ARQUIVOS DO MUSEU NACIONAL Nuiiquan aliud natura, aliud sapientia dicit J, 14, 321 In süvis acãdemi quoerere rerum, Quanquam Socraticls madet sermonibus Ladial. Netto, ex Hor VOL llll 1818 1968 MUSEU NACIONAL 150 anos de Pesquisa e Ensino JUNHO DE 1968 RIO DE JANEIRO — GB ARQUIVOS DO MUSEU NACIONAL Nunquan aliud natura, aliud sapientia dicit J, 14, 321 In siivis academi quoerere rerum, Quanquam Socraticis madet sermonibus Ladisl, Netto, ex Hor VOl Llll 1818 1968 MUSEU NACIONAL 150 anos de Resquisa e Ensino JUNHO DE 1968 RIO DE JANEIRO — GB índice Apresentação ... 5 SEGADAS-VIANNA, FERNANDO Ecology of the Itatiaia Range, süutheastern Brazil {lAUi- tudinal Zonation of the Vegetation) . 7 SEGADAS-VIANNA, FERNANDO & DATJ, LEDA Ecology of the Itatiaia Range, Sou the astern Brazil (Zí Cli- mates an Altitudinal Climatic Zonation) . . 31 TRAVASSOS, LAURJ & KLOSS, G.R. Campêndio dos Nematóides Parasitos Intestinais^ de Artró¬ podes (II Ichthyocephalidae e Ransomnematidae) . 55 CASTRJ, ALCEU LEMJS DE On the Systematies of the Genus Littorophiíoscia hatch (íso- poda Oràscidae) . 85 SiCK, HELMUT & PABST, L.F. As aves do Rio de Janeiro (Guanabara) (Lista Sistemática Ano'tada) . 99 PIRES, FERNANDO DIAS DE AVILA Tipos de Mamíferos regentes no Museu Nacional, Rio de Janeiro . 161 APRESENTAÇÃO Em julho dc 1962 veio a luz o último volume (52) da série ''Arquivos do Museu NacionaV\ Nestes 6 anos, porém, o Museu Nacional, não parou suas pesquisas, e os diretores que me antecederam esforçaram-se para que as dificuldades impressoras fossem vencidas e divulgadas no mundo científico, os resultados dos estudos de seus cientistas. Os minguadís- simos recursos orçamentários, para esse fim, impediram fôsse man¬ tida a média de 2 000 páginas impressas anuais ( Arquivos, Boletins, Avulsos, Manuais, etc,), A inércia foi fínalmente vencida, sem que caiba à atual Diretoria (que se iniciou cm setembro último) quase que outra responsa¬ bilidade que a dc apresentar o volume 53 de ''Arquivos' e quase concomitantemente sete números dos Boletins (quatro dc Botânica c tres dc Zoologia), alguns dos quais entregue para publicação em 1961. Apesar disto, continua o Museu Nacional ainda com grande atrazo em suas publicações, pois nada menos de 11 trabalhos aguardam, quase sempre desde a mesma época, ordem para serem entregues às Oficins Gráficas, É pois, com satisfação para todos que sai o presente volume e esperamos que o 54 considerado “especiarh contendemos trabalhos do ano do Sesquicentenário do Museu Nacional e os resumos dos Congressos e' Conferências que se realizarem dentro do programa de comemorações da efeméride. Reune o volume 53 dois trabalhos de ecologia vegetal referentes a interessante região de Itatiaia e quatro outros de Zoologia: — Tipos de mamíferos recentes no Museu Nacional, Aves do Rio de Janeiro, discussão de um gênero de parasito de Isopódes e a conti¬ nuação de Nemaíóideos parasitos, Dos seis trabalhos, cinco são de pesquizadores do Museu Nacional, (consideramos o Dr. Helmutk Sick defínitivamente vinculado à nossa entidade) e apenas um de pesquizadores de outra instituição — Instituto Oswaldo Cruz — com quem colaboramos, dentro dos campos de nossas especialidades. Assim, cabe de público, um agradecimento aos colegas que se esforçaram para que o Serviço de Publicações do M N. cumprisse seus objetivos, especialmente aos Drs. Haroldo Travassos e Fernando Segadas Viana e recentemente ao sr. Noé Fasano. A Oficina Gráfica da U. F. R J. pela melhoria sempre crescente na apresentação das publicações, apresentamos os sinceros agradecimentos do Museu Nacional. José I.acerda de Araújo Feio Diretor do Museu Nacional Triénio 1967-1970 ECOLOGY OF THE ITATIAIA RANGE. SOUTHEASTERN BRAZIL I ALTITUDINAL ZONATIOK OF THE VEGETATION (With, 7 figures in the text) Fernando Segadas-Vianna M useu Nacional — Rio de Janeiro CONTENTS I ~ INTRODUCTION II — THE REGION Geographic Position Physiography Geology Glaciation Srosion III — ALTITUDINAL ZONATION Earlier Works Zonation of tlie Vegeta tion IV — THE PLAIN LEVEL I — INTRODUCTION This Work, the íirst of a series to be published about the Itatiaia Range, has as its objective to delimitate and describe in detaii the different vegetation belts, as they occur in the massif. Research on the Itatiaia Massif and on other high mountains of the State of Rio de Janeiro, are an integrant part of the Project ‘"Ecological Survey 0 / the Vegetation of the State of Rio de Ja¬ neiro'' (*), undertaken by the Museu Nacional, under the sponsorship of the Conselho Nacional de Pesquisas (Brazilian Research Council), to whom we are in- debted for financial assistance, The author started his studies in 1940, exploring the region in the company of several botanists. From 1953 on, the staff of the Project hegan a detailed study of the region and of other high mountains of the State as well. These studies are stiil under way. V — THE LOW'BR MONTANE LEVEL VI — THE MIDDLE MONTANS LEVEL VII ~ THE UPPER MONTANE LEVEL VIII — THE HIGHLANDS LEVEL IX — THE SUMMITS LEVEL SUMMARY SUMÁRIO REFERENCES 'APPENDIX — List Of authors and fa- milies of the cited species. The author wishes to express his most sincere thanks -and deep recognition to the botanist Dr. Alexandre Curt Brade, who initiated him in the knowledge of the Itatiaia region, for the identification of the plants and discussion of problems concerning the floristic composition. His gratitude is also extended to Dr. Pierre Dansereau, of Montreal, from whom the author learned a great deal during the two trips they made together to the mas¬ sif in 1946, and to the former and actual members of the staff of the Projeçt ^'Eco- (■') The Ecoiogícal Survey of.the Vegetation of the Federal Distriet and State of Rio de Janeiro was proposed, in 1951, by Fernando Segadas-Vianna, through the Museu Nacional. The “Conselho Nacional de Pesquisas” sponsored it and it was begun in 1953. The research-work was organized by the proponent and carried out by GISELLE C. MACHLINE, LEDA DAU, WILMA T. ORMOND and JADIHEL LOREDO JR. The author wishes to convey special thanks to Dr. BERTHA LUTZ of the Museu Nacional for her kindness in critically reading the text and also for her valuable suggestions. . Received for publication in June, 1961. 8 F. SEGADAS-VIANNA — ECOLOGY ITATIAIA — BRAZIL — I logical Survey of the Vegetation of the State of Rio de Janeiro'’, II — THE REGION eEOGRAPHIC POSITITON Aiong the southeastern coast of Brazil, a Chain of mountains situated within the warm and humid Coastal climate runs pa- rallel to the sea. It is in fact constituted of two parallel ranges, which reach, from a very narrow sedimentary Coastal plain, alti¬ tudes of from 1,000 to 2,300 meters. Between those two ranges flows the Paraiba river which, at first goes from north to south and, in its lower course from south to north, drop- ping more or less abruptly into the coastal plain. The Paraiba river emerges through a delta into the Atlantic Ocean, at São João da Barra, a town near the city of Campos, in the north of the State of Rio de Janeiro. A large part of its course runs through a se¬ dimentary plain at 400 to 500 meters of al¬ titude, located between the two parallel mountain chaines. The range nearest to the sea, called the Serra do Mar, has very abrupt slopes, almost vertical, with an average altitude of about 700 meters. The range further inland, called Serra da Mantiqueira, although abrupt is much less inclined than the Serra do Mar. In thís inland range, (latitude approxi- mately 20*^ 25" S, longitude 44° 50' W), is si¬ tuated the Itatiaia Massif, which has an area of about 1,450 km^ (Lamego, 1936). The massif is limited on the south by the valley of the Paraiba river and on the north by the Serra do Picú, Serra Negra, and by the valley of the Rio Preto, which has its headwaters on the .eastern side of Serra Negra. Tow^ards the west the massif is limited by the valley of the Rio Salto, that has its headwaters on the Southern side of Serra Negra, and flows into the Paraiba river near Vila do Salto. On the east the massif has no well defined limits, merging gradually into the Serra da Pedra Selada, another great massif. The Itatiaia massif contains the se- cond highest peak of Brazil, with an altitude of 2,787.4 meters (fig. 1), known as Itatiaiassú, a part of the Agulhas Negras ridge. This peak forms the border between three States: Rio de Janeiro, São Paulo and Minas Gerais. PHYSIOGRAPHY Physiographically, the massif of Itatiaia is constituted of two fundamental units: the slopes and the plateau. The Southern, eastern and western slopes are well defined but not so abrupt as those in the Serra do Mar. Starting from the 400 meter levei, they reach an average altitude of 2,000 meters. The northern slope is less abrupt than the others and reaches a minimum altitude of about 800 meters. The plateau with an average altitude of 2,000 meters can be divided into three re- gions: the Vargem do Aiuruoca, the Lower Highlanãs and the Upper Highlands. The Vargem do Aiuruoca is a broad, flat and boggy plain that occupies the height of land betw^een de Paraiba and the Paraná hy- drographic systems. Two rivers originate here: the Aiuruoca that flows eastward and the Rio Preto that flows northeastward. The Vpver Highlands are an extremely rough region divided by many small ranges of chaotic aspect.*' Boulders, some of them from 10 to 20 meters in diameter, lie scat- tered in all directions, on the hills and in the valleys. The most remarkable part of the range are the Agulhas Negras (fig. 1) and the Prateleiras. They are very abrupt and Show considerable evidence of weathering in the polish of their contours, in the curious grooves regularly etched on their surfaces and in the disaggregation of large and small blocks from their slopes. Their altitudes range between 2,000 and 2,700 meters. In this region there occur several deep valleys with very much inclined sides, such as the Vale do Pinheiral and those surroun- ding the Morro da Divisa. The valleys si¬ tuated at the edges of the plateau, and in which most of the rivers run, are always deep, narrow and very steep. The rivers and brooks, which originate in the Higlilands, all have swãft waters, with many falis and drops, some of them ending in dejection fans. The most important among them is the Campo Belo river, which runs through. a town known by the same name. The existence of such de- jection fans involves the existence of faults (Domingues, 1952). As a matter of fact, at AilQUIVOS DO MUSEU K4CIONAL VOL. LIII — 1965 9 tlie Maromba waterfall, at 1,100 meters of altitude, occurs" the first fauit front; the second is situated at Macieiras, at 1,700 me¬ ters. According to Domingues ( 1952 ) because of those faults, the massif was raised and af- terwards eroded by the weathering agents, which supplied the sediments now deposited in the dejeetion fans. According to this au- thor, the system of faults is as old as the one that gave origin to the Serra do Mai therefore, Post-Cretaceous. GEOLOGY The Itatiaia massif, with an area of about 1,450 km-, is one of the largest outcrops of nephelinic rocks in the world. The dominant rock is a hard, uniform and medium-grained rock of an ash-gray colour, which is a type of nephelinic sye- nite known as foyaite (Lamego, 1936), As generally occurs in every alkaline massif, the Itatiaia shows a great variety of Figure 1 — General view of the Agulhas Negras, showing the tremendous effects of erosion by the Chemical action of rain waters. The Lower Highlanãs are quite different from the Upper Highlands. Altitudes range from 1,400 to 1,600 meters. There are many smali hills with rounded contours and not over 200 meters of difference in levei. The Rio Preto cuts through them and receives many tributaries. types of rock. Besides the nephelinic-syenite rocks, which are poor in siiica, are found por- phyroid phonolite and quartz-syenites, very rich in siiica and therefore more acid. Other- wise the ridges that occur in the Highlanãs, are generally formed by a granitic type of rock, such as nordmarkite (Lamego, 1936). 10 F. SEGADAS-VIANNA — ECOLOGY ITATIAIA — BRAZIL I According to wh.at was said above, the Itatiaia massíf ís"formed by extremeiy bard and predominantly alkaline rocks, except for the ridges in the Bighlanãs which are mostly of an acid type. As to the origin of the massif, opinions vary among the geologists who ha ve studied the region. Derey (1889) considered the ne- phelinic and granitic outcrops as being of eruptive origin. According to him, the Itatiaia would be the roots of an enormous volcano, or else the remains of a volcanic region with several chimneys. Leme (1923) on the con- trary, thinks that the rocks are of metamor- phic origin and that the forces which caused the formation and foiding of the Coastal gneiss, were also responsible for the forma¬ tion and uprising of the syenitic masses that form the Itatiaia. Recently, Lamego (1936) and Domingues (1952), refuted the interpretations of Derby and Leme, Neither anthor found evidence of volcanic chimneys, nor even of tuffaceous phonolites, basalts or true tuffs. The effusive rocks when present, occupy only small spots. In the same way, they do not accept the supposition that Itatiaia is at the roots of a volcano, for in this case, they ought to find some testimony of it, in view of its re- iatively recent age. The genesis of Itatiaia is explained by Lamego (1936) and Domingues (1952), through the theory of Backlunb (1933), according to which a gigantic dome was once formed. In this dome, differentiations occurred during crystallization due to the differential cooling of the several minerais which solidifed. At the time that the magma was fluid, several con- vective currents were formed, whereas in the walls digestion occurred. The process of soli- dification of the magma, according to Back- LUND (1933), can be summarized as foilows: a) the magma^s temperature goes down below the algerine melting point; crystallization then occurrs and con~ sequent segregation of rock types; b) high temperatures persist aiong the full length of the elevated walls; in this way the magmaticai differentia- tion remains and digestion of the walls occurrs; c) due to the vicinity of the gneissic dome, rocks associated with silica are formed; d) the top of the dome fractures and intrusion by dykes and hydrothermal formation takes place. According to Lamego and Domingues, the slopes are predominantly foyaitic, while the ridges of the Agulhas Negras, Prateleiras, etc., are predominantly formed by quartz-syenites, showing that it was there that the diges¬ tion of the dome took place. The pseudo- stratification observed in these hills, probably originated through the convective currents formed in the interior of the fluid magma. As for age, both Derby (1889) and Leme (1923) consider Itatiaia as Post-Permian. Rego (1930) says it is Permo-Carboniferous. Lamego (1936), reviewing the whole geomor- phological history of the Paraiba valley, and correlating the eruption of the foyaitic magma with the formation of Tertiary basins, is led to consider it somewhat anterior to the se- diments of the latter, that is Cretaceous or Eocene. _ Oliveira and Leon.ardos (1943) place it in the Lower Jurassic. Domingues (1952) admits that the rocks of the massif w^ere formed in the Lower Ju¬ rassic and considers the faults that elevated the massif to such an altitude, as being of a more recent age, or atr least Post-Cretaceous, GLACIATION Certainly, to an explorer familiar with giaciated territory, there is much in the Highlands landscape that is reminiscent of glaciers. It was only recently that De Mar- roKNE (1944), in a geomorphological study, opened up the question. He finds plenty of evidence that many forms of relief are to be observed here that do not occur at lower leveis in south-eastem Brazil and that do occur in typically giaciated country. Local glaciations were not rare during the Quaternary. Itatiaia may íiave been the center of a local glacier. For this, the lowe- ring of a few degrees in the annual mean temperature would be enough. This would place it in the region of eternal snows, since the Highlands are almost in the snow zone. In the Highlands, series of closed depressions, oriented according to a certain inclination and cut by bars and bolts are very common. From one depression to the other, the drop is sudden. This aspect is characteristically that of an “U’" shaped hanging vailey, like the valley of “Lirios'’ and the one of “Flores” ARQUIVOS DO MUSEU I^ACIONAL — VOL. LIII — 1965 11 Cirques are very numerous and sometimes occupy large areas, such as the one that forms the “Vargem do Aiumoca”. The rivers of boulders which are found on the slopes of some of the hills and fill the greatly incline d valleys, ha ve the aspect and structure of moraines The reluctance of some geologists and geomorphologists who studied the region, to admit local glaciatlon has been due to the absence of glacial grooves and others glacial inorphological features, and to the absence of floristic, faunistic, and palynological do- cnments, capatale of corroborating such a theory. As for the absence of glacial grooves, it is not difficult to imagine, in face of the incredible rate of weathering of foyaite and nordmarkite, that they ha ve eroded long ago. EROSION Present-day relief-forms on Itatiaia, and specially on Agulhas Negras, certainly show the tremendous effects of erosion (fig. 1). Well polished boulders and stones lie all over the hills and in the valleys, The surface of the bedroch itself is deeply and regularly groo- ved. These troughs sometimes attain 20 to 25 cm in diameter. Can it be that the mechanical disaggre- gation by temperature or the mechanical action of rain, in a relatively temperate cli- mate is capable of producing such effects on hard rock? Such forms are not rare ín other regions of soluble limestone where they are corroded by water rich ín carbonic acid, The erosion which modified the aspect of relief is without doubt, of a Chemical na- ture. Tropical regions are characterized by rains rich in nitric acid íBratíiíer, 1896 and Vageler, 1938). This acid is formed by light- ning, which produces ozone that combines with free nitrogen in the atmosphere, The data supplied by Brakner (1896:308), are es- timated from those obtained at Caracas, Ve¬ nezuela and not actual measures of the rain-water content, W. Freise (1933, apud De Martoxote, 1944), verified that at Terezópolis, Serra dos órgãos, the fog had about 50 cm^ of water per cubic meter of air, and contained from 15 to 18 mg of carbonic acid and 19 mg of nitric acid per liter. The Itatiaia Highlands are characterized by the great intensity and violence of their electric storms (Segadas-Vianna and Datt, 1965). Consequentiy, the rain waters on these occasions must be rich in nitric acid. Through its oxydizing power it reacts with the iron of the crystalline rocks, causing its disag- gregation. These waters, rich in carbonic and nitric acid, penetrate through the superficial Eissures of the rocks and dissolve the felds- pars and feldspathoids. Besides the portion taken in dissolution, another part is hydrated and washed out in suspension or under col- loidal form. In this way, small alveoii and concavities are formed. During the cold and dry season, these depressiops are dried out. In their interior, over the thin layer of soil, formed through the sedimentation of the constituent elements of the rocks, which were dissolved and not eliminated, are stablishéd lichens that will develop during the season of médium rainfall. The organic acids then produced have an active role in the deepening and enlargement of these alveoii. With the coming of the rainy season and the occurrence of strong electric storms, these cavities are filled with water rich in carbonic and nitric acids, which will continue the decomposition, now made easy owing to the fissures produced by the organic acids. > The continuation of this process enlarges and deepens the alveolus, until one of the sides is broken, making it look like the drain of a dam. From this drain, a slightly excavated vein is formed and through it the discharged water flows from the alveolus. In the course of time, the veins change into grooves, which normally have a depth of 30 cm. However, in many places as in the Agulhas Negras, they deepen to 50 cm or even to 1 meter, In fact, all grooves have in their upper part a deep and wide depression, resembling a river-made pothole. We prefer to use here the expressíon “alveolus" instead of pothole, because this last term means a relief form caused by the mechanical erosion characteristic of a young river course, From the above it would seem that the oniy plausitale explanation for the tremendous erosion on Itatiaia is the Chemical decomposition caused by ram-waters charged with carbonic and nitric acids. The diffe- rential erosion on the blocks, and the dif- ferent types of alkaline rocks, contribute greatly towards the variety of the topography of this region. Here we could venture the hypothesis that the numerous and deep groo¬ ves, which run parallel to each other along 12 F. SEGADAS-VIANNA — ECOLOGY ITATIAIA — ERAZIL T the steep slopes of the Agulhas Negras and of the other ridges, are nothing else but glacial grooves deepened and modified by the constant flow of waters with a high oxydizing power. III — ALTITUDINAL ZONATION OF THE VEGETATION EARLIER WORKS Ule (1895) was the first expiorer of the Itatiaia Massif to describe the altitudinal zonation of the vegetation, He delimited and described three main zones, characterizing them by means of a list of the species, which he considered as exclusive for each of the zones. The third zone, the upper one, was sufcdivided in five units, as follows: Ist zone: lower region, up to 600 meters 2nd zone: forest region, 600-1,700 meters 3rd zone: high mountain or field region Ist sub-zone: field region, up to 2,000 meters 2nd sub-zone: high-mountain forests 3rd sub-zons: high-mountain marshes 4th sub-zone: high-fields, up to 2,400 meters 5th sub-zone: rocky heights. At a first glance, this classification is without doubt very useful, in spite of a dif- ferent criterium being used for the main zones and for the subdivisions of the 3rd zone. Those sub-zones are, above all, ecological units instead of climatic and altitudinal. Also the floristic point of view has prevailed over the vegetational. The explorers who followed, in general, held to Ule’s classification. Hem- MENDORFF & MoREIRA (1903) USed ít WÍthOUt accepting, however, the subdivisions proposed for the upper levei. In his excellent work on the Itatiaia birds, HoLT (1928) accepted, with slight changes, Ule’s zones, However, he named them ac- cording to a climatic nomenclature. The ve¬ getational zonation proposed by Holt can be summarized as follows: Tropical zone\ — "The Tropical Zone embraces all the foothill region and, due to the removal of the forest, pushes up into the Monte Serrat basin to an altitude of about 3,000 ft., forming a pocket well within the Sub-Tropical Zone”. Sub-tropical zone: — "This is a zone of tall trees, which with the exception noted under the Tropical Zone, includes the whole of the forest region. Its altitudinal extent is roughiy from 3,000 ft. to 6,000 ft., with irregular limits above and below”. Temperate zone: — "The ridges, broad slopes, and rocky peaks rising above an alti¬ tude of approximately 6,000 ft., lie within the Temperate Zone, which is exactly coextensi- yt with the Campo Region. While the prin¬ cipal floral leature is treeiess grassland (Campo) there are many copses of dwarf forests often quite extensive; and on some slopes wide bands of woods, which are really continous extensions of the forest region, reach up from the Sub-Tropical Zone. In these forests the bounáar:/ between the Sub- Tropical and Tropical Zones is very difficult to determine exactly, though at the lowest limits of “Campo" it is sharply defined”. ZiKAisr and Zikax *1940 ' in the introduc- tion to the catalogue of insecis of the Itatiaia Massif, recognized the existenee of four al¬ titudinal zones of vegetation. The first, wiihin the leveis of 400 and 700 meters; the second, limited by the leveis of 700 and of 1,000 meters; the third, going from 1,100 to the altitude of 2,000 meters; and fínally the fourth, which includes the Highlands and the high peaks, that is to say, the band limited by the leveis of 2,00() and of 2,770 meters. The Itatiaia bibliography is above all rich in papers related to the description of new botanical taxa. The only papers conceming the whole flora are the ones by Ule (1895), DusÉw (1905, 1909a and 1909b) and Br. 4DE (1942). The latter, also describes some as- pects of the vegetation, The only botanist who dedicated a great deal of his work ío the study of the flora, was A.C. Erads, of the Rio de Janeiro Botanical Garden v.’ho up to 1954 pubiished 24 papers on this region. In connection with the fauna, there are relatively few papers. The only articles con- cerning the whole fauna are the ones by Miraxda-Ribeiro (1905) and Barth (1957). The others are studies about certain groups of animais such as those by Mirauda Ribeiro (1923), Holt (1928), Zikan and Zikatí (1940, 1946), Pinto (1954), Lutz (1958) and Lutz and Leitão de Carvalho (1958). The article by Barros (1947), ex-Director of the Parque Nacional do Itatiaia (Itatiaia National Park), gives a great deal of useful Information about several aspects oi the re¬ gion, and the one by Holt (1926) gives a list of the bibliography, up to 1926. ARQUIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. LIII — 1965 13 ZONATICN OF THE VEGETATION •k When delimitating and defining the se- veral vegetation leveis, we have tried not to emphasize “a priori” the importance of any of the environmental factors, The aititudinai vegetation belts were delimite d considering three basic elements: vegetation, physiography and climate. In the analysis of the vegetation, the following elements were taken into conside- ration: structure and, in consequence, phy- siognomy; dynamical status of the physical environznent and, therefore, of the commu- nity that occupies it; dominant species; flO' ristic composition, and internai ecological conditions of the community. The dynamical status of the physical environnient, i.e. the phase of the geomorphologicai evolutionary process in which it is found the community, defines the substratum and micro-relief con¬ ditions of the environment. Consequently it determines, not only the floristic composition and therefore dominance, but also all the structural and physiognomical characteristlcs of the community which occupies it. The ele¬ ments: dominant species, floristic composition and internai ecological conditions, have been used only in the definition of the commu- nities, since they depend directly, not only upon climate and physiography, but also upon the available flora, which, in turn, de¬ rives from the geological, geomorphologicai and climatic history of the region. In other words, we may find in clímatically and geo- morphologically identical habitats, but geo- graphically remote from each other, commu- nities ecologically homologous with entirely different dominance and floristic compositions. The first step in the delimitation of the vegetational belts was to establísh the struc¬ ture that prevaiied in the vegetation occurring at the various altitudes. The second step was the study of the geomorphologicai evo¬ lutionary processes, and the analysis of the vegetation that occurred at the places where those processes have reached their maximum, or better, in the geomorphologically stabilized environments. After determining the altitu- dinal seriation of the physiognomic structural types of vegetation, we proceded to verify if in fact there exists a direct correlation bet- ween this seriation and the climates. The results obtained through the study of the cli¬ mates (Segauas-Vianka and Datj, 1965) , shows that in fact there is a direct relation between the aititudinai distribution of the vegetation types and that of the climates. In the designation of the leveis we tried to use a nomenclature that would not be tied to any speeific environmental factor, espe- cially the climatic ones. We therefore de- cided to use a nomenclature which would refer to the vegetational belfs position in relation to the total altitude of the mountain. The same belts occur in other tropical moun- tains, within different aititudinai limits, and, obviously with a vegetation whose physiog- nomiC“5tructural characteristics differ a great deal from those descrifoed here. In function of the above cited elements, six main vegetational belts have been deli- mited and defined, as follows: Plain Levei —from 400 lo 700 íneters Loiver Montane I-evel — from 700 to 1,100 meters Middle Montane Levei — from LlOO to IJOO meters Upper Montane Levei — from 1,700 to 2,000 meters HighLands Levei —from .2,000 to 2,400 metres Sui:m'its r.evel —from 2,400 to 2,770 meters IV ™ THE PLAIN LEVEL During the colonial period, this levei was covered by a dense Iropical forest with a structure and composition similar to the pre- sent forest on the Serra do Mar escarpments, at the same altitude. This region being much drier and warmer than the seaward escarp¬ ments of the Serra do Mar, the climax forest would have a more open structure, and pro- bably also some of the lower strata, mainly the shrubby layer, would be absent or poorly developed, Nothing is known about the floristic composition of the former forest since no stands of the original climax have been preserved, The primitive forest was cut down by the first colonists for the establishment of coffee plantations. In the middle of the XIX cen- tury, the town of Resende was perhaps the greastest center of coffee exportation of Rio de Janeiro State. At this time, there were in Resende nine warehouses and five in Vila do Itatiaia, located at the base of the massif (Lamego, 1950) . At the end of the XIX cen- tury, the coffee farms were abandoned and replaced by sugar-cane plantations. The coffee groves gradually deteriorated until they were replaced by a community of F. SEGADAS-VIANNA — ECOLOGY ITATIAIA BRAZIL — I ]4 typicai physiognomy, which is dominated by the melastomaceus Clidemia neglecta. This species is a low shrub with a "very dense round- -shaped crown that touclies the ground, and of a brownish color. The individuais are ar- ranged at distances that vary from two to three meters. This community is an excel- lent index, since the species behaves as do- rainant only under these conditions. Nor- mally, it is only an unexpressive coniponent of the wood’s edge or of the cl ay cliffs. At the beglnning of the XX century, due to the intensification of the erosion of the round-shaped hillock and the consequent soil degradation, sugar-cane productíon decreased until the plantations were abandoned, and the whole region entered the cattle-raising cycle. During this period, the big coffee farms were also abandoned, and the few that remained active dedicated themselves to marginai cat¬ tle-raising. The pastures were maintained as they are today, by the use of fire. Under no conditions do the present land-owners fertilize the soil or establish artificial pastu¬ res. Thus, almost all the vegetation cover of the region is maintained in the pioneer stages of secondary succession, a fact that dates taack to the beginning of the present century. This behaviour of the land owners, allied to the intense hillock erosion, has impede d the progression of plant succession beyond the Pioneer stages. At certain piaces, where action of fire has been less severe, the soil is covered by a low and dense vegetation, exclusively cons- tituted by the grass Melinis minutiflora, commonly known by the name of “Capim gordura”. This grass, introduced in Brazil probably from África and naturalized here, is a plant with a high degree of competitive Power, which eliminates every other grass and even the woody species. These commu- nities of Melinis are utilized and maintained by the land owners, through the use of fire, because of its high value as fodder. In relatively flat places and on the flat hüi tops, where erosion intensity is low, the vegetation evolves from the pioneer stages until it reaches a community with a forest structure. The vegetation which succeeds the pio¬ neer graminoid communities is constituted of woody and herbaceous plants that never reach more than 50 cm of heíght, The do- minants are, as a rule, species of the genera Favonia, Sida and Triumfetta. The other components are species of the genera; So- lanum, Capsicum, Diodia, Borreria, Cuphea, Corãia, Leandra, Miconia, Baccharis, Vernonia, Eupatorium, etc. The next stage in the successional pro- cess is a shrubby and very open savanna- -type of vegetation, not more than about 4 meters in height. The lower stratum is cons¬ tituted by a low grass carpet dotted with woody and herbaceous plants. The several communities which compose this physiogno- mic type of vegetation are dominated by se¬ veral species, the commonest beíng: BaccliaTis sehultzii, Cordia curassavica, Schinus terébin- thifolius, Vernonia diffusa and V. oppositifolia. If fire has been prevented and the phy- siographic conditions are favourable the ve¬ getation described above evolves to a denser and higher type, commonly known as “ca¬ poeira alta”. The height of the trees varies from 10 to 12 meters, and their crowns are dense and hemispherical, They grow so dose together that it is impossible for a person to penetrate through them. The lower strata are also dense and constituted by species of the solanaceous genera Capsicum, Cestrum, Nicotiana and Solan^m and by the melasto- maceous genera Leandra and Miconia. This vegetation is composed of numerous communities generaily dominated by more than one species. The most common are: Pisonia nítida, Psychotria hancorniaefolia, Baccharis schultzii, Piptaãenia nitida, Inga affinis and Cecropia spp. Among the components of the stratum immediately below the upper layer, the most important are the palms Attalea indaya and Astrocaryum aculeatissimum {r" A. ayri ). When the “capoeira” is cut down and burned, these two palms stand out in the landscape. Attalea is not affected by fire, which even stimulates its germination. Thus, during many years the region that was occupied by the “capoeira” remains covered by a dense vegetation exclusively dominated by Attalea indaya. When fire action has not been ex- cessive, Astrocaryum aculeatissimum remains, and intermixed with Attalea, iends a special physiognomy to those environments. During the felling of the secondary woods for making of charcoal or clearing the land for agricul¬ tura! use, Astrocaryum is usually preserved from destruction by the simple fact of having the trunk and leaves covered by long and ARQUIVOS DO MUSEU iSlACIONAL — VOL. LIII — 1965 15 acute thorns. The tools used for land clearing, the hatchet and J:he scythe, make the felling oí the palm trees difficult without having personal accidents. Another reason for the workers not to cut down those trees, is that they Work bare-footed and the thorny trunks would remain dangerously on the ground. At the upper part of this levei, where the climate is much more favourable and where the effects of erosion are not so intense, the already described vegetation is replaced Iby an open forest whose dominants are from 15 to 20 meters in height. The lower layers are well defined and not very dense. The crowns of the dominants are almost flat, and branching occurs on the upper part of the trunks. Among the several communities which compose this vegetation, commonly known by “capoeirão”, the most characteristic one, not by its ecological role but mainly by its physiügnomic appearance, is the one do- minated by Tibouchina estrellensis and Cassia muUijuga. The flowering of these two species is successive, both bearing per individual a great number of flowers, uniformly distributed over the crown. The first mentioned species has purple flowers, while the second has yellow ones. During the flowering season, these forests are first completely colored with purple and then with yellow. At a certain time during the season, simultaneous flowe¬ ring of the two species occurs. The other communities, of a less charac¬ teristic physiognomy, than those already des- oribed, are dominated by Croton salutaris, Sclerólohium rugosum, Virola bicuhylja, fíortia arbórea and Xylopia brasiliensis. V ~ THE LOWER MONTANE LEVEL On the Southern slope of the massif, this levei is at present covered by sub-climax woods of different ages. Only on well pro- tected sites, in deep valleys and in certain uncolonized regions, such as Rio Bonito, can stretches of the original climax forest stül be found. From 1908 to 1918 this zone was occupied by colonists of German origin. The coloni- zation was undertaken by the federal govern- ment, which intended to establish orchards of temperate zone fruits. Besides the zone of Monte Serrat small pieces of land were given to the colonists, at 1,800 and at 2,000 meters of altitude, where apples and pears were planted. On the northern slope, near the Serra Negra, at about 1,600 meters of altitude, a population of Finns was established. Unfortunately, the colony was a faiiure, and its only result was the destruction of the primeval forest. This was due in the first place, to the selection of the imigrants, the majority of whom were not farmers and, in the second place, to the heavy and cold soils of the region. The few colonists who did try to cultivate them abandoned the land and went to the cities after five years. Unfortu¬ nately, those who stayed longer dedicated bhemselves to the destruction of the forests, ín order to produce charcoal, railroad ties, and timber for the sawmills. The most frequent plant communíty at this levei, is the one that has been described for the lower levei and is dominated by Ti- bouchina estrellensis and Cassia multijuga. Another frequent community, which is suc- cessionaily much more advanced than the previous one, is the one dominated by Mi~ eonia canãolleana and M. sellowiana. The old secondary forests Cfig. 3) are no longer dominated by one or two species, but by an assemblage of species. Among the’ dominants, the ones that stand out not only by the number of individuais but also by the color of their flowers are: Vochysia spp. (yel¬ low flowers), Erythrina mulungu (red flowers)., Tibouchina arbórea (purple flowers) and ilíe- riania claussenii (purple flowers). However, the components that physiognomically cha- racterize these woods are: the palm commonly known as “Jussara”, Euterpe eãulis^ whose altitudinal limit is at the levei of 1,200 meters, and the "embaúbas” with their silvery leaves, CecTopia spp. Euterpe eãulis replaces, at this levei, Attalea inãaya and Astrocaryum aculea-- tissimum which are characteristic of the old secondary woods of the previous altitudinal levei. The edge of the woods is generally oc¬ cupied by a dense belt of bamboos, mainly of the genera Merostachys and Guadua, When submitted to the action of fire, the bamboos of the genus Merostachys grow very fast and in such a way that they completely cover the crowns of the trees. This forest, whose trees have a height that varies from 30 to 40 meters, is relatively open and the lower strata are not very dense but are well defined. The branches of the trees are covered by mosses, lichens and se- 16 F. SEGADAS-VIANNA — ECOLOGY ITATIAIA ^ BRAZIL — I veral others epiphytes. The most frequent components are: ferns of the genera Hyrne- nophyllum, Trichomanes, Polypoãium, Asple- nium and Vittaria; aroids of the genera Anthurium and Philodenãron; bromeliads of the genera Quesnelia, Vriesia^ Aechmea and Tillanãsia; cacti of the genera Rhipsalis and Hariota; gesneraceous of the genera Hy~ pocyrta, Coãonanthe and Corytholoma, and cyiindrical crowns. The trunks are thin and straight. The individuais grow relatively far from each other. The constituent species belong chiefly to the genera: Nectandra, Eu- patorium, Vernonia, Erythroxylum, Pisonia, Eugenia, Coceoloha, Psychotria, Palicourea, Cestrum, Ouratea and Rapa7iea. The lower layers are constituted by a continuous carpet of mosses and herbaceous — Old SGCondary forest at the Lower Monlane Levei, with silvery-leaved Cecropia. Figure 2 many orchid genera. This wood is also rich in lianas, not only regarding the number of individuais but also regarding the number of species. The best represented genera are; Bauhi- nia, Smilax, Herreria, Strychnos, Manãevilla, Arrabiàaea, Clytostoma, Heteropteris and Philodenãron. The middle layer is occupied by well- branched shrubs that vary from 3 to 6 me- ters in height, and have hemispherical or piants or by colonies of grasses, sedges and other herbaceous piants, o ver which groups of small shrubs become established. The piants that form the continuous car- pets are mainly species pf the genera PÜea, Coccocypselum, Peperomia, Selaginella etc, The herbaceous ones belong to the genera Sclejúü, Ehynchospora, Olyra, Pharus, Glei- chenia, Lycopoãiuvi, Ajithurium, Dichorisan- ãra, etc. The most frequent shrubs are spe¬ cies of the genera Ahutüon, Tibouchina, ARQUIVOS DO MUSEU NrA^CIONAL -- VOL. LIII — 1965 17 Cuphea, Sauvagesia, Vernonia, Buddleia, Cto- ton, etc. The successionally most advanced commu- nities have their lower layers dominated al- most exclusively by herbaceous plants with large leaves, such as Heliconia, Calathea, Ma~ ranta, Costus and Canna, Along the margins of the rivers that cross these woods, and also at the edges and clea- rings, large colonies of tree-ferns can be found. The most frequent species which do- minate under these conditions are Alsophüa elegmis and Cyathea garãneri. in hetght, wide-open, with a poorly-developed undergrowth, composed of trees with buttress roots and flat crowns. The branehes are covered by tight masses of epiphytes, and the trunks by lichens and mosses. The lianas are extremely abundant. The forest fioor is practically bare. At certain spots there are clumps of cyperaceous and shrubby woody plants. Its most important dominants are Ce- ãrela fissilis, Cariniana excelsa^ Cabralea eich~ leriana and OalUchlamys latifolia. The other tree components are species of the genera: Figura 3 — Edge of the woods at the Middle Monlane Levei, with the characteristic tree-ferns. One of the characteristics of the under¬ growth is the presence of low palms, Geo- noma sehottiana and G. barbosana, of about 1 meter in height and with an extremely thin trunk, The clímax, well represented in the Rio Bonito region, is a forest of 30 to 40 meters Nectandra, Jacaranda, Tecoma, Cybistax, Oa- nella, Coiiratari, Machaerium, Copaifera, Qua- lea, Vochysía and Bômbax. VI THE MIDDLE MONTANE LEVEL The vegetation that covers the greater 18 F. SEGA0AS-VIAKNA — ECOLOGY ITATIAIA — BRAZIL — I part of this levei is an open climax forest, whose trees have a size that varies from 20 to 30 meters. This forest is not only charac- terized tay the absence of certain species that are found at the previous levei, but also by the considerable increase in the num- ber of individuais of certain species, that are also found at the previous altitudinal levei. The undergrowth is dense, especially the shrub layer. The most frequent components are Drimys winteri, Roupala luçens, Weinmania discolor and Rapanea garãneriana. The number of epiphytes and of lianas is far greater than at the previous leveis, and so are the epixylous and terrestrial mosses and liverworts. The dominants are species of the genus Cabralea of which the commonest is C. eichleriana. The subclimax which occupies the greatest area is the one dominated by the purple- “flowered melastomaceous species Tíbouchina fissinervia, The paim Euterpe edulis and the Cecro- pia, characteristics of the previous leveis, are absent at this levei. Another important mo- dification is the low frequency of palms of the genus Geonoma. The only species that occurs is Geonoma schottiana, and this in a small number of individuais. The thich bamboos characteristic of the wood edges of the lower leveis, are replaced here by thin-stemed 'species of the genera Merostachys and Chusquea, that sometimes behave as lianas, climbing up to the tree- crowns. The tree-ferns are represented by species with low and thick trunhs, such as Dicksonia sellowiana, Hemitelia capensis and Alsophüa elegans, a very common species at the previous levei, whose altitudinal limit is the levei of 2,000 metersí fig. 3). VII — THE UPPER MONTANE LEVEL The climax of this levei is a low and not very dense forest, whose components never rise to more than 15 meters in height (fig, 4), The crowns are characteristically hemisphe- rical, and branching occurs much nearer the ground than at the previous levei. Lianas are practically absent. The branches of the trees are covered with dense masses of bro- meliads, generally of the genera Quesnelia and Vriesia. Mosses are very abundant, covering not only the branches and trunks, but also the forest floor, The dominant tree is Cabralea eichleriana. The shrub stratum is extremely dense and composed mainly of: Drimys winteri, Leandra, Psychotria, Weinmannia, Roupala and Rapanea. One of the most frequent sub clímaxes and one that also has a conspicuous aspect is the one dominated by Croton urucurana, which is commonly found associated wúth Weinma7inia discolor and Drimys winteri. The trunks of the Croton individuais are entirely covered by red-colored lichens of genus Chio- dectím. The Croton leaves are also of a reddish color, a fact that gives a characte¬ ristic aspect to this plant community. During the successional process, the Croton subclimax is replaced by a forest whose dominants are species of the genus Miconia, associated with Cabralea eichleriana. The edges of these woods are generally occupied by dense colonies of Tíbouchina or- ganesis var. süvestris, a melastome with big purple flowers. The natural and the man-made clearings are rapidly occupied by a vegetation whose dominants are Seiiecio glaziovii, Solanum itatiaiae and V'emo7^^a sp. This community is very dense and has an average height of 4 meters. In humid and shady places, can be found colonies or isolated individual tree-ferns. The species are the same as for the previous levei. As one approaches the upper limit of this levei, the forest becomes lower and open, until it is not more than 4 or 5 meters high. The undergrowth becomes thinner and thin- ner, The few existing lianas disappear. Epi- phytism decreases, but never entirely. The epiphytic and terrestrial mosses become rare, disappearing at the highest points of the levei. The causes of this reduction in the height of the woods and its absence at an altitude that at other tropical regions would be oc¬ cupied by forests, are discussed in detail on the second article of this series (Sxgadas- ViAXNA and Dau, 1965). Vin — THE HIGHLANDS LEVEL The vegetation of this levei, whose to- pography is very irregular and varied, may be grouped into three physiognomic-structu- AílQUIVOS DO MUSEU K.ACIONAL — VOL. LIIl 1965 19 Figure 4 — Structure of the climax forest of the Üpper Monlane Levei. ral types: grasslands, bogs and woods (figs. 5, 6 and 7). Certain parts of this region were settled for the establishment of orchards, which were abandoned in view of the lack of economic returns. These orchards were located in two valleys that were once covered by woods. The orchards led to the destruction of the planting of fruit-trees but also to the fel- iing for fire-wood. These two places are known in the regional botanical literature as Macieiras do Meio and Macieiras de Cima or Macieiras do Couto. The greatest part of the Highlanàs is covered by bogs of several types. The levei and well-drained areas are occupied by grasslands with a structure similar to the one of a steppe. This type of vegetation is the climatic climax of this levei, as will be discussed at length in the second article of this series (Segadas“Vianka and Dau, 1965). Due to the great number of communi- ties, it has not yet been possitale to determine precisely which is the climax community, among the ones of a steppe structure. The grasslands occurring at levei, well drained and deep soil areas, and on slightly incline d slopes, are exclusively dominated by grasses. Their height is in general around 20 cm. The most common components are: Dantho- nia montana, Briza brasiliensis, Panicum ãe~ missum, P. setifolium, Anãropogon incanus, Bromus brachyanthera, Calamagrostis mon- tevidensiSj Deschampsia sp., Festuca sp., and Trachypogon sp. Occasionally, in the interior of these communities, can be found isoiated individuais of woody species whose height varies from 3 to 4 meters. The trunks are 2ü F, SEGADAS-VIANNA — ECOLOGY ITATIAIA — BRAZIL I Figure 5 — Structure of the dwarf forest dominated foy Roupala lucens, at the Highlands Levei. tortuous and the crowns irregular and not very dense. They are always found near boulders. The roots are located near the base of the boulder and the trunks follow the round surface of these rocks. The most commonly found species are: Roupala lucens, Rapanea schwacJceana, R. gard7ieriana, Weinmannia âiscolor, Clethra laevigata. The theaceous Haemocharis semi- serTota and the magnoliaceous Drimys winteri also occur, but rarely. The well-drained and strongly inclined siopes are occupied by two shrubby communi’ ties. These communities, with a maximum height of 3 meters, have a structural type similar to the one of a savanna. The shrubs growing far from each otherj have a dense and spherical crown. The ground layer is constituted by a carpet of grasses. One of the communities is dominated by Baccharis discolor and the other, more mesophytic, is dominated by B. platypoãa. The well-drained siopes, with a low amount of organic matter in the soils, and with an inclina tion of not more than 5%, are covered by a very dense and almost impene- trable vegetation, with a maximum height of 2 meters. The constituent communities always have a single dominant, the dwarf bamboo: Chusquea pinifolia. These commu¬ nities cover large areas at this levei, giving a singular physiognomy to the landscape. The flat zones and the badly drained but not boggy siopes, are occupied by a dense graminoid vegetation, 1 to 2 meters in height and dominated by Cortaderia modesta (lig, 6), The distances between the individuais vary from 50 cm to 1 meter. This grass, of andean ARQUIVOS DO MUSEU N.ACIONAL VOL. LIII 1965 21 origin, is a tall bunch-grass and its pseudo- írunks, formed “by the rhizomes, stems anc leaf sheaths, attain an average diameter ol 50 cm and a height that may vary from 60 cm to 1 meter. The hydroseral stages are very numerous The zonation around the “pozzinas”, like "Lagoa Bonita”, that are very similar to the ones found in the Alps and Corsica, is well- -marked. The bottom of this lagoon is an organic coze, over which grow Isoetes garã- neriana and 1. martii. The first emergent vegetation is composed of Juncus microce- Vhalus and J. ustulatus and of severa! spe- cies of Eriocaulaceae. The first helophytic community is a dense floating mat of Cladium en&ifoUum, that is followed by a community of Cortaãeria mo¬ desta and finally by a belt, where the grass, Cortaãeria modesta, and the bamboo, C7íus- quea pinifolia, grow intermixed. The ponds are occupied by creeping plants sucn as: Boopis itatiaiae, Lilaeopsis ulei, Ra- nuneulus monteviãensis and Uydrocotyle itatiaiensis, The bogs are always of a graminoid type. The ground layer is a continuous carpet of Sphagnum. The upper layer is composed ex- clusively of Cladium ensifoUum. During the developmental process of the habitat, Cladium is gradualiy replaced by Cortaãeria modesta. The most advanced communities have the upper stratum composed of a mixture of Cortaãeria modesta and Chusquea pinifolia, Both species, Cladium ensifoUum and Co rí a- deria modesta, have the same physiognomic aspect and an average height of 2 meters. A special flora grows over the pseudo-trunfes of Cortaãeria. The most frequent species are: RJiabãocaulon coccineus, Blechnum schomburgkii, Alstroemeria isabellana and Polystichum quadrangulare. The middle layer Í!S".-V Figure 6 — View over the “Vale das Flores”, Highlands Levei, showing a bog at the taotíom of the valley and the charaeteristic vegetation of the little inclined slopes. 22 F. SEGADAS-VIANNA — ECOLOGY ITATIAIA — BKAZIL — I generaily has a cover of 20% and its main components are Xyris spp., Bulbostylis spp., Erioeaulon spp.j Leiothrix spp., and Cunila galioides. Tiie swamps of smaller extent are cove- red by a graminoid vegetation wiiose com- ponents are species of the genera Bulbostylis and Firíibristylis associated with several xy- ridaceous plants. Their heiglit varies from 20 to 30 cm, The lower stratum is occupied either by Svhagnum, or by very small piants such as: Ranunculus monteviãensis, Anagallis tenella, Hydrocotyle itatiaiensis and Plantago dielsii, which prevails especially at the mar- gins of these swamps. The several stream mar gins are covered by a woody vegetation of an average height of from 60 to 80 cm. The shrnbs have dense and spherical crowns that touch the ground. The most frequent shrubby species of these habitats are: Asara uruguayensis, Myrcia his- piâa and Leucothoe 7'ivula.ris. The ground layer is dominated by creeping species such as: Itatiaia cleistopetala, Geranium brasi- liense, Anagallis tenella and Blechnum penna- marina. Alongside these communities, near the water’s edge, occurs a dense row of Cunila galioães. In the running but shallow water predominate the submerged communities of Potamogeton polygonus and of ütricularia peltata. The Innumerable boulders that occur at this levei are covered by crustaceous and fruticose lichens. The conca ve areas formed by rainwater action, are either full of orga- nic matter or of a sandy soíl formed 'dn situ'’. The sandy pockets are occupied by one-layered communities whose most com- mon dominants are; Chaetostoma glaziovii, Leucopholis eapitata and Hippeastrum psií- tacinum. The humiferous pockets are oc¬ cupied, according to the substratum condi- tions, by several, also one-layered communi¬ ties. The most frequent are those dominated by the cactus Zygoeactus obtusangulus, the bromeiíaceous Fernseea itatiaiae and by the velloziaceous Barbacenia gounelleana. These same communities, except the one dominated by the cactus, are frequent on the rocky slopes of médium incünation. The erosion guliies In the clayish soils, are occupied by a vegetation of ericoid as- pect whose upper-layer components are: the melastomaceous, Chaetostoma nlaziovii and the eriocaulaceous Paepalanthus polyanthus. This community is very dense and the Chae¬ tostoma crowns attain a maximum height of only 40 cm. During the warm and rainy season, this vegetation is the most conspi- cuous because of the brilliant fiowers, not only of the dominant, Chaetostoma, but also of the other components; Esterhazya splen- diãa, Siphocampylus westinia7ius and Gaitl- theria ferruginea. The open, shallow and well drained val- leys, that are surrounded by high hiils of round-shaped contours, are occupied by dwarf forests (figs. 5 and 7) whose components, branching near the ground, have an ave¬ rage height of 5 to 6 meters, buí sometimes attain 10 meters. Their branches are den- sely covered by mosses and lichens, and oc- casionally by bromeliads, Tillandsia gemini- flora var, incana, being the commonest. The isolated individuais and the ones that grow at the edge of the woods sometimes have their branches densely covered by Vriesia itatiaiae. The undergrowth is thin, covering only 10% of the ground; the commonest components are: Polygala spp., Fragaria chiloensis, Carex sp. and Geranium brasiliense. At the tree stratum the dominant species is Roupala lu- cens, and the codonànants: Rapanea schwac- keana, R. gardneriana, Weinmannia discolor and W. paulliniifolia. The deep valleys with almost vertical slopes, have a special microclimate and are occupied by forests of Araucaria angustifolia, a relic of the Southern flora migration. The few valleys which shelter this type of forest, have a depth varying from 200 to 300 meters. One of the best stations of this type of wood is the one lound at the “Vale do Pinheirar', where the trees reach from 25 to 30 meters in height. The undergrowth layer is sparse, and its most frequent components are the melastoma¬ ceous Leanãra sulfurea, the tree-fern Also- phila elegans and the berberidaceous Berberis laurina. This forest is undoubtedly, a relic Of a climax vegetation which prevailed at this levei a long time ago, when the climate was coMer and probably moister than the present one. If we admit that Itatiaia has been gla- ciated during the Pleistocene, this Araucaria forest, has undoubtedly covered great areas after the glacial period. With the advent of a warmer climate the forest has been eli- minated, only small colonies remaining in AKQUIVOS DO MUSEU ?4ACIONAL — VOL. LIIT — 1965 23 the deep valleys, and also some isolated individuais in different places over the Highlanãs. The slopes of these valleys are covered by a shrubby ericoid community, with a gra- minoid ground layer. The dominants with a height of no more than 30 cm, have a com- pact and spherical crown, and grow very far from each other. The dominant species is the melastomaceous Microlicia isophylla. In the Lomer Highlanãs^ situated in the rain-shadow zone, a steppe-like graminoid vegetation dominates. In the valleys and along the rivers, as in other rain-shadow zones, as for example, on the Bocaina Hange (State of São Paulo), there occurs a forest dominated by Poãooarpus lambertii. The trnuks of Podocojr'pus are covered by dense masses of mosses and iichens. The ecologi- cal status of this community, especially at Itatiaia, is hard to evaluate. It is undoubte- dly, a relic of a vegetation that has covered, in the past, great areas of the massif. IX THE SUMMÍTS LEVEL This levei,, comprising the rocky hills and high peaks of the Highlanãs, has an extremely abrupt topography. The plant com- munities, even those located in the most fa- vourable places, are subject to extreme con- dítions of wind, temperature, drainage, and of mechanical and Chemical erosion. The most frequent community, covering a large part of the area, is one dominated by the bamboo, Chusquea pinifolia. This bamboo occurs in very dense stands with a maximum height of 1 meter, Its physiognomy is very similar to the one of the Juniperus colonies, that occur on the cornices and cliffs of the temperate regions, This community occurs mainly in the humiferous pockets, at Figure 7 — Dwarf forest dominated by Roupala lucens, at the Highlands Levei. 