nruerbii Lankester, 17 de junho de 1880. tem nitVla prioridade sobre íimmo r «fi»m vietoria Altman. 24 de junSj de 1880. A apresentação de um trabalho a uma vxieda^le «cientifica não consótue publi- ração no sentido do Codigu. A G munis «án não tem auctoridade para sanccíonar uso que infrinja as disposições do Codigo [Vide Capitulo “Suspensão das Regras", p. 249], 20 Amaral — Regras de nomenclatura zoologica 261 16. Situação de nomes específicos pre-binominaes (publicados antes de 1758) sob o Art 30d. — Ao se decidir sobre a presença de um caso de absoluta tautonymia (sob o Art. 30d), deve-se acceitar a citação, em synonymia, de um nome especifico prebinomina! claro, como prova de sua conformidade com as exigências do Art. 30s generos nellc incluidos desde que individualmente estejam de accordo com as con- dições do Codigo. 18. Typo de Hydrus Schneider, 1799. — De accordo com os argumentos, caspius Schneider, syn. hydrus Palias, é o typo dc Hydrus Schneider. [Vide Art 30d], 19. Plesiops vs. Pharofteryx. — Diante dos dados, não está claro si, por sua na- tureza, este caso é de nomenclatura ou de zoologia. Tanto quanto a evidencia permitte jul- gar, a pergunta sobre si Rüppell errou cm acceitar Plesiops como idêntico a Pharofteryx deve ser respondida do ponto de vista systematico. Si, cm face de nossa actua! cencepção dos limites gencricos, Rüppell tinha razão, não ha motivo apparente para não se acceitar a sua decisão no terreno da nomenclatura. 20. Devem-se acceitar os generos de Gronow, 1763? — Gronow, 1763, c binário, embora não consistentemente binominal. O Artigo 25 requere que um auctor seja biná- rio c o Artigo 2 requere que os nomes genéricos sejam uninominaes- A’ luz destes Artigos, os generos de Gronow devem ser acceitos como preenchendo as condições pres- criptas pelo Codigo para o competente aproveitamento de um nome [Vide Opinião 89], 21. Devem-se acceitar os generos de Klein, 1744, reimpressos por Walbaum, *792? — Quando Walbaum cm 1792 reimprimiu em forma condensada (mas não acceitou) os generos de Klein de 1744, clle com esse acbn não deu aos generos dc Klein situação alguma cm nomenclatura e, por conseguinte, os generos de Klein não se tornam aprovei- táveis á luz do Codigo presente, pelo facto dc terem sido citados por Walbaum. 22. Ceraticthys vs. CMa. — Quaesquer que tenham sido as intenções originaes dc Baird, clle e Girard publicaram inicialmcnte (1853) Ceraticthys como um gcncro monoty- pico, descrevendo o genotypo (C. t -igilax) e não dando indicação alguma de que não pre- tendiam com isso publicar um “g.n., sp.n.”. Diante do Artigo 30c, vigilax i o typo de Ceraticthys. 23. Aspro vs. Cheilodipterus ou Arnbassis. — Diante dos argumentos apresentados, Centrnpomus rmerodon pode ser considerado typo de Aspro 1802, supprimindo-sc este ultim > como um synonymo de Cheilodipterus e salvando-se. assim, Arnbassis. 24. Anlennarius Commerson, 1798, e Cuvier, 1817, vs. Histrio Fischer, 1813. — Antcnnarius Commerson é um nome uninrminal (Art. 2) de um auctor que usou uma no- menclatura binaria (embora não binominal) (Art. 25). Adquiriu valor nomcnclatorial em virtude de sua publicação por Lacépèdc em 1798 e deve trazer esta indicação ao invés de Cuvier, 1817. Portanto, não é necessário supprimil-o em beneficio de Histrio, 1813. [Vide Opinião 89], 25. Damesiella Tornquist, 1899. vs Damesella Walcott, 1905. — Diante das Re- commcndações do Artigo 36, não é necessário rejeitar Damesella, 1905, em virtude da exis- tência de Damesiella, 1898 (1899?). 21 cm SciELO 10 11 12 13 14 15 16 262 Memórias do Instituto Butantan — Tomo XI 2ó. Cyfsilums vs. Cyfuluns. — Em ris:» do numero de erro» typcgraphieos em Swainson 1838 e 1839, a Commissão ê de opinião que Cyfsilums é um erro typographico evidente que deve ser correcto para Cjfselurus. 27. Rufftlia e Rufollia vs. Rifftllia. — Desde que é evidente um erro typographico, RupfeUa e RufolUa devem ser correctos para Riffvltia. 28. Deve-se dar prioridade ã “Nouvelle Classification" de Meigen, 1800. em re- lação ã sua “Versuch” de 1803? — Os nomes genéricos contidos na “ Nouvelle Classi- fication” de Meigen, 1800, devem ter prccedencia aos usados em sua “Versuch” 1803 em todos os casos em que os primeiros forem considerados validos sob o Codigo In- ternacional 29. Pachynatkus vs. Pachygnalhus. — Baseada no argumento constante da Opinião 36 e na existência do nome anterior Pochygnathu s. 1834, AracK, a Commissão é de parecer que Paehynathus Swainson, 1839 deve ser suppresso. 30. Generos de aves Swainscn, 1827. •— Os genero» de aves, pubhcados por Swainson no Philosophical Magarire dc 1827, são moootypico* c, de accordo com o Artigo 30c. as espécies ali mencionadas são typos dos seus respectivos generos. Por consequência, estes typos devem ter prccedencia aos typos dc Swainson designados, mais tarde, no Zoologtcal Journal de 1827 31 Columbina vs. Ckafmfftlia. — Em 1840 Cray designou Columbo fas ter ma Linneu como typo dc Columlino Spix Como esta especie não i uma das originaes de Columbina Spix. a designação do typo por Cray não é valida e Columbina (•) permanece vem um typo designada O typo valido de Cbosuuftlia Swainson é Columba fastrrina Linneu. de- signada por Cray em 1841. [(•) Xota escripta por Stejneger (membro da Commissão): "Ao ser redigida a Opinião 31. o aactor não tinha visto a segunda edição dos Generos de Aves de Gray. publicada em I84J, nem os documentos apresentado» na occasião trataram claramente da questão e. porisvo. lhe escapou que Colum- bina tiro filou Spix fora designada por Gray em 1841. p75. cotxv> typo de Columbina. Este acto dc Gray é indtbitavelmente valido e. portanto, o typo dc Columbina i C. sUefitau Spix Em vista deste facto trazido ao conhe- cimento da Commissão pelo Sr W. E Qydc Todd. a Opinião 31 fica aqui mudada, dc accordo com elle e será submettida aos membros para a devida approração Aller., 1911, Science, 336, designou ifrítrola Spix como typo de Columbina Spix, 1825']. 32 Typo do genero SfKtx — De accordo com os argumentos apresentados, sabulosa t o typo dc Sflirx Linneu. 1758. 33. Typo do geneno Ruti/us Raíinesque. 1620 — Cyfrinus rutilus i o typo de Rníiluf Rafmesque. 1820. RuSilut flargyrus i o typo de PLtrgyrut Rafinesqw. 1820. 34. lEskna vs. Xjckna. — Desde que a publicação original não evidencia a derivação da palavra, a graphsa original XjUna deve ser conservada. 35. Typos de generos de auctores binários mas não binominaes. — Xa determi- nação do typo dc um genero. a seVeção deve limitar-se ás cspecies incluídas no nome gene- rico por occasião de sua publicação original, tivessem ou não etlas sido de» -grada» binomi- 22 Amaral — Regras de nomenclatura zoologica 2G3 nalmente Si, todavia, um nome genérico é proposto distinctamente como substituto para outro nome generico anterior, as especies deste devem ser tomadas em consideração. 36. Emenda de Trioxocera, Dioxocera e Penloxjcera. — A Commissão é de pare- cer que a publicação original de Trioxocera, Dioxocera e Penioxoccra evidencia a presença de um erro de transcripção (ou transliteração) e que estes nomes devem ser emendados para Trioxocera, Dioxocera e Penioxoccra. 37. Devem acceitar-se os generos da “ Omithologia” de Brisson, 1760? — Os no- mes genericos de aves usados por Brisson (1760) são aproveitáveis sob o Codigo. 38. Situação dos nomes latinos em Tunstall, 1771. — Os nomes latinos usados na Omithologia Britanica de Tunstall, 1771, são aproveitáveis desde que sejam identifi- cáveis por meio das referencias que fez de bibliographia, paginas e illustrações, ou pelas citações de nomes ingleses de Pennant. 1768, ou de nomes franceses de Brisson, 1760. 39. Situação dos nomes latinos em Cuvier. 1800. — Os nomes latinos dos quadros systematicos usados por Cuvier, 1800 ("Leçons d'anatomic comparéc"), são aproveitáveis desde que sejam identificáveis por meio das citações bihliographicas constantes da pa- gina xix da Introducção. 40. Salmo eriox vs. S. trutia e 5. fario; Eniochus acuminatus vs. H. macrolepi&itus. — Diante dos argumentos apresentados, não é necessário substituir fario ou trutla por eriox; a selecção de macrolefúiotus por Cuvier (1817) tem precedência sobre a selecção de acumi- imíuj por Jordan & Seale. 1906. 41. Athlennes vs. Ablennes. — Desde que a publicação original revela um evidente lapsus calami, o nome Athlennes deve ser correcto para Ablennes. 42. Typo de Carapus Rafinesque, 1810. — Carapus Rafincsquc. 1810, é monotypice, typo Gymn^tus acus Liimcu. 43. Situação de generos cujas especies typo estão citadas sem descripção addi- cionaL — Os caracteres attríbuidos a Teleogmus, Isoflata, Allodemta. e AphobetoiJeus abrangem os generos e as especies typo, e os nomes genericos especiíicos respectivos estão publicados no sentido do Codigo. 44. Leptocefhalus vs. Ccmger. — Leptocephalus Gronovius, 1763 & Gmelin, 1789, typo morrisii, tem preccdencia a qualquer nome generico posterior, pelo qual se tenha designado a phasc adulta deste animal. (Vide Opinião 89J. 45. Typo de Synpnathus Linneu, 1758. — Até onde se pode julgar pelos argumentos apresentados, o typo de Syngnathus Linneu, 1758, não foi jamais claramente designado e não ha objecção a que se designe como tal a espede acus Linneu. em observanda ao costume e conveniência geravs. 46. Situação de generos publicados originalmente sem designação clara de algu- ma especie. — Em generos publicados sem menção nominal de qualquer especie, nenhuma espede é aproveitável como genotypo, a menos que possa ser reconhecida pela publicação generica original; si apenas uma espede está em jogo. a descripção generica é equivalente í publicação de “X-*ís albus, g.n., rf si varias especies são referidas, mas não menciona- das pelo nome, uma delias deve ser tomada como typo; si (coroo cm Arlaitus Foerster, 1863) na publicação original do gencro não ha evidenda de quantas espedes estão em jogo, esse genero contém todas as espedes do mundo que possam caber na descripção generica con- 23 cm SciELO 10 11 12 13 14 15 16 264 Meraorins do Instituto Butantan — Tomo XI forme foi publeado originalmente, e a primeira esperie publicada em ligação com o geoero Coimo Aclastus rufifet Ashmead, 1902) ifto facto torna-se typo. 47. Carcharüu, Carcharkinus e Carcharodon. — Carckjrias Rafinesquc. 1810. ê nv no- typico, typo Carchariat taurus Rafinesquc. 48. Situação de certos nomes genéricos de aves publicados por Brehm m Isis. 1828 e 1830. — IX-sdc que os nomes de Brehm, 1828 e 1830 dependem exclusivamcnte de designações vema cuias, elles são isomhw nuda t não merecem citação. 49. Sifhonophora ascUfiadifolii vs. Scctarophora asAtpiadis. — Diante dos dados apre- sentados, asclcpiadijolii Thcmas, 1879, é preferível a atcUpiodit Cosven. 