ARCHIYOS DO MUSEU NACIONAL Nunquain alittd natura, aliud sapioatia dicit J, 14, 321 In silvis acadeini quoerere rerum, Quamquam Socraticis madet sermonibus / Ladisl. Netto, ex Hor. VoL XXXII - RIO DE JANEIRO •cr A RC Hl vos — DO MUSEU NACIONAL :: RIO DE JANEIRO:: 9 '4 ' NOTA — Os Archivos do /Víusti/ Madona! são publicados sem da(a íixa. O Boletim do Museu Nacional é regularmente publicado em Março, Junho, Setembro e Dezembro. ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL Nuaquam aliud uatura, aliud sapieatia dicit J. 14, 321 In silvis academi quoerere rermii, Quamquam Socraticis madet sermônibus Ladisl. Netto, ex Hor. XXXII RIO DE JANEIRO 1930 SUMMARIO: Pags. A. J, de Sampaio — Kuíilicinas do Rio Ciiminá.. 7 Mello-Leitão — Aranhas do Cuminá . 49 Â. Chílde — Trabalhos da divisão egiptologica . 77 •J; Roquette-Pinto— Quinta da Bôa Vista— | I = - -=r^--— ■ Rio de Janeiro ===--_ | A. J. DE SAMPAIO Eufilícineas do Rio Cuminá ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL VOL. XXXII as 14» A. J. DE SAMPAIO Eufilicineas do Eio Ciiminá (AfL do Rio TfombetasE. do Pará) e Primeira Colletanea de Eufilicineas da Amazônia (COM 11 ESTAMPAS) A’ mercê das identificações das plantas por mim colligidas no Estado do Pará, como botânico da Expedição Rondon á Serra Tumucumac (Set. 1928 a Jan. 1929), é meu intuito publicar notas preparatórias do trabalho final sobre a « Flora do rio Cuminá ». A respeito dessa viagem já publiquei uma primeira nota sob o titulo «A Flora Brasileira sob o ponto de vista phytogeographico,»,, communicação feita á Academia Brasileira de Sciencias, «Annaes» de Set. 1929; e no Boletim do Museu Nacional as notas: Os Campos Geraes do Cuminá e a Phytogeographia do Brasil» (Boi. de Junho 1929) e « Phytogeographia do Brasil» (Boi. de Dez. 1930). No presente trabalho vou tratar de Eufilicineas da Amazônia^ subordinando-me aos mais recentes trabalhos, de: C. Christensen — «Index Filicum » 1916 e respectivo Supplemento; O. Posthumus — «The Ferns of Surinam and of French and British Guiana» (Java 1928), sendo que este autor, conforme declara em «Introduction », segue o citado Index Filicum, de C. Christensen; como trabalho mais recente: C. Christensen — «Taxonomic Fern-Studies: I. Revision of the Polypodioid Genera with longitudinal Coe- nosori (Cochlidiinae and Drymoglossinae »); with a Dis- cussion of ther Phylogeny, With 13 Plates, IL On a small Collection of Ferns from the State of Ama¬ zonas, Brazil, made by Mr. A. Roman in 1924. — Copenhague 1929 — Sempre que differente na Flora de Martius a denominação d< cada especie, indica a differença no momento opportuno. IO Archivos do Museu Nacional — Vol. XXXII No correr do presente trabalho vão citados, a seu tempo, as publicações pteridologicas a que a cada momento me reporto. O presente estudo, sendo relativo somente a Filicales Leptos- porangiatae — Eufilicineae, obedece á ordem de famílias constante dos trabalhos clássicos, de C. Christensen, Index Filicum 1906 e Engler- Gílg-Syllabus der Pflanzenfamilien 1924, a saber: Fani. I — Hymenophyllaceas. II —Cyatheaceas. líí— Polypodiaceas. IV — Parkeriaceas. IV — Gleicheniaceas. VI — Schizaeaceas. VII — Osmundaceas.— Antes porém, do estudo phytogeographíco dessas famílias na flora 'amazônica, passo á indicação do material por mim colligido, desde Beíem até a Serra Tumucumac, via rio Cuminá.. Esse material foi identificado pelos illustres especialistas Dr. Alexandre Curt Brade, do Museu Nacional e Prof. Dr. E. Rosenstock, de Gotha; deixo aqui consignados meus agradecimentos por essa va¬ liosa contribuição. A lista, alphabetica por generos, dada a seguir, indica 22 es- pecieSj desde Belem até o Valle da Serra Tumucumac (Pico Ricardo Franco), das quaes apenas uma especie nova, seg. Prof. Rosenstock (em carta), mas sem material para descripção, por ser esteril o exem-» piar que encontrei. Lista das Eufilicineas por mim coligidas no E. do Pará, de Belém á Serra Tumucumac (Identificadas por Dr. A. C. Brade e Prof. Dr. E. Rosenstock) 1. Adiantum cayennense Willd. — Amazonas e Guiana. 2. A. serraio-dentutum Willd.: Amer. trop., Afr. trop. occid. 3. A, lucídum Sw.: Amer. tropical. 4. Blechnam serralatum Rich,: Amer, trop., Asia, Australia trop. e Nova Caledónia. 5. Dryopteris fakicalata (Rad.) O. Ktze: Rio, S. Paulo, Minas, Para- hyba, Amazonas (Rio Negro e Rio Cuminá); Guiana Ingleza. 6. D. protensa (Afz.) C. Chr. var. funesta (Kze) C. Çh.: Guiana brasileira, Alto Amazonas, Pará, Bahia, Mato Grosso. (Area do typo: Am. trop. África ocid. trop.). A. J. DE Sampaio — Eufilicineas do rio Cuminá II 7. Escíiatogramme Desvauxii (Kl.) C. Chr.; (Trinidad {? S. Vicent) Guiana, Brasil. (Amazonas, Pará, Mato Grosso), Bolívia. 8. Leptochilas nicotianifolia (Svv.) C. Chr.; desde o México á Co¬ lômbia e das Antilhas até Bahia. 9. Lindsaya siricta (Sw.) Dry, var. elegam Hk: México, Antilhas, Guia- nas, Colombia, Amazonas, Pará, Maranhão, Minas Geraes is S. Paulo. 10. Lygodiiim micans St, das índias occidentaes, Guiana Ingleza, Tri¬ nidad e S. Domingos. 11. L. polymorpham (Cav.) H.B.K. — Rio de Janeiro, Ceará, Pará* Amazonas, Guianas Holandeza e Ingleza, Venezuela, Ecuador, Peru, S. Domingos e Trinidad, Antilhas, Costa Rica e México. 12. Nephrolepis exaltata (L.) Schott (?); dos tropicos em geral. 13. A. Pickelii Rosenst n. sp. ined.: Pernambuco (Tapéra) e Parai (Belem). 14. Polybotrya osrnundacea H.B.W., Amer. trop. 15. Polypodiam angustlfoliam Sw.: México, Florida, Cuba, Jamaica, Amer. Central, Colombia, Perú e Brasil (desde Amazonas até Rio Grande do Sul). 16. P. brasiliense Poir., America tropical. 17. P. lycopodioides L., America trop., Norte e Nordeste do Brazil, Martinica, Costa Rica, África trop.: Ilhas Mascarenhas. 18. P. percassum Cav.: Costa Rica, até Perú e Brasil (S. Catharina, Paraná, S. Paulo, Rio, Minas, Bahia, Pará e Amazonas.) 19. Schlzoloma sp. n.: Pará: rio Cuminá. 20. Stenochtaena japurensis (Mart.) Griseb.: Amazonas, Pará, Bahia, Rio de Janeiro e Guianas. 21. Trichomanes pennatam Klf.: Bahia, Pará, Guianas Franceza e Ho¬ landeza e Perú. 22. Trichomanes vittaria DC. Guianas, Amazonas, Pará, Mato Grosso. Na ordem da colheita, no Estado do Pará:, Belem.. . Nephrolepis Zona flo¬ restal . . Rio Cuminá: Cachoeira do Tronco. 7'richomanes vittaria- Dryopterü protcnsa var. Junesta Polypodium lycopodioides Leptochilas nicotianifoliiis Cachoeira do Mel Stenochlaena japu rensis '/richomanes vittaria Polypodium lycopodioides 12 Archivos do Museu Nacional — Vol. XXXíÍ Cachoeira do Pirarara.... Adiantiun caycnncnsc Zona flo¬ restal . . A. lucidtim A dianhun eaycnneJisc Trichomafirs vittaria Polybotrya osmuiidacra Cachoeira do Breu Campos Geraes . . [ Medio Parú do Cuminá. . . Eschafogmmme Desvwuxii Dryopferis proiensa var. funesta Lindsaya stricta var. edegans Lygodium polymorphum Valle da Põiypodmm hrasíliensc Alto Parú do Cuminá.... Lygodmm muans serra de Tumuc - umac . . Adianhim serrafo-dcntatimi. Eíifilicineas da Amazônia Sem pretender mais do que uma contribuição ao catalogo completo de Eufilicineas da Amazônia, passo a enumerar as especies citadas para essa região brasileira pelos diversos autores consultados, e bem assim as representadas no Herbário do Museu Nacional por especimens amazônicos ou paraenses. De inicio, tenho a registrar a afirmação de H. Christ, em «Die Geographie der Farne 1910, p, 301, de que a H}daea, com as suas inundações annuaes não é favoravel a filicineas». H. Christ considera característico da Amazônia, ou Hyiaea brazileira, o gen. Trichomanes (Sect. Feea, Lacostea e Neuromanes), pela frequência, seguindo-se-lhe neste particular os gen. Polypodium, Polybotrya, Dryopteris, Schizaea, Adiantum, Lindsaya, Leptochilus, etc., sendo notável na região do Roraima os casos de endemismos, v. gr. de Pterozonium, Hymenophyllopsis, etc., havendo no Roraima grande pumero de Polypodiaceas. E^ de notar o facto de serem pouco numerosos os fetos arboi rescentes; é que estas eufilicineas, como a maioria das especies desta grupo, carecem de quantidade normal de humidade, tanto soffrendo com o excesso quanto com a carência. * Nota 1: Gen Sphagnum. Vem a proposito lembrar aqui o caso do gen. Sphagnum (Bryophytas) que segundo C. Warnstorf, em Das Pflanzenreich, 1911, «Sphagnologia Universalis», tem 342 especies, das quaes somente uma da Amazônia; seg. E. Ule («Die Verbreitung der A, J. DE Sampaio — Eufilicineas do rio Cuminâ Torfmoose und Moore in Brasilieii», Eng. Bot. Jahrb. XXVÍI, 1900), só era conhecida Sphagnum negrense Mitt., encontrada por Spruce no Amazonas, fazendo ver Ule que o gen. Sphagnum é antes peculiar ás montanhas. Seg. Warnstorf, são reíativamente numerosas as especies po Brazil, desde Goyaz; ha varias especies do Perü, Colombia, Venezuelas e Guianas, mas na Amazônia apenas cita S. negrense; na Argentinai também só uma especie; nas Ilhas Galapagos só uma especie. Nota 2: Gen. Stipa L. (1753). Seg. A. S. Hitchcock — «The North American Species of Stipa» e « Synopsis of the South American Species of Stipa», em Contrib. from the U. S. Nat. Herb. 24, part 7, Washington 1925, o gen. Stipa L. conta cerca de 250 especies das' regiões temperadas do mundo, em especial de estepes e planiciés, desde o Canadá até o planalto Mexicano. Quasi ausente, na America Central, o genero reapparece nos Andes da Colombia; quasi auzente no Brazil, onde citado para Estados do Sul, é no emtanto representado por numerosas especies no sul da Sul America. Na America do Norte Hitchcock cita 45 esp., na America; do Sul 89, das quaes do Brazil apenas as seguintes: 1. Stipa filifólia Nees — Brasil meridional (localidade não indicada). 2. ' S. Juergensii Hack. — Rio Grande dp Sul. 3. S. melanosperma Pres. — Paraná e Paraguay. 4. S. nutans* Hack, — Rio Grande do Sul. 5. S. Sellowiana Nees. — Paraná e Jordão (?). 6. S. tenuiculmis Hack. — Rio Grande do Sul. Passando á citação das especies de cada familia de Eufilicineas na Amazônia, adopto para as especies a ordem alphabetica, tendo em vista a natureza simplesmente informativa do presente trabalho, isto é a Phytogeographia Floristica. FAM. I HYMENOPHYLLACEAS Em «Geographie der Farne», H. Christ, cita como caracterís¬ ticas da Hylaea varias especies de Trichomanes; de facto este generoí. é, na familia, o mais numeroso na Amazônia, como se depreende dasi especies que vamos citar; seg. H, Christ, as esp. características da Hylacea são Trichomanes heterophyllum, T. amazonicum, T. Spruceanum, T. diversifrons, T. volubile, T. pedicellatum, T. Ankersii e T. commutatum. 14 Archivos do Museu Nacional — Vol. XXXIÍ C. Christensen, em Index Filicum 1905, discordando de K. Prantl-Hymenophyllaceen 1875, admitte para a família apenas 4 ge» neros, dois dos quaes são representados na flora amazônica: os gen. Trichomanes L. e Hymenophylltim Smith. Gen. Trichomanes L. Segundo C. Christensen Ind. Fil. 1906, este genero conta 228 especies na flora mundial; nos autores consultados, encontro numerosas citações para a flora amazônica, sendo que é dif- ficil estabelecer completo accordo entre os autores quanto ás especies é suas designações; assim a Flora de Martius, cita T. elegans Rudge; no entanto O. Posthumus (The Ferns of Surinam and of French and Bristish Guiana, Malang, Java 1928) colloca essa designação na syno- mimica de T. diversifrons. Na impossibilidade de verificar a synonímia, seguiremos a ci¬ tada obra de O. Posthumus que é a mais recente, dando a correspon¬ dência das especies citadas na Flora de Martius, assim: 1. T. accedens PresL: Alto Amazonas, Pará (rio Acará) e Gu. In- gleza seg. FL Mart; seg. O. Posthumus é da synonimia de T. cristatum Kaulf.; no Fíerv. do Mus. Nac. o exemplar de Bradq 8435, det por Prof. Rosenstock, é de S. Paulo (Juquiá); E. do Rio (Therezopolis) Brade 9391 e 9835. 2. T, amazonicum Christ — Hedvvigia 44, p. 359; Amazonas (Manáos). 3. 7". Ankersii Parker, Seg. Fl. Mart (sub T. commutatum J. W. Sturm) Gu. Ingleza e Pará (rio Acará); O. Posthumus indica as 3 Guianas e Amer. tropical. C. Christensen (Taxon.) admite duas formas, uma do rio Negro e outra do rio Negro e Uaupés. (Vide T. commutatum). 4. T. arbuscüla Desv.: a Fl. Mart (sub T. Bancroftii Hk. et Grev.), indica as 3 Guianas, Cuba oriental e Brasil: Pará (Collares),. ' Amazonas (Barra do Rio Negro). No Herv. Mus. Nac.: Mato. Grosso (Juruena) Hoehne 1743 e 1744; Pará (Schvvacke); Amazonas: Manáos (Schwacke 420). T. Bancroftii Hk. et Grev., na FL Mart; vide T. arbuscula Dcsv. 5. T. bicorne Hk.: Ecuador, Gu. Ingleza e Brazil (seg. FL Mart: Amazonas, rio Negro; S. Gabriel; no Herv. Mus. Nac.: Manáos, Schwacke s. n.; seg. C. Christensen (Taxon.) em Taracuá (rio Uaupés), Venezuela (rio Cassiquiare), Luetzelburg 22485 p.p. T. brachypus Kunze — vide T. pedicellatum. 6. 7. ceLlulosum Klotzsch; Gu. Ingleza, Venezuela e Norte do Brasil, até S. Paulo (coll. Wettstein & Schiffner) seg. Posthumus; seg. Flora de Martius: Gu. Ingl. e Amazonas (rio Uaupés). C. Christensen (Taxon.) cita-a em Taracuá, no rio Uaupés, No rio Negro e no Cassiquiare, Luetzelburg, 22385 e 22485 p.p. 7. commutatam J. W. Sturm: vide T. Ankersii Parker, seg. C. Christensen Ind. Fil. 1906 e O. Posthumus (1. c. 1928). Seg. H. Christ, (Hedw. 44) no Juruá mirim e no Perú. A. J. DE Saa^paio — Eufiucineas do rio Cuminâ 15 7. T, cnspiim L.: Brasil oriental, Minas e Pará (Óbidos); ilha Mar- tinica e Jamaica, seg. Flora de Mart.; não citado por O. Pos-* thumus nas Guianas, mas sim apenas indicados dois casos em que exemplares de T. cristatum Kaulf. e T. pilosum Raddi foram classificados como T. crispum L., respectivamente por J. Smith (journ. of Bot. I, 200, 1842) e Baker (Trans. Linn. Soc. II Bot. II, 289, 1887). No Herv. Mus. Nac.; Amazonas: Vale do rio Quinó — Luetzelburg 21418 e 21404, Triporém; Luetzelburg 21401; E. do Rio: Petropolis, Spannagel 122. 8 . T'. cristatum Kaulf.: Bolivia, Gu. Holland. e Ingleza e Brasil: Rio de Janeiro, Bahia, S. Paulo, Minas Geraes, Ceará, Alto Ama¬ zonas (Coary) seg. Fl. Mart.; seg. O. Posthumus, as 3 Guia-» nas e Sul America Tropical. Vide ant(^C. accedens. 9 . T. diversijrons (Bory) Mett.; America Central, nas 3 Guianas c na Sul America Tropical, seg. O. Posthumus que cita syn. T. elegans Rudge, citada na Fl. Mart. para o rio Uaupés e Cachoeira de S. Gabriel no Rio Negro e Amer. Central, Gu. Ingl. e Gu. Franceza. No Herv. Mus. Nac.: Amazonas (Cal¬ deirão) Schwacke s. n.; seg. H. Christ (Hedw. 1905): Juruá,^ mirim e Alto Juruá- 10. T. elegans Rich.; nas 3 Guianas e em Sul Amer. trop. seg. O. Posthumus; a Fl. Mart. (sub. T. Prieurii Kze.) indica-a para- America Centrai, Gu. Franceza, Gu. Ingleza, Ilha S. Vicente; Guadelupe. Trinidad e Brasil: S. Catharina, Rio de JaneirOj, Bahia e Amazonas (rio Japurá). Acrescentar, seg. Herv. Mus. Nac.: Minas Geraes: Teixeira Soares, A. Samp. 584, Serra do Caraça, Damazio 1977; Rio de Janeiro, Brade s, n.; E. do Rio: Therezopolis, I. G. 57 e Brade s. n.; Amazonas: rio Iça, Schwacke s. n. e rio Papori, ' Luetzelburg 23883. 11. T. Gardnerí v. d. B.: Taracuá (rio Uaupés), no E. do Amazonas; seg. C. Christensen — Taxon. Stud. 12. T. guianense Sturm: Guiana Ingleza, seg. O. Posthumus 1. c.; Amazonas: Taracuá (rio Uaupés), seg. C. Christensen — Taxon. Stud. 13. T. heierophyllum H. B. W. — Indicada por O. Posthumus para. Guiana Ingleza, Venezuela e Norte do Brasil, é citada pela Fl. Mart. no E. do Pará (Santarém) e no Amazonas (rio Negro). H. Christ, em Hedwigia 1905 cita-a na campina da Cachoeirla do Marmelo, no rio Madeira. T. holopterum Kze, da Guiana Franceza e da Amer. trop. seg. Pos¬ thumus, é provável na Amazônia. T. Hookeri Presl, da Amer. Central, das 3 Guianas, do Brasil e da Afr. oceid., é provável na Amazônia. 14. T. M ostmannianum Kze: nas 3 Guianas e Norte do Brasil: Pará i6 ÂRCHivos DO Museu Nacional — Vol. XXXI í e Amazonas: Manáos seg. H. Chríst — Hedwigia 1905; Ta- racuá (rio Uaupés) seg. C. Christensen (Taxonom. Stud.); rio Negro, Luetzelburg 22230, no Herv. Mus. Nac. 15. T. Muberi Chr. Ind. Fil. — Amazonas. 16. T. K^pplerianam Sturm: Gu. Franc., Holiaiid. e Norte do Brasil, seg. Posthumus; no Brazil: Pará (rio Acará) seg. FL Mart. 17. T. Kraiisií Hk. et Orev.: Amer. trop. e Florida; Guiana Ingleza, Venezuela, S. Domingo e Brazil; Rio (Corcovado), Pará (rio Arepecury seg. Spruce, provavelmente Erepecurú ou Cuminá). No Herv. Mus. Nac.: E. de S. Paulo (Santos, Mosen 3112), S. Catharina, Schreiner s. n.; Minas Geraes (Retiro); Dama- zío 1840 E. 18. r. macilentam v. d. Kosch — : Trinidad, Qu. Ingleza, Perií e Brasil, seg. Posthumus; no Brazil; Taracuá (rio Uaupés) seg. C. Chris¬ tensen — Taxon. Stud. 19. 7'. Martiusii, Presl. — Segundo C. Christensen. Index, é var. de T. pi- losum Raddi, indicada por O. Posthumus somente para as tres Guianas. A Flora de Martius indica Qu. íngl. e Holland. Brasil: E. do Rio, Pará e Alto Amazonas (rio Japurá) — C. Christensen, em Taxon. Stud. indica-a em Taracuá (rio Uaupés). H. Christ, em Hedwigia 44; Campina do Marmelo, no rio Madeira. T. membranaceum L., seg. Posthumus: Gu. Franceza, Gu. Holan- deza e Sul America Tropical; seg. Fl. Mart., na Qu. Franc. e Antilhas, provável na Amazônia; Costa Rica, coll. Brade. T. myrioneuron Lindm. — As tres Guianas, seg. Posthumus; prov. na Amazônia. 20. T. pédicellatum Desv. Segundo Fl. Mart. (sub T. brachypus Kunze) : Gu. Hollandeza, Peru, ilhas Trinidad e S. Vicente e Brasil, (E. do Rio (Serra dos Órgãos), Bahia, Pará, (rio Acará), Segundo Posthumus é das 3 Guianas e da Amer. trop. No Herv. Mus. Nac.: Amazonas (Schwacke s. n.); Mato Grosso (S. Manoel) Hoehne 5263. 