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SOCIEDADE BROTERIANA

Red. — J. A.. HenriqLTxes

PROF. DE BOTÂNICA E DIRECTOR DO JARDIM BOTANICd

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IMPRENSA DA UiNIVERSIDADE
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IMPRENSA DA UNIVERSIDADE
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IMPRIÍNSA DA UNIVERSIDADE
1900

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LIBRARY

fs4EW YORK

tjOTANlCAL

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DR. WILLIAM NYLAKDER

A 29 de março de 1899 terminou sua brilhante carreira de homem de
sciencia, na sua niodeslissima habitação, n'um bairro extremo de Paris,
quasi já no campo, o dr. W. Nylander, na edade de 77 annos.

Era oriundo da Finlândia, tendo nascido em Uleaborg a 2 de janeiro
de 1822. Na edade de 17 annos começou os estudos de medicina e de
sciencias naluraes na Universidade de Helsingfors, alcançando o grau de
doutor em 1847. Durante o tempo que durou o seu curso universitário
mostrou-se zeloso trabalhador tanto nos ramos da zoologia como da bo-
tânica. A Sociedade pro fauna et flora Fennica teve n'elle um ardente
cooperador.

Dos diversos grupos do reino vegetal o dos liclienes foi aquelle que mais
altrahiu a sua atlençâo, e para melhor o poder compreiíender foi por vezes
a Paris desde 1848 a 1859. Na cidade Iranceza dedicou-se egualmente a
outros ramos das sciencias tiaturaes. Trabalhando sob a direcção do dis-
tinclo botânico Tulasne fez estudos sérios e profundos dos lichenes, e desde
então occupou com notável superioridade um logar eminente entre os liche-
nologos.

De Paris regressou á Finlândia em 1857 sendo então nomeado professor

CM de botânica na Universidade de Helsingfors. Ahi continuou seus estudos

S? predilectos e d'elles deu conta com a publicação dos Lichenes Scandinaviae

r em 1861 e dos Lichenes Lapponiae orienlalis em 1866.

'^ Não concordando com modificações na orgamsação da sua cadeira, resi-

"^ gnou o logar de professor e voltou para Paris onde fixou residência em

^ 1863.

São numerosas e de subido valor as publicações do dr. Nylander, distin-
guindo-se a Synopsis melhudica licheniim da qual o primeiro volume foi
publicado em 1858. Ksta obra notável não foi continuada, infelizmente,
havendo do segundo volume apenis uma pequena parte.

A aucloridatle do dislincto lichenologo, conhecida em Ioda a parte, era
respeitada pelos melhores e mais auctorisados botânicos, que se dedicavam
ao estudo dos lichenes ; todos o consultavam e de toda a parte recebia
exemplares para serem por elles estudados. E elle a todos atlendia e res-
pondia com notável brevidade.

Não é esta noticia destinada a dar a resenha do trabalho enorme do
dr. Nylander: outros o têm feito com completo conhecimento; mas espe-
cialmente a fazer conhecer a parte importante que teve no estudo dos
lichenes de Portugal e das colónias.

Pouco depois da publica(,'rio das Conírilmliones ad floram cryplogamicam
liisitanicam que em 1881 editei e nas quaes havia o catalogo dos lichenes,
determinados pelo sr. A. Wolff de Wurtzburgo, o dr. Nylander escreveu-
me mostrando duvidas sobre algumas determinações especificas ali indica-
das. Assim se começaram as nossas relações e desde entào todas as espé-
cies de lichenes colhidos no paiz ou nas colónias foram examinadas e de-
terminadas por elle. Estão n'este caso os lichenes da Serra da Estrella,
mencionados no catalogo da Hora d'esta serra, que publiquei em 1883 ';
os da Serra do Gerez indicados no catalogo publicado era 1884'^; a im-
portante enumeração dos lichenes da ilha de S. Thomé, colhidos pelos
Srs. Moller e F. Quintas*^; os lichenes das ilhas do Principe e das Cabras,
colhidos por F. Newton^; os lichenes dos Açores, colhidos pelo dr. B. Car-
neiro; e os lichenes de Cabo Verde. Lourenço JMarques e Moçambique,
colhidos pelos Srs. J. Cardoso, F. Quintas e pelos missionários de Moçam-
bique^.

Tendo entrado em relações com o distincto botânico amador I. Newton,
cujas explorações no norte do Paiz tantos elementos têm fornecido para o
conhecimento da flora cryptogamica portugueza, ponde elaborar um cata-
logo muito importante dos lichenes do norte de Portugal, publicado nos
Boletins da Sociedade de Gengraphia de Lisboa e mais tarde rejiroduzido
no Boletim da Sociedade Broteriana ^.

A maior parte das espécies novas de Portugal e das colónias foram tam-
bém publicadas no jornal — Flora — de Ratisbonna, no qual collaborou
durante 34 annos.

Em 1889 publicou um interessante estudo sobre os lichenes das ilhas
do golfo da Guiné ■'.

1 Expedirão menlifira á Serra da Estrella — Secção botânica — (1883).

2 Boletim, da Sociedade Broteriana, III (ISSi).

3 Idem, IV M886j.

4 Idem, V (1887).

5 /dm, XII (189ri):XIII (189G).

6 Idem, VI (1888). '

"í Lichenes insularum giiineensium. Parisiis. 1889.

s

Todo o trahallio que leve com o esludo de innumeros exemplares que
lhe enviei foi leilo com a máxima promptidão, e lendo como única recom-
pensa o habito de Chrislo, que lhe íoi conferido a pedido do Reitor da
Uni\ersidade, a quem expuz os serviços devidos ao illustre lichenologo.

Em toda a sua \ida, além d'esta pequena demonstração de considera-
ção, leve apenas o premio Dcs Mazières, que lhe foi conferido pela Aca-
demia das sciencias de Paris, em 1868.

*

O dr. Nylander tirdia um temperamento singular; sem difficuldade podia
ser considerado como um excêntrico. Em Paris viveu sempre só, tratando
elle próprio, repetidas vezes, de preparar a sua frugal alimentação. Era
frequente vel-o de manhã com o pequeno cesto e a lata do leite ir com-
prar o que lhe era necessário.

Era Jimiladissimo o numero de pessoas que tinham entrada na sua
sala de trabalho e pouco basla\a para que a qualquer d'ellas se fechasse
a porta.

Tendo consciência do seu valor não permittia que o contrariassem de
qualquer maneira.

A moderna theoria da natureza dos lichenes, que são considerados como
associações de algas com fungos, nunca elle a poude admiltir, nem admitlia
que outros a tivessem em consideração. Quem defendesse tal ideia escusava
de procurar relações com elle. Se as tirdia, por mais intimas e antigas que
fossem, perdia-as. E o que mostram os seguintes exemplos.

Occupava-se o dr. Nylander na determinação das ricas collecçòes liche-
nologicas do IMuseu de Paris. Km 1873, Ad. Brogniart falou-lhe no estudo
interessantíssimo de Bornet [Recherclies sur les gunidies des lichens) onde
aquellas ideias eram sustentadas. O dr. Nylander respondeu que não gas-
tava o seu tempo em ler taes frioleiras, pegou no seu microscópio, foi-se
embora e nunca mais erstrou no Museu.

Com o abbade llue, seu amigo, succedeu um facto similhante. Como
demonstração de consideração pelos trabalhos do illustre lichenologo col-
ligiu o abbade líuc, n'um volume, todas as descripçòes das espécies que o
dr. Nylander tinha definido e cujas descripçòes titdiam sido publicadas em
diversos jornaes. O professor de botânica, successor de Brogniart, fazendo
o prefacio da obra, referiu-se á theoria algolichenica. Isso bastou para qiie
elle nunca mais cotisentisse que lhe falassem em tal publicação e pouco a
pouco foi enfraquecendo as suas relações pessoaes com o auctor ali' que de
todo as cortou.

N'um grande numero de publicações atacou ou antes procurou ridicula-
rizar taes ideias. Sirva de exemplo o que se encontra n'uma das suas ulti-
mas publicações ^ «Inde constat, summam curam et sagacitatem necessárias
esse in determinandis bis vegetabilibus, (|uorum stiidium in praesenti tem-
pere solum a paucissimis rite excolittir. Alii a labulis ibeoreticis insulsis
Licbenologiam bodiernam obruenlibus avelUintur et sic scionliae verae de-
trimentum grave inferunt.»

Por occasiào da determinação dos licbenes coibidos nas ilbas do í^rincipe
e das Cabras pelo sr. F. Newton, escreveu-me dizendo que era justo dar
a uma das espécies novas o nome do collector, mas que elle o não fazia
porque nunca tinba empregado como nome es|)eciíico o nome de qualquer
bomem ; que o fizesse eu, e propindia para essa espécie o nome de Leça-
nora Newtoni. Mostrei-lbe como era ("óra de i"azão tal cousa, fal(ando-me
a auctoridacle para servir de padrirdio. Insistiu e teve portanto de ficar o
meu nome a figurar como indicando quem denominou a espécie.

Era de caracter perfeitamente independente e nunca acceitava a menor
remuneração pelos seus serviços.

Em tempo tinba cedido todas as suas coUecçòes e livros á Universidade
de Helsingfors para serem entregues depois da sua morte, e recebendo
por anno uma pensão de 1:200 francos.

* Lichenes insuJanim guineensium.

J. Henriques.

AS RUBiACEAS DE PORTUGAL

CONTRIBUIÇÕES PARA O ESTUDO DA FLORA PORTUGUEZA

POR

António Xavier Pereira. Coiatintio

As Rubiaceas constituem uma vasta familia, subdividida por Bentham e
Hooker em 25 tribus e 337 géneros, e comprebendcndo umas quatro mil
6 tantas espécies. D'estas espécies umas são arbóreas, outras arbustivas ou
herbáceas, com portes muito diversos, e algumas exploram-se ou culti-
vam-se. prestando grande utilidade, como as quineiras (género Cinchona),
os cafezeiros (género Colfen), etc. Todas as espécies europeas são ou her-
báceas ou, em muito menor numero, subarbuslivas ou pequenos arbustos:
uma pertence (i tribu das Anlhospermeae (género Putoria), as restantes á
tribu das Galieae. A espécie do género Pularia [P. calahrka, Pers.) existe
na Dalmácia, Calábria e Sicilia, Africa boreal e Hespanha (provincia de
Granada), mas até hoje não tem sido encontrada em Portugal; todas as
Hubiaceas portuguezas conhecidas se incluem, pois, na tribu única das
Gcilieae.

Brotero, na sua Flora Lusilanica (1804), enumerou 2i espécies espon-
tâneas e uma cultivada [Ruhia tinclorum, L.); se, porém, attendermos a
que o Galium parisiense e o G. mimtlifloriim, Brot., se reúnem hoje n'uma
só espécie, e do mesmo modo a Rabia sikeslris, Brot. e R. anguslifolia, L.,
se consideram como variedades da R. peregrina, L., aquelle numero de 24
espécies desce realmente a 22. Mais tarde, na Phylographia lusilanica
(t827), Brotero descreveu largamente e figurou duas d'estas espécies.

Hoffmansegg e Link, na Flore Porlugaise (1820), descreveram 27 espé-
cies espontâneas, que, identicamente, se reduzem hoje a 25. Lange, nas

8

Rubiaceas do Prodroimts Flonie Hispankae, indicou mais duas espécies
portuguczas [Gnlium campestre, Schoush. e G. selaceum, Lam.) e uma ter-
ceira duvidosa [G. concalcnalum, Coss.).

O nosso trabalho presente enumóra 31 espécies es()ontancas, assim re-
partidas pelos seguintes géneros :

Sherardia 1 | Ruhia 1

Crucianella 2 | («alium 2i

Asperula 4 | Vaillantia 2

As espécies que ainda nào titdiam sido indicadas pelos auctores acima
referidos, sào: Galium cJivaricalum. Ldiii., (/, lenellum, Jord., G. spíi-
rium, L. (non Brot.), G. minulnlum, Jord., G. vernum, Scop., e Vaillantia
hispida, L. Identificámos o G. scabrum, HoOgg. et Lk., com o G. ereclinn,
Huds., [â. rigidum (Vil!.), Gren. et Godr. ; considerámos o G. elodes, lioíígg.
et Lk., como boa espécie, ligando-lhe como synonymo o G. rivulare, Bss.
et Reut. (contra a opinião geralinenie admiltida que reúne o G. elodes ao
G. uliginosum, como variedade); finalmente, considerámos o G. debile,
Hoífgg. et Lk., como simples synonymo do G. debile, Desv. [G. constri-
ctum, Chaub.), conforme Lange o suspeitava já, e nào como espécie dis-
tincta, segundo o querem vários.

Em harmonia com os dados de que dispuzemos, a distribuição das
espécies apontadas é a seguinte: Enconlram-se desde o norte até ao sul,
por quasi todo o paiz, mais ou menos frequentes, a Sherardia arvensis,
Crucianella anguslifolia, Rubia peregrina (muito |)olymor|)lia), Galium eludes
(preponderando no norte e no centro). G. palustre, jâ. elongalum (o typo
da es|)ecie só no norte), G. divaricatum, G. parisiense (reiuiindo-llie como
variedade o G. decipiens, Jord.) e G. Aparine. A Crucianella marilima vive
em toda a costa, desde o Minho ao Algarve.

Habitam exclusivamente na região moníardiosa a Asperula galioides, Ga-
lium rolundijoUum, G. ercclum, G. saxntile, G. vernum e G. pedemonla-
num. Outras espécies encontram-se principalmente no norte, mas descem
mais ou menos ao sul; assim; o G. 3Io!lugo vem até á Serra dOssa; o
G. Rrolcrianum até Odemira; o G. vrrnm foi encontrado na Amora e Sei-
xal; o G. Cruciala, em iMoncliiqiie.

A Asperula arislala, que nào parece ser muito commum, apresenta dis-
tribuição irregular pelo Alemdouro, Exlremadura e Alemtejo liltoral. O
Galium debile só appareceu, pouco frequente, na região central. Nas re-
giões central e austral habitaiíi a Asperida arvensis, Galium tricorne (mas
ambas as espécies sobem ao norte, pois foram colhidas em Bragança), e o
Galium campestre, G. miirale, G. saccharatum e ]'aiUantia muralis. Ex-

9

cl usi vãmente no Algarve, enconlnirani-se a Asperula liirsiila e Vaillanlia
liispida.

O Galium spurium, L. (a. genuimtm) foi apenas colhido na Beira trans-
montana, pelo fellecido conservador do herbario da Escola Polytechnica,
Ricardo da Cunha; o G. lencUnm, Jord., apenas, próximo de Lisboa, no
Lumiar, por Welwitsch; o G. minulnlum, Jord., só em Grândola, pelo
sr. Daveau. Todos os Ires exemplares correspondem muito bem ás respe-
ctivas espécies. Não vimos exem[)lares porluguezes nem do Galium con-
calenalum, Coss. (que provavelmente existirá no Algarve), nem do G. se-
laceiím, Lam., citado em Portugal, no Prodtomus Floreie Hhpanicae, por
Lange, mas sem indicação de localidade.

Notaremos, por ultimo, que a Criiciamlla lalifulia, L. e a C. palula, L.,
que não têm sido encontradas até hoje, existem muito provavelmente no
nosso paiz, vista a sua distribuição na Hespanha. São espécies a procurar
nas futuras herborisaçòes.

Lisboa, março de 1900.

10

RUBIACEAE, Jiiss.

Tribus (xalieae, Blh. et Ilook., Gim. PI. *, pg. 9

Corolla valvata; ov.irium ''2-loculare : ovula in loculis solitari;i, liasi sopti afflxa, am-
pliitropa V. anairopa. Ilorbae rarius fruíiculi, íoliis ciini stipulis foliif(jriiiibus sae-
|)issime verticillatis, fructii bipartiltili, inericarpiis siccis achaenioideis v. rarius
drupaceis.

Clavis yenejum:

1

'Corolla, tubo olougalo, infundibuiaris v. rarius canipanulata ; fructus siccus; flo-
res beriuapliroditi 2

.Corolla, lubo brevi v. brevissiuio, rolata; calycis limbus obsoletus 4

IFruclui^ calycis limbo 6-4-denlato persistente et accrescente coronatus; dores (11-
laciui) capitati. involucrati, involucri pbyllis basi connalis. . . (I) Sherardia^ L.
Calycis limbus obsoletus ; fi uctus ecoronatus 3

Flores (lu'ei) bracteali et 2-bracleolati, in spicas inibricatas saepissime dispositi;
lobi coroUae connivenies ; meriearpia oblonga (11) Crucianella, L.

3

|Flores eliracteolali, fasciculati, fasciculis in cyinam compositam dispositis, capi-
talis V. capituliformibus, interdum involucratis; lobi coroUae palnli; meriearpia
globosa (Ill) Asperula, L.

1 Fructus carnosus; flores 5-4-meri (luteoli) (IV) Rubia, L.

4

(Fruclus siccus ; flores 4-3-meri 5

'Flores hermaphrodili rarius abortu polvganii, pedicellis liberis; fructus nudus.
l ' (V) Galium, L.

M 'Flores (luteoli), terni, polyganii (laterales 2 masc, intermedius hermapbroditus),
^ pedicellis connatis demum incrassatis decurvis; fructus (abortu plerumque 1-
locularis) sub pedicello intermédio conditus; synanlbium fructiferuni 3-4-corne,
coruubus ápice findiriatis : dorsali erecto v. nullo, 3 aulicis incurvis.

(VI) Vaillantia, DG.

1 G. Benlham et J. D. Hooker— Genera Plantanmi, vol. II, pars I. — Londini, 1873.

11

I. Sherardia, L., Gen. PI. *, n.° 120!

1. ^lieraiMlin arveiasÊs. L., Sp. PL^, \)^. 1i9! Brot., Fl.
Liisit. \\ pg. 152! líoíTog. et Lk., Fl. Port. 11*, pg. 40! Gren. et
Godr., FL de Fr. II «, pg. 50! V^k. et Lge , Prod. Fl. Hisp. 11 «, pg.
300 ! Exsiccata plura in herb. ir/», el in herh. europ. !

Variat foliis latioribiis v. angustioribus j)lus minus scabro-pilosis.

Hab. in agris, inter segetes, ad muros et viariim margines, frequens in
fere tota Lusitânia. — 0. Fl. Febr. ad IWaj. (u. v.).

Alemdoiiro Iransmontano : Bragança (P. Coutinho, n.° 761!); Rabal
(Moller!); arredores de Moncorvo, Lnrinlio, Mnçores (Mariz!). — Alem-
douro litloral: JMonsào, muralhas da Porta do Sol (R. da Cunha!); 3Jonte
Dôr, Gandara (K. da Cunha!); Serra áo Soajo, Nossa Senhora da Peneda
(Moller!); Pedras Salgadas [D. M. L. Henriques!); Povoa de Lardioso
(G. Sampaio!); Braga (A. de Sequeira!); Bougado (Padrão!); Leça da
Palmeira (G. Mesnier, Soe. hrol., n." 213!); Serra (lo Pilar (Velloso de
Araújo!). — Beira Iransmnnlana : Guarda, Faia (31. Ferreira!). — Beira
central: Serra do Caramullo (Moller!,; Bussaco (.Mariz!); Ponte da Mur-
cella, Murcellào, Moira 3Jorta (M. Ferreira!). — Beira meridional: Co-
vilhã (R, da Cuuha!); Caslello Branco (R. da Cimha!); Malpica (R. da
Cunha!); Figueiró dos Vinhos Victorino de Freitas!). — Beira litloral:
Coimbra e arredores (A. de Carvalho, n.° 386!), Loretto (Henriques e
Moller !\ estrada de Ccllas (Moller!), Cidral (M. Ferreira!), ribeira de
Coselhas (3Ioller, Fl. Lvsit. Fxsic, n.° 483!); Miranda do Corvo (B. F.
de IMello!) ; Soure (Moller!); Leiria (Costa Lobo!, ; 3larinha Grande (Sousa
Pimentel!). — Centro litloral: Torres Novas, Nogueiral (R. da Cunha!);
Villa Franca, Monte Gordo (R. da Cunha! F. Mendes!); Lisboa e arredo-
res, Ajuda (Welw. !), Mousanto (li. da Cunha! Moller!); Cintra (Valo-
rado!); Cascaes e arredores (D. Sophia !), Ca[»aride (P. Coutinho!). —
Alto Alemtejo : Povoa e Meadas. Malabrigo (R. da Cunha!); Castello de
Vide, Prado (R. da Cunha!); Portalegre, Tapada do Carteiro (R. da

* C V. Linné — Genera PUintanun (líditio sexta). — H(jliiiiae, 17G4.

2 C. Linnaeus — Sppcies Plantarnm (editio terlia). — Vindolionae, 1764.

3 F. A. Brotero — Flora LnsUanira. vol. I. — Olisipniie, 1804.

'» Conite de HoíTniausegsf et H. F. I^ink — Flore Portufiaise, tom. II. — Berlin, 1820.
» Grenier et Godron — Flore de France, tom. II. — Paris, 18o2.
•• M. Willkumin et J. Laime — Prodromus Florae Hispanieae, vol. lí. — Slultgartiae,
1870.

12

Ciinlia !) ; Elvas (Serina!); Redondo (Pilta Simões!). — Baixas do Sur-
raia: Montargil (Cortezuo!). — Alcmlejo lUtoral: Trafaria (Daveau !) ; entre
Coina c Azeitão, cnlre Coina c a Quinta do Duque (F. Mendes!); Ode-
mira (G. Sampaio!). — Baixas do Guadiana: Beja (U. da Cunha!); Serpa
(Daveau!). — Algarve: Loulé (J. Fernandes! Moller! J. de Castro!); Boli-
queime (Moller!); Faro, Campinas (A. Guimarães! Moller!).

II. Crucianella, L., Gen. PI, n." 12G!

'Plantae anniiae ; folia omnino herbácea, 4-6-na 2

1 (Planta pcronnis, snffiiUcscens ; folia coriacca, margine albo oartilaginoa, onínia
4-na; spica ílorif. ovala v. oblongo-lanceulaia, tjracleis libcris, bracteoHs ad mé-
dium connatis ; Horvs 5 nieri C. maritima, L.

'Bractoae jjracteolaeque angustae (foliis consimiles), lineari-subulatae, anguste
albo-margiiiatae : s|)ica ovata, floribiis S-meris. inferioribus pediceiiatis. Planta
ramosa, laiiiis erecto-patulis v. divaiicalis, foliis lineari-subulatis {iu Lusit.
aúhuc iion obaervala, sed inquirenda) C. paíiila, L.

9

'Bracteae bractcolaeque latae, lanceolatae, lato scarioso-marginatae; spica linea-
ris, lloribns 4-meris, omnibus sessiiibus; caulis simplex v. ramosus 3

J Spica tetragona, clongala; bracteae liberae, dorso viridi late carinatae, margine
serruiato"scabrae; folia linearia, infima latiora C. angustifolia, L.

iSpica cylindrica, vakle elongata : Itracteae oppositae basi ennnatae, dorso viridi
ol)Solête carinatae, margine ciiiatae; folia inf. obovata v. oblonga, sup. lanceo-
lata V. linearia {in Lusit. eiiam non observala et inquirenda) . . . C. laiifolia, L.

2. CriBcisíBíciía afiís-aBSiilbSia, L., Sp. PI., pg. 157! Brot.,
/. c, pg. 155! líolTgg. et Lk., /. c, pg. 64! Gren. et Godr., /. c, pg.
51! ^Yk. et Lge., /. c, pg. 306! Exsic. plura in herb. Wk. el in herb.
europ. !

Variai caule simplici v. plus minus saepe a basi ramoso.

Hab. in siccis, ineultis, [)inetis el íissuris rnpiurn, in Lusilaina fere
lota. — ^0. Maj. ad Jnl. [v. v.).

Alemdmiro Iransmontano: Bragança (P. Coutinho, n.*^ 761!); Vimioso
6 arredores, S. Pedro da Silva, Matta do Visconde (Mariz!); Argozello
(Mariz, Fl. Lusil. Exsic, n.° 484!). — Alemdouro liUoral: Cabeceiras de
Basto (D. M. L. Henriques!); Vianna do Castello, JMonle de Santa Luzia
(R. da Cuidia!); arredores do Porto, Areinho (C. Barbosa, Soe. fírot.,
n° 68'M). — Beira Iransmonlana : Trancoso [M. Ferreira!); Pinhel (Ro-
drigues Costa!); Almeida, Santo António (M. Ferreira! R. da Cuidia!);

13

Villur Formoso, Valle cVAlpicTio (R. da Cunha !;; Guarda, Faia (M. Fer-
reira!).— Beira central: Manteigas (U. da Cunha!). — Beira meridional:
Covilhã, prox. do rio Ze/ere (R. da Cunha!); Caslello Branco, prox. do
rio l^onsul R. da Cunha!); Serra da Piímpilhosa (tienriques!). — Beira
lilloral : arredores de Coimbra (Rrot., Iloíígg. e Lk.), S. Paulo, prox. ao
cazal do Theodoro (Moller!), S. Martinho da Cortiça, Valle do Alemo (M.
Ferreira!). — Cenlro lilloral: Villa Franca, IMonte Gordo (R. da Cunha!);
arredores de Lisboa (Brot., Iloíígg. e Lk.;, Ajuda (Welw. !;, .Monsanto
(R. da Cunha!); Queluz (Welw.!); arredores de Cascaes. Caparide (P.
Coutinho!). — Alenilejo lilloral: Alfeite (R. da Cunha!). — Baixas do Sor-
raia: Montargil (Cortezào !). — Alio Alemlejo : .Marvão, Covões (R. da
Cunha!); Portalegre, Outeiro da Forca (L. Marçal, Soe. UroL, n.^GS!
R. da Cunha!); Serra d'Ossa (IMollerI Daveau!;; Redondo (Pitta Simões!).
— Baixas do Guadiana: Beja, Coutos í\. da Cunha!). — Algarve: .Mon-
chique, Picota (Moller!); prox. de Faro (Welw.!); S. João da Venda
(W^elw., n.« 479!).

Nota. — Nem a C. pálida, L , nem a C. lalifoUa, L., tem sido ainda
colhidas em Portugal; mas uma e outra espécie existem na visinha Hes-
panha, em regiões próximas de algumas das nossas, na Castella e na An-
daluzia, sendo por isso muito provável que venham a encontrar-se também
no nosso paiz. Chamamos para essas duas es|)ecies a attençào dos nossos
herborisadores, nas suas futuras pesquizas.

3. ("riieiaueHa niAi*iiÍBiiii, L., /. c, pg. L58! Brot., /. c,
pg. 155! Hoffgg. et Lk., /. c, pg. 65! Gren. et Godr., /. c, pg. 50!
Wk. et Lge., /. c, pg. 306! Exsic. 'plura in herh. Wh. et in herb. europ.!

Uah. ad littora maritima omnia Lusitaniae frequcns, in arena et rupes-
Iribus. — Z- 1'^- Maj. ad Sept. (i\ v.).

Alemdonro lilloral: Caminha, Cabedello (R. da Cunha!); praia de Car-
rego (R. da Cunha!); Porto, praia de Matlosinhos (R. da Cunha!). —
Beira lilloral: Granja (.M. Ferreira!); Aveiro, Costa de S. Jacintho (Egberto
de Mesquita!); ]\lira (Thiers dos Reis!); Cabo Mondego (A. de Carvalho,
n.** 387! Moller!); Figueira da Foz, Galla (M. Ferreira! Moller!); dunas
do Pinhal do Urso (Moller!); S. Pedro, perto da Marinha Grande (Barros
Gomes, Soe. Brot., i\.° 69!). — Centro lilloral: Óbidos, no littoral (R. da
Cunha!); Cabo Carvoeiro (Daveau!); Ericeira, Cabo da Roca (Welw.!);
Estoril (P. Coutinho, n.** 767!). — Alemlejo lilloral: Trafaria (Daveau!);
base da Serra d'Arrabida (Wehv. 1). — Algarve: Cabo de S. Vicente
(Welw., n.° 651!); Portimão (Welw., n." 6516!).

14

III. Asperula, L., Gen. PI, n." 1211

'Fasciculi florifori capitulifornies, bradeis pluriltns flores superantibiis involii-
erati ; bracteae luiige ciliatae: corolla infuiidibalaris (Seet. 1. Blepharo&tcmma).
Planta annua, foliis linearibus, obtusis, l-nervis, (5-8-nis; flores coerulei, glabri.

A. arvenús, L.

|Bracteae floribus breviores ; corolla rósea v. alba. Plantae pereiínes, foliis linea-
ribus, l-nervis, margine valde revolutis, cuspidatis v. acutatis, rnucronalis;
fructu glabri 2

Corolla infundibulari-Uibulosa, rósea: flores subsessiles (Sect. II. Rubéola) 3

j Corolla campanulata, alba; flores pedicellati, pedicellis quam bradeis longioribus
(Sect. III. Eugaliopsis). Panicula ampla; folia 6-8-na ... ^1. galioides, M. Bieb.

/Fasciculi floriferi 9-15-flori, in canle et ramis terminalos; corolla exlus siibgla-
bra, lobis vix apiculatis; folia G-na, in singulo veilicillo subaefjuilonga, infe-
riora et juniora longe pilosa A. hirsuta, Desf.

Fasciculi floriferi 3-5-flori, difl^use paniculati: corolla (tubo lindjum 2-3-plo supe-
rante) exlus papilloso-scabra, lobis longe mucronatis; folia 4-na, in singulo
verticillo valde inaequilonga, laevia v. scabra (et in Ilisp. interdum dense to-
mentosa) A. aristata,, L. fil.

Caules glabri laevesque, foliis sup. laevibus . . a. laevís, Lge.

Caules inferne scabriusculi, foliis magis minusvc «cabris. Planta saepissime
minor p. scabra, Presl.

Sect. I. Blepharostemma, Lge., in Wk. et Lge., /. c, pg. 3001

4. ils»|iei*aBBiii «rvííiiSBS, L., Sp. PI., pg. 1.'50! Brol., /. c, pg.
i521 Hoíígg. et Lk., /. c, pg. 43! Gren et Godr., /. c, pg. 49! Wk.
et Lge., /. c, pg. 301! Exsic. phira in lierb. Wk. cl in hcrb. europ.!

Friictiis maluri pundati !

Hab. in agris, inter segetes, iit videtur praecipue in Lusitânia media et
australi. — 0. Fl. Apr. ad Jun. [v. v.).

Akmdoiiro Iransmonlano : Bragança (P. Coutinho, n.° 762!). — Beira
littoral: arredores de Coimbra, Portella (Brot., P. d'Alemquer !). — Cenlro
lilloral: Torres Novas, Casas Altas, Figueira! (R. da Cunha! Soe. Brol.,
n.° lOOtí! Fl Lusil. Exsic, n." 1441!);Villa Franca, Monte Gordo,
Cazal do Ourives, Castanlieira (F. Mendes!); arredores de Lisboa, Ajuda
(Welw.!), Monsanto (U. da Cunha!}; arredores de Cascaes, Caparide (P.

15

Coutinho!). — Alemlejo Ulloral : Caparica (Davcau !). — Baixas do Sor-
raia: Montargil (Cortezão!). — Alio Alemlejo: Portalegre, Santo António
(K. da Cunha!) ; Elvas (Senna!). — Baixas do Guadiana: Beja (R. da
Cunha!); prox. de Serpa, Guadalupe (Da>eau!); Serra de Ficalbo (C. de
Ficalho e Daveau!). — Algarve: Monte Figo (Welw., n." 405!); Faro
(Aloller !) ; Loulr (Moller ! Daveau !), entre Loulé e Ator (Daveau, n.°
856 !) ; prox. de Portimão (Welw. !).

Sect. II. Rubéola, Lge., /. c, pg. 301!

5. JLspeB-iiIa hirsuta, Desf., Fl. Ali P, pg. 127! Iloffgg. et
Lk., /. c, pg. 42! Bss., Voy. Boi. II 2, pg. 280! Wk. et Lge., /. c, pg.
301! Exsic. plura in herh. Wk.! A. repens, Brot., /. c, pg. 152! Phyt.
Lusil. P, pg. 23, tab. 10!

Variat corolla cárnea, albido-purpurea v. caerulescente (ex Brot.), tubo
plus minus elongato! Folia plus minusve interdum dense pilosa!

Hab. in asperis et saxosis Algarbiorum. — 2í. Fl. Apr. ad Jun. (v. s.).

Algarve: prox. de Tavira, Santo Estevam (Welw.! Daveau, n." 908!);
arredores de Faro, Alto de Rhodes (A. Guimarães, Soe. BroL, n.° 912!);
entre Faro e Estoi (Wehv.. n.° 392!), prox. de Estoi, Santo António do
Alto (Welw.!); S. Braz d'Alportel (A. Guimarães!); Loulé e arredores
(J. Fernandes! Moller, Fl. Lusil. Exsic, n.° 287!); Alte (Moller!); prox.
de Lagos, Valle da Luz (Daveau!); entre Lagos e Sagres, entre Lagos e
o Cabo de S. Vicente (Daveau! Brot., Hofígg. e Lk.).

6. A§i|»ei*H!a arislata, L. fil., Suppl. 120, apud Wk. et Lge.,
/. c, pg. 303! Exsic. plura in lierb. Wlc!

Fructus tuberculato-papillosi! Ab A. cynanchica, L., cui aíTiiiis, diífert
corollae tubo longiore, foliis in verticillo magis inaequalibus, etc.

a. laevis, Lge., l. c. .' A. aristata, Bss., Voy. Boi., pg. 279! A.
macrorhiza, íloffgg. et Lk., /. c, pg. 41, tab. 84! Variat
tubo corollae plus (subvar. macrosiphon, Lge.) vel minus
elongato (subvar. brachysipfwn, Lge.).

^ R. Dcsfontaines — Flora Atlântica, tom. I. — Parisiis, anno sexto reipublicae gal-
licae.

2 Ed. Boissier — Voyage Bolanique dans le Midi de VEspagne, II. — Paris, lH.39-45.

3 F. A. Brotero — Pliyíographia Lusitaniae Selectior, tom. 1. — -Olisipoue, 1816.

IG

3. scabra (Presl.), Lge., /. c. / A. scabra, Presl., in Bss., /. c. /
Planta lypice minor, interdiim «. aequans. Forma pubescens,
Bss., ex Hispânia, adhuc in Lusitânia non detecta est. Inter
fornnas extremas a. et 3> formas gradatas plus minus papil-
loso-scabras observa\imus.

Hah. in aridis et nipibus in regione montana Transdnriensi, Extrema-
dura et Transtagana. — 2(. Fl. Maj. ad Jul. [v. w).

a. laevis, Lge. — Alemdauro iransmonlano : arredores da Regoa, mar-
gens do Douro (Hoíígg. e Lk.). — Alemdouro litloral: Melgaço, margens
do 3íinho (U. da Cunha!); Valladares, Vellinha, Insua de D. Thomazia
(R. da Cunha!). — Alemlfjo lilloral: Serra d'Arrabida, Oiiifit'^ da Rasca
(Moller, FL Lusii. Exsic, n.'' 1173!), Cabeço de Mil Regos (Daveau, n.**
1150!); Palmella (R. da Cunha!).

3- scabra, Lge. — Alemdouro iransmonlano: arredores de Bragança,
estrada do Sabor (P. Coutinho, n.° 7()1! Mariz!), Castro d'Avellans (Ma-
riz, Fl. Lusil. Exsic. , n.° 1440!). — Cenlro lilloral: Porto de Moz, Al-
vados (R. da Cunha!), Serra de Minde (R, da Cunha!); Serra d'Aire,
prox. de Torres Novas (Daveau!); Caldas da Rainha (\Velw.!); Monte-
junto (Daveau, n.° 514!). — Alemlejo lilloral: As Vendas (Welw. !); Ge-
zimbra (Moller! Daveau!).

Sect. III. Eugaliopsis, Lge., /. c, pg. 303!

7. .%§i|iee'iiSa ^ali»ãf9ei§. M. Bieb., Fl. Taur. Cancãs. I, pg.
101; Wk. et Lge., /. c, pg. 303! Bss., Fl. Orienl. IIP, pg. 44! Exsic.
phira in herb. U k. el in lierb. curop.! Galium glancum, L., Sp. PI., pg.
156! Brot., Fl. Lusil. I, pg. 150! Iloífgg. et Lk., /. c, pg. 49! Gren.
et Godr., /. c, pg. 18 !

Espécies inter genera Asperulae et Galii quasi intermédia.

Hab. in siccis et lapidosis Lusitaniae montanae. — 21. Fl. Jun. et Jul.
[v. V.).

Alemdouro transmontano: Bragança e arredores, Fonte Arcada, Ricafé,
Ponte do Sabor, Cabeça Boa (P. Coutinho, n'' 765! M. Ferreira! 31ol-
ler!), Rabal (M. Ferreira!); Miranda do Douro (Mariz!); Pinhão (Ilenri-

1 Ed. Boissier — Flora Orientalis, III. — Gencvae et Basileae, 1873.

17

qucs!); Regoa e arredores (Brol., HoíTírg;. e Lk., Schmitz!). — Alemdouro
littnral: arretiores de Va!l()n<:o (Schinilz!). — Jicira Iransmonlana: prox.
do rio Coa (M. Ferreira!); Mido, Motta do Carvalho (R. da Curdia !). —
Jfeira meridional: Villa Vellia de Rodào, Porias do Rodâo (R. da Cunha!);
Abrantes, Constança (llolígg. e Lk.).

IV. Rubia, L., Grn. VI. , n.° \Ti\

8. BtiiPiisí gí4»B*rí^riíi«, L, Sp. PI., |)g. 158! Greií. et Godr.,
/. c, |»jí. 13! Wk. et Ue., /. c, p-. 307! Bss., Fl. Orienl. 111, pg. 17!
Exsic. plura in lierb. }\'li. et in herb. europ.l

Platita valde polyniorpha ; \ariat praecipue:

w. (jenuiita, Ljíe., in \\k. et L^je., /. c. ! R. peregrina, 3- inter-
média, Gren. et Godr., /. d R. peregrina, Bss., Vojj. Boi.,
pg. 285! R. silvestris, Brot., FL Lusit. I, pg. 153 et PInjt.
Liisit. II, pg. 181, tab. 160! Glabra, foHis ellipticis v. lan-
eeolatis acuniinatis.

3. lalifulia, Gren. et Godr , /. c! Wk. et Lge., /. c! R. hicida,
Bss., /. c! R, spiendens, HoíTgg. et Lk., /. c, pg. 67, tab.
85! Glabra, tbliis ovato- v. obovato-elh"pticis breviter et abru-
pte miicronatis.

*/. angusli/olia, Gren. et Godr., /. d Wk. et Lge., /. c! R. an-
gustifolia, L., Mant., ()g. 39; Brot , /. c, pg. 15Í-! HoíFgg.
et Lk., /. c, pg. 66! R. angiistilolia, L., et R. longifolia,
Poir., apud Bss., /. c! Glabra, foliis hneari-lanceolatis, sen-
sim acnminatis. Inter «., p. et y. formas ambíguas observa-
vimus.

S. pubescens, Lge., in Wk. et Lge., /. c! Caule et interdum foliis
pnbcscentibus ; folia saepissime ut in a, interdum ut in 3.
aut y. inter formas extremas glabras et puJ)escenliores, for-
mas gradatas plus minus>e piibescentes examinavimus.

H'ib. ad sepes et muros, in siUis dutnel isque, totius fere Lusilaniae. —
2/. Fl. Apr. ad Jul. — íaisíI. Ruiva ou granza brava. (v. v.).

01. genuína, Lge. — Alemdouro Iranamonlano : Bragança (P. Coutinho,
n." 769!;; arredores do Vin)ioso, Pedreiras de Santo Andriào (Marizl).
— Alemdouro liUornl : Caldas do Gerez (iMoller!). — Beira central : Oh-
veira do Conde (^Aloller !j ; Bussaeo (Loureiro!). — lieira lilloral: cerca de
S. Bento (Moiler!). — lieira meridional: Castello Branco, Carvalhinho (R.

2 xvn

18

da Cunha.'). — Centro Ulloral: Torres Novas, Casas Alias (R. da Ciitdia!);
arredores de Lisboa (R. da Cunha!), Campo Grande [forma de passagem
para y., Welw.!). — Alemtejo littoral : Cova da Piedade (^^"el^v.!); Cabo
d'Espichel (Moller!). — Alio Alemfejo: lívora {forma de passagem para -y,
Moller!). — Algarve: Monchique (Moller!).

[i. lalifoJia, Gren. et Godr. — Alemdouro Ulloral: Cabeceiras de Basto
{forma de passagem para «., B. M. L. Henriques!). — Beira Ulloral:
Buarcos (Henriques! Goltz de Carvalho, Soe. Brol., n.° 1 1 13, pro parte!);
Lavos (M. Ferreira!); Coind)ra, Fotile da Màosinha (Moller, Fl. Lvsil.
Exsic, n.** 82!). — Beira meridional: Trainaf;al, margens do Tejo (R. á\
Cunha!). — Centro Ulloral: Alhandra [forma de passagem para y., R. da
Cunha!); arredores de Lisboa (Moíí^^g e Lk), Campo Grande (P. Couti-
nho, n." 770!); Serra de Cintra (Mendia!); arredores de Cascaes, Ca-
paride (P. Coutinho, n.° 771!). — Alemtejo Ulloral: Almada (Daveau!);
Amora (Welw.!); Alfeite (R. da Cuidia !j ; la^òa d'Albufeira (Daveau!);
Cabo d'Esj)ichel (Moller!); entre Azeitão e a Serra d'Arrabida (Welw.!);
ilha do Pecegueiro {forma de passagem para «., Daveau!).

y. anguslifoUa, Gren. et Godr. — Beira littoral: prox. a Esj)inho (Mol-
ler!) ; Buarcos (Goltz de Carvalho, Soe. Brol., n.° 1113, pro parle!) ; Mon-
temór-o-Velho (M. Ferreira!); Pinhal de Leiria (Sousa Pimentel!). — ■
Beira meridional: Covilhã, margens do Zêzere (R. da Cunha!); Pampi-
lhosa (Henriques!). — Centro littoral: Thomar, margens do Nabào, S. Lou-
renço (R. da Cunha!); Torres Novas {forma de passagem para 3-, R. da
Cunha!); arredores de Lisboa, Belem, prox. do 3Ioinho dos Galanholos
(R. da Cunha!); Cintra, Ramalhào (Welw.!;. — Alto Alemtejo: Marvão,
Covões (R. da Cuidia!); Redondo [forma de passagem para ,i., Pitta Si-
mões!).— Alemtejo littoral: Seixal (Welw.!)'; Cezimbra, Cabo d'Espichel
(Brot. !); entre Azeitão e a Serra d'Arrabida (Welw,!). — Algarve: Faro
[formas de passagem para ^., Welw., n.° 635! Daveau! A. Guimarães!);
Lagos (Moller!).

^. pubescens, Lge. — fíeira central: Oliveira do Conde (Moller!); mar-
gens do Dão (folhas como y., M. Ferreira!); Sabugosa (M. Ferreira!);
Mizarella (M. Ferreira!); Ponte da Murcella {folhas como 3., M. Fer-
reira!); Gandara do Amial (1^1. Ferreira!). — fíeira Ulloral: arredores de
Coimbra, Santo António dos Olivaes (M. Ferreira!), S. Martinho da Cor-
tiça (M. Ferreira!); prox. de Miranda do Corvo [folhas como a. e como 'i.,
Bailhazar M. de Mello!); Pinhal do Urso [folhas como y., Loureiro!);
Louzã (Heiniques !). — líeira meridional: Castello Branco, Quelha das
Bruxas [folhas como y., R. da Cuidía!); Sertiache do Bom .Jardim, Cerca
do Collegio {M. de Barros!), — Centro littoral: Villa Franca, Monte Gordo
(folhas como a. e como 3-. R- da Cunha!); Torres Vedras, Quinta do Hes-
panhol (Perestrello!). — Baixas do Sorraia: Montargil (Cortezão!). — Alto

19

Alcm(ejo: Caslello de Vide, Prndo [W. da Cunha!); Portalejíre, Casas Altas
{folhas como y., II. da Cuu[n\l). — liai.ras do Guadiana: Beja, ribeiro dos
Frades (H. da Curdia!]. — Algarve: Moncliiquc (J. Brandeiro! Welw. !).

Nota. — A Rubia (hiclorum, anlignínente cultivada em Portugal, nem nos
consta que se cultive hoje, nem que ficasse suhespontanea : por isso a não
enumerámos.

Y. Galium, L., Gcn. PI, n." hio!

1 Flores (hermapliroditi) in panicularn terniiualoin dispositi 2

(Flores in c\ mas axillarcs dispositi, rarius ia axillis solitai'ii 16

IFolia trinervia, 4-na. Species perennes (Sect. I. PlaUjgnlia) 3

2 <

( Folia uninervia 4

Panicnla laxa, paucidora, pedicellis ílrmis; friictus glochidiato-hispidi; folia orlii-
i cnlMri ovalia v. ovala, suhpiítiolata, parce pilosa v. glabriuscula; caules gra-
1 cilcs, íjlabri v. parce et breviter pilosi G. roíimdi foliam, L.

3 /

jPanicuIa ápice coryniboso-densitlora : fnictns glabri, lubercnlati ; folia ovato-elli-
/ ptica V. ovato-oblonga : caules validi, inferne plus niinus interdum dense pilosi.
\ ^ (i. Broíerianum, Bss. et Reut.

[ Species perennes 5

4 {Species annuae, caulibus gracilibns retrorsnm aculeolatoscabris; flores lutei,
tlavicantes v. lubelli (Sect. V. Pseiulaparincs) ; folia niucronata, margine an-
Irorsuni aculeolata ; 12

'Caules haud retroi'sum aculeolato-scabri ; f(jlia mueronata, margine plus minus
antrorsum aculeolata 6

^ jCaules (plus minus. interdum vjx) relrorsum aculeolato-scabri (Sect. IV. Aparinoi-
dps): folia niuiica, v. niucronata sed tunc retrorsnm aculeolata; flores onínino
aibi v. extus rubclli 10

Flores subsessiles in glomernlos aggregati spicani interruplam v. panicularn stri-
1 ciam foniiantes ; fructus dense villosoliispidi (Sect. IÍ. Trichogalia); coroUa
\ lulea, exliis scaliriuscula : folia -'i-lOiia, auguste liiiearia, margine valde reve-
ja ' lula, supra scabn)-pubescenlia, infra pulverulento-scabrida.

', G. concatcnulum , Coss.

[Flores plus minus pedicellali, c\nioso-paniculali; fructus glabri (Sect. 111. Eu-

\ g(iii(t} • • • ^ 7

Flores lutei; fiiiclus laíívcs: folia ()-12na, anguste linearia v. setacea, margine

revoluta; |)aniciila densillora, coiiirada. flauta sub prelo nigrescens, caulibus

- , obsolete (piadriingulis G. verum, L.

'Flores alhi v. alliidi : fructus plus minus tuberculati; folia 4-8-na; caules qua-
dranguli 8

20

Paniciila longa nmltoque ramosa; corollae lohi apiculati; frnctns rugulosi. Planlae
plus niiiius elatat', sub prelo haud nigrescentes, foliis G-8nis 9

ç, jPanicula brevis. i'íiinis paneis iricliotome cymigoris; corollae lobi aculi ; fruclus
\ dense Uiberciilati. Planta sul) prelo nigrcsi-ens, denso caesijilosa, caulibus Hori-
geris adscendentiljus, pluriniosfjiie steriles liiuiiifusos emillens; folia inf. 4-na
late obovata, sii|). 0-na laiiL-eolata, onínia abrupto cuspidata, tenuiler nieinbra-
nacea, nervo médio distincto G. saxaUle, L.

Planta 3-6 dm. alta, rliizoniate duro, sublinlioso, eaulibns ad nodos paree aiil vix
intlalis, erecta v. adscendens: panicula angiisla, r;imis erecto-patulis ; flores
quam in sef|. majores, albi; pedicelli 1'rucliferi erectopaloli ; folia ápice sub-
dilatata, oblongo- iinearia v. linearia, acutiuscula (nmcronala), nervo médio pro-
niinulo, vix reticulata 0. erechm, lluds.

Folia ápice subaeqailala angiiste Iinearia v. setacea.

p. rigiclmn (Vill.) Grcn- et Godr.

Planta 10-15 dm. alia, valde ramosa, rhizomate lenui, caulibus ad nodos inflatis,
inter frutices eiccía coterum decundjens; panicula ampla, ramis rectângulo di-
varicatis v. retrollexis: flores parvi, sórdido albidi ; pedicelli fructiferi divari-
cati; folia obovata v. oblongo-obovata, obtusa (mucronata), nervo médio p;irum
prominulo, saepe tenuia et conspicue reticulata G. Mollngo, L.

Í Planta sub prelo baud nigrescens; folia mucronata, o-7-na, in veiticillo singulo
subaequilonga, lanceolato-linearia, margine reícorsum aculeolata; panicula ex-
pansa, ramis longis divaricatis; pedicelli capillares flore fructuque duplo lon-
giores, fructiferi èrecto-patuli . - G. elodes, Hofl"gg. et Lk.
Planlae glabrae sub prelo nigrescenles; folia mutica v. submulica, obtusa, in ver-
ticillo "singulo inaeíjuilonga 11

/Pedicelli fructiferi divaricali v. refracti; fruclus ad maluritatem rugolosi : pani-
cula laxa, diflusa; folia obovato- v. oblongo-linearia, 6-i-na. . . G. palustre, L.

Caules debiles, 2-4 dm. longi : paniculae rami saepe tandem deflexi : flores
2 mm. diâmetro ; fructus í mm. diâmetro a. gcnuinnm.

11 / Caules longiores (3-10 dm.), robustiores: panicula amplior, ramis firmiori-
bus, patulis (haud deflexis); flores fruciusque du|)lo majores.

p. elovgaium (Presl.) Lge.

Pedicelli fructiferi erecti ; fructus jam nute malurilalem dense et minute tuber-
culati; panicula corymbosa, ramis erecto-patulis cynudas capitatas ferenlibus;
folia anguste Iinearia, G-4-na G. delnlc, Desf.

12

Panicula e cymis glomeialis densiflora: corolla (pallide v. intensius) lutea : folia
\ 8-12-na, lanceolato-linearia v. Iinearia; fruclus subliliter tuberculati, subvis-
' cosi G. campestre, Schousb.

Panicula laxiflora ; corolla virenli-rubella v. sordide flavieanti-viridis; folia 6-
8-na IS

Í Pedicelli bractea capillari breviores; panicula lata, nimis capillaribus patulis; folia
inf. lanceolato-linearia. s-up. lineari-setacea; fructus minuli, pilis longis alliis
dense vestili G. sdaceum, Lam.
Pedicelli liractea longiores 14

21

,Peiiicelli capill.ircs llnro Iructníiue pliis minusve longiores lo

Pedieclli lirmiores fructu vix longiores; panicula angiista, rainis brevibus patulis.

G. parisiense, L.

Fructus glabii, granulato-^scabriusciili. Plania ad 3 dm. usque alia, foliis
., j lineaii-íanccolalis, sub prelo [ilus niiiuis fuscescentibus.

a. leiocarpum, Tausch.

Fructus glochidiato-bispidi; reliíjiia ut in praecedenle. p. tasiocm-pwn^TAmch.

Planta ad duplum elalior, robnstior, sub prelo saeplssiine nigrescentior; folia
saepc laliora: pedicelli et Irucius (gloeliidiato-iiispidi) majores.
\ 7. deripiens (pro sp.), Jord.

'Planta erecta, foliis laneeolalo-linearibus, sub prelo plus uiinus fuscescentibus;
panicula ampla, raniis elungatis íilitbrmibus, patulis v. rectângulo divergen-
tibus G. divaricalum, Lam.

lo

Fructus glabri, tenuiler granulati a. genuinnm.

Frucius hispidi [5. lasiocarpum , Reut.

Planta (1-2 dm. alia) basi dccumbens difTusa, foliis ovalis v. lanceolato-ellipticis,
tenuiler membianaceis, sub prelo viridibus: p.micula gracilima, pauciflora, pe-
dieellis fiucliferis valde elongatis (ad 1 cm. usi]ue) G. tenellum, Jord.

'Folia uninervia. Species annuae 17

16 {Folia trinervia, ovata v. elliptica, 4-na: cymae axillares foliis breviores v. subae-
quilongae; pedicelli frueliferi recurvi ; flores polygami; corolla flava (Sect. IX.
Cruciata) ; li uctus laeves 22

Rami axillares cymigeri foliis multo longiores: pedicelli frueliferi erecti; flores
tiermaphroditi (Sect. Vi. Exiaparines)-. corolla albida; folia 6-9 na, relrorsuni

17 l aculeolata 18

^ Cymae axillares v. pedunculi uniflori foliis subacquilongi v. breviores 19

Fructus itiajusculus (3-o mill. diâmetro) pilis glocliidiatis basi tuberculatis obsi-
lus. (Caules 6 lU dm. longi, ad nodos plus minus incrassati et plus minus his-
pidi ; folia lanceolato linearia G. Aparine, L.

Planta 1-2 dm. alta, validiuscula, foliis latioribus oblongo-spatbulatis.

minor, nob.

18

Fructus minuíus (1-2 mm. diâmetro), nigricans, baud tuberculatus, glaber v. his-
pidus. Caules 2-4 dm. longi, tenuiores, ad nodos vix aut non inflati.

G. spurium, L.
Fructus glaber; folia anguste lanceolato-linearia.

a. genuinmn, Gren. et Godr.

Fructus hispidus; folia ut in a {adkiic in Liisit. non observ.).

p. Vaillantii, Gren. et Godr.

Planta minor, caulibns llaccidis rdirormibus, foliis oblongo-spatbulatis v. obo-
valis; fi uctus liispidus v. glaber (adltuc in Lvsit. non observ.).

y. tcnerum, Gren. et Godr-

19

20

21

ââ

Fructiis obovati (iblonai v. puhoyliiulrioi, ])ilosi ; |itMliinciili axillarcs nnillori v. ra-
rius 2-3-ll()ri. rriiclircri ei^cctu patnii v. ihíIIcxí; lloios lieniiapliiodili (Scct. VII.
Pseudovaillantia) ; folia antror.nim aculcolata 20

ÍFruclus globosi, tabeiciilali sed non pilosi ; cyiiiac axillares 3-florao v. sub 3-flo-
rae; pcdicelii Iructifeii reciirvi (Sect. Vllí. Cumplopoila): coiuUa albida. . . 21

/Planta l-o cm. alta, caulibus capillaribus; corolla albida; pedunculi axillares so-
litarii V. íreiíiiiii, unifloii. friietiferi eroclo-paliili : IVactiis obovatiis, pilis albidis
glochidiatis dense oiísilus; folia 4na, ovaío-elliplica, brevitcr petioliilata, te-
nuia G. minuUãum, Jord.

I Planta f)-30 cm longa; corolla flavida: pedunculi cxtia-axillaies 1-2-3-floii, fiu-
ctiferi reflexi ; fniclii.s cylindrici ápice ijracsertiin longe pilosi, mericarpiis pa-
tulis tandem incurvis seccedentcs; folia 4-G-na, ovato-lanceolata.

G. murale, AU.

ÍFlores hermapbrodiíi : frucliis (in singalo pcdnncnlo 2-3) minute et crobe tuber-
culati ; folia 0-8-na, lineari-lanceolata, mari;ine letioisuin aculeolala; caules
subsimplices erecti v. adsccndentes G. trkorne, Wilh.

[Flores polygami: cenlralis bormaphioditus, laterales masculi: findas (in singnlo
pedimculo 1) denso veiTUCosi, venucis cónico elongatis; folia 4-7-na, inf. obo-
vata cetera lanceolato-linearia, margine aníroisum aculeolala; caules ramosi,
decundjente-adscendentes " G. saccharalum. Ali.

[Cymae bracteatae. Planta perennis, caulilius adsccndenlibus subsitiiplicibus, dcnse

I' longeque pilosis; folia longe ciliata undiíiue plus iiiinus pilosa.
G. Cruciata, Scop.
Cymae ebracteatae ; caules ténues simplices v. subsimplices 23

fPlanta perennis, slolonifera, caulibus adscendcntibus, laevibus, jilus niinus bis-
pidis V. subglabris; cymae foliis subaequilongae v. |)arum breviores; folia sae-
pissime internodios sabaequantia v. eis longioia, brcviítír ciliata.
ç,.. ) G. vernuni, Scop.

jPlanta annua, caulilius orcclis, retrorsum aculefilatis longe(|ue pilosis; cymae foliis
multo br(n'iores; folia internodiis valde breviora, villosa longeque ciliata.

G. pedeniontanmn. Ali.

Sect. I. Platygalia (DC, iitcl. Ti icliogalia jiro parle), Lgo.,
m Wk. et Lge., /. c, pg. 3101

9. r»alíaiBt9 i'<s6ÍaBBíaÍBfiiíÍBaígas, L», Sp. PL, [)g. 15 ! Brot., Fl.
Lusil. I, pfi;. 151! Ilofígg. et Lk., /. c, pg. 59! Greu. et Godr., /. c ,
pg. 17! \Yk. et Lge., /. c, pg. 310! Ejcsíc. cr Ilisp. in lierb. Wk.!

Hab. in Juresso et Beira monlana. — 21 /'/. Maj. Jun. [v. s.).

Alemdouro liUoral : Serra do Gerez (Brot., I\L Ferreira!); Leonte (Hen-
riques !) ; Caldas e Portella do Homem (D. M. L. Henriques ! Hoílgg. e

23

Lk.); Borra^íeiro (Iíoíí<;g. e Lk.). — lieira central: Serra da Estrella
(Hoíí;íg. e Lk.). — Beira meridional: Alcaide (11. da Cunha!); Fundão
(R. da Cunha !).

10. («iaSiiaia) Bi»E*o(rB'BâQii9iiii, Bss. el Heut.. Diayn. pi. Hisp.,
pg. 15, apud Wk. et Lf;e., /. c, pjí. 310! Exsic. ex Hisp. ia lierb. Wh.!
G. rubioides, Brot. [non L.), /. c, pg. 148! G. rubioides, llofígg. et Lk.,
/. c, pg. 43!

Variat caule inferne pliis mirais piloso, rarius eliam superne piloso ;
loliis ovato-ellipticis v. ovalo-oblongis plus minus latis plus minus angustis,
secus nervos pilosis rarius dense villosis, supra glabris rarius pubescenti-
bus, summis saepissiine omiiino glabris.

Hab. in huuiidis et uuibrosis Lusitaniae borealis IVequens, rarius in
Lusitânia australi. — 2f. 31aj. ad Aug. (v. s.).

Alemdouro Irausmonlano : Cha\es, serra do Brunheiro (Moller, Soe.
Ilrot., n." 483"!). — Alemdouro lilloral : margens do Minho, Alvaredo,
S. Martinho [W. da Cunha!); Valladares, Albergaria (R. da Cunha!);
Ponte do iMouro (H. da Cuidui!); Serra do Soajo, Nossa Seidiora da Pe-
neda (Moller!); Serra do Gerez (Rrot., Hofígg. e Lk., Tait! Henriques!
Loureiro! M. Ferreira! Moler!); Caldas (D. M. L. Henriques!); Cabe-
ceiras de Basto (1). M. L. Henriques! ; Povoa de Lanhoso (G. Sampaio!);
Serra da Cabreira (G. Sampaio!); Porto íJohnston!). — fíeira transmon-
laiia: Almeida, prox. do Côa (M. Ferreira!); Villar Formoso, Tapada do
Monleiro (B. da Cuidia!); Guarda, Faia, Pêro Soares (.Al. P^erreira !). —
lieira central: Celorico (R. da Cuidia!), enlre Celorico e Fornos (M. Fer-
reira!); arredores de Gouveia (M. Ferreira!); Oliveira do Conde, Valle
Travessa ^Moller!); Caldas de S. Pedro do Sul (Moller!); margens do Dão
(M. Ferreira !j; entre a Pampilhosa e o Bussaco (Araújo e Castro. Soe.
Jírot., n." 483"!), Bussaco (Loureiro!); Serra da Estrella (Rrot., Hoílgg.
e Lk.), Nossa Senhora do Desterro (Daveau, n." 794! Henriques!), Pomar
de .Judas (Welw. ! R. da Cunha!); Manteigas, Sabugueiro (Welw. ! C. Ma-
chado! Moller!); Sonliora da Lapa. Corgo do rio Coja (M. Ferreira!). —
lieira meridional: Covilhã (R. da Cunlia!); Fundão (R. da Cunha!); Ser-
nache do Bom Jardim (Daveau, n.° 1247! C. do Carmo e J. Vicente, n."
164!;; V'illa Velha de Ródão (11. da Cuidia !) ; Serra da Pampilhosa (M.
Ferreira! H. Feio de Carvalho!). — Beira littoral: Coimbra, Valle Bom
(Welw.! M. Ferreira!), Villa Franca (M. Ferreira, fl. Liml. Exsie., \\.°
1174!), margens do Mondego (Brot.); Monlumór-o-V^elho, Gatòes (M.
Ferreira!); Vermoil (Moller!); ftlarirdia Grande (Sousa Pimentel, Soe.
Brol., n.''483!). — Baixas do Sorraia: Montargil (Cortezào!). — Alem-

24

lejo littoral: Odemira (G. Snmpnio!). — Algarve: Monchique, Meia Vianna
(Welw. ! J. Brandeiro!).

Sect.. 11. Trichogalia (DC, cxd. sp.), Lge,-, /. c, pg. 311!

11. tii!ai§QBfiat c*«&Bi4*íaá4»B8aâ 83 833. Coss., Ann. Sc.Nal.; Notes
sur quelques pi. critiques^, pg. 38! Wk. cl Lgo., /. c, j)g. 312! Bour-
geau, /'/. d Esp. el de Port. eocic. [ex ^855) in Uisp. leda et a Coss re-
visa! Gailiiim lusitanicum flore parvo veilicillalo liílco, Toiírnr,, Inst. Rei
Herb.\ pg. 115!

Hah. in Lusilania (ex Totirnf.). — 2f. («. r.).

Nota. — Boissier, ao descrever a sua Aspcnda pêndula [Voyag. Boi. II,
pg. 282, tab. LXXXÍV A), juntou -lhe como synonymo a planta de Tour-
nefort acima indicada; Latige, no Pr< dr. Fl. Jlisp., é o primeiro que a|)ro-
ximou esta [ilanla de Tournefort do G. concaleualuni, Coss., aproximação
que julgamos muito mais segura. E de advertir que o G. concalenaliim e
a A. pêndula, apesar de pertencerem a géneros diversos, sào muilo seme-
lhantes: apenas se distinguem pela corolla, rotacea e pa|)illiosa na primeira
espécie, campanulada e pilosa na segunda; sào (hias es|)ecies de transição
entre os dois géneros, como a A. galioides e o G. Mnrcicum, etc.

Ora, sendo a A. pendida uma planta própria das regiões alpinas da pro-
vincia de Granada, e enconlrando-se o G. coDcatenalnin nos logares assom-
breados em volta de Cadiz, tios piídiaes, e misturado com a Chaniaerops
humilis, é quasi certo que áquella ultima espécie deve pertencer a planta
porlugueza. Seguimos, por este motivo, a opinião de Lange.

O G. concalenalum nào tem apparecido aos modernos collectores portu-
guezes. Deve, muito provavelmente, encontrar-se no Algarve. No excel-
lente trabalho, publicado pelo sr. dr. Júlio llefuiques. n'este Bolelim, acerca
das herborisaçòes peninsulares de Tournefort [íiol. da Soe. Brot. YIII, pg.
191), nào vem mencionada a espécie indicada nas /nsí. Rei líerh., ou, pelo
menos, nào vem mencionada do mesmo modo; podei'-se-lhe-ha referir o
Galium hirsuUini flore luleo, apontado entre Faro e Silves, a pag. 221 da
publicação do sr. dr. Jidio Henriques?

í E. Cosson — Notes sur quelques plantes rriliques, vares ou nouvelles. — Paris,
2 J. P. Tournelort — ListitiUiones Rei Herharkie. — Parisiis, 1711).

2;

Sect. III. Eugalia {i\icl. ^p.), DC, Prodr. IV', pg. :iO;{ !

12. €iíalÍ8t9ir vei*iBiii, L., /. c, pg. 155! Brot., /. c, pg. 150!
Iloíígg. et Lk,, /. c , p2. 52! Greií. et Godr., /. c, pg. 19! \Yk. et Lge.,
/. c, pg. 315! Ejcsíc. in herh. Wh. el in herb. eiuop.í

Variiit caule glabro v. puberiilo, vix v. conspicue aiigulato, panicula plus
rninus densa, loliis plus mimis auguslis liueaiilnis v. sctaceis, margine plus
niinus revoluta laeviusculis v. scíihris. Foima loliis lalioiibus et panicula
minus densa, ex Soajo, an forma hybrida?

Hah. ad sepes, muros, iri pralis, collibus et agris Lusitaniae montanae,
rarius in Lusitânia austruli. — 2/. Jun. ad. Aug. [v. v.).

Alemdouro iransmonlauo : arredores de Miranda do Douro, Sendim (Ma-
riz!); Bragança e arredores, Rica Fé, margens do Sabor (P. Coulinlio, n."
77G! P.'' Vaz, Soe. lirol., n.° 795"! M. Ferreira!). — Alemdouro Uiloral:
prox. de Montalegre, S. Pedro (Moller!); Serra do Soajo, Nossa Senhora
da Peneda (Moiler, 7^7. Liisil. Iljcsic, n /* 907!); Serra do Gerez, Porlella
do llomení (llofígg. e Lk., M. Ferreira! líeiu-iques !), Villariídio (M. Fer-
reira!); Avintes [C. Barbosa, Soe. BroL, n." 795!); arredores do Porto
(Brot., HoíTgg. e Lk.). — Beira iransmonlana : Pinhel (Rodrigues da
Costa!); Almeida (R. da Cunha! M. Ferreira !j; Mido (R. da Cunha!);
Villar Formoso, Alto da Rasa (R. da Cunha!), Valle d'Alpi(ão (R. da
Cunha, Soe. Brot., u.'^ 795!); Trancoso (M. Terreira!); Guarda. (M. Fer-
reira!).— Beira meridional: Caslello Branco, ribeira da Lyra (R. da
Cunha!). — Beira liuoral: Ourenlam (A. de Carvalho, n."375!). — Alem-
lejo tilloral: Amora e Seixal (Welw.!).

13. €)iii3i(sefii Cí't»fi*úaBaii, lluds., Fl. AikjL, pg. 68, o/jwíZ Gren. et
Godr., /. c, pg. 23! Bss., /'/. Orient. IM, pg. 54! Eccsic. plura in herb.
enrop.! G. Moilugo, var. erectum, Lge , in Wk, et Lge., /. c, pg. 314!
Exsic. ex Hisp. in herb. 11 7c..'

Variat foliis typice angustis et aculiusculis rarius latiorihus et obtusius-
culis, saepe plus minus Incidis, caulibus glabris rarius pubescentibus, ty-
pice ereclis interdum adscendenlibus, panicula elongata et angusta, rarius
breve, depauperata.

^ A. P. De Candolle — Prodromus Sijstemalis Nalumlií Be(jni Vegetabilis, IV. — Pa-
risiis, 1830.

•26

;3. riyiilum (Vill.), Grcn. et Godr., /. c! G. rigidum, Vill., Daiiph.
II, pg. 39 {pro sp.), apud \Vk, et Lge.. /. c, pg. 3í4! G.
scnbrum, HoíTgg. et Lk., /. c, pg. 50! Vix a forma typica
(liífert foliis angustioribus, linèaribus v. setaceis, et interme-
diis ad illam transit. Variat foliis brevioribus v. magis elon-
gatis, inlerdum rigidis, redis v. plus minus incurvis [v. faU
calum, Wk.).