24 F. SEGADAS-VIANNA — ECOLOGY ITATIAIA — BKAZIL — I the rare levei places and on the well~protected cornices. It ís undoubtedly the climax of this levei, in spite of its being an edaphic climax. In the shady and very humid valleys si^ tuated between the highest peaks, and where the drying wind action is insignifícant, a very dense shrubby vegetation occnrs with from 1.50 to 2 meters of height. The many bran- ched shrubs have rounded crowns that tonch the gTonnd. The commonest species are: Purpurella hospita, Leandra sulfurea, Grise- Una Tuscifolia and Myreia hispida. Intermixed with these shrubs is frequently found the endemic onagraceous, Fuehsia campos -portoi. On the rough surface and in the crevices of the cliffs, grow several hertaaceous and woody plants, all of them of low height or else of the cushion type, such as: Lepechinea speeiosa, Leucopholis capüata, Achyrocline satureoides, Chionolaena glomerata, Lycopo- dium clavatum, etc. At the highest points of the rocky hiiis, which are relatively flat, although of reduced area, as for instance, on the Agulhas Negras and Prateleiras, where there is decomposed rock, the ground is covered by compact car- pets, 10 cm thick, of Oxalis calva and of Zy- gocactus ohtusangulus. Each one of these species forms an independent community. Where the layer of decomposed rock is deep and contains a certain amount of humus, a community of Carex purpureo-vaginata grows, In the shady and humid chimneys, the Andean fern, Blechnum andinum, grows in the small crevices, associated with other species such as; Folypoãium tamanãarei and P. wittiyianum. The crest of the grooves and little inclined slopes, are covered by dense communities of frutícose lichens. At the base of this slope where a certain amount of water accumulates, are found dense colonies of reddish or cream-colored Sphagnum. SGMMARY The vegetation belts of the Itatiaia mas- sif, six in number, are well delimited and easily recognizable in function of their veget¬ ation structure. There is a direct relationship between the dominant structure of the ve¬ getation and the climate of each of the leveis. From the lowest, the Plain Levei, as al¬ titude increases, vegetation decreases in height and becomes more and more open. The dominance, at first, is by many species, independent of the dynamic status of the community. However, as altitude increases the number decreases, until it is reduced to a single species. The lianas become rare at the upper leveis, while epiphytes increase con- siderabiy, especially lichens and mosses, up to the fourth levei, where they become re¬ duced to a minimum, In the woods, the middle layers grow less dense and graduaily disappear. The lower levei, Plain Levei (400 to 700 meters), is covered by secondary vegetation, in its Pioneer stages. The upper part of this levei is occupied by a sub-climax forest, 15 to 20 meters in height, dominated by Tibou- china estrellensis and Cassia multijuga. The structure and floristic composition of the climax of this levei is unknown, because oí the complete lack of samples of the primeval forest that once covered the Paraiba valley. The second levei, Lower Montane Levei (700 to 1,100 meters) is almost completely covered by secondary woods. The commonest are those ones dominated by Tibouehina es¬ trellensis and Cassia multijuga, and by Mi- conia canãolleana and M. sellowiana. The climax is an open forest, of poorly-developed andergrowth and a height of 30 to 40 meters. The trees are straight and have thick trunks and buttress roots. The dominants are: Ca- riniana excelsa, Cedrela fissüis, Cahralea eichleriana and Calliehlamis latifolia. The Middle Montane Levei (1,100 to 1,700 meters) and Upper Montane Levei (1,700 to 2,000 meters) have as their climax, respecti- vely, a forest 20 to 30 meters in height, do¬ minated by species of the genus Cahralea and a somewhat open and low forest, 15 meters in height, dominated by Cahralea eichleriana. The HigMands Levei (2,000 to 2,400 me¬ ters) of irregular and varied topography, has as its climax a graminoid vegetation with a steppe structure. The floristic composition of the climax community or communities have not yet been determine d. The three types of forest that occur at this levei, always in special topographical situations — woods of Roupala lueens, woods of Aracauria angusti- iolia and woods of Podocarpus lamhertii — are relics of the climax vegetation which once occupied the region. ARQUIVOS Dü MUSEU N,ACIONAL — VOL LIII — 1965 25 The Roupala lucens forests are relics of a period when tke climate was warmer and moister than the present one, while the Arau- caria angustifolia woods are relics of a climax which existed under a colder and probably rainier climate than the present one. The ecological status of the Poãocarpus lambertii woods is hard to define, They are, probably, relics of a climax or snb-climax which covered great areas of the massif, when the dominant climate was colder (the same average temperature as for Araucaria an¬ gustifolia) and drier than the present one. On the last levei, Summits (2,400 to 2,770 meters) the most frequent vegetation is the community dominated by a dwarf bamboo, Chusquea pinifolia, whose individuais are ne- ver more than 1 meter high. This community is undoubtedly the climax, in spite of its being an edaphic one. Ecological studies on the Itatiaia massif are still incomplete, especially in regard to the Highlanãs Levei, but we hope in a near future, to clarify some of the main problems which we have outlined abo ve. SUMÁRIO Os andares de vegetação no maciço do Itatiaia, em número de seis, são bem delimi¬ tados e facilmente reconhecíveis em função da estrutura da vegetação que os cobre. A partir do andar mais baixo. Planície, a medida que aumenta a altitude, a vege¬ tação diminue em porte e se torna mais aberta. A dominância que é exercida a prin¬ cípio por várias espécies, qualquer que seja o estatus dinâmico da comunidade, passa, com 0 aumento da altitude a ser exercida por poucas espécies ou mesmo por uma única. As lianas tornam-se raras nos andares supe¬ riores enquanto que o epifitismo aumenta consideravelmente até o quarto andar, so¬ bretudo 0 de liquens e musgos, quando então desaparece. Nas matas, os estratos interme¬ diários tornam-se menos densos e desapare¬ cem paulatinamente. O andar mais baixo, Planície (400 a 700 metros), é hoje coberto por vegetação secun¬ dária em seus estágios pioneiros. Sua parte superior é ocupada por uma floresta sub- climax, de 15 a 20 metros de altura, dominada por Tibouchina sstrellensis e Cassia multijuga\ A estrutura e composição florística do climajíl dêste andar é inteiramente desconhecida poi náo mais existirem testemunhas da floresta que outrora cobria o vale do Paraíba. O segundo andar, Montanha Inferior (700 a 1.100 metros), é quase totalmente reco¬ berto por matas secundárias, sendo as mais comuns as dominadas por Tibouchina estrel- lensis; Cassia multijuga e Miconia candollea7ia; Miconia sellcnoiana. O climax é uma floresta aberta, de sub-bosque pouco denso, com um porte de 30 a 40 metros, constituída por ár¬ vores de troncos grossos, retilíneos e raízes tabulares. A dominância é exercida por Ca- riniana excelsa, Ceãrela fissüis, Cabralea eich- leviana e Callichlamis latifoUa. Os andares. Montanha Média (1.100 a 1.700 metros) e Montanha Superior (1.700 a 2.000 metros) têm por climax, respectiva¬ mente, uma floresta de 20 a 30 metros de altura, dominada por espécies do gênero Ca¬ bralea, e uma floresta pouco densa, baixa, com não mais de 15 metros de altura, do¬ minada por Cabralea eichleriana. O penúltimo andar. Planalto (2.000 a 2.400 metros), de topografia irregular e bas¬ tante variada, tem por climax uma vegetação graminóide com estrutura de estepe. A co-. munidade ou comunidades climax não foram ainda determinadas com precisão quanto á sua composição florística. Os três tipos de mata que ocorrem neste andar, sempre em situações topográficas especiais: matas de Roupala lucens, de Araucaria angustifolia e de Poãocarpus lambertii, são relíquias das vegetações climax que ocuparam a região em épocas passadas. As matas de Roupala lucens são relíquias de um período em que o clima era mais quente e úmido que o atual, enquanto que as matas de Araucaria angustifolia são relíquias de um climax que existiu debaixo de um clima mais frio, e, provavelmente, mais chuvoso que o da atualidade. - O estatus ecológico das matas de Poão¬ carpus lambertii é difícil de precisar, mas é de se supor que sejam relíquias de um climax ou de um sub -climax que cobriu grandes áreas do maciço em uma época em que o clima dominante era mais frio (igual a aquêle sob 0 qual dominou Araucaria angustifolia) e mais sêco que o de hoje. No último andar, Cumes (2.400 a 2.770 Íh metros) a vegetação predominante é uma «comunidade, dominada por um bambú anão, M Chusquea pinifolia, cujos indivíduos têm um 26 F, SEGADAS-VIANNA — ECOLOGY ITATIAIA — BRAZIL — I porte que não ultrapassa um metro. Esta co¬ munidade é seiíi dúvida alguma o climax, ainda que seja um climax edáfico, REFERENCES Backlund, H.G. 1933 — On the mode of intrusion oí deep- -seated alkaline bodies, Buli, Geol, Inst. Univ. Vpsala, 24:1-24. Barros, W.D. 1947 — O Parque Nacional do Itatiaia — Aspectos e considerações gerais em tôrno de sua natureza e de sua tarefa, Boi. Geográfico, 5, 51: 300-306. Bahth, R. 1957 — A fauna do Parque Nacional do Itatiaia, Boi. Parque Nac. Itatiaia, 6:1-149, 39 figs., 2 maps. Brabe, A.C. 1942 — A composição da flora pteridófita do Itatiaia, Roãriguésia, 6, 15: 29-43, 9 figs. Braítnek, J.C. 1896 — Decomposition of rocks in Brazil, Buli. Geol. Soc. America, 7:255- 314, 5 figs., 5 pis. De Martohne, E. 1944 — Problemas morfológicos do Brasil tropical atlântico — 2.^ article, Rev. Bras, Geog., 6, 2:155-178, 5 figs., 4 pis. Derby", o. 1889 — Os picos altos do Brasil, Rev. Soc Bras. Geog. Rio de Janeiro, 5, 3: 129-149. Domingues, A.J.P, 1952 — Maciço do Itatiaia, Rev. Bras Geog,, 14, 4:463-471, 6 figs. Dusén, P. 1905 — Sur ia flore de la Serra do Ita- tiaya au Brésil, Arch. Mus. Nac., 13:1-119. 1909a—Beitrâge zur Flora des Itatiaia — I, Arlciv. for Botanik, 8, 7:1-26, 10 figs., 5 tabs. ■ 1909b — Beitrâge zur Flora des Itatiaia — II, Arkiv. for Botanik, 9, 5:1-50, 5 figs., 1 tab. Freise, W. 1933 — Erasilianische Zuckerhuttaerge, Zeits. fur Geomor-phol., 8:49-66. Hemmewborff, E, and C. Moreira 1903 — Relatório das excursões effectua- das na margem esquerda do Rio Branco em S. Paulo e no Itatiaia na Serra da Mantiqueira, Arch. Mus, Nac., 12:159-168, 3 pis. Holt, E.G, 1926 — Achegas para uma bibliografia do Itatiaya, Rev. Mus. Paulista, 14: 139-160. 1928 — An ornithological survey of the Serra do Itatiaya, Brazíl, Buli. Amer. Mus. Nat. Hist., 57:251-326, 14 pis., 2 tabs. Lamego, A.R. 1936 — O Massiço do Itatiaia e regiões cir¬ cundantes, Boi. Serv. Geol. Mi¬ neral. Brasil., 88:1-93, 42 figs. 1 map. ex-texto. 1950 — O Homem e a Serra, XSIV 4 350 pp., 230 figs., 1 graph., '3 maps., Biblioteca Geog. Bras., Cons. Nac. Geog,, Rio de Janeiro. Leme, A.B.P. 1923 — Notas geológicas sôbre o maciço do Itatiaya. Boi. Mus. Nac., 1, 1: 31-34, Lutz, Bertha 1958 — Anfíbios novos e raros, das serras costeiras do Brasil, Mem. Inst. Osw. Cruz 56, 2:373-399, 3 figs., 3 pis., 3 graphs, Ltjtz, Bertha and A. Leitão de Carvalho 1958 — Novos anfíbios anuros das serras costeiras do Brasil, Mam. Inst. Osw. Cruz, 56, 1:239-249, 5 pis. Mieanda-Ribeiro, a. 1905 — Vertebrados do Itatiaya, A7-ch. Mus. Nac., 13:163-190, 3 figs. 1923 — Nota crítica sôbre a ornis do Itatiaya, Arch. Mus. Nac., 24: 237-255. Oliveira, A.I. and O.H. Leohardos 1943 — Geologia ão Brasil — 2nd. ed., XXVI + 813 pp;, 1 map., Brasil, Min., Agric., Serv. Inf. Agric., Série Didática n.o 2. Pinto, O. 1954 — Aves do Itatiaia — Lista remissiva e novas achegas à avifauna da região, Boi. Parque Nac. Itatiaia, 3:1-87, 1 map. Rego, L.F.M. 1930 — A geologia do petróleo no Estado ARQUIVOS DO MUSEU KIACIONAU — VOU LIII — 1965 27 de São Pavio, Boi. Serv. Geol. Mi¬ neral. Brasil., 46:1-110. Segadas- ViAJSTNA, F. and Leda Dau 1965 — Ecology of the Itatiaia Range, Soutlieastern Brazü — 11 — Cli- mates and altitudinal climatic zonation, Areh. Mus. Nac. 53. Ule, E. 1896 — Relatório de vma excursão bo¬ tânica feita na Serra do Itatiaya, Arch. Mus. Nae., 9:185-233. Vageler, P. 1938 — Grundriss Der tropisehen Und sub-tropischen Bodenkunden, 253 pp., Verlagyg, fur Ackerbau M. B. H., Berlin. Velho, P.P.P. 1923 —. Avifauna da Serra do Itatiaya, Arch. Mus. Nac. 24:257-264. ZiKÁN, J.P. and W. ZiKÁN 1940 — Introdução para o catálogo da insecto-fauna do Itatiaia e da Mantiqueira, Rodriguésia, 4, 13: 155-165. 1946 — A insectofauna do Itatiaia e da Mantiqueira, Brasil, Min. Agríc., Serv. Doe. Agric., 290:1-50. APPENDIX LIST OF AUTHOHS AKD FAMILIES OF THE CITED SPECIES AbutUon Malvaceae Achyrocline satureioides DC. Compositae Aechmea Bromeliaceae Alsophiia elegans Mart Cyatheaceae Alstroemeria isabellana Hei'b. Amaryllidaceac Anagallis tenella L. Primulaceae Andropogon incanus Hack. Gramineae Anthurium Araceae Araucaria angustifolia O. Ktze. Araucariaceae Arrabidaea Bignoniaceae Asplenium Polypodiaceae Astrocaryum aculeatissimum Burret — A. ayri MaiT. Palmae Attalea indaya DC. Palmae Azara uruguayensis (Speg.) Sleumer. Flacourtiaceae Baccharis discolor Bak. Compositae Baccharis platypoda DC. Compositae Baccharis schultzii Bak. Compositae Barbacenia gounelleana Beauv. Velloziaceae Bauhinia Leguminosae Berberis laurina Bíllb. Berberidaceae Blechnum andinum (Bak.) Chr. Polypodiaceae Blechnum penna-marina (Poir,) Kuhn. Pol 3 ^podiaceae Blechnum schomburgkii (Kl.) C. Chr. Polypodiaceae Bômbax Bombacaceae Borreria Rubiaceae Boopis itatiaiae Dusen Calyceraceae Briza brasiliensis (Nees.) Ekm. Gramineae Bromus brachyanthera Doell. Gramineae Büddleia Loganiaceae Bulbostylis Cyperaceae Cabralea eíchleriana C.Dc, Meliaceae Calamagrostis montividensis Nees. Gramineae Calathea Maranthaceae Callichlamjys latifolia K. Schum. Bignoniaceae Canna Cannaceae Canella Canellaceae Capsicum Solanaceae Carex purpureo-vaginata Boeck. Cyperaceae Cariniana excelsa Casar. Lecythidaceae Cassia multijuga Rich. Leguminosae Cedrela fissilis Vell. Meliaceae Cecropia Moraceae Cestrum Solanaceae Chaetostoma glaziovü Cogn. Melastomataceae 28 F. SEGADAS-VIANNA — ECOLOGY ITATIAIA — BBA2IL ~ I Chíonolaena glomerata Bak. Compositae Chusquea pinifo^a Nces. Gramineae Cladium ensifolium Benth. Cyperaceae Clethra laevigata Meissn, Clethraceae Clidemia neglecta D. Don. Melastomataceae Clytostoma Bignoniaceae Coccoloba Polygonaceae Coccocypselum Rubíaceae Codonanthe Gesneriaceae Copaifera Leguininosae Cordia curassayica Roem. Borraginaceae Cortaderia modesta (Doell.) Hack. Gramineae Corytholoma Gesneriaceae Costus Zingiberaceae Couratari Lecythidaceae Croton salutaris Casar. Euphorbiaceae Croton urucurana Baill. Euphorbiaceae Cunila galioides Benth. Labiatae Cuphea Lythraceae CVathea gardneri Hook, Cyatheaceae Cybistax Bignoniaceae Danthonia montana Doeli. Gramineae Deschampsia Gramineae Dichorisandra Commelinaceae Dicksonia sellowiana Hoek. Cyatheaceae Diodia Rubíaceae Drimys winteri Forst. Magnoliaceae Eríocaulon Eriocaulaceae Erythrina mulumgu Mart, Leguminosae Ei)ythroxylum Erythroxylaceae Esterhazya splendida Mik. Scrophulariaceae Eugenia Myrtaceae Eupatorium Compositae Euterpe edulis Mart, Palmae Fernseea itatiaiae (Wawra.) Bak, Bromeliaceae P estue a Gramineae Fimbristylis Cyperaceae Fragaria chíloensis (L.) Erh. Rosaceae Fuchsia campos-portoi Pilger. & Shuize^ Onagraceae Gaultheria ferruginea Cham. & Schlecht. Ericaceae Geonoma barbosana Burret. Palmae Geonoma schottiana Mart. Palmae Geranium brasiliensa Prog. Geraniaceae Gleichenia Gleicheniaceae Griselina ruscifolia (Cios.) Taub. Cornaceae Guadua Gramineae Haemocharis semisserrata Mart. & Zucc. Theaceae Hariota Cactaceae Heliconia Musaceae Hemitelia cap^nsis R. Br. Cyatheaceae Heneria Liliaceae Heteropteris Malpighiaceae Hippeastrum psíttacinum Herb. Amaryllidaceae Hortia arbórea Engl. Rutaceae Hydrocofylo itatiaiensis Brade. Umbeiliferae Hymenophyllum Hymenophyllaceae H^pocyrta Gesneriaceae Itatiaia cleistopetala Ule. Melastomataceae Inga affinis Steud. Leguminosae Isoetes gardneriana A, Br. Isoetaceae Isoetes martií A.Br. Isoetaceae Jacaranda Bignoniaceae Juncus micrücephalus H.B.K. Juncaceae Juncus ustula tus Buchen, Juncaceae Leandra sulfurea Cogn. Melastomataceae Leiothrix Eriocaulaceae Lepechinea speciosa (St Hü.) Eplg. Labiatae Leucopholis capitata (Bak.) Cuffod. Compositae ARQUIVOS DO MUSEU MACIONAL — VOL. LIII — 1965 29 Leucothoe rivularis Sleumer. Lüaeopsis ulei Peçez-Moureati. Lycopodmm clavatum L. Macha erium Mandevilla Maranta Melinis minutifiora Beauv. Meriania claussenü Triana. Merostachys Miconia candolleana Naud. Miconia sellowiana Naud. Microlícia isophylla DC. Myrcia hispida Berg, Nectandra Nicotiana Olyra Ouratea Oxalis calva Prog. Paepalanthus poiyanthus Kunth. Paiicourea Panicum demissum Doell. Pajiicum setifolium Nees. Pavonia Peperomia Pharus Philodendron Pilea Piptadenia nítida Benth, Pisonía nítida Mart. Plantago dielsü Pilger. Podocarpus lambertii Klotzsch. Polygala Polypodiun:! tamandarei Rosenst. Polypodium wittigianum Fée. Polystichum quadrangulare Fee. Potamogeton polygonus Cham. Psychotria hancomiaefolia Benth- Purpurella hospita Cogn. Qualea Quesnelia Ranunculus montevxdensis Arech. Rapanea gardneriana (A.DC.) Mez. Rapanea schwackeana Mez. Rhabdocaulon coccíneus (Benth.) Eplg. Rhipsalis Rhynchospora Roupala lucens Meissn. Sauvagesia Schinus terebinthifolius Raddi. Sclerolobium rugosum Mart. Scleria Selaginella Senecio glaziovii Bak. Sida Siphocampylus westinianus (Bilib.) Pohl. Smilax Solanum itatiaiae Dusen. Sphagnum Strychnos Tecoma Tibouchina arbórea Cogn. Tibouchina estrellensis Cogn. Tibouchina íissinervia Cogn. Tibouchina organensís Cogn. var. süvestris Brade. Tiliandsia geminiflora var. incana (Wawra.) Mez. — Tillandsia incana Wawra. Trachypogon Ericaceae Umbelliferae Lycopodiaceae Leguminosae Apocynaceae Marantaceae Gramineae Melastomataceae Gramineae Melastomataceae Melastomataceae Melastomataceae Myrtaceae Lauraceae Solanaceae Gramineae Ochnaceae Oxalidaceae Eriocaulaceae Rubiaceae Gramineae Gramineae Malvaceae Piperaceae Gramineae Araceae Urticaceae Leguminosae Nyctaginaceae Plantaginaceae Podocarpaceae Polygalaceae Polypodiaceae Polypodiaceae Polypodiaceae Potamogetonaceae Rubiaceae Melastomataceae Vochysiaceae Bromeliaceae Ranunculaceae Myrsinaceae Myrsinaceae Labiatae Cactaceae Cyperaceae Proteaceae Víolaceae Anacardiaceae Leguminosae Cyperaceae Selaginellaceae Compositae Malvaceae Campanulaceae Liliaceae Solanaceae Sphagnaceae Loganíaceae Bignoniaceae Melastomataceae Melastomataceae Melastomataceae Melastomataceae Bromeliaceae Gramineae 30 F. SEGADAS-VIANNA — ECOLOGY ITATIAIA ^ BRAZIL . I Trichomanes Triumfetta Utricularia peltata Spruce, Vernonia diffusa Less. Vemonia oppositifolia Less. Virola bicuhyba (DC) Warm. Víttaria Vocbysia Vríesia itatiaiae Wawra. Weinmannia discolor Gard. Weinmannia pauüiniifolia Pohl. Xyris Xylopía brasiliensis Spreng, Zygocactus obtusangulus (Lindb.) Loefgr. Hymenophyllaceae Tiliaceae Lentibulariaceae Compositae Compositae Myristicaceae Polypodiaceae Vochysiaceae Bromelíaceae Cunoniaceae Cunoniaceae Xyridaceae Anonaceae Cactaceae ECOLOGY OF THE ITATIAIA RANGE, SOUTHEASTERN BRAZIL II — CLIMATES AND ALTITUDINAL CLIMATIC ZONATION (With 8 figures in the text) CONTENTS I — INTRODUCTION II — THE REGION Geographic Position Physiography Geology III — ALTITUDINAL ZONATION OP THE VEGETATION IV — CUMATIC ELEMENTS General Considerations Temperature Precipitation Relative Humidity Evaporation Insolation Cloudiness I — INTRODUCTION The ciimatic modifications that occur with the increase of altitude involve a differentiation in the vegetation* The al- titudinal zonation of the climates and of the vegetation is, in certain cases, well defined, but sometimes hard to precise because of the gradual merging of one belt into another. Descri ptions of altitudinal zonation, ciimatic and as to vegetation are scarce for the tropics, The region studied does not rise to a great height, but there is a true zonation, consisting of several well-delimited clima- tic and vegetational altitudinal belts. The purpose of this publication is to delimit the ciimatic zones and describe Fernando Seüadas-Vianna and Leda Dau Museu Nacional — Rio de Janeiro Pog and Haze Blue and Overcast Sky Lightning and Thunder Dew Hoarfrost, Hail and Snow V — ALTITUDINAL CLIMATIC ZONATION VI — CONCLUSIONS Climate of the Plain Levei Climate of the Lower Montane Levei Climate of the Middle and Upper Mon¬ tane Leveis Climate of the Highlands Levei Climate of the Summits Levei SUMÁRIO REFERENCES in deíaii the climates of the different leveis of altitude, The data provided wili serve as a basis for future studies on the behavior of the vegetation and of the several piant communities on the massif. The paper on the zones of vegetation by one of the authors (Segadas-Vianna, 1965) served as a basis for the present one, The effects of the climates upon the vegetation at the different seasons of the year were observed by the authors during many field-trips undertaken since 1953. The authors wish to convey speciál thanks to Dr. BERTHA LUTZ of the Museu Nacional for her kindness in critically reading the text and also for her valuable suggestions. Rsceived for publication in June, 1961, 32 F. SEGADAS-VIANNA & LEDA DAU ~ ECOLOGY ITATIAIA — BRAZÍL — II Thanks to this direct observation of the vegetation and of the climate, it has become possible to improve and complete the interpretation of the numerical data available. This research-work is part of the project “Ecological Survey of the Vege- tation of the State of Kio de Janeiro” (*), undertaken by the “Museu Nacional”, un- der the sponsorship of the “Conselho Na¬ cional de Pesquisas”, which deserves our deepest appreciation for the financial help received. We also extend our best thanks to the “Serviço de Meteorologia do Ministério da Agricultura”, for lending us unpublis- hed meteorological data. The junior author is responsible for ali the climatological aspects and the sênior author for the vegetational ones. 11 -- THE REGION GEOGRAPHICAL POSITION The massif of Itatiaia is located in the Serra da Mantiqueira, at approximately 22*^ 25' S and 44° 50' W Gr. It has an area of about 1,450 km". The Serra da Mantiqueira runs parallel to the Atlantic coast, and is separated from it by another range, also parallel, called Serra do Mar. Between these two ranges, that rise to elevations of 1,000 to 2,500 meters above sea levei, lies the valley of the Paraiba river. The massif is bordered on the south by the Paraiba valley, and on the north by the Serra Negra and the valley of the Rio Preto; towards the West, by the Rio Salto which descends from the Southern part of the Serra Negra and enters the Paraiba at the village of Salto. Towards the east the limits are less easily defined, as the Itatiaia and the Pedra Se¬ lada, another great massif of the Mantiquei¬ ra, are practically continuous. PHYSIOGRAPHY On its Southern side, that is the side facing the sea, the Massif of Itatiaia, rests on the sedimentary plain of the Paraiba river. The average elevation of this plain is 400 meters. PhysiographicalJy, Itatiaia consists of two principal parts, the slopes and the highlands. Even though not very abrupt, the slopes are weil-defined, rising on the Southern, eastern and western sides, from 400 meters, and in the northern side, from 800 meters, to a mean altitude of 2,000 meters. The Highlands can be subdivided into three regions: the Aiuruoca Plain, the Upper and the Lower Highlands. The Aiuruoca Plain is a large, humid and boggy plain where two rivers have their headwaters, the Aiuruoca River, which is tributary of the Paraná, and the Rio Preío, which ís tributary of the Paraíba. The Upper Highlands are extremely une- ven and are crossed in aU directions by series of rocky hills, having a chaotic and cyclo- pean aspect. Also there are a certain number of ridges that raise to õOO meters of altitude, such as the one in which the Agulhas Negras are localized. The surface of the Upper Bigh- lands, is either covered by bogs or strewn with boulders, from 15 to 20 meters in diameter. In this region there are also several '‘pozzinas”, similar to those which occur in Córsega and in the Alps. The Lower Highlands, on the contrary, are less uneven and its small hills, which have an altitude of less than 200 meters, have rounded profiles. The average altitude of this region is from 1,400 to 1,600 meters. The Southern slope, because of its abrupt- ness is the one that best shows the altitudinal zonation of the vegetation. GEOLOGY The Massif of Itatiaia was probably for- med during the Lower Jurassic. It is a mas- sive extrusion due to the rupture of the (^) The Ecological Survey of the Vegetation oí the Federal District and State of Kio de Janeiro was proposed, in 1951, by Fernando Segadas- Vianna, through the Museu Nacional. The “Con¬ selho Nacional de Pesquisas” sponsored it and it was begun in 1953. The research-work was organized by the proponent and carried out by GISELLE C. MACHLTNE, LEDA DAU, WILMA T. ORMOND and JADIHEL LOREDO JR. ARQUIVOS DO MUSEU N.ACIONAL — VOL. LIII — 1965 33 gneissic cover of a laccolith, melted by the magma. Tiie dominant type of rock Is a ne- phelinit syenit, compact^ medium-grained and of an ash-gray color, called foyaite (La- MEGO, 1936). The massif was probably glaciated during the Pleiíítocene. For more detailed Informa¬ tion about the physiography, geology and gla- ciation, the reader shouid consult the first paper of this series (Segadas-Vianna, 1965). III — ALTITUDINAL ZONATION OF THE VEGETATION The altitndinal zonation of the vegetation of the Ma£sif of Itatiaia has been studied in detail by the sênior author (Segadas-Viaitita, 1965), Three main elements have been taken into consideration for the delimitation of leveis: the vegetation, the physiography and the climate. The climate is the factor essentially res- ponsible for the dominance of a certain type of vegetation at a certain elevation. On the other hand, the physiography, when favorabie, allows the maximum expres- sion of vegetation according to the climatic possibilities, and, when unfavorable, causes several degrees of inhibition. The penetra- tion of one vegetation belt into the other is generally determined and controlled by topography. In the paper just mentioned, six belts of vegetation were recognized in regard to these three elements. They are all well delimited, and defined as follows: Piain-Level — from 400 to 700 meters Lower Montane“Levei — from 700 to 1,100 meters Middle Montane-Level — from 1,100 to 1,700 meters Upper Montane-Level — from 1,700 to 2,000 meters Highlands-Level — from 2,000 to 2,400 meters Summits-Level — from 2,400 to 2,770 meters. IXiring the colonial period, the Plain Levei was occupied by rain-forest, with a strueture and floristie composition similar to the Coastal raín-fore,5t that still covers the slopes of the Serra do Mar, At the present time, all this region is covered by a secon- dary vegetation, composed mostiy of grasses and malvaceae, whieh are used as pastures. In many places, the region is covered by com- munities of Melinis minutiflora, an exotic grass, which has become naturalized in Brazil and occupies extensive areas. The upper part of this levei, that is over 700 meters, is covered by a sub-climax forest, of trees that do not grow to more than 15 meters of height, and are domínated by Ti- houchina estrellensis and Cassia multijuga, The meteorologícal station of Rezende is located on the lower part of this levei, in a situation that provides data which corres- pond perfectiy to the climatic conditions pre- vailing at this levei. The second levei, Lower Montane, has a climatic climax of rain-forest, with trees 30 to 35 meters high. However, most of this region is covered by subclimax woods with a composition and strueture similar to the one that covers the upper part of the previous levei. One of the characteristies of this type of forest is the presence, in the upper layer, of a great number of individuais of the palm “Jussara^’, Euterye edulis, At certains placeç, for instance at Rio Bonito, there oceur stretches of the climax forest that are only slightly modified. The tree components are species of the genus Cedrela, Cariniana, Cabralea, Nectan- dra, associated with many other mesophytic species. The Monte Serrat meteorologícal station, at the lower part of this levei, has an inap- propriate location as it is completely surroun- ded by the woods. Many of the data recorded do not correspond exactly to the climate that really predominates at this levei, because the different elements of the weather are directly ínfluenced by the vicinity of the forest. Thus some of them probably do not express true conditions, as for instance in relation to lightning, íog, haze and dew (see Table 6). The third levei, Middle Montane, has a topography more abrupt than the one of the previous levei and Is covered by open forest, with well-developed undergrowth and trees that attain a maximum height of 20 to 39 meters. This forest is characterized not only by the absence of certain species that oceur on the lower leveis but also by the abundance of individuais of those that are present. 34 F, SEGADAS-VIANNA & LEDA DAU — ECOLOGY ITATIAIA — BRAZIL — II The lower strata are occupied by small trees of the genera: Roupala, Drymis and Weinmannia. Tree-ferns, 6 meters high, are quite common, usually forming crowded co- lonies. Another important characteristic is the abundance of mosses that cover the ex- posed places, the forest floor and the trunks and branches of the trees. The fourth levei, Upper Montane, is stili less abrupt than the previous leveis, gradua- lly passing into the Highlanãs. The climax vegetation is a low and very open forest. The trees branch near the ground and never reach more than 20 meters of height, and their crowns are characteris- tically hemispheric, The dominants are spe- cies of the genus Cabralea. Epiphytic brome- liads and mosses are quite abundant on the upper branches of the trees. Lianas are almost absent. The shrub layer is very dense and dominated by species of Drymis, Leanãra and Psychotria. The herbaceous layer is almost absent and very poor in species. The open places are commoniy occupied by large colonies of tree-ferns with low trunks. The most frequent species are Dicksonia $el- lowiana, Aísophila elegans and Hemitelia capensis. Most of the area of this levei is covered by a subclimax forest dominated by Croton associated with Weinmannia, Cabralea and D7'ymis. Other important communities are the ones Unfortunately these two leveis have no permanent meteorological stations, nor are there any occasional observations of the cha- racteristics of the climate avaüable. The fifth levei, Highlanãs, situatea within the altitudes of 2,000 and 2,400 meters differs from the previous leveis, not only by the aspect of the vegetation, but also as to topography. The vegetation can be grouped into three main types: woods, grasslands and bogs. The forests are of a dwarf type. The trees, ramifying near the ground, have an average of from 5 to 6 meters of height, sometimes reaching 10 meters. The branches are completely covered by masses of mosses and lichens and, occasionally by bromeliads. Tülanãsia geminiflora var. incana is the most common species. These forests are only found in valleys whích are protected, and weU-draíned and have an even topography. A great part of the Bighlanãs area is dominated by shrubs such as Seneeio, Ver- nonia and Tibouchina organensis var. silvestris. covered by a vegetation of the steppe type, which is composed of several communities, corresponding to various successional stages or to several habita ts not relate d to each other. The plains with a bad drainage, but wit- hout a substratum of peat, are covered by a dense graminoid community, one to two meters high, dominated by Cortaãeria modesta. The well drained hillsides with a slight siope are covered by a community dominated by a dwarf bamboo ~ Chusquea pinifolia — that can reach two meters of height. The well-drained plains and the ground with a slight siope are covered by a vegetation with a physiognomy and structure very si¬ milar to those of a steppe. The main components are species belon- ging to the genera: Danthonia, Deschampsia, Brisa, Panicum, Andropogon, Festuca, Bromus, Trachypogon, etc. The much inclined hillsides are frequently occupied by two communities. One is do¬ minated by Bacchafis ãiseolor and the other by Baceharis platypoãa, both with a ground layer of grasses, The gullies on clayish ground are covered by communities dominated by species of the genera: Chaetostoma, Paepalanthus, Sipho- oampylus, Esterhazya, etc. The hydroserai stages are very numerous. The zonation around the ■‘pozzinas” is v;ell differentiated. The bogs are of a graminoid type. The ground layer is covered by a continuous carpet of Sphagnum, and the upper layer is domi¬ nated by Cladium ensifolium. The Alto do Itatiaia meteorological sta- tion, situated 2,199 meters above sea-level, is located on the top of a small hill near the Southern edge of the plateau. The data given by this station characterize the climate of this levei well. The station would however have been better located, if in the middle of the plateau instead of near one of its edges. The sixth levei, Summits, situated within the altitudes of 2,400 and 2,700 meters, has an extremely abrupt topography and compri- ses the rocky ranges and the high peaks that cross the Highlanãs in all directions. The vegetation of this levei is subject ARQUIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. LIII 196n 35 to very severe conditions oí wind, drainage, temperatura, etc!" Chusquea pinifolia less than one meter Mgh, occurs in dense stands, mairily in tlie pockets containing humus and in the well protected cornices. The valleys located between the highest peaks, full of boulders of all sizes, are occupied by many herbaceous and woody plants such as: Purpurella hospita, Fuchsia campos-portoi, Oxalis calva, Zygo-^ cactus oJytusangulus and Griselina ruscifolia. IV — CLIMATIC ELEMENTS GENERAL CONSIDERATIONS The existence of three meteorological stations and of a pluviometric station have enabled us to correlate accurate weather data with the vegeta tion zones. These sta- comparison with a sea-levei climate at the same latitude. Resende is on the banks of the Paraiba River at a mere 430 meters, Monte Serrat, at the foot-hills of Itatiaia, is about twice as high, although only a few ki- lometers away. Unfortunately, there is no station on the mountain itseif between 816 and 2,199 meters (and therefore none within the 1,100-1,700 meters levei). The neigh- taouring Campos do Jordão, however lie at 1,630 meters, and the Campos da Bocaina, on the Serra do Mar, at 1,480 meters. Alto do Itatiaia is at 2,199 meters and Agulhas Negras at 2,450 meters. The record ís not absolutely complete. The most regrettable gap is the iack of tem¬ pera ture data for the highest altitude. Table 1 indicates the geographic position, coordinates and altitude and Table 2 gives information about the source of the data and STATE latitudg LONGITUDE STATION Ai/nTuns RIO DE JAIíEIRO 410 m 22° 29* 3 44° 28* W.G* , MONTE SERRAT i RIO DE JANEIRO 816 m 22° 27* S 44° 50* TT.G. ALTO DO ITATIAIA RIO DE JANEIRO 2.199 m 22° 25* S ' 44° 50* V.Q. BASE DAS ÁGmHAS KBGRAS * RIO m JANEIRO 2*450 m 22° 24* S 44° 50* V.G. ALTO DA BOCAINA SÃO PAULO 1.430 ra 22° 45* S 44° 51* Vf.G* CAMPOS DO JORDSD SÃO PAULO 1.630 m 22° 44* S 45° 54* W.G, PETROPOLIS KEO DE JANEIRO 847 m 32° 51* S 45° 11* W.G. ELO DE JANEIRO FEDERAL HCST, 44 m 22° 54* S 43° 10* ÍT.G. Table 1 — Geographic location of the meteorological stations. tions have accumulated a consíderable amount of information through the years, which it has been impossible to publish, so far, except for the means. We have brought together in Table 3 all the significant figures for the Itatiaia area and neighbouring highlands available to us. The data for Rio de Janeiro will permit the periods of observation of the different weather elements. The annual regime of the different weat¬ her elements are analyzed briefly. In the “Normais” published by the “Ser¬ viço de Meteorologia” (Anonymoüs, 1941) there is an inversion of the pluviometric va- lues for the Alto Itatiaia Station (pg. 4'i) 36 F. SEGADAS^VIANNA & LEDA DAU — ECOLOGY ITATIAIA — ERAZIL — II for the raonths of January and February. The value 399.3 mm corresponds to the month of January and not to February. TEMPERATURE (Figs. 1, 8; Tabs. 3, 4, 5) The climate of the Plain Levei has an annual mean temperature of 20. 1^0. This mean results from 31 years of observation (Table 2). The coldest months of the year are June, that of the summer of 0.9^C. The hottest month is February with 23 . 70 c, and the coldest July, with which gives an amplitude of 6.9^0. The absolute minimum temperature for July was 0°C, re- corded on July 18, 1926, and the maximum on February was 37,4°C, recorded on Februa¬ ry 4, 1933. The mean of the maxima, during the 31 years of observation, is 27.6*^0 and the mean of the minima is 15.9<^C. In that observation Figure 1 — Monthly average maximum and Lower Montane Levei; July and August, with and average of 11 A^C, and the months of January, February and March are the hottest, with an average of 23.50c. The summer (December to February) has an average of 23.3°C. The difference between the mean temperature of summer and winter is of 5.9°C. The winter amplitude is of I. 40 C and minimum lemperaíure (1 — Plain Levei; 2 — 3 ~ Higlilands Levei). period, the absolute maximum recorded was 38.4<^C, which occurred on the 8th and 9th December, 1940, and the absolute minimum was of minus 0.3°C recorded on July 26, 1918. Figure 1 shows the annual behaviour of the maxima and of the minima and Table 4 gives the absolute maxima and minima recorded for every month of the observation period. The climate of the Lower Montane Levei ARQUIVOS DO MUSEU N.ACIONAL — VOL. LIII ~ 1965 37 S T A T I 0 IT B L B M E N T 3 0 U R 0 E PERIOD REZENDE TBMPEKATLRE SERV, METEOROLOGIA 1911-1942 , EATNFALL SERV, METEOROLOGIA 1911-1942 Ne RAINY LAYS ANONTMOUS - 1941 1911^1935 REL. HUÍITLITT ANONTMOTJS - I 94 I 1911-1942 EVAPORATION ANONTMOtIS - 1941 1911-1942 INSOLÂTICN ANONTMOUS - 1941 1911-1942 CXOULINESS ANONTMOUS - I 94 I 1911-1942 OTHBR FEKOMENA .ANONTMOUS - 1941 19r6-1942 T-TONTE SERRAT TEMPERATURE SERVi METEOROLOGIA 1916-1933 .RAINPALL SERV, METEOROLOGIA 1916-1933 Ne HAINT LATS ANONTMOUS - 1941 1911-1933 REL. HOHILTTY ANONTMOUS - 1941 1916-1933 EVÁPORATION ANONTMOUS - I 94 I 1916-1953 INSOLATION ANONTMOUS - 1941 1916-1933 CLOULBIESS ANONTMOUS - 1941 1916-1933 : OTHER FEKOMBNA ANONTMOUS -1941 1916-1933-' ALTO LO ITATIAIA TBTíPERATTIRB BERV, METEOROLOGIA 19 I 6 -I 94 O RAINPALL SERV. METEOROLOGIA 1916-1940 Ne,RAINY LATa SERV, METEOROLOGIA 1916-1940 REL. HUMIDITT SERV. METEOROLOGIA 1916rl940 ; EVAPORATION SERV, METEOROLOGIA 1916-1940 INSOLATION SERV, METEOROLOGIA 1916-1940 CLOUDINBSS SERV, METEOROLOGIA 19 I 6 -I 94 O OTHER PENOMENA SERV, METEOROLOGIA 1916-1940 BASE DAS AGULÍÍAS NEGRAS RAINPALL TORRES Sz MORTERA - 1948 1914-1938 ALTO DA BOCAINA TEMPERATÜEE SETZER - 1946 1914-1919 RAINPALL SETZER - 1946 1914-1919 CAMPOS DO JORTslO TEI-íPERATlIRE SETZER - 1946 1906-1941 RAINPALL SETZER - 1946 1906-1944 PETRÓPOLIS TEMPERATURB SETZER - 1946 1913-1930 RAINPALL SETZER - 1946 1913-1930 RIO DB JANBIRO TEMPERATURB ANONTMOUS - 1941 1890-1938 ■ RAINPALL ANONTÍ!OUS - 1941 1890-1938 1 Table 2 — Souree and periods of observation oí the difíerení climatic elements. 38 F. SEGADAS-VIANNA & LEDA DAU — ECOLOGY ITATIAIA — BRAZIL II has a mean temperature of 18.2°C, and an annual amplitude of 6.6®C, according to an observation period of 17 years (Table 2), As at the previous levei, tlie warm season embraces the months of December, January and February and has a mean of 20.8°C. The amplitude is 0.5°C; the hottest months are January and February, both with an average of 21,0°C. Both, March and December, have the same mean temperature, a fact that al- lows us to consider the summer (warm sea¬ son) as embracing four months (December to March). Adoptíng this criterium, we should consider the summer of the previous levei as also having a duration of four months, since the difference between the means of March and December is only 0.4oc. The mean of the maxima, for a 17 years period, is 25.0°C; figure 1 shows the annual behaviour of the recorded maxima. The ab- solute maximum observed until 1933 was 35.3°C, recorded on November 8, 1919. The absolute maximum observed during the two hottest months, January and Fe¬ bruary, was 34.6°C, recorded on January 31, 1933. The absolute maxima for the various months are given in Table 4. The cold season, including the months of June, July and August, has a mean of Í5.10C. The amplitude of variation is 1.4oc, and the coldest month is July with 14.4°C for mean. The absolute minimum for this month was O^C, recorded on July 15, 1932, this is also the absolute minimum recorded until 1933. The mean of the minirna recorded during 17 years is of IS^^C, so that the difference between the means of the maxima and those of the minirna is 12oc. The Highlanãs Levei has an annual mean temperature of 14.4°C, that corresponds to a 20 years observation period (Table 2). The summer (December to February) has a mean of 13.4^C. The amplitude is 0.5°C; the month of January, the hottest one, has a mean of 13.6^0. The months of March and December have the same mean tempe¬ rature, 13,1°C, so we may consider the warm season as having a duration of four months {December to March). The absolute maximum in 20 years was 23.PC, recorded on September 27, 1916, while the absolute maximum of the hottest month was 20.9*^0, recorded on January 9, 1925. The mean of the maxima recorded until 1940 is 15 . 2 ^ 0 . Analysing figure 1 we see that the curve for the maxima of this levei can almost be superimposed on the curve for the minirna of the Plain Levei, During the hottest months the maxima for this levei are lower than the minirna of the Plain Levei. There is a gap between the curves corresponding to the ma¬ xima of the Plain, Lower Montane and High- lands Leveis. This does not occur in the curves of the minirna. The winter (June to August) has a mean temperature of 9°C., July being the coldest month, with a mean of 8.4'^C. The amplitude of variation during the winter is 1.3^0. The absolute minimum recorded on the coldest month (July), minus recorded on July 11, 1918, is aiso the absolute minimum recorded until 1940, that is, during 20 years. The mean of the minirna is 8.4^0; the dif¬ ference between the means of the maxima and minirna is 6.8°C, and the annual am¬ plitude 5.2°C. PRECIPITATION (Figs. 2, 3, 8; Tabs. 3, 5i The Plain Levei has an annual mean precipitation of 1589^7 mm, corresponding to an average of 153 rainy days per year, or 42 % of the days of the year. The rainiest month is January, with a mean of 270.9 mm, and the least rainy is July with 22.7 mm. The rainy season goes from December to February, totaiizing, on an average, 782.2 mm, which correspond to 50% of the annual rain- fali. During this season the average number of rainy days is 20. The month of January has an average of 22 rainy days. The ma¬ ximum daiiy precipitation recorded until 1942 was 140.0 mm, on December 11, 1926. The dry season, which coincides wãth the winter, inciudes the months of June, July and August and has an average total of 77.1 mm, that corresponds to only 4.8% of the annual total. This precipitation falis on only 19 days. The months of July and August have, on an average, only 8 rainy days. The Lower Montane Levei has an annual mean precipitation of 1699.0 mm, faliing on an average of 116 days, or in other w^ords, 31,5% of the days of the year. In the same way as on the previous ievel, here also the rainiest month is January, with 'AKQUIVÜS DO MUSEU N.ACIONAL VOL. LIII - 1965 39 STATICI) REZENDE HOHTE SEHÜAT ALTO no ITATIAIA EASS DAS AGULHAS KEGKAS ALTO DA BCGAIHA CAIÍP03 BO JGRmO PETROtOLlS KIO DS JAICSIHO Te.Mip. Hf. Teap. ■ flf. Tos?. Rr, Tesp. Rf. Tênp. Hf. , Tanp.' Rf. Tcmp. Hr. TcT.p, Rf. ‘>0 Em HEB “C JEM “c nun mt mst JAIt. ?3.6 270.9 21.0 289,3 I3.G ■ 404.3 416,6 16.3 281.0 16.5 385-0' , 21.0 309.0 35.1 127.1 yEB, 23.7 254,5 21,0 249.8 15.5 357.6 m 0 553.5 191.0 295.0 16.4 256.0 30.9 353.0 25.4 ije.^2 UAS. 33.2 211-2 a*).5 227.6 13-1 514.6 Ep- 294.2 15.3 193.0 15.5 1S5.0 30.1 503,0 34.9 139.6 AER, ' 21,7 102.1 19.1 110.7 11-5 152.2 154.5 I5.B 127.0 13.?' 31.0 1B.4 160.0 23.4 91.8 EtAY 19.2 39.Ê 16.6 43;3 9.7 74.6 t* 66-9 11.5 48.0 10,6 50.0 16.2 101,0 21.8 66.7 17. 25.0 15.1 31.5 6,9 44.4 m 34,4 10.6 56.0 9.6 43.0 15.3 63,0 20.6 58.1 JVL» ; 16.3 22;? 14,4 33.5 8.4 58.4 r* M 29.2 10.4 24.0 e,5 42,0 14.4 61.0 20,1 43,2 Aus; 13. 3 39 .% 15.S 57.0 9.7 54,0 a 40,5 10,7 50.0 9,3 44.0- 15*3 71.0 20.6 41.8 SEPÍ. 19.7 59.9 17.4 71.6 il-4 100i2 ai.3 13,6 52.0 12,5 81,0 ' 1?.0 101.0 20.9 64-3 COT. 20.6 137;? 10,2 134.9 11,3 196.8 > 174.2 14,1 147.0 13.3 154.0 17.3 183.0 21.5 85.2 KOV. 22.0 1S9.9 19.5 135.6 13.1 371.4 256,7 14.9 174.0 15.1 190.0 13.8 365.0 22.3 : 95.5 DEC. 23.S 256.e 20.5 279.5 13.1 385.5 571.5 15.4 256,0 15. a 275; 0 19.6 305.0 24.5 138.6 Y S A B 20.7 1539.7 1B,3 1699,0 2407.6 3^73.1 13.6 1681 13.1 1671 17.85 2173.0 22.7 1D4C.6 Table 3 — Temperaiure and rainfall for the Itatiaia area and naighbourlng highlands A 3 3 0 L 0 T S X A 1 I U U U A 3 S 0 LUTE H 1 N 1 V U K SSJtSTOA R R Z 2 a D S K. S S 2 2 A T A. lInTtAlX H £ Z 1 I M D Z U, S £ ã £ A T A, itauaia ''c 1 D A T X » A T JE D A T S °c ! OATS DATE <^0 D A t X JAU, 37,4 6-31 S4.S 31-33 30.9 9- 25 14.5 17 - 20 7„0 27- 28 8- 52 3.7 24-25 JEB. 37.4 4-53 53. p 6.11-13 Bsil 17 - 28 21.6 6- 31 13.2 28/23 - 16 10.0 23- 26 9.4 23-13 MAH, 36.5 1-15 S - 59 ; 32.6 14 - 23 20.8 1- 15 13.4 24-35 9.4 7/9 - 16 9.3 2.7 - ao , AIB. 55,0 9-40 31,Q 2-24 20-4 ■ 6/7 - 27 a.s 34 - 17 5.8 25 -17 0.3 26-32 lUY 34.5 5-41 30.0 1-53 31,3 15 - 14 3-3 23 - 20 2.2 a - 17 - 3.0 a -17 JOH. SZ,t 5-54 27.8 i 17/23 - 10 21,1^ 22-26 - 0,3 26-18 0,8 1-17 - 4,3 25 - 18 JÜL* sL.a 26-40 27.6 39 - 25 20.6 29 - 25 0,0 13-26 0,0 15 - 33 - 6.0 a - 13 AtG. 54.7 25-40 39.2 36-25 23 - 2S 20w6 37-25 2.7 s - le l.S 5-27 - 5,4 8-13 SÍP, 57,0 27-16 31,2 38-36 33,1 27-16 4.5 5-41 3.0 12-18 - 5,0 23-20 OCT, 37.7 27 - 15 55.2 22-28 22.3 15 - 14 3.0 3-12 6.0 17As - 2» - la 13-34 , Mcnr. 57.1 8 - 31 55.3 8-19 21.3 3-24 7-27 9.7 9 - a 6.4 13 - a - 0,3 24-50 TSCt 38-4 8/9 - 40 33,0 35 - 23 21,8 25 - 29 12.0 19-27 3.0 7-17 9,4 9-25 TEAR 33,4 3/9-m-40 35.5 3 -n~ 19 23a 37-ir - 16 - 0,5 23- VI - 18 0.0 15- va- 32 - 6.0 ■ _ a-ini-18 Tabie 4 — Absolute maxlnaa and mínima of the Itatiaia area. 40 F. SEGADAS-V lANNA & LED.v DAU — ECOLOGY ITATIAIA — BRAZIL — II PIAIH LEVEL LOWER ?TOHTAI'TS LEYEL H I & H L A K L S LEVEL 3 ü K H I T S KONTI^ YAJjXm MONTKS VALUS HOHTHS YALOE MOííTHS VAIUS DRT EEASDN 77.1 J.J.A, 102.0 tT * J. A ^ 13 ?.6 (J. L-. -'i ■ 103-9 QF THE TOTAl 4.8 6.0 5.7 4.5 WET SEÁSON H.J.R. 782. a D.J.P. 818.3 H-J.P. 1147.3 B.J.F. 1141.4 íS OP THE TOTAL 50.0 50.0 50.0 52.0 GOLB SEASON 17-4 15.1 (J • J • A. 9.0 - - ¥MIM 3EAS0H D.J.F. 25.3 L.L.P. 20,8 1 . J.P. 13.4- - Table 5 — Synthesis of the seasons in the different altitudinal vegetational belts. igure 2 — Monthly average of ramy days íl - Plain Levei; 2 — Lower Montane Levei; 3 — Highlands Levei), ARQUIVOS DO MUSEU K4CIONAL — VOL. LIII — 196& 41 an average oí 289.2 mm, but on tJae other hand tlie least falny month is June with 31.5 mm. The rainy season, from December to Fe- bruary, shows an average total of 818.3 mm, corresponding to 50% of the annnal amonnt. During this season, the annual average of rainy days is 15. The month of January has an average of 18 rainy days. Thus, at this levei during this month, there are four days of rain less than on the previous levei and also an íncrease of 18.3 mm on the total amount. The maximum daily precipitation recorded until 1933, was 96.4 mm, on January 1, 1917, The dry season, embracing the months of June, July and August, has an average amount of 102.0 mm, that is, only 6% of the annual rain. This precipitation falis on a total of 12 days. The months of July and August have an average of 4 rainy days. On the Highlands Levei, the average an¬ nual precipitation is 2407.6 mm that falis on a average of 188 days, that is, 51.5% of the days of the year. The greatest precipitation at this levei, 404.2 mm, that occurs on January, the least rainy month is July with 38.4 mm, The rainy season, as on the previous le¬ veis, iasts from Deceniber to Pebruary, with a total of 1147.3 mm, corresponding to 50% of the annual total. The average number of rainy days in this season is 25. The most rainy month, January, has an average of 26 rainy days. However, the maximum recorded until 1940 occurred on December 11, 1926, with a value of 159.0 mm, that coincides with that of the maximum daily precipitation re¬ corded for the Plain Levei. The dry season includes the months of June, July and August with a total of 137.6 mm, that corresponds to only 5.7% of the annual total. This precipitation falis during 17 days, that is, 4,6% of the days of the year. The driest month, July, which is also the coldest one, has an average of only 5 rainy days. This levei is the only one for which we have got recorded totais for each year sepa- rately, sínce 1916 until 1940. Figure 3 shows the behaviour of pluviosity and temperature during the 25 year of observation. The years of greatest rainfall were 1919 with 2969.2 mm and 1926 with 3008.5 mm, and those with lowest rate of pluviosity are: 1928 with 1966.5 mm, 1934 with 2064.0 mm, 1939 with 2084.7 mm, 1940 with 2083.4 mm and 1920 with 2146.1 mm. Two years after the one of the highest rate of pluviosity which w^as 1926 occurred the lowest annual pluviosity recorded in 25 consecutive years, that is, in 1928. In the same manner, a year after 1919, which rates the second place in pluviosity, occured the one with the highest rate of drought (1920), The Summits Levei has an average annual precipitation lower than the one of the previous levei, that is, 2273.1 mm, which gives a minus difference of 134,5 mm. The rainy season, with a total of 1141.4 mm, occurs in December, January and Fe- bruary. The total of this season corresponds to 52% of the annual amount. January, which is the most rainy month, has 416.6 mm. The dry season occurring on June, July and August, has a total of 103.9 mm, corres¬ ponding to 4.5% of the annual total. The driest month is July with 29,2 mm. If one compares the rain that falis during the month of January at this levei with the amounts for the same month on the other leveis one comes to the*^ conclusion that it is the month of highest rate of pluviosity for the region, inspite of its annual total being smaller that of the Highlands Levei. At this levei, the month of July is also drier than on the two previous leveis and is only surpassed by the Plain Levei. RELATIVE HUMIDITY (Fig. 4) The niean rela tive humidity of the Plain Levei is 79.5% — March is the month with the highest humidity, that is 82.4%, and August, the one with the lowest humidity rate, that is 14:.6%. The coldest month of the year, July, has a relative humidity of 77.8%, while in February, the hottest month, the humidity is of 81.47o. The amplitude of annual variation if 7.8%. During the rainy and warm season the mean relative humidity is 81.2%, while during the cold season, the average is 77.5%. The next levei, Lower Montane, has a mean annual relative humidity of 83.5%, with an amplitude of variation of 5.2%?, As on the previous levei, the month with the highest rate of humidity is March: 85.7% ; August, with 80,5%, has the lowest relative 42 F. SEGADAS-YIANNA & LJ:DA DAU — ECOLOGY ITATIAIA — BRAZIL — II liumiciity. July, 'which is the coldest month, has a mean of 81,6%, and the two hottest months, January and Pebruary, ha ve an ave- rage of 84.9%. The warm and rainy season has an ave- rage of 84,4% and the cold and dry season has a humidity of 81.9%, The Highlanãs Levei has a lower mean annual relative humidity than the two pre- vious leveis, that is, 79.1%, The month with the highest rate of humidity is March, 87,1% , and the month with lowest rate is August with 67.4%. mean humidity is 68.3%, while during the warm and rainy season the average is 86.5%. The months of November, December, Ja¬ nuary, February, March and Aprii have a higher relative humidity than the previous leveis (Fig. 4) while during the months of May, June, July, August and September re¬ lative humidity is lower than on the Lower Montane and Plain Leveis, EVAPORATION (Fig. 5) On the Plain Levei total evaporation du- During the coldest month, July, the ave¬ rage is 67.7%, while during January, which is the hottest month, it is of 86.0%. The amplitude of annual variation is greater than on the previous leveis, reaching 22,7%. During the cold and dry season the ring the year, has an average of 595.7 mm, with an amplitude of variation of 21.3 mm. The month with the highest rate of evaporation is August, 61.4 mm, and the one with the lowest rate is June, 40,1 mm. During the warm and rainy season. De- ARQUIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. LIII 1965 43 cember to February (782.2 mm of rain), the total evaporatioiL is 145.5 mm. During the cold and dry season, from June to August (77.1 mm of rain), total evaporation is 149.7 mm. During tiie coldest month, July, evapo- ratíon is 48.2 mm, whíle during the hottest month, which is February. it is 45.3 mm. and dry season, from June to August (137.6 mm of rain), has a total of 237.2 mm. INSOLATION (Pig. 6) The annual amount of insolation for the Plain Levei is in average, of 2051.1 hours. ÍS16 18 20 ZZ 24 26 28 30 32 34 36 58 40 Figure 4 — Monthly average relatíve humidity (1 ^ Plain Levei; 2 — Lower Montane Levei; 3 — Highlands Levei), At the Highlands Levei the mean annual evaporation is 660.9 mm and the amplitude of variation 51.3 mm. The highest rate of evaporation occurs in August, with 86.5 mm, while the month of April, which is the lowest in evaporation, has an average of 35.2 mm. The warm and rainy season, from De- cember to February (1147.3 mm of rain), has a total evaporation of 119.6 mm, and the cold The month of highest insolation is August with 204 hours, and the one with the lowest, is December, with 149.3 hours of in- soiation. Thus, the amplitude is 54.7 hours. During the dry and cold season the amount of insolation hours is 566.4, corres- ponding to 60% of the total number of day- light hours, which at this latitude and this season, amounts to about 941 hours, During the warm and rainy season, the 44 F. SEGADAS-VIANN A & LEDA D AU - ECOLOGY ITATIAIA — BRAZIL — II total of insolation hours is 482.5, correspon- ding to 37% of the total number of dayligíit hours, which for this latitude and at this season amounts to about 1297 hours. For the Highlands Levei the annual amount of insolation hours is on an average, 2224,5 hours; August is the month with the highest rate of insolation, i.e. 254.2 hours, and December the lowest one, with 126.1 hours. The annual amplitude is 128.1 hours. usually expressed in tenths of sky area co- vered by clouds. Thus, the rate of cloudiness goes from 0 to 10 and can be also computed in decimal fractions for each unit of the scale. At the Plain Levei the annual mean of cloudiness, that is, the average quantity of clouds, during the year is 6.7. The cloudiest month is December with an average of 8.0, July and August are The cold and dry season has an insolation period of 726.7 hours, corresponding to 77% of the number of hours, and the warm and rainy season an insolation period of 385.6 hours, corresponding to 30% of the summer- time daylight hours. CLOUDINESS (Fig. 7) Cloudiness, or eise, the amount of clouds in the sky at the time of observation, is the lowest, with averages of 5.1 and 5.4 respectively. The annual average of cloudiness on the Lower Montane Levei is 5.4. The months with the highest rates are December and January, both with an average of 7.0 while June and July have the lowest rates and averages of 3,7 and 3.3, respectively, The annual average cloudiness of the Bighlanãs Levei is similar to the one of the Plain Levei but its behaviour during the year ARQUIVOS DO MUSEU RACIONAL -- VOU LIII 1965 45 is quite different and is half-way between the one of that levei and that of the Lower Montane Levei (Fig. 7). The month of highest rate of cioudiness is January with a mean of 8.1, and the lowest, June and July, with means of respectively 3.9 and 3.7. The highest incidence of haze occurs in the nionths of August and Septemfcer, res¬ pectively 11 and 14 days. From December to July haze is absent, At the Lower Montane Levei, where the meteorological station is surrounded by high woods, the number of foggy days during the FOG AND HAZE (Tab. 6) Fog and haze are usually expresse d by days of occurrence during the month and the year. At the Plain Levei, the number of days per year with fog is 103 and the number of days with haze is 33. The months with the highest incidence of fog are May, June, and July (17 days) and the ones with the lowest are October, November, December and Janua¬ ry (1 to 4 days). year is only 9. The months of April, June and November did not Show any incidence of fog in a period of 17 years. At this levei there is no recorded occurrence of haze du¬ ring that observation period. At the Highlanãs Levei there are 218 foggy days during the year, that is, 59.7% of the number of days of the year. The months with highest incidence of fog are March, and October to December. The months with lowest incidence are February (9 days) 46 F. SEGADAS-VIANNA & LEDA DAU — ECOLOGY ITATIAIA BRAZIL — II June (.10 days), July dl days) and January (11 days), At this levei the number of days with baze are only 28, which is a lower mean than the pne for the Plain Levei, The months with highest rates are August and September, are: October (18), November (18), Decem- ber (21) and January (19). At the Lower Montane Levei there are 93 days with a blue sky during the year and 127 with overcast sky. The months with highest incidence of days with a blue sky 8 - 7 " 6 - 5 - 4 - 3 “ O MONTHS —- -T-1-r 2 3 4 n-] 1112 Figure 7 — Monthly average cloudiness (1 — Plain Levei; 2 Lower Montane Levei; 3 — — Highla nds Levei). with respectively 11 and 14 days. There are seven months wdthout incidence of haze, that is, from January to May, November and December. BLUE AND OVERCAST SKY (Tab. 6) At the Piam Levei, the total number per year of days with blue sky is on an average 30, while the total number of days with over¬ cast sky is 168, The months with highest rate of days with a blue sky are August and September with respectively 6 and 4 days. The months with the highest incidence of overcast sky are May (11), June (14), Juiy (16) and Au¬ gust (13). At this levei, during 7 months, the sky remains covered from 50% to 60% of the days of the month. The months of June, July and August have the lowest incidence of blue sky, only from 5 to 6 days. At the Highlanãs Levei, the number of days with a blue sky during the year falis to 57, while the number of overcast days rises to 148. In the months of January and Fe- bniary every day is overcast, while the months of June, Juiy and August have an average of 40%. of the days oí the month with a elear sky, These months are also those with the lowxst incidence of overcast sky days. ARQUIVOS DO MUSEU KA.CIONAL — VOL. LIII — 1965 47 The months with the highest rate of days with overcast s^y are December (20) and January (19). LIGHTNING AND THUNDER (Tab. 6) The data concerning lightning and thun- der are expressed by days of occurrence and not by intensity. Augnst are the oniy months during which there .is no lightning and thnnder at all. The months of January, February and March ha ve an average of 3 days per month with lightning. These data do not give an idea of the high lightning intensity during eletric storms, which in general are of a long duration. During these storms, an intensity of about M 0 K I H 3 P 0 c ^ H A 2 S SUIS ^ aosEcisr ssr líGíiniGÇ 33iníC£a D S P HOAH paosí H A I 1 Rt KA a. KéS. A.1 R. U.3. A.I TI KUS, A.I H. . . A.I a. H.S. A#Xo tu M,S, A*I K. JUI R. K.3. A.I X.X. JAN, 4 1 U o 0 0 £ 3 0 19 13 19 3 0 3 1 + 6 17 5 0 : 1 0 0 Ú 0 0 I 1 ÍSB. 6 1 9 0 0 0 E 4 0 16 12 16 S 0 3 1 + 4 16 e 0 2 0 0 0 0 0 0 MAS, 8 1 26 0 0 0 2 4 1 16 14 15 2 0 3 12 4 13 7 0 3 0 0 0 0 0 0 ATO,, ii 0 21 0 0 0 1 8 3 15 8 10 1 0 1 5 1 6 7 1 4 0 0 3 0 0 0 KAT 16 1 16 0 0 0 a 11 8 9 8 7 0 0 1 2 1 2 9 I 3 0 0 9 0 0 0 JHH, 0 10 0 0 1 2 14 11 8 3 6 0 0 1 1 1 1 S 1 2 0 0 13 0 0 0 17 . 