21. Trichomanes pennatitm Klf. A. geogr.: Bahia, Pará, Guianas Fran¬ ceza e Holandeza e Perú, segundo Flora de Martius; seg. O. Posthumus, nas 3 Guianas, Brasil e Perú. Seg. C. Christensen (Ind. Fil.) tem como synonimia T. floribundum Hook. et Grev., da Ilha da Trindad. No Herv. do Mus. Nacional: Mato Grosso (Smith 125, sem ind. localidade; S. Manoel no rio Tapajoz, Hoehne 5271 e 5272; rio Arinos, Kuhlmann 52 e 53); Minas Geraes (Faz. de S. Anna?); Pará' (Schwacke s. n. e sem local; Ferreira Panna sem n. e sem localidade); rio Cuminá, na mata da Cachoeira do Breu, 15— X — 928, A. Samp. 5276; Amazonas (rio Papuri) Luetzelburg 23944. Seg. H. Christ (Hedw. 44): Juruá mirim. Est. do Rio, Santos Lima 54. A. J. DE Sampaio Eufilicineas do rio Cuminâ 17 A proposito de T. pennatum Klf., Dr. Alexandre Curt Brade forneceu-me a seguinte nota: «Esta especie é frequentemente confun¬ dida com T. pinnaturn Hedw. (=^ Neuromanes Hedwigii v. d. B., T. floribundum H. B. Willd, non Hk. et Grev.), mas differe desta pela maior estatura, pela folha 3-6 jugada, com pinna terminal linguiforme, alongada e pínnas todas sesseis». «A folha de T. pinnaturn Hedw. é mais triangular, com pinnas mais numerosas lanceoladas e a pinna terminal lanceolada não alongada, sendo que as pinnas inferiores são pecioladas». «Por causa dessas confusões na literatura é dificil indicar a area geographica de T. pennatum; o que parece é que T. pinnatumi tem maior dispersão na America Central, emquanto que T. pennatum é limitado ao norte da America do Sul e algumas Antilhas ». «A.S especies T. pennatum Klf., T. pinnaturn Hedw., T. Host- mannianum, T. Schomburgkianum e T. vittaria formam a secção ou sub-genero Neuronianes v. d. B.,, sendo que T. vittaria já approxi- mada, pelo dimorphismo foliar, da Secção Feea, da mesma area geo¬ graphica». «Em Index Filicum, p. 647, C. Christensen dá T. floribundum Hook, et Grev. como synonimo de T. pennatum, o que é exacto^ rnas a pag. 640 sub T. floribundum Hk. et Grev. é indicada erradamente como synonimo T. pinnaturn». 22. T, pinnatüm Hedw.: Nas 3 Guianas e America tropical seg. Pos- thumus; seg. a Fl. Mart.: Gu. Ingl. e Holland., Venezuela, Pana¬ má, Chile, Ilha S. Domingo, Dominica, Guadelupe e Brasil: Bahia, Goyaz, Piauhy, Ceará e Alto Amazonas. (Ega e Coari). Seg. H. Christ (Hedw. 44), no Perú. No Herv. Muis. Nac.t Amazonas: Manaos, Schwacke 269; Tiporem, Luetzelburg 21350; Micran, Luetzelburg 21434; iga¬ rapé, Luetzelburg 21508; Lamopi, Luetzelburg 20228; rio Quinó, Luetzelburg 21540 e 21407; Caná, Luetzelburg 21345 e 21519. l/iüto Grosso: leg. Smith 125; Juruena, Hoehne 1881 e 1882. Comemoração de Floriano, Hoehne 5377-78; Minas Ge- raes: Serra da Piedade, L. Damazio, 1218. C. Christensen (Ta- xon) indica-a em Taracuá, no rio Uaupés. T. polypodioides L: America Central Gu. Franceza e Trop. Sul America; prov. na Amazônia. Brasil até Rio Grande do SuL T. Prietirii Kunze — Vide T. elegans Rich., seg. C. Christensen índ. Fii. 1906 e Posthumus (1. c. 1928). 23. 7'. punctatum Poir.: as 3 Guianas e Amer. trop. seg. Posthumus; seg. Fl. Mart. Gu. Hollandeza, Ilha Martinica e outras Anti¬ lhas e Pará (Caripi). No Herv. Mus. Nac.: Alto Amazonas, Schwacke s. n. e Manaos, Schwacke 439 e 538; E, do Rio (Serra de Friburgo) Kuhlmann s. n. Archivos do Museu Nacional — Vol. XXXH 24, ; f. puslãam Sw.> dtâdo pela Fl Mart. em Jamaiea, Venezuela t 'Brasil: Amazonas (A. aureurn), com as frondes atingindo dez pés de altura. Htemsley (1. c. líl p. 683) indica: Florida — Sul do México, Guatemala, Nicaragua, Panamá, Bermudas e índias Ocidentaes até Peru e Sul do Brasil, largamente espalhada nas regiões tropicaes e sub- tropicaes e do Novo Mundo.» Embora não citada a Guiana p orHemsley, devo considerar como existindo na Guiana Franceza de onde descrita sob o nome de Chryso¬ dium cayennense Fée. A. cayennense Pr. == Acrostichurn aureurn L.). O. Posthumus (The Ferns of Surinam, etc. 1928) cita as 3 Guianas e as regiões tropicaes e sub-tropicaes. Bem pode acontecer no emtanto, não existir Â. aureurn nos mangaes do Pará, pois J. Huber (Mattas e Mad. Amaz. p. 93) notou a ausência de Conocarpus erectus e Bucida buceras nas costas do Pará, havendo no emtanto estas duas plantas nas costas do Maranhão e da Guiana Franceza. 1. Ádiantopis alata Presl.: Brasil (Bahia) e Guiana; provável na Amazônia. 2. Adiantam cayennense Willd.: Guiana e Amazonas, seg. C. Chris- tensen — Index Filicum (1906); seg. Fl. de Martius, a denomi¬ nação de Willdenow figura da sinonimia de Adiantum lancea Bak. (A. tetraphyiium N. B. Willd. seg. C. Christensen). que dá como sendo de Rio de Janeiro (Corcovado), Bahia, Ceurá. Pará (rio Acará), Alto Amazonas, Ou. Holand., Gu. Franceza e Gu. Ingleza, mas, seg. C. Christensen, A. cayennense Willd. não é synonimo de A. tetraphyiium. No Hervario do Museu Nacional (classificação de acordo com C. Christensen — Index A. J. DE Sampaio — Eufílicineas do rio Cuminá 25 Filicum), ha os seguintes exemplares de A. cayennense; Manáos — Schwacke n. 247 (det Rosenstock); Salto Manôa — Luetzel- burg 20217, 20383 e 20373 (det. Rosenstock) na mata húmida; Pará, na mata da Cachoeira do Breu (rio Cuminá) nao fre¬ quente—A. Samp. 5244 (lO-X-928) e na Cach. do Pirarara (Rio Cuminá), na mata 8—X—928 — A. Samp. 5216 A. (Det. Brade). 3. A. capillus-veneris L. — Europa ocid. e austr., Asia temp., Hi- malaya, Ceylão, Queensland, Polynesia, Amer. do Norte merid. e ocid., Colombia, Amazonas e Pará. 4. A. deflectens Mart.; Venezuela, Guianas e Brasil, segundo C. Chris- tensen — Ind. Fil.; Pará, seg. Martius. 5. A. delicatulum Bak. — Brasil, segundo C. Christensen — Pará. 6 . A. glaucescens Kze: Ecuador, Guianas, Amazonas e Pará, seg.’ C. Christensen — índ. Fil. 7. A. gracile Fée: Amazonas (rio Negro). 8 . A. intermedium Sw.: Pará e Amazonas. 9. A> Leprieuri Hk. — Oyapok. 10- Adiantum lucidum (Cav.?) Sw.; seg. Fl. Mart.: Guiana Franceza, Perú, Panamá, Antilhas e Brasil, (Ilhéos) e também na Costa- Rica, seg. Brade. Segundo Flieronymus (Pl. Stuebel.): Colom¬ bia (S. Marta) Fíerb. Mus. Nacional: Panamá (Canal Zone) Stanley 26367; Brasil: rio Cuminá, na matta da Cachoeira do Pirarara! 8—X—1928, A. Samp. 5217; Pernambuco, nas cla¬ reiras das matas, Agosto 1925. D. Bento Pickel 42. Em duvida se A. lucidum ou a especie proxiiha A. dolosum, o exemplai^ 8243 de Brade, E. S. Paulo — Iguape. A. lunulatum Burm., — Na Amazônia? A. geogr.: Afr., Asia, Aus¬ trália, Polynesia trop., Amer. Central (Costa Rica seg. Brade), Brasil; no Herb. Mus Nac. n. 991: Minas Geraes; n. 17897 Pernambuco, (det. Prof. Rosenstock). 11. Adiantum Rondoni A. Samp.— Amazonas (1. a. n. ind.)—Schwacke 497, det. Rosenstock. Esta especie foi encontrada primeiro .em Mato Grosso por Fíoehne 5292, de onde é o exemplar origi¬ nal; o exemplar do Amazonas foi determinado pelo Prof. Rosenstock. 12. A. serrato-dentatum Willd.: Amer. trop. (seg. C. Christ. índ. FiL), Colombia (seg. Hieronymus Pl. Stuebel.), África ocid. trop. e toda a Amer. trop. (seg. Fl. Mart.). Lindman, em Ark. f. Bot. I, cita-a, sob o nome A. obtusum Willd., para Rio dq Janeiro, Bahia, Goyaz, Mato Grosso, Amazonas, Pará, Guiana e África tropical. Fíerb. Mus. Nac.: Rio de Janeiro (Ilha do Governador II — 1929, C. V. Freire s. n.; sem indicação de local, Mosen 26 Archívos do Museu Nacional — Vol. XXXÍÍ 68 , Riedei s. n,; Alto da Boa Vista 3 —íí—929, Brade s. n, — Mato Grosso: H. Sraith 22; rio Tapajoz: S. Ursula, Jan. 1915, Kuhlmann 32 e 33; Pará, Vale da Serra Tumucumac, frequente na borda dos campos e no buritisal da base do Pico Ricardo Franco 12 — XII — 928,‘ A. Samp. 5860; Marajó, 1877, Jobert — Schwacke s. n.; Amazonas: Serra do Camelo, VIII —1927, Luetzelburg 20870 e Serra do Frechai IX, 1927, Luetzelburg 21110. 13. Adiantum terminatum Kze (=hirtum Kl.): Pará. 14. A, tetraphyllum H. B. W. (=A. lancea Bak. in Fl. Mart), Pará, 15. A. tomentosum Kl.: Guiana, Pará e Amazonas, seg. C. Chnsten- sen — Ind. Fil, Anetium citrifoíium (L) Split. {= Anthrophyum Fl. Mart.) Pará e Amazonas. America Central — Brasil, Sta. Catharina, São Paulo. 1 . Antrophyum cayennense Klf.: Pará e Amazonas. 2 . Á. lineatum Klf.: Pará. 1. Aspíeniiim abscissum W.: Amazonas, Solimões. é próxima da esp. africana A. longicauda e é também encon-í trada no Congo, o que C. Christensen (Ind. Fil.) põe em duvida. 3 .A. angtistum S=. — Pará. 4. A. caneatum Lam. — Pará. 5. yl. tiallii Hk. — Rio Negro — Amazonas, Equador, Colombia, seg. C. Christensen — índ. Fil. 6 . A. laetam Sw. — Alto Amazonas. 7. At. salicifolium L. — Pará. 8 . A. seniicordatum Rad. — Pará. 9. A. serra Langsd et Fisch. — Pará. 10. A. serratum L. — Pará e Amazonas: Rio Negro, S. Izabel, seg. Luetzelburg 22369, vulgo; «rabo de aranata». var. Blanchetianum Bk. — Pará e Amazonas. 1. Aspidium marünicense Spr., Amazonas. 2. yl. plantagineam (Jacq.) Gries. — Alto Amazonas. 3. A. irifoUatum Sw. — Rio Solimões. 4. A. iticanum Chr. (Hedw. 44): rio Jaurú. 1. Blechnum Schomhurgkii (Kl.) C. Chr. é filicinea da America Tro¬ pical, seg. C. Christensen — Index Filicum; no Herv. do Museu Nacional ha um exemplar de Mosen 2094, de Minas Geraes onde colhido em 10—9—1873. Esta especie, ao que me informou o Dr. Brade é muito próxima de Bl. tabulare e alga nebulosa ainda. Talvez forma neotropica de Bl. tabulare, E^ muito provável B. Schomhurgkii na Amazônia. A. J, DE Sampaio — Eufílicíneas do rio Cuminá 37 2. Blechnunt serrulaium Rich. — Amer. trop., Asia, Australia trop, e Nova Caledónia. Ha Amer. central, em Salvador, seg. Staad- ley e Calderon. Seg. Diels, em Engler-Pr. — Pflanzenfam.; Lugares hú¬ midos dos paizes íropicaes, na America desde a Florida até Bra¬ sil; na Asia desde índia Central e Malesia até Nordeste Aus¬ trália e Nova Caledónia. Citado no Pará, na FL Mart. No Herb. Mus. Nac.: Florida, ÍV-1920, Small e Mathaus 9653; Brasil: Pará, nos banhados dos Campos Geraes do Cumi¬ ná 9—XII—1928 — A. Samp. 5830; Pernambuco (Tapéra) pó litoral, em terrenos arenosos e frescos, 1—1926, D. Bento Pickel 582; Bahia, in humidis, Salzmann s. n.; Rio de Janeiro, Re- gnell (?); E. do Rio: Campos, VI—918, A. Samp. 3088, â beira de brejos; Mauá, 12—IIÍ—903, P.' Dusen n. 1949. E^ planta humicola como se vê, mas não umbróphila; • do Estado de Matto Grosso-ha no Herb. Mus. Nac, o exemplar ^ de H. Smith 106, classificado por Brade como var. distanst , ^ Christ. . Ceropteris calomelanos (L.) Und., é indicado por Spruce (sub Gymno- /■ ^ \ gramme) em Óbidos e a var. tartarea no rio Negro. C. Christensen, em Index Filicum, admite: C. calomelanos (L.) Und., da Amer. trop., Afr. ocid. e Natal. * C. tartarea (Cav.) Link, Amer. trop. e Samoa (?). Segundo Lindmann ,(sub. Gymnogramme, em Ark. f. Bot. I); Goyaz, Amazonas, R. Janeiro e Mato Grosso; no Amazoonas: rio Negro, seg. Fl. Mart. ' Cochlidiam farcatum (Hk. et Grev.) C. Chr.: Trinidad, Gu. íngleza e Franceza, Brasil (rio Uaupés e Pará?) e Jamaica (?). No Herv. Mus. Nac.: rÍo Uaupés, rio Içana e rio Ayari (LuetzeU burg). Nota: O novo gen. Cochlidium C. Chr., foi recentemente creado por C. Christensen (Taxonomics Fern-Studies I-II em Dansk Botanik Arkiv Bd. 6, n. 3, Kobenhavn 1929) tendo como especie, typo Grammitis graminoides Sw.; a esp. citada Cochli¬ dium furcatum (Hk. et Grev.) C. Chr. n. comb. tendo como synonimos Gramnitis furcata Hook. et Grev., Polypodium furcatum Mett. e P. dicranophyllum C. Chr. possivel que Monogramma Luetzelburgiana Goeb., citado adiante, passe para o gen. Cochlidium. Ciclopeltís semicordata (Sw.) J. Sm.: Amazonas e Pará (Almerim e Santarém (seg. Fl. Martius sub Aspidium semicordatum; é da Amer. trop. seg. C. Christensen; seg. Lindman (Ark. f. Bot. 28 Archivos do Museu Nacional — Vol. XXXII I); Mato Grosso, Amazonas, Pará, Antilhas e Perú, Costa Rica (Brade); seg. Christ. Farnkr. é também da região malaia. Diplaziitm margínatum (L.) Diels, citada por H. Christ {Geogr. der Farne p. 302) na Amazônia (Asplenium marginatum), é da Amer. trop. seg. C. Christensen Index Filicum; grande feto, das florestas da America tropical desde Antilhas e Guatemala até Brasil, seg. H. Christ. (Farnkr., sub. Hemidictyon); Hemsley, indica México, Nicaragua e de Cuba a Perú e Brasil. Diplazium Lechleri (Mett.) Moore, de Costa Rica, Guiana, Rio Negro e Perú, seg. H. Christ — Farnkr. D. Shepherdi Spr. — Pará e Amazonas. Ar. geogr.; Amer. trop. Doryopteris Huberi Chr., da Amazônia, seg. H. Christ (Geogr. d. Farne). Parece endemica exclusiva. Gen. Dryopteris. Tendo á mão a recente monographia de C. Christensen sobre este genero (C. Christensen — «A Monographt of the Genus Dryopteris», 2 partes, Copenhague 1913 e 1920») pu¬ blicada em «Memoires de L^Acad. Roy. d. Sc. et des Lettres» de Dinamarca, torna-se possível dar aqui uma noção geral do genero, quanto á sua distribuição geographica segundo o citado especialista que nessa obra indica nada menos que 364 especies americanas, sendo as seguin¬ tes na Amazônia: 1. D. abreviata (Schrad.) C. Chr. (A Monogr. of the Genus Dryopíe- ris. Parte II p. 30, Copenhague 1920). ~ Esta especie segundo C. Christensen (1. c.) tem como synonimo Aspidium abbreviatum Schrad. na Flora de Martius que a indica, com uma variedade guianense Bak., a esp. em Pernambuco, Bahia, Espirito Santo, Rio de Janeiro (Corcovado) e Jamaica. C. Christensen, em Monogr. Gen. Dryopteris I, p. 82, cita-a sob a denominação de Polystichum abbreviatum (Schrad) Pr., para o Brasil, Guiana, Equador e Colombia; na parte II de Monogr. Gen. Dryopteris, admite a esp. como Dryopteris. abbreviata (Schrad.) O. Kze, com o typo no Sul do Brasil. No Herv. Mus. Nac.; Pará: Antonio Lemos, LuetzeP burg 21267 e 21266. 2. D. amplissima (Presl.) O. Ktze var. sabeffusa C. Chr., do Roraima, 3. D. arbórea Brause — Roraima. 4. D. brachypoda (Bak.) C. Chr., do Roraima. 5. D. connexa (Kaulf.) C. Chr.; Uruguai e Brasil: Pará, Minas Geraes, Rio de Janeiro, S. Paulo, Paraná, S. Catharina e Rio Gran¬ de do Sul. 6 . D. \demerarana (Bak.) C. Chr.: Roraima. A. J. DE Sampaio ~ Eufilicineas do rio Cuminâ 29 7. Dj denticulata (Sw.) O. Ktze, uma forma (6) indeterminada e a forma 8 var. aperta, no Roraima. 8. D. jaUiculatã (Raddi) O. Ktze:. Do Rio de Janeiro, S. Raulo^ Minas Geraes, Parahyba, Amazonas (rio Negro) e Guiana In- gíeza. Colligi esta especie no rio Cuminá — A. Samp. s- n^ Q. D. gongylodes (Schk.) O. Ktze; Florida, Ind. ocid., México, Costa Rica, Guianas Holland. e Franc., Brasil, Paraguay, Argentina, Uruguay, Japão, Coréa, Afr. do Sul, Australia e Polynésia, com 4 var. seg. C. Christensen —- Monogr. Gen. Dryopt. I, p. 194; na parte ÍI desta Monogr., C. Christensen indica S. Domingo. Sob Nephrodium unitum Bak. na Flora de Martius e como frequentíssima nas regiões quentes do mundo inteiro e florestas pantanosas, é indicada no Brasil; Rio Grande do Sul, S. Catharina, Rio de Janeiro, Minas Geraes, Bahia, Pará, Alto Amazonas. No Herv. Mus. Nac.; E. do Rio: Cantagallo, Schreiner s, n.; S. Paulo: Santos, Mosen 3060 e Loreto, A. Samp. s. n.; Per¬ nambuco: Tapéra, D. B. Pickel s. n.; Matto Grosso, Hoehne 3850. 10. /). Huberi Chríst, da Amazônia e que segundo H. Christ — Geogr. d. Farne p. 302, é também do Congo, o que C. Cbris-* tensen pÕe em duvida em o Supplem. (1913) a seu Ind. Fil. 1906. 11. D. incana (Chríst.) C. Chr., do Amazonas (rio Juruámiri) e Juruá, seg. C. Christensen — Monogr. I. : 12. Z). furaensis C. Chr. — Amazonas, rio Juruá;‘Bolívia (rio Ma- r^non), 13. D. macrosora (Fée) C. Chr.; Pará, Rio de Janeiro, S. Paulo, segundo C. Christensen — Monogr. Genus Dryopteris. 14. D. maarçstegia (Hk.) O. Ktze ~ Amazonas; rio Negro, rio Uaiipés € rio Içana; Roraima, seg. C. Christensen — Monogr. Genj Dryopt. 15. Dryopteris mollís (Jacq.) Hieron.: Antilhas, Estados Unidos, Mé¬ xico, Guatemala, Honduras, Guadelupe, Porto Rico, S. Do¬ mingos, Costa Rica, Panamá, Colombia, Venezuela, Tobago, St. Vicent, Guiana Franceza, Equador, Perü, Galapagos, Bra¬ sil: Amazonas (Alto Purús), Pará, Bahia, Minas Geraes, Rio, S. Paulo, Rio Grande do Sul; Argentina e Paraguay. (=D, dentata (Forsk.) C. Chr., na Monogr. Dryopt. II). 16. D, nephrodioides (Kl.) Hieron. var,: Biolleyi (Christ), de Guate¬ mala, Costa Rica, Panamá, Colombia, Equador, Peru, Ama¬ zonas (rio Juruá-Miri) e Bahia,. Est. de S. Paulo: Brade. 17. D, Poiteana (Bory) Urban: Barbados, S. Domingo, Porto Rico, Tobago e Grenada, seg. C. Christensen — Monogr. Genus Archivos do Museu Nacional — Vol. XXXIÍ 30 \ .Dryopt. IÍ, tQ20; na parte I desta monogr. 1913, C. Christen- s-en indica Ind. occid., Guatemala, Honduras, Costa Rica, Pa¬ namá, Coiombia, Equador, Perú, Venezuela, Guiana Hollan- deza e Franceza e Brasil: Pará, Serra de Baturité e Bahia. 18. D. protensa (Afz.) C. Chr.; Manáos (Luetzelburg 22015); var. funesta: Guiana Brasileira, Alto Amazonas, Pará, Bahia, Matto Grosso; colhi esta var. na matta da Cachoeira do Tronco 19—IX—1928, A. Samp. 5041 e depois na matta marginal do Alto Partí do Cuminá 17—Xi—928, A. Samp. 5568 -â; ha ainda a var. dicksoníoides '^Fée): Amazonas (S. Gabriel) e Gu. Fran- ceza, Lindman (Ark. Bot. I, sub Nephrodium) indica para a esp.: Matto Grosso, Bahia, Pará, Amazonas e Guiana. D. pyramidata (Fée) Maxon (Nephrodium subcuneatum Bak., na Fl. Mart.): Guadelupe, Maríinica, S. Vicente, Qrenada, Tri- nidad, Gu. Ingleza, Gu. Hollandeza, Gu. Franceza, S. Do¬ mingo, Bahia, seg. C. Christensen — Monogr. Gen. Dryopte- ris I, 1913; em Index Fil. Suppiem. 1913, C. Christensen indica Ind. ocid. e Brasil septentrional. Provável na Amazônia. 19. ' D, reticulata (L.) Urb., das índias Occid., e em formas similares na Amer. Centrai, occorrendo raramente no Brasil, seg. C, Christensen Monogr. Gen. Dryopt. P, 1913. No Herv. Mus. Nac.: Amazônia: Ta 3 ^ana, Luetzelburg 20895 e 20889 e Serra Murupú, Luetzelburg 20672, 20671 e 20887. 20. D, refalgetis (KL) C. Chr.; da Guiana Ingleza, Coiombia, Panamá e Brasil: Rio Negro (S. Gabriel). 21. D, roraimensis (Bak.) C. Chr.: Roraima, seg. C. Çhristensen — - Monogr. Gen. Dryopt. I, p. 141. Nota: D. roraimensis Brause é, seg. Christensen, Monogr. dt. II, 1920, p. 22, synonimo de D. arbórea Brause, supra citada. 22. £). serrata (Cav.) C. Chr.: Brasil, Guiana, Çosta Rica, Equador, seg. C. Christensen — Monogr. Gen. Dryopt. I, 1913. 23. D. Sancti-Gabneli (Hk.) O. Ktze —: Amazonas (S. Gabriel) onde colligida por Spruce; é também de Venezuela e Trinidad, seg. C. Christensen — Monogr. Gen. Dryopt. I, 1913, p. 80, que diz talvez esta especie seja referivel a Stigmatopteris. 24. D. subobliquata (Hk.) O. Ktze — Gu. Hollandeza, Gu. Franceza, Coiombia e Brasil: Pará e Rio de Janeiro. 