1895. 50. Afhit aiptilcgiac flaia vs. Afhit trirhAa. — Desde que O nome Afhit oqtvk- ffiac flavo Kittcll. 1827, ê multinominal e inaproveitavel sob o Codigo. Afhit trirhoda Walker, 1849. é o nome correcto para esta esperie. 51. Devem acceitar-se os nomes do “Museum Calonnianum", 1797? O "Mu- setnn Calonnianum", 1797, não é acccrtavel como base para qualquer trabalho nomenclatorial. 52. Semoti/uj corfiirolit vs. Scmctuuj bullarii. — Diante dos argumentos apresenta- dos, corforolit tem prioridade sobre bulhris. São c possível ã Commissão exarar uma opinião sobre a pergunta; Que constitue uma descripção adequada? A citação da locali- dade typo A- uma esperie não c suffiriente para estabelecer um ncroc ã luz do Alt. 25a do Codigo. Si são apresentados caracteres específicos em addhamcnto ã localidade typo, esta se terna uma parte da descripção e deve ser considerada ermo um elemento importante na determinação da identidade da esperie. 53. Halicamfut koilomatcAon vs. Halicamf uj o 'a ri. — O nome especifico pruyi Kaup. 1856. tem prioridade sobre kaüamatcdon BK-cker. “cerca de 1865”. 54. Phaxinus Rafinesquc vs. Ph \rinut Agassiz — Os gêneros Oobula. Phc.rinis c Alburnus foram crcação de Rafinesquc. 1820. Jordan & Evcrmann. 1896. allegam que Phoxinus Agassir, 1835. c idêntico a Fhoximts Rafinesquc 1820. e. jx>r tanto. proclamam ter reconhecido Phonnus 1820. Esta allcgação deve ser considerada correcta até que sc prove o contrario c Cyprinux fhtxinut (ica como typ» dc Fhoxinus 1820 e de Fhoxinut 1835. Si se allega que Alburnus 1820 c idêntico a Alburnus 1840. Cyfrinus alburnus torna- se typo dc Alburnus 1820 55. Typo do genero Ondatra Link. — Diante dos argumentos apresentad s. sibe- thicus i o typo de Ondatra Link. 56. Typo de Filaria Mueller. 1787. — Muellcr (1787, pp. 64 e 70) citou, visivel- mente por erro, a mesma gravura (estampa 9. fig. 1) de Redi fura Atcarit renalix Gmel. e Filaria martit Gmel. Gmclin (1790a, pp3G32 e 3040) conservou este lapso. Rudd- plti (1809a. p.69) reconheceu e corrigiu o erro e. desde então. Filaria martit tem sido consistenicmcntc distinguida de Atcarit 'rnaht. não havendo actualmnte motivo para não se reconhecer a correcçâo do lapso de Mueller por parte de RudolphL Assim sendo. F. martit fica o "mo typo dc Filaria e Filaria não i mudada para Dioctafhymr, Dicctofhyma ou EusknagyUtt. 57. Nomes oriundos do “Iter Palaestinum" de Hasselquist, 1757, e da tradoeção de 1762, são insustentáveis. — O "Iter Palaestinum" foi publicado antes de 1758 e edi- tado, cm relação á sua ncsnenclatura, psr Lirneu A traducção alemã por Gadcbosch. pu- blicada cm 1762. não confere validez aos nomes publicados na edição original de 1757. 24 Amaral — Regras de nomenclatura zoologica 265 58. Esox, Lucius e Bclonc. — “Considerando-se com severidade", nem Rafinesque (1810, “Caratieri”, p.59), nem Cuvier (1817, p.183) designou c typo de Esox Litmeu, 1758; Jordan & Gilbert, 1882, p.352, escolheram Esox lucius Linneu como typo de Esox. 59. Data de Amphimerus. — O nome do trematoidc A mphimerus Barker não data do apparedmento das separatas («tirés à part»), mas do tempo da publicação dos Studies from the Zoolcgical I.aboratory, The University oi Nebraska, No. 103. 60. Salmo iridia vs. Salmo irideus. — Salmo iridia é cvidentemente um lapsus co- lami ou um erro typographico e pode ser emendado para Salmo irideus. 61. Emenda de Chaemepelia para Chamaepelia. — A palavra Chacmepelta Swain- son, 1827, deve ser emendada para Chamaepelia. 62. Especies typo de outros generos não estão excluidas de consideração na se- lecçâo do typo de um genero. — Desde que o Artigo 30 não excluc de consideração as especies typo de outros generos na selccção do typo de um genero dado, as seguintes espe- cies typo, designados por Gray, são, em face dos dados apresentados, os typos validos des seguintes generos; Fulmarus, typo Procellaria glaciolis; Thalasscus, typo Sterna cautiaca; Herodias, typo Ardea garzetla; Calharista, typo Vultur aura; Morpknus, typo Falco uru- bitinga; Helinaia, typo Motocilla -ermrvcra. 63. Leuciscus haíuensis vs. Leuciscus hatoiuiuis. — l.cuciscus kakuensis deve ser correcto para Leuciscus hakouensis, em virtude de ter occorrido com o primeiro, seja um lapsus calami. seja um erro typographico. 64. Letras seriadas tses como a, b, c, etc. não são acceitaveis como nomes es- pecíficos. — Letras seriadas como a. b. c. etc., não se devem considerar como verdadeiros nomes específicos. 65. Caso de um genero baseado em especie erroneamente determinada. — Si um auctor designa uma certa especie como genotypo, deve-se presumir que sua determinação da especie esteja correcta; si se apresenta um caso em que pareça que ura auctor baseou o sen genero sobre determinados exemplares, ao invés de o íaxer sobre uma especie, seria bom submetter-se o caso, com todos os pormenores, ã Commissáo. Prcscntemcnte é difficil estabelecer-se uma regra geral para taes casos. 66. Nomes de Nematoideos e Gordiaceos collocados na Lista Official de Nomes Genericos. — Os seguintes nomes de Se ma Ioda e Gordiacea são por este meio collocad s na Lista Official de Nomes Genericos: Aneylostoma. Ascoris, Dracunculns, Gnathostoma, Necator, Strongyloides, Trichostrongylus, Gordius, e Paragordius. 67. Cento e dois nomes de Aves collocados na Lista Official de Nomes Gene- ricos. — Os cento e dois nomc ; . seguintes de aves são por este meio collocados na Lista Official de Nomes Genericos; Acryllium, JEcUmopuorus. eEgithina. èEgotheles, .Epyornis. Aix, Alauda, Anas. Apaloderma, Aptenodytes, Apteryx, Aramus. Ardea. Astrapia, Asturi- na, Aulacorhynchus, Baíaeniceps, Batrachostomus, Brotogeris. Bubo, Burhinus, Cairina. Campephaga. Capito, Catharles, Centrocercus, Cephalopterus, Cerecpsis. Chaur.a. ChrysoU u phus, Cicinnunis, Circaitus, Clamator, Coccycus, Coereba, Colaptes, Colluricincla, Coturmx, Crotophaga, Diomedea, Dromas, Ectopistes. Egretta. Elanus. Eurylaimus, Eurynorhynchus , Eurypyga, Fulmarus, Gallinago, Gampsdnyx, Goura. Gypaêtus, Haematopus. Haliaeelus. Haliaslur, Helicmis, Ibidorhyncha, Jynx, Lanius, Leis t es. Mamtcodia, Musophaga, Scophrcn, Sotomis, Sumida, Sictea, CEdicnemus, Opisthocomus, Oriolus, Pachycepkala, Pandion, Pa- rotia. Parus, Pezoporus. Phacthon, Pharomachrus. Phocnicopterus, Platalea, Platycercus, 2d cm SciELO 10 11 12 13 14 15 16 26G Memórias do Instituto Butantan — Tomo XI PolypUctron, Porsana, Psittacus, Psopkia, Pteroghssus, P til* ris, Rollus, Recureirostra, Sericulus, Sitia, Sphenorynchus, Spindalis. Strigops, Struthio, Stumella, S turnos, Sumia, Syrrhaptes, Tachyphonus, T hotr.no phüus. Trichoghssus, Uratelomis, Virto. 68. Especies typo de Pleuronectes Linneu, 1758a. — Fleming. 1828, 196, não de- signa o typo de Pleurcnectes. 69. Espccie typo de Sparus Linneu, 1758 — Fleming, 1828, 211, não designa o typo de Sparus. 70. Caso de Libellula americana L.. 1758. vs. Libellula ameríeattus Drury, 1773. — Em virtude de ser Libellula americanas Drury, 1773 um lapsos calami evidente, em logar de Gryllus americanas, este lapso deve ser correcto e o nome es peei tico no caso. a mer : ca- nas 1773, não está invalidado por Libellula americana 1758. 71. Interpretação da expressão "especies ty picas" na Synopsis de Westvrood, 1840. — As especies citadas por Wcstwood. 1840 (“An Introduction to the Modcrn Qassification of Insects”, Vcl 2. Synopsij, papnação separada, pags 1 a 158), como “es- pecies typicas ", devem ser acceitas como designações claras de genotypos para os generos respectivos Quanto ao facto de uma determinada cspecie considerada representar oJ não o gcnotypo valido, isto depende de dois factores: primevro. de si a especie era aproveitável como genotypr»; segando, de si a sua designação em 1840 era precedida por qualquer outra denemi nação. 72. Formulas zoologicas de Herrera. — As designações de animacs de accordo com o systema proposto por Herrera. no caso submettido a consideração, são formula* e nãc nomes. Fortanío, tilas não têm valor em nomenclatura e, assim, não estão sujeitas a consideração sob a I.ei da Prioridade Nenhum auctor é obrigado a citar essas designações em qualquer quadro de svnonymia, índice ou outras listas de nomes. 73. Cinco nomes genéricos de Crinoideos. oitenta e seis nomes genericos de Crustáceos e oito nomes genericos de Acarinos. collocados na Lista Official de Nomes Genericos. — Os seguintes nomes são por este meio collocados na I.ista Official de Nomes Genericos: CRINOIDEA; Antedon, Bathy crinas. Holopus, Metacrinus. Rhixccri- nus. CRUSTACEA: Acanthocyclus, Aclaea, Actaeomorpha. Aetumuus. Areania, Ar chias. Arenaeus. Alergatis, Atergatopsis, Banareia. Bothynectet. Bcllia. Benihc chasc on. Cophyro, Car pilins. Carpitcdes, Carpopoms, Carupa, Chlorodopsis, Ccenophtlalmus. Corysloiles. Cryp- toenemus, Cyelodms, Cyuao, Dacryopilumnus. Dairj, Deckenia, Dome cia, Ebala, Etiloboccra, Epimelus, Erimacrus. Erimetopus. Euphylax, Favos. Gecarcinucus, Hepitella. Hetcrolitha- dia, Hetetcnucia, Hcteroáus, Hydrothelphusa, lHacontha, Iphiculus, Iphis, ha, Leucosilh, Lbsecarcinus, Lilhadi\ Lup-cyc!ns. Memcryptus. ityrodes. Sucia, Mursia, Xursil.a, Ony- ehomorpha, Oreophorus, Osachila, Paroeyclois, Paratkelphuso, Parathranites, Parilia. Pari- phiculus. Persephona, Phlyxia, Pirimcla, Ptatymera, Podophthalmus, Pclybius, Pcrtumnus, Potamocorcinus, Pctamonautes, Pseudophilyra. Pseudothelpkusa, Rondalia. Scylla, Speltro- pkorus, Sphaerocarciuus, Telmessvs, Thalamita. Thalamitoides. Thalamonyx, Tios, Trachy- carcinus, Trichodoctylus, Tnehopeltaricn, Paldivia ACARINA: Amblycmna. Argas, Der- macentor, Haemaphysalis, Hyolomma, hodes, Rhipicenlor, Rkipicephalus. 74. Lista de Nomina Conservando de Apstem. 1915. — A Commissão não tem poderes para adoptar em bloco a lista proposta de Nomina Conservanda de Apstein, mas está prompta a considerar separadamente nomes que lhe forem apresentados com provas razoavelmente completas. 21 » Amaral — Regras de nomenclatura zoologica 2G7 75. Vinte e sete nomes genericos de Protozoários, Vermes, Peixes, Repteis e Mammiferos incluídos na Lista Official de Nomes Zoologicos. — Os vinte e sete nomes genericos seguintes são por este meio collocados na Lista Official de Nomes Zoo- logicos, com as especies typo dadas no corpo desta Opinião; PROTOZOA: Volvox. VERMES: Himdo, Lumbricus. PISCES: Ammodytes, Anarkichas, Atherina, Fistularia, Mugi], Myxine, Trachinus, Uranoscopus, Xiphias. REPT1LIA: Draco. MAMMAL1A: Balaena, Pos, Castor, Delphinus, Erinaceus, Hippopotamus, Hystrix, Monodon, Moschus, Ovis, Phcca, Sus, Taipa, Ursus. 