ISSN 0365-4508 Nunquan aliud natura sapienta dicit J. 14, 321 In silvis academi qnoerere rerum, Aqunquam Socraticis madet sermonibus Ladisl. Netto, ex Hor RIO DE JANEIRO Fevereiro de 1997 ARQUIVOS DO MUSEU NACIONAL VOLUME 57 FEVEREIRO-1997 RIO DE JANEIRO Arq. Mus. Nac. Rio de Janeiro v. 57 p. 1-49 fev. 1997 ISSN 0365-4508 COMISSÃO DE PUBLICAÇÕES MUSEU NACIONAL/UFRJ Editor C.N.Ricci Conselho Editorial - Museu Nacional U.Caramaschi, C.Fausto, B.Franchetto, V.C.Klein, A.B.Kury, V.Lourenço-Esteves, D.Mussa, S.M.Neme, L.F.B.Oliveira, L.S.Otero, C.N.Ricci, N.C.Salgado, E.V.Silva. Conselho Científico M. B.M.Abaurre (UNICAMP), C.Ades (USP), M.G.M.Ávila (UFPE), M.E.C.B.O.Babinski (USP), G.Bacoccoh (PETROBRÁS), S.G.Baines (UnB), D.C.A.Barberena (UFRGS), M.M.P.Basüio (UFRJ), L.Bisol (PUCRS), C.R.Brandão (UNICAMP), I.M.Brito (UFRJ), K.S.Brown Jr. (UNICAMP), M.C.O.Bruno (USP), H.F.A.Camargo (USP), C.J.B.Carvalho (UFPR), C.M.G.Corrêa (MPEG), N.M.C.Cruz (CPRM), H.Dayan (UFRJ), V.R.D.Eickstedt (I.But.SP), C.Fonseca (UFRGS), L.Forneris (USP), G.C.Genofre-Netto (USP), J.Jurberg (FIOCRUZ), M.A.Kato (UNICAMP), A.Langguth (UFPB), M.Lemle (UFRJ), A.A.Lise (PUCRS), M.C.Loureiro (UFV), J.Loyola e Silva (UFPR), S.M.Lucas (I.But.SP), L.M.C.Machado (IAB), G.M.A.S.Maior (UFPE), M.C.D.Mansur (FZB), L.A.Marcuschi (UFPE), M.D.Marques (USP), H.R.Matthews (UFCE), RH.Maués (UFPA), J.C.Melatti (UnB), RP.Mello (FIOCRUZ), J.O.Menegheti (UFRGS), U.T.B.Meneses (USP), N. A.Menezes (USP), O.H.H.Mielke (UFPR), A.E.Migotto (USP), J.L.Morais (USP), E.G.Neves (USP), F.C.Novaes MPEG), M.G.S.Peirano (UnB), M.Pinna (USP), S.R.R.Queiroz (UNICAMP), R.E.Reis (PUCRS), C.F.D.Rocha (UERJ), M.A.C.Rodrigues (UERJ), S.A.Rodrigues (USP), A.B.Rylands (UFMG), F.M.Salzano (UFRGS), J.F.P.Sanchis (UFMG), H.Sarian (USP), E.Schlenz (USP), P.I.Schmitz (IAP-RS), A.LSilva (USP), R.C.Silva (UFRJ), F.L.Silveira (USP), U.R.M.Souza (USP), J.W.Thomé (PUCRS), D.P.Uchôa (USP), S.A.Vanin (USP), L.Vidal (USP). Diagramação, composição e arte-final L.M.S.Ribeiro & C.N.Ricci Apoio Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) Arquivos do Museu Nacional — vol. 1(1876) - . — Rio de Janeiro: Museu Nacional. 1876 -1981,1 -56 1997, 57 ISSN 0365-4508 1. Ciências Naturais. I. Museu Nacional (Brasil) CDD 500.1 CHAVES TAXONÔMICAS DE SUBFAMÍLIAS E TRIBOS DE MIRIDAE HAHN, 1831 DO MUNDO (INSECTA, HETEROPTERA) (1) (Com III+ 391 figuras) JOSÉ C.M.CARVALHO (2) LUIZ A.A.COSTA Museu Nacional Universidade Federal do Rio de Janeiro CARVALHO (1952) publicou “On the major classification of the Miridae” entendendo apresentar o conhecimento adquirido até aquele tempo para a família. Nele foi dito que desde REUTER (1910) nada foi feito para grupar os mirídeos em subfamílias e tribos. Cerca de 100 gêneros foram deixados de fora ou listados apenas “uncertain position”. Classificações previamente dadas por REUTER (1910), VAN DUZEE (1917) e KNIGHT (1923, 1941) são consideradas. De acordo com CARVALHO (1952): “The author shares the opinion of the past workers in this group, that the claws and the (parempodia) still are the best characters to be used in the subdivision of the family into subfamilies and tribes... the genitalia along have been misleading in many respects and their