ARQUITCd DO MUSEU NACHONAL Nunquam aliud natura, aliud sapientia dícit J. 14, 321 In silvis academi queerere rerum, Quamquam Socraticis madet sermonibus Ladisl. Netto, ex Hor Vol. XL 1945 IMPRENSA NACIONAL RIO DE JANEIRO - BRASIL ARQUIVOS DO MUSEU NACIONAL RIO DE JANEIRO ARQUIYOS DO MU3SU NACIONAL Nunquam aliud natura, aliud sapíentia dicit J, 14, 321 In silvis academi quoerere rerum, Quamquam Socratids madet sermonibus Ladisl. Netto, ex Hor Vol. XL 19 4 5 IMPRENSA NACIONAL RIO DE JANEIRO - ERASIL ESCORPIÕES SUL-AMERICANOS C DE MELLO-LEITÃO Ex-professor de Zoolocia dc Museu Nacional INTRODUÇÃO Os escorpiões são aracnídeos vivíparos, de abdome seg¬ mentado e nitidamente dividido em duas regiões, por um es¬ treitamento brusco ao nível do sétimo segmento, de modo que os últimos cinco segmentos e o télson formam a cauda ou pos-abdome. O cefalotórax é protegido dorsalmente por uma carapaça trapezóide, na qual se vêem sempre dois olhos medianos, ha¬ vendo de cada lado, junto à borda lateral anterior, 2 a 5 olhos (às vêzes ausentes) . Nêle se inserem os seis pares de apên¬ dices : quelíceras, palpos e quatro pares de patas. O abdome se articula com o cefalotórax em tôda a lar¬ gura. Visto pela face dorsal, é coberto por sete placas ou tergitos , sendo os seis primeiros transversos e o sétimo tra¬ pezóide, de base anterior. Visto pela face ventral, tem ape¬ nas cinco placas ou esíevnito.s, correspondentes aos tergitos III a VII, sendo os dois primeiros substituídos pelas placas genitais e pelos pentes. Cada esterníto apresenta um par de. estigmas, geralmente estreitos, situados perto das bordas la¬ terais, e dando acesso aos pulmões. A cauda é formada pelos cinco últimos segmentos e pelo télson, com o aspecto de uma vesícula, onde estão as duas glândulas de peçonha, e prolongada por um ferrão inocula- dcr, muito recurvo. Os segmentos caudais são quase sempre escavados em goteira na face dorsal, e divididos por cristas longitudinais, mais ou menos nítidas. Êsses segmentos caudais são muito móveis no sentido dorso-ventral. As quelíceras são pequenas, trí-articuladas, com o seg¬ mento basilar articulado sob a borda anterior do cefalotórax. Os palpos são muito grandes e característicos da ordem, constituídos de seis artículos, dos quais os dois últimos for¬ mam uma robusta pinça. As patas apresentam um segmento mais que os palpos e terminam sempre por duas garras. Entre as ancas das últi- Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL 10 Fig. I Anatomia externa de um escorpião: bt-basitarso; cef-crfalotcrax: A-dedo imó¬ vel; f-femur; fe-ferrão: íp-iemur dos pal- pos; m-mão; oFolhcs laterais: cm-olhos medianos; pt-protarso: q-quelíceras: sc- segmento caudal l:sc. Y-secrr.ento cau¬ dal V; tel tergito I; te VII-tergito VII; ti-tíbia; tip-tíbia dos palpos: tt-teloiarso; ve-vesícula. C. de Mello-Leitão — Escorpiões Sul-Americanos 11 mas patas há uma lâmina pentagonal, triangular ou trans- versa, estreita — o esterno. Atrás do esterno hã duas placas, de forma variável, as placas genitais , às quais se segue outra placa mediana ■— o metasterno , com o qual se articulam os pentes . O corpo dos escorpiões é geralmente muito pouco piloso e o colorido varia do amarelo pálido ao negro, às vezes man¬ chado ou marmorado, raramente havendo tons esverdeados ou róseos. Em 1931, dividimos os aracnídeos em duas sub¬ classes: FANERóCTENOS (Ctenóforos de Pocock ou Cteidófovos de Bõrner) e ADELÓCTENOS (Lipóctenos de Pocock ou Epectíneos de Bõrner), esta última com oito ordens, e a primeira só com a ordem. Escorpiões, São carac¬ teres da subclasse Faneróctenos: aracnídeos vivíparos com 13 segmentos abdominais; patas sem patela; embrião com seis pares de apêndices abdominais, dos quais o segundo persiste no adulto, com a forma de pentes; quatro partes de pulmões; abdome muito longo, com os últimos cinco segmentos estreita¬ dos, formando uma cauda flexível; télson visível, unissegmen- tado, com duas glândulas de peçonha; palpos terminando em robustas pinças. Nos Adelóctenos há, no máximo, 12 segmentos abdo¬ minais . Embrião provido, no máximo, de quatro pares de apêndices abdominais, nenhum dos quais persiste no adulto. Pulmões, quando presentes, no máximo em número de dois pares, Télson ausente ou, quando presente, plurissegmentado e sem glânludas de peçonha. Com as oito ordens reunidas em três legiões: HaplocnÊmios, com as ordens Queloneios e Solífugos ; Megoperculados com as ordens Palpígrados , Podogônios , Pedipalpos e Aranhas; Holossomáticos, com as ordens Opiliões e Acavinos . Morfologia externa O corpo dos escorpiões é sempre alongado e achatado, com uma porção pelo menos três vezes mais larga que alta, compreendendo o tronco (cefalotórax + abdome ou pro- soma + mesosoma) e outra, muito mais estreita (cauda, pos- abdome ou metasoma), de largura e altura quase iguais. A cauda pode ser mais curta ou mais longa que o tronco, sem 12 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL que nunca a diferença de tamanho vá além de 1/4 ou 1/3 da porção maior. A carapaça (escudo quiíinoso que cobre dorsalmente o cefalotórax) íem quase sempre a forma de um trapézio, de lados paralelos quase iguais e ângulos arredondados; a borda posterior é reta, sinuosa ou levemente convexa; a anterior apresenta, às vezes (certas espécies de Broteochactas e Teu~ thraustes ), uma profunda depressão mediana, em LI, havendo quase sempre um pequeno entalhe em V raso, dividindo-se em dois lobos frontais. O tegumento é liso e brilhante ou mui finamente granuloso 1 nos Botriúrídas, Cáctidas e Vejo- vidas. Nos Bútídas há granulações maiores que formam um sistema de cristas mais ou menos complexo, sobressaindo sem¬ pre duas medianas, que vão dos olhos medianos à borda an¬ terior, duas oblíquas anteriores, duas me¬ dianas posteriores e duas paramedianas posteriores que são as maiores (fig. 1) . Os olhos medianos são presentes em todos os escorpiões sul-americanos, e pos¬ tos de um e outro lado de uma elevação ou cômoro ocular. Êste cômoro ocular ora desce em declive suave, confundindo-se adiante e atrás com o resto do tegumento, ora é bem limitado por um sulco, apresen¬ tando-se, então, como um rombo. Os sulcos anteriores dêsse rombo, em certas espécies de Broteochactas , unem-se à borda anterior por um sulco longitudinal anterior muito marcado. O espaço inter-ocular ora é convexo ou plano, ora apresenta uma goteira, caráter que serve para distinguir certas espécies de Bothrimus, Em torno ou acima dos olhos medianos há, às vezes, uma fila de granulações, formando, na borda superior de cada ôlho, uma crista superciltar . Em Tityns há, atrás do cô¬ moro ocular, profundo sulco mediano que termina em uma fos- seta, junto à borda posterior da carapaça. Nos ângulos ântero-externos da carapaça, junto à borda, estão os olhos laterais, menores que os medianos. Faltam em Teuthraustes ; são em número de dois pares nos outros Chãctidas ; de três pares nos Vejóvidas e Bútidas; e de cinco, nos Escorpiônidas. Na face inferior do cefalotórax vê-se o esterno, lâmina ímpar e mediana, cuja forma permite separar as famílias de Fig. 2 — Cefalo torax de Tityus melanostictus C. de Mello-Leitào — Escorpiões Sul-Americanos 13 escorpiões (figs. 3 a 5), Pode ser pentagonal, triangular ou reduzido a um par de estreitas lâminas transversais, não raro ocultas pela borda posterior das ancas iV. Êste último as¬ pecto é característico dos Botriúridas, Nos Bútidas o esterno é sempre triangular, com um sulco longitudinal mediano, e de ângulo anterior chanfrado ou arredondado. Nas outras três Fig. 3 — Opérculo, esterno e pen¬ tes de Bothriurus Fig. 4 —- Opérculo genital, esterno e pentes de Bothriurus Fig. 5 —• Opérculo genital, es¬ terno e pentes de Tityus famílias é pentagonal, sendo mais alto que a base nos Es- corpiônidas e mais largo nos Cháctidas e Vejóvidas, apresen¬ tando estes últimos uma fosseta profunda e um sulco me¬ diano . As quelíceras são relativamente pequenas e íri-segmen- tadas : o segmento basilar, olhando-se de cima, fica oculto pela borda anterior da carapaça; o segundo segmento se pro- 14 Arquivos do Museu Nacional —- Vol. XL longa, internamente, em robusta apófise (o dedo imóvel), que forma com o segmento distai (dedo móvel) uma pinça ou fórceps, O número e disposição dos dentes dos dedos da que- lícera são de importância sistemática, principalmente nos Ve- jovidas, nos quais permitem separar os gêneros (figs. ó e 7). Fig, 6 — Quelícera de Uroctonoi- des Fig. 7 — Quelícera de Physoctonus Os palpos sao os maiores e mais robustos apêndices dos escorpiões, formados de seis segmentos, geralmente designa¬ dos: anca, trocânter, fêmur, tíbia, mão (com o dedo imóvel) e dedo móvel. Alguns autores chamam ao terceiro segmento o úmero ou braço e ao quarto rádio ou antebraço. Às ancas apre¬ sentam internamente os lobos maxilares, prolongados para di¬ ante em duas estreitas pirâmides, e são contíguas na linha mediana. O trocânter é mais largo que longo, quase anular. Fêmur e tíbia são alongados, prismáticos. A disposição dos dentes nas cristas anteriores da tíbia oferece um bom caráter sistemático na diferenciação das espécies de Tityus cu para distinguir Chactas de Teuthraustcs. A mão só muito raramente é mais delgada que a tíbia (Tityus nematochirus). Quase sempre é muito mais espessa e em Opisthacantus é achatada, com grande lobo basilar ca- C. de Mello-Leitão — Escorpiões Sul-Americanos 15 racterístico. Ora o tegumento é muito liso e brilhante- como em Bothriuvus , ora áspero, finamente pontilhado, ou de gra¬ nulações dispostas em rêde (Broteochactas), ou irregular¬ mente; pode ser arredondada ou marcada por cristas lisas ou granulosas. Na face inferior há, geralmeníe, uma fila de ori¬ fícios de onde partem pêlos sensoriais, as tricobótrias . Princi¬ palmente nos machos há, em muitas espécies, na porção ba¬ silar da borda interna do dedo móvel, uma saliência (lobo basi- u m a depressão do dedo imóvel. E f raro que os dedos sejam mais curtos que a mão; quase sempre são nitidamente maio¬ res, em alguns casos podendo chegar a duas vezes o seu comprimento. Os de¬ dos são em geral le¬ vemente curvos, afi' lando-se para a ex¬ tremidade distai, e mais adelgaçados na borda interna, for¬ mando gumes , cuja ornamentação é de grande importância sistemática. Junto à base dos dedos os machos dos Botriúridas apresentam, na face interna da mão, um pequeno tubérculo pontudo. Os gumes dos dedos possuem sempre filas de grânulos : ora hã uma ou duas filas de grânulos menores entre duas de grânulos espini- formes, ora os grânulos menores formam várias filas oblíquas, como veremos ao caracterizar os diversos gêneros. As patas dos escorpiões são desprovidas de patela e os três segmentos distais, que se seguem à tíbia, têm sido diver¬ samente designados. Preferimos chamar os sete segmentos das patas dos escorpiões pelos mesmos nomes que para cs outros aracnídeos : anca, trocânter. fêmur , tíbia , pretarso , 6a- sitarso e telotarso (o epítarso de Weber). Os dois primei- lar) que se ajusta em Fig. 8 — Palpo direito de Anianteris balzani: é-anca; d.Fdedo imóvel; d-m -dedo mó¬ vel; f-fêmur; m-mão í-trocanter; íi-tíbia 16 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL ros pares de patas possuem lobos maxilares, que formam apó¬ fises triangulares, dirigidas para diante — os das patas an¬ teriores quase totalmente ocultos peles das patas do segundo par. Êsses lobos maxilares são contíguos na linha mediana, limitando atrás o estomodéu. Há, em muitos escorpiões, um aparelho estridulante, si¬ tuado nas ancas des palpes e do primeiro par de patas. Os três segmentos distais oferecem uma série de carac¬ teres de grande importância sistemática. Nos escorpiões sul- americanos êsses segmentos são sempre mais ou menos com¬ primidos e alongados. Na extremidade distai dos pretarsos posteriores há um esporão, que falta nos Escorpiõnidas. Entre o basitarso e o telotarso há sempre, do lado externo, junto à membrana articular, um espinho mais ou menos robusto, diri¬ gido para diante. É êste o único que se observa nos Escor- píônidas. Nas demais famílias há outro espinho semelhante, na extremidade apical interna —■ caráter que permite distin¬ guir esta família das outras de esterno pentagonal (fig. 9). Fig. 9 — Basitarso e telotarso de hadruroides lunatüs. mostrando o esporão articular O telotarso quase se prolonga, na porção distai mediana, em uma apófise, entre as duas garras (o pseudoníquio) . Na extremidade distai inferior, forma o telotarso um esporão pon- teagudo, logo atrás da base das garras (fig . 10 h o hiponíquio, que falta nas Caraboctoninas distinguindo-as das outras sub- famílias de Vejóvidas. A face dorsal ora é glabra, ora apre¬ senta pelos dispostos de maneira característica, como em Brachistosternus . A armadura da face inferior do telotarso é um caráter de importância genérica nos Cháctidas e Ro- triúridas. Na primeira destas duas famílias as Megacorminas C. de MelloLeitão — Escorpiões Sul-Americanos 17 se distinguem das outras sub-famílias pela presença de uma fila mediana de longas cerdas ; nos Botriúridas Brachistos- ternus difere dos demais gêneros pela ausência de espinhos ventrais. O esqueleto do cefalotórax é constituído pelo cai¬ xilho bucal, por entoscleritos e entocondritos dorsais e pelos entosternitos, nos quais se inserem três pares de músculos Fig. 10 — Telotarso de hadruroides, para mostrar o pseu- doníquio sôbre as unhas; não há hiponíquio dorso-ventrais. O aspecto dêsses entosternitos varia de uma a outra espécie, e não foi ainda suficientemente estudado nos escorpiões sul-americanos. O abdome ou mesosoma é formado de sete segmentos, dos quais o primeiro ou segmento pregenital só aparece dor¬ salmente na fase pos-embrionãria. Os sete tergitos são sempre bem visíveis, muito mais largos que longos, com exce¬ ção do sétimo, no qual largura e comprimento quase se equi¬ valem. O aspecto dêsse último tergito é, geralmente, o de um trapézio, mas a diferença entre as duas bases, é função da es¬ pessura da cauda ■— ora muito delgada, sobressaindo nitida¬ mente do abdome, ora continuando-se com êle insensivelmente, como nas espécies de Bothriums. O tegumento dos tergitos pode ser liso, pontuado ou granuloso. Era Tityus e Rhopa~ lurus há uma crista mediana mais ou menos acentuada, e em Zabius há três. No último tergito são geralmente visíveis cinco cristas. Os esternítos são em número de cinco. Nos dois primeiros segmentos abdominais vemos o opérculo genital e os pentes, de modo que estes dois primeircs segmentos não possuem esternítos. O opérculo genital é formado por duas placas que obturam a abertura genital, geralmente triangu¬ lares, contíguas no macho, levemente divergentes na fêmea, mas de aspecto variável com as espécies. Excetua-se o macho 18 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL de Opisthacanthas com uma placa única, resultante da fusão das duas normais. Atrás do opérculo genital está o metas- terno, peça quitinosa transversal, com a qual se articulam os pentes. Cada pente é formado por três ou quatro séries trans¬ versais de lâminas quitinosas e que são, de diante para trás: lâminas basilares , lâminas intermédias , fulcros e dentes . As lâminas basilares são pouco numerosas ; a interna muito mais alongada que as outras, que são, quase sempre, em número de uma a três, afilando-se externamente a distai. Maior importância sistemática apresentam as lâminas inter¬ médias — ora dispostas em uma só fileira, ora em duas (Bra- chistosternus) , Podem ser muito numerosas, arredondadas ou retangulares, ou reduzir-se a um pequeno número, apre- sentando-se então como plaquetas alongadas. Em Tityus as fêmeas de algumas espécies apresentam a lâmina intermédia interna muito dilatada, quase circular. Entre as lâminas intermédias e os dentes há uma fileira única de pequenas peças triangulares, separando as bases dos dentes, são os fulcros. Dos gêneros sul-americanos faltam os fulcros em Ananteds (fig. 11). Hã na região Neotrópica outro gênero sem fulcros — Megacormus , do México. C. de MelloLeitão — Escorpiões Sul-Americanos 19 Os dentes são de tamanho, número e forma variáveis em cada espécie. São especialmente numerosos em Brachistos - ternus e Centmróides „ Nos nossos Bútidas nunca descem aquém de 12 e só raramente o fazem nos Botriúridas. Nos Vejóvidas e Chãctidas, ao contrário, são sempre poucos, nun¬ ca excedendo a 12 ou 15. Os esternitos são geralmente lisos, pontuados ou fina¬ mente granulosos. Só os dois últimos podem apresentar cris¬ tas longitudinais, geralmente em número de um ou dois pares. Cada esternito possue dois estigmas pulmonares, geralmente com o aspecto de fendas transversais, mas em alguns casos elíp¬ ticos ou, mesmo, circulares. O primeiro esternito de Rhopa - lurus apresenta, de cada lado, uma grande área oval alon¬ gada, de granulação mais grosseira, que Pocock considera como a placa de plectros de um aparelho estridulante, tendo descrito nos dentes dos pentes de Rhopalurus horellíi uma superfície finamente estriada, que constitue a lira do mesmo aparelho. Nos dentes de outras espécies do mesmo gênero foram encontrados ou pequenos tubérculos ou espessamentos. A cauda (pos-abdome ou metasoma) é constituída pelos últimos cinco segmentos abdominais e mais o télson (fig. 12). Fig. 12 <— Vista lateral da cauda de Tytius, mostrando a falta de dente apical maior nas cristas medianas dorsais e o espinho sob o ferrão da vesícula Quase sempre ela é muito mais estreita que o abdome. Cada segmento é completamente revestido por um tegumento for¬ temente quitinizado, formando um anel ccmpleto, sem dis¬ tinção entre tergitos e esternitos, apresentando quatro faces mais ou menos nitidamente separadas. Os dois primeiros seg¬ mentos são muito curtos, quase sempre de comprimento igual ou menor que a largura. Os três últimos segmentos são alon¬ gados e ora a cauda se afila para a extremidade distai, ora notàvelmente se dilata ( Rhopalurus laticauda, Physoctonus physums) . A face dorsal é sempre nitidamente escavada nos quatro segmentos anteriores; em goteira mais rasa, plana 20 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL ou mesmo levemente convexa no quinto segmento. Nos dois ou três primeiros segmentos há cristas bem acentuadas, lisas, granulosas ou serrilhadas: destas cristas são sempre presen¬ tes as medianas dorsais, e muito constantes as laterais dor¬ sais. As outras podem faltar, formando as faces inferiores e laterais uma superfície regularmente arredondada. Às cristas dorsais correspondem um par de cristas medianas ventrais e outro de cristas laterais ventrais. No meio das faces laterais hã, não raro, uma crista lateral média. No quinto segmento o número de cristas se reduz geralmente a cinco ou a quatro: duas cristas medianas dorsais, duas cristas laterais ventrais e uma crista mediana ventral (fig . 13). O número, disposição Fig. 13 — Quinto segmento caudal e vesícula de Hadruroides, vistos pela face ventral e armadura dessas cristas são de grande importância siste¬ mática. Assim podem faltar as cristas inferiores e lateraN dos primeiros segmentos de certas espécies de Bolhtiurus; o segmento basilar em Rhopalarus pode ter 8, 10 ou 12 cris¬ tas; em algumas espécies de Tityus as cristas medianas dorsais são serrilhadas, com o dente posterior bem maior, e em outras as cristas medianas ventrais dos segmentos III e IV podem fundir-se ; o aspecto da face ventral do quinto segmento dos Botriúridas é muito característico, variando para cada espécie. O télson tem o aspecto globuloso, prolongando-se em um longo ferrão curvo para baixo. Quase sempre êle é um pouco mais estreito que o quinto segmento, sendo muito pe¬ queno em Rhopalutus laticauda e, sobretudo, em Physoctonus physurus, Scb o ferrão, hã, em muitos Bútidas, uma pequena apófise espiniforme, às vezes muito conspícua, e provida de dois pequenos grânulos. C. de MelloLeitão — Escorpiões Sul-Americanos 21 A anatomia interna dos escorpiões foi bem estudada nas espécies exóticas e dela trata minuciosamente Werner. Os poucos estudos sul-americanos nenhuma contribuição nova trouxeram, e por isso enviamos o leitor interessado ao volume do Bvonrís Tierreich que vimos de citar. Os caracteres sexuais secundários são geralmente pouco acentuados, destacando-se esse escorpião caseiro e cosmo¬ polita, o Isometras maculãtus. Nesta espécie tão comum os palpos têm a tíbia e a mão mais espessas que o fêmur, o tronco é elíptico e a cauda curta; o macho tem o tronco muito mais alongado, de lados paralelos e a cauda muito delgada, com todos os segmentos muito alongados (o IV e o V mais de 5 vezes mais longos que largos) . Os caracteres sexuais secundários mais salientes estão nos palpos, nos pentes e na cauda. A escultura da mão é quase sempre mais acentuada na fêmea. Em Chactas vanbe~ nedeni a mão do macho é visivelmente mais estreita que a da fêmea, quase cilíndrica, e com os dedos muito menores. Em Isometras maculãtus a mão do macho é mais estreita e de dedos bem mais longos. De um modo geral a mão do macho é mais delgada que na fêmea, mas nos Botriüridas ê um pouco mais espessa e provida de uma apófise cônica na face interna, junto à base dos dedos. Comumente o dedo móvel do macho apresenta, na porção basilar, uma forte saliência arredondada ou angulosa, que se articula, quando a pinça está fechada, com uma depressão do dedo imóvel. Os dentes do pente do macho são geralmente mais lon¬ gos e um pouco mais delgados que os da fêmea. Em muitas espécies de Tityus a lâmina intermédia interna da fêmea é muito dilatada, quase circular. A cauda, em algumas espécies de Tityus e em Rhopalu - ras, é fortemente espessada para trás, nos machos. Em /so- metrus maculãtus e Centruróides , ao contrário, é mais delgada e notavelmente maior no macho. A forma da vesícula pode variar nos dois sexos, sendo especialmente interessante Bo- thriuvus bonariensis , cujo macho apresenta a vesícula com uma fosseta basilar dorsal, de côr amarela. Os escorpiões são animais de vida noturna, passando o dia ocultos sob pedras, paus podres, folhas mortas, ou em microcavernas, raramente procurando o convívio humano. 22 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL Habitam de preferência zonas secas e áridas. Há certa relação entre as condições ecobióticas destes aracnídeos e o seu colorido. De um modo geral, os exemplares das espécies das regiões áridas são amarelo-pardacentos, côr de sola ou mosqueados : tais as espécies de Rhopalums , Tityus e Bo- thtiurus, do Nordeste do Brasil; os das espécies da Hiléia e das matas úmidas são negros: Thestylus glazioui da serra dos Órgãos, Ananteris balzani do Paraná e Paraguai, as es¬ pécies de Tityus, Broteas e Rhopalums da Amazônia, O maior e mais robusto escorpião sul-americano é Bra- chistosternus ehrenhergi do Perú. O menor é Physoctonus physums , do Nordeste do Brasil. Os escorpiões são carnívoros, alimentando-se de grilos, baratas, aranhas e outros pequenos artrópodes terrestres. Em 1837 aparece a primeira divisão dos escorpiões em famílias, dividindo-os C. L. Koch de acordo com o número de olhos em Scorpioniden > com 6 olhos, Buthiden com 8 Centruriden com 10 e Androctoniden com. ► 12. O esterno é, pela primeira vez, tomado em consideração por Peters que distribue de outro modo os gêneros, embora conserve três das famílias de Koch. Peters (1861) divide os escorpiões em quatro grupos: Telegonini, Scovpionini , Centrudni e An- droctonini . Em 1876 apresenta Thorell a sua classifica¬ ção, baseada na forma do esterno e na disposição das lâminas intermédias dos pentes, considerando quatro famílias : Andvoctonoidae , com esterno subtriangular; lâminas in¬ termédias dos pentes formando uma só fila, angulosa, maiores que os fulcros; Telegonoidae , com esterno curtíssimo, formando estrei¬ tíssima foice transversal, recurva ; lâminas intermédias dos pentes em 1, 2 ou 3 séries, geralmente arredondadas e não maiores que os fulcros ; Vejovoídae , com esterno subpentagonal, de lâminas in¬ termédias dos pentes dispostas como na família anterior; Pandinoidae , com esterno subpentagonal e lâminas in¬ termédias dos pentes como nos Antrocionoidae . Serviu de base a classificação de Thorell para as clas¬ sificações mais recentes. Simon, em 1879, subdivide os Pan- dinoidae em três famílias distintas, aceitando, com a simples 25 C. de Meixo-Leitão — Escorpiões Sul-Americanos alteração de nomes, as outras três famílias do aracnólogo sueco. Assim: Buthidae = Androctonoidae Telegonidae “ Telegonoidae Vejovidae = V ejovoidae Hetevometddae -f- Ischnundae + Bvoteidae — Pan- dinoidae . Em 1893 remodela Pocock a classificação de Simon; volta a considerar apenas quatro famílias : Scovpionidae, lu - vidae, Bothriuridae (~ Telegonoidae de Thorell i e Buthidae. A primeira destas quatro famílias é dividida em 5 subfamílias: Scorpionini , Ischnmini, Diplocentvini , Hemiscorpionini e 8/ro- dadni; e a segunda em três: Iurini, Chaerilini e Chactini. É de 1899 a classificação de Kraepelin, leve modificação da de Pocock: apenas as subfamílias de Iuridae são elevadas à categoria de famílias: Vejovidae (= Iurini ), Chaerilidae e Chactidae, Em 1917, tratando da fauna da Rússia, revê Birula a classificação dos escorpiões e as famílias de Pocock são eleva¬ das a superfamílías : Scorpionoidea , Chactoidea (= Iuridae), Bothriuroidea e Buthoidea. Em 1914 estuda Petrunkevitch o valor sistemático e filogenético do esterno e classifica os escorpiões fósseis e sub¬ divide tanto os fósseis como os atuais em duas sub-ordens: Apoxypoda , com os telotarsos ponteagudos (todos do Siluria- no) e Diomjchopoda., com os telotarsos providos de duas unhas (desde o Carbonífero até os atuais). Considera os Apoxy- poda com uma só família: e nos Dionychopoda, 4 famílias fós¬ seis e seis atuais. Devemos tomar em consideração, porém, nos Dionycho¬ poda a forma do esterno, a princípio de lados curvos ou pouco nítidos, e a articulação das patas IÍI e ÍV, Aceitando o crité¬ rio, de alto valor filogenético, dos telotarsos, podemos dividir os escorpiões em duas sub-ordens: Apoxípodes e Dionicópo - des , e êstes em duas tribus: Paleosternos e Neosternos, Teremos assim : Sub-ordem Apoxypoda ■ —■ Telotarsos de merostomado, ponteagudos, sem unhas. Uma só família do Siluriano — Palaeophonidae, 24 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL Sub-ordem Dionychopoda — Telotarsos armados de duas unhas. Tribu Palaeosterna ■ —■ Esterno de lados curvos, às vêzes, circular; as ancas IV, às vêzes, em relação com o opérculo ge¬ nital. Três famílias fósseis: Mazoniidae, Isobuthidae, Cz/c/o- phthalmidae . Tribu Neosterna — Esterno de lados retos; ancas III e IV em relação com o esterno. Uma família fóssil e seis atuais; a) Esterno pentagonal —■ Eoscorpionidae (fóssil), Scor~ pionidae , Diplocentridae , Chactidae e Vejovidae. b) Esterno triangular Buthidae . c) Esterno laminar transverso — Bothnmidae. Encontram-se na América do Sul tôdas as seis famílias de escorpiões atuais, sendo a única região do mundo em que tal sucede. As famílias aí encontradas podem ser fàcilmente separadas pelos caracteres da chave abaixo : A. Esterno triangular ou pentagonal; vesícula às vêzes provida de um espinho sob o ferrão : B. Esterno pentagonal : C. Protarsos posteriores sem esporão apical ; basitarsos com um só espinho na membrana articular distai, do lado ex¬ terno; mão muito achatada, de borda interna aguda; diâme¬ tro longitudinal do esterno igual ou maior que a base; três olhos laterais (Scorpionoidea) : D. Vesícula com um espinho sob o ferrão —• D/p/o- centridae . DD. Vesícula sem espinho sob o ferrão —' Scorpionidac . CC. Protarsos posteriores com esporão apical: basitar¬ sos com dois espinhos na membrana articular distai, sendo um de cada lado; mão mais ou menos globulosa ou prismático- alongada; diâmetro longitudinal do esterno menor que o trans¬ versal (ângulo anterior muito obtuso); vesícula sem espinho sob o ferrão — (Chactoidea ) : D. Olhos laterais ausentes ou em número de dois; es¬ terno dividido em três partes por um profundo sulco em T; l⬠minas intermédias dos pentes, largas, retangulares — ChactP dae. DD. Três olhos laterais; esterno inteiro; lâminas inter¬ médias dos pentes retangulares ou arredondadas — Vejovidae . C. de Mello-LeitÃo — Escorpiões Sul-Americanos 25 BB. Esterno triangular, alongado, com uma fosseta me¬ diana; lâminas intermédias dos pentes, retangulares, às vêzes ausentes ; três a cinco olhos laterais; vesícula geralmente com um espinho sob o ferrão — (Buthoidea) Buthidae . AA. Esterno muito mais largo que longo, às vezes oculto sob as ancas posteriores; vesícula sem espinho sob o ferrão; lâminas médias dos pentes, arredondadas; três olhos laterais •— (Bothriuroidea) Bothciuridae, Superfamília, SCORPIONOIDEA Birula, 1917 São os escorpiões atuais os mais primitivos, intimamente relacionados com os Eoscorpiônidas. Na membrana articular entre o basitarso e o telotarso há um só espinho, na face exter¬ na. Não há esporões pretarsais. O esterno é grande, penta¬ gonal, de lados paralelos e ângulo anterior de menos de 90°. O opérculo genital da fêmea apresenta as duas valvas solda¬ das em uma placa triangular arredondada. A face ventral dos tarsos posteriores é armada de filas de pequenos espinhos ou dentículos. Glândulas de peçonha singelas, pregueadas ou semi-pregueadas. Ovários com divertículos de incubação, nos quais se passa todo o desenvolvimento dos embriões, que são desprovidos de membranas. Oves pequenos, oligolecíticos. Duas famílias sul-americanas, cada qual aí representada ape¬ nas por um gênero, 1. Família SCORPIONIDAE Pocock, 1893, São escorpionóideos nos quais falta o espinho sob o ferrão. Nas espécies sul-americanas a mão é muito achatada, muito larga na base, formando com os dedos um ângulo obtu¬ so. A vasta dispersão desta família, representada em tôdas as regiões, demonstra a sua antiguidade. Divide-se em 6 sub- famílias, assim tabuladas por Werner: A. Segmentos caudais com uma só crista mediana ventral. B. Telotarsos com lobos distais arrendondados — llto- dacinae (Austrália) . BB. Telotarsos sem lobos distais arredondados. C. Telotarsos sem espinhos ventrais, apenas com duas filas de cerdas —- Hemiscorpioninae (Arábia e Mesopotâmia). CC. Telotarsos com uma fila de espinhos ventrais — Heteroscorpioninae ( Madagáscar ), 26 Arquivos do Museu Nacional —- Vol. XL AÀ. Segmentos caudais I a ÍV com duas cristas media¬ nas ventrais. B. Telotarsos com lobos distais arredondados ; face dor¬ sal da mâo mais arredondada <— Scorpioninae (índia, sul da China, Ceilão, Java, Sumatra e Filipinas) . BB. Telotarsos sem lobos distais arredondados; mão fortemente achatada. C. Cefalotórax liso, adiante do cômoro ocular — Lípo- sominae (África do Sul ocidental), CC. Cefalotórax com um sulco mediano, forquilhado adi¬ ante — Ischnurinae (África do Sul, ilhas da costa oriental afri¬ cana, índia, Sumatra, Java, Australãsia, Oceânia, Antilhas, Panamá, Colômbia e Brasil). 1 . Gênero OPISTHACANTHUS Peters, 1861 É o gênero de mais larga distribuição de todos os escor¬ piões, encontrando-se as suas 18 espécies ria África equato¬ rial, na África do Sul, em Madagáscar, nas ilhas Aru, nas Antilhas, no Panamá, na Colômbia e em Goiaz. São escor¬ piões de médio ou grande porte, com a cauda muito delgada, menor que o tronco. Cèfalotórax finamente granuloso, com um sulco mediano; borda anterior escavada em V, deixando visíveis as quelíceras, que são dirigidas muito obliquamente para diante. Tíbia dos palpos com 3 tricobótrias na borda infe¬ ro- externa e com duas robustas apófises medianas na face in¬ terna. Mão muito achatada, porém de largura menor que o comprimento; este maior que o dos dedos. Olhos medianos no meio da carapaça. Três olhos de cada lado, nos lobos ântero- laíerais. Gume dos dedos com duas filas paralelas de grânu¬ los, unindo os dentículos maiores. Segmentos caudais de per¬ fil dorsal convexo. Telotarsos com duas filas de espinhos ventrais robustos. Tipo: Opisthacanthus elatus (Gervais), 1844. Duas espécies sul-americanas, uma das Antilhas e norte da América do Sul, a outra de Goiaz. Estas duas espécies podem ser distintas pelos caracteres da chave abaixo: A. Vesícula avermelhada ou amarela; cristas dorsais gra¬ nulosas, face ventral do segmento caudal V sem tubérculos C. de MelloLeitào — Escorpiões Sul-Americanos 27 espiniformes; íelotarsos com 5 ou 6 espinhos externos. — O. cayapomm Vell. Aà. Vesícula do mesmo tom da cauda; cristas dorsais lisas; face ventral do segmento caudal V com 3 duplas filas de tubérculos espiniformes; telotarsos com 4 espinhos exter¬ nos ■—■ O. elatus (Gerv. ). 1 . Opisthacanthus eayaporum Vellard, 1932 O. c. Vellard- 1932 — Mém. Soe . Zool, France 29, p. 540. Pr. 1, figs. 1, 2. Não- conheço esta espécie. Segue a tradução da descri¬ ção original. $ 57 mm. Tronco 27. Cauda 28. Cèfalotórax 10,2; lar¬ gura máxima 12; largura frontal 9. Esterno 2,2x3,8. Cauda 2,7x3-f 3x3+4,2x2,7-5x2.64-6,5x2,6+ (6,7+ 1,5x2,7). Pal¬ po; fêmur 10x4,5; tíbia 10x4,8; quela 22x7,5 (mão 12x7,5; dedo móvel 11). Pente de 9 dentes. Tronco uniformemente pardo denegrido- ou negro na face dorsal. Pinças pardo-avermelhadas, com as cristas dos dedos negras. Patas pardo-avermelhadas; pretarsos mais claros e telotarsos amarelos. Vesícula vermelho-claro cu amarela; aguilhão negro Esterno, ancas e pente pardo-amareíados; úl¬ timos segmentos abdominais mais ou menos esfumaçados. Corpo e patas eriçadas de longas cerdas amarelas, Cèfalotórax quase plano, um pouco menos longo que a largura posterior, estreitado adiante; borda frontal com um entalhe profundo. Sulco mediano completo, bem acentuado, dividindo o cômoro ocular e terminando em pequena fosseta triangular perto da borda anterior. Cômoro ocular medíocre, situado no meio do cèfalotórax e cercado por uma depressão pouco acentuada, incompleta adiante ; olhos médios separados pouco menos de um diâmetro. Borda frontal arrebitada, com uma série de granulações grosseiras e de cerdas. Tegumentos densamente revestidos de granulações gros¬ seiras, menos numerosas junto à borda anterior. Tergitos inteiramente cobertos de finas granulações, com uma fila de cerdas e grânulos maiores na borda posterior. Esternitos li¬ sos, com algumas cerdas. 28 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL Cauda curta e robusta, de sulco dorsal mediocremente acentuado e com as cristas medianas dorsais arredondadas, com uma série de grossos grânulos e de cerdas; cristas late¬ rais e inferiores pouco acentuadas, indicadas por granulações mais numerosas e mais robustas nos últimos segmentos; o pri¬ meiro segmento é de face ventral lisa e arredondada. Vesí¬ cula lisa, comprimida, entumecida em baixo e percorrida, de cada lado, por dois sulcos laterais pouco acentuados; aguilhão muito curto e recurvado. Palpos. Tíbia de face dorsal reticulada e com uma fila mediana de cerdas; face inferior reticulada com três grandes tricobótrias perto da borda posterior; face anterior com gra¬ nulações maiores que se transformam em tubérculos espinifor- mes na vizinhança da apófise basilar, face posterior com duas filas de granulações maiores e numerosas cerdas. Mão grande e chata; face dorsal “chagrinée”, com finas granulações mais numerosas na parte apical; face inferior brilhante e reticulada; faces laterais com grânulos maiores. Dedo móvel quase do comprimento da mão; lobo basilar em forma de dente obtuso, granulações do gume dividindo-se em duas linhas levemente divergentes um pouco adiante da metade do dedo; não há gr⬠nulos accessórios. Telotarsos posteriores com duas filas in¬ feriores de espinhes, sendo 5 ou 6 internos e três externos. 5 — 64,4 mm. Tronco 34. Cauda 30,4. Cèfalotórax 12; largura máxima 13; frontal 9. Esterno 2,5x4. Cauda 3x3, 8 + 3,8x3,2 + 3,8x3,2+ 4,8x3 + 7x2,5-j- (64-2,5x3). Palpos: fê¬ mur 10,5x4.5; tíbia 10,5x5; pinça 24x9 (mão 12,5x9; dedo móvel 12). Pente com 6 ou 7 dentes. Pouco diferente do macho; cèfalotórax plano; cômoro ocular um nada saliente, os olhos médios quase no olano do cèfalotórax e depressão circular quase obsoleta. Cauda com a goteira dorsal muito menos acentuada, de bordas quase lisas, levemente granulosas só nos últimos; cristas laterais in¬ feriores menos nítidas e menos granulosas. Lobo basilar dc dedo móvel em dente agudo. Cerdas menos numerosas que no macho. Tipos no Museu de Paris. Localidade-tipo: Campos situados a oeste da Serra dos Caíapós, entre a margem esquerda do Rio das Arraias, afluente do Araguaia e a floresta do Xíngú. C. de Mello-Leitão -- Escorpiões Sul-Americanos 29 Notas Ecológicas : É espécie de campos secos e desco¬ bertos . Habita principalmente os cupins.  noite ficam à es¬ preita na entrada dos numerosos buracos feitos no cupim e agarram com as suas robustas pinças todos os pequenos ani¬ mais que passam ao seu alcance, insetos, aranhas, pequenos lagartos, etc. Fazem pouco uso do ferrão. Durante o dia fi¬ cam na câmara central, colados às paredes, com a cauda com¬ pletamente deitada sôbre o dorso. 2 Opisthacaníhus elatus (Gervais), 1844 (Fig. 14 e 15) Scorpio e. Gervais, 1844. — in Walckenaer, Aptères , 3, p. 69. O. e. Peters, 1861 — Monber. Akad. Berlin, p. 511. O. kinbergi, 1877 — Atti, Soc. Ital., 19 , p. 246. O. e. Pocock, 1893 —■ J. Linn. Soc. (Zool.) 42. p. 398. O. e. Kraepelin, 1894 —' Mitt. Mus. Hamburg , 11, p. 120. A presente redescrição é feita sôbre um macho de Goa- jira, Colômbia. 79 mm. Tronco 41. Cèfalotórax 14x14 (na borda pos¬ terior). Cauda 4,5x3-75,5x2,8-)-5,5x2,8-J-6,2x2.S--5x2,5— 8 (6,5+1,5)x2,5. Palpos: fêmur 11x4; tíbia 11x5; queia 25x11; dedo móvel 13. Colorido geral fulvo denegrido uniforme, no dorso ; es- ternitos pardo-escuro, marmorados de negro: patas um pouco mais daras; palpos de quelas negras. Cèfalotórax pouco convexo, de comprimento igual à lar¬ gura da borda posterior, estreitado adiante, a borda anterior profundamente escavada em V e com uma fila de cerdas diri¬ gidas para diante, os lobos laterais menores que a abertura do V. Borda posterior separada do resto do cèfalotórax por um sulco transverso que em cada têrço lateral se inclina para diante e se bifurca, formando estreita porção triangular,. Sul¬ co longitudinal mediano completo, estendendo-se do sulco transverso ao entalhe anterior e dividindo o cômoro ocular. Êste é mais largo que longo, bem limitado adiante por um sulco transverso curvo, de concavidade posterior, e atrás por dois sulcos oblíquos que se esbatem no sulco mediano, Olhos 30 Arquivos do Museu Nacional — Vot. XL separados um pouco mais de um diâmetro. Olhos laterais grandes, do mesmo tamanho dos olhos médios, junto ao ân¬ gulo ântero-ex terno, os dois posteriores num mesmo plano, se¬ parados entre si menos de um diâmetro e nitidamente se¬ parados do anterior por uma depressão semicircular, igual a um diâmetro ocular. Tegumentos irregularmente granulosos, com áreas lisas junto à borda posterior e pouco atrás dos olhos laterais. Queííceras quase horizontais, o dedo imóvel com três dentes e o dedo móvel com três dentes superiores e dois inferiores. Tergitos quase lisos, os três primeiros muito es¬ treitos, os outros aumentando regularmente ; os tergitos I e lí apresentam uma crista arredondada posterior; nos tergitos III a VII há uma crista longitudinal mediana, mais acentuada em VI e VII. Esternitos I a III lisos e brilhantes com uma fila posterior de cerdas; IV e V de superfície irregular. Estigmas pulmonares transversais, lineares. Pentes pequenos, com uma lâmina basilar, que não alcan¬ ça a borda distai ; duas lâminas intermédias, a interna trian¬ gular alongada; e oito dentes, com fossetas -ventrais distais alongadas; as lâminas intermédias pilosas. Cauda pouco menor que o tronco (38x41), de goteira dorsal bem nítida; segmento I de face ventral lisa e arredonda¬ da; segmentos II e III com as cristas ventrais medianas apenas visíveis, as outras ausentes ; no segmento IV as cristas me- C. de Mello-Leitão — Escorpiões Sul-àmericanos 31 dianas ventrais são mais acentuadas e as outras são visíveis. Todas as cristas de I a IV arredondadas, sem grânulos ; tegu¬ mentos lisos, com algumas pontuações. Segmento V com as cristas medianas dorsais arredondadas ; as três cristas ventrais são marcadas por duplas filas irregulares de robustos tubér¬ culos espiniformes. Vesícula lisa, alongada, de aguilhão muito curto, com duas filas ventrais de longas cerdas, mais abun- Palpos: fêmur prismᬠtico, com quatro faces, niti¬ damente separadas por cris¬ tas, marcadas por filas de tubérculos; faces dorsal, ante¬ rior e ventral com granula¬ ções grosseiras, irregular¬ mente dispostas, mais abun¬ dantes no têrço basilar; face posterior com granulações semelhantes mas dividida lengitudinalmente por uma crista mediana, com peque¬ nos tubérculos. Tibia de face anterior côncava (tanto longi¬ tudinal como transversalmente), com robusta crista tranversal basilar, muito saliente, provida de dois espinhos, ventral e dorsal, iguais, a superfície muito granulosa, com granulações grosseiras, face súpero-posterior convexa, densamente provida de granulações e tubérculos; face ventral quase lisa. Quela achatada, muito dilatada na base, de borda anterior côncava e borda posterior regularmente convexa; face dorsal dividida em uma porção interna, mais larga, plana, e uma porção externa, muito obliqua e provida de abundantes tubérculos pontudos; face ventral provida de duas cristas rasas, convergentes para a base dos dedos. À crista anterior do dedo Imóvel estende-se no têrço distai da face dorsal da mão: o lobo basilar do seu gume é aredondado, pouco saliente, sendo o resto do gume sinuoso. Dedo móvel um pouco mais longo que a mão; na depressão basilar do gume há uma só fila de granulações ; no resto de sua extensão há duas filas paralelas ; os dentes accessórios estão na mesma linha das granulações e são em número de 4 pares ; em sua base, na face dorsal, há 2 tricobótrias em linha transversal. Na face dorsal da mão, junto à base do dedo dantes na base do aguilhão. 32 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL imóvel, há 3 tricobótrias em fila quase transversal, separada de duas outras tricobótrias, em linha longitudinal, próximas da base do dedo móvel, pela bossa articular dêste dedo. Telo- tarsos com quatro curtos espinhos ventrais externos e três in¬ ternos; basitarsos com 4 espínulas distais internas. Opérculo genital triangular arredondado, interno. Localidade-tipo: Colômbia. Habitat: Antilhas, Panamá, Colômbia. 2. Família DÍPLOCENTRIDAE Kraepelin, 1905. Escorpionóideos com a vesícula provida de um dente sob o ferrão. Lóbulos laterais dos telotarsos presentes mas às ve¬ zes, pouco nítidos. Mão plana ou convexa. Gume dos dedos com uma só fila de grânulos, entre os dentes accessórios. Te¬ lotarsos com duas filas ventrais de espinhos. Ocorre na região neotrópica somente o gênero Diplocentrus, que se encontra do sul dos Estados Unidos até à Amazônia, no continente, e nas Antilhas, onde é mais frequente. 2. Gênero DIPLOCENTRUS Peters, 1861. Celafotórax com profundo entalhe na borda anterior ,os lobos frontais arredondados. Três olhos laterais. Cômoro ocular confundindo-se adiante com o cefalotórax . Quela ro¬ busta . Gumes dos dedos com uma fila de grânulos, separada dos dentes accessórios, muito conspícuos . Telotarsos com duas filas de espinhos. Último segmento caudal com uma área distai granulosa bem limitada. Vesícula com um dentículo sob o fer¬ rão. Opérculo genital da fêmea inteiro; duplo no macho. Tipo: Diplocentrus whitei (Gerv.), 1844 . Há na América do Sul duas espécies, que podem ser se¬ paradas pelos caracteres da chave abaixo : A -— Cristas dos segmentos caudais muito acentuadas, formadas por granulações cônicas ■— D. gtundiachi Karsch. AA — Cristas dos segmentos caudais só bem visíveis no segmento I, sendo pouco nítidas ou ausentes nos outros- — D . kugleri Sch. 3. Diplocentrus Grundlachi Kars, 1880. D. g. Karsch, 1880 — Zeits . Nat, VEiss. 5, p 407. D. g. Pocock, 1893 —■ /. Linn . Soc. 24, p. 394. C. de Mello-Leitão — Escorpiões Sul-Americanos 33 D. g. Kraepelin , 1899 — Scorpiones und Pedipalpí, p. 101. D. g, Mello-Campos, 1925 — Mem . Inst. Osv. Cruz . D. g. Moreno, 1938 — Mem. Soc. Cubana Hist. Nat . 12, p. 194, pr. 16, figs. 6-8. D. g. Moreno 1940 — Uniu . de la Habana, N. 23, 26 y 27, p. 35, pr. 15. D. trínitarius Franganillo, 1935 — Rev, Belém„ 9, N. 49-50. Em sua descrição original diz Karsch, que teve à sua dis¬ posição alguns exemplares do Museu de Berlim tão mal conser¬ vados que era impossível fazer uma descrição completa, limi¬ tando-se a dar os caracteres diferenciais entre a nova espécie, D. mexicanas Ptrs, e D. whitei (Gerv.). Das descrições pos¬ teriores (limitando-se Mello-Campos a copiar a de Krae¬ pelin) a mais completa é a de Moreno. Na descrição abaixo procuramos seguir o mesmo plano das anteriores, para unifor¬ mizar a presente monografia. £ 3õmm, 14,7. Cauda 20. Cefalotórax 5,2; largura mᬠxima 5,2. Palpos ; quela 8,5x4,6. Dedo móvel 5.5. Segmento caudal I 2,5x3; V 5x2,5 ; telson 5. Pentes: 2.5x1,7. Dentes do pente: oito. Colorido geral pardo-avermelhado, cõr de sola, mais es¬ curo nos últimos segmentos da cauda e na mão, onde os dedos são denegridos ; patas avermelhadas. Cefalotórax achatado, liso e brilhante, pouco estreitado adiante; a borda frontal com profundo entalhe em V, os lobos laterais arredondados. Sulco longitudinal mediano es- tendendo-se do ângulo posterior do cômoro ocular até junto da borda posterior, dividindo o cefalotórax em dois lobos conve¬ xos. Cômoro ocular adiante do meio do cefalotórax, o espaço inter-ocular menor que um diâmetro e regularmente convexo, sem sulco mediano ; só atrás há sulcos que o delimitam, con¬ fundindo-se êle, adiante, ccm o cefalotórax, descendo regu¬ larmente até ao ápice do entalhe da borda anterior. Olhos la¬ terais em número de três. iguais e equidistantes. Tegumentos quase lisos, não pontuados, com granulações irregularmente esparsas. Tergitos ue tegumentos como o cefalotórax. convexos. Tergitcs I e II muito pequenos, formando estreitas faixas trans¬ versais : III a VI aumentando regularmente : VII de bordas 34 Arquivos do Museu Nacional — Vgl. XL laterais curvas e borda posterior levemente côncava. Ester- nítos lisos, com algumas cerdas. Cauda maior que o tronco; o segmento I bem mais largo que longo; II e III pouco mais longos que largos; III um pouco maior que II; IV maior que III; e V maior que os dois ba¬ silares reunidos. Os segmentos I a III apresentam 10 cristas fortemente granulosas, sendo os espaços intermediários fina¬ mente granulosos. No segmento IV, as granulações das cristas são menos acentuadas, mais arredondadas. Segmento V com 5 cristas, as 3 ventrais de granulações espiniformes, a média ven- traí terminando na área posterior, que não apresenta um limite semilunar nítido. Vesícula com a face dorsal achatada, de ân¬ gulos anteriores salientes; face ventral convexa e dilatada, com um robusto espinho sob o ferrão ; as granulações formando fai¬ xas longitudinais, separadas por faixas lisas, e com alguns pêlos esparsos. Palpos: fêmur com as cristas pouco acentuadas, de face dorsal granulosa e face ventral lisa, tíbia granulosa, escavada em sua face anterior, sem apófise basilar, a face súpero-externa granulosa, com cristas pouco nítidas. Queía muito robusta e convexa ; a mão muito dilatada em sua porção externa, a crista dorsal do dedo imóvel estendendo-se até à base da mão, for¬ mando uma linha a princípio oblíqua para fora e depois quase paralela à borda externa. Dedo móvel menor que a mão; o gume com uma só fila de grânulos, bem distinta dos dentes aces¬ sórios. Mão de face dorsal quase lisa e com pequenas de¬ pressões. puntiformes. dispostas circularmente ; face ventral granulosa. Patas com os fêmures lisos e brilhantes. Telotarsos sem lóbulos arredondados e com duas filas de 7-6 espinhos ventrais. 9 41 mm. Tronco 17,8. Cauda 22. Ceíalotórax 5,8; lar¬ gura máxima 6. Palpos: quela 10,6x5,4; dedo móvel 6,8. Seg¬ mento caudal I 1,5x3,4; V 5,9x3. Telson 6x3. Igual ao macho {segundo Moreno) . Localidade-tipo: Santiago e Trínidad, ilhã de Cuba* Distribuição geográfica : Cuba (1,3, 5, 6, 7), Pará (2 e 4 . esta última localidade duvidosa, sendo mais provável que aí tivesse sido encontrada a espécie seguinte. C. de MelloLeitão —' Escorpiões Sul-Americanos 35 4. Díplocentrus kugleri Schenkel, 1932. D. k. Schenkel, 1932 — Rev. SuisseZool. 39, p 391. Não conheço esta espécie. Traduzo a descrição original. Corpo 50 mm. Cefalotórax 6 f 2. Palpos : fêmur 4 ; tíbia 5; quela 9,5x4,8 ; dedo móvel 6 ; mão 5. Pente com 10-11 dentes. Colorido geral pardo coriãceo; patas um pouco mais claras; dedos denegridos; face ventral pardo claro. Borda anterior do cefalotórax com um profundo entalhe em V, formando ângulo reto. Cefalotórax liso e muito bri¬ lhante, base junto à borda anterior ; uma depressão transversal perto do cômoro ocular é finamente granulosa, com granula¬ ções esparsas,, bem como os lobos anteriores. O sulco mediano é adiante largo e raso, limitando o cômoro ocular como uma ilha; atrás deste é estreito e profundo, terminando perto da borda posterior em um sulco transverso que ocupa o seu têrço médio; os extremos dêsse sulco transverso dobram-se para diante, em dois sulcos paralelos ao mediano, curvando-se de¬ pois quase perpendiculares às bordas laterais, limitando dois campos quase quadrados. Os tergitos são lisos e brilhantes dos lados ; na linha me¬ diana, embora falte a quilha central, há uma leve elevação an¬ terior, arredondada, limitada dos lados por uma depressão achatada. Esternitos lisos e brilhantes; das quatro cristas do esternito V só as laterais são visíveis e só em seu quarto pos¬ terior. Cauda lisa e brilhante, de :ace dorsal escavada em go¬ teira semicircular ; as cristas medianas dorsais com alguns grânulos rombos ; cristas laterais superiores quase obsoletas : as do segmento V apresentam pequenas granulações densa e irregularmente dispostas: as taces laterais formam com a in¬ ferior uma superfície regularmente arredondada, porque as cristas laterais inferiores faltam nos segmentos III e IV ; nos segmentos I e fí são pouco desenvolvidas, dificilmente per¬ ceptíveis ; em I são também visíveis as cristas medianas ven- trais. O quinto segmento caudal tem a face ventral provida de granulações grosseiras, ponteagudas, limitando a área semicir¬ cular distai. Vesícula larga e achatada: xace inferior lisa e. brilhante, com cs ângulos anteriores salientes ; face dorsal 36 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL plana, granulosa ; ferrão muito curto, quase semilunar, gra¬ nuloso e piloso, com o espinho rombo. Palpos : fêmur com a face dorsal brilhante e ornada de fi¬ las de grânulos escuros; no terço basilar há uma área mais densa ; a face anterior é um pequeno retângulo, cujo lado in¬ ferior é mais acentuado, marcado por grânulos maiores; faces inferior e posterior brilhantes, esta com grânulos esparsos. Tíbia prismática triangular, as faces dorsal e posterior formando uma só face convexa, lisa e brilhante, com cêrca de 10 tricobótrias esparsas; a borda anterior forma uma linha lisa, profunda, mais escura ; face anterior dividida, por uma crista vertical de 5 tubérculos, em duas porções; a posterior, mais curta, lisa e escavada; a anterior finamente granulosa em sua porção ex¬ terna, com alguns grânulos maiores junto à borda ; face infe¬ rior lisa, continuando-se com a posterior em sua porção distai, separada da anterior por uma crista granulosa e apresentando uma fila de 3 tricobótrias na borda posterior. Mão lisa, cristas do dedo imóvel continuando-se em sua metade distai ; as outras cristas da mão obsoletas. Tegumento liso e brilhante, cem al¬ gumas fossetas fora da crista digital. Uma fila transversal, curva, de 5 tricobótrias, perto da base dos dedos. Borda interna granulosa. Face posterior da mão separada da dorsal por uma crista lisa. bem acentuada, escura, que termina pouco atrás do côndilo do dedo móvel; sua superfície é lisa e brilhante. Pente com 11 dentes à esquerda e 10 à direita. Telotarsos sem lobos terminais ; face ventral com 7 es¬ pinhos internos e 6 externos. Localidade-tipo; Falcón, Venezuela. 2. Superfamüia CHACTOIDEA Birula, 1917. Escorpiões com a membrana articular entre os dois seg¬ mentos tarsais (basitarso e telotarso) apresentando de cada la¬ do um espinho; pretarsos com esporão distai; válvulas opercula- res da fêmea separadas. Glândulas de peçonha singelas ou se- mipregueadas. Esterno pentagonal. Ovos ora ricos em vitelo ora escassos. Duas únicas famílias neotrópicas — Chacttdae e \ ejovidae. C. de Mello-Leitão — Escorpiões Sul-Americanos 37 3. Família CHACTIDAE Pocock, 1893. Chactóideos com dois olhes de cada lado, junto à borda anterior ou sem olhos laterais ; esterno pentagonal, dividido por profundo sulco em T em um losango transverso posterior e dois paralelogramos anteriores. Ovos centrolecíticos, ricos em vitelo. Divide-se esta família em 4 subfamílías, cada qual com uma área de distribuição muito precisa, o que lhe dá uma grande importância zoogeogrãfíca, Werner estabeleceu para distinção das mesmas a chave que vai abaixo traduzida: A. Quatro segmentos basilares da cauda com uma crista mediana, granulosa, na face ventral ; grânulos do gume dos dedos des palpos dispostos em duas filas pouco nítidas ; te- lotarso com uma fila ventral mediana de longas cerdas ; tôda a face ventral granulosa — Megacorminàe (México). AA. Quatro segmentos basilares caudais com duas cris¬ tas medianas ventrais ou sem cristas nítidas ; face ventral lisa : B. Gumes dos dedos dos palpos com 7 a H filas imbri¬ cadas de grânulos ; dedo móvel das quelíceras com um ro¬ busto dente ou com vários dentículos na borda inferior —■ Chaerílinae (Região Oriental e Manscaucãsia). BB. Gumes dos dedos dos palpos com uma a três filas de grânulos ; dedo móvel das quelíceras de borda ventra" inerme ou com um dentículo : C. Mão achatada ; uma forte quilha digital divide a face dorsal em duas porções que formam quase um ângulo reto. a interna perfeitamente horizontal ; no máximo dois dentes acessórios no gume do dede móvel dos palpos —■ Euscorpio ninae (Região Paleártica . CC. Mão arredondada ou prismática, ma s sem a tace superior dividida em dois planos perpendiculares — Chacti- xae (América do Sul). Subfamília CHACTINAE Kraepelin. 1SS9. Cháctidas de mão arredondada ou prismática; segmentos caudais I a I\ com as duas filas medianas "entrais paralelas (às vêzes pouco nítidas); esternitos muito lisos; gume dos 38 Arquivos do Museu Nacional — Vol, XL dedos dos palpos com uma a três filas de granulações e al¬ guns dentes acessórios. vSete gêneros: A. Gume do dedo móvel dos palpos com 3 filas de gr⬠nulos, a interna sinuosa e irregularmente dividida pelos dentes acessórios; face ventral das tíbias dos palpos com uma fila de 5 tricobótrias na metade anterior, às quais se seguem 2 tricobótrias medianas ; porção anterior do cefalotórax com profundo sulco mediano ; estigmas pulmonares lineares Chactopsis. AA. Gume do dedo móvel dos palpos com uma só fila de grânulos, bem distinta das duas séries de dentes acessó¬ rios ; face inferior das tíbias dos palpos com uma fila de 5 ou 7 tricobótrias junto à borda posterior : B. Telotarsos apresentando na face ventral uma só fila mediana de espínulas ou de longas cerdas ; linha articular do dedo móvel dos palpos com duas tricobótrias na face ventral, face ventral das tíbias dos palpos com uma fila de 5 trico¬ bótrias na borda posterior ; C. Dedo imóvel dos palpos do macho com um lobo mui¬ to saliente, os dentes acessórios iguais; tíbia dos palpos com uma robusta apófise basilar anterior mediana ; mão do macho mais espessa e mais larga que na fêmea, — Acanthothraus-' tes n, gen. CC, Dedo imóvel dos palpos do macho sem lôbo basilar acentuado: tíbia dos palpos com duas apófises basilares ante¬ riores. às vêres obsoletas: D. Dedo imóvel dos palpos com os oito dentes aces¬ sórios iguais, pouco salientes : elevações basilares da tíbia dos palpos robustos, a dorsal igual à interior ou maior, às vêres bífida ; mão do macho muito mais estreita que a da fêmea ; cômoro ocular bem limitado, adiante separado da prorona : borda anterior sempre entalhada — Chactas. DD. Dedo imóvel cios palpes com o dente basilar muito mais robusto e saliente, muito maior que os 5 ou 6 distais ; elevação basilar superior da tíbia dos palpos obsoleta ; a in¬ ferior formando pequeno tubérculo; mão do macho tão ou mais larga que a da fêmea, cômoro ocular continuando-se com a porção mediana da prozona; borda anterior às vezes direita ou mesmo levemente saliente — Teuthraustes. C. de Mello-LeitÃo Escorpiões Sul-Americanos 39 BB. Telotarsos com a face ventral armada de 2 filas paralelas de espinhos ou com cerdas irregularmente dispos¬ tas i face ventral da tíbia dos paípos com uma fila de 7 tricô- bótrias em sua borda posterior ; linha articular do dedo móvel com uma só tricobótría. C. Estigmas pulmonares circulares ou ovais ; telotarsos com abundantes cerdas ventrais irregularmente dispostas —■ Broteochactas. CC. Estigmas pulmonares lineares; telotarsos com 2 filas, ventrais paralelas de cerdas espiniformes — Broteas. 3. Gênero CHÂCTAS Gervais, 1844 Cefalotórax iiso ou reticulado, a borda anterior com um entalhe mediano mais ou menos acentuado : prorona (porção de cefalotórax adiante do cômoro ocular) com um sulco que vai do ângulo anterior do cômoro ocular à depressão mediana da borda anterior. Cômoro ocular formando uma ilha rômbica bem limitada. Dois olhos de cada lado. junto ao ângulo an¬ terior. Cristas medianas inferiores dos segmentos caudais às vêzes obsoletas, Telotarsos com uma só fila mediana ventral de espinhos ou cerdas. Dedo móvel dos palpos com o gume provido de uma só fila mediana de grânulos, bem distinta dos dentes acessórios que são iguais ou quase, e com 2 tricobó- trias junto à linha articular ventral. Mão do macho muito mais estreita que a da fêmea. Tíbia dos palpos com uma ele¬ vação basilar anterior muito conspícua, com dois tubérculos, superior e inferior, iguais, ou o superior maior ; sua face ven¬ tral com uma fila de cinco tricobótrias junto da borda pos¬ terior. Tipo: C. vanbenedeni Gere. Kraepelin, fazendo a revisão do gênero, retine as suas espécies em três grupos, os ouais podem ser elevados à cate¬ goria de subgêneros e que são: Chadas, tendo corro tipo C. vanhenedeni Gerv. e com¬ preendendo mais C. lepturus Thor., C, reticulatus Krpln. Euchacúas. tendo como tipo C. aequirioctialis Karsch e compreendendo, além dessa espécie, C. gestrci Krpln, C. /ae- vipes Karsch. C camposi M.-L, 40 Arquivos do Museu Nacional — Vol. NL ■Brachychâctas , tendo como tipo C. brevicaudatus (Karsk) e compreendendo, além dessa espécie, C. karschi Poc., C. setosus Krpln., C. chvysopus Poc. Os caracteres desses três subgêneros aparecem na chave abaixo, na qual reuní as quinze formas até agora descritas: A. Telotarsos com uma fila ventral de longas cerdas muito densas, formando uma faixa contínua; segmentos cau¬ dais I e II sem cristas medianas ventrais (subgênero Brachy- CHATAS novo): B. Tronco com uma faixa dorsal longitudinal mediana amarela ou amarele-avermelhada, mais ou menos nítida ; pen¬ tes com 8 ou 9 dentes ; cefalotórax com a prozona, o cômoro ocular mediano e o sulco mediano lisos ; segmentos caudais I-IV lisos ; face dorsal da tíbia e a mão, lisas e brilhantes — C. BREVICAUDATUS (Karsch), BB . Tronco sem faixa longitudinal mediana clara ; patas amareladas ; pente com 6 a 8 dentes ; cefalotórax com a pro¬ zona, o cômoro ocular e o sulco granulosos ; segmento caudal He IV com as cristas medianas ventrais marcadas por granu¬ lações ; face dorsal das tíbias dos palpos e a mão granulosas : C. Tergitos anteriores finamente granulosos dos lados; cristas laterais superiores dos segmentos caudais I-III den¬ samente granulosas, segmentos caudais I-III sem cristas ven¬ trais medianas: as cristas laterais inferiores de III lisas; pen¬ tes com 8-8 dentes — C karschi Poc. CC. Tercúos anteriores lisos: segmentos caudais I-III com as cristas laterais superiores com grânulos afastados ; o segmento III com cristas ventrais medianas: D . Vesícula finamente granulosa, só a porção mediana j- da face dorsal lisa ; os 2 ou 3 dentes proximaís do dedo imó¬ vel sensivelmente maiores; pentes com 7-7 dentes — C. seto¬ sus Krpln. DD. Vesícula lisa no dorso e na face ventral, granulosa só dos lados ; só o primeiro dente proximal do dedo imóvel maior; pentes com 6-6 dentes — C . chrysopus Poc. AA. Face ventral dos telotarsos com uma fila de 8-12 espinhos curtos ou de longas cerdas bem separadas : B. Segmentos caudais I a III sem cristas medianas ven¬ trais e laterais inferiores ; dente basilar do dedo móvel igual C. de MelloLeitÃo — Escorpiões Sul-Americanos 41 àos outros, os espaços interdentários não escavados (sub-gê- nero Chactas ) : C. Ângulos posteriores do cefalotórax baços ; fêmur dos palpos baço ; tíbia com as granulações formando retículo; mão com as granulações em retículo ; na $ a face dorsal com 3 cristas longitudinais fínamente granulosas ; face dorsal dos segmentos caudais UV baça : tergitos do $ "chagrinê” — C. RETICULATUS Krpln. CC. Ângulos posteriores do cefalotórax lisos e brilhan¬ tes; fêmur de faces dorsal e ventral lisas e brilhantes; tíbia lisa ou granulosa (mas sem granulações formando rede) ; face dorsal da mão da $ de quilhas pouco nítidas, sem gra¬ nulações dispostas em retículo; face dorsal dos segmentos caudais Í-IV brilhantes ; tergitos lisos e brilhantes nos dois sexos : D. Tronco, cauda e palpos pardo-avermelhados, patas amarelo couro, Fêmur dos palpos com a face dorsal lisa e bri¬ lhante ; face ventral des segmentos caudais I-lV regular¬ mente arredondada, sem depressão mediana ; cristas dorsais ausentes nos segmentos caudais I e II ausentes ; tergifo VII só é “chagriné" nos ângulos posteriores ; pentes com 8-9 den¬ tes — C. VANBENEDENI Gerv. DD. Tronco, cauda e palpos escuros, mais ou menos de¬ negridos; patas côr de couro ou de azeviche. Face dorsal dos fêmures dos palpos com granulações irregulares esparsas; segmentos caudais III e IV com uma depressão mediana ven- trab esboçando as cristas ventrais ; segmento II com cristas dorsais : cristas laterais superiores dos segmentos caudais I-III mais ou menos nítidas; tergito VII granuloso, ao menos dos lados : E Face externa da mão granulosa, ao menos no têrço distai : segmento caudal V granuloso do lado : vesícula den¬ samente granulosa — C.lepturus scabrimanus Krpln. EE , Face externa da mão lisa e brilhante F. Porções laterais da face dorsal dos segmentos cau¬ dais Í-IV muito granulosas; pente com 7-7 dentes — C. le?- TURUS KEYSERLINGI Poc. FF. Porções laterais : da face dorsal dos segmentos cau¬ dais Í-IV lisas ou com algumas pequenas granulações es¬ parsas : 42 Arquivos do Museu Nacional — Vol, XL G. Pentes com 6-6 ou 5-6 dentes ; segmento caudal V da $ sem granulações ; mão 1 do 3 sem lados paralelos, pouco mais estreita que na $. e nitidamente mais larga que a tíbia •—- C . LEPTURUS LEPTURUS TílOr . GG . Pentes com 7-7 a 9-9 dentes ; segmento caudal V da 2 grosseiramente granuloso; mão do tf. de lados paralelos, da largura da tíbia: H. Pentes com 7-7 a 8-8 dentes; mão do tf com cris¬ tas mais acentuadas, as faces planas; patas denegridas — C . LEPTURUS INTERMEDIUS Krpln . HH. Pentes com 8-8 a 9-9 dentes; mão do m.acho de cristas mais arredondadas, as faces convexas; patas pardas, — C. LEPTURUS major Krpln. BB. Cristas medianas inferiores e laterais inferiores vi¬ síveis, ao menos a partir do segundo segmento caudal ; cris¬ tas dorsais e laterais superiores nítidas e granulosas em todos os segmentos caudais ; dente basilar do dedo imóvel dos pal¬ pas maior que os outros, os dentes separados por espaços côn¬ cavos (sub-gênero Euchactas n.). C. Patas negras ou pardo denegridas como o tronco ; só a vesícula pardo avermelhada. Lobos frontais pontuados, bem como os tergitos da 9 e a face inferior dos primeiros seg¬ mentos caudais ; teíotarsos com uma fila ventral de robustos espinhos — C. gestroi Krpln. CG. Patas mais claras que o tronco. Lobos frontais e tergitos granulosos ou quase lisos, mas não pontuados ; telo- tarsos com cerdas espiniformes ventrais : D. Segmento caudal I com cristas ventrais granulosas; metade posterior do esternito V com 2 ou 4 cristas granulo¬ sas; face dorsal dos segmentos caudais I-IV densamente gra¬ nulosa ; teíotarsos com uma fila ventral mediana de 10 a 12 cerdas, tendo de cada lado 4 cerdas espiniforme — C. aequi- noctialis Karsch. DD. Segmento caudal I apenas com uma leve depressão longitudinal mediana ; esternito V liso : E. Cristas medianas ventrais do segmento caudal IV paralelas ; cristas dorsais sem dente distai maior ; teíotarsos com uma fila ventral de espinhos iguais ; pente com 7-7 den¬ tes — C. laevipes Karsch. C. de MelloLeitÃo . —. Escorpiões Sul-Americanos 43 EE. Cristas medianas ventrais do segmento caudal IV convergindo atrás ; cristas dorsais com um dentículo distai maior, telotarsos com uma fila ventral de 8 espinhos, os dois distais maiores — C. campqsi M. L. 5. Chactas (Euchactas) aegmnoeíialis (Karsch) 1879 (Fig. 16 e 17) Broteas aequinoctiaíis , Karsch, .1879 — Mitt, München. Ent . Ver. 3, p. 330. C. a. Pocock, 1893 — Ann. Maq. Nat. Hist . (6) 12, p. 87. C. a. Kraepelin, 1894 — Mitt. Mus . Hamburg . 2, p. 163. C. a. Kraepelin, 1899 — Das Tierreich, p. 167. C. a. Kraepelin, 1912 — A7 itt Mus. Hamburg . 12, p. 60. ■ £ 58mm.. Tronco 28mm. Cauda 30mm. Proporção en¬ tre a largura e, comprimento da mão e do dedo móvel 5:7:8mm. Tronco, cauda e palpos negro-brunetes ; patas pardo escuro, um pouco mais claras que o tronco. Cefalotórax pouco mais longo que largo. Borda anterior com a chanfradura mediana rasa, formando um largo U, os lobos laterais arredondados granulosos. Sulco mediano com¬ pleto, mais largo e mais raso na prozona ; sulcos laterais pos¬ teriores curvos, muito divergentes, alcançando as bordas la¬ terais. Cômoro ocular losângico, quase tão largo como longo, granuloso, com cristas superciliares, os olhos separados mais de um diâmetro. Olhos laterais salientes, os anteriores um pouco maiores. Tegumentos sem brilho, com granulações es¬ parsas adiante e dos lados, a metazona com granulações mais grosseiras e densas. Tergitos densa e finamente granulosos, VII apresentando granulações maiores, irregulares. Esterni- tos lisos, opacos; V com 4 cristas granulosas, na metade pos¬ terior, e levemente granuloso em sua porção mediana. Cauda robusta, estreitando-se pouco para a sua extre¬ midade distai. Segmento í mais largo que longo, com as cris¬ tas ventrais medianas acentuadas, granulosas, bem como os dorsais, as laterais superiores e inferiores e as cristas laterais paramedianas, de modo que há, ao todo. dez cristas granu- 44 Arquivos do Museu Nacional — Vol, XL losas ; o espaço entre as cristas finamente granuloso em baixo e dos lados, mais grosseiramente granuloso na face dorsal. Segmentos II a IV com oito cristas completas, granulosas as medianas dorsais denticuladas ; espaços entre as cristas muito granulosos. Segmento V de face dorsal plana, grosseiramente granulosa; faces laterais granulosas, com uma crista longi¬ tudinal mediana e as três cristas ventrais normais fortemente denteadas. Vesícula de face dorsal plana, a face inferior grosseiramente granulosa, Fig. 16 — Opérculo genital e pentes de Chactas aequinoctialís Pente quase sempre com 8-8 dentes ; raramente com 7-7 ou 9-8. Palpos robustos. Fêmur prismático, com as faces densa e irregularmente granulosas, as arestas denteadas . Tíbias gra¬ nulosas : face anterior finamente granulosa, com a crista ba¬ silar vertical bem acentuada, tendo o seu tubérculo superior bífido e nitidamente mais robusto que o tubérculo inferior, sue é singelo ; face externa separada da face dorsal por uma crista arredondada nítida. Mão larga, mais de duas vêzes mais larga que a tíbia (5:2,4mm) de face dorsal arredondada e com as granulações em retículo, a face ventral só com 4 tri- cobótrias na borda externa, a terceira a igual distância da ba- C. de MelloLeitÃo — Escorpiões Sul-Americanos 45 silar e das distais. Dedos levemente curvos ; dedo imóvel com o dente principal basilar um pouco maior que os outros, os dentes separados por espaços convexos ; dedo móvel com os dentes principais separados por espaços côncavos. Fig, 17 — t Palpo direito de Chacra* az^iir.ocHalis Patas com os fêmures e tíbias uensamente granulosos, com granulações grosseiras. Telotarsos com uma fila mediana de 10 a 12 cerdas espiniformes. curtas, havendo de cada lado quatro robustas cerdas. O macho é um pouco menor e se distingue por ter os ter- gitos quase lisos, a cauda muito menos granulosa, embora as cristas sejam tão desenvolvidas como na fêmea, e, sobretudo pelos seus palpos, mais longos e mais estreitos: a mão é quase cilíndrica, sem cristas nítínas e a proporção entre a largura e comprimento da mão e c ueuo móvel 3:10:8mm. Localidade-tipo: Santa Marta, Colômbia. 6. Chactas (Brachvchactas) Brevicaudatus (Karsch , 1879. Hormuvus brevicaudatus Karsch, 1879 — Stettin. Ent. Ztg 40, p. 105. Chactas rubrclineatus Simon, 1880 — Ann. Soc . Ent. Fr ., p. 383. 46 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL C. b . Kraepelin, 1912 ■— Mitt. Mus Hambuvg, 12, p. 69, O tipo de Karsch é um indivíduo muito jovem (25mm, sendo 14,5 de tronco e 10,5 de cauda), O de Simon é tam- bém uma fêmea joven (38mm, sendo 20 de tronco e 18 de cauda) . O macho foi pela primeira vez descrito por Krae- pelin, ? 48mm. Cèfalotórax 8. Tronco 25. Cauda 23. Fêmur dos palpos 5,2; tíbia 5,5; quela 12,3x3,5; dedo móvel 6,8. Pente com 8-8, 8-9 ou 9-9 dentes. Tronco negro brilhante com uma faixa mediana fulvo- avermelhada sôbre os tergitos, mais ou menos acentuada. Patas fulvas ou pardo-avermelhadas, geralmente com as tíbias manchadas. Cauda negra, com a vesícula de um pardo-aver- melhado vivo. Palpos denegridos, com a mão do mesmo tom que a vesícula. Cèfalotórax de comprimento igual à sua, largura na base, de lados quase paralelos. Borda anterior com profundo enta¬ lhe mediano, os lobos laterais arredondados, lisa. Tegumentos lisos e brilhantes na porção mediana e muito finamente rugoso dos lados. Sulco mediano inteiro, da mesma largura em tõda a sua extensão, muito profundo; os sulcos laterais oblíquos, muito profundos e muito divergentes. Cômoro dos olhos me¬ dianos rômbico, liso, sem depressão mediana, bem separado do resto do cèfalotórax : os olhos grandes, afastados um do outro pouco mais de meio diâmetro. Olhos laterais grandes, quase iguais aos medianos, ce mesmo tamanho, separados um pouco menos que o seu diâmetro. Tergitos lisos, brilhantes, sem cristas, grânulos cu pontuações. Esterniuos lisos e brilhantes. Cauda curta, quase paralela, igual ou menor que o tronco ; o segmento 1 mais largo que longo ; II de compri¬ mento e largura iguais; V maior que os dois primeiros retinidos. Segmentos I e II com as cristas dorsais arredondadas, sem as outras cristas, de tegumento muito liso e brilhante, a face dorsal levemente escavada, as três outras formando uma su¬ perfície regularmente convexa; III e IV com as cristas dorsais com grânulos esparsos; as faces laterais e inferior como em I e II; V com as cristas dorsais arredondadas, com pequenas granulações esparsas mais abundantes, sem cristas laterais distintas e com 3 cristas ventrais, denticuladas, havendo entre C, de Mello-Lêitão — Escorpiões Sul-Americanos 47 as cristas granulações grosseiras. Vesícula oval, regularmente convexa, pouco granulosa em baixo e dos lados, lisa na face dorsal. Palpos: fêmur prismático, de face dorsal quase lisa, com algumas pequenas granulações esparsas em sua porção me¬ diana ; as arestas marcadas por pequenos tubérculos seriados, rombos ; tíbia alongada, arredondada, sem cristas de separa¬ ção entre a face dorsal e a face externa, a face dorsal limi¬ tada da interna por uma série irregular de tubérculos arredon¬ dados ; faces dorsal e externa lisas ; face interna com a ele¬ vação sub-basilar muito acentuada, seu ramo superior maior e bífido, o resto da face liso. Mão relativamente estreita, va¬ riando a relação 1 entre a largura e o comprimento da palma de 3,5:5,8 a 3,5:ómm; a mão é lisa, brilhante, sem cristas, a face interna com pequeninas granulações esparsas; a borda externa levemente rugosa, a lace externa lisa. Dedo imóvel com o dente basilar do mesmo tamanho dos outros ; dentes do dedo móvel separados por linhas retas; proporção entre o dedo móvel e a palma varia de 6.5:5,S a 4,8:5,8mm. Patas completamente lisas, não pontuadas. Telotarsos sem espinhos, com a face ventral provida de uma densa fila longitudinal mediana de longas cerdas. $ 38mm, Cefalotórax 7 a 8. Tronco 20, Cauda 18, Cef alo tórax com os ângulos posteriores finamente gra¬ nulosos. Tergitos finamente granulosos. Face dorsal do IV segmento caudal com tilas ce granulações; V grosseiramente granuloso. Cristas dorsais e laterais superiores mais forte¬ mente granulosas; a lace ventral de I a IV lisa e arredondada. Vesícula com granulações obsoletas e um campo médio liso. Palpos com a mão longa, estreita, quase cilíndrica, sendo a proporção entre a largura e o comprimento da palma 3:Smm; e a da palma para o aedo móvel de 8:4,2 ou 8:5mm. O resto corno na fêmea. Localidade-:ipc: de Karsch — Santa Marta. Colômbia; de Simon — rio íçã. Equador, Habitat: Esta espécie ocorre na Venezuela. Colômbia, Equador e Perú . 48 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL 7. Chacías (Euchactas) camposi Mello-Leitão, 1939. (Fig. 18 e 19) C. c. Mello-Leitão, 1939 — Physis, 17, p. M7, Corpo 57mm. Cefalotórax 9. Tronco 26. Cauda 31. Segmento caudal I 2,5x3,5; V 8x2,8; telson 8. Palpos : fêmur 6x2,5; tíbia 6,5x3; quela Mx6,2; dedo móvel 7,5. Tronco, cauda e palpos negros ; patas castanhas. Ester- nitos negros : I e II com estreita orla posterior parda ; III com uma mancha trapezóide posterior clara; IV com a orla clara posterior mais larga que em I e II. Cefalotórax convexo, nitidamente mais longo que a largura na base, de lados levemente sinuosos, a borda anterior dividida em dois lobos arredondados por um entalhe pro¬ fundo, em U. Sulco mediano começando na fosseta poste¬ rior, bifurcando-se atrás do cômoro ocular, novamente único adiante dêsse cômoro, em um sulco mais largo, que termina na chanfradura da borda posterior. O sulco transverso posterior ocupa o têrço médio do cefalotórax, perto da borda posterior, e se dobra nas extremidades em dois sulcos curvos e oblíquos para diante, que alcançam as bordas. Ao nível da bifurcação do sulco médio há um outro sulco transversal procurvo. Cô¬ moro ocular rômbico regular, bem limitado, sem depressão mediana, os olhos separados mais de um diâmetro. Os dois olhos laterais separados da borda cêrca de um diâmetro e quase contíguos. Tegumentos densamente granulosos, exceto na porção lateral ca metade posterior, onde são quase lisos. Ter- gitos lisos, exceto VI. que apresenta algumas granulações em sua porção posterior, e VII que possue três grupes de gr⬠nulos maiores, Esternitos -isos com cs estigmas quase cir¬ culares . Cauda longa, maior que o tronco e três vezes e meia maior que o cefalotórax, com a goteira dorsal bem acentuada. Cris¬ tas dorsais medianas granulosas, presentes nos segmentos I a IV ; em I as cristas medianas dorsais apresentam um tubér¬ culo basilar ; em II a IV as granulações distais são maiores. No segmento caudal I faltam as cristas laterais inferiores e as ventrais, sendo presentes as laterais superiores. Âs cristas médias ventrais e laterais inferiores são pouco nítidas em II e III. bem acentuadas em IV, convergindo para a porção distai do segmento. Os espaços intercarenais são lisos em I e II, gra- C. de MelloLeitão — Escorpiões Sul-Americanos 49 nulosos em III e IV. Segmento V muito granuloso, de granu¬ lações pontiagudas, as três cristas ventrais serrilhadas. Vesí¬ cula finamente granulosa, com a face dorsal plana e lisa; de cada lado estreita faixa lisa: face ventral com uma faixa me¬ diana lisa, cortada, longitudinalmente, por duas linhas granu¬ losas. Aguilhão robusto, pouco menor que a vesícula. Pentes com a peça mediana granulosa e armados de 8-10 dentes, 50 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL Palpos densa e grosseiramente granulosos. Fêmur pris¬ mático, com as arestas marcadas por filas de granulações maio¬ res. Tíbia sem apófise basilar conspícua, de face anterior le¬ vemente escavada, não dividida em duas zonas; o têrço médio com granulações muito pequenas, formando retículo. Mâo convexa, grosseiramente granulosa, sem cristas. Dedo imó¬ vel com uma depressão basilar acentuada, os dentes acessó¬ rios do gume iguais, separados por espaços côncavos. Dedo móvel igual à mão, com 7 dentículos iguais, separados por espaços côncavos, e uma fila de grânulos no gume. Entre dois dentes consecutivos há 4 ou 5 grânulos. Localidade-tipo: Guaiaquil Equador. 8. Chactas (Brachy chactas) chrysopus Pocock, 1893 C.c. Pocock, 1893 — Ann. Mag . Hist ., (6) 12 , p. 89, C.c. Kraepelin, 1899 — Das Tierreich , p. 169. C.c. Kraepelin, 1912 — Mitt. Mus. Hambuvg, 30, 72, Esta espécie, de localidade-tipo desconhecida (provavel¬ mente da América do Sul) não foi vista depois da descrição de Pocock. Dela apenas diz Kraepelin (1912) que deve ser do mesmo grupo de Chactas brevicaudatus . Traduzo a descri¬ ção original, 2 43mm. Cèfaiotórax 7mm. Tronco 20mm. Cauda 2 3 mm. Quela 14,5x5mm. Dedo móvel 7.5mm. Tronco, palpos e cauda píceo-ferrugineos ; patas ama¬ reladas. Cèfaiotórax de comprimento igual aos três primeiros tergitos reunidos. Borda anterior com a depressão mediana rasa. Tegumento muito liso. apenas com granulações muito pequeninas em suas regiões laterais. Olhos médios grandes, separados cerca de um diâmetro. Olhos laterais anteriores grandes e muito proeminentes ; os posteriores menores e se¬ parados dos anteriores por cêrca de um diâmetro. Tergitos inteiramente lisos; o último (VII) mui finamente granuloso des lados e com dois tubérculos de cada lado. Esternitcs lisos e brilhantes. Cauda pouco maior que o tronco, cêrca de três e meia ve¬ zes maior que o cèfaiotórax. Segmentos I e II inteiramente uses na tace ventraí ; III tão longo como largo, com as cris- C. de MelloLeitão — Escorpiões Sul-Americanos 51 tas apenas levemente marcadas por uma depressão e sem gra¬ nulações ; IV provida de cristas medianas dorsais, laterais superiores, laterais inferiores e ventrais com granulações fra¬ cas; as cristas medianas superiores são presentes também em IIII, mas nos segmentos I e II são arredondadas, sem granu¬ lações destacadas. Face superior dos segmentos I a III esca¬ vada, de IV quase chata; de V chata atrás. Segmento V de faces laterais granulosas, havendo em sua porção anterior traços de uma crista mediana; a face inferior com as três cris¬ tas granulosas normais. Vesícula da largura do segmento IV, lisa nas faces dorsal e ventral e finamente granulosa dos lados. Palpos robustos. Fêmur, tíbia e mão, de faces dorsais finamente granulosas ; a tíbia apresenta um tubérculo bífido na base da borda superior da face interna. Mão mais larga que a tíbia e de comprimento muito maior que a largura, sendo quase igual ao dedo móvel, com a face dorsal convexa e quase inteiramente sem quilhas ; o dente basilar do dedo móvel um pouco maior que os outros, mas há na base do dedo móvel, em correspondência com o mesmo, uma depressão muito pouco acentuada. Patas lisas. Pentes com 6 dentes. Localidade-tipo : desconhecida. 9. Chaeías (Euchactas) gestroi Kraepelin, 1812 C.g. Kraepelin, 1912 —- Mitt> Mus , Hambuvg, 30, p, 69. Não conheço esta espécie. Traduzo a seguir a descrição original de Kraepelin, Tronco, cauda e patas de colorido pardo-píceo escuro até ao negro ; só a vesícula, vermelho-brunete. 2 Borda anterior rugosa e opaca, com os lobos laterais com pontuações finas, aciculares. A borda anterior á leve¬ mente char.rrada, mas o sulco mediano é mais fundo adiante. Cômoro ocular levemente granuloso adiante e atrás. Lados do cèfalotcrax e tôda a porção posterior, com exceção da parte média, granulosos, com granulações grosseiras, os ângulos pos¬ teriores finamente granulosos. Tergítos lises, finamente pon¬ tuados ; o tergito VII granuloso, principalmente no têrço mé¬ dio da metaae posterior, Esternitos lisos, finamente pontua¬ dos, com as pontuaçeõi muito visíveis em V e indistintas nos quatro anteriores. 52 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL ; Gauda.com as.cristas inferiores medianas e laterais, que ,em I são representadas por elevações arredondadas, limitadas por depressões no segmento II essas cristas já são leve- mente, rugosas e nos segmentos III e IV mais ou menos nitida¬ mente, granulosas. Cristas dorsais e laterais superiores igual¬ mente .granulosas,. Face dorsal finamente granulosa, em sua porção mediana, nos segmentos I a IV, e dos lados com granu¬ lações mais grosseiras, principalmente nos segmentos I a III. Face dorsal dò segmento V densamente granulosa, especial- mente em sua metade basilar, mas apresentando uma área lon¬ gitudinal mediana lisa, alargando-se para trás. Face infe¬ rior dos segmentos I a IV finamente pontuada, e apresentando em sua porção distai granulações esparsas, mais nítidas no IV segmento. Faces- laterais grosseiramente granulosas; no segmento V com crista acessória curta, densamente granulosa. A face ventral de V, entre as cristas, apresenta as granula¬ ções esparsas nas faces laterais e inferior; a face dorsal sem grânulos e levemente pontuada. Palpos robustos. Fêmur com granulações maiores e me¬ nores irregularmente distribuídas até quase ao ápice. Tíbia com granulações grosseiras ; a face anterior com a elêvação basilar medíocre, sendo o seu ramo superior bífido e um pouco maior que o inferior ; face ventral bcssulada, finamente pon¬ tuada apicalmente. Mão mais larga que a tíbia. Relação cn- ura da mão, o seu comprimento e o do dedo móvel : 4.8: Vbaim. _ Ião ccn duas ou três cristas fracas, L r e a _ . 1: c: dm - finamen; mente se SI T :s:a da borda externa leve- " "" «J iaçoes entreeruradas c: na crista externa e asna :o da raao coa r -mpri filas s cie qranu- Liiacoes isoiadas :ord; •""•■una proviaa filas oblí- •quas de grânulos e algumas granulares maiores, isoladas. Face externa da palma densamente pontuada e quase lisa; face interna com granulações pontiagudas, como dentículcs. Muito característica é a disposição das íricobótrias ao longo da borda externa da palma : três na metade distai e duas na proximal. Fêmures das patas pontuados, com o ângulo inferior granu¬ loso ; tíbias pontuadas e com granulações esparsas. Telo- tarsos com urna fila ventral de curtos espinhos. Pentes com 6-7 dentes. C. de MelloLeitão — Escorpiões Sul-Americanos 53 $ Distingue-se da fêmea per ter os tergitos finamente “chagrinés” e opacos, sendo o último coberto de granulações grosseiras ; esternito V levemente granuloso dos lados. À mão é bem mais estreita e maior que na fêmea, não'sen¬ do mais larga que a tíbia. A proporção entre a largura, o com¬ primento e o do dedo móvel c: 1: dm — 3:9,8:8,2mm. Das cristas da mão a segunda é muito nítida e elevada. Tegumento da mão quase liso no meio da face dorsal, com granulações isoladas perto da borda interna, e com filas de grânulos perto da borda externa. À face externa da palma é -pontuada e com uma elevação rugosa. Pentes com S-3 dentes. Localidade-tipo: Mérida, Venezuela. 10. Ckactas (Brachycliactas) karschi Pococu, lê J 3 Chadas lepturus Karsch, 1879 (n: Mitt, Muench. Ent. Ver., 3, p. 132. C./c. Poccck, 1893 ■— Ann. Mag. Na C.k. Kraepelin, 1892 ■— Mitt. Mus. C.k. Kraepelin, 1899 •— Das Ti-erre C.k. Kraepelin, 1912 —■ Mitt. Nus. Não conheço esta espécie. Traduro PELIN. :'C ihorell. 1878) — t. ist. ( 6), 12, p. 86. Ha;nburg , 11 f p. 170. ich . p. 168. . Ha:nbuvg , 30, p. 66. a descrição de Krae- Corpo 51 mm. Corpo pardo-denegrido. Patas amare¬ lo-pardacentas. Cauda pardo-denegrida, com a vesícula ful- vesceníe. Cèfalotórax liso, brilhante, sem pontuações, só dos íades é opaco e finamente granuloso ; borda anterior levemente gr: - nulosa, assim como a elevação ocular. Tergitos anteriores den¬ samente granulosos dos lados, na fêmea ; no macho, são í au¬ mente pontuados e lisos. Segmentos caudais I a III com r quilhas laterais superiores obsoletas, as laterais inferiores fina- mente granulosas, as ver.mais medianas ausentes : segmen¬ to caudal IV com a crista ventrai mediana pouco granulosa e as laterais com granulações mais nítidas. Vesícula granulosa. Tíbia dos palpes com duas apófises basais iguais. Mão lisa, com filas longi.udinais de granulações Pente com S dentes. Localidade-t:po: Colômbia. 54 Arquivos do Museu Nacional Vol, XL 11. Chactas (Euchactas) laevipes Karsch), 1879 Broteas laevipes Karsch, 1879 — Mitt . Muench. Ent. Ver., 3, p. 131. C.L Pocock, 1893 — Ann. Mag. Nat. (6) 11, p. 83. C. simoni Pocock, 1893 —- Ibíd p. 88. C.L Kraepelin, 1912 — Mitt . Mus. Hambutg , 12, p. 67. $ 58mm. Tronco 28mm. Cèfaloíórax 9,6x8mm. Cau¬ da 30mm. Segmento I 2,2x2,6 ; IV 3,8x2,6 ; V 6,8x2,4mm. Ve¬ sícula 6,8mm. Fêmur dos palpos 6,ómrn, tíbia 7mm. Propor¬ ção entre a largura e comprimento da mão e comprimento do dedo móvel é l:c:dm = 4,2:7,8:7,8. (Estas medidas são de uma fêmea de Jerico, Colômbia). O tipo de C. simoni mede 53mm (tronco 26mm e cauda 27mm) * a proporção entre largura e comprimento da mão e dedo móvel = 4,5:7:8mm, Kraepelin encontrou estas pro¬ porções = 5:9:8,6mm. Colorido do tronco, cauda e palpos, fulvo-denegrido; patas pardo-escuro. Cèfalotórax pouco mais longo que largo (9,6:8mm), de lados muito levemente sinuosos, estreitados para diante. Bor¬ da anterior coo a chanfradura mediana rasa, formando um largo II, os lobos laterais quase direitos, separados da saliên¬ cia dos olhos laterais por um entalhe quase tão profundo como o LI mediano. Sulco mediano completo, mais profundo e mais estreito na metazona, formando na prozona uma goteira rasa que termina na chanfradura da borda anterior. Sulcos laterais posteriores quase regularmente curvos, parabólicos, muito di¬ vergentes, não chegando até às bordas laterais ; sulcos late¬ rais anteriores unindo-se ao nível do sulco mediano e termi¬ nando na curvatura dos sulcos laterais posteriores. Cômoro dos olhos médios em losango quase tão largo como longo, pro¬ vido de uma goteira mediana e com cristas superciliares granu¬ losas presentes, embora pouco acentuadas ; o cômoro sepa¬ rado do resto do cèfalotórax por dois ramos do sulco mediano ; os olhos separados entre si mais de um diâmetro. Olhos late¬ rais anteriores proeminentes, separados dos posteriores cêrca de um diâmetro. Tegumentos muito granulosos, com granu¬ lações de vários tamanhos, em tôda a metazona e do§ lados da C. de MelloLeitÃo — Escorpiões Sul-Americanos 55 prozona ; o meio do cômoro ocular e os dois terços médios da prozona lisos. Tergitos I a VI lisos ; í com a borda poste¬ rior côncava, sendo bem mais estreito em seu terço médio ; III a V com uma depressão mediana posterior ; VII com espesso rebordo anterior e lateral, a porção média finamente granulosa e com dois pequenos tubérculos de cada lado. Esternitos lisos e brilhantes, pontuados. Cauda menos de três e meia vezes maior que o cèfalotórax, pouco estreitada para trás. Segmento I mais largo que longo, sem cristas ventrais, com as cristas laterais inferiores lisas e cris¬ tas laterais superiores bem marcadas, com algumas granulações arredondadas, cristas dorsais apenas representadas por dois ou três grânulos ; face dorsal pouco escavada, de lados muito granulosos ; faces laterais e ventral granulosas. Segmento II de aspecto semelhante, mas com as cristas ventrais presen¬ tes. Segmento III com as cristas ventrais separadas entre si e das laterais inferiores por depressões, as ventrais ocupando só a metade anterior, as outras completas : cristas ventrais e laterais inferiores bossuladas, as laterais superiores com uma fila de grânulos e as médias dorsais arredondadas, com uma fila sinuosa de granulações ; espaços entre as cristas, lisos. Segmento IV granuloso, com tôdas as oito cristas bem marca¬ das, as ventrais ocupando os três quintos anteriores, as outras completas, as laterais superiores e as dorsais serrilhadas ; a face dorsal quase plana. Segmento V irregularmente granu¬ loso, com granulações bem maiores, a face dorsal plana em seus dois quintos posteriores e levemente côncava adiante ; fa¬ ces laterais com uma crista mediana, nítida na metade ante¬ rior; face ventral com três cristas denteadas completas; os espaços entre as cristas com escassas granulações pontiagudas, o oitavo distai liso, sem cristas nem granulações. Vesícula pouco convexa, mais larga que a porção distai do segmente T densamente granulosa em baixo. lisa na face dorsal e nas :o- teiras laterais; aguilhão espesso na base, direito em seus dois têrços basilares. Pente geralmente com 7-7 dentes, raramente com 6-7. 7-8 ou 8-8. Palpos. Fêmur prismático, dilatande-se distalmente, com as arestas denteadas, a face dorsal grosseiramente granu¬ losa, exceto no ápice; faces anterior e posterior com grossas granulações, a tace ventral quase lisa. Tíbia convexa, sem 56 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL arestas separando a face lateral externa da superior e da ven- trai; face externa com três cristas, densa e irregularmente granulosa, bem como a face dorsal; a face ventral com os grânulos dispostos em fila, formando uma rêde irregular ; face interna quase lisa, com os tubérculos basilares principais iguais, bífidos. Mão muito granulosa, relativamente estreita ; a fa¬ ce dorsal com a cripta mediana do dedo imóvel continuando até à base, a externa inclina-se para fora, formando a crista que separa a face dorsal da externa ; na base uma pequena cris¬ ta, separada da mediana por profunda goteira ; nas duas zo¬ nas da face dorsal as granulações maiores formam redes irre¬ gulares' ; nas cristas as granulações são muito condensadas ; face externa plana, bossulacla no meio, com granulações gros¬ seiras pouco abundantes, separada da face ventral por uma crista ; face ventral “chagrinée”, com as filas de grânulos menos regulares. Dedo imóvel com o dente basilar um pouco maior ; os dentes principais separados por espaços convexos; no dedo móvel os espaços entre os dentes principais são cônca¬ vos. Relação entre a largura e comprimento da mão e o dedo móvel variando de 4,5:7:8 a 5:9:8,6mm. Q dedo móvel quase igual' à palma. Patas quase lisas ; telotarsos com uma fila ventral de cinco pequenos espinlios iguais, bem separados. Localidade-tipo: Caracas, Venezuela. Habitat : Venezuela e Colômbia. 