Setgmed rg ponte era Rg ir. NET capo? Painter fieis retira, gor jantes pd pio See rage pai pá gx ri da Dies + ae Ep rins Pe tais mtu cato- Caen a ds ae get Dera eta põem cet cem cias rm fes Tal o loko sita tas SA Sms Noca st di a gde “om daria ha ro im Drund I9$3 HARVARD UNIVERSITY O o im e EE e, LIBRARY OF THE MUSEUM OF COMPARATIVE ZOOLOGY AS E ER Exchange Fm: É a 1 A 4 Ea a ah É: y À a ol K th AWcso o N ; / "AR E E a à sro up o dar dm AR Ro do ANNÃES SOIENCIAS NATURAES PUBLICADOS AUGUSTO NOBRE VOLUME IX PORTO Igo5 3, 26H ANNÃAES SOIENCIAS NATURAES PUBLICADOS AUGUSTO NOBRE VOLUME IX PORTO «RUBUS» PORTUGUEZES Contribuições para o seu estudo POR GONÇALO SAMPAIO Os Rubus, designados entre o povo portuguez pelo nome geral de «silvas», constituem um genero muito * complexo da familia natural das Rosaceas, genero cri- tico de um estudo extremamente dificil e composto de “algumas centenas de fórmas, tanto puras como hibridas, ainda hoje não totalmente conhecidas. Para quem observa um pouco superficialmente estas plantas resulta sempre a convicção de que todas elas não representam, em definitiva, mais do que um numero - muito restrito de especies autonomas, extremamente po- limorfas e inconstantes. Foi este o criterio antigo ou linneano, que reunia todas as multiplices fórmas do sub- -* genero Eubatus em dois tipos especificos apenas: o À. - fruticosus e o R. cosius — criterio hoje posto definitiva- “mente de lado, porque um exame mais profundo das sil- vas, feito em plena natureza, tem demonstrado por um modo claro e preciso que entre elas existe um elevado numero de especies boas, nitidamente definidas e domi- nando areas geograficas extensas. Na Alemanha, na França e na Inglaterra, assim como n'outros paizes do norte da Europa, a batologia, ou parte da botanica que se ocupa das silvas, tem to- mado n'estes ultimos anos um incremento deveras as- sombroso, esperando-se que o seu estudo venha lançar 6 ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES uma grande luz sobre importantissimas questões teori- cas, como seja, segundo bem o nota o professor Sudre * o tão debatido problema da origem das especies. Em Portugal, porém, como em toda a peninsula hispanica, continua a manter-se um rudimentar ou imperfeito co- nhecimento d'estas plantas, apezar dos notaveis progres- sos realisados recentemente no estudo da nossa flora i1n- digena. Dominado pelas ideias extremamente redutoras que imperavam absolutamente em 1804, o nosso eminente Brotero cita apenas, na sua FLORA LUSITANICA, duas es- pecies de Rubus expontaneos no paiz. Depois disto pouco mais se acrescentou, até 1899 —época em que foi pu- blicada uma excelente monografia, As RosacEAS DE PorrugaL ?, escrita pelo falecido Conde de Ficalho e pelo snr. Pereira Coutinho, atual professor de botanica na Escóla Politecnica de Lisboa. N'este ultimo trabalho, feito sobre exemplares reco-. lhidos por diversos herborisadores ou naturalistas e de- positados nos importantes museus da Universidade e da Escóla Politecnica, mencionam os seus ilustres auto- res 16 especies de Rubus portuguezes. Deve-se dizer, po- rém, que apezar de muito valiosa sobre diferentes pontos de vista, a monografia dos distintos professores é, no que respeita a este genero, bastante incorreta e deficiente: Infortunadamente os materiaes de herbario oferecidos ao seu exame estavam fóra das condições indispensaveis para uma rigorosa determinação scientifica, pois que | além de faltarem em todos os exemplares fragmentos dos. turiões, ou caules estereis, não eram acompanhados da menor indicação escrita sobre a côr, fórma e comprimen- tos relativos dos orgãos floraes. Perante estas circumstancias, claro está que as im- 1 Les Rubus de |" Herbier Boreau, pag. 4, an. 1902. 2 Boletim da Sociedade Broteriana, vol. xvr. G. SAMPAIO: RUBUS PORTUGUEZES 7 perfeições do trabalho seriam inevitaveis, anda mesmo para os botanicos mais completamente familiarisados com tão complicado genero. Foi sentindo isto mesmo que os snrs. Pereira Coutinho e Conde de Ficalho escreve- ram lealmente na introdução da sua memoria: «A de- terminação dos nossos ftubus apenas a podemos apresen- tar como previo desbravamento do caminho, que só de futuro poderá conduzir á verdade, depois de novas her- “borisações e de exames mais profundos e mais funda- mentados. E”, de certo, auspicioso o numero elevado das especies que apontâmos, e que nos parecem bem distin- tas; mas a determinação de varias é forçosamente su- jeita a bastantes duvidas. Nem somos especialistas no assumpto ; nem os exemplares trazidos pelos nossos col- lectores são sempre completos; nem podemos consultar as numerosas obras que seria preciso; e, por ultimo, nem sempre tinham authenticidade bem garantida os exem- plares do herbario europeu com que comparamos os nos- sos de varias especies não representadas no herbario de Willkomm». Apresentando agora este pequeno trabalho, no qual enumero 32 especies com diversas variedades e fórmas | hibridas, devo declarar, tambem, que o-considero egual- mente cheio de imperfeições e lacunas, não tendo de “modo algum a pretensão de o inculcar como obra defi- nitiva sobre os Rubus portuguezes. Apoz oito anos de estudo e investigações, por vezes bem penosas, para co- nhecer esta coisa tão futil no conceito dos espiritos uti- litaristas— as silvas da nossa terra— sou obrigado a confessar que pouco mais consegui do que uma ideia de “conjunto, que apenas permite” definir a feição geral da “nossa flora batologica. Isto, porém, me basta no momento, porque é preci- “samente esta feição o que eu pretendo dar a conhecer “ com a publicação do presente trabalho, onde com certeza “ficam citadas todas as silvas dominantes no paiz, isto é, aquelas que se encontram com maior frequencia e que 8 ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES ocupam superficies mais extensas do nosso solo. Das es- pecies acantonadas, certamente que muitas ficarão ainda por conhecer, visto que elas se limitam por vezes a areas extremamente restritas nas provincias do norte, neces- sitando-se para a sua descoberta de explorações minu- ciosas e demoradas. | Devo dizer, além d'isto, que na determinação das nos- sas plantas nem sempre me foi possivel chegar a resul- tados absolutamente seguros, não obstante dispor de um herbario de Rubus europeus com algumas centenas de fórmas autenticas, distribuidas em coleções classicas ou determinadas por especialistas dos mais autorisados. Aqui agradeço aos ilustres rubulogistas prof. Sudre e. dr. Bouly de Lesdain, da França; Moyle Rogers e Richar- dson Linton, da Inglaterra; dr. Focke e F. Erichsen, da Alemanha; Du Pré, da Belgica; dr. Hayek, da Austria e dr. Neuman, da Suecia, a penhorante boa-vontade com que corresponderam ao meu pedido para troca de exem- plares de Rubus. Aos snrs. Moyle Rogers, prof. Sudre, dr. Bouly de Lesdain e dr. Focke ainda mais especial- mente devo manifestar o meu reconhecimento pelos seus valiosos e autorisados esclarecimentos na determinação de varias fórmas sobre que tomei a liberdade de os con-. sultar. Posto Isto, passo a dar algumas noções sobre os Ru- bus, julgando-as indispensaveis ou convenientes aos que no nosso paiz desejem consagrar-se ao estudo d'este ge- nero interessante. | OrcanNoGRrarIA — Examinando-se em junho uma das nossas silvas normalmente desenvolvida, vê-se que ela apresenta uma raiz perene e ramos aereos, uns estereis e outros floriferos. Os primeiros são umas varas compri- das, com folhas mas sem flores, varas produzidas n'esse ano, denominadas turides ou ladrões e que nas proximi- dades do inverno começam, geralmente, a dar raizes adventicias na extremidade superior, fixando-se por elas ao solo. Na primavera seguinte aparecem novos turiões, Em G. SAMPAIO: RUBUS PORTUGUEZES 9 mas é só ao longo dos velhos, dos do ano anterior, que nascem os ramos ferteis ou floriferos. Os turiões podem contribuir, ainda, para a multiplicação da planta pelo envelhecimento e destruição da parte posterior, após o enraizamento da ponta. A imflorescencia é sempre um cacho simples ou com- posto, apresentando pequenas flores com calice 5-sepalo, corola rosacea, estames indefinidos e carpelos nume- rosos, aglomerados e constituindo cada um d'eles um * pequeno ovario de estilete quasi apical. Estes ovarios transformam-se pelo seu desenvolvimento, depois da fe- cundação, em pequenas drupas, origimando-se pelo con- Junto dos de cada flor um fruto, ou amora. Convem passar a seguinte revista aos elementos ta- xinomicos que se encontram nos diferentes orgãos das silvas: Purião—Nos turiões existem carateres especificos de primeira ordem, sendo o seu exame absolutamente imdispensavel para uma segura classificação dos Rubus. N'umas especies são eretos; n'outras, porém, são ar- queados, decahidos ou prostrados. Umas vezes apresen- tam-se roliços, outras angulosos e, n'este caso, ainda: podem ser sulcados ou não ao longo das faces. Deve-se dizer, no entanto, que alguns turiões que no começo da Horação aparecem um pouco sulcados acabam muitas vezes por se tornar obtusamente angulosos, apresentan- do-se com as faces mais ou menos convexas na época da maturação dos frutos, tal como se dá no R. Sam- paanus. Em certas especies são glauco- -pruinosos ou providos de manchas glaucas, ás vezês pouco sensiveis. Podem. ainda ser RR ou baços, assim como glabros, pu- bescentes ou vilosos. Não se deve esquecer, porém, que, como o indumento do turião ou é persistente .ou caduco — pelo envelhecimento, convem examinar sempre as partes novas ou superiores das varas para vêr se ele ahi existe - ou não. Este indumento é constituido sempre por pêlos ra- 10 ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES mificados mais ou menos abundantes, pêlos cujos ramos podem ser muito curtos—o que faz apresentar aos tu- r10es uma baixa pubescencia estrelada, como no R. bi- Jrons, R.ulmifolius, etc. — ou ser bastante desenvolvidos, constituindo uma especie de vilosidade, como nos R. ves- titus, ft. incurvatus, etc. N'algumas silvas, taes como o fi. Henriques, dá-se o fato curioso de uns pêlos fica- rem sempre curtos, ao passo que outros mais raros cres- cem muito, resultando disto que o turião parece apre- sentar então um indumento duplo, constituido por uma pubescencia baixa e por uma vilosidade pouco densa. Os aculeos dos turiões podem ser debeis ou robustos, compridos ou curtos, quasi cilindricos ou achatados na base, aduncos, curvos ou direitos, inclinados para baixo ou patentes. Umas vezes estão mais ou menos regular- mente alinhados ao longo dos angulos do turião; ou- tras vezes, porém, aparecem muito irregularmente dis- postos tanto nos angulos como nas faces. Os turiões de um certo numero de Rubus oferecem espalhados por entre os aculeos normaes outros peque- nos aculeos denominados aciculas, direitos e tenues, se- melhando finas pontas de agulhas de costura. Estas aci- culas terminam ás vezes por pequenas cabeças vermelhas ou ambarinas, constituindo assim orgãos especiaes, as glandulas pediculadas. N'umas silvas as aciculas são abundantes, n'outras, como o R. Coutinhi, são extrema- mente raras, n'outras, anda, como o R. tomentosus, só aparecem acidentalmente, faltando crf grande nume- ro de casos. Folhas — As folhas turionaes fornecem carateres da maxima importancia para a determinação das silvas. N'algumas especies têm o peciolo notavelmente compri- do; umas vezes apresentam 5 ou 7 ou 3 foliolos, enquanto que outras são quasi constantemente 3-foliadas; na face superior podem ser baças ou ser lustrosas, como no f. Koehleri, e ainda glabras, glabrescentes, vilosas ou pro- vidas de um tomento constituido por pêlos curtos, es- G. SAMPAIO: RUBUS PORTUGUEZES 11 trelados e densos; na face inferior podem ser quer com- pletamente verdes e providas ou não de uma vilosidade mais ou menos abundante, quer revestidas de um to- mento esverdeado, cinzento ou esbranquiçado. Este to- mento ou é raso, isto é, não acompanhado de vilosidade bem distinta, como no R. ulmifolius, ou é acompanhado por uma vilosidade formada por pêlos simples que se elevam muito sensivelmente acima dele, vilosidade as- pera e bem percetivel pelo tato, como no KR. bifrons, ou suavemente macia, como no R. thyrsoideus. | As folhas inferiores do turião são quasi sempre ver- des por baixo, embora as restantes sejam cinzento-to- “mentosas; portanto convem examinar só as medias e su- periores quando se deseja saber se sim ou não existe o tomento imfrafoliar. À presença d'este tomento é bas- tante constante para muitas especies, embora possa des- aparecer quasi completamente em circumstancias par- ticulares, como sejam os logares muito sombrios, etc. Convem notar que durante o inverno se póde modificar ás vezes profundamente a natureza e quantidade do in- dumento. Os foliolos ou se apresentam lisos ou aparecem mais ou menos plicados, isto é, formando pregas ou ondula- ções na direção das nervuras lateraes. Uns são profunda e largamente serreados ou denteados, ao passo que ou- tros apenas o são superficial e meudamente. Quando nor- malmente abertos têm a superficie superior plana, con- cava ou convexa. A fórma do foliolo médio ou terminal — quasi sem- pre constante para cada especie ou raça — é elitica, oblongo-romboidal, oval cu quasi arredondada, podendo nos tres primeiros casos apresentar a maior largura para baixo ou para cima do seu comprimento, segundo as es- “ pecies. Umas vezes tem, a base inteira, outras chanfrada ou profundamente cordada, oferecendo em qualquer dos casos a parte superior bruscamente terminada em ponta “ou quasi lentamente acuminada. 19 ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES Inflorescencia — O cacho simples ou composto que constitue a inflorescencia das nossas silvas póde formar um corimbo ou ter uma fórma ovoide, piramidal ou. subcilindrica. Convem notar que a fórma da inflores- cencia, quando normalmente desenvolvida, é permanen- te para cada especie. Umas vezes a mflorescencia é densa, com as flores muito juntas e os pedunculos curtos e grossos; outras | vezes, porém, é laxa ou pouco condensada, com as flores menos juntas e os pedunculos compridos e delgados. Em qualquer dos casos póde apresentar-se aculeada ou submerme e provida ou não de glandulas pedicula- das. Em algumas fórmas de Rubus o eixo da inflores- cencia, assim como os pedunculos e pediculos, é simples- mente tomentoso na parte superior; n'outras é tomentoso- viloso, com a vilosidade distinta e mais ou menos le- vantada sobre o tomento. Os pedunculos podem ser sem- pre ascendentes, como no kk. peratticus, ou ser os su- periores aberto-patentes na frutificação, como no Henriquesii. Em raras especies os pedunculos da parte superior da inflorescencia, isto é, da parte não acompa- nhada de folhas ou foliolos e que toma o nome de «inflo- rescencia ultra-axilar», reduzem-se muito consideravel- mente no seu comprimento, sendo ás vezes quasi nulos e sempre mais curtos que os pediculos. E” o que se dá com o &. vagabundus, por exemplo. Algumas vezes o eixo da inflorescencia verga-se com o peso dos frutos aimda verdes ou mal desenvolvidos, tornando-se curvado-pendida, como se observa quasi sempre nos R. Coutinhi e R. inflexus. Calie— As sepalas podem ser ovaes-triangulares ou lanceoladas, em muitos casos longamente acuminadas ou, mesmo, terminadas por um apendice ou acumen muito comprido. Nos bordos apresentam-se quasi sempre . esbranquiçado-tomentosas, mas no dorso podem ser ver- des, subesverdeadas ou cinzento-esbranquiçadas, con-. G. SAMPAIO: RUBUS PORTUGUEZES 13 forme a natureza e densidade do seu indumento. Este ou é viloso, ou tomentoso, ou tomentoso-viloso. N'algumas especies as sepalas são inermes, mas n'ou- tras são mais ou menos aculeadas, podendo em qualquer das circumstancias ter ou não aciculas e glandulas pedi- culadas, Para a maioria das silvas as sepalas tornam-se refle- tidas na frutificação, isto é, reviradas para baixo, de maneira a encostar o dorso ao pediculo da flor; no X. caesius e mais algumas especies apresentam-se eretas, abraçando as amoras; n'outras fórmas, emfim, tornam-se patentes ou abertas para os lados. Todavia convem no- tar que a posição das sepalas na frutificação é em algu- mas plantas bastante variavel. Corola — Às petalas dos nossos Rubus são brancas ou mais ou menos intensamente roseas, acontecendo que algumas que se apresentam brancas na flor são, como no &. Caldasianus, um pouco roseas no botão. Para al- gumas especies a côr da corola é permanente; para ou- tras, porém, varia consideravelmente, desde o branco ao roseo carregado. No R. Questieri as petalas são quasi todas chanfra- - das ou bilobadas no cimo, mas nas demais silvas são in- teiras ou irregularmente denticuladas. Podem ser oblon- gas e lentamente estreitadas em unha comprida ou ser largamente ovaes e com unha muito curta. O tamanho das petalas varia muito; comtudo n'algu- mas especies, como o R. portuensis, é sempre grande, ao passo que noutras, como o R. Coutinhi, é sempre nota- velmente pequeno. Estames — O comprimento dos estames em relação aos estiletes é aproximadamente constante para cada especie. Nos &. ulmifolius, R. Henriquesii e R. Coutinhi esse comprimento não excede ou excede muito pouco o dos estiletes, ao contrario do que acontece com outros “ Rubus, em que os estames ultrapassam muito a altura dos estigmas. 14 ANNAES DE SCIÊENCIAS NATURAES Quanto á córação, podem os estames apresentar os filetes brancos, carneos ou roseos. Carpelos — Umas vezes os ovarios são glabros ou providos de raros pêlos; outras vezes, porém, são den- samente vilosos, como no R. Coutinhi, mas perdem sem- pre a vilosidade um pouco depois da fecundação. Os estiletes podem apresentar-se esverdeados, bran- cos, roseos ou quasi vermelhos. N'algumas especies têm a propriedade de ser um pouco acrescentes e n'outras tornam-se mais córados depois da queda das petalas, sendo esta córação por vezes particularmente intensa e: carateristica em muitas plantas hibridas. Frutos — N'um grande numero de silvas cada fruto compõe-se de numerosas drupeolas, podendo ser ovoide, como no KR. wlmifolius, ou globoso como no kk. vestitus; n'outros, porém, como o R. coesius, as drupeolas das amoras são sempre um tanto maiores e pouco numero- sas, possuindo ou não uma côr glauco-prumosa. Os frutos variam levemente de sabor, conforme as especies ou variedades. AUTONOMIA ESPECIFICA — À independencia especifica de um numero consideravel de Rubus não póde ser posta em duvida, desde que se reconheceu que muitas fórmas destas plantas ocupam extensas areas de terreno e são sempre nitidamente definidas por um tipo de or- ganisação especial que se transmite hereditariamente aos descendentes *. Deve-se notar, porém, que a distinção pratica d'estas especies autonomas é por vezes extrema- mente dificil de fazer, visto que os limites morfologicos que as separam podem apagar-se quasi por completo: pela interposição de variedades e produtos hibridos que 1 Os antigos sistemas taxinomicos, porque faziam a separação das fórmas por um unico carater arbitrariamente escolhido, foram sempre im- potentes para dar o conceito das especies quando elas, como nos Rubus, Orobanche, etc. se definem mais pelo conjunto da sua oEEAniBaçÃO do qu por um carater absolutamente fixo e permanente. G. SAMPAIO: RUBUS PORTUGUEZES 15 chegam a constituir entre elas series continuas e per- feitas. Os carateres apontados pelos rubulogistas modernos como sendo os mais seguros para indicar o valor de uma fórma carateristicamente diferenciada consistem na abun- dancia ou escassez dos individuos e na extensão da res- petiva area geographica. Às boas especies, assim como um grande numero de raças, encontram-se dessiminadas largamente e são abundantes nas localidades proprias para o seu desenvolvimento, ao passo que as simples va- riedades, as fórmas locaes e as plantas hibridas ocupam em geral espaços sucessivamente mais restritos, redu- gindo-se algumas vezes a insignificantes colonias com poucos metros quadrados de superficie. E" necessario não esquecer que a aplicação deste criterio nem sempre deve fazer-se por um modo imediato, pois que n'uma dada localidade podem existir pequenos acantonamentos, ou pés isolados, dos tipos de primeira ordem. Algumas especies, como o R. ulmifolius, têm o polen geralmente bem constituido, emquanto que outras apre- sentam um certo numero de grãos polinicos deformados; “os hibridos, porém, oferecem quasi sempre o polen todo Imperfeito ou muito misturado. Estas regras, comtudo, estão sujeitas a exceções numerosas, que é necessario ter sempre em consideração. Porrmorrismo — Os - Rubus são extremamente poli- morfos e inconstantes, bastando pequenas diferenças mesologicas para lhes imprimir modificações por vezes tão consideraveis que chegam a mascarar o facies normal da variedade, raça ou especie a que pertencem. A quan- tidade -de luz, por exemplo, atua sobre eles inergica e profundamente, de modo que uma fórma umbrosa póde diferir muito, tanto pelo aspeto como pelos carateres, de uma fórma aprica da mesma planta. Assim, nos loga- res sombrios as flores adquirem por via de regra um co- lorido mais intenso, a inflorescencia apresenta-se mais laxa, com os pedunculos mais delgados e compridos, 16 ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES as folhas, mesmo as de algumas especies carateristica- mente discolores, tornam-se ou tendem a tornar-se vires- centes e menos vilosas por baixo, mais finas, maiores e de um verde carregado, adquirindo toda a planta um ar especial, bem diverso d'aquele que possue nos logares soalheiros. A natureza do solo, as condições de temperatura, a quantidade de humidade e a força ou constancia das correntes aereas tambem podem modificar, mais ou me- nos poderosamente, os carateres dos hRubus, bastando para explicar na maioria dos casos as tendencias de va- riação que em sentidos opostos oferece muitas vezes a mesma especie quando os seus individuos vegetam um pouco segregados em estações bem diversas, taes como os vales fundos e as regiões elevadas. Pela influencia de certas doenças parasitarias tam- bem se originam algumas vezes modificações curiosas. n'estas plantas. E” assim que por uma forte infeção ure- dinica do Phragmidium violaceum, Schult. se alteram mais ou menos no aspeto e carateres das folhas, po- dendo a inflorescencia tornar-se mais vilosa e aculada. O Eriophyes gibbosus, Nal. pequeno acaro que ataca fre- quentemente todas as especies de silvas, determina o aparecimento sobre os pontos invadidos de uma cecidia constituida por uma pilosidade anormal, muito densa e carateristica, pilosidade que póde formar manchas loca- lisadas nos caules, folhas e mflorescencia, ou estender-se a toda a superficie de um ramo, dando-lhe um aspeto novo e curioso. Mas além d'estas variações puramente individuaes, sem persistencia hereditaria, muitas especies de Rubus oferecem numerosas fórmas mais ou menos fixas e dis- tintas, por vezes tão proximas ou enredadas entre si que se torna extremamente dificil estabelecer nitida- mente a sua separação. Isto resulta, sem duvida, da ten- dencia das variações individuaes para se fixirem, ten- dencia que a segregação natural auxilia vantajosamente G. SAMPAIO: RUBUS PORTUGUEZES ri na formação de variedades locaes, de raças e até de es- pecies regionaes, tão frequentes n'este genero. HrBrripismo — Os fenomenos do hibridismo no ge- nero Rubus, fenomenos que foram desconhecidos ou re- putados como extremamente raros por batologistas tão notaveis como Miiller e Genevier, têm sido comprovados artificialmente por Focke e outros especialistas e são considerados hoje como fatores dos mais poderosos para a geração de fórmas novas. «Como podem produzir-se cruzamentos, escreve o Prof. Sudre! entre duas silvas quaesquer de especies diferentes, e supondo 15 fórmas reunidas n um espaço relativamente restrito (não é raro encontral'as n'um raio de alguns kilometros) vê-se facil- mente que estes 15 Rubus podem, cruzando-se dous a dous somente, produzir 210 hibridos simples. E nem se- quer é necessario para isto que as plantas vivam em vi- smhança imediata, porque a fecundação cruzada póde efetuar-se a uma grande distancia, graças principal- “mente ás abelhas, que visitam muito frequentemente as flores dos Rubus». Ora se é indiscutível que n'um grande numero de casos o lhibridismo origina produtos estereis, não é me- nos certo que algumas vezes esses produtos são mais ou menos fecundos, permitindo assim cruzamentos su- “cessivos e de natureza diversa, que augmentam extraor- dinariamente o numero das fórmas geradas, estabelecen- do-as em series convergentes ou divergentes, perante as quaes resulta impotente toda e qualquer tentativa de sistematisação. — Como nota N. Boulay, é em muitas cireumstancias extremamente dificil o distinguir estes produtos adul- ternos dos que o não são. Sabe-se, é verdade, que os primeiros manifestam-se geralmente infecundos e apre- “sentam os grãos polinicos, ao microscopio, totalmente 1 Excursions batologiques dans les Pyrênées. 2 Ann, Sc. Nat., vol. IX, 1905. Porto 18 ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES ou em grande parte deformados; mas um criterio ba- seado apenas em semelhante esterilidade póde conduzir aos resultados mais erroneos, visto não só que os hibri- dos se apresentam por vezes fecundos, como tenho com | segurança observado, mas tambem que as fórmas abso- lutamente puras podem aparecer com uma esterilidade quer acidental, como a que se observa em alguns casos no BR. ulmifolius, quer mesmo regional, como a do A. Coutinhi nas estações meridionaes. : Ninguem ignora, com efeito, que muitas plantas al- cançando na sua dispersão regiões pouco adequadas para a manutenção da vida especifica, não chegam a natura- lisar-se perfeitamente, tornando-se parcial ou completa- mente estereis, mas mantendo ahi uma pujante existen-. cia individual e multiplicando-se pelos orgãos vegetati- vos. E' o que acontece entre nós, por exemplo, com a Oxalis cernua e O. purpurea, oriundas do Cabo da Boa- Esperança, e que estão invadindo progressivamente os campos de muitas localidades do paiz, apezar da infe- cundidade completa que ahi manifestam, infecundidade que é compensada pela rapida multiplicação por meio de numerosos bolbilhos subterraneos. Pois um fato da mesma natureza é o que se dá com o Rubus Coutinha. Esta silva, que se estende desde a raia galega até ao centro do paiz, é normalmente fertil no extremo norte. (raia minhoto-galega), mas conforme na sua dispersão vai descendo para o sul, vai perdendo sucessivamente a faculdade de desenvolver os carpelos, de fórma a tor- nar-se quasi completamente esteril em muitas estações austraes, onde se propaga pelo enraizamento dos turiões. O seu polen é, então, quasi todo imperfeito, como o de muitos hibridos, não obstante a planta ser indubitavel- mente uma especie pura, das que em Portugal ocupa mais extensa area de terreno. Um outro signal para o reconhecimento. dos Rubus hibridos consiste na pequena extensão da area que ocu- pam ou no reduzido numero dos seus individuos. Em G. SAMPAIO: RUBUS PORTUGUEZES 19 geral, as fórmas hibridas reduzem-se a pequenas colo- nias ou, mesmo, a um ou poucos pés, sendo na maioria dos casos relativamente facil explicar a sua natureza adulterima pelo cruzamento das fórmas puras que se en- contram nas proximidades e das quaes eles, por um ou mais carateres, deixam surprehender o parentesco. De- ve-se evitar, porém, o tomar como hibridos fórmas acan-- tonadas ou raras, ferteis, com carateres proprios e que não possam interpetrar-se pelo cruzamento dos Rubus proximos: essas fórmas constituem quasi sempre plantas puras, isoladas dos seus nucleos especificos, que ás vezes aparecem a alguns kilometros ou leguas de distancia. O reconhecimento dos hibridos, em suma, nem sempre é facil de fazer-se e só pela pratica se adquirem e desenvolvem aptidões que auxilam consideravelmente a solução do problema. Possuem muitas vezes um ar es- pecial que se surprehende mas que não é possivel des- crever, um certo cunho da natureza bastarda, que re- vela à vista exercitada a sua condição, embora não per- mita determinar-lhes semp ias uma filiação exata ou, pelo menos, provavel. Fórmas PoRTUGUEZAS— À origem das numerosas fór- mas de Rubus que hoje se conhecem tem sido atribuida por alguns botanicos a sucessivos é complicados cruza- mentos entre um pequeno numero de especies primitivas. Esta hipotese, porém, não consegue explicar integral- mente os factos, e se é realmente provavel que algumas das especies atuaes tivessem uma geração hibrida, não se póde deixar de admitir, tambem, que o maior numero delas foi produzido pelos fenomenos geraes de varia- ção direta, mais ou menos profundos e acentuados. “Na verdade, sendo as influencias mesologicas — se- guidas de circumstancias especiaes de segregação e de seleção natural — reconhecidas como os principaes fa- tores da genese especifica, mal se comprehende como elas deixassem de ter uma vreponderancia consideravel no aparecimento e fixação de fórmas novas, em plantas 20 ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES tão propensas a variar como são os Rubus. Demais, é um fato comprovado que a feição da flora batologica se modifica muito com as regiões, e isto esclarece até certo ponto como as diferenças de meio podem interferir mer- gicamente para a formação de silvas novas. Claro está, assim, que entre os Rubus do nosso paiz não poderia faltar uma elevada percentagem de fórmas privativamente peninsulares, devidas ao especial clima. iberico, que tão poderosamente se faz sentir sobre os Ulex, Armeria, Genista, Silene, etc. —plantas muito mais. estaveis ou menos polimorfas e de que, todavia, possuimos um elevado numero de especies endemicas ou hispanicas. Entre as 32 silvas portuguezas enumeradas n'este tra- balho mais de um terço constituem fórmas especiaes da peninsula, quasi todas só encontradas até hoje nas nossas provincias do norte. Algumas, como os RR. Coutinhi, R. Henriquesi e R. Caldasianus, representam especies de primeira ordem; outras, porém, como os R. subincertus e R. Sampaianus, são bastante proximas de certos tipos especificos anteriormente conhecidos, mas aos quaes, no estado em que se encontram atualmente os estudos ba- tologicos, se não podem subordinar com segurança e pre- cisão. EK evidente que uma planta morfologicamente afim de outra tanto póde ter com ela uma origem comum e. representar, portanto, uma sua variedade mais ou menos. diferenciada, como ter uma origem diversa e constituir, assim, uma fórma independente d'ela. Cumpre, pois, ser o mais cauteloso possivel na junção destas pequenas es- pecies a tipos superiores ou mais geraes, para que não se estabeleçam filiações arbitrarias, senão erroneas, por uma tendencia de redução e simplificação que só é Justa quando apoiada em razões solidas e conhecimentos posi- tivos. | O periodo em que se encontra hoje o estudo dos Ru- bus é ainda o periodo de quasi simples analise, no qual se trata especialmente de conhecer todas as fórmas di- G. SAMPAIO: RUBUS PORTUGUEZES 21 versas; ao futuro compete definir devidamente um certo numero de especies coleticias em que entrem, como raças ou variedades regionaes, as plantas mais ou menos pro- ximas entre si e que hoje somos obrigados a considerar provisoriamente como pequenas especies autonomas. DrsrRIBUIÇÃO — Às especies mais frequentes e com maior area de dispersão no paiz são o ft. ulmifolius, que se encontra abundantemente representado em todas as nossas provincias; o R. bifrons, que domina em todo o Minho e Douro, vivendo tambem em Traz-os-Montes e Beira; o R. Coutinhi, que ocupa todas as regiões um pouco elevadas, a cerca de 