acceptance as a primary character would certainly cause changes in the present classification”. No “major classification” as falhas presentes no sistema foram apontadas por CARVALHO ( op. cit.) que afirmou: “Orthotylinae and its separation from myrmecomorphic Phylinae was practically impossible”. Sobre Orthotylinae foi dito: “This subfamily is so heterogeneous that one could make an indefinite number of tribes, which however, for practical purposes are not advisable when dealing with the world fauna”, e seguindo aquela maneira de pensar; “we are of the opinion that the classifications were made to render the study of a definite group easier and accessible to the average entomologist rather than the exclusive property of the specialist. They must be practical above all and only being so can they be accepted and used. CARVALHO (1957-1960) decidiu publicar em partes o “catalogue of the Miridae of the wqorld”. A parte I tratou das subfamílias Cylapinae, Deraeocorinae e Biyocorinae (1957); parte II com Phylinae (1958a); parte III com Orthotylinae (1958b); parte IV com Mirinae (1959) e parte V (1960) dedicada à bibliografia e índice geral. Este catálogo trata dos conhecimentos da família até 1955. Para aceitação da genitália como um caracter maior, certamente contribuíram os trabalhos de SLATER (1950) e KELTON (1959). SCHUH (1974, 1976) introduziu mudanças na classificação geral dos mirídeos que foram reconhecidas mundialmente. Os Pilophorini foram colocados na subfamília Phylinae e os Leucophoropterini descritos. Os Biyocorinae com certeza foram os que mais sofreram modificações. Estudando o pretarso, SCHUH (1976) propôs mudanças com relação a esta subfamília. A tribo Bryocorini é formada somente por aqueles faltando parempódios. Eccritotarsini foi designada para os que possuem pulvilos situados na face interna da unha e com um pente de tríquios, e teve o adicionamento de Palaucorina como subtribo. Com base no pseudopulvilo os Odoniellini foram inclusos aos Monaloniini que por sua vez foram considerados subtribo de Dicyphini. O adicionamento dos Dicyphini aos Bryocorinae trata-se de um fato não reconhecido pelas prévias classificações. SCHUH (1974) trata os Dicyphinae como uma boa subfamília e posteriormente (1976) como tribo de Biyocorinae. CARVALHO (1952) colocou os Dicyphinae entre os Phylinae baseado no parempódio em forma de pêlo e na presença de pulvilo, mas Dicyphinae possui membrana com duas células e ausência de tarso dilatado para o ápice. Por esta razão é mantido como subfamília no presente trabalho. Os tricobótrios dos Miridae foram também estudados por SCHUH (1976), que compara os Dicyphini com os Monaloniini e Odoniellini. O catálogo dos heterópteros de HENRY & FROESCHNER (1988), no capítulo referente aos Miridae, traz mudanças baseadas nos tricobótrios e considera os Isometopidae Fieber, 1860, como 1 Entregue em 07/12/1994. Aceito em 22/03/1996. 2 Falecido em 21 de outubro de 1994. 