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1.1 í

E. malacoides (L.) Willd. Sp. III, p. 639; Geranium malacoides L. p. 680; Brot. U, p. 74. Terrenos arenosos, campos áridos, caminhos. Fl. de maio a julho. I. E. Botrys (Cav.) Bertol. Amoen. p. 35; Geranium Botrys Cav. Diss. IV, p. 218, tab. 90; Brot. II, p. 74. Terras incultas, outeiros seccos arenosos. Fl. de março a junho. I. E. moschatum (Burm.) L'Herit. in Ait. Host. Kew. p. 414; Geranium moschatum L. ; Brot. II, p. 74. Campos e terras incultas, bordas de caminhos. Fl. de maio a julho. I-II. Bico de Grou ou de Cegonha moscado, Agulheiro ou agulha de partes moscadas. E. primulaceum (Welw.) Lange Ind. sem. H. haun. 1885, p. 24; Pug. pi. IV, p. 328; Welw. pi. lusit. exsic. n." 85. Terrenos argillosos e húmidos. Fl. de fevereiro a maio. I. E. cicutarium (L.) L'Herit. ; Geranium cicutarium L. Sp. p. 680 ; Brot. II, p. 75.

a. bipinnatum (W.) Fiori et Beg.

j3. Jacquinianum (Fisch., Mey. et Ave-Lall.) Fiori et Beg.

Terrenos cultivados e incultos; ^. terrenos arenosos da beiramar. Fl. de fevereiro a abril. I.

Oxalidaceae

Oxalis L.

I Planta de caule prostrado ; folhas caulinares O. corniculata L. Plantas rhizomatosas bulbiferas; folhas todas radicaes O. cernua Thunb.

O. corniculata L. Sp. p. 435; Brot. II, p. 223.

Frequente em terras cultivadas e incultas, muros. Fl. de maio a agosto. I-II. O. cernua Thunb. Diss. de oxal. n." 8, p. 12, tab. 2.

Subspontanea nas terras cultivadas. Fl. de setembro a novembro. I.

Linaceae

iFlores 4-nie.ras ; planta pequena Radiola L.

Flores S-meras Linum L.

13o

Radiola L.

R. linoides Roth. Tent. 2, p. 199; Linum Radiola L. Sp. p. 281; Rrot. I, p. 485. Terrenos arenosos, pastagens, mattos. Fl. de maio a junlio. I.

IjÍIIIIIII í^.

1 Pétalas amarellas; sepalas glandulosas na margem. . Secl. I. Linastrum Plancli.

j Pétalas azues, côr de rosa ou brancas; sepalas não glandulosas.

Sert. II. Eulinwn Planch.

Sect. I. Linaslnim Planch.

I Folhas linear-lanceoladas 1 Folhas linear-subuladas; pétalas subuladas L. setaceum Brot.

IRamos pubescentes í- stridum L.

JRamos glabros í- gal^icum L.

Sect. II. Eullnuin Planch.

f Sepalas interiores levemente ciliadas; antheras quasi globulosas.

' L. angustifolium Huds.

I Sepalas todas glabras ; antheras sagiíadas L usitatiasimum L.

L. setaceum Brot. I, p. 484.

Terras áridas, mattos. Fl. de abril a julho. I. L.,strictum L. Sp. p. 279; Brot. I, p. 484.

a. laxiflorum Gr. et Godr. Fasciculos de (leres poucos e dis- tantes uns dos outros na extremidade de ramos longos.

{J. cymosus Gr. et Godr. Fasciculos de llores compactos em ramos curtos.

y. axillare Gr. et Godr. Fasciculos de flores axillares por quasi todo o caule.

Terras áridas, vinhas. Fl. de abril a maio. I-ll. L. gallicum L. Sp. ed. II, p. 401; Brot. l, p. 483.

Terrenos seccos, vinhas. Fl. de abril a junho. 1. L. angustifolium Huds. Fl. Angl. p. 134; Linum agreste Brot. I, p. 481.

BOLE 11 M

DA

SOCIEDADE BROTERIANA

PUBLICAÇÃO ANNUAL

Director Dr. Júlio Augusto Henriques

PIIOFESSOK DE BOTÂNICA

VolviiTie X^iCVI

Propriedade e edição da Sociedade Buoteuiana. Redacção e administi-açào Jardim Botânico Coimhha.

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COIMBRA

IMPRENSA DA UNIVERSIDADK 1911

BOLETIM

DA

SOCIEDADE BROTERIANA

BOLETIM

DA

SOCIEDADE BROTERIANi

PUBLICAÇÃO ANNUAL

Director Dr. Júlio Augusto Henriques

PROFESSOR DE BOTÂNICA

VoluiTie XXVI

Propriedade e edição da Sociedade Broteriana. Redacção e administração Jardim Botânico Coimbra.

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COIMBRA

IMPRENSA DA UNIVERSIDADH 1911

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R. 6555

A NIEMORIA

DE

SIR JOSEPH DALTON HOOKER

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SIR JOSEPH DALTON HOOKER

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A 10 de dezembro terminou a longa e gloriosi vida d'este grande botânico, o maior de certo entre os mais dislinctos do século passado. Tinha completado 94 annos a 30 de junho, conservando até esta consi- derável idade toda a intelligencia e actividade, trabalhando até quasi aos últimos momentos.

Filho d'um grande botânico, Sir W. Jackson Ilooker, na sciencia amável foi educado e, lendo obtido o grau de doutor em medicina em Glasgow, em 1839, aos 22 annos de idade, teve occasiào de entrar em servi^-os, que bem mostraram a sua aptidão. Tratava-se então d'uma expedição de estudo ás terras antarticas. Hooker foi nomeado medico e naturalista d'essa expedição. Por esse tempo estava Ch. Darwin de volta de expedição aná- loga, que durou cinco annos. Foi isso para Hooker de grande utilidade, porque d'este grande naturalista educado com a pratica obtida durante a longa viagem, pôde dar a Hooker instrucçòes e conselhos. Desde então se estabeleceu intima amisade entre os dois novos naturalistas, amisade que terminou com a morte.

Hooker embarcou no Erebus, um dos dois vasos destinados á expedição. No outro vaso, Terror, embarcou outro naturalista que com seus trabalhos tanto iilustrou a sciencia o dr. D. Lyell.

Foi esta primeira viagem de grandes resultados e que mostrou bem o grande valor de Hooker. Durante ella recolheu material para dar a co- nhecer a flora de regiões até então não exploradas. Mais tarde percorreu regiões nas quaes ainda nenhum europeu tinha entrado nas gratulfs mon- tanhas do Hymalaia. de idade avançada ainda \isitou a Syria para fazer estudos sobre o Cedro do Libano. Nas viagens que fez não colligiu plantas, fez observações de varias ordens, meteorológicas, geológicas, ele, isto é, fez estudos completos das regiões percorridas.

Em Inglaterra fez serviços nos jardins reaes de Kew, sendo director seu pae, e a este succedeu em 1865. A direcção d'este jardim foi noiavel.