25. D. tetragona (Sw.) Urban — Pará (Santarém), Antilhas, Florida, México, Honduras, Nicaragua, Costa Rica, Panamá, Coiombia, Venezuela, Gu. Hollandeza e Equador. Citada em Salvador por Standley e Calderon. Herv. Mus. Nac.: Amazonas, Schwacke, s. n. A. J. DE Sampaio — Eüfilicineas do rio Cumíná 31 26. D. tristis (Kze.) O. Ktze — Peru, Equador, Colombia, Panamá, Costa Rica, Gu. Hollandeza e Brasil: Pará (rio Maracá) e Amazonas: rio Maranon (Spruce), seg. C. Christensen — Mo- nogr. Gen. Dryopt. í. Temos assim no gen., (comprehendendo 364 especies ameri¬ canas, segundo C. Christensen — A Monograph of the Genus Dryopterig 11, Copenhague 1920) — 25 especies são citáveis na Amazônia. Elaphoglossum petiolatum (Sw.) Urban; — Amer., África e Asia tropicaes, seg. C. Christensen-Index Filicum; seg. H. Christ. — Farnkr. é das Antilhas até o Sul do Brasil, das índias orieiitaes pela região malaia até Filipinas, e da África trop. até Mascarenhas e Sey- cheias. Lindman (Ark. f. Bot. I, p. 252, Acrosticum) indica no Brasil j Matto Grosso, Rio, S. Paulo, Minas e Bahia; provável na Amazônia, pelo menos a var. salicifoliuín fórma tenuiculum Fée, de Venezuela e Perú (H. Christ — Monogr. des Genus Elaphoglossum, 1899). Na citada monografia do gen. Elaphoglossum de H. Christ, encontro as seguintes especies amazônicas, dentre 145 especies uni- versaes: 1. E. latifolium J. Sm., da Amer. trop., das Antilhas e México ató Perú e Brasil; na Amazônia descrita sob o nome de Acrostichum Spruceanum Fée, de Panuré. Em «Farnkr. der Erde», H. Christ diz: Das Antilhas; até Sul do Brasil; do Ceilão, do Sul da índia, de Java, Khasia, ilha de Sonda, Polynésia; no Brasil, seg. Fl. Mart.; Alto Amazonas, Goiaz, Minas, Bahia, Rio de Janeiro, S. Ca- tharina. 2. E. luridtim Fée — De Trinidad, Guianas Ingleza, Holandeza e Fran- ceza (O 3 ^apok superior); seg. C. Christensen — Index Filicumj deve prevalecer a denominação E. Schomburgkii que está na sinonimia de E. latifolium, na Fl. Mart. 2-a. nigrescens. (Hk.) Diels: Taracuá (rio Uaupés) e S. Ga¬ briel, seg. C. Christensen (Taxon.), 2. E. Sancti-Gabrieli H. Christ (1899), de S. Gabriel no Rio Negro; (Spruce); é a especie antes descrita sob o nome Acrostichum! discolor Kuhn. (1869) do Amazonas, hoje E. discolor (Kuhn)’ C. Chr., seg. C. Christensen — Index Filicum; este ultimq nome e o que deve prevalecer, seg. C. Christensen. 4. E. conforme (Sw.) Schotí; — Comum em todos os tropicos, deste Norte da índia até Ceylão, Ilha de Sonda, Norte da Aus¬ trália, Pol3ne3Ía até ilhas Sandwich, Sul e Oeste da África, Ilhas Mascarenhas, S. Helena, Tristão da Cunha, Amer. trop. 32 Archívos do Museu Nacional — Vol. XXXIí dêsde México até o Sul do Chile e Sul do Brasil; na Amazônia: S. Gabriel (Spruce); África (Kilimandscharo, a 2300 m. alt, etc.). 5. E. simplex (Sw.) Schott — Amer. trop., Af. trop. e Madagascar, seg. C. Christensen — Ind. Fil.; é indicado por H. Christ (Mo- nogr. Elaph.) para o Rio Negro (Spruce) e tendo como area geogr.: Jamaica, Martinica, Guadelupe, Porto Rico, México, Costa Rica, Colombia, Gu. Franceza, Rio Negro, Sul do Brasil (S. Catharina, Minas, Rio), Madagascar e Afr. trop. Occidental. Seg. Fl. Mart, var. martinicense: Alto Amazonas. 6 E. gardnerianum (Kze.) Moore: Pará. 7o £, flaccídam Moore, da Amer. trop., é provável por ter sido também colhido no rio Oyapok; Pará e Amazonas, seg. Fl. Mart. E, sienopteris Moore, de Guadelupe e do Rio Negro (Spruce) seg. H. Christ (Monogr. Elaph.) é seg. C. Christensen a esp. E. brachyneuron (Fée) J. Sm., da America Tropical. 8. E. pallidum (Bk.) C. Chr. — Rio Negro. 11. E.plamosam Moore, de Columbia, Equador, S. Domingos. Gu. íngleza e Brasil; S. Gabriel (Spruce) no Amazonas e Paraná. 12. E. Sprucei (Bak.) Diels — Pará e Alto Amazonas. 13. E, laminarioides Moore de Guadelupe, México, Ilhas dos Cocos (no Pacifico), Guiana Franceza e Rio Negro (Spruce). 14. E. latifoíium (Sw.) Moore — Alto Amazonas. 15. f, apàdum Schott; De Antilhas, Cuba, Porto Rico, Guiana Fran¬ ceza e S. Gabriel no Rio Negro (Spruce). 16. E. aaricomum (Kze.) Moore: rio Negro. Assim, em 145 esp. de Elaphoglossum apenas 17 especies da Amazônia, e todas da zona mais septentrional. E’ interessante annotar que muitas outras especies vêm até Venezuela e Guyana Franceza; não se apresentam na Amazônia e vão se apresentar no Brasil central ou mais para o sul. Eschatogramme Desvauxií (Kl.) C. Chr.; a especie estava na synoni- mia de E. furcata que seg. H. Christ. (Farnkr. sub Cuspida- ria) é da America, desde Antilhas até sul do Brasil, também encontrada em Costa Rica por Brade e indicada para Equador e Colombia por Hieronymus (Pl. Stueb.); seg. Fl. Mart: Brasil: Rio, S. Paulo, Bahia, Minas, Pará, Alto Amazonas; Guianas, Equador e Antilhas. O. Posthumus também considerava monotypico o ge- nero e assim no Herv. Mus. Nac.: Pará, Schwacke s. n.; Alto Parú do Cuminá, Campos Geraes 17—XI—1928, A. Samp, 5573-A; rio Negro, Luetzelburg 22074, S. Manoel, Hoehne 5284. A. J. DE Sampaio — Eufilicíneas do rio Cuminâ 33 Em seu recente trabalho «Taxonomics Fern — Studies MI» em Dansk Bot. Ark. Bd. 6, Nr. 3, 1Q29, C. Christensen considera o genero com 4 especies, entre as quaes E. Des- vauxii. E então cita E. Desvauxii em Guiana Ingleza, Trinidad, S. Vicente, Bolivia e Brasil: Amazonas (S. Gabriel, Juruá-mirim e Cuque- nan); Pará. Gymnogramme tartarea Desv. — Ceropteris tartarea (Cav.) Link, seg. C. Christensen Index Filicum que indica Amer. tropical e Samoa (com duvida nesta). Vide Ceropteris tartarea. Gymnopteris rufa (L.) Bernh. — Amer. trop,, segundo C. Christenser^ — Ind. Fil.; cita em Óbidos por Spruce (sub Gymnogramme); Pará: Santarém, seg. Fl. Martius. Hedstopteris pumila (Spr.) ]. Sm.: Pará, segundo FL Mart.; S. Ca- tharina, Gu. Holland., Venezuela, Guadelupe, seg. C. Christ — Fil. Uieanae Amazonicae. No mesmo trabalho H. Christ cita ainda varias sub-especies para a Amazônia. A planta é da Amer. trop. seg. C. Christensen. Luetzelburg colheu-a, sob o n. 21223 em Antonio Lemos. Mypolepis hostilis Presl. — Jamaica, Colombia, Perú e Brasil, seg. C. Christensen — índ. Fil; no Brasil (Rio Gr. do Sul, Rio de; Janeiro, Amazonas) e na Guiana, seg. Lindman (Ark. f. Bot. I, p. 207). M. repens — Pará. Gen. Leptochilus — C. Christensen, em Index Filicum cita 67 espe¬ cies (54—13 Supplem.) das quaes as seguintes na flora Ama¬ zônica. 1. Leptochilus alienas (Svv.) C. Ch'r., da Amer. trop.; seg. Fl. Mart.: Perú ao México, Cuba, Guianas Franc. e Ingl., Brasil: Alto Amazonas, na Serra de S. Gabriel; Pará, nas Cachoeiras do rio Aripecurú (Spruce 577). E^ de Costa Rica, seg. Brade. El Salvador, seg. Standley e Calderon. Está citado o rio Aripecurú que me parece ser o mesmo Erepecurú ou Cuminá que visitei em 1928; mas não encontrei esta especie,. mas sim L. nicotianifolium adiante citada. 2. L. guianensis (Aubl.) C. Chr., da Guiana e do Brasil, seg. C. Christensen Ind. Fil. No Brasil, seg. Lindman (Arch. f. Bot. I); São Paulo, Matto Grosso, Pará. Seg. Fl. Mart.: Pará (entre Tanau e rio Acará); Rio de Janeiro, S. Paulo e Gu. Franceza. 3. L. nicotianifolius (Sw.) C. Chr., da Amer. tropical, seg. C. Chris¬ tensen — Ind. Fil.; seg, Fl. Mart.: Do México á Colombia, Antilhas, Guiana Ingleza e Brasil: Pará (em Tanáu, no rio 34 VoL. XXXII ÂRCHivos DO Museu Nacional ~~ Acará) e Bahia; H. Christ (Geogr. der Farne) indica-a também’ nos Andes, nas regiões baixas. Dr. Brade informa que colheu esta especie em Costa Rica (Turrialba, Carrillo e Lhanuras de San Carlos, em al¬ turas até 500 metros). No Herv. Mus. Nac.: Matto Grosso, Smith 18; Pará, rio Cuminá, na matta da Cachoeira do Tronco (Igarapé Ca- ranáu) 21—IX—928, A. Samp. 5075. L. serratifolius (Mertens) C. Chr., do Brasil e da Guiana, seg. C. Christensen índ. Fil.; Hemsley indica a especie no Sul do México, Venezuela, Perú e Brasil. No Brasil, seg. Fl. Mart.: Minas Geraes, Rio de Janeiro, S. Paulo; ainda não foi verificada na Amazônia, ao que me conste. 1. liNDSAYA crenata KL: Taracuá (rio Uaupés) seg. C. Christensen (Taxon.). 2. Lindsaya dubia Spr. — Guiaiias, Venezuela e Amazonas, seg. C. Chr. — Index. No Amazonas, no Uaupés, seg. Fl. Mart; C. Christensen (Taxon.) cita-a em Taracuá (rio Uaupés). 3. L. elegans Hk. — var. de L. stricta (Sw.) Dry., segundo C. Christensen Index Fil. — No Herb. do Mus. Nac. ha exem¬ plares de Luetzelburg, do rio Ayari e do rio Uaupés, identi¬ ficadas pelo Prof. Rosenstock, com L. elegans Hk., pelo que cito aqui essa especie em separado de L. stricta; vide L. stricta (Sw.) var. elegans (Hk.) C. Chr. 4. L. falcata Dry. Amer. trop. segundo C. Christensen; indicada na Hylaea por H. Christ — Geogr. der Farne, p. 302. Na Flora de Mart. essa especie está na synonímia de L. trapeziformià Dry., var. falcata Bak., do que discorda C. Christensen. No Herbário do Museu Nacional ha exemplares de Luetzelburg, do Amazonas: rio íçana, rio Papori e rio Negro, identificados por Prof. Rosenstock, como L. falcata Dry., di¬ versas de L. Schomburckii citada adiante. 5. Lindsaya guianensis (Aubl.) Dry; Amer. Trop. seg. C. Chr. — índex; a Flora de Martius indica Guianas íngleza, Holland. e Franceza, Colombia, Antilhas e Brasil: Alio Amazonas (S. Ga¬ briel), Minas e Rio; Colombia e Antilhas. No Herv. do Mus. Nac.: Rio Içana (forma microph 3 dla Ros.), Luetzelburg 22692; Roraima — Luetzelburg 21609; iManáos — Ferr.a Pena s. n., Schwache 189; igarapé Canan, Luetzelburg 21515; Ceará, Fr. Allemão e Cisneiro s. n.; Matto Grosso, Smith 72; Casa de Pedra (Linha de Leste), Huehne 3798; Rio de Janeiro, Mosen 2640. A. J. DE Sampaio — Eufilicineas do rio Cuminá 35 6. L, laticea (L.) Bedd. — Amer. trop., CeylaOj Malesia, seg. C. Chris- tensen — índ. Fil.; na Amer. desde as Antilhas até o sul dd Brasil, seg. H. Christ — Faríikr, C. Christensen admitte L. trapeziformis Dry., citada pela Flora de Martius com varias variedades, como synonima de L. lancea (L.) Bedd. 7. L. puinila Kl. que C. Christensen dá como synonima de L. guia- nensis (Aubl.) Dry. no Index Kewensis, é citada como valida por C. Christensen em Taxonomics Fern-Studies 11, em Ta- racuá, no rio Uaupés. 8. Z.. quadrangularh Rad., da Amer. trop.; no rio Içana, Luetzelburg 22405. 9. L. rigidiuscala Lindm., de Venezuela, seg. Christensen — Ind. Fil.j foi colligida no Uaupés, por Luetzelburg sob n. 23601. 10. L. Schomburghíi Kl. — rio Içana, rio Uaupés e Manáos, LuetzeF burg div. exempl.;, rio Juruena (Matto Grosso) Hoehne 1817. L. stricta (Sw.) Dry. var. elegans (Hk.) C. Chr. Antes citada sub L. elegans Hk., nos rios Ayari e Uau¬ pés. Seg. Fl. Mart. é de Rio de Janeiro, Minas, Bahia, A4ara- nhão, Pará (Satarem e Beíem), Alto Amazonas (S. Carlos), ' Gu. Ingl., Holland. e Franc., Colombia, México e Antilhas. Eu a colligi em charravascal do rio Parú do Cumináí (A. Samp. 5578-A), no E. do Pará; Dr. Brade colheu-a em S. Paulo; em Minas Geraes, Damazio 554; no Amazonas, vale do rio Quinó, Luetzelburg 21356 e 21536. 11. L. Ulei Hier. (Hedvvigia 44) — Amazonas: rÍo Juruá e Juruá-miri. Gen. Monogramma — A proposito vide C. Christensen — Tiaxonomics- Fern-Studies I, Copenhague 1929. Monogramme graminoides (Sw.) Back. = Cochlidiam gramuioides (Sw.) Kaulf, seg. C. Christensen, Taxon. Fer. Studies í, 1929, p. 18, mas então só indicado para a Jamaica e como uma especie extremamente rara. Monogramma Luetzelbiirgiana Goebel (sub Pleurogramma) (Flora XXIV, p. 21) é do Alto Roraima, a 2850 m. (=CochÍidium sp.). Gen. Nephrolepis — Na região do Cuminá, em certos pontos das mattas, os inajás (Maximilianea regia Mart.) se apresentara carregados de Nephrolepis exaltata (L.) Schott, instalados na axiila dos longos peciolos das frondes. 1. A. biserraia Bak., dos tropicos; verificada no Pará e no Amazonasi (rio Içana e rio Negro). 2. N. cordifoUa Pr., dos Tropicos, Japão e Nova Zelandia; verificada no Pará. 3. N, exaltata (L.) Schott — Dos tropicos, seg. C. Christensen Ind. Fil., é, ségundo Hensley (Biol. Centr. Americana) de: Fio- I' 36 Archívos do Müseu Nacional — Vol. XXXíI rida, Guatemala, Nicaragua, Panamá, de Bahamas ao Perú e tropicos do Velho Mundo. Lindman (Ark. f. Bot. I) indica: Amazonas, Pará, Goyaz e Pernambuco. No Pará, Jobert-Schwacke 110; na região flo¬ restal do rio Cuminá, A. Samp. 5034, na matta da Cach. do Tronco, frequente sobre inajás. Esse exemplar, estéril, foi identificado com duvida, como N. exaltata por Dr. Brade. 4, Nephrolepís Pickelii Rosenst. — O exemplar A. Samp. 4888 foi classificado por Dr. Brade, á vista de duplicata do original de N. Pickelii Rosenst. n. sp. ined., de Pernambuco. O meo exemplar foi colligido em Beíem, E. do Pará; a proposito, Dr. Brade forneceu-me a seguinte nota: «Uma das mais interessantes filicineas da collecção A. Sampaio é a de n. 4888, colhida em Belem e que concorda com o exemplai; recebido em 1928 do Snr. Rev. D. Bento Pickel, de Pernam¬ buco, como exemplar colhido epiphyta sobre Elaeis guineen- sis Jacq., lem VIÍ—1926. Verificando que o exemplar de D. Bento Pickel não era nenhuma das especies conhecidas, Dr. Brade remetteu um especimen ao Prof. Dr. Rosenstock quej então creou a sua nova esp., inédita ainda, N. Pickelii Ro¬ senst. n. sp., com a qual concorda inteiramente o exemplar de A. Samp. 4888. N. Pickelii Rosenst. differe de N. exaltata pela textura muito mais mole, pelo revestimento, no lado inferior, de es¬ camas de cor pallida, subuladas e longi-ciliadas na base; de N. biseriata pelas primas bem juntas, não pubescentes na pagina inferior, pela margem mais profundamente crenulada, pelos dentes mais estreitos e pelos sóros mais juncto, etc. Pela textura mole é também muito aproximada de N. rufescens Schrad. a qual tem pinnas mais distantes, densipilosas, sóros pequenos bem distantes da margem, com indusia peque¬ na, ciliada, ás vezes caduca. N. rufescens só é conhecida da Amer. trop., mas talvez confundida, não raro, cora N. biser- rata. 5. N. rufescens (Schrad.) Rosenst. — Pará. — Vide nota de Brade, a proposito da especie precedente. Gen. Odontosoria. 1. O. bifida (Klf.) J. Sm. — Indicada para Brasil por C, Christensen. Amazonas. 2. O. nieijolia (H.B.K.) C. Chr. — Rio Negro. Oleandra neriformis Cav. — Pará. A. J. DE Sampaio — Eufílicíneas do río Cuminâ 37 Paesia amazônica (Christ) C. Chr. (=Ptcris amazônica Crist, Hcdw, 4) — Amazonas. Platycerium andinam Bak„ de Perú, Bolivia e do Amazonas (Purús)| seg. H. Christ. — Geogr. d. Farne. 1. Polybotría taudata Kze.—Amer. trop. seg. C. Chr.; seg, Lindman (Ark. f. Bot. I): Amazonas^ Matío Grosso, Guiana. 2. Polybotrya fulvostrigosa Christ — Do alto Amazonas. 3. Polybotrya pubens Mart.: Guiana, Brasil, Perú, seg. C. Chr. índex. Seg. Fl. Mart: Pará, Alto Amazonas e Gu. Hollandeza. Polypodium — Um dos generos mais representados na Amazô¬ nia; assim como primeiro exemplo, a esp, P. angusüfoliant Sw. que coligi no rio Cuminá, junto de uma Aracea epideiidra, em arvore á beira do rio. E^ planta da America tropical:, México, Cuba, Perú e Brasil (desde Amazonas até Rio Gran¬ de do Sul), Colombia, Florida, Panamá, Costa Rica e Jamaica. 1. Polypodium apiculatam Kze: Guiana, Brasil, Perú, seg. C. Chr. Index; a Fl. Mart indica a esp. para Minas Geraes, E. da Rio (Serra dos Órgãos), Columbia e México. — Não encon-» trada na Amazônia. 2. Polypodium attenuatum H. B. Willd. — Amer. trop. seg. C. Chr, Index. Encontrada no Oyapoc por Dr. Ph. von Luetzelburg ns. 20281, 20220 e outros numeros, e río Negro (n. 22891) de¬ terminados pelo Prof. Rosenstock. Seg. Hemsley: Sul do México, Nicaragua; das Indiasj Occid. até Equador e Brasil; seg. FL Mart. (var. de P. bra- siliense): Alto Amazonas, Pará, Goyaz, Minas e Rio de Ja¬ neiro. Polypodium bifrons Hook., do Equador e do Alto Amazonas, myr- mecophila, seg. H, Christ — Geogr. der Farne. 4. P. aureum L. — Pará. 5. Polypodium brasíliense PoÍr — Amer. trop., seg. C. Christensen Ind. Fit; Colombia e Perú, seg. Hieronymus (Pl. Stueb.). Segundo Fl. de Mart é esp. frequente em toda a Ame¬ rica tropical, indicando porem: Minas, Bahia, Rio de Janeiro, S. Paulo, S. Catharína e Rio Grande do Sul. Standley e Calderon indicam-n^a em Salvador (Amer. Central). O Herv. do Museu Nacional permitte accrescentar: E. do Rio: Carmo e Therezopolis; Ceará; Pará, rio Parú do Cumi¬ ná, Valle da Serra Tumucumac, A. Samp. 5828, em arvore á beira rio não frequente. 0. P. cíliatum Willd., da Amer, trop. seg. C. Christensen, Ind. Fil. (=P. piloselloides L., var. cayennense Bak. na Flora Martü). Archivos do Museu Nacional — Vol. XXXíí 38 Seg. Fl. Mart. é do Alto Amazonas, Pará e as tres guianas;' outros autores admittem porem A. piloselloides var. ciliaturrí (W.) esta do rio Negro. 7. P. connellii Bak., do Roraima, seg. K. Goebel — Flora od. Allg. Bot. Zeit., vol. 24, 1929, p. 24. 7-a. P. caltratam Willd. — var. elasticum Bak.; Manáos. 8. P. decamanum Willd. — Amer. trop., seg. C. Christensen, Ind. Fil.; segundo Lindman (Ark. f. Bot. I) é de Matto Grosso, Goyaz, Amazonas e Perü. A Flora de Martius indica ainda: Pernambuco, Pará, Guianas, Ingl., Holland. e Franceza e Colombia. No Herb. Mus. Nac.: Venezuela (Cassiquiari), Lueízelburg 22432. P. dicranophyliam C. Chr., citado para o Alto Amazonas, Guiana e Granada. — Passou para a sinonimia de Cochiidium furca- tum (Hook. et Grev.) C. Chr. n. comb. em C. Christensen — Taxonomics Fern-Studies I (Dansh. Bot. Ark. 6, 3, 1929, p. 20. P. discolor Kk., da Guiana, seg. C. Christensen, Ind. Fil.; no Herb. do Museu Nacional, classificado pelo Prof. Rosenstock, como P. discolor Kk. vel próxima, o exemplar de Luetzelburg 23700, do rio Uaupés. 9. P. fraxinifolium Jacq.: México, Peru, Brasil, seg. C. Christensen — Ind. Fil. — Alto Amazonas. 10. P. gyroflexum- Chr. — Alto Amazonas. 11. P, VMerminien Fée — das índias Occidentaes e Venezuela, seg. C. Christensen — Ind. Fil. Segundo Lindman (Ark. Bot. í, p. 232) também Roraima. 12. P. lapüthifolium Poír. (P. laevigatum Bak. na Fí. Mart.), America trop.; no Brasil: S. Cathar., S. Paulo, R. Jan., Bahia, Minas e Alto Amazonas (rio Solimões; Spruce). P. laevigatum Cav. (= P. lapathifolium Poir., em C. Chr.; em Ark. f. Bot. IX, 11, p. 41, separado por C. Christensen como especie diversa, supra indicada) — Esta esp. é somente andina, seg. C. Christensen, Ark. f. Bot. ÍX, p. 41. 