1 11 0 0 2 3 16 12 ã 5 5 0 0 0 1 0 1 8 1 1 0 0 16 0 0 0 % ABC, 12 1 13 11 0 10 6 13 12 S 6 6 0 0 0 2 . 1 1 7 0 1 0 0 10 0 0 0 SEP, 6 1 20 14 0 10 4 S 6 14 11 12 0 0 1 4 2 4 S 0 2 0 0 3 0 0 0 X OCT. 3 1 27 7 0 5 a 4 3 IS IS Ifi 1 0 2 7 5 9 4 0 2 0 Ú 2 0 0 1 íECV, 1 0 SB 1 0 0 2 3 1 18 13 16 1 0 s 9 5 10 3 0 2 0 0 1 0 0 1 EEC, - 1 26 0 0 0 2 3 1 n 15 20 2 0 2 10 S 12 3 0 1 0 0 0 0 0 0 r £ A a 103 9 213 33 0 26 30 93 57 16fl 13T 148 U 0 19 33 . a 72 4 24 0 i 0 56 0 0 3 Table 6 ^ Difíeront weather phenomena for the Itatiaia area (R rr: Rezende; M.S. — Monte Sernat; A.I. l—. Alto do Itatiaia). At the Plaiii Levei the total number of days during the year with lightning is 11, and with thunder, 81. The period from May to Septemoer is practically free from lightning and also have the lowest incldence of thunder. The months of January, February and March are those with the highest number of days with thunder. At the next levei, Lower Montane, Ught- ning has never been recorded, in spite of having an average of 33 days with thunder per year. The only month free from thunder is July, whiie from November to January the rate is an average of 5 to J days per month. At the HigJilands Levei, the number of days per year with lightning is 19; July and 20 streaks of lightning per minute, has been observed by the authors. The number of days with thunder reaches 91 per year, the months of December (12), January (17) and February (15) being the ones with highest incidence, and the months of June, July and August the ones with lov/est incidence, having only one day with thunder per month. DEW (Tab. 6.) At the Plain Levei, dew falis in every month of the year, giving a total of 72 days per year, but the highest incidence occurs on May, June and July. At the Lower Montane Levei dew falis, 48 F SEGADAS-VIANNA & LtDA DAG — ECOLOGY ITATIAIA — BRAZIL — II ort an average, only four days per year, froni April to July. , At the Highlands Levei, the mean total number of days with dew is 24, equally dis- tributed throaghout the year. HOARFROST, HAIL AND SNOW (Tab, 6) At the Plain and Lower Montam Leveis, hoarfrost is absent, while at the Highlands Levei the number of days with hoarfrost during the year is of 56. It is convenient to emphasiae that the occurrence of hoarfrost is only recorded on the official meteorological tables when it, occurs near the meteorological station. The occurrence of hoarfrost in the deep valleys that cross this levei in all directions is far greater than the one given in the official data. This also applies to the deep cirques surrounded by rocky hilis. The months from December to March are completely free from hoarfrost. The pe- ríod of highest incidence of hoarfrost corres- ponds to the coldest part of the year, that is, June to August. The incidence of hoar¬ frost at this time varies from 10 to 16 days per month. Hail occurs only at the Highla7ids Levei and only in the months of October, Novem- ber and January. The annual average is 3 days, During 25 years of weather observations only two snow falis have been recorded, both at the Highlands Levei. These falis occurred on July 10, 1918 and Qeptember 26, 1920. V ~ ALTITUDINAL CLIMATIC ZONATION In order to gíve a better idea of the climatic zonation we have plotted on the same graph (see fig. 8) the temperature and the rainfall data for the three available me- teorolcgical stations and the pluviometric station. The resulting polygons, the histograms, give a perfect idea of the altitudinal distri- bution and behavior of the climates that cha- racterize each of the vegetational belts. Anaiysing figure 8 we see that there is a gap between histograms number 2 and 3 that corresponds to the geometrical space that would be occupied by the histograms of the climates that characterize the Miããle Mon¬ tam and the Upper Montane Leveis provided we had climatological data for these leveis. It can also be seen by the shape of the histograms that there are two weli-marked seasons, the dry and cold season and the moist and warm season. These two seasons are well-defined abo ve 2,000 meters, where the dry and cold season, as we shall see, is of a semi-arid type. The positions of the histograms in re- lation to each other shows that rainfall in- creases regularly on Itatiaia from the Plain Levei to the Highlands Levei, but decreases somewhat above that (see Table 3). The tem¬ peratura, as expected, decreases sharply with altitude. Figure 8, as far as we know', is the besí demonstration of the correlation between ve- getation and climatic altitudinal zonation (see also Segadas-Vianna, 1965). VI — CONCLUSrONS CLIMATE OF THE PLAIN LEVEL At this levei two well marked seasons occur (fig. 8): íí warm period coinciãent loith ahunãant rains anã a cold period associated with a low rainfall. During the warm and rainy season falis fifty percent of the annual amount of rain. It lasts about three months, in spite of the duration of the warm period be of about four months. During the cold and dry season only 4.8% of the annual amount falis. At this period, relative humidity maintains itself around 77.5%. Cloudiness is high throughout the year. Only the Highlands Levei has, during the rainy season, a cloudiness higher than the one of this levei. During 168 days the sky is overcast. This value is the highest recorded for the massif. The same is true of the annual totais for haze and dew. The frequency of fog is relatively high, with an incidence of 103 days per year, The same applies to thunder (81 days per year), and lightning (11 days per year). The climate according to Koeppen’s Sys¬ tem (1948) is of the Cwa type. ARQUIVOS DO MUSEU N«ACIONAL — VOL. LIII — 1965 49 CLIMATE OF THE LOWER MONTANE , LEVEL This le%^el has also two weil-marked sea- sons: the uoarm and rainy season and the colâ anã ãrv season. PetropoliSf üt the same altitude but si- tuated on the seaward esearpment of the Serra do Mar, has an annual amount of rain tioice as htgher as the one at this levei. The climate accordLag to Koeppen's Sys¬ tem (Koeppen, 1948) is of the Cfh type, that Figure 8 — Hystograms of the climates of the different vegeíational belís (1 — Plain Levei; 2 7-: Lower Montane Levei; 3 Highlands Levei; 4 rr Sumniits Levei). The warm and rainy season has a dura- tion of about three months although the warm period of the yçar lasts about four months. During this season, fifty percent of the annual amount of rain falis. The cold and dry season, that goes from June to Au- gust, receives oniy 5% of the annual amount of rain. The rei ative humidity during this season is high, about 84%, Of all the leveis this is the one that has the lowest rate of cloudiness, not only at the rainy season but also during the dry season. The absence of records for lightning and the low frequency of fog, haze and dew are undoubtedly, due to the location of the meteorological station. is, a temperate and humid climate that al- lows for a climax vegetation of forest struc- ture even under unfavourable physiographic conditions and upon undeveloped soils. Na- turally, the coincidence of a dry period with a cold one determines a certain slowness on the occupation of the denuded grounds and in the recovering of the degraded vegetation. CLIMATE OF THE MIDDLE AND ÜPPER MONTANE LEVELS These two leveis should have climates of the Cfh type because of the plant cover and of the altitudinal seriation. 50 F. SEGADAS-VIANNA & LFDA DAU - ECOLOGY ITATIAIA — BRAZIL -- II The cold and dry season ought to be better individu^lized and more severe than on the previous leveis. This should also apply to the annual amount of rainfalL The annual amplitude of variation of temperature must also be slighter at the Upper Montane Levei than on the previous levei. CLIMATE OF THE HIGHLANDS LEVEL At this levei the colã anã dry season, which lasts from June to August, is so inãi~ vidualizeà that it may he considereã as ad¬ verse enough to allow the establishment of a vegetation cover of a forest type. During this season only 5.7% the annual amount of rain falis and the average tem¬ peratura is 9,0°C. The driest month, July, receives ten and a half times less rain than the rainiest month of the year. Relative humidity remains around 67% while total evaporation reaches 237.2 mm, that is, 100 mm more than the total rainfall for this period. This season is further characterized by the great number of insolation hours, which correspond to 77% of the total number of daylight hours. Another adverse factor for the vegetation of this levei is the high inciãence of hoarfrost. At this period it occurs with a frequency of from 40% to 50% of the days of the month. The warm and rainy season receives, under an average temperature of 13.4°C, an amount of rain that corresponds to 50% of the annual amount. Relative humidity rises to an average of 86.4%. Total evaporation is 119.6 mm. During this three-month period, there occurs, in general, only one day with a clear sky, the cloudiness rising to an average value of 7.9. During this same period there are usually 46 days of fog. It is during this season that the most violent electric storms occur, The climatic data record an average of 44 days with thun- tier for this season. During the 25 years of observation only two snow-falls have been recorded, one in 1918 and another in 1920. It is probable that other snow-falls have occurred, which were not recorded by the observers of the meteó- rological station. According to Koeppek’s system the cil- mate of this levei is without doubt of the Cicb type, since during the rainiest month of the summer there falis more than ten times more rain than during the driest month, and the temperature of the hottest month is lower than 22'^C. Therefore this climate is one icith a mild dry winter, that generally coincides with a cUmax vegetation nnth a grassland structure. Setzer (1946) and Bernardes (1952) have considered this climate as belonging to the Cfb type, based on the fact, which they con¬ sidered primordial, that the driest month of the summer receives more than 30 mm of rain. Consequently they contend, although not saying so specifically, that there is no distinct dry season ( vide Koeppen 1948, Tre- WARTHA 1943) . The observations made during the cold season by the authors, on different occasions, proves that the effect of the dry period upon the vegetation is so harmful that in the grasslánds the degree of cover falis from 80% to 10%. This climate according to De MARTonnE’s system (1948), is of the Mexican type, i.e., a climatic type that occurs in México at 2,200 meters of altitude aiíd also in the high pla- teaus of Peru, Abyssinia and of the Transvaal. On the Lower Highlands, located in the rain-shadow region, the annual amount of rain is probably smaller than that on the Upper Highlanãs, a fact that is shown by the structure and composition of the vegetation. The climate would probably be similar to the ones that occur at the Alto da Bocaina (1,400 meters) and at Campos do Jordão (1,600 me¬ ters) , both places iocated in rain-shadow re- gions (Table 3). However, here precipitation must be greater than in the above mentioned regions because of the higher altitude. Alt¬ hough the rainfall and temperature during the warm and rainy season are more than sufficient for the germina tion and the de- velopment of the seedlings of the constituents of the previous levei woods, the cold season associated with a period of dryness prevenis the permanent establishment of individuais of forest speeies. During this period of drought the seedlings of forest species that got esta- blished are killed, either by insufficiency of ground water or by hoarfrost. Only in special habitats, where ground water could be stored during the whole year ARQUIVOS DO MUSEU N-ACIONAL VOL, LIII — 1965 51 and where the action of hoarfrost would not be too strong Vould the establishment of isolated individuais or colonies of this forest elements be possible. Such habitats are, the base of the boulders; stony, shallow and narrow valleys, and, open and shallow valleys surrounded by low, roundshaped hills. The greatest part of the area of this levei, can, thus, never be occupied by woods, while the present climate lasts. The low con- tent of water in the soil during the dry season, and other unfavourable factors, allow only vegetation composed of therophytes, geophy- tes and hemicryptophytes (Raunkiaer, 1934). Even the chamaephytes and nanophanerophy- tes are of difficult establishment because of hoarfrost action. Therefore the only admis- sihle structural vegetation types for the well- drained habitats with a mature soil, are grass- lanã and steppe, In fact, the vegetation that covers these habitats has in certain places the structure of grassland and in others of a steppe. , The vegetation dominated by chamaephy¬ tes and nanophanerophytes occur only in well-protected places, free from the action of hoarfrost and of the cold and dry winds, and where also there is a drainage system that allows storage of sufficient ground water to maintain the plants during the dry season. In the basins with a poor drainage a great amount of water is accumulated during the rainy season and it is sufficient to allow, under the present mean temperature, the formation and maintenance of bogs. The amazing fact is that, in spite of the dry sea¬ son, these bogs are in their majority sphag- num bogs. The bogs, where the streams and rivers originate, subjected to continuous drainage from these streams, go completely dry during the unfavourable season, to such an extent that the upper iayers of peat crack, However, during the rainy season they recover com¬ pletely. Destruction, by oxydation, of the accumu¬ lated organic matter, seems to be quite low. It is probably impeded by an edaphic factor of a Chemical nature deriveã from the special process of rock decomposition (Segadas- Vianna, 1965). In spite of this inhibition of the decom¬ position of the organic matter, the low oxy¬ dation associated with a short period favou- rabie to the development of Sphagnum, de¬ termines the shallowness of the bogs. Itatiaia Highlands are a true crossroad of migration routes. The piateau's flora is constituted by an assemblage of Andean, Pa- tagonian, Southern Brazilian and Central Brazilian elements. The number of endemics derived from tham is very high, considering the area of the massif. The number of tropical elements is relativeiy low in comparison with other ones. The factor that has determined the preservation of these relict elements of past migrations and induced the evolution of new biological taxa is undoubtedly the special type of climate of the Highlands. This climate occurs as an island inside the humid tropical climate region. This same reason has pre- vented and still prevents the occupation of the Highlands, that ecologicaliy are an open biome,, by tropical elements coming from the low^er regions. CLIMATE OF THE SUMMITS LEVEL At this levei the warm season has a sligh- tly smaller rainfall than the one of the pre- vious levei, that is, 5.9 mm less, but during the cold season this difference rises to 33.7 mm. The annual amount is smaller than the one of the previous levei. The difference is 134.5 mm (see Tatale 3 and fig. 8). What has been said above, shows that here the dry season is much more individua- lized and unfavourable than at all the pre¬ vious leveis. It is more than probable that on the ridges that rise from the plateau, for instance at the top of the Agulhas Negras (2,777 meters) and of the Prateleiras (2,539 m), the dry and cold season will differentiate at the same time that the total amount of rainfall decreases. Thus, it seems permis- sible to say that, in general, on the Serra da Mantiqueira, the zone of highest conden- sation is probably located at the levei of 2,000 meters. The climate of this levei is also charac- terized by the constant presence of cold anã dry winds of a high intensity, which prevent the establishment of vegetation in the ma- jority of the habitats, including those with a favourable topography. 52 F. SEGADAS-VIA NN A & LLDA DAU — ECOLOGY ITATIAIA — BRAZIL - - II SUMÁRIO O objetivo dêste trabalho é o de delimitar a zonação climática e descrever os climas dos diferentes níveis altitudinais do maciço do Itatiaia. Os dados fornecidos servirão à realização de estudos posteriores referentes ao compor¬ tamento da vegetação e ao das diversas co¬ munidades vegetais ocorrentes no maciço. O trabalho sôbre zonação de vegetação, produ¬ zido por um dos autores, serviu de base ã execução do presente. Os efeitos dos climas ocorrentes na região, sôbre a vegetação, durante as diversas es¬ tações do ano, foram observados pelos au¬ tores em diversas excursões, a partir de 1953, Graças a estas observações diretas foi pos¬ sível completar e melhor interpretar os dados numéricos existentes, A existência de três estações meteoroló¬ gicas e de um pôsto pluviométrico permitiu correlacionar os dados climáticos com os an¬ dares de vegetação. A fim de melhor mostrar a zonação cli¬ mática, foram lançados no mesmo gráfico (veja-se fig. 8J, os dados de temperatura e precipitação para cada um dos postos meteo¬ rológicos. Os polígonos resultantes, os histo¬ gramas, dão perfeita idéia da distribuição al- titudinal e comportamento dos climas que caracterizam cada uma das zonas de vege¬ tação, Analisando-se a figura 8 verifica-se que ocorre uma área vaga, entre os histo¬ gramas n.'^ 2 e 3, à qual corresponde a área geométrica que seria ocupada pelos his¬ togramas correspondentes aos climas dos an¬ dares Montanha Média e Montanha Superior, possíveis de serem traçados caso houvesse dados meteorológicos para êstes andares. Outrossim, pode-se ver através da forma dos histogramas que ocorrem duas estações bem marcadas, — a estação sêca e fria e a estação chuvosa e quente, Estas duas esta¬ ções distinguem-se ainda mais acima de 2,000 metros, onde a estação sêca e fria é de um tipo semi-árido. A posição relativa dos his¬ togramas, por outro lado, mostra que a plu¬ viosidade aumenta regularmente da Planície para o Planalto, decrescendo no entanto no andar seguinte. A temperatura, como era de esperar, decresce rapidamente com a altitude. A figura 8 demonstra claramente a coin¬ cidência entre as zonações da vegetação e clima. O clima do andar Planície é, segundo o sistema de Koeppen (1948), do tipo Cwa, com duas estações bem marcadas: um período quente coincidindo com abundantes chuvas e um período frio associado a uma baixa pluviosidade. O andar seguinte, Montanha Inferior, tem um clima do tipo C/b, isto é, um clima tem¬ perado e úmido, com também duas estações bem diferenciadas. Os climas dos andares Montanha Média e Montanha Superior devem também ser do tipo C/b, com a estação iria e sêca, pro¬ vavelmente, muito mais individualizada e ad¬ versa do que nos andares mais inferiores. O clima do andar Planalto é do tipo Cwb, sendo que o mês mais sêco, julho, recebe dez e meia vêzes menos chuva que o mês mais chuvoso do ano. A estação fria e sêca é de tal modo individualizada, que pode ser con¬ siderada como suficientemente adversa para impedir o estabelecimento de vegetação de tipo florestal, a não ser nos locais bem pro¬ tegidos, Um outro fator adverso, presente neste andar, é a altá incidência de geadas. Êste tipo de clima é o mesmo que ocor¬ re nos altiplanos do México, Perú, Abissínia e Transvaal. No último andar, Cumes, a estação fria e sêca é ainda mais individualizada e adversa do que no andar precedente. Seu clima ca¬ racteriza-se outrossim, pela constante presen¬ ça de ventos sêcos e frios de alta intensidade. REFERENCES Anowymous 1941 — Normais Climatológicas, X -r 167 pp,, Serv. Inf. Agric., Min, Agric., Brasil. Berkasdes, L . M . C . 1952 — Tipos de clima do Estado do Rio de Janeiro, Rev. Br as. Geografia, 14, 1:57-80, 2 tabs., 1 map. De Martonke, E. 1948 — Traité de Géographie Physique — vol. I — Notio7is Générales, Cli~ mat, Hyãrographie — 7nd. ed., XVI -f 496 pp., 193 figs., 6 pis., 2 mapas ex-texto, Lib. Armand Colin, Paria. ARQUIVOS DO MUSEU NíACIONAL — VOL. LIII — 1965 53 RosprEN, W. 1948 — Climutologia — spanish transi, by P. R. H. Pérez, 478 pp., 28 figs., 3 tabs., 9 pis. + 1 pl. ex-texto, 1 map. ex-texto, Fondo Cultura Eco¬ nómica, México & Buenos Aires. Lamego, A.R. 1936 — O Massiço do Itatiaia e Regiões Circundantes. BoL Serv. GeoL Mi¬ neral. Brasil, 88:1-93, 43 figs., 1 map ex-texto. RAUKKrAER, C, 1934 — The Life Forms a7iã Statistical Flant Geography, Being the Col- lected Papers of C. Raunkiaer, XVI + 632 pp., 189 figs., 40 tabs., Ciarendon Press, Oxford. Segadas-Vianwa, F, 1965 — Ecology of the Itatiaia Range. Soiitheastern Brazil. I. — Altitu- dinal zonation of the vegetation. Arch. Mus. Nac. 53. Setzek, J. 1946 — Contribuição para o estudo ão clima ão Estado ãe São Paulo, 239 pp., 130 tabs., 87 graphs, 23 maps, Brasil, Dep. Est. Rodagem, Col. Papers publ. in Boi. Dep. Est. Rodagem, vols, 9 to 11 (1943-1945). Torres, F.E.M. & A. Mortera 1948 — Atlas Pluviométrico do Brasil (1914-1938), Boi, Div. Águas, Bra¬ sil, 5:1-48, 25 maps. Trewartha, G.T. 1943 — An Introduction to Weather and Climate — 2nd. ed., XII -f 545 pp., 198 figs., 7 pis., McGraw-Hill Book Co., New York & London. COMPÊNDIO DOS NEMATÓIDES PARASITOS INTESTINAIS DE ARTRÓPODOS II. Ichthyocephalidae e Ramomnematidae (Com 11 estampas) Dando continuação ao Compêndio dos Nematóides Parasitos Intestinais de Artró- podos, passamos, neste capítulo, ao estudo das famílias Ichthyocephalidae e Ranso- mnematidae^ pertencente à superfamília RhigoTVsmatoiãea (Sánchez, 1947) da or¬ dem Rhigonematiformes Kloss, 1960. Ichthyocephalidae Travassos Sz Kloss, 1958 Ichthyocephalidae Travassos & Kloss, 1958 c: 1, 3, 5. Ichthyocephalidae Travassos & Kloss, 1959: 4. Ichthyocephalidae Kloss, 1960: 51. Em 1929, Travassos inclui o gênero Ichthyocephalus Artigas, 1926 em sua família Isahiãae^ juntamente com os gêne¬ ros Isakis Lespès, e Rhigonema Cobb. O primeiro passo para destacá-lo dos de¬ mais nematóides foi dado por Artigas que, nêsse mesmo ano, cria a sub-família Ichthyocephalinae e dá a primeira refe¬ rência de Isakinae na qual inclui Isakis e Rhigonema. Como Isakis Lespès se revelou um nome nulo, caiu a família Isakidae e Arti- GAS faz, então, em 1930, a família Rhigo- nematidae para as sub-famílias Rhigone- matinae (= Jsakmae sensu Artigas) e Ichthyocephalinae. Essa classificação é seguida por Almeida (1933), Sánchez (1947), Chitwood & Chitwood (1950) e Dollpus (1952). Lauro Travassos & G. R. Kloss Instituto Oswaldo Cruz, GB Filipjev, em 1934, apresenta nova classificação para os Ichthyocephalus, não reconhecendo a sub-família Ichthyocepha- linue Artigas, incluindo-os em Rhigonema- inae (Rhigonema, Dudekemia e Jckík^o- cephalus) que, juntamente com Carnoyi- nae, Atractinae e Cosmocereinae, põe em Atr.actiãae Travassos, 1920. Já em 1941, o mesmo autor, em colaboração com Stekhoven Jr., mantém Ichthyocephalus em Rhigonematinae, mas inclui essa sub-' família em Oxyiiriúae Cobbold, 1864. Skrjabin e seus colaboradores, no Catᬠlogo Descritivo dos Nematóides Parasitos (1951), mantêm Ichthyocephalus em Rhi¬ gonematinae, mas reconhecem a família Rhigonematidae Artigas, 1930. Sánchez, 1955 e Leibersperger, 1960, também incluem Ichthyocephalus em Rki- gonematidae, mas não fazem referência a sub-famílias. Em 1958, Travassos & Kloss decidem- se a afastar definitivamente os 'ictiocefa- lídeos dos rigonematídeos, elevando Ichthyocephaline a Ichthyocephalidae. in¬ cluindo nesta família os gêneros íck^^o- cephalus e Paralchthyocephalus. Os Ichthyocephalidae são nematóides parasitos do tubo digestivo de artrópodos, cujas válvulas trituradoras são fortemente quitinizadas e se localizam no bulbo esofa- (*) (*) Bolsista do Conselho Nacional de Pes¬ quisas, 56 L. TRAVASSOS & G. R. KLOSS COMPÊNDIO DOS NEMATÓIDES giano. o que caracteriza imediatamente a família, é a sua extremidade cefálica, de simetria bilateral, envolvida por uma cápsula rígida, bulbiforme, que envolve parte do corpus do esôfago, e na qual se abre a bôca muito grande (bilabial pela fusão dos dois lábios superiores), O apare¬ lho espicular dos machos é constituído de dois espículos que podem ser iguais, ou então diferenciados pelo comprimento e forma, de superfície lisa ou esculpida. Possuem um pequeno- gubernáculo consti¬ tuído de uma porção mais esclerosada e outra hialina. Sem ventosa pré-anal. A di¬ ferenciação sexual não é acentuada, ha¬ vendo espécies cujos machos são extre¬ mamente desenvolvidos em relação ao comprimento da fêmea. O corpus do esô¬ fago é sub-cilíndrico, diretamente unido ao bulbo esofagiano. A porção dp corpus não envolvida pela cápsula cefálica costuma ser referida pelos autores como sendo o “istmo”. Ichthyocephalinae Artigas, 1929. Ichthyocephalinae Artigos, 1929: 4, 19, 109. Ichthyocephalinae Artigas, 1930: 23. Ichtyocephalinae Almeida, 1933: 1193. Ichtyocephalinae Chítwood, 1937: 74. Ichtyocephalinae Sánchez, 1947: 288, 303. Ichthyocephalinae Chitwood & Chitwood, 1950: 18. Ichthyocephalinae Dollfus, 1952: 146, 151. Ichthyocephalinae Leibersperger, 1960: 5. Ichthyocephalinae Kloss, 1960; 52. Caracteres da família. As fêmeas têm a vulva localizada na região mediana do corpo. Ovos redondos, grandes, com a casca lisa. Gênero tipo: Ichthyocephalus Artigas, 1926. Outro gênero: Paraichthyo- cephalus Travassos & Kloss, 1958. Ichthyocephalus Artigas, 1926 Icthyoeephalus Artigas, 1926: 62. Ichthyocephalus Travassos, 1929: 24. Icthyoeephalus Artigas, 1929: 4, 19, 109. Icthyoeephalus Almeida, 1933; 1193. Ichthyocephalus Filipjev, 1934: 37. Ichthyocephalus Filipjev & Steklioven, Jr., 1941: 835. 837, 849. Ichthyocephalus Sánchez, 1947: 284. lehtyocephalus Sánchez, 1947: 288, 289. Icthyoeephalus Chitwood & Chitwood, 1950: 69. lehtyocephalus Skrjabin ■& coL, 1951: 323, 325, 327, 331. , Ichthyocephalus Dollfus, 1952: 146, 183. Ichthyocephalus Sánchez, 1955; 888. Ichthyocephalus Basir, 1956: 1, Ichthyocephalus Travassos & Kloss, 1958 a: 20 , 21 . Ichthyocephalus Travassos & Kloss, 1958 b: 27. Ichthyocephalus Travassos & Kloss, 1958 c: 1 , 2 , 6 . Icthyoeephalus Travassos & Kãoss, 1958 c: QUADRO DOS CARACTERES DIFERENCIAIS ENTRE ICHTHYOCEPHALUS E PAEAICHTHYOCEPHALUS Relação bulbo cefálico : porção livre do corpus Extremidade caudal dos machos Espículos Ichthyocephalus Maior do que 4 : 1 Sem asas caudais Diferenciados morfologica¬ mente De superfície lisa ^ Paraichthyocephalus I I I No máximo 2 : 1 Com asas caudais Sub-iguais ! Superfície esculpida ARQUIVOS DO MUSEU K.ACIONAL — VOL, LIII — 1965 57 Ichtyocephalus Travassos & Kloss, 1958 c: 6 . Ichthyocephalus Osche, 1960; 398. lehthyocephalus Leibersperger, 1960: 2. Ichthyocephalus Kloss, 1960: 52. Nematóides longos, sempre localizados na porção do intestino posterior de diplópodos, imediatamente atrás da válvula que separa o intestino médio do posterior. A extremidade cefálica tem a forma de cabeça de um peixe silurídeo e a extremidade caudal é cônica a subulada. A cutícula apresenta pequenos es¬ pinhos, ligeiramente mais desenvolvidos na região dorsal e estendendo-se até, aproxima¬ damente, 0 fim da região esofagiana. Não possuem asas laterais ao longo do corpo, A ex¬ tremidade cefálica contém uma cápsula qui- tinosa, denominada bulbo cefálico, que en¬ volve, sob a cutícula, o estorna e parte do corpus do esôfago, A bôca é ampla, transversal, atingindo pràticamente, tôda a largura do corpo. Os lábios são em número de dois, o dorsal mais desenvolvido do que o ventral; sáo acionados por dois pares de músculos, dorsal e ventral, envolvidos pelo bulbo cefᬠlico, e possuem um par de papilas, cada um. Estorna em forma de funil. O esôfago tem o corpus sub-cilíndrico, parcialmente envolvido pelo bulbo cefálico; sua porção livre é circun¬ dada por 6 a 8 glândulas volumosas e casta¬ nhas, Não apresentam istmo; o corpus está diretamente unido ao bulbo esofagiano piri- forme, com 6 prolongamentos mamiUformes para o interior do intestino. Êste é sub-reti- líneo; a porção retal é relativamente longa. Poro excretor situado na base do corpus do esôfago. Anel nervoso na porção final do corpus, parcialmente encoberto pelas glându¬ las que aí se localizam. Aparelho reprodutor feminino dideifo an- fidelfo, com a vulva localizada na porção me¬ diana do corpo. Ovejetor longo, musculoso, dirigido para a extremidade cefálica. Ovidutos curtos. Úteros com a posição anfidelfa, segui¬ dos dos ovários que voltam sobre si. Ovos grandes, próximos da forma esférica, de casca lisa e espêssa. Ovíparos. Os machos são menores do que as fêmeas. Sua cauda não apresenta asas laterais. O apa¬ relho reprodutor é constituído por um testículo longo, fletido na extremidade distai, a vesícula seminal e o canal ejaculador. Os espículos são desiguais era forma e em comprimento, e de superfície lisa. Espécie-tipo: Ichthyocephalus ichthyo- eephalus Artigas, 1926. Outras espécies: í. ichthyocephaloides Dollfus, 1952; I. egleri Travassos St Kloss, 1959. Até a presente data tem-se descrito a posição do poro excretor como estando imediatamente abaixo do lábio ventral. Revelou-se, porém, que o mesmo situa-se na base do corpus, perfeitamente visível a câmara excretora quando visto de lado. ichthyocephalus ichthyocephalus Artigas, 1926 (Est. I) Icthyocephalus icthyocephalus Artigas, 1926: 62. Icthyocephalus icthyocephalus Artigas, 1929; 45, 109. Ichthyocephalus ichthyocephalus Pilipjev k Stekhoven Jr., 1941: 851. Ichthyocephalus ichthyocephalus Sánchez, 1947: 289. Ichthyocephalus ichthyocephalus Skrjabin & coL, 1951: 333. Ichthyocephalus ichthyocephalus Dollfus, 1952; 151. Ichthyocephalus ichthyocephalus Travas¬ sos & Kloss, 1958 a; 20, 21. Ichthyocephalus ichthyocephalus Travas¬ sos & Kloss, 1958 c: 1, 6, 7, 10, 11, 12. Ichthyocephalus ichthyocephalus Travas¬ sos & Kloss, 1959: 4, 5. Ichthyocephalus ichthyocephalus Leibers- perger, 1960: 53. Nematóides parasites do tubo digestivo de diplópodos de corpo longo, com a extremidade cefálica tão larga quanto o corpo, e com a extremidade caudal cônica. Cutícula com pequenos espinhos na região esofagiana, mais acentuados na face dorsal do que na ventral. A abertura bucal é ampla, transversal, to¬ mando quase tôda a largura da extremidade cefálica. Os lábios são em número de dois, o dorsal mais desenvolvido e projetado para a frente do que o ventral; cada um dêles possui um par de papilas. Estorna amplo e afunilado. Corpus do esôfago sub -cilíndrico, parcialmente envolvido pelo bulbo cefálico que envolve o estorna e a porção anterior do corpus, 58 L. TRAVASSOS & G. R. KLOSS — COMPÊNDIO DOS NEMATÓIDES deixando livre uma parte relativamente curta do mesmo. Nâd existe istmo. O bulbo esofa- giano é piriforme, volumoso, no qual se en¬ contram as válvulas trituradoras pouco quiti- nizadas. Para o interior do intestino, o bulbo esofagiano projeta 6 prolongamentos mamili- formes, mais acentuados nas fêmeas do que nos machos. Intestino sub-retilíneo, termi¬ nando em reto relativamente longo. Poro excretor na base do corpus do esôfago. Anel nervoso na porção final do corpus que tam¬ bém é envolvido por um anel de 6 a 8 glândulas castanhas volumosas As fêmeas têm o aparelho reprodutor di- delfo anfidelfo, com a vulva abrindo um pouco abaixo do meio do corpo. O ovário pos¬ terior tem início à altura da vulva, dirige-se para a extremidade caudal, dá uma volta sôbre si mesmo e passa a dirigir-se para a extremidade cefálica; logo após essa volta tem início o útero posterior que ultrapassa a vulva, para em seguida, desembocar no ves¬ tíbulo do ovejetor. O ovário anterior tem início um pouco acima da vulva, dirige-se para a extremidade cefálica, também dá uma volta sôbre si mesmo para seguir em direção à extremidade caudal, seguido logo pelo útero anterior que vem terminar diretamente no vestíbulo do ovejetor. Êste é musculoso e diri¬ gido para a extremidade cefálica. Os ovos são esféricos, com a casca Usa e espessa; bastante numerosos nas fêmeas adultas. Medidas das fêmeas: Comprimento total — 5,01 a 8,18 mm. Largura — 0,22 a 0,30 mm. Poro excretor a 0,262 a 0,312 mm da extre¬ midade cefálica. Diâmetro bucal — 0,13 a 0,17 mm. Bulbo cefálico — 0,213 a 0,29 X 0,13 a 0,24 mm. Porção livre do corpus do esôfago — 0,031 a 0,057 mm. Bulbo esofagiano — 0,08 a 0,11 X 0,075 a 0,11 mm. Vulva de 2,283 a 3,561 mm da extremi¬ dade caudal. Ânus de 0,64 a 0,86 mm da extremidade caudal. Ovejetor — 0,41 a 0,43 mm. Ovos — 0,131 a 0,151 X 0,087 a 0,100 mm. Espessura da casca dos ovos cêrca de 0,010 mm. Os machos são muito menores do que as fêmeas. O seu bulbo esofagiano não tem os prolongamentos mamiliformes para o interior do intestino tão acentuados como as fêmeas. Sua extremidade caudal apresenta-se encur¬ vada; cauda cônica, terminando em ponta subulada. Os espículos são curtos, desiguais, desigualdade essa mais acentuada na espes¬ sura e forma do que no comprimento. Apre¬ senta 5 pares de papilas pré-anais e 5 pares pós-anais. O tubo testicular é grosso, curto e fletido na extremidade distai. Medidas dos machos; Comprimento total — 1,7 a 2,2 mm. Largura — 0,20 a 0,35 mm. Bulbo sefálico — 0,10 a 0,18 X 0,068 mm. Porção livre do corpus do esôfago — 0,025 a 0,031 mm. Bulbo esofagiano — 0,050 a 0,056 X, 0,058 a 0,068 mm. Ânus de 0,20 a 0,39 mm da extremidade caudal. Espículos — 0,10 a 0,12 mm. Habi aí: intestino posterior de Rhino- cricus padhergi Verhoeff, e de Eurhino- criais alhiventris^ Diplopoda. Proveniência: Manguinhos, Grajaú, Corcovado e Ilha de Paquetá (Baía da Gua¬ nabara) , Rio de Janeiro, Estado da Guana¬ bara; Niterói, Tinguá e Km 47 da Estrada Rio-São Paulo (Município de Itaguaí), Estado do Rio de Janeiro; Remédios, Estado de São Paulo, Brasil. Neoholótipo fêmea e alótipo macho na Coleção Helmintológica do Instituto Os- waldo Cruz, sob os números 22.965 e 22.966, respectivamente. Paratipos na mes¬ ma coleção, sob os números 22.967 a 22.976. Artigas, ao descrever a espécie, fá-lo de apenas um exemplar feminino prove¬ niente de Remédios, Estado de São Paulo, ou de Manguinhos, Rio de Janeiro, não esclarecendo devidamente esse pormonor; de maneira que os neotipos feitos posterior- mente por Travassos & Kloss foram tira¬ dos de material obtido em Manguinhos. O autor da espécie refere-se como sendo AKQUIVOS DO MUSEU EVi^CIONAL ~ VOL. LIII — 196Õ 59 inerme, o que foi contrariado com os exem¬ plares coletados posteriormente. Em 1929, Artigas faz apenas uma redescrição e re¬ produção da figura apresentados em 1926. Filipjev & Stekhoven Jr., em 1941, aumentam os conhecimentos que se tinha até então da espécie, com a figura da extre¬ midade cefálica vista pela face ventral, onde se pode perfeitamente observar a relação entre a porção livre do corpus do esôfago e o bulbo cefálico. Essa figura é reproduzida por Skrjaein e seus colabora¬ dores em 1951. Os primeiros exemplares masculinos foram estudados por Travassos & Kloss em 1958, exemplares esses que justifica¬ ram, juntamente com outros caracteres, a criação do gênero Paraichthyoce-phalus pelos mesmos autores, naquela ocasião. Êsse trabalho foi apresentado na Sociedade de Biologia do Rio de Janeiro, tendo sido as figuras publicadas posteriormente, no mesmo ano, ao ser feita a família Ichthyo- cephalidae. É no esLudo sòbre a família Ichthyoce- phaliãae, de Travassos & Kloss, que são referidos, pela primeira vez, os espinhos cuticulares, muito curtos, na região esofa- giana. O tamanho dos mesmos e a concor¬ dância dos caracteres restantes com a des¬ crição feita por Artigas, levaram esses autores a considerar a possibilidade de que os espinhos não tiveram sido vistos. Ichthyocephalus ichthyocephaloiães Dolifus, 1952 ( Est. II) Ichthy oeephalus ichthy ocephaloiães Dol- Ifus, 1952: 183, 185, 187. Ichthyocephalus ichthyocephaloides Tra¬ vassos & Kloss, 1958 c: 1, 2, 12, 13. Ichthyocephalus ichthyocephaloides Tra¬ vassos i& Kloss, 1959: 4, 5. .,, Jchthyocephalus ichthyocephaloides Lei- fciersperger, 1960: 52. Até a presente data conhecem-se apenas exemplares femininos desta espé¬ cie. Dollfus descreve-a de material prove¬ niente de Presidente Epitácio, Estado de São Paulo, e nós acredtamos tê-la encon¬ trado em material proveniente de Pedro Leopoldo, Estado de Minas Gerais. A extremidade cefálica dêsses nematóides é tipicamente dos lehthyocephalidae: pre¬ sença de bulbo cefálico envolvendo o estorna e a porção anterior do corpus do esôfago; bôca ampla, transversal, com o lábio dorsal mais desenvolvido do que o ventral; observa-se claramente uma projeção aculiforme no cen¬ tro do lábio ventral; o corptts do esôfago tem a maior parte de seu comprimento envolvida pelo bulbo cefálico; êste é volumoso, apresen¬ tando as projeções mamiliformes para o inte¬ rior do intestino. A cutícula é revestida de pequenos espinhos, dos quais Dollfus dá um desenho à parte por achá-los caráter de dife¬ renciação de I. ichthyocephalus Artigas, 1926 que descreve sua espécie como sendo inerme, A extremidade caudal é cônica a subulada. Medidas das fêmeas: Comprimento total — 5,0 a 6,1 mm. Largura — 0,23 a 0,32 mm. Bulbo cefálico — 0,250 a 0,275 mm de comprimento. Porção livre do corpus do esôfago ™ 0,038 a 0,056 mm. Bulbo esofagiano — 0,113 a 0,125 mm de diâmetro. Vulva de 1,99 a 2,32 mm da extremidade caudal. Ânus de 0,23 a 0,31 mm da extremidade caudal. Poro excreíor de 0,294 a 0,313 mm da ex¬ tremidade cefálica. Anel nervoso de 0,294 a 0,306 mm da ex¬ tremidade cefálica. Ovos — 0,147 a 0,161 X 0,112 a 0,124 mm. Espessura da casca dos ovos cêrca de 0,005 mm. Habitat: intestino posterior de Rhino- cricus occidentaUs Schubart e de Rhino- cricns furvus Schubart, Diplopoda. Dollfus ao descrever a espécie, dá apenas Rhiw- 60 L. TRAVASSOS & G. R. KLOSS — COMPÊNDIO DOS NEMATÓIDES cricus sp. o material que Ire fora enviado por ScHUBART" foi determinado posterior¬ mente por este. Proveniência: Presidente Epitácio, Estado de São Paulo; Pedro Leopoldo, Estado de Minas Gerais, Brasil. Tipoa: não há qualquer referência a tipos. O número 3.320 que consta na des¬ crição original refere-se ao de coleta de Diplopoda, de Schubakt. O material prove¬ niente de Pedro Leopoldo encontra-se na Coleção Helmintológica do Instituto Os- waldo Cruz, sob os números 27.581 e 27.582. A nosso ver, o único caráter que afasta as fêmeas de L ichthyoce-phaloides das de I. ichtkyocephülus, é o comprimento da cauda, muito mais curta na espécie de Dollfus. o autor afirma não ter encon¬ trado machos (pág. 183), mas à página 187 refere-se a eles ao fazer o estudo compara¬ tivo de Ichthyocephalus almeidai. Trata-se dc um equívoco do autor, conforme ficou esclarecido na visita de Travassos à Doll¬ fus, em 1958. Ichthyocophalus egleri Travassos & Kloss, 1958 (Esfc. ni) Ichthyocephalus egleri Travassos Ã: Kloss, 1958 c: 6, 10. Ichthyocephalus egleri Travassos & Kloss, 1959: 4, 5. Ichthyocephalus egleri Leibersperger, 1960: 57. Nematóídes longos, filiformes, com a ex¬ tremidade cefálica tão larga quanto o corpo. A cutícula é recoberta de pequenos espinhos na região esofagiana, mais acentuada na face dorsal do que na ventral. A bôca é bilabiada, transversal e muito ampla; estorna em forma de funil. Esôfago com o corpus sub-cilíndrico, parcialmente envolvido pelo bulbo cefálico que também envolve o estorna. O bulbo esofa- giano é píriforme, com os prolongamentos mamiliformes acentuados para o interior do intestino que é sub-retilíneo. Poro excretor na base do corpus do esôfago. Anel nervoso envol¬ vendo a base do mesmo. Aparelho reprodutor das fêmeas didelfo anfidelfo, as extremidades distais dos ovários bem afastadas da abertura vulvar que se encontra um pouco abaixo do meio do corpo. Ovejetor dirigido para a extre¬ midade cefálica, com os dois vestíbulos diver¬ gentes. Os ovos são aproximadament-e esfé¬ ricos, de casca espessa e lisa. Medidas das fêmeas: Comprimento total — 4,30 a 6,53 mm. Largura — 0,15 a 0,25 mm. Largura da bôca — 0,10 a 0,12 mm. Poro excretor de 0,106 a 0,137 mm da ex¬ tremidade cefálica. Bulbo cefálico — 0,20 a 0,28 X 0,175 a 0,195 mm. Porção livre do corpus do esôfago — 0,025 a 0,050 mm. Bulbo esofagiano — 0,075 a 0,087 X 0,081 a 0,093 mm. Ânus de 0,37 a 0,53 mm da extremidade caudal. Vulva de 1,80 a 2,82 mm da extremidade caudal. Ovos — 0,120 a 0,149 X 0,076 a 0,080 mm. Espessura da casca dos ovos cerca de 0,008 mm. Os machos são muito desenvolvidos, atin¬ gindo quase o comprimento das fêmeas. A sua extremidade caudal é ligeiramente encurvada; a cauda é cônica na base e subulada na extre¬ midade distai. O testículo é longo, fletido na porção distai. Espículos em número de dois, de superfícies lisas, um longo e o outro muito mais curto e forte. Apresentam um guber- náculo hialino, pouco visível, sendo neces¬ sário dissecar a extremidade caudal para po¬ der ver-lhe o contorno. Medidas dos machos: Comprimento total — 4 a 5,64 mm. Largura — 0,14 a 0,21 mm. Poro excretor a 0,125 mm da extremidade cefálica. Bulbo cefálico 0,20 a 0,23 mm de com¬ primento. Porção livre do corpus do esôfago — 0,037 a 0,043 mm. Bulbo esofagiano — 0,075 a 0,039 X 0,081 a 0,106 mm. ARQUIVOS DO MUSEU RACIONAL — VOL. LIII — 1965 6Í Ânus de 0,31 a 0,35 mm da extremidade caudal. Espículo delgado — 0,347 a 0,450 mm. Espículo largo — 0,187 a 0,231 mm. Habitat: intestino posterior de Rhino- cricus insuUus Broelemann (tipos), de Eurinocricus goeldii (Broelemann) e de Trigoniulus lumhricinus (Gestecker), Di- plopoda. Proveniência: Belém, Estado do Pará (tipos), e Estrada de Feira de SanfAna, Estado da Bahia, Brasil. Holòízpo macho e alónpo fêmea na Coleção Helmintológica do Instituto Os- waido Cruz, sob os números 22.989 e 22,990, respectivamente. í. egleri difere de I. ichthyocephalus pelos machos, quase tão compridos quanto as fêmeas, e nos espículos muito mais dife¬ renciados em comprimento, os do primeiro com uma relação aproximada de 2:1 e os do segundo quase de 1:1. Em relação a I. ichthyocephaloides po- de-se levar em conta apenas a diferença no comprimento da cauda das fêmeas, dife¬ rença esta que não teria maior valor sé se conhecesse o macho da espécie de Dollfus. Ichthyocephalvs antenori Travassos & Kloss, 1959 (Est. IV) Ichthyocephalus antenori Travassos & Kloss, 1959: 4. Corpo longo, com a cutícula recoberta de minúsculos espinhos na região esofagiana; a extremidade cefálica é tão larga quanto o corpo, e a extremidade caudal é subulada. A bôca é bilabiada, em posição transversal, sendo o lábio dorsal mais volumoso do que o ventral. Estorna afundado, envolvido pelo bulbo cefálico o qual também encerra a parte anterior do corpus do esôfago e a muscula¬ tura que aciona os lábios. O esôfago é consti¬ tuído de corpus sub -cilíndrico, dêle apare¬ cendo, apenas, a porção posterior, e de um bulbo esofagiano esférico que apresenta as reentrâncias mamiliformes para o interior do intestino que é sub-retilíneo. Poro excretor situado na base do corpus do esôfago. Anel nervoso também na base do corpus, parcial¬ mente encoberto pelas glândulas pardas que ficam atrás do bulbo cefálico. As fêmeas têm o aparêlho reprodutor di- delfo anfidelfo. O ovário posterior tem eua extremidade distai à altura da vulva e o ante¬ rior tem-na bem acima da mesma. Esta loca¬ liza-se aproximadamente no meio do corpo. Ovejetor dirigido para a extremidade cefᬠlica. Ovos elipsóides, de casca lisa e espessa. Medidas das fêmeas: Comprimento total — 4,69 a 5,97 mm. Largura — 0,12 a 0,25 mm. Bulbo cefálico — 0,20 a 0,27 mm de com¬ primento. Porção livre do corpus do esôfago — 0,025 a 0,031 ram. Bulbo esofagiano — 0,093 a 0,100 X 0,087 a 0,100 mm. Ânus de 0,430 a 0,574 mm da extremidade caudal. Vulva de 2,0, a 2,1 mm da extremidade caudal. Ovejetor — 0,31 a 0,37 mm. Ovos — 0,148 a 0,156 X 0,104 a 0,112 mm. Espessura da casca dos ovos cêrca de 0,012 mm. Ovário anterior à base do esôfago 0,9 a 1,2 mm. Ovário posterior à extremidade caudal 1,4 a 2,1 mm. Os machos não são muito menores do que as fêmeas, O testículo tem a extremidade distai fletida. Espículos em número de dois, bastante curtos e práticamente suta-iguais em comprimento, sendo um ligeiramente mais largo do que o outro. Possuem a superfície lisa. O gubernáculo é hialino, sendo dificil¬ mente distinguido no material montado. A ex¬ tremidade caudal tende a subulada, não apresentando asas caudais, mas uma série de pequenas papilah pós-nais. Medidas dos machos: Comprimento total — 3,83 a 5,41 mm. Largura — 0,14 a 0,21 mm. Bulbo cefálico — 0,15 a 0,18 mm de com¬ primento. 62 L. TRAVASSOS & G. R, KLOSS — COMPÊNDIO DOS NEMATÓIDES Porção livre do corpiis do esôfago — 0,025 a 0,037 mm, - Bulbo esofagiano — 0,085 a 0,100 X 0,093 a 0,100 mm. Ânus de 0,300 a 0,445 mm da extremidade caudal. Espícuios — 0,093 a 0,112 mm. Testículo à base do esôfago 1,0 a 1,3 mm Habitat: intestino posterior de Rhino- crieus urucumui Schubart, Diplopoda. Proveniência: Aldeia dos índios Tapi- rapés, Rio Tapirapé (afluente do Rio Araguaia), Estado de Goiás, Brasil, Holótipo macho e alótipo fêmea na Coleção Helmintológica do Instituto Os- waldo Cruz, sob os números 24.236 e 24.237 respectivamente. Paratipos na mes¬ ma coleção, sob os números 24.238 a-g a 24,240 a-b. 1, antenori distingue-se de í. ich hyo- cephalus no maior desenvolvimento de seus machos e na porção livre do corpus mais reduzida. De í. ichthyocephaloides difere no maior c omprimento da cauda da fêmea, e de í. egleri, principalmente nos espí¬ cuios, os de I. egleri acentuadamente di¬ versos entre si, ao passo que os de I. ante¬ nori são quase sub-iguais. Paraichthyocephalus Travassos & Kloss, 1958 Paraichthyocephalus Travassos k Kloss, 1958 a: 21, Paraichthyocephalus Travassos & Kloss, 1958 c: 5, 13. Paraichthyocephalus Kloss, 1960; 52. Nematóides do mesmo formato externo dos ích hyocephalus. Também se localizam na porção inicial do intestino posterior dos diplópodos, logo atrás da válvula que se¬ para o intestino médio do posterior, Como Ichtlíiyocephalus, sua cutícula é revestida de diminutos espinhos na região esofa- giana, mais acentuados na face dorsal do que na ventral. Os machos apresentam um par de asas caudais e os seus espícuios são sub-iguais em forma e tamanho, possuindo a superfície esculpida na porção mediana. O gubernáculo é pequeno e diáfano. As fêmeas têm seu aparêlho reprodutor di- delfo anfidelfo, com o ovejetor voltado para a extremidade cefálica. O poro excre- tor situa-se na base do corpus do esôfago, Espécie-tipo: Paraichthyocephalus ar- tigasi (Almeida, 1933) Travassos & Kloss, 1958. Outras espécies: P, almeidai (Dollfus, 1952) Travassos & Kloss, 1958; P. hirsutus sp. nov. O gênero distingue-se imediatamente de Ichthyocephalus na proporção entre o comprimento do bulbo cefálico e a porção livre do corpus em ichthyocephalus esta proporção é maior do que 4:1 e em Parai¬ chthyocephalus é de 1:1 a 2:1, dando-lhe 0 aspecto como si tivesse um corpiLs muito mais comprido. Outro caráter é a presença de asas caudais nos machos de Paraich- thyocephaluSj não ^ havendo vestígio delas em ichthyocephalus. Os espícuios daquele gênero são sub-iguais em comprimento e forma, apresentando as extremidades com a superfície lisa e a porção mediana com aspecto granuloso ou esculpido, ao passo que os de Ichthyocepthalus são diferencia¬ dos entre si, principalmente na forma, tam¬ bém podendo ser no comprimento, Paraichthyocephalus artigasi (Almeida, 1933) Travassos & Kloss, 1958 (Est. V) Ichthyocephalus artigasi Almeida, 1933: 1193, 1194, lehtyocephalus artigasi Skrjabin à coL, 1951: 333, Ichthyocephalus artigasi Dollfus, 1952: 154, 187. Ichthyocephalus artigasi Travassos k Kloss, 1958 a: 21. Paraichthyocephalus artigasi Travassos k Kloss, 1958 a: 21, Ichthyocephalus artigasi Travassos & Kloss, 1958 c: 1, 2, 10. ARQUIVOS DO MUSEU RACIONAL — VOL, LIII ^ 1965 63 Paraíchthyocephalus artigãsi Travassos & Kloss, 1958 c: 13; 14, 17, Ichthyocephalus artigasi Leibersperger, 1960: 53. Nematóides longos, com a extremidade cefálica em forma de cabeça de peixe silurídeo e a cutícula recoberta de pequenos espinhos na região eaofagiana, mais acentuada na face dorsal. A extremidade caudal é cônica e curta. Apresentam, como todos lehthyocephalidae, o bulbo cefálico esclerosado que envolve o estorna afunilado, a musculatura que aciona os lábios e parte do corpus do esôfago, deixando apare¬ cer do mesmo a porção posterior. A taôca é transversal, bilabiada, sendo o lábio dorsal mais proeminente do que o ventral; possui um par de papilas, e os seus bordos são forte¬ mente quitinizados. Bulbo esofagiano piri- forme no qual se encontram as válvulas tritu¬ radoras; também apresenta os prolongamentos mamiliformes para o interior do intestino que é sub-retilíneo. Poro excretor na base do corpiís do esôfago. Anel nervoso aproximada¬ mente à mesma altura. Atrás do bulbo cefᬠlico há um anel de glândulas pardas e volu¬ mosas que cobrem, parcialmente, o anel nervoso, Aparêlho reprodutor feminino dídeifo anfi- delfo, 0 ovário posterior começando à altura da vulva e o anterior um pouco acima dos vestíbulos. Os ovos são elipsóides e esféricos, de casca lisa e espessa. A vulva abre na região mediana do corpo. Medidas das fêmeas: Comprimento total — 3,1 a 5,7 mm. Largura — 0,16 a 0,28 mm. Bôca cêrca de 0,087 mm. Bulbo cefálico — 0,120 a 0,150 X 0,081 a 0,156 mm. Porção livre do corpus ão esôfago — 0,087 a 0,113 mm. Bulbo esofagiano — 0,062 a 0,081 X 0,075 a 0,119 mm. Poro excretor de 0,187 a 0,250 mm da ex¬ tremidade cefálica. Vulva de 1,000 a 2,269 mm da extremidade caudal. Ânus de 0,129 a 0,244 mm da extremidade caudal. . Ovos — 0,068 a 0,096 X 0,070 a 0,087 mm. Espessura da casca dos ovos cêrca de 0,004 mm. Machos um pouco menores do que as fêmeas. Sua extremidade caudal é cônica, ligeiramente encurvada, provida de asas caudais e 8 pares de papilas, 4 pares pós e 4 pares pré-anais. Os espículos são de com¬ primento médio, sub -iguais em tamanho e em forma, com a superfície esculpida, exceto nas extremidades distais e proximais. Um gubernáculo pequeno e hialino. O testículo é longo, pouco diferenciado da vesícula seminal e do canal ejaculador. Medidas dos machos: Comprimento total — 3,1 a 4,7 mm. Largura — 0,13 a 0,24 mm. Porção livre do corpus do esôfago — 0,075 a 0,113 mm. Bulbo esofagiano 0,062 a 0,068 X 0,069 a 0,100 mm. Anus de 0,068 a 0,144 mm da extremidade caudal.- Espículos — 0,24 a 0,364 mm. Habitat: intestino posterior de Rhino- cricus cachoeirensis Scliubart, de Scha- ph-iosfrepíus hiiffalus Schubart e de Soore- tama aguirrei Schubart, Diplopoda. Em 1958, Travassos & Kloss deram como ha¬ bitat Rhinocricus pugio (Broelemann), reveiando-se, posteriormente, ser sinônimo de R. cachoeirensis. (O. Schubart det.). Proz^eniência: Manguinhos, Paineiras e Grajaú, Rio de Janeiro, Estado da Guana¬ bara; Parada de Mendes (tipos), Niterói, Tinguá e Km 47 da Estrada Rio-São Paulo (Município de Itaguaí), Estado do Rio de Janeiro; Fazenda Capim Fino (Município de Indaiatuba) e Usina Monte Alegre, Piracicaba, Estado de São Paulo; Maicuru, Estado do Pará; Sooretama (Município de Linhares), Estado do Espírito Santo, Brasil, Holótipo fêmea e alótipo macho na Coleção Helmintológica do Instituto Os- waldo Cruz, sob o número 22.977. AlmeidAj 1933, descreve os espículos como sendo bífidos nas pontas, mas exames posteriores mostraram que são simples. 64 L. TRAVASSOS & G. R KLOSS — COMPÊNDIO DOS NEMATóIDES Paraichthyocephalus almeidai {Dollfus, 1952) Travassos & Kloss, 1958 (Est. VI) Ichthyoeephaíus Almeidai Dollfus, 1952: 185. Paraichthyocephalus almeidai Travassos & Kloss, 1958 a: 21, Ichthyoeephaíus almeidai Travassos & Kloss, 1958 c: 1, 17. Paraichthyocephalus almeidai Travassos & Kloss, 1953 c: 13, 17, Ichthyoeephaíus almeidai Osclie, 1960: 436, Ichthyoeephaíus almeidai Leibersperger, 1960: 51, 52. A descrição e as figuras desta espécie feitas por Dollfus em 1952 são muito incom¬ pletas. Posteriormente viemos a encontrar ma¬ terial dessa espécie no Rio de Janeiro, sendo possível uma descrição melhor. Ichthyocephalidae pequeno, com a dife¬ renciação sexual pouco acentuada. A cutícula é finamente ondulada transversalmente, apre¬ sentando minúsculos espinhos na região cefᬠlica, a partir da comissura dos lábios até uma extensão um pouco além da base esofagiana. A extremidade caudal é curta e cônica. Nas fêmeas a porção livre do corpus do esôfago é quase tão longa como o bulbo cefálico; já nos machos esta porção é ligeiramente maior do que 1. O intestino é sub-retilíneo. O poro excretor encontra-se na metade basal do corpus e o anel nervoso fica apoiado sobre o bulbo esofagiano. O aparelho reprodutor das fêmeas é didelfo anfidelfo, o ovário anterior iniciando- se à altura onde termina o ovejetor, e o pos¬ terior ligeiramente abaixo da vulva, Esta fica na região mediana do corpo. O ovejetor é bem visível e musculoso, dirigido para a extre¬ midade cefálica. Ovos pouco numerosos. Medidas das fêmeas; Comprimento total — 2,499 a 4,15 mm. Largura — 0,10 a 0,31 mm. Bulbo cefálico com cêrea de 0,081 mm de comprimento. Porção livre do corpus do esôfago — 0,069 a 0,075 mm. Bulbo esofagiano — 0,044 a 0,062 mm de diâmetro. Poro excretor a 0,119 mm da extremidade cefálica. Anel nervoso a 0,150 mm da extremidade cefálica. Vulva de 1,005 a 1,65 mm da extremidade caudal. Ânus de 0,10 a 0,26 mm da extremidade caudal. Ovos — 0,074 a 0,098 X 0,060 a 0,078 mm. Espessura da casca dos ovos cerca de 0,004 mm. Ovejetor com cêrea de 0,237 mm de com¬ primento. Os machos são, práticamente, do mesmo comprimento das fêmeas. Sua extremidade caudal é ligeiramente encurvada, terminando em cauda cônica. Puderam ser observado dois pares de papilas maiores, pré-anais, e dois pares de papilas menores, pós-anais. Possuem dois espículos sub-iguais, muito delgados e longos, de estrutura granulosa no têrço me¬ diano. O gubernáculo é muito pequeno e hialino. Apresentam duas pequenas asas caudais. Medidas dos machos: Comprimento total — 2,57 a 3,38 mm. Largura — 0,086 a 0,208 mm. Bulbo cefálico com cêrea de 0,106 mm de comprimento. Porção livre do corpus do esôfago — 0,075 a 0,087 mm. Bulbo esofagiano — 0,050 a 0,056 mm de diâmetro. Poro excretor a 0,150 mm da extremidade cefálica. Anel nervoso a 0,181 mm da extremidade cefálica. Espículos — 0,430 a 0,540 mm. Testículo à base do esôfago — 0,919 a 1,120 mm. Ânus de 0,050 a 0,100 mm da extremidade caudal. Habitat: intestino posterior de Spiros- treptiãae^ Diplopoda (em determinação com o Dr. O. Schubart). O material estu¬ dado por Dollfus foi coletado de Herni- gymnostreptus sp. e de Eumekitts sp. (= Gymnostrep us ). Proveniência: Santa Adélia, Estado de São Paulo (Dollfus); Paineiras, Rio de Janeiro, Estado da Guanabara, Brasil. 