IV

graças ao espirito organisador e vastissimos conhecimentos botânicos de Sir J. Kooker. Durante a sua admiciistraçào teve graves difficuldades, que todas venceu em proveito do grande estabelecimento botânico que dirigia.

Enumerar todos os serviços prestados á sciencia por Sir Hooker seria trabalho longo, pois 6 enorme o numero de publicações sobre assumptos botânicos por eile publicados. Foi sob sua indicação a direcção que co- meçou a publicação de tioras notáveis, taes como a Hora da Austrália, da Africa tropical e da índia, na qual tomou parte activissima.

A botânica descriptiva e systemalica foi sua obra importante. Attesta-o entre outras obras a que tem por titulo Genera plantarum, feita com col- laboraçâo com o botânico notável Bentham. Os conhecimentos anatómicos eram-lhe familiares e bastaria a memoria sobre a Welicitschia mirabilis para d'isso convencer.

Nas grandes viagens feí estudos importantes sobre a geographia das plantas, procurando interpetrar as diíFerenças de vegetação nas diversas regiões como efíeito das condições climatéricas, prevendo a theoria da transformação das espécies, que com Darwin desenvolveu c da qual foi constanlt; defensor. Ainda em 1908, por occasião da solemne celebração do afuiiversario do nascimento de Darwin, coincidindo com o quinqua- gesimo anno da publicação da theoria, Hooker, então de 91 annos de idade, feí um interessantissimo discurso sobre trabalhos do seu amigo e companheiro.

As maiores honras foram concedidas a Hooker. Varias medalhas lhe foram conferidas, entre as quaes uma de ouro oíferecida pela Sociedade de sciencias da Suécia por occasião das festas do bicentenário do nasci- mento de Linneu. Foi presidente da Sociedade real de Londres^ e do governo inglês recebeu também titulos dos mais honorificos.

Tudo mereceu quem durante tão longa vida tanto trabalhou.

Apesar de insignificante o nosso preito de respeito pela sua memoria, nSo queremos deixar de o prestar.

J. A. Henriques*

MATERIAES PARA O ESTUDO DO PLANCTON NA COSTA PORTUGUESA

POE

IvUÍs Wittnich Carrisso

o presente fascículo é o primeiro de uma série, que tencionamos publicar sobre o Plancton da costa portuguesa. Kcfere-se às Dino- e Cystoflagelliae, que sam um dos seus elementos mais importantes e característicos, e abre por uma Introdução, onde procuramos resumir algumas ideias geraes sôlDre Planctologia, e fazemos a descrição dos nossos trabalhos, indicando os métodos e processos que seguimos, e alguns resul- tados de maior interesse.

No segundo fascículo, que esperamos publicar brevemente, ocupar-nos hemos das Diatomaceae e das Tintinnae. Seguir-se ham outros, que dirám respeito aos Foraminífera, Radiolária e Crustácea, para os quaes temos algum material acumulado.

Como o indica o título, com o qual o apresentamos, este trabalho não tem a pretensão de ser completo; representa apenas uma tenlativa em determidada ordem de estudos, infelizmente pouco conhecidos entre nós (1).

A descrição do Plancton das aguas que banham a costa de Portugal é uma obra de largo fôlego, que não pode ser elaborada dum jaclo; ha-de resultar necessariamente da compilação de uma série de monografias, que, apesar de incompletas, não deixaram de ter utilidade. É esla a nossa orientação: pretendemos por ora apenas reunir materiaes, que de futuro possam servir de base a uma obra de conjunto, mais completa.

(1) Que eu saiba, na bibliografia científica porlugin-sa apenas existe sobre o Plancton um artigo do sr. A. Nobre, publicado nos Annaes de Sciéncias Nuluraes, tom. IV, pag. 12.

Nas publicações do falecido rei D. Cahlos também se encontram ligeiras refe- rências ao Plancton da costa portuguesa.

6

Mas além de taes deficiências, mais ou menos inevitáveis, lia ainda neste trabalho muitas outras, fáceis de reconhecer. Sam elas o resultado de muitas dificuldades que encontrámos, e que nem sempre podemos levar de vencida.

A Ciência não é fácil, mormente quando, abandonado o campo limitado dos livros, entramos decididamente no caminho da investigação directa da nature/a, na aspiração de novas coisas. Então, as dificuldades sam enor- mes, e, muitas vezes, insignificantes os resultados obtidos, comparados com o esforço dispendido em os alcançar. Esta verdade é, sem dúvida, re- conhecida pelos que consomem dias de vida nos laboratórios, e também por aqueles que se cansam por montes e vales na investigação científica da natureza.

Mas além destas dificuldades de ordem geral, outras se me depararam, não menos importantes e embaraçosas. Hefiro-me à falta de material pró- prio e adequado, indispensável para os trabalhos sobre o Plancton, e cuja aquisição está em muitos casos fora dos limites a que se tem de cingir o esforço particular. A classificação dos organismos pode fazer-se com o auxílio de livros, que nem sempre se obtèem com facilidade, sobre tudo quando se trata de uma bibliografia tam fragmentada, como a do Plancton, e, pelo que respeita a pescas e operações correlativas, taes como lavagens, fixagens, etc, impòe-se a montagem de um laboratório o mais perto pos- sivel do lugar das pesquisas.

Conseguimos, porém, remover algumas dessas dificuldades, a que alu- dimos apenas como explicação das numerosas faltas que porventura se notem no nosso trabalho.

Resta-me ainda registar a expressão do meu vivo reconhecimento a todos os que me auxiliaram na mirdia árdua tarefa. Devo referir-me em primeiro lugar ao sábio professor de Botânica da Universidade, sr. Doutor JuLio Augusto IIem«íquez, que tantas e tam seguras provas me tem dado da sua amizade, e a cujo vasto saber e esclarecido conselho tantas vezes recorri. Este meu reconhecimento abrange também o sr. Doutor Gon- çÁLVEZ GuiMAKÀES, a cuja incontestada competência e nunca desmentida dedicação devo a fineza de uma apurada revisão de provas, elucidando-me àcêrca da adaptação ao português de alguns termos científicos. Aqui deixo também consignado o meu agradecimento ao sr. Doutor Bernardo AiitEZ, pela amabilidade, com que muito me penhorou, de por à minha disposição, durante algum temj)0, o material do Gabinete de Zoologia da Universidade.

Luís Willnich Carrisso.

ITV T Ror>u<p AO

PRIMEIRA PARTE

O presente trabalho refere-se ao conjunto dos orf;anismos, Vegetaes e Animaes, que íluctuam passivamente no seio das aguas do mar conjunto que hoje se designa pelo nome de Plancton, ou, m lis propriamente, de Haliplancton, visto que nos referimos exchisivamenle ao meio marinho.

A palavra Plancton, cuja significação acabamos de indicar, ainda que vagamente, foi introduzida na Ciência por IIensun, em 1887; e o seu uso generalizou-se recentemente no meio científico, sòbrc tudo depois dos tra- balhos que um numeroso grupo de naturalistas alemães efeituou sob a direção daquele ilustre professor (1).