Hab. ad sepes, in silvis, pralis et siccis regioiíis montanae. — %. FL
nj. et Jnn. (i\ s.)

a. getniinum. — Ahmdouro transmontano : arredores do Vimioso, pe-
dreiras de Santo Aiidriào (Mariz!); Bragança (M. Ferreira!). — Alem-
douro littoral : Montalegre (Moller !) ; Serra do Soajo, Nossa Setdiora da
Peneda (Moller!); Serra do Gerez, Caldas. Torgo (D. M. L. Henriques!
J. Henriques! Moller!); Pedras Salgadas (D. M. L. Henriques!); arredo-
res do Porto, Sonsa (C. Barbosa, Soe. Brot , n.° 1205!). — liclra trans-
montana: Almeida U. da Cuidia!); Villar Formoso, Valle d'Alpicào, Prado.
Valle do Persevejo. lameiros de Bodanes [l\. da Curdia! M. Ferreira!);
Castello Mendo, Moita do Carvalbo (U. da Cunha!); Castello Bom (R. da
Cunha!). — lieira central: Gouveia, S. Paio (M. Ferreira!); Luzo (Ma-
riz!); Serra da Eslrella, Lapa dos Dinheiros (Henri(jues !). — Beira meri-
dional: Alcaide, Barroca do Chorão (R. da Cunha!). — Beira littoral: S.
Martiidio da Cortiça 'M. Ferreira!;; prox. de Miranda do Corvo (B. F. de
Mello!). — Centro littoral: Torres Novas (R. da Cunha!]; Serra de Monte
Junto (Moller! IJaveau, n."^ GOi!j; Otta (Welw.!).

^. riijidum, Vill. — Alemdouro littoral: Serra do Gerez (Moller!). —
Beira central: Ponte de Sottam (Henriques!); Serra da Estrella (Hen-
riques!); Góes (Henriques!). — Beira meridional: Serra da Pampilhosa
(Henriques!); Alpedrinha (R. da Cunha!); Castello Branco, Milha (R. da
Cuídia!); margens do Tejo, Malpica (R. da Cutdia!), Villa Velha de Rodào,
Portas do Rodào, ribeira d'Azafal (R. da Cunha!), Abrantes (Hoíígg. e
Lk.), Tramagal (R. da Cuidia!), Tancos (Daveau, n." 1103!), Constança
(Hoíígg. e Lk.).

14. ffialôaiit.^ i^EoHeo;;-», L , /. c, pg. loo! Brot,, /. c, pg. 151!

Hoffgg. et Lk , /. c, pg. 51 ! Bss., /. c, pg. 53! G. elatum, Thuill., apud
Gren. et Godr., /. c. pg. 22! G. Mollugo, var. elatum, Lge., in VVk. et
Lge., /. c, pg. 313! Exsic. piara in herb. europ. et in herb. Wk.!

Variat caulibus glabris v. plus minus rarius dense pubescentibus, foliis
plus minus latis, crassiusculis v. tenuibus, glabris v. rarius hirto-pubes-
centibus. Forma foliis latioribus et tenuioribus var. umbrosam constiluit.

27

Hab, ad sepes et muros, iii sil\ alieis et pralis, IVeqiiens, in Lusitânia
boreali. — 2f. Fl. 3Iaj. ad Aug. — Liisit. Solda Branca, (i\ v.).

Alemdouro transmontano : Bragança, prox. ao Sabor, Cabeço de S. Bar-
ibolomeu (P. Couliidio, n.** 773! Mollerl). — Alemdouro Ultoral: Melgaço
e arredores, Louridal, S. Gregório (H. da Cuidia ! Moller!); Valladares,
Albergaria, margens do Miidio (R. dn Curdialj; Valença, Raposeira (R. da
Cunha!); Caminha, marinhas (R. da Cunha!); Monte Dòr, Gandara (R. da
Cunha!); Pedras Salgadas (1). M. L. tíenriques!) ; prox. de Braga, Monte
do Crastro (A. de Sequeira!); Penso (R. da Cunha!); Bougado (Padrào!);
arredores do Porto (lloíígg. e Lk.). — Beira transmontana: Lamego (P.
Coutinho, n." 774!); Taboaço (C. J. de Lima!); Trancoso M. Ferreira!);
Almeida (R. da Cunha!); Caslello Bom (R. da Ciniha !) ; Mido, lameiras
(R. da Cunha!); Guarda (Da\eau! M. Ferreira!]; Mizarella Í3L Fer-
reira!); Teixoso, prox. da Serra (R. da Cunha!). — Beira central: Celo-
rico, Carregaes (R. da Cunha!); Penalva do Castello (M. Ferreira!); Vizeu
(M. Ferreira!); Sabugosa (M. Ferreira!); Tondella (M. Ferreira!); Car-
regal do Sal (Meller!); Oliveira do Conde, Valle Travessa (Moller!); Mello
(M. Ferreira!); Gouveia (M. Ferreira!); Manteigas, margens do Zêzere
(R. da Cunha!); Nespereira (M. Ferreira!); Sabugueiro (Moller!); Serra
da Esfrella, ribeiro Bninco (Moller!); Fornos (Daveau!). — Beira meri-
dional: Covdhà, margem da Ribeira Velha (R. da Cunha!); Caslello Branco,
Milha (R. da Cutdia !) ; Serra da Pampilhosa (Henriques!). — Beira litlo-
ral : Gaya, Grijó (M. Ferreira!); Coimbra e arredores, Antanhol (Brot.,
Hotfgg. e Lk., Wehv.!), prox. de Eiras, Pedrulha, Cidral (Wehv. ! Mol-
ler! Henriques!), estrada de Cellas (Moller, Fl. Lusit. Exsic, n." 674!);
Louzã (Moller!). — Alto Alemlejo: Serra d'Ossa (Daveau, n.° 764!).

15. C>ÍaÍBQC8ii s»iixniiie. L., /. c, pg. 154! HoíTgg. et Lk.,
/. c, pg. 55! Gren. et Godr., /. c, pg. 38! Wk, et Lge., /. c, pg. 316!
Exsic. plura in licrb. europ. et in herb. Wk.l G. harcvnicum, Brot., /. c,
pg. 149!

Variat foliis hpice ciliato-serrulatis interdum sublaevibus, in caulibus
floriferis summis plus minus lale v. anguste ianceolatis, panicula densi- v.
iaxillora ; in praealtis, caulibus brevioribus et magis dense caespitosis.
Forma ex Marão, foliis summis anguslioribus et panicula densidora, no-
labilis.

Hab. ad muros, in rupibus, toríosis et humidis, in Duriminia, Trans-
montana et Beira montana. — %. Fl. Maj. ad. Aug. [v. s.).

Alemdouro transmontano: Serra do ^íarào (M. Ferreira!). — Alem-
douro litloral : (Hoffgg. e Lk.) ; 31ontalegre (Moller!); Monção, Caldas

28

(R. da Cunlia !) ; Ganfei, Veiga (R. da Cunha!); margens do rio Mouro,
azenha do Campo (R. da Cunha!); Yilla Nova da Cerveira, Prado (R. da
Cunba !) ; Serra do Gerez, S. João do Campo (Moller!), Borrageiro (M.
Ferreira, Fl. Lusil. Exsic, n.° 906!); Povoa de Lanlioso (Couceiro!);
arredores do Porto (Brot.). — Beira central: Serra do Caramullo (Mol-
ler!); Serra da Kstrella (M. Ferreira! Moller! Daveau ! Fonseca!), Sabu-
gueiro (Molier !), Vallezim, ribeiro Branco (M. Ferreira!), prox. aos lagos
(Welw.!), Covào das Vaccas, Cântaro Magro, Covão da Metade, Cântaro
Gordo, Alto da Serra, Coxao do Boi, Lapa [M Ferreira! Daveau. n.° 792!
Henriques! R. da Cuidia !), Senhora do Desterro (Daveau!), Canariz (xMol-
ler!). — Beiía meridional: Serra de Teixoso (R. da Cunha!); Covilhã,
Sele Frontes (R. da Cunha, Soe. Brol., n." 1207!); Espinhaço de Cào (R.
da Cunha !).

Secl. IV. Aparinoides, Jord., apud Wk. et Lge.. /. c, pg. 320!

16. Ci^aliíssiB 4''Í€»«Ios, HoíTgg. et Lk., /. c, pg. 47! G. uligino-
sum, Brot. (fide anel. ips.), l. c., pg. 150! G. rivulare, Bss. et Reut.,
Diaijn. IH. Hisp., apud Wk. et Lge., /. c., pg. 320! Exsic. plura ex
liisp. in herb. Wk. [nau G. uliginosum, Ji. elodes, Lge., in Wk. et Lge.,
l.c.!).

Diííert a G. idigiut so, L., pariicula expansa, latiore et saepe breviore,
ramis divaricatis, pedicellis ca|)illiiribiis llore fructuque duplo longioribus
(nec eos subaequatitibus), fructiferis erecto-patuMs (nec horizontaliter pa-
tentibus v. reíraclis). Variat caulibus saepe eliitis (2-3 pedes, ex lloffgg.
et Lk.). inlerdum valde brevioribus (4-5 uncias, ex Brot.), plus minus
aculeolato-scabris; foliis latioribus sublanceolatis (forma broteriana) v. an-
guslioiibus (forma linkiana) v. siiblinearibus, su[)ra saepissime papilloso-
asperis v. piloso-scabris (forma tjpica', rarius glabris (forma broteriana),
ápice aculis v. acutiusculis; panicula, semper expansa, muiti- v. pauci-
ílora .

Hah. ad margines rivulorum, in humidis et siivis. ad sepes, in fere tota
Lusitânia, ut videtur praecipue frequens in regionibus boreali et centrali.
— %. Fl. Apr. ad Jul. [v. s.).

Alemdouro transmonlano : arredores do Vimioso, Santulhào (Mariz!);
Sediellos (Henriques!). — Alemdouro lilloral: Melgaço e arredores, mar-
gens do Minho, Casaes da Crujeira (R. da Cunha!), S. Gregório (Mol-
ler!); Ponte do Mouro, Carrascal, Souto (R. da Cunha!); Monte Dor,
lagoa (R. da Cunha!); Monsào (R. da Cunha!); Caminha, Retorta (R. da
Cunha!); Vianna do Castello, Senhora da Agonia (R. da Cunha!); Serra

29

do Gerez, Leoiile, Caldas (.Muller!), foz do rio Caldo (Moller, 11. Lusil.
Exsic, II.'' 904!]; Pedras Salgadas (1). M. L. llenriíjues!) ; Cabeceiras
de Basto (Henrii|ues!) ; Po\oa de Lanhoso (Gonvaio Sampaio!); arredores
de liraga, Monle do Craslo (A. de Sequeira!); Leça do Hailio (Joliiiston,
Soe. Brut., II. ° 913, pro parle!). — Beira Iransmonlana : Mido, Lameiras
(R. da Cunha!); VilUir Formoso, Folha da Rasa (R. da Cunha!); Caslello
Àlendo, Moita do Carvalho (R. da Cunha!); Castello Bonn (R. da Cuidia!).
— Beira central: Celorico, Quelha da Fonte R. da Cunha!), entre Celo-
rico e Fornos (M. Ferreira!); Caramulio (Moller!); Bussaco (Loureiro!);
Lobão (Moller!); prox. de Vizeu, Villa de Moinhos (M. Ferreira!); Fonte
de Soltam (Henriques!); 01i\eira do Conde, Valle Travessa (Moller!);
Serra da Lapa, Corgo do rio Coja (M. Ferreira!). — Beira meridional:
Alcaide, Sitio da Serra (R. da Cunha!); Sernache do Bom Jardim (3L
M. de Barros!). — Beira lilloral: Coimbra e arredores, Santo António,
margens do Mondego, Villa Franca, Choupal, S. Jorge (Moller! Henri-
ques! Diniz M. da Matta !) ; Pinhal de Valle de Cannas (Moller!); Louzã
(iMoller!); Ponte da Murcella, Moira Morta (M. Ferreira!). — Centro lit-
toral: Azambuja (Daveau !) ; arredores de Torres Vedras (Brot., HoíTgg.
e Lk.) ; Serra de Cintra (Welw. ! Daveau!); entre Cintra e Collares
(Welw. !). — Alemlejo litloral : do Poceirào a Pegòes (Daveau!). — Al-
garve: Monchique (WeKv.!).

Nota. — O G. elodes, Hoffgg. et Lk., tem sido sempre considerado
como distincto do G. rivulare, Bss. et Reut., e alguns auctores reunem-o
como variedade ao G. uliginosum, L. As razões que nos levam a tel-o
como boa espécie, ligando-lhe como synonymo o G. rivulare, apesar de
não examinarmos exemplares colhidos no logar clássico (arredores de Torres
Vedras), sâo as seguintes : a diagnose do G. elodes, na Flore Portiigaise,
indica-lhe a panicula larga (expaitsa) e os pedicellos capillares [tenuissimí)

0 dobro maiores que a llôr [pedicelli 2 lin. et idlra hngi, corolla parva

1 lin. diâmetro), caracteres esles que o afastam do G. uliginasnm e são
dos mais imj)ortantes do G. rivulare; a aspereza da pagina superior das
folhas, citada por Hofímansegg e Link , é bastante frequente no G. rivu-
lare (como observámos nos exem|)lares hespanhoes authenlicos do herbario
de NYillkomm), e imprópria ao G. idiginosiim lypico; (inalmcnte, o fado
de ser tão commum cm Portugal o G. rivulare (|)ois que os nossos exem-
plares acima enumerados concordam bem com os hespanhoes do herbario
de Willkomm), tendo alguns sido encontrados em pontos não nuiito afas-
tados de Torres Vedras (Azambuja, Collares, Cintra), é um argumento de
valor para acreditar que a pliinia de Torres Vedras seja idêntica. E certo
que a diagnose da Flore Porliigaise diz, que a panicula do G. elodes é
paucillor: mas esta asserção pôde explicar-se, atlendendo á forma da pa-

30

nicula, mais larga e qiiasi sempre mais curta, comparativamente á do G.
uliginosum, ou por ter sido descripta alguma das formas de panicula mais
pobre, que são frequentes.

Não podemos dizer o que seja o G. uliginosum, !3. elodes, Lge., in
Prodr. Fl. Hisp , pois que esta variedade nào está representada no her-
bario de Willkomm; h planta portugueza de Hofímansegg et Link nào
deve, manifestamente, corresponcl(;r: |)orque nem o permittem a forma
indicada da panicula e a grandeza dos pediceilos, nem a planta portugueza
tem as folhas estreitamente lineares (como escreve Lange), mas lanceolado-
iineares (segundo Hoffgg. e Lk.), ou lanceoladas (segimdo (Brotero).

O Galiuin uliginosum, L., não tem sido encontrado em Portugal, nem
provavelmente o será, só se fôr talvez nas provincias do norte, dada a sua
distribuição conhecida na Hespanha (região boreal). Acreditamos que elle
é substituido nas regiões centraes e occidentaes da peninsula por esta es-
pécie, que, primeiro encontrada em Portugal, foi descripta por Hoííman-
segg e Link com o nome de G. elodes, e mais tarde, colhida na Hespanha
por Boissier e Reuter, (|ue a não identificaram com a planta da Flore Por-
tugaise, recebeu a segunda denominação de G. rivulare.

17. ^•iaSiiiiii smlais&rc. L., /. c, pg. 153! Brot., /. c, pg. 149!
HoíTgg. et Lk., /. c, pg. 46! Gren. et Godr., /. c, pg. 39! Wk. et Lge.,
/. c , pg. 321 ! Exsic. piara in hcrb. Wk. et in hcrb. europ.!

Variat foliis latioribus obovato-linearibus, v. anguslioribus sublinearibus.

Q

elongatuín (Presl., Fl. Sic. 1, pg. 59), Lge., in Wk. et Lge.,
/. c! Gren. et Godr. {pro sp.), l. c! Exsic. plura in herb.
Wk. et in herb. europ.!

Hab. in paludosis, stagnis, pratis, fossis et rivulis, a. in Lusitânia bo-
reali, fJ. frequentius in Lusitânia fere tota. — Fl. ol. Maj. et Jun,, 'i. Maj.
ad Aug. [v. v.).

a. genuinum. — Alcmdouro transmontano : arredores de Vitnioso, Valle
de Frades (IMariz!); Bragança [M. Ferreira!). — Alenulouro lilloral: Mel-
gaço, S. Gregório (Moller!), margens do Minho (B. da Cunha!); Lanhei-
las, Murraceira (11. da Cunha!); Valença, Choupal (R. da Cunha!); Vianna
do Casteilo (R. da Cunha!); Serra do Soajo (Moller!); visiidianças de Vi-
zella (Velloso d'Araujo!); Barcellos, Bouças da IMarnota (B. da Cunha!).
— Beira transmontana: Almeida, prado dos Salgueiros (B. da Cunha!);
Casteilo Bom, Moita do Carvalho (B. da Cunha!); Villar Formoso, Tapada
do Monteiro (B. da Cunha!). — fíeira central: Serra da Fstrella (B. da
Cunha !).

31

3- ebtigalitm (Presl.), Lgc. — Alemdouro lilloral: Valladares (Johnslon,
Soe. Brot., 11." 484!), Seg.ulàes, margens do Alinho (R. da Cunha!); Va-
lença, lameiras, Arào (H. da Cunha!); Camiidia (l{. da Cunha!); margens
da ribeira d'Âncora (II. da Cunha!); Vianna do Casteilo, margens do Lima
(R. da Cunha!); Espozende (A. de Sequeira!); arredores de Braga, IMonte
do Craslo (A. de Sequeira!); Santo Thyrso (Rehello Valenie!). — Beira
Iransmoníana : Lamego (Florido!); Guarda (Daveau !; ; Villar Formoso,
Tapada do Monteiro (R. da Cuidia, Soe. BroL, n.° 1383!). — Beira cen-
tral: Celorico, margens do Mondego (R. da Cunha!); Caramullo (Moller!);
Vizeu, margens do Dão (M. Ferreira!); Oliveira do Conde (Moller!); Oli-
veira do Barreiro (M. Ferreira!); Tondella (M. Ferreira!) ; Santa Comba-
Dào (Moller!). — Beira meridional: Teixoso, estrada [)ara Manteigas (R.
da Cunha!); Covilhã, prox. do Zêzere (R. da Cunha!); F""undão (R. da
Cunha!); Alpedrinha R. da Cunha!); Malpica, Tapada do Ferreiro, Horta
da Eira (R. da Cimha !j. — Beira lilloral: entre Aveiro e Oliveira do Bairro
(M. Ferreira!); Lavos (M. Ferreira!); entre Gatões e Foja [M. Ferreira!);
Coimbra e arredores, margens do Mondego (Moller!), Villa Franca (Mol-
ler, Fl. Lusit. Ejcsíc., n.° 83!), Paul d'Arzilla, Paul de S. F^agundo (M.
Ferreira!); Montemór-o- Velho, entre Montemór-o-Velho e AHarellos (M.
Ferreira!); Miranda do Corvo (Gouveia Pinto !) ; Pombal (Moller!) ; Pinhal
de Leiria, Marinha Grande (Sousa Pimentel!). — Centro hlloral: Caldas da
Rainha, entre as Caldas da Rainha e Óbidos (Daveau!); lagoa d'Obidos
(Welw.!); leziria d'Azambiija (R. da Cunhal). — Alemlejo lilloral: Costa
de Caparica (Daveau!), Trafaria (Daveau!); prox. do Seixal, Corroios
(Daveau!): Alcochete (P. Coutinho, n.*^ 777!); Barroca d'Alva (P. Cou-
tinho, n." 778!): Arrentella, pinhal de Coelho d'Abreu, rio Judeu (H. da
Cunha! Welw.!); Odemira (Gonçalo Sampaio!). — Alio Alemlejo: Niza
(R. da Cunha!). — Baixas do Guadiana: entre Garvão e Panoias (Da-
veau !).

18. Ciialiaiiii «3el»ile. Desv., Observ. PI. d'Anj()u (1818), apud
Gren. et Godr., /. c, pg. 40! Hoffgg. et Lk., /. c. (1820), pg. 48! Wk.
et Lge., /. c, pg. 322! G. constrictum, Chaub , Slam. Aw. Fl. Ageu.
(1821), pg. 67, tab. 2, apud Rss., /. c, pg. 59! Ejcsíc. piara ex hisp. in
herb. Wk. ! Exsic. ex Gallia ex herb. Bouy ! Exsic. ex Corsiga cx lierb.
Beverchon! Exsic. ex hlria ex herb. Freyn I

Planta nostra interdum pauciflora et caidibus debilioribus.

Hab. in paludosis, humidis et ad fossas, ut videtur Liisitaniae cenlralis.
— 2/. Fl. Jwn. et Jul. (r. s.).

fícira Iranswonlana: Trancoso (M. Ferreira!); Mido, Lameiras (R. da
Cunha !); Villar Formoso, Valle do Persevejo (M. Ferreira ! R. da Cunha!).

32

— Jieira meridional: Serra da Pampilliosa (M. Ferreira!); Villa Velha de
Rodào, margens do Tejo (li. da CiidIiu !). — Beira lilloral: arredores de
Coimbra, Zombaria (JMoIIer!), inatta do Seminário (M. Ferreira!), Va-
cari(;a, V^aldoeiro (M. Ferreira!). — Centro litloral: Serra de Montejunto,
Olta (Welvv. !); entre Torres Vedras e Óbidos (lloíígg. e Lk.

Nota. — Vários auclores consideram o G. debile, líoffgg. c Lk., como
espécie disiincta do G. debile, Desv., e inscrevem este idtimo sob o seu
synonymo de G. conslriclum, Chaid). (cl". Nyman, SUL Florae Europ., j)g.
65! Loret et Barrandon, Fl. de Monlpellirr I, pg. 302! etc.l. Os exem-
plares portuguezes que examinámos nào nos parecem es|)ecificamenle dis-
titiclos dos que vimos da IleÃ|)aidiii, da França, da Córsega e da Istria, e,
estudando a diagnose da Flore Porltigaisc, não encontrámos ahi elementos
para separar as duas pretendidas espécies. O facto de Hoílmansegg e Link
incluirem o seu G. debile n'uma secção de fructos lizos, não é argumento
contra a aproximação (jue fazemos, porque estas secções do género Ga-
liiim são bastantes arbitrarias na Flore Porluyaise, e foram provavelmente
estabelecidas sobre a inspecção do fructo á >ista desarmada: assim, na
mesma secção estão revmidos os G. palustre e elodes, nenhum dos quaes
também apresenta os fructos lizos.

No herbario de Willkoiimi, existe um exemplar, colhido em Cintra
(1876) por Winkler, e determinado como G. debile, Hoíígg. e Lk., mas
■que decerto é planta bem diversa, pelas suas folhas largas e muito mucro-
nadas, etc; este exemplar é imperfeito, pois que não tem ainda as llores
abertas, mas julgámos que pertence ao G. ereclum, Uuds.

Secl. Y. Pseudaparines, Lge., iii AVk. et Lge., /. c, pg. 3á^!

19. CiÍwííhbíb Cãíiii|»e@tB*e, Schousb., apud \A'k. et Lge., /. c,
pg. 323! Exsic. in herb. Wh.! G. lusitanicum, Weiw,, in herb.! G. glo-
merattim, Bourgeau [non Uesf.), PI. d'Esp. et de Porl., n." 1900!

Folia 8-12-na, sae|)issime 9-10-na. anguste lanci'olato-linearia v. linea-
ria, margine (in sicco) re\oluta; corolla lobis oblusis, nunc inlensius nunc
pallide liava (ex nota Welw. in herb.).

Hrd). in agris, collibus et aridis Lusitaniae centralis et auslralis. — 0.
FL Jun. et .íul. (v. s.

Centro litloral: arredores de Lisboa, Valle d'Alcantara (Daveau!), Serra
de MoiivTfito, Cruz da Oliveira (H. da Cutdia, Soe. Prol., n.''70! Daveau,
n.° 580!), Linda a Pastora (Wehv.!), Bemíica (Daveau!), j)rox. do Lumiar

33

(Welw. !). — Baixas âo Guadiana: Beja, Valle (rAguilhào (R. da Cunha!).
— Algarve: Villa do IJispo (Wehv. !), entre Espiche e Almadena (Wehv. !j;
entre Sahr e lienafim (Mollor!); Lagos (Bourgeaii, PI. d'Esp. et de Porl.,
n." Í900!).

20. l«aii»iiB iiíetaeeiíiii, Lam., Dicl. II, pg. 584; Gren. et
Godr., /. c, pg. 41! \Vk. et Lge., /. c, pg. 323! Exsic. plura in lierb.
Wk. el in lierh. europ. !

Hab. in Lusitânia (loco haud notalo), ex Lange in Prodr. Fl. Hisp.I —
O. Fl. (ex Prodr.) Maj. (/}. v.).

21. (jiialíiina «li%aric*a(iiiii, Lam., Dicl. H, pg. 580; Gren.
cl Godr., /. c, pg. 41 ! Wk. et Lge., /. c, pg. 323! Exsic. plura in tierb.
M7,-. et in herb. europ.!

OL. qenuinum.

^. lasiocarpum, Ueut., apud Wk. et Lge., /. c, pg. 324!

llab. in siccis et aridis, in pinetis, ad muros, Lusitaniae fere tolius, a.
ut videtur frequentius. — ©. FL Maj. ad Jul. [v. i\).

a. genuinum. — Alemdouro lilloral: Barcellos, Bouças de Thomaz Coe-
lho (K. da Cunha!); Leça do Bailio (.Johnston, Soe. Jirol., n." 794! Soe.
Jírot., n.° 913, pro parle!). — hcira Iransmonlana: Almeida (R. da Cunha !) ;
Guarda (i\L Ferreira!); Caslello Mendo (K. da Cunha!). — lieira central:
Celorico, Carregaes (R. da Cunha!); prox. de Vizeu, Valle de Moinhos
(M. Ferreira!); Oliveira do Barreiro (M. Ferreira!); Oliveira do Conde,
Cabanas (Moller!); Bussaco (A. de Carvalho, n.° 337!); Serra da Estrella,
Sabugueiro (M. Ferreira!), Covào dífs Vaccas (R. da Cunha!); Ponte de
Jugaes (Moller!). — Beira meridional: Malpica (R. da Cunha!). — Centro
lilloral: Alvados íR. da Cunha!); Caldas da Rainha (I)aveau !) ; leziria
d'Azambuja, \alla do Lezirào (R. da Cuíiha!); arredores de Relias (Da-
veau!); entre Cascaes e o Farol da Guia (Welw. !), — Alto Alemlejo : Por-
talegre, Senhora da Perd)a (R. da Cunha!). — Alemlejo lilloral: Odemira
(Gonçalo Sampaio!). — Algarve: Monchique (Moller!); prox. de Castro
Marim (Wehv., n.*' 407!); Loulé (Moller!); entre Salir e Benafim (Mol-
ler !).

3. lasiocarpum, Rcut. — Alemdouro lilloral: Melgaço, Caldas (R. da
Cunha!); Moledo, azinhaga da Marnota (R. da Cunha!). — Beira meri-
dional: Covilhã, rio Zêzere (R. da Cunha!); Castello Branco, S. Marti-
nho, Monte Brito (R. da Cunha!); Tancos (I)aveau !). — Alto Alemlejo:
Portalegre, Arieiro (R. da Cunha!). — Alemlejo lilloral: Alfeite (R. da

3 xvu

34

Cunha!); Seixal (íl. da Cunha!); S. Simão (I)avcau!); Alcochete (P. Cou-
tinho, n.° 779! Soe. BruL, n." 1382!). — Baixas do Guadiana: Beja,
Charneca da Rata (B. da Cunha!. — Algarve: Monchique, Brejo (J. Bran-
deiro!).

22. Oaliiiiii leiíelluiis. .Tord., Observ. Sepl. 1846, pg. 180,
apud Gren. et Godr., /. c, pg. 43! Wk. et Lge., /. c, pg. 324! Ejcsíc.
ex Hisp. a Bss. revisa el ín herb. Wh. deposita! G. litigiosum, Welw.
[non DC), in herb.!

Hab. prope Olysiponem «in incullis in Quinta do Lumiar ad hitera via-
rum» (VVelw. !). — 0. Fl. .Tui. [v. s.

Nota. — Este exemplar do herbario de Welwitsch condiz ainda muito
melhor com a diagnose da espécie do que o exemplar hespanhol, deposto
no herbario de Willkomm, e revisto por Boissier.

23. CiialiiBiii |?arisieii«e, L., /. c, pg. 157! Gren. et Godr.,
/. c, pg. 42! Wk. et Lge., /. c, pg. 32Í-! Bss., /. c, pg. 72!

a. leiocarpum, Tausch, apud Bss., l. c! a. nudum, Gren. et Godr.,
/. c. ! Wk. et Lge., /. c. ! Exsic. plura in herb. Wk. el in
herb. europ.! G. [)arisiense, Brot., /. c, pg. 149! G. angli-
cum, Smith, apud lloíígg. et Lk., /. c, pg. 58!

3. lasiocarpum, Tausch., apud Bss., /. d p. vestitum, Gren. et
Godr., l. c! Wk. et Lge., /. c! Exsic. plura in herb. Wh.
et in herb. europ.! G. minutiflorum, Brot., /. c, [)g. 151!
Hoíígg. et Lk., /. c, pg. 61!

y. decipiens, Jord. {pro sp.), l. c, pg. 178, apud Gren. el Godr.,
/. c, pg. 42! Wk. et 'Lge., l. c, pg. 324! Exsic. in herb.
Wh. et in herb. europ.!

Variant a, et p. caulibiis gracilioribus v. crassioribus, statura sat diversa
interdum nana, panicula multidora aut valde depauperata ramis plus minus
firmis; variat y. statura plus minus saepe valde robusta, foliis typice latio-
ribus interdum angustis, panicula plus minus ramosa. Sub prelo y. saepe
plus nigrescit. Inter y. et {i. formas gradatas observavimus.

Hab. in siccis, dumetis et ad sepes Lusitaniae fere totius. — ©. Fl.
Apr. ad Jul. (y. s.).

ec. leiocarpum, Tausch. — Alemdouro litloral : Serra do Soajo, Nossa Se-
nhora da Peneda (Moller!). — Beira transmontana: Villar Formoso, Valle
d'Alpicào (R. da Cunha!). — Beira central: Gouveia (M. Ferreira!); Vizeu,

>D

margens do Dão (M. Ferreira!); Tondella (Fonseca !). — Centro liltoral :
Villa Franca (U. da Cunha !). — Alemlejo liltoral: Serra d'Arrabida (Welw. !).

— Baixas do Guadiana: enire Ourique e Garvào (Daveau!). — Algarve:
Monchique (Welw., n." 19! Moller!), Serra da Picota (Welw., n.° 63!);
Faro (Welw.! 31oller!); Silves (Daveau!).

3. lasiocarpum, Tausch. — Alemdoiiro transmontano: arredores de Mi-
randa do Douro, Palaçoulo (Mariz!); Bragança, ponte de S. Jorge (Mol-
ler!).— Alemdouro liltoral: Monte Dôr, Gandara (l{. da Cunha!); Vianna
do Castello, Cães Novo (H. da Cunhal). — Beira liltoral: arredores de
Coimbra (Brot., Iloífgg. e Lk.), Zombaria (Henriques!), ponte da Pedrulha
(Henriques!), Penedo da Saudade (Moller, Fl. Liisit. Exsic, n.°67o!);
Pinhal do Urso (Loureiro!); Louzà (Henriques!). — Centro liltoral: FZn-
Ironcamento (R. da Cunha!); Monte Junto (Daveau!). — Alto Alemlejo:
Castello de Vide, Arieiro (K. da Cunha!). — Baixas do Guadiana: Beja,
Charneca da Herdade (K. da Cunha!).

y. decipicns, Jord. — Alemdouro transmontano: arredores de Moncorvo,
Assureira (Mariz !). — Alemdouro liltoral: Valença, Urgeira (R. da Cunha !) ;
Teixoso (R. da Cunha!). — Beira transmontana: Almeida (R. da Cunha!).

— Beira central: Celorico, Carregaes (R. da Cunha!); Oliveira do Conde,
Valle Travessa (Moller!). — Beira meridional: Castello Branco (R. da
Cunha!). — Beira liltoral: Coimbra, Choupal (R. da Cunha!). — Alto
Alemlejo : Marvão, S. Salvador (R. da Cunha !) ; Portalegre (Moller !) ;
Serra d'Ossa Moller!); Redondo (Moller!).

Nota. — O G. parisiense, Brot. {G. anglicum, Hoffgg. el Lk.), cremos
que deve corresponder á variedade a. acima determinada; mas, como não
vimos exemplares, nem da variedade nem mesmo da espécie, dos arredores
de Almada, único logar onde Brotero o indica, e o G. divaricatum é fre-
quente na margem esquerda do Tejo (Alfeite, Seixal, Alcochete, etc),
damos a aproximação com certa reserva. É possivel que a planta brole-
riana corresponda antes ao G. divaricatum, pelo menos em parte. As her-
borisações nos arredores de Almada o decidirão.

Sect. VL Euaparines, Lge. {excL sp.), in Wk. et Lge.,

/. 6'., pg. 32o 1

24. (jialiiiiii Apariue, L. /. c, pg. 157! Brot., /. c, pg. 151!
HoiTgg. et Lk., l. c, pg. 60! Gren. et Godr., /. c, pg. 43! Wk. et Lge.
{excl. var.), /. c, pg. 32o! Bss., /. c, pg. 68! Exsic. plura in hcrb. Wk.
et in herb. europ. !

36

Variat foliis lanceolato- v. oblongo-lincaribus lulioribus v. aiigusliori-
bus, supra plus miiius pilosis v. subglabris.

jâ. minor, nob, (G. Aparine, 3* tenerum. Willk., in hcrb.! (non
Schleich., apud Koch, Syn.'^. pg. 330!). Planta parva, 1-2
dm. alta, caule validiusculo, foliis latioribus, oblongo-spathu-
lalis. A G. (enero, Sthleich. (G. spurium, y. tenerum, Gr.
et Godr.) diíTert caule firmo (nec ilaccido filiforme), fructi-
bus conspicue majoribus, haud nigricantibus, et tuberculalo-
pilosis.

Hab. in ruderatis, cultis, sepibus, frequens in fere tota Lusitânia, (â.
in Trasmonlana. — 0. Fl. Mart. ad Jun. — Lusil. Amor de horlelào,
pegamaço. [v. v.

Alemdowo transmontano: arredores de Miranda do Douro, Povoa, Ma-
lhadas (Mariz!); Bragança, Capella do Senhor dos Perdidos (Moller!);
arredores de Moncorvo, Peredo (Mariz!). — Ahmdouro lilloral: prox. de
Braga, Monte do Craslo lA. de Sequeira!); arredores do Porto, Serra do
Pilar (C. Barbosa, Soe. Brol., n.° 482!). - — Beira Iransmonlana: Trancoso
(M. Ferreira!); Almeida (M. Ferreira!); Villar Formoso (B. da Cunha!
M. Ferreira!). — Beira central: Penalva do Castello (M. Ferreira!); Bus-
saco (Loureiro!); Sabugosa (M. Ferreira!); Côa (Welw. !); Manteigas (B.
da Cunha!). — Ihira meridional: Alcaide (B. da Cunha!); Co\ilhà (B. da
Cunha!); arredores d'Alpedrin!ia, Orca (J. Galvào!): Idanha-a-Nova, Ta-
pada do Tanque (B. da Curdia !) ; Malpica (B. da Cunha!). — Beira lil-
loral: Coimbra e arredores (A. de Carvalho, n." 378! B. Gomes!), Cerca
de S. Bento (Moller!), Penedo da Saudade (J. Festas!), Sete Fontes (Mol-
ler, Fl. Lusit. Exsic, n." 673!). — Centro liltvral: Torres Novas, Casas
Altas (B. da Cunha!); Santarém, Malagueiro (B. da Cunha!); Cartaxo
(J. Cardoso!); Lisboa e arredores, Tapada d'Aiuda (P. Coutinho, n,°780!
Daveau !) ; prox. de Bellas (Welw.!); prox. de Cascaes, Caparide (P. Cou-
tinho!).— Alto Alemtejo: Castello de Vide, Prado (B. da Cunha!); Por-
talegre, Senhora da Peidia (H. da Cunha!); Évora (Moller!). — Baixas
do Guadiana: entre Ourique e Castro Verde (Moller!). — Alemtejo litto-
ral: Odemira (Gonçalo Sampaio!).

[5. minor, nob. — Alemdouro transmontano: Bragança (M. Ferreira!).

25. Oaliiiiii !§»|B8iriuiai. L., /. c, pg. 154! Gren. et Godr.,/. c,

1 Kocli — Synopsis Florae Germanicae et Uelveticac. — Francofurti ad Moenum. 1837.

3/

[)g. 44! Wk. et Ljío., /. c, pij. 325! Bss., /. c, pg. (Jí) ! Ííj:;*/^. /)/ura m
/t^/t. n/l. e/ m /ícrí/. europ.l [nan G. sj)iiriiim, lirot., /. c, pg. 150!).

of. genuinum, Gr. el Godr., /. c, Wk. et Lgo., /. c!

Hab. a. in Beira Iraiismonlana: ]\Iido, Regado Velho (R. da Cunha!).
— 0. Fruclif. Jul. (1884). {v. s.

Sect. Vil. Pseudovaillantia, Lge., i/i Wk. el Lge., /. c, pg. 326!

26. Cialiaaitt HfiiieiíHeaEiaiií. Jord., Observ., 1846, pg. 182, pi.
6, f. E. 1 a o; Gren. el Godr., /. c, pg. 45!

Specimen noslrum cum descriptione in Gr. et Godr. optime quadrat.
Ilab. in Traríslagaiia lillorali: Grândola, Serra da Caveira (Daveau!).
— O. Frud. Marl. A|)r. (i\ 5.).

27. CiaSiasm siiBirmle. Ali, Fl. Ped. P, pg. 8, tab. 77, fig. 1!
íloíígg. el Lk., /. c, pg. 02! Gren. et Godr., /. c, pg. 46! Wk. et Lge.,
/. c, pg. 326 ! Exsic. plnra in herb. Wk, et in hcrb. europ. ! Sherardia
inuralis, L., /. c, pg. 149! Brot., /. c, pg. 153!

Variai caule et foliis subglabris v, plus minus hispidis, internodiis magis
abrevialis v. valde elongalis, pedúnculo brevissimo v. longiusculo, 1-íloro
V. 2-3-lloro.

Hab. in siccis el aridis, ad muros, regionum inferiorum centralis et
auslralis. — 0. FL Marl. ad Jun.

Jkira Ulloral: arredores de Coimbra (Brot.), Pinhal de Valle de Cannas
(MoUer!), Vacariça (A. de Carvalho, n." 381!). — Centro Ihtoral: Torres
Novas, Casas Altas (R. da Cunha!); Lisboa e arredores (Brot., HoíTgg.
el Lk., Welw.!), Valle do Pereiro (R. da Cunha, Soe. Brot., n.° 1433!),
Avenida da Liberdade (R. da Cunha, Fl. Liisit. Exsic, n.** 903!), prox.
d'Alcantara (Welw.!), Ajuda (Welw.! R. da Cunha!), entre Belém e Pe-
drouços (Welw. í); Bellas (Daveau!); Queluz (Daveau, n° 730!); prox. a
Cascaes, Caparide (P. Coutinho, n.'' 784 e 785!). — Alemlejo liltoral:
Cova da Piedade (U. da Cunha!). — Alto Alemlejo: Castello de Vide,
Arieiro (B. da Cunha!). — Baixas do Guadiana: Beja, Charneca da Her-
dade (R. da Cunha!); Serpa (Daveau!). — AUjarve: Monchique, Brejo (J.

^ C. Allionius — F/ora Pedenwntana, I.— 1785.

38

Brandeiro!); Tavira e arredores, Santo Eslevam (Moller! Daveau!); ar-
redores de Faro (^Yelw., n.** 564!); Sagres (Moller!).

Sect. VIII. Camptopoda, Bss., /. c, pg. 47!

28. Galiuiii tricoriie, Wilh , Bril., ed. 2, pg. 153; Gren. et
Godr., /. c, pg. 44! Wk. et Lge., /. c, pg. 326! Exsic. plura in herb.
JVk. et in herb. europ.! G. tricorne, Smilli., apud HoíTgg. et Lk., /. c,
pg. 57! G. spurium, Brot., l. c, pg. 150! [non L.).

Hab. in agris et inter segetes ut videlur praecipue in Lusitânia media
et australi. — ©. Fl. Apr. et Maj. (y. v.).

Alemdouro transmontano: Bragança (P. Coulinho, n.° 781!). — Beira
litloral : Coimbra e arredores: Fonte das Lagrimas, Bordailo (Hoffgg. e
Lk., Brot.), Pedrulha (Henriques!); Figueira da Foz (Loureiro!). — Cen-
tro Ulloral: Porto de Moz, Alçaria (R. da Cunha!); Torres Novas, Casas
Altas (K. da Cunha!); Lisboa e arredores, Alcântara, Ajuda (Welw.!),
Serra de Monsanto (K. da Cunha!); Queluz (Welw.!); Cintra (Welw.!);
arredores de Cascaes, Caparide (P. Coutinho!). — AlenUejo litloral: Al-
mada (P. Coutinho, Soe. Brot., n." 1208!). — AUoAlewlejo: Elvas (Senna!).
— Baixas do Guadiana: Beja, Herdade da Calçada (H. da Cunha!). —
Algarve: Faro (Moller l"»

29. dialiiBiai snecliaraliiiai, Ali., /. c., pg. 9! HoíTgg. et Lk.,
/. c, pg. 56! Gren. et Godr., /. c., pg. 45! Wk. et Lge., /. c, pg. 326!
Exsic. plura in herb. Wk. et in herb. europ. 1 Valaniia Aparine, L., /. c,
pg. 1491! Brot., /. c., pg. 207!

Hab. ad sepes et muros, ad viarum margines, in agris et inter segetes,
in Lusitânia media et australi. — 0. Fl. Jan. ad Maj. — Lusil. Herva
confeiteira, (y. v.).

Beira meridional: Castello Branco, S. Martinho (R. da Cunha!). —
Beira liltoral: Coimbra e arredores (Brot., A. de Carvalho, n.''380!),
Montes Claros (Mariz!), Santa Clara Rocha!), Cabeço do Fidalgo (Hen-
riques e Moller!). — Centro litloral: Porto de Moz, Casal da Fonte (R.
da Cunha!); Torres Novas, Casas Altas (K. da Cunha, Soe. Brot., n.°
1206!); Azambuja (Daveau!); arredores de Lisboa (Brot., HoíTgg. e Lk.,
P. Coutinho, n.*' 783!), Alcântara (Welw.! Daveau!), Quinta da Pimen-
teira (Welw.!), Monsanto (Moller!), Tapada d'Ajuda (H. da Cunha!); ar-
redores de Cascaes, Caparide (P. Coutinho!). — Alemtejo Ulloral: Alfeite

39

(li. da Cunha!). — Alto Alemlejo: Redondo (Pitta Simòes). — Baixas do
Guadiana: Beja, Senhora das Neves (R. da Cunhal); Serpa, Pandufe (Da-
veau!). — Algarve: Tavira (Moller!); Faro (Welw., n.^^SlQ! Moller!),
Campina, Sarilo AntoiH'o do Alto, Caminho de Ferro (A. Guimarães !),
Má- Vontade J. Brandeiro, Soe. Brol., n." 12001 Fl. Lusil. Exsic, n.**
905!); Loulé (Moller!).

Sect. IX. Cruciata (Tournf.), DC, /. c, pg. 60o!

30. Ciialiuiit Criieiatti, Scop., Fl. Cam. I, pg. 100; Gren. et
Godr., /. c, pg. 16! Wk. et Lge., /. c, pg. 309! Eme. plura in herb.
Wh. et in herb. europ.! G. Cruciata, Smith, apud Hofígg. et Lk., l. c,
pg. 53! Valantia Cruciata, L., /. t'., pg. 1491! Brot., /. c, pg. 207!

Hab. in unihrosis subluimidis, in pratis et ad sepes, praccipue Lusita-
niae boreah's. — 21. Fl. Marl. ad Aug. ív. v.

Alemdouro Iraiisfuoiilano : Bragança, Bica Fé, Seidior dos Perdidos (P.
Coutinho, n." 772! Moller!); Serra de Kehordàos (Mariz! Moller!). —
Heira central: margens do Dão (M. Ferreira!). — Beira lilloral: Mealhada
(C. Barbosa, Soe. Brol., n." 793!); Coimbra e arredores (Brot., Hofígg.
e Lk.), Penedo da Medita(,-ào (Moller!), perto de Santo António dos 011-
vaes (3L Ferreira, Fl. Lusil. FJxsic., n.° 4-85! Valle de Coselhas (Santos
Paiva!), Vil de Mattos (A. de Carvalho, n.° 37i!j. — Algarve: Serra de
Monchique (A. Guimarães!).

31. (iií(ilifli3ii veriiiiiii, Scop-, /. c, pg. 99, tab. 2; Gren. et
Godr., /. c, pg. 16! Wk. et Lge., /. c, pg. 309! Exsic. plura in herb.
Wk. et in herb. europ.!

Caules in speciminibus noslris omnino v. saltem basi pliis minus hispidi,
internodiis saepissime abrevialis folia parum excedentibus v. eis breviori-
bus rarius iongioribus; variat foliis latioribus v. angustioribus, obtusissimis
V. obtusiusculis, plus minus pubescentibus v. subglabris. s

Hab. in siccis Lusitaniae montanae. — 2f. Fl. Apr. ad Jul. (y. *•.).

Alemdouro transmontano : Serra de Montesinho, Rigueiro do Viliar (Mol-
ler!); Serra de Rebordãos (Mariz!); arredores do Vimioso, Angueira (Ma-
riz, Fl. Lusil. Exsic., n." 486!); arredores de iMiranda do Douro, Cons-
tantim. Povoa (Mariz!). — Alemdouro lilloral: Pedras Salgadas (D. M. L.
Henriques!); Cabeceiras de Basto (D. M. L. Henriques!). — Beira trans-
montana: Almeida, prado dos Salgueiros (R. da Cunha!); Castello Mendo,

40

Moita do Carvalho (R. da Cunha!); Villar Formoso, Valle do Persevejo,
lameiros de Bodanaes (M. Ferreira!), Folha da Rasa (R. da Cunha, Soe.
BroL, n.° 1488!). — Beira central: Aguiar da Beira (M. Ferreira!); Ca-
ramullo, Gandara do Amial (herb. da Univ.!); Serra da Estrella, prox. de
Vallesim (Fonseca!). — Beira meridional: Alcaide, Sitio da Serra (R. da
Cunha!). — Alio Alemiejo: Marvào, S. Salvador (R, da Cunha!).

32. CialíaiBii giccleaBii»iitaEiti»i, AI!., Aiicl. Fl. Peã., pg. 2;
Hoífgg. et Lk., /. c, pg. 34! NYk. et Lge., /. c, pg. 309! Bss., /. c,
pg. 80! Exsic. plura in herb. Wh. el in herb. eutop.! G. chioranthum,
Brot., /. c, pg. 149!

Hab. in fissuris rupium et in herbidiis Lusitaniae montanae ut videlur
haud frequens. — 0. Fl. Maj. et Jun. [v. s.].

Alemdouro transmontano: arredores de Miranda do Douro (IIoíTgg. e
Lk.), Paradella, Povoa, Malhadas (Mariz!); arredores de Moncorvo, Fel-
gueiras (Mariz!). — Beira transmontana: Almeida (M. Ferreira!); Villar
Formoso, Alto da Rasa (R. da Cunha !), lameiros de Bodanaes (M. Fer-
reira!).— Beira central: Serra da Estrella, Pêro Soares (M. Ferreira!).

Vaillantia, DC, FL Fr., IV, pg. áGG, apiid Bth. et llook.,

Gen. PI., pg. 148!

Synantliium fructiferuni 4-corne, cornu dorsali accessorio erecto, rornubus 3 in-
ourvis ancipitatiljLis retiisis, omnibus npice fimbriatis. Planta glabra v. apicem
versus pubescens V. muralis, L.

Synantbium fructiferuni 3-corne (cornu dorsali accessorio nullo), cornnlHis omni-
bus incurvis teretiusculis, acutis, ápice longius ciliatis. Planta hispido-scabra.

V. hispida, L.

33. VaiSBaesfia aitBiB*alii§., L. [sub Valanlia), l. c, pg. 1490!

Brot., /. c, pg. 207! Moíígg. et Lk., /. c, pg. 63! Gren. et Godr.. /. c,
pg. 46! Wk. et Lge., /. c, pg. 327! Bss., /. c , [)g. 82! Exsic. plura in
herb. Wk. el in herb. europ.!

Hab. in aridis, rupibus, siccis, incultis et muris, Lusitaniae centralis et
australis. — 0. Fl. Mart. ad iVIaj. [v. v.).

Beira liltoral: Buarcos (A. de Carvalho, n.° 984!); arredores de Coim-
bra (Brot.). — Beira meridional: Castello Branco, ruínas do Caslello (R.
da Cunha!). — Centro liltoral: Lisboa e arredores (Brot., IIoíTgg. e Lk.],

41

Arroyos (D. Sophia!), Alcântara (Wchv.!), Belém, pedreiras dos Moinhos,
pedreira dos Pocinhos (J. de Mendonça, .Soe. Brol., n.° 485 ! l{. da Cunha,
Fl. Lusil. Exsic, n." 677!), Monsanto (Welw.! R, da Cunha! Daveau,
n.° 1401), Bemfica, Alfornel (O. David, Soe. liroL, n." 485"!); arredores
de Cascaes, Caparide (P. Coutinho, n.° 785!). — Alemlejo lilloraJ : Serra
d'Arrabida, Portinho (Daveau!). — Algarve: prox. de Tavira, Santo Este-
vam (Daveau!); entre Faro e Esloy (n.° 363!).

34. 1'aillaiitía Iiís|ii4la (sub Valanlia), L., /. c, pg. 1490!
Wk. et Lge., /. c, pg. 328! Bss., /. c , pg. 82! Exsic. plura in lierb.
Wli. et in herb. europ. !

Hab. in siccis Algarbiorum : inler Tavira et S. Braz d'AIportel (Da-
veau !j ; Loulé (Molier, Fl. Lusil. Exsic, n.° 676!). — ©. Fl. Mart. et
Apr. [v. s.).

42

CONTRIBUIÇÃO PARA A FLORA AFRICANA

O catalogo C!ija piiblicaçào 6 afçora começada comprcheiíde as espécies
colhidas em diversas localidades das possessões porluguezas tanto da costa
oriental como occidental da Africa tropical. Essas espécies foram colhidas
em 1883 pelo sr. F. Newton na provincia de Angola; em 1886 pela
ex.'"'' sr." I). Maria Chaves em Landana; pelos srs. Capcllo e Ivens na
travessia qtie realizaram em 1884; pelo sr. F. Quintas na provincia de
Moçambique em 1893; pelo sr. Paulo Amado na líumpata em 1894;
pelos Uev.'' ' P." Antunes e Dekindt na líuilla; pelo sr, dr. .1. Rodrigues
Braga na provincia de Moçambique; pelo sr. J. A. de Sousa em vários
pontos da costa occidental; e pelo notável explorador J. d'Anchieta na
provincia de Angola.

Comprehende o catalogo as plantas cryptogamicas vasculares, as mono-
colyledoneas e das dicotyledoneas apenas as archichlamydeas. As Sympe-
talas serào publicadas mais tarde.

Na determinação das espécies fui poderosamente auxiliado pelos dintin-
etos botânicos de Berlim, que trabalham sob a sábia direcção do dr. En-
gler. Mais uma vez com satisfação aqui manifesto o meu reconhecimenío
pelos valiosos serviços recebidos.

Não apresenta novidades este catalogo porque algumas espécies novas
foram já descriplas n'outras publicações. Apenas indico duas espécies como
novas e incluo o nome de algumas ainda não descriptas, apesar de reco-
nhecer que esses nomes sem a descripção relativa não têm valor definitivo.
Essas espécies vão indicadas com o signal (*).

O único fitn que tenho em vista é dar a conhecer o trabalho executado
por portuguezes nas terras africanas e dar a indicação de algumas locali-
dades, no que ha sempre vantagem para o conhecimento da distribuição
geographica das plantas.

J. A. Henriques.

43

CATALOGO DE PLANTAS AFRICANAS

EMBRYOPHYTA ZOIDIOGAMA

Sub-lypo PTERIDOPHYTA

Cias. Filicales

Ser. Planitliallosae

Fam. Polipodiaceae

Siib-fam. Cliacloiiterides

Pleridiíim Gled.

P. aquilinum (L.) Kuhn iii v. d. Deckens Reise III, Bot. II.
var. lanuginosii (Hook) Kuiiii iii Kngler, líocligebirgs (1. 94.

Afr. orient. — Transvaal, no valle do rio Krokodil (F. Quintas).
Afr. occid. — Angola, no Qiiiiidumbo (Anchieta).

Sub-fam. Lopidopleriíics

Adianlum L.

A. capilhis Vencris L. S|). ed. I, j), 109G.

Afr. occid. — Mossamcdcs, na encosta da serra de Chella (Capello
e Ivens) ; em Qiiipolla (F. Newton).
A. tetrapliyllum Willd. Sp. pi. V, 44-1.

Afr. occid. — Ilhas de S. Thomé e do Principe (.1. de Sousa);
Mossamedes (F. Newton).
Pteridella ^lelt.

P. viridis (Forsk.) Mett. et Kuhn in v. d. Decken's Reise III, Bot. 16.
var. hastaefolia (Schrad.).

Afr. orient. — Lourenço Marques, na ponta vermelha (F. Quintas).

u

P. híistata (Thuml).) Melt. et Kuhn 1. c. 14.

Afr. occifl. — Mossamedes, na Hiiilla P." Antunes); na Iliimpata
e Lobango (F. Newton).
Cheilanthes Svv.

Ch. multiíida Sw. Syn. 129, 334.

Afr. occid. — Mossamedes, na Ilumpata, Lobango e Huilla (F.
Newton).
Notolaena R. Br.

N. inaequalis Kiinze, F'il. I, 146, tab. 54, fig. 1.

Afr. occid. — Mossamedes, na Huilla (F. Newton, P.^ Antunes).
Actinopteris Link.

A. radiata (Konig) Link, Sp. 79.

Afr. occid. — Congo, na Vista (D. M. Chaves); Mossamedes, no
Tyivingiro a 1720"" alt. (P." Dekindl).
Pteris L.

Pt. longifolia L. Sp. 1074.

Afr. occid. — Mossamedes, na serra de Chella (Capello e Ivens).
Nome vulg. — Jalála.
Pt. cretica L. iMant. 130.

Afr. occid. — Mossamedes, na Huilla (Capello e Ivens, P.^ Antunes).
Nome vulg. — Dandála ou Undandala.
Pt. alro\irens Willd. Sp. pi. V, p. 385.

Afr. occid. — Ilha de S. Thomó (J. de Sousa).
Pt. pedata L. Sp. 1076.

Afr. occid. — Mossamedes, na serra de Chella (Capello e Ivens).
Chrysodium Fée. Mett.

Ch. punctatum (L.) Mett. in Kuhn Fil. afr. 51.

Afr. occid. — Ilhas de S. Thomé e Principe (J. de Sousa).
Polybotrja Kunth.

P. tenuifolia (Desv.) Kuhn Fil. afr. 52.

Afr. orient. — Lourenço Marques, na Matolla (F. Quintas).
Lomariopsis Fóe.

L. sorbifolia (L.) Fí*e. Acrost. 69.

Afr. occid. — Ilhas de S. Thomé e Principe (J. de Sousa).
Asplenum L.

A. nigrilianum Hook. Sp. Fil. 3, p. 223.

Afr. occid. — Ilhas de S. Thomé e Principe (J. de Sousa).
A. praemorsum Sw. Prod. 130.

Afr. occid. — Mossamedes, na Huilla (P." Antunes).
Loxocaphe Moore, Kuhn.

L. nigrescens (Hook) Moore, Ind. 297.

Afr. occid. — Ilha de S. Thomé (J. de Sousa).

45

Aspidium Sw.

A. Thelipteris Sw. iii Schrad. Jourii. 1800, II, 40.
var. squamuligera Sdilecht.

Air. orient. — Transvaal, no valle do rio Krokodil (F. Quintas).
AIV. occid. — Mossamedes, na Hiimpata (P. Amado); Palanca (P.*
Anluiies).
A. molle Sw. Schrad. Journ. 1800, 11, 34.
var. violascens Melt.

Afr. occid. — Mossamedes, na encosta da serra de Cliella (Capello

e Ivens).
Nome vulg. — Manéle-nele.
A. unitum (L.) Mett. An. Mus. Lugd. Batav. I, 230.
var. glabra Mett.

Afr. orient. — Lourenço Marques, na Matoila (F. Quintas).
A. oligodonton Desv. Berl. Mag. V, 322.

Afr. orient. — Moçambique, na Beira (Dr. Braga).
A. coadunatnm Wall. cat. 337.

Afr. occid. — Ilha de S. Thomé (J. de Sousa).
Polypodium L.

P. simplex Sw. in Schrad. Journ. 1800, 11, 27.

Afr. occid. — Ilha de S- Thomé (J. de Sousa).
P. Phymalodes L. Mant. lí, 306.

Afr. occid. — Ilha de S. Thomé (J. de Sousa).
P. punctatum (L.) Sw. in Schrad. Journ. 1800, II, 21.

Afr. occid. — Ilha de S. Thomé (J. de Sousa).
P. proliferum (Presl.) Koxb. líerb. Wall. Cat. n. 312.

Afr. orient. — Moçambique, no Incomali, nas margens dos rios
(F. Quintas).
Nephrolepis Schott.

N. biserrala (Sw.) Schott, gen. Etting. farn. 204, t. 134.
Afr. occid. — Ilha de S. Thomé (J. de Sousa).

Fam. Gleicheniaceae

Gleichenia Sm.

Gl. linearis ^Burm.) Clarke in Trans. Linn. Soe. 2, ser. I, 428.
Afr. occid. — Ilha de S. Thomé (J. de Sousa).

Fam. Osmundaceae

Osmunda.

O. regalis L. Sp. ed. I, 1065.

46

var. Caj)cnsis Milde.

Afr. occid. — Mossa medes, na Iliiilla (P." Anlunes).

Cias. Equisetales

Fam. Equisetaceae

Eíjiiiselum L.

li. ramosissimiim Desf. Ilor. ali. 11, 398.

Afr. orient. — Moçambique, nas margens do Incomali (F. Quintas].

Cias. Lycopodiales

Sub-ClaS. ISOSPOREAE

Lycopodium L.

L. cernuum L. Sp. pi. ed. I, 1 103.

Afr. occid. — lluilia, nas margens do Lupolo (P.^ Deckindt).

Siib-clas. IIiíTEHOSPoniiAE

Selaginella (P. B.) Spring.

S. rupeslris Spring in Fl. Brás. I, 118.

Afr. occid. — Ifuilla, nos rochedos das margens da ribeira Mucha
(P." Deckindt).

EMBRYOPHYTA SIPIIONOGAMA

Sub-lypo ANGIOSPERMAE

Cias. Monocotyledoneae

Ser. Paiidanales

Fam. Typhaceae

Typha Tournf.

T. angustifolia L. Sp. ed. I, 971.

Afr. orient. — Lourenço Marques, na Matolla (F. Quintas).

47

Ser. Ilelobiae

Fam. Potamogetonaceae

Potamogetoii L.

P. Iluitaris Rth. Tent. II. German. I, 72 (?).

Afr. occid. — Zaire, em Vista (D. M. Chaves).

Obs. — É exemplar pouco completo e por isso a determinação espe-
citica duvidosa.

Ser. Grluiiiiflorac
Fam. Gramineae

Trib. Andropogoneae

Urelythrum Hack.

U. agropyroides líack. in DC. Monogr. pbanerog. VI, p. 272.

Afr. orient. — Lourenço Marques, nas margens do Incomati (F.
Quintas).

Trib. Zoy»!iieae

Perotis Ait.

P. indica (L.) K. Schum. in Engl. Deuts.-Ort. Africa, III, 99.
Afr. orient. — Moçambique, no 3Iaraquene (F. Quintas).

Trib. Paiiiceae

Eriochioa H. B. Kunlh.

E. punctata (L.) liam. Prod. 5.

Afr. orient. — Lourenço Marques, nas margens do Incomati (F.
Quintas).

Panicum L.

Sect. I. Digitaria, Mancheo Biekerst.

P. didactylum (Wiild.) Klh. Rev. gram. I, 33.

Afr. orient. — Lourenço Marques, na Mahota (F. Quintas).

48

Sect. II. Trichachne (Nees) Steud.

P. sernialatum R. Br. Prod. 192.

Afr. orient. — Lourenço Marques, em Pcssem, na lerra húmida (F.
Quintas).

Sect. III. Plijcophyllum M. Br.

P. sulcatum Aubl. PI. Guian. I, 70.

Afr. orient. — Lourenço Marques, na Mahola (F. Quintas).
P. madagascariense Spr. Syst. veget. 1, 317.

Afr. orient. — Lourenço Marques, nas margens do Incomati (F.
Quintas).
Trichoiaena Schrad.

T. rosca Nees Fl. Afr. aust. I, 16.

Afr. orient. — Lourenço Marques, na Mahota (F. Quintas).
T. grandiflora Hochst. in Schimper pi. abyss. n. 1053.

Afr. orient. — Lourenço Marques, na Mahota e nas margens do
Incomati (F. Quintas).
Pennisetum Pers.

P. spicatum (L.) Kcke, Getreid. 284.

Afr. orient. — Lourenço Marques, no Incomati e Mahota (n." 72)
' (F. Quintas).

Trib Cblorideac

Dactyloclenium Willd.

D. aegyptiacum (L.) Willd, Enum. hort. Berol. 1029.

Afr. orient. — Lourenço Marques, na Matoila (F. Quintas).

Trib. Festuoeae

Phragmites Trin.

Ph. communis Trin. Fund. Agrosl. 13i.

Afr. orient. — Lourenço Marques, nas margens do Incomati (F.
Quintas).
Eragrostis P. Beauv.

Sect. I. Plagioslachys Benlh. et Hook.

E. congesta Oliv. in Trans. Lin. Soe. XXIX, 175, t. 1153.

Afr. orient. — Lourenço Marques, na Matoila (F. Quintas).

49

Sect. II. IHal ijstaclnjs HeiUli. et Hook.

E. congesta Oliver in Trans. Lin. Soe. XXIX, 175.

Afr. oricnt. — Lourenço Marques, na 3Iatolla (F. Quintas).
E. superba Wawra et Pevr. in Sitzemgsber. Wiener Akad. XXXVIII,
i4.

Afr. orient. — Lourenço Marques, em Pessene (F. Quintas).

Sect. III. Calaclastos DíUl.

E. ciliaris (L.) Lk. Enum. hort. Berol. I, 192.

Afr. orient. — Lourenço ^larques, na Mahota (F. Quintas).

Sect. IV. Plproessa Dòll.

E. chalcantha Trin. in Act. Petrop. I, 401.
var. macrostachvs K. Schum,

Afr. orient. — Transvaal, no valle do rio Krokodii, em Ackmaar
(F. Quintas).
E. áspera .Tacq. Hort. Vindob. Ill, t. 36.

Afr. orient. — Lourenço Marques, na Matolla (F. Quintas).
E. brisoides Nees in Linnaea, VII, 384.

Afr. orient. — Transvaal, no valle do Krokodii (F. Quintas).

Ser. Fariuosae

Fam. Eriocaulaceae

Mesanlbemum Koern.

xM. radicaiis (Benth.) Koern in Linnaea XXVII, .'i73.

Afr. occid. — Zaire, nos terrenos bumidos, em Vista (D. M. Cha-
ves).
Eriocaulon L.

E. builleuse Enfjl. et Bukland in Bot. Jahrb. vol. XXVII, p. 78.
Afr. occid. — Mossamcdes, na líuilla (P.'' Antunes).

4 xvn

50

Fam. Commelinaccae

Trib. Coniniclíiieae

Cyanotis Don.

C. longifolia Benlh. et Ilook. N. FI. 543.
Afr. occid. — líuilla (P." AiiUines).

Ser. Liliiflorae
Fam. Liliaceae

Sub-fam. Melanlhioideae

Gloriosa L.

G. virescens Lindl. Bot. Mag. t. 2539.

Afr. orient. — Lourenço Marques, em Maraquene (F. Quinlas).
Afr. occid. — Angola, em Quindumbo (Anchieta); Serra de Cas-
sanha, nos Gambos (F. Newton); Hiiilla (P.*' Antunes).
Androcymbium Willd.

A. striatum Hochst. in Schimp. pi. Abys. II, 1338.

Afr. occid. — Mossamedes, na Huilla (P.'' Antunes).

Sub-fam. Aspbodcloidcae

Bulbine L.

B. asphodeloides (L.) Spreng. Syst. II, 85.

Afr. occid. — Mossamedes, no Humbe e nos Gambos (F. Newton).
Anthericum L.

A. Bragae Engl. in Deuts.-Ost. Afr. III, 138.

Afr. orient. — Moçambique, na Beira (Dr. Braga).
Chlorophytum Ker.

C. colubrinum (Welw.) Engl, Hocbgebirgsfl. Trop. Afr. 161.

Afr. occid. — Mossamedes, nos Gambos (F. Newton).
C. pleiostachium (Welw.) Engl. Durand et Schinz Consp. Fl. Afr. V, 352.
Afr. occid. — Mossamedes, na Huilla (P.^ Antunes).

Sub-fam. lilioideae

Urginea Steinh.

U. Bragae Engl. in Deuts.-Ost. Afrike III, 142.

Afr. orient. — Moçambique, na Beira (Dr. Braga).

1

U. micrantha (Kicli.) Solms iii Schwfth. Beitr. z. II. Aeth. 294 (?).

Afr. oiient. — Loureiíro Marques, nos terrenos pantanosos de Chi-
xacha (F. Ou'nt<is).
* U. mossambicensis Enf^l.

Afr. orient. — Beira (I)r. Braga).
Scilla L.

S. rigidifolia Knnlh, Enum. IV, 330.

(S. lúspidula Baker iii Trans. Lin. Soe. ser. 2, Bot. 1, 2Í-8).
Afr. occid. — Angola, em Quint^umbo (Anchieta).

Siib-fam. Asjjaragoideae

Asparagus L.

A. phimosus Bak. in .lourn. Lin. Soe. XIV, 613.

Afr. orient. — Moçambique, Beira (Dr. Braga); Lourenço Mar-
ques, na Matolla (F. Quintas).
A. africanus Lam. Encycl. 1, 295.

Afr. orient. — Lourenço Marques, nas margens dos rios, em An-
belore (F. Quintas).
A. racemosus L. Sp. ed. II, 132.

Afr. occid. — Mossamedes, na Muilla (P.'' Antunes).

Siib-fam. SmlKifoidcae

Smilax Tournf.

S. Kraussiana Meiss. in Flora, XXVIII (1845).

Afr. orient. — Nas margens do rio Krokodil (F. Quintas).

Fam. Amaryllidaceae
Crinum L.
C. sp.

Afr. occid. — Angola, no Quindumbo (Anchieta).
Está representada esta espécie só por duas dores.
Hypoxis L.

H. angustifolia Lam. Encycl. III, 182.

Afr. orient. — Lourenço 3Iarques, nas margens do Incomati (F.
Quintas).

Fam. Iridaceae

Lapeyrousia Pourr.

L. odoratissima Baker in Trans. Lin. Soe. ser. 2, 1, 273; Irideae 173.
Afr. occid. — lluilla (F. Newton).

52

L. cyanescens Baker in Traiis. Lin. Soe. ser. 2, I, 272; Irideac 172.
Air. occid. — lluilla (F. Newton).
Gladiolus L.

Gl. angolensis Welw.; Baker in Trans. Lin. Soe. Bot. ser. 2, I, 269;
Irideae 213.