12. Chaetas (Chactas) lep tu ms Thorell 18 78 C. lepturus Thorell, 1S 7 S — At ti Scc. liai. Sei. Nat. ivli- lano , 19, p. 266. C. thorelli Karscli, 1879 — Miit. Muench . Ent. Ver.. 3, p. 133. CÃ. Pocock *893 —- Ann . Mag . Nat . Hist (6) 12, p. 85, Ci. Kraepelin, 1912 — Mitt. Mus. Hamburg , 30, p. 76. C. I . Kraepelin, 1912 -— Métn. Soc . Neuchâteloise , p. 271, $ 42mm. Tronco 2G,5mm. Cèfalotórax 6,5x5mm. Cau¬ da 21,5. Segmentos caudais : I 2x2,7 ; II 2,5x2,5 ; III 2 ~x2,2 ; IV 3x2 ; V 5,3x2 ; vesícula 5,3x2,2x1,7mm, Fê- _:r aos palpos 5x2,2 ; tíbia 5,2x2,5. Relação entre largura C. de MelloLeitão — Escorpiões Sul-Americanos 57 e comprimento da mão e do dedo móvel é.. c: 1: dm —- 4,2:5,2: ómm. Estas medidas são do tipo de Thorell. Pocock descre¬ veu uma fêmea de 35,5 (tronco 20mm e cauda 15,5mm). Krae- pelin que, a princípio, pusera esta espécie na sinonimía de C. vanbenedeni Gerv», a separa e diz que a forma típica pode al¬ cançar até 47mm. Como a descrição de Thorell é perfeita, vamos traduzi-la, dando-lhe, porém, a mesma norma das ante¬ riores, com as anotações convenientes, Cèfalotórax e palpos, negros de azeviche ; tergitos, fus¬ co escuro ; cauda como o cèfalotórax, mas com a vesícula tes- tãceo-denegrida. Palpos testãceo escuro, de dedos de aze¬ viche. Patas da côr da vesícula ou côr de couro. Cèfalotórax convexo, pouco mais longo que largo. Bor¬ da anterior com o entalhe mediano pouco profundo e não muito dilatado, os lobos laterais largos, levemente arredondados, sub- granulosos. Sulco mediano completo, estendendo-se da bor¬ da posterior, um pouco retusa, até ao entalhe mediano da borda anterior, rasa e larga adiante do cômoro ocular, mais profun¬ da e estreita na metazona. Sulcos laterais posteriores curvos*, alcançando as bordas laterais. Cômoro ocular bem delimi¬ tado, rômbico, de ângulos laterais arredondados, sem depres¬ são mediana nem crista superciliar, os olhos médios separados entrè si cerca de um diâmetro. Olhos laterais quase do mes¬ mo tamanho dos médios, separados cs anteriores dos posterio¬ res mais de um diâmetro, os posteriores situados um pouco para fora. Tegumento liso e brilhante, apenas com pequeninas granulações dos lados, os ângulos posteriores lisos e brilhan¬ tes.' Tergitos I a IVlisos e brilhantes com leve depressão ge¬ minada anterior, onde são mu: levemente baços e sütilmente granulosos, Tergito VI: mais desigual, granuloso em’sua porção posterior, onde acresenta dois tubérculos obtusos ou duas cristas transversais baixas. Esternitos I a IV lisos bri¬ lhantes, com duas impressões ; esternito V tendo, de cada lado, uma depressão r.r levemeríte coriácea, perto da borda posterior; estigmas pulmonares elípticos. Cauda delicada, pouco mais espessada na base. brilhante e quase lisa. Segmentos I a III mui levemente escavados e sul¬ cados na face dorsal esse sulco limitado de cada lado por uma crista baixa, 'araa. arredondada, sub-granuTsa em sua porção posterior ; face inferior muito íisa e brilhante, sem cristas me- 58 Arquivos do Museu Nacional — Vol, XL dianas ventrais e laterais inferiores. Segmento IV de face dorsal quase plana, levemente sulcada em sua metade posterior, apresentando de cada lado uma fila longitudinal de granula¬ ções ; cristas medianas ventrais e laterais inferiores presen¬ tes, lisas, pouco acentuadas. Cristas laterais superiores, pre¬ sentes nos segmentos I a IV, em suas porções distais. Segmento V de lados levemente arqueados, pouco mais largo na base, a face dorsal plana, muito lisa, os lados leve¬ mente curvos e finamente granulosos, faces laterais sem cris¬ tas ; face ventral com três cristas denteadas. Vesícula de¬ primida, de face dorsal plana, levemente escavada na base, muito brilhante, coriácea, com dois sulcos longitudinais lisos. Quelíceras brilhantes, com uma grande fosseta apical ; o dedo móvel com 5 dentes na borda superior, o distai maior, curvo, formando quase uma forquilha com o ápice do dedo ; os dois outros dentes mais próximos muito menores ; dedo imóvel dividido em duas ladnias triangulares e com o dente apical triangular. Palpos robustos, não deprimidas. Fêmur com as quatro faces quase planas, levemente granulosas ; essas quatro fa¬ ces formam ângulos retos, as arestas denteadas ; a face an¬ terior apresenta uma crista longitudinal denticulada, levemen¬ te oblíqua e mais próxima da borda inferior. Tíbia com a face anterior quase plana e brilhante, apresentando perto da base dois tubérculos bífidos ; essa face é limitada por duas cris¬ tas granulosas ; faces dorsal e posterior brilhantes mas pou¬ co granulosas ; a face posterior não se separa da anterior por uma crista evidente, havendo apenas um esboço da mesma na base e no ápice ; é mais nitidamente distinta da face inferior : esta apresenta perto da sua borda posterior uma série de cinco tricobótrias. Mão espessa, brilhante, a face dorsal convexa e grosseiramente granulosa e rugosa, com três cristas, das quais a externa muito curta, limitada à base da mão, a segunda um pouco mais longa e a interna completa, muito obtusa ; a face externa forma com a dorsal um ângulo pouco obtuso, sendo separada da face inferior por uma crista : a face interna ê um pouco mais estreita em sua porção distai, sub-rugosa e com granulações grosseiras menos abundantes, apresentando em sua porção basilar uma impressão mais ou menos profunda ; face inferior sub-rugosa, pontuada, com as granulações irre¬ gularmente espargag, provida de uma crista longitudinal leve- C. de Mello-Leitào —' Escorpiões Sul-Americanos 59 mente oblíqua, baixa, arredondada, e apresentando 4 tricobó- trias, das quais três junto à base dos, dedos, Êstes são robus¬ tos, levemente curvos para dentro, de gume armado de 7 den¬ tes principais iguais, e levemente crenulado entre os mesmos. Patas brilhantes, com algumas granulações na face ven- tral dos fêmures e das tíbias. Esterno pouco mais largo que longo. Pentes muito cur¬ tos. de lâminas intermediárias pouco distintas e com 5-6, 6-6 ou 6-7 dentes. O tipo de Thorell tinha 5-6 dentes e o de Po- COCK 6-7 ; Kraepelin diz que quase sempre são 6-6. No macho o quinto segmento caudal apresenta a face dor¬ sal granulosa, a mão é mais estreita que no macho, porém mais larga que a tíbia. Localidade-tipo: Thorell escreve simplesmente “Colum- bia”. Kraepelin considera, além da forma típica de Tho- rell, mais quatro sub-espécies. ¥ 13. Chactas (Chactas) lepturus intermedius Krae- pein, 1912 Cl.L Kraepelin, 1912 — Mitt, Mus . Hambutg *2, p. 66, Kraepelin se limita aos caracteres da chave de C. lepturus , 9 49mm. Tronco 27mm. Cauda 22mm. Colorido como na forma típica, mas com as patas mais escuras, de um pardo-denegrido. Cèfalotórax, tergitos e esternitos como em C. lepturus lepturus . Porções laterais da face dorsal dos segmentos caudais com raras granulações esparsas ; faces laterais do segmento caudal V com granulações grosseiras esparsas ; as cristas la¬ terais dêsse segmento pouco acentuadas. Mão da fêmea um pouco mais estreita que na forma típica, não chegando a 4mm, com as cristas, ao menos em parte, bem acentuadas. Mão do macho de faces paralelas, da mesma largura que a tíbia. Pentes com 7-7, 7-8 ou 8-8 dentes. Localidade-tipo: Colômbia, m 'Arquivos do Museú "Nacional — Vòt. XE 14. Chactas (Chactas) lepturus keyserlingi Pocock, 1893 Chactas keyserlingi Pocock, 1893 — Arin. Mãg. Nat. Hist. (6) 12, p. 87. • • CJ.k.' Kraépelin,. I9 l 2 •—- Mitt.-Mus . Hamhurg , 12, p. 66. $ 53mm. Tronco 26mm. Cèfalotórax 7,5mm. Cauda 28mm. Proporção entre largura e comprimento da mão e o dedo móvel — 4:7;7mm. Cèfalotórax, tergitos e. cauda, negros de azeviche; bem como os palpos, patas, esternitos e vesícula de tons. um pouco ferrugíneos. Cèfalotórax igual á soma dos dois primeiros segmentos câüdais mais um terço de III. Borda anterior com a chanfra- dura mediana em V, os lobos laterais arredondados e granu¬ losos. Sulco mediano - completo e profundo. . Cômoro, ocular .perfeitamente- limitado,, granuloso, os olhos médios separados entre si mais de um diâmetro. . Olhos laterais anteriores leve- mente maiores que os posteriores e separados deles um diâme¬ tro, Tegumentos lisos e brilhantes no meio da prozona, dis¬ tinta-mente:- granulosos cios lados é na mèfazona. Tergitôs I a VI lisos e brilhantes ; VII liso e brilhante na metade ante¬ rior, grosseiramente granuloso na metade posterior. Esterni¬ tos completamente lisos-e brilhantes; - - ... . m ■ Cauda - fraca, menos de quatro vezes maior que o cefa-lo- tórax, estreitada .para trás, segmento I mais largo que longo ; segmento II tão longo como largo e III mais longo que largo. Face dorsal dos segmentes I a IV com goteira longitudinal mediana, limitada pelas cristas dorsais granulosas ; ' o espaço , entre as cristas dorsais e as laterais superiores densa -e irregu- íàrmente granuloso : cristas laterais inferiores e ventrais me¬ dianas ausentes nos segmentos I a III. e pouco nítidas em IV. ■‘Segmento - V mais de duas vezes mais longo qüe largo ; face dorsal sulcada adiante, plana' atrás, porção anterior distinta- mente granulosa dos lados, com as cristas dorsais arredonda¬ das..^ granulosas'; faces laterais granulosas, com a crista me¬ diana ocupando somente a metade anterior ; face inferior com três cristas longitudinais denticuladas e espaço entre as cristas grosseiramente granuloso. Vesícula com as granula¬ ções das faces laterais e inferior dispostas em filas longitudi¬ nais : face dorsal plana, com sulco mediano e com. as granu¬ lações irregularmente esparsas. .. C. de MelloLeitão — Escorpiões Sul-Americanos 61 i P.alpos alongados. Fêmur prismático, de faces granulo¬ sas e arestas denteadas. Tíbias granulosas ; a face anterior com os tubérculos basilares iguais. Mão alongada e relativa¬ mente estreita (comprimento para a largura == 7:4mm) ; face dòrsal convexa, sem cristas, "com"as granulações dispostas em retículo ; face externa lisa e brilhante, com filas transversais pouco nítidas, sub-granulcsas, Dedo imóvel com o dente prin¬ cipal .basilar igual aos outros.. Patas quase inteiramente. lisas, apenas com a borda infe¬ rior dos fêmures granulosa., .. .. . . -..m‘ Pentes-curtos, com 7*7.'dentes, ;. „ w Localidade-tipo: Colômbia. - - ‘ - - s “- ~ 15. Chaetas ( Chaetas ) lepturiis major Kraepelin, 1912 '•-•w aCi.nrnKraepelin, 191.2.^-. Miít>.:Mus.,Hamburg? 12, p, 66. 5 56mm. Tronco 29mm. Cauda 27mm. Cèfalotórax^.tergitos- e. .cauda negros.-patas-e esternitos pardos. Cèfalotórax como nas outras sub-espécies. Tergi- tos I a VI lisos e brilhantes ; tergíto VII liso e brilhante adi¬ ante, irregu larmení e gr anu 1 oso em sua" metade posterior. Es¬ ternitos lisos e brilhantes. Segmentos caudais I a IV com uma ^goteira longitudinal dorsal limitada pelas cristas, dorsais granulosas ; c espaço entre,as cristas dorsais e as cristas laterais superiores, liso e brilhante, asvêzes com pequenos grânulos isolados. Falsam as cristas laterais acessórias. Segmento V com a face dorsal plana em sua metade posterior ; , faces laterais. densamenre granulosas, com granulações grosseiras. Vesícula de face dorsal plana, lisa ; faces laterais e face ventral com poucas granulações esparsas, Palpòs robustos. Fêmur, e tíbia como em C. Trrnres in¬ termedias, / Mão mais larga (proporção entre a largura e o compri¬ mento — 5:8mm); face dorsaTquase regularmente arredonda¬ da, sem cristas ou elevações longitudinais : face externa ‘lisa c brilhante ; dedos como nas outras sub-espécies. Pente com 8-8, 8-9 ou 9-9 dentes. Localidade-tipo: Colômbia, , . -.TJT 62 Arquivos do Museu Nacional — Vol, XL 16. Chactas (Chactas) lepturus scabrimanus Kraepelín, 1912 C./.s. Kraepelín, 1912 — Mém . Soc. Neuchâteloise . C.Ls. Ibidem, ! 912 — Mitt . Mus . Hamhurg , 12, p* 66* ? 47mm. Tronco 25mm. Cauda 22mm, & 46mm. Tronco 21 mm* Cauda 25mm. Kraepelín apenas se refere aos caracteres que distin¬ guem esta sub-espécie das demais, e que são ; face externa da mão inteiramente granulosa na fêmea ; lisa no macho, apresentando granulações exclusivamente no terço distai, jun¬ to à base do dedo móvel. Faces laterais do segmento caudal V e da vesícula gros¬ seiramente granulosas, sendo a vesícula granulosa em tõda a sua extensão* Pentes do macho com 7-7 dentes ; os da fêmea com 6-4 dentes. Localidade-tipo: Fuguene, Colômbia, ‘ 17. Chactas (Chactas) reticulatus Kraepelín, 1912 C.r. Kraepelín, 1912 — Mém . Soc. Neuchâteloise. Não conheço esta espécie em natureza. Kraepelín não dá as suas medidas, devendo alcançar o mesmo tamanho de C, vanhenedeni. Traduzimos a descrição original. Côr : tronco e cauda pardo-denegridos ; vesícula e patas quase amarelos de couro. 9 Borda anterior com o entalhe mediano muito pouco acentuado. Lobos laterais finamente rugosos mas não pon¬ tuados ; superfícies laterais finamente granulosas ; ângulos posteriores opacos, finamente ! 'chagrinés'\ Tergitos lisos e brilhantes ; tergito VII finamente granulosos em seus ângu¬ los posteriores. Esternitos lisos e brilhantes, sem pontuações. Segmento caudal I com as cristas dorsais medianas representa¬ das apenas por uma elevação distai; essas cristas são leve¬ mente rugosas nos segmentos II e III e nitidamente granulosas em IV. Face lateral dos segmentos I a IV opaca e finamente "chagrinée”, de V lisa com uma crista arredondada em sua C, de MelloLeitÃo —' Escorpiões Sul-Americanos 63 porção anterior e que se estende nos segmentos II a IV como crista acessória levemente granulosa. Porção lateral dorsal dos segmentos I e II com algumas granulações esparsas, e quase lisa em III e IV. Cristas medianas ventrais ausentes nos segmentos I a III, mas no segmento III são esboçados por uma depressão longitudinal mediana da face ventral; em IV esta goteira é mais acentuada e as cristas medianas ventrais apresentam vestígios de granulação. As cristas laterais infe¬ riores são igualmente esboçadas no seamento III por depres¬ sões que as separam das cristas ventrais medianas ; em IV elas são levemente granulosas. As faces ventral e laterais in¬ feriores são lisas e brilhantes nos segmentos I a IV. Segmen¬ to V com as quilhas dorsais finamente granulosas e as quilhas ventrais com granulações muito maiores, pontiagudas; a face ventral grosseiramente granulosa : faces laterais quase lisas com uma crista longitudinal mediana levemente granulosa. Ve¬ sícula quase lisa, apenas com finas granulações distais pouco apreciáveis. Fêmur dos palpos de face externa lisa e brilhante, com a extremidade distai opaca e "ehagrinée” ; face inferior fina¬ mente granulosa em sua porção basilar, o resto 4< chagrinée”. Tíbia com a borda dorsal anterior grosseiramente granulosa, as faces dorsal, externa e ventral com as granulações dispostas em rêde ; tubérculo basilar superior da face anterior muito desenvolvido, igual ou um pouco maior que o inferior. Mão larga ; a proporção entre largura e comprimento da mão e o dedo móvel - 5:5 Cmm; as cristas apenas indicadas por três filas longitudinais de granulações em sua porção mais ex¬ terna, estando no reste ue sua extensão ao nivel dos tegumen¬ tos. Campo médio na face dorsal com granulações formando um fino retículo mais grosseiro perto da borda interna e da borda externa, não havendo, porém, granulações isoladas. Borda externa formar do uma crista. As duas tricobótrias pouco se destacam no meio das granulações. Face inferior com um retículo granuloso, a borda externa com algumas gra¬ nulações pontiagudas esparsas. Gume do dedo imóvel com 7 dentes, dos quais o basilar é pouco maior. Fêmur e tíbia das patas, liso. Telo tarsos com uma fila ventral de curtos espi¬ nhos. No macho os lobos frontais são finamente granulosos, os tergitos abdominais opacos, “chagrinés finamente granulo- Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL ,64 v sos. Cauda como na fêmea, mas a face dorsal muito, mais grosseiramente “chagrinée”, os segmentos III e V granulosos. Âs cristas laterais do segmento V mais Salientes, finamente granulosas. Vesícula nitidamente granulosa. ■; u . Largura da mão apenas igual ã metade do seu compri- \mento, que é um pouco maior que o do dedo móvel ; a pro- ..porção l:c:dm = 3,6:7,5:6mm. Tegumento da mão com as granulações formando retículo, mas perto da borda interna dis¬ postas em filas transversais curtas, e perto da borda interna em filas antes longitudinais. Nos dois sexos os pentes apresentam de 7-7 a 6-6 dentes. Localidade-tipo: Angelopolis, Colômbia. 18. Cliaefas (Brachychacías) setosus Kraepelin, 1912 v .. . C.s. Kraepelin, 1912 Mitt» Mas . Harribarg , p. 62. Também não vi esta espécie. A descrição de Kraepelin > é a seguinte : Tronco, cauda e palpos, negro-azeviche ; vesícula, ver- meího-bunete: patas amareladas, côr de sola. Cèfalotórax granuloso adiante do cômoro ocular, que é finamente qranuloso, bem como o sulco mediano da metazona. . Lados do cèfalotórax finamente granulosos ; os ângulos pos- a teriores quase lisos ou finamente granulosos. Tergitos lisos ■ ou com pontuações esparsas. Esternitos lisos e brilhantes. ia. Cr stas dorsais de todos os segmentos marcadas n ..por granulações : •1 com snulaçoe .seriadas. Face dorsal lisa na depressão mediana, densamente ..granulosa des lados nos segmentos I a 1\ : parte superior , das faces laterais com granulações esparsas. Cristas media¬ nas inferiores ausentes nos segmentos I e II : no segmento I faltam também as cristas laterais inferiores, de medo que tôda a face inferior é arredondada e lisa ; no segmento II as cris¬ tas medianas são marcadas por uma elevação arredondada. No segmento III as cristas laterais inferiores são mais nítidas e as duas cristas.medianas inferiores estão separadas por uma de¬ pressão longitudinal. No segmento IV as cristas medianas inferiores e laterais inferiores são mais granulosas e as laterais superiores são levemente denteadas ; segmento V com três C. de MelloLeitão •— Escorpiões Sul-Americanos 65 cristas denteadas, a média com uma fila de grânulos ; lados densamente granulosos, sobretudo perto das cristas. Vesí¬ cula finamente granulosa, com a porção mediana dorsal lisa, não pontuada. Fêmur dos palpos com granulações maiores e menores ; o quinto distai dorsal, liso, bem como a metade ou o terço dis¬ tai ventral. Tíbia com a face dorsal grosseiramente granulosa, a ventral, reticulada ; a anterior com uma apófise bífida ba¬ silar dorsal e otra ventral. Face dorsal da mão com uma de¬ pressão longitudinal mediana, separando o esboço de duas cris¬ tas arredondadas e finamente granulosas, tôda a superfície dor¬ sal com filas granulosas transversais curtas, mais nítidas perto da borda interna, enquanto ao longo da borda externa as filas de granulações são mais longitudinais. Crista da borda ex¬ terna granulosa, bem como uma faixa mais larga, perto da borda externa da face ínrerior. Face externa da mão com uma área estreita, levemente escavada, quase lisa. Face in¬ terna densamente granulosa, com granulações grosseiras. "Qua¬ tro tricobótrias, uma das quais na articulação do dedo móvel, a 3. a além do meio e a 4, a a igual distância da base da mão e da terceira. Mão larga, quase duas vêzes mais larga que a tí¬ bia (5,2:2,8), um pouco menor que o dedo móvel ; a propor¬ ção entre o comprimento e largura da mão e o dedo móvel (c:l:dm) = 7,8:5,2:8mm. Gume do dedo imóvel com oito dentes, dos quais os dois ou três proximais sensivelmente maio¬ res e fazendo saliência no gume, cujo perfil é levemente côn¬ cavo. Fêmur das patas quase liso ; tíbia lisa ; telotarso com uma fila longitudinal inferior de densas cerdas, umas coladas às outras. Pentes com 7-7 dentes (muito mais raramente com 7-8 ou 7-6). O macho é semelhante à fêmea, mas os ângulos posterio¬ res de cefalotórax e os tergitos são Thagrinés", finamente granulosos. Mão delgada e estreita, pouco mais larga que a tíbia (3,.5:2.8 ; a proporção l:c:dm = 3.5:5,2:7,3mm, Localicade-tipo: Mérida, Venezuela. 66 Arquivos do Museu Nacional —■ Vol. XL 19. Chacías (Chaeías) vanbenedeni Gervais, 1844 Fig. 20 a 23) Cm, Gervais, 1844 — Arch. Mus. Hist. Nat. Paris, 4, p, 232, pr. 12, figs. 40, 41, C. fuchsii Berthold, 1846 — Gòtingische Gelehrte Anzei - ger, 3, p. 56. C.tv Gervais, 1893 — Ann . Mag. Nat. Hist., (6), 12, pp. 84, 85. Cm, Kraepelin, 1 894 ■ — Mitt. Mus. Hamhurg, 6 , p. 171. Cm. Kraepelin, 1899 — Das Tierreich, p, 168. Cm. Kraepelin, 1912 '— Mitt . Mus. Hamhurg , 12, A presente redescrição é feita sôbre um casal de Muzo, Colômbia. 5 52mm. Tronco 24mm, Cèfalotórax 7,5x7,5mm„ Cau¬ da 28mm. Segmentos caudais : I 2,4x3mm ; II 3x3mm ; III 3,6x2,8mm; IV 4,2x2,5mm; V 7x2,4mm. Tíbia do palpo 7,4mm. Proporção-iargura da mão : comprimento : dedo móvel == 4,2:7;6mm. Pocock se refere a uma fêmea de Ibaque (Colômbia), de¬ terminada por Gervais ou Goudot, igualmente de 52 mm, mas com a proporção tronco: cauda - 22:30mm e o ceíalo- tórax com 7,8mm. Corpo fulvo-negro brilhante, com pequenas manchas ver¬ melhas na linha mediana dos tergitos. Patas pardo-escuro; esternitos pardo-fulvescentes, Kraepelin dã o colorido do tronco, cauda e palpos como pardo-avermelhado e as patas amarelo-couro. Em todos os exemplares secos da Colômbia encontrei, porém, o colorido acima assinalado. Cèfalotórax de comprimento igual à largura, ao nível da borda posterior, com as bordas laterais sinuosas, estreitado adiante. Borda anterior granulosa, com uma fila de granula¬ ções grosseiras e o entalhe mediano raso, em V, Sulco longi¬ tudinal mediano com a mesma profundidade em tôda a sua ex¬ tensão, indo desde uma fosseta em 1 posterior até ao V an¬ terior. Cômoro dos olhos medianos, liso, bem limitado, sem depressão mediana nem cristas superciliares, os olhos afasta¬ dos um pouco mais de um diâmetro. Sulcos laterais posterio¬ res muito divergentes, quase transversais, ligando os ramos do - às bordas laterais; sulcos laterais anteriores pequenos, C. de* Mello-LeitÃo — Escorpiões Sul-Americanos 67 ocupando a metade externa do hemitórax, quase contíguos aos sulcos laterais posteriores e dirigidos obliqüamente para diante. Tegumento liso e brilhante. Tergitos lisos e brilhantes, ha¬ vendo no rebordo anterior dos tergitos V e VI pequeno tubér¬ culo mediano obsoleto. Esternitos lisos e brilhantes. Fig. 20 — Penisi e pr:.-e:ro esternito de Chactas vanbenedeni (fêmea) Segmentos caudais I e II, lisos e brilhantes, de face ven- tral regularmente arredondada, pela ausência das cristas me¬ dianas ventrais e laterais inferiores ; as cristas laterais supe¬ riores apenas marcadas por pequena apófise anterior ; sulco mediano dorsal arredondado, raso, as cristas dorsais represen¬ tadas por um tubérculo ; segmento caudal III com as cristas dorsais com 1 ou 2 grânulos ; segmento IV com as cristas la¬ terais inferiores esboçadas, a face dorsal granulosa, mais gra¬ nulosa nas porções laterais e com as cristas laterais superiores com algumas granulações ; segmento V muito granuloso, sem cristas laterais, as três cristas ventrais formadas por filas de dentes pontiagudos, a face ventral com algumas granula¬ ções esparsas ; borda posterior ventral serrilhada. Vesícula com granulações baixas, dispostas em filas longitudinais. Fêmur dos palpos, prismático, com as arestas granulosas, a ínfero-anterior com tubérculos pontudos: face dorsal com uma área basilar alongada, com pequenas granulações e qua¬ tro grânulos maiores. Tíbia lisa ; a face dorsal com algu¬ mas granulações perto das elevações ; face anterior com uma 68 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL apófise bífida basilar dorsal e outra ventrab Mão lisa, arre¬ dondada ; só a face interna granulosa. Dedo imóvel sem dente basilar maior. Patas lisas : telotarsos com uma fila mediana ventral de 12 a 14 espinhos. Pentes apresentando 9-9 dentes, muito raramente 9-8. 3 45mm. Tronco 18mm. Cauda 27mm. Ceíalctó- rax 6x6mm. Fêmur dos palpos 8,4mm.. Tíbia 8,4mm. Pro¬ porção-largura da mão : comprimento : dedo móvel = 2xS:4x5:2mm. Segmentos caudais: I 2,4x3mm; II 3x2,7mm; III 3,5x2,6mm ; IV 3,8x2,3mm ; V 6x2mm. Vesícula 7mm. Cèfalotórax com os sulcos laterais anteriores paralelos aos laterais posteriores. Ao nível do cômoro dos olhos médios há, de cada lado. uma área finamente granulosa. Tergitos pon¬ tuados ; VI com uma fila marginal posterior de pequenas granulações; VII com duas bossas de pequenas granulações esparsas, mais numerosas e maiores junto da borda posterior. Lobos do opérculo genital, triangulares. Esternitos pontuados. Cauda mais granulosa. Tíbia dos palpos, estreita, sub-prismãtica, com o tubér¬ culo anterior maior situado no meio da face anterior ; mão prismática, muito estreita, de cristas arredondadas, muito maior que o dedo móvel. 69 L. de Mello-LeitÃo — Escorpiões Sul-Americanos Localidade-tipo: O exemplar de Gervais tem"como indi¬ cação, apenas, Colômbia. O tipo de Berthold ê de Popayán. É uma das espécies mais comuns da Colômbia, tendo visto numerosos exemplares de várias localidades. Fig. 23 — Palpo direito de Çh $ cta . 70 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL 4, Gênero TEUTHRAUSTES Simon, 1878 Cèfalotórax liso, sem cristas granulosas, às vezes pontua¬ do, às vezes finamente granuloso ; a borda anterior direita ou entalhada em porção mediana ; prozona com o sulco me¬ diano pouco profundo. Cômoro ocular não limitado adiante, confundindo-se com o cèfalotórax. Junto às bordas laterais ora há dois (excepcionalmente três) olhos pouco salientes, ora nenhum. Cristas medianas inferiores dos segmentos caudais anteriores, presentes ou obsoletas. Telotarsos com uma só fila mediana ventral de espinhos. Estigmas pulmonares elíp¬ ticos curtos ou quase circulares. Dedo móvel dos palpos com o gume provido de uma só fila mediana de grânulos, bem dis¬ tinta dos dentes acessórios ; dente basilar bem maior que os outros no macho ; dedo móvel, às vêzes, com um profundo seio para receber a saliência basilar do dedo imóvel. Mão do macho igual ou mais larga que a da fêmea. Tíbia dos palpos com uma só apófise basilar, geralmente pouco desenvolvida, sua face ventral com uma fila de a 13 tricobótrias junto da borda posterior. Tipo: Teuthvaustes atramentarius Simon, 1878. Depois da revisão de Kraepelin (1912) não foi descrita nenhuma espécie dêste gênero. A chave que segue é, portan¬ to, a de Kraepelin, levemente modificada. A Primeiro segmento caudal e, quase sempre, também o segundo sem cristas médias ventrais e laterais inferiores % cau¬ da lisa ou pontuada, sem granulações. O sulco mediano pode faltar na prozona. As três tricobótrias distais da face ven¬ tral da mão muito próximas : B Face ventral dos segmentos caudais 1 a III, nítida e densamente pontuada, bem como os esternitos ; C Lobos cèfalotorácicos anteriores do macho com gra¬ nulações grosseiras. Face dorsal da mão reticulada ; face interna e externa com granulações maiores, isoladas. Segmento caudal III com algumas granulações esparsas entre as pontuações ; segmen¬ to IV irregularmente granuloso ; segmento V e vesícula com granulações grosseiras dos lados: fêmures densa e finamente granulosos -— T, ohausi Krpln. 71 C. de Mello-LeitÃo — Escorpiões Sul-Americanos CC, Lobos frontais do cefalotórax do macho pontuados, com algumas granulações esparsas, os da fêmea pontuados e lisos ; Face dorsal da mão com as pontuações dispostas em rede, faces interna e externa, lisas cu pouco granulosas. Segmento caudal III, liso e pontuado ; segmento IV liso na fêmea, pon¬ tuado e com grânulos esparsos no macho ; segmento V quase liso dos lados na fêmea, granuloso no macho ; vesícula pon¬ tuada, lisa na fêmea, com algumas granulações no macho. Fê¬ mures densamente pontuados, com algumas granulações. D. Patas amarelo-avermelhadas (tronco amarelo-aver- melhado ou vermelho-brunete). Segmento caudal IV com o sulco mediano dorsal raso. pontuado dos lados, bem como a face dorsal da vesícula. Lados do segmento V com grossas granulações — T. amazonicus Sim. DD. Paras pardo-denegrídas, pouco mais claras que o tronco. Sulco dorsal do segmento caudal IV mais acentuado, pontuado como a face dorsal da vesícula ; lados do segmento V com uma crista acessória lisa ou granulosa: E Fêmur dos palpos com grânulos isolados ; tíbia com a face dorsal provida de granulações arredondadas, face dor¬ sal da mão granulosa na borda externa, na borda interna e adiante ; cristas da mão arredondadas : face dorsal do seg¬ mento caudal V finamente "‘chagrinée" e pontuada, bem como os esternitos e a face inferior dos outros segmentos caudais ■—• T. festae (Bor.). EE Fêmur dos palpos sem granulações, só pontuado, bem como a tíbia ; face dorsal da mão lisa, sem cristas e sem granulações, apenas com pontuações na parte externa; face dorsal do segmento caudal V finamente pontuado, sem granu¬ lações; esternitos e tace ventral dos segmentos caudais fina¬ mente pontuados — T. dúbias (Bor.). BB Face ventral da cauda e os esternitos não densa¬ mente pontuados : cs esternitos com algumas fossetas : C Ve sícula lisa ou pontuada, sem granulações : D Vesícula lisa. sem pontuações ; borda anterior lisa, “chagrinée” : tíbia do palpo de face dorsal, lisa e brilhante, finamente granulosa junto à borda anterior : sulco adiante do cômoro ocular, liso. oouco nítido — T. glaher Krpln. DD V esícula pontuada ; tíbia dos palpos com a face dorsal muito granulosa, com granulações irregulares ; sulco 72 Arquivos do- Museu Nacional — Vol. XL adiante do cômoro ocular nítido ; lobos anteriores grosseira¬ mente granulosos — T. whymperi (Poc.). CC Vesícula nitidamente granulosa dos lados : D Tíbia dos palpos com a face dorsal granulosa e fina¬ mente pontuada ; prozona do cèfalotórax com uma depres¬ são triangular anterior que alcança a borda anterior ; cauda da fêmea lisa e brilhante nos quatro primeiros segmentos; pa¬ tas denegridas ou castanhas ; pente com seis dentes — T. gervaisi (Poc.). DD Tíbia dos palpos sem pontuações nítidas ; pro¬ zona com estreito sulco mediano ou com uma depressão que desaparece junto à borda anterior ; cauda da fêmea com a face inferior granulosa, a partir do ápice do segmento III (no macho a partir do ápice do II); vesícula com a face dorsal fi¬ namente granulosa, não muito brilhante ; pente com 6 a 10 dentes: E Olhos bem no meio do cômoro ocular, que termina em ângulo agudo adiante e atrás, estendendo-se o sulco mediano da borda posterior à anterior : F Patas negras; pentes com 7 dentes; tergitos grossei¬ ramente granulosos dos lados; face dorsal da mão com as por¬ ções externa e interna grosseiramente granulosas, e o meio sem retículo — T . simonsi (Poc. ). FF Paras de côr amarelo-couro; pentes com 8 a 10 den¬ tes; tergitos quase lisos, brilhantes na fêmea, opacos e “cha- grinés no macho: face dorsal da mão com as granulações em retículo — T resenbergi 1 Poc. ) : EE Olhos postos atrás áo meio do cômoro ocular, que é 2 a 3 vezes mais longo que largo, rômbico alongado ; patas negras ou pardo-denegridas: F Cômoro ocular 2 vêzes mais longo que largo, pontu¬ do adiante, com um sulco superficial que desaparece para a borda anterior -— T. lojantts (Poc.). FF Cômoro ocular 3 vêzes mais longo que largo, não fechado adiante, mas com uma elevação mediana, continua com a superfície da prozona — T. witti Krpln. AA Primeiro segmento caudal com cristas médias ven- trais granulosas ; prozona sem sulco mediano ; as três tri- C. de MelloLeitÃo — Escorpiões Sul-Americanos 73 cobótrias distais da borda externa da face inferior da mão eqüidistantes: B Largura da mão menor que o dedo móvel ; tergitos brilhantes ( 2 ) : C Prozona do cèfalotórax nítida e grosseiramente gra¬ nulosa, bem como as bossas da metazona ; face dorsal da mão densamente pontuada, opaca ; fêmur e tíbia com granu¬ lações grosseiras ; as três tricobótrias da face inferior da mão, na base dos dedos, formando ângulo obtuso *—» T, aíra- mentavius Sim. CC Prozona lisa e brilhante, bem como as bossas da metazona; face dorsal da mão lisa e brilhante; fêmur e tíbia finamente granulosos externamente ; as três tricobótrias da base dos dedos quase em linha reta — T. oculatus Poc. BB Largura da mão igual ou maior que o dedo móvel ; tergitos opacos ( è ): C Tergitos I a IV densamente granulosos dos lados ; face dorsal da mão com as granulações confluentes — T, afra- mentarius Sim. CC Tergitos I a I\ “chagrinés" com as granulações esparsas ; face dorsal aa mão com as granulações isoladas — T. oculatus ‘ Poc. 20. Teuthraustes amazonicus Simon, 1880 7\a. Simon. 1880 — Ann . Soc. Ent . France , p. 188. T.a. Kraepelin. 1899 — Das Tierreich , p. T.a. Kraepelin 1912 — Mitt. Mus. Hambuvg , 29. p. 79. ê 45mm, Tronco 22mm. Cauda 23mm. $ 58mm. Tronco 32mm. Cauda 26mm. Colorido qeral nardo-escuro, às vezes denecrido : as patas e a vesícula fulvas ou amarelo-avermelhadas. Cèfalotórax quase tão largo como longo, quase paralelo. Borda anterior com o entalhe mediano pouco acentuado. Sul¬ co mediano completo profundo, limitandc o cômoro ocular, que é rômbico. Sulcos laterais profundos, oblíquos para diante e para fora. Olhos medianos no meio dc cômoro ocular, sepa¬ rados menos ae um diâmetro. Os deis olhos laterais quase 74 Arquivos do Museu Nacional — Vql. XL iguais aos dorsais, o anterior um pouco maior que o posterior, separados meio diâmetro. Lobos frontais do macho pontua¬ dos e com algumas granulações esparsas; os da fêmea são pon¬ tuados e lisos. Lados do cefalotórax com granulações irregula¬ res, mais ou menos densas, tôda a região mediana lisa e pon¬ tuada, brilhante. Ângulos posteriores do cèfalotõrax, opacos. Tergitos I a VI muito densamente pontuados e rugosos, a me¬ tade anterior opaca, a posterior finamente granulosa ; tergito VII com quatro cristas pouco acentuadas, visíveis apenas no terço posterior. Esternitos lisos e brilhantes, densamente pon¬ tuados. Cauda robusta, quase paralela ; os segmentos I e II mais largos que longos ; segmento III de comprimento e lar¬ gura iguais ; segmento V maior que os dois primeiros reti¬ nidos, Segmentos I a III sem cristas ventrais medianas e la¬ terais inferiores ; cristas laterais superiores e medianas dor¬ sais rombas, com alguns pequenos tubérculos. Face ventral dos segmentos I a III densamente pontuada. Segmento IV liso e pontuado na fêmea ; no macho apresenta nas cristas medianas ventrais granulações seriadas, pouco abundantes. Segmento V de face dorsal plana, lisa no meio ; o resto da face dorsal e os lados com granulações irregulares que não formam cristas ; face ventral com três cristas denticuladas, mal definidas das outras granulações ventrais, mais ou menos abundantes. Vesícula grande, pontuada, lisa na fêmea, leve¬ mente granulosa no macho. Pente com 7-7 a 9-9 dentes. Mais raramente o número de dentes pode reduzir-se a 6-6 ou mesmo 5-5. Palpos : fêmur regularmente prismático, de faces pla¬ nas, a dorsal com granulações irregulares, esparsas, as cristas formadas por granulações muito maiores e mais salientes. Tí¬ bia espêsa, arredondada, a face dorsal com pequenas granu¬ lações esparsas, não separada da face externa, limitada da face interna por uma crista granulosa ; face interna quase lisa, com uma crista vertical basilar com dois tubérculos pe¬ quenos, o superior quase obsoleto, o inferior arredondado. Mão larga, pouco convexa, quase paralela, de bordas interna e externa quase direitas, a face dorsal com pequeninas granu¬ lações em retículo (junto às bordas maiores mais irregulares); face inferior com as três tricobótrias distais muito próximas, limitadas ao terço distai da crista da borda externa. C, de Mello-LeitÃo — Escorpiões Sul-Americanos 75 Relação entre a largura e comprimento da mão e o dedo móvel — l:c:dm - 5,2:5,8:5,3mm no macho. Dedos gros¬ sos, comprimidos ; na fêmea o dedo móvel é muito menor que a mão. Dedo imóvel com o dente acessório basilar muito ro¬ busto, cônico. Patas finamente pontuadas, sem granulações. Localidade-tipo: Pebas, Perú. Encontrada depois em Moyobamba e Rio HualJaga. 21. Teuthraustes atramentarius Simon, 1878 í Figs. 24 e 25) T.a. Simon, 1878 — Ann. Soc . Ent . France , (5) 8, p. 400. T. ecuadorensis Becker, 1880 —■ Ann. Soc. ent. Beígique, 24, p. 142. T. latimanus Pocock, 1898 — Ann. Mag. Nat. Hist (7), l,p. 421. T. monticola Pocock, 1898 ■—■ Jd . ibidem , p. 421. T. nitescens Pocock, 1898 ■—• Id. ibidem , p. 422, T.a . Kraepelin, 1899 —- Das Tietreich r p. 175. T . monticola Borellí, 1899 — Boll. Mus. Torino 14, 13 T.a. Kraepelin, 1912 -— Mitt. Mus. Hamburg , 29, p. $ 51 mm. Tronco 26mm. Cauda 25mm. (Simon). 8 40mm. Tronco 18mm. Cauda 22mm. (Becker). 2 63mm. Tronco 31 mm. Cauda32mm. (Pocock). 2 57,5mm. Tronco 27,5mm. Cauda 30mm. (Borellí). Tronco variando do castanho-escuro ao negro, a cauda clareando gradativamente para a extremidade distai, a vesí¬ cula avermelhada ; palpos do mesmo colorido do tronco, pa¬ tas com os tarsos avermelhados, iguais à vesícula. Cèfalotórax quase tão largo como longo, de bordas late¬ rais mui levemente sinuosas. A borda anterior não entalhada, apenas levemente deprimida em sua porção mediana. Sulco longitudinal mediano profundo, estendendo-se da borda pos¬ terior ao cômoro ocular, que é curto, formando um losango quase regular, confundindo-se adiante com a prorona. Sulcos laterais posteriores profundos, oblíquos para diante, limitando os lobos posteriores muito convexos. Lobos anteriores e tôda a prozona, nítidos e grosseiramente granulosos, bem como as elevações junto do sulco mediano posterior. Ângulos poste- 76 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL riores opacos, densamente granulosos. Cômoro ocular sem estria mediana, os olhos separados mais de um diâmetro. Olhos laterais iguais, separados da borda e um do outro cerca de um diâmetro. Tergitos brilhantes : I a III densamente granu¬ losos, os outros com pontuações. Esternitos finamente pon¬ tuados ; esternito V com a metade posterior densamente gra¬ nulosa. Cauda proximamente igual ao tronco, robusta, quase pa¬ ralela. Segmentos I e II mais largos que longos, com as cris¬ tas medianas inferiores bem desenvolvidas, nitidamente gra¬ nulosas ; cristas laterais inferiores e laterais superiores níti¬ das ; cristas medianas dorsais granulosas. Segmento Iff de comprimento igual à largura ; IV mais longo que largo, am¬ bos com as oito cristas longitudinais bem marcadas. Espaços entre as cristas, os espaços intercarenais granulosos e pontua¬ dos. Segmento V levemente fusiforme, de face dorsal plana em seus dois terços distais e com uma leve fosseta basilar, lados convexos, sem cristas ; face ventral com as três cristas den¬ teadas, o tegumento irregularmente granuloso. Vesícula de face dorsal plana, lisa, pontuada ; lados granulosos, assim como a larga faixa mediana, em relevo, densamente granulosa. Fig. 24 — Pentes de Teuthraustes fitramçníarius Fêmur dos palpos prismático, com as faces separadas por cristas bem acentuadas, a face dorsal com granulações irre¬ gulares, mais abundantes em sua porção distai. Tíbia com as faces dorsal externa e inferior formando um todo convexo, sem cristas de separação, o tegumento fina e irregularmente C. de Mello-LeitÃo —' Escorpiões Sul-Americanos 77 granuloso. Face interna escavada, com a crista do terço ba¬ silar com a apófise dorsal representada por um pequeno gr⬠nulo e a inferior por um pequeno tubérculo, apenas mais sa¬ liente. Face dorsal da mão lisa e opaca, com pequenas gra¬ nulações em retículo e densamente pontuada ; relação entre o comprimento e a largura da mão e o dedo móvel — c: 1 :dm — 8:6:7,5mm. Gume do dedo imóvel com o primeiro dente aces¬ sório muito mais robusto que os seis outros. As três tricobótrias distais da borda externa da face infe¬ rior da mão eqüidistantes, as 3 da base dos dedos formando um ângulo obtuso. Fêmures e tíbias das patas grosseiramente granulosos. Pentes com 7-7 dentes, mais raramente 6-7 ou 6-6. O macho tem os lobos anteriores do cèfalotórax e as mar¬ gens do sulco mediano posterior com grossas granulações iso¬ ladas, bem como os ângulos posteriores. Os tergitos I a IV são densa e grosseiramente granulosos dos lados. Face dor sal da mão com as granulações confluentes, sendo na borda im terna as granulações maiores, arredondadas, mais isoladas. A largura da mão é maior que o comprimento do dedo móvel ; o dedo imóvel triangular, apenas vez e meia mais longo que largo» Habitat : Equador. O tipo de Simon é de Quito ; o de Becker de Imbabura ; T. latimanus de Corazón, T, rnon- ticola de Machachi, T. nitescens de Cachavi. Festa a viu fre- qüente em Cuenca, Quito e Iloa. 22. Teuthraustes dublus (Borelli), 1899 Chactas dubius Borelli, 1899 — BolL Mus . Zooi Anat. Comp. Totino f 14, N. 345, p. 14 T.d. Kraepelin, 1912 ■— Mitt. Mus . Hamburg , 29. p. 80. 2 38,5mm.. Tronco 21 mm. Cauda 1 7.5miD. Cèfalotórax castanho-escurc ccn uma grande mancha testácea mediana atrás do cômoro ocular paipos castanho- escuro, com os dedos quase negros ue pontas avermelhadas ; abdome com os tergitos pardo-testáceos e os esternitos testá- ceos, pálidos, de bordas posteriores mais escuras : ancas par¬ do-claro; patas pardas, pouco mais claras que o tronco, leve¬ mente estriadas de testãceo; cauda castanho-claro, levemente avermelhada, com a vesícula mais clara e mais avermelhada. 78 Arquivos do' Museu Nacional Vol. XL Cèfalotórax de largura, atrás, quase igual ao comprimen¬ to, de lados quase paralelos, a borda anterior fortemente esca¬ vada em sua porção mediana, O sulco mediano extende-se da borda posterior ao limite do cômoro ocular, que é completa¬ mente envolvido pelos seus dois ramos, rômbico, quase oval, com os olhos grandes, separados mais de um diâmetro. Sul¬ cos transversais bem acentuados. Tegumento finamente pon¬ tuado e levemente rugoso, com espaços quase lisos atrás dos olhos laterais e ao longo do sulco posterior ; algumas granu¬ lações irregulares, esparsas sôbre as áreas laterais, compreendi¬ das entre os espaços lisos retro-oculares e os sulcos laterais posteriores. Lobos frontais pontuados e lisos, Tergitos ru- gosos, finamente pontuados ; tergito VII com quatro tubér culos perto da borda posterior, Esternitos lisos, densamente pontuados, finamente rugosos. Cauda quase paralela, estreitando-se insensivelmente para a sua porção posterior ; segmentos I e II mais largos que lon¬ gos ; III de largura e comprimentos xguaia; IV um terço mais longo que largo. As cristas médias superiores são bem acentuadas e granulosas nos segmentos I a IV, com o gr⬠nulo distai maior, mas nos segmentos I e II as granulações são menores e menos numerosas; cristas laterais superiores indica¬ das nos segmentos I a IV, mas quase lisas, apenas com 2 ou 3 grânulos distais; cristas laterais inferiores e cristas medianas ventrais nulas nos segmentos I a III, levemente indicadas, mas lisas, no segmento IV.. Os espaços intercarenais nítidos e den¬ samente pontuados. Segmento V quase da mesma largura em tôda sua extensão, com as cristas superiores pouco nítidas e providas de granulações relativamente grosseiras, mas pouco numerosas e bem separadas; face dorsal finamente pontuada, levemente escavada em sua porção anterior, plana no resto de sua extensão, com uma fosseta posterior oval ; lados densa¬ mente pontuados e levemente mais rugosos que a face dorsal, com a crista longitudinal mediana tomando os dois terços an¬ teriores e não granulosa ; face ventral densamente pontuada e rugosa, com três cristas longitudinais denticuladas, que não alcançam a borda posterior ; espaços intercarenais com pou¬ cas granulações. Vesícula de comprimento igual ao segmento V ; face dorsal pontuada, com leve depressão mediana ; la¬ dos e face inferior levemente rugosas, com quatro estrias lon¬ gitudinais lisas. C. de MelloLeitÃo — Escorpiões Sul-Americanos 79 Fêmur dos palpos densamente pontuado e levemente rur goso ; arestas marcadas por granulações grosseiras ; face anterior com uma fila de pequeninos tubérculos junto à face inferior, que é fortemente granulosa; face posterior com uma crista longitudinal mediana lisa. Tíbia arredondada, pontua¬ da, um pouco mais rugosa que o fêmur ; face anterior com a crista sub-basilar com dois pequenos tubérculos iguais : face inferior com a margem posterior levemente granulosa. Mão arredondada, oval, com as três cristas longitudinais quase ob¬ soletas, exceto a mais externa, que apresenta uma fila de 6 gra¬ nulações basilares ; borda externa carenada e denteada; borda interna levemente arredondada e com uma série de gra¬ nulações espiniformes, que vão desde a base da mão até quase a base do dedo imóvel, mas são menos numerosas e mais sepa¬ radas que na borda externa ; face dorsal densamente pontua¬ da e um pouco rugosa em sua porção interna, na qual se obser¬ vam duas cristas com grânulos espiniformes. Dedo imóvel com um grande dente espiniforme basilar, muito maior que • outros dentes acessórios. Proporção entre o comprimento e a largura da mão e o dedo móvel c.Ldna — 5:4:5,5mm, Patas finamente pontuadas. Dentes com 6-6 dentes. Localidade-tipo: Vale de San::aro. Equador. 23. Teuthraustes festae Borelli), 1899 Chactas festae Borelli. 1899 — BolL Mus . Zool. Anat. Comp. Tovino , 14, N. 345. p. 11. íT t f, Kraepelin, 1912 — Miít. Mus . Hamburg , 29, p. 71. ê 39mm, Tronco 1 Smm. Cauda 21 mm, $ 54mm. Troncc 29 mm. Cauda 25mm. Cèfalotórax pardo-denegrido escuro; palpos, de face dorsal pardo-escuro, quase negra, e face ventral mais averme¬ lhada; tergitos castanho-escuro; esternitos I a III testáceos. IV e V pardos; cauda pardo-avermelhada. com a vesícula mais clara e mais vermelha; patas castanho-avermelhadas. com os telotarsos amarelo-couro. Cèfalotórax levemente trapezóide, pouco mais longo que largo, com a borda anterior com o entalhe mediano raso. Sul¬ co mediano posterior profundo ; os sulcos laterais posteriores 80 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL profundos, oblíquos. Cômoro ocular rômbico, bem limitado pelos ramos do sulco mediano, os olhos médios separados mais de um diâmetro. Lobos frontais do o pontuados e com gra¬ nulações esparsas ; os da $ pontuados e lisos. Resto do te¬ gumento com os lobos anteriores pontuados na ?; no $ são granulosos e de cada lado há uma fila longitudinal de grandes grânulos redondos, os quais, partindo dos olhos laterais, bor¬ dejam o cômoro ocular e o sulco mediano posterior, até aos sul¬ cos laterais. Lobos posteriores fortemente rugosos e densa¬ mente pontuados. Cômoro ocular rugoso e pontuado. Ter- gitos I a VI do macho, pontuados, opacos, “chagrinés”, com pequenas granulações esparsas perto das bordas laterais e da borda posterior ; tergito VII com granulações maiores e mais abundantes e com 4 tubérculos perto da borda posterior. Na 2 os tergitos são lisos, pontuados, sem granulações. Cauda afilando-se insensivelmente para a sua porção dis¬ tai, Cristas dorsais medianas e laterais superiores, dos seg¬ mentos I a IV, bem marcadas e providas de grossas granula¬ ções, quase espiniformes, sendo a última, nas' cristas medianas dorsais, mais saliente. Cristas laterais inferiores do segmento I ocupando a metade distai e provida de quatro ou cinco gr⬠nulos ; nos segmentos II e III apenas indicadas por um ou dois grânulos distais. Cristas medianas ventrais, ausentes nos três primeiros segmentos ; em IV as cristas medianas ven¬ trais e laterais inferiores são acentuadas e providas de granu¬ lações relativamente grandes, ocupando quase tôda a extensa do segmento. Segmento I a III com a goteira mediana larga, pouco profunda e finamente pontuada face dorsal do seg¬ mento IV quase piana. íinamente pontuada e rugosa. com gra¬ nulações mais numerosas que nos três primeiros. Espaços en¬ tre as cristas medianas dorsais e laterais superiores,, granulo¬ sas ; face ventral pontuada e fortemente rugosa, levemente granulosa entre as cristas medianas inferiores nos segmentos I a IV, Segmento V estreitando-se insensivelmente para a sua extremidade posterior, com cristas laterais superiores me¬ nos salientes, mas providas de granulações espiniformes, que vão diminuindo em número e tamanho na porção posterior. Face dorsal pontuada-rugosa e granulosa, com granulações maiores e mais numerosas dos lados ; a porção mediana é quase lisa e apresenta um sulco longitudinal bem marcado, mas pouco profundo, que termina perto da extremidade posterior. C. de MelloLeitãq — Escorpiões Sul-Americanos 81 em fosseta oval. Faces laterais pontuadas e fortemente rugo- sas, com algumas granulações esparsas perto da borda infe¬ rior ; as cristas laterais medianas são bem marcadas e granu¬ losas na metade anterior do segmento ; espaço compreendido entre essas cristas e as dorsais, granuloso. Face ventrai, pon¬ tuada, íortemente rugosa e escassamente granulosa ; apre¬ senta três cristas muito acentuadas, providas de granulações espiniformes ; as laterais terminam, levemente curvas, perto da extremidade posterior, onde se confundem com um grande número de granulações espiniformes que revestem quase tôda a extremidade posterior ; entre as três cristas ventrais, no resto do segmento, há algumas granulações dispostas em fila^ longitudinais. Vesícula oviforme, levemente comprimida jun¬ to à base do aguilhão, mais larga que o segmento V, finamente pontuada-rugosa, com uma depressão mediana dorsal ; faces laterais e ventral, pontuadas rugosas, com algumas granula - ções distais ; perto do aguilhão hã quatro estrias longitudi¬ nais quase lisas, duas superiores e duas inferiores* Na fêmea as cristas laterais superiores são lisas, os tegumentos do seg¬ mento ÍV são menos granulosos e a vesícula é lisa e pontuada. Fêmur dos palpos pontuado, com cristas fortes, providas de grandes granulações espiniformes, com exceção das poste¬ riores ventrais, que apresentam grânulos só na metade distai; na face dorsal, além de algumas granulações esparsas perto das bordas, há alguns grânulos hemisféricos, formando uma fila longitudinal mediana ; na face anterior as pequenas granu¬ lações são mais numerosas que na face dorsal e junto de sua borda inferior há a notar uma fila longitudinal de grandes tu¬ bérculos; face ventral pontuada, sem granulações; face pos¬ terior com. granulações irregulares, irregularmente dispostas* Tíbia convexa, pontuada e fortemente rugosa nas faces dorsal e posterior, com granulações de vários tamanhos, os maiores formam filas junto às cristas superior e posterior ; face inferior densamente pontuada, pouco rugosa, com uma fila de tubérculos maiores na borda anterior e outra, de tubérculos menores, na posterior ; face anterior densamente pontuada e finamente rugosa, com dois tubérculos perto da base. Mão robusta, de face dorsal convexa, com três cristas, a externa provida de grandes granulações arredondadas ; face exter¬ na, carenada e denteada ; face interna, levemente arredon¬ dada ; face inferior com duas cristas com grânulos espinifor- 82 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL mes. Superfície completamente pontuada e rugosa, com ac pontuações dispostas em retículo; na porção externa da face dorsal muitas granulações, de vários tamanhos, mais numero¬ sos junto da base dos dedos, maiores e espiniformes perto da borda interna. Relação entre o comprimento e a largura da mão e o dedo móvel, (5) — c:l:dm = 5:5:5,2mm. Dedo imóvel largo, tendo, perto da base, um grande dente espini- forme. Patas pontuadas ; os fêmures com uma fila de pequenos tubérculos na crista inferior. Pentes com 8-7, 7-7, 6-6, 6-5 ou 5-5 dentes, mais fre¬ quentemente 6-6. Localidade-tipo: Vale do Rio Santiago, Equador. 24, Teuíhraustes gervaisi (Pocock) 1893 Heterochactas gervaisi Pocock, 1893 — Ann, Mag. Nat . Hist., (6), 12, p. 82. Heterochactas gervaisi Borelli, 1899 — Boll. Mus. Zool. Anat. Cotnp . Torino, 14, N, 345, p. 16. T.g. Kraepelin, 1912 ^— Mitt, Mus. Hamburg, 29, p. 82. ? 52mm. Tronco 25mm. Cauda 27mm. £ 55mm. Tronco 23,5mm, Cauda 31,5mm. Colorido variando do castanho-avermelhado até o negro- piceo, no cefalotórax e tergitos; esternitos pardo-escuro ou negros ; cauda da côr dos tergitos, com a vesícula fulva ; patas fulvas, de tarsos amarelo-couro. Cèfalotórax de comprimento e largura quase iguais ; borda anterior com entalhe mediano semilunar, mais profundo na fêmea. Sulco mediano profundo, estendendo-se da borda posterior até ao cômoro ocular, que é pouco mais longo que lar¬ go, e se confunde adiante com a prozona em uma depressão triangular; os olhos pequenos, separados cêrca de três diâme¬ tros, Olhos laterais não proeminentes. Tegumento da fêmea quase liso no meio e densamente granuloso dos lados; no ma¬ cho todo densamente granuloso, com as granulações laterais maiores. Tergitos da fêmea quase lisos; tergito VII, fina e densamente granuloso, com dois tubérculos de cada lado; no macho os tergitos são densamente granulosos, havendo na me¬ tade distai grânulos muito maiores irregularmente esparsos ; C. de MelloLeitão — Escorpiões Sul-àmerícànos 83 tergito VII com os quatro tubérculos e grosseiramente granu¬ loso, Esternitos lisos e brilhantes ; I com duas filas oblíquas de cinco fossetas ; em II a V com quatro fossetas, em fila transversal, na metade anterior. Cauda sem cristas ventrais medianas nos segmentos I a IV, com a face ventral pontuada e lisa na fêmea ; no macho a parte posterior do segmento III é levemente granulosa, e a do segmento IV mais densamente. Cristas laterais inferiores au¬ sentes nos segmentos I a III e levemente indicadas em IV. Cristas laterais superiores e medianas dorsais, presentes e fi¬ namente granulosas, espaços intercarenais, granulosos. Face dorsal com uma goteira mediana rasa nos segmentos I a III, quase plana em IV. Segmento I bem mais longo que largo ; U pouco mais largo. Segmento V quase três vêzes mais longo que largo, de face dorsal plana em seus dois terços posteriores, densamente granuloso; cristas laterais, presentes somente em sua porção posterior ; face ventral mais finamente granu¬ losa e, além das três cristas, há alguns grânulos maiores, dis¬ postos em filas longitudinais, entre as cristas. Vesícula alon¬ gada e convexa, mais larga que o segmento V, levemente gra¬ nulosa nas faces inferior e laterais, a face dorsal chata e sul¬ cada ; aguilhão fortemente recurvo e muito curto na fêmea, um pouco mais longo no macho. Pente com 6-6 ou, raramente, com 6-7 dentes. Palpos robustos ; fêmur com as faces dorsal, anterior e inferior granulosas, a face posterior quase lisa, as arestas for¬ mando cristas denteadas. Tíbia pontuada-rugosa nas faces posterior e dorsal, mais pontuadas em sua porção distai; face inferior levemente rugosa; face anterior levemente granulosa, pontuada, sem apófises basilares apreciáveis. Mão robusta, de face dorsal levemente arredondada, com três cristas longi¬ tudinais apenas esboçadas, levemente granulosa, com as gra¬ nulações dispostas em retículo, granulações que são mais nu¬ merosas e maiores junto da borda interna ; face inferior for¬ temente granulosa na parte interna, principalmente na base do dedo imóvel ; densamente pontuada e levemente rugosa n parte externa ; borda externa carenada e lisa, com três den¬ tes basilares. Dedo imóvel largo e comprimido, de forma quase triangular, com robusto dente espiniforme basilar ; relação c;l;dm ~ 6:5,5:8mm, (?) e 5,9:7:6,2m ($). 84 Arquivos do Museu Nacional — Vql. XL Patas com a face posterior granulosa, as granulações do fêmur maiores ; tarsos quase lisos ; face ventral lisa. Habitat: Equador. O tipo é de Cuenca; o halótipo ( Borelli ) é de Quito. 25. Teuthraustes glaber Kraepelin, 1812 T.g. Kraepelin, 1912 — Mitt. Mus, Hambuvg, 29, p. 80. $ 55mm. Tronco 28mm. Cauda 27mm, Céfalotórax bruno-píceo escuro, bem como a cauda, os palpos e as patas ; tergitos e vesícula um pouco mais claros. Céfalotórax liso e brilhante nos lobos laterais, finamente rugoso na depressão mediana, tegumentos não pontuados, com os lados finamente granulosos até aos ângulos posteriores. Borda anterior do céfalotórax truncada, levemente chanfrada; a prozona sem sulco mediano que é substituído por uma de¬ pressão larga e rasa. Tergitos brilhantes, quase lisos, não pontuados, mui levemente bossulados. Esternitos lisos, bri¬ lhantes, não pontuados. Cauda robusta e paralela. Cristas medianas dorsais ob¬ soletas nos segmentos I e II, havendo em seu lugar algumas granulações irregulares ; nos segmentos III e IV mais niti¬ damente granulosas e denticuladas. Cristas laterais superio¬ res acentuadas e levemente elevadas nos segmentos I a IV. Cristas laterais inferiores ausentes nos segmentos I e II e re¬ presentadas por algumas granulações baixas nos segmentos Ilíe IV. Cristas medianas ventrais ausentes nos segmentos I a III e representadas no segmento IV por uma depressão longitudinal fraca. Face dorsal lisa nos segmentos I a IV, não pontuada e quase sem granulações, a do segmento III fina¬ mente “chagrinée” externamente. Face lateral superior dos segmentos I a IV com granulações esparsas, a face inferior lisa, não pontuada, nos segmentos I a IV, havendo em IV granulações arredondadas. Segmento V com a face dorsal finamente !< chagrinées , '; faces laterais com crista acessória e finas granulações esparsas, não pontuadas; face ventral com três cristas denticuladas. Fêmur dos palpos finamente granuloso nas faces dorsal e ventral ; faces anterior e posterior opacas. Tíbia com a face dorsal lisa e brilhante, finamente granulosa no ângulo an- C. de Mello-LeitÃo —- Escorpiões Sul-Americanos 85 terior e opaca em parte ; os tubérculos principais da face anterior quase obsoletos, sendo o dorsal ausente e o inferior levemente elevado. Mão muito finamente granulosa, com as granulações dispostas em rede, mais grosseiras perto da borda externa, a borda interna densa e finamente granulosa e com algumas granulações grosseiras esparsas ; as cristas dorsais obsoletas, só a terceira levemente marcada. Proporção c:l:dm = 6,5:5,5:8,2mm. Dedo imóvel triangular largo com um ro¬ busto dente basilar. Patas de fêmures lisos e brilhantes, apenas com algumas pequenas granulações na face externa. Pentes com 7-6 dentes. Habitat : Per tu 26. Teuthraustes lojanus íPocock), 1900 Chactas lojanus Pocock, 1900 — Ann. Mag . Nat. Hist ., (7), 5, p. 472. T./.Kraepelin, 1912 —• Mitt. Mus. Hamburg , 29, p. 76. 9 66mm. Tronco 32 mm. Cauda 34mm. $ 66mm. Tronco 30mm. Cauda 36mm. Tronco, cauda e palpos negros ou negro-brunetes, as pa¬ tas pardo-denegridas e a vesícula cor de ferrugem. Cèfalotórax com a borda anterior mais truncada com os lobos frontais arredondados, separados por estreito entalhe. Sulco mediano profundo, estendendo-se da borda posterior ao cômoro ocular. Êste é duas vezes mais longo que largo, pon¬ tudo adiante, com um sulco superficial que desaparece para a borda anterior ; os olhos medianos situados atrás do meio e afastados cerca de dois diâmetros. Tergitos fina e densa¬ mente granulosos na depressão mediana e dos lados. Ester- nitos lisos e brilhantes. Cauda robusta, quase paralela. Segmentos I a IV sem as cristas medianas ventrais e laterais inferiores ; face ven- tral lisa nos segmentos I e II, granulosa, no segmento III, que apresenta um esboço de cristas ventrais; faces laterais gra¬ nulosas. Segmento IV nitidamente granuloso nas faces in¬ ferior e laterais, com as cristas laterais inferiores marcadas por uma fila de grânulos maiores. Goteira dorsal rasa nos seg¬ mentos I a IV. Segmento V da face dorsal plana em seus 86 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL dois têrços posteriores, todo granuloso, com as três cristas in- feriores denticuladas. Vesícula mais larga que o segmento II, granulosa em baixo e dos lados. Fêmur dos palpos liso, com as cristas robustas e granu¬ losas ; tíbia lisa, a face inferior com pequeno tubérculo basi¬ lar inferior. Mão lisa, nao pontuada, com as cristas quase ob¬ soletas ; dedo imóvel triangular, com robusto dente basilar espiniforme. Relação entre o comprimento e largura da mão e o dedo móvel é c:l:dm — 7,3:6,3:9( $ ) e 7,2:7,3:8,4 ( $ ). Pentes com 7-7 dentes. Localidade-tipo: Loja, Equador. 27. Teuíhraustes oculatus Pocock, 1900 7.o. Pocock, 1900 —- Ann, Mag. Nat , Hist 5 (7), p. 473. 7.o. Kraepelin, 1912 — Mitt . Mus, Hamburg, 29, p. 76. 2 59mm. Tronco 27mm, Cauda 32mm. $ 4ómm. Tronco 18mm, Cauda 28mm, Corpo negro ; a vesícula e os tarsos côr de ferrugem. Cèfalotórax com a borda anterior transversa, mas nitida¬ mente entalhada na linha mediana, os lobos laterais quase di¬ reitos. Prozona lisa e brilhante, bem como as bossas da me- tazona. Prozona com uma goteira muito rasa ; sulco me¬ diano da metazona profundo. Cômoro ocular liso, rômbico, os olhos médios separados um diâmetro. Três (?) olhos laterais. Tergitos I a V lisos e brilhantes na fêmea, "chagrinés” no macho, com granulações esparsas. Esternitos lisos e brilhantes. Cauda robusta bem maior que o tronco ; segmentos I a IV com oito cristas granulosas ; espaços intercarenais fina¬ mente granulosos ; segmento V grosseiramente granuloso, com as cristas medianas laterais acentuadas e as cristas ven- trais denticuladas. Vesícula mais larga que o segmento V, de faces ventral e laterais granulosas. Fêmur dos palpos com as faces dorsal, posterior e ven¬ tral finamente granulosas, face ventral com granulações mais grosseiras. Tíbia finamente granulosa, com os tubérculos ba¬ silares da face anterior pequenos, o superior obsoleto. Mão sem cristas nítidas, quase completamente lisa, havendo no ma C. de MelloLeitão —■ Escorpiões Sul-Americanos 87 cho algumas granulações isoladas, as três tricobótrias da face inferior, na base dos dedos, quase em linha reta. Pentes com 7-7 dentes. Habitat : Sinche e Riobamba, Eqüador. 28 , Teuthraustes Ghausi Kraepelin, 1912 T.o. Kraepelin, 1912 ■—• Mitt. Mus . Hâmbarg , 29, p. 77. c 51 mm. Tronco 21 mm. Cauda 30mm. Tradução da descrição original de Kraepelin. Colorido pardo-píceo-escuro, sendo as patas um pouco mais claras. Borda anterior do cèfalotórax levemente chan¬ frada. Lobos anteriores, como o resto do cèfalotórax, com densas granulações perliformes, os ângulos posteriores fina¬ mente granulosos, Tergitos densa e finamente granulosos e com granulações grosseiras esparsas, estas granulações muito densas e maiores dos lados dos tergitos, eápecialmente no último. Esternitos lisos, densa e finamente pontuados. Cauda. Cristas dorsais dos dois primeiros segmentos irregularmente interrompidas e denteadas, granulosas; as dos segmentos III e IV providas de granulações grosseiras e com um grande dente terminal. Cristas laterais superiores dos segmentos I a IV com uma fila de granulações grosseiras. Cristas laterais inferiores ausentes nos segmentos I a III e re¬ presentadas no segmento IV por uma fila de granulações. Cristas medianas ventrais ausentes nos segmentos I a IV, não havendo neste último uma fila nítida de grânulos. Face dor¬ sal dos segmentos I a IV finamente pontuada em sua porção mediana, grosseiramente granulosa dos lados, a dos segmen¬ tos I a III mais profunda, a do segmento IV formando um goteira rasa. Faces laterais com grossas granulações espar¬ sas. Face inferior dos segmentos I e II quase lisa, grosseira¬ mente pontuada ; a do segmento III apresenta, além das pon¬ tuações, um denso granulado, que é mais grosseiro e mais denso na face ventral do segmento IV. Segmento V com as cristas dorsais e ventrais formadas por granulações maiore sendo as cristas ventrais denteadas ; sua face dorsal é den¬ samente coberta de granulações perliformes, sendo a porção mediana finamente granulosa mas sem depressão mediana lisa; nas bordas as granulações são maiores ; as faces laterais 88 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL apresentam a crista acessória, formada por granulações maio¬ res, densas; e tôda a face lateral é granulosa; a face ven- trai, nos espaços intercarenais, apreseifta filas de granulações. Vesícula grosseiramente granulosa dos lados, sendo pontuada entre as granulações; face dorsal finamente pontuada. Fêmur dos palpos “chagriné", fina e densamente gra¬ nuloso, com granulações perliformes grosseiras, esparsas, e a extremidade distai pontuada ; a face ventral finamente gra¬ nulosa, com granulações maiores junto da borda posterior. Face dorsal da tíbia com granulações perliformes, formando rêde; tubérculo superior da crista basilar-anterior quase ausente ,o inferior indicado por uma eminência muito pe¬ quena ; face ventral com as pontuações formando retículo, densamente pontuada em sua porção posterior e com filas de granulações perliformes. Mão larga; a relação entre o comprimento e largura da mão e o comprimento do dedo móvel é c:l:dm = 8:7:7,5mm. Face dorsal da mão fínamente gra¬ nulosa, com as granulações dispostas em retículo na parte me¬ diana da face dorsal ; perto da borda interna hã filas de gra¬ nulações mais grosseiras e pequenos tubérculos isolados, assim como na crista da borda externa. Só a terceira crista é bem desenvolvida e denteada, com granulações grosseiras. Face externa da mão com grossas granulações em sua porção ven¬ tral e com pontuações, formando rede, no campo médio ; cris¬ ta da borda externa com granulações grosseiras. Dente ba¬ silar do gume do dedo imóvel fortemente saliente, muito maior que os seis distais. Patas : fêmures finamente pontuados e finamente gra¬ nulosos, mais nitidamente granulosos no ângulo inferior ; tí¬ bias pontuadas. Pentes com 7-8 dentes. Localidade-tipo: Calamayo, Equador, r 29. Teuthraustes Rosenbergí (Pocock), 1898. Chactas rosenbefgi Pocock, 1898 — Ann . Mag. Naf. Hist ., (7), L p. 419. T.r . Kraepelin, 1912 — Mitt. Mus . Hamburg , 30, p. 83. ó 65mm. Tronco 31mm. Cauda 34mm. Colorido variando do negro ao negro-pardacento, as pa¬ tas pardo-amareladas. 89 C. de Mello-LeitÃo — Escorpiões Sul-Americanos Cèfalotórax de comprimento e largura quase iguais (8,5x8mm); borda anterior com entalhe mediano profundo com os lobos laterais muito salientes, arredondadas, projetan- do-se muito adiante dos olhos laterais. Tegumento densa¬ mente granuloso, exceto no tubérculo dos olhos medianos e nas saliências laterais posteriores, que são lisos. Os lobos frontais são mais densamente granulosos no macho ; na fê¬ mea quase lisos. Cômoro ocular rômbico, bem no meio do cèfalotórax. Tergitos da fêmea brilhantes e quase lisos, ape¬ nas com alguns grânulos pouco nítidos ; os do macho são opacos, finamente granulosos, “chagrinésT Esternitos lisos e brilhantes. Cauda moderadamente robusta ; as cristas medianas dorsais e laterais superiores e as áreas compreendidas entre elas, granulosas; face dorsal dos segmentos lisa no meio e granulosa dos lados. Segmentos I a III finamente granulosos ou coriãceos dos lados, com as cristas laterais inferiores e me¬ dianas ventrais ausentes, o segmento III de face ventral co- riãcea. Segmento IV nitidamente granuloso na face ventral e dos lados, com a crista lateral inferior indicada por uma fila de grânulos maiores; depressão mediana dorsal granulosa. Segmento V da face dorsal granulosa, bem como as faces la¬ terais e ventral; as três cristas ventrais formadas por granula¬ ções grosseiras, com grânulos maiores esparsos entre as mes¬ mas. Vesícula grande, mais larga que o segmento II, granulosa dos lados e em baixo. Pentes com 9-9, 9-8 ou 8-8 dentes, mais raramente 9-10 ou 10-10. E’ a espécie de dentes pectíneos mais numerosos. Palpos robustos. Fêmur com a face ventral finamente granulosa ; face dorsal com granulações maiores, irregulares, as cristas robustas e granulosas ; duas cristas ínfero-anterio- res. Tíbia com uma fila de cinco tricobótrias ínfero-posterio- res ; face anterior finamente granulosa em sua porção distai, com um pequeno tubérculo inferior ; faces dorsal e posterior grosseiramente granulosas. Mão robusta de face dorsal fi¬ namente reticulada, faces externa e interna mais grosseira- mente granulosas na base dos dedos ; o retículo granuloso estende-se à face interna e é intercalado de grânulos maiores ; crista da palma forte, granulosa, a área abaixo da crista é lisa, marcada adiante por uma fila oblíqua de três tricobótrias, com duas outras junto à articulação do dedo móvel. Dedo imóvel 90 Arquivos do Museu Nacional Vol. XL com um robusto dente basilar, articulando-se com uma escava¬ ção do dedo móvel. Relação entre o comprimento e largura da mão e o dedo móvel é c:l:dm = 7,5:ó,8:8mm. Patas com os fêmures III e IV finamente granulosos. Habitat : Equador. O tipo é de Chimbo, perto de Guayaquil. Kraepelin examinou exemplares dos dois sexos (dos quais não deu as medidas) de Rucay. 30. Tetiflirausíes Simonsi (Pocock), 1900 Chactas simonsi Pocock, 1900 —- Ann. Mag t Nat. Hist ., (7), 5, p. 471. 7\s. Kraepelin, 1912 — Mitt. Mus . Hamburg , 29, p. 83. o 68mm. Tronco 32mm. Cauda 36mm, Colorido inteiramente negro, exceto os tarsos, a vesícula, a face inferior do cèfalotórax e a porção mediana dos esterni- tos I a III que são pardos. Cèfalotórax quase regularmente granuloso em tôda sua extensão, liso e pontuado em tõrno dos olhos medianos e no vértice do tubérculo onde estão os mesmos ; olhos laterais muito pouco proeminentes ; os olhos medianos separados mais de um diâmetro. Tergitos com granulações grosseiras, esparsas, em sua metade posterior; metade anterior quase lisa no meio e densa¬ mente granulosa dos lados. Esternitos lisos, com algumas pontuações mais profundas e finamente pontuados no resto de sua extensão, com pontuações quase imperceptíveis. Cauda toleràvelmente espessada, seqmento 111 de lar- gura e comprimento iguais ; V pouco mais de duas vêzes mais longo que largo. Segmentos I e II lisos e brilhantes na face inferior. Segmento III áspero, com granulações fracas. Segmento IV granuloso em tôda a sua superfície mas sem cris¬ tas medianas inferiores. Segmento V grosseiramente granu¬ loso, com a face inferior com as cristas normais. Cristas late¬ rais, superiores e inferiores, fortes e subdentadas ; as laterais inferiores bem nítidas nos segmentos III e IV, apenas esbo¬ çada no segmento II. Faces laterais e superior dos segmen¬ tos I a IV com granulações grosseiras ; face dorsal do seg- C. de MelloLeitÃo Escorpiões Sul-Americanos 91 mento V finamente granulosa. Vesícula mais larga que alta, mais larga que o segmento V, e granulosa em sua face ventraL Palpos robustos. Fêmur com a face dorsal granulosa. Tíbia de face dorsal áspera, com grânulos baixos espinifor- mes ; face posterior grosseiramente granulosa, com uma fila inferior de cinco tricobótrias. Mão lisa no meio da face dor¬ sal, mas esculturada com uma rede de pontuações e torna do-se grosseiramente granulosa externa e internamente, a face interna grosseiramente granulosa, especialmente em sua me¬ tade superior. Dedo imóvel com um dente espiniforme basi¬ lar, que se ajusta em uma escavação rasa que ocupa quase tôda a metade basilar do dedo móvel e limitada adiante por um lobo baixo. Relação entre o comprimento e largura da mão e o dedo móvel é c:l:dm — 7:7;8,8mm. Pentes com 7-7 dentes. Patas com a face anterior dos fêmures lisa, exceto algu¬ mas granulações nos fêmures IV; face dorsal granulosa. Habitat : Conhece-se apenas o tipo, do rio Amboque, Eqüador, 31, Teuthraustes Whymperi (Pocock), 1893 Chactas whymperi Pocock, 1893 -— Ann> Mag. Nat. Hist ., (6), 12, p. 90, Tmk Kraepelin, 1912 — Mitt , Mus . Hambuvg , 29, p. 81. $ 54mm. Tronco 25mm. Cauda 29mm. Cèfalotórax 8,5mm. Tronco, cauda e palpos negros ; patas píceo-ferrugí- neas ; tarsos e vesícula côr de ferrugem amarelada. Borda anterior do cèfalotórax com profundo entalhe me¬ diano, de lobos laterais arredondados. Cômoro dos olhos medianos rômbico curto, quase de largura igual ao compri¬ mento. Sulco mediano tão profundo adiante do cômoro ocular como atrás, o cômoro ocular inteiramente insulado. Tegu¬ mento densamente provido de tubérculos arredondados. Olhos medianos pequenos, separados mais de um diâmetro ; a dis¬ tância entre os dois olhos laterais princiais quase igual a um diâmetro ; o terceiro ôlho lateral, muito pequeno, situado para cima e para trás do maior. 92 Arquivos do Museu Nacional — Vol, XL Tergitos lisos e brilhantes na metade anterior e com gra¬ nulações pouco visíveis na metade posterior; íergito Víí mais nitidamente granuloso, com dois tubérculos posteriores de cada lado, Esternitos lisos, brilhantes, pontuados. Cauda robusta, estreitando-se para trás (relação entre a largura dos segmentos I e V = 3,9:3mm). Segmentos de la¬ dos quase paralelos ; o segmento II um pouco mais largo que longo ; segmento IV quase plano em sua face dorsal, os seg¬ mentos I a ÍIÍ com uma depressão rasa. Cristas medianas dorsais e laterais superiores bem acentuadas, granulosas, com um dente posterior proeminente ; face dorsal dos segmentos I a IV granulosa dos lados, no segmento I granulosa também no meio. Segmentos I e II sem cristas ventrais, com a face ventral lisa, brilhante, pontuada. Segmento III com a face ventral quase inteiramente lisa, com as cristas apenas esboça¬ das e levemente rugosas. Segmento IV com as cristas infe¬ riores mais nítidas, a face ventral irregularmente granulosa e com uma crista granulosa mediana lateral nítida na metade an¬ terior, Segmento V com as três cristas inferiores nítidas c dentículadas, a face ventral granulosa, o segmento de compri¬ mento superior ao dôbro da largura. Vesícula grande, maic larga que o segmento V, de face dorsal lisa e com um sulco mediano ; de face ventral e laterais grosseiramente pontua¬ das, com o ferrão longo, quase direito, curvo em sua metade distai. Pentes com 6-6, 5-6 ou 5-5 dentes. Palpos robustos. Fêmur com a face dorsal grosseira¬ mente granulosa, e com as cristas normais bem desenvolvidas. Tíbia sem o dente superior da face anterior. Mão robusta, com as cristas dorsal e ventral bem acentuadas, densamen: granulosas ; espaço entre as cristas também densamente gra nuloso. Relação c:l:dm ~ 6:5,6:8mm. Dedo imóvel dc comprimento pouco maior que 2 vezes a largura da base, com um robusto dente basilar pontiagudo. Patas com os fêmures fina e densamente granulosos, os outros segmentos quase lisos. Habitat: Equador. O tipo é de Millegalli. C. de Mello-Leitão — Escorpiões Sul-Americanos 93 32. Teuthraustes Witíi Kraepelin, 1896 T.w. Kraepelin, 1896 *-r Mitt , Mus. Hamburg, 13, p. HL T.w. Kraepelin, 1912 — Ibidem , 29 , p. 84. 3 69mm. Tronco 35 mm. Cauda 34mm. Corpo, cauda e palpos negros. Patas negras com os tar¬ sos côr de couro. Vesícula pardo-escuro. Borda anterior do cèfalotórax com entalhe mediano pouco profundo. Cômoro dos olhos médios alongado, de comprimen¬ to 3 vezes maior que a largura, não limitado adiante por sul¬ cos mas com uma elevação anterior mediana. Adiante do cô¬ moro há um sulco mais ou menos nítido, os olhos postos atrás do meio do cômoro ocular, Todo o tegumento do cèfalotórax densamente revestido de granulações pequeninas e maiores. Na fêmea os lobos laterais da borda anterior são quase lisos. Tergitos abdominais lisos e brilhantes na fêmea, com algu¬ mas granulações pouco elevadas ; no macho são opacos, "chagrinés”, Esternitos lisos e brilhantes, com algumas pontuações es¬ parsas. Segmentos caudais I a IV sem cristas ventrais medianas ; segmentos I e II também sem cristas laterais superiores e infe¬ riores ; segmentos III e IV com cristas laterais superiores e inferiores. Face ventral dos segmentos caudais I e II lisa ou quase lisa ; na fêmea com algumas granulações ; faces late¬ rais granulosas, mais densamente na fêmea. Segmentos III a V granulosos, V com as três cristas ventrais denticuladas. Vesícula densa e fínamente granulosa, não muito brilhante. Pentes com 7-7, 7-8, 8-8, muito raramente com 6-7 ou 6-6 dentes, Palpos robustos. Fêmur com granulações grosseiras, es¬ parsas e com as cristas normais bem desenvolvidas. Tíbia com a face ventral lisa, sem pontuações, com 7 tricobótrias na borda inferior. Mão larga de face dorsal convexa, relativa¬ mente mais larga no macho que na fêmea, sendo no macho a largura maior que o comprimento do dedo móvel, e na fêmea, menor. Na fêmea o tegumento da face dorsal apresenta um retículo de granulações e nas malhas do retículo algumas pon¬ tuações esparsas ; o resto do tegumento finamente pontua¬ do ; no macho o tegumento é mais fortemente reticulado. 94 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL Dedo imóvel com o dente basilar muito mais robusto e com uma fila externa de dentículos. Fêmures das patas com pequeninas granulações irregu¬ larmente esparsas. Habitat : Eqüador : Piscobamba, Loja. 5. Gênero ACANTHOTHRAUSTES n, gen. Cefalotórax liso, sem cristas granulosas podendo ser pon¬ tuado, liso ou granuloso ; borda anterior direita ; prozona com o sulco mediano pouco profundo. Cômoro ocular contí¬ nuo adiante com a carapaça e limitado dos lados por dois seios rasos e largos. Cauda como em Teuthvaustes ■. Estigmas pulmonares elípticos, curtos. Tíbia dos palpos com uma ro¬ busta apófise basilar anterior mediana ; mão mais larga e mais robusta no macho ; dedo imóvel com um lobo basilar muito saliente, arredondado. Tipo: T euthvautes bvasiliensis Mello-Leitão. ¥ 33. Acanthothraustes brasiliensis (Mello-Leitão), 1931 (Figs. 26 a 28) Teuthvaustes bvasiliensis Mello-Leitão, 1931 — BoL Mus , Nac, 7, p, 286, f, 2. $ 45mm. Tronco 24mm. Cauda 21 mm. Cèfalotórax côr de mogno ; o resto do tronco, cauda e patas amarelo-couro, as granulações das patas fulvo-averme- Ihadas ; patas côr de mogno mais escuro, os fêmures com as cristas negras. Cèfalotórax mais longo que largo, de bordas laterais qua¬ se paralelas, levemente sinuosas e serrilhadas. Borda anterior direita, com leve saliência mediana, pontuada. Sulco media¬ no raso, dividido, a porção anterior contínua com o sulco inter- ocular e a porção posterior bifurcada ao nível posterior da crista do cômoro ocular. Cômoro ocular limitado dos lados por dois seios rasos e largos, contíguo adiante com a carapaça e prolongado atrás em uma crista arredondada, de modo que o sulco mediano posterior forma um Y com os três ramos iguais. Olhos medianos separados um do outro quase dois diâmetros. Dois olhos laterais, grandes, iguais ; o anterior em um tubér¬ culo mais saliente. Só há os sulcos laterais posteriores ; os anteriores são representados por uma depressão, que se une ao C de MelloLeitão — Escorpiões Sul-Americanos 95 96 Arquivos do Museu Nacional — Vql. XL ângulo dos lobos posteriores. Prozona, dos olhos anteriores aos olhos laterais, muito lisa e brilhante ; lados da prozona com granulações grosseiras. Aos lados do cômoro ocular e na metazona o cèíalotórax é muito granuloso, com granulações pequeninas junto ao cômoro ocular, com granulações grossei¬ ras, irregulares no resto da metazona. Tergitos í e II lisos, III a VI mui finamente granulosos, opacos, o tergito I igual à metade de III ; tergito VII sem cristas, mais irregularmente granuloso. Esternitos lisos e brilhantes, com a borda poste¬ rior pontuada. Segmentos I a IV sem cristas medianas ventrais. Seg¬ mentos I e II com as cristas laterais inferiores arredondadas ; segmentos III e IV com as cristas laterais inferiores mais acen¬ tuadas. Cristas laterais acessórias representadas no segmen¬ to I por algumas granulações, ausentes nos outros segmentos ; Kg. 27 — Opérculo genital pentes de Acanthothcustes Fig. 28 — Palpo direito de Acanthothraus- brasiliensis ícs brasiliensis cristas laterais superiores completas e granulosas nos segmen¬ tos I a III, completas e rombas no segmento IV ; cristas mé¬ dias superiores bem acentuadas, granulosas. Goteira dorsal mediana rasa. Espaços intercarenais superiores granulosos, de granulações mais acentuadas nos segmentos I a III. Seg¬ mento V de face dorsal plana, com as cristas superiores arre¬ dondadas, pontuadas, as três cristas ventrais granulosas, e os espaços entre as três cristas inferiores com granulações es¬ parsas. Pente com cinco lâminas intermédias arredondadas, per- liformes, além da peça basilar; e com 10 dentes, o externo mais robusto, oval, direito, os outros angulosos em seu terço ba¬ silar. C. de Mello-Leitão — Escorpiões Sul-Americanos 97 Palpos robustos. Fêmur prismático, muito granuloso, com granulações grosseiras, iguais, de cristas acentuadas, com as granulações maiores. Tíbia com a face dorsal, com gra¬ nulações irregulares, mais ou menos abundantes, a crista pos¬ terior com um seio distai e a crista anterior convexa ; face posterior com a crista longitudinal mediana muito granulosa ; face ventral quase lisa ; face anterior com algumas granu¬ lações e uma robusta apófise pontiaguda no têrço basilar, na parte média dessa face. Mão com a face dorsal, com as cris¬ tas limitantes do dedo imóvel, contínuas com a crista anterior e a posterior de limite da face dorsal ; tegumento com peque¬ nas granulações formando rede irregular ; face posterior con¬ vexa, bossulada, com pequeno tubérculo arredondado ; face inferior separada da posterior por uma crista em ângulo quase reto, continuando-se em uma elevação arredondada com a an¬ terior ; face anterior irregularmente granulosa, com abun¬ dantes granulações. Dedo imóvel com uma saliência basilar arredondada, seguida de um profundo seio arredondado. Os cinco dentes distais bem separados, triangulares. Dedo imó¬ vel com o seio basilar maior que a apófise basilar do dedo imó¬ vel e a saliência que se lhe segue é menor que o seio do dedo imóvel. Habitat: Pará: Belém. 6. Gênero BROTEOCHACTAS Pocock, 1893 Telotarsos com a face ventral armada de abundantes cer- das ventrais, irregularmente dispostas ; face ventral da tíbia dos palpos com uma fila de sete tricobótrias em sua borda pos¬ terior ; linha articular do dedo móvel com uma só tricobó- tria ; estigmas pulmonares circulares ou ovais ; gume do dedo móvel dos palpos com uma só fila de grânulos, bem dis¬ tinta das duas séries de dentes acessórios. Tipo: Chactas schaumi Karsch, 1880. Conhecem-se sete espécies, que se podem separar pela seguinte chave, ampliada da proposta por Kraepelix em 1912: A Cristas laterais inferiores de todos os segmentos cau¬ dais tão fortemente desenvolvidas como as laterais superiores. Vesícula lisa. Tergitos abdominais pouco granulosos : B Segmento caudal I com as cristas medianas ventrais presentes, granulosas ; tronco e cauda pontuados : mão glo- bulosa, com duas cristas; 25mm ■—■ B. porosus Poc. 98 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL BB Segmento caudal í sem cristas medianas ventrais ; segmentos caudais II a V granulosos (só I pontuado); mão arredondada, com oito cristas lisas ; 36mm — B. gougei Vel. AA Cristas laterais inferiores nos segmentos caudais I a III, obsoletas ; cristas ventrais medianas ausentes nos seg¬ mentos caudais I a IV ; cèíalotórax e tergitos não pontuados, os tergitos abdominais do macho densamente granulosos. Ve¬ sícula granulosa. Mão pouco globulosa, granulosa, de bor¬ das arredondadas, sem cristas digitais : B Cèíalotórax do macho densamente granuloso. Ester- nitos densamente pontuados. Face inferior da cauda fina e densamente granulosa, e pontuada. Patas densamente pon¬ tuadas. Dedo móvel do comprimento do céfalotórax —- JB. granosus Poc. BB Céfalotórax ao menos parcialmente liso e não gra¬ nuloso. Esternitos não pontuados, lisos, bem como as patas ; só os fêmures, às vezes, fracamente granulosos. Dedo móvel menor que céfalotórax: C Mão de borda interna redonda, a crista externa pouco nítida. Telotarsos longos, revestidos na face inferior de lon¬ gos pelos. Cauda robusta. Pentes com 10-11 dentes *— B . schaumi (Karsch). CC Mão de borda interna angulosa ; granulações da crista externa bem acentuada. T elotarsos curtos, com duas filas irregulares de cerdas. Cauda menor. Pentes com ó a 9 dentes: D Guines dos aedos quase direitos, sem dentes maiores. Crista da borda externa e face lisas i ou finamente granu¬ losas ( 6 ): E Maior 40mm i , Céfalotórax liso e brilhante ( 2 ) ou pontuado dos lados ( V). Fêmures das patas lisos ( 2 ) ou reticulados ( 5 ). Esternitos lisos ■— B. gollmeri (Karsch). EE Menor (27mm). Céfalotórax granuloso dos lados nos dois sexos. Fêmures das patas granulosos. Esternitos do macho finamente granulosos *—• B . parvulus Poc. DD Gume dos dedos com dente basilar maior. Crista da borda externa denteada ( 2 ) ou granulosa ( 8 ); face dor¬ sal grosseiramente granulosa junto à sua borda externa — B . delicatus (Karsch). C, de Mello-Leitão Escorpiões Sul-Americanos 99 34. Broteochactas delicatus (Karsch), 1879 Chadas delicatus Karsch, 1879 — Mitt. Muench, ent, Ver., 3, p. 134. Chadas opacus Karsch, 1894 — Ibidem, p. 135. BA. Kraepelin, 1894 •—■ Mitt. Mus. Hamhurg , 11, p. 177. $ 51 mm. Tronco 22mm. Cauda 29mm. $ 50mm, Tronco 25mm. Cauda 25mm. Cefalotórax de borda anterior quase direita, sem entalhe mediano profundo. Tegumento liso. pontuado nas regiões mais salientes, nos lobos laterais anteriores e posteriores ; no macho as porções laterais são fina e escassamente granulosas. Sulco mediano profundo, limitando o cômoro ocular dos lados e atrás, unido aos sulcos laterais posteriores, que sao oblíquos para fora e para diante. Tergitos abdominais lisos e brilhantes, pontuados ; os do macho densamente granulosos. Esternitos lisos e brilhan¬ tes. Cauda quase paralela, afilando-se insensivelmente para a sua porção distai ; os segmentos I e II de face inferior lisa, sem cristas ventrais nem laterais inferiores. Segmentos III e IV irregularmente granulosos, as cristas ventrais ausentes e as laterais inferiores presentes no segmento ÍV. Cristas media¬ nas dorsais e laterais superiores bem acentuadas, formadas per filas de grânulos, a goteira dorsal pouco profunda. Segmen¬ to V maior que os outros de face dorsal sulcada adiante e pla¬ na em seus três quartos posteriores, estreitando-se sensivel¬ mente para trás, as cristas laterais inferiores e mediana ven- tral formadas por dentículos pontiagudos. Vesícula pequena, de face dorsal plana, densamente granulosa dos lados e na face ventral. Pente com 6-S dentes. Fêmur dos palpes prismático, com cristas bem acentua¬ das, bem como a tíbia. Mão com a face dorsal pouco con¬ vexa, grosseiramente granulosa junto à borda externa ; bor¬ da externa angulosa e a crista externa formada por grossas granulações irregulares ( ° ) ou denteada 1 = . Dedo móvel menor que o cè.alotórax ; o gume com o dente nasilar maior. Telotarsos posteriores curtos, providos de duas filas irre¬ gulares de cerdas. 100 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL Colorido geral brúneo-negro, com as patas pardo averme¬ lhadas ou pardo-amarelas. Localidade-tipo: Guiana Inglesa. Habitat: Panamá, Colômbia, Venezuela, Guianas e Amazônia. 35. Broteochactas Gollmeri (Karsch), 1879 Chactas gollmeri Karsch, 1879 — Mitt, Muench . ent . Ver., 3, p, 133. Broteochactas nitidus Pocock, 1893 —* jouxn. Linn. Soc . 24, p. 399. B.g , Kraepelin, 1894 — Mitt, Mus. Hambuvg , 11, p. 177. JB.p\ Ibidem , 1899 —- Das Tierreich , p. 173. B.g. Ibidem , 1914 — Afzfí. Mus. Hambuvg , 18, p. 177. £ 40mm. Tronco 18mm. Cauda 22mm. 2 38mm. Tronco 18mm, Cauda 20mm. Tronco e cauda pardo-avermelhado-escuro. Vesícula e patas côr de mogno, Palpos da côr do tronco. Cèfalotórax liso e brilhante na fêmea, pontuado dos lados no macho. Tergitos lisos na fêmea, finamente “chagrinés’' no macho, com uma estria transversal brilhante em cada ter- gito. Esternitos lisos e brilhantes, sem pontuações. Pentes com 6-8 dentes. Cauda baixa. Cristas medianas dorsais e laterais supe¬ riores granulosas no macho, formando gume agudo na fêmea, mas sem dente terminal mais forte. Cristas medianas ventrais e laterais interiores ausentes nos segmentos I a IV ; tegu¬ mentos lisos, não pontuados: tace ventrai do segmento V ir¬ regularmente granulosa : no macho o segmento III é granu¬ loso e as cristas laterais nítidas. Vesícula lisa ou com tinas granulações esparsas, Palpos : fêmur liso e brilhante ; tíbia lisa e brilhante, com sete tricobótrias. Mão pouco globulosa, com a borda in¬ terna angulosa, crista externa bem acentuada, mais larga que a tíbia ; face dorsal lisa na fêmea, com granulações formando um retículo no macho. Telotarsos curtos com duas filas irregulares de cerdas. Fêmures lisos na fêmea, reticulados no macho. Localidade-tipo: Caracas, Venezuela. Habitat : Venezuela e Trínidad. C. de MelloLeitÃo — Escorpiões Sul-Americanos 101 36. Rroteochactas Goujei Vellard. 1932 B.g. Vellard, 1932 Mém . Soe. ZooL France, 29, p. 543. ? 36 mm. Tronco 17mm. Cauda 19mm. Negro lusidio, com dois tubérculos avermelhados perto da borda posterior do cèfalotórax : cauda negro-brunete, muito escura; vesícula avermelhada; patas pardo-avermelhadas, com as tíbias e parte dos fêmures manchados de negro. Palpos vermelho-escuro, com as cristas e os dedos denegridos. Tron¬ co, cauda e patas com cerdas amarelas. Cèfalotórax de comprimento e largura iguais, nitidamente estreitado para diante, os ângulos anteriores arredondados e a borda anterior profundamente entalhada. Cômoro ocular pouco elevado, desprovido de goteira mediana, limitado atrás por profundo sulco em V, que forma um ângulo muito agudo ; adiante é contínuo com a prozona, baixando gradativamente para a borda anterior, sem vestígio de sulco mediano. Olhos medianos separados quase dois diâmetros. Tegumentos bri¬ lhantes, fina e densamente pontuados, em tôda a sua extensão. Tergitos abdominais fina e densamente pontuados em sua metade anterior, e com granulações grosseiras, esparsas, na metade posterior, progressivamente mais numerosas, dos ter¬ gitos I para o VII. Esternitos lisos, com algumas cerdas cur¬ tas ; esternito VII com cristas longitudinais. Pentes com 8-8 dentes. Cauda um pouco maior que o tronco. Goteira dorsal rasa no segmento I, profunda e acentuada nos segmentos II a IV. Cristas medianas dorsais granulosas no segmento I. tormadas por dentículos espiniformes nos segmentos II a l\ . Cristas laterais superiores e laterais inferiores granulosas e completas nos segmentos I a IV ; cristas laterais intermediárias apenas esboçadas. Cristas medianas ventrais ausentes no segmento I, pouco nítidas em II, fortemente granulosas em III e IV. Es¬ paços íntercarenais granulosos ; face ventrai de I arredon¬ dada e pontuada ; nos outros segmentos irregularmente gra¬ nulosa. Segmento V de face dorsal quase plana, com a crista lateral superior ocupando apenas sua metade anterior ; cristas laterais inferiores e mediana ventral denticuladas. com dentí¬ culos pontiagudos; espaços íntercarenais grosseiramente gra¬ nulosos. Vesícula piriforme, mais curta e mais estreita que 102 Arquivos do Museu Nacional — Vgl. XL o quinto segmento caudal, pontuada, com o ferrão longo e re¬ curvo. Palpos: Fêmur densamente pontuado, prismático, com as cristas formadas por granulações espíniformes, a face ante¬ rior com 6 íricobótrias. Tíbia com duas cristas anteriores, superior e inferior denteadas, e com uma crista dorsal lisa; face posterior convexa. Mão arredondada, muito mais larga que a tíbia, com oito cristas lisas; tegumentos pontuados; fila de granulações do gume dos dedos regular, e acompanhados de algumas grossas granulações acessórias. Patas com longas cerdas amarelas; telotarsos curtos, ro¬ bustos, com duas filas reaulares de cerdas ventrais e sem fila mediana de espinhos. Localidade-tipo: Serra d< r aiaoos P ará). 