Posteriormente foram criadas outras expressões análogas, designando também grupos de organismos, que vivem em conjunto no mesmo meio, taes como os termos Benthos e Necton, devidos a IIaeckei., designando o primeiro os organismos que vivem permanentemente no fundo do mar, e referindo-se o segundo aos organismos marinhos, independentes do fundo, como os do Plancton, mas dotados de movimento próprio suficientemente activo para dar lugar a deslocações apreciáveis, migrações, etc.

A criação destes diferentes termos é uma consequência da atenção crescente que nestes últimos anos tèem merecido aos naturalistas as rela- ções dos organismos com o meio em que habitam. Os trabalhos eleituados nesta orientação tiveram como resultado a constituição de um novo ramo da História Natural, a Ecologia.

lÍAECKEL definiu a Ecologia (2) como a Ciência que se ocupa das relações recíprocas entre os organismos e o meio ambiente. Natural- mente, e como consequência dos fins que se propunha esta ciência, fez-se sentir a necessidade de uma classificação dos seres vivos segundo o meio

(1) Ergebnisse der Plankton Expedition der Humboldt Sliflung, heramgegebru

tOn VlCTOU HeNSEN, KlEL. /loo-v

(i) A inU'odução em Ciência do termo «ecologia» devc-se a Reiter (ISHo) e sobre tudo a Haeckel (188G). Warming vulgarizou a expressão na sua olua recente, mas clássica, Oecology of IHants, 1909. (Veja-se esta obra a pag. 1).

O livro de Warming foi publicado primeiramente em dinamarquês com o tilulo ae Plantesamfund, em 189S.

^

em que vivem. E assim nasceram as classificações ecológicas, a que nos vamos referir.

Uma classificação ecológica, isto é, o agrupamento dos seres vivos se- gundo os meios que habitam, é, em última anólise, uma classificação dos diferentes meios susceptivois de manter a Vida à superfície da Terra. Aparentemente símploz, o problema que esta definição propõe é, porém, cheio de dificuldades, devidas, sobre tudo, à impossibilidade de estabelecer limites nítidos entre os diferentes grupos.

Warming (i), sem procurar iludir as dificuldades do problema, apre- senta um esquema da classificação ecológica das Plantas. Limitar-nos hemos agora a cit(á-lo, pois adeante o tomaremos novamente em consi- deração, na parte que mais directamente nos interessa.

Steuku (2) abre o seu magnífico livro sobre Planctologia por um quadro em que reúne as diferentes denominações de carácter ecológico ultima- mente criadas, completando-as e sistematizando-as. Vamo-nos referir mais largamente a esse quadro, que além de representar uma classificação eco- lógica símplez e racional dos organismos aquáticos, tem a vantagem de nos relacionar com alguns termos recentes, que o uso consagrou na linguagem científica, e de nos apresentar uma síntese dos diferentes ramos em que se divide a Hidrobiología.

A primeira divisão do quadro de Steuer consiste no desmembramento do conjunto das formas vivas (o Bios, segundo Aristóteles) em dois grandes grupos: o Geóbios, organismos terrestres, com o seu domicílio eleito na terra emersa; e o Hidróbios, organismos que vivem nas aguas, oceanos, mares, lagos, rios, etc. habitantes da Hidrosfera.

Esta divisão, se tem indubitavelmente o grande mérito de ser muito símplez e intuitiva, peca, todavia, pela falta de um limite nítido, de uma divisória precisa, que separe os dois grupos a que origem.

Warming (3) observa que as plantas dos pântanos (Helófitas), posto que tenham as suas raizes, rizomas, etc, na agua, ou, pelo menos, num solo encharcado, desenvolvem contudo os seus órgãos assimiladores no ar livre. Estas plantas, pois, se por um lado devem ser classificadas no Hidróbios, pertencem por outro ao Geóbios. Exem|)los semelhantes se podem facilmente apresentar entre os Animaes.

Feitas estas críticas, e estas reservas, não deixaremos contudo de frisar de novo, que a noção do Hidróbios é muito cómoda e, em particular, faci- lita o estabelecimento de divisões ecológicas de grau inferior.

(i) Loc. cit., pag. 131 a 136.

(2) Steueu, IHanktovkunde, pag. 5 e 6.

(3j Loc. cit., pag. 131.

9

O Hidróbios divide-se naturalmente em Halóbios c Limnóbios, cor- respondendo respectivamente estas duas classes de organismos ao meio marinho e às aguas vulgarmente classificadas de doces (lagos, rios, etc).

Circunscrevamos por um momento as nossas considerações ao Halóbios. Os organismos marinhos, sejam eles quaes forem, ou \ivem li\remetite no seio das aguas, sem contacto directo com o fundo, ou, peio con- trário, exercem a sua actividade junto desse limdo. O primeiro grupo é designado pela denominação genérica de Sistema Pelágico (1), e o segundo tem o nome de Benthos (2). Os seres benlóiiicos podem ainda agrupar-se em duas modalidades: ou vivem fixos ao fundo (Be n lhos sedentário) ou sam susíeptiveis de se deslocar (líenlhos errante) (3). Segundo a profundidade, e, por conseguinte, segundo a maior ou menor independência da radiação solar, os organismos do Benthos podem ainda pertencer ao Benthos litoral ou ao Benthos abissal.

Passemos agora às formas vivas que não entram em contacto directo com o fundo, pelo menos nas condições normaes, e que constituem o Sistema Pelágico, ou Pelagóbios. Dividil-as hemos em dois grupos : o Necton (4), constituído pelos organismos dotados de movimentos activos, que se deslocam por uma forma apreciável dentro da agua, e o Planc- ton (o), conjunto dos organismos que llucluam, ou que se sustentam no seio da agua por uma forma mais ou menos passiva.

O Plancton, ou antes, o Haliplancton, xisto que estamos tratando do meio marinho, pode ser nerítico ou oceânico, segundo a profimdidade da agua e a proximidade da costa, factores que, como adeante teremos occasião de ver, iniluem poderosamente na sua constituição; e tanto um como outro se podem dividir em estratos horizontaes muis ou menos bem definidos.

Semelhantemente o Limnóbios pode dividir-se segundo um plano que, nas suas linhas geraes, é o mesmo que acabamos de expor para o Haló- bios. Temos assim o Limnobenlhos errante ou sedentário, de aguas baixas e de aguas profundas (6); o Limnonecton e o Limnoplancton. Neste último podemos considerar três grupos: Eulimnoplancton (lagos de grandes dimensões); Heloplancton (lagos pequenos, lagoas, etc), e

(1) Steuer emprega o termo Pelagial.

(2) Haeckel, 1890.

(3) Os autores estranjeiros dizem Benthos séssil e vagil. Como temos em portu- guês as palavras sedentário e errante, cuja significação so adapta perfeitamente a este caso, achámos desnecessária a introdução daqueles neologismos.

(4) Haeckel, 1890.

(5) Hensen, 1887. ^ , , i \

(6) Steuer emprega as cxpressõf^s Lininot)enthos vadai (aguas baixas) e pio-

fundal (aguas profundas).