65 ARQUIVOS DO MUSEU RiACIONAL — VOL. LIII — 1965 O autor da espécie não se refere aos tipos. Os números 3.281 e 3.282 são os números de coleta de Diplopoda, de SCHUBART. P. íilmeidcti difere de P. artigasi nos espículos mais longos e pelo gubernáculo muito menor e de contorno mais irregular, Paraicktkyocephalus hirsutus sp. nov. CEst. VII) lehthyocephalinae de corpo longo, delga¬ do, com a cutícula recoberta de espinhos na região anterior, mais desenvolvidos na face dorsal do que na ventral e prolongando-se até a porção inicial do intestino. Não há asas laterais. A extremidade cefálica é caracterís¬ tica de Ichthyocephalus, isto é, possui sime¬ tria bilateral e apresenta o bulbo cefálico esclerosado que envolve o estorna e parte do corpus do esôfago. A porção deste que fica a descoberto é de comprimento ligeiramente menor do que o do bulbo cefálico. O bulbo esofagiano é bem desenvolvido, nêle se encon¬ trando as válvulas trituradoras que são grandes. Para o interior do intestino há os prolongamentos mamiliformes do esôfago. Intestino sub -retilíneo, terminando em reto curto onde se acham as três glândulas anais. Poro excretor anterior ao bulbo esofagiano. Anel nervoso mais ou menos no meio da porção livre do corpus. Em P. hirsutus não se observam também as glândulas cefálicas que ficam acima do bulbo esofagiano, muito níti¬ das nas outras espécies. O aparêlho reprodutor das fêmeas é di- delfo anfidelfo. A vulva situa-se na região mediana do corpo e o ovejetor dirige-se para a extremidade anterior. Os ovos são grandes, com a casca lisa e espessa, pouco numerosos. Cauda cônica alongada. Medidas das fêmeas: Comprimento total — 4,294 a 4,925 mm. Largura — 0,150 a 0,250 mm. Bulbo cefálico — 0,131 a 0,138 mm de comprimento. Porção livre do corpus do esôfago — 0,100 a 0,106 mm. Bulbo esofagiano — 0,056 a 0,062 mm de diâmetro. Poro excretor de 0,225 a 0,258 mm da ex¬ tremidade cefálica. Anel nervoso de 0,163 a 0,194 mm da ex¬ tremidade cefálica. Ânus de 0,244 a 0,258 mm da extremidade caudal. Vulva de 1,939 a 2,140 mm da extremidade caudal. Ovejetor — porção esclerosada — 0,088 a 0,118 mm. — Porção musculosa — 0,149 a 0,225 mm. Ovos — 0,112 X 0,068 a 0,072 mm. Ovário anterior à base do esôfago — 1,149 a 1,307 mm. Ovário posterior à extremidade caudal — 1,436 a 1,594 mm. Não há grande diferença no comprimento dos machos e das fêmeas. Aquêles têm a cauda curta e cônica, ligeiramente encurvada. Possuem 2 pares de papilas pré-anais, 3 pares ad-anais e 4 pares pós-anais. Também apre¬ sentam as pequenas asas caudais caracterís¬ ticas das espécies de Paraichthyocephalus. O aparêlho espicular é constituído de dois espículos muito longos e finos, ocupando quase 1/3 do comprimento do corpo; a sua estru¬ tura é lisa nas extremidades e granulosa na porção mediana. Ficam apoiados em um gu¬ bernáculo hialino, apenas perfeitamente visível quando se disseca a extremidade caudal. Medidas dos machos: Comprimento total — 3,691 a 3,935 mm. Largura — 0,150 a 0,220 mm. Bulbo cefálico — 0,131 a 0,138 mm de com¬ primento. Porção livre do corpus do esôfago — 0,094 a 0,106 mm. Bulbo esofagiano — 0,050 a 0,056 mm de diâmetro. Anus de 0,100 a 0,113 mm da extremidade caudal. Espículos — 1,006 a 1,063 mm. Testículo á base do esôfago — 1,321 a 1,450 mm. Habitat: intestino posterior de Spiros- treptus sp., Diplopoda ( em determinação com o Dr. O. Schubart). Proveniência: Corcovado, Eio de Ja¬ neiro, Estado da Guanabara, Brasil, Hoiótipo fêmea e alótipo macho na - 66 L. TRAVASSOS & G, R. KLOSS — COMPÊNDIO DOS NEMATÓIDES Coleção Helmintológica do Instituto Os- waldo Cruz," sob os números 27.682 e 27.683, respectivamente. Paratipos na mes¬ ma coleção, sob os números 27.378, 26.682 a 27.685. Os melhores caracteres de diferen¬ ciação de P, hirsuíus das outras espécies do gênero, são muito mais longos. As fêmeas são mais difíceis de serem diferenciados: de P. ar igasi (Almeida, 1933) isso pode ser feito pela cauda — cônica curta na espécie de Almeida e cônica alongada nesta espécie. De P. almeidai (Dollfus, 1952) a fêmea só pode ser diferenciada após a to¬ mada de medidas. Ransomnematidae (Travassos, 1930) Tra- vassos & Kloss, 1960 Ransomidae Travassos, 1930: 163. Ransomnemidae Sánchez, 1947: 280. Ransonemiãae Sánchez, 1947 (êrro): 287. Ransomnematidae Travassos & Kloss, 1960: 517, 518. Ransomnematidae Kloss, 1960: 52. Ransomnematidae Travassos & Kloss, 1950: 244. Os ransomnemas só começaram a ser classificados em 1929, quando Travassos lhes cria a sub-família Ransomneviatinae^ Thelastomatidae, nela incluindo os gêneros Kan^omnema Artigas, 1926, Cctrnoya Gil¬ son, 1898, Pondcmema Artigas, 1926, Angra Travassos, 1929 Angranema Travassos, 1949), Heth Cobb, 1898 e C7'uznema Arti¬ gas, 1927. Em 1930, o mesmo autor iniciou a separação. dos nematóides parasltos menos evoluídos, de O xy ur o iã e achando que todos os parasitos de invertebrados deveriam aproximar-se de Rhahdiatoidea ou de outros grupos de ne¬ matóides de vida livre. Baseado nêsse ponto de vista, coloca em Rhahdiatoidea as fa¬ mílias Rhabditidae^ Atractiãae, e outras, criando a família Ransomnematidae que aí inclui sem fazer qualquer comentário mais preciso sobre a mesma. Chiwood, 1937 e Chitwood & Chitwood, 1950, não reconhecem a família, incluindo Ransom- nematinae em Atractidae, Oxyuroidea. Já Filipjev, 1934 e Filxpjev & Stekhoven Jr., 1941, incluem Ransomnematinae em Kathlaniidae, família cujos machos apre¬ sentam ventosas pré-anal. Em 1946, Doll¬ fus segue o ponto de vista de Travassos (1929), considerando os ransomnemas íe- lastomatídeos, mas já em 1952 apoia Chitwood ao colocá-los em Atractidae^ Em 1947, SÁNCHEZ volta a citar Ransomnema- tidae^ colocando-a na sub-ordem Rhigone- matoiãea por ela criada naquela ocasião para os nematóides de artrópodos que apresentassem dois espículos e boca trila- biada, Skjarin e seus colaboradores (1951) põem Ransomnematinae em Rhigonema- tidae. Após Travassos, 1930 e Sánchez, 1947, a família Ransomnematidae só voltou a tomar forma mais definida em 1960, através dos trabalhos do primeiro e de Kloss, esta separando definitivamente os parasitos de artrópodos dos demais nema¬ tóides, incluindo a família na ordem Rhi~ gonematíformes cujos representantes apre¬ sentam um bulbo esofagiano bem desen¬ volvido, com válvulas trituradoras, e na super-família Rhigonematoidea cujos ma¬ chos apresentam dois espículos, conside¬ rando-se a ventosa pré-anal um caráter de pouca importância para a classificação superior. Os Ransomnema idae são nematóides parasitos do tubo digestivo de artrópodos; sua extremidade cefálica é bem mais larga do que o restante do corpo e apresenta si¬ metria radial; o bulbo esofagiano é bem desenvolvido, redondo, nele se localizando as válvulas trituradoras. O corp«$ é fusi- forme, unido ao bulbo esofagiano por um istmo longo e sinuoso. Os machos apresen¬ tam dois espículos de comprimento e forma diferentes. Não possuem gubernáculo mas uma ventosa pré-anal cujo fundo é ocupado ARQUIVOS DO MUSEU KACIONAL — VOD. LIII — 1965 67 por pequenos espinhos pilo sos. As fêmeas têm a vulva localizada na metade poste¬ rior do corpo. Seus ovos têm a casca com¬ pletamente lisa. Ransomnematinae (Travassos, 1929) Chtwood, 1935 Ransoneminae Travassos, 1929 (êrro): 23. Ransomneminae Artigas, 1929: 18, 19 62, 65, 89. Ransomneminae Artigas, 1930: 31, 32. Ransomneminae Chitwood, 1933: 17. Ransomneminae Filipjev, 1934: 39. Ransomneminae Chitwood, 1935: 53, Ransomnematinae Chitwood, 1935: 53. Ransomnematinae Chitwood, 1937: 74. Ransomneminae DoUfus, 1946: 254. Ransomneminae Sánchez, 1947: 281, 283, 284. Ransomnematinae Chitwood & Chitwood, 1950: 18, 36, 119. Ransomnematinae Skjabin & coL, 1951: 325, 326, 333, 342, 343. Ransomneminae Skrjabin & coL, 1951: 333. Ransomnematinae Dolifus, 1952; 146, 188, 199, 218, 223, 236. Ransomnematinae Basir, 1956: 1, 2. Ransoneminae Kloss, 1959 (êrro): 2. Ransomnematinae Leitaersperger, 1960: 2. Ransomnematinae Kloss, 1960: 2. Gênero-Tipo: Ransomnema Artigas, 1926. Único gênero da família. Ransomnema Artigas, 1926 Ra7isomnema Artigas, 1926: 38. Ransonema Travassos, 1929 (êrro): 23. Ransomnema Artigas, 1929: 18, 65. Ransomnema Artigas, 1930: 22. Ransomnema Filipjev, 1934: 39. Ransomnema Filipjev & Stekhoven Jr., 1941: 835 837, 843, 849. Ransomnema Sánchez, 1947: 284, ... .Ransomnema Skrjabin &c coL, 1951: 325, 333. Ransomnema Dolifus, 1952: 146, 148, 149, 151, 188, 189, 198, 236. Ransomnema Osche, 1960: 398, 423, 426, 431, 434. Ransomnema Kloss, 1960: 52. Nematóides de corpo filiforme, a extremi¬ dade cefálica bem mais larga do que a porção restante do corpo. A cutícula é inerme, sem asas laterais. Lábios salientes. O estorna possue formações quitinosas em seu interior. Corpits do esôfago fusiforme com a mxisculatura on¬ dulada; istmo longo, delgado e sinuoso; bulbo redondo, notando-se perfeitamente as válvu¬ las trituradoras em seu interior. Intestino sub-retilíneo. Não foi observado o poro ex- cretor. Os machos apresentam uma ventosa pré-anal cujo fundo é revestido de pequenos espinhos pilosos. Os espículos são em número de dois, diferentes em tamanho e forma, o mais longo delgado e acentuadamente mais comprido do que o curto que mais parece um gubernáculo. O aparêlho reprodutor da fêmea é didelfo anfidelfo, a vulva localizada logo abaixo do ovário posterior, isto é, na metade posterior do corpo. Ovos grandes, pouco nu¬ merosos, com a casca lisa e espessa. Espécie tipo: Ransomnema ransomi Artigas, 1926. Outras espécies: R. longispiculum Artigas; 1926; R. macrocephalus (d’Udekem, 1859) Artigas, 1930; R. communis sp. nov. Ransomnema rãnspmi Artigas, 1926 (Est. VIII) Ransomnema 7'ansomi Artigas, 1926: 38, 39, 41. Ransonema ramsomi Travassos, 1929 íêrro): 23. Ransomnema ransomi Artigas, 1929: 65, 69- Ransomnema ransomi Filipjev Stekho- ven Jr, 1941: 843. Ransomnema ransomi Skrjazin & col., 1951: 334. Ransomnema ransomi Dolifus, 1952: 151, 188, 189, 192. Ransomnema christiei Dolifus, 1952: 189. 14, 53. Ransomnema christiei Osche, 1960: 421, Ransomnema ransomi Leibersperger, 1960: 14,53. Ransomnema christiei Leibersperger, 1960: 52. Até hoje, a presente espécie só foi encontrada nos Estados de São Paulo e de Mato Grosso, Brasil. Foi examinada em 68 L. TRAVASSOS & G. R. KLOSS — COMPÊNDIO DOS NEMATóIDES 1926 por ArtigaSj em 1952 por Dollfus que descreveü-a sob os nomes R. ransorai e K, christiei, e atualmente voltou a ser examinada por Kloss, de material prove¬ niente de São Luiz de Cáceres, Mato Grosso. Os nematóides são pequenos, delgados, com a extremidade cefálica larga arredondada e a caudal cônica alongada. A cutícula é inerme e sem asas laterais. Os lábios são sa¬ lientes, Estorna amplo, com formações irregu¬ lares esclerosadas nas paredes internas, O esôfago possue um corpus fusiforme, longo, com estriações transversais na sua muscula¬ tura; o istmo é longo, delgado e sinuoso; bulbo esofagiano redondo e bem desenvolvido, notando-se perfeitamente as válvulas tritura¬ doras em seu interior. Intestino sub-retilíneo. Partindo do ponto de contato entre estorna e corpus, partem glândulas escuras, longas e unicelulares. O poro excretor não pode ser observado. O anel nervoso parece localizar-se na metade posterior do corpus. As fêmeas apresentam aparêlho reprodutor didelfo anfi- delfo, localizado na região mediana do corpo, acima da abertura vulvar; esta fica na metade posterior do corpo. Os ovos são grandes, pouco numerosos, de casca lisa e espessa. Medidas das fêmeas; Comprimento total — 1,623 a 2 mm. Largura — 0,086 a 0,165 mm. Estorna — 0,024 a 0,038 mm. Esôfago total — 0,319 a 0,380 mm. Corpus do esôfago — 0,225 a 0,246 X 0,044 mm. Istmo — 0,050 a 0,069 mm. Diâmetro do bulbo — 0,063 a 0,069 mm. Anus de 0,129 a 0,161 mm da extremidade caudal. Vulva de 0,550 a 0,710 mm da extremidade caudal. Ovos — 0,130 a 0,150 X 0,055 a 0,099 mm. Os machos são ligeiramente menores do que as fêmeas. Apresentam a mesma forma de corpo, mas sua extremidade caudal é um pouco encurvada. Na face ventral, diante da abertura anogenítal, há uma ventosa cujo fundo é revestido de pequenos espinhos de aspecto piloso; êsse fundo pode apresentar-se protraído ou não. Os espíciüos são de tama¬ nho e forma desiguais, O mais longo tem início ao nível da margem inferior da ven¬ tosa, 0 que diferencia a espécie dos demais Ransomnema. Medidas dos machos: Comprimento total — 1,378 a 1,52 mm. Largura — 0,085 a 0,11 mm. Estorna — 0,036 a 0,053 mm. Esôfago total — 0,300 a 0,384 mm. Corpus do esôfago — 0,200 a 0,246 X 0,034 a 0,044 mm. Istmo — 0,056 a 0,077 mm. Diâmetro do bulbo 0,050 a 0,059 mm. Ânus de 0,119 a 0,154 mm da extremidade caudal. Diâmetro da ventosa 0,026 a 0,032 mm. Ventosa à extremidade caudal — 0,115 a 0,182 mm. Espícuio maior — 0,130 a 0,220 m.. Espículo menor — 0,069 a 0,090 mm. Testículo á base do esôfago — 0,040 a 0,048 mm. Habitat: intestino posterior de Rhino- cricus cachoeirensi^ Schubart e de fí. punc- tatosjasciatus Schubart, Diplopoda. Proveniência: Remédios e Presidente Epitácio, Estado de São Paulo; São Luiz de Cáceres, Mato Grosso, Brasil, Tipos inexistentes. Como o material de Artigas proviera de Remédios, os autores preferem fazer os neotipos de material pro¬ veniente daquela região. Dollfus descreveu a espécie como R. christiei, dando como caráter diferencial uma cauda mais curta da fêmea e ovos maiores. Refere como outra diferença, de que o espículo maior de R. christiei tem início no bordo posterior da ventosa, o que não se observaria em R. ransomi. Todavia, observando-se o desenho de Arugas, nota- se que o espículo maior está parcialmente evaginado o que altera a posição da extre¬ midade proximal do mesmo. Ransomnema longispiculum Artigas, 1926 (Est. IX) ARQUIVOS DO MUSEU NiACIONAL — VOL. LHI — 1965 69 Ransomnema longispiculum Artigas, 1926: 38, 40, 41. Ransonema longispicula Travassos, 1929 (êrro); 23. Ransomnema longispiculum Artigas, 1929: 69, 70. Ransomnema longespiculum Skrjabin & col., 1951 Cêrro): 334. Ransomnema longispiculum Dollfus, 1952: 151, 188, 191. Ransomnema longispiculum Osche, 1960: 426. i Ransomnema longispiculum Leibersperger, 1960: 52, 53. Nematóides com os caracteres gerais idênticos ao R. ransomL A extremidade caudal da fémea é cônica e subulada, e a do macho cônica alongada, terminando em ponto fili¬ forme. Medidas das fêmeas: Comprimento total — 1,479 a 1,85 mm. Largura — 0,101 a 0,167 mm. Lábios — 0,008 a 0,016 mm. Estorna — 0,020 a 0,040 mm. Esôfago total — 0,256 a 0,377 mm. Corpus do esôfago — 0,181 a 0,231 X 0,050 mm. Istmo — 0,056 a 0,085 mm. Diâmetro do bulbo — 0,063 a 0,069 mm. Anus de 0,094 a 0,146 mm da extremidade caudal. Vulva de 0,438 a 0,650 mm da extremidade caudal. Ovos — 0,130 a 0,164 X 0,095 a 0,116 mm. Os machos apresentam o espículo mais desenvolvido iniciando a uma distância acima da ventosa pré-anal igual àquela que vai do ânus à mesma ventosa. Medidas dos machos: Comprimento total — 1,393 a 1,72 mm. Largura — 0,078 a 0,115 mm. Lábios — 0,008 a 0,016 mm. Estorna — 0,023 a 0,040 mm. Esôfago total — 0,256 a 0,306 mm. Corpus do esôfago — 0,165 a 0,194 X 0,038 a 0,050 mm. Istmo — 0,056 a 0,069 mm. Diâmetro do bulbo — 0,053 a 0,063 mm. Anus de 0,104 a 0,175 mm da extremidade caudal. Diâmetro da ventosa — 0,034 a 0,048 mm. Ventosa à extremidade caudal 0,250 a 0,315 mm. Espículo maior — 0,377 a 0,520 mm. Espículo menor — 0,060 a 0,100 mm. Testículo à base do esôfago 0,062 a 0,144 mm. Habitat: intestino posterior de Rhino- cricus sp. e de Rhinocricus padbergi Ver- hoeff, Diplopoda. Proveniência: Angra dos Reis, Estado do Rio de Janeiro; Presidente Epitácio, Estado de São Paulo; Jacarepaguá e Man- guinhos, Estado da Guanabara, Brasil, Tipos inexistentes. Não foram feitos os neotipos pelas mesmas razões apresentadas no caso de R. ransomi. A espécie é facilmente distinguida de R, ransomi pelo espículo maior dos machos e, após tomada de medidas, observa-se que a distância entre ânus e ventosa também é maior. As fêmeas das duas espécies não podem ser diferenciadas. Ransomnema macrocephalus (d'Udekem, 1859) Artigas, 1930 (Est. X) Rhabãitis macrocepJialus d^Uciekem, 1859: 557, 560, 561, 566, Isacis macrocephala Parona, 1896: 1. Isakis macrocephala Artigas, 1929: 97. Iscúcis macrocephala Artigas, 1930: 32. Ransomnema macrocephala Artigas, 1930: 22 . Rhabãitis macrocephalus Thomas, 1931: 32, 33. Isakis macrocephala Skrjabin & col., 1951: 325. Ransomnema macrocephala Skrjabin & col,, 1951: 334. Rhahditis macrocephalus Dollfus, 1952: 148, Ransomnema macrocephalus Dollfus, 1952: 188, 189. Ransomnema macrocephalum Leibersper¬ ger, 1960: 52. A espécie é “ínquirenda”. Em conjunto, ela foi muito bem descrita por D’udekeMj porém o caráter vital de diferenciação das 70 L. TRAVASSOS & G. R. KLOSS — COMPÊNDIO DOS NBMATÓIDES espécies posteriores de Ransomnema não foi suficientemente representado, que é o espículo mais desenvolvido. O autor deu um desenho da extremidade caudal do macho, cuja porção superior termina brus¬ camente, não mostrando, assim, a locali¬ zação exata da extremidade proximal dêsse espículo. Não há dúvida de que não se trata de R. ransomi, nem de R. communis, porém poderia ser o R. longispiculum des¬ crito em 1926 por Artigas. Essa dúvida também não é facilmente solvida, porque D’udekem não dá nem a pro;edência do material. Cita como hospedador o Julits terrestris L., mas Schubart declara que, provàvelménte trata-se do Julus scandina- vius Latzel, espécie mais comum na Europa central. O J. terrestris não ocorre na Euro¬ pa ocidental. As únicas medidas dadas pelo autor, são: Comprimento total da fêmea — cêrca de 1 mm. Largura da fêmea — cêrca de 0,18 mm. Espermatozóides — 0,10 mm. Ransomnema communis sp. nov. (Est. XI) Nematóides pequenos, filiformes, com a extremidade cefálica mais larga do que o resto do corpo, terminando em forma arredon¬ dada e apresentando simetria radial. A cutí¬ cula é lisa, inerme, sem asas laterais e ligei¬ ramente estufada na “cabeça”. Trilabiados. O estorna é amplo, com concreções esclero- sadas nas paredes internas. Esôfago com o corpus fusiforme, longo, mostrando estriações transversais na musculatura; istmo estreito e sinuoso; bulbo redondo, bem desenvolvido. Intestino sub-retilíneo. O poro excretor não foi observado. Anel nervoso na região me¬ diana do corpus. As fêmeas possuem o aparê- Iho reprodutor didelfo anfidelfo, localizado anteriormente à vulva que abre na metade posterior do corpo. Ovejetor voltado para a extremidade cefálica. Ovos grandes, de casca Usa e espêssa, um pouco mais numerosos do que nas outras espécies de Ransomnema. talvez por ser a fêmea um pouco maior. A cauda é cônica. Medidas das fêmeas; Comprimento total 2,140 a 2,441 mm. Largura — 0.144 a 0,158 mm. Estorna — 0,040 a 0,048 mm. Esôfago total — 0,419 a 0,444 mm. Corpus do esôfago — 0,294 a 0,306 X 0,069 a 0,075 mm. Istmo — 0,059 a 0,075 mm. Diâmetro do bulbo — 0,069 a 0,081 mm. Ânus de 0,144 a 0,158 mm da extremidade caudal. Vulva de 0,790 a 1,038 mm da extremidade caudal. Ovos — 0,156 a 0,164 X 0,076 a 0,096 mm. Os machos são um pouco menores do que as fêmeas. Apresentam a extremidade caudal encurvada e a cauda cônica alongada, termi¬ nando em filamento. Possuem um espículo longo e um curto, além de uma ventosa pré- anal característica do gênero. Medidas dos machos: Comprimento totai — 1,953 a 2,111 mm. Largura — 0,086 a 0,129 mm. Estorna cêrca de — 0,040 mm. Esôfago total — 0,369 a 0,395 mm. Corpus do esôfago — 0,250 a 0,275 X 0,050 a 0,075 mm. Istmo — 0,056 a 0,063 mm. Diâmetro do bulbo — 0,063 a 0,075 mm. Ânus de 0,208 a 0,219 mm da extremidade caudal. Diâmetro da ventosa — 0,040 a 0,052 mm. Ventosa ã extremidade caudal — 0,392 a 0,408 mm. Espículo maior — 0,276 a 0,296 mm. Espículo menor — 0,076 a 0,100 mm. Testículo à base do esôfago — 0,138 a 0,187 mm. Habitat: intestino posterior de Rhino- cricus electrojasciatns Schubart (tipos) e de R, nodulipes Schubart, Diplopoda. Proveniência: Cachimbo, Estado do Pará (tipos), e Urucum, Estado de Matô Grosso, Brasil. Holóipo fêmea e aíótipo macho na Coleção Helmintológica do Instituto Os- waido Cruz, sob os números 27.770 e ARQUIVOS DO MUSEU N.ACIONAL — VOL. DIII 1965 71 27.771, respectivamente; paratipos na mes¬ ma Coleção, sob os números 21.726, 21.770 a 27,774. A espécie difere das demais, princi¬ palmente, peia altura em que se insere a extremidade proximal do espículo mais Longo: imediatamente acima da ventosa pré-anal. Os exemplares também são um pouco maiores do que os das outras espé¬ cies o que talvez, não tenha maior impor¬ tância, porém a vulva fica mais afastada da extremidade caudal do que a de R. ?'a.ns07ni e de R. longispi-culum. ZUSAMMEIÍFASSUIÍG Im 2. Kapitel des Abrisses ueber Darm- lebenden Nematoden der Arthropoden werden die Arten der Familien Ichthyoeephaliâae und Ransomnematiãae beschrieben, die der Ober-Familie Rhigonematoiãea, Rhigoneviati- formes angehoeren. Im ganzen sind es 4 Ichthyocephalus-Arten, 3 Paraichthyocepha- iws-Arten, darunter eine neu-beschriebene, und 4 Ransomnema-Axien, davon R. macro- cephalus ais “inquirenda” betrachte wird. Auch unter Ransomnema wird eine neue Art beschrieben. BIBLIOGRAFIA Almeida, J.L, 1933 — Nouveau nématode parasite de myriapodes du Brésil: Ichthyoce-’ phalus artigasi n. sp. C. R. Se. Soc. Biol., 114: 1193-1194, 2 figs. Artigas, P. 1926 — Nematóides de invertebrados (IIJ, Boi. Biol., 2: 38-44, 9 figS. Artigas, P. 1926 — Nematóides de invertebrados (III). Boi. Biol., 21: 59-71, 15 figs. Artigas, P. 1929 — Systematica dos nematóides dos a7'thropoãos. These de Doutara- mento, 113 pags. 45 figs. S. Paulo. Artigas, P. 1930 — Nematóides dos gêneros Rhigo- 7iema Cobb, 1898 e Dudekemia n. gn., (Nematoda: Rhigonemidae n.n.). Mem, Inst. Osio. Cmz, 24 (1): 19-30, ests, 8-14. Artigas, P. 1930B — Sôbre um novo gênero de nema- toides, Clemenfeia, e uma nova espécie, Clementeia dementei, parasita de julideos (Nematoda: Thelastomiãae ), Mem. Inst. Osw. Cruz, 24 (1): 31-34, est. 15. Basir, M.A. 1956 — Oxyuroid parasites of arthropoda. Zoologica, 38 (106), 79 pags. 13 ests. Chitwood, B.G. 1933 — A synopsis of the nematodes para- sitic in insects of the famüy Blattiãae. Zeitschr. Parasitenk., 5: 14-50, 59 figs. Chitwood, B.G. 1935 — Nomenclatorial Notes, I. Froc. Helm. Soc. Wash., 2(1): 51-54. Chitwood, B.G. 1937 — A revised classification of the Nematoda. Pap. Helm., Juh. K.J. Skrjahin'. 69-80. Chitwood, B.G. & Chitwood, M.B. 1950 — An introductioji to Nematology, 1, 213 pags., 145 figs. Edição revi¬ sada. Baitimore. Dollfus, R . Ph. 1946 — Parasites (animaux et végétaux) des Helminthes. Encyclopédie Bio- logique, XXVII. 482 pags., 373 figs. Paris. Dollfus, R.Ph. 1952 — Quelques Oxyuroiãea de myriapo¬ des. Ann. Parasit., 27 (1-2-3) : 143-236, 101 figs. Filipjev, I.N, 1934 — The classification of the free- Uving nematodes and their rela- tion to the parasitic nematodes, Smith. Misc. Coll., 89 (6) : 1-63, 8 ests. Filipjev, I.N. ^ Stekhoveh Jr., J.H.S. 1941 — A manual of agricultural Hel~ minthology. 878 pags. 460 figs. Leiden. 72 L. TRAVASSOS & G- R. KLOSS — COMPÊNDIO DOS NEMATÓIDES Kloss, G.R. 1959 — Nematodeos parasitando HydrO' phüiãae íColeoptera) dos arredo¬ res de Belém (Estado do Pará, Brasil). Boi. Mus. Paraense Em. Goeldi, Zoologia, 21: 19 pags. 5 ests. KLOSS, G. R. 1960 — Organização filogenétíca dos ne- matóides parasitos intestinais de artrópodos. Atas Soc. Biol. Rio de Janeiro, 4 (4): 51-55. Leibersperger, E. 1960 — Die Oxyuroidea der europáischen Arthropoden. Parasit. Schriftenr., 11, 150 pags., 39 figs. OSCHE, G. 1960 — Systematische, morpohogische und parasitophyletische Studien an parasitischen Oxyuroidea {Nema- toda) exotischer Diplopoden. (Ein Beitrag zur Morphologie des Se- xualdimorphismus), Zool. Jaiirl)., 87 (4-5) : 395-440, 13 figs. PARONA, C. 1896 — Di alcuni nematodi dei Diplopodi. Boi, Mus. Zool. Anat, Comp. R. Univ. Gênova, 44: 1-6, 1 est. SÁNCHEZ, A.S. 1947 — Nematodes parasitos intestinales de los artropodos en Espana. Rev. Ih. Parasit., 7 (2) : 279-332, 9 ests, SÁITCHEZj A.S. 1955 — Julinea grantensis n.gn.n.sp. (Nematoda: Rhigonematiãae) . Pa- sito intestinal de Julus terrestris L. en Granada, Rev. Iher, Parasit., Libro-Homenaje Prof. Lopez-Ney- ra: 887-892, 6 figs. SlKGH, K.S. 1055 ™ xwo new species of nematodes frora a milliped from índia. Rev. Iber. Parasit., Libro-Homenaje Prof. Lopez-Neyra: 35-34. SkRJABIN, K.I., SCHIKHOBALOVA, N.P, & MOSGO- vor, A.A. 1951 — Catálogo dos nematóides parasi¬ tos, II: 631 pags., 243 figs., Moscou. Thomas, L.J. 1931 Rhigonema nigella spec. nov., a nematode and its plant commen- sal, Enterobrus sp., from tíie milliped. J, Parasit., 17: 30-34, est. 3 e 4. Travassos, L., 1929 — Contribuição preliminar à syste- matica dos nematodeos dos ar- thropodos. Supl. Mem. Inst. Osw. C7'uz, 5: 19-25, 12 figs. Travassos, L., 1930 — Pesquizas helminthologicas reali- sadas em Hamburgo. VII. Notas sobre os Rhabdiusoidea Railliet, 1916 (Nematoda). Mem. Inst. Osw. Crus, 24 (3) : 161-181, est. 51-57, Travassos, L. .& Kloss, G.R. 1958a — Nematodeos da artrópodos, 13.® nota. Atas Soc. Biol. Rio de Ja¬ neiro, abril-maio: 20-21. Travassos, L. & Kloss, G.R. 1958b — Nematodeos de invertebrados, 14.^ nota. Atas Soc. Biol. Rio de Janeiro, junho: 27-30. Travassos, L. & Kloss, G.R. 1958c — Ichthyocephaliãae família nova (Nematoda). Boi. Mus. Paraense Em. Goeldi, ZooL, 17, 19 pags. 5 ests. Travassos, L. & Kloss, G.R. 1959 — Nematodeos de artrópodos. Atas Soc. Biol. Rio de Janeiro, 3 (4) : 4-5. Travassos, L. & Kloss, G.R. 1960 — Sobre o gêriero Ronãonema Arti- gas, 1926 {Ne7natoda) , Livro Hom. Dr. E. Caballero y Caballero: 513-519, 10 figs, México. Travassos, L. & Kloss, G.R. 1960 — Compêndio dos nematóides parasi¬ tos intestinais de artrópodos. I. CephülobÜdae, Robertiidae e Rhigonematidae. Arq, Mus. Na¬ cional, L: 237-303, 176 figs. d’UDEKEM, M. 1859 — Notice sur quelques parasites du Julius terrestris. Buli. VAeaã. Roy., VII, 2eme sér.: 552-566, 2 est. 0^ 3 77?/r? Ichthyocephalus ichthyocephalus Argtigas, 1926 (originaisj. Fig, 1 — Extremidade cefálica da fêmea, vista lateral; fig. 2 — Extremidade cefálica, vista ventralj fig. 3 — Extremidade caudal da fêmea; fig, 4 — Fêmea, total; fig. 5 — Extremidade cefálica do macho; fig. 6 — Espículo mais largo; fig, 7 — Espículo mais delgado; fig. 8 — Macho, total; fig.9 — Extremidade caudal do macho. Ichthyocephalus ichthyocephaloides Dollfus, 1952 (originais). Fig. 10 — Fêmea, total; fig. 11 — Extremidade cefálica da fêmea; fig. 12 Extremidade caudal da fêmea. Ichthyocevhalus egleri Travassos & Kloss, 1958 (originais). Fig. 13 — Fêmea, total; fig. 14 — Macho, total; fig. 15 — Extremidade caudal do macho, mostrando o espículo delgado parcialmente extrovertido; fig. 17 — Extremidade cefálica da fêmea; fig. 18 — Gubernáculo; fig. 19 — Extremidade caudal do macho, com os espículos retraídos. ESTAMPA 4 Ichthyocephalus antenori Travassos & KIoss, 1959 (originais) Fig. 20 — Fêmea, total; fig. 21 — Extremidade cefálica da fêmea; fig. 22 — Extremidade caudal do macho, vista ventral; íig. 23 — Extremidade caudal do macho, vista lateral; fig. 24 — Extremidade cefálica do macho; fig. 25 — Espículos; fig. 26 — Macho total. o Z mm Paraichthyoceyhalus artigasi (Almeida, 1933) (originais), Fig, 27 — Extremidade cefálica do macho; íig, 28 — Extremidade caudal da fêmea; fig. 29 — Gubernáculo, vista lateral; fig- 30 — Gubernáculo, vista dorsal; fig. 31 — Gubemáculo, vista ventral; fig. 32 — Extremidade caudal do macho, vista ventral; fig, 33 — Extremidade caudal do macho, vista lateral; fig, 34 — fêmea, total; fig. 35 — Extremidade cefálica da fêmea, vista ventral; fig. 36 — Extremidade cefálica da fêmea, vista lateral; fig. 37 — Macho, total. Oj 02S ?7?m 43 t —— -) 0 ^ OZS rn rn 44 Faraichthyocephalus almeiãai (DoUfus, 1952) (originais). Fig. 38 — Macho, total; fig. 39 — Extremidade cefálica da fêmea; fig. 40 — Extremidade caudal do macho; fig. 41 — Extremidade caudal do macho; fig. 42 — Fêmea, total; fig. 43 — Gubernáculo, vista dorsal; fig. 44 Gubernáeulo, vista lateral; fig. 45 — Extremidade cefálica da fêmea. iutu 2‘0 Paraichthyocephalus hirsutus sp. n, Fig. 46 — Extremida defálica do macho; fig. 47 — Fêmea, total; fig. 48 — Extremidade cefᬠlica da fêmea; fig. 49 — Extremidade caudal da fêmea; fig. 50 — Macho, total; fig. 51 — Pon¬ tas dos espículos; fig. 52 — Gutaernáculo, vista lateral; fig, 53 — Gubernáculo, vista dorsal; fig. 54 — Extremidade caudal do macho. Ransomnema ransomi Artigas, 1926 (originais). Fig. 55 — Extremidade cefálica do macho; fig. 56 — Extremidade cefálica da fêmea; fig. 57 — Extremidade caudal da fêmea; fig. 58 — Extremidade caudal do macho; fig. 59 — Fêmea total; fig. 60 ~ Macho total UIÜà ^'o ESTAMPA 9 Ransomiiema lo?igispieulum AtXíqrs, 1926 (originaisí. Fig. 61 — Vista ventral da extremidade caudal do macho; fig. 62 — Boca do macho; fig 63 — Extremidade cefálica da fêmea; fig, 64 — Extremidade caudal da fêmea; fig. 65 — Macho total; fig. 66 — Extremidade cefálica do macho; fig. 67 — Vista lateral da extremidade caudal do macho; fig. 68 ~ Fêmea total; fig. 69 — Espículo menor. ESTAMPA 10 Ransomnevia maerocephalus (d’Udekem 1859) Artigas, 1930 (Apup dTTdekem). Fig. 70 — Fêmea total; fig. 71 — Extremidade caudal do macho; fig. 72 — Testículo; fig. Estorna; fig. 74 — Aparelho eprodutor da fémea (parcial). Ransomnema communis sp. n. Fig. 75 — Fêmea totai; fig. 76 — Macho total; fig, 77 e 78 — Extremidade caudal do macho; fig, 79 — Extremidade cefálica da fêmea; %. 80 ~ Extremidade cefálica do macho; fig. 8i — Extremidade caudal da fêmea. ON THE SYSTEMATICS OF THE GENUS LITTOROPHILOSCIA HATCH (ISOPODA, ONISCIDAE). (1) fWhith 39 figures) Introduction In this paper the ranJk of genus is proposed for the sub genus Littorophiloscia Hatchj 1949 (type species: Philoscia richar- dsonae Hoimes and Gay). A generic diag- nosis is given and the distinctive characte- res from its closely related genera are showed. T\vo other previously known species are here included and described: L. compar (Budde-Lund) (with the subspecies compar and culehrae (Moore) and L. vittata (Say). The author wishes to express his sincere thanks to Dr. Milton A. Miller, of the Department of Zoology, University of Califórnia, Davis, for research facilities and for much helpful advice and criticism during the course of investígation. Thanks are also due to Dr. Fenner, A, Chace Jr. and Dr. Thomas E. Bowman, of the DiVi¬ sion of Marine Invertebrates, U.S. Na¬ tional Museum, for research facilities and loan of specimens. The genus LittorophÜoscia Hatch The three American species proposed to be placed into this genus are all pre¬ viously but insufficiently known up to date (except L. compar) and have been placed in different systematic positions. Thus apparently the affinities among them 1) This research was carried out while holding a John Simon Guggenheim Memorial Foundation Fellowship. Alceu Lemos de Castro Museu Nacional — Rio de Janeiru never were observed before. Careful sludy of these species has showed that they are morphologically very closely allied and inhabiting the same ecological situations, justifying their position in a same and distinct genus. It seems rather probable that P/iiloscia culehroides Van Name and P. nomae Van Name from Galapagos islands may also belong to the same genus. Philoscia richarãsonae Hoimes and Gay and P. culehrae Moore have been placed into the genus Halophiloscia Ver- hoeff by Van Name (1936), Vandel (1945 and 1949) and Arcançeli (1948) based on the fact that these species are also littorai and on some morphological characteres showed in the insufficient descriptions and illustrations, although nothing was known on the aspect of the genital appen- dage and the endopodites of the first male pleopods. Hatch (1947) has maintained the first mentioned species into the genus PhUoscía Latreille and instituted for it the subgenus LittorophÜoscia without suffi- cient characterization. Lemos de Castro (1958) has trans- ferred P. culehrae to Alloniscus Dana, a heterogeneus genus requiríng a careful revision, by comparison with its closely allied form from Orchüa, Venezuela, identified by Vandel as A. compar Budde- Lund. But the male specimen described by Vandel is quite different from the typical species of Alloniscus. Although Vandel (1952) had conservated the Budde-Lund's species into this genus, he declares in a letter: “II se pourrait, en effect, que le 86 A. LEMOS DE CASTRO GENUS LITTOROPHILOSCIA genre Alloniscus soit heterogene. En tout cas, A. compãr B,L. est notablement diffe- rent des grandes especes d’Allonisciis, télles que pígmentatus B.L. et pallidulus: B.L. In recent paper, Arcangeli (1958) affirms that the specimen from Orchila does not correspond to A, çompar and belong to a different genus. Really, it cer- tainiy is not a Alloniscus^ but it probably corresponds to the Budde-Lund’s species. It is necessary to emphasize that Orchila is a locality very near from La Mck and Caracas (type localities of A. compar). A rank of subspecies of L. compar is here given for P. culebrae Moore. Philoscia vittata Say has been consi- dered either a species near to Philoscia mãiscorum Scopoly or merely a variety of this species. But P. vittata never was well described or figured so far and many of the references to Say’s species might be referred to P. muscorum. Judging by the Budde-Lund's generic diagnosis and by some typical species of AUouiseuSj the three species in question show some important differences that it become inadmissible to place them in this genus. Indeed, it is very hard at first to admit that so fragile and small species can be placed in a same genus together with large strong, very convex, and somewhat conglobating species as A. convexus Dana, A. pigmentatus B. L., A. pallidulum B. L., etc. Although showing affinities with Alloniscus in some characteres sueh as the aspect of the maxillipeds, the sensorial organs of the integument, presence of “dactylian organ”, etc., the species of Líííorophiíoscia bear some differences that seem to be of generic importance. They reach very small size (5 to 6 mm), with the body much more elongated and less convex, the abdômen always distinctly narrower than the thorax, and the abdo- minai epimera relatively much shorter than the typical species of Aíloniscas Besides the structure of the pleopods is quite different. The general aspect of the body, the head with short and downward directed lateral lobes, and the two first male pereopods with the propodus and carpus noticeably tumid remember Halophiloscia Verhoeff, but the genital apophysis and the first male pleopods Show remarkable differences. In Halophiloscia the genital apophysis is profoundly bifurcated at its extremity, a primitiv character representing a rest of the doubled genital apophysis of the ma- rine forms. In Littorophiloscia the genital apophysis follow the general type of the Oniscinae, although L. compar has the extremity of this organ shortly bilobed, the deferent canais opening, however, at the habitual lateral position towards the apex. The genus Littorophiloscia occurs in the temperate part of the both sides of American continerit, but if the Information given by Dr. A. Vandel is corrected, L. compar seems to be largely spreaded in tro¬ pical lands (Egypt and índia), However, there is the possibility that the occurrence os this species in Egypt and Indie may re- present a recent introduction. All the species are littoral, inhabiting sandy beaches abov^e the high tide, line; they are found usually in grassy situatlons and un- der stones, pieces of wood, drift and rubbish. Genus Littorophiloscia Hatch ‘^Frontal line of the head pratically absent only indicated at the sides. Supra antennal Une distinct. Eyes with numerous ocelli. Antennar flagellum tricarticulate, with the articles almost of the same size. Inner teeth of the first maxillae incised. Endite of the maxillipeds with penicilli and without teeth. Abdômen abruptiy narrower than the thorax, the lateral angles of the third, fourth and fifth segments produced backwards. Sexual dimorphism in size (male smaller than the female^ and ín the first two pereopods”. 0,5 mm Head, Lateral and front views, Figs, 1-2, AHoniscus perconvexus Dana, Figs. 3-4. Halophiloscia couchi (Kinalian). Figs, 5-6, Lüiorophiloscia richardsoni (Holmes and Gay), Figures with similar magnification: 3, 4, 5, 6. A I.EMOS DE CASTRO GENUS LITTOROPHILOSCIA Type species: Phüosciü ?icharãsonae campar compar fBudde-Lund) Hoímes and Gay, Littorophüoscia richardsojiae íHolmes k Gayj Key to the species oí Littorophüoscia new comb. 1 — Abdômen very convex. Telson trian¬ gular, with the sides almost straight. Anten- nae relatively short, the fiagellum smaller than the width of the head. inttata (Say) . Abdômen little convex. Sides of the teison distinctly concaves. Antennae of mé¬ dium size, the fiagellum larger than the width of the head or, at least equal. (2) Figures 10-20 Philoscia richardsonae Holmes & Gay, 1909: 378, fig. 6; Stafford, 1912: 127, fig. 71; 1913: 170. Van Name, 1936; 172, fig. 89. iHalophiloscía group). Miller, 1938: llõ. Philoscia {Littorophüoscia) richardsonae Hatch, 1947, p. 192, fig, 194. Diagnosis: — Surface of body smooth in small magnification, but minute low tubercies are visible in larger magnification. Head twice Maxíllipeds. Fig. 7. Alloniscus perconvexus Dana. Fig. 8. Halophiloscia couchi íKinahan), Fig. 9. Litíorophiloscia richardsoni (Holmes and Gayt Figures with similar magnification: 8, 9. 2 — Propodus of the first and, in iess extension, of the second pereopods largely expanded in their inferior aspect. Genital apophysis bilobulated at the extremity. (3) — Propodus of the first two male pereo¬ pods scarcely expanded in their inferior aspect. Genital apophysis not bilobulated. richardsonae (Holmes and Gayt 3 — Endopodites of the first male pleopods wide, with the lateral sides paralel. becoming abruptly narrowed towards the extremity. compar culehrae íMoore) — Endopodites oí the first male pleopods narrowing gradually towards the extremity, the apice with a tooth-like expansion. as large as long. Supra antennar line distinc- tly marked, slightly produced. Lateral lobes sub-acute ín dorsal view. Eyes well developed with about twelve ocelli. Antennae long, about cne-hair as long as the body. Antennar flage- llura as long as the fifth joint of the peduncle, with the three articles about the same size or the second slightly smaller in the adults. Basal part of the maxilliped' very large. Of the six inner group of the first maxillae, five are profoundly incised and one is smaller and acu te. Dactylus and propodus of first male pereopods only slightly more expanded than in the f em ales. Abdômen abruptly mucii narrower than the thorax, the lateral extre- mities of the abdominal appendages acute and shortly backward directed. Exopodites oí the first male pieopcds nearly triangular in outline with rounded angles; endopodites conical, J Figs. iO-20. Littorophüoscia richardsoni (Holmes and Gay). 10. Mandible. 11. Head from above. 12. Scale setae. 13 Three last articles of íbe first pereopod. 14. Second maxilla. 15. First maxilla, 16. First male pleopods. 17. Dactylus. showing the "dactylian organ”, 18. Abdômen. 19. Second male pleopod. 20, Extremity of the endopodíte of the first male pleopods. Figures with similar magnification: 10, 14, 19; 11, 18; 13, 16' 15, 17. 90 A. LEMOS DE CASTRO GENUS LITTOROPHILOSCIA becoming extremely fine towards the apex with a row of smali spines on the anterior aspect near the extremity. Exopodites of the second male pleopods triangular elongated with the outer sides accentualy concave; endopodites ending in a narrowed tip slightly longer than the exopodites. Telson twice as broad as long, with the posterior margin concave on either side of the narrowly rounded apex. Protopo- dites and exopodites of the uropods subconical, with the outer margin nearly straight and the irnier one convex; the protopodites are rather long, exceeding the top of the telson and the exopodites are long and slender, about three times the lenght of the protopodites and the endopodites. Colour; — Dorsal view reddlsh brown and, as usual, wdth two longitudinal rows of yellow small spots, one on the either side of the body. The cromatophores are somewhat sepa¬ ra ted, specially on the antennae and uropods, Head mottled with yellow spots. Lower surface yellow, the pereopods with isolated cromato¬ phores, of the colour reddish brown. Type locality: San Diego, Callifornia. Location of types: U.S. National Mu- seum, Washington. Measiirements: Holmes & Gay gave 5 mm. The largest female specimens exami- ned reach 7 mm. The males are rather smaller than the females. GeograpJiic distrihution: This species has been found in Califórnia (San Diego — Holbes & Gay, Laguna Beach — Stafford, Alameda — Miller, San Nicolas Is. — Van Name) and Washington (San Juan Co. and Whidbey Is.). Material examined: Califórnia: San Diego (types); Alameda, January 28, 1935, 5 males and 26 females (collection M.A. Miller), in salt marsh grassland, above high tide line; Bodega Bay, March 14, 1958, 3 males and 9 females (A.L. Castro), in sandy beach under stones. Remarks: L. richardsonae may be dis- tinguíshed by the long antennae and uropods, the narrower abdômen and first male pleopods. Littorophiloscia vittata (Say) new comb, Figs. 21-30 Phüoscia muscoTum var, sylvestris, Blake, 1931: 351; Procter, 1933: 248. Phüoscia vittata Say, 1818, p. 429 (orig descr.). De Kay, 1344: 50. Withe, 1847: 99. Verril and Smith, 1873: 569, Harger, 1879: 157; 1880: 306 (descr.), pl. I. fig. 1, Budde Lund, 1885: 209. Underwood, 1886: 361. Richardson, 1900: 305; 1901: 565; 1905 (descr.): 605, figs. 661-663. Paulmier, 1905: 181, fig. 53. Rathbun, 1905: 45, check list: 4. Fowler, 1912: 233 (descr.), pL LXVI. Sunrner, Osbum and Cole, 1913: 661. Pratt, 1916: 379, fig. 606 Kunkel, 1918: 240 (descr.), fig. 77. Van Name, 1936: 115, fig. 52. Although the bibiiography of this species is a large one, its knowledge is very poor so far. The Say’s original des- cription is very much brief and no type locality is given. Harger (1789) says that the specimens studíed by Say are provi- nient from Great Egg Harbour and Van Name considers that place the type loca¬ lity. The majority of authors cited above only gave record reference of the species. The illustrations and subsequent descrip- tions after Say are also very incompletes and sometimes divergents. Say described the telson as follows; ‘Tail, segments sube- qual, terminal one rounded at tip, not ionger than the preceding one’ ’and Harger says: ^‘the sixth segment is acute but not proionged behind”. Really in the Harger’s figure representing a dorsal view of the body, the telson is showed very acute, However, Richardson (1905, p. 605, fig. 662 f) figured the telson with a rounded tip, according the Say’s original descripition. L. vittata has been equated with P. mitscomm (Scopoli) by Budde Lund (1885 209) and with the var. sylvestris of the same species by Blakc (1931: 351). The others authors have been considered L. inttata as closely related to P. muscorum, if distinct of it. Figs. 21'27. Lillorophiloscia villala (Sa^’’). 21. Head and antenna írom above. 22. Dactylus of the first male pereopod, 23. First maxüla. 24, Maxiiliped. 25. Three last articles of the first male pereopod. 26. Abdômen. 27. Second maxilla. Figures with similar magnifieation: 21, 26; 23, 24, 27. A. LEMOS I>E CASTRO GENUS LITTOROPHILOSCIA ü9 I/hU The study of the specimens from the collection ofnhe U. S. National Museum provinient from Great Egg Harbour (New Jersey), Barnstable (Massachusetts) and Delaware, believed to belong to this species, lead to conclusion that they are morphologically quite different from P. muscorum and more related to the species of Littorophiloscia. Some of the species of the referred museum are labeied as P. ciilehrae. No type specimens were examined. Probably the types have been destroyed and I was not succesful in founding them at any American Museum. Diagncyiis: Body oval, elongated, convex. Surfaee of the body pratically smooth, covered with small scale-setae. Head not closely arti~ culated with the first thoracic segment. Lateral lobes almost absent, the front outline straight when seen from abo ve. Eyes relati- vely small, convex, with about 10 small ocelli. Second antennae short, the fifth article of pu- dencie twice less than the fourth; flagellum. of the same length of the fifth article of the peduncle, its third joint is a little larger than the others. Anterior lateral angles of the first thoracic segment very short and rounded. Epimera of the thoracic segments relatively short. Carpas and propodus of the first pe- reopods and, in less extension, of the second pereopods distinctly more expanded in their inferior aspect in the male than in the female. Dactylian oi^an with a very long and slender apex. Abdômen distinctly narrower than the thorax, strongly convex and tapering, the post- lateral extremities of the third, fourth and fifth abdominal segments weakly visible from above. Telson triangular, with pratically straight side outlines and a rounded and obtuse apex. The basal branches of the uropods as long as the top of the telson; exopodites rather long and gradualíy tapered, about twice longer than the endopodites. Exopodites of the first male pleopods trian¬ gular, with the apical extremity largely roun¬ ded and the externai side little concave; endopodites with extraordinary expanded late¬ ral lobe and a short and wide apex bearing about ten teeth. Vasa deferentia very thick and strong. The endopodites of the male pleopods of the second pair are very slender at the extremity and much more larger than the exopodites. Color: The specimens examined are very much discoloured. But the vestigial colora- tions give an indication of lighther margins and two broad dorsal vittae, in accordance with the Say and Harger’s descriptions. Type locality: Great Egg Harbour (according Harger and Van Name). In the original description Say give only this Information: “inhabits the United States, common”. Location of types: Cabinet of Academy (Academy of Natural Sciences of Phila- delphia). The types were probably dry specimens (as it has usually been observed with the Say’s type specimens of others crustaceans) and consequently they were destroyed. White (1847) informs that there are .type specimens in the collection of British Museum. Measurements: Say (1818) gave the length of one-fifth of an inch and Habger (1879) records the lenght as 8 mm and the breadth 4 mm. The largest specimen examined by the writer were between 6,5 to 7 mm in length and 3 mm in width. Generally the males are smaller and fewer in number than the females, Geograpihc distribution: This species occurs on the E. coast of the United States and Canada, with ranges from Nova Scotia to South Carolina. Material examined: Virgínia: Fisher- man’s Island, Northampton Co., J.P.E. Morrison, July 6,1935,1 male and 5 females (U.S. Nat. Mus. No. 87.033), under large logs and wet rushes or drift at high tide line; Hog Island, June 18, 1924 (U. S. Biological Survey), 7 females (U. S. Nat. Mus. No. 58.421). Massachusetts: Barnstable, Aug. 30, 1875 (U. S. Fish Com.), 1 male and 1 female (U. S. Nat. Mus, N.ò 2963). New Jersey: Great Egg Harbour (Wm. Stimpson), 1 male and 4 females (U. S. Nat. Mus. N.ò 4.407). Figs. 28-30. Liltorophilsocia viíiata (Sayj. 28, First niaie pleopods. 29. Extremity of the endopodite of the first male pleopods. 30. Second male pleopod. Figs. 31-33. Liííolorophiloscia compar compar (Budde-Lund). 31. First male pleopods, 32. Extre- mity of the endopodite of the first male pleopods. 33, Extremity of the genital appendage. Figures witíi similar magnification: 28, 30; 29, 32, 94 A. LEMOS DE CASTRO - GENUS LITTOROPHILOSCIA Deiaware: Smyrna, Aprii 3, 1937 (C. Cotíam), 2 males and 6 females (U. S. Nat. Hus. N.ò 87.007, labeled as Philoscia culehrae) , in salt marsh; Smyrna, April 3, 1937 (C. Cottam), 7 males and 23 females (U. S. Nat. Mus. N.” 87.010, labeled as P. culehrae), in salt marsh; Bombay Hook (C. Cottam), 2 males and 1 female (U. S. Nat. Mus. N.ò 87.032). South Carolina: Edisto Island, April 3, 1941 (Hoimes), 1 female U.S. Nat Mus.). N,*" 87.035), under debris near by the beach. Nova Scotia: Gilbert Pt., Yarmouth Co. (E. L. Bousfield)July 9, 1958, 9 males and 11 females (National Museum of Canada), under debris and stones. Remarícs: L. vittata is easily distingui- shed from the others species of the genus by the relatively shorter antennae, more convex abdômen, lateral sides of the teison straight and principally by the characte- ristic aspeet of the endopodites of the first male pleopods. The specimens from Woods Hole, Massachusetts, and Flushing, Long Island, New York, refered by Van Name (1936: 170) to P. celuhrae may be in reality L. vitata. Littorophiloscia compar (Budde-Lund) new comb. Alloniscus compar Budde-Lund, 1893: 124 {oríg. descr.). — Dollfus, 1393: 235. — Van Name, 1936: 218. ™ Vandel, 1952: 112, fígs. 30-33. — Arcangeli, 1958: 242. Diagnosis: Body covered with scale-setae broad and short, inserted on well developed tufaercles. Head without visible frontal line; supra antennal line distinctly marked. Lateral lobes of the head produced, downward díreeted. Thorax convex, the posterior lateral corners of the segments I and II rounded and the remaining ones are angular» Without area of glandular pores. Abdômen rather narrow and tapering. The abdominal segments III to V inclusive have only small, sharp, posteriorly directed, apressed púnts. Teison with sinuously concave sides outiines and the median part rather broadly rounded behind. Antennae relatively short; flagellum with three articles almost of the same length, the second being a little the shortest. Outer iobe of the first maxiilae with 10 teeth, four bifurcated at the extremity, Maxillipeds with somewhat narrow palp beariu^ three lobes ornated with setae very numerous in the two upper ones and reduced to one ou two in the lowest. pereopods rather long and strong; first and, to a less extension, in the second paír withe propodus and carpus noticeably tumid and expande d in the males, bearing numerous setae. First male pleopods with simple and triangular exopodites; endopodites narrowing gradually towards the extremity, the ápices with a tooth-like expansion and a small spine on the supero-externai margin and about 8 teeth on the infero-externai region. Male pleopods of th-e second pair with tríanguler exopodltes and the endopodites ending in a acute extre- mity, a little large than the externai ramus. Type locality: La Moka and vicinity of Caracas, Venezuela. Measuremeíi.'s.* According Budde- Lund: Length, 4-4,5 (5) mm, width 2 — 2,2 mm. Vandel gave 3 mm length (male specimen). Geographic distribution: This species seems to be largely spreaded in tropical lands. According Information given by Dr. A. Vandel, this species has been also found in Akaba Guif, Red Sea and Gulf of Bengal, Waltair (Indie). L. compar occurs also in Florida and South Brazil, Material examined: Florida, 1 male and 1 female (U. S, Nat. Mus. collection, cat. n.” 68.407); Cabo Frio, State of Rio de Janeiro (Brazil), Otto Schubart, Octo~ ber 16, 1938 (Museu Nacional collection, cat. 863), 10 males and 36 females. Remarks: This species is here treated as corresponding to A. compar Budde- Lund, according the description and ilus- trations given by Vandel (1952, p. 112). As it was said above, Arcangeli considers that the male specimen studied by Vandel Figs. 34-35. LitlorophiloscU viilata (Say) (inale specímen from Nova Scotia). 34. Endo- podite of the first male pleopods. 35. Three last articles of the first pereopod. 36-39. Litlorophiloscia compar culebrae (Moore). 36- First maxilia, 37. Three last articles of the first male pereopod. 38. Maxiliiped. 39 First male pleopods. 96 A. LEMOS DE CASTRO GENUS LITTOROPHILOSCIA belongs to a differente species. Although the Budde-Lúnd’s description for A. compar is very brief and incomplete, I prefer to agree with Vandel because the locaiities where the specimens studied by both authors are placed very near. li. compar may be distinguished by the bilobulated genital appendage and by the aspect os the endopodites of the first male pleopods. Littorophiloscia compar subsp. cule- brae (Moore) , new comb. Philoscia culebrae Moore, 1901: 176, pl, 11, figs. 13-17. — Richardson, 1905: 604, fig. 660. — Van Name, 1924: 194; 1936: 168, figs. 86, 87. Halophüoscia culebrae Vandel, 1945: 242; 1949: 8. — Arcangeli, 1948: 482, AUomscí^í culebrae Lemos de Castro, 1958: 2, figs. 1-6. The affinity of P. culebrae with A. compar was been demonstrated by Lemos DE Castro. The externai aspect of both is very similar and only the endopodites of the first raale pleopods show small but constant differences. A rahk of subspecies of L. compar is here proposed for the Moore’s species. The subspecies culebrae may be distin¬ guished by have the endopodites of the first male pleopods wide and with the sides parallel, narrowing abruptly before the extremity; the ápices of these ramus are provided with a small spine on the supero- external margin lackíng the tooth-like expansion found in the subsp. compar. Tipy locality: Culebra Island, east of Puerto Rico. Location of types: V. S. National Museum. Geographic distribution: This subspe¬ cies has been found only in Puerto Rico and Culebra Island. ADDENDUM The present paper was given to publi- cation four years ago, but only now its impression has become poísible. As in this period of time some publibations on terrestrial isopods of Ncrth America have apperead, some con sidera tions have to be made in addition to what was above written about Littorop^hiloscia iiittatn (Say). Recently two papers by George A. Schultz were published, in which this author throroughly disagrees tc what has been asserted here as to the validity of the species and systematic position cf Philoscia vittata Say, In the first of the papers referred to (1963, pp. 26-29) he describes a new species Philoscia robusta based on specimen? identical to those that we have studied and considered as belonging to the Sayüs species. In the second paper (1965, p. 107) he reduces P. vittata to a synonym of P. muscorum (Scopoli), based on the fact of having identified specimens from Stony Brook, Long Island, New York, as corresponding undoubtedly to this introduced Old World species. According Schultz, “the habitat was on high ground several miles from the sea shore, and the animais were abundant and the only isopod encountered in the habitat” and that “the name P, vittata Say,. 1818, has in the past been used as the name for specimens collected from similar environ- ments in ncrtheastern United States”. More specimens were taken later around found ations of outbuildings near the shore and under logs and organic wastes on the high beach down to the maritime drift line on the beach itself. The author also says that in the same habitate P. robusta cian be also found. Further on, he goes on sayíng the following Unes conceming to P. robusta: “it could easily be mistaken AHQUIVOS DO MUSEU NACIONÁU — VOL, LIII — 1965 97 for P. vittata after superficial examina- tion”. Now, if thís similarity exists, could not Say’s P. vittata correspond to that whlch Schultz described as P. rohusta and have been mistaken for P. muscorum by the subsequent authors after Say? Unfor- tunately there are no type specimens to solve the question, but according to several authors the description of P, vittata is based on specimens from Egg Harbour, New Jersey. The specimens studied by Van Name deposited ín the American Museum and referred to P. vittata in this moncgraph do not correspond to P. mus- coTum but to P. robusta and some of these specimens are from Egg Harbor, consi- dered the type locality. Anyway, being or not being P. vittata a vali d species, P. ro bits ta will no be kept into the genus PbiZoscia in the restricted sense in which it is considered now-a-days, infcluding only species from the Old World. It seems to be more convenient the inclusion of the species into the genus Littorophiloscia as it is proposed in the present paper. RESUMO A categoria de gênero é proposta para o subgênero Littorophiloscia Hatch, 1949 (espé¬ cie-tipo: Philoscia richarãsonae Holmes e Gay). É forecida uma diagnose do gênero e discutida as suas afinidades com os gêneros Alloniscus Dana e Halophiloscia Verhoeff. Além de L. richardsonae^ outras duas espécies já conhecidas são aqui incluídas no gênero e descritas detalhadamente: L, compar (Budde-Lund) (com duas subespécies: compar e culebrae) e L. vittata (Say). Um histórico das espécies é feito, mos¬ trando que as mesmas têm sido colocadas era diferentes gêneros, não tendo sido notado, aparentemente, o estreito parentesco que possuem. Possivelmente, outras espécies já descritas pertencerão também a êste gênero, como, por exemplo, Philoscia, culebroides Van Name e P. nomae Van Name das Ilhas Gala- pagos. BIBLIOGRAPHY ARCAKGEI.I, A. 1958 — Le specie di Isopodi terrestri che furono erroneamente assegnate al genere Alloniscus Dana. Mem. Mus. Civ, Stor. Nat, Verona, vol. VI: 239-252, tav. I-IV, figs. 1-7. Blake, C. H. 1931 — Dístribution os New England wood-lice, (On Isopoda Oniscoida, third paper). Occas, Papers Boston Soc. Nat. Hist, V: 349-355. Bxjdde-Ltjnd, G. 1885 — Crustacea Isopoda Terrestria per famílias et genera et species des- cripta. 1-319. Haunim. Dana, J. D. 1856 — Catalogue and description of Crustacea collected in Califórnia by Dr. John L. Le Conte. Proc. Phüaãelphia Acad. Nat. Sei., VII: 175-177. De Kay, J, E. 1844 — Zoology of New York, or the New York Fauna, part VI, Crustacea: 70 PP, 13 pis. POWLER, H. W. 1912 — The Crustacea of New Jersey. Rep. N. J. Museum, 1911: 29-650, pis. I-CL. Harger, o. 1879 — Notes on New England Isopoda. Proc. U. S. Nat Mus., II: 157-165. 1880 — Report on the marine Isopoda of New England and adjacent waters. In: Rep. U. S. Comm. of Fish and Fisheries, for 1878, Part 6: 297- 463, pis. i-xin. Hatch, M. H. 1947 — The Chelifera and Isopoda of Washingtmi and adjacent regions, Univ. Wash. Publ. Biol. 10 (5): 155- 274, pis. I-XVIII. 98 A. LEMOS DE CASTRO GENUS LITTOROPHILOSCIA FUUKEL, B. W. 1918 — The Arthrostraca of Connecticut. Conn. State Geol, Nat. Hist. Survey, 26: 261 pp, 84 text-figs. Lemos de Castro, A. 1958 — On the systematic position of some American species of Philos- cia Latreille (Isopoda, Oniscoidea). Amer, Mus. Novit., 1908: 1-10, figs, 1-19. MOOEE, H. F, 1901 — Report on Porto Rican Isopoda. Buli. U. S. Fish Comm., 20, part 2: 163-176, pis, VII-XI. Paulmier, F. C, 1905 — Higher Crustacea of New York City. Buli. New York State Mus. 91: 117-189, figs. 1-59. Richardson, H. 1900 — Synopses of North American In- vertebrates. The Isopoda. Amer. Naturalist, XXXIV: 207-230, 295- 309, figs 1-16. 