76. Situação de Pyrosoma vs. Monophora; Cyclosalpa vs. Holothuria; Salpa v«. Dagysa; Doliolum, Appcndicularia e Fritillana. — O Secretario está auctorizado e acor- seliiado a insistir sobre o seguinte: — casos apresentados cm busca de opinião devem ser acompanhados dc dados razoavelmente completos que permittam uma consideração justa dos pontos cm jogo. Pyrosoma 1S04 tem prioridade sobre Monophora 1804. Cychsatfa 1827 não é invalidado por Holothuria 1758 (typo physalis), que, todavia, invalida Physalia 1801. O uso actual de Holothuria (typo tubulosa) em relação a echinodermas não está de accordo com as Regras, mas c aconselhável que os auetores usem Physalia 1801 para o siphonophoro português c Holothuria 1791 como ger.erc do “pepino marinho" (“sca cucum- ber"), até que se resolvam possivelmente suspender as Regras nestes dois casos. Como a apresentação dos casos de Salpa, Appcndicularia, Doliolum e Fritillaria é incompleta e contem erros, estes casos ficam lançados na lista indefinidamente, mas sem juízo formado; as Regra» devem ser impostas nestes casos, a menos que fique demonstrado que de sua applicação resulta maior confusão do que uniformidade [Vide Opiniões 77 e 80], 77. Trinta e cinco nomes genericos de Prctozoarios, Celenterados. Trematodeos, Cestoideos. Cirripcdios, Tunicados c Peixes collocados na Lista Official de Nomes Ge- nericos. — Os seguintes nomes são por este meio collocados na Lista Official de Nomes Genericos: PROTOZOA: Arcella. COELENTERATA : Hydra. TREM ATODA : Hc- tniurus, Schistosoma. CESTODA: Anoptocephola, Hymrnolcpis, Monicíia, Stilcsia, Thyso- nosoma. CIRRIPED1A: Lepas. TUNICATA : Pyrosoma. PISCES: Acipenser, Callio- nymus, Chimacra. Clupra, Coryphaena, Cottus, Cyclopterus, Cyprinus, Diodon, Gadus, Gasterosteus, Gobius, Lophius, Mormyrus, Mullus, Muraena, Osmervs, Perca, Salmo, Scon i- ber, Scorpaena, Silurus, Syngnathus, Zeus. 78. Caso de Dermaccntor andrrsoni vs. Dermacentor venustus. — Diante dos argu- mentos apresentados, a Commissão é de opinião que Dermacentor xenustus procede dc Marx in Neumann, 1897, exemplar typo — No. 122 da Collecção Marx (Museu Nacional dos Estados Unidos) colhido de Otis artes, Texas, e que Dermacentor andersoni provém de S tiles, 1908, holotypo No. 9467 U.S.P.H. & M.H.S. (Serviço da Saude Publica e di Hospital de Marinha dos Estados Unidos), oriundo de Woodman. Moniana. 79. Caso do “Système des Animaux sans Vertèbres" de Lamarck, 1801a. — “Considerando-se com severidade”, o “Système des Animaux sans Vertèbres” de Lamarck, 1801a, não deve ser acceito como designação de especies typo. 80. Suspensão das Regras no caso de Holotruria e Physalia. — > Ficam por este meio collocados na Lista Official de Nomes Genericos o genero de Echinodermas Holo- thuria Linn, 1767, restr. Bruguière, 1791. typo H. t-emula 1767= H. tubulosa 1790, e o genero de Siphonophoros Physalia Lamarck 1801, typo P. pelágico 1801= Holothuria phy- salts 1758. 268 Memórias do institulo Butantan — Tomo XI 81. Genctypo de Cimtx, Acanthia, Clinocoris e KUnofkdos. — Diante dos argu- mentos apresentados á Comraissão, o percevejo commum da Europa, Cimtx Uctularius, é o gcnotypo dc Cimcx 1758. Acanthia 1775, Clinocoris 1829 e Klinophilos 1899 ( Clinopki - lus 1903) e a sua designação technica apropriada sob as Regras é Cimtx Uctularius. Cimtx Linn-, 1758. typo C. Uctularius. é por este modo ccllocado na Lista Oííicial de Xomes Genéricos. 82. Suspensão das Regras para Musca Linneu, 1758a, typo M. domtsiico — Por força dos poderes conferidos ã Commissáo pelo 9.® Congresso Internacional de Zoo- logia para suspender as Regras em qualquer caso determinado, quando, a juizo seu. da applicação rcstricta das Regras resulte claramente maior confusão do que uniformidade, o Artigo 30 fica aqui suspenso em relação a Masco Linneu. 1758; e Musca domestica Linceu. 1758, passa a ser designado como typo de Musca. sem opinião prcíormada em relação a outros casos. 83. Acantkisa pyrrhopygia Vigors & Horsfield, 1827. vs. Acanthisa fyrrhofyyia Gould, 1848. — A Regra de Homonytnos tem por principio que qualquer nome idêntico, regularmente publicado, dc data posterior ê “nati-morto e não pode ser revivido". Acan- tkica pyrrhopygia Vigors & Horsfield, 1827. invalida Acanthisa fyrrhofygia Gould. 1848. 84. Nomes de Trematodeos. Cestoideos e Acantocephalos collocados na Lista Official de Nomes Genericos. — Os scyuintei nomes são por este meio collocados na Lista Official dc Xomes Genéricos : TREMATODA: Dicrocotlium. Fasciola. Castro* discus. H tttrofhy/s. CESTODA; Urtcainca, Dipylidium. Echinococcus. Tatnia. ACAX- THOCEPHALA : Gigantorhynchus 85. Noventa e oito nomes genericos de Crustáceos collocados na Lista Official dc Nomes Genericos. — O» seguintes nome», são por e»tc meio collocados na Lista Official de Xomes Genericos: CRUSTACEA : dcmatofltura. Asthtncgnatkus. Baihyflax, Camplandnum. Camftoflax. Catoptrus. Ceratoflax, Chasmagnathus, Chasm^cercinns, CUsto- cocloma. Cyrtograpsus, Dissodactylus , Durckktimia Epiranthus. Euckirografsus, Eucratt, Eucratodts, Eucratofsis. Euryrtitos, Euryplax, Eurytium. Fobia. Golcnt, Geryon. Glyfto- grafsus, Glyptoflax, Gomtza. Gontflax, Holimtde, Htlict, Hephthoptlto. Htxa.^tt. Hclo- metofns, Holothuriopkilus, Homalaspis, Lo.hnofodus, í.rttcdius. Liagnrt. Libystts, l.icmt' 0 , Lipattthcsiuj. Litccktira, Lophoponoptus, Lofhopilumnus, I.ybia. Mclybia. Mctasnarma. Mt- topocarcinot, Mícrofanoft. Xotou yx, Otdiflax. Omn.ttiocarcinus. Opisthopus. Ocfhn^xarihtis, Panoflax, ParagaUnt. Parofanoft, ParapUirophrycoidts, Paraxantkus. Percnm, Ptrigraf- sus, Püumnoidts, Pilumnus, Pinnaxodcs. Pinnixa, Pinncthsrclia, Pinnotktrrs. PlamtS, Pla- tychirogrofsus, Platyfilumnus. Platyxonthus, Polydtctvs. Prionoplax, Pstudocorcinus, Pstu- d o pinnixa, PstudorhomHJa. Psofhtlicus. Ptychognnthus. Pyxidognatkus, Rh : thropauofrus, Rhuopa. KuppclIioUcs. Sarmal-um . Scalopidia. Seltroplax, Specrarcinus, Sphatrcxiis Tc- traranthus. Trtrias, Thaumastoplax, Ultca. 1'aruna. Xonthasia. Xanthcthus. Xtnophthalmo- des, Xtnophtkalmus. Zosimus. Zasymodrs. 86. Conulinus von Martens. 1895 — O nonv generico Conulinus voo Martens. 1895. toma como typo Buliminus (Conulinus) connlus Rv., c não é necessa*iamente iftvaldado pelo nome Conulina Bronn. 87. Situação de paginas de prova em nomenclatura. — Paginas de prova de im- pressor não constituem publicação e, portanto, não têm valor debaixo das Regras Intema- cioiwcs dc Xotnenclatura Zoolcgica. 28 Amaral — Regras de nomenclatura zoologica 269 88. Otarion diffractum vs. Cyphcispis bmtruisleri. — O nome de uma especic não se desqualifica, simplesmente porque o auctor incluiu em sua concepção partes de corpo A: mais de uma espede. O nome de um genero baseado em tal cspccie é, portanto, aprovei- tável. Otarion diffractum Zenlcer é valido. Atarion deve ser preferido a Cyphaspis; c C. burmeistcri Barr. é synonymo de O. diffractum. 89. Suspensão das Regras no caso de Gronow 1763, Commerson 1803, Gesolls- chaft Schauplatz 1775 a 1781, Catesby 1771, Browne 1789, Valmont de Bomare 1768 a 1775 — Em virtude de Suspensão das Regras em qualquer caso em que tal sus- pensão possa ser considerada necessária de accordo com a interpretação adoptada, agora e mais tarde, pela Commissão, dcclaram-sc os seguintes trabalhos ou publicações eliminadcs de consideração no que concerne aos seus nomes systcmaticos e segundo as respectivas datas : Gronow 1763, Commerson 1803, Gesellschaft Schauplatz 1775 a 1781, Catesby 1771, Browne 1789, Valmont de Bomare 1768 a 1775. 90. Relatorio sobre dezeseis nomes genericos de Mammiferos para os quaes se solicitou Suspensão das Regras. — Xenhum dos dezeseis nomes recebeu voto unanime para Suspensão; por consequência, a Commissão não tem poderes para susjwndcr as Regras em relação a elles. Seis nomes (a saber Cerco pilhe cus, Gaxella, Hippotragus, Lagidium, Nycteris e Manatus) receberam a maioria de dois terços ou mais para su&prnsão e, pois, devem ser levados á decisão final de um comitê tspccial de tres membros, a ser nomeado pelo Presidente da secção de nomenclatura do proximo Congresso Internacional. Dez no- mes (a saber; Echidna, Anthtopopitheeus, Cocloger.ys, Chircmys. Dasypus, Dicotyles, Gateo- pithecus, Hapale, Rhytina e Simia) deixaram de receber na votação a maioria de dois terços para a suspensão c, pois, a Lei de Prioridade não se applica em tacs casos (•). (•) Xota no Tradlcto* : — Veja-se a respeito a recente monograi>hia publicada pelo Secretario da Commissão Internacional de Xomcnclatura Zoo- logica, Dr. Ch. VVardell Stilcs, com a collaboração de M. B. Orlcman m Hygienic Laboratory Bullctin Xo 145 (U. S. Public Health Service). 91. Trinta e cinco nomes genericos de Mammiferos collocados na Lista Official de Nomes Genericos. — Os seguintes nomes são por este modo collocados na Lista Of- ficial de Xomes Genericos: Alces, Arvicola, Ateies, Bisou. Btadypus, Canis. Copra. Cebus. Cen-us, Choloepus, Condylmra, Cricetus, Crocuiwa, Cystophora, Dasyprocta, Didelphis, Ere- thicon, Felis, Guio, Haiich crus. Lepur, Lynx, Mus, Myrmscophaga, Sasua, Chibos, PhyU lostomus, Procyon, Putonus, Rangifer, Rhinolephus. Rupicapra, Sciurus, Sorex, Vespertilio. 92. Dezeseis nomes genericos de Peixes, Amphibios e Repteis collocados na Lista Official de Nomes Genericos. — Os seguintes nomes são por este meio collocados na Lista Official de Xomes Genericos: PISCES; Biennius, Echeneis, Esox, Ophidicm. AM- PHIBIA: Cryptobranchus, Desmognathus, Siren. REPTILIA: Alliçator, Calamario, Ckc- lydra, Crotolus, Derm-ickelys. Erctinas, Laccrta, Mabuya, Phrynosoma. 93. Doze nomes genericos de Peixes collocados na Lista Official por força de Suspensão das Regras. — Os seguintes 12 nomes genericos de peixes são por este meio collocados na Lista Official de Xomes Genericos, de accordo com o Poder Plenário para Suspensão das Regras: Conger Cuv., 1817 (Murar na conger L.) ; Corrganus Lirai., 1758 (Salmo lavarei us L.) ; Eleotris Blcch & Schneider, 1801 ( gyrinus Cuv. & Vai.) ; Epine- phclus Bloch, 1792 (marginalis Bloch) ; Gymnothorax Bloch, 1795 (reticularis Bloch) ; Ma- 29 cm SciELO 10 11 12 13 14 15 16 270 Memórias do Instituto Butantan — Tomo XI lapterurus Lacépède, 1803) (Silurus eleetricus L-). Sfustelus Linck, 1790 (Squalus mustelus L. 1= Afustelus /tfíTÍx]): Polynemus Linn., 1758 (paradisaeus L); Seu ma Linn.. 175S (u»?:'ra L. = Cheihdipterus aquila Laccp., segundo restr. de Cuvier, 1815); Serranas Cuv. ( Perca cabriUa L.) ; Slolephorus Lacêp, 1803 (commers '(lianaz Lacêp.); Teuthis Linn., 1766 {javus L). Os nomes agora correntes não devera ser abandonados a raenos que haja razões indis- cutíveis para sua mudança. 