37. Broteochactas granosiis Pocock, 1900 B.g . Pocock, 1900 — Trans . Linn. Soc . ZooL $ 46mm. Tronco 16,5mm. Cauda 29,5mm. Cèfalotórax, tergitos e cauda quase negros ; patas, pal¬ pos e vesícula fulvo-escuro, as patas com uma linha e man¬ chas mais claras ; dedos negros, Cèfalotórax e tergitos inteiramente revestidos de granu¬ lações embastidas. Cômoro ocular com pontuações esparsas. Ancas e esternitos finamente pontuados. Esternito V fraca e esparsamente granuloso àcs lados. cs segmentos de lado- o que longo ; II uni pouco mais iongo quase Cauda afilando- paralelos : í mais u * que largo : I \ menos de duas vêzes mais longo que largo : V com o comprimento um pouco maior que o d cor o da largura. Tegumentos finamente granulosos. Cristas medianas ventrais e laterais inferiores ausentes nos segmentes í e II, apenas es¬ boçados no segmento ÍII e representadas no segmento IV por grânulos maiores, irregularmente dispostos. Cristas laterais superiores e medianas dorsais fracas, com granulações pouco acentuadas. Segmento V com. a face ventral grosseiramente granulosa entre as cristas. Vesícula granulosa, mais estreita que o segmento líí, mais larga que alta. Palpos fínamente granulosos ; face dorsal do fêmur e da tíbia com granulações grosseiras : face dorsal da mão com C. de MelloLeitÃo — Escorpiões Sul-Americanos 103 um retículo de pequeninas granulações ; face posterior coriá- cea ; face ventral reticulada, como a dorsal, à relação en¬ tre o comprimento e largura da mão e o dedo móvel é c:l:drn -- 5:5,5;8mm, Patas com os fêmures e tíbias granulosos; nas tíbias as pontuações se misturam aos grânulos; os segmentos distais densamente pontuados. Tarsos curtos ; face ventral com longas cerdas mais ou menos regularmente dispostas em duas filas. Localidade-tipo; base do monte Roraima (Guiana in¬ glesa), 38. Brotecchactas parvulus Pocock, 1897 (Figs. 29 e 30) jB.p. Pocock, 1897 —■ Ann. M,ag. Nat. (6), 19, p. 364. B.p. Kraepelin, 1899 —- Das Tierreich , p. J74. B.p . Kraepelin, 1911 — Mitt. Mus. Hamhurg. 29, p. 53. $ 24mm. Tronco Í0,2mm, Cauda 13,8mm. 2 27mm. Tronco 14mm. Cauda 13mm. Colorido geral pardo-denegrido uniforme, mais averme¬ lhado nas quelas e na vesícula. Patas fulvas, de fêmures e tí¬ bias denegridos. Face ventral fulvo- denegrida. Pentes tes- tãceos. Cèfalotórax com a borda anterior quase direita, mui leve¬ mente entalhada em sua porção mediana. Cômoro ocular sem sulco mediano, confundindo-se adiante com a prozona. Te¬ gumentos da 2 lisos na área inter-ocular e na porção dorsal atrás dos olhos medianos, densa e finamente granulosos dos lados, com algumas granulações maiores esparsas. No ma¬ cho o tegumento dc cèfalotórax é finamente “chagriné . com granulações irregularmente esparsas. Tergitos da fêmea brilhantes, quase lisos, finamente gra¬ nulosos dos lados e na porção mediana ; o tergito \ II mais grosseiramente granuloso, mas sem cristas distintas : no ma¬ cho os tergitos são 'chagrinés” e granulosos. Esternitos in¬ teiramente lisos e brilhantes, com algumas pontuações espar¬ sas, na fêmea, e ''chagrinés” e granulosos dos lados, no ma¬ cho. 104 Arquivos do Museu Nacional — Vol, XL Cauda estreitando-se para trás. Segmentos I a III sem cristas ventrais medianas, lisos, com lcngas cerdas ; com as cristas laterais inferiores e laterais superiores distintas, com granulações. Segmento IV sem cristas ventrais medianas, mas com a face ventral granulosa; cristas laterais distintas e completas. Segmento V de face dorsal plana e quase lisa; lados granulosos; face ventral grosseiramente granulosa; cris¬ tas laterais superiores e inferiores com granulaçes pontiagu¬ das, bem como a crista mediana ventral. Vesícula pílosa, gros¬ seiramente granulosa, lisa na base do ferrão. Pentes com 6-7 cenres na fêmea e 8-9 no macho. Fiçj. 30 —• Palpo direito de Broteochaçta§ parvulus C. de Mello-LeitÃo — escorpiões Sul-Americanos 105 Palpos : fêmur com as cristas dorsais anterior e posterior granulosas ; tíbia lisa, pilosa, sem cristas ; mão lisa, de face dorsal brilhante e pontuada, exceto junto à borda anterior e à base do dedo imóvel, onde há granulações grosseiras ; borda interna com um dente basilar distinto ; faces posterior e infe- rior lisas e brilhantes ; dedo imóvel robusto, pontuado e ru- goso. Dedo móvel menor que a mão e menor que o cèfalo- tórax. Localidade-tipo: Santarém. Habitat : Baixo Amazonas, 39. Broteochactas porosus Pocock, 1900 B.p. Pocock, 1900 '— Trans. Linn. Soe. Zool. á 24mm. Tronco 9mm. Cauda 15mm. 2 24mm. Tronco 9mm. Cauda 15mm. Tronco e cauda pardo denegridos: segmentos caudais IV e V e vesícula mais claros, avermelhados : patas pardo avermelhadas ; palpos da côr das patas, com o fêmur e os dedos denegridos. Cèfalotórax, exceto nas regiões normalmente lisas, com os tegumentos nitidamente pontuados, especíalmente no cô¬ moro ocular e em tôrno dos olhos : declives laterais fina e den¬ samente granulosos. Tergitos igualmente pontuados, com al¬ gumas granulações muito pequeninas adiante e dos lados; ter- gito VII muito mais nitidamente granuloso, com grânulos maio¬ res junto às bordas laterais e com duas filas formando cristas pouco acentuadas de cada lado. Esternitos pontuados ; es- ternitos IV e V com pontuações mais densas ; o esternito III com uma área lisa mediana, junto à borda posterior. Pentes com 10-10 dentes, que são mais longos no ma¬ cho. Cauda estreitande-se para trás, todos os segmentos rela¬ tivamente largos. Segmento II quase duas vezes mais largo que longo ; segmento IV de largura quase igual ao compri¬ mento ; segmento V apenas um terço mais longo que largo, estreitando-se bruscamente para trás. Tegumentos finamente pontuados. Cristas medianas dorsais, laterais superiores e laterais inferiores robustas, granulosas. Cristas medianas ventrais quase obsoletas no segmento L ma:s nítidas nos seg- 106 Arquivos do Museu Nacional — Vol, XL mentos II 0 III, mas representadas por granulações irregular¬ mente dispostas ; no segmento IV as granulações se dispõem em duas filas paralelas, mas ainda incompletas . Cristas la¬ terais acessórias presentes no segmento I, representadas por algumas granulações nos segmentos II e III, ausentes no seg¬ mento IV, Segmento V com as bordas superiores granulosas e agudas ; faces laterais com uma crista mediana em sua me¬ tade anterior ; face inferior com três cristas granulosas ; es¬ paços intercarenais inferiores com os grânulos dispostos em filas. Vesícula mais estreita que a cauda, mais larga que alta, pontuada, sem granulações. Palpos pontuados até à ponta dos dedos ; fêmur com as cristas dorsais granulosas ; tíbia com a crista dorsal anterior de granulações quase apagadas. Mão com cristas nítidas, lisa, apenas com algumas granulações na face interna. A re¬ lação entre o comprimento e largura da mão e o dedo móvel é c:l:dm = 2,5:3:4,5mm. Patas pontuadas, sem granulações. Face ventral dos te- lotarsos com longas cerdas densas, irregularmente dispostas. Localidade-tipo: Alto do^ Roraima (Guiana Inglesa), 40. Broteochactas Schaumi (Karsch), 1880 Chactas schaumi Karsch, 1880 •— Zeitoch, Naturwiss 53, p. 406. Hadtu rochactas schaumi Kraepelin, 1893 — Mitt . Mus \ Hamburg, 19, p. 178. Hadmrochactas sclateri Pocock. 1893 — Ann. Mag. Nat . Hisf ., (6), p. 80. B.s. Kraepelin. 1912 — Mitt. Mus. Hamburg , 29, p. 78. $ 2ó,5mm. Tronco 10,5mm. Cauda lómm. Colorido geral castanho denegrido ; as patas amareladas e o dorso ornado de uma estreita faixa mediana pálida. Üèfalotórax com o sulco mediano profundo atrás do cô¬ moro ocular ; êste apresenta um sulco mediano atrás, confun¬ dindo-se adiante com a prozona, os olhos separados cêrca de seu diâmetro. Olhos laterais medíocres, separados menos de um diâmetro. Tegumento liso, apenas com pequenas granu¬ lações laterais pouco abundantes. C. de MelloLeitÃo — Escorpiões Sul-Americanos 107 Tergitos quase lisos, com granulações irregularmente es¬ parsas atrás e dos lados. Tergito VII mais grosseiramente granuloso, com dois tubérculos de cada lado. Esternitos lisos e brilhantes. Pentes com 10-11 dentes. Cauda robusta, muito mais longa que otronco, quase pa¬ ralela ; segmentos I a III mais largos que longos, IV de com¬ primento e largura iguais, V mais longo que largo, muito es¬ treitado atrás. Cristas medianas dorsais e laterais superiores bem desenvolvidas nos segmentos I a IV, com granulações pon¬ tiagudas, as medianas dorsais mais altas atrás, onde terminam por um dentículo mais robusto ; as laterais superiores acen¬ tuadas, completas, as dos segmentos I a III começando adiante por um tubérculo arredondado e terminando atrás por um den¬ tículo pontiagudo; espaços intercarenais grosseiramente gra¬ nulosos. Cristas laterais inferiores e medianas ventrais ausen¬ tes nos segmentos I a IV, face ventral de I a III lisa e brilhante: de IV fracamente granulosa. Segmento V de face dorsal com a goteira mediana profunda adian:e. mais larga e mais rasa atrás ; cristas laterais superiores granulosas ; faces laterais fracamente granulosas : face ventral densa e grosseiramente granulosa, convexa, sem cristas, as cristas laterais apenas re¬ presentadas por uma série de granulações maiores atrás. Ve¬ sícula deprimida, mais estreita que o segmento V, com granu¬ lações grosseiras, seriadas, em sua face inferior ; uma fila mediana de pequenos grânulos espiniformes abaixo do ferrão, que é levemente curvo. Palpos moderadamente robustos. Fêmur com a face dorsal lisa, as cristas dorsais fracas e pouco granulosas, a face anterior pouco granulosa. Tíbia lisa e arredondada em suac faces dorsal e posterior, a face anterior limitada por duas cris¬ tas, Mão mais larga que a tíbia, lisa, arredondada, sem cris¬ tas, de palma maior que. a sua largura, mas menor que o dedo móvel. Relação entre o comprimento, largura e dedo imóvel é c:l:dm = 2,5:2:3,5mm. Patas finas, alongadas, lisas. Telotarsc; longos, de face ventral revestida de longos pelos. Localidade-tipo: Guiana Inglesa. 7. Gênero BROTEAS L* Koch. 1S43 Cèfalotórax liso ou pontuado, de borda anterior levemente sinuosa. Cômoro ocular confundindo-se adiante com o cèfa- 108 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL lotórax. Dois olhos de cada lado, junto à borda anterior. Cristas medianas ventrais da cauda às vezes obsoletas. Esti¬ gmas pulmonares muito estreitos, quase lineares. Telotarsos com duas filas ventrais paralelas, de cerdas espiniformes. Gume do dedo móvel dos palpos com uma só fila mediana de grânulos, bem distinta das duas filas de dentes acessórios ; face ventral da tíbia dos palpos com uma fila de 7 tricobótrias ; linha articular do dedo móvel com uma só tricobótria. Tipo: Broteas herbsti ThorelL Conta presentemente o gênero Broteas cinco espécies para as quais organizou Kraepelin a seguinte chave : A Mão densa e quase regularmente granulosa com pe¬ quenas granulações arredondadas, quase sem pontuações. Cè- falotórax e tergitos nitidamente granulosos, bem como as faces inferior e laterais da cauda nos segmentos I a IV. Cauda com as cristas laterais inferiores granulosas a partir do seg¬ mento II ; cristãs medianas inferiores com esboço de granu¬ lações. As três tricobótrias da crista externa da mão em linha reta. Pentes com 11 dentes —' B. granimanus Poc. AA Mão com pontuações formando fieiras ou retículo, sem granulações ou com poucas granulações irregularmente esparsas. Pentes com 7 a 10 dentes (rara e acidentalmente com 11). B Cèfalotórax e tergitos pontuados e sem granulações, bem como a face ventral e os lados dos segmentos caudais I a IV, segmento V e vesícula levemente granulosos ; segmen¬ tos I e II sem cristas medianas ventrais e laterais inferiores ; mão pontuada reticulada, sem granulações. As três tricobó¬ trias externas da mão formando um ângulo muito obtuso. Pen¬ te com 10-11 dentes. B. paraensis Sim. BB Cèfalotórax granuloso (ao menos dos lados) ; ter¬ gitos granulosos em sua metade posterior. Face ventral do segmento caudal II nitidamente granulosa. Mão com as pon¬ tuações dispostas em retículo e com algumas granulações es¬ parsas. Pente com 7 a 10 dentes: C Cèfalotórax granuloso dos lados ; mais pontuado com granulações esparsas perto do cômoro ocular; liso :: sulco mediano, ou com grandes áreas lisas; tergi- :: na metade anterior ou pontuados, mais ou menos gra- :: 5 .ados. Esternitos II a IV com algumas depres- C. de MelloLeitào — Escorpiões Sul-Americanos 109 sões pilíferas. As três tricobótrias da mão formando um ân¬ gulo reto ou agudo : D Esternito IV liso no meio da borda posterior ; es- ternito V liso ( $ ) ou levemente granuloso ( & ). Face ven- tral do segmento caudal I, lisa ( 5 ) ou com algumas granula¬ ções ( $ ). As três tricobótrias da mão, dispostas em ângulo reto '— B. gervaisi Poc. DD Esternito IV pontuado em tôda a sua extensão ; esternito V com um campo mediano mais ou menos granuloso» Face ventral do segmento caudal I com esboço de cristas gra¬ nulosas ou tôda a superfície com granulações esparsas» As três tricobótrias da mão, dispostas em ângulo agudo — B. herbsti Thor. CC Todo o cèfalotórax densa e regularmente granu¬ loso. Tergitos granulosos em quase tôda a sua extensão ( $ ) ou “chagrinés” ( S ), Esternitos II a IV com fossetas pilífe¬ ras mais ou menos numerosas, a borda posterior do esternito IV nitidamente pontuada. Face ventral do segmento caudal I densa e grosseiramente granulosa, mascarando as cristas me¬ dianas. As três tricobótrias da mão formam um ângulo muito obtuso B. gvanulosus Sim. 41 . Broteas gervaisi Pocock, 1893 (Figs 31 e 32) B.g. Pocock, 1893 — Ann, Mag . Nat . Hist ., (6), 7 p. 78. B.g . Pocock, 1897 — Ibidem, 12, p. 366, B.g . Pocock, 1898 — Ibidem, (7), 2, p. 99. jB. g. Kraepelin, 1899 — Das Tierreich, p. 171. B.g. Kraepelin, 1911 — Mitt. Mus . Hambuvg , 29, p. 55. B.g . Mello-Campos, 1924 — Mem . Inst. Oswaldo Cruz, 17, p. 288. 5 64mm. Tronco 30mm. Cauda 34mm. o 62mm. Tronco 25mm. Cauda 37mm. Todo o corpo, cauda e apêndices de um fulvo-escuro- de¬ negrido; os dedos das quelas mais escuros; as paras levemente mais avermelhadas; vesícula da côr da cauda. Borda anterior do cèfalotórax levemente convexa dos la¬ dos, formando um ângulo muito obtuso em sua porção me¬ diana. Tegumento do cèfalotórax densamenre pontuado, com 110 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL algumas áreas lisas adiante e atrás dos sulcos transversais, ir¬ regularmente granuloso dos lados. Cômoro ocular limitado atrás por dois sulcos profundos, que formam um Y com o sulco mediano, e continuando-se adiante sem linha de separação, com o declive que leva à borda anterior, Olhos médios quase no limite anterior do Y, separados um diâmetro, o espaço inter- ocular fina e densamente pontuado, sem depressão mediana. Sulcos transversais curvos. Olhos laterais medíocres, quase contíguos, separados menos de meio diâmetro. Tergitos aumentando regularmente de 1 para VII, com a metade anterior pontuada e a posterior granulosa, os grânulos formando uma fila singela nos tergitos I e II, duas filas em III eIV e maiores e irregulares nos tergitos V a VII ; no tergito VII as granulações ocupam o terço médio transverso, na fê- meai; e tôda a metade posterior no macho, Esternitos lisos, brilhantes, com pontuações escassas na fêmea, muito densas no macho. Pentes com 8-8, 8-9, 9-9 ou 10-10 denteç retos. Cauda afilando levemente para trás. Segmento I de face ventral lisa. pontuada ; cristas laterais inferiores e su¬ periores completas, espaço, entre as cristas medianas dorsais e laterais superiores, granuloso. Segmento II com tôdas as cristas presentes, as médias ventrais e as laterais inferiores pouco acentuadas ; as laterais superiores e medianas dorsais, granulosas, as laterais intermédias ocupando apenas o terço distai ; espaços intercarenais pontuados na face ventral e dos lados, grosseiramente granulosos na face dorsal. Segmento III com tôdas as cristas granulosas, as intermédias laterais dis- C. de Mello-Leitão — Escorpiões Sul-Americanos 111 postas como em II, Segmento IV com as cristas denticuladas, pontiagudas, sendo as cristas laterais intermédias formadas por granulações espiniformes. Segmento V com a face ven- trai densamente granulosa, com granulações pontiagudas, a crista mediana indicada por duas filas de grânulos; cristas laterais inferiores formando duas apófises distais pontiagudas; cristas laterais superiores formadas por granulações menores; face dorsal convexa, pontuada e com abundantes granulações pequeninas, Quelíceras com denso tufo de pêlos na base do dedo móvel. Fig. 32 —- Palpo direito de Broteas gevvaisi Palpos : fêmur pontuado e granuloso, prismático, de cristas nitidamente granulosas, levemente dilatado para a ex¬ tremidade distai. Tíbia convexa, com as pontuações dispos¬ tas em retículo de malhas apertadas ; a face anterior granu¬ losa ; a face posterior com profunda fosseta dista!. Mão pontuada, reticulada, num retículo de malhas irregulares : face anterior muito granulosa. Relação entre o comprimento e lar¬ gura da mão e o dedo móvel é c;l:dm~ 8:6:"nn, Patas lisas, pontuadas. Espécie comum nas Guianas, Venezuela, Trinídad e Amazônia. Vi numerosos exemplares do rio Cuminá, de Àurã e Barra do Tapirapé. 112 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL 42. Broteas granimanus Pocock, 1898 B.g. Pocock, 1898 — Ann . Mag . Nat* Hist, f (7), 2 p. 100. B.g. Kraepelin, 1911 —' Mitt. Mus. Hamburg, 29, p, 55. ê 57mm. Tronco 22mm. Cauda 35mm. Corpo, palpos e cauda quase negros ; vesícula e patas pardo-denegridas. Cèfalotórax densamente revestido de pequenas granula¬ ções, que são menores na prozona, formando um triângulo mais liso de base anterior e vértice no cômoro ocular. Tergitos coriãceos, lisos em sua metade anterior e granu¬ losos na metade posterior ; tergito VII mais grosseiramente granuloso que os outros, com as suas quatro cristas represen¬ tadas por algumas granulações. Esternitos lisos e brilhantes, finamente pontuados, com as margens laterais granulosas; o esternito V liso no meio e granuloso dos lados. Pentes com 11-12 dentes. Cauda : segmento I com as cristas medianas ventrais obsoletas, as laterais inferiores pouco acentiiadas. Nos seg¬ mentos II a IV as cristas medianas ventrais são granulosas bem como as laterais inferiores. Cristas laterais superiores e me¬ dianas dorsais com granulações conspícuas em todos os seg¬ mentos I a IV. Espaços intercarenais granulosos, com granu¬ lações irregulares. Segmento V de face dorsal em goteira, as cristas mediana ventral e laterais superiores e inferiores den- ticuladas ; todo o segmento granuloso. Vesícula estreita, com a face dorsal lisa e pontuada, lados e face ventral granu¬ losos. Palpos : fêmur prismático, com as cristas nítidas e as faces granulosas ; tíbia granulosa ; mão densamente granu¬ losa em tôda a sua extensão, com as três tricobótrias da crista marginal externa em linha reta. Patas com a face externa granulosa. Localidade-tipo: Alto Surinam (Guiana Holandesa). 43. Broteas granulatus Simon, 1877 B.g. Simon, 1877 ■— Ann. Soc . ent . France , p. 241. B. granulosus Simon, 1880 — Ann Soc. ent. France , p, 382 . B.g. Pocock, 1898 — Ann. Mag. Nat, Hist., (7), 2, p. 99. C. de Mello-Leitão — Escorpiões Sul-Americanos 113 B.g . Kraepelin, 1899 — Das Tierreich , p, 171. B.g. Kraepelin, 1931 — Mitt. Mus . Hamhurg, 29, p. 55. $ 67ram, Tronco 35,5mm. Cauda 31,5mm. Colorido geral fulvo-escuro, quase negro; a vesícula negra. Cèfalotórax densamente revestido de grossas granulações arredondadas, sem o triângulo anterior mais liso, apenas nos declives laterais as granulações são um pouco menores. Pro- zona muito inclinada para diante, Tergitos, como o cèfalotórax, densa e regularmente gra¬ nulosos em tôda a sua extensão, não se distinguindo com niti¬ dez as cristas do tergito VII. Esternitos lisos, pontuados ; apenas o esternito V é granuloso, com granulações mais gros¬ seiras marginais. As pontuações são pilíferas, muito abun¬ dantes na fêmea, escassas no macho, A pontuação da borda posterior do esternito IV é muito acentuada. Pentes com 7-7 dentes. Cauda muito granulosa ; as granulações ventrais do seg¬ mento i mascaram as cristas medianas. Cristas laterais inte¬ riores e superiores e cristas medianas dorsais dos segmentos í a iV muno nítidas, granulosas ; espaços mtercarenars gra¬ nulosos. òegmento V de face dorsai granulosa, escavada em goteira ; as outras cristas denticuladas. Vesícula granulosa, quase lisa na face dorsal, muito grosseiramente granulosa dos lados e em baixo, Palpos ; fêmur com a face dorsal granulosa, de granu¬ lações quase do mesmo tamanho das que formam as cristas, sendo estas muito irregulares. Tíbia granulosa e reticulada. Mão com granulações esparsas, mais abundantes na face in¬ terna ; face externa com pontuações dispostas em retículo e granulações esparsas ; as três tricobótrias da borda externa da mão formando um ângulo obtuso. Face anterior das patas muito granulosa, sobretudo nas patas posteriores. Localidade-tipo: Maroni. Habitat : Guianas Francesa e Holandesa e sul da Ve¬ nezuela. 114 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL 44. Broteas Herbsti Thorell, 1876 B.h. Thorell, 1876 — Ann. Mag. Nat. Hist ., (4), 17, p. 14. Chactas tnaurus C. Koch, 1842 — Dle Atachniden (nec. Scorpio tnaurus Linneu, 1756). B . subgranosus Pocock, 1898 — Ann. Mag. Nat . Hist., (7), 2, p. 100. B. subgranosus Kraepelin, 1899 — Das Tierreich, p. 170, B.h. Kraepelin, 1911 — Mitt. Mus. Hamburg, 29, p. 55, 6 50mm. Tronco 18mm. Cauda 32mm. $ 50mm. Tronco 23mm. Cauda 27mm. Corpo quase negro ; patas, palpos e vesícula pardo-aver- melhados. Cèfalotórax de borda anterior quase direita, com um leve entalhe mediano. Cômoro ocular limitado por sulcos profun¬ dos, exceto em sua extremidade anterior, que se confunde com a prozona. Tegumentos granulosos em tõda a metazona e dos lados; coriáceos no triângulo médio da prozona. Tergitos com a metade anterior lisa e pontuada na fêmea, coriácea ou finamente granulosa no macho ; metade posterior mais grosseiramente granulosa nos dois sexos. Tergito VII mais granuloso, com as quatro cristas longitudinais nítidas. Esternitos lisos ; o esternito IV densamente pontuado em tôda a sua extensão ; esternito V com um campo mediano mais ou menos granuloso. Cauda : segmento I da fêmea com esboço de granula¬ ções nas cristas medianas ventrais ; o do macho tem a face ventral nitidamente granulosa com as cristas medianas ventrais fortes e granulosas. Nos outros segmentos (II a IV) as cristas medianas ventrais, laterais inferiores e superiores e me¬ dianas dorsais granulosas, bem acentuadas ; espaços interca- renars irregularmente granulosos. Vesícula lisa em sua face dorsal ou coriácea ; faces laterais e inferior granulosas. Palpos de fêmur irregularmente granuloso em sua face dorsal, com as cristas bem acentuadas ; tíbia de faces dorsal e ventral confundindo-se com a face externa, granulosa, de granulações menores que as do fêmur. Mão com a face dor¬ sal densamente pontuada em ambos os sexos, sem granulações, C. de MelloLeitão — Escorpiões Sul-Americanos 115 que só aparecem na face anterior. As três tricobótrias da bor¬ da externa dispostas em ângulo agudo. Patas granulosas do lado externo. Pentes largos na base, com 7-8 dentes na fêmea e 9-10 no macho. Localidade-tipo: Guiana Inglêsa. Habitat : Guianas Inglêsa e Holandesa. 45. Broteas paraensis Simon, 1880. B.p. Simon, 1880 —- Ann. Soc. ent Frartce, p. 381. B.p . Pocock, 1898 ■ —■ Ann Mag. Nat. Hist (7), 2, p. 99. B.p, Kraepelin, 1899 — Das Tievreich, p. 178. B.p. Kraepelin, 1912 —■ Mitt. Mus. Hamburg f 29 p. 55. B.p. Mello-Campos, 1924 —■ 7 r em. Inst. Qswaldo Cruz, 17, p. 287. o 40mm. Tronco 17mm. Cauda 23mm. § 49mm. Tronco 28mm. Cauda 21mm. Corpo quase negro ; cauda negra com os lados do úl¬ timo segmento avermelhados ; vesícula côr de mogno escuro, avermelhado, com o ferrão negro. Palpos da côr do corpo, ccm a mão da côr da vesícula, os dedos negros. Patas pardo- escuro. Borda anterior do cèíalotórax mui levemente deprimida em sua porção mediana, arredondada dos lados. Prozona lisa na fêmea ; com uma leve goteira que atinge a borda an¬ terior no macho. Cômoro ocular limitado atrás por dois sul¬ cos profundos, em \ . reunidos ao sulco mediano posterior ; adiante não hã limite de separação entre o cômoro ocular e a prozona, sendo convexo na fêmea e levemente deprimido no macho ; os olhos médios separados o seu diâmetro. Olhos laterais pequenos menos de metade dos médios), separados menos de um uiàmetro. Sulcos transversais posteriores par¬ tindo da borda posterior; a princípio paralelos ao sulco me¬ diano, depois inclinados para diante e para .ora, numa curva de concavidade anterior. Tegumentos densamente pontua¬ dos, uniformemente no macho ; com áreas lisas junto aos olhos e junto ao sulco mediano, na fêmea ; sem granulações. Tergitos lisos, densamente pontuados (um pouco menos que o cèfalotórax); o tergito VII na fêmea, com quatro pe- 116 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL quenos tubérculos ; no macho com as cristas laterais margi¬ nais e a borda posterior granulosas. Esternitos lisos, brilhan¬ tes, muito fínamente pontuados. Estigmas oblíquos, muito alongados, sulciform.es. Cauda : segmento I muito mais largo que longo, sem cristas medianas ventrais ; as cristas laterais inferiores ape¬ nas esboçadas ; cristas laterais superiores e medianas dorsais granulosas ; tegumentos pontuados. Segmentos II e ÍII com as cristas laterais inferiores e medianas ventrais presentes, mas arredondadas, lisas (as medianas ventrais de II são incomple¬ tas); cristas laterais superiores e medianas dorsais granulo¬ sas ; tegumentos pontuados ; cristas laterais intermédias presentes no terço distai. Segmento IV com íôdas as cristas presentes e granulosas. Segmento V estreitando-se para trás; face dorsal plana em seus dois terços posteriores, com uma go¬ teira rasa no têrço anterior. Cristas laterais inferiores e su¬ periores denticuladas ; face inferior com granulações pontia¬ gudas, irregularmente dispostas, muito numerosas, mascarando a crista mediana ventral. Vesícula pontuada mas faces laterais e dorsal, granulosa em sua porção convexa inferior, Palpos : fêmur prismático, de faces pontuadas, a ante¬ rior com algumas granulações esparsas ; tíbia convexa, de tegumentos finamente pontuada, sem granulações; mão pon¬ tuada, reticulada sem granulações. Patas lisas, finamente pontuadas. Pentes com 5-3 a 11-11 dentes, de lâminas basilares es¬ treitas. Localidade-tipo: Belém Pará. Vi um macho de Altamira (rio Xinaú ). 8. Gênero CHÀCTOPSIS Kraepelin, 1912 Gume do dedo móvel com três filas externas de numero¬ sas granulações e uma fila interna unindo as granulações prin¬ cipais. Cômoro ocular nitidamente limitado por sulcos pro¬ fundos (como no gênero Chacías). Dois olhos de cada lado, junto à borda anterior. Estigmas alongados, sulciformes. Tí¬ bia dos palpos com uma fila de 5 tricobótrias. Mão estreita, arredondada, da largura da tíbia, com 4 tricobótrias na face ex¬ terna. Dedo imóvel com múltiplas filas de granulações, sem dentículos principais. Tíbia sem apófise. Uma espécie. C. de Mello-Leitão — Escorpiões Sul-Americanos 117 46. Chacíaopsis insignis Kraepelin, 1912 C.l Kraepelin, 1912 — Mitt . Mus . Hamburg, 29, p. 87, » (?) Tronco, cauda e palpos pardo-avermelhado escuro; ester- nitos amarelo-pardacento claro; patas pardo-avermelhado escuro; esternitos amarelo-pardacento-claro; patas pardo-ama- reladas, manchadas. Cèfalotórax levemente entalhado em sua borda anterior. Cômoro ocular muito pouco mais longo que largo. Lobos an¬ teriores um nada rugosos e indistintamente pontuados. Tegu¬ mentos nitidamente pontuados, especialmente junto aos ângu¬ los posteriores ; os lados levemente rugosos e com pequenas granulações irregularmente esparsas. Tergitos brilhantes, pontuados; na metade posterior dos três ou quatro tergitos posteriores há elevações com granula¬ ções grosseiras ; a crista mediana é imperceptível mas hã de cada lado, na borda posterior, uma pequena crista, Esternitos lisos, brilhantes ; IV e V nitidamente pontuados. Segmento caudal I com as cristas medianas ventrais ape¬ nas representadas por duas elevações rombas ; cristas late¬ rais inferiores granulosas ; cristas laterais superiores e me¬ dianas dorsais pouco granulosas ; faces laterais e ventral pon¬ tuadas ; face dorsal indistintamente pontuada, com algumas granulações esparsas. Segmento II como I, mas com as cris¬ tas medianas ventrais mais acentuadas e as laterais inferiores com granulações mais robustas. Segmentos III e IV com to¬ das as cristas granulosas, de faces ventral e laterais granulo¬ sas, as cristas medianas dorsais com um dentículo distai mais acentuado. Segmento V com a face dorsal plana em sua me¬ tade posterior e pouco granulosa ; cristas laterais denticula- das ; faces laterais com cristas acessórias curtas. Vesícula pontuada, com filas de granulações, muito estreita e achatada. Palpos : fêmur com a face dorsal pontuada e indistinta¬ mente granulosa ; face ventral lisa, pontuada. Tíbia pon¬ tuada, sem granulações, de bordas anterior e inferior arredon¬ dadas, face anterior ccm tubérculos rombos. Mão arredon¬ dada, sem crista externa ; face dorsal lisa. pontuada ; face ventral indistintamente granulosa. Relação entre a largura e comprimento da mão e o dedo móvel — 1:d:m — 2:3:5mm. Dedos sem lobos. 118 Arquivos do Museu Nacional — Vol, XL Patas pontuadas ; fêmures quase lisos ; tíbias leve- mente granulosas. Telotarsos com uma fila mediana ventral de espinhos e, de cada lado uma fila de longas cerdas espinifor- mes. Pentes com 8-8 dentes. Localidade-tipo : Perú (entre Moyobamba e Iquitos). Não vi esta espécie. 4. Família VEJOVIDAE Pocock, 1893 Vejovóideos de esterno inteiro, com três olhos laterais (dois em algumas espécies do gênero exótico Scorpiops), Di¬ videm-se os Vejóvidas em seis subfamílias, com distribuição zoogeogrãfica muito interessante : uma paleártica (Iurinae), uma oriental (Scotpiopsinae) e as restantes americanas, esten¬ dendo-se do sul dos Estados Unidos até ao Chile e ao Nordeste do Brasil. Em 1934 apresentamos a seguinte chave para as subfamílias de Vejóvidas : A Lâminas médias dos pentes, numerosas (no mínimo oito) e subcirculares, lembrando pérolas ; fulcros arredonda¬ dos; esporão sub-ungueal nítido, ponfagudo; uma só fila de grânulos no dedo móvel dos palpos (México e sul dos Es¬ tados Unidos) — Vejovinae Birula (com os gêneros Vejovis Koeh, Hadrums Thorell e Hoffmanniellus Mello-Leitão). A A Lâminas médias dos pentes escassas (no máximo seis), quadrangulares. mais ou menos regulares e de aspecto muito diverso des fulcros : B Face interior dos segmentos caudais I a IV com uma crista mediana ímpar Califórnia ) — Syxtropinae Kraepe- lin (com o aênerc Santropis Kraepelin). BB Face inferior dos segmentos caudais I a IV com cristas medianas duplas, paralelas : C Unhas tarsais com uma apófise ventral pontiaguda : D Gume do dedo móvel dos palpos com múltiplas filas oblíquas de grânulos, paralelas (Europa meridional, Ásia Me¬ nor, África do Norte) — Iurinae Thorell (com o gênero lurus Thorell). DD Gume do dedo móvel dos palpos com uma ou duas filas longitudinais de granulações : E Gume do dedo móvel dos palpos com duas filas de grânulos, do lado interno, uma fila de grânulos maiores (índia C. de Mello-Leitãq — Escorpiões Sul-Americanos 119 e Birmânia) —- Scorpiopsinae Mello-Leitão (com os gêneros Scotpiops Peters e Parascorpiops Banks). EE Gume do dedo móvel dos palpos com uma única fila longitudinal de granulações (Zona Neotrópica) — Urocto ninae Mello-Leitão. CC Unhas tarsais sem apófises ventral ; gume do dedo móvel dos palpos com uma fila irregular de grânulos (América do Sul Andina) — Hadruroidínae Birula. As duas subfamílias representadas na América do Sul apresentam de comum a cauda com duas cristas medianas ven- trais nos segmentos I a IV, os pentes com poucas lâminas mé¬ dias, que são retangulares e o gume do dedo móvel dos palpos com uma só fila de grânulos, distinguindo-se uma da outra pela presença, em Uroctoninae de uma apófise pontiaguda nas unhas tarsais, que falta em Hadruroidínae . Subfamília HADRUROIDÍNAE Birula, 1916 Os caracteres da subfamília estão suficienterqente eluci¬ dados na chave acima. Compreende apenas dois gêneros, am¬ bos sul-americanos e monotípicos. A Fila média de grânulos do dedo móvel dos palpos li¬ mitada de um e outro lado por uma série de granulações maio¬ res ; segmento caudal V com cristas ventrais granulosas muito nítidas ■— 1 Hadruroides Pocock, 1893. AA Fila média de grânulos do gume do dedo móvel dos palpos limitada só do lado interno pela série de grânulos maio¬ res; segmento caudal V sem cristas granulosas ventrais — Caraboctonus Pocock, 1893. 9. Gênero HADRUROIDES Pocock, 1893 Cèfalotórax sem cristas granulosas separadas, mas densa e irregularmente granuloso e de borda anterior arredondada. Cômoro ocular separado por sulcos em quase tôda a sua exten¬ são. Três olhos de cada lado. Tegumentos com abundantes pelos erectos. Gume do dedo móvel dos palpos com duas filas de dentículos acessórios maiores (uma de cada lado da fila me¬ diana de granulações í. Cristas medianas ventrais dos seg¬ mentos caudais I a IV arredondadas ; segmento V com três cristas ventrais denticuladas. Vesícula mais larga que o seg¬ mento V. Telotarsos com uma fila dupla de cerdas aglutina- 120 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL das, formando pentes. Uma única espécie, muito comum na América do Sul Andina, do sul da Colômbia até ao norte do 47. Hadruroides lunatus (L. Koch) . 1867 (Fig. 33 a 37) Telegonus lunatus L. Koch, 1867 -—■ Verh. zooL bot. Ges. Wien., 17, p. 237. Hadmvus maculatus Thorell, 1877 — Atti. Soc. Ital, 19, p. 186. Hadmvus pavvulus Karsch, 1879 — Mitt. Muench . ent . Ver ., 3, p. 135. Hadvums chavcans Karsch, 1879 — Ibidem. Hadvuvus paaschi Karsch, 1880 — Bevlinev ent . Zeits ., 25, p. 290. Hadvuvus vobustus Boeris, 1889 — Atti Soc . Modena, 8, pp. 123-35. Cavaboctonus charcans Pocock, 1893 — Ann . Mag . Nat. Hist ., (6), 12, p. 92. Cavaboctonus maculatus Pocock, 1893 — Ibidem . Hadruroides chavcans Pocock, 1893 —' Ibidem , p. 329. Hadruroides maculatus Pocock, 1893 — Ibidem . Hadruroides lunatus Kraepelin, 1894 —' Mitt. Mus. Ham~ buvg, 11, p. 207. H.l. Kraepelin, 1899 — Das Tievveich , p. 188. H.L Borelli, 1900 — Boi. Mus. Anat. Comp. Tovino, N. 345, p. 18. ê 76mm. Tronco 32mm. Cauda 44mm, $ 57mm. Tronco 25mm. Cauda 32mm, As dimensões acima são dos maiores exemplares recebi¬ dos do Perú. O tipo de Thorell tinha 38mm. (15,5 + 22,5mm). Os exemplares maiores perdem quase completamente o maculado tão característico dos jovens, e ãs vêzes, caem quase todos os pêlos do tronco e da cauda. A redescrição que segue é calcada sôbre escorpiões do Perú, Equador e ilhas Galãpagos, que devo à gentileza do Prof. Francisco Campos e de Mrs. Don . Frizell. C. de MelloLeitão — Escorpiões Sul-Americanos 121 Fic . 33 — hadruroides LUNATUS vis:a dorsal) 122 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL O colorido dos exemplares jovens corresponde integral- mente à descrição de Thorell. Corpo íusco-testáceo, irre¬ gularmente manchado de negro, bem como o palpo e as patas ; cauda com manchas menos abundantes, com a vesícula mais clara e com as cristas granulosas negras, Nos adultos maio¬ res (formas de mais de 50mm) as manchas confluem, de modo que o cefalotórax é pardo-avermelhado-escuro e os tergitos são quase uniformemente denegridos■; a cauda é avermelhada (côr de sola), mas sempre as cristas granulosas caudais são negras, em frisante contraste com os espaços intercarenais. Outro caráter multo variável é a pilosidade, sempre muito acentuada nos palpos e persistente nas patas ; mas a cauda e o tronco às vêzes são quase glabros, às vezes mais ou menos pilosos. Cèfalotórax de borda anterior levemente convexa, arre¬ dondada. Cômoro ocular limitado por dois sulcos curvos, de concavidade interna, que se fundem atrás, contínuando-se com o sulco mediano longitudinal. Adiante o cômoro ocular é con¬ tínuo com a prozona, em uma estreita ponte, provida de uma go¬ teira mediana, que começa entre os olhos e é contínua com o sulco mediano anterior, linear e raso. Olhos médios grandes, no têrço anterior do cômoro, separados mais de um diâmetro. Olhos laterais pequenos, o posterior bem menor que os dois outros e mais próximo do ôlho intermediário, que êste do an¬ terior. Tegumentos densa, grosseira e irregularmente granu¬ losos, sendo as granulações maiores e mais abundantes no ma¬ cho. Adiante do cômoro ocular hã um grande espaço triangu¬ lar, de base na borda anterior, inteiramente liso. (Um macho, examinado por Borelli tinha todo o cefalotórax granuloso, mas as dezenas de indivíduos por nós examinados, apresenta¬ vam todos essa área lisa). Tergitos levemente coriáceos, Os tergitos I a VI com os lados e a metade posterior granulosos, sendo as granulações mais abundantes e maiores nos machos. A porção média da metade posterior e a metade anterior em quase tôda sua exten¬ são lisas. Tergito VII grosseiramente granuloso em tôda a sua extensão, exceto na elevação arredondada mediana ante¬ rior, e provido, em sua metade posterior, de quatro cristas gra¬ nulosas. Esternitos lisos, com pontuações pilíferas irregular- mente esparsas e com pequeninas granulações na borda pos¬ terior. Esternito V levemente coriáceo, com duas cristas me- C. de MelloLeitão Escorpiões Sul-Americanos 123 dianas pouco acentuadas, e com as bordas laterais e posterior levemente granulosas. Estigmas traqueais lineares, quase transversos. Cauda robusta, sempre bem mais pilosa que o tronco. Seg¬ mento I a IV de face profundamente escavada, com as cristas medianas dorsais granulosas. Cristas laterais superiores gra¬ nulosas nos segmentos I a III, formadas por pequenos tubér¬ culos arredondados pouco nítidos no segmento IV. Cristas laterais inferiores acentuadas, mas lisas, nos segmentos I a IV. Cristas laterais acessórias formadas por uma fila de grânulos, ocupando todo o segmento I e a metade distai dos segmentos II e III ; ausentes no segmento IV. Cristas medianas ven- trais arredondadas, lisas, nos segmentos I a IV. Espaços in- tercarenais quase lisos na fêmea, mais nítida e írregularmente granulosos no macho. Segmento V afilando-se para a extre¬ midade distai ; a face dorsal escavada em çcteira em tôda a sua extensão, limitada por cristas granulosas completas ; cris¬ tas laterais in r eriores e média ventral, denticulacas. mu’to cons¬ pícuas ; as faces laterais e, sobretudo, a ventral muito granu¬ losas. Vesícula mais globulosa no macho, de face dorsal oval- cordiíorme, quase plana, lisa, levemente coriácea, densamente pilosa nos exemplares mais jovens, Ferrão curto, levemente curvo. 124 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL Quelíceras lisas ; dedo móvel com cinco dentes na borda anterior e um, bem mais robusto, na inferior ; dedo imóvel com os dois dentes basilares normais. Pentes com 5 placas intermédias estreitas retangulares, fulcros perliformes e 14 a 16 dentes pontiagudos, nitidamente separados. Fig. 35 —■ Segmento caudal V e vesícula de Hadruroides hinatus Palpos muito robustos no macho, mais delicados na fê¬ mea. Fêmur muito piloso, com pelos fortes, longos, erectos ; cristas granulosas, com as granulações esféricas, escuras, em contraste com o tegumento ; tegumento quase liso, com pe¬ quenas granulações irregularmente esparsas. Tíbia pilosa. quase como o fêmur. Faces externa, dorsal e ventral com pou¬ cas granulações esparsas. Face anterior com duas apófises cônicas na união do têrço basilar com o têrço médio, muito me¬ nos acentuadas na fêmea ; o têrço basilar com uma área gros- seíramente granulosa. Mão longitudinalmente sulcada em C. de MelloLeitÃo — ■ Escorpiões Sul-Americanos 125 goteiras rasas, mais dilatada que a tíbia no macho, de igual es¬ pessura na fêmea, lisa, com pontuações ; apenas a face ante¬ rior, no macho, apresenta algumas granulações esparsas. Patas com os segmentos basilares granulosos nas margens superior e inferior e face anterior. Localidade-tipo: Callao, Perú. Habitat : da Colômbia até ao norte do Chile ; ilhas Galápagos. Particularmente comum na vertente ocidental dos Andes do Perú e do Equador. 10. Gênero CARABOCTONUS Pocock, 1S93 Cèfalotórax irregularmente granuloso. Cômoro ocular como em Hadruroides. Gume do dedo móvel dos palpos com uma fila mediana de granulações e limitada só do lado externo por uma fila de dentíeulos principais. Segmentos caudais I a IV com cristas ventrais acentuadas : segmento V sem cris¬ tas granulosas ventrais. Teíotarsos como em Hadruroides. Só se conhece a espécie tipo. 126 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL * 48. Caraboctonus keyserlingi Pocock, 1893 (Figs. 38 e 39) C.k. Pocock, 1893 — Ann. Mag, Nat . Hist., (6), 12, p, 92. C.k, Kraepelin, 1898 — Das Tierreich , p. 189. ú 59mm. Tronco 25mm. Cauda 34mm. $ 50mm. Tronco 21 mm. Cauda 29mm. Colorido uniforme, píceo ou pardo-olíváceo-escuro, com as patas pardas, os palpos e a vesícula, avermelhados. Face ventrai mais clara, olivãcea, os esternitos com a borda poste¬ rior amarelada. Cèfalotórax de borda anterior levemente convexa, sem en¬ talhe mediano. Cômoro ocular rômbico curto, de largura qua¬ se igual ao comprimento, bem limitado por sulcos profundos em seus dois terços posteriores, confundindo-se adiante com a prozona e sem goteira mediana ; os olhos médios separados quase dois diâmetros. Sulco mediano profurido, presente ape¬ nas atrás do cômoro ocular ; sulcos transversais quase para¬ lelos à borda posterior. Prozona sem vestígios de suico me¬ diano, 'Tegumentos da fêmea densamente granulosos atrás e dos lados, lisos e polidos no espaço mter-ocular, formando um triângulo. No macho tôda a prozona é lisa, mesmo dos lados; a metazona é densameme granulosa, com as granulações dimi- numdo regularmente de tamanho de trás para diante. Olhos laterais eqüidistantes, o posterior bem menor que os dois ou¬ tros. Tergitos levemente coriãceos e finamente granulosos em tôda sua extensão ; as granulações são mais conspícuas no macho. Tergito \ II com a metade posterior provida de gra¬ nulações bem maiores, densas, formando no macho uma area maior ; as cristas granulosas são um pouco mais nLidas na fêmea. Esternitos i a IV lisos, brilhantes, com pontuações es¬ parsas e estigmas pequenos, lineares. Esternito V com quatro cristas granulosas, ocupando sua metade posterior; as do ma¬ cho de granulações mais grosseiras. Pentes curtos com as lâminas intermediárias distais arre¬ dondadas ; 9 a 12 dentes. Cauda robusta, paralela. Segmento I quase duas vêzes mais largo que longo, densa e grosseiramente granuloso ; na C. de MelloLeitão — Escorpiões Sul-Americanos 127 fêmea as cristas ventrais formam 4 filas granulosas conver¬ gindo para trás; no macho as granulações são mais numero¬ sas e grosseiras, de modo que mascaram as cristas ; goteira dorsal lisa ; cristas dorsais e laterais granulosas. Segmento II da fêmea com os espaços intercarenais lisos, as cristas ven¬ trais lisas, as superiores (medianas e laterais) pouco granulo¬ sas, não sendo nítidas as cristas intermediárias ; no macho as cristas medianas ventrais são granulosas e limitam um es¬ paço densamente granuloso ; as cristas intermédias são visí¬ veis na metade posterior, formando um ângulo agudo com as laterais superiores. Segmentos III e IV lisos e brilhantes nas faces laterais e ventral, com pontuações esparsas e sem vestí¬ gios de cristas ; as cristas medianas dorsais formadas por uma Fig. 38 — Opérculo genital e pentes de Caraboctonus keyserlingi fila de tubérculos arredondados ; as laterais superiores, re¬ presentadas adiante por uma apófise saliente e atrás por um tubérculo arredondado. Segmento V escavado em goteira em tôda a sua extensão ; faces laterais e goteira dorsal lisas e pontuadas, com pontuações mais densas atrás ; face inferior densamente granulosa em seus dois terços posteriores, onde não se percebe a crista mediana ventral ; as cristas laterais inferiores são granulosas, levemente oblíquas para dentro e presentes só nos dois terços posteriores ; no terço anterior a crista mediana ventral é esboçada em uma elevação arredon¬ dada. Vesícula de largura muito maior que a altura, da mes¬ ma largura que a extremidade distai do segmento V, com uma 128 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL apófise basilar de cada lado ; face dorsal plana e lisa ; faces laterais lisas ; face ventrai densa e finamente granulosa ; fer¬ rão muito curto e levemente curvo, Faipos curtos e robustos. Fêmur com as faces anterior e dorsal providas de granulações grosseiras basilares ; tíbia lisa nas taces dorsal, posterior e ventrai, granulosa na face an¬ terior, que é limitada por duas filas de granulações maiores ; no terço basilar esboço de dois espinhos. Mão mais larga que a tíbia, arredondada, ínteiramente lisa e brilhante, sem granu¬ lações, com pontuações esparsas. Patas com a tace anterior finamente granulosa ; os fêmu¬ res com uma fila longitudinal mediana dorsal de granulações um pouco maiores. Localidade-tipo : Coquimbo, Chile. Habitat : sul do Chile. A presente redescrição é cal¬ cada em exemplares dos dois sexos, recebidos de Casablanca (leg. Dr. Gajardo Tobar) , Subfamília UROCTONINAE Mello-Leitão, 1934 Esta subfamília neotrópica de Vejóvidas‘é caracterizada pela presença de uma apónse ventrai pontiaguda nas unhas tarsais, o que a distingue da subfamília precedente, e peia pre¬ sença, no gume do dedo móvel dos palpos, de uma única nla longitudinal de granulações. Compreende esta subfamília quatro gêneros, cois dos quais sul-americanos, que se podem distinguir pela chave abaixo : A Cauda muito dilatada em seus dois últimos segmen¬ tos ; estigmas pulmonares lineares ; borda inferior do dedo móvel das quelíceras com dois dentes rombos, separados — Phijsoctonus Mello-Leitão. AÀ Cauda paralela ou estreitada distalmenee; borda in¬ ferior do dedo móvel das quelíceras inerme : B Estigmas pulmonares curtos, elípticos; vesícula do macho normal ; tíbia com 3 a 4 tricobótrias : C Último esternito abdominal sem cristas longitudinais ; lâminas intermédias dos pentes levemente arredondadas — Uroctònoides Chamberlin, CC Último esternito abdominal com 4 cristas longitudi¬ nais ■— Uroctonus Thorell, BB Estigmas pulmonares lineares ; vesícula do macho dilatada, globulosa ; tíbia do macho com uma fila de 9 trico- bctrias ■— Anuroctonus Pocock, C. de Mello-Leitão — Escorpiões Sul-Americanos 129 11. Gênero PHYSOCTONXIS Mello-Leitão, 1934 Três olhos de cada lado. Borda inferior do dedo móvel das quelíceras com 2 dentes. Telotarsos posteriores com uma apófise sub-ungueal aguda. Cauda muito dilatada em seus dois últimos segmentos, em contraste com a vesícula, muito estreita. Estigmas pulmonares lineares. Gume do dedo mó¬ vel dos paípos com uma fila mediana de granulações, limitada de cada lado por uma fila de granulações maiores. Lâminas intermédias dos pentes retangulares, estreitas, em número de quatro ou cinco. Tíbia dos palpos com três tricobótrias. Último esternito (V) com cristas granulosas longitudinais. Única espécie: 49. Physoctomis physurus Mello-Leitão, 1934 (Figs. 40 e 41) P.p. Mello-Leitão, 1934 — An. Acad. Br as. Ci. 6, p. 76, o 23mm. Tronco 10,4mm. Cauda 13,6mm. Cèfalotó- rax 2,7mm. Largura do segmento caudal I l,7mm; IV 2,3 mm ; V 2,5mm ; vesícula Imm, Cèfalotórax pardo, com um grande trapézio negro adiante dos olhos médios e, de cada lado, uma estreita faixa longitudi¬ nal negra, submarginal, apresentando, além disso, algum som¬ breado castanho; tergitos pardo-claro com uma estreita faixa longitudinal mediana denegrida, com as margens laterais escuras, e algum sombreado. Cauda com a face dorsal ama¬ relada, mais escura nos segmentos IV e V ; a face ventral dos segmentos I a III e têrço basilar dos segmentos IV e V do mesmo colorido amarelado, uma faixa mediana dos segmentos II e III e os dois têrços distais dos segmentos IV e V são cas¬ tanhos. Vesícula amarelada, com o ferrão fulvescente. Pa¬ tas e palpos amarelados, com algum sombreado. Cèfalotórax de borda anterior regularmente côncava. Cômoro ocular de largura quase igual ao comprimento, confun¬ dindo-se adiante com a prozona, limitado dos lados e atrás por sulcos profundos ; a sua porção mediana é percorrida por um sulco que se continua, adiante e atrás, com o sulco mediano ; olhos médios grandes, separados entre si menos de um diâme¬ tro. Sulco longitudinal mediano estendendo-se da borda an¬ terior à borda posterior, mais profundo na metazona. Sulcos 130 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL C, de Mello-Leitão — Escorpiões Sul-Americanos 131 laterais rasos, oblíquos para diante e para fora. Tegumentos densa e regularmente granulosos ; as áreas atrás dos olhos formam duas faixas longitudinais quase lisas. Tergitos densamente granulosos em tôda sua extensão, providos de uma crista mediana muito nítida e de uma fila dis¬ tai de granulações pontiagudas. Tergito VII com a crista mediana ocupando sua metade anterior e com d cristas (para- medianas e laterais) em sua metade posterior. Esternitos ás¬ peros, coriãceos ; o esternito V fina e densamente granuloso, provido de quatro cristas longitudinais. Estigmas lineares, transversais, levemente convexos. Cauda extraordinàriamente dilatada nos segmentos IV e V. Cristas medianas ventrais presentes apenas nos segmen¬ tos I a III, apenas esboçadas em IV. Cristas laterais inferio¬ res e superiores presentes nos segmentos I a IV, bem como as medianas dorsais. Cristas laterais intermédias presentes nos segmentos I e II, onde são representadas por uma fila de gr⬠nulos, menos evidentes em III e obsoletas em IV. Segmentos IV e V muito mais largos; face dorsal do segmento V esca¬ vada. Espaços intercarenais densamente granulosos. Vesí¬ cula muito mais estreita que o segmento V, de granulação pou¬ co acentuada ; face dorsal plana, com dois tubérculos sub- basilares baixos, arredondados. Pentes com 15-15 dentes; lâminas intermédias em nú¬ mero de 4 ou 5, estreitas, retangulares, Quelíceras com dois dentes bem separados, na borda in¬ ferior do dedo móvel e com uma pequena apófise na face infe¬ rior do dedo imóvel. Palpos : fêmur prismático, com as cristas granulosas. Tíbia com a crista anterior formada por dentes maiores e me¬ nores, irregularmente alternos. Mão da largura da tíbia, com as cristas obsoletas. Proporção entre o comprimento da mão e largura da mão e o dedo móvel —- c:l:dm = 2.2:1.4:3,7mm. 132 Arquivos do- Museu Nacional — Vol. XL Gume do dedo móvel com uma fila longitudinal mediana e duas filas laterais de 25 grânulos maiores, os da borda externa bem separados dos médios. Dedos com urna larga separação basilar. Patas com cristas granulosas. Sob a garra dos telotarsos IV hã uma apófise aguda conspícua. Face inferior dos telo¬ tarsos IV com uma fímbria de pelos, comparável à de Hadm~ roides. Localidade-tipo: Soledade, Paraíba, Brasil. 12. Gênero UROCTONOIDES Chamberlin, 1920 Cauda paralela. Borda inferior do dedo móvel das que- líceras inerme e lisa. Último esternito abdominal sem cristas longitudinais. Lâminas intermédias dos pentes levemente ar¬ redondadas. Estigmas curtos, elípticos. Uma espécie, da qual apenas se conhece o tipo. 50. Uroctonoides fracíus Chamberlin, 1920 II.f . Ralph V. Chamberlin, 1920 — Brooklin Musetim Science BulL, 3, p, 36. á ? (Chamberlin apenas diz que a sua espécie parece ter quase o mesmo tamanho que Uvoctonus motdax Thorell). Não conhecendo esta espécie, passo a traduzir a descrição de Chamberlin. O tipo, ao qual falta a ponta da cauda, é de um pardo- -avermelhado-escuro, quase negro, com as pernas mais claras, principalmente nos telotarsos. Borda anterior do cèfalotórax mui levemente escavada, muito menos do que se observa em Uvoctonus rnordax, o fundo da escavação estendendo-se para diante em ângulo obtuso, cujo vértice está ao mesmo nível dos ângulos laterais. Sulco longitudinal mediano mais profundo, quer adiante quer atrás do cômoro ocular, do que naquela espécie. Tegumentos do cèfalotórax grosseiramente granulosos atrás e dos lados do cômoro ocular ; êste e a área anterior densamente pontuados. Tergitos granulosos. Esternitos lisos e brilhantes, com pontuação visível ao microscópio. Esternito V sem cristas, tubérculos ou arânulos. C. de Mello-LeitÃo — Escorpiões Sul-Americanos 133 Cristas do fêmur dos palpos grosseiramente granulosas, bem como as da tíbia ; faces fortemente pontuadas. Borda posterior da face ventral da tíbia com cinco tricobótrias. Cris¬ ta do dedo imóvel quase obsoleta ; mão com granulações dis¬ postas em retículo mais ou menos regular. Dedos com um lobo conspícuo; o do dedo móvel obtuso, o do dedo imóvel agudo. Pentes com 7 dentes. Localidade-tipo : Quito, Equador. Superfamília BOTHRILíROIDEA Birulà Já vimos que, por seu esterno, os Scorpionidae represen¬ tam a família mais antiga e a que pode ser considerada como a primitiva dos Neosternos. Houve, porém, a partir dos Pres- corpiônidas, duas linhas de evolução ; uma, com divisão do esterno, destacando-se a sua porção anterior que desapareceu, enquanto a posterior cada vez mais se reduzia, ocultando-se pardal ou completamente sob as ancas posteriores. Os tegu¬ mentos conservaram-se lisos, principalmente no cefalotórax, a mão arredondada, as cristas das tíbias pouco acentuadas e as granulações do gume dos dedos se dispuzeram em fila longitu¬ dinal, singela ou dupla. Nessa linha temos os Chactidae e os Boíhriuridae, que caminharam pela região andina sul-ame¬ ricana, baixando depois para a vertente do Atlântico. Na outra o esterno se foi alongando, separando as ancas posteriores e alcançando o espaço intercoxal do terceiro par de patas; de pentagonal acabou por tornar-se írapezoide alon¬ gado ou triangular. Os tegumentos se tomaram intensamente granulosos; os tergitos se elevaram em uma ou três cristas medianas; acentuaram-se as cristas dos segmentos distais dos palpos e as granulações do gume dos dedos se dividiram em filas mais ou menos numerosas, em séries, às vêzes, paralelas. É a linha Vejovidae~Buthidae . Temos, portanto, para os escorpiões sul-americanos a disposição: BOTHRÍURIDAE CHACTIDAE BUTHIDAE VEJOVIDAE 134 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL SCORPIOMÍDAE A disposição aqui considerada é muito diversa da geral- mente aceita, que começa o estudo dos escorpiões pelos Buthi - dae f acabando pelos Bothnuridae . Em vez de um arranjo li¬ near vemos que, filogenèticamente, Buthidae e Bothnuridae aparecem como dois ramos divergentes e irreversíveis. Che¬ gados, portanto, ao têrmo das famílias de esterno pentagonal é indiferente estudarmos uma ou outra dessas famílias. A distribuição zoogeogrãfica vem corroborar o nosso pon¬ to de vista, concordando, em suas linhas mestras, a zoogeogra- fia de Chactidae — Bothnuridae, bem como a de Vejovidae —• Buthidae , O passarmos agora ao estudo dos Botdmidae, única fa¬ mília da superfamília Bothriuroidea não significa que os consi¬ deremos como em grau inferior aos Buthidae mas igual e independente. 5 Família BOTHRIURIDAE Simon, 1889 Formam os Botriúridas uma família muito homogênea e, com uma única exceção (Cercophonius Peters, da Austrᬠlia), própria da América do Sul, parecendo ter tido o seu cen¬ tro de dispersão nos Andes argentinos, tendo alcançado, ao sul, o 52° de latitude, estendendo-se a leste e ao norte até ao Ceará, e a oeste até aos Andes do Perú, Há espécies peque¬ nas ; outras são de grande porte e Brachistostevnus ehren~ bergi é o maior e mais robusto escorpião neotrópico. O cèfalotórax tem sempre o tegumento muito liso (às vêzes com pequenas granulações) , e bem assim os tergitos. O sulco mediano nunca se estende à prozona. O esterno é muito es¬ treito, reduzindo-se a uma faixa transversa, quase sempre ocul¬ ta pelas ancas posteriores. Os segmentos distais dos palpos não apresentam cristas nítidas e há no macho, quase sempre, uma apófise cônica na face anterior, perto da inserção dos de¬ dos. A cauda é paralela, e a vesícula é contínua com o fer¬ rão, não havendo nunca um esporão ou espinho na base do fer¬ rão Os seus gêneros podem ser separados pela chave abaixo: A Telotarsos sem espinhos ou cerdas laterais inferiores, apenas com uma fila de dentículos medianos, e com longas cer¬ das dorsais curvas, seriadas, dirigidas para o ápice do seg¬ mento ; lâminas médias dos pentes pequenas, circulares, per- liforme, em duas filas completas — Brãchistosternus Pqc, C. de MelloLeitÃo — Escorpiões Sul-Americanos 135 A A Telotarsos IV armados de espinhos ou cerdas espi- niformes ventrais, dispostas aos pares, com ou sem fila me¬ diana de pelos, sua face dorsal sem as grandes cerdas curvas, seriadas ; lâminas médias do pente dispostas em uma só fila, ou em duas, presentes apenas em sua porção basilar. B Telotarsos III e IV com 5 a 7 pares de espinhos na face ventral ; C Gume dos dedos dos palpos com uma fila singela me¬ diana de grânulos ou dentículos. D Telotarsos III e IV com 6 a 7 pares de espinhos ven¬ trais e sem fila mediana ventral de cerdas ; estigmas pulmo¬ nares elípticos — Thestylus Sim. DD Telotarsos III e IV com 5 pares de espinhos ven¬ trais e com fila mediana ventral de cerdas ; estigmas pulmo¬ nares lineares, oblíquos — Iophoroxenus M.-L. CC Gume dos dedos dos palpos com duas filas media¬ nas de granulações — Urophonius Poc. BB Telotarsos III e IV com 2 a 4 pares de espinhos ven¬ trais : C Gume dos dedos dos palpos com uma fila singela me¬ diana de granulações (ao menos nos dois terços distais); D Telotarsos III e IV com dois ou três pares ventrais de espinhos, e com uma fila mediana ventral ; cèfalotórax de borda anterior direita — Bothriurus Peters. DD Telotarsos III e IV com quatro pares de espinhos ou de cerdas espiniíormes ventrais ; borda anterior do cèfa¬ lotórax mais ou menos escavada : E Telotarsos III com 4 pares de espinhos ventrais, e te¬ lotarsos IV com 5 pares ou com 4-5 espinhos ventrais, sepa¬ rados por uma fila mediana de longas cerdas — Iophorus Penther. EE Telotarsos III e IV com 3 ou 4 pares de espinhos ventrais, e sem fila mediana de pelos —■ Phoniocercus Pocock. CC Gume dos dedos com duas filas completas medianas de granulações ou com três ou mais filas de grânulos, irregu¬ larmente dispostos. D Telotarsos III e IV armados apenas, na face ventral, de dois espinhos externos e um interno, separados por uma fila 136 Arquivos do Museu Nacional Vol. XL mediana de pelos ; gume dos dedos dos palpos com quatro filas irregulares de granulações; estigmas ovais — Cerco PHON ius Peters. DD Telotarsos III e IV providos de três pares de espi¬ nhos inferiores e sem fila mediana de pelos ; gume dos dedos dos palpos provido de 2 ou 3 filas de grânulos ; estigmas cir¬ culares — Centromachetes Lõnnberg, 13. Gênero BOTHRIIXRUS P eters, 1861 Tipo: B . honariensís Koch. Céfalotórax liso, deprimido na borda anterior. Telotar¬ sos com uma fila mediana de pelos e dois ou três pares de espi¬ nhos na face ventral ; esporão tarsal pequeno. Dedos da quela com uma só fila de grânulos, que formam uma linha quase reta. Macho quase sempre com uma pequena apófise cônica na face anterior da mão é, às vêzes, com uma fosseta na face dorsal da vesícula. E # o gênero de Botriúridas de mais am¬ pla distribuição geográfica, contando, atualmente, 32 espécies conhecidas, que se podem distinguir pela chave abaixo : 1 (2) — Segmento caudal V com densa área granulosa ventral, ocupando os dois quintos apicais, área que se dilue gradativamente no tegumento, sem cristas transversais ou laterais limitantes ■ — B . alienicola Mello-Leitão. 2(1) — Segmento caudal V sempre com filas de granula¬ ções, dispostas em cristas transversais e longitudi¬ nais muito nítidas (ou formando um arco poste¬ rior) —■ 3. 3(20) —' Segmento caudal V com cristas laterais curtas, nunca se prolongando além da crista transversal, que é regularmente curva ou ern V de abertura posterior, ou ausente em sua porção mediana ■— 4. 4(11) Segmento caudal V provido de uma crista longi¬ tudinal mediana de granulações maiores ■— 5, 5 (8) Crista mediana inferior do segmento V curta, não ultrapassando a metade posterior ; metade basi¬ lar da face inferior lisa — 6. 6 (7) — Área posterior do segmento caudal V irregular¬ mente granulosa em tôda a sua extensão ; face C, de Mello-LeitÃo — Escorpiões Sul-Americanos 137 7 (6) 8 (5) 9(10) 10 (9) 11 (4) 12(17) 13(14) 14(33) 15(16) 36(15) inferior da vesícula com estreita faixa granulosa mediana entre duas faixas lisas mais largas ■—■ B . flavidus Krpln. — Área posterior do segmento caudal V apenas com um grupo mediano de grossas granulações, face inferior da vesícula com larga faixa granulosa me¬ diana entre duas estreitas faixas lisas — B . sig - natns Poc. — Crista mediana ventral do segmento caudal V completa, chegando até quase a base ; face ven¬ tral mais ou menos granulosa — 9. — Pente de 10 dentes ; ' face inferior da vesícula com a faixa granulosa mediana mais estreita e sem es¬ cultura especial ■— B. melloleitaoi Prado. -— Pente de 18 dentes ; face inferior da vesícula com á faixa granulosa mediana mais larga e com uma meia-elipse de granulações maiores — B . se- miellipticus Prado. -— Último segmento caudal sem crista mediana ven¬ tral granulosa —12. — Borda posterior da face ventral do segmento cau¬ dal V lisa ou levemente recortada ; área poste¬ rior granulosa somente em sua porção mediana — 13. -— Vesícula quase lisa em tôda a sua extensão, sem faixa granulosa mediana ; área posterior do seg¬ mento caudal V limitada por uma crista regular¬ mente curva em semi-eiipse; colorido uniforme — B . magalhaensi M.-L. — Vesícula com faixa granulosa mediana — 15. '— A faixa granulosa mediana da vesícula é mais lar¬ ga que as faixas lisas ; a área posterior do seg¬ mento caudal V é limitada por uma crista em linha quebrada •— B, pringlosianus M.-L. — A faixa granulosa mediana da vesícula é bem mais estreita que as faixas lisas ; a crista limitante da área posterior é largamente interrompida em sua porção mediana - — B . moojeni n. sp. 138 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL 17(12) - 18(19) — 19(18) —• 20 (3) - 21(28) — 22(23) ~ 23(22) — 24(25) - 25(24) — 26(27) — 27(26) - 28(21) — 29(32) — 30(31) — 31(30) — Borda posterior do segmento caudal V fortemente denteada — 18. Área posterior do segmento caudal V granulosa só em sua porção mediana ; crista limitante for¬ mando um A; vesícula do macho sem fosseta dor¬ sal — B. asper Poc. Área posterior do segmento caudal V densamente granulosa ; crista limitante regularmente curva, com granulações robustas, vesícula do macho com uma fosseta amarelada —' B. bonariensts Koch. Face ventral do segmento caudal V com cristas laterais ocupando a metade distai ou chegando até ao terço basilar —'21. Face ventral do segmento caudal V sem cristas transversais limitantes da área posterior ■—■ 22. Cristas laterais inferiores ausentes nos segmentos caudais III e IV ; pente com 15 a 20 dentes — B. alticoía Poc, Cristas laterais inferiores presentes nos segmentos caudais III e IV ~~ 24. Pentes com 7-9 dentes ; vesícula caudal sem fos¬ seta dorsal nos dois sexos — B. titchaki Werner. Pentes com 20 a 24 dentes — 26, Esternito V liso ; vesícula do macho com fosseta dorsal, dedo móvel anguloso — B, cmvidigitus Krpln. Esternito V granuloso ; vesícula do macho sem fosseta dorsal; dedo móvel direito —• B. paessleri Krpln. Face ventral do segmento caudal V sempre com crista transversal — 29. Crista transversal ventral do segmento caudal V quase horizontal, limitando uma área posterior re¬ tangular deprimida — 30. Segmento caudal V com uma fila média de granu¬ lações ■—■ B. dorbignyi (Guér.). Segmento caudal V sem fila média de granulações — B. dorbignyi elegans M.-L. C. de Mello-Leitão — Escorpiões Sul-Americanos 139 32(29) 33(34) 34(33) 35(44) 36(37) 37(36) 38(39) 39(38) 40(41) 41(40) 42(43) 43(42) 44(35) 45(52) 46(49) 47(48) 48(47) — Ramo transversal interno das cristas laterais muito oblíquo para diante, formando quase sempre filas paramedianas paralelas — 33. — Mão do macho sem apófise — B. lampei Wnr. — Mão do macho com apófise — 35. — Face inferior do segmento caudal V com três cris¬ tas granulosas, pela ausência de cristas paramedia¬ nas — 36. — Pente de 8-9 dentes — B. bochi Krpln. — Pente de 18 dentes ou mais — 38. — Face inferior do segmento caudal V densamente granulosa; pente de 20-21 dentes — B. doello- juradoi M.-L. — Face inferior do segmento caudal V com granu¬ lações esparsas, pouco abundantes entre as cris¬ tas — 40. — Colorido geral claro, cõr de palha ; cristas late¬ rais superiores dos segmentos caudais I a III in¬ completas; pentes de 22-24 dentes — B. rochai Mello-Leitão. ■— Colorido geral escuro ; cristas laterais superiores dos segmentos caudais I a III completas — 42. — Tronco e cauda uniformes, patas amareladas ; pente de 18 dentes — B. zeugma n. sp. Tronco manchado de claro ; pente de 22-24 den¬ tes ■— B . fragilis M.-L. — Face inferior do segmento caudal V com 5 filas longitudinais de granulações maiores — 45. —- Cristas paramedianas muito menores que a me¬ diana, no máximo alcançando o meio do segmen¬ to 46. — Crista mediana ventral do segmento caudal V bi¬ furcada atrás, na área posterior —- 47. ■—■ Pente de 19 dentes ; vesícula do macho com fos- seta — B. ijpsilon M.-L. — Pente de 12 dentes ; vesícula do macho sem fos- seta — B* çatharinae Wnr. HO Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL 49(46) 50(51) 51(50) 52(45) 53(56) 54(55) 55(54) 56(53) 57(60) 58(59) 59(58) 60(57) 61(62) 62(61) — Crista mediana ventral do segmento caudal V, singela — 50, — Cômoro ocular com sulco mediano ; pente de 17 dentes — B . ptospicuus M.-L. — Cômoro ocular não sulcado; pente de 13 a 16 dentes ■— B . chilensis ■ (MoL). — Cristas paramedianas ventrais do segmento cau¬ dal V quase iguais à crista mediana, ultrapassando o terço basilar do segmento ■—- 53, — Pente de menos de 10 dentes — 54. — Pente de 7 dentes, ocupando só os dois terços api¬ cais — B , díspar M.-L, — Pente de 9-10 dentes, em tôda a sua extensão — B> vitlatus (Guér.), —• Pente de 16 dentes ou mais 57. — Espaço, entre as cristas paramedianas e mediana, densamente granuloso até à base ; área posterior sem limite nítido — 58, — Colorido escuro, de mão e vesícula claras ; cauda sem desenho de contraste; pente de 18-19 den¬ tes — B , borellianus Mi-L, — Tronco e apêndices claros ; cauda com linhas longitudinais negraspente de 21-22 dentes — B. bmmeisten Krpln. — Espaço entre as cristas liso ; área posterior mais ou menos nitidamente limitada — 61. ■—• Vesícula finamente granulosa ; cristas ventrais do segmento caudal V atingindo a base, a mediana marcada por duas filas de grânulos muito peque¬ nos — B. keyserlingi Krpln. — Vesícula grosseiramente granulosa ; cristas late¬ rais ventrais do segmento caudal V terminando no terço anterior, a mediana formada por uma fila de fortes granulações — B. coriaceus Poc. Como vemos pela chave acima é na face ventral do seg¬ mento caudal V que estão os principais caracteres diferenciais das espécies. Pelo aspecto muito particular desse segmento, C. de Mel lo Leitão — Escorpiões Sul-Americanos Hl B . dorbignyi e B. elegans merecem constituir um sub-gênero, que chamaremos Transbothriurus. Podemos dividir ainda as espécies de Bothriurus por seu colorido geral em três grupos e pela escultura dos seus pentes em dois, com um terceiro de transição. Pelo colorido teremos: A Espécies de corpo e apêndices claros, côr de palha ou testãceos : às vêzes com duas faixas escuras ou algum sombreado, B. dorbignyi B , cuvvidigitus B . elegans B. (lavidus B, [ragitis B. lampei B , paessleri B. vochai ¥ B — Espécies de tronco e apêndices negros ou pardo-escuro, uniformes : B. bocki B. bonariensis B. catharinae B . dispar B . keysevlingi B . magalhaensi B. moojeni B , semiellipticus B , titschaki B, zeugrna C — Espécies escuras manchadas de claro com um desenho característico : B, alienicola B . asper B . bonariensis araguayae B , borellianus B , burmeisteri B . chilensis B , coriaceus 142 Arquivos do Museu Nacional - Vol. XL B. fragilis B, melloleitaoi B. pringlosianus B. prospicuus B . signatus B . vittatus B , ypsilon Pela escultura dos pentes teremos : A — Espécies com menos de 15 dentes nos pentes ; B, alienicola (13) B, bocki (8-9) B, catharinae (12) B. díspar (7) B, flavidus (14-16) B, melloleitaoi (10) B, moojeni (14-16) B, pringlosianus (12-13) B. signatus (12-15) B . titschaki (7-9) B. vittatus (9-10) B — Espécies com mais de 20 dentes nos pentes : B. asper (21-22) B . bonariensis (21-24) B. burmeisteri (21-24) B. curvidigitus (20-24) B. dorbignyi (20-27) B.elegans (27) B. fragilis (24) B. lampei (20) B. paessleri (20-24) B. rochai (22) C — Espécies com 16 a 20 dentes nos pentes : B . bonariensis araguayae (16-17) B. borellianus (15-19) B, chilensis (16-16) B, coriaceus (15-18) B. keyserlingi (16) B. magalhaensi (15-17) C. de MelloLeitãg — Escorpiões Sul-Americanos M3 B , prospicuus (17) semiellipticus (17) B. ypsilon (19) B. zeugma (18) 51 . Bothriurus alienicola Mello-Leitão, 1931 (Fig. 42) J3.a, Mello-Leitão, 1931 — Arq^Mus, Nacional 33, p. 84, B.a . Mello-Leitão, 1934 ■—■ VIII. Rettn, PatoL Reg , p. 71. $ 48mm, Tronco 25mm. Cauda 23 mm. Dorso quase negro, levemente marmorado de pardo no cèfalotórax e nos tergitos, Esternitos pardos. Cauda parda, reticulada de fusco, sendo a face ventral parda, com três faixas longitudinais negras. Patas de fêmures e tíbias castanhos, com pequenas manchas subcirculares amarelas, dispostas em fila longitudinal; protarsos amarelos uniformes, bem como os telotarsos ; palpos denegridos, marmorados de pardo e de dedos fulvescentes. Borda anterior mui levemente convexa e lisa, sem enta¬ lhe mediano. Cômoro ocular sem goteira mediana. Cèfalo¬ tórax com o sulco adiante do cômoro ocular raso, o sulco me¬ diano posterior mais profundo. Sulcos transversais posterio¬ res levemente sinuosos e quase paralelos à borda posterior. Tegumentos lisos, apenas levemente “chagrinés”, Tergitos sem cristas medianas ; I a IV lisos ; V a VII fínamente granulosos em sua porção posterior. A borda distai de todos os tergitos levemente recortada. Esternitos finamente ‘chã- grinés” ; esternito V com duas quilhas medianas e duas la¬ terais, nítidas, mas sem granulações. Fig. 42 -— Segmento caudal V de Bothriurus alieni ¬ cola (vista ventral) Segmentos caudais com as cristas dorsais pouco nítidas, formadas por pequenas granulações muito pouco acentuadas e M4 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL ocupando apenas as porções posteriores dos segmentos ; face ventral dos segmentos I e II com duas cristas medianas nítidas, mas lisas ; cristas medianas ventrais ausentes no segmento III ; segmento V sem cristas longitudinais ventrais e sem cris¬ tas transversais limitantes ; a face ventral é lisa em seus dois quintos basilares e densamente granulosa nos três quintos pos¬ teriores, sendo as granulações maiores e mais densas no têrço distai, de modo que a área granulosa se vai aos poucos atenu¬ ando em um segmento de elipse. Vesícula densamente gra¬ nulosa em tôda a sua face ventral, sendo pouco apreciáveis as duas faixas lisas. Pente com 13 dentes, Palpos lisos, sem cristas nítidas. Tíbia levemente esca¬ vada em sua face interna, com duas tricobótrias. Máo mais larga que a tíbia. Dedos curvos, o móvel pouco maior que a mão (3,5:2,5mm), com 6 dentículos externos e quatro internos. Localidade-tipo : Laferrère, Província de Buenos Aires, Argentina. 52. Bothriurus alticola Pocock, 1900 . B.a. Pocock, 1900 — In Fitzgerald, The highest Andes , B.a. Kraepelin, 1910 — Mitt. Mus. Hamhurg, 28, p. 91, $ 46mm. Tronco 23mm. Cauda 23mm. á' 46mm, Tronco 23mm. Cauda 23mm. Colorido geral amarelo queimado, côr de sola, os tergitos com as bordas posteriores mais claras. Cauda com duas fai¬ xas escuras ventrais. Cefalotórax mui finamente granuloso. Cômoro ocular sulcado. Tergitos finamente granulosos, como o céfalotórax. Esternitos lisos e brilhantes ; esternito V sem cristas longitu¬ dinais, mas grosseíramente granuloso em sua porção mediana. Pentes com 15-15 ( $ ) a 20-20 ( $ ) dentes. Cauda robusta, paralela. Cristas medianas ventrais gra¬ nulosas e bem desenvolvidas no segmento caudal I. Cristas laterais inferiores presentes e bem acentuadas nos segmentos I e II, ausentes nos segmentos III e IV. Cristas laterais supe¬ riores muito acentuadas nos segmentos I a IV, com granula¬ ções posteriores. Segmento caudal V com as cristas laterais inferiores quase alcançando a base do segmento ; cristas pa- C. de Mello-Leitão — Escorpiões Sul-Americanos 145 ramedianas presentes e quase tão longas como as laterais, do mesmo tamanho da crista mediana. Palpos robustos, lisos. Mão do macho com um tubér¬ culo pontiagudo perto da base dos dedos, na face anterior. Localidade tipo : Mendoza, Argentina, 53. Bothriurus asper Pocock, 1893 (Figs, 4:3 a 45) B.a. Pocock, 1893 ■— Ann. Mag . Nat . Hist., (6) 12, p. 96, B . bonariensis asper Kraepelin, 1910 — Mitt, Mus. Ham~ burg, 28, p. 92. B . b . a. Mello Campos, 1922 —• Mem . Inst. Oswaldo Cruz , 17, p. 294. B. a. Mello-Leitão, 1934 — VIII Reu. Pat. Reg. r p. 70, B . a. Mello-Leitão, 1938 '— Notas dei Museo de La Plata , 3, p. 83. , i 3 48mm, Tronco 20mm. Cauda 28mm, 2 42mm, Tronco 18mm. Cauda 24mm. Tronco denegrido com uma faixa mediana muito nítida, fulva, ocupando todos os tergitos. Patas, palpos e cauda ir¬ regularmente marmorados de denegrido e pardo avermelhado ; na face inferior da cauda predomina o pardo avermelhado, ha¬ vendo manchas negras apicais nos dois últimos segmentos. Borda anterior quase direita, de lobos laterais mui leve¬ mente convexos. Cômoro ocular sulcado, quase liso; os olhos separados mais de um diâmetro. Tegumentos fina e densamente granulosos em tôda extensão. Sulco longitudi¬ nal mediano raso, pouco mais acentuado que o sulco do cô¬ moro ocular. Sulcos laterais muito oblíquos para fora e para diante, quase retos. Tergitos fina e densamente granulosos em tôda a sua extensão ; I sem área anterior, que se reduz em lia uma pequena meia lua, é um pouco maior em III e só al¬ cança as bordas laterais em IV, alargando-se regularmente de IV a VII ; o tergito VII com duas pequenas elevações pos¬ teriores mais grosseiramente granulosas e com duas cristas la¬ terais, na metade distai. Esternitos grosseiramente "chagri- nés”. Estigmas elípticos alongados, quase transversais. Ester- nito V sem cristas. 146 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL Fig. 43 —• BOTHRIURUS ASPER C. de Mello Leitão — Escorpiões Sul-Americanos M7 Pentes com 20 ou 21 dentes. Opérculo genital triangular de vértice posterior; os dois escleritos contíguos na fêmea, le¬ vemente divergentes no macho. Fig. 44 — Pentes e opérculo genital de Bothrirurus asper Cauda pouco robusta, paralela, relativamente espessa, de tegumentos finamente granulosos. Cristas medianas ventrais e laterais inferiores ausentes nos segmentos I a IV ; cristas laterais superiores presentes nos segmentos I e II, ocupando o têrço distai e representadas por granulações maiores, ausentes nos segmentos III e IV. Cristas medianas dorsais granulo¬ sas, presentes em todos os segmentos. Segmento V de face dorsal escavada ; a goteira mediana é estreita adiante e muito larga atrás, onde apresenta, na fêmea, uma pequena fosseta. Fig. 45 — Segmento caudal V c vesícula de Bothciunis asper (vista ventral) Face ventral com a crista mediana esboçada ; as cristas la¬ terais são curtas, curvas para dentro, limitando a área poste¬ rior, sem que se fundam na linha mediana ; tanto essa área posterior como as regiões contíguas são muito granulosas, com granulações irregulares. Vesícula de face dorsal plana, sem fosseta nos dois sexos, a face inferior granulosa, sendo a faixa granulosa mediana bem mais larga que as estreitas faixas lisas. Palpos : fêmur grosseiramente granuloso nas faces dor¬ sal e anterior ; tíbia pouco granulosa, com uma quilha dorsal ; mão fina e densamente granulosa, menor que o dedo móvel (3:4mm). Patas finamente granulosas em sua face externa. Localidade tipo : Iguaraçu, Pernambuco, Brasil. 148 - Arquivos do Museu Nacionalv— Vou. XL Habitat : Esta espécie é muito comum no baixo São Francisco (estados de Alagoas e Sergipe. Vi também exem¬ plares de Pôrto Alegre, Rio Grande do Sul, e da Província de Buenos Aires, Argentina. 54. Bothriurus bocki Kraepelin, 1910 (Fig. 46) B. b. Kraepelin, 1910 ^ MUL Mus . Hambutg , 28, p. 96. 2 41 mm. Tronco 20mm, Cauda 21 mm. Tronco e cauda castanhos, os tergitos com manchas mais claras. Mão e vesícula fulvas ; patas píceas. Esternitos amarelos. Cèfalotórax liso e brilhante, finamente granuloso nos de¬ clives laterais. Cômoro ocular sem sulco mediano, Tergi¬ tos I a VI lisos; tergito VII grosseiramente granuloso. Ester¬ nitos I a IV lisos e brilhantes; esternitó V mais ou menos gros¬ seiramente granuloso em sua metade posterior. Pentes com 8-9 dentes. I, lí e V de Bothcirus bocki (se¬ gundo Kraepelin). Cauda robusta e relativamente curta. Cristas medianas dorsais e laterais superiores do primeiro segmento caudal den¬ teadas ; dos segmentos II e III serrilhadas ; no segmento IV. as cristas laterais superiores são lisas e arredondadas em sua porção mediana. Cristas laterais inferiores dos segmentos I e II granulosas ; no segmento III marcada por uma dobra lon¬ gitudinal ; quase obsoletas no segmento IV. Cristas media¬ nas ventrais marcadas nos segmentos I e II por grossas granu¬ lações perliformes; no segmento III lisas ou com algumas gra¬ nulações baixas ; ausentes no segmento IV. Cristas dorsais do segmento V obsoletas, irregularmente onduladas. Face ventral com as cristas laterais e medianas formadas por grossas granulações, ocupando os dois terços posteriores do segmento ; C. de Mello-Leitao —Escorpiões Sul-Americanos H9 área posterior limitada por uma crista tnmsversa que não chega à linha mediana, dobrando-se em duas pequenas cristas para- medianas, Vesícula oval, granulosa. Palpos lisos. A relação entre o comprimento e largura da mão e o dedo móvel é c;l:dm = 3,5:3,5:3,8mm. Localidade tipo : Sorata, Bolívia. 55. Bothriurus bonariensis (Koch) 1842 (Figs. 47 a 49) Broteas bonariensis C. L. Koch, 1842 —■ Die Arachniden, 10, p. 12. Broteas erythrodactylus Idem — Ibidem, p. 16. Scorpio vittatus Gervais, 1844. — In Walckenaer~Aptè~ res, 3, p. 58. Telegonus vittatus Gervais, 1844 — Arch, Mus , 14, p. 227. Chactas haversii Butler, 1874 — Crist, Entom*,, 1, p. 323. B . vittatus Thorell, 1877 — Atti.Soc , ItaL ScL Nat, MB lano , 19, p. 168. B , vittatus Idem. 1878 — BoL Acad, Cienc. Córdoba , p. B. 6. Pocock, 1893 — Ann, Mag . Nat . Hist,, (6), 12, p. 74. B. vittatus Kraepelin, 1894 — Mitt . Mus, Hamburg, 11, p. 228. B. vittatus Idem, 1899 — Das Tierreich , p, 196 (m parí.). B. vittatus Lõnnberg, 1902 -— Entom . Tijdsk ., 22, p, 246. B. vittatus Borelli, 1899 — Bo/. Mus. Zoo/. Anat, Comp. Torino , 19, N. 336, p. 5. B. 6. Kraepelin, 1910 — M/íí. Mus. Hamburg ., 28, p. 91. B. vittatus Penther, 1912 —- Ann, /í. iC Naturh. Hofm. Wien , 27, p. 251. B. 6. Mello-Campos, 1922 —■ Mem. /nsí. Osu. Cruz, 17, B. 6, Mello-Leitão, 1931 — Arq. Mus, Nac., 31, p. 82. B. 6. Idem, 1934 — VIII Reun, Pat . Reg., p. 65. B, b, Idem, 1938 —• Notas dei Museo de La Plata , 3, p. 84. 5 56mm. Tronco 23mm. Cauda 33mm. $ 52 mm. Tronco 24,5mm, Cauda 27,5mm. 150 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL C. de Mello-Leitão — Escorpiões Sul-Americanos 151 Colorido geral fulvo negro, brilhante ; os dedos dos pai¬ pos fulvo escuro e as patas com os tarsos pardo escuro. Às vezes o tronco é fulvo escuro, com a borda anterior do cèfalotó- rax negra ; a cauda é fulvo-escura com a porção distai dos segmentos negra e as patas são mais claras. Sempre a fosseta da vesícula caudal do macho ê amarelo sulfúrea ou alaranjada, em contraste com o escuro do resto da cauda, o que permite reconhecer os machos desta espécie à primeira vista. Cèfalotórax de borda anterior mui levemente côncava ou formando um ângulo reentrante muito obtuso. Cômoro ocular liso e brilhante, sem sulco mediano, os olhos separados cerca de um diâmetro. Sulco mediano, presente apenas atrás do cô¬ moro ocular, profundo, alcançando o rebordo posterior ; sul¬ cos laterais quase transversais, levemente oblíquos para diante e para fora. Tegumentos finamente granulosos, muito menos na fêmea que no macho. Tergitos com leve rebordo lateral, finamente granulosos ; de III a VII com uma área anterior sinuosa ; tergitos VI e VII mais grosseiramente granulosos ; VII com 4 tubérculos que indicam as 4 cristas. Esternitos li¬ sos, sem cristas. Estigmas elípticos. Fig, 48 — Opércuio genital e p 2 ntes de Bothriurus bonariensis Cauda lisa, robusta, paralela. Cristas medianas ventrais e laterais inferiores ausentes nos segmentos I a IV ; cristas medianas dorsais completas nos segmentos I a III, formando uma linha côncava na metade distai do segmento IV ; cristas laterais superiores indicadas por algumas granulações nos seg¬ mentos I e II, ausentes em III e IV. Segmento V de face dor¬ sal escavada, alargando-se atrás e deprimindo-se em uma fos¬ seta mediana ; face inferior sem crista mediana, apresentando nos dois quintos posteriores duas cristas curvas de fortes den- tículos, que se unem formando uma área semielíptica posterior, 152 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL densamente granulosa, havendo mais algumas granulações es¬ parsas adiante dessa área. Vesícula muito granulosa ; face dorsal plana na fêmea, provida de profunda fosseta subcircular basilar no macho ; face ventral com a faixa granulosa me¬ diaria duas vêzes mais larga que as faixas lisas. Pente com 21 a 24 dentes. Fig. 49 ■— Segmento caudal V e vesícula de Boúhrittrus bonariensis {vista ventral) Palpos — Fêmur grosseiramente granuloso. Tíbia lisa, de face externa convexa e face interna côncava, sem cristas bem definidas. Mão robusta, globulosa, apresentando, no macho, uma robusta apófise pontiaguda na face interna, junto à base dos dedos. Gume do dedo móvel com 5 dentículos de cada lado da fila mediana de granulações. Localidade-tipo : Buenos Aires. Habitat : Foi assinalada no Brasil : no Ceará (?) e no Rio Grande do Sul; e mais no Perú, Bolívia, Paraguai, Uru¬ guai e Argentina. E o escorpião mais comum no Rio Grande do Sul, Uruguai e Província de Buenos Aires. A identifica¬ ção de Borelli para o Ceará é duvidosa. 56. Bolhriurus bonariensis araguayae Vellard, 1934 B . b . a. Vellard, 1934 — Buli. Mus . Hist. Nat. Paris , p. 257. 2 35mm. Tronco 20 mm. Cauda 15mm. Tronco amarelo-avermelhado, com o cômoro ocular ne¬ gro ; tergitos pardo-amarelados, escurecendo para os lados e atrás; face ventral cinzento-amarelada. Cauda amarelo- avermelhada ; os quatro primeiros segmentos com uma man¬ cha triangular parda ; lados e face ventral com estrias longi¬ tudinais escuras ; vesícula vermelha tendo, de cada lado um C. de MelloLeitÃo — Escorpiões Sul-Americanos 153 sulco ondulado amarelo claro; ferão denegrido, de base verme¬ lha. Patas amarelas; o ápice dos fêmures e as tíbias pardo-aver- inelhados, com algumas estrias claras; quilhas da mão ne¬ gras; dedos amarelos, Cefalotórax fortemente estreitado adiante, de borda an¬ terior levemente chanfrada. Sulco longitudinal mediano in¬ teiro. Cômoro ocular sulcado, com as arcadas orbitárias li¬ sas e baixas ; os olhos separados cêrca de um diâmetro. Bor¬ da posterior íevemente elevada, formando dois pequenos tu¬ bérculos dos lados do sulco mediano. Tergitos finamente “chagrinês”, com algumas granulações maiores perto da borda posterior. Esternitos lisos, com algumas pontuações esparsas; esternito V sem cristas. Estigmas Ovais, grandes. Pente com 16-17 dentes. Cauda robusta, de goteira dorsal pouco profunda. Cris¬ tas medianas dorsais dos segmentos I a IV com 4 ou 5 granu¬ lações pontiagudas posteriores. Cristas laterais superiores granulosas e presentes nos segmentos I a III ; cristas laterais intercalares esboçadas nos segmentos I a III ; cristas laterais .inferiores, e cristas medianas ventrais, ausentes nos segmentos I a IV ; segmento caudal V de face dorsal pouco escavada; as' cristas dorsais com algumas pequenas granulações. Face ventral com a área posterior semi-elíptica, quase lisa, apenas com 4 ou 5 granulações, e delimitada por uma fila cürva, com¬ pleta, de granulações grosseiras. Crista ventral mediana pre¬ sente e quase completa, O resto dos tegumentos liso, com algu¬ mas pontuações. Vesícula com a face dorsal plana, muito gra¬ nulosa dos lados em baixo, com os sulcos lisos. Palpos robustos. Fêmur finamente granuloso em suas -faces dorsal e posterior e com 7 granulações grosseiras na face anterior. Tíbia com 3 filas de granulações grosseiras (3-3-5) na face dorsal; face anterior finamente pontuada, limitada “por duas cristas. Mão achatada, arredondada na borda ante¬ rior ; face dorsal com o esboço de 3 cristas e face ventral com outras duas. Tegumentos finamente pontuados, com cerdas : abundantes. ■ Patas finamente pontuadas ; os telotarsos IV com 2-2 espinhos ventrais. Localidade-tipo; Ilha do Bananal. 154 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL 57. Bothriurus bonariensis maculaíus Kraepelin, 1910 B . ò. m, Kraepelin, 1910 — Mitt. Mus . Hamburg, 28, p. 89. Kraepelin dá apenas os caracteres diferenciais desta va¬ riedade na sua chave. Não encontrei nenhum escorpião que correspondesse à descrição de Kraepelin, que traduzo a se¬ guir : “Quinto segmento caudal sem quilhas laterais inferio¬ res, apenas na porção posterior de cada lado com uma fila de granulações, curva ou inclinada para a linha mediana, limitan¬ do uma área distai mais ou menos nítida. Esternito V e seg¬ mento caudal I, em ambos os sexos, sem vestígios de cristas lon¬ gitudinais inferiores, mas inteiramente lisos e regularmente ar¬ redondados. Tergitos abdominais com filas granulosas ante¬ riores. Cauda manchada.” Localidade-tipo: República Argentina. 58. Bothriurus borellianus Mello-Leitao, 1934 B, b. Mello-Leitao, 1934 — VIII Reuri . Paf. Reg., p. 88. Bothriurus chilensis Borelli, 1899 — BolL Mus . ZooL Anat . Comp . Tovino, 19, N. 336, p. 6. Êste nome foi proposto para a espécie que Borelli des¬ creveu como Bothriurus chilensis (Karsch) nos seguintes ter¬ mos : “Pardo-escuro ou castanho, com os palpos e a vesícula amarelo-avermelhados e os tarsos amarelos. Alguns exempla¬ res são de colorido fundamental amarelo-avermelhado, com es¬ trias e manchas pardo-escuro na parte mediana do cefalotórax, na parte anterior dos tergitos e na face ventral dos segmentos caudais. Uma fêmea adulta é notável pela ausência das qua¬ tro cristas longitudinais lisas no último esternito abdominal e no primeiro segmento caudal; a face inferior do quinto seg¬ mento caudal apresenta as cristas laterais inferiores, que se es¬ tendem do ápice à base dos segmentos, e o espaço compreen¬ dido entre estas cristas ê coberto de granulações, e a crista me¬ diana inferior geralmente se extende pelos dois terços do seg¬ mento e o terço anterior é desprovido de grânulos. Pentes com 14-15 a 19-19 dentes.” Localidade-tipo: Chile. C de Mello-Leitão — Escorpiões Sul-Americanos 155 59, Bothriurus burmeisteri Kraepelin, 1894 (Fig. 50) B, b, Kraepelin, 1894 —■ Mitt. Mus , Hamburg, 11, p. 217. B . b . Idem, 1899 —■ Das Tierreich, p. 196. D. ò. Idem, 1910 —- Mitt Mus . Hamburg , 28, p. 93. jB, b. Mello-Leitão, 1934 — V7/7 Reun. Pat . p, 92. B. b. Idem, 1938 — Notas dei Museo de La Plaia, 3, p. 92, 5’ 6õmm, Tronco 24mm. Cauda 42mm. $ 57mm. Tronco 25mm. Cauda 32mm. Colorido geral do corpo amarelo avermelhado (côr de sola); o cefalotórax sombreado e lavado de denegrido. Ter- gitos escuros, quase denegridos, com a borda posterior ama¬ relada. Cauda fulvescente, com as granulações negras ; a face inferior com três faixas negras longitudinais ; na borda posterior de cada segmento uma faixa negra, unindo as faixas. Palpos amarelo-couro, com os dedos fulvos. Patas amarelo- claro, com a face ventral lavada de denegrido/ As cristas granulosas negras da cauda são muito características desta es¬ pécie. Cefalotórax com a borda anterior convexa, quase direita com um leve entalhe mediano. Cômoro ocular íevemente de¬ primido, em uma goteira muito rasa, que se continua com a go¬ teira rasa da prozona. Sulco mediano posterior mais pro¬ fundo, com uma fosseta mediana em losango regular. Sulcos transversais levemente oblíquos para fora e para diante, pro¬ fundos, alcançando o sulco mediano. Tegumentos densamen¬ te granulosos, apresentando a metazona granulações mais grosseiras, irregulares, mais abundantes dos lados e perto da borda posterior. Tergitos finamente granulosos, com a me¬ tade posterior mais grosseiramente granulosa ; a área ante¬ rior é apenas esboçada nos tergitos II a IV e ausente nos ter- gitos I, V, VI e VII. Tergito VII mais grosseiramente gra¬ nuloso, com quatro cristas longitudinais posteriores de granu¬ lações pontiagudas. Esternitos I a IV mui finamente granu¬ losos ou “chagrinés” ; esternito V grosseiramente granuloso, sem cristas. Pentes com 16-22 dentes na fêmea e com 24 dentes no macho. .156 Arquivos po Museu Nacional — Vol. XL Cauda robusta, paralela, maior que o tronco. Cristas me¬ dianas ventrais ausentes nos segmentos í a IV. Cristas late¬ rais inferiores completas no segmento I, ocupando a metade distai dos segmentos II e IV, ausentes no segmento IV. Cris¬ tas laterais superiores completas nos segmentos I a IV e for¬ madas por granulações grosseiras. Cristas medianas dorsais muito evidentes, serrilhadas, negras. Os tegumentos entre as cristas medianas dorsais e laterais superiores granulosos. Seg¬ mento caudal V com a face dorsal levemente escavada, quase plana em sua metade posterior $ faces laterais muito granulo¬ sas, com granulações grosseiras ; face ventral com 5 cristas de robustas granulações pontiagudas, serrilhadas, tôdas alcan¬ çando a base do segmento ; na área distai a crista mediana é dupla, formada por duas filas paralelas quase contíguas e há, de cada lado, mais 2 ou 3 granulações pontiagudas. Vesícula grosseiramente granulosa não havendo faixas longitudinais ní¬ tidas nas duas goteiras ; face dorsal plana, com duas apófises basilares muito salientes, ■ * Fig. 50 — Segmento caudal V e vesícula de Bothriurus burmeisteri {vista ventral) Palpos relativamente curtos. Fêmur com a face anterior granulosa, as outras lisas, com as cristas formadas por granu¬ lações robustas. Tíbia lisa, com as cristas superior e ventral granulosas; face anterior com duas granulações setíferas. Mão bsa; a face anterior no macho é provida de uma apófise estreita, - pontiaguda, levemente oblíqua para diante, gume do dedo mó¬ vel com 7 dêntículos externos e 5 internos, e um pouco menor que a mão (m: dm — 7:6,5mm). Localidade-tipo: Mendoza, Argentina. Habitat: Esta espécie, muito característica, é largamente espalhada na República Argentina, tendo, sido encontrada em Rio Negro, Chubut, Neuquen, La Pampa, Buenos Aires, .Cór- doba, Tucumãn e Mendoza. C. de MelloLeitÃo — Escorpiões Sul-Americanos 157; 60* Bothriurus caíhaiinae Werner, 1939 B, c. Werner, 1939 *— Festsch, Prof. Embtik Strand , 5, p. 359, Esta espécie foi muito resumidamente descrita por Wer¬ ner. $ 38mm. $ 35mm, Colorido geral pardo-avermelhado escuro no macho; mais pardo amarelado na fêmea. Cristas medianas dorsais mais arredondadas no macho, mais agudas na fêmea, granulosas, terminadas atrás em um pequeno espinho. Cristas medianas ventrais e laterais infe¬ riores ausentes nos segmentos I a IV. Segmento caudal V de face dorsal pouco escavada ; face ventral com 5 cristas gra¬ nulosas : as laterais alcançando a base do segmento ; as paramedianas ocupando apenas a metade ventral, a mediana completa, quase alcançando a base do segmento, bífida atrás, em dois ramos divergentes, formando um Y, a área limitada por êsses dois ramos lisa e brilhante. Vesícula sem fosseta dorsal no macho ; as faces laterais e ventral finamente gra¬ nulosas; na fêmea a face dorsal apresenta uma depressão em V, Pentes com 12 dentes. Palpos lisos; tíbia arredondada, com 3 grandes tricobó- trias na face dorsal ; mão dilatada, a face anterior do macho com robusta apófise espiniforme na base dos dedos. Localidade-tipo: JoinVile, Santa Catarina, Brasil. 