10

Potamoplancton (rios, ribeiros, ele). Finalmente, como termo de tran- sição entre o Haliplancton nerítico e o Potamoplancton, podemos introduzir uma nova classe: o Piancton de agua salobra ou Hyphàlmyroplancton. Para facilitar a retenção destas denominações, transcrevemos a seguir o quadro da obra citada de Steuek, onde vçem todas sistematicamente indicadas:

Bios Ábios

Geóbios Hidróbios

Halúhios Limnóbios

Benliios Pelagial Limnobenlhos Limnopelagial

. - , (Sisl. pelágico) ,-— «.^_— ..^— ^-— „_^

Litoral Abissal Piancton Necton vadal profundai Linmoplancton Limnonecton

Oceânico Nerítico Potamoplancton Heloplancton Eulimnoplancton

Hypliàlnn roplancton

Steuek^ PlanMonkunde, pag. 6.

Wauming (1), como dissemos, ocupa-se apenas das Plantas. Na parte da sua classificação que se refere à Hidroflora, segue aproximadamente um |)lano idêntico ao do esquen)a de Steuer. Agrupa com o nome de Hidrófilas as plantas que vivem na agua o Hidróbios vegetal, empre- gando um termo que conhecemos. As plantas hidrófilas podem desmem- brar-se em dois grupos: plantas que nadam ou fluctuam livremente, e plantas fixas. Este último grupo constitne para Warming, como para Steuer, o Benthos. O [)rimeiro grupo divide-se em Ires classes: For- mação planctónica, ou Piancton, composta por micrófilas fluctuanles, adaptadas ao meio; Formação criofílica ou Crioplancton (2), con- stituída pela flora das neves e dos gelos; Formação hidrocarídica ou Pleuston (3), flora flutuante cotislituída por macrófitas de agua doce (Briófita, llidropterldae, SpermofUa), motivo porque Chodat lhe o nome de Macro piancton.

A formação planctónica divide-se em três subformações:

Haliplancton na agua do mar; subdividido em Oceânico e

Nerítico; Limnoplanclon na agua doce; semelhantemente, pode subdivi-

(1) WAnMiNG, loc. cit., pag. 136, 154 c seg.

(2) ScHiu)TRn, 1904-1908.

(3) KutSCHNER, 1896.

11

dir-se em Pelágico e Nerítico, ou em Potamoplancton, Heloplancton, etc. ; Saproplancton nas aguas estagnadas e putrefactas.

Fundamentalmente, as diferenças entre as classificações de Steubr e de Warming reduzem-se pois a bem pouco. Ha a notar primeiramente a ausência do Necton do quadro de Warming, o que é devido simplez- mente ao facto dessa classe riào ter representantes vegelaes; e em seguida as classes Pleuston, Crioplancton e Saproplancton, deste último autor, que não tèem correspondentes no esquema de Steueu.

O estabelecimento do Pleuston, ou Formação hidrocarídica, justifica-se até certo ponto, em virtude de se tratar de plantas superiores, muito dife- rentes, na sua organização e fisiologia, das do Plancton propriamente dilo. De mais a mais, muitas delas eslám em relação directa com o ar atmo- sférico, em cujo meio exercem funções estabelecendo assim como que uma passagem entre as plantas tipicamente aquáticas e as plantas ter- restres.

Bem que não introduza este termo no seu quadro, Steuer refere-se também ao Pleuston, como sendo uma classe paralela ao Limnoplancton e ao Limnonecton (1).

As formações criofitica e paproplanclónica sam grupos de carácler muito secundário. A formação criofitica talvez até não teidia razào de ser: com efeito, é composta por plantas e animaes inferiores, en\ olvidos na neve ou presos no gêlo, que, graças a excepcionaes condições de resistência, con- seguem conservar a vida, mas apenas em estado latente. com o desgélo, e quando, por conseguinte, tornam a pertencer realmente ao Plancton, é que estes organismos voltam a exercer as funções características da vida. O Crioplancton não é pois mais do que um estado temporário do Plancton.

Para não alongar demasiado esta exposição, não nos referiremos às formações e subformaçôes que Warming distingue no Bentbos.

* * *

O mar é um vasto meio biológico, onde a vida pulula, revestindo as mais variadas formas. Todas as grandes divisões do Reino Animal tèem representantes no mar, e até algumas classes tèem o seu domicílio ex-

(1) Steuer, loc. cit., pag. 397, nota.

12

clusivo; e, se as Plantas superiores sam quase todas terrestres, as formas mais rudimentares estám, pelo contrário, largamente espalhadas no seio das aguas marinhas.

Esta vida exuberante estende-se por todas as latitudes, desde os Pólos até ao Equador, desde n superfície até às maiores profundidades oceâni- cas, onde alginis trabalhos recentes tèem revelado a existência de uma Faima realmenlc iMlcn^ssanle e característica.

Debaixo de um ponto de vista descritivo, a Flora e a Fauna marinhas representam ainda um campo de trabalho vastíssimo para o naturalista. A exploração minuciosa do mar, em todas as latitudes e em todas as pro- fundidades, ha-de certamente produzir uma farta colheita de formas, que vrem encontrar um lugar virgem nos registos dos classificadores. E, de mais a mais, entre os organismos conhecidos, muitos ha que o sam im- perfeitamente, e cujas descrições acusam a existência de grande lacunas, sobre tudo no que diz respeito às diferentes fases do seu desenvolvimento embrionário.

Sam fáceis de comprehender os motivos deste atraso no estudo descri- tivo da Flora e da Fauna do mar. Os trabalhos de Oceanogiafia biológica requerem o equipamento de expedições excessivamente custosas, em na- vios munidos de aparelhos complicados, e a instalação de laboratórios especiaes, com aquários onde as condições do meio marinho se possam reproduzir o melhor possível. Podem assim levar-se a efeito observações que seriam geralmente impossíveis nas condições naturaes; mas em muitos casos, dificuldades técnicas, quase insuperáveis, desafiam com vantagem o engenho e a sagacidade dos observadores.

Mas a Hidrobiologia marinha nào se resume na descrição, por mais minuciosa que seja, dos organismos marinhos. O seu principal objectivo consiste no estudo integral do mar como meio biológico.

Um ser marinho, como, aliás, todos os seres vivos, está numa depen- dência muito íntima das condições do meio, das condições físicas e quí- micas desse meio, e das condições, por assim dizer, biológicas, que lhe sam criadas pelos outros seres que com ele habitam. As variações destas condições do* meio, correspondem reacções da parte do organismo; existe entre ambos como que um equilíbrio movei, mas constante.

Se, porém, as variações dessas condições ultrapassarem certos limites, aliás variáveis segundo as espécies, as reacções que se produzem no orga- nismo trazem como consequência a sua morte. Por outras palavras, todos os organismos estám adaptados a determinadas condições do meio, e morrem, se essas condições se modificarem por uma forma mais ou menos profunda.

A distribuição dos organismos em cada meio biológico depende pois das variações das condições físicas, químicas e biológicas desse meio.