94. Vinte e dois nomes de Molluscos e Tunicados collocados na Lista Official de Nomes Genéricos. — Os seguintes nomes são por este modo collocados na Lista Oíficial de Nomes Gcncricos: MOLLUSCA: Anodmla, Argonauta, Buecinum. Calyptraea, Colum - bella, Dmlalium, Helix, Limas, Maetra, Mya. Sfytilus, Ostrea. Physa. Se fu, Sphaeriunt. Succinea , Teredn. TUNICATA : Botryllus, Clavelina, Diasona, Distaflia, M A gula. 95. Dois nomes genericos de Protozoários collocados na Lista Official de Nomes Gcncricos. — Os seguintes nomes sio por este meio collocados na Lista Official dc Nomes Gcncricos — PROTOZOA: Endamceba. Tryfanesoma. 96. Museum Boltenianum. — A Commissão acceita o Museum Boltenianum 1798 como sendo aproveitável do ponto de vista ncmenclatorial 4 luz das Regras Internacionacs. 97. O “Tentamen" de Hübner, 1806 creou generos monotypicos? — O Tenta- ram de Hübner. 1806 foi sem duvida preparado essencialmente como um manuscripto multí- plice. ou como uma pagina de prova (Vide Opinião No. 87), para exame e critica por um grupo rcstricto de peritos, isto é, cm Ixpidcptera, e não para distribuição geral como um registo cm zoologia. Por consequência, é discutivel a conclusão dc que foi publicado em 1806. Mesmo que se admitta como premissa sua publicação em 1806, é discutirei que os binomios nelle contidos se devam interpretar como nomes genericos ligados a específicos. Mesmo que se admitta que tacs bine mios representam combinaçõ* de n-roes genericos com especificos. elles são cs*mcia!mente nomina nu da (tendo-se em vista a data que trazem), desde que os anctorcs. que não possuem informações esotéricas a seu respeito, não podem interpretai -os definitivamente sem consultarem a literatura mais recente. Si publicads mais tarde com dados mais pvsitivos. esses nomes passam a ser aproveitareis na data de sua republicação ,J Brauer e Bergenstamm. — Interpretando-se com rigor, Brauer e Bergens- tamm (1889-1894) não fixaram os typos para os nomes genericos mais antigos, excepto nos casos em que af firmam claramente que a especie roenci nada é o typo do generc. 99. Endamceba Leidy, 1879 v*. EntamceS i Casagrandi & Barbagallo. 1895. — Enta- moeba 1895, com btatiae como typo por designação subsequente (1912), é absolutamente synonyma de Endamceba l.eidy. 1879a. p.300. typo hloltae. c invalida Entamoeba 1895. typo por designação subsequente (1913): hominis=eolt. 100. Suspensão das Regras para Spirifer e Syrin-iatkyris. — Em virtude de Sus- pensão das Regras, Anomia stnata Martin fica estabelecido como genotypo de Spirifer Sower- by, 1816, e Syringathyris typo Winchel! (= Spirifer carteri Hall) fica estabelecido como genotypo dc Syringothyris Wrncbel], 1863. 101 Situação nomenclatorial de Danilewslcy — “Contribution ã 1’étude de la mi- crobiose malariquc" in Annales de Tlnstitut Pasteur. 1891, VoL 5, paginas 758-782. — As designações technicas latinas, usadas por Danilewslcy, 1891, Annales de ITnstitut Pas- teur, Vol. 5 (12), pp. 758-782, não estão sujeitas a citação sob a Lei de Prioridade, 4 luz da alludida publicação 30 Amaral — Regras de nomenclatura zoologica 271 102. Proteocephala Blainville, 1828. vs. Proteocepkalus Weinland, 1858. Um no- me generico (exemplo Proteocephalus , 1858) não e invalidado pela publicação anterior dc um nome idêntico ou semelhante de ccllocação systematica mais elevada (exemplo Pnteo- cephala, 1828). Si Taenia ambígua (tp. de Proteocephalus. 1858) é congenerico de ocettata (tp. de Ichthyotaenia, 1894). Ichthyotaenia è um synonyroo subjectivo de Proleocephalus . 103. O nome generico Crus, typo Ardea gms. — O typo de Grus Palias. 1767. é Ardea gms Linn.. 1758. por Uutonymia absoluta. Crus o por este modo col locado na Lista Official dr Nomes Genéricos. 104. Cincoenta e sete nomes generico* collocados na Lista Official. Os se- guintes 57 nomes genéricos, com especies typo citadas, são por este modo collocados na Lista Official de Nomes Genericos: PROTOZOA; Rursaria. Eimcria, Loierania, Plasmo- dium, Sarcoeystis. CESTODA; Ligula. NEMATODA: Filaria. Heterodera, Rhabditis. Slrongylus . Sarcoeystis. OLIGOCHAETA : Enchytraeus. HIRUDINEA; Haemadipsa. Limnatis. CRUSTACEA: Armadillidium. Astacus, Câncer, Diaptomus. Gammarus, Ho- marus. Kephrops, Oniscus, Pandnlus, Fenaeus, Porctllio. XIPHOSURA; Limilus. SCOR- PIONIDEA : Seorpio. ARANEAE ou ARANEIDA : Avicularia . Dendryphau les, Dysdc- ra, Lntrcdectus, Segestria. ACARINA: Chcyletrs. Chnríoplrt. Demodex, Dermanyssus. Glyciphagus, Polydesmus, P sor optes, Rhisnglyphus, Tromlridium. THYSANURA : Lepxs- tr.a. COLLE.MBOLA: Podura. ORTHOPTERA : Blattn. EctoHus. Gryllus, Periplaneto. ANOPLURA: Pediculus, Phthirus. HEMIPTERA : Anthocons. Sabis. Notonecta. Rcdu- iius. Triatoma. DERMAPTERA; Forfieula. SUCTORIA s. SIPHONAPTERA s. APHANIPTERA: Pulex. MAMMALIA : Cercopithecus. 105. Nomes de Crustáceos por Dybowski (1926), suppressos. _ Fica resolvido que os novos nomes publicados no trabalho de Dybowski. “Synoptiches Vcrrcichnis mit kurier Bcsprechung der Gattungen tmd Arten dieser Abteilung der Bakalflohkrcbse" (Bul. intemat. Acad. polonaise d. Sei. et d. Lcttres. 1926. No. l-2b, jan.-fev., pp.1-77), são por este meio suppressos. de accordo com Suspensão das Regras, por isso que a applicaçáo das Regras para sua acceitação “resultará evidentemente em maior confusão do oue uniformidade". 106. O typo de Oestrus Linn., 1758, é O. otit. — O typo de Oestrus Linn. 1758. é O. ovis (Art. 30g). A designação de Oestrus equi Fabr. por Latruillc como typo de Oestrus não ê valido (Art. 3Gg). Os 5 seguintes nomes de generos de Dipteros são por este meio collocados na Lista Official de Nomes Genericos: Cephenemyia (typo trompe), Gasterophilus (typo equi de Clark, synonvmo de iuirstmalis de Geer), Hypoderma (typo bovis). Oedemogena (typo tarandi ), e Oestrus (typo oris). 107. Eckinocyamus pusillus vs. Echinocyorr.ns min mus — O caso de Echinocyamus pustllus vs. Eckinocyamus minutus c cbjecto de duas interpretações diametralmentv oppos- tas. Baseandosc no pnnapio de que um nome cm uso corrente não deve ser supplantado por um anterior mas raramente adoptado, ou por um nome não a <1 optado, a menos que o argumento stja ambiguo e que as premissas não estejam sujeitas a differenças de opinião, a Commissão, tendo cm vista a situação algo incerta dc minutus, c de Opinião que pu- sillus 1776 não deve ser suppresso por minutus 1774 108. Suspensão das Regras para Gasella 1816. — De accordo com a Suspensão das Regras. Gasella Blainville. 1816, especie typo Capra dorcas Linn., 1758a. é adoptado de preferencia a Oryx, e po r este modo é collocado na Lista Oficial de Nomes Genericos. 31 It — MT*«» cm SciELO 10 11 12 13 14 15 16 272 Memórias do Instituto Butantan — Tomo XI 109. Suspensão das RcgTas para Hifí Irajus 18*6. — De accordo com a Sus- pensão das Regras (si for preciso), Hippotroaus Sundevall, 1846, especie typo Antílope leucophaea Palias. 1766, é adopeada de preferencia a Egocerus Desmarest. 1822, e a Osanna Rcichcnbach, 1845 (não Aegoceros Palias, 1811), sendo por este roodo coüocada na Lista Official de Nomes Genericos. 110. Suspensão das Regras rara Lagidtum 1833. — De acrordo com a Suspen- são , typo Xummuliles manuUi, como seu synmq ma objectivo. Os cor.sulentts são quasi unanimemente accordes cm declarar que a appbcação das Regras neste caso produ- ziria maior confusão do que uniformidade. 128. Xjcleribia, 1796. Pupipara. e Spiuhtntix. 1826, .-'.farina. — A' luz da Suspen- são das Regras. Xycleribia Latreille, 1796. com pedicularia Latreille. 1805. como typo. e Spintumix von Hcydcn, 1826, com myoti Kolenati, 1856, corno typo. são por este meio collocados na Lista Official de Nomes Gctk- ricos. O nome especifico t-espertilionis de todos os auctores é por este meio invalidado para os seguintes nomes gemtricos : Acarvs. Acrochalidia, Celeripes. Dermanyssus, Diplostas- pis. Gamam s. Hippobosca, Ichoronyssus, Lipmyssus, Listropoda. Megistopoda. Xycleribia, Pfdiculus. Pcnicillidio, Periglischrus. PhShiridiunr, Pteroptus. Sarcoptes. Spiniurnix, Strebla. ã base de que a applicação das Regras produziria maior confusão do que uniformidade 129. Bi pi” na ria 1835 vs. Luidia 1839 — As Recras são por este meio suspensas no caso de Bipinnaria 1855, vs. Luidia 1859. ã base de que «da applicação estricta das Regras resultaria indiscutivelmente maior confusão do que uniformidade». Luidia Forbcs, 1839. com o monotypo fragilíssima 1859 (synonymo subjectivo de Luidia ciliaris 1857), é por este meio ccllocada na Lista Official de Nomes Genericos Os nomes Auricularia, Bipin- naria, Brachiolaria e Pluleus são por este meio excluídos de aproveitabilidade como nomes genericos e reservados como designações de phases de desenvolvimento. 150. Lylaeeras Suess, 1865. collocado na Lista Official de Nome» Genericos. — A’ luz da Suspensão das Regras. Lylaeeras Suess, 1865 (gcrotypo. Amm nilfs fimbria- tus Sowcrby) c por este mci> collocado na Lista Official - mikosoma i T. koehleri. 132. Situação da» "Gattungsbezeichr.ungen” de Sobolew. 1914. — As "Gattungs- bczciclinungcn ” publicadas por Sobolew. cm 1914. são da mesma natureza que a» dc«i- gnações publicadas por Herrera. isto é. forntulas. e não nomes genericos. não tendo, pois, situação em Nomenclatura [Vide Opinião 72J. 155. Urpthot Dana e Phwoetphalidat Sar*. — .V luz «las Regras, o typ> dc Urolhoe i V. rostratus. O auctor original dc um niliões do fíiitanlan Palpos: trochanter com um espinho; fêmur com um espinho basilar ven- tral e outro apicilar interno, mais robusto; patella inerme; tibia com 5 robus- tos espinhos internos e tres externos ; tarso com 3 internos e quatro externos. Tarsos de 7 — 14 — 9 — 10 segmentos, a porção distai dos tarsos II de quatro segmentos. Femores I e III direitos, IV levemente sinuosos. Pa- tas IV do macho : ancas muito salientes, truncadas, com curta apophyse apici- lar externa ; trochanter com uma apophyse basilar dorsal e tres apicilares : a superior e a inferior iguaes e a interna muito maior, curva para dentro; fêmur quasi direito, levemente flexuoso no apice e com pequeno espinho apicilar. Colorido geral pardo-queimado, sendo o escudo dorsal marmorado de denegrido. Hab. : Ribeirão Pires, S. Paulo. Typo : No. 68. na collecção do Instituto Butantan. Isopucrolia conspersa, sp. n. (Fig. 2) 2 3 cm SciELO 10 11 12 13 14 15 16 27S Memórias do Instituto Butantan — Tomo XI £ — S mm. Femores: 4 — 11,7 — 8 — 18,5 mm. Patas : 15,5 — 41 — 26 — 55 mm. Borda anterior granulosa. Cephalothorace granuloso. Comoro ocular granuloso, com um cone mediano baixo. Áreas I a IV do escudo abdominal inermes e irregularmente granulosas; as areas I e IV divididas por um sulco mediano. Arcas lateraes com duas filas de granulações. Area V e tcrgitos livres com uma fila de grânulos pontudos. Operculo anal com uma fila de grânulos arredondados e estemitos livres com uma fila de pequeninas gra- nulações. Area cstigmatica quasi lisa. Ancas IV granulosas; III com duas