15 kilometros para o mterior do litoral, desde o extremo norte até á bacia do Mon- dego e o R. Henriquesii, que aparece sempre nos terrenos altos e montanhosos, desde a raia minhota e transmon- tana até á serra da Estrella. O R. caesius é extremamente raro, embora se estenda desde o norte até ao centro do paiz. Seguidamente a estas especies, por ocuparem uma area mais restrita, vêm os R. corylifolius, que vive em todo o norte, dominando em Traz-os-Montes e Beira; o R. Caldasianus, que faltando em Castro-Laboreiro, isto é na estação mais setentrional, abunda em toda a su- - perficie serrana que ondula entre o Gerez e o Marão; o R. macrostemon que é frequente em Traz-os-Montes, achando-se disperso no Alto-Douro e Beira transmon- tana; o R. tomentosus, que não é raro na parte leste de Traz-os-Montes, chegando á Beira; o R. Sampaianus “bem representado em toda a parte montanhosa do Minho eo R. portuensis de todo o Douro litoral. Aparecem em areas um tanto consideraveis, mas são pouco abundantes e por vezes raros, os ft. pubescens, em parte das provincias do Minho e Praz-os- -Montes; o A. incurvatus, em pés isolados, desde o Gerez ao puro Bia ral; o R. obtusangulus, da Beira e Traz-os-Montes; o À. | E edro do Minho e Douro litoral; o k. peculiaris, de Castro Laboreiro e Gerez; o À. vestitus das regiões frias 29 ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES transmontanas e o K. thyrsoideus, disperso e raro no Minho. Podem ARE ar-se como localisados ao norte, por não terem ainda mais do que uma estação conhea onde abundam, os R. plicatus, ft. mercicus, R. incanes- cens, R. Genevieri, R. discerptus, R, peratticus, R. byri- gantinus, R. lusitanicus, BR. Koehleri, R. inflexus e R. Schleicheri. É Como se vê, é nas provincias de Traz-os-Montes e Minho, sobretudo nas regiões montanhosas desta ultima, que se encontra o grande macisso dos Rubus portugue- zes, plantas que, descendo evidentemente das frias esta- ções asturianas, mvadiram o nosso paiz pelo norte, inter- nando-se mais ou menos profundamente, geo a compatibilidade de cada especie com um meio sucessiva- mente mais austral e dando origem, por vezes, a um certo numero de colonias localisadas, ou acantonamentos, que representam postos avançados de certas fórmas, na sua extrema dispersão para o sul. CoLHEITA E PREPARAÇÃO — A colheita das silvas exige precauções especiaes, sem as quaes todo o al É inutil. Em primeiro logar é necessario que cada fórma seja representada sempre por um ramo florido e dois bo- cados do turião com uma ou mais folhas, devendo um destes bocados ser da parte média e o outro de perto do cimo. Como se dá frequentemente o fato de duas ou mais fórmas crescerem em conjunto, com os caules entrecru- zados ou misturados, cumpre ter o maximo cuidado para que ao ramo florido de 1tíha fórma, sé não junte o turnão de outra. | O ramo florido e os respetivos fragmentos ioga atar-se-ão conjuntamente com um fio, para que não possa haver confusões originadas pelas misturas feitas | dentro da caixa de herborisação. À estes deve ser tam- bem ligado um pequeno embrulho de papel, contendo aleumas petalas, bem como uma nota sobre os carateres que se podem alterar pela desecação: direção e fórma. G. SAMPAIO: RUBUS PORTUGUEZES 23 dos turiões, côr das petalas e dos orgãos sexuaes, com- primento relativo entre os estames e os estiletes, etc. Mais tarde convem colher ainda de cada planta um ramo frutificado, com os frutos não maduros. E” preciso não esquecer que os Rubus são muito po- limorfos, podendo a mesma especie tomar fórmas anor- maes nos logares sombrios, humidos, etc. Por isso deve haver o maximo cuidado em escolher os exemplares de plantas normalmente desenvolvidas e cujos carateres se não acham alterados pela influencia de um meio muito particular. A preparação ou desecação dos exempláres faz-se entre papeis, pelo modo ordinariamente seguido para com as outras plantas, devendo ter-se a maior cautela, em não misturar as fórmas. Note-se que o papel de palha pouco ou nada passento dá resultados muito superiores a quaesquer papeis absorventes. Na colheita d'estes vegetaes é preciso evitar as conti- nuas picadas dos aculeos, que muitas vezes originam in- feções dolorosas e demoradas. Para isto, o melhor con- siste no uso de luvas de pelica grossa, que obstam por completo a qualquer ferimento. RUBUS PORTUGUEZES Genero RUBUS, Tour. — Rosaceas arbustivas ou hervaceas, geralmente aculeadas, produzindo além dos ramos ferteis varas folhudas e estereis (turiões) ; folhas digitadas, apedadas ou pinuladas, com esti- pulas lineares ou lanceoladas; inflorescencia quer so- litaria quer em cacho simples ou composto, às vezes corimbiforme, com as flores hermafroditas ou unil- sexuadas; calix persistente, desprovido de caliculo, com 5 sepalas acuminadas ou apendiculadas ; corola normalmente com 5 petalas brancas, roseas ou ama- reladas; estames indefinidos; carpelos numerosos, quasi livres entre si e formando assim um conjunto de pequenos ovarios superiores, de estilete subapical e mercescente; fruto (amora) carnoso, suculento e doce na maturação, constituido por um aglomerado de pequeninas drupas (drupeolas) aderentes pela base, sobre um recetaculo subcarnoso, ovoide ou conico. Subgenero EUBATUS, Focke Turiões bisanuaes e mais ou menos lenhosos, este- reis no primeiro ano mas produzindo no segundo os ramos floriferos, que nascem ao longo dele; amoras ma- 26 ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES duras negras, desprendendo-se com a parte superior do recetaculo *. Secção À. Homalacanthi, Dum. — Tunriíãio angulo- so, com aculeos sensivelmente eguaes mais ow menos regu- larmente dispostos ao longo dos angulos e desprovido ou quasi desprovido de aciculas e de glandulas pediculadas ; inflorescencia sem glandulas, ou raras vezes um pouco glan- dulosa. Grupo I. Suberecti, Mul.—Turião ereto ou ereto-ar- queado, glabro ou provido de uma vilosidade rara; folhas com a face inferior verde, ou raras vezes cinzento- tomentosa, compostas de 5, 7 ou 3 foliolos; sepalas dos botões floraes com o dorso viloso ou subtomentoso, mas quasi sempre acentuadamente verde; floração precoce. Estames egualando ou excedendo pouco os I Estiletes: So RR R. plicatus, Wh. et Ns. Estames muito mais compridos que os esti- lotes E a So a Dt Par STE | Turião lustroso ; folhas em geral cinzento- ) tomentosas por baixo . . + 2. + + R.subincertus, Samp. jTurião baço; folhas normalmente todas | verdes por baixo. . . +. + « .- BR Sampaianus, Sud. aruro II. Silvalici, Mul. — Turião ereto-arqueado ou arqueado-decahido, glabro ou viloso; folhas com a face inferior verde ou cinzento-tomentosa, compostas de 5 ou à foliolos; sepalas dos botões floraes com o dorso bem tomentoso, subesverdeado; floração menos precoce. Folhas turionaes todas ou quasi todas verdes 1 Por Dalxo; = ires np rg E Ea AR | Folhas todas ou em grande parte cinzentas pórsbaiãos jar ido ISS RR eee Oia o SR * Os Rubus portuguezes pertencem todos a este subgenero EUBATUS, O mais rico e interessante pela variedade das suas fórmas; do subgenero IDAEOBATUS encontra-se frequentemente em cultura nas hortas e jardins o KR. idaeus, L., vulgarmente denominado «Framboezeira» e facilmente re- conhecivel pelas amoras vermelhas na maturação. à RE REs M % e ? G. SAMPAIO: RUBUS PORTUGUEZES 27 Turião viloso ; petalas inteiras ou denticu- ladas no apice . . Turião glabrescente; petalas bilobadas no BRIRE Sra o Turião não canelado nas faces, com aculeos | PEQUENDA ES pa. | Turião robusto. com aculeos distros oi grandes . |. Inflorescencia bem aculeada, com prRugaa: 4 los curtos e grossos. . . Inflorescencia parcamente aculeada, com pe- dunculos compridos e delgados . Folhas turionaes glabras por fas finamen- 5 te serreadas . . . Rae Folhas turionaes vilosas por cima, ERaRenE - ramente serreadas Flores roseas; sepaias com vilosidade com- 6 prida, muito distinta . . Ê Flores geralmente brancas; sepalas com vi- losidade curta, pouco distinta o R. incurvatus, Bab. RB. Questieri, Lef. et Mul. R. mercicus, Bag. 4 5 6 RB. obtusangulus, Gremli R. pubescens, Wh. BR. peculiaris, Samp. R. thyrsoideus, Wim. Gruro III. Discolores, Mul. — Turião ereto-arquea- do ou arqueado-decahido, geralmente provido de uma curta pubescencia estrelada, pelo menos na parte supe- rior, mas algumas vezes 'glabro ou subviloso; folhas normalmente esbranquiçado-tomentosas por baixo, com 5 ou 3 foliolos; sepalas com o dorso bem tomentoso, cmm- zento-esbranquiçado. Sepalas com vilosidade geralmente muito 1 pouco distinta . pre com vilosidade “comprida, muito distinta . pec não excecendo o comprimento dos o « estiletes; folhas com tomento raso na pagina inferior . . [Bstimes mais compridos que os estiletes Ovarios muito vilosos ; folhas baças por ci- IR o ser Sea a ii SUS rãs Asp r aro Ovarios glabros ou pouco vilosos; folhas um pouco lustrosas por cima . . . |. SOS. . - . Flores de um roseo desbotado; ovarios vilo- 4 Flores brancas ; ovarios glabrescentes ae Folhas o a da os cima; petalas 5 grandes . . cs |Folhas tomentosas por cima ; petalas peque- nas 2 a º . º º . . . e R. ulmifolius, Schot. 3 R. portuensis, Samp. RB. bifrons, Vest. R. macrostemon, Focke 5 R. Caldasianus, Samp. BR. tomentosus, Bork. 28 ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES Secção B. Heteracanthi, Dum. — Turião roliço ou anguloso, com os aculeos regular ou irregularmente dispos- tos e provido sempre de aciculas ou de glandulas pedicula- das, abundantes ou raras; inflorescencia sempre mais ou menos glandulosa. Gruro IV. Spectabiles, Mul. — Turião arqueado-de- cahido e mais ou menos anguloso, com acienlas raras ou abundantes; folhas verdes ou cinzento-esbranquiçadas por baixo, com 5 ou 3 foliolos; sepalas mais ou menos esbranquiçado-tomentosas no dorso ; amoras constituídas por drupeolas numerosas e pequenas. Turião com aciculas e glandulas pedicula- dasraras. . . | Turião com aciculas e glandulas pedicula- das abundantes . >. 2 Ss Turião muito viloso; amoras grandes e glo- 9 bosas . “aa STE a Turião glabro ou glabrescente; amoras DVORMOO e qi ES Lo Turião glauco; sepalas patentes ou subere- ) tas na frutificação . . | Turião não glauco; sepalas refletidas na Trnfiiagação =. co cansa iaé ac Folhas turionaes todas ou idas b-folia- das e . º e º Ena: turionaes todas quasi normalmente DS AONBNE, Cristo: Dog aa SR GE qe Ep Folhas dos ramos floridos todas ou quasi todas cinzento-tomentosas por baixo . 5 (Folhas dos ramos floridos todas verdes, ou | só as superiores cinzento-tomentosas por E doado: 2 CS pers Lasso ca Vet dna Turião com aculeos mediocres ou medianos; folhas glabras ou glabrescentes por cima Turião forte, com aculeos muito robustos ; folhas pilosas por cima, . . «+ Turião com aculeos curtos e Eempide bre- | vemente pediculadas . |. pParião com aculeos compridos e glandulas longamente pediculadas. +. . +. «.. Ovarios glabrescentes; estames não exce- 8 dendo os estiletes . EAR Ovarios densamente vilosos; né irinad mais compridos que os estiletes . ES a 3 4 R. vestitus, Wh. 3 R. incanescens, Bert. BR. Coutinhi, Samp. 5 a , 8 6 R. Genevieri, Bor. R. discerptus, Mul. KR. brigantinus, Samp. 9 R. Henriquesii, Samp. R. peratticus, Samp. G. SAMPAIO: RUBUS PORTUGUEZES 29 in 225 PR e ES SS ED A Sa A Folhas turionaes com o foliolo médio larga- 9 | mente oval ou subarredondado . . . 10 Er turionaes com o foliolo médio eli- RES OREO NIRO 5 acto e ma ed TB Ovarios glabrescentes; pedunculos superio- 1 res mais curtos que os pediculos + . . BR. vagabundus, Samp. Ovarios vilosos; pedunculos todos mais compridos que os pediculos . . . .. 1 1 Sepalas com vilosidade comprida, bem dis- 11 | tinta e º e d º . e e . e . |Sepalas com vilosidade curta, mal distin- RR Gr E ES IG Deca Mb MD? BR. lusitanicus, Murray Folhas turionaes com o foliolo médio eli- tico ou suboval; ovarios glabrescentes . BR. Koehleri, Wh. Folhas turionaes com o foliolo médio alon- gado-romboidal; ovarios vilosos . . . 13 12 Folhas superiores normalmente esverdeado- tomentosas por baixo; sepalas inermes . RB. inflexus, Samp. Folhas todas verdes e pouco vilosas por baixo; sepalas aculeadas . . + +. . BR. Schleicheri, Wh. 13 Grupo V. Corylifolii, Focke. — Turião decahido ou ar- queado-decahido, roliço ou anguloso, glauco e com aci- culas ou glandulas pediculadas raras; folhas verdes ou cunzento-tomentosas por baixo, com 3 ou 5 foliolos; amoras constituídas por drupeolas pouco numerosas e relativamente grandes. + Inflorescencia corimbiforme; sepalas esver- deadas, não vilosas . . + co. .« KR. cãesius, L. * Inflorescencia alongada; sepalas cinzentas, tomentoso-vilosas. +. « vv . - + BR. corylifolius, Sm. I. Suberecti, Mul. 1. R. plicatus, Wh. et Ns. — Turião ereto-arquea- do, anguloso, avermelhado, glabro e provido de aculeos medianos, amarelados na ponta, direitos ou um pouco inclinados. Folhas turionaes todas verdes em ambas as paginas, com 5 foliolos plicados ou não, providos por cima de alguns pêlos e muito densamente vilosas por baixo —o médio largamente oval e com a base profun- damente cordada. Inflorescencia aculeada, mediocre, 30 ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES ams oblonga ou subcorimbiforme, com os pedunculos fina- mento vilosos, delegados e por fim bastante compridos. Sepalas muito verdes no dorso, mas tomentoso-esbran- quiçadas nos bordos, patentes ou um tanto refletidas nos frutos. Petalas ovaes, roseas ou abrancadas. Estames não excedendo ou excedendo muito pouco o compri- mento dos estiletes. Ovarios glabros ou glabrescentes. Floresce desde maio a junho. Habita nos logares arbo- risados ou frescos e descobertos. Distribuido na IncLAa- TERRA, ALEMANHA, FRANÇA € BELGICA. 8. divaricatus, Mul., pro sp. (A. nitidus, B. lusitaníicus, Samp. in «An. Se. Nat.» 1902) — Folhas turio- naes com o foliolo elitico-alongado, de. base. pouco chanfrada e quasi lentamente acumimado. Inflorescencia mais corimbiforme, com os pe- dunculos divaricados na frutificação. Petalas brancas. Distr. na ALEMANHA, FRANÇA e PoR- TUGAL (Ponte do Lima, abundante na veiga de Bertiandos e Sá, perto da ponte da Plaina, etc.). Ogserv. — Segundo o parecer autorisado do insigne rubu- logista de Bremen, dr. Focke, a fórma portugueza deve ser in- cluida no É. divaricatus, Mul. cujos carateres salientes reproduz 'e do qual apenas difere pelos estames um pouco mais compridos. que os estiletes. Convém notar que a planta de Muller está situada um ponce | ambiguamente entre duas silvas afins, o R. nitidus, Wh. et Ns. eo K. plicatus, divergindo sobre a sua filiação o modo de vêr dos especialistas, que a incluem ora n'uma, ora n'outra d'estas duas especies. Sigo aqui a opinião do notavel batologista francez N. Boulay ?, que a considera como uma subespecie da segunda, a que se liga muito naturalmente pelo Congo da sua organi- sação. 1 Flore de France, par Rouy et Camus, vol. vr. G. SAMPAIO: RUBUS PORTUGUEZES St 2. R. subincertus, Samp., im «À Revista», 1904. — "Purião ereto-arqueado, anguloso, avermelhado, um pouco lustroso, glabrescente e provido dc acuieos me- dianos, direitos ou quasi, amarelados na ponta e vinosos para a base. Folhas turionaes quasi sempre longamente pecioladas, de um verde escuro, com 5 ou 7 foliolos mais ou menos concavos, baços e com poucos pêlos por cima, mas muito vilosos na pagina de baixo, que nas folhas “superiores pelo menos é normalmente revestida por um tomento acinzentado ou subesverdeado — o médio oval, quasi sempre não cordado na base, curtamente acumi- nado e 3-5 vezes mais comprido que o seu pediculo. Inflorescencia subcilindrica, parcamente aculeada, com os pedunculos e pediculos relativamente curtos, firmes, direitos, ponco e finamente vilosos, sendo os superiores bem abertos ou quasi patentes. Sepalas curtas, verdes no dorso e refletidas na frutificação. Petalas roseas ou abrancadas. Estames muito mais compridos que os esti- letes. Ovarios glabros ou um pouco vilosos. Fl. desde maio a junho. Hab. nos logares frescos. Distr. no norte de PortTucaL (Porto, na Vilarinha, ete.; Valongo, em Al- fena; Santo Tirso, na Trofa; Povoa de Lanhoso, na Ioreja Nova). Ozgserv. — Esta especie, que denominei KR. subincertus aten- dendo a uma notavel oscilação dos seus carateres, é muito abun- dante nos arredores do Porto e possue sempre um aspeto incon- fundivel atravez de todas as suas variações. À fórma normal tem as petalas roseas, largamente ovaes e os estiletes quasi verme- “lhos; em Alfena, porém, domina uma variedade de petalas oblon- gas, brancas ou quasi brancas, estiletes descórados e foliolos mé- dios das folhas turionaes por vezes chanfrados e longamente -acuminados. Nos logares sombrios a folhagem é geralmente maior, verde e desprovida de tomento, ao passo que a robustez da “planta e o tamanho da inflorescencia variam por um modo irre- - gular e consideravel. - Sem duvida. alguma esta silva constitue uma fóriha especial, até hoje só encontrada no nosso paiz e colocada pelos seus cara- teres entre o R. affinis, Wh. et Ns. e o K. incurvatus, Bab. Do 32 ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES primeiro afasta-se apenas pelo turião um pouco lustroso, com as folhas em geral mais longamente pecioladas e tendo o foliolo médio curtamente acuminado e de base inteira ou apenas chan- frada; do segundo diverge mais profundamente pelo turião gla- brescente, pelas folhas baças. mais longamente pecioladas, com os foliolos mais eliticos e pelas sepalas muito verdes no dorso. Eu tinha considerado o KR. subincertus como uma simples raça do R. affinis, de que me parece extremamente proximo por - muitos carateres de valor, entre os quaes devo lembrar a fórma da inflorescencia com pedunculos e pediculos relativamente cur- tos, grossos, firmes e direitos, que tanto distingue aquela especie boreal no meio dos outros «Suberecti» que conheço; mas o dr. Focke, a quem ultimamente enviei exemplares, diz que ela é in- dependente da silva de Weihe e Nees, cuja organisação se apresenta muito bem definida e constante em todos os paizes. onde se encontra. Descrevendo-a como especie autonoma não posso, todavia, deixar de a colocar no grupo dos «Suberecti sub-Discolores» em que entra perfeitamente pela sua floração precoce, pelas sepalas muito verdes e pelas folhas ás vezes 7-fo- liadas, normalmente tomentosas por baixo. — Perto do convento de Fiães. em Castro-Laboreiro, encon- trei uma silva muito chegada ao KR. subincertus, mas diferindo um pouco das fórmas do Porto pelos turiões sulcados e pelas estipulas notavelmente largas. 3. R. Sampaianus, Sud. im ht., 1903 (A. silvati- cus, Cout. et Fic. in «Bol. Soc. Brot.», non Wh. et Ns.; fi. card Samp. in «An. Se. Nat.» 1902, non Fo- Ckej= Tião ar queado ou arqueado- decahido, mais ou menos anguloso e com as faces quer planas quer um pouco concavas ou convexas, avermelhado, provido de alguns pélos eretos e armado de aculeos compridos, di- reitos ou um tanto inclinados. Folhas turionaes longa- mente pecioladas, glabrescentes ou quasi glabrescentes por cima, verdes e muito vilosas por baixo, com 5 folio- los agudamente serreados, sendo o terminal largamente elitico ou oval, inteiro na base e um pouco bruscamente acuminado. Inflorescencia bem aculeada, suboval, subci- lindrica ou subcorimbiforme, com os pedunculos fina- mente vilosos e por fim quasi sempre compridos, divari- cados ou muito abertos. Sepalas ovaes ou lanceoladas, &. SAMPAIO: RUBUS PORTUGUEZES 5) com o dorso verde ou raras vezes cimzento-tomentoso, patentes ou laxamente refletidas na frutificação. Petalas grandes ou mediocres, oblongas, brancas ou levemente rosadas no botão. Estames muito mais compridos que os estiletes esverdeados. Ovarios glabrescentes. Fl. desde maio a junho. Hab. nos logares frescos, bordas de cam- pos e caminhos, etc. Distr. ao norte de PortTUGAL (Mon- talegre, em Paradela, Pitões, ete.; Vieira, na serra da Cabreira, Ruivaes, Rossas, ete.; Terras de Bouro, na serra do Gerez; Povoa de Lanhoso, na Igreja Nova). Opsekv. — Os snrs. P. Coutinho e Conde de Ficalho referi- ram ao É. silvaticus, Wh. et Ns. um exemplar d'esta planta co- “Jhido em Ruivaes pelo snr. A. Moller e depositado no herbario da Universidade de Coimbra. Mais tarde, porém, tendo eu obser- “vado a curiosa silva na propria localidade em que esse exemplar “foi obtido, verifiquei não só que ela era muito diversa da especie em que os citados naturalistas a incluiram, mas tambem que pe- los seus carateres oscilava entre o &. carpinifolius, Wh., de que ás vezes se aproxima, e o R. leucandrus, Focke, em que julguei dever filial-a. Alguns especialistas a quem consultei, e entre eles o dr. Focke, foram de opinião que a planta portugueza parecia, real- mente, uma fórma especial do Rubus em que eu a incluira; o prof. Sudre, porém, considerou-a como uma especie nova a que, com uma amabilidade que muito me penhora, quiz ligar o meu nome. Constituirá cla uma silva verdadeiramente. autonoma do “RB. leucandrus ou do E. carpinifoliws, plantas um pouco afius en- tre as quaes se mostra colocada? E' isto ao que, atualmente, me não julgo habilitado a responder, deixando para os batologistas que melhor conheçam as variações divergentes d'aquelas espe- “cies afins o encargo de elucidar devidamente a questão. Seja como fôr, o que é certo é que o ER. Sampaianus apre- senta uma grande área da dispersão-entre nós, aparecendo com abundancia em diversas regiões montanhosas do Minho, sobre- tudo no concelho de Vieira, d'onde se propaga a uma parte da provincia de Traz-os- “Montes. — Em Castro-Laboreiro não é raro um «Suberecti» que di- fere d'esta planta pelo turião ereto, glabro e sulcado, pelos foliolos “cunheados para a base e grosseiramente serreados, pela inflores- “cencia menos aculeada, com os pedunculos ascendentes e mais vl- “Tosos, pes sepalas mais longamente acuminadas e pelas petalas 3 Ann. Sc. Nat., vol. IX, 1905. Porto. 34 ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES maiores. Todavia julgo possivel que esta ultima silva, que referi. ao R. sulcatus nos «An. de Sc. Nat.» em 1902, não passe de uma variedade mais boreal da nova especie do prof. Sudre, visto que . em S. João do Campo, no Gerez, encontrei uma fórma d'esta apro-. ximando-se por alguns carateres da silva de Castro-Laboreiro. Comtudo só novas investigações, mais completas e minuciosas, po- derão esclarecer devidamente as verdadeiras relações que existem entre uma e outra planta. IH. Silvatici, Mul. 4. R. incurvatus, Bab. — Purião arqueado-pros- trado, anguloso, de faces sulcadas ou planas, averme- ado bastante viloso e armado de aculeos medianos, bem achatados na base, direitos ou pouco imelinados. Folhas turionaes 5- foliadas, lustrosas e glabrescentes por cima, muito vilosas e, na maior parte, um pouco cinzento- tomentosas por baixo, com os foliolos concavos e irregu-. larmente serreados, Ned o médio largamente sa ou quasi rodo de base cordada ou | chanfrada, acu- x minado e cerca de 3 vezes mais comprido que o seu pe-. diculo. Inflorescencia cilindrica, estreita e geralmente pequena, com os pedunculos e pediculos muito vilosos, assim como o eixo, curtos, aculeados, sendo os inferiores. ascendentes e os superiores bem abertos. Sepalas trian- | gulares ou lanceoladas, tomentoso-vilosas, com o dorso cinzento-subesverdeado e laxamente refletidas. Petalas ovaes ou oblongas, de um roseo esvahido. Estames nu- merosos, excedendo mais ou menos o comprimento dos | estiletes. Ovarios pouco pilosos ou glabrescentes. Fl. em. junho e julho. Hab. nos bosques, bordas dos (campos e caminhos. Distr. no sul da INGLATERRA. 3. minianus, Samp. (R. villicaulis, Samp. in «An. Se. | | ) 4 Nat.» 1902, non Koehl.; R. minianus, Samp.. m «A Revista» 1904) — Turião exeto-subar- queado, menos vermelho, com as folhas muito | longamente pecioladas, baças por cima e todas | G. SAMPAIO: RUBUS PORTUGUEZES 35 ou quasi todas desprovidas de tomento por bai- xo, tendo o foliolo médio menos de 2 1j vezes mais comprido que o seu pediculo. Ovarios gla- bros. Distr. ao norte de Portuga (Terras de Bouro, no Gerez, perto das Caldas; Povoa de Lanhoso, na Jereja Nova, Calvos, ete.; Amaran- te, em Candomil; Santo Tirso, na Trofa; Valon- go, em Alfena). OpseRv.— À nossa fórma, que é muito constante nos seus carateres, tem uma larga dispersão ac norte do paiz, mas apa- rece quasi sempre em pequenas colonias ou em pés isolados, fal- tando em muitas localidades intermedias aos pontos em que se encontra. A principio considerei-a como uma variedade do X. val- licaulis, Koehl.; mais tarde, porém, tendo duvidas sobre a sua exata filiação, recorri à competencia do dr. Foke, que formulou o seu modo de vêr da seguinte maneira: «A vossa planta pare- ce-se muito com diversas fórmas do R. villicaulis, mas eu penso que se liga mais ao R. incurvatus dos inglezes, que é, todavia, uma especie imperfeitamente definida». Ora uma comparação minuciosa da nossa silva feita não só com a diagnose do snr. Moyle Rogers! mas tambem com bons exemplares do R. incurvatus, que me foram enviados pelo dis- tinto rubulogista inglez R. Linton, deixou-me seguramente con- vencido do que ela é, realmente, muito afim d'esta especie, na qual deve ser incorporada, ao lado do R. Muenteri, Mars. que “ egualmente considero uma simples raça da planta do Babington. Não posso deixar de dizer que pelo notavel comprimento que oferecem os peciolos das suas folhas turionaes tambem o &. ma- nianus se aproxima bastante do R. rhamnifolius, com que apre- senta algumas semelhanças, embora defira mais profundamente pelos turiões vilosos, pelas folhas baças por cima e quasi todas “verdes por baixo, pelas petalas oblongas, etc. —E' necessario não confundir a nossa fórma do KR. incurvatus com algumas outras silvas portuguezas, que embora mais ou me- “nos semelhantes por alguns carateres são especificameute diver- sas. Do R. subincertus distingue-se sempre pelo turião viloso e “baço, pelos foliolos caulinares mais arredondados, pelo eixo da inflorescencia provido de vilosidade abundante, pelas sepalas to- 1 Handbook of British Rubi, pag. 27. 36 ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES mentosas, pouco verdes e longamente acuminadas, pelas petalas menores, etc.; do R. phyllostachys difere pelas folhas não branco-. tomentosas por baixo, com vilosidade muito mais comprida e as- pera, pela inflorescencia, pelas flores maiores, pelas sepalas muito acuminadas e vilosas, pelas petalas roseas, etc.; do K. pubescens distingue se bem pelos turiões, pelas folhas longamente peciola- das, verdes por baixo, com o foliolo médio não elitico-alongado; do R. obtusangulus aparta-se pelos aculeos turionaes menos for- tes, pelas folhas não tomentosas por baixo. com foliolos terminaes largamente ovaes ou arredondados; do R. Questieri, finalmente, distingue. se bem pelos turiões vilosos, pelas folhas longamente pecioladas, tambem muito vilosas por baixo e com o foliolo médio não elitico, pela inflorescencia completamente desprovida de glan- dulas pediculadas e com os eixos abundantemente vilosos, pelas petalas não bilobadas no cimo, etc. — Comunicou-me ultimamente o prof. Sudre que o &. mi- nianus não lhe parece diferente do seu K. opertus. E' certo que eu nunca vi exemplares d'esta ultima planta — que o dr. Focke aproxima do R. rhombifoliwus, Wh. — mas devo dizer que pela sua diagnose pouco se afasta, realmente, da silva portugueza. 5. R. Questieri, Lef. et Mul. — Turião robusto, geralmente ereto-curvado, muito anguloso, glabrescente | e armado de aculeos fortes, direitos ou pouco curvos. Folhas verdes em ambas as paginas, ou só as do cimo levemente cinzentas pelo lado inferior, glabras por cima. e glabrescentes ou muito pouco vilosas por baixo — as turionaes com 5 foliolos, sendo o médio elitico-suboval | ou elitico-lanceolado, inteiro na base e terminado em ponta comprida. Inflorescencia cilindrica, estreita, acu- leada, com os pedunculos superiores curtos e geralmente abertos, às vezes folhuda quasi até ao cimo e provida. sempre de algumas glandulas pediculadas. Sepalas longa- mente acuminadas, tomentoso-vilosas no dorso e refleti- das. Petalas de um roseo esvaido, ovaes, de unha curta e quasi todas bilobadas ou profundamente chanfradas no cimo. Estames mais compridos que os estiletes. Ovarios. glabrescentes. Fl. em junho e julho. Hab. nos bosques e bordas dos campos ou caminhos. Distr. na INGLATERRA, | França e PortugaL (Povoa de Lanhoso, em S. Gens, G. SAMPAIO: RUBUS PORTUGUEZES 21 “Frades, Iereja Nova, etc.; Vieira, nos Pousadouros; Va- iongo, perto de Ermezinde; Gaya, em Oliveira do Douro). OgseRrv. — Esta especie é muito bem definida e caraterisada “em todos os paizes onde se encontra, e a sua descoberta em Por- tugal não deixa de ter um particular interesse para o estudo da batologia europeia. Nos arredores do Porto é extremamente rara, pois que até hoje só constatei pequenas colonias d'ela em Oli- veira do Douro e perto de Ermezinde; na Povoa de Lanhoso, porém, aparece ao nordeste do concelho com bastante. frequencia, sendo muito abundante na Igreja Nova, junto das sebes, das bor- das dos campos e dos muros da povoação. À côr dos orgãos floraes e o comprimento dos estames va- riam um pouco n'esta planta, mas não me parece que estas va- riações, taes como se obseryam entre nós, possam justificar o es- tabelecimento de variedades definidas por elas. Comtudo devo - dizer que a fórma normal tem os estiletes sempre roseos e muito mais curtos que os estames. 6. R. mercicus, Bagnall. — Turião ereto- -arquea- do, anguloso, com as facés não caneladas, fmamente vi- loso, oenelhado: subpruinoso e provido de aculeos numerosos, um pouco deseguaes, irregularmente espa- “lhados e quasi sempre muito curvos. Folhas turionaes com 3 ou 5 foliolos digitados ou apedados, planos ou convexos, de um verde intenso e abundantemente pilosos por cima, mas mais palidos e finamente vilosos por baixo, - dupla e um pouco grosseiramente serreados—o médio largamente oval ou arredondado, com a base inteira ou quasi inteira, curtamente acuminado e 2º), a 3 vezes “mais comprido que o seu pediculo. Inflorescencia laxa, irregular, um tanto curta e subcorimbosa no cimo, com os pedunculos compridos, ereto-patentes e muito vilodos, “assim como o eixo, provida de aculeos tenues, de acicu- las e de glandulas pediculadas muito raras. Sepalas re- fletidas, com o dorso tomentoso-viloso e emzento-subes- verdeado, interiormente avermelhadas na base. Petalas “obovadas, brancas ou levemente roseas. Estames mais “* compridos que os estiletes e córados na base como as 38 ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES sepalas. Ovarios glabrescentes. Fl. desde junho a agosto. Hab. nos bosques e logares descobertos. Distr. na Is- GLATERRA. 