61. Boíhriurus chilensis (Molina), 1783 Scorpio chilensis Molina, 1783 ■ — Saggio Storia Nat . Chil. ‘— Ins, Apt, p, 347. & 30mm. Tronco 12mm. Cauda 18mm, Tronco castanho ; o cefalotórax levemente marmorado de pardo ; os tergitos com uma larga faixa mediana parda que, em cada tergito, se torna amarela ( bem visível a seco ) na borda posterior ; de cada lado apresentam os tergitos elipses de pequenas manchas claras arredondadas. Cauda parda ou mogno claro ; a face dorsal reticulada de castanho ou dene- 158 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL grido ; a face ventral com uma linha mediana castanha ; fa¬ ces laterais com a metade distai castanha ; nos segmentos I V e V as faces laterais são castanhas, com manchas arredonda¬ das, pardo-claro, quase confluentes; no segmento V a face ventral é castanha com 2 faixas longitudinais pardo-amarela- das, ocupando os dois terços basilares. Vesícula côr de mog¬ no, com a a face dorsal mais clara. Palpos côr de mogno es¬ curo, levemente lavados de fusco. Patas amarelo-pardacentas. Borda anterior direita. Cômoro ocular com uma goteira mediana muito nítida, fjulco mediano completo, estendendo- se da borda anterior à posterior. No pomo de confluência com os sulcos transversais o sulco mediano forma uma íosseta crucitorme. Tegumentos finamente granulosos. Tergitos I e II sem área basilar. Tergitos i a Ví finamente granulosos. Tergito VII mais grosseiramente granuloso em sua metade pos¬ terior, onde há 4 pequenos tubérculos pontudos, no ponto ha¬ bitualmente ocupado pelas cristas. Esternitos lisos, brilhan¬ tes, levemente ' chagnnés ' ; esternito V com 2 cristas lisas, ocupando sua metade posterior. Estigmas pequenos, ovais curtos. Pente com 16-16 dentes, Opérculo genital com os escle- ritos levemente divergentes em seu ânguio distai e de lado ex¬ terno sinuoso. Cauda bem mais longa que o tronco. Cristas medianas ventrais e laterais inferiores esboçadas na metade distai do seg¬ mento I, ausentes nos segmentos I a IV. Cristas laterais su¬ periores granulosas, ocupando a metade distai do segmento I, representada no segmento II por uma fila de 4 ou 5 granula¬ ções e em III por duas ; ausentes no segmento IV. Cristas laterais intermediárias presentes na metade distai do segmento I ; ausentes nos segmentos II a IV. Tegumentos lisos entre as cristas ; as cristas dorsais medianas com granulações bai¬ xas, pouco numerosas, arredondadas (exceto as distais). Seg- gmento caudal V de goteira dorsal rasa. Face inferior com a crista mediana ocupando pouco mais da metade distai ; cris¬ tas paramédias e laterais curtas, pouco excedendo o têrço dis¬ tai ; o espaço entre as cristas muito granuloso ; a borda pos¬ terior serrilhada. Vesícula de face dorsal plana, com as apó¬ fises basilares pouco salientes ; faces laterais e ventral irre¬ gularmente granulosas, a faixa granulosa inferior da mesma largura que as faixas lisas. C. de MelloLeitÃg — Escorpiões Sul-Americanos 159 Palpos robustos. Fêmur de faces dorsal e anterior com granulações grosseiras, sem cristas nítidas de separação. Tí¬ bia arredondada em suas faces posterior, dorsal e ventral, que são lisas ; plana e granulosa na face anterior. Mão dilatada, os dedos formando com a mão um ângulo obtuso inferior ; face anterior da mão com apófise cônica muito robusta junto à base dos dedos. Este caráter foi bem acentuado por Molina em sua brevíssima diagnose : “Scorpio chiiensis pectinibus 16 dentatis, manibus subangiilatis." Mão línamente granulosa, com as granulações formando um labirinto irregular. A presente redescrição é calcada sôbre um macho de San¬ tiago, Chile, 62. Boíhriurus coriaceus Pocock, 1893 (Fig. 51) B. c. Pocock, 1893 — Ann , Mag, Nat . Hist (6), 12 , p, 95. B, c. Kraepelin, 1910 — Mitt Mus. Hamburg, 28, p, 9. £, c. Mello-Leitão, 1934 ■— VIII Reun , PatoL Reg p. 91, B . c. Pessoa, 1935 — Rev. Hig p. 10. ^48 mm. Tronco 20mm. Cauda 28mm. (Pocock), $ 50mm. Tronco 21 mm. Cauda 29mm. Cefalotórax marmorado de denegrido e testáceo ou ferru- gíneo, Tergitos com a metade anterior denegrida e a metade posterior testácea, côr de couro ou ferrugínea ; na metade de¬ negrida há, de cada lado, pequena mancha circular amarelo- testácea e no têrço mediano duas manchas elípticas alongadas, junto à borda anterior. Cauda pardo-amarelada ou ferrugí¬ nea, com a face ventral muito manchada de negro ; as man¬ chas formam três faixas longitudinais negras, unidas por fai¬ xas tranversais no têrço distai de cada segmento. Vesícula amarelada, de ferrão flavescente. Palpos e patas côr de sola ou ferrugíneos; os fêmures e as tíbias das patas com pequenas manchas apicais anteriores. Borda anterior muito levemente convexa, sem entalhe me¬ diano. Cômoro ocular sem sulco, os olhos separados mais de um diâmetro. Sulco mediano ausente na prozona ; na me- tazona é profundo e apresenta uma fosseta média em ponta de lança. Sulcos transversais bem separados do mediano, pouco 160 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL oblíquos e rasos. Tegumentos densa e fínamente granulosos e com pontuações esparsas. Tergitos I a VI densa e fínamente granulosos, com a área anterior ausente em I, ocupando os dois terços medianos em II, presentes e completas em III a VI. Ter- giío VII grosseiramente granuloso com duas cristas laterais granulosas muito evidentes e dois tubérculos medianos poste¬ riores com granulações pontiagudas. Esternitos fínamente gra¬ nulosos; o esternito V com 4 cristas longitudinais em sua me¬ tade posterior. Estigmas elípticos estreitos, transversais. Pentes geralmente com 18-18 dentes ; podendo variar de 15 a 18. Opérculo genital com os seus escleritos formando triângulos transversais, de ápice externo e lado posterior sinuoso. Fig. 51 —' Segmento caudal V e vesícula de Bothriurus coriaceus (vista ventral) Cauda paralela, robusta. Cristas medianas ventrais au¬ sentes nos segmentos I a IV ; as laterais inferiores presentes na metade distai do segmento I, esboçadas distalmente em II, ausentes em III e IV. Cristas laterais superiores presentes e completas no segmento I ; ocupando os terços basilar e apical do segmento II ; representadas nos segmentos III e IV por apófises salientes. Cristas dorsais medianas formadas por granulações robustas. Segmento caudal V com a goteira dor¬ sal de igual largura em tôda a sua extensão; cristas inferiores formadas por granulações pontiagudas robustas; as laterais ocupam os dois terços posteriores; as paramedianas terminam adiante ao mesmo nível das laterais ou são ainda maiores, alcan¬ çando a borda anterior, sendo as granulaçeõs do terço anterior bem menores; crista mediana completa; a área posterior mui grosseiramente granulosa. Vesícula de face dorsal plana; fa¬ ces, laterais e ventral grosseiramente granulosas, com a faixa granulosa mediana. mais larga que as duas faixas lisas dos sulcos. I Palpos : fêmur grosseira e irregularmente granuloso ; tíbia lisa ; mão lisa, com cristas arredondadas nos dedos. C. de MelloLeitÃo — Escorpiões Sul-Americanos 161 Patas lisas. Localidade-tipo: Chile. Habitat : Chile e Argentina ocidental. Brasil : Mato Grosso, A presente redescrição é feita de uma fêmea de Casa¬ blanca, Chile, colhida pelo Dr. Gajardo Tgbar. 63. Bothriurus curvidigiíus Kraepelin, 1910 (Fig. 52 e 53) B. c. Kraepelin, 1910 — Mit. Mus. Hamburg, 28, p. 97, ô 44mm. Tronco 18mm. Cauda 26mm. Colorido geral amarelo-couro ; tergitos com duas faixas pardacentas ; cristas da cauda escuras, e resto amarelo aver¬ melhado como a mão. Vesícula e patas amarelo-claro . Cefalotórax da fêmea quase liso ; o do macho finamente “chagríné”, assim como os tergitos. Cômoro ocular sulcado. Esternitos lisos e brilhantes na fêmea, opacos -e finamente “chagrinés*’ no macho, Esternito V densa e finamente gra¬ nuloso. Pente ccm 20-20 dentes na fêmea e 20-23 no macho. Fig. 52 —• Vesí¬ cula caudal de Bo - thriurus cmvidigi - tas, de perfil (se- (gundo Kraepelin). Fig. 53 — Mão e dedo mó¬ vel do palpo esquerdo de Bothriurus curvidigiíus (se¬ gundo Kraepelin). Cristas medianas dorsais e laterais superiores completas granulosas ou denteadas, presentes nos segmentos caudais I a IV. Cristas laterais inferiores bem acentuadas nos segmen¬ tos caudais I a IV da fêmea, arredondadas no macho. Cris¬ tas medianas ventrais ausentes nos segmentos I a IV. a face mais grosseiramente granulosas. Vesícula muito alongada, ventral lisa e brilhante, com 2 ou 3 pares de tricobótrias. Cris¬ tas dorsais do segmento V quase obsoletas na fêmea, finamente granulosas no macho ; face ventral com 3 cristas longitudi¬ nais granulosas (a mediana e duas laterais) sem vestígios de 162 Arquivos co Museu Nacional — Vol. XL área posterior ; espaço entre as três cristas quase liso nas fê¬ meas, com granulações esparsas no macho; faces laterais quase lisa na fêmea, nitidamente granulosa no macho. Tíbia dos palpos de face inferior com os ângulos arredon¬ dados na fêmea, nítidos e denticuiados no macho. Mão do macho com um espinho pontiagudo na face anterior, junto à raiz dos dedos. Dedo móvel do macho anguloso, formando um hiato com a base do dedo imóvel. A relação entre o com¬ primento e largura da mão e o dedo móvel é 5,2:2,7:4,5mm. Localidade-tipo: Perú. 64. Rothriurus dispar, Mello-Leitão, 1931 (Fig. 54) B, d . Mello-Leitão, 1931 — Arq. Mus , Nac. f 33, p, 90. B. d. Idem, 1932 — Ibidem , 34, p. 22. B. d. Idem, 1934 — VIII Reu. Patol. Reg. p. 93. $ 35 mm. Tronco 16mm. Cauda 19mm. 2 40mm. Tronco 17mm. Cauda 23 mm. Tronco fulvo negro, uniforme, com a face esternal pardo- esverdeada. Cauda do mesmo colorido ou um pouco mais clara. Quelíceras e palpos do mesmo colorido do tronco. Pa¬ tas pardo-amareladas. Borda anterior com leve entalhe mediano, e lados leve¬ mente convexos. Cômoro ocular não sulcado. Sulco media¬ no presente somente na metazona; sulcos laterais quase para¬ lelos à borda posterior, partindo do sulco mediano, em uma fos- seta próxima da borda posterior. Tegumentos lisos na fêmea, mui densamente granulosos no macho. Tergitos I a VI lisos na fêmea e densamente granulosos no macho ; tergito VII granuloso nos dois sexos, sem cristas longitudinais no macho ; com cristas pouco nítidas, presentes só na metade posterior. Esternitos I a IV lisos, com duas filas transversais de longos pêlos ; esternito V liso na fêmea, granuloso e com duas cris¬ tas longitudinais no macho. Pente com 7 dentes grossos, ocupando os dois terços dis¬ tais e com 3 a 5 lâminas intermediárias. Cauda robusta, relativamente mais longa na fêmea, de te¬ gumentos grosseiramente granulosos. Cristas medianas ven- C. de MelloLeitão — Escorpiões Sul-Americanos 163 trais granulosas e presentes nos segmentos í a III; cristas la¬ terais inferiores presentes nos segmentos I e II e na metade ba¬ silar do segmento III ; cristas laterais superiores e medianas dorsais presentes nos segmentos I a IV e formadas por granu¬ lações robustas. Cristas laterais acessórias presentes na me- Fig. 54 ■— Segmento caudal V e vesícula de Bothriurus díspar vista ventral). tade distai dos segmentos I e II. Segmento caudal V muito granuloso, com as cristas da lace ventral todas do mesmo ta¬ manho, a mediana, as paramedianas e as laterais quase alcan¬ çando a borda anterior ; a crista mediana forma atrás um tri¬ ângulo grosseiramente granuloso. Vesícula grosseiramente granulosa em suas faces laterais e inferior, sem fàixas lisas ; face dorsal do macho com uma fosseta muito nítida. Palpos muito granulosos, sobretudo os fêmures ; tíbia sem cristas acentuadas, de face externa arredondada. Mão dilatada, com apófise cônica anterior perto da base dos dedos, no macho. Relação entre a mão e o dedo móvel igual a 3:3mm no macho e 3:4mm na fêmea. Localidade-tipo: La Ferrere, Prov. de Buenos Aires, Argentina. 65. Bothriurus doellojuradoi Mello-Leitão, 1931 (Fig. 55) B. d. MeJio-Leitão, 1931 —■ Arq. Mus, A/ac., 33, p. 90. B. d. ídem. 1933 — VIII Reu. Patol. Reg ., p. 94. o 50mm. 1 ronco 20mm. Cauda 30mm. Cèfalotórax pardo, intensamente lavado de negro, princi¬ palmente na região dos olhos médios, onde o negro é muito mais abundante que o pardo. Tergitos negros, com duas filas irregulares de pequenas manchas arredondadas. Os três pri¬ meiros esternitos amarelo-pardacentos ; o esternito IV de bordas laterais e posterior enegrecidas, o esternito \ quase in- 164 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL teiramente negro. Cauda pardo-oíivácea reticulada de negro, com todas as cristas negras e a face inferior bem mais escura, fulvescente. Vesícula com a face dorsal amarelada, tôda a porção convexa fulvo-escuro, quase negra, com duas faixas longitudinais inferiores mais claras, que se estendem até à base do ferrão e separadas por uma faixa negra da mesma largura, havendo outra faixa negra de cada lado, contígua ao dorso ; ferrão fulvo, de ponta negra. Patas pardo-denegridas, com uma pequena mancha apical amarelo-sulfúrea no ápice de todos os fêmures ; tarsos mais claros. Ancas amarelo-pardacentas, bem como os trocânteres I ; os outros trocânteres reticulados de escuro, todos com uma mancha apical sulfúrea, semelhante à dos fêmures ; face inferior dos tarsos amarelo-pálido com os espinhos fulvos. Trocânter, fêmur e tíbia dos palpos ne¬ gros, irregularmente manchados de fulvo-escuro ; mão fulvo- escuro com linhas denegridas ; base dos dedos denegrida, Opérculo genital pardo-amarelado. Pentes amarelo-esbran- quiçado. Fíg. 55 — Segmento caudal V e vesícula de Bothriurus doellojuradoi (vista ventral). Cèfalotórax de borda anterior direita. Cômoro ocular alongado, com um sulco mediano, os olhos separados mais de um diâmetro ; o sulco se esbate para diante, não havendo sul¬ co na prozona. Sulco longitudinal mediano da metazona pro¬ fundo, com uma fosseta triangular posterior. Sulcos transver¬ sais quase paralelos à borda posterior. Tegumentos ásperos, opacos, apenas com fila de grânulos muito pequeninos junto à borda posterior. Tergitos I e II com estreita área granulosa posterior; tergitos III a V com a metade posterior granulosa; a porção granulosa ocupa os dois terços distais do tergito VI e quase todo o tergito VII; em VI os grânulos são maiores que nos tergitos anteriores e em VII são muito conspícuos, forman¬ do um festão posterior, com 4 dentes e mais uma fila. Todos C. de MelloLeitãg — Escorpiões Sul-Americanos 165 os tergitos apresentam uma área opaca anterior, limitada por uma crista sinuosa, Esternitos brilhantes, “chagrínés" em I a IV; esternito V quase inteiramente granuloso, com grossas granulações e sem cristas longitudinais. Pentes muito pilosos, providos de longos pelos fulvos e com 20-21 dentes. Opérculo genital com os escleritos trian¬ gulares, de vértices posteriores, levemente divergentes. Cauda robusta, paralela. Cristas medianas ventrais au¬ sentes nos segmentos I a IV. Cristas laterais inferiores gra¬ nulosas, presentes na metade distai dos segmentos I e II e no terço distai do segmento III ; ausente no segmento IV, Cristas laterais superiores granulosas, presentes nos segmen¬ tos I a IV, sendo que nos segmentos I a III são paralelas às medianas dorsais e em IV ocupam apenas o terço posterior, fundindo-se com as medianas dorsais no resto de sua exten¬ são. Goteira mediana lisa. Espaço entre as cristas dorsais e faces laterais granulosas. Segmento V densa e grosseira¬ mente granuloso; face dorsal escavada; face ventral com gra¬ nulações pontudas, densa e irregularmente dispostas, sendo pouco nítidas as cinco cristas longitudinais que quase alcan¬ çam a base do segmento. Vesícula de face dorsal, no macho, com uma fosseta lisa; o resto da vesícula muito granuloso, sendo as granulações basilares bem maiores; a faixa granulosa mediana mais estreita que as goteiras lisas. Fêmur dos palpos com a face anterior muito granulosa e as outras quase lisas ; tíbia prismática (o que é excepcional no gênero), com duas cristas dorsais e duas ventrais, arredon¬ dadas ; mão duas vêzes mais larga que a tíbia, lisa, com cinco cristas rombas ; a do macho com robusta apófise espiniforme junto à fosseta da base dos dedos. Dedo móvel um pouco menor que a mão; relação entre a largura e o comprimento da mão e o dedo móvel é l:c:dm = 3:5:4,5mm. Telotarsos III e IV com duas filas ventrais de três espi¬ nhos na metade distai ; telotarsos I e II com 2-2 espinhos ventrais; basitarsos I e II com 1-1 espinhos dorsais robustos. Localidade-tipo : San Fernando, Prov. Buenos Aires, Argentina, 166 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL 66. Bothriurus (Transbotliriurus) dorbignyi (Guérin), 1843 (Figs 56 a 58) Scorpio cíOrhignyi Guérin-Méneville, 1843 — Inconogv. Règne Ârnirn , Arachn ., p. 12. Scorpio (Telegonus) dorbiqnui Gervaís, 1844 — Ann . Mus. f 4, p. 229. Scorpio dorbignyi Idem, 1844 — In Walckenaer , Ins , Apt ., 3 p. 58. B. <4. Thorell, 1876 — Boi Acad . Arp. Cíeriezas, Córdoba, 1, p, 202. Broteas máximas , Holmberg, 1876 — Arácnxéos Ar¬ gentinos, p. 28. B. <4. T horell, 1877 —■ Aftz Soe. /£a/, 19, p. 170. 5. <4. Kraepelin, 1894 — Mitt. Mus . Hamburg, 11, p. 224, 5. <4. Idem, 1.899 Das Tierreich , p, 196. B. <4. Borelíi, 1899 — Boll. Mus\ Zool. Anat. Comp. To~ tino , 19, N. 336, p. 5. B, <4. Lonnberg, 1902 — Ent. Tidskr , 23, p. 255. B. d . Kraepelin, 1910 — Mitt. Mus . Hamburg , 28, p. 93. B. <4. Penther, 1913 — Ann, K. K, Naturhist. V/ien , 27, p. 25. B. <4. Meüo-Leitão, 1931 — Arg. Mus. Nac. f 33, p. 86. B, <4. Idem, 1933 — Ibidem , 34, p. 20, B. <4. Idem, 1934 — VIII Reun, Pato!. Reg. f p. 79. B. <4. Idem, 1938 -—■ Notas dei Museo de La Plata , 3, p. 84. E r êste um dos escorpiões mais comuns da Argentina e o que aí alcança maiores proporções. O tipo de Guérin media 57mm ; o de Thorell 86mm. Lonnberg observou dois exemplares de lOómm. Êsse tamanho é raro ; mas encontrei comumente machos com as dimensões dadas por Thorell e fê¬ meas entre 90 e lOOmm, dos quais dois quintos para o tronco. O colorido varia, Na maioria dos exemplares que exami¬ nei o colorido geral era amarelo palha ou levemente íulvescente, mas pode. ser mais escuro, pardo oliva, pardo levemente dene¬ grido ou côr de sola. Palpos com os dedos fulvos. Patas sem¬ pre amarelas, com manchas avermelhadas no ápice dos fêmu¬ res, das tíbias e dos basitarsos. C. de Mello-Leitão — Escorpiões Sul-Americanos 167 Fig. 56 — BOTHRIURUS DORBIGNYI 168 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL Borda anterior regularmente convexa, com um leve seio mediano e com uma fosseta mediana dorsal. Cômoro ocular sem sulco mediano ; olhos separados bem mais de um diâme¬ tro. Sulco longitudinal mediano ausente na prczona, muito profundo na metazona, formando uma fosseta alongada na união com os sulcos transversais. Êstes são a princípio oblí¬ quos para trás, curvando-se depois bruscamente para, em seus dois terços externos, dirigir-se para diante. Prozona lisa, opaca, lados e metazona com granulações irregularmente es¬ parsas. Tergítos I e lí quase lisos ; tergitos III a VI com pequenas granulações írregularmeníe esparsas na área poste¬ rior, sendo as granulações mais abundantes e mais grosseiras no tergito VI; tergito Vi granuloso, com granulações espar¬ sas e quatro cristas longitudinais denticuladas, em sua metade posterior. Esternítos lisos e brilhantes; esternito V sem cris¬ tas longitudinais. Estigmas lineares, grandes, quase horizon¬ tais. Pente com 19 a 27 dentes, havendo mais comumente 22-23. Opérculo genital com os escleritos alongados, de base muito oblíqua e vértice posterior arredondado» Fig. 57 - Opérculo genital e pentes de Bothriurus dovbignyi Fig. 53 — Segmento caudal V de Bothria~ ms dotbignyi (vista ventral) Cauda longa e robusta. Cristas medianas ventrais ausen¬ tes nos segmentos I a IV; cristas laterais inferiores granulosas, ocupando a metade distai no segmento I, um pouco menos no segmento II, apenas o terço distai no segmento III e represen- C. de MelloLeitào — Escorpiões Sul-Americanos 169 íada em IV por uma pequena fila distai de quatro grânulos. Cristas laterais superiores fortes, denticuladas, completas nos segmentos í a IV e mais salientes em IV que nos outros. Cris¬ tas medianas dorsais granulosas denticuladas, completas nos segmentos I a IV. Tegumentos quase lisos, brilhantes. Seg¬ mento V estreitando-se pouco em sua porção distai ; face dor¬ sal com a metade basilar levemente côncava e a metade distai plana ; cristas laterais superiores denticuladas, presentes na metade basilar ; cristas dorsais medianas com granulações separadas, pouco salientes ; cristas laterais inferiores denti¬ culadas, ocupando os quatro quintos basilares ; crista media¬ na ventral presente, muito nítida nos dois terços basilares ; a porção basilar (2/3) separada da distai (1/3) por uma crista transversal quase reta ; a porção distai mais deprimida e mais brilhante, com algumas granulações esparsas ; área ba¬ silar opaca, mui finamente granulosa. Vesícula de face dor¬ sal plana e lisa, com os ângulos basilares salientes * faces la¬ terais separadas da dorsal e da ventral por cristas ; face ven¬ tral convexa, grosseiramente granulosa, a faixa granulosa me¬ diana dividida por estreita linha lisa. Palpos brilhantes, quase lisos. Fêmur com a face dorsal irregular, com algumas granulações esparsas e separada da face anterior por uma crista muito oblíqua, sub-granulosa; face anterior mais grosseiramerite granulosa em sua porção inferior. Tíbia com as faces dorsal, ventral e posterior sem limite pre¬ ciso, formando uma superfície regularmente convexa; face ante¬ rior com algumas granulações e limitada por duas cristas gra¬ nulosas. Mão convexa, lisa, com algumas pontuações esparsas; dedos curtos, robustos, levemente curvos. Patas lisas; protar- sos e basitarsos I e II com filas posteriores dorsais de robustos espinhos. Localidade-tipo: Bolívia. Habitat: Bolívia, Paraguai, Argentina, tendo sido encon¬ trado em Jujuy, Chaco, Salta, Córdoba, San Luís, Mendoza, La Rioja, Tucumán, La Pampa, Buenos Aires, Rio . Jegro e Chubut. Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL 170 67. Bothriurus (Transbotliriurus) elegans Mello-Leitão, 1931 (Fig. 59) B . o. Mello-Leitão, 1931 —■ Arq. Mus . Nac> f 31, p. 87. B. e. Idern, 1934 — VIII Reun . Patol. Reg. f p. 83. 3 73ram. Tronco 33mm. Cauda 40mm. Cefalotórax pardo-oliváceo, com a borda anterior dene¬ grida; tergitos fuscos, com uma orla posterior olivãcea; ester- nitos fuscos, uniforme; cauda olivácea, de face dorsal reti¬ culada e face ventral lavada de fusco; patas amarelo-olivá- ceas, com pequenas manchas quase circulares fulvas no ápice dos femures e das tíbias; quelíceras e palpos oliváceos, leve¬ mente reticulados e estriados de fusco. Cômoro dos olhos médios sem goteira mediana. Cefaío- tórax e tergitos granulosos, de granulações pequenas e densas ; tergito VI com um V mediano anterior, muito conspícuo, de granulações maiores; tergito VII grosseiramente granuloso, com quatro cristas longitudinais em sua metade posterior. Es- ternitos lisos; esternito V sem cristas longitudinais. Pentes com 26 dentes. Fig. 59 — Segmento cauda! V e vesícula de Bothriurus elegans (vista ventral) Caucla longa e tJ robusta. Cristas venírais medianas au¬ sentes nos segmentos 1 a IV; cristas laterais inferiores denti- cuíadas, presentes na metade dista! dos segmentos I a III; cristas laterais superiores e medianas dorsais completas nos segmentos I a IV. Espaço entre as cristas dorsais medianas e laterais superiores granuloso nos segmentos I e II; faces laterais e ventral cios segmentos I a IV lisas. Segmento V de face ventral muito granulosa, com as cristas laterais completas e apresentando uma fila transversal de grânulos pontiagudos, levemente curva, muito semelhante à que se vê em B. docbig - nin f sendo que a área posterior é finamente granulosa e pos- C. de Mello-LeitÃo — Escorpiões Sul-Americanos 171 sue um grupo mediano de granulações maiores; não há crista mediana. Vesícula muito granulosa, sem fosseta dorsal, com um profundo sulco de cada lado. Fêmur dos palpos prismático, com a face anterior granu¬ losa e as outras lisas ; tíbias lisas, com a face anterior um pouco escavada ; mão achatada, de dedos levemente curvos. Localidade-tipo: La Rioja, Argentina. 68. Boíhriuras flavidus Kraepelin, 1910 (Fig ■ 60) B. f, Kraepelin, 1910 — Mitt, Mus. Hamburg , 28, p. 92. B. f. Mello-Leitão, 1931 — Avq . Mus. Nac. f 33, p. 85, B. [. Idem, 1933 —• Ibidem , 34, p. 20. B . f. Idem, 1934 —■ VIII Reun. PatoL Reg., p. 74. & 33mm. Tronco 15mm. Cauda 18mm. Colorido geral amarelo-couro ou amarelo-palha. Cefa- lotórax levemente lavado de fusco, Tergitos mais ou menos manchados de escuro. Cauda amarela com duas faixas es¬ curas longitudinais ventrais. Palpos e patas amarelos, às ve¬ zes levemente manchados. Borda anterior do cèfalotórax direita, sem entalhe me¬ diano. Cômoro ocular sem goteira mediana, os olhos separa¬ dos cerca de um diâmetro. Sulco mediano ausente na prozo- na ; profundo na metazona. Sulcos transversais quase pa¬ ralelos à borda posterior. Tegumentos da fêmea lisos e bri¬ lhantes ; no macho são “chagrinés” e finamente granulosos, com granulações um pouco maiores na metazona, Tergitos lisos ou “chagrinés” em sua metade anterior, finamente granu¬ losos na posterior ; tergito VII do macho com quatro cristas granulosas na metade posterior. Esternitos lisos e brilhantes ; esternito V com quatro cristas baixas, lisas, em seu terço pos¬ terior. Pentes com 14-16dentes, Cauda estreitando-se ligeiramente para a extremidade distai. Cristas dorsais medianas quase obsoletas, apenas apre¬ sentando algumas granulações mais robustas perto da borda distai ; cristas laterais superiores presentes e completas nos segmentos í a IV, quase lisas. Cristas laterais interiores pre¬ sentes na metade distai dos segmentos caudais I e II. ausentes em III e IV, Cristas medianas ventrais esboçadas no seg- 172 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL mento I do macho, ausentes na fêmea em I a IV e no macho em II a IV, Tegumentos lisos. Segmento caudal V sem cristas laterais superiores e inferiores ; cristas medianas dorsais arre¬ dondadas, Face ventral lisa em sua metade anterior ; a por¬ ção posterior limitada por uma fila semi-elíptica de granulações pontiagudas, exceto em sua porção mediana anterior ; crista mediana ventral muito curta ; área posterior mais ou menos densamente granulosa. Fig. 60. —■ Segmento caudal V e vesícula de Bothriuvus flavidas (vista ventral) Fêmur dos palpos prismático e liso ; tíbia lisa, a face an¬ terior com duas tricobótrías (como as outras espécies). Mão lisa. Dedo móvel mais curto que a mão (2,6:3,5 no macho ; 1,6:2 na fêmea). Lccalidade-tio: Bahia Blanca, Argentina, Habitat : Argentina, tendo sido encontrado nas Provín¬ cias de Buenos Aires. Entre Rios e San Luis, 69. Bothriurus fragilis Mello-Leitão, 1934 (Fig. 6b) B. [\ Mello-Leitão, 1934 — An, Acad , Bras. Ci. f 6, p, 193, s 42mm. Tronco 20,8mm. Cauda 21,2mrn. Cèfalotórax pardo, marmorado de castanho, tergitos I a VI castanhos, com pequenas manchas pardas, que formam dos lados de íergito um O deitado, tergito VII pardo-claro, uni¬ forme. Esternitos pardo-olivãceos. Cauda pardo-amarelada C. de Mello-Leitão — Escorpiões Sul-Americanos 173 com duas faixas denegridas ; vesícula com a garra fulvo-es¬ cura. Patas amarelas. Palpos amarelos, laivados de dene¬ grido. Borda anterior do cèíalotórax quase direita. Cômoro ocular com um sulco mediano, os olhos separados algo mais de um diâmetro. Sulco longitudinal mediano profundo, atrás do cômoro ocular, com uma fosseta posterior. Sulcos transversais > pouco oblíquos. Tegumentos densa e grosseiramente granu¬ losos. Tergítos densamente granulosos, como o cèíalotórax ; o tergito Vlf com granulações mais grosseiras. Esternitos íi- namente granulosos; esternito V sem cristas longitudinais. Estigmas pulmonares elípticos, quase transversais. Opérculo genital com os escleritos de ângulo posterior muito agudo, con¬ tíguos, ¥ Pente densamente piloso, com 24 dentes longos, angulo¬ sos na base. Cauda quase igual ao tronco. Cristas medianas ventrais e laterais inferiores au¬ sentes nos segmentos I a IV; cristas laterais superiores completas nos segmentos caudais I a III, pouco acentuadas no segmento ÍV; cristas médias dorsais muito acentuadas, gra¬ nulosas, formam um li no segmento I, alcan¬ çam a borba distai dos segmentos lí e III e ocupam os quatro quintos basilares do seg¬ mento IV. Tegumentos granulosos nos es¬ paços intercarenais dorsais. Segmento caudal V de face dorsal quase lisa em sua metade ■posterior; face ventral com algumas granula¬ ções esparsas; áreas posterior limitada por uma meia elipse de granulações pontudas; cristas laterais sinuosas alcançando o terço basilar do seg¬ mento; crista mediana nítida, igual às cristas laterais. Vesícula muito granulosa em sua porção convexa, com a faixa granulosa mediana igual às faixas lisas; face dorsal plana, sem fosseta. Fig. 61 — Seg¬ mento caudal V de Bolhriums [ragiíis (vista ventral) 174 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL Fêmur dos palpos muito granuloso, prismático ; tíbia com a crista inferior serrilhada e 3 tricobótrias ; face anterior da mão com robusta apófise espiniforme junto à base dos dedos e uma fila de 9 tricobótrias, em depressões muito nítidas, face externa com 3 tricobótrias ; dedo móvel menor que a mão. Localidade-tipo: Campina Grande, Paraíba, Brasil. 70. Boíhriurus keyserlingi Pocock, 1893 B . k. Pocock, 1893 — Ann. Mag. Nat . Hist ., (6), 12, p. 96, B . vittatus k. Kraepelin, 1894 — Mitt, Mus . Hamburg , 11 , P . 232. B. vittatus k . Idem, 1899 — Das Tierreich , p. 197. jE>. vittatus k. Penther, 1913 — Ann, K, K, Naturh . Wien, 27, p. 251. | B, k. Mello-Leitão, 1931 — Atq . Mus, Nac , 33, p. 89. B, k, Idem, 1934 — VIII Reun. Patol, Reg p. 90. B. k . Idem, 1935 —■ i?ey. ChiL Hist, Nat,, 39, p. 92. 2 3Qmm. Tronco 12mm, Cauda 18mm. 2 40mm. Tronco 18mm. Cauda 22mm. Colorido geral do tronco fulvo negro ; palpos da côr do tronco; cauda fulvo-negra com duas faixas longitudinais mais claras ; patas pardas. Borda anterior com os lobos laterais mui levemente con¬ vexos. Cômoro ocular liso, sem sulco mediano, os olhos sepa¬ rados cêrca de um diâmetro. Sulco longitudinal mediano pre¬ sente somente na metazona, com uma fosseta posterior alonga¬ da. Tegumentos lisos na fêmea e finamente granulosos no macho. Tergitos finamente granulosos nos dois sexos ; ter- gito VII mais grosseiramente granuloso, com duas cristas lon¬ gitudinais acentuadas em sua metade posterior. Esternitos lisos, “chagrinés” ; esternito V com 4 cristas longitudinais lisas. Pentes com 16 dentes. Cauda paralela, muito maior que o tronco. Cristas me¬ dianas. ventraís e laterais inferiores presentes no segmento I, C. de Mello-LeitÃo <— Escorpiões Sul-Americanos 175 ausentes nos segmentos II a IV ; cristas laterais superiores ausentes nos segmentos I e lí, representadas nos segmentos III e IV por uma fila de 2 a 4 pequenos tuberculosos distais; cristas medianas dorsais presentes e quase lisas nos segmentos I a IV, Segmento caudal V com a face dorsal quase plana, lisa ; faces laterais lisas, face ventral com granulações mais grosseiras em sua metade posterior ; cristas laterais inferio¬ res denticuladas, presentes nos dois terços distais; crista me¬ diana ventral quase obsoleta; área posterior limitada por duas filas oblíquas de granulações arredondadas, cristas parame- dianas maiores que as laterais. Vesícula estreita, piriíorme, com profundes sulcos na face convexa; faixa granulosa me¬ diana mais larga que os sulcos; face dorsal plana, com uma fesseta elíptica no macho. Fêmur dos palpos irregularmente prismático ; tíbia con¬ vexa ; mão dilatada, lisa ; face anterior do macho com uma pequena apófise romba ; dedo maior que a mão. Localidade-tipo: Chile ou Peru? Habitat : Rio Grande do Sul, Brasil. Salta e Buenos Aires, Argentina. 71. Bcíhriurus lampeí Werner, 1916 B. L Werner, 1916 —- Jahch . Nassaa. Ver. Naturk, 69, p. 92. $ 45mm. Não conheço esta espécie, tendo dúvidas de que o tipo seja realmente um macho. Dou, a seguir, a descrição de Werner : Colorido geral amarelo claro ; tronco mais escuro, os tergitos com uma larga faixa longitudinal mediana clara. Face ventral da cauda com estreitas faixas longitudinais negras ; cristas da cauda com faixas negras longitudinais. Cômoro ocular com goteira mediana. Sulco mediano es¬ tendendo-se da borda anterior até quase a borda posterior. Tegumentos opacos, finamente “chagrinés . rergitos mui fi¬ namente granulosos, Esternitos lisos e brilhantes : esternito V sem cristas longitudinais. Pente com 20 dentes. 176 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL Cauda paralela. Cristas medianas ventrais presentes no segmento I, ausentes, nos segmentos lí a IV ; cristas laterais inferiores lisas, presentes nos segmentos II a IV ; cristas la¬ terais superiores granulosas, presentes nos segmentos I a IV, Segmente V com as cristas dorsais obsoletas ; as cristas late¬ rais inferiores presentes e granulosas. Face ventral (?), Palpes do macho sem (?) apófise na base dos dedos. Localidade tipo : Perú. 72, Boíhriurus magalhaensi Mello-Leitão, 1937 B . m. Mello-Leitão, 1937 — An . Acad . Bras . Q„ 9, p. 100, s 34mm. Tronco 12,6mm. Cauda 21,4mm, £ 36mm, Tronco 17mm, Cauda 19mm. Colorido geral fulvo-denegrido; esternitos com uma man¬ cha clara de cada lado, fora dos estigmas e uma faixa mediana às vêzes pouco nítida. Borda anterior de lobos laterais mui levemente convexos e um pequeno entalhe mediano, Prozona sem sulco mediano. Cômoro ocular sulcado. Sulco mediano da metazona profun¬ do, com uma fosseta posterior alongada. Tegumentos lisos. Tergitos I a VI lisos, cada tergito com uma área mediana fi¬ namente granulosa ; tergito Vil quase inteiramente granu¬ loso, com quatro cristas longitudinais em sua metade poste¬ rior. Esternitos lisos e brilhantes, o esternito V sem cristas longitudinais, o Pente com 15-17 dentes. Cauda relativamente muito longa no macho (quase o do¬ bro do tronco), Cristas medianas ventrais e laterais inferio¬ res ausentes nos segmentos I a IV ; cristas laterais superiores representadas nos segmentos I a IV apenas por um rebordo proximal muito saliente e por dois ou três dentes arredonda¬ dos distais. Cristas medianas dorsais completas. Segmento caudal V sem cristas medianas dorsais, de goteira rasa; face ventral sem cristas longitudinais, a área posterior limitada por uma semi-elipse de grânulos pontiagudos, semelhante à de B. aspev Poc. Vesícula lisa, sem fosseta dorsal no macho. Êsse caráter da vesícula, inteiramente lisa, permite reconhecer ime¬ diatamente esta espécie. C. de Mello-Leitão — Escorpiões Sul-Americanos 177 Trocânter dos palpos com pequena saliência arredonda¬ da ; fêmur granuloso, irregularmente prismático ; tíbia de face. anterior levemente escavada ; quela com 5 tricobótrias em fila, na mão e no dedo fixo ; mão do macho com pequena apófise pontiaguda na face anterior, junto à base dos dedos. Localidade-tipo: Queluz, Minas Gerais, Brasil. 73. Bothriurus melloleiíãoi Prado, 1934 (Fig. 62 e 63) B, m. Prado, 1934 — Mem. Inst . Butantan, 8, p. 148. $ 35mm, Tronco 16mm. Cauda 19mm, Cèfalotórax pardo, ligeiramente marmorado de negro, Tergítos pardos, com uma faixa mediana pardo-amarelada. Esternitos pardo-amarelados. Cauda uniforme, pardo escura. Vesícula fulva, com o ferrão denegrido. Palpos côr de mog¬ no, levemente marmorados de negro. Patas pardo-amarela- das, irregularmente manchadas de negro. Borda anterior do cèfalotórax quase direita. Cômoro ocular sem sulco mediano, os olhos separados cêrca de um diâmetro. Tegumentos lisos, brilhantes, apenas com uma es¬ treita faixa granulosa junto à borda posterior, Tergitos I a VI finamente granulosos em seus dois terços anteriores e com gra¬ nulações grosseiras no terço posterior, Esternitos I a IV li¬ sos ; esternito V com quatro cristas longitudinais em sua me¬ tade posterior. Opérculo genital formando um losango muito mais largo que longo, de ângulos laterais arredondados, os escleritos con¬ tíguos em tôda extensão. Pentes com dez dentes direitos, grossos. Cauda robusta. Cristas medianas ventrais e laterais in¬ feriores nítidas no segmento caudal I, ausentes nos segmentos II a IV. Cristas laterais superiores presentes e completas nos segmentos I a III, ausentes em IV. Cristas medianas dorsais granulosas, completas, presentes nos segmentos I a IV. Es¬ paços intercarenais dorsais côncavos e finamente granulosos. Segmento caudal V de face dorsal levemente escavada, limi¬ tada por cristas medianas dorsais nítidas ; faces laterais lisas; face ventral densamente granulosa ; área posterior limitada por duas linhas oblíquas, irregulares, de granulações pontiagu- 178 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL das, crista mediana ventral quase atingindo a base do segmento e formada por granulações pontiagudas* Vesícula de face dorsal lisa e plana ; porção convexa densamente granulosa, com a faixa granulosa mediana mais estreita que os sulcos. Fig. 62 —■ Opérculo genital e pentes de Bothrmrus melloleitãoi Fêmur dos palpos prismático, as cristas ventrais leve¬ mente granulosas ; tíbias quase lisas, de face anterior leve¬ mente côncava ; mão muito dilatada, lisa, maior que o dedo móvel; proporção enire o comprimento e a largura da mão e o dedo móvel = 3,5:2:3mm. Fig. 63 — Quinto segmento caudal e vesícula de Bothriurus melloleitãoi (vista ventral) Patas com os telotarsos III e IV com 2-2 espinhos vem trais ; II com VI espinhos ventrais e I inermes* Localidade-tipo: Corumbataí, São Paulo, Brasil, C. de Mello-Leitão — Escorpiões Sul-âmericanos 179 74. Bothríurus moo jem n. sp. (Figs. 64 a 66) ô 34,5mm. Tronco 14mm. Cauda 20,5mm, $ 36mm. Tronco 17mm. Cauda 19mm. Colorido geral negro-píceo uniforme ; apenas as patas com os três segmentos distais amarelo-palha ; esternitos par- do-escuro e pentes testáceos. Borda anterior com os lobos laterais levemente convexos e um pequeno entalhe mediano. Cômoro ocular sulcado, os olhos separados por vez e meia seu diâmetro ( 5 ) ou um pouco mais ( $ ). Sulco longitudinal mediano completo, linear e muito raso na prozona ; profundo, bem mais largo e formando três pequenas fossetas na metazona. Sulcos transversais oblí¬ quos para diante e para fora, não alcançando o sulco mediano. Fig . 6-í — Opérculo genital e pentes de Bothríurus moojeni Tegumentos densa e grosseiramente granulosos, de granula¬ ções mais acentuadas. Tergitos grosseiramente granulosos, com a área anterior presente e bem visível em todos * essa área é áspera e finamente granulosa no macho e lisa na fêmea. Tergito VII mais grosseiramente granuloso, formando um fes¬ tão denticulado perto da borda posterior, Esternitos “chagri- nés” na fêmea ; ásperos e densamente granulosos no macho. Esternito V sem cristas longitudinais. Pentes com 14 dentes na fêmea e com 16 no macho. 180 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL Cauda densamente granulosa, muito mais longa que o tronco no macho e pouco mais longa na fêmea. Cristas me¬ dianas ventrais e laterais inferiores pouco acentuadas nos seg¬ mentos I e II, ausentes em III e IV. Cristas laterais superiores presentes na metade distai do segmento I. no terço distai do segmento II, na base e ápice do segmento III, completas e ar¬ redondadas no segmento IV. Cristas medianas dorsais gra¬ nulosas, de granulações pouco acentuadas, com as granula¬ ções mais pontiagudas nos segmentos I e II. Segmento V de face dorsal em goteira angulosa rasa, limitada por cristas ar¬ redondadas; face ventral pouco granulosa, “chagrinéC com um pequeno grupo de granulações maiores na área posterior. Cristas laterais inferiores curtas, não alcançando o meio do segmento, apenas ultrapassando a. base das cristas parame- dianas; estas são também muito curtas, de tamanho igual às laterais, mas originando-se em nível anterior a essas; crista mediana ventral bem acentuada, ocupando os três quintos mé¬ dios do segmento. Vesícula com a face dorsal plana em ambos os sexos; porção convexa com granulações grosseiras pouco abundantes: faixa granulosa mediana duas vezes mais larga que os sulcos* Fig. 65 - Segmento caudal V de Bothriurus moojeni Fig. 66 — Palpo direito de Bothriurus moojeni Fêmur dos palpos arredondado, de face anterior muito granulosa ; tíbia lisa, de face anterior com algumas granula¬ ções e duas tricobótrias ; mão muito dilatada na fêmea, mais elíptica no macho ; face anterior da mão do macho com uma apófise romba, levemente curva em gancho retrorso. Localidade-tipo; Iguaçu, Paraná. Col.: Naturalista João Moojen, C. de MelloLeitão — Escorpiões Sul-Americanos 181 75, Bothriurus paessleri Kraepelin, 1910 (Fíg. 67 e 68) B. p . Kraepelin, 1910 — Mitt . Mus. Hambucg, 28, p. 96. $ 37mm, Tronco 16mm. Cauda 21 mm. 2 35mm. Tronco 16mm. Cauda 19mm. Colorido geral amarelo-avermelhado. Cefalotórax man¬ chado ; tergitos com duas largas faixas negras, nas quais se vêem pequenas manchas amarelas luzidias. Face ventral da cauda com uma estreita faixa negra ; faces laterais estriadas longitudinalmente de escuro. Vesícula, tíbia, mão e patas man¬ chadas de escuro. Cefalotórax da fêmea granuloso, com o cômoro ocular liso ; o do macho todo “chagriné”. Cômoro ocular sulcado. Ter¬ gitos da fêmea finamente granulosos em sua metade posterior, o tergito VII grosseiramente granuloso ; no macho todos os tergitos “chagrinés”. Esternitos I a IV lisos na fêmea, ester- nito V finamente granuloso, com algumas pústulas setíferas ; no macho esternito V mais densamente granuloso. Pentes da fêmea com 20-21 dentes : os do macho com 23-24 dentes. Fig. 67 - Segmento caudal V de Bothriurus paessleri (segundo Kraepelin) Fig. 68 — Vesícula do macho e da fêmea de Bothriurus paessleri (segundo Kraepelin) Cauda relativamente robusta. Cristas medianas dorsais e laterais superiores granulosas, bem desenvolvidas nos seg¬ mentos I a IV ; espaços intercarenais com granulações gros¬ seiras esparsas. Cristas laterais inferiores denticuladas no macho, quase lisas na fêmea. Cristas medianas ventrais pouco nítidas ; face ventral dos segmentos I a III com granulações 182 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL hemisféricas. Segmento caudal V com três cristas longitudi¬ nais granulosas (a mediana e as laterais inferiores) f as laterais em parte constituídas por duas filas de granulações, bem como a porção terminal da crista mediana do macho ; faces laterais quase lisas na fêmea, com uma fila de 4 tricobótrias, irregular¬ mente granulosas no macho ; face ventral com granulações es¬ parsas, mais abundantes no macho. Vesícula mais grosseira no macho, com a face dorsal plana. Face inferior da tíbia com o ângulo posterior da face ven¬ tral denteada. Mão do macho com um espinho pontiagudo junto à base dos dedos, A relação entre o comprimento e largura da mão e o dedo móvel é c:l:dm — 3,5:2,2;4mm. Localidade-tipo: Cataringo, Mollendo Perú. 76. Bothriurus pringlesianus Mello-Leitão, 1931 (Figs. 69 a 71) B, p, Mello-Leitão, 1931 —■ Atq, Mus^Nac., 33, p. 85, B, p, Idem, 1934 — VIII Reun . PatoL Reg, t p, 76. S 29mm, Tronco 12,5mm. Cauda I6,5mm, $ 30mm. Tronco 14mm. Cauda 16mm. Cefalotórax pardo, com um desenho irregular, castanho- escuro ou fusco, havendo uma pequena mancha no meio de sua borda anterior, outra, alongada, no cômoro ocular e mais algumas irregulares. Tergitos pardos, com estreita orla mar¬ ginal bem mais escura, interrrompida, Esternitos pardos, mais claros que o dorso, sem manchas. Cauda parda, lavada e reticulada de denegrido em sua face dorsal e com três faixas longitudinais negras na inferior. Vesícula com a face dorsal fulvescente, lados e face ventral denegridos, com quatro fai¬ xas pardas, sendo uma de cada lado e duas medianas ventrais; garra fulva. Patas com a face ventral pardo claro; fêmures e tíbias com duas faixas longitudinais denegridas, dorso-late¬ rais e pequenas manchas fulvas articulares, Palpos côr de mogno; fêmur e tíbia muito lavados de fusco no dorso e na face externa; mão com três linhas e leve reticulado mui leve¬ mente convexos. Borda anterior de lobos laterais mui levemente convexos, separados por uma levíssima concavidade mediana. Cômoro ocular com um sulco mediano, mais acentuado no macho, os C. de MelloLeitão — Escorpiões Sul-Americanos 183 Fíg. 69 BOTHRIURUS PRINGLESIANUS 184 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL olhos separados mais de um diâmetro. Sulco longitudinal mediano completo, raso na prozona, bem mais profundo na metazona, com uma fosseta perto da borda posterior. Tegu¬ mentos lisos, Tergitos I a VI lisos ; tergito VII com duas pequenas cristas granulosas em seu terço posterior e. com al¬ gumas granulações esparsas, Esternitos I a IV lisos; ester- nito V com quatro cristas em sua metade posterior, sendo duas obliquas laterais e duas medianas longitudinais, paralelas, to¬ das formadas por pequenas granulações na fêmea e lisas no macho. Pentes com 12-13 dentes em ambos os sexos. Fig, 70 Opérculo genital e pentes de Bothriums pringtesianus Cauda robusta. Cristas medianas ventrais presentes no segmento I, granulosas na fêmea e lisas no macho, ausentes nos segmentos II a IV ; cristas laterais inferiores presentes nos segmentos I a IV, sendo granulosas no segmento I da fêmea ; na face ventral do segmento II uma área granulosa mediana. Cristas laterais dorsais lisas, presentes nos segmentos I a IV, mais acentuadas no segmento IV. Cristas medianas dorsais presentes nos segmentos I a IV, arredondadas, apenas com 2 ou 3 pequenos grânulos apicais. Segmento caudal V de face dorsal pouco escavada, com as cristas arredondadas; face ventral lisa em sua metade anterior, com a área posterior limi¬ tada por duas cristas curvas, de granulações pontiagudas e com um grupo denso, mediano de granulações pontiagudas. Vesícula do macho com pequena fosseta basilar dorsal; por¬ ção convexa muito granulosa, a faixa granulosa mediana ven¬ tral mais larga que os sulcos lisos, Palpos lisos ; fêmures com cristas pouco nítidas na fê¬ mea e com alguns grânulos seriados no macho ; tíbia fusi- C. de MelloLeitÃo — Escorpiões Sul-Americanos 185 forme, com duas tricobótrias ; mão do macho com a face an¬ terior provida de pequeno espinho e de uma fosseta junto à base dos dedos. Localidade-tipo: Pringles, Prov. de Buenos Aires, Ar¬ gentina. Fig. 71 —- Segmento caudal V e vesícula de Bothriurus pringlesianus (vista ventral) 77. Bothriurus prospicuus Mello-Leitão, 1934 (Fig. 72) Bothriurus chilensis Mello-Leitão, 1933 —■ Arq , Mus . Nac., 34, p. 21 (nec B. chilensis Molina). B. p. Idem, 1934 ■— VIII Reun. Patol. Reg, f p. 88. B, p. Idem, 1938 — Notas dei Museo de La Plata, 3, p. 84, $ 45mm. Tronco 19mm. Cauda 2ómm, 9 46mm. Tronco 19 mm. Cauda 27mm. Cefalotórax pardo, muito manchado de negro ; os olhos médios em uma mancha negra mediana que se une a duas an¬ teriores oblíquas, formando um W, o resto reticulado de ne¬ gro. Tergitos pardos, lavados de fusco. Cauda parda, a face dorsal lavada de fusco, com as articulações e as granula¬ ções das cristas, negras ; face ventral com três faixas negras, separadas nos segmentos I a III, contíguas no segmento IV e fundidas no têrço posterior do segmento V ; faces laterais reticuladas de negro e com grandes manchas negras apicais. Esternitos pardo-claro. Pentes testãceos. Vesícula dene¬ grida, com quatro linhas claras longitudinais medianas. Pa¬ tas testáceas, com os fêmures e tíbias muito manchados de cas¬ tanho. Palpos fulvescentes ; fêmur e tíbia reticulados de negro ; mão reticulada de castanho, com as pontas dos dedos fulvas. Borda anterior quase direita. Cômoro ocular com sulco mediano, que ê contínuo com o da prozona e da metazona. 186 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL Tegumentos finamente “chagriné". Tergitos com o mesmo aspecto do cefalotórax ; tergito VIf com esboço de quatro cristas longitudinais, entre as quais hã algumas granulações esparsas. Esternitos lisos; esternito V com quatro cristas lon¬ gitudinais em sua porção posterior. Pentes com 17 dentes. Fig. 72 —- Segmento caudal V e vesícula de BothHums prospicuus {vista ventral) Cristas medianas ventrais e laterais inferiores ausentes nos segmentos I a IV ; cristas laterais superiores granulosas, completas no segmento I, apenas representadas nas duas ex- tremidadas nos segmentos II a IV ; cristas acessórias presen¬ tes no segmento I, formando um V de abertura posterior com as laterais superiores ; cristas medianas dorsais granulosas e completas nos segmentos I a IV. Segmento caudal V com as cristas laterais inferiores presentes na metade distai ; cristas paramedianas presentes, iguais às laterais, crista mediana ven¬ tral presente, ocupando os quatro quintos distais ; dois terços distais da face ventral densa e grosseiramente granulosos. Vesícula muito granulosa, sem fosseta dorsal no macho. Tíbia dos palpos com três tricobótrias. Mão do macho com robusta apófise anterior, na base dos dedos. Localidade-tipo: La Ferrere, Prov. de Buenos Aires, Argentina. Habitat : Prov. de Buenos Aires e La Pampa, Argen¬ tina. 78, Bothriurus roehai Mello-Leitão, 1932 B, r, Mello-Leitão, 1932 — Arq. Mas . Nac., 34, p. 24. 3 48mm. Tronco 19,5mm. Cauda 28,5mm, Todo o animal côr de palha, uniforme. Dedos fulvos. Ferrão fulvo na base e negro nos dois terços apicais. C. de Mello-Leitão ■—• Escorpiões Sul-Americanos 187 Borda anterior do cefalotórax com um leve entalhe me¬ diano. Cômoro ocular sulcado, os olhos separados cêrca de um diâmetro. Sulco mediano completo, mais profundo e mais largo na metazona, com uma fosseta longitudinal posterior. Sulcos transversais muito oblíquos para diante e para fora, partindo do sulco mediano, ao nível do seu têrço posterior. Tegumentos fina e densamente granulosos, com áreas de gra- nulações mais grosseiras adiante dos olhos médios e junto à borda posterior. Tergitos finamente granulosos. Tergito VII mais grosseiramente granuloso e com duas cristas granu¬ losas longitudinais, ocupando a metade posterior, Esternitos “chagrinés”, subgranulosos ; esternito V com uma ourela posterior nítida. Pente com 22 dentes angulosos ; opérculo genital com os esclerítos estreitos, terminando atrás em ângulo muito agudo. Cauda robusta. Cristas medianas ventrais e laterais in¬ feriores ausentes nos segmentos I a IV; cristas laterais supe¬ riores presentes na metade distai dos segmentos I a III e muito curtas no segmento IV, onde se unem às medianas dorsais em V deitado; cristas medianas dorsais granulosas, levemente curvas, de concavidade interna nos segmentos I a III e de con¬ cavidade externa no segmento IV, Segmento caudal V com as cristas dorsais arredondadas; face ventral com a crista me¬ diana granulosa, ocupando os quatro quintos distais; cristas paramedianas presentes nos dois terços posteriores; cristas laterais pouco nítidas. Vesícula de face dorsal sulcada e face ventral muito granulosa, Palpos com o fêmur grosseira e irregularmente granu¬ loso, sem cristas nítidas ; tíbia com a face anterior côncava ; mão lisa, globulosa, a face anterior com robusta apófise na base dos dedos. Localidade-tipo; Ceará, Brasil. 79. Bothriurus semiellypticus Prado, 1934 (Fig. 73 e 74) B. s. Prado, 1934 — Rev . BioL Hig.> 5, p. 65. $ 37mm, Tronco 17mm, Cauda 20mm. Cefalotórax pardo-negro, com uma mancha parda irregu¬ lar ao nível dos olhos medianos. Tergitos de colorido uni- 188 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL forme. Esternito I a III pardo-amarelado, esternitos IV e V pardo-denegrido, Cauda pardo-denegrido, a vesícula ful- vescente. Palpos pardo-denegrido, com os dedos fulvescen- tes. Opérculo genital e pentes pardo-amarelado. Cômoro ocular com um sulco mediano, os olhos separa¬ dos cêrca de um diâmetro. Sulco longitudinal mediano com¬ pleto. Tegumentos finamente granulosos. Tergitos I a VI finamente granulosos ; tergito VII com granulações gros¬ seiras, mais condensadas atrás e dos lados. Esternitos lisos ; esternito V sem cristas longitudinais. Pentes pilosos, com 17 dentes. Opérculo genital bem mais largo que longo ; os escleritos são triângulos eqüilãteros, de ângulos arredondados. Fig. 73 — Opérculo genital e pentes de Bofhrhirus semiellyptiCus Cristas medianas ventrais e laterais inferiores ausentes nos segmentos caudais I a IV ; cristas laterais superiores e medianas dorsais presentes nos segmentos I a IV. Tegumen¬ tos lisos. Segmento caudal V de face levemente escavada, com as cristas pouco granulosas ; face ventral densa e gros¬ seiramente granulosa, com a crista mediana completa e muito conspícua ; área posterior delimitada por duas cristas curvas; cristas laterais e paramedianas ausentes. Vesícula de face dorsal lisa e levémente sulcada ; face convexa granulosa ; faixa granulosa mediana mais larga que os sulcos longitudinais ventrais ; na face ventral uma semi-elipse basilar de granu¬ lações grosseiras. C. de MelloLeitão — Escorpiões Sul-Americanos 189 Palpos com o fêmur de face dorsal granulosa e cristas granulosas ventrais ; tíbias lisas ; mão dilatada ; o dedo móvel igual à largura da mao. Localidade^tipo; Curitiba, Paraná —* Brasil. Fig. 74 Segmento caudal V e vesícula de Bothriurus semieiiypticus (vista ventral) 80. Bothriurus signatus Pocock, 1893 (Fig. 75) I» B. s. Pocock, 1893 ■—■ Ann . Mag. Nat. Hist ., (6), 12 , p. 97. B.s. Idem, 1900 - Ibid., (7) 5, p. 478. B, s. Kraepelin, 1910 -— Mitt. Mus . Hamburg, 28, p. 92. B . s. Mello-Campos, 1922 — Mem . Inst . Osvaldo Cruz , 16, p. 294. B.s. Mello-Leitão, 1931 —■ Arq . Mus . Nac. f 33, p. 83. B. s. Idem, 1934 — VIII Reun . PatoL Reg. f p. 73. d 45mm. Tronco 18mm. Cauda 27mm. 9 45mm. Tronco 20mm. Cauda 25mm. Tronco pardo denegrido, com uma faixa clara mediana dorsal marmorado de negro; esternitos testãceos. Cauda pardo-denegrido. Palpos fulvos, às vezes marmorados de negro. Borda anterior do cefalotórax com os lobos laterais leve¬ mente convexos, separados por um entalhe mediano. Cômoro ocular sem sulco. Tegumentos lisos e brilhantes na fêmea, apresentando apenas poucas granulações esparsas laterais : no macho os tegumentos são densa e finamente granulosos. Tergitos da fêmea lisos e brilhantes, com áreas densamente granulosas dos lados e mediana posterior ; no macho os ter- 190 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL gitos são densamente granulosos em tôda a sua extensão. Tergito VII com quatro pequenas cristas granulosas, Ester- nitos lisos ; o esternito V com quatro pequenas cristas pos¬ teriores na fêmea, lisos no macho. Pentes da fêmea com 12-14 dentes ; os do macho com 13-16 dentes muito longos. Fig, 75 — Segmento caudal V e vesícula de Bothriurus signafus (vista ventral) Cauda paralela na fêmea, levemente estreitada para trás no macho. Cristas medianas ventrais e laterais inferiores pre¬ sentes nos segmentos caudais I e II da fêmea ; ausentes nos segmentos III e IV, No macho ausentes também nos seg¬ mentos I e II. Cristas laterais superiores presentes nos seg¬ mentos I a III, sendo granulosas no segmento I e lisas nos seg¬ mentos II e III, ausentes no segmento IV, Cristas medianas dorsais presentes nos segmentos I a IV, sendo granulosas so¬ mente no segmento I. Espaços entre as cristas lisos. Seg¬ mento caudal V pouco escavado adiante, quase liso atrás ; face ventral sem cristas laterais e paramedianas ; área pos¬ terior limitada por duas linhas curvas de granulações pontia¬ gudas, que não se unem na linha mediana ; crista mediana ventral presente e granulosa em seus dois têrços distais. Área posterior com um grupo mediano de granulações grosseiras. Vesícula de face dorsal plana na fêmea, com uma fosseta elíp¬ tica, artarela, no macho ; porção convexa granulosa ; a fai¬ xa granulosa mediana duas vêzes mais larga que os sulcos lisos. Palpos da fêmea lisos e brilhantes ; no macho o fêmur é granuloso. Dedo móvel maior que a mão na fêmea (4,8:3,8 mm). Mão do macho com robusta apófise espiniforme ante¬ rior, junto à base dos dedos. Localidade-tipo: Teresópolis, Rio de Janeiro, Brasil, Habitat : Brasil Meridional e Argentina : Entre Rios e Córdoba. 191 C, de MelloLeitão — Escorpiões Sul-Americanos 81. Bothriurus tiischaki Werner, 1939 B. t. Werner, 1939 •— Festschr . Pro/d Stvand, 5 , p. 358, $ 49mm, Tronco 20mm, Cauda 29 mm. Colorido geral pardo escuro. Patas e quelíceras ama¬ relo-pardacento. Cômoro ocular sem sulco mediano, Cefalotórax e tergi- tos I a VII mui finamente granulosos. Esternitos lisos. Pentes com 7-9 dentes. Cristas ventrais medianas ausentes nos segmentos I a IV, Cristas laterais inferiores, presentes nos segmentos I a IV, sendo lisas nos segmentos I e II, granulosas nos segmentos III e IV. Cristas laterais superiores e medianas dorsais presen¬ tes nos segmentos I a IV, agudas, denticuladas. Segmento caudal V de face dorsal lisa, quase plana ; faces laterais gra¬ nulosas, com cristas acessórias completas. Face ventral sem área posterior, as cristas paramedianas completas e quase pa¬ ralelas à crista mediana ventral, que apresenta granulações grosseiras e se estende da borda anterior até à borda poste¬ rior ; cristas laterais inferiores sinuosas e completas. Vesí¬ cula de face dorsal plana e lisa, sem fosseta basilar ; porção convexa granulosa ; a faixa granulosa mediana muito mais estreita que os sulcos lisos. Palpos lisos ; fêmur sem cristas nítidas ; tíbia com as faces externas convexas ; mão com uma pequena apófise cô¬ nica, romba, perto da base dos dedos. Localidade-tipo: Contulmo, Chile. 82, Bothriurus vittatus (Guérin), 1830 Buthus vittatus Guérin, 1830 — Voyage de la Coquille, ZooL f II, p. 50. Scorpio gervaisi Nicolet, 1849 ■— Hist. Fis> Pol. Chile , 4, p. 8. Bothvimus asymetricus Pessoa, 1935 Rev. Hig p. S. B. v. Mello-Leitão, , 31 ■— Physis,17, p. 157. $ 45mm, Tronco 20mm. Cauda 25 mm . 2 37mm. Tronco 16mm. Cauda 21 mm. Cefalotórax pardo-escuro, um pouco avermelhado. Ter- gitos da côr do cefalotórax, com estreiras faixas transversais, 192 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL marginais posteriores, amarelas. Cauda pardo-escuro, dene¬ grido ,ou fulvo-denegrido uniforme. Palpos e patas da côr do cefalotórax ou marmorado de negro e amarelo. Esternitos amarelos ; pentes testáceos. Borda anterior de lobos laterais levemente convexos, se¬ parados por um entalhe mediano. Cômoro ocular regular¬ mente convexo, sem sulco, os olhos separados cêrca de um di⬠metro, Sulco longitudinal profundo, presente só na meta- zona. Sulcos transversais não alcançando o sulco mediano e quase paralelos à borda posterior. Tegumentos grosseira¬ mente granulosos, com as granulações irregularmente espar¬ sas no macho, lisos ou mui finamente granulosos na fêmea. Tergitos finamente granulosos no macho, lisos na fêmea ; ter- gito VII sem cristas. Esternitos lisos ; esternito V em cris¬ tas longitudinais. Pentes de 9-10 dentes. Cauda robusta. Cristas medianas ventrais e laterais in¬ feriores presentes nos segmentos I a IV ; nos segmentos I e II são granulosas e nos segmentos III e IV, lisas e pouco acen¬ tuadas. Cristas laterais superiores e medianas dorsais granu¬ losas, de granulações robustas, presentes nos segmentos I a IV. Tegumentos lisos na fêmea e finamente granulosos no macho. Segmento caudal V de face dorsal lisa e levemente escavada ; face ventral com as cristas laterais, paramedianas e mediana granulosas, completas, quase alcançando a borda anterior. Vesícula grosseiramente granulosa, sem fosseta dorsal no macho. Palpos de fêmures granulosos no macho e lisos na fêmea; tíbia com duas tricobótrias ; mão globulosa ; a face ante¬ rior com a apófise da base dos dedos muito conspícua. Localidade-tipo: Concepción, Chile, Habitat : Chile. 83. Bothriurus ypsilon Mello-Leitão, 1935 (Fig. 76) B. y . Mello-Leitão, 1935 — Rev. Chil. Hist . Nat 39, p. 90. á" 35mm. Tronco 14,lmm. Cauda 20.9mm. Tronco pardo-denegrido escuro, o cefalotórax com uma grande mancha ; patas e palpos pardos levemente lavados de C. de Mello-Leitão — Escorpiões Sul-Americanos 193 denegrido ; esternitos pardos ; cauda parda.com as articula¬ ções negras e 3 faixas denegridas ventrais, sendo que a me¬ diana começa no segmento II ; estas faixas se alargam no segmento caudal V, onde se fundem em uma grande mancha apical. Borda anterior do cefaíotórax com lobos levemente arre¬ dondados ; cômoro ocular sulcado, os olhos separados mais de um diâmetro. Sulco longitudinal completo. Tegumentos finamente granulosos. Tergitos finamente granulosos com faixas basilares grosseiramente granulosas. Tergito VII com quatro cristas granulosas, as medianas ocupando apenas o ter¬ ço distai. Esternitos “chagrinés” ; o esternito V com duas pequenas cristas distais. Pente com 19 dentes. Cauda robusta, paralela. Cristas medianas ventrais pre¬ sentes no segmento I, ausentes nos segmentos II a IV. Cris¬ tas laterais inferiores presentes na metade distai dos segmen¬ tos I a III, ausentes no segmento IV ; cristas laterais supe¬ riores e medianas dorsais presentes e completas nos segmentos I a IV, sendo lisas nos segmentos I e II, e granulosas nos seg¬ mentos III e IV. Tegumentos lisos em I a III, granulosos no segmento IV. Segmento cau¬ dal V pouco escavado, com as cristas dorsais lisas ou com algumas granulações basilares. Face ventral com as cristas laterais presentes, denticuladas na metade distai; crista mediana ventral maior que as laterais, denticulada em seus três quartos posteriores, bífida na área posterior, formando um Y invertido; área pos¬ terior limitada por duas filas oblíquas de granu¬ lações pontiagudas; cristas paramedianas au¬ sentes. Vesícula estreita, piriforme; face dor¬ sal com uma fosseta basilar; face convexa com a faixa mediana granulosa mais larga que os sulcos lisos. Palpos lisos e brilhantes, com algumas granulações es¬ parsas. Mão robusta, quase duas vezes mais larga que a tí¬ bia, a face anterior com robusta apófise espin.iforme perto da base dos dedos. A relação entre o comprimento e largura da mão e o dedo móvel é c:l:dm — 3:2:3mm. Localídade-tipo: Pampa, Argentina. Fig. 76 — Seg¬ mento caudai V de Bothriurus Hypsilon 'vis¬ ta ventral) 194 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL 84. Boíhriurus zeugma n. sp. (Figs. 77 a 79) o 36mm. Tronco 16mm, Cauda 20mm. 9 43mm. Tronco 18,5mm. Cauda 24,5mm. 9 — Cefalotórax e tergitos pardo-escuro; face dorsal da cauda um pouco mais clara. Palpos do colorido da cauda. Esternitos pardo-denegrido, com estreitas faixas claras na borda posterior dos esternitos I a IV ; face ventral da cauda com duas faixas negras nos segmentos IV e V. Patas ama¬ relas. Pentes, opérculo genital e ancas de colorido pardo. Borda anterior do cefalotórax direita, de ângulos arredon¬ dados, lisa, “chagrinée”. Cômoro ocular adiante do meio, provido de sulco mediano raso e com as cristas supercílíares lisas ; os olhos separados um diâmetro. Sulco longitudinal mediano profundo na metazona, com uma fosseta alongada ; ausente na prozona. Sulcos laterais nâo alcançando o sulco mediano, muito oblíquos. Tegumentos lisos, “chagrinés”, com algumas pontuações, na prozona ; finamente granulosos dos lados do cômoro ocular, no fundo do sulco e dos lados e atrás, junto à borda posterior. Tergitos brilhantes ; tergitos I e II mui finamente granulosos, de borda posterior estriada ; ter¬ gitos III a VI mais grosseiramente granulosos dos lados da metade posterior; tergíto VII grosseiramente granuloso com o esboço de duas cristas longitudinais anteriores e quatro cris¬ tas longitudinais posteriores, as externas marcadas por dois tubérculos conspícuos. Esternitos lisos, brilhantes, densa e finamente pontuados ; esternito V sem cristas ; estigmas pequenos, elípticos. Pentes com 18 dentes. Cauda robusta. Cristas medianas ventrais e laterais inferiores ausentes nos segmentos I a IV. Cristas laterais superiores marcadas ape¬ nas pelas saliências das bordas anterior e peste- terior, havendo atrás uma fila de 4 ou 5 granu¬ lações grosseiras. Cristas medianas dorsais granulosas, completas nos segmentos I a IV, com as granulações mais robustas nos seg¬ mentos III e IV. Cristas laterais acessórias presentes na metade distai do segmento cau¬ dal I, apenas indicadas nos segmentos II e III por uma depressão distinta das laterais superio- Fig. 77 — Seg¬ mento caudal V de Bothriurus zeugma (vista ventral) C. de Mellq-Leitão — Escorpiões Sul-Americanos 195 res. Espaços entre as cristas medianas dorsais e as laterais superiores muito granulosos nos segmentos I a III. Segmente caudal V de face dorsal regularmente côncava ; cristas la¬ terais superiores arredondadas, lisas ; face ventral muito pouco granulosa, com granulações esparsas ; a crista mediana marcada por duas filas de granulações grosseiras ; cristas la¬ terais alcançando o meio do segmento ; cristas transversais objíquas, não fundidas no meio e não formando cristas para- medianas ; área posterior com algumas granulações grossei¬ ras dos lados da crista mediana. Vesícula com algumas gra¬ nulações grosseiras, irregularmente esparsas ; face dorsal lisa, VhagrinéeC Fig. 79 Palpo direito de Bothriurus zeugma Palpos de fêmur granuloso, sem cristas. Tíbia lisa, de face interna escavada e face externa com 5-4-3 tricobótrias. Mão com pontuações numerosas e uma fila oblíqua de 5 trico¬ bótrias ,* a face dorsal com uma crista basilar externa, oblí¬ qua, acentuada, o .—' Bem mais claro. Cefalotórax com algumas man¬ chas negras; cauda pardo-amarelado. a face ventral com fai¬ xas negras em todos os segmentos ; palpos e patas de eôr ca cauda ; esternitos uniformes. Cefalotórax muito densamente granuloso, com granulações maiores na prozona. Sulco lon¬ gitudinal mediano completo. Cauda áspera. Segmento V mais densamente granuloso. Vesícula sem fosseta dorsal ; face convexa muito granulosa ; a faixa granulosa mediana mais larga que os sulces. Palpos de fêmur grosseiramente granuloso, com cristas granulosas na base, limitando a face anterior ; tíbia granu- 196 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL losa, com 3-3-3 tricobótrias ; mão dilatada, finamente gra¬ nulosa, com pontuações formando retículo ; face anterior com uma apófise conspícua, pontiaguda, de ponta curva para cima. Localidade-tipo: Iguaçu, Paraná, Brasil. 14. Gênero IOPHORUS Penther, 1913 tipo : Iophoms exochus Penther, 1913. Lâminas médias dos pentes em uma só fila, perliformes. Telotarsos III com 4 pares cie espinhos inferiores ; telotarsos IV com 5 pares de espinhos inferiores ou com 5 externos e 4 internos; em ambos uma fila mediana ventraí de longos pelos e 3 a 4 longas cerdas seriadas dorsais. Gume dos dedos com uma só fila mediana de grânulos. Macho com uma apófise junto da inserção do dedo móvel. Cômoro ocular sulcado. Duas espécies : A —- Esternitos e face ventral da cauda ornados de duas faixas longitudinais escuras; cefalotórax e tergitos granulo¬ sos ; segmento caudal V sem cristas laterais inferiores e com crista mediana serrilhada, fímbria mediana ventral dos telo¬ tarsos III e IV mais curta que os espinhos — I. eugenicus Mello-Leitão. AA ■—- Esternitos e face ventral da cauda de colorido uniforme; cefalotórax e tergitos lisos; segmento caudal V com cristas laterais inferiores e sem crista mediana ; fímbria mediana ventral dos telotarsos III e IV mais longa que os espi¬ nhos — I. EXOCHUS Ptr. r 85. lophorus eugenicus Mello-Leitão, 1931 (Fig. 80) I.e. Mello-Leitão, 1931 —• Arq. Mus, Nac., 33. p. 103. /. e, Idem, 1934 — VIII Reun . Patol. Reg, f p. 59. o 35mm. Tronco 13mm. Cauda 22mm. Cefalotórax pardo-claro, marmorado de castanho. Ter¬ gitos com uma faixa longitudinal submarginal castanha, estrei¬ ta, denteada na borda interna, estendendo-se até à extremi¬ dade posterior do tergito VII ; nos tergitos I a VI um par mediano de manchas triangulares castanhas, de base poste- terior, unindo-se pelas bases nos tergitos III a V. Fora das C. de MelloLeitão — Escorpiões Sul-Americanos 197 faixas marginais há uma fila de quatro pequenas manchas oblí¬ quas, nos tergitos ÍÍI e IV, junto às pleuras. Esternitos com duas estreitas faixas longitudinais escuras, submedianas, que se esbatem e terminam no esterníto V. Cauda amarela, com pequena mancha dorsal mediana nos segmentos II, III e IV ; lados e face ventral intensamente marmorados de castanho, com duas faixas laterais mais ou menos nítidas. Patas e pal- pos amarelos, marmorados de castanho na face dorsal. Cefalotórax pouco estreitado adiante. Cômoro ocular sulcado. Tegumentos finamente granulosos, com granula¬ ções mais grosseiras nas bordas do sulco do cômoro ocular, formando cristas superciliares. Tergitos densa e finamente granulosos ; tergito VII com duas cristas longitudinais de granulações pontiagudas. Esternitos lisos e brilhantes, ex¬ ceto o IV e, sobretudo, o V que são granulosos em sua porção posterior, Pentes com 15 dentes curvos. Uma fila de lâminas in¬ termediárias que, em sua porção basilar, se torna dupla, pela presença de placas acessórias. Fig, 80 —- Segmento caudal V e vesícula de lophorus eugenicus (vista ventral) Cauda longa, quase paralela, pouco escavada dorsal- mente. Cristas medianas ventrais formadas de granulações grosseiras e presentes nos segmentos I a IV. Cristas laterais inferiores, laterais superiores e medianas dorsais completas, granulosas, presentes nos segmentos I a IV. Espaços entre as cristas medianas dorsais e laterais superiores granulosos nos segmentos I e II, lisos nos segmentos III e IV. Face ventral muito granulosa nos segmentos I e II e lisa nos segmentos III e IV. Segmento V de face dorsal levemente escavada, com as cristas medianas dorsais, laterais superiores e laterais infe¬ riores presentes e denticuladas ; face ventral grosseiramente granulosa em sua metade distai e com uma crista mediana ser¬ rilhada, ocupando todo o segmento. Vesícula finamente gra¬ nulosa em sua porção convexa, com a faixa granulosa mediana 198 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL muito mais larga que os sulcos ; face dorsal com uma fosseta basilar. Fêmur dos palpos estreito, prismático, levemente sinuoso cem cristas granulosas e uma grande tricobótria interna; mão mais larga que a tíbia, com seis cristas longitudinais arredon- dadas, e com uma apófise romba na face anterior, junto à base dos dedos. Relação entre o comprimento e largura da mão e o dedo móvel: c:l:dm = 3,5:2,5:3,5mm. Telotarsos IV armados de cinco pares de espinhos ven- trais, separados por uma fímbria mediana de pelos mais curtos que os espinhos ; telotarsos III só com quatro pares de es¬ pinhos. Localidade-tipo: Punta Foca, Prov. de Buenos Aaires, Argentina. 86. lophorus exochus Penther, 1913 (Fig. 81 a 83) L e. Penther, 1913 — Ann, K.K , Hofmus . Wien, 27, p. 249. L e, Mello-Leitão, 1933 — Arq , Mus. Nac. f 33, p. 104. I. e. Idem, 1934 ■—■ VIII Rean. Patol. Reg ., p. 56. $ 29mm. Tronco 11 mm. Cauda 18mm, Colorido geral amarelo-couro. Cefalotórax mais ou me¬ nos densamente marmorado de negro, Tergitos I a VI com quatro pares de manchas negras, sendo uma de cada lado, for¬ mando estreitas faixas longitudinais marginais, e duas trian¬ gulares, paramedianas, de base posterior. Tergito VII de co¬ lorido uniforme, Esternitos pardo-olivãceo. Cauda com duas filas de manchas lineares denegridas, na face, ventral: ferrão fulvo-denegrido. Fêmur e tíbia dos palpos e das patas man¬ chados de escuro; mão reticulada de denegrido. Cefalotórax muito estreitado em seus dois terços anterio¬ res ; a borda anterior de lobos laterais levemente arredonda¬ dos. Cômoro ocular sulcado, os olhos separados mais de um diâmetro. Sulco longitudinal completo. Tegumentos lisos e brilhantes, apenas com algumas granulações perto das bordas laterais, Tergitos I a VI lisos e brilhantes ; tergito VII gros- seirameníe granuloso em sua metade distai. Esternitos lisos C, de MelloLeitão — Escorpiões Sul-Americanos 199 e brilhantes ; esternito V com algumas granulações arredon¬ dadas. Pente com 16 dentes. Cauda paralela. Cristas medianas ventrais e laterais in¬ feriores completas e granulosas no segmento I, mais irregula¬ res no segmento II, apenas esboçadas no segmento III e ausen¬ tes no segmento IV. Cristas laterais superiores e medianas dorsais granulosas, presentes nos segmentos I a IV. Cristas Fig. 81 — icphorus exochus {Segundo Penthef) laterais acessórias presentes na metade distai dos segmentos II e III. Espaço entre as cristas medianas dorsais e laterais su¬ periores com algumas granulações esparsas, os outros espaços intercarenais lisos. Segmento V baixo, pouco escavado, com as cristas laterais superiores arredondadas ; cristas laterais 200 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL inferiores granulosas e completas ; a crista mediana ventral é arredondada, perdendo-se no terço posterior onde hã um es¬ paço triangular granuloso. Vesícula de ferrão curto, face dorsal plana e lisa, e porção convexa finamente granulosa. Dedo móvel das quelíceras com dois dentes maiores dis¬ tais e dois menores, basilares ; o dedo imóvel com dois robus¬ tos dentes contíguos. Fêmur dos palpos arredondado, com as cristas dorsais apenas esboçadas ; tíbia arredondada, quase sem vestígios Fig, 82 — Quinto segmento caudal e vesícula de perfil) de lo.phorus exochus (vista ventral) de cristas, com três pequenas tricobótrias na face inferior ; mão arredondada, lisa, brilhante, com uma fila de seis tricobó¬ trias ínfero-externas ; dedos sem lobo ; gume dos dedos com uma só fila de granulações. Fig. 83 — Telotarso IV de Iophcrus excchus (segundo Penther) Telotarsos I e II com 2-2 espinhos ventraís ; telotarsgs III com 4-4 espinhos ventrais ; telotarsos IV com 4 espinhos ventraís internos e 5 externos, entre êles uma fímbria mediana de pelos mais longos que os espinhos. Localidade- tipo: Mendoza, Argentina. Habitat ; Mendoza e Neuquên, Argentina, C. de Mello-LeitÃo — Escorpiões Sul- Americanos 201 15. Gênero PHONÍQCERCIXS Pocock, 1893 Lâminas médias dos pentes em uma só fila, perliformes. Telotarsos III e IV com três pares de espinhos ventrais e sem fímbria mediana de pelos. Gume dos dedos com uma fila ir¬ regular de granulações, às vêzes dupla na base, e com 4 ou 5 dentículos internos. Lima espécie : 87. Phoiiiocercus pictus Pocock, 1893 (Figs. 84 e 85) P. p. Pocock, 1893 — Ann . Mag, Nat. Hist., (6) 12, p. 99. P. p. Kraepelin, 1894 — Mitt . Mus. Hamburg , 11 , p. 234. P, p. Idem, 1899 — Das Tieneich , p. 198. P. p, Borelli, 1900 ■ — • Rev. Chil. Hist. Nat., 4, p. 63. o 28,5mm. Tronco ll,5mm. Cauda 17mm» ? 36mm. Tronco 16mm, Cauda 20mm. Perrugíneo, marmorado de negro. Cefalotórax mais de¬ negrido. marmorado atrás e dos lados. Tergitos com um de¬ senho lateral amarelado com um V flavo de cada lado e com três manchas flavas medianas. Esternitos amarelados, irregularmente sombreados de ne¬ gro. Cauda marmorada de negro nas faces dorsal e ventral ; quelíceras de pontas negras ; palpos denegridos, com a mão avermelhada com linhas negras ; patas pardas, muito man¬ chadas de negro. Borda anterior do cefalotórax com profundo entalhe me¬ diano, de lobos laterais muito convexos e ornada de uma fila de pontuações setígeras. Cômoro ocular quase no têrço ante¬ rior do cefalotórax, sulcado e com fina estriação transversal, os olhos separados quase dois diâmetros. Sulco mediano com¬ pleto, estendendo-se quase da borda anterior até quase a borda posterior. Tegumentos finamente granulosos, a prozona fina e densamente pontuada na fêmea, granulosa no macho. Ter¬ gitos brilhantes, finamente pontuados nos dois têrços anterio¬ res, finamente granuloso perto da borda posterior, sem crista mediana. Tergito VI granuloso na metade posterior ; ter- gito VII mais densamente granuloso, sem crista mediana, ccm duas cristas longitudinais (laterais internas) representadas por 202 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL Fig. 84 ■—■ Opérculo genital e pentes de Phoniocercus pictus uma pequena fila de granulações pontiagudas. Esternitos li¬ sos, brilhantes, pontuados. Estigmas pequenos, lineares. Pentes curtos, com 10 dentes largos na fêmea e 11-13 no macho ; lâminas intermédias em fila singela. Cauda curta, moderadamente robusta, com grossas pon¬ tuações dorsais muito irregulares ; segmentos I a III mais largos que longos. Sulco mediano dorsal estreito, finamente granuloso nos segmentos I e II. Cristas medianas ventrais ausentes nos segmentos I a IV; cristas laterais inferiores ape¬ nas esboçadas no segmento I, irregularmente granulosas e pre¬ sentes nos segmentos II a IV; cristas laterais superiores pre¬ sentes nos segmentos I a IV; cristas medianas dorsais muito convergentes no segmento I, formando um 11; menos con- Fíg. 85 Palpo direito de Phoniocercus pictus C. de Mello-Leitão — Escorpiões Sul-Americanos 203 vergentes nos segmentos II a IV. Segmento V muito gros¬ seiramente granuloso, de face dorsal plana atrás e bordas irre¬ gularmente rugosas, apresentando adiante esboço de cristas laterais superiores; cristas laterais inferiores ausentes; crista mediana ventral granulosa, completa, tendo de cada lado uma outra fila de granulações. Vesícula de face dorsal plana e lisa e face ventral granulosa. Palpos de superfície irregularmente bossulada, com algu¬ mas granulações pilíferas esparsas no fêmur e na tíbia, esta com duas filas anteriores de três tricobótrias. Mão arredon¬ dada, mais larga que a tíbia (1,9:1 ,lmm); dedo móvel com uma só fila de granulações no gume. Mão do macho com uma apófise pontiaguda junto à base dos dedos, A relação entre o comprimento e largura da mão e o dedo móvel é : c:l:dm — = 2,9:2:5mm. no macho, e 2,5:1,9:4mm. na fêmea. Telotarsos III e IV com 4 pares de espinhos de pontas muito afiladas, setiformes. Localidade-tipo: ? — Chile. Habitat: Borelli a encontrou em San Vicente, Vil la¬ rica e Temuco, Chile. A presente redescrição é calcada sôbre uma fêmea de Maullín, Chile, que me foi enviada pelo pro¬ fessor Dr. Carlos Porter. 16, Gênero CENTRQMACHETES Lõnnberg, 1897 Tipo: Centromachus pococki Kraepelin, 1894. Lâminas médias dos pentes apenas duas a cinco, subcir- culares, Telotarsos III e IV com três pares de espinhos ou ro¬ bustas cerdas espiniformes ventrais e uma fila mediana de es¬ pinhos bem menores. Gume dos dedos com duas a três filas irregulares de grânulos. Duas espécies : A Corpo denegrido uniforme ; segmentos caudais III e IV sem cristas acessórias ; cômoro ocular com sulco me¬ diano ; dedo móvel dos palpos bem menor que a mão -— C, obcurus M.-L, AA Corpo manchado ; segmentos caudais III e IV com cristas acessórias ; cômoro ocular sem sulco, dedo mó¬ vel igual à mão — C. pococki (Krpln). 204 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL 88. Cenfromachetes obscurus Mello-Leitão, 1934 C. o. Mello-Leitão, 1934 — Arq, Mus. Nac., 34, p. 16. 2 40mm. Tronco 18mm. Cauda 22mm. Colorido quase negro, uniforme. Borda anterior do cefalotórax de lobos laterais mui leve¬ mente arredondados, quase direitos, sem entalhe mediano ní¬ tido. Cômoro ocular sulcado ; os olhos médios separados mais de um diâmetro. Sulco mediano completo ; sulcos la¬ je ra is profundos, muito oblíquos para diante e para fora, par¬ tindo do sulco mediano. Tegumentos densamente granulo- losos. Tergitos finamente granulosos, "chagrinés”, com a ái T ea anterior e os rebordos laterais muito nítidos, presentes em todos os tergitos; VIII grosseiramente granuloso, com duas cristas longitudinais pouco nítidas. Esternitos “chagri- nés"; esternito V com cristas irregulares, lisas. Estigmas pul¬ monares pequenos, quase circulares. Pente de nove dentes; cinco lâminas intermédias arre¬ dondadas. Cauda estreitando-se para trás, pouco maior que o tronco. Cristas medianas ventrais, laterais inferiores, laterais superio¬ res e medianas dorsais presentes nos segmentos I a IV e for¬ madas por granulações grosseiras ; cristas laterais acessórias completas no segmento I, ocupando o têrço distai do segmento II, ausente nos segmentos III e IV. Segmento caudal V afi¬ lando-se sensivelmente para trás, sem cristas medianas dorsais, as laterais superiores e laterais inferiores granulosas ; face ventral com algumas granulações setíferas e uma crista me¬ diana nítida, de granulações grosseiras. Tegumentos muito granulosos nos espaços intercarenais. Palpos finamente granulosos ; fêmur prismático ; tíbia arredondada, com duas tricobótrias ; mão duas vezes mais larga que a tíbia ; dedos curvos ; o gume com duas filas irregulares de granulações. Relação entre o comprimento e largura da mão e o dedo móvel é : c:l:dm = 4:3:2,5mm. Telotarsos III e IV com uma fila mediana ventral de pe¬ quenos espinhos cônicos e três pares de longos espinhos fracos. Localidade-tipo: Valdivia, Chile. C. de Mello-Leitão — Escorpiões Sul-Americanos 205 89. Centromachetes pococki (Kraepelin), 1894 Centromachus pococki Kraepelin 1894 — Mit. Mus. Hamburg, 11, p. 238, C. p. Lõnnberg, 1897 — Entom . Tijdskc ., 13, p. 200. C. p. Kraepelin, 1899 — Das Tierveich, p. 199. C. p. Borelli, 1900 Rev, Chil. Hist. Nat ., 4, p. 64. $ 39mm. Tronco 18mm. Cauda 21 mm. 2 51 mm. Tronco 22mm. Cauda 29mm, Corpo amarelo-avermelhado, côr do couro, manchado de negro, as manchas formando um marmorado ou reticulado. Borda anterior do cefalotórax regularmente arredondada, levemente emarginada. Cômoro ocular sem sulco mediano, os olhos separados cêrca de um diâmetro. Sulco longitudinal mediano ocupando apenas a metazona. Tegumentos lisos e brilhantes, com uma área mediana anterior opaca na fêmea ; no macho mais ou menos densamente granulosos e opacos em tõda extensão. Tergitos brilhantes, pouco granulosos na fê¬ mea, muito densamente granulosos e opacos no macho ; ter- gito VII um pouco mais granuloso na fêmea, grosseiramente granuloso no macho, sem cristas longitudinais, Esternítos li¬ sos e brilhantes ; esternito V com quatro cristas longitudinais em sua metade posterior e, no macho, com algumas granula¬ ções esparsas, mais densas atrás. Estigmas pequenos, arre¬ dondados. Pentes com 5-6 dentes na fêmea e 7-8 no macho e ape¬ nas 2 ou 3 lâminas intermédias, arredondadas. Cauda robusta, paralela. Cristas medianas ventrais e laterais inferiores presentes nos segmentos I a IV, sendo mais acentuadas nos segmentos I e II, mais achatadas e indistinta¬ mente granulosos nos segmentos III e IV. Cristas medianas dorsais e laterais superiores, completas, granulosas ou dentea¬ das, presentes nos segmentos I a IV. Cristas acessórias pre¬ sentes no segmento I e na metade distai dos segmentos II e III. Segmento V de face dorsal levemente côncava ; face ventral com as cristas laterais inferiores e mediana ventral completas, denteadas. Vesícula de face dorsal plana e lisa ; o resto convexo e grosseiramente granuloso. Palpos de fêmur sem arestas acentuadas, com granulações nas faces dorsal, anterior e inferior ; tíbia brilhante, arredon- 206 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL dada com as cristas anteriores granulosas ; face posterior com 3 tricobótrias ; mão lisa, brilhante, com estrias escuras ; no macho hã uma crista romba perto da base dos dedos ; a relação entre o comprimento e largura da mão e o dedo móvel é : c:l:dm = 4,3:4,l:5mm no macho, e 3,2:2,3:4mm na fê¬ mea. Localidade-tipo: Lebú, Valparaíso, Chile. Habitat : Valparaíso e Vilíarica, Chile. 17. Gênero IOPHOR0XENUS Mello-Leitão, 1933 Lâminas médias dos pentes em uma fila singela. Telo- tarsos III e IV com 5 pares de espinhos ventrais, separados por uma fila mediana ventral de cerdas. Gume do dedo móvel dos palpos com uma só fila de granulações. Estigmas pulmo¬ nares lineares. Mão mais delgada que a tíbia dos palpos, Uma espécie : 90. lophoroxenus exdimamis Mello-Leitão, 1933 (Fig. 86) /. e. Mello Leitão, 1933 Arq , Mus. Nac ., 33, p. 23, I. e. Idern, 1934 ■— VIII Reun. PatoL Reg, f p. 54, 5 29mm. Tronco 14mm. Cauda 15mm, Cefaiotórax e tergitos fulvos, irregularmente marmora- dos de denegrido, os tergitos com uma faixa clara mediana. Cauda fulvescente, levemente lavada de fusco ; vesícula da côr da cauda, com o ferrão avermelhado. Borda anterior do cefaiotórax sinuosa, levemente mais saliente no meio que dos lados. Cômoro ocular sulcado, os olhos medianos separados mais de um diâmetro. Sulco me¬ diano completo, Sulcos laterais curvos, de concavidade ante¬ rior, reto nos dois terços externos que são oblíquos para diante e para fora. Tegumentos “chagrinésT muito fínamente gra¬ nulosos. Tergitos finamente granulosos; tergiío VII com gra¬ nulações mais grosseiras em sua metade posterior, Esternitos I a IV liso? e brilhantes; esternito V com quatro cristas lon- gitulinais granulosas. Pente com 15 dentes levemente curvos. Cauda quase igual ao tronco, paralela. Cristas media¬ nas ventrais c laterais inferiores granulosas, completas nos C. de Mello-Leítão — Escorpiões Sul-Americanos 207 208 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL segmentos I e II, pouco nítidas no segmento III, ausente no segmento IV. Cristas medianas dorsais granulosas e com¬ pletas nos segmentos I a III, pouco acentuadas no segmento IV; cristas laterais superiores granulosas e completas nos seg- menos I e lí, apenas indicadas por algumas granulações basila¬ res no segmento ÍII, ausentes no segmento IV, Tegumentos irregularmente granulosos. Segmento caudal V de face dorsal quase plana, sem cristas medianas e laterais superiores; face ventral com as cristas laterais denticuladas, completas, uma crista mediana serrilhada, ocupando o íêrço distai e duas cristas paramedianas, com uma disposição inversa da de Bo~ thrimus : paralelas no terço distai e depois inclinando-se para diante e para fora, para se unirem às cristas laterais quase no terço anterior. Vesícula estreita e baixa, com longo ferrão, de face dorsal plana e face convexa grosseiramente granulosa, Palpos lisos; fêmur prismático; tíbia com leves cristas; mão quase duas vêzes maior que a tíbia e mais estreita, A rela¬ ção entre o comprimento e largura da mão e o dedo móvel é: c:L‘dm=2:1:2,7mm. Localidade-tipo: Lago Argentino, Santa Cruz, Argen¬ tina, 18, Gênero THESTYLXXS Simon, 1880 Tipo: Cercophonius glazioui Bertkau, 1880. Lâminas intermediárias dos pentes em uma fila singela. Telotarsos III e IV com seis ou sete pares de espinhos infe¬ riores, sem fila intermédia de pelos ou cerdas; espinhos apicais dos basitarsos muito pequenos; gume dos dedos com uma só fila de grânulos e com seis dentículos de cada lado. Mão do macho sem apófise junto à base dos dedos. Duas espécies: A. Cômoro ocular sem sulco mediano; tergito VII sem cristas ou dentículos distais; lâminas médias dos pentes va¬ riando de 5 a 7. B. Colorido geral tirante ao negro, sem faixa clara nos tergitos; vesícula finamente granulosa — T, glazioui gla- zioui (Bertk). A BB. Colorido geral amarelo ocráceo, com larga faixa clara nos tergitos; vesícula com grânulos esparsos — T. gla- zioui LiNEATus Giltay. AA. Cômoro ocular com sulco mediano; tergito VII com cristais granulosas oblíquas e quatro dentículos distais; C. de MelloLeitÃo — Escorpiões Sul-Americanos 209 nove lâminas intermédias nos pentes; colorido geral negro, com manchas triangulares fulvas nos tergitos — T. signatus M.-L. 91. Thestylus qlazioui qlazioui ÍBertkau), 1880 (Figs. 87 e 88) Cercophonius glâzioui Bertkau, 1880 — Verz. Brasil. sp. f p. 10. T. g. Simon, 1880 -—■ Ann. Soc. Ent. Fvance, (5), 10, p. 394. T . g. Kraepelin, 1894 — Mitt. Mus. Hambucg, 11, p. 270. T. g. ídem, 1899 *— Das Tierreich , p. 193. T. g. Mello-Campos, 1922 -— Men. Inst. Osvaldo Cru17, p, 292. o 46mm. Tronco 20mm. Cauda 26mm. 5 40mm. Tronco 18mrn. Cauda 22mm. Cefalotórax quase negro, marmorado de claro; tergitos da côr do cefalotórax, com pequenas manchas claras que forniam de cada lado, em cada tergito, uma elipse. Cauda parda, retri culada de denegrido. Vesícula e palpos fulvo-escuro; ester- nitos e patas amarelados. Borda anterior do cefalotórax de lobos laterais levemente arredondados, separados por pequena depressão mediana. Cô¬ moro ocular sem sulco, os olhos médios separados cêrca de um diâmetro. Sulco longitudinal presente só na metazona, pro¬ fundo e com uma fosseta alongada posterior. Sulcos transver¬ sos partindo do sulco mediano e muito oblíquos para diante. Tegumentos lisos, fortemente pontuados. Tergitos lisos, com a área anterior visível. Tergito VII granuloso em sua me¬ tade distai, onde há duas cristas longitudinais. Esternitos lisos, brilhantes, pontuados; esternito V com duas cristas lon¬ gitudinais em sua metade posterior. Pente com 11-14 dentes e 6-7 lâminas intermediárias. Cauda robusta, paralela. Cristas medianas ventrais e laterais inferiores presentes ncs segmentos I e II. ausentes nos segmentos IIÍ e IV. Cristas laterais superiores e medianas dor¬ sais completas, presentes no segmentos I a IV, nos segmentos I e II as cristas laterais superiores terminam atrás em um tubér- 210 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL culo saliente. Segmento caudal V de face dorsal quase plana, com as cristas laterais superiores arredondadas; cristas late¬ rais inferiores obsoletas; face ventral com algumas granulações esparsas, setíferas, sem crista mediana. Vesícula de face dor¬ sal plana e lisa; a porção convexa fina e densamente granulosa, Palpos lisos; fêmur prismático, de cristas pouco acen¬ tuadas; tíbia arredondada, com a face anterior levemente exca- vada e com duas tricobótrias; mão densamente pontuada, muito dilatada; o dedo móvel curvo, igual à mão; gume dos dedos com uma fila irregular de granulações. C. de MelloLeitãg — Escorpiões Sul-Americanos 211 Localidade-tipo: Pedra Açu, Estado do Rio de janeiro, Brasil, Habitat: Brasil Meridional: Espirito Santo, Rio .de Ja¬ neiro, Minas Gerais, São Paulo, Santa Catarina. 