filas marginaes de dentes ponteagudos ; II e I com uma fila media de grânulos grosseiros. Femores I, II c IV direitos, III curvos cm S. Tarsos de 7-11-10-9 segmen- tos; a porção terminal dos tarsos II (como dos outros) de tres segmentos. Palpos: trochantcr com um espinho; femur com um espinho basilar ven- tral c outro, mais robusto, apicilar interno, e com uma fila ventral de grâ- nulos ; patclla inerme ; tibia com quatro espinhos internos c tres externos ; tarsos com tres espinhos de cada lado. Patas I\ do macho: anca granulosa, de apophyse apicilar externa muito curta ; trochantcr mais longo do que largo, com uma apophyse basilar exter- na, duas apophyscs dorsacs (a interna bem maior, curva) c uma apophyse interna ventral ; femur granuloso, livremente dobrado no apice. Colorido geral castanho queimado. Visto a sccco, o corpo apparccc den- samente pontilhado de secreção branca. Hab. : Mogy das Cruzes, S. Paulo. Typo: Xo. 77. na collccção do Instituto Butantan. Xota: Podem -cparar-sc as tres cspecies de Isopucrolia pela seguinte chave: A — Comoro ocular granuloso; as granulações da area V e de todos os ter- gitos são pontudas /. consfersa. AA — Comoro ocular liso, as granulações da area V c tergito livre I são arredondadas : B — Borda anterior com grandes granulações espersas; tcrgitos li- vres II e III com granulações pontudas; corpo mosqueado de branco I. uniformis. BB — Borda anterior apenas com 4 tubérculos; tcrgitos livres II e III com granulações arredondadas; corpo marmorado de dene- grido /. tripos. cm SciELO 0 11 12 13 14 15 16 Mello-Leitão — Opiliõcs do Bulanlan 279 Genero. Pachyloides Holmb. Pachyloides taurus, sp. n. (Fig. 3) A Fi*. S PithyloidM taarai. ip. n. $ e o — 7 mm. Fcmorcs do macho : 3,5 — 7 — 6 — 11 mm. Femores da femea : 3 — 6 — 4,8 — 7 mm. Patas do macho: 13,5 — 27 — ? — 31 mm. Patas da femea: 12 — 25 — 17 — 24 mm. Borda anterior do cephalothorace inerme c lisa. Comoro ocular com dois altíssimos espinhos subcontiguos e dois tubérculos atrás dos espinhos. Cephalothorace com algumas pequenas granulações esparsas. Arcas I a IV do escudo abdominal irregularmente granulosas, com granulações maiores e menores. Areas lateraes com duas filas de grânulos. Arca V com uma fila anterior de granulações maiores e outra posterior, de granulações me- nores. Tergitos livres com uma fila de grossas granulações. Operculo anal irregularmente granuloso. Esternitos livres com uma fila de pequenos grâ- nulos. Area estigmatica lisa. Ancas muito granulosas, com pequenas gra- nulações. Tarsos de 6-10-7-7 segmentos. Palpos : trochanter com um espinho ; femores com um espinho basilar ventral e outro apicilar interno ; patella inerme ; tibia com 4 espinhos de cada lado e tarso com tres internos e quatro externos. 5 cm SciELO 10 11 12 13 14 15 16 280 Memórias do Instituto Butantan — Tomo XI Patas IV do macho: anca granulosa, com a apophyse apicilar externa pontuda, levemente curva para trás; trochanter mais longo de que largo, com uma notável apophyse apicilar dorsal, dirigida para dentro e curva em chifre de touro: fêmur pouco granuloso, dobrado no terço apicilar e com um espi- nho apicilar interno. Colorido geral : mogno escuro. Hab. : Santa Maria. Rio Grande do Sul. Typo: Xo. 78. na collecção do Instituto Butantan. Xota: Conhecem-se actualmente dez cspccies de Pachyloidcs, que podemos separar pela chave abaixo: -d — Arca I do escudo abdominal apenas com uma fila de granulações: B — Areas II e III também com uma fila de grânulos . P. iheringi R' VR - BB — Areas II e III densamente granulosas — P. Ihorclli Holmb. A A — Arca I do escudo abdominal densamente granulosa: B — Arcas I a IV do escudo abdominal com uma fila regular de gra- nulações, bem maiores: C — Arca IV dividida; femur IV do macho curvo em S e com tres pequenos espinhos basilares : tergitos livres com uma fila de grâ- nulos; tibias II do macho inermes . . . P. armalus Rwr. CC — Arca I\ inteira; femur IV do macho curvo regularmente para dentro e tib:a III com dois espinhos apicilarcs: D — Tergitos livres com uma fila de grânulos; apophyse apicilar dorsal do trochanter IV do macho curva para dentro e para trás ; ccphalothoracc apenas com dois tubérculos atrás do co- moro ocular p. calcartibialis R' VR - DD — Tergitos livres com duas filas de grânulos; apophyse apicilar dorsal do trochanter IV do macho curva para fora c para diante ; cephalothorace densamente granuloso atrás do comoro ocular p. falla.v M.-L- BB Arcas I a I\ densa c irrcgularmente granulosas: C “ Borda anterior do cephalothorace com uma elevação mediana : D — Femur IV curvo nos dois sexos . . P. lubcrndalus Mueix~ DD — Femur IV direito nos dois sexos ... P. fi%chcri MueU- CC — Borda interior do cephalothorace inerme e lisa : D — Femur IV direito, anca IV lisa, espinhos do comoro ocular baixos P. orienlalis R' VR - DD — Feniur IV curvo ou dobrado, anca IV granulosa, espinhos do comoro ocular muito elevados: cm SciELO 0 11 12 13 14 15 16 Mei.lo-Leitão — Opiliões do fíutantan 281 £ — EE — Fêmur IV do macho muito curvo, com robustíssimo espinho ba- silar; tibia III do macho com robusto espinho interno; area V com uma fila de grânulos P. beUicosus Rwr. Fêmur IV do macho apenas dobrado no terço apicilar e com espinho basilar; tibia III inerme; area V com duas filas de granulações P. taums M. - L. Genero Guaranilia, g. n. Comoro ocular com alto espinho. Areas I, II, IV e V do escudo dorsal, tergitos livres e operculo anal inermes; area III com dois espinhos. Fêmur dos palpos com um espinho apicilar interno. Todos os tarsos de mais de seis segmen- tos. Este genero é muito proximo de Guaraniticus, do qual se distingue por ter todos os tarsos de mais de seis segmentos. Ha 6 generos com dois espinhos na area III, comoro ocular com um espinho e fêmur dos palpos com espinho apicilar interno e que apenas se sejaram pela segmentação dos tarsos; são elles: Eugyndes Roewer — 4.6.Ó.6. Gyndesoides Mello-Leitão — 5.Ó.5.6. Klobinia Mello-Leitão — 5.n.5.6. Oglobinia Canals — S.n.6.6. Guaraniticus Mello-Leitão — ó.n.n.n. Guaranilia. g.n. — n.n.n.n. Deste o typo é: (iuaranilia nigrosulcata, sp. n. ( Fig. 4) Fia. « Csirinilia niimulcali, g. n.. sp n. cm SciELO 10 11 12 13 14 15 16 282 Memórias do Instituto Butantan — Tomo XI 3 * — 8 mm. Femores: 4 — 7 — 6 — 8,5 mm. Patas: 15,5 — 27 — 20,5 — 28 mm. Borda anterior inerme e lisa. Cephalothoracc liso. Comoro ocular liso com alto espinho mediano, erecto. Areas I a IV do escudo abdominal den- samente granulosas, a area III com dois espinhos, area I dividida por um sulco mediano e area IV inteira. Areas lateraes com uma fila de granula- ções, bem como a area V, os tergitos e estemitos livres. Operculo anal dor- sal com algumas granulações esparsas e o ventral com uma fila de grânulos. Area cstigmatica e ancas densamente granulosas. Femores I e II direitos: II e IV curvos em S. Tarsos de 7 - 13 - 13 - 13 segmentos. Palpos: trochanter com dois espinhos; fêmur com dois espinhos basilares ventraes c um apicilar interno; patclla inerme; tibia com quatro espinhos de cada lado c tarso com 4 externos e 3 internos. Patas IV do macho: anca com poucas granulações dorsaes e provida dc curta apophyse apicilar externa bifida, transversa, de ramos iguaes, c peque- na apophyse apicilar interna dirigida para trás; trochanter mais longo do que largo, com dois espinhos basilares (um dorsal c outro ventral) c tres apophyses: supero-externa (a maior), supero-interna c inferior; femur cur- vo em S, com filas dc grânulos na face dorsal, duas filas de dentes na ven- tral c dois robustos espinhos divergentes no terço e medio. Colorido geral: castanho queimado, o escudo dorsal com grande mancha esbranquiçada que occupa quasi toda a sua extensão, com os espinhos da. arca III c os sulcos negros. Hab. : Scngés, Paraná. Typo: Xo. 72, na collccçáo do Instituto Butantan. Sub familia GONYLEPT1NAE Genero Thcliospelta, g. n. Comoro ocular com dois espinhos. Ares I, II c IV do escudo abdominaf r tergitos livres e operculo anal inermes ; area I dividida por um sulco mediano . area III com uma eminencia mamillar mediana. Palpos de femur c patci.a delgados e inermes. Tarsos I de seis segmentos, os outros de mais de sets. Este genero se distingue dc todos os outros de Gonylrptincu pelo curioso tu- bérculo da area III e pela estruetura dos palpos, semelhante á dos palpos dc Goclopygimc ; todavia, suas unhas dos tarsos III c I\ são typicamente dc Gonylcptinae. Typo: cm SciELO 0 11 12 13 14 15 16 Mello-Leitío — Opiliões do fíutantnn 283 Theliospelta granulata, sp. n. ( Fig . S) 0 Flf. 6 Th*lio*pe|t» cranulata. g. n. *p. o. . São, pois, henrophroditas, ou, melhor, femeas transformadas (só cm relação ã gomda) em hermaphroditas, pois o resto do animal, como dissemos, apresenta caracteres apenas femininos. O numero de zonas testicularcs que se encontra em cada ovário não poude ainda ser esclarecido de modo definitivo. E’ muito facil demonstrarmos a exis- tência de 2 zonas testicularcs por ovário, pois nas formas adultas encontramos com grande frequência uma zona testicular encravada no ovário em situação mais ou menos alta, ao passo que o receptáculo seminal se mostra cheio de espermatozóides. Ora, estes espermatozóides, bem como os utilizados para a fecundação dos numerosos ovos que se encontram em pleno desenvolvimento no utero, só podem ter sido formados por uma zona testicular mais precoce do que aquella que está evolvendo em pleno ovário, mesmo porque nella frequen- temente ainda não ha espermatozóides. Como em formas velhas Schlcip (4) encontrou zonas testiculares jovens, crê este auctor que talvez se possa formar uma 3.* zona testicular por ovário. Não discutiremos esta questão, na presente cm SciELO 10 11 12 13 14 15 16 290 Memórias do Instituto Butantan — Tomo XI nota, mesmo porque não interessa no problema que aqui vamos analysar. O que nos preoccupa é sabermos o que apparece em l.° logar, si uma zona ovular (hermaphnxlitismo protenogynico) ou testicular ( hermaphroditismo proteran- drico). Tivemos ensejo, trabalhando com Rhabdias fiilleborni Trav. de observar um animal bastante jovem, cujos úteros continham apenas poucos ovos em segmen- tação. Basta comparar a Fig. 1. que é um aspecto do conjuncto de exemplar daquclla especie. com a Fig. 2, que mostra um Rhabdias commum do pulmão, para se poder avaliar com facilidade da juventude de nosso exemplar. Estudando uma zona testicular admiravelmente nitida apresentada por este animal (Fig. 3) — (para se ter idéa de sua séde, vêr a Fig. 1) — tivemtos nossa at tenção chamada para uma particularidade que a distingue das zonas testiculares encontradas facilmente nas formas cre-cülas. Para que a possamos comprehender, convem que nos detenhamos um pouco na analysc da zona testicular desse Rhabdias jovem. Olhemos para a Fie. 4 que nos mostra o limite superior da zona testicular em apreço. Veremos ahi uni ovocyto e. abaixo delle. 