1901 — Key os the isopods of the Atlantic coast of North America with des- criptions of new and little-known svecies. Proc. U. S. Nat. Mus., 23: 493-579, figs. 1-34. Richardson, H. 1905 — A monograph of the isopods of North America, Buli. U. S. Nat. Mus., 54: I-LIII, 1-727, figs, 1-740. Say, Thomas 1818 — An acconnt of the Crustacea of the United States. Journ. Philaãelphia Acaã. Sei. I (Isopoda, 393-401, 423-433). Underwood, L. M. 1886 — List of the described species of fresh-water Crustacea from Ame¬ rica, north of México. BtUl, Illinois State Lab. Nat. Hist., 11: 323-386. Van Name, W. G. 1936 — The American land and fresh- water isopod Crustacea, Buli. Amer. Mus. Nat. Hist., 71: 1-535, figs. 1-323. VAm>EL, A. 1952 ~ Étude des isopodes terrestres ré- coltés au Venezuela par le Dr. G. Marcuzzi. Mem, Mtis. Civ. Stov. Nat. Verona, 3; 59-203, 97 figs. Veeril, A. E. and S. I. 1874 — Report on the Invertebrates animais of Vneyard Sound. Rep. U. S. Comm. Fish and Fisheries for 1871-1872, I: 484 pp., 38 pis. (Isopoda by O. Harger) (First separates distributed in 1873). V White, a. 1847 — List of the Crusíacea of the Bri- tish Museum. London. Pp. I-VIIX, 1-143 (Isopoda, 93-111), addition to BIBLOGRAPHY SCHULTZ^ GEORGE A. 1963 '„ philoscii robusta, a new species of terrestrial isopod crustacean in Southeastern United States. Jour. Eiisha Mitchell Sei. Soc., 79 (1); 26-29- 1965 — The reduetien of Phüoscia vittata Say. 1818, to a synonym of Phi~ loscia muscctrum (Scopoli, 1763). Crustaceana, 8 (1) : 107-108, /LS AVES DO RIO DE JANEIRO (GUANABARA) Lista sistemática anotada Helmut Sick e L.F. Pabst M useu Nacional, Ríq de Janeiro Beijaflor-rabo-de-espinho, Pcpelaira I. langsdorffi (Temm,), macho adulto. Espécie descoberta no Rio de Janeiro no século passado, v.p. 13. Desenho de Alice Condessa de Koenigsmarck, segundo prancha colorida de Gould (1854, pr. 128). Tamanho natural. p) Bolsista dü Conselho Nacional de Pesquisas, 100 SICK, HELMUT & PABST L. F. - ■ AS AVES DO RIO DE JANEIRO AS AVES DO RIO DE JANEIRO (GUANABARA) Conteúdo: I — Primeiras notícias sobre as aves da Guanabara, século XVL 11 — Literatura científica sôtare as aves da Guanabara, século XIX e XX. III — Notas ecológicas sobre as aves da Guanabara IV — Diversas formas de ocorrência de aves na Guanabara. V — Empobrecimento da avifauna da Guanabara, proteção à Natureza. VI — Sinopse das ordens e famílias, com 0 número de espécies. VII — Lista das aves da Guanabara. VIII — índice dos nomes das famílias. IX índice dos nomes vulgares. Resumo, Summary, Bibliografia. Apêndice. INTRODUÇÃO É de surpreender que até o presente não tenha sido escrito um trabalho de con¬ junto sobre a avifauna da Guanabara (GBD- Inicialmente nossa intenção era tratar somente das aves que hoje se pode obser¬ var aqui, e para isso baseamo-nos em obser¬ vações rigorosas feitas- com binóculo e o registro, mais acurado possível, das vozes das aves. Êste método de trabalho ainda não está tão difundido no Brasil como em outros países. Para isso foi de importância significativa que Sick, já desde junho de 1^^ mantém um diário sobre a avifauna 1) Guanabara é um topônimo indígena, para a baía do Rio de Janeiro, derivado de Gua-nã-pará -- enseada semelhante ao mar, sinus similis mare (cf. Batista Caetano, ex Léry, ed. 1961:95), Mais tarde os portugueses deram à baía o nome de Rio de Ja¬ neiro, porque foi em janeiro í 1-1-1502) que chega¬ ram a esta suposta desembocadura de rio. Com o transferência da Capital Federal para Brasília (1960) o nome da baía foi dado ao nôvo Estado. da GB2, se bem que com algumas inter¬ rupções, e já naquela época ter estado muito bem familiarizado com as aves do sueste brasileiro, pelos seus longos anos de trabalho no Estado do Espírito Santo (ES) e do Rio de Janeiro (RJ). Foge ao quadro do presente trabalho dar os caracteres específicos. Pretendíamos, a princípio, dar apenas uma lista de nobaes, sem maiores detalhes. Em muitos casos já era importante a simples constatação da ocorrência (ou da falta) das espécies. Na compilação dos dados evidenciou-se a con¬ veniência de algumas observações sobre a ecologia e, algumas vêzes, também sôbre outras particularidades biológicas, como migrações, referências sôbre a frequência e distribuição das espécies. Em certos ca¬ sos damos no texto indicações de possíveis ocorrências de outras espécies, que na nos¬ sa lista não estão registradas sob número próprio. Quando não fizemos observações próprias de alguma espécie na GB, somen¬ te citamos 0 Autoo: que já registrou a ave para esta região. Os textos estão redigidos de tal forma, que também têm valor prᬠtico para quem os utilizar no sentido de saber, onde e quando poderá encontrar determinada espécie na GB. Apesar de es¬ sas notas serem muito curtas, e de não es¬ tarem redigidas de modo uniforme para to¬ das as espécies, achamos melhor informar 0 que se nos oferece no momento, do que esperar por uma publicação futura, mais completa, porém de aparecimento incerto. O nosso levantamento das aves da GB geralmente não teve finalidade sistemáti¬ ca, dispensando por isso material prepa¬ rado, Preferimos estudar as aves vivas, 2) As citações de “Santa Teresa” referem-se, geralmente, às imediações da Rua Almirante Ale¬ xandrino, 133, fundos, residência de Sick. Pabst mora na Ilha do Governador, onde faz observações desde 1963. 101 ARQUiVOvS DO MUSEU NACIONAL VüL. LIII — 1963 pelo que evitamos dar tiros. À questão da proteção das aves voltaremos no Cap. V. Só excepcionalmente uma ave foi abatida, para obtenção de um exemplar comproba- tório. É essa a razão porque inicialmente não desejávamos usar a nomenclatura ter¬ nária. No entantOj é sabido que o suleste brasileiro, que abrange a GB, é uma das partes do Brasil, e mesmo da América do Sul, melhor exploradas ornitoiògicamente. Assim sendo, o problema das raças geogrᬠficas que aqui ocorrem já foi muitas vêzes abordado, e isso nos induziu, por fim, a adotar a nomenclatura ternária, compila¬ da dos Catálogos de Olivério Pinto (1938- 1944, 1964). Nas formas típicas abreviamos o nome da espécie, como é usual em cita¬ ções ornitológicas, p. ex., Tinamus s. soli- tarms (Vieill.) ^ Tinamus solitarius soli~ tarius (Vieill.). Em certos casos omitimos de propósito o nome subespecífico, p. ex., Fregata magnificens Math. Nos capítulos em que são tratados assuntos gerais cita¬ mos muitas vêzes, por economia de espaço, somente o nome genérico, quando nêste trabalho só é citada uma espécie do refe' rido gênero, ou quando as espécies de um mesmo gênero, que ocorrem na GB, não apresentam, dentro do assunto tratado, di¬ ferenças fundamentais. Outrossim, no intuito de não deixar completamente de lado a parte sistemáti¬ ca, citamos algum material empalhado, examinado últimamente por Sick: Museu Nacional (somente algumas amostras, exemplares mais antigos de 1893-94); Mu¬ seu da antiga Divisão de Caça e Pesca, Rio de Janeiro, sob orientação de A. C. Aguir- re (aves aquáticas). Além disso tivemos à disposição as seguintes coleções: K. Mielke; C. A. Campos Seabra; A. F. Coimbra & A, Magnanini (Centro de Pesquisas Florestais e Conservação da Natureza, GB). A maioria dessas peles foi doada ao Museu Nacional. Em parte também nos foi possível ampliar com esse material a nossa lista de espécies. Por fim, consultamos a bibliografia principal, com o que êste trabalho aborda um pouco da história ornitológica da regi¬ ão. Dessa forma puderam ser incluídas al¬ gumas aves hoje já extintas na GB. Quase sempre fazemos citação quando já Natte- rer (v. p. 103) colecionou algumas espécie na GB. Não temos dúvida que nossa lista poderia ser ampliada, tanto por mais observações próprias, como também por melhor consulta à bibliografia. Uma fon¬ te, que de longe ainda não está esgo¬ tada, são as informações verbais de conhe¬ cedores da avifauna local. Tais observado¬ res, quando críticos, poderiam fornecer dados complementares como, p. ex., sôbre a época em que certas espécies, hoje ex¬ tintas na GB, ainda podiam ser aqui obser¬ vadas. Deveriam ainda ajudar a registrar os nomes vulgares realmente aqui empre¬ gados. Sempre que tivemos certeza que um nome é usado na GB, mencionamos is¬ so entre parênteses. Nêste sentido citamos amíude Sepetiba, onde Natterer anotou, em princípios do século passado, muitos desses nomes populares. I — Primeiras notícias sôbre as anes da Guanabara, século XVI É circunstância feliz o fato de possuir¬ mos um relato sôbre o desembarque da esquadra de Magalhães na Baía da Guana¬ bara, e que nêle são citados animais, tam¬ bém aves. De modo geral os portugueses, que primeiro chegaram ao Nôvo Mundo, não estavam muito interessados no Reino Animal. Aos navegadores as aves serviam de indicação da proximidade de terra, p. ex., os Furabuchos (provàvelmente Pwffi- nvs, V. p. 113). Um bando de papagaios, voando à tarde para sudoeste, fez Colombo 102 SICK, HELMUT & PABST L. F. — AS AVES DÜ RIO DE JANEIRO mudarj em 1492, o curso de sua frota, com 0 resultado de chegarem às Ilhas Bahamas, As aves ajudaram portanto até a desco¬ brir a América! Aliás é caso bastante ex¬ cepcional que papagaios vôem acima do mar. Em terra perseguia-se os animais para enriquecimento do cardápio. Muitas aves também chamavam atenção pela sua plu¬ magem colorida e vistosa. O intuito de cau¬ sar sensação até levou Francisco Anto-nio Pigafetta, o cronista de Magalhães, a refe¬ rir-se, entre outras coisas, a aves sem per¬ nas, que porisso foram chamadas “aves do Paraiso”. Esta referência de Pigafetta, aliás, não é para a área suiamericana mas para o Pacífico. Magalhães e seus homens desembar¬ caram na GB a 13 de dezembro de 1519 (Feio 1953:12). Escreve o cronista Piga¬ fetta de “uma infinidade de papagaios”, fa¬ la de “galinhas” e descreve “aves cujo bico lembra uma colher, mas não têm língua” (Cf. Feio op. cit.: 12-13). Não é díficil a interpretação dessas primeiras parcas indicações sobre a avi- fauna da GB. A que ponto os europeus se impressionaram, especialmente com os pa- gagaios, já se vê nos relatos de Pero Vaz de Caminha, acompanhante de Cabral, na sua carta de I-V-1500 a El Rei D. Manoel. Os papagaios são as primeiras aves cita¬ das do continente americano (ao sul da Bahia), e é com respeito a elas que Ca¬ minha entra em maiores detalhes (Pinto 1942:138). No mapa português de 1502 até vemos o Brasil assinalado como ‘Terra dos Papagaios’ (Feio op, cit.: 9). As ‘galinhas’ certamente eram o que hoje reunimos nas Cracidae, em primei¬ ro lugar os conhecidos Jacus (p. 119). Tal¬ vez naquela época também se conheceu as Capoeiras (p. 119), ainda hoje encontradas na GB. A única espécie bem definida na crô¬ nica de Pigafetta é a ave de bico de colher, ü nosso Colhereiro, Ajaia ajaja (L.), um fato que consideramos interessante coin¬ cidência, pois justamente em época bem recente nos foi dado observar esta bela ave quase regularmente na Baia da Gua¬ nabara (p, 115). A língua do Colhereiro é pequena, não falta, (como supunha Pi¬ gafetta) . Por fim, queremos ainda mencionar que Pigafetta fala, na travessia do Atlân¬ tico, em aves marítimas, citando a “Cagas- sela”, “Cacauccsllo” ou “Stercoraire”, di¬ zendo que perseguiam os demais pássaros até que êstes fizessem sua eliminação in¬ testinal, substância que servia para alimen¬ tá-las (Feio op. cit.; 12).. Conclui Feio, com tôdas razão, que “o aspecto geral está certo, mas o que o perseguido expulsa, e pela bôca, é um peixe, que pescara antes”. Inciuimos na nossa lista duas espécies des¬ sas Gaivotas-rapineiras (p. 123). Êsse tipo de parasitismo também pode ser observado no Tesourão (p. 114). Outras indicações sobre a avifauna da GB do século XVI devemos ao missionᬠrio Calvino, Jean de Léry, que esteve na nossa região em 1557 (Léry 1578). De seus escritos se aproveita bastante mais do que dos de Pigafetta, Como Léry dá os nomes indígenas às aves por êle observadas, as suas indicações podem ser, na maior parte, interpretadas de imediato, mesmo em es¬ pécies semelhantes. Em primeiro lugar faz referências a aves Galliformes, a sa¬ ber, “Jacupem” e “ Jacu-assú” (Penelope super ciliar es Wied e Penelope obscura Grant), depois o “Jacutin” (Pipile jacutin¬ ga Spix) e do “Muton” (Crax blumenbtí- chii Spix). Além disso cita três espécies de Tinamidae: “Mocacouá”, “Inambu-uassú” e “Inambu-mirim” (Tinamus^ Crypture- llus). Depois Léry trata da “Ara”, podendo tratar-se unicamente, a deduzir-se da des¬ crição, da Ar ara-vermelha (Ara chloropte- ra Gr ay), e fala do Canindé (Ara araraú¬ na (L.), e acrescenta: “Embora estas ARQUIVOS DO MUSPIU NACIONAL -- VOL. LIII -- 1963 103 duas aves (as araras) não sejam domésti¬ cas, encontram-se mais comumente nas grandes árvores existentes nas aldeias, do que na mata; os nossos tupinambás as de¬ penam cuidadosamente, 3 a 4 vezes ao ano, e fazem com as penas cocares, braceletes, guarnições de clavas e outros enfeites com as penas que adornam o corpo”. É pois possível que essas aves não eram todas originárias da GB, mas permutadas com índios de outras regiões. Essas restri¬ ções poderiam valer também para Jacu- -açú, Jacutinga e Mutum, O Jacu-açú é uma espécie que habita a Serra do Mar. Tais aves ainda hoje merecem a pre¬ ferência dos índios, que as mantém em suas aldeias, como vemos na Amazônia. Considerando essas dúvidas, não incluímos a Arara-vermelha, nem Jacutinga, Jacu- -açu e Mutum, na nossa lista. Achamos quase certo, porém, que naquêle tempo occrria aqui, pelo menos, a Jacutinga e o Mutum. Além disso Léry cita um papagaio '‘Ajuru” {Amazona ?) e o pequeno Tuim (Forpus, p. 126). Protesta depois, e com ra¬ zão, contra uma notícia, na época espa¬ lhada na Europa, de que os papagaios fa¬ ziam seus ninhos pendentes às árvores. Diz que, pelo contrário, nidificam em ôcos de pau. Léry também fala no “Tucano-de- -papo-amarelo” (p. 133) e de “colibri”. Por fim, fala de um pássaro que, devido à sua voz melancólica, é sagrado para os índios. Sérgio Milliet (Léry op. cit,; 139) aventa a hipótese de tratar-se do Acauã (Hcrpeío- íhc/res), com o que, no entanto, não coin¬ cide a cor dessa ave, dada como cinzenta. Teria sido o Urutau (Nyctihius) ? Ambas as espécies foram por nós constatadas pa¬ ra a GB (p. 118, 128). II — Literatura cientifica sôhre as aves da Guanabara, séculos XIX e XX. A fonte mais abundante de dados sôbre a avifauna da GB é, sem dúvida, o traba¬ lho de Pelzeln (1871), no qual as enormes coleções do austríaco Johann Natterer são elaboradas. Natterer chegou ao Pão em 1817, no séquito da Rainha Leopoldina, jun¬ tamente com Spix e Martius, Pohl, Mikan, Ender etc. Residindo na GB, nos anos de 1817-18 e 1821-22, Natterer observou e co¬ letou nos arredores mais próximos da ci¬ dade, p. ex. São Cristóvão, situado na épo¬ ca na periferia da Cidade, e no Corcovado; além disso trabalhou na região de Sepeti- ba (grafado na época “Sapetiba” ^0, de onde também atingiu a Marambaia, espe¬ cialmente sua ponta ocidental, coberta de msta, a qual já faz parte do RJ, não sendo portanto por nós considerada neste tra¬ balho. Natterer viajava com seu conterrâneo D. Sochor, caçador profissional da Corte de Viena. Muitas aves devemos, portanto, a Sochor, se bem que seja citado Natterer. Além disso consultamos os trabalhos de Spix e Martius (1823-31), Spix (1825), Descourtilz (1854-56), Burmeister (1856) e Goeldi (1894). Como fonte interessante do século passado revelaram-se também alguns artigos de Silva Maia (1851), pri¬ meiro diretor da Seção de Zoologia do Mu¬ seu Nacional (Feio 1960). Silva Maia es¬ tudava, entre outros, os beij aflores, e fazia importantes comentários sôbre a conserva¬ ção da Natureza (v. p. 108). Quanto à nossa época, consultamos os Catálogos de O. Pinto (op. cit.), Mestre da sistemática das aves brasileiras, e o Catálogo das Aves das Três Américas, em 15 volumes, de Conover, Cory & Hellmayr (1918-40). Tinhamos que apurar se a in-^ dicação “Rio de Janeiro”, constante nes¬ tas obras, se referia ao Estado do Rio de 3) Sepetiba —■ corruptela de çjape-íyba : “sa- pèsal”, sapé em abundância (CF. T. Sampaio, Dic- cionário Geográphíco do Brasil, A. M. Pinto, 1935). 104 SICK, HELMUT & PABST L. F. ■— AS AVP:S DO RIO DE JANEIRO Janeiro (RJ) ou à cidade do Rio de Janei¬ ro (GB), esta até 1960 Distrito Federal (DF). A primeira tentativa de uma sinopse da avifauna suleste brasileiro é o livro de Mitchell (1957), baseado em observa¬ ções de campo — elemento muito útil. Ci¬ tamo-lo com tanta frequência que, por razão de economia de espaço, não citamos as páginas; da mesma forma procedemos com Pelzein. Por fim, alguns acréscimos nos foram dados por dois trabalhos recentes sobre a Restinga de Jacarepaguá (Novaes 1950, Coimbra FJ & A. Magnanini (1961). III — Notas ecológicas sobre as aves da Guanabara A GB, situada a 22?54’ de latitude sul e 43^10’ a oeste de Greenwich, ocupa uma área de 1.356 km-, sendo o menor Estado do Brasil, Sua paisagem é realmente de contrastes: mar, planícies e montanhas. Dominando estão, para quem chega à Baía da Guanabara, o Pão de Açúcar e o Cor¬ covado, seguidos pelos picos da Tijuca e do Papagaio. A área é essencialmente ar- queana, cortada aqui e ali por diques de rochas basáltlcas e, por vêzes, alcalinas. As rochas alcalinas são da idade jurássi¬ ca, enquanto as basálticas são da idade triássica. As planícies são quaternárias. O clima reinante na GB enquadra-se no grupo A da classificação de Kõppen, ocorrendo em maior extensão desta área 0 tipo Aw: clima tropical quente e úmido, caracterizado por verão úmido e inverno seco; chove um pouco na estação seca (me¬ ses de junho a agosto), pela influência do mar (Serra & Ratishona 1957). Nas encos¬ tas das montanhas (especialmente aquelas voltadas para o Sul) até uma altitude de 500 metros, há clima quente e úmidj sem estação seca acentuada (tipo Af de Kòp- pen); é a zona de maior pluviosidade, cho¬ vendo mais de 1500 mm. em conseqüência dos ventos dos quadrantes sul e das brisas marinhas que descarregam sua umidade contra o anteparo das montanhas. As áreas que ficam ao abrigo dos ventos marítimos atrás do maciço da Tijuca — recebem me¬ nos chuva e são mais quentes (subúrbios da Central e da Leopoldina). As áreas de co-tas superiores a 500 metros gozam de clima tropical de altitude, com sensível queda de temperatura (tipo Cfa de Kõ¬ ppen). O mês mais quente na GB é janei¬ ro (ou fevereiro), o mês mais frio costuma ser julho, Fitogeogràficamente — sob o aspecto geral da região tropical americana — a GB pertence à grande Província Atlântica que se estende, em estreita faixa litor⬠nea desde o Uruguai até o nordeste bra¬ sileiro (Rizzini 1963). Dentro dos limites da Província Atlântica Rizzini delimita a subprovíncia Austre-oriental, da qual a GB ocupa uma pequena parte. Distingue- se aqui, segundo o mesmo Autor: A) Se¬ tor Litorâneo, desde o mar até a cordilhei¬ ra marítima; complexo da restinga; B) Se¬ tor da Cordilheira Marítima, ao longo e sôbre a cadeia montanhosa justamarítima; Floresta Atlântica. Mais referências sôbre a cobertura vegetal do RJ, incluindo o então Distrito Federal, possuimos de Sega- das-Viana (1958). Para nossas considerações ecológicas sôbre a avifauna da GB, adotamos a se¬ guinte divisão provisória, sob considera¬ ções puramente fisionómicas: 1) Mata; 2) Campo, brejo e lagôas; 3) Praias, ilhas marítimas e mar; 4) Zona urbana, indC' pendente de vegetação. As formações podem ser subdivididas. Existem outrossim várias transições de uma formação a outra. Há aves muito ra¬ dicadas a um biótopo próprio, p. ex., ave? de mata. que pouco voam. como o Vira- AKQUIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL, LI 11 "folha, Para os beijaflores o biótopo é ca¬ racterizado por "determinadas espécies de flores. Por outro lado há aves que podem íer observadas em quase todos lugares, p. ex., as que caçam insetosj como as an¬ dorinhas. O fato de a GB elevar-se do nível do mar a 1000 m de altitude não tem muita influência sobre a avifauna, No entanto, podem ocorrer nos lugares mais altos ( co¬ mo Pico da Tijuca 1021 m e Corcovadcí 710 m) espécies que são mais caracterís¬ ticas da Serra do Mar, do que de planícies {Knipolegus nigerrimijis, p. 139). Algumas vezes as exigências biológicas de uma mesma espécie variam periodica¬ mente: durante a nidificação a estada das aves pode ser diferente daquela do inver¬ no, quando só atravessam, em migração, este Estado, (p.ex. Sabiá-una e Sabiá-poca). Formações naturais, já por si pobres em aves, são: praias, ilhas marítimas, mar, campo e restinga (exclusive regiões pan¬ tanosas, que são ricas em aves). A forma¬ ção mais rica em espécies, e isto não vale sé mente para as aves mas também para outros animais e plantas, é a mata, 1) Mata A) Mata alta, p. ex.. Corcovado, Vista Chinesa, Floresta da Tijuca. a) No chão ou perto do chão; Ca¬ poeira (Odontophorus) , Pom- ba-cabocla (Oreopeleia), Bei- jaflor-da-mata (Phaethornis squaliãus ), Virti-folha {Sele- tutus) , Papa-formiga (MyTmo- therula gularis) , Cuspidor (Conopophaga) etc. b) Em altura média, troncos e galhos de árvores: Gavião- -mateiro (MicTustur) , Juruva (Baryphthengus) , João-barbu- do (Maíacopícía), Picapau (Ve- TwHornis), Arapaçu (Dendro- - 1963 cincla), Papa-formiga {Dysl- thamnus), Tangará {Chiroxi- phia) , Sabia-coleira {Turaus al- bicollis^^ Pula-pula (Basileute- Tus) ,Tiê-da-mata (fíabia) etc. c) Na copa das árvores: Maitaca (Pioíius), Papa-formiga {HerpsÜochmus ), Tolmomyias sulphurescens, OoíryTuncus, Ma¬ riquita (Parula), Saira (Tan- gara) , Tiê-galo (Tachypho- nus cristatus) etc. B) Mata de restinga, p. ex.. Jacaré- paguá, Ilha do Governador: Ro- iinha-da-restinga {Colum bigallina minuta), Maria- cavaleira {Myiar- chus ferox)^ Tolmomyias flavlven- tris, Hylophilus thoracicus, Cara- '-suja (Tangara peruviana )etc. C) Capoeiras, parques, plantações, jardins, ruas densamente arboriza¬ das: Papa-largata (Coccyzus), Pe¬ riquito (Tirica), Picapauzinho {Pi- cumnus) , Choca (Thamnophilus) Bentevi (Pitangus), Sabiá-laranjei¬ ra {Turdus Tufiventris), Cagasebo (Coereba) , Sanhaçu (Thraupis), Tico-Tico (vonotricUla) etc. 2) Campos, brejos e lagôas A) Campo aberto, seco, restinga raia, savana como vegetação gramínea baixa, pastos, p. ex., Sta. Cruz, Ja- carepaguá, Marambaia: Bacurau (Cho-rãeiles acutipennis), Picapau- -do-campo (Colapíes), Sabiá-da- -praia (Mimus gilvus), Peruinho {Anthus), Canárío-da-terra (Sica- lis), Tíco-tico-do-campo (Myospi- za) etc. B) Varjão com vegetação mais alta, capinzais húmidos altos, tabúa e ciperaceas, p. ex., margem da La¬ goa de Jacarepaguá: Saracura (PoTzana), Narceja (Gallinago pa- 106 SICK, HELMUT & PABST L. F. AvS AVES DO Klü DE JANEIRO ragíiaiae ), Viuvinha {Arunãirtico- la), Pseudocolopteryx, Canário-do -brejo (Geothlypis), Tisiu (Volu- tmia), Cabo-mole (Emberizoides) etc. C) Brejo arbustivo, manguezais, p. ex., Jacarepaguá, Ilha do Governa¬ dor: Savacu (Nycticorax), Três- -potes (ATamides cajanea), Sebi- nho-do-mangue {Conirostrum bi¬ color) etc. D) Lagôa e suas beiras lamacentas, p.ex., Jacarepaguá, Ilha do Go¬ vernador: Garça-branca (Egretta)^ Maçaricos (Charadrins, Tringa etc.) Martim-pescador {Megace- ryle) etc. Em água aberta: Mer¬ gulhão (Poãilymbus ), Biguá (Pha- lacrocoTax) etc. 3) Praias, ilhas marítimas e mar Praias da Zona Sul, Ilhas Cagarras (em frente a Ipanema), Baía da Guana¬ bara e de Sepetiba: Albatroz (Diomedea), Atobá (Sula), Tesourão (Fregata) ^ Pirú- pirú (ífaematopus), Maçarico-da-praia (Crocethia), Gaivotão (Larus marinus ), Trinta-réis (Sterna) etc. 4) Zona urbana, independente de vegetação Centros da cidade (“Pioneiros”); Ro- linha (Columhigallina talpacoü. Bacurau (Caprimulgus longírostrls), Taperá (Chae- tura), Birro {H<ÍTundineaQ^ Andorinha-de- peito branco {Pygochelidon ), Pardal (Pas¬ sar) etc. IV — Dmersas formas de ocorrência de aves na Guanabara 1) Permanentes A maioria das espécies permanece du¬ rante todo ano na GB, p, ex. Rolinha, Sa¬ biá-laranjeira, Gagacebo (Coereba), Tico- tico etc. Algumas espécies, que só se dáo a perceber pela voz na época da nidifica¬ ção, fincando acaladas depois, dão impres¬ são de sua ausência, p. ex., João-bôbo (Nystalus). 2) Emigrantes periódicos. A) Algumas espécies, que aqui nidi¬ ficam, deixam a GB no inverno depois de terem criado os filhotes, e retornam na pri¬ mavera, p.ex., Taperá {Chaetura andrei). B) Alguns beij aflores aparecem na GB sòmente na época da floração de certas plantas, portanto periodicamente, p.ex., Beijaflor-de-papo-branco (Leucochloris ), Rabo-de-espinho (Fopelairia) etc. Ainda não foi apurado, em muitos casos, se eles nidificam mesmo na GB. 3) Pioneiros. A) Habitantes da zona urbana, inde¬ pendentes de vegetação. Aceitam o ambien¬ te de metrópele mal arbonizado, o que afu¬ genta outras espécies. Seu alimento, inse¬ tos, pegam em pleno vôo, p.ex,. Bacurau (Caprimulgus loyigirostris), Birro (Hirum- dinea) e andorinhas. O Pardal se alimenta no chão, nas ruas, come até no lixo. B) Algumas espécies notòriamente de campo aproveitam a devastação das ma¬ tas, as terras abandonadas pela lavoura, e a urbanização. Algumas tornaram-se habi¬ tantes regulares da GB, p.ex., Siriri-do- campo (MachetoTyiis ), Peruinho (Anthus ), e Soldado (Leisíes). Outros apenas apare¬ cem, mas não procriam na GB, p.ex., Picapau-do-campo (Coíapíes), Até a Se¬ riema já está às portas da GB; observamos em 1962 um casal num varjão, em Itaguai, RJ, próximo à divisa da GB. 4) Visitantes. A) Espécies brasileiras que aparecem, 307 ARQUIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL, LilI no inverno, na GB mais ou menos regu¬ larmente. Algumas possuem representantes co-específico‘S que nidificam na GB. Aqui estão, p.ex., de abril a agosto, Sabiás (Sabiá-una, Sabiá-poca), às vêzes em grande número, que vêm das partes altas da Serra do Mar ou do Sul (v. tam¬ bém Gap, III), Tais visitantes são tam¬ bém Tesoura (Muscivora) , Alegrinho (SQTpophaga) , Saí-andorinha (Tersina ), Pintasilgo (Spmit-s) etc. B) Espécies exóticas, algumas de re¬ giões longínquas, árticas e antarticas, espe¬ cialmente maçaricos e outras aves aquáti¬ cas, tanto do mar (p. ex.) Albatroz, Gai- vcía rapíneira, como de água dôce (p. ex. Carqueja), Entre as aves não aquáticas que vêm, da América do Norte ou da Argen¬ tina, à GB, estão em primeiro plano as andorinhas. São desse grupo também dois gaviões: Gavião-pescador {Pandion) e o tão discutido “Gavião da Mesbla” (Falco pcregrinus). Conforme sua procedência aparecem no inverno (espécies meridio¬ nais) ou no verão (espécies setentrionais). Tais espécies exóticas não procriam na GB nem em outras partes do Brasil. õ) Deslocados. Não interessam para nosso ensaio aves fugidas de viveiros ou de gaiolas. Tais aves que poderiam ser tomadas como ori¬ ginárias da GB, não o são, p.ex., fringi- lídeos hoje quase extintos na região, como Curió e Azulão, freqüentemente mantidos em gaiolas. Podem ser também espécies de regiões distantes do Brasil, como p.ex., Galo-da-campina {ParoaTia dominiccma (L.), Coroinha (Spinus yarrellii (Aud.) e Jandaias (Aratinga), fugidos. Podem ser até aves do exterior. Recentemente os jornais falaram de um Mainá, ave cara da índia, que escapou por ocasião de sua chegada ao Galeão. Mostram-se Periquitos australianos, fugidos, etc. 1963 Tais aves não conseguem sobreviver por muito tempo em liberdade, A exces- são dessa regra é o Bico-de-Íacre (Estril- da) , trazido da África, O Pardal foi intro¬ duzido de propósito como também a Pomfoa-doméstica. V — ETnpohrecimento ãa avifaiina da Guanabara, proteção à Natureza O desenvolvimento grandioso do Rio de Janeiro é orgulho dos seus cidadãos e do Brasil. Infelizmente êsse progresso põe em mamr perigo^ a natureza circundante. Mal podemos imaginar que ainda no comêço do século passado a Ilha do Governador estava coberta de mata alta, e cuja caça 0 rei conservou para si: porcos do mato e veados (Spix & Martius op. cit. 1:151), No tempo de Léry (op. cit. :99), a Ilha do Governador era até habitada por selvagens tupinambás e as “horríveis baleias” se aproximavam tanto da Ilha que podiam ser atingidas a tiros de arcabuz. Passou-se o tempo em que, acima do Rio, se podia ver de tarde bandos de papa¬ gaios, recolhendo-se para o lugar de dor¬ mida coletiva; ou que se ouvia, das matas do Corcovado, as vozes melodiosas do Macuco e do Jaó. Não brilham mais os Guarás como grandes flores vermelhas nos manguezais da Baía; nem a Cegonha caça mais rãs na beira do Rio Joana na Quinta da Bôa Vista. Uma consolação é que neste lugar temos agora o Jardim Zoológico, que exibe muitas aves interessantes, que às vêzes até atraem outras, ainda selvagens. Se nós, porém, ouvirmos hoje do Museu Nacional na Quinta da Bôa Vista, o canto de um Curió ou Melro, podemos estar cer¬ tos que não se trata de um pássaro sel¬ vagem, mas de um exemplar angaiolado, trazido por um caçador inexperiente que ainda tem a ilusão de encontrar aqui outros dessas espécies. 108 SICK, HELMUT & PABST L. F. AS AVES DO RIO DE JANEIRO Se, mesmo em lugares afastados da GB, aparecerem pássaros tão procurados pelo comércio, serão logo atraídos pelos inúmeros caçadores que estão à espera. Os preços das espécies mais cobiçadas são fantàsticamente altos e incentivam sua procura. Com essas obiervações não quere» mos menosprezar a dedicação de muitos passarinheiros sérios, cujos ideais educa¬ tivos respeitamos plenamente, reconhe¬ cendo que podem até prestar serviços à Ciência. Preocupações destas, de naturalistas, não são de hoje. Citamos algumas palavras de Silva Maia (op. cit. : 51-52) escritas há mais de 100 anos, no Rio Comprido, portanto na atuai GB: “. sorprehendidos ficamos da enor¬ me e graduai diminuição^ que vai havendo em todas as suas aves. Um sitio que ainda ha pouco tempo era mui frequentado por grandes bandos de sah's (TancLgrá), bem- tevis (Tyrannus ), sabiás (Turdus) „ anums (Crotophaga), maritacas (Conurus), pe¬ riquitos (Psiííacws), pombas (Collumha), inhambús (Tinamus ), capoeiras (Odon- thophoriLs ), Jacus (Penelope ), e outras muitas aves, sobretudo pequenas, não apresenta hoje senão poucas andorinhas {Hiruwú^o ), algumas gamaxirras (Troglo- ãytes ), um ou outro serrador (carduelis jacarina Gm.), colheira {Pitylus alhogu- laris Spix), e mariquita (IVccíarma fla~ veola L.); por acaso desde da serra nos mezes de inverno algum inhambú ou sabiá; cs jacús desapareceram, os saborosos inhambús são raríssimos. Quem quer caçar estas aves necessita subir o alto das mon¬ tanhas, e as vezes ir mui longe para pouco recadar. Assim não há a menor dúvida, não só que espécies ornithologicas tem neste sitio minguado no numero de seus indivíduos, mas também que algumas tem toíalmente desaparecido. Com os beija-flores tem o mesmo acon¬ tecido, Ainda me recordo, que em um dia do mez de novembro de 1840 vi grande número’ delles e de especies diversas, du¬ rante um longo passeio, que dei por todo este extenso valle; mas desde 1846 que os procuro com alguma instancia, só temos podido vêr mui poucos indivíduos das espe- cies hrasiliensis^ saphirínus, alhicollis, glaucopis^ simplex^ veriãissima e alhiven- tris, e para isto tenho ido desde o Rio- Comprido até quase o Andarahy (^). Por esta occasião cumpre-nos também dizer, que esta diminuição de passaros que se nota no Rio-Compiido, observa-se em geral em todos os arrebaldes desta corte, aonde muitas causas de extermínio para isto existem. Além delles serem afogen- tados* pelo natural desenvolvimento que a cidade vai tomando com as novas edifi¬ cações; as caçadas barbaras effectuadas sem licença de autoridade alguma, e o grande numero de,, brancos e pretos que nos domingos e dias feriados sobretudo, nisto se empregam, acabarão por os des¬ truir de todo. Si medidas energicas quanto antes não se tomarem, que evitem estes estragos, os nossos vindouros ficarão pri¬ vados da visita destes interessantes hos¬ pedes. Para o viajante europeo já hoje é mui sensível a differença que nota entre os passaros que com mais ou menos abun- dancia encontra nos jardins que rodeiam as cidades do seu paiz natal, e os poucos que aqui observam (^). Logo que prin¬ cipia a caçar nos a^^rebaldes desta côrte, a impressão que a vista dos nossos passaros 4) O esclarecimento da nomenclatura usada por Silva Maia é, as vêzes, custoso; v. também sob Suindara, p. 127. 5) Silva Maia podia formar bom juízo a res¬ peito pois viveu duranta alguns anos na Europa, até obter seu diploma pela universidade de Paris fFeio 1960. op. cit.: 14E 109 ARQUIVOS DO MUSEU A^ACIONAL — VOU. LIII - - 1903 recebe é tai que julga ser o paiz pobre em ornithologia, "quando é riquíssimo”. Com satisfação soubemos da recente criaçãOj pelo Governo Federal, do Parque Nacional da Tijuca (área de 12.000 ha), atualmente sob a dinâmica direção de A. Magnanini. O primeiro passo é conservar ou estabelecer o meio ambiente. Proibição completa de caça, a tiro ou captura, é pre¬ vista. É mais fácol preservar o que existe do que tentar repovoar as áreas abondo- a adas pela fauna. Isso vale tanto mais para uma região como a GB, onde a ci¬ dade, constantemente crescendo, influencia sempre mais na paisagem natural circun¬ dante, As áreas protegidas são muito pe¬ quenas e não podem ser fiscalizadas de¬ vidamente. Recomenda-se outrossim a ri¬ gorosa proteção das aves, focalizando sua utilidade, quase sempre patente. São mui¬ to excepcionais os casos em que se notam prejuízos (Pardal, p. 152). Não cabe aqui abordar maiores pormenores a respeito. Lembramos somente a infatigável caça das andorinhas (‘^) aos insetos, a tão eficiente destruição de ratos e morcegos pela Suin¬ dara e a polinização realizada pelos beija- flores. A alimentação — fator mais impor¬ tante sob ponto de vista da utilidade — de muitas axes arroladas na nossa lista foi pesquisada por Schubbart, Aguirre & Sick (1965). Teoricamente os beijaflores são das aves mais fáceis de proteger, com o cultivo de plantas cujas flores são preferidas por essas jóias entre as aves. De que adiantam porém tais esforços se fora das áreas pro¬ tegidas os meninos as esperam com atira- deiras, visgos ou laço? A. Ruschi fez uma tentativa de repovoamento da GB (Jar- 6) No estômago de um único indivíduo de An- dorinha-tesoura (Hirundo r, i-usíica (LJ, v. p. 143) foram encontrados 309 dípteros (mosquitos). Um casal desta asdorinha com sua próle (duas postu¬ ras) pode consumir em cada verão cêrea de 291,090 pequenos insdtos (Vietinghoff-Resch 1955, Die Rau- chschwalbe, p. 240, pesquisa realizada na Europa). dim Botânico 1960) com beij aflores. Nos últimos anos esforça-se A. F. Coimbra F'-, repovoamento de marrecas (p. 116), Tam¬ bém no Parque Nacional da Tijuca repo¬ voamentos são previstos, O problema da proteção à natureza tor¬ na-se educativo. Citamos Sylvio Froes Abreu (1957; 270) “As preleções nas esco¬ las, melhor do que as leis, poderão con¬ tribuir eficazmente para a preservação da fauna que tem utilidade e empresta mais encanto ao ambiente. Quando se fizer com¬ preender às crianças a necessidade de manter o equilíbrio biológico e se desper¬ tar nelas a afeição pelos animais domés¬ ticos e a curiosidade pelos espécimes raros ou esquisitos, a conservação da fauna po¬ derá ter bases sólidas em nosso país”. Terminamos com as palavras de adver¬ tência de Silva Maia: Se quanto antes não se tomarem medidas enérgicas, as futuras gerações ficarão privadas da visita dos nosses amigos alados!»' VI — Sinopse das ordens e famílias, com o número ãe espécies Tinamiformes: Tinamidae . 4 4 Sphenisciformes: Spheniscidae . 1 1 Podicipediformes: Podicipedidae . 2 2 110 SrCK, HELMUT & PABST L. AS AVES DO RIO DE JANEIRO Procellariif ormes; Dicmedeidae . 2 Procellariidae . 2 Hydrobatidae . 1 5 Pelecaniformes; Sulidae . 1 Phalacrocoracidae . 1 Anhingidae . 1 Fregatidae . 1 4 Ciconiiformes: Ardeidae .. 9 Ciconiidae . 2 Threskiornithidae . 2 13 Anseriformes: Anatidae . 5 5 Falconiformes: Cathartidae . 3 Accipitridae . 10 Pandionidae . 1 Falconidae . 9 23 Galliformes: Cracidae . 1 Phasianidaa . 1 2 Gruiformes; Aramidae . 1 Rallidae . 12 13 Charadriif ormes; Jacanidae . 1 Haematopodid^e . 1 Charadriidae .. 4 Scolopacidae . 10 Recurvirostridao . 1 Stercorarüdae . 2 Laridae . 10 Rhynchopidae . 1 30 Colúmbif ormes: Columbidae . 8 8 Cuculif ormes: Cuculidae . 7 7 Psittaciformes: Psittacidae . 9 9 Strigiíormes: Tytonidae . 1 Strigidae .5 6 Caprimulgif ormes: Nyctibiidae . 1 Caprimulgidae . .. 8 9 AKQUIVÜS DO MUSKU N ACIONAI. VOL. LIII — 19Ü3 111 Apodiformes: Apüdidae . 5 Trochilidae . 25 30 Coraciiformes: Alcedinidae . 3 Momotidae . 1 4 Piciformes: Galbulidae . 1 Bucconidae . 3 Ramphastidae . 3 Picidae . 6 Turdidae . . õ Motaciilidae . . 1 Vireonidae . . 2 Cyclarhidae . . 1 Coerebidae . . 5 Parulidae . 3 Tersinidae . 1 Thraupidae . 27 Icteridae . 7 Fringillidae . 21 Ploceidae . 2 178 Total de espécies da GB . ,. . 366 VII — Lista das ãi^es da Guajiahara 13 Passeriformes: Dendrocolaptidae . 6 Furnarüdae . 10 Formicariidae . 15 Conopophagidae . 2 Cotingidae . 11 Pipridae . 5 Tyrannidae . 42 Oxyruncidae . 1 Hirundinidae . 7 Troglodytidae . 2 Mimidae . 2 Abreviações: C.P.F. — Centro de Pesquisas Flores¬ tais e Conservação da Natureza, Rio de Janeiro, GB. C. S. := Carlos Alberto Campos Seabra, Rio de Janeiro, GB. D. C.P. Divisão de Caça e Pesca, Rio de Janeiro, GB. D.Z. São Paulo = Departamento de Zoologia, São Paulo, SP. GB rr: Estado da Guanabara. M.N. Museu Nacional, Rio de Janei¬ ro, GB. RJ = Estado do Rio- dç Janeiro. Ordem TINAMIFORMES Família TINAMIDAE 1 — Tinamus s, solitarius (Vieill.) Macuco Obtido por Natterer na cidade, por volta de 1820, procedente do Corcovado. Naquele tempo se podia comprar Macucos na Capital, eviden¬ temente para comer. Não nos consta até quando ainda existiam nos arredo¬ res da cidade. 2 — Cryptureilus soui albigularis (Brab. & Chubb) Turirim Por volta de 1960 ainda na Lagôa do Camorim, Jacarepaguá (L. E. Moojen, com. verb.). Existe às portas da GB no RJ. 112 SICK, HELMUT & PABST I., F. AS AVES DC) KK> DE JANEIKD 3 — Cryptureius n. noctivagus (Wied) Jaó Contam Spix e Martius (1823-31,1:108) que ouviram em 1817, da casa de campo do Cônsul Langsdorff, situada na encosta da serra que se estende a sudoeste da cidade de então, o '‘Macuco”, com voz semelhante à humana: der Macuco (Tinamus noctivugus, Perdix guyanensis) ruft mit seiner menschenáhnlichen Stimme gleichsam umhülf aus der Ferne”. Concluímos, dessa observação pormenorizada, que se tratava de Crypturellus noctivügus (e da Capoeira, Odontophorus capueira ~ Perdix guyanensis, V. abaixo), e não de Tinamus solitarius co7no poderia sugerir o nome de “Macuco”, Êsse tipo de Jaó, ou Zabelê, viva originalmente na faixa lito¬ rânea do SE, da Bahia até o Rio Grande do Sul, em mata alta. Já desapareceu em muitos lugares, inclusive na GB. 4 — Crypturellus t. tataupa (Temm.) Inambu (Sepetiba) Ainda hoje na região de Jacarepaguá, onde ouvimos sua voz, p.ex., em 15-XI-1964, Obtido por Natterer perto da cidade e em Sepetiba. Ordem SPHENISCIFORMES Família SPBENISCWAE 5 — Spheniscus magellanicus (Forster) Pinguim Ave antártica, trazida pela corrente de Falkland às costas brasileiras, aventurando-se até Espírito Santo. Aparece também na GB, principalmente em julho e agosto, conforme dados fornecidos gentiimente pelo Jardim Zoológico do Rio de Janeiro, onde muitos são entregues. Capturado um dentro da Baía de Sepetiba em 7-VII-1965. Excepcionalmente na Baia da Guanabara, como aconteceu em meados de 1915 (Ihering 1940: 615). Ordem PODICIPEDIFORMES Família PODÍCJPFDJDAE 6 — Podiceps dominicus speciosus Arrib. Mergulhãozinho Em diversas lagoas e represas da GB, p.ex., na região de Jacarepaguá e no Açude da Solidão na Floresta da Tijuca, onde Mitchell encontrou esta espécie de Mergulhão, nidificando. 7 — Podilymbus podiceps antarcticus (Less.) Mergulhão-caçador Lagôas perto de Jacarepaguá. Aumenta e diminuí, numèricamente, com a vinda periódica de imigrantes. Ordem PROCELLARIIFORMES Família DIOMEDEIDAE 8 — Diomedea melanophrys Temm. Albatroz 1 9, Ilhas Cagarras, 3-VI-1945; D.C.P. Raro visitante da costa, Atlântico meridional. ARQUIVOS DO MUSEU NACRONAI. VOL. LIII 1963 113 9 — Diomedea chlororiiynchos Gm. Albatroz-de- bico-amar gío 1 -exemplar, Cidade do Rio de Janeiro, 16-IX-1963; D. Z, São Paulo Raro visitante, vindo do sul. O exemplar em questão foi capturado vivo por um menino na Praça Mauá; depois se verificou que a ave fora baleada (com. verb. do R.L. Araújo e O. M. O, Pinto) Família PROCELLARllDAE 10 Macronectes giganteus (Gm.) Albatroz 1 2, Fortaleza de Santa Cruz, RJ, barra da Baía da Guanabara, 9-VIII-1943; D.C.P. Embora o espécimem em questão tenha sido apanhado no lado flumi¬ nense da Baía, achamos justo incluir a espécie no quadro “político” da GB. Rsro visitante, Atlântico meridional. 11 — Puffinus p. puffinus (Brünn.) Pardela, Fura-bucho 1 Praia de Sernambetiba, 4-X-1961, A. Magnanini, A. F, Coibra F?; C.P.F. Raro visitante da costa, procedente do Atlântico setentrional. Família HYDROBATWAE 12 — Oceanites o. oceanicus (Kuhl) Andorinha-das-tormentas Do Atlântico meridional, aparece na barra da Baía atraída por cardumes ou trazida pelos ventos. Obtida por Natterer em Barra de Guaratiba. ¥ Ordem PELECANIFORMES Família SULIDAE 13 — Sula 1. leucogaster (Bodd.) Atobá 8 ovos, Ilha Cagarras, 2õ-III-1961, F. Britto Pereira; M. N. Comum na Baía e em frente às praias da Zona Sul, onde se pode obser¬ var seus impressionantes mergulhos. Família PHALACROCORACIDAE 14 — Phaiacrocorax b. brasilianus (Gm.) Phalacrocorax olivaceus (Humb.) Nas lagoas de Jacarepaguá e na Baía de Guanabara (Ilhas nador, Paquetá etc.), Família AJVfífNGÍDAE 15 — Anhinga a. anhinga (L.) Biguatinga Ocorria aqui em fins do século passado. Escreveu Goeldi (1894:590); “Muitas vezes tenho observado o Biguatinga, na Lagoa Rodrigo de Freitas, e tenho tido ocasião de apreciar sua astúcia, sua capacidade magistral na pesca, no merguho, no vôo”. Biguá do Gover- 114 SICK, HELMUT & PABST L. F. AS AVES IXJ KIO DE JANEIiA) Família FREGATIDAE 16 — Fregata magnificens Math. Tesourão Constantemente nos céus da GB. Coiicentram-se no cais dos pescadores, na Praça XV, para apanhar restos flutuantes de pescarias. Nidifica em ilhas marítimas distantes, como p.ex. perto de Cabo Frio. V. introdução (p. 102). Ürdem CICONIIFORMES Família ARDEIDAE 17 — Ardea cocoi L. Maguari 1 ^, Barra da Tijuca, e-XI-lâeS; M. N. exp. Antigamente (ainda entre 1930 e 40) na Baía da Guanabara (Aristides P. Leão, com. verb.), Ainda aparece, esporàdicamente, na região de Jaca- repaguá. 18 — Butorides s. striatus (L.) Socozinho Comum na Baía da Guanabara e nas lagoas de Jacarepaguá. 19 — Florida caerulea (L.) Garça-azul Comum nos lamaçais da Baía da Guanabara (Ilha do Governador, foz do Rio Meriti etc.). 20 — Casmerodius albus egretta (Gm.) Garça-branca-grande Por vezes numerosa nos lamaçais da Baía da Guanabara. 21 — Egretta t. thula (Mol.) Garça-branca-pequena Por vezes numerosa na Baía. 22 — Nycticorax nycticorax hoactli Gm. Socó, Savacu (I. do Governador) Nos manguezais da Baía, ao lado da espécie seguinte. Obtido por Natterer perto da cidade. 23 — Nyctanassa violacea cayennensis (Gm.) Dorminhoco Não raro nos manguezais da Baía (Ilha do Governador etc.), caindo pouco na vista devido aos seus costumes noturnos, como a espécie anterior, 24 — Tigrisoma lineatum marmoratum (Vieill.) Socó-boi 1 Q, Ilha do Governador, 6-1-1893, Bourgain; M. N. Os Socó-bois são sensíveis ao avanço da civilização. Como se pode con¬ cluir da literatura, ocorria no século passado, nos arredores da cidade, até uma segunda espécie: Tigrisoma fasciatum (Such). 25 — Ixübrychus exilis erythromelas (Vieill.) Socó-i-vermelho Observamos 1 exemplar nos brejos da Marambaia, em 31-1-1965, Ocorre ARQUIVOS DO MUSEU NACIONAL VOL. LIII — 1953 115 perto da cidade também um segundo representante do gênero: Ixobrychus involucris (Vieill.), do qual possui o M.N. lí, de Bourgain, 28-VI-1894, que pode ser tanto da GB como do RJ. Família CICONIIDAE 26 — Euxenura maguari (Gm.) Cegonha Escreveu Spix (1825, 11:71): . in locis insulae St. Joannis, Rio de Janeiro”, quer dizer, numa ilhota do Rio Joana, provàvelmente dentro da atual Quinta da Boa Vista. Achamos possível que também a observação de “Jaburus” na região de Santa Cruz (v. espécie seguinte) se refere a Euxe- nura, que se assemelha bem mais à Cegonha da Europa (com a qual o autor comparava as aves de Santa Cruz) do que Jabiru mycteria., Tôdas duas exis¬ tem ainda hoje no* RJ. 27 — Jabiru mycteria (Lieht.) Jabiru 1 Santa Cruz, 12-IV-1942; D.C.P. Contam Spix e Martius (op. cit. 1:186) que avistaram em 1817, na região pantanosa de Santa Cruz, a “Cegonha americana ou Jaburu” em quantidade. Concluiu Pinto (1964:34) que se tratava de Jabiru mycteria (v. Euxenura). Família THRESKIORNITHIDAE 28 — Eudocimus ruber (L.) Guará Guara rubra (L.) Uma das mais belas aves do mundo, antigamente residente na Baía da Guanabara. Conforme nos conta o colega Aristides P. Leão, o Guará ocorria, ainda entre 1928 e 30, nos manguezais da Ilha do Governador. 29 — Ajaia ajaja (L.) Colhereiro (Sepetiba) Observamos essa ave na Ilha do Governador, de 25-VIII-1963 até 13-11- 1965. Eram cerca de 20 indivíduos, adultos e novos. Em 16-11-1965 encontra¬ mos (junto com I.M. Winterbotton) 10 Colhereiros na foz do Rio Meriti; achamos possível que o Colhereiro procrie na Ilha do Governador. Natterer obteve a espécie perto de Sepetiba. O Colhereiro é a única ave identificável na relação de Pigafetta de 1519, primeiro documento sobre a fauna da GB (v. p. 102). Ordem ANSERIFORMES Família ANATIDAE 30 — Dendrocygna viduata (L.) Irerê Encontramos 1 dúzia destas marrecas, espécie antigamente comum nesta região, na Lagoa da Tijuca em 14/15-XI-1964. Pode-se ouvir a voz dos Irerês de noite do centro da cidade, p.ex., Santa Teresa. Um bando de Irerês é man¬ tido no^ Jardim Zoológico; atrai exemplares selvagens. SICK, HELMUT & PABST L. F. - ~ AS AVES DO HIO DE JANEIRO ÍÍ6 31 — Cairina moschata (L.) Pato-do-mato Uma das caças mais procuradas. Há 20 anos ainda não era raro na região de Jacarepaguá (com, verb, A. Coimbra Filho), 32 — Sarkidiornis sylvicoia Ih. & Ih. Obtido por Natterer perto de Sepetiba. Pato-de-crista PatO“do-mato (Sepetiba) 33 — Anas b. bahamensis L. Queixo-branco 1 , Santa Cruz, 9-VI-1941, J. Moojen; M. N. 2 ç Instituto Oswaldo Cruz, 30-XII-1941 e 2-1-1942,?, M. Britto; M. N. Esporàdicamente nos banhados ao redor da Ilha do Governador (V-164); 2 exemplares na Lagoa da Tij uca em 14/15-XI-1964 — últimos testemunhos de uma fauna antigamente rica em aves aquáticas na região. 34 — Amazonetta brasiliensis (Gm.) Marreca-ananai Região de Jacarepaguá, p.ex., Lagoa Marapendi, No inverno em bandos; vimos, p.ex., em 30-V-1965 perto de Santa-Cruz um grupo de 40. Notamos com satisfação que A. F. Coimbra F"? tomou a iniciativa de criar esta marreca na Reserva Biológica de Jacarepaguá, com a finalidade de as soltar na região, numa tentativa de repovoamento. Ordem FALCONIFORMES Família CATHARTIDAE 35 — Coragyps atratus (Bechst*) Urubu Embora tão comum, é díficil achar seu ninho, pois nidifica em rochedos (como nas encostas do Pão de Açúcar) cu íngremes escarpas e morros. 36 — Cathartes aura ruficoliis Spix Urubu-campeiro (Jacarepaguá) Esporàdicamente na região de Jacarepaguá e Santa Cruz. 37 — Cathartes burrovíanus urubutinga Pelz. Urufou-de-cabeça-amareia Raro visitante. Registrado por Natterer em Sepetiba. Recentemente anun¬ ciado por Mitchell para a cidade (Copacabana ?). Família ACCIPITRIDAE 38 39 Elanus 1. leucurus (VieilL) Gavião-peneira Observamos 2 exemplares na Ilha do Governador, de 30-XI-1963 a 9-V- 1964. Também 4 exemplares em Santa Cruz em 30-V-65. Chondrohierax u. uncinatus (Temm.) Colecionado por Natterer perto de Sepetiba Gavião ARQUIVOS Dü MUSEU NACIONAU — VOL, LIII -- 19o3 117 40 — Harpagus b. bidentatus (Lath.) Gavião Conta Goeldi (1894:63) que abateu um exemplar “na aba das matas do Corcovado”. 41 — Heterospizias meridionalis (Lath.) Gaviao-caboGlo Visto por nós p.ex,, perto de Guaratiba em 6-XII-1964. 42 — Buteo magnirostris magniplumis (Bert.) Gavião-carijó O gavião mais comum do Brasil e também da GB. Caça rolinhas mesmo na cidade, p.ex. Santa Teresa. Nidifica na Quinta da Boa Vista e em Santa Teresa. É a espécie mais confundida com o “gavião da Mesbla” (v. Falco peregrinu ^). 43 -- Buteo b. brachyurus Vieill. Gavião Observou-o Sick em 24-VII-19o9 no Sumaré, em 21-Vni-1959 e 26-VII-1961 acima de Santa Teresa, na última data dando voltas, ao lado de Buteo mag¬ nirostris, bem alto. Tornou a vê-lo em 27-VII-1963 em frente à Estação Bio¬ lógica da Tijuca, sob frondosas matas. Em 15-XI-1964 outra vez acima de Santa Teresa. 44 — Parabuteo u. unicinctus (Temm.. J (4aviãú Obtido por Natterer em Sepetiba 45 — I^eucopternis polionota (Kaup) Gavião- pomba Notou Natterer que êsíe gavião vivia nos cumes das montanhas que cer¬ cam a cidade. Confirmou Goeldi (op. cit.,: 50) que no seu tempo também ^ ocorria aqui. 46 — Leucopternis lacernulata (Temm.) Gavião-pomba Um exemplar foi visto na Estrada das Paineiras, eem ll-IX-1959, por M. Altmann e Sick, 47 — Buteogalius u. urubitinga (Grn.) Gavião-preto Do tamanho de um Urubu, por vêzes dá voltas sobre a cidade. Visto em julho de 1959 na Quinta da B6a Vista, em 2-VIU do mesmo ano em Santa Teresa e em 20-XII-1960 acima da Praça da República. M. Altmann e Sick observaram, em 24-VII~1959, um exemplar na Estrada do Redentor, perto de Paineiras. Tratava-se em todos êsses casos de indivíduos jovens, marrons, e não pretos. Família PANDIONWAE 4$ — Pandion haliaetus carolinensis (Gm.) Gaviãc^-pescador Vem da América do Norte, veraneando no Brasil, onde não procria. Nas Lagoas de Jacarepaguá é bem conhecido, lá viu Sick um exemplar dando voltas, em 18.1.1963. Alimenta-se exclusivamente de peixes. Mitchell viu um, em 28.V.1952, na praia de Jacarepaguá. 110 SICK, HELMUT & PABST L. F, AS AVES DO RIO DE JANEIRO Família FALCONIDAE 49 — Micrastur s. semitorquatus (Vieill.) Tem-tem Coletado por Natterer na região do Corcovado. 50 — Micrastur r. ruficollis (Vieill.) Gavião-mateiro 1 á í Covanca, 16-IV-1960, K. Mielke Não é raro nas matas do Corcovado e da Tijuca, onde se trai pelo seu “canto” de madrugada ou no crepúsculo, mas poucas vezes é visto. 51 — Herpetotheres cachinnans queribundus Bangs & Pen. Acauã Embora não seja raro no RJ, é excepcional que apareça dentro da cida¬ de. Ouviu Sick, em duas manhãs seguidas (5/6-III-1965) em Santa Teresa, o inconfundível canto do Acauã, estrofe prolongada, que lembra com sauda¬ de a tranquilidade do interior mais remoto. Mitchell anotou 1 exemplar na praia de Jacarepaguá. 52 — Milvago chimachima (Vieill.) Carrapateiro O gavião mais conhecido do Brasil, Sobrevoa ás vêzes Santa Teresa, on¬ de é atacado furiosamente pelos Siriris, Tyrannus melanchoiicus. 53 — Pclyborus p. plancus (Mill.) Caracará Raras vêzes aparece sobre o centro da cidade, foi qbservado 1 exemplar voando alto, em vôo reto, acima de Santa Teresa em 17-III-1963. Mais fre¬ quente nos distritos rurais como Jacarepaguá e Santa Cruz. Geralmente pro¬ cura carniça pequena. 54 — Falco peregrinus anatum Bonap. Falcão 1 $, juv., Cidade do Rio de Janeiro, 13-111-1959; D.C.P. Vem regularmente da América do Norte, fugindo do inverno. Fica no Rio de novembro a abril, caçando rolinhas e pombas domésticas. É o “Ga¬ vião da Mesbla” que em 1959 foi assunto da imprensa carioca. Caça tam¬ bém morcêgos (Sick 1960, 1961). Em março de 1965 um s adulto teve o azar de se prender na corda de uma “pipa”, no Meyer. Foi entregue ao Jardim Zoológico, onde viveu pouco tempo devido a uma ferida. 55 — Falco rufigularis ophryophanes (Salv.) Gavião -coleirinha Falco albigularis Daud. Viu Sick 1 exemplar, perto da Mesa do Imperador em 27-1-1963, caçando morcêgos, no crepúsculo, rente às copas das árvores frondosas. Obtido por Natterer perto de Sepetiba. 56 — Falco f. luscocaerulescens Vieill. Gaviãçv-coleira 1 Sernambetiba, março de 1961, A. F. Coimbra P?; C.P.P. Observamos um exemplar, na Ilha do Governador em 9-V-1964, brigando com um Elanus leueurus. Vimos outro em 31-1-1965 na Marambaia. ARQUIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL LIII — 1963 119 57 — Falco sparverius L. Gavião-quiriqiiiri Viu Sick em setembro de 1961 1 exemplar na Quinta da Bôa Vista, arras¬ tado por forte temporal; voava rente ao 3.^ andar do Museu Nacional. Obti¬ do por Novaes (1950:203) na Restinga de Sernambetiba, designado como “comum^'. Colecionado por Natíerer perto da cidade. Ordem GALLIFORMES Família CÜACIDAE 58 -- Penelope supercüiaris jacupemba Spix Jacupemba Ainda hoje nas matas do Corcovado e da Tijuca, embora em número bem limitado. Anda em pequenos bandos de 3 a 5 exemplares. Procurado sem¬ pre pelos caçadores. Sôbre a possível ocorrência da Jacutinga {Pipile jacutinga (Spix)) e do Mutum (Crax blumenhachii Spix) na região- no século XVI v. p. 102-103. Família PHASIANIDAE 59 — Odontophorus c. capueira (Spix) Capoeira Mencionado por Spix e Martius (op. cit.: 108) nas imediações da cidade (v. CT^ypturellus noctivaguí;), Ainda hoje nas matas do Corcovado e da Tiju¬ ca, embora escasso, trai-se pela voz forte (agosto). Muito perseguido pelos ca¬ çadores. Ordem GRUIFORMES Família ARAMIDAE 60 — Aramus scolopaceus carau Vieill. Carão Viu Goeldi (1894:501) Carões entre as aves de caça expostas à venda no mercado do Rio de Janeiro. É muito provável que fossem caçados na área da atual GB. Família RALLIDAE 61 — Rallus sanguinolentus zelebori (Pelz.) Saná (Sepetiba’' Saracura raras vêzes encontrada no Brasil. Obtida por Natterer nos brejos de Sepetiba. 62 — Rallus nigricans Vieill, Saracura-sanã Uma das Saracuras mais comuns da região. Seu canto pode ser ouvido nos brejos da região de Jacepaguá. Passa às vêzes sobre a cidade; Sick ou¬ viu a voz de advertência desta saracura à noite, p. ex.: em Santa Teresa, em 27-X-1964 às 23 horas; em 4-IX-1962, às 22 horas ouviu-se ali até o canto completo; também em 6-7-XII-1955, 120 SICK, HELMUT & PABST I.. F. AS AVES DO RIO DE JANEIRO 63 — Rallus iongirostris Bodd. Saracura Registrada em Manguinhos (Pinto 1964:119). 64 — Aramides mangle (Spis) Saraoura-da-praia (Sepetiba) Obtida por Natterer perto de Sepetiba, em árvores na praia do mar (Baía de Sepetiba). 65 — Aramides c. cajanea (Müll.) Três-potes Uma das saracuras mais conhecidas do Brasil. Ocorre, p. ex., na região de Jacarepaguá e Ilha do Governador. Aventura-se, frequentemente, às ma¬ tas úmidas da Serra da Carioca: Observaram p. ex. M. Altmann e Sick, em 24.VII.1959, um exemplar atravessar a Estrada do Sumaré. Em 17-X-1959 viram C. Hartshorne e Sick uma atravessar a Estrada do Redentor. 66 — Aramides saracura (Spix) Saracura-do-brejo (Sepetiba) Encontrada por Sick no Vale da Gávea Pequena (Estrada da Vista Chinesa) em 15-XI-1962 e 27-VII-1963. Registrada por Natterer em Sepetiba. 67 — Porzana a. albicollis (Vieill.) Saracura Região pantanosa de Jacarepaguá, p. ex., na beira das Lagoas da Tijuca e de Marapendi, onde se trai pelo canto. Também na região de Santa Cruz, como verificamos p.ex,, em 2-V-1965. 68 — Laterallus m. melanophaius (Vieill.) Açanã Registrou Sick o canto dessa saracurinha, em 24-IX-1960 e 18-1-1963 nos brejos em redor da Lagôa de Marapendi. 69 — Laterallus v. viridis (Müll.) Sanã (I. do Gov.) Registrado de Manguinhos (Pinto 1964:123). Ocorre em diversos lugares da GB, como demonstra seu canto, Gosta de lugares secos: capoeira rala com sapé. Ouviu-a Sick em 7.1.1949 entre o Pão de Açúcar e o Morro da Urca; em 20.IX.1959 na Estrada do Joá; em 15.X.1959 na Pedra Dona Marta, Também na Ilha do Governador e Marambaia. 70 ^— Gailinula chloropus galeata (Licht.) Frango-d’água Citado por Coimbra e A. Magnanini para a Lagôa de Marapendi, Vis¬ to por nós em 14-XI-1964 na Lagôa da Tijuca, e em 31.1.1965 num lago na Marambaia. 71 — Porphyrula martinica (L.) Frango-d’ água-azul Ilha do Governador, observada em 25-VII-1963 e l-XI-1963, Há no Museu Nacional um couro de outro representante do gênero: Porphyrtda parva (Bodd,), designado “Rio de Janeiro”, provàvelmente fins do século passado; pode ser tanto da GB corno RJ. Espécie rara. ARQUIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. LIII — 1963 121 72 — Fulica armülata Vieiil. Carqueja 2 exemplam Barra da Tijuca, 9-V-1960; D.C.P. Visitante raro, vindo do sul, obtido na Ilha do Governador e na Lagoa de Jacarepaguá em 1893 e 1942, respectivamente, (Schneider & Sick 1962:4), Novamente no inverno de 1960. Ordem CHARADRIIFORMES Família JACANIDAE 73 — Jacana spinosa jacana (L.) Piaçoca Ave muito comum em lugares pantanosos de todo Brasil, residente tam¬ bém na GB (Jacarepaguá, Ilha do Governador etc.). Família HAEMATOPODIDAE 74 — Haematopus ostralegus palliatus Temm. Pirú-pirü Encontrado por Natterer '^na praia do mar” perto de Sepetiba. Família CHARADRUDAE 75 — Belonopterus cayennensis lampronotus (Wagl.) Quero-quero Ainda hoje residente na região' de Santa Cruz, onde já foi registrado por Spix e Martius (op. cit. 1:186). 76 — Piuvialis squatarola (L.) Maçarico Encontramos 7 exemplares deste maçarico, proveniente da região ártica, na Ilha do Governador em 24-VIII-1963. Em 20-VI-1965 um bando de 8 no Rio Píraquê (Guaratiba). 77 — Charadrius semipalmatus Bonap. Maçarico-de-coleira Cha7^adrius hiaticula semipalmatus Bonap. Vem, regularmente, da América do Norte em bandos que aumentam pelo fim do ano. Praias da Ilha do Governador e Sepetiba, p.ex. 78 — Charadrius collaris Vieiil. Maçarico-de-coleira Residente em diversos lugares da GB, p.ex. Sepetiba, Marambaia, Ilha do Governador. No inverno em pequenos bandos. Família SCOLOPACWAE 79 — Tringa flavipes (Gm.) Maçarico-de-canela-amarela Visitante regular, vindo das regiões árticas. Visto p.ex., em 29-X-i9ol Sepetiba e em 9-V-1964 na Ilha do Governador, 122 SICK, HELMUT & PABST L. F. — AS AVES DO RIO DE JANEIRO 80 — Tringa melanoleuca (Gm.) Maçarico-grande ■Visitante como a espécie anterior, com a qual muitas vêzes se associa. Jacarepaguá, Ilha do Governador etc. 81 — Tringa s. solitaria Wils. Batuirinha Visitante obtido por Natterer em Sepetiba. 82 — Actitis macularia (L.) Maçarico-de-peito-branco Visitante comum, pouco gregário. Visto em Sepetiba (29-X-1961), e foz do Rio Meriti (26-XII-1964), 83 — Arenaria interpres morinella (L.) Batuira (Sepetiba) Colecionado por Natterer perto de Sepetiba. Observado por M. Altmann também perto de Sepetiba em 18-I-1959 (3 exemplares em plumagem de de inverno). 