13

É o estudo do equilíbrio entre os organismos marinhos e as condi^-òes do meio que os envolve, e o estudo da sua distribuí(.?io, no espaço e no tempo, em função dessas condições, que conslitue propriamente o objetivo da Hidrobiologia marinha, ou Oceanografia biológica (1); e o mesmo se pode dizer mutalis mulandis da Planctologia, que é um dos ramos em que ela se divide.

Encarado a esta luz, o estudo do Plancton, e, em geral, de toda a líalo- hidrobiologia, tem horizontes altamente sugestivos e interessantes. O mar aparece como um organismo de ordem superior, cuja vida resulta do somatório das vidas de todos os organismos que nele constantemente nascem, vivem, e morrem.

Sam muitos estreitos os limites a que se deve restringir esta Intro- dução, e por isso abandonamos a ideia de dar a este ponto o desenvol- vimento que ele pediria. Não devemos contudo deixar de frisar a grande importância que os trabalhos de Ecologia marinha tèem na Geologia, e, mais particularmente, na Paleogeografia. Com efeito, a íntima ligação que existe entre o quadro da Flora e da Fauna de um ponto, e as condições físicas e químicas do meio, nesse ponto, permite, em certos casos, e dentro de certos limites, deduzir estas condições a partir de observações sobre a composição llòrística e faunística. É em considerações desta natu- reza que se baseia o critério da fácies paieontológica, que desempenha um papel tam importante nas reconstituições paleogeográficas; e, com efeito, a lista dos fósseis de um sedimento pode sugerir ao geólogo paleontolo- gista indicações preciosas àcêrca das condições físicas e químicas do meio em que a sedimentação se efeituou.

A Oceanografia tem ainda um alto interesse debaixo de um ponto de vista prático, interesse que deriva dos importantissimos subsídios que for- nece à indústria das pescarias. É ao Mar que o Homem vae buscar uma bòa parte da sua alimentação; mas os processos de extracção do alimento marinho sam ainda, em geral, puramente empíricos. Tudo nos leva a crôr que, com o impulso que receba do estudo científico do mar, esta indústria, que desempenha um papel tam importante na economia humana, entre francamente numa fase racional e científica.

(1) O estudo integral dos meios biológicos, como acaba de ser definido, conslilue uma ciência especial, a Etologia. A Etologia comprehende a Ecologia, que se prende com as reacções dos organismos em fundão das variações do meu., ''.^^"^."'f ^i Du - ção, e a Trofologia, que se interessa mais propriamente com as condições ua aiiuien- tação.

u

* * *

Os organismos do Plancton, a que modernamente se o nome de Planctontes (1), pertencem aos grupos mais variados', quer das Plantas, quer dos Animaes. Os que desempenham papel preponderante, pela sua abundância, e pela extrema variedade de formas, sam as Dinoflagelliae, as Dialomaceae e os Copepôda; mas a estes três grupos fudamentaes é necessário reunir muitos outros, que também tèem numerosos represen- tantes no Plancton: Bactéria, Flagellala, Chlorophyceae, Foraminifera, Ra- diolaria (e estes exclusivamente planctónicos), Ciliala, Celenlerala, Echino- dermàla. Vermes, Crustácea, Mollusca e Tunicata. Para completar a lista, devemos citar ainda os ovos e as formas larvaes de numerosos organis- mos, que na sua forma adulta pertencem ao Benthos ou ao Necton (Mero- plancton).

Os Planctontes apresentam, em geral, um certo número de caracteres comuns, que sam a resultante de fenómenos de adaptação ao meio. Sam transparentes, na grande generalidade dos casos; conlèem cerca de 98% de agua, e o seu peso específico tem um valor muito aproximado do do meio que os rodeia. Nota-se frequentemente a existência de aparelhos hidrostáticos, que facilitam a sustentação, e por meio das quaes os orga- nismos podem efeituar deslocamentos verticaes. O esqueleto existe nas formas mais pequenas e 6 geralmente constituído por forma a aumentar a superfície em relação à massa, favorecendo também a sustentação no meio aquoso (2).

Mas o que propriamente caracteriza os Planctontes, é a sua passividade em relação aos movimentos do meio. Vivem em suspensão na agua, à su- perfície ou a uma profundidade variável, mas por uma forma passiva; sam o joguete das correntes que os arrastam, e das condições físicas e químicas do meio que lhes limitam as condições de existência.

tivemos ocasião de nos referir à importância do conhecimento das condições físicas e químicas de um meio biológico, para o seu estudo ecológico. Essas condições, ou factores ecológicos (3), sam de um in- teresse fundamental para a Planctologia, em virtude de terem debaixo da

(I) O termo Planctonte deve-se, segundo creio, a Steuer. Como é de um em- prego muito cómodo, resolvi adaptá-lo ao português.

T2) Walther, Bionomie des Meercs, pag. 21.

(3) Dá-se, em geral, o nome de factores ecológicos de nm meio biológico, ás condições físicas e químicas desse meio, cujo conhecimento interessa a Ecologia.

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sua dependência directa a destribuíção dos Planctontes, incapazes, como dissemos, de movimento próprio suficientemente activo.

O estudo destes factores ecológicos, no que diz respeito à biologia ma- rinha, é propriamente da alçada de uma ciência independente, a Física do Mar, ou Oceanografia física. Não nos prenderemos aqui com esse estudo; isso obrigar-nos hia a repetir inutilmente o que consta dos livros da espe- cialidade. Limitar-nos hemos simplezmente a indicá-los, insistindo apenas no que se refere à sua acção sobre os seres vivos (1).

Tomporatu-ra.

A temperatura é o mais importante de lodos os factores ecológicos do meio marinho, e> é por isso o primeiro a que nos vamos referir aqui.

Ao passo que um grande número de animaes terrestres sam de tem- peratura constante, a Fauna marinha é constituída na sua maioria por organismos de temperatura variável, dependentes, por conseguinte, das mais pequenas variações térmicas do meio exterior. A sua temperatura, segundo as determinações de Richkt, ê mais alta cerca de um grou do que a da agua que os envolve, cujas variações térmicas eles reflectem fielmente.

Semelhantemente ao que se com outros factores, não é propria- mente o valor absoluto da temperatura do meio que tem importância ecológica considerável, mas sim a amplitude e a rapidez das variações. De um modo geral, nos pontos do meio marinho em que as variações de temperatura sam rápidas e de grande amplitude, a Flora e a Fauna nào apresentam nunca a riqueza e variedade de formas que caracterizam as regiões termicamente tranquilas. E este o motivo que Walther invoca para explicar o brilhante desenvolvimento da Flora e da Fauna dos mares polares, o qual contrasta com a pobreza relativa dos mares das regiões mais aquecidas.

Mas nem todos os organismos manifestam a mesma sensibilidade pelas variações térmicas. Morius designa pelo nome de eslenotêrmicos os que exigem uma temperatura constante, e por euritérmicos os que sofrem sem incómodo maior variações, ainda que bastante dilatadas e rápidas, da temperatura do meio que os cerca.

(1) A propósito do estudo físico do mar, não queremos deixar de citar a obra ma- gistral do oceanógrafo alemão Kriímmel, Handbuch der Ozeanographie. StiUlgart, 1907.