6 castranus, Samp. (LX. pulcherrimus, Samp. im «An. Sc. Nat.» 1904, non Neum.) — Turião arqueado- decaido, com vilosidade rara e aculeos peque- nos, geralmente um tanto curvos. Folhas supe-. riores providas por baixo de um tomento einzen- to-subesverdeado e pouco espesso — as turionaes com o foliolo médio lentamente acuminado e de base chanfrada ou bem cordada. Inflorescencia, pequena, densa, com os pedunculos curtos e desprovida, ou quasi desprovida, de glandulas - pediculadas. Distr. ao norte de PortugaL (Mel- gaço, na Serra de Castro-Laboreiro). Opserv. — Na serra de Castro-Laboreiro aparece largamente | espalhada esta curiosa silva, que não tenho encontrado em outra região do paiz, mas que ali constitue sem duvida alguma o Rabus predominante, tanto pela frequencia como pela abundancia dos individuos. A principio tomei-a pelo &. prlcherrimus, Neum., mas tendo ultimamente algumas duvidas sobre a sua determinação enviei exemplares ao notavel botanico sueco dr. Neuman, que me respondeu dizendo que a fórma portugueza não pertencia áquela. sua especie, embora d'ela fosse um tanto ou quanto proxima. Consultei então o dr. Focke, que foi de parecer que a planta de Castro-Laboreiro talvez pertencesse ao R. mercicws, silva ingleza | de que apenas possuo no meu herbario a subespecie 5. chrysoxiy- lon, Rogers. Estou perfeitamente convencido de que a opinião do ilustre - batologista de Bremen é exata, pois que a fórma portugueza se aproxima tanto da especie definida por Bagnall que não vejo - motivo algum para fazer dela mais que uma simples raça ou va- riedade austral d'esta ultima. Demais, os carateres que a distin- guem do tipo encontram-se separadamente em outras variedades inglezas da mesma especie, com exceção da inflorescencia con- densada, que parece ser privativa da nossa planta. — Nos baixos da serra da Mourela, em Barroso, colhi uma silva a que indiquei nos «An. de Sc. Nat.», em 1902, sob a etiqueta de | R. rhamnifolius, 5. australis, nob. e que pela fórma e pelos acu- . G. SAMPAIO: RUBUS PORTUGUEZES 39 leos pequenos do turião se liga á planta de Castro-Laboreiro, “embora seja diversa d'ela por outros carateres. Creio hoje que este Rubus da Mourela não passa de um hibrido fecundo, mas só novas observações na localidade é que poderão determinar - precisamente a sua verdadeira natureza. q. R. peculiaris, Samp. im «À Revista», 1904 — Turião ereto, anguloso, de faces planas ou saneladais; esverdeado, MN roicme viloso e armado de aculeos fortes, mais ou menos curvos e muito achatados na base. Folhas com os peciolos providos de aculeos aduncos, glabres- centes por cima mas por baixo finamente vilosas e, as superiores pelo menos, cimzento-tomentosas, tendo as do turião quasi todas 5 foliolos largamente errados O terminal elitico ou elitico-lanceolado, quasi lentamente “acuminado e inteiro na base. Inflorescencia composta, * cilindrica, alongada, laxa, elegante, parcamente aculeada “ou subinerme, com os pedunculos ascendentes, compri- “dos, muito delgados e densamente recobertos, assim - como a parte superior do eixo, por uma vilosidade fina “e macia. Flores pequenas. Sepalas refletidas, curtamente “acuminadas e providas no dorso de uma pilosidade abun- “dante, que se eleva sobre um tomento cinzento-subesver- ““deado. Petalas de um roseo desbotado, ovaes oblongas, “não contiguas. Estames muito mais compridos que os estiletes. Ovarios glabrescentes. Fl. desde os fins de Ju- “ nho a agosto. Hab. nos terrenos arborisados e descober- tos. Distr. no norte de PorrtucaL (Melgaço, na Serra de “Castro-Laboreiro, frequente nas Inverneiras; Terras de Bouro, na serra do Gerez, entre Leonte e a Ponte-Feia). Opserv. — Pelos seus turiões vilosos com aculeos aduncos, “pela sua inflorescencia subinerme com pedunculos notavelmente " delgados e compridos, pelas suas flores pequenas com sepalas “tomentoso-vilosas e petalas estreitas de um roseo esvahido, a - planta acima descrita constitue uma fórma interessante e com- - pletamente diversa de todos os outros Rubus portuguezes, embora — participando de uns certos carateres do &. phyllostachys por um “lado e do R. pubescens por outro. Do primeiro aproxima-se par- 40 ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES cce. ticularmente pela vilosidade curta, fina e macia da pagina infe- rior dos foliolos, pela fórma da inflorescencia e tamanho das flores; - mas diverge profundamente pelo indumento dos turiões, mais vi- losos, pela fórma e denteado dos foliolos, pelas folhas mais vires- centes, pela inflorescencia mais inerme com os pedunculos muito . vilosos e proporcionalmente mais delgados, pelas sepalas providas da vilosidade mais comprida e pela côr rosea das flores. Do se- gundo afasta-se pela fórma e robustez dos aculeos, pela configu- ração e indumento dos foliolos, pela inflorescencia com pedunculos muito delgados e compridos, pelo tamanho das flores, pela maior vilosidade das sepalas, etc. O professor Sudre, a quem enviei a planta, julga que ela não é muito afastada do R. austrotyrolensis, subespecie do K. pu- bescens para mim desconhecida; o dr. Focke, porém, declara que não sabe da silva a que ela possa rigorosamente identificar-se, e no meu herbario, bastante rico em fórmas de Rubus de toda a Eu- ropa, nada possuo, tambem, com que a curiosa planta de Castro- Laboreiro e Gerez deixe de oferecer consideraveis divergencias. 8. R. obtusangulus, Gremh — 'Turião forte, ar- queado ou decaido, glabro, verde ou avermelhado, angu-. loso, com as faces planas ou convexas e provido de acu- . leos robustos e muito achatados na base. Folhas turionaes. com os peciolos bastante compridos e armados de acu- leos muito aduncos, glabras ou glabrescentes por cima, cinzento-tomentosas e finamente vilosas por baixo, pelo menos as médias e as superiores, todas com 5 foliolos muito meudamente serreados — o terminal elitico ou eli- tico-oval, com a base inteira, quasi lentamente acumi- nado e cerca de 2 vezes mais comprido que o seu pedi- culo. Inflorescencia subcilindrica ou oblonga, um pouco densa, com o eixo armado de aculeos compridos e incl- nados, muito viloso, como os pedunculos, que na parte média e superior se tornam aberto-patentes na frutifica- ção. Sepalas longamente acuminadas, tomentoso-vilosas, com o dorso cinzento-subesverdeado e reHetidas nos fru-. tos. Petalas oblongas, pequenas e estreitas, de um roseo esvahido ou quasi brancas. Estames muito mais compri- dos que os estiletes. Ovarios vilosos. Fl. em junho e julho. Hab. nas bordas dos campos e caminhos. Distr. na FRANÇA. . G. SAMPAIO: RUBUS PORTUGUEZES 41 in «An. Sc. Nat.», 1804) — Purião mais ou me- nos viloso, com as faces planas ou um pouco sulcadas. Folhas turionaes de peciolos compri- a dos ou medianos e com o foliolo terminal 2 4/, a à !/, vezes mais comprido que o seu pediículo. Distr. no norte de PortucaL (Guarda, entre a É cidade e a estação ferro-viaria, no Moinho do “Gato, etc.; Vila-Real, nos arredores da vila, Vi- larinho da Samardã, Escariz, etc.). b) beirensis, Samp. (KR. villicanlis, f. beirensis, Samp. - OBseRry. — Não posso deixar de seguir a opinião do dr. Focke, —* que diz que a nossa planta pertence sem a menor duvida ao R. “obtusangulus, do qual apenas difere sensivelmente pelos turiões vilosos. Esta vilosidade é um pouco rara e torna-se algumas ve- - zes caduca pelo envelhecimento; nas partes menos idosas, porém, — aparece constantemente, sendo muito distinta mesmo à vista des- armada. Em notaveis trabalhos publicados nos ultimos anos, o dr. Focke considera a planta de Gremli como uma subespecie do R. rhamnifolius. Devo esclarecer, todavia, que em Portugal ela ten- “de, pelas suas variações, a afastar-se d'esta especie, avizinhan- do-se antes do &. pubsscens, com o qual oferece por vezes estrei- “tas conexões. E assim que ao passo que nos arredores da Guarda — aparece uma fórma mais tipica com os peciolos notavelmente com- — pridos, como os do KR. rhammnifolius, nos arredores de Vila-Real — encontra-se uma outra fórma ou variação de peciolos medianos, muito proxima do R. pubescens, com o qual se póde confundir á - primeira vista, embora se distinga sempre pelos aculeos turio- - naes mais fortes, pelas folhas glabras por cima, com o foliolo ter- -- minal finamente serreado, quasi lentamente estreitado em ponta - curta, e pelas sepalas compridas. 9. R. pubescens, Wh.-- Turião arqueado ou ar- queado-decaido, anguloso, com as faces planas ou um pouco caneladas, vermelho ou esverdeado, provido de “aculeos mediocres, um tanto inclinados e de uma pubes- cencia quasi vilosa, por vezes caduca. Folhas turionaes medianamente pecioladas, mais ou menos pilosas por cima e, pelo menos as médias e superiores, vilosas e es- 492 ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES - e DD>>>—>—>—>—>—>>>—>—>—>—>>—>>—>——————————>————————— 4 branquiçado-tomentosas por baixo, com 5 ou 3 foliolos muito erosselra e irregularmente serreados ou denteados - — o terminal alongado, elitico ou elitico-oval, com a base mais ou menos chanfrada e acabado em ponta. muito comprida e quasi inteira. Bamo florifero pubescente desde | a base e terminado por uma inflorescencia aculeada, es- treita, alongada, com os pedunculos e pediculos supe-. riores patentes na frutificação. Sepalas lanceoladas, re- fletidas, tomentoso-vilosas e cinzento-subesverdeadas no dorso. Petalas mediocres, oblongo-ovaes, de um roseo muito desbotado ou brancas. ato mais compridos que os estiletes. Ovarios pilosos ou clabrescentes. Fl. em junho e julho. Hab. nas bouças, bordas dos campos e dos caminhos. Distr. na ALEMANHA, INGLATERRA, FRANÇA e PorrucaL (Vieira, em Rossas, nas margens da estrada de Cabeceiras de Basto; Vila-Real, raro nos arredores da povoação). Opserv. — Os exemplares de Rossas, localidade onde pela primeira vez encontrei a planta, em julho de 1904, pertencem á fórma tipica da especie; os de Vila-Real, porém, parecem ligar-se á variedade subinermis, Rogers, pelos aculeos turionaes mais cur- tos, pelo foliolo médio mais bruscamente acuminado e pela inflo- . rescencia com aculeos mais raros e tenues. Só examinei plantas frutificadas d'esta fórma transmontana, de modo que não posso - asseverar definitivamente, pela falta de analise dos orgãos flo- raes, se sim ou não ela se inclue na variedade ingleza. 10. R. thyrsoideus, Wimm.-— Turião ereto ou ereto-arqueado, anguloso, com as faces bem caneladas ou sulcadas, glabro ou viloso e armado de aculeos media- nos ou fortes, achatados na base. Folhas mais ou me- nos coreaceas, oferecendo quasi todas na pagina inferior - tim toniento esbe anquiçado ou cinzento, acompanhado de uma vilosidade fina, curta e macia, ás vezes pouco visi-. vel —as turionaes com 5 ou 3 foliolos vivamente denti- culados, sendo o terminal inteiro ou levemente chanfrado na base. Inflorescencia geralmente laxa e alongada, sub- “G. SAMPAIO: RUBUS PORTUGUEZES 43 cilindrica ou subtirsoidea, parcamente aculeada, com os pedunculos tomentosos e finamente vilosos, ascenden- tes e quasi sempre compridos e delgados. Flores peque- nas ou mediocres. Sepalas curtas, ovaes, refletidas, com o dorso pouco viloso e recoberto por um tomento cmmzen- to-subesverdeado. Petalas pequenas, ovaes-oblongas e quasi constantemente brancas. Estames um tanto mais compridos que os estiletes. Ovarios glabrescentes. Fl. desde junho e agosto. Hab. nos terrenos incultos e bor- das dos campos e caminhos. Distr. em quasi toda a Eu- ROPA. : x. candicans, Wh. — Turião glabro e profundamente sulcado-canelado ao longo das faces. Folhas elabras por cima—as turionaes com o toliolo médio elítico e acuminado. Petalas brancas. Distr. na SuECIA, ALEMANHA, FRANÇA, ÁUSTRIA, BeLcica, HespaxHa e PortugaL (Montalegre, en- tre Covêélo e Ruivaes; Vicira, em Aboim, na Serra do Merouço). 6. phyllostachys, Mul. pro sp. (ex Focke, non Boulay). — "Purião provido de uma pubescencia subvilo- sa, mais ou menos sulcado. Folhas pilosas por cima -— as turionaes com o foliolo medio larga- mente oval e bruscamente acuminado. Petalas brancas. Distr. na ALEMANHA, SUISSA, FRANÇA, HespanHa, IraLia E PortTUGAL (Povoa de Lanho- so, na Ioreja Nova). Opserv. — Apesar de estar largamente representado em quasi toda a Europa o É. thyrsoideis é uma especie extrema- mente rara em Portugal. não lhe pertencendo nenhum dos exem- plares do herbario da Universidade mencionados .com este bi- nome no trabalho sobre as Rosaceas portuguezas dos snrs. P. Coutinho e Conde de Ficalho. E” uma especie coleticia, composta de um certo numero de fórmas constantes e bem distintas entre si, mas caraterisadas em comum pelo aspeto semelhante, pelas flores um tanto pequenas, pela forma da inflorescencia, etc. 44 ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES Da raça ou subespecie KR. candicans apenas tenho encontra- do pés isolados; da raça KR. phyllostachys é muito consideravel a colonia que encontrei em julho do ano corrente, na Igreja-Nova . (Povoa de Lanhoso), pelas margens da estrada de Chaves, em frente de Beserral. : — Convém não esquecer que o BR. phyllostachys, Mul. é inter- pretrado por modos diversos pelos rubulogistas. O dr. Focke, cuja opinião sigo, aplica este binome para designar a subespecie | do R. thyrsoideus caraterisada pelos turiões vilosos e pelos fo- liolos mediocres, ovaes e cinzento-tomentosos por baixo; o dr. Boulay, pelo contrario, emprega-o para indicar uma planta que julga um producto hibrido dos R. thyrsoideus e R. piletostachys. Para o prof. Sudre, que adota este modo de vêr, a fórma portugueza representa o seu &. aduncispanus. HI. Discolores, Mul. 11. R. portuensis, Samp. m «An. Sc. Nat.», 1902. — Turião robusto, ereto-Inclinado, anguloso, de faces planas ou caneladas, glabrescente ou com rara pubes- cencia estrelada, fina ou quasi aracnoidea, avermelhado, apresentando manchas glauco-pruinosas e armado de aculeos espaçados, compridos, achatados na base, incli- nados, direitos ou um pouco curvos. Folhas turionaes com 5 foliolos subcoreaceos, grosseiramente serreados, olabros por cima e providos por baixo de um tomento cinzento, tenue, geralmente quasi raso e desaparecendo por vezes, de modo que o limbo fica, então, verde em am- bas as paginas —o terminal elitico-romboidal ou subo-. val, mais largo quasi sempre para cima do meio, de base inteira e bruscamente acuminado. Inflorescencia apre-. sentando para a base uma ou mais folhas reduzidas a um foliolo, submerme, subpiramidal, obtusa, laxa, ás vezes muito grande, com os pedunculos e pediculos acompa-. nhados de brateas pardas e desenvolvidas, tomentosos e muito finamente vilosos, delgados, compridos e tornan- do-se os superiores aberto-patentes. Sepalas ovaes, cur- tas, refletidas, esbranquiçado-tomentosas e pouco distinta- G. SAMPAIO: RUBUS PORTUGUEZES 45 “mente vilosas. Petalas de um rosco esvaído, grandes, “largamente ovaes e de unha curta. Estames ev enente * roseos e muito mais compridos que os estiletes esverdea- “dos. Ovarios densamente vilosos. Fl. em junho e julho. “Hab. nos logares frescos, bosques e margens dos regatos. - Distr. no norte de Portuga (Melgaço, perto da margem “do rio Minho; Vila do Conde, em Vilar do Pinheiro, Feto Maia, em Bartortds. Castêlo, etc. ; Valongo, em Alionas etc.; Paredes, em Recarei, etc. ; Porto, na Vilarinha, Pa- ranhos, etc.; Bouças, nos arredores de Matosinhos, Ave- leda, ete.; Gan ya, em Oliveira do Douro, ete.; Feira, em Paço Br andão.) “OgseRv. — Nos arredores do Porto aparece com muita fre- * quencia esta planta, que se encontra em quasi todos os logares frescos e um pouco humidos, principalmente nos pinhaes de solo “relvoso que cobrem em grande parte as aluviões argilosas de entre Douro e Ave. E” uma silva robusta, inconfundivel pelo.as- “peto, com flores belas e vistosas. Quando vive nos sítios assom- breados apresenta as folhas grandes e quasi todas verdes por “baixo, assim como a inflorescencia muito Jaxa e tão extraordina- riamente desenvolvida que chega, por vezes, a atingir cerca de um metro de comprimento; nos terrenos soalheiros, porém, tor- - na-se muito mais reduzida no tamanho, com a inflorescencia um pouco apertada e as folhas muito menores, tendo a pagina infe- “rior recoberta por um tomento cinzento-esbranquiçado e acompa- “nhado de uma vilosidade mais distinta. E” absolutamente certo que esta planta se comporta entre nós como uma especie de primeira ordem, fazendo lembrar pelo aspeto o X. clathrophilus, Gen. (non mult. aut.), segundo exem- plares autenticos colhidos pelo proprio Genevier e que constituem o n.º 4 da «Batotheca europaea» distribuida pelo prof. Sudre. Comtudo as diferenças entre as duas especies parecem-me hoje muito profundas, pois que emquanto que a planta franceza re- presenta um «Silvatici» muito bem caraterisado, a silva portu- “gueza pertence, antes, ao grupo dos «Discolores», como o mos- tra claramente a pubescencia estrelada, curta e fina dos turiões, o tomento infrafoliar dos exemplares que vivem em boas condi- “ções de luz e o tomento sempre bem cinzento-esbranquiçado da “parte dorsal das sepalas. A virescencia dos seus foliolos, que a “aproxima um pouco dos «Silvatici» constitue, portanto, um cara- 46 ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES ter mais ou menos anormal, revelado tambem em graus diver-. sos sobre outras plantas dos « Discolores». De resto, o R. portwensis distingue-se sempre muito bem do BR. clathrophilus pelo turião estrelado- -pubescente, ao menos nas partes novas, pelas folhas turionaes menos vilosas por baixo, com . o foliolo médio elitico ou romboideo-oval, pela inflorescencia nor- malmente mais laxa, com os pedunculos e pediculos mais curta e finamente vilosos, mais compridos e delgados, pelas sepalas bem esbranquiçado tomentosas e refletidas na frutificação, pelas peta- las mais largamente ovaes e de colorido muito menos intenso, pelos estames roseos e pelos ovarios muito densamente vilosos. — Em carta que me dirigiu ultimamente. o prof. Sudre diz. que o R. portuensis é identico ao seu R. elipticifolivs. Ora, não obstante o respeito que tenho pelas opiniões do eminente batolo- gista francez, não posso concordar de modo algum com este modo de vêr, pois tão diversas me parecem as duas plantas que nem mesmo as considero como pertencendo ao mesmo grupo especifico. Realmente, tanto pela diagnose do R. ellipticifolius como pela comparação com exemplares d'esta silva que me foram en- viados em 1902 pelo proprio prof. Sudre, o R. portuensis difere profundamente da fórma franceza pelo turião provido de man- chas glauco-pruinosas, não viloso, mas sim pubescente ou quasi elabro. pela inflorescencia subinerme, mais folhuda, ás vezes: quasi até ao cimo, acompanhada de foliolos e de grandes bracteas 3-fidas, com pedunculos mais compridos e nunca ramificados desde a base, pelo calix menos viloso, pelas petalas largamente ovaes ou quasi arredondadas, de unha muito curta, pelos filetes roseos: e, finalmente, pelos carpelos não glabros, mas sim densamente vilosos. Além d'isto as duas plantas têm um ar especifico bem di- verso: emquanto que o R. portwensis afeta o ar do É. clathrophi- lus, embora seja diferente d'esta silva, o R. ellipticifolius apre- senta, pelo contrario, o aspeto de certas fórmas portuguezas de turião não glauco, viloso ou quasi viloso, e petalas oblongas de unha comprida, fórmas que eu não posso separar do R. Godroni, Lec. et Lmt., apesar da configuração mais elitica dos seus fo- liolos. 12. R. ulmifolius, Schott. — Turião arqueado-de- caido, bem anguloso, com as faces mais ou menos sul- cadas ou canéladas, “armado de aguléos fortes, glauco- pruinoso, glabrescente ou com uma pubescencia estre- lada, curta e fina, quasi sempre bem manifesta nas partes G. SAMPAIO: RUBUS PORTUGUEZES 47 superiores. Folhas turionaes com 5 ou 3 foliolos media- “nos ou pequenos, glabras, glabrescentes ou pilosas por cima e revestidas por baixo de um fino iomento esbran- quiçado e raso, isto é não acompanhado por uma vilosi- dade que se eleva distintamente sobre ele — o médio eli- tico, romboideo, oval ou oboval, mteiro na base e quasi sempre bruscamente acuminado. Inflorescencia cilindrica ou piramidal, densa ou laxa, normalmente aculeada, com os pedunculos e pediculos abertos ou ascendentes e, as- sim como o eixo, tomentosos ou tomentoso-vilosos. Sepa- las curtas, esbr anquiçádo- tomentosas no dorso e bem re- fletidas na frutificação. Petalas na maioria dos casos largamente ovaes e de unha curta, variando na côr desde “O roseo intenso até ao branco quasi puro. Estames nu- merosos, com o polen perfeito, não excedendo ou exce- dendo pouco o comprimento dos estiletes. Ovarios pilo- sos ou glabrescentes. Fl. desde maio ao fim de agosto. “Hab. nos terrenos incultos, sebes, bordas dos campos e dos caminhos. Distr. na INGLATERRA, BELGICA, FRANÇA, HespaxHa, PortTuGAL, ITALIA, ÁFRICA SETENTRIONAL, MA- DEIRA, AÇORES, CANARIAS € ORIENTE. = d | q rusticanus, Merc. — olhas glabras ou glabrescentes na pagima superior. Eixo da inflorescencia, pe- dunculos e pediculos tomentosos ou pr omidos de uma vilosidade deitada. Anteras glabras. Planta “muito polimorfa, oferecendo numerosas varieda- des e fórmas. Distr. abundantemente em todo o paiz, desde o norte ao sul. Es Osseryv. — E? a silva dominante em Portugal, pois encon- “ tra-se com frequencia e com fartura por toda a parte, excetuan- do a serra de Castro-Laboreiro, onde não achei um unico exem- plar no meio dos diferentes Rubus que ahi vivem. As suas fórmas “São muito numerosas, não me sendo possivel apresentar por óra “um estudo d'elas regular e proveitoso. Pertencem-lhes, sem du- vida alguma, quasi todos os exemplares do herbario da Univer- 48 ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES sidade referidos pelos snrs. P. Coutinho e Conde de Ficalho ao R. amoenius, Port. à O R. ulmifolivs possue uma grande facilidade de se cruzar com as outras especies que existem perto dele, dando origem a variados produtos hibridos, que muitas vezes estabelecem uma série continua de fórmas entre os paes. 13. R. bifrons, Vest. — Turião arqueado-decaido, anguloso, avermelhado e apresentando por vezes man- chas glauco-pruinosas, glabrescente ou provido de uma pubescencia estrelada, fina e curta, com aculeos bastante fortes, direitos ou pouco curvos, Folhas turionaes com 5, ou mais frequentemente com 3 foliolos subcoreaceos, de denteado fino, quasi sempre convexos, glabros e um pouco lustrosos por cima, mas normalmente revestidos por baixo com um tomento cinzento-esbranquiçado sobre que se eleva uma vilosidade bem distinta -—o terminal quasi sempre oval-arredondado, mas algumas vezes | oblongo-romboidal ou elitico, de base mteira ou pouco chanfrada e mais ou menos bruscamente terminado em ponta. Inflorescencia aculeada, obtusa, piramidal ou oblonga, pouco densa, com os pedunculos tomentosos e finamente vilosos, como o eixo, tornando-se os superio-. res bem abertos ou patentes. Sepalas curtas, cinzento- tomentosas e pouco vilosas no dorso, refletidas na fruti- ficação. Petalas de um roseo muito desbotado, grandes, largamente ovaes ou quasi arredondadas, com unha curta. Ovarios glabrescentes ou um tanto vilosos. FI. desde junho a agosto. Hab. nas bouças e terrenos arbo- risados. Distr. na ALEMANHA, ÁUSTRIA, ITALIA, BELGICA, Suissa, FRANÇA, HespanHa e PortUGAL (Melgaço, em 5. Ertcorio. etc.; “Monção, nos arredores da vila; Paredes de a em Rubiães, etc.; Ponte do Lima, a Sá, etc.; Arcos de Vale de Vez, perto do Carregadouro, etc.; Bar- celos, no Tamel, etc.; Braga, em S. Jeronimo, ete.; Po- voa de Lanhoso, em S. Gens, ete.; Vieira, em Rossas, Ruivaes, etc.; Montalegre, em Pitões, ete.; Vinhaes, arre- dores da vila; Macedo de Cavaleiros, perto da povoação ; G. SAMPAIO: RUBUS PORTUGUEZES 49 Castelo de Paiva, estrada de Entre-os-Rios; Amarante, nos arredores da vila; Penafiel, perto da estação; Valon- go, nos arredores; Famalicão, junto da linha ferrea; Porto, em Paranhos, etc.; Gaya, em Quebrantões, etc. ; Feira, em Paço Brandão; Mealhada, no Bussaco, ete. b) duriminius, Samp. in «An. Se. Nat.» 1902 — 'Tu- sião embotadamente anguloso, com as faces mui- tas vezes convexas, Inflorescencia submerme, com os eixos delegados, compridos, curta e escas- samente vilosos. E” a nossa fórma dominante. 6. Godroni, (Lec. et Lmt.) —Turião provido de uma pubescencia vilosa, com as folhas quasi todas 5-foliadas e Tustrosad, pelo menos as dos ramos novos, com o foliolo médio elitico ou oboval, quasi lentamente acuminado e de dentes largos. Inflorescencia aculeada, comprida e laxa, com os pedunculos e pediculos bastante longos. Pe- talas roseas, oblongas, um tanto lentamente unguiculadas. Estames numerosos, muito mais compridos que os estiletes. Distr. na ALEMANHA, IncLATERRA, FRANÇA e PoRTUGAL: (Mealhada, na mata do Bussaco). Osserv. — Esta silva está largamente espalhada ao norte do paiz, sendo muito frequente em toda a região de entre Minho e Douro, onde se apresenta como uma planta bastante polimorfa, “embora conserve sempre a sua feição especifica. Os turiões, ge- ralmente angulosos, apresentam-se algumas vezes mais roliços, po- dendo em qualquer dos casos ser providos de uma fina e curta pubescencia estrelada ou aparecer glabrescentes; as folhas turio- naes compõe-se na sua maioria de 3 foliolos, mas apresentam-se às vezes quasi todas com 5; o foliolo terminal é normalmente suboval ou arredondado, um pouco convexo, com a parte inferior da nervura média muito encurvada para cima, mas aparece em “alguns individuos oblongo ou elitico, podendo em todas as cir- cumstancias ter ou não a base da nervura média infletida; os es- “tames, finalmente, são em geral pouco mais compridos que os 4 Ann. Sc. Nat., vol. IX, 1905. Porto, 50) ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES estiletes, mas não raras vezes mostram-se muito mais longos do que estes. Nos logares frescos e humidos a planta adquire um desenvolvimento muito consideravel, apresentando exemplares macrofilos e belos; nos terrenos secos, porém, oferece por vezes individuos muito reduzidos, com folhas bastante pequenas. A variedade b) duriminiws, nob. constitue a fórma domi- nante em Portugal. E' ás vezes proxima do R. propinguus, Mul., mas liga-se ao tipo por intermedios numerosos. Certos exemplares do R. ulmifolius semelham na aparencia o BR. bifrons; comtudo este separa-se sempre muito bem do pri- meiro pela pagina inferior dos foliolos provida de uma vilosidade ereta, que se eleva bastante sobre o tomento. Do K. portuensis distingue-se immediatamente pelo aspeto, pela fórma dos foliolos, pelos ovarios não densamente vilosos, etc. pecie, cons como raça bem diferenciada e nai | Na verdade, as tendencias de certas fórmas do &..bifrons para o KR. Godroni são tão manifestas no nosso paiz que não se póde deixar de reconhecer uma afinidade muito intensa entre as duas plantas. Devo dizer, além d'isto, que a fórma do Bussaco apre- senta por vezes os foliolos bastante eliticos, avisinhando-se ou | identificando-se ao À. ellipticifoliws, Sud., silva que eu julgo não se poder considerar mais do que uma simples variedade ou fórma do R. Godroni. — Em Leonte, na serra do Gerez, encontra-se uma outra silva que apresenta ainda o cunho especial do R. bifrons, mas que se aproxima muito do R. cuspidifer tanto pelos turiões de pubes: cencia quasi vilosa, como pela intlorescencia larga, pelas petalas oblongas de um roseo intenso e pelos estames sempre muito mais compridos que os estiletes. Não consegui fazer um juizo seguro sobre esta planta gereziana, que póde muito bem constituir um méro produto hibrido. 14. R. Caldasianus, Samp. | 1902. — Purião robusto, arqueado, anguloso, tendo as m «An. Se. Nat.» arestas geralmente muito embotadas e as faces planas ou . convexas, quasi sempre avermelhado e provido algumas | vezes de manchas glauco-pruinosas, glabro ou apresen- : tando raros pêlos estrelados e armado de aculeos fortes | 1! Dedicada ao dr. Pereira Caldas, meu amigo e erudito prof. do Li- ceu de Braga, + em 1903, | a G. SAMPAIO: RUBUS PORTUGUEZES bl e um pouco curvos. Folhas turionaes com 5 foliolos sub- coreaceos, muito piloso-hirsutos por cima e revestidos por baixo de um tomento denso e esbranquiçado, sobre “que se eleva uma vilosidade abundante-—— o médio oval ou romboideo-elitico, bruscamente acuminado e com a base inteira ou levemente chanfrada. Inflorescencia subcilndrica ou ovoide, parcamente aculeada, com os pedunculos e pediculos, assim como o eixo, iômentosdé vilosos e, pelo menos os superiores, Aberto pajênies por fim, Sepalas refletidas na frutificação, ovaes-lanceoladas, com o dorso cinzento-tomentoso e muito viloso. Petalas brancas ou levemente roseas no botão, grandes, larga- mente ovaes e de unha curta. Estames brancos, muito “mais compridos que os estiletes esverdeados. Ovarios glabros. Muito fertil, Fl. desde junho a agosto. Hab. as regiões montanhosas, nas bouças, florestas e matagaes frescos. Distr. ao norte de PortucaL (Montalegre, em Pi- tões, Paradela, ete.; Terras de Bowro, na serra do Gerez; Vieira, em Ruivaes e serra da Cabreira; Povoa de Lanho- so, na Ioreja-Nova; Amarante, na serra do Marão, em Anciães). Osseryv. — Sempre muito bem caraterisado-e comportando-se “como uma especie de primeira ordem o R. Caldasianus oferece uma larga área de dispersão ao norte de Portugal, aparecendo com abundancia em todas as regiões montanhosas que se esten- dem desde o Gerez ao Marão. E' uma planta inconfundivel e ro- busta, que se distingue com muita facilidade pelas suas folhas consideravelmente pilosas por cima e pelas suas belas flores bran- cas, que semelham flores de pereira. Nas fórmas «umbrosas», como as que predominam nos loga- res arborisados da serra do Gerez, desde perto de Leonte até ao rio Homem, os turiões apresentam-se mais esverdeados e mais angulosos, com as faces planas ou um tanto sulcadas, ao mesmo tempo que os foliolos médios se tornam mais regularmente ovaes; nas fórmas capricas», pelo contrario, os turiões são muitas vezes mais roliços e os foliolos mais coreaceos e mais romboideos. Eu não conheço nenhum Rubus europeu com que esta silva se possa identificar. Julgo que ela constitue uma especie muito notavel, tendo como paralelo ou correspondente nos «Silvatici» y 52 ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES o R. Lindbergi, Mul. que, apezar de ser especificamente diverso e de pertencer a um grupo diferente, oferece com a nossa planta numerosas relações. Devo dizer, por ultimo, que o binome R. Caldasianaus, não obstante ser muito semelhante ao binome KR. Caldesianus, em- pregado pelo dr. Focke em 1884, não deve ser substituido sob o pretexto de que o seu emprego póde originar confusões. Na ver- dade, parece-me que taes confusões se tornam realmente pouco provaveis, desde o momento que os dous binomes são em defini- tiva diversos e que, demais a mais, a planta designada pelo se- gundo é hoje considerada pelo proprio dr. Focke, como uma sim- ples variedade de uma das raças do R. ulmifolius *. Mas se por- ventura se julgar necessaria ou conveniente a sua substituição deve preferir-se o nome de BR. apianthas, nob. ? com que designei primeiro as plantas no meu herbario e que tem a incontestavel vantagem de ser muito adequado. 15. R. macrostemon, Focke — Turião robusto, ereto-decaido, bem anguloso, com as faces planas ou um pouco caneladas, avermelhado, não glauco, glabro ou glabrescente e armado de aculeos fortes. Folhas tu- rionaes mais ou menos amplas, com 5 foliolos coreaceos, um pouco concavos, largamente denteados ou serreados, normalmente glabros por cima e providos por baixo de um tomento cinzento-esbranquiçado, sobre que se eleva uma vilosidade mais ou menos distinta— o médio larga- mente oval ou elitico, com a base inteira ou chanfrada. Inflorescencia subcilindrica, subpiramidal ou ovoide, acu-. leada, com os pedunculos tomentoso-vilosos, como o eixo, ascendentes on os superiores aberto-patentes. Sepalas ovaes-lanceoladas, refletidas e muito tomentoso-vilosas no dorso. Petalas de um roseo desbotado, grandes ou medianas, ovaes e de unha curta. Estames brancos ou levemente roseos, muito mais compridos que os estiletes. Ovarios bastante vilosos. Amoras ovaes-arredondadas, t Dr. Focke, in Synopsis der mitteleuropiiischen Flora, aus Ascherson und Graebner, 1902. 