4 J.C.M. CARVALHO & L.A.A.COSTA subfamília de Miridae. No entanto, devido à presença de ocelos consideramos os Isometopidae uma família. Diferenças da classificação dos mirídeos feita por CARVALHO (1952) são: Phylinae está sendo aceito com a inclusão de Pilophorini, Leucophoropterini e Auricillocorini. Orthotylinae com a inclusão de Austromirini, Nichomachini e Ceratocapsini. Em Deraeocorinae, apesar dos estreitos limites entre Hyaliodini e o verdadeiro Daraeocorini, as tribos são mantidas e é adicionada Surinamellini. As subfamílias Palaucorinae e Psallopinae, incluídas na chave, permanecem em situação indefinida. SUBFAMÍLIAS E TRIBOS DE MIRIDAE HAHN, 1831 CYLAPINAE Kirkaldy, 1903 FULVIINI Uhler, 1886 (Figs.1-12, 352) BOTHRIOMIRINI Kirkaldy, 1902 (Figs. 13-26, 353) CYLAPINI Kirkaldy, 1903 (Figs.27-38, 354) DERAECORINAE Douglas & Scott, 1865 TERMATOPHYLINI Reuter, 1884 (Figs.39-50, 360) CLIVINEMATINI Reuter, 1875 (Figs.51-62, 356) HYALIODINI Carvalho & Drake, 1943 (Figs.63-75, 355) SATURNIOMIRINI Carvalho, 1952 (Figs.76-88, 357) DERAEOCORINI Douglas & Scott, 1865 (Figs.89- 101, 359) SURINAMELLINI Carvalho & Rosas, 1962 (Figs. 102- 113, 358) BRYOCORINAE Baerensprung, 1860 BRYOCORINI Baerensprung, 1860 (Figs.114-118, 361) ECCRITOTARSINI Berg, 1884 (Figs. 119-124, 363) MONALONIINI Reuter, 1892 (Figs. 125-147, 362) DICYPHINAE Hahn, 1831 DICYPHINI Reuter, 1883 (Figs. 148-159, 374) PHYLINAE Douglas & Scott, 1865 AURICILLOCORINI Schuh, 1974 (Figs. 160-164, 367) PILOPHORINI Reuter, 1883 (Figs. 165-177, 368) LEUCOPHOROPTERINI Schuh, 1974 (Figs. 178-188, 365) HALLODAPINI Van Duzee, 1916 (Figs. 189-201, 366) PHYLINI Douglas & Scott, 1865 (Figs.202-214, 364) ORTHOTYLINAE Van Duzee, 1916 HALTICINI Kirkaldy, 1902 (Figs.215-225, 371) CERATOCAPSINI Van Duzee, 1916 (Figs.226-234, 370) ORTHOTYLINI Van Duzee, 1916 (Figs.235-245, 369) NICHOMACHINI Schuh, 1974 (Figs.246-249, 373) AUSTROMIRINI Carvalho, 1976 (Figs.250-262, 372) MIRINAE Hahn, 1831 MECISTOSCELINI Reuter, 1910 (Figs.263-275, 375) PITHANINI Douglas & Scott, 1865 (Figs.276-287, 376) STENODEMINI China, 1943 (Figs.288-299, 378) MIRINI Hahn, 1831 (Figs.300-312, 380) RESTHENINI Reuter, 1905 (Figs.313-327, 381) HERDONIINI Distant, 1904 (Figs.328-339, 379) HYALOPEPLINI Carvalho, 1952 (Figs.340-351, 377) PSALLOPINAE Schuh, 1976 (Figs.382-386) PALAUCORINAE Carvalho, 1956 (Figs.387-391) CHAVE PARA AS SUBFAMÍLIAS DE MIRIDAE 1. Unhas longas e delgadas não curvadas nas bases, com parempódios geralmente em forma de cerdas curtas e paralelas, pulvilos usualmente presentes (Fig.C6); colar do pronoto geralmente depresso (Fig.364); genitália do macho tipo Phylini com teca externa (Figs.208 e 214), parâmero esquerdo com formato de quela, com apêndices geralmente proporcionais em tamanho (Figs.204-205).PHYLINAE - Genitália do macho sem teca externa, vésica do edeago geralmente coberta com lobos, parâmero esquerdo sem formato de quela . 2 2. Unhas com parempódios sempre carnosos, convergentes ou divergentes para o ápice (Figs.Cl- C2) .3 - Parempódios em forma de pêlos mais ou menos paralelos (Figs.C3-C7) .5 3. Unhas fortemente denteadas, parempódios grandes e dilatados para o ápice (Fig.389).PALAUCORINAE - Unhas não fortemente denteadas . 4 4. Unhas com perempódios divergentes no ápice (Fig.Cl), gonóporo secundário com uma estrutura semelhante a bastonetes em sua volta (Fig.301) .MIRINAE - Unhas com parempódios convergentes no ápice (Fig.C2), gonóporo secundário simples, sem Arq. Mus. Nac., Rio de Janeiro, v. 57, p. 1- 49, fev. 1997 CHAVES TAXONÔMICAS DE SUBFAMÍLIAS E TRIBOS DE MIRIDAE ... 