Afr. oecid. — Angola, em Qiiindiiinbo (Anchieta).
? Gl. benguellensis Baker in Trans. Lin. Soe. ser. 2, Boi. I, 268; Iri-
deae 221.

Afr. occid. — lluilla (P.*" Antunes).
Gl. sp.

Afr. orient. — Lourenço Marques, em Chixaclia (F. Quintas).

Ser. Scitainiiíeac
Fam. Zingiberaceae

Trib. Tlediehieae

Kaempferia L.

K. aethiopica (Solms) Benth. et Ilook. Gen. pi. Ill, 642.
Afr. orient. — Moçambique, na Beira (I)r. Braga).

Ser. Microsi)crmac

Fam. Orchidaceae

Trib. Oplirydinae-Gyiuiiadenicae

Holothrix L. C. Rich.
H. Medusa Kranzlin.

Afr. oecid. — Angola, na Muscha, nos terrenos seccos e sombrios.

Trib. Ophrydinae-Habeiiarieae

Habenaria Willd.

H. Dregeana Lindl. in Ann. of nat. hist. IV, p. 314.
Afr. occid. — Angola, em Quindumbo (Anchieta).

Tr i b . (>|>li r j «li iiae-S aty i'ieae

Satjrium Sw.

S. leueoeomos Reh. f. in Flora (1863), p. 182.

Afr. oecid. — lluilla, nas terras pantanosas (F. Newton).

53

S. Ivantniae Rch. f. in Flora (1865), p. 183.

Afr. occitl. — ílumpata, nos Icrrenos hiimidos (F. Newton); Huilla
(P.° Antunes).
Disa Berj;.

1). Welwilschii Hch. f. in Flora (1865), p. 181.
Afr. occid. — Huilla [V." Antunes).

Trib. Cyi'(oi)odiiii!ie-Cyi'to|)0(lieae

Lissochilus R. Br.

L. giganteus AAelw. mss. ex Rchb. f. in Flora (1865), p. 187.
Afr. occid. — Congo, na Vista (1). M. Chaves).
* L. longifolius Benlh. in Hook. Nig. Fl. p. 530.

Afr. occid. — Congo, na Vista (U. M. Chaves).
L. arenarius Lindl. in Proc. Lin. Soe. VI, 133.

Afr. orient. — Moçambique, na Beira (Dr. Braga).
L. sp.

Afr. occid. — Huilla (P.^ Antunes).
Exemplar incompleto tendo apenas folhas e fructo.

Cias. Dicotyledoneae

Sub-clas. Archichlaimideae

Ser. Salieales

Fam. Salicaceae

Salix L.

S. huillensis Seemen in Engl. Jahrb. XXIII Beibl. 57, p. 45.

Afr. occid. — Huilla (P.*^ Antunes).
S. nigritina Seemen 1, c. p. 46.

Afr. occid. — Humpala (P. Amado); nas margens do rio Nené
(F. Newton).

Ser. Urtie.iles

Fam. Ulmaceae

Chaetacme Planch.

Ch. arislala Planch. in An. se. nal. lSi8, p. 340.
Afr. occid. — Huilla (P." Anlunes),

.^i

Fam. Moraceae

Borstenia.

D. bengiiellensis Welw. Trans. of Lin. Soe. vol. 27, p. 71.
Afr. occid. — líuilla (P.° Dekindt, u.' 783).
Ficus L.

Sect. l. Eiisyce Gasparrini

F. oapensis Thumb. diss. de Fie. 13.

Afr. occid. — Bolama ÍR. de Carvallio).

Sect. lí. Sycidium King.

F. exasperata Vahl. Enum. II, 231 (?).

Afr. occid. — Qiiindumbo (Anchieta); S. Thomé (Patricio Alvares).

Sect. III. Urostigma Gasparrini

F. dekdekena (Mig.) Hich.

Afr. occid. — Huilla (P.« Antunes).

Fam. Urticaceae

Obetia Gaudich.

O. pinnalifida Bak. In Journ. Lin. Soe. XX, 263.
Afr. occid. — Iliiilia (P.*" Antunes).
Fleurya Gaudich.

Fl. aestuans (L.) Gaudich. Uran. 196.

Afr. occid. — Dahome, cm Vódumhem Bamé (F. Newton).
Boehemeria Jacq.

B. platyphylla Don ex Hamil. Prod. Fl. Nep. 60.

Afr. occid. — Angola, em Qiiiiidumbo (Anchieta).
Forskohlea L. Mant. n. 1262.

F. viridis Ehrenb. Cat. Hort. Par. ed. III, 347.
Afr. occid. — Huilla (F. Newton).

?>f)

Ser. Proteales

Fam. Proteaceae

Faurea Harvey.

F. saligna Harvey in Hook. Lond. Journ. 1847, 373.

Afr. occid. — Iluilla (P.'^ Antunes).
F. speciosa Welw. ex Trans. Lin. Soe. XXVII, p. 63, t. 20.

Afr. occid. — Huilla (P.'' Dekindt).
F. discolor Welw. 1. c.

Afr. occid. — Hiiilla (P.« Dekindt).

Prolea L.

P. angolensis Welw. in Ann. de Cons. Ultramarino.

Afr. occid. — Huilla (P.*^ Antunes).
P. paludosa Welw.

Afr. occid. — Huilla (P.^ Antunes).
P. micans Welw. Apont.

Afr. occid. — Angola, em Quindumbo (Anchieta).

Ser. Saiitalales

Fam. Lorantaceae

Loranthus L.

L- rhamnifolius Engl. in Bot. Jalirb. XX, p. 87.

Afr. orient. — Moçambique (U. de Carvalho).
L. Pentagonia DC.

Afr. occid. — Dahomey, sobre a Adansonia {¥. Newton).

Fam. Santalaceae

Osyris L.

O. abyssinica Hochst. in Sch. pi. abys. t. 281.

Afr. occid. — Huilla (P.*' Antunes); Humpata (P. Amado).
Thesium L.

Th. equisetoides Welw. in herb.

Afr. occid. — Angola, no Quindumbo (Anchieta).

Fam. Olacaceae
Heisteria Jacq.

H. parvifolia Smilli.

Afr. occid. — Ilha de S. Tliomé (Patrício Alvares).

56

Ximenia Plum.

X. americana L. Sp. pi. ed. I, 1193.

Afr. occid. — Hiiilla (P.® Antunes).

Fam. Aristolochiaceae

Aristolocliia L.

A. Petersiana Klotzsch in Monatsber. d. Bari. Aknd. (1859), p. 599.
Afr. orient. — Moçambique, no Mussoril e na Cabeceira (M. Rodri-
gues de Carvalho).

Ser. Polyíioiiales

Fam. Polygonaceae

Polygonum L.

P. serrulatum Lagasca n, gen. et sp. 14, n. 181.

Afr. orient. — Lourenço JVíarques, no Incomati (F. 0"'"t'''s).
P. lanigerum R. Br. y- africanum Meissner in DC. Prod. XIV, p. 117.
Afr. orient. — Lourenço .Marques, no valle do rio Krokodil, em
Ackmaor a 700'" (F. Quinlas).
P. lapalhifolium Ait. Ilort. Kew. 2, p. 30.

Afr. orient. — Lourenço Marques, no >alle do rio Krokodil (F.
Quintas).
Oxygonum Burchell.

Ò. aiatum Burch. PI. Afr. aust. n. 2077.

Afr. orient. — Lourenço Marques, em ]\íaraquene (F. Quinlas).

Ser. Ceiitrosi)ermac

Fam. Chenopodiaceae

Salicornia L.

S. herbácea L. Act. Hoim. 1741, p. 180.

Afr. orient. — Lourenço Marques, nos pântanos de Maraquene (F.
Quinlas).
Suaeda Forsk.

S. maritima (L.) Dum. Fl. Belg. 22.

Afr. orient. — Lourenço Marques, nos pântanos de Maraquene (F.
Quinlas).

57

Fam. Amarantaceae

Gelosia L.

C. trigyna L. Mant. 212.

Afr. orient. — Moçambique (R. de Carvalho); Lourenço Marques,

em Chixacha e Maliota (F. Quintas).
Afr. occid. — líuiila (P.'' Antunes).
Hermbstaedtia Reich.

II. elegans Moq. DG. Prod. XIII, 2, p. 24-7.

Afr. orient. — Lourenço Marques, em Chiquengo, na margem do
rio Unbeloge e em Maraquene (F. Quintas).
Amarantus L.

A. graecizans L. S|). ed. I, 990.

Afr. orient. — Lourenço Marques, nas margens do Incomali (F.
Quintas).
Sericocoma Fenzl.

S. Welwitschii Hook. f. in Welw. Iter ang. n. 6508.
Afr. occid. — íluilia (G. Capello).
Gyathula Lour.

G. Schimpcriana (Ilocht) Moq. in DC. Prod. XII, 2. p. 328.

Afr. orierit. — Moçambique, na Gorungosa, no pico do Inhatete (R.
de Carvalho).
G. globulifera (Boj.) Moq. in DC. Prod. XII, 2, p. 329.

Afr. orient. — Moçambique, na Gorungosa (í{. de Carvalho).
Pupalia Juss.

P. atropurpurea (L.) Moq. iu DC. Prod. XIII, 2, 331. '

Afr. orient. — Moçambique, nos campos inundados (R. de Carvalho).
P. lappacea (L.) Moq. in DC. Prod. XII, 2, 331.

Afr. orient. — Lourenço Marques, em Maraquene (F. Quintas"!.
Aerua Forsk.

A. javanica (BI.) Juss. in Ann. Mus. XI, 131.

Afr. occid. — Huilla (G. Capello).
A. leucura Moq. in Prod. XIII, 2, 302.

Afr. orient. — Moçambique, na villa de Senna (R. de Carvalho).
A. lanala (L.) Juss. in Ann. Mus. XI, 131.

Afr. orient. — ^Moçambique (R. de Carvalho); Lourenço Marques
F. Quintas).
Psilotrichum Blume.

Ps. africanum Oliv. in Hook. Icon. t. 1542.

Afr. orient. — Moçambique, no Mussoril e Cabeceira (R. de Car-
valho).

S8

Achyranthes L.

A. áspera L. Sp. ed. I, 205.

Afr. orient. — Moçambique, nos campos inundados (R. de Car-
valho) ; Lourenço jMarques (F. Quintas).
Afr. occid. — Huilla (Capello e Ivens).
Na Huilla esta espécie é denominada — nongólo-biomcombo — . As
sementes são empregadas na fabricação das bebidas fermentadas,
à semelhança de lúpulo na cerveja.
A. Welwitschii Schinz in Engi. Deuts.-Ost. Afr. Theil C, p. 174.
Afr. occid. — Huilla (P." Antunes).
Alternanthera Forsk.

A. sessilis (L.) R. Br. Prod. I, 417.
Nome vulg. — Quiamhe.
Afr. occid. — Huilla, margens do Coroca (Capello e Ivens).

A. repens (L.) O. Kuntze.

Nome vulg. — Caçaci.

Afr. occid. — Benguella (Anchieta).

Fam. Nyctaginaceae
Boerhavia L.

B. paniculata A. Rich. Act. soe. hist. nat. Pavis I, 105.

Nome vulg. em Benguella — Uriangulo.

Afr. orient. — Lourenço Marques, nas margens do Incomati (F.

Quintas).
Afr. occid. — Benguella (Anchieta).
B. diífusa»L. Sp. ed. 1, 3.

Afr. orient. — Lourenço Marques (F. Quintas).

Faju. Phytolaccaceae
Limeum L.

L. linifolium Fenz. Moilug. 342.

Afr. orient. — Moçambique, nas margens do Zambeze (R. de Car-
valho) ; Ressano Garcia, nas margens do Incomati (F. Quintas).
Phytolacca L.

P. abyssinica HolTm. in Comm. Goelt. 12, t. II e III.

Afr. orient. — Moçambique, na região alta da Gorungosa (R. de Car-
valho).

Fam. Aizoaceae
Mollugo L.

M. Cerviana L. Sp. ed. I, 272.

Afr. occid. — Vista, no Zaire (D. M. Chaves).

B9

M. nudicaulis Lam. Dict. IV, 234-.

Afr. occid. — Vista, no Zaire D. M. Chaves).
Glinus L.

Gl. Spergula (L.) Pax iii Kiij;!. Pr. a. a. O. 40.

Afr. orient. — Moçambique, nas margens do Zambeze, nos ter-
renos mais altos do Mussoril e Cabeceira (R. de Car^alho).
Afr. occid. — Vista, no Zaire (D. M. Chaves ; Quissarige (An-
chieta).
Gl. lotoides L. Sp. ed. I, 463.

Afr. orient. — Moçambique, nas margens do Zambeze (R. de Car-
valho .
Tetragonia L.

T. expansa Ait. H. Kew. II, 178.

Afr. orient. — Moçambique, no Mussoril e Cabeceira (R. de Car-
valho.

Fam. Caryophyllaceae

Polycarpaea Lam.

P. corymbosa Lam. III. n. 2798.
var. eriantha (líochst) Pax.

Afr. orient, — ]Moçaa)bique (R. de Carvalho ; Lourenço Marques,

em Ressatio Garcia, perto do rio Incomati (F. Quintas).
Afr. occid. — Boma, em Zaire (var.) (D. M. Chaves).

Ser. Ranales

Fam. Anonaceae

Xylopia.

X. Antunesii Engl. et Dieis in Nolizbl. 1899), p. 299.
Afr. occid. — Hiiilla (P.® Antunes, n.** 64).
Artobotrys.

A. dahomensis Engl. in Notizbl. (1899), p. 299.

Afr. occid. — Dahomey íF. Newton).
A. Antunesii Engl. et DieIs 1. c.

Afr. occid. — líuilla (P." Antunes, n.° 100).
Anona L.

A. senegalensis Pers. DC. Prod. I, 86.

Afr. occid. —Vista, no Zaire (D. M. Chaves).

60

Fani. Myristicaceae

Pycnanthiis Warb.

P. microceplialus (Benth.) Warb.

Afr. occid. — Ilha de S. Tliomé (Palricio Alvares).

Fani. Ranunculaceae

Clematis L.

Cl. Wijíhtiana Wall. cat. 464-7.

Air. orient. — Moçambique, nas margens do Zambeze (R. de Car-
valho); Lourenço Marques, na Mahota (F. Quintas).

Ser. Rliocadales

Fam. Capparidaceae

Cleome L.

Cl. ciliata Schum. et Thon. Gum. PI. 294.

Afr. occid. — Vista, no Zaire (D. M. Chaves).
C. monophylla L. Sp. ed. 1, 672.

Afr. occid. — Vista, no Zaire (D. M. Chaves); líuilla (P.® Antu-
nes) ; Humbe, nos sitios sombrios (F. Newton).
Pedicellaria Schrank.

P. pentaphylla (L.) Schrank in Roem. u, Usteri Magaz. f. Bot. 1790.
Afr. orient. — Moçambique, em Mussoril e Cabeceira (R. de Car-
valho).
Afr. occid. — Vista, no Zaire (D. M. Chaves).
Pòlanisia Raf.
* P. foliosa (Hook) Gilg. muscrip.

Afr. occid. — Benguella (Anchieta).
P. hirta (Klotzsch) Pax in Engl. Bot. Jahrb. X, 14,
Afr. occid. — Iluilla (P.*^ Antunes).
Chiliocalyx Klotzsch.
? Ch. tenuifolius Klotz. in Peters Moss. Bot. I, 154.

Afr. orient. — Lourenço Marques, em Maraquene (F. Quintas).
Cladostemon A. Br. et Vatke.

Cl. Paxinnus Gilg. in Engl. Deuts.-Ost. Afr. Theil C, 185.

Afr. orient.' — Moçambique, no iMussoril e Cabeceira (R. de Car-
valho).

61

Capparis L.

C. corymbosa Lam. Dict. I, 605.

Afr. occid. — Bcngiiellii (Anchieta).
C. Carvalhoana Gilg. in Enp;!. Deuts.-Ost. Afr. Theil C, 185.

Afr. orieiít. — Senna, na Zambezia ^H. de Carvalho).
C. lomentosa Lam. Dict. I, 60(5.

Afr. occid. — Huilla (P.® Antunes).
3Iaerua Forsk.

M. nervosa (Hochst.) Oliv. Fl. of Trop. Afr. I, 84.

Afr. orient. — Moçambique, na ilha do Ibó [\\. de Carvalho).
Tylachium Lour.

T. africanum Lour. Fl. Coch. 4-18.

Afr. orient. — Moçambique (11. de Carvalho).

Ser. Rosales

Fam. Crassulaceae

Kalanchoe Adans.

K. crenata Kaw. var. collina Engl. in Engl. Deuts.-Ost. Afr. Theil C,
188.
Afr. orient. — Moçambique, na Beira (Dr. Braga:.
Afr. occid. — Nas margens do rio Lunga, Congo (D. M. Chaves).

Fam. Saxifragaceae

Vahlia Thunb.

V. capensis Thunb. Fl. cap. p. 246; DC. Prod. IV, p. 53.

Afr. orient. — Lourenço Marques, na Matolla (F. Quintas).

Fam. Pittosporaceae

Pittosporum Banks,

P. abyssinicum Dehle in Ann. se. nat. 2, ser. XX, 89.

Afr. orient. — Moçambique, nas margens do Zambeze (R. de Car-
valho).

Fam. Rosaceae

Rubus íi.

R. apetalus Poiret Dict. VI, 242.

Afr. orient. — Lourenço Marques, na iMatolIa (F. Quintas).

62

R. pinnatus Willd. Sp. 11, 1081.

Afr. orient. — Moçambique, na Gorimgosa R. de Carvalho).
Chrysobalanus L.

Ch. Icaco L. Sp. pi. ed. I, p. 513; Oliv. Fl. of Trop. Afr. II, p. 365.

Afr. occid. — Vista, no Zaire (D. M. Chaves).

Fam. Connaraceae

Roíirea Aubl.

R. ovalifoliata Gilg. in Engl. Bot. .Jahr. XIV, 327.

Afr. orient. — Moçambique, no Mussoril e Cabeceira, e em Mar-
rombala, nas margens do Chire (11. de Carvalho).
Cneslis Juss.

C. ferruginea DC. Prod. II, 87.

Afr. occid. — Ilha de S. Thomé (J. de Sousa); Bolama (R, de
Carvalho).

Fam. Leguminosae
Sub-fam. Mimosoidcae

Trib. Iiijs^eae

Albizzia Durazz.

A. anthelmintica A. Brogn. in Buli. Soe. Bot. France VII, 902.

Afr. orient. — Moçambique, no Mussoril e Cabeceira (R. de Car-
valho).
A. hypoleuca Oliv, Fl. of Trop. AU\ II, 356.

Afr. orient. — Moçambique, no Mussoril e Cabeceira (R. de Car-
valho).
A. Brovvnei Walp. Rep. 1, 928.

Afr. occid. — Guiné (R. de Carvalho); Angola, em Quissange (An-
chieta).
A. sp. n. ?

Afr. orient. — Moçambique, no Mussoril.

Trib. Eluniinioseae

Mimosa L.

M. asperata L. Sp. ed. I, 1507.

Afr. orient. — Moçambique, nas margens do Zambeze (R. de Car-
valho).

63

Leucaena Bentb.

L. glauca Benth. in líuok. Lond. Journ. IJol. IV, 416.
Afr. occid. — Benguella (Anchieta).

Tril). Adeiianlliereac

Diclirostachys DC.

D. niitans Benth. in Hook, Journ. Bot. IV, 353.

Afr. orient. — Moçambique, no Mussoril e Cabeceira (H. de Car-
valho).
Afr. occid. — Benguella Anchieta).
D. platycarpa Welw. Apont. p. 576; Ohv. Fl. of I, Afr. II, p. 333.

Afr. occid. — Quissange (Anchieta).
D. sp.

Arbor 10-12 metr. alta, ramis cortice rimuloso cinereo, ramulis
hispidulis, foliis 6-13 cent. longis peliolo, supra canicuiato, ra-
chideque plus minus hispidulis, pinis 8-10 jugis, foliolis 18-22
jugis, oblique lineari-oblongis ápice acutiusculis subtus pallidio-
ribus, margine ciliatis, 5-7 mill. long., 1,5 mill. latis; spicis
axillaribus solitariis vel geminatis, pedúnculo 6-8 cent. longo,
parce hispidulo; leguminibus contortis 2-4 cent. long., 5-10
mill. latis, primum hispidulis, demu glabratis.
An D. nutanlia Benth. varietas? A D. nyassana Taub. in Engl.
Deutsch Ost.-Afr. diííert precipue ramis non angulatis, foliolis-
que numerosioribus.

Trib. Piptadeiiieae
Pusaeta L.

P. abyssinica (Steud) O. Kunze Rev. gen. 204.

Afr. occid. — Angola, em Quindumbo (Anchieta).

Siib-fam. Caesalpinloideae

Trib. I>iiiioi'i>]iaii(li-eae

Burkea Hook.

B. africana Hook. Ic. pi. VI, 593.

Afr. occid. — Huilla (P.'' Antunes).

Trib. Cyiionietfeae

Cynometra L.

C? Carvalhoi Harms in Engl. Bot. .Jahr. XXVI, p. 26 1.

64

Afr. orient. — Moçambique, iio Mussoril e Cabeceira (K. de Car-
valho}.
C. Mannii Oliv. Fl. of Trop. Afr. II, 317.

Afr. occid. — Ilha de S. Thomé (J. de Sousa).

Tril). AinliersUeae

Brachystegia Benth.

B. tamarindoides Welw. ex líenlh. FI. of Trop. Afr. II, 312.

Afr. occid. — Angola, em Quibundo (Anchieta).
B. sp.

Nome vulg. — Mupanda.

Afr. occid. — Mossamedes, na Humpata (P. Amado).
Exemplar representado só por folhas. É arvore de 5 metros cuja
casca é muito rica em tannino. As folhas tem 6 pares de foliolos.
Será variedade da B. spicaefornús?
B. sp.

Afr. orient. — Moçambique, no Moavi (R. de Carvalho).
Exemplar representado por pequenos ramos com folhas. Estas tem
quatro pares de foliolos.
Berlinia Soland.

B. angolensis Welw. Benth. in Trans. of L. Soe. XXV, p. 310; Iliern.
Cat. of Welw. af. pi. I, p. I, 298.

Afr. occid. — Angola, no Quibundo (Anchieta).
B. paniculata Benth. Fl. Trop. Afr. II, 295.

Afr. occid. — Huilla (P.*^ Dekindt, n.° 810).
B. sp. n.?

Afr. occid. — Huilla (P." Antunes).
Exemplar incompleto: só um ramo com folhas.

Trilj. Baiihineae

Bauhinia L.

B. fassoglensis Kotschy ex Schwfth. Reliq. Kolschyan. 14, t. 12, 13.

Afr. orient. — Moçambique, na Beira (I)r. Braga).

Afr. occid. — Huilla (P,'' Antunes); Angola, em Quindumbo (An-
chieta).
B. macrantha Oliv. Fl. of Trop. Afr. II, 289.

Afr. occid. — Huilla (P.*" Antunes).
B. punctata Bolle in Peter's Moss. Bot. 23.

Afr. orient. — Moçambique, na Gorungosa (H. de Carvalho).
B. reticulata DC. Prod. II, 515.

Afr. occid. — Angola, em Quindumbo e Quissange (Anchieta).

f< â.»

Trili. Cassieae

Cássia L.

C. Sieberiana DC Prodr. II, 489.

Afr. oiient. — Moçumbique, no Miissori! e Cabeceira (R. de Car-
valho).
C. Petersiaria Bolle iu Peter's Mon. Bot. 13.

Afr. orient, — Moí^-nnibiqiie, nas margens do Zambeze (^R. de Car-
vallio); Lourenço 3íarques, em Maraquene (F. Quintas).
C. occidentabs L. Sp. ed. I, 377.

Afr. orient. — Lourenço Marques, em Maraquene (F. Quintas).
Afr. occid. — Visita, no Zaire (I). M. Chaves).
C. didymobotrya Fres. in Flora (1839), 53.

Afr. occid. — Angola, no Quindumbo (Anchieta).
C. Abrus L. Sp. ed. I, 376.

Afr. orient. — Moçambique, nas margens do Zambeze (R. de Car-
valho).
C. nigricans Vahl. Symb. í, p. 30; DC. Prod. II, p. 498.
Nome vulg. — Muccle-cele.
Afr. occid. — lluilla (Gapello e Ivens).
C. mimosoides L. Sp. ed. I, 389.

Afr. orient. — Moçambique, nas margens do Zambeze (R. de Car-
valho).
Afr. occid. — Vista, no Zaire (D. M. Chaves); Huilla (P.® Antu-
nes); Humpata (P. Amado).

Trib. Cueaesalpiíieae

Parkinsonia L.

P. aculeata L. Sp. ed. I, 37S.

Afr. occid. — Benguella (Anchieta).
Caesalpinia L.

C. pulcherrima Sw. Observ. 166.

Afr. occid. — Benguella (Anchieta).
C. Bonducella Roxb. Fl. Ind. lí, 357.

Afr. orient. — Moçambique, no Mussoril e Cabeceira (R. de Car-
valho).
Afr. occid. — Vista, no Congo (D. M. Chaves).
Peltophorum Vog.

P. africanum Sond. in Linnaea XXIII, p. 35.
Afr. occid. — lluilla (P.'' Antunes).

5 xvn

66

Sub-fam. Papilionaceae

Trib. Soplioreae

Baphia Afzel.

B. Henriquesiana Taiib. in Bot. Jalirb. XXIII, p. 176.

Afr. occid. — Olchicussi (F. Newton).
Tounalea Aubl.

T. madagascariensis (Desv ) Bail. in Bui. Soe. Lin. 446.
Nome vulg. — Omuhiombo.
Afr. occid. — Huilla (IV Dekindt, n." 328).

Trib. Geniisteae

Crotalaria L.

Sect. I. Simplicifoliae

C. spartea R. Br. ex Bak. in Oliv. Fl. of Trop. Afr. II, 12.

Afr. occid. — Huilla (P." Antunes).
C. anthyllopsis Welw. ex Bak. in Oliv. Fl. of Trop. Afr. II, 15.
Afr. occid. — Huilla (P.^ Antunes).

Sect. II, Oliganthae

C. spinosa Hoclist. in Herb. Schimp. Abyss. 150.

Afr. orient. — Região do Zambeze (II. de Car\alho).
Afr. occid. — Huilla (P.'' Antunes e Capcilo).

Secl. III. Docarpae

C. pseudoeriosema Vath in Oester. Bot. Zeitschr. XXVIII (1878), 198.

Afr. orient. — Moçambique, no Zambeze (R. de Carvalbo).
C. versicolor Bak. in Oliv. Fl. of Trop. Afr. II, 28.

Afr. occid. — Quindumbo, em Angola (Ancbieta).
C. goreensis Guil. et Perrot. Fl. Seneg. I, 165.

Afr. orient. — Lourenço Marques, nas margens do rio Incomati
(F. Quintas).

Afr. occid. — Huilla (P.^ Antunes).

fi7

C. Honda VVelw. ex Bak, iii Fl. of Trop. Afr. II, 30.

Afr. occid. — Hiiilla (P/ Antunes); Angola, em Quindumdo (An-
chieta).
G. ramosissima Baker in Oliv. Fl. of Trop. Afr. II, 26.

Afr. orient. — Chixaclia (F. Quintas).
C. maxillaris Klolzcli in Peter's Moçamb. Bot. 58.

Afr. orient. — Gorungosa (R. de Carvalho).

Sect. IV. Cijlindrocarpae

C. lachnocarpa Ilochst. in Schimp. PI. Abyss. 780.

Nome vnlg. — NhulúJo.

Afr. occid. — lluilia (Capelio e Ivens).
G. striata DG. Prod. II, 131.

Afr. orient. — Ghiloane, ■Mussoril e Gabeceira (R. de Garvalho) ;
Beira (Dr. Braga); Lourenço Marques (F. Quintas).

Afr. occid. — Boma, no Zaire (D. M. Ghaves).

Indigofera L.

Trib. Oaleg-eae

Sect. Eumdigofera

Ser. Simplicifolia

I. erythrogramma Wehv. ex Bak. in Oliv. Fl. of Trop. Afr. II, 93.
Afr. occid. — Humpala (F. Newton).

Ser. Paniculatae

I. piílchra Willd. Sp. 3, p. 1239.

Afr. orient. — Lourenço Marques, em Maraquene (F. Quintas).
Afr. occid. — Vista, no Gongo (D. M. Ghaves).

Ser. Dissitiílorae

I. viscosa Lam, Dict. III, 247.

Afr. orient. — Moçambique, no Mussoril e Gabeceira (R. de Gar-
valho).

68

Ser. Tinctoriae

I. hirsuta L. Sp. ed. I, 751.

[i. longcbarbala (Engl.).

Afr. orient. — Moçambique, no Mussoril c Cabeceira (U. de Gar-

vallio); Lourenço Marques (F. Quintas).
Afr. occid. — Vista, no Congo (D. M. Chaves).
I. dendroides Jacq. Icon. rar. t. 571.

Afr. orient. ^ — Moçambique, no Mussoril e Cabeceira (11. de Car-
valho).

Tephrosia Pers.

T. lupinifoHa DC. II, 255.

Afr. occid. — Boma. no Congo (1). M. Cbaves),
T. aequilata Bak. in Oliv. Fl. of Trop. Afr. II, 113.
var. grandillora.

Afr. orient. — Moçambique, na Gorungosa? (R. de Carvalho).
T. anthylloides llochst. in Kotschy Ilerb aethiop. n. 3.

Afr. occid. — Vista, no Congo (D. M. Chaves).
T. linearis Pers. E^ncli. II, 330.

Afr. occid. — Vista, no Congo (D, M. Cbaves).
T. purpúrea Pers. Ench. II, 329.

Afr. orient. — Moçambique, na margem do Zambeze (R. de Car-
valho); Lourenço Marques, em Maraquene (F. Quintas).
Afr. occid. — Ilumpala (F. Newton).
T. incana Grah. in Wall. Gat. 5644.

Afr. orient. — Moçambique, no Mussoril e Cabeceira (R. de Car-
valho).
T. Carvalhoi Taub. in Bot. Jahrb. XXIII, p. 183.

Afr. orient. — Moçambique, na Gorungosa? (R. de Carvalho).

Milletia W. et Arn.

M. Stuhlmannii Taub. in Engl. Deuts.-Ost. Afr. C, 212.

Afr. orient. — Moçambique, no Mussoril e Cabeceira (R. de Car-
valho).
M. versicolor Welw. ex Baker in Oliv. Fl. of Trop. Afr. II, 129?
Afr. occid. — Vista, no Congo (D. M. Chaves).

Microcharis Benth.

M. latifolia Benth. in Trans. Lin. Soe. XXV, 289, t. 33 B.

Afr. orient. — Moçambique, no Mussoril e Cabeceira (R. de Car-
valho).

69

Sesbania Pers.

S. cinerascens Welw. ex Bak. in Oliv. Fl. of Trop. Afr. 134.

Afr. orient. — Movamhique, no Zambeze (R. de Carvalho).
S. aegyptiaca Pers. Ench. II, 316.

Afr. occicl. — ITiiilIa (P." Anlunes).
S. [iiinctata DC. Prod. II, 265.

Air. occid. — lluilia (P." Antunes).

Tiib. Hedysiareae

Smilhia Ait.

S. strigosa Benth. Plant. Jungh. 211.

Afr. orient. — Moçambique, na Beira (Dr. Braga).
S. megalopbylla Harms in Engl. Bot. Jahrb. XXVI, 292.

Afr. occid. — Huilla (P.'' Antunes, n.° 94).
S. Wehvitschii Taub. in Engl. Bot. Jahrb. XXI ÍI, 190.
Afr. occid. — Huilla (P.'^ Dekindt, n.° 94).
Stylosanlhes Sw.

St. erecta P. Beauv. Fl. d'Ow. lí, 28, t. 77.

Afr. orient. — Lourenço ]\Iarques, em Ressano Garcia, na margem

do Incomati (F. Quintas).
Afr. occid. — Vista, no Congo (D. M. Chaves).
Arachis L.

A. hypogaea L. Sp. ed. I, 741.

Afr. occid. — Vista, no Congo (I). M. Chaves).
Zormia Gmel.

Z. diphylla Pers. Syn. II, 318.

Afr. occid. — Vista, no Congo (D. M. Chaves).
Desmodium Desv.

D. mauritianum DC. Prod. II, 334.

Afr. occid. — Vista, no Congo (D. M. Chaves).
D. paleaceum Guil. et Perroi. Fl. Seneg. 209.

Afr. orient. — Moçambique, no Mussoril e Cabeceira (U. de Car-
valho).
D. triílorum DC. Prod. II, 334.

Afr. occid. — Vista, no Congo (D. M. Chaves).
D. megalanthum Taub. in Bot. .lahrb. XXIIl, p. 192.
Afr. occid. — Huilla (P.'^ Antunes).
Uraria Desv.

U. picta (Jacq.) Desv. Journ. Bot. III, 122.
Afr. occid. — Vista (D. M. Chaves).

70

Alysicarpus Neik.

A. vajíinalis DC. Prod. II, 353.

Afr. occid. — Visla (D. M. Chaves).

Trib. Dalbergieae

Dalbergia L. fil.

D. láctea Vatke in Oester. Bot. Zlsch. XXVIII (1878), 263.

Afr. orient. — Moçambique, na Gorungosa (R. de Carvalho).
D. mossambiceiísis Harms in Bot. Jahrb. XXVI, p. 295.

Afr. orient. — Moçambique, na Gorungosa (R. de Carvalho).

D. Dekindtiana Harms in Engl. Bot. Jahrb. XXVI, 298.

Afr. occid. — Huilla, em Omutona (P.*' Dekindt, n.° 490).
Lonchocarpus H. B. K.

L. pallescens Welvv, ex Bak. in Oliv. Fl. of Trop. Afr. II, 242.

Afr. occid. — Huilla (P.^ Antunes).
L. sericeus H. B. K. ex DC. Prod. II, 260.

Afr. occid. — Benguella (Anchieta).

Trib. Vieieae

Abrus L.

A. precatorius L. Syst. 533.

Afr. orient. — Moçambique, no Mussoril e Cabeceira (R. de Car-
valho).
Afr. occid. — Vista, no Congo (D. M. Chaves).

Trib. Phaseoleae

Teramnus Sw.

T. labialis Spreng. Syst. III, 235.

Afr. occid. — Huilla (P.® Antunes).
Erythrina L.

E. Humei E. Mey Comm. 150.

Afr. orient. — Lourenço Marques, na Malolia (F. Quintas).
E. suberifera Weiw. ex Bak. in Oliv. Fl. of Trop. Afr. II, 183,
Afr. occid. — Huilla (P.' Antunes).
Mucuma Adans.

M. rhynchosioides Taub. in Engl. Bot. Jahrb. XXIII, p. 194.
Afr. orient. — Moçambique, no Zambeze (R. de Carvalho).
Canavalia Adans.

C. obtusifolia DC. Prod. II, 404.

Afr. occid. — Vista, no Congo (D. M. Chaves).

71

Cajanus DC.

C. indiciis Spr. Syst. Veg. Ill, 24-8.

Afr. orient. — Moçambique, no Mussoril (; Cabeceira (R. de Car-
valho).
Rhynchosia Lour.

K. monophylla Schlech. in Journ. of Bot. 1897, p. 279.
x\rr. orient. — ^loçambiqtie (Dr. Braga).
Eriosema DC.

E. cajanoides Ilook. Fi. Nigr. 314.

Afr. oricnl. — Moçambique, no Mussoril (R. de Carvalho); Lou-
renço Marques, na 31alolia (F. Quintas).
Afr. occid. — Huilla (Capello e Ivens).
E. glomeratum Hook. Fl. Nigr. 314.

Afr. occid. — Vista, no Congo (D. M. Chaves).
E. chrysadenium Taub. in Engl. Bot. Jahrb. XXIII, p. 195.
Afr. occid. — Angola, na Serra Cassanha (F. Newton).
Voandezia Thou.

V. subterrânea Thou. Gen. Madag. n. 777.

Afr. orient. — Lourenço Marques, na Matolla (F. Quintas).
Afr. occid. — Vista, no Congo (D. M. Chaves).
Vigna Savi.

V. sinensis Endl. in Hassk. PI. jav. rar. 386.
Nome ind. — Tinhahan ou Timboene.
Afr. orient. — Lourenço Marques, na Matolla (F. Quintas).
Dolichos L.

D. longistipellatus Harms in Engl. Bot. Jahrb. XXVI, 314.

Afr. occid. — Huilla ;?.' Antunes, n.° 124).
D. Antunesii Ifarms 1. c, p. 318.

Ser. Oeraiiiales

Fam. Geraniaceae

Pelargonium Tllérit.

P. mossambicense Engl. Deuts.-Ost. Afr. C, p. 22o.

Afr. oriefit. — Gorungosa (R. de Carvalho).
P. aconitiphyllum Eckl. et Zeyh. exs. n. 517; Harv. et Sonder Fl.
cap. I, 276.

Afr. orient. — Moçambique, na Beira (Dr. Braga).

72

l'am. Oxalidaceae

Oxalis L.

O. semiloba Sond. in Harv. et Sond. FL cap. I, 350.

Afr. orient. — Lourenço Marques, em Maraquene (F. Quintas).
Biophvton DC.

B. sensitivum (L.) DC. Prod. I, G90.
Nome vulg. — Palamá.
Afr. occid. — Dahomey, em Canná (F. Newton).

Fam. Erythroxylaceae

Erythroxylon L.

E. hypericifolium Lamk. Encyc. II, 394.

Afr. orient. — Lourenço Marques, na Matolla (F. Quintas).

Fam. Zygophyllaceae

Tribulus (Tourn.) L.

T. terrestris L. Sp. ed. I, 387.

Afr. orient. — Moçambique, na margem do Zambeze (R. de Car-
valho); Lourenço Marques, em Maraquene (F. Quintas).
Afr. occid. — Benguclla (Anchieta); lluilia (P.*^ Antunes).
Zygophyllum L.

Z. simplex L. Sp. pi. ed. I.

Afr. occid. — lluilla (P." Antunes).

Fam. Rutaceae

F. thomensis Engl. in Engl. Bot. Jahrb. 149.

Fagara L.
lon
Afr. occid. — Ilha de S. Thomé (J. de Sousa

Fam. Burseraceae

Commiphora Jacq.

C. Antunesii Engl. in Engl. Bot. Jahrb. XXVI, 37.
Afr. occid. — lluilla (P.*^ Antunes, n.° 302).

Fam. Meliaceae

Turraea L.

T. nilotica Kotschy et Peyr. PI. Tinn. 12, tab. 6.

Afr. orient. — Moçambique, em Chiloane (U. de Carvalho).

73

Melia L.

M. Azedarach L. Sj). pi. ed. 1, 384.

Afr. occid. — ^Huilla (P.® Antunes, n.° 54).
Ekebergia Sparm.

E. benfíiiellensis Welvv. ex DC. Monogr. phan. I, 642.
Afr. occid. — Hiiilla (P.^ Antunes, n.° 291).

Fam. Malpighiaceae

Tristellateia Thouars.

T. africana S. Moore in Journ. of Bot. XV (1877), 289.

Afr. orient. — Moçambique, no Mussoril e Cabeceira (R, de Car-
valho).

Fam. Polygalaceae

Polygala L.

P. Gomesiana Welvv. in Trans. Lin. Soe. XXVH, t. 4.

Afr. occid. — Huilla (P.^ Antunes, n." 17).
P. virgata Thunb. var. decora (Sond.) llarv. Fl. cap. I, 85.

Afr. orient. — Gorungosa (R. de Carvalho).
P. africana Chodat. Mon. Polyg. I, 99, II, 168, t. XX, fig. 20, 21.

Afr. occid. — Huilla, nos terrenos arenosos (P.^ Dekindt, n." 801).
P. huillensis Welw.; Oliv. Fl. of Trop. Afr. I, 133.

Afr. orient. — Lourenço Marques, em Ressano Garcia, nas mar-
gens do Incomati (F. Quintas).
Securidaca L.

S. longipedunculata Fres. in Mus. Senck. II, 275.
var. parvifolia Oliv. Fl. Trop. Afr. I, 134.
Afr. occid. — Huilla (P.*^ Antunes).

Fam. Dichapetalaceae

Dichapetalum Thouars.

D. rellexum (Kl.) Engl. in Deuts.-Ost. Afr. C, 235.

Afr. orient. — Moçambique, no Mussoril e Cabeceira (R. de Car-
valho).

Fam. Euphorbiaceae

Phyllanthus L.

P. macranthus Pax in Engl. Bot. Jahrb. IX, 77.

Afr. orient. — Moçambique, no Mussoril e Cabeceira (R. de Car-
valho).

74

P. Welwitschianus Mull. Arg. in Seem. Journ, of Bot. (1864), p.
330.

Afr. occid. — Huilla (P/ Antunes, n." 719).
P. capillaris Schum. et Thonn. Giiin. p!. 417.

Afr. orient. — Moçanabiqiie, na Gorungosa (R. de Carvalho).
P. íloribundus Mull. Arg. in Linnaea XXXII, 14.

Afr. orient. — Lourenço Marques (F. Quintas).
P. pentandrus Schum. et Thonn. Guin. pi. 419.

Afr. orient. — Moçambique, no Mussoril e Cabeceira (R. de Car-
valho); Lourenço Marques, na encosta da Ponta Vermelha;
Ressano Garcia, nas margens do Incomati (F. Quintas).
Afr. occid. — Vista, no Congo (D. M. Chaves).
P. reticulatus Poir.

Afr. occid. — Angola, no Quindumbo (Anchieta); nas margens do
Corocca (F. Newton).
P. Antunesii Pax in Bot. Jahrb. XXIIl, p. 519.
Afr. occid. — Huilla (P.® Antunes, n.° 83).
Antidesma L.

A. venosum Tui. in Ann. se. nat. (1851), 232.

Afr. orient. — Moçambique, perto da bahia (R. de Carvalho).
Croton L.

C. Antunesii Pax in Bot. Jahrb. XXIII, p. 523.

Afr. occid. — Kihita e Gambos (P.^ Antunes, n." 709).
Alchornea Sw.

A. cordifolia Mull. Arg. in Linnaea XXXIV, 170.
Afr. occid. — Bolama (R. de Carvalho).
Obs. — Determinação incerta, por ser muito incompleto o único
exemplar.
Lepidoturus Baill.

L. laxidorus Benlh. in Hook. Icon. pi. t. 1297.

Air. orient. — Moçambique, no Mussoril e Cabeceira (R. de Car-
valho).
Acalypha L.

A. polymorpha Mull. Arg.
var. angustifolia.

Afr. occid. — Humpala (P. Amado); var. na Iluilla (P."^ Antunes,
n.° 83o).
A. indica L. Sp. ed. I, 1003.

Afr, orient. — Lourenço Marques, nas margens do Incomati (F.

Quintas).
Afr. occid. — Huilla (P.® Antunes, n.'' 259). É a forma abortiva
(Hochst.) Tyiviujero (P.« Dekindt, n." 785).

75

A. bcnf^uellensis Miill. Arg. in Scem. Joiírn. of líot. l, 335.
Afr. occid. — Huilla {V.' Dekindt, n.'' 847).
Tragia L.

T. angustifolia Benth. in Hook. Nig. Fl. 502.

Afr. orient. — Ilha de Ibó (R. de Carvalho).
T. okanyna Pax in Buli. de Therbier Boissier VI (1898), p. 735.
Afr. occid. — Gambos (P.® Dekindt).
Empregam a raiz pulverisada contra a tosse das creanças.
Ricinus L.

R. communis L. Sp. ed. I, 1007.

Afr. occid. — Huilla (P.^ Antunes, n." 183).
Jatropha L.

J. Curcas L. Sp. ed I, 1006.

Afr. occid. — Angola, no Quindumbo (Anchieta).
J. multifida L. Sp. ed. l, 1006.

Afr. occid. — Vista, no Congo (D. M. Chaves); Benguella (Anchieta).
Cluytia L.

Cl. Richardiana Mull. Arg. in DC. Prod. XV, 2, 1044.

Afr. orient. — Gorungosa (R. de Carvalho).
C. benguellensis Mull. Arg. in Seem. Journ. of Botany, vol. I, 337.
Afr. occid. — Planicies arenosas de Tyidingito (P.* Dekindt, n.°813).
Maprounea Aubl.

M. africana Mull. Arg. in DC. Prod. XV, 2, p. 1191.
Afr. occid. — Huilla (P.^ Dekindt, n.'' 453).
Euphorbia L.

E. tenella Pax in Bui. de Therb. Boissier VI, 738.

Afr. occid. — Entre os Gambos e Humbe, e nos terrenos arenosos
nas margens do Kitembo, na Huilla (P.® Antunes e Dekindt,
n.°' 828 e 842).
E. indica Lam. Dict. II, 423.

Afr. orient. — Serra de Gorungosa (R. de Carvalho).
Afr. occid. — Vista, no Congo (D. M. Chaves).
E. pilulifera L. Amoen. 3, 114.

Afr. orient. — Serra de Gorungosa (R. de Carvalho); Lourenço

Marques, nas margens do Incomati (F. Quinlas).
Afr. occid. — Vista, no Congo (D. M. Chaves).
E. mozambicensis Boissier DC. Prod. XV, 2, 36?

Afr. orient. — Moçambique, nas margens do Macur (R. de Car-
valho).
E. Poggei Pax in Buli. de Iherb. Boissier, VI, p. 737.
var. villosa Pax.

Afr. occid. — Huilla (P.*' Antunes, n.° 84).

76

E. benguellensis Pax in Buli. de l'heib. Boissier, VI, p. 741; Bot.
Jahrb. XXIII, p. 532.

Afr. occicl. — líuilla, nos terrenos inundados (P." Antunes, n." 362);

Tyivingiro, perlo da origem de Luaia, alt. 1760"" (P.^ Dekindt,

n.° 827).
E. Monteiri Hook. in Bot. \Jag. t. 5534.

Afr. occid. — Otyingambue, nos Gambos, ali. 1200'" (P.* Dekindt,

E. coerulans Pax in Bui. de Therb. Boissier VI.

Afr. occid. — Humpata (P." Dekindt. n.° 829).
E. verticillata Pax in Buli. de Tberb. Boissier VI, 74.

Afr. occid. — Mossamedes, nas margens do rio Neno (P.^ Antunes).

Fani, Anacardiaceae

Lannea A. Bich.

L. rubra (Miern) Engl. in Bot. Jabrb. XXIV, p. 496.
var. latifolia Engl.; var. angustifolia Engl.

Afr. occid. — líuilla (P.° Antunes); Humpata (P. A. de Mello Ba-
malho).
Heeria Meiss.

II. mucronata Bernh. ex Krauss Beitr. in Flora XXVII, 349.
var. obovala (Oliv.) Engl.

Afr. orient. — Moçambique, na bahia, ilha de Ibó (B. de Carvalho).
Bhus L.

Bh. villosa L. f. Suppl. 183.

Afr. occid. — Huilla (P." Antunes, n." 109).
Bh. huillensis Engl. in Bot. Jahrb. XXIV, p. 501.
var. ohtusifolia Engl.; var. acutifolia Engl.

Afr. occid. — Huilla, no rio Coroca (F. Newton); var. Huilla (P."
Antunes).

Fam. Celastraceae

Gymnosporia Wight et Arn.

G. senegalensis (Lam.) Loes. in Engl. Bot. Jahrb. XVII, 541.
var. a. inermis Bich.
form. chartacea Loes.

Afr. orient. — Moçambique, em Marrombala, nas margens do
Chire (B. de Carvalho).
var. spinosa Engl.

Afr. occid. — Benguella (Anchieta).

77

Fam. Hippocrateaceae

Hippocratea L,

li. pallens Plancli. iri Oliv. Fl. oC Trop. Afr. I, 369.

Afr. orient. — Moçambique, na ilha do Ibó (R. de Carvalho).
Salacia L.

S. iloribunda Tulasne in Ann. se. uai. 4." ser. VIII (1857), 97.
^. kiimbenensis Loes.

Afr. orient. — Moçambique, nos terrenos mais altos do Mussoril e
Cabeceira (R. de Carvalho).

Fam. Sapindaceae

Cardiospermum L.

C. Halicacabum L. Sp. PI. I, 336.

Afr. orient. — Lourenço Marques, nas margens do Incomati (F.
Quintas).
Allophyllus L.

A. rubifolius (líocht.) Fngl. in Frochgebirgsn. d. Trop. Afr. 292.

Afr. orient. — Moçambique, no Mussoril e Cabeceira (R. de Car-
valho).

Fam. Balsaminaceae

Impatiens L.

I. aff. I. capensi Thumb.

Afr. orient. — Serra da Gorungosa (R. de Carvalho).

Fam. Rhamnaceae

Zizyphus Juss.

Z. Jujuba Lam. Dict. III, 318.

Afr. occid. — líuilla (P."" Antunes, n." 367); Quindumbo (An-
chieta).

Fam. Vitaceae

Ampelocissus Plancb.

A. mossambicensis (Klotzsch) Planch. in .lour. de la Vigne am. (1855),
49.

Afr. orient. — Moçambique (R. de Carvalho).
A. aff. A. Lecardii Planch.

Afr. occid. — Quindumbo (Anchieta).

78

Cissus L.

C. rubigiiiosa (Wclvv.) Pianch. iii DC. Suites an Prod. V, 48o.

Afr. occid. — Quindumbo (Anchieta).
C. adenocaulis Steiid. in A. Rich. Fi. Abyss. I, 111.

Afr. occid. — Angola, em Qiiissange (Anchieta, n.° 44).
C. aíí. C. crinitae Planch.

Afr. occid. — Quindumbo (Anchieta).

Obs. — Pela forma da folha e pellos que cobrem totalmente a pagina
inferior mais se parece com o C. moUis. A corolla porém coberta
de pellos glandulosos na parte externa superior approxima-o do
C. crinitae. O exemplar não está acompanhado de fructos.

Ser. Malvales
Fam. Tiliaceae

Trilj. TiUeae

Corchorus L.

G. tridens L. Mant. 566.

Afr. occid. — Lourenço Marques, na Malolla (F. Quintas).

Trib. Grewieae

Grewia L.

G. columnaris Sm. in Bees Cycl. XVIÍ, n. 5.

Afr. orient. — Moçambique, na ilha de Ibó (R, de Carvalho).
G. obovata K. Schum. in Engl. Deuts.-Ost. Afr. G, 263.

Afr. orient. — Moçambique, no Mussoril e Cabeceira (U. de Car-
valho).
G. Forbesii llarv. apud Mast. in Oliv. FI. of Trop. Afr. I, 250.

Afr. orient. — Moçambique, no Mussord e Cabeceira (R. de Car-
valho).
G. pilosa Lam. Dict. 111, 43.

Afr. orient. — Moçambique, no Mussoril e Cabeceira (R. de Car-
valho).
G. conocarpa K. Schum. in Engl. Deuts.-Ost. Afr. C, 264.
Afr. occid. — Boma, no Zaire (D. M. Chaves).
Triumfetta L.

T. rhomboidea Jacq. PI. americ. 70, t. 90.

Afr. occid. — Vista, no Congo (D. M. Chaves).

79

Fam. Malvaceae

Abutilon Giirtn.

A. bidentatum líochst. in A. Rich. Fl. Abys. I, 68.

Air. orient. — Lourenço Marques, na margem do rio Umbelage
(F. Quintas).
A. indicum (L.) Don. Gen. Syst. I, 504.

Afr. orient. — Serra da Gorungosa (R. de Carvalbo).
Sida L.

S. spinosa L. Sp. ed. I, 683.

Afr. orient. — Lourenço Marques, nas margens do Incomati (F.
Quintas).
S. capensis Eckl. et Zeyh. En. pi. cap.

Afr. orient. — Lourenço Marques, nas margens de Incomati (F.
Quintas).
S. acuta Burm. ¥\. Ind. 147.

Afr. occid. — Vista, no Congo, nas terras argiilosas (D. M. Chaves).
S. cordifolia L. Sp. ed. I, 684.

Afr. occid. — Vista (D. M. Chaves); Huilla (Capcllo e Ivens).
Urena L.

U. lobata L. Sp. ed. I, 692.
var. reticulata (Cav.) Gurke.

Afr. orient. — Moçambique, na Cabeceira pequena (R. de Car-
valho).
Afr. occid. — Vista, no Congo, nas terras argiilosas (D. M. Chaves)
Pavonia L.

P. Columella Cav. Diss. IIÍ, 138, t. 48, fig. 3.

Afr. orient. — Serra da Gorungosa (R. de Carvalho).
P. odorata Willd. Sp. PI. lII, 837.

Afr. orient. — Moçambique, na Cabeceira pequena (R. de Car-
valho).
Hibiscus L.

Sect. I. Kelmia Endl.

IL physaloides Guill. et Perr. Fl. Seneg. 52.

Afr. orient. — Moçambique, na Beira (Dr. Braga).
H. cordatus Harv. Fl. cap. 1, 172.

Afr. orient. ^ — Lourenço Marques, em Maraquene (F. Quintas).
H. rhodantus Gurke in Buli. Herb. Boiss. Ill, p. 405 (1895).

Afr. occid. — Huilla (P.® Antunes, n.° 365; Humpata (P. Amado).

80

Sect. II. Furcaria DC.

H. cannabinus L. Sp. pi. ed. II, 979.

Afr. oiient. — Moçambique, nas margens do Zambeze (R. de Car-
valho).

Afr. occid. — Visla, no Congo (D. M. Chaves).
H. fiircalus Roxb. Cat. p. 31.

Afr. orient. — Moçambique, na Beira (Dr. C. Braga).
II. senalensis L. Sp. ed. I, 696.

Afr. orient. — Lourenço Marques (F. Quintas).

Sect. III. Bombicella DC.

H. gossypinus Thumb. Prod. 118.

Afr. occid. — Huilla (P.*" Antunes).
II. micranlhus Cav. Diss. Ill, 155, t. 66, fig. 1.

Afr. orient. — Moçambique, na Cabeceira pequena (R. de Car-
valho).

Sect. IV. Azcmza DC.

H. liliaceus L. Sp. ed. I, 694.

Afr. orient. — Moçambique, nas margens dos rios e na bahia do
Mussoril (R. de Carvalho).

Sect. V. Trionum DC.

II. Trionum L. Sp. ed. I, 697.

Afr. orient. — Transvaal, nas margens do rio Krokodil (F. Quin-
tas).
Lagunaea Cav.

L. lobata WM. Sp. 3, p. 733.

Afr. occid. — Angola, na Serra de Chella (F. Newton); na Huilla
(P.^ Antunes).
L. ternata Cav. Diss. 5, p. 279, t. 136, fig. 2.

Afr. orient. — Moçambique, na Cabeceira pequena (R. de Car-
valho).

81

Gossypium L.

G. barbadense L. Sp. ed. I, 193.

Afr. occid. — Visla, no Congo, em terreno húmido e argilloso (D.
M. Chaves).

Fam. Sterculiaceae

JVIelhania Forsk.

M. Forbesii Planch. apud Mast. in Oliv. Fl. of Trop. Afr. I, 231.

Afr. orient. — Lourenço Marques, nas margens do Incomati (F.
Quintas).

Dombeya Cav.

D. Bourgessiae Gerr. in llarv. et Sond. Fl. cap. II, 590.
Afr. orient. — Moçambique (U. de Carvalho).

llermania L.

II. tigrensis Hockst. in A. Kich. Fl. Abys. I, 74, t. 17.

Afr. orient. — Moçambique, nas margens do Zambeze (R. de Car-
valho).
H. borraginillora Ilook. Ic. pi. t. 597.

Afr. orient. — Lourenço Marques, nas margens do Incomati (F.
Quintas).

Melochia L.

M. melissifolia Bth. in llook. Journ. bot. IV, 127.

Afr. orient. — Moçambique, no Macuri (R. de Carvalho).
M. corchorifolia L. Sp. ed. l, 675.

Afr. occid. — Vií«ta, no Congo (D. M. Chaves).

Waltheria L.

W. americana L. Sp. ed. l, 637.

Afr. orient. — Lourenço Marques, nas margens do Incomati (F.

Quintas).
Afr. occid. — Angola, em Quissange (Anchieta, n." 46).

Ser. Parietal CS

Fam. Dilleniaceae

Tetracera L.

T. Boiviniana Baill. in Adans. VII, 300, t. 7.

Afr. orient. — ^Moçambique, no Mussoril e Cabeceira (R. de Car-
valho).
6 xvu

8-2

Fam. Ochnaceae
Ochna L.

Sect. I. Schizanthera Engl. in Bot. Jalirb. XVII, 75

O. alboserrata Engl. 1. c. 75.

Afr. orient. — Moçambique, na ilha do Ibó (R. de Carvalho).

Sect. II. Diposidimn Engl. 1. c. 76

Serrulatae Engl

O. Carvalhi Engl. in Deuts.-Ost. Afr. G, 273.

Afr. orient. — Moçambique, no Mussoril e Cabeceira, ilha de Chi-
loane (R. de Carvalho).

* O. Hopfmi Engl.

Afr. occid. — Huilla (P.^ Antunes).

* O. angustifolia Engl.

Afr. occid. — Huilla (P.^ Antunes); ílumpata (P. Amado).

* O. Antunesii Engl.

Afr. occid. — iluilla (P."^ Antunes, n." 44).

Ouratea Aubl.

O. reticulata (P. Beauv.) Engl. in Bot. Jahrb. XVII, 81.
Afr. occid. — Bolama (J. de Sousa).
Sauvagesia L.

S. erecta L. Sp. ed. I, 203.

Afr. occid. — Vista, no Congo (D. M. Chaves).

Fam. Guttiferae
Hypericum L.

Sect. I. Cainpylosportis Spacli.

H. lanceolatum Lamk. Encycl. IV, 14S.

Afr. orient. — Moçambique, na Goninganha (R. de Carvalho),

83

Sect. II. Euhypericum Boiss.

fl. aethiopicum Thunb. Fl. cap. 4-39.
var. huillense Engl.

AIV. occid. — Humpata (F. Newton).
Psorospermum Spach.

P. albitium (Oliv.) Engl. in Bot. Jahib. XVII, 83.

Afr. occid. — Angola, em Quissange e Quindumbo (Anchieta);
Iluilia (P.° Antunes, n.** 277).
P. febriíugtim Spach in Ann. se. nat. ser. II, V, 163.
Afr. occid. — Hiiilla (P.^ Antunes).
Haronga Thouars.

II. paniculata (Pers.) Lodd. ex Steud. Nom. ed. II, I, 772.

Afr. orient. — Moçambique, na margem do Zambeze (R. de Car-
valho).

Fam. Tamaricaceae

Tamarix L.

T. articulala Vahl. DC. Prod. III, 96".
Afr. occid. — Huilla (P.*" Antunes).

Fam. Violaceae

AIsodeia P. Thouars.

A. dentata (P. B.) Oliv. in Fl. of Trop. Afr. I.
Afr. occid. — Ilha do Príncipe (J. de Sousa).
Jonidium Vent.

J. enneaspermum Vent. Malm. p. 27 ex DC. Prod. I, 308.

Afr. orient. — Moçambique, nas margens do Zambeze (R. de Car-
valho).

Fam. Flacourtiaceae

Oncoba Forsk.

O. tetlensis Oliv. Fl. of Trop. Afr. l, 116.

Afr. orient. — Lourenço Marques, em Maraquene (F. Quintas).
Doryalis E. Mey.

D. verrucosa (Hochst.) Warb. in Engl. Pranll. Nat. Pfl. Fam. IV, 4,
p. 84.

Afr. occid. — Huiíla (P.' Antunes, n.° 136).

8i

Fam. Turneraceae

Wormskioldia Toiín. et Schiim.

W. glanduliíera Klolzsch. iii Pet(3rs Mozamb. I, 14C.
Afr. orient. — Villa de Senna (R. de Carvalho).
W. Schinzii Urb. in Engl. Bot. Jahrb. II, 57.

Afr. orient. — Lourenço Marques, nas margens do rio Incomali

(F. Quintas).
Afr. occid. — Gambos, nas margens do rio Caculo-var (F. Newton).
W. longipedunculata Mast. in Oliv. Fl. of Trop. Afr. II, 502.
Afr. orient. — Moçambique, na Beira (Dr. Braga).

Ser. Tliymelacales

Fam. Thymelaeaceae

Gnidia L.

G. Dfkindliana Gilg. in Bot. Jahrb. XXIIÍ, p. 205.

Afr. occid. — Huilla (P.^ Dekindt).
G. Hoepfuesiana (Valke) Gilg. in Bot. Jahrb. XIX, p. 268.

Afr. occid. — Ilumpata (P. A. de Mello Ramalho, F. Newton).
G. Newtoni Gilg. in Bot. Jahrb. XXllI, p. 20o.

Afr. occid.' — Serra de Chella, Ilumpala (F. Newton).
* G. transvaalensis Gil. manusc.

Afr. orient. — Transvaal (F. Quintas).
G. aíf. G. flavae (Rendie) Gdg.

Afr. occid. — Huilla (P.° Antunes).
Synaplolepis Oliv.

S. longiílora Gilg. in Etigl. Bot. Jahrb. XIX, 276.

Afr. orient. — Moçambique, no Macuri (R. de Carvalho).

Ser. Myrtiflorae

Fam. Lythraceae

Ammannia L.

A. auriculata Wílld. Hort. Ber. I, tab. 7.

Afr. orient. — Moçambique, na margem do Zambeze (R. de Car-
valho); Lourenço Marques, nas margens do Incomati (F. Quin-
tas).

85

A. atlcmiiita Iluclist. ex A. Kicli. Fl. Abyss. I, 278.

Afr. oriciit. — Mornmhiqne (li. de Carvalho).
A. baccifera L. Sp. ed. I!, 17.".

AIV. orieiíl. — Loureiíru AJarques, na Malolla (F. Quintas).
Pemphis Forsler.

P. acidula Forst Charnt. Gen. pi. 67 et 68.

AIV. orient. — Moçambique, na ilha de Ibó (R. de Carvalho).
Heimia.

li. pulchella K. Sch. in Enpl. Prantl. Nat. Píl. Fam. III. 6.», p. 44.
Afr. orient. — 31oçanibique, no Buari (R. de Carvalho).
Lawsonia L.

L. inermis L. Sp. ed. í, 349.

Afr. orient. — Moçambique, junto da bahia, nos terrenos altos de
Mussoril e Cabeceira (R. de Carvalho).

Fam. Rhizophoraceae

Rhizophora L.

R. mucronata Lam. Dict. VI, 169; ill. t. 396, fig. 2,

Afr. occid. — Vista, nas margens da lagoa (D. M. Chaves).
Anisophyllea R. Rr.
A. Cabolé Henriques.

Arbor mediocris trunco 15 ccnt. in diâmetro, ramis (saltem no-
vellis) nerviisque foliorum sericeo-pilosis; foliis valde inaequali-
bus, aliis parvulis o^ato-acutis, sessilibus, aliis breve peliolatis
ovato-lanceolatis. membranaceis, integerrimis salis longe api-
culalis, nerviis lateralibus 5, 4 fere a basi, uno a tertia parte
limbi ad apicem nervo centrali conlluenlibus, siccitate nigres-
centibus, lloribus ebracteatis remote dispositis spicatis, spicis
gracilibus supraxillaribus foliis proximis longioribus; iloribus
hcrmaphroditis, sepalis triangularibus, villosulis ciliatis plus mi-
nus revolutis; petalis 5-fidis, laciniis íiliformibus e médio albis;
staminibus 8, filamentis subulatis com|)ressis ápice iiicurvis se-
palis ac petalis parum longioribus, antheris brevibus, stylis 4
subulatis extus recurvis disco papilloso cinctis.

Folia minima 8 mm. long. 3 mm, lata; folia majora petiolo 3-4
mm. long.; limbo 8-20,5 cm. long. 3,5-9 cm. lat. Spica 15
cm. long.

Afr. occid. — Ilha de S. Thomé, nos Angolares (Major Curado);
roça Potó (l)r. A. .). d'Almeida).

Mome vulg. — Cabolé.

86

A madeira produzida por esta |)lanta é de notável belleza e muito
própria |)ara ohras de marcenaria que não lenham grandes di-
mensões, jiorque as arvores são de pequeno diâmetro.

Faiii. Myrtaceae ^

Psidium L.

Ps. Guayava L. Sp. ed. I, 470.

Afr. occid. — Benguella (Anchieta).
Eugenia L.

E. angolensis Engl. in Nolizblat d. bot. Gart. und Mus. Berlin, n. 288.
Afr. occid. — Humpata (P. Amado).
Syzygium Gartn.

S. cordatum Ilochst. in Harv. et Sond. Fl. cap. 11, 521.

Afr. occid. — Quindimíbo (Anchieta); Huilla :F. Newton).
S. owariense (P. Beauv.) Benth.in Hook. Fl. Nigr. 359.

Afr. occid. — Humpata (P. Amado); íluilhi (P.° Antunes, n." 280).
f. angustifolia.

Afr. orient. — Moçambique (R. de Carvalho).

Fam. Combretaceae

Combretum L.

G. Bragae Engl. in Deuts.-Ost. Afr. C, 289.

Afr. orient. — Beira (Dr. Braga, n." Ifil).
C. lepidotum Hochst. ; Rich. Fl. Abys. 1, 268; Oiiv. Fl. of Trop. Afr.
11, 427.

Nome vulg. — Omiipupu.

Afr. occid. — Huilla (P.^ Dekindt, n.^ 535).
C. paniculatum Vent.; DC. Prod. 111, 20; Oliv. 1. c. 425.

Afr. occid. — Huilla (P.'' Dekindt, n.'' 23).
C. truncatum Welw. ms. in Oliv. 1. c. 427.

Nome vulg. — Omuhijslohamba.

Afr. occid. — Entre os Cambos e o Humbe, na região do rio Ca-
culovar, na alt. de llOO"'" (P.« Dekindt, n.° 843).
C. anisopterum Welw. ms. Oliv. 1. c. 429.

Afr. occid. — Huilla (P.*^ Antunes, n.^' 355).
C. microphyllum Klolzsch in Peter's Mon. Bot. 74; Oliv. 1. c. 427.

Afr. orient. — Gorungosa (R. de Carvalho).
C. mossambicense i^Rlolzsch) Engl. in Deuts.-Ost. Afr. C, 292.

Afr. orient. — Moçambique, nas margens do Zambeze (R. de Car-
valho).

87

C. Carvalhi En<;l. in Deiils.-Ost. Afr. C, 292.

Afr. orient. — Goriinfíosa (H. de Carvallio).
C. tomontosiim Don, DC. {'md. MI, 21; Oliv. I. c. 430.

Afr. orient. — Bolama (R. de Carvallio).
C. infundibuliforme Engl. in Deuts.-Ost. Afr. C, 292; C. constrictum
Laws. in Oliv. 1. c. 423.

Afr. occid. — Serra de Clielia a 900*" (P." Dekindt).
C. oxyslachyum Welw. ms. ex Oliv. 1. c. 422.

Air. occid. — Entre Chella e Mossamedes (P.® Antunes).
C. celastroides Welw. ms.; Oliv. I. c. 422.

Afr. occid. — Iluilia (P.'' Dekindt, n.'' 333).

C. pisoniiflonim (Klotzsch) Engl. in Deuts.-Ost. Afr. C, 293.

x\fr. orient. — Moçambique, na Cabeceira pequena (R. de Carvalho).
Guicra Adans.

G. senefialcnsis Lam. Tabl. encycl. 11, 486, t. 360; Oliv. 1. c. 418.
Afr. occid. — Rolama (R. do Carvalho).

Fam. Melastomaceae

Osbeckia L.