84 — Gallinago p. paraguaiae (Vieill.) Narceja Embora muito perseguida, reside na região de Jacarepaguá. Notamos em 14-XI-1964 o “balido de cabra” emitido por essa ave, produzido pela cauda rígida esticada no voo à pique. 85 — Gallinago undulata gigantea (Temm.) Narcejão, Água-só 1 Restinga de Jacarepaguá, ll-VIII-1958, H. F. Berla; M. N., exposição Admiravelmente ainda existe na região de Jacarepaguá, embc-ra seja das caças mais procuradas. Ouvimos ali (15-XI-1964) o canto muito original do Narcejão, um repetido “água-só” ou “o-rapaz”, palavras sob as quais é conhecido em certas regiões 86 — Crocethia alba (Pall.) Maçarico-da-praia 1 Ilhas Cagarras, 25-IX-1945; D.C.P. 2 $ 9> Praia de Sernambetiba, 8-X-1950, F. C. Novaes e 5-X-1962, A. F. Coimbra F?; C.P.F. 2^ 2 $ 9, Restinga da Marambaia, 17-III-1963, H. F., Berla; M. N. Visitante dos mais comuns, vem de regiões árticas, de outubro em diante até março. Prefere as praias de mar aberto. 87 — Ereunetes pusillus (L.) Maçanquinho 1 ^ , Santa Cruz, 30-V-1965, H. Sick Das regiões árticas, visitante regular, geralmente em companhia de Charoidrius semipalmatus. M. Altmann e Sick viram mais de uma centena na praia de Sepetiba (29-X-1961}. Entra também na Baía da Guanabara, encontramo-lo em Gramacho, RJ, e foi registrado para Manguinhos (Pinto 1964:142). 88 — Erolia fuscicollis (Vieill.) Maçaricr^ 1 insex, Santa Cruz, outubro de 1921; M. N. yimos este maçarico às vezes no RJ, ARQUIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. LIII — 1963 123 Fanuiia HECURVIROSTRIDAE 89 — Himantopus himantopus melanurus Vieill. Pernilonga (Sepetiba) Visita excepcionalmente a GB. Observado por Mitchell em ll-V-1953. perto da Avenida Brasil. Obtido por Natterer perto de Sepetiba, em março, e um exemplar em Santa Cruz, êste abatido pelo Príncipe Don Pedro, em abril. Família STERCORARUDIDAE 90 — Catharacta skua Brünn. Gaivota-rapineira Visitante não comum, vindo (ia região antártica. Observado na Baía da Guanabara em maio de 1964 por L Vogelsang (com. verb.). Às vêzes junto com a espécie seguinte. Pormenores serão publicados oportunamente. 91 — Stercorarius parasiticus (L.) Gaivota-rapineiri Visitante talvez regular da GB, M. Altmann e Sick observaram um exem¬ plar durante a travessia para Niterói (19-111-1960). Na mesma situação vimos um em 3-XI-1963. Em maio de 19c4 1. Vogelsang chegou a ver diversos exem¬ plares. Alimenta-se de modo semelhante ao Tesourão (p. 114). V. também introdução (p. 102). Família LARIDAE 92 — Larus marinus dominicanus Licht. Gaivotão Comum na Baía da Guanabara, mas não nidifica. Ocasionalmente nas praias do mar. 93 — Larus c. cirrocephalus Vieill. Gaivota Registrado por Burmeister (1856, 111:449) para a barra da Baía da Guanabara e ilhas marítimas próximas. 94 — Larus ridibundus maculipennis Licht. Gaivota Raro visitante, vindo no inverno de regiões meridionais. Registrado por Natterer para a Baía da Guanabara, em bandos, em julho. 95 — Phaétusa simplex (Gm.) Gaivota Raro nesta região, nidifica nas praias dos grandes rios no interior. Obtido por Natterer em Sepetiba. 96 — Sterna birundinacea Less. Trinta-réis-de-bico-vermelho 1 á. 19, Ilhas Cagarras, 3-VI-1965; D.C.P. Visitam periodicamente a Baía, É muito provável que nidifiquem nas Ilhas Cagarras e adjacentes. 124 SICK, HELMUT & PABST L. F. — AS AVES DO RIO DE JANEIRO 97 — Sterna h, hirundo L. Trinta-réis 1 9, Ilha das Flores, l-IV-1950; D,C,P. Este exemplar foi anelado em 21-VI-1934, Weepecket Isiand, Massachus- sets, E, U. A.j tinha portanto peio menos 16 anos de idade. A espécie não procria na América do SnL 98 — Sterna superciliaris Vieill. Txinta-réis-pequeno Visitante não comum na Baía da Guanabara. Viu Pabst um casal na Ilha do Governador (5-XII-1964). Observamos meia dúzia dêles no fundo da Baía, RJ. (26-XII-1964), cons eguindo abater um exemplar. Registrado por Mitchell na praia de Copacabana (3-X-1951). Sterna m. maxima (Bodd.) Trinta-réis-grande Visitante regular, prefere o fundo da Baía, Ilha do Governador, Paquetá etc. Sterna eurygnatha (Saund.) Trinta-réis-de-bico-amarelo 3 á ^ '6 2 $ ç, Instituto Oswaldo Crruz, 23-VII, 9-IX, 29-IX e 17-X-1941, P. M. Britto, D. Z. São Paulo Espécie mais freqüente de trinta-réis na Baía da .Guanabara. Pesca também em frente às praias da Zona Sul, deixando-se cair n’água. Nidifica em ilhas marítimas do RJ (Sick & P. Leão, no prelo). 101 — Sterna sandvicensis acuflavida (Cabot) Trinía-iéis Visitante que vem do Norte (E.U.A.), onde substitui Sterna eurygna¬ tha. Obtido por Natterer na Baía da Guanabara. Família RHYNCHOPIDAE 102 — Rhynchops nigra intercedens Saund. Corta-mar (Sepetiba) Parente das gaivotas. Colecionado por Natterer perto de Sepetiba. Observado por Mitchell perto da Avenida Brasil (18-V-1953). Ordem COLUMBIFORMES Família COLUMBIDAE 103 — Columba domestica Briss. Pomba-doméstica O fato de a Pomba-doméstica procriar em liberdade na GB, obriga-nos a incluí-la. Introduzida da Europa, é descendente de Coíumba livia Gm. Esta ainda hoje vive em estado selvagem, p.ex., no Mediterrâneo como ha¬ bitante de paredões distantes das cidades, de preferência perto do mar. Mui¬ tas Pombas-domésticas da GB estão conservando perfeitam.ente as cores da Columba livia ('^). 7) A existência da Pomba-doméstica no Brasü foi documentada já no século XVI, em Sao Sal¬ vador da Bahia, por Gabriel Soares de Sousa (1879): “As pombas de Hespanha se dão'na Bahia mas fazem-lhe muito nojo as cobras que lhes comem os ovos e os filhos, pelo que se não podem criar em pombaes'’. 99 — 100 — ARQUIVOS DO MUSEU NACIONAL VOL. Lin - 1963 125 104 — Columba p. plúmbea Vieill. Pomba-amargosa Obtic?.a no começo do século passado por Delalande, perto da cidade (Hellmayr & Conover^ 1942, Cat. I, 1:469). Extinta há muito na região. 105 — Zenaidura auriculata (Des Murs) Pomba-de~bando Observada por Mitchell no Jardim BotânicO', no inverno. 106 — Columbigallina t. talpacoti (Temm.) Rolinha A ave mais comum da cidade, mesmo no Centro, onde também nidifica (Cinelândia, Praça Tiradentes etc.). Outrossim, na restinga ao lado da espécie seguinte. 107 — Columbigallina m. minuta (L.) Rolinha-da-restinga Comum na:s restingas (Sernambetiba, Ilha do Governador etc.). Não vem ao centro da cidade como a espécie anterior. 108 — Leptotüa verreauxi decipiens (Salv.) Juriti Tijuca, 23-IX-1940, H. W. Laemmert; M. N. Registrada para Manguinhos e Sepetiba (Pinto 1964:166). 109 ■— Leptotila rufaxilla reichenbachii Pelz. ^ Juriti 2 ^ Tijuca, 6-IX e 5-XI-1940, H. W. Laemmert e C. Lake; M, N. Registrada por Novaes (1950:204) para a restinga de Sernambetiba, 110 — Oreopeleia m. montana (L.) Pomba-cabocla 1 $ Parque da Gávea, 27-XIU1960, A. F. Coimbra Fp, C. P. P. Matas do Corcovado, onde vive escondida no chão. Ordem CUCULIFORMES Família CUCULIDAE 111 — Coccyzus a. americanus (L.) Papa-lagarta Visto em Santa Teresa (18-1-1959) cantando. Na Ilha do Governador (25-IM963). 112 — Coccyzus melacoryphus Vieill. Papa-lagarta 1 insex. Ipanema, 14-XI-1964, H. Sick 1 ç , Ilha do Governador, 15-XI-1965, L. F. Pabst; M. N. Em capoeira fechada ou árvores densas. Observado em Santa Teresa (lõ-XI-1964 e 12-XIM964). 113 —• Piaya cayana macroura Gamb. Alma-de-gato (Sepetiba) Registrada por Natíerer em Sepetiba, 114 — Tapera naevia chochi (Vieill.) Tempo-quente (Sta. Cruz) ; Sem-fim Região de Jacarepaguá. Famoso peio seu parasitismo (escravismo, Sick 1962). Seria interessante averiguar quais os hóspedas, de que se aproveita na GB, para a criação da sua prole, 126 SICK, HELMUT & PABST L. F. — AS AVES DO RIO DE JANEIRO 115 — Crotophaga ani L. Anu-preto Esporàdicamente na cidade, Quinta da Boa Vista, Laranjeiras, Sta. Teresa etc. Comum nas restingas, Jacarepaguá, Ilha do Governador. 116 — Crotophaga major Gm. Anu-do-brejo (Sepetiba) Obtido por Natterer perto de Sepetiba. 117 — Guira guira (Gm.) Anu-branco Esporadicamente em diversas partes da cidade, aparecendo também na quinta da Bôa Vista, às vezes até no Aeroporto Santos Dumont, Glória, Laran¬ jeiras e Santa Teresa. Comum nas restingas. Ordem PSITTACIFORMES Família PSITTACIDAE Ara araraúna (L.) Canindé Registrado por Natterer para a cidade: ^‘Rio de Janeiro, Março”. Natterer costumava anotar “Rio de Janeiro” somente para os arredores imediatos da cidade. Quando não obtinha a peça durante suas próprias caçadas, anotava “comprado”, “obtido por Don Pedro”, “do terraço de S. A. R.” etc. Comentou Goeldi (1894:89) o caso da seguinte maneira: “Natterer matou (esta arara), 0 que especialmente nos deve interessar, ainda em março de 1818 no recôn¬ cavo doí Rio de Janeiro”. Sobre a existência da Arara vermelha, ATa chlorop- tera Gr., em aldeias de índios na rerigão da atual GB no século XVI v. p.l02- 103. Pyrrhura f. frontalis (Víeill.) Tiriba Registrada por Mitchell para o Jardim Botânico. 120 — Forpus passerinus vividus (Ridgw.) Periquito, Tuim (Sepetiba) Freqüentemente visita a GB, sobrevoa até o centro da cidade (Sta. Teresa etc.). Obtido por Natterer perto de Sepetiba. 121 — Tirica chiriri (Vieill.) Periquito Visita às vezes a GB, particularmente na época das mangas. Aparece na Quinta da Bôa Vista (p.ex., outubro de 1962, janeiro e abril de 1965) procurando as mesmas árvores que Tirica tirica. 122 — Tirica tirica (Gm.) Periquito Está sempre no Jardim Botânico. Às vezes em outros parques, p.ex., Quinta da Bôa Vista, em setembro. 123 — Amazona a. amazônica (L.) Papagaio-dos-mangues (Sepetiba) Obtido por Natterer perto de Sepetiba. Hoje nem no RJ é fácil ver um papagaio selvagem. 124 — Amazona rhodocorytha (Salv.) Jauá Obtido por Natterer perto de Sepetiba. Refere-se também Goeldi a êste papagaio, referindo-se à avifauna do Rio de Janeiro nas vizinlianças da cidade. 118 — 119 — ARQUIVOS DO MUSEU NACIONAL VOL. LIII — 1963 127 No inverno procurava a embocadura dos rios e seus manguezais, como a espécie anterior." 125 — Pionus maximiliani siy (Souan.) Maitaca Vive ainda nas matas da GB, em número reduzido. Bandos de 4 a 6 sobre¬ voam às vezes os bairros vizinhos às matas, como Santa Teresa, Cosme Velho e Jardim Botânico. 126 —■ Touit wiedi (All.) Papagainho Urochroma wieãi All. Fala Descourtilz (op. cit.: 14) de um “Tui à dos noir, Psittacula melano- notus'^ Touit {JJrochroma) wiedi (All.) que ocorria “dans les grands bois du Corcovado, prés de la capitale’’. A ilustração acompanhante confir¬ ma a indicação dessa espécie, embora o azul forte do uropígio na prancha faz lembrar um pouco Tomí 'pur-purata (Gm.), que porém carece da côr de fu¬ ligem nas costas e não ocorre no SE do Brasil. Ordem STRIGIFORMES Família TYTONIDAE 127 — Tyto alha tuidara (Gray) Suindara Residente na cidade, onde se pode ouvir sua voz forte à noite até sobre o Centro. Constantemente no forro do Museu Nacional; à noite entra no prédio à caça de ratos. Criou num pavilhão do Instituto Oswaldo Cruz em 1965 (com. verb. J.C.M. Carvalho). Apontada por Silva Maia (1851:43) como habitante “^‘das torres do Rio de Janeiro”. É interessante que S. Maia fala de uma segunda coruja habitante de igreja: Strix fluminensis — espécie que não conseguimos identificar por falta absoluta de descrição de caracteres morfoló¬ gicos; não seria impossível ser uma Pulsatrix (v. abaixo). A Suindara é a des¬ truidora mais eficiente de roedores e morcegos. Família STRIGIDAE 128 — Pulsatrix koeniswaldiana (Bert. & Bert.) Murucututu Matas altas do Corcovado (Sick 1963:112). Já obtido por Natterer perto de Sepetiba. Notamos, incidentalmente, que G. Soares de Sousa (op. cit.; 215) cita dos costumes do Murucututu o seguinte; 'Nucurutú é uma ave tamanho como um frango, que em povoado anda de noite pelos telhados e no mato cria em tocas de árvores grandes”. Essa observação, provindo do século XVI, talvez pudesse elucidar a citação de S. Maia (v. acima, sob Suindara) : Strix fluminensis seria uma Pulsatrix que naquele tempo vivia na cidade? 129 — Otus c. cbollba (Vieill.) Corujinha Habita até bairros residenciais como Santa Teresa e Laranjeiras. Também na Ilha do Governador se aproxima das casas. 130 — Ciccaba huhula (Daud.) Coruja-preta Observado por Natterer no cume do Corcovado, Espécie rara. 128 SICK, HELMUT & PABST B. F. AS AVES DO Ri O DE JANEIRO 131 — Speqtyto cunicularia grallaria (Te mm.) Caburé-do-campo Residente, p,ex., nos morros de Vila Isabel (1963), na área de Manguinhos (1942) e nas restingas de Sernambetiba e Ilha do Governador (1964). 132 — Glaucidium b. brasilianum (Gm.) Aparece às vezes dentro da cidade, como em Santa Teresa ;113). Ordem CAPRIMULGIFORMES Família NYCTIBIIDAE Caburé (Sick 1963 133 — Nyetibius g. griseus (Gm.) Urutau 1 5 , Ilha do Fundão, 1957, H. Travassos. Ave estritamente noturna, dificilmente percebida. Obtida de dia na Praça XV enquanto dormia (Sick 1963:112). Não sabemos em que circunstâncias foi encontrado' o exemplar da Ilha do Fundão. Família CAPRIMULGiDAE 134 Chordeiles m. minor (Forst.) - Bacurau Vem da América do Norte migrando para o Brasil. Visto sôbre Santa Teresa (Sick 1963:111). 135 — Chordeiles a. acutipennis (Bodd.) Bacurau 1 ^ , Ilha do Governador, 8-XI“1964, L. F. Pabst Obtido por Britto na área do Instituto Oswaldo Cruz (1941). Residente nas restingas de Jacarepaguá e Ilha do Governador. Bacurau de cauda curta que costuma voar já antes do crepúsculo. L36 — Lurocalis semitorquatus (Gm.) Tuju Aparece às vezes de noite sôbre o centro da cidade (Sick 1963:111). 137 — Hydropsalis b. brasiliana (Gm.) Curiango-tesoura 2 ^ 5 , Ilha do Governador, 18/25-X-1964, P. A. Pabst. Obtido por Britto na área do Instituto Oswaldo Cruz. Residente na Quinta da Bôa Vista (1964), na restinga de Jacarepaguá, na Ilha do Gover¬ nador etc. 138 — Nyctidromus albicollis derbyanus (Gm.) Bacurau 1 5 -, Covanca, 4-IX-1960, K Mielke Matas e capoeiras de Jacarepaguá e Ilha do Governador. O bacurau mais conhecido do Brasil. 139 — Caprimulgus 1. longirostris Bonap. Bacurau Residente dentro da cidade, Santa Teresa, Laranjeiras, Urca e Leblon. Exigindo lugares pedregosos, adapta-se, facilmente à vida no meio das casas; tudo nos leva a crer que procria nos bairros indicados (Sick 1963:108-110). ARQUIVOS DO MUSEU NACUONAL VOL. LIII - 1963 129 140 — CaprimulgUE maculicaudus (Lawr,) Bacurau 1 , Jacarepaguá, 14-XI-1964, H. Sick Obtido por Britto na área do Instituto Oswaldo Cruz (1943). Residente na região de Jacarepaguá, 141 — Caprimulgus p. parvuius (Gould) Bacurau Obtido por A.R. Silva na GB (1959). Encontrado por Sick na Pedra Dona Marta, cantando (24-X-1960), e na região de Jacarepaguá (14~XI“1964). Ordem APODIFORMES Família APODIDAE 142 — Chaetura andrei mer idionalís Hellm. Taperá, Andorinhão 1 insex., Ilha do Fundão, H. Travassos Encontrou Sick um casal nidificando numa chaminé de casa, em São Con- rado (12-1-1950), Desaparecem da GB no inverno não sabendo ao certo para onde vão; voltam em agosto-setembro (Sick 1958). 143 — Chaetura c. cinereiventris Sclat. Taperá Diversos ninhos e ovos, filhotes em álcool, H. Sick A partir de 1952 nidificava numa chaminé em Santa Teresa, R, Júlio Oíoni (Sick 1959 a). Pode-se ver este Taperá também no..inverno, voando so¬ bre as matas da Serra da Carioca. 144 — Streptoprocne z. zonaris (Sha’w) Taperuçu, Andorinhão (R. de Janeiro) Voa em bandos de 50-80, acima do Rio de Janeiro, inclusive o centro da cidade. Obtido por Natterer perto da cidade. 145 — Cypseloides fumigatus (Streub.) Taperuçu Observado por Sick voando sobre o Recreio dos Bandeirantes em 20-IX- 1959 com C. Hartshorne, e em lO-X-1959 com M. Altmann. Vem da Serra. 146 — Panyptila cayennensis (Gm.) Andorinhão Sick observou alguns exemplares na Estrada do Redentor (2-1-1948), e 3 em São Conrado (18-1-1964). Família TROCHILIDAE 147 — Rhamphodon naevius (Dum.) Beijaflor-grande-da-mata 1 Represa Rio Grande, 25-11-1965, F. M. Oliveira; C. S. Matas do Corcovado, Estrada da Gávea, Tijuca etc. Obtido por Natterer perto da cidade. 148 — Glaucis h. hirsuta (Gm.) Beijaflor-de-bico-torto Matas da Serra da Carioca. Coletado por Natterer em Sepetiba. 130 SICK, HELMUT & PABST L. i\ — AS AVES DO RIO DE JANEIRO 149 — Phaethornis s. squalidus (Temm.) Beijaflor-da-mata 1 ^ , Éstrada da Vista Chinesa, 28-VI-1963, H. Sick. Matas de Silvestre, Vista Chinesa etc. Observado construindo seu ninho em 18-XI-1961. 150 — Phaethornis pretrü (Less. & Del.) Beijaflor-de-rabo-branco Paineiras, Parque da Cidade, Tijuca etc., nas matas. (Ilha do Governador) 151 — Phaethornis r, ruber (L.) Besourinho-da-mata Marrãozinho 1 ^ , Represa Rio Grande, 4-V-1965, F, M. Oliveira; C. S. Nas matas, mas também procura jardins na Ilha do Governador e até no Centro (Santa Teresa), Suga, p. ex., as flores de “Camarão” (Beíoperone guUata) e de “Hibiscus” {Malvaviscus penduliflorus). 152 — Melanotrochilus fuscus (Vieill.) Beijaflor-preto São Ccnrado e Jardim Botânico. Obtido por Natterer na cidade. Obser¬ vado por S. Maia (1851:46, 48) perto da cascatinha da Tijuca, pegando insetos. 153 — Eupetomena m. macroura (Gm.) Tesourão (Jacarepaguá) Às vezes na Quinta da Bôa Vista, Ilha do Governador etc. Em Sta. Teresa praticava sua parada nupcial em 11-1-1964. 154 — Aphantochroa cirrochloris (Vieill.) Beij aflor-cinza São Conrado. Obtido por Natterer na cidade. Comunicou S. Maia (1851: 61-63, 46) interessantes dados biológicos sôbre êste beijaflor, baseando-se em observações feitas no Rio Co-mprido. 155 — Amazilía versicolor (Vieill.) Beijaflor-verde-azulado 1 $ , Res. Biol. de Marapendi, 16-VIII-1961, A. Coimbra F? & A. Magnanini; C.P.F. Beira de mata. Bico do Papagaio, Tijuca (com. verb. A. Ruschi). 156 — Amazilia fimbriata tephrocephala (Vieill.) Beijaflor-da-praia 1 ^, Res. Biol. de Marapendi, 16-VIII-1961, A, Coimbra F? & A. Magnanini; C.P.F. Comum nas restingas. Em Santa Teresa em flores de Thunhergia alatn (l-Vl-1961). 157 — Hylocharis c. cyanus (Vieill.) Beijaflor-roxinho-de-bico-vermelho 1 Reprêsa Rio Grande, 18-11-1965, F. M. Oliveira; C. S. Obtido por Natterer em Sepetiba. 158 — Hylocharis sapphirina latirostris (Wied) Beijaflor-roxinho Beira da mata. Floresta da Tijuca (com. verb, A. Ruschi). 159 — Chlorostübon aureoventris pucherani (Bourc. & Muls.) Beijaflor-verde-ouro 1 $ , Juv.j Marapendi. 16-VIII-1961. A. Coimbra P?; C.P.F. Em jardins à procura de flores de Compositae p. ex., em Santa Teresa. ARQUIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL LIII — 1963 131 160 — Thalurania glaucopis (Gm.) Tesourinha-verde Santa Teresa, São Conrado etc. Em frente à Estação Biológica da Tijuca chocando em 28-VI-Í963. 161 — Colibri serrirostris (Vieill.) Beijaflor-de-canto 1 juv., Recreio dos Bandeirantes, 2-XI-1958, K, Mielke Comum na restinga de Jacaré paguá. 162 — Anthracothorax n. nigricollis (Wieill.) Beijaflor-de-papo-preto Obtido por Natterer em Sepetiba. 163 — Chrysolampis mosquitus (Ld Beijaflor-vermelho Chrysolampís elatus (L.) Capturado vivo em São Conrado por E. Beraut. 164 — Polytmus guainumbi thaumantias (L,) Dourado (Jacarepaguá) 1 ^,1 $, Res. Biol de Marapendí, 5-X-1962, C. Angeli; C,P,F. Região de Jacarepaguá, restinga, sítios etc. 165 — Leucochloris albicollis (Vieill) Beijaflor-de-papo-branco Observado por A. Ruschi e A. C. Brade por volta de 1944 no cume do Bico do Papagaio (975m), Aparece também no Parque da Cidade durante a floração das laranjeiras (com. verb. A. Ruschi), Descobriu-S. Maia (1851:63) 0 ninho deste beijaflor no Rio Comprido. Citado também por Goeldi para os arredores da cidade. 166 — Clytolaema rubricauda (Bodd.) Papo-de-fogo Registrado por S. Maia (1851:46) em Inhaúma. Ainda hoje em São Con¬ rado (com, verb. E, Beraut). 167 — Heliotryx auritus auriculatus (Nord.) Beijaflor-verde-e-branco Parque da Cidade, em flores de laranjeiras (com. verb. A. Ruschi). 168 — Heliomaster squamosus (Temm.) Beijaflor-de-bico-grande São Conrado (com, verb, E. B eraut). 169 — Calliphlox amethystina (Bodd.) Beijaflor-zumbidor São Conrado (com. verb. E. Beraut). 170 — Lophornis magnificus (Wieill.) Beijaflor-de-topete Obtido por Natterer na cidade. Observado em Santa Teresa, em flores de Hibiscus, em outubro de 1962. 171 — Popelairia i. langsdorffi (Temm.) Rabo-de-espinho Beijaflor descoberto no Rio de Janeiro por M. Langsdorff, cônsul russo 132 KICK, HELMUT & PABST L. F. — AS AVES DO KIO DE JANEIRO na côrtCj no começo do século passado. Segundo observações de Mr. Reeves, naquele tempo cônsul inglês, a Popelairia em certos anos é frequente, em outros é rara; os indivíduos novos aparecem na cidade em julho, adultos somente em setembro-outubro e desaparecem todos em novembro (Gould 1854:128). Registrada também por Goeldi (op. cit.: 224) para a cidade: à procura de flôres de cactáceas. V. frontispício. Ordem COR ACIIFORMES Família ALCEDINIDAE 172 — Megaceryle t, torquata (L.) Martim-pescador Baía da Guanabara, Ilha do Go vernador. Sobrevoa às vezes o centro da cidade, bem alto. 173 — Chioroceryle amazona (Lath.) Martim-pescador Obtido por Natterer em Sepeliba. Observado por Mitchell na Lagoa Ro¬ drigo de Freitas. 174 — Chioroceryle americana mathewsi Laub. Martim-pescador-pequeno Baía da Guanabara, Ilha do Governador, foz do Rio Meriti. Família MOMOTIDAE 175 — Baryphthengus ruficapillus Vieill. Juruva 1 Vista Chinesa, 4-V-1965; E. Gasparian; M. N, Matas da Serra da Carioca e da Floresta da Tijuca. Enche a mata com sua voz, de madrugada e à tarde. Ordem PICIFORMES Família GALBt/LJDAE 176 — Galbula r. rufoviridis Cab. Chupa-flor-do-mato-virgem (Sepetiba) Obtido por Natterer em Sepetiba, Família BUCCONIDAE 177 — Nystalus chacuru (Vieill.) João-bôbo Desde 1956 notado por Sick em Santa Teresa. Trai-se pelo seu canto em setembro e outubro. Em lO-XI-1961 cantou também perto do Silvestre. 178 — Malacoptila s. striata (Spix) João-barbudo 1 Floresta da Tijuca, 16-111-1966, E. S. Lima; C. S. Matas da Serra da Carioca. Observado na região do Sumaré em 18-VII- 1959 e perto do Silvestre em 10-XI-1G61. Mitchell observou a espécie em ;.HQLiVOS DO MUSEU NACIONAL - ■ VOL. LIII — 1963 133 Paineiras e na íicresta da Tijuca. No tempo de Gõeidi ocorria em Sao Cris¬ tóvão, em lugares sombreados, perto das casas. 179 — Chelidoptera tenebrosa brasiliensis Scl. Urubúzinho Obtido por Natterer em Sepetiba. í amília RAMPHASTIDAE 180 — Kamphastos viteliinu.' ariel Vig. Mata do Pau da Fome (1964) 181 — Pteroglossus aracari wiedii Sturm Araçari (Sepetiba) Obtido por Natterer em Sepetiba. Existia ainda por volta de 1955 na beira da Lagôa do Camorim (com, verb. A. I. L. Nin B''erreira) 182 —■ Selenidera m. maculirostris (Licht.) Araçari-poca Matas altas da Serra da Carioca. Observado há alguns anos perto do Silvestre (Sick) Tucano-de-bico-pretn Tucano-de-papo-amarelo Família PICIDAE 183 — Colaptes c. campestris (Vieili.) Picapau-do-campo Observado algumas vêzes por Sick na Quinta da Bòa Vista (9.VIII.1961, 30-Vin-1963, 22-V-1964). Apareceu também em Santa Teresa (26-VIII~1956). 184 — Tripsurus flavifrons (Vieili.) Benedito Quase sempre no Jardim Botânico. (Sick 9-VI-1964, 13-VI-1964 e em ou¬ tras ocasiões). 185 — Piculus flavigula erythropsis (Vieili.) Picapau Matas da Serra da Carioca, Vista Chinesa. Mitchel o viu no Parque da Cidade. Obtido por Natterer perto da cidade. 186 -— Celeus f, flavescens (Gm.) Picapau-de-cabeça-amarela Observado por Mitchell no Parque da Cidade. Obtido por Natterer em Sepetiba. 187 — Veniliornis maculifrons (Spix) Picapau Provavelmente o picapau mais comum desta região. Matas, Quinta da Bòa Vista, Parque da Cidade, Santa Teresa etc. Obtido por Natterer na ci¬ dade. 188 — Picumnus c. cirrhatus Temm. Picapauzinho 1 4,1 ç , Floresta da Tijuca, 10 e 23-III-1966, E. S. lima; C, S. Matas, parques e jardins arborizados. 134 SICK, HELMUT & PABST L. F. — AS AVES DO RIO DE JANEIRO Ordem PASSERIFORMES Família DENDROCOLAPTIDAE 189 — Xiphocolaptes a. albicollis (VieüL) Arapaçu-grande Agarradeira, Residente na mata do Pau da Fome (6-XII-1964). Obtido por Natíerer perto da cidade. 190 — Xiphorhynchus g. guttatus (Licht.) Picapau-vermelho Obtido por Natterer perto da cidade. 191 — Lepidocolaptes f. fuscus (Vieill,) Arapaçu 1 ^ ; Pau da FomCj 12-VII-1959, K. Mielke 2 2 5 , Floresta da Tijuca, 16 e 19-III-1966, E. S. Lima; C. S. Matas da Serra da Carioca e Floresta da Tijuca. 192 — Campylorhamphus trochilirostris falcularius (Vieill.) Arapaçu-de-bico-torto Obtido por Natterer perto da cidade. 193 — Sittasomus griseicapillus sylviellus Temm. Arapaçu 1 2, 1 insex., Floresta da Tijuca, 21 e 31-III-1966, E. S.. Linía; C. S. Mata, na região a espécie mais comum da família, de identificação fácil pela plumagem ou pela voz. 194 — Dendrocincla turdina Licht. Arapaçu 2 2 2) Floresta da Tijuca, 19-III-1966, E. S. Lima; C. S. Matas (Silvestre, Corcovado, Floresta da Tijuca etc.), não raro traindo- se pelo canto. Família FURNARIIDAE 195 — Furnarius rufus badius (Licht.) Residente, p. ex., na Quinta Campo Grande e Santa Cruz. João-de-barro da Bôa Vista e na região de Jacarepaguá, 196 — Synallaxis s. spixi Scl. Observado por Sick no Pico da Tijuca (22-Vin-1959) samambaia-das-tapéras. João-teneném numa formação de 197 — Certhiaris cinnamomea russeola (Vieill) João-teneném-do-brejo (Sta Cruz) Lugares brejosos, p. ex., na região de Jacarepaguá. Obtido por Natterer perto da cidade. ARQUIVOS DO MUSEU NACIONAL VOL. LIII — 1963 135 198 — Philydor aíricapillus (Wied) Arapaçu Matas da cidade, p. ex., Reprêsa dos Ciganos (17-1-1965). Obtido por Natterer perto da cidade. 199 — Philydor r. rufus (Vieill.) Arapaçu Obtido por Natterer nas matas do Corcovado. 200 — Automolus 1. leucophthalmus (Wied) Arapaçu Comum nas matas da cidade (Silvestre, Parque da Cidade, Vale da Gᬠvea Pequena etc.) 201 — Xenops m. minutus (Sparr.) Arapaçu 1 5 ,Covanca, 23-VIII-1959, K. Mielke 2 ^ Floresta da Tijuca, 19 e 31-III-1966, E. E. Lima; C. S. Matas, às vezes no mesmo lugar que a espécie seguinte. Visto alimen¬ tando os filhotes, no Silvestre (16-X-1960). 202 — Xenops r. rutilans Temm, Arapaçu 1 ^ , Três Rios, 25-IX-1960, K. Mielke Matas da cidade, v. espécie anterior, 203 — Sclerurus s. scansor (Mén.) Vira-folha 1 insex,, Usina da Tijuca, VII-1963, H. Travassos e J. F. Teixeira de Freitas; M. N. 2 o o, Floresta da Tijuca, 19 e 23-III-1966, E. S.. Lima; C.'^S. Escondido no chão das matas mais fechadas (Silvestre, Floresta da Tiju¬ ca etc.). Trai-se pelo canto forte e límpido (agosto). 204 — Lochmias n. nematura (Licht.) Macuquinho 1 Floresta da Tijuca, 11-111-1966, E. S. Lima; C. S. Perto de córregos dentro da mata (Parque da Cidade, Floresta da Ti¬ juca etc.), muito escondido .mas facilmente reconhecível pela voz. Família FORMICAKIWAE 205 — Hypoedaleus guttatus (Vieill.) Chocão 1 Pau da Fome, 12-Vn-1959, K. Mielke Obtido por Natterer perto dacidade. 206 — Thamnophilus p. palliatus (Licht.) Choca-parda (Sepetiba) Copas de árvores, p. ex., em Santa Teresa. Obtido por Natterer na ci¬ dade e em Sepetiba. 207 — Thamnophilus punctatus ambiguus Swains. Choca (Sepetiba) 1 ^,1 9, Restinga de Jacarepaguá, 30“Vni-1961 e 5~X-Í962, A. Magnanini; C.P.F. 2 ^ , Reprêsa Rio Grande, 15-1 e 7-II-1966, F. M. Oliveira; C. S. Comum na região' de Jacarepaguá, Ilha do Governador, Obtido por da cidade por Natterer. 186 SICK, HELMUT & PABST L. F. -- AS AVES DO RIO DE JANEIRO 208 —■ Dysithamnu- stictothorax (Temm.) Papa^formiga 2 0 9, Floresta da Tijaca, 31-ÍII-1966, E. S. Lima; C. S. Comum nas matas da cidade, v. espécie seguinte. 209 — Dysithamnus m. mentalis (Temm.) Papa-formiga 4 ^ , 4 9 9 , Floresta da Tijuca, 21, 23, 25 e 31-III-1966, E. S. Lima; C. S. Comum nas matas altas, às vezes junto com a espécie anterior. 210 — Thamnomanes c. caesius (Temm.) Choca Comum na;? matas da cidade, muito loquaz, acusando tôda novidade. 211 — Myrmotherula gularis (Spix) Papa-formiga 1 ri , Três Rios, 15-VIII-1960, K. Mielke 1 d’, 1 Represa Rio Grande, 21-1 e 12-11-1966, F, M. Oliveira; C. S. Matas da Serra da Carioca, sempre perto do chão, ao lado de córregos cobertos de vegetação. 212 -— Myrmotherula axillaris luctuosa Pelz. Papa-formiga Matas altas da cidade, p. ex., no Corcovado, 213 — Myrmotherula unicolor (Mén.) Paps -formiga 1 ^ , Três Rios, 5-VI-1960, K. Jclielxe 1 , Pau da Fome, 26-III-1961, K Mielke; M, N. Matas da cidade. 214 — Herpsilochmus r. rufimarginatus (Temm.) Papa-formiga 1 Juv., Covanca, 7-IX-194S, K. Mielke Matas altas (Silvestre) ou em matas baixes de restinga (Jacarepaguá), nas copas. Obtido por Natterer perto da cidade. 215 ■— Drymophila s. squamata (Licbt.) Chcquinha (GB) 1 Represa Rio Grande, 13-11-1966, F. M. Oliveira; C. S. Comum nas matas altas e úmidas, nas ramagens baixas. Obtido por Nat¬ terer em Sepetiba. 216 ■— Terenura maculata (Wied) Papa-formiga Nas ramagens altas e densas das matas, p. ex., Silvestre e Reprêsa dos Ciganos. Natterer o obteve perto da cidade. 217 — Cercomacra brasiliana Hellm. Choca Registrado por Burmeister (1856.111:67) nos arredores da cidade. 218 — Pyriglena leucoptera (Vieill.) Papa-formiga 1 , Floresta da Tijuca, 23-111-1966, E, S. Lima; C, S, Matas e capoeiras, trai-se de longe pela voz forte. 219 ■— Myrmoderus loricatus (Licbt.) Papa-formiga No chão das matas altas úmidas, p, ex., na Floresta da Tijuca e Três Rios (V.1960), Não comum. ARQUIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. LIII — 1983 137 Família CONOPOPBAGIDAE 220 Conopophaga m. melanops (Vieill.) Cuspidor 1 $ , Três Rios, 28-1-1959, K. Mielke 1 Usina da Tijuca, ¥11-1963, H. Travassos e J. F, Teixeira cls Freitas. Matas, p.ex., Paineiras, Corcovado, Gávea Pequena, Tijuca. Trai-se pe¬ lo “cuspir"’ e canto forte e límpido (setembro). 221 — Corythopis delalandi (Less,) Estalador Obtido por Natterer perto de Sepetiba e nos arredores da cidade. Família COTINGIDAE 222 — Laniisoma elegans (Thunb.) Araponguinha-carijó Registrado por Descourtilz (op. cit, : 26, pl. 29, fig. 3) no Corcovado. 223 “ Phibalura flavirostris Vieill. Obtida por Natterer perto da cidade. Tesourinha 224 — Calyptura cristata (Vieill.) Tietê-de-coroa Obtido por Delalande nos arredores da cidade (Pinto, 1944:15). Espé¬ cie rara. 225 —■ Attila r, rufus (Vieill.) Tinguaçu Obtido por Natterer perto de Sepetiba. Registrado por Mitcbell no Par¬ que da Cidade, Sick ouviu-o cantando no Corcovado (7-XII-1955) e em San¬ ta Teresa (24-IIT-1957). 226 — Rbyíipterna s. simplex (Licht.) Obtido por Natterer perto da cidade, 227 — Pachyramphus v, viridis (Vieill.) Obtido por Natterer perto da cidade. Araponguinha-fumaça Caneleirinho-verde 228 — Pachyramphus polychopterus spixil (Swains.) Caneleirinho-preto Obtido por Natterer perto da cidade e em Sepetiba. 229 — Pachyramphus m. marginatus (Licht.) Obtido por Natterer perto de Sepetiba. 230 231 Caneleirinho Caneleiro Piatypsaris r. rufus (Vieill.) Obtido por Natterer perto da cidade e em Sepetiba. Pyroderus s. scutatus (Shaw) Pavó Há poucos anos ainda foi visto na Floresta da Tijuca (A. F. Coimbra F'-^ com verb.). Obtido por Natterer perto da cidade. 138 SICK, HELMUT & PABST L. F. AS AVES DO RIO DE JANEIRO 232 — Pracnias nudicollis (VieiU.) Araponga (Kio) Existe ainda nas matas da Represa Rio Grande (Campos Seabra com, verb.). Visto nas matas que circundam o Parque da Cidade ainda em 1965^ não se tratando, aparentemente, de aves fugidas de gaiola (A. J. L, Nin Fer¬ reira com, verb.). Obtida por Natterer perto da cidade e de Sepetiba. Família PIPRIDAE 233 — Machaeropterus r. regulus (Hahn) Galo-do-mato (Rio) Visto por Mitchell perto de Paineiras, no Corcovado 27-Vin-1953, de onde foi citado também por Descourtilz (op.cit.:36). Obtido já por Natterer perto da cidade. 234 — Chiroxiphia caudata (Shaw & Nodd.) Tangará Comum nas matas do Rio, p. ex., Corcovado e Floresta da Tijuca. 235 — Ilicura miiitaris (Shaw & Nodd.) Tangaràzinho 3 5^,3 9 Floresta da Tijuca, 13, 19, 27 e 31-111-1966, E. E. Lima; C, S. Matas altas da Serra da Carioca, Floresta da Tijuca etc. Não é raro, mas difícil de ver nas copas das árvores. Obtido por Natterer perto da cidade. 236 — Manacus manacus gutturosus (Desm.) Rendeira (Sepetiba) 29 $, Floresta da Tijuca, 9 e 27-III-1966, E. S. Lima; C. S. Capoeiras e beiras de matas, p. ex., Parque da Cidade, Silvestre, Joá, Dois Irmãos, região de Sernambetiba e Ilha do Governador. 237 — Schif fornis virescens (Lafr.) Tangará-verde 1 s* Floresta da Tijuca, 31-III-1966, E. S. Lima; C., S. Matas e capoeiras densas, p. ex., Paineiras, Vista Chinesa, Estação Bio¬ lógica da Tijuca etc. Trai-se pelo canto, durante quase todo ano. Famüia TYRANNWAE 238 — Xolmis cinerea (Vieill.) Primavera Residente na Quinta da Boa Vista, onde é observado desde 1960. Can¬ ta nos lugares mais expostos, como no par a-raios do Museu Nacional ou. no alto das palmeiras-reais em torno do prédio do Museu. Já observada no alto de arranha-céus p. ex., da Av Rio Branco e Mal. Câmara (X-1957). 239 — Xolmis velata (Licht.) Maria-branca Encontramos 1 exemplar perto do Rio Guandu, em Santa Cruz (30-V -1965). 240 — Colonia c. colonus (Vieill.) Viuvinha Aparece esporadicamente, vindo da Serra do Mar. Vista no Jardim Bot⬠nico (9-VI-1964) e na Pedra Dona Marta. ARQUIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. LIII — 1963 139 241 — Knipolegus nigerrimus (Vieill.) Maria-preta Lugares altos, como o Pico da Tijuca (15-XII-1963) e Corcovado (7- -X1L1955) onde Natterer já a encontrou. 1 casal na Estrada do Redentor, lugar aberto e pedregoso ll-IX-1959). 242 — Fluvicola climazura (Vieill.) Lavadeira Em 1959 J. Corrêa Gomes Jr., do Jardim Botânico, informou que apa¬ rece desde iiá alguns anos no lago da “Seção Amazônica” do Jardim. Sick observou ali um casal com dois filhotes (19-V-1959). Recentemente as Lava- deeiras foram mortas ou afugentadas por meninos. 243 — Arundinicola leucocephala (L.) Viuvinha (Sta, Cruz) Em brejos, p. ex., na região de Jacarepaguá. Obtida por Natterer perto da cidade e de Sepetiba. 244 — Pyrocephalus r. rubinus (Bodd.) Verão Obtido por H. F. Berla na Restinga de Sernambetiba, em 28-VIII-1946 (Novaes 1950:205) 245 — Satrapa icterophrys (Vieill.) Suiriri Obtido por H, F. Berla na Restinga de Sernambetiba (Novaes 1950:205). 246 — Machaetornis r. rixosa (Vieill.) Siriri-do-campo Residente na Quinta da Bôa Vista, onde é observatío desde 1961. Nidifi¬ ca em palmeiras; filhotes recém saidos dos ninhos em novembro de 1963. 247 — Muscivora tyrannus (L.) Tesoura Aparece às vezes na Quinta da Bôa Vista. Um casal na Ilha do Gover¬ nador (6-X-1963). 248 — Tyrannus m. melanchohcus Vieill. Siriri Comum em lugares arbonizados. Na cidade pousa também em edifícios, caçando insetos, saindo e voltando às antenas de televisão. 249 — Empidonomus v. varius (Vieill.) Peitica Observado por Sick perto do Silvestre (18-11-1962). 250 — Myiodynastes solitarius (Vieill.) Bentevi-riscado (Rio) Nas matas, p. ex., Floresta da Tijuca (21-III-1963). procurando lugar para fazer o ninho, perto do Silvestre (2-X-1960). 251 — Megarynchus p. pitangua (L.) Nei-nei Obtido po^r Natterer perto de Sepetiba. 252 — Myiozetetes simiiis pallidiventris Pinto Bentevi-pequeno 1 , ^ , Covanca, 23-VIII-1959 Matas e parques da cidade, p. ex., Santa Teresa, Jardim Botânico. 140 SICK, HELMUT & PAEST L. F, — AS AVES DO RIO DE JANEIRO 253 — Pitangus sulphuratus maximiliani (Cab, & Heine) Bentevi Comum em Lugares arbonizados. Até no centro da cidade, (Cinelândia, Passeio Público, Praça da República) construindo ninho em setembro/ou- tubro de 1959. 254 — Myíarchus ferox australis Hellm. Maria-cavaleira 2 (5 ^ , Marapendi, 15-XII*1960, César; C.P.F. Beira de mata e capoeira, e restinga. Também obtida por Natterer per¬ to da cidade. 255 — Myiarchus tuberculifer tricolor Pelz. Maria-cavaleira Obtida por Natterer perto de Sepetiba. 256 — Contopus c. cinereus (Spix) Chumbinho 1 ç , Covanca, 29-V-1960, K. Mielke 1 á , Três Rios, 3-VII-1960, K. Mielke ■ Nas matas. Já obtido por Natterer perto da cidade. 257 — Empidonax e. euleri (Cab.) Enferrujado 1 9 , Três Rios, 15-VIII-1960, K. Mielke Comum nas matas e parques, às vêze*s também em jardins arbonizados, p. ex., Santa Teresa. 258 — Cnemotriecus f. fuscatus (Wied) Guaracavuçu 1 5 , Marapendi, 27-IX-1961, A. Coimbra FV; C.P.F. Em capoeira e mata de restinga. Esporàdicamente *em Santa Teresa (2- X-1959, ll-IV-1963, 9-IV-1964). Obtido por Natterer perto da cidade. 259 ■— Myiobius barbatus mastacalís (Wied) Assanhadinho 1 Floresta da Tijuca, 21-111-1966, E. S. Lima; C. S. Em mata, observado por C. G. Sibley e Sick na Estrada do Sumaré (11- VIII-1956); por Sick na Floresta da Tijuca (7-XI-1959) e perto do Silvestre (2-X-1960). Visto por Mitchell no Parque da Cidade. 260 — Myiophobus fasciatus flammiceps (Temm.) Filipe Em capoeira e mata rala, p. ex. Santa Teresa, Jacarepaguá e na Ilha do Governador, 261 —' Hirundinea b. bellicosa (Vieill.) Birro Vive perto de pedreiras. Adapta-se facilmente à vida na cidade; visto no alto dos edifícios do centro (Av. Rio Branco, Rua da Glória, Av. Franklin Roosevelt) . Nidifica na fachada do Mu^eu Nacional. Sempre no alto do Cor¬ covado. 262 — Piatyrinchus m. mystaceus Vieill. Patinho 1 insex., Três Rios, l-X-1959, K. Mielke 1 9 , Reprêsa Rio Grande, 7-II-1966, F. M, Oliveira; C. S. Nos arbustos baixos de mata fechada, Silvestre (17-IX-1960) e Flores¬ ta da Tijuca (21-1-1963). Obtido por Natterer perto da cidade. ARQUIVOS DO MUSEU NACIONAL -- VOL, LIII — 1963 141 263 — Tolmomyias s. sulphurescens (Spix) Bico-chato Conium nas matas (Silvestre, Flore^.ta da Tijuca, Gávea Pequena, Re¬ presa dos Ciganos). Vê-se freqüentemente seus ninhos pendentes, pretos, em forma de bolsa. Alimentando as filhotes em 7-XÍ-1959. 264 — Tolmomyias f. flaviventris (Wied) Bico-chato Típico para as matas ralas de re tinga e capoeiras pobres, p, ex. Ilha do Governador e Jacarepaguá. 265 — Todirostrum cinereum coloreum (L.) Relógio 1 insex,, rha das Cobras, V-1963, H. Travassos e J. F. Teixeira de Freitas Beira de mata, parques e jardins arbonizados, p. ex., Quinta da Bôa Vis¬ ta e Santa Teresa. 266 — Todirostrum poliocephalum (Wiedd) Teque-teque 1 Restinga de Jacarepaguá, 30-Vin-1961, Cesar; C.P.F. 1 insex., Usina da Tijuca, VII-1963, H, Travassos e J. F. Teixeira de Freitas Ocorre nos mesmos lugares que a espécie anterior. Obtido por Natterer perto da cidade. 267 — Euscarthmornis orbitatus (Wied) Cagasebo 1 , Três Rios, 3 "VII -1960, K. Mielke Em mata, construindo o ninho perto do Silvestre (12-Vni-1961). Obitodo V- por Sandig no Rio Comprido (Schneider-Sick 1962:9). Colecionado por Nat- íerer perto da cidade. 268 — Myiornis a. auricularis (Vieill.) Cigarra 1 Covanca, 21-IX-1958 Beira de mata, p. ex. Silvestre e Parque da Cidade, Obtido por Natterer perto da cidade. 269 ■— Phylloscartes oustaleti (Scl.) Cagasebo-verde Obtido por Galot no Corcovado (Hellmayr Cat. V:353). 270 — Capsiempis f. flaveola (Licht.) Amarelinho Beira de mata e capoeira densa, p. ex., Ilha do Governador, Jardim Bo¬ tânico, ocasionalmente em Santa Teresa (17-1- e 27-11- 1960). Obtido por Natterer perto da cidade. 271 — Euscarthmus m. meloryphus Wied Barulhento, João-bôbo (I, do Gov.) Em capoeira baixa e emaranhada, p. ex. Santa Teresa, Pedra Dona Mar¬ ta, Ilha do Governador e Barra da Tijuca. 272 — Pseudocolopteryx ^clateri (Oust.) Amarelinho-do-brejo 1 V, Lagôa de Jacarepaguá. 6-VI-1964, H. Sick; M. N. Vive escondido nos varjões, difícil de ser observado. 142 SICK, HELMUT & PABST L. F. — AS AVES DO RIO DE JANEIRO 273 — Serpophaga subcristata (VieilL) Alegrinho Aparece às vezes na GB no inverno, p. ex. Quinta da Bôa Vista (19-VIB 1963 e fim de março de 1966) e Santa Teresa (27-VII-1959). 274 — Elaenia f. flavogaster (Thunb.) Maria-acordada (I. do Gov*) Comum em capoeiras, parques e jardins arbonizados, como Santa Teresa, Ilha do Governador e a região de Jacarepaguá. Canta durante todo ano. 275 — Elaenia obscura sórdida Zimm. Citado por Pinto (1944:275) para Manguinhos. Guaracava 276 — Camptostoma o. obsoletum (Temm.) Risadinha 1 $, Lagoinha (Jacarepaguá), 20-IX;,1961, Cesar, C. P. F. Comum em capoeiras, parques e jardins arbonizados, p. ex. Santa Tere¬ sa, Quinta da Bôa Vista, Ilha do Governador, Jacarepaguá e Santa Cruz. 277 — Phyllomyias fasciatus (Thun.) Cagasebinho 1 s , Covanca, 17-VII-1960, K. Mieike Já obtido por Natterer perto da cidade e de Sepetiba. 278 — Leptopogon a. amaurocephalus Tsch. Cabeçudo 2 ^ á , 3 9 Floresta da Tijuca, 19, 23 e 31-111-1966, E. S. Lima; C. S, Comum nas matas, Silvestre, Estação Biológica da Tijuca etc. 279 — Pipromorpha rufiventris (Cab.) Supi 1 insex., Pau da Fome, 12-VII-1959, K. Mieike 1 o , 2 insex., Floresta da Tijuca, 11 e 27-III-1966, E. S. Lima; C. S. Em mata. Já obtido por Natterer perto da cidade. Família OXYRUNCIDAE 280 — Oxyruncus cristatus (Swains.) Araponga-da-horta Matas altas, nas copas p. ex., Vista Chinesa (17-X-1959), Floresta da Ti¬ juca (22-VIII-1959) e Paineiras (2 ^X-1960 e 2-VII-1961), em tôdas essas oca¬ siões cantando. Obtido por Natterer perto da cidade. Família HIRUNDINIDAE 281 — Progne chalybea domestica (Vieill.) Andorinha-grande 1 ^,1 2, Recreio dos Bandeirantes, 29-XI-1958, K Mieike, M. N., exposição Nidificava há alguns anos na Igreja da Penha. Migra, aparecendo em agosto, tem sido vista também em Santa Teresa e outros bairros. 282 — Phaeoprogne tapera fusca (Vieill.)' Taperá 1 insex., Manguinhos, VII-1963, H. Travassos e J. F. Teixeira de Freitas Regularmente na Quinta da Bôa Vista onde, para procriar, procura os ninhos de João-de-barro ou as bicas das calhas do Museu Nacional. Também nas restingas, Ilha do Governador etc. ARQUIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. LIII --- 1963 143 283 — Stelgidopteryx r. ruficollis (Vieill.) Uiriri Aparece periòdicamente, em pequeno número, por todo Estado. Nidifica em buracos de barranco, ou mesmo de parede, comi foi observado em Santa Teresa, saindo os filhotes em dezembro de 1960. 284 — Alopochelidon fucata (Temm.) Andorinha-de-cabeça-vermelha Espécie meridional que aparece no inverno. Vimos algumas perto do Rio Guandu, em Santa Cruz (30-V-1965), voando baixo sôbre o varjão junto com algumas Iridoprocne leucorrhoa^ pousando às vezes na estrada de terra. 285 — Pygochelidon c. cyanoleuca (Vieill.) Andorinha-de-peito-branco A andorinha mais comum da GB, pode ser vista por tôda parte, pousada em fios elétricos ou caçando insetos em vôo. No inverno se juntam em ban¬ dos. Nidificam em buracos de muro cu embaixo de telhados; os filhotes saem de fins de outubro a janeiro. 286 — Hirundo rústica erythrogaster Bodd. Andorinha-tesoura Migra da América do Norte. Um bando foi visto no Recreio dos Ban¬ deirantes (M. Altmann e Sick, lO-X-lQõQ), na maioria filhotes. Nunca foi observada sôbre a zona urbana. V. cap. V, nota 5. 287 — Iridoprocne leucorrhoa (Vieill.) Andorinha Alguns exemplares perto do Rio Guandu, em Santa'" Cruz (30-V-1965). Comum no RJ. Família TROGLODYTIDAE 288 — Thryothorus 1. longirostris Vieill. Fidirico-Pompeu (I. do Gov.) ( Corruiruçu Capoeira densa e mata baixa, p.ex., Silvestre, São Conrado, Jacarepaguá, Ilha do Governador etc. Obtido por Natterer perto da cidade. 289 — Troglodytes m. musculus Naum. Cambaxirra (Rio) Uma das aves mais comum e mais ligadas às moradias humanas. Ocor¬ re também em capoeira e até em regiões descampadas. Família MIMIDAE 290 — Mimus gilvus antelius Oberh. Sabiá-da-praia (Marambaia) Ave típica da restinga, já obtida por Natterer na Marambaia; onde ain¬ da ocorre. Restinga de Sernambetiba (Novaes 1950:206). Tudo nos leva a crer que há na GB, outrossim, o Sabiá-do-campo Minus satuTThinus (Licht.). Encontramo-lo no Mun. de Itaguaí, RJ, nas imediações da GB (20-VI-1965). 144 SICK, HELMUT & PABST I.. F. AS AVES DO RIO DE JANEIRO 2üi Düna^übius a. aUicapülua (L.) Assobia-cachorro (Lagoa Feia, RJ) Em brejo extenso, C. Hartshorne e Sick encontraram um exemplar can¬ tando na beira da Lagôa de Marapendi (20-IX-1959), Às portas da GB (Ita- guaí, Vl-1965). Família TÜRDIDAE 292 — Turdus a. albicollis Vieill. Sabiá-coleira Geralmente o sabiá mais comum em mata alta (Serra da Carioca, Flores¬ ta da Tijuca, Vista Chinesa etcJ. E'm 17-IX-1960 construindo ninho perto do Silvestre. Aumenta em número no inverno. Obtido por Natterer perto da cidade, 293 — Turdus amaurochalinus Cab. Sabiá-poca 1 (í', Marapendi, 27-XII-1960, A. P,, Coimbra ÍP; C.P.F. Beira de mata, parques, p. ex. Jardim Botânico, Paineiras; mata rala de restinga, p, ex. região de Jacarepaguá, e na área do Instituto O.-waldo Cruz. No inverno aumenta muito em número, devido aos indivíduos migrantes, aparecendo então também nos manguezais (Ilha do Governador etc); nessa época quase não cantam. 294 — Turdus i. leucomelas Vieill. ^ Sabiá-branco Somente em certos lugares, p. ex. no Jardim Botânico, onde nidifica. Natterer o obteve perto de Sepetiba. 295 — Turdus r. rufiventris Vieill. Sabiá-laranjeira O sabiá mais conhecido e comum da região, até no centro da cidade, on¬ de nidifica, p. ex. nas figueiras da Rua Santa Luzia. Canta muito de agosto em diante. Os filhotes saem de setembro em diante. 296 — Platycichla f. flavipes (Vieill.) Sabiá-una (Rio) 1 ç, Quinta da Bôa Vista, 22-VI-1961; M. N. Visitante no inverno, vindo da Serra do Mar, ou do sul, nas matas, parques e jardins arbonizados da cidade, às vêzes em quantidade (maio-agôs- to). Obtido nessa época também por Natterer, perto da cidade. No verão é raro. Ouviu Sick o canto pcrto do Corcovado (25-XII-1948), na Estrada do Redentor (17-IX-1959) e no Jardim Botânico (21-IX-1959). Família MOTACILLIDAE 297 — Anthus 1. lutescens Puch. Peruinho (Sta. Cruz) Tiroliro (I. do Governador) Regiões de Campo, p.ex. Itapeba, Pedra de Guaratiba, Santa Cruz. Já aparece no aterro da Glória. (VI-1965). ARQUIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. LIII — 1963 145 Família CYCLARHIDAE 298 -- Cyclarhis ochrocephala^Tsch.. Pitiguari 1 0^1 insex., Floresta da Tijuca, 31'III-1966 ,E. S. Lima;. C. S. Em mata; cantava na Estrada do Redentor em 17-IX-1959. Citado por Mitchell para o Parque da Cidade, Obtido por Natterer perto da cidade. Família VIREONIDAE 299 — Vireo c. chivi (Vieill.) Juruviara 1 insex., Usina da Tijuca, VII-1963, H. Travassos e J. F. Teixeira de Freitas Mata e capoeirão, p,ex,, Silvestre, Gávea Pequena, Marambaia, Ilha do Governador. Canta p.ex., em setembro. 300 -— Hylophilus t, thoracicus Temm, Vite-vite 1 á » 1 2, Restinga de Jacarepaguá, 25-VII-1961, Cesar, C,P,F. 1 9, Represa Rio Grande, 2-II-1966, F. M. Oliveira; C. S. Beira de mata, capoeira, mata rala de restinga; p.ex., Dois Irmãos e Jacarepaguá, Registrado por Novaes (1950:206) para a restinga de Sernam- betiba. Visita áreas arborizadas da cidade, p,ex., Santa Teresa, Obtido por Natterer num jardim da cidade. Família COEREBIDAE 301 — Chlorophanes spiza axillaris Zimm. Tem-tem Obtido por Natterer perto da cidade. 302 —■ Dacnis cayana paraguayensis Chubb Saí-azul 1 Represa Rio Grande, 3-II-1962, F. M. Oliveira; C. S. Beira de mata e capoeira, p,ex., Corcovado, Paineiras e Ilha do Gover¬ nador. Construindo ninho no Parque da Cidade em 5-X-1959, 303 — Coereba flaveola chloropyga (CabJ Chiquita (I. do Gov.) Cagasebo Um dos passarinhos mais comuns da GB, em todo lugar onde há arbus¬ tos e árvores com flores. Também na restinga e beira de mata. 304 — Conirostrum s. speciosum (Temm.) Sebinho 1 , Covanca, 26-IV-1959, K. Mielke Beira de mata, capoeira, parques, sempre nas copas p. ex. Santa Teresa e Quinta da Bôa Vista (com filhotes em 21-XII-1964). Obtido por Natterer em Sepetiba. 305 — Conirostrum b. bicolor (Vieilh) Sebinho-do-mangue 1 $, 1 2, Ilha do Governador, 25-XII-1964, L. F. Pabst; M. N. Típico dos manguezais, p.ex., na Ilha do Governador, Rio Piraquê etc. Já obtido por Natterer perto da cidade. 146 SICK, HELMUT & PABST L. P\ — AS AVES DO RIO DE JANEIRO Famíiia PARULIDAE 306 — Parula p. pitiayumi (Vieül.) Miriquita Compsothlypis p. pitiayumi tVieillj 1 ^ , Represa Rio Grande, 13-11-1966, F. M. Oliveira; C.S. Matas altas, nas copas, canta durante todo ano; p. ex., Silvestre. Obtido por Natterer perto da cidade. 307 — Geothlypis aequinoctialis veiata (Vieill.J Canário-do-brejo (Sta. Cruz) Capoeira baixa, beira de brejo. Comum, p. ex, na região de Ja.ca- repaguá, Guaratiba, Santa Cruz, Ilha do Governador, Também perto do Cen¬ tro, p.ex., Pedra Dona Marta. 308 — Basileuterus a. auricapillus (Swains.) Pula-pula 1 insex., Usina da Tijuca, vn-1963, H. Travassos e J. F. Teixeira de Freitas Matas, comum, p.ex., Silvestre, Sumaré, Floresta da Tijuca e Vista Chinesa. Família TERSINIDAE 309 — Tersina v. viridis (111.) Saí-andorinha 1 insex.j Usina da Tijuca, VII-1963, H. Travassos e J. F. Teixeira de Freitas Visita a GB entre janeiro e agosto, também em Santa Teresa, Observou Descourtilz (op. cit.: 24) nos arredores do Rio de Janeiro não se mostra senão de junho a julho, com as primeiras brumas matinais. Família THRAUPIDAE 310 ™ Chlorophonia c. cynea (Thunb.) Bonito-do-campo 1 Sete Quedas, Tijuca, 14-11-1941; M. N. 1 $ , Três Rios, 23-VI-1950, K. Mielke Dois exemplares observados em Santa Teresa (31-V-1964). Obtido por Natterer perto da cidade; também citado por Goeldí, 311 — Tanagra musica aureata Víeill. Gaturamo-rei 1 Sete Quedas, Tijuca, 13-1-1941, C. Lako; M. N. Periodicamente na região, p.ex., perto de Santa Cruz. (Humberto Ferreira, com verb.). 312 — Tanagra x. xanthogaster (Sund.) Gaturamo 1 s, Três Rios, ll-X-1959, K. Mielke 1 9 , Covanca, 5-VI-1961, K, Mielke Matas; observado perto do Silvestre em 2-X-1960, 313 — Tanagra chlorotica serrirostris (Lafr. & d‘Orb.) Vivi Beira de mata, parques e jardins arborizados. Aparece às vezes, no in¬ verno, na Quinta da Bôa Vista (p. ex, junho/64). No Jardim Botânico (28- XII-1961) também foi visto. Natterer o obteve perto da cidade. ARQUIVOS DO MUSEU NACIONAI VOU. LIII 19 3 147 314 — Tanagra Violacea aurantiicollis (BertJ Tietê (Sepetiba) Gaturamo 1 o, Floresta da Tijuca, 6-III-1966, E. S. Lima; C. S. Beira de mata^ parques e jardins arborizados. Aparece anualmente em Santa Teresa (julho, agosto, dezembro), Silvestre, Jardim Botânico (setem¬ bro) etc. Surpreende com excelentes imitações de vezes de outras aves. Obti¬ do por Natterer em Sepetiba. 315 — Tanagra pectoralis (Lath.) Ferro-veiho (Rio) 1 ^,3 ? Floresta da Tijuca, 8, 16 e 31-III-1966, E. S. Lima; C. S. Nas matas, p, ex., Silvestre e Parque da Cidade. Obtido por Natterer perto da cidade. 316 — Tanagra chaiybea Mikan Gaturamo-verde Citado por Desccurtilz (op. cit.: 29) para os arredores do Rio de Janeiro. 317 — Tanagreila velia cyanomelaena (Wied) Saira-diamante (Rio) Capturado vivo por E. Beraut em São Conrado, no começo de 1962. 318 —.Pipraeidea m. melanonota (Vieill.) Viúva 1 9, Restinga de Jacarepaguá, 1962, A. F. Coimbra F?; C.P.F. Beira de mata na Serra da Carioca, p. ex. Paineiras (construindo ninho em 15-XI-1962) e Hôrto Florestai. Também nas restingas. 319 — Tangara seledon (P. L, S. MüH.) Sete-côres Matas e parques (Corcovado, Tijuca, Jardim Botânico etc.). A saira mais comum da região. 320 — Tangara c. çyanocephala (P. L. S. Müll.) Saí-militar 1 9, Pau da Fome, 26-III-1961, K. Mielke Matas e parques (Corcovado, Tijuca). Às vezes associado a Tangara seledon. 321 — Tangara mexicana brasiliensis (L.) Cambada-de-chaves (Rio) Obtido por Natterer perto de Sepetiba. 322 — Tangara peruviana (Desm.) Cara-suja (Rio) Obtido por Novaes (1950:206) em agosto e setembro de 1946/47, na Res¬ tinga de Sernambetiba. Já colecionado por Natterer perto de Sepetiba e mencionado por Descourtilz (op. cit.: 31) para os arredores do Rio de Ja¬ neiro, tais como Porto-das-Caixas e Inhaúma, em maio, junho e julho, 323 Tangara cayana (L.) Saí-amarelo Observado por Mitehell na “Praia de Jacarepaguá” em 28-VII-1953. Es¬ pécie comum na Serra do Mar, RJ, aparece só excepcionalmente na GB. Su¬ põe Mitehell atração por “abundance of food.” 148 SICK, HEI.MUT & PABST L. F. - AS AVES DO RIO DE JANEIRO 324 — Thraupis s. sayaca (L.) Saí-açu Sanhaçu Um dos pássaros mais comuns da cidade, até no Centro, onde também nidifica (Cinelândia, Largo da Carioca etc). Em 1957 sairam filhotes em março e dezembro, 325 ■—■ Thraupis ornata (Sparr.) Sanhaçu-de-encontro Obtido por Natterer no Corcovado. Sick ouviu-o algumas vezes em San¬ ta Teresa (p. ex. 8-IV-1962 e 6-IV-1964), portanto no inverno. É comum na Serra do Mar. 326 — Thraupis p. palmarum (Wied) Sanhaçu-de-coqueiro Quase tãO' comum como T. sayaca. Muito ligado à existência de palmei¬ ras ( p. ex. Santa Teresa, Praia do Flamengo e Jardim Botânico). Filhotes em março (1957) e outubro (1955). i 327 — Ramphocelus bresilius dorsalis (Scl.) Tiê-sangue Pássaro dos mais belos do Brasil, antigamente comum na GB, hoje es¬ casso perto da cidade. Capoeira e beira de mata (Jardim Botânico e Laran¬ jeiras); mais freqüente nas restingas (Jacarepaguá e Ilha do Governadori. 328 — Piranga flava saira (Spix) Sanhaço-de-fôgo Registrado por Descourtilz (op. cit.: 28) na área da atual GB: . quel- ques individus égarés ont été tués à Inhaúma, près de*.Rio de Janeiro.” 329 ■— Habia r. rubica (Vieill.) Tiê-da-mata 1 ^ , 1 9, Floresta da Tijuca, 19 e 31-111-1966, E. S. Lima; C. S. Interior das matas, Serra da Carioca, Parque da Cidade, Gávea Peque¬ na, Tijuca etc. Trai-se pela voz barulhenta. 330 — Tachyphonus coronatus (Vieill.) Tiê-preto 1 $ , Covanca, 29-V-1960, K. Mielke Capoeira; visto na Ilha do Governador (25-11-1963). Espécie freqüente na Serra do Mar (Teresópolis etc). 331 — Tachyphonus cristatus brunneus (Spix) Tiê-galo (Rio) Em mata; relativamente comum na região. Associa-se às saíras. Obtido por Natterer perto da cidade. 332 — Hemithraupis r. ruficapiila (Vieill.) Pintasilgo-da-mata Z 9 , Três Rios, 1-III-1964, K. Mielke Beira de mata, parques, p. ex, Hôrto Florestal e Parque da Cidade. Em 1-III-1964 com filhotes (com. verb. K. Mielke). Já obtido por Natterer perto da cidade, 333 — Hemithraupis flavicollis insignis (Scl.) Pintasílgo-da-mata 1 5 , Três Rios, 23-XI-1958, K. Mielke 1 5,1 $, Covanca, 24-IV-1960 e 7-VIII-1960, K. Mielke Beira de mata, parques, p. ex., Silvestre e Parque da Cidade. ARQUIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOI,. LIII — 19G3 149 334 — Thlypopsis s. tordida (Lafr. & d‘OrbJ Canário-sapé 1 Bestinga de Jacarepaguá^ 30-VIII-1961, Oesar, C.P.F, Beira de mata, parques e jardins arborizados, p. ex., Santa Teresa e Quinta da Bôa Vista. Canta em todos os mêses. 335 — Schisto:hlamys r. ruficapdlus (Vieill.) Bico-de-veludo 1 o , Restinga de Jaearepaguá, 3-VIII-19G1, A. F, Coimbra F’; C.P.F. Capoeira e restinga; encontrado também perto do Silvestre, Pico da Ti- juca e Santa Teresa, 336 — Schistochlamys melanopis oUvina (Sc'.) Sai-veludo Observamos um exemplar, em 15-XI-1964, na região de Jacarepaguá. Família ICTERIDAE 337 — Psaracolius decumsnus maculosus Chap. Jabá (Marambaia) Japu Relacionado por Natterer 1 exemplar proveniente de Sepetiba, 'Torne- cido por Don Pedro”. 338 — Cacicus haemorrhous affinis Swains. Guaxe (Sepetiba) Obtido por Natterer entre Sepetiba e Santa Cruz. Parece existir ainda hoje (VI 1965) no último lugar. Em 23-11-1963 1 exemplar em Santa Teresa. 339 — Psomocolax o. oryvorus (Gm) Virabosta-grande (Sepetiba) Obtido por Natterer entre Sepetiba e Guaratiba. 340 — Molothrus b. bonariensis (Gm.) Chopim, Gaudério Parques e jardins, lugares abertos, com capim e grama. Gregário duran¬ te todo ano; no inverno formam grandes bandos. Deposita seus ovos em ninhos de outros pássaros, preferindo o Tico-tico, também na GB. Na Quin¬ ta da Bôa Vista é criado às vezes por Thraupis palmaruvi. Associa-se, ocasio¬ nalmente, aos pardais para dormir em densas árvores na cidade. 341 — Agelaius cyanopus Vieill. Iratauá Brejo; observado em 24-IX-1960 na Lagôs de Jacarepaguá (Schneider- Sick 1962:12). Informa José Francisco Cruz, M. N., que no; manguezais do Rio Meriti, divisa GB-RJ, vive o Garibaldi, Agelaius ruficapilhis (Vieill.). 342 —■ Gnorimcpsar c. chopi (Vieill.) Virabosta (Marambaia) Melro Esporadicamente na região, tornsndo-se já muito escasso por ser uma das espécies mais procuradas no comércio de pássaros. 150 SICK, HELMUT & PABST L. F. AS AVES DO RIO DE JANEIRO 343 — Leistes militaris superciliaris (Bonap,) Soldado Varjões, p. ex. na região de Jacarepaguá e de Santa Cruz. Seu apare¬ cimento na região da GB parece ser relativamente recente. Estamos na ex¬ pectativa de que a espécie venha a ocorrer, possivelmente, também nos gra¬ mados dos dois aeroportos da cidade. Família FRINGILLIDAE 344 — Saltator m. maximus (P. L. S. Müll.J Tempera-viola 1 $ , Covanca, 7-VII-1958, K. Mielke Matas, p. ex. Silvestre, Parque da Cidade e Covanca, nos mesmos luga¬ res que a espécie seguinte, porém menos frequente. Tral-se pelo bonito can¬ to (setembro-outubro). Obtido por Natterer perto da cidade. 345 — Saltator s. similis Lafr. & d‘ Orb. Trinca-ferro Matas e capoeiras, até em Santa Teresa. Canta muito de agosto em dian¬ te. Filhotes, p. ex., em 10-XI-196Í. V. espécie anterior. r 346 — Cyanocompsa cyanea sterea Oberh* Azulão Obtido por Natterer perto da cidade. Dizem que ainda existe na GB. Procuradíssimo pelos passarinheiros. 347 — Sporophila frontalis (Verr.) Pichochó Vistos alguns num taquaral na Floresta da Tijuca*^ (7-XI-1959), associa¬ dos com Haplospiza unicolor. Antigamente na Barra da Tijuca e Restinga da Marambaia (H. T. Ferreira, com. verb.). 348 — Sporophila plúmbea (Wied) Patativa Existia ainda antes de 1940 na Barra da Tijuca (H, T. Ferreira, com. verb.) e em 1935 perto de Santa Cruz (inform. loc.). 349 — Sporophila leucoptera cinereola (Temm.) Chorão (Sta. Cruz) Varjão perto de Santa Cruz (2-V-1965). Já obtido por Natterer na re¬ gião de Sepetiba. 350 — Sporophila c. collaris (Bodd.) Coleiro-do-brejo' (Sta, Cruz) Na região de Jacarepaguá (Itapeba) vimos, em 17-1-1965, um é cantan¬ do. Citado para a Lagoa de Marapendi (Coimbra F.^ & Magnanini 1962: 13), Últimos representantes de uma fauna antigamente rica em pássaros canoros. Obtido por Natterer perto da cidade. 351 — Sporophila c. caerulescens (Vieill.) Coleirinho (I. do Gov.) Papa-capim (Sta Cruz) 1 .i ;, Recreio dos Bandeirantes, 29-XI-1958, K. Mielke Única espécie do gênero que ainda se encontra com relativa facilidade na GB. Capoeira, beira de mata, parques e restingas. Nidificou em Santa Te¬ resa em 1956, os filhotes sairam em julho. ARQUIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. LIII — 1963 lõl 352 — Sporophila n. nigricollis (Vieill.) Bahiano Visitante na região, p. ex. Santa Cruz. 353 — Sporophila ardesiaca (Dub.) Bahiano-de-peito-branco Aparece esporadicamente na região, p.ex,, perto de Santa Cruz e Jaca- repaguá. 