2 Do grego apion, pereira e onthos, flor. G. SAMPAIO: RUBUS PORTUGUEZES 53 “agridoces. Fl. desde junho a agosto. Hab. nos terrenos incultos e nas margens dos campos ou caminhos. Distr. na ALEMANHA, INGLATERRA, ITALIA, FRANÇA e PORTUGAL (Chaves, na serra do Brunheiro e no Alto da Vacaria, es- trada de Vila Pouca d'Aguiar; Vinhaes, nos arredores da povoação e entre Crestelos e Soeira; Bragança, em Gran- daes e perto da ponte do Tuela; Macedo de Cavaleiros, perto da vila; Mirandela, entre a vila e o Pinhão; Fi- queira de Castelo-Fodrigo, do Escalhão á Barca d'Alva; Amarante, na serra do Marão). OsBsERv. — Não se encontra na provincia do Minho o R. ma- crostemon, que é uma planta robusta e muito bem caraterisada, “distinguindo-se do R. thyrsoideus principalmente pelos peduncu- los superiores da inflorescencia muito abertos ou quasi patentes na frutificação, pelos botões fluraes maiores, com as sepalas “muito vilosas e perfeitamente esbranquiçado-tomentosas no dorso. Aparece com frequencia em Traz-os-Montes, d'onde se estende a parte das províncias do Douro e Beira. Esta silva póde hibridar-se facilmente com outras especies, originando uma série de fórmas que estabelecem uma transição perfeita entre os paes. Os seus produtos de cruzamento com 0 R. tomentosus conhecem-se sempre muito bem pelas folhas mais ou menos pilosas por cima. 16. R. tomentosus, Bork.—Turião não muito ro- busto, subereto, arqueado ou prostrado, anguloso, com as faces sulcadas ou caneladas, avermelhado, não glauco, “glabro ou glabrescente e armado de aculeos mediocres, um pouco curvos ou aduncos, por entre os quaes podem aparecer acidentalmente algumas glandulas pediculadas. Folhas turionaes, com 5 ou 3 foliolos coreaceos, irregu- larmente denteados, tomentosos ou glabros por cima e providos por baixo de um espesso tomento cinzento-es- branquiçado, sobre que se eleva uma vilosidade macia e bem distinta — o médio largamente oval ou elitico, ás “vezes romboideo, inteiro na base e curtamente acu- “minado. Inflorescencia alongada, estreita, subcilindrica, “um pouco densa, fortemente aculeada, com os peduncu- 54 ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES los tomentoso-vilosos, como o eixo, ascendentes ou os superiores bastante abertos. Sepalas mediocres, vilosas e bem esbranquiçado-tomentosas no dorso, refletidas na frutificação. Petalas brancas, medianas ou pequenas, ovaes ou oblongas. Estames aproximadamente do compri-. mento dos estiletes. Ovarios glabrescentes. Fl. desde ju- nho a agosto. Hab. nos terrenos incultos, descobertos ou arborisados, bordas dos campos e caminhos. Distr. na ALEMANHA, SUISSA, ÁUSTRIA, FRANÇA, ÁSIA OCIDENTAL, IraLia, HosPANHA e PORTUGAL, (Vinhaes, abundante nos arredores da vila; Macedo de Cavaleiros, ao norte da po- voação: Moncorvo, no monte do Reboredo; Lamego, em Adorigo; Celorico da Beira, na Quelha da Fonte. a) canescens (DC) — Folhas revestidas por cima com um tomento denso, constituido por pêlos estre- lados e curtos, às vezes acinzentado. Turião e mflorescencia com ou sem glandulas pedicu- ladas. b) glabratus, Godr. — Folhas todas ou quasi todas clabras por cima. Turião e imflorescencia apre- sentando ou não apresentando glandulas pedi- culadas. PRE Osserv. — À descoberta do &. tomentosus em Portugal é de- vida ao falecido naturalista E. Schmitz, que colheu os primeiros exemplares d'esta silva polimorfa em Adorigo, em 1881. Na pro- vincia de Traz-os-Montes aparece com frequencia esta especie, cruzando-se muito com outros Rubus da região e produzindo, assim, numerosas fórmas estereis ou fecundas. A planta não se encontra no (rerez, apezar da indicação do snr. Murray, e creio que se não encontra, mesmo, em toda a pro- vincia do Minho. E” muito provavel que a citação do botanico inglez se refira ao R. Caldasianus, que não é raro em muitas lo- calidades d'esta serra e que se distingue do kk. tomentosus pela. fórma dos turiões, com manchas glaucas, pela configuração dos foliolos muito pilosos mas não tomentosos por cima, pelas petalas grandes, largamente ovaes e um pouco roseas no botão, etc. sa cáiddd ia 8A G. SAMPAIO: RUBUS PORTUGUEZES 55 mm... (eee e rs cs Um fato que devo mencionar é que nunca vi no nosso paiz fórmas do KR, tomentosus com glandulas pediculadas nos turiões ou na inflorescencia, e isto não deixa de ser bastante significa- “tivo se atendermos a que entre nós tambem nunca encontrei esta “especie vivendo nas proximidades de silvas bem glanduliferas. Não se poderá suspeitar, portanto, que as fórmas puras do R. to- mentosus são realmente desprovidas de glandulas e que, pelo contrario, as fórmas que as apresentam constituem em definitiva produtos mais ou menos inquinados de hibridismo pelas especies glandulosas ? — Devo dizer que o KR. collinus, tal como é compreendido pelos snrs. P. Coutinho e Conde de Ficalho, não passa de uma fórma robusta, pouco carateristica e instavel do KR. tomentosus, Bork. IV. Spectabiles, Mul. 17. R. vestitus, Wh. — Turião robusto, arqueado ou decaido, embotadamente anguloso, com as faces convexas ou planas, de um avermelhado escuro, provido de uma abundante vilosidade branca e armado de acu- leos medianos, delgados, direitos e não muito dilatados na base, entre os quaes aparecem quasi sempre raras aciculas ou glandulas pediculadas. Folhas turionaes de um verde sombrio, na maior parte com 5 foliolos corea- ceos, às vezes um pouco plicados e ondulados na mar- gem, glabrescentes ou com alguns pêlos por cima e pro- vidos por baixo de um denso tomento cinzento, sobre que se eleva uma vilosidade muito distinta—o medio largamente oval ou subarredondado, de base inteira ou pouco chanfrada. Inflorescencia oblonga, subcilindrica ou subpiramidal, obtusa, provida de algumas glandulas pediculadas, com aculeos direitos e pedunculos grossos, muito vilosos, como o eixo, e tornando-se os superiores aberto-patentes na frutificação. Sepalas tomentoso-vilo- sas, por fim refletidas. Petalas grandes, largamente ovaes ou subarredondadas, roseas ou brancas. Estames nume- rosos, mais compridos que os estiletes. Ovarios glabros 56 ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES ou glabrescentes. Amoras globosas, muito compactas. Fl. desde maio a agosto. Hab. Terrenos incultos e bor- das dos campos e caminhos. Distr. na DINAMARCA, INGLA- TERRA, ALEMANHA, ÁUSTRIA, BELGICA; FRANÇA, ITALIA € PorrTUGaL. a) roseiflorus, N. Boul. —Flores tendo as petalas, as- sim como quasi sempre os estames e os estile- tes, de um roseo mais ou menos intenso. Monta- legre, em Padornelo, Pitões, etc.; Vinhaes, perto da vila. OgseRv.— Creio que esta especie é bastante rara entre nós, pois que apenas a tenho encontrado nas citadas localidades de Traz-os-Montes. Não se póde, de modo algum, confundir a planta com outra silva qualquer, porque ela constitue um dos Rubus europeus mais perfeitamente caraterisados e definidos, tanto pela sua organisação como pelo seu aspeto muito particular. Os exem- plares portuguezes são rigorosamente tipicos e eguaes aos que possuo de diversos paizes estrangeiros. — Em Monsão, perto de um lagoacho que se encontra junto do rio Minho e que denominam «Olho Marinho», colhi em 1903 uma silva sobre a qual não posso decidir-me com inteira certeza, pelo mau estado dos exemplares já frutificados. Estou conven- cido, porém, de que esta planta pertence ao R. adscitus, Gen. (R. hypoleucus, Lef. et Mul., non Vest.), pois que os seus turiões vilosos são absolutamente eguaes aos d'esta especie, da qual tam- bem reproduz as folhas e a fórma geral da inflorescencia. 18. R. Coutinhi, Samp.* im «An. Sc. Nat.» jan. de 1904 (R. Sprengelii, P. Cout. et Fic. in «Bol Soc. Brot.» non Wh. et Ns.; &. leucostachys, P. Cout. et Fic. non Schleich.; BR. lusitanicus, P. Cout. et Fic. m part. — Exsice. «Soc. Brot.» n.º 1313.º sub R. lusitanicus)—Tu- rião mediano ou robusto, arqueado, quasi sempre embo- * Dedicada ao snr. Pereira Coutinho, ilustre prof. de botanica na Es- cola Politecnica de Lisboa. ia O 7 G. SAMPAIO: RUBUS PORTUGUEZES 57 tadamente anguloso, com as faces planas ou convexas, raras vezes um pouco sulcadas, normalmente averme- lhado, glabro ou glabrescente e armado nos angulos de aculeos medianos, achatados na base, direitos e um pou- “co inclinados, por entre os quaes aparecem irregular- mente aciculas muito raras, bem como, por vezes, alguns pequenos aculeos tuberculosos e uma ou outra glandula pediculada. Folhas turionaes quasi todas com 5 foliolos delgados, glabrescentes por cima e vilosos na pagina in- ferior, que geralmente é verde mas que póde aparecer revestida por um tomento cinzento-esverdeado —o me- dio oval e chanfrado na base. Inflorescencia normalmen- te ampla e piramidal, com raras glandulas pedicula- das, ás vezes arqueado-pendida, com os pedunculos e os pediculos delgados, compridos e, como o eixo, abun- dantemente vilosos e providos de raros aculeos tenues ou aciculiformes. Flores pequenas, com as sepalas iner- mes, curtas, cinzentas ou subesverdeadas no dorso e bem refletidas. Petalas oblongas, pequenas, levemente roseas ou quasi brancas. Estames não excedendo o comprimen- to dos estiletes esverdeados. Ovarios abundantemente vilosos. Fl. desde maio até meiados de junho. Hab. nos terrenos arborisados, bordas dos campos e caminhos. “Distr. na HespaxHa (Galiza) e PortucaL (Melgaço, em 8. Gregorio, Castro-Laboreiro, etce.; Arcos de Vale de Vez, nas serras do Suajo e da Peneda; Paredes de Coura, em Romarigães; Terras de Bouro, na serra do Gerez; Vieira, na serra da Cabreira, Penedo, Selamonde, Rui- vaes, Rossas, etc.; Montalegre, em Pitões, Paradela, Pa- dronelo, etc.; Chaves, na serra do Brunheiro; Bragança, na serra de Montesinho, etc.; Vila Pouca d' Aguiar, nos arredores da povoação: Vila-feal, no Prado, etc.; Ama- rante, na serra do Marão, Anciães, Candomil, etc.; Po- voa de Lanhoso, na Igreja Nova, Sobradelo da Goma, na “serra do Merouço, etc.; Valongo, em Alfena,; Castelo de Paiva, perto da vila; Guarda, nos arredores da cidade; Mealhada, na mata do Bussaco, etc. 58 ANNAES DE SCIENCIAS NATURÃES Ogserv. — E” esta interessantissima planta uma das espe- cles de Rubus mais largamente espalhadas no nosso paiz e tal- vez aquela que depois dos R. wlmifolius e R. caesius desce mais para o sul. Encontra-se desde o extremo norte até ao monte do Bussaco, onde é abundante, e chega talvez a Coimbra, pois que um exemplar do herbario da Universidade, colhido nos arredores d'esta cidade e atribuido em duvida pelos snrs. P. Coutinho e Conde de Ficalho ao R. micans não me parece que seja mais do que o R. Coutinha coberto pela densa felpa devida ao ataque do Eriophys gibosus, Nal. Este acaro ataca quasi todas as nossas especies de silvas, mas tem uma predileção tão notavel por esta . plauta que é raro o exemplar d'ela que não oferece mais ou menos manchas, nos caules, ramos ou folhas, da pilosidade que. constitue a cecidia produzida pelo animal. No extremo norte do paiz a planta é normalmente fertil, aparecendo com frequencia e abundancia em todas as regiões montanhosas e um pouco elevadas; nas estações austraes, porém, apresenta-se mais ou menos esteril, com um polen tão imperfeito que levou o prof. Sudre a consideral'a como um produto hi- brido. Posso afirmar, porém, que a curiosa silva constitue uma fórma pura, uma verdadeira especie autonoma, com carateres proprios e fixos, dominando uma extensa area geografica, repro- duzindo-se bem ao norte e apenas parcialmente infecunda nas suas colonias do sul. O R. Coutinhi mostra-se bastante polimorfo e inconstante, variando muito em desenvolvimento e robustez segundo as esta- ções que ocupa; comtudo o seu aspeto é extremamente carate- ristico e, tanto pelos turiões como pela inflorescencia e- flores, não póde ser nunca confundido com qualquer outra especie por- tugueza ou estrangeira. Do R. Sprengelii, Wh., a que mais parti- cularmente se liga, difere sempre pela robustez, pelos turiões, pelos aculeos muito mais fortes, pela inflorescencia normalmente maior e piramidal, pelas sepalas refletidas nos frutos e pelas pe- talas menos rosadas. Existem no herbario da Universidade dous ramos d'esta silva, colhidos no Bussaco respetivamente pelos snrs. Loureiro e M. Ferreira e atribuídos pelos snrs. P. Coutinho e Conde de Ficalho ao KR. Sprengelii, com o qual oferecem, realmente, uma certa semelhança. São exemplares da fórma wmbrosa, muito de- pauperados e virescentes, como os que eu examinei e recolhi ali em 1903, no interior da mata, e bem diversos ao primeiro as- peto dos exemplares normaes, que se encontram em grandes co- lonias perto da Cruz Alta, em logar menos assombreado. Pela Sociedade Broteriana foi distribuída a fórma tipica do KR. Cow-. nbs ri G. SAMPAIO: RUBUS PORTUGUEZES 59 tanha, com o n.º 1313.2 e sob o nome de KR. lusitanicus, Mur., pro- “veniente de S. q (Melgaço), onde os exemplares foram co- lhidos pelo snr. A. Moller, em junho de 1894. — Não a deixar de apontar que o &. Coutinhi possue. uma acentuada tendencia para hibridar com as outras especies, originando produtos fecundos. Este fato é tanto mais notavel quanto é certo que o ilustre rubulogista francez prof. Sudre afirma não poder admitir que plantas um pouco estereis produ- zam por cruzamento fórmas mais ferteis do que elas. Comtudo eu tenho absoluta certeza de que os hibridos d'esta silva são ge- ralmente ferteis, mesmo nas estações em que a planta manifesta uma certa esterilidade, sem que o fenomeno me mereça grande reparo, visto conhecerem-se casos semelhantes não só em outras plantas como tambem nos animaes. 19. R. incanescens, Bert. — Turião robusto, em- botadamente anguloso, de faces não caneladas, ida te estriado, glabro, glauco-pruinoso e armado de aculeos espaçados, mediocres, de base achatada e um ponco in- clinados, por entre os quaes se encontram algumas aci- culas ou glandulas pediculadas. Folhas turionaes com 5 -ou 3 foliolos amplos e delgados, glabros por cima e re- vestidos por baixo com um tenue tomento esbranqui- cado, raso ou acompanhado por uma vilosidade fina, curta e rara—o medio largamente oval ou obovado, de base inteira ou chanfrada. Inflorescencia alongada e es- treita, abundantemente provida de glandulas pedicula- das, com aculeos tenues e pedunculos aberto-patentes, delgados, fina e densamente vilosos, como o eixo. Sepalas curtas, tomentoso-vilosas, suberetas, patentes ou imper- feitamente refletidas nos frutos. Petalas brancas e oblon- gas. Estames um pouco mais compridos que os estiletes. Ovarios glabrescentes? Fl. em junho e julho. Hab. nos terrenos incultos. Distr. na IraLia, FRANÇA, HEsPANHA € PorrucaL. (Terras de Bouro, na Serra: do Ger ez, entre a Ponte Feia e a Portela do Homem). Ozgserv. — Possuo apenas um ramo florido da planta do Ge- rez, não podendo, porisso, ligar á sua determinação um valor de 60 ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES inteira certeza. Todavia, tanto pelo seu aspeto, fórma e glandu- losidade da inflorescencia, tamanho das flores, como pela fórma dos foliolos com o tomento raso na pagina inferior, parece-me extremamente provavel ou quasi certo que pertença ao R. inca- mescens, de que possuo diversos exemplares autenticos, condi- zendo perfeitamente com a nossa silva. A sua fertilidade, de resto, afasta um pouco a hipotese de a considerar como um hi- brido do R. wlmifolius por aan especie glandulifera da região. 20. R. brigantinus, Samp., in «An. Sc. Nat.» Jan. de 1904. — Turião robusto, arqueado, embotadamente anguloso ou quasi roliço, verde ou avermelhado, muito viloso e armado de numerosos aculeos pequenos, delga- dos, umas vezes quasi conicos, outras vezes bem achata- dos na base, um pouco inclinados e irregularmente dis- postos, por entre os quaes aparecem algumas tenues aciculas e glandulas curtamente pediculadas, muito fi- nas e pouco densas. Folhas turionaes glabras ou gla- brescentes por cima e muito vilosas na pagina de baixo, que nas medias e superiores é normalmente revestida por um tomento acinzentado, todas com 5 foliolos su- perficial e finamente denticulados — o terminal oblongo, de base inteira ou pouco chanfrada e bruscamente ter- minado em acumen comprido. Ramo florifero viloso-pu- bescente, com as folhas de 3 ou 5 foliolos, mais ou me- nos pilosas por cima, vilosas e verdes por baixo, com exceção das superiores, que são cinzento-tomentosas. In- florescencia piramidal ou subcilindrica, obtusa, com os pedunculos curtos, grossos e, como o eixo, tomentoso- vilosos, com aculeos tenuissimos e glandulas pediculadas finas, curtas e pouco densas. Sepalas branco-tomen- tosas, Inermes, muito compridas, lanceoladas ou apendi- culadas e refletidas. Petalas grandes, oblongas, levemen- te roseas ou brancas. Estames numerosos, excedendo mais ou menos o comprimento dos estiletes esverdeados. Ovarios muito ferteis, glabros ou glabrescentes. H1. em | julho e agosto. Hab. nas bordas dos campos. Distr. no PARAR A A E re ” a A] G. SAMPAIO: RUBUS PORTUGUEZES 61 norte de Portugal. (Bragança, na serra de Montesinho, perto da povoação). Opgserv. — Ao principio suspeitei que esta planta não pas- sasse de um hibrido fecundo do R. Genevrerr; hoje, porém, estou, convencido de que é uma fórma pura, bastante constante nos. seus carateres e impossivel de explicar pelo cruzamento das sil- vas que aparecem em Montesinho e proximidades. Segundo o snr. Moyle Rogers nada ha na Inglaterra que se lhe identifique, e o prof. Sudre. que á primeira impressão não excluira a minha hi- “potese de hibridismo, inclina-se atualmente a considerala uma especie muito interessante, avizinhada do BR. Sclilickumi, Wirtg. 21. R. Genevieri, Bor. — Turião longo, um pouco. robusto, geralmente decaido e embotadamente angu- loso, com as faces convexas ou planas, verde ou aver- melhado, viloso, com numerosas aciculas e glandulas. pediculadas, e armado de aculeos espaçados, mediocres.- e mais ou menos achatados na base. Folhas turionaes com 5 ou 3 foliolos mediocres, subcoreaceos, grosseira- “mente serreados, glabros por cima e providos por baixo de um tomento esbranquiçado, sobre que se eleva uma vilosidade aspera —o médio oval ou romboidal, de base. inteira ou pouco chanfrada e longamente acumimado. Inflorescencia normalmente alongada, cilindrica ou pira- midal, provida até mais de meio de pequenos foliolos, com os pedunculos por fim abertos e, assim como o eixo. e os pediculos, densamente vilosos, providos de glandu- las pediculadas e de aculeos numerosos, finos e quasi “direitos. Sepalas refletidas, muito longamente acumina- das ou apendiculadas, com o dorso cinzento-tomentoso,, - viloso e munido de aciculas e glandulas. Petalas ovaes- oblongas, de um roseo esvaido. -Estames quasi brancos, muito mais compridos que os estiletes roseos. Ovarios vilosos e amoras ovoides. Fl. desde maio a agosto. Hab. “nos terrenos imcultos, bouças, bordas dos campos e dos caminhos. Distr. na França, HespaxHA (Galiza) e Por-. TUGAL (Bragança, perto de Grandaes e abundante em toda. “a serra de Montesinho, nos logares frescos). 692 ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES OpsERVv. — Encontrei esta bela especie em agosto de 1903. Já tinha sido colhida na Galiza, alguns anos antes, pelo dis- tinto botanico hespanhol Baltazar Merino, não longe da fronteira portugueza, para os lados de Verin. Corresponde exatamente á fórma tipica, sendo em tudo Ed aos exemplares francezes que possuo no meu herbario. 22. R. discerptus, Mul. — Turião forte, quasi sem- pre muito robusto, subereto ou arqueado, anos com as faces planas ou raras vezes um pouco caneladas, verde ou levemente avermelhado, viloso, provido de numerosas aciculas e glandulas pediculadas e armado com aculeos fortes, bastante densos e achatados na base. Folhas tu- rionaes quasi todas com 5 foliolos grosseira e profun- damente denteados, mais ou menos pilosos por cima e: geralmente providos por baixo de um tomento acinzen- tado, sobre que se eleva uma vilosidade aspera—o mé-. dio oval-romboidal, de base inteira ou pouco chanfrada e curtamente acuminado. Inflorescencia normalmente alongada, cilindrica, provida até mais de meio de bra-. teas à-fidas, com os pedunculos curtos, grossos, por fim abertos e, assim como o-eixo e os pediculos, tomentoso- vilosos, providos de glandulas pediculadas e de aculeos curvos ou inclinados. Sepalas refletidas, triangulares ou lanceoladas, com o dorso cinzento-tomentoso, viloso e munido de pequenos aculeos e de glandulas, Petalas me- dianas, ovaes-oblongas, roseas ou quasi brancas. Esta- mes abrancados, mais compridos que os estiletes subes- verdeados. Ovarios ferteis, um pouco vilosos, raras vezes clabrescentes. Fl. desde maio a agosto. Hab. nos terre- nos incultos, bouças, bordas dos campos e dos caminhos. Distr. na INGLATERRA e FRANÇA. &. maranênsis, Samp. — Turião com os aculeos muito aduncos. Folhas bastante vilosas por cima, com o foliolo largamente oval e bem cordado na base. Sepalas muito laxamente refletidas ou. quasi patentes, tanto nas flores como nos fru- G. SAMPAIO: RUBUS PORTUGUEZES 63 “ tos. PortTUGAL (Amarante, na serra do Marão, em Anciães, abundante pelas margens dos cam- pos e da estrada de mucadam). - OpseRryv. — De mistura com a fórma pura encontram-se nu- merosas plantas desprovidas ou quasi desprovidas de glandulas - pediculadas tanto nos turiões como na inflorescencia, fórmas que constituem, evidentemente, produtos de cruzamento com diversas “especies que ali vegetam. Descobri esta silva em agosto de 1902. — Na sua memoria sobre as Rosaceas de Portugal os snrs. P. Coutinho e Conde de Ficalho referem ao R. radiula dous exemplares desprovidos de turião existentes no herbario da Uni- versidade de Coimbra e colhidos na serra da Estrela, respetiva- mente pelos snrs. A. Moller e dr. J. Henriques. Creio que nas condições em que se encontram é absolutamente impossivel de- terminar especificamente estes exemplares e que, por isso, só novas explorações feitas nas localidades em que foram obtidos é que permitirão formar um juizo exato sobre eles. 235. R. Henriquesii, Samp.'in «À Revista», 1903. (R. trifohatus, Samp. exsic.; R. fusco-ater, Murr.; R. ans «., P. Cout. et Fic. im «Bol: Soc. Brot.», xvI. — Turião decaido, longo, bem anguloso, com as faces pla- nas ou caneladas, de um vermelho vinoso ou escuro, pro- “vido nas partes não envelhecidas de uma pubescencia es- trelada, curta, extremamente fina, subaracnoidea e acom- panhada ás vezes de raros pélos que se podem tornar muito compridos, armado de aculeos mediocres, achata- dos na base, direitos ou pouco curvos, por entre os quaes aparecem aciculas e numerosas glandulas vermelhas pediculadas. Folhas turionaes quasi constantemente to- das 3-foliadas, com os foliolos medianos, finamente den- teados, quasi sempre plicados ao longo das nervuras secundarias, muito pilosos por cima e com a pagina im- 1 Dedicada ao meu amigo dr. Julio Henriques, ilustre professor de botanica na Universidade de Coimbra. 64 ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES ferior viloso-hirsuta e revestida, pelo menos nas folhas superiores, por um tomento cinzento ou esbranquiçado — o médio oval, elitico-romboideo ou suborbicular, de base chanfrada ou cordada e bruscamente acuminado. Inflorescencia subpiramidal, obtusa, bastante glandulosa, armada de aciculas e aculeos delgados, direitos ou quasi, com os pedunculos superiores muito abertos ou patentes. Sepalas compridas, muito acuminadas, esbranquiçado- tomentosas, glandulosas, aciculadas e refletidas. Petalas mediocres ou pequenas, oblongas, lentamente unguicu- ladas, brancas ou quasi impercetivelmente roseas. Esta- mes brancos, tão compridos como os estiletes esverdea- dos ou um pouco mais curtos. Ovarios muito ferteis e glabrescentes. Fl. desde maio a primcipios de agosto. . Hab. nos terrenos incultos, descobertos ou pouco assom- breados. Distr. na HespanHa (Galiza) e PortugaL (Mel- gaço, frequente na serra de Castro-Laboreiro; Arcos' de Vale de Vez, na serra do Suajo; Montalegre, em Pitões, Paradela, etc.; Terras de Bouro, na serra do Gerez; Viei- ra, em Ruivaes, na serra da Cabreira, Selamonde, Rossas e serra do Merouço; Povoa de Lanhoso, na lereja Nova, perto de Beserral; Vila Pouca d' Aguiar, nos arredores da povoação e nas Pedras Salgadas; Chaves, na serra do Brunheiro; Bragança, frequente na serra de Montesinho; Guarda, raro entre a cidade e a estação ferro-viaria; Gouveia, na serra da Estrella, ao Sabugueiro). OpseRYv. — Esta bonita planta, de um aspeto carateristico e inconfundivel logo á primeira vista, é das silvas francamente elanduliferas a mais abundante e com maior área de dispersão entre nós, pois está largamente espalhada em todas as regiões montanhosas, desde o norte até quasi ao centro do paiz. Na Ga- liza, onde eu a tenho encontrado em varias localidades perto da nossa fronteira, foi recolhida tambem pelo ilustre botanico B. Merino, em Cabaiias (Aucares), segundo nota que me enviou o snr. Carlos Pau, notavel botanico hespanhol, cujas relações mui- to particularmente préso. A planta varia bastante de tamanho segundo as estações em que vive. Os exemplares de Castro-Laboreiro e de muitas loca- G. SAMPAIO: RUBUS PORTUGUEZES 65 '“lidades do Gerez são geralmente mais franzinos e virescentes, apresentando as folhas quasi todas verdes e desprovidas do to- mento na pagina inferior. As mais rachiticas d'estas fórmas iden- tificam se absolutamente com dous especimens desprovidos de “turião que se encontram no herbario da Universidade de Coim- “bra, referídos em duvida ao KR. fusco ater, Wh., especie que eu não julgo existente em Portugal. | Parecendo-me que o R. Henriquesii oferecia uma certa ana- logia com algumas silvas da Inglaterra, submeti alguns exempla- “res ao exame do reputado especialista d'aquele paiz, o snr. Moyle Rogers, que a considerou uma especie inteiramente nova para “ele, mais ou menos intermedia aos KR. anglicanus, Rogers e R. thyrsiger, Bab. Dos batologistas de outros paizes a quem remeti egualmente a nossa fórma nenhum deles foi de parecer que a planta constituisse uma especie já conhecida ou descrita. Devo dizer que a principio me confundi com esta curiosa “especie. considerando-a como uma simples fórma do meu K. pe- “vatticus, do qual possue um pouco o aspeto, sobretudo pela se- - melhança dos foliolos mais ou menos plicados. 24. R. peratticus, Samp. m «À Revista», 1904 (BR. trifoliatus, Samp. in «An. Sc. Nat.», 1902) — Turião decaído, mais ou menos anguloso, de um vermelho es- curo, pubescente na parte extrema, mas glabrescente ou “apenas viloso para baixo, armado de aculeos mediocres ou pequenos, um tanto curvos e ás vezes pouco dilatados “na base, por entre os quaes aparecem aciculas e nume- rosas glandulas vermelhas e pediculadas. Folhas turio- naes quasi constantemente todas 3-foliadas, com os fo- “Jiolos mediocres, muito meuda e superficialmente denti- “culados, quasi sempre um pouco plicados ao longo das nervuras lateraes, providos por cima de pêlos esparsos “e com a pagina inferior vilosa-hirsuta e revestida por um tomento cinzento ou subesverdeado —o médio sub- “romboideo-arredondado ou largamente oval, de base cordada e bruscamente acuminado. Ramo florifero del- “gado, elegante, com a inflorescencia normalmente pira- “midal, muito glandulosa, densamente armada de aculeos direitos e com os pedunculos delgados, compridos e sem- - pre ascendentes. Flores pequenas, com as sepalas curtas, o Ann. Sc. Nat., vol. IX, 1905 Porto 66 ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES esbranquiçado-tomentosas, elandnlosas, aciculadas e re- fletidas. Petalas oblongas, inteiras, de um roseo esvaído. Estames brancos, muito mais compridos que os estiletes esverdeados, Ovarios muito ferteis e abundantemente vilosos. Fl. em junho e julho. Hab. nos terrenos intultos, bordas dos campos e caminhos. Distr. ao norte de Por- TUGAL (Montalegre, na Ponteira, em Pitões, etc.). Os-grv. — Sendo de parecer que esta planta pertence ao grupo do KR. wncinatus, Mul., o dr. Focke observa que os foliolos são, todavia, muito diversos dos do tipo e nota a sua semelhança com o KR. reniformis, Boul. et Pierrat. silva de que possuo exem- plares autenticos e que o proprio rubulogista Boulay considera como um produto de cruzamento dos KR. vestitus e KR. serpens. E” certamente notavel a analogia de aspeto entre alguns exemplares do R. peratticus e os do R. reniformis, comtudo estas duas plantas estão longe de ser identicas e a silva portugueza não é de modo algum um hibrido. Do R. wncinatus, a que se liga, realmente. difere por um conjunto de carateres valiosos, como. são as folhas bastante vilosas por cima. todas ou quasi todas sempre 3 foliadas, sendo o foliolo terminal largamente obovado ou arredondado. com a base cordada, a inflorescencia normal- mente piramidal, com os aculeos direitos ou quasi e os pe-. dunculos ascendentes, os botões floraes pequenos e as petalas inteiras. A principio inclui esta planta e a precedentemente descrita | n'um unico tipo especifico a que no vol. vir dos «An. de Sc. Nat», em 1902, dei o nome de R. trifoliatus, nome que não póde | sustentar se não só por haver sido anteriormente empregado, mas tambem por se referir não a uma verdadeira especie mas sim ao conjunto de duas, bem distintas e autonomas. Mas feita mais | tarde a rigorosa separação das fórmas, descrevi-cada uma d'elas | em «à Revista», designando pelo nome de R. Henriquesii a mais largamente espalhada ao norte do paiz e aplicando a denominação de R. peratticus à que mais particularmente estava incluida na diagnose do R. trifoliatus, nob. Convém notar que o R. peratticus se distingue muito bem | do R. Henriquesii pelo turião mais arredondado, mais glanduloso, com aculeos menores e menos dilatados na base, glabrescente ou | viloso em quasi toda a extensão (só com pubescencia estrelada para o cimo), pelos foliolos muito mais finamente denticulados, pelo ramo florifero mais delgado, mais elegante é mais averme- lhado, pela inflorescencia piramidal, muito densamente aculeada : | | o Ê 4 o “4 4 ; G. SAMPAIO: RUBUS PORTUGUEZES 67 e glandulosa, com os aculeos e as glandulas de um vermelho in- tenso, pelos pedunculos mais delgados, compridos e ascendentes, “pelas petalas mais roseas, pelos estames muito mais compridos que os estiletes e pelos ovarios densamente vilosos. — 25. R. lusitanicus, R. P. Murray, in «Bol. Soc. Brot.» v, 1888. — Turião arqueado- -prostrado, anguloso, de faces convexas ou planas, avermelhado, ás vezes com manchas glauco-pruinosas, glabrescente ou um pouco vi- loso, com aciculas e glanduias pediculadas mais ou me- nos abundantes e armado de aculeos delgados, achata- dos na base, direitos ou inclinados. Folhas turionaes na maior parte com 5 foliolos amplos ou medianos, glabros ou pilosos por cima, com uma vilosidade comprida e farta pôr baixo, onde são verdes ou revestidos por um “tomento omaentado-=o médio muito largamente oval “ou elitico-oval e de base mais ou menos cordada. Ramo Horifero com as folhas quasi todas 3-foliadas, verdes por baixo ou só as do cimo um pouco emzento- incas: Inflorescencia normalmente ampla e piramidal, com pe- dunculos longos, delgados e, asssm como o eixo e os pe- diculos, minidos de tenues aculeos direitos e de uma vilosidade que excede o comprimento das glandulas pe- diculadas. Sepalas largamente acuminadas ou apendi- culadas, refletidas, com o dorso glanduloso, aculeado e provido de uma vilosidade bem distinta, que se eleva muito sobre o tomento. Petalas medianas, ovaes-oblon- gas, roseas ou quasi brancas. Estames mais compridos que os estiletes. Uvarios ferteis e vilosos: Fl. desde maio a agosto. Hab. nos logares frescos e arborisados. Distr. no norte de PorrugaL (Terras de Bouro, na serra do Gerez). “B. signifer, Samp. — Folhas mais largamente den- teadas, todas ou quasi todas verdes e desprovi- das de tomento por baixo, um pouco lustrosas por cima: Inflorescencia cilindrica ou subpira- N 68 ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES midal, muito aculeada e acompanhada até ao cimo, ou até perto do cimo, de foliolos mais ou menos desenvolvidos. Melgaço, em Castro-La- boreiro, perto das Inverneiras; Terras de Bowro, na serra do Gerez, perto da Ponte Feia. OsseRrv.