No que diz respeito à acção das condições físicas sôíjre os seres marmlios, deve- mos também registar aqui o livro de J. Walther, Bionomie des Meercs. Jeiía, 18j;j. Também é digno de nota o cap. II da obra citada de Steuek.

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A maior parle dos organismos marinhos sam estenotérmicos, o que se explica pela fidelidade com que neles se reflectem as variações da tem- peratura exterior; e é deste facto que resulta a importância, a que aludimos, das condições de temperatura do meio marinho como factor ecológico.

Ha, porém, organismos marinhos nitidamente euritérmicos, e esses en- contram-se, como é natural, em pontos em que o regime térmico acusa variações largas e rápidas. As algas do Benthos sam um exemplo típico: a sua ditribuíçào depende muito mais da luz, do que da temperatura (Walther); e o mesmo se pode afirmar de muitos outros organismos litoraes, que como elas sofrem as variações de temperatura que caracte- rizam as aguas costeiras.

Mas estes casos não sam a regra, e em geral os organismos marinhos sam mais ou menos estreitamente estenotérmicos. dissemos que, se- gundo Walther, é à constância do regime térmico das aguas polares que se deve ir buscar a causa explicativa da riqueza da Flora e da Fauna marinhas dessas regiões; riqueza que é mais surprehendente, quando se compara com a nudez solitária e gelada das terras emersas das mesmas latitudes. É a semelhança de regime térmico que nos faz comprehender o aparecimento, nos abismos oceânicos das regiões temperadas e quentes, de formas que vivem ã superfície das aguas frias dos Pólos, precisamente como, no Geóbios, alguns organismos das terras polares se encontram nas altitudes alpinas.

Julgou-se a princípio que o facto dos animaes pescados nas grandes profundidades do Atlântico chegarem quase mortos á superfície, seria devido à rápida descompressão, que atinge por vezes dezenas de atmo- sferas. Mas as investigações do Pkíncipe Alberto de Mónaco vieram mostrar que este facto se deve atribuir sobre tudo à mudança de tempera- tura, e que a descompressão tem uma acção secundária. Este illustre oceanógrafo observou que, contrariamente ao que sucedia no Atlântico, os organismos pescados no Mediterrâneo a profundidades que chegaram a 1650 metros, eram recolhidos a bordo cheios de vida, sem desarranjos fisiológicos de importância. Ora, se em ambos os casos a descompressão é evidentemente a mesma, outro tanto se não com a temperatura: ao passo que as aguas do fundo do Atlântico estám a cerca de 0°, no Medilterráneo, abaixo de 1000 metros, reina constante e invariavel- mente uma temperatura de 13°, e assim a diferença em relação à super- fície, que no primeiro caso atinge 20** (admitindo 20° para temperatura superficial) reduz-se no segundo a 7°. Comprehende-se que esta dife- rença seja muito importante, tratando-se de organismos altamente esteno- térmicos, como sam os que habitam aquelas profundidades, onde a tem- peratura se mantém perfeitamente constante.

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Além da sua importância como factor ecológico, que deriva da sua acção directa sobre os seres vivos, o repiíne térmico do mar merece ainda atenção pelo facto de ter debaixo da sua dependência, de uma maneira mais ou menos íntima, a maior parte dos outros factores, taes como cor- rentes, salinidade, percentagem de gases dissolvidos, etc. Por este duplo motivo, a temperatura deve reputar-se a condição física do meio marinho que tem uma acção mais decisiva na vida e na distribuição dos Planctontes.

Luz.

A agua do mar é um meio transparente que permite a penetração da luz solar a profundidades que variam não em relação ao comprimento de onda dos diferentes raios, mas também em função de circunstâncias diversas, taes como a presença de partículas mineraes, organismos, etc.

Parte da luz que incide sobre a superfície é reflectida, mas outra parte refracta-se, e penetra na espessura do meio. Investigações de diferentes autores, em particular de Fol e Sarasin, vieram mostrar que esta pe- netração termina praticamente a uma profundidade não superior a 400 metros.

Este facto é devido a uma certa absorção dos raios luminosos, absorção que é sobre tudo sensivel para os raios de grande comprimento de onda. Ao atravessar a agua, a luz solar vae-se modificando, extinguindo-se su- cessivamente os diferentes raios, do vermelho ao violete, até à completa obscuridade.

A intensidade desta absorção depende da transparência da agua, e assim o limite entre a região diáfana e a região afótica varia dentro de certos limites. Pode, porém, tomar-se como valor máximo bastante apro- ximado, a profundidade de 400 metros, a que aludimos.

A determinação do grau de transparência toma assim um certo inte- resse, pois permite avaliar a maior ou menor penetração da luz.

Em geral, a transparência é maior no mar largo do que ao da costa, o que é devido, como facilmente se comprehende, à presença, junto da terra firme, e particularmente na embocadura dos rios, de grande número de partículas mineraes ou orgânicas em suspensão. A quantidade de Planc- ton, segundo as observações de Schott, também tem, a este respeito, uma iníiuência notável; e o mesmo se pode afirmar, mas em grau muito menor, da salinidade e da temperatura das aguas.

Como factor ecológico do meio marinho, a luz tem uma importância considerável.

O concurso das radiações solares, e, particularmente das radiações ver- melhas e amarelas, é indispensável 5 assimilação clorofilina, e deste facto 3 XXVI

resulta a íntima dependência que liga a distribuição das plantas marinhas às condições de iluminação.

Do que acima dissemos, conclue-se que a vida vegetal, no mar, deve ser sobre tudo intensa junto da superfície, diminuindo com a profundidade, até à sua completa extinção junto dos limites da região afótica. E na ver- dade, estas conclusões sam confirmadas pelos resultados da observação, mormente no que se refere à Flora benthónica.

Mas a distribuição vertical do Fitoplâncton nem sempre concorda com este esquema; a zona de maior exhuberáncia da Flora planctónica nem sempre se encontra junto da superfície, mas a uma certa profundidade, aliás bastante variável. Os motivos desta aparente anomalia sam principal- mente a acção de outros factores ecológicos, em particular da temperatura e da salinidade, e o facto de os óptimos de iluminação a que cor- responde o máximo desenvolvimento de cada Fitoplanctonte nem sempre coincidirem com o máximo de iluminação dos estratos superficiaes.

Assim no Báltico o maior desenvolvimento do Plancton corresponde às zonas profundas, o que facilmente se explica pela fraca salinidade das aguas superficiaes (I).

É o excesso de iluminação e o superaquecimento que dam origem, nos mares das regiões quentes e temperadas, ao mergulhamento diurno do Plancton, que de noite se encontra à superfície (2).

As investigações de Lohmann mostram que no Mediterrâneo o má- ximo de frequência dos diferentes Fitoplanctontes se encontra entre 20 e 80 metros de profundidade, e não à superfície; e o mesmo se deduz das observações de SciiuOder (3).

Mas cm muitos outros casos nota-se realmente um empobrecimento gradual do Fitoplâncton com a profundidade.