92, Thestylus glazioui lineatus Giltay, 1928 T. g. l, Giltay, 1928 — Buli. Ann. Soc . Entom. Belgique , 68, p. 81. T , g. I, Idem, 1930 — Une Mission Biol. Belge au Bcésil , 2, p. 309-329. ? 20mm. Limita-se Giltay a comparar sua variedade com a espé¬ cie tipo, dando a coloração e os caracteres dos segmentos cau¬ dais I e II. Não tendo visto o tipo, passo a traduzir a descri¬ ção original: “Coloração geral amarelado, ocrãcea. Cefalotórax me¬ nos fortemente coberto de um desenho marmorado pardo, dei¬ xando aparecer grandes espaços claros atrás dos olhes médios e dos lados. Tergitos pardo-escuro, com manchas lunetifor- mes bem desenhadas e uma larga faixa mediana amarela em todos os tergitos. Cauda e apêndices reticulados, marmora- dos. Cauda menos pardacente em sua face ventral. Ester- nitos amarelos de ocre. Segmento caudais I e II com as cristas ventrais quase obsoletas. Vesícula mais grosseiramente gra¬ nulosa em sua porção convexa, com granulações mais esparsas, Pente com 11 dentes.” Localidade-tipo: Serra do Caparaó. Espírito Santo, Brasil. 93. Thestylus signatus Mello-Leitão, 1933 Thestulus glazioui signatus Mello-Leitão, 1933 — Arq. Mus. Nac. t 33, p. 97. ? 38mm. Tronco 17mm. Cauda 21 mm. Cefalotórax castanho-negro, com algumas manchas irre¬ gulares fulvas. Tergitos com estreita mancha longitudinal, marginal anterior e uma grande mancha mediana, fulva, trian¬ gular, de base anterior. Nos tergitos I a VI há, nessa mancha, uma outra elíptica-transversa, anterior, castanho-escuro, com Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL 212 um ponto central fulvo. Esternitos pardo-amarelado. Cauda amarelada, reticulada de negro: segmento V e vesícula fulves- centes, sendo que na face ventral da cauda predomina o negro. Patas castanho-escuro, com poucas manchas claras, e de tar¬ sos amarelados. Palpos castanho-escuro, marmorados de ful¬ vo; aquelas, côr de mogno, a mão com faixas longitudianas denegridas. Borda anterior do cefalotórax direita, com alguns pelos. Cômoro ocular com uma leve goteira mediana, os olhos sepa¬ rados mais de um diâmetro. Sulco longitudinal mediano com¬ pleto, estendendo-se de uma fosseta, perto da borda anterior até a borda posterior. Tegumentos lisos, pontuados. Tergi- tos lisos; os tergitos I a VI com uma leve crista transversal perto da borda anterior; tergito VII sem área anterior percep¬ tível, mas apresentando em sua metade posterior duas filas de granulações, oblíquas e levemente curvas, de concavidade ex¬ terna. Esternitos lisos, com alguns pelos; esterníto V com duas cristas longitudinais em sua metade posterior. Pente com 12 dentes longos, curvos e com uma fila de 9 lâminas intermédias, sendo as três basilares maiores, ovais. Cauda paralela. Cristas medianas ventrais presentes nos segmentos I e II onde formam um desenho em O, de ramos divergentes, e ausentes nos segmentos III e IV. Cristas late¬ rais inferiores presentes nos segmentos I e II e ausentes nos segmentos III e IV; cristas laterais superiores representadas nos segmentos I a III apenas por um forte dente apical, e no segmento IV por uma fila de pequeninos grânulos, ocupando o quinto distai. Cristas medianas dorsais granulosas, pouco ní¬ tidas nos segmentos I e II, completas nos segmentos III e IV. Tegumentos lisos. Segmento caudal V sem cristas dorsais; face ventral sem cristas granulosas, apenas com algumas gra¬ nulações setíferas irregularmente esparsas. Vesícula de face dorsal com um sulco longitudinal e com uma faixa mediana ventral lisa; o resto áspero, “chagrinéC finamente granuloso. Palpos lisos; fêmures sem cristas nítidas; tíbia fusiforme; aquela mais estreita que a tíbia; dedo móvel com o gume pro¬ vido de uma fila sinuosa de granulações. Relação entre o com¬ primento e largura da mão e o dedo móvel é c:l:dm = 2,7:1,7: :3,8mm (o dedo móvel quase vez e meia maior que a mão). C. de Mello-Leitão — Escorpiões Sul Americanos 213 Telotarsos í e II apresentando, na face ventral uma fila média de pelos e um par de espinhos nos telotarsos I e dois pares nos telotarsos íf . Telotarsos fll e IV armados de seis pares de espinhos ventrais, sem fímbria mediana de pelos e com três longas cerdas dorsais. Localidade-tipo: Rodeio, Estado do Rio de Janeiro, Brasil. 19, Gênero IIROPHONIIIS Pocock, 1893 Tipo: Cercophonius brachycentms Thorell. Lâminas médias dos pentes em uma só fila. Telotarsos III e IV com 5 a 7 pares de espinhos ventrais, separados por uma fila mediana de longos pelos. Gume dos dedos dos pal- pos com duas filas completas de granulações. Mão do macho com apófise anterior. Cinco espécies. A . Face ventral do segmento caudal V com crista me¬ diana completa e cristas laterais inferiores presentes. B. Face ventral do segmento caudal V com as cristas laterais inferiores presentes apenas no terço posterior. C. ‘I odos os esternitos lisos; face ventral dos segmen¬ tos caudais III e IV granulosa; pente com 10 dentes — li. IHERINGII Poc. CC. Esternito V granuloso em sua metade posterior; segmentos caudais III e IV com a face ventral lisa; pentes com 14 a 18 dentes, D. Tronco com 4 filas de manchas negras dorsais — U. RRACHYCENTRUS (Thoi\). DD. Tronco com 2 faixas longitudinais negras —* U. BRACHYCENTRUS RIVITTATUS ( Thor . ) . BB, Face ventral do segmento caudal V com as cris¬ tas laterais inferiores completas. C. Segmento caudal I com duas cristas granulosas transversais na face ventral — LI. granulosissímus M.-L. CC. Segmento caudal I sem cristas transversais gra¬ nulosas na face ventral ■— U. granulatus Poc. A A. Quinto segmento caudal de face ventral sem cris¬ tas granulosas longitudinais; com uma densa área granulosa distai — U, corderoi M.-L, 214 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL 94. Urophonius brachycentrus (Thorell), 1877 Cetcophonius brachycentrus Thorell, 1877 — Atti Soc. Ital. Sei. Nat., 19, p. 10, Cercophoniits brachycentrus Holmberg, 1881 — Informe oficial f p. 162. LI. b. Pocock, 1893 — Ann. Mag. Nat. Hist., (6), 12, p. 101. U. b. Kraepelin, 1894 ■— Mitt. Mus. Hamburg , 11, p. 221. U. b. Idem, 1899 — Das Tierreich , p. 194. U. b. Mello-Leitão, 1934 — VIII Reun. Patol. Reg. , p. 48. 8 28mm, Tronco llmm. Cauda 1 7mm. Corpo amarelo claro ou testácéo, manchado de negro; cefalotórax com estrias negras em torno do cômoro ocular e dos ládos, Tergitos com quatro filas longitudinais de manchas negras irregulares, as medianas mais próximas entre si que das laterais. Cauda muito manchada, as manchas negras formam três faixas longitudinais irregulares na face ventral. Vesícula manchada só em sua porção convexa. Palpos amarelo claro, de face dorsal marmorada de negro. Patas com a face dorsal dos fêmures e das tíbias manchada de negro. Borda anterior levemente sinuosa, de ângulos arredon¬ dados. Cômoro ocular sulcado. Sulco longitudinal mediano completo, quase com o mesmo aspecto na prozona e na meta- zona. Sulcos laterais independentes do sulco mediano, curtos, muito oblíquos. Olhos medianos afastados mais de um di⬠metro. Tegumentos levemente coriácecs, com uma área fina¬ mente granulosa perto da borda posterior. Tergitos levemente coriáceos, com o seu terço posterior finamente granuloso dos lados; tergito VII com duas cristas granulosas longitudinais divergentes. Esternitos lisos e brilhantes; esternito V com al¬ gumas granulações irregularmente esparsas. Pentes com 18 dentes. Cauda muito pilosa, com os palpos e as patas. Face ven¬ tral dos segmentos I e II muito grosseiramente granulosa; no segmento I há uma crista transversal de granulações grossei¬ ras; cristas medianas dorsais e laterais superiores completas, granulosas nos segmentos I e II, lisas nos segmentos III e IV. Segmento caudal V de face dorsal levemente escavada em sua C. de MelloLeitIo — Escorpiões Sul-Americanos 215 metade basilar, plana em sua porção distai, as cristas laterais superiores marcadas por uma fila de pelos; face ventral com três cristas granulosas longitudinais, a mediana completa, alcançando a borda anterior, as laterais ocupando apenas o têrço distai. Vesícula lisa e brilhante; face dorsal, no macho, provida de uma fosseta bassilar elíptica. Palpos maxilares lisos; fêmur prismático com algumas gra¬ nulações nas cristas dorsais e com algumas granulações pilífe- ras maiores; tíbia de face externa convexa, a interna levemente escavada; mão lisa, pontuada com pelos esparsos e as tricobó- trias seriadas. Relação entre o comprimento e largura da mão e o dedo móvel é c:l:dm = 3:2:2,7mm. Localidade-tipo: San Jiian, Argentina. Habitat: San Juan, Córdoba, Patagônia, Prov. de Buenos Aires. 95. Urophonius brachycenfrus bivittatus (Thorell) 1877 Cercophonius brachycentrus bivittatus Thorell, J 877 <—- Atti Soc. Ital. Sei. Nat., 19, p. 183, U. b. b . Mello-Leitão, 1933 — Arq , Mus. Nac ,, 33, p. 100. U . b. b. Idem, 1934 — VIII Reun. Patol. Reg., p. 51. Thorell caracteriza esta subespécie nos seguintes ter¬ mos: “Testaceo-olivaceus est et nigro-variatus, abdomine modo duabus vittis latis nigris ornatum; differt praeterea digito ma- nus mobili quam manu postiça dimidio longiore, carínis dorsua- libus et lateralibus superioribus non tantum in segmentis cau- dae l.° et 2.° verum etiam in 3.° (dorsualibus immo in 4.°) gra- nulosis, pectinibus 15 est,” Localidade-tipo: Mendoza, Argentina. 96. Urophonius corderoi Mello-Leitão, 1931 U. c. Mello Leitão, 1931 —' Arq. Mus. Nac., 33, p. 100. U. c. Idem, 1934 — VIII Reun. Patol. Reg., p 52. 2 30mm. Tronco 12mm. Cauda 18mm. Cefalotórax pardo-amarelado, rnarmorado de castanho. Tergitos castanhos, com estreita faixa mediana amarela e outra. 216 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL do mesmo colorido, junto às bordas laterais; no fundo escuro há manchas claras irregulares, às vêzes fundidas, em VV dei¬ tados (><), de ângulos internos. Cauda parda, irregular¬ mente manchada de castanho. Vesícula fulvo-clara, com o ferrão negro, a face convexa levemente sombreada. Patas amarelo-claro; os fêmures com manchas apicais e pequenas faixas laterais castanhas; tíbias irregularmente manchadas; pro- tarsos e tarsos uniformes. Palpos amarelo-pardacento, manchados de castanho, com os dedos fulvescentes, uniformes. Quelíceras como os palpos, Esternitos amarelos, levemente denegridos. Borda anterior levemente côncava. Cômoro ocular sul¬ cado, os olhos medianos separados cerca de um diâmetro. Sul¬ co longitudinal mediano completo, muito profundo na meta- zona, que se torna nitidamente bilobada. Tegumentos brilhan¬ tes, fina e densamente granulosos. Tergitos brilhantes, fina¬ mente granulosos; tergito VII com duas áreas posteriores, simé¬ tricas, de granulações grosseiras, Esterníto I a IV brilhantes, com abundante pontilhado, formado por pequeninas depres¬ sões punctiformes, como pontas de alfinete, setíferas; esterníto V grosseiramente granuloso em sua metade posterior. Pente com 14 dentes e lâminas intermédias em uma só fila de 9 ou 10, perliformes. Cauda vez e meia maior que o tronco; só o segmento I mais largo que longo; todos os outros mais longos que largos, Na face ventral do segmento I uma crista transversal mediana de granulações grosseiras. Face ventral dos segmentos I a III densa e grosseiramente granulosa, de modo que não se desta¬ cam as cristas medianas ventrais e laterais inferiores; face ven¬ tral do segmento IV com granulações muito pequeninas, pouco abundantes, irregularmente esparsas. Cristas dorsais media¬ nas presentes e granulosas nos segmentos í e II, mais nítidas no segmento I, arredondadas e obsoletas nos segmentos III e IV; cristas laterais superiores completas, granulosas, presentes nos segmentos I a IV. Segmento V de face dorsal lisa, leve¬ mente escavada em sua metade anterior, plana na metade pos¬ terior; face ventral sem cristas longitudinais, mas com uma área densamente granulosa no têrço posterior, e com a borda pos¬ terior denteada. Vesícula de face dorsal plana e lisa, face ventral convexa, granulosa, com duas pequenas cristas basi¬ lares denteadas. C. de Mello-LeitÃo -— Escorpiões Sul-Americanos 217 Quelíceras com o dedo imóvel provido de um dente bífido basilar e outro, pontiagudo, mediano; dedo móvel com 5 dentes, dos quais o segundo basilar e o apical bem maiores. Palpos lises, sem cristas; tíbia fusiforme, com duas tricc- bótrias; mão da largura da tíbia; gume dos dedos com duas fi¬ las sinuosas de pequenos grânulos, limitadas por duas séries de seis ( dentículos. Relação entre o comprimento e largura da mão e o dedo móvel é c:l:dm ~ 2,8:2,2:3,2mrn. Telotaros I e II com dois pares de espinhos ventrais; telo- tarsos III e IV 7 com seis pares de espinhos ventrais, separados por uma fímbria mediana de pelos maiores que os espinhes. Localidade-tipo: Paso de Mendoza, Mendoza, Argentina. 97, Llrophomus granulaíus Pocock, 1898 U. g . Pocock, 1898 ■— Ann. Mag. Nat, Hist. (7) 1, p. 329. U. g. K raepçlin, 1899 — Das Tierreich f p. 194. U. g. Mello Leitão, 1934 — VIII Reu . Paiol. Reg. r p. 51. 2 33,5mm. Tronco Hmm. Cauda 19,5mm. Ccrpo amarelo, marmorado de negro; tergitos com uma larga faixa mediana clara, uniforme. Palpos e patas amarelos, irregularmente manchados de negro; tarsos estriados de negro. Borda anterior do cefalotórax direita. Sulco longitudinal mediano completo. Cômoro ocular sulcado, os olhos separados cêrca de um diâmetro. Tegumentos lisos junto à borda ante¬ rior, finamente granulosos no resto de sua extensão. Tergitos I a VI finamente granulosos; tergito VII mais grosseiramente granuloso e com quatro cristas longitudinais em seus dois ter¬ ços posteriores. Esternitos I a IV lisos, finamente pontuados; esterníto V pontuado em sua metade anterior e finamente gra¬ nuloso na metade posterior. Pentes com 17 dentes. Escleritos do opérculo genital de ângulos posteriores arredondados. Cauda paralela. Cristas medianas ventrais e laterais inferiores presentes nos segmentos í e lí (as laterais inferiores mais fracas no segmento lí). ausentes nos segmentos III e IV que têm a face ventral lisa. Cristas medianas dorsais granulo sas e presentes nos segmentos I a III e esboçadas no segmento 218 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL IV. Cristas laterais superiores granulosas e completas nos segmentos I a III, ausentes no segmento IV. Segmento V de face dorsal lisa, levemente escavada na metade anterior, quase plana na posterior. Face ventral com três cristas longitudi¬ nais granulosas, nos dois terços posteriores e com os tegu¬ mentos irregularmente granulosos em sua metade posterior. Vesícula com a face dorsal plana e lisa, a porção convexa finamente granulosa. Fêmur dos palpos pouco granuloso, ccm as cristas dorsais acentuadas nas porções basilar e distai; tíbia lisa, convexa, sem cristas, de tegumentos pontuados; mão pontuada, pouco mais espessa que a tíbia; gume do dedo móvel com duas filas irregulares de granulações em sua metade basilar, fundindo-se na metade distai. Patas com as tíbias e fêmures finamente granulosos; telo- tarsos I com um par de espinhos ventrais; telotarsos II com dois pares; telotarsos III com 5 pares e telotarsos IV com 6 pares. Localidade-tipo: San }uan, Argentina. 98. Ilrophomus granulosissimus Mello-Leitão, 1934 (Fig. 89 a 91) 11 . g. Mello-Leitão, 1934 — An. Acad. Bras . Ci. t 6, p. 13. 2 35mm. Tronco 17mm. Cauda 18mm. Cefalotórax pardo, côr de mogno, com grande mancha ne¬ gra mediana; o resto marmorado de negro. Tergitos igual¬ mente pardos, marmorados de negro, sem faixa clara mediana; apenas com pequenas manchas na borda posterior de cada ter- gito. Cauda muito manchada de negro; vesícula negra com a ponta do ferrão fulva. Patas e palpos marmorados de negro. Esternitos testáceos. Borda anterior do cefalotórax direita. Cômoro ocular sulcado; os olhos medianos separados mais de um diâmetro. Sulco longitudinal mediano completo e profundo. Sulcos transversais levemente curvos, de concavidade anterior. Te¬ gumentos finamente granulosos. Tergitos I a VI finamente granulosos, como o cefalotórax; tergito VII mui nitidamente debruado, com granulações bem mais grosseiras e sem cristas longitudinais. Esternitos I a IV lisos, com uma fila transver- C. de Mello-LeitÃo — Escorpiões Sul-Americanos 219 sal mediana de depressões punctiformes, pilíferas e de borda posterior mui finamente recortada; esternito V finamente pon¬ tuado em sua metade anterior e granuloso na metade poste¬ rior, sem cristas longitudinais. Estigmas pulmonares muito pequenos, elípticos, Pentes com M dentes e de fulcros perliformes. Fig. 89 ■— Opérculo genital e pentes de Urophonius gr.anulosissimus Cauda quase igual ao tronco, paralela. Segmento I tra- pezóide, de largura maior que o comprimento, com duas cris¬ tas transversais ventrais de grossas granulações. Face ventral dos segmentos II e III grosseiramente granulosa; no segmento II há um V basilar. Cristas medianas ventrais ausentes nos segmentos I a IV. Cristas laterais inferiores grosseiramente granulosas, presentes nos segmentos I a IV, sendo muito me¬ nos acentuadas no segmento IV. Cristas laterais superiores presentes e granulosas no segmento I e II, presente na metade anterior dos segmentos II e III e no quinto anterior do seg¬ mento IV. Cristas medianas dorsais granulosas no segmento I, arredondadas, não granulosas, nos segmentos II a IV. Seg¬ mento V granuloso, de face dorsal levemente côncava nos dois terços anteriores, plana no têrço posterior. Face ventral muito granulosa em tôda a sua extensão, com três cristas longítudi- 220 Arquivos do Museu Nacional <— Vol. XL nais completas, alcançando a borda anterior; a crista mediana anterior; a crista mediana é bífida atrás, formando um V inver¬ tido muito estreito, Palpos pilosos; os pelos postos em filas de depressões punctiformes; gume dos dedos com duas filas regulares de gros¬ sas granulações. Relação entre o comprimento e largura da mão e o dedo-móvel é c:l:dm — 2,5:1,5:3,5mm. Telotarsos ílf e IV com 5 pares de espinhos ventrais, separados por uma fímbria mediana de longos pelos. Localidade-tipo: São Leopoldo, Rio Grande do Sul, Brasil. Fjg. 91 — Palpo direito de Urophorüus grânulos iss im u s 99. LXrophonius iheringi Pocock, 1893 II. i. Pocock, 1893 «— Ann. Mag. Nat. Hist ., (6) 12, p. 99. U. i. Mello-Leitão, 1931 -—■ Avq. Mus. Nac ., 33, p. 99. 2 30mm. Tronco 13mm. Cauda 17mm. 33mm, Tronco Í4mm. Cauda 19mm. Corpo amarelo-claro ou testáceo, manchado de negro, Cefalotórax com um campo negro mediano na prozona, ama¬ relado dos lados; tergitos denegridos dos lados e com uma mancha negra de cada lado da linha mediana e com 4 manchas mais daras perto da borda posterior. Esternitos amarelo-páli¬ do, Cauda irregularmente marmorada de negro em cima e C. de MelloLeitãg — Escorpiões Sul-Americanos 221 dos lados. Face dorsal das quelíceras, das patas e dos pal- pos com faixas e manchas negras; dedos ferrugíneos. Borda anterior do cefalotórax quase direita, sem entalhe mediano; borda posterior com um entalhe mediano nítido. Cô¬ moro ocular sulcado, os olhos médios separados pouco mais de um diâmetro, Sulco longitudinal completo. Tegumentos mui finamente granulosos em tôda a sua extensão. Tergitos quase completamente lisos, apenas com granulações muito finas dos lados e atrás. Tergito VII um pouco mais granuloso, com qua¬ tro cristas longitudinais. Esternitos lisos e brilhantes, pontua¬ dos; esternito V com algumas granulações, sem cristas. Estig¬ mas pequenos, lineares. Pentes com 13-14 dentes e uma fila singela de 9 ou 10 lâminas intermédias. Cauda delgada, com os segmentos de lados levemente convexos. Face ventral dos segmentes I a III irreguíarmente granulosa, sem cristas medianas, o segmento I mais granuloso que o segmento II e êste mais granuloso que o segmento III; face ventral do segmento IV quase lisa. Critas laterais infe¬ riores presentes nos segmentos I a IV mas lisas ou quase lisas. Cristas medianas dorsais e laterais superiores lisas e arredon¬ dadas nos segmentos II a IV e granulosas no segmento I. Seg¬ mento V com a face dorsal escavada em goteira, em sua me¬ tade anterior e plana na metade posterior; faces laterais conve¬ xas; face ventral com três cristas longitudinais, fracas anterior¬ mente e irregularmente granulosas na metade posterior. Vesí- cula delgada, lisa, de face dorsal plana, na fêmea, com fosseta basilar no maebe; porção convexa muito finamente granulosa. Palpos relativamente delgados, sem cristas nem granula¬ ções; mão mais larga que a tíbia; dedo móvel consideràvelmente maior que á mão; gume dos dedos com 2 séries de grânulos. Mão do macho com apófise espiniforme junto à base dos dedos. Patas lisas; basitarsos pilosos e de face ventral espinhosa; telotarsos providos de longos pelos brancos, I e II sem espi¬ nhos, III e IV com 5 ou 6 pares ventrais. Localidade-tipo: Santa Maria, Rio Grande do Sul, Brasil. Habitat: Rio Grande do Sul, Brasil, e Uruguai. 222 Arquivos do Museu Nacional Vol, XL 20. Gênero BRACHISTOSTERNUS Pocock, 1893 Tipo: Telegomus weijemherghi Thorell, 1877. Lâminas médias dos pentes perliformes, em duas filas; gume do dedo móvel dos palpos com uma só fila mediana de grânulos; telotarsos III e I V sem espinhos na face ventral, onde há apenas uma fila mediana de dentículos; na face dorsal dos telotarsos IV uma fila de longas cerdas curvas, dirigidas para a extremidade distai. Oito espécies: A. Face ventral do segmento caudal V com uma crista longitudinal mediana granulosa ou serrilhada: B. Primeiro segmento caudal nitidamente mais longo que largo: corpo não manchado de negro — B. ehrenbergi (Gerv.) BB. Primeiro segmento caudal de comprimento e lar¬ gura proximamente iguais; corpo muito manchado de negro: C. Segmento caudal I um pouco mais longo que largo; II muito mais longo que largo; face ventral da cauda de colo¬ rido quase uniforme: D. Face ventral do segmento caudal V quase lisa, pen¬ tes com 25-26 dentes — B. intermedius borelli Krpln. DD. Face ventral do segmento caudal V muito gra¬ nulosa; pente com 35 dentes ou mais: E. Crista mediana da face ventral do segmento cau¬ dal V, formada por granulações pontiagudas; o resto da face ventral regularmente granulosa —■ B. intermedius Lõnnb. EE. Crista mediana ventral do segmento caudal V. mais larga, formada por filas de pequenas granulações; o resto da face dorsal com granulações maiores — B. alienus Lõnnb, CC. Primeiro e segundo segmentos caudais de faces laterais convexas, mais largos que longos; face ventral da cauda com três faixas longitudinais negras, muito conspícuas B. ATACAMAE M.-L, AA. Segmento caudal V com a face ventral sem crista mediana ou com essa crista incompleta e pouco nítida; primeiro segmento caudal mais largo que longo ou, quando muito, com esses diâmetros iguais: C, de MelloLeitÃo — Escorpiões Sul-Americanos 223 B. Tíbia dos palpos com 8 tricobótrias, em duas filas de quatro, e mão com 8 a 10, em um só fila; segmento caudal V com esboço de crista mediana ventral — B. andinus Chamb, BB. Tíbia dos palpos apenas com três tricobótrias e mão com seis ou sete: C. Face ventral do segmento caudal V densamente granulosa em tôda a sua extensão —- B. weijemberghi (Thor.). CC. Face ventral do segmento caudal V lisa em sua metade basilar: D. Colorido geral uniforme; pente com 29-30 dentes, porção granulosa da face ventral do segmento caudal V retan¬ gular — B. HOLMBERGI Carb. DD. Corpo manchado; pente com 39-40 dentes; por¬ ção granulosa da face ventral do segmento caudal V triangu¬ lar — B . REIMOSERI Pent. 100. Brachistosternus alíenus Lõnnberg, 1B98 (Figs. 92 a 94) B. a. Lõnnberg 1898 — Suenska Exp . Magellansl ., 2, n.° 3, p. 46. B . intermedius alienus Kraepelin, 1910 Mus. Hamburg, 28, p. 87. B. i. a. Mello-Leitão, 1934 — VIII Reun. Patol. Reg., p. 44. B. i. a. Idem, 1938 •—■ Notas dei Museo de La Plata f 3, p. 89. 2 55mm. Torax 24mm, Cauda 31 mm. 3 60mm. Torax 24mm. Cauda 36mm. Colorido geral testãceo pálido, tom de pérola, Cefalotó- rax com duas manchas marginais anterolaterais negras e com duas manchas arredondadas, negras, laterais, junto da borda posterior. Tergitos I e VII com duas manchas negras (as do tergito I muito maiores que as do tergito VII); cs outros ter¬ gitos com quatro manchas, transversais nos tergitos II a IV, triangulares nos tergitos V e VI. Face dorsal dos segmentes caudais I a III com três manchas alongadas. Esternitos, pen¬ tes e face ventral da cauda de colorido testãceo-claro. uniforme, 224 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL exceto o segmento caudal IV que tem as cristas granulosas denegridas. Palpos e quelíceras de colorido uniforme; patas com as tíbias ornadas de uma faixa ventral denegrida. Borda anterior do cefalotórax regularmente convexa, com a porção anterior levemente mais saliente formando, assim, um ângulo obtuso. Cômoro ocular bem no meio do cefalotórax, com o sulco mediano limitado por duas cristas superciliares lisas; os olhos separados mais de um diâmetro. Sulco longitudinal completo. Tegumentos densa e írregu- íarmente granulosos. Tergitos densas e irregularmente granu¬ losos; tergito VII sem cristas. Esternitos lisos na fêmea, gra¬ nulosos reticulados no macho; esternito V sem cristas. Estigmas grandes, lineares, transversais. Pente densamente piloso, revestido de pequenos pelos negros, com 39-42 den¬ tes no macho e com 42-48 dentes na fêmea; lâminas intermédias perlíformes, em duas filas completas. E^cleritos do opérculo ge¬ nital triangulares, de vértice anterior, mais largos que longos. Cauda estreitando-se visivelmente para trás: segmento I com 3,8 x 3,2 mm; II com 4, 6x 3mm; V com 5,8 x 2,7mm. Face ventral dos segmentos I a IV lisa, com 4 tricobótrias no segmento III e muito pilosa no segmento IV. Cristas medianas ventrais e laterais inferiores ausentes nos segmentos I a IV; Cristas medianas dor¬ sais formando um II no segmento I unin- do-se em V nos segmentos II e III e inde¬ pendentes no segmento IV. Cristas late¬ rais superiores completas e granulosas nos segmentso I a IV. Faces laterais e dorsal dos segmentos I a IV granulosas na fêmea, lisas no macho. Segmento caudal V granuloso, de face dorsal esca¬ vada, rasa, em seus dois terços anteriores, plana no terço pos¬ terior; face ventral irregularmente granulosa, com as cristas laterais serrilhadas, a crista mediana formada por filas de pe¬ quenas granulações e limitada por uma dupla fileira de 12 tri¬ cobótrias; faces laterais com uma fila de 10 a 12 tricobótrias. Vesícula muito maior que o segmento V (7,2:5,8mm), o fer- Fig. 92 —■ BRACHIS' TOTERNLIS ALIENUS C. de Mello-Leitão —- Escorpiões Sul-Americanos 225 rão ocupando os dois terços distais; face dorsal plana, sem fosseta basilar; porção convexa densa e irregularmente gra¬ nulosa, a faixa granulosa mediana da mesma largura que os sulcos lisos Dedo imóvel das quelíceras com dois dentes, o basilar bífido; dedo móvel com 5 dentes, dois maiores e três menores. Fêmur dos palpos sem cristas; tíbia pouco dilatada, com duas filas de três tricobótrias; mão pouco dilatada, granulosa, sem cristas; a relação entre o comprimento e largura da mão e o dedo móvel é c;l:dm—3; l,3:4,4mm. Patas lisas; telotarsos III com uma fila dorsal de 10 cerdas. mmmÊàr' \J b Fig, 93 — Opércuio genital e pentes de Bcachisfoteirius alienas Localidade-tipo; Valparaíso, Chile, Habitat: Valparaíso, Chile; Mendoza e Chubut, Argen¬ tina, Fig. 94 <—■ Segmento caudal V e vesícula de Brachistoterniis alienas (vista ventral) 10L Brachistosternxis andinus Chamberlin, 1916 B, a. Chamberlin , 1916 —< Buli. Mus. Comp. ZooL, 60, p. 179. ? 34mm. Tronco 14mm. Cauda 20mm. Colorido geral amarelo-claro. Cefalotórax e tergiios irregularmente manchados de denegrido; no cefalotórax uma grande área triangular amarelo-pálido, sem manchas, adiante do cômoro ocular; nos tergitos uma faixa dara mediana. Cauda 226 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL de face dorsal amarelo-pálido, face ventral mais escura e man¬ chada de pardo nos segmentos II a V. Borda anterior do cefalotórax regularmente convexa. Cô¬ moro ocular sulcado. Sulco mediano completo. Tegumentos lisos e brilhantes. Tergitos I a VI lisos e brilhantes; tergito VII finamente granuloso, sem cristas. Esternítos lisos e bri¬ lhantes; esternito V sem cristas. Pente com 28 dentes; lâminas intermédias em 2 filas com¬ pletas. Cauda paralela; segmento I de comprimento e largura iguais; segmento II um pouco mais longo que largo. Cristas medianas ventrais e laterais inferiores ausentes nos segmen¬ tos I a IV; cristas medianas dorsais e laterais superiores pre¬ sentes e completas nos segmentos I a IV, sendo granulosas no segmento, I, e as granulações cada vez menos perceptíveis nos segmentos II a IV. Face ventral dos segmentos I a III lisa; do segmento IV com algumas granulações. Segmento caudal V de face dorsal levemente escavada em goteira; cris¬ tas laterais inferiores fortemente granulosas, completas; a crista longitudinal mediana pouco nítida; o resto da face ven¬ tral densamente granuloso em seus três quartos distais, liso em sua porção basilar. Fêmur dos palpos com as arestas arredondadas, liso; tí¬ bia com oito tricobõtrias, dispostas em duas filas de quatro; mao mais espêssa que a tíbia, lisa, com uma fila ínfero-externa de 8-10 tricobõtrias. Localidade-tipo: Ollantaytambo, Perú. 102. Brachistosternus castroi Meio-Leitão, 1941 (Fig. 95) B, c. Mello-Leifcão, 1941 — Rev. Chil. Hist . Nat 45, p. 231. 2 38mm. Tronco 17mm. Cauda 21 mm. Colorido geral pardo-testáceo claro. Cefalotórax com um grande triângulo pardo-claro anterior, o resto marmorado de castanho-escuro. Cômoro ocular negro. Tergitos com três filas de manchas negras irregulares, sendo duas marginais e uma mediana, as manchas marginais mais largas, as medianas triangulares. Face dorsal da cauda pardo-acinzentada; nos 227 C. de MelloLeitÃo — Escorpiões Sul-Americanos segmentos I a III pequena mancha mediana negra alongada; faces laterais dos segmentos I a III com três grandes manchas triangulares negras. Face ventral da cauda com três faixas longitudinais negras, sendo que no segmento V as faixas late¬ rais são muito estreitas, lineares, sôbre as cristas laterais nos segmentes III a IV se alarga para trás e no segmento I ocupa apenas a metade distai. Palpos com algum marmorado cas¬ tanho, mais denso no fêmur e na tíbia. Patas manchadas de castanho dos lados da metade distai dos fêmures e na face dorsal e ventral das tíbias. Borda anterior do cefalotórax direita, quase sem saliên¬ cia mediana. Cômoro ocular sulcado, os olhos médios separa¬ dos quase dois diâmetros. Sulco longitudinal completo. Sul¬ cos transversais, partindo da extremidade do sulco mediano, acompanham a borda posterior em seu têrço interno, inclinan- do-se depois para fora e para diante, mais rasos que o sulco mediano. Tegumentos lisos na grande mancha clara da pro- zona, densa, fina e irregularmente granulosos no resto do cefa¬ lotórax. Tergitos I a IV lisos; tergitos V e VI finamente gra¬ nulosos; tergito VII grosseiramente granuloso, com quatro cris¬ tas longitudinais: as medianas pouco acentuadas, ocupando o têrço posterior; as laterais mais acentuadas e ocupando a me¬ tade posterior; bordas laterais lisas. Na base dos tergitos IV a VII há uma pequena elevação mediana, Esternitos I a IV lisos; esternito V finamente granuloso, sem cristas. Estigmas grandes, transversos, lineares. Pentes com 26 dentes; lâminas intermédias pequenas, per- liformes, formando duas filas, nítidas somente na metade basilar. Fig. 95 — Segmento caudal V e vesícula de Brachísfos - ternus casfroi (vista ventral) Cauda pouco afilada distalmente. Cristas medianas ven- trais ausentes nos segmentos I a IV; cristas laterais inferiores presentes, lisas nos segmentos I a IV. Cristas medianas dor¬ sais completas, finamente granulosas, presentes nos segmentos 228 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL I a IV. Cristas laterais superiores completas, granulosas no segmento I, lisas nos segmentos II a IV. Cristas acessórias presentes na metade posterior do segmento I, dois quintos pos¬ teriores do segmento II, um terço posterior do segmento III e o quarto posterior do segmento IV. Segmento V com a face dorsal formando uma goteira, limitada por duas faces conve¬ xas; faces laterais granulosas e com uma fila de 5 tricobótrias; face ventral densamente granulosa em tôda a sua extensão, com três cristas longitudinais completas e levemente côncava de cada lado da crista mediana. Vesícula com a face dorsal plana e lisa; porção convexa grosseira e irregularmente granu¬ losa. Fêmur dos palpos de arestas arredondadas, a face ante¬ rior com grosseiras granulações setíferas; tíbia com duas filas externas, contíguas, de 5 tricobótrias e com duas outras nos pequenos tubérculos da face anterior; mão lisa, com uma fila de três tricobótrias na base dos dedos; a relação entre o com¬ primento e largura da mão e o dedo móvel é c:l:dm — 2,7:1,9: : 3,1 mm. Localidade-tipo: Atacama, Chile, 103. Brachistostermxs ehrenbergi (Gervais), 1841 (Fig. 96 e 97) Scorpío ehrenbergi Gervais, 1841 — Voyage de La Bo~ nite, Aptères, 1, p. 18, Scorpio glaber Idem, 1841 <— Ibidem, p, 28. Scorpío ehrenbergi Idem, 1844 —■ Ins. Aptères, 3, p, 59, Scorpio glaber Idem, 1844 — Ibidem, p. 59. Telegonus politus L. Koch, 1867 ■— Verh. zool, bot. Ges. Wien, 17, p. 234, Mecocentms ehrenbergi Simon, 1880 — Ann. Soc. En~ tom . France, p. 397. B. e. Pocock, 1893 *— Journal Linn. Soc., Zool., 24, p. 403. B. e. Kraepelin. 1894 — Mitt. Mus. Hamburg, 11, p. 216. B . e. Idem, 1899 •—■ Das T ierreich , p. 192. B. e. Idem, 1910 — Mitt . Mus, Hamburg, 28, p. 86, C, de MelloLeitão — Escorpiões Sul-Americanos 229 B, e. Werner, 1939 — Festsch. Prof. Dr. Embrik Strand , 5, p. 357, $ llOmm. Tronco 45 mm. Cauda 65mm. $ 90mm. Tronco 40mm. Cauda 50mm. Colorido geral amarelo-claro, manchado de avermelhado. Cefalotórax com a área anterior mediana clara, os lados aver¬ melhados. Tergitos avermelhados, com estreitas faixas cla¬ ras em suas bordas distais e com uma faixa longitudinal me¬ diana clara. Face dorsal da cauda com manchas de um tom róseo, Palpos com os dedos estriados de escuro. Face ventral testãcea, uniforme. Fig. 96 -- Pentes e ancas IV de Brachistosúertms ehrenbergi Borda anterior do cefalotórax formando um ângulo muito obtuso, saliente, de vértice arredondado. Cômoro ocular sul¬ cado os olhos médios afastados um diâmetro e meio. Sulco longitudinal completo. Sulcos transversais partindo da extre¬ midade posterior do sulco longitudinal e formando um ângulo de menos de 45° com a borda posterior. Tegumentos regular e finamente granulosos no macho; na fêmea a prozona é lisa em quase tôda a extensão. Tergito f da fêmea quase liso; ter¬ gitos II a VI densamente granulosos, as granulações sendo gra¬ dativamente mais grosseiras de II para IV; tergito VI muito grosseiramente granuloso, com quatro cristas longitudinais, as medianas limitando uma larga fosseta e ocupando o quarto posterior, as laterais estendendo-se pelos dois terços posterio¬ res; bordas laterais denteadas. Esternitos I a IV lisos, com 230 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL dois sulcos longitudinais no terço médio; esternito VII fina¬ mente granuloso, sem cristas longitudinais, de bordas laterais serrilhadas. Estigmas transversais, muito grandes, lineares. Pentes densamente pilosos, com 32 a 42 dentes; lâminas intermédias perliformes em duas filas completas, e mais uma terceira fila basilar. Quelíceras com o dedo imóvel armado de robusto dente basilar bífido e de outro mediano; dedo móvel com dois robus¬ tíssimos dentes separados por dois outros muito pequenos, ha¬ vendo mais um dente basilar um pouco menor. Cauda paralela, robusta; todos os segmentos muito mais longos que largos. Cristas medianas ventrais ausentes nos segmentos I a IV. Cristas laterais inferiores lisas, presentes nos segmentos I a IV, tornando-se cada vez mais acentuadas de I para IV. Cristas medianas dorsais muito granulosas, presen¬ tes nos segmentos I a IV; cristas laterais superiores granulo¬ sas, presentes nos segmentos I a III e ausentes no segmento IV. Espaços entre as cristas dorsais medianas e laterais superiores densa e grosseiramente granulosos, Jristas acessórias granu¬ losas e presentes na metade distai do segmento I, e esboçada no têrço distai dos segmentos II e III. Segmento V de face dorsal escavada em goteira rasa, completamente lisa; faces laterais granulosas, com uma crista acessória completa, mar¬ cada por uma fila de 10 a 12 tricobótrias. Face ventral com a crista longitudinal mediana muito acentuada e levemente esca¬ vada de um e outro lado dessa crista e densamente granulosa; cristas laterais inferiores completas, serrilhadas, tôda a face ventral com longos pelos fulvos, irregularmente esparsos. Ve¬ sículas de face dorsal plana, com pequena goteira basilar; face convexa granulosa, a faixa granulosa mediana duas vêzes mais larga que os sulcos; ferrão bem maior que a porção dilatada. Fêmur dos palpos prismático, de face dorsal levemente torcida, as cristas formadas por granulações grosseiras; face anterior granulosa, com a crista inferior acentuada. Tíbia com 2 grupos de três tricobótrias na face externa; a face interna com algumas granulações e duas tricobótrias, limitada por cris¬ tas dorsais e cristas ventrais granulosas. Mão lisa, com 4 tri¬ cobótrias na base dos dedos; dedos retos, os dentículos exter¬ nos duas vêzes maiores que os internos, estes quase na mesma linha dos grânulos do gume, À relação entre o comprimento e largura da mão e o dedo móvel é c:I:dm=5:3,2:6mm. C. de MelloLeitão — Escorpiões Sul-Americanos 231 Localidade-tipo: Perú. Habitat: Perú, onde é um dos escorpiões mais comuns., Chile e Bolívia. Fig. 97 — Palpo direito de Bcachisfosternus ehrenhergi 104. Brachistosternus holmbergi Carbonell, 1923 (Figs. 98 e 99) B. h. Carbonell, 1923 — Phijsis , 6 , p. 96, 1 3, h . Mello-Leitão, 1934 — VIII Reun . PatoL Reg p. 47. B . h. Idem, 1938 — Notas dei Museo de La Plata., 3, p. 86. $ llOmm, 2 (jovem) 38mm, Tronco 17,6mm, Cauda 20,4mm. Colorido geral amarelo-avermelhado, o cômoro ocular denegrido e as bordas do cefalotórax mais escuras. Borda anterior do cefalotórax, um pouco saliente em sua porção mediana. Cômoro ocular rômbico, sulcado; os olhos médios separados cerca de dois diâmetros. Sulco longitudinal completo. Tegumentos densamente granulosos, Tergitos com 23 2 Arquivos do Museu Nacional — ’ol. XL granulações mais grosseiras que as cio cefaiotórax; tergíto Víl com duas elevações arrendondádas, com granulações maiores. Esiemitos lisos; esternito V sem crisras longitudinais. Cente com 29-30 dentes, as lâminas basilares muito pilo- sas; as lâminas intermédias em duas filas completas. ter nus holmbergi Cauda paralela; o segmento I mais largo que longo (2,2x2,4mm); o segmento II pouco mais longo que largo (2,8x2,4). Face ventral lisa nos segmentos I a IV, no seg¬ mento V algumas tricobótrias escuras, irregularmente esparsas; faces laterais e dorsal dos segmentos I a IV pouco granulo¬ sas. Cristas medianas ventrais ausentes nos segmentos I a . Cristas laterais inferiores completas no segmento I, dimi¬ nuindo nos segmentos lie III e imperceptíveis no segmento IV, Cristas medianas dorsais granulosas e completas nos segmen¬ tos I a IV, Cristas laterais superiores com¬ pletas nos segmentos I e II, representadas nos segmentos III e IV por suas porções ba¬ silar e distai. Segmento V de face dorsal lisa, plana em seu terço posterior; faces la¬ terais granulosas, com uma fila de 12 trico¬ bótrias; face ventral com algumas tricobó¬ trias, sem crista longitudinal mediana, den¬ samente granulosa em sua metade posterior e em estreita faixa lateral da metade anterior, lisa nos dois terços médios da metade ante¬ rior; cristas laterais inferiores completas, de granulações grosseiras. Vesícula de face ventral com algumas granulações esparsas; o ferrão igual à porção dilatada. Fêmur dos palpos de arestas arredondadas, com três tri¬ cobótrias ânter o-inferiores e uma interna: tíbia com duas tri¬ cobótrias dorsais e uma anterior ventral, mão com uma crista inferior. No macho robusta apófise perto da base 'dos dedos. b Fíg. 99 - Seg- i nerito caudal V de Brachistostermis holmbergi (vista ventral) C. de MelloLeitào —' Escorpiões Sul-Americanos 2.33 A relação entre o comprimento e largura da mão e o dedo mó¬ vel é (?) c:l:dm=2,2:0,9:2,8mm. Localidade tipo: jujuy, Argentina. Habitat: jujuy e La Pampa, Argentina, 105. Brachistosternus intermedius (Lonnberg), 1902 Brachistoternus weijemberghi intermedius Lonnberg, 1902 — Ent, Tijdskr ., p. 255. B . i. Kraepelin, 1910 — Mitt Mus. Hambutg, 28, p. 86. 8 48mm. Tronco 22mm. Cauda 26mm. $ 45mm. Tronco 21,5mm. Cauda 23,5mm. Colorido geral amarelo-couro; cefalotórax marmorado de negro; tergitos com manchas negras perto das margens laterais, formando duas faixas negras mais ou menos distintas. Cauda com manchas alongadas negras na face dorsal dos segmentos Ia IV, Esternitos e pentes amarelo-creme muito pálidos. Pa¬ tas e palpos amarelo-palha, uniformes. Borda anterior do cefalotórax convexa, levemente saliente no meio. Cômoro ocular bem adiante do meio, com leve sulco mediano. Tegumentos lisos e brilhantes. Tergitos com a área basilar áspera, a área distai lisa, com pequeninas granulações esparsas. Tergito VII sem cristas. Esternitos lisos e brilhan¬ tes na fêmea (apenas o V com leve granulação pouco nítida); os do macho fina e densamente granulosos. Pentes com 27-30 dentes. Cauda afilando-se para trás. Segmentos I e II da fêmea lisos ou com granulação escassa; as faces laterais dos segmen¬ tos I a IV, entre as cristas, lisos e brilhantes; lados do segmento V com uma fila de 8 a 10 tricobótrias; face ventral do seg¬ mento V com granulações maiores e menores irregularmente esparsas; a crista mediana pouco acentuada, No macho a face ventral dos segmentos caudais I a III é grosseiramente gra¬ nulosa. Vesícula lisa, de face dorsal plana em ambos os se¬ xos, Cristas medianas dorsais ausentes nos segmentos I e IL presentes, lisas, nos segmentos III e IV. Cristas laterais infe¬ riores do segmento V serrilhadas, completas. Fêmur des palpos com as arestas arredondadas: a face dorsal com granulações grosseiras, formando uma área basilar 2 34 Arquivos do Museu Nacional — Vol, NL mais densa; tíbia granulosa, com três tricobótrias; mão bem mais dilatada que a tíbia, lisa, com robusta apófise anterior, junto à base dos dedos, no macho. Patas lisas, Telotarsos do terceiro par de patas com uma fila de 5-6 cerdas na borda inferior. Localidade-tipo; Salta, Argentina, Habitat; norte da Argentina, norte do Chile, Bolívia. 106. Brachistosternus intermedius borellii Kraepelin, 1910 B. i. b. Kraepelin, 1910 ^— Mitt. Mut\ Hambuvg, 28, p. 8. Kraepelin assim caracteriza sua sub-espêcie: “Esternito V com granulações grosseiras esparsas, bem como a face ventral do primeiro segmento caudal; terceiro seg¬ mento caudal de face ventral lisa e brilhante; faces laterais do segmento caudal V com uma fila de 10-12 tricobótrias. Face ventral do segmento caudal V quase sein grânulos, apenas com uma crista mediana lisa. Telotarsos III com duas filas ven- trais de 5-6 cerdas. Pentes com 25-26 dentes.' 5 Localidade tipo: Chile. 107. Brachistosternus reimoseri (Penther), 1913 Brachistosternus weijemberghi reimoseri Penther, 1913 -— Ann. KK. Naturh, Hofmus ., 27, p. 247. B . r. Mello-Leitâo, 1931 —' Arq. Mus. Nac. 33, p. 95. B. r, Idem, 1934 — VIII Reun. Patol. Reg., p. 46. $ 28mm. Tronco 14mm, Cauda 14mm. Colorido qeral amarelo, Cefalotórax com uma área ante- rior triangular clara, o resto densamente marmorado de negro, Tergitos I e II com duas grandes manchas laterais negras, que chegam à borda posterior e com duas manchas pequenas me¬ dianas; tergitos III a VI com as manchas laterais não alcan¬ çando a borda posterior; tergito VII só com as manchas media¬ nas. Segmentos caudais I a III com duas pequenas manchas dorsais negras, perto da borda posterior; o resto da cauda ama¬ relo, havendo na face ventral dos segmentos IV e V três fai¬ as negras longitudinais, Esternitos e pentes, testáceos. Pal- C. de MelloLeitão —■ Escorpiões Sul-Americanos 235 pos amarelos, com o fêmur estriado, a tíbia e a mão reticuladas de negro. Patas com a tíbia estriada de negro. Borda anterior do cefalotórax convexa, formando um ân¬ gulo muito obtuso. Cômoro ocular sulcado, os olhos médios separados mais de um diâmetro. Sulco longitudinal completo. Tegumentos lisos e brilhantes. Tergitos I a VI lisos e bri¬ lhantes; tergito VII densa e grosseiramente granuloso em sua metade posterior, Esternitos I a IV lisos, brilhantes, sulcados; esternito V finamente granuloso, sem cristas longitudinais. Pente com 38 dentes; lâminas intermédias em duas filas completas. Cauda paralela, o primeiro segmento de comprimento e largura iguais; segmento II um pouco mais largo que longo. Cristas medianas ventrais ausentes nos segmentos I a IV. Cris¬ tas laterais inferiores lisas, completas nos segmentos I a III, ausentes no segmento IV. Cristas dorsais medianas completas, levemente denteadas nos segmentos I e II, lisas nos segmen¬ tos III e IV, Cristas laterais superiores presentes nos segmen¬ tos I a IV, com algumas granulações rombas no primeiro seg¬ mento, lisas nos outros. Segmento V de face dorsal lisa e levemente escavada; faces laterais lisas, com uma fila de 9-10 tricobótrias; cristas laterais inferiores granulosas, completas; face ventral sem crista longitudinal mediana, quase lisa, com uma área granulosa triangular em sua metade posterior. Ve¬ sícula de face dorsal plana e lisa, a face conxeva pouco gra¬ nulosa. Fêmur dos palpos com as cristas dorsais nítidas, granu¬ losas; tíbia arredondada, com três tricobótrias, mão arredon¬ dada, lisa, com 5 a 6 tricobótrias na face externa. Localidade-tipo: Mendoza, Argentina. 108. Brachistosternus weijemberghi (Thorell), 1877 (Figs. 100 a 102) Telegonus weijemberghi Thorrel, 1877 — Atti Soc . Ital, Set . Nat . „ 19, p. 174. Telegonus fermgineus Idem, 1877 — Ibidem, p. 176. B. w. Kraepelin, 1896 -— Mitt. Mus. Hamburg. , 13, p. 144. B. w. Idem, 1899 -— Das Tierreich , p. 192. 236 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL Fig. 100 — BRACHISTOSTLRNUS WLJ JEMBERGHI C, de MelloLeitão — Escorpiões Sul-Americanos 237 B. w. Idem, 1899 — Das Tierreich, p. 192* B. iv. Borelli, 1899 —■ Boll, Mus. Zool. Anat. Comp. Torino , 14, N. 336, p. 6, B. w. Idem, 1900 — Rev. Chil . Hist. Nat. f 4, p. 63. B. w. Penther, 1913 — Ann. K.K. Naturh. Hofrnus ,, 27, p. 247. 6 57mm. Tronco 24mm, Cauda 33mm. $ 56mm. Tronco 26mm. Cauda 30mm. Colorido geral amarelo-avermelhado, manchado de ne¬ gro. Cefalotórax com a porção média da prczona clara, lados da prozona e tôda a metazona mais ou menos densamente mar- morados de negro; cômoro ocular denegrido, Tergitos com as manchas negras perto da borda anterior e formando três faixas longitudinais mais ou menos nítidas. Segmentos cau¬ dais 1 a III com duas pequenas manchas dorsais perto da borda posterior; segmentos caudais III a V de terços distais denegri¬ dos e com um faixa mediana longitudinal negra. Quelíceras com uma faixa transversal apical. Fêmures dos palpos e das patas de base denegrida; tíbia dos palpos levemente marmo- rada de negro; as das patas manchadas de negro, A faixa mediana negra dos tergitos, comumente falta. Borda anterior do cefalotórax reta, com uma leve saliên¬ cia mediana. Cômoro ocular sulcado, os olhos médios sepa¬ rados entre si um diâmetro ou pouco mais; cristas superciliares granulosas. Sulco longitudinal completo. Tegumentos fina¬ mente granulosos, as granulações mais acentuadas no macho. Tergitos I a VI mais grosseiramente granulosos na parte mé¬ dia posterior, finamente granulosos dos lados. Tergito VII com uma depressão posterior, quase em LI, finamente granu¬ loso em sua metade anterior e grosseiramente granuloso dos lados, Esternitos granulosos na fêmea, rugosos, com grânu¬ los esparsos, no macho. Esternito V sem cristas. Pentes com 27-29 dentes na fêmea e 32-34 dentes no macho; lâminas intermédias formando duas filas em sua me¬ tade basilar. Cauda robusta, paralela; segmento I de comprimento e largura iguais; os outros segmentos vão aumentando de com¬ primento, do II para o V; os segmentos levemente arredonda¬ dos dos lados. Cristas medianas ventrais e laterais inferiores ausentes nos segmentos I a IV, os segmentos I e II granulosos, os segmentos III e IV rugosos, com poucas granulações. Cris- 238 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL tas medianas dorsais ausentes nos segmentos í e II, presentes, lisas nos segmentos Hl e IV. Cristas laterais superiores lisas, completas,nos segmentos I a IV. Segmento V com a porção mais larga escavada em goteira, estreitando-se visivelmente para trás, sendo plana no terço posterior; faces laterais gra¬ nulosas e rugosas com uma fila de 10-12 tricobótrias; cristas laterais inferiores serrilhadas, completas; crista mediana ven- tral ausente ou apenas esboçada, tôda a face ventral densa e Hg. 101 Opérculo genital e pentes de Brachistostemus / weyjembetghi ¥ irregularmente granulosa. Vesícula pequena; face dorsal plana e lisa; face convexa com granulações grosseiras esparsas, mais ou menos numerosas, sem faixa granulosa mediana distinta. Fêmur dos palpos com as arestas arredondadas, a face dorsal com granulações grosseiras, formando uma área basi¬ lar mais densa; a face anterior com uma fila longitudinal de granulações maiores; tíbia granulosa, com três tricobótrias; mão Fig. 102 — Segmento caudal V e vesícula de Brachistostemus weyjembcrghi bem mais dilatada que a tíbia, lisa, com uma robusta apófise anterior, perto da base dos dedos, no macho; dedos levemente curvos. A relação entre o comprimento e largura da mão e o dedo móvel é c; 1; dm— 2,3:3 ;4mm. Patas lisas, apenas com algumas granulações esparsas nos fêmures e tíbias. Localidade-tipo: Córdoba, Argentina. Habitat: norte da Argentina, Paraguai. C. de Mello-Leítão — Escorpiões Sul-Americanos 239 Superfamília BLÍTHOIDEA Birula, 1919 Esta superfamília contém somente a família Buthidae . Há sempre três olhos de cada lado; as lâminas pulmonares são do tipo reticulado e as glândulas de peçonha são mais ou menos pregueadas. 6 Família BUTHIDAE Simon, 1879 Vimos na página 134 que, a partir dos Scorpionidae, os Buthidae formam o ápice de uma outra linha de evolução: o seu esterno se alongou de tal modo que os ângulos laterais su¬ periores do pentágono primitivo se tornaram obsoletos e o as¬ pecto geral do esterno é triangular (às vezes com o ápice trun¬ cado). O telotarso apresenta de cada lado um espinho basilar mais ou menos robusto e os basitarsos III e IV podem ter um espinho basilar ou ser inermes. O dedo imóvel das queliceras ora apresenta a borda inferior inerme, ora tem um ou dois dentes, O cefalotórax é sempre muito granuloso, com grossas granulações formando, de cada lado, 4 ou 5 cristas acentua¬ das, sinuosas. A mão é sempre menor que os dedos e com qui¬ lhas mais ou menos nítidas, A vesícula quase sempre apresenta um pequeno espinho abaixo do ferrão. A subdivisão dos Bu- thidae em sub-famílias tem oscilado, segundo o critério dos autores. Considerada como indivisa por Peters (1861 — Cením- rini) , Thorell (1876 — Centrurini), Simon (1879), Po cock (1893), é dividida por Kraepelin (1899) nas duas sub- famílias Büthinae e Centmrinae, tomando como caracteres dife¬ renciais a armadura dos tarsos III e IV e do dedo imóvel das queliceras. Mais tarde (1905) o mesmo autor, fazendo deri¬ var os Buthidae dos Apoxipodes e todos os outros escorpiões de Antracos cor pios , divide-os nas quatro sub-famílias Buthi- nae, Ananterinae, Centmrinae e Tityinae , abandonando os caracteres considerados em sua anterior monografia, para con¬ siderar a presença ou ausência de fulcros nos pentes e a dis¬ posição das granulações do gume do dedo móvel. Birula (1917) reduz as sub-famílias a três: Büthinae, Isometrinae e Orthochitinae, esta última monotípica. Werner (1935), que não leu o trabalho de Birula (que passara igualmente des¬ percebido, como o de Kraepelin de 1905, a Mello-Campos) aceita as 4 sub-famílias de Kraepelin. 240 Arquivos do Museu Nacional — Vbt.. XI Ora, não vemos como dar a importância de subfamílía à disposição das granulações no gume dos dedos, caráter que foi desprezado em tôdas as outras famílias, À presença de esporões deve prevalecer, separando-se as Buthinae com espo¬ rões tarsais nas patas Iíí e IV das Isometrinae sem esporões tarsais nas patas III. Resta ainda a questão do nome a dar à subfamílía neoíró- pica, l endo Centrurus , como nomen mídurn , sido substituído por Centruroides , não podemos conservar o nome Centmdnae . Alguns autores modernos consideram Centruroides e Rhopa~ luvtis como sub-gêneros de um mesmo gênero, para o qual de¬ veria, então, ser dado o nome Rhopalurus como mais antigo e a subfamíiia seria então Rhopalurinae, Não estando, po¬ rém, completamente resolvida a questão Centruroides~Rhopa - luras* não vemos vantagem em substituir a designação Cen- trurinae por Centruroidinae ou Rhopalurinae , parecendo-nos mais curial aceitar a designação proposta por Rirula para a única subfamíiia de Buthidae encontrada na região Neotrópica. Subfamíiia ISOMETRINAE Birula, 1917 Buthidae sem esporões tarsais no terceiro par de patas, Na América do Sul esta subfamíiia é representada por seis gêneros (um dos quais de distribuição cosmotropical), e que podemos separar pela chave abaixo; A. Gume do dedo móvel dos palpos com as granula¬ ções formando poucos grupos, que se dispõem quase em linha reta, B. Pentes com fulcros; cauda do macho muito alon¬ gada — Isometrus H. &. E. BB. Pentes sem fulcros; cauda do macho pouco dife¬ rente da cauda da fêmea —• Ananteris ^hor. AA. Gume do dedo móvel dos palpos com as granula¬ ções dispostas em múltiplas filas oblíquas, paralelas; pentes com fulcros, B. Há no gume dos dedos de cada lado das filas oblí¬ quas principais, uma ou duas filas sinuosas, longitudinais, irre¬ gulares, de granulações acessórias. C. Cauda do macho paralela, muito mais longa que na fêmea; esternito I de áreas basilares lisas ou quase ■—■ Centrli- roides Marx, C. de Mello-Leitao — Escorpiões Sul-Americanos 241 CC. Cauda do macho espessada distalmente, igual ou pouco maior que na fêmea; esternito 1 de áreas basilares forte¬ mente granulosas — Rhopalurus Thor. BB. Não hã filas acessórias de grânulos; as filas prin¬ cipais numerosas, muito oblíquas. C. Tergitos com três cristas longitudinais ■—■ Zabius Thor. CC. Tergitos com uma só crista longitudinal Tityus Koch, 1836. 21. Gênero ÍSOMETRUS Hemprich & Ehrenberg, 1828 Granulações do dedo móvel dos palpos dispostas em li¬ nha reta. Vesícula com robusto espinho sob o ferrão. Macho com. os palpos muito alongados, cauda muito estreita e longa. Uma espécie cosmopolita. 109. Isometrus macrdaíus (De Geer), 1778 . Scorpio maculatus De Geer, 1778 — Mém. Ins. Apt., 7, p. 346. Scorpio dentatus Herbst, 1800 -— Natursyst. ungefl. Ins., 4, p. 55. Scorpio americanus Idem — íbidem, Scorpio americanas Koehler, 1832 — In Pohl — Reise im Innem Brasilien, p. 6. Buthus {Isometrus) filam Hemprich & Ehrenberg, 1828 — Symb. phys., Scorp ., p. 3. Atraeus filam Gervais, 1844 — In Walckenaer —■ Ins. Apt., 3, p. 52. Lychas maculatus C. L. Koch, 1845 —- Arachniden, 12, p. 1. Scorpio ( Lychas ) gabonensis Lucas, 1858 — ■ Arch . ent., 2, p. 430. 5. corpio ( Lychas ) guincensis 1 dem. — Ibid em. /. m. T or e/C 1876 — Ann . Mag. Nat. Hist., O). 17, p. 8. I. m. C. L. Koch. 18S4 - T .rackn . Australien, 2, p. 6. /. , m , . Kraepelin. 189 : — Das Tierreich , p. 66. 1. m. Moreno, 1940. 242 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL Tratando-se de um escorpião quase cosmopolita, a sua bibliografia completa seria demasiado extensa e sem maior interesse, limitando-se a mais recente a dados zoogeogrãficQS, A presente redescrlção é feita sôbre um casal das coleções da Escola Nacional de Agronomia, $ 70rnm. Tronco 25mm. Cauda 45mm. $ 45mm. Tronco 2Omni. Cauda 25mm. Corpo de colorido testãceo, muito manchado de castanho ou denegrido. No cefalotórax as manchas geralmente formam quatro faixas. Nos tergitos há três ( faixas escuras, sendo as laterais completas e a mediana formada por manchas triangu¬ lares. Cauda, palpos e patas irregularmente manchados, Nas fêmeas o maculado é muito menos nítido, sendo, às vezes, o corpo de colorido testãceo uniforme. Borda anterior do cefalotórax quase direita, mui leve¬ mente côncava e com uma fila dorsal de granulações. Cômoro ocular sulcado; as cristas superciliares granulosas, divergentes adiante, continuando nas duas cristas paramedianas da pro- zona; olhos médios separados bem mais de um diâmetro. Sulco mediano largo, pouco profundo, completo. Tegumentos densa e grosseiramente granulosos, com granulações maiores for¬ mando várias cristas sinuosas, Tergitos grosseiramente gra¬ nulosos, com as áreas basilares limitadas por linhas sinuosas, e providos de uma crista longitudinal mediana muito nítida. Tergito VII com 5 cristas longitudinais; a mediana ocupando a metade basilar; as outras quatro levemente divergentes na metade distai. Esternítos lisos, opacos. Esternito I sem áreas basilares nítidas; esternito V com quatro pequenas cristas lon¬ gitudinais. Estigmas quase transversais, grandes, lineares. Pentes ccm 18 dentes, as lâminas intermediárias retangu¬ lares, estreitas, em numero de 9 ou 10; a basilar não dilatada. Esterno com profunda fosseta mediana. Opérculo genital rôm- bico, transversal, de escleritos contíguos. Cauda muito fina, extraordinariamente alongada no ma¬ cho, todos os segmentos mais de duas vêzes mais longos 'que largos. Cristas medianas ventrais, laterais inferiores, laterais superiores e medianas dorsais presentes nos segmentos I a IV e levemente serrilhadas, de dentes todos iguais, um pouco mais acentuados nas cristas medianas dorsais. Cristas laterais aces¬ sórias presentes e completas nos segmentos I e II, esboçadas C. de MelloLeitÃo — Escorpiões Sul-Americanos 243 no segmento III, ausentes em IV, Segmento caudal V com a face dorsal quase plana, com estreito sulco mediano; cristas laterais superiores, laterais inferiores e mediana ventral serri¬ lhadas, completas; cristas laterais acessórias presentes na me¬ tade basilar; face ventral com duas cristas paramedianas serri¬ lhadas ( ao todo 5 cristas ventrais). Vesícula de face dorsal plana e lisa; porção convexa estreita com 7 cristas acentuadas; comprimento muito maior que a altura; um espinho forte sob o ferrão. Palpos normais na fêmea; muito alongados no macho; fê¬ mur prismático, com 5 cristas granulosas; tíbia dilatada em seu têrço basilar e com um dentículo maior na base das cristas inter¬ nas, provida de 9 cristas longitudinais. Mão pouco mais dila¬ tada ( 9 ) ou mais estreita ( & ) que a tíbia, com cristas longi¬ tudinais. Relação entre o comprimento e largura da mão e o dedo móvel é c:í:dm — 5,6; l,2:72mm no macho e 5:2;5mm na fêmea. Localidade-tipo ; Suriname, Habitat: cosmopolita tropical e subtropical, 22, Gênero ANANTERIS Thorell, 1891 Tipos A. balzani Thorell, Granulações do dedo móvel dos palpos formando linha sinuosa, sendo bem destacados os vários grupos. Vesícula com um espinho sob o ferrão. Pentes desprovidos de fulcros. Ab¬ dome com uma só carena dorsal. Cefalotórax sem cristas gra¬ nulosas laterais nítidas. Três espécies, que podem ser sepa¬ radas pela seguinte chave, organizada por Borelli: À. Fêmur e tíbia dos palpos com a face dorsal gra¬ nulosa; segmento caudal V provido de 5 cristas, a face ventral separada das laterais por cristas muito nítidas; pentes com 16-17 dentes: B. Palpos com a mão parda e os dedos amarelos; ester- nitos I a IV amarelo-claro; V lavado de denegrido — A. bal¬ zani Thor. BB. Palpos com a mão amarelo-claro e os dedos pardo- negrido; todos os esternitos amarelo-sujo, orlados de dene¬ grido, IV e V lavados de denegrido — A. cussinii Bor. AÀ Fêmur e tíbia dos palpos com a face dorsal não granulosa; segmento caudal V sem cristas laterais inferiores, Arquivos do Museu Nacional — Vol, XL 243 a face ventral unida às laterais por arestas arredondadas; pente com 11 dentes; palpos com a mão amarelo-claro e os dedos pardo-escuro; esternitos amarelos, orlados de denegrido; V lavado de denegrido — À. festae Bor. 110. Ãnanteris balzani Thorell, 1891 (Figs. 103 e 104) A. b. Thorell, 1891 — Ent. Tidskr. 12. p. 65. A. b. Kraepelin,. 1895 ■— Mitt. Mus. Hambutg, 6, p. 6. A. b. Idem, 1899 —• Das Tievreich , p. 51. A. b. Borelli, 1900 —- Boi. Mus. Anat. Comp. To~ rino, 14, n. 336, p. 4. A. b. Melío-Campos, 1925 — Mem. Inst. Osvaldo Cruz , 17, p. 323. A. b. Vellard, 1932 — Mem. Soc. Zool . France, 29, p. 546. A. b . Mello-Leitão, 1933 ■—■ Arq, Mus, Nac 34, p. 28, A . b. Idem, 1934 — VIII Reurt. Patol. Reg. f p. 31. c? 26mm. Tronco 9mm. Cauda 17mm. 2 30mm. Tronco 12mm. Cauda 18mm, Cefalotórax denegrido, com estrias pardas ou pardo-ama- reladas, irregulares. Tergitos denegridos, às vêzes irregular¬ mente marmorados de testáceo e com estrias irregulares parda¬ centas; o tergito VII, às vêzes, com um triângulo mediano aver¬ melhado. Esternitos I a IV, pentes, ancas e esterno testáceos; esternito V lavado de denegrido. Cauda marmorada de ne¬ gro e testáceo. variando muito a distribuição do claro e do denegrido, havendo mais negro na porção posterior dos seg¬ mentos, as cristas dorsais negras; vesícula fusco-testácea. Quelíceras testáceas. estriadas de negro. Palpos: fêmur ne¬ gro com algumas manchas arredondadas claras; tíbia de face dorsal quase tôda testácea, bipartida por uma faixa negra; mão parda, marmorada de negro, com os dedos amarelos. Pa¬ tas marmoradas de negro e testáceo. Borda anterior do cefalotórax direita, com os ângulos laterais truncados, muito oblíquos. Sulco longitudinal media¬ no largo e profundo, completo. Cômoro ocular completo, de C. de MelloLeitÃo — Escorpiões Sul-Americanos 245 arcadas superciiiares granulosas, situado no têrço anterior do cefalotórax, os olhos médios afastados pouco mais de um di⬠metro, Cefalotórax com as bordas laterais quase paralelas. Tegumentos densa e grosseiramente granulosos nas partes es¬ curas, lisos ou quase nas estrias claras, Tergito I sem vestígios da crista mediana; tergitos II a VI com a crista mediana bem acentuada em seu têrço posterior com a área basilar muito ní¬ tida. Tegumentos densamente granulosos, Tergito VII com a crista mediana apenas esboçada em sua porção basilar; cris¬ tas paramedianas divergentes, formadas por granulações mais grosseiras, e ocupando apenas a metade posterior do segmento. Esternitos lisos; esternito V com duas pequenas cristas longi¬ tudinais posteriores, levemente granulosas. Estigmas muito pequenos (menos de metade dos dentes dos pentes), estreitos. / Fig. 103 —■ Opérculo genital e pentes de Ananteris balzani Pentes ( 2 ) com 16-17 dentes; (6) com 14-17 dentes. Não há fulcros e as lâminas intermediárias (nas quais direta¬ mente se inserem os dentes) são de 8 a 11, os dois ou três últi¬ mos dentes se inserem na lâmina basilar distai. Esterno trape- zóide, muito estreito adiante (ou triangular truncado). Cauda baixa e paralela, de tegumentos granulosos. Cris¬ tas medianas ventrais, laterais inferiores e laterais superiores 246 Arquivos do Museu Nacional —' Vol. XL granulosas, completas nos segmentos I a IV. Cristas media¬ nas dorsais presentes nos segmentos I a IV, denticuladas, com o dentículo distai bem maior, sobretudo no segmento IV. Cris¬ tas laterais acessórias completas e granulosas nos segmentos I e II, esboçadas no ápice dos segmentos III e IV. Segmento V com o sulco dorsal pouco profundo, faces laterais menos gra¬ nulosas; face ventral finamente granulosa e com pontos espar¬ sos; cristas medianas dorsais, laterais superiores, laterais aces¬ sórias e laterais inferiores presentes, completas, pouco granu¬ losas; cristas mediana ventral quase lisa. Vesícula muito mais estreita que o segmento V, muito alongada, estreitando-se regu¬ larmente para trás; face dorsal plana e lisa; face inferior com as granulações dispostas em duas faixas, longitudinais, e com um espinho robusto abaixo do ferrão. Á Fig, 104 <— Palpo direito de Ananterls balzani Fêmur dos palpos com as duas cristas anteriores grosseira¬ mente granulosas e uma crista posterior de granulações mais fracas, tíbia dilatada em seu têrço basilar, sem cristas anterio¬ res, onde os dentes formam duas filas irregulares, a superior de 4 cu 5 dentes e a inferior de 3 ou 4, e com esboço de cristas na face dorsal. Mão não excedendo a largura da tíbia, arre¬ dondada na fêmea, com 4 cristas mais ou menos nítidas no C. de Mello-Leitão — Escorpiões Sul-Americanos 247 macho. A relação entre o comprimento e largura da mão e o dedo móvel é c:l:dm=l,5:1,6:3,5mm ( 5 ) e 1,2:0,8:3mm ( í ). Localidade-tipo: Mato Grosso, Brasil. Habitat: Mato Grosso, Goiás, Paraná, Brasil; Paraguai; Misiones, Argentina. 111. Ananteris ciissinii Borellí, 1910 A, c. Borellí, 1910 — Boi. Mus. Anal. Comp. To - rino f 25, N.° 630, p. 1. Não vi esta espécie. Traduzo a seguir a descrição de Borellí. 2 31 mm. Tronco 12,5mm. Cauda 18 ; 5mm. Ceíalotórax e tergitos denegridos, com estrias e manchas testáceas, dispostas como em A. balzani. Esternitos de colo¬ rido amarelo-sujo, os lados orlados de denegrido; os esternitos IV e V fortemente lavados de denegrido. Patas, palpos, es¬ terno, opérculo genital e pentes amarelo-claro. Cauda testá- ceo-escuro, manchada e estriada de negro; vesícula pardo-ama- relada, com a ponta do ferrão mais escura. -Fêmur e tíbia dos palpos de face ventral amarelo-claro, e faces dorsal e poste¬ rior denegridas, com pequenas manchas circulares claras, irre¬ gularmente dispostas; mão amarelo-claro, com os dedos pardo- denegrido. Ceíalotórax densamente granuloso, os grânulos numero¬ sos nas manchas negras e mais raros e menores nas manchas amarelas. Arcadas superciliares granulosas; sulco mediano do cômoro ocular e área que o circunda opacos, sem granulações. Tergitos densamente granulosos, como em A . balzani . Ester¬ nitos opacos; esterníto I com um triângulo mediano liso e bri¬ lhante; esternito IV levemente granuloso dos lados; esternito V com pequenas granulações brilhantes, mais numerosas na parte posterior, onde há duas cristas longitudinais pouco acen¬ tuadas. Pentes sem fulcros, com 3 lâminas anteriores. 6-8 lâminas intermédias e 16-17 dentes. Cauda quase paralela. Segmentos I a IV com as cristas medianas dorsais e laterais superiores bem marcadas, e leve¬ mente denticuladas na parte posterior, o dentículo posterior 248 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL das cristas medianas dorsais dos segmentes II a IV, mais sa¬ liente, Cristas laterais acessórias bem acentuadas no segmen¬ tos I e II, indicadas em tôda a extensão do segmento líí por uma fila de grânulos maiores. Cristas laterais inferiores e me¬ dianas ventrais levemente denteadas, presentes e completas nos segmentos I a IV 7 , Tegumentos granulosos, com granulações mais densas na goteira dorsal, na parte posterior da face late¬ ral e na mancha negra inferior entre as cristas medianas ven¬ trais. Segmento V com 5 cristas longitudinais bem marcadas e denticuladas; a face dorsal convexa, com um sulco mediano longitudinal pouco profundo, a porção convexa granulosa e o sulco liso; faces laterais com granulações esparsas; face ven- tral densamente granulosa na metade posterior, com a crista mediana completa, acentuada, formando a aresta de dois pla¬ nos que se reúnem em ângulo obtuso. Vesícula muito alon¬ gada, de face dorsal lisa, faces laterais densamente granulosas e face ventral com uma faixa granulosa mediana entre dois sul¬ cos lisos, armada de robusto espinho abaixo do ferrão. Fêmur dos palpos com granulações esparsas na face dor¬ sal, que é limitada por duas cristas fracamente granulosas. Tí¬ bia com a face anterior convexa, provida de algumas granula¬ ções espiníformes; face dorsal com grânulos esparsos na me¬ tade anterior, onde é limitada por uma fila longitudinal de gra¬ nulações, Mão curta, convexa internamente, sem cristas, me¬ nos dilatada que a tíbia. Gume do dedo móvel com 6 filas lon¬ gitudinais de granulações, dispostas em linha reta, uma conti¬ nuando a outra. A relação entre o comprimento e largura da mão e o dedo móvel é c:l:dm=l,2:0,9:3,3mm. Patas com os fêmures densamente granulosos; tíbias com granulações esparsas e cristas denteadas. Localidade-tipo: Caguã, Venezuela. 112. Ananteris festae Borelli, 1902 A. f. Borelli, 1902 —■ Boi. Mus. Anat. Comp. Tori- no f 14, N.° 345, p. 4. S 17,5mm, Tronco 7mm. Cauda 10.5mm. Cefalotórax e íergitos denegridos, estriados e manchados de testáceo. Esternitos I a IV amarelo-claro, de bordas late¬ rais denegridas; esternito V com três manchas denegridas. Lo- C. de Mello-Leitão — Escorpiões Sul-Americanos 249 bos maxilares das patas I e lí pardo-escuro, os dos maxilares amarelo-claro, manchados de pardo. Esterno, opérculo geni¬ tal e pentes amarelo-claro. Cauda testácea, manchada de negro; os segmentos í a IV têm a face dorsal testácea, com uma mancha triangular alon¬ gada negra entre as cristas medianas dorsais, duas pequenas manchas retangulares na extremidade posterior entre as cris¬ tas dorsais, que também são negras e uma estria negra entre as cristas ventrais. Segmento V testáceo-avermelhado, lavado de negro em sua metade posterior, com uma estria negra mediana que se estende por tôda a face ventral. Vesícula amarelo- avermelhada lavada de negro na extremidade posterior. Fê¬ mur dos palpos de face dorsal pardo-denegrida, limitada atrás por uma linha longitudinal testácea e de face ventral testácea, orlada de pardo denegrido; tíbia de face dorsal denegrida, com uma grande mancha basilar testácea e de face ventral testácea, marmorada de negro; mão amarelo-claro, com os dedos dene¬ gridos, marmorados de amarelo. , Cefalotórax com a metazona muito granulosa nas manchas negras, com granulações menores e escassas nas manchas cla¬ ras; prozona opaca, sem granulações. Arcadas superciliares lisas e opacas, Tergitos menos granulosos que em A. balzani. Esternitos í a IV opacos; esternito V opaco em sua porção anterior, densamente granuloso nos dois terços posteriores, com esboço de duas cristas medianas. Pentes sem fulcros, com três lâminas basilares, 7 lâminas intermediárias (que diminuem de tamanho da 2. a para a 7, a distai) e com 11 dentes, o primeiro dos quais muito mais curto; os outros vão gradativamente aumentando até ao 5.°, os 6 últi¬ mos são iguais, mas o distai é mais largo. Cauda paralela, só o segmento V afilando-se distalmente. Cristas medianas dorsais e laterais superiores presentes nos segmentos I a IV e levemente denteadas; nos segmentos II, III e principalmente no segmento IV o dente posterior é nitida¬ mente maior que os outros. Cristas laterais inferiores granulo¬ sas e presentes nos segmentos I a IV. Cristas medianas ven- trais presentes e completas nos segmentos I a IV. Cristas me¬ dianas ventrais presentes e completas nos segmentos I a III, representadas apenas por alguns grânulos maiores no segmento IV, dispostos em duas filas longitudinais. Cristas laterais aces¬ sórias completas nos segmentos I e lí, presente no têrço ante- 250 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL xior do segmento ÍII e apenas indicada por 2 ou 3 grânulos da extremidade posterior do segmento IV. Tegumentos granulo¬ sos, com as granulações mais densas nas manchas negras. Seg¬ mento caudal V com a face dorsal quase plana, com um sulco mediano pouco profundo e densamente granulosa nos dois ter¬ ços posteriores. Não há cristas medianas dorsais e as laterais superiores só são bem acentuadas no terço basilar, sendo indi¬ cadas em sua metade posterior apenas por uma fila longitudinal de granulações maicres. Faces laterais arredondadas, não separadas da face ventral por cristas nítidas, e densamente gra¬ nulosas em seus dois têrços posteriores. Face ventral sem ves¬ tígios de cristas laterais e com a crista mediana apenas indicada por uma fila de grânulos mais salientes, e muito densamente granulosa. Vesícula alongada, de face dorsal lisa, faces late¬ rais e inferior com as granulações dispostas em três faixas lon¬ gitudinais, um espinho pontiagudo sob o ferrão. Fêmur dos palpos baço e sem grânulos, a face dorsal limi¬ tada por duas cristas fracas; face anterior com uma fila longi¬ tudinal mediana de tricobótrias. Tíbia pouco mais dilatada que o fêmur, de tegumento baço, a face anterior sem os grânulos espiniformes das outras espécies, com uma fila longitudinal e tricobótrias. Mão pequena, lisa, sem cristas. A relação entre o comprimento e largura da mão e o dedo móvel é c:l:dm = = 1:0,6:2,5mm, Patas finamente granulosas na face externa dos fêmures e das tíbias. Localidade tipo: Peripá, Equador. 23. Gênero CENTRUROIDES Marx, 1889 Tipo: Scorpio margaritatus Gervais, 1841. O gume dos dedos dos palpos apresenta reduzido nú¬ mero de filas oblíquas paralelas, de pequenos grânulos (no máximo 9), e acompanhadas, de um e outro lado por filas si¬ nuosas, longiutdinais, acessórias. Tergitos com uma só crista mediana. Pentes com fulcros e um número muito variável de den¬ tes (de 23 a 34). Cauda do macho paralela ou adelgaçando-se distalmente e muito mais longa que na fêmea. Esternitos ante¬ riores com as áreas basilares laterais pouco acentuadas, lisas ou apenas ásperas. C, de MelloLeitào — Escorpiões Sul-Americanos 251 Alguns autores querem reunir os gêneros Centruroides e Rhopalums num só, acompanhando o ponto de vista de Krae- pelin. Em 1933 Meíse, aceitando essa opinião, reúne tôdas espécies sob a designação de Rhopalums, separando o subgê- nero Heteroctenus (tipo junceus) com a crista mediana do pri¬ meiro esternito abdominal muito elevada e com depressões late¬ rais (Kammgrund) muito largas, Werner faz de Rhopalu - ms um subgênero de Centruroides (quando, a reunir os dois grupos num só gênero, o correto seria considerar Centruroides, de 1889, como subgênero de Rhopalums , de 1867). Parece- me, porém, que o aspecto do primeiro esternito abdominal e da cauda, assim como a distribuição geográfica demonstrando, como acentua Hofmann, dois centros de dispersão muito dis¬ tintos, justificam a separação dos dois gêneros, como fizemos na chave de páginas 240-241, Encontram-se na América do Sul cinco espécies de Cen¬ truroides, uma das quais muito duvidosa, da Argentina, Estas espécies podem ser separadas pela seguinte chave: A —' Tergitos percorridos por três faixas claras, amare¬ las, separadas por duas faixas denegridas ou castanho-escuro: B >—■ Vesícula sem espinho sob o ferrão; gume dos dedos dos palpos com 8filas de granulações, (Galápagos) C. exsul (Meise), BR — Vesícula com robusto espinho sob o ferrão; gume dos dedos dos palpos provido de 9 filas de granulações (Ar¬ gentina) — C. ARGENTINUS Werner. AA — Tergitos de colorido uniforme, variando do pardo ao negro, sem faixas longitudinais (às vêzes com estreitas fai¬ xas transversais distais); B — Gume dos dedos dos palpos com 8 filas de granu¬ lações (além da fila incompleta distai); segmento caudal V mais escuro, bem como a vesícula: C - Vesí cuia com o espinho sob o ferrão atrofiado, re¬ duzido a um pequeno grânulo rombo; cristas granulosas do tergíto VII e da cauda negros, fazendo contraste com o fundo — C . MARGARITATUS ( Gerv . ) , CC ■— Vesícula com um espinho bem desenvolvido sob o ferrão; cristas granulosas do tergito V e da cauda quase do mesmo colorido que os palpos — C. danieli (Prado & Pat.). 252 Arquivos do Museu Nacional — Vgl. XL BB -— Gume dos dedos dos palpos provido de 9 filas de granulações (além da fila incompleta distai) — C, gracílis (L atr. ), 113. ? Centruroides argentinus Werner, 1939 C. a. Werner, 1939 — Festsch. Pvof. Dr. E . Strand , 5, p. 357. Não conheço esta espécie. A descrição de Werner é sumaríssima, comparando-a êle com a espécie insulanas , espé¬ cie da ilha de Cuba, muito próxima de C. thorelli (Krpln) e C. elegans (Thor .). O Prof, Max BirabÉn, que coligiu material escorpiológico em várias localidades da província de Salta, não encontrou nenhum Centruroides ou Rkopaturus . Tanto quanto se pode concluir, sem o exame do tipo, os caracteres desta espécie são: $ 60mm, Tronco 23mm. Cauda 47mm. Tronco de colorido testãceo ou pardo com duas faixas longitudinais escuras, paramedianas; cauda, palpos e patas de colorido uniforme, pardo-claro. Cefalotórax e tergitos granulosos; tergito VII com quatro cristas longitudinais em sua metade posterior. Esternitos li¬ sos; esternito IV com vestígio de cristas longitudinais; esternito V com 4 cristas. Pente com 23 dentes. Cauda longa, paralela, com as cristas longitudinais muito acentuadas; as cristas medianas ventrais e laterais inferiores grosseiramente granulosas. Vesícula com um pequeno espi¬ nho cônico sob o ferrão. Palpos com a mão provida de cristas granulosas, a crista da borda ântero-interna levemente denteada; dedo móvel com pequeno lobo basilar e 9 filas de grânulos no gume. A relação entre o comprimento e largura da mão e o comprimento do dedo móvel é c:l:dm=4 ( 5:3:7mm. Localidade tipo: Campo Santo, Salta, Argentina, C. de MelloLeitão — Escorpiões Sul-Americanos 253 114. Centruroides danieli (Prado & Rios-Patino) 1939 (Figs. 105 e 106) Rhopalurus danieli , Prado & Rios-Patino, 1939 —■ Rev. Acad. Colomb . C. E. Fis< , Nat 3. Rhopalurus danieli Idem, 1939 — Mem. Inst. Butantan, 13, p. 28. Rhopalurus danieli Idem, 1939 — Ibid, p. 42. C. d. Mello-Leitão, 1940 —■ Papéis Avulsos, Dept. Zool . S . Paulo , 1, p. 51. $ 95mm. Tronco 30mm. Cauda 65mm. Tronco pardo-amarelado; tergitos I a IV providos de es¬ treitas faixas distais denegridas; tergito VII amarelo-claro. Esternitos testãceos. Cauda amarelada com o segmento V e a vesícula pardo-escuro; nos outros segmentos caudais as cris¬ tas ventraís são escuras; a face dorsal da vesícula é amarelada. Palpos amarelo-claro, com as granulações pardas, mão e dedos pardo-escuro. Patas amarelo-pálido. Borda anterior do cefalotórax direito, com os ângulos la¬ terais truncados. Cômoro ocular sulcado, com as cristas su- perciliares granulosas. Sulco longitudinal completo, mais pro¬ fundo na metazona. Cefalotórax com filas longitudinais e oblí¬ quas de granulações grosseiras, o resto do tegumento mui fina¬ mente granuloso. Tergitos I a VI grosseiramente granulosos, com a crista mediana bem acentuada nos tergitos II a VI. Ter¬ gito VII com a crista mediana presente em sua metade basilar e quatro outras cristas longitudinais, levemente divergentes, quase completas. Esternito I com as áreas laterais deprimidas, densa e finamente granulosas, o triângulo mediano pontuado, com pontuações pilíferas. Esternitos II a IV lisos no centro, finamente granulosos dos lados, Esternito V mais grosseiras mente granuloso, com quatro cristas longitudinais nítidas, as medianas quase completas, as laterais ocupando pouco mais da metade distai. Pentes com 29 dentes e 12 lâminas intermédias, que vão diminuindo regularmente para a porção distai. Cauda longa, afilando-se para a extremidade caudal, to¬ dos os segmentos bem mais longos que largos, sendo pequena a diferença entre o primeiro (9mm) e o último ( 12mm); a vesí¬ cula menor que qualquer dos segmentos ( Smm), Cristas bem 254 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL acentuadas, granulosas; as medianas ventrais, laterais - infe¬ riores, laterais superiores e medianas dorsais presentes e com¬ pletas nos segmentos í a IV; cristas laterais acessórias pre¬ sentes somente no segmento I, apenas esboçadas no segmento II, ausentes em III e IV. Segmento caudal V de face dorsal plana, com um sulco raso mediano, e limitada dos lados pelas cristas laterais superiores, granulosas, face ventral grosseira¬ mente granulosa, com as três cristas longitudinais completas, Fig. 105 —' Opérculo genital e pentes de Ceníruvoides danieli acentuadas,. Tegumentos pouco granulosos nas faces late¬ rais e dorsal. Vesícula granulosa, com um espinho rombo sob o ferrão. Fêmur e tíbia dos palpes fínamente granulosos, com as cristas longitudinais acentuadas, a tíbia pouco dilatada em seu têrço basilar, com as cristas da face anterior com dentes maio¬ res e menores, alternando irregularmente,, sem dentes basilares salientes. Mão mais dilatada que a tíbia, com três cristas gra¬ nulosas externas; dedo móvel com pequeno lóbulo basilar e C. de MelloLeitão — Escorpiões Sul-Americanos 255 com oito fiias de grânulos no gume. A relação entre o compri¬ mento e largura da mão e o dedo móvel é c:l:dm=7:4,5:9,5mm. Localidade-tipo: Andes Colombianos (Colômbia). Habitat: Colômbia: Andes Colombianos Cheratá, Fusa- ganga. a Fig. 106 Palpo direito de Centruroides danieli 115. Centruroides exsul (Meise), 1933 Rhopalurus testaceus exsul Meise, 1933 — Mag, fov Na - turvide , 24, p. 26. ?Centmroides luctifer Marx, 1889 —- Proc. II. S . Nat. Mus, 21, p. 211. Meise compara cs caracteres de sua subespécie com os de C. koesterí . L ão conheço esta espécie, apesar do material relativamente abundante de escorpiões das ilhas Galápagos que examinei. Traduzo a descrição original. $ 40 a 52mm, Tronco 16 a 22mm. Cauda 24 a 3Qmm. Colorido geral amarelo-pardacento, o trcnco mais escuro, pardo-acinzentado. Cômoro ocular e área dos olhos laterais denegridos; os tergitos com cinco faixas, sendo três claras (uma mediana e duas laterais) bem mais estreitas que as faixas es¬ curas, o desenho claro mais nítido na porção anterior de cada tergito. Cauda pardacenta; segmento V com a face ventral e laterais mais escuras; borda posterior dos segmentos III e IV 256 Arquivos do Museu Nacional — Yol. XL denegridas. Vesícula, esternitos e palpos amarelo-claro, a me¬ tade distai do ferrão pardc-averrnelhada. Cristas granulosas da mão e da cauda castanhas. Dedos do mesmo colorido cla¬ ro da mão; apenas o dedo móvel apresenta duas manchas basi¬ lares escuras, uma dorsal, outra ventral. Cefalotórax densa e grosseiramente granuloso, com as granulações dispostas em filas longitudinais e oblíquas. Cô¬ moro ocular sulcado, com as cristas superciliares granulosas, Tergitos grosseiramente granulosos e com a quilha mediana granulosa. Perto das bordas posteriores, de cada lado, hã, em cada tergito duas filas transversais de granulações maiores. Tergito VII com uma crista mediana basilar e, de cada lado, duas cristas longitudinais granulosas, quase completas, unidas por uma fila transversa de granulações, perto da borda ante¬ rior, Esternitos lisos, finamente pontuados; esternito IV com quatro cristas curtas, pouco nítidas, iisas, junto à borda poste¬ rior; esternito V com 4 cristas longitudinais granulosas. Pentes com 22-22 a 26-26 dentes, a peça mediana com uma fosseta ( $ ). Cauda robusta, paralela, de tegumentos muito granulosos. Cristas médias ventrais, laterais inferiores, laterais superiores e medianas dorsais completas nos segmentos I a IV, as media¬ nas dorsais sem dentículos-distais mais salientes, mas mais niti¬ damente serrilhadas que as outras. Cristas laterais acessórias completas no segmento I, representadas no segmento lí por uma fila de granulações no íêrço posterior e no segmento III apenas por duas granulações maiores. Segmento Y com cinco cristas longitudinais granulosas. Vesícula irregularmente gra¬ nulosa, com as granulações pouco salientes; sob o ferrão hã apenas um tubérculo muito pequenino. Palpos granulosos; cristas do fêmur e da tíbia bem acen¬ tuadas. Mão com duas cristas granulosas nas bordas interna e externa. Dedo móvel com pequeno lóbulo basilar e 8 filas de granulações. A relação entre o comprimento e largura da mão e o dedo móvel é c:l:dm~35:2ó:7Imm no tipo l variando de 30:20 ou 26:56 ou 65 a 40:20:67mm). Localidade-tipo: Florana (Ilha Calápagos). C. de Mello-Leitão — Escorpiões Sul-Americanos 257 116. Ceníruroides gracilis (Latreille), 1804 (Figs. 107 a 108) Scorpio gracilis Latreille, 1804 — Hist. Nat. Gén. Crust et Ins., 7, p. 127. Androctonus biaculeatus Lucas, 1835 — Hist. Nat. Ca- naires, Arachnides , p. 45. Scorpio ( Atraeus) biaculeatus Gervais, 1844 — Arch. Mus. Paris, 3, p. 218. Scorpio ( Atraeus ) biaculeatus Idem, 1844 — Ins. Aptè - res, 3, p. 54, Scorpio (Atraeus) biaculeatus, Idem, 1859 —' In Castel- nau. Exp. Amér. Sud., p. 43. Tityus mulatinus Kocíi, 1845 -— Die Arachniden, 11, p. 5. Tityus congener Idem — Ibidem, p. 19. Tityus nebulosus Idem — Ibidem, p. 25. Buthus biaculeatus Wood, 1863 — ]ourn. Acad. Nat. Sei. Phil., 5, p. 366. Centrurus biaculeatus Thorell, 1877 — Atti Soc . Ital. Sei. Nat., 19, p. 166. Centrurus gracilis Karsch, 1879 Mitt. Muench. ent. Ver., 3, p. 18, Centrurus heterurus Idem — Ibidem, p. 122, Centrurus gracilis Kraepelin, 1891 — Jahrh . Hamb. weiss. Anst., 8, p. 131. Centrurus gracilis Pocock, 1893 Jottrn. Linn. Soc., Zool., 24, p. 385. Centrurus gracilis Kraepelin, 1899 —- Das Tierreich , p. 92. C. g. Pocock, 1902 — Biol. Centr. Amer., p. 32, Ceníruroides nigrescens Ewing, 1928 — Proc. U . S. Nat. Mus., 73, N.° 9, p. 17. Ceníruroides subviridis Franganillo, 1930 — Inst. Inv. Cient., 1. C. g. nigrescens Idem. 1931 — Belén, p. 119. C. g. Hoffmann, 1932 —- Anal. Inst. Biol., 3, p. 294. 258 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL Rhopalurus gracilis Meise, 1933 — Mag. Naturvid,, 74, p. 30, C. g. gracilis Moreno, 1940 — Rev . Univ. Habana, p. 54, S 92,6 a 114mm. Tronco 32,6 a 35,5mm, Cauda 60 a 78,5mm, 2 83,5 a 96mm, Tronco 33 a 39,3mm. Cauda 50,5 a 56,7mm, Esta espécie, muito comum no México, América Central, Antilhas e Norte da América do Sul (Venezuela e Colômbia) é muito variável. Para as formas cubanas distingue Moreno, além da forma típica, mais três subespécies (C. g . tuber , C. g, pectinatissimus e C. g . johannis); no México não conseguiu Hoffmann uma separação nítida em sub-espécies. Todos os exemplares que vi, de Venezuela e Colômbia, correspondem à forma típica. Colorido geral variando do pardo-avermelhado, côr de couro, até ao negro mais ou menos uniforme. (Nos indivíduos das regiões áridas e semi-áridas o colorido é claro e nos das matas úmidas é denegrido). A cauda é, nos indivíduos sul- americanos, sempre mais clara que o tronco, com o último seg¬ mento e a vesícula do mesmo colorido que os outros segmentos. Esternitos e ancas pardos; pentes e opérculo genital testáceos, Palpos e patas do mesmo colorido do tronco, às vezes com os segmentos distais mais claros. Os machos são um pouco mais pálidos que as fêmeas. Borda anterior do cefaíotórax mui levemente côncava, com uma fila de granulações grosseiras. Cômoro ocular sul- cãdo, com as cristas superciliares quase lisas, com poucos gr⬠nulos posteriores e continuando-se adiante com as cristas gra¬ nulosas paramedianas anteriores. Tegumentos opacos, fina¬ mente granulosos, com as granulações grosseiras formando duas filas médias posteriores, duas séries oblíquas pos-ocula- res e duas laterais anteriores, Tergitos finamente granulosos, com granulações maiores em filas sinuosas, e com a crista me¬ diana bem acentuada nos tergitos íí a VII; há esboços de cris¬ tas paramedianas nos tergitos III a VI. Tergito VII com qua¬ tro cristas longitudinais granulosas, as paramedianas comple¬ tas e as laterais ocupando os dois terços posteriores. Ester¬ nitos I a IV lisos e brilhantes, com pontuação abundante. Es- C. de Mello-LeitÃo — Escorpiões Sul-Americanos 259 ternito IV levemente coriáceo e com esboço de cristas longitu¬ dinais. Esternito V densa e finarnente granuloso, opaco, com 4 cristas longitudinais brilhantes: as internas, lisas ou quase e levemente divergentes para diante, não alcançam a borda ante¬ rior; as externas são granulosas, de grânulos confluentes, não atingem os bordos do esternito. Pentes com 28-29 dentes variando êsse número porém de 24 a 36 dentes. Cauaa robusta, paralela, muito mais longa nos machos, nos quais chega a 7 l / 2 ou 8 vêzes o comprimento do cefalotó- rax ( c êrca cie 6 vêzes na fêmea). Tegumentos granulosos. Cristas medianas ventrais, laterais inferiores, laterais superio- xes e medianas dorsais completas, presentes nos segmentos I a IV, granulosas (as medianas dorsais serrilhadas). Cristas late¬ rais acessórias presentes no segmento I. Segmento V de face dorsal convexa, com um sulco mediano; cristas laterais supe- riores fracas; face ventral granulosa, com três cristas longitu¬ dinais completas. Vesícula baixa, alongada, maior que o seg¬ mento V, com granulações pouco definidas, provida de um es¬ pinho pontiagudo, conspícuo, logo abaixo da base do ferrão. 260 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL Palpos pouco robustos. Fêmur prismático, com as quatro cristas granulosas. Tíbia com a face anterior muito granulosa, de granulações mais ou menos confluentes. Mão com a crista externa quase lisa e a crista interna granulosa. Dedo móvel com um lobo basilar e 9 filas de grânulos. A relação entre o comprimento e largura da mão e o dedo móvel é c:l:dm = 6,5 a 7:3 a 3,510,7 a 11 ( $ ) e 6 a 6,5:3,5:11 a 11,5 ( £ ). Fig. 108 —■ Palpo direito de Centruroides gracilis Localidade-tipo: . Habitat: Antilhas, México, América Central, Colômbia e Venezuela. 117. Centruroides margaritatus (Gervais), 1841 (Figs. 109 a 112) # Scorpio margaritatus Gervais, 1841 — Voyage de la Bo~ nite, 1, p. 281. Scorpio margaritatus Idem, 1844 ■— Ins. Aptères, 3, p. 55. C. de Mello-LeitÃo — Escorpiões Sul-Americanos 261 Scorpio mavgaritâtus Idem, 1844 — Arch . Mus . Paris , 4, p. 224. Scorpio ( Atreus ) edwardsii Idem, 1844 ■— Ibidem, p. 216. Scorpio (Atreus) degeeri Idem, 1844 — Ibidem, p. 217. Scorpio (Atreus) edwardsii Idem, 1844 *— Ins. Aptères, 3, p. 53. Scorpio (Atreus)degeeri Idem, 1844 — Ibidem, p. 54. Scorpio (Atreus) edwardsii Idem, 1859 — in Castelnau Exp. Amér. Sud. p. 41. Tityus carinatus , C. L, Koçh, 1845 — Die Arachniden K 11, p. 2. Tityus macrurus Idem — Ibidem, p. 16. Tityus ducalis Idem — Ibidem, p. 38, Centrurus degeeri Thorell, 1877 — Atti Soc. Ital. Sei. Nat., 19, p. 167, Centrurus gambiensis Karsch, 1879 — Mitt. Muench. ent, Ver 3, p. 123, Centrurus degeeri Kraepelin, 1891 ■— jahrh. Hamb . Vien, Ant.,8, p. 133. Centrurus margarítatus Pocock, 1893 Journ . Linn , Soc., Zool., 24, p. 386. Centrurus margarítatus Kraepelin, 1899 — Das Tierreich, p. 93. Centrurus margarítatus Borelli, 1899 — Boll. Mus . Aant. Comp. Torino, 14, N.° 338, p, 3. C. m. Pocock, 1902 — Biol. Centr . Amer. t p. 30. • C. m . Ewing, 1928 — Pvoc . II. S . Nat. Mus., 73, N.° 9, p. 15, C. m. Hoífmann, 1932 ■— Anal . Inst. Biol ., 3, p246^ Rhopalums margarítatus Meise, 1933 — Mag. Natuz 74, p. 30. C. m. Moreno, 1939 — Mem Soc. Cub.. Hist. Nat., 13, N.°2p. 71, C. m. Idem, 1940 —■ Rev. Univ. Habana , N.