O. congolensis Cogn. in DC. 3lonogr. Phan. Vil, 314.

Afr. occid. — Vista (Congo), nas areias próximas da lagoa (D. M.
Chaves).
Tristemma Juss.

T. Schumachcri Guil. et Perrot. Fl. Seneg. 1, 311.

Afr. occid. — Vista, nas margens pantanosas do Zaire (D. M. Chaves).
T. hirtum Vent. Ch. de PI. 35, in adnot.

Afr. occid. — Vista, nas margens da lagoa (D. M. Chaves).
Dissotis Benth.

D. phaeotricha Triana Melast. 58 (?).

Afr. occid. — Vista (D. M. Cbaves;.
D. debilis Triana in Trans. Linn. Soe. XXVIII, p. 58, t. IV, íig. 442.

Afr. occid. — Humpata (P. Amado).
D. Welwitschii Cogn. in DC. Monogr. Phan. Vil, 371.

Afr. occid. — liuilia (P.^ Antunes).
D. angolensis Cogn. in DC. JMonogr. Phan. VII, 371.

Afr. occid. — Huilla [?.'' Antunes, n.° 14).

Fam. Onagraceae

Jussieua L.

J. suííruticosa L. Sp. ed. 1, 388.

88

Afr. orient. — Moçambique (R. de Carvalho); Lourenço Marques,

na MafoIIa (F. Oninlas).
Afr. occid. — Angola (F. Newton).
J. linifolia VahI. Fclog. Amer. 32.

Afr. orienl. — Moçambique, na margem do Zaml)eze (R. de Car-
valho).
Afr. occid. — Vista (Congo) (D. M. Chaves).
J. acuminata Sw. Fl. Ind. occ. II, 745.
Afr. «ccid. — Boma (I). M. Chaves).
Epilobium L.

* E. Wehvilschii Engl.

Afr. occid. — llumpata, Mucha e líuilla (F. Newton).
Oenothera.

O. biennis L. Sp. PI.

Afr. occid. — líuilla {?." Antunes, n.° 75).

Ser. Uml}elliflorac

Fam Umbelliferae

Heteromorpha Cham. et Schlecht.

lí. arborescens Cham. et Schlecht. in Linnaea, 1820, j). 385.
Afr. occid. — llumpata (F. Newton).
Sium L.

* S. angolense Engl.

Afr. occid. — llumpata, nos terrenos pantanosos (F. Newton).
Peucedanum L.

P. araliaceum (Hochst) Benth. et líook.

Afr. occid. — líuilla (P.'' Antunes, n."" 2i5).
Lefeburia A. Rich.

L. brachyslyla Hiern. in Oliv. Fl. of Trop. Afr. III, 23?
Afr. occid. — llumpata (F. Newton).

89

AS REGIÕES BOTÂNICAS DE PORTUGAL

Os sábios botânicos allemães, A. Engler, director do Jardim líolanico
de Berlim, e O. Drude, director do de Dresde, emprehenderam uma [)u-
blicavào d'alto valor, e para a qual aproveitaram lodos aquelles que por
seus estudos especiaes podiam produzir trabalho completo. Tem por titulo
tal publicação — Die Vegelalion der Erde Sammlung Pflanzengeographischer
Monograpliien. '

O primeiro volume foi escripto pelo professor M. \Yillkomm, e tem
por titulo — Grundzilge der Pflanzenverbreilung auf der iberischen Ual-
binsel.

Ninguém melhor do que o professor Willkomm podia escrever sobre a
ííeographia botânica da peninsula ibérica, pois que ninguém conhecia me-
lhor do que elle a vegetação d'esta região, que estudou de modo muito
especial, fazendo para isso repetidas excursões na peninsula, e com espe-
cialidade na Hespanlia. ]\'essas excursões colligiu grande material, que lhe
forneceu os elementos para a publicação do Prodronws Florae Hispanicae,
e de outras obras do verdadeiro valor sobre as plantas peninsulares.

Portugal, formando uma pequena parte da peninsula, ahi ó estudado,
e, com íalisfação o digo, a base principal d'esse estudo foi fornecida pelo
que tem sido publicado no Bolelim da Sociedade Broleriana. Para alguma
cousa foram úteis os nossos trabalhos.

É a traducção da parte que diz respeito a Portugal, feita pelo sr. A.
jMoller, que aqui é publicada (parte em resumo), porque desejo que o
Bolelim comprehenda tudo quanto modernamente fôr publicado sobre a
flora e vegetação portugueza.

Aos drs. Engler e Drude, assim como ao sr. W. Engelmann, editor
d'aquella publicação, agradeço cordealmente a auctorisação que da melhor
vontade concederam para que esta traducção pudesse ser feita.

J. Henri

quês.

90

Generalidades sobre a estatística vegetal, formas de vegetação
e formações vegetaes da península ibérica

Os estudos da vegetação peninsular, realizados até hoje, dSo para esta
regiào 9305 espécies, sendo 5660 vasculares e 36 1p6 cryptogamicas cellu-
lares. Estudos posteriores poderão mostrar se este ultimo numero será ou
não maior do que a realidade. Das vasculares, 221 espécies têm sido en-
contradas só em Portugal; as outras, ou são communs a Ioda a península,
ou pertencem só á Hespanha. Das espécies endémicas (1465) só 179 sào
próprias de Portugal. Especialisando um pouco, vê-se que das plantas vas-
culares 71 são cryptogamicas, 32 gymnospermicas, 999 monocotyledoneas
e 4558 dicotyledoneas.

Sob o ponto de vista da duração, as plantas peninsulares podem ser divi-
didas em 1518 annuaes, 301 biennaes, 2878 rhizomatosas e 963 lenhosas,
sendo d'estas 362 subarbustivas, 486 arbustivas, e d'essas 211 de pequeno
porte, e 116 arvores, no todo 3841 espécies perennes e 1819 espécies
annuaes e bisannuaes.

Esta preponderância das plantas perennaes é muito notável, não tendo
egual no resto da região europea mediterrânea, mas só no território maro-
quino, fronteiro á peninsula.

Ainda a população vegetal peninsular é notável também, não só pelo
numero de familias preponderantes, mas mais especialmente pelo numero
de géneros e de espécies caracteristicas. pelo numero de formas endémi-
cas, e ainda pela natureza de muitas d'ellas.

Das 148 familias de plantas phanerogamicas, as 20 seguintes são as
que maior papel representam na flora peninsular, pelo grande numero de
espécies, que n'essa Hora se encontram: Compositae (766), Papilionaceae
(532), Gramineae (439), Cruciferae (318), Labiatae (288), Umbelliferae
(240), Caryophylleae (220), Scrophulariaceae (219), Ranunculaceae (156),
Rosaceae (151), Cyperaceae (130), Liliaceae (97), Asperifoliae (94), Cis-
tineae (83). Rubiaceae (78), Euphorbiaceae (95), Plumbagineae (71), Or-
chideae (66), Saxifrageae (57), Paronycliiaceae (50).

As quatro primeiras familias são egualmente as mais importantes das
regiões do sul da Europa. As labiadas, |)orém, que na peninsula têm tão

91

grande imporlanciii, occupam o decimo logar na flora franceza, belga e
suissa, onde só contam 147 espécies. Outro tanto succede com as Cisli-
neas, Plumbagiiieas e Paronychiaceas.

Com relação ao numero de espécies e de formas endémicas, os exem-
plos seguintes sào notáveis: o género Carex, que na Hora europea conta
118 espécies, é representado na peninsula por 85, das quaes 8 sào endé-
micas; o género Centáurea é representado por lOí, sendo 58, mais de
metade, endémicas. Depois d'estes, os seguintes géneros são os mais im-
portantes: Linaria, incluindo o género Chaenorrhinum (77 espécies, sendo
55 endémicas!), líieraciíim (70 espécies, sendo 35 endémicas), Ranun-
culus (78, sendo 23 endémicas), Euphorbia (64. sendo 20 endémicas),
Ononis (00, sendo 25 endémicas), Silene (60, sendo 15 endémicas), Saxi-
frajia (59, sendo 34 endémicas), Galium (58, sendo 18 endémicas), Tri-
folium (57, sendo 6 endémicas), Teucrium (55, sendo 26 endémicas),
Genista (47, sendo 30 endémicas), Astragaius (44, sendo 12 endémicas).
Vicia (44, sendo 6 endémicas), Tbymus (43, sendo 22 endémicas), Nar-
cissus (42, sendo 20 endémicas), Allium (41, sendo 5 endémicas), Senecio
(40, sendo 14 endémicas), Armeria (40, sendo 28 endémicas), Verónica
(39, sendo 6 endémicas). Diantbus (35, sendo 16 endémicas), llelianthe-
mum (35, sendo 12 endémicas), Cirsium (34, sendo 14 endémicas), Cam-
patmla (34, sendo 1 1 endémicas), Statice (35, sendo 8 endémicas), Plan-
tago (31, sendo 4 endémicas), Sedum (30, sendo 4 endémicas), etc.

O grande numero de espécies endémicas, principalmente dos géneros
Centáurea, Linaria, llieracium, Saxiíraga, Genista, Tbymus, Teucrium e
Armeria, distingue a flora peninsular da de todos os outros paizes. A[)esar
do numero considera\el de espécies dos géneros mencionados, não são
esses os que predominam nas formações vegetaes. Quando muito predo-
minam nas formações abertas apenas.

Das phanerogamicas da peninsula conlam-se 963 espécies lenbosas,
quasi metade das quaes são de folha permanente. Sobresabem aqui em
toda a zona mediterrânea as Cistineas arbustivas e subarbustivas, grande
numero de pequenos arbustos de folhas persistentes, pertencentes á familia
das Thymeliaceas, Ericaceas, Globulariaceas, Labiadas, Compostas, etc.
D'entre as de folha caduca são notáveis as espécies de Tamaricineas, e
grande numero de espécies arbustivas do grupo das Genisteas (Genista 47,
Ulex 20, Cytisus 12, Sarolliamnus 10, Adenocarpus 7, etc.) que em ne-
nhuma outra parte da Europa representam papel tão importante. É muito
caracteristico também o grande numero de arbustos e subarbustos da fa-
milia das Chenoj)odiaceas, principalmente dos grupos das Salsolaceas e
Salicorniaceas, geralmente de folhas carnosas com reserxalorios de agua.

A forma de plantas lenhosas trepadeiras é representada por 8 espécies
de géneros Lonicera (2 endémicas e 2 com folhas persistentes!, Periploca

92

praeca, e por 4 espécies de Clematis (uma de folhii persistente). A estas
associam-se duas espécies de Sinihix, a hera e a videira.

Das 2878 espécies percniiaes. 148 são bulbosas e 100 tuberculosas,
sendo 81 monocot}ledotieas e 19 dicotjledoncas.

As plantas Ijisannuaes e annuaes terrestres (cerca de 1820 espécies),
podem ser caracterisadas pelas suas condições biológicas. Assim, encon-
Iram-se cerca de 400 espécies próprias das areias, 400 xerophillas (isto é,
que vivem nos climas seccos), 150 das terras cascalhudas, 240 de plantas
próprias dos entulhos e paredes velhas, 400 dos terrenos cultivados. As
restantes enconlram-se nas bordas dos caminhos, nas pastagens, prados,
terrenos humosos, nas mattas e brenhas.

Das plantas annuaes e vivazes espontâneas, ha 70 espécies trepadeiras
pertencentes aos géneros Tamnus, líumulus, Polygonum, Aristolochia,
Bryonia, Rubia, Galium, Ipomaea, Convolvulus, Cuscuta (5 espécies, sendo
2 endémicas), Cynanchum, Vicia, Lathyrus, Fumaria (6 espécies, sendo 3
endémicas), e Corydalis.

É pequeno o numero de plantas palustres, que vivem na península, o
que é devido ao pequeno numero lambem de pântanos, lagos ou lagoas,
no interior da peninsula. E possivel também que esse pequeno numero
conhecido dependa da falta de explorações, nas partes da peninsula onde
as condições especiaes de vida d'essas plantas se realizam (como, por
exemplo, no território das lagunas de Ruidera). Outro tanto se não dá
com relação á vegetação dos pântanos e esteiros do littoral. Das 100 es-
pécies d'estas localidades, 40 são monocotyledoneas e as restantes dicoty-
íedoneas.

Faltam qunsi por completo as plantas das turfas, e nos prados panta-
nosos, nas margens dos rios do norte de Ilespaidia, encontram-se n'um ou
n'outro ponto as j)lantas características dos arrclvados palustres e dos pra-
dos de outras regiões europeas, taes como a Molinea coerulea, varias espé-
cies de Carex, Rhynchospora alba, Eriophorum, Triglocliin palustre, To-
íieldia calyculata.

Das [)lantas aquáticas contam-se na península 44 espécies, entrando
n'este numero as das aguas salgadas. D'estas, 5 são cryptogamicas (dos
géneros Salvinia, Marsilea e Isoetes^ 3 monocotyledoneas, e as restantes
dicotylçdoneas. Com excepção das Lemnas e da Trapa natans, todas são
perentiaes.

D'estas 1 1 são de agua salgada (no mar ou em reservatórios de agua
salgada); todas as outras são de agua doce. D'estas 32 são lluctuantes,
isto é, conservam as folhas e inllorescencia fora da agua; todas as mais
são submersas.

Ás primeiras pertencem a Salvinia natans, as Lemjiaceas, os Potamo-
geton, Sparganium, Alisma, Hydrocharis morsus-ranae, Callitriches, Li-

93

mnanthemum njmphoides, Trapa natans, Nymphaeaceas, e os Ranunculos
aquáticos.

As segundas pertencem as Najadiiceas, Zosteraceas, algumas espécies
do Potamogeton, Vallisneria spiralis, algumas espécies de Ceratopiíyllum,
Utricularia, Myriophyllum, e alguns Ranunculos aquáticos. Só 7 espécies
são próprias da península.

Das plantas saprophytas poucas ha, e essas perfeitamente sporadicas;
taes sào: Neottia nidus avis, Corallorrhiza iunata, Limodorum abortivum,
Lathraea squamaria, Clandestina rectiílora, Monotropa hypopytliis, plantas
que se encontram em quasi toda a Europa.

Parasitas genuínas, isto é, sem chlorophjUa, enconlram-se 39 espécies:
Cynomorium coccineum, Cytinus Hypocistis (parasita das raizes), Cuscuta
(5 espécies parasitas dos caules), Orobanche (31 espécies, 3 endémicas,
todas parasitas das raizes).

Parasitas illegitimas, isto é, tendo chlorophylla, ha 3 espécies de Vis-
cum e o Arceulhobium Oxycedri, todas sempre verdes e parasitas das
plantas lenhosas gymuospermícas e dicotyledoneas. A estas podem jun-
tar-se as semi-parasitas, taes como as espécies de Thesium (7, sendo 1
endémica), as Hhinanthaceas (géneros Tozzia, Melampyrum, Pedicularis,
Rhinanthus, Eufragia, Trixago, Bartsia, Odonlites e Euphrasia) com 46
espécies, sendo 4 endémicas.

São poucas as plantas carnívoras: apenas 3 espécies de Utricularia
(plantas aquáticas submersas); 6 espécies de Pinguicula, das quaes 1 en-
démica, todas palustres; 3 espécies de Drosera e o Drosophyllum, género
monotypico, que só vive nos terrenos seccos, arenosos e cascalhudos.

Todas estas plantas, saprophUas, parasitas e carnívoras da península,
regulam por umas 115 espécies.

Nas formações vegetaes da península encontram-se nào só espécies que
vivem n'outras regiões da Europa mediterrânea, mas também elementos
da flora norle e sid atlântica. Algumas formações ha, porém, perfeita-
mente características da península, e taes sào as das halophytas, que se
encontram nos terrenos salgados; os tomillares, charnecas cobertas de la-
biadas ; e as juraks, nas quaes predominam os Cislus. Na península as
steppes occupam largos tractos de terreno e sào um pouco similhantes ás
steppes argelinas.

As formações vegetaes da península podem ser reduzidas aos seguintes
lypos:

A) Formações abertas, isto é, que nào sào perfeitamente contínuas, e
que sào constituídas por uma mistura de diversas espécies.
1. Formação da beiramar: plantas da areia, pântanos salgados e
rochas (formação halophyta).

94

2. Formação das steppes (steppes graminosas e steppes salgadas,

cuja vegetação é halophyta).

3. Formação de plantas das areias do interior: campos de areia,

leitos abandonados dos rios.

4. Formação das plantas dos terrenos cascalhudos e de rocha, dos

planaltos e montanhas.

5. Formação das plantas que vivem nos entulhos.

B) Formações fechadas, isto é, contínuas e em geral formadas por uma
ou poucas espécies.

6. Formação das pastagens; transição para as steppes e para os

prados.

7. Prados, terrenos mais ou menos pantanosos, prados alpinos.

8. Formação de plantas herbáceas de grande porte.

9. Formação dos subarbuslos; tomillares e outras formações xero-

philas.

10. Formação de arbustos (cm hespanho! Monte bajo) ; arbustos sem-

pre verdes [Juniperus] ou de folha caduca [Giestas, tramar-
guelras], ou pela mistura das duas formas e de outras (^ur-
zes, etc).

11. Formação arbórea; florestas abertas (com clareiras mais ou me-

nos extensas) e fechadas (arvoredo denso), de coníferas e
de arvores de folha persistente ou caduca, simples ou em
mistura.

12. Formações das culturas (hervas nascediças).

13. Formações de plantas aquáticas.

14. Plantas epi|)hyticas, saprophytas e carnívoras.

A distribuição e riqueza d'estas formações depende do clima, da acci-
dentação e da composição das terras. Na peniiisula todas estas circum-
stancias têm eíTeitos notáveis pela grande variedade que apresentam. Ahi
está de certo a explicação da riqueza em espécies, riqueza tal que ainda
hoje se não faz exploração alguma na peninsula, que não de espécies novas
para a sciencia.

9S

II

Limites e zonas de vegetação de algumas espécies

A posição da península ibérica na extremidade occidental da Europa e
na proximidade do continente africano faz com que a vegetação penin-
sular participe dos caracteres da flora europea e norte-africana, e com que
varias espécies aqui tenham os limites de vegetação. O que se observa com
relação a determinadas espécies nota-se também com relação a certas
formações, taes como a de florestas, as charnecas de Cistus e os tomil-
lares, etc.

Traçando as linhas limites d'essas espécies, como a vida d'ellns está
essencialmente dependente da temperatura, da humidade e da natureza
do solo, essas linhas dependerão da accidentação do terreno, que tanto
influe nas condições climatéricas. Assim se vê que as linhas limites equa-
toriaes de algumas espécies, que entre si têm certa analogia, correm pa-
rallelas aos circules de latitude na parte correspondente á costa norte e á
cordilheira pyrenaica, ou quando passam pela zona alta central, e que
descrevem curvas muito prormnciadas voltadas ao sul e na direcção norte
ou noroeste, quando torneiam a quente bacia do Ebro; pelo contrario, as
linhas limites polares, que marcam o limite de vegetação das plantas me-
diterrâneas, que necessitam de calor ou pelo menos de viverem sem gea-
das, correm parallelas ás costas do sudeste, sul e oeste, descrevendo, a
partir do estreito, curvas em volta das planicies beticas e voltadas para su-
deste. Por tal distribuição as plantas evitam o calor secco do verão da região
granadica montanhosa, e os frios e geadas abundantes das terras baixas.

Das espécies, que podem supportar mais ou menos o clima continen-
tal, taes como a oliveira, amendoeira e figueira, a linha limite passa tam-
bém pela zona alta central e descreve duas grandes curvas, uma em volta
da bacia do Ebro, e outra em volta da zona central para noroeste, esten-
dendo-se até ao sul da Galliza, porque o clima temperado de Portugal
ainda permitte a vegetação d'estas espécies.

Se a distribuição da grande maioria das plantas depende do clima, as
halophytas dependem mais particularmente da natureza do terreno. Na
península estão distribuídas só nas steppes, e os limites por esse facto
são bem determinados.

96

Os limites de vegetarão que vão ser indicados referem-se unicamente
ás espécies que pelo numero de individues ou por qualquer outra forma
têm itiíluencia clara no caracter pliysiogtiomico das regiões. Taes são as
essências (lorestaes, as ar\ores íVuctiferas e uma ou outra espécie mais
pailicular da região mediterrânea.

A) Limites equatoriaes

1. O /^Bieío [Abies alba Mill.). — Esta arvore, como é sabido, é
mais Ireíjuente nas encostas do norte dos Pyreneos. Forma ainda nos
Fyreneos hespardioes e mesmo nos planaltos das montardias elevadas do
Aragão consideráveis massi(.'Os. O seu limite sul corta o nordeste da Na-
varra, caminha de oeste-noroestí; para éste-sudeste, por conseguinte, pa-
ralleio á cadeia dos Pyreneos, sobre a Sierra de Gudar na alto Aragão, e
pela provincia de Lérida a ftlonseni, e d'aqui volta-se para norte atravez
da provincia de Gerona para este dos Pyreneos. Cultivado enconira-se este
abeto em pontos isolados do littoral noite, principalmente nas províncias
de Biscaya c Astúrias.

2. O B*iíiaií*Hr« Sflíveiylre [Pinus silvcsiris L.). — O limite sul
d'esla arvore segue em geral taudjem de oeste-noroeste para {"stc-sudesle,
porém, mais para sudeste do que o Abies alba Mill., desde Lugo na Galliza
até Clicba na provincia de Valência, por oeste na pro>incia de Leon, por
Ávila e atravez a Serrania de Cuenca, tendo um curso irregular e ainda
não conhecido completamente. Os individiios que se encontram isolados
mais para o sul deverão ser comprohendidos nos massiços da Sierra de
Raza, e os da variedade nevadensis (que alguns consideram como espécie
distincta), constituem mattas na região subal|)ina na encosta da Sierra
Nevada ^

3. O Pinus uncinata Ramd. — Considerada esta essência, que se en-
contra em várias localidades da Europa central, não como uma espécie
verdadeira, mas como simples variedade, talvez a forma mais completa do
Pinus mnulana Mill., a maior extensão na direcção meridional e occidental
do seu limite equatorial está nas montanhas do norte e nas cordilheiras

Esta espécie encontra-se, ainda que mal representada, na Serra do Gerez. (T,),

97

elevadas do planalto do Arafíão (o de Pefia de Orool). O limite pelo norte
da Catalunha nào é conhecido.

4-. O Vifiwoiro [Belula verrucosa Ehrh.). — Arvore bastante espa-
lhada pelos Pyreneos e na cordilheira asttirica-canlabrica. Encontra-se
ainda isolada na Serrania de Cuenca e nos Montes de Toledo, ponto mais
meridional da sua área. O seu limite equatorial, depois de ter percorrido a
provincia de Geroiia atravez do Alto Aragão até Alava para oeste-noroeste,
deverá, portanto, cncurvar-se para sul, estreitando até á região da nas-
cente do Tejo (até Beteta), donde passa aos Montes de Toledo, e d'ahi
para noroeste pela Sierra de Gredos e S. Francia por Traz-os-Montes, e
pela parte este da Galliza aló á Corunha onde termina. Provavelmente tam-
bém se encontra no norte da ílespanha o vidoeiro do norte [B. alba L.,
B. puhcscens Ehrh.), porquanto, segundo informações de botânicos portu-
guezes de confiança, ainda apparece isoladamente nas montanhas elevadas
do norte e centro de Portugal, na Serra do Soajo onde é bastante fre-
quente.

5. A l^^aia {Fagus silvalica L.). — O limite equatorial d'esta arvore,
que em Hespaídia ainda fornia grandes mattas, passa a este dos Pyreneos,
principiando quasi na direcção sudoeste e caminhando ao longo da costa
parallelo ás montanhas das provincias catalãs, de Gerona, Barcellona e
Taragona ató 40^41' de latitude, no encontro das provincias de Taragona,
Caslellon e Teruel, onde está situada a Sierra Miranda, rodeando depois
a bacia de Teruel, passando sobre o planalto norte-valenciano até á Sierra
de Valdemeca (40° 10') a este de Cuenca onde tem o seu limite sul; d'aqui

.SC curva e segue para norte pela provincia de Guadalajara, até chegar á
Sierra de Moncayo, d'on(le torna a voltar para sudueste ao lado das pro-
vincias de Guadalajara e Madrid, passando pelos limites das montanhas de
Castella até chegar á Sierra de Guadarrama. Depois de atravessar estes
últimos pontos segue na direcção noroeste atravez das provincias de Se-
góvia, (! saltando por cima do |)lanalto árido de Salamanca, atravessa as
montardias de Leão e Astúrias.

6. Os Ciirvalliosí {Quercus peduncidala Ehrh. e Q. sessiliflora Sa-
lisb.). — A primeira d'estas espécies só se encontra espalhada no estado
es|)onlaneo pelo norte e noroeste da península, devendo considerar-se como
cultivados os individuos que tem sido mencionados, como existentes na
provincia de Madrid e em Cintra.

O limite equatorial do Quercus pedunculafa Ehrh. parece principiar na
Navarra, atlendendo a deverem ser consideradas duvidosas as indicações
do seu apparecimento na Catalunha (ao redor de Olot). D'alli segue muito
7 XVII

98

irregularmente, mas em geral parallelo á costa do norte atravez da cordi-
lheira asturico-cantabrica até perto do meridiano de Leão, onde se en-
curva para sudueste, passando pelas montanhas de Leão e pelas provincias
de Traz-os-Montes e líeira até perto de Coimbra ^

O Quercus sessiH/lora Salisb. ao contrario do Q. peditnculala Ehrh.,
que para oeste se torna sempre mais frequente, falta completamente na
Galliza e no norte de Portugal, só é representado por individues isolados,
emquanto que para este apparece com mais frequência e na Catulunha
adquire o máximo da sua diííusão. A sua área estende-se, porém, muito
para o sul sobre a zona central alta, pois que se encontra ainda nas en-
costas do norte da Serra de Guadarrama. O seu limite equatorial vai por-
tanto desde oeste das Astúrias, onde principia, torneia as planicies do norte
da zona alta central e caminha para o sul até Bejar (o seu extremo sul),
d'aqui segue provavelmente ao longo dos limites das montanhas centraes
para nordeste até á Sierra de Moncayo, descrevendo em seguida uma curva
em volta da bacia superior do Ebro, alcança a Navarra e passa para éste-
sudeste por meio do Alto Aragão e Catalunha, onde parece terminar nos
montes visinhos de Barcelona.

7. Arando [Vaccinium Myrlillus L.). — Falta na Galiza e encon-
tra-se isoladamente nas montanhas elevadas do norte de Portugal ^, sendo
bastante frequente nas regiões montanhosas e alpinas da cordilheira astu-
rica-cantabrica (muito frequente nas Astúrias) e Pyreneos. No sul ha loca-
lidades que se devem tomar em consideração, como a Laguna de Penalara
da Guadarrama e as montanhas de Moncayo, onde esta espécie é repre-
sentada por individuos isolados.

8. O Fb*cíxo {Fraximis excelsior L.) e o E*l»iaii«> íiastnrtSo

{Acer Pseudoplatanus L.). — O limite sul d'est<is duas essências passa pelos
Pyreneos hespanhoes e pela cordilheira asiurica-caniabrica, onde appare-
cem isoladamente ou (só o freixo) em pequenos massiços (pequenas matlas)
nos valles da região inferior das montanhas, e penetram até ao centro da
Galliza. Em Portugal parece que ambas estas arvores já se não encontram
espontâneas '•^. Egual limite equatorial parece ter a Tilia de folhas peque-
nas [Tilia ulmifoUa Scop.), ao passo que a de folhas grandes [T. plaly-
pfiyllos Scop.) ainda se encontra em alguns pontos do planalto central e

* Também habita nas provincias do Minbo (Gercz. Siiajo, etc.) e Douro. (T.).

2 Tanto no Gerez como no Suajo em-onlra-se cobrindo pequenos tractos de ter-
reno. (T.).

3 O Acer Pseudoplatanus encontra-se espontâneo nas serras do Gerez e Suajo, O
freixo de Portugal é o Fraxinus angmtifoUa Yahl. (T.).

99

mesmo na Serrania de Cuenca. Cultivadas encontram-se estas duas Tilias
ainda mais ao sul e para oeste. Em Portugal é substituida pela Tilia vul-
garis Hayne ^

9. O AxcviaiB&o [llex Aquifolium L.). — Encontra-se principalmente
no norte da Hcspariha, e também nas montanhas do centro, este e oeste da
poriinsula. O seu limito equatorial segue desde Vallibona ao norte da pro-
vincia de Castcllon, para o sul atravez do planalto norte-valenciano, e da
Serrania de Cuenca até á Serra de Alcaraz, d'aqui por Segura para Ca-
zorla, d'onde \olta para noroeste passando pela Serra Morena e Extrema-
dura (por Cáceres) para a Serra da Estrella, e indo mais longe até ao
Porto -. *

B) Limite polar

1. O Aliei» <ia AiBclahixÍ4% [Ahies Pinsapo Boiss.). — Se con-
siderarmos o abeto que cresce na [)rovincia algeriana de Costantina como
uma simples variedade meridional (var. Laborensis) do A. Pinsapo Boiss.,
o limite |)olar d'esta conífera encontra-se unicamente n'uma pequena re-
gião no sul da Hespanha. Passa muito irregularmente pela Serrania de
Ronda, da Serra de Estepona á Serra dei Pinar, junto de Grazalema, e
encosta norte da Serra de la Nieve, para óste até á Serra de Alcaparain,
próximo de Carratraca.

2. O PiaiSseir» ote^ro fio lleclileiTniieo {Pinus Laricio
Poir.). — O limite polar d'esta arvore, extremamente importante para Hes-
panha, descreve, a partir dos Pyreneos centraes, uma grande curva diri-
gida para oeste, passando [)eÍo centro e sul da peninsula. Passa principal-
mente pela provincia de Htiesca e depois de saltar a quente e secca bacia
do Ebro atravez das provincias de Soria, Burgos e Sego\ia, corre parallela
ás montaidias de Castella até á provincia de Ávila por entre os valles dos
rios Tielar e Alberche situados na Serra de Piedralaves, seu limite mais
Occidental; d'aqui vai para sueste saltando os montes que se acham a este

* A Tilia que em Coimbra mais se encontra cultivada é a T. vidgaris Hayne, po-
rém, no norte do paiz e jirincipalmente no Porto, é a T. argrníea DC. Em Coimbra
tamljem se encontram alguns exemplares da T. americana L. (T.).

2 Em Portugal passa ainda mais ao sul da Serra da Estrella, pois é vulgar no Bus-
saco e na moita de Valle de Cannas. Próximo a Coimbra encontra-se um ou outro
exemplar isolado. (T.).

• t

100

da província de Jaen. As maiores mattas d'esta conífera acliam-se na Ser-
rania de Cuenca e nas montanhas de Segura e Cazorla.

3. 8*ÍBBlieBro y%Scp|»o {Pimts halepensis Mill.). — Este pinheiro
habita também em Hespanha, principalmente nas províncias da costa me-
diterrânea, de Gerona até Málaga ; encontra-se, comtudo, também no inte-
rior, na direcção nordeste, até às províncias de Saragoça e Hiiesca, para
oeste até ás de Teniel, Cuenca e Guadalajara. O seu limite polar percorre
muito irregularmente a região inferior das montanhas das províncias cita-
das, mas mesmo assim, em geral, na direcção sudoeste.

4. E*iuBacflr«> S»i*nv» [Pinus Pinaster Sol.). — Abstrahindo de al-
guns pequenos pinhaes isolados nas províncias de Alava, Logrono e Traz-
os-Montes, esta arvore acha-se espalhada pela metade sul da península, e
principalmente nas serras de Gredos e Guadarrama, na Serrania de Cuenca,
na Alta Andaluzia e a oeste de Portugal, onde forma mattas importantes.
O seu limite polar vai da província de Gerona, onde esta espécie, como
em geral na Catalunha, só raras vezes se encontra e isolada, corre paral-
lelo á costa e voltando para sudoeste torneia a bacia do Ebro, para nor-
deste até á Serra de Guadarrama, e depois volta outra vez para sudoeste
curvando-se ao longo da vertente nordeste d'esta serra para encontrar a
Serra de Gredos, d'onde na direcção nordeste vai por Bragança até ã Gal-
liza. Aqui este pinheiro forma de novo mattas importantes, que de certo
foram devidas à cultura.

5. B*iiBlieiro manso [Pimis Pinea L.). — A respeito d'esta ar-
vore que se encontra na parte occidental da península, tanto na região
inferior e quente (Baixa Andaluzia, Algarve, Portugal occidental) como na
região inferior das montanhas (em ambas as Castellas) formando grandes
mattas, é difficíl averiguar onde ella realmente apparece espontânea e onde
foi introduzida pela cultura, pois que em virtude das suas sementes comes-
tíveis, este pinheiro foi plantado em todas as partes da península, onde o
clima local lhes era favorável, e isto aconlece ainda hoje. Todavia pôde
dar-se como provável que o seu limite polar da vegetação espontânea co-
meça na região da costa da Andaluzia septentrional, seguindo pelo Baixo
Aragão e saltando o planalto do systema ibérico, entra na Caslel!a-a-Velha,
e d'ahí, seguindo o curso do Douro, passa em geral de este para oeste.
As mattas de pinheiro manso que se encontram na Galliza e n'outros pontos
de Hespanha de certo são devidas á cultura.

Jò, Cai*¥«ilBiois cie fo9Bi»s pcriiiaiieiites. — Entre estes
a JLziíilieira [Quercus ilex L.) é a mais diífundida, porque ella ap-

101

parece em qiiasi toda a Ilespanha e Portugal ', nas regiões inferiores e
montaiiliosas (com excepção da região das sleppes), se bem que a maior
quantidade de mattas e as maiores só existam na parte meridional da pe-
ninsula. O seu limite polar principia na bahia de Santander, no norte da
Hespanha, d'onde vai na direcção sudoeste atravez da parte oriental das
montanhas asturicas, por Leão e Traz-os-3]ontes para a costa occidental.

Á var. BaUola (Desf.) de fructos comestiveis, estende-se muito menos
para o norte, pois que o seu limite polar parece seguir de preferencia
pelo sudoeste da península alravex da parte sudoeste do planalto septen-
trioual, e pelo sul da provincia portugueza da Beira.

O limite polar do ^«plireir» [Quercus suber L.) que vai egualmente
pelo sudoeste da península, tendo o máximo desenvolvimento na Catalunha,
tem um curso muito irregular. Principia na Guipúzcoa (junto de Zanára),
dirige-se para sudoeste atravez da Biscaya e da provincia de Burgos (sobre
a Serra de Besantes), seguindo depois para nordeste do districto de Liébana
(Valie de Potes), d'onde segue para sudoeste pelas Astúrias ou Leão (?) e
sul da Galliza (pro\incia de Orense) até perto da Foz do Minho.

O limite polar do ^^arrasoo [Quercus cocei fera L.), que por toda a
parte só apparece debaixo da forma arbustiva, corre em geral na direcção
de sudoeste desde Alava pelo meio de Caslella Velha, Extremadura supe-
rior e Beira até á costa occidental.

7. Carvalho g»arclo fia Hcira [Quercus Tozza Bosç.) e
CarwaSiBO iusilau» [Quercus lusilanica Webb.). — Entre os car-
valhos que perdem as folhas é o Carvalho pardo da Beira o mais espa-
lhado. Todavia as principaes mattas encontram-se na parte sudoeste da
peninsula -. Habita de preferencia a região montanhosa; na Serra Nevada
sobe até á região subalpina. O seu limite polar só no norte de Hespanha
é que está determinado mais exactamente. Ahi segue pelo interior da cor-
dilheira asturica-cantabrica muito irregularmente; dirige-se da Catalunha
pelo Aragão (rodeando a bacia do Ebro?) para a proviucia de Santander,
que corta ao sul, e d'ahi ao longo do hmite meridional das Astúrias, e
pela parte sudoeste para a Galliza (provincia de Lugo). O Carvalho lusi-
tano encontra-se principalmente também a sudoeste da peninsula, onde
especialmente a var. baetica constitue ou ajuda a constituir mattas impor-
tantes; mas também se acha espalhado pelas provincias do centro e do
Mediterrâneo. Habita a região inferior e a região montanhosa. O seu limite
polar parece partir do norte da Catalunha e ir atravez da provincia de Le-

1 Em Portugal dá-se isto antes com o Sobreiro. (T.).

2 Em Portugal é o Querem pedunculata Ehrh. (T.).

102

rida, e n'uma curva voltada para sul contornar a bacia inferior e cálida do
Ebro, e depois atravessando o planalto norte vai a Bragança e d'alli para
a costa Occidental.

8. Figueira {Ficus Carica L.) e a yl.iiieii«loeSi*a [Amygdalus
communis L.). — Ambas estas arvores de fructo têm na península ibérica
quasi a mesma diffusào, e nos pontos onde são cultivadas cm grande escala
apparecem subespontaneas. Estas duas arvores são cultivadas em todas as
províncias, tanto da região inferior como da região superior, uma vez que
o clima local lhes seja favorável, e portanto torna-se difficil determinar o
seu limite polar, a não ser que, como tal consideremos, a linha que con-
torna a costa septentrional. Esse limite poderá, porém, ser indicado, se
nos referirmos só á cultura em grande, que somente é feita nas províncias
do Mediterrâneo, na bacia do Ebro, no planalto meridional, a sudoeste
e oeste da península. O seu limite polar tem um percurso allamenle
irregular.

9. Olíveãr«i (Olea europaea L.). — Esta arvore extremamente ca-
racterística da zona mediterrânea, occupa na península ibérica muito maior
superficie do que nos outros paizes do sul da Europa. No sul sobe até á
região montanhosa. Na Andaluzia encontra-se tanto como arvore cultivada
(arvore fructífera), como arvore florestal espontânea, da qual mais tarde
fallaremos. O limite polar da oliveira cultivada é quasi o mesmo que o da
figueira e amendoeira. Fora d'elle a oliveira só se encontra isoladamente
em quintas com exposição quente.

10. O Frc^ixo íle folBaas esírciáas [Fraximis anguslifolia
Vahl.). — Este freixo é muito mais frequente na península do que o Fra-
xinus excclsior L. Encontra-se por toda a parte, espontâneo ou cultivado,
na região inferior das montanhas. O seu limite polar a partir da província
de Gerona (arredores de Sagaró) segue para oeste atravez dos valles do
planalto da Catalunha e Alto Aragão, por Jaca e pela Navarra para as
montanhas cantabrícas, e d'allí atravez da cordilheira asturica-cantabrica
até ao sul da Galliza.

11. Ijoeiífiro [Nertum Oleander L.). — Semelhante á oliveira este
vistoso arbusto é também muito característico da parte occidental da zona
mediterrânea; a sudoeste da península ibérica é elíe muito mais frequente.
Habita exclusivamente a região inferior. O seu limite polar segue quasi
parallelo á costa da Catalunha central, e passa quasi parallelamente tam-
bém á costa do Mediterrâneo até ao Cabo de S. Vicente. Para fora d'este

103

limite o Loendro enconlra-se por toda a parte, tanto em líespanha como
em Portugal, alé á costa septentrional, cultivado nos jardins.

12. Fíg;aieii*a tia BassBia [Opunlia vulgaris Mill.) e a Piteira
[Agave americana L.). — Estas duas plantas americanas, que desde a sua
aclimatação nos paizes da zona mediterrânea se tornaram vegetaes de
proeminência caracleristica, não se encontram só nas regiões quentes das
provincias da costa, desde o Golfo de Kosas até á emboccadura do Mon-
dego, mas também ainda na região montanhosa (ao menos no sul). De
resto, tanto a Opuntia como a Fiteira é plantada isoladamente, e como
subespontanea ainda se encontra aqui e acolá nos valles do planalto meri-
dional (por exemplo, a Agave junto a Placencia).

13. lia raiij eiras {Cltri spec). — Comquanto quasi por toda a
peninsula (exceptuando o planalto norte), nos sitios quentes e abrigados,
se encontrem nas quintas e hortas pequenos pomares de laranjeiras, a
cultura em grande só se faz na região quente das provincias da costa,
acompanhando o contorno da peninsula, encontrando-se ainda alguns la-
ranjaes nas circumvizinhanças das Rias da costa occidental da Galiza, e
mesmo na costa septentrional (nos arredores de Gijon e Bilbao). As prin-
cipaes regiões da cultura da laranjeira são sempre situadas na região do
littoral e nos valles quentes dos rios nas provincias do Mediterrâneo (espe-
cialmente a partir de Castellon), nas provincias de Cadiz, Huelva e Algarve,
e na região média de Portugal (entre Setúbal e Coimbra).

14. SeeiBa^iuega líiixifolia J. Miill. — O limite polar d'esta
espécie, que também ap()arece no norte da Africa (Numidia), mas que,
todavia, pertence especialmente aos arbustos da peninsula ibérica, onde
forma massiços nas margens arenosas dos rios das regiões inferior e mon-
tanhosa, estende-se transversalmente pela peninsula desde Valença atravez
das provincias de Cuenca e Guadalajara, e ao longo da vertente sul das
montanhas situadas nos confins de Castella até cerca de Talavera de la
Reina, e d'aqui para noroeste por meio da Extremadura superior e pelo
planalto de Bejar até ao Douro ^

15. B''a8Biieira anã [Chamaerops humilis L.). — E esta a única
espécie de palmeira que apparece espontânea dentro da zona mediter-

1 Em Mertola é esta planta frequente. Encontrei-a em sitios seccos e incultos entre
outros arbustos. (T.).

104.

ranea, e é na península ibérica que vegeta com maior vigor e em maior
abundância. Comiudo parece achar-se aqui quasi restringida á região infe-
rior quente do sueste e sul do littoral '. Unicamenie em alguns jtontos da
montanha granadica (assim na Serrania de Ronda) sobe até á região infe-
rior. Hespanha é realmente a verdadeira pátria da Palmeira anã, pois ella
em nenhuma outra parte se apresenta em tão grande escala.

16. Tamareira {Phoenix daclylífera L.). — Também esta pal-
meira, que só apparece cultivada na zona mediterrânea, se encontra em
Hespanha muito mais frequentemente do que em qualquer outro paiz da
Europa situado n'esta zona. Todavia, só forma maltas (palmares) no inte-
rior da steppe do littoral (na provincia de Alicante); fora d'isso só se en-
contram exemplares cultivados isoladamente'^. O seu limite é muito res-
tricto, pois só comprehende a região da costa entre Barcellona e Lisboa*^.

17. Es>|iar(o {Macroclãoa tenacíssima Kth.). — O limite polar d'esta
útil e caracteristica planta corta a costa valenciana perto da fronteira da
Catalunha, vai atravez do sul do Aragão, circumdando a Serrania de
Cuenca, passa pelo sul de Madrid para Toledo, d'ondc segue na direcção
sul até perto de Ciudad Real e de Jaen, e depois descrevendo uma curva
voltada para sul, vai atravez da Baixa Andaluzia (proxincias de Sevilha,
Cadiz e Huelva) para os terrenos colinosos do Algarve até ao Cabo de
S. Vicente *.

C) Limite occidental

Entre as plantas da Europa central e mediterrânea, que na peninsula
encontram o seu limite occidental, deve contar-se em primeiro logar o
Buxo [Buxus sempervirens L.), que se encontra a partir dos Pyrcneos e
vai atravez do norte da Hespanha até ao sid da Galliza ()or meio das mon-

1 Ainda appareceni alguns exemplares na Serra d'Arrabida, próximo da costa, nos
pontos onde não chegou a cultura. (T.).

2 Tamareiras isoladas apparecem também excepcionalnienlc no interior da penin-
sula nas planuras, onde a geada e a neve são frequentes. No anno de 1850 viu o au-
ctor ainda uma d'estas palmeiras de espique elevado a oeste da Nova Castella, n'um
jardim de um convento próximo de Oropesa. Durieu viu lambem junto de Oviedo três
tamareiras.

3 Entre Lisboa e Coimbra se encontram exemplares de tamareiras cultivadas c
ainda mais para o norte, como no Porto e Alto Douro, onde já tem fiuctificado. (T.).

* No Algarve lambem se enconira nas planícies próximo do littoral. (T.).

105

tanbas do planalto central até Portiip;al (Coimbra, Biissaco e outros silios ^),
e da Catalunha alravez as monlaiihas valencianas e murcianas até Cazorla,
na provincia de Jatín, O percurso da linha que marca o seu limite é muito
irregular.

^p'

D) Limites oriental e septentrional

Só lêm na península estes limites as poucas espécies que são com-
muns á península ibérica e ás ilhas atlânticas (Açores, Madeira e Caná-
rias). Entre ellas as mais notáveis, são: Myrica Faya Ait , arbusto, por
vezes pequena arvore, que habita nos Açores, no litloral occidental de
Portugal e na Serra de Monchique; Cvrema álbum Don, pequeno arbusto
que é também originário dos Açores, c se encontra irregularmente na
região da beiramar occidental e sul, desde a Galliza até Huelva e Cadiz;
Jlex Perado Ait., arvore da iMadeira, que ainda apparece nas mattas das
montanhas junto a Algeciras; e por ultimo os fetos Davallia canariemis
Svv., Pleris arguia Vahl., Aspknhim palmalum Lam., Woodicardia radi-
cans Cav. e Trichomanes radkans Sw., que só se encontram nas provín-
cias da costa a sudoeste, oeste e nordoeste da península. Entre elles a
Davallia canariensis Sw. é a mais espalhada, especialmente desde Gibraltar
e provincia de Cadiz pela costa occidental até á Galliza, emquanto que os
outros fetos só apparecem em poucos pontos da costa occidental e norte.

JFtogiões cie vegetação

O estudo da forma orographica da península, assim como das condições
diversas dos climas, da distribuição das formações vegetaes características
e de toda a composição da vegetação, faz dividir a superfície da península
ibérica em seis regiões de vegetação, embora phjsicamente pouco bem
limitadas. Vendo-se o percurso das isohyetes de 800 mm. encoiitra-se
uma zona septentrional e occidental da península, dentro da qual as chuvas
são muito abundantes. Erro seria e facto inteiramente contrario á natu-
reza, considerar-se esta zona, da qual cerca de Ires quartas partes con-
finam com o Oceano Atlântico, como sendo uma única região de vegeta-

1 O Buxo arbóreo, segundo Brotero, só se encontra espontâneo entre Figueiró e
Thomar. Em Coimijra e nuiilos outios pontos do paiz encontra-se cultivado, bem como
a sua variedade sn/Jriiticosa ou ncma. (T.).

106

çao, visto que dentro d'ella a composição e physiognomia vegetal é muito
variada. Recoidiece-se apenas que n'essa região o caracter não é o da
vegetação mediterrânea, mas sim o da vegetação da Europa central. Por
tudo deverá esta zona de chuvas ser dividida em três zonas de vegetação,
uma pyrenaica, uma norte-atlaiitica e outra oeste-atlantica ; a primeira
abrangendo os Pyreneos e as regiães montanhosas que elles tem do lado
de Hespanha, na Navarra, Alto Aragão e norte da Catalunha, com exce-
pção das zonas inferiores e da região littoral atlântica e mediterrânica; a
segunda abrangendo toda a costa do norte até ao Cabo de Finisterra, a
cordilheira asturica-cantabrica, as montanhas de Leão e as regiões mon-
tanhosas da Galliza; a terceira a costa occidental da Galliza, toda a pro-
vincia do Minho e a maior parte da provincia de Traz-os-Montes, pouco
mais ou menos a parte occidental da provincia da Beira e toda a Extre-
madura portugueza até á bahia de Setúbal.

Ahi principia a região sul-atlantica, que em Portugal occupa as partes
occidental e meridional da provincia de Alemtejo e todo o Algarve, e que
segue para este, estendendo-se para o norte e acompanhando pouco mais
ou menos a crista da Serra Morena, passando atravez de Murcia (em
torno da bacia do Segura) e da provincia de Alicante até ao Cabo de la Náo.
Com esta confina a região mediterrânea, que abrange as provincias de Va-
lência, Castellon, Tarragona e Barcellona, a zona littoral da provincia de
Gerona, o sul das provincias de Lérida e de Teruel e toda a bacia do Ebro
ou planicie ibérica. O resto da peninsula é occupada pela grande região
central, que além do planalto de Alava, comprehende as vertentes das
montanhas ibéricas e parameras, a Serrania de Cuenca, a parte norte do
planalto de Murcia, as montanhas da Mancha superior, a parte este das
provincias portuguezas do Alemtejo, Beira e Traz-os-Moiites. Dentro d'esta
grande região estão situados quasi todo o systema das montanhas centraes,
o systema montanhoso da Extremadura e as cordilheiras septentrionaes do
systema merianico ^

1 As differentes regiões que aqui mencionámos correspondem no geral ás cinco
«Provincias de vegetação» que o auctor descreveu no texto do seu livro sobre as re-
giões da beiramar e das steppes. Somente foram alli as duas primeiras regiões incor-
poradas com o nome «Provincias da Europa central», e a «Provincia oceânica» foi con-
siderada como chegando ao sul tanto em largura como em comprimento.

107

III

Relações da flora hispanica-portugueza com a flora dos paizes visinhos

A posiçào geograj)liica dn península ibérica é tal que a sua (lora deverá
estar em estreita relação com as Horas de França, Baleares e Norte da
Africa, e principalmente com a de Maroccos e Argélia. E na verdade é
grande o numero de espécies que lhe sào communs com aquellas floras, mas
além d'estas outras ha que se não encontram em toda a zona mediterrânea
ou se acham dispersas por toda a Europa, mas que são próprias d'aquelles
dois paizes. Menor é o numero das espécies oriundas quer das ilhas atlân-
ticas (Açores, Canárias ou Madeira), quer da Itália, Sicilia e de outros
paizes mediterrâneos situados a oriente, assim como do oriente ou mesmo
do interior da Ásia onde tem a sua verdadeira pátria.

No que diz respeito ás relações existentes entre as floras da Hespanha
e França, devemos ter primeiro em consideração a flora dos Pyrcneos.
Comquanto as Horas d'esta cordilheira sejam muito diíferentes nas suas
duas encostas, comtudo crescem na encosta fraticeza (ao norte) a maior
parte das plantas próprias dos Pyreneos que também se encontram na en-
costa hespanhola (ao sul), apparecendo além d'isso um mimero de espécies
que lhes são próprias, e a linha da fronteira que corre ao longo da crista
dos Pyreneos não forma evidentemente uma linha limite natural, e portanto
todas as plantas que alli crescem deverão ser rigorosamente consideradas
como pertencendo ás duas Horas. Faltando o limite natural da região de
uma Hora deve-se adoptar o politico.

Como o estudo da vegetação dos Pyreneos deverá constituir um tratado
especial, n'esta obra só tomaremos em consideração as espécies pyrenaicas
que também se encontram nas outras montanhas elevadas da Hespanha.
Das restantes espécies da Hora franceza, que também apparecem na pe-
nínsula ibérica, algumas se encontram também desde a região mediter-
rânea até á França occidental, parte pertencem ás norte-atlanticas, isto
é, aquellas plantas que apparecem de este até á costa atlântica de Portu-
gal, ao norte da França, e mesmo mais para nordeste pela zona do littoral,
e na Irlanda e Inglaterra. Ainda apparecem também em Hespanha muitas
espécies que tem por verdadeira pátria a parte da França banhada pelo
Mediterrâneo, ou que foram ahi encontradas pela primeira vez. São mais

108

raras na flora de Hespaiilia as espécies que são vulgares nas nnonlanhas
orienlaes da França (nos Alpes e Delphiiiado), emqiianto que as plantas
dos pontos elevados dos Alpes suissos e piemonteses, e as que se acham
em geral espalhadas pela cordilheira dos Alpes, apparecenn em conside-
rável numero nas montanhas elevadas da proxiiicia ibérica.

A relaçào que existe entre a ílora de líespanha e a das ilhas Baleares
é muito intima, pois que as plantas d'eslas ilhas na sua maioria também
apparecem nas provincias visinhas do Mediterrâneo. Comludo, das espécies
endémicas das Baleares, que sào bastante numerosas, poucas se encon-
tram no visirdio continente hespanhol.

É extraordinariamente grande o numero de espécies communs á penin-
sula ibérica e ao norte da Africa, e das que, originarias da Africa septen-
trional, se espalharam pela península, e ahi têm o seu limite polar. Das
causas que deveriam ter dado origem a isto, já se tratou circumstanciada-
mente em outro logar ^

As ilhas atlânticas têm fornecido á península ibérica limitado numero
das suas espécies indígenas, as quaes parece terem-se estabelecido a poente
e a sudoeste d'este paiz. Se a essas juntarmos as plantas das Canárias e
Madeira, que se encontram dispersas por toda a zona sul-atlantica, au-
gmenla consideravelmente o numero das espécies das ilhas atlânticas que
apparecem na península ibérica. Será mais exacto talvez considerar estas
plantas como tendo emigrado do oriente pela zona sul-atlantica até ás
Canárias e Madeira, do que consideral-as como tendo lá a sua verdadeira
pátria. Maior é o numero das plantas mediterrâneas que derivam da Itália,
Sicilia, Dalmácia e Grécia, e que também se encontram a sueste e sul da
Hespanha.

Finalmente, as espécies que apparecem na flora hespanhola, e cuja pátria
é o Egypto, a Arábia, o Oriente e interior da Ásia, foram de certo impor-
tadas na maior parte durante os tempos históricos pela influencia do ho-
mem. O mesmo succedeu depois da descoberta da America d'onde foram
importadas d'aquelle continente outras espécies, assim como algumas sul-
africanas originarias do Cabo da Boa Esperança.

A flora espontânea da península ibérica é por conseguinte constituída
por espécies endémicas da Europa central (principalmente plantas dos Py-
reneos e dos Alpes), mediterrâneas, norte-afrícanas e atlânticas, ás quaes
se acham associadas ainda algumas do oriente e do interior da Ásia.

Para melhor se ver a proporção numérica d'estas diversas categorias de
plantas, servem os seguintes dados eslatisticos:

1 Willkomm «Sobre a ílora atlântica, sua composição e limitação». (Lotos^ 1884).

109

1. Plantas próprias da Europa central, mas que se

acham espalhadas por toda a Europa ou pela

Europa e pelos paizes mediterrâneos 1633 espécies

2. Plantas francezas (exceptuando as dos Pyrencos) . 21o »

3. Plantas dos Pjreneos (que se não encontram nos

Alpes) 188 »

4. Plantas dos Al|)es da Europa central e das mon-

tanhas elevadas 236 »

5. Plantas mediterrâneas (entre ellas 16 plantas das

Baleares) 1 132 »

6. Plantas sul-atlanticas 185 »

7. Plantas norte-africanas 28o »

8. Plantas das ilhas atlânticas 16 »

9. Plantas orientaes 40 »

10. Plantas do interior da Ásia 8 »

1 1. Plantas endémicas 1465 »

12. Plantas cultivadas e adventícias 260 »

Total 5660 1 »

Juntando as 236 plantas dos Alpes ás 1633 plantas da Europa central,
obtém-se o numero de 1869 espécies, o que mostra que essas espécies for-
mam quasi Vs do numero total das plantas da Hora hespanhola e porluf;ueza.
As plantas endémicas formam mais de Víí '^^ plantas verdadeiras medi-
terrâneas precisamente Vs- Como as 185 plantas sul-atlanticas também se
encontram no norte da Africa, o numeao total das espécies norte-africanas
que apparecem na peninsula sobe a 467.

As 16 plantas balearicas, são: Thymelaea velulina Meissn. 5, Heli-

1 O numero total das plantas da peninsula ibérica pelo que se sabe até ao pre-
sente, anda \m\v 9305 espécies, das quaes 56t.O vasculares e 3646 cryptoganiicas cellu-
lares (segundo Colnieiro '•Résumen» 364 musgos, 9o hepáticas, 454 licbenes, 1359 co-
gumelos e 1374 algas). Entre as plantas vasculares (as cryptogamicas cellulares ainda
estão muito mal exploradas) encontramse 221 espécies, que até hoje só foram encon-
tradas em Portugal, todas as outras habitam em toda a peninsula ibérica ou exclusi-
vamente a Hespanha. Igualmente entre as 1465 plantas endémicas da peninsula só 179
estão restringidas a Portugal, emqnanto que as restantes são counnuns aos dois paizes
da peninsula"ou só se encontram em Hespanha cm grande maioria. As plantas vascula-
res dividem-se em 71 cryptogamicas vasculares, 32 gymnospermicas, 999 monocotyle-
doneas e 4558 dicotyledoneas. No sentido biológico, "com rela^'ão á sua duração, 1518
espécies vasculares são vegetaes annuaes, 301 bisannuaes, 2878 de rhizomas e 963 le-
nhosas. Estes últimos snlidividem-se em 361 meios arbustos, 211 pequenos arbustos,
275 arbustos e 116 arvores. As plantas perenncs andam por 3841, e as annuaes e bis-
annuaes por 1819.

lio

chryson rupestre DC. Ô, Senecio linifolius L. 2í, Micromeria filiformis
Bth. 2/, Teucrium lusitanicum Líim. 2í -, Crataegus brevispina Kze. Ô,
Ilippocrepis balearica Jcqu. 5, Lotus longesiliquosus Roem, 21, Ononis
crispa L. Ò, Lupinus varius L. 0, Eu|)horbia imbricata Vahl. 2í, Buxus
balearica W. Ò, Hhamnus lycioides L. -5, Rb. balearica Wk. 5, Silene
liltorea lírot. 0, Lepidium stiíírulicosum L. 5.

As 40 plantas orientaes (oriundas da Arábia, Palestina, Syria, Ásia me-
nor. Arménia, Mesopotâmia, Pérsia), são: Allium rubro-vittatum Boiss.
Heldr. 2í, Viscum cruciatum Sieb. 5, Polygonum equisetiforme Sibtb.
Sm. Ô, Pulicaria arábica Cass. ©, llloga spicala C. 11. Sch. 0, Evax
exigua DC. 0, Lyonetia anlhemoides Cass. 0, Perideraea áurea \Yk. ©,
Cartliainus tinctorius L. 0, Centáurea calcilrapoides L. O» Amberboa
Lippii DC. 0, Onopordon tauricum W. O» Cicborium spinosum L. 0,
Rubia tinctorum L. 21, Salvia pinnata L. O» Stadiys nepetaefolia Desf. 21,
Scutellaria orientalis L. 2í, Lycopsis orientalis L. 0, Myosotis refracta
Boiss. 0, Solanum persicum W. Ô, S. Dillenii Scbult. 0, Verónica digi-
tata Vahl. 0, Scandix pinnatiíida Vent. 0, iVloliugo Cerviana Ser. 0,
Geum umbrosum Boiss. 2/, Carasus prostrata Labill. Ô» Astragalus cru-
ciatus Lk. 0, Medicago laciniata AH. 0, Ononis birta Desl". 0, Adeno-
carpus villosus Boiss. 5, Malva aegy[)tia L. 0, JMalvelIa Sberardiana
Jaub. 0, Zizyphus vulgaris Lam. ò, Ceraslium dicbolomum L. 0, C.
perlolialum L. 0, Hcliantbemum villosum Thib. 0, Erucaria aleppica
Gaerln. 0, Aetliionema ovalilolium Boiss. 0, Alyssum liniíolium Steph. 0,
Conringia orientalis Anclir., Ranunculus demissus DC. 2/.

As 8 espécies da Ásia central, são: Knlidium loliatum Moqu. T. Ô»
Eurotia ceratoides C. A. M. 2í, Eurot. ferruginea Boiss. Ô» Koelpinia
linearis Pall. 0, Scorzoncra tuberosa Pall. 2í, Zizipbora tenuior L. 0,
Ecbinospermum patulum Lebm. 0, Rochelia stellulata Bcbb. 0.

As 16 espécies das ilhas atlânticas, são: Trichomanes radicans Sw. 2í,
Asplenium palmatum Lamk. 2[. Davallia canariensis Sw. 2í, Phalaris bra-
chystachys Lk. 0, Luzula purpúrea Lk. 2í, ]\íyrica Faya Ait. 5, Alter-
nanlbera Achyrantha B. Br. 21, Erigeron Gouani L. 21, Ecbium candicans
L. Ô, Myosotis maritima Hochst. Steud. 2í, Statice ovalifolia Poir. 2í,
Erythraea scilloides Chaub. 0, Psoralea dentata DC. 21, Corema álbum
Don. 5. Spergularia azorica Kimb. 2f, llex Perado Ait. Ô.

2 O Teucrium lusitanicum Lam. habita também em Portugal^ na Serra da Estrella.

111

Irteíritío sril-atlaiitica

Algarve e Baixo Alemtejo. — A provincia portugueza do Aigarve,
orograpliicamente considerada, pôde ser dividida em três zonas parallelas á
costa do sul: a «serra» ou as montanhas propriamente ditas; o «barrocal»
ou as collinas que ficam ao sul d'estas; e a zona da costa. A «serra» é a
continuação immediata dos montes silurianos da Serra Morena, que estào
separados pelo valle do Guadiana ^ oonsideravelmenle mais baixos do que
aquella, exceptuando a serra granitica'^ de Monchique, que ainda assim
está longe de a egualar em altura. As duas partes mais altas (Foia e Pi-
cota) que ficam acima das encostas arborisadas d'aquella serra ^ sào supe-
riores ás visinhas montanhas schistosas que ao norte da Serra de Monchi-
que se ramificam e se estendem pela parte meridional da provincia do
Alemtejo. O aspecto geral faz crer que aqui ha uma região subalpina, muito
especialmente vendo-se a parte mais alta sem vegetação; ainda assim, po-
rém, ficam todas estas elevações inteiramente dentro da região alpestre.

As partes silurianas da «serra» são eguaes ás da Serra Morena e acham-se
cobertas por uma formação de arbustos de folhas persistentes, entre os
quaes o Cistus ladanifenis representa o papel mais importante. De modo
semelhante ao que se observa a poente da Serra Morena, tambcm aqui
n'esta formação, além do Cisius, outros arbustos fazem parte da formação
vegetal, apparecendo isolados em pequenos grupos: taes são, particular-
mente, a Eriça lusilanica Rud. de llores brancas; a E. australis L. de
flores cor de roza ; e a Genisla polyanlhos Roem. arbusto com llores côr de
ouro (encontradas pelo auctor pela primeira vez), da altura de um homem,
muito ramoso e com o tronco da grossura de um braço, e os ramos curtos
com espinhos agudos, cobrindo-se completamente de flores côr de ouro.

Como estes três arbustos já em fevereiro estão em flor e o Cisius lada-
nifenis começa a florescer, o aspecto da serra, n'outras epochas verde-
escuro, em virtude da côr das folhas dos arbustos, torna-se então matisado
de branco, côr de roza e amarello. Apparecem ainda com frequência ou-
tros arbustos persistentes dos géneros acima mencionados e das genista-
ceas, taes como : a Eriça umbellata L. e Ulex baelicus Boiss. A flora d'estes
montes parece ainda estar pouco explorada.

1 Xo Algarve não se encontra o siluriano, mas sim o carbónico inferior. (T.).

2 A rocíía da Serra de Monchique é a foyaito e não o granito. (T.).

3 O ponto mais elevado d'esta serra, 903"" de altitude. (T.).

112

Quando em fevereiro atravessei bastante rapidamente esta região, en-
coiitravam-se espalliadas por ahi, nos terrenos arenosos, plantas bulbosas
em ílôr [Trichonema ramiflora Ten., Narcissus Bulhocndium L., Muscari
racemomm L., Scilla odorata Brot., e S. monophyllos Lk,), e de onde a
aonde tufos da linda Linaría amelhyslea HíTgg. Lk., da Bellis annua L.,
e B. silvestris Cyr. ji. papillosa (Boiss.) Lge. e d'outras. Por este motivo
estes montes pareciam n'iim ou n'outro ponto um ^erdadeiro jardim. Já
dentro do Alemtejo (entre Corte Figueira e Almodovar) viam-se em solos
arenosos Thymelaea villosa Endl., Tiiberaria bupleurifoUa Wk. e T. in-
conspiciia Wk.

Outra vegetação completamente difíerente possue a Serra de Monchi-
que. No valle fundo que separa os seus altos picos e na parte superior
á'c\\e está situada romanticamente a villa de Monchique. Esta montanha
granítica tem os pontos mais altos cercados pelos valles caibonicos povoa-
dos por mattas de Querem suher e Q. ilex. Acima d'estas mattas de car-
valhos as encostas e especialmente a da Foia sào povoadas por mattas de
castanheiros, que cercam a villa. Onde estas acabam, principiam os prados
e pastagens, d'onde nascem pequenos regatos, e que se estendem pelas
quebradas dos dois llancos da montanha até ao ponto mais alto da serra,
excepto nos logares em que a rocha está a descoberto.

Na encosta da Foia encontra- se entre as mattas de faias ^ o Rhododen-
dron ponlicum L., o qual cresce nas margens dos regatos até á região
elevada das pastagens, formando massivos densos, mas muito mais baixos
e com folhas mais pequenas e estreitas do que nas montanhas de Algeci-
ras. Não posso dizer se esta es[)ecie apparece também na encosta oriental
da Picota, pois não subi até lá. Com egual frequência se encontra a aço-
riana Myrica Faya Ait., junto dos ribeiros da região superior desarbo-
risada^.

Além d'aquelies dois raros e bonitos arbustos enconlram-se, fazendo a
vegetação rasteira das mattas, ou formando montas de arbustos, o Qucrcus
lusilanica S- Mirbeckii Dur. e o Q. humiíis Lam., assim como numerosas
espécies de genistaceas, taes como: a Genista Lobclii DC., Ukx nanus
Forst., p. lusilanicus \^'ebb., U. opisllwkpis Webb. (ambos só até hoje
encontrados no Algarve ''), Sarolhanimis Boiírgaei Boiss., S. oxyphyUus
Boiss., Plerosparlum tridenlalum (L.) Sp., Adenocarpus anisochilus Boiss.,

* Deverá antes ser maltas de castanheiros. (T.).

2 Onde é muito frequente é nos valles da base da serra ao longo das margens das
ribeiras, como por exemplo, em Valle de Boi. (T.).

^ O U. nanus p. lusitaíiicm lambem habita em Cintra e Caslello de Vide; e o Í7.
opistholepes em Coimbra, Foja e Buarcos, (T.).

^

113

A. complicalus J. Gay., Cislus populifoUus L., Halimium Libanolis (L.)
Lge., H. ocymoides (Lam.) \A'k. (os dois últimos só na Picota). Entre Mon-
chique e Santa Clara enconlram-se Halimium formosum (Saizm.) \Yk. ;
nas mattas da Picota Jlex aquifolium L. ^.

A Serra de Monchique é notável em todo o Algarve pela sua riqueza
em plantas. Mencionaremos apenas as plantas endémicas e algumas ou-
tras espécies inlercssantes, das quaes as que só habitam no Algarve e em
geral, em Portugal, vao designadas com o signal (L). Nas brenhas cres-
cem : (L) Leuzea longi folia Híígg. Lk., (L) Campânula primulaefolia
Brot. ^, (L) Lavandida viridis Ait., Origanum virem Híígg. Lk., Cala-
minlha menlhaefulia Host., Phlomis purpúrea L., Anchusa granatensis
Boiss., Lithospermum proslralum Lois. (estação extrema sudoeste d'esta
espécie norte-atlantica), Drosophyllum lusitanicum Lk. (só em Monchique),
Silene mellifera Boiss.; nas mattas: Luzida Forslerii DC. e Paeonia Bro-
teri Boiss. Reut. E muito frequente na terra solta e humosa dos soutos de
castanheiros a Primula acaulis Brot. que aqui já floresce em fevereiro, a
qual na verdade pouca diííerença especifica parece ter da Primula vidgaris
Iluds. (P. acaulis Jcqu.); mas o seu apparecimento no extremo sudoeste
da Europa torna-se notável, pois que ella ainda nào foi encontrada nem
na Serra Morena e Baixa Andaluzia, nem nas montanhas graníticas do
Alemtejo e Extremadura ^.