2 espennatocytos de I.* ordem a occujnr toda a largura da zona espermatica. Só este facto já c um indicio claro de que tal zona tes- ticular é muito jovem, pois, si a compararmos com o limite superior de uma zona testicular de Rhabdias adulto (Fig. 5), veremos que aqui o numero de esjicnnatocytos. que occupam a hrgura da zona testicular. é de cerca de 10 (ta! numero varia, mas é sempre muito superior a 2). Essa região sujxrrior da zona testicular. zona de transição de Schleip. nada de espcdal apresenta, além de stn estreiteza. O mesmo não occorre, si nos detivermos no exame da zona inferior. En- quanto que. numa zona testicular de Rhabdias adulto, vemos um aspecto muito característico, liem estudado por Schleip. que llie deu o nome de zona de dege- neração. aspecto que se pode verificar muito bem em nossa Fig. 5 a. o mesmo não aconteceu com a zona testicular jovem. E’ assim que, si a examinarmos, veremos ahi os espermatozóides (Fig. 6, a) ao contacto de um ovocyto de aspecto absolutamente nornnj e nenhum signa! de degeneração poderá ser observado, apesar de se tratar de zona testicular evolvida, isto é, já tendo elaborado esper- matozóides. Foi tão notável particularidade que nos levou a examinar com o máximo cuidado os cortes seriados na alludida região. O exame da Fig. 7 mostm-nos que, pouco abaixo da zona testicular que estamos estudando, se podem vêr o reecptaculum sc minis ( b ) c nelle numerosos espermatozóides. E’ o que se pódc observar com clareza na Fig. 8, I. onde foi cuidadosamente desenhada a zona testicular e. abaixo delia, o rcccptandum seininis , embora, por infelicidade. cm SciELO 0 11 12 13 14 15 16 DnEYFTJS — Hernuiphroditismo alternantr 291 uma alça tivesse causado, em nosso corte, a falta de um pedaço do tubo ovarico que vae do ovocyto que fecha a zona testicular (b) até o receptáculo (o), vendo-se nessa região, onde foi cortado o utero. dois ovos em desenvolvimento. Os cortes seriados mostraram-nos. porém, que nenhum phenomeno degenerativo, como era de se esperar pelo estado do ovocyto a. existia no presente «Uso. Como explicar tão curiosa differença entre as zonas testiculares de um animal adulto (existcncia de uma zona de degeneração) e de um animal jovem (ausência dessa mesma zona) ? O exame dos cortes seguintes, do qual o mais instructivo (que no preparado era o immediato ao figurado em I) está desenhado em II, responde á nossa interrogação. Vemos ahi os espermatozóides (o) contornarem o ovocyto que fecha a zona testicular e passar entre os ovocytos para o reccptaculum snninis (8, II b). Somos assim levados á conclusão de que taes espermatozóides vão ser encarregados de fecundar os primeiros ovocytos que. emlwra nascidos antes delles. só amadurecerão quando já existirem esjxrr- matozoides. A necessidade de explicar como se dava a fecundação destes pri- meiros ovocytos era um dos argumentos em favor da idéa de que a elalwração dos esjiermatozoides devesse preceder a dos ovulos. O nosso tachado explica perfeitamente como se dá tal fecundação. A opinião, segundo a qual os espermatozóides contidos no receptáculo seminal rlesse Rhabdias jovem puderam ter sido elaborados por uma zona testicular formada anteriormente á que estamos estudando, não nos parece sustentável : a) por não haver então explicação para a inexistência da zona de degeneração na zona testicular jovem por nós estudada: b) pelo facto de serem pouco numerosas a> zotlas testiculares que se formam num ovário de Rliabdias. lí' assim que, durante toda a vida do animal em geral, só encontramos uma zona testicular por ovário. Tal zona provém de ccllulas ovogotvcas que. em vez de seguirem a evolução ovogenetica. transformando-se em ovocytos, evolvem differentemente dando espermatocytos. Isto se passa em nivel alto de ovário (zona de synapse) e, á proporção que a zona testicular evolve, desce até que, finalmente, alcança o receptáculo seminal, onde ficam depositndos os esper- matozóides. Estes espermatozóides fecundarão os ovocytos que forem successi- vamente amadurecendo. Como Schleip encontrou em geral uma zona testicular cm evolução e esjier- matozoides (evidentemente formade* por uma zona testicular mais antiga) no receptáculo seminal, acreditou que o numero de zonas testiculares deveria ser pelo menos de 2 por ovário. Em animaes muito grandes encontrou uma z»na testicular jovem e por isso admittiu que talvez o numero delias pudesse ser 3. Xossos achados em Rhabdias fiillcbonii são concordes com os de Schleip em R. bufonis. Ora. será razoavel que, num animal tão jovem como o que estu- damos e onde ha uma zona testicular tão reduzida de tamanho (2 ccllulas para toda a largura do testículo) em relação á mesma zona no adulto, já se tenha cm SciELO 10 11 12 13 14 15 16 292 Memórias do Instituto Butantan — Tomo XI anteriormente formado outra zona testicular. quando acabamos de ver que, durante toda a vida do adulto, onde são postos ovos em numero enorme (ver Fig. 2), uma unica ou no máximo 2 zonas testiculares serão formadas? Do exposto pensamos poder chegar á seguinte conclusão: A zona tes- ticular jovem por nós encontrada deve ser, muito provavelmente, a primeira zona testicular formada no Rhabdias. Antes de sua formação, o ovário deu nascimento a ovulos cuja fecundação foi assegurada pelo facto de os primeiros espermatozóides, formados depois delles na zona testicular inicial, se terem insi- nuado entre òs ovocytos, situados abaixo e em via de crescimento e, chegados ao reccptaculum seminis, nelles terem penetrado. Assim se explica por que motivo falta, nesta primeira zona testicular, a zona de degeneração. Ao se formar mais tarde uma nova zona testicular, contendo ainda o receptáculo seminal os espermatozóides formados pela primeira zona, permanecem os espermatozóides da segunda zona no local de sua formação e descem ao longt> do ovário, sim- plesmente em consequência da descida da zona testicular. onde se encontram, sem sc insinuarem entre os ovocytos situados abaixo c dos quaes ficam sepa- rados pela zona de degeneração. Vemos assim que os espermatozóides da 1* zona fecundariam ovulos situados adiante delles e outros mais numerosos, for- mados depois delles, ao passo que os esjwrmatozoides formados nas seguintes zonas testiculares só poderão fecundar ovocytos nascidos depois delles. COMMENTARIO Os auctores que nos precederam no estudo das phascs jovens da forma hermaphrodita dc Rhabdiasidac, foram Schneider (3) c Schleip (4), pois Boveri (5), que estudou o cyclo chromosomico de Rhabdias bufonis. não fala nas phascs jovens. Schneider diz textualmente o seguinte: “Infelizmente também é mais difíi* cil do que nos hermaphroditas de vida livre ter a certeza de que o ovário no estado mais joven fornece esperma, porque os orgãos sexuaes de Ascaris nigro - venosa não se deixam eventrar facilmente, mas ficam ligados solidamente com a parede do abdome. Consegui, porém, encontrar um exemplar que ainda não continha ovos, e sim espermatozóides cm estado ainda não desenvolvido, de forma granulosa e situados na parte potterior das tubas” (*). Parece-nos que. si levarmos em conta a precariedade da technica usada por Schneider (trabalho não cytoiogico), a descripção insufíiciente que nos dá e a ausência de qualquer figura que esclareça as duvidas, em opposição ao aspecto nitido por nós cncon- (•) M UUer i«l m iwb Kkvervr ili b»i J«n frvtlakaadaa Z»itl*r »kIi dnàl n ■Wm^ra, 4 jm 4*t ta via*m (rukftva Sudiaa d*n 5in*ea b*r»it#«. da 4a Ga«d»rn í««t mil «lar Lfibtmad lauataMabiaie* la4«M i»l »• «ir d««h gflraaea. Fwaiplir ta l»4»a. aatea mi» SU Cetichl |*Ume.»n»« Ti er (and kb k«àaa lectifea $penaka ia dea b«idea «amenbrhãltrrn. »*hl abe» *i#e lUdenroo* ia jeder Kelarihre. Ia dar fiara lirfrn anterbalb firfen dia Ca- •chlechttefínocf bia) tá», dm aich deatlkb ia DfffBerttaa befiadea. ia dee aaderea, i«ei «kh íurrbeade Ei er «•« narmalra Anrnhra. Da ia dra beidra Q»eni uma zona tes- ticulaf. 2 — A zona testieular distinguia-se das zonas testicularcs das formas adultas, por não apresentar, no limite inferior, a area de degeneração, que nor- tnalmente separa a zona testieular do resto do ovário. 3 — A observação cuidadosa dos cortes seriados mostrou que os espermato- zóides formados nesta zona testieular se insinuavam entre os ovocytos situados abaixo c iam para o rcceptaculum seminis. facto que não occorre nas zonas testiculares do adulto. 4 — Desse estudo se pode concluir que. neste animal, primeiramente se formam ovocytos, depois espermatozóides, os quaes descem entre os ovocytos situa- dos adiante delles. indo fecundai -os no rcceptaculum seminis. Asíim se explica como. fabricando este animal primeiramente ovulos, podem este? ser fecundados. 5 — * T rata-se, portanto, de um anintal que fabrica, altemativamente. ovulos e espermatozóides (pelo menos 2 vezes cada) e. por isso, merece ser cha- mado um hcrmaphrodita alternante proterogynico. 1, | SciELO 6 Drevfus — Hermaphrodilismo alternante 295 RÉSUMÉ En étudiant la forme hermaphrodite et parasite de Rhabdias füllcborni, on a rencontré une forme três jeime (Fig. 1) dans laquelle chaque utéms ne con- tenait que quelques oeufs (a comparer avec la Fig. 2 qui montre 1’adulte avec les utérus remplis d’oeufs en évolution). II s'y trouvait une zone testiculaire particulièrement nette (Fig. 3) qui se distinguait des zones testiculaires des formes adultes (Fig. 5), non seulement à cause d’unc moindre épaisseur (2 cellules. Fig. 4, contre environ 10). mais surtout parce que la zone de dégénera- tion (Fig. 5. a), qui separe inférieurement le testiculc de 1’ovaire. nc s’y trouvait pas (Fig. 6). L’examen des coupes sériées a montré que dans la forme jeune les spermatozoldes contoumaicnt 1’ovocyte qui marque la limite inférieure de 1’ovaire. s'insinuaient entre les ovocytes et allaient se tasser dans 1c rcccptaculum sc minis (Fig. 7. a), ce que l’on peut voir plus clairement par l’examen du dessin (Fig. 8). qui montre en I o le récéptacle rempli de spermatozoides. D’oü la conclusion suivante: les spermatozoides formes dans la prcmièrc zone tcs- tictilaire se chargent non seulement de la fécondation des nombreux oeufs qui viendront terminer leur évolution dans le récéptacle séminal aprcs que la zone testiculaire y soit arrivée (ce qui se passe également pour la deuxicme zone testiculaire qui se formera plus tard). mais aussi de ceux qui ont commencé leur évolution avant qu’aie débuté la formation des premiers spermatozoides. II s’ensuit que Rhabdias füllcborni cst un hermaphrodite alternant protcrogyni- que. On discute