°s. 26-27, p. 61. . C Esta espécie é muito variável, com tendência a formar râ- locais mais ou menos fixas. Hoffmann distingue no Mé^ xico três raças, todas distintas dq forma típica. Os exempla¬ res de Cuba, descritos por Moreno, constituem igualmente uma raça, que propomos chamar Çentmroides margarítatus more-- 262 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL noi . Âs formas sul-americanas correspondem mais estrita¬ mente à forma típica, S llOmm, Tronco 35mm, Cauda 75mm. 9 103mm. Tronco 44mm, Cauda 59mm, Colorido geral amarelo-fulvescente (côr de couro) ou castanho-escuro com as granulações mais grosseiras perlifor- mes, fulvo-escuro ou castanho-escuro. Tergitos III a VI pardo com estreita faixa amarela basilar ou de tom parda¬ cento uniforme. Cauda com o segmento V e a vesícula mais escuros, às vêzes denegridos. Palpos côr de mogno, a mão um pouco mais escura. Face ventral da cauda com estreitas faixas longitudinais denegridas. Patas amareladas, bem mais claras que o tronco. Borda anterior do cefalotórax levemente côncava, com uma fila de granulações grosseiras, os ângulos laterais chan¬ frados. Sulco longitudinal completo. Cômoro ocular situado no, terço anterior do cefalotórax, sulcado, com as cristas super- ciliares granulosas; os olhos separados cêrca de um diâmetro. Tegumentos com grossas granulações esféricas abundantes, irregularmente esparsas, tôdas iguais, de modo que só se des¬ tacam as duas cristas paramedíanas posteriores e as que pro¬ longam, adiante, as cristas superciliares. Tergitos com faixas anteriores finamente granulosas, os dois terços posteriores de cada tergito com granulações iguais às do cefalotórax. Crista mediana muito acentuada nos tergitos II a VII; a partir do tergito III há esboços de cristas paramedíanas, ocupando o têrço posterior. Tergito VII com a crista mediana ocupando a metade anterior, marcada por 4 filas de granulações e 4 cristas longitudinais granulosas, as. internas levemente sinuo¬ sas e divergentes, completas; as externas ocupando os três quartos posteriores e unidas adiante às internas por uma fi¬ leira transversal de granulações grosseiras. Esternitos lisos, brilhantes, pontuados, com duas depressões longitudinais, Esternito I com as áreas laterais ásperas, pouco deprimidas; esternito V com 4 cristas longitudinais granulosas, as inter¬ nas quase completas, as laterais indo do quarto basilar ao têrço posterior; fora das cristas externas o tergito V é densa¬ mente granuloso. Pentes do $ com 25 a 34 dentes; da 9 com 23 a 32 den¬ tes e 7 ou 8 lâminas intermédias nos dois sexos, C. de Mello-LeitÃo — Escorpiões Sul-Americanos 263 Fig. 109 —- Opérculo genital e pentes de Centruroid.es mafgaritatas (fêmea) Fig. 110 - Opérculo. genital e pentes de Centruroídes - tnargaritâtus- (mãchê) : ~ - * ~ 264 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL Fig. 112 — Palpo direito de Centruroides margaritatus {$) C. de Mello-LeitXo — Escorpiões Sul-Americanos 265 Cauda muito granulosa; a da fêmea pouco maior que o tronco e cerca de 6 vêzes maior que o cefalotórax; a do ma^ cho quase duas vêzes maior que o trouco e 7 x /i a 8 vêzes maior que o cefalotórax. Cristas medianas ventrais, laterais inferiores, laterais superiores e medianas dorsais formadas por granulações perliformes escuras, completas e presentes nos seg¬ mentos I a IV; cristas laterais acessórias presentes e completas no segmento I, e presentes no quinto posterior do segmento II. Segmento V de face dorsal convexa, com um sulco mediano, as cristas laterais superiores bem mais fracas que nos segmen¬ tos I a IV; face ventral pilosa, muito granulosa, com três cris¬ tas longitudinais completas, serrilhadas. Vesícula lisa em sua face dorsal, de porção convexa irregularmente granulosa e com um pequeno tubérculo arredondado pouco abaixo da base do ferrão. Fêmur dos palpos prismático, com as quatro cristas gra¬ nulosas, a face anterior grosseiramente granulosa e densamente pilosa, as outras faces ásperas. Tíbia mais dilatada em seu têrço basilar, a face anterior muito pilosa, com 2 filas de gra¬ nulações das quais as basilares são pontiagudas, bem maiores, e muito salientes; face dorsal com 3 cristas granulosas e com 2 a face ventral. Mão com 4 cristas dorsais. Dedo móvel com um lobo basilar e 8 filas de grânulos. A relação entre o comprimento e largura da mão e o dedo móvel é c:l;dm — — 6;5,7;lOmm ( $ ) e 6:5:10 ( ê ). Localidade-tipo: Ilha Puna, Golfo de Guaiaquil, Equador. Habitat: Equador, Perü, Colômbia, Venezuela, Guíanas, América Central, México e Antilhas (Cuba e Trinidad). 24. Gênero RHOPALURUS Thorell, 1876 TiPO:i?/iopa/uras íaticauda Thor. Cefalotórax muito granuloso, com várias cristas muito ní¬ tidas; tergitos I a VI com uma só crista^ mediana; esternito I com duas áreas laterais grosseiramente granulosas; gume dos dedos com 7 a 9 filas oblíquas de grânulos e 2 filas longitudi¬ nais acessórias singelas; cauda com os segmentos apenas cêrca dê duas vêzes mais longos que o comprimento, o segmento I tão largo quão longo ou quase; o segmento V escavado em go¬ teira; cauda do macho do mesmo comprimento que na fêmea, porém nitidamente mais dilatada distalmente. Vesícula mais ou menos globulosa, muito menor que o ferrão e bem mais 266 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL estreita que a cauda. Suas espécies, em número de 15, podem ser separadas pela chave abaixo: A — Primeiro segmento caudal com 12 cristas granulo¬ sas; esternito I com 2 lambdas negros no triângulo mediano — R. LAMBDOPHORUS M.-L. A A — Primeiro segmento caudal com 10 cristas granulo¬ sas, esternito I sem desenho característico: B— Segundo segmento caudal com 10 cristas granulosas, como o primeiro: C — Pentes com 15 a 17 dentes. (Mão pouco dilatada; animais de médio porte -— menos de 55mm; cristas supercilia- res lisas; colorido geral pardo-amarèlado, com desenho negro): D — Vesícula com um grânulo rombo sob o ferrão; seg¬ mento caudal III sem cristas laterais acessórias — R. debilis (C. L. Koch), DD — Vesícula com um espinho pontiagudo sob o fer¬ rão, segmento caudal III com cristas laterais acessórias em sua metade posterior — R. acromelas Lutz & Mello, CC -— Pentes com 20 ou mais dentes: D Terceiro se,gmento caudal com 10 cristas completas» como os dois primeiros, vesícula com pequeno espinho pontia¬ gudo sob o ferrão: E — Cauda muito dilatada para trás, sobretudo no ma¬ cho, nos quais a vesícula não alcança à metade da maior lar¬ gura dos segmentos IV e V; colorido geral pardo-amarelado, os dois últimos segmentos caudais muito escuros — R. lati- tauda Thor, EE — Cauda menos dilatada no macho, paralela na fêmea: F — Colorido geral pardo-amarelado, com os segmentos caudais IV e V muito escuros, dedos pardo-escuro — R. BORELLII Poc. FF —■ Colorido geral denegrido uniforme — R, pintoi M.-L. DD — Terceiro segmento caudal com 8 cristas (às ve¬ zes a crista lateral acessória representada por uma fila de gr⬠nulos, na metade posterior): E — Mão paralela, da mesma largura da tíbia ou um pouco mais estreita; dedo móvel sem lobo basilar distinto, em ambos os sexos, vesícula com um espinho sob o ferrão: C. de Mello-LeitÃo — Escorpiões Sul-Americanos 267 F — Tronco de colorido uniforme; face dorsal da cauda de colorido uniforme; dedos do mesmo colorido que a mão (pente com 23-24 dentes) — R. stenochirus (Pent). FF — Tergitos com linhas escuras marginais posteriores; segmentos caudais IV e V bem mais escuros, G — Dedos do mesmo colorido que a mão; espinho, sob o ferrão, pequeno; pente com 25-26 dentes —■ R. stenochi- RUS MELLEIPALPIS LlitZ & Mello, GG —' Dedos mais escuros; espinho, sob o ferrão, pon¬ tiagudo, conspícuo; pente com 20-22 dentes — R. stenochi- rus GOYASENSis Prado. EE — Mão mais dilatada que a tíbia, a porção basilar mais espessa quo^distal; dedo móvel sempre com lobo basilar distinto, mais m^sho; escorpiões grandes, de mais de 80mm: F — Vesícula sem espinho sob o ferrão; quando muito o esboço de um tubérculo rombo — R. rochai Borelli. FF ■— Vesícula com um espinho forte e pontiagudo sob o ferrão: G — Tergitos de colorido uniforme: cauda pardo-escuro, esternitos sem faixas negras — R. iglesiasi (Wern.), GG —' Tergitos com pequenas manchas ovais claras; cau¬ da côr de mogno-claro, com cristas ventrâis denegridas; ester¬ nitos com faixas negras marginais posteriores — R. iglesiasi DORSOMACULATUS (Prado). BB —■ Segundo e terceiro segmentos caudais com 8 cristas: C —■ Vesícula sem espinho sob o ferrão. (Porção me¬ diana do primeiro esternito lisa) R. junceus (H. ). CC —' Vesícula com espinho pontiagudo sob o ferrão: D — Triângulo mediano do primeiro esternito finamente granuloso — R. agamemnon (Koch), DD — Triângulo mediano do primeiro esternito liso e pontuado — R. imtermedius (Penther). 118, Rhopalurus acromelas Lutz õ Mello, 1922 R. a. Lutz & Mello, 1922 — Fôlha Médica , 3, p.. 25. R . a. Mello Campos, 1924 —- Mem. Inst. Osvaldo Cruz , 17,p. 252, R. a . Werner, 1927 — Abh. Senck. Xat. Ges.. 3, p. 358. 268 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL R . a. Mello Leitão, 1932 ■—- Arq. Mus . Nac, f 34, p. 14. R. a. Prado, 1939 — Mem, Inst. Butantan , 13, p. 29. ê 55mm. Tronco 23mm, Cauda 32mm. ? 54mm. Tronco 24mm. Cauda 30mm. Colorido geral amarelo-couro. Cefalotórax e tergitos I a VI mais ou menos denegridos; cauda com os segmentos IV e V muito mais escuros, Palpos com a quela pardo-escuro, mais ou menos denegrida. Ponta do ferrão fulvo-escuro,. Quase sempre o cefalotórax apresenta um triângulo mediano negro na prozona. Borda anterior, formando um ângulo muito obtuso, granu¬ losa. Cômoro ocular nos dois quintos anteriores, sulcado, com as cristas superciliares granulosas. Tegumentos densamente granulosos, com os três pares de cristas bem acentuados. Ter¬ gitos densamente granulosos, a crista mediana muito acen¬ tuada, ocupando toda a extensão dos tergitos II a VI, a me¬ tade basilar do tergito VII e o ápice do primeiro tergito; ter- gito VII com 4 cristas laterais longitudinais, as laterais inter¬ nas completas; as laterais externas ocupando os três quartos posteriores. Esternitos II a IV lisos; esternito I com as áreas laterais densa e regularmente granulosas, e com um triângulo mediano liso e pontuado; esternito V com quatro cristas longi¬ tudinais granulosas, ocupando os dois terços posteriores. Pentes com 17 dentes e 8 lâminas intermediárias. Cauda robusta, dilatando-se nos dois últimos segmentos no macho, quase paralela na fêmea; tegumentos granulosos. Cristas medianas dorsais denticuladas, com os dentículos aumentando regularmente na metade posterior, presentes nos segmentos I a IV. Cristas medianas !J £êntrais, laterais inferio¬ res e laterais superiores granulosas, completas, presentes nos segmentos I a IV. Cristas laterais acessórias presentes nos segmentos I a III, formando arestas nos segmentos I ell, repre¬ sentadas no segmento III por uma fila de granulações mais acentuadas. Segmento V com as cristas laterais superiores granulosas; face ventral com 3 cristas granulosas longitudi¬ nais. Vesícula com a face dorsal plana e lisa; porção convexa com granulações seriadas e um pequeno espinho pontiagudo sob o ferrão. Fêmur dos palpos de face anterior granulosa e com quatro cristas granulosas. Tíbia lisas, as cristas fracamente granu- C. de MelloLeitÃo — Escorpiões Sul-Americanos 269 * losas. Mão mais estreita que a tíbia, lisa, com as cristas for¬ mando arestas lisas* Face anterior do fêmur e da tíbia e os dedos muito pilosos. Dedo móvel com 8 filas de grânulos no gume e esboço de lobo basilar. A proporção entre o compri¬ mento e largura da mão e o dedo móvel ê c:l:dm — 4,5:2,9: :9,9mm (â) e 3,5:2,5:8 (?), Localidade-tipo: Teresina, Piauí, Brasil Habitat: Estados do Nordeste do Brasil, de Pernam¬ buco ao Piauí, 119. Rhopaíurus agamemnon (Koch), 1859 Androctonus agamemnon Koch, 1859 — Uehers . dev Ara~ chn. , 6, p. 103. Heteroctenus agamemnon Pocock, 1893 — Joutn. Linn. Soc., 24, p. 393, Centmms agamemnon Kraepelin, 1899 — Das Tierreich, p. 94. R. a. Pocock, 1902 — Biol. Centr. Amev ., p. 37, Centvurus agamemnon , Penther, 1913.— Ann. K. K. Nat . Hofm 27, p. 240. R, a. Mello-Campos, 1924 — Mem. Jnst. Osvaldo Cruz, 17, p. 276. R . a. Mello-Leitão, 1932 — Arq. Mus. Nac 34, p. 14, R. a. Meise, 1934 — Mag. for Noturvide 24, p. 206. R. a. Prado & Rios-Patino, 1939 — Rev. Acad. Co- lombíana , 3, p. 211, R. a. Prado, 1939 — Mem. Inst. Butantan 13, p. 27. $ lOOmm. Tronco 40mm. Cauda 60mm. £ 90mm. Tronco 37mm. Cauda 53mm. Colorido geral pardo-amarelado, com a cauda mais ou menos denegrida dos lados e na face ventral dos dois últimos segmentos caudais, Palpos com a mão côr de mogno e os dedos fulvescentes. Patas pardo-escuro do mesmo tom dos esternitos. Pentes e opérculo genital testãceos. Borda anterior levemente sinuosa, com uma depressão me¬ diana. Cômoro ocular nos dois quintos anteriores do cefalotó- 270 Arquivos do Museu Nacional — Yol. XL rax, sulcado, com as cristas superciliares granulosas, os olhos separados quase dois diâmetros* Tegumentos grosseiramente granulosos, com três pares de filas longitudinais mais acentua- das. Tergitos grosseiramente granulosos, com a crista longi- tudinal mediana muito acentuada nos tergitos II a VIL Nos tergitos IV a VI esboço de cristas paramedianas. Tergito VII com cristas longitudinais granulosas, as laterais internas com¬ pletas, as laterais externas ocupando os três quartos posterio¬ res e unidas ao ramo das laterais internas. Estemitos fina¬ mente granulosos; esternito I com as áreas laterais densamente granulosas, de granulações maiores e o triângulo mediano fina¬ mente granuloso. Esternito V com 4 cristas, ocupando os dois terços posteriores e levemente divergentes. Pentes com 17 a 20 dentes. Cauda robusta, fortemente dilatada para trás no macho. Tegumentos irregularmente granulosos. Cristas medianas dor¬ sais, laterais superiores, laterais inferiores e medianas ventrais presentes e completas nos segmentos ^caudais I a IV. Cristas laterais acessórias presentes só no segmento I. Segmento V de face dorsal em goteira lisa, resto muito densamente gra¬ nuloso, com as 5 cristas pouco acentuadas. Vesícula de face dorsal plana, o resto grosseiramente granuloso, com um pe¬ queno espinho pontiagudo pouco abaixo da base do ferrão. Fêmur dos palpos de face anterior grosseiramente granu¬ losa; tíbia mais dilatada na base, com 2 dentes anteriores basi¬ lares mais robustos; mão áspera; dedo móvel com robusto lobo basilar (muito mais acentuado no macho), a mão mais larga que a tíbia. Relação entre comprimento e largura da mão e dedo móvel é c:l:dm=5,2:4,5;8,5mm. Localidade-tipo; Bahia, Brasil. Habitat: Bahia. 120. Rhopalurus borellii Pocock, 1902 R. b. Pocock, 1902 — Ann. Mag. Nat. Hist.> (7) 10, p. 377. R. b. Idem, 1902 Biol, Centr. Amer p. 37. R. b. Mello Campos, 1924 — Mem. Inst . Osvaldo Cruz , 17, p, 252. C. de Mello-LeitÃo — Escorpiões Sul-Americanos 271 R . b. Werner, 1927 — Abhand. Senck. Nat. Ges ., 3, p. 358, R . b. Mello-Leitão, 1934 -— Avq. Mus. Nac ., 34, p. 15. /?. b, Prado, 1938 — Mem. Inst. Butantan, 12, p. 6, /?. è. /dem, 1939 — Idem, 13, p. 35, $ 77mm. Tronco 30mm. Cauda 47mm. $ 75mm. Tronco 31 mm. Cauda 44mm, Cefalotórax pardo-amarelado, com um triângulo anterior denegrido. Tergitos pardo-amarelados, uniformes. Cauda amarelo-claro, com os segmentos IV e V denegridos, bem como as cristas medianas ventrais do segmento III. P aipos de fê¬ mur e tíbia amarelo-claro, a mão pardo-escuro e dedos denegri¬ dos. Patas e esternitos de tom amarelo-palha uniforme. Borda anterior do cefalotórax mui levemente côncava, os ângulos laterais truncados. Cômoro ocular sulcado, com cris¬ tas superciliares granulosas. Tegumentos densamente granu¬ losos, com 3 pares de cristas longitudinais. Tergitos densa¬ mente granulosos a crista mediana bem marcada nos tergitos II a VIL Tergitos VII com a crista mediana ocupando os três quartos posteriores e unidas na base. Esternito I com as áreas deprimidas laterais muito regulares e densamente granulosas, o triângulo mediano liso e pontuado, Esternito II a IV lisos. Esternito V finamente granuloso, com 4 cristas em seus dois terços posteriores. Pentes com 19-20 dentes ( 9 ) e 24-25 ( 3 ). Cauda robusta, paralela na fêmea, espessada e dilatada para trás, nos dois últimos segmentos do macho, de tegumen¬ tos densamente granulosos nas faces ventral e laterais e mais fina e escassamente granulosos na face dorsal. Cristas media¬ nas ventrais, laterais inferiores, laterais superiores e medianas dorsais granulosas, completas, presentes nos segmentos I a IV. Cristas laterais acessórias presentes e completas nos segmen¬ tos I a III (no segmento III sem formar aresta) e esboçadas na porção basilar do segmento IV. Segmento V de face dor¬ sal côncava e lisa, cristas laterais superiores pouco acentuadas, as 3 cristas ventrais de granulações pontudas. Vesícula gra¬ nulosa, com um pequeno espinho pontiagudo pouco abaixo da base do ferrão. 27 2 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL Palpos finamente granulosos, as cristas do fêmur e da tí¬ bia mais grosseiramente granulosas, as cristas anteriores da tí¬ bia serrilhadas* Mão “chagrinée”, com as cristas bem mar¬ cadas* Dedo móvel com fraco lobo basilar e 8 filas de grânu¬ los no gume. A relação entre o comprimento e largura da mão e o dedo móvel é c;l:dm = 4:2,8; 10 ($) e 5:4,2:9 (3). Localidade-tipo: Parnaguã, Piauí, Brasil. Habitat: Piauí e Ceará (Brasil), 121. Rhopalurus debilis (C.L.Koch), 1841 Vaejovis debilis C. L. Koch, 1841 — Die Arachniden, 8, p. 21. Vaejovis debilis Kraepelin, 1899 — Das Tievteich, p. 96. R, d. Borelli, 1910 — Boll. Mus. Anat, Comp. Tovu no, 25, N.° 629. p. 4. R. d . Mello-Campos, 1924 — Mem. Inst. Osvaldo Cruz , 17, p. 276, R . d. Mello-Leitao, 1932 — Arq. Mus. Nac 34, p. 14. R. d. Prado, 1939 — 1 Mem. Inst. Butantan, 13, p. 29. $ 29mm. Tronco 11 mm. Cauda 18mm, Cefalotórax amarelo, com um grande triângulo anterior denegrido e com as bordas laterais denegridas. Tergitos ama¬ relo-olivãceos com as margens laterais e a crista mediana cas¬ tanhas, o tergito VII amarelo-claro. Cauda amarelo-couro, levemente estriada de pardo entre as cristas medianas ventrais dos segmentos II a IV. Segmento V amarelo-sujo, com as cris¬ tas laterais superiores orladas de pardo-escuro e com a face ventral lavada de fusco, Palpos amarelo-claro, com a tíbia levemente lavada de pardo na face dorsal; dedos pardos. Es- ternitos amarelo-claro, levemente acinzentados. Patas amare¬ lo-claro. Borda anterior do cefalotórax quase direita, com uma fila de granulações perliformes. Cômoro fiçul&ir no terço anterior, C. de Mello-Leitào — Escorpiões Sul-Americanos 273 sulcado, as cristas superciliares lisas* Sulco mediano com¬ pleto e profundo. Tegumentos irregularmente granulosos, sem cristas longitudinais granulosas acentuadas* Tergitos irregu¬ larmente granulosos, os grânulos maiores e mais brilhantes na porção posterior e com a crista mediana denteada e bem mar¬ cada ,ocupando a metade distai de cada segmento. Tergito VII com a crista mediana nos dois têrços anteriores, e as cris¬ tas laterais internas e externas quase completas. Esternitos lisos e brilhantes; o anterior com as áreas laterais densamente granulosas adiante dos estigmas, o triângulo mediano fina¬ mente pontuado e com algumas pontuações maiores dispostas em filas oblíquas, perto daS( áreas laterais; esternitos II a IV com algumas pontuações em fila transversa, no quarto 2 cris¬ tas lisas, em seu têrço posterior; esternito V densamente granu¬ loso, com d cristas longitudinais denticuladas, as medianas com¬ pletas e as laterais ocupando os três quintos médios* Pentes com 15-16 dentes* Cauda dilatando-se regularmente para trás* Cristas me¬ dianas dorsais completas e presentes nos segmentos I a IV, levemente denticuladas, com o último «dente um pouco maior. Cristas medianas ventrais, laterais inferiores e laterais supe¬ riores granulosas, completas, presentes nos segmentos I a IV* Cristas laterais acessórias presentes e completas nos segmentos I e II, indicadas no segmento III por 2 grânulos distais* Seg¬ mento V com as cristas laterais superiores apenas indicadas por algumas granulações em seu têrço posterior; cristas late¬ rais inferiores mais granulosas, a mediana ventral só bem acen¬ tuada na metade posterior. Vesícula com granulações espar¬ sas, mais cu menos bossulada, o espinho sob o ferrão é apenas representado por pequeno tubérculo rombo, Palpos finamente granulosos; as cristas dos fêmures e tíbias são levemente granulosas; face anterior do fêmur com uma crista mediana denticulada* face anterior da tíbia com dois dentículos espíniformes basilares. Mão mais estreita que a tíbia* Gume do dedo móvel com 7 filas de grânulos e sem lobo basilar. A relação entre o comprimento e largura da mão e o dedo móvel é c:l:dm=2,5:l,5;5,2mm* Localidade-tipo : Ceará, Brasil. 274 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL 122. Rhopalurus iglesíasi Werner, 1927 R. i. Werner, 1927 — Abhãnd, Senck. Nãtuvf. Ges 3, p. 357. R. i. Mello-Leítão, 1932 —* Arq. Mus. Nac., 34, p. 15. R . i . Prado, 1938 — Mem . Inst. Butantan, 12, pág. 6. R. i. Prado, 1938 — Ibidem, 13, p. 33. $ 95mm. Tronco 35mm. Cauda óOmm. Corpo pardo-avermelhado, a cauda com os dois últimos segmentos quase negros; vesícula pardo-avermelhado. Pal¬ pes amarelos, com a mio pardo-fuivescente; patas pardo-ama- reladas. Borda anterior do cefalotórax quase direita. Cômoro ocular com as cristas supercilíares granulosas. Tegumentos grosseiramente granulosos, Tergitos grosseiramente granulo¬ sos, com a crista mediana bem acenthada em todos. Esterni- tos lisos, com pontuações esparsas; esternito I com as áreas laterais densa e finamente granulosas; esternito V granuloso, com 4 cristas, as médias não alcançando a borda anterior, as laterais também não atingindo a borda posterior. Pentes com 19-22 dentes. Cauda robusta, dilatando-se para trás no macho, Cristas medianas ventrais, laterais inferiores, laterais supe¬ riores e medianas dorsais completas, presentes nos segmentos I a IV, as medianas dorsais levemente serrilhadas. Cristas laterais acessórias presentes nos segmentos I e II. Segmento V de face dorsal lisa, cavada em goteira com os lados conve¬ xos; faces laterais e ventral densamente granulosas Vesícula quase lisa, com duas eminências dorsais arredondadas; porção convexa com algumas granulações pouco salientes e um pe¬ queno espinho pontiagudo abaixo da base do ferrão. Palpos finamente granulosos; fêmur com as cristas ante¬ riores serrilhadas; tíbia pouco dilatada, com as cristas anterio¬ res serrilhadas, mão mais larga que a tíbia, com cristas lisas; dedo móvel com lobo basilar bem desenvolvido e 7-9 filas de grânulos no gume. Localidade-tipo; Piauí, Brasil. C. de MelloLeitão — Escorpiões Sul-Americanos 275 123. Rbopalurus iglesiasi dorsomaculatus (Prado), 1938 ' (Figs. 113 e 1M) , I Rhopalurus dorsomaculatus Prado, 1938 Mem. Inst. Butantan , 12, p. 6. Rhopalurus dorsomaculatus Idem, 1939 — Ibidem, 13, p. 33. IRhopalurus barythenar Vellard, 1932 — Mém , Soc. Zool. France, 29, p. 556. ? 92mm. Tronco 38mm, Cauda 54mm. 3 90mm. Tronco 38mm. Cauda 52mm. Cefalotórax pardo-escuro ou mogno-escuro, com a região ocular denegrida; junto ao sulco mediano e à borda posterior duas pequenas e estreitas faixas amarelas, mais nítidas nos indivíduos mais claros, Tergitos do mesmo colorido que o cefalotórax, com dois pares de pequeninas manchas ovais me¬ dianas, amareladas, muito nítidas nos indivíduos mais claros. Tergito VII amarelo-queimado. Esternitos pardos; esternitos II a IV com faixas marginais posteriores denegridas. Cauda pardo-escuro, côr de mogno-claro nos segmentos I a IV; o segmento V na quase totalidade, a face ventral do segmento IV e as cristas granulosas ventrais denegridos. Vesícula côr de mogno, com a ponta do ferrão fulvo^escuro ou denegrida. Patas côr de mogno-claro ou pardo-amarelado. Palpos com o fêmur amarelo-queimado, tíbia e mão mogno-escuro, os de¬ dos levemente denegridos. Borda anterior quase direita, em ângulo muito obtuso, e com os ângulos laterais truncados, granulosa. Cômoro òcular situado adiante do meio, sulcado, com as cristas stiperciliares quase lisas na fêmea, granulosas no macho. Tegumentos grosseiramente granulosos, com os três pa¬ res de cristas normais. Faixas amarelas lisas. Tergitos densa e grosseiramente granulosos, com a crista mediana ausente nõ primeiro, bem acentuada nos tergitos II a Ví, Tergito VII com 5 cristãs, a mediana singela, ocupando a metade anterior, as laterais internas completas, com pequeno ramo curvò em seu quinto anterior, que se une à extremidade anterior- das cristas laterais externas. Es temi to I com as áreas laterais densamenté granulosas adiante dos estigmas traqueais, de granulações mais grosseiras no macho; triângulo central muito liso, com 276 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL poucas pontuações* Esternitos II a IV lisos e pontuados, com algumas granulações de cada lado, junto à borda posterior; esternito IV com 4 cristas longitudinais lisas na metade poste- rior; esternito V irregular e densamente granuloso, com 4 cris¬ tas longitudinais granulosas, as medianas ocupando os três quartos posteriores e as laterais ocupando os três quartos anteriores* Pentes com 20-21 dentes ( § ) e 22 dentes ( 3 ) e com 12 lâminas intermediárias. Fig, 113 — Opérculo genital e pentes de Rhopalurus iglesiasi dorsomaculatus V*. Cauda robusta, dilatando-se para trás, mais nitidamente no macho* Cristas medianas dorsais presentes nos segmentos I a IV, serrilhadas, com os dentes aumentando regularmente em sua porção distai, sobretudo no macho. Cristas medianas ventrais, laterais inferiores e laterais superiores granulosas, completas nos segmentos I a IV. Cristas laterais acessórias presentes nos segmentos I e II, sendo no segundo segmento representadas por uma fila completa de granulações maiores mas sem formar aresta* Segmento V de face dorsal lisa, esca¬ vada, em goteira convexa; faces laterais e ventral densa e gros¬ seiramente granulosas, com as 5 cristas longitudinais pouco acentuadas. Vesícula com granulações pouco salientes, com um espinho pontiagudo pouco abaixo da base do ferrão; face dorsal lisa, apresentando, no macho, duas eminências basilares arredondadas. C. de Mello-Leitão Escorpiões Sul-Americanos 277 Palpos finamente granulosos; fêmur com a face anterior grosseiramente granulosa, de granulações pontiagudas; tíbia pouco dilatada, com a crista anterior superior marcada por 4 dentes pontiagudos quase iguais; mão mais larga que a tíbia; dedo móvel com lobo basilar fraco na fêmea, bem acentuado no macho e com 7-8 filas de granulações no gume; a relação entre o comprimento e largura da mão e o dedo móvel é c:l:dm=5,4:3,5:10,8mm no (O e 6:4,6:12mm ( $ ). Fíg. 114 -— Palpo direito de Rhopa~ lurus íglesiasi dorsomaculãim Prado descreveu a fêmea. A presente redescrição é cal¬ cada sôbre o tipo e um macho (alótipo) do Rio das Mortes (col. Leitão de Carvalho). Localidade-tipo: Goiás, Brasil. Alótipo do Rio das Mortes, Mato Grosso, Brasil. 124. Rhopalurus intermedius (Penther), 1913 Centrurus intermedius Penther, 1913 ■— Ann. K. K. Nât . Hofmus., 27, p. 240. R. i. Mello-Leitão, 1932 Arq. Mus . Nac., 34, p. 14. R. i. Prado & Ri os-Patino, 1939 — Rev. Acad. Co¬ lombiana, 3. R. i . Prado 1939 — Mem. Inst. Butantan, 13, p. 28. 2 78 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL Não conheço esta espécie da qual Penther apenas diz: ‘O exemplar de Parnaguá (de Centrurus agamemnon) mede 90mm. O número de dentes dos pentes é de 20 de cada lado. Não concorda em todos os pontos com agamemnon, pois o triângulo mediano do primeiro esternito é liso, não granuloso. Distingue-se de junceus pelo colorido e pela presença de um espinho pontiagudo sob o ferrão/' Localidade-tipo: Barra de Parnaguá, Piauí, Brasil. 125. Rhopalurus lambdophorus Mello-Leitão, 1932 R. /. Mello-Leitão, 1932 — Arq. Mus. Nac ., 34, p. 12. R. I. Prado, 1939 Mem.Inst. Butantan , 13, p, 30. $ óOmm. Tronco 23mm. Cauda 37mm. Cefalotórax ocráceo sem manchas, apenas com as arcadas superciliares e uma orla, em tôrno dos olhos médios, negra. Tergitos castanho-escuro, levemente lavados de negro; ester- nitos do mesmo colorido dos tergitos, o esternito I com duas faixas negras longitudinais, curvas, de concavidade externa, limitando o triângulo saliente mediano, cada faixa com um curto ramo interno em seu têrço posterior, de modo que hã nesse esternito 2 lambdas negros. Cauda um pouco mais clara que o tronco, apresentando na face superior dos segmentos III e IV um triângulo negro basilar e linhas negras nas cristas inferiores dos segmentos I a IV. Vesícula, com a metade dis¬ tai do ferrão, negra. Patas e palpos amarelos; os grânulos do gume dos dedos, fulvo-escuro. Borda anterior do cefalotórax direita, com pequeno enta¬ lhe mediano e de ângulos laterais truncados, com uma fila de granulações. Cômoro ocular sulcado, as cristas superciliares granulosas, os olhos separados mais de dois diâmetros. Tegu¬ mentos grosseiramente granulosos, com quatro pares de cris¬ tas (mais um par que o normal). Tergitos muito granulosos, com grossas granulações esparsas, cada tergito com um ourelo anterior finamente granuloso e nos tergitos IV a VI há, de cada lado, leve depressão transversal, um nada procurva. A crista mediana dos tergitos é bem acentuada, serrilhada em sua metade posterior nos tergitos IV a VI; nos tergitos III a VI hã-vestígio nítidos de çristaç laterais» Tergitos VII com cinco C. de MelloLeitÃo — Escorpiões Sul-Americanos 279 cristas longitudinais, a mediana ocupando somente a metade anterior, as laterais internas curvas para fora, ocupando os quatro quintos do segmento, não atingindo as bordas anterior 6 posterior; as laterais externas um pouco mais curtas; espaços entre as cristas com granulações pontudas. Esternito I com o triângulo mediano liso e brilhante; as áreas laterais finamente granulosas adiante dos estigmas. Esternitos II a IV lisos, brilhantes, pontuados; esternito V granuloso, com 4 cristas longitudinais granulosas, as duas internas unidas por uma crista marginal posterior, levemente curva, formando um U, cujos ramos quase alcançam a borda anterior; as externas ocupam os três quintos médios do esternito. Pentes com 25-25 dentes e 12 lâminas intermédias. Cauda robusta, densamente granulosa, dilatada para trás. Cristas medianas ventrais, laterais inferiores e laterais supe¬ riores granulosas, completas, presentes nos segmentos I a IV. Cristas medianas dorsais serrilhadas, com o último dente um pouco maior nos segmentos II e III, presentes nos segmentos I a IV. Cristas laterais acessórias completas no segmento I e ocupando os dois terços posteriores do segmento II, sendo aí representadas, em seu têrço anterior, por algumas granula¬ ções separadas. No segmento I há mais um par de cristas suplementares, entre as medianas dorsais e as laterais superio¬ res. Segmento V com 5 cristas; as laterais superiores forma¬ das por granulações baixas. Espaço dorsal mediano raso nos segmentos I a III; com um sulco mais ou menos profundo nos segmentos IV e V, Vesícula grande, pouco granulosa, maior que o ferrão, apenas com uma pequena granulação romba pouco abaixo da base do ferrão. Fêmur dos palpos direito, com 5 cristas granulosas, a me¬ diana anterior com dentículos maiores e menores, alternando regularmente; tíbia subfusiforme, mais dilatada no têrço basi¬ lar, com 3 cristas granulosas dorsais; a face anterior com a crista mediana serrilhada com o dente basilar muito maior, os outros irregulares. Mão mais estreita que a tíbia, finamente granulosa. Dedo móvel com pequeno lobo basilar e 8 filas de grânulos no gume. A relação entre o comprimento e lar¬ gura da mão e o dedo móvel é c:l:dm=4:2:6,5mm. Localidade-tipo: Ceará, Brasil. 280 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL 126. Rhopalurus laticauda Thorell, 1876 (Figs. 115 a 117) R. I. Thorell, 1876 — Ann. Mag. Nat. Hist., (4) 17* p. 9. R. I. Idem, 1877 — Atti Soc. Itáí. Hist. Nat., 19, p. 143. R. I. sanchsii Karsch, 1879 — Mitt. Mueri, ent . Ver., 3, p. 118. Centmrus laticauda Kraepelín, 1891 *— Mitt. Mus. Ham - butg, 8, p. 137. Centmrus laticauda Idem, 1899 —- Das Tierreich, p. 95» Centmrus laticauda Penther, 1913 — Ann. k.k. Nat. Hofmus, 27, p. 240. R. I. Mello-Campos, 1924 — Mem. Inst. Osvaldo Cruz, 17, p, 252. R. I. Werner, 1927 — Abhand. Senck. Nat. Ges., 3, p. 357. R. I. Mello-Leitão, 1932 — Arq. Mus. Nac 34, p. 15, R. I. Meise, 1934 — Mag. for Naturvide 24, p. 206, R. I. Prado e Rios-Patiíío, 1939 — Rev. Acad. Co- lombiana, 3, R. I. Idem, 1939 — Mem. Inst. Butantan, 13, p. 42. R. t. Prado, 1939 — Mem. Inst. Butantan, 13, p. 35. R. I. Mello-Leitão, 1940 —■ Papéis avulsos, 1, p. 51. S 49mm. Tronco 21 mm. Cauda 28mm. $ 45,5mm. Tronco. 18mm. Cauda 26,5mm. Estas são as medidas dos tipos, mas machos e fêmeas po¬ dem chegar a 60mm, Uma fêmea da Venezuela, que serviu à presente redescrição média 52mm; tronco 22mm e cauda 30mm. Colorido geral amarelo-olivãceo-claro. Cefalotórax com duas manchas negras anteriores, perto dos olhos laterais e com o cômoro ocular levemente denegrido. Cauda com o segmento V fulvo-escuro, denegrido, sobretudo na face ventral; na face ventral dos outros segmentos há uma faixa denegrida mediana, muito estreita adiante, alargando-se para trás, ocupando todo C. de MelloLeitão — Escorpiões Sul-Americanos 281 Fig. 115 — RHOPALURUS LATICAUDA . 282 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL o espaço entre as cristas medianas ventrais do segmento IV, Vesícula pardo-escuro, com o ferrão denegrido, Esternitos amarelados, muito levemente sombreados. Patas amarelo- claro. Palpo s amarelo-claro com a mão e dedos côr de mogno, êstes levemente sombreados. Borda anterior do cefalotórax mui levemente côncava, de ângulos laterais truncados, com uma fila dorsal de granulações arredondadas, e uma fila anterior de curtas cerdas semi-erec- tas. Cômoro ocular pouco adiante do meio, com as cristas superciliares granulosas, os olhos separados um pouco mais de um diâmetro. Tegumentos densa, irregular e grosseira¬ mente granulosos, só sendo bem distintas as cristas longitudi¬ nais medianas posteriores e anteriores, Tergitos grosseira- Fig. 116 — Opérculo genital ê pentes de RJiopalurus taticauda mente granulosos; nos tergitos II a VII a crista mediana é muito acentuada, ocupando a metade posterior; nos tergitos I a VI uma fila marginal posterior de granulações mais salientes. Tergito VII com a crista mediana ocupando a metade anterior; cristas laterais internas quase paralelas, ocupando os três quar¬ tos posteriores, bífidas adiante em L; cristas laterais externas levemente curvas para fora, mais divergentes, independentes das laterais internas. Esternito I com o triângulo mediano rombo, levemente rugoso, com pontuações setíferas abundan¬ tes, as áreas laterais pouco deprimidas e fina e densamente granulosas. Esternito II a IV lisos e com pontuações* setífe- ras, providos de granulações baixas, dos lados e na borda C. de MelloLeitão — Escorpiões Sul-Americanos 283 posterior; o esternito IV com 4 cristas longitudinais lisas ocupando a metade posterior. Esternito V densamente gra¬ nuloso, com 4 cristas granulosas, as internas indo da borda posterior ao quarto anterior, as laterais estendendo-se do quin¬ to posterior ao quarto anterior. Pentes pilosos com 19 a 24 dentes e 6-7 lâminas intermé¬ dias. Cauda dilatando-se muito para trás, sobretudo no macho (a proporção entre a largura dos segmentos I e V da vesícula é 3,5:5:2 ( $ ) e 3,8:5:2,3 ( § ). Tegumentos muito granu¬ losos. Cristas medianas ventrais, laterais inferiores e laterais superiores e medianas dorsais completas, presentes nos seg¬ mentos I a IV, as granulações das cristas dorsais maiores. Fig. 117 —' Palpo direito de Rhopalurus laticauda Cristas laterais acessórias presentes e completas nos segmentos I a III, sendo que no segmento III não formam arestas. Seg¬ mento V mui densamente granuloso nas faces laterais e ventral; face dorsal com granulações baixas pouco abundantes, os dois têrços anteriores formando um sulco de faces convexas, o têrço posterior regularmente excavado. Cristas longitudinais muito nítidas, com granulações maiores. Vesícula pilosa, com gra¬ nulações baixas e um espinho rombo, pouco abaixo da base do ferrão, a porção globulosa menor que o ferrão e quase regu¬ larmente hemisférica. 284 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL Palpos granulosos, pouco pilosos no fêmur e tíbia, densa¬ mente pilo sos na mão e nos # dedos. Face anterior dos fêmures com pequenos tubérculos irregularmente esparsos* Cristas anteriores da tíbia com o dente basilar pontiagudo e muito mais robusto. Dedos levemente curvos; mão mais larga que a tíbia, finamente granulosa, com as cristas ásperas. A pro¬ porção entre o comprimento e largura da mão e o dedo móvel é c:l:dm=4,7:3:6,2 ($) e 3,5:3,5:6 (O* Localidade-tipo : Colômbia. Habitat: Colômbia (onde é comum), Venezuela, Guia¬ na s, Norte do Brasil, até o Ceará. 127. Rhopalurus pintoi Mello-Leitão, 1933 R. p. Mello-Leitão, 1933 ■—■ Arq, Mus. Mac., 34, p. 11. R. p. Prado, 1939 — Mem. Inst. Butantan, 13, p. 36. £ 55mm, Tronco 23mm, Cauda 32mm. Colorido geral brüneo-negro, com os esternitos, ancas e pentes de côr castanho-queimado. Borda anterior do cefalotórax mui levemente escavada, com uma fila de grossas granulações. Cômoro ocular pouco adiante do meio; os. olhos separados cêrca de um diâmetro; as cristas superciliares granulosas. Tegumentos densamente gra¬ nulosos, com as cristas granulosas normais, as medianas ante¬ riores curvas para dentro, Tergitos densa e irregularmente granulosos, com a crista mediana muito acentuada, Tergitos VI e VII com 5 cristas granulosas longitudinais, as do tergito VI ocupando a metade posterior e as do tergito VII completas, menos a mediana, que ocupa a metade anterior, Esternito I com o triângulo mediano com o ângulo anterior arredondado e lados levemente sinuosos, provido de um triângulo de pontua¬ ções arredondadas; áreas laterais amplas, densamente granu¬ losas. Esternitos II a IV lisos, com algumas pontuações espar¬ sas e algumas granulações junto às bordas laterais e posterior. Esternito V muito granuloso, com as cristas medianas comple¬ tas e as cristas laterais ocupando os três quartos anteriores. Pentes com 20-21 dentes. Cauda robusta, mui densamente granulosa, achatada e dilatada nos dois últimos segmentos, quase como R . latiçauda , C. de MelloLeitão — Escorpiões Sul-Americanos 285 Cristas medianas ventrais, laterais inferiores, laterais superio- res e medianas dorsais granulosas e completas, presentes nos segmentos I a IV. Cristas laterais acessórias presentes e com¬ pletas nos segmentos I a III. Segmento V densa e grosseira¬ mente granuloso, de modo que a crista mediana ventral e as cristas laterais inferiores são obsoletas. Vesícula pequena, globulosa, granulosa, com um pequeno espinho rombo pouco abaixo da base do ferrão. Palpos granulosos; fêmur prismático, com 6 cristas, a infe¬ rior e a dorsal de dentes maiores. Tíbia com o dente basilar das cristas anteriores muito mais robusto. Mão bem mais larga que a tíbia; os dedos curvos, o dedo móvel com pequeno lobo basilar e 9 filas de granulações no gume. A proporção entre o comprimento e largura da mão e o dedo móvel é c:l:dm = = 4,5:3:7mm. Localidade-tipo: rio Tacutu, Amazonas, Brasil, 128. Rhopalurus roehai Borelli, 1910 (Figs. 118 e 119) R. r. Borelli, 1910 — Boll. Mus.. Anat. Comp. Tori - no, 25, N.° 629 p. 2. Centrums barythenar Penther, 1913 —- Ann . K.K. Nat Hofmus, 27, p, 242. R. r. Mello-Campos, 1924 — Mem. Inst. Osvaldo Cruz, 17, p. 252. R. barythenar Idem, 1924 — Ibidem, p. 252. R . r. Werner, 1927 «— Abhend . Senck. Nat Ges., 13, p. 358. R. barythenar Idem, 1927 Ibidem, p. 358. R . r. Mello-Leitão, 1932 Arq. Mus. Nac 34, pág. 16. R. barythenar Idem, 1932 — Ibidem, p. 16. R. r. Prado, 1939 — Mem . Inst, Butanfan , 13, pág. 34. R, barythenar Idem, 1939 — Mem Inst. Butantan , 13, p. 34. É esta a espécie mais comum do Nordeste do Brasil, e o exame de um abundante material colhido pelo Serviço de Obras Contra as Secas em vários pontos dos estados da Bahia, Per- 286 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL nambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará me permitiu estabelecer com segurança que Centrurus barythenar Penther é sinônimo de R, tockai Borellí. As proporções da cauda e do cefalotórax variam dentro dos limites assinalados para as duas espécies e as ultrapassam, havendo todos os intermediá- rios, O tamanho pode chegar a 8Omni na fêmea e a 72mm no macho, . Tomamos, porém, como padrão, as medidas dos tipos de Borellí e de Penther (aliás as mais freqüentes), ê. 53,5mm. Tronco 17,5mm. Cauda 36mm , (Borellí) 56mm.Tronco 23mm. Cauda 33mm. (Penther) $ 70mm, Tronco 28mm, Cauda 42mm. (Borellí) ô5mm. Tronco 30mm, Cauda 35mm (Penther), . Colorido geral amarelo-claro, levemente queimado. Cau¬ da com as cristas castanhas ou pardo-escuro, a ponta do ferrão quase negra. Palpos amarelo-claro, mão e dedos levemente fulvescentes. Borda anterior do cefalotórax levemente côncava, granu¬ losa. Cômoro ocular adiante do meio do cefalotórax, sulcado, com as cristas superciliares granulosas; olhos separados pouco mais de um diâmetro. Cristas granulosas normais. Tegu¬ mentos densa e irregularmente granulosos. Tefgitos densa e irregularmente granulosos, como o cefalotórax, a crista me¬ diana denticulada bem acentuada na metade posterior dos ter- gitos II a VI e na metade anterior do tergito VII, Cristas paramedianas esboçadas nos segmentos V e VI e represen¬ tadas nos segmentos II a IV por 2 ou 3 grânulos. Tergito VII com as cristas laterais internas e laterais externas ocupando os três quartos posteriores. Estemito I com o triângulo mediano muito agudo, liso, pontuado; áreas laterais deprimidas, densa¬ mente granulosas em tôda a sua extensão. Tergitos II a IV lisos, brilhantes com pontuações esparsas. Tergito V granu¬ loso, com 4 cristas longitudinais granulosas, não alcançando a borda anterior, as laterais também não alcançando a borda posterior. Pentes com 20 a 28 dentes, sendo os números mais co¬ muns no macho 24-2S e nas fêmeas 22-22. Cauda robusta, dilatando-se para trás, sendo paralela na fêmea. Cristas medianas ventrais, laterais inferiores, e late¬ rais superiores granulosas, completas, presentes nos segmentos I a IV; cristas medianas dorsais denteadas, com os últimos den- C. de MelloLeitão — Escorpiões Sul-Americanos 287 tes maiores, presentes nos segmentos I a IV* Cristas laterais acessórias presentes e completas nos segmentos I e II, repre¬ sentadas nos segmentos III por uma fila de grânulos maiores, ocupando a sua metade posterior. Segmento V muito densa¬ mente granuloso, com as cristas laterais superiores pouco acen¬ tuadas, representadas por uma fila de grânulos perliformes. Cristas ventrais mais salientes. Vesícula quase hemisférica, 288 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL com granulações baixas, irregularmente esparsas, sem espinho sob o ferrão, havendo apenas uma pequena granulação romba. Palpos densamente granulosos. Fêmures com uma fila mediana anterior de pequenos tubérculos. Tíbias com os den- tes basilares das cristas anteriores maiores, espiniformes. Mão mais larga que a tíbia; dedos sinuosos muito pilosos; o dedo móvel com forte lobo basilar no macho e provido de 8 filas de grânulos no gume, A proporção entre o comprimento e lar¬ gura da mão e o dedo móvel é c:l;dm=4,3:3:7 a 4,5:4:8 ( $ ) e 4,7:3,7:8 a 4:3,5:8,5 ( $ ), Localidade-tipo: Fortaleza, Ceará (Borelli) e Joazeiro, Bahia (Penther). Habitat: todo o Nordeste do Brasil, da Bahia ao Piauí, 129, Rhopalums stenochirus (Penther), 1913 (Figs. 120 e 121) Centmms stenochirus Penther, 1?>13 — Ann . k.k. Nat. Hofmus ., 27, p. 240. R. s. Mello-Camjpos, 1924 — Mem. Inst. Osvaldo Cruz, 17, p. 252, R. s. Werner, 1927 — Abhand. Senck. Nat, Ges., 3, p . 357. R, s. Mel lo- Leitão, 1932 -—• Aro. Mus. Nac 34, p. 15, R. s. Prado, 1939 — Mem . Inst. Butantan, 13, p. 30, $ 43mm. Tronco 21 mm. Cauda 22mm. $ 53,5mm. Tronco 23,5mm. Cauda 3Oram. Colorido geral amarelo-pardacento, de tons oliváceos; cauda de colorido uniforme, apenas com as cristas ventrais denegridas; ponta do ferrão quase negra. Borda anterior do cefalotórax mui levemente côncava, quase direita, com uma fila de granulações grosseiras. Cô¬ moro ocular pouco adiante do meio; com as cristas super cilia¬ res granulosas, os olhos separados pouco mais de um diâmetro. Sulco mediano completo. Tegumentos densa e grosseiramente granulosos, com as cristas normais. Tergitos grosseiramente granulosos, com a crista mediana pouco acentuada nos tergi¬ tos I a VI. Tergito VII com a crista mediana ocupando a C. de MelloLeitão — Escorpiões Sul-Americanos 289 metade anterior, cristas laterais internas colaterais externas nos três quartos posteriores. Esternito I com as áreas laterais fina¬ mente granulosas adiante dos estigmas; triângulo mediano muito agudo, liso e brilhante, finamente pontuado e com cerca de 12 depressões setíferas. Esternitos II a IV finamente pon¬ tuados dos lados, e com depressões setíferas esparsas na parte mediana. Esternito V finamente granuloso, com granulações mais grosseiras dos lados e com 4 cristas longitudinais fracas. Pentes com 22-24 dentes ( $ ) e 24-28 dentes ( $ ) e 10-11 lâminas intermediárias. Cauda robusta, paralela na fêmea, pouco dilatada para trás no macho. Cristas medianas ventrais, laterais inferiores, laterais superiores e medianas dorsais presentes nos segmen¬ tos I a IV, as medianas dorsais denteadas, com os 3 dentes posteriores um pouco maiores. Cristas laterais acessórias pre¬ sentes e completas nos segmentos I e II. Segmento V 'densa¬ mente granuloso dos lados e na face ventrai, as cristas laterais superiores pouco acentuadas; sobretudo na porção posterior do segmento. Tegumentos dos segmentos I a IV grosseiramente granulosos em tôda a sua extensão. Vesícula de face dorsal lisa, a parte convexa com filas de granulações rombas e com um espinho rombo pouco abaixo do ferrão. Fêmur dos palpos com as cristas bem acentuadas; tegu¬ mentos finamente granulosos; face anterior com granulações 290 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL rombas, muito conspícuas, irregularmente esparsas. Tíbia fina- mente granulosa, os dentes das cristas anteriores quase iguais, quase sem dilatação basilar. Mão igual ou um pouco mais es¬ treita que a tíbia, com pequenas granulações esparsas; dedos muito longos, muito pilosos, regularmente curvos; dedo móvel com lobo basilar fraco e 7 filas de grânulos no gume. À rela¬ ção entre o comprimento e largura da mão e © dedo móvel é c: 1: dm=3; 2,5:7,5mm (?) e 2:1,5: 5^5mm ( 3 ). Fig. 121 ^ Palpo direito de Rkopalurus stenochims Localidade-tipo: Barra, Bahia, Brasil, Habitat; todo o Nordeste do Brasil, dò norte e oeste da Bahia até o Piauí, sendo comum. 130. Rhopalurus stenochirus goiasensis Prado 1939 F^hopalums goiasensis Prado, 1939 — Mem. Inst. Butan- tajy 13, p. 31. o 61 mm. Tronco 24mm. Cauda 37mm. $ 63mm, Tronco 26mm. Cauda 37mm. Em um macho da Bahia, que, comparado com os tipos, serviu para completar, a descrição, as medidas eram; corpo 57mm; tronco 20mm; cauda 37mm. Colorido geral do dorso pardo-oliváceo-escuro; tergitos IV a VI com .atreitas faixas transversais marginais posteriores C, de Mello-Leitão — Escorpiões Sul-Americanos 291 denegridas* Estemitos pardo-amarelados, lavados de escuro. Cauda pardo-amarelada; a face ventral do segmento III com 2 faixas denegridas* mais delgadas no segmento II e reduzin- do-se às granulações das cristas medianas ventrais no seg¬ mento I , Segmento IV pardo-amarelado na base da face dor¬ sal; o resto denegrido. Segmento V denegrido* Vesícula pardo-amarelada, com a ponta do ferrão denegrida, Paipos pardo-amarelados, com a mão e dedos pardo-escuro* levemente denegridos. Patas amarelas. Borda anterior do cefalotórax levemente côncava* com uma fila de granulações grosseiras. Cômoro ocular sulcado* bem adiante do meio do cefalotórax* com as cristas supercilía- res granulosas* os olhos separados bem mais de um diâmetro. Tegumentos grosseira e densamente granulosos* com 3 pares de cristas nítidas, Tergitos ásperos e granulosos; as granula¬ ções maiores formam 2 filas marginais posteriores nos tergitos I e II, 3 filas nos tergitos III e IV e estão irregularmente dis¬ postas nos tergitos V e VI. A crista mediana é bem saliente em todos os tergitos* sendo que nos tergitos I a VI ocupa o terço e a metade posterior, e no tergito VII ocupa a metade anterior. As cristas paramedianas são presentes nos segmen¬ tos VI e V e representadas por 2 ou 3 grânulos posteriores mais alongados dos tergitos IV e III do macho (ausentes na fêmea), Tergito VII com a crista mediana dupla adiante; cristas laterais internas e externas ocupando os três quartos posteriores, unidas adiante por uma crista transversal leve¬ mente curva. Es temi to I com o triângulo' mediano muito agudo, liso, pouco pontuado; áreas laterais densamente gra¬ nulosas adiante dos estigmas. Esternito II granuloso para fòra dos estigmas e com granulações mais grosseiras nas par¬ tes laterais da borda posterior. Esternitos II è IV mui fina¬ mente granulosos dos lados e com as granulações grosseiras laterais posteriores mais conspícuas; o esternito IV com 4 cris¬ tas lisas na metade posterior. Esternito V granuloso* com 4 cristas granulosas; as medianas ocupando os quatro quintos posteriores, às laterais estendendo-se do quarto posterior ao quinto anterior. Pentes com 21 dentes e 10 lâminas intermédias. Cauda robusta, de tegumentos muito granulosos* pouco dilatada para trás no macho, paralela na fêmea. Cristas me¬ dianas ventrais* laterais inferiores e laterais superiores granu- 292 Arquivos do Museu Nacional — Vol, XL losas, completas, presentes nos segmentos I a IV. Cristas medianas dorsais presentes nos segmentos I a IV, denticula- das, com os dentes distais maiores (sobretudo o penúltimo) nos segmentos I a III. Cristas laterais acessórias granulosas, com¬ pletas, presentes ns segmentos I e II. Segmento V de face dorsal lisa, excavada em goteira convexa, as cristas laterais superiores pouco acentuadas, não granulosas, apenas sinuosas; cristas laterais inferiores e mediana ventral formadas por gra¬ nulações arredondadas. Vesícula com granulações arredon¬ dadas grosseiras, pouco abundantes; pouco abaixo da base do ferrão um espinho pontiagudo, muito conspícuo. Palpos muito pilosos; fêmur de tegumento áspero; cristas granulosas bem acentuadas; face anterior com uma crista lon¬ gitudinal de granulações altas, rombas. Tíbias quase regular¬ mente prismáticas; os 2 dentes basilares das cristas da face anterior, mais robustos. Mão igual ou um pouco mais delgada que a tíbia; dedos longos, pouco curvos, densamente pilosos; dedo móvel com lobo basilar fraco e 8 filas de grânulos no gume. A relação entre o comprimento e largura da mão e o dedo é c:bdm=3,4:l,8:7,8ram (ou 3,2:1,9:8,4mm) (2) e 3,4:l,6:7,2mm ( ? ). Localidade-tipo: Cana Brava, Goiás, Brasil. Habitat: Goiás e Bahia (J. Moojen coligiu um macho em Barreira). 131. Rhopalurus stenoehirus melleipalpus (Lutz ô Mello, 1922) Rhopalurus melleipalpus Lutz 8 Mello, 1922 — Fôtha Médica , 3, p. 25. R . m. Mello-Campos, 1924 —* Mem, Inst. Osvaldo Cruz , 17, p. 275, R. m, Werner, 1927 Abhand. Senck . Nat . Ges., 3, p. 358, R. m. Mello-Leitão, 1932 — Arq . Mus . Nac . 34, p. 15. R. m . Prado, 1939 — Mem . Inst . Butantan , 13, p. 32. ? 48mm. Tronco 17mm. Cauda 31 mm. Colorido geral do tronco pardo-okva, com um triângulo denegrido na porção anterior do cef alo tórax. Tergitos com estreitas faixas marginais posteriores negras. Esternitos ama- C. de Mello-Leitão ' Escorpiões Sul-Americanos 293 relados. Cauda pardo-amarelada, com os dois últimos seg¬ mentos bem mais escuros; cristas ventrais dos segmentos II a IV denegridas. Palpos pardo-amarelados uniformes. Patas amarelas. Borda anterior do cefalotórax mui levemente côncava e granulosa. Cômoro ocular pouco adiante do meio, com as cristas superciliares granulosas. Tegumentos densa e irregu¬ larmente granulosos, com 3 pares de cristas. Tergitcs como em R. s . goiasensis* Pentes com 25 dentes e 11 lâminas intermédias. Cauda robusta, paralela, granulosa, com as cristas dis¬ postas como em R. s. goiasensis . Palpos muito pilosos; fêmur e tíbia como em R. s. goia¬ sensis , Mão mais delgada que a tíbia; dedos densamente pilo¬ sos, o dedo móvel com pequeno lóbulo basilar e 7 filas de gr⬠nulos no gume. A relação entre o comprimento e largura da mão e o dedo móvel é 4:2:7,2mm. Localidade-tipo: Assaré, Ceará, Brasil, y 25, Gênero ZABííIS Thorell, 1894 Tipo: Isometrus fuscus Thorell, 1877. Cefalotórax com profundo entalhe mediano, e granulações grosseiras, formando cristas; tergitos com 3 cristas longitudi¬ nais; vesícula sem espinho sob o acúleo; gume dos dedos com 10 a 12 filas oblíquas de grânulos e sem filas acessórias; borda inferior do dedo móvel das quelíceras inerme. Duas espécies: A — Colorido ferrugíneo; segmento caudal V sem dentes mais salientes nas cristas laterais inferiores ■—■ Z. fuscus (Thor.). AA — Colorido amarelo-claro; segmento caudal V com 2 a 3 dentes muito maiores e muito salientes nas cristas late¬ rais inferiores — Z. birabeni M. L. 132. Zabius birabeni Mello-Leitão (Fig. 122 a 125) Z . h . Mello-Leitão, 1939 — Notas dei Museo La Pia ta, 3, p. 84. S 37mm. Tronco 15,8mm. Cauda 21,2mm. Colorido geral do corpo e apêndices amarelo-palha ou pardo-amarelado-claro. 294 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL Borda anterior do cefalotórax formando um ângulo obtu¬ so; lobos laterais arredondados. Cômoro ocular no meio do cefalotórax, sulcado, com as cristas superciliares grosseira¬ mente granulosas. Sulco longitudinal completo. Tegumento abundantemente granuloso, com algumas linhas sinuosas de granulações maiores. Tergitos densamente granulosos, com granulações irregulares e 3 cristas longitudinais no terço mé- Fig. 122 —* ZABius bírabeni Fig. 123 -— Opérculo genital e pentes de Zabius birabeni Fig, 124 <— Cauda de Zabius bitabeni (vista ventral) Fiq. 125 —- Cauda de Zabius birabeni (vista lateral) dio; tergito VII com 5 cristas longitudinais granulosas, a me¬ diana ocupando os dois terços basilares, as laterais internas completas, unidas atrás por uma fila curva, formando um U, as laterais externas ocupando os três quartos posteriores. Estemitos irregular e densamente granulosos; estemito V com 4 cristas longitudinais, nos três quartos posteriores. C. de Mello-LeitÃo — Escorpiões Sul-Americanos 295 Pente com 13 dentes largos e curtos, curvos para fora. Cauda afilada para trás, de tegumentos densamente gra¬ nulosos. Cristas medianas ventrais, laterais inferiores, late¬ rais superiores e medianas dorsais completas, presentes nos segmentos I a IV, as cristas medianas ventrais apresentam dentes maiores e menores alternando regularmente» Cristas laterais acessórias presentes e completas nos segmentos II e III, ausentes nos segmentos I e IV. Segmento V com a face dor¬ sal convexa, sem goteira, com as cristas laterais superiores gra¬ nulosas, Cristas laterais inferiores denteadas, com um robusto dente pontiagudo, muito saliente em seu terço distai. Face ven trai com 3 cristas, além das marginais inferiores, as para- medianas mais acentuadas, fortemente granulosas, em seus dois terços basilares. Vesícula muito dilatada, densamente granu¬ losa, com uma fileira mediana ventral de granulações maiores, sem espinho ou tubérculo sob o ferrão. Fêmur dos palpos prismático, com um pequeno tubérculo na base da crista dorsal anterior; tíbia muito dilatada em sua porção basilar, com 3 cristas dorsais e 2 ventrais, com o dente basilar muito saliente; mão dilatada com 7 cristas; dedo móvel com 11 filas de granulações. A relação entre o comprimento e largura da mão e o dedo móvel é c:l:dm — 3,4:2,2:4mm. Localidade — tipo: Valcheta, Rio Negro, Argentina. Habitat: Rio Negro e La Pampa, Argentina. 133. Zabius fuscus (Thorell), 1877 (Fig. 126) Isometrus fuscus Thorell, 1817 — Atti Soc . Ital . Hist . Nat., 19, p. 140. Phassus fuscus Kraepelin, 1891 -— Mitt, Mus. Ham - burg, 8, p. 109. Z. f. Thorell, 1894 — BulL Soc . Ent. Ital,, 25, p. 372. Z . f . Kraepelin, 1899 — Das Tierreich, p. 68. Z. f. Mello~Leitão, 1933 — Arq. Mus . Nac 34, p. 17. Z . f . Idem, 1934* —; VIII Reun . Patol. Regp .- 8. $ 61 mm. Tronco 26mm. Cauda 35mm. 2 55mm. Tronco 23mm. Cauda 32mm. Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL oí Flg, 126 — zabtus fuscus: a-dorso; b-cefalotorax; c-opéretilo genital e pentes; d-cauda (deperíil) C. de MelloLeitão — Escorpiões Sul-Americanos 297 Colorido geral ferrugíneo-escuro uniforme; apenas os pen¬ tes e o opérculo genital testáceos* Borda anterior do cefalotórax com profundo entalhe me¬ diano, os lobos laterais retos, com os ângulos laterais trunca¬ dos. Cômoro ocular no meio do cefalotórax, sulcado, com as cristas superciliares granulosas, os olhos afastados quase dois diâmetros. Sulco longitudinal completo. Ôlho lateral poste¬ rior muito menor que os dois outros. Tegumentos ásperos e providos de numerosas granulações grosseiras que formam 6 pares de cristas. Borda posterior granulosa e sinuosa. Tergi- tos opacos, com 3 cristas longitudinais no terço médio, a me¬ diana mais longa que as laterais; têrço basilar finamente gra¬ nuloso; dois têrços distais com granulações grosseiras. Ter- gito VII mais grosseiramente granuloso, com 5 cristas longitu¬ dinais robustas, a mediana ocupando os três quartos basilares, as laterais internas dobrando-se em ângulo reto em sua extre¬ midade anterior, para alcançarem as externas. Esternitos I a IV opacos, irregularmente granulosos, com delgada linha me- diana; esternito IV com 4 cristas granulosas, as internas pre¬ sentes só na metade posterior; esternito V com 4 cristas granu¬ losas que não atingem as bordas anterior e posterior. Pentes curtos com 12 dentes (3) e 11 a 14 (S ), com 8 lâminas intermediárias. Cauda delicada, de tegumentos opacos. Cristas medianas ventrais, laterais inferiores, laterais superiores e medianas ven- trais granulosas, completas, presentes nos segmentos I a IV, as medianas dorsais com tôdas as granulações do mesmo tama¬ nho. Cristas laterais acessórias presentes nos segmentos I a III, sendo completas no segmento I, ocupando a metade distai no segmento II e representadas apenas por algumas granula¬ ções posteriores nos segmentos III . Espaço entre as cristas com poucas granulações esparsas. Segmento V de face plana, com poucas granulações esparsas e com estreito sulco longitu¬ dinal; faces laterais com uma fila longitudinal mediana de gra¬ nulações maiores: face ventral com 3 cristas longitudinais den¬ teadas, as laterais (marginais inferiores) com os dentes poste¬ riores maiores; espaço entre as cristas muito granuloso e com 2 cristas paramedianas, ocupando a mefade basilar do seg¬ mento. Vesícula dilatada, pouco granulosa na base da porção convexa, lisa no resto de sua extensão, sem espinho sob o fer¬ rão, havendo, no macho, o esbôço de apófise romba. 298 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL Palpos opacos. Fêmur çoriáceo, irregularmente granu¬ loso, prismático, com 4 cristas granulosas ou denticuladas. Tí¬ bia densa e finamente granulosa, a face anterior muito dila¬ tada em seu têrço basilar, onde há uma crista com um dente pontiagudo muito conspícuo, seguido de uma fila de dentículos bem menores; face dorsal com 3 cristas granulosas. Mão dila¬ tada, arredondada, levemente coriácea, provida de 9 cristas granulosas, das quais 5 dorsais, sendo 4 completas e 1 muito curta, basilar. Dedo móvel com pequeno lobo basilar, o gume com 11 ou 12 filas oblíquas de grânulos. A proporção entre o comprimento e largura da mão e o dedo móvel é c:l:dm = — 7,7 ;4,7:8mm. Patas com granulações grosseiras, esparsas e com fila de dentículos marginais. Localidade-tipo: Córdoba, Argentina. Habitat: Paraguai; e San Luis, Córdoba e Jujuy, Argen¬ tina. 26. Gênero TÍTYUS C.L.Koch, 1836 Tipo: Scorpio bahiensis Perty. Tergitos com ümá só quilha longitudinal mediana.. Que- líceras com um dente na borda inferior do dedo imóvel. Gume dos dedos dos palpos com várias filas (13a 17) oblíquas, para¬ lelas, de granulações, sem filas longitudinais acessórias. Mão sempre com cristas acentuadas. Vesícula sempre com um espi¬ nho sob o ferrão. É o gênero mais rico em espécies de todos os escorpiões; estendendo-se do sul dos Estados Unidos da América até ao norte da República Argentina e contando mais de 90 espécies e sub-espécies bem caracterizadas. Estas múl¬ tiplas formas podem ser reunidas, porém, em 14 Fotmenkreise . Destas formas parece que as mais antigas são as de pequeno porte, corpo muito manchado e sem caracteres sexuais secun¬ dários, sendo as cristas dorsais medianas dos segmentos cau¬ dais providas de um espinho apical maior. A evolução dos caracteres sexuais secundários, embora tenha quase sempre ocorrido em séries paralelas (fêmeas com a lâmina interna dos pentes muito dilatada e machos com o dedo móvel dos palpos provido de acentuado lobo basilar), pode ocorrer só no sexo masculino. Consideramos a maculação irregular e o dente dis¬ tai maior das cristas dorsàis medianas, como caracteres primi¬ tivos porque, em muitos escorpiões dos outros grupos,, os jovens C. de Mello-LeitÃo —' Escorpiões Sul-Americanos 299 são manchados, e só raramente ocorre o dente basilar maior nas grandes espécies. Os grupos (Formenkreise) em que dividimos o gênero Tityus são: A — Tipo: Tityus dathratus. Escorpiões pequenos ou médios (quase sempre de menos de 50mm), de corpo, patas e palpos irregularmente manchados (às vêzes a cauda amarelo- palha uniforme). Segmentos caudais II a IV com o dente pos¬ terior das cristas medianas dorsais nitidamente maior. Lâmina basilar intermédia dos pentes da fêmea não dilatada; dedo mó¬ vel dos palpos do macho sem lobo basilar. Cauda paralela ou afilada para trás. Sete espécies: 1 — Tityus clathratus Koch) 2 — X. columbianus (Thor.) 3 — T. duckei Bor. 4 — T * indedsus M.-L, 5 — T. mazzai M.-L. 6 — T . microcystis Lutz & Mello 7 — T. sampaiocrulsi M.-L. B — Tipo: Tityus paraguayensís. Difere do grupo an¬ terior por ter as cristas medianas dorsais dos segmentos cau¬ dais I a IV apenas granulosas, sem dente posterior maior. Cau¬ da, às vêzes, com os segmentos IV e V denegridos. Dedo móvel, às vêzes, com pequeno lobo basilar. Dez espécies: 8 —' Tityus atriventer Poc. 9 — T. bispinosus (Pess.) 10 — T. carvalhoi n. sp. 11 —- T . intermedius Bor. 12 — T. íutzi Gilt. 13 ■— T. matmoratus Wern. M — T. paraguayensis Krpln, 15 — T. patvulus Krpln. 16 — T, pusillm Poc. . . 17 — 7*. silvestris Poc. C — Tipo: Tityus mattogrossensis. . Distinguindo-se do grupo T. clathratus por apresentar os pentes da fêmea a lâmina intermédia basilar muito dilatada. Cinco espécies: 18 — Tityus blaserí M.-L. 19 — T. bocki Krpln, 20 — T, flavostictus Sch. 21 — T. mattogrotssensis Krpln. 22 — T. paraensis Krpln. 300 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL D — Tipo: Tityus melanostictus. Distinto do anterior por ter as cristas medianas dorsais dos segmentos caudais I a IV sem dente maior* Os grupos T . clathratus e T. mattogros - sensis formam uma série paralela com T. paraguayensis e T. melanostictus . Três espécies: 23 — Tityus amazonicus Giít. 24 — T. mespectatus Mor. 25 — T. melanostictus Poc. E ■— Tipo: Tityus bolivianus. Escorpiões geralmente de médio porte (mas podendo variar de 36 a 80mm). Tronco com 3 faixas escuras mais ou menos acentuadas. Lâmina ba¬ silar dos pentes da fêmea fortemente dilatada. Cristas media¬ nas dorsais dos segmentos caudais II a IV com o dentículo posterior maior. Duas espécies, das quais o tipo com seis sub¬ espécies: 26 <— Tityus bolivianus Krpln, 27 — T. b, andinrn Krpln, 28 —■ T. b. argentinus Bor. 29 T . b . ecuadorensis Krpln, 30 — T. b. simonsi Poc. 31 — T. b . soratensis Krpln. 32 — T . &. umguayensis Bor. 3 3 ~ T. kraepetini Bor. F —■ Tipo: Tityus trivittatus. Escorpiões de médio ou grande porte, com 3 faixas longitudinais muito nítidas. Cris¬ tas medianas dorsais da cauda sem dentes maiores. Lâmina intermédia basilar dos pentes da fêmea não dilatada. Dedo móvel do palpo do macho com robusto lobo basilar. Dua espé¬ cies, das quais uma com três sub-espécies: 34 — T. obtusus (Karsch) 35 —- T. trivittatus Krpln. 36 — T, t. charreytoni Vel. 37 -— T . í. con[tuens Bor. 38 T. £. dorsomaculaius Lutz & Mello G — Tipo: Tityus antillanus. Como T. trivittatus, mas com a lâmina intermédia basilar do pente das fêmeas muito dilatada: 39 — Tityus antillanus (Thor.) C. de Mello-Leitão — Escorpiões Sul-Americanos 301 H — Tipo: Tityus stigmurus. Escorpiões de grande porte. Tronco com a maculação mais ou menos confluente; cauda manchada na face ventral. Patas e palpos manchados. Cristas medianas dorsais dos segmentos caudais II a IV com 1 a 5 dentes distais bem maiores. Lâmina intermédia basilar do pente das fêmeas não dilatada. Três espécies e uma sub¬ espécie; 40 -— Tityus ãcutidens M.-L. 41 — T. serrulatus Lutz & Mello 42 — T. s. veltardi M.-L. . 43 — 7'. stigmurus (Thor.) í ' Tipo: Tityus charalaensis. Com os caracteres do grupo anterior mas com a lâmina intermédia basilar dos pentes da fêmea muito dilatada. Três espécies: 44 * Tityus charalaensis M.-L. 45 — T. evandroí n. sp. 46 <— T . strandi Wern, J — Tipo: Tityus bahiensis. Escorpiões* de grande porte, de cefalotórax marmorado e tergitos escuros, geralmente com faixas distais denegridas. Cauda de colorido mais ou menos uniforme, escurecendo para trás; as cristas medianas dorsais sem dentes maiores. Lâmina basilar intermédia dos pentes da fêmea não dilatada. Oito espécies e uma sub¬ espécie: 47 <— Tityus bahiensis (Perty) 48 — T. b. uni[ormus M.-L. 49 — 7\ carinatus M.-L. 50 — T. costatus (Karsch) 51 •— T. engelhei Poc. 52 — T, footei Chmb. 53 — T . rufofuscus Poc. 54 — T. sectus M.-L. 55 — T, spinipalpis Lutz. K — Tipo: Tityus nematochirus. Escorpiões grande porte e colorido uniforme. Cauda paralela, com a crista dor¬ sal sem dentes maiores. Lâmina intermédia basilar dos pentes da fêmea não dilatada. 56 — Tityus nematochirus M. L. 302 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL L Tipo: Tityus asthenes. Escorpiões pardo-escuro ou negros. De grande porte. Cristas medianas dorsais da cauda sem dentes maiores. Cauda paralela na fêmea e pouco dilatada no macho. Lâmina basilar intermédia do pente das fêmeas muito dilatada. Oito espécies e três sub-espécies: 56 —• Tityus asthenes Poc. 57 —- T • a, cambridgei Poc. 58 7. a. championi Poc. 59 — T . a. rosembergi Poc. 60 — T. crassimanüs (Thor.) 61 — T* floridanus Banks 62 — T. /estae Bor. 63 — ' T. insignis Poc. 64 T. mactochims Poc. 65 — T. negíectus M .~L. 66 — T. timendus Poc. M — Tipo: Tityus forcípula. Distingue-se do grupo precedente pela cauda fortemente espessada para trás nos dois sexos. Cinco espécies e duas sub-espécies; 67 — Tityus dasyurus Poc. 68 —* T. cí. fuhipes M.-L. 69 — T. forcipula (Gerv.) 70 ■— 1 T, f. spinatus (Loh.) 71 T. metuendus Poc. • 72 — T. pachyums Poc. 73 — T. pugilato? Poc. N *— Tipo: Tityus androcottoides. Escorpiões negros, de grande porte, com as cristas medianas ventrais dos segmen¬ tos II a IV fundidas no todo ou em parte (formando um Y). Seis espécies e duas sub-espécies; 74 — Tityus androcottoides (Karsch) 75 <—* Tm discrepans (Karsch) 76 ■— T, funestas Hirst 77 — T. kvaepelinianus M.-L. 78 — X. magnimanm Poc. 79 X. m. interstitialis M. -L. 80 — X, m . rugosus Sch. 81 — X. trinitatis Poc.. C. de MelloLeitÃo — Escorpiões Sul-Americanos 303 O — Tipo: Tityus f uhrmanni. Pelo aspecto muito ori¬ ginal do seu terceiro segmento caudal esta espécie forma um tipo isolado: 82 —' Tityus luhvmanni Krpln. Para estas espécies e sub-espécies descritas de Tityus organizei a seguinte chave: 1 (16) — Ao menos o penúltimo segmento caudal com uma só crista mediana ou com as duas cristas soldadas em parte formando um Y. (Colorido quase sempre muito escuro, uniforme. Escorpiões de parte superior a 60mm. Lâmina intermédia basilar do pente das fêmeas muito di¬ latada; dedo móvel do macho com um lobo basilar muito desenvolvido. Crista anterior da tíbia dos palpos serri¬ lhada, com dentes maiores e menores alternos) — 2, 2(5) -— Cristas medianas ventrais dos segmentos caudais II elll soldadas no todo ou em parte, formando uma só, em Y ou em V. (Cauda paralela nos dois sexos. Isente com 16 a 19 dentes) — 3. 3 (4) —■ Segmentos caudais II a IV com uma só crista mediana ventral; estemitos I a III lisos — T. discrepans (Karsch). 4 (3) — Cristas medianas ventrais do II segmento caudal soldadas parcialmente, formando um Y; os esternitos muito granulosos *— T . androcottoides (Karsch.). 5 (2) —- Cristas medianas ventrais.do segundo segmento caudal independentes, paralelas ou convergentes «— 6. 6 (7) — Cristas medianas ventrais do III segmento cau¬ dal livres, embora convergindo para trás; as do segmento caudal IV parcialmente fundidas, formando um Y -— T. ktâepeliniamus M.-L. 7 (6) —» Cristas medianas ventrais do III segmento cau¬ dal fundidas no todo ou em parte, como as do IV — 8. 8 (9) —- Cristas medianas ventrais do segmento caudal II muito convergentes para trás; cauda do macho muito es¬ pessada atrás; pente com 13-16 dentes <— T. funestas Hirst. 9(8) — Cristas medianas ventrais do segmento caudal II paralelas ou quase; pente de mais de 16 dentes — 10. 304 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL 10 (11) — Cristas medianas ventrais do segmento caudal IV fundidas na metade ou dois têrços posteriores e as do segmento III fundidas no terço posterior, sendo aí repre- sentadas por uma fila singela de granulações. (Esterni- tos muito granulosos) T . trinitaüs Poc. 11 (10) Cristas medianas ventrais fundidas no têrço posterior do segmento IV e só no ápice do III, sendo aí representadas por duas filas de granulações — 12. 12 (13) ■— Estemitos I a III muito granulosos — T. mag~ nimanus interstitialis M.-L. 13 (12) — Esternitos I a III quase lisos — 14. 14 (15) — Dedo móvel duas vezes maior que a mão — T. magnimanus Poc, 15 (14) — Dedo móvel pouco maior que a mão (7:5) — T . magnimanus mgosus Sch, 16 (1) -— Cristas medianas ventrais dos segmentos caudais I a IV paralelas — 17. 17 (76) — Cristas medianas dorsais dos segmentos caudais II a IV com um ou mais dentes apicais posteriores nitida¬ mente maiores, distintos dos outros 18. 18 (39) — Escorpiões pequenos, quase sempre de menos de 5Omni com o corpo, patas e palpos irregularmente man¬ chados, cauda amarela ou irregularmente manchada, ou colorido palha uniforme — 19, 19 (32) Lâmina basilar intermédia do pente das fêmeas não dilatada 20, 20 (29) — Pentes com 17 dentes, no máximo — 2L 21 (22) — Esternitos lisos, de colorido uniforme; tronco pálido — T. duckei Bor. 22 (21) — Esternitos granulosos; tronco manchado — 23. 23 (24) ■—■ Ancas manchadas de negro; dedo móvel dos palpos com um lobo basilar desenvolvido — T . clathratus Koch. 24 (23) -—■ Ancas claras, uniformes, dedo móvel dos pal¬ pos sem lobo basilar — 25. 25 (26) — Esternitos claros, de colorido uniforme, fina¬ mente granulosos e rugosos — T . mazzai M.-L. 26 (25) — Esternitos manchados, mais grosseiramente gra¬ nulosos, opacos •— 27, 27 (28) - Pente com 15 a 17 dentes - T. indecisus M.-L. C, de Mello-Leitão ~ Escorpiões Sul-Americanos 305 28 (27) — Pente com 11 a 13 dentes — T, columbianus Krpln. 29 (20) — Pente com 20 dentes ou mais — 30. 30 (31) — Vesícula com dentículo sub-aculear muito redu¬ zido, achatado transversalmente; esternitos de colorido uniforme — T. microcystis Lutz & Mello. 31 (30) — Vesícula com dentículo sub-aculear bem desen¬ volvido, Todos os esternitos manchados, mais ou menos marmorado — 7\ sampaioctulsi — M.-L. 32 (19) — Lâmina basilar intermédia dos pentes da fêmea fortemente dilatada; pente com 17 dentes ou mais — 33. 33 (34 ) — Fêmur e tíbia dos palpos do colorido claro, uni¬ forme; dentículo sob o ferrão com 2 grânulos dorsais, (Esternitos de colorido uniforme; pente tendo mais de 20 dentes) — T. btaseri, M.-L. 34 (33) —- Palpos manchados; dentículo sob o ferrão com 1 só grânulo dorsal — 35. 35 (36) — Esternitos marmorados de negro. (Pente com 17-18 dentes) — T, mattogrossensis Bor. 36 (35) *— Esternitos de colorido claro, uniforme — 37. 37 (38) ■— Pente com 17 a 18 dentes ■— T. flavostictus Sch. 38 (37) — Pentes com 19 a 33 dentes — T, paraensis Krpln. 39 (18) — Escorpiões de grande porte (quando de menos de 55mm com 3 faixas longitudinais muito nítidas), face dorsal da cauda jàmais marmorada — 40. 40 (49) — Lâmina basilar intermédia dos pentes da fêmea não dilatada, dedo móvel do palpo do macho sem lobo ba¬ silar; cristas medianas dorsais dos segmentos caudais II a IV às vêzes com 2 a 5 dentes distais bem mais fortes; último segmento caudal com grande mancha ventral dene¬ grida '—'41. 41 (42) — Cristas, medianas dorsais da cauda com um só dente distai maior; tronco com uma faixa negra mediana, nitidamente separada das filas marginais de pequenas manchas negras — T. stigmums (Thor.). 42 (41) — Cristas medianas dorsais da cauda com 2 a 5 dentes distais maiores; tronco de maculação indecisa ou quase uniforme — 43. 306 Arquivos do Museu Nacional — Vol.. XL 43 (44) — Segmento caudal III com 10 cristas — T. âcutidens M.-L. 44 (43) —* Segmento’ caudal III com 8 cristas — 45. 45 (46) .— Dedo móvel duas vêzes maior que a mão <— T. sermlãtus L. & M. 46 (45) — Dedo móvel pouco maior que a mão — T . ser- vulâtus vellatdi M.-L. 47 (40) — Lâmina basilar intermédia dos pentes da fêmea muito dilatada e dedo móvel do palpo dos machos (quase sempre) com forte lobo basilar 48. 48 (51) — Segmentos caudais II a IV com as cristas me¬ dianas dorsais providas de 2 ou 3 dentes posteriores bem maiores — 49. 49 (50) — Segmento caudal III maior e mais dilatado, dando à cauda um aspecto fusiforme; colorido geral negro — T. fuhrmanni Krpln. 50 (49) — Segmento caudal III menor que o IV e da mes¬ ma espessura que os outros; colondo geral pardo-amare- lado, só o segmento caudal V denegrido — T. strandi Wern. 51 (48) — Gristas medianas dorsais dos segmentos II a IV só com o dentículo distai maior — 52. 52 (57) — Corpo denegrido, de tom uniforme; patas e pal- pos do mesmo colorido do tronco e sem manchas; cauda notàvelmente espessada para trás; cristas ventrais para¬ lelas — 53. - 53 (54) — Pentes com 19 a 23 dentes — T. pachyurus Poc. 54 (53) —* Pentes com 15 ou 16 dentes — 55. 55' (56) —- Cristas dorsais do segmento caudal V fracas — T. forcipula (Gerv.), 56 (55 ) —■ Cristas dorsais do segmento caudal V serrilha¬ das — T. forcipula spinatus Loh. 57 (52) *— Cefalotórax marmorado, patas e palpos ama¬ relo-claro ou muito manchados — 58. 58 (61) — Tergitos com cintas posteriores de contraste; crista anterior das tíbias com dentes maiores e menores, alternos — 59. 59 ( 60) — Patãs e palpos claros; esternitos só com a borda denegrida; pentes de 14 dentes — T. charalaensis M.-L, C. de Mello-Leitão — Escorpiões Sul-Americanos 307 60 (59) — Patas e palpos muito manchados; esternitos ne¬ gros; pentes de 23 dentes — T. evandroi n. sp. 61 (58) — Tergitos com 3 faixas longitudinais escuras; crista anterior das tíbias só com o dente basilar maior — 62. 62 (63) — Cauda notàvelmente espessada para trás em ambos os sexos; pentes de 19 a 23 dentes —■ T. kraepe~ Uni Bor. 63 (62) — Cauda paralela em ambos os sexos — 64. 64 (73) — Telotarsos pouco pilosos; vesícula clara •—• 65. 65 (66) — Tíbia dos palpos mais ou menos denegrida, de colorido bem distinto do fêmur; cristas laterais acessórias do segmento caudal II ausentes ou muito reduzidas; ester¬ nitos quase lisos — T. bolivianus bolivianus Krpln. 66 (65) — Tíbia e fêmur dos palpos do mesmo colorido amarelo-claro, segmento caudal II com cristas laterais acessórias completas; esternitos muito granulosos — 67. 67 (68) ■— Pentes com 16 a 19 dentes; tronco de colorido uniforme com as faixas indistintas; esternito V sem man¬ chas; cauda uniforme; vesícula avermelhada, quase sem granulações — T. bolivianus andinus Krpln. 68 (67) — Pentes com 13 a 17 dentes (geralmente 15); tronco com 3 faixas escuras nítidas; segmentos caudais com manchas escuras posteriores — 69. 69 (70) — Dedos mais escuros que a mão; esternito V com as cristas medianas perliformes e geralmente com uma faixa longitudinal mais escura T. bolivianus soratensis Krpln. 70 (69) —' Dedos da côr da mão; esternito V com as cris¬ tas medianas apresentando apenas algumas granulações basilares -r 71. . 71 (72) — Cauda mais escura atrás; dedo móvel com 14 filas de grânulos; esternito V nitidamente granuloso; espi¬ nho da vesícula (sob o ferrão) pontiagudo — T. holivia~ nus argentinus (Bor.). 72 (71) ■—■ Cauda de colorido uniforme ou com algumas manchas; gume dos dedos com 12 ou 13 filas de granula¬ ções; esternito V quase liso; espinho da vesícula rombo —' T. bolivianus uruguagensis Bor. 73 (64) — Telotarsos densamente pilosos; vesícula mais ou menos denegrida — 74. 308 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL 74 (75) — Tíbia e mão dos palpos claras, com manchas escuras alongadas; dedos escuros; faixas do tronco muito nítidas; espinho da vesícula pontiagudo — T ; bolivianas ecuadorensis Krpln, 75 (74 ) _j—ç- Tíbia e mão dos palpos escuras, uniformes; de¬ dos com as pontas claras; faixas do tronco indistintas; espinho da vesícula pequeno e rombo — T. bolivianas simonsi Poc, 76 (17)• <— Cristas medianas dorsais dos segmentos caudais lia IV com os dentes iguais ou simplesmente granulosas — 77. 77 (106) — Escorpiões pequenos, de menos de 45mm, com o corpo, patas e palpos irregularmente manchados ou de tom claro uniforme; cauda paralela ou afilada para trás nos dois sexos — 78, 78 (99) — Lâmina basilar dos pentes da fêmea, não dila¬ tada ^79. 79 (94) — Ancas claras, de colorido uniforme — 80. ■ 80 (81) —■ Vesícula sem espinho sob o ferrão ■— T . íenui- manus Bank, 81 (80) —■ Vesícula com um espinho conspícuo sob o fer¬ rão — 82. 82 (89) — Manchas do tronco destacadas, dispostas em filas — 83. 83 (84) — Porte muito pequeno (26mm); cauda e tronco quase do mesmo tamanho — 7. intermedius Bor. > 84 (83) — Porte medíocre (35-40mm); cauda muito maior que o tronco r- 85, 85 (86) — 1 Pentes com 15-17 dentes; esterniüos testãceos <— 7. marmoratus W. 86 (85) — Pente com 23-24 dentes; estemitos verde-oliva — 7. carválhoi n. sp. 87 (82) — Manchas do tronco formando desenho irregu¬ lar, às vêzes confluente ~ 88, 88 (89) -— Tamanho medíocre ( 45mm); pente com 21 den¬ tes -—■ T. lutzí Gilt. 89 (88) — Tamanho pequeno (30-35mm); pente com 18 dentes ou menos —' 90, 90 (91) — Pentes com 12 a 13 dentes; cauda manchada em todos os segmentos —* T,.parvulus Krpln. 91 (90 ) — Pentes com 15-18 dentes —• 92. C. de Mello-Leitão — Escorpiões Sul-Americanos 309 92 (93) — Cauda com todos os segmentos irregularmente manchados; pentes com 16-18 dentes T . pusillus Poc. 93 (92) — Cauda com os segmentos IV e V fulvo- dene¬ gridos; pentes com 15 dentes — T. bispinosus (Pers.) , 94 (79) — Ancas mais ou menos manchadas de negro. — 95. 95' (98) ■— Ancas dos.palpos e das patas inteiramente ne¬ gras —• 96. ■ 96 (97) Cauda quase lisa entre as cristas; espinho sob o ferão singelo e pontiagudo — T . atnventer Poc. - 97 (96) ■—■ Cauda muito granulosa; o espinho sob o ferrão é bífido e com 2 grânulos basilares — T . silvestvis Poc. 98 (95 ) Ancas dos palpos e das patas I e II apenas cóm pequena mancha negra apical — T . paraguayensis Krpln. 99 (78) -—■ Lâmina basilar dos pentes da fêmea fortemente dilatada ■—' 100. 100 (101) — Tronco de colorido quase uniforme; vesícula sem espinho sob o ferrão; pente com 12 dentes — 7\ íirçés- pectatus Mor. 101 (100) —' Tronco muito manchàdo; vesícula com um espinho pontiagudo sob o ferrão; pente com 15 a 20 den- • ' ' tes — 102. 4 102 (103) — Pente com 20 dentes; vesícula com longas cer- ^ das abundantes — T , amazonicus Gilt. 103 (102) — Pente com 14 a 17 dentes; vesícula quase gla- bra 104. 104 (105) —• Esternitos lisos e de colorido uniforme, man¬ chas dos tergitos irregularmente dispostas — T. mela~ nostictus Poc. 105 (104) — Esternitos manchados ou marginados de ne¬ gro, manchas dos tergitos formando 3 faixas longitudi¬ nais; cristas da cauda muito acentuadas — T. bockiKipln . 106 (77) — Escorpiões médios ou de grande porte, sempre de mais de 50mm, com o tronco negro, trifastiado/ou com cintas negras; cauda variável — 107. JQ7 (138)..-- Tergitos com 3 faixas longitudinais ou tom V cintas escuras transversais; cauda sempre mais clara que ' - o tronco (ao menos nos segmentos basilares), de colorido uniforme ou com o último .segmento mais escuro 108. 310 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL 108 (119) ■— Lâmina basilar dos pentes da fêmea muito dilà- tada; espinho sob o ferrão sempre pequeno ■— 109. 109 (110) —- Tronco com os tergitos providos de cintas apicais escuras —- T . footei Chamb, 110 (109) — Tronco com 3 faixas escuras longitudinais — 111 . 111 (112) — Cauda muito espessada atrás em ambos os sexos — 112. 112 (113) Pente com 17-18 dentes e dedo móvel com 14 filas de granulações — T . crassimanus Thor. 113 (112) — Pente com 25 dentes e dedo móvel com 17 fi¬ las de granulações — T . thelyacanthus M. L. 114 (113) — Cauda paralela ou afilando-se para trás — 115. 115 (116) — Cauda escura, uniforme; pente com 15-17 den¬ tes — T. antiUanus (Thor.). 116 (115) — Cauda manchada, como as patas; pente com 19-22 dentes — 117. 117 (118) — Vesícula maior que o ferrão — T. pictus pictus Poc. c ; i 18 (117) — Vesícula menor que o ferrão — T. pictus smi - thí Poc, 119 (108) — Lâmina basilar dos pentes da fêmea não dila¬ tada; vesícula com espinho conspícuo sob o ferrão —- 120. 120 (129) — Tronco com 3 faixas escuras longitudinas — ,, 121 . 121 (120) — Patas, fêmur e tíbia dos palpos sem manchas; pente com 20 dentes ou mais — 123. 122 (123) —- Faixas dorsais confluentes — T . tvivittatus confluens Bor, 123 (122) — Faixas dorsais bem separadas — 124. 124 (125) — Só o último segmento caudal mais escuro — T. tvivittatus tvivittatus Krpln. 125 (124) — Segmento caudal IV do mesmo colorido que o V, os dois bem mais escuros que os 3 primeiros ■—• T , tvivittatus chavreyvoni Vell. 126 (121) — Patas e palpos manchados de escuro — 127. 127 (128) — Cauda fulva, com o último segmento caudal muito mais escuro; pentes de 19 dentes — T. tvivittatus dorsomaculatus L. & M. C. de Mello-LeitÃo — Escorpiões Sul-Americanos 311 128 (127) — Cauda manchada; pentes com 16-17 dentes — T. obtusus (Karsch). 129 (120) —• Tronco escuro; os tergitos com cintas distais escuras mais ou menos nítidas; cauda uniforme ou escure¬ cendo nos segmentos posteriores, mais clara que o tronco na base ■— 130. 130 (131 ) — Pente com 16 dentes; patas claras è palpos manchados —■ T. spinipalpis Lutz. 131 (130) — Pente ccm 20 dentes ou mais; patas e palpos - com o mesmo aspecto (uniformes ou manchados) — 132. 132 (133) — Patas, palpos e cauda de colorido amarelo- claro uniforme como as ancas — T. sectus M. L. 133 (132) — Cauda escurecendo para trás, o segmento V fulvo-escuro ou denegrido —* 134. 134 (135) — Fêmur e tíbia dos palpos com grande mancha denegrida — 7. bahiensis (Perty). 135 (134) — Palpos de colorido uniforme — 136. 136 (137) — Dedos do mesmo colorido dos palpos; patas de colorido uniforme — 7. bahiensis uniformis M. L. 137 (136) —- Dedos negros; patas de tarsos escuros ou man¬ chados —- T. engelhei Poc. 138 (107) — Tronco de colorido pardo escuro ou negro, uni¬ forme -— 139. 139 (150) — Lâmina basilar dos pentes da fêmea nâo dila¬ tada — 140. 140 (141) — Pentes com 16 dentes — 7\ costatus (JCarsch). 141 (140) — Pentes com 20 dentes ou mafs Í42. 142 (145) — Crista anterior mediana da tíbia dos palpos serrilhada, com dentes maiores e menores irregularmente dispostos; dedo móvel do macho com forte lobo basilar — 143. 143 (144) — Ventre negro uniforme; dedos em contato em tôda a sua extensão — T. timendus Poc. 144 (143) — Ventre pardo; esternito III com um triângulo pálido; dedos separados na base — T. festae Ror, 145 (142) — Crista anterior mediana da tíbia dos palpos com os dentes iguais ou só o basilar maior — 146. 146 (147) «— Dedo móvel do macho sem lobo basilar; mão bem mais delgada que a tíbia; segmentos dos palpos muito alongados — T. nematoçhiws M.-L. . , 312 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL 147 (146) — Dedo móvel do macho com robusto lobo basi¬ lar, mão igual ou mais larga que a tíbia — 148. 148 (149) — Esternito V com 7 cristas granulosas e ester- nito IV com 2 T. carinatus M. L. 149 (148) — Esternito V com 4 cristas granulosas e ester¬ nito IV sem cristas — T. vufofuscus Poc. 150 (139)—' Lâmina basilar dos pentes da fêmea muito dila¬ tada —- 151. 151 (152) — Espinho muito pequeno sob o ferrão, sem gr⬠nulos, dorsais; escorpiões de llOmm —' T. insignis Ppc. 152 (151) Vesícula com um espinho bem desenvolvido sob o ferrão, com grânulos dorsais; escorpiões de 95mm ou menos —• 153. 153 (160) — Cauda muito espessada para trás em ambos, os sexos — 154, 154 (155) — Pentes.com 15-16 dentes; patas e palpos ama¬ relados —■ T, pugilator Poc. 155 (154) — Pentes com 19 a 22 dentes; patas e palpos denegridos; esternito III com lim triângulo esbranquiçado - 146, 156 (157) — Mão da fêmea arredondada; segmento, caudal ■ • - I de largura e comprimento quase iguais — T . metüendus Poc. ■ 157 (156 ) — Mão da fêmea com as cristas .acentuadas; seg¬ mento caudal I bem mais longo que largo —- 156. 158 (159) —■ Patas negras, de colorido uniforme — ,7\ da~ sytirus Póc. 159 (158) — Patas negras, de telotarsos fulvos — T . da- syurus [ulvipes M.-L. 160 (153)—* Cauda paralela ou levemente espessada no macho — 161, . , 161 (164)- — Crista mediana anterior da tíbía dos palpos só com o dentícuío basilar maior ■— 162. 162 (163) — Pentes com 15 a 17 dentes —■ T. macrochicus Poc. 163 (162) — Pentes com 19 a 22 dentes —■ T . floridanus Banks. 164 (161) — Crista anterior da tíbia dos palpos serrilhada, com dentes maiores è menores, alternando irregularmente — 165. - - - .- C. de Méllo-LeitÃo — Escorpiões Sul-Americanos 313 165 (168) -— Patas e palpos claros, em contraste com o tronco pardo-escuro ■—■ 166. 166 (167) -— Cefalotórax com um triângulo negro; tronco pardo; palpos fulvos de dedos denegridos — T . neglec~ tus M. L. 167 (166) —. Tronco denegrido uniforme; dedos fulvos, como o resto dos palpos -—■ T . asthenes asthenes Poc. 168 (165) — Palpos e patas do mesmo colorido do tronco — 169. 169 (170) -— Esternitos sem mancha clara posterior — T . asthenes rosembevgi Poc. 170 (169) — Esternito III com um triângulo claro mediano, junto à borda posterior -— 171* 171 (172) — Cristas da mão granulosas; mão da fêmea mais estreita que a tíbia — T. asthenes cambridgei Poc. 172 (171) — Cristas da mão lisas; mão da fêmea da mesma largura que a tíbia — T. asthenes championi Poc. Sendo muito grande o número de espécies de Tityus , em vez de seguirmos simplesmente a ordem alfabética na descri¬ ção das espécies, como até agora tínhamos feito, vamos divl- dí-las em quatro séries, de acordo com o colorido e desenho; a primeira compreendendo os grupos A a D (escorpiões muito manchados); a segunda para os grupos E a G (escorpiões com 3 faixas); a terceira para os grupos Hei (escorpiões de man¬ chas confluentes e grande porte) e a última para os grupos J a N (escorpiões negros ou pardos e de grande porte). I ~ ESCORPIÕES GERALMENTE PEQUENOS, MUITO MANCHADOS NO CORPO, PATAS E PALPOS 134. Tityus amazoníeus Giltay, 1928 7\ a. Giltay, 1928 — Ann. Buli. Soc. Ent. Belgique , 68, p. 79. 7\ a. Giltay, 1930 -— Une Mission Biol . Belge au Bvésil , 2, p. 2. T. a. Mello-Leitão, 1931 — An. Acad. Bras . Cri, 3, p. 122. ^ 34,5mm. 314 • Arquivos dg Museu Nacional — Vou. XL Cefalotórax e tergitos pardo-amareíados. Cauda ama- relada, com um desenho reticulado pardo-escuro, menos mar¬ cado na face dorsal; face ventral bem mais escura. Ancas e esterno amarelo-claro. Esternítos amarelos, reticulados de par¬ do-escuro; o esternito III com uma mancha triangular mediana branca, de base na borda posterior. Palpos pardo-escuro, com pontuação amarela larga, espaçada. Mão mais avermelhada, alaranjada. Dedos pardo-escuro, de pontas amarelo-claro. Pa¬ tas amarelo-claro, com a face externa reticulada de castanho. Cefalotórax de borda anterior quase direita, granulosa. Cômoro ocular sulcado, com as cristas superciliares granulosas. Tegumentos irregularmente granulosos, com 3 pares de cristas longitudinais. Tergitos granulosos e pontuados, com a crista mediana granulosa, ocupando a metade distai dos tergi¬ tos II a VI e.a metade basilar do tergito VII. Cristas laterais do tergito VII incompletas. Esternitos lisos, pontuados. Es¬ ternito V com 4 cristas granulosas em seus dois terços poste¬ riores. Pente com 20 dentes. Lâmina intermédia basilar forte- mente dilatada. Cauda paralela, afilando-se para a sua extremidade distai. Cristas medianas ventrais paralelas, completas, presentes nos segmentos I a IV. Cristas laterais inferiores e laterais supe¬ riores completas, fortemente granulosas, presentes nos segmen¬ tos I a V. Cristas medianas dorsais denticuladas, completas, presentes nos segmentos I a IV, com cs dentículos todos iguais. “Segmento caudal V sem cristas medianas dorsais, com as cris¬ tas laterais superiores e laterais inferiores denticuladas e com uma crista mediana ventral. Tegumentos granulosos entre as cristas. Vesícula granulosa, com longas cerdas. Espinho ro¬ busto sob o ferrão-, comprimido, com 2 grânulos dorsais. Palpos fracos, de mão mais delgada que a tíbia e dedos mais de duas vêzes maior que a mão. Crista anterior da tíbia muito desenvolvida, fortemente denteada, com dentes maiores e' menores irregulares. Dedo móvel com 16 filas de granula¬ ções no gume e sem lobo basilar. Localidade-tipo; Castanhal Grande, Óbidos, Pará, Brasil. C. de Mellò-Leitão — Escorpiões Sul-Americanos 315 135. Tiíyus bíspinosus (Pessoa), 1934 Tityus pavaguaijensis bispinosus Pessoa, 1934 — An, Soc. Méd . Cir ., 5. Paulo . $ 35mm. Tronco 12mm. Cauda 23mm. Cefalotórax e tergitos marmorados de amarelo-couro e negro. No cefalotórax predomina o amarelo e nos tergitos o negro. Cauda amarela, reticulada de negro nos segmentos I a III; segmentos IV e V fulvo-denegridos; vesícula fulvo- escuro. Esternitos I a IV quase negros, de tom violete-escuro, com 2 grandes manchas testãceas em cada qual; esternito V quase todo amarelo, com um desenho irregular vlolete junto à borda anterior. Pentes lavados de pardo. Ancas e lobos ma¬ xilares amarelo-claro, uniformes. Patas e palpos amarelos, marmorados de castanho; dedos castanho-escuro. Borda anterior do cefalotórax sinuosa, com leve entalhe mediano. Cômoro ocular no têrço anterior do cefalotórax* ccm sulco raso, finamente granuloso e cristas superciliares granu¬ losas. Tegumento irregularmente granuloso, ccm áreas mais densamente granulosas no triângulo anterior, nos lobos poste¬ riores e nas elevações ao lado do sulco posterior. Tergitos mui densamente granulosos, de crista mediana romba, completa nos tergitos I a VI; tergito VII com a crista mediana substituída por uma elevação triangular alongada, e apresentando de cada lado uma crista longitudinal, de granulações pouco salientes. Faltam as cristas laterais externas. Esternitos finamente gra¬ nulosos; esternito V mais grosseiramente granuloso, sem cris¬ tas longitudinais. Pente com 15 dentes, de lâmina basilar intermédia não dilatada. Cauda paralela, muito mais longa que o tronco, com os espaçes entre as cristas finamente granulosos. Cristas media¬ nas ventrais, laterais inferiores e medianas dorsais formadas por pequenas granulações, as medianas dorsais sem grânulos maiores. Cristas laterais superiores pouco nítidas nos segmen¬ tos II a IV. Cristas laterais acessórias presentes só no seg¬ mento !. Segmento V muito densa e grosseiramente granuloso, com as 5 cristas longitudinais marcadas por filas muito regu¬ lares de granulações brilhantes. Vesícula de face dorsal áspe«- 316 Arquivos do Museu Nacional — Vol.XL ra, lados com as granulações dispostas em filas regulares; espi¬ nho sob o ferrão bífido e com 2 grânulos dorsais. Palpos granulosos. Fêmur com as cristas serrilhadas. Tí¬ bia com as cristas granulosas; a crista mediana anterior com 2 espinhos maiores em seu têrço basilar, separados por 3 dentes bem menores. Mão mais larga que a tíbia (2:1 ,6mrn); dedo móvel com pequeno lobo basilar e 12 filas de grânulos no gume. A proporção entre o comprimento e largura da mão e o dedo móvel é c:l:dm=2,8:2:4mm. Localidade-tipo: Santarém, Pará, Brasil. 