CiiuN (4) divide as aguas do mar em três grandes estratos, em relação ao desenvolvimento da uda vegetal. O estrato superior, ou região eufó- tica, eslende-se desde a superfície até à profundidade de 80 metros e é caracterizado pelo exhuberante desenvolvimento do Fitoplâncton; a assimi- lação clorofilina exerce-se activamente, debaixo da acção de uma farta luz solar. O segundo estrato, ou região disfótica, segue-se ao precedente, e atinge uma profundidade de cerca de 350 metros. Nesta região encon- tra-se uma Hora especial, a que Schimper deu o sugestivo nome de Flora da sombra (Schallenjlora) , constituída prmcij)almente por organismos

(t) Steuer, loc. cit., pag. 3o6.

(2) Waltiieh, loc. cit., pag. 51.

(3) Stecer, loc. cit., pag. 35-").

(4) Citado em Steuer, pag. 83.

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estenotérmicos, cujo desenvolvimento é particularmente favorecido por uma iluminação muito fraca e por um regime térmico constante. Finalmente, a parte restante do meio marinho coiistitue a região afótica, região de completa obscuridade, totalmente desprovida de Plancton vegetal.

Os trabalhos do próprio Cuim, de Karsten, de Gran e de outros au- tores levam a crer que a divisão nas três regiões que acabamos de indicar se aplica sobre tudo aos mares das regiões quentes e temperadas. Nas re- giões frias, a estratificação da vida vegetal parece sujeitar-se a outro esquema, e particularmente, a «Flora da sombra» de Schimper não se pode evidenciar nitidamente.

Mas o papel que a luz desempenha como factor ecológico do meio ma- rinho não se reduz ao que deriva do seu imprescindivel concurso na assimilação do carbono.

Como excitante fisiológico, a luz tem ainda debaixo da sua dependência directa o interessante grupo de fenómenos que hoje se classificam com o nome de fototropismo e fototactismo. Observam-se muitos fenómenos de tactismo luminoso no Planclon, e é a eles que se devem atribuir os deslocamentos verticaes dos Planctontes, pelo menos em grande parte. Nesta ordem de factos, o fenómeno mais curioso é o que consiste na mi- gração para nma zona mais ou menos profunda, durante o dia, de Planc- tontes (Medusas, Plerôpodes, Ihlerópodes, Crusláceos) que voltam junto da superficie durante as horas da noite (Plancton nictipelágico).

É ainda debaixo da dependência da luz que se devem colocar nume- rosos casos de mimetismo dos organismos marinhos, como a transparência de grande número de Planctontes, que constituo um dos seus caracteres ecológicos mais interessantes. A completa escuridão das grandes profun- didades dá lambem lugar a importantes fenómenos adaptativos nos orga- nismos abissaes, taes como a atrofia dos órgãos visuaes, ou a sua hipertrofia concorrentemente com o aparecimento de aparelhos fosforecentes.

Saliniclad-© .

Debaixo do ponto de vista biológico, as aguas do mar distinguem-se das aguas doces principalmente pelo facto de conterem em dissolução uma dose bastante elevaJa de saes. É à presença desses saes que se deve atri- buir a separação, mais ou menos completa, da Flora e Fauna marinhas da Flora e Fauna de agua doce.

As experiências de Plateau, Ricuet e P. Bert vieram mostrar que nas acções que a salinidade total exerce sobre os organismos não ê igual o papel que cabe aos diferentes componentes. Assim os sulfatos (SOjMg, S04Ca, SO4K2) revelam-se biologicamente indiferentes: a sua presença

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não tem acção sobre os organismos de agua doce, e as variações da soa percentagem na agua salgada é suportada pelos organismos marinhos sem incómodo de maior. Com os cloretos (ClNa, GlaMg) observa-se precisamente o contrário; tanto a sua presença, na agua doce, como as variações da sua percentagem na agua salgada, sam altamente tóxicas para os seres vivos, e determinam rapidamente a morte. Os trabalhos de Fredekicq confir- mam e explicam <^stes resultados, mostrando que os cloretos, e particular- mente o cloreto de sódio, impregnam e abandonam com grande facilidade os tecidos vivos, estabelecendo-se rapidamente um equilíbrio entre as pro- porções destes saes no interior dos organismos e no meio ambiente.

É ao cloreto de sódio que se deve atribuir o principal papel que a salinidade exerce sobre os Planctontes. Como. porém, as proporções re- lativas dos diferentes saes em relação à salinidade total sam praticamente constantes, é aos números que a representam que se recorre, quando se estuda a iníluéncia da natureza química da agua do mar sobre as formas vivas que nele habitam.

Convém ainda noiar que, semelhantemente ao que acontece com os outros factores ecológicos, que estamos estudando, as variações lenias e progressivas da salinidade sam mais facilmente suportadas pelos organis- mos, que a elas pouco a pouco se vam adaptando, do que as variações rápidas e repentinas, cuja acção é geralmente mortífera. Mas, debaixo dôsle ponto de vista, os seres marinhos apresentam uma sensibilidade muito variável: ha-os que resistem a grandes mudanças na natureza quí- mica do meio, ao p.isso que outros sucumbem a variações relativamente insignificantes. Môbhs agrupa-os em três classes:

Organismos cstenohalinos que podem viver em aguas com salinidade normal (3 a 4%);

Organismos eurihalinos que sofrem facilmente variações con- sideráveis da salinidade;

Organismos salobros organismos adaptados a aguas de fraca silinidade, que tam facilmente sucumbem ao seu aumento como à sua deminuição.

Todas estas três classes tèem numerosos representantes no IMancton.

Oases dissolvidos.

Os gases dissolvidos na agua do mar. Oxigénio, Nitrogénio e Anhidrido carbónico, tèem uma importância biológica considerável.

O Oxigénio desempenha no meio marinho o mesmo papel que na terra

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ftmersa: ;i sijíi prfjsonça (t iriílispcrisfjvel ponj que lenham Inflar os fenó- merios vilães. A sua origem <'; em parte atmosférica, e em parlíí da função assirniladora das Plantas marirdias.

Km geral, a percentagem de oxig('ínio tem o sen m.'iximo junto da su- perfíci(!, e deminue gradualmente com a profuiiílidade, sem rontudo se anular nunca, n(!rn nas grandes fossas oc(;.'inicas. Kste facto cxplica-se pela circulaçHo constante das aguas, que chegam a profundidade depois de se terem carregado de oxigénio à superfície. Nalguns mares interiores, porém, como o Mar \egro (1) e o Mar (^áspio, esla circulação nSo tem lugar, ou ílIo (t siiíicientemente activa, e as aguas ahissaes, desprovidas de oxigénio, sarn completam(;nte a/oicas.

í) Anhidrido carbónico dissolvido nas aguas do mar, provém da atmosfera, da rriSpiraçHo dos organismos marinhos, e da oxidaçHo das matérias orgânicas. NTio existe no estado livre, mas unido aos carbonatos, formando bicarbonatos.

Semelhantemente ao que jíi dissemos a respeilo do oxigérno, o gas carbónico, no meio marinho como na atmosfera, representa o manancial aonde as Plantas varn buscar o carbono necess/irio à sua síntese vital.