cnsuite les travnux de Schneider et de Schleip qui ont antérieurement abordé ce proWème et on annonce. pour une prochainc publi- cation, un travail oíi il ser a discuté la question de 1’hermaphrodisme protéran- drique si fréquent chez les nematodes et la relation entre cet hermaj>hrodismc soi-djsant protérandrique et l'hermaphrodismc altemant protérogynique des Rhabdiasidae. ZUSAMMENFASSUNG Bei dem Studium des Zwitters und Parasiten Rhabdias füllcborni wurdc eine sehr junge Form ( Fig. 1), bei der jeder Uterus nur einigc Eier enthielt, ge- íunden (Vergleiche mit Fig. 2, die dic crwachsenc Form zeigt mit dem von Eiem. die sich in der Entwicklung befinden. angefülltem Uterus). Es findet sich hier eine deutliche Hodenzone (Fig. 3). die sich von der der erwachsenen Tierc un- terscheidet (Fig. 5), niclit nur auf Grund einer geringeren Grôsse (2 Zcllen, Fig. 4, gegenüber ungefãhr 10), sondem auch hauptsãchlich wcil sich dort keinc Degcnerationszone befindet (Fig. 3a), die den Hodcn unten von dem Eierstock tremit (Fig. 6). cm SciELO 10 11 12 13 14 15 16 296 Memórias do Instituto Butantan Tomo XI Eine Untersuchung der Serienschnitte hat gezeigt, dass in der jungen Form die Spermatozoen die Ovocyten umgeben, die die untere Grenze des Ovariums angeben. Sie drãngen sich dann zwischen die Ovocyten und sammeln sich im Receptaculum sc minis (Fig. 7, a) an. Das ist deutlich an der Zeichnung Fig. 8 zu sehen, die in I o das Receptaculum gefüllt mit Spermien zeigt. Daraus ist folgender Schluss zu ziehen : Die Spermatozoen werden in der I. Hodenzone gebildet. Sie haben nicht nur die Aufgabe, die zahlreichen Eier zu befruchten. die in das Receptaculum scminis gelangen, um dort ihre Entwicklung durchzumachen, nachdem die Hodenzone bis dorthin reichte (was cbenfalls iür die zweite Hodenzone, die sich spãter bildet, gilt), sondem sie müssen auch die Eier befruchten, deren Entwicklung schon begonnen hatte. ehe die ersten Spermatozoen mit ihrer Ausbüdung anfingen. Demzufolge ist Rhabdias fülle - borni ein wechselnd proterogynischcr Z witter. Dann wurden die Arbeiten von Schncidcr und Schlcip, die früher dicsc^ Problem schon berührt haben, erõrtert und für eine nãchste Verõ f fenthchung eine Arbeit angekõndigt, worin er die Frage des protcrandrischen Hermaphro- ditismus behandeln will, der so hãufig bei den Nematoden vorkommt, und wo cr die Beziehung zwischen diesem sog. proterandrichen und dem wechselnd prot erogy m" sehen I icrmaphroditisnius der Rbnbdiasida: darstellen wird. BIBLIOGRAPHIA 5. Ltuckart , K. — in Helminthologische Experimentaluntersuchungen, 4. S, Gõttingoi Nachrichtcn No. 8. 1865. Mrtschnikoff, E. — über die Entwickhmg von Ascarxs nigrenenosa, t'« Arch. f. Anat u. Physiol. 1865. Schneidcr, .-t. — Monographic der Nematoden. G. Reimer, Berlim. 1866. Schltip, tf. — Das Verhalten des Chromatins bei .Ingioslomum ( Rhabdonftna ) *Í9 rc, ‘ venosum, in Arch. f. Zellforschung 7.1911. Boveri, íh — Cber das Verhalten der Geschlechtschromosomen bei Hermaphrvditismus, in Vcrhandlungen der Phys.-med. Gesellschaft zu Würzburg N. F. 41. 1911- EXPLICAÇÃO DAS FIGURAS Todos os cortes provem de material fixado em Allen, corado pda hematoxylina ferrica. As Microphotos 1, 3, 4, 6, 7 e desenho 8 são de um mesmo Rhabdias jovem. As Micro- photos 2 e 5 são de Rhabdias adulto. Fig. 1 — • Aspecto geral, mostrando a zona testicular (a) o receptáculo seminal (b) e 05 2 úteros (c, d), cada um com apenas alguns ovos. Fig. 2 — Aspecto geral de uma forma adulta de Rhabdias, mostrando o grande numero de ovos cm evolução no útero. cm SciELO 0 11 12 13 14 15 16 Dreyfus — Hermaphrodilismo alternante 297 Fig. 3 — Zona testicular de R. jovem encravada entre 2 ovocytos. Em o, parte superior do testículo (espermatocytos). Em b, parte inferior (espermatozóides). Fig. 4 — • Limite superior da zona testicular da Fig. 3. Vêem-se, debaixo do ovocyto. 2 espermatocytos de 1.* ordem (phase diplotena), enchendo toda a largura do tubo espermatko. Fig. 5 — Zona testicular de R. fülUbomi adulto. Em a, limite inferior da zona testicular (zona da degeneração). Em b, seu limite superiot em contacto com ovocytos. Fig. 6 — Limite inferior da zona testicular da Fig. 3. Em a, espermatozóides ao contacto de ura ovocyto de aspecto norma! (semelhante ao que forma o limite superior da zona testicular. Vide Fig. 3). Fig. 7 — Zona testicular (a) e rfceptaculum teminis (6), situados na extremidade pos- terior do corpo do Rhabdias. Fig. 8 — I. Zona testicular e receptáculo seminal (a) cheio de espermatozóides. Na zona testicular vêem-se bem: ovocyto que limita inferiormentc a zona testicular (i>), espermatozóides (c), espermatídes (d), espcrmatocyto de 2.* ordem cm mitose (r), espcrmatocyto de 1.* ordem em mitose (/) (visto de face), espermatocytos na prophase da 1.* mitose de maturação (g), ovocyto que limita cm cima a zona testicular (A). Em II. foi desenhada toda a extremidade inferior do animal Legenda como em I: intestino contendo sangue digerido (g). (Trabalho de collaboraçio do La borato rio d« Biologia Oral da Faculdade de Philosophia. Seienc ; a» e Letra* da Uni- versidade de S. Paulo, recebido para publicação em julho de 1937. Dado á publicidade, em separata, em agosto d~ 19371. cm SciELO 10 11 12 13 14 15 16 JSciELOj 2 3 5 6 11 12 13 14 15 16 L cm JSciELOj 2 3 5 6 11 12 13 14 15 16 L cm Fi*. 8 2 3 4 5 6 -SCÍELO d X1 12 13 14 15 16 A. Drevfus — Hermaphroditismo em R. fülleborni Trav. Mem. Inst. Butantan Vol. XI 1937 391 46 : 3 » 7. 8 SOBRE A EVOLUÇÃO DE OVOCYTOS CONTIDOS NO TESTÍCULO DO SAPO roR ANDRÉ DREYFUS {com 15 figuras) Em nota (1) que acabamos de communicar á Sociedade em estão de accordo com a inter- pretação que acabamos de dar: phenomeno puramente local (testicular), sem re- percussão geral. (Fazemos aqui abstracção do orgão de Bidder. ovnrio rudi- mentario presente normalmente em todo sapo). Evidentemente a penetração de espermatozóides nos ovocytos suggere a idéa de uma fecundação. Acreditamos que aqui em absoluto não se possa pensnr nisso. E’ verdade que Brachet (13) descreveu a fecundação prematura em ovos de echinodermas. Trata-se, porém, de ovocytos já avançados em sm evolução, onde a vesícula germinativa já se tinha rompido ou se havia dissolvido sua membrana. Sã», pois, ovocytos nos quaes o cytoplasma já tinhn adquirido um oerto grau de maturidade, compatível com a penetração dos espermatozóides (polyspermia). De outro lado, na fecundação prematura, ha nothveis modificações dos es- permatozóides penetrados no ovocyto, os quaes desde logo synchnonizam sua chromatina á do ovocyto, isto é, transformam sua chromatina de tal forma que elJa assume immeditamente o aspecto que no momento caracteriza a chromatina do ovocyto. Ha, além disso, apparccimcnto de asteres espermaticos. cm relação com cada um dos espermatozóides que penetraram. Nada de semelhante c observável em nosso caso: Os espermatozóides que em grande numero são encontrados dentro de ovocytos nenhuma modificação cstructural de gencro dos acima citados apresentam. Bataillon (14) mostrou a possibilidade da fecundação prematura nos am- phibios. O unico dado que poderia approxinur o aspecto por nós observado de uma fecundação prematura é o seguinte: na fecundação polyspermica de um OTO maduro de anuro, a penetração dos espermatozóides se dá por toda a superficie do ovo, ao passo que, m fecundação prematura, a entrada dos esper- matozóides se dá sómente no pólo superior, e isso por causa de rigidez polar do ovocyto. No nosso caso, a entrada de todos os espermatozóides deu-se num ponto do ovocyto (Fig. 2). Todavia, foi antes para o lado do pólo vitellino. Ix>go, aqui, só podemos attribuir tal facto a outra causa qualquer (ponto de menor resistência?), mesmo porque os ovocytos por nós encontrados são demasia- damente jovens para já terem chegado ao período cm que se estabelece a rigidez pohr, causa da penetração pelo pólo animal. Estamos aqui diante de ovocytos extremamente jovens, onde ainda não começou a elaboração do vitcllo e nos quaes, portanto, a chamada "maturidade cytoplasmatica”, indispensável á pe- netração dos espermatozóides, absolutamente ainda não se estabeleceu. E’ sabido que, salvo raras exccpções ( Dinophilus apatris, Fasciola hcpatica, vários 5 304 Memórias do Instituto Butantan — Tomo XI Turbei Iarios, etc.), a entrada do espermatozóide só é possivel no ovocyto que chegou ao termo do desenvolvimento, com o vitello já perfeitamente formado. Cremos, por isso, que a nossa interpretação, de que a penetração dos esperma- tozóides é seguida de destruição do ovocyto que seria utilizado como alimento pelos espermatozóides e demais cellulas da linhagem seminal com elles penetrados, é a mais razoavel. Quanto á origem dos ovocytos que aqui estamos descrevendo, não foi possí- vel por meio de nossos preparados estabelecel-a com segurança. Os ovocytos mais jovens que encontrámos (Figs. 13 e 14) já tinham, como foi dito acima, aspecto nitidamente ovocytario. King, no trabalho acima citado, acredita que: “It is highly improbable that these cells origimte in Bidder’s organ and subse- quently migrate into the sex-gland, as there is never any opening between these struetures”; e ainda "I am strongly indined to the opinion that these cells are primordial gcrm-cclls in which, for some unknown reason, the course of deve- lopment has been changed so that the cells increase in size with unusual rapidity and assume tlic characteristics of rudimentary ora. Cells oí this kind must, therefore, bc considered as degenerating edis. Their presence in the sex-gland is apparently riot harmful to the individual, since none of the young toads in which they are found seem to differ in any other way from the normal typc” (p. 163). Guyénot e Ponse acreditam, como vimos, que os ovocytos testiculares derivam das cellulas germinativas primordiacs com núcleo lobado, opinião que também é defendida por Champy. A Fig. 15 mostra-nos, lado a lado, uma cel- lula primordial com núcleo lobado (a), um ovocyto muito joven (b) e outro mais crescido (c). Não ousamos, porém, sobre tal fundamento affirmar que de cellulas semelhantes á espermatogonia-mãe que aqui vemos (cellula um nudeo lobado) derivaram os ovocytos. RESUMO 4 — Em 2 testiculos de sapo (em cerca de 80 examinados) foram encontrados ovocytos em plena massa testicular (Figs. 1, 3 c 4). Em alguns desses ovocytos havia espermatozóides numerosos e alguns es- permatocytos (Figs. 1, 3, 4 e. particularmente, 9). Os espermatozóides parece haverem penetrado activamente nesses ovocytos, levando oonsigo os espermatocytos (Figs. 2 e 7), pois nas vias espermati- cas é possivel ver, entre os espermatozóides, alguns espermatocytos (Fig. 6). Os espermatozóides parece haverem devorado o ovocyto, pois se encontra- ram restos de ovocytos que haviam sido destruídos pelos espermatozóides (Fig. 5). cm SciELO 0 11 12 13 14 15 16 Dreyfus — Evolução de ovoeulos 305 5 — Xos ovocytos do orgão de Biddcr, não foram encontrados espermatozóides (Fig. 8). 