Nas mattas de talhadia é o Aníhoxanlhum aristalum Boiss. muito fre-
quente; nos soutos de castanheiíos bem como junto dos caminhos em volta
de Monchique a Euphorbia riipicola Boiss. ; nos terrenos pedregosos até
ao alto da região do Rhododendron é vulgar a Tuberaria vulgaris Wk.
Junto dos ribeiros encontra-se Poterium agrimonioides L. ; nos pântanos
(L) Centáurea uliyinosa Brot. ; nos sitios palustres das pastagens Fuirena
pubescens Kth. e Juncm bufonius L. ;3. fuliosus Desf. ; por entre as rochas
e nos terrenos pedregosos (L) Calendula lusilanica Boiss., Serralula pina-
lifida Poir., Saxi fraga granulala L. ^. glaucescens Boiss. Reut., Poterium
Spacliianum Coss. e Hanunndus blepharicarpus Boiss. Sobre os rochedos
mais elevados Umbilicus hispidus DC. e Sedum brevifolium DC. (estação

i Talvez antes Ilex Perada? Seria muito curioso se o /. Aquifolium que lem na
Hespanha occidental o seu limite sul nas montanhas de Cáceres (Extremadura) e não
foi ainda encontrado até hoje em toda a Serra Morena, apparecesse ainda no extremo
sudoeste da península.

'^ Tamhem se encontra em sitios desassombrados, por exemplo, nos taludes dos
desaterros da estrada de Monchique (na serra) nos pontos muito húmidos ou onde
cáe agua. (T.).

3 Na Extremadura já se encontrou em Sernache do Bom Jardim e na Serra de
Cintra. (T.).

8 xvn

114

extrema sudoeste d'estas plantas pyrenaicas) ; nas rochas basalticas da
Foia (pois junto d'este cume o granito acha-se coitado por veios de ba-
salto) encontrei em fevereiro uma Armeria, que nào linha ainda flores,
com folhas variegadas e grandes pedúnculos (A. lali folia W. ou A. plan-
taginea W.?).

Nos terrenos arenosos, nos logares incultos, crescem em volta de Mon-
chique a Conysa ambígua DC, Centáurea Prolongi Boiss. e Solvia Verbe-
naca L. y. praecox Lge.; no terreno árido da montanha Centáurea tagaua
Brot., (L) Cynara alyarbiensis Coss., Helminlhia spinosa DC. (//. lusita-
nica Welw.), Arenaria conimbricensis Brot. (Picota), e Silene hirsuta Lag.
y. hirta Wk. (junto das Caldas de Monchique).

Próximo dos caminhos, em sitios húmidos e terrenos agricultados em
volta de 3Ionchique, encontra-se Reseda media Lag. e Suliva lusitanica
Less. ; em logares sombrios e onde abundam as hervagens Phylolacca de-
candra L. ; nas quebradas sombrias e arborisadas próximo de um pomar
de laranjeiras adultas, que ficava situado na base sul do monte da Picota,
onde se acham os banhos «as Caldas» em terra fértil, vegeta a Colocasia
antiquorum Scholt. com folhas gigantes ^ ; finalmente, nas pastagens da Pi-
cota encontra-se o Leucojum longifolium J. Gay., curiosa planta originaria
das montanhas de Córsega.

Devemos ainda dizer, que se no valle de Monchique, muito bem agri-
cultado, prosperam todos fructos do sul, mesmo as laranjeiras, é porque
este valle já pertence á regiào quente^.

O «barrocal» formado de terrenos bastante accidentados, na sua maior
parte de composição jurasica "*, cortado por diversos rios e ribeiros, é muito
povoado e tem o solo submettido á cultura em todos os pontos onde isso
é possivel. As arvores de fructo que mais alli predominam sào a oliveira
e a alfarrobeira, formando em muitos pontos (por exemplo, em volta de
Loulé), magnificos arvoredos, e cobrindo completamente alguns outeiros.

Além d'essas prosperam aqui todas as outras arvores íructiferas da zona
mediterrânea. Nos valles encontram-se principalmente as figueiras, amen-
doeiras* e laranjeiras. j\'estes valles é notável o desenvohimento das ar-
vores que se acham junto das aguas, como succede também na Serra
Morena. Encontra-se aqui também com bastante frequência a videira sel-
vagem. Nos tractos de terrenos incultos predomina a formação arbustiva

1 A Colocasia antiquorum Scholt. encontra-se em pontos elevados da serra, por
exemplo, nos barrancos junto da agua, próximo ao cuminlio que vai da villa de Mon-
cliique para a Foia. (T.).

2 Na Serra de Monchique cáe geada no inverno, (T.).

3 Jurássico superior. (T.).

< Também se encomram nas planicies e collinas de pouca elevação. (T.).

115

composta de variados arbustos, muito análoga á que se encontra nos con-
trafortes da Serra Moremi, apparecendo também ahi grupos de sobreiros
e de aziíilieiras.

Uma parte considerável da composição d'estes mattos é constituida
pela Osyris lanceolata Hochst. Std., que muitas vezes toma a forma ar-
bórea, Vihurnum Tinus L., Eriça australis L., Rhamnus Alaíernus L. e
Anagyris foetida L. Aqui e acolá também se encontram a Genista hir-
suta Vahl., G. scorpioidcs Sp., (L) G. Bourgaei Sp. e Ulex janthoclados
Webb.; a Arisíolocliia baelica L., Phlomis purpúrea L., Prasium majus
L., e rrum ou outro ponto, (L) Cynara algarbiensis Coss. (junto a Sil-
ves '), Delphiniiim penlagynum Desf. e D. Staphysagria Lam. Nas pas-
tagens húmidas e pantanosas a oeste floresce já em fevereiro o Nar-
cissus niveus Lois. e o A^. jonqullloides Wk., que é frequente, e mais
raro o N. minuliflorus Wk. ; no verão o Semeio foliosus Salzm. Nos
campos arenosos, na primavera, encontram-se por toda a parte (L) Scilla
odorala Brot. e S. monophyllos Lk. Nas terras cultivadas férteis são
muito frequentes na primavera : Salvia Verbenaca L. y. praecox Lge.
{S. verbenacoides Brot.), Teesdalia Lepidium DC, e Anemone palmata L. ;
mais tarde Calendula malacilana Boiss. *, Omphalodes linifolia Mndi.
e Heliolropium supinum L. Nos terrenos de areia llorescem na prima-
vera e verão: Scorzonera gramini folia L., Picridium gadilamim Wk.,
Andryala lariflora DC, Tuberaria hupleurifolia (Lam.) Wk. e (bastante
espalhada) Silene colorata Poir. 'i. lasiocalyx Soy. Will. Nas collinas pe-
dregosas e calcareas: Tulipa aiislralis Lk. a. campeslris AVk., Pulicaria
arábica Cass. [â. hispânica Boiss., Glossopappus chrysanlhemoides Kze.,
Carlina gummifera L., Echinops strigosus L., Sideriiis anguslifoUa L.,
Euphorbia Clemeníei Boiss., E. pterococca Brot., Coronilla glauca L., Li"
num setaceum Brot., L. lenue Desf., Dianlhus tolelanus Boiss. Reut. ^.
algarbiensis Mar., Tuberaria globulariaefolia (P.) Wk., e Ranunculus gra-
mineus L. S- luzulifolius Boiss. Em logares pantanosos: Junciis lampro-
carpus Ehrh. 3- mulliflorus Lge., J. Fontanesii J. Gay., J. strialus Schousb.
e Ranunculus Uroleri Freyn.

Zona das costas do Algarve e Alemtejo. — Desde as marinhas em
volta de Castro Marim, que estão situadas na margem direita do Guadiana
em frente de Ayamonte, até perto de Faro, capital do Algarve, a costa é
constituida por uma faxa de areia pura, e na parte que se estende ao longo

1 No Algarve também se encontra em Monchique e Cabo de S. Vicente. No Alem-
tejo em Beja, Serpa e Mertola; e na Extremadura transtagana em Grândola. (T.).

2 Em abril já se encontra em flor. (T.).

!t

116

da praia encontra-se uma serie de dunas de grandes dimensões ^ seme-
lhantes ás Arenas gordas do littoral de Huelva. Não obstante é esta parte
da zona da costa que constilue a região mais lerlil de toda a provincia,
porque pelas regas arliíiciaes e amiudadas eslrumaçòes tem sido Iraiisfor-
mada em terra de horta altamente producliva ^.

Já nas proximidades de Villa Real de Santo António (na embocadura
do Guadiana) se encontram grandes plantações de laranjeiras e limoeiros
com vegetação explendida nos valles que se conservam sempre húmidos
por causa da infiltração da agua do mar. Com pinheiros estão povoados
os monticulos d'este deserto de areia; as baixas, que são regadas, pela
cultura cuidadosa, opulência e exuberância da vegetação das arvores e de
outras plantas, fazem lembrar os ferieis campos de Valência.

As verdadeiras mattas de oliveiras e de alfarrobeiras que povoam a pri-
meira fila de outeiros e montes do visinho «barrocal» são aqui substituídas
por grandes pomares de laranjeiras e plantações de figueiras, vinhas e
hortas, assim como de amoreiras, arvores de fructo e amendoeiras circum-
dados por campos de trigo e de milho. N'estes campos de verdura levan-
ta-se n'um e n'outro ponto a esbelta tamareira com a sua graciosa coroa
de folhas, e são frequentes as alegres casas de campo e varias povoações.

Muito menos povoado e de menor fertilidade, mas egualmente cultivado
n'imia grande parte, é o trado da costa que fica situado entre Faro e
Lagos, em parte plana e em parte collinosa, cujo solo é constituido por
rochas terciárias areenlas e ricas em cal, terminando junto do mar em
escarpadas muralhas de rochedos. Também n'esla parte da zona da costa
existem numerosos pomares de laranjeiras, figueiras e arvores de fructo,
menor quantidade de plantações de oliveiras e especialmente de alfarro-
beiras, sendo largas porções de terra submettidas á cultura de cereaes.
Ao occidente de Lagos a parte accidentada da costa torna-se improdu-
ctiva, pois é em parte composta de calcareo jurássico de que são formados
os outeiros do Algar\e, que se prolongam para sul até ás solitárias e esté-
reis linguas de rochas do Cabo de S. Vicente, cujo aspecto é o de um
deserto pedregoso.

As zonas da costa occidental do Algarve, assim como do Alemtejo, são
menos povoadas e cultivadas, entre Grândola e a parte inferior da bahia
de Setúbal, formada pelo rio Sado, junto da qual se encontra um desabri-

* As dunas principiam na embocadura do Gnndiana e terminam quasi a 2 kilome-
tros antes de Cacella; a sua maior largiir.i é vm iicnie de Villa Real de Santo An-
tónio e poderá ser o máximo 1 kilometro. (T.).

2 Isto dá-se especialmente no lacustre superior e principalmente em volta de Villa
Reat de Santo António, Tavira, Olhão e Faro, onde é abundante a cultura hortense. A
Fuzetta torna-se notável pelos seus vinhos (jue tem nomeada.

117

gado deserto de areia ^ No Alemlejo segue-se pnr;illela á costa de Sines
uma cadeia de montes siliiriunos^ pouco elevados (Serra de Grândola) que
separa a zona da costa, propriamente dita das planicies do Baixo Alemtejo.

As principaes formações de vegetação espontânea de toda a costa são
pinhaes, charnecas e pastagens. O maior e mais bello pinhal, que se es-
tende até á beiramar, acha-se situado entre Faro e Albufeira. Na vege-
tação rasteira dos pinhaes e dos mattos do Algarve, as Genistaceas repre-
sentam ainda, como no barrocal e serra, o papel mais importante, espe-
cialmente as numerosas espécies de Ulex, entre ellas muitas genuinamente
portuguezas, as mais características d'esta zona da costa.

Além do Sparlium junceum, Calycotome villosa, Cylisus albicans e C.
lini/ollus, encontram-se alli: Genista scorpioides L., G. Iriacanthus Brot,,
G. hirsuta Vahl. ^. (L) algarbiensis Brot., Ulex sparlioides Webb., U.
sparlioides \A'ebb., var. U. WiUkommi Webb., U. Webbiamis Coss., (L)
U. Vaillanlu \A'ebb., (L) U. Escayracii Webb., U. janlhoclados Webb.,
(L) U. argenteiis Webb. e (L) (J. erinaceus Webb.; além d'estas também
o Sarothamnus grandiflorus Webb.

De resto os mattagaes são formados pelo Juniperus phoenicia, Quercus
coccifera, Pistacia lentiscus, Cislus e outros arbustos de folhas persistentes
da zona mediterrânea. Das gramíneas, hervas e sub-arbustos, são as are-
nicolas as mais frequentes espécies; entre ellas as mais notáveis são: Cory-
nephorus fnsciculatus Boiss. Reut., Arrhenalherum erianlhum Boiss. Reut.,
Triselum Dufourei Boiss., Carex glauca Scop. 8- sernãata Coss., Cyperus
distachyus Alb., íris albicans Lge. (junto a Faro), Leucojum trichophyUum
Brot., Orchis longicorvu Poir. (estas duas ultimas nos pinhaes), Scilla
odorala, S. monophyllos (ambas muito espalhadas), FriliUaria lusitanica
Wickstr. (junto a Faro), Riimex tingilanus L., (L) Inula revolula Lk.
(muito espalhada), Perideraea áurea Wk., Pinardia anisocephala Cass.
(entre Castro Marim e Villa Real de Santo António), Centáurea (L) lusi-
tanica Boiss. Reut., C. ornala W. [B. microcepliala Wk., Cichorium spi-
nosum Schousb., Picridium gaditanum Wk., Andryala íenuifoUa L. y.
arenaria DC, Tliymus cephalolus L., Th. tomentosus W., (L) Th. capilel-
lalus Hfígg. Lk., Ornithopus durtis Cav., Ononis Picardi ,3. grandiflora
Coss., O. Bourgaei Boiss. Reut., Lupinus Cosentini Giiss. (os três últimos
junto a Faro), Eupliorbia baelica Boiss., Arenaria conimbricensis Brot.,
A. emaryinata Brot., (L) A. algarbiensis WeKv., Silene Iridenlala Desf.,

1 Este areal principia em Sines e vai ao longo da costa á foz do Sado, depois pela
margem esquerda d"este rio até próximo a Porto de Rei. A sua maior largura é na
coslà oceânica entre Santo André e Melide e dentro do Sado em Tróia. (T.).

2 Aqui não existe o sikiriano, estes montes são de carbónico inferior.

118

S. hirsuta Lag., S. micropetala Lag., Cistus Bourgeanus Coss., Halimium
multiflorum Wk., H. umbellalum Sp., (L) y. verlicillalum Wk., lube?'aria
globiilariaefolia y. major W k., Cleome violácea L.

Nas collinas calcareas, relvosas e soalheiras, encontram-se: Ophrys Sco-
lopax Cav., Serapias Lingua L. 5. (L) leucoglollis \A elw., Orchis loiígi-
cruris Lk., Centáurea lusitanica Boiss. Reiít., C. eriophora L., Serralula
baelica Boiss., Helminthia spinosa DC, Asperula hirsuta Desf., Armeria
littoralis Hffgg. Lk. (próximo a Villa Nova de Porlimào), Thymus (L) al-
garbiensis Lge., Th. (L) albicans Hffgg. Lk., Lathyrus amphicarpus Brot.,
Dianthus Broteri Boiss. Reut. «. brachyphyllits Wk., i/)er/s contracta P.,
Frankenia Boissieri Reut., Adónis dentata Del. fi. major Lge.

Em terreno argiloso e de marga, crescem: (L) Bellevalia Hackelii Freyn.
(a única espécie d'este género na Europa occidental!), Allium subvillosum
Salzm., Otocarpum glabrum (Lag.) Wk. Em terreno cultivado: Avena
longiglumis Dur. (em volta de Faro), Calendula malacitana Boiss. Reut.,
Vicia vestita Boiss., Melilotus segetalis Ser., Euphorbia niedicaginea Boiss.,
Spergula arvensis L. 13. glutinosa Lge. Nas pastagens húmidas e togares
pantanosos: Narcissus Tazetta L., Juncus siibtdatus Forsk., J. slriatus
Schousb., Trifolium isthmocarpum Brot., Euphorbia (L) androsaemi folia
Schousb., Banunculus ascendens 'i. marginatus Freyn. Em terreno inculto
e secco: Bourgaea humilis Coss., Carduus (L) meonanlhus líHgg. Lk.,
Kentrophyllum baeticum Boiss., Thymus Welwitschii Bok&. Nas rochas e ter-
renos cascalhentos: Calendula (L) algarbiensis Boiss., Serralula pinnali fula
Poir., Cynara (L) algarbiensis Coss. (próximo a Sdves), Plantago acantho-
phylla Dcsne. p. bracteosa Wk. (próximo a Albufeira), Sideritis arborescens
Salzm., S. angusli folia Lamk.

Um ponto especialmente interessante com relação á composição florislica
é o planalto rochoso da collina do Cabo de S. Vicente, no qual se encontra
um numero de espécies peninsulares (na maior parte endémicas) que alli
têm o seu limite occidental ou meridional, e d'outras que só ou de pre-
ferencia alli apparecem, a saber: Macrochloa tenacíssima (L.) Klh., Juncus
valvatus Lk. [J. echinuloides Brot.), Scilla mauritanica Schousb. [S. vin-
cenlina Hffgg. Lk., o único ponto da Europa conhecido, onde ella se en-
contra!), Teucrium vincentinum Rouy., Lilhospermum prostratum Lois.,
Linaria amethyslea Hlígg. Lk., L. satureioides Boiss., Helichryson seroti-
num Boiss., Centáurea polyacantha Boiss., (L) vinceiítina Welw. (só se
encontra em alguns pontos da zona marítima do Alemtejo e no Cabo de
S. Vicente), Cynara (L) algarbiensis Coss., Onobrychis eriophora Desv.,
Astragalus massiliensis Lam. [A. Poterium Brot., em Portugal só aqui e
junto do Cabo de Sines), Euphorbia baetica Boiss., Cistus hirsulus Lamk.,
Helianthemum origani folium P. (único ponto de Portugal onde se encontra I),
Iberis pectinala Boiss., Aslrocarpus Clusii J. Gay., Diplotaxis virgula DC.

119

Finalmente, deve mencionar-se ainda a rara Spílzelia WiUIwmmii C.
H. Schz. que também íbi encontrada no Algarve, em Castro Marim,
a qual cresce, como em Ayamonte, em sitios relvosos por debaixo das
brenhas. Nas brenhas e sebes apparece aqui e acolá também o Mer-
curialis elUptka Lam. ^ e (com mais frequência) o bonito Clematis cir-
rhosa L.

Muito mais uniforme e ao que parece menos rica em espécies é a ve-
getação da zona marítima do Alemtejo. Como sào raras as povoações, a
cultura do solo occupa só uma pequena parte do território, e a maior j)arte
da superfície d'esta região é formada de charnecas, pastagens, ou por cam-
pinas arenosas ou pedregosas, alternando com outeiros escalvados ou co-
bertos com algum matto.

N'um ou n'outro ponto, como por exemplo nas visinhanças de Setúbal,
existem também pinhaes, sendo de resto esta parte da costa, ainda bota-
nicamente mal explorada, quasi desprovida de arvoredo. Na formação ar-
bustiva parece que as Genistaceas estão aqui muito menos representadas
do que no Algarve, comtudo apparecem aqui três espécies que pertencem
exclusivamente ao Alemtejo: Gcnista (L) ancislrocarpa Sp., Ulex (L) spe-
clabiUs Webb., e U. (L) lundus \Yebb.

Com relação á flora d'esta região devemos primeiro que tudo notar,
que as espécies endémicas e outras que acima nomeámos, pertencentes á
costa marítima do Algarve e que vamos mencionar, também apparecem no
Alemtejo; taes sào: Arrhenalherum eríanthum, Narcissus Tazetta, Ophrys
Scolopax, Orcfiis longicornu, O. longicruris, Jiincus valvalus, Fritillaria
lusitanica, Otocarpum glabrum, Calendula malacitana. Centáurea vincen-
tina (no Cabo de Sines), Serralula baelica, Bourgaea humilis, Carduus
meonanthus, Cichorium spinosum, Picridium gadilanum, Tliynms capitel-
lalus, Arenaria conimbricensis, A. emarginata, Cislus hirsulus, Halimium
Libanolis (vulgar desde Odeseixe até Setúbal), Clemalis cirrhosa e Ane-
mone palmata.

Só no httoral do Alemtejo apparecem, ao que parece (abstrahindo das
da zona da costa da região atlântica occidental), e sem duvida nos terrenos
de areia: Carex (L) depressa Lk., C. oediposíyla Duv. Jouv., Serapias
Língua L. p. longebracleaía Guim., Orchis cordata W. (nos pinhaes pró-
ximo a Setúbal), Luzula Forsteri DC. (nos pinliaes da Serra de Grândola),
Santolina rosmarinif(dia L., Cryptostemma (L) cakndulaceum a. lyratum
R. Br., uma bonita planta do Cabo da Boa Esperança da tribu Arctotideas,
que se encontra espalhada por toda a região da costa e ainda mais para o

1 E vulgar próximo a Villa Nova de Portimão, ao pé do sitio chamado a Rocha de
Portimão.

120

norte ^ Arenaria fasciculala W . ^. intermédia Dav., A. (L) WeJwilschii
Boiss. Reut. a. slenophylla Dav. (ambas nos pinliaes cl'EI-Rei próximo da
Lagoa d'Albureira), Cliaelonychia cymosa (DC.) Wk., Ononis Cossoniana
Boiss. Reut. (ambas junto de Setúbal), Halinnum erioceplialum Wk., ÍL)
Iberis Welwitschii Boiss. Reut. (próximo a Vendas Novas), e Jonopsidium
acaule (Desf.) Rcbb.

Nos mattagaes crescem : Coleostephus hybridus Lge., Lepidophoruni re-
pandum DC, bonitas espécies de Crysanlhemaceas que se encontram espa-
lhadas até ao norte de Portugal, Leuzea (L) longifolia Ilífgg. Lk., Car-
diius medius Gou. 3- Broteri Mariz, Nepeta (L) lusilanica Brot. (próximo
a Carrasqueiro), Sarolhamnus baelicus Boiss. (próximo a Montemór-o-
Novo), Paeonia Broleri 3. ovali folia Boiss. Reut. (junto de Alcácer do
Sal). Nas pastagens húmidas e fora d'isso nos terrenos molhados: Fuirena
pubescens Kth., Juncus bufonius L. 3- foUosus Desf., J. hufonius L.
íi. condensalus Cout., Senecio foUosus Salzm., Cirsium ]\elwitschii Coss.,
Armeria (L) arcuala Boiss. Wehv. Nos pântanos: Rammculus adsceudens
Brot. Nas collinas pedregosas e seccas: Ophys tenlhredinifera W. b. Fica-
Ihoana Guim., Serapias cordigera L. |3. curvifolia Guim., S. cordigera L.
y. bracteosa Guim., S. cordigera L. ^. leucoglollis Welw., Cakndnla lusi-
lanica Boiss. (â. microcephala Lge., C. lusilanica Boiss. y. translagana
Mar., Centáurea Prolongi Boiss., Ranuncuhis flabellalus Desf. y. gregarius
(Brot.) e R. flabellalus ^. acutilobus Freyn. No terreno cultivado (só junto
de Odemira): Daveaua (L) anlhemoides Mariz (nova), primeiramente en-
contrada próximo a Lisboa^, género monotypico das Chrysanlhemeas.

Uma flora semelhante á da zona maritima do Alemtejo 6 a do terreno
collinoso do Baixo Alemtejo que se estende ao longo da margem direita
do Guadiana, entre Serpa e Beja (Baixas do Guadiana), no qual se encon-
tram muitas das plantas precedentes (entre outras a Cryploslemma calen-
dulaceum). Gomo espécies particularmente notáveis podem mencionar-se
as seguintes: Bellis microcephala Lge., Evax carpetana Lge., Senecio mi-
nutas DC., Centáurea coerulescens W., Cynara Tourneforlii Boiss., Car-
duus Reuterianus Boiss., C. Reulerianus Boiss. fJ. pycnocephaloides Lge.
(todas as três em terras lavradias e alqueives), Armeria (L) lilloralis liffgg.
Lk., A. (L) littoralis Hffgg. Lk. 3- hispida Dav., Solvia (L) sclareoides
Brot. (ambas em volta de Serpa, nos alqueives e collinas), Genista kum-
ginosa Sp., G. (L) Rourgaei Sp., G. hirsuta VahI. (todas três nos mattos
entre Serpa e Mertola), Sarolhamnus scoparius Koch. 3. leioslylos Coss.,
S. (L) Bourgaei Boiss., Raphanus microcarpus Lge., Diplotaxis catholica

1 É vulgarissima nos terrenos arenosos junto da Villa do Barreiro. (T.).

2 Nos arredores de Bcllas.

121

DC, D. virgala DC. (todas as três são vulgares no terreno cultivado
junto a Serpa), Raniwculus (L) pseiidofluilans llicrn. (nas aguas próximo
a Serpa).

Nas plaiiicies interiores do Baixo Alomtejo, não contando com os pontos
onde a Cidlura cerealiíica é largamente praticada (pelo que o Alemtejo é
considerado o celeiro de Portugal) predominam as grandes charnecas de
Cislus (principalmente do Cistiis ludainfenis, C. populifolius e do C.
monspeliensis que é bastante frequente) e as pastagens, ainda pouco co-
nhecidas, sob o ponto de vista lloristico.

As plantas mais notáveis são: Juncus helerophyUns Duf., Armeria Du-
rieui Boiss., A. Ulloralis Iftígg. Lk., Onohrychis eriophora Desv. p. gla-
brescens Mar., Ononis [L] cinlrana Brot., Ranuucnius Broteri Freyn., R.
Broteri Freyn. 'í. granai folius Freyn. (todas em volta de Beja e Ourique).

As planícies de Beja e Setúbal são muito férteis e acham-se cuidadosa-
mente cultivadas. As primeiras produzem sobre tudo trigo; as ultimas fru-
ctos do sul da Europa (especialmente laranjas) em quantidade. Nas rami-
ficações das montanhas algarvias, que limitam esta província ao sul, encon-
tram-se consideráveis massiços de arvoredo, formados principalmente pelos
sobreiros e castanheiros.

Zona marítima desde a embocadura do Guadiana até á bahia de
Setúbal. — A formação marítima d'esta zona já foi suííicientemenfe des-
cripta ^ n'este nosso trabalho. Também relativamente á vegetação das
marinhas, que tanto se encontram na costa sul do Algarve (Castro Ma-
rim, Olhão, Faro, Villa Nova de Portimão) como na costa do Alemtejo
(Alcácer do Sal e em volta de Setúbal) n'uma considerável extensão, ha
pouco a accrescentar, visto que também n'estes terrenos das salinas se en-
contram quasi todas as espécies halophytas que já mencionámos e descre-
vemos*. Apenas falta nas marinhas da costa occidental o bello Limonias-
trum, que unicamente apparece na costa sul.

1 Eneonlra-se na 1.^ parte d'esta traducção.

2 Sub-arbustos : Salicornia friiticosa L., Atriplex Halimus L., A. glauca L., Aiihro-
cnemon macrosfarhyinn M. T., Innia critlnnoides W., Artemísia gallica W., Limonias-
trum nionopptaium (L.) Boiss. Plantas de rhizoma: Obiône portulacoides M. T., Aster
Tripolium L., A. longicaulis Desf., Slatice ovalifolia Poir., S. virgata W., S. diffusa
Pourr., S. Limonium L. Entre estas crescem : Ghjceria leptophylla Steud., Juncus
acutus L., Scirpus maritimux L., Triglochin maritimum L., T. Barrelieri Lois, Statice
ferulacea L., assim como as espécies annuaes: Suacda maritima (L.) Dum., Snlicornia
herbácea L., Cofula cornnopifolia L., Evitlirnea latifolia Sm. p. icnuiflora HITgg. Lk.,
E. spicata P., Frankenia hirsuta L., F. ptdveruloita h.

Todas estas pianlas habitam na zona atlântica marítima desde o Estreito de Gibral-
tar á foz do Guadiana. (T.).

122

Em todos os pontos, a partir de Cadiz, encontra-se com frequência o
Asler Tripolium L. e Aster longicaulis Diif. {A. Tripolhim Brot.), espécies
endémicas. Como lialophytas muito distinctas, que habitam nos pântanos
da beiramar, mencionaremos: Lycopus (L) Jaclnialus Ilouy., Erynghim
corniculnlum Lam. e Eupíioibia ulujinosa Welw. Falta mencionar apenas
as plantas da areia e das rochas, que até ao presente, exckisivamente, ou
de preferencia, tem sido encontradas á beiramar do Algarve e Alemtejo.

Na areia (dunas) crescem nas duas regiões da costa: Vulpia Alopecurus
Lk., Desmazeria lollacea (R. Sch.) Nym., Arlcmisia arborescens L., A.
crithmifoUa L., Centáurea (L) hmlanka Boiss. Reut., C. polyaccwlha W.,
Hedypnois arenaria DC, Armeria pungens \\. Sch., A. (L) Rouyana Dav.,
A. (L) neglecla Gird., Thytmis (L) capitellaius Ilíígg. Lk., Linaria pedun-
culala W., Lotus Sídzmanni Boiss. Reut., Euphorbia ParaUas L.

Na costa sul do Algarve apparecem na areia: AveUinia MkheUi Pari.,
Vulpia geniculata Lk. fJ. conferta Coss., Artemísia gallica DC, Anthemis
marilima L., Carduus (L) meonanlhus lííTgg. Lk., Armeria gadilana Boiss.
Reut. ^ A. macrophylla Boiss. Reut., A. fanciciduta W., A. velutina Boiss.
Reut., Stalice lychtndifolia Gird., Thymus (L) Welmilschii Boiss , Linaria
lusilanica lífígg. Lk. [L. Lamarckii Rouy.), L. (L) algarviana Chav.,
Euphorbia segelalis L. y. liitoralis Lge., Oiinnis Picardi Boiss., O. ra-
mosissima Desf. [i. gracilis Gr. Gdr., L.oeflingia micrantha Boiss. Reut.,
5//me liltorea Brot. fi. eíaíwr \Yk., 5. longicaulis Pourr., S. ramosis-
siyna Desf., S. nicaeensis Alb., Erodium Jacquinianum Fisch., Cislus
Bourgaeanus Coss., Malcolmia lacera DC, Brassica oxyrrhina Coss. p.
Tournefortii Gou.

Nas rochas da beiramar crescem: Statice virgala W., 5'/. confusa Gr.
Gdr., Euphorbia Clementii Boiss. (todas entre Lagos e o Cabo de S. Vi-
cense). Nas marinhas de Tavira e Faro encontram-se também o Obione
portulacoides e a bonita Cistanche lusitanica (Tourn.) Híígg- Lk.

No littoral do Alemtejo encontram-se na areia : Senecio leucanthemi-
folius Poir., Armeria (L) pimfolia R. Sch., A. (L) Welwitschii Boiss.,
Thymus (L) carnosus Boiss. (só em Tróia), Scrophularia (L) sublyrata
Brot., Linaria (L) Incalhoana Rouy., Herniaria marilima Lge., Ononis
(L) Hackelii Lge., Corema álbum Don. (junto a Setúbal), Dianthus gal-
licus L. p. lusitanicus Nym. (em volta de Setúbal), Malcolmia patula BC,
Brassica sabularia Brot. fi. papillaris Boiss. (no Cabo de Sines), Reseda
alba L. (próximo á Comporta).

Nos prados da areia húmida próximos a Odeseixe e Villa Nova de Mil-

1 Eneontra-se a oeste de Faro no lacustre superior, húmido, aproximadamente de
a 2"',50 do mar. (T.).

123

fontes, cresce a rara Armeria (L) arcuata Boiss. Junto ao Cabo de Sines
em sitios pedregosos o llex (L) spcciubilis NAebb. (único sitio coFihccido
onde se tem encontrado ').

Por ultimo ainda ha a observar que nas proximidades de Setúbal ap-
parece uma formação constituida pela Retama inonosperma Boiss.-.

Fazendo emfim um rápido exame de todas as espécies da flora do lit-
toral do Algarve e Alemtejo, nota-se com surpreza o grande numero de
espécies do género Armeria (10) dos quaes a maioria é endémica. Cinco
[A. gaditana, pungens, pinifolia, macrophyUa e fasciculala) também se
encontram no littoral da Baixa Andaluzia. Outras espécies, mas nào mui-
tas, encoritram-se também no littoral do centro e norte de Portugal.

Este numero considerável de Armerias é uma das caracteristicas da ve-
getação do littoral meridional e occidental atlântico da peninsula, pois em
todas as outras zonas da costa, tanto da peninsula como geralmente da
Europa, as Armerias representam um papel muito secundário. A maior
parte d'estas Armerias são sub-arbustos; uma [A. pungens) é até um ver-
dadeiro arbusto.

Vê-se pois que o género Armeria na Europa não só tem aqui o maxi-
mum de formas e de extensão, como também o maior desenvolvimento e
perfeição morphologica.

lioí^iao atlântica occicleiítal

Nenhuma das zonas de vegetação da peninsula ibérica, admittidas por
nós, é tão dithcil de limitar como esta, devido isso ao facto da vegetação
tanto do norte como do sul do Atlântico e ainda da região central, [)assar
por transições insensiveis quasi para a vegetação atlântica occidental.

Já entre a composição da flora da Baixa Andaluzia e a portugueza ha
grandes analogias, e a do Baixo Alemtejo é uma perfeita transição para
a do Algarve, apesar de conservar ainda por completo os caracteres sul-
atlanticos e do centro de Portugal.

O mesmo acontece na flora da parte norte da Galliza e este de Traz-
os-Montes, que incluimos na região norte atlântica e parte na região do

1 Já também foi encontrado em S. Thiago do Cacem. (T.).

2 Onde sobre tudo elhi se encontra é eiíi Tróia. O Ulex luridus Webb. só foi encon-
trado em Portugal entre Viila Xova de Milfontes e a Serra de S. Domingos. A Viola
arborescens L. só se tem encontrado em Portugal junto de Sagres. (T.).

124

centro, pois que ahi as formas de vefíeiaçào passam insensivelmente do
sudoeste da Gallizn para o norte de Portugal.

Tamhein o planalto da Beira Alta, assim como o Alio Alemlejo, que
pela sua Hora e formas de vepretaçào foram incorporadas na regiào do cen-
tro, mostram ter mna notável allinidade com o centro de Portugal. Além
d'estas diíTiculdades na limita(,'ão da região atlântica occidental é a sua
flora extremamente dilíicil de caracterisar por quem, como o auctor, não
conhece esta parte do paiz por a não ter percorrido.

A difticuldade está em não haver na flora d'esta região um tal ou qual
caracter de unidade, pois que n'esta zona quanto mais se caminha para o
norte, cada vez é maior a mistura de espécies mediterrâneas, peninsulares,
norte-atlanticas e da Europa central, alóm das espécies naturalisadas do
Cabo da Boa Esperança e da America, e ainda algumas dos Açores, Ca-
nárias e Madeira, das quaes já muitas apparecem na parte occidental da
região sul -atlântica.

Ao sul d'esta regiào na Extremadura porlngueza, pelo menos na parte
inferior ou quente, o caracter e physionomia da vegetação é ainda pronun-
ciadamente mediterrânea ; mas quanto mais para o norte se caminha,
como acima dissemos, mais vão desapparecendo as espécies mediterrâ-
neas e ajtparecendo as da Europa central, até que ao norte predominam
quasi só estas ultimas.

Convém fazer notar de modo especial, embora rápido, alguns signaes
caracterislicos da vegetação da região atlântica occidental, relativamente
ao conjuncto da sua flora, e fazer a comparação d'esta com as floras com
que confina, principalmente com a da Hespanha, na qual facilmente se
encontram caracteres cuja natureza são em parte positivos e em parte ne-
gativos. Aos últimos pertence sobre tudo a notável pobreza de espécies
endémicas e dos géneros, que nas outras regiões se acham representados
por um grande numero de espécies, muitas endémicas, dos quaes só aqui
citaremos os géneros Hieracium, Saxifraga e Slatice.

Ao passo que os Hieraciums em Hespanha, especialmente na parte
sueste e sul, são muito numerosos e mais de metade das espécies endé-
micas (ao todo encontram-se em Hespanha, incluindo os Pyreneos, 78 es-
pécies, das quaes 42 endémicas!), Portugal possue só 10 espécies, na
maioria espécies vulgares, e que se acham espalhados por toda a Europa,
e nem um só endémico ^

^ As 10 espécies são: Hieracium Piloxella L., H. castellamim Boiss. Reut., H. am-
plexicaule L., H. cinerascens Jord., //. miirorwn h., H. aniicoides Gr. Godr., H. viilga-
tum Fr., H. subnudum L., //. boreule Fr., H. umbelíatmn L., portanto, exceptuando o
E. castellanum Boiss. Reut.^ todos meras espécies da Europa central.

125

Todos estes Hieraciums se encontram espalhadas pelo norte e centro de
Portugal (e tambern na Galliza); ao sul do Tejo (como na Baixa Andaluzia)
não se encontra um sequer. Quasi o mesmo se dá com o género Saxi-
fraga, que em todo o Portugal e na Galli/a se acha representado só por
6 espécies, nenhuma endémica, emqunnto que na ÍTespànha em todas as
montanhas, e principahnente nos systemas pyrenaico, ibérico e baetico. se
encontra grande quantidade de Saxifragas, ao todo S8 espécies (incUiindo
os Pjreneos), e não menos de 26 endémicas.

Não haver em Portugal nenhuma verdadeira cordilheira elevada, além
da Serra da Estrella, não pôde ser o motivo d'esta notável pobreza em
Saxifragas, pois em Iíes|)anha ellas só vivem em montanhas muito mais
baixas. Mesmo a Serra da Eslrella possue poucas espécies de Saxifragas,
e entre ellas nenhuma se pôde mencionar como própria d'alli '.

Talvez a causa d'esta notável pobreza de Saxifragas (e talvez também
de Hieraciums), seja devida a haver tanto em Portugal como na Galliza,
poucas montanhas de natureza calcarea (e com effeito só o são as de pe-
quena elevarão), e a maior parte das Saxifragas que habitam a Hespanha
serem plantas que gostam de cal.

Egual pobreza se observa em Portugal em espécies do género Siatice,
pois só possue 12 espécies, das quaes nenhuma é endémica, emquanto que
a ílora hespanhola tem 29 espécies e não menos de 8 são endémicas.

Como já dissemos, é surprehendente o numero de espécies do género
Armeria, que se acham representadas na Hora de Portugal (ao todo 25,
das quaes 20 endémicas, e d'estas 12, até hoje, estão limitadas a este
paiz^). Em Genislaceas é a flora da região atlântica occidental muito rica,
porque habitando em toda a península 137 espécies, 50 encontram-se aqui.
Comtudo só 6 espécies é que pertencem exclusivamente a esta região, das
quaes 2 [Cylisus villosissimus Lk. e C. procents Lk.) ainda são duvidosas^.

Como na descripção das outras zonas achamos conveniente tomar como
fundamento as regiões climatéricas, também devemos na descripção da

1 As seis espécies do Saxifraga que se encontram em Portugal são: Saxifraga hy-
pnoides L., S. granulata L., S. f/ronulata L. var. glaucescens Boiss. Reut., S. Tridady-
lites L., S. Clusii Gou., S. stellaris L., S. vmbrnsa L.

* A Hespanha possue um numero superior de Armarias, isto é, 30. Mas apesar
d'este paiz ser cinco vezes maior do que Portugal, só 10 espécies são exclusivas á
Hespanha. A maior parte são plantas das montanhas.

3 Todo Portugal possue 83 espécies de Genislaceas. D'estas 26 pertencem ao Alem-
tejo e especialmente ao Algarve, portanto á parte sul-atlantica d'este paiz. Entre estas,
12 são endémicas e até só alli liabitam (n'este numei"o ha 9 Ulex !). Das espécies que
appareeem em Hespanha (entre as quaes 29 endémicas) só 26 é'que estão circumscri-
ptas ao sudoeste; das restantes muitas achamse espalhadas até esta zona; por este
facto fica provado que as Genistaceas atlingem na parte sudoeste da península o ma-
xitnum (especialmente na Europa).

126

vegetação da zona atlântica occidental adoptar o mesmo principio. Se
tivéssemos somente de nos occupar de Portugal (isto é, de todo este paiz),
teria sido talvez mais conveniente adoptar outra divisão regional ^.

I. Zona da costa atlântica, desde a bahia de Setúbal até ao
CABO DE Finisterra. — A descripção da formação vegetal da costa d'esta
zona já foi sufíicientemente indicada, e é constituida principalmente por
plantas que habitam os pântanos, a areia e os terrenos de rocha. As pri-
meiras crescem especialmente nos pântanos salgados e mariídias, parti-
cularmente nos arredores da vasta ria de Aveiro, onde tem uma vasta ex-
pansão, e que na sua maioria são halophytas.

A vegetação das marinhas e terrenos palustres situados na bahia de
Lisboa^ não devem divergir muito da que se encontra em Setúbal em
sitios análogos. A flora dos pântanos da beiramar situados ao norte do
paiz (Aveiro, etc.) é de presumir que seja consideravelmente mais pobre
em espécies. Plantas mais notáveis de pântanos são: Centáurea (L) uligi-
nosa Brot. e Erynghim (L) nUçjinosum Welw. *^. Ambas se encontram
desde as bahias de Setúbal e Lisboa até ao Porto. A primeira também
habita os pântanos do interior.

As halophytas que parece não existirem na costa do Alemtejo, são: Plan-
lago mariíima L. e Armeria marilima \V., que se encontram em sitios
salgados, pedregosos ou arenosos, nas visinhanças do Porto e outros logares
ao norte de Portugal e na costa occidental da Galiiza. Geralmente appa-
recem mais para o norte entre as plantas da costa, associadas ás endé-
micas, senq)re mais norte-atlanlicas, assim como ãs que são originarias
tatito das zonas maritimas atlânticas da Europa (especialmente do mar do

^ Daveau no seu excellente trabalho sobre as Cistineas de Portugal {Boletim da
Sorifdndp Broleriana, tom. IV, 1886) adoptou urna divisão regional fundada, menos na
climatologia do que na orographia, e parece ter achado apoio na maior parte dos bo-
tânicos d"a(]uelle paiz. Seguiu n'isso o inspector florestal Bernaixiino Barros Gomes
que dividiu Portugal em duas regiões priucipaes : uma ao norte do Tejo, na qual se
encontra a maior parte das montanhas mais notáveis; e outia situada ao sul do Tejo,
quasi só formada por planícies e collinas. Esta abrange o Algarve; o liltoral do Baixo
Alemtejo (Baixo Alemtejo littoral) ; centro e parte oriental do Alemtejo (Baixas do
Guadiana); Alto Alemtejo; as planícies da Exlremadura ao sul do Tejo (Baixas do
Sorraia). Á parte norte comprehende: a zona da costa da Extremadura (Centro lilto-
ral) ; a zona da costa da Beira (Beira littoral); a zona da costa do Minho (Alemdouro
littoral); e as regiões montanhosas: sul da Beira (Beira meridional) ; centro da Beira
(Beira central); norte da Beira (Beira transmontana); e Traz-os-Montes (Alemdouro
transmontano). Esta nova divisão regional vem representada nitidamente n'um raappa
de Portugal. (Willkomm).

2 Autes no Tejo salgado e seus braços.

* A Centáurea nliginosa Brot. cresce nos pântanos de agua doce, e o Eryngium
uliginosum Welw. iios pântanos de agua doce, mixtos e salgados.

127

norte) como das do Mediterrâneo, como se pôde ver na lista que damos
das plantas que crescem nas areias da costa, onde as espécies norte-atlan-
ticas-mediterraneas vào designadas pelo signal (am).

Na costa da peninsula a partir de Cezimbra, a vegetação em geral pa-
rece diíferir pouco da do Alemtejo. Encontram-se nas areias as seguintes
plantas: Agrostis (L) filifíjlia Lk., Agrapyrmn elongalumVa]. li., Artemísia
(am) gallica W., Ilelichrysum serolinum Boiss. Reut. p. intermedium Lge.
(também próximo a Vigo e outros pontos da Gailiza), Carduus (L) meo-
nanthus Híígg. Lk., Armeria pungens R. Scli., A. pinifolia R. Sch., Sta-
iice (am) lychnidifoUa Gird., Thymus (L) carnosus Boiss., Th. (L) Welwi-
tschii Boiss., Th. capilellalus HHgg. Lk., Lotus arenarhis Brot., Hcúimium
Libanotis Sp., Brassica oxyrrhina Coss., Br. Tournefortii Gou. Junto dos
rochedos cresce a Calendula (L) microphyUa Lge. ^

Entre a margem sul do Tejo e a embocadura do Douro, apparecem na
areia; Agrostis gadilana Boiss. Reut. (junto a Buarcos), Dactylis glome-
rata L. var. (L) marilima Hackl., Agropyrum pungens R. Sch. var. (L)
longearistatum ITackl., Pulicaria (L) núcrocephala Lge., Artemisia (am)
marítima W., A. (am) crilhrnifoUa L., A. arborescens L. (próximo a Cas-
caes), Chamaemelum maritimum W. (também na costa occidental da Gai-
liza), Pinardia anisocephala Cass. (junto da Trafaria), Thrincia hirta L.
(í. crassi folia Welw. (no Cabo da Roca e outros pontos), Picriditmi ga-
ditamim \Yk., Armeria (L) cinerea Boiss , A. (L) Langeana Uenr., A. (L)
Wehiilschii Boiss., A. pubigcra Boiss. (também na costa da Gallizii), A.
latifolia W. (próximo a Viilii do Conde ^j, Stulice glabulariaefolia Desf.,
Omphalodes (L) Kiisinsl,yana \^ k. (junto ao Cabo da Roca), Linaria (L)
Welwilschiana Rouy, Erythraea chloodes (Brot.) Gr. Gdr. (próximo da Fi-
gueira da Foz e também jinito de Pontevedra), Herniaria marifima Lk.
[H. ciliata Bab.), Ononis (L) Broleroana DC, Euphorbia segetalis L. y
litloralis Lge., Erodium sabulicola Lge. (também próximo de Vigo e Ponte-
vedra), E. Sahmanni Del. (junto a Trafaria), Hunkcnya peploides Ehrh.,
Silene hirsuta Lag. 3* sabulelorum Lge., S. Ittlorea Brot. (também pró-
ximo a Vigo), S. marilima With. (também próximo a Pontevedra), Dian-
ihus gallicus DG. (ao pé do Cabo da Roca), Iberis procumbens Lge. e Co-
chlearia danica L. (ambas também na costa da Gailiza).

Nos logares húmidos crescem: Linaria [L] glulinosa Hffgg. Lk., Ana-
gallis crassi folia Thore. Nos rochedos: Chaeturus j/rostratus Hackl. (pró-
ximo a Cintra), Calendula (L) lusilanica Boiss., C. microphyUa Lge., Sta-

^ Também cresce nos terrenos areentos. (T.).

2 Na costa próximo ao Cabo Carvoeiro estão situadas as ilhas Berlengas e n'ella8
habita aiiida uma espécie portugueza, a Armeria bertoigensis Dav. (Willkomm).

128

úce vírgataW., S. confusa Gr. Gdr., S. densiflora Gird. var. Jusilanka
Dav. ([iroximo a Collares), S. Dodarúi Gird. (próximo a Buarcos e tam-
bém na cosia da Galliza), S. occidenlalis LIoyd.

Na costa da provi ncia do Minho é que parece enconlrarem-se sem du-
vida na areia : Carex (am) Irinervis Desegl., Armeria (am) elongala lIoíTm.,
Linaria (L) Broteri Jlouy., Anagallis (L) parvi flora HíTgg. Lk. e Ery-
tliraea (L) porlensis Lge. Nos rochedos : Se)iecio Cineraria DC. Só (?) na
costa da Galliza occidental, na areia: Agropyrum (am) acutum R, Sch.,
Leucanlhemum (L) silvalicum Híígg. Lk., Jasione hunúlis Lois. y. mari-
lima \Vk., Scrophularia canina L. y. haeíica Boiss., Linaria caesia (Lag.)
3. decnmhcns Lge., Eupliorbia teiraceras Lge. (próximo do Porto, Valença,
Tuy). Nas rochas: Heracleum Sphondylium L. [â. macrocarpum Lge. e Sper-
gularia (am) rupeslris Leb.

IL A REGIÃO QUENTE DA ZONA ATLÂNTICA OCCIDENTAL. — Esta abrange:
í. a parte banhada pelo rio Sorraia e seus aflluentes, ao sul do Tejo, as
planicies situadas ao longo do Tejo e da bahia de Setúbal (Baixas do Sor-
raia) com a peninsula de Cezimbra; 2. a parte da margem direita do Tejo
que forma as planicies da Beira Baixa, e a maior parle do valle do Zêzere;
3. as campinas, collinas e montes da região da costa da Lxtremadura,
Beira e Minho com os valles do Mondego, Vouga e outros rios do litloral,
o Douro e seus airiuentes, até perlo da Torre de Moncoivo, e a parte in-
ferior do valle do Minho; 4. a zona da costa occidenlal da Galliza.

As planicies baixas, formadas por terra d'alluvirio do valle do Tejo, ás
quaes se dá o nome de Lezirias, as campinas e collinas da zona da costa,
assim como também as baixas e os valles dos mencionados rios, pertencem
á região quente inferior; as campinas collinosas da Beira Baixa, que já
formam um planalto, assim como os montes da zona da costa e encostas
mais alias formam a região quente superior.

Na. Galliza a região quente inferior comprehende os terrenos próximos
das rias, que existem perto da costa, principalmente as de Vigo, Ponte-
vedra e Arosa, e a parte inferior dos valles dos rios que vào desaguar
n'aquellas rias. Na parte central de Portugal póde-se considerar que a
região inferior quente chega a 350-400 metros, e a superior a 750-800
metros acima do nivel do mar.

Como na zona sul-atlantica, lambem na zona atlântica occidental a re-
gião inferior quente é caraclerisada pela vegetação das laranjeiras, poden-
do-se por isso designar tanto esta como aqnella aRegião das Laranjeiras».
Graças ao clima d'esla região extremamente suave, podem as Hespérides
não só desenvolver-se nas margens das rias da Galliza e nos valles visi-
nhos, mas lambem produzir boa e abundante fructificação. É por isso que
a cultura das laranjeiras e limoeiros ainda alli é feita em grande escala.

129

Muito mais desenvolvida se encontra este ramo de cultura em toda a
região costeira de Portugal, eslendendo-se ainda pelos valles do Tejo e
Douro, bem como pelos de todos os rios do littoral e pelos valles dos
airiuentcs do Douro muito [)ara o interior do paiz, e mesmo do Douro até
aos valles mais fundos de Traz-os-Monles.

Onde a cultura das laranjeiras se acha mais frequente e intensiva é na
zona da costa da Extrcmadura e Beira. Notáveis pela cdade são, por
exemplo, as laranjeiras nào longe de Coimbra, formando explendidos
laranjaes no valle do Mondego. Escusado será dizer que na região quente
inferior também são cultivadas todas os outras arvores de fructo do sul da
Europa, e principalmente as figueiras.

Desde algumas dezenas d'annos também foi introduzida em Portugal a
cultura do arroz, que 6 feita nos logares pantanosos da região da costa e
com bom resultado em muitas localidades. Em volta de Lisboa existem
também muitas tamareiras, palmeira que prospera ainda em Coimbra nos
sitios abiigados ^ A palmeira anã, tào vulgar no Algarve, encontra-se
também ainda na região da costa da Exlremadura'*, e as Agaves e Opun-
tias encontram-se por toda a zona quente até mesmo na Galliza.

Em toda a região quente até á Galliza é cultivada por toda a parte em
grande escala a oliveira, mas com mais frequência na região superior do
que na inferior. Poder-se-hia por isso também chamar a esta «Região das
Oliveiras».

Onde a cultura da oliveira parece estar mais desenvolvida é próximo de
Santarém, Abrantes, Castello Branco, e em Traz-os-Montes.

De mais importância, pelo menos para Portugal, do que a cultura da
laranjeira e da oliveira é a da videira, que também é cultivada em toda
a região quente (n'um ou n'outro ponto ainda também na região inferior
das montanhas), mas em maior escala nos «Baixo» e «Alto Douro», re-
giões conhecidas do valle do Douro, onde e particularmente na ultima, que
está situada na margem direita d'este rio (chamada «Paiz do Vinho»)
é' a verdadeira pátria do chamado «vinho de Porto». Fora do valle do
Douro também se encontram extensas vinhas, principalmente na Extre-
madura (em volta de Collares, Torres Vedras, Alemquer) e Beira (nas
proximidades de Coimbra, Aveiro, Vizeu e outros siliosi, mesmo na Beira
Baixa (em volta de Castello Branco).

1 Encontra-se ainda cultivada muito mais ao norte, por exemplo, no Porto e Douro,
ande ctiega a fruetifiear. (T.).

2 Espontânea, depois do Algarve, só na Serra d'Arrabida, nas encostas voltadas ao
mar, por entre as fendas das pedras, onde não cliegou a cultura. Cultivada até ao
Porto e talvez ainda mais ao noite do paiz. (T.j.

9 xvn

130

Da cultura de cereaes a do milho é a mais imporlaiite na região quente;
o trigo e a cevada são cultivados mais ou menos por toda a parte. Na
Beira é onde a cultura cerealifica se encontra mais desenvolvida.

De especial importância para toda esta região é a cultura das arvores
de fructo, contando n'ellas a nogueira e o castardieiro de fructo. Este
cultiva-se tanto na região quente como na montanhosa em grande escala,
e n'aquella até mesmo ao lado das arvores fructifcras do sul da Europa;
mas isto só é possivel no clima benigno d'esta região.

Como na vegetação espontânea, lambem se observa nas plantas culti-
vadas a mistura de espécies mediterrâneas e da Europa central, e jái no
sul d'esta região, e muito mais para o norte. Na peninsula de Cezimbra
e em volta de Collares, perto de Cintra, próximo das laranjeiras e virdias
encontram-se já castanheiros e plantações de arvores de fructo; nas visi-
nhanças de Alemquer e Abrantes, junto ao Tejo, entre as oliveiras e po-
mares de laranjeiras também se encontram cerejeiras, pecegueiros e outras
arvores de fructo.

Mas esta mistura de plantas cultivadas do sul e da Europa central dá-se
principalmente no norte de Portugal e na Galli/.a occidental, o que dá aos
pittorcscos valles d'esta região montanhosa (Minho, Traz-os-Monles e Ponle-
vedra) um aspecto encantador, pois alli vèem-se arvores de fructo de pe-
vide e caroço, nogueiras e castanheiros ao lado e em mistura com figuei-
ras, amendoeiras, oliveiras e laranjeiras, vinhas e campos de milho ao pé
dos centeiaes, de prados de trevo e d'outros de gramineas. Por toda parte
prospera a videira, que com os seus ramos vai cobrir as varandas das casas
espalhadas pelos valles.

Onde se encontra ainda uma mistura maior de bonitas plantas de zonas
e climas diííerentes é nos jardins de recreio, parques, e nos passeios das
cidades mais populosas, dos palácios reacs e particulares. Entre todos tem
a primazia o notável parque real de Cintra.

Não obstante o clima quasi sub-tropical d*esle sitio, onde não só vegeta
a tamareira, mas também outras palmeiras e fetos arbóreos australianos
(até já apparecem sub-esponlaneos nas fendas dos peidiascos), enconlram-se
Araucárias, EacahjpU.s, e um considerável numero de plantas dos paizes
quentes ao ar livre; também alli crescem, devido a fresquidão do terreno
em consequência da abundância d'agua da serra visinha e do ar do mar,
que moderam o calor, arvores dos parques da Euro|)a central (salgueiros,
choupos, ulmeiros, freixos, tilias, castanheiros da Índia, etc), associadas
com arvores ornamentaes da America do Norte, Cabo da Boa Esperança,
Japão e China, sendo notáveis as Camélias que chegam até a formar pe-
quenos bosques.

Uma mistura egual de espécies de zonas diííerentes é a que compõe
os massiços de arbustos e canteiros de flores. Os muros e penhascos appa-

131

recém ornamentados com fetos europeus e exóticos e inteiramente co-
berlos pela hera e trepadeiras mediterrâneas. Mais para o norte vão des-
apparecendo gradualmente dos jardins as palmeiras e outras arvores e ar-
bustos da zona tropical e sub-tropical, emquanlo que as espécies da parte
quente da America do norle, Austrália, Cabo da Boa Esperança e Japão
ainda prosperam excellentemente no Minho e Galliza.

A este respeito é digno de menção especial o Porto, onde quasi em
todos os jardins as CameUias e Eucalyplos formam pittorescos grupos.

Finalmente, ainda se deve notar, relativamente á agricultura, que na
parte sul d'esta região onde a temperatura é mais ele\ada, os campos de
milho, as hortas e outras culturas tem de ser regadas durante o verão,
com agua elevada por meio de engenhos, como se fa« nas zonas sul-
allantica e mediterrânea, ao passo que no norte de Portugal e Galliza as
plantas cultivadas, graças A humidade do clima, prosperam sem regas
como no norte e centro da Europa.

Das formações vegelaes espontâneas da região quente, as mais vulgares
e caracteristicas são as llorestas, os mattos, as charnecas de Cistus, e as
pastagens que no norle com estas apparecem associadas. As florestas da
zona da costa nos terrenos de areia são formadas de pinheiros, principal-
mente pelo Piíms Pinasícr Ait. var. aculisquama Õoiss. (P. markima
Brot.). Estas llorestas encontram-se desde a bahia de Setúbal até ao
Minho, e apparecem ainda com frequência ao noroeste da Galliza. N'um
ou n'outro ponto, entre as bahias de Lisboa e Setúbal, encontram-se tam-
bém pinhaes de pinheiro manso, e a noroeste da Galliza e nos arredores
de Lisboa o Pinus hakpensis Mill. Estes últimos precedem de plantações
(desde 1850), pois que este pinheiro não é originário de Portugal, nem
da região atlântica occidental.

Pelas condições climatéricas devidas á latitude, o solo areento dos pi-
nhaes acha-se coberto por uma vegetação arbustiva muito variada. Na
Extremadura e Beira littoral é o Quercus humilis Lk. que frequentemente
forma a vegetação rasteira ; no Minho e Galliza são diversas espécies de
Eriças, Cislns hirsulus e Halimium occidenlale Wk. ; ao sul e centro d'esta
região são Genislaceas, Cislus crispiis e Cistus monspeliensis L.

No maior pinhal da zona da costa portugueza, que tem de superfície
9315 hectares, chamado Pinhal de Leiria, apparece nos sítios pantanosos
a Mijrica Faya Ait., espécie açoriana (que também se encontra próximo a
Cintra) ao pó da norle-atlantica Mijrica Gale L. Toda a mais vegetação
arbustiva é principalmente constituída pelas seguintes espécies: Eriça ci-
nerea e E. umbeUaía L., Genisla triacanllios Brot., fJlex sparlioides Webb.
e U. europaeiís L. y. lalebraclealus Mar., Gislus monspeliensis e C. crispus L.

Na Beira e Minho encontra-se nos pinhaes: o Glex nanus Forst., U.
opislholepis Wbb., U. Jussieui Wbb., U. (L) micranlhus Lge.; e junto a

132

Santarém e outros pontos ao sul: U. Wdwilschianus Planch. c Genista
decipiens Sp. As mattas do interior do paiz, situadas nas collinas, nos
valles, encostas dos montes e nas montanhas pouco elevadas, são formadas
em parte também pelo Pinus Pinastcr, mas na maior parte por arvores
folhosas, sendo o freixo uma das essências predominantes.

Ao sul do Tejo, na bacia do Sorraia, e ao sul da Beira, ainda se en-
contra o Quercus ilex L. com a sua var. Ballola Uesf. e o Q. Suber L.,
mas nào formando mattas tào fírandes como no sul do Alemtejo ^ De
resto estes dois carvalhos de folhas persistentes encontram- se represen-
tados pelas suas numerosas formas ainda no Minho e Traz-os-Montes,
formando comtudo só pequenas 'mattas. O Quercus ilex L. encontra-se
especialmente nas visinhanças do valle do Douro central e superior.

Muito mais frequentes no centro e norle de Portugal são os carvalhos
de folhas caducas, dos quaes o polymorpho Quercus lusilanica Lamk. ,é
decididamente o que predomina. Este forma por si ou em mistura com o
Quercus pedunculaía Ehrh., numerosas maltas, as mais vezes de pequena
extensão, por entre os pinhaes da costa e das montanhas mais elevadas
do interior da Extremadura e Beira lilloral, assim como na parte do valle
do Douro que confina com a Beira Alta e Traz-os-Montes.

Ao norte, na província do Minho (Alemdouro), bem como a sudoeste
da Galliza, nos valles húmidos e férteis é o Q. pedunculaía Ehrh. quasi a
única arvore florestal que se encontra, ao passo que nas regiões áridas
das montanhas vive associado ao Q. Tozza Bosc, que também só por si
forma mattas importantes.

No Minho e Galliza já o castanheiro se encontra como arvore llorestal,
mas na região quente. Como porém n'estas províncias a propriedade está
muito dividida, o castanheiro fónna apenas pequenas mattas (soutos), em
geral nas quebradas dos montes e nas encostas dos valles.

Mais vulgar e importante é o C^. pedunculaía Ehrh. que, ou forma gru-
pos por vezes consideráveis, ou ó cultivado na orla dos campos, servindo
de apoio ás videiras que por elles trepam, e dão á paizagem um aspecto
muito particular e pittoresco.

Na Galliza ap|)arecem com frequência nas encostas seccas os troncos
brancos do vidoeiro (^fíeluJa alba L.) que com os castardieiros, sobreiros e
loureiros dão á paizagem uma apparencia singular. Nas margens dos rios
e ribeiros da região quente de toda esta zona cuUivam-se salgueiros [Salix

1 O sobreiro adquire ás vezes ao sul d'esta região ainda dimensões gigantescas,
especialmente até 20 metros de altura e 6 de circamferencia no tronco. Pioximo a
Paímeila (ao norte de Setúbal) foi cortado um sobreiro que media 12 metros de cir-
cumferencia no tronco. (T.).

133

alba, S. amygdalina, e próximo de Coimbra junto ao Mondego o S. alro-
ctnerea Brot.), choupos [Populus alba e nigra); no norte de Portugal e na
Galliza também o Populus tremula. Amieiros [Ahms (jiuíhwsa) e Freixos
[Fraxinus anguslifolta).

No centro e norle de Portugal encontram-se junto das aldeias e nas
sebes o Salix frngilis e Ulmus campcslrls; em \o!ta de Coimbra e no valle
do Douro o Ceitis australis; nas margens dos regatos do norte de Portugal
e Galliza o Salix viminalis.

Devemos dizer ainda que já desde algumas dezenas de annos, tanto em
Portugal como na Galliza, são cultivados com o melhor resultado os Eu-
cahjptus australianos, e principalmente o E. glolmlus Lab., em grande
escala, havendo já em ambos os paizes plantações importantes d'esta
arvore florestal exótica, constituindo mattas importantes. A maior matta
de Eucalvptos de Portugal encontra- se próximo a Abrantes no valle do
Tejo l

Formação arbustiva da kegiào quente. — São ainda aqui as char-
necas de Cistus que representam o papel mais proeminente, principalmente
nos pontos limitrophes da região central. Cobrem as planícies das Baixas
do Sorraia, as planuras da Beira Baixa (próximo de Castello Branco e
outros pontos), grandes tractos de terrenos silurianos da Beira Alta, assim
como na Extremadura (principalmente a noroeste do districto de Leiria)
e ainda na Beira littoral, e mesmo não faltam de todo no norte de Por-
tugal e na Galliza.

Ao sul d'esta região são os Cistus ladaniferus e C. monspeliensis que
mais predominam na formação das charnecas; no centro é o E. populi-
folius, e no norle o C. hirsutus. O Cistus sahifolius acha-se espalhado
por toda esta região até á Galliza, o C. albidus até ao valle do Douro
(apparecendo também ainda no sul da Galliza e no Minho), e o C crispus
até Aveiro.

Na península de Cezimbra encontram-se associados a estes dois Cistus
e ao C. monspeliejisis o Halimium umbellatum (L.) Sp., H. Libanotis (L.)
Lge. e H. eriocephalum \\k., formando grupos; no centro o H. ocymoides
(Cav.) Wk. ; no Cabo da Roca e de Torres até perto da Galliza o H. occí-
dsjitaJe Wk. com formas bastante diversas. O Halimium lepidotum Sp. que
se encontra desde a bacia do Sorraia até Aveiro, constitue também n'um
ponto ou n'outro formações, ou só ou associado ao //. eriocephalum Wk.

^ Pertence ao sr. W. Tait, tem proximamente 350 liectares e deverá conter 150:000
eucalyptos. (T.).

13i

Infelizmente sabe-se pouco acerca da composição exacta das charnecas
de Cislus e das formadas de aibustos, tanto de Portugal como da Galliza,
pois a sua Hora ainda é pouco conhecida. Ao sul do Tejo encontram-se
formações de Quercus coccifera L., e na Extremadura e Beira o Q. hu-
milis Lk., occupa grandes porções de terreno secco (principalmente nos
terrenos siluricos).

São dignas de atlcnçào as singulares formações marginaes constituidas
pelo Buxus sewpervirens L., Tamarix gallica Brot. (de Linneo? talvez
mais acertadamente 7'. angJica?), Corema álbum G. Don. e Securigera
huxifulia J. Miill. Grupos de buxeiros encontram-se principalmente com
mais frequência na Galliza; em Portugal só na Extremadura junto dos
ribeiros entre Figueiró e Thomar (segundo Brotero). O buxo tem aqui
portanto o seu limite occidental.

A tramagueira forma massiços na zona da costa da Extremadura e
Beira littoral; a camarinhcira lambem apparece no littoral ao longo da
costa desde Caparica até Aveiro, e na Galliza desde a embocadura do
Minho até ao Cabo de Finisterra.

A Securigera eiicontra-se nos silios pantanosos da margem do Tejo
(visinhanças de Malpica, entre Villa Nova de Constança e Tancos) e junto
do Douro (próximo da Hegua). Este arbusto que é muito frequente na
Hespanha central-occidental e no systema mariano também ahi tem o seu
limite occidental.

As restantes formações de arbustos, principalmente as que se encon-
tram nos terrenos calcareos do sul e do centro, são constituidas por uma
mistura de difíerentes espécies arbustivas mediterrâneas, como nas outras
terras da zona meditterranea occidental.

Entre ellas representam também o principal papel as seguintes : Daphne
Gnidium, Osyris alba, Rosmarinvs, Phyllyreas, Myrlus e Rhamnus Ahi-
termis. Quanto mais para o norte maior é o numero das Eriças, que se
encontram associadas áquelles arbustos, principalmente nos terrenos silu-
ricos e graníticos.

Na Extremadura e Beira são as Eriça avslralis, E. umbellaia e E. sco-
paria; no norte (Minho e Galliza) E. scoparia, E. cHiaris e Calluna vuU
garis; muito vulgares em toda a zona E. arbórea e E. lusilamca.

Entre os arbustos de folhas caducas encontram-se por toda a parte o
Cralaegus oxyacantha e o Prunus spinosa, assim como a Genisla Iriacan-
ílios; na Extremadura e Beira Cylisus canáicans e C. iinifolius; no norte
Adenocarpiis liispanicus, Sarolhainiius scoparius, Ulex europaeus e U. nauus.

Na Galliza apparecem com frequência o Ilex Aquifolium e Rhamnus
frangula, nas maltas por debaixo do arvoredo; e o Rh. frangula princi-
palmente em grande quantidade nas mattas entre Santiago e a Ria de
Arosa. Raro é alli o Prunus Padus.