5 estrutura ou bastonetes ao seu redor (Fig.236) .ORTHOTYLINAE 5. Unhas com pulvilos na face interna, geralmente alongados, achatados ou pseudopulvilos presentes (Fig.C3) .6 - Unhas sem pulvilos, longas, delgadas ou fortemente denteadas na base (Figs.C5 e C7), se as unhas forem denteadas, o colar do pronoto sempre presente e arredondado; se as unhas forem delgadas, o colar de pronoto ausente ou presente não arrendondado.7 6 . Tarsos engrossados para o ápice, membrana do hemiélitro geralmente com uma única célula (Fig.363) .BRYOCORINAE - Tarsos do tipo linear, membrana do heliélitro com duas células (Fig.374) . DICYPHINAE 7. Unhas fortemente denteadas na base (Fig.C7); pronoto geralmente grosseiramente pontuado (Fig.359) .DERAEOCORINAE - Unhas não denteadas na base (Figs.384 e C5).8 8 . Cabeça arredondada na frente (vista dorsal), olhos grandes, ocupando quase toda a cabeça; somente uma célula na membrana do hemiélitro; colar do pronoto ausente; dois segmentos tarsais; unhas lisas não convergentes na extremidade; parempódios pequenos estreitados para o ápice (Figs.382-386) .PSALLOPINAE - Cabeça não arredondada na frente (vista dorsal), duas células na membrana do hemiélitro; colar do pronoto geralmente presente (Fig.354) . .CYLAPINAE CHAVE PARA AS TRIBOS DE CYLAPINAE 1. Cabeça horizontal, longa e pontuda (clípeo distintamente curvo, seu ápice usualmente ventral a sua base); calos muito grandes, confluentes, ocupando o terço anterior do pronoto (Fig.352) . FULVIINI - Cabeça não horizontal, curta, fronte vertical ou fortemente inclinada; calos, quando alongados, não ocupando o terço anterior do pronoto . 2 2. Corpo grosseiramente pontuado e brilhante, o tamanho das pontuações aproximadamente da largura da base do segmento I da antena; membrana do hemiélitro distintamente pilosa (Fig.353) . .BOTHRIOMIRINI - Corpo mais finamente pontuado; membrana do hemiélitro glabra ou se pilosa de forma minuta (Fig.354) .CYLAPINI CHAVE PARA AS TRIBOS DE DERAEOCORINAE 1. Cabeça alongada, pontuda, ligeiramente mais curta que o pronoto, fronte horizontal ou quase, olhos usualmente grandes em relação ao tamanho da cabeça; antena muito curta; espécies geralmente de pequeno tamanho (l,8mm-4mm) (Fig.360) TERMATOPHYLINI - Cabeça vertical ou extremamente inclinada, muito mais curta que o pronoto; antena longa; espécies de porte médio a grande (3,5mm-8,8mm) . 2 2. Pronoto com uma linha impressa que vai da margem antero-lateral à margem posterior dos calos (Fig.356) .CLIVINEMATINI - Pronoto sem a linha mencionada acima. 3 3. Hemiélitros hialinos, transparentes e vítreos (total ou parcialmente); embólios grandemente alargados (Fig.355) . HYALIODINI - Hemiélitros não hialinos, vítreos ou transparentes .... 4 4. Calos grandes e fundidos; olhos salientes, semi- estilados (Fig.357) . SATURNIOMIRINI - Calos pequenos e separados, olhos grandes, desenvolvidos, contíguos à margem anterior do pronoto . 5 5. Espécies geralmente mirmecomorfas, corpo brilhante; escutelo saliente ou com um lobo ereto (Fig.358) . SURINAMELLINI - Espécies não mirmecomorfas; corpo fosco; escutelo se saliente nunca com um lobo ereto (Fig.359) .DERAEOCORINI CHAVE PARA AS TRIBOS DE BRYOCORINAE 1. Unhas com parempódios setiformes, em forma de cerdas. 