136. Tityus blaseri Mello-Leitão, 1931 T. h, Mello-Leitão, 1931 ■— An. Acad. Btas. CL, 3, p. 122. £ 35mm. Tronco Mmm. Cauda 21 mm. Cefalotórax castanho-escuro, com algumas manchas mais claras. Abdome com os tergitos I a IV castanho-escuro, cada tergito com duas manchas alongadas, transversais, um pouco mais claras. Tergito VII amarelo-claro, com um triân¬ gulo mediano de base anterior, castanho-escuro, que continua atrás em estreita faixa mediana sobre os dois primeiros seg¬ mentos caudais. Cauda amarelo-claro, com as granulações castanhas é uma faixa longitudinal mediana castanha, na face ventral. Vesícula amarelo-claro com a ponta do ferrão ful¬ va, Esternitos pardo-claro. Patas amarelo-claro, com raras manchinhas escuras. Ancas amarelo-claro. Palpos amarelo- claro, de cristas fulvescentes. Borda anterior do cefalotórax quase direita, granulosa. Cômoro ocular no meio do cefalotórax, sulcado, com as cris¬ tas' superciliares granulosas. Tegumentos irregularmente gra¬ nulosos e com os 3 pares de cristas normais. Tergitos irregu¬ larmente granulosos; II a IV com a crista mediana ocupando a metade posterior. .Tergito VII com a crista mediana ocupando a metade anterior; cristas laterais internas nos três quartos pos¬ teriores, bífidas, com um ramo quase horizontal, dirigido para fora; cristas laterais externas um pouco mais curtas, Esterni- tes finamente granulosos; esterniío V com 4 cristas longitudi¬ nais, as externas não alcançando a borda posterior. C. de Mello-Leitão — Escorpiões Sul-Americanos 317 Pentes com 22 dentes e com a lâmina intermédia basilar muito dilatada. Cauda afilando-se ligeiramente para a extremidade dis¬ tai, de tegumentos muito granulosos. Cristas medianas ven- trais paralelas, granulosas, completas, presentes nos segmen¬ tos I a IV, Cristas laterais inferiores e laterais superiores robustas, presentes nos segmentos I a IV. Cristas medianas dorsais denteadas, presentes nos segmentos I a IV e com um dente distai maior nos segmentos II a IV, Cristas laterais acessórias presentes e completas no segmento I e ocupando a metade distai do segmento II. Segmento V com 5 cristas longitudinais. Vesícula baixa e estreita, de face ventral gra¬ nulosa e com uma crista granulosa mediana; espinho contíguo à base do ferrão, granuloso, pontiagudo, com 2 grânulos dorsais. Fêmur dos palpos com cristas altas, de tegumentos fina¬ mente granulosos. Tíbia com a crista mediana anterior com o dente basilar muito maior e outros dentículos maiores e menores no resto de sua extensão. Mão pouco mais larga que a tíbia; dedo móvel com 17 filas de granulações. A re¬ lação entre o comprimento e largura da mão e o dedo móvel é c:l:dm—2,5: l,2:5mm. Localidade-tipo: Veadeiros, Goiás, Brasil. 137. Tílyus bocki Kraepelin, 1912 T. b. Kraepelin, 1912 — Harnb. Jahrb. Wiss . Ant., 28, p. 65. T. b. Werner, 1939 — Fest . Prof . E. Stvand , 5, p. 353. $ 41 mm. Tronco 16 mm. Cauda 25mm. Cefalotórax e tergitos amarelo-couro, muito manchados de escuro, as manchas dos tergitos dispostas regularmente em faixas longitudinais. Cauda com a face ventral irregular¬ mente manchada de negro, as manchas quase confluentes na face ventral do segmento V. Palpos e patas muito mancha¬ dos de negro. Esternitos pardo-claro, orlados ou manchados de negro, Cefalotórax muito granuloso; cômoro ocular no meio do cefalotórax, com as cristas superciliares granulosas. Tergitos 318 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL granulosos, com a crista mediana acentuada, Tergito VII com as 5 cristas longitudinais normais. Esternitos I a III bri¬ lhantes, na borda posterior, o resto opaco, sem granulações; IV com 2 cristas finamente granulosas; V mais grosseiramente granuloso e com as 4 cristas granulosas longitudinais. Pentes com M-16 dentes e de lâmina intermédia basilar dilatada. Segmentos caudais I e II com 10 cristas; III e IV com 8 e V com 5 , Cristas medianas dorsais sem dentículo distai maior. Vesícula estreita, alongada, com um espinho ponti¬ agudo na base do ferrão, provido de 2 grânulos dorsais, e com crista mediana ventral acentuada. Palpos finamente granulosos; mão um pouco mais larga que a tíbia. Crista anterior da tíbia regularmente denteada, mas interrompida. Dedo móvel com 13 filas de grânulos no gume. À relação entre o comprimento e largura da mão e o dedo móvel é c:l: dm— 2,5:2:4mm. Localidade-tipo: Yungas, Bolívià. Habitat: Bolívia, , 138. Tityus carvalho! n. sp. (Figs. 127 e 128) 2 45mm. Tronco 17mm. Cauda 28mm. Cefalotórax marmorado de negro e verde-oliva, Tergi- tos I a VI com 3 faixas negras, sendo as 2 laterais largas e a mediana estreita, e com 2 faixas verde-musgo, Tergito VII verde-musgo, com um triângulo negro na metade anterior. Cauda pardo-amarelo-claro, a face ventral com estreita faixa mediana castanha. Vesícula pardo-amarelada com a ponta do ferrão vermelho-escuro, Esternitos verde-claro; I e IIÍ com um triângulo mediano posterior acinzentado. Pentes esbran¬ quiçados. Esterno e ancas tesíãceo-claro. Patas com os fê¬ mures e tíbias castanhos, com pequenas manchas circulares claras; os outros segmentos amarelo-claro. Palpos com anca e trcncânter amarelo-claro, fêmur castanho, tíbia castanho com manchas circulares claras, mão testãcea, dedos castanho-cla¬ ro. Quelíceras amarelo-claro com o ápice da palma e os dedos castanhos. C. de Mello-LeitÃo Escorpiões Sul-Americanos 319 Borda anterior do cefalotórax granulosa, formando um ângulo muito obtuso. Cômoro ocular adiante do cefalotórax, com as cristas superciliares granulosas. Tegumentos densa e grosseiramente granulosos, só se destacando as cristas para- medianas anteriores, levemente curvas, que não alcançam a borda anterior, e as cristas paramedianas posteriores, que se curvam para fora ao nível do cômoro ocular e alcançam cs. ângulos laterais anteriores. Tergitos grosseira e densamente granulosos, com a crista mediana muito acentuada. Tergito VII com a crista mediana ocupando os três quartos anteriores, as laterais internas completas e as laterais externas ocupando os três quartos posteriores. Estcrnitos com pequeninas gra¬ nulações; esternito IV com 4 cristas longitudinais junto à borda postericr; esternito V com 4 cristas granulosas acentua¬ das e mais uma crista mediana completa, formada por uma fila de granulações mais baixas, entre as cristas internas; êsse esternito é densamente granuloso. O Fig. 127 —' Gpérculo genital e pentes de Tityus carvalhoi Pentes com 23-24 dentes e de lâmina intermediária basi¬ lar não dilatada. Cauda paralela. Segmentos I e ITcom 10 cristas, III e IV com 8 e V com 5, Cristas medianas ventrais paralelas nos segmentos I a IV. Cristas medianas dorsais cem cs dentículos todos iguais. Segmento caudal V de race dorsal plana, com 2 tubérculos arredondados em seu quarto basilar, e com o sulco mediano muito raso. Vesícula granulosa, com uma crista mediana ventral e robusto espinho sob o ferrão, provido de 2 grânulos basilares. 320 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL Fêmur dos palpos fina e densamente granuloso, com as cristas muito acentuadas. Crista mediana da face anterior da tíbia com o dente basilar bem maior, os outros iguais. Mão com as cristas da face anterior serrilhadas. Dedo mó- vel com 16 filas de grânulos no gume. A relação entre o comprimento e largura da mão e o dedo móvel é c:l:dm — = 3,8:1,8:6,8mm, Fig, 128 Palpo direito de Tityus cacvalhoi Localidade-tipo: Tapirapés, Pará, Brasil. Col.: Antenor Leitão de Carvalho. 139. Tityus clathratus Koch, 1845 (Figs. 129 e 130) T . c. Koch, 1845 — Die Arachniden 11, p. 22. T. quelchii Pccok, 1833 — Ann. Mag. Nat. Hist ,, (6) 12, p. 314. T. c. Kraepelin, 1899 — Das Tierreich, p. 85. $ 40,5mm. Tronco 17,5mm. Cauda 23mm. 3 34mm. Tronco 14mm. Cauda 20mm. Cefalotórax e tergitos amarelos ou fulvescentes, muito marmorados de negro; nos tergitos as manchas negras são C. de Mello-Leitão — Escorpiões Sul-Americanos 321 mais confluentes junto à borda posterior, separadas por 4 manchas claras. Cauda clara, com estrias negras, sinuosas, irregulares; o segmento V com a metade apical denegrida uniforme; vesícula denegrida. Patas e palpos muito mar- morados de negro e amarelo; dedos manchados, como o resto dos palpos. Esternitos testãceos, com poucas manchas castanhas. Pentes, placas genitais, esterno e ancas das patas de colorido uniforme, amarelo-claro; lobos maxilares dos pal¬ pos e das ancas I testãceos com as pontas negras. Borda anterior do cefalotórax em ângulo obtuso, os ângulos laterais arredondados. Cômoro ocular sulcado, o fundo do sulco finamente granuloso, as cristas superciliares grosseiramente granulosas, os olhos separados cêrca de um di⬠metro, Tegumentos grosseiramente granulosos, com granu- Fig. 130 — Palpo direito de Tityus clathratus Fig. 129 — Opérculo genital e pentes de Tityus clafhratus lações muito abundantes, irreguíarmente dispostas, não for¬ mando cristas nítidas. Tergitos densa e grosseiramente gra¬ nulosos, com a crista mediana acentuada, saliente nos ter¬ gitos I a VI; os tergitos V e VI apresentam perto da crista mediana, de cada lado, duas granulações maiores, em fila, junto à borda posterior; tergito VII com a crista mediana ocupando a metade anterior, as cristas laterais quase com¬ pletas, ocupando os cinco sextos posteriores, levemente cur¬ vas para fora. Esternitos I a IV finamente granulosos, com a linha mediana de sutura muito nítida; esternito III com tri¬ ângulo posterior liso e brilhante; esternito IV com 2 cristas longitudinais ocupando a metade posterior; esternito V com 5 cristas, a mediana presente só no quarto anterior, as late- 322 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL rais internas ocupando os quatro quintos posteriores e as late¬ rais externas bem mais curtas, ocupando os dois terços pos¬ teriores da metade anterior. Pente com 15-16 dentes, de lâmina intermédia basilar não dilatada. Cauda robusta, paralela, com o segmento V oval largo. Segmentos i a IV de tegumentos muito granulosos e com as cristas muito acentuadas; as cristas medianas ventrais, laterais inferiores e laterais superiores granulosas, comple¬ tas, presentes nos segmentos I a IV; cristas medianas dorsais denteadas, presentes nos segmentos I a IV, com o dente apical dos segmentos II e III muito maior, o do segmento IV ainda bem saliente. Segmento V muito granuloso, de cristas granulosas e muito acentuadas; na face ventral hã esboço de cristas paramedianas na metade anterior. Vesícula de face dorsal plana, lisa, com pontuações esparsas; lados e face ventral com filas granulosas; face ventral com a crista me¬ diana granulosa, limitada por 2 sulcos lisos; o espinho sob o ferrão é comprimido, rombo, levemente curvo para cima em sua metade distai e com 2 granulações basilares. Palpos muito granulosos, com as cristas acentuadas. Cristas mediana anterior da tíbia irregularmente denteada, com o dente basilar muito maior e outro dentículo um pouco mais saliente no terço basilar. Mão da largura da tíbia, com as cristas completas, granulosas, salientes. Dedo móvel sem lobo basilar e com 12 filas de granulações no gume. A rela¬ ção entre o comprimento e largura da mão e o dedo móvel é c:l;dm=2,6: l ,4:ó,6mm. Localidade-tipo: Guiana Inglesa. Habitat: Guiana Inglesa, Venezuela (a presente redes- crição é calcada sôbre um macho de El Valle. Caracas) e Pará, Brasil, 140, Tityus columbianus (Thorell), 1876 (Figs. 131 e 123) Phassus columbianus Thorell, 1876 — Ann. Mag. Nat . Hist (4) 17, p. 8. Phassus columbianus Idem. 1877 — Atti Soc . Ital. Sei. Nat. Milano, 19, p. 127. C. de Mello-Leitão — Escorpiões Sul-Americanos 325 Phassas columbianus Kraepelin, 1891 — Mitt. Mus. Hamburg, 8, p. 110. T. c. Poccck, 1897 — Ann . Mag. Nat. Hist., (6) 19, p. 520. T. c. Kraepelin, 1899 — Das Tierreich , p. 85. T . c. Idem, 1912 —■ Voyage en Colombie (Fukrman), p. 352. T. c. Mello-Leitão, 1940 -—■ Papéis Avulsos , S. Paulo, 1, p. 52. $ 32mm. Tronco 12,5mm. Cauda 19,5mm. 2 34mm. Tronco 14mm. Cauda 20mm, Tronco testáceo-fulvescente, às vezes de tons levemente róseos, densamente manchado e marmorado de negro, com as manchas irregularmente dispostas. (Em alguns indiví¬ duos as manchas formam 3 faixas longitudinais, quase regu¬ lares). Tergito VII com uma grande mancha negra em V, os lados fusco-testáceos. Esternitos marmoradoS de negro e testáceos. Cauda clara (fulva, amarelada ou rósea) com pequenas manchas negras; segmento V e vesícula quase com¬ pletamente negros. Ferrão negro na base, testáceo no meio e ferrugíneo no ápice. Palpos e patas do colorido do tronco e muito manchados de negro. Ancas dos palpos e patas amarelo-claro, uniformes. Tronco deprimido, relativamente largo. Borda anterior do cefalotórax mui levemente côncava, granulosa, os ângulos laterais truncados. Cômoro ocular com um sulco lonqitudi- nal liso e largo; cristas superciliares rugosas; olhos separa¬ dos quase diâmetro e meio. Tegumentos irregularmente gra¬ nulosos e rugosos, com grânulos maiores esparsos e três pares de cristas granulosas. Tergitos I a VI rugosos e granulosos, com a crista mediana bem acentuada. Tergito VII com 5 cristas fortes, muito granulosas, a média ocupando os dois terços posteriores; as laterais internas bífidas, com 2 ramos desiguais e emitindo, quase no meio, uma anastomose para as iaterais externas. Esternitos densamente granulosos, opacos; estemito III com um pequeno triângulo posterior liso e bri¬ lhante: esternito IV com 2 pequenas cristas longitudinais; estemito V com 4 cristas longitudinais granulosas, as late¬ rais muito curtas. 324 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL Pentes com 11-13 dentes; a lâmina intermédia basilar da fêmea não dilatada, de modo que a borda interna dos pentes é direita em ambos os sexos. Fig. 131 — Opérculo genital e pentes de Tityus columbianus Cauda robusta, afilando-se levemente para trás. Seg¬ mentos caudais I e lí com 10 cristas ( pela presença das cristas laterais acessórias), III e IV com 8. Segmento III com uma fila de granulações, substituindo a crista lateral acessó¬ ria. Cristas medianas dorsais denteadas, com o dente pos¬ terior bem maior, sobretudo nos segmentos II e III. Seg¬ mento V, visto pela face dorsal, levemente arredondado dos lados ,estreitando-se muito para trás, a face dorsal escavada; cristas laterais superiores granulosas; cristas laterais infe¬ riores e mediana ventral serrilhadas. Tegumento densa e grosseiramente granuloso. Vesícula pequena, baixa, alon¬ gada, com filas longitudinais de granulações grosseiras, nas faces laterais e ventral; sob a base do ferrão um espinho pontiagudo, comprimido e com 2 grânulos dorsais. Fêmur dos palpos com as cristas bem acentuadas, gros¬ seiramente granulosas, a posterior ventral serrilhada, com o dente basilar mais forte. Tíbia com o dente basilar da crista mediana anterior muito mais robusto. Mão mais delgada que a base da tíbia, de tegumentos quase lisos, com as cristas nítidas. Dedos longos, curvos. Dedo móvel sem lobo basi¬ lar e com 11-12 filas de granulações no gume. A relação C. de Mello-LeitÃo — Escorpiões Sul-Americanos 325 entre o comprimento e largura da mão e o dedo móvel é 2,5:2:4,5mm. Patas granulosas, com cristas com granulações maiores; cristas inferiores dos fêmures e tíbias serrilhadas. Fig. 132 — Palpo direito de Tityus columbianus Localidade-tipo: Bogotá, Colômbia. Habitat: Espécie muito comum na Colômbia. Vi exem¬ plares de La Pedrera, Sarrina, San Mateo e Bogotá. Hl. Tityus duckei Borelli, 1910 T . d. Borelli, 1910 — Boll. Mus. Anat. Comp. To~ rino, 25, N.' : 629, p. 1. T. d. Mel lo- Campos, 1924 — Mem. Inst. Oswaldo Cruz, 17, p. 271. 3 37,5mm. Tronco 12,5mm. Cauda 25mm. Tronco amarelo-testãceo, irregularmente manchado de escuro. Esternitos amarelo-claro, uniformes. Cauda ama¬ relo-claro, com os segmentos IV e V e vesícula fulvescentes, a ponta do ferrão pardo-escuro. Palpos manchados. Patas amarelo-claro. Borda anterior do cefalotórax levemente côncava e com os ângulos laterais truncados. Cômoro ocular com, o sulco mediano largo e liso, as cristas superciliares levemente den¬ teadas. Tegumentos finamente granulosos, com 3 pares de cristas com as granulações mais grosseiras. Tergitos I a VI finamente granulosos, com a crista mediana nítida, sa¬ liente na metade posterior. Tergito VII com 5 cristas, a mediana ocupando os dois terços anteriores, as laterais leve- 326 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL mente curvas, não alcançando a borda anterior* Esternitos I a IV opacos, não granulosos; esternito V com 4 cristas pouco acentuadas e levemente granulosas; as médias ocupando os dois terços posteriores e as laterais ocupando os três quintos médios, não atingindo nem a borda anterior nem a posterior* Pentes com 16-17 dentes, a lâmina basilar não dilatada. Cauda robusta. Cristas medianas dorsais denticuladas, com o dentículo posterior maior que os outros nos segmentos II e III; no segmento IV essas cristas são apenas granulosas* Cristas medianas ventrais, laterais inferiores e laterais supe¬ riores granulosas, completas, presentes nos segmentos I a IV. Cristas laterais acessórias completas no segmento I, ocupando a metade posterior do segmento II, ausentes nos segmentos III e IV* Tegumentos com pequenas granulações esparsas, mais densas no segmento IV. Segmento V de tegumentos fínamente granulosos, com as cristas pouco acen¬ tuadas; a face dorsal fortemente convexa no meio e com um leve sulco mediano. Vesícula opaca em sua face dorsal, com grânulos e pontuações esparsas nas faces laterais e ven- tral, esta com uma crista mediana denteada; sob o ferrão um espinho comprimido, pontiagudo, com duas granulações basilares. Fêmur e tíbia dos palpos finamente granulosos; crista mediana anterior das tíbias com o dente basilar bem maior que os outros. Mão convexa, pouco mais larga que a tíbia, com as cristas superiores inteiras e granulosas. Dedo móvel com esboço, de lobo basilar e o gume provido de 13 filas de grânulos. A relação entre o comprimento e largura da mão e o dedo móvel é cíbdm^S: 1,75:5mm. Localidade-tipo: Pará, Brasil. 142. Tityus flavostictus Schenkel, 1932 T. I . Schenkel, 1932 -—■ Rév. Stdsse Zocl ., 39, p. 390. s 24mm, Tronco 11 mm. Cauda 13 mm . Cefalotórax amarelo, muito manchado de negro e com um grande triângulo negro anterior, do cômoro ocular até C, de Mello-LeitÃo — Escorpiões Sul-Americanos 327 à borda anterior. Tergitos denegridos, manchados de ama¬ relo; na linha mediana de cada tergito hã uma grande man¬ cha oval, alongada. Cauda marmorada de amarelo-claro e denegrido, sendo que nos segmentos I e II predomina o ama¬ relo e nos segmentos IV e V predomina o denegrido, Tro- cânter, fêmur, tíbia e mão dos palpos pardo-escuro, com manchinhas amarelas circulares, dedos claros com um anel denegrido no têrço distai. Lobos maxilares e ancas dos pal¬ pos e patas, esterno, placas genitais e pentes amarelo-claro. Esternitos I a III amarelo-claro, uniformes; esternitos IV e V com manchas escuras, indecisas, junto à borda posterior. Borda anterior do. cefalotórax mui levemente côncava, com os ângulos laterais truncados. Cômoro ocular com as cristas superciliares finamente granulosas. Tegumentos pou¬ co granulosos, com as granulações mais abundantes dos la¬ dos. Tergitos finamente granulosos, com a crista mediana saliente, Tergito VII com 5 cristas. Esternitos I a III com granulações irregulares esparsas, o esternito III com um triângulo mediano liso e brilhante junto à borda posterior; esternito IV um pouco mais granuloso, Esternito V com 4 cristas longitudinais, as medianas apenas com 2 a 4 gra¬ nulações, as laterais granulosas em tôda a extensão. Pentes com 18-18 dentes, de lâmina basilar intermédia fortemente dilatada. Cauda paralela, muito granulosa. Segmentos I a IV com 8 cristas (faltando as cristas laterais acessórias também nos segmentos I e II). Cristas medianas dorsais denteadas, com o dente posterior nitidamente maior nos segmentos Lí a IV. Segmento caudal V com 5 cristas granulosas. Vesí¬ cula com granulações grosseiras longitudinais. Espinho sob o ferrão comprimido, pontiagudo, com 2 grânulos dorsais. Fêmur e tíbia com crisias grânulos as ac entuadas. Cris¬ tas mediana da face anterior da tíbia cem o dente basilar bem maior. Mão com 3 cristas dorsais completas. Dedo móvel com lobo basilar e 16 filas de grânulos no gume. A relação entre o comprimento e largura da mão e o dedo mó¬ vel é c:l:dm=l,7:1:3,5mm. Localidade-tipo: Tabay, Mérica. Venezuela, 328 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL Fig. 133 — TITYUS INDECISUS C. de Mello-Leitào Escorpiões Sul-Americanos 329 143. Tiíyus indecisus Mello-Leitão, 1934 (Figs. 133 a 136) T. i. Mello-Leitão, 1934 — V/// Renn. Patol, Reg. t p. 20. ? 37mm. Tronco 13,. 7 mm. Cauda 23,3mm. Cefalotórax e tronco testáceos, abundantemente mar- morados de negro. Cauda com os três primeiros segmentos pardo-claro, com algumas pequenas man¬ chas negras ; segmento IV um pouco mais escuro, com grande mancha basilar; seg¬ mento V fulvo, com o terço basilar negro ; vesícula quase negra, com o ferrão fulvo, Patas, palpos e quelíceras testáceos, muito manchados de negro, Esternitos mancha¬ dos de negro. Ancas das patas e dos pal¬ pos amarelo-claro, uniformes. Borda anterior do cefalotórax leve- Fig. 134 — Pentes, me nte escavada, granulosa, com os ãnqulos externo e ancas de . . . ^ A , Tityus indecisus laterais truncados. Comoro ocular com sulco largo e raso, os olhos separados cêrca de diâmetro e meio ; cristas superciliares granulosas, egu- mentos irregularmente granulosos, com as cristas normais. Tergitos granulosos, com a crista sinuosa basilar muito cons¬ pícua em todos, menos no VII, e com a crista mediana granu¬ losa, saliente, presente na metade posterior de cada tergito. Tergito VII com 5 cristas longitudinais ; a mediana ocupando os três quintos basilares e as laterais os dois têrços posteriores, unida a lateral interna à externa por uma alça de concavidade posterior. Esternitos finamente granulosos, ásperos; ester- nito IV com uma crista longitudinal mediana completa e uma de cada lado, ocupando o têrço distai; esternito V com uma crista mediana completa. 2 cristas laterais internas ocupando os três quartos posteriores e 2 cristas laterais externas, ocupando o têrço médio. Pente de 15 dentes relativamente curtos, angulosos na base; lâmina intermédia basilar interna não dilatada: peças basilares anteriores) com abundantes pelos curtos. Cauda robusta, quase paralela, afilando-se mui leve¬ mente nara trás. Cristas laterais acessórias ausentes, de 330 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL Fig. 135 — Opérculo genital e pentes de Titgus indecisus modo que os segmentos I e II têm só 8 cristas, como os seg¬ mentos III e IV, apenas no segmento II hã uma fila de gr⬠nulos, correspondendo à crista lateral acessória. Cristas medianas dorsais com o dente posterior nitidamente maior nos segmentos II a IV. Tegumentos granulosos. Seg¬ mento V mais densamente granuloso, com as 5 cristas gra- C. de MelloLeitão — Escorpiões Sul-Americanos 331 nulosas bem acentuadas. Vesícula granulosa, com 4 sul¬ cos lisos e uma crista mediana ventral muito acentuada, que continua com espinho sob o ferrão; esse espinho é compri¬ mido, rombo com 2 grânulos dorsais. Palpos granulosos. Crista mediana da face anterior da tíbia com o dente basilar muito maior. Cristas da mão bem acentuadas, independentes, as dorsais continuando-se no dedo imóvel. Dedo móvel sem lobo basilar e com 16 filas de grânulos no gume dos dedos, A relação entre o comprimento e largura da mão e o dedo móvel é c:l:dm = — 2,5:2:4,7mm. Localidade — tipo: Campo-Grande, Mato-Grosso, BrasiL Habitat: Mato-Grosso, Brasil; e Jujuy, Argentina. 144, Tityus intermedius Borellí, 1899 T . i. Borelli, 1899 — Boi. Mus. Zool. afiat. Comp. T ovino f 14, N.° 345, p. 8. T . i. Kraepelin, 1912 — Mém. Soc. NeuchateL 13, p. 15. T. i. Campos, 1935 — Rev. Co/. Nac . Vicente Ro~ capuerto, p. 122, 5 26mm. Tronco 12mm. Cauda 14mm. 22mm. Tronco 10,5mm. Cauda 115,mm. Tronco amarelo, intensamente marmorado de negro, as manchas negras dos tergitos formando 3 largas faixas longitudinais denteadas, mais ou menos nítidas. Cefalotó- rax com uma grande mancha negra triangular anterior, que toma o cômoro ocular e se alarga para a borda anterior. Crista mediana dorsal amarela. Esternitos amarelo-claro, marmorado de negro, a côr amarela se estende na parte anterior dos quatro primeiros segmentos, enquanto nas par¬ tes laterais e posterior o amarelo forma apenas pequenas manchas redondas, havendo na porção mediana, junto à borda posterior, uma mancha triangular clara. Último es- ternito quase inteiramente negro, apresentando apenas algu¬ mas pequenas manchas claras marginais irregulares e um semi-círculo mediano de manchas claras circulares. Lobos 332 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL maxilares, ancas, placas genitais e pentes amarelo-claro. Quelíceras quase completamente negras. Cauda amarelo- avermelhada; segmentos I a III com manchas negras nas bordas anterior e posterior da face ventral; espaço entre as cristas medianas ventrais com um reticulado negro; face dorsal com uma estria negra longitudinal; lados manchados de negro; segmento IV completamente negro em seu têrço posterior; segmento V bruno-denegrido, com algumas pe¬ queninas manchas circulares claras, nas faces laterais e ven¬ tral. Vesícula pardo-escuro, fortemente pontuada de ama¬ relo nas faces laterais e ventral; ferrão amarelo, de ponta pardo-escuro. Palpos com a face ventral dos segmentos amarela, sombreada de negro; face dorsal denegrida, com manchas ovais amarelas; dedos denegridos na base, com as pontas amarelas. Patas muito marmoradas de negro e amarelo. Borda anterior do cefalotórax levemente côncava. Cô¬ moro ocular com o sulco mediano largo e liso; cristas super- ciliares rugosas. Tegumentos pouco granulosos; a parte mediana quase sem granulações, que são muito mais nume¬ rosas dos lados e perto da borda anterior. Tergiíos quase lisos em sua metade anterior e com granulações grosseiras, dispostas em filas transversais curvas, em sua metade pos¬ terior; crista mediana granulosa e saliente. Tergito VII mais granuloso dos lados, quase liso na parte mediana, com 5 cristas granulosas, dispostas como nas outras espécies. Esternitos I a III opacos, sem granulações. Esternito IV com algumas pequenas granulações des lados e na margem posterior; esternito V granuloso em seus dois terços poste- tenores e com 4 cristas longitudinais granulosas, as media¬ nas ocupando os dois têrçcs posteriores, as laterais ocupando pouco mais do têrço médio. Esternito III com um triângulo posterior liso e brilhante. Na parte posterior do esternito IV há 2 filas longitudinais de 4 ou 5 granu¬ lações. Pentes com 15-17 dentes, com a lâmina intermédia basilar não dilatada na fêmea. Cauda paralela, relativamente curta. Cristas media¬ nas dorsais dos segmentos I a IV denteadas, com dentes pontiagudos, o posterior maior que os outros. Cristas me¬ dianas ventrais. laterais inferiores e laterais superiores leve- C. de MelloLeitÃo — Escorpiões Sul-Americanos 333 mente denteadas, completas, presentes nos segmentos I a IV, Cristas laterais acessórias presentes e completas nos segmentos I e II, Espaços intercarenais quase sem granu¬ lações, exceto os ventrais que são densa e finamente gra¬ nulosos. Segmento V de face dorsal opaca, sem grânulos; cristas laterais superiores apenas sinuosas; as 3 cristas da face ventral denteadas; na face lateral, levemente rugosa, há uma fila mediana de grânulos arredondados; face ven¬ tral rugosa apresentando, entre a crista mediana e a late¬ ral inferior, uma fila de granulações grosseiras. Vesícula com filas de granulações nas faces laterais; face inferior com uma crista mediana; espinho, sob a base do ferrão, pontiagudo. Fêmur e tíbia dos palpos com as cristas muito acen¬ tuadas, providas de grânulos perliformes; faces dorsal e posterior granulosas, face ventral opaca. Crista mediana da face anterior da tíbia com o dente basilar bem maior que os outros. Mão com 3 cristas dorsais completas, lisas, e mais estreita que a tíbia. Dedo móvel com 13 cu 14 filas de granulações no gume e sem esboço de lobo basilar. A relação entre o comprimento e largura da mão e o dedo móvel é c:l:dm=l .9:1 :3.Smm (?) e 1,1:0,7:2,2mm ( á ). Localidade-tipo: Ibana, Equador, Habitat: Equador e Colômbia. 145. Títyus lutzi Giltay, 1928 Tityus intermedius Lutz & Mello, 1922 — Fôlha Mé~ dica, 3, (9), p. 26 (nec T. intermedius Borelli, 1899.). Tityus intermedius Mello-Campos, 1925 ■— Mem. Inst. Oswaldo Cruz , 17, p. 274 . T. L Giltay, 1928 — Ann. Buli. Soc . Ent. Belgi - que, 68, p. 20. Tityus trivittatus intermedius Vellard, 1932 — Mérn. Soc. Zool. France . 29, 551. $ 42,5mm. [Tronco 17,5mm. Cauda 25mm. Cefalotórax côr de couro, com um triângulo denegrido na prooona, estendendo-se do cômoro ocular à borda ante- 334 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL rior. Tronco irregular e indistintamente manchado, com o último tergito de colorido uniforme. Cauda arnarelo-ocrácea, um pouco mais escura na face ventral, e com as cristas dos segmentos IV e V pardo-escuro. Palpos e patas amarelos, com manchas escuras; tíbia dos palpos quase tôda pardo- escuro; mão arnarelo-ocrácea; dedos castanho-avermelhados. Borda anterior do cefalotórax quase direita, de ângu¬ los laterais truncados. Cômoro ocular como sulco me¬ diano largo e liso, os olhos separados diâmetro e meio; cristas superciliares granulosas. Cristas granulosas normais. Tegumento rugoso, pontuado, irregularmente granuloso. Tergitos I a VI densamente granulosos, com a crista me¬ diana saliente em sua metade posterior, Tergito VII com as 5 cristas granulosas habituais. Esternitos I a IV opa¬ cos, o esternito III com um triângulo mediano posterior liso e brilhante. Esternito V finamente granuloso, com 4 cris¬ tas granulosas longitudinais. Pentes com 21 dentes, de lâmina intermédia basilar não dilatada. Cauda relativamente delgada, afilando-se para trás. Cristas medianas ventrais, laterais inferiores e laterais supe¬ riores granulosas, completas, presentes nos segmentos I a IV. Cristas medianas dorsais granulosas, com os grânulos todos iguais (mesmo nos segmentos II a IV). Cristas laterais acessórias completas no segmento I e presentes só na metade posterior do segmento II. Espaço entre as cris¬ tas baço. Vesícula lisa e sem pelos, com o espinho da base do ferrão pontiagudo e com 2 grânulos dorsais. Fêmur e tíbia dos palpos com as cristas granulosas bem acentuadas. Cristas medianas da face anterior da tí¬ bia com o dente basilar bem maior. Mão da largura da tíbia, com 4 cristas dorsais distintas, sendo uma interrom¬ pida. Dedo móvel sem lobo basilar. À relação entre o comprimento e largura da mão e o dedo móvel é c:l:dm — — 3:2: ómm. Localidade-tipo: Cuiabá, Mattc-Grosso. Brasil, C. de MelloLeitÃo — Escorpiões Sul-Americanos 335 M6. Tityus marmoratus Werner, 1938 T. m. Werner, 1938 — Pestschvift Prof . E. Strand, 5, p. 352 $ 40rnm. Tronco 15mm. Cauda25mm, 2 38mm. Tronco 15mm. Cauda 23mm. Cefalotórax amarelo-couro, marmorado de negro. Ter- gitos do mesmo colorido, com faixas negras dos lados e com 4 manchas negras na borda posterior de cada tergito. Cauda amarela, mormorada de pardo-denegrido, na fêmea o segmento caudal V e a vesícula são pardo-escuro. Ester- nitos, pentes, ancas das patas e dos palpos de colorido tes- táceo uniforme. Patas, fêmur e tíbia dos palpos amarelos, marmorados de denegrido. Mão amarela, uniforme, com dedos pardos no macho; marmorada de escuro, com dedos amarelos na fêmea, Cefalotórax finamente granuloso. Cômoro ocular com sulco mediano e cristas superciliares granulosas. Tergitos finamente granulosos. Esternitos lisos; esternito V com 4 cristas longitudinais, tôdas não granulosas, as laterais não atingindo a borda posterior. Pentes com 18-19 dentes, de lâmina basilar intermédia não dilatada. Cauda paralela, de tegumentos lisos. Tôdas as cris¬ tas (medianas ventrais, laterais inferiores, laterais superio¬ res e medianas dorsais) sem granulações. Cristas laterais acessórias ausentes. Vesícula lisa, com o espinho da base do ferrão muito robusto. Palpos de fêmur e tíbia com as cristas bem acentua¬ das. A crista mediana da face anterior da tíbia com o den- tículo basilar maior. Mão da largura da tíbia. Localidade-tipo: Cotica, Surinam. Habitat: Surinam (o alótipo do rio Marovine e um para- tipo de Paramaribo). 336 Arquivos* do Museu Nacional — Vol. XL 147. Tityus matíogrossciisis Borelli, 1901 T. m. Borelli, 1901 — BolL Mus. Anat. Comp . Tovino, 16 , N.° 403, p. 8. T. m . Mello-Campos, 1925 — Mem Inst. Osw. Cruz, 17 , p. 273, T. m. Vellard, 1932 ■— Tvlém. Soc . Zool. Fvance, 29, p. 548. ? 36mm. Tronco 14,5mm. Cauda 21,mm. £ 35,5mm. Tronco 14mm. Cauda 21,5mm. Tronco amarelo-claro, muito manchado de negro, com as manchas irregularmente dispostas, ora as manchas me¬ dianas formando uma faixa mais larga, distinta das faixas marginais. Cauda com os segmentos I a III amarelos, com poucas estrias negras; segmentos IV e V negros na metade anterior e pardo-avermelhados na posterior; vesícula pardo- escuro, quase negro, com a metade basilar do ferrão pardo- avermelhada e o espinho amarelo. Ancas amarelo-claro, as das patas I e II com os lobos maxilares negros em sua por¬ ção apical. Esternitos amarelos, marmorados de negro. Pa¬ tas e palpos amarelos, muito manchados de negro; mão e dedos levemente denegridos. Borda anterior do cefalotórax com um entalhe mediano ( $ ) ou levemente côncava, de ângulos truncados, granu¬ losa. Cômoro ocular com o sulco mediano largo e liso, as cristas superciliares granulosas, os olhos separados diâme¬ tro e meio. Tegumentos fina e densamente granulosos, com as cristas sinuosas formadas por granulações mais grossei¬ ras, Tergitos I a. VI densamente granulosos, com a crista mediana dorsal bem marcada em sua metade posterior. Ter- gito VII mais grosseiramente granuloso, com a crista me¬ diana ocupando os dois terços anteriores e as cristas late¬ rais levemente curvas para fora, ocupando os quatro quin¬ tos posteriores. Esternitos finamente granulosos, com gra¬ nulações brilhantes; esternito IV com 2 cristas pouco níti¬ das, junto à borda posterior; esternito V com 4 cristas leve¬ mente denteadas, as médias ocupando os dois terços pos¬ teriores e as laterais ocupando os três quintos médios. Pentes com 17-17 dentes; a lâmina basilar intermédia trapezóide, fortemente dilatada. C. de MelloLeitão — Escorpiões Sul-Americanos 337 Cauda robusta, paralela, com as cristas acentuadas e levemente denteadas. Cristas medianas dorsais finamente serrilhadas, com o dente posterior dos segmentos II e III espiniforme, sensivelmente maior que os outros. Cristas laterais acessórias completas no segmento I, bem marcadas na metade posterior do segmento II e representadas na me¬ tade anterior dêsse mesmo segmento por uma fila de poucas granulações. Cristas laterais superiores do segmento V com granulações perliformes; as 3 cristas ventrais levemente denteadas. Tegumentos densamente granulosos, sobretudo nos segmentos IV e V. Vesícula sensivelmente mais estreita que o segmento V, de face dorsal opaca, faces laterais e infe¬ rior levemente rugosas e com granulações esparsas, a face ven- tral com uma crista mediana, com 2 filas de granulações perli¬ formes, separadas das faces laterais por sulcos quase lisos. Espinho sob o ferrão rombo e com 2 grânulos basilares. Palpos densamente granulosos. Cristas mediana da face anterior da tíbia com o dente basilar bem maior. Mão pouco granulosa, com as cristas dorsais comple¬ tas. Dedo móvel sem lobo basilar e 15 ou 16 séries de gra¬ nulações no gume, A relação entre o comprimento e lar¬ gura da mão e o dedo móvel é c:l:dm=2,5: l,3:5mm (2) e 3:2:4,5mm ( <$ ). Localidade-tipo: Coxfpó, Mato-Grosso, Brasil. Habitat: Mato Grosso e Goiás, Brasil. 148. Tityus mazzai Mello-Leítão, 1933 T. m. Mello-Leítão, 1933 — Arq. Mus. Nac. 34, p, 18 . T . m . Idem, 1934 — VIII Reun. Patoí. Reg p. 15, c 42mm. Tronco 15,5mm. Cauda 26,.5mm. Cefalotórax marmorado de amarelo e castanho; tergi- tos castanhos, com esboço de duas faixas claras longitudi¬ nais. Nos jovens o dorso é irregularmente manchado, con¬ servando-se no adulto o último tergito marmorado. Cauda pardo-amarelada, escurecendo no ápice do segmento III; os segmentos IV e V fulvo-negros, bem como a vesícula. Ês:e escurecimento se vai acentuando com a idade. Nas 338 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL formas muito jovens a vesícula é fulvo-claro, com a ponta do ferrão escura. Cristas da cauda negra; segmentos cau¬ dais I e íí levemente lavados de fusco. Esternitos amare¬ los, uniformes no jovem; pardacentos, com uma orla mar¬ ginal amarelo-palha, no adulto. Ancas, esterno e pentes de colorido amarelo-claro uniforme. Patas e palpos irregular- mente manchados de amarelo e denegrido; cristas da mão fulvas. Quelíceras amarelas, reticuladas de denegrido. Borda anterior em ângulo muito obtuso, de lobos late¬ rais arredondados, granulosa. Cômoro ocular com o sulco mediano raso e finamente granuloso; cristas superciliares granulosas; olhos separados pouco mais de um diâmetro. Tegumentos densamente granulosos e com 3 pares de cris¬ tas muito acentuadas, de granulações grosseiras. Tergitos I a VI muito granulosos, cada qual apresentando, de cada lado, uma crista transversal procurva, de granulações pon¬ tudas, que se confunde com a borda posterior no tergito I e gradativamente se separa nos demais tergitos; crista me¬ diana muito acentuada nos tergitos I a VI, ccm 2 ou 3 den¬ tes posteriores pontiagudos. Tergito VII com a crista me¬ diana serrilhada, ocupando os dois terços anteriores; cris¬ tas laterais sinuosas, ocupando os três quartos posteriores. Esternitos muito rugosos, “chagrinésC finamente granulosos; esternitos IV e V com 4 cristas longitudinais. Pentes com 15 dentes, de lâmina intermédia basilar não dilatada. Cauda paralela, finamente granulosa e com as cristas acentuadas. Cristas medianas ventrais, laterais inferiores e laterais superiores grosseiramente granulosas, ccmpletas presentes nos segmentos I a IV. Cristas medianas dorsais completas, presentes nos segmentos I a IV, serrilhadas, com os do.'s dentes posteriores dos segmentos II e III bem maiores. Cristas laterais acessórias completas no segmento I, presentes no têrço posterior do segmento II e representadas no resto dêsse segmento por uma fila de grânulos pontudos bem espaçados. Segmento V muito granuloso, com 5 cristas serrilhadas. Vesícula baixa, pouco granulosa, ccm a crista mediana ventral pouco saliente. Espinho sob o ferrão cô¬ nico, conspícuo, pontiagudo. Fêmur dos palpos com 5 cristas grambosas e tíbia com 6, crista mediana anterior da tíbia com o dente basilar C. de Mello-Leitão — Escorpiões Sul-Americanos . 339 muito maior. Mão mais larga que a tíbia, com 8 cristas, das quais a mediana anterior é serrilhada e as três dorsais continuam no dedo imóvel; dedo móvel sem lobo basilar, com 13 filas de grânulos no gume. A relação entre o com¬ primento e largura da mão e o dedo móvel é c:í;dm = 3:2,7: ■A mm. Localidade-tipo: jujuy, Argentina. 149, Tííyus melanostictus Pocock, 1893 (Figs. 137 a 139) T. m. Pocock, 1893 — Journ, Linn . Soc., 24, p. 381. T . m. Kraepelin, 1899 — Das Tierreich, 8, p. 84. T. m, Werner, 1939 — Festsch , Prof . E. Strand, 5, p. 352. $ 39mm. Tronco 14mm. Cauda 25mm. $ 45mm. Tronco 18mm. Cauda 27mm. • Tronco amarelo-fulvescente irregularmente manchado de castanho-escuro ou denegrido; a borda anterior, o cô¬ moro ocular e uma estreita mancha alongada de cada lado do cômoro, negros. Cauda com os segmentos I a III de face dorsal amarela e face ventral marmorada de castanho nos segmentos II e III; segmentos IV e V fulvo-denegridos uniformes: vesícula fulvo-escuro, com a base do ferrão ama¬ rela. Esternitos muito marmorados de castanho, mas de marmcrado pouco nítido, nos esternitos II e III um triângulo esbranquiçado. Pentes, opérculo genital, ancas das patas e lobos maxi¬ lares amarelo-claro, uniformes. Palpos amareles, reticula¬ dos de castanho ou denegrido, os dedos com o terço basilar negro e os dois terços distais fulvos. Patas amarelas, mar- mcradas de castanho ou fusco. Quelíceras amarelas, regu¬ larmente reticuladas de negro. Borda anterior do cefalotórax pouco granulosa, com uma depressão mediana e lobos laterais levemente arredon¬ dados. Cômoro ocular com o sulco mediano largo e raso, finamente granuloso, arcadas superciliares com granulações pouco salientes, irregularmente dispostas, sem formar cristas 340 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL Tegumentos fina e densamente granulosos, com granu¬ lações maiores irregularmente esparsas, sem formar cristas distintas, Tergitos densa e irregularmente granulosos. Cris¬ ta mediana pouco saliente. Tergito Vil com a crista me¬ diana ocupando a metade anterior; as cristas laterais inter¬ nas quase completas, bífidas adiante; as cristas laterais ex¬ ternas pouco excedendo a metade posterior. Esternitos Fig. 137 — Pentes de Tityus melanostictus densa e fínamente granulosos; esternitos II e III com um triângulo mediano posterior liso e brilhante, com pontuações esparsas; esternito IV sem esboço 5, p. 352. C. de MelloLeitÃo — Escorpiões Sul-Americanos 379 Fíg. 156 — TiTYug bahiensis (macho) 380 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL 3 60mm. Tronco 23mm . Cauda 37mm. $ 56mm. 1 ronco 21 mm. Cauda 35mm. Cefalotórax fulvo, marmorado de negro, com o marmo- rado mais ou menos indeciso, Tergitos quase negros, com al- gumas pequenas manchas transversais fulvo-escuro. Cauda fulva, escurecendo pouco para o ápice; vesícula com o ferrão mais ou menos denegrido. Esternitos pardos; os esternitos I, lí e IV com a orla posterior amarela; esternito III com um largo triângulo claro. Pentes amarelo-claro. Ancas das patas e dos palpos amarelas. Patas amarelas, com manchas denegridas indecisas. Palpos côr de mogno-claro, com uma mancha dene¬ grida no têrço basilar do fêmur e outra, maior, na metade api¬ cal da tíbia; mão sombreada junto à base dos dedos. Borda anterior do cefalotórax com um entalhe mediano e lobos laterais arredondados, com uma fila de granulações dor¬ sais. Cômoro ocular com o sulco mediano raso e finamente granuloso, as cristas superciliares granulosas. Cefalotórax densamente granuloso, destacando-se as cristas medianas ante¬ riores, curvas em lira, e as medianas posteriores, junto ao sulco mediano. Tergitos granulosos, com granulações mais gros¬ seiras formando largas alças transversais, com a crista mediana acentuada. Tergito V com a crista mediana ocupando os dois terços anteriores e provida de pequena fosseta basilar; cristas laterais completas, estendendo-se da borda posterior à crista sinuosa transversal anterior. Esternitos finamente granulosos; esternito III com um triângulo liso e brilhante junto à borda posterior; esternito IV com 2 cristas longitudinais na metade posterior; nítidas no macho quasi obsoletas na fêmea; ester¬ nito V com 5 cristas longitudinais. Pentes com 18-24 dentes; lâmina basilar intermédia não dilatada. Cauda robusta, paralela na fêmea, mui levemente dilatada para trás no macho, de tegumentos muito granulosos. Cristas medianas ventrais, laterais inferiores, laterais superiores e me¬ dianas dorsais granulosas; as medianas dorsais regularmente convexas, sem grânulos maiores. Cristas laterais acessórias completas nos segmentos I e II. Segmento V com as 5 cris¬ tas longitudinais granulosas nítidas. Vesícula granulosa, com o espinho sob o ferrão rombo e com 2 granulações basilares dorsais. C. de MelloLeitão — Escorpiões Sul-Americanos 381 Fêmur dos palpos prismático, grosseiramente granuloso, com as cristas denteadas, muito nítidas. Tíbia grosseiramente granulosa, com a crista mediana anterior irregularmente serri¬ lhada, com o dente basilar bem maior. Mão mais dilatada que a tíbia no macho (3:2,5mm) e igual à tíbia na fêmea (2,2: :2,2mm), com as cristas completas (mais acentuadas) na fê¬ mea. Dedo móvel do macho com lobo basilar conspícuo e 17 filas de grânulos no gume; na fêmea não há lobo basilar. À re¬ lação entre o comprimento e largura da mão e o dedo móvel é c:l:dm = 5:3:7mm ($) e 4,5:2,2:7,5mm (?). Localidade-tipo: perto de Salvador, Bahia, Brasil, Habitat: Bahia a Santa Catarina (para o sul) e a Mato Grosso (ipara oeste), no Brasil; Paraguai; Missões e Prov. de Buenos Aires, na Argentina. 171* Títyus bahiensis unifonnis Mello-Leitão, 1931 T. b. u . Mello-Leitão, 1931 — An. Acad. Btas. Ci. f 3, p. 130, T . b. immaculatus Piza, 1932 — Rev. Agtic. 7 , p. 303. o 72mm. Tronco 27mm. Cauda 45mm. 2 60mm. Tronco 2-rrnm, Cauda 3õmm. Tronco castanho-escuro, irregularmente manchado de pardo, com o desenho claro dificilmente apreciável. Último tergito (VII) pardo-fulvescente, com um triângulo mediano castanho-escuro. Cauda pardo-fulvescente, com os segmentos IV e V e ve¬ sícula fulvo-negros, de leves tons avermelhados. Esternitos pardos. Pentes pardo-amarelados-claro, bem como as ancas e lobos maxilares. Patas pardo-amareladas uniformes. Pal¬ pos pardo-amarelados uniformes, de dedos fulvos. Borda anterior do cefalotórax com leve entalhe mediano, granulosa. Cômoro dos olhos médios com profundo sulco me¬ diano e duas altas cristas superciliares granulosas. Tegumen¬ tos densa e grosseiramente granulosos, de modo que só se des¬ tacam as cristas medianas posteriores. Tergitos muito granu¬ losos. a crista mediana dos tergitos. II a VI apresenta uma alça anterior muito nítida, formando assim um desenho em raqueta alongada: no tergito VII a crista mediana é apenas bífida ante- 382 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL dormente e há mais quatro cristas longitudinais, as internas ocupando cinco sextos do tergito e as externas dois têrços, Esternitos ásperos, com granulações brilhantes; esternitos II e III com um largo triângulo posterior liso e brilhante; esternito IV com duas cristas granulosas na metade posterior; esternito V com 4 cristas longitudinais, sinuosas. Pentes com 22-24 dentes; lâmina intermédia basilar não dilatada. Cauda robusta, levemente dilatada para trás no macho. Espaços íntercarenais muito granulosos. Cristas medianas ventrais, laterais inferiores, laterais superiores e medianas dor¬ sais granulosas, as medianas dorsais regularmente convexas, sem dente posterior maior. Cristas laterais acessórias comple¬ tas nos segmentos I e II, Vesícula finamente granulosa, com o espinho sob o fer¬ rão rombo, com duas granulações dorsais. Palpos de fêmur e tíbia grosseiramente granulosos, com as cristas muito acentuadas. Crista média anterior da tíbia irre¬ gularmente denteada e com o dente basilar bem maior. Mão mais dilatada que a tíbia no macho (4:2,5mm) e igual na fê¬ mea (2,5:2,5mm). Dedo móvel do macho com forte lobo basi¬ lar (ausente na fêmea) e com 16 filas de granulações. A re¬ lação entre o comprimento e largura da mão e o dedo móvel é c: 1: dm = 4,5:4;9,5mm (o) e 4,2:2,5:8mm ( 2 ). Localidade-tipo: Veadeiros, Goiás, Brasil. Habitat: Goiás e S. Paulo. 172* Tityus carinatoides n. n Tityus cârinatus Mello-Leitão, 19.37 An. Acad. Bras . Ci, 9, p. 99 (nec Tityus carinatus C. Koeh, 1845), 2 óOmm. Tronco 26,5mm. Cauda 33,5mm. Tronco pardo, com estreitas faixas denegridas na borda posterior dos tergitos. Cauda parda, escurecendo para o ápi¬ ce; o ferrão denegrido. Esternitos pardo-amarelados. Patas e palpos pardo-amarelados, uniformes. Borda anterior do cefalotórax com uma leve depressão mediana e de lobos laterais arredondados. Cômoro ocular com o sulco mediano finamente granuloso os olhos separados C, de MelloLeitXo — Escorpiões Sul-Americanos 383 pouco mais de um diâmetro, as cristas superciliares granulosas. Tegumentos densa e grosseiramente granulosos, com os três pares de cristas bem nítidas. Tergítos densa e grosseiramente granulosos, com a crista mediana acentuada. Tergíto VII com 5 cristas granulosas longitudinais, as laterais unidas por uma linha sinuosa. Esternitos finamente granulosos; esterni- tos I, II e III com um triângulo posterior liso e brilhante e divi¬ didos por um sulco mediano; esternito IV com o sulco mediano completo e com duas cristas laterais granulosas; esternito V com 7 cristas granulosas longitudinais, a mediana continuando o sulco, que ocupa apenas o têrço anterior. Pentes com 20 dentes; a lâmina intermédia não dilatada. Cauda robusta, paralela, densa e regularmente granulosa. Cristas medianas ventrais, laterais inferiores, laterais superio- res e medianas dorsais completas, granulosas, presentes nos segmentos I a IV 7 . Cristas medianas dorsais regularmente con¬ vexas, sem grânulos maiores. Cristas laterais acessórias com¬ pletas no segmento I e ocupando o têrço posterior do segmento IL Segmento V com as 5 cristas normais e esboço de 2 cris¬ tas ventrais paramedianas. Vesícula de face dorsal pontuada; lados pouco granulosos; crista mediana ventral muito conspí¬ cua; espinho sob o ferrão rombo e com 2 grânulos dorsais. Palpos granulosos de cristas acentuadas; crista mediana anterior da tíbia regularmente serrilhada, com o dente basilar maior. Mão da largura da tíbia (2:2mm), com as cristas com¬ pletas; dedo móvel sem lobo basilar e com 17 filas de granula¬ ções. À relação entre o comprimento e largura da tíbia e o dedo móvel é c: 1: dm = 3,5:2;7,5mm. Localidade-tipo: Santa Fé, Argentina. 173* Títyus charalaensís Mello-Leitão, 19-30 T . c. Mello-Leitão, 1940 — Papéis Avulsos, 1, p. 53. 2 60mm. Tronco 24,4mm. Cauda 35,6mm. Cefalotórax pardo, com o cefalotórax marmorado de ne¬ gro. Tergítos pardos, com uma faixa distai negra. Cauda amarela, escurecendo para trás, com os segmentos IV e V. denegridos; vesícula denegrida, com o acúleo fulvo, Esterni¬ tos pardos, com uma faixa distai negra. Patas pardo-amare- 384 , Arquivos do Museu Nacional Vol. XL ladas, uniformes. Palpos pardo-amarelados, com os dedos denegridos. Pentes amarelo-claro. Ancas das patas e lobos maxilares pardo-amarelados. Borda anterior do cefalotórax sinuosa, granulosa, com um leve entalhe mediano. Cômoro ocular do sulco mediano largo e liso; cristas superciliares rugosas, quase lisas. Tegumentos com duas áreas granulosas, anteriores, perto dos olhos late¬ rais; o resto do cefalotórax com granulações esparsas pouco abundantes, Tergitos I a IV com a metade distai com gra¬ nulações irregulares; crista mediana ocupando os dois têrços distais dos tergitos í a VI. Tergíto VII com a crista mediana com um sulco longitudinal e ocupando a metade basilar; cris¬ tas laterais completas, unidas por uma crista oblíqua. Ester- nitos I e II lisos; esternito III com um rebordo granuloso; ester- nitos IV e V muito granulosos, com as cristas medianas ocupando a metade posterior, e as laterais o têrço médio. Pentes com 14 dentes e lâmina basilar intermédia muito dilatada. Cauda robusta, de tegumentos muito granulosos. Cris¬ tas medianas ventrais, laterais inferiores e laterais superiores granulosas, completas, presentes nos segmentos I a IV. Cris¬ tas medianas dorsais denteadas, com o dente posterior dos seg¬ mentos II a IV pontiagudo, saliente, bem maior. Cristas late¬ rais acessórias do segmento I completas e ocupando os têrços posteriores do segmento II. Segmento V com as 5 cristas gra¬ nulosas e acentuadas. Vesícula quase lisa, com alguns pelos longos, o espinho sob o ferrão muito conspícuo, com dois gr⬠nulos dorsais. Palpos granulosos. Fêmur com três cristas dorsais, as externas arredondadas e a interna denteada, de dentes larga¬ mente separados. Tíbia com a crista mediana anterior for¬ mada por dentes maiores e menores que alternam regularmente. Mão da largura da tíbia. Dedo móvel sem lobo basilar e com 12 filas de grânulos no gume. A relação entre o comprimento e largura da mão e o dedo móvel é c:l:dm — 4,8:2,2:7,4mm. Localidade-tipo: Charalã, Colômbia. C. de Mello-LeitÃo — Escorpiões Sul-Americanos 385 174* Tityus costatus (Karsch), 1879 Isometms costatus Karsch, 1879 — Mitt. Muench. ent. Ver 3, p, 115. T . c. Kraepelin, 1899 — Das Tierreich , 8, p. 83. T. c. Mello-Campos, 1925 — Mem. Inst. Osvaldo Cruz , 18, p. 268. T. c. Mello-Leitão, 1931 — An. Acad. Bras. Ci., 3, p. 125. 2 73mm. Tronco 25mm. Cauda 48mm. Cefalotórax mais ou menos marmorado de negro e tes- táceo. Tronco pardo-escuro, com as bordas dos tergitos denegridas. Cauda pardo-fulvescente, escurecendo para trás, o seg¬ mento V quase negro, uniforme. Vesícula fulva, de ferrão negro. Esternitos, ancas das patas e lobos maxilares pardo- amarelados. Patas fulvescentes. Palpos pardo-avermelhados, a mão mais escura e os dedos denegridos. Borda anterior do cefalotórax em ângulo muito obtuso, granulosa. Cômoro ocular com o sulco finamente granuloso e as cristas supercilíares granulosas. Tegumentos densa e irre¬ gularmente granulosos, Tergitos densamente granulosos, com granulações mais grosseiras formando arcos transversais nos tergitos III a VI; crista mediana acentuada, nos tergitos II a VI; tergito VII com a crista mediana ocupando os dois terços anteriores, as cristas laterais levemente curvas para fora, quase completas, levemente divergentes. Esternitos mui finamente granulosos; III com triângulo mediano posterior liso; esternito V com 4 cristas granulosas. Pentes com 16 dentes; a lâmina basilar intermédia não dilatada. Cauda robusta, paralela, finamente granulosa. Cristas medianas ventrais, laterais inferiores, laterais superiores e me¬ dianas dorsais granulosas, completas, presentes nos segmentos I a IV; cristas medianas dorsais regularmente convexas, sem dente posterior maior nos segmentos II e III. Cristas late¬ rais acessórias presentes e completas nos segmentos I e II. Segmento V com 5 cristas. Vesícula quase lisa, com o espi¬ nho sob o ferrão pontiagudo e com dois grânulos dorsais. 386 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL Palpos finamente granulosos, com as cristas acentuadas; crista mediana anterior da tíbia regularmente serrilhada, com o dente basilar maior. Mão da mesma largura da tíbia. Dedo móvel sem lobo basilar, com 13 filas de grânulos no gume. Localidade-tipo: Rio de Janeiro, Brasil, Habitat: Serra dos Órgãos. 175* Tityus engelkei Pocock, 1902 T. e. Pocock, 1902 ■—• Ann. Mag. Nat. Hist ., (7) 10, p. 378. $ 77mm. Tronco 27mm. Cauda 50mm, ? 77mm. Tronco 34mm. Cauda 43mm. Colorido geral amarelo-pardacento; cefalotórax com um triângulo anterior denegrido, Tergitos com estreitas faixas transversais negras, Esternitos pardo-amarelados. Cauda com os segmentos IV e V e vesícula/ denegridos. Patas com os segmentos distais manchados. Palpos amarelos com os de¬ dos negros. Diz Pocock que, por sua estrutura, esta espécie é afim a T . metuendus e T. pachyurus . Pentes com 21-23 dentes; lâmina basilar intermediária da fêmea não dilatada. Dedo móvel do macho com forte lobo basilar, os dedos separados na base, com lô filas de grânulos no gume. A rela¬ ção entre o comprimento e largura da mão e o dedo móvel é c:l:dm = 7:5:10,5mm ( $ ) e 6:3,5:10mm ( $ ), A relação entre a largura da mão e da tíbia é de 5:3,3mm ( $ ) 3,5:3mm ( $ ), Localidade-tipo: Bogotá, Colômbia, 176. Tityus evandroi n. sp. (Figs. 157 e 158) $ 74mm. Tronco 28mm. Cauda 46mm. Celafotórax negro, marmorado de mogno-escuro, Ter¬ gitos negros, com faixas fulvas ou amarelas transversais nos C. de Mello-Leitão — Escorpiões Sul-Americanos 387 tergítos II a IV; tergito VII quase uniforme, junto à crista mediana há duas filas de pequenas manchas elípticas alonga- das. Cauda fulvo-negra uniforme; na face dorsal dos segmen¬ tos I e II duas linhas negras convergentes. Esternitos negros; esternito 1 com 2 estreitas faixas ful¬ vas, oblíquas para trás e para fora; esternito II a IV com uma faixa fulva, semicircular, de concavidade posterior, íangen- ciando a borda anterior e estendendo-se de um a outro estigma pulmonar. Pentes amarelo-creme. Ancas e lobos maxilares côr de mogno-escuro, densamente reticulados de negro. Pa¬ tas negras, com pequenas manchas fulvas pouco nítidas. Pal- pos negros, uniformes. Borda anterior do cefalotórax sinuosa, grosseiramente granulosa e com um entalhe mediano. Cômoro ocular adiante do meio, olhos circulares, separados mais de um diâmetro, o sulco mediano finamente granuloso em sua metade anterior, as cristas superciliares lisas. Tegumentos densa e irregular¬ mente granulosos; espaço entre as cristas longitudinais poste¬ riores quase liso. Tergitos finamente granulosos na área ante¬ rior; tergitos I e II com granulações grosseiras só na borda posterior; tergitos III a VI com arcadas transversais de granu¬ lações grosseiras, dispostas em uma fila irregular no tergito III, e em 2 ou 3 filas nos tergitos IV a VI; adiante dessas arcadas as granulações maiores formam dois grupos distintos nos tergitos III a VI. Crista mediana ausente no tergito I, aumentando regularmente de II para VI e no tergito VII é representada por uma elevação elíptica alongada. Terqíto VII com 4 cristas longitudinais muito acentuadas, as inter¬ nas bífidas, mas seu ramo externo não alcança as cristas late¬ rais externas. Esternitos I a IV finamente granulosos; ester¬ nito III com um triângulo posterior liso, despigmentado. Es¬ ternito V densamente granuloso, com granulações mais gros¬ seiras e com 5 cristas longitudinais; a mediana ocupando o têrço anterior, as laterais internas os dois terços posteriores e as laterais externas os dois quartos médios. Pentes com 21-22 dentes, de lâmina basilar intermédia muito dilatada. Cauda robusta, paralela, de tegumentos densa e grossei¬ ramente granulosos. Cristas medianas ventrais, laterais infe¬ riores e laterais superiores granulosas, completas, presentes nos segmentos I a IV. Cristas medianas dorsais serrilhadas. 388 Arquivos do Museu Nacional <— Vol. XL regularmente convexas no segmento I, com o dente posterior mais saliente e bem mais robusto nos segmentos II a IV. Cris¬ tas laterais acessórias completas no segmento I; representadas no segmento II por uma fila distai de duas granulações maio¬ res e três menores. Segmento V com as 5 cristas granulosas. Fig. 157 -— Opérculo genital e pentes de Tityus evandroi Vesícula de face dorsal lisa, não pontuada; faces laterais e ventral grosseiramente granulosas, com pelos abundantes, crista mediana romba e espinho sob o ferrão pontiagudo, com dois grânulos dorsais. Palpos finamente granulosos, com as cristas com granu¬ lações grosseiras, bem acentuadas. Crista mediana anterior da tíbia com o dente basilar bem maior, ao qual se segue uma C. de Mello-LeitÃo — Escorpiões Sul-Americanos 389 fila de 5 dentes que vão regularmente aumentando, sendo o resto da crista irregularmente denteado, os dentes maiores separados por grupos de dois ou três bem menores. Mão da largura da tíbia, com as cristas completas. Dedo móvel sem lobo basilar com 16 filas de grânulos no gume. Localidade-tipo: Piratuba, Pará, Brasil. Col.: Prof. Evàndro Chagas. 177. Tityus footei Chamberlin, 1911 T. f. Chamberlin, 1911 — Buli. Mus. Comp. Zool. Hav - vard, 60, p. 178, Não vi esta espécie. Passo a traduzir a descrição de Chamberlin. $ 38 a 52mm. “Cefalotórax e tergitos de colorido variando do testãceo ao amarelo-couro-escuro. Cefalotórax marmorado de negro. Tergitos com faixas negras transversais junto às bordas pos¬ teriores, mais largas em sua porção mediana. Patas e palpos amarelados. Cauda amarelo-avermelhada, escurecendo para trás, com os dois últimos segmentos denegridos; vesícula de¬ negrida com o ferrão castanho. ‘ Cefalotórax e tergitos densa e grosseiramente granu¬ losos; os tergitos com a quilha mediana bem desenvolvida. Tergifco VII com a crista mediana ocupando os dois terços anteriores; cristas laterais ocupando os três quartos posterio¬ res. Esternitos opacos, finamente granulosos; esternitos IV e V com 5 cristas longitudinais, a mediana muito fraca. “Pentes com 20-22 dentes, de lâmina basilar intermédia fortemente dilatada. “Cauda paralela, com cs espaços entre as cristas granu¬ losos. Cristas medianas ventraís, laterais inferiores, laterais superiores e medianas dorsais granulosas, completas, presen¬ tes nos segmentos 1 a IV; as medianas dorsais regularmente convexas, sem granulações maiores. Cristas laterais acessó¬ rias completas no segmento I e presentes na metade posterior do segmento II. Segmento V 7 mais grosseiramente granuloso, com 5 cristas longitudinais, sendo a mediana ventral a mais acentuada. Vesícula finamente granulosa, com um espinho pontiagudo sob o ferrão. 390 Arquivos do Museu Nacional — Vol, XL “Palpos com as cristas bem acentuadas. Mão mais larga que a tíbia, com as cristas completas; dedo móvel sem lobo basilar com 15-16 filas de grânulos no gume. A relação entre o comprimento e largura da mão e o dedo móvel é. c:l:dm:=4:2,5:7mm. "‘Localidade-tipo: Andes do Peru, entre 1.600 e 4.000 metros”. 178 Tityus rofomscus Pocock, 1897 T. r. Pocock, 1897 — Ann. Mag. Nat, Hist ., (6) 19, p. 520. T. r. Mello-Leitão, 1931 — An. Acad. Bvas . Ci. f 3, p. 137. £ 61 mm. Tronco 22mm. Cauda 39mm. “Colorido geral negro-pardacento. “Cefalotórax com a borda anterior transversa, quase im- perceptiveímente recortada. Tergitos com a crista longitudi¬ nal mediana e cristas transversais fortes; crista mediana dis¬ tinta no último tergito. Esternitos finamente granulosos, o ultimo com as 4 cristas distintas e granulosas e 2 cristas no tergito IV. “Pente com 20 dentes, da lâmina basilar intermédia não dilatada. “Cauda relativamente fraca e delgada, estreitada para trás, o segmento I nitidamente mais largo que o segmento V; todos os espaços entre as cristas finamente granulosos; tôdas as cristas acentuadas e granulosas, as cristas medianas dor¬ sais sem dente distai maior. Vesícula granulosa, nitidamente ■mais estreita que a mão. “Palpos esculturados como nas outras espécies, exceto a face anterior do fêmur e da tíbia que são regularmente granu¬ losos, tendo a tíbia um dente mais robusto na crista anterior. Mão com cristas finamente granulosas. Dedo móvel sem lobo basilar e com 18 filas de granulações no gume. Relação entre o comprimento e largura da mão e o dedo móvel é. c:l:dm = 5:3,1:IGmm. Mão mais larga que a tíbia, “Habitat: Brasil (localidade?),” C. de Mello-Leitão — Escorpiões Sul-Americanos 391 179. Tityus sectus Mello-Leitão, 1934 (Fig. 159) T. s. Mello-Leitão, 1934 —■ VIII Reun. Patol. Reg., p. 14. á' 53mm. Tronco 19,3mm. Cauda 33,7mm. Cefalotórax castanho, com algumas manchas claras. Ter- gitos I a VI castanhos, com pequenas manchas claras, indeci- sas, perto da linha mediana. Tergito VII amarelo-claro uni¬ forme. Cauda amarelo-claro, com o segmento V fulvescente. Vesícula fulva, com o ferrão sepiãceo. Patas e palpes amare¬ lo-claro, uniformes, com as granulações maiores fulvas; dedos pardos, esternitos claros, uniformes, bem como os pentes, as ancas e os lobos-maxilares. Borda anterior do cefalotórax formando um ângulo muito obtuso, com os lobos laterais arredondados. Cômoro ocular pouco adiante do meio, com as cristas superciliares granulosas. Tegumentos irregularmente granulosos, com uma área media¬ na lisa na metazona. Ter gitos finamente granulosos, com a crista mediana acentuada. Tergito VII com 5 cristas longi¬ tudinais completas, sendo a lateral interna bífida em sua por¬ ção anterior, com o ramo externo quase horizontal e, por seu turno, bifurcado. Todos os esternitos granulosos; esternitos 1 a III com uma área triangular lisa, mediana, junto à borda posterior; esternito IV com um esboço de crista mediana, e 2 cristas longitudinais em sua metade posterior; esternito V com 4 cristas de granulações pontiagudas e, entre as cristas internas, índice bem nítido de uma crista mediana. Pente com 23 dentes e com a lâmina basilar intermédia não dilatada. Cauda paralela, robusta, com os tegumentos dos seg¬ mentos I a IV finamente granulosos. Cristas medianas ven- trais, laterais inferiores, laterais superiores e medianas dor¬ sais granulosas, presentes nos segmentos I a IV; as cristas medianas dorsais regularmente convexas, sem dentes poste¬ riores maiores. Cristas laterais acessórias presentes só no seg¬ mento I. Segmento V muito mais grosseiramente granuloso, com 5 cristas longitudinais. Vesícula pouco granulosa, com o espinho sob o ferrão rombo e provido de dois pequenos gr⬠nulos dorsais. 392 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL Fig, 159 — TITYLI5 SECTUS C. de Mello-Leitão — Escorpiões Sul-Americanos 393 Palpos com as cristas bem acentuadas, de tegumentos fi¬ namente granulosos. Crista mediana anterior da tíbia só com o dente basilar maior. Mão da largura da tíbia, com o dedo móvel sem lobo basilar e com 15 filas de grânulos no gume, A proporção entre o comprimento e largura da mão e o dedo móvel é c:l:dm = 3,5:2,2:8mm. Localidade-tipo: Florencia Santa Fe, Argentina. 180. Tiíyus serrulatus Lutz e Mello, 1922 (Figs. 160 e 161) T. s. Lutz e Mello, 1922 — Fôlha Médica , 3 (4), p. 25. T. s. Mello-Campas, 1925 — Mem. Inst. Osvaldo Cruz , 17, p. 217. T. s. Vellard, 1932 — Mem . Soc. Zool. France , 29, p. 555. T. s. Pessoa, 1934 —■ An. Soc. Med . Cir. Y S. Paulo , tf 66mm, Tronco 26mm. Cauda 40mm. £ 60mm, Tronco 25mm. Cauda 35mm. Cefalotórax testáceo ou amarelo-couro, marmorado de negro. Cômoro ocular negro, às vezes formando o ápice de um triângulo negro, de base na borda anterior. Tergitos par¬ do-escuro, com faixas negras junto às bordas posteriores (às vêzes pouco nítidas); tergitos VII com a porção basilar (an¬ terior) negra e com estreito triângulo negro que continua na crista mediana, o resto pardo-claro. Cauda pardo-amarelada, com a face dorsal uniforme, a face ventral com a porção dis¬ tai do segmento V negra e com duas linhas denegridas, do segmento I ao segmento IV havendo, na porção distai deste último, mais duas manchas laterais inferiores negras. Vesí¬ cula côr de mogno com a metade distai do ferrão negra. Pa¬ tas amarelo-claro, uniformes. Palpos de fêmur amarelo-cla¬ ro; tíbia amarelo-claro, com cristas fulvescentes; mão amare¬ lo-claro; dedos fulvo-escuro ou denegridos. Esternitos pardo- claro; esternitos I a III com um triângulo posterior esbranqui¬ çado. Pentes cremes. Ancas e lobos maxilares amarelo-palha. Borda anterior do cefalotórax sinuosa, com leve entalhe mediano e uma fila de grossas granulações dorsais. Cômoro 394 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL ocular com o sulco mediano finamente granuloso e com as cristas superciliares granulosas. Tegumento densa e irregu¬ larmente granuloso, sobretudo na fêmea. Tergitos densa e irregularmente granulosos, com a crista mediana acentuada; tergito VII com a crista mediana ocupando cs dois terços ba¬ silares e as cristas laterais os quatro quintos posteriores. Es- ternitos densa e finamente granulosos; esternitos I e II com a borda posterior lisa e brilhante; esternito III com um triân¬ gulo posterior liso e brilhante; esternito IV com 2 cristas no têrço posterior; esternito V com 5 cristas longitudinais, a me¬ diana ocupando a metade anterior, as laterais internas os três quartos posteriores e as laterais externas os dois terços médios. Pentes com 20 a 22 dentes, com a lâmina basilar inter¬ média não dilatada. Cauda paralela no macho, afilando-se levemente para trás na fêmea, de tegumentos finamente granulosos. Cristas medianas ventrais, laterais inferiores e laterais superiores gra¬ nulosas, com granulações grosseiras. Cristas medianas dorsais denticuladas, completas; nos segmentos lí a IV os três últimos dentes (posteriores) são mais C. de MelloLeitão — Escorpiões Sul-Americanos 395 afastados e maiores. (Segundo o estudo estatístico de Pes¬ soa o número de dentes maiores varia de 1 a 5, sendo mais comum que haja 2 dentes no segmento II e 3 nos outros dois). Cristas laterais acessórias granulosas, presentes, completas nos segmentos I e II. Segmento V com as cristas dorsais quase obsoletas; faces laterais grosseiramente granulosas; face ven- trai rugosa e granulosa, com as três cristas longitudinais. Ve¬ sícula de face dorsal opaca; faces laterais e ventral pouco gra¬ nulosas, com o espinho sob o ferrão pontiagudo, continuando a crista mediana e com dois grânulos dorsais. Palpos finamente granulosos, com as cristas bem acen¬ tuadas. Crista mediana anterior da tíbia com o dente basilar maior e os outros dentes quase iguais. Mão da largura da tíbia (nos dois sexos); dedo móvel sem lobo basilar e com 14 filas de grânulos no gume, A proporção entre o comprimento e largura da mão e o dedo móvel é c:l:dm = 4,2:2:8mm ( $ ) e 4.8:2,4:8,2 ( $ ). Localidade-tipo: Belo Horizonte. Minas Gerais. Habitat.: Tôda margem direita do Rio S. Francisco, acima da Cachoeira Paulo Afonso. Estados da Bahia, Esdí- rito Santo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e S. Paulo, Brasil. 396 Arquivos do Museu Nacional — Vol, XL 181. Tityus serrulatus vellardi Mello-Leitão, 1939 T . s. v. Mello-Leitão, 1938 — Physis. Tityus stigmumsVz llard, 1932 — Mém. Soc . Zool. Frartce> 29, p. 553 (nec. T. stigmurus Thorell). $ 5Smm. Tronco 24mm. Cauda 34mm. Cefalotórax pardo-amarelado, com um triângulo ante- rior negro, Tergítos I a VI pardo-escuro, cada qual com uma faixa sinuosa negra junto à borda posterior; tergito VII ama¬ relo com estreito triângulo mediano negro. Cauda amarela, com algumas estrias laterais negras na face ventral de todos os segmentos; segmento V com a extremidade distai dene¬ grida. Vesícula amarela, com o ferrão pardo-escuro. Pa¬ tas e palpos amarelos, uniformes; dedos pardo-escuro. Cefalotórax fortemente estreitado para diante. Borda anterior com um entalhe mediano. Cômoro ocular situado pouco adiante do meio, com as cristas superdliares serrilha¬ das, os olhos separados um diâmetro. Tegumentos finamente granulosos, com as cristas bem destacadas, Tergitos finamente granulosos, com a crista me¬ diana saliente, Tergito VII com 5 cristas longitudinais. Es- ternitos mui finamente granulosos; esternito V com 4 cristas. Pentes com 22 dentes, de lâmina basilar intermédia não dilatada. Cauda robusta. Cristas medianas ventrais, laterais infe¬ riores e laterais superiores granulosas, completas, presentes nos segmentos I a IV. Cristas medianas dorsais serrilhadas, com os dois ou três dentes posteriores bem maiores nos seg¬ mentos II a IV, Cristas laterais acessórias presentes nos seg¬ mentos I a II. Segmento V com as cristas longitudinais quase obsoletas. Tegumentos finamente granulosos entre as cris¬ tas. Vesícula lisa; espinho sob o ferrão rombo, com dois gr⬠nulos dorsais, Palpos relativamente fracos. Fêmur e tíbia granulosos, com as cristas acentuadas; crista média anterior da tíbia, ser¬ rilhada, com o dente basilar maior. Mão da largura da tíbia; dedo móvel sem lobo basilar, com 15 filas de grânulos no gu¬ me, A relação entre o comprimento e largura da mão e o dedo móvel é c:l:dm = 5:3:7mm. Localidade-tipo; Catalão, Goiás, Brasil. C. de MelloLeitão — Escorpiões Sul-Americanos 397 182. Tityus spinípalpis Lutz, 1932 T. s. Lutz, 1932 — Estúdios de Zool . y Paras. Venezolanas . $ 55mm. Tronco 20mm. Cauda 35mm. Colorido geral pardo-ocrãceo, mais denegrido nos tergi- tos e nos segmentos distais da cauda. Patas, esternitos e an¬ cas pardo-amarelados. Palpos pardo-amarelados; o fêmur com uma mancha denegrida basilar; tíbia amarela na base e denegrida em seus três quartos distais; mão pardo-amarela- da; dedos denegridos, de pontas claras. Borda anterior do cefalotórax sinuosa, com uma fila de granulações dorsais. Cômoro ocular com as cristas superei- liares granulosas. Tegumentos irregularmente granulosos, com a crista mediana acentuada nos segmentos I a VI. Ter- gito VII com as 5 cristas longitudinais normais. Esternitos mui finamente granulosos; esternito V mais grõsseiramente granuloso com 4 cristas longitudinais. Pentes com 16 dentes, com lâmina basilar intermédia não dilatada. Cauda delgada, fina e irregularmente granulosa. Cris¬ tas medianas ventrais, laterais inferiores, laterais superiores e medianas dorsais completas, granulosas, presentes nos seg¬ mentos I a IV, as medianas dorsais regularmente convexas e sem dentes maiores. Cristas laterais acessórias presentes só no segmento I. Segmento V mais grosseiramente granuloso, com as 5 cristas longitudinais granulosas. Vesícula alongada, com o espinho sob o ferrão rombo e com duas granulações dorsais, Palpos granulosos, com as cristas acentuadas; crista me¬ diana interna do fêmur com um espinho basilar maior. Crista mediana anterior da tíbia denteada, com o dente basilar maior, pontiagudo. Mão mais larga que a tíbia; dedos pouco maio¬ res que a mão; dedo móvel sem lobo basilar e com 15 filas de granulações no gume. Localidade-tipo; entre Caracas e Los Teques, Venezuela. 398 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL 183, Tityus stigmurus (ThorelI), 1877 (Figs. 162 e 163) isometrus stigmurus ThorelI, 1877 — Atti. Soe, Ital . Sc*. Nat. Milano , 19, p. 132, Isometrus cylindricus Karsch, 1879 — Mitt. Muench, ent. Ver . 3, p. 117. Phassus stigmurus Kraepelin, 1891 —- Mitt. Mus. Hamburg. 8, p. 116. T. s . Kraepelin, 1899 — Das Tierreich, 8, p. 82. T . s. Penther, 1912 —' Amn. K.K. Naturh. Hofmus , Wien , 27, p. 239, T. s , Mello-Campos, 1925 - — Mern . Inst, Osvaldo Cruz, 17, p. 265, T. s. Werner, 1927 ■ — Abh . Senckenh. Naturf . Ges., 40, p. 355. 7\ 5. MelJo-Leitão, 1931 —- An. Acad , Bras , Cf., 3, p. 131. 5 65mm. Tronco 25mm, Cauda 40mm. 2 65mm. Tronco 27mm. Cauda 38mm. áBSs it-, v Cefalotórax pardo-amarelado ou amarelo-couro, com um triângulo anterior denegrido, Tergitos da côr do cefalotórax, em cada tergito 3 manchas negras, a mediana triangular, de base anterior, as laterais marginais, elíptico-alongadas, Apre¬ senta, assim, o dorso uma faixa negra mediana muito acen¬ tuada e, de cada lado, uma fila marginal de estreitas man¬ chas. Cauda amarelada ou ocrácea, uniforme nos segmentos I a IV: segmento V com grande mancha negra distai na face ventral, que se pro onga adiante em dois dentes desiguais, de cada lado, e em uma linha mediana que se estende mais ou me¬ nos pela face ventral dos outros segmentos. Esternitos ama¬ relados. Pentes testãceos. Ancas e lobos maxilares amarelo- pálido, Patas amarelas, uniformes. Palpos amarelos, com os dedos denegridos. Borda anterior do cefalotórax sinuosa, com um entalhe mediano, grosseiramente granulosa. Cômoro ocular, pouco adiante do meio do cefalotórax, com um sulco mediano fina- C. de Mello-Leitão — Escorpiões Sul-àmericanos 399 mente granuloso, largo e profundo; cristas superciliares gros¬ seiramente granulosas, os olhos separados mais de um di⬠metro. Tegumentos irregularmente granulosos; o espaço en¬ tre as cristas anteriores finamente granuloso; os lados com granulações mais grosseiras perto da margem. Tergitos I a IV finamente granulosos, com a crista mediana bem acen¬ tuada; nos tergitos III a VI a área posterior é mais grosseira¬ mente granulosa, com grânulos maiores em filas transversais. Tergito VII mais grosseiramente granuloso, com a crista me¬ diana ocupando a metade anterior; cristas laterais internas bastante curvas para fora, ocupando os três quartos posterio¬ res e bífidas; as laterais externas mais oblíquas e menores. Esternitos opacos, mui levemente coriáceos; esterníto IV com 2 pequenas cristas longitudinais em seu quinto posterior; es- ternito V com 4 cristas longitudinais granulosas. \ Fig. 162 Pentes de Tityus stigmums Pentes com 21-23 dentes, com a lâmina basilar intermé¬ dia não dilatada. Cauda robusta, paralela na fêmea, levemente afilada para trás no macho. Tegumentos granulosos entre as cristas, gra¬ nulações maiores entre as cristas dorsais. Cristas medianas ventrais, laterais inferiores e laterais superiores granulosas, de granulações pontudas, completas, presentes nos segmentos I a IV, Cristas medianas dorsais denteadas, com dois a qua¬ tro dentes posteriores maiores e mais afastados, nos segmen- 400 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL tos II a IV, Cristas laterais acessórias presentes e completas nos segmentos I e II, Segmento V muito mais grosseira¬ mente granuloso; as três cristas ventrais bem acentuadas, as granulações entre essas cristas dispostas em filas longitudi¬ nais, Vesícula de face dorsal opaca; lados e face ventral com granulações esparsas; espinho sob o ferrão robusto, compri¬ mido, pontiagudo, com dois grânulos dorsais. Fig, 163 — Palpo direito de Tityus stigmums Palpos densamente granulosos, com as cristas muito acen¬ tuadas; fêmur com a crista mediana anterior irregularmente denteada; crista mediana anterior da tíbia com o dente basilar bem maior. Mão com as cristas granulosas completas, da lar¬ gura da tíbia na fêmea, mais largas no macho; dedo móvel da fêmea sem lobo basilar; o do macho com leve lobo basilar, e com 15 filas de grânulos no gume em ambos os sexos, A re¬ lação entre o comprimento e largura da mão e o dedo móvel é c:l:dm = 5:3:8,5 ( $ ) e 4,5:2,5:8,5 ( $ ), Lolacilidade-tipo: Pernambuco, Brasil, C. de MelloLeitao — Escorpiões Sul-Americanos 401 Habitat.: Todo o Nordeste do Brasil, sendo muito co¬ mum e abundante em Pernambuco e Paraíba a leste da serra da Borborema. 184. Tiíyus strandi Werner, 1939 T. s. Werner, 1939 —■ Festschr . Prof, E t Strand, 5 p, 353* 2 64mm. Tronco 25mm. Cauda 49mm. Não vi esta espécie; a descrição de Werner é muito resumida, “Tronco de colorido amarelo-pardacento uniforme. Cau¬ da com o segmento V e a vesícula denegridos. Patas e palpos manchados no jovem, amarelados unhormes no adulto; dedos denegridos. “Cefalotórax irregularmente granuloso; cômoro ocular com as cristas supercihares granulosas, Tergitos granulosos, com a crista mediana acentuada; terg^to Vil com as 5 cris¬ tas normais, Esternitos opacos, finamente granulosos, ester- nito III com um triângulo posterior liso e brilhante, “Pentes com 18-20 dentes, com a lâmina basilar intermé¬ dia fortemente dilatada. “Cauda robusta, paralela. Cristas medianas ventrais, laterais inferiores e laterais superiores completas, presentes nos segmentos I a IV, Cristas medianas dorsais denteadas, com os três dentes posteriores maiores e mais separados nos seg¬ mentos II a IV. Cristas laterais acessórias presentes e com¬ pletas nos segmentos I e II. Segmento V de face dorsal plana e quase lisa. Vesícula com o espinho sob o ferrão ro¬ busto, com dois grânulos basilares. “Palpos granulosos. Crista mediana anterior da tíbia com o dente basilar maior. Mão da largura da tíbia. Dedo móvel sem lobo basilar e com 15 filas de granulações, A re¬ lação entre o comprimento e largura da mão e o dedo móvel é c:l:dm~ 4,5:3:7,5mm. “Localidade-tipo: Sacambú, Amazonas, Brasil’', 402 Arquivos do. Museu Nacional — Vol. XL N. ESCORPIÕES NEGROS OU PARDO-ESCURO , SEMPRE DE GRANDE PORTE E CORPO DE COLORIDO UNIFORME; PALPOS DA CôR DO CORPO; PATAS , ÀS VÊZES , MAIS CLA- RAS MAS DE COLORIDO UNIFORME ESTER- NITOS DA CÔR DO DORSO 185. Tiíyus androcottoides (Karsh), 1879 Isometms americanus anclvocottoid.es Karsch, 1879 — Mitt. Muench . ent. Ver 3, p. 114. Isometms androcottoides Pocock, 1889 •—■ Ann, Mag. Nat. Hist ., (6) 4, p.57. T . a. Idem, 1893 Journ. Linn. Soc., 24 p. 377. T. a. Idem, 1897 — Ann. Mag . Nat. Hist., (6) 19, p. 514. T. a. Kraepelin, 1899 — Das Tierreich, 8, p. 77. T. a. Pocock, 1902 — Biol. CentrArner., p. 43. $ 80mm. Tronco 32nmi. Cauda 48mm. £ 70mm. Tronco 30mm. Cauda 40mm. Cefalotórax, tergitos e cauda pardo-escuro, quase negros, uniformes, Palpos e patas fulvo-escuro ou fulvo amarelados. Esternitos amarelo-pardacentos. Pentes testáceo-claro. An¬ cas e lobos maxilares amarelo-pardacentos-claros. Borda anterior do cefalotórax formando ângulo muito obtuso, com uma fila de grossas granulações dorsais. Cômoro ocular pouco adiante do meio do cefalotórax, com o sulco me¬ diano largo e finamente granuloso, com as cristas supercilia- res granulosas. Tegumentos densa e grosseiramente granulo¬ sos. Tergitos grosseíramente granulosos com a crista media¬ na bem acentuada; tergito VII com as 5 cristas longitudinais normais. Esternitos densa e regularmente granulosos, sem pla¬ cas lisas; esternito IV com 2 cristas longitudinais, ocupando a metade anterior; esternito V com 4 cristas longitudinais de granulações perliformes. Pente com 16 a 19 dentes; a lâmina basilar intermédia da fêmea fortemente dilatada. Cauda robusta, paralela nos dois sexos, de tegumentos densamente granulosos. Cristas medianas ventrais paralelas, C. de Mello-Leitão — Escorpiões Sul-Americanos 403 completas, no segmento I; no segmento lí convergem atrás for¬ mando um V; no segmento III se fundem no meio do segmento formando um Y, e no segmento IV são completamente fundi¬ das, de modo que êsse segmento apresenta só 7 cristas. As cristas laterais inferiores, laterais superiores e medianas dor¬ sais completas, granulosas, estas últimos regularmente conve¬ xas, sem dentes maiores. Segmento V grosseiramente granu¬ loso, de cristas laterais superiores obsoletas. Vesícula muito granulosa; o espinho sob o ferrão muito conspícuo, pontiagudo, com dois grânulos dorsais. Palpos muito granulosos, com as cristas muito acentua¬ das; crista mediana anterior da tíbia irregularmente denteada, com dentes maiores e menores alternos. Mão igual ( $ ) ou mais delgada ( $ ) que a tíbia, com as cristas digitais inter¬ rompidas; dedo móvel quase sem lobo basilar, com 15-16 fi¬ las de grânulos no gume. Localidade-tipo: Demerara, Guiana Inglesa. Habitat: Guiana Inglesa, Venezuela, Colômbia e Panamá, 186. Tityus asthenes Pocock, 1893 T. a. Pocock, 1893 — Ann. Mag. Nat. Hist (6) 12 , p. 313. 2 65mm. Tronco 26mm. Cauda 39mm. Todo o corpo pardo-denegrido uniforme; as patas fulvo- claro, côr de mogno. Borda anterior do cefalotórax em ângulo obtuso, granu¬ losa. Cômoro ocular com as cristas superciliares granulosas. Tegumentos irregularmente granulosos. Tergitos densa e grosseiramente granulosos, com a crista mediana acentuada e completa. Tergito VII com 5 cristas granulosas longitudinais. Esternitos finamente granulosos; esterníto III com um triân¬ gulo liso junto à borda posterior, Esterníto V com 4 cristas granulosas longitudinais. Pentes com 22 dentes; lâmina basilar intermédia da fê¬ mea muito dilatada. Cauda robusta, paralela. Segmento I com 10 cristas; II com as cristas laterais acessórias presentes na metade poste¬ rior. Segmentos II a IV com 8 cristas; as medianas ventrais 404 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL paralelas; as medianas dorsais sem dentes maiores. Segmento caudal V com 5 cristas. Vesícula pouco granulosa. Palpos granulosos, com as cristas acentuadas; crista me¬ diana anterior da tíbia serrilhada, com dentes maiores e meno¬ res. Mão da largura da tíbia; dedo móvel com lobo basilar e 16 filas de grânulos no gume. Localidade-tipo; Baixo Amazonas. 187. Tityus cambridgei Pocock, 1897 (Figs. 164 e 165) T. c. Pocock, 1897 — Ann. Mag, Nat. Hist ., (6) 19, p. 363. T . c. Idem, ? — Ibidem, 517. T. c. Kraepelin, 1899 — Das Tierveich , 1899, 8, p. 78. T. c. Borelli, 1899 — Boll. Mus. Zool. Anat. Cornp . Torino, 14, N. 343, p. 1 . T . c. Pocock, 1902 -— Biol . Centr. Amer., p. 40. T. c. Mello-Campos, 1925 -—• A dem. Inst. Osvaldo Cruz , 17, p. 264. T . c. Werner, 1939 — Pestchr . Prof . E . Strand „ 5, p. 352. á 84mm. Tronco 28rnm. Cauda 56mm. ? 72mm. Tronco 29mm. Cauda 43mm. Cefalotórax, tergitos e cauda denegridos. Patas e pal¬ pos do mesmo colorido do tronco. Esternitos pardo-escuro, sem manchas; o esternito III com um triângulo esbranquiçado junto à borda posterior. Pentes testáceos. Ancas e lobos maxilares do mesmo colorido do tronco. Borda anterior do cefalotórax em ângulo obtuso, granu¬ losa. Cômorò ocular pouco adiante do cefalotórax, com as cristas superciliares granulosas. Tegumentos irregularmente granulosos, com as cristas pouco nítidas. Tergitos densa e grosseiramente granulosos, com a crista mediana completa nos tergitos I a VI. Tergito VII ccm a crista mediana ocupando a metade anterior, cristas laterais internas curvas para fora, ocupando os quatro quintos posteriores, as laterais externas um pouco menores. Esternitos densamente granulosos; o es- C. de MelloLeitÃo Escorpiões Sul-Americanos 405 ternito líi com um triângulo liso e brilhante junto à borda pos¬ terior; IV com 2 pequenas cristas posteriores de granulações perliformes; V com 4 cristas quase completas, as laterais ex¬ ternas não alcançando as bordas anterior e posterior. Fig. 164 — Pentes de Tityus cambridgei Pentes com 21-24 dentes; lâmina basilar intermédia da fêmea muito dilatada. Cauda robusta, paralela na fêmea, levemente espessada para trás no macho; tegumentos entre as cristas densamente granulosos. Cristas medianas ventrais granulosas, paralelas, completas, presentes nos segmentos I a IV* Cristas laterais inferiores, laterais superiores e medianas dorsais granulosas, estas regularmente convexas, sem dentes maiores, presentes nos segmentos I a IV. Cristas laterais acessórias presentes e completas no segmento I, ocupando o têrço distai do segmento II. Segmento V mais grosseiramente granuloso, sobretudo no macho, com as cristas laterais superiores quase obsoletas. Ve¬ sícula de face dorsal rugosa, lados granulosos e espinho sob o ferrão pontiagudo e com duas granulações dorsais. Palpos granulosos com as cristas muito acentuadas; cris¬ tas do fêmur e da tíbia serrilhadas, crista mediana anterior da tíbia com dentes maiores e menores alternos, sem dente basi¬ lar maior. Mão da largura da tíbia em ambos os sexos [2,5 ( 4 ) e 2,8 ou 3mm ( 2 ) ] com as cristas granulosas, comple¬ tas; dedo móvel sem lobo basilar ( 2 ) ou com bolo basilar pouco acentuado ( 4 ), com 15 filas de grânulos no gume. A 406 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL relação entre o comprimento e largura do macho e o dedo mó¬ vel é c:l:dm = 5:2,8:lOmm (ou 4,8:3:10,2) (?) e 8:2,5: :13mm (ou 7:2,8:12mm) (d). Fig. 165 — Palpo direito de Tityus cambcidgei Localidade-tipo: arredores de Belém, Pará, BrasiL Habitat.: Espécie muito comum no Baixo Amazonas, foi encontrada em Marajó, Alto Amazonas, Goiás (Brasil) e em Surinam, Equador e Panamá. 188. Tityus dasyurus fulvipes n. subesp. (Figs, 166 e 167) ê 87mm. Tronco 28mm. Cauda 59mm. ? 80mm. Tronco 30 mm. Cauda 50mm. Tronco e cauda negros, uniformes. Palpos negros. Ve¬ sícula negra com o ferrão fulvo. Esternitos negros; o ester- nito ÍII com um triângulo posterior amarelo-claro. Patas ne¬ gras com os telotarsos fulvos. Borda anterior, com uma depressão mediana e lobos late¬ rais levemente côncavos, granulosa. Cômoro ocular no terço anterior, com sulco mediano largo e pouco profundo, áspero, os olhos separados mais de um diâmetro, as cristas superciliares com poucas granulações perliformes, brilhantes. Não há cris¬ tas anteriores, havendo adiante do cômoro ocular uma fosseta muito granulosa, Cristas paramedianas posteriores sinuosas, C. de MelloLeitão — Escorpiões Sul-Americanos 407 ocupando apenas a metade posterior da metazona. Tegumen¬ tos com granulações esparsas, mais densamente granulosos adiante do cômoro ocular, dos lados e nos lobos posteriores. Tergitos finamente granulosos, com a crista mediana acen¬ tuada na metade distai dos tergitos I a VI; cada tergito apre¬ senta, de cada lado, uma crista de concavidade anterior, for¬ mada por granulações perliformes; tergito VII com a crista mediana no terço anterior, as laterais internas completas e as laterais externas ocupando os quatro quintos posteriores, Es- ternitos opacos, sem granulações, apenas com uma fila margi¬ nal posterior; esternito III com um triângulo posterior liso e brilhante; esternito V com 5 cristas; a mediana no quinto an¬ terior, as laterais internas nos três quartos posteriores e as laterais externas nos três quintos médios. Pentes com 22 dentes; lâmina basilar intermédia não dilatada. Cauda dilatada para trás. Tegumentos muito pouco gra¬ nulosos. Cristas medianas ventrais, laterais inferiores, late¬ rais superiores e medianas dorsais granulosas, completas, pre¬ sentes nos segmentos I a IV; as medianas dorsais com um grânulo posterior maior, espiniforme, nos segmentos II a IV. Cristas laterais acessórias ccmpletas no segmento I, ausentes nos demais. Segmento V mais grosseiramente granuloso com as 5 cristas normais. Vesícula pouco granulosa; espinho sob o ferrão cônico, com dois grânulos basilares. 