— A diagnose que o snr. Murray apresentou d'esta sua especie é demasiadamente imperfeita e póde aplicar-se a ou- tras silvas do Gerez; comtudo não tenho duvida alguma sobre à planta a que se refere, porque conheço bem um exemplar auten- tico do R. lusitanicus, depositado pelo proprio Murray no herba- rio da Universidade de Coimbra. E' uma silva bastante robusta, que se encontra com fartura no Gerez, desde perto da Ponte da Maceira até ao rio Homem. Não poucas vezes aparecem exemplares d'este Rubus com o numero das aciculas e das glandulas turionaes extremamente re- duzido ou nulo; creio, porém, que estas fórmas ambiguas consti- tuem produtos hibridos da planta com outras silvas da região. A variedade /. signifer mal se separa, por vezes, do R. rosaceus, Wh. mas está ligada por numerosos intermedios ás outras fórmas do R. lusitamicus. Estas, incluindo mesmo a representada pelo exemplar autentico de Murray, pôde muito bem ser que não pas- sem de produtos mais ou menos inquinados de hibridismo com o R. Coutinhi, que abunda na respetiva-região e com o qual muitas vezes apresentam uma frisante analogia. — E” necessario não confundir o R. lusitanicus com o meu R. peratticus, que é planta muito diversa pelo aspeto e que apre- senta os turiões pouco robustos, com aculeos um tanto aduncos ou curvos, as folhas quasi todas com 3 foliolos menores, mais arredondados, plicados ao longo das nervuras lateraes e muito finamente denticulados, o ramo florifero mais delgado e elegante, com a inflorescencia piramidal e de pedunculos ascendentes, as flores menores, etc. 26. R. Lejeunei, Wh. — Turião embotadamente anguloso, avermelhado, com vilosidade mais ou menos abundante e armado de aculeos medianos, achatados na base e um pouco deseguaes, por entre os quaes aparecem. numerosas aciculas e glandulas pediculadas. Folhas tu- rionaes com 5 ou 3 foliolos glabrescentes por cima, ver- des e pouco vilosos por baixo, sendo o médio oval ou eli-. G. SAMPAIO: RUBUS PORTUGUEZES 69 tico, com a base inteira ou chanfrada. Ramo florifero pu- bescente e munido na parte inferior de numerosos aculeos curtos c tuberculiformes. Inflorescencia ampla, alongada, obtusa, cilindrico-subpiramidal, quasi sempre folhosa, com pedunculos robustos, muito mais compridos que os pediculos e, assim como o eixo, providos de abundantes aculeos direitos, um pouco inclinados e avermelhados “para a base, de um tomento bastante denso e de uma vi- losidade mais curta que as numerosas aciculas e glandu- “las pediculadas. Sepalas refletidas, aculeadas, aciculadas “e glandulosas, com uma vilosidade mal distinta e elevan- “do-se pouco sobre o tomento dorsal — as das flores ter- minaes longamente acuminadas ou apendiculadas. Peta- las ovaes ou oblongas, roseas. Estames pouco maiores “que os estiletes. Ovarios densamente vilosos. Fl. em ju- nho e julho. Distr. na ALEMANHA, BELGICA, INGLATERRA, França, HespanHa e PoRTUGAL. (Trancoso, nos arredores). Osserv. — O primeiro exemplar que observei da silva de Trancoso foi um simples ramo florido pertencente ao herbario da Universidade de Coimbra, ramo referido pelos snrs. P. Coutinho e Conde de Ficalho ao R. hirtus, Wh. et Ns. e filiado por mim no E. palidus, Wh. et Ns. Não tenho hoje a menor duvida de que a nossa planta per- tence ao R. Lejewnei, de que talvez constitue uma variedade aus- - tral, com os foliolos mais largamente ovaes, os ovarios densa- mente vilosos, etc. z 27. R. vagabundus, Samp.in «À Revista», 1904. ——Purião normalmente robusto, decaido, anguloso, de fa- ces planas ou convexas, mais ou menos vinoso, armado de aculeos longos, inclinados, pouco ou muito dilatados na base e densamente coberto de aciculas e de glandulas pediculadas vermelhas ou ambarinas, por entre as quaes “aparecem pêlos muito compridos, frequentes ou raros. “Folhas turionaes com 5 ou com 3 foliolos irregularmente serreados ou denteados, por cima glabrescentes ou tendo alguns pêlos esparsos, por baixo abundantemente vilosas 70 ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES e, pelo menos nas folhas superiores, cinzento-tomentosos — o médio largamente oval ou arredondado, de base chanfrada ou cordada e 2!/, a 3 !/, vezes mais comprido que o seu pediculo. Inflorescencia estreita, subcilindrica, e desprovida de folhas na parte superior, com os pe- pedunculos, assim como o eixo, tomentoso-vilosos, ar- mados de abundantes aculeos finos e setaceos e densa- mente cobertos de glandulas pediculadas — os superiores simples ou divididos em pediculos muito mais compridos que eles. Sepalas longamente acuminadas, glandulosas e aculeadas, refletidas na flor, mas eretas ou patentes ou. um pouco refletidas nos frutos. Petalas brancas, medio- cres, ovaes e de unha curta. Estames pouco maiores que os estiletes esverdeados. Ovarios ferteis, glabros ou gla- brescentes. Fl, em maio e junho. Hab. nas bouças, bor- das dos campos e dos caminhos. Distr. no norte de PorTU- caL (Montalegre, na Ponteira; Vieira, em Salamonde, na margem do macadam, á entrada da povoação). Opsery. — Esta bonita planta tende um pouco para o K. fo- liosus, Wh. et Ns., mas difere d'ele pelo aspeto e por um conjunto notavel de carateres constantes, como são os turiões mais robuss tos, bem angulosos, com os aculeos ás vezes muito dilatados na base, as glandulas mais abundantes, as estipulas menos filiformes, as folhas mais densa e longamente vilosas por baixo, de tomento. mais esverdeado e só distinto por vezes nas superiores, com o foliolo médio mais largamente oval ou subarredondado e tendo a base chanfrada ou cordada, a inflorescencia ereta, mais abundan- temente aculeada, com os eixos menos vilosos e as glandulas muito abundantes e bastante mais compridas que a vilosidade. Distingue-se muito bem de todas as silvas glanduliferas do nosso paiz não só pelo seu aspeto muito particular como tambem por alguns carateres privativos, entre os quaes se destaca ime- “diatamente o de serem os pedunculos ultraxilares muito mais curtos que os pediculos em que se dividem. 28. R. inflexus, Samp. m «À Revista», 1904. — Turião pouco robusto, decaído ou ereto-decaído, angu- loso, com as faces planas, sulcadas ou convexas, verde RR = ta Lopes Lotes ni E Pes que = aos x re G. SAMPATO: RUBUS PORTUGUEZES 11 “ou raras vezes um pouco avermelhado, com manchas glauco-pruinosas, subglabro ou viloso, armado de acu- “leos raros, delgados, direitos ou quasi, de bastantes aci- “culas pequenas, às vezes tuberculiformes, e de algumas “glandulas pediculadas. Folhas metalinente de um verde escuro, um pouco lustrosas, as turionaes quasi glabres- “centes por cima e vilosas por baixo, onde as superiores “e muitas vezes as médias são revestidas por um tomento “eimzento-esverdeado, digitadas ou apedadas, na maior “parte com 5 foliolos, sendo o médio alongado-romboi- “dal, estreitado para a base, que é levemente chanfrada, bruscamente acuminado e 3 a 4 vezes mais comprido “que o seu pediculo. Inflorescencia em panicula pirami- a Mm dal ou em pequeno cacho simpies, curvado-pendida na frutificação, com os pedunculos ascendentes e, como o “eixo, curta e finamente vilosos, tendo os aculeos muito “raros e delgados, mas bem providos de aciculas e de " o “glandulas pediculadas vermelhas. Sepalas pequenas, cin- “ zento-tomentosas, imermes, curtamente acuminadas, pa- “tentes ou, quasi sempre, refletidas na frutificação. Esta- “mes excedendo o comprimento dos estiletes. Ovarios “vilosos. Fl. em junho e julho. Hab. nos logares frescos e “arborisados. Distr. no norte de PortTucaL (Chaves, na ser- “xa do Brunheiro, no Tronco, Tresmundes, etc.). Osserv.— Pareceudo-me que esta curiosa silva era bastante “proxima de duas especies endemicas da Inglaterra, o R. Lintoni, “Foche e o KR. botryeros, Rogers, e tendo duvidas sobre se devia “ filial-a em qualquer d'elas ou consideral à como especie autonoma “resolvi consultar o distinto especialista inglez snr. Moyle Rogers, “o qual foi de parecer que o R. inflexus constitue uma especie in- ' dependente, proxima realmente d'aquelas plantas, mas diferindo “de qualquer d'elas tanto, pelo menos, como elas diferem entre si. Eis aqui a resposta do snr. M. Rogers: «I am much obliged to you for the beautiful spns. of your “Rubus inflexus which I am very glad to place in my hb. I have “examined them very carefully and I believe that while these - present many features which strongly recall our 3 species A. “thyrsiger, Bab. R. Lintoni, Focke KR. botryeros, your plant really “ differs from these at least as much as they do from each other. da ce 72 ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES It seems quite distinct (as compared with these) in its nor- mally 5-nate grey-felted leaves with narrow leaflets, and its closer shorter ultra axillary panicle with jts weak strongly as- cending branches pyramidal outline and thinner shorter hair on rachis and pedicels showing the more protruded crowded red- dish stalked glands and acicles. R. thyrsiger comes nearest to it in leaves and R. Lintoni in panicle». A planta apresenta sempre na base dos peciolos uma esca- mosidade glauco-cirosa. muito carateristica e interessante, distin- guindo-se facilmente por ela de todos os outros Rubus portugue- zes que conheço. E' bastante abundante na serra do Brunheiro, sobretudo junto do pequeno enrso d'agua do Tronco, onde a encon- trei pela primeira vez em agosto do ano corrente. 'Podos os exem- plares estavam já frutificados, de modo que não pude observar as corolas. 29. R. Koehleri, Wh. —Turião arqueado ou de- caído, embotadamente anguloso ou quasi roliço, esver- deado ou um pouco vinoso, com vilosidade ceralmente rara, provido de clandulas pediculadas e de aculeos den- sos e muito deseguaes, sendo os maiores bastante com- pridos, direitos ou inclinados e achatados na base. Folhas turionaes digitadas ou apedadas, quasi sempre com 5 fo- liolos grosseira e desegualmente denteados, de um verde escuro, glabrescentes e um pouco lustrosos por cima, verdes. e parcamente vilosos por baixo — o médio oval ou largamente elitico, acuminado e de base chanfrada. In- florescencia obtusa, subcilindrica, mais ou menos desen- volvida, muitas vezes folhuda até ao cimo, com os pedun- culos tomentosos, pouco vilosos e guarnecidos, assim como o eixo e os pediculos, de glandulas e de numerosos aculeos direitos, muito deseguaes e amarelados. Sepalas cinzento-tomentosas, glandulosas, aciculadas e refletidas. Petalas mediocres, ovaes, brancas ou levemente roseas. Estames bastante mais e que os estiletes esver- deados. Ovarios glabros ou glabrescentes. Frutos gran- des. Fl. desde maio a julho. Hab, nas bouças, bordas dos campos e dos caminhos. Distr. na ALEMANHA, INGLATER- RA, FRANÇA € SUISSA. Os (> G SAMPAIO: RUBUS PORTUGUEZES 73 B. gerezianus, Samp. in «An. Sc. Nat., 1904.-—Turião anguloso, glauco e mais ou menos viloso. Folhas muito lustrosas e vilosas por cima. Sepalas lon- gamente apendiculadas e por vezes eretas ou patentes na frutificação. Petalas brancas, estrei- tas e pequenas. Terras de Bouro: Gerez, abun- dante entre a Ponte da Maceira e a margem do rio Homem. OBsEeRv— À nossa fórma, só encontrada até hoje na serra do Gerez. oferece uma particular afinidade com a subespecie K. Reuteri, Merc., da qual se aparta, comtudo, pelas folhas muito lustrosas por cima, com o foliolo médio mais oval e mais alar- gado para a base. Certos exemplares menos desenvolvidos e com o turião um pouco roliço fazem lembrar. pelo aspeto e pelo con- junto da organisação, o KR. Guenteri, Wh., filiado hoje pelos ba- tologistas nó grupo do KR. hirtus, Wald. et Kit. Foi certamente devido a esta semelhança que os sunrs. P. Coutinho e Conde de Ficalho referiram à ultima especie o exemplar da nossa fórma pertencente ao herbario da Universidade e colhido pelo snr. A. Moller na Ponte Feia, em 1884. Deve se ter cuidado em não confundir o R gerezianus com qualquer das especies afins, sobretudo com o K. inflexus, que é diverso, embora por vezes possua um aspeto um tanto ou quan- to semelhante, que facilmente póde iludir as vistas pouco edu- cadas no exame d'estas plantas. 30. BR. Schleicheri, Wh. (?)— Turião longo, ar- queado ou decaído, embotadamente anguloso ou quasi ro- liço, ás vezes provido de manchas glaucas, piloso ou gla- - brescente, provido de glandulas pediculadas, de aciculas e —* de numerosos aculeos deseguaes e irregularmente espa- “lhados, sendo os maiores curvos e achatados na base. Fo- lhas turionaes amplas, muito finas, todas verdes em am- “bas as paginas, digitadas ou apedadas, com 5 ou 3 foliolos desegnalmente denteados, muito obscuramente lustrosos por cima e um ponco vilosos por baixo —o médio oval ou elitico-romboideo, . alongado, longamente acuminado e com a base chanfrada. Inflorescencia subcilindrica, es- treita, densamente aciculada e glandulosa, com os pe- 74 ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES =— a dunculos, assim como o eixo e os pediculos, finamente aculeados, vilosos, tornando-se os superiores abertos ou patentes. Sepalas lanceolado-acuminadas, armadas de aculeos e refletidas. Petalas brancas, pequenas e oblon- gas. Estames mais compridos que os estiletes. Ovarios abundantemente vilosos. Fl. em junho e julho. Hab. nos logares frescos e florestas. Distr. na ALEMANHA, FRANÇA e PortuGaL (Chaves, na serra do Brunheiro, em Tres- mundes). Osserv. — Encontrei esta planta em logares bastante som-. brios, vivendo misturada com o É. inflexus, do qual se distingue bem pela maior robustez, pelo turião, pelos aculeos, pela folha- gem de um verde claro, com foliolos amplos e nunca tomentosos na pagina inferior, pela fórma da inflorescencia, pelas sepalas aculeadas, etc. Os nossos exemplares apresentam os Re do turião me- nos densos e com a base um pouco menos dilatada que no tipo, mas isto não tem de certo grande valor e está de harmonia com o que anota o dr. Focke: «Turiones vulgo aculeis creberrimis horrentes. in umbrosis vero minus armati» (?). O que me pareceu mais digno de atenção foi a cirenmstancia de todos os exemplares que examinei serem estereis, com os frutos abortados. Isto fez com que ao principio tomasse a planta como um hibrido do KR. inflexus — o que hoje não creio, tanto pela di- ficuldade de explicar a sua organisação pelo cruzamento de quaes- quer especies da localidade, como pela impossibilidade de a se- parar do KR. Schleicheri, cujo aspeto e carateres salientes repro- duz. V. Corylifolii, Focke 91. R. cacsius, L. — Turião mediocre ou fraco, ar- queado-decaído ou prostrado, mais ou menos roliço, glancescente, glabro ou quasi glabro, com numerosos aculeos rop de espalhados, delgados, frageis, ge- ralmente pouco achatados na base, direitos ou não muito ! Synopsis Ruborum Germaniae, pag. 362, - + Rs Es Eae Seda “O vi PRE, PESA : G. SAMPAIO: RUBUS PORTUGUEZES TD * curvos, por entre os quaes podem aparecer algumas glan- dulas pediculadas. Folhas turionaes algumas vezes com "5 ou, quasi sempre, com 3 foliolos pouco espessos, des- “egualmente serreados, pilosos ou glabrescentes por cima, fina e maciamente vilosos por baixo —o médio oval ou elitico-oval, lentamente acuminado e com a base cor- dada. Estipulas notavelmente largas, lanceoladas. Inflo- rescencia mais ou menos desenvolvida, corimbiforme, “com os pedunculos compridos, ascendentes, tomentosos, quasi sempre com glandulas pediculadas mais ou menos “frequentes e armados de aculeos finos, proporcionalmente longos e direitos. Sepalas bruscamente apiculadas ou apendiculadas, com o dorso tomentoso e esverdeado, eretas e abraçando as amoras na frutificação. Petalas “brancas, largamente ovaes ou oblongas. Ovarios ferteis e glabros Amoras glauco-pruinosas ou não, compostas de “poucas drupeolas bastante desenvolvidas. Fl. desde maio “a julho. Hab. nos terrenos frescos, margens das corren- tes, bordas dos campos e caminhos. Distr. em toda a “Europa é Ásia SETENTRIONAL. — Portugal: Valença, no “Choupal; Lisboa, proximo de Cascaes e Caparide (ex. P. Cont. et Fic). | b) rivalis (Gen.). — Planta geralmente forte, com as sepalas largas e providas de algumas glandulas pediculadas, as petalas largamente ovaes, de unha curta, e os estames um pouco mais com- pridos que os estiletes. Porto, em Nevogilde; Coimbra, em Coselhas. Opsrrv. — Em Portugal é muito rara esta especie, embora se encontre em colonias isoladas désde o norte até ao centro do paiz, pelo menos. Na sua fórma pura só conheço os exempla- res do Porto e Coimbra, que pela sua robustez, petalas largas “quasi arredondadas e pelos estames mais compridos que os esti- “ letes, estão compreendidos na variedade 0) rivalis. Comtudo, nas margens dos rios Douro e Minho tenho encontrado certas plantas estereis que são evidentemente produtos hibridos do R. caesius - por especies determinadas do grupo dos «Discolores». 76 ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES — Os especimens do herbario da Universidade de Coimbra que os snrs. P. Coutinho e Conde de Ficalho referiram ao R. yu- dis, Wh. et Ns. não passam de ramos muito vigorosos e um pouco anormaes da var. rivalis do KR. caesiws, semelhantes a alguns que tenho observado em Nevogilde. 32. R. corylifolius, Sm. — Turião mediocre ou robusto, arqueado ou decaído, quasi roliço ou um tanto | anguloso, geralmente glauco, um pouco pubescente ou subviloso, com aculeos eguaes ou subeguaes, por entre os quaes podem aparecer raras glandulas pediculadas, Folhas turionaes com 3 ou 5 foliolos esverdeados ou einzento-tomentosos por baixo, sendo o médio larga- mente oval, acuminado, com a base chanfrada ou cor- dada, e os inferiores curtamente pediculados e imbrica- dos, isto é, recobrindo-se um pouco pelos bordos. Esti- pulas lanceoladas. Inflorescencia alongada, subcilindrica. ou subpiramidal, com os pedunculos curtos, tomentoso- vilosos, com ou sem glandulas pediculadas e armados de aculeos um tanto curvos. Sepalas acuminadas ou pouco apiculadas, com o dorso tomentoso-viloso, acin- zentado, eretas, patentes ou refletidas na frutificação. Petalas brancas, ovaes ou oblongas. Ovarios ferteis. | Amoras não pruinosas, compostas de drupeolas bastante desenvolvidas e não muito numerosas. Fl. desde maio a agosto. Hab. nos terrenos frescos, bordas dos campos e margens das correntes. Distr. na INGLATERRA, ALEMANHA, França, BELGICA, IrAaLIA, HespanHAa e PorTUGAL. (Vila Pouca d' Aguiar, perto da povoação; Guarda, perto da cidade; Fregua, entre a vila e o Moledo). b) cyclophyllus (Lindb.) — Turião anguloso, glabres-. cente, com os aculeos um pouco robustos e achatados na base; folhas turionaes geralmente . 5-foliadas, com o foliolo médio subarredonda- do, de base cordada e bruscamente acuminado. Distr. em varios paizes. (Vinhaes, perto da po- voação; Macedo de Cavaleiros, nos arredores. G. SAMPAIO. RUBUS PORTUGUEZES 17 DA STS A ia ÇA Osserv. — O grupo um tanto anomalo dos «Corylifolii» com- põe-se do R. caesws e de um prodigioso numero de fórmas que lhe estão mais ou menos ligadas e que muitos rubulogistas mo- dernos consideram com simples produtos hibridos d'esta planta, “embora algumas d'elas se apresentem normalmente ferteis e es- palhadas em áreas geograficas extensas. Estas ultimas, cuja na- tureza adulterina não está bem comprovada mas que se asse- “melham por vezes a fórmas indubitavelmente mestiças, são tra- tadas por Focke e outros autores como verdadeiras especies coleticias, de uma possivel origem bastarda, por antigos cruzamen- tos, mas atualmente fixas e autonomas. Tal é o K. corylifoliws, “ que pelo seu turião pouco heteracanto, pela fraca ou nula glan- “dulosidade e pelas sepalas bem cinzento-tomentosas, tende visi- “ velmente para o grupo dos «Discolores». | Em Portugal os fatos revelam se por maneira que dema- siadamente valída o modo de proceder do dr. Focke. Além das fórmas instaveis e mais ou menos infecundas qne se percebem * como derivadas por hibridismo do K. caesiws, encontra se larga- “ mente dessiminado ao norte do paiz o K. corylifolius, comportan- do-se como uma especie legitima, sempre fertil, constante e—o * que é mais notavel ainda — vivendo em localidades onde nunca foi constatada a existencia do R. caesius. Pelo contrario. nas esta- “ções d'esta ultima planta, isto é, nas margens do rio Minho, nas proximidades do Porto e nos arredores de Coimbra, apenas apa- recem fórmas infecundas dos «Corylifolii» provavelmente saídas. “d'ela por cruzamento com outras silvas. - Os exemplares da variedade cyclophyllws condizem exatamen- te com os especimens autenticos que recebi da Inglaterra. Esta planta está muito bem representada em Traz os-Montes, e nas proximidades das suas colonias encontram-se sempre diversos produtos adulterinos, gerados pelo cruzamento d'ela com as es- pecies que vegetam ao pé. — Os snrs. P. Coutinho e Conde de Ficalho não mencionam esta silva no seu trabalho sobre as Rosaceas portuguezas, mas “citam o R. nemorosus, Hay.. de que eu nunca vi exemplares na- cionaes e que se distingue do KR. corylifolius pela sua tendencia para o grupo dos «Silvatici», tendencia bem manifesta pelo ar especial, pelas folhas menos ou nada tomentosas por baixo e, sobretudo, pelas sepalas cinzento-esverdeadas no dorso ?. 1 E' sobre os botões floraes, e não sobre os calices frutiferos, que se deve fazer o exame das sepalas, cuja côr se altefa algumas vezes com a ida- de. Convém saber que o esverdeado do dorso das sepalas muda pela deseca- ção em côr azeitonada, mais ou menos distinta conforme a intensidade que possue nos exemplares vivos. po PR ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES Hibridos 1. R. (Sampaianus x mercicus) — Como disse prece- dentemente não sei se o «Suberecti» de Castro-Laboreiro pertence ao &. Sampaianus. Em todo o caso o hibrido a que me refiro é evidentemente produzido pelo seu cru- zamento com o ft. mercicus, apresentando carateres in- termedios aos dos paes. Serra de Castro-Laboreiro. 2. BR. (Sampaianus x bifrons) — Fertil e robusto, com turião forte e um pouco viloso, foliolos ovaes-arredonda- dos ou ovaes-eliticos, tomentosos por baixo e baços ou . um pouco lustrosos por cima, inflorescencia alongada, com os pedunculos superiores patentes ou refletidos, se- palas tomentosas e estames muito numerosos, excedendo o comprimento dos .estiletes, Vieira, na serra do Merou- | ço, perto de Moz. Re au d. BR. (subincertus x minianus)?—- E” a planta que citei em 1902, nos «An. de Se. Nat.» com o nome de R. ma- crophyllus, Wh. et Ns. Fertil e muito robusto, com folio- los amplos, ovaes-arredondados, verdes e ndo por baixo. Valongo, em Alfena; Po de Lanhoso, na loreja Nova. 4. R. (subincertus x portuensis) — Esteril ou pouco fe- 4 cundo, com carateres intermedios aos dos paes ou aproxi- mando- -se mais especialmente de um ou de outro. Pela inflorescencia tende geralmente para o R. portuensis, mas pelos foliolos avisinha-se quasi sempre do fi. subincertus. Misturado com os progenitores, na Tr ota (Santo daria e e na Vilarinha (Porto. G. SAMPAIO: RUBUS PORTUGUEZES 719 5. BR. (portuensis x ulmifolius) — Fecundo ou esteril, -* com numerosas fórmas incarateristicas e que estabele- —* cem uma. transição lenta entre os paes. O tomento infra- * foliar é quasi sempre raso e a inflorescencia um tanto * aculeada e solta. Frequente em mistura com os produ- — tores. ER, (portuensis x bifrons) — Mais ou menos fertil, “mas algumas vezes completamente esteril. Formas inca- “rateristicas, intermedias aos geradores ou aproximan- “do-se de algum deles. Perto dos paes, nos arredores do “Porto. 1. BR. (ulmifolius x bifrons)—Formas ferteis, muito fre- * quentes nas proximidades dos paes e estabelecendo entre “eles uma transição perfeita. Muitas vezes acontece liga- rem-se pelo turião a um dos progenitores e pelo ramo Torifero ao outro. Porto e muitas localidades do norte. A 8. JR. (ulmifolius x macrostemon) — Fórmas ferteis, m- “termedias aos progenitores e por vezes dificeis de sepa- - rar de qualquer deles. Vinhaes, nos arredores da po- * voação. 9. R. (ulmifolius x tomentosus) — Hibridos estereis ou “ Terteis, com os turiões glabros ou providos de uma pu- “ bescencia estrelada, curta e abundante, com aculeos for- tes, foliolos coreaceos, mediocres ou pequenos, tendo por “baixo um tomento denso, raso ou um pouco viloso; in- florescencia com aculeos ás vezes notavelmente desen- volvidos. Vinhaes, nos arredorês da povoação; Macedo “de Cavaleiros, na margem a estrada de Brag Som. ER (ulmifolius > x “Coutinhi) —— Fertil ou imfecundo, mais ou menos intermedio aos paes ou aproximando-se especialmente de qualquer deles. Turião sem aciculas, E nhiolos eliticos, tomentoso-vilosos por baixo, inflorescen- 80 ANNAES DE SCIENCIAS NATURA ES cia sem ou com algumas glandulas pediculadas, estreita, alongada, com os botões floraes tomentoso-vilosos, de | tamanho variavel. Monção, no Olho Marinho. 11. R. (ulmifolius x Genevieri) —— Esteril ou pouco fer- til, com carateres intermedios aos dos produtores, aspeto mais semelhante ao do R. Genevieri e foliolos com to- mento raso por baixo, como os do R. ulmifolius. Na serra de Montesinho, em Bragança. 12. R. (ulmifolius x discerptus) — Esteril ou pouco fer- til, robusto, com aspeto um pouco do ft. discerptus, mas desprovido ou quasi desprovido de glandulas pedicula- | das. Amarante, na serra do Marão, em Anciães. 13. R. (ulmifolius x Henriquesii) — Fertil ou parcial- mente esteril, bem desenvolvido, com aspeto intermedio ao dos progenitores ou tendendo para o do KR. Henri- quesii, mas com as folhas do turião providas por baixo de um tomento raso. Baixos da serra de Montesinho, em Bragança. | 14. R. (ulmifolius x lusitanicus) — Fertil, com o turião . geralmente desprovido de aciculas e glandulas pedicula- das; folhas semelhantes ás do R. lusitanicus, tomentosas por baixo; inflorescencia curta, com raras glandulas pe- diculadas, um pouco aculeada; petalas de um roseo vivo e estames pouco mais compridos que os estiletes. Gerez, na Ponte Feia. 15. R. (ulmifolius x caesius) — Esteril ou quasi, com numerosas fórmas intermedias aos progenitores ou apro- . ximadas de um d'eles. Turião com aculeos mediocres ou frageis, regular ou irregularmente dispostos ; inflorescen- cia alongada ou subcorimbiforme; sepalas cinzento-to- mentosas, refletidas, patentes ou eretas; petalas brancas | ou roseas. Amarante, na margem do Tamega; Porto, em E RR G. SAMPAIO: RUBUS PORTUGUEZES 81 “Quebrantões, Fonte da Vinha, etc.; Coimbra, na Estação Velha, etc. 16. R. (bifrons x ......?) — Planta fertil e robusta, “com o cunho do R. bifrons. Turião glabro, sulcado, de aculeos fortes e direitos; foliolos ovaes, tomentosos ou esverdeados por baixo; inflorescencia com aculeos den- sos, fortes, aduncos, vermelhos e muito achatados na base; fétalas roseas, ovaes; estames maiores que os es- filetes esverdeados. Pelo aspeto faz lembrar um pouco o R. arrigens, Sud. e o R. geniculatus, Kalt. Perto da Ponte da Maceira, no Grerez. 17. PR. (bifrens x vestitus?) — Semelhante ao hibrido BR. piletodermis, Sud. e parecendo, pelos seus carateres, “derivado do K. bifrons — de que tem o cunho especial pelo R. vestitus, que não encontrei na região. Povoa de Lanhoso, na Igreja Nova. 18. BR. (bifrons? x Coutinhi) — Planta fertil, indubita- velmente derivada do R. Coutinhi, de que possue o as- “peto e nas proximidades do qual se encontra. "Turião quasi sempre desprovido de aciculas; foliolos amplos, ovaes-arredondados, de base chanfrada, esverdeados ou tomentosos por baixo; inflorescencia subimerme, conden- sada. com as flores grandes ou medianas; petalas roscas e estames mais compridos que os estiletes. Vieira, no Penedo; Povoa de Lanhoso, na lereja Nova. | 19. R. (bifrons? X lusitanicus) —Fertil e derivado com certeza do R. lusitanicus. Aspeto e carateres geraes do precedente, do qual difere apenas pelos foliolos turionaes “maiores, bem cordadas na base e bastante pilosas por “cima, pela inflorescencia mais larga, sempre com glan- “dulas pediculadas e pelas petalas abrancadas ou brancas. E” uma planta vistosa, de turião lusidio e folhagem muito E desenvolvida. Ey possivel que seja produzida, antes, pelo 6 Ann. Sc Nat., vol. IX, 1905. Porto. 82 ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES cruzamento do R. lusitanicus pelo R. Caldasianus, ambos abundantes na localidade onde se encontra. Gerez, perto da Geira. 20. R. (bifrons X Henriquesii?) —Fertil e muito robus- to, semelhando certas fórmas do RX. Giloti, Boul. com o turião armado de aculeos fortes e de glandulas pedicu- ladas tão curtas e finas que só se distinguem á lupa. Foliolos coreaceos, ovaes e tomentosos por baixo; inflo- rescencia alongada, de eixos vilosos e sepalas refletidas. Tem o cunho evidente do R. bifrons. Serra do Merouço, perto de Moz (Vieira). 21. R. (bifrons? x caesius) — Esteril ou ás vezes um pouco fertil, intermedio aos paes, com o turião bem des- envolvido, pubescente e armado de aculeos mediocres, quasi regularmente dispostas nas arestas; inflorescencia alongada; : sepalas cinzento-tomentosas, abertas na flor e eretas por fim; petalas levemente roseas. Margens do rio . Minho, em Melgaço e Monção. 22. R. (macrostemon x tomentosus) — Parcialmente fe-. cundo ou quasi inteiramente esteril, apresentando nume- rosas fórmas tanto intermedias aos progenitores, como proximas de qualquer deles. Aloumas d'estas fórmas são extremamente dificeis de separar dos paes, pelo muito que se avisinham deles, até pelo aspeto. Eº assim que | certos exemplares apenas se distinguem do ft. macros- temon pelas folhas mais ou menos pilosas por cima. 23. R. (macrostemon x Coutinhi) — Fertil e muito ro- - busto, com o turião de faces caneladas, aculeos bem | achatados na base e provido ou não de algumas aciculas | e raras glandulas pediculadas; inflorescencia do KR. ma- . batedor e foliolos tendendo um pouco para os do X. Coutinhi; frutos grandes. Perto de-Chaves, na margem | da estrada de V alpassós. G. SAMPAIO: RUBUS PORTUGUEZES 83 24. BR. (macrostemon x inflexus) — Fertil ou só par- cialmente esteril, robusto e um pouco inconstante nos carateres, embora conserve sempre uma feição especial, O turião é anguloso ou quasi roliço, glabro ou viloso, sem ou com rarissimas aciculas e glandulas pediculadas “só visiveis á lupa; os foliolos são mais ou menos pilosos por cima, vilosos e esverdeados ou tomentosos por baixo, pequenos ou grandes, eliticos, romboideos ou ovaes, sem- pre chanfrados ou cordados na base; a A escênEin é “mtermedia á dos paes. Na base dos peciolos apresenta a escamosidade glauco-cirosa do R. inflexus. Serra do Bru- nheiro (Chaves), abundante desde o Tronco a Presmundes. 25. R. (macrostemon X inflexus X caesius) — Fertil, ro- busto e evidentemente hibrido do R. caesius, como se vê pelas amoras compostas de poucas drupeolas muito des- “envolvidas. Silva curiosa de que só encontrei uma pe- quena colonia perto de Nantes (Chaves), na base da serra do Brunheiro. 26. R. (macrostemon x corylifolius) — Fertil ou esteril, de turião elabro, obtusamente anguloso, com aculeos pe- quenos e espaçados, foliolos grandes, eliticos, tomento- sos ou subesverdeados por baixo, imflorescencia alonga- “da, sepalas patentes ou eretas e drupeolas pequenas. Entre Bragança e Vinhaes, perto da ponte do Tuela. 21. BR. (tomentosus x corylifolius) — Infecundo, de tu- rão quasi roliço e com aculeos pequenos, delgados e es- paçados: foholos elitico-ovaes, finamente tomentosos por “baixo; folhas brateiformes da mflorescencia tomentosas por cima; sepalas patentes ou eretas, raras vezes refleti-. das. Vinhaes. | 28. R. (vestitus x corylifolius) — Regularmente fertil, “de turião rolico. viloso, aciculado, com aculeos peque- = nos, delgados, cos e frcoularmente dispostos; folio- 84 ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES los ovaes, tomentosos por baixo; inflorescencia alongada; sepalas patentes ou refletidas e drupeolas pequenas. Vi- nhaes, no meio do R. corylifolius e não longe do KR. ves- tutus. | 29. BR. (Coutinhi x discerptus) — Fertil, regularmente. desenvolvido e intermedio aos progenitores, em mistura com os quaes o encontrei. À principio tomei esta planta por uma especie pura, citando-a nos «An. de Se. Nat.» sob a etiqueta do R. insericatus, Mul. Amarante, em An- "| ciães. 