354 — Sporophila bouvreuÜ (P. L. S. Müll.) Caboclinhn Varjão, beira de brejo. Encontramos 1 exemplar perto da Lagôa de Ja- carepaguá (6-VI-1964), Alistado para a região de Marapendi por Coimbra F” e Magnanini (1962: 13). Obtido por Natterer perto de São Cristóvão, onde coletou 4 exemplares, nos meses de maio e julho. Tornou-se escasso devido à perseguição por parte do comérc'o de pássaros. 355 — Oryzoborus a. angolensis (L.) Curió Alistado por Coimbra F." e Magnanini (1962: 13) para a região de Ma¬ rapendi. Obtido já por Natterer perto da cidade, Procuradíssimo pelos pas- serinheiros. Não achamos fonte segura para a ocorrência do Bicudo, Oryzoborus crassi7'0stris (Gm.), na GB. Se existiu aqui já está extinto há bastante tem¬ po (H. T. Ferreira com. verb.). 356 — Volatínia j. jacarina (L.) Tisiu (I. do Gov.) Varjão, campos com capim alto, capoeira rala. Uní dos fringilídeos mais comuns da região. 357 — Spinus magellanicus ictericus (Licht.) Pintasilgo Visitante esporádico na GB, durante suas migrações. Visto uma vez em Santa Teresa (7-VI-1959), Alistado para a região de Marapendi por Coim¬ bra F? e Magnanini (1962: 13). 358 — Sicalis flaveola brasüiensis (Gm.) Canário-da-terra Observado por Mitchell no Jardim Botânico. Alistado para a região de Marapendi por Coimbra F^ e Magnanini (1962). Na Ilha do Governador (25-11-1963) e até em Santa Teresa (15-111-1960). Obtido por Natterer perto de Sepetiba. 359 — Sicalis luteola (Sparr.) Chibiu (Sta. Cruz) Espécie fora do comum para a GB. Vistos 5 exemplares, comendo e al¬ guns cantando, num varjão perto de Pedra de Guaratiba (17-1-1965). En¬ contramos 8 exemplares num capinzal perto do Hio Guandu, em Santa Cruz (2-V-1965). 360 —■ Haplospiza unicolor Cab. Cigarra-de-coqueiro Em certos lugares nas matas, p. ex. Floresta da Tijuca (27-VI-1959, e em outras ocasiões). 152 SICK, HELMUT & PABST L. F. . AS AVES DO RIO DE JANEIRO 361 — Coryphiospmgus p. pileatus (Wied) Galinho-da-serra 1 (í , Reprêsa Rio Grande, 13-II'-1966, F. M. Oliveira; C, S. Obtido por Novaes (1950; 207) na Restinga de Sernambetiba. Excepcio¬ nalmente em Santa Teresa (setembro de 1960). 862 — Myospiza h. humeralis (Bosc) Tico-tico-do-campo Varjão e capinzal baixo. Região de Jacarepaguá e Santa Cruz, comum. 363 —■ Zonotrichi.a capensis subtorquata Swains. Tico-tico Um dos passarinhos mais populares da região, como de todo Brasil. Ocor¬ re tanto no centro da cidade (p. ex. Largo da Carioca e Palácio da Cultura às vezes), como na restinga etc. Não é expulso peio Pardal (v. p. abaixo) — como dizem — mas pelo próprio Homem, que se descuidou da arborização da cidade, dificultando assim a existência do Tico-tico; o Tico até afugenta 0 Pardal quando se encontram num comedouro. Gosta o Tico de nidificar em capim baixo sobre barrancos e em muros cobertos de falsa hera (Ficus pu- mila L.), trepadeira muito comum nos jardins. É o Tico-tico o principal hos¬ pedeiro do Chopim. 364 — Emberizoides h. herbicola (Vieill.) Cabo-mole (Lagôa Feia, RJ) Varjão, capinzal alto. Comum na ragião de Jacarepaguá e Santa Cruz. Família PLOCEIDAE 365 — Passer d. domesticus (L.) Pardal Introduzido no Brasil (Rio de Janeirc), de Portugal, por volta de 1906 du¬ rante 0 governo de Pereira Passos. Os primeiros pardais foram soltos na Pra¬ ça da República. Não é prejudicado pela acelerada urbanização da cidade, pois nidifica no fôrro das casas, às vezes em ocos de pau e por baixo do penacho de palmeiras. Desta maneiras não faz concorrência para o T'CG-tico na ni¬ dificação (em certos casos o faz para andorinhas); nem na alimentação, pois o Pardal é onívoro, comendo ate no lixo. Não resta dúvida, porém, que é no¬ civo, particuiarmente na horticultura (Sick 1959). 366 — Estrilda astrild (L.) Bico-de-lacre 35 ^, 399 . Instituto Oswaldo Cruz, 6-VI, 13-VIII, 20-Vni, 22-X e 30-X-1941, P. M. Britto; M. N. Introduzido no Brasil já no século passado ou até antes, da África, como passarinho de gaiola. Vive solto na GB, também nas ilhas na Baía (p. ex. Ilha do Governador, Paquetá). A espécie existente no Brasil foi dada por Pinto' (1944: 362) como Estrilda cinerea (Vieill.), porém as aves que até agora vimos na GB são Estrilda astrüd (L.); coberteiras inferiores da cauda pretas e não brancas (R. B. Sharpe 1890, Cat. Birds Brit. Mus. XIII: 391). 3) O nome Estrilda cinerea (Vieill.) foi recentemente substituído por Estrilda troglodytes (Licbt.i porque Fringilla cinerea Vieill. é homônimo de Fríngilla cinerea Gm. ARQUIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. LIII 1963 153 VIII — índice dos nomes das famílias Página Página Accipitridae Alcedinidae . Anatidae . Anhingidae . Apodidae . Aramidae . Ardeidae . Bucconidae . Caprimulgidae Cathartidae .... Charadriidae ,,. Ciconiidae . Coerebidae . Columbidae .,,. Conopophagidae Cotingidae . Cracidae . Cuculidae . Cyclarhidae .. . . Dendrocolaptidae Diomedeidae Falconidae . Formicariidae Fregatidae . Fringillidae .... Furnariidae ..., Galbulidae . Haematopodidae Hirundinidae .. . Hydrobatidae ... Icteridae . Jacanidae . Laridae Mimidae . Momotidae . Motacillidae .... Nyctibiidae . Oxyruncidae Pandionidae . . .. Parulidae . Phalacrocoracidae Phasianidae .... Picidae . Pipridae . Ploceidae . Podicipedidae Procellariidae Psittacidae . Rallidae . 116 132 115 113 129 119 114 132 128 116 121 115 145 124 137 137 119 125 145 134 112 118 135 114 150 134 132 121 142 113 149 121 123 123 132 144 128 142 117 146 113 119 133 138 152 112 113 126 119 Ramphastidae .. Recurvirostridae Rhynchopidae .. Scolopacidae Spheniscidae Stercorariidae Strigidae . Sulidae . Tersinidae . Thraupidae - . .. Threskiornithidae Tinamidae . Trochilidae . Troglodytidae Turdidae . Tyrannidae .... Tytonidae . Vireonidae . 133 123 124 121 112 123 127 113 146 146 115 111 129 143 144 138 127 145 IX — índice dos 7iomes zmlgares Página Açanã . 134 Acauã . IIS Agarradeira . 134 Água-só . 132 Albatroz . 172, 113 Albatroz-de-bico-amarelo . 113 Alegrinho . 142 Alma-de-gato . 125 Amarelinho . 141 Amarelinho-de-brejo . 141 Andorinha . 143 Andorinha-das“tormentas . 113 Andorinha-de~cabeça-vermelha .... 143 Andorinha-de-peito-branco . 143 Andorinha-grande . 142 Andorinha-tesoura . 143 Andorinhão . 129 Anu-branco . 126 Anu-do-brejo . 126 Anu-preto . 125 Araçari . 133 Araçari-poca . 133 Arapaçu . 134, 135 Arapaçu-de-bicO“tôrto . 134 Arapaçu-grande . 134 Araponga . 138 Araponga-da-horta . 142 154 vSICK, HELMUT & PABST L. F. — AS AVES DO RIO DE JANEIRO Página Araponguinha-carijó . 137 Araponguinha-fumaça . 137 Arara . 126 Assanhadinho . 140 Assobia-cachorro . 144 Atobá . 133 Azulão . 150 Bacurau . 128, 129 Bahiano . 151 Baiano-de-peito-branco . 151 B atuira . 122 Batuirinha . 122 Beijaflor-cinza . 130 Bei, iaflor-da-mata . 130 Beijaflor-da-praia . 130 Beijaílor-de-bico-grande . 131 Beijaflor-de-bico-torto . 129 Beijaflor-de-canto . 131 Beijaflor-de~papo-branco . 131 Beijaflor-de-papo-preto . 131 Beijaflor-de-rabo-branco . 130 Beijaflor-de-topete . 131 Beijaflor-grande-da-mata . 129 Beijaflor-preto . 130 Beijaflor-roxinho . 130 Beijaflor-roxinho-de-bico-vermelho . 130 Beijaflor-verde-azulado . 130 Beijaflor-verde-branco . 131 Beijaflor-verde-ouro . 130 Bei jaflor-vermelho . 131 Beij af lor-zumbidor . 131 Benedito . 133 Bentevi . 140 Bentevi-pequeno . 139 Bentevi-riscado . 139 Besourinho-da-mata . 130 Pico-chato . 141 Bico-de-lacre . 152 Blco-de-veludo . 149 Biguá . 113 Biguatinga . 113 Birro . 140 Bonito-do-campo . 146 Cabeçudo . 142 Caboclinho . 151 Cabo-mole . 152 Caburé . 128 Caburé-do-campo . 128 Cagasebinho . 142 Cagasebo .. 141, 145 Cagacebo-verde .... 141 Cambada-de-chaves . 147 Página Cambaxirra . 143 Canário-da-terra . 151 Canário-do-brejo . 146 Canário-sapé . 149 Caneleirinho ... 115 , 137 Caneleirinho-preto .. 137 Caneleirinho-verde . 137 Caneleiro . 137 Canindé . 12 $ Capoeira . 119 Caracará . ng Carão . iig Cara-suja . 147 Carqueja . 121 Carrapateiro . us Cegonha . 115 Chibiu . 151 Chiqulta . 145 Choca . 135, 136 Chocão . 135 Choca-parda .. 135 Chopim . 149 Choquinha . 136 Chorão . 150 Chumbinho .^. 140 Chupa-flor-do-mato-virgem . 132 Cigarra . 141 Cigarra-de-coqueiro . 151 Coleirinho . 150 Coleiro-do-brejü . 150 Colhereiro .. 115 Corruiruçu . 143 Corta-mar . 124 Coruja-preta . 127 Corujinha . 127 Curiango-tesoura . 128 Curió. . 151 Cuspidor . 137 Dorminhoco . 114 Dourado . 131 Enferrujado . 140 Estalador . 137 Falcão . 118 Ferro-velho . 147 Fidirico-Pompeu . 143 Filipe . 140 Frango-d’água . 120 Frango-d’água-azul . 120 Fura-bucho . 113 Gaivota . • 123 Gaivotão . 123 ARQUIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. LIII — 1963 155 Página Gaivota-rapineira . 123 Galinlio-da-serra . 152 Galo-do-mato . 138 Garça-azul . 114 Garça-branca-grande . 114 Garça -branca-pequena . 114 Gaturamo . 146, 147 Gaturamo-rei . 146 Gaturamo-verde . 147 Gaudério . 149 Gavião . 116, 117 Gavião-carijó . 117 Gavião-carijó . 117 Gavião-coleira . 118 Gavião-coleirinha . 118 Gavião-mateiro . 118 Gavião-peneira . 116 Gavião-pescador . 117 Gavião-pomba . 117 Gavião-preto . 117 Cavião-quiriquiri . 119 Guará . 115 Guaracava . 142 Guaracavueu . 140 Guaxe . 149 Inambu .. 112 Iratauá . 149 Irerê . 115 Jabá . 149 Jabiru . 115 Jacupemba . 119 Jaó . 112 Japu . 149 Jauá . 126 João-barbudo . 132 João-bôbo . 132, 141 João-de-barro . 134 João-teneném . 134 João-teneném-do-brejo . 134 Juriti . 125 Juruva . 132 Juruviara . 145 Lavadeira . 139 Maçarico . 121, 122 MaçaricO“da-praia . 122 Maçar ico-de-caneia-amarela . 121 Maçarico-de-coleira . 121 Maçarico-de-peito-branco . 122 Maçarico-grande . 122 Maçariquinho . 122 Macuco . 111 Página Macuquinho . 135 Maguari . 114 Maitaca . 127 Marronzinho . 130 Maria-acordada . 142 Maria-branca . 138 Maria-cavaleira . 140 Maria-preta . 139 Mariquita . 146 Marreca-ananai . 116 Martim-pescador . 132 Martim-pescador-pequeno . 132 Melro . 149 Mergulhão-caçador . 112 Mergulhãozinho . 112 Murucututu . 127 Narceja . 122 Narcejão . 122 Nei-nei . 139 Papa-capim . 150 Papa-formiga . 136 Papagaínho . 127 Papagaio-das-mangues . 126 Papa-lagarta . 125 Pardal .r. 152 Paridela . 113 Patativa . 150 Patinho . 140 Pato-de-crista . 116 Pato-do-mato . 116 Pavó . 137 Peitica . 139 Periquito . 126 Periquito . 126 Pernilonga . 123 Peruinho . 144 Piaçoca . 121 Picapau . 133 Picapau-de-cabeça-amarela . 133 Picapau-do-campo . 133 Picapau-vermelho . 134 Picapauzinho . 133 Pichochó . 150 Pinguim . 112 Pintasilgo . 151 Pintasilgo-da-mata . 148 Pirú-pirú . 121 Pitíguari . 145 Pomba-amargosa . 124 Pomba-cabocla . 125 Pomba “de-bando . 125 156 SICK, HELMUT & PABST L. F. . AS AVES DO RIO DE JANEIRO Página Pomba-doméstica . 124 Primavera . 138 Pula-pula . 146 Queixo-branco . 116 Quero-quero . 121 Rabo-de-espinho . 131 Relógio . 141 Rendeira . 138 Risadinha . 142 Rolinha . 125 Rolinha-da-restinga . 125 Sabiá-branco . 144 Sabiá-coleira . 144 Sabiá-da-praia . 143 Sabiá-laranjeira . 144 Sabiá-poca . 144 Sabiá-una . 144 Saí-açu . 148 Saí-amarelo . 147 Saí-andorinha . 146 Saí-azul . 145 Saí-müitar . 147 Saí-veludo . 149 Saira-diamante . 147 Sanã . 120 Saná . 119 Sanhaçu . 148 Sanhaçu-de-coqueiro . 148 Sanhaçu-de-encontro . 148 Sanhaçu-de-fôgo . 148 Saracura . 120 Saracura-da-praia . 120 Saracura-dO“brejo . 120 Saracura -mirim . 129 Saracura-sanã . 119 Savacu . 114 Sebinho . 145 Sebinho-do-mangue . 145 Sem-fim . 125 Sete-côres . 147 Siriri . 139 Siriri-do-campo . 139 Socó-boi . 114 Socó-i-vermelho . 114 Socozinho . 114 Soldado . 150 Socó . 114 Suindara . 124 Suiriri .-. 139 Supi . 142 Tangará . 138 Página Tangará-verde . 138 Tangaràzinho . 138 Taperá . 129, 142 Taperá . 129 Taperuçu . 129 Taperuçu . 129 Tempera-viola . 150 Tempo-quente . 125 Tem-tein . 118, 145 Teque-teque . 141 Tesoura . 139 Tesourão . 114, 130 Tesourinha . 137 Tesouiinha-verde . 131 Tico-tico . 152 Tico-ticü-do-campo . 152 Tiê-da-mata . 148 Tíê-galo . 148 Tiê-preto . 148 Tiê-sangue . 148 Tietê . 147 Tietê-de-coroa . 137 Tinguaçu . 137 Tiriba . 126 Tiroliro . 144 Tisiu . 151 Três-potes . 120 Trinca-ferro . 150 Trinta-réis . 124 Trinta-réis-de-bico-amarelo . 124 Trinta-réis-de-bico-vermelho . 123 Trinta-réis-grande . 124 Tucano-de-bico-preto . 133 Tucano-de-papo-amarelü . 133 Tuim .. 126 Tuju . 128 Turirim . 111 Uiriri . 143 Urubu . 116 Urubu-de-cabeça-amarela . 116 Urubuzinho . 133 Urutau . 128 Verão . 139 Virabosta . 149 Virabosta-grande . 149 Vira-folha . 135 Vite-vite . 145 Viúva . 147 Viuvinha .. 138, 139 Vivi . 146 ARQUIVCS DO MUSEU NACIONAL - VOL. LITI -■ 1963 ]57 RESUMO Apresentação de uma lista das aves do Rio de Janeiro, GB, compreendendo 366 espé¬ cies: 188 não-passeriformes e 178 passerifor- mes. São incluídas também espécies (das mais interessantes!) hoje já extintas nesta regiã‘), pela modificação do ambiente e pela perse¬ guição que o homem lhes move. Aceitando para tôda área do Brasil (8.511.965 km^) um total de 1,560 espécies de aves, temos na GB (1.365 km^) 23% delas, embora a GB repre¬ sente somente 0,02 % da superfície do Brasil Muitas aves registradas para a GB têm vasta distribuição no Brasil. De fonte serviram principalmente obser¬ vações próprias, realizadas de 1945 a 1965 Completamos o quadro com consulta à lite¬ ratura existente. Já nos escritos do século XVI (Pigafetta, Léry) encontra-se observa¬ ções úteis sobre as aves desta região. Ponte mais importante de dados da avifauna da GB são as coleções de J. Natterer (Pelzeln 1871). Na maioria dos casos não foi estudado, por nós, material empalhado, mas o que havia à mão foi aproveitado. Sem embargo foram indicados os nomes subespecíficos, compilados de Pinto (1938-44, 1964), pois o suleste do Brasil é uma das áreas deste país, e mesmo da América do Sul, melhor pesquisadas ornitològicamente. Não havendo nenhuma relação das aves da GB, já interessava a verificação simples da existência (ou da falta) das espécies. Ams nomes científicos acrescentamos os nomes vulgares e notas ecológicas. Em alguns casos ainda foram feitas mais observações biológi¬ cas, indicações sôbre a freqüência e época em que determinadas espécies aparecem na GB, etc. Queremos com isso também esti¬ mular as observações sôbre as aves na GB a um maior número de pessoas. Como a decisão de publicar êste volume foi feita muito re¬ centemente, tivemos que reduzir o texto a um mínimo. A região é, ecologicamente, bastante va¬ riada, indo do nível do mar a 1000 m de alti¬ tude. Na planície há campos, restingas, bre¬ jos e manguezais. As montanhas adjacentes estão ainda cobertas de mata. Os picos mais altos são rochosos. Discriminamos quatro principais regiões ecológicas: 1) Mata; 2) Campo, brejo e lagoas; Z) Praias, ilhas marítimas e mar; 4) Zona urbana. Adotamos diversas formas de ocorrência de aves na GB: 1) Permanência durante todo ano; o tempo de procriação é, para a maioria das espécies, nos últimos mêses do ano; algu¬ mas espécies nidificam em quase todos os mêses iCohinibigaUina, Trogloãytes, Coere'ba), 2) Permanência periódica, de espécies que procriam no verão na GB e que, no inverno, emigram (Chaetura anãrei) ; beijaflor:^s atraídos pela floração de certas plantas. 3) Aves que não são expulsas peia urbani¬ zação sem arborização (p.ex., certas ando¬ rinhas) e aves de campo que vêm às áreas de mata destruída (p.ex., Picapau-do-campo). 4) Visitantes periódicos, que não procriam na GB, tanto espécies brasileiras, como exóticas; as que vêm do norte (às vezes do Ártico) aparecem no verão, enquanto que as proce¬ dentes do sul (às vezes do Antártico) apare¬ cem no inverno na GB. 5) Aves que esca¬ param de gaiolas; não interessam nêste tra¬ balho. Já E.J. Silva Maia, l.° diretor da Seção de Zoologia do Museu Nacional, há mais de cem anos, lamentava o empobrecimento da fauna nas proximidades da cidade do Rio de Janeiro. A recente criação do Parque Nacional da Tii uca e suas perscrições severas sôbre pro¬ teção à Natureza, estimulam a esperança de que nem tudo está perdido. SUMMARY The authors present a list of the birds of the City of Rio de Janeiro (GB) which up to 1960 was the Federal Distrlct (DF). The Ihd. covers 366 species, representing 23% of the total (1.560 species) of birds of Brazil. although GB has only 0,02Çt of the superfícies of Brazil. Many of tlie species found in GB have a wide distribution throughout Brazil. As soiirce served own observations out from 1945 until 1965. Further Information has been obtained through study of literature, including someone of the 16th Century (Piga¬ fetta, Léry ). The most important source for data about the birds of GB are the collections of J. Natterer (Pelzeln 1871). Skins have generally not been examined. Such specimens as were at hand, most of 158 SICK, HIÍLMUT & PABST L. F. AS AVES DO RIO DE JANEIRO them from the Museu Nacional, Rio de Janeiro, have^been listed. Names of subspecies have, however, been given following Pinto (1938-44. 1964} ; South Eastern Brazil, where Rio de Janeiro is located, is one of the best ornithologically explored regions of Brazil and of ail South America. As so far no list of the birds of GE have been compiled, already the simple statement of the occurrence (or its lack) of the species is of importance. Ecological remarks have been added to the scientific and the popular Braziiian names. Occasionally more biological notes are given, hints on the frequency of a species or the seasons in which they appear in or migrate through GB. As the decision to publish was made very recently, the text has been kept to a minimum. The region is ecologically very much varied. Elevation starts at sea levei and rises to 1.000 meters. In the flat land there are savannas and swamps (mangrove and fresh water). The adjoining mountains are even today covered with forest. The tops of the mountains are rocky. Four major ecological regions may be differentiated: 11 forest; 2)‘hampo’', marsh and lagoons; 3) beach, ocean islands and open ocean; 4) human habitations. The destruction of the natural landscape in GB resulted in the disappearence of some species. On the other hand, a few species which previousiy did not occur ín GB made their appearence on the cultivated land in the City itself. Most birds in GB breed in the last four months of the year, Certain species breed almost throughout the year. Other species leave GB in winter. The region also receives visits of species which pass through on their migration, be it Braziiian birds or those starting from other countries. The Braziiian birds which migrate through GB frequently are species which descend in winter from the higher regions of the Serra do Mar mountains, Birds migrating from other countries appear in GB during the Rio-summer (december to march) íf they have come from North, or during the Rio-winter (june to september), if they have come from the South. Regrets about the decline of avifauna in the region of the city of Rio de Janeiro have been heard for more than 100 years, The recente foudation of the Parque Nacional da Tijuca and the more through protection iaws give Êome promise that not all may be lost. BIBLIOGRAFIA Burmeister, H. 1856 — Systematische Übersicht d, Tiere Brasiliens, III, 466 pp. Berlin. Coimbra P?, A.F, & A. Magwaniwi 1962 — Alves da Restinga, 49 pp; Rio de Janeiro. Descourtilz, J.T. 1854 — 1856 — Ornithologie Brèsilienne, ou histoire des oiseaux du Brésil, remarqualles par leur plumage, leur chant ou leurs habitudes, 42 pp; 48 pl; Rio de Janeiro. Feio, J.L. de Araújo 1953 — Contribuição ao conhecimento da história da Zoogeografia do Brasil. Publ. Avuls. Museu Nacional 12, 22 pp. 1960 _ O Museu Nacional e o Dx. Emillio Joaquim da Silva Maia. Publ. Avul. Museu Nacional 3o, 31 pp. Froes Abreu, S, 1957 O Distrito Federal e seus recursos naturais. Cons. Nac. Geogr., Bibl. Geogr. Bras. 14, Série A, 318 pp. Goeldi, E.A. 1894 ^ As Aves do Brasil. 664 pp, + Índice; Rio de Janeiro. Gould, J. 1854 - ■ Monograph of the Trochilidae or Humming Birds, III, pl. 128; Lon- don. Hellmayr, E., E. Conover & C.B. Cory 1918 — 1949 — Catalogue of Birds of the Américas, 15 volumes. Field Mus. Nat. Hist„ ZooL Ser. Voi. XIII. IlIERING R. V. 1940 — Dicionário dos animais do Brasil. AKQUIVCS DO MDSKU NACIONAL 1963 159 A"OL. LIII -- Secret. Agric. Ind. Com. 898 pp. São Paulo. Léry, J. de 1578 — Viagem à Terra do Brasil. Ed. Bibl. Excérc. 1961, Trad. S. Millet, anotad. por P, Ayrosa, 279 pp.; Rio de Janeiro. Mendes de Almeida, C. 1868 — Atlas do Império do Brazil, Rio de Janeiro, Mitchell, M.H. 1957 — Observations on Birds of Southea- stern Brazil, TJniver. Toronto, 258 pp. Novaes, F.C. 1950 — Sobre as aves de Sernambetiba, Distrito Federal, Brasil, Rev. Bras. BioL 10(2):199-208. Pelzeln, A.v. 1871 - - Zur Ornitliologie Brasiliens. Resul- tate von Johann Natterers Reisen in den Jahren 1817-1835. Wien, 462 pp. Pinto, O.M.O. 1938 — 1944 — Catálogo das Aves do Bra¬ sil, 2 volumes, São Paulo. 1942 — Notas sôbre as aves mencionadas por Pero Vaz de Caminha. Pap. Avuls. Depto. Zoologia, S. Paulo, II, 9:135-142. 1964 — Ornitologia Brasilíense, Depto. Zoologia São Paulo. Vol, I, 182 pp. Rizzini, C.T. 1963 — Nota prévia sôbre a divisão Pito- geográfica do Brasil. Cons. Nac. Geogr. Rev. Bras, Geogr. XXV, 1:1-64. SCHNEIDER, A. & H. SiCK 1962 —. Sôbre a distribuição de algumas aves do Sudeste do Brasil segundo coleções do Museu Nacional. Boi. Mus. Nac. Zool. 239, 15 pp. SCHUEAET, o., A.C. AGUIRRE & H. SiCK 1965 — Contribuição para o conhecimento da alimentação das aves Brasi¬ leiras. Arq. Zoologia, São Paulo, XII: 95-249. Segadas-Vianna, F. 1958 — Em: Comissão dos solos. Levan¬ tamento de reconhecimento dos solos do Estado do Rio de Janeiro e Distrito Federal. Min. Agric. Rio de Janeiro. 6 pp. Serra, A, & L. Ratisbona 1957 — O clima do Rio de Janeiro. 2a. ed. Serv. Metereol., Boi Geogr.: 527- 541, grafs. tba. maps. SiCK, H. 1958 — Geselligkeit, Schornstein-Benu- tzung und überwinterung beim Brasilianischen Stachelschwanzse gler Chaetura anãrei. Vogelwarte ' 19, 4:248-253. 1959 — A invasão da América Latina pelo Pardal, Pa&ser ãomesticus L,, com referência especial ao Brasil, Boi. Mus. Nac. Zool. 207, 31 pp. 1959a - - Notes on thdbiology of two Brazi- iían Swifts, Chaetura andrei and Chaetura cinereiventris. Auk 76: 471-477. 1960 — Notas sôbre Palco %)eregrinus anatum Bon. no Brasil (Falco- nidae, Aves). Pub. Avuls. Museu Nacional 34, 22 pp. 1961 Peregrine Falcon hunting Bats while wintering in Brazil. Auk 78: 646-648. 1962 - - Escravismo em aves Brasileiras. Arqu. Mus. Nac. LII: 185-192, 1963 — O Bacurau Capriinulgus longiros- tris Bon. e outras aves noturnas do Estado da Guanabara. Veilozia r, 3; 107-116. SiCK, H, k A.A.P. Leão 1965 — Breeding sites of Bterna eurygna- tha and other sea birds of the Bra- zilian coast. Auk 82: 507-508. Silva Maia, E.J. 1851 ■— Memórias sôbre os Beijaílores, aonde se refere os usos e hábitos de muitas espécies brasileiras. 160 SIC^K, HELMUT & PABST L. F. — AS AVES DO RIO DE JANEIRO Bibl. Guanabarense, Trab. da Soc. Vellosiana; 45-52. ISãla.-Memórias sòbre usos e costumes de alguns Beijaílores brasileiros, Idem, 61-6S. boAELS DE Sousa, G. 1537 Tratado descriptivo do Brasn em 1587, ed. com. por F.A. de Var- nhagen, 1879, 382 pp. Rio de Janeiro. Spix, J.B. 1825 “ Aves species novae Brasiliae 11. Spix, J.B. & C.F.P.v. Martius 1823 - - 1831 — Reise in Brasilien in den Jahren 1817 bis 1820. München 3 vols. APÊNDICE. (Abril 1968) Após a entrega de nosso trabalho, em 1965, por ocasião do IV Centenário da Cidade do Rio de Janeiro, pudemos provar a ocorrência de mais 14 espécies de aves na Guanabara. Segue-se a lista dos re.;pectiVGs nomes, ficando para publica¬ ção posterior a apresentação de mais dados, A anteposição de um asterisco signi¬ fica que foi examinado material empalhado. Syrigma síbilatrix (Temni.) ~ Socó ARDEIDAE ("') Accipiter e. yerthronemius Kaup — Gavião ACCIPITRIDAE Phaethoryiis longuemareus idaliae (Bourc. & Muls.) - - Besourinho TROCHILIDAE Phaethornis eurynome (Less.) — Bcsourão 77 Amazilia l. lactea (Lessi) — Beijatlcr-vede-de- -peito-safira Leuccnerpes caiidídus (Otto) — Birro PICIDAE ('0 Synallcuúis ruficapilla Vieill. ('0 Philydor lichtensteini Cabanis & — João-teneném FURNARIIDAE Heine — Arapaçu (í=) Drymophila ferrugmea (Temm.) — ■ Trovoada FORMICARIIDAE ("=) Conopophaga l. lin&ata (Wied.) — Cuspidor CONOPOPHAGIDAE Mimus süturninus jrater Hellm. — Sabiá-do-campo MIMIDAE (") TrichotUraupís viela^iops (Vieill.) — Tiê-de-topete THRAUPIDAE {'■') Tiaris f. fuliginosa (Wied) — Cigarrinha FRINGILLIDAE Aumenta-se, desse modo, o número de espécies de aves da Guanabara de 366 para 380. Acrescentamos que, com a intensificação de nossas investigações sobre a avi- fauna desta região, obtivemos, durante os últimos 2 anos, exemplares empalhados de muitas espécies. Confirmam-se assim nossos levantamentos anteriores, tantas vê- zes feitos somente por intermédio de observações de campo, ou *'sight records”, sem coleta, ou por compilação bibliográfica. Fomos ajudados, em particular, pelo senhor Carlos Alberto Seabra. Obtivemos amostras de espécies interessantes como, p.ex., do cuculídeo norteamericano Coccyzus americanus (L.) — ave de arribação — e do raro papagainho Touü Wiedi (AIL), TIPOS DE MAMÍFEROS RECENTES NO MUSEU NACIONAL, RIO DE JANEIRO INTRODUÇÃO A coleção de mamíferos recentes do Museu Nacional, Rio de Janeiro, abriga os Upos de 54 taxa (além de parátipos de es¬ pécies descritas por O. Thomas, C. T. Car¬ valho, C. O. da Cunha Vieira, não rela¬ cionados no presente trabalho). Uma lista de espécie^ descritas por AIíp'o de Miranda Ribeiro foi, recente¬ mente, publicada por seu filho, Paulo de Miranda Ribeiro (Arq Mus. Nac., Rio de Janeiro, X.LII, 2, 1955) havendo os lectó- tipos de msmíferos sido, então, seleciona¬ dos por João Moojen. Devido às falhas ti¬ pográficas existentes na impressão desse trabalho, incluo aqui os dados ali publi¬ cados, feitas as correções necessárias. Os espécimes-tipo, devidamente assi¬ nalados, são mantidos em local apropriado, fora do corpo da coleção. O Museu NacAnal tem por norma re¬ gimental não permitir que tipos deixem a coleção, não podendo ser objeto de em¬ préstimo. Estão, entretanto, à disposição de qualquer pesquisador qualificado que desejar examiná-los. Neste Catálogo, nomes específicos e subspecíficos srguem-se em ordem alfa¬ bética, dentro dos respectivos gêneros e subgêneros, os quais aparecem na mesma ordem que em Cabrera (1958, 1961). Após o nome original, os seguintes dados são fornecidos; nome atual, número do tipo, sexO', idade, natureza co exemplar, nú¬ mero original, coletor, data, número de parátipos ou síntipos, forma de designa- Fernando Dias de Avila Pires ("0 Museu Nacional — Rio de Janeiro cão; localidade tipo; descrição original ou diagnose. LISTA DAS ESPÉCIES A numeração abaixo corresponde à das espécúvs, no texto, à das localidades tipo, na relação que aparece no final do trabalho, e às localidades, nos mapa==. - ORDEM MARSUPIALIA 1. MallodelpJiis lanígera hemiura (Miranda Ribeiro, 1936 (b) 2. Ualloãelphis lanígera ynodesta (Miranda Ribeiro, 1936 (b( 3. Malloãelphis lanígera vitalina (Miranda Ribeiro, 1936 (b) 4. Peramy dimíãiata itatiayae (Miranda Ribeiro, 1936 (b) 5. Minuania goyana (Miranda Ribeiro, 1936 (b) 6. Minuania urnbristriata (Miranda Ribeiro, 1936 (b) 7. Marínosa blaseri (Miranda Ribeiro, 193G (fo) 8. Marmosa cinerea pfrímeri (Miranda Ri¬ beiro, 1936 (b) 9. Marmosa cinerea travassosi (Miranda Ribeiro, 1936 (b) 10. Marmosa herharãti (Miranda Ribeiro, 1936 (b) 11. Marmosa me?'idio7ialis (Miranda Ribeiro, 1936 (b) 12. Marmosa moreirae (Miranda Ribeiro, 1936 (b) 13. Marmosa stollei (Miranda Ribeiro, 1936 (b) 14. Marmosa agricolai (Moojen, 1943) 15. Tylamys rondo7ii (Miranda Ribeiro, (1936 (b) (=0 Pesquisador da Universidade Federal do Rio de Janeiro. 162 PIRES F. DIAS DE AVILA 16. Metachirus nudicaudatus perso7iartus (Miranda- Ribeiro, 1936 (b) 17. LutreoUna crassicauãata travassosi (Mi¬ randa Ribeiro, 1936 (bi 18. Didelphis aurita longipilis (Miranda Ri¬ beiro, 1936 (a) 19. DiãelpMs aurita melaJioiãis (Miranda Ribeiro, 1936 (a) ORDEM CHIROPTERA 20. Molossops mattogrosse7isis (vieira, 1942) ORDEM PRIMATES 12. Callicebus geoffroyi (Miranda Ribeiro, 1914) 22. Hapale caelestis (Miranda Ribeiro, 1924) 23. Hapale caelestis itatiayae (Miranda Ri¬ beiro, 1959) 24. Hapale petronius (Miranda Ribeiro, 1924) 25. Mico melanoleucus (Miranda Ribeiro, 1912) ORDEM ARTIODACTYLA 26. Mazama ro?idoni (miraitda ribeiro, 1914) ORDEM RODENTIA 27. Sciurillus pusillus hoehnei (Miranda Ri¬ beiro, 1941) 28 Sciurus aestuaJis henseli (Miranda Ri¬ beiro, 1941) 29. Guerlmguetus poaiae (Moojen, 1942) 30. Guerlinguetus rufus (Moojen, 1942) 31. Hadrosciurus igniventris vianhanensis (Moojen, 1942) 32. Haã 7 ’osciurus pyrrhonotus purusianus (Moojen, 1942) 33. Hadrosciurus laiigsdorffii rondoniae (Moojen, 1942) 34. Oi^yzamys kelloggi (Avila-Pires, 1959) 35. OryzoTuys ratticeps moojeni (Avila-Pires, 1959) 36. Akodon serrensis leucogula (Miranda Ribeiro, 1905) 17. Zygoãontomys pixuna (Moojen, 194 'í'^ 38. Scapte 7 'orriys gnambiguarae (Miranda Ribeiro, 1914) 39. Scapte7'Q7nys modestus (Miranda Ribeiro, 1914) 40. Eehimys kerri (Moojen, 1950) 41. Proeehimys guya77-7ie7isis ribeiroi {Moo¬ jen 1948) TIPOS DE MAMÍFEROS RECENTES NO M. N. 42. P7'oechimys guyauTiejisis vüicauda (Moo¬ jen, 1948) 43. Proeehimys iheringi honafidei (Moojen 1948) 44. Proeehimys iheringi ãenigratus (Moojen, 1948) 45. Proeehimys iheringi gratiosus (Moojen, 1948) 46. Proeehimys iheringi panema Moojen, 1948) 47. Proeehimys iheringi paratus (Moojen, 1948) 48. Proeehimys leueomystax (Miranda Ri¬ beiro, 1914) 49. Proeehimys semispinosus liminalis (Moo¬ jen, 1948) 50. Clyomys laticeps whartoni (Moojen, 1952) 51. Ctenomys bicolor (Miranda Ribeiro, Í914) 52. Ste7iomys 7’ondoni (Miranda Ribeiro, 1914) 53. Dinomys pacarana (Miranda Ribeiro, ’l918) ORDEM CETACEA 54. Stenopontistes zambezicus (mira-NDa ri¬ beiro, 1936 (c) '• DISCUSSÃO DOS TIPOS ORDEM MARSUPIALIA 1. Mallodelphis lanígera hemiura Mi- RAJDTDA Ribeiro, 1936 (b) Eev. Mus. Paulista, São Paulo, XX, 1936, p. 355 CaluTomys lanatus subsp. (Illiger, 1815), fiãe Caeeera (1958) . TIPO: M.N. 1229, adulto, pele e crânio, nú¬ mero original 7. Único exemplar mencio¬ nado na descrição. LOCALIDADE TIPO: O tipo é de procedência desconhecida. DESCRIÇÃO ORIGINAL: ‘Côr de Caluromys philariãer. Cabeça com as estrias indistin¬ tas e sem o cinza característico daquela espécie. Corpo e cabeça 260 mm, cauda 360. Base recoberta 100 mm. Col. da cauda: pardo uniforme’. 2, Mallodelphis lanigera modesta Mi¬ randa Ribeiro, 1936 (b) Op. cit., pp. 356-357 Caluromys lanatus lanatus (Illiger, 1815), fide Cabrera. 1958. AKQUIVí JS Dí) MUSEU NACUONAL VOL. Lín lí)íi3 163 TIPO: M.N. 1223, fémea adulta, pele e crânio, Ünico exemplar mencionado na descrição. LOCALIDADE TIO: Pantanal, Mato Grosso, por designação original. DESCRIÇÃO ORIGINAL: ‘Difere das demais citadas iochro^pus Wagner, hemiura Mi¬ randa Ribeiro, vitalina Miranda Ribeiro e nattereri Matschiel) pela côr uniforme creme sépiacea de lã velha que mostra em todo o corpo; as tarjas cefálicas rapé ou canelinas são pouco acentuadas. Medidas: Pele: Cabeça e corpo 215 mm; cauda incompleta; mão 26; pé 43; focinho 25; orelha 29. Crânio: total 56; maior largura zigomática 30; comprimento palatino 30; cons¬ trição frontal 9; comprimento da caixa cra¬ niana 26; arcada dentária 28. OBSERVAÇÕES: Miranda Ribeiro (1936 (b), p. 354) discutiu a identidade de três exem¬ plares de ‘Malloãelphis' [ ~ Caluromys^ da coleção do Museu Nacionai, proceden¬ tes de: Pantanal, Mato Grosso; rio Jauru, 9 léguas ao sul de Cáceres, Mato Grosso; e barra do rio Paraopeba, Minas Gerais. O do rio Jauru foi citado em Miranda Ri¬ beiro (1914, p. 48) como procedente de Porto Esperidião e considerado, então, idêntico a 'Didelyhus ãerhyana' [ ::r: Ca- luroinys l. lanatus (Illiger, 1815)]. O de barra do Paraopeba fo idescrito, em 1836, como novo, sob o nome Mallodelphis la- 7iigera vitalina. 3. Mallodelphis lanígera vitalina Mi¬ randa Ribeiro^ 1936 (b) Op. cit., p. 355-356 -- Caluromys lanatus lanatus (Illiger, 1815) TIPO: M.N. 1221, fêmea adulta, números ori¬ ginais 6 e 136.463, Vital Rodrigues de Souza coL. Único exemplar mencionado na descrição. LOCALIDADE TIPO: Barra do rio Paraopeba, Minas Gerais, por designação original. DECRIÇÃO ORIGINAL: ‘Vibrissas pretas. Máculas oculares ferrugíneas, tarjas oculares e bochechas cinzentas. Queixo, garganta e orla em tôrno das orelhas, de côr branca. Alto da cabeça e região cervical até ao tronco, lado superior dos membros anteriores, pernas até os pés, ferrugíneos. Côr geral das demais partes parda cinerea ligeiramente mais ruiva no dorso e na cauda, mais ciara no abdômen. Região da bolsa ferrugínea. Mãos e pés ferrugíneos’. Medidas: Pele: — Crânio: total 54,5; maior largura zigomática 32; comprimento palatino 29; constrição frontal 9; compri¬ mento da caixa craniana 24; arcada dentária 27; mandíbula 40. OBSERVAÇÕES: Catarera (1958) sinonimi- zou esta subspécie a Caluromys lanatus ochropus (Wagner, 1842), seguindo su¬ gestão de Miranda Ribeiro. Entretanto, acredito que seja sinônimo da forma típica, do Paraguai. 4. P{eramys) d(imidiata) itatiayae Mi¬ randa Ribeiro, 1936 (b) Op. cit., pp. 421-422. - - Monodelphis ãimidiata (Wagner, 1847). fiãe Cabrera (1958). TIPO : M. N. 1311, macho adulto, pele e crânio, número original 28, Zikán coL. E. May doou ao M. N., único exemplar mencionado na descrição. LOCALIDADE TIPO: “Campo Bello”, hoje Itatiaia, Rio de Janeiro, por designação original. *■ DESCRIÇÃO ORIGINAL: “Olhos a 2/3 da distância rinoauricular; cauda unicolor; caninos enormes, passando o plano sub- mental”. Medidas do holótipo: Cabeça e corpo 11,9; cauda 78; pé 16,5; orelha 11; focinho 15 mm. OBSERVAÇÕES: Do Livro de Registro do setor de Mamíferos do M. N. consta o exemplar aqui citado como tipo, cujos dados concordam com os poucos referi¬ dos na descrição original. Êsse exemplar não foi, entretanto, encontrado por mim. Monodelphis àimídiata ocorre em Ita¬ tiaia, não existindo caracteres que per¬ mitam distinguir, mesmo subspecifica- mente, os exemplares de Itatiaia e do Rio de Grande do Sul. 5. Minuania goyana Miranda Ribeiro, 1936 (b) Op. cit., p. 419 (em chave). — Monodelphis dimiãiata (Wagner, 1847 j, fide Cabrera (1958). (?) TIPO: não encontrado na coleção. 164 PIRES È\ DIAS DE AVILA — TIPOS DE MAMÍB^EROS RECENTES NO M N. LOCALIDADE TIPO; Goiás. DIAGNOSE “Coloração ruiva, aparentemente uniforme”. OBSERVAÇÕES: Minuania goyana pouco mais é que um nome nú. Aparece em chave, em comparação com M. dimiâiata, 0 que levou Caerera a sinominizar goyana e dimidiata. Isso implica, entretanto em estender muito a área de ocorrência desta, baseado em informação demasiado vaga. 6. Minuania umhristriata Miranda Ribeiro, 1936 (b) Op. cit., p. 422. Monodelphis americana (Mülier, 1776 1 . TIPO; M. N. 1313, macho adulto, pele, nú¬ mero original 29, comprado ao Sr. Blaser. Etiqueta com data de 27 de novembro de 1929. Lectótipo, aqui designado. Síntipo M. N. 1314, jovem, topótipo, mesma origem. LOCALIDADE TIPO: Veadeiros, Goiás, onde foi coletado o lectótipo. DESCRIÇÃO ORIGINAL: “O pêlo desta gambasinha tendo a base ardesiaca, oferece uma tarja muito larga de um ruivo bastante vivo, antes da ponta negra que o torna mes¬ clado, Sôbre a cabeça domina mais o oiiváceo e sôbre as anças e coxas o pardo castanho que se extende sôbre o lado superior da cauda em toda a sua extensão. Os antebraços são escuros e as mãos, como os pés denegrido; toda a superfície abdominal é cinerea-sulfu- rina que se torna mais clara sôbre o queixo. Rinario, beiços e orla ocular negros; ore¬ lhas escuras; unhas brancas. As vibrlssas são muito fracas; as do punho presentes e nume¬ rosas; as do antebraço externas, brancas. Os granos intermediários são rijos, negros e lus¬ trosos, hispidos ao tato. Em certas incidências de luz pódem ser notados três faixas longi- tudinaes indistintas; muito menos do que em P. therezae adulta. Um exemplar novo, porém, conservado em álcool e da mesma procedên¬ cia, tem essas estrias bem nítidas, sem con¬ tudo chegarem a intensidade de M. ameri¬ canos'’. OBSERVAÇÕES: Por um lapso, saiu publi¬ cado in Paulo de Miranda Ribeiro (1955) 0 exemplar M. N. 1314 como sendo o lec- tütipo. A descrição original é do adulto, existindo uma referência a um exemplar jovem, no final. 7. Marmosa blase7n Miranda Ribeiro, 1936 (b) Op. cit., pp. 373-374. 1 — Ma7'mosa agilis agüis (Burmeister, 1854), fiãe Cabeera (1958). TIPO; M. N. 1250, macho adulto, pele e cr⬠nio, número original 9, comprado ao Sr. José Blaser em 1929. Uma etiqueta com a data 20-X-1929. Lectótipo, desig¬ nado por Moojen (1955). LOCALIDADE TIPO: São Bento, Goiás, onde foi coletado o lectótipo. DESCRIÇÃO ORIGINAL: “...Cauda vi- losa de modo a não deixar ver as escamas (talvez por muito contraída pela preparação). O rinario tem o meio escuro; as orelhas são pardas (violáceas?) translúcidas com a base clara; os pés e as „mãos iigeiramente ocra- ceos. A taôlsa é negra na parte pigmentada. O pêlo do focinho e dos lados da cara baio mais intenso nos pêlos reflexos sub -auricula¬ res; o circuito perioftálmico, negro, pro¬ jeta-se até 0 focinho, mas não vai as orelhas. Tôda a parte superior é ardesiaca com uma larga tarja sub-íerminal ocracea e a ponta denegrida ou negra. Lado inferior crême, os pêlos inteiramente dessa côr, do mento ao peito; e na parte posterior entre as coxas até 0 anus; com a base ardesiaca do peito ao abdômen. Cauda parda grisescente até um centímetro da ponta, onde é branca uniforme. Comprimento cêrca de 120 mm; a cauda não pode ser avaliada com exatidão mede 105 mm. (não deixa ver base recoberta) de¬ vendo entretanto ser maior. O crânio é exa¬ tamente da forma do de M, microtarsus; os foramens palatinos são amplos e vão de 2 pm ao último molar, bem como os premolares são muito maiores’. Medidas do hoiótipos (Crânio) Compri¬ mento total 30 mm; basilar 25; largura 18; nasaes 12; maior largura 3,2; menor largura 2,5; comprimento palatal 15; maior largura m3 10; menor largura m^ 3,6. Ai'ÍQUIVí)S DO musí:tt nacionai. VOL. LIII 165 8. Marmosa cineerea pfrivieri Miraiída Ribeiro, 1986 fb) Op. cit., pp. 360, 363-366. zr; Ma?'mosa cinerea paraguayana Tate, 1931 fide Caerera (1958). TIPO: M, N. 1245, maclio adulto, pele e cr⬠nio, número original 8 , Rudoleo Pfrimee col.,. Lectótipo, aqui designado, Síntipo M. N. 1246, topótipo, mesmo coletor. LOCALIDADE TIPO: Palma, Goiás, onde foi coletado o lectótipo. DESCRIÇÃO ORIGINAL: “'O pêlo mede no máximo 11 mm. o seu colorido é mais terno havendo mais alvadio no abdome e partes inferiores como na outra variedade”, I travassoil . Medidas: Cabeça e corpo 165; cauda 165; parte recoberta 30; focinho ao ôlho 17; órbita 8,5; orelha (sêca) 23; mão (iãem) 20; pé fidem) 23; pêlo 11 mm. Crânio: compri¬ mento basilar 44; maior largura 24,5; com¬ primento dos nasais 19; maior largura 5,5; menor largura dos nasais 19; maior largura 5,5; menor largura 3,5; processo post-orbital 8,8; constrição intertemporal 6,1; comprimento do palato 22; largura externa do 14; lar¬ gura interna do 8; comprimento dos den¬ tes pm 6; comprimento dos dentes m 9. (Mi¬ randa Ribeiro, 193, 64 e 365), OBSERVAÇÕES: No quadro de medidas (p. 304) Miranda Ribeiro afirma que as caudas dos exemplares estavam incom¬ pletas. À p. 366 coloca M. pfrimeri no grupo das espécies de “cauda menor que o corpo”. 9. Marmosa cinerea travassosi Miranda Ribeiro, 1936 (b) ’ Op, cit., pp. 360, 363-366 ziz Marmosa cinerea cinerea (Temminck, 1824), fide Cabrera (1958) TIPO: M. N. 1242, macho adulto, pele, nú¬ mero original 2.746, Lauro Travassos col,, em 16 de agôsto de 1925. Lectótipo, aqui designado. Os exemplares M. N. 1248 e M. N. 1249 são os síntipos citados à p. 363. LOCALIDADE TIPO: Angra dos Reis, Rio de Janeiro, onde foi coletado o lectótipo. DESCRIÇÃO ORIGINAL; pelagem mais basta, medindo em altura 18 mm no corpo, mãos e pés cárneos”, (p. 363) . OBSERVAÇÕES: à p. 364 há uma lista de medidas de dois exemplares de Angra dos Reis. Na chave (p. 360), o autor carac- terisüu travüssosi por ter cauda menor que a subspécie típica. Mas em nota à p. 366 registrou que não havia rigor na mensuração das caudas, Ainda ã p. 366 aparece em chave: “Cauda menor que o corpo, Cór abdominal mais fulva intensa, pêlo muito mais longo” — como caracte¬ rísticas de travassosi. 10. Marmosa herhardti Miranda Ribeiro, 1936 (b) Op. cit., pp. 382-383 Marmosa microtarsus micj'otarsus (Wagner, 1842), fide Cabrera (1958) TIPO: M. N. 1226, fêmea adulta, pele e crânio, número original 15, W. Ehrhardt col., em 23 de dezembro de 1915. Lectótipo, desig¬ nado por Moojen (1955) . Síntipos: M. N. 1259, M. N. 1262, M, N. 1263, M. N. 1264 e M. N. 1265, topótipos, mesma origem. LOCALIDADE TIPO; Humboldt, Santa Cata¬ rina, onde foi coletado o lectótipo. DESCRIÇÃO ORIGINAL: “... As fêmeas tem 6 mamas nos lados da face inferior do corpo até o thorax. O focinho é cárneo nas regiões nasaes e labiaes; canelino sôbre os ossos nasaes. Região perioftalmica negra atingindo as últimas vibrissas e não che¬ gando as orelhas. Regiões superior e lateral até as espáduas canelina viva, nos lados do abdômen mais cinzento, sendo a base dos pêlos ardesiaca; lado inferior creme ligeira¬ mente amarelo; os pêlos do tórax, entre os braços e dos lados do abdômen com a base cinzenta. Regiões núas dos pés e mãos bran- 160 PIRES F. DIAS DE A VILA - TIPOS DE MAMÍFEROS RECENTES NO M. N. caa cai’seaí;. Cauda caiielina uniforme em tòda a extensão". Medidas do lectótipo: Corpo e cabeça 92 mm; cauda 150; focinho 23; orelha 15; mão 22; pé 27. (Mikanda Ribeiro, 1936:383) . Nota: a série de síntipos compreende 6 exemplares de pequeno tamanho e o lectó¬ tipo, maior. Na pele sêca, o lectótipo mede, na realidade, 12 mm na mão e 17 mm no pé. 11. Marjnosa meridionalis Miranda Ribeiro, 1936 (b) Op, cit., pp. 371-372 Ma7'mosa murma meridio7ialis Miranda Ribeiro, 1936, fiãe Cabrera (1958) TIPO: M. N. 1251, macho adulto, pele e crânio. Comissão Rondon coI Tipo por designação original, estando assinalado na etiqueta: ‘Tipo, 27-1X-1930”. LOCALIDADE TIPO: Paratudal i?), próximo a Saladero, Mato Grosso, por designação original , DESCRIÇÃO ORIGINAL: “O aspecto geral do T. madeirensis ... A coloração é a parda um tanto caneiina, superiormente; alvadia crême inferiormente. Orelhas pardas uniformes e zona perioftalmica negra, larga, indo até as vibrissas. O crânio se aproxima do de M. cinei^ea, joven, na constituição dos processos orbitaes e cristas decurrente. O pm- é o maior. Os mandibiüares pm^ e pm^í obliquamente em z ao averso; e os incisivos superiores deixam um interspaço grande entre os ii e i-, bem como entre o ti e o canino”. Medidas do holótipo: cabeça e corpo 113; cauda 172; focinho 15; olho 6,5; orelha 29; mão 12,5; pé 29 mm. 12. Marmosa mo7'eirae Miranda Ribeiro, 1936 (b) Op. cit., pp. 380-381 Marmosa mwina murma (Linnaues. 17581, fide Cabrera (1958) TIPO: M. N. 1268, macho adulto, pele, nú¬ mero original 17, Carlos Moreira col. Assinalado na etiqueta como tipo, por Mi¬ randa Ribeiro e único exemplar mencio¬ nado na descrição. LOCALIDADE TIPO: Monte Serrat, Itatiaia (830 metros de altitude), Rio de Janeiro, por designação original, DESCRIÇÃO ORIGINAL: ‘^Tamanho approximado de M. maerotarsus. ... Só um centímetro da base da cauda recoberta. Pêlo altamente desenvolvido, tanto no lado dorsal como no abdominal; ali êle mede 12 a 15 mm, aqui 9 mm; nas bochechas, 7 mm. Ore¬ lhas, pés e mãos finamente recorbertas de cerdas curtas; ou últimos mais intensamente. Vibrissas fracas, sepiáceas ou canela; côr do corpo canela; ligeiramente cinerea no lado dorsal. Flancos canela-ferruginea desde o focinho, região perioftalmica sepiacea di¬ fusa, rinario escuro; bochecha e gargan¬ ta caneMno, mento alvadio; tórax e abdo¬ me uniforniemente crême canelino des¬ maiado. Os pêlos do dorso tem a base cin¬ zenta e os do lado inferior são unicolores até à pele Cauda ferruginea, mais clara para a ponta”. Medidas do holótipo: Cabeça e corpo 123 mm; cauda 172; fdcinho 13; ôlho 5; orelha 17; mão 12; pé 18, (Miranda Ribeiro, 1936:380), OBSERVAÇÕES; Miranda Ribeiro (1905) citou êste exemplar, sob o nome Marmosc mu¬ rma . 13. Mar m os a stollei Miranda Ribeiro, 1936 (b) Op. cit., p. 372 Marmosa noctívaga collega Thomas, 1920, fiãe Cabrera (1958) TIPO: M. N. 1267, fêmea adulta, crânio, número original 12, Emil Stolle col.. Co¬ missão Rondon. Lectótipo designado por MooJEN (1955) . LOCALIDADE TIPO: Aripuanã, Mato Grosso, onde foi coletado o lectótipo. DESCRIÇÃO ORIGINAL: ‘‘Coloração idêntica á figurada por Wagner para T. ma¬ deirensis, isto é, pêlo cinereo- ocra ceo claro no iado .superior e crême alvadio no inferior; 167 ARQUIVOS DO MUSEU NACIONAL — VÜL. LIII 1D63 altura máxima 11 mm. A mancha perioftal- mica pouco acentuada e pardacenta, A cauda é parda em cima e alvadia em baixo. Os calos das mãos ocupam tòda a superfície palmar. O corpo e a cabeça medem 165 milíme¬ tros e a cauda 185; a parte recoberta 20 mm; a mão mede 18 e o pé 24 milímetros. Crânio; Total 45, basilar 43; maior lar¬ gura zigomática 25, maior altura 5; nasaes 20; maior largura 6; menor 3,6; extensão pa¬ latal 23; maior largura no 15; interna 9, Pm" 0 maior; foramen palatal do ao m’’. Processo supraorbitaes medíocres, as cristas decorrentes quasi em contacto; paralelas’7 OBSERVAÇÕES: Na descrição de Mirakda Ribeiro há menção a 2 filhotes, retirados juntamente com a mãi, do estômago de um ofídio do gênero Ceiichris. 14. Marmosa agricolai Moojen, 1943. BoL Mus. Nac., n. ser., sooL, 5, pp. 2-4, fig. 1 TIPO: M. N. 1495, macho adulto, pele e crânio, número original 42, Antenor Leitão de Carvalho coL, em 26 de setem ¬ bro de 1936, Tipo por designação original. Parátipo, M. N. 1494, topótipo, mesmo coletor. LOCALIDADE TIPO; Crato, Ceará, por de¬ signação original. DESCRIÇÃO ORIGINAL: "O crânio de agricolai apresenta largura bi-zigomática n;,- tidamente menor do que em heatrix. A ar¬ cada zigomática é mais extensa proporcio ¬ nalmente e o bordo orbitário inferior revira -so fortemente para fora, formando uma conca¬ vidade conspícua. Em beatrix esta concavi¬ dade é quase obsoleta e a própria arcada é muito mais, estreita na parte jugal. A cons¬ trição post-orbital excede ds 0,8 mm a menor distância interorbital, ao passo que em beatrix esta diferença é de 1,2 mm, dando à região um aspecto bem diferente. A pelagem dorsal de agricolai é cinamô- neo-bruno claro (“Cinnamon Brown”, de Ridgvvay), com a região fronto-nasal muito mais clara. Para os lados a côr perde iguai- mente em intensidade. A base dos pêlos dorsais é cinzento ardósico. A superfície ventral é branco-amarelada (.'Tale ochraceous buff” de Ridgway), mais nitidamente branca no mento, gula e região inguinal. Os pêlos ventrais, entretanto, não têm base côr de ardósia, como em beatrix; são, ao contrário, de côr uniforme. O saco escrotal é forte¬ mente pigmentado de preto, com manchas claras. Anéis peri-orbitários estreitos. As genas são esbranquiçadas, continuando esta côr por trás do hiato, até confundir-se com a da garganta. Mãos e pés, recobertos dor¬ salmente de curtos pêlos esbranquiçados. Pelagem, na primna, com cêrca de 5 mm de comprimento. Mensuraçõess Cabeça e corpo 82 mni (A. Carvalho} ; cauda 105 mm (A, Carvalho) ; pé posterior (c. u.) 15 mm; Crâ?iio — com¬ primento total 24,6 mm; largura zigomática 13,2; compr. palatilar 11,7; mi — m", 3,9; compr. dos nasais 9,8; largura da caixa craniana- 9,7; distância interorbitária 4,0; constrição post-orbitária 4,8”. 15. Tylamys ro?idoni Miranda Ribeiro, 1936 (b) ► Op. cít., pp. 385, 387, 388 ^ Ma7'mosa agilis buenavista Tate, 1931, fiãe Cabrera (1958) TIPO: M. N. 1270, macho adulto, pele e crânio, número original 18, Comissão Rondon coL, em 24 de mareo de 1909, Lectótipo, designado por Moojen (1955) . Síntipos: M. N. 1271, M. N. 1272, M. N. 1275 e M. N, 1276, Comissão Rondon, Serra do Norte. LOCALIDADE TIPO: Salto do Sepotuba, rio Sepotuba, Mato Grosso, onde foi coletado o lectótipo. DESCRIÇÃO ORIGINAL: Cauda subvilosa, vê-se porém perfeitamente as es¬ camas que são muito pequenas; ela é muito forte espessa quase como um Thylamys ve- Iv.tina; só uma pequena parte da sua ponta oferece uma estria nua, descoberta. L;do superior e flancos caneiino ardesiacos; os pêlos tem a base ardesiaca intensa. Laoo inferior branco ligeiramente amarelado. Os pêlos brancos são totalmente dessa còr, excep- PIRES F. DIAS DE AVILA tuados os do pescoço, onde os laterais tem a base ardesiaca, o que forma por tanspa- rência, um colar cinzento indeciso e interrom- pido em meio. Partes anterior e superior do focinho ferrugíneas, zona perioftalmica ne¬ gra chegando até as vltarissas labiais pos¬ teriores; orelhas pardas, mãos e pés ocraceos; cauda parda-unicolor”. Medidas do Zecíóíipo: Cabeça e corpo 110; cauda 154; focinho 14; órbita 5; orelha 14; mão 12; pé 17; Crânio: basilar 33; maior largura 18; nasais 16; iãem, maior largura 4; idem, menor largura 2,5; comprimento pa¬ latal 17,5; M 4 — maior largura 10,5; idem, menor largura 5. 16, Metachirus nudicaudatus 'pe7'sonatus Mi¬ randa Ribeiro, 1936 (b) Op. cit., pp. 351-353 Metachirus nudicaudatus myosurus íTem- MiNCK, 1824), fiãe Cabrera {1958) . TIPO; M, IST. 1218, macho adulto, esqueleto e crânio. Único exemplar mencionado na descrição, como "'lectótipo”. LOCALIDADE TIPO: Serra de Piraquara, Realengo, Guanabara, por designação ori¬ ginal . DESCRIÇÃO ORIGINAL: “Cabeça 65 mm; orelha 37 mm; da nuca à base da cauda 210; cauda 323; radius, desde a olecrana até a articulação carpal 49 mm; mão 0,33; fêmur 51; titaia 60 mm; pé 48 mm. Pêlos curtos e rijos os mais longos medindo 14 mm, tendo entremeiados outros lanosos e mais curtos que não aparecem e formam a base da pro¬ teção contra o frio e a humidade. Superiormente denegrido; os pêlos tem a base cinzenta, um largo anel ocraceo claro e extremidade denegrida dahi essa côr es¬ cura mais espalhada sôbre o alto da cabeça, pescoço, espádua, dorso, lombo, flancos e par¬ te posterior das coxas; sôbre os olhos e do meio destes para trás uma nódoa fulva al¬ vadia, côr que é geral para o lado inferior de todo o corpo, parte anterior das coxas, mãos e superior dos pés; entre êste alvadio inferioi' e o escuro que é fulvescente, há o necessário esfaatimento que é fulvescente, Rinario e ponta do queixo plúmbeos; os es¬ curo do alto da cabeça passa abruptamente - TIPOS DE MAMÍFEROS RECENTES NO M. N. para o fulvescente das bochechas, numa linha reta que vem detrás dos granos suboculares aos labiaes; região em tôrno das orelhas plúmbea superiormente, alvadia inferiormen¬ te; plantas com os calos e pequenos espessa- mentos cutâneos circulares plúmbeos”. Medidas do lectótipoi. “Corpo e cabeça 275; cauda 300; cauda, base recoberta 0; mão 33; pé 48; orelha 37; crânio 61; do lacrímal ao extremo dos incisivos 26; do [incisivo] ao limite pterígoide posterior 33; deste limite ao foramen mágno 23; largura do zigoma 29; colo cefálico 8,5; [molar] ao [incisivo] 31; mandíbula 47,5; m.-l 30; comprimento dos pêlos 14, (Miranda Ribeiro, 1936:351-353) . OBSERVAÇÕES: Os dois exemplares de An¬ gra dos Reis, com que Miranda Ribeiro comparou o tipo são: M. N. 1213 e M. N. 1220 . 17. 'Lutreolina C7'assicaudata travassosi Mi¬ randa Ribeiro, 1936 (b) Op. cit., pp. 402, 403 Lutreolina craesieauãata crassicaudata (Desmarèst, 1804), fiãe Cabrera (1958) TIPO: M. N. 1293, macho adulto, peie e crânio, número original 136.886, Lauro Travassos col., em 19 de junho de 1934, Outra etiquêta com o número 659. Lec- tótipo, designado por Moojen (1955) . LOCALIDADE TIPO: Guariba, São Paulo, onde foi coletado o lectótipo. DESCRIÇÃO ORIGINAL: “Coloração geral olivacea mesclada, sendo o pêlo áspero, de base cinzeta, anel amarelo e ponta prêta; focinho, orelhas e membros mais escuros; palmas e plantas negras cauda recoberta do pêlo do dorso em 4/5 da metade do seu com¬ primento; 0 resto da cauda revestido de cer- das negras (que ocultam as escamas) em 4/5 desta parte e cerdas brancas no 5 termi¬ nal. O lado inferior, do mento a base da cauda, côr de ocre avermelhada”. Medidas: Cabeça e corpo 320; cauda 280; mão 27; pé 45; orelha 20; focinho 21; crânio 73,5; molares 1-3 10,5. As medidas da etiquêta original tdo co- ARQUIVOS DO MUSEU NACIONAL VOI.. UIII 1963 169 leton sao as seguintes: “Corpo 35 cm; ore¬ lha 3 cm; pé 5 em; cauda 28 cm”. Medidas do lectótipo: Corpo e cabeça 123; cauda 53; focinho 17; orelha 13; mãos 11,5; pés 16 [na pele sêca]. Crânio: basilar 30?; maior largura ziigomática 20; maior com¬ primento dos nasais 18; maior largura 6; me¬ nor largura 3,2; constrição intertemporal 5,8; largura dos processos supraorbitais 8; com¬ primento palatal 18,5; maior largura do m3 11; menor largura do m3 6; foramem palatino 4,5; comprimento m 1-3 5,5; altura dos ca¬ ninos 5, (Miranda Ribeiro, 1936;402-3). 18. Didelphis aurita longigilis Miranda Ri¬ beiro, 1936 (a) BoL Mus. Nac., Rio de Janeiro, XI i3, 4), pp. 35-36, 40. Didelphis marsupialis aurita Wied, 1826 TIPO: M. N. 1173, fêmea adulta, pele, nú¬ meros originais M-6 e 2 d', Reinisch coL, em 1 de julho de 1914. Lectótipo, aqui designado. Síntipo: M. N. 1172, to- pütipo, mesmo coletor. LOCALIDADE TIPO: Colônia Alpina, 16 Km ao norte de Teresópolis, Rio de Janeiro, onde foi coletado o lectótipo. DESCRIÇÃO ORIGINAL: “O Sr. Rei- NisH mandára-me dois exemplares de Colônia Alpina com os gr anos cinzentos bastante de¬ senvolvidos. Pode-se dizer sem exagêro que as gambás de Teresópolis constituem duas variedades ou raças; a primeira da forma grisescente acima referida”. OBSERVAÇÕES: Poi publicado, por um lápso, um exemplar de ^‘Didelphis aurita me- lanoidis Mirauda Ribeiro”, como lectótipo de longipilis, (o mesmo acontecendo com 0 “cótipo”) 0 que aqui corrijo. Na des¬ crição original de longipilis há referência explícita a dois exemplares coletados em Colônia Apina por Reinisch. Em Miranda Ribeiro (1936) (ta), p. 338), há outra re¬ ferência 0 longipilis, com a citação dos nú¬ meros originais M-6 e M-7 que corres¬ pondem, respectivamente, aos exemplares M. N. 1172 e M. N., 1173. 19. Didelphis aurita melanoidis Miranda Ribeiro, 1936 (a) Op. cit., pp. 36, 40, Didelphis marsupialis aurita Wied, 1826 TIPO: M. N. 1180, fêmea adulta, pele, núme¬ ro originai 2 e’, Miranda Ribeiro e filhos col., Lectótipo, aqui designado. Síntipo: M. N, 1185, topótipo, mesmos coletores. LOCALIDADE TIPO: Teresópolis, Rio de Ja¬ neiro, aqui restrita a Colônia Alpina, 16 Km ao norte de Teresópolis. DESCRIÇÃO ORIGINAL: “Pode-se dizer sem exagêro que as gambás de Teresópolis constituem duas variedades ou raças; ,.. outra quase perfeitamente inelanoide, sem outra existência do amarelo creme da base, senão numa estria que parte da cabeça e vae pelos flancos terminar sobre as ancas. Essa estria é constituída pela ausência dos granos pretos nessa região. Quanto ao colo¬ rido, são muito mais acentuadas as manchas faciaes e o pêlo é muito mais fornido e amplo que nas fôrmas da planície, sobressai a re¬ gião guiar quase toda denegrida. Da segunda forma há uma boa fotografia no trabalho do Dr. Schirch, anterior e neste mesmo Boletim ... IBol. Mus. Nac. VIII: 77- 86 ^ 2 est., (1932), 1933]. Esta variedade é verdadeiramente retinta nos casos de mela- nismo mais intenso; mal se descobre o ama¬ relo da base dos pêlos; sendo para isso pre¬ ciso separá-lo”, OBSERVAÇÕES: Ao descrever ^'Didelphis aurita longipilis’^ Miranda Ribeiro dis¬ cutiu a separação subspecífica das duas fases de coloração sob que se apresenta Didelphis marsupialis aurita, o que não é admissível. ORDEM CHIROPTERA 20. Molossops mattogrossensis Vieira, 1942 A?'q. Zool, São Faulo, São Paulo, VIII, 1942, p. 430 170 PIRES F. DIAvS DE AVILA TIPOS DE MAMÍFEROS RECENTES NO M. N. Neoplatymops mattogrossBnsis (Vieira, 1942), /ide .Peterson, 1965. TIPO: M. N. 3597, macho adulto, P. C. Hoehne col., em 10 de fevereiro de 1918, Comissão Rondon. Tipo por designação original. Alótipo, M. N. 3596, topótipo, mesmo coletor. Mais 4 parátipos. LOCALIDADE TIPO: São Simão, rio Jurue- na, Mato Grosso, por designação original. DESCRIÇÃO ORIGINAL: “Assemelha-se bastante a Molossops temmznckii no aspecto exterior. Orelhas relativamente curtas e es¬ treitas, não ligadas na base, com lóbulo arre¬ dondado na base da margem externa, e forte dobra na parte interna da concha; quando dobradas sôbre o focinho, não alcançam sua extremidade. Margem interna da concha quase direita com leve depressão pouco antes da extremidade; margem externa bastante convexa; extremidade quase arredondada. Antitrago grande, arredondado, com margem anterior semicircular e posterior ligeiramente reentrante; trago pequeno e de feitio mais ou menos triangular e base larga. Focinho largo, com extremidade oblíqua- mente truncada na qual sobressaem as na¬ rinas que avançam muito além do lábio in¬ ferior. Lábios inferiores lisos: lábios supe¬ riores munidos duma série de pregas longi¬ tudinais dos cantos da boca às narinas; ventas grandes arredondadas e separadas entre si por largo espaço. Polegar relativamente grande, com forte calosidade na base. Membrana an- tebraquial como M, temminckii; membrana interfemural pouco menos expandida. Mem¬ brana da asa ligada quase ao meio da tíbia, Calcâneo bastante alongado, margeando tôda a membrana interfemural, da base do pé ao meio da cauda. Esta é pouco menor que a de M. temminckii. Pêlos curtos; orelhas, fo¬ cinho, mento e membranas, quase inteira- mente nuas. Sôbre o focinho e lábios raros pêlos esparsos; pés com pêlos muito longos. Antebraço inteiramente nu com a pele re¬ vestida em tôda sua extencão de minúsculas granulações verrucosas, o que é característico da espécie. Colorido das partes superiores pardo murino, tendo os pêlos as bases esbran¬ quiçadas; colorido das partes inferiores, bran¬ co pardacento, muito claro na região ventraL Mento, focinho e orelhas, pardo muito escuro, membranas muito escuras. Crânio com rostro menor e mais estreito que 0 de Molossops temminckii; caixa ence¬ fálica menos elevada, situada quase ao nível do rostro; abóboda palatina mais curta e estreita, nenhum vestígio de crista sagital. Incisivos superiores pouco maiores e mais recurvos que os de Molossops temminckii; o espaço que medeia entre êles é também maior. Caninos superiores mais compridos e recurvos; caninos inferiores com cingulum pouco mais proeminente. Pré-molares e mo¬ lares superiores e inferiores, pouco mais largos’, Mediãas do tipo\ Comprimento total 15 mm; largura bizigomática 10; largura in- terorbital 4; altui’a ocipital 3,5; largura do 3,5; largura entre caninos 2,5; compri¬ mento da mandíbula 11; série molar superior 6; série molar inferior 7. Cabeça e corpo 40; cauda 22; antebraço 28. ORDEM PRIMATES 21 . Callicehus geoffroyi Miranda Ribeiro, 19H Comm. Linhas Telegr. Estrat. Matto Grosso ao Amazonas, Annexo 5, Rio de Janeiro, maio 1914, p. 19. — Callicehus moloch donaohophüus (D’Or- BiGN, 1S36), fide Hershkovitz C1963) . TIPO: Não encontrado na coleção. LOCALIDADE TIPO: Urupá, rio Jiparanã, Território de Rondônia, por designação original. DESCRIÇÃO ORIGINAL: ^‘O primeiro exemplar deste macaco me foi trazido pelo indio Joaquim Parecis, quando estavamos acampados no Porto da Passagem sôbre o Pimenta Bueno. . .. Mais tarde, quando se¬ parado do tronco da expedição eu descia o Gy-Paraná, o mesmo índio me apanhou, em Urupá, outro exemplar que pude preparar. Nóto muita palidez n’essa pele, e o exem¬ plar coligido se aproxima bem frisantemente da estampa dada por Is, Geoff. S. Hilaire que parece não reproduzir C. moloch de Hof fmansegg”. OBSERVAÇÕES: Callicehus geojroyi pouco ARQUIVOS DO MUSEU NACIONAL VOL. LIII - - 1963 171 mais é que um nome nu. O tipo não foi identificado na coleção. Existe, entretan¬ to, um exemplar (M, N. 2925, macho adulto pele, coletado por Pedro Pinto Peixoto em novembro de 1913), sem pro¬ cedência exata, identificado por Mirattda Ribeiro, como C. geoffroyi. 