135

Nas sebes do sul e centro, assim como na região sul-atlanlica, são fre-
quentes as espécies seguintes: Asparagus aculifoUus, A. albus, A. aphyllus,
Oha europaea a. Okaslcr e Pimica granalum; nas da Galliza Rosa canina,
Rubus, Sambucus nujra, Liguslrum lulgare, Amirosemum officinale, Ilex
Aquifdlium e Evonyimis eiiropacus. Nas visinhanças de Lamego, especial-
mente ao norte de Portugal, cultiva-se em grande escala o Rfius Cariaria.

Nada está conhocido com certeza relativamente á vegetação das pasta-
gens e dos prados. Os primeiros encontram-se principalmente na parte sul,
os segundos só ou com preferencia no norte (J\Jinho, Traz-os-Montes, Gal-
liza) onde embellezam os thaUvegs e encostas dos valies por entre as mattas
e terrenos cultivados.

É de crer que a ílora dos prados n'estas provincias consista também na
sua maior parte em gramineas e hervagens da Europa central, como na
região sul-atlantica.

Emquanto ã distribuirão geral das gramineas, plantas herbáceas e sub-
arbustos da região quente, não é possivel agru|)al-as em categorias deter-
minadas segundo a qualidade dos terrenos (areia, pântanos, rochas), como
fizemos para as outras regiões de vegetação, citando também as endémi-
cas, atlânticas, e alóm d'isso as espécies notáveis e características da Hora
das formações abertas. Temos portanto de nos limitar a alguns traços ca-
racterísticos geraes da ílora d'esta região, assim como de restringir a enu-
meração da distribuição das es|)ecies atlânticas e peninsulares mais interes-
santes, principalmente as portuguezas que aqui habitam, em parte pela
falta d'uma no\a ílora de Portugal e d'um catalogo das espécies da Galliza
conhecidas até ao presente, e em parte porque na maioria das monogra-
phias das familias de plantas recentemente publicadas por botânicos por-
tuguezes e estrangeiros, não se encontra a indicação das condições locaes,
nem da região.

Ainda que a vegetação da região quente da Galliza possua uma physio-
nomia mediterrafiea e conterdia um grande numero das espécies que em
geral se encontram em extensa área juntamente com plantas mediterrâ-
neas de sudoeste, a|)esar d'isso principia já no sul da Beira e no littoral
da E\tremadura a dar-se a mistura de espécies da Hora da Europa cen-
tral e norte-atlanlica, que para o norte vai successivamente augmentando
até que finalmente na Galliza alcança o máximo.

Resulta d'isto, que as familias de plantas representadas n'esta região
com excepção das Plumbagineas e Genistaceas, apresentam um menor nu-
mero de espécies endémicas peninsulares, do que na zona correspondente
da região sul-atlantica, e cujo numero vai sempre diminuindo para o norte,
augmentando as norte-atlanticas.

O mesmo se dá com as espécies sul-atlanticas (africanas), que no Al-
garve são tão numerosas como talvez na Baixa Andaluzia, mas a partir do

136

Tejo para o norte \ào-se tornando sempre mais raras ^ Imprimem uma
íeiçào particular á physionomia da região quente as espécies emigrantes
dos Açores, Madeira e Canárias, cujo numero é pequeno, mas entre as
quaes algumas se encontram como plantas decorativas, entre outras Da-
vallia canariensts Sw. (feto que se encontra não só em muitas localidades
na zona da costas porlugiieza e da Galliza occidental, mas ainda mesmo
bastante para o interior sobre os troncos das arvores), o Corema álbum
Don. e Myrica Fuya Ait., que constituem formações arbustivas que bas-
tante influem no aspecto da vegetação.

Por toda a região quente são vulgares as seguintes jdantas mediterrâ-
neas: Gymno(jramma leplojihylla Sw. e Arundo Donax L. (formando tam-
bém aqui canaviaes nos solos de areia bumida), além d'isso: Anlhoxan-
thum arislalum Boiss., Agrostis castellana Boiss. Reut., Avena barbata
Brot., Scilla monophyllos Lk., Ornilhogalum unifulium (iawl., Hdichryson
serotinum Boiss. Reut., Scnecío foliosus Salzm., Sempervivum arboreum L.
(na zona littoral), Reseda media Lag., Dlplolaxis calhoUca DC, Ranun-
cidus flabellalus Desf., R. Irilobiis Desf., em muitas formas, Tlialiclrum
glaucum Desf.

Desde a região do Sorraia até ao Minbo encontram-se espalhadas: Ca-
rex (L) depressa Lk., C. oediposlyla Dav., Juncus heterophyllus Desf., Le-
pidophoriim (L) repandum (L.) DC, Drosophyllum hisikuàcum (L.) Lk.
(nos pinhaes, em terrenos areentos). Da Beira Baixa, pelo littoral da Es-
tremadura e da Beira até ao Minho, encontram-se as seguintes: Leucan-
ihemum (L) sllvaticum HíTgg. Lk., Cirsium (L) Linkii Nym., SoHva lusí-
tanica Less. (junto dos caminhos, por entre as pedras das calçadas em
Lisboa, Porto e outros sitios), Andryala lenuifolia DC (também na Gal-
bza), AnagaUis Uni folia L., Ranunculus adscendens Brot.

Da região do Sorraia pela Beira Baixa e littoral da Extremadura até á
Beira littoral: Juncus Fonlanesii Ga\., BíAirgaea humilis Coss., Carduns
niedius Gou. ^. fíroleri (\Yel\v.), Leuzea {L) longifolia Híigg. Lk., Hel-
minlhia spinosa DC [H. lasilanica Wehv.). Da região do Sorraia até ao
littoral da Extremadura: Fuirena pubescens Kth., Cyperus difformis L.,
Juncus siibulaius VahI., Calendula malacilana Boiss. Reut.

1 Qual a parte importante qiic assumem na composição de toda a flora portngueza,
na parte central, norte-atliintiea da Europa central e das terras que confinam com a
Europa, conhece-se pelos dados tirados das novas monograpliias das grandes famílias
d'esta flora, cujas espécies nós acima só simplesmente designamos como «euivpeas».
De 18Í) espécies de gramíneas enconlram-se na floia porlugueza 55; de 68 cy|iera-
ceas 45 (!) : de 41 orciíidras tiO; úv. 291 cninpostas 111; de HS lajjiadas .30; de 3't aspe-
rifolias 9; de 280 p;ipilio'naceas 57; de 39 euphorijiaceas 14; de 34 alsinaceas 22 (!);
de 57 sileneas Ifi; de 111 cruciferas 85 (!) ; de 60 ranunculaceas 20 espécies eiiropeas.

i37

Na Beira Baixa e lilloral da Exlrcmadiira apparecem: Onopordon ncr-
vosum Boiss., Cardinis plalypus Lge., Cirsium Wehcilschu Coss., Trifo-
lium isíhmocarpum Brol , Clcome violácea L., Diplutaxis vírgata Cav.,
Ranunculus escurialcnsis Boiss. Hcut., R Alcae Wk. No littoral da Ex-
tremadura (incluindo a peninsiila do Cezimbni) e Beira iiltoral : Bracluj-
podium nmcronatum \\'k., Junciis valvalus Lk., Smúax maurilanka Desf".,
Senecio Lagascanus DC, S. /hliosus Sulzm. ^. suffiulescens Wk., Caleií-
dula (L) microphylla Lfíe., Cenlaurea (L) lusilanica Boiss. Reut., Serra-
tiila pinnallfida Poir., Echinops strigosus L., Sahia (L) sclareoides Brot.,
S. mullifida Siblh. Sm. (S. verbenacoides Brot.), Cleonia lusilanica L.,
Slachys '(L) lusilanica Brot., Anlirrhiniim [L] Linkianum Boiss. Reut.,
Barlsia áspera Lge., Odunlilcs lenuifolia G. Don , Biipleurum panicula-
lum Brot., Herniaria marilinui Lamk. p. ciliala Bab., Ornithopus durus
Cav., Vicia veslila Boiss., Lolus caslellanus Boiss. Reut., Donjcnopsis Ge-
ra) di Cav., Melilnlus segelalis Sw., Ononis Picardi Boiss., Aslragalus lu-
silanicus Lamk., Erodium primulacewn L^e., Linum sclaceum Brot., Bras-
sica sabularia Brot., Ranunculus (L) pseudo- fluilans Uiern., Qemaiis Viti-
cella L. 3. campanijlora Brot., Delpliinium penlagynum Desf., Paeonia
Broleri Boiss. Reut.

Da Extrenaadura pela Beira littoral e Minho até à Galliza encontram-se:
Vulpia Broleri Boiss., Cirsium filipendulum Lge., Origanum virens Hffgg.
Lk., Ranunculus Lenormandi T. Schtz., R, bullalus L., Delphinium car-
diopclalum DC. Desde a Beira littoral atravez do 31iidio até á Galliza:
Anlhoxanlhum amarnm Brot., Arrhenalherum pallens Lk , Agroslis selacea
Curt., Coleoslephus hybridus Lge., Linaria Broleri Rouy., L. triornilho-
phora (L.) Willd., Diyilalis Thapsi L., Pedicularis lusilanica Wickstr.,
Genisla (cdcata Brot., Plerospartum canlabricum Sp., Cylisus lusilanicus
Quer., Tuberaria globular iae folia (P.) W k., Rnjjhanus microcarpus Lge.,
Ranunculus diclwlomiflorus Lag. No Minho e Galliza: Trichonema Clu-
sianum Lge., Succisa pinnatifida Lge., Cenlaurea limbala Hílgg. Lk. [5.
melanoslicla Lge., Daboecia polifolia Don., Thymus caespililius Brot., An-
lirrliinuni meonanlhum ííffgg. Lk., Anarrhumm hirsulum ílfígg. Lk., Bu-
pleurum filicaule Brot., Genisla berbcridea Lge., Malva Colmeiroi Wk.,
Dianlhus Plancllae Wk.

Nas planícies da Beira Baixa (principalmente em Castello Branco) ap-
parecem: Carex Reuleriana Boiss., Tanacelum microphyllum DC, Cen-
táurea ornala W. p. microcephala Wk., C. caslellana Boiss. Reut., C.
limbala llíígg. Lk., Andryala laxiflora DC, Aslragalus cymbaecarpus
Brot., Cornicina loloides Boiss., Ononis pinnala Brot., Plerosparlum la-
sianlhum Sp., Euphorbia madrilensis Boiss., Mercurialis elliplica Lam.,
Orlegia hispânica L., Ranunculus Aleae Wk.

Na região quente da Extremadura (especialmente nas visinhanças de

138

Lisboa) vivem as seguintes espécies: Asplenium marinum L. (junto a Pe-
niche), Agrostis scabriglumis Buiss. Heut., A. Rculeri Boiss., Scirpus (L)
pseudocetaceus Dav., Oplirys toilhrediuifvra W. {i. (L) Ficcúhoana Guirii.,
Serapias Lingua L. ^. (L) longebracleala Guim., S. Língua L. ^. (L)
leucoglollis \A'el\v., íris (L) lusilanica Ker.. 7. (L) subhiflora Brot., Crocus
Clusií J. Gay., Smilax maiiritanica Desf., Scilla hemisphaerica Boiss.,
Asler aragoiiensis Asso, Filago micropodioidcs Lge., Olocarpum glabrum
Wk., Davraua (L) chrysanlhenwides Mar., C(dcndula (L) lusitanica Boiss.
p. microcephala Lge., f. (L) algarbiensis Boiss., Centáurea Prolongi Bo\sfi.,
Serralula baeiica Boiss., Chamaepeuce hispânica DC., Carduus baeticus
Boiss. Reut., Thrineia hispida Hlh. ^. giganlea HíTgg. Lk., Galium cam-
pestre Schousb., Thymus (L) capilellalus llíígg. Lk., 7/i. (L) villosus L.,
yVi. (L) sublaxus Rouy, Solvia (L) bullala VahI., 5. (L) lusilanica Jcqu. f.,
Myosolis Welwilschii Boiss. Heut., Linaria liroussonelii Chav., /.. (L)
glaucophyUa HíTgg. Lk., L. (L) Welwilschiana Rouy., L. (L) mullipun-
clala Hlígg. Lk., Anlirrhinum pispanicuni Chav., Eryngium latifolium
Hffgg. Lk., Peucedanum lancifolium Lge. [Laser pilium peucedanoides Brot.),
Glinus loloides L., Lylhrum aculangulum Lag., L. bibraclealum Salzm.,
Onobrychis eriophora Desv., Lotus Salzmanni Boiss. Reut., Cornicina ha-
mosa Boiss., Ononis serrata Forsk., O. cinlrana Brot., Euphorbia (L)
Welwitsclrii Boiss. Reut., E. Iranstagana Boiss., Malva hispânica L., Ero-
dium primulaceum p. pumilum Lge,, Linum ténue Desf., Silene disticha
W., Dianthus Broleri Boiss. Reut. fJ. macrophyllus Wk., Iberis ciliata
Ali. íi. Welwilschii Wk., Jonopsidium acaule (Desf.) Rchb., Malcolmia
lacera DC, Naslurlium Boissieri Coss., Arabis (L) lusitanica Boiss., jRa-
nunculus Broleri Freyn, Adónis baetica Coss.

Na região quente da Beira littoral (principalmente nas visinhanças de
Coimbra) encoutram-se: Agrostis alba Schrad. var. compressiuscula llack.,
MoUneria laevis (Brot.) Hack. [Aira lendigera Lag.), Avena sulcala J. Gay.,
A. albiiiervis Boiss., Fesluca ampla Hack., Bromus (L) macrantherus Hack.,
Hurdeum Gussoncanum Pari., Narduriis (L) palens (Brot.) Hack., Carex
punclata Gaud. (próximo a Coimbra, o utiico ponto de toda a peninsula
onde até hoje tem sido encontrada!), Serapias Lingua L. y. (L) leucantha
Guim., Luzula purpúrea Lk. (planta da Madeira e Canárias), Simelhis bi-
color Kth., Tulipa (L) rubro-alba Brot., Dipsacus ferox L. p. ambiguus
Lge., Succisa (L) Carvalhoana Mar., Nardosmia fragrans (Vill.) Rchb.,
Centáurea ta gana Brot., Serralula Seoanei Wk. (na base das serras do
Bussaco, Louzã e outros silios), Carduus medius Gou. ^i. Broleri iWe\w.),
Scorzonera (L) fislulosa Brot., Andryala lenuifolia DC. p. Ficalhoana Dav.
(Cabo Carvoeiro), Galium Brolerianum Boiss. Reut., Plantago lusilanica
W., Prunetla (L) intermédia Brot., Omphnlodes lusilanica Pourr., Odon-
iites hispânica Boiss. Reut., Orobanche foetida Desf., Linaria delphinoides

139

J. Gay., Scrophularia (L) grandiflora Bth., Verónica (L) micranlha HÍTgg.
Lk., Celsia (L) glandulosa Boucíié, Daucus crinilus Desf. (D. meifolius
Brot.), Oenanlhe crocata L. (O. apifalia Brot.), Asíragnlus ci/mbaecarpus
Brot., J. granatensis Lge., Lalhyms amphicarpos Brot., Loí?í5 conimbri-
censis Brot., Corniclna hdokJcs Bois., Polcriurn agrinwniokles L , P. Spa-
chianum Coss., (#>?/m silvalinim Poiírr. (;i estação mais occidental d'esta
planta dos Pyreneos), 5/í(?ne (L) longicilia Oltli., F/o/a tricolor L. \ar.
Henriqiiesii Wk , Nasturlium fíoissieri Coss., Brassica valenlina DC. 3-
pseudo erucaslr um (Brot.), Nuphar luleum L. p. punctalum Coiit., J.s/ro-
carpí/5 su/fnílicosus Lge., Ranunculus (L) Henriquesii Freyn, fí. Hulliainis
Rchb., Agmlegia (L) dicliroa Freyn.

Na região quente do Minho (principalmente nas visinhanças do Porto)
apparecem : Corí-.r Reuteriana Boiss., C. Durieui Steud., Crocus Clusii
Gay., Narcissiis calathinus L. (iV. reflexus Brot.), /í/)íc?/s supinus Mnch.
p. Wehvitschii Hoclist., Merendera moulana Lge. (i. bulbocodioides (Brot.),
5c<7/a Ramburei Boiss., Anthemis arvensis L. y. granatensis Boiss.. Cir-
sium flavispina Boiss., Lobelia urens L., Anchusa cakarea Boiss., Caryo-
lopha sempervirens Fisch., Omphalodes lusitanica Pourr., Linaria mela-
nantha Boiss. Heiít., Odontites [D lusitanica Don., Erylhraea scilloides
Chav., Anagallis parviflirra HíTgg. Lk., Eryngium viviparum J. Gay., Mer-
curialis clliptica Lamk., Makohnia pálida DC, Ranunculus (L) Henri-
quesii F^reyn., Anemone (L) albida Mar., Aquilegia dichroa Freyn.

No valle do Douro (especialmente desde a região do Alto Douro até cá
fronteira da Galliza) são notáveis as espécies seguintes: Chamagroslis alo-
pecuroides Schrad., hnperata cylindrica P. B., Avena sidcata J. Gay., Fes-
tuca spadicea L. var. livida Ilack., Luzida láctea E. Mey., Endymion cam-
panulatus (Ait.) Wk., Evax carpelana Lge., Pyrethrum hispanicum y. sul-
phureum Wk., Calendula malacitana Boiss., Linaria (L) atrofusca Kouy.,
Daucus Durieua Lge., Saxifraga hypnoides L. p. lusitanica Lge., Alyssum
liispidum Losc. P., Erysimum linifoliuni J. Gay., Raphanus microcarpus
Lge., Reseda virgata Boiss. Reut., Fumaria agraria Lag., Ranunculus
Aleae Wk., R. Hollianus Uchb. e Paeonia Broteri Boiss. Reut.

No todo da vegetação já aqui preponderam as ])lantas da Europa cen-
tral, como também a este de Traz-os-Montes (talvez em toda a província)
e na Galliza. Na parte occidental da Galliza (no valle inferior do Minho,
província de Pontevedra, districto de Santiago) encontram-se as seguintes
espécies: Mibora Dcsvauxii Lge., Vulpia Alopecurus Lk. -i. glabralus Lge.,
Arrhenatherum pallens Lk , Trisetum gallccicum Lge., Simettiis bicolor Kth.
(muito vulgar), Thymclaea coridifolia Endl., Galiuni rivulare Boiss., Lo-
belia urens L. (muilo vulgar nos prados em volta de Santiago), }]ahlen-
bergia hederacea (L.) Rchb., Lonicera hispânica Boiss. Beut. (a estação
mais septenlrional), Calamintha baelica Boiss., Ecliium rosulatum Lge,,

140

Caryolopha sempervirens Fiscli., Limnanthemum nymphaeoiJes (L.) Lk.
(no Minho próximo a Tuy), Peucedamim lancifolium Lge. (nos arredores
de Santiago), Sedum anglicum Huds., Polygala ciliala Leb., P. angusii-
folia Lge. (vulgar nas visinhanças de Santiago), P. baelíca Wk. (próximo
a Orense), Malva moschata L. 3- fíamoudiana Gren., M. Cohneiroi Wk.,
Hypericum undulalum Schoush. 3. baclicum Boiss. (a estação mais septen-
trional d'esta plnnta do sul da Iíesj)anha), Elodes palustris Sp. (nos pân-
tanos) Dianllius PlancJlae Wk., Punias Iricornis Lge. (próximo a Burgo),
Lepidium lielerophyllum Bth. (na margem do Mirdio perto de Tuy, é de
presumir que as sementes tivessem vindo das montanhas levadas pelas
aguas das chuvas), Erysimum linifolium J. Gay., Aslrocarpus su/fruticosus
Lge., Ranunculus hederaceus L. (vulgar), R. (jailecicus Freyn., R. mixlus
Jord. (nos predos próximo a Santiago), Helleborus occidentalis Reut. (vul-
gar nas pastagens).

Das montanhas da região quente de Portugal, são a Serra d'Arrabida
(na peninsula de Cezimbra), Serra de Cintra e Serra do Bussaco, não só
as mais conhecidas, como também as mais exploradas botanicamente.
Gomtudo falta ainda uma descripção completa da vegetação das duas pri-
meiras. Communs ás duas primeiras serras são entre outras as seguintes
espécies: Juncus supinus Mnch. ^. ÍIWio/íòt/i/í Hochst., Luzul a purpúrea
Lk., Thymus (L) silveslris Híígg. Lk., Ulex densus ^^bb. e Ranunculus
Holíianus Bchb.

Além das muitas espécies endémicas que mencionámos da Extrema-
dura, ainda se encontram na Serra d'Arrabida as seguintes: Agroslis (L)
liliyans Steud., Dacíylis hispânica Roth. var. juncinella Boiss. (é alta-
mente curioso o seu apparecimento aqui, pois que só tinha sido encontrado
nas regiões alpinas da Serra Ne\ada!), Colcliicum fíivonae Guss. [C. lusi-
lanicum Brot., Thymelaea Passerina Lge. !3- hisilanica WeKv., Lavandula
muliifida L., Thymus Maslichina L., Th. (L) Wclwilschii Boiss., Sideritis
(L) hirlula Brot., Phlomis purpúrea L. (a estação mais septentrional !),
Daucus setifoUus Desf., Euphorbia (L) Welwiíschii Boiss. Reut., E. (L)
translogana Boiss., Ranunculus gramineus L. â- luzulaefolius Boiss. (a
estação mais occidental !), e R. adscendens Brot.

Na Serra de Cintra encontram-se : Asplenivm palmaíum L. (espécie dos
Açores e Canárias), Chaelurus prostralus llack., Fcsluca spadicea L. var.
livida Hack., Rrachypodium (L) macropadum Hack., Carex Camposii
Boiss. Reut., Nardosmia fragrans (Vill.) Rchb. (nos soutos de castanhei-
ros), Hymenoslemma Funtancsli Wk., Armeria lalifolia W., Thymus (L)
lusitanicus Boiss., Silene (L) longicilia Olth., S. gibrallarica Boiss. e Dian-
thus cintranus Boiss. Reut.

A Serra d'Arrabida tem poucas mattas, mas a encosta do lado norte
acha-se cobeila com o Cislus monspeliensis. A Serra de Cintra pelo con-

141

trario é muito arborisada. Nas suas matlas ainda se encontra o Acer
Pseudoplalanus L. (estação mais sul e occidental d'esla espécie lenhosa).

A Serra do Bussaco, situada ao norte de Coimbra, tem 547 metros de
altitude, o seu solo é formado por schistos silurianos e quarzile. A sua ve-
getação tem sido recentemente bem explorada por Henriques e outros.
Sob o ponto de vista botânico, é notável por causa da grande matta se-
meada pelos Irades talvez já no século xvi, no centro da qual coiistruiram
um convento da ordem dos Carmelitas, e na qual sobre tudo sào nolaveis
os chamados «Cedros de Goa» {Citpressus glauca L.), que formam uma
boa parte d'es(a malta, e ahi vegetam tão bem como na sua palria, o
Himalaya ^.

Alguns exemplares de dimensões gigantescas e com alguns séculos de
edade, encontram-se junto de arvores mais novas. Juntamente com estes
encontram-se os Quercus pedunculala e Q. Tozza, e mais raro o Pinus
Pinasler (espécie que cm outros tempos parece ter coberto as outras en-
costas da serra, pois ainda por lá se encontram grupos isolados d'esta
conifera muito mal tratados), P. Pinea, Quercus Suber, Caslanea vulyaris,
Ulmus glabra Mill., Laurus nohilis, Prunus avium, P. Padus, P. lusila-
nica L , Juglans regia, Uex Aqulfolium e Acer Pseudoplalanus.

Por uma mistura singular de espécies medilerraneas, peninsulares,
atlânticas e da Europa central, ó alli constituida a formaçào arbusti\a,
que reveste as encostas desarborisadas da serra, e também forma a vege-
tação inferior da matta. Entre os arbustos eticontram-se |)rincij)almente
os seguintes: Salix (L) aírocinerea Brot., Corylus avellana L., Quercus
humilis Lk., Samlmcus nigra L., Viburnum Tinus L., Arbutus ihiedo L.,
Calluna vulgaris Sal., Eriça arbórea L., E. auslralis L., E. cinerea L.,
E. scoparia L., E. lusitanica Rud., E. umbellala L., Roswarinus o/fici-
nalis L., Phlllyrea latifolia L., Pli. media L., Myrlus communis L., Cra-
taegus Oxyacanlha L., Cydonia vulgaris P., Genisla triacaulhos Brot., G.
falcata Brot., Plcrosparlum canlabncum Sp., Pi. stenoplerum S|) , Ulex
micranlhus Lge., U. nanus Forst., U. scaber Kze., Cylisus candicans DC,
Sarolhamnus grandiflorus W'bb., S. Welailschii Boiss.. Ilhamnus Fran-
gula L., lili. Alalernus L., Cistus crispus L., C. salvifulius L., C. ladani-
ferus L., C. hirsutas Lamk.

Um exame rápido do conjuncto da ílora da Serra do Bussaco, mostra
que já aqui preponderam parcial ou totalmente as espécies da Europa
central e as que sào vulgares em toda a Europa, pois que entre as 371

* Segundo Hooker o Cupressiis glauca Lamk. talvez seja idêntico ao C. torulosa do
Himalava. Vide tlenriques «Nota sobre a província do C. glauca I^ani.» no Boletim da
Sociedade Broteriana, ilí (1882), p. 124.

142

espécies vasculares que foram por Henriques aqui indicadas, 208 (qiiasi ^/s)
estão n'essas condições. Das espécies peninsulares e allanlicas encontram-se:
Davallia canariensis Svv., Mollneria luevís (Brot.) Ilack., Agrostis caslel-
lana Roiss. llent., MacrochJoa arenaria (L.) Klh., Avena albinervis Boiss.,
Arrhenaúierum pallcns Lk., Íris (L) subiflora Brot., Crocus scrotimis Sal.,
Scilla campanulala Ait., Sc. monophyllus Lk., Fritillaria hispânica Boiss.
Reut., Cirsium fúipendulum Lfie., LobcUa urcns L., Wahlembergia liede-
racea Rchb., Campânula Loe/lingii Brot., Galium tíroíerianum Boiss.
Reut., G. rivulare Boiss Reut., Planlago lusilanica L., Tliymus (L) caes-
pilosus HíTgg. Lk , Caryolopha scmpervlrcns Fisch., Lilhospermuin pros-
tralum Lois., OmplialoJes lusilanica Pourr., Linaria trioniilhophora L.,
Siblhorpia europaca L., Orubanche foelida Desf., Margolia gummijera Lge.,
Sedum anglicum L., Lythrum aculangulum Lag., Cornicína lotoides Boiss.,
Hypericum Androsaemum L., Silene melandrioides Lge., Dianllius cinlra-
nus Boiss. Reut., Raphanus microcarpus Lge., lirassica sabularia Brot.,
Ranuncnlus (L) bupleuroides Brot., R. escuriaknsis Boiss. Reut., Aquilegia
(L) dicliroa Freyn., Delphinium hispanicum Wk. Até plantas dos Alpes e
Pyreneos alli apparecem, como Fcsluca spadicea L. [\(\r. Vivida Hack.),
Dianlhus allcnualus Sm. ot. pyrenaiciis V^k., Lepidium helerophyliinn Bth.
Entre o numero das da Euro[)a central podemos mencionar: Neollia Nidus
avis (L.) S\v., Melillis MelissophyUum L., DigilaUs purpúrea L. e Primula
vulgaris Huds.

Esta pequena lista é suííiciente para se provar que n'esta montanha de
pequena elevação não só se encontram plantas de todas as regiões da pe-
ninsula, mas também espécies das regiões montanhosas e subalpinas de
Hespanha. Em geral muitas (talvez todas) plantas |)ei!Ínsulares das mon-
tanhas communs a Portugal e Hespanha, apparecem nas serras de Por-
tugal a muito menores altitudes do que nas montanhas de Hespanha.

Já outra vegetação essencialmente diílerente se encontra na Serra do
Caramullo, serra situada ao norte da do Bussaco com a qual confina pela
sua extremidade norte. Esta serra está situada entre os extensos valles
do Mondego e do Vouga, sobresahindo com seus pincaros graniticos, ele-
vando-se a parte mais alta a 1070 melros acima do nivel do mar, devendo
por isso a parte superior d'esta serra ser considerada como pertencendo
á região alpestre, mas não podendo assim ser em vista da vegetação es-
pontânea, pois que é notável encontrarem-se aqui (entre 650 e 950 me-
tros de altitude) algumas [)ovoações, estando o solo quasi todo submettido
á cultura, principalmente de cereaes.

Segundo Henriques, o único botânico que visitou esta serra, com exce-
pção de poucas e pequenas matlas de pinheiros e sobreiros situados nas
encostas inferiores, esta serra é completamente desprovida de arvoredo.
As encostas nos sitios onde principia o schisto, são cobertas por uma es-

143

pessa formação arbusliva formada por ilex nncranlhiis Lge. e T. Imiía-
niciis Mar. Depois de se passar para além do rio Alfiisqueiro encontra-se
nas encostas da serra uma \asla formarão da Eriça cinerea L., que du-
rante a epocha da florescença já de longe encanta com o brilho da bonita
côr de roza. Esta formação estende-se até ao limite do granito, onde inna
outra constituída pelo Pterouparlum sleiíocarpum Sp. de llores amarellas,
floresce pela mesma epocha, e que cobre o terreno desde a altitude de
650 até 750 metros acima do nivel do mar. Mais acima (isto é, na região
montanhosa a serra apparece, até onde o solo não é cultivado, coberla
por uma formação arbustiva rasteira constituída pelo Ulex nanus Forst.

Em virtude da Hora d'esta serra se achar insuiricíeníemenle explorada
não é possível fazer comparação com a do Bussaco; comtudo possue algu-
mas espécies endémicas entre ellas algumas muito notáveis. Assim as mar-
gens do rio acima mencionado, enconlram-se guarnecidas de moulas for-
madas pelo Rhododendron poniicum L. [Rh. baelicum Boiss.), que tem aqui
a estação mais septentrional que se conhece ^

Em Portugal, além da Serra de 3Ionchiqiie, apparece nas margens do
rio Agadão, onde constituo uma extensa formação de arbustos elevados,
e próximo a Vouzella, onde dizem ser egualmenle muilo frequente^. Junto
do Alfusqueiro cres(^e debaixo dos arbustos o Hrachytropis micropInjUa (L.)
Wk. Esta notável polygalacea tem manifestamente em Portugal a sua ver-
dadeira pátria, encontrando-se desde o Alto Alemlejo, nos arredores de
Portalegre, atravez a Beira Alta até Traz-os-Montes (até á Serra de iMon-
tesinho), e desde o sul da Beira littoral até á pro\incía do Mirdio (alé á
foz do rio de egual nome), e na região montanhosa. O que mais surpre-
hende é o seu apparecímento no Alto Alemtejo tão distante da província
de Cadíz.

Muito extraordinário ainda é o apparecímento de três plantas alpinas
do systema das montanhas centraes: o Narcissiis nivalis Grllss., o A', ru-
picola Duf. e a Silene (L) acuiifolia Lk. Esta ultima, variedade da Silene
melandrioides Lge., só era conhecida das regiões alpinas da Serra da Es-
tr^Ua, assim como das regiões subalpinas da Serra do Gerez, da Serra do
Marão e do Soajo.

' Encontra-se ainda um pouco mais ao norte perlo de Olivoií^a d' Azeméis. (T.).

~ Nas monlanlias de Algeciras está o limite meridmnai e oiiental d'este Rhododen-
dron, cujo centro manifestamente está situado em l^orlugal. Se elle, como parece, não
foi encontrado nem em Marrocos, nem na Argélia, nem mais para este da Africa se-
ptentrional ou no oriente, não pôde ser consideiado como idêntico ao Rh. pontkum da
i'egião do Mar Negro, que é diíTicil de conceber o transporte feito pelo homem d'alli
para o extremo occidente da Europa, ou mesmo que as sementes fossem trazidas pelas
aves ou transportadas pelo vento.

lU

Finalmente, possue a Serra do Caramiillo uma grande raridade na
Cabeça do Cão, que é o Clicilanikes hispânica Melt., pequeno feio que,
segundo Schousboe, nunca tinha sido encontrado em parle algiuna da Ex-
tremadura liespanhola, e foi acliado pela primeira vez por Boissier e Le-
vier no valle do Sil. Como também foi encontrado em Moledo, na base da
Serra do Marão, parece achar-se mais espalhado no centro de Portugal ^
do que ao occidenie de Hespaidia.

Além d'eslas plantas ainda [)odeião ser mencionadas as seguintes espé-
cies endémicas, que ainda alé hoje não foram observadas na sua visinha
Serra do Bussaco, mas que se encontram em outros pontos de Portugal e
Hespanha : Anlhoxanlhum amarum Brot., Gladiolus Reuleri Boiss., Scilla
odorala Hílgg. Lk., Sc. Ramburei Boiss., Ornitlingalum unifoliuni Gawl.,
CenUuuea limbala lltígg. Lk., Armeria Durieui Boiss., Evliium lusilani-
cum Brot., Scrophularia Schnusboei Lge. (esj)ecie muito rara, até ao pre-
sente só encontrada na Extremadura hesparihola e no Alto Alemtejo),
Pedicularis lusilanica Híígg. Lk., Genista polygcdaefolia DC, Ualimium
ocynwides W. e Melandrlum viscoswn ]\Iar., nova espécie até hoje só en-
contrada do Caramullo*^ e que tem aftinidade com o M. dicline Cass. da
Hespanha sudeste.

Por íim ainda diremos que também na região quente d'esta zona as
plantas tanto no oulomno como durante todo o inverno, continuam a ve-
getar (exceptuando as lenhosas de folhas caducas), mas no verão, pelo
menos na parte sul, em \irtude do calor, a vegetação suspende-se como
suecede nas regiões central e sul-atlantica.

IlL Regiões montanhosas, slbalpina e alpina. — Agrupamos estas
regiões, porque na zona atlântica occidenlal poucas montanhas ha que
possam ser consideradas subalpinas, e só uma, a Serra da Estrella attinge
a região alpina. Em virtude da falta de elementos, em vez de dar uma
descripção geral da distribuição das espécies de plantas mais notáveis
d'estas regiões, descreveremos a V(!getação das montanhas elevadas de
Portugal que melhor tem sido exploradas (as da Galliza ainda se acham
totalmente desconhecidas).

Daremos, porém, primeiro que tudo, algumas informações acerca das
formações de vegetação da região montanhosa e dos sitios por ellas oc-
cupados. Na parte norte d'esta zona a formação das mattas occupa uma
extensão muito maior do que na região quente. Por toda a parte appa-

1 Encontra-se também em S. Pedro do Snl (Beira central). (T.).

2 Também foi encontrada na Senhora do Castello próximo a Mangualde, e em Oli-
veira do Barreiro arredores de Vizeu. (T.).

148

recein mattas nas encostas das montanhas formadas por car\ alhos e casta-
nheiros ou também, como por exemplo no Gerez, por uma mistura de
espécies lenhosas de follias caducas e j)ersistenles da Europa central, sul
e Occidental; em Traz-os-Montes, e principalmente ao sul da Galliza tam-
bém de Pinus Pinasler.

A parte sul d'esla zona é muito mais pobre em mattas; algumas tem
comtudo de Quercus Tozza e Q. lusitanica e mesmo de carvalhos de ("olhas
persistentes, e nos planaltos da Beira Alia também de coníferas (pinhaes
de Pinus Pinasler Ai.t.).

Em seguida ás mattas são as formações de prados e pastagens que mais
predominam n'esta região, principalmente na sua parte norte, como por
exemplo na Galliza, Traz-os-Montes e Minho, onde as partes altas, os
valles e encostas se acham cobertos e revestidos de ricos prados de gra-
mineas e d'outras hervas.

Na parte sul os prados são mais raros do que as pastagens, e estas
ultimas encontram-se em terrenos fracos e pedregosos, e mais pobres era
gramineas e hervas. Ainda aqui se encontram com frequência charnecas
de Cislus (principalmente nos planaltos de terreno arenoso e secco], que
ainda apparecem na parte norte, sendo substituídas frequentemente pelas
charnecas de Ericaceas.

Na região montanhosa são cultivados nos planaltos e nas encostas ce-
reaes (na parte sul trigo e centeio, ao norte só este ultimo) e batatas;
nos valles todas as plantas hortenses e forragens da Europa central; na
Galliza e Traz-os-Montes também o linho e o cânhamo, assim como todas
as arvores frucliferas da Europa central conjuntamente com a nogueira
(principalmente em Traz-os-IMontes) e a amoreira; na região inferior das
montardias ainda prospera a videira e nos sitios abrigados até a figueira e
a amendoeira.

Nas regiões subalpina e alpina já não existem campos de cereaes, nem
maltas, nem arvores de fiucto, mas simplesmente formações de arbustos
rasteiros, prados, pastagens de relva curta e plantas dispersas crescendo
por entre as pedras e rochas, como também acontece na região monta-
nhosa e mesmo na zona quente.

1. A Serra da Eslrella. — Apesar d'esta elevada serra ser uma rami-
ficação da principal cadeia de montanhas do systema central, e de formação
granítica, e apesar de n'ella apparecerem muitas espécies das que se en-
contram em Hespanha nas montaidias elevadas de egual natureza, com-
tudo deve nolar-se que as suas formações vegetaes, principalmente a ar-
bustiva, apresentam uma composição e physionomia inteiramente difíerente
das montanhas hespanholas elevadas, e que na sua Hora apparece numero
considerável de espécies (entre as quaes algumas endémicas) que faltam

10 XVII

Í46

n'aqiiellas, e por isso temos de considerar esla serra como pertencendo
á regiào atlântica occidental.

A Serra da Estrella ergiie-se entre as bacias do Mondego e do Zêzere
e forma um dique que se estende de nordeste para sudoeste, sendo a parte
mais alta muito larga e achatada, conservando-se coberta de neve desde
outubro até junho. A meio, pouco mais ou menos, e do lado oeste fica o
Malhão da Serra que é o ponto mais alto; para sul e este encontram-se
enormes massas de rochedos escabrosos; para nordeste e norte as en-
costas sào relativamente suaves. A nascente erguem-se duas isoladas moles
de rochas, das quaes corre agua continuamente, e por isso lhes dào o nome
de Cântaros. São estes depois do Malhão da Serra os pontos mais altos
d'esta montanha.

Uma outra parte elevada e toda formada de rochas é o Espinhaço de
Cão. Nos valles abaixo das encostas da lomba da serra encontram-se algu-
mas lagoas; a Lagoa Redonda é de todas a que está situada a menor alti-
tude (na parte superior da região montanhosa) ; a Lagoa da Salgadeira
fica já na região alpina. As outras lagoas (Comprida, Escura, etc.) acham-se
na regiào subalpina. Toda esta serra prafundamente sulcada pelos valles
das nascentes do Mondego, Alba e outros rios e ribeiros, é inteiramente
dcsaiborisada, exceptuando a sua região inferior, encontrando-se apenas
n'um 011 ri'oulro ponto alguns arbustos; as regiões alpina e subalpina
acham-se cobertas de exuberantes prados e pastagens.

Hern*iques o mais moderno c radical explorador da flora d'esta serra,
já visitada por botânicos como Clusius e Tournefort, e principalmente por
Link e líolímansegg, dividiu-a em 6 zonas agronómicas ^ que correspon-
dem mais ou menos ás regiões por nós admittidas, por exemplo: a pri-
meira (aló 400 m.) corresponde á inferior; a segunda (até 800 m.) á re-
giào superior quente; a terceira (ate 1500 m.) á região montanhosa; a
quarta (até 1750 m.) á subalpina; a quinta e sexta (até 2000 m.) á re-
giào alpina.

Da primeira, a zona agraria, na qual, segundo Henriques, se compre-
heride também toda a bacia do Mondego até á sua foz, fazemos uma ideia
completa; na segunda, a região superior quente, onde ainda prepondera
a cultura do milho, não obstante ser já alli considerável a do centeio, e
onde se encontram grandes superficies occupadas por videiras e oliveiras
prosperando ainda bem, apparecem na base da montanha do lado de no-
roeste algumas bonitas mattas do carvalho pedunj;ulado, e do lado sudeste
em alguns sitios o castanheiro.

1 Expedição scientifica á Serra da Estrella em 1881,

147

N'esta região, na qual vivem varias espécies lenhosas mediterrâneas,
entre outras o loureiro, e onde |)redominam principalmente os Cisliis (C.
crispus, C. laãanlferus, C. salvifolíus), a j)hysionomia da vegetação ainda
é inteiramente mediterrânea, mas muda repentinamente no principio da
região montanhosa. N'esta ultima, a terceira, ainda se cultiva o centeio
(ate loOO m,), sempre acompanhado pelo Pleris acpúlina L., feto que
cohre aqui grandes tractos de terreno. Os Cislus são aqui substituídos
pelo Halimiiim occidcnlale \\k., que cobre largas superíicies íbrmando
brenhas baixas, as quaes em virtude da sua cor cinzcnta-parda imprimem
á paizagem um aspecto altamente monótono ^

Na parte inferior da região montanhosa encontram-sc aqui e alli ainda
pequenos massiços do Pinus Pinaster Ait. a. aculisquama Boiss., não ha-
vendo matlas. Perto do limite superior d'esta região encontra-se o Saro-
tliamnus eriocarpus Boiss. Reut.; nos valles domina a Macrochloa armaria
(L.) Kth., constituindo formações que lhe dão um cunho singular. Logo
acima do limite do centeio principiam as Erkaceas, que se acham espa-
lhadas por toda a zona subaljtina, constituindo formações arbustivas, suc-
cedendo-se as seguintes espécies umas ás outras Eriça umbellala Hud.,
E. arbórea Hud., E. lusitanica Rud., E. aragonensis \> k. e Culhina vnl-
garis Sal., e entre 1600 a 1700 m. tanto a E. arbórea l\ud. como a E.
aragonemis Wk. ^ adquirem dimensões notáveis. N'esta região também
apparecem o ílex Aquifuliiim L., Belula pubescens Ehrh. e Taxus bac-
calíi L.

Na região alpina inferior (até 1858 m.) o Junipenis nana W., que já
principia a apparecer na região subal|)ina, povoa grandes tractos de ter-
reno formando massiços espessos e crescendo também por entre as rochas.
A cor verde-escura d'esta formação contrasta notavelmente com a côr verde-
clara do Nardus stricla L., (|ue constilue quasi exclusivamente os relvados
d'estes pontos da serra. Em alguns sitios também se encontra o Sarolha-
mnus purgans (L.) Wk. (a estação mais occidental d'este arbusto pvre-
naico, tão frequente no systema central) formando montas. O Nardo cobre
em grande parte o solo da região alpina superior, associado ao Juncas
Tanageja L. da forma unillora, abundante nos logares pantanosos. Nas
fendas das rochas cresce a Genisla Boissieri Sp., a única planta lenhosa
d'esta região.

Henriques menciona no seu catalogo da flora da Serra da Estrella 600

^ Admira que em toda a Serra da Estrella não so (incuntre um único Helianlhe-
nmm! Também não ap[)areee uma só Fumana. Das Tuberarias só alii se acha repre-
sentada a T. vnriahíUs Wlv.

^ Esta urze tem aqui o seu limite occidental.

148

planlns vasculares. D'eslas appareccm na região superior quente 438, na
região montanhosa 160, na regiào subalpina 114, na região alpina infe-
rior 70, e na região alpina superior 45. A Hora da região quente contém
438 espécies, a da região montanhosa 96,. a subalpina 41, a alpina infe-
rior 17, a alpina superior 14 da região inferior quente, de sorte que
estas ultimas acham-se espalhadas por todas as regiões da serra. Entre
estas são dignas de menção as seguintes: Agrostis caslellana Boiss. Keut.,
A. tiuncalula Pari., WaJilenbergia hederacea Kchb., Dianlhus lusitanicus
Brot.

Incluindo a bacia do Mondego na região inferior quente, é de 1221 o
numero total de espécies das plantas vasculares de todas as 6 «zonas».

Sob o ponto de vista geographico d'estas plantas só 6 são exclusiva-
mente originarias de Portugal, 84 são peninsulares, 94 mediterrâneas, e
1036 (!) da Europa central, da Europa toda ou da maior parte.

A seguinte relação dá a conhecer as espécies endémicas ou que mere-
cem ser notadas nas differentes regiões.

Na região superior quente: Kocleria crassipes Lge., Nardunis (L) pa-
lens líack., Crociis carpelanus Boiss. Reut., Simelhis bicolor Klh., Scilla
monophyllos Lk , Carduus granatensis \Sk., C. (L) Linldi Nym., Picris
longifiãia Boiss. Keut., Campânula Locflingii Brot., Planlago lusilanica
W., Armerla latifoUa W., Lavandula pedunculala Cav., Tliymus Masli-
china L., Tii. silvestris Hffgg. Lk., Nepeta [L] lusilanica Rouy, Siderilis
(L) liiiiuhi Brot., Prunclla grandiflora Mnch. ^. pyrenaica Gr. Gdr. (P.
Iiaslnefolia Brot.), Echium rosulaluniL^e., Caryolopha sempervirens Fisch.,
Liihoapenniun proslralum Lois., Omphalodes lusilanica Pourr., Verbascum
(L) Heiíriquesii Lge., Sibthorpia europaca L., Verónica (L) micnmlha
Hlígg. Lk., Primula vulgaris Huds., Anagallis linifolia L., Elaeosclinum
lenuifoliuni Lge. (espécie da Córsega !), Hippomaralhrum plerocldaeniim
Boiss., Pimpinella villosa Schousb., Saxi fraga liypnoides L. var. lusila-
nica Lgo., S. umbrosa L. ([ilanta pyrenaica), Sednm villosum L. p. py-
renaicum Lge , Alchemilla microcarpa Boiss. Ilcut., Polerium mullicaule
Boiss. Keut., Geum sihalicum Pourr. ([)lanla pyrenaica), Prunus Padus
L., P. lusilanica L., Lotus caslellanus Boiss. Keut., Genisla falcala Brot.,
Plerosparlum tridcnlatum Sp., Ulex auslralis Ciem., Sarolhamnus Welwi-
Ischii Boiss. Beut., Rhamnus Frangula L , Eiiphorbia (L) Broterii Dav.,
Brachylropis microplnjlla (L.) Wk., Silene hirsula Lag., Brassica valen-
lina DC, Ranunculus Hollianus Kchb., Aquilegia (L) dichroa Freyn. ^

^ As plantas endémicas designadas n'esta e nas seguintes listas por (L), foram em
parte encontradas na Serra da Éstrella depois da publicação do catalogo de Henriques.
O numero das espécies porluguezas é portanto agora multo maior do^que em 1881.

149

Na região montanhosa: Aira (L) Henriquesii Wehv. ^ PeribaUia hispâ-
nica Trin., Triselum ovalum P., Narcissus minor L., iV. tríandnis L. (A\
paJlidiilus Grlls ), Luzida purpúrea Lk. (planta Açoreana), L. hiclea E.
3Iey. ^. velulina Lge., Veralrum álbum L. (a estação mais occidental),
AlUum slramineum Boiss. Reut., 5a//j: (L) salvifolia Brot., Pyrelhrum
hispanicum \\k. a. puherulenlum, P. hispanicum \\k. y. sulphureum.
Centáurea Umbtila Híígg. Lk. p. melanosticla Lge., (7. mkranlha HíTgg.
Lk., Hispidella hispânica Lam., Carduus platijpus Lge., Hieracium cine-
rascens Jord., Galium Brolerianum Boiss., G. cinereum Ali., Echium lusi-
tanicum Brot., Anchusa granalcmis Boiss., Linaria saphirina HíTgg. Lk.,
L. delphiiioides J. Gity., Diyilalis Thapsi L., Enjngium leiíue Desf., Or-
ícgí/a hispânica L., Genisla liarnadcsH Grlls. (nas margens do rio Zêzere),
G. Broíeri Poir., Í7^:» íia/u/s Forst., Cylisiis hisilanicus Quer., Sarotha-
mnus eriocarpus Boiss. Reut., 5. palens Wbb , Dianthus allenuatus Sm.
«. pyrenaicus Wk., Halimium occidentale \Yk., Erysimum linifolium J.
Gay., Aquilegia Molleriana Borb.

Na região subalpina; Anlinoria agroslidea Pari. var. nalans Hack. (nos
lagoachos;, /To/cus (iayanus Boiss., Fesíuca spadicea L., Camx Composii
Boiss. Reut., Narcissus nivalis Grlls., iV. rupicola Duf., Narthecium ossi-
fragum Iluds. (nos lagoachos), Endymion nulans Dum., AUium l^iclo-
riaJis L. (nas rochas da Lagoa Comprida), Ornilhogalum unifollum Gawl.,
Solidago Virga áurea L. 'i. alpestris Boiss., AcluUca MiUcfoliumL. 3- wa-
crocephala Lge., Phalacrocarpnn opposilip.lium ^Vk., Carduus Gayanus
Dur., LeoJtlodon pyrenaicus Gou., Hieracium caslellainim Boiss. Reut.,
Armeria Durieui Boiss., Digilalis ncKadensis Kze. (segundo Rouy ; segundo
Henriques = D. purpúrea L. ^i. toinentosa Wbb.), Epilobium alpinum L.
(Lagoa Comprida), Loíi/s glareosus Boiss. Reut. i. villosus, L. glareosm
Boiss. Reut. y. nivalis (nos lagoachos), Genisla anglica L., G. ramosis-
sima Poir., (í. cm^íTa DC, (í. pohjgalaefoUa DC, Thlaspi nevadense
Boiss. Reut., Brassica valentina DC 3. P sendo- Erucaslrum Brot., /?a-
nunculus nigrescens Freyn.

Na região alpina: Allosorus cr ispus Bernh., Sparganium nalans L. (na
Lagoa da Salgadeira), Triselum hispidum Lge., Fesluca HenriquesUUack.
(nos lagoachos), F. Es/í/a Ramd. (planta pyrenaica), Carí-x (L) dimorpha
Brot., C lagnpina Wahlenb., Crocus nudiflorus Sm., Frilillaria hispâ-
nica Boiss. Reut., Pyrelhrum. (L) flaveolam Hífgg. Lk. |â. alpestre Mar.,
Doronicum carpelanum Boiss. Reut., Senecio Tournefortii Lap. fi. carpe-
tanus Wk,, Í7rí/Jís lampsanoides Frui. (planta pyrenaica, junto do Cântaro

^ Houve engano de certo ifesta citação, pois não existe esta espécie. (T.).

150

Miifíro), Jasione fcrennis L , Campânula ílerminii HíTgg. Lk., Planíago
alpina L., P. sidmlata L. y. granalensis Gr. Gdr. (frequenle!), Temrium
lusiínnicum Lam., Gcnliana Pneumouanlhe L. fl. depressa Boiss. (fre-
quente!), G. lutea L. (Conlaro iVlagro), Erytigiuin Duricuanum .1, Gay.
(Canlaro Magro), Saxifraga slellaris L. [S. flaccida Hfígg. Lk.), S. um-
brosa L., Sedum angliciim Hiuls., Spergidai ia rubra L. ,i. alpina \Yk.,
Sorbiis Aucuparia L., Alchemilla alpina L., Rubits eaesins L, (estas três
ultimas junto do Cântaro Gordo). Polygala depressa Wend., Alsine rema
Barll. (Cântaro Magro), A. recurva \A'alilb., A. eapilata Lam. (estas duas
ultimas muito frequentes.'), Silene ciliala Pourr. 3- goniculala, S. (L) ele-
gans Lk. (Cântaros), S. foclida Lk., S. aculifolia Lk. (as duas ultimas
nas rochas), Viola caespilosa Lge. (Cântaro Magro), Halimium ocymoides
Wk. (só no Espiídiaço de Cão), Iberis conferia Lag. (Cântaro Gordo),
Braya pinnalifida Koch., Erysimum aiislrah J. Gay., fíanuncidus (L)
lusitanicus Freyn. (nos charcos), R. adscemlens Crot.

Pela enumeração d'estas esj)ecies vô-se suíTicientcmente que: L° a ve-
getação da Serra da Estrella consiste em uma mistura de plantas da lles-
panha septentrional, central e meridional, e de plantas das montatdias
portuguezas, dos Pyreneos e Alpes: 2." que as plantas dos Alpes, Pjre-
neos e da Serra Nevada, \egetam aqui em sítios mais baixos do que n'a-
quellas montanhas.

2. A Serra do Marão. — lista serra, situada na província de Traz-os-
Montes, entre os \ alies do Douro e do Tâmega a nordeste do Pezo da
Régua, e cujo ponto cuhiiinante está a 1450 m. acima do nivel do mar,
foi também explorada por Henriques, ainda que de fugida, e da vegetação
d'ella deu uma noticia '. E formada por schistos silurianos, com encostas
escabrosas e cheias de penhascos. As encostas inferiores, pelo menos as
voltadas para o valle do Douro até 3o0 m. de altitude, acham-se qiiasi
que completamente occupadas por vinhas. As \ideiras cultivadas junto das
arvores (de enforcado) e em latadas ou ramadas, cncontram-se até 600 m.
de altitude, isto é, até ao limite, superior da região quente. Começa em
seguida a formação da Eriça scoparia L , e mais acima predominam a
E. arbórea L. e a E. cinerca L.

N'estas charnecas apparecem isoladamente a Belula pubescens Ehrh. e
o Rhamniis Frangula L. A 750 m. de altitude junto da Ermida ainda se
encontra um loureiro, e acima d'esta povoação existem massiços do Pinus
Pinaster Ait. Da Ermida até ao cume da serra, as encostas encontram-se

1 Boleiim da Sociedade Broteriana, tom. IIÍ, p. 38-49.

151

outra vez coberlas por mntngaes de Eriça cinerea L., E. scnparta L. e
E. umhellala L., assim como de Pleris aquilina L., com alguma relva
formada pela Agroslis selacea Curt.

Além das urzes 6 muito frequente o Cislus hirsulus Lam. desde as
margens do Douro até á parle mais alta da serra. Nos cumes da serra
crescem o Wicciniuitt Myrtilliis, Mcrcndcra monlaua Lge., Cardum Gayanus
Dur , Gdliwn sajcalile L., Plaiilago subulala L., P. serpentina Vill. e .S>-
dum anglicum líuds. Sào muito Irequeiites por entre as rochas junto da
Ermida: Priselum liispidum Lgo., Luzida laclea 3. vehiliim Lge., Pteros-
parlum Iridentalum S|)., Silevc acutlfolia Lk., Dianllius Langeanus Wk.,
Braga pinnadfida Kocli. e Ratiunculus Hollianus Uchb.

Por estes dados vê-se que a Serra do Marão tem muita analogia com
a região das monlardias de Leão e Astúrias. 3Ias isto dá-se ainda mais na
Serra do Gerez.

3. Serra do Gerez. — Esta serra acha-se situada ao norte de Portugal,
junto da fronteira, e elcva-se entre os rios Cavado e Homem. E de for-
mavão granilica. O ponto mais elevado é o Borrngeiro que tem 1433 m.
de altitude, ficando portanto já na região subalpina. Esta serra foi explo-
rada por Link e líolímansegg e também por Henriques, a quem devemos
ainda uma boa descripção da vegetação d'ella K

Henriques divide esta serra em Ires zonas: a ciiiti\ada, na qual pre-
domina o Querciis pedunculata Ebrli. (até cerca de 1200 m.) ; a dos ar-
bustos rasteiros, onde se encontra o vidoeiro e o teixo (até 1300 m.); e
a superior, desarborisada ou com exemplares do Zimbro anão (até 1433
m.). A primeira corresponde segundo a nossa opinião, á região quente
(até cerca de 000 m.) e á montanhosa inferior; a segunda á região mon-
tanhosa superior; e a terceira á região subalpina.

Na região quente, onde existem povoações e casas de campo, encon-
tram-se massiços do carvalho roble e castanheiro alternando com olivaes,
pomares de arvores de fructas e videiras, campos de milho e centeio. Os
campos cultivados encontram -se circumdados por cerejeiras, servindo de
apoio a videiras que por ellas trepam.

Dentro da região montanhosa inferior as encostas encontram-se na sua
maior parte cobertas de maltas de carvalhos robles, principalmente nos
valles dos rios acima mencionados e do rio Caldo, bem como junto das
Caldas do Gerez (estação balnear de aguas quentes muito frequentada),
constituidas por bellas arvores antigas e grandes (existem alli carvalhos
com 20 m. de altura com troncos de 4'",72 em circumferencia).

Boletim da Sociedadi' Broleriana, tom. III, p. 155-225.

Í52

Até 900 m. de altitude estas maltas n'iim ou n'outro |)onto tem mistu-
radas algumas outras arvores e arbustos, taes como: o Prumis Ivsilanica
L., Ilcx Aquifolhim L., Acer Pseiidaplaianus L. e Arhvins Vnedo L., de
grandes dimensões; junto das ribeiras: Alnns ghitinosa Gartn. e Prunus
Padus L. A vegetação arbustiva das matlas é constituída pela Eriça ar-
bórea L., Llcx eíiropanis L., U. nanvs Foi st., Cylisvs lusilanicvs Quer.,
Saroíhanmvs scoparius L., S. eriocarpus Boiss. Reut., Adenocarpus inler-
mediíis DC, Rhamnus Frangida L., Fraximts aruptsli folia Vahl. e Cislus
hirsulus Lam., que apparece até quasi ao cume da serra; mais raros sao
o Pirus communis L. a. Achras, Sorbiis íorminalis L , Craíaegus mono-
gijna L. e (por entre as rochas) Sorbus Ária Ctz. Aqui e acolá também
apparecem a Daboecia polifolia Don. e a Eriça ciliaris L.

A 1000 m. de altitude desapparece o Querem pedunciãala Elirh,, e
em seu logar encontra-se o Q. Tozza, que forma mnssiços ató 1200 m.,
representado também por exemplares de notável grandeza. Entre J200 e
1300 m. apparecem a Belula pnbesccns Ehrh. e Taxiis baceala em exem-
plares isolados; fora d'isto as encostas da serra estão já desarborisadas e
só revestidas pela Eriça arbórea e E. aragonensis Wk., por entre as quaes
apparecem alguns exemplares da E. cinerea, E. umbeUula e Calluna viil-
garis Sal., misturados com o Lilhospermum prosíratum Lois.

De 1300 m. até ao cume da serra falta completamente a arborisação
e só se encontram as urzes que acabamos de mencionar, nos sitios hú-
midos a Eriça Telralix L., e também apparecem isoladamente o Sorbus
Aucuparia L., Amelanckier vulgaris Mnch 'a estação mais occidental
d'estas duas ultimas espécies), Genisla Jusilanica L., G. micranlha Ort.,
G. polygalaefolia DC, Plerosparlvm tridenlalum Sp., e especialmente o
Juniperus nana.

Por entre as pedras e rochas crescem: a Avena sidcala J. Gay., Arrhe-
nalherum pmllcns Lk., Festuca spadicea L. var. Durandii Ilack., Narcissus
nivalis Grlls., Luzula nivea E. Mey., Allium ochroJeucum W. Kit. jB. eri-
cetorum Lge., A. suaveolnis Jcqu. [A. lusitanicum Brot.), Tulipa auslralis
Lk. y. parviflora Wk., Thymelaea coridifolia Endl., Phalacrocarpum op-
poútifolium Wk., Jasione Intmilis Lk., Armeria (L) WiUkommii Henr.
(único sitio onde até hoje se tem encontrado esta espécie, que tem afhni-
dade com as A. caespitosa e A. Durieiíi), Thymux (L) caespitosus liffgg.
Lk., Polygala depressa Wend., Alsine recurva Wahienb., Silene (L) aculi-
folia Lk.

As planias bastante notáveis da Serra do Gerez, são: os fetos das Ca-
nárias, Woodwardia radicans Cav. (próximo das Caldas, só conhecida
outr'ora nas Astúrias), DavaJlia canariensis Sw. (muito frequente nas
mattas de carvalhos), Íris Boissieri Henr. (junto da estrada romana no
valle do Homem, bonita espécie do gruj)o Xiphium), e Eryngium Du-

153

rieiianum J. Gay. (entre as Caldas e 1200 m. de allitiide, nas maltas de
carvalhos onde é frequente), e ainda: Agrostis Juressii^ Lk., Deschawpsia
stricta Hack., Festuca clegans Boiss., Gladiolus Reuleri Boiss., Crocus nu-
diflorus Snn., C. seroíinus Sal., Orchis cunopsea L. (único ponto de Por-
tugal onde até hoje se tem encontrado !), Enjthronium Dens canis L. (a
estação mais occidental da Europa!). Lepidopliorum (L) repandum DC,
Cirshtin filipendulum Lge., Calawinflia baelica Boiss. (a estação mais se-
ptentrional d'esta [)lnnta!), Echium t\)sulalum Lge., Scrophularia (L) sub-
lyrala Brot., PcdicuJaris lusilanica llíífí^. Lk., Brachytropis microphylla
(L.) Wk. (a estação mais septentrional !), Malva Colmeiroi \\k. [i. Ju-
ressii Mar., Tiiberaria globidariaefolia Wk., Silene melandrioides Lge.,
Sinapis laevigaía L., Ranuncidus (L) bupleuroides Brot., Anernone tripAia
L. Além d'eslas apparecem muitas das endémicas já mencionadas na des-
cripção da Serra da Estrella.

Considerada a flora d'esta serra, no sentido geographico, Henriques
mencionou no seu catalogo 353 plantas vasculares, das quaes só duas lhe
são particulares ílris Boissieri e Armeria Willkommii), 8 portuguezas, 4-5
peninsulares endémicas, 45 mediterrâneas, e 255 europaeas. Estes nú-
meros devem ter augmentado em resultado das ultimas explorações feitas
por Murray e outros n'aquella serra ; comtudo a percentagem das espécies
europeas deverá ainda assim ter ficado a mesma.

Entre as espécies alli descobertas modernamente podemos mencionar
as seguintes: Poíamogeton microcarpiis Boiss. Reut., Carex asturica Bohs.,
Luzula purpúrea Lk., SerraUda Seoanei Wk., Galium rivulare Boiss.,
Scrophularia (L) Hermiuii Híígg. Lk., Spcrgularia capillacea Wk., Rubus
(L) lusilanicus Murr. (frequente nas mattas junto das Caldas), Plerospar-
tum canlabricum Sp., Sarolhaninus Welwítschii Boiss. Reut. 3. gcdlecicus
Wk., Silene foelida Lk. e Anemone (L) albida Mar. (nas pastagens da re-
gião montanhosa).

Comparando esta serra com a da Estrella, distingue-se ella vantajosa-
mente pelas bellas mattas e abundância d'agua, o que lhe dá frescura
e faz com que o desenvolvimento da vegetação seja luxuriante. A falta
de arborisaçào da Serra da Estrella, segundo Henriques, deve ser moti-
vada em parte por andarem alli pastando milheiros de cabras, emquanto
que na Serra do Gerez só pasta o gado vacum.

Consideravelmente mais alta do que a Serra do Gerez é a que fica ao
norte de Traz-os-Monles, chamada Serra de Montesinho, a qual deverá

* Esta espécie nunca mais foi encontrada n'csta região depois de Linlc. Tem sido
encontrada mais para o sul. (T.).

tu

abranger a região alpina (?). infelizmente pouco se sabe acerca da vege-
tação d'esta serra, assim como da parte occidental d'esta provincia, que é
muito montanhosa.

Entre as plantas mais notáveis pôde contar-se sem duvida o raro Plia-
lacrocarpum (L) sericcuni (Hlfgg. Lk.) líenr., que lambem foi encontrado
na Serra de Rebordãos, serra lambem de Traz-os-Moiites, e nos montes
situados ao sul de Bragança. Além d'aquella, encontram-se na Serra de
Montesinho as seguintes plantas: Narcissus rupicola Duf., Doronicum car-
pelaniim Boiss. Heut., Polygala depressa Wend., Raiumculus nigrescens p.
muUifidus Freyn., R. Aleae y. lacinialus Wk., AquUcgia (L) dichroa Freyn.

Attendendo-se ao conjuncto da vegetação [larece haver pouca diflerença
entre a parte occidental e a oriental da j)rovincia de Traz-os-Montes. Na
flora d'esta provincia também no geral predominam as plantas da Europa
central e as que se encontram por toda parte do globo, e isto vê-se pelas
735 espécies mencionadas no catalogo transmontano (a maior parte co-
lhidas no districto de Bragança) publicado por Coutinho, das quaes não
menos de 387 pertencem áqiiella categoria, emquanto que as restantes
são mediterrâneas, norte-atlanticas e peninsulares.

São dignas de mensão as seguintes: Hermodachjlus luherosus L., ISar-
cissus Gracllsii Grlls., Liizula laclea fi. vehdina Lge., Erylhroaium Dens
canis L., Hieracium arnicoides Gr. Gdr. 3« longepcliolatum Wk., GralioJa
(L) lalifolia Vahl., Daucus Dui^ieua Lge., Aslragaliis chlorocyaneus Boiss.
Reut., Genisla Hyslrix Lge., Ranuncuhis carpelanus Boiss. Reut., Paeonia
Broleri Boiss. Reut., Aconilum Napellus L. Estas duas ultimas também
apparecem na região montanhosa do sul da Galliza.

15S

Dr. Alessandro Trotter

SECONDA COIYIUNICAZIONE INTORNO ALLE GALLE (ZOOCECIDI)

DEL PORTOGALLO

Facendo sèguito alia mia precedente Comunicazione inlorno alie galle
portoghesi, apparsa nellullimo fascicolo dei Boi. da Soe. Brot. vol. XVI,
1899, presento qui ora la determinazione di alcune altre galle non ancora
segnalate per la Flora dei Portogallo e, come le precedenti, inviale ancha
queste gentilmente dal Signor Ad. F. Moller che le raccolse nei dintorni
di Coimbra :

Brassica adpressa Boiss.

* 26. CecBcl»iiiyii9c [DipiER."j.

Altera i fiori di questa Brassicacea : tulti gli elementi fiorali si
mostrano deformati ed ipertrofici ed ogni singolo fiore resta
chiuso e rigonfio.

Análoga deformazione osservasi sulla Brassica Napus. suWErysi-
mum hieracifolium e su varie specie di Baphcmis, su qiiest'-
ultime prodotta dalla Dasyneura Raphanislri Kieffer.-Cfr. Kieífer,
Ceb. einige in Lothr. pesomm. Cecid. («Entomol. Nachr.» Jahrg.
XIX, 1893, n. 2, p. 21, Berlin).

Luglio 1900.

Crataegus monogyna Jacq.

27. it^pliis sp. [Hemipter.].

Le foglie, specialmente le terminali, si increspano e si incurvano

*

156

verso la pagina inferiore dove vivono in numerosa colónia i ce-
cidozoi. Tale deformazione, assai ben distinguibile da quelle
ádWAphis Cralaegi Kalt., ò probabilmente prodotta dall'^. Mali
Fabr.
Luglio 1900.

Cytisus grandiflorus DC.

28. Eriog»h,yos fi^eitã^Cae (Nalepa) N. 1898, in «Tierreicb, 4

Lief. Eriopb.» p. 30, n. 93, Phyloptus Gen. Nalepa J891, in

«Anz. d. Kais. Ak. d. Wissensch.-Mathem.-Nalurw.-Cl. Wien,

V. 28, p. 162 [AcAii.].

Deformazione análoga a quella già stata osservata finora su Cylisus

scoparius e Genista pilosa.
Giugno 1900.

Pimpinella villosa Scliousb. (=P. bubonoides Brot.)

* 29. |jasio|iteB*a sp. [Dipter.].

Rigonfiamenti dei fusto, siibglobosi od ovoidi, situati per lo piú
alia base delle infiorescenze od in corrispondenza delle ramifica-
zioni, lunghi da 5 a 10 mm.