30. R. (Coutinhi x Henriquesii) — Muito fertil, bem des- envolvido e com carateres intermedios aos dos paes. Tem afinidades com o KR. lusitanicus e apresenta o aspeto de certas fórmas do R. radula; porém não me resta duvida alguma sobre a sua exata filiação. Fiz o exame de nume- rosos exemplares vivos, alguns dos quaes se inclinavam bem para um ou outro dos geradores, com os quaes apa- recia misturado. Montalegre, em Paradela. 31. R. (Coutinhi X lusitanicus) — Fertil e intermedio . aos Rd a com os quaes aparece em sociedade, | sendo muitas vezes dificil de distinguir, em virtude da | grande semelhança que póde ofereger com qualquer | deles. Ger ez, perto da Ponte Feia. | 32. R. (inflexus x caesius) —— Esteril, de turião fraco, roliço, viloso, aciculado e glanduloso, com aculeos pe- quenos, frageis e irregularmente espalhados; foliolos ovaes ou ovaes-eliticos, “Bnamente tomentosos por baixo; inflorescencia alongada: sepalas refletidas. Aspeto do Ps corylifolius. Perto de Nantes (Chaves). ” per, DRA PR À RS OMNI De e DA A PA MISS PUDE DAQUI Ve APIS IPT aê eso RR, E at EL, 5 G. SAMPAIO: RUBUS PORTUGUEZES 85 SA 33. x Rubus....?— Planta esteril e interessante que, segundo o parecer do prof. Sudre, referi ao R. consobri- “nus, Sud., nos «An. de Se. Nat.». Não sei determinar a origem d'este hibrido, que apresenta varias fórmas com - o turião glabrescente ou puberulo, «de aculeos direitos ou “quasi, os foliolos largamente ovaes e mais ou menos to- mentosos por baixo, as petalas levemente roscas ou bran- “cas e os estiletes tornando-se muito vermelhos depois da queda das corolas. Gerez, em S. João do Campo; Vieira, no Penedo; P. de Lanhoso, na Igreja Nova. Quadro analítico dos RUBUS de Portugal > Rubus, Tour. («Silvas») — Rosaceas de folhas com-. postas, com os mvolueros floraes 5-meros, os ovarios su- periores e o fruto (amora) constituido por um conjunto de pequenas drupas carnosas e suculentas. / f Analise das especies “Purião completamente desprovido de aciculas e de glandulas pediculadas. .... cardio é ip Gan fuso com aciculas ou glandulas pediculadas, abun- dantes OU TaAras E Lace eo E aa Aa 214.208 |Sepalas com o dorso sempre acentuadamente verde, quer viloso quer subtomentoso . RR ig o 2 Sepalas com o dorso subesverdeado ou cinzento-es- . branquiçado, quer tomentoso quer tomentoso-vi- loso O a º .. e. . B-<5 . . . . º . e . . . . e e... e“ 5 Ee G. SAMPAIO: RUBUS PORTUGUEZES 87 pa RT RE RO [Estames egualando ou excedendo muito pouco o com- primento dos estiletes; petalas oblongas, brancas ou roseas; sepalas vilosas, patentes ou pouco re- fletidas nos frutos; inflorescencia oblonga, com pedunculos vilosos, finos e por fim compridos; tu- rião glabrescente, armado de aculeos medianos e com as folhas verdes em ambas as paginas, abun- dantemente vilosas por baixo. Logares frescos. Pe- ele Dj jecr C ME plicatus, Wh. et Ns. É. divaricatus (Mul.) —Folhas turionaes com o foholo terminal elitico-alongado, de base chan- frada e lentamente acuminado ; pedunculos di- varicados na frutificação; petalas brancas. Ponte do Lima. 'Estames excedendo muito o comprimento dos estile- | tes; sepalas viloso-subtomentosas no dorso... 4 [Purião lustroso e glabrescente, com as folhas vilosas e, pelo menos as superiores, cinzento-tomentosas por baixo, tendo o foliolo médio oval e curta- mente acuminado ; inflorescencia subcilindrica, par- camente aculeada, com os peduncúlos superiores tornando-se patentes, pouco e finamente vilosos ; ae sepalas refletidas na frutificação; petalas roseas ou brancas. Per. 5-6, Terrenos frescos. Minho e Dowro ERBRRE a so “+. RR. subincertus, Samp. Turião baço, com folhas vilosas na pagina de baixo, | que é verde ou só excecionalmente subcinzento- ' tomentosa nas superiores extremas... ........ + [Folhas turionaes todas com a face de baixo mais ou menos verde, ou só nas superiores cinzento-tomen- | tosa; sepalas subesverdeadas no dorso....... 6 ô'Folhas turionaes todas ou em grande parte com a face de baixo normalmente cinzento-tomentosa; sepalas subesverdeadas ou cmzento-esbranquiça- 88 ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES =] "Turião com vilosidade abundante:ou muito rara e fo- | — = lhas longamente pecioladas; foliolos sempre muito vilosos: por Baixo a nro que RP PR putas ad Turião glabro ou provido de curta pubescencia estre- lada, com folhas menos pecioladas; foliolos gla- brescentes ou pouco vilosos por baixo. ...... 8 Turião provido de uma vilosidade muito rara, quasi glabrescente, tendo as folhas com o foliolo médio el- tico ou largamente oval e inteiro na base; nflores- cencia a bem aculeada, com os peduncilos por fim compridos e divaricados! sepalas um pouco | refletidas na frutificação ; petalas oblongas, abran- cadas; estames muito mais compridos que os esti- letes. Per. 5-7. Regiões montanhosas. Minho..... EE AG e dg Coco R. Sampaianus, Sud, Turião muito viloso, tendo as folhas com o foliolo 3% gia PIA o médio oval-arredondado, um pouco chanfrado na base e cerca de 3 vezes mais comprido que o seu pediculo; inflorescencia subcilindrica, bem aculea- da, com os pedunculos curtos, grossos e muito. vilosos; sepalas subesverdeado-tomentosas, acumi- nadas e bem refletidas; petalas ovaes ou oblongas, de um roseo muito esvaído; estames mais compri- dos que os estiletes. Per. 6-7. R. incurvatus, Bab. 6. mimniamnus, Samp. — Folhas turionaes pecio- ladas, baças por cima, geralmente desprovidas de tomento por baixo e com 5 foltolo Médio menos de 2 > vezes mais comprido que o seu pediculo; ovarios glabros. Minho e Douro litoral. | G. SAMPAIO: RUBUS PORTUGUEZES 89 Petalas quasi todas bilobadas no apice, oblongas, de um roseo palido; estames mais compridos que os estiletes; sepalas longamente acuminadas e refleti- - 4 das; mflorescencia subcilindrica, bem aculeada e . quasi sempre provida de algumas glandulas pedi- 4 8 culadas ; turlão glabro, com aculeos fortes e folhas de foliolo médio elitico-sublanceolado. Per. 6-7. Minho e Douro litoral. E. Questieri, Lef. et Mul. 'Petalas não bilobadas no apice, largamente ovaes; | sepalas acuniinadas; inflorescencia sempre despro- E vida de glandulas pediculadas. +. .......... 18 Sepalas dos botões floraes com o dorso subesver- RR E OS PSA Ea e ra 10 RR l E espa dos botões com o dorso cinzento-esbranqui- CATAR OO Cb epa SRT cn Pais ERRADO 14 : Turião de faces não sulcado-caneladas, viloso, com | “aculeos pequenos e um ponco regularmente espa- É lhados; folhas vilosas em ambas as faces— as turio- naes com o foliolo médio largamente ovalou subar- redondado ; inflorescencia com os pedunculos ascen- dentes e muito vilosos, provida de algumas glan- dulas pediculadas; petalas pequenas, ovaes, leve- mente roseas; estames maiores que os estiletes. Ler ec vo Ride o DR E3. mercicus, Bag. 10 b. eastranus, Samp, — Folhas superiores cinzen- j to-tomentosas por baixo—-as turionaes com o E foliojo médio de base chanfrada ou cordada; Inflorescencia pequena e densa, com os pedun- culos curtos e quasi sempre desprovida de clandulas pediculadas. Castro-Laboreiro. — |Turião de faces quasi sempre sulcado-caneladas e armado de aculeos medianos ou fortes, regular- mente dispostos ao longo das arestas; inflorescen- | “cia desprovida de glandulas pediculadas.... 11 90 ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES 12 Inflorescencia bem aculeada, com os pedunculos cur- tos ou mediocres, tornando-se os superiores aberto- patentes na frutificação; folhas providas na face mferior de uma vilosidade abundante, que se eleva muito acima do tomento........ SR RA a RS o neE ncia parcamente aculeada ou subinerme, com os pedunculos em geral compridos, delgados e sempre ascendentes; folhas providas na face inferior de uma vilosidade curta, fina e macia, que se eleva pouco sobre o tomento.... ........ 13 gamente pecioladas, com os folindos finamente ser- reados, sendo o terminal elitico e lentamente aca- bado em ponta curta; inflorescencia alongada; sepalas refletidas e longamente acuminadas ; peta- las estreitas, pequenas, de um roseo muito esvaído; estames muito mais compridos que os estiletes. Per. 5-7. Bordas dos campos e dos caminhos... ....... Cs Pr e da Co BR. obtusangulus. Gremh. E turionaes glabras por cima, quasi sempre lon- b) bDeirensis, Samp.— Turião mais ou menos vi- | loso, de faces planas ou um pouco sulcadas e. | com as folhas tendo o foliolo médio 2 = a 3 — vezes mais comprido que o seu pedicnlo; inflorescencia com os pedunculos mediocres. Traz-os- Montes e Beira. Folhas turionaes mais ou menos pilosas por cima, sempre medianamente pecioladas, com os foliolos muito grosseiramente serreados, sendo o terminal elitico-alongado e bruscamente terminado em ponta inteira e comprida; inflorescencia estreita e alon- gada; sepalas refletidas e lanceoladas; petalas oblongas, de um roseo muito desbotado; estames mais compridos que os estiletes. Per. 6-7. Regiões montanhosas. Minho e Traz-os-Montes. emp iA a ds 0 PER E ag a RE aaa ID mia RECADO PRE E pn pen er G. SAMPAIO: RUBUS PORTUGUEZES 91 “[Turião viloso, com as folhas não coreaceas, quasi to- das esbranquiçado-tomentosas por baixo e tendo o foliolo medio elitico e-imteiro na base; inflorescen- cia alongada, muito laxa, subinerme ou parcamen- te aculeada, com os pedunculos muito compridos e delgados; sepalas muito vilosas, refletidas; petalas oblongas, de um roseo desbotado; estames mais compridos que os estiletes. Per. 6- É Cástro-Labo- reiro e Gerez............ BR. peculiaris, Samp. m/ MA e Va ” E A rt, ) HA Jurião glabro ou viloso, com folhas mais ou menos coreaceas, quasi todas esbranquiçado-tomentosas por baixo e tendo o foliolo médio elitico ou oval; inflorescencia geralmente laxa e alongada, parca- mente aculeada, com os peduneulos quasi sempre compridos e delbados: sepalas pouco vilosas, re- fletidas; petalas oblongas, brancas ou quasi; es- ç tames mais compridos que os estiletes. Per. 6-8. Í as as eis mM. thyrsoideus; Wim: sà Ja [esto «. candicans, Wh. — Turião glabro, muito sul- cado-canelado nas faces; folhas turionaes com o foliolo medio elitico ou elitico-oval; petalas E | brancas. Raro no Minho. 5. phillostachys. (Mul.)— Turião provido de uma pubescencia quasi vilosa; folhas turionaes com o foliolo medio largamente oval; petalas he an- cas. Povoa de Lanhoso. em “Folhas turionaes com a pagina superior pilosa ou E | plibra: mesmórdis do cunD ls. su Ss ea 15 14 Folhas turionaes com a pagina superior tomentosa, Rei menga as Quremias iss an ADA 99 ANNAES DE SCIENCIAS NATURA ES "Purião glauco ou com manchas glauco-prumosas, provido no cimo, pelo menos, de uma pubescencia ou vilosidade estrelada e curta; estames egualando ' 15. ou excedendo o comprimento dos estiletes. .. 16 Purião sem manchas glauco-pruinosas, sempre gla- bro ou glabrescente em toda a extensão; estames muito mais compridos que os estiletes...... 20. Estames egualando aproximadamente o comprimento dos cstiletes; petalas vermelhas, roseas ou bran- cas, de fórma variavel; sepalas curtas, tomentosas, refletidas; inflorescencia laxa ou densa; folhas não coreceas, tendo na pagina inferior um tomento es- branquiçado e raso, isto é, não acompanhado de uma vilosidade que se eleva distintamente sobre elegem Per DES ce apos BR. ulmifolius, Schot. 16 fp. rusticanus, Merc. — Folhas glabras ou gla- brescentes por cima; inflorescencia com o eixo, os pedunculos e os pediculos não provi- . dos de uma vilosidade patente ou levantada. Muito polimorfo. Todo o paiz. Estames excedendo muito sensivelmente o compri- . mento dos estiletes; sepalas com o dorso tomen-. toso e mais ou menos viloso; folhas com a pagima mnferior normalmente vilosa co seca 'Folhas turionaes glabras ou glabr escentes na pagina superior; sepalas com o dorso pouco e finamente - viloso; petalas largamente ovaes, de um roseo es- 17! Folhas turionaes muito piloso-hirsutas na pagina su- perior; sepalas com o dorso abundante e distinta- mente viloso; petalas largamente ovaes, roseas ou. bráncas ds e Enio é a casaco TO SJ DR JE A NAL EO fo PR RE EST SS ENE Res RR e 184 À Mk A ini hist AME Ed jé G. SAMPAIO: RUBUS PORTUGUEZES 93 (Ovarios densamente vilosos; inflorescencia submerme, piramidal, laxa, com pedunculos delgados e com- pridos, ndo -se OS superiores aberto- -patentes; folhas turionaes verdes por baixo ou revestidas por um tomento por vezes quasi raso, com o foliolo medio oval ou elitico-remboidal, de base inteira e 18/ rapidamente acuminado. Per. 5-7. Logares frescos. | ouro Moral. a sao ea a R. portuensis, Samp. Ovarios glabrescentes ou muito pouco vilosos; folhas quasi sempre mais ou menos lustrosas, pelo menos as dos ramos novos, normalmente providas por baixo de um tomento cinzento sobre que se eleva = uma vilosidade bem distinta... cccssia so. 19 Turião glabrescente ou provido de uma pubescencia estrelada muito curta e fina; folhas com 3 ou 5 fo- liolos um pouco coreaceos e serreados; inflores- cencia oblonga ou piramidal, com os peduncu- los superiores aberto-patentes; petalas largamen- te ovaes, de unha curta; estames excedendo pouco ou muito os estiletes. Per. 6-8. Desde o Minho à Posse SST a: Co. RB. bifrons, Vest. b) duriminius, Samp. — Inflorescencia submer- me, com os pedunculos e o calice pouco dis- 19, tintamente vilosos; folhas com o foliolo medio jê mteiro na base e bruscamente acuminado. Frequente. Purião abundantemente provido de uma pubescencia vilosa ou subvilosa; folhas. todas ou quasi todas Ê com 5 foliolos não coreaceos, grosseiramente ser- — | reados. Inflorescencia alongada, com os peduncu- los superiores aberto-patentes; petalas oblongas; “estames sempre muito mais compridos que os esti- | lotes. Per: 6-9, Dussaco, namatas: Cc. pone RES RR RESTA R. Godreni, Lec. et Imt. aplica 94 ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES Ovarios glabros; petalas brancas; inflorescencia par-: | camente aculeada, com os pedunculos tomentoso- vilosos, tornando-se os superiores patentes; folhas muito viloso-hirsutas por cima e providas por. baixo de um tomento esbranquiçado, sobre que se: eleva uma vilosidade abundante -—as turionaes. com o foliolo medio romboideo-elitico ou oval e. bruscamente acuminado. Per. 7-8. Regiões monta- | -nhosas. Minho. .... + BR. Caldasianus, Samp. o 20, E Ovarios bastante vilosos; petalas roseas; inflorescen- | cia aculeada, com os pedunculos tomndob ] sos, ee ndonca ou os superiores patentes; folhas | normalmente glabras por cima e providas por baixo | à de um tomento esbranquiçado, sobre que se eleva | uma vilosidade abundante — as turionaes com o foliolo medio oval ou elitico. Per. 6-8. Regiões montanhosas. Traz-os-Montes. Ra SD ne Rr Lcd : RS aa IA Sr ORE aRS cre ca Eras E mnrenteaas Pocke. Fruto composto de drupeolas numerosas e peque- nas; turião anguloso ou arredondado, glauco ou. não, com os aculeos quasi sempre mais ou menos . reg pi dispostos e aa de glandulas pe- diculadas, abundantes ou raras. ER 2 2H Fruto composto de drupeolas pouco numerosas e re- lativamente grandes; turião arredondado ou pouco anguloso, mais ou Ea clauco, com os aculeos quasi sempre irregularmente dispostos e provido. ou não de elandulas pediculadas pouco abundan- TOSA Ns ECA O Co Dodacd ETR ten 56 Ramo florifero com as folhas todas ou quasi todas. cinzento-tomentosas por baixo....... E Ee Sea 4 E : 22(Ramo Horifero com as folhas todas verdes em ambas. as faces, ou só as superiores cinzento- tomentosas por baixo ... .- E “é ce so-jSpe cuia “078.6 6» us io iia cc... ..- eua G. SAMPAIO: RUBUS PORTUGUEZES 95 E Púrião glabro ou provido no cimo de uma pubescen- “cia curta, com raras glandulas pediculadas; flores brancas ou de um branco amarelado........ 24 Turião viloso, com glandulas pediculadas raras ou abundantes: flores roseas ou quasi brancas. . 25 [Turião não glanco, de faces caneladas; folhas com os foliolos ovaes ou eliticos, CorencEos e revestidos “por baixo de um denso tomento esbranquiçado, so- “bre que se eleva uma vilosidade abundante; infto- rescencia subcilindrica, um pouco densa, Ee acu- leos fortes; sepalas tomentoso-vilosas e refletidas; petalas pequenas, brancas e ovaes; estames não excedendo o comprimento dos estiletes. Per. 6-8. Traz-os-Montes e Beira.... ER. tomentosus, Bork. 1 a) canescens, Wirtg. — Folhas revestidas por cima de um tomentc denso, ás vezes acinzentado; turião e inflorescencia com ou sem glandulas pediculadas. 1 - . : Es q 3 7 - 4 çã " 2 Sa q ta a Er M ! bO > vw Fx de clabras por cima; turião e inflorescencia com ou sem glandulas pediculadas. A DP A E A MME no | b) glabratus, Godr. — Folhas todas ou quasi todas sda "Purião mais ou menos glauco, de faces não canela- das; folhas com os foliolos largamente ovaes, del- gados e revestidos por baixo de um tenué foménio esbranquiçado, raso ou acompanhado de uma vi- losidade fina, curta e rara; inflorescencia muito clandulosa, com aculeos delgados; : sepalas subere- tas ou patentes; petalas práticas, oblongas; esta- “mes mais compridos que os estiletes. Per 01-Ge Ee as es ecc. R. incanescens, Bert. = Bo e + — - ET 96 ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES mm Purião com raras glandulas pediculadas, abundan- | temente provido de uma vilosidade branca é ar A mado de aculeos fortes e compridos; folhas turio- * naes tomentoso-vilosas por baixo, com os foliolos | | coreaceos, sendo o medio subarredondado ou lar- gamente oval; inflorescencia mais ou menos glan- | dulosa; petalas largamente ovaes; estames mais compr: idos que os estiletes; OVArIOS glabrescentes e. amoras globosas. Per. 5- RR vestitus. Wh. | a) roseiflorus, N. Boul. —Petalas e, ordinariamen- | te, estames e estiletes de um roseo mais ou. menos intenso. Vraz-os- Montes. Purião com abundantes glandulas pediculadas, mais ou menos viloso; ovarios geralmente vilosos e | ATROras O PONTE ias no na oto n o sa E RR Folhas turionaes glabras por cima e muito tomen- — toso-vilosas por baixo, com 5 ou 3 foliolos me- diocres, sendo o médio oval 'e longamente acumi= - nado; imflorescencia muito glandulosa e aculeada, provida até mais de meio de pequenos foliolos; se- . palas refletidas e muito longamente acuminadas. + Per. 5-8. Serra de Montezinho. RR. Genevieri, Bor, Folhas turionaes mais ou menos pilosas por cima e | abundantemente tomentoso-vilosas por baixo, com | 26/ > ou 3 foliolos grosseira e profundamente ser- + reados, sendo o médio oval e brevemente acumina- + do; inflorescencia subcilindrica, bem glandulosa e + aculeada, provida até mais de meio de brateas | à-fidas; sepalas refletidas, um pouco acuminadas. | Persa: ga o Cao pn fe discerptus, Mul. Re O. maranensis, Samp. — Purião com os aculeos | muito aduncos; folhas bastante vilosas por | | cima, com o toliolo médio largamente oval e | bem cordado na base. Serra do Marão. R. G. SAMPAIO: RUBUS PORTUGUEZES 97 [Folhas baças na face superior; turião provido ou não RE mnQuias Saneas: x cos ses persa 28 “2 Folhas mais ou menos lustrosas na face superior; tu- 28 30, (Ovarios Sta ou glabrescentes; turião Dio, 353 rião ordinariamente glauco ou com manchas glau- ER os + a Ra PE E SR O ço ai DR RN 34 Folhas turionaes todas ou quasi todas 3-foliadas, com os foliolos plicados e mais ou menos pilosas na pagina superior; turião anguloso, com aciculas e “glandulas pediculadas abundantes. ........ 29 Folhas turionaes todas ou em grande parte 5-foliadas, com os foliolos glabros ou pouco pilosos na pagina superior; turião anguloso, com aciculas e glandulas Dediculadas abundantes on rarás.......... 30 Ovar 10s glabrescentes; estames aproximadamente tão compridos como E estletes; petalas oblongas, brancas ou quasi; inflorescencia subpiramidal, com os pedunculos superiores patentes, aculeada e glan- dulosa; folhas turionaes com o foliolo médio fina- mente denteado, elitico ou suborbicular, de base chanfrada e rapidamente acuminado; turião com aculeos quasi direitos e pubescencia fina. Per. 5-8. Montanhas, desde o Minho à Beira ........c... a JE a E RE «. R. Henriquesii. Samp. Ovarios abundantemente vilosos; estames muto mais compridos que os estiletes ; petalas oblongas, roseas; inflorescencia piramidal, com os pedunculos ascen- dentes, densamente aculeada e glandulosa; folhas turionaes com o foliolo médio muito fina e superf- cialmente denteado, oval ou subarredondado, de base chanfrada; turião com aculeos um pouco aduncos, glabro ou subviloso. Per. 5-8. Montanhas. DORSO Si SE R. peratticas, Samp. |Ovarios vilosos; turião viloso ou glabrescente. a. o Ann. Sc. Nat., vol. IX, 1905. Porto. 98 1 ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES [Turião glabrescente, quasi desprovido de aciculas e glandulas pediculadas, com as folhas tendo a face si Se A o A inferior vilosa, verde ou cinzento-tomentosa, de fo- liolo médio oval e chanfrado na base; inflorescen- cia piramidal, pouco glandulosa, parca e finamente aculeada, com pedunculos vilosos, delgados e com- pridos; sepalas refletidas; petalas pequenas, quasi brancas; estames não excedendo os estiletes. Per. 5-6. Desde o Minho à Beira. R. Coutinhi, Samp. Turião com aciculas e glandulas pediculadas mais ou menos abundantes; petalas medianas ou grandes; estames excedendo o comprimento dos estiletes. 32 Sepalas com vilosidade bem distinta, elevando-se muito sobre o tomento; petalas oblongas, leve- | mente roseas; inflorescencia normalmente subpira- midal, com pedunculos longos, delgados, munidos de tennes aculeos direitos é dama losui il que . excede o comprimento das glandulas pediculadas; turião glabrescente, tendo as folhas muito vilosas por baixo e com o foliolo médio largamente. oval. Per 5-8. Gerez.......... Re. lusitanicus, Murr. 6. signifer, Samp. — Folhas mais largamente denteadas, um pouco lustrosas por cima e to- das ou quasi todas verdes e desprovidas de tomento por baixo. Inflorescencia bem acu- leada e geralmente acompanhada de foliolos quasi até ao cimo. Castro-Laboreiro e Gerez. Sepalas com vilosidade mal distinta elevando-se muito pouco sobre o tomento; petalas oblongas, levemente roseas; inflorescencia alongada, com pe- dunculos longos, robustos, munidos de'abundantes aculeos direitos e de uma vilosidade mais curta que “as glandulas pediculadas; turião tendo as folhas vilosas por baixo e com o foliolo médio largamente oval. Per. 6-8. Trancoso..... R. Lejeunei, Wh. OT LAÇO O SR DR “a G. SAMPAIO: RUBUS PORTUGUEZES 99 j Do | es Po di e urião pouco anguloso, com aculeos pequenos, al- gumas aciculas e curtas glandulas pediculadas; folhas com a face inferior vilosa, verde ou cinzen- to-tomentosa—as turionaes tendo o foliolo médio oblongo e rapidamente acuminado; inflorescencia aciculada e um tanto glandulosa; sepalas compri- das e refletidas; petalas oblongas, roseas ou quasi brancas; estames muito mais compridos que os es- tiletes. Per. 6-8. Serra de Montezinho. ....... e RR RR PR Cow R. brigantinus, Samp. urião bem anguloso, com aculeos compridos e nu- merosas aciculas e glandulas pediculadas; folhas de face inferior vilosa, verde ou cinzento-tomen- tosa—as turionaes tendo o foliolo médio oval- arredondado e de base cordada; mflorescencia com os pedunculos densamente glandulosos, sendo os superiores mais longos que os pediculos; petalas ovaes, pequenas e brancas; estames pouco maiores que os estiletes. Per. 5-7 Serra da Cabreira e Bar- ee e sue efe dd a R. vagabundus, Samp. Folhas lustrosas por cima, todas verdes e parca- mente vilosas por baixo — as turionaes com 5 ou à foliolos, sendo o médio elitico ou oval, com a maior largura para baixo do meio, longamente acuminado e de base chanfrada; inflorescencia muito glandulosa, com aculeos delgados e compri- dos; petalas mediocres, brancas ou roseas; esta- mes mais compridos que os estiletes; ovarios gla- brescentes. Per. 5-7......... R.Hoehleri, Wh. é. gerezianus, Samp.— Turião anguloso, glauco e mais ou menos pubescente; folhas vilosas por cima, com o foliolo médio largamente oval- “acuminado ; sepalas muito longamente apen- diculadas e por vezes patentes ou eretas na 100 ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES frutificação ; petalas pequenas e brancas. (Gre- rez. » Folhas um pouco lustrosas por cima e mais ou me- 4) nos vilosas por baixo, tendo as turionaes o foliolo terminal longamente estreitado para a base, de fórma que a sua maxima largura se encontra para "CAMA dO meio; OVarios VIHOSOS.: “5 co a tactidods Purião pouco densamente aculeado e aciculoso, com | as folhas superiores providas por baixo de um | tomento cinzento-esverdeado, todas ou na maior | parte 5-foliadas, sendo o foliolo médio alongado- romboidal, de base chanfrada e bruscamente acu- mimado; mflorescencia piramidal ou em cacho, com os pedunculos ascendentes, aciculada e glandulo- sa; sepalas patentes, curtas e inermes; estames maiores que os estiletes. Per. 5-7. Serra do Bru- MI PECUIRO seE E a pis adia Caça a ANO E. inflexus, Samp. Turião muito densamente aculeado e aciculoso, com as folhas todas verdes e parcamente vilosas por baixo, de b a 3 foliolos, sendo o médio alongado- romboidal, de base chanfrada e longamente acu- minado; inflorescencia subcilindrica, com os pe- dunculos superiores patentes, densamente aculea- da, aciculada e glandulosa: sepalas refletidas, acu- minadas e aculeadas; estames mais compridos que os estiletes. Per. 5-6. Serra do Brunheiro........ E tcc. R. Schleicheri, Wh. 'Inflorescencia corimbiforme, com os pedunculos as- cendentes, compridos, tomentosos e armados de aculeos tenues e direitos; frutos pruimosos; peta- 364 las brancas; sepalas bruscamente apendiculadas, com o dorso tomentoso e esverdeado, eretas na frutificação; folhas com 3 ou 5 foliolos, sendo o terminal oval; turião roliço, com aculeos setaceos ÃO ra Sa 2 DÊ Sb G. SAMPAIO: RUBUS PORTUGUEZES 101 e irregularmente espalhados. Per. 5-7. Desde o Minho à Estremadura... ........ R caesius, L. b) vivalis, Gen. — Sepalas largas, com algumas glandulas pediculadas; petalas largamente ovaes, de unha curta; estames um pouco mais compridos que os estiletes. Foz do Douro, etc. Inflorescencia alongada, com os pedunculos curtos, tomentoso-vilosos e armados de aculeos um tanto curvos; frutos não pruinosos; petalas brancas; “se sepalas apiculadas ou pouco apendiculadas, com o “dorso tomentoso-viloso e acizentado, eretas, paten- tes ou refletidas; folhas com 3 ou 5 foliolos, sendo o terminal oval; turião roliço ou um tanto angulo- so. Per. 5-8. Desde o Minho até à Beira .......... nas nara tece astecas. corylifolius, Sm. b) cyclophyllus, Lindb. — Turião anguloso, gla- brescente, com aculeos um pouco robustos, achatadoós na base e com folhas geralmente 3-foliadas, tendo o foliolo médio largamente oval e cordiforme. Planta fertil. Traz-os-Mon- tes e Beira. MOLLUSCOS TERRESTRES E FLUVIAES DA EXPLORAÇÃO DE FRANCISCO NEWTON EM ANGOLA POR AUGUSTO NOBRE Havendo o explorador naturalista Francisco Newton terminado a sua missão junto do Muzeu de Lisboa, de- pois de muitos annos de serviços nas colonias portugue- zas, eu lembrei-me de procurar conseguir que os servi- ços d'aquelle intelligente naturalista podessem ser apro- veitados em favor do Muzeu de Zoologia da Academia Polytechnica do Porto, o que, então, representava uma difficuldade quasi invencivel. Exposta, porém, a ideia e as vantagens que resulta- riam para este estabelecimento scientifico ao snr. Bento Carqueja, taes esforços empregou este illustre professor que Francisco Newton era nomeado e partia para a sua missão em Fevereiro de 1903. Os trabalhos de exploração de Francisco Newton ini- “ciaram-se em Angola e as primeiras remessas, cujos pro- ductos mostram claramente o alto valor scientifico d'esta exploração, estão sendo estudados por alguns naturalis- tas, tendo sido já publicadas duas memorias sobre ver- tebrados pelos meus collegas do Muzeu de Lisboa, An- thero de Seabra e Bethencourt Ferreira. 104 ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES Es "A E] Esta memoria comprehende os molluscos terrestres e fluviaes que téem sido recebidos até á actual data. Em- bora o numero de especies não seja muito elevado, a pro- porção de especies que considero novas para a sciencia | faz esperar que as futuras explorações de Francisco Newton, em régiões mais desconhecidas, tornem a mis- são do infatigavel naturalista d'um alto valor scientifico. Porto, Muzeu de Zoologia da Academia Polytechnica, Janeiro de 1905. GASTEROPODA STREPTAXIS, Fray Streptaxis Bethencourti, n. sp. (Pl. I, fig. 33, 34) Coquille pérforée, conique aplatie aux tours supé- rieurs, fragile, cornée, luisante, à cinq tours de spire un peu arrondis, le dernier carené, à surface presque lise ou Von distingue, toutefois, quelques stries d'accroissement tres fines et d'autres stries, três courtes, qui produisent une denticulation três serrée contre la suture, qui est assez profonde. La base de la coquille est un peu arron-. die et la cavité ombilicale assez ouverte et un peu cachée | par la columelle, simples et tranchante. L'ouverture est subquadrangulaire un peu inclinée à droite, à bords simples. Couleur d'un fauve clair. Haut. 6 mill.; diam. 7 mill. Forêts de Mupépe, sous les feuilles sêches. Cette espece est dédiée à notre ami le Dr. Bethen- court Ferreira, naturaliste du Muséum de Lisbonne. EO F * A. NOBRE: MOLLUSCOS TERRESTRES E FLUVIAES 105 ENNEA, H. et A. Adams Ennea vitrea, Morelet — Ennea vitrea, Morelet, Voyage Welwitsch Angola et “Benguella. Moll. terr. et fu, p. 84, pl. II, fig. 3. Paris, 1868. ' | - Florestas de Mfinepe sob folhas seccas; margens do rio Luce, sitios humidos. Os exemplares recolhidos pelo “snr. Newton concordam exactamente com a descripção e “desenhos da obra de Morelet. Ennea ringicula, Morelet Ennea ds cA as, Morelet, Fegage Welaitsch, p. 85, “pl. II, fig. o do rio Luce, sitios humidos, nas florestas. Ennea pupaeformis, Morelet Ennea pupacformis, Morelet, Voya ge Welwitsch, p. 82, pl. II, fig. 6, Florestas de À Mupépe, sob folhas seccas. Margens do “rio Luce, logares humidos das florestas. Ena: alouns exemplares em alcool. innea Carquejai. n. sp. (PI. I, fig. 1,2) Coquille petite, ovale, un peu conique au sommet, solide, avec six tours de spire arrondis, le dernier mar- “qué par deux impressions assez profondes; sculpture de la coquille constituée par une costulation oblique, fine, mais assez prononcée et régulitrement espacée. Ouver- “ture à contour cxterne oval-arrondi, épaissi et dilaté, pourvu d'une lamelle verticale, placée à la partie supé- “rleure et un peu à droite, divisant Vouverture en deux cavités, d'ont Inne plus grande et quadrangulaire, et “VPantre petite, oblique et étroite. Cavité umbilicale petite "106 ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES et étroite. Couleur blanchátre férrugimeuse, ouverture blanche luisante. Long 7 '[, mill.; diam, 3 !