408 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL Palpos com abundantes pelos curtos, brancos, fina e irre¬ gularmente granulosos. Cristas medianas anteriores do fê¬ mur e da tíbia com pequenos dentes irregulares. Mão mais larga que a tíbia, com as cristas completas. Dedo móvel com lobo basilar (bem mais robusto no macho) e 15 filas de grânu¬ los no gume. A relação entre o comprimento e largura da mão e o dedo móvel é c: 1: dm = 8:2,4:12 ( £ ) e 8:4:12 ( ê ). Localidade-tipo: Caracas, Venezuela. Fig. 167 - Palpo direito de Tityus dastjuras futvipes 189, Tityus discrepans (Karsch), 1879 Andvocottus discrepans Karsch, 1879 — Mitt . Muench. ent. Ver., 3, p. 11. T. d. Pocock, 1897 — Ann . Mag. Nat. Hist ., (6) 19 , p. 513* T . d. Kraepelin, 1899 — Das Tierreich , 8, p. 133. T. d. Mello-Leitão, 1931 — An. Acad. Br as. Ci 3, p. 133. £ 84mm. Tronco 30mm. Cauda 54mm. $ 75mm. Tronco 30mm. Cauda 45rnm. Celafalotórax e tergitos amarelo-couro-escuro ou pardo; cauda da côr do tronco, com os dois últimos segmentos fulvo- escuro. Esternitos amarelo-sulfúreo. Pentes testáceo-claro. Ancas e lobos maxilares amarelo-testãceo. Patas amarelas. Palpos pardo-amarelados, os dedos pardo-escuro ou dene¬ gridos. C. de Mello-LeitÃo — Escorpiões Sul-Americanos 409 Borda anterior do cefalotórax em ângulo muito obtuso» com o dorso granuloso. Cômoro ocular um pouco adiante do meio do cefalotórax, com as cristas superciliares granulosas. Tegumentos densa e irregularmente granulosos, com as cris¬ tas pouco destacadas. Tergitos finamente granulosos, com a crista mediana completa nos segmentos I a VI; tergito VII com as 5 cristas normais. Esternitos lisos, com pequeninas granulações esparsas, pouco abundantes; esternito V mais densa e grosseiramente granuloso, com 4 cristas longitudinais granulosas, quase completas. Pentes com 17-19 dentes; lâmina basilar, intermédia da fêmea muito dilatada. Cauda robusta, paralela nos dois sexos, de tegumentos muito escassamente granulosos entre as cristas. Cristas me¬ dianas ventrais paralelas e completas no segmento L Nos seg¬ mentos II a IV elas se fundem em uma crista mediana única, às vezes formada por duas filas de granulações irregular¬ mente entrecruzadas. Cristas laterais inferiores e laterais supe¬ riores completas, presentes nos segmentos I a IV, de granula¬ ções pouco acentuadas. Cristas medianas dorsais regularmente convexas, granulosas, sem granulações maiores, presentes nos segmentos I a IV. Cristas laterais acessórias presentes e com¬ pletas no segmento I. Segmento V opaco, sem granulações, com as 5 cristas longitudinais apenas onduladas. Assim, por¬ tanto, o segmento I apresenta 10 cristas; os segmentos II a IV, 7 cristas e segmento V, 5. Vesícula lisa, com o espinho sob o ferrão muito desenvolvido, pontiagudo, comprimido, com dois grânulos dorsais. Palpos muito finamente granulosos, com as cristas granu¬ losas, acentuadas. Crista mediana anterior da tíbia irregular¬ mente serrilhada, sem dente basilar maior. Mão da largura da tíbia na fêmea (2,8) ou um pouco mais larga no macho (3:2,6); dedo móvel sem lobo (?) ou com fraco lobo basilar, com 16 filas de grânulos no gume. A relação entre o compri¬ mento e largura da mão e o dedo móvel é. c:l:dm = 4,8:2,8:10mm (?) e7,8:3:13mm (3), Localidade-tipo: Caracas, Venezuela. Habitat: Venezuela: Guiana Francesa; e Amapá, Brasil. 410 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL 190. Tityus festae Borelli, 1899 T. f. Borelli, 1899 — Boll . Mus. Zoo/. Anat . Comp. To- tino , 14, N. 338, p. 1. 7\ f. Pocock, 1902 — jB/ o/. Centr. Amer ., p. 42. .á 82mm Tronco 27mm. Cauda 55mm. 2 72mm. Tronco 27mm. Cauda 45mm. Cefalotórax e tergitos pardo-escuro, quase negros. Cau¬ da fulvo-escuro, com o segmento V e a vesícula denegridos. Patas cõr de mogno-escuro. Palpos côr de mogno-escuro, a mão avermelhada, os dedos negros na base e pardo-averme- lhados na metade distai. Pentes amarelo-claro. Esternitos pardos; esternito III com um triângulo amarelo-claro junto à borda posterior. Borda anterior do cefalotórax formando um ângulo muito obtuso, granulosa. Cômoro ocular pouco adiante do meio, de sulco mediano largo e finamente granuloso; cristas supercilia- res granulosas. Tegumentos grosseira e irregularmente gra¬ nulosos. Tergitos irregularmente granulosos, com a crista me¬ diana completa nos segmentos I a VI; tergito VII com as 5 cristas longitudinais normais. Esternitos finamente granulo¬ sos; esternito III com um triângulo posterior liso e brilhante; esternito IV com 2 pequenas cristas granulosas posteriores; esternito V com 4 cristas granulosas quase completas. Pentes com 21-22dentes. Cauda robusta, paralela; tegumentos dos espaços inter- carenais rugosos e finamente granulosos nos segmentos I a III, mais grosseiramente granulosos ncs segmentos IV e V. Cristas medianas ventrais, laterais inferiores e laterais superiores granulosas, completas, presentes nos segmentos I a IV» Cristas medianas dorsais serrilhadas, com o dente pos¬ terior maior e mais saliente nos segmentos II a IV. Cristas laterais acessórias presentes e completas no segmento I e ocupando o terço distai do segmento II. Segmento V com as 5 cristas normais bem acentuadas; na face ventral, entre a crista mediana e as laterais uma fila longitudinal de granula¬ ções perliformes. Vesícula densa e grosseiramente granulosa; o espinho sob o ferrão pontiagudo e com duas granulações dorsais. C. de Mello-LeitÃo — Escorpiões Sul-Americanos 411 Palpos granulosos com as cristas muito acentuadas; cris- ta mediana anterior da tíbia irregularmente serrilhada. Mão bem mais larga que a tíbia (4:3mm); das três cris¬ tas dorsais, a do dedo imóvel é interrompida no meio. Dedo móvel com robusto lobo basilar e 16 filas de grânulos no gume. A relação entre o comprimento e largura da mão e o dedo mó¬ vel é c:l: dm = 6,5:4:11 mm. Localidade-tipo; Danan. Habitat.; Norte da Colômbia. 193. Títyus forcipula (Gervais), 1844 Figs. 168 e 169) Scorpb forcipula Gervais, 1844 — Arch, Mus. Paris, 4, p. 221. Scorpio forcipula Idem, 1844 — Ins. Apt 3, p, 55. * Scorpio (Atracus) gervaisi Berthold, 1846 —* Nachr. Gesells . Gôttingem , 8, p. 56. T. f. Pocock, 1897 — Ann. Mag. Naí. Hist. (6), 19, p. 510. ? Isometrus amedcanus Pocock, 1889 — Ibidem , (7) 4, p. 55. T. f . Kraepelin, 1889 ■— Das Tierreich, 8, p. 79. T. f. Mello-Leitão, 1940 ■—■ Papéis Avulsos , 1 , p. 52. $ 70mm. Tronco 26mm. Cauda 44mm. ? 62mm. Tronco 25mm. Cauda 37mm. Tronco pardo-denegrido uniforme. Cauda do mesmo colorido com os segmentos IV e V negros; vesícula negra, com o ferrão fulvo. Patas da mesma côr do tronco. Palpes pardo-escuro com os dedos negros. Esternitos pardo-escuro; os esternitos I e III com um triângulo posterior esbranquiçado. Pentes testãceos. Ancas pardas, mais ou menos marmoradas de denegrido. Borda anterior do cefalotórax íormando um ângulo muito obtuso, com uma fila de granulaçeõs grosseiras. Cômoro ocular pouco adiante do meio do cefalotórax, os olhos sepa¬ rados mais de um diâmetro, as cristas superciliares com granu¬ lações elípticas. Tegumentos irregularmente granulosos, mais densamente granulosos na metade anterior da prozona, dos 412 Arquivos do. Museu Nacional —* Vol. XL lados do cômoro ocular e atrás, Cristas paramedianas pos- teriores de granulações elípticas. Tergitos densamente gra¬ nulosos, com a metade posterior com granulações mais gros¬ seiras; cada tergito com uma crista transversal sinuosa, com uma fila de grânulos em I a III, 2 filas nos tergitos IV a Ví. Crista mediana completa nos tergitos I a VI, com uma pequena elipse nos tergitos III a VL Tergito VII com a crista mediana romba, com 2 filas de granulações, as laterais internas com¬ pletas, as laterais externas ocupando os quatro quintos poste¬ riores, unidas na base ao ramo externo das cristas laterais internas. Esternitos fínamente granulosos; esternitos I e III. com um triângulo posterior liso e brilhante; as granulações vão-se tornando mais grosseiras do esternito I para V, êste com 5 cristas, a mediana na metade anterior, as laterais inter¬ nas nos quatro quintos posteriores e as laterais externas nos três quintos externos. Fig. 168 — Opérculo genital e pentes de Tiiyus lorcipula Pente com 15-16 dentes; o lobo basilar intermédio da fê¬ mea muito dilatado. Cauda paralela na fêmea; dilatada para trás no macho. Cristas medianas ventrais, laterais inferiores, laterais supe¬ riores e medianas dorsais completas, presentes nos segmentos I a IV, as medianas dorsais com o dente posterior pontiagudo, muito maior. Cristas laterais acessórias completas no seg¬ mento I, representadas no segmento II por 4 ou 5 grânulos posteriores. Tegumentos muito granulosos. Segmento V com as cristas laterais superiores obsoletas; 3 cristas ven trais muito C. de MelloLeitão — Escorpiões Sul-Americanos 413 acentuadas. Vesícula com longos pelos pardos seriados e ou¬ tros brancos, muito menores, irregularmente esparsos. Es¬ pinho contíguo à base do ferrão, pontiagudo, com 2 grânulos. Fig. 169 — Palpo direito de Tityus fotci pula Palpos finamente granulosos, com as cristas ^muito acen¬ tuadas; crista mediana anterior do fêmur e da tíbia irregular¬ mente serrilhadas, com dentes pontiagudos maiores e menores. Cristas do dedo imóvel interrompidas no meio da mão, não alcançando a base. Mão mais larga que a tíbia nos dois se¬ xos; dedo móvel com lobo basilar muito acentuado, com 16 fi¬ las de grânulos. A relação entre o comprimento e largura da mão e o dedo móvel é c;l:dm — 5,2;2,9:8,2mm ( $ ) e. . . . . 6:3,8:9mm ( $ ). Localidade-tipo: Popahan, Colômbia. Habitat: Colômbia. A presente redescrição foi calcada em exemplares da Fugasuga. 192. Tityus forcipula spinatus Pocock, 1898 Tityus spinatus Pocock, 1898 *— Ann , Mag. Nat. Hist. (7), 1, p. 416. Tityus spinatus Kraepelin, 1899 ■— Das Tietreich , 8, p. 79. T. f . s. Mello-Leitão, 1931 — An. Acad. Bras. Ci , 3, p. 133. S 58mm. Tronco 23mm . Cauda 35mm. Corpo e apêndices de colorido quase negro uniforme; os esternitos pardo-escuro. 414 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL Cefalotórax e tergítos grosseiramente granulosos; os ter- gitos I a VI com a crista mediana completa; tergito VII com as 5 cristas granulosas normais . Esternitos finamente granu¬ losos. Pentes com 15 dentes. Cauda espessada para trás, nos segmentos IV e V. Cris¬ tas medianas ventrais, laterais inferiores e laterais superiores completas, granulosas, presentes nos segmentos II a IV* Cris¬ tas medianas dorsais serrilhadas, com o dente posterior maior e mais saliente nos segmentos II a I V. Cristas laterais aces¬ sórias completas no segmento I; presentes na metade poste¬ rior do segmento II. Segmento V mais grosseiramente gra¬ nuloso, com as cristas laterais superiores serrilhadas. Vesí- cula grosseiramente granulosa; o espinho sob o ferrão pon¬ tiagudo e com 2 granulações basilares. Palpos granulosos, com as cristas acentuadas. Mão pouco mais larga que a tíbia, com as cristas fracas e completas; dedo móvel com fraco lobo basilar e 15 filas de grânulos no gume. À relação entre o comprimento e largura da mão e o dedo móvel é c:l: dm — 4:3:8,8mm. Localidade-tipo: Cuenca, Equador. 193. Tityits fuhrmanm, Kraepelin, 1914 T, f . Kraepelin, 1914 —■ Mém, Soc. Neuch, Sei . Nat., 13, p. 17. $ 7Omm. Tronco 24mm. Cauda 46mm. $ óOmm. Tronco 26mm . Cauda 34mm. Tronco, cauda e patas pardo-avermeíhadas-escuro; seg¬ mento caudal V denegrido. Palpos pardo-avermelhados, um pouco mais claros que o tronco, os dedos negros. Esternitos do mesmo colorido do dorso; o esternito I um pouco mais claro. Pentes amarelo-claro. Os indivíduos jovens são bem mais claros, com três faixas escuras e patas e palpos marmo- rados de negro. Cefalotórax e tergitos grosseiramence granulosos. Es¬ ternitos densa e grosseiramente granulosos; esternito III com um triângulo liso e brilhante junto à borda posterior. Pentes com 15-18 dentes, a lâmina intermediária basilar da fêmea dilatada, oblonga. C, de Mello-Leitão — Escorpiões Sul-Americanos 415 Cauda robusta. Na fêmea os segmentos I a III são da mesma largura, os segmentos IV e V levemente mais estrei¬ tos, no macho a cauda se espessa do segmento I para o seg¬ mento III (5mm:ó,2mm), estreitando-se consíderàvelmente para o segmento V (6,2mm:4,2mm). Cristas medianas ven- traís, laterais inferiores e laterais superiores granulosas, com¬ pletas, presentes nos segmentos I a IV (no macho as laterais superiores do segmento IV são quase obsoletas). Cristas me¬ dianas dorsais dos segmentos I a III serrilhadas, regularmente convexas, com o dente posterior mais robusto, sobretudo no segmento III; no segmento IV as cristas medianas dorsais são retas e no macho (ao contrário de tôdas as outras espécies) são côncavas, com os 2 dentes distais, em ambos os sexos, muito mais robustos. Tegumentos granulosos. Segmento caudal V com as cristas pouco acentuadas. Vesícula pouco granulosa, com curtas cerdas brancas esparsas. Espinho sob o ferrão rombo, com 2 pequenos grânulos dorsais. Palpos finamente granulosos, com as cristas bem acen¬ tuadas; crista mediana anterior da tíbia irregularmente serri¬ lhada; mão igual ( $ ) ou pouco mais larga ( $ ) que a tíbia, com 3 cristas curtas de granulações perliformes. Dedo móvel sem lobo basilar com 14 ou 15 filas de granulaçeos no gume, A relação entre o comprimento e largura da mão e o dedo mó¬ vel é c: 1 : dm 4:3:1 Omm ( I ) e 4,8; 2,5:1 Omm ( 2 ). Telotarsos com a face inferior com os pelos escassos, em filas longitudinais. Localidade-tipo: Angelópolis, Colômbia. 194. Tityus Itinesíus, Hirst, 1911 T. [. First, 1911 — Ann , Mag. Nat. Hist . (8) 8, p. 467. <í 56mm. Tronco 20mm. Cauda 3ómm. $ 5õmm. Tronco 23,5mm. Cauda 32.5mm. Tronco pardo-avermelhado ou pardo-denegrido. Cauda da côr do tronco, com os segmentos IV e V mais escuros. Pa¬ tas e palpos fulvos, dedos denegridos, de ponta amarelada. Esternitos pardos; pentes amarelados. Borda anterior do cefaloíórax sinuosa, com um entalhe mediano, granuloso. Cômoro ocular pouco adiante do meio, as cristas superciliares granulosas. Tegumentos densa e 416 Arquivos do. Museu Nacional — Vol, XL grosseiramente granulosos. Tergitos densamente granulo¬ sos; a crista mediana completa nos tergitos I a VI, Tergito VII com as 5 cristas normais, Esternitos finamente granu¬ losos, sem áreas lisas. Pentes com 13-16 dentes; lâmina basilar intermédia da fêmea fortemente dilatada. Cauda robusta, quase paralela na fêmea. (I:V = 3,5:3mm) e fortemente dilatada para trás no macho (I:V = 3,75:4,6mm). Cristas fortes em ambos os sexos. Cristas medianas ventrais paralelas no segmento I; conver¬ gentes para trás no segmento II, sem que cheguem a fundir-se; fundidas no terço ou na metade posterior do segmento III, formando um Y; completamente fundidas em uma só, media¬ na, no segmento IV, Cristas laterais inferiores e laterais supe¬ riores granulosas, completas nos segmentos I a IV, Cristas laterais acessórias completas no segmento I e ocupando a me¬ tade posterior do segmento II, Cristas medianas dorsais ser¬ rilhadas, com o dente posterior maior e mais saliente nos seg¬ mentos II a IV, Segmento V mais gtosseiramente granuloso, com 5 cristas; na face ven trai há uma fila de granulações de cada lado da crista mediana. Vesícula granulosa, com o es¬ pinho sob o ferrão pontiagudo e com 2 grânulos basilares. Palpos granulosos, com as cristas bem acentuadas. Cris¬ ta mediana anterior da tíbia irregularmente serrilhada. Mão da largura da tíbia na fêmea, muito mais larga no macho, , . . (4,25:2,75mm), com a crista do dedo imóvel interrompida. Dedo móvel do macho com robusto lobo basilar e 14 filas de grânulos no gume,  relação entre o comprimento e lar¬ gura da mão e o dedo móvel é c;l:dm= 5:4,25:8,25mm ( ê ) e 2,5:2,5:7,5 (?). Localidade-tipo: Venezuela. 195, Tityus kraepelinianus Mello-Leitão, 1931 Tityus kaepelini Pocock, 1902 — Ânn. Mag . Nat. Hist. (7) , 10 , p. 378 (nec T. ktaepiüni Borelli, 1899). ? Tityus pococki Hirst 1911 — Ann . Mag, Nat . .Hist, (8) , 8 p. 468, T. k. Mello-Leitão, 1931 — Ân. Acad , Bras , CzL, 3, p. 138. C, de Mellq-Leitão — Escorpiões Sul-Americanos : 4Í7 $ 62mm. Tronco 22mm. Cauda 40mm. $ 62mm. Tronco 25mm. Cauda 37mm. Não conheço esta espécie, da qual dá Pocock a seguinte descrição: “Afim a Titijus magnimanus f mas com as cristas media¬ nas ventrais do segmento caudal III não fundidas, apenas converg ndo no terço posterior do segmento; cristas medianas ven trais do segmento caudal IV confluentes na metade pos¬ terior do segmento, sem, ccntudo, formar uma crista longitu¬ dinal mediana definida, como em T. magnimanus, mas uma série de granulações irregularmente dispostas. ‘V. Colorido geral denegrido, com os palpos, exceto os dedos, avermelhados. Cauda um pouco maior que a de T . magnimanus . Palpos muito semelhantes aos desta espécie, mas com os dedos muito mais curtos, o dedo móvel é apenas Igual ao quarto segmento caudal enquanto o de T. magnima¬ nus é maior que o quinto. “ 2 . Difere das de T.magnimanus e T. tdnitatis pela estrutura das cristas medianas ventrais dos segmento caudais III e IV, diferindo, além disso, de T . trinitatis na maior es¬ pessura da cauda”. A relação entre o comprimento e largura da mão e o dedo móvel é c:l:dm = 5,5:3,3:7,5 (á) e 4,5:3,5:8mm ( 2 ). Localidade-tipo : Equador. 196. Tityus macrochirus Pocock, 1897 T. m . Pocock, 1897 Ann. Mag, Nat. Hist. (6), 19, p. 512. T, m. Kraepelin, 1899 Das Tieneich, 8, p. 79, T. m. Kraepelin, 1914 ■— Mém. Soc . Neuch. Sei . Nat., 13, p. 10, s 63mm. Tronco 24mm. Cauda 44mm. 2 64mm. Tronco 25mm. Cauda 39mm. Côr do tronco e cauda pardo-escuro ou negro-esverdea- da; patas e palpos amarelo-avermelhados; dedos negros. Não conheço esta espécie. Escrece Pocock: “Aliado a T, pachyurus e T , forcipula , 418 Arquivos do Museu Nacional — Voi. XL “2 . Cristas transversais dos tergitos menos acentua¬ das; cristas medianas dorsais da cauda mais robustas no seg¬ mento IV, terminando em um longo dentículo, como os seg¬ mentos II e III, o quarto segmento um pouco mais íargo que o primeiro; vesícula lisa, pontuada, sem grânulos, um pouco mais larga que a tíbia, mas nitidamente mais estreita que a mão, que apresenta cristas fracas; dedos mais curtos que em T , pachyums . Pentes com M-16 dentes. ( $ ) Cauda como nafêmea, porém mais longa e mais espêssa, com o quarto segmento um pouco mais largo que o primeiro; vesícula nitidamente mais larga que a tíbia. “Palpos mais longos e mais delgados que em T .pachyu~ ms; tíbia quase quatro vêzes mais longa que larga; mão muito mais larga que a tíbia; dedos reíativamente pouco sinuosos e lobados. "Pentes com 15-17 dentes”. A relação entre o comprimento e largura da mão e o dedo móvel é c;l:dm == 5:3,5:8,lmm ( 2 ) e 8:4,1: lOmm ( o). Localidade-tipo: Bogotá, Colômbia. 197. Tityus magnimanus Pocock, 1897 T. m. Pocock, 1897 ■— Ann. Mag. Nat. Hist. (6), 19, p. 514. T. m. Kraepelin, 1899 — Das Tierreich , 8 p. 78. T. m. Penther, 1912 — Ann. K.K. Naturh. Hofmus 27, p. 240. T. m. Mello-Campos, 1925 —■ Mem. Inst. Osvaldo Cruz, 27, p. 263. T. m. Mello-Leitão, 1931 — In. Acad. Bras. Ci. f 3, p. 136. $ 68mm. Tronco 25mm. Cauda 43mm. 2 65mm. Tronco 28mm. Cauda 37mm. Cefalotórax e tergitos pardo-escuro, fulvescentes. Cau¬ da da cor do tronco, com os segmentos caudais I Ve V e vesí¬ cula denegridos. Patas da côr do trcnco. Palpos um pouco mais avermelhados, com os dedos negros. Esternitos pardo- escuro. Pentes testáceo-pardacentos. Ancas e lobos maxila¬ res pardo-escuro. C. de Mello-Leitão — Escorpiões Sul-Americanos 419 Borda anterior do cefalotórax em ângulo muito obtuso, granulosa. Cômoro ocular com o sulco largo, finamente gra¬ nuloso, as cristas superciliares grosseiramente granulosas. Tegumentos irregularmente granulosos, com granulações grosseiras, das quais apenas se destacam as cristas que con¬ tinuam as superciliares e as paramedianas posteriores. Ter- gitos densamente granulosos; crista mediana completa nos ter- gitos I a IV; tergito VII com as cristas normais, Esternííos mui levemente granulosos, esternito IV com 2 pequenas cris¬ tas posteriores; esternito V com 4 cristas quase complettas, cristas posteriores; esternito V com as 4 cristas quase comple¬ tas. Pentes com 19 dentes; lâmina basilar intermédia da fê¬ mea fortemente dilatada. Cauda robusta, levemente estreitada para trás na fêmea, levem ente dilatada nos segmentes IV e V no macho. Tegu¬ mentos fina e escassamente granulosos. Cristas medianas ventrais paralelas e completas nos segmentos I e II; reunindo- se no terço posterior em uma crista mediana única, no seg¬ mento III; apresentando-se no segmento IV como uma crista mediana única em seus dois terços posteriores e formando um ângulo agudo no terço anterior, de modo que nesses segmentes III e IV elas formam figuras em Y, com os ramos duas vêzes maiores que o tronco no segmento III e com o tronco duas vê¬ zes maior que os ramos no segmento IV. Cristas laterais infe¬ riores e laterais superiores granulosas, completas nos segmen¬ tos I a IV, Cristas laterais acessórias completas no segmento I e ocupando o têrço posterior do segmento II. Cristas medianas dorsais granulosas, com uma granulação espiniforme posterior, maior e mais saliente nos segmentos II e IV, Vesícula quase lisa, com o espinho sob o ferrão pontiagudo e com dois grânu¬ los dorsais, Palpos escassa e finamente granulosos, com as cristas bem acentuadas; crista mediana anterior da tíbia irregular- mente serrilhada. Mão com as cristas completas, da largura da tíbia na fêmea, muito mais larga no macho (4,5:3mm); dedo móvel do macho com robusto lobo basilar e com ló filas de grânulos no gume. A relação entre o comprimento e lar- 420 Arquivos do Museu Nacional —- Vól. XL gura da mão e o dedo móvel ê c:l:dm = 5:4,5:9,5mm ( & ) e 4,5:3:9mm ( ? ), Localidade-tipo: Marajó, Pará, Brasil. Habitat: Amazônia, Venezuela, Colômbia. 198. Tityus magnimanas interstiíialis Mello-Leitão, 1939 T. m. i. Mello-Leitão, 1939 — Physis , 17 p. 66» 2 80mm. Tronco 30mm. Cauda 5ümm. Todo o corpo (tronco, cauda e apêndices) negro; só os pentes pardos. Ceíalotórax densa e irregularmente granuloso; cômoro ocular com as cristas supercüiares granulosas. Tergitos den- samente granulosos; a crista mediana completa nos tergicos 1 a VI; tergito Vil com as 3 cnstas normais. Hsternitos densa e íinamente granulosos; estermto iV com 2 pequenas cristas e esternito V com d. Pentes com 19 dentes; lâmina basilar intermédia forte¬ mente dilatada. Cauda paralela, espaços intercarenais granulosos. Cris¬ tas medianas ventrais paralelas nos segmentos 1 e 11, unindo- se perto da extremidade posterior do segmento III e no terço posterior do segmento IV onde formam uma Lgura em ampu¬ lheta. Cristas laterais inferiores e laterais superiores comple¬ tas, granulosas, presentes nos segmentos I a IV. Cristas me¬ dianas dorsais com o grânulo posterior espiniforme e mais sa¬ liente nos segmentos lia IV. Cristas laterais acessórias com¬ pletas no segmento I e ocupando o têrço posterior do seg¬ mento II. Segmento V ma.s densamente granuloso, com as 5 cristas normais. Vesícula quase lisa; espinho sob o ferrão cônico e com 2 grânulos basilares, Palpos granulosos, com as cristas, acentuadas. Crista mediana anterior da tíbia serrilhada, com dentes maiores e me¬ nores alternos. Mão mais larga que a tíbia; dedo móvel com pequeno lobo basilar e 15 filas de granulações no gume. Localidade-tipo: Mérida, Venezuela. C. de Mello-Leitão — Escorpiões Sul-Americanos 421 199. Tiíyus magnimamts rugosus, Schenkel, 1932 T, m. r. Schenkel, 1932 — Rev. Suisse Zoll.> 39, p. 388. 5' 63mm. Tronco 26,5mm, Cauda 3ó,5mm. $ 2mm.Tronco 28,5mm. Cauda 33,5mm. Colorido geral pardo-denegrido uniforme; pentes pardos. Cefaloíórax densa e finamente granuloso; dos lados há granulações mais grosseiras, irregularmente esparsas. Cô¬ moro ocular com as cristas superciliares granulosas. Tergitos finamente granulosos» com uma fila transversal sinuosa de granulações grosseiras» perto da borda posterior. Crista me¬ diana dorsal completa nos tergitos I a VI; as 4 cristas longi¬ tudinais do tergito VII quase atingindo a borda anterior, uni¬ das adiante por uma crista curva, de concavidade posterior, de granulações irregulares. Esternitos granulosos, com granu¬ lações que vão aumentando do estern tc I para o esternito V; esternitos II e III com uma área mediana posterior lisa; ester¬ nito V com as 4 cristas formadas por granulações brilhantes. Pentes com 16 dentes no macho e 16 a 18 dentes na fê¬ mea, de lâmina basilar intermédia da fêmea muito dilatada. Cauda robusta, paralela nos dois sexos. Face dorsal dos segmentos I a III granulosa, em IV é quase lisa e em V ínteiramente lisa. Cristas medanas ventrais duplas e comple¬ tas, paralelas, nos segmentos I e II; unindo-se no quarto pos¬ terior do segmento III, formando um Y de ramos longos; e no segmento IV são duplas na metade anterior reunindo-se em uma na metade posterior. Cristas laterais inferiores, laterais superiores granulosas, completas, presentes nos segmentos I a IV. Cristas medianas dorsais completas nos segmentos I a IV, granulosas, com o grânulo posterior pontiagudo e mais saliente, sobretudo no segmento III. Segmento V mais grosseiramente granuloso, com as cris¬ tas laterais superiores obsoletas no macho, pouco acentuadas na fêmea. Vesícula pouco granulosa, com um espinho cônico sob o ferrão, com 3 grânulos dorsais. Fêmur dos palpos com 5 cristas granulosas; a mediana anterior com 2-3 grânulos maiores*, crista mediana anterior da tíbia irregularmente denteada . Mão chagrinêe, da largura da tíbia na fêmea, um pouco mais larga no macho; dedo móvel 422 Arquivos dq Museu Nacional — Vol. XL com um robusto lobo basilar no macho (pouco acentuado na fêmea), com 14 a 16 filas de grânulos. A relação entre o comprimento e largura da mão e o dedo móvel é. c;l:dm = 5:3,3:7mm ( $ ) e 4,2:3:8mm (9). Localidade-tipo: Tabay, Merida, Venezuela 200. Tifyus metuendus Pocock, 1897 (Figs. 170 e 171) T. m. Pocock, 1897 -— Ann. Mag. Nat. Hist. (6), 19. p. 361. T. m. Kraepelin, 1899 — Das Tierreich, 8, p. 80. T . m. Mello-Campos, 1925 — Men. Inst. Osvaldo Cruz, 17, p. 265. ê 95mm. Tronco 36rnm. Cauda 59nim. 9 90mm. 1 ronco 38mm. Cauda 52mm. Fíg. 170 — Opérculo genital e pentes de Tifyus metuendus Tronco e cauda pardo-denegrido, uniformes. Patas e pal- pos da côr do corpo. Esternitos, ancas e lobos maxilares pardo-escuro. Pentes testáceos. Esternito III com um triân¬ gulo posterior esbranquiçado. Borda anterior do cefalotórax formando um ângulo mui¬ to obtuso. Cômoro ocular situado pouco adiante do meio, com as cristas superciliares granulosas. Tegumentos irregular- mente granulosos, Tergitos densamente granulosos; a crista C. de Mello-LeitÃo — Escorpiões Sul-Americanos 423 mediana completa nos tergitos I a VI; tergito VII com a crista mediana ocupando os dois terços anteriores; cristas la¬ terais muito curvas para fora, levemente divergentes, unidas na base por um arco granuloso, Esternitos finamente granu¬ losos; esternito III com um triângulo posterior liso e brilhante; esternito V com 4 cristas mais grosseiramente granulosas. Pentes com 19 a 2Í dentes; lâmina basilar intermédia da fêmea dilatada. Cauda robusta, paralela na fêmea, bem dilatada para trás (I: IV — 5: 6mm) no macho; tegumentos escassamente gra¬ nulosos. Cristas medianas ventrais, laterais inferiores, late¬ rais superiores e medianas dorsais completas, granulosas, pre¬ sentes nos segmentos I a IV, as medianas dorsais regular¬ mente convexas, sem grânulos maiores. Cristas laterais aces¬ sórias completas no segmento I, presentes na metade poste¬ rior do segmento II. Segmento V de cristas superiores obso¬ letas no macho, as outras cristas pouco acentuadas. Vesícula 424 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL granulosa, com o espinho sob o ferrão pontiagudo, com 2 gra- nulaçeõs dorsais, Palpos escassamente granulosos, com as cristas acentua¬ das; crista mediana anterior da tíbia irregularmente serri¬ lhada, Mão com as cristas do dedo imóvel interrompidas, mais larga que a tíbia |4:3,3mm ( 9 e 5,8:3,6 ( $ ]. Dedo móvel do macho com robusto lobo basilar e 16 filas de gr⬠nulos no gume.  relação entre o comprimento e largura da mão e o dedo móvel é c:l:dm = 8:5,8:13mm ( o ) e. 6;4:.12mm ( 9 J. Localidade-tipo: Iquitos, Perú. Habitat: Pará, Amazonas; Perú. 201. Tityu-s neglecíus Mello-Leito, 1932 T. m. Mello-Leitão, 1932 — Avq, Mus . Nac 34, p. 9 3 64mm. Tronco 23mm. Cauda 41 mm. Cefalotórax pardo, com um triângulo fulvo-escuro adian¬ te do cômoro ocular. Tergitos pardos. Esternitos pardo-cía- ro. Cauda parda, escurecendo regularmente do segmento III para trás; vesícula fulvo-escuro. Patas amarelas. Palpos ama¬ relos, de dedos fulvo-escuro. Pentes pardo-aclzentados. Borda anterior do cefalotórax formando um ângulo mui¬ to obtuso, granulosa. Cômoro ocular pouco adiante do meio, com as cristas superciliares granulosas. Cefalotórax fina¬ mente granuloso, com uma área anterior de granulações maio¬ res e mais densas, que vai do cômoro ocular aos olhes late¬ rais, havendo adiante uma larga faixa transversal de granu¬ lações grosseiras e sôbre os olhos laterais granulações maiores (uma para cada estema). Tergitos muito granulosos, cada qual com uma fila posterior de grânulos maiores; tergitos II a VI com a alça, de concavidade anterior, de granulações grosseiras. Crista mediana completa, muito acentuada, sobretudo nos ter¬ gitos III a VI, e formando no tergito VII uma elevação romba, triangular alongada; tergito VII com as cristas laterais inter¬ nas bífidas adiante, maiores que as laterais externas. Esternitos muito granulosos; esternito IV com 2 cristas longitudinais nos dois terços posteriores; esternito V com 4 cristas longitudinais granulosas, as internas completas, conti¬ nuando as do esternito IV. C. de MelloLeítÃo — Escorpiões Sul-Americanos 425 Pentes com 20 dentes; lâmina basilar intermédia muito dilatada; peças basilares finamente granulosas. Cauda rcbusta, levemente dilatada para trás; espaços en¬ tre as cristas finamente granulosos. Cristas medianas ventrais, laterais inferiores, laterais superiores e medianas dorsais com¬ pletas, presentes nos segmentos I a IV, as medianas dorsais regularmente convexas, sem grânulos maiores. Cristas late¬ rais acessórias completas no segmento I, e presentes na me¬ tade posterior do segmento II. Segmento V com uma crista mediana ventral, duas laterais inferiores mas sem cristas la¬ terais superiores. Vesícula granulosa, com o espinho sob o ferrão pontiagudo, robusto, com dois grânulos basilares. Paípos: fêmur granuloso, direito, com 5 cristas denticula- das, sendo a mediana anterior de dentes muito desiguais. Tí¬ bia com 5 cristas, a mediana anterior formada de rcbustos den¬ tes, irregularmente dispostos entre as granulações menores. Mão da largura da tíbia com as cristas pouco acentuadas; dedo móvel sem lobo basilar, com 14 filas de grânulos no gume. A relação entre o comprimento e largura da mão e o dedo móvel é c: 1: dm = 5,5:2,ó:8,5mm. Localidade-tipo: Rio Grande do Norte, Brasil. 202. Tityus nemaíochirus Mello-Leitão, 1940 (Figs. 172 e 173) T. m. Mello-Leitão, 1940 — Papéis Avulsos , 1, p. 54. $ 95mm. Tronco 32mm. Cauda 63mm. Colorido geral castanho-escuro. Nos tergitos I a Ví e nos esternitos uma faixa longitudinal mediana mais escura. Patas e palpos de colorido pardo uniforme, mais claro que o tronco. Pentes pardos. Borda anterior do cefalotórax formando ângulo muito obtuso, quase liso. Cômoro ocular medíocre pouco adiante do meio, ccm o sulco mediano, largo e profundo, áspero, de cris¬ tas supere.'liares rugosas, sem granulações. Tegumentos com poucas granulações irregularmente esparsas. Sulco mediano posterior profundo. Adiante do cômoro ocular uma fosseta larga e profunda. Tergitos I a VI fina e escassamente gra¬ nulosos, com uma fila distai de granulações grosseiras; cris¬ ta mediana pouco saliente, completa nos tergitos II a VI. Ter- 426 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL gito VII com uma depressão mediana ocupando os três quin¬ tos posteriores; as cristas paramedianas e laterais ocupam os quatro quintos posteriores e estão unidas por uma crista trans¬ versal quase reta; cristas marginais serrilhadas, de dentículos pontagudos, Esternitos lisos; esternito V com 2 cristas lon¬ gitudinais de granulações pouco acentuadas. Fig. - 172 -— Opcrculo genital e pentes de Tityus nematochirus Pentes com 21-22 dentes. Cauda paralela, lisa entre as cristas. Cristas medianas ventrais, laterais inferiores, laterais superiores e medianas dor¬ sais granulosas, completas, presentes ncs segmentos I a IV. as medianas dorsais sem granulações maiores. Cristas late¬ rais acessórias completas no segmento I e presentes no quinto posterior do segmento II. Segmento V convexo, sem depres¬ são mediana dorsal, muito pouco granuloso, de cristas late¬ rais superiores quase obsoletas e cristas ventrais pouco acen- tudas. Vesícula muito pouco granulosa, com o espinho sob o ferrão pontiagudo. Palpos com os tegumentos quase lisos, de segmentos mui¬ to delgados e alongados. Fêmur levemente curvo, muito del¬ gado (o comprimento quase dez vêzes a largura = 18:1,9mm). com 4 cristas de granulações pouco nítidas; tíbia levemente mais espessa (o comprimento quase oito vêzes a largura —- I9:2,4mm) com as cristas bem marcadas, sem espessa- mento basilar; crista mediana anterior de granulações pouco ní- C. de Meleo-Leitão — Escorpiões Sul-Americanos 427 tidas e pouco abundantes e muito afastadas; mão mais del¬ gada que o fêmur, ccm cristas rombas; dedo móvel sem lobo basilar, com 17 filas de grânulos no gume. A relação entre o comprimento e largura da mão e o dedo móvel é.. . c: 1: dm = 10:1,8:17mm. Localidade-tipo: Villavicencio, Colômbia. 203. Tityus pacliyurus Pocock, 1897 (Figs. 174 e 175) T. p. Pocock, 1897 — Ann. Mag. Nat. HistA (6) 19, p. 511. T. p. Kraepelin 1899 — Das Tierreich , 8, p . 80. T. p. Idem, 1914 — Mém. Soc . Neuch. Sei. Nat , 13, p, 11. 2 67mm. Tronco 23mm. Cauda 44mm, $ 61 mm. Tronco 20mm. Cauda 41 mm. Estas são as medidas dos tipos de Pocock. A presente redescrição é feita sôbre uma fêmea de San Mateo, Colômbia, cujas medidas eram: Corpo 80mm, Tronco 34mm. Cauda 46mm. Negro uniforme, os palpos pardo-escuro ccm os dedos nigérrimos. Borda anterior do cefalotórax formando um ângulo muito obtuso, com uma fila dcrsal de grossas granulações. Cômoro ocular pouco adiante do meio, os olhos separados pouco mais 428 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL de um diâmetro; cristas superciliares com granulações elípticas. Tegumentos densa e irregularmente granulosos, com granula¬ ções grosseiras. Tergitos finamente granulosos. Tergito I com uma fila marginal posterior de grossas granulações, singela no meio, bífida dos lados; tergito If com uma fila marginal de grossas granulações e outra sinuosa, quase contígua à margi¬ nal; tergito III com a fila marginal e a crista sinuosa com 2 fi¬ las de granulações grosse'ras; tergitos IV a VI com a crista sinuosa romba, com várias filas de granulações grosseiras. Crista mediana representada por um grânulo no tergito I; ocupando a metade distai des tergitos II a IV e os três quartos posteriores dos tergitos V e VI. Tergito VII com a crista mediana formada por duas filas de granulações; as cristas la¬ terais ocupando os três quartos posteriores, unidas na base por uma alça granulosa. Estern to I com granulações grosseiras na base, em sua porção mediana, e dos lados, nos dois têrços anteriores; esternitos II a IV com uma pequena área lateral basilar de grossas granulações; esternito V muito granuloso, com 5 cristas, a mediana ocupando a metade anterior; as late¬ rais internas ocupam os dois têrços posteriores e as laterais externas o terço médio. Fig. 174 —- Opérculo gsnita] e pentes de Tityus pachyutus Pentes: Pocock dá para o macho 19 dentes; Kraepelin encontrou 22-24 no mesmo sexo; a fêmea de San Mate-o tinha 27 dentes e a lâmina basimr intermédia muito dilatada, quase regularmente circular. C. de MelloLeitão — Escorpiões Sul-àmericanos 42V Cauda espessando-se notàvelmente para trás, sobretudo no macho (Pocock dá do segmento I para IV — 4,5-5mm ( $ ) e 4,5:6mm (6 )l na fêmea de San Mateo a relação e 4,8:5,8mm). Cristas medianas ventrais, laterais inferiores, la¬ terais superiores e medianas dorsais completas, presentes nos segmentos I a IV; as medianas dorsais com o dente posterior mais robusto nos segmentos II e III. Cristas laterais acessórias completas no segmento I e presentes na metade posterior do segmento II (continuando até à base numa fila de granula¬ ções), Tegumentos quase lisos. Segmento V com as cristas muito acentuadas. Vesícula quase sem granulações; espinho da base do ferrão pontiagudo, com dois grânulos. Fig. 175 — Palpo- direito de Tityus pachyurus Palpos granulosos, com as cristas muito acentuadas; crista mediana anterior da tíbia irregularmente serrilhada, com den¬ tes maiores e menores; mão mais larga que a tíbia [3,6:3,2 e 3,8:3,3mm ($) e 5:3,2mm (£)]; dedo móvel com robusto lobo basilar e ló filas de grânulos no gume. A relação entre o comprimento e largura e o dedo móvel é c:l:dm = 6,2:3,8: : 10,6mm. Localidade-tipo: Bogotá, Colômbia. Habitat: Colômbia e Venezuela, 430 Arquivos do Museu Nacional —• Vol. XL 204. Tiíyus pugllator Pocock, 1898 T . p. Pocock, 1898 — Ann . Mag. Nat. Hist . (7), 1 , p. 413, TL p. Kraepelin, 1899 — Das Tievveich, 8, p. 79. ^ 51 mm. Tronco 21 mm. Cauda 30mm. Tronco negro, cauda negro-esverdeada; patas e palpos pardo amarelados. Cefalotórax e tergitos densa e grosseiramente granulosos, Esternitos densa e finamente granulosos; esternito ííí com uma área posterior lisa e brdhante; esternito V com 4 cristas gra¬ nulosas curtas. Pentes com 15-16 dentes; lâmina intermédia basilar angu¬ losa ( $ ) ou íortemente dilatada ( 2 ). Cauda robusta, dilatando-se sensivelmente para trás, de tegumentos fracamente granulosos. Cristas medianas ven- trais, laterais inferiores, laterais superiores e medianas dorsais granulosas, completas, presentes nos segmentos I a IV, as me¬ dianas dorsais sem grânulos maiores. Cristas laterais aces¬ sórias completas no segmento í, representadas no segmento II por uma fila posterior de 4.ou 5 grânulos. Segmento V com as 5 cristas granulosas pcuco acentuadas. Vesícula quase lisa; o espinho bem separado da base do ferrão e com dois grânulos basilares» Palpos finamente granulosos, com as cristas acentuadas. Cristas medianas anteriores do fêmur e da tíbia com den¬ tes irregulares, maiores e menores. Mão mais larga que a tíbia, ccm as cristas completas; dedo móvel com robusto lobo basilar e 13 filas de dentes no gume. A relação entre o comprimento e largura da mão e o dedo móvel é c:i:dm = 4:3,3:6,5mm. Localidade-tipo: Cachaví, Equador. 205. Tiíyus rosenbergi Pocock, 1898 T. r. Pocock, 1898 *— Ann . Mag, Nat, Hist. (7), 1, p. 415. | T . r. /(raepeiin, 1899 — Das Tievveich, 8, p. 79. 9 69mm. Tronco 28,5mm. Cauda 40.5mm. Tronco e cauda negros uniformes. Patas negras, Palpos negros com os dedos côr de mogno» Pentes pardo-amarelados. C. de MelloLeitao 431 Escorpiões Sul-Americanos Cef alo tórax irregularmente granuloso. Cômoro ocular com as cristas superciliares granulosas, Tergitos finamente granulosos; crista mediana completa nos tergitos í a VI: ter- gito VII com 5 cristas. Esternitos fracamente granulosos; es- temi to V com d cristas. Pentes com 21 dentes; lâmina basilar intermédia forte¬ mente dilatada. Cauda robusta, paralela, cem os espaços intercarenais muito pouco granulosos. Cristas medianas ventrais, laterais inferiores, laterais superiores e medianas dorsais granulosas, completas, presentes nos segmentos I a IV, as medianas dor¬ sais sem granulações maiores. Cristas laterais acessórias com¬ pletas no segmento caudal I e presentes no terço posterior do segmento II. Segmento V mais densamente granuloso, com 5 cr.stas longitudinais. Vesícula quase lisa, com o espinho um pouco abaixo da base do ferrão, cônico, com 2 granules dor¬ sais. Palpos finamente granulosos, com as cristas muito acen¬ tuadas. Cristas medianas anterior da tíbia, irregularmente ser¬ rilhada. Mão mais estreita que a tíbia, dedo móvel com fraco lobo basilar, com 15 filas de grânulos no gume. A relação en¬ tre o comprimento e largura da mão e o dedo móvel é. c; 1: dm — 4; 2,3:10,2mm. Localidade-tipo: Cachaví, Equador, 206. Tityus timendus Pocock, 1898 T. t. Pocock, 1898 ~~ Ann, Mag , Nat. Hist . (7), I, p. 414. T. t. Kraepelin, 1899 — Das Tierdech , 8, p. 80. o 70mm. Tronco 27mm. Cauda 43mrn. Tronco, cauda, esternitos, patas e palpos negres, unifor¬ mes. Pentes amarelo-pardacentos. Borda anterior do cefalotórax em ângulo muito obtuso, granulosa. Cômoro ocular pouco adiante do meio do cefalotórax, com o sulco largo, finamente granuloso; cristas superciliares granulosas. 432 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL Tegumentos irregularmente granulosos. Tergitos muito granulosos, com a crista mediana completa nos terg.tos I a Ví; tergito VIí com as 5 cristas normais. Esternitos finamente granulosos, tornando-se mais grosseiramente granulosos nos esternitos IV e V; esternito V com d cristas. Esternitcs II a IV com uma área pos tenor lisa e brilhante. Pentes com 19-21 dentes. Cauda quase paralela, apenas levemente dilatada no seg¬ mento V. Cristas medianas ventra.s, laterais inferiores, late¬ rais superiores e medianas dorsais completas, fortemente gra¬ nulosas, presentes nos segmentos I a IV; cristas medianas dor¬ sais sem grânulcs maiores. Cristas laterais acessórias comple¬ tas no segmento 1 e presentes na metade posterior do seg¬ mento II. Segmento V mais grosseiramente granuloso, com as cristas laterais superiores quase obsoletas. Vesícula granulosa, com o esp.nho um pcuco abaixo do ferrão, cônico, com 2 grânulos dorsais, Palpos finamente granulosos, com cristas acentuadas, crista mediana anterior da tíbia irregularmenfee serrilhada. Mão pouco mais larga que a tíbia, com as cristas completas; dedo móvel com fraco lobo basilar, com 13 filas de grânulos no gu¬ me. A relação entre o comprimento e largura da mão e o dedo móvel é c: 1: dm = 5:3,5:9mm. Localidade-tipo: Cachaví, Equador. 207. Tiíyus írinitatis Pocock, 1897 (Figs. 176 a 182)' Isometms androcottoides Pocock, 1899 -— Ann. Mag. Nat. Hist. (6), 4, p. 57. Tityus androcottoides Pocock, 1894 ■— Journ. Linn. Soc. f 24, p. 377. T. t. Pocock, 1897 —- Ann. Mag. Nat. Hist. (6), 19, p. 514. T. t. Kraepelin, 1899 — Das Tierreich , 8, p. 78. $ 70mm. Tronco 25mm. Cauda 45mm. 9 67mm. Trcnco 27mm. Cauda 40mm. Colorido geral pardo-escuro ou negro. Patas pardo-es¬ curo; palpos um pouco mais avermelhados, com os dedos ne¬ gros. C. de Mello-Leitão — Escorpiões Sul-Americanos 433 Borda anterior do cefalotórax em ângulo obtuso, com uma fila dorsal de granulações grosseiras. Cômoro ocular adiante do meio do cefalotórax, com as cristas superciliares granulo¬ sas, os olhos separados mais de um diâmetro. Tegumento irre- 2 c Fig. 176 •—- Opérculo ge¬ nital e pentes de Tityus Fig. 177 — Vesícula de Ti - trinitatis tyus trinitatis (de perfil) gularmente granulosos. Tergitos irregularmente granulosos; crista mediana completa nos tergitos I a VI. Tergito VII com 5 cristas normais. Esternitos densamentte granulosos; ester- nito V com 4 cristas granulosas. Fig. 178 — Cauda de Tityus trinitatis (face dorsal). Fig. 179 — Segmentos caudais I a III (face ventral) de Tityus trinitatis Pentes com 16-17 dentes na fêmea e 19 dentes no macho; a lâmina basilar intermédia da fêmea muito dilatada. Cauda paralela na fêmea, levemente dilatada para trás no macho. Cristas medianas ventrais paralelas e completas nos segmentos I e II; reunidas no têrço posterior do segmento III e no têrço anterior do segmento IV. Cristas laterais inferiores 434 Arquivos do Museu Nacional — Vol, XL e laterais superiores granulosas, completas nos segmentos I a IV. Cristas medianas dorsais serrilhadas, com o dente pos¬ terior maior e mais saliente nos segmentos II e IV. Cristas la¬ terais acessórias completas no segmento I. Segmento V com as cristas granulosas acentuadas. Vesícula irregularmente gra¬ nulosa; o espinho sob o ferrão rombo e com dois grânulos. Fig. 180 — Segmentos caudais I a III (de perfil) de Tifyus triniêatis Palpos granulosos e com as cristas muito acentuadas. Crista mediana 1 anterior da tíbia irregularmente serrilhada, com dentes maiores e menores. Mão mais larga que a tíbia, a crista do dedo imóvel interrompida no meio da mão; dedo móvel com lobo basilar pouco acentuado com 16 filas de gr⬠nulos no gume. Fig. 181 — Tíbia do palpo de Tifyus trinitatis Fig. 182 ■— Quela do palpo de Tifyus trinitatis Localidade-tipo: Trinidad, Habitat: Trinidad e Venezuela. DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA A distribuição dos escorpiões sul-americanos é muito in¬ teressante e do mais alto valor zoogeográfico. As 6 famílias representadas na América do Sul aqui apresentam 26 gêne¬ ros, assim distribuidos: ESCORPIONIDAS DIPLOCERTHIDAS CHAETIDAS VEJOVIDAS BOTKIUÍUDAS BUTIDAS - Opiithicanthm II - Diploceniru s III - Chadas IX - Hadruroi- des XIII -Botiriu- rus XXI - Isomclrus, IV - Teuthraus- es X- Car abado- nus XIV - lophorus XXII - Ananíerâ V - Acaniho- ihrausies XI - Pkysôcto- TiUè XV - Pkonio- csrcus XXIII - Centru roides VI - BtoU. 0- chadas XII - Uroctonoi- des XVI - Centrd- macheíes XXIV - Rkopalu- rus VII - Braím* XVII - IophoTO- ■xenm XXV - Zabius VIII - Chadop.sk XVIII - Tlmíylus XXVI ~ Tityxís XIX - Uropho nius XX - Brachh- toslernus Só os Bútidae são encontrados em tôda a América do Sul (com exceção do Chile), Como vemos do quadro acima Scor- pionidae e Díplocentridae são representadas por um só gênero e Vejovidae por quatro gêneros monotípicos, Dos Escorpiô- nidas chega até à região Neotrópica somente a sub-família Ischnurinae, cujo centro de dispersão parece estar situado na África do Sul (Hadogenes e Cheloctonus), estendendo-se à África Ocidental ( Opisthacanthus, Ischnums> Jomachus ) e alcançando a índia ( Hormutus , jomachus, Chiromachetes) e as Molucas, Filipinas, Célebes, Nova-Guiné, Austrália, Sa¬ lomão e Nova-Caledônia ( Hormutus) onde há várias espé¬ cies e numerosas sub-espécies, Opisthacanthus alcançou a re- 436 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL gião Neotrópica, com uma espécie relativamente comum no norte da Colômbia e Panamá (O. eiatus ) e outra, recente¬ mente descoberta na margem ocidental do Araguaia (O. caya - por um ). A família Diplocentridae é essencialmente da subregião Antiíhense (com exceção dos dois gêneros monotípicos Nebo e Heteronebo, da Síria, Palestina e Arábia e de Socotra); Didymocentrus alcançou o México e Diplocentrus chegou à Venezuela (D. kuglevi) e o Pará (D. grundlachi) . A fa¬ mília Vejovidae de larguíssima distribuição é representada na região 1 Neotrópica pelas subfamílias Vejovinae (México), Uroctoninae e Hadruroidinae, esta última característica da subregião Andina. As Uroctoninae apresentam uma distri¬ buição um pouco aberrante, com um gênero do limite sul da Neãrtica {Anuroctonus) , um centro-americano (Uroctonus ), e os outros dois quase na mesma latitude, ao este ( Physocto - nus) e oeste (Uroctonoides) da América do Sul, Estas três famílias (Scorpionidae, Diplocentridae e Vejovidae) pare¬ cem, pois, formas imigradas, sendo Vejovidae de instalação mais antiga, como prova a larga distribuição, numa linha certa de migração, de Hadruróides (que recentemente chegou a Ga- lápagos) e a diferenciação em gêneros distintos. Os Buthidae são representados na América exclusiva¬ mente pelas Isometrinae, as quais, com exceção dos gêneros Isometvus (cosmopolita) e Ananteroides (África Ocidental Portuguesa), são neotrópicas, com poucas espécies que emi¬ graram até ao sul dos Estados Unidos da América. Tityus acha-se difundido por tôda a região Neotrópica, com as gran¬ des formas negras em tôda a província Guiano-Amazônica, as formas trifasciadas formando dois grupos distintos: um andino, outro da província Tupi (encentrando-se os dois na província Guarani). Centruroídes é mais centro-americano, parecendo que dêsse ponto de formação se estendeu ao norte da América do Sul. Rhopalurus (igualmente cem duas ou três espécies centro-americanas) substitui Centruroídes na América do Sul, estendendo-se pelas províncias Guiano-Ama¬ zônica e Carirí- Bororo. Zabius é exclusivamente argentino. Igualmente interessante é a distribuição dos Chactidae na América do Sul, da qual são quase exclusivas as Chactinae (as Megacorminae são mexicanas, Euscorpioninae, paleárticas e Chaeriiinae da Região Oriental (exceto Calchas nordmanni , C. de Mello-LeitÃo — Escorpiões Sul-Americanos 437 da Transcaucásia). Vivem as Chactinae quase tôdas na re¬ gião Guiano-Amazônica, não descendo além de 6 o de latitude sul; sôbre os Andes, do lado do Pacífico, chegaram, porém, até ao Perú. Os Bothriuridae (com exceção do gênero Cetcophonius , da Austrália e Tasmânia) são da América do Sul. Ao con¬ trário das Chactinae, ocupam a porção sul do Continente, sendo muito mais abundantes nas porções de clima tempe¬ rado, mas subiram mais ao norte do lado do Atlântico que sôbre os Andes ou na vertente do Pacífico. Só no Peru se encontram os Chactidae e os Bothriuridae; no resto da Amé¬ rica do Sul estão amplamente separados os limites Norte dos Bothriuridae e Sul dos Chactidae. Só Bothrmvus se mostrou euribiótico, estendendo-se do sul da Província de Buenos Ai¬ res e do Chile até ao Peru, à Bolívia, ao Paraguai e, na ver- tentne oriental da Serra do Mar, até ao Ceará. Os outros gê¬ neros são de habitat muito restrito: lophovus e Iophoroxenus são argentinos, Phoniocercus e Centromachetes são chilenos, The Stylus é do sul do Brasil (Paraná ao Espírito Santo), Utophonius , um pouco mais extenso, vai do Rio Grande do Sul até quase a Patagônia e alcança o Chile, e Brachistostet - nus, da margem ocidental do Prata e do Paraguai, é encon¬ trado na Argentina de Chubut para o norte, indo até à Bo¬ lívia e ao Peru, e para oeste, transpondo os Andes e ocor¬ rendo no Chile. Antes de ver como a atual revisão dos escorpiões sul- americanos confirma cu modifica os limites das províncias zoogeogrãfícas que propus em anteriores trabalhos, dou, no quadro ao lado, uma distribuição dos 26 gêneros sul-america¬ nos pelas várias divisões políticas da América do Sul. Em 1935, baseado sôbre a distribuição dos aracnídios, propunha eu a divisão da América do Sul em 5 zonas: Guia- no Amazônica, Andina, Bororo- Cariri, Tupi-Guarani e Pata¬ gônia. Mais tarde (1937), ao publicar a Zoogeogvafia do Brasil, dividi a America do Sul em 2 sub-regiões: Andino- Patagônica e Brasiliana, esta última subdividida em 6 pro¬ víncias ou distritos: Cariba, Hiléia, Cariri. Bororo, Tupi e Guarani. Como se vê, há aí duas pequenas modificações: de 438 Arquivos do Museu Nacional —> Vol. XL um lado a fusão das zonas Andina e Patagônica numa sub- região Andino-Patagônica e das 3 zonas restantes na sub- região Brasiliana; do outro lado a bipartição de cada qual das três zonas: Cariba e Hiléia para a Guiano-Amazônica; Ca- PAÍSES ! Scorpionidae Diplocentridae J Chadídae Vejovidae, Butkidae Bothriuriâae Col.mbia. I - - III, VI IX XXIII , _ Venezuela,.. II III VI, VII - XXII, XXIII XXIV, XXVI ~ Gu lanas. *-- II VI, VII — XXIII, XXIV XXVI — Equador. — — III, IV, IX,XII XXII, XXVI ** Perú, - III, IV, VIII VIII IX XXVI XIII, XX Bolívia.. — — — — XXVI XIII, XX Chile. . — - - IX,X — XIII, XV XVI, XX Argentina. — - -- “ — XXII, XXV XXVI XIII, XIV, XVI,XIX, XX Uruguai. — — — — XXVI XIII, XIX Paraguai. - - - - XXII XXVI XIII, XX B H. G. S. a Paraná São Paulo a E. XXII, XXVI XIII, XIX K Santo.... — — — — XXVI XIII XVIII À s I Nordeste ... — - XI XXIV, XXVI XIII L Centro. -- — — — XXII, XXIV XXVI XIII Amazônia. I II V,VI VII í XXII, XXIV XXVI riri e Bororo para a Cariri-Bororo e Tupi e Guarani para a Tupi-Guarani. Em 1940 os mastozoólogos argentinos Ca- brera e Yepes, tratando da Zoogeografia da América do Sul, dividem nosso continente em 2 subregiÕes: Guiano-Brasi¬ leira e Patagônica aquela com 5 distritos (Savânico, Amazô¬ nico, Tropical, Subtropical, Tupi) e esta com 6 (Incãsico, An¬ dino, Subandino, Pampãsico, Patagônico e Chileno). Para dar uma idéia precisa da correspondência dos distritos de Ca- brera e Yepes e das minhas províncias dou, superpostos os meus mapas e o dos ilustres mastozoólogos, superposição que evita uma longa digressão e esclarece muito melhor que as palavras. Vejamos agora, pela distribuição dos escorpiões, como se deve entender a Zcogeografia da América do Sul. Animais nitidamente estenobiótícos e criptozóicos, quase todos se insu¬ laram em zonas mais ou menos restritas, ou, alcançando lar- C. de Mello-Leítào — Escorpiões Sul-Americanos 439 gas zonas, se subdiviram em um certo número de subespécies bem delimitadas. As principais divergências entre o meu es¬ quema zoogeográfíco e o conceito de Cabrera e Yepes es¬ tão, como se vê, pela superposição dos dois mapas, em seus distritos Tupi, Subtropical e Pampásico, que correspondem às minhas províncias Tupi e Guarani, O distrito Tupi de Ca¬ brera e Yepes começa mais ao sul e se estende até o sul da Lagoa dos Patos, enquanto a nossa província Tupi morre em Santa-Catarina. Nossa província Guarani compreende, por¬ tanto, a parte sul do- distrito Tupi (C. e Y. ), todo o distrito Pampásico e a metade sul do distrito Subtropical. Olhando-se para o mapa que publiquei com a monografia dos Proscopíidas em 1939 (um ano antes do livro Mamíferos Sud" Americanos) é fácil verificar como, unindo os distritos Savânico-Amazô¬ nico, e Subtropical-Tupi-Pampásico, se tem a concordância perfeita, a superposição quase exata dos mapas de Cabrera e Y epes e meu. O estudo da distribuição dos escorpiões sul-americanos fornece-nos dados muito interessantes para a zocgeografia. As famílias Scorpionidae, Diplocentridae e Chactidae estão limitadas à região equatorial, ocupando os distritos Savânico, Amazônico e norte do distrito Incásico, a família Vejovidae (com exceção dêsse curioso gênero Physoctonus ) ocupa em sua totalidade, os distritos incásico e Chileno. A distribui¬ ção dos Bothriuridae é um pouco irregular, com êsse pequeno grupo de espécies de Bothriurus no limite nordestino da pro¬ víncia Cariri-Bororo (distrito Tropical de C. e Y.). Os gê¬ neros Phoniocercus e Centromachetes são exclusivos do dis¬ trito Chileno, lophoroxenus é do norte do distrito Patagônico e lophorus do Pampásico. Os Buthidae, embora tenham re¬ centemente penetrado no Pampásico, ocupam tôda a subregião Guiano-Brasílica e mais o distrito Incásico e norte do distritos Andino e Subandino da subregião Andino-Patagônica. Cen- truroides é Incásico e Savânico (tendo imigrado da América Central); Rhopalurus é quase exclusivamente Cariri-Bororo (com outro centro Savânico-Antilhense); Zahius é Subtro¬ pical e Subandino. Tityus ocupa tôda a área de distribuição dos Buthidae; as formas irregularmente maculadas ou com fasciaçao transversa apresentam uma distribuição muito irre¬ gular; as formas uniformes (pardas ou negras) apresentam quase os mesmos limites dos Chactidae, sendo que as espécies 440 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL de cristas caudais ventrais fundidas são exclusivas da provín¬ cia Cariba; as formas trifasciadas ocupam os distritos Tupi, Subtropical e maior parte do distrito Subandino. Combinando os vários elementos acima referidos, em quantos distritos ou províncias podemos dividir a América do Sul? Certamente não tenho a pretensão de dar uma solução definitiva, mas apenas desejo apresentar um modesto esquema que me parece suficientemente satisfatório, A subdivisão clássica da América do Sul em duas subre- giões é confirmada pela distribuição dos escorpiões. Na re¬ gião Andino-Patagôníca encontramos quase todos os Vejo- vidae ( Hadruroides , Uroctonoides e Physoctonus) , os Chac- tidae ( Chactas f Teuthraustes) e Bõthriuridae (todos os gê¬ neros americanos, menos Thestylus) , dos quais os gêneros Brachistosternus , lophorus , lophoroxenus , Phoniocercus e Centromachetes lhes são exclusivos, Na subregião Guiano-Brasílica a distribuição dos escor¬ piões confirma a minha anterior divisão das províncias Ca¬ riba, Amazônica (ou Hiléia ) e Cariri-Bororo, termos que con¬ servo, por não ver vantagem nas expressões preferidas por Cabrera e Yepes, e desejar prestar uma homenagem aos pri¬ mitivos habitantes do nosso continente. Para o sul o espigão da Serra do Mar vem marcar uma linde para êstes animais estenoternos, e a província Tupi se apresenta como estreita faixa litorânea do Espírito Santo para o sul, infiltrando-se a província Guarani por trás dela. Para a subregião Andino-Patagônica apenas justificam os escorpiões a sua divisão em 4 províncias (cu distritos): Incásica, Chilena, Subandino-Pampãsica e Patagônica. Os li¬ mites dessas 9 províncias faunísticas sul-americanas vão mar¬ cados no mapa anexo. A província Cariba é limitada a oeste pelo rio Magdalena, que a separa da Incásica, e ao sul pelos contrafortes das ser¬ ras Parima, Roraima e Tumucumaque, compreendendo, por¬ tanto, a parte oriental da Colômbia, a Venezuela e as Guia- nas. Nela encontramos um Dipíocêntrida ( Diplocentrus grun~ dlachi) , os Chactidae do gênero Broteochactas e os Buthidae dos gêneros Centmroides , Tityus do grupo de T. trinitais (com fusão das cristas medianas ventrais). São comuns à província Amazônica os Chactidae do gênero Broteas e os C. de MelloLeitão — Escorpiões Sul-Americanos 441 Tityus do grupo de T . Pachyurus e T. fotcipula, . (Corro¬ bora esta província a presença de Solífugos). A província Amazônica ou Hiléia é a mais bem limitada das províncias zoológicas, compreendendo tôda a bacia do Amazonas e seus afluentes, limitada ao sul por uma linha re¬ cortada, com transgressões de matas e campos, e a leste pela selva monótona dos cocais. Aí encontramos um Escorpiônida (Opisthacanthus cayaporum) Tityus manchados e negros, Chactídae do gênero Broteas e, no limite ocidental do Mara- non, os do gênero Chactas. Aí faltam os Vejovidae e Both- riuridae. A província Cariri-Bororo forma uma larga faixa de campos e savanas, entre as bacias do Amazonas e do Prata, indo do Chaco* ao litoral nordestino, encerrando a bacia do S. Francisco, chegando, ao sul, até Salvador e, estendendo- se quase em linha reta para oeste, alcança a isohigra 75% acompanhando-a rigorosamente, em seu limite sul, É caracte¬ rizada pelos grandes Rhopalums fulvos, pelos Tjtyus do tipo 7C stigmucus. Aí aparecem, sem ligação com os outros cen¬ tros de dispersão das respectivas famílias, alguns Bothriunis e um Vejóvida (Physoctonus physutus ). A província Tupi, um pouco mais larga ao norte, desce para o sul pelo lado oriental da Serra do Mar, combinando a isoterma de 18° (no mês mais frio) e a isohigra de 80%. Aí apenas encontramos Tityus de faixas transversais. Corres¬ ponde a menos de metade do distrito Tupi de Cabrera e Yepes e quase completamente à zona Tupi de Von Ihering. A província Guarani é limitada ao norte pelas lindes da bacia do Prata (ao longo da isohigra 75°) coincidindo os li¬ mites oeste e sul com os das subregiões Guiano-Brasileira e Andino-Patagônica. Faltam todos os escorpiões de esterno pentagonal (como na Tupi); os Bothriuridae são representa¬ dos ao norte por um gênero endêmico (Thestylus), em tôda a sua extensão por vários Bothriurus e ao sul por Urophonius Os Buthidae são representados apenas pelos gêneros Ânart- teris (a noroeste) e Tityus de corpo manchado ou com faixas longitudinais cu transversais. A província Incásica é limitada pela Cordilheira dos An¬ des da Colômbia até ao sul do Peru; compreende todo o dis¬ trito Incásico de Cabrera e Yepes e mais a porção norte do distrito Andino dos mesmos autores. É bem caracterizada pela 442 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL distribuição de Hadruroides lunatus . Aí encontramos um Es- corpiônida, ao norte ( Opisthacanthus elattís ); quase todos os Vejóvidas; os Chactidas dos gêneros Chactas , Teuthraustes (quase exclusivo desta província) e Chactopsis (endêmico). Faltam quase completamente os Bothríuridae (só Brachistos > ternus ehrenbergi alcançando os Andes do Peru). Os Bu- thidae são representados por Tityus de todos os grupos. A província Subandino-Pampãsica é limitada ao sul pelo rio Chubut e compreende os distritos Pampãsico e Subandino de Cabrera e Yepes em sua totalidade e mais o norte de seu distrito Patagônico. Com exceção de Iophorus f exclusiva¬ mente Pampãsico, não hã nenhuma outra forma que permita separar os três distritos, como foi possível pela fauna masto- zoológica. Nela encontramos Bothríuridae dos gêneros Bo- thriums, Urophonius, Iophorus e Brachistostevnus e Buthidae dos gêneros Zahius (endêmico) e Tityus (imigrados da sub- região Guiano-Brasílica). A província Chilena compreende todo o ’ Chile ao norte do paralelo 45° e a porção argentina do distrito Andino de C. e Y. Aí só ocorrem duas famílias de escorpiões: os Ve¬ jóvidas, na parte norte, representados pelo Caraboctonus key~ sedingi, e os Bothríuridae , representados pelos gêneros Boíh- riurus , Brachistostevnus , Phoniocercus e Centromachetes (êstes dois últimos exclusivos dessa província). A província Patagônica ocupa o extremo sul da América. Aí apenas se encontram raros Bothríuridae, com um gênero autóctone, lophoroxenus, o escorpião mais austral até hoje conhecido. As 207 espécies e sub-espécies de escorpiões sul-ameri¬ canos foram descritas pelos seguintes autores: Berthkau: Thestylus glazioui (uma espécie). Borelli: Teuthraustes dubius , T. festae : Ananteris cussinü, A. festae; Rhopalurus rochai; Tityus duckeu T. inter~ medius, T. matogrossensis , T. bolivianus argentinas , T. bolivianus uruguayensis, T. kraepelini, T , trivit- taus confluens , T. festae (13 espécies), Carbonell: Brachistostevnus holmbergi (uma espécie). Chamberlin: Uroctonoides fractus; Brachistostevnus andi~ nus; Tityus footei (3 espécies). C. de MelloLeitÃo — Escorpiões Sul-Americanos 443 De Geer: Isometrus maculatus (uma espécie). Gervais : Opisthacanthus elatus; Chactas vanbenedeni; Bra - chistosternus ehrenbergi ; Centruroides- margaritatus ; T. /orcipula (5 espécies). Giltay : Thestylus glazioui lineatus; Tityus amazonicus, T. lutzi (3 espécies). Guérin: Bothriurus dorbignyi , B, vittatus (2 espécies). Hirst: Tityus funestus (uma espécie). Karsch: Diplocentrus gmndlachi; Chactas aequinoctialis, C. brevicaudatus > C. laevipes; Bvoteochactas deíicatus, B, gollmeriB . schaumi; Tityus androcottoides , T . costatus , T . discrepans (10 espécies), Koch: Hadmroides lunatus; Bothriurus bonariensis; Rho - palurus agamenon, R. debilis; Tityus cíatratus (5 espé¬ cies ). Kraepelin : Chactas gestroi, C. lepturus intermedius, C. lepturus major , C. lepturus scabrimanus, G, reticula - íus> C. setosus ; Teuthraustes glabev f T. ohausi, T. witti; Chactopsis insignis ; Bothriurus bocki, B. bona¬ riensis maculatus, B. burmeisteri , B. curvidigitus, B. flavidus, B. paessleri , B. intermedius boretlii; Centro - machetes pococki, Tityus bocki, T . paraensis, T, para- guayensis, T\ párvulas , 7\ bolivianas, X\ bolivianus andinus, T. bolivianus ecuadorensis, T . bolivianus soratensis, T. trivittatus, T. fuhrmanni (28 espécies). Latreille: Centruroides gracilis (uma espécie). Lirrz: Tityus spinipalpis (uma espécie). Lonnberg: Brachistosternus alienus-, B. intermedius (2 espé¬ cies). Llitz 8 MelloCampos: Rhopalums acromelas, R. mellei - palpus; Tityus microcystis, T . trivittatus dorsomacula- tus, T. serrulatus (5 espécies). Meise: Centruroides exsul (uma espécie). Mello-LeitÃO : Chactas camposi; Acanthotraustes brasilien - s/s; Physoctonus physurus; Bothriurus alienicola, EL botellianus, B . dispa r B, doellojuradoi , B. elegans, B. fragilis, B. magalhaensi, B . mcojeni, B. pringlo - sianus, B . prospicuus, B. rochau B. ypsilon, B. zeug- ma; Iophorus eugenicus; Centrcmachetes obscuvus; 444 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL lophoroxenus exilimanus; Tkestylus signatus; Utopho- nius corderoi , U. gratmlosissimus; Brachistosternus castroi; Rhopalurus lambdophorus, R. pintoi; Zabius birabeni; Tityus biaseri , T. carvalhoi , 7\ indecisus, T. mazzai, T , sampaiocrulsi, T . acutidens, T , bahiensis uniformis, T. carinatus, T. charalaensis , 7\ evandroi, T. sectus, T. serrulatus vellardi, T . dasyurus fulvl- pes f T. kraepeliniamis , 7". magnimanus intevstitialis , 7\ neglectus , 7\ nematochicus (43 espécies). Molina; Bothriurus chilensis (uma espécie). Penther: lophoms exochus; Brachistoternus reimoseri; Rhopalurus intermedias , /?. stenochirus (4 espécies). Perty: Tityus bahiensis (uma espécie). Pessoa: Tityus bispinosus (uma espécie). POCOCK: Chactas chrysopus , C. karschi., C. leptums keyser- lingi; Teuthraust.es gervaisi f T. lojanus , 7". oculatus , T . rosenbergi, T. simonsi, T . whymperi; Broteochac- ias granosas , B . párvulas , B. potosus; Broteas ger- vaisi f B. granimanus; Carahoetonus keyserlingi; Bo- thrimus alticola , B. asper, B. coriaceus , B. keiserlín - #7 B. signatus; Phoniocercus pictus; llrophonius gra- nulatus , II. iheringi; Rhopalurus borellii ; Tityus me- lanostictus, T. pusillus, T. silvestris, T. simonsi > 7". engelkei, T. rurofuscus, T. asthenes, T. cambridgei, T. forcipula spinatus , T. macroçhirus, T. magnima¬ nus, T. metuendus , T, pachyurus, T. pugilator; T . rosenbergi, T. timendus , 7*. trinitatis (41 espécies). Prado: Bothriurus melloleitaoi, B. semiellipticus; Rhopalu¬ rus iglesiasi dorsomaculatus . 7P stenochirus goiasensis (4 espécies). Prado ô Patino: Centruroides danieli (uma espécie). Schenkel : Diplocentrus kugleri; Tityus flavostictus; T . magnimanus rugusos (3 espécies). Simon: Teuthraustes amazonicus f T . atramentarius; Broteas granulaíus, B, paraensis (4 espécies). Thorell : Chactas lepturus; Broteas herbsti; llrophonius bra- chicentrus , L/. brachycentrus bivittatus ; Brachistos¬ ternus weijemberghi; Ananteris balzani; Rhopalurus C. de MelloLeitÃo — Escorpiões Sul-Americanos 445 laticauda ; Zabius [iiscus ; Tityus colombianas , T . stig~ murus (10 espécies). Vellard : Opisthacãnthus cayaporum ; Broteochactas goujei; Bothriurus bonariensis araguayae; Tityus trwittatus charreyroni. (4 espécies). Werner: Bothriurus catharinae, B. lampei f B. titschaki ; Centruroides argentinus ; Rhopalurus ■ iglesiasi; Tityus marmoratus, T. strandi. (7 espécies). No quadro abaixo resumimos essa distribuição, por autor e por família. AUTORES ESCORPIONIDAS DIPLOCENTItIDAS CHÃCTIDAS VEJCVIDAS j B OT Hl r ridas B {TIRAS RíMiTKAr. 1 Bohelli. — 2 — — 11 Ca RB ON ELI. — — 1 — Ohamberlin. — 1 1 ! De Geeh . . _ — — t G ERVA IS. i 1 — 1 ■> Giltay. — — — 1 2 GrÉHiN. — — — — 2 Hikst. — — — — i Karech. i 8 — . 3 Koch. — 1 1 3 KUAF.PEI.IX . 10 — s lí) IjATUEILLE. — — — 1 I.ONNBERtí. - — 2 — IjI'tz. LvTZ & MELHO- — 1 Caispos. — — — — — 5 Meise. — — -- — “ i Mello-leitão. — 2 1 21 20 Molixa. — 23 — *-» — Pentreu. — -* ; - - ' 2 2 Pehty. — — — 1 Pessoa. — — — — 1 POCOCK. — — 14 1 s 18 Prado. — — — 2 2 Prado &patino. 19 — — — i Schenkf.i. — i — — 2 SlMON. — 4 — *** Thoreli. — •1 3 6 Vellard. i 1 * - 5 1 Werner. — -— -- 3 4 Total. 2 2 42 4 58 1)9 P BIBLIOGRAFIA Becker. — 1 Études sur les Scorpions, Ann. Soc. Ent. Belgique, 1880, 24, p. 142. Berthüld. 2 -—■ Ueber drei neue Scorpionen, Arten Neuegranadas, Gòttingische Gelchrte Anzeigen, 1846, 3, p. 57. Bertkàu . 3 — Verzeichnis der Brasilianische Arachniden, Mém. Acãd. Belgique, 1880, 43. Birula. 4 — Faune de Russte, Scorpions, 1917. Borelli . 5 — Viaggío dei Dr. A. Borelli nella R. Argentina e Pa¬ ra gu ay — Scorpioni, BolL Mus. Zool. Anal, Comp. TorB rino, 1899, 14, N. 332. 6 — Scorpioni raccolti nel Darien dal Dr. Festa, Id . Ibid., N. 338. 7 — Viaggio dei Dr. Enrico Festa nell-Ecuador e regioni vicine, Scorpioni, Id. Ibid., N. 345. 8 — Di alcuni Scorpioni dei Chile, Rev. Chil. Hist. Aar., 1900, 4, pp. 61-66. 9 — Scorpioni raccolti dal Dottore Filippo Silvestri nella Republica Argentina e regioni vicine, Boll, Mus. Zool. Anat. Comp. Torino, 1901, 16 , N. 403. 10 — Scorpioni nuovi o poco noti dei Brasile, Id. 1910 25, N. 629, 11 — Descrizíone di un nuovo Scorpione dei Venezuela, Id. Ibid., N. 630. Carbonell. 12 — Una nueva especie de escorpión, Physis, 1923, 6. Chamberlin • 13 — Results of the Yale Peruvian expedition of 1911. The Arachnida, Buli. Mus. Comp. Zool. Havard Coll. Mass ., 1914, 60, p. 178. 14 South American Arachnida, chiefly from the Guano Is- lands of Peru, Brcoklin Mus. Sei. Buli., 1920, 35-36, pr. I, ff. 1 e 2. De Geer. 15 — Mémoires cour servir a IHistoire des Insectes, 1778, 7, p. 346, pr. 41. ff. 9 e 10. Gervais. 16 *— Zoologie: Aptères in Vcyage autour du Monde sur la corvelte la Bonite, pr. I. 1541. Arquivos do. Museu Nacional — Vol. XL 448 17 — LIn nouveau Scorpion ■—■ Arch. Mus. Hist. Nat. Pa- ' 1 841, 4. 18 — Scorpions in Walckenaer —■ Histoire Nat. des Insec - tes f Aptères , 1844, 3, pp. 14-74. Giltay. 19 — Arachnides nouveaux du Brésíl, Ann. Buli. Soc. Ent. Belgique , 1928, 68, pp. 79-82. 20 — Liste des Arachnides brésiliens récoltés par la Mission belgo-brésiíienne Jean Massart ■— Une Mission Bio- íogique Belge au BrêsiL 1930. 2, pp/, 2-4. GuÊRIN. 21 — Voyage autour du Monde sur la Coquille , 1837. 22 — Iconographie du Règne Animal. Arachnides, 1843, p. 10. Hirst. 23 .— Descriptions of new Scorpions, Ann. Mag. Nat . Hist. (8), 8, p. 467. Holmberg. 24 — Aracnidos argentinos, Anales Agric. Rep. Argen¬ tina t, 1876, 2. 25 — Aracnidos, in Informe oficial de la Comisión Cientifica agregada al Estado Major General de la Expedición al Rio-Negro, Patagônia. 1881. Hofmawn. 26 — Los Escorpiones de México, Anales Inst. Biol., 1931-1932, 2, pp. 291-408, 3, pp. 243-361. 27 —- Nuevas consideraciones a cerca de los Alacranes de México, VII Internationalev Kongress fiir Entomo- logie 1939, 1, pp. 191-210. Karsch. 28 -— Scorpionologische Beitrãgge, Mitt. Muench. Ent. Ver., 1879, 3, pp. 6-22. 29 — Scorpionologische Beitrãgge, Idem, 1880, 4, pp. 97-141, C. L. Koch . 30 — Díe Arachniden, 1836, 6. 31 —- Uehersicht des Arachnidensystems, 1850. Kraepelin. 32 —■ Revisionder Skorpione: I —■ Androctonidae. Mitt. Mus. Hamburg, 1891, 8. 33 -— Revision der Skorpione: III — Scorpionidae und Bo- thriuridae, Idem, 1895, 12. 34 ■— Nachtrag cu Theil I der Revision der Skorpione, Id. Ibid . 35 — Neue und wenige bekannte Skorpione, Idem , 1896, 13. 36 — Neue Pedipalpen und Skorpione des Hamburg Mu- seum. Idem, 1898, 15, pp. 39-44. 37 — Scorpiones und Pedipalpi, Das Tierreich, 1899, 8. 38 — Zur Nomenklatur der Skorpione und Pedipalpen, Zool. Anz., 1904, 28, pp. 195-204. 39 — Die geographische Verbreitung der Skorpione, Zool. jahrb. Syst., 1905, 22, pp. 321-364. C. de MelloLeitão — Escorpiões Sul-Americanos 449 40 -—■ Die sekundáre Geschlechtscharacter der Skorpione, Mitt. Mus. Hamhurg, 1907, 25, pp. 181-225. 41 — Beiírãge zur Systematik der glei Gliederspinnen, Jahrb , Harnb. wiss. Anst., 1910, 28, pp. 45-88. 42 — Neue Beitráge zur Systematik der Gleiderspinnen, Idem, 1911, 28, pp. 59-107. 43 — Neue Beítrãge zur Systematik der Gleiderspinnen: Chactinae, Idem, 1912, 29, pp. 45-88. 44 — Beitrãge zur Kenntnis der Skorpione und Pediplapen Columbiens, Mém. Soc . Set. Neuchâtel ., 1914, 5. Lampe. 45 — Katalog der Skorpione, Pedipalpen und Solifugem des Naturhistorischen Museums der Residenzstadt Wiesbaden, Jahrb. Nassauischen Vereins fiir Naturk, Weisbaden, 1917, 70, pp. 185-208. Latreille. 46 *— Genera Crust. Insect., 1804. Lõnnberg. 47 — A Revísion of the Linnean type Specimens of Scor- pions in the Zoological Museum of Llpsala Ann. Mag . Nat . Hist ., 1898 (7), 1 , p. 90. 48 — On the Scorpions obtained during the Swedish Expe- dítion to Tierra dei Fuego in 1895, Ergebn. Schwe - disch. Exped. Magellansl., 1900, 5, pp. 45-48. 49 ■— On some Scorpions, collected in North Western Ar¬ gentina and Bolivia by Baron Erland Nordenskjõld, Ent. Tijdskr., 23, pp. 253-256. Lutz. 50 — Estúdios de Zoologia y Parasitologia Venezuelanas . Lutz & Mello-Campos. 51 — Descripção de 5 especies brasileiras dos generos Tityus e Rhopalurus , Fôlha Médica , 1922, 3 (4), pp. 25-26, 52 Contribuição para o conhecimento dos escorpiões brasi¬ leiros, Id. Ibid. (6), Meise. 53 — Scorpiones in The Norwegian Zoological Expedítion to the Galapagos Islands, 1925, conducted by Alf Wolleback, Nyt. Mag. f. Naturw., 1934, 74, pp. 26-43. Mello-Campos. 54 — Os Escorpiões Brasileiros, Mem, Inst. Os¬ valdo Cruz, 1925, 17, pp. 237-363. Mello-LeitÃo . 55 * Dois novos escorpiões do Brasil, Bcl. Mus . Mac., 1931, 7, p. 283. 56 — Notas sobre o genero Tityus Koch, An. Acad. Bras. Ci., 1931, 3, pp. 119-145, 57 — Bothriuridae Sul-Americanos — An. Mus. Nac 1932, 33, pp. 82-104. 58 Notas sobre Escorpiões Sul-Americanos, Arq. Mus. Nac., 1933, 34, pp. 9-46. Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL 50 59 — Duas novas espécies de Tityus do Brasil, An. Acad. Bras. Ci ., 1933, 5, pp. 201-203. 60 -— Novo escorpião Brasileiro do genero Uvophonius, Idem, 1934, 6, pp. 13-15. 61 — A propósito de um novo Vejovida do Brasil, Idem, Ibid., pp. 75-82. 62 — Um novo Bothriurus do Nordeste do Brasil, Idem , Ibid, pp. 193-195. 63 — Estudo Monographico dos Escorpiões da Republica Argentina, VIlI Reun . Soc . Arg, Patol . Reg., 1934, (51), pp. 1-97. 64 ■— On two Brazilian Scorpions — Re o . Chil. Idist. Nat., 1935, 39, pp. 90-93. 65 — La Distribution des Arachnides et son Importance pour la Zoolgéographie Sud-Américaine, Compí. R. du XII Comgrès Int . de Zool., 1936, 2, pp. 1209-1216. 66 — Dois Escorpiões Sul-Americanos, An. Acad. Bras. Ci., 1937, 9, pp. 99-104. 67 — Notas sobre Alacranes argentinos, Notas dei Museu de La Piata, 1938, 3, pp. 83-95. 68 — Una nueva especie de alacran dei género Chactas, 1939, Physis, 18, pp. 147-148. 69 -— Revisão do genero Tityus, Id. Ibid ., pp. 57-75, 70 — Les Arachnides et la Zoogéographie de 1'Argentine, Id. Ibid., pp. 601-630. 71 —- Um Pedipalpo e dois escorpiões da Colômbia, Papéis Avulsos, Dep . Zool, S. Paulo, 1, pp. 51-54. 72 ■— Arácnidos de Copiapó y de Casablanca —■ Rev. Chil. Hist. Nat., 44, pp. 231-235. Molina. 73 — Storia Natural de Chili —■ Insectos Apteros, 1782. Penther . 74 — Beitraege zur Kenntnis amerikanischer Skorpione, Ann. K.K. Nat. Hofmus. Wien , 1913, 27, pp. 293-252. Perty. 75 — Delectus Animal. Artic. quas in Itinere per Brasilian coll. Spix et Martius, 1834, p. 200. Pessoa. 76 -— Notas sobre alguns Escorpiões dos generos Tityus e Bothriurus, Rev. Soc. Paul. Med. Cir., 1935. Peters . 77 — Lleber eine neue Eintheilung der Skorpione, 1861. Pocock. 78 — A eontribution to the study of Neotropical Scorpions. Ann. Mag. Nat. Hist., 1893, (6), 12, pp. 77-102. 79 — Notes on the classifícation of Scorpions, Id. Ibid , pp. 303-338. 80 -— Report upon Scorpions and Pedípalpi obtained on the * the iover Araazon by M. Austen and Cambridge, Idem. 1876. (6), 19, pp, 360-368. C. de Mello-Leitão — Escorpiões Sul-Americanos 451 81 — Descriptions of some new Species of Scorpions of the genus Tityus, Id. Ibid., pp. 510-521. 82 —' The Species of Scorpions of the genus Broteas, /ciem, 1898, (7), 2, pp. 98-103. 83 —- Some new or little known Neotropical Scorpions, Idem, 1900, (7), 5, pp. 460-480. 84 — A contribution to tho systematics of Scorpions, Journ . Linn. Soc. Zool., 1893, 24. 85 ~~ Notes on the Natural History of the Aconcagua Val- Íey-Appendix C. in A. E. FitzgeralcTs The Híghest Andes ■— Scorpions and Spiders, 1900. 86 Myriopoda and Àrachnida in Report on a Collection made by Messrs, F. V. Mc. Connel and }. J. Quelch at Mount Roraima in British Guiana, Tvans . Linn. Soc. London (2), 8, pp. 64-71, 87 —- Scorpiones in Biol. Centr . Ame r., 1902. Prado. 88 — Uma nova especie de escorpião do genero Bothriurus, Mem. Inst. Butantan , 1934, 8, pp. 147-148. 89 ■— Ainda uma nova especie de escorpião do genero Bo¬ thriurus, Rev. Biol . Hig. , 1934, 5, pp. 65Z>6, 90 -—■ Sobre uma nova especie de escorpião do genero Rho- palurus, An. Paul. Med. Gr., 1938, pp. 347-348. 91 — Contribuição ao conhecimento dos Escorpiões Sul- Americanos, Mem. Inst. Butantan, 1939, 13 pp. 25-36. Prado & Rios-Patino. 92 — Contribución al estúdio de ios Escor- piones de Colombia, Id. Ibid., pp. 41-43. SiMON. 93 — Aracnides nouveaux ou peu connus, Ann. Soc. Ent. France , 1877, 84 — Description de deux nouveaux genres de Forclre des Scorpions, Ann. Soc. Ent. France, 1878, pp. 399-400. 95 —< Descriptions de Genres et Espèces de 1’ordres des Scor¬ pions, Idem, 1880, pp. 376-398. 96 — Liste des Scorpions trouvés au Tucuman par M. G. Baer, Buli . Soc. Ent. France, 1904, pp. 120. 97 —' Scorpionides in Expédition Antarctique Française, 1907. Schenkel . 98 — Notizen ueber einige Skorpione und Solifugen. Rév . Sitisse Zool., 1932, 39, pp. 375-396. Thorell. 99 —' On the Classificatíon of Scorpions. Ann. Mag. Nat. Hist., 1876, (4), 17. 100 — Études Scorpiologiques, Atti Soc. Ital. Sei. A at. Gê¬ nova, 1877, 19. 101 -—- Sobre alguns arácnídos de la Republica Argentina, Boi. Acad. Ciências Córdoha , 187S. 2. p. 255. 452 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL 102 <— Nova species Brasiliana Ordínis Seorpionum, Ent. Tidshr 1891, 12, p. 45. 103 — Scorpiones exotici R. Musei Historiae Naturalis Fio- rentia, Buli, Soc. Ent . Ital. f 1894, 25 p. 372. Toledo-Piza . 104 —• Notas sobre systematica do genero Tityus, especialmente de Tityus Bahiensis, Rev. Hig. S. Paulo , 1932. Vellard. 105 —' Mission scientifique au Goyaz et au Rio Araguaya, Mém. Soc . Zool. France, 1932, 29, pp. 539-556. 106 —' Mission au Goyaz et à FÀraguaya, Buli. Mus. Nat. Paris , 1934, pp. 257-261. Wern5r. 107 ■—■ Die Skorpione, Pedipalpen und Solifugen in der zoologisch-vergleichend-anatomischen Sammlung der Wiener Uníversitãt, Verh. zool. Boi. Ger. Wien , 1902, 52, pp. 595-608. 108 — Ueber einige Skorpione und Gliederspinnen des Natur- historischen Museuns in Wíiesbaden, Wiesb. Jahrb . Ver. Nath ., 1916, 69, pp. 79-97, 109 — Ueber einige Skorpione aus Brasílien, Abh. Senk. naturf. Gesells ., 1927, 40. 110 — Scorpiones , Pedipalpi , 1935, pp. 1-490, 111 -— Neu Eingánge von Skorpionen in Zoologischen Mu- seum in Hamburg, Festsch. 60 Geburtstage von Prof . Dr . Embrik Strand, 1939, 5, pp. 351-360, C. de MelloLeitão — Escorpiões Sul-Americanos 453 Fjg, 183 - Geonemía dos Escorpiões sul-americanos P C. de Mello-LeitÃo — Escorpiões Sul-Americanos 455 P C. de Mello-LeitÃo — Escorpiões Sul-Americanos PROVÍNCIAS 1 .— Caribe 2 — Amazônica 3 — Carirí 4 — Tupi 5 — Guarani 6 — Pampãsica 7 — Patagônica 8 ■— Chilena 9 — Incásica 457 Fig. 185 — Zoogeografia da América do Sul (segundo a distribuição dos Escorpiões) ÍNDICE ALFABÉTICO ACANTHOTHRAUSTES .38, 94 acromelâs ( Rhopaluvus) 267 acutidens ( Titijus ) .. 376 aequinoctialis (Broteas ) . 43 aequinoctiaUs ( Chactas) 43 agamemnon ( Androctonus) . 269 agamemnon ( Heteroctenus ) . 269 agamemnon ( Rhopalurus) . 269 alienicola ( Bothriums ) . 143 alienas (Brachistosternus ) . 223 alticola ( Bothriums ) . 144 amazonicus ( Teuthraustes ) . 73 amazonicus ( Tityus) . 313 amerícanus ( Scorpio ) . 241 americanus {Isometrus) . 411 amevicanus androeottoides ( Isometrus ) . 402 Ananteris . 243 andinus ( Brachistosternus ) . 225 androeottoides (Tityus) .402, 432 androcottoid.es (Isometrus) . 432 Anuroctonus . 128 Apoxypoda . 23 argentinus (Centruroides) . 252 argentinus ( Tityus ) . 355 asper (Bothriums) . 145 asthenes ( Tityus ) .. 403 asymetricus ( Bothriums ) . 191 atramentarius (Teuthraustes) . 75 BAHiENSis (Phassus) . 378 bahiensis ( Scorpio ) . 378 bahiensis ( Tityus ) . 378 bahiensis immaculatus Tityus) . 381 bahiensis uniformis ( Tityus) . 381 balzani (Ananteris . 244 bavythenar (Centmrus) . 285 barythenar ) Rhopalurus) .275, 285 biaculeatus ( Androctonus ) . 257 biaciileatus 1 Bu:hus 1 . 460 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL biaculeatus ( Centraras) 257 biacuíeatus (Scorpio ) . 257 birabeni ( Zablus ) . 293 bispinosus ( Tityus ) . 315 blaseri (Tityus ) . 316 hocki ( Bothvimus ) . 148 bocki (Tityus) . 317 bolivianus ( Tityus ) .. 352 bolivianus andinus ( Tityus ) . 353 bolivianus argentinus (Tityus) . 355 bolivianus ecuadorensis ( Tityus ) .. 357 bolivianus simonsi ( Tityus ) . 358 bolivianus soratensis ( Tityus ) . 359 bolivianus typicus (Tityus ) . 352 bolivianus uruguayensis ( Tityus ) . 360 bonariensis ( Bothvimus ) . 149 bonariensis ( Broteas) . 149 bonariensis araguayae { Bothriurus ) . 152 bonariensis aspe r { Bothriurus ) . 145 bonariensis maculatus ( Bothriurus) . 154 borelli ( Rhopalurus ) . 270 boreltianus ( Bothriurus) . 154 Bothriuridae . 134 Bothriuroidea . 133 Bothriurus . 136 Brachistosternus . 222 brachycentrus ( Cercophonius) 214 brachycentrus (Urophonius) . 214 brachycentrus bivittatus ( Cercophonius ) .. 215 brachycentrus bivittatus ( Urophonius ) . 215 Brachychactas . 40 brasiliensis ( Acanthotraustes ) . 94 brasiliensis ( Teuthraustes ) . ... 94 bresslaui ( Tityus ) . 373 brevicaudatus ( Chactas) . ■ 45 brevicaudatus ( Hormurus ) . 45 Broteas . 39, 107 Broteochactas .39, 97 burmeisteri (Bothriurus) .. 155 Buthidae . 239 Buthoidea . 239 CAMBRIDGEI (TlTYUS) . 403 camposi (Chactas) . 48 Caraboctonus . 125 carinatoides ( Tityus) 382 carinatus (Tityus) .. 261, 382 C. de MelloLeitÃo — Escorpiões Sul-Americanos 461 cavvalhoi ( Tityus) . 318 castroi (Brachistosternus) . 226 catharinae { Bothriums ) . 157 cayaporum ( Opisthacanthus ) . 27 Centromachetes . 203 Centmroides . 250 Cercophonius . 136 Chactas .38, 39 Chactidae . 37 Chactinae . 37 Chactoidea . 36 Chactopsis .38, 116 Chaerilinae .. 37 charalaensis ( Tityus ) . 383 charcans ( Caraboctonus) . 120 charcans ( Hadtmoides ) . 120 charcans ( Hadrurus ) . 120 chilensis ( Bothriurus) . 157 chilensis ( Scorpio) . 157 chrysopus ( Chactas ) . 50 clathratus ( Tityus) . * . . . 320 cclumbianus ( Phassus ) . 322 columbianus { Tityus) . 322 congener ( Tityus ) . 257 corderoi (Urophonius) . 215 coriaceus (Bothriurus) . 159 costatus ( Isometrus ) . 385 costatus (Tityus) . 385 curvidigitus ( Bothriurus ) . 161 cussinii ( Ananteris) . 247 Cyclophtalmidae . 24 cylindricus ( Isometrus ) . 398 DANiELi (Centruroides) . 253 danieli (Rhopalurus ) . 253 dasyurus fulvipes { Tityus) . 406 debilis (Rhopalurus) . 272 debilis (Vejovis) . 272 degeeri (Centrurus) . 261 degeeri { Scorpio ) . 261 delicatus (Broteochactas) . 99 delicatus ( Chactas ) . 99 dentatus (Scorpio ) . 241 Dionychopoda . 24 • Diplocentridae . 32 Diplocentrus . 32 discrepans (Androcottus } . .. 408 462 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL discrepans ( Tityus ) . 408 dispar ( Bothnurus ) . 162 doellojuradoi ( Bothnurus) .. . 163 dorbignyi ( Bothriurus) . 166 dorbignyi {S cor pio) . 166 dorsomaculatus (Rhopalurus) . 275 dorsomaculatus ( Tityus) . 372 dubius ( Chactas ) . 77 dubius ( Teuthraustes) . 77 ducalis ( Tityus ) . 261 dttckei ( Tityus) . 325 ECUADORENSIS (TEUTHRAUSTES) . 75 ecuadorensis ( Tityus ) . 357 ecuadorensis zarttnae ( Tityus ) . 357 edwardsii ( Scorpio) . 261 ehrenbergi ( Brachistosternus ) . 228 ehrenbergi ( Mecocentrus ) . 228 ehrenbergi ( Scorpio) . .. 228 elatus ( Opisthacanthus) . 29 elatus {Scorpio) . 29 elegans (Bothriurus) . 170 engelhei ( Tityus ) . 386 Eoscorpionidae . 24 erythrodactylus ( Broteas) . 149 eugenicus { lophoms) . 196 Euchactas . 39 Euscorpioninae . 37 evandroi ( Tityus) .-. 386 exilimanus ( lophotoxenus) . 206 exochus ( lophoms ) . 198 exsul ( Centruroides ) . 255 exsul ( Rhopalurus) . 255 FERRUGIXEUS (TeLEGONUS) . 235 festae {Ananteris) . 248 [estae (Chactas) .... . 29 festae { Teuthraustes) . 79 festae ( Tityus ) 410 filum ( Atraens) . 241 filum ( Buthus ) 241 flavidus ( Bothriurus) . 121 flavostictus {Tityus) . 326 footei ( Tityus ) .•. 389 forcipula (Scorpio) . forcipula ( Tityus) . 411 forcipula spinatus { Tityus) . 413 fractus ( Uroctonoides ) . 132 C. de MelloLeitão Escorpiões Sul-Americanos 463 fragilis ( Bothriurus ) . 172 fuchsii ( Chactas) . 66 fuhrmanni ( Tityus ) . 414 funestus ( Tityus) .,. 415 fuscus ( Isometnts ) . 295 fuscus ( Phassus ) . 295 fuscus ( Zabius ) . 295 GABONENSIS (LyCHAS) . 241 gambiensis ( Centrums ) 261 geruaisi ( Bvoteas ) . 109 gervaisi ( Heterochactas ) . 82 gervaisi ( Scorpio ) .191, 411 gervaisi ( Teuthraustes ) 82 gestroi ( Chactas ) . 51 glaber { Scorpio) 228 gtaber {Teuthraustes) . 84 glazioui ( Cercophonius) 209 glazioui glazioui ( Thestylus ) . 209 glazioui lineatus {Thestylus) . 211 glazioui signatus ( Thestylus ) . 211 gollmeri ( Broteochactas) , .. 100 gollmeri ( Chactas ) . 100 goujei ( Broteochactas ) . 101 goyasensis ( Rhopaluvus) . 290 gvacilis (Centruroides) . 257 Gradlis centrurus . 257 gracilis (Rhopalurus) . 258 gracilis ( Scorpio ) . 257 granimanus ( Broteas ) . 112 granosus ( Broteochactas ) 102 granulatus (Broteas) . 112 granulatus ( Urophonius ) . 217 granulosissimus ( Urophonius) . 218 granulosus ( Broteas) . 112 grundlachi {Diplocentrus) . 32 guineensis ( Lychas ) . 241 Hadruroides . 119 Hadruroidinae . 119 Hadrurus . 120 haversii ( Chactas ) .. 149 Herniscorpioninae . 25 herbsti ( Broteas ) . 114 Heteroscorpioninae . 25 heterurus ( Centrurus ) . 257 Hofmanniellius . 118 holmbergi (Brachistosternus) . 231 iGLESiAsi (Rhopalurus) . .. 274 464 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL iglesiai dorsomaculatus (Rhopalurus ) . 275 iheringi ( Urophonius ) . 220 indecisus ( Tityus ) . 329 insignis {Chactopsis ) . 117 intermedius ( Brachistosternus ) . . 233 intermedius (Centraras) . 277 intermedius (Rhopalurus) 277 intermedius ( Tityus) . . 331 intermedius ( Tityus ) . 333 intermedius alienus (Brachistosternus) . 223 intermedius borellii ( Brachistosternus) . 234 intermedius iophorus (Tityus) . 372 Iophoroxenus . 206 Iophorus . 196 Ischnurinae ...■... 26 Isobuthidae . 24 Isometrinae . 240 Isometrus . 241 JURINAE .. 118 Jurus . 118 KARSCHI (ChACTAS) . 53 keyserlingi ( Bothriurus) 174 keyserlingi ( Caraboctonus ) ...... . .. 126 keyserlingi ( Chactas) . 60 kinbergi ( Opisthacanthus) . 29 kraepelini (Tityus ) .362, 416 kraepelinianus (Tityus) . 416 kugleri ( Díplocentrus ) .*. 35 LAEVIPES (BrOTEAS) . 54 laevipes (Chactas) . 54 lambdophorus (Rhopalurus) . 278 lampei ( Bothriurus) . 175 laticauda { Centrurus ) . 280 laticauda ( Rhopalurus ) 280 latimanus (Teuthraustes) . 75 lepturus ( Chactas ) .53, 56 lepturus intermedius t Chactas) . 59 lepturus keyserlingi ( Chactas ) . 60 lepturus major (Chactas) . 61 lepturus scabrimanus (Chactas) . 62 Liposominae ... 26 lojanus ( Chactas ) . 85 lojanus (Teuthraustes) . 85 luctifer (Centruroides) . 255 lunatus (Hadruroides) . 120 lunatus (Telegonus) . T . 120 lutzi ( Tityus ) .. 333 MACROCHIRUS (TlTYUS) . 417 C, de Mello-Leitão — Escorpiões Sul-Americanos 465 macrurus {Tityus) . 261 maculatus (Caraboctonus) . 120 maculatus ( Hadmroides ) . 120 maculatus ( Hadrurus) . 120 maculatus ( Isometrus) . 241 maculatus ( Lychas ) . 241 maculatus ( Scotpio ) . 241 magalhaensi ( Bothriums) . 176 magnimanus ( Tityus) . 418 magnimanus interstitialis ( Tityus) . 420 magnimanus rugosus ( Tityus ) . 421 margaritatus ( (Jentvuvoid.es ) . 260 margaritatus ( Centrurus} . 261 margaritatus (Rhopalurus) . 261 margaritatus ( Scorpio ) .. 260 marmoratus ( Tityus ) . 335 mattogrossensis ( Tityus ) . 336 maurus ( Chactas ) . 114 máximas ( Broteas) .. .o. 166 Mazoniidae . 24 mazzai ( Tityus ) . 33 7 Megacorminae .37 melanostictus ( Tityus ) . 339 metleipalpus (Rhopalurus ) . 292 melloteitãoi (Bothriurus) ...... . 177 metuendus (Tityus) . 422 microcystis (Tityus) . 342 monticola (Teuthraustes) . 75 moojeni (Bothriurus) . 179 mulatinus (Tityus) . 257 nebulosus (Tityus) . 257 neglectus (Tityus) . 424 nematochirus ( Tityus) . 425 Neosterna . 24 nigrescens (Centruroides) . 257 nitescens (Teuthraustes) .. .. 75 nitidus (Broteochactas) . 100 obscurus (Centromachetes) .. 204 oculatus (Teuthraustes) . 86 ohausi ( Teusthraustes) . 87 opacus ( Chactas) . 99 Opisthacanthus . 26 paaschi (Hadrurus) . 120 pachyurus (Tityus) . 427 paessleri (Bothriurus) . 181 Palaeophonidae . 23 Palaeostema . 24 paraensis ( Broteas ) 115 466 Arquivos do Museu Nacional — Vol, XL paraensis (Tityus) . 343 paraguayensis ( Tityus) . 345 paraguayensis bispinosus (Tityus) . 315 parvulus (Broteochactas) . 103 parvulus ( Hadrurus ) 120 parvulus (Tityus) . 347 Phoniocercus . 201 Physoctonus .. 129 physurus ( Physoctonus ) .. 6 . 129 pictus ( Phoniocercus ) . 201 pintoi (Rhopalurus) . 284 pococki ( Centromachetes ) .. 205 pococki ( Centromachus ) . 205 pococki { Tityus) . 416 politus ( Telegonus) . 228 porosus (Broteochactas) . 105 pringlesianus ( Bothriums ) . 182 Proscopiopsinae . 129 prospicuus (Bothriums ) . 185 pugilator ( Tityus) . 430 pusillus (Tityus) . r . 348 QUELCHii (Tityus) . 320 quinquinae (Tityus) . 360 REiMOSERi (Brachistosternus) .. 234 reticulatus ( Chactas ) . 62 Rhopalurus .. .. 265 robustus ( Hadrurus ) . 120 rochai (Bothriums) . 186 rochai (Rhopalurus) . 285 rosenbergi (Chactas) ,. 88 rosenbergi ( Teuthraustes ) . 88 rosenbergi (Tityus) . 430 rubrolineatus (Chactas) . 45 ru[o[uscus (Tityus) . 390 SAMPÀIOCRUL5I (TíTYUS) . 350 schaumi (Broteochactas)^ . 106 schaumi (Hadmrochactas) . 106 sclateri ( Hodrurochactas ) . 106 Scorpionidae . 25 Scorpioninae . 26 Scorpionoidea . .. 25 Scorpiops . 119 Scorpiopsinae .v-. 119 sectus ( Tityus ) . 391 semiellypticus (Bothriums) . 187 sermlatus (Tityus) . 393 serrulatus vellardi ( Tityus ) . 396 C. de Mello-Leitão — Escorpiões Sul-Americanos 467 setosus ( Chactas) . signatus { Bothriums ) . signatus ( Thestylus ) ... silvestris (Tityus ) . sirnoni { Chactas ) . simonsi ( Chactas ) . simonsi { Teuthraustes ) . simonsi (Tityus ) . spinatus ( Tityus ) .. spinipalpis (Tityus) . stenochirus (Centrums ) . stenochirus ( Rhopalurus) ... stenochirus goiasensis (Rhopalurus) . stenochirus melleipalpus ( Rhopalurus ) .. stigmurus (Isometrus) ..... stigmums ( Phassus) . stigmurus (Tityus) . 396, strandi (Tityus) . subgranosus ( Broteas ) . subviridis ( Centruroides) ... Syntropinae .! . . . . TEUTHRAUSTES . 38, thelyacanthus ( Tityus) ... Thestylus .... thorellii (Chactas) . timendus ( Tityus) .. . . titschaki (Bothriurus) ... Tityus .. .. Transbothriurus . trinitarius ( Diplocentrus) . trinitatis { Tityus ) . . .. trivittatus { Tityus) , . . ... trivittatus charreyroni ( Tityus) . trivittatus confluens (Tityus) . trivittatus dorsomactilatus ( Tityus ) ..... trivittatus intermedius (Tityus) . Uroctonoides . I2S. Uroctoninae .lí 9. Uroctonus .... Urodacinae .'... U rophonius ... uruguayensis ( Tityus ) . - VANBENEDENI (CHACTAS) ... Vejovidae ... X ejovinae ... . 64 189 211 351 54 90 90 358 413 397 288 288 290 292 398 398 398 401 114 257 UI 8 70 367 208 56 431 191 298 166 33 432 364 367 370 372 333 132 12S 128 25 213 360 66 118 118 468 Arquivos do Museu Nacional — Vol. XL viltatus ( Bothriurus) ...149, 191 vittãtus keiserlingi ( Bothtiums) . 174 vittatus ( Bathus ) . 191 vittãtus ( Scorpio ) . 149 vittatus {Telegonus) . 149 werneri ( Tityus ) . 343 Whymperi (Chactas) . 91 whymperi { Teuthraustes) . 91 witti (Teuthraustes) . 93 weijembetghi ( Brachistosternus ) . 235 weijemberghi ( Telegonus ) . 235 weijemberghi intermedius ( Brachistosternus ) . 233 weijemberghi teimoseri ( Brachistosternus) . 234 YPSiLON (Bothriurus) . 192 Zabius . 293 zeugma ( Bothriurus ) . 194 Imprensa Nacional — Rio de Janeiro, D. F. — Brasil — 1945