13. P. lepidopteris Kze: Amer. trop.. Alto Amazonas. 14. P. loriceum L. var. pectinatum Bak.: Rio Negro. 15. P, lycopodioides L.; Amer. trop., Afr. trop., Ilhas Mascarenhas, Java? e Ilhas Hawii? A Fl. de Mart. admite 4 var. e a seguinte dispersão: Amer. torp. e austr., Afr. trop. e austr. extra trop., Java, Ilhas Mascarenhas e Ilhas Havvaii; no Brasil: o typo, no R. Gr. do Sul E. do Rio, Bahia, Minas e Goyaz, a var. surinamense, no Rio de Janeiro, Pará, Alto Amazonas, Gu. Ingl., Holand. e Fran¬ ceza. Seg. H. Christ. (Farnkr.) é das Antilhas até Sul do Brasil; Ilhas Hawaii, Afr. trop. até Natal e Java. A. J. DE Sampaio — Eufilicineas do rio Cuminá 39 Dr. Alexandre Curt Brade teve a bondade de fornecer- me a respeito a seguinte nota: Chrisí incluiu a sub. var. grande (Fée) nesta especie Craspedaria grande Fée (Wettstein & Schiffner, Ergebnisse' p. 42 e fig. 280 pag. 100 de «Farnkrauter der Erde»). Também no Index Filicum C. Christensen dá Craspedaria grande Fée como syn. de lycopodioides. Mas de certo Craspedaria grande Fée é syn. de Polyp. squamulosum Klf. que differe bem de P, lycopodioides pela forma da lamina, rhizoma mais grosso com escamas pallidas, longeciliadas, mas espicialmente pela venação. Apparentemente Pol. lycopodioides L. typ. habita no Brasil só a zona de Norte e Nordeste; ao Sul são conhecidosj para nós só as especies aproximadas: P. squamulosum, P. Gala- theae e P. geminatum Schard. da secção Pleopeltis; e P. vacci- nifolium da secção Marginaria também aproximada pelo ha¬ bito, mas bem differente pela venação. Hieronymus indica P. lycopodioides na Martinica (Hedwi- gia vol. 48, p. 271). Dr. Brade colheu-a em Costa Rica. Encontrei P. lycopodioides L. no rio Cuminá, na Cach. do Tronco 19-ÍX-1928, A. Samp. 5046. Nota: Polypodium surinamense jacq. Esta especie é tida por C. Chris¬ tensen Index Filicum como variedade de P. lycopodioides, com; o que não concorda Hieronymus (Pl, Stuebel.) que a consi-* dera como especie distinta, dizendo (Hedwigia 48, p. 271): «Synopsi omnino praetermissa optime auíem ab P. lycopodioi¬ des L. distinguenda est, differt enim praeter aliis notis praeser- tim rhizomatibus tenuioribus, paleis rhízomatis structura valde diversis, laminis magis pellucidis, nervis valde perspicuis utrin- que prominentibus. E informa que especimens de Leprieur e Sagot, da Gu- yana, identificado, como P. dictyophyllium por Mettenius, e de Karsten (Columbia) enquadram-se perfeitamente com P. surinamensis. Assim a area geogr. seria Gu. Hol., Colombia; no Herv. Mus. Nac.: Pará: Oyapok, Luetzelburg 20270, determ. por Bra¬ de e Prof. Rosenstock como P. surinamensis. 16. P. marginellum Sw. — Amer. trop., Ilhas de Cabo Verde, St. He-^ lena e Samoa, seg. C. Christensen, Ind. Fil. — Rio Negro — 17. P, megalophyllum Desv., de Guiana e Amazonas, seg. C. Chris¬ tensen Ind.-FiL; na Flora de Mart. está indicada nas cachoeiras do rio Aripecurú (provavelmente Erepecurú ou Cuminá); no Herv. do Mus. Nac. ha exemplares procedentes do Amazones:' vale do rio Canuman, rio Içana e rio Negro; e outros de Matto Grosso: Juruena, e de Venezuela: rio Caniquiari. Archivos do Museu Nacional — Vol. XXXfl 4-0 . Seg. Fl. Mart.: Alto Amazonas (rio Negro). Pará e Gu. Ingleza. 18. P. nanum Fée — Guiana e Brasil, seg. C. Christensen índ. Fil. — No Herv. Mus. Nac.: Matto Grosso, Smith 46; Amazonas, Schwacke 844; Pará: Oyapok Luetzelburg 202Q8. Í9. P. panorense C. Chr. sp. n. Taxon. Fern. Stud. II, 192Q p. Q7; Pa- noré e Taracuá, no rio Uaupés. 20. P. pectinatum L. — Amer. trop. seg. C. Christensen Iiid. FiL; da Florida, pelas Antilhas, até Sul do Brasil, seg. H. Christ — Far- nkr.; frequente em todo Brasil, seg. Fl. Mart. que indica Minas Goyaz, Alto Amazonas, Peru México e Antilhas. Seg. C. Chris¬ tensen Ind. Fil. 21. P. perciissum Cav.: Costa Rica, Peru e Brasil seg. C. Christensen Ind. Fil. — Seg. Fl. Mart.: S. Paulo, Rio, Minas, Bahiá, Pará, Alto Amazonas; seg. Rosenstock: S. Catharina; seg. Herv. Museu Nac.: Paraná: Porto D. Pedro II, Dusen 4415; S. Paulo: So¬ rocaba, Santos, Hemmendorff 471; Santos, Mosen 3084; Rio de Janeiro Riedel 14, Corcovado, Glaziou s. n.; E. do Rio; Therezopolis, A. Samp. 2472; Carmo, Neves Armond 344, Can- tagallo, Schreiner s. n., Serra do Itatiaia (Monte Serrat) A. Samp. s. n.; Minas Geraes: Montanha do Frazão, Damazio 1848; Caeté, M.. da Motta s. n.; Teixeira Soares, A. Samp. 805; Matto Grosso; Salto Augusto (rio Tapajoz) Kuhlmann 49, 5 Oe 51; Bahia: rio Grongogy, Curan 272; Pará: rio Cumi- miná, cach, do Breu, A. Samp. 5295; rio Oyapock (Salto Manoa) Luetzelburg 20279 e 20373 pp.; Amazonas, Glaziou s. n.; rio Negro, Luetzelburg 22635 e outro numero; Costa Rica: El Calvario; C. H. Lankester 692. 22. P. persícanaefoíium Schrad. — índias occid.. Brasil e Equador, seg. C. Christensen, Ind. Fil. — Alto Amazonas. 23. P. phyllitides L. — Amer. trop. (Da Florida á Argentina) S. Thomé e Guiné, seg. C. Christensen, Ind. Fil. — Frequente, muito commum seg. H. Christ — Farnkr. No Brasil, seg. Fl. Mart: R. Gr. do Sul, S. Catharina, S. Paulo, Rio, Minas, Goyaz, Pará e Alto Amazonas. A var. repens (P. repens Aubl.) é indicada em Minas e Guianas Ingl. e Franceza. P, piloselloides L. var. cayennense Bak.: vide P. ciliatum. 24. P, ptanata H. B. W.; Amer. trop. e Florida, seg. C. Christensen, Ind. Fil. — Pará e Amazonas. 25. P. polypodioides (L.) Hitchc. (P. incanum Sw.) — Centro dos Estados Unidos, Argentina, Chile, Afr. Austral, seg. C. Chris¬ tensen Ind. Fil. A. J, DE Sampaio ™ Eufiucineas do rio Cüminá 41 No Herv. Mus. Nac.: Matío Grosso, Smith 52 e Kuhimann 47 e 48. 26. P. recarvatam Klf. — Guadelupe, Brasil — Argentina, Ecuador, seg. C. Christensen índ. FL; No Brasil seg. Fl. Mart.: Pará^' Bahiá, Minas Geraes, Rio de Janeiro e S. Catharina. 27. P. serntlatum Meít. — Amer. trop., Juan Fernandez, Guiné, Ma¬ dagascar, Ilhas Mascarenhas; Ilha Amsterdam?; Ceylao?; Ilhas Hawaii? Seg.-Fl. Mart.: Alto Amazonas, Bahia, Rio de Janeiro, S. Paulo e S. Catharina. 28. P. surínamensis — Vide Nota em P. lycopodioides. 29. P. Thurnii Bak. — Taracuá (rio Uaupés), seg. C. Christensen — Taxon.-Fern-Stud. II, 1929; antes só conhecido da Guiana, seg. C. Christensen índ. Fil, 30. P. xanthotrichium KL — Guiana e Venezuela, seg. C. Christensen, índ. Fil.; na Flora de Mart. é var. xaniíloirichiam Bak. de P. cultratum Willd., ahi indicada para a Gu. Ingleza. Pieridium aqailinum (L.) Kulm. — Cosmopol. das regiões quentes e temperadas do mundo; no Brasil: S. Paulo, Rio de Janeiro,j Minas, Bahia, Pernambuco, Pará; Gu. Ingl., Holland. e Franc. seg. Fl. Mart. Em El Salvador (Amer. Centr.), Standley e Calderon citam Pt. arachnoideum (Kaulf.) Maxon, e Pt. caudatum (L.) Maxon que segundo C. Christensen — Ind. Fil. são synonimos resp. variedades de Pt. aquilinum. Indicado como communissimo em Faro; no E. do Pará, por Ducke (Explor. Scient., 1913, p. 18, exempl. com cor- recções manuscriptas) — frequente em Matto Grosso, seg, Hoehne, Phytophysion. p. 40. Pteris amazônica Christ. — Hedw. 44. — Vide Paesia amazônica. 1. Pteris decurrens Presl. —- do Brasil, seg. C. Christensen, Ind. Fil., é de Amazonas (Solimões), Minas, Rio (Corcovado) e Chile, seg. FL Mart. 2. P. deflexa Link. — Amer. trop., seg. C. Christensen, Ind, Fil. — Alto Amazonas. 3. P. denticulata Sw. — índias occid. e Brasil, seg. C. Christensen, Ind. FiL; seg. Flora Martii: Rio Grande do Sul S. Catharina, Minas, S. Paulo, Bahia, Alto Amazonas (mattas do Japurá); Cuba e Hispaniola. 4. P. Goeldiana H. Christ. — Hedw. 44: Paraguay, Rio de Janeiro, S. Paulo e Amazonas (Juruá) — (—P. Goeldn, seg. C. Chris¬ tensen Ind. Fil., Suppíem. 1913, p. 129). 42 Archivos do Museu Nacional — Vol, XXXH 5. P. macroptera Link. — Brasil seg. C. Christensen — Ind. Fil. — Amazonas (Japurá). Rio de Janeiro (Tijuca) e São Pauloi (Bdrae). 1. Pierozonium cyclophyllum (Bak.) Diels. — Roraima. 2. P. renijorme (Mart.) Fée: Guiana, Brasil, e Perú, seg. C. Chris¬ tensen — Ind. Fil.; no Amazonas: rio Japurá. 1. Saccoioma elegans Klf.— Amer. trop. seg. C. Christensen — índ. Fil.; Amazonas (rio Negro) e Pará. Est. do Rio e S. Paulo,. (Brade). 2. 5. Imrayanum Hk. — Ind. occid. e Guianas, seg. C. Christensen — índ. Fil.; Roraima. Gosta Rica, (Brade). 3. S. inaeqaale (Kze) Meti: Amer. trop., seg. C. Christensen — índ. Fil.; Amazonas (rio Negro). 1. Schilozoma reniforme (Dry.) Diels — Guiana, Amazonas, seg. C. Chr. — índ. FiL; no rio Uaupés (Spruce). 2. S. sagíttatam (Aubl.) Diels.— Na Hylaea, seg. H. Christ (Geogr. der Farne, p. 302); Lindsaya sagittata Dry., na Fl. Mart.: Gu. Brit. e Gu. Franc. seg. Fl. Mart. E também 5. reniforme. (Lindsaya reniformis Dry. na Fl. Mart.); das mattas, catingas próxima a Panuré no rio Uaupés, Alto Amazonas, Gu. Holland., Gu. íngl., e Gu. Franc., seg. Fl. A4art. 3. o. macrophyllam (Klf.) Pr. — Pará, Guiana seg. Fl. Mart. 1. Sienoclaena japurensís (Aáart.) Griseb.; grande liana, da Amazônia. A. geogr.: Seg. Martius (ícones Plant), escandente sobre ar¬ vores em florestas do Japurá e em igapós do rio Madeira. Seg. Hieronymus (Pl. Stubelianae):. Columbia. Seg. Fl. Mart.: Amazonas: rio Japurá; Pará; Bahia; Rio de Janeiro; Guianas. Seg. C. Christensen (Ind. Fil. Supplem. 1906-1912): Amer. trop.; e considera como synonima de S. Japurensis (Mart.) Griseb. a esp. S. marginata (Schrad.) C. Chr. que indica no índex (1906) como peculiar a Amer. trop., Afr. occid. e oriental. Herb. Mus. Nac.: Pará: rÍo Cuminá: Cachoeira do Meí 27—íX—92S, escandente em arvores e frequente nas mattas, A. Samp. 5107; Oyapok: Cachoeira Manoa, Luetzelburg 20200 e outros ns. Grande liana da Hylaea seg. H. Christ — Geogr. d. Farne, p. 302. 2. S. marginata (Schrad.) C. Chr. ~ Especie ainda não bem delimitada, constando-me haver no caso modificações por Underwood. cuja monographia não tenho á mão. Seg. C. Christensen — Ind. Fil. Supplem., 1913, p. 130, está hoje desarticulada em S. Ja¬ purensis, S. er 3 dhrodes e S. Priemiana. 3. S. sorbifclia (L.) J. Sm. var. Japurense = S. lapurense. A. J, üE Sampaio — Eufilicineas do rio Cuauná 43 1. Vittaria angustifolia (Sw.) Bak. — Amer. trop. seg. C. Chr. — índ. FiL; Brasil (Matto Grosso, Goyaz, Pará), Guiana etc., seg. Lindmann — Ark. f. Bot. I, p, 251, sub Taenitis. A FL Mart. indica; Goyaz, Pará, Gu. Hoilancl. e IngL, Colombia, Guatemala, Cuba e Ilhas Galapagos. Colhida por Luetzelburg 22930, em Cucuhy (E. do Amazonas). 2. V. lineata (L.) Sm.: Florida e Amer. trop., seg. C. Chrístense;i — índ. Fil.; seg. Fl. Mart., toda a Amer. trop,, no Brasil: Alto Amazonas, Pará, Pernambuco, Minas, Bahia, Rio de Janeiro, Citada por Standley e Calderon em El Salvador. Nota: Logo após elaborado este estudo sobre PolypodiaceaSj segundo as identificações feitas pelo Prof. Rosenstock e por Dr. A. Curt Brade, consegui obter o recente trabalho de O. Posfhumus «Thei Ferns of Surinam and of French and British Guiana 1928», o qual permitte adições de area geographica, as quaes não faço no momentoj por haver também divergências taxinomicas a considerar. Limito-me a seriar aqui as poiypodiaceas indicadas por O. Posthumus, no Roraima: Dryopteris brachypoda, opposita (Vahl) Urb., roraimensis (Bak.) C. Christ., arbórea Brause, Amerorainia (Bak.) C. Christ., nervosa (Kl.) C. Christ., Leprieurii (Hk.) O. Kuntze, gongy- Iodes (Schkuhr) O. Ktze, guianensis (Klotzslh) Post., falciculata (Raddi) O. Ktze, macrostegia (Hk.) O. Ktze, araplissim.a (Presl.) O. Ktze, den- ticulata (Sw.) O. Ktze. Cyclodiiim meniscioides (Wiild.) Presl.; Leptochiliis oligarchi- cas (Bak.) C. Christ.; Nephrolepis cordifolia (L.) Presl.; Saccolorna Im- rayamim Hk.; Lindsaya sagittata (Aubl.) Dr.,y Schomburghií Klotzscli, falciformis Hk., tenuis Kl., guianensis (Aubl.) Dry., stricta (Sw.) Dry., quadrangularis Raddi; Aspleniiim serratum L., harpeodes Kze, sulca- tuin Lam., formosum Willd., Sena Langsd. et Fisch., radicans L., prae- morsuin Sw.; Blechnum asplenioídes Sw., blechnoides (Lag.) C. Christ., gracile Kaulf., Schomburgkii (Kl.) C. Christ., Plitmieri (Desv.) Mett., capense (L.) Schlecht, volubile Kaulf.; Pterozonium cycíophyllum (Bak.)^ Diels e renijorme (Mart.) Fée; Gymnogratnme flexuosa (Fí. B.) Desv., Schomburgkiana Kze e hirta (H. B. K.J Kaulf.; Doryopteris lomariaceo^ (Kze) Klotzsch e collína (Raddi) j. Sm.; Hypolepis repens (L.) Presl. e guianensis Klotzsch; Adiantam glaucescens Klotzsch e tetraphyllam Wiild.; Pteris lithobrochoides Klotzsch; Histiopteris incisa (Thumb.) J. Sm.; Pteridium aquilinum (L.) Kuhn; Vittaria angustifolia (Sw.) Bak., lineata (L.) J. Sm. e silpitata Kze; Polypodium gramineum Sw., Con- nellii Bak., marginellum Sw., leptopodon Wright, dicranophylliim C. Christ., serrulatum (Sw.) Mett., strictissimum (Hk.) Hieron., trifurcatum h., Phíeg mar ia J. Sm., firmam Klotzsch, Hastii Jenm., caucanum. Hieron.^ moniliforme Lag., Jubaeforme Klf., capillare Desv., melanoirichurn Bak., xanihoiríchium Klotzsch, cultratum Willd., subsensile Hk., pendulam Sw., 44 Archivos do Museu Nacional — Vol. XXXII rigescens Bory, Kalbreyeri Bak., Hookeanum Jenm., VMerminieri Fée, pressum Brause, pectinatum L., meridense Klotzsch, loriceum L., poly- podioides (L.) Hitchc., aureum L., angustifoliam Sw., crassifolium L., lanceolatum L.; Enterosora Campbelií Bak.; Eíaphoglossam peltatUm (Sw.) Urb-, spaihulatum (Bory) Moore, Aubertií (Desv.) Moore, lepto- phlehiam (Bak.) C. Christ, decoratum (Kze) Moore, brachyneuron (Fée) J. Sm., nigrescens (Hk.) Diels, pteropus C. Christ., Schomburgkii (Fée)^ Moore, plamosum (Fée) Moore e Engelii (Karst.) Christ. Assim maioria de especies de Polypodium (33 esp.) seguindo-se Dryopteris (14). Endemismos disjuntos: interessante indicar aqui exemplos de areas disjuntas muito afastadas na Neotropis, assim Lomaria semi- cordata Bak.: = Plagiogyria semicordata (Or.) Chr. Serras do .México até Peru e E. do Rio: Serra dos Órgãos — Itatiaya. “Woõdsia mollis J. Smith ~ Andes do Perú até México; Minas Geraes seg. Fl. Mart. Polypodium capillare Desv. — Rio de Janeiro, Perú e An¬ tilhas, seg. Fl. Mart. Eíaphoglossam squamipes (Hk.), Moore, Serras do Est. do Rio de janeiro e Perú até México. Pteris cretica L.: Rio de Janeiro, Guatemala e Florida; larga¬ mente dispersa nas regiões quentes do velho mundo. Não ha como explicar taes caprichos. FAM. IV PARKERIACEAS Vários autores consideram a familia como monotypica, repre¬ sentada apenas pelo féto aquatico Ceratopteris thalictroides (L.) Brongn. e dando a esta especie grande area geogr.: cosmopolita tropical e sub¬ tropical. Outros autores, assim G. Brause (Bearb. von C. Ledermann usw. mitgeb. Pteridoph. « em Engl. bot. Jahrb. 56, 1Q20 p. 209), admit- te em separado especies americanas C. Richardii Brongu., C. deltoidea Bened., C. pterioides (Hk.) Hieron., a distinguir de especies das ilhas Marianas e da África tropical. Ceratopteris thalictroides (L.) Brongn. está citada por O. Pos- thumus (The Ferns of Surinam and of French and British Guiana, 1928) para as tres Guianas e para as regiões tropicaes e sub-tropicaes. T A. J. DE Sampaio — Eufilicineas do rio Cuminâ 45 Não encontrei a especie ou qualquer das especies de Ceratopté- ris na região do Cuminá; cumpre dizer que o trecho percorrido não comprehendeu os lagos do baixo Trombetas e que não ha lagos no curso do rio Cuminá; nos Campos Geraes do Cuminá também não se encontraram lagos, lagoas, ou pantanos, na epoca em que os percorri: A Fl. Mart. indica C. thalictroides em Rio de Janeiro, Bahia, S. Paulo, Goyaz, Maranhão;, Paraguay, Gu. Holland., Gu. Ingi. e Gu. Franceza; o Herv. Mus. Nac. só permitte accrescentar Matto Grosso. Em Supplem. 1913 ao Ind. Fil. 1906, C. Christensen admitte as especies C. deltoidea Bened., da Florida, índias occid. e Guiana; C. ipteiidoides (Hk.) Hieron., da Amer. trop. (Florida — Brasil — Equa¬ dor). FAM. V GLEICHENIACEAS O Gen. Glelchenia Sm,, seg. O. Posthumus (1. c.) é representadoi nas Guianas por quatro especies, tres peculiares também á America tropi¬ cal e uma das Guianas Hollandeza e Ingleza (Roraima inclusive), Equa-^ dor e Colombia. A Fl. de Mart. (sub Mertensia Willd.) cita 25 especies, das quaes algumas como prováveis no Brasil; para a Amazônia indica M, nigropaleacea. J. W. Sturm? Glelchenia furcata, seg. C. Christensen, Ind. Filicum 1906. M. remota Kaulf. = Glelchenia remota (Klf.) Spr., seg. C. Christensen, do Brasil e Colombia. No rio Japurá, seg. Fl. Mart M. pectinata Willd. = Glelchenia pectinata (Willd.), Presl,, seg. C. Christensen, da Amer. trop.; Spruce (Notes of a Botanist) ip^ dica Glelchenia glaacescens, em Óbidos, isto é: Gl. pecilnatd (Willd.) Presl, seg. C. Christensen. No rio Negro, seg. Fl. xMart No Herb. Mus. Nac.: Pará: Serra Santarém, Schwa- cke 381. — Amazonas: S. Antonio, Schwacke 382. Glelchenia flexuosa (Schr.) Mett. — Amazonas (Milho) Luetzelburg Não encontrei nenhuma especie de Gleichenia na região do rio Cuminá. Seg. O. Posthumus, a região do Roraima tem Glelchenia linear ris (Burm.) Clarke, GL longipinnata Hk. e GL jurcata (L.) Sprengeí. FAM. VI SCHIZAEACEAS Gen. Aneimla Swartz. A esp. A. fulva (Cav.) Sw. é a mais conimum na Amazônia, seg. H. Christ. Jk 46 Archivos do Museu Nacional — Vol. XXXÍÍ No Herv. do Museu Nacional existem as seguintes esp. da Amazônia: 1. A. anthríscifolia Schrad.: Serra do Camello (Am.azonas), Matto Grosso e Paraná — Seg. C. Christensen é planta de larga dispersão, na Neotropis: Do México até Paraguay. 2. A. fulva (Cav.) Svv.: Amazonas: Serra da Mina, Serra do Marupu e S. do Maruay, leg. Luetzelburg; é da Amer austr. trop.^ seg. C. Christensen, índ. Filicum. 3. Á. humilis Sw. — Santarém, no E. do Pará. 4. A. millefolia Gard.; Amazonas: Igarapé Mello, leg. Luetzelburg. 