/, mall. Hab. Rives du feuve Lilce; lieux de cio des forêts; deux exemplaires. Je me fais un plaisir de donner à cette belle petite | espece le nom do Mr. Bento Carqueja, professeur à "Aca- démie Polytechnique, au quel on doit la nouvelle explo- ration zoologique d' Angola effectuée par Mr. Newton, | outre les excellents services qu'il continue à rendre au progrês de cet établissement d'enseignement supérieur. innea Angolensis, n. sp. (PI. I, fig. 8) Coquille petite, solide, ovale, trapue, avec six tours - de spire três convexes, ornés de cannelures étroites, três - espacées et presque verticales; suture profonde. Ouver- ture ovale; dernier tour três carené, base aplatie et ca- vité umbilicale étroite et profonde. Sur le bord externe de Louverture on voit une lamelle recourbée et placée un peu à droite. Long. 3 */ mill.; dim. 2 mill. L/exemplaire unique | que Mr. Newton a recueilli était mort et présente une | couleur cendrée. Hab. Forêts de Mupépe, sous les feuilles sêches. HELICARION, Férussac Melicarion Welwitschi, Morelet Vitrina Welwitschi, Morelet, Voyage Welwitsch., p. SL, plo Lfioç 0: Gumba; Prototypo, Cazengo; N'Delle; N'Golla Bum- | ba, nas florestas; Luinha; Ambuim, interior de Novo - Redondo. Vulgar. a 3 ed o Er r 8 8 É dr co eai dr AS LTS. MAO ai DADO MY 7 AR ip - DA atas o spo Ai RR Du À COMO ep UM % fa Le o] Ei Cr Syd Re TD a “” ' PA, tr A. NOBRE: MOLLUSCOS TERRESTRES EK FLUVIAES 107 Helicarion carncola, Morelet Vitrina carneola, Morelet, Voyage Welwitsch, p. 58, “pl I, fig. 5. N'Dalla Tando, região do Cazengo, na casca das ar- vores.. TROCHOZONITES, Pfeiffer Trochozonites Furtadoi, 1. sp. (PI. I, fig. 4,5) Coquille conique, assez fragile, à cing tours légtre- “ment arrondis, pourvus de stries obliques extremement “fines et serrées et seulement visibles à la loupe; suture - peu profonde, ayant un cordon três étroit et seulement visible sur le premier tour. Dernier tour carené, muni d'un cordon étroit et peu saillant; base aplatie, à peine brillante, avec des stries spiralées seulement visibles à la loupe et des stries radiales; cayvité umbilicale três étroite. OQuverture quadrangulaire, surbaissée. Couleur d'un marron clair. Long. 3 mill.; diam. “à mil. Dédiée à la mémoire de Arruda Furtado, malacolo- giste et ancien naturaliste du Muséum de Lisbonne. “Hab. Gumba. Mr. Newton a envoyé un seul exem- plaire qu'il a recueill vivant. Trochozonites Newton, n. sp. (Pl. I, fig. 6,7) Coquille largement ombiliquée, mince, blanche, demi transparente, à quatre tours de spire légerement arron- “dis, avec cannelures obliques et serrées dans les deux derniers tours. Les deux premiers tours présentent une “ Striation à peine visible; dernier tour fortement carené, base ovale, aplatie, à striation radiaire três serrée et fine. 108 “ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES Ouverture quadrangulaire, oblique; columelle un peu dilatée sur la cavité umbilicale, qui est arrondie et pro- fonde. Long. 7 mill., diam. 6 mill. Hab. Forêts de Mupépe, sous les feuilles séches. Les deux exemplaires recueills par Mr. Newton pre- sentent une transition rapide entre la costullation des deux premicrs tonrs. On volt, par transparence, Panimal | caché dans les tours supérieurs. Nous dédions cette es- pece à notre ami Francisco Newton, bien connu par les “excellents services qu'il a rendus à la science zoologique par ses travaux d'explorations dans les colonies portu- galses. HELIX, Lim. Helix Lacerdai, n. sp. (PI. I, fig. 8. 9) Coquille ovale, aplatie, quatre tours de spire as- sez convexes, tres fragile, de couleur cornée, claire, surface ornée de cannelures paralêlles, espacées et angu- leuses à son bord supérieur, quelquefois avec as ect q de rugosités. Suture profonde, ouverture presque arron- die, à bord réfléchi; columelle lamelleuse et réfléchie sur | la cavité umbilicale, qui est petite et pr otonde. Diam. 15 mill., haut. 8 mill. Katála, un exemplaire, Gumba, Serre de Selles; sur les feuilles des graminées. Cette espêce appartient au groupe des Heliz Came- runensis, et Jungneri de Mr. d'Ailly, provenantes de Ka- méroun. “Nous dédions cette intéressante espece à Mr. le Dr. Aarã ão de Lacerda, savant professeur de Zoologie et di- recteur du Musée Zoologique de VAcadémie Polytechni- que du Porto. a TIS AA O a O e sola A iii 1 mah ci Ta a ad! a a / 4 A. NOBRE: MOLLUSCOS TERRESTRES E FLUVIAES 109 1 DD Helix Isaaci. n. sp. (PL. 1, fig. 10, 11, 12) 4 Coquille petite, cornée, de couleur marron foncé, apla- — tic, avec trois tours de spire assez arrondis, ornés de stries três fines et serrces; suture profonde. Base de la “coquille mm peu luisante et ornée de stries três fimes, on- dulées et serrées, visibles seulement à la loupe. Ouverture “ovale, à bord simples et tranchant; cavité umbilicale “étroite et un peu masquée par la columelle réfléchie. Diam. 1,5 mill., haut. 1 mill. 3 N'Dalla Grando, Cazengo, dans [Vécorce des arbres. Cette espéce, par sa fere et sa couleur, se rappro- “che beaucoup des petites Ielices européennes, surtont de VIlelie pygmea, Drap. Elle semble être commune à Cazengo. Dédiée à mon ami Mr. Isaac Newton, pêre de Francisco Newton et naturaliste qui a preté les plus beaux services au Musée de "PAcademie Polytechnique. Helix rivularis, Krauss. Helia rivularis, Krauss. Sudafrik Mo/l., p. 17, pl. IV, Roo25. Gumba, Serra de Selles, a 800 metros d'altitude. Nos musgos. Não hesito, à vista dos caracteres que apresenta o unico exemplar que consegui encontrar nuns musgos “enviados pelo snr. Newton, “de Gumba, em o approximar “ da especie descripta por Kr auss, do sul Africa. A esculptura da concha é tão caracteristica que me parece não haver duvida na minha determinação: BULIMUS, Scopoh Bulimus, Férussaci. Dunker — Bulimis Férussaci, Dunker, Ind. Moll., p. 6, pl. 1, “fig. 35, 36. Morelet, Voyage Welwitsch, p. 60. Encuacre, interior de Novo Redondo; Gumba. 110 A. NOBRE: MOLLUSCOS TERRESTRES E FLUVIAES Bulimus electrinus., Morelet ; , É Bulimus electrinus, Morelet, Journ. de Conchyl, p. 158. (1864), Voyage Welwitsch, p. 59, pl. II, fig. 1. (1868), Baulimus Weliwitsch, Morelet. Journ. de Conchyl., p. 155. (1866). Luinha; Cambondo; Gollungo alto; N'Dalla Pando; N'Golla Bumba, florestas; margens do rio Luce, logares humidos, florestas; Bango Aquitambo, A distribuição das manchas na ultima volta da espi- ra é muito variavel. Parece ser muito commum, a avaliar pelo numero de exemplares enviados. a O DETONADO TE AMPHIDROMUS, Albers e Amphidromus Tavaresi. n. sp. (BE 4, fig. 13,-14) Coquille assez solide, conique, pérforée, strite obh- quement; spire acuminée; 6 à 7 tours un peu arrondis; dernier tour assez développé; columelle tordue, réfléchie sur la cavité umbilicale; ouverture ovale, Iégtrement obli- que; labre simples: un peu réfléchi. Couleur cendrée, opaque. Haut. 19 mill; diam. 12 mill. Sur les sépultur es des négres, pres de Novo Redon- do. Peu tréquente. E Dédice à mr. J. da Silva Távares, cécidiplomaha dis- tingué, | | á á , - ê à ; , : BULIMINUS, Eremberg. Buliminus eminulus. Morelet Buliminus eminulus, Morelet, Séries Conchyl., I. p. 14, pl 1, fig. 6.— Voyage Welwatsch, p. 61. “4 A. NOBRE: MOLLUSCOS TERRESTRES E FLUVIAES 111 E a “ "; E Luinha; N'Golla Bumba, nas florestas; Cambondo ; — N'Dalla Tando, Cazengo: Gumba, florestas de Mupépe, — sob folhas séccas; Cacolombolo. : OPEAS, Albers E Opeas Bocagei, n. sp. E (PL I, fig. 15, 16) Coquille turriculée pérforée; spire composée de 7 à 8 tours de spire, légerement arrondis; suture assez profon- de, ornée de denticulations produites par les fimes canne- lures paralelles et presque verticales; columelle faiblement arquée, à bord réfléchi sur la cavité umbilicale, peu ou- verte; labre simples et un peu réflécln. Couleur d'un blanc lauteux, brillante, avec des reflects nacarés. Long. 10 mil). : dam. 2) mill. Foréts de Mupépe, sous les femilles séches, Nous dédions cette esprce 4 Mr. le D. Barbosa du Bocage, Vémment zoologiste, directeur du Muséum de Lisbonne. Gpeas Vieirai. n. sp. (PL. 1, fig. 17, 18) Coquille allongce, turriculée, Rs mince, stride Jongitudinalement. Spire composée de 7 à 8 tours três arrondis: suture profonde; Ouverture qo alongée:; columelle droite et um peu inclinée à gauche, réfléchie sur la cavité umbilicale; labre simples, tranchant. Cou- leur cornée. Long. max. 11 */,; diam. 2 */, mil. Gumba. Mr. Newton a recueill plusicurs exemplai- — es de cette espêce, de diverses dimensions. Dédiée a Mr. le Dr. Lopes Vieira, naturaliste du Musce de Coimbra et prof. à la Faculté de Médécine. 112 A. NOBRE: MOLLUSCOS TERRESTRES E FLUVIAES Opeas Welwitschi. n. sp. (PL 1, fig. 19, 20) Coquille turriculée pérforée, mince, ornée de stries tres légtrement recourbées, obliques, de gauche à droite ; spire composce de 4 à O tours assez arrondis; le dernier tour de moitié de la grandeur totale de la coquille; ou- verture ovale arrondie, un peu oblique; columelle pres- que droite, à bord réfléchi sur la cavité umbilicale qui est étroite. Couleur jaunátre, parfois légerement férru- gmeuse. : Long, 7'/, mill.; diam. 3 mill. Foréts de Mupépe, plusieurs exemplares. Lumha, trois exemplaires présentant une couleur verdátre. Chez quelques exemplaires on perçoit un cordon três fin sur la suture. Cette espece est dédice au Dr. Friéderich Wel- witsch, délégué du gouvernement portugais pour Pex- ploration botanique et zoologique effectuce dans les pos- sessions portugaises, en 1853-1861. SUBULINA, Beck “Subulina striatella, (Rang) Achatina striatella, Rang, Voyage Welwitsch, p. 19, pl-VIL fg. 2. Cambondo, um só exemplar com os caracteres bem definidos. | Subulina octona. (Chemn.) Achatina octona, Chemn. —Morelet, Voyage Welwi- tsch, ps 80, pl. VIA. A. Cambondo. “Tres exemplares, MOLLUSCOS TERRESTRES E FLUVIAES 113 « NOBRE: Subulina Seabrai. n. sp. - e. | (PL 1, fig. 28, 24) s Coquille turriculée, à six tours de spire régulitre- “ ment arrondis, ornée de stries excessivement a seu- “Tement visibles à la loupe; suture peu profonde, ornée, “à sa base, d'une bande étroite se détachant parfe fsitement E reste de la coquille; columelle recourbée, labre sim- ples et tranchant. Couleur vitrée, semi-transpar ente. E Long. 5, mill,; diam. 2 AR E — Chez um des exemplaires roulés, on observe des ban- E “des dum blanc laiteusx paralélles à la suture. E Foréts de] Mupépe, sous les feuilles sêéches. Nous dé- “dions cette espece à notre ami Anthero de Seabra, con- servateur du Muscum de Lisbonne. 5 : PSEUDOGLESSULA, Bottger. E Pseudoglessula fuscidula. (Morclet) 4 o fuscidula, Morelet, Sér Conchyl., 1, p. 26, 3 Preidonlessulo Juscidula, Morelet — d' Ailly, Moll. terr. E et d'eaw douce du Kaméroun, p. 106, É das um exemplar. Florestas de Niinópe, sob to- : - ACHATINA, Lamk Achatina Welwitschi. Morelet — Achatina a eo Morelet, Voyage Weliwitschi, p. ROO, pl. V, fig. 2 E F tenis de Te embe, região do Cazengo; no chão, en- tre. as folhas calhidas. Alimento Midas Resão de “Selles, Gumba. (Novo Redondo). n4 A. NOBRE: MOLLUSCOS TERRESTRES E FLUVIAES << Achatina Bandeirana. Morelet Achatina ue Morelet, Veyage Wewitsch, p-8 dpi dra do E Monte elo, região do Cazengo; Quilóndbos Região de Selless Cintia “(Nov o, Redondo); Hóceo; loréstas: À de isa região do Cazengo. 7 sa Segundo F. Newton é “esta especie que se faz O dingo. | Achatina Tavaresiana. Morelet o Achatina FP a Morelet, Voyage Weliwitsch, p. Goo VS nos 6: | Gumiba, um só exemplar imperfeitamente desenvol- . vido. Achatina perfecta, Pfeiffer Achatina perfecta, Morelet, Voyage Welaitsch, p. 10, pl. IV, fig. 2. E: Novo Redondo; Prototypo, Cazengo, numerosos exemplares em alcool. Fe 3 a dh Achatina semisculpta, Morelet Achatina semisculpta, Pfeiffer — Dunker, Ind. Moll., pp fe doe da ess de Loanda, nas Adansonias. Novo Re- dondo. | , . ; a E a ha A ! : Achatina zebriolata, Morelet 4 Ro cebriolata, Morelet, Voyage Welncitsch, p. 2, À pl. HI, fig. tua alto, nas plantações de canna saccharina:; N'Geolla Soma: Bando Aquitambo; Cambondo, Vulgar no Golungo Alto. | A. NOBRE: MOLLUSCOS TERRESTRES E FLUVIAES 115 Achatina polychroa, Morelet à Achatina polychroa, Morelet, Jowrn. de Co (ea 1866, Pp. 159; Voyage Welwitsch, p. 2, pl. II, fig. 5 E Abin: Serra de Selles. im só exemplar. Achatina strigosa, Morelet Achatina strigosa, Morelet, Vo? aa Welavitsch, P- pl IX, fig. 2. Florestas de Mupépe, sob folhas seccas. Luinha. HOMORUS, Albers HMomorus Sampaiói, n. sp. E (PJ. I, fig. 25, 26) Coquille assez longue, 12 tours de spire aplaties, co- nique, fusiforme, luisante, ornée de stries fines légêre- “ment inclinées à droite prês de la suture, oú constituent “une denticulation fine et serrée; base du dernier tour légerement carené et orné de nombreuses stries três fines et paraleélles à la suture. Couleur marron foncé. Ouver- ture ovale allongée, columelle fortement recourbée, la- bre simples, tranchant. Long. 37 mill.; diam. 8 mill. Foréts de Mupépe, sous les feuilles sêches; rives du fleuve Luce, heux humides des forêts. Cette espéce, par son facies, se rapproche du !omo- rus monticola, (Mor.), de S. Thomé, Je me fais un plaisir de dédier cette intéressante espece à mon ami Gonçalo Sampaio, naturaliste de Botanique à PAcadémie Polyte- chnique de Porto, et auteur d'excellents travaux sur la flore du Portugal. 116 ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES Homorus Paulinoi, ». sp. (PI. I, fig. 27, 28) Coquille conique, allongée, peu solide, à huit tours de | [ap] 2] | spire presque plans, d'un aspect soyeux, le dernier angu- leux à la base, suture assez profonde; ornée de stries obliques et pressées, entrecroisées avec quelques stries paralêélles à la suture, qui divident les stries longitudina- les en petits batonnêts légerement recourbés; à la base ê de la coquille la même sculpture mais plus éffacée. Ou- E a verture ovale, allongée: columelle recourbée, bord sim- ples, tranchant. Couleur de Pépiderme, qui se détache facilement, brun foncé avec des fascies étroites, obliques, paralélles, droites ou en zig-zag, plus prononcées sur les tours supérieurs. | Long. 19 mill.; diam. 5 mill. Gumba, deux exemplaires d'ont Pun tres jeune. Nous dédions cette espece à notre regretté et savant naturaliste le Dr. Paulino d'Oliveira, directeur du Musée de Coimbra. SUCCINEA, Draparnaud Succinea concisa, Murelet Succinea concisa, Morelet, Sér. Conchyl., p. 11, pl. 3, fig. 7.—d' Ailly, Moll. Kaméroun, p. 114. N'Golla Bumba; Luinha; Cambondo; Palmyra, sobre as palmeiras. Todos os exemplares recebidos do snr. New- ton apresentam a superficie coberta de substancias ter-- rosas formando tres cristas angulosas, conforme foi men- cionado pelo snr. d'Ailly, nos exemplares dos Camarões. Esta especie ainda não havia sido indicada na pro- vincia de Angola, onde, de resto, não parece ser rara. pila gs fis las A. NOBRE: MOLLUSCOS TERRESTRES E FLUVIAES 117 Sa PHYSA, Draparnaud Physa Angelensis, Morelet Phusa Angolensis, Morelet, Voz yage Welwitsch, p. 88, pl. IX, fig. 8. — “Margens da lagoa Cumana, rio Quanza. Physa Moreleti, n. sp. E (PI. I, fig. 29, 30) Coquille ovale allongée, assez mince, à 4 tours de spire légerement arrondis, chez quelques exemplair es le : - dernier proportionnalement plus grand, aplatis à sa par- - tie supérieure, suture assez profonde; surface ornée de - “cannelures étroites, peu saillantes et écartées; ouvertu- re ovale allongée, columelle un peu dilatée, recourbée et tordue. Couleur jaunâtre, demi transparente. - Long. 8 mill.; diam. 4 mill. Cette espece se distingue de la P. apiculata, par la forme plus trapue, pour avoir tous les tours ornés de stries et par la columelle qui est recourbée et tordue. Ruisseaux de Luinha. Dédiée au regretté malacologiste Arthur Morelet, qui “asi bien étudié la faune malacologique de Angola et de Benguela. y Physa Osorioi. n. sp. + (RiSIcte. SE, ne Eqedio petite, étagiée, à quatre tours de spire, assez — mince, presque transparente, ornée de cannelures para- * lelles et écartées, ouverture ovale allongée, labre un peu — épaissi, columelle faiblement inclmée à droite, couleur cornée. ” Long. 3*, à 4 mill.; diam. 2 mill. a Gumba. Par sa forme, cette espece ressemble au P. capillacea, 118 ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES Mor., mais elle est plus petite et n'a pas les stries spi- rales, ni la callosité blanche du bord de Pouverture. Sa couleur est aussi beaucoup plus claire. Nous dédions cette espece à Mr. le Dr. Balthazar Osorio, professeur de Zoologie à "École Polytechnique de Lisbofne. LANISTES, Montfort Lanistes ovum, Peters Ampullaria ovum, Peters — Morelet, Voyage Welwi- ESCÃ: Po DO. oa pantanosas de Cabiri. Lagoa Cumana, rio Quanza. Lagoas e charcos da Cunga, concelho de Ma- xima. E E : a x o z 7 E E [di spo Veado CL di ie A e a E de ri Saia DE dad ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES por 1 A, Nobre, des Molluscos de Angola b ! à - , q f ) ! - du + metendo cru * 1866, muito poucas outras enumera; a Manual Flora *, PSD RES EO IR PY 7 CATALOGO DAS PHANEROGAMICAS E CRYPTOGAMICAS VASCULARES DO ARCHIPELAGO DA MADEIRA (MADEIRA, PORTO SANTO E DESERTAS) POR CARLOS A. MENEZES Apesar da flora do archipelago da Madeira ter sido estudada por grande numero de botanicos, não conhe- cemos nenhuma publicação que dê uma noticia comple- ta sobre as phanerogamicas é cryptogamicas vasculares desta parte do territorio portuguez. Os catalogos de Buch * e de Holl ?, já um pouco antigos, além de bas- tantes lacunas contéem algumas imexactidões; o de Cos- son ?, afóra as plantas colhidas por Mandon em 1865 e 4 1 Buch, L. von.—Physikalische Beschreibung der Canarischen Inseln. Berlin, 1825 (p. 189). Esta obra foi trad. -em francez, no vol. 1 (1833) dos Archives de Botanigue de Guillemin. 2 Holl, F.— Verzeichnifs der auf der Insel Madeira beobachteten Pflan- zen. (Flora oder Botanische Zeitung, 1830). Este trabalho foi reimpresso, “com notas e observações de R. T. Lowe, no Hooker's Journ. of Botany, vol.1, 1534. 3 Cosson, E. —Catalogue des plantes recueillies par Mandon, en 1865 “et 1866, dans les iles de Madtre et de Porto Santo (Bulletin de la Soc. Bot. de France, vol. xv, 1868). 1 Lowc,yR. T.— A Manual Flora of Madeira and the adjacent islands of Porto Santo and the Desertas. Vol. 1 e 11, 1. London, 1868. Esta obra não chegou a concluir-se, em razão do seu auctor ter perecido n'um naufragio; na bahia de Bisvaya, em 12 d'abril de 1874. 120 ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES de Lowe, a obra de maior vulto que tem apparecido sobre a vegetação do archipelago, occupa-se apenas das thalamifloras, das calycifloras e d'uma parte das corolli- floras, tendo ficado por publicar todas as monochlamy- deas e monocotyledoneas ; e finalmente os trabalhos deste mesmo auctor insertos no Hooker's Journal of Bo- tany “e nas Transactions of the Cambridge Philosophical Society ?, tio sómente dão noticia d'um limitado numero de especies reputadas novas para a sciencia. Duas listas publicadas por nós ha annos, apresentam entre outros defeitos, o de referirem-se apenas ás phanerogamicas da Madeira e Porto Santo, não deseriptas por Lowe na sua citada obra sobre a flora destas ilhas. Nºestas circumstancias, pareceu-nos que um novo tra- balho em que apparecessem catalogadas todas as pha- nerogamicas e cryptogamicas vasculares descobertas até agora no archipelago, seria d'alguma utilidade para a sclencia, e porisso nos resolvemos a elaboral-o, reunindo | para este fim os elementos dispersos pelas publicações dos melhores auctores, aos colhidos por alguns amigos. nossos, e por nós mesmos, durante o longo periodo de cêrca de vinte annos. Se a resenha que apresentamos não é completa, não deve estar muito longe de o ser, no tocante ás especies da Madeira e Porto Santo, pois bem exploradas teem sido estas duas ilhas sob o ponto de vista da sua vege- tação. O mesmo não podemos dizer a respeito das plan- tas das tres Desertas (Deserta Grande, Bugio e Iheu Chão), que, por terem merecido menos cuidados da 1 Species plantarum Maderensium quaedam novae, v. haetenus ineditue, breviter descriptae (Hooker's Journ. of Bot., vol. vir, 18: 6). 2? Primitiae faunae et florae Maderae et Portus Sancti (Trans. of the Cambr. Phil. Soc., vol.a, parte 1.º, 1830); Novitiae florae Maderensis: or Notes and gleanings of Maderan botany (Ibid., vol. v1, parte 3.º, 1838). Estas duas memorias, acompanhadas d'um appendice, foram reimpres- sas em Londres, em 1851. f eis : : q É — fi dica Ê í s : Í ; y EN a di 3 is a o di É tax - id a DE E E 2a AS ço ci Da, a TC O RR df a ie nm Rio Ca dd A a q RÁ 6 é 2 Me iii O 4 C. A. MENEZES: CATALOGO DAS PHANEROGAMICAS. ETC. 124 parte dos botanicos, bem podem ser em muito maior nu- mero do que as que adiante vão mencionadas. Para completarmos o numero de 144 especies que indicamos n'aquelle pequeno grupo de ilhas, foram-nos de vanta- gem as publicações do sabio botanico inglez Richard — "Thomas Lowe, bem como os elementos que nos propor- td cionaram duas pequenas collecções botanicas da Deserta — Grande, uma pertencente ao Museu do Seminario do Funchal e que fez parte do herbario do fallecido James “ Yate Johnson, e a outra ao snr. alferes Alberto Arthur Sarmento. nto a este Illustrado cavalheiro, como ao conceituado zoologo Rev. Padre Ernesto Schmitz, actual- mente director do citado museu, nos confessamos muito “gratos por nos haverem da o exame das referi- “ RAPOSA PER UE TOY AASP DA PANA. DO RA A q das collecções. Na determinação d'algumas especies, fomos E dos pelos distinctos botânicos shts: O. Debeaux, de Pou- Jouse, H. Léveillé, do Mans, Dr. Julio A. Henriques, de “Coimbra, e Dr. Zahlbruckener, de Vienna d' Austria, aos quaes testemunhamos sinceros agradecimentos. Tambem . somos muito obrigados ao muito conceituado e zeloso “naturalista de Porto Santo, snr. Adolpho Cesar de No- ronha, por nos haver facultado o exame. d'um grande numero de especies d'aquella ilha, algumas das quaes não tinhamos podido encontrar. A” memoria dos dois mallogrados cultores das scien- cias naturaes, João Maria Moniz e James Y. Johnson, pagamos aqui o tributo da nossa homenagem, pelos grandes e apreciaveis serviços que d'ambos recebemos. No catalogo que vae seguir-se— P. é abreviatura de Porto Santo, D. de Dor: MP. de Madeira e Porto “Santo, MPD. de Madeira, Porto Santo e Desertas, MD. de Madeira e Desertas, e PD. de Porto Santo e Deser- tas. As especies que só apparecem na Madeira, não vão “acompanhadas de signal nem indicação alguma. Às plantas cultivadas em grande, bem como. as que consi- — deramos aimda mal estabelecidas pelo motivo de só por 129 ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES acaso se propagarem naturalmente fóra das hortas e jardins, vão precedidas de um +, significando este mes- mo Sig nal quando collocado após o binome d'uma espe- cie, que esta não foi vista por nós nem viva nem nos herbarios que compulsamos, e é mencionada portanto,, apenas com a auctoridade dos auctores que a assignala- ram no nosso archipelago. Em publicações ulteriores, daremos conta de certas fórmas ou variedades que en- tendemos não dever mencionar agora, para não ficar demasiadamente extensa a resenha que passamos a apre- sentar. ; Na disposição das familias e dos generos de phane- rogamicas, seguimos o Index Generum Phanerogamorunm do snr. Durand, de Bruxellas, e na dos fetos, a Synopsis Filicum de W. Hooker e J. Baker. Ambas estas obras nos parecem muito uteis e d'um valor incontestavel para os que se propõem redigir Floras ou Catalogos syste- maticos. Funchal, janeiro de 190t. a e ic FD a E a SE ES E A a e A dn E Aa et cl Md DR a a ES Es a qe Me Ud Ep C. A. MENEZES: CATALOGO DAS PHANEROGAMICAS, ETC. 133 DICOTYLEDONES Ranunculaceae Ranunculus grandifolius, Lowe. R. acris, L. R. repens, L. R. trilobus, Desf. R. parviflorus, L. R. muricatus, L.—MP. Nigella damascena, L. Aquilegia vulgaris, L. Delphinium Ajacis, L. — MP. D. cardiopetalum, DU. Anonaceae * Anona Cherimolia, Mill. Berberideae Berberis maderensas, Lowe. Papaveraceae Papaver dubium, L. P. Rhoeas, L.— MP. P. somniferum, L.--MPD. P. setigerum, DU. —P. Glaucium corniculatum, Curt. —P. “Chelidonium majus, Mill. Fumariaceae Fumaria media, Lois. — MPD. F. parviflora, Lam. —P. F. spicata, L. x Cruciferae Matthiola maderensis, Lowe. —MPD. Cheiranthus tenuifolus, Herit. CG. arbuscula, Lowe. —P. C. mutabilis, Hert. Nasturtium officinale, R. Br. —MP. “Barbarea praecox, R. Br. Arabis albida, Stev. Cardamine hirsuta, L. Lobularia maritima, Desv. L. Lybica, Wbb. —P. Draba murahs, L. Sisymbrium officinale, Scop.—MP. S. erysimoides, Desf. -— ME. S. Ino, L. x Stenophragma Thalia- “ num, Cel. Simapidendron frutescens, Lowe. S. angustifolinm, Lowe. S. rupestre, Lowe. * Brassica oleracea, L.— MP. * B. asperifolia, Lam. B. nigra, Koch. —MP. 124 “Sinapis arvensis, L.— MPD. rr Erucastrum Incanum, Koch. Eruca sativa, Lam. —P. Capsella bursa-pastoris, Monch. — MP. Senebiera (Coronopus, oe. S. didyma, Pers. — MP. Lepidium virginicum, L. * LL. sativum, L. Phlaspi arvense, L. Teesdalia nudicauls, R. Br. T. Lepidinm, DC.—P. Isatis praecox, Kit. Crambe fruticosa, L. f.— MPD. Bapistrum rugosum, Berg. — MPD. Cakile maritima, Scop.' — P. * Raphanus sativus; EL. — MP. R. Raphanistrum, L. — MP. Resedaceae Reseda Luteola, L.— MPD. Cistineae Cistus monspeliensis, L. Violarieae Viola odorata, L. ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES V. silvatica, Fr. V. paradoxa, Lowe. V. tricolor, L. Pittosporeae Pittosporum Ait. * P. undulatum, Andr. coriaceum, Polygalese * Polygala myrtifolia, L. Frankeniaceae “Frankenia pulverulenta, L.—MP. F. hirsuta, Bss.—MP. Caryophylleae Dianthus prolifer, L. — UE A Silene gallica, L.—MPD. S. nocturna, L.-—MP. S. Behen, L.—MP. S. Inflata, Sm. —MPD. S. maritima, With. — MPD. S. inaperta, L. Agrostemma Githago, L. Cerastium viscosum, L. —MP. | C. vulgatum, L. C. pumilum, Curt. OC. azoricum, Hocht. Stellaria media, Vill. — MP. S. uliginosa, Murr. RE ED RD RA o Nope É ego e a a = dO ai a ÁS ha Sa dia aà a E a De C. A. MENEZES: CATALOGO DAS PHANEROGAMICAS, ETC. 125 Arenaria serpylhfolia, L. —MPD. Sagina procumbens, L. — MD. | S. apetala, L.— MP. Spergula arvensis, L. Spergularia fallax, Lowe. —MPD. S. rubra, Pers. —MPD. Polycarpon tetraphylum, L. t-—MPD. Portulacaceae Portulaca oleracea, L. — MP. Tamariscineae * Tamarix gallica, L.— MP. Hypericineae Hypericum grandifolium, Chois. H. floribundum, Art. H. glandulosum, Ait. — ME. . cihatum, Lam. - linarifolium, Vahl. - perforatum, L. - bumifusum, L. - undulatum, Schb. nnfanfasfanas Ternstroemiaceae Visnea Mocanera, L. f. " Malvaceae * Alcea rosea, L. Lavatera arborea, L. — MP. L. cretica, L.—MP. Malva silvestris, L. M. Nicaensis, All. M. parviflora, L.—MPD. Sida carpinifolia, L. f. S. rhombifolia, L. f. * Abutilonindicum, W.etA. * A permolle, (W.). Modiola caroliniana, L. Lineae Radiola linoides, Gm. Linum gallicum, L.—MP. L. strictum, L.—MP. L. trigynum, Rxb. “L. angustifolium, Huds. — MP. * . usitatisssmum, L. Geraniaceae Geranium anemonefolium, Hent. G. Robertianum, L.--MP. G. lucidum, L. G. molle, L.—MP. G. rotundifolium, L.— - MPD. G. dissectum, L.—MP. Erodium moschatum, - Hemt. —MP. E. cicutarium, Herit. — MP. E. Botrys, Bertol. —MP. E. malacoides, W.—MP. E. Chum, W.—MPD. 126 memianio Pelargonium —inquinans, Ant. — MP. * P. glutimosum, Ait. Tropaeolum majus, L. — MP. Oxalis corniculata, L. O. Martiana, Zucc. O. cernua, Thunb. —MP. O. purpurea, Jaeg. Rutaceae Ruta bracteosa, DO. — MPD. x Citrus medica, L. * O. Limonium, L. * O. Aurantium, Risso. * C. nobilis, Lour. Ed Ilicineae Tex Azevinho, Sol. I. Perado, Ait. Celastrineae Catha Dryandri, Lowe. — MP. Rhamneae Rhamnus glandulosa, Ait. R. latifolia, Herit. Ampelidaceae * Vitis vinifera, L.—MP. *V. riparia, Michx. + V. Labrusca, L. * 1 Cultivam-se na Madeira diffe- rentes hybridos; o mais frequente é o Jacquez (V. aestivalis X vinifera). “, ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES Anacardiaceae * Mangifera indica, L. Rhus Coriaria, L. Leguminosae SuBORD 1. PAPILIONACEAE * Lupinus Permis, Porsk. * L. angustifolus, L. * L. luteus, L. Adenocarpus complicatus, Gay. Genista maderensis, Wbb. G. Paivae, Lowe. —MD. G. virgata, Lowe. Ulex europaeus, L.—MD. Sarothamnus | scoparius, K.—MPD. | Ononis reclinata, L. —. MPD. O. micrantha, Lowe. — MPD. O. serrata, Forsk.—P. O. mitissima, L.—MPD. Prigonella ornithopodioi- des DC. Medicago lupulina, js M. orbicularis, Al. M. ciliaris, W. M. obscura, Retz. —P. M. tribuloides, Desr.--MP. M. littoralis, Rohde. —P. M.lappacea, Desr. —MPD. M. minima, Lam. —MPD. Melitotus parvifora, Desf. EEE ÇOS M. elegans, Salzm. é Rd RE il pois e cd é ad C. A. MENEZES: CATALOGO DAS PHANEROGAMICAS, ETC. 127 M. sulcata, Desf. —MP, Prfobum minus, Sm. — RES Sd SS SS MP. . procumbens, L.--MPD. . repens, L. . cernuum, Brot. . glomeratum, L.--MPD, . suffocatum, L.—MD. . resupinatum, L.— MP. . tomentosum, L.— MP. . fragiferum, L. . striatum, L.—MP. . pratense, L. - Incarnatum, L. | - angustifolium, L.— MPD. P. stellatum, L. T. lappaceum, L.—MD. 'P. Chelen, L. P. martimum, Huds. — MP. L. macranthus, Lowe. — MP. L. argenteus, (Lowe). — MPD. L. Loweanus, Wbb. —P. Psoralea bituminosa, L. —MP. P. dentata, DC. Robimia Pseudo-A cacia, L. Astragalus Solandri, Lowe. —MP. A. baeticus, L. Biserrula Pelecinus, L. — MPD. Scorpiurus sulcata, L. — MP. S. vermiculata, L. Ornithopus ' ebracteatus, Brot. O. compressus, L. O. perpusillus, L. T. Ligusticum, Balb. — * Coronilla glauca, L. MD. : —T. arvense, L.—MPD. T. Bocconi, Savi. T.scabrum, L.-—MPD. TP. subterraneum, L. Anthyllis Lemanniana, Lowe. Lotus ornithopodioides, L. L. uliginosus, Schk. L. angustissimus, L. 1. hispidus, Desf.—MD. L. parviflorus, Desf. L. neglectus, (Lowe). L. glaucus, Ait. —MPD. Hippocrepis multisiliquo- sa, L —MP. Cicer arietinum, L.—MP. Vicia cordata, Wulf. — MPD. V. angustifolia, AM. V. peregrina, L.—P. V. pectinata, Lowe. V. lutea, L.—MP. *V. narbonensis, L. *V. Faba, L.-—MP. «V. atropurpurea, Desf. *V. monanthos, Desf. V. hirsuta, K. —MPD. V. disperma, DC. 128 ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES V. gracilis, Lois. —MPD. V. tetrasperma, Mnch. x V. pubescens, DC. V. capreolata, Lowe. -— MD. *V. Erviha, W. * Lens esculenta, Mnch. — MP. Lathyrus Clymenum, L. +. articulatus, L.—MP. L. ochrus, DC. --P. L. Aphaca, L. L. annuus, L. *L. Cicera, L.—MP. * Lo sativos, di. *L. tingitanus, L. L. sphaericus, Retz. * Pisum sativum, L. * Phaseolus vulgaris, L. * Do nanda, * P. multiflorus, W. SuBOkKD. II. CAESALPINEAE *Caesalpinia sepiaria, Roxb. Cassia bicapsularis, L. C. laevigata, W. *C. floribunda, Car. * Ceratonia siliqua, L. Susorp. 11. MimosEAE * Acacia Melanoxylon, R. Br. * À. retinoides, Schl. A. lophantha, W. * À. dealbata, Lk. * À. Farnesiana, W. À, leucocephala, Lk. Rosaceae 1 * Amygdalus communis, L. — MP. * Persica vulgaris, Mill. — MP. * Prunus Armeniaca, L. * P. domestica, L. P. Cerasus, L. *P. Avium;, L. P. lusitanica, L. Rubus pinnatus, W. R. discolor, W. et N.— MPD. R. concolor, Lowe. R. grandifolius, Lowe. Fragaria vesea, L. F. indica, Andr. Potentilla procumbens, Sibth. P. reptans, L. Alchemilla arvensis, Scop. Agrimonia Eupatoria, L. Poterium verrucosum, Ebr. Bencomia Moquiniana, Wbb. Rosa stylosa, Desv. * R. laevigata, Michx. * R. multiflora, Thunb. - * Cydonia vulgaris, Pers, * Pyrus communis, L.—MP. * P, Malus, L.— MP. 1 As Rosaceas espontaneas ou subespontaneas são 17, e não 11 como por lapso da revisão se disse a p. 32 | do vol. vii d'esta Pevista. : 3 2 C. A. MENEZES . CATALOGO DAS PHANEROGAMICAS, ETC. ES Emdl E “Chamaemeles coriacea, E Lindk Saxifragaceae Es NR ELto aga maderensis, “ Don. “MP. E “Hydrangea hortensis, Sm. iba pis io CREME RR qa 5 NM ho 1+ á Ar , Crassulaceae E: Pillaca muscosa, L. & Umbilicus Rodidanio E DO.--MP. “U. pendulinus, DC, Sedum farinosum, Lowe. “8. nudum, Ait. —MPD. S. tor Lowe. -Sempervivum divarica- tum, Lowe. S. dumosum, Lowe. - 8. vilosum, Ait.—MPD. SS. glandulosum, Ait.— - MPD. S. clutinosum, Áit. S. arboreum, L, 9 Fo bed a É Rap a rá NAS NARRA EA A a Halorageae TV ENA A NStinga * a “Calhtr iche stagnalis,Scop. = MP. Myrtaceae *E ucalyptus globulus, Labil. = Myr tus communis, L, - Psidium pyriferum, L. ã 9 ESA RR DO ni são mM, ' ! y A ud a , a a x Un) ANA o RE E SRA / Td; EN PE TSE” Raddi. Cattleanum, Sabine. * Eugenia Micheln, Lam, * Jambosa vulearis, DO, *P, Iittorale, X E. Lythrarieae Lythrum Hyssopifolia, L. -— MD. L, Graeffer, * Punica Granatum, MP. Tén.