2 - Unhas com parempódios lamelados, sem forma de cerdas.3 Arq. Mus. Nac., Rio de Janeiro, v. 57, p. 1-49, fev. 1997 6 J.C.M. CARVALHO & L.A.A.COSTA 2. Unhas com pseudopulvilos ligados à placa unguicular (Fig.C3), margem posterior do pronoto geralmente não reintrante (Fig.361) . BRYOCORINI - Unhas com pulvilos situados na margem interna, pentes pulviculares geralmente presentes; margem posterior do pronoto usualmente reintrante (Fig.363) .ECCRITOTARSINI 3. Unhas com pseudopulvilos nunca situados na margem interna; pentes pulviculares sempre presentes; margem posterior do pronoto se reintrante, de forma suave (Fig.362) MONALONIINI CHAVE PARA AS TRIBOS DE PHYLINAE 1. Unhas com parempódios lamelados e carnosos, recurvados no ápice . 2 - Unhas com parempódios setiformes (em forma de pêlos, cerdas).3 2. Espécies não acentuadamente mirmecomorfas (Fig.368) . PILOPHORINI - Espécies mirmecomorfas (Fig.367) . .AURICILLOCORINI 3. Espécies com colar do pronoto bem definido, separado dos calos por um sulco (Fig.366) . HALLODAPINI - Espécies sem colar do pronoto bem definido, ausência do sulco acima mencionado . 4 4. Espécies com faixas ou marcas nos hemiélitros e base do cúneo (Fig.365); vésica geralmente com gonóporo terminal ou quase (Figs.178 e 188) . .LEUCOPHOROPTERINI - Espécies sem marcas nos hemiélitros ou com marcas somente na base do cúneo; não mirmecomorfas (Fig.364); gonóporo terminal (Figs.202 e 214) .PHYLINI CHAVE PARA AS TRIBOS DE ORTHOTYLINAE 1. Espécies pequenas (l,2mm-3mm), hemiélitros compactos, geralmente pretos, com fêmur saltatorial, gena muito alta, igual ou maior que a altura dos olhos; vértice muito largo, comparando-se com as demais tribos desta subfamília; olhos proeminentes; segmento antenal III geralmente muito mais delgado que o II; corpo freqüentemente com cerdas escamiformes (Fig.371) .HALTICINI - Espécies sem hemiélitros compactos, ausência de fêmur saltatorial; gena muito baixa, igual aou menor que a altura dos olhos.2 2. Espécies mirmecomorfas ou quando não for o caso, segmentos antenais III e IV tão ou mais grossos que o segmento II .3 - Espécies não mirmecomorfas ou quando não for o caso, segmentos antenais III e IV mais finos que o segmento II.5 3. Espécies com o III e IV segmentos da antena mais finos que o II (Fig.370) .CERATOCAPSINI - Segmento II da antena mais grosso que o III e IV .4 4. Espécies mirmecomorfas, coloração preta ou castanha, com máculas ou faixas transversais nos hemiélitros, pelo menos na base do cúneo (Fig.373) .NICHOMACHINI - Espécies não mirmecomorfas, sem máculas transversais nos hemiélitros.5 5. Espécies geralmente de porte avantajado (6,5mm- 9,7mm); calos grandes, ocupando o terço anterior do pronoto; fronte geralmente pontuda (Fig.372) .AUSTROMIRINI - Espécies geralmente pequenas (2,2mm-6,6mm); calos não ocupando o terço anterior do pronoto; fronte geralmente não pontuda (Fig.369) . .ORTHOTYLINI CHAVE PARA AS TRIBOS DE MIRINAE 1. Segmento I do tarso posterior tão longo ou mais longo que o II e III juntos.2 - Segmento I do tarso posterior não tão longo como o II e III juntos.4 2. Primeiro segmento da antena tão longo quanto a cabeça e pronoto juntos; colar do pronoto completo (distinto); pernas e antenas muito longas (Fig.375) .MECISTOSCELINI - Primeiro segmento da antena mais curto que a cabeça e pronoto juntos; colar do pronoto presente geralmente incompleto; pernas e antenas não tão longas.3 3. Espécies mirmecomorfas, geralmente com hemiélitros não distintamente divididos em clavo, cório e embólio; cúneo e membrana vestigiais ou ausentes (Fig.376) .PITHANINI Arq. Mus. Nac., Rio de Janeiro, v. 57, p. 1- 49, fev. 1997 CHAVES TAXONÔMICAS DE SUBFAMÍLIAS E TRIBOS DE MIRIDAE ... 7 - Espécies não mirmecomorfas, geralmente com hemiélitros indistintamente divididos em clavo, cório e embólio, cúneo e membrana presentes (Fig.378) . STENODEMINI 4. Espécies mirmecomorfas, geralmente com abdome constrito na base; colar do pronoto geralmente representado por uma linha depressa (Fig.379) .HERDONIINI - Espécies não mirmecomorfas; abdome não constrito na base; colar distintamente separado do pronoto.5 5. Peritrema ostiolar pequeno, sua margem dorsal escassamente estendendo-se à margem ventral do mesoepímero; espécies de coloração preta com vermelho, lúteo ou amarelo (Fig.381) . RESTHENINI - Peritrema ostiolar proeminente, sua margem dorsal estendendo-se muito acima da margem ventral do mesoepímero; hemiélitros geralmente com nervuras presentes.6 6 . Hemiélitros vítreos, transparentes, com ausência de nervuras, permitindo o abdome ser visto de cima (Fig.377) .HYALOPEPLINI - Hemiélitros não vítreos, transparentes; o abdome não visto de cima (Fig.380) .MIRINI AGRADECIMENTOS Aos Professores Janira Martins Costa, Museu Nacional-Rio de Janeiro (MNRJ), Rita Tibana, MNRJ e Paulo Sérgio Fiúza Ferreira, Universidade Federal de Viçosa, pelas valorosas contribuições; aos Srs. Paulo Roberto Nascimento, MNRJ, Paulo Wallerstein, A.Rosas e Maria Lilia Gomide da Silva, Rio de Janeiro e Antonio Viegas Pugas (in memoriam) pelas ilustrações realizadas e ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), pelo apoio. RESUMO Os autores apresentam chaves taxonõmicas de subfamílias e tribos para os mirídeos do mundo, com ilustrações da genitália do macho do gênero-tipo e da espécie mais comum de cada tribo. Palavras-chave: Insecta, Heteroptera, Miridae, Chaves Taxonõmicas. ABSTRACT TAXONOMIC KEYS OF SUBFAMILIES AND TRIBES OF MIRIDAE HAHN, 1831 OF THE WORLD (INSECTA, HETEROPTERA) The authors give taxonomic keys of the subfamilies and tribes of Miridae of the world, with illustratins of the male genitalia for each type-genus and the more common species of each tribe. Key-words: Insecta, Heteroptera, Miridae, Taxonomic Keys. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CARVALHO, J.C.M., 1952 - On the major classification of the Miridae (Hem. Het. - Summary). Trans. IX Int. Cong. Ent., Amsterdam, 1:133-134. CARVALHO, J.M.C., 1957 - A catalogue of the Miridae of the world. Arq. Mus. Nac., Rio de Janeiro, 44:1-158. CARVALHO, J.M.C., 1958a - A catalogue of the Miridae of the world. Arq. Mus. Nac., Rio de Janeiro. 45:1-216. CARVALHO, J.M.C., 1958b - A catalogue of the Miridae of the world. Arq. Mus. Nac., Rio de Janeiro. 47:1-161. CARVALHO, J.M.C., 1959 - A catalogue of the Miridae of the world. Arq. Mus. Nac., Rio de Janeiro. 48:1-384. 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