Consimile deformazione fu già descritta e figiirata dal Massalongo
per Ia Fenda Feridago («Galle Fl. it.» n. 56, tav. XIII, fig. 4-5).

Agosto 1900.

Pirus Malus L.

30. i%|>lii!s sp. [Hemipteu.].

Le foglie deirestremità dei germogli s'increspano e si ripiegano
verso la pagina inferiore. II cecidozoo è probabilmente VAphis
Mali Fabr.

In certe deformazioni prodotte da Afidi, come nella presente, non
è possibile determinare con sicurezza il nome dei produttore
semplicemente sopra i caratteri delia deformazione (ciò che in-
vece si può fare per la piú parte delle galle) per il fatto che
specie diverse di Afidi producono deformazioni somiglianti.

Luglio 1900.

157

Populus nigra L.

31. I*eiiig»8ii£;'9is aflãiiSs Kal(enb;ich 1843, in «Monograpli. der

PIlunzeDlaiise» p. 182 [He.mipteu.].
LiCHTENSTEiN ' poiícva qiiosla spccie come tipo di im nuovo sotlo-

genere da lui chiainato Bucldonia.
Luglio 1900.

32. l^eiiiplii^QBS» 8iiii*§»ai*iiCiS (Linneo) Kallenhacli 1843, in

«Moiiograpli. der manzerilause» p. 182, Apliis burs. Liiiiieo
[Hemipteu.].

Luglio 1900.

33. PeiiiB»SiB^QiJ§ iiBnrâ>BB|»ãaEi>^ Courchel 1880, «Acadèrn.
des Sciences et leltres de Monlpellier» p. -^4 [Heaiiptek.].

Luglio 1900.

Prunus Cerasus L.

34. lBy#>iiíi» 4''oB'asi (Fabricius) Passerini 1863, in «Apbididae
italicae» p. 14o, ApJiis Cer. Fabricius 1794, in «líntomoiog.
syslemat.» t. IV, p. 211 [I]e:mipieií.].
Luglio 1900.

Quercus humilis Lk.

♦ 35. Aufllríeiífi» osírcae» Giraud 1859, in «Verh. zool.-bol. Ge-

Sellscll.» p. 3o0 [IIV.MEXOPT.].

Novembre 1889.

Rosa sempervirens L.

* 36. Itliofliles Ro.^ac (Linneo) llartig 1840, in «Zeilscbr. fur

die Entorno!.)) II, p. 194, Cynips Rosae Linneo [Hymenopt.].
Luglio 1900.

Monographie des Pncerons du Pcuplier, p. 19. Montiiellier, 1886.

1S8

37. B&Bto<iilei§ Slof§»iiB*uiii Giraud 1859, iii ((Vcrh. zool.-bot.

Gcsellsch.» p. 366 [Hymenopt.].
Liiglio 1900.

R-ubia peregrina L.

38. li]riogih,ye<^ ilHB»iae (Canostrini 1898, in «Atti Soe. Ven.-

Trent. di Sc. Nat.» ser. II, v. Ill, fsc. II, p. 278, in gen.

Phyloptus) [AcAR.].
Una figura, delia galla prodotla da qiieslo Ácaro, trovas! in una

memoria di T. De Stefam inscrita nel «Boll. dei R. Orto bot.

di Palermo» (v. l, n. 3-4, 1897, tav. II, fig. 3).
Lugiio 1900.

Vitis (? riparia Miclix.)

39. I*i>yíloxcrn Viislalrii: Planchon 1868, in «Compt. llend.

Acad. des Sciences de Paris» [Iíemipteu.].
Galle íogliari.
Recentemente il Du. G. Del Guekcfo pone la Fillossera come tipo

di un nuovo genere da lui chiamato Xcrampelus («Nuove Relaz.

delia R. Staz. di Enlomolog. Agrar, di Firenze», ser. I, n. 2,

p. 80, an 1900^.
Settembre 1900.

Padowi, novembre 1900.

IS9

subsídios para o estudo da flora portugueza

CONVOLVULACEAS, CUSCUTEAS E SOLANACEAS

POR

Joa.q;uLÍm cie IVCariz

Estas três famílias csluo agrupadas na classe nii ordem das Tuhifforae
de Barlling, E. Spach ' e de M. Willkomm'^, e collocadas em 2 ordens
na cohorte das Pulcinoliaks de G. Benlliam et Ilooker*^, estando as Ciis-
cuteas com[)rehendidas na Irib. V da ordem das Convoivulaeeas. Clioisy*
também reúne as Cuscuteas na ordem das Con\uhulaceas da qual repre-
sentam a IV Iribu. Sigo a classificarão de Venlenat e Bartling que esta-
belecera uma família das Convolvulaceas mais estreita e mais natural em-
bora mais antiga.

A familia das Convolvtdaceas propriamente dita é actualmente repre-
sentada na flora de Portugal por 3 géneros, sendo ainda assim o género
Caíyslegia um desdobramento do género Convolcuhis eíTectuado com bom
fundamento pelo sr. K. Brown, Sào 10 as espécies portuguezas compre-
hendidas n'estes géneros, sendo novo para a nossa flora o Coiivolviilus
penlapelaloidcs L. que facilmente se pôde confundir com o C. mconanllius
HíTgg. Lk., com o qual tem muita aflinidade. Das outras espécies de Con-
vulvulus que >ào mencionadas n'este estudo lia a notar que está |)erfeita-
mente verificada a existência em Portugal do C. siculus L., que alguns

1 Ed. Spacli — Histoire NaturcUe des Végétaux, tom. IX, pag. 26.

2 M. Wi!lkomin — Prod. Fl. Hisimnicac. tom. I. pag. XXVI.

^ G. Rentliam et J. Ilooker — Geneia Plantarum, tom. II, pag. VII e 868.

4 De CaudoUe — Prodr. Regni Vegetabilis, tom, IX, pag. 325.

160

auctores se recusartim considerar como espécie porUigueza, e é lambem
fóra de duvida que o C. meoiianlhus Ilíígg- Lk. é uma espécie perfeita-
mente definida e não uma variedade ou subespécie do C. tricolor L.

As Convolvulaceas sào plantas dos paizes quentes que se desenvolvem
com todo o seu explendor nos trópicos especialmente na America equi-
noxial, os cijjós d'alta estatura sào Iropicaes; as espécies d'esta familia
tornam-se mais raras nas zonas temperadas e quasi que desap|)arecem nos
paizes frios e nas regiões alpinas. Na Europa, o paiz mais rico em espé-
cies d'esta familia é o sul da Itália e a Sicilia que contam perto do dobro
das que habitam em Portugal. O género Ipomaea não é representado na
flora portugueza, em Hespanha conta só 1 espécie.

N'esta familia encontram-se plantas purgativas poi' excellencia, em vir-
tude do seu sueco ser rico em principios resinosos drásticos. O nosso
Convolvulus arvensis L. é levemente evacuante e amargo, bem como o
C. allhaeoides L. A Calyslegia sepium R. Br. é lambem purgativa e de-
purante, e a C. Soldanella de nossas praias marítimas 6 usada como
amargo, diurético e antiscorbutico, com propriedades purgativas inteira-
mente semelliates ás da jalapa e da escamonea. A Cressa cretica L. passa
por vulneraria. Nos nossos jardins e estufas cuUivam-se muitas espécies
ornamentaes da Ipomaea e do Convuhiilus.

*

A familia das Cusculeas comprehende só o género Cuscula Tourn.
Este género é representado na flora portugueza, segundo o presente tra-
balho, por 8 espécies, algumas das quaes tem sido consideradas como va-
riedades d'outras, como são a C. microcephaJa Wehv., a C. Trifolii Bab.
e a C. alba Presl., variedades da C. Ephhymum L., segundo a opinião do
sr. Engelmann ^. Sendo, porém, muito vaga a diagnose de Linneu da C.
Europaoa, 3- Epillnjmum, não ó para recear confusões tomando por espé-
cies distinctas as formas que outros auctores consideram como subespécies
ou simples varjedades da C. Epilhymum L. N'este ponto sigo a opinião
do sr. Nyman no Conspeclus Fl. Eiiropeae.

D'estas 8 espécies, de que talvez a C. Trifolii não esteja bem caracte-
risada, são novas para a nossa Hora 3 espécies, a saber: C. alba Presl.,
C. triumviraii Lge. e C. suaveolens Ser., sendo 2 da secção Eucusculeae

1 Gen. Cuscuíae sp. Berol. 1860.

I()l

Engelm. e 1 da secção Grammicae Engelm., secção esla que não vem
representada no Prodr. Fl. Hispanicae de M. \>'illkomin. É problemática
a existência no paiz da C. mono(jyna Valil. da secção Monoyynellae En-
gelm., espécie dada em Portugal por alguns botânicos. De certo tomaram
por ella a C. scandens Brol. que está verificado ser synonymo da C. brevi-
flora Vis.

As Cuscutas são plantas de todas as regiões do globo, mas, á seme-
lhança das Convolvulaceas, também abundam nos paizes quentes, especial-
mente na Ásia. São todas parasitas; invadem numerosos >egetaes e acabam
por deslruil-os por meio de sugadores dispostos ao longo do seu caule
filiforme. As sementes das Cuscutas germinam no solo produzindo hastes
delgadas, simples ou ramosas, apresentando geralmente o aspecto de fila-
mentos esbranquiçados ou rosados. Quando estas hastes encontram uma
planta fixam-se a ella e se lhe ligam por uma pequena dilatação discoide,
é o primeiro sugador d'onde nasce um prolongamento que se põe em com-
municação com o systema vascular do vegetal atacado. A raiz das Cus-
cutas, sendo pouco descnvohida, morre depois que se eííectuou a fixação
da haste ás plantas visinhas, que d'ellas se nutre e n'ellas se enrosca mais
ou menos, e onde acaba por florir e fructificar.

As Cuscutas são algumas vezes empregadas na medicina dos campos
pelas propriedades excitantes e aperitivas que se lhes attribuem ; mas o
que são sobre tudo é altamente nocivas á agricultura pela sua natureza
parasita, sendo necessário operar a sua destruição o mais cedo possível, e
com todo o cuidado, pelos meios que os technicos aconselham.

Para representar convenientemente a familia das Solaneas na flora por-
tugueza, não é possivcl prescindir da citação das espécies cultivadas ou
subesponlaneas que n'ella abundam a par das espontâneas, porque pelos
seus diííerenles usos e importantes applicaçòes do maior numero d'ellas,
estão tanto ou mais naturalisadas no paiz do que as espécies indí-

genas

É por isso que dos 12 géneros, que actualmente constituem na nossa
flora esta familia, 3 géneros são representados exclusivamente por espé-
cies cultivadas, que são os géneros Lycopersicum, Capsicwn e Pelunía;
1 género vai representado por espécies espontâneas c cultivadas, é o gen.
Solanum; outro por l espécie cultivada e 1 subespoutanea, é o gen. iVí-
coliana; e outro, finalmente, representa-se por 1 esjiecie subesponlanea,
é o gen. Alropa; ficando portanto representados por espécies todas indi-

1 1 • XYU

ÍQ^l

genas os 6 géneros restantes. Das espécies espontâneas são 3 novas para
a flora portugneza, a saber: SoJanum liumile Bernh., Lycium vulgare Dun.
e L. inlricatum Bss., sendo as 2 ultimas muito raras cm Portugal. Tam-
bém são bastante raras a Williania somnifera Dun. citada somente pelo
conde Hoffmansegg, no Algarve, e a lUandragora aulumnalis Spr. colhida
pelo dr. Valorado e F. Welwitscli na região meridional do paiz, e mais
recentemente pelo sr. J. Daveau na Extremadura.

As Solaneas abundam em todas as regiões tropicaes e sublropicaes dos
dois hemispherios. As zonas temperadas contém algumas, por isso na Eu-
ropa são pouco numerosas; não vegetam nas montanhas um pouco ele-
vadas e desapparecem nos paizes frios. Em Portugal contam-se 15 espé-
cies espontâneas pertencentes aos géneros Sulanum, Physaíis, Williania,
Lycium, Mandragora, Dalura e Hyoscyamus, é verdade que 4 d'eslas es-
pécies são muito raras, como disse.

A familia das Solanaceas é uma das mais importantes do reino vegetal
porque a ella pertencem algumas das plantas mais activas que se conhe-
cem como medicamentos ou como venenos, e outras, nào tão activas, mas
que se utilisam ora como medicamentosas, ora como alimentícias ou condi-
mentosas. Das Solaneas virosas que se cultivam ou crescem em Portugal
temos primeiramente a Belladona, cujo sueco é sobre tudo celebre como
dilatador da pupilla por conter a Atropina, principio activo que se en-
contra principalmente na raiz e nas folhas d*esta planta. Seguem-se a
Mandragora e o Estramonio que sendo egualmcnte planlas venenosas tem
varia applicação, pelas suas \irtudes therapeuticas, no tratamento da asthma,
da coqueluche e do rheiímatismo. Devem as suas propriedades á Dalurina,
alcalóide narcótico duas vezes mais activo do que a Alropina. O Tabaco
commum não é menos venenoso, e é também um medicamento poderoso
pela Nicotina que contém, alcalóide que se encontra também em bastantes
espécies d'este género. Das espécies do Meimendro a mais usada é o Mei-
mendro negro, que tem pro|)riedades calmantes e antispasmodicas muito
pronunciadas, devidas á Hyoscyamina. O Pimentão Cornicabra, uma das
formas do Capsicum annuum L., tem o fiucto d'um sabor extremamente
ardente, pelo que é um poderoso estimulante interno, rubefaciente e re-
vulsivo dos mais enérgicos. O Pimentão Maçã, a outra forma da mesma
espécie, chamada também Pimento, tem fructos excitantes de maior uso
culinário como excellente condimento. As espécies do género SoJanum nào
possuem as propriedades enérgicas das Solaneas virosas, são comtudo bons
medicamentos pelo principio activo que contém: a Solanina, que se extráe
das bagas da Herva moura [S. nigrum L.), ou dos caules (talos) da Dul-
camára [S. Dulcamara L.), ou dos rebentos da Batateira (5. luberosum L.).
Emprega-se a Dulcamara como depurante, talvez por causa da sua acção
eruptiva sobre a pelle, e a Ilerva moura como calmante leve. Os tuber-

163

cílios do S. luberosiim L., as batatas, constituem, como se sabe, um ex-
cellente abmento, é verdade que estes tubérculos se consideram como
órgãos particulares ou depósitos de fécula que se formam em torno dos
botões nas bastes subterrâneas, porque o resto da planta conserva as pro-
priedades sedantes da Herva moura. O fructo das Beringellas [S. Melon-
gma c [5. ovigerum Lam.) é comestivel, e o do Tomateiro (Ltjcopersicum
esculentum Mill.) é um apreciável condimento. O Alquequenge [Physalis
Alkehengi L.) tem um fructo diurético e levemente purgante; o pó das
capsulas, das bagas e bastes d 'esta planta tem-se empregado com bas-
tante resultado para a cura das febres intermittentes de natureza palustre.
Attribuem-se as mesmas propriedades diuréticas á Herva moura somni-
fera [Wilhania somnifera Dun.) e a sua raiz também é calmante e nar-
cótica.

Sendo, pois, bastante notável a familia das Solanaceas pelas virtudes
therapeuticas de que grande numero de suas espécies gosam, não deixa
também de ter representantes muito apreciáveis como plantas d'ornamento
pela belleza e colorido brilhante de suas llores, ás vezes de grande tama-
nho, pelo aroma penetrante que exhalam, como pela formosura de sua
folhagem, INos nossos jardins cultivam-se com mais frequência algumas
espécies dos géneros Pelunia e Dalura, como por exemplo a P. violácea
Lindl. e a D. arbórea L., ele.

164

CONVOLVULACEAE Yenl

Plantas herbáceas, raras vezes subarbustivas, giabras, com frequência aveludadas ou
pelludas, caule redondo muitas vezes volúvel. Folhas alternas simples inteiras ou
lobadas sem estipulas. Inílorescencia axillar, pedúnculos com uma ou muitas flo-
res, formando cachos, corymbos, capítulos e cynieiras. Pedicellos articulados nos
pedúnculos, com frequência bibracleados, bractéas a|)roximadas da ílôr, envolven-
do-a algumas vezes. Flores hermaphroditas, regulares. (]alyx com 5 sepalas mais
ou menos deseguaes, persistentes, crescendo muitas vezes durante a fructificação.
Corolla hypogina gamopetala, regular, tubulosa cam|)anulada ou afunilada, limbo
com 5 lúbos ou pregas, com perllorat^ão torcida em botão, enrolando-se ordinaria-
mente para dentro depois da floração. Estamos 5, livres alternos, com os lobos
da corolla inseridos no tubo. Antheras compridas biloculares introrsas, com fre-
quência contornadas em espiral após a emissão do poUen. Ovário livre, muitas
vezes assente n'um disco carnoso, com 2-4-loculos uni-biovulados. Estylete único
inteiro ou bifendido. Estigma terminal simples ou bilobado Capsula com 1-4 lo-
culos abrindo por valvas ou dissepimenlos, í)u muitas vezes indehiscente e não
raro em forma de baga, loculos com 1-2 sementes. Sementes inseridas no angulo
interno dos dissepimentos, com o episperma duro, o albumen delgado mucilagi-
noso. Embryão curvado com os cotyledones folheaceos, radicula incurvada inferior.

Quadro dos géneros

.Capsula abrindo-se em 2 valvas. Corolla com 5 lobos. Esiyletes 2, estigmas re-
■ I dondos. Capsula bilocular I. Cressa L.

, Capsula não se abrindo em valvas. Corolla com ti ângulos ou pregas 2

fPedicellos guarnecidos de duas bracteolas afastadas da ílôr. Estylete filiforme,
estigmas 2 distinctos, linear-cylindricos, frequentemente torcidos. Capsula glo-
bosa bilocular 11. Convolvulus L.

|Pedicellos guarnecidos de duas bractéas opposl.is, folheaceas situadas na base da
flor envolvendo-a. Estylete único, estigma bilobado, lobos lineares, oblongo-
cylindrlcos ou achatados. Capsula unilocular III. Caiystegia H. Br.

J. Cressa L. Gen. pi.

Planta levemente pelluda esbranquiçada. Caule prostrado ramosissimo. Folhas
pequenas rentes obtusas inteiras uiiincrvadas. Flores dispostas em espiga curta
ou em caiiitulo. Sepalas ovado-lanceoladas. (Corolla pe(iuena amarella |)iofun-
damente o-fendida. Capsula ovada C. cretica L.

J65

1. C. crelica L. Coii. n. 1835; DC. Prodr. IX, p. 440; Gr. Godr. Fl.
Fr. II, p. 503; Wk. Ljíe. Prodr. Fl. ílisp. II, p. 51i; Pari. Fl. Ital. VI,
p. 818; Nym. Consp. Fl. Furop. p. 506; Colm. Enum. y rev. pi. Hisp.-
Lusit. ÍV, p. 85; Rchb. Ic. Fl. Germ. XVIII, t. 134, f. 1; Lara. Bot. II,
p. 181, 111. t. 183 (C. viilosa Ilflfíg. Lk. Fl. Port. I, p. 372).

Outeiros nrgillosos áridos, terrenos arenosos salj;adiços seccos ou hú-
midos da regiào inferior ou do littoral. — Cenlro lillond: arredores de
Villa Nova da Rainha: margem do Tejo (Welw.), Leziria d'Azambuja:
Valia do Canto, Valia da Q^^ebra (R. da Cuidia) ; — Baixas do Sorraia:
Benavente: areaes da margem do Tejo (J. l)a\eau); — Algarve: terrenos
á beira-mar (IIoíTmsegg.). — ann. Julh.-Agost. (v. s.).

Hab. na Ilesp., Fr. mediter., Cors., Sard., Sicil., Ital., Grec, e por
toda a zona tropical.

II. Convolvulus L. Gen. pi.

2

1 Caule não volúvel

i
( Caule volúvel 6

! Planta vivaz. Flores reunidas em cymeiras ou capilulos. Folhas laneeoladas,
oblongas, estreitas, jjranco-aveludadas, sedosas com as nervuras em relevo na
pagina inferior. Corollas brancas, riscadas côr de rosa, 2 a 3 vezes mais com-
pridas do que o calyx. Capsula pelluda C. lineatus L.
Planta annual. Flores axillares solitárias 3

Folhas inferiores espatuladas oblongas ou oblongo-lanceojadas, muito pecioladas,
as medias altenuadas em peeiolu 4

o 'Folhas ovado-snbcordiformes ou trnncado-ovadas pecioladas, agudas, venosas,

^ pubescentes. Flores axillares quasi solitárias mais ou menos pedicelladas com

íá bractéas linear-lanceoladas. Coroil.a azulada, 2 vezes mais comprida do que o

calyx. Sepalas ovaes acuminadas, venosas, longamente celheadas. Capsula gla-

bra C. siculus L.

'Caule prostrado muito ramoso na base. Folhas caulinaies quasi rentes ondeadas
na base. Flores pedunculadas; pediincnlos do comprimento das folhas. Sepalas
ovadas rapidamente agudas, glabras. Corolla azulada, com 5 lobos profundos,
2 vezes mais comprida" do que o cal\x. Capsula glabra. C. pentapetaloides L.

Caule prostrado ou nscendent(\ Folhas caulinares muito pecioladas integerrimas.
Flores mnilo pedunculadas,- excedendo de ordinário as folhas. Sepalas mucro-
nadas mais ou menos peitudas. (]orolla azulada com a fauce branca e o fundo
amarelld. de margem fina crenelada, ;! a 4 vezes mais comprida do que o calyx.

\ (Jlapsula pubescenle 5

Ifi

/

/Pedúnculos com 2 bracléas erectas, lineares ou lanceolado-lineares na metade do
seu comprimento. Calyx esverdeado pelludo, com pellos compridos horizontaes^
dividido profundamente em 5 lacinias obovadas, erecto-patentes com um aperto
abaixo do ápice. Corollas grandes l.")-25 mm. de comprido C. tricolor L.

'^Pedúnculos com 2 bracteolas rudimentares quasi no ápice. Calyx esbranquiçado
quasi glabro, dividido profundamente em o lacinias ovaes-lanceoladas, erectas,
sem aperto abaixo do ápice, com a margem largamente membranosa. Corollas
quasi metade menores do que as da espécie antecedente.

C. meonanthus HÍTgg. Lk.

Planta glabra ou pubescente. Folbas pecioladas alabardinas obtusas mucrona-
das, aurículas agudas. Pedúnculos ordinariamente unifloraes, excedendo as fo-
lhas, com 2 bracteolas acima do meio. Sepalas ovado-oblongas obtusíssimas;
corolla 4 vezes mais comprida do que o calyx, branca ou cárnea com o listas
purpurinas por fora das pregas C. arvensis L.

Planta pelluda ou pubescente. Folhas pecioladas de contorno triangular, as infe-
riores ovado-cordi formes crenado-sinuadas, as superiores profunda e irregular-
mente palmatifendidas, lacinias dente;ido-sinuadas. Pedúnculos com 2 flores
muito mais compridas do que as folhas, com 2 bractéas lineares na base dos
pedicellos. Sepalas ovado-arredondadas hirsutas; corolla 3-4 vezes mais com-
prida do que o calyx, intensamente rosada ou purpurina. . . C althaeoides L.

Sect. I. Orthocaulos Don.

2. C. lineatus L. Cod. n. 1255; Cav. Praol. 856; Híígjí. Lk. 1. c. p.
371; DC. Prodr. 1. c. p. 403; Gr. Godr. 1. c. p. 602; Wk. Lge. I. c.
p. 516; Nym. I. c. p. 505; Pari. I. c. p. 803; Colm. I. c. p. 76; Hchb.
Ic. 1. c. t. 134, f. 4 (C. intermedius Lois., C. spicaefolius Desv., C. cam-
peslris flore albo Grisl. teste Colm.).

Campos argillosos, terrenos pedregosos calcareos áridos, outeiros gy-
psosos das regiões inferior e montan. — Akmdouro írasmonlano : margens
do Douro, entre Freixo de Espada á Cinta e Soalhào, prox. de Barca
d'Alva (Hoffmsegg.) ; — Beira central: Celorico: margem do Mondego
prox. da Ponte (R. da Cunha); — Beira lilloral: arredores de Buarcos:
Cabo Mondego, prox. do Pharol (A. Moller, Goltz de Carv.); — Alemlejo
lilloral: Cabo de Espichel, prox. do Pharol (Welw.). — peren. Maio-Julh.
(v. s.).

Hab. na Hesp., Balear., Fr. mediter., Ital., Sicil., Grec, Russ. auslr.,
Afr. boreal.

3. C. tricolor L. Cod. n. 1262; Cav. Prael. n. 858; Brot. Fl. Lusit. I,
p. 268; Híígg. Lk. I. c. p. 368; Gr. Godr. 1. c. p. 502; Wk. Lge. 1. c.
p. 517; Pari. 1. c. p. 810; Nym. 1. c. p. 506; Colm. 1. c. p. 77; Rchb.

167

Ic. 1. c. t. J37, f. I, II (C. campestris, flore cocriílco 1. Grisl. Virid.
Lusit. n. 38i; C. longifloriis azureus Barr. Ic. 321).

p. bicolor P. Coiit. Sue. Brot; 17.° anno, n. 1660.

Nos campos, vinhas, terrenos relvosos, basalticos, arenosos, férteis, por
entre as searas, nas bordas das barrocas da região infer. — Beira lilloral:
Coimbra: Estacão B (A. de Carv., J. Craveiro), Monlemór-o- Velho (M.
Ferreira); — Cenlio lilloral: Torres Novas (R. da Cunha), arredores de
Alemqner: Montegil (A. Moller), arredores de Torres Vedras: Runa (Bar-
ros e Cunha), Villa Franca: Cevadeiro (R. da Cunha), Cintra (Valorado,
R. da Cunha), arredores de Lisboa: Lumiar (I). Sophia da Silva), Calhariz
(R. da Cunha), serra de Monsanto: Ajuda, Queluz (Brot., Iloífmsegg.,
SA'el\v., Daveau), Praia de S. José de Ribamar (Weiw.), Campolide (R.
da Cunha), prox. a Cascaes (P. Coutinho); — Baixas do Guadiana: Beja:
Herdade da Calçada (R. da Cuidia); — Algarve: Castro Marim (A. Mol-
ler), S. Braz d' Alportel (J. Doming. dos Santos), Loulé (J. Fernandes);
— p. — Ccnlro lilloral: arredores de Cascaes: Caparide (P. Coutinho). —
ann. Març.-Agost. (v. v.).

Hab. na Hesp., Fr. auslr., Ital., Sicil., Grec, Afr. boreal.

4. C. meonantlius Ilflgg. Lk. 1. c. p. 369, t. 69; Bss. Voy. bot. Esp.
p. 419; Pari. 1. c. p. 812; Nym. I. c ; Wk. Suppl. Prodr. Fl. Hisp. p.
168 (C. tricolor, var. Brot. I. c. ; 3- mconanthus Chois. ap. DC. Prodr.
I. c. p. 405; Wk. Lge. I. c. ; Colm. I. c. p. 78; C. campestris, flore
coeruleo 2. Grisl. 1. c. n. 384 bis).

Terrenos calcareos, relvcsos, férteis da região inferior. — Beira lilloral :
Coimbra e arredores: cerca do Convento de Cellas (A. Moller, A. de Carv.,
Brot., Hoff"msegg.), Eiras: Quinta do Tojal (M. Ferreira) ; — Alio Alem-
íejo: arredores dTílvas: margens do Guadiana (Silva Senna); — Algarve:
Salir (J. Doming. dos Santos), Loulé (J. Guimarães). — ann. Març.-Junh.
(v. s.).

Hab. na Hesp., Ital. e Sicilia.

/

Obseuv. — Esta espécie foi indevidamente tomada por alguns auctores
como uma simples variedade do C. Iricolor L., quando é certo ser uma es-
pécie muito bem definida c distincta d'aquella. O sr. Boissier na sua Voyage
bot. aii luidi (Ic rEspagne é o primeiro botânico a enunciar esta opinião,
ao mesmo tempo que o sr. Clinisy no Prodromus de De Caiidulle vol. IX
dá o C. mconanllius como variedade do C. tricolor L. O exame da planta
não deixa duvidas, e o C. meonanllius Hfl^gg. Lk. a ler de confundir-se

168

com alguma espécie próxima é mais com o C. poUapclaloides L. do aue
mesmo com o C. tricolor L.

5. C. peiítapelaloides L. Cod. n. 125Í-; DC. Prodr. 1. c. p. 406; Cav.
Ic. II, p. 20, t. 123; \Vk. Lge. I. c. p. 518; Pari. 1. c. p. 809; Nym.
1. c; Coim. 1, c. p. 79; Sibth. FI. graec. t. 197; Hchb. Ic. I. c. t. 141,
f. II G. prostratiis Forsk.).

Terrenos argillosos, pedregosos da região quente. — Algarve: arredores
de Tavira: Charneca de Santo Estevão (J. Daveau), arredores de Faro:
Campina (A. 3Iol!er). — ann. Abr.-3Iaio (v. s.).

Hab. na Hesp., Maiorca, Sarden., Ital., Sicil., arcliipel. grego.

Observ. — -'Esta espécie (^ nova para a flora portugueza. Foi encontrada
a primeira \ez no Algarve em 1881 pelo sr. J. Daveau. É rara.

6. C. siciilus L. Cod. n. 12.53; íífígg. Lk. 1. c. p. 370; DC. 1. c. p.
407; Gr. Godr. 1. c. p. 503; Wk. Lge. I. c. ; Pari. 1. c. p. 807; Nvm.
1. c; Colm. 1. c. p. 79; Hchb. Ic. 1. c. t. 137, f. IV; Sibth. Fl. greg.
t. 196.

Nas rochas e em terrenos pedregosos, arenosos seccos, mas também
férteis sombrios, das regiões infer. e monlan. — Alemlejo liltoral: Alto da
Arrábida: prox. do Formosinho (A. Luisier); — Baixas do Guadiana:
3Iertola (HíTgg. Lk., A. Moiler . — ann. Abr. e Maio (v. s.).

Hab. na Hesp., Fr. aiistr., Cors., Sarden., Sicil., Napol., Grec, Creta,
Afr. boreal, Madeira, Canárias.

OusEKV. — Esta espécie 6 muito rara em Portugal por isso que foi só
encontrada em Mertola pelo conde Hoífmansegg, depois pelo sr. 3Io!ler na
mesma localidade, e recentemente na serra d'Arrcibida pelo sr. A. Luisier.
Muitos auctores que tem tratado da nossa Hora nem sequer citam o C. si-
culus L. do nosso paiz.

Sect. II. Strophocaulos Dun.

7. {]. arvcnsis L. Cod. n. 1216; Brot. 1. c. p. 267; HíTgg. Lk. I. c.
p. 364; Gr. Godr. 1. c. p. 500; Wk. Lge. 1. c. ; Pari. 1. c. p. 813; Nvm.
1. c; Colm. 1. c. ; Hchb. Ic. I. c. t. 136, f. II (C. minor vulgaris Grisl.
1. c. p. 388).

169

p. piimilus Cliois. <ip. DC. Prodr. 1. c. p. 406. — Caule apenas
com 9-10 cenlim. de comprimento, ibllias mínimas.

y. oblusifolhis Chois. 1. c. (C. corsicus líoem. et Sch.). — Folhas
ovadas alabardinas arredondadas e levemente chanfradas no
apico, aurículas obtusas, pecioios curtos.

8. hiflorus Chois. I. c. (C. hastatus Forsk. Vahl.; C. haslifolius
Poir.). — Pedúnculos billoraes, pecioios curtos.

B..UnearifoIms Chois, I. c. (C. sagitlifolius Fisch.; C. arvensis,
var. linearis Welw. exsic. Fi. lusit. n. 1681). — Folhas es-
treitas lineares; flores menores.

Nos campos, por entre as searas, nas sebes, caminhos, terrenos pedre-
gosos das regiões infer. e siibmontan. — a. — Alemdouro trasmonlano:
Bragança (P. Coutinho), arredores de j\!iranda do Douro: Picote (.T. Ma-
riz). Chaves (A. Moller); — Alemdouro littoral: Valença: margem do Minho
(R. da Cunha), Valladares, Velinha : Insua de D. Thomazia (R. da Cunha),
Carreço: littoral (R. da Cunha), Cabeceiras de Basto (D. M. L. Ilenriq.),
Pedras Salgadas (D. M. L. Henriq.), arredores de Guimarães: S. Thiago
de Lordello (A. V. d'Araujo), Mattosinhos (D. Sophia da Silva); — Beira
trasmontana: Taboaço (C. de Lima), Trancoso (M. Ferreira), Yillar For-
moso: Valle Picão (R. da Cunha); — Beira central: Vizeu e arredores:
Oliveira de Barreiro (M. Ferreira), S. Paio de Gouveia (M. Ferreira), Oli-
veira do Conde (A. Moller), Santa Comba Dão (A. Moller), Bussaco (F.
Loureiro); — Beira littoral: Coimbra: Quinta de Santa Cruz, Cellas, Cerca
de S. Bento (A. de Carv., A. Moller, Santos Paiva), Figueira da Foz (F.
Loureiro), Buarcos (A. Gollz de Carv.), Soure (Silva Cabral), Pombal (A.
Moller), Marinha Grande (C. Pimentel); — Beira meridional: Caslello
Branco: Ribeira da Lyra (R. da Cunha), Malpica: Tapada do Ferreiro
(R. da Cunha), Villa Vdha do Ródão (R. da Cunha); — Centro littoral:
Torres Novas: Sa|)eira (B. da Cunha), Santarém: Cães da Ribeira (R.
da Cunha)^ Leziria d'Azambuja: Canto (R. da Cunha), arredores de Villa
Nova da Rainha (Welw.), arredores d'Alemquer: Montegil (A. Moller),
Mafra (J. Barros e Cunha), Cintra (Valorado, H. de Mendia), arredores
de Lisboa: Lumiar (Welw.), Rabicha (R. da Cunha), serra de Monsanto
(J. Daveau), perto d'Alcantara (Welw.), prox. de Cascaes (P. Coutinho);
— Alto Alemtejo: Castello de Vide: Arieiro (R. da Cunha); — Baixas do
Sorraia: Montargil (J. Cortezão) ; — Alemtejo littoral: Seixal (R. da Cunha),
Odemira (G. Sampaio); — Baixas do Guadiana: Beja: Herdade da Cal-
çada (R. da Cunha); — Algarve: Castro Marim, Villa Real de Santo An-
tónio (A. 31oller), Faro (.1. Guimarães); — íi. — Jieira central: arredores
de Algodres: Villa Chã (M. Ferreira); — y. — Beira trasmontana: Guarda
(M. Ferreira); — Alto Alemtejo: serra d'Ossa (A. Moller); — 8- — Algarve:

170

Loulé (J. Fernandes); — e. — Beira central: Celorico (M. Ferreira); —
Beira lilloral: Montemór-o-Velho: Seixo de Gatões (M. Ferreira), Pinhal
do Urso (F. Loureiro), Pombal (A. Moller) ; — Centro littoral: arredores
d'Alcoba(;a: Turquel (R. da Cunha), arredores de Lisboa: Lumiar (Welw.),
praia de S. José do Ribamar (R. da Cunha); — Alio Alem tej o: Campo
Maior (Daniel Filippe) ; — Baixas do Sorraia: Montargil (J. Cortezào) ;
— Alemlejo lilloral: Odemira (G. Sampaio); — Baixas do Guadiana: Ca-
zevei (A. Moller). — peren. Maio-Agost. (v. v.). — Corriolla, Verdesellia ou
Ver d i sei la.

Hab. em toda a Europa (except. Lapon. e Russ. árctica), Ásia med.,
Arab., Egypt., Madeira, ilh. Mauric, Amer. bor. e austral.

8. C. altliacoides L. Cod. n. 1242; Cav. Prael. n. 855; Brot. 1. c. p.
268; Hffgg. Lk. I. c. p. 366; DC. Prodr. 1. c. p. 409; Gr. Godr. 1. c.
p, 501; Wk. Lge. 1. c. p. 519; Pari. I. c. p. 815; Nym. 1. c. ; Colm.
1, c. p. 81; Rchb. Ic. I. c. t. 138, f. I, II (Convolvulus Allheaefolio Clus.
Hist. pi. li, p. 49, Grisl. I. c. n. 383).

Nos caminhos, bordas dos campos, terrenos calcareos, pedregosos, cul-
tivados, arenosos abrigados da região inferior. — Beira littoral: Coimbra:
Capella de S. Joào do Piolho (Bruno Carreiro), Bordalo (M. Ferreira),
Monfarroio (Brot., A. de Carv.); — Beira meridional: Malpica: margem
do Tejo (R. da Cunha), Villa Velha do Ródão: passagem da Barca (R.
da Cunha); — Centro lilloral: Torres Novas: Casas Altas (R. da Cunha),
Villa Franca: Monte Gordo (R. da Cunha), arredores de Lisboa: Lumiar
(Hoíímsegg., Welw., D. Sophia da Silva), Cintra (Valorado), Porto Bran-
dão (R. da Cunha), Campolide (J. Daveau), Perna de Pau (J. Daveau),
arredores de Cascaes (P. Coutinho); — Alio Alemlejo: Portalegre: Outeiro
da Forca (R. da Cunha), Campo Maior (Daniel Filippe), Elvas (J. C. Silva
Senna), Redondo (Pitta Simões); — Baixas do Sorraia: Montargil (J. Cor-
tezào);— Alemlejo lilloral: arredores de Lisboa : Alcochete (P. Coutinho),
Barreiro (A. Moller), costa de Caparica (J. Daveau), Cacilhas (Valorado,
R. da Cunha), serra d'Arrabida: Rasca (A. Moller), Cezimbra (A. Mol-
ler);— Baixas do Guadiana: arredores de Serpa: Senhora de Guadalupe
(J. Daveau), Beja: Boa Vista (R. da Cunha); — Algarve: Castro Marim
(A. Moller), Tavira (Welw.), Faro: Campina (Welw., J. Guimarães),
S. Braz d'Alportel (J. Doming. dos Santos), Loulé (J. Fernandes), Lagos:
Espiche (J. Daveau).— peren. Abr.-Junh. (v. v.).

Hab. na Hesp., Fr., Balear., Ital., Dalm., Grec, Ásia men., Egypt.,
Alger., Madeira, Canar., China.

171

III. Calysteg-ia R. Br. Prodr. p. 483; DC. Prodr. 1. c. p. 433

fCaiile volúvel muito trepador, anguloso: folhas grandes pccioladas ovado-afre-
chadas agudas ou acuniinadas, com as aurículas por vezes anguloso-denteadas ;
pedúnculos unitloraes quasi eguaes às folhas; bractéas grandes cordifornies
agudas mais compridas do que o calyx. Corolla formosa branca, glabra. Ca|)sula
gFobosa obtusa, assente n'um disco alaranjado C. sepium R. Br.

jCaule não volúvel, descabido reptante; folhas grossas muito pecioladas renifor-
mes; pedúnculos unifloraes excedendo as folhas, bractéas ovado-arredondadas
quasi do comprimento do calyx. Corolla formosa suavemente rosada ou purpu-
rina. Capsula ovada aguda glabra C. Soldanella l\. Br.

9. C. sopiíim R. Br. 1. c. ; DC. 1. c. ; Wk. Lge. 1. n. ; Pari. I. c. p. 800;
Nym. I. c. p. 504; Colm. 1. c. p. 83; Rchb. Ic. 1. c. t. 139 (Convolviilus
sepium L. ; Brot. I. c; Híígg. Lk. 1. c. p. 365; Gr. Godr. I. c. p. 500;
Lam. 111. t. 104, f. 1; C. major vulgaris Gris). I. c. n. 387).

p. rósea Chois. (C. repens L. sp. 225). — Corolla rosada grande.

Nas sebes, vallados, silveiraes principalmente húmidos, nas margens dos
ribeiros e cursos d'agua da região inferior. — Alemdouro lilloral: Melgaço:
S. Gregório (A. MoIIer), Valença: Ganfei, margem do IMirdio (R. da Cunha),
Villa Nova da Cerveira (B. da Cunha), Ponte do Mouro: margem do rio
do Mouro (R. da Cunha), Caminha: Senhora d'Ajuda (R. da Cunha), Mon-
tedôr: Gandra (R. da Cunha), Esposende: costa maritima (A. Sequeira),
arredores de V^isclla (Velloso d'Araujo), S. Thiago de Bougado (M. Pa-
drão), Porto (.Johnston) ; — Beira lilloral: Coimbra e arredores: Choupal,
Barcouço, Azenha, motas do Mondego (A. de Carv., A. Moller, 31. Fer-
reira^ Figueira da Foz (F. Loureiro), Pombal (A. Moller), Pitdial de Leiria
(C. Pimentel), Albergaria (A. Moller); — Beira meridional: Villa Velha
do Ródão: Fonte das Virtudes (R. da Cunha), Tramagal: margem do Tejo
(R. da Cunha); — Centro lilloral: Torres Novas: margem do rio da Le-
vada (R. da Cunha), S. Martinho do Porto: Ribeira (J. Daveau), prox. da
Lagoa d'Obidos (Welw.), Alcobaça: margem do Alcôa (R. da Cunha),
entre Runa e Torres Vedras, leito do Sizandro (Barros e Cunha), Loziria
d'Azambuja : Alqueidão (R. da Cunha), Villa Nova da Rainha (Welw,),
Villa Franca : Cevadeiro (R. da Cunha), Valle de Figueira (R. da Cunha),
arredores de Lisbcyi: serra de Monsanto (J, Perestrello), Odivellas (Welw.),
Ribeira da Cruz Quebrada (R. da Cunha), prox. de Cascaes (P. Coutinho);

172

— Alemíejo liltoral: Odemira (G. Sampaio); — Algarve: Faro (J, Guima-
rães).— peren. Maio-Oiilubr. (v, v.), — Trepadeira, Bons Dias.
Hab. na Ilesp. e em toda a Europa, na Ásia, America e Austrália.

10. C. Solilanclla R. Br. 1. c; DC. 1. c. ; Wk. Lge. 1. c. ; Pari. I. c.
p. 797; Nym. 1. c. ; Colm. 1. c. p. 82; Uchh. Ic. 1. c. t. 140, f. II (Con-
volvulus Suldanella L.; Brot. I. c; lííígg. Lk, 1. c. p. 3C7; Gr. Godr.
1. c; C. maritimus Lam.; Brassica marina sive Sokianelia Grisl. 1. c.
n. 222).

Nos areaes maritimos das praias do Atlântico e Mediterrâneo. — Akm-
douro liltoral: Montedôr: praia, entre as rochas (B. da Cunha), Caminha:
Cabedeilo (B. da Cunha), praia da Areosa (B. da Cunha), Vianna do Cas-
teilo: Cabedeilo (B. da Cunha); — Beira Ulloral: entre a Granja e Espi-
nho (M. Ferreira), arredores da Figueira da Foz: Galla (MoIIer, M. Fer-
reira), Buarcos (A. de Carv., J. Daveau); — Centro Ulloral: arredores de
Lisboa: Praia das Maçãs (J. Daveau); — Alemíejo Ulloral: base da serra
d'Arrabida (Welw.), Comporta (Welw.), arredoros do Cercal (J. Daveau),
Villa Nova de Milfontes (Welw.). — peren. Junh.-Juih. (v. s.). — Solda-
nella ou Couve marinha, SoldancUa bastarda.

Hab. nas praias da llesp., Fr., Belg., lloll., Aliem., Balear., Ilalia,
Dalmac, ilh. Jon., Grec, Taur., Barb., Amer. e Austrália.

173

CUSCUTEAE Chois.

Hervas parasitas sem folhas nem chlornphylla. Caules e ramos filiformes flaccidos vo-
lúveis, ligados ás outi"as planias e nutridos do seu sueco por neio de sugadores
dispostos eni seiie. Flores pcípienas em glomerulos ou cymeiras ao lado dos caules
e dos ramos. Calyx com 5 sepalas raras vezes 4, ligadas na base. Corolla carnosa
campanulada r.u globosa em forma d"ur!ia, com o hmbo fi- raras vezes 4-fendido.
Eslames ri, raias vezes 4. soldados ao tubo, nmitas vezes guarnecido de escamas
epistamineas lobadas ou franjadas. Ovaiio livre com 2 loculos e 4 óvulos. Estyle-
tes 2. raro soldados n"um. Estigmas agudos ou em cal)e(;a. Capsula meud>ranosa
bilocular com 4 sementes, abrindo em pyxide ou irregularmenle. Sementes com-
primidas, com o embryão enrolado em espiral no meio do albumen sem cotyle-
dones.

Os caracteres da família são os mesmos do género único I. Cuscuta Tourn.

I. Cuscuta Toiírn. Inst. ; L. geií. pi.; DC. Prodr. I. c. p. 452

fEslyletes 2 fdiformes. Estigmas alongados filiformes. Capsula regularmente cir-
cumcidada (Sect. I. Eucuscutae Engelm.) 2

JEstyletes 2 filiformes. Estigmas em cabeça. Capsula irregularmente fendida
(Sect. 11. Grammicae Engelm.) 7

Escamas epistamineas grandes franjadas 3

a )Escamas epistamineas nullas. Calyx avermelhado, campanulado, lobos obtusissi-
') mos mais curtos do que o tubo da corolla, erguidos. Corolla branca transpa-
rente, lacinias ovadas obtusas, patentes ou reflectidas. Caule liliforme de côr
escura; glomerulos com poucas fiores C. triumvirati Lge.

Lobos do calyx patentes sem nervuras ; corolla campanulada ou tubulosa com o
limbo egualando ou excedendo o tubo, lacinias patentes por fim rellectidas sem
nervuras, escamas franjadas 4

jLóbos do calyx erguidos com nervuras; corolla globulosa com o limbo menor do
(pie o tubo' lacinias patentes túrgidas, muitas vezes acapelladas no ápice, nunca
refiectidas, guarnecidas d"uma nervura media; escamas profundamente fran-
jadas C. planiflora Ten.

'Caule ordinariamente avermelhado; glomerulos com muitas ou poucas flores;
flores rentes, corolla branca, antlieras amarellas, calyx purpurino S

[Caule esbrancjuiçado; glomerulos com muitas flores, lacinias da coiolla estreitas
alongadas, mais compridas do que o tubo: flores rentes ou pedicelladas lii'ancas
com o calyx ás vezes rosado C. alba Presl.

174.

[Glomerulos peíjuenos densos, flores inteiramente rentes, lacinias do calyx e da
coroJia conipridas agudas ou acuminadas, estyleles curtos . . C. subulàta Ten.

(Gioinerulos grandes mais ou menos frouxos; lacinias do calyx e da corolla largas
pouco acuminadas, eslyletes compridos 6

j Flores pequenas em glomerulos frouxos. Divisões do calyx ovaes patentes, as da
l corolla largas triangulares C. Epithymum L.

iFlores melado maiores, em glomerulos densos. Divisões do calyx erguidas e ap-
; plicadas soljre a corolla; tubo da corolla subcylmdrico, lacinias mais compridas
I do que largas ." G. Trifolii Bab.

'Caule avermelhado ramoso. Flores em glomerulos; corolla branca ou cárnea,
campanulada dividida pouco acima da uuitade do seu comprimento em 5 laci-
nias erecto-patentes, com o ápice erecto. Escamas epistamineas profundamente
fendidas. Antheras esverdeadas C. breviflora Vis.

|Caule de côr alaranjada. Flores em cymeiras paniculadas, corolla branca afuni-
lada, dividida nos dois terços do seu comprimento em 5 lacinias erectas, com
o ápice dobrado para dentro. Escamas epistamineas menos fendidas. Antheras
amarellas C. suaveolens Ser.

Sect. I. Eucuscuteae Engelm. gen. Cusculae sp. Berol. 1860

1. C. EpillijDiuni L. Cod. n. 1023; Murr. Sy.st. veg. ed. 13; Gr. Godr.
Fl. Fr. II, p. 504; Wk. Ljíe. Prodr. Fl. Ilisp. II, p. 520; Pari. Fl. Ital.
VI, p. 823; Njm. Consp. Fl. Europ. p. 507; Rclib. Ic. Fl. Germ. XVIII,
f. 142, t. 165 (C. europaea, S. Epilliymum L. Sp. pi. 180; C. europaea,
var. lirot. Fl. Liisit. I, p. 208; C. europ. barbuvea Brot. Phyt. Lusit. p.
192, t. 165; C. minor (Bauh.) DC. Fl. Fr. 3, p. 661; Colm. Enum. y
Rev. pi. penins. Hisp. -Lusit. IV, p. 87).

Parasita de plantas diversissimas das regiões infer. e rnontan. — Alem-
douro liUoral: Moritedôr: Gandra (R. da Cunha), Povoa de Lardioso (G.
Sampaio), serra do Gerez (M. Ferreira); — Beira central: Penalva do
Castello: Castendo (M. Ferreira); — - Beira Ullor ai: arredores do Porto:
Valladares (E. Johiiston), Espinho (Aarão de Lacerda), arredores de Coiníi-
bra : Zombaria (M. Ferreira), arredores da Figueira da Foz: Galla (A.
Moller) ; — Beira meridional: Malpica: margem do Tejo (R. da Cunha);
— Cenlro lilioral: Porlo de Moz: Alçaria (R. da Cunha), serra de Minde
(R. da Cunha), arredores de Lisboa: Carnachide, Sele Rios (Brot.), Pinhal
do Marechal (R. da Cunha), Cintra (P. Coutinho), prox. a Cascaes (P. Cou-
tinho); — Alemtejo lilioral: Pinhal do Alfeite (R. da Cunha), prox. a Ce-
zimbra (.T. Daveau) ; — Algarve: Estoy, Milreu (J. Brandeiro). — ann.
Junh.-Outub. (v. v.). — Cuscula, Linho de Cuco.

Hab. em toda a Europa, Ásia menor, Afr. boreal.

17Í

2. C. írirolii Bab. et Gibs. phyt. 1, p. 467; Gr. Godr. 1. c. p. 505;
Nym. I. c; Rchb. Ic. 1. c. t. 142, f. IV (C. minor, ^. Irifolii Chois. in
DC. Prodr. 1. c. p. 453).

Parasita especialmente do trevo e d'algumas outras plantas das regiões
inferior, e montan. — Ikira lilíoral: enire Pombal e Ancião (J. Daveau).
— ann. .Íun.-Outub. (v. s.).

Ilab. na líesp., Fr., Ingl., Suec, Norueg,, Dinam., Aliem., Austr,,
Hungr., Ital. boreal.

OiíSEKV. — A C. Trifulii Bab. 6 considerada por muitos aiictores como
nma simples variedade da espécie antecedente, no emtaiito pôde dislin-
guir-se d'ella pelos caracteres acima apontados e pelo modo mais apertado
como o caule se enrola e comprime a planta em que se tiutre. Esta es-
pécie é rara em Portugal ou a sua existência talvez duvidosa pela falta de
exemplares caracteristicos.

3. C. subiilala Ten. in Guss. Syll. pi. vasc. Fl. ncapol. p. 79; Nym. 1. c.
(C. Gussonii Gasp.; C. microcephala Welw. mes. et exsicc. Fl. Lusit.
n. 20, 491, 1687; C. Epilhymum L., e. Kotschyi Engelm.; Wk. Lge.
1. c. p. 521 non Desmoul.).

Parasita de muitas plantas especialmente das dos gen. Vlex, Thymus,
Centáurea, etc. na beira-mar e nas regiões infer. e montan. — Alemdouro
trasmonlano: Serra do Marão (G. Sampaio); — Alemdouro lilíoral: Mon-
sâo: Pousa (H. da Cunha), Valladares: Velinha, Insua de D. Thomasia
(R. da Cunha), Villa Nova da Cerveira: Prado (H. da Cunha), serra do
Soajo: prox. do Valloeiral, Bordensa (A. Moller), Caminha: Cabedello
(B. da Cunha), Pinhal d'Ancora (B. da Cunha), Vianna do Castello: monte
de Santa Luzia (B. da Cunha), arredores de Braga: monte do Craslo (A.
Sequeira); — Beira central: Vizeu e arredores: serra de Santa Luzia,
Sabugosa (M. Ferreira), arredores de Oliveira do Conde: Albergaria (A.
Moller), serra da Estrella : Vallezim, encosta leste (J. Daveau) ; — Beira
littoral: arredores de Coimbra: S. F^agundo (M. Ferreira); — Beira meri-
dional: Covilhã: prox. da serra, Santa Cruz (B. da Cunha), Castello Novo:
Cabeço dos Corvos (B. da Cunha), Sernache do Bom Jardim : Cerca do Se-
minário (Marcellino de Barros); — Centro littoral: Alvados (K. da Cunha),
serra de Minde (B. da Cuidia), encostas da serra de Montejunto: Cercal
(J. Daveau), Torres Vedras: Venda do Pinheiro (J. Daveau), base da serra
cie Cintra: junto à praia das Maçãs (Valorado); — Alto Alemlejo : Portale-
gre: Outeiro da Forca (B. da Cunha); — Alemtejo littoral: serra d'Arra-
bida. Vai de Zebro, Pharol da Guia (Welw.), arredores de Setúbal: pe-
iiinsula de Tróia (J. Daveau); — Algarve: Monchique e arredores: alto

170

da serra de Foia (Welw., Mollcr), Faro e arredores (Welw., Moller). —
ann. Maio-.liilh. (v. s). — Cuscuta menor.

Hab. na Hesp. merid., Ital. merid., Sard., Sicil., Malta.

OnsEKV. — A C. microcepliala, encoiilrada a 1/ vez cm Portugal por
Welwitsch pelos annos de 184G e por clie designada com csle nome, é
muito próxima da C. Epilhymum L. e, segundo a opinião do sr. Nymun
no Conspecl. Fl. Europ., é synonymo da C. siibidala Ten. espécie de que
nào vi exemplares, mas cuja diagnose concorda com a planla porlugueza.
J)eve, pois, prevalecer a designaçiio de Tenori à de Welwitsch por ser a
descoberta da espécie no estrangeiro anterior ao seu apparecimento em
Portugal.

4. C. alba Presl. Delic. prag. p. 87; Guss. FI.'Sic. Syn. I, p. 290, II,
p. 799; Ten. Fl. Neapol. IIÍ, p. 249; Mor. Fl. Sard. "íll, p. 101; Gr.
Godr. I. c. p. 505; Nym. 1. c. ; Hchb. íc. 1. c. t. í 42, f. IX (C. Godroni
Desmoul.; C. Epitbym. S- angustala Engelm.; \^"k. Lge. 1. c).

Parasita de varias espécies das Iam. das Umbelliferas, Labiadas, Paro-
nycliias, e de diííerentes espécies dos gen, 3Jedicagn, Trifollum, Loliis, etc.
das regiões infer. e montan. — AlcmJouro Irasmonlaiio: Bragança (P. Cou-
tinho), serra de Hebordàos: prox. da povoação (J. ]\íariz), arredores de
Vimioso: Campo de Viboras (J. Mariz) : — Alcmdonro lillural: Vianna do
Castello: monte de Santa Luzia (R. da Cunha); — Beira irasmonlana:
Almeida: muralhas (R. da Cunha), Guarda (M. Ferreira); — Beira central:
serra da Estrella (J. Henriques); — Beira Ulloral: Coimbra: Santa Clara
(J. 3Iariz, A. Moller); — Beira meridional: arredores da Covilhã: Teixoso
(R. da Cuidia), Alcaide: Sitio da Serra (R. da Cunha); — Centro Ulloral:
Berlengas e Farilhòes (J. Daveau\ Mafra : Tapada Real {.J. M. Oliveira Si-
mões);— Baixas do Guadiana: Boja: Herdade da Calçada (R. da Cunha).

— ann. Maio-Agost. (v. v.).

llab. na Hesp. e em toda a rcgiào mediterrânea.

Obseiiv. — Esta espécie é nova para a flora portugueza.

5. C. iilaiiilíora Ten. Fl. Neap. III, p. 250, t. 220, f. 3; Nym. 1. c;
Pari. 1. c. p. 824 (C. planillora Ten. Sjll., ,3. Tenorei Engelm.; \Vk. Lge.
1. c. p. 521; Colm. 1. c. p. 88; J. Freyn. Conlrib. para a Fl. do Porto,
Boi. Soe. Brot. XVÍ, p. 217; C. Epilhym. Welw. 192).

Parasita de varias plantas da região montan. — Alemdouro Ulloral: Porto*
(Buchlien) ; — Beira central: serra da Estrella: prox. de Gouveia (Welw.);

— Beira meridional: Manteigas: margem do Zêzere (R. da Cuidia) ; —

m

Centro Ulloral: arredores de Cascaes (Wehv.); — Algarve: Alte (A. Mol-
ler). — ann. .lun.-Agost. (v. s.).

llab. em toda a zona mediterrânea, na Sibéria, Pérsia e Ásia central.

6. C. Triuinvirali Lge. Diapn. lí, p. 6; \Vk. Siippl. Prodr. FI. Hisp. p.
169; Colm. I. c. p. 89; J. Freyn. Contrib. para a Fl. do Porto, in Boi.
Soe. Brot. XVI, p. 217.

Nas charnecas e mattos das regiões infer. e montan. — Alemdouro lit-
toral: Porto (Buchlien). — ann. Maio-Agost. (n. v.).

Hab. na Ilespanha.

Obseuv. — Esta espécie é nova para a Hora porlugueza. Foi pela pri-
meira vez encontrada no nosso paiz nos maltagaes em volta do Porto pelo
sr. O. Buchtien em 1891, juntamente com outras espécies alli colhidas e
que foram determinadas pelo sr. .f. Freyn. Como contribuição para a ílora
de Porto foi esta lista de plantas publicada no Boletim da Soe. Broteriana
1899. Não vi a C, Triumvirali Lge. do Porto, mas menciono-a como es-
pécie portugueza com a auctoridade do distincto botânico de Praga.

Secl. II. Grammicae Engelm. I. c.

7. C. brevillora Vis. Fl. Daim. II, p. 231 (1847); Njm. 1. c. p. 508;
Colm. 1. c. (C. oblusiUora Hb. B. Kth. var. e. brevillora Engelm. 1. c.
p. 50; Wlí. Lge. 1. c. p. 522; Hchb. Ic. I. c. t. 143, f. II; C. chryso-
coma Welvv. msc. et Fl. Lusit. exsic. (1842, 18Í8); C. scandens Brot.
Fl. Lusit. I, p. 208).

Parasita de varias plantas dos jardins e campos cultivados, como o Lú-
pulo, o Polygono, o Mangericão [Onjmum Basilicum), a Calyslegia sepium,
ele. da região inferior. — Beira lillornl: Coimbra: Porile d'Agua de Maias
(Brot.), margem do Mondego (Wclw.), entre Montemór-o-Velho e Alfa-
rellos (M. Ferreira), arredores de Montemór-o- Velho: Quinta de Fòja,
Santa Eulália (M. Ferreira); — Centro Ulloral: Lisboa: nos jardins (Welw.,
C. Lima Alves); — Alio Alemlejo: Portalegre: Outeiro da Forca (R. da
Cunha). — arm. .lunh.-Agost. (v. s.). — Cabellos Louros, Enleios ou Abraços.

Hab. na Ilesp., Europ. merid. e central e America.

Obseuv. — A prioridade do descobrimento d'esla espécie pertence evi-
dentemente a Brotero que na sua Fl. Lusitanica lhe dá o nome de C. scan-
dens; depois seguir-se-ia em ordem chronologica o dr. Welwitsch que com
o nome de C. chrysocoma a colheu nos jardins de Lisboa e a descreveu

12 XVII

178

em maniiscrlpto pouco conhecido «Descriplione in herbario Florae hiso-
estremadurensis. — Famú. = Cuscuteae». Sendo porém bastante deficiente
a diagnose de Brotero, e ignorado o maniiscripto de Welwilscli, de\e con-
ceder-se a preferencia á designação da espécie dada por Visiani na sua
Fl. Dalmatica onde é a espécie descripta com cuidado e que muito pouco
dilTere da C. oblusiflora líimíb. Kunlh , Nov. Gen. et Spec. 111, p. Ií22
da qual o sr. Engelm. considera a nossa plania uma var. breviflora.

8. C. suaveolens Ser. Mess. (1840); Nym. 1. c. ; Pari. 1. c. p. 827 (C.
corymbosa Mars. Cat. pi. Cors. p. 10 1 non R. et Pav. ; Gr. Godr. 1. c.
p. 505; C. racemosa Mart. It. bras. 1, p. 286, var. y. chiliana Engelm.
I. c. p. 65; Wk. Lge. I. c. p. 522; Rchb. íc. 1. c. t. 143, f. IH; C. chi-
lensis Bert. ; G. aurantiaca Requien' Fl. Gors. exsic. 1850; C. hassiaca
Pfeif. Bot. Zeit. 1843, p. 705).

Parasita na luzerna [Mcdkago saliva) em terrenos cultivados das regiões
infer. e montan. — Centro litloral: arredores de Lisboa: Penha Longa (J.
Batalha Reis). — ann. Agost.-Setemb. (v. s.).

Ilab. na Hesp., Fr., Aliem., Suiss , Ital. e America donde proveio nos
fructos da Medicayo saliva L.

Observ. — Esta espécie é nova para a nossa flora, foi encontrada a pri-
meira vez nos arredores de Lisboa em 1881 pelo sr. Batalha Reis na
luzerna.

179

SOLANACEAE Baitl.

Hervas, raras vezes arbustos. Folhas alternas, as superiores frequentemente gemina-
das. Inflorescencia, muitas vezes desprovida de bractéas, terminai, axiliar, extra-
axiliar, lateral, ordinariamente em i-ymeira, e raras vezes em flores solitárias.
Flores hermaplirodilas, poucas vezes polygamas. Calyx gamosepalo persistente na
totalidade, ou ao menos na base, com 5, ou raras vezes com 4, 6 ou 10 divisões,
de estivação valvar ou embricativa e na fructifica(;ão com frequência accrescc iite.
Corolla gamopetala, bypoginea, caduca, limbo ordinariamente regular com ò divi-
sões, ás vezes bilabiado, de perfloração franzida ou imbricativa. Estames 5 (raro
4-6), filetes filiformes inseridos no tubo da corolla, antheras introrsas 2-Ioculares,
abrindo por 2 fendas longitudinaes ou por 2 poros terminaes. Ovário único, supe-
rior, formado poi- 2 folhas carpellares, ordinariamente 2-locular com muitos ovules.
Placentas soldadas ao meio do dissepimento, formando em cada loculo uma massa
etjpessa. Estylete simples único; estigma indiviso ou lobulado. Fructo bacciforme
ou capsular 2-locular, com frequência polyspermico. Sementes reniformes ou len-
ticulares, albumen muito carnoso; embryão curvado ou em espiral^, cotyledones
semi-cylindricos raro comprimidos.

Cbave dos yeueros

1

5

( Fructo bacciforme 2

j Fructo capsular 9

'Calyx depois da anthese pouco accrescido, cingindo a baga pela base 3

jCalyx depois da anthese muilo accrescido envolvendo a baga mais ou menos
completamente 8

[Antheras abrindo por 2 poros terminaes. Cymeiras pedunculadas ordinariamente
lateraes II. Solanum L.

[Antheras abrindo por 2 fendas longitudinaes 4

[Antheras ligadas por uma membrana alongada no ápice. Bagas grandes affectando
varias formas I. Lycopersicum Tourn.

Antheras livres 5

'Corolla rodada. Antheras convergentes. Baga grande, empolada depois de ma-
dura III. Capsicum Tourn.

) Corolla campanulada ou afunilada. Antheras divergentes. Baga globosa succu-
leuta 6

180

l Plantas herbáceas 7

( Plantas arbustivas guarnecidas de aculeos ou cspinlias VIII. Lycium L.

Hervas caulescontes. Caule erecto ramoso follieoso, flores solitaiias nu geminadas

com os pedúnculos lateraes ou extra-axillares VI. Alropa L.

7 <

I Hervas acaules, rhizoma grosso carnoso, folhas basilares ccspitosas, flores soli-
tárias nascendo entre as folhas nmito pedunculadas. Vil. Mandragora Tourn.

8

'Calyx fructifero inchado- vesiculoso cobrindo a baga completamente. Planta her-
bácea IV. Physalis L.

I Calyx fructifero apenas inchado murchoso, cobrindo a baga mais ou menos, laci-
nias assoveladas. Planta subarbustiva V. Withania Dun.

h(

Capsula abrindo em valvas pelo ápice 10

9 <

] Capsula reclusa no calyx abrindo transversalmente por um operculo. Corolla afu-
nilada X. Hyoscyamus Tourn.

[Capsula ovóide espinhosa ou aculeada. Flores grandes solitárias; corolla iubu-
jQ I losa afunilada IX. Datura L.

Capsul;i oblonga inerme. (>orolla afunilada ou assai veada 11

Flores paniculadas. Calyx lubuloso-campanulado Xí. Nicotiana Tourn.

(Flores solitárias axillares. Calyx tubuloso XIí. Petunia Juss.

I I. Fhugto bacciforme
I. Lyoopersicum Tourn. Insl. 93; DC. Prodr. XIII, I, p. 23

Planta villoso-tomentosa; c;iul('s ascendentes; folhas desegual e interrompida-
meute pennatipartidas, segmentos cordiforme-ovados, desegualmente denteados
de còr glauca na pagina inferior. Pedúnculos lateraes oppostos ás folhas com
2-5 flores em cyiuciías pouco apparentes, pedicellos articulados nús, por fim
reflectidos. Calyx profundaiuonte o-fendido; corolla esbraufjuiçada. Bagas gran-
des sulcadas verticalmente, glabras niultiloculares lustrosas, por fim de côr es-
carlate L. esculentum MUI.

* 1. L. esculciilum 3Iiil. Dicl. n. 2; DC. Prodr. XIII, 1.", p. 26; Dunal
Solan. |). 113, t. 3, f. II; Wk. Lge. Prodr. Fl. Hisp. II, p. 524; Colm.
Enum. y Rev. Pi. penins. Ilisp.-Lusit. IV, p. 138: Rchb. Ic. XX, t. 13,
\. 1 (Solanum Lycopersicum L., Brot. Fl. Lusit. I, p. 282; Hffgg. Lk.
Fl. Port. I, p. 20Í).

Originaria da America tropical, cultiva-se em lodo Portugal e quasi
espontânea junto das habitações. — Centro lilloral: Cascaes (P. Coutinho) ;

181

— Algarve: Faro (J. Giiimarncs). — ann, Jiiiih.-Selcml). (v. v. c.). — 7o-
male. Tomateiro.

Hab. cultivado em lodos os paizes quentes.

II. Solanum L. Geií. pi. (plur. sp.), Dun. Ilist. Solan. p. 115;

DC. Prodr. 1. c. p. 27

IFollias pennati fendidas oii pennatiparlidas 2

1 Follias inteiras, auriculadas ou sinuado-denteadas 3

Caule herbáceo anguloso com raniificaçõos sujjterraneas tulierosas. Folhas penna-
lipartidas, sem aculeos, com os seghientos avelludados deseguaes, esbranqui-
çados na pagina inferior. Cymeiras iateraes muito pedunculadas, pedicellos ar-
ticulados. Flores grandes, corollas brancas, lilacineas ou violáceas. Bagas glo-
bosas de eôr amarello-esverdeadas S. tuberosum L.

Caule lenhoso muito intricado-ramoso. Folhas sinuado-pennatilobadas, guarneci-
das de espinhos rectos comprimidos amaiellos picantes, com os lobos largos
verdes ordinariamente estrellaflo-pubcscentes na pagina inferior. Cymeiras Iate-
raes pouco pedunculadas, pedicellos nào articulados, armados de aculeos assim
como o calyx. Flores grandes, corollas violáceas. Bagas globosas amarellas lus-
trosas S. sodomaeum L.