-—MP. je Onagrarieae Epilobium parviflorum, Sehreb. E. lanecolatum, S. et M, E. tetragonum, L. B. Lamyi, Stlis: * Onothera longiflora, Jacq. * O. stricta, Ledeb. O. tetraptera, Cav. * Fuchsia arborescens,Sims, F. cocemea, Ait. Passifloraceae * Passiflora edulis, Smms. *P. caerulea, L. * Carica Papaya, L. Cucurbitaceas * Lagenaria vulgaris, Ser. * Cucumis sativus, L. *Cucurbitamoschata,Duch, EMP. SO Fepo, di *C. melanosperma, Braun, * Sechium edule, Sw. Ann, Sc. Nat., vol, IX, 1905. Porto. R DS Cacteae Opuntia Tuna,Mill—MP, Ficoideae Mesembrianthemum nodi- forum, L.—MPD. M. crystallinum, L.=- MPD. M. cordifolhum, L, f. M. edule, L.—MP. Petragonia expansa,Murr. Aizoon canariense, LL. — MD. A. hispanicum, L. —P. Umbelliferae Bupleurum protractum, Hoffm. et Lk.—MP. B., salicifohum, Lowe. Apium graveolens, L.-— MP. | Helosciadium nodiforum, Koch. —MP. Ammi majus, L.—MPD. A. procerum; Lowe. A, Visnaga, Lam. — MP. Bunium brevifolium, Lowe. Petroselinum sativum, Hotfm.—MP, Scandix Pecten-Veneris, L.—MP. Anthriscus silvestris, Hoffm. ». Foeniculum officinale, AM. — MP, Ceithmum maritimum, L. & MPB, ? “a (Enanthe pteridifoha, | Lowe. Capnophyllum peregri- num; JLige Mi Imperatoria Lowei, Coss, Anethum graveolens, L, —P, Coriandrum sativum, L. SNL. Daucus Carota, L. D. neglectus, Lowe. Torilis tenuifolia, Lowe. T. obscura, Lowe ». T. brevipes, Love x. T. imfesta, Hoffm. T. nodosa, Gartn. — MP. Melanoselinum decipiens, Schrad. et Wnd. Monizia edulis, Lowe. — MD. Araliaceas Hedera canariensis, W. Caprifoliaceae Sambucus ebulus, L. S. maderensis, Lowe. Lonicera etrusca, Santi. Rubiaceae * Coffea arabica, E: Phyllis nobla, L.—MPD, Rubia peregrina, L. Galium elhpticum, W. G. productum, Lowe. ad k 4 = C. A, MENEZES: CATALOGO DAS PHANEROGAMICAS, ETC. 131 'G. parisiense, L. — MP. G. aparine, L. (5. tricorne, With. — P. x G. saccharatum, All. — MP. G. gemimiflorum, Lowe. G. murale, ANU,— PD. | Sherardia arvensis, L. — MP. Valerianeae Centranthus ruber, DC. C. caleitrapa, Desf. Valerianella olitoria, Poll. V. Morisoni, DC. - V. puberula, DC. V. bracteata, Lowe. + Dipsaceae Dipsacus ferox, Lois. —P. Scabiosa maritima, L. — MP. 5. succisa, L. Compositas Ageratum conyzoides, L. A. mexicanum, Sims. | Eupatorium adenopho- rum, Spr. Bellis perennis, L. Erigeron canadensis, L. Conyia ambigua, DC. ar MP. Filago micropodioides, Lge. —MD. F. minima, Fr.—MD. F. gallica, L. Phagnalon saxatile, Cass. — MPD. P, rupestre, DO. —MP. P. calyemum, DC. « Gnaphalium luteo-album, L.— MPD. G. spathulatum, Lam. Helichrysum obconicum, Ds H. Monizn, Lowe. H. melanophthalmum, Lowe. —MPD. H. devium, Johns. H. foetidum, Cass. Inula viscosa, Art. Astericus aquaticus, Mnch.— PD. Ambrosia elatior, L. Xantlnum strumarium, L. Eclipta erecta, L. Bidens pilosa, L. Achillea millefobum, L. * A. Ageratum, L. Anthemis Cotula, L. — MP. Ormenis mixta, DC. Ormenis nobilis, Gay. Chr ysanthemum segetum, L-— MP. Coleostephus Myconis, Cass, Pmmardia coronaria, Less, -— MP. - Argyranthemum pinnati- fidum, Lowe. ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES * A. frutescens (L.). À. haematomma, ed A. dissectum, Lowe. Pyrethrum Parthentum, Sm. Leucanthemum vulgare, Lam. Cotula coronopifolia, L. x Soliva lusitanica, Less. Artemísia argentea, Herit. —MPD. Senecio vulgaris, L.—MP, S. silvaticus, L.— MD. 3. Incrassatus, Lowe. — MPD. S. mikanioides, Otto. 3. maderensis, DC. — MP. Calendula officmals, L. ==MP. Co arvensis, E MP: CO. maderensis, DC.— MD. Carlina salicifoha, Less. —MPD. Lappa minor, DO. Carduus ad Us, Cur bs —MP. C. squarrosus, Lowe. Cirstum latifolium, Lowe. Notobasis syriaca, Cass. — MP. Cynara Cardunculus, L. PR, É El Sylibum Marianum, Gartn. — MPD. a Galactites tomentosa, Mnch.— MPD, Lowe. Rhagadiolus stellatus, C. Ineracioides, Lowe. Centaurea Massoniana, Lowe. — MP. C. sonchifolia, L. O. Caleitrapa, L. C. mehtensis, L.— MPD. Mier Ape Clusii, Spach. ] * Carthamus tinctorius, L. “EMP. KentrophylHum lanatum, DC.-— MP. | 4 Carduncellus coeruleus, DOME. Re Scolymus maculatus, L. = MP: : E Cichorium divaricatum. Schousb.—MP. Polpis fruticosa, Sechenk. — MPD. | P. umbellata, Bertol. — MP. P. macrorhiza, DC. Lapsana communis, L. Pã car Lp a RC a a e SEND lHedypnois polymorpha, DC. — MP. CN Helminthia echioides, Gartn. — MPD. Crepis lacimata, Lowe.— MD. C. divaricata, MES 4 Iuówe: ==> OC. andryaloides, Lowe. + Andryala varia, Lowe. — MP. ho te nes cida da ap Mi nado A A af tê Ly AR PRO Way” SA) + ab ts A dia; io E ai a] ar ld Rg pf RR “À. ernthmifoha, Ai. MPD. “H. radicata, L. Thrincia nudicaulis, Lowe. — MPD. Paraxacum officinale, NWige. “Lactuca scariola, L. “MD. EL. sativa, L. “Sonchus oleraceus, L. MPD. - S. asper, Vil. — MD. “S.ustulatus, MPD. S. pinnatus, Ait. “8. fruticosus, L, f. “"Geropogon glaber, L. MP. Lowe. Urospermum picroides, Desf.-— MPD. Lobeliaceae Lobelia urens, L. Campanulaceae à : E Wblenhergia Iobelioides, A. DC. — MPD. - Musschia aurea, Dumort. - M. Wollastom, Lowe. — Campanula Erimus, L.— MPD. — Specularia falcata, À. DC. E S. hybrida, À. DC. $ — Prachelium coeruleum, L. E CG. A. MENEZES. CATALOGO DAS PHANEROGAMICAS, ETC. — Hypochaeris glabra, L.— 133 Vaccineaceae Vaceinium maderense, Lk. Ericaceae Erica cmerea, L. É. arborea, L. E. scoparia, L-— MP. Clethra arborea, Art. Plumbagineae Statice ovahfolia, Poir. — a “Armeria maderensas, Lowe. Primulaçceae Anagêallis arvensis, L. — MPD. Samolus Valerandi, L. Myrsineae Ardisia excelsa, Ait. Sapotaceae Sideroxylon Marmulano, Lowe.-—-MP. Oleaceae Jasminum azoricum, L. J. odoratissmum, L. — MD. Olea europaca, L.—MPD. Notelaea excelsa, Wbb. Apocinaceae Vinca major, L. * V. rosea, L. 134 Asclopiadeae * Arauja sericofera, Brot. Gomphocarpus fruticosus, do Gentianeas Erythraca maritima, Pers. É. pulchella, Horn. Boragineae Heliotropium europaeum, L.— MPD. H. crosum, Lehm. —P. Cynoglossum pictum, Ait. — MP. * Borago officinalis, L. Anchusa italica, Roctz. Myosotis repens, Don. M. versicolor, Pers. —MP. * Echium simplex, DO. É. candicans, L. f. É. nervosum, Ait.—MPD. E. plantagineum, L.— MPD. Convolvulaceae *Quamoclt coceinea, Chois. x Pharbitis hispida, Chois. — MP. ; * Batatas edulis, Chois. — MP. Calystegia sepium, L. C. Soldanella, R. Br. -- P. Convolvulus tricolor, L. x C. siculus, L.— MP. C. arvensis, L— MP. ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES C. althaecoides, L.— MP. C. Massoni, Dietr. Dichondra repens, Forst. Cuscuta Epithymum, Murr. — MP. O. calycina, Wbb. +» Solanaceae * Lycopersicum esculentum, Mill. É L. cerasiforme, Dun. — MPD. | Solanum nigrum, L. — MPD. 5. patens, Lowe. S. vilosum, Lam. S. pseudocapsicum, L. S. auriculatum, Adt. S. sodomaeum, L. *S. tuberosum, L.— MP. Normania triphylla, Lowe. Physalis peruviana, L, * Capsicum frutescens, L. Nicandra physaloides, Gártn. | Lycium europacum, L.— MP. Datura suaveolens, H. et B. D. Metel, L. D. Stramonium, L.—MP. Hyosciamus albus, L.— MPD. É Nicotiana Tabacum, L.— MP. N. glauca, Grah. + n E à Y : ks % ê E " E E. E A E! Ê DES ro 7 = E CÊ gs Pata Rr aê A sc ad de DD AA Da O A DA En ea A dd a de + ta A h a E x G. A. MENEZES: CATALOGO DAS PHANEROGAMICAS, ETC. Scrophularineae Verbascum thapsiforme, Schrad. V. virgatum, With. — MP. V. sinuatum, L. * V. pulverulentum, Vil. Calceolaria pinnata, L. — Limaria Cymbalaria, Mill. | L. lanigera, Desf. * L.spuria, Mill.- L. elatine, Desf. — Antirrhinum Orontium, L. — MP. 2 *A. majus, L. * Maurandia semperflorens, Ort. | Lophospermum erubes- cens, Zucc. Scrophularia arguta, Sol. S. Scorodonia, L. S. Smithin, Horn. S. pallescens, Lowe. S. Moniziana, Muzs. S. racemosa, Lowe. “8. hirta, Lowe. — 8. longifoha, Benth. — *Mimulus moschatus, E Dousl. Sibthorpia peregrma, L. - — MP. — Digitalis purpurea, L. — IsoplexisSceptrum, Lindl, Veronica hederifoha, L. 2 NV. agrestis, Benth. — MP. V. didyma, Ten. » V. serpylhfola, L. PV. arvenss, L.—MP. o jo 135 V. Anagalls, L. Eufragia viscosa, Benth. Prixago Apula, Stev. — ERA, vz Odontites Holliana, Benth. Orobanchaceae Phelipaea ramosa, CU. Mey. Orobanche minor, Sutt. — MPD. Acanthaceae * Acanthus mollhis, L. Myoporineae * Myoporum ellipticum, h. — Br. Selagineae Globularia salicma, Lam. Verbenaceae Lantana Camara, L. Verbena Bonariensis, L. * V. littoralis, Kunth. V. officinalis, L.— MP. * Duranta Plumier, Jacq. Labiatae a Lavandula Stoechas, L. L. pedunculata, Cav. L. viridis, Ait. L. pinnata, L. f.: * L. dentata, L. Menta aquatica, L. M. piperita, L. M. viridis, L. 136 ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES M. silvestris,.L. M. rotundifoha, L. M. Pulegium, L.— MP. Bystropogon punctatus, Herit B. piperitus, Lowe. B. maderensis, Wbb. Origanum virens, Hotim. et Lk. — MP. * O. Majorana, L. “Thymus vulgaris, L. P. micans, Lowe. Mena ra varia, Benth. —MPD. Calamintha officinahs, Mnch.— MP. C. Clinopodium, Benth. Salvia colina, Lowe. — MP. S. pseudo-coceinea, Jacq. * Rosmarinus -officinahs, L. Cedronella triplylla, Mnch. * Brunella vulgaris, Mnch. Sideritis Massonia- na, Benth. — MPD. Marrubium vulgare, L.— MPD. Stachys silvatica, L, S. arvensis, L.—MP. S. hirta, L.—MP., Lamium amplexicaule, L, —MP. L. purpureum, L. Ballota migra, L. Prasium majus, L.— MP. Teucrium heterophylum, | Herit.— MD. E P. betonicum, MD. P. abutiloides, Hent. T. Scorodonia, L. Ajuga Iva, Schreb—P. HerHid=> Plantagineae | Plantago maderensis, Dese = MEP: lar Psylium, E. P. Lagópus, L. P. lanceolata, L. - MPD. P.ovata, F E EA a Pp; Coronopus, L.—MPD: P. major, L.— MP. Nyctagineae Mirabilis divaricata, Lowe. | E Hlecebraceae | Mecebrum verticillatum, | L. 7 o E Paronychia echinata, | Lam. | Herniaria cinerea, DO. — + MPD. dia Scleranthus annuus, E SR P. x Amarantaceae Amarantus caudatas, L. A. paniculatus L.— MP. A. chlorostachys, W.. y A. Bhtum, L.— MP. = A. viridis, L. oo C A. MENEZES. CATALOGO DAS PHANEROGAMICAS, ETC A. deflexus, L.— MP. Achyranthes argentea, “Lam. Alternanthera Achyran- tha, R. Br. — MP, Chenopodiaceae Chenopodium ambrosioi- “des, L.—MP. C. album, Moq. — MP. à C. murale, L.—MP.. -*Beta vulgaris, L. B. maritima, L. — MP. — B. procumbens, O. Smith. — MP. B. patula, Ait.—MPD. Atriplex hastata, L. A. parvifolia, Lowe. —P. “Chenolea lanata, Moq. — hi da E e Suaeda fruticosa, Forsk. MPD. Salsola Kah, Ten. e “x Boussingaultia baselloi- des, Kth. —MP. - Phytolaccaceae - * Rivina brasiliensis, Nocca? - * Phytolacca dioica, L. - Polyçonaceae — Polygonum maritimum, L.—MP. -P. aviculare, L.— MP. P. hydropiper, L. — P. serrulatum, Lag. E P; Pérsicaria, L. pias 137 P. lapathifolium, L. P. Convolvulus, L. Rumex crispus, L.—MP. R. conglomeratus, Murr. R. obtusifolius, L. R. pulcher, L.—MPD. R. bucephalophorus, L. — MPD. B. acetosella, L. R. maderensis, Lowe. R. vesicarus, L. Emex spinosa, Campd. — MP. * Muhlenbeckia sagittifolia, Meisn. Aristolochieae Aristolochia longa, L. Laurineae Persea indica, Spr. * P. gratissima, Meissn. Apollonias canariensis, Nees. Laurus canariensis, Wbb. Thymelaeaceas * Gnidia carmata, Thunb. Elaeagnaceae * Elaeagnus angustifolia, L. — MEP. Euphorbiaceae Euphorbia Preshi, Guss. E. prostrata, Ait. E. Peplis, L.—P. + E. Lathyris, L. E. mellifera, Art. E. piscatoria, Ait. — MP. E. platyphylla, L. E. pterococca, Brot. à. helioscopia, L.— MP. E. exigua, L. E. Peplus, L.— MPD. E. segetalis, L. E. Terracina, L.— MP. E. Paralias, L.— P. Mercurialis annua, L. — MPD. * Buxus sempervirens, L. Ricinus cammunis, L. — MP. Urticaceae * Morus nigra, L.— MP. * Ficus Carica, L.— MPD. Urtica urens, L.— MPD. U. morifolia, Por. U. membranacea, Poir.— MPD. Sedã ee X Es : à a Cd RE; gi ? . ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES Parietaria diffusa, M.etK. 4 P. debilis, Forst.—MP. Platanaceae * Platanus occidentalis, L. Juglandeae * Juglans regia, L. Myricaceae Myrica Faya, Ait. Cupuliferae * Quercus pedunculata, Ehr. + Castanea vulgaris, Lam. Salicineae Salix canariensis, €. Smith. | *S. fragilis, L. * Populus alba, L. O A. MENEZES: CATALOGO DAS PHANEROGAMICAS, ETC. 139 MONOCOTYLEDONES Orchideae Dioscoriaceae Goodyera macrophylla, Lowe. Orchis mascula, L. x O latifolia, L. O. cordata, W. —MP. Aceras densiflora, Rss. Zingiberaceae - * Hedychium Gardneria- pa, ge SA rd RD dt ) num, Rose. * Canna indica, L. Musaccae * Musa sapientum, L. *M. Cavendishn, Paxt. Irideae * Iris biflora, L. * |. cermanica, L. Romulea Columnae, S. et M. E ER. grandiscapa, Gay. —P. * Anomatheca cruenta, Lindl. “* Watsonia Meriana, Art. Gladiolus segetum, Gawl. MP. “+ Antholyza aethiopica, L. Amaryllideae “* Amaryllis Belladona, L. — * Agave americana, L. Tamus edulis, Lowe. Liliaceae * Agapanthus umb clatus, Her Smilax pendulina, Lowe. S. canariensis, W, Ruscus Hypophyllum, L. Semele androgyna, Kunth. Asparagus scoparius, Lowe. À. scaber, Lowe. * Mirsyphyllum asparagoi- des, W. * Aloe vulgaris, Lam. * À. arborescens, Mill. Dracaena Draco, L. Asphodelus fistulosus, L. —MPD. . Album paniculatum, L. A. oleraceum, L. * A. Cepa, L. A. Ampeloprasum, L. 4 A. sativum, L.— MP. A. triquetrum, L. “Nothoschordum fragrans, Kunth. Scala hyacinthoides, L. Ornithogalum arabicum, E * Lilium candidum, L. 140 ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES Commelinaceae Commelina agraria, Kth. Tinantia fugax, Scheid. * Zebrina pendula, Schmitz]. Juncaceae Juncus acutus, L.—MP. J. tenuis, W. J. bufonius, L. J. glaucus, Ehr. J. effusus, L. J. lamprocarpus, Ehr. J. supinus, Mnch. x J. capitatus, Weig. Luzula purpurea, Lk. L. purpureo - splendens, Seub. die L. campestris, DC, Palmae . * Phoenix dactylifera, L. — MP. Aroideae Richardia africana, Kunth. * Colocasia antiquorum, Schott. Arum italicum, Mill. A. canariensis, Kunth. * | Lemnaceae Lemna minor, L. + L. gibba, L. Alismaceae Alisma Plantago, L. Naiadaceae Potamogeton cuprifolius, Lowe. P. gramineus, L. P. pusillus, L. Ruppia rostellata, Koch. Cyperaceae Cyperus flavescens, L. O. laevigatus, L. — MP. C. vegetus, W. C. fuscus, L. O. olivaris, Targ.—MP. C. esculentus, L. C. badius, Desf. — MP. Seirpus maritimus, L. — e S. pungens, Vahl. S. Savii 8. et M. S. setaceus, L. x Carex decipiens Gay. C. Moniziana, Lowe. C. divisa, Huds. muricata, L. divulsa, Good —MPD. maxima, Scop. C. E C. C. elata, Lowe. O. C. C, Oeder, Ehr. punctata, Kunth. extensa, Good. ) Gramineae * Zea Mays, L. * Coix Lacryma, L. * Saccharum | ofhcinarum, L.—MP. Andropogon hirtum, L. Sorghum halepense, Pers. * 8. vulgare, Pers. Panicum repens, L. * P. sulcatum, Aubl. * P. barbimode, Trin. * P. maximum, Jacg. Echinochloa colonum,“P. B. E. crus-galh, P. B. Digitaria sanguinalis, “Scop.. D. paspaloides, Dub. Setaria glauca, P. B. S. verticillata, PB. — MP. Pennisetum cenchroides, Rich. * Stenotaphrum num. Schrnk. * Phalaris canariensis, L. P. brachystachys, Lk. — MP. P. paradoxa, L. f.— MD. - P. maderensis, Mnzs. P. caerulescens, Desf. — E MPD, P. nodosa, L. Anthoxanthum odoratum, E E Aristida caerulescens, Desf. “Stipa tortilis, Desf.—MP. america- C. A. MENEZES: CATALOGO DAS PHANEROGAMICAS, ETC. 141 Piptatherum miliaceum, Coss. —MP. Polypogon monspeliensis, Dest. —MPD. P. maritimus, W. x Agrostis verticillata, Vill., — MP. Agrostis alba, Schrad. A. castellana, Bss. A. obtusissma, Hack. Gastridium -lendigerum, Gaud. —MPD. G. nitens, Dur. Lagurus ovatus, L. — ui dao e Holcus lanatus, L. — MD. Aira praecox, L. A. caryophyllea, L.— MP. Deschampsia argentea, Lowe. - * Avena agraria, Brot. A. sterilis, L. x À. barbata, Brot.-—MPD. A. fatua, L.— MPD. A. sulcata, Gay. Arrhenatherum elatius, M. et K. Danthonia decumbens, DO, Cynodon Dactylon, Pers, -—MP., Eleusme indica, Gartn. * Gynereum argenteum, Nees. Arundo Donax, L.— MPD. 1492 ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES Phracmites communis, * F. arundinacea, Scheb. o ) 9 Trn.—MP. Nardurus Lachenali, Koceleria phleoides, Pers.' Godr. « | —MPD. Scleropoa rigida, Gris. — Melica ciliata, L. MP. - Priza minor, L. — MP. Bromus rigidus, Roth. P. maxima, L.-- MPD. | B.madritensis, L.—MPD. Dactylis glomerata, L. — | B. unioloides, H. et. K, MPD. B. mollis, L.—MPD. Cynosurus elegans, Desf. Brachypodium silvaticum, C. cristatus, L. x R. et S. — MPD. C. echinatus, L.—MP. B, distachyum, R. erp C. aureus, L.— MPD. MPD. Schismus margimatus, P. —Lolium perenne, L.—MP. BF: L. italicum, À. Br. Eragrostis poacoides, P.B. L. rigidum, Gaud. + Poa annua, L.— MP, L. temulentum, L. = P. bulbosa, L. x Arthrochortus loliaceus, P. pratensis, L..* Lowe — D. P. trivialis, L. Lepturus meurvatus, Glyceria spicata. Guss. Trim. — MP. G. Joliacea, Godr. * Secale cereale, L.—MP. Vulpia sciuroides, Gm. * Prticum sativum. Lam. V. sicula, Lk. + MP. | Festuca ovina, L. Agropyrum repens, P. B. | F. jubata, Lowe — MP. Hordeum sativum, Jess. * F. albida, Lowe. —MP. F. Donax, Lowe. H. murmum, L. “MPD. GYMNOSPERMEAE à Gnetaceao Jumiperus brevifolia, Ant. Ephedra fragils, Desf. TPhoenicéa, Li ME. Coniferae * Pinus Pinaster, Sol. — MD. | Taxus baccata, L. Ms N cs Se do ed a UTC Pl a EP DS E e céu EEE + Dido ad to, do " td +» asd É e ao a iva Ge id Ad Di dl da gi ” , É ud dad x ex 7 vio CIP 2a PA a, 4/ - MENEZES: CATALOGO DAS PHANEROGAMICAS, ETC. 143 ACOTYLEDONES Filices À, furcatum, Thunb, Susorp. 1. PoLYPODIACEAE A. lanceolatum, Huds — MPD. Dicksonia Culeita, Herit. “Hymenophylum Tunbri- A, Filix-foemina, Bernh. À. umbrosum, J. Sm. GE Smith. A. Ceterach, L. H. um aterale, Bory. Scolopendrium vulgare, Trichomanes radicans, Sm Sw. Ee Aspidium faleinellum, Sw. “Davallia canariensis, Smi- A acul catum, Koch. th— MP. J: A. frondosum, Lowe. Cystopteris fragilis, | Nephrodium montanum, Bernh. Bo. Adiantum reniforme, L. N. Filix-mas, Rich. A. Capillus- Veneris, L. q. elongatum, Hk. -— MPD N. spmulosum, Desv. Cheilanthes fragrans, N, aemulum, Bak, e Webb. DAE N. molle, Br —— Pteris longifolia, L. té Nephrolepis cordifolia, * P. serrulata, L. f. SEER P. arguta, Ait. Pol E re SI EE P.tremula —-R. Br. Ga ço P. aquilina L. — MPD. P. drepanum, Hk. Lomaria Spicant, Desv. Nothochlaena lanuginosa, “Woodwardia radicans, es | Smith. ta N. Marantae, R. Br. “Asplenium eita L. Gymnogramme Totta, — —MP. Schlecht. A. Trichomanes, L, G. leptophylla, Desv. À. monanthemum, L. Acrostichum squamosum, — À marmum, L.— MPD, Ee A. Adiantum -nigrum, L 144 ANNAES DE SCIENCIAS NATOURAES Susorp. 11. OpHIOGLOSSACEAE Lycopodiaceae Ophioglossum polyphyl- Lycopodium qa lum, Br. 5 aro 7 Es Equisetaceae Selagimella - denticulata, Spring—MPD. | Equisetum Telmateia, Ehr. S. Kraussiana — À. Br. + E RR AI AA | Onde se lê Myoporum ellipticum, deve-se lêr-se M. acuminatum Brown. POR AUGUSTO NOBRE — Pelo distincto botanico do Funchal o snr. Carlos À. ' de Menezes foram-me enviadas, para estudo, algumas “especies de molluscos da Madeira recolhidos pelo snr. “Adolpho C. de Noronha, dedicado naturalista, residente “n'aquelle archipelago. — Embora o trabalho publicado por Watson em 1897 a “seja muito completo, julgo de algum interesse para a * sciencia a publicação da seguinte lista, por indicar va- tias localidades onde algumas das especies consideradas “como madeirenses Sida não tinham sido encontradas. Eco, n'esta lista, Re especies anteriormente en- g Ea nas duas memorias que publiquei sobre os mol- E Juscos da Ago — Spirula Peroni, Lamk. Madeira. — Segundo o Snr. Noronha é abundante sobre as praias, "mas sem o animal. E' frequente trazerem adherentes a “Lepas pectinata. EE 10 e Ann. Sc. Nat., vol. IX, 1905. Porto, 146 ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES Auricula sequalis, (Lowe). Ponta da Cruz, Madeira (Noronha). Pedipes, afra, Gmel. Madeira (Noronha). Mitra cornicula, Lin. Porto Santo (Noronha). Mitra zebrina, d'Orbigny. Funchal (Schmitz ). Columbella rustica, ( Lin.) Porto Santo (Noronha). Collumbella seripta, (Lin.) Funchal (Schmitz). Columbella cribraria, (Lamk.) Porto Santo (Noronha), Funchal (Sehmitz ). Columbella minor, Scacchi. Porto Santo (Noronha). Murex aciculatus, Lamk. a Porto Santo (Noronha); Funchal (Schmitz). Ane E exemplares obtidos por dragagem. Murex Edwardsi, (Payr.) Porto Santo (Noronha). Murex medicago, Watson. Funchal, um exemplar ainda novo (Noronha). Trophon Lowei, Watson. Bs Madeira, dois Rena (Noronha). ; e Triton ande Lamk. Madeira, 2 exemplares (Noronha ). - A. NOBRE: CONTRIBUIÇÕES PARA A FAUNA MALACOLOGICA 147 Ranella Thomese, d'Orbigny. Funchal (Schmitz); Porto Santo (Noronha). Tryon considera esta forma como uma variedade, “ rhodostoma, da R. cruentata. a Nassa reticulata, (Lin.) Porto Santo (Noronha), Nassa costulata, (Renieri). Porto Santo (Noronha). Nassa denticulata, Adans (Reeve). Porto Santo (Noronha). Trivia candidula, Gaskoin. Madeira (Noronha). Trivia pulex, Solander. Madeira (Noronha). Bittium reticulatum, (da Costa). Porto Santo (Noronha). Bittium depauperatum, Watson. Porto Santo, obtido por dragagem (Noronha). Bittium incile, Watson. = “Madeira (Noronha). Triforis perversa, (L.) ' Madeira (Noronha). Littorina neritoides, (Lin.) Ponta da Cruz, Madeira (Noronha). Littorina striata, King. “Ponta da Cruz, Madeira; Ilheo de Cima, Porto 148 ANNAES DE SCÍIENCIAS NATURAES mam Santo. Alguns exemplares com a espira mais alongada e voltas mais convexas foram recolhidos entre o ilheo de Ferro e a ilha principal (Noronha). Rissoa violacea, Desm. Porto Santo, dragagem (Noronha). Natica variabilis, Réclus. Porto Santo (Noronha); Madeira (Semitz). Natica Dillwym, Payr. Funchal (Schmitz) Porto Santo (Noronha). Natica furda, Watson. Porto Santo (Schmitz, Noronha). Jantina communis, Lamk: Porto Santo, sobre a praia, onde apparecem, segun- do o sr. Noronha, em grandes quantidades com os ventos fortes do largo, ora soltas, ora adherentes à Velella lumbosa. Janthina pallida, Harvey. Porto Santo, commum sobre a praia, mas não tanto como a especie antecedente (Noronha).. Scalaria cochlea, G. B. Sow. Madeira (Noronha). Scalaria Turtons (Turton). Madeira (Noronha). Turbo rugosus, (Lin.) Porto Santo; dragagem (Noronha). Clanculus Bertheloti, Orbigny. Porto Santo (Noronha). ê É A. NOBRE: CONTRIBUIÇÕES PARA A FAUNA MALACOLOGICA 149 es . Ziziphinus conulus, (Lin.) * Porto Santo (Noronha). Bo “Ziziphinus striatus, (Lim.) E Porto Santo (Noronha ). Ziziphinus exasperatus, (Penn.) - Porto Santo (Noronha). : Ziziphinus granulatus, ( Born.) — Porto Santo, (Noronha) Funchal (Schmitz). | Trochocochlea colubrinus, (Gould). — Porto Santo (Noronha). Desertas (Schmitz). Gibbula Candei, VOrbigny. Porto Santo (Noronha). “e E Patella lusitanica, Gmel. — Costa occidental de Porto Santo (Noronha). E Chiton discrepans, Brown. Porto Santo (Noronha). q Ostrea cochlear, Poli. * — Porto Santo, 90 braças de fundo (Noronha). Pecten corallinioides, d'Orbigny. Praia de Porto Santo (Noronha). FP -Pecten smilis, Laskey. - —. Madeira (Noronha). ea Pecten amphycirtus, Locard. — Porto Santo (Noronha). — Esta especie não é indicada na Madeira pelo Snr. Watson, mas sim pelo Snr. Bavay no seu trabalho Sur quelques espêces nouvelles, mal connues ou faisant double 150 ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES emploi dans le genre PECTEN (J. de Conch., 1905, p. 18). Avicula hirundo (Lin.) Porto Santo, 90 braças de fundo (Noronha). EA Eae o Senise dia ia + 7 a PE Péiio la Sm po ar De Pectunculus glycimeris, (Lin. Porto Santo, dragagem (Noronha). - aa E, AR Ke r Coralhophaga Johnsoni, Watson. Madeira (Noronha). Meretrix rudis, (Poli). | Madeira (Noronha). Circe minima, Montagu. Porto Santo, dragagem (Noronha). Venus cásina, Lan. Porto Santo, dragagem (Noronha). Venus verrucosa, Lin. Porto Santo (Noronha). Diplodonta rotundata, (Montagu). Porto Santo (Noronha). : Donax venustus, Poli. Madeira (Noronha). Solenocurtus antiquatus, (Pult.) 7 Porto Santo (Noronha). : SA Lucina reticulata, (Poli). Re Madeira (Noronha). A Lucina spinifera, (Montagu). Madeira, dragagem (Noronha). ETA Proa O a RD da TS AE lia Rides (Lin.) ta a Eidos Florinda é ““Pellina ténis, da Costa. S Madeira (Noronha). “Tellina fabula, Cndnouiua: E alguns e obtidos por dragagem, a Lions norvegica, (Chemnitz). Madeira, um exemplar obtido por dragagem. (No- - 4) Na). rd t Ea ; a A Es A e ) > a ; = £ - g me q cá - A — > ———————— “ ud E = “ . a E - X He % N E x t E = EE e í EUA 95 z ad “ Y > ” : o o 2. += x r == sa ; tido =. ER 2 . çú G ” ) ad A E ES = e E ; “e a fi o À y + Des cd "a, o o Y - PErq a < im . -. ) > E ES ca RS Eos + e ES as Sae ESA Se — E A e E RU TE kg o E DA, VUTRIO f Aves da exploração de Fr. Newton “os cio Ailicas bi cd CU A WE e ls v A na “PU Ra + “EM ANGOLA a raw. FS q Subsidios para o conhecimento da destribuição geographica das aves o d'Aírica Occidental. a q POR : A. F. DE SEABRA É Com a publicação da seguinte lista de aves ultima- "* mente enviadas por Fr. Newton para o Museu da Aca- g demia Polytechnica do Porto, temos em vista não só “tornar conhecidos os resultados dos trabalhos de explo- ração do conhecido viajante e a importancia que as col- “Jecções d'aquelle museu vão tomando, como concorrer “para o conhecimento minucioso da distribuição geogra- Epica das differentes especies africanas, questão que nos Pre da maior utilidade para a resolição futura de — quaesquer problemas de geographia zoologica. Por conseguinte, além das aves que incluimos nºesta “ lista, algumas das quaes não haviam sido mencionados “na Ormithologia de Angola do Prof. Barbosa du Bocage, citaremos ontras especies já conhecidas na Africa Occi- : E lenta Portugueza mas de regiões diversas. t+ AE Pod as 7 Nr VIE pia AR A id é 549 E Es 4! ii poste Ta PS 154 ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES AVES. Ord. Picariez. Fam. Picide. 1. Campethera permista. Reich. “C. permista, Reichenow, Jorn. f Orn. 187.6 p. 98. Barbosa du Bocage, Orn. Angola p. 536. sp. 525. a. b. SP Golungo Alto. Fam. Alcedinide. 2. Corythornis cyanostigma, (Riúpp.) Aleedo cyanostigma Riipp., Neu Wibd. pl. 24. B.. Bocage. Orn. Ang. p. 96. sp. 77. a do” Rio Coroca. Fam. Capitonida. à. Barbatula lencolema, Verr. B. leucolema, Verr., Rev. & Mag. Zool., 1851, p. 262 Barb. du Boc. Orn. d' Ang. p. 539. sp. 5485. a &” Floresta Katala (Angola). Fam. Collidae. 4. Colius erythromelas, Vieill. C. erythromelas, Vieill. N. D. Hist. Nat. VII. p. 378. Barb. du Boc. Orn. d' Ang. p. 128, sp. 107. a o” Rio Coroca. Fam. Cuculidee. “5. Centropus monachus, Riipp. C. monachus, Riúpp., 3 Neue. Nirbel., p. 57, tab. 21, fig. 2; Barb. du Boc. Orn. d' Ang. p. 151. sp, lalála a 2. Gelango Alto. W maiô Gt ” má 2 ci “Laçh > = id + LAR EY 7a à 4 E sa Tê q Y Cm ! a a P64 ad 1 da E TS df O ca od 153 a a ÃO A. F. DE SEABRA: AVES DA EXPLORAÇÃO DE FR. NEWTON 155 Es a 'ORD. PASSERES : A Fam. Pycnonotidee. E. á 6. Pycnonotus nigricans, (Vieill.). E- Turdus nigricans, Vieill, N. D. Hist. Nat. 20, p. 255. E: Barb. du Boc. Orn. Ang. p. 242. sp. 226. ab J9 Margens do Rio Coroca. Fam. Turdidee. a 7. Saxicola monticala, (Vieill). | E (Enanthe monticola, Viell. N. D. d'Hist. Nat. XXI, — p. 434 Barb. du Boc. Om. d" Ang. p. 269. sp. 251. E a dS Rio Coroca. E- É Fam. Lamprotornid>e. ã 8. Amydr us caffer, (Linn). 4 Coracias cafra, Linu. Syst, Nat., 1 p. 159. Barb. du E. Boc. Orn. Ang. p. 316. sp. 291. Gabe SºQ margens do a Rio Coroca. g Fam. Ploceidee. 9. Hyphantornis superciliosus, Shell. HH. superciliosa, Shelley. Ibis 1898 p. 141. Barb. du Boc. Ornt. supl. p. 557. abc. 3 & Golungo Alto. 10. Melanopter yx nigerrima (Vieill.). | Ploceus nigerrimus, Vieill. N. Dict. d'Hast. Nat. t. XXXIV p. 130 1819. -- ab,2 dO ad. Golungo Alto. — Esta especie é indicada pelo Prof. Barbosa du Bo- * cage, na Orn. d' Ang. como existindo no Gabão e costas do Soa ANPR ROS o - Spa e SO io oo mé Lalá ado, O dio gi dd pe di ea tibs era AT ENA A TS SAE AC vos N sy f "o a 156 ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES ORD. GALLINA Fai Melagride>e. 11. Numida cornata, Gray. | 4 N. cormmata, Gray, List. B. Brit. Mus. II. p. 29, | Barb. du Boc. Orn. d'Ang. p. 387. sp. 375. « 9 ad. margens do Rio Coroca. ORD. GRALL A Fam. Andeldm 12. Ardea cinerea, Linn. é A. cimerea, Linn. Syst. Nat. t. 1, p. 148. Barb, du 4 Bocage. Orn. d'Ang. p. 439. sp. 414. E as Lagoa do R. E Sa 13. Ardea melanocephala, Vig. & Chil. Ê A, melanocephala. Vig. ex. Chil m Denh & Clapp. Narr. Afr. App., p. 201. Barb. du Boc. Orn. d'Ang. p. 440 sp. 415. o ads ad. Lagoa do R. Coroca. 14. Bubulcus ibis, (L.) E Tantalus ibis (part.) Limn. Syst. Nat. t. 1, p. Er Barb. du Boe. Orn. d' Ang. p. 444, sp. 421. E a. S ad. Rio Coroca. 15. Butorides atricapillus, (Afzel.) 28 Ardea atricapilla, Afzel, Acta Holm. 1804. Barb. au Boe. Orn. d Ang. p. 446. sp, 423. e E a 9 juv. Lagoa do Coroca. a Newton havia já mandado exemplares dº esta especie A provenientes da lagoa do Cunga (Rio Quanza) (J. a math. Ph. e Nat. 1904 p. 109.) A. F. DE SEABRA: AVES DA EXPLORAÇÃO DE FR. NEWTON 157 Fam. Scolopacideze. 16. Numenius arquatus, (Linn.) Scolopax arquata, Linn. Syst. Nat. t. 1 p. 242. Barb. “du Boc. Orn. d'Ang. p. 461 sp. 440. a 9 ad. Lagoa do Chacuto. 17. Actitis hypoleucus, (Limn.) aa iga hypoleucos, Linn. Syst. Nat. Ip. 250 Barb. du Boc. Orn. d' Ang. p. 468 sp. 447. ad ad. margens do Lago Chacuto. 18. Himantopus antumnalis, (Hasselq.) Charadrius autumnalis, Hasselq. It Palaest, p. 255. Barb. du Boe. Orn. d' Ang. p. 480 sp. 449. a & ad, margens da Lagoa do Coroca, Fam. Parridee. 19. Parra africana, (Gm.) — Parra africana, Gm., Syst. Nat. t. 709. Barb. du Boe. Orn. d Ang. p. ATT, sp. 455. a 9 ad. Lagoa do Camilunga. 20. Limnocorax niger, (Gm.) — Rallus niger, Gm. Syst. Nat. I., p. T1T. Barb. du * Boc. Orn. d' Ang. p. 481 sp. 461. a. & margens do rio Coroca. 21. Porphy rio smaragnotus> Temm. É P. smaragnotus Temm. Man. dOrn, U p. 700. Barb. - du Boc. /. c. p. 484 sp. 465. a 2 ad. margens da Lagoa do Chacuto. 22. Fulica cristata, Gm. F. cristata, Gm. Syst. Nat. 1 p. 704. Barb. du Boc. .c. p. 488 sp. 467. abed S 9 e 2 juv. Lagoa do Rio Coroca. = 158 ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES ORD. ODONTOGLOSSAS. Fam. Phoenicopterid>e. 23. Phaenicopterus erythraeus, Verr. P. erythraeus, Verr. Rev. et mag. HH. Nat. 1855 p. 221. Barb. du Boc. /. c. p. 489 sp. 470, ORD. ANSERES Fam. Anatidee. 24. Sarcidiornis africana, Eyton. S. africana, Eyton, Monogr. anat., p. 103. Barb. du Boc. 2. c. p. 496 sp. 473. a 9 ad, Unguay. 25. Querquedula capensis, (Gm.) Anas capensis, Gm. Syst. Nat. 1 p. 527. Barb. du Boc. 1. c. p. 502 sp. 480, -* ab. 2 & Lagoa do Unguay. 26. Spatula capensis, Smith. | Rhyncaspis capensis, Smith. Barb. du Boc. Orn, d' Ang. p. 504 sp. 483. ORD. STEGONOPODES.. Fam. Pelecanidae. 27. Graculus lucidus, Licht. Haliaeus lucidus, Licht. Cat. Mus. Berlin, p. 86. Barb. du Boc. 1. c. p. 521 sp. 501. abe. 259 19 Porto Alexandre. EXPLORAÇÃO DE FR. NEWTON 159 ORD. PYGOPODES “Fam. Colymbidae. “os Podiceps minor, is “P minor. Barb. du Boc. 1. c. fe 529. sp. 507. ab S « 3 Juv. margens do Rio Coroca , E a) 4 A l = ye “e o « + io S Y G A x pa e a “ o x £ > n , É + q £ + 3 - E LN lotes Gonçalo Sampaio — «Rubus» Portuguezes ., +. . .. Augusto Nobre — Molluscos terrestres e fluviaes da exploração de Francisco Newton em Angola . +. +. «. . cs Carlos A. Menezes—Catalogo das phanerogamicas e cryptoga- micas vasculares do archipelago da Madeira (Madeira, Porto Santo e Desettas) 8 cagar SU a pis iaNE Ri ud ara E Augusto Nobre — Contribuições para a fauna malacologica da Madeira, mes eras rd, MMS PARDO TE Te gi CRE VA O O A. F. de Seabra — Aves da exploração de Fr. Newton, 145 153 4 . E ! : ' E 4 | | o 3 2044 093 338 192 ea eis eDaso 4 ” dez vênd oA E ripar a teges tapas RC Agi aguda) er Tom a É tape anapspe im enes pre eis apr py Sai land Sm ae e aeó E a ba ema + sr a Ae e quam Da ME EA Dada nn dia ga opnt)áãs eee Ti ; A Ro Di ditas de co foi e Ri E e ST MA a da, nz à Ipea « E ã né emrade” é o ae 2 do a - o bed ec) as pontes qe ni ret af rs qo Sapo ca 5 a y A correntes,