5. A. oblongífolia (Cav.) Sw.: Roraima, Vale do rio Quinó, Serra do Xiriry (leg. Luetzelburg) e também de Minas, Matto Grosso, E. do Rio, Piauhy, Goyaz. Gen. LyooDiuM Sw. Na região do (niminá coiiigi: 1. Lygodiíim micans St. (det. Rosenstock), já no Vale da Serra de Tumucumac; 'é especie das Antilh is, Gniana Ingleza, Trinidad e S. Domingo, seg. K. Praiitl e C. Christensen, Ind. Fil. é de índias occid. e Guiné. No Herv. do Museu Nacional: Pará: Campos Geraes do Cuminá (vale da Serra Tumucumac), A. Samp., n. 58ôl e Bahia: jacobina, Schreiner s. n. 2. Lygoditim polymorphum (Cav.) H. B. K. = L. venustum Sw. na Fl Mart., que indica como area geogr.: Rio de janeiro, Ceará, Pará, Amazonas, Guianas Hollandeza e Ingleza, Venezuela, Equador, Perü, Ilha de S. Domingo e Trinidad. Seg. Pittier et Durand (Fl. Costaricense): iVlexico, An¬ tilhas, Costa Rica e Brasil. Encontrei esta especie nos Campos Geraes do Paru do Cumi¬ ná, i^escandente, á borda de capões de matto, 19—XI—928, A. Samp. 5601. No Herv. do Museu ha exemplares de E. do Rio (Campos), XII—1916, A, Samp. 160Ó-A, Matto Grosso (Bomfim, 31—IX—908, J. Cesar Diogo 49; S. Manoel lí—1912, Hoehne 5279 e 5277, liana em campo e serrado; Pará: Óbidos VIí 1—1927, Luetzelburg 21212, Oyapok, Serra de Xiriry VIU—927, Luetzelburg 20776, Antonio Lemos VII — 1927, Luetzelburg 21211; Amazonas; Manáos, 28—VI—1892, Schwacke 479; Serra do Murupú Víll—1927, Luetzelburg 20787; Serra Surumiá VIII—927, Luetzelburg 20419, trepadeira frequente na margem do rio; Rio Cotim, X—1927, Luetzelburg 20998. Var. dissectum Prantl — Rio Surumú, IX—1927, Luetzelburg 20416; seg, Prantl (Die Schizaeaceae) é de Venezuela, Nova Granada^ €| Nicaragua. L. volubile Sw. — Pará. 47 A. J . DE Sampaio — Eufilicíneas do rio Cuminá Gen. Schizaea Smíth.: Na Hylaea, seg. H. Christ — Geogr. der Farne, p. 302; 1 . S. eíegans (Vahl) S\v. var. amazônica. 2 . vS, jlahellum Mart. = var. de elegans seg. C. Christensen. Ind. Filicum. 3. S. subtrijuga Mart. = S. penicillaía H. B, K. (da Amer. austr. trop. e Trinidad, seg. C. Christensen). 4. 6'. pacijicans Mart., do Brasil. Segundo K. Prantl — Schizaeaceae; 1. S. elegans (Vahl.) Sw., da Amer. trop.: Brasil meridional e Ama-^ zonas: rio Negro; Guianas, Venezuela e Am. Centr. até Mé¬ xico, Trinidad e Jamaica. No Herb. Mus. Nac.: Pará— Schwacke var, fíabellum: Rio Negro, Gu. Holland., Gu. Ingl., Venezuela e S. Domingo; var. amazônica Chr. (Fíedw. 44); Manáos* Sub. S. fíabellum Mart., H. Christ 1. c. Campina de Marmelo^ no rio Madeira. i 2. S. pennula Sw., seg. Prantl, do Uruguay, Brasil (R, Jan., Amazonas: nas: rio Negro), Gu. Holland., Gu. Ingl. e Guadelupe; colhi¬ da no rio íçana, por Luetzelburg 22688 (det. Rosenstock.). 3. S. penícillata Kunth, seg. Prantl: Brasil (Amazonas: rio Negro); Gu. Holland., Gu. ingl., Venezuela e Trinidad, seg. Fl. Mart.,^ rio Japurá. Seg. H. Christ (Hedw. 44) na Campina de Mar¬ melo. 4. 5. incurvata Schkuhr, seg. Prantl: Brasil: E. do Pará (Collares) q Amazonas (Rio Negro); Gu. Holland. e Gu. Ingl; colhida no Rio Ayari, Luetzelburg 22706, det. Rosenstock e no Rio Negro (idem). 5. 5. fluminensis Sturm.: Brasil: Amazonas no Uaupés, e na Guianaj no Museu Nacional: Pará, leg. Schwacke s. n. C. Christensen, Ind. Fil. indica-a também em Granada. 6 . S. Sprucei Hk.; do rio Negro abaixo da bocca do Cassiquiare. 7. S, pacijicans Mart.: Brasil: rio Negro; Seg. Fl, Mart. (sub S. specta bilis Mart.) no rio Japurá. 8 . 5. Poeppigiana Sturm.: Perú, Nova Granada, Venezuela, Gu. Bri- tannica e Cuba, seg. Prantl. No Herv. do Mus. NacionaU Juruena Nov. 1911, Hoehne 5370 (—S. dichotoma Kze); foi agora colhida por Ph. Luetzelburg no rio Uaupés, (det. Ro¬ senstock). Seg. H. Christ em Schwacke — Plantas Mineiras 1900 p, 35, esta esp. está citada para S. Catharina onde colhida por E. Ule n. 113. 48 Archivos do Museu Nacional — Vol. XXXIÍ FAM. VII OSMUNDACEAS O. Posthumus (I c.) indica apenas Osrnunda imbricaia Kzs, das regiões montanhosas das Guianas e do Brasil; seg. C. Christensen — Ind. Fil. esta especie é var. de O. cinnamomum L. A Fl. de Mart. cita õ especies, das quaes duas prováveis no Brasil le as outras do Sul e do Centro; nenhuma citada para a Amazônia. Cumpre lembrar no emtanto que, seg. H. Christ (Die Geo- graphie der Farne, p. 159) Osmunda regalis é, como Pteridium, um féto universal, sendo que no Brasil representada por uma sub-esp. segundo Linneu, ou especie segundo outros autores: O. palastris Schrad., do Rio de Janeiro, Serra dos Orgaos, Serra do Mar, Minas Geraes e dos pantanos do rio Mucuri, seg. FL Mart. A especie indicada por O. Posthumus nas Guianas, O. imbri- cata Kze, está citada na Flora de Martius para Venezuela e Guianas; provável na Amazônia portanto. Osmunda cinnamomea L. (O. imbricaía na FL Mart.) é da Guiana e provável na Amazônia. Addenda a CYATHEACEAS: Hemiteíia roraímensis Domin.. in Karl Domin — The Pterido- phyta of the Island of Dominica, with notes on various ferns from tropical America», Praha 1929. íl ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL Vol. XXXII — 1930 — RIO DE JANEIRO A. J. DE vSampaio — Eujilicineas do Rio Cumind Fig. 1 Fig. 4 Fig. 1 — Trichomanes vittaria DC. Fig. 2 — Trichomanes pennatum Klf. Fig. 3 — Trichomanes pinnalum Hedw. Fig, 4 — Trich. Hostmannianum (Kl.) Kze. Fig. 5 — Trich. celiuiosum Ki. AIsophÜa blechnoides (Rich.) Hk. ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL Vol. XXXIt — 1930 — Rto DE JANEIRO t A. J. DE SAíMPAIO — Eufilicineas da Rio Cumítuí Est. II Adiantum deflectens Mart. ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL Vol. XXXIl — 1930 — RIO DE JANEIRO A. J. DE Sampaio —Eiifilicnzeas do Rio Cmnind Lindsaya Schomburgkii Kl. ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL Vol. XXXil — 1930 — RIO DE JANEIRO A. J. DE SKMVKio—EuJilicmfas do Rio Oumind Est. V Errata Nesta estampa em vez de Elaphoglossum lomarioiães, leia-se: Elaphoglossum laminarioides. ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL Vol. XXXlt — 1930 — RIO DE JANEIRO A. J, DE Sampaio —Eujilicineas da Rio Cttmind Est. VI Elaphoglossum apodum (Klf.) Schott ARCHiVOS DO MUSEU NACIONAL A. J. DK Sampaio — Eufilicincas do Rio Cumincí Esí. VII Elaphoglossum discolor (Kuhu) C, Chr. ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL XXXI1 — 1930 — RIO DE JANEIRO A. J. de Sampaio —EufiUcineas do Rio Cmnind Est. VIII I' Eschatogramme Desvauxii (Kl.) C. Chr. ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL Vol. XXXII — 1930 — RIO DE JANEIRO Ar J. DE Sampaio — Eufilicineas do Rio Cummd Est. IX ait$. Adiantum Rondoni, A. Samp. n. sp. P. lycopodioides (A. Samp. 5046) P. vaccinifolium P. galatheae P. geminatum Polypodium lycopodioides L. e especies próximas Quadro comparativo da venaçao por Dr. A. C. Brade ARCHiVOS DO MUSEU NACIONAL A. J. dk Sh^isivKio—Etcfilícmeas d& Voi. XXX11 — 1930 — RIO DE JANEIRO AVí? Cumiflá Esí. X Polypodium megalophylium Desv. f ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL A. J. db Sampaio —Eufilicineas do I Lygodium poiymorphum (Cav.) H. B. K. Fíg. 1 — Lyndsaya iancea (L.) Mett. forma typ. Fig. 2 —' Lyndsaya Iancea (U) Mett, f, simplex Roi, Fig. 3 — Lyndsaya elegans Hk. Fig. 4 — Lyndsaya falcata Dry. Fig. 5 — Lyndsaya Schomburgkii Kl. Fig. 6 — Lyndsaya botrychioides St. Hil. 4* Mello-Leitâo Aranhas do Cuminá # ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL VOL. XXXII RIO OH JAJVEIRO AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA Mello-Leitão ARANHAS DO CÜMINA’ Colheram los Drs. Gastão Cruls e Alberto Sampaio, em sua recente excursão ao rio Cuminá ou Erepecurú, uma coleção de ara¬ nhas, pobre em especimens porém muito valiosa pelas novidades que apresenta. Nada ainda fora descrito da fáuna dessa região, antes não percorrida por naturalistas, como nos diz O. Cruls em seu magni¬ fico livro (1), não admirando, pois, o numero relativamente muito grande de especies novas. A estes dois ilustres amigos meus melhores lagradecimentos. Encontrei, no material coligido as seguintes especies: Sub ordem MYGALOMORPHAE Familia ACTINOPODIDAE 1 — Actinopus rufibarbis sp. n. Familia CTENIZIDAE 2 — Idiops crulsi sp. n. Famila DIPLURIDAE 3 — Harmonicon rufescens F. Cambr. Familia AVICULARIIDAE •* 4 — Avicularia avie tilar ia (L.) 5 — Avicularia cuminami sp. n. 6 — Ephebopus violaceus sp. n, 7 — PsEUDOMOEOMMA FASCIATUM g. n. Sp. ü. 52 ÂRCHIV03 DO Museu Nacional — Vol. XXXIí Sub-ordem ARACHNOMORPHÁE Familia HERSILIIDAE 8—Tama crulsi sp. n. Familia PISAURIDAE ^ ^ püradossenm nigrimm F, Câflibridge. \ú-^Thmmmla sp* (pullus). 11 — Trectudm íúngiiarsls (C. Koch)* Familia LYCOSIDAE I 12 — Lycosa mínima sp. n. Familia OXYOPIDAE 13 — Oxyopes saltícus Hentz* 14 —Schenicoscelis exilis Mello-Leitlo. 15 — Tâpinillus roseistohi Mello-l*eitÍo. Familia PHOLCIDAE í. 16 — Blechrcbcelis aurantiacus sp, a, \1 Múdísimus putus Cambr. Familia THERIDIlbAE — Theridion eximium Keyserl., 1884. 19 — Theridion studiosum Hentz, 1850. % Familia ULOBORIDAE 20 —Uloborus cuminamensis sp. Q, Mello-Leitão — Aranhas do Cuminá Famiüa ARGiOPlDAE 2\ — Argiope argentata (Fabr.). 22 — Acacesia foliata (Hentz). 23 — A.raneus detrímentosus (Cambr.). 24 — Araneus nigropustulatus (Cambr.). 25 — Araneus nephiloides (Cambr.). 26 — Eusiala anastera (Walck.). 27 — Leucauge idônea (Cambr.). 28 Leucauge funebris sp. n. 2^ — AUcratliena schreibersi (Perty). 30 — Micrathena cuminamensis sp. n. 31 — Teiragnatha tenuissima Cambr. 32 — Tetragnatha pallida Cambr. 33 — Tetragnatha guatemalensis Cambr. Família CTENiDAE »* 34 — Ctenus nanellus sp. n. 35 — Ctenus crulsi sp. n. 36 — Ctenus amphora sp. n. 37 — Ctenus cuminamensis sp. n. 38 — Ctenus sp. (pullus). Famiíia DRASSÍDAE 39 — Zelotes trimaculatus sp. n. FamiiiaS PARASSiDAE 40 — Sampaiosia Crulsi gf. n.; sp. n. A\~0!ios viridans (Simon). 42 — Olios stylifer (F. Cambr.). 43 —Olios subadultus sp. n. 45 — Olios sp. (pullus). Famiüa THOMÍSIDAE 46 — Epicadinus sp. (pullus). 47 — Misumenops pallens (Keys.). 54 Archívos do Museu Nacional — Vol. XXXII Familia CLUBIONiDAE 48 — Castaneira (?) isophthalma sp. n. — Teudís citus (Keys.). 50 — Teudis orandivulvae sp. n. b\~Teadis sp. (puílas). Familia SALTICIDAE 52 — Acraoas unidentatus sp. n. 53 — Aqelista amazônica sp. n. 54 — Crulsia typíca g. n. sp. n. 55 — Dasyophrys nigra g. n. sp. n. 56 — Itata partita sp. n. 57 — Lurio conspicuus sp. n. 58 — Lyssomanes amazônicas Peckh. 5Q — Lyssomanes spiralis F. Cambr. 60— Metaphiddipus apicalis F. Cambr. 62 — Psecas sumptuosas (Perty). MYGALOMÕRPHAE Actinopus rufibarbis sp. n. (Fig. i) 9 — 20 mm. Cefalotorax coma rcgilo ctfalicamuito elevada.Olhos atitertoris ém liíiha procurva, os médios separados um do outro menos de um diâmetro e a mais de dnco diâmetros dos laterais, que slo bem maiores. Olhos posteriores em fila recurva, os medíos duas vezes me*- ttores que os laterais, dos quais distam cerca de um diâmetro e tto*- tadc^ um do outro cerca de 7 diâmetros. Borda anterior do cefato- torax omadâ de cerdas espiniformés eretas.^ Quelicera com cerdas espiuiformes erectas e armada de rasteio, formado por 3 dentes maio¬ res, internos e uma corôa de dez putros, menores. Peça labial armada de 3-3-3-1 cuspulas apicais. Ancas dos palpos muito cuspulosas em seu ■v-terço interno. Esterno iârgamente truncado atrás, estreitando-se regu- fairmente para diante e':'profundamente deprimido no meío, com sigilas Sub-lâbiais e revestido de pequenas cerdas erectas, caducas. Pernas ; tspessas; as dos dois primeiros pares cora espinhos curtos, muito nu¬ merosos, nas fâc^t e dt úm e outro lado da face inferior dos protarsos ,e tarsos, só na face externa e bórda externa da face T»^»^ "iBy ' '~*^**T>~- Mello-LeitÂo — Aranhas do Cumínâ 55 inferior das tibias, havendo na face interna das tibias anteriores 2 espi¬ nhos e nas do segundo par um espinho; face dorsal mutica; patelas muticas. Pernas do terceiro par com um rasteio apical-dorsal de abun¬ dantes espinhos nas patelas e tibias, que apresentam numerosas cerdas espiniformes curtas; protarsos e tarsos com duas filas de espinhos erectos e três espinhos apicais, além das cerdas; pernas posteriores.’ com uma faixa dorsal anterior de curtos espinhos em três ou quatro filas; tibias muticas; protarsos com um espinho apical e tarsos muticbs. Cefalotorax, pernas e peças bucais pardos, lavados de fusco; queliceras fulvas; esterno amarelado. Abdômen castanho com duas filas dorsais de 4 pequenas manchas obliquas, mais claras, pouco nitidas. Pertence a presente especie ao grupo de patelas anteriores muticas e de labio cuspuloso, distinguindo-se delas pelo abdômen man¬ chado; de A. nattereri e A. lateipes se separa pelo colorido das queli¬ ceras bem diverso do do cefalotorax, e de A. princeps, ao qual é muitq afin, pela cor das queliceras, e pela armação do labio. Distingue-a das outras especies a faixa dorsal de espinhos das pernas posteriores. Idiops crulsi sp. n. (Fig. 2) 9 —13 mm. Cefalotorax baixo, mais longo que largo, de sulco torácico re¬ gularmente semicircular, procurvo. Olhos anteriores contíguos, junto á bórda frontal. Olhos posteriores do comoro ocular em fila direita, os médios separados um do outro mais de quatro diâmetros e a um di⬠metro dos laterais, que são três vezes maiores. Olhos diurnos do comoro (laterais anteriores) maiores que os laterais posteriores e se¬ parados um do outro pouco mais de um diâmetro. Queliceras arma¬ das de robusto rasteio. Palpos muito espessados nos dois segmentos apicais, de patelas armadas, de robusto espinho apical de cada lado e femures com três robustos espinhos apicais internos e quatro externos. Pernas dos dois primeiros pares com os três segmentos apicais muito espinhosos; fêmures’com uma fila d,e espinhos infero-externos no terço apical. Fiandeiras inferiores delgadas, pequenas; as posteriores (superio- Cefalòtorax e abdômen pardo-castanhos, escuros, bem como as queliceras. Esterno amarelo-palido. Labio e ancas dos palpos fulvos, o labio com uma fila apical de cinco cúspides e mais duas cúspides um' pouco atrás; ancas dos palpos densa e completamente revestidas de cúspides negras. Pernas e palpos testaceos, com anéis negros regu- ^ lares, ocupando o apice dos femures e ioda extensão das patel.Vs, o apice das tibias e o dos protarsos. Femur dos palpos castanho-escuro, 56 Arcmivos do Museu Nacional — Vou. XXXÍI Pela anelação regular de suas pernas difere nitidamente esta especie das demais da região neotropica, distinguindo-a igualmeníe a densa espinulação das ancas dos palpos, aproximando-se, por este ca- ractér estrutural, de L niíopolensls. Avscüíaria CLíminanif sp. ii.(Fig.3) Apezar de ter sido coligido um unico exemplar jovem, o colo¬ rido é tão caracteristico, que faço esta descrição provisória: 9 (jovem)—18 mm. Cefalotorax um pouco mais longo que largo, de fovea torᬠcica profunda, transversa. Rima ocular baixa, quasi duas vezes mais longa que larga. Olhos anteriores em fila muito procurva, os médios maiores, afastados um do outro um diâmetro e um pouco mais apro¬ ximados dos lateraes. Olhos médios posteriores muito menores que os anteriores e menores que os laterais posteriores, aos quais são quasi contíguos, formando com os mesmos uma fila recurva. Olhos laterais posteriores pouco menores que os laterais anteriores. Pernas relativamente curtas, robustas, sem espinhos, com densas escópulas sub-tarsais, estendendo-se também sob os protarsos. Colorido geral' branco acinzentado, com um largo anel negro nos protarsos dos palpos; tarsos de todas as pernas inteiramente negros.. As escópulas tarsais ainda se apresentam divididas por uma faixa longitudinal de cerdas. Ephebopus vfoíaceus sp. n. (Fig. 4) 9 — 23 mm. Cef. 8x7 mm. Abdômen 12x8 mm. Pernas — 25-21-18-25 mm. Cefalotorax baixo, de fovea toracica profunda, íevemente pro¬ curva. Comoro ocular duas vezes mais largo que longo. Olhos pos¬ teriores pequenos, iguais, em fila levemente recurva, os médios con¬ tíguos aos laterais. Olhos anteriores grandes, maiores que os poste¬ riores, os médios maiores que os lateraes, em fila bem procurva, os rnedios separados um do outro mais de um diâmetro e distantes dos laterais cerca de um diâmetro. Todos os 'tarsos providos de densas escó¬ pulas, que se estendem até á base dos protarsos nas pernas anteriores, ocupando a metade apical dos protarsos II e III; protarsos IV sem escópula mas com longos pêlos sedosos. Pernas múticas, exceto os protarsos III e ÍV que apresentam dois pequenos espinhos apicais. Mello-LeitÃo — Aranhas do Cuminâ 57 Peça labial mais larga que longa, de apice densamente cuspuloso. Ancas dos palpos muito cuspulosas. As escópulas dos tarsos dos dois últi¬ mos pares são divididas por uma linha de cerdas, as dos dois primeiros pares muito largas, as duas ultimas da largura do segmento. Sigilas esternais posteriores quasi marginais. Cefalotorax e apendices fulvo-escuros, principalmente o cefa- lotorax. Escópulas negras. Esterno e peças bucais do mesmo colorido que o cefalotorax. Ventre pardo murino. Dorso do abdômen pardo> de tons de lentilha cozida, com sombreado nitidamente violáceo e com uma estreita faixa longitudinal violeta, que termina atrás em ponta, ao nivel do quinto posterior. Fiandeiras pardas, com as articulações das fiandeiras posteriores mais claras. Pseudhomoeomma g. n. Cefiíoto'mx mais feíifo que btlxo, dc fovfa toncica Córaofp ocmJif pouco' mais larfo que longo* Olhos anteriores m fito fortemente procurva, iguais. Olhos pc^eriori^ em fila recurva, quasi iguais, os médios contíguos aos laterais. Todos o$ tarsos densamente eseópulados, bem como a metade apical dos pro- tarsos I e II e o quinto apical dos protarsos IIl e l¥; m í^cépulas dos tarsos posteriores divididas por uma faixa longitudinal de ccrdai* Lábio um pouDO mato longo que largo, densamente cuspuloso. Sigiíasf esternais posiCfiarti marginais pouco visíveis. Pernas espinhosas, Tibias anteriores do macho armadas de dupla apófise apical, eu|o ramo ex- temo é maidr que o interno e curva; protarsos anteriores curvos* dobrando-se entre as apófise*s tibiais, Espede fipoí Í%eudhciinoeoitiiiiâ faiointum sp. n. (Fig. 5, 6 e 7 ) <^ — 12 mm* Celtlotorax — fximm. Pernas — li*t4-l4-20 tnilimetfos* ^ * 9-—12 min, Cefalotorax ^ Txbmm. Pernas — 13-12-1245 ímilimêtrbs, Olhos anteriores iguais c equidistantes. Olhos médios posterio¬ res pouco menores que os laterais e a igual distanda doí antêriores € dos toterais posteriores. A area cuspulosa das ancas dos palpos compreende toda a metade basal. Tíbias anteriores armadas de 1-1 espinhos externos; as do segundo par com 1 - 1-1 espinhos externos e 1 interno; protarsos an- I 58 Archivos PO Museu Nacional — Vol. XXXII teriores muticos e os do segundo par cora um espinho raferior no terço basal. Pernas dos dois pares posteriores muito espinhosas. Tibias anteriores do macho com dupla apófise apical; a ex- tema maiofj geniculada, com pequena cúspide sub-apical; a interna di¬ reita, levemente entalhada e ^anfrada no apíce. Palpo do macho com o bulbo sub-apical e provido de uma apófise curva, em aculeq de roseira, sob o estilête. Pernas pardas,* de femures negros. Esterno, peças bucais q ancas Tuivos. Ventre e fiandeiras de tom pardo-claro. Cefalotorax pardo, com toda a região cefálica negra, forman¬ do um triângulo cujo ápice toca a fovea toracica, Abdómen negro, apresentando, de cada lado, três faixas obliquas para baixo e para trás, de tom pardo daro. ^ ARACHN6MGRPHAE Tama cruísi sp. n. (Figs. 8, 9 e 10) cf — 4 mm. Cefal. 