22. Hapale caelestis Miranda Ribeiro, 1924 Boi. Mus. Nac., Rio de Janeiro, I (3), pp. 211-215 ™ CalUthrix aurita caelestis (Miranda Ri¬ beiro, 19.4), fiãe Moojen, 1950 fb) TIPO: M. N. 2825, adulto, pele e crânio, Mi¬ randa Ribeiro coL, Lectótipo, designado por Moojen (1955) . Síntipos: M. N. 2822 e M. N. 2815, topótipos, o segundo cole¬ tado por P, Schirch. LOCALIDADE TIPO: Teresópolis, próximo ao pico do Dedo de Deus, serra dos Ór¬ gãos, Rio de Janeiro, onde foi coletado 0 lectótipo. DESCRIÇÃO ORIGINAL: “Cara vilosa, as vilosidades muito razas na região óculo- nasal. Barba intensa, circundando a cabeça e recobrindo as orelhas, que, dispõem de tufo longo e farto na sua página anterior. Cebelo do pescoço mais desenvolvido, porém não for¬ mando manto; cabelo do dorso de dois ta¬ manhos, os maiores esparsos e situados sobre a região sacro-lombar. Pêlos da cauda me¬ díocres e uniformes até a ponta do órgão. Unha do primeiro artelho chata. Côr: testa, pálpebras superiores, beiço e mento e tufos auriculares, brancos. Alto da testa cambian¬ do para ocraceo que se acentua e passa a amarelo no vertex, onde os pêlos têm a ponta negra; daí para traz, sobre os ombros, dorso, flanco, axilas braquiais e tórax, êsse ama¬ relo cambia para o cromo ferruginoso, bem como na parte anterior das coxas, desde o ilíaco até os joelhos. A barba, a garganta, o lado anterior dos braços, tôda a parte in¬ ferior até 0 baixo ventre, parte externa das coxas e pernas, região sacro-coccígeana e base da cauda negros. Antebraços, lado ex¬ terno posterior até o dorso das mãos, olivaceo cinereo, uma nódoa ocra cea no lado interno do antebraço; articulação tibio-tarsal ferru- gínea, pés superiormente olivaceo cinereo; cauda anelada de negro e cinereo ligeiramen¬ te olivaceo. Dimensões: corpo 26 cm, memfo. ant. 11 cm, memb. post. 14 cm, cauda 28 cm. — 3 exemplares col. auUL 23. Hapale caelestis itatiayae Mir.anda Ribeiro, 1959 Atas Soc. Biol. Rio de Janeiro, 3 (4), 1959, pp. 2-3 —: CalUthrix aurita caelestis (Miranda Ri¬ beiro, 1924), fiãe Avila-Pires (1959) . TIPO: M. N. 2828, macho adulto, pele e crânio, Rudolf Pfrimer coL Lectótipo, designado por Avila-Pires (1959) Síntí- pos: M. N. 2818, e M. N. 2819, topótipos, mesmo coletor. LOCALIDADE TIPO: Serra de Itatiaia, Rio de Janeiro, onde foi coletado o lectótipo. DESCRIÇÃO ORIGINAL; “A coloração do dorso é predominantemente negro, estan¬ do os pêlos de ponta ocráceo característicos, mais ou menos encobertos. Membros inferio¬ res cobertos de pelos negros, destacando-se dos tarsos para a extremidade a mistura de pêlos ocráceo”. 24. Hapale pet7'07iius Miranda Ribeiro, 1924 Op. cit., p. 213 — CalUthrix aurita (E, Geoffroy de Saint- Hilaire, 1812), ^ide Moojen (1950 b) TIPO; M.N. 2824, adulto, pele e crânio, Pedro Pinto Peixoto coL, em 1922. Lec¬ tótipo, designado por Mqojen (1950 b) . Síntipo: M. N. 2816, topótlpo, mesmo coletor. LOCALIDADE TIPO: Silveira Lobo, Minas Gerais, restrita por Moojen (1950 b) . DESCRIÇÃO ORIGINAL: “Cara vilosa, pêlos raros e só inexistentes na região lacri- mal. Barba acentuada;, pêlos fartos e abun¬ dantes; os do dorso, membros anteriores e coxas mais longos. Tufos auriculares medío¬ cres. Pele negra na região óculo-rostral, na. 172 PIRP]S F. DIAS DE AVILA orla externa superior das orelhas e nos ex¬ tremos dos quastro membros ambulatórios, in¬ clusive palmas e plantas; no resto do corpo é, ao contrário, branca. Côr; pêlos da testa e da cara, bem como da parte superior dos tufos, brancos; raros pêlos da região dorsal lombar com um anel canelino vsubterminal e pouco perceptível; mãos e pés cinzento oli¬ va ceos, bem como os anéis da cauda onde 0 cinzento é mais puro e não atravessa o lado inferior do órgão. O resto é negro carvão, absoluto. Uma das características é a dupla côr albi-negra dos tufos auriculares. Cabeça s corpo 25 cm; membros anteriores, 12 cm; membros posteriores, 14,5 cm; cauda 32 cm”. OBSERVAÇÕES: Moojen (1950 b) mos- trou que Hapale peti^onius Miraíida Ribeiro é sinônimo de Hapale aurita E. Geoffrey de St-Hilaire. Por outro lado, Callithi-ix aurita eaelestis (.Miranda Ri¬ beiro) tem sido confundido na literatura, com aurita típico. 25. Mico melanoleucus Miranda Ribeiro, 1912 Brasil. Ruíiãschau, 11, 1912, pp. 21-23 Sagumus melarioleucus (Miranda Ribeiro, 1912) TIPO: O exemplar M. N. 2835, designado por MooJEw (1955) como lectótipo, não pode ser conside];‘ado como tal, por ser um espécime de CalUthrix chrysoleuca ( Wagner, 1842), que viveu no Jardim Zo¬ ológico do Rio de Janeiro. O tipo está no British Museum (Natural History) e é citado como ‘xótipo” em Thomas (1920, p. 269) e em Hiil (1957, pp. 240-241) . Êste último redescreve-o, LOCALIDADE TIPO; Amazonas, restrita a Santo Antônio do rio Eiru, margem di¬ reita do rio Juruá, Amazonas, por Car¬ valho (1957, p. 222) . DESCRIÇÃO ORIGINAL: ‘^Fácies e es¬ trutura de M. argentatus; pêlos de todo o corpo e da cauda inteiramente brancos; pele da cara, das orelhas, das mãos até os braços, dos pés até as coxas e partes genitais, intei- ramente negros. - - TIPOS DE MAMÍFEROS RECENTES NO M. N. Um exemplar do Jardim Zoológico do Rio de Janeiro sem procedência; outro no Museu do Pará, dado como procedente do Amazonas”. OBSERVAÇÕES: O primeiro exemplar de melanoleucus visto por Miranda Ribeiro vivia no Jardim Zoológico do Rio de Ja¬ neiro, mas, não foi preservado. Ao térmi¬ no da viagem que empreendeu, como zoólogo da Comissão Rqndon em 1909-1910, Miranda Ribeiro esteve em Belém, onde Emílio Gqeldi, mostrou-lhe um saguim que reconheceu pertencer à mesma es¬ pécie daquele que vira no Rio de Janeiro. Regressando da Europa em 1912, Miranda Ribeiro encontrou o mesmo exemplar ainda vivo no Museu Goeldi e descreveu-o ao chegar ao Rio de Janeiro. Posterior¬ mente, segundo afirma Thomas (1920, p. 269), Snethlage enviou o exemplar para o British Museum. ORDEM ARTIODACTYLA 26. Mazama ronãoni Miranda Ribeiro, 1914 Comm. Linhas Telegr. Estrat. Mato Grosso ao Amazonas, i)mexo 5, Rio de Janeiro, maio 1914, pp. 33-34, est. 16-18. TIPO: M. N. 841, macho adulto, esqueleto montado, Rondon coL, em 29 de julho de 1909, Comissão Rondon. Lectótipo, designado por Moojen (1955) . Síntipo: M. N. 1441, pele tíe uma fêmea jovem. LOCALIDADE TIPO: Cachoeira do rio Ca- bixi, mata do Piroculina, próximo a Vi- lhena, nos limites de Mato Grosso com o Território de Rondônia, onde foi cole¬ tado o lectótipo. DESCRIÇÃO ORIGINAL; '‘Dimensões MM Comprimento da cabeça, da ponta do focinho à base dos chifres . 0,17 Comprimento da cabeça, ao ângulo ocular anterior . 0,11 Comprimento da cabeça ao ângulo an¬ terior da fossa lacrimal . 0,09 Hiato . 0,07 Diâmetro ocular (longitudinab . 0,034 Maior altura da cabeça (da base dos chifres ao ângulo mandibuiar) ... 0,10 VOL. LIII 1963 173 AR.QUIVOS DO MUSEU NACIONAI. — Orelha . 0,10 Abertura desta (diam. long. do meio do entalhe inferior à ponta) . 0,097 Diamero transversal . 0,058 Da nuca à espádua . 0,12 Da espádua à base da cauda . 0,62 Mão (até a articulação glenoidiana) 0,34 Pé . Cauda . 0,08 Cintura, na região do diafragma .... 0,40 Bainha do pênis . 0,07 Scrotum . 0,08 Chifre . 0,06 Côr, sepiacea; abdômen fulvescente ca- nelino, olhos negros. Esta espécie é encon¬ trada da Mata da Poaya, para o Norte, até 0 Amazonas”. OBDEM RODENTIA 27. Sciurülus piLsülus hoehnei Miranda Ribeiro, 1941 O Cavipo, 12 (139), julho, 1941, p. 10 . 7 - Seiurillus pusülus glaucinus Thomas, 1914, fide MooJEN (1942) TIPO: M. N. 1896, fêmea adulta, pele e crânio, F. C. Hoehne coL, Comissão Rondon. único exemplar citado na des¬ crição . LOCALIDADE TIPO: rio Teles Pires (antigo São Manoel). Mato Grosso, por designação original. DESCRIÇÃO ORIGINAL: “O pêlo dêsse minúsculo e gracioso esquilo é de duas natu¬ rezas; os da primeira, aparecem em todo o corpo, distribuídos de modo uniforme e cons¬ tituem a base do tegumento geral; estes pêlos são cinzentos na base, depois se tornam denegridos e têm um largo anel amarelado claro antes da ponta. Os outros pêlos são granoides, negros uniformes e aparecem na cabeça, no pescoço até ás espáduas e nas ancaxS. Na cabeça o anel amarelo se torna ligeiramente ocraceo; em tôrno dos olhos, de orla palpebral negra e de pestanas dessa côr; há depois um círculo perioftalmico amarelo quase branco, como atrás das orelhas uma nódoa de pêlos especiais muito finos e lano- sos. No lado do abdômen a terminação ama¬ rela torna-se fulvescente, aparecendo e desa¬ parecendo a ponta negra que existe nos pêlos dorsais, excetuada a garganta onde êles se mostram. Mãos e pés rufescentes, principal¬ mente no lado interno, coxas e braços idem, sendo a parte mais intensamente colorida a região que vai de coxa a coxa. Os pêlos da cauda devido a desigualdade de colorido e a existência de um largo anel negro antes da terminação clara, e a intromissão de pêlos negros comuns no meio da sua face inferior, exibem uma coloração amarelada negra ci- nerea amarelada que termina com o facho denegrido uniforme da ponta; os pêlos pretos do meio da face inferior aí determinam uma estria indecisa em tôda a sua extensão. Me¬ didas em milímetros: Total 27,5; Hensel 28,6 — largura zigomática 18,6; largura craniana 14,8; extensão dentária 4,8; diastema 5,6; largura palatina 3,9; largura anterior às ar¬ cadas 6.,8; corpo e cabeça 91; cauda 79; com¬ primento do pincel caudal 48”. OBSERVAÇÕES: êste exemplar foi citado por Mirajs^da Ribeiro (1914, p. 36) . 28 , Sciurus aestuans henseli Miranda Ribeiro, 1941 Op. cit., p. 10 Sciurus ingrami henseli Miranda Ribei¬ ro, 1941 % TIPO; M. N. 1856, macho adulto, pele e crânio, número original 5, E. Snethlage coL, em 1 de agosto de 1928. Único exem¬ plar citado na descrição. LOCALIDADE TIPO: Porto Feliz, rio Uruguai, Santa Catarina, por designação original. Por um lápso, a localidade aparece na descrição de Miranda Ribeiro como sendo no Rio Grande do Sul. DESCRIÇÃO ORIGINAL: “Pêlo 14 mm. Pés com pêlos alvadios entremeiados e cauda com a ponta dos pêlos em tôda a extensão, alvadia. Orelhas ferrugíneas. As pontas dos pêlos, no pescoço, formam um colar indistin¬ to, Círculo perioftalmico exteriormente fer- rugíneo, interiormente branco na pálpebra inferior. Diâmetro ocular 11 mm; orelhas 15 174 PIRES F. DIAS DE AVILA — TIPOS DE MAMÍFEROS RECENTES NO M, N. mm. Face abdominal branca desde os beiços superiores, garganta, braços e antebraços, abdômen, coxas, e lado antero interior das pernas '8 pés. Bolsa masculina grisalha. Re¬ gião toráxico abdominal com o meio mesclado de branco e ocráceo e os lados cinzentos, .. . Medidas; Total 46 mm; interorbital 16 mm; interzigomático 27 mm; largura craniana 21 mm 2; compr. nasal 14 mm 8; arcada den¬ tária 7 mm 8; diastema 11 mm; largura pa¬ latina 5 mm; largura máxima na extremida¬ de dentária 10 mm; cauda 175 mm'T Nota'. Medidas originais do coletor: ca¬ beça e corpo 168; cauda 181; tarso 45; orelha 20. 29. GuerlinguetiLs poaiae Moojen, 1942 Roí. Mus. Nac., Rio de Janeiro, n, ser., zool., 1, pp, 11-13. Sciu?-us poaiae (Moojen, 1942) TIPO: M. N. 1902, macho adulto, pele e cr⬠nio, Miranda Ribeiro col., em 7 de maio de 1909, Comissão Rondon, por designa¬ ção original. Parátipos: M, N. 1904, M. N. 1908, topótipos. M. N, 1912 (rio Pa- ranatinga), M. N. 3820 (Barra dos Bugres) . LOCALIDADE TIPO: Mata da Poaia, Tapi- rapoã. Mato Grosso, por designação original- DESCRIÇÃO ORIGINAL: ‘^Vellus dorsal de coloração castanho-escuro, agrisalhada de camurça; a côr camurça da ponta dos pelos do vellus, acentua-se nos lados da cara, fron¬ te, e face externa dos membros, até tornar-se única dos pequenos pêlos dos dedos. Coãarium dorsal de coloração cinzento-escura. Vellus ventral e da face interna dos membros, de coloração oerácea, acentuando-se na linha média ventral, até tornar-se ferrugínea no peito: garganta ligeiramente mais clara, do mesmo modo que o mento e bordos do lábio superior; pelos escrotais arruivados, esparsos. Região basal superior da cauda com a mesma coloração do vellus do dorso poste¬ rior. Pêlos superiores da cauda com anéis sucessivamente ferrugíneo, prêto e ferrugíneo, ocupando a metade proximal do pêlo, e logo seguidos de um largo anel prêto e da extre¬ midade distai branco-fulvescente. No aspecto geral o prêto aparece abundantemente, agri- salhado pelo branco-fulvescente das pontas. Crânio com rostrum alongado, mas, de um modo geral, curto e largo. M- com faces mesial e distai paralelas e com maior eixo vestíbulo- lingual do que o eixo meso-dístal (79,5% a 85% em vez de 90%, e mais, em güvigularis) . Em gilvigularis êstes eixos se igualam aproximadamente e as faces mesial e distai não são paralelas” . Medidas do holótipo\ cabeça e corpo 180; cauda 173; patas posteriores 43; maior com¬ primento do crânio 44,6; comprimento cra- niobasal 40,0; largura zigomática 26,5; maior comprimento dos nasais 12,8; distância in¬ terorbital 15,5; largura da caixa craniana 20,3; comprimento palatilar 19,3; série molar superior 7,3. 30. Guerlinguetus rufus Mqojen, 1942 Op. cit-, p. 14 — Sciurus cabrerai Mqojen (1958) = Seiurus ignitus ^cabrerai Moqjen, 1958 fiãe Cabeera (1961) TIPO: M. N. 1914, macho adulto, pele, Co¬ missão Rondon coL, em 13 de maio de 1914, por designação original. LOCALIDADE TIPO: São João, cabeceiras do rio Aripuanã, Mato Grosso, por designa¬ ção original. DESCRIÇÃO ORIGINAL: “O exemplar apresenta o vellus dorsal de coloração casta¬ nho-escura, agrisalhada de ruivo pelas pontas dos pêlos. Esta coloração ruiva apresenta-se uniformemente no focinho, face interna das orelhas e dos membros, região perioftálmica e tôda a superfície ventral. até a base da cauda, atenuando-se ligeiramente no queixo e na garganta. Parte externa das orelhas com pêlos de coloração alaranjada, nos bordos, e fulvos em tôda a superfície restante; a mes¬ ma côr fulva forma um tufo post- auricular co7ispícuo. Parte superior das mãos e pés, arruivada. Cauda, com parte basal de colo¬ ração semelhante à dorsal; uma porção res¬ tante dos pêlos da cauda (quase tôda des¬ provida de pêlos) apresenta-se com a base VOL. LIII 1963 175 ■MÍQUIVOS 1)0 MUSEU NACIONAL arruivada até acima do meio, seguindo-se um anel prêto e a pqrção terminal avermelhada. Dimensões: Cabeça e corpo ISõ mm; pés posteriores 42 mm”. 31. Haârosciurus igniventris ?Rcmha7iensis MooJEW, 1942 02 ?. cit., pp. 24-26 — Sciu?'us igniventris inanhanensi^ (MoqJEn, 1942) , fide Caerera (1961j TIPO: M. N. 1874, macho adulto, pele e crânio, número original 576, C. Lackq co 1„ em 1 de setembro 1927, por designação original. LOCALIDADE TIPO: Paraná do Manhana, entre os rios Japurá e Amazonas, Ama¬ zonas . DESCRIÇÃO ORIGINAL: ‘‘Vellus dorsal agrisalhado de ferrugineo- alaranjado sòbre a còr castanho-preta da base dos pêlos, aumentando a extensão dos anéis ferruglneo- alaranjados das extremidades dos pêlos nos flancos e membros anteriores. No dorso pos¬ terior, as pontas dos pêlos passam a mn tom de ver.melho-cereja ígneo, côr que toma uni- formemente as coxas e pernas; apenas nos pés entreaparece a côr prêta da base dos pêlos curtos, O eodarium do dorso é de côr prêta; nas coxas e pernas passa a cinzento- nigrescente. Coroa quase prêta, com ligeiro agrisalhado de pontas fulvas. Região periof- táimica, faces, queixo e garganta ferrugíneos. Orelhas revestidas de curtos pêlos negro- vermelhos. Vellus Ventrai e face interna dos mem¬ bros, de côr vermelho- ocrácea, com manchas fuivescentes. Cauda, com o quinto basal superior negro, apenas lígeiramente pontilhado de vermelho. Tôda a porção distai formada por longos pêlos de base negra e extremidade côr de laranja. Êstes pêlos aumentam em tamanho, gradati¬ vamente, até o pincel caudal. Na face infe¬ rior, a coloração prêta toma um quarto da extensão da cauda. Crânio de rostro não alongado, bastante deprimido na região interorbital”. Medidas do holótipo\ cabeça e corpo 300; cauda 280; patas posteriores 55; maior com¬ primento do crânio 6o,õ; comprimenLo crânio- basal 60,3; largura zigomática 37,1; maior comprimento dos nasais 21,2; distância in- terorbital 21,8; largura da caixa craniana 23,4; comprimento palatilar 30,6; série molar su¬ perior 10,4. 32. Hadroseiurus langsdorjfii rondoniae MooJEn, 1942 Op. cit., pp. 39-40 TIPO: M. N, 1891, macho adulto, pele e crânio, E, Stolle col., Comissão Rondon, por designação original. LOCALIDADE TIPO: Aripuanâ, rio Jamari, próximo ao limite entre o Estado de Mato Grosso e o Território de Rondônia. DESCRIÇÃO ORIGINAL: ‘^Vellus dorsal castanho-negro, agrisalhado de branco-ama¬ relado, muito mais claro do que em steinbachi. Focinho, queixo e lados da cara, de còr fer- rugínea uniforme, distribuindo-se esta mesma côr quase uniformemente pela cabeça, até o pescoço, apenas lígeiramente enegrecida na coroa, atingindo o pescoço anterior. Orelhas vestidas de curtos pêlos ruivos, externa e in¬ ternamente. Garganta, peito e ventre, de côr branco-amarelada. Patas anteriores, externa- mente agrisalhadas de fulvo no braço, e fer¬ rugem nos antebraços e mãos; internamente branco-amareladas. Dorso, para trás da cin¬ tura pelViana, de côr negra, agrisalhada de vermelho-ígneo escuro, prolongando-se esta última côr pelas patas posteriores até os pés. Face interna das pernas grosseiramente agri¬ salhada de branco-amarelado sôbre negro- cinzento. Cauda tufosa, de bela côr castanho- ferrugem, deixando entrever o negro da base dos pêlos. A base da cauda, dorsalmente, con¬ tinua o vermelho-ígneo do dorso posterior, mas com muito maior porcentagem de negro; inferiormente, a côr prêta toma um quarto da cauda na base. Crânio muito maior do que em steinbachi, acentuando-se principalmente o rostro longo”. Medidas do holótipo: cabeça e corpo 280; maior comprimento do crânio 65,6; compn- mento crânio-basal 60,9; largura zigomática 38,1; maior comprimento dos nasais 20,5; distância interorbital 21,4; largura da caixa 17fi PIRES F. DIAS DE AVII.A TIPOS DK MAMÍFEROS RECENTES NO M, N. craniana 22,9; comprimento palatilar 31,7; série moiar superior 10,0. OBSERVAÇÕES; Figurado em Miranda Ri¬ beiro (1914, p. 36 e est, 19) 33. Hadrosciurus pyrrhonotus purusianus MooJEW, 1942 Op. cit., pp. 31-33 Sciurus tricolor purusianus (MoqJen, 1942) TIPO; M. N. 1886, macho adulto, pele e crânio, número original 175, C. Lackq col-, em setembro de 1932, por designação original, LOCALIDADE TIPO: Lago Aiapuá, baixo rio Purus, Amazonas, por designação original. DESCRIÇÃO ORIGINAL; ‘^Vellus dorsal: Prêto agrisalhado de laranja-fulvo; acentuan¬ do-se 0 agrisalhado pelas pontas de colorido mais extenso, nos membros anteriores e nos flancos; coloração mais vermelho-cereja escuro no baixo dorso posterior, como nas coxas e pernas, em que o vermelho-cereja se torna uniforme. Coroa e pescoço anterior de colo¬ ração prêta finamente pontilhada de fulvo- laranja, tornando-se esta última côr mais notável nas faces. Região perioftálmíca fer- rugínea, como o queixo e a parte baixa do focinho. Orelhas ferrugíneo-prêtas nos pelos curtos, com um tufo mais claro, post-au- ricular. Vellus ventraZ: Branco puro na garganta, no peito e na linha média do ventre. O branco mistura-se irregularmente com ama- relo-ocráceo no restante da superfície ventral e aparece ainda nitidamente entre os pêlos avermelhados da superfície interna dos mem¬ bros. Assim, nas axilas e região inguinal, o branco domina, diminuindo porém, gradativa¬ mente, pela linha interna, até que desaparece, deixando uniforme o vermelho-laranja. Crânio: Grande, sem rostro muito alon¬ gado e com a concavidade da linha superior apenas ligeiramente interrompida pela de¬ pressão ínterorbital, Cauda: Tufosa, com a base superior prêta, apenas ligeiramente agrisalhada de ferrugem, até um quarto do tamanho total; os três quartos restantes fulvo- ferrugíneos nas pontas (anel terminal tomando 1/4 de cada pêlo, aproximadamente) e prêtos na base. A côr prêta da base, com um anel fulvo apenas perceptível. Superfície inferior com mais do que um terço negro uniforme, na base, quase nada pontilhada de côr de laranja e com a mesma côr dorsal na extensão restante, em¬ bora o negro entreapareça mais notada- mente”. Medidas do holótipo: cabeça e corpo 300; cauda 290; patas posteriores 65; orelhas 23; maior comprimento do crânio 68,9; compri¬ mento crânio-basal 62,4; largura zigomática 40,8; maior comprimento dos nasais 21,4; dis¬ tância Ínterorbital 22,5; largura da caixa craniana 25,1; comprimento palatilar 32,8; série molar superior 9,9. 34. Oryzomys kelloggi Avila-Pires, 1959 Atas 'Soc, Biol. Rio de Janeiro, 3 (4), 1959, p, 2 TIPO: M. N. 7335, macho adulto, pele e cr⬠nio, número original SEPFA M-14393, G. P. col„ em 21 de maio de 1943, por desig¬ nação original. *Parátipos no Museu Na¬ cional, no American Museum of Natural History e United States National Museum. LOCALIDADE TIPO; Fazenda São Geraldo, Além Paraíba, Minas Gerais, por desig¬ nação original. DIAGNOSE: “Caracterizam-se pela co¬ loração castanho-avermelhado do dorso, lados do corpo amarelo-acanelado, distinguindo-se nitidamente da coloração branco do ventre, superfície palmar dos membros, garganta e mento. Superfície volar dos tarsos e carpos também branco. Comprimento da cabeça e corpo reunidos, de 145 a 160 ram no adulto; cauda de 145 a 172; comprimento máximo do crânio de 33,7 a 37,5; série molar superior de 5 a 5,4; pêso de 75 a 115 g”. (13 exemplares medidos, topótipos) . Medidas do holótipo: Cabeça e corpo 155 mm; cauda 145; pata posterior 33; compri¬ mento máximo do crânio 35,4; comprimento basal 32; largura bi-zigomática 18,4; cons- tricção Ínterorbital 5,3; largura da caixa cra¬ niana 13; forarae incisivo 5,9; série molar superior 5; pêso 90 g . AÍÍQUIVOS DO MUSí:IT nacional ■ VOI. LIII 1963 3õ. Oryzomys ratiiceys moojeni Avila-Pires, ■- 1959 Op. cit., p. 3 TIPO: M. N. 22,908, macho aduito, pele e crânio, número original 2425, col. em 23 de agosto de 1956, por designação origi¬ nal. ParáÜpos no American Museum of Natural History e Museu Nacional. LOCALIDADE TIPO: Morro de São João, Cananéia, São Paulo. DIAGNOSE; “Superfície dorsal casta- nho-amarelado, com pêlos de ponta alaran¬ jado e prêto em mistura. Ventre branco, os pêlos com a base ardesíaco. Lados do corpo mais amarelado, destacando-se bem a linha de separação da côr ventral. Em três exemplares adultos medidos, en¬ contramos: comprimento da cabeça e corpo de 150 a 160 mm; cauda de 135 a 145; com¬ primento máximo do crânio 34,4 a 37,2; série molar superior de 5,3 a 5,7; pêso de 77 a 123 g”. Medidas ão Jiolótipo: cabeça e corpo 160 mm; cauda 145; pata posterior 35; compri¬ mento máximo do crânio 37,2; comprimento basal 33,4; largura bi-zigomática 18,2; cons- tricção interorbital 5,5; largura da caixa cra¬ niana 14,2; forame incisivo 6,1; série molar superior 5,7; pêso 123 g. 36. Akoão7i serre7isis leucogula Miranda Ribeiro, 1905 Arg, Mus. Nae., Rio de Janeiro, XIII, 1905, p. 188 ,est. 3 Akoãoji se?'re7isis Thomas, 1902 TIPO: M. N. 2513, macho adulto, pele e cr⬠nio, Carlos Moreira col. único exemplar mencionado na descrição. LOCALIDADE TIPO: Retiro do Ramos, 19 Km da sede do Parque Nacional do Ita¬ tiaia, 2180 m de altitude, serra de Ita¬ tiaia, Rio de Janeiro, por designação ori¬ ginal . DESCRIÇÃO ORIGINAL: “Difere dos precedentes por ser um tanto azeitona do na côr do dorso; o ventre é de côr ocre ama- -í r7M i i í relo, o mento, o queixo e uma estna fina que vai da garganta ao meio das patas anterio¬ res, de côr branca pura. Dimensões: Corpo 105, cauda 73, pés 24 e mãos 11 mm”. OBSERVAÇÕES: Miranda Ribeiro enviou a Thqmas uma série de exemplares, que foram identificados por êste como Akodon serreTisis. 37. Zygodo7ito7nys pixu7ia Moojen, 1943 Boi. Mus. Nac., Rio de Janeiro, n, ser., zooL, 5, pp. 8-10, fig. 2 TIPO: M. N. 1535, fêmea adulta, pele e crânio, número original 86, A. L. de Car¬ valho coL, em 16 de outubro de 1936, por designação original. 9 parátipos. LOCALIDADE TIPO: Crato, Ceará, por de¬ signação original. DESCRIÇÃO ORIGINAL; “Cabeça e corpo -- Supe7'ficie do7'sal bruno-ciaro acinzentada, do focinho à base da cauda, mais enegrecida na linha mediana. Esta côr resulta da mis¬ tura de pêlos com extremidade cinamôneo- amarelada (“Cinnamon buff”, de Ridg\^^ay) com outros de extremidade enegrecida. Na primna a côr passa a ferrigineo claro. O codário é cinzento-ardósia. Lados — Bochechas cinéreo-amareladas. Flancos mais claros do que o dorso, passando a cinéreo-claro à medida que se aproximam da superfície ventral, com a qual se limitam quase imperceptivelmente. Codário como no dorso. Superfície ventral — Dniforniemente co¬ lorida de cinéreo claro amarelado; as bases dos pêlos nigrescentes. No mento, os pêlos são totalmente brancos. Extremidades torácicas e pélvicas — Ex¬ ternamente, como nos flancos; internamente como no ventre. Mãos e pés recobertos de curtos pêlos brancos. Cauda — Dorsalmente, de côr forunea enegrecida, uniforme; ventralmente, de côr branco-cinérea. Pêlos curtos e esparsos, com as mesmas côres da superfície dorsal e ventral, deixam-na aparentemente nua. Orelhas — Quase nuas, com curtos pêlos cinéreos. IIZ PIRES F. DIAS DE AVlLA Crânio — Um pouco mais alongado do que o de lasiwus; os nasais e o rosfcro todo, mais estreitos. Distância interorbital menor em pixu7ia do que em lasiurus, raramente ultrapassando 5 mm t4,9 a 5,8 em 10 exs. de lasiuj'us) . Mensuração do tipo - - Cabeça e corpo, 86 mm (com carne); cauda, 120 mm (com carne); pé posterior, 24 mm; orelha interna, 14 mm. Crânio — Comprimento máximo 28,4 mm; comprimento côndilo-basal, 27,0; largura zi- gomática, 15; comprimento dos nasais 10,1; distância interorbitária, 4,8; largura da caixa craniana, 12,2; comprimento paiatüar, 12,3; série molar superior, 4,6”. 38. Scapteromys gnambiquaree Mikauda Ribeiro, 1914 Op. cit., pp. 37-39, est. 20-22 Kwisia t. tomeiitosiLS: (Lichtehstein, 1830). vide Hershkovitz, 1966 TIPO: M. N. 2054, pele e crânio, F. C. Hqehne coL, Comissão Rondon, Lectótipo, designado por Moojek (1955) . Síntipos: M. N. 316 (de Campos Novos), M. N. 2053 (Campos do Riacho Lambari), e M. N-? 2055 (Último Acapamento). Um exem¬ plar no Museu Britânico. LOCALIDADE TIPO; Campos Novos, Serra do Norte, Mato Grosso, onde foi coletado 0 lectótipo. DESCRIÇÃO ORIGINAL: ‘D.. Pele do corpo inteiro, inclusive orelhas, mãos e pés (lado dorsal) e cauda, completa e densamen¬ te recoberta de pêlo de duas qualidades — uns menores, mais comuns, mais finos, ar- desiacos na base, depois com um ligeiro ou indistinto anel prêto e terminando em ponta branca; outros mais longos, maiores e mais fortes, de base cinerea, meio negro e ponta branca. Segundo a predominância de um dêsses dois tipos de pêlos, torna-se a côr do animal mais escura no dorso e mais alvadia nos lados do focinho e parte inferior; no focinho, na cauda e nos pés eia é mais negra. Poder-se-ia dizer que êste rato tem a pelagem que nos cavalos se chama ‘‘moura”. Os pêlos afetam de algum modo a forma TIPOS DE MAMÍP^EROS RECENTES NO IM. N. dos do rato-espinho, porém muitíssimo mais fraca. Mammas 2—2—8. Das- espécies conhecidas àquela de quem esta mais se aproxima é Scapteromys prinez- palis, de Lund; o exame do crânio, entretanto, mostra as seguintes diferenças: Foramen optico para dentro das suturas frontais e não incluído no seu curso; perfil posterior menos elevado; intermaxilares e nasais mais longos; ml com o ióbo anterior dilatado para diante”. Medidas do tipo (originais) Nota: No original são dadas as medidas do exemplar (esqueleto com crânio) m M. N, 316 e da pele do exemplar m M. N. 2054, que é 0 lectótipo, e que aqui reproduzimos. “Esqueleto [M. N. 316]. Crânio 55 mm; Corpo 190 mm; Cauda 160 mm; Mão 30 mm; Antebraço 49 mm; Braço 27 mm; Clavícula 20 mm; Omoplata 37 mm; Pé 48 mm; Tíbia 48 mm; Fêmur 50 mmi.Idem do pé 9 mmC Pele [M. N. 2054] Cabeça 70 mm; Corpo 197 mm; Cauda 160 mm; Orbita 7 mm; Pavilhão auricular 27 mm; Unha do dedo mediano da mão 10 mm; Idem do pé 9 mm’. 39. Scapteromys modestus Miranda Ribeiro, 1914 Op. cit., p. 39, est. 21 — Oryzoinys utiaritensis Allen, 1916 TIPO: M. N, 2057, pele e crânio, número original 738 B, Comissão Rondon, coleta¬ do em Janeiro de 1909. Lectótipo, desig¬ nado por Moojen (1955) . Síntipo: M. N. 2056 (Pôrto Esperidião, rio Jauru) . LOCALIDADE TIPO: Cáceres, Mato Grosso, onde foi coletado o lectótipo. DESCRIÇÃO ORIGINAL: “Forma peque¬ na, parecida com Scapteromys Idbiosus Lund, VScaptercmys} tendo, porém, o crânio e outros caracteres diferentes. Habitus externo igual¬ mente parecido com o de Mus musculus^ L. Crânio muito semelhante ao de Or. l07i~ gicaudatus de Bennet, sendo porém provido de cristas supraorbitais. Oito mamas. Polegar provido de garra em vez de unha. Parte superior ardesiaca ARQUIVOS DO MUSEU NACIONAL . VOL. Llil -- i96;i 179 fuivescente, inferior branca sulfuracea; os pêlos têm a base-ardesiaca em todo o corpo excetuadas as extremidades e cauda. Orelhas igualmente recobertas de pêlos curtos e ex- parsos na parte central, e longos na base do bordo anterior. Vibrissas inferiores e parte dorsal das mãoSj dos tarsos e dedos, brancas. Orla das pálpebras mais escura’C Nota: As dimensões publicadas na des¬ crição originai não coincidem com as exis¬ tentes nas etiquetas originais, de autoria do taxidermista, Pedro Pinto Peixoto Velho . As que se lêem na etiquêta do lectótipo são as seguintes: ‘'Crânio, 30; corpo, 67; cauda, 78; mão, 9; pé 20 [milímetros]”. 40. Echimys kerri MoqJEN, 1950 (a) Rev. Brasil. Biol., 10 I4j, pp. 489-492 TIPO: M, N. 6241, fêmea adulta, pele e crânio, número original SEPFA, M-13108, G. Dutra col., em 13 de junho de 1941, por designação jriginal. LOCALIDADE TIPO: Ubatuba, São Paulo, por designação original. DIAGNOSE: “Côr gerai do dorso ferru- gineo-alaranjada quase uniforme, apenas tracejada de bruno escuro. Cauda revestida de finos pêlos sépia-fulvo que a recobrem densamente e se alongam na extremidade formando ligeiro pincel. Superfície ventral amarelo -alaranjada com manchas brancas no jugulo, axilas e região inguinal”. Medidas: Cabeça e corpo, 212 mm; cauda 223; pé posterior 38 (c/unha); orelha interna 17. Crânio — comprimento total 52,2; com¬ primento côndilo-basal 46,5; largura zigomá- Uca 24,5; maior comprimento dos nasais 16,1; distância interorbital 12,2; largura da caixa craniana 19,5; comprimento palatilar 20,3; comprimento da série molar superior 11,3. 41 . Proechimys guyannensis ribeiroi Moqjen, 1948 Xlniv. Karisas Publ., Mus. Nat. Hist., 1 (19), pp. 361, 396, figs. 63, 72, 82, 83, 98 TIPO: M, N, 1935, macho adulto, pele e crânio, número original G, Miranda Ri¬ beiro coL, Comissão Rondon, em 20 de junho de 1909, por designação original. Parátipos: M. N. 1939, topótipo. LOCALIDADE TIPO: Rio 12 de outubro, afluente do rio Camararé, aproximada¬ mente a 190 Km oeste de Utiariti, 414 m de altitude, Mato Grosso, por designação original. DIAGNOSE: ‘"Aristiforms wide and stiff; incisive foramen small and narrow; vomerlne sheath complete and thick; p 4 with four counterfolds; remaining molariform teeth with three counterfolds”. * Medidas: Cabeça e corpo 190 mm; cauda 134; pata posterior 4T; orelha —; maior com¬ primento do crânio 50,1; comprimento côn- dilo-incisivo 40,1; largura zigomática 24,3; comprimento dos nasais 20,0; constrição in¬ terorbital 11,5; comprimento palatilar 15,9; série molar superior (coroas) 8,1. 42. Proe.chmys guyannensis villicauda Moojen, 1948 Op. cit., pp. 355-356, 396, figs. 62, 71, 80, 81, 98 TIPO: M. N. 1932, macho adulto, pele e crânio, número original 788 A, Miranda Ribeiro coL, Comissão Rondon, em 28 de fevereiro de 1909, por designação original. Parátipos: M. N. 1931 e M. N. 1934, to- pótipos. Um no American Museum of Natural History, de Utiariti. (AMNH 57544) . LOCALIDADE TIPO: Tapirapoã, rio Sepotuba, Mato Grosso, por designação original. DIAGNOSE; ‘'Aristiforms wide and stiff; general color of upper parts Ochraceous- Orange; incisive foramen long; vomerine sheath incomplete or complete; lower pre- molar with four counterfolds, remaining mo- iariform teeth with three counterfolds”. Medidas: Cabeça e corpo 225 mm; cauda 14; pata posterior 47; maior comprimento do crânio 55,6; comprimento côndilo-incisivo 45,5; largura zigomática 26,8; comprimento dos nasais 24,0; constrição interorbital 12,0; comprimento palatilar 18,1; série molar supe¬ rior (coroas) 8,9, 18 Ü X>IRES F. DiAS DE AVILA 43. Proechimys ihermgi honafidei Mqojew, 1948 Op. cü., pp. 378-379, 398, íigs. 105, 111, 118, 119, 128 TIPO: M. N, 6183, maclio adulto, pele e cr⬠nio, número originai SSPFA, M-14063, G. Pereira coL, em 18 de agosto de 1942, por designação original. 17 parátipos. LOCALIDADE TIPO: Fazenda Boa Fé, 850 m de altitude, Teresópolis, Rio de Janeiro, por designação original. DIAGNOSE^: “Aristiforms wide and stiff; tail shorter than head and body; setiforms OchraceouS"Buff; incisive loramen iong; vo- merine slxeath incompiete, or rarely comple¬ te; molariform teeth with two counterfolds usually fused’D Medidas: Cabeça e corpo 194 mm; cauda 185; pata posterior 50; orelha 21; maior comprimento do crânio 51,6; comprimento côndllo-incisivo 42,4; largura zigoniática 25,6; comprimento dos nasais 18,5; constrição inte- rorbital 11,8; comprimento palatilar 16,0; série molar superior (coroas) 8,6. (Moojew não dá as medidas do holótipo. As medidas acima são do autor, sendo as da pele, do coletor) . 44. Proechimys iheringi ãenigratus Mqojew, 1948 Op. cit., pp. 381-382, 398, figs. 108, 114, 124, 125, 128 TIPO: M. N, 8500, macho adulto, pele e crânio, número original 23761, A. D. col., em 16 de março de 1945, por designação original. 33 parátipos, LOCALIDADE TIPO: Mata do Ribeirão da Fortuna, 40 Km oeste de Ilhéus, Itabuna, Bahia, por designação original. DIAGNOSE: “Aristiforms wide and stiff; tail longer than head and body; setiforms near (15’^a) Cinnamon; incisive foramen long and narrow; vomerine sheath complete; pre- molars with two, counterfolds, upper molars with one or two, and lowed molars with only one’\ Medidas: Cabeça e corpo 204 mm; cauda 201; pata posterior 49; orelha —; maior eom- --■ TÍPOa DE MAMÍFEROS RECENTES NO M, N. primento do crânio 54,1; comprimento côn- dilo-incisivo 44,0; largura zigomática 25,7; comprimento dos nasais 18,5; constrição in- terorbital 11,5; comprimento palatilar 17,1; série molar superior (coroas) 8,2. (Moojen não dá as medidas do holótipo. As medidas acima foram feitas pelo autor, sendo as da pele tomadas na pele sêca) . 45, Proechimys iheringi gratiosus Mqojek, ' 1948 Op. cit., pp. 379-380, 398, figs. 106, 112, 120, 121, 128 TIPO: M. N. 4024, macho adulto, pele e cr⬠nio, número originai SEPFA, M-0911, C. Lacko coi., em 25 de maio de 1940, por designação original. 15 parátípos. LOCALIDADE TIPO: Mata da Caixa Dágua, Santa Tereza, 750 m de altitude. Espírito Santo, por designação original. PARÁTÍPOS: 15 exemplares topotipos, es¬ tando 11 na colecão do Museu Nacional. ■* V DIAGNOSE: ''Aristiforms narrow; tail of same iength as head and body; setiforms Ochraceous-Buff; incisive foramen iong; vo¬ merine sheath usually incompiete; upper mo- lariíorm teeth wàth one or two counterfolds, except that m 3 usually has only one”. Medidas: Cabeça e corpo 190 mm; cauda 200; pata posterior 47; orelha 22; maior com¬ primento do crânio 51,1; comprimento côndi- lo-incisivo 42,3; largura zigomática 25,5; com¬ primento dos nasais 18,3; constrição interor¬ bital 12,0; comprimento palatilar 16,4; série molar superior (coroas) 8,3. (MoojEasr não dá as medidas do holótipo. As medidas acima são do autor, sendo as da pele, do coletor) . 46. Proechimys iheringi panema Mqojen, 1948 Op. cit-, pp. 38Ü-3S1, 398, figs. 107, 113, 122, 123, 128 TIPO: M. N. 8288, fêmea adulta, pele e crânio, C. Lac/cq coL, em 15 de julho de 1942, por designação original. 4 parátípos. LOCALIDADE TIPO: Campinho, Colatina, AKQUIVOS DO MUSEU NAUIUNAÍ. VOL. UTII 181 500 m de altitude, Espirito Santo, por de¬ signação original. DIAGNOSE: “Aristiforms moderately wide; taii of approximately same length as head, and body; setiforms Cinnanion; incisive foramen moderately long and narrow; vome- rine sheath incomplete; upper molariform teeth witli two counterfolds, but m3 most frequently witli one”. Medidas: Cabeça e corpo 190 mm; cauda 190; pata posterior 46; orelha 21; maior com¬ primento do crânio 51,6; comprimento côn- diio-incisivo 42,8; largura 2 igomática 25,3; comprimento dos nasais 18,1; constrição in- terorbital 11,7; comprhnento palatilar 15,7; série molar superior (coroas) 7,9. 47. Proechiynys iheringi paratus Mqojen, 1S48 Op. cit., pp. 382-384, 39S, figs. 109, 115, 126, 127, 128 TIPO: M. N. 4012, fêmea adulta, pele e cr⬠nio, número original SEPFA, M-8447, H. W. Laemmert coL, em 24 de setembro de 1940, por designação original. 2 parátipos. LOCALIDADE TIPO: Floresta da Capeia de São Braz, Santa Tereza, 630 m de alti¬ tude, Espírito Santo, por designação ori¬ ginal . DIAGNOSE: '‘Aristiforms wide and stiff; tail 96 per cent of head and body; color on setiform Cinnamon-Buff; incisive foramen short and moderately wide; vomerine sheath complete; all molariform teath with two coun- terfoids”. Medidas: Cabeça e corpo 200 mm; cauda 210; pata povsterior 54; orelha 29; maior com¬ primento do crânio 52,2; comprimento côn- dil o-incisivo 42,3; largura zigomática 25,4; comprimento dos nasais 19,1; constrição in- terorbital 12,3; comprimento palatilar 17,5; série molar superior (coroas) 8,7, 48. Proechimys leucomystax Miranda Ribeiro, 1914 Op. cit., pp. 42-43, est. 24 Proechimys longicaudatus leucomystax Miranda Ribeiro, 1914, fide Mqojen (.1948) TIPO: M. N. 2212, adulto, crânio (sem man¬ díbula ) , Miranda Ribeiro coL, Comissão Rondon, em 5 de maio de 1909. Lectótipo, designado por MoqJen (1948) . Síntipo: M. N, 1943 (rio Juina) . LOCALIDADE TIPO: Uttaríti, rio Papagaio, Mato Grosso, onde foi coletado o lectótipo. DESCRIÇÃO ORIGINAL: Crânio muito menor e mais fraco do que em P. spinosus e P. cayennensis; as bulas óticas não têm as depressões das daquela espécie, conquanto seja igualmente granulosa. A arcada zigo¬ mática é muito mais fraca e os foramens pa¬ lato-nasais mais largos. Os dentes maxilares 1, 2 e 3 apresentam um entalhe interno cor¬ respondendo à 3 externos; m 4, porém apre¬ senta 2 entalhes internos, quase como em I. hrevicauda, Günther. Mandibulares com um entalhe externo e outro interno. Mãos e pés como S8 vê na figura. Pele. Parte superior do focinho à base da cauda, parte superior dos membros até os punhos e tornozelos, ocrácea denegrida pelo extremo negro dos cabelos que forma uma alternância com a parte inferior, de em redor dos lábios à base da cauda, mãos e pés, lado interno dos braços e pernas, puro branco; uma nódoa branca, pura, sôbre cada lado do lábio superior, sob a base das vibrissas; estas de côres sépia e branca; cauda superiormente sépia inferior- mente ocrácea, carnea; orelhas escuras, re¬ vestidas de pêlos curtos e esparsos. Os pêlos do dorso e da cabeça tem a base sépia ou neutra, caminhando do alvadio passam, de¬ pois, ao ocráceo e, depois ao negro que lhes ocupa a ponta; sôbre os flancos, essa côr vai sendo mais rara. Entre os pêlos, sôbre o dorso, há espinhos de base branca e ponta negra; êsses espinhos são estreitos. Adiante das orelhas, entre a base destas e os olhos, há um facho de espinhos de seção cilíndrica”. 49. Proechimys serrdspinosus liminalis MooJSN, 1948 Op. eü., pp. 343-344, 395, figs. 2-9, 33, 36, 39, 40, 61 TIPO: M. N. 6253, fêmea adulta, pele e crânio, E, Carxo col., em agosto de 1942, 132 PIRES F. DIAS DE AVILA — TIPOS DE MAMÍFEROS RECENTES NO M. N. por designação originaL 9 parátipos, to- pótipos. LOCALIDADE TIPO: Rio QuiciiitOj próximo h Benjamín Constant, Amazonas. DIAGNOSE: “Color uniforinly dark, se- tiformes marked with Ochraceous Tawny; skull wide across zygomata; nasais short; pre- palatilar part of skull long; incisive foramen long and narrow; vomerine sheath incom- plete or complete; M 2 and M 3 almost allways with four counterfolds; M 1 more rarely with fonr counterfolds”. Medidas: Cabeça e corpo 2lb mm; cauda 150; pata posterior 43; orelha 20; maior com¬ primento do crânio 57,5; côndilo-incisivo 46,5; largura zigomática 28,3; comprimento dos na¬ sais 21,5; constrição interorbital 12,0; com¬ primento palatilar 19,4; série molar superior (coroas) 8,7. 50. Clyomys laticeps whartoni MooJen, 1952 Journ. Washington Acad. Sei. 42 (3), p, 102 TIPO: M. N. 1400, macho adulto, pele e crânio, número original 273, C, WHARTon coL, em 5 de maio de 1950, por designa¬ ção original. Um parátipo no United States National Museum, topótipo. LOCALIDADE TIPO: 1 Km ao norte de Aca- poi, SG-? 7’ long. 0 e 23° 5’ lat. S. Depar¬ tamento de San Pedro, Partido de Ta- quati, aproximadamente a 60 Km este- nordeste de Puerto Ybapobo e 10 Km ao sul do rio Ypané, por designação original. DIAGNOSE: “Head grizzled ferruginous and black, more uniformly ferruginous on the nose and cheeks. Back rufous strongly mixed with black, the amount of black decreasing to the sides of body and caudad. Sides of the body and primna more uniform cinna- mon. Tail líke back in the proximal fifith, covered with stiff blackish hairs in the re- maining portion, Hands and feet finely grizz¬ led whitish and rufous with some black in- termixed. Ventral surface grayish white with gray patches in the guiar region and middle of ehest and belly. Head and body, 107 mm; tail 75 mm; hind foot 21 mm; Skull: greatest length 47.1 mm; basal length 44.1 mm; zygomatic breadth 26,5 mm; lentgth of nasal 13 mm; interorbi¬ tal breadth 10.9 mm; palatilar length 17.1 mm; bullae 14.4 by 10.1 mm; crown length of cheek teeth 9.1 mm”. 51. Ctenomys bicolor Miranda Ribeiro, 1914 Op. cit., pp. 41-42, est. 20, 23 =:::: Cteuomys Tíiinutus bicolor Miranda Ri¬ beiro, 1914, iide Caerera (1961) TIPO; M, N. 2052, adulto, pele e crânio, Comissão Rondon col., em 9 de outubro de 1912. único exemplar citado na des¬ crição . LOCALIDADE TIPO: Mato Grosso, onde foi coletado o tipo. DESCRIÇÃO ORIGINAL: “O crânio desta espécie assemelha-se bastante ao de Ct. mi- nutus de Nehring, conquanto dêle se afaste pela maior largura do diâmetro sôbre as ar- cadas zigomáticas que são mais curvas, mais largas; pelo processo post-ocular dos fron¬ tais, inexistentes em Ct. minutus; pela menor largura dos parietais e palatinos, forma dos frontais cujo contorno pode ser definido por um hexágono e maior fraqueza dos molares. De Ct. rondoni êle se afasta pela forma do foramen ocipital que não tem os processos transversos superiores daquele, pela maior largura dos interparietais e frontais e pela curvatura da arcada zigomática, cujo con¬ torno anterior é em arco e não quadrangular. O pêlo da parte superior do corpo é ar- desiaco uniforme; o dos flancos, esparsamente com as pontas ocra ceas formando malhas dessa côr que é dominante em tôda a parte inferior; o das extremidades ocráceo albi- cante. Cauda albícante. Dimensões: Crânio: Diâmetro antero-posterior, 46 mm; Diâmetro transverso nas arcadas 31 mm; Di⬠metro transverso na crista têmporo-occipital, 30 mm; Diâmetro transverso anterior, do pala¬ dar; 2 mm; Diâmetro transverso posterior, do paladar 4 mm; Maior altura, sôbre o ml, 13 mm; Maior altura, sôbre as orelhas, 18 mm; Pele, da ponta do focinho à base da cauda, 230 ram; Cauda, 95 mm. AKQUIVOS DO MUSEU NACIONAL ~ VOL. LIÍI — 1963 183 52. Ctenojnys rondoni Miranda Ribeiro^ 1914 Op. cit,, pp. 39“41, est. 20, 23 — Ctenomys natteri Wagner, 1848, fiãe Cabrera (1961) TIPO: M. N. 2051, pele e crânio, Rondon col., Comissão Rondon, em 11 de outubro de 1912. Lectótipo, designado por Moqjen, (1955) . Síntipo: M. N. 2050, mesmo co¬ letor, de Maria de Molesta, LOCALIDADE TIPO: Juruena, rio Juruena, Mato Grosso, onde foi coletado o lectótipo. DESCRIÇÃO ORIGINAL: “Crânio robus¬ to, deprimido, de perfil superior mais reto que em C. lyrasüiensis; intermaxilares robustos, com uma expansão lateral saliente; nasais primeiramente expandindo-se, depois retra¬ indo-se e deprimindo-se para a frente, pro¬ jetando-se sobre os dentes incisivos; processo supraorbital saliente; temporais reentrantes sóbre os interparietais que se articulam com os frontais por uma estreita faixa; uma de¬ pressão mediana sobre a parte superior da¬ queles ossos ; crista ocipita-temporal trans¬ versa, reta; bulas auditivas salientes, sub-pi- riformes, com o dueto externo elevado. Fora- men ocipital redondo anteriormente, quadra¬ do posteriormente. Maxilares estreitos, dei¬ xando um interpaço, entre os dentes, menor do que em Ct. 'brasiliensis, Corpo do etmoide muito estreito. Pterygoides medíocres, porém espessos. Dentes incisivos com o esmalte ama¬ relo avermelhado intenso, bastante largos; molares completamente brancos, em forma de calha, não mostrando o seu corte transverso o processo distinto que se nota em Ct. brasí- liensis. Mandibular forte, mais amplamente aberto do que em Ct. 'brasiliensis e com o con¬ torno mentoniano posterior quadrangular em vez de parabólico. Assim, em resumo, as diferenças mais no¬ táveis do crânio aparecem no entumecimen- to dos intermaxilares ,no alongamento da bula ótica, na largura dos palatinos e na feição quadrangular do contorno mentoneano posterior. Mãos tendo o dedo mediano muito mais saliente do que os demais, sendo imediato o indicador; com a base da unha dêste con¬ corre 0 ápice da unha do mínimo que é quase rudimentar; polegar muito curto, a unha concorre com o extremo anterior do calo palmar da base desse dedo; o calo oposto do punho muito pequeno, não atingindo o basilar intermediano do dedo anular e mínimo. Unhas fortes, longas e curvas; cerdas rijas, curvas, recobrindo a sua base; a orla externa da mão e da base do calo- polegar; pés quase como em Ct. brasiliensis. As cerdas aí são mais fortes, maiores e mais deprimidas do que nas mãos; as dos dedos são verdadeira¬ mente ungulares. Regiões perióticas e perioftalmica e lado inferior da base da cauda nus; orelhas quase ausentes de tão reduzidas. Olhos mui pe¬ quenos . Pêlo mediocremente longo, macio, fino; ardesiaco na base, é sepiaceo lustroso na extremidade em tôda a parte superior; nota-se uma ligeira rufecência sôbre a ca¬ beça sobretudo, na parte inferior de todo o corpo. Vibrissas negras e brancas; mãos e pés fulvecentes. Uma nódoa branca ao lado interno das coxas. Cauda ligeiramente mais castanha, coberta de pêlos curtos. Dimensões: Crânio: Diâmetro antero posterior, 54 mm; Maior diâmetro transverso (sôbre as arcadas zigomáticas 34 mm; Idem sôbre a crista ocipito temporal transversa, 33 mm; Idem sôbre os intermaxilares, 16 mm; Maior altura do crânio, sôbre as bulas óticas, 6 mm; Idem, na base do molar, 7 mm; Maior largura entre os bordos internos dos maxila¬ res, 40 mm; Base dos molares maxilares e mandibulares, 13 mm. Pele: Da ponta do focinho à base da cauda, 230 mm; Mãò, do punho à ponta da unha, 27 mra; Pé da ponta da unha à do calcaneo, 40 mm; Cauda, 80 mm; Diâmetro ocular, 4 mm; Maior unha da mão, 25 mm; Maior unha do pé, 7 mm”. 53. Dinomys pacarana Miranda Ribeiro, 1918 Areh. Esc. Sup. Agric. Meã. Veter., Niterói, II, pp. 13-15 ~ Dinomys branickii Peters, 1873, fiãe Sanborn (1931) TIPO: M. N. 2664, macho adulto, crânio. Jardim Zoológico do Rio de Janeiro. Dr. Figueiredo Rodrigues doou, Lectótipo, 184 PIRES F. DIAS DE AVILA designado por Moojen (1955) , Síntipo; M. N. 299j^ sem procedência. LOCALIDADE TIPO: Amaaonas. DESCRIÇÃO ORIGINAL: ‘'Há pouco tempo 0 Dr. Bruno Lobo, diretor do Museu do Rio de Janeiro obteve uma pacarana (macho adulto) procedente do Amazonas e que vai reproduzida na fotografia junta. Como os indivíduos adultos do Museu do Pará eia apresenta a coloração dominante chocolate intenso, manchada de branco. As dimensões são as seguintes: corpo 0™,63 e cauda 14. Pensei que seria conveniente exibir uma boa fotografia do crânio do animal em três posições para comparação, visto como a com¬ paração, com desenhos, oferece sempre riscos e pouca segurança. Parece que o Prof. Allen tem razão e que D. pacarana é diferente de D. branicki, sendo a diferença atual aparente a coloração”. ORDEM CETACEA 54. Stenopontistes zamhezicus Miranda Ribeiro, 1936 (c) Boi. Mus. Nac., Rio de Janeiro, XII (1), pp. 3-46 nz Steno 'breãanensis (Lesson, 1828), jiãe Ellerman e Morrisson-Scott (1951) . TIPO: M. N. 131, crânio, adquirido a um francês, M. Mocqtjerv, em fevereiro de 1909, por designação original. LOCALIDADE TIPO: Zambeze, África, por designação original. DESCRIÇÃO ORIGINAL: "Êsse crânio mede justamente 33 centímetros na sua ex¬ tensão antero-posterior; dos quais 30 compe¬ tem à parte rostral provida de dentes. A sua maior largura vai a 20 centímetros sob o processo postorbital; e não se acha em mui perfeito estado de preparação, pois os lados da base do rostro mostram evidentes sinais de corte e os ossos do ouvido não estão com¬ pletos de um lado e faltam de todo no outro. Devido ao estado das suturas, vê-se tratar-se de um indivíduo adulto. As duas feições principais dêste crânio - TIPOS DE MAMÍFEROS RECENTES NO M. N. aparecem na disposição vertical do perfil ocipital, de um lado; na constituição espon¬ josa des maxilares, desde os processos ante- orbitais para diante. LISTA DAS LOCALIDADES TIPO Os números entre parêntesis corres¬ pondem aos da lista dos tipos, no início do trabalho e, também, aos das localida¬ des assinaladas nos mapas anexos. O sinal indica localidade não mapeada. Aca-poi — Paraguai. (50) Aiapuá — Lago, baixo rio Purus, Amazo¬ nas. (33) Amazonas — Estado. (25) (53) Angra dos Reis — Rio de Janeiro. (9) Aripüanã — Mato Grosso. (13) Aripuanã — Jamari — cabeceiras do rio Jamari, Mato Grosso. (32) Boa Fé —- Fazenda, Teresópolis, Rio de Janeiro. (43) „ Cabixi — Cachoeira do rio, Vilhena, limi¬ tes de Mato Grosso e Rondônia. (26) Cáceres — Mato Grosso. (39) Campo Bello — hoje Itatiaia, Rio de Ja¬ neiro. (4) Caixa D’água — Mata da, Santa Tereza, Espírito Santo. (45) Cananéia — Litoral de São Paulo. (35) Campinho — Colatina, Espírito Santo. (46) Campos Novos -- Serra do Norte, Mato Giüsso. (38) Capeia de São Braz — Mata da, Santa Te- reza, Espírito Santo. (47) Colônia Alpina — Teresópolis, Rio de Ja- nero. (18) (19) Crato — Ceará. (14) (37) Doze de Outubro — Rio., Mato Grosso, (41) Goiás —' Estado. (5) Guariba — São Paulo. (17) Humbcldt — Santa Catarina. (10) Itatiaia — Localidade e Serra de, Rio de ARQUIVOS DO MUSEU NACIONAL VOL. LIII 1963 185 Janeiro, nos limites ds São Paulo e Minas Gerais. (4) (12) (23) (36) Juruena — Rio, Mato Grosso. (52) Manhana ~ Paraná do, Amazonas. (31) Mato Grosso — Estado. (51) Monte Serrat — tnde Itatiaia. (12) " Palma — Goiás. (8) Pantanal — Mato Grosso. (2) Paiaopeba — Barra do Rio, Minas Ge^ rais- (3) Paratudal -- Mato Grosso. (11) Piraquara — Serra do, Rerlengo, Guana¬ bara. (16) Poaia — Mata da, Tapirapoã, Maio Gros¬ so. (29) Pôrto Feliz — Rio Umguai, Santa Cata¬ rina. (28) Quichito — Rio, afluente do r'o Juruá, Amazonas. (49) Ramos — Retiro do, inde Itatiaia. (36) Ribeirão da Fortuna — Mata do, Itabuna, Bahia, (44) Santo Antônio do Rio Eirú —■ Rio Juruá, Amazonas. (25) São Bento Goiás. (7) São Geraldo — Fazenda, Além Paraíba, Minas Gerais. (34) São João — Mato Grosso'. (30) São Simão — Rio Juruena, Mato Grosso. ( 20 ) Sepotuba — Salto do, Rio Sepotuba, Mato Grosso. (15) Silveira Lobo — Minas Gerais, (24) Tapirapoã — Rio Sepotuba, Mato Grosso. (42) Teles Pires — Rio, Mato Grosso, (27) Teresópohs — Serra dos Órgãos, Rio de Janeiro. (18) (19) (22) (43) Ubatuba — Litoral de São Paulo. (40) Urupá — Rio Jiparanã, Rondônia. (21) Utiariti — Rio Papagaio, Mato Giosso. (48) Veadeiros Chapada dos, Goiás. (6) " Zambeze — África. BIBLIOGRAFIA Allen, J. a. 1910 — New mammals coilected on the Roosevelt — Brazilian Expedition. Buli. Amer. Mus. Nat. Eist., XXXV: 523-530. Avila-Pires, F . D. 1959 — Nota prévia sôbre uma nova es¬ pécie de Oryzomys do Brasil. Atas Soc. Biol. Rio de Janeiro, 3 (4): 2. 1959 — Notas sôbre Primates, I. Ibid.\ 2-3. 1959 — Nota prévia sôbre nova subspécie de Oryzomys rattice'ps (Heusel, 1872) . IUd.\ 3. Burmeister, H. 1854 Systematisehe Vbersicht der Thie- re Brasüiens. X n.. 341 pp., Berlin. Cabrera, a. 1953 -. 1961 — Catálogo de los mamífe¬ ros de America dei Sul. Rev. Mus, A7'gentino Ci. Nat. Bernar- dino Rivaãavia, IV (1, 2) : 1-732. Carvalho, C. T. 1957 — Nova subspécie de saguim da Amazônia. Rev. Brasil. Biol., 17 (2) :219-222. Desmarest, A. 1804 - - Nouveau Dictionaire ã'Histoire Naturelle, 24 :19, Ellermapt, J. R. e T. C. Morrisson-Scott, 1951 — Checklist of Falaeartic and In~ ãian Mammals. 810 pp. British Museum (Natural H i s t o r y), London. Geoffroy-St . -Hilaire, E . 1812 Récueil d'Observations de Zoolo- gie et Anatomie Comparée, 1: 360. Hsrshkovitz, P, 1963 — A systematic and zoogeographic account of the monkeys of the genus CalUcebus (Cebidae) of the Amazonas and Orinoco river ba- sins, Mammalia, 27 (1): 1-79, Paris 186 PIRES F. DIAS DE AVILA 1966 — South American swamp and fosso- rial rats of the Scapteromyine group (Cricetinae, Muridae) wlth comments on the glans -pênis in Murid taxonomy. Sonderd- Z. /. Sãugetierk. Bã 31 (1966) H, 2, pp. 81 — 149, Hamburg. Hill, W. C. o., 1957 — Comparative anatomy and taxo¬ nomy [of] Primates, III, xix ~\- 354 pp., Edinburgh tJniversity Press. ILLIGER, C. 1815 — überblick der Sáugethiere nach ihrer Vertheilung über die Welt- theile. Abhanãl. Phys. K. Ak. Wiss. XIII 4- 301 pp. Berlin. Lessow, R. 1828 — Histoire Naturelle des Mammijè- res et Oiseaux, Cétaces :296, Paris. Linnaeus, C. 1758 — Systema Natzirae. 824 pp., Upsala. MlRAÍIDA RiBEIEO, A. 1905 — Vertebrados do Itatiaya. Arq. Mus. Nac.> XIII: 163-190. 1912 — Dous novos simios da nossa fau¬ na. Brasilianische Rimãsehau, 2, 1912: 22. 1914 — Zoologia. Annexo 5, Comm. Li¬ nhas Telegr. Estrat. Matto Gros¬ so ao Amazonas: 1-49 ! 3pp. 1918 — Dinomys pacarana?. Arq. Esc. Sup, Agric. Vet., 2: 13-15. Niterói. 1924 — Alguns fatos e mais dois símios novos da nossa fauna. Boi. Mus. Nac., I (3) :212. 1936a— Fauna da Therezopolis. Boi. Mus. Nac., XI (3-4) : 1-40. 1936b— Didelphia ou Mammalia ovovivi- para. Rev. Mus. Paulista, XX: 254-428. 1936c— Notas Cetológicas. Boi. Mus. Nac., XII (1): 1-46. 1941 — Sobre dois novos sciurideos do Brasil. O Campo, 12 (139): 10-11. - TIPOS DE MAMÍFEROS RECENTES NO M. N. Miranda Ribeiro, P. 1955 — Tipos das espécies do Prof. Alioio DE Miranda Ribeiro depositados no Museu Nacional. Arq. Mus. Nac. XLII: 389-417. Moojen, J. 1942 — Sôbre os ciurídeos das coleções do Museu Nacional, do Departa¬ mento de Zoologia de São Paulo e do Museu Paraense Emílio Goeldi. Boi. l^us. Nac., n. ser., 20 ol., 1: 1-47. 1943 — Alguns mamíferos colecionados no Nordeste do Brasil. Boi. Mus. Nac., n. ser., zool., 5: 1-14. 1948 — Speciation in the Brazilian spiny rats (genus Proechimys, Fami¬ ly Echimyidae) . Univ. Kansas Publ., Mus. Nat. Hist., 1 (19) : 301-406. 1950a— Echimys (Phyllomys) kerri, n. sp. Rev. Brasil. Biol., 10 (4) ; 489-492. 1950b— Sôbre Callithrix aurita (E. Geoffroy, 1812). Rev, Brasil. Biol., 10 (4): 501-502. Moojen, J 1952 — A new Clyomys from Paraguay. Jour. Washington Acad. Sei., 42 (3) : 102. 1955 — in Paulo de Miranda Ribeiro, Tipos das espécies do Prof. Alipio DE Miranda Ribeiro depositados no Museu Nacional, Arq. Mus, Nac. XLII: 389-417. 1958 — Sciurus cahrerai, n novum, An, Acad. Brasil. Ci., 30 (4). Müller, P. L. S. 1776 — CarZ. Linné Natursystem. 303 pp, Bõhm. D’Orbigny, A. 1836 — Voyage dans VAmérique Meridio¬ nal . Atlas. Paris. Peters, W. 1873 — Monatsber. K. Preuss Akad. Wiss. Berlin, 1873: 551-552, 1 Peterson, R, L. 1965 — A review of the flat-headed bats of the family Molossidae from South America and África. Royal Ontario Mus., 64: 1-32, ARQUIVOS DO MUSEU NACIONAL — VOL. LIII 1963 187 SanborKj C . C. 1931 — Notes, on Dinomys. Field Mus. Nat. Hist., 296: 149-155. SCHIRCH, P. 1933 — Contribuição ao conhecimento da fauna da Serra dos Órgãos — Therezopolis 960 m. Boi. Mus. Nac., VIII: 77-86. Tate, G. H. 1931 — Brief diagnosis of twenty-six apparently new forms of Marmosa from South America, Amer. Mus. Novitates, 493: 1-14. Temmtnck, C . J. 1824 — Monographies de Mammalogie. 1. 156 pp., Paris 1902 — On mammals from the Serra do Mar of Parana collected tay Mr. Alphouse Robert. Ann. Mag. Nat. Hist-, (7) 9: 59-64. Thomas, o. 1914 — Three new South American mam¬ mals. Ann. Mag. Nat. Hist. (8) 13: 573-576. 1920 — On mammals from the lower Amazons in the Goeldi Museum, Pará. Ann. Mag. Nat. Hist. (9) 6: 266-283. Vieira, C. O, C. 1942 — Ensaio monográfico sobre os qui- rópteros do Brasil. Arq. Zool. São Paulo, VIII (8): 219-471. Wagjster, a. 1842 — Diagnosen Neuer Arten Brasilis- cher Sáugthiere, Arch. f. Naturg., 1842: 356-362. 1847 „ Beitrãge zur Kenntniss der Sau- gethiere. Ahhanãl. Ak. Wiss. Munchen, 5 (1): 115-203. 1848 — Beitrãge zur Kenntniss der Arten von Ctenomys. Arch. f. Naturg., 1848: 72-78. WlED, M. ZTJ, 1826 — Beitrãge zur Naturgeschichte von BrasiUen. II, 622, pp., Weimar. 188 PIRES F. DIAS DE AVILA ^ TIPOS DE MAMÍFEROS RECENTES NO M. N. ARQUIVOS DO MUSEU NACIONAL ™ VOL. LIII — 1963 190 PIRES F. DIAS DE A VIL A — TIPOS DE MAMÍFEROS RECENTES NO M. N. 1 ARQUIVOS EKD MUSEU NAGIGNAL — VGU. UIU — 1963 191 S'* /»' Composto e Impresso na Oficina Gráfica da Universidade Federal do Rio de Janeiro Cidade Universitária