6 — As cellulas mais jovens da serie ovular encontradas já eram ovocytos (Figs. 13 e 14), não se podendo affirmar que os ovocytos derivassem de espermatogonias-mães (Fig. 15). 7 — Além da destruição dos ovocytos por phagocytose espermatozoidica, foi en- contrada uma degeneração ovocytaria consistindo em hérnia do núcleo (Fig. 10), ruptura da membrana nuclear (Fig. 11) e fragmentação do cytoplasma (Figs. 10. 11 e 12). RÉSUMfi On a rencontré par deux fois, sur un total d‘environ S0 testieules du crapaud Bufo tnarinus, examines dans un autre but, des ovocytes en pleine masse testi- cuhire (1). En examinam plus attentivcment les préparations. on a vu. dans un de ces deux cas. des spermatozoídes en grand nombre, à 1’intérieur de certains ovocytes (Figs. 1, 3, 4). Dans un certain nombre dc ces ovocytes on y avait non seulement de nombreux spermatozoídes, mais aussi des spermatocytcs (Figs. 1, 3, 4 et spécialement 9 oü l’on voit des mitoses spcrmatocytaires). Les sper- matozoides ont probablement pénétré activemcnt dans ces ovocytes en transpor- tam avec cux spcrmatocytes, c’est ce que l’on peut voir à la Fig. 2 (pénétration des spermatozoídes) et, avcc un plus fort grossissement, à la Fig. 7 (pénétra- tion des spermatocytcs et des spermatozoídes). L’hypothèsc qui vient d'être faite est fortement soutenue par 1’obsen-ation de la Fig. 6 qui nous montre que, normalemcnt, dans les voies séminales intratesticulaires, l’on peut égalemcnt voir des spermatocytes entre les spermatozoídes. On admet que, peut-être, les sper- matozoídes se nourrissent aux dépens de 1’ovocyte, les spermatocytes (mitoses) agissant de même. Ceei se justifie par 1’examen de la Fig. 5 qui montre un reste d’ovocyte détruit par des spermatozoídes. En plus de cette forme de des- truction des ovocytes une autre a été rencontrée. II s’agit d’hemie nuclcaire (Fig. 10), rupture de la membrane nucléairc (Fig. 11), et fragmentation du cvtoplasme (Figs. 10, 11, 12). En examinant 1’organe de Bidder, on n’y a jamais vu de phénomènes de ce genre. La Fig. 8 montre cet organe avec son aspect habituei et d’autre part à 1’intérieur du testicule. un certain rtombre d’ovocytes dont un, pénétré par des spermatozoídes. Sur 1’origine de ces ovocytes on ne peut rien avancer. L’examen de la Fig. 15 montre un gros ovocyte, un plus petit et une sperma- togonie-mère à noyau lobé. II y a-t-il une filiation à établir entre ces sperma- togonies et les ovocytes? * * * 'SciELO 306 Memórias do Instituto Butantan — Tomo XI On analyse ensuite des cas semblables. oii 1’on a rencontré des ovocytes dans Ia masse testiculaire de crapaud, mais jamais la pénétration de spermatozoídes dajis les ovocytes: Spengel (2), Hoffmann (3), Friedmann (4), Cerutti (o), Miss King (6). Harms (7) cite une trouvaille de Knappe qui aurait vu des éléments à forme de spermatozoide dans les ovocytes de 1'organe de Bidder. On n’a pas pu se procurer ce travail, mais étant donné la critique de Harms qui ne croit pas à ces soi-disant spermatozoídes et le fa.it que cette observation a été faite sur 1’organe de Bidder. il est fort probable qu’il n’y ait rien de commun entre les observations de Knappe et celles que l’on décrit ici. On analyse ensuite d’autres travaux d’ordre experimental: Witschi (8 et 9), Champy (10) Guyénot et Fonse (11), Burns (12). II n’y est fait aucune référence à la possibilite d’une pénétration de spermatozoídes dans des oslocytes. On discute ensuite la question de la fécondation prématurée pour arriver à Ia conclusion qu’il ne peut pas s’agir ici d’un tel phénomène (les spermatozoídes qui pénètrent les ovocytes ne montrent aucune modification de Ieur strueture. absence d’asters spermatiques. absence de maturation cytoplasmique de Fovocyte, indispcnsablc à cette maturation, etc.. Commc les animaux étaient étudiés dans un autre but. on n’y a pas tait 1’examen attentif des conduits génitnux, mais à peine un examen sommaire. Étant donné que les ovocytes étaient cn voie de destructlon, il est fort probable. commc Miss King l’a vu chez Bufo lontiginosus, que le phénomène ici rapporté soit localisé au testicule qui, par la destruction des ovocytes y contenus. était cn voic daffirmer définitivement sa condition masculine. ZUSAMMENFASSUNG Man traf zweimal, bei im Ganzen ungefãhr 80 Hoden der Krõte Bufo marinus, die zu einem anderen Zweck untersucht wurden, auf Ovocyten, die mitten in der Hodenmasse lagen. Bei genaueren Untersuchungen der Prãparate, wurde in cinem der beiden Fãllc cinc grosse Anzahl Spermien gesehen. die sicli innerhalb einiger Ovocyten befanden (Figs. 1. 3. 4). In einigen diescr Ovocyten fand man nicht nur zahlreicbe Spermatozoen. sondern auch Spermatocyten (Figs. 1, 3, 4 und besonders 9. wo man Spermatocytenmitosen sicht). Die Sperim- tozoen sind wahrschcinlich in diese Ovocyten eingedrungen, wobei sie die Sper- niatocyten mit sich brachten. Dies kann man in Fig. 2 sehen (Eindringen der Spermatozoen) und mit stãrkerer Vergrõsserung in Fig. 7 (Eindringen von Spermatozoen und Spermatocyten). Die el>en aufgestellte Hypothese wird stark unterstützt durch die Beobachtung an Fig. 6, wo man sieht, dass normalcr Weise in deu intratcsticularen Samenkanãlcn sich ebenfalls Spermatocyten zwi- schen Spermatozoen finden. Es wurde hinztigefügt. dass die Spermatozoen cm SciELO 0 11 12 13 14 15 16 Dreyfus — Evolução de ovocytos 307 sich wohl auf Kosten der Ovocyten eraãhren, ebcnso die Spermatocyten (Mito- sen). Das wird gerechtfertigt durch Fig. 5, die uns den Rest einer von Sper- matozoen zerstõrten Ovocyte zeigt. Atisser dieser Form von Zerstõrung der Ovocyten beobachtete man noch anderes. Es handelt sich uni dne bruchsackar- tige Kernvonvõlbung (Fig. 10), einen Bmch der Kemmembran (Fig. 11), und Zerfall des Cytoplasmas (Fig. 10, 11, 12). Eine Untersuchung des Bidderschen Organs zeigte nienials einen derartigen Sachverhalt. Fig. 8 bringt dieses Organ in seinem gewõhnlichen Aussehen und andrerseits im Innem des Hodens eine Anzahl von Ovocyten, von dencn eine von Spermien durchdrungen ist. Cber den Ursprung dieser Ovocyten ist noch nichts vorzubringen. Die Untersuchung von Fig. 15 zeigt uns eine dicke Ovocy- te, eine kleinere und eine Spermatogonie mit gelappten Kem. Ob sich vielleicht die Sperniatogonien zu Ovocyten verwandeln? * * * Es wurden dann die Fãlle, in denen Onocyten in den Hodcn der Krõte gefunden wurden, die aber niemals von einem Eindringen von Spermatozoen in Ovocyten berichten, behandelt: Spengel (2), Hoffniann (3). Friedmann (4), Cerrutti (5), Miss King (6). Harms (7) cnvãhnt eine Beobachtung von Knappc, der in den Ovocyten des Bidderschen Organs Elemente in Forni von Spermatozoen gesehen hal>en "•'11. Die Arbert war nicht verschafíbar, aber da die Kritik bei Harms, der an diese sogenannten Spermatozoen nicht glaubt. gegeben ist, geht hervor, dass diese Beobachtung am Bidderschen Organ gemacht wurde und es besteht die Wahrscheinlichkeit, dass keinerlei Gemcinsamkeit zwischen den von Knappc ge- machten Feststellungen und den hier beschriebcnen besteht. Dann wurden die anderen Abeiten experimentellen Inhalts besprochen: Witschi (8 u. 9), Champy (10), Guyénot u. Ponse (11). Bums (12). Nirgends wurde eine Bezugnahme auf die Mõglichkeit eines Eindringens von Spermatozoen in Ovocyten gefunden. Es wird darauf die Frage der vorzeitigen Befruchtung crürtert, woraus sich ergeben hat, dass es sich hier nicht um einen derartigen Vorgang handeln kann. (Die Spermatozoen, die in die Ovocyten eindringen, zeigen keinerlei Verãnderung des Baus. es fehlen Asteren der Spermien usw.). Da die Tiere zu einem anderen Zweck untersucht worden sind, hat man ihrem geschlechtlichen Yerhalten keirve besondere Aufmerkasamkeit gewidmet, sondern nur eine summarische Untersuchung vorgenommen. Da die Ovocyten auf detn Wege der Zerstõrung waren. ist sehr wohl mõglich, dass, was Miss King bei Bufo Icntigiuosus gesehen hat, dieser Tatbestand, mit dem wir uns 9 2 3 4 5 6 D 11 12 13 14 15 16 ! 308 Memórias do Instituto Butantan — Tomo XI beschãftigten, auf den Hoden lokaJisiert ist und durch die Zerstõmng der stch dort befindenden Ovocyten endgültig hiermit die mãnnlichc Bestimmung erreicut ist. BIBLIOGRAPHIA 1. Dreyfus, A. — Sobre a occurencia de ovocytos no testículo do sapo Bufo monnus. Revista de Biologia e Hygienc 8.1937. 2. Sfengel, J. IV. Das Urogenitalsystem der Amphibien. Arbeit d. zoolog-zootom. Inst. Würzburg 3. 1870. 3. Hoffmanm, C. K. — Entwicklungsgeschkhte der Urogenilorgane bei den Anamisia Zcitschr, wiss Zoologie 44. 1886. 4. Friedmamt, /•'. — Rudimentãre Eicr in Hoden von Rana vtridis. Arch. milsr. Ana.. 52. 1898. 5. Cerulti (A.) — Sopra due casi di anomalia delVapparato reproduttore nel Bufo xulgans Lam. Anat. Am. 30. 1907 . 6. King, H. D. — Some anomalies in lhe genital organs of Bufo Untiginosus and their problable signfiicance. Am. Journ. ot Anatomy 10. 1910. 7. Hanns. J. II'. — Kõrper und Keimzellcn, Vol. I. Springer. Berlin.1926. 8. Witschi, E. — Studies on scx-differentiatibn and sex determination in Amphibicns II. Journ, of Exp. Zool. 52. 1929. 9 IVitscki, E. — Idcm III. Journal o( Exp. ZooL 54. 1929. 10. Champy, Ch. — Caracteres sexuels et Hormone, Doin, Paris. 1924. 11. Gytuot. E. et Pouse, K. — Invcrsion experimentale du type sexuel dans la gonade du crapainl. C. R. Soc. Biol. 89. 1923. 12. Burns. R. K. Junior — The proccss of sex transiormation in paraWc*ic Atnblystoma — I. Transiormation from ícmalc to male. Journ. of. Exp. Zool. 5S. 1930. 13. Brochei, A. — L'oeuf et les facteurs de 1'ontogénèsc — 2icme. ed. Doin, Paris. 1931. 14. Bataillon, E. — Étudcs cytologiqucs ct expêrimcntales sur les oeufs immaturcs de Batracicns. Arch. f. Entwickl. — 117. 1929. EXPLICAÇÃO DAS FIGURAS Fig. 1 — Um ovocyto em C ujo interior ha numerosos espermatozóides c alguns esper- matoej-tos. 2 — Um ovocyto no qual se vê o inicio da penetração dos espermatozóides dentro do cytoplasma do ovocyto, o núcleo vitellino fragmentado. 3 — Um ovccyto, do qual approximadamente metade penetrada por espermatozóides e cspcrmatocytos. 4 — Ovocyto com o núcleo foriemente deslocado para um dos pólos da cellula, cyto- plasma invadido por celhilas sexuaes masculinas. Ao lado do ovocyto, um vaso e, ao lado deste, um dueto cspermatico intratcsticular ( visto com imtor augmenlo na Fig. 6) e outro abaixo do ovocyto. 10 Dreyfus — Evolução de ovocytos 309 5 — Empola seminal contendo 2 ovocytos jovens (num delles, o nuclco foi attingido pelo corte) e um crescente (