2 mm.; Abdómen 2 mm. Fiandeiras supe¬ riores 2,5 mm. Cefalotorax mais largo que longo, de região cefálica muito elevada e separada por profundos sulcos. Olhos posteriores grandes, iguaes, em fila muito recurva, equidistantes, separados uns dos outros cerca de meio diâmetro. Olhos anteriores em fila ainda mais recurva, os médios dó tamanho dos posteriores e duas veies maiores que os laterais, dos quais distara ura diâmetro, sendo um pouco mais pró¬ ximos um do outro. Os laterais anteriores formam com os médios posteriores uma fila. levemente procurva. Ârea dos olhos médios um pouco mais alta que larga e um nada . mais estreita atrás. Clypeo. bem mais baixo que a area dos olhos médios. Cheliceras maiores qu4 / a altura total da fronte. Fiandeifas posteriores maiores que o abdómen, de segmento apical maior que o toai; fiandeiras anteriores menores que o segmento basal das posteriores. Palpos curtos, de fémur dlindrieo, terete; tibia angulosa; pa- tela igual á tibia, levemente dilatada no apice; tarso igual á pâtela.-e tibia reunidas, de grande bulbo basal, com uma apófise mediana e dd estilête basal, dirigido para cima, ultrapassando á extrçmidade apical do bulbo. Cefalotorax pardo, lavado de fusco nas margens e com estreita faixa branca mediana, atrás da area ocular. Cheliceras quasi negras. Peça labial e laminas maxilares sombreadas de fusco. Esterno amarelo claro, bem como as ancas. Ventre pardo-claro. Abdómen pardo-atín- Mello-Leítào — Aranhas do Cuminá 59 zentado, lavado e mosqueado de fusco, com 6 manchas negras indis¬ tintas, com a forma de pequenas alças de concavidade anterior e dispostas em três pares. Pernas pardas, com anéis pouco nitidos, os femures anteriores ornados de pequenas manchas negras na face an¬ terior. Fiandeiras posteriores pardas, com três anéis negros. Lycosa mlriíma sp. n. (Fíg^s. ii e 12) 9—6 mm. Cefaiotorax alto. Area dos olhos posteriores pouco mais longa que larga, quasi paralela. Olhos anteriores equidistantes, os rnedios maiores, separados uns dos outros cerca de meio diâmetro, em linha prociirva. Peça labial m.ais longa que larga. Esterno terminado em ponta, adiante das ancas posteriores. Queliceras com a margem inferior armada de 3 dentes, sendo o basal menor. Tibias anteriores com 2-2-3 espinhos inferiores, sendo os dos dois primeiros pares muito mais robustos; protarsos com 2-2 espinhos inferiores; tarsos e protarsos iescópulados. Cefaiotorax castanho-negro, com uma larga faixa fulvo-clara que vai dos olhos posteriores á borda posterior, na qual ha 4 peque^ nas manchas. Sulco torácico longo e profundo, fulvo-escuro. Pernas e cheliceras fulvo-escuras. Toda a face inferior castanho-negra. Abdô¬ men fuivo-escuro. Shenicosceüs exilis Mello-Leitão, 1930 o" — 8 mm. — Abdômen ~ 5 X 0,8 mm. Cefaiotorax baixo, muito estreitado adiante, .com a região ce¬ fálica muito elevada. Olhos posteriores em fila procurva, iguaes e equidistantes, separados uns dos outros cerca de dois diâmetros. Olhos anteriores pouco maiores e duas vezes maiores que os olhos médios anteriores, com os quais fórma fila bem recurva. Clipeo mais alto que a área ocular. Pernas muito longas e finas com espinhos pouco numerosos, longos nos femures, sendo os outros segmentos muticos. Abdômen muito delgado, longo, cinco vezes mais longo que largo. Esterno quasi circular. Peça labial chanfrada no apice, excedendo o meio das laminas-maxilares, que são estreitas, um pouco dilatadas no apice, convergentes. Cefaiotorax amarelo-pardacento, com um triângulo um pouco mais claro mediano. Abdômen amarelo-pardacento em seu terço an- 6o Archivos do Museu Nacionai VoL. XXXÍÍ teriorj branco no resto, com uma linha recurva longitudinal mediana, irregularmente ramificada. Esterno, ancas e partes bucais amarelo-pali- dos. Ventre pardacento. Palpos de femur direito; patela pouco mais longa que larga; tibia cilindrica sem apófise; tarso maior que a tibia, com grande bulbo muito complexo. Difére a presente especie das outras do genero pela ausência de apófise apical na tibia dos palpos do macho e pelo colorido do abdômen. Tapíniílus rosessterni Mello-Leitão 1930 Ç — 10 mm. Abdômen 6,5 mm. Pernas: 12-16-12-10 mm. Cefaíotorax bem mais longo que largo, elevado e pouco es¬ treitado adiante. Olhos posteriores iguais, em fila levemente recurva, equidistantes, separados uns dos outros pouco mais de um diâmetro. Olhos laterais anteriores duas vezes maiores que os posteriores, larga- mente separados um do outro, ocupando espaço quasi igual á fila posterior. Area dos olhos anteriores duas vezes mais larga que alta; olhos médios muito pequenos, cerca de seis vezes menores que os laterais, separados entre si um diâmetro e a três diâmetros dos late¬ rais. Clipeo mais alto que a area dos olhos anteriores e mais baixo que a area ocular total, quasi vertical, de borda inferior levemente arre¬ dondada. Queliceras longas, verticais. Pernas longas, com todos os segmentos armados de espinhos. Laminas maxilares estreitas, leve¬ mente convexas; peça labial mais longa que larga, de ponta arredon^ dada, excedendo pouco o meio das lâminas. Esterno largamente chan¬ frado adiante, terminando atrás env ponta, separando as ancas pos¬ teriores. Cefaíotorax amarelo com larga faixa longitudinal mediana que vai da area ocular á borda posterior. Olhos em manchas negras. Clipeo amarelo, com os ângulos laterais inferiores negros. Queliceras ama¬ relas. Esterno roseo, com três manchas fuscas anteriores e um M amarelo mais ou menos nitido. Ancas amarelas, de borda anterior rosea, exceto as anteriores, cuja borda anterior é negra. Peça labial amarela; laminas-maxilares amarelas, de borda negra. Pernas âmare- relas com manchas e anéis roseos, sendo os anéis apicais das tibias sombreados de negro. Abdômen de dorso pardo, com uma larga faixa branca de cada lado, podendo ser considerado como dividido em três faixas quasi iguais, a média parda, pouco mais larga e as lateráis, brancas. Ventre amarelo com as placas estigmaticas pulmonares róseas. Eiandeiras fuscas. Mello-Leitào — Aranhas do Cuminá 6i Epigino largo, com uma pequena peça mediana e duas late¬ rais côncavas. Difére esta especie de T. longipes (Tacz.) pela fôrma iiiteira- mente oposta das linguetas do epigino, por ter os olhos posteriores equidistantes e pela peça labial de apice arredondado e não chanfrado. O desenho do abdômen, o colorido do esterno e das pernas são muito di¬ ferentes. Blechrosceüs aurantiacus sp. n. (Fig. 13) 0 " — 5 mm. Cefalotorax largo, deprimido, de região ocular muito elevada. Olhos médios posteriores contiguos aos laterais e separados um do outro dois diâmetros. Fila de olhos posteriores levemente procurva, a de oihos anteriores direita. Olhos laterais anteriores contiguos aos laterais posteriores e duas ♦vezes maiores que os médios anteriores, Queliceras curtas, sem .apófise. Femures do terceiro par duas vezes mais robustos que os outros femures. Abdômen oval curto. Cefalotorax, queliceras, esterno, peça labial, laminas maxilares e paípos alaranjados. Pernas: femures dos três primeiros pares alaran¬ jados, os posteriores fulvo-negros,, de apice alaranjado; patelas alaran¬ jadas; tibias negras, de base e apice amarelo-alaranjados; protarsos e tarsos amarelo-claros, a base dos protarsos quasi negra. Abdômen ala^ ranjado, levemenie sombreado de pardo. Palpo de femur bem dilatado no apice; patela mais larga que longa; tibia maior que a patela; tarso maior que a patela e tibia. reunidas, muito estreito, de grande bulbo, com o estilete fino, exceden-í do o apice do segmento. Uloborus cuminamensis sp. n. (Figs. 14 e 15 ) Ç — 7 mm. Cefalotorax baixo, mais elevado atrás. Olhos posteriores em fila fortemente recurva, os medias postos em uma êminencia mediana,, e mais proximos um do outro que dos laterais. Olhos anteriores emí linha levemente procurva, os médios um pouco maiores e tambemj mais proximos um do outro que dos laterais. Area dos olhos médios; paralela, tão alta quão larga. Abdômen alto adiante, com o esboço de dois tubérculos e muito declive para trás. Calamistro ocupando a m.etade basal da face dorsal, dos protarsos posteriores, levemente ex- cavada. 62 Archivos do Museu Nacional — Vol. XXXIí Cefalotorax negro, com um Y acinzentado atrás. Pernas cas¬ tanho-negras, com anéis claros. Esterno negro, bem como a peça la¬ bial, as laminas maxilares e as ancas. Abdômen castanho negro, tendo • no meio do dorso três pares de estrias longitudinais prateadas e de cada lado, na metade anterior, uma linha sinuosa prateada que, em sua porção posterior, alcança a face ventral. Ventre castanho negro, com duas linhas claras sinuosas. Epigino pequeno, fulvo, alto. Micrathena curnínamensis sp. n. (Fig. i6) 9 —10 mm. Abdômen mais longo que largo, de borda anterior inerme, pouco dilatado atrás, com dois espinhos dorsaes de cada lado, os an¬ teriores duas vezes maiores, e quatro robustos espinhos posteriores, sendo os superiores robustissimos e duas vezes maiores que os infe¬ riores. Cefalotorax amarelo-pardacento, bem como as queliceras. Pernas amarelo-queimadas, de três segmentos apicaes fulvos. Peça labial, la¬ minas maxilares e esterno amarelos. Ventre fusco. Dorso do abdômen, claro, com pintas vermelhas, irregularmente esparsas, e espinhos negros. Leucauge funebris sp. n. (Fig. i7) 5 — 9 mm. Cefalotorax baixo. Olhos posteriores em fila recurva, os mé¬ dios separados um diâmetro e a dois diâmetros dos lateraes, sendo os médios maiores. Olhos anteriores iguais, equidistantes, em fila direita. Area dos olhos médios mais alta que larga, mais larga adiante. Pernas múticas, de protarsos e tarsos curvos. Toda a aranha negra; o abdômen apresenta de cada lado uma faixa longitudinal estreita, levemente obliqua, doirada. Esterno longamente piloso. Apice dos femures I e !I com pequena mancha clara. Ctenus nanellus sp. n. (Figs. i8 e ig) o"—nim. Cefalotorax: 5 mm. Pernas: 9-18-13-20 mm. Patelas com as tibias: .7-5-5-6 mm. Olhos laterais posteriores menores que os médios posteriores. Segunda fila ocular direita. Area dos olhos médios mais larga que alta, 63 Mello-Leitão — Aranhas do Cuminâ mais estreita adiante, os olhos anteriores e vez e meia menores que 03 posteriores. Cíipeo pouco mais alto que os olhos anteriores. Tibiasí dos dois primeiros pares com 2 - 2 - 2 - 2-2 espinhos inferiores e 1-1 de cada lado; protarsos com 2 - 2-2 espinhos inferiores e 1-1 de cada lado. Cefalotorax pardo-fusco, com uma faixa longitudinal mediana^ revestida de pêlos cremes e, perto das bordas, com uma faixa sinuosa clara. Cheliceras fulvo-negras. Pernas pardo-escuras, quasi negras, uni¬ formes. Abdômen fusco, com larga faixa mediana de bordas recortadas, formando uma figura em folha de féto. Peça labial e laminas maxilares pardo-escuras. Esterno e ancas do mesmo colorido, com pequenas man¬ chas alongadas mais claras. Ventre negro, com duas manchas brancas. O — 11 mm. Cefalotorax; 5 mm. Pernas: 15-11-10-15 mm. Estrutura e colorido iguais. Pernas robustas. Ventre negro com 6 manchas quasi circulares brancas, sendo quatro anteriores (as duas medias grandes e as duas laterais pequenas) e duas posteriores. Palpos do macho longos, de femur direito; patela cilíndrica, tibia quasi duas vezes maior que a patela, com a apófise apical ex¬ terna curva, curta, dirigida para diante; tarso bem menor qua a tibiay de bulbo basal com estilete recurvo, ponteagudo. Ctenus cnilsi sp. n. (Figs. 20 e 21 ) 9 — 15 mm. Cefalotorax; 8 mm. Pernas: 20-18,5-17-24 mm. Pa- telas com as tibias: 7,5-7-5,5-8 mm. Olhos posteriores iguais, em fila pouco recurva. Fila médiaj levemente recurva, os laterais ao nivel dos laterais posteriores, muito; pequenos. Area dos olhos médios mais alta que larga, paralela, de olhos anteriores iguais aos posteriores. Clipeo da altura dos olhos an¬ teriores. Tibias e protarsos como em Ct. nanellus, os protarsos densa-^ mente escopualdos. Queliceras armadas de cinco dentes na margem inferior. Pernas curtas e robustas. Cefalotorax fulvo escuro, mais claro no meio, quasi rubro, formando uma faixa lanceolada átrás. Queliceras fulvo-escuras. Pernas do mesmo colorido, com as tibias dos dois pares posteriores com anéis claros. Esterno e ancas cor de mogno. Peça labial e laminas-maxilares fulvo-escuras. Abdômen castanho-escuro, com uma faixa mediana den¬ teada, em folha de féto; ventre negro com duas manchas vírguliformes anxeriores, logo atrás do epigíno e com duas linhas brancas, conver¬ gentes atrás; dos lados dessas linhas ha alguns pontos esparsos, de pêlos brancos. 64 Archívos do Museu Nacional — Vol. XXXIÍ Cíenus amphora sp. n. (Figs. 22 e 23 ) 9 —15 mm. Cefalotorax; 8 mm. Pernas; 21-20-18-25 mm. Pa- telas com as tibias; 8-7-6-8 mm. Olhos posteriores com os médios mais proximos que dos la¬ terais. Fila média direita, os laterais mediocres, mais internos que os laterais posteriores. Area dos olhos médios tão alta quão larga, leve¬ mente mais estreita adiante, de olhos anteriores bem menores. Clipeo mais alto que os olhos anteriores. Pernas como em Ct. cmlsi. Queli- ceras com quatro dentes na margem inferior do sulco ungueal. Cefalotorax, queliceras, pernas e palpos fulvo-escuros, unifor¬ mes, esterno e peças bucaes e ancas' mais claros. Abdômen fulvo- negro, com um desenho claro mediano dorsal, lembrando uma anfora, invertida, terminando ao nivel dos 3/5 posteriores, e sendo muito del¬ gado adiante. Ventre de colorido igual ao dorso, com duas manchas eliticas brancas logo atrás do epigino, seguindo-se ás mesmas duas linhas pontuadas, de tufos de pêlos brancos, que se unem no terço posterior; ha ainda alguns pontos claros esparsos no resto do ventre. Cíenus cummamensís sp. n. (Figs. 24 e 25 ) 9 —11 mm. Cefalotorax: 7 mm. Pernas: 22-23-20-24 mm. Pa- telas icom as tibias; 8,5-9-7-8,5 mm. Olhos laterais posteriores salientes. Fila média procurva. Area dos olhos médios mais larga que longa, os posteriores muito maiores que os anteriores, mais estreita adiante que atrás. Clipeo mais baixo que os olhos anteriores. Escopulas subtarsaes muito densas. Queliceras com quatro dentes ria borda inferior do sulco ungueal. Tibias anteriores (I e II) com 2-2-2 espinhos inferiores e 1-1 laterais; protarsos com 2-2 íespinhos inferiores e 1-1 laterais. Cefalotorax pardo claro, com o meio do dorso mais escuro. Pernas e palpos pardos; queliceras fulvo-claras, bem como a peça la¬ bial e as laminas-maxilares. Abdômen de dorso pardo cervino, de lados e ventre fulvescentes, havendo no meio do ventre uma faixa longitudinal escura que se extende até as fiandeiras. Zeiotes trimaculatus sp. n. (Fig. 26 ) Q~ 8 mm. Cefalotorax baixo, muito estreitado adiante. Olhos postei-iores pequenos, iguais, em fila mui levemente procurva, quasi direita, os médios separados um do outro dois diâmetros e a pouco menos dos Mello-Leitão — Aranhas do Cuminá 65 laterais. Olhos anteriores sub-contiguos, em fila procurva, os médios menores. Area dos olhos médios muito mais alta que larga, mais es¬ treita adiante, de olhos anteriores maiores. Clipeo mais alto que os olhos anteriores, igual á metade da altura da area dos olhos médios. Quelicera mais alta que a fronte, mutica, de margem superior do sulco ungueai com cerdas. Peça labial estreita, de altura maior que a largura, excedendo o meio das laminas maxilares e de apice arredondado. Es¬ terno bem mais longo que largo, terminando atrás em ponta, que separa as ancas posteriores. Fiandeiras inferiores muito separadas, situadas ao mesmo nivel que as fiandeiras médias, as quais partem de um pediculoí comum. Fiandeiras superiores de segmento apical pequeno, arredondado, de fusulas apicais. Pernas do primeiro par com as tibias, protarsos e tarsos quasi do mesmo tamanho. Pernas armadas de espinhos fracos, sendo as posteriores mais espinhosas. Cefalotorax negro. Palpos e pernas pardos, com os femures negros. As pernas posteriores (IV) ornadas de anéis escuros na base das tibias e protarsos. Esterno negro .Queliceras, peça labial e laminas maxilares castanho-negras. Ancas das pernas fulvas. Abdômen oval-alongado, de fiandeiras apicais. Dorso casta¬ nho-negro, ornado de duas grandes manchas ovais, obliquas, quasi transversais, claras, na metade anterior e uma terceira, bem maior, mediana, transversal, do mesmo colorido, com uma saliência posterior mediana e duas, menos notáveis, laterais, na metade posterior. Fian¬ deiras negras. Ventre de colorido pardo-escuro uniforme, Sampaiosia g. n. Sparossiòae Cefalotorax mais longo que largo, bem estreitado adiante, dq região cefalica elevada. Olhos posteriores em fila muito procurva, iguais, os médios mais afastados. Olhos anteriores em fila levemente procurva, os médios muito maiores, equidistantes. Area dos olhos médios mais larga que alta, mais estreita adiante, os olhos anteriores muito maiores. Todos os tarsos curvos. Difere este genero de todos os outros do grupo das Deleneas de Simon, a que pertence, pela fila