3

S

(Plantas arbustivas ou subarbustivas. Folhas inteiras ou auriculadas 4

( Plantas herbáceas. Folhas ordinariamente sinuado-denteadas 5

|í Planta quasi trepadeira com os ramos- alongados volúveis glabros ou pubescentes.
Folhas verde-escuras, todas inteiras, ovaes acuminadas de base subcordiforme,
ou as superiores 3-partidas com aurículas Iateraes e um lobo terminal muito
grande. Cymeiras extra-axillares muito pedunculadas, com muitas flores dis-
varicado-dichotomas. Corolla medíocre violácea. Bagas ovaes escarlates lus-

j trosas S. Dulcamara L.

Planta não trepadeira, com os ramos direitos glabros. Folhas d'um verde vivo,
todas inteiras, oblongo-lanceoladas subrepandidas expirando no peciolo. Cy-
meiras Iateraes curtas com poucas flores, ou pedúnculos solitários geminados
ou ternados, curtos floriferos. Corolla pequena branca. Bagas globosas do ta-
manho de cerejas, açafroadas ou amarellas . S. pseudo-capsicum L.

|Hervas glabras ou levemente hirsutas 6

' Hervas pubescentes ou tomentosas 8

(Folhas grandes glabras, d'um verde escuro, ovado-acuminadas sinuado-denteadas,
raras vezes inteiras, as superiores geminadas. Ramos angulosos ás vezes den-
ticulados e quasi alados nos ângulos. Cymeiras pouco pedunculadas Iateraes
com 0-6 llores, pedicellos grossos no ápice, por fim reflectidos. Corolla branca
2 vezes mais comprida do íjue o calyx. Bagas globosas, negi'as, do tamanho de
ervilhas S. nigrum L.

[Folhas pequenas levemente hirsutas, ovado-oblongas cuneiformes na base, repan-
didas ou sinuado-denteadas. Ramos angulosos ás vezes tuberculados nos ân-
gulos 7

7

182

Caule erecto ramoso. Cymeiras como as do S. nigrvm L. Bagas globosas averme-
lhadas S. miniatum Bclid.

jCaule diffaso pubescente, peciolos esbranquiçados marginados. Folhas ovadas
subrepandidas. Cymeira como as antecedentes. Bagas amarello- esverdea-
das S. humile Bernhd.

/Pubescente. Caule erecto ou descabido, obscuramente anguloso ramoso. Folhas
pecioladas ovado-rhomboides ou ovado-cordiformes, sinuado-denteadas. Cymei-
ras de pedúnculos curtos com poucas flores, pedicellos fructiferos reflectidos;
corollas brancas 2 vezes maiores do que as do S. nigrum L. Bagas globoso-
oblongas de côr açafroada S. villosum Lam.

Caule obscuramente estrellado-pelludo e ponctuado. Folhas ovadas aciiminadas
subrepandidas tomentosas, brancas na pagina inferior. Pedúnculos unitloraes
pendentes. Calyx turbinado eanipanulado ; coroUa violácea grande. Bagas ovado-
oblongas do tamanho d'um ovo de gallinha, violáceas, purpurinas, amarellas ou
brancas. Sementes polposas S. ovigerum Dun.

* 2. S. (uberosum L. Cod. n. 1467; Brot. 1. c. ; DG. 1. c. p. 31; Gr.
Godr. Fl. Fr. II, p. 544; Wk. Lge 1. c. p. 525; Colm. 1. c. ; Rchb. Ic.
I. c. t. 12, f. Ill, IV (Papas Peruanorum Cliis. Hist. pi. II, p. 79; Ara-
chiana Theophrasli Grisl. Virid. Lusit. n. 137).

Oriunda da America austral, geralmente cultivada, e muitas vezes es-
pontânea,— Alemdouro Irasmontano : Bragança (P. Coutinho); — Alem-
douro littoral: norte de Portugal (Brot.); — Beira lilloral: (Brot.), ar-
redores de Coimbra (A. Moller). — peren. Junh.-Selemb. (v. v,). — Ba-
tateira, Balatas Inglezas ou Índias. Variedades cult. em Portugal : Batatas
brancas, vermelhas, longaes.

Hab. cultivado em toda a Europa e por quasi toda a terra.

3. S. sodoinaeum L. Cod. n. 1485; Cav. Prael. n. 290; Brot. 1. c. p.
283; Hffgg. Lk. I. c. p. 203; Gr. Godr. I. c. p. 544; Lam. III. n. 2358,
t. 115, f. 1; Wk. Lge. 1. c. ; Welw exsic. Fl. Lusit. n. 628; Pari. Fl.
Ital. VI, p. 688; Nym. Consp. Fl. Europ. p. 525; Colm. 1. c. p. 139
(S. sodomaeum, a. mediterraiieum DC. I. c. p. 366).

Nos areaes movediços do littoral, nas sebes e bordas dos caminhos. —
Alemdouro lilloral: |)raia do Carreço (R. da Cunlia), Vianna do Castello:
Cabedello (R. da Cunha); — Beira lilloral: Montemór-o-Velho: Seixo de
Gatões (M. Ferreira\ prox. de Quiaios (A. de Carvalho), Buarcos: prox.
das muralhas (A. Moller); — Centro littoral: Collares e praia das JMaçàs
(Valorado, J. Daveau), arredores de Lisboa: margem do Tejo: Cruz Que-
brada (Welw.), praia d'Algés (R. da Cunha), Oeiras: prox. da fortaleza
de S. Julião (Brot., Hoffmsegg.), praia de Caxias (P. Coutinho); — Alem-
tejo littoral: arredores de Setúbal: prox. das ruinas da peninsula de Tróia
(Welw., Daveau, A. Luisier), Odemira (G. Sampaio); — Algarve: Castro

183

Marim, Villa Rtnil de Sanlo Aiiloriio (A. ]MolIer\ Faro: Bom Jouo (J. líraii-
deiro, J. (jiiimaràes, .1. de Castro), prox. de Sagres: Cabo de S. Vicente
(Welw.).-^ lenhosa. Julh.-Oiilub. (v. s.).

Ilab. na líesp.. Balear., Cors., Sarden., Sicil., Ital. media e aiistr.,
Dalm., Afr. boreal.

4. S. Diilcamara L. Cod. n. 1459; Cav. Prael. n. 278; Brot. 1. c. p.
282; Hffg-. Lk. 1. c. p. 202; DC. 1. c. p. 78; Gr. Godr. 1. c. p. 544;
\Vk. Lge. I. c. ; Pari. 1. c. p. 686; Nym. 1. c. ; Colm. 1. c. ; llchb. Ic.
I. c. t. 12, f. I, II (S. scandeíis Lam. Fl, Fr. II, p. 257; Amaradulcis
Grisl. 1. c. n. 73).

p. inlegrifolium Wk. (S. Dulcamara, 3. tomentosum Koch, Syn.
p. 601 ; S. liltorale Uaab.). — F^olhas todas ovadas ou ovado-
cordiformes inteiras. Planta mais ou menos pubescente.

Nos matlos sombrios e luimidos, nas sebes e beira dos regatos e dos
caminhos das regiões infer. e nionlan. — a. — Alemdouro trasmonlano :
Chaves (A. Moller); — Alemdouro Ih l oral: Valeriça: margem do rio Minho
(U. da Cunha), Ponte do Mouro: margem do rio do Mouro (R. da Cunha),
Caminha: margem do Coura (R. da Cunha), Ancora: margem da Ribeira
(B. da Cunha). Barcellos: Athoguiidia (K da Cunha), arredores de Vizella
(A. Velloso d'Araujo), arredores de Santo Thyrso (A. R. Valente); —
Beira Irasmontana: Villar Formoso: margem da ribeira do Prado (B. da
Cunha), arredores da Guarda: Faia (M. Ferreira); — Beira central : Caldas
de S. Gemil (A. 3Ioller), Algodres, Bajó (M. Ferreira), Tondella (M. Fer-
reira), malta do Bussaco (J. M. Oliveira Simões); — Beira lilloral: Coim-
bra e arredores: Fornos, Choupal, motas do Mondego, Rangel (Welw.,
A. de Carvalho, A. Moller, Baeta Neves], Soure, Pombal (A. Moller), Al-
bergaria (A. Moller); — Beira meridional: serra da Estrella: Manteigas,
prox. do Zêzere (J. Daveau, R. da Cunha), Covilhã: ribeira da Carpin-
teira (R. da Cunha), Idanha a Nova: ribeira do Ponsul (R. da Cunha),
Sernache do Bom .Jardim: ribeira Sardeira (Doming. Boa Vida) ; — Centro
lilloral: Lagoa d'Obidos (J. Daveau), arredores de Villa Nova da Rainha:
margens do Tejo (Wehv.), Lisboa: Ajuda (Valorado); — Alto Alemtejo:
Elvas: margens da Ribeira do Can-Cào (S. Senna); — Alemtejo lilloral:
Odemira (G. Sampaio); — Baixas do Guadiana: entre Garvão e Panoias
(J. Daveau); — Algarve: Monchique: Quinta do Pirdieiro (J. Guimarães,
J. Brandeiro), prox. de Sines (Wehv.); — 3- — Alemdouro trasmonlano:
Bragança (P. Coutirdio) ; — Alemdouro lilloral: Barcellos: margem do re-
gato nas Bouças do Marnóta (H. da Cindia); — Beira central: Vizeu :
Passos de Silgueiros (M. Ferreira), Santa Comba Dão (A. Moller); —

184

Beira Ulloral: arredores do Porto: Valladares (E. Jolinston), arredores de
Mira (M. Ferreira), Coimbra: cerca de S. Bento (A. MoIIer), Aritanhol
(J. Daveau), Montemór-o-Vellio : Casal do Raposo (M. Ferreira), Figueira
da Foz: Galla (F. Loureiro), Vermoil (A. Moller); — Centro Ulloral: Tho-
mar: margem do Nabão, Cardaes (R. da Cunba), Torres Novas: margem
do rio de S. Gião (R. da Cunha), Santarém : margem da Lagoa da Praia
(R. da Cunha), Lezíria d'Azambuja: Valia da Quebrada (R. da Cunha);
— Alemtejo Ulloral: arredores de Lisboa: prox. ás valias da Barroca d'AIva
(P. Coutinho); — Algarve: Faro (J. Guimarães). — leidiosa. Junh.-Setemb.
(v. V.). — Dulcamára, Doceanwga, ou Uva de Cão.

Hab. em toda a Europa (exc. Lappon. e Rússia árctica) e também na
China.

* 5. S. pseudo-capsicum L. Cod. n. 1457; Brot. 1. c. p. 283; DC. I. c.
p. 152; Colm. 1. c. p. 141 (S. uniílorum Velloz. Fl. Flum. 2, t. 114;
Pseudo-capsicum Dodonaei Grisl. 1. c. n. 1191).

Cultiva-se com frequência nos jardins e hortas, e apparece subspon-
taneo nos vallados, perto das habitações e caminhos públicos da região
inferior e submontan. — Alcmãouro Ulloral: Povoa de Lanhoso (G. Sam-
paio);— Centro litloral: Cintra, Moiiserrate, Collares (Wehv.), arredores
de Lisboa: Rabicha (1{. da Cunha), serra de Monsanto (H. da Cunha). —
peren. Julh.-Agost. (v. s.). — Pimentão doce, Gingeira do Brazil,

Fíab. espont, na Amer. merid., na Madeira, ilh. Mauricia e Açores.

6. S. niarurn L. Cod. n. 1473; Brot. 1. c; Hffgg. Lk. 1. c. p. 200;
DC. 1. c. p. 50; Gr. Godr. I. c. p. 543; Wk. Lge. I. c. p. 52(j; Pari.
1. c. p. 683; Nym. 1. c. p. 526; Colm. I. c. p. 142; Rchb. Ic. 1. c.
t. 10, f. I, II (S. plerocaulon Rchb. Ic. 1. c. f. IV; S. hortense Grisl.
1. c. n. 1331).

Terrenos de cascalho, hortas, terras férteis, vinhas das regiões infer. e
montan. — Alemdouro irasmonlano : Bragança (P. Coutinho); — Alemdouro
Ulloral: Povoa de Lanhoso (A. Couceiro); — Beira central: Vizeu: Vil de
Moinhos, Passos de Silguciros (M. Ferreira), serra da Estrella : Amieiro
(A. Moller), Manteigas: malta dos Castanheiros (J. Daveau, R. da Cunha),
arredores d'01iveira do Conde: Vai Travesso (A. Moller), Bussaco: Er-
mida de Santa Thereza (J. Mariz) ; — Beira Ulloral: Coimbra e arredores:
bairro de S. Josó, cerca de S. Bento (A. Moller), motas do Mondego (A.
de Carvalho, A. Moller), serra da Louzã (A. Moller); — Beira meridional:
arredores d'Alpedrinha : Orca (.1. Galvão), Sernache do Bom Jardim (P,*
Vaz, Marcellino de Barros), serra da Pampilhosa (.1. Henriques), Castello
Branco: Milha (R. da Cunha); — Centro Ulloral: Torres Novas: 3Iós,
Olival (R. da Cunha), serra de Montejunto: Pragança (A. Moller), ilhas

18S

Berlengiis e Fnrilliòcs (J. l);ivean\ Snnl;irom: Cães da Ribeira (H. da
Ciirdia), Villa Franca: Ce\a(leir() (U. da Cunha), Cinlra: Quinta da Cruz
(Valorado), arredores de Lisboa: Valle do Pereiro, ^íontelavar, Belem,
Pae Calvo (\A"el\v., R. da Cunha), prox. de Cascaes (P. Coulinho); —
Alio Alemiejo: Povoa e 31eadas: margem da Ribeira de S. João (R. da
Cunha), Alter do Chão (J. CaMado) ; — Alemiejo lilloml: arredores de
Setúbal: Quinta da Commenda (J. Daveau) ; — Algarve: Tavira (A Mol-
ier), Faro (J. Guimarães), Lagos (A. Moller). — ann. Julh.-Selemb. (v. v.).

— Herva moura.

Hab. em quasi toda a Europa, Ásia, Africa bor. e America.

7. S, iHinialiim Bchd. ap. ^Villd. Eniim. h. Berol. p. 236; DC. 1. c.
p. 56; Wk. Lge. I. c. p. 527; Nvm. 1. c. ; Colm. 1. c. p. IH (S. ni-
grum, y. miniatum Mert. Koch Deutsch. Fl. II, p. 231; Gr. Godr. 1. c.
p. 543; Pari. 1. c. p. 684; Rchb. Ic. 1. c. t. 11, f. Ill, IV; S. hortense
alterum, baccis rubris Grisl. 1. c. n. 1332).

Terrenos de cascalho e cultivados da região inferior. — Alemdoiiro Iras-
monlano: Virdiaes (F". M. Costa Lobo); — Alemdouro lilloral: seria de
Soajo: Senhora da Peneda (A. Moller', arredores de Santo Tlnrso (A. R.
Valente); — Beira irasmonlana: Guarda e arredores: Mizarella (M. Fer-
reira);— lieira central : Sernancelhe (A. Soveral); — Beira lilloral: Mon-
temór-o-Velho : Moiniio da Matta (M. Ferreira), Buarcos: Senhora da
Nazareth (A. Moller), Soure, Pombal (A. Moller); — Ceniro lilloral: Torres
Novas: rio d'Almonda (.1. Daveau), serra de Cinlra (A. Moller), prox. de
Cascaes (P. Coutinho); — Baixas do Sorraia: ]>iontargil (J. Cortezào) ; —
Algarve: Faro (.í. Guimarães). — 'ann. Junh-Selemb. (v. s.).

Hab. na liesj),, Fr., Dinam., líolland., toda a F^urop. med., Ital., Gré-
cia, Russ. merid., Afr. trop., Açores, índia oriental,

8. S. liuiiiile Bernhd. 1. c, ; DC. 1. c; Wk. Lge. I. c; Nym. 1. c. ;
Colm. I. c. p. 145 (S. nigrum, p. chiorocarpum S[)enn.; Gr. Godr. 1. c;
S. ochroleucum Bast, ; S luleo-virescens Gmel.; Rchb. Ic. I. c. f. II).

Terrenos de cascalho, cultivados, caminhos, vallados, hortas da região
inferior, — Alemdouro trasmontano: arredores d'Alfandega da Fé: Santa
•lusta (D. M. do C, Ochôa) ; — Alemdouro lilUral: Ponte do Mouro: Aze-
nha, margem do rio do Mouro (R. da Cunha), Darque, margem do Lima (R.
da Cunha), Cabeceiras de Basto (.1. Henriques), ílspozende (A. Sequeira);

— Beira Irasmonlana: Mido : Vinha do Prior (K. da Cunha); — Beira
lilloral: Aveiro: costa de S. Jacinlho (Eg. Mesquita), arredores do Lou-
riçal: Pinhal do Urso (A, Moller); — Ceniro lilloral: Thomar: margem do
Nabão, Granja [{. da Cunha), Alfeizirão: Casal do Pardo R. da Cunha,
arredores de Lisboa: entre Cintra e Collares (WeKv,); — Baixas do Sor--

186

raia: Tramagal: margem do Tejo (R da Cunlia). — ann. Julh.-Outubr.
(v. s.).

Hab. na Ilesp., Fr., Europ. med., Escandin., Ital., Sarden., Grec,
Canárias.

Observ. — Tanto esta espécie como a antecedente se podem considerar
como variedades do S. nigrum L. do qual differem principalmente pela
côr dos fructos e pelo tamanho das folhas; mesmo o S. humile Bernhd.,
na opinião de Gr. et Godr., se pôde reputar uma forma anã da variedade
|3. chlorocarpum Spenn. do S. nigrum L. Atlendendo porém ao caracter
fornecido pela côr das bagas que deu o nome ao S. nigrum L., é ra-
cional a distincção especifica baseada na diílerenca de coloração do fru-
cto nas formas que d'aquella espécie derivam ; é por isso que sigo de
preferencia o agrupamento feito pelo sr. ^A'illkomm no seu Prodr. Fl.
Hispanicae.

9. S. villosum Lam. Dict. IV, p. 289; Brot. 1. c. p. 283; Hffgg. Lk.
1. c. p. 201; Gr. Godr. 1. c. p. 543; DC. 1. c. p. 58; Wk. Lge. 1. c;
Nym. 1. c. ; Colm. 1. c. p. 145 (S. nigrum, var. villosum L. ; Ilchb. Ic.
1. c. t. 11, f. I).

Terrenos de cascalho, campos, vinhas da região inferior. — Alemdouro
trasmontano: Chaves (A. Moller), Pinhão: miirgem do Douro (J. Henri-
ques), Régua (P. Coutinho); — Alemdouro liltoral: arredores de Braga:
monte do Crasto (A. Sequeira), Porto (Johnston) ; — Beira central: serra
da Estrella : Manteigas (J. Daveau) ; — Beira liltoral: Coimbra e arredores
(M. Rodr. Pereira, F. M. Costa Lobo), Cumiada (A. Moller), estrada de
Entre Muros (J. Mariz) ; — Beira meridional: Covilhã: estrada (R. da
Cunha), arredores d'Alpedrinha : Orca (J, A. Galvão); — Centro liltoral:
Lisboa: muralhas do Castello de S. Jorge (Oliveira Simões), arredores de
Lisboa: Belém, Pedrouços, Cruz Quebrada (Welw.), praia de S. José de
Ribamar (R. da Cunha); — Alto Alemlejo: Portalegre: Boi d'Agua (R. da
Cunha), arredores de Évora: estrada de Vianna (J. Daveau); — Alernlejo
liltoral: Alcochete (P. Coutinho); — Baixas do Guadiana: Serpa: S. Braz
(J. Varella), arredores de Beja (J. Daveau); — Algarve: Loulé (J. Fer-
nandes).— ann. Junh.-No\emb. (v. v.), — Herva moura.

Hab. na Hesp., Fr., Dinam., Holland., Flurop. med., Grec, Turq.,
Russ. austr.. Arábia.

* 10. S. ovigerum Dun. Solan. p. 210; DC. I. c. p. 357; Wk. Lge.
1. c. p. 528 (S. Melongena, 3. ovigerum Lam.; Brot. I. c; Colm. 1. c. ;
Mala insana Grisl. 1. c. n. 944).

Cultiva-se com frequência nas hortas e jardins esta variedade do S.

187

sculcnlum Dun., e com ella tambcm a forma genuína. — ann, Julh-Agost.
(v. V. c). — Beringella.

Hab. espontan. nos paizes tropicaes.

III. Capsicum Tourn. Inst.; L. gen. pi.; Dun. ap. DG. Prodr.

1. c. p. 4'H

Glabra. Folhas pecioladas elliptieas oa ovadas acuminadas inteiras. Pedúnculos
opposlos ás folhas, solitários raras vezes geminados, unifloraes curtos grossos
angulosos, curvos com a flor pendente ao abrir, erectos na fructiflcação. Co-
roÚas medíocres brancas, bagas conico-oblongas lisas lustrosas com fre(iuencia
de côr açafroada, raras vezes mescladas de amarello e vermelho. Tamanho e
figura do fructo nmito variáveis C. annuum L.

* 11, C. annuum L. Cod. n. 1496; Brot. !. c. p. 281; DC. 1. c. p.
412; Wk. Lge. 1. c. ; Colm. I. c. p. 146; Rchb. Ic. 1. c. t. 13, f. II
(Capsici sive Piperis Brasiliani Varietales Grisl. I. c. n. 2."S6).

Indigena da America equatorial; cultiva-se com frequência nas hortas
e campos férteis por todo o Portugal principalmente na região meridio-
nal.— ann. Junh.-Agost. (v. v. c). — Pimenlão.

Ha duas formas principaes do fructo: 1.* Fructo pyramidal comprido
— Pimenlão Cornkahra, Malagueta; 2.* Fructo empollado, engrossado —
Pimentão Maçã, ou Catalão.

Hab. cultiv. em toda a zona mediterrânea, Hungria e paizes tropicaes.

IV. Physalis L. Gen. pi.

Pubescente. Caule anguloso ramoso. Folhas pecioladas ovadas acuminadas repan-
didas ou inteiras geminadas. Flores solitárias axillares, i)eduncul;idas pouco ap-
pareutes pendenteV por fim os pedúnculos clivados. Calyx na anthcse pequeno
verde; corolla pequena d'um branco sujo com a fauce verde. Baija du lamanho
d"unia ceieja, de côr açafroada reclusa no calyx augmentado além de '.) centí-
metros Ph. Alkekengi L.

12. Pli. Alkekenyi L. Cod. n. 1450; Brot. 1. c. ; DC. 1. c. p. 438; Gr.
Godr. I. c. p. 545; \Vk. Lge. I. c. ; Pari. 1. c. p. 691; Nym. I. c. p.
525; Colm. 1. c. p. 147; Rchb. Ic. I. c. t. 9 (Solanum haiicacabum, sive
Alkekengi Grisl. 1. c. n. 1334).

Beira dos caminhos e dos campos, vinhas, terrenos cultivados e férteis,
calcareos das regiões infer. e montanh. — Beira lilloral: Coimbra e ar-
redores: porto do Almegue, campo da Ademia (J. Mariz, M. Ferreira),
campo de Taveiro (J. Mariz); — Centro litloral: Thomar: Gruta de S. Mi-

188

guel, linrlns, margens do Nabão (H. da Cunha); — Alemtejo lilloral: Ode-
mira (G. Sampaio); — Ahjarve: Faro e arredores (J. Guimarães), Loulé
(J. Fernandes). — pcren. Maio-Seleirib. (v. v.). — Alquequenge.

Hab. na líesp,. Fr., F^uroj). med., I(al., Sicil., Dalm., Grec, Russ.
merid., Cáucaso, China.

V. Witliania Dun. ap. DC. Prodr. 1. c. p. 453

Subarbustiva. Caule erecto ramoso com tomento branco eslrellado. Folbas d'um
verde sujo, quasi glabras na pagina superior, estreilado-tumenlosas na inferior,
pecioladas, ovadas, obovadas ou oblongas inteiras. Flores reunidas em cymeiras
mullifloraes quasi i'entes entre as folhas geminadas ou nas bifurcações dos ra-
mos, pedicellos frucliferos pendentes. Ikigas globosas (juasi do tamanho de ervi-
lhas, vermelhas, cobertas pelo calyx accrescido murchoso com 5 ângulos ver-
des W. somnifera Dun.

13. AV. somnifera Dun. 1. c. ; Wk. Lge. 1. c. p. 520; Nym. 1. c.; Colm.
1. c. p. 1 i8 (Physahs somnifera L. Cod. n. 1444; Cav. Ic. t. 103; Praei.
n. 866; HÍTgg. Lk. 1. e. p. 20i; Bss. Voy. boL hisp. p. 436; Sibth. Fi.
Graec. t. 233; Pari. I. c. p. 689; Soianum somniferum Chis. Hist. pi. II,
p. 8.'3; Gris!. 1. c. n. 1333).

Terrenos arenosos, de cascalho, nas sebes da região inferior e austral:
— Algarve: arredores de Tavira (Hofimsegg.); Portugal (Grisley). — le-
nhosa. Maio-Novemb. (n. v.). — Herva moira somnifera.

Ilab. na Mesp., Balear., Canar., Sarden., Sicil., Grec, Arab., Egypto,
Núbia, Afr. auslr., ilha Mauricia.

Observ. — Menciono esla espécie em Portugal baseado somente nas
citações de Grisley que a dá no paiz, e de líoíímansegg et Link que
dizem existir no estado espontâneo nos arredores de Tavira, no Algarve.
Depois das citações d'estes andores não tornou a encontrar-se no Algarve
a W. somnifera Dun. nem en> outra localidade como planta espontânea,
por isso considero a sua existência muito duvidosa no nosso paiz para per-
tencer á Hora portugueza.

VI. Atropa L. Geu. pi.

Planta d'nm verde escuro. Caule robusto, 2-3 chotomo, ramosissimo. Folhas pouco
pecioladas, ovaes acuminadas inteir;ts, as superiores geminadas de tamanho
muito des(3gual. l"lores grandes pedunculadas pendentes; coroUa tubuloso-
camiianulada quasi 3 vezes mais coinpiida do que o calyx, de côr violaceo-
acastanliada; estames induidos, antheras brancíis. eslylete pouco excluso. Baga
globulosa do tamanho d'uma cereja, por tim negra insidia cheia de sueco san-
guíneo venenoso A. Belladonna L.

189

14. A. Belladoiina L. Cod. n. 1439; Cav. Prael. n. 865; DC. 1. c. p.
464; Gr. Godr. 1. c. p. 543; \Vk. Lge. 1. c. p. 530; Nym. I. c. p. 524;
Pari. l. c. p. 694; Colm. 1. c. p. 149; Uchb. Ic. 1. c. t. 8 (Solaiium le-
thale sive Belladoima Grisl. 1. c. n. 1335).

Nas maltas c Ijosijues de solo fértil da rejíião montan. É subspontaneo
em Portugal: — Beira central: malta do Bussaco, por de traz da Egreja,
etc. (F. Loureiro, J. Davcau, J. M. Oliveira Simões). — Centro Ulloral:
Arruda dos Vinhos: estrada (M. Fernando Mendes). — peren. Maio-Agost.
(v. V. c). — fíellaílcna.

Hab. na Hesp., Fr., Iiiglater., Dinam., Europ. media, Uai., Dalm.,
Turq., Pelopon., Caucasia.

VII. Mandragora Tourn. Inst.; L. Glmi. pi.; DC. 1. c. p. 4G5

Glnndulosa pubescenfe. Folhns oblongas subcarnosas repandidas ou inteiras, atte-
nuadMs em peeiolo grosso. Flores muito pedunculadas : calyx profundamente
dividido em Tj lacinias ianceoladas lineares acuminadas; coiolla campanulada
profundanienle 5-6 fendida, violácea eom as lacinias largamente triangulares,
liletes barbados na base, recurvados no ápice. Ovário assente irum disco cir-
cular com uma glândula de. cada lado. Baga oblonga, d'um aiiiarello-arruivado,
pouco mais comprida do que o calyx M. autumnalis Spr.

15. M. atiluiiinalis Spr. Syst. veg. I, p. 699; Wk. Lge. I. c. p. 531;
Pari. 1. c. p. 698; Nym. I. c. p. 525; Colm. 1. c. p. loJ ; Rchb. fil. 1. c.
p. 5, t. 6 (M. officinarum Dun. ap. DC. I. c. p. 466; Bss. Voy. bot. p.
438; Lge. Pug. p. 196; M. microcarpa Bert. Commeiít. de Mandrag.
t. 3; Dun. ap. DC. 1. c. p. 467; Atropa Mandragora L. sp. (pr. p.) ;
Mandragora Grisl. I. c. n. 982).

Nos campos, terreno ferlil, prados, camirdios, barrocos, poços da região
infer. — Centro littoral: prox. de Villa Nova da Rainha (Welw.); — Alem-
tejo Ulloral: arredores de Grândola (J. Daveau, Valorado); — Algarve:
Faro (Welw.). — peren. Outub.-Dezemb. (v. s.). — Mandragora ou Man-
dragola.

Hab. na Hesp., Sarden., Sicil., Grec, Silésia, Afr. boreal.

OiJSEKV. — Esta espécie foi encontrada a primeira vez em Portugal pelo
dr. Valorado em 1840 no Alemtejo sem precisar bem a localidade; tendo
mandado sementes d'ella para o jardim botânico d'Ajuda, ahi foi semeada
na primavera de 1841, dando flor a 1.^ vez em outubro de 1843; depois
foi colhida em 1847 pelo dr. Wehvitsch nas lacalidades citadas onde ve-
getava espontaneamente. N'estes últimos tempos só foi colhida a mesma
planta nos arredores de Grândola pelo sr. J. Daveau.

190

VIU. Lycium L. Gen. pi.

/Arbusto inerme ou pouco espinhoso, muito ramoso. Bamos novos verdascosos an-
gulosos, brancos, arqueado-pendentes. Folhas cuneiformes ou espatuladolan-
ceoladas. Flores axillares geminadas ou fasciculadas, muito pedunculadas; ca-
lyx bilabiado, corolia 3 vezes mais comprida do que o calyx, com o tubo esver-
deado e o limbo purpurino; estames exclusos. Bagas oblongas de côr alaran-
jada L. vulgare Dun.

Arbusto muito espinhoso. Ramos robustos não arqueados nem pendentes. Folhas
menores, mais ou menos grossas, oblongo-lanceoladas ou oblongo-espatuladas.
Flores solitárias pouco pedunculadas; calyx não bilabiado; corolia 4-6 vezes
mais comprida do que o calyx^, esbranquiçada, estames inclusos ou ijuasi... 2

/Caule ramosissimo, ramos esbranquiçados espinhosos, espinhos curtos fortes. Fo-
lhas uni pouco grossas, obtusas no ápice muito attenuadas na base, frequente-
mente fasciculadas. Calyx com 'i dentes ás vezes deseguaes; corolia d'um
branco-rosado, venoso-reticulada. Bagas globosas L. europaeum L.

[ Caule disvaricado-ramosissimo, formando um arbusto muito intricado e eriçado
de espinhos, ramos glabros alvos, os primários verdascosos robustos rigidos, os
secundários patentes quasi em angulo recto, curtos nodosos terminando em
espinho forte. Folhas pequenas grossas glaucas hirsutas, fasciculadas em os
nós. Calyx muito pequeno com 5 dentes muito curtos. Baga desconhe-
cida L. intricatum Bss.

16. L. vulgare Dun. n\). DC. Prodr. 1. c. p. S09; Wk. Lge. 1. c. ;
Nym. I. c. p. 524; Colm. I. c. p. 152 (L. barbarum L. Sp. pi. ed. II,
vol. I. p. 277, nec ed. I, ex Dun.; Gr. Godr. I. c. p. 541; Rchb. Ic. 1. c.
f. I (sub falso nom. L. aíri); Siblb. Fl. Graec. t. 236; L. barbarum, a.
vuljifare Ait. ; L. europaeum Gouan. hort. monsp. 111, non L.).

Terrenos pedregosos, nas sebes, caminhos da região infer. — Centro
littoral: Cintra (Valorado); — Alemtejo litloral: entre Setúbal e Pamella
(Welw.). — lenhosa. Maio Junh. (v. s.).

Hab. na Hesp., Fr., Grec, líungr., Ásia occid., Afr. boreal. Cultivada
também na Europ. merid. e media.

Observ. — Esta espécie que tem sido muitas vezes confundida com o
L. europaeum L. é nova para a nossa ílora, sendo muito rara no paiz;
foi encontrada a primeira vez no Alemtejo por Welwitsch que também
lhe deu o nome de L. europaeum. Ignora-se o anno em que a colheu.

17. l. europaeum L. Cod. n. 1508; Brot. 1. c. p. 284; Hffgg. Lk. I. c.
p. 209; Wk. Lge. 1. c. p. 533; Pari. 1. c. p. 701; Nym. 1. c. ; Colm.
1. c. ; Rchb. Ic. 1. c. t. 15, f. I (L. mediterraneum Dun. 1. c. p. 523;
Gr. Godr. 1. c. p. 542; Khamnus I Clusii Grisl. I. c. n. 1222).

191

Nos mattos, sebes, vallados, caminhos da região inferior e no liltoral.

— Beira Ulloral : Figueira da Foz (F. Loureiro), Buarcos (Brot., A. de
Carvalho, Gollz de Carvalho, A. Moller); — Centro Ulloral: Lisboa e ar-
redores (Brot., Hofírnsegg., J. Daveau, P. Coutinho); — Alenilejo Ulloral :
arredores de Lisboa: charneca de Caparica (K. da Cunha); — Babas do
Guadiana: arredores de Serpa: ribeira dEnxóe (J. Daveau); — Algarve:
(Hoffmsegg.), prox. de Villa iXova de Portimão (Welw.), Faro e arredores
(Welw., A. I\Ioller). — lenliosa. Abr.-Julh. (v. v.). — Espinheiro alvar
(na casca, ou baslardo), Cambroeira.

Hal) na llesp., eni toda a Europ. mediler.. Palestina, praias do mar
vermelho, Afr. boreal

i8. L. inlricatuni Bss. El. 1 i3, p. 66 et Voy. bot. Esp. p. 4i0; Wk.
Lge. I. c. ; Nym. 1. c. ; Colm. 1. c. p. 154 (L. haiophilum Welw. mcrpt.
et exsic. Fl. algarb.).

Nas sebes abrigadas, sitios arenosos marilimos salgadiços, penedos do
littoral ao sul de Portugal. — Algarve: prox. de Villa Nova de Portimão.

— lenhosa. Abr. Junh. e Dezemb. (v. s.).
Hab. na Hespanha.

Observ. — O L. inlricalum Bss. é novo para a ílora portugueza. Foi
encontrado a primeira vez, no fim de julho de 1847, no Algarve nos pe-
nedos de Portimão sobraceiros ao mar por F. Welwitsch que lhe deu o
nome de L. haiophilum. É espécie muito rara em Portugal porque, depois
d'esle botânico a ter colhido, não tornou mais a ser encontrada n'aquella
ou em outra localidade do paiz. Os srs. Nyman e Colmeiro citam o L.
afrum L. como espécie portugueza, talvez se coníundam com o L. inlri-
calum Bss.

I 2. Fructo capsular

IX. Datura L. Gen. pi: Dun. ap. DC. Prodr. 1. c. p. 5.38

Caule erecto primeiro simples, depois dichotomico-ramoso^ grosso, glabro. Folhas
muito pecioladas d'um verde escuro, ovadas acuminadas. larga e desegiial-
mente ovado-denteadas, as dos ramos geminadas. Flores situadas nas bifurca-
cações dos ramos ou lateraes, pouco pedunculadas erectas ; calyx esverdeado
muito tubuloso ; corolla branca 2 vezes mais comprida do que o calyx cora os
lobos curtos, rapidamente acuminados em uma ponta fina. Capsulas erectas
oblongas, armadas de espinhos robustos; sementes reniíbrmes alveoladas ne-
gras D. Stramonium L.

19. D. Stramonium L. Cod. n. 1418; Brot. 1. c. p. 269; Hffgg. Lk.
1. c. p. 208; Dun. l. c. p. 540; Gr. Godr. 1. c. p. 546; Wk, Lge. 1. c.

192

p. S33; Nym. I. c. p. 523: Colm. 1. c. p. 154-; Rchb. Ic. I. c. t. 3 (Slra-
moiiium foelidum Sco[). Fl. cntii. ed. 11, 1, p. 157; Pari. 1. c. p. 076;
St. vulgare Grisl. I. c. n. 1308].

^. chalybaea Koch. Syn. (D. Tatula L. Cod. n. 1419; D. stra-
monium L., var. purpurascens liffgg. Lk. 1. c). — Ditfere da
fornia typo por ser maior em todas as suas partes e por ter
os ramos, os peciolos das folhas, as nervuras e os calyces
violáceos, e a corolla azulada.

Sitios pedregosos e de cascalho, terreno fértil das hortas, vinhas, nos
caminhos, beira dos regatos, aqueductos da região inferior. — a. — Alem-
douro trasmonlano: Bragança (P. Coutinho); — Beira central: Bussaco (F.
Loureiro); — Beira lillor ai: Coimbra: Choupal, Abnegue, campos do Mon-
dego (Brot., A. Moller, M. Ferreira), arredores de Buarcos: Quiaios (M.
Ferreira); — Beira meridional: Villa Velha do Roduo (R. da Cunha), Mal-
pica : margem do Tejo (R. da Cunha), Castello Branco: Ribeira da Lyra
(R. da Cunha), Idanha a Nova: Tapada do Tanque (R. da Cunha), Abran-
tes: margem do Tejo (R. da Cunha); — Centro lilloral: Thomar: margem
do Nabão, Granja (R. da Cunha), Caldas da Rainha (.í. Daveau), Óbidos:
Gaeiras (R. da Cunha), Turquel: Granja (R. da Cunha), Alemquer, Otta,
Villa Nova da Rainha (Welw.), Santarém: Cães da Ribeira (R. da Cunha),
Leziria d'Azambuja: Alqueidão (R. da Cunha), Torres Vedras: Quinta do
Hespanhol (.1. Perestrello), arredores do Cartaxo: Vallada (Brot.), Cintra:
Quinta da Cruz (Valorado), arredores de Lisboa : praia de S. .losé de Ri-
bamar (R. da Cuidia), prox. de Cascaes (P. Coutinho): — Alto Alemtejo:
Portalegre: Arieiro (R. da Cunha); — Alemtejo liltoral: Odemira (G. Sam-
paio);— Baixas do Guadiana: Beja: Ribeira dos Frades (R. da Cunha);
— Algarve: Tavira (A. Moller), Faro (J. Guimarães), Loulé (J. Fernan-
des);— 'i. — lieira central: Bussaco (F. Loureiro); — Beira liltoral: Pe-
reira (.í. Mariz), Buarcos (A. Goltz de Carvalho); — Centro littoral: San-
tarém: Malagueiro, Praia do Quelhas (R. da Cunha), Leziria d'Azambuja:
Valia do Lezeirão [i\. da Cunha). — ann. Julh.-Outub. (v. v.). — Estra-
monio. Figueira do Inferno.

Hab. por quasi toda a Europa, Ásia, Afr. boreal, America boreal e
Brazil.

Obsekv. — Esta espécie, originaria das índias orientaes, está naturali-
sada em Portugal, bem como a sua variedade ou D. Tatula L. Com re-
lação á D. Melei L., também introduzida em vários paizes da Europa, não
pôde considerar-se espécie portugueza, como alguns botânicos pretendem,
pois que não tem sido encontrada no nosso paiz nem mesmo como espécie

Í93

subesponlanea. Deve estar collocaila no grupo das plantas cultivadas enfi
Portugal pertencentes ao género Dalura, como são a D. arbórea L., D.
faustosa L., etc.

X. Hyoscyamus Tourn. Iiist.; L. Gen. pi.; Dun. ap. DC. 1. c. p. 546

'Raiz bisannual. Planta viscoso-avcludada. Caule erecto ramoso. Folhas basilares
em roseta, pecioladas, as caulinares rentes meio am[)lexicaules e um pouco
decurrentes, todas ovado-oMungas. sinnado-denteadas ou sinuado pennalifen-
didas. Flores rentes eiectas, a principio condensadas em espigas uniialeraes
um ponco curvas, folheosas; calyx com os veios reticulados: corolla com a
fauce escura violácea e com o limbo reticulado de amarello violáceo.

H. niger L.

Raiz annual. Planta viscosu-avcludada. Caule erecto, com tVefiuencia ramoso Es-
tatura menor. Folhas todas pecioladas oblongas sinuado denteadas, allenuadas
ou subcordiformes na base. Flores rentes ou um pouco pedunculadas, a prin-
cipio agrupadas como na espécie antecedente ; calyx levemente reticulado-ve-
noso; corolla amarella não reticulada, com o fundo verde H. albus L.

20. H. Diger L. Cod. n. 1523; Brot. 1. c. p. 274; HíTgg. Lk. 1. c. p.
205; Dun. I. c. ; Gr. Godr. I. c. p. 5i(); Wk. Lge. 1. c. p. 53i; Pari.
1. c. p. 066; Nym. 1. c. p. 524; Colm. 1. c. p. 156; Hchb. Ic. 1. c. t. 2,
f. II (íl. luteus et niger Grisl. 1. c. n. 760).

Beira dos caminhos e dos campos, terrenos de cascalho, solo fértil das
hortas, sebes das regiões infer. e montan. — Alemdouro Irasmontano : Bra-
gança: prox. do Convento de S. Francisco (P. Coutinho, M. Ferreira, J.
Mariz), arredores de Miranda do Douro: Alhenor (J. Mariz), Moncorvo e
arredores: Assureira, Moz (.í. Mariz); — Beira Irasmonlana: Villar For-
moso (J. Mariz), Trancoso (M. Ferreira); — Beira central: Guarda (M.
Ferreira); — Beira litloral: arredores de Pombal (Wehv.); — Alto Alem-
lejo: Redondo (Pitta Simões); — Alcmtejo litloral: Grândola (llffmsegg.);

— Baixas do Guadiana: Serpa (J. Daveau), Boja: S. Pedro (R. da Cunha).

— ann. ou bisann. Abr.-Julli. (v. v.). — Meimendro negro.
llab. em toda a Europa, Sibéria, Caucasia e índia boreal.

21. H. alhus L. Cod. n. 1425; Brot. 1. c. ; Grisl. 1. c. n. 759; lííígg.
Lk. I. c. p. 206; Dun. 1. c. p. 54S; Gr. Godr. I. c. ; Wk. Lge. 1. c;
Pari. 1. c. p. 66Í); Nym. 1. c; Colm. I. c. p. 158; Bchb. 1. c. 1". 1.

|3. alro-purpurea HíTgg. Lk. (H. major Mill. Dict. n. 2; Gr. Godr.
1. c. p. 547; Wk. Lge. 1. c. ; Nym. 1. c. subspec. ; 11. albus
var. 'fi. L. ; 11. varians Vis. Fl. dalm. 1, i. 24, f. II; li. au-
reus auct. (non L.); íL llore áureo Alpini Grisl. 1. c. n. 761).

13 XYU

i9i

— Raiz vivaz. Cnule lenhoso na base. Flores maiores, a fauce
da corolla e os filetes dos estames côr de purpura escura.

Terrenos de cascalho e de saibro, muros, logarcs seccos, hortas da re-
riào iíiferior. — a. — lieira central: Guarda (I\I. Ferreira); — Beira lillo-
ral: arredores de Cantanhede (A. de Carvalho), Coimbra : cerca de S. Bento,
Bordallo (A JVloller, M. Ferreira, Ruy Palhinha). Fijíueira da Foz (F. Lou-
reiro), arredores de Buarcos: Quiaios (31. Ferreira); — Centro lilloral:
Santarém: encosla (U. da Cunha), arredores de Torres Vedras: Quinta
do Hespanhol (J. Perestrello), Cintra (II. de Meudia), praia da Ericeira
(J. M. d'()liveira Simões), Lisboa (Welvv., P. Coutinho), serra de Mon-
santo (D. Sophia da Silva), Belém: praia da Torre (IL da Cunha); — Alio
Alemlejo: Portalegre: Arieiro (H. da Cunha), serra d'Ossa (A. Moller);
— Baixas do Sorraia: Montargil (J. Cortezão) ; — Alemlejo lilloral: Tra-
faria (P. Coutinho), praia do Barreiro (B. da Cunha), serra d'Arrabida
(A. Muller), prox. de Azeitão (Welw.), Cabo d'Espichel (A. Moller); —
liaixas do Guadiana: Beja: S. Pedro (R. da Cutdia); — Algarve: Villa
Nova de Portimão (Welw.), Tavira (A. Moller), Faro (.1. Guimarães), Alte
(A. Moller); — 3. — Centro lilloral: arredores de Lisboa (HoíTmsegg.). — ■
ann., var. peren. Abr.-Outub. (v. v.). — Meimendro branco.

Ilab. em toda a zona mediterrânea e nos Açores.

Ohsehv. — O H. major Mill. que os auctores da Fl. Portugaisc consi-
deram como uma variedade alro-purpurea do //. albus L., bem como o
sr. M. Willkomm, e que o sr. Nyman colloca na categoria d'uma sub-
espécie do mesmo H. albiis L., é muito raro em Portugal, e foi encon-
trado somente pelos botânicos Grisley e HoíTmaiísegg e Link, sob cuja
auctoridade a menciono do nosso paiz.

Xí. Nicotiana Tourn. Insl.; L. Gen. pi.; Diin. ap. DC. 1. c. p. 556

,Pl;Hila lieilKicca, pubescento ghitinosa. ("!anle erecto; folhas rentes, grandes,
()Íjlongo-iani-ei)la(J;is acuminadas, as infeiiores meio aiiiplexicaules e decor-
rentes. Flores teiiiiinacs cm paniculas patentes, pedieelladas l^raeteadas. Calyx
oljlonjío com os dentes Inneeolados agudos deseguaes. Corolla tubuloso-afuni-
lada 4-0 vezes mais comprida do (|U(! o calyx. tubo clavifornie verde na base,
a fauce e o limbo ros.idos ou de cor verde pui'purina, limbo ri-icibado patentis-
sinio com os lobos agudos N. Tabacum L.

Planta arbórea, glabjM, ramos erectos glaucos Folhas nuiito peciuladas desegnal-
mente ovado-cotdiformes acuminadas agudas. Flores terminaes em paniculas
frouxas, pedicelladas. Calyx lubuloso, 5-denteado, dentes deseguaes um pouco
celbeados. Corolla 3-i vezes mais comprida do que o c;ilyx. amaiella, com o
tubo um tanto dilatado junto da fauce e o limbo mínimo cyatliifoime, com os
lobos ovados curtíssimos N. glauca Grah.

i95

* 22. N. TabacHiH L. Cod. n. 1431; Dun. I. c. p. S37; ^Yk. Lgc. 1. c.
p. 535; Colm. 1. c. p. 1()0; Hclib. Ic. I. c. t. 4 (Tabacum longifolium,
usuale Grisl. 1. c. n. 1374).

Cultivado nos jardins ou n'iim ou iroutro ponto do paiz. — Centro liíloral:
arredores de Lisboa: Campo Grande (P. Coutinho); — Alemlejo liltoral:
Alcochete (P. Coutinho). — ann. .Julh.-Agost. (v. v. c). — Tabaco, Herva
Santa.

Hab. na America austral.

23. N. glauca Grali. Bot. mag. t. 2837; Dun. 1. c. p. 562; Wk. Suppl.
Prod. Fl. Hisp. p. 170.

De sementes sabidas dos jardins tornou-se subespontanea nas rochas e
encostas marítimas, sitios áridos, sebes e beira dos caminhos do littoral e
região inferior. — Beira littoral: Buarcos: taludes d.i estrada da mina (A.
Moller); — Centro littoral: arredores de Lisboa: praia d'Aigés (D. Sophia
da Silva); — Baixas do Guadiana: Mertola (A. Moller); — Algarve: \i\\a
Ueal de Santo António (A. Mendes d'Almeida). — leidiosa. Abr.-Setemb.
(v. V.). — Charuto do Bei (no Algarve).

Hab. na Hesp. e e^pont. na America meridional (Buenos Ayres).

XII. Petunia .luss. Ann. mus. XI, p. 215; Dun. ap. DC. I. c. p. 573

Viscosa pelluda. pellos glandulosos, caules prostrados ascendentes ramosos. Fo-
lhas ([uasi rentes agudas, as inferiores ovadas, as superiores ovado-ianceoladas,
as lloraes geminadas, bolores axillares solitárias pedunculadas: calyx 5-partido,
lacinias espaluladas : cnioila grande afunilada, com o tubo bojudo, violaceo-
purpurina, branca ou vari 'gada P. violácea Lindl.

*

24. P. violácea Lindl. Bot. reg. t. 1626; Dun. 1. c. p. 573; Wk.
Lge. 1. c.

Cultiva-se com frequência nos jardins. É originaria da America meri-
dional.— Centro littoral: arredores de Lisboa: Valle do Pereiro (R. da
Cunha). — j)ercn. Junh.-Setcmb. (v. v, c).

Í96

OBSERVAÇÕES PHAENOLOGICAS

KEIXAS EM COINIBRA ENd 1900

POR

A. F. MoUer

L. 40" 12'; Long. W. Greenwich 8" 22'

Altitude do Jardim Botânico 89"'

Fraxinus excelsior

Fagus silvatica

Belula alba

Ulinus caiiipestris

Morus alba

Platanus occidcntalis

Cereis siliquastrum

Populus alba

P. nigfa

Robinia pseudaeacia

Gleditschia triacanthus

Tilia ouropaea L. a. T. vulgaris

Hains

Liiiodendron tiilipifera

Ailanihus glandniosus

Aesculus Hippoeastaneuin

Quereus pediinculata

Sal via ofíicinalis

Liliuni candidum

Anai'aiiiplis pyramidalis

Ophrys lutea

Nareissus obesus

N. Bulbocodium

N. poeticus

Scilla pumila

Primeiras follias

5.III
14.1V
lO.lV
lllV
21111
lO.lV
17.IV
.111 1(5.111
HIV
31.1(1
18.1V

20.IV
18.111
21.1V

:mii

7. IV

Primeiras llures

15.11 12.111

29.111

MV

l.-i.lV

17. IV

l.Vl

23.111

31.111

8,V

2n.iv

íi.lV

8.11

22.11

10.111

10.111

Primeiros frii-
ctos maduros

i:í.1V

23. IV
28. IV

21. IX

Primeiras folhas
amarelias

5.X1
12.X1
lO.XI
15X1
2:i.Xl
12X1

2.X1

8X1
18.X1

4X1
30.X

4.x
20.x
20.XI
loX

197

IVinieiras folhas

Gynciiuin nrgcnttaiiii

LagesliXMMiiia mdiíM

(^ytisiis I.;ilinriiLi!ii

Priiiiiis ;iviiiiii

P. spiíiusa

P. domestica

P. Pissai di

Anneiiiaca vulgaris

Aiiiygdalus |)tíi'sifa

PyiLis comiminis

P. iiialiis

Fragai ia vesca

Loniceia etriisca

Sambiicus nigra

Cydonia vulgaris

C. japonica

(lialacgtis oxyacanlha

lUibus idacus

H. discolor

Rosa scandcns

Vibuinum Tiiius

Laurus nobiiis

Eriça liisitaiiica

Atropa BcHadona

Synipboricarpus raceinosus

Drosopbylbiin hisilanicum

Campiinula priíuulifolia

Syringa vulgaris '. . .

r.ornus sanguínea

Vitis vinitera

Liguslriiiii vulgare

Cor\lus aveilana (flores niasc).
Matias de carvalhos iodas verdes
Cearas de centeio maduras

Primeiras ilorcs

Primeiros fru-
clcs maduros

5. VIU lo.ix

30. vil

2().IV

2o. Ill

ii.lll
2o.] I 8

20.11

20.111

.111

l.lll

âíi.iii

8. IV

20.

Ill
IV

2:5.1V
111

10 IV
2:í.1I lo IV

21.111
Iti.il

14. IV
18.IV
12.V
17. IV
2o.ll
l.lll

í:í.i

O.V

l.V
22. IV
io.Vl

8.1V
d.V

24..V
7.V

26.X11 (1899)
lo.lV
14. VI

Primeiras foijias
amarellus

30.1V
7.V111
5.V111

14.VI

lO.VlI

10. IX

9. IX

2. VIU

8. VIII

11. IX
14. IX

198

O JARDIM E INSTITUTO BOTÂNICO DA UNIVERSIDADE DE COIIVIBRA
NO ANNO LECTIVO DE 1899-1900

As culturas do jardim foram feitas rcpularmcnto.

As observações phaenologicas foram feilas pelo sr. A. Moller, como nos
annos anteriores.

O catalogo de sementes foi publicado como de costume, contendo o se-
guinte :

Cryptogamicas 33

Gymnospermicas 13

Monocotyledoneas 228

Dicotyledoneas 1 142

U16

Foi distribiiido por I 12 jardins botânicos e 3 estabelecimentos parti-
culares.

Expediram-se 4030 pacotes de sementes para 80 jardins botamVos e
2 estabelecimentos particulares.

Receberam-se por troca 723 pacotes de sementes mandadas de 25 jar-
dins botânicos.

Por offerta recebeu-se:

Sementes — Norberto Paes Mamede, Loanda (8); Experimental Garden
Tarata, Nova Zelândia (71); Francisco Augusto Martins de Cai valho,
Coimbra (2j de Inliambane; Jardim botânico de Saigon, Cocbinchina (5);
D. L. Henriques (1); Hans Gríindler (1); A. Cortezào, S. Tliomé (1);
Arnold Arboretum, America do Norte (3); Jardim botânico de Sibpiir,
prox. a Calcutta (17); Jardim botânico de JMissouri (I); Dammaiiii e C."
(26); Tbeodoro José da Cruz, Bengueila (1).

Piarias — Viuva Zeferino de Mattas, Porto, 26 plantas diversas de
estufa. Jardim das plantas de Paris: plafitas de estufa quente 10, ditas

a

199

de estufn temperada 2, ditas de ar livre 13. J. L. Puteaux de Versalhes,
um exemplar do BryophxjHum crenalum (Bak.).

Para Ciibo Verde foram mandados 48 exemplares da Manihot Glaziouii
e uns 200 bolbillios da Agave rígida, var. Sisalana.

Para iMoçamhiqiie enviaram-se 50 holhilhos d'esla mesma espécie.

A pedido de um proprietário agrícola de S. Tliomé semeou-se nas es-
tiiías grande (juantidade de sementes da Manihol Glaziuuii, e as novas
plantas foram depois enviadas para aqiieila ilha.

Mandaram-se sementes do algodoeiro do Congo para Cabo Verde (Santo
Antão). Guiné, Cabinda, Angola e Moçambique, e sementes da arvore
da camphora (Laiirus campliora) para Cabo Verde (Santo Antão) e Ben-
guella.

O jardim continuou a fornecer a particulares plantas e sementes di-
versas. N'esta distribuição conta-se nfio pequeno numero de rhizomas de
bambu, cuja utilidade agricola 6 reconhecida. Egualmente tem sido distri-
buídos muitos exemplares de palmeiras, especialmente do Cocos eriospatha,
palmeira de fácil cultura e recommendavel pela qualidade e quantidade
dos fructos.

Por compra foram obtidos bolbos de plantas lloriferas e sementes de
varias espécies.

Para aqdecimento da estufa foi comprada uma nova caldeira ao fabri-
cante allemHo Knappstein e que deu óptimos resultados. Comprou-se ainda
uma porção de tubos de ferro para continuar a canalização das aguas do
jardim.

Uma obra importante deveria ser empreliendida — a construcçào d'um
grande reservatório para agua — que recolhesse durante o inverno toda a
a agua. presentemente sem a|)plicação. Ficaria bem na alameda do lado
de S. .losé, que é um dos pontos mais altos do jardim. A parca dotação
do jardim não permitte que tal obra seja realizada.

No herbario continuaram os trabalhos normaes. N'elle deram entrada
567 espécies de Portugal e 92() de outras regiões, obtidas por troca. As
primeiras foram colhidas pelos srs. J. de Mariz, D. António X. Pereira
Coutitdio, A. Luisier, P.^ C. Zimmermann, G. Sampaio, L. Navega, M.
P^erreira. O dr. Bruno T. Carreiro offereceu espécies da Hora açoriana.
As estrangeiras foram enviadas pelos srs. drs. C. Halacsy e J. Dorller
(Vienna d'Austria), A. Guillaume et L. G. de Lamarlière (Reims), Ch.
Flahaull (MoMtpellier), P.'" B. Merino (Galliza), .1. RJerckl (Munich), A.
Kneucker, K. Schiechter (Africa austral), G. Poscharsky (Dresde), Dr. A.
IMalz (pi. de Madagáscar).

Por compra obli\eram-sc 250 espefies de gramíneas preparadas na
Estação de ensaio de sementes de Zurich, e 528 es[)ecies de |ilantas afri-
canas, colhidas por Schiechter.

200

Do sr. A. de iMoraes Sarmento recebeu-se uma collecçào de plantas da
Africa oriental, que airida não poderam ser estudadas.

Do herbario têm sabido algumas |)lantas para estudo a pedido d'alguns
botânicos.

A bibliolbeca continuou a receber 18 jornaes por assignatura e 72 por
troca do Boletim da Sociedade líroteriana.

Uecebcram-se também por oííerla 41 li\ros e folbetos, e por comj)ra
18 publicações, sendo 13 continuação dobras começadas a publicar nos
annos anteriores.

Como se vô, foi pequeno o movimento, mas nào deve isso causar estra-
nheza, graças aos poucos meios de (|ue se pôde dispor e ao pe<pienissimo
pessoal, empregado n'esles estabelecimentos.

./. Henri(jucs.

201

ÍNDICE POR OWmU DOS AUCTOKES

Coutinho (D. A.-X. Pereira) — Rubiaceas de Portugal 7

Henriques (Dr. J. A.) — W. Nylander 3

» — Contril)uição para a flora d'Africa 42

« — O jardim e instituto liotanico de Coimbra 198

Mariz (I3.«' J. de) — Subsídios para o estudo da tlora portugueza:

» — Convolvulaceas 164

» — Cuscuteas ... 173

» — Solanaceas 1 79

MoUer (A. F.) — Willkomm — As regiões botânicas de Portugal

(traducção) 89

» — Observações phaenologicas 196

Trotler (Dr. Allessandro) — Seconda communicazione intorno alie galle (zoo-

cecidi) dei Portogallo loo

202

ERRATA

Paginas Linhas Erros Emendas

R. ovalifoliata W. ovalifoliolala

H. niueronata H. iiiucroni folia

var. obtiisi folia; var. aculifolia var, obtusifoliata; var. acutifoliata

G. pisoniitlorutii C. pisoniaeíloruni

62

8

76

20

»

27

87

12

203

índice ALPIIABETICO

DAS

famílias e géneros contidos n'este volume

Pag.

Abras L 70

Abutilon Gaerlii 79

Acalypha L 74

Acliyrantlies L 58

Actinoptoris Link 44

Adianthaiii L 43

A ema P^orsk 57

Albizzia Denaz 62

Alchornea S\v 74

Allophyllus L 77

Alsodeia P. Thouars 83

Altenianlhera Forsk 58

Alysicarpus Neck 70

7\marantaceae 57

AmaranUis L »

Ainarylliilaceae 51

Amniannia L 84

Ainpelocissiis Planch 77

Anacardiareae 76

Androcynibium Willd 50

Anisopliyllea R. Br 85

Anona L. 59

Anonaceae . »

Anthericiini L 50

Antidesiiia L 74

Atai-his L 69

Aristolocliia L 56

Aristolnchiacoae •>

Ariabotrys H I5r 59

Aspaiaíius L 51

Aspcrula L 14

As|)idiuiii S\v 45

Asiilcniuiii \j 44

Atropa L 188

Pag.

Balsaminaceae 77

Bapbia Afz 66

Rauhinia L 64

Berlinia Soland »

Biophyion DC 72

Boeheniería Jacq 54

Boerbavia L 58

Brachyslegia Benlh 64

Bulbine L 50

Burkea Ilook 63

Burseraceae 72

Oaesalpinia L 65

Cajanus DC 71

CalystegiaR. Br 171

Caniiavalia Adans 70

Capparidaceae 60

Capparis L 61

Capsicuni Tonrn 187

Cardiosi)ernunn L 77

Caryopliyllaceae 59

Cássia L 65

Celastracoae 76

Cclosia L 57

Cbactaome Plancli 63

Cbfilanibcs Sw 44

(vbonopodiaceae 56

Cbiliocalyx KIntz 60

Clildropliytiini Ker 50

Chrysol)alamis L 62

Chrysodiuiii Fei 44

(Missas L 78

Ckidostenion A. ]5r 60

Clenialis L »

204

Pag.

Cleomtí L 60

(Jiiytia L 75

(hioslis Juss 62

Coiiibretaceae 86

Coiiiliietiini L »

Coiiimclinacoae 50

Coiniiiiphora Jacq. .- 72

Connarapcae 62

Convnivulacone 164

Coiivolviiliis L 165

Corciiorus L 78

Crassiilaceae 61

Cressa L 164

Crimitii L 51

Crotalaria L 66

Croton L 74

Cmcianella L. 12

Ciisruta Tourn 173

CiiS(uUeae »

(lyanotis Don 50

Cyathula Lour 57

(lynometra L 63

Daetylocteniuin Willd 48

Dalheieia L 70

Datara L 191

Desiiiodium Desv 69

Dichapetalaceae 73

Dicliapetaliini Thouars »

Dirhiostachys DC 63

Disa Bera: 53

Dissolis Benth 87

Dolichos L . . 71

Doiiibeya Cav 81

Dorstenia Plnni 54

Doryalis K. Mey 83

Epiloljiiim fj 88

Equisetaceae 46

Ef|iiisetum L »

Eragiostis P. B 48

Eiiocaiilon L 49

Erincliloa H. B. cl K -. 47

Eriosema DC • 71

Eugenia L 86

Eiiphorbia L 75

Euphorbiaceae 73

EryUirina L 70

Erythroxylon L 72

"Fagara L 72

Faurea Harvey 55

Ficus L 54

Flctuya Gaiid »

Forskohlea L »

Pag.

O^alinm L 19

Geianiacoao 71

Gladiolus L 5.2

(ileicbfnia Sm 45

Cliniis 1 59

Gloriosa L ... 50

GiiidiaL 84

Gossypinm L 81

Gi cwia L 78

GuieraAd 87

Gymnosporia W. et A 76

Ilabenaria Willd 52

Haronga Thoiirs 83

Heeria Meiss 76

Ileimia Link. et Otto 85

Heislcria Jacq 50

Hermania L 81

Hemdjstaedia Reieh 57

Heteromorpha Cham. et Schlecht. . . 88

Ilibiscus L 79

Hippocratea L 77

Hippocrateaceae »

Hutoihrix C. Rich 52

Hyoseyamus Tourn 193

Hypericum L 82

I nipatiens L 77

Indigofera L 67

Jatropha L 75

Jonidium Vent 83

Jussicua L 87

Ivalanchoe Adans 61

Lagunaea Cav 80

Lannea A. Rich 76

Lapeyrousia Pour 51

Lawsonia L 85

Lefeburia A. Rich 88

Lepidoturus Baill 74

lAMicacna Benth 63

Liliaceae 50

Liineum L 58

Lisochilus R. Br 53

Lomariopsis Feé 44

Loranthus L 55

Loxocaphe Moore 44

LyciumL 190

Lycopersicum Hill 180

Lycopodium L 46

Lythraceae ... 84

IVIaerua Forsk 61

Malpighiaceae 73

20Í)

Pag.

Malvaccao 79

Maprounca AubI 7o

Melastoinaceae 87

Melliania Forsk 81

Melia L 73

Meliaeeae 72

Melochia L 81

Miísanthomiini Koern 49

Microcharis Btli 68

Milletia W. et Ain «

Mimosa L 62

Molliigo L fi8

Mucuma Adans 70

Myrislicaceae 60

Myrtaceae 86

IVephrolepis Scliot * 4o

Nicotiana Tourn 194

Aololaena R. Br 44

Nyctaginaceae 58

Obetia Gaud 5'4

Ochna L 82

Oehnaceae »

Oenolhera L 88

Olacaceae 5o

Onagraceae 87

Oncoba Forsk 83

Orchidaceae . 52

Osmunda L 4o

Osmnndacoae »

Osyris L. .' 5o

Oaratea AubI 82

Oxygonum Biireh 56

F*aniciini L 47

Paikinsonia L 65

Pavonia L 79

Pedicellaria Schrank 60

Pelargonium Herit 71

PeltophorQin Vog 65

Pemphis P'orsl 85

Pennisetum Pers 48

Perotis Ait 47

Petiinia Juss 195

Peucedanum L 88

Phragiiiites Trin 48

PhvHanthus L 73

Pbysalis L 187

Phytolaccaceae 58

Piltosporaceae 61

Pittosporum Bauks »

Polanisia Raf. 60

Polybotrya Kuiilh 44

Polycarpaea Lam 59

Pag.

Polygala L 73

Polygalaceae »

Polygonaceae 56

Polygonuni Tournf. »

Polypodiaceae 43

Polypodium L 45

Polainogeton 47

Potaiiiogelonaceae »

Prolea L 55

Proteaccao »

Psidinm L • 86

Psilotrit-hum BI 57

Psonispernmm Spach ' 83

Pteridelia Melt 43

Pteiidiíini Gled »

Pteris L 44

Pupalia Juss 57

Pasaeta L 63

Pyenanlhus Warb 60

Hanunculaceae 60

Hhamnaceae 77

Rhizophora L 85

Rliizopboraceae »

Rhus L 76

Rhyncbosia Lour 71

Ricinus L 75

Rosaceae 61

Rubia L 17

Rubiaceae 10

Rubiis L 61

Rutaceae 72

Salacia L 77

Salicales 52

Salicornia L 56

Saiix L 52

Santalaceae 55

Satyrium Sw ■. .. 52

Sauvagesia L 82

Secui idaca L 73

Selagiuella Spíing 46

SericocoiDa Vem 57

Sberardia L 11

SidaL 79

Smilax L 51

Sinilbia Ait 69

Solanaceae 179

Solanuni L 181

Sterculiaeeae 81

Siiim L 88

Slylosanthes Sw 69

Suaeda Forsk 56

Synaptolepis Oliv 84

Syzygiuiu Gaert 86

â06

Pag.

TTal.-íchinm Lour 01

TaiiiaricaiTae í^3

Taiiiaiix L »

Teplirosia Fers 68

Teraiimus Sw 70

Telraccra L 81

Tetragonia L f)í'

Thyiiieliaceae 84

Tiliacfae 78

Tounatea Aubl G»i

Tia^íia L 7o

Tiil)iiliis Tounif 7-2

Tiicliolaena Srlirad 'i8

Tl iumfetla L 78

Tiiincracoae 8't

Tunaca 1 7í2

Typlia ioiinif. ■ • ^0

Typhacoae »

"U liuacoae ,• • ■ 'à'i

UraiiaDesv ('*.•

Urclvllirum Ha<'k • 47

Pag.

Urona L 79

Urçinra SUmiiIi. ... '>0

Unieaceae • • 54

A^nhlia Tluinl) «1

VaillaiUia DG 40

Yiíiiia Savi 71

Viuiaceae 83

Vilaceao 77

Voand(.'sia Tliou 71

^Vallll('ria L 81

Wuniiskiokíia Toií. et Scli 84

:x:im(Miia Pliim ^jfi

Xylopia 59

í^iiiigiltcraceae 52

Zizyi»liLii5 Jiiss 77

Zygo|)liyllaceae 72

Zygopliylluiii I- »

-207

Datas da publicação dos fascículos d'este volume

Fasciciikis 1 o II (pair. 1 a OH) Janeiro de 1901.

Fasciculos III e IV (pag. 97 a ÍOSj iMaio do lí:01.

^

New York Botanical Garden Librai

3 51

85 00259 9411