de olhos posteriores fortemente recurva e pelos dentes muito pequenos das queliceras. Tipo: ■Sampaiosia crulsi sp. n. (Figs. 27 e 28) cf — 7,5 mm. Cefalotorax mais longo que largo, bem estreitado adiante, de região cefalica elevada. Olhos posteriores em fila fortemente procurva (uma recta tangente á borda posterior dos laterais passa adiante dos 66 Archivos do Museu Nacional — Vol. XXXÍI médios), pequenos, iguais e equidistantes. Olhos anteriores em fila levemente procurva, os médios duas vezes maiores que os laterais e mais afastados entre si (quasi três diâmetros). Area dos olhos médios mais larga que alta, mais estreita adiante, os anteriores duas vezes maio^ res que os posteriores. Clipeo mais baixo que o diâmetro dos olhos médios anteriores. Pernas robustas; as tibias anteriores armadas de 2 - 2-2 espinhos inferiores, 1-1 de cada lado e 1 dorsal, no terço basal; protarsos com 2-2 espinhos inferiores na metade basal e 1-1 de cada lado, e providos de densa escopula; femures com 3-2-3 espinhos dorsais. Todos os tarsos curvos. Patelas muticas. Queliceras armadas de dois dentes muito pequenos, iguais, na margem inferior e de margem su¬ perior- mutica, com uma fila de longos pêlos incurvos. Cefalotorax cor de mogno, claro, com cerdas curtas, espini- formes, que formam no meio da região cefalica uma faixa longitudi¬ nal. Sulco mediano torácico longo e profundo. Pernas e queliceras da côc do cefalotorax. Abdômen castanho claro, com oito faixas transver¬ sais, castanho escuras, nos três quintos posteriores, as cinco primeiras formando V de vertice anterior das quais as três primeiras são inter¬ rompidas no centro. Toda a face ventral pardo-clara, sendo o esterno e ancas revestidos de curtas cerdas espiniformes. Palpos curtos de fêmur cilindrico, direito; patela pouco mais larga que o femur, leve¬ mente fusiforme, pouco mais longa que larga; tibia maior que a patela, com duas apófises curvas, ponteagudas, sendo uma apical, maior, mais escura e outra sub-apical, transversa; tarso de grande bulbo complexo, com 0 estilête em helice. Olios subadultus sp. n. {Figs 29 ) cf (quasi adulto) — 15 mm. Cefalotorax pouco mais longo que largo, de região cefalica elevada. Olhos posteriores em fila levemente procurva, iguais, equi¬ distantes, separados uns dos outros cerca de três diâmetros. Area dos clííos médios tão longa quão larga, paralela, os olhos anteriores maiores. Olhos anteriores em fila levemente procurva, quasi direita, os olhos médios maiores, separados entre si um diâmetro e a meio diâmetro dos laterais. Clipeo mais baixo que os olhos anteriores. Margem inferior das queliceras com três dentes iguais, sub-contiguos; margem superior com dois dentes desiguais, o distai maior que os da margem inferior.' Pernas robustas, de protarsos anteriores densamente escopulados até a base. Tibias dos dois primeiros pares com 2-2-2 espinhos inferiores e 1-1 laterais; protarsos com 2-2 espinhos inferiores e 1-1 laterais. Fe¬ mures anteriores com 3-2-3 espinhos dorsais; patelas muticas; as do mures anteriores com 3-2-3 espinhos dorsais; patelas muticas; as do segundo par com um espinho anterior. Mello-Leitão — Arâivhas do Cuminâ 67 Cefalotorax amarelo, com uma linha longitudinal fulva, que vai dos olhos médios posteriores á borda posterior, e com 2 linhas si¬ nuosas na região cefalica. Queliceras amarelas, escurecendo rapidamente para o apice, que é quasi negro, e ornadas de uma linha longitudinal: negra. Pernas e palpos fulvo claros. Esterno castanho-escuro, bem como as ancas e a peça labial. Laminas-maxilares castanho-escuras, com uma pequena mancha basal mais clara. Abdômen de dorso amarelo-pardacento, ornado, nos dois quintos anteriores, de duas linhas negras longitudinais, próximas, paralelas, que se unem atrás e dão, no terço anterior, dois ramos recurvos, curtos; depois de reunidas dão mais dois ramos obliquos, seguidos de três li¬ nhas transversais curvas, cada vez mais curtas. Borda anterior (inter¬ rompida no meio) e lados negros. Ventre com a região epigastrica; jamarelo-sulfurea dos lados e castanha adiante; atrás da fenda pulmonar o ventre é negro, com pequenas manchas amarelas, marginais, de cada lado. Olios orchiticus sp. n. (Figs. 30 e 31) 9 — 12 mm. Cefalotorax baixo, quasi tao largo quão longo, de região ce¬ falica pouco elevada. Olhos anteriores em fila direita, os médios pouco maiores, equidistantes, separados um do outro um diâmetro. Olhos posteriores em fila pouco procurva (uma reta tangente á borda pos¬ terior dos laterais corta ao meio os médios), os laterais levemente maiores, equidistantes, separados mais de dois diâmetros. Area dos olhos médios de altura e largura iguais, levemente mais estreitada- adiante. Clipeo mais baixo que os olhos anteriores. Queliceras com três robustos dentes na margem inferior e dois na superior, sendo o anterior bem maior. Pernas anteriores com os femures armados de 3-2-3 espi¬ nhos dorsais, patelas muticas, tibias com 2 - 2-2 espinhos inferiores e 1-1 laterais; protarsos com 2-2 espinhos inferiores e 1-1 laterais. Cefalotorax fulvo claro; pernas da cor do cefalotorax, de pro¬ tarsos negros; palpos fulvos, de tarsos negros. Queliceras fulvo-claras de garra fulvo-escura. Peça labial e laminas maxilares fulvas; esterno e ancas amarelo-claros. Abdômen de dorso fulvo-cervino, mosqueado de fusco e ornado, no terço medio, de uma faixa longitudinal fusca, com três dentes de cada lado. Ventre cervino. Epigino fulvo escuro, grande, com uma lingueta chitinosa pie- diana bilobada. 68 Archivos do Museu Nacional — Vol. XXXÍÍ Castaneira (?) isophíaima sp. n. {Fig-s. 32 e 33) 9 — 6 mm. Olhos posteriores iguais, em fila fortemente procurva, os me^ dios separados um do outro diâmetro e meio e a um diâmetro dos laterais- Olhos anteriores em fila mui levemente recurva, iguais, os iuedios separados um do outro um diâmetro e sub-contiguos aos laterais. Area dos olhos médios mais alta que larga, um nada mais estreita adiante. Clipeo mais baixo que a area dos olhos médios, apenas mais alto que a fila de olhos anteriores. Cefalotorax baixo, estreitado adiante. Cheliceras com a margem inferior armada de 3 dentes. Peça labial mais curta que larga, não atingindo o meio das laminas maxilares. Esterno! granuloso, mais longo que largo, terminando adiante das ancas poste¬ riores. Tíbias anteriores com 2-2-2 espinhos inferiores e protarsos com 2-2, ornados de curta escópula apical. Abdômen oval, sem escudo dorsal. Cefalotorax fulvo escuro. Esterno pardo. Ancas, peça labial e laminas maxilares pardas. Queliceras fulvo-claras. Pernas anteriores (í e II) fulvo-claras; as posteriores (líl e IV) infuscadas, as ultimas com anéis claros na articulação do femur com a patela e na base e no, apice das tibias. Abdômen castanho escuro, tendo, de cada lado, três linhas obliquas, indecisas, de pêlos claros. Ventre castanho-escuro uni¬ forme. Teudís grandivulvae sp. n. (Figs. 34 e 35) 9 — 9 mm. Cefalotorax quasi nada estreitado adiante, pouco elevado. Olhos posteriores iguais, os médios mais afastados, em linha direita. Fila de olhos anteriores menor que a posterior, de olhos sub-contiguos. Area dos olhos médios muito mais estreita adiante. Queliceras com õ pe¬ quenos dentes na margem inferior, o terceiro e o quarto maiores. Tibias e protarsos anteriores muticos. Fenda traqueal no meio do ventre. Todo o animal amarelo-claro, de queliceras fulvas. Epigino em U muito alongado. Acragas unidentatus sp. n. (Figs. 36 e 37) cf‘ — 5 mm. Cefalotorax muito alto, de região toracica muito declive, quasi igual á cefalica, sem crista na região cefaíica. Olhos anteriores em fila muito recurva (os laterais postos atrás dos médios). Olhos da segunda 69 Mello-Leítão — Aranhas do Cuminâ fiia qiiasi duas vezes mais proximos dos anteriores que dos posteriores. Clipeo excavado, em nivel posterior aos olhos médios anteriores e mais alto que êles, com um tufo mediano de pêlos espatulados. Queliceras robustas; a margem superior com um dente muito robusto, sub-apical e outro muito pequeno, quasi angular; a margem inferior com um só dente, muito mais robusto que os da margem superior. Pernas anterioreá mais robustas; as tibias com 2-2-1-2 espinhos inferiores e os protarsos, com 2-2; tibias do segundo par com 1-2-2 espinhos inferiores e protarsos com 2-2; protarsos dos dois últimos pares com dois verticilos de espi¬ nhos. Esterno muito estreitado adiante, onde é mais estreito que a peça labial; esta ultima não alcança o meio das laminas maxilares. Abdômen estreito, acuminado atrás. Palpos longos, de fêmur cilíndrico; patela 4 vezes mais longa que larga, levemente estreitada na base; tibia um terço menor que a pateia, corn uma apófise apical externa curta, simples, dirigida para diante, negra; tarso quasi igual á patela, de grande bulbo basal, armado de curto estilete distai. Cefalotcrax cor de mogno, com alguns pêlos espatulados claros junto laos olhos e uma grande mancha triangular de base superior, de pêlos cremes, no clipeo, alcançando, em cima os olhos médios an^ teriores. Olhos em manchas negras. Clipeo quasi negro. Pernas com os dois terços basais dos femures amarelas, e com o terço apical e os outros segmentos fulvo-negros. Abdômen negro, com uma faixa longi¬ tudinal mediana de pêlos claros nos dois quintos médios. Esterno pardo, amarelado, bem como as ancas, a peça labial e as laminas máxiláres- Ventre negro. Agelisía amazônica sp; n. (Fígs. 38 e 39) 0 — 9 mm. Olhos anteriores em fila levemente recurva, Clipeo nú, iguat a um terço dos olhos médios anteriores. Olhos da segunda fila quasi contíguos aos olhos laterais anteriores. Sulco torácico profundo, pouco atrás dos olhos posteriores. Area ocular mais estreita atrás que adiante. Cefalotorax alto. Queüceras com três dentes na margem inferior, que tem uma fímbria longa e densa. Abdômen pontudo atrás. Tibias an¬ teriores com 2-2-2 espinhos inferiores e protarsos com 2-2; pernas pos¬ teriores com as tibias e protarsos armados de três verticilos de espi¬ nhos. Esterno oval, separando adiante as ancas anteriores mais que a largura da peça labial. Peça labial estreita, mais longa que larga. Fiandeiras terminais, iguais. Femures anteriores (I e II) mais dilatados que os posteriores. 70 Archívos do Muselt Nacíonal — VoL. XXXÍÍ Cefalotorax castanho, de região cefalica fulva, os olhos orlados de negro. Queliceras, peça labial e laminas maxilares castanho-escuras. Esterno amarelo claro, orlado de castanho escuro. Ancas pardo-ciaras. Pernas anteriores (I e 11 ) com os dois terços basais dos femures ama¬ relos, sendo o terço apical e os outros segmentos castanho-negros ; pernas posteriores (líí e IV) amarelas, com o apice dos femures, apice e base das tibias e dos protarsos fulvos. Abdômen castanho-cochonilha, rajado de pardo-claro e com uma faixa longitudinal mediana pardo- clara. Ventre pardo-claro, com as areas pulmonares quasi negras e com duas faixas longitudinais castanho-negras, levemente obliquas para trás, onde se unem a uma faixa transversal do mesmo colorido e levemente ^angulosa, formando um longo U. Itaía partita sp. n. (Figs, 40, 41 e 42) cj'—6 mm. Abdômen 3 x 1 mm. Cefalotorax pouco elevado, com a metade anterior da região toracica em plano igual ao do cefalotorax. Olhos anteriores em fila fortemente recurva. Olhos da segunda fila muito mais proximos dos anteriores que dos posteriores. Olhos posteriores menores que os late¬ rais anteriores. Clipeo muito estreito, mais baixo que a metade dos olhos médios anteriores. Queliceras largas, robustas, com a margem superior com finos pêlos e robusto dente anterior; margem inferior com um dente anterior menor que o superior. Laminas-maxilares dila¬ tadas no apice, de angulo externo saliente; peça labial bem mais longa que larga, pouco estreitada na base. Esterno pouco estreitado adiante, onde é mais largo que a peça labial. Pernas anteriores (I) bem maiores e mais robustas que as outras, as tibias com uma fimbria margina^ anterior e 2-2-2 espinhos inferiores; protarsos com pêlos menos densos, não formando fimbria nitida e 2-2 espinhos inferiores. Tibias ÍI a IV com 2-2-2 espinhos inferiores, 1-1-1 laterais e 1-1 dorsais; protarsos com 2 verticilos. Abdômen estreito, pontudo atrás, de fiandeiras terminais. Palpos curtos; de patela mais curta que larga, sub-globulosa; tibia igual á patela, com duas fortes apófises apicais internas, a inferior maior; tarso maior que a patela com a tibia, de enorme bulbo basah saliente atrás, de modo a occultar toda a face inferior da tibia, com estiiête apical em S. Cefalotorax fulvo-escuro, de manchas oculares negras, com duas largas faixas laterais de pêlos brancos, que se unem atrás em largo U e com um tufo de pêlos amarelados entre os olhos anteriores. Clipeoí nú. Pernas anteriores (I) fulvo-escuras, lavadas de negro, com a fimbria das tibias e protarsos negra; as outras pernas, as queliceras. peça labial 71 Mello-LeítÂo — Aranhas do Cuminá e laminas maxilares fulvo-claras. Esterno fulvo-claro. Abdômen pardo- amarelado claro uniforme, apenas com duas manchas de pêlos triguei¬ ros, pouco nitidas, na face ventraí, perto das fiandeiras. Lurio conspicuus sp. n..{Figs. 43 e 44) 9 — n mm. Cefalotorax mediocremente alto, declive logo atrás da região, cefalica, baixando regularmente, com o sulco torácico logo atrás dos olhos. Olhos anteriores em fila recurva, os médios pouco maiores. Area ocular paralela, com os olhos da segunda fila pouco mais proximos dos anteriores que dos posteriores. Olhos posteriores iguais aos late¬ rais anteriores. Abdômen oval alongado, muito maior que o cefalotorax. Pernas anteriores (I) muito mais robustas, de tibias espinhosas, cilin- dricas, fimbriadas, com 1-1 espinhos inferiores externos; protarsos com 2-2 espinhos inferiores; tibias II com um espinho apical interno e pro¬ tarsos os anteriores. Tibias III e IV com um espinho apical externo e protarsos com dois espinhos apicais; patelas com as tibias III muito menores que as do quarto par. Esterno muito estreito adiante. Peça la^ bial 2 vezes mais longa que larga, de apTce arredondado. Cefalotorax, queliceras e palpos fulvo-negros, bem como as pernas anteriores. Pernas do segundo par fulvo-negras, com os dois terços basais dos femures amarelos; pernas posteriores (III e IV) com os dois terços basais dos femures, das tibias e dos protarsos e os tar¬ sos amarelos, o resto como o cefalotorax. Cefalotorax revestido de escamas de reflexos metálicos. Esterno, peça labial, laminas maxilares e ancas do mesmo colorido do cefalotorax; base da face inferior dos femures amarela. Abdômen revestido de escamas de brilho metálico e longos pêlos simples, fulvo-negro, com uma larga faixa longitudinal mediana castanho-clara; lados do abdômen com três manchas quasi regularmente circulares, formadas por escamas lanceoladas brancas; ven¬ tre castanho-escuro, com uma faixa longitudinal inda mais escura. Nas formas mais claras as ancas II a IV são pardas e as pernas fl a IV quasi de colorido pardo uniforme; as manchas laterais do abdômen são muito pouco nitidas bem como a faixa longitudinal dorsal. Crulsia g. n. Saiticiòae unidentatae . (Subfam. Denòriphoníinae) Cefalotorax alto, de região ocular levemente decíive, sulco torácico pequeno, situado pouco atrás dos olhos posteriores. Area ocular paralela, pouco mais longa que larga. Olhos da segunda fila muito 72 Apxkivos do Museu Nacional — Vol. XXXIí mais proximos dos anteriores que dos posteriores. Olhos anteriores em fila nitidamente recurva,- os médios muito maiores que os laterais. Clipeo baixo e nú. Queüceras com um robusto dente na margem inferior e um na superior. Pernas anteriores (ao menos na femea) pouco mais robustas, de tibias e protarsos armados de 2-2 espinhos inferiores, sem espinhos laterais. Tibias e protarsos posteriores espinhosos, os da tibia esparsos e os dos protarsos dispostos em 2 veríicilos. Tibias com os protarsos IIÍ bem menores que os posteriores. Esterno pouco esireí- tado adiante. Abdômen oval curto de fiandeiras terminais. O genero Cralsia peia disposição relativa de suas pernas e dos olhos aproxima-se das Dendryphanteae, mas pela forma do esterno e armadura das pernas posteriores se prende as Evophrydeae e Hiineae, ocupando posição intermediaria bem distinta, formando por si um 'grupo á parte. Especie tipo: ' Crulsâa typica sp. n. (Figs. 45 e 46) 9 — 6 mm. . Olhos médios anteriores duas vezes maiores que os larerais. Clipeo igual a meio diâmetro dos olhos anteriores. Peça labial de com¬ primento igual á largura. Abdômen oval curto. Cefalotorax fulvo-escuro, com duas Taíxas negras que vão dos olhos anteriores, aos olhos posteriores. Pernas pardas, com as articula¬ ções mais escuras, 'Queliceras, esterno, peça labial e laminas maxilares castanho-escuros. Abdômen pardo claro, com três manchas alaranjadas de cada lado e uma posterior mediana, castanho escura. Fiandeiras fuscas, em uma area fusca do abdômen. Dasyophrys g* n, Salticidae pluridentatae (Subfamilia CDagoninae) Cefalotorax alto, sem sulco, de região toracica muito declive. Olhos anteriores em fila recurva; os da segunda fila mais proximos dos anteriores. Pernas longas e delicadas; tibias I com 2 - 2-2 espinhos inferiores e protarsos com 2 - 2 ; protarsos III e IV com 2 verticilos, Queliceras do macho dilatadas, com dupla apófise 'dentiforme na face anterior, na base da garra; margem inferior e superios do sulco un- gueal com 4 dentes pequenos. Esterno ovai, pouco estreitado adiante; ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL Vo[. XXXIl — 1930 ~ RIO DE JANEIRO A. Childè — Trabalhos da divisão egiptologica Sarcophago n. 632 ARCHIV03 DO MUSEU NACIONAL Vo). XXXII — 1930 — RIO DE JANEIRO Cone funerário n. 573 A. Childe —_ Trabalhos da divisão egiptologica Estatueta n. 81 A. CHILDE Trabalhos da divisão egiptologica / — Cone funerário n. 573 e Esíãtueta n. 81. II — Uma Esteia da XI 11“ Dinastia (The- bas) -— Consulta feita ao Museu Na¬ cional. III — Nota sobre um escaravelho egipcio da coleção particular do prof Urstein de Warshawa (Polonia). IV — Tradução das inscrições do Sarcofago n. 532. ARCHIVOS DO MUSKXI NACIOXAL VOl.. XXXII ttio A. CHÍLDE j. Cone funerário n. 573 e Estatueta n. 81 E* um cone de barro cozido, quebrado no apice e levando na base uma inscrição hieroglífica, que foi estampada com uma matriz de madeira, gravada «en creux». O objeto mede 0 ,m 21 de altura, (atual) e 0,077 de diâmetro de base. Oriundo, sem duvida, de Tebas, como o são as peças analogas dos diversos Museus, Os cones come¬ çam a aparecer na Xlh Din.® e não passam da XXVI^. A inscrição bastante destruída é dificil a ler; consegui esta¬ belecer o texto seguinte, salvo erros; A*"- que creio poder assim traduzir: 1 . O Sacerdote da hora (da manhã) de [k]men-\RQ\ 2. na residência do Rei Men-Kheper-Rê, 3...NEFER, nobre; a, companheira, dele, por êle amada^ At{J) (ou Tjr) da. 4 .(as ofertas funerárias) ? da aia do Senhor das 2 Terras, a Senhora..,. 5 . jnafyirâoii (jmxaQhiç).... 8o Archivos do Museu Nagional — Vol. XXXI í Nestás condições, sem outro recurso bibliográfico, é impossivel determinar o nome do sacerdote oferíante, nem o da defunta «aia». O Sacerdote é um simples oficiante (aab) «um puro», daquêles encar¬ regados dos ritos sagrados quotidianos, — êle é o oficiante da hora, sem duvida da 1.^ hora, ao nascer do Sol (Amen-Ra), — no palacio do Rei, — o que chamamos hoje «as matinas». Tais cargos, eram as; vezes desempenados por principes, o que explica o detérminativo «no¬ bre» que segue seu nome mutilado_ nefer. Podia ser \uab jã aos 16 anos, e durante quatro anos; passava-se depois á ulivíno pai. . O nome real aqui especificado, permite fixar ao tempo do Sumo Sacerdote de Tebas, Menkheperra lí, a data do cône. E’ con¬ temporâneo portanto da XXí.^i dinastia, cerca de 1050 ante^da nossa era. As opiniões diferem quanto ao üso daquêles cones. A mais rasoavei é que representavam pães, para alimentar o «duplo» do de¬ funto no tumulo do qual estavam depo'sitados. Estatueta u. 81 O Museu possue da mesma época uma estatueta mutilada* de bronze. Os braços que faltam estavam articulados. Sobre o avental triangular da «schenti» está gravada uma inscrição onde figura o car¬ tucho real de A4enkheper-Rê, outróra encrustada dé fios de oúro. Ves¬ tígios apenas ficam hoje. A inscrição diz: O filho do 1.0 Profeta de Ámon, Menkheper-Rê Estimo que o nome aqui, não se refere ao filho do Proféta, mas que a estatueta representa o filho de Menkheper- Rê. Este Sumo Sacerdote erá filho do Sumo Sacerdote de Amon, Painetchem L, que reinou 40 anos em Tanis. Já, primeiro proféta de Amon, em Tebas, Painetchem casou-se com a filha de Pasebkanu l, rei de Tanis, o que lhe deu a' coroa do Baixo Egito, em 1067, á morte dêste ultimo. Men^ kheperrê, - era o 3 o filho de Painetchem, e antes de assumir o l.‘= Sacerdócio de Tebas, os seus dous irmãos mais velhos sucederamn se neste alto posto, que êle ganhou depois da morte do segundo, no 25.0 ano do reinado do seu pae, em 1042. Daí segue que quando, êle pôde assumir o cartucho real em redór do nome, já era um homem maduro. Ora, a estatueta n.o 81 representa um homem moço, quasi um rapaz — não pode ser o l.» Proféta, e somente seu filho. A. Childe — Trabalhos da divisão eqitologica Si Menkheper-Rê casou-se com Ast-m-KJiebit e foi pai do Sumo Sacerdote e rei Paineichem IR de Hent-tam, e outros. Qual dêíes ré- presenta a nossa estatueta, é impossivel dizê-lo. A base levava sem duvida inscrições que tivessem esclarecido o problema- O trabalho de escultura e de fundição é muito delicado e já faz pressentir o que será a arte saita. As duas peças estudadas vieram ao Museu, com a coleção Fierigo, em 1824. Tudo faz presumir que estes objetos provenhamí de Gurnah, ou da Valle dos Reis, em Tebas. ; A. CHILDE II Uma esteia da XIIP Dinastia (Thebas) (Consulta feita ao M^seu Nacional) Ha alguns anos foi-me apresentada uma pequena esteia egíp¬ cia, pelo Snr. Dr. Arsene Puttemans, do Fomento Agrícola, — para traduzi-ia, o que fiz, não tendo podido infelizmente, na ocasião, mandar tirar fotografia. Encontrando hoje a cópia das inscrições, nos meus papeis, com a tradução, reparei que cometi então um erro inexplicável dq atenção, á não ser pela pressa de responder na mesma ocasião. Não publiquei esta informação e resolvo faze-lo hoje, para não deixar o erro sem correção e mais ainda por ser a pedra um documento! hisíorico mais valioso do que pude julgar, num exame rápido, feito íno meio de outros trabalhos. A esteia está gravada nas duas faces. Na primeira temos a Inscrição seguinte: A, Childe — Trabalhos da dívisao egitologica 83 No verso a 2.^ inscrição da; O que traduz: 1) Oferta real [para] Tiwi, Senhor o 0 1x1 f" ii-I 1 I ) -s-tó de Juna (HeliopoHs). —----- 2) Dê êle as ofertas funerarías, os bois, os gansos, os vesümentos. as cousas todas [boas e puras]. 3) para a alma do real Chanceler, divino padre, Hp.-ankh-f, Senhor venerável 4) filho do cidadão 5) Nehi. A Ha-Ankh-f. tem um titulo modesto, « divino padre», entretanto êle se casou com uma princeza de sangue real, Kemi (R. Weill La fin du Moyen Empire égyptien, 1918) e deu 2 reis ao Egito, seus filhos Neferhetep I, e Sebekhetep III. A esteia pertence portanto a XIIL'! Din.a, o periodo que precedeu imediatamente o dorainio dos Hyksos (cerca de 1800 a 1700 antes da nossa era). Ha numerosos escaravelhos e inscrições que pertencem aos reinados de Sebekhetep, nos Museus da Europa. Uma esteia atribuída a Neferhetep conta que o Faraó desejava ler os livros do Deus Tum, conservados no templo de Abydos (Budge. Hy. of Egypt, T. III, p. 97) e que, tendo obtido licença de o fazer êle resolveu restaurar o templo ao seu primitivo esplendor. A esteia foi considerada como apócrifa, entretanto a esteia atual, testemunha que o pai do mesmo rei, já era um fiel do Deus Tum. Diversas inscrições associam o pai e a mãe dos 2 Faraós as honras dos filhos reais, — entretanto não encontrei em parte alguma menção da filiação de Ha-Ankh-f. Vemos que esta pequena esteia apre¬ senta um grande interesse, por nos fornecer justamente os nomes dos avós dos 2 reis, — nomes que me parecem ter sido até hoje des¬ conhecidos. 84 Archivos do Museu Nacional — Vol. XXXII * ♦ * % Procurando o Dr. Arsène Puttemans, para saber se podia hoje ainda encontrar o pequeno monumento no Rio — soube que era pro¬ priedade dum amigo dele, o Engenheiro agronomo Dr. Felisberto Cardoso de Camargo, da Estação de Pomicultura de Deodoro. Este senhor muito amavelmente me forneceu as fotografias das 2 faces da pedra que acompanham a nota presente, e referiu-me que a pedra foÍ achada em terrenos do Palacio do Duque de Saxe, quando se construia a Escola de Agricultura. Pertenceu ao Duque e foi prova¬ velmente um presente que recebeu do Imperador D. Pédro II, ou uma aquisição feita durante viagem ao velho mundo. Aproveito o ensejo para agradecer ao Snr. Dr. Puttemans e ao Snr. Dr. F. de Camargo, os atenciosos obzequíos e as fotogra¬ fias deste documento precioso. 9 7 7 ^ ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL Vol. XXXil — 1930 — FAO DE JANEIRO A. Cpiilde — Trabalhos da divisão egiptologica Esteia da XIlU Dynastia A. CHILDE III Nota sobre um escaravelho egípcio áa coleção particular do ProL Ursteín de Warshawa (Poíonía) O Professor Urstein, de passagem no Rio, consultou-nos sobrq a autenticidade de uma serie de peças arqueológicas, provenientes de diversos países — e que tinha compradas em São Paulo. Pude¬ mos identificá-las, e entre elas achava-se um escaravelho egípcio de mármore preto, mosqueado de^intas brancas. De forma oval, media 0,02h X 0,042. Tiramos um molde sobre gesso da inscrição gravada sobre a base; infelizmente o pouco tempo de que dispuzemos, porque, o Professor Urstein não se podia demorar, não permitiu recomeçar uma segunda prova — e a primeira saiu relativamente pouco legiveil.' A fotografia junta dará uma idea da inscrição estudada (i). Entretanto conseguimos restabelecer o texto que corre assim: Tradução. Palavras do Osiris. Nesi. — O justo de voz: Diz êle: O coração [que vem] da minha mãe (2 vezes=i. e. repetir 2 vezes); Coração das minhas transformações não esteja levantado contra [mim], não [forneças] testemunhos jcontra mim], estabelece firma [minha] boca... Seguem uns signos ainda, 2 . ou 3, ilegíveis. O texto traduzido permite estabelecer que a peça é um esca¬ ravelho dito «de coração»; aqueles que se aplicavam sobre o peito do defunto debaixo das ataduras — inscrito com uns trechos abre¬ viados do Capitulo XXX, do «Livro dos mortos». A gravura da inscrição é pouco cuidada, e torna as vezes difícil a leitura. Este nome de Nesi, embora escrito de um modo pouco di-^ verso se encontra no reinado de Takelot I, 900 antes de nossa era, como pertencente a um oficial. Creiu que o escaravelho também corresponde aproximada¬ mente a mesma epoca, ou seja um pouco anterior. (i) Vide gravura á pagina seguinte. 86 T : Archivos do Museü Nacíonal — Vol. XXXÍI í v f / r* y •( I V. % h r i' I > r ijk I i í » BSeiSHBHBBgg^^S^üiilS^gSS^gSBB A. CHÍLDE TV Tradução das inscrições do Sarcofa^o n. 532 Este sarcofago, considerado muito tempo como falso, parece pertencer a XX^. Dinastia, ou tempo pouco posterior, entre 1200 e 1100 ant. da nossa era. Sempre sustentei a sua autenticidade e tive a satis¬ fação, alguns anos atrás, de ver confirmado o meu juizo, pelo saudoso Conselheiro, Snr. Barão Homem de Mello, que á ocasião de uma visita ao Museu Nacional, reconheceu-o como tendo sido oferecido peloKhedive do Egito, ísmail, ao Imperador do Brasil, D. Pedro 2o, quando viajou no Egito, em 1876. D. Pedro guardava o dito sarcofago, em pé, no seu gabinete de trabalho, perto duma janela. Uma violenta tempestade tendo, um dia, aberto a janela, o caixão foi atingido pela aldrava, que quebrou uma parte do costado. Dei nos Arquivos do Museu Nacional, Vol. XXV. 1925, pp. 287- 290, uma descrição desta peça. Apresento hoje a tradução das inscrições. A figura pintada sob o colar, em fórma de carneiro, que pro¬ teja o peito da defunta, não e a do Deus Amon, e sim de Au fu (a carne de Ra), representando o Sol morto, que atravessa o mundo da noite, para renascer o dia seguinte. O defunto passava por acompanhar o soí na sua viajem noturna. * * ♦ Inscrição n. L—As inscrições muito pouco cuidadas, apresen- > . Tü ire « tam numerosos erros. Assim por 88 Archivos do Museu Nacional — Vol. XXXIí . Amset, justo de voz. Chamado lambem pela variante Mesta, é um dos 4 filhos de Horus, ao qnai estava assinado o sul. E de estranhar o qualificativo amakhtoom, justo de voz que se junta coraumente aos nomes dos defuntos sómente. inscrição n. 2. — Publicada na descrição citada (p, 2S7) em 2 linhas, forma uma linha só no original. A leitura começa na Ia linha, da direita para a esquerda. Vida! Oferta real a Osíris Khent Ament (Chefe do ocidente), Deus grande. Senhor de Abídos, para que proteja a cantora da capela, de Amen sha amen su. A segunda linha, da esquerda á direita: Vida. Oferta real a Osiris, chefe do naos divino, para que pro¬ teja a cantora da capela de Ánion, sha amen sü. 4^ r í o a -“-ii D «•= i r 1 o r c, oj] í ^ Çn - a Mi, * í * Inscrição n. 3. — o complemento grafico da figura pintada, > que representa Horus, o Deus de Apolinopolis Magna. Diz; [Horus de] Hut, Deus grande, Senhor do Ceu. Hut é o nome egipcio, sagrado da cidade que os Gregos cha¬ maram de Apolinopolis Magna. §9 A. Chílde — Trabalhos da divisão eoitologica inscrição n.4—O Deus Seker (Sokaris dos Gregos) é uma outra alegoria do Sol noturno. Representado sob a figura de um gavião, com o nome ao lado: Seker. A faca como determinativo, é um erro do escriba, porque pertence a palavra homonima seqer, significando ^^cortar, destruir». Inscrição n. 5 — a repetição do n. 3. * * ^ Inscrição n. 6.—Em 2 linhas na publicação anterior (p. 288), A linhas lê-se da direita a esquesda: Vida/ Oferta real a Ptah (1) Seker Os/m, Senhor (2) da sepultura, para que protefa a cantora da capela ... (1) A grafia do nome de Ptah está alterada, por engano ou distração, em hpt, i. e. escrito ás avessas em relação ao sentido da leitura. (2) O signo neb «senhor» foi substituído erradamente pelo de¬ terminativo da palavra heti «ser desfraldado». i A 2.a linha, da esquerda para a direita: Vida. Oferta real a Ra-Horkhuti, Chefe dos Deuses, sobre o horizonte (isto é o Sol nascente) para proteger,.. go Archivos do Müseu Nacional — Vol. XXXII inscrição n. 7. — fsis com o nome. Palavras de Isis a grande mãe divina (1). (1) Está pintado ar^ o escriba pensando provavelmente a pa¬ lavra as-ar (Osiris), onde o mesmo ar assim escrito já seria anormal. E’ evidentemente a palavra ar que devia ser traçada «grande», porque é a tituiatura comum com o nome de mãe divina. O pintor desenhoui uma aguia por uma andorinha. Inscrição n. ^.—Nephihys com seu nome, seguida de Anubis. Palavras de Nephtfiys, para aperfeiçoar (I) (Isto é «tornar ex¬ celentes os ritos). (í). A inscrição está errada e presta a ambiguidade. Pode ser hda: , Amen Ra khroou 2°. Amen khroou. No l.» caso significaria «a voz ü€ Amon Ra» o que não tem razão de ser. No 2.o caso seria «a voz secreta», muito duvidoso porque «secreta» não tem o determinativo es¬ pecifico, e também não tem significação na figura presente. Admito portanto um duplo erro de grafia:: o í? de Amen é um s, o circulo é kh e o ideografo khroou está no lógar do determinativo especie de colher de pedreiro, com a qual rematam o revestimento de cal das paredes. Leio pois, em vez de A.men, a palavra sn%enkh «acabar, aper¬ feiçoar, conduzir á bem». Em cima do Anubis que acompanha a deusa, o seu nome erra¬ damente escrito também: rnp por anp, isto é Anpu Anubis (Inscrição n. 9). * * Inscrições nos 10 e 11.—O nome do Deus Knam, o oleiro, que modelou os deuses e os homens de barro, representado pelo seu hieró¬ glifo: um vaso * * + A. Childe — Trabalhos da divisão eoitologíca Inscrição n. 12.—dificil a interpretarj porque a inscrição se refere ao hipopótamo pintado no quadro. Esté ánimal é a Deusa Thoaeris, (Ta-ur). Ora a inscrição diz: Nut (que é Deusa do Céu) e o que segue pode ser traduzido mss neteru «creadora dos Deuses». O l.»' capitulo do «Livro dos Mortos» diz: «Sou um daqueles Deuses, nasci¬ dos de Nout...» Estas divindades são Osiris, ísis, Set, Nephthys, Anubis, Shu e Tefnut. Si supormos que em vez de Nut ha de se ler pet, deveriamos traduzir: O Céu sua residência divina, se referindo naturalmente a Thoueris. Sabemos que Ta-ur, o hipopótamo, figura nos zodíacos perto do pólo. Nesta ultima hipótese, haveria um erro do escriba que pintoi^ og, por ^ Na primeira o erro é de ^por (í| , isto é «sala» por «creadora». * * Inscrição n. 13 em 2 linhas. A Ia começa da direita. Vida! Oferta real a Âp-Heni o guarda{\) poderoso das 2 terras (2), para que proteja. (3). (1). O signo aqui pintado se le kmei e significa cantora» E* evidente que não tem razão de ser aqui, e está em logar de shena e significando «defender, guardar» (Pierret p. 586). (2) . As 2 terras são os 2 mundos, o terrestre e o funerário. Ap-Heru foi identificado com Anubis, o psicopompo dos Egipcios. (3) . Os signos traçados no fim desta sentença não têm explica¬ ção. Lêm se tt hni e poderiam apenas serem interpretados como «a presente» £ hnty. A 2.a linha se lê da direita para a esquerda. Vida. Oferta real aos 2 tiorus, guardas poderosos (1) do Céu para que protejam a Cantora da capela. 92 Archivos do Museu Nacional — Vol. XXXÍI (1). A presença nesta membro de sentença da palavra sen em paralelismo com shena do membro anterior, confirma a justeza da nossa substituição, no l.o caso. Sen aíiás, significa também «guia» (Pierret, p. 501, s. V. •• * .■i « inscrição n. 14.—Não foi copiada completamente na publica¬ ção do texto (p. 290). Traçada em 4 colunas verticais bastante grosseii ramente. Começa pela la coluna a direita e segue pelas outras, que contrariamente ao costume, estão es¬ critas as avessas, como si se de¬ vessem ler da esquerda a direita. Oferta real para O siris Khent Ament, Deus grãnde, Senhor de Abi dos, para que dê milhares de pães e d.e jarrões d<.e cérvéfa, dé bois, de gansos, de perfumes frescos, perante a Cantora da capela de Amen sha AMEN M SU. O nome aqui variou em vez de Sha Amen Sà. [ * * Inscrição n. 15. Um chacal. Anuhis. Antibis, Senhor de Karirit (ou Raqrírit)). E’ uma localidade do nome de Siut, provavelmente a necró- pole e dominio mistico de Anubis, diz Maspéro, Osiris atravessa esta região durante a 8.» hora. (Etud. de Mythol. et Archeol. egypt. T. I, p. 64, note 2). O desenhista também aqui cometeu erros de escritura: o t falta e o determinativo da cidade foi trocado pelo hieróglifo do Sol (ou do dia). 93 A, Childe — Trabalhos da divisão egitologica Inscrição n. 16. — Um chacal. Armbis, sem o nome, apenas com o titulo Senhor de Djeser, Djeser é o cemiterio, a necrópole. E' curioso lembrar que em arabe ael Djezairy) significa «os ilhotes». E' a etimologia de Algé- siras. Para os Egipcios também, os Campos de Aarou, eram ilhotes e representavam o Paraiso dos Bemaventurados. Nota — A orthographia adoptada aqui, não é do autor. Publicações do — RiO DE Museu Nacional JANEIRO — Archivos - N- I, II, III, IV, V, VI, VII, VIII, IX, X, XI, XII, XIII, XIV, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXI, XXII, XXIII, XXIV, XXV, XXVI, XXVII, XXVIII, XXIX, XXX, XXXI, XXXII, XXXIII (no prélo). Primeira Publicação.. Março 1876 Boletim -- IP Vol. NP i, 2P Vol. Np I, Vol. Np I, 4.“ Vol. N.« I, S.o Vol. N.‘^ I, 6. - Vol. N.<' I, 7. ® Vol. N.'^ I, 8. « Vol. N." I Primeira Publicação. 2, 3> 4, 5> 6. 2, 3, 4, 5, 6. 2, 3, 4- 2, 3, 4- 2, 3, 4- 2 , 3 , 4 - 2, 3, 4- (no prélo) . Novembro 1923 Quadros Klementares de Historia Natural. Mappa Phytogeographico do Bra.sil. Guias das Coleções. Cataiogos. Relatórios. Nota : Os Archivos do Museu Nacional são publicados sem data fixa; O Boletim do Museu Nacional é regularmente publicado em Alarço, Junho, Setembro e Dezembro. A correspondência relativa ás publicações do Museu Nacional, deve ser dirigida ao Diretor do Museu, Professor E. Roquette-Pinto — Quinta da Boa Vista — Rio de Janeiro.