As variações na percentagem destes gases lêem uma influência muito secundaria sobre a distribuição das formas vivas.

A observação e a experiência sam concordantes em patentear a fraca inlluéncia, sobre os organismos mariníios, das variaçóes de pressHo.

.lá nos referimos alr/is às observaçóes do I*hí.\(Jipk dv. Mónaco, ten- dentes a d(!monstrar que a descompressão, que os organismos ahissaes sofrem ao serem arrastados para a superfície, tem consequências fisioló- gicas pouco im[)ortafites, e que é a variação da temperatura que se dev(; reputar a priricijjal causa da sua morte.

CiiLN, a propósito de pescas ahissaes de 4000 e 'íOOO metros, nota que, apesar dos organismos sofrerem uma descompressão de .'iOO atmo- sf(!ras, a sua estrutura se conservou perfeitamente ('!).

IVocurou-se a coníirmaçrio destes factos por via experimental, e os resultados obtidos foram perfeitamente concordantes. Mulusct^s subme- tidos a uma pressão crescente entraram em letargo a 000 almosferas.

(1) Na» aguas profunrJas do Mar Ncf/ro nota-se a exislcncia dfi gas sulflndrico, o qu<i torna a vida lolaliricíilc irnpos^ivol íLkhedinzeff). (2j Citado ern Stkueh, loc. cil., pag. 101.

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Os Copépodes se mostraram incomodados a 200 atmosferas, e a 600 atmosferas estavam immòveis e sem aparência de vida; mas voltaram rapi- damente a si, logo que a pressão normal foi gradualmente restabelecida.

Convém ainda notar que em ambas as experiências a pressão atingida corresponde aproximadamente a uma profundidade de 6000 metros.

Ha, porém, numerosos organismos que não sofrem sem damno as mu- danças rápidas e dilatadas de pressão. Este facto dá-se sobre tudo com os que tèem vesículas natatórias, que chegam por vezes à superfície com- pletamente mutilados e desfeitos.

IVCovimentos d.a agixa.

Vagas. Os movimentos ondulatórios do mar sam um factor ecoló- gico de alta importância para o Benthos, em virtude da acção mecânica da rebentação junto das costas. A sua influência sobre o Plancton é, po- rém, muito secundária.

Alguns Planctontes manifestam contudo uma certa sensibilidade em relação às ondas. Segundo observações antigas de Haeckel, os Ra- diolários e muitos outros organismos marinhos mergulham a uma pro- fundidade maior ou menor, assim que a mais pequena vagueta agite a superfície das aguas.

Marés. As mar(''s, que tèem também grande interesse no estudo ecológico da Flora e da Fauna do Benthos, sam de pequena importância para o Plancton. Dos trabalhos de Kramer e de outros autores deduz-se porém, que junto das costas, o Plancton é mais abundante durante a baixamar do que na preamar.

Em casos particulares, o conhecimento das marés pode contudo oferecer um certo interesse ao Planctologista, em virtude das correntes a que dam lugar nos braços de mar, nas embocaduras dos rios, etc.

Correntes. As correntes oceânicas, se bem que não possam propria- mente reputar-se um factor ecológico, sam contudo altamente interes- santes para o Planctologista, pela sua iniluência capital na destribuição geográfica do Plancton.

Os Planctontes, cujo movimento próprio (quando o tcem) é insigni- ficante em relação aos movimentos da massa liquida, sam levados pelas correntes do Equador para os Pólos, da costa para o mar largo, dos mares interiores para os grandes oceanos, ele.

As grandes correnles oceânicas, notáveis pela grandeza e pela regula- ridade, arrastam em suspensão nas suas aguas uma Flora e uma Fauna

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perfeitamente características. Este facto é tam geral, que as pescas de Plancton permitem muitas vezes determinar a proveniência dus aguas, revelando a existência de correntes difíceis de evidenciar por outro pro- cesso.

O estudo da deslribulçào dos Planctonles eslá pois intimamenle ligado ao estudo das correntes. Mais adeante havemos de ter numerosas ocasiões de verificar este facto, ilustrando-o com exemplos instrutivos.

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Mas além destes factores físicos e químicos, ha ainda uma condição do meio marinho, essa propriamente de natureza biológica, cuja iniluéncia sobre o Plancton é primacial. Queremos referir-nos ao Benthos e ao Necton.

Ao passo que muitos Planctontes, que Haeckel classifica de Holo- pla nctónicos, vivem constantemente em suspensão na agua, sem nunca se relacionarem com o fundo, muitos outros, a que o mesmo autor o nome de Meroplanctónicos, pertencem ao Plancton durante um espaço de tempo mais ou menos longo, passando o resto da sua existência como organismos benthónicos ou nectónicos. Este caso dá-se com bastantes Algas, e entre elas bastantes Diatomáceas, com as Medusas metagenêticas, e com alguns Turbelários e Anelideos; mas a parte mais importante do Meroplancton é constituída pelos gérmens e larvas de Peixes, e sobre tudo de outros organismos, taes como Hidroides, Coraes, Equinodermes, Ver- mes, Crustáceos, Moluscos e Ascídeas, que na forma adulta fazem parle do Benthos sedentário ou errante.

Como é natural, o Meroplancton, em virtude das íntimas relações que o prendem ao Benthos, existe de preferência nas aguas costeiras, e é tanto mais rico, quanto mais rica for a Fauna e a Flora do fundo. É neste facto que se baseia a divisão do Plancton em nerítico e em oceânico, a que aludimos quando nos ocupámos do Hidróbios e das classes ecológicas em que ele se divide (pag. 9).

O Plancton nerítico é pois caracterizado pela abundância de organismos meroplanctónicos, que o tornam muito mais rico, variado e complexo, do que o Plancton do mar largo, e o seu estudo integral exige o conheci- mento da Fauna e da Flora benlhónicas, com as quaes está ligado por laços da maior intimidade. Encontram-se também normalmente no Plancton nerítico organismos holoplanctónicos, provenientes do mar largo; a sua maior ou menor abundância depende de factores locaes, particularmente da existência de correntes que o arrastem do mar para junto da cosia.

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Tipicamente, o Plancton oceânico 6 constituído por Holoplanctontes: grande número de Diatomáceas, Dino- e Cistoflagelados, Radiolórios, bastantes Foramíniferos, Medusas hipogenéticas, lodos os Sifonóforos e Ctenóforos, etc, etc. Mas nào é raro que as pescas efeituadas longe das costas, em pleno mar, acusem a existência no Plancton de organismos meroplanctónicos; facto que se deve também atribuir às correntes super- ficiaes, que levam os Meroplanctontes para longe do litoral, onde a falta de um substrato sólido a pequena profundidade os condemna a uma morte certa.

Do que fica dito, conclue-se que a divisão do Plancton em nerítico e oceânico, ainda que aceitável em princípio, nào permite contudo a divisão do meio marinho em dois distritos ecológicos nitidamente delimitados. Pode apenas afirmar-se que junto das costas abundam os organismos meroplanctónicos, e que essa abundância é tanto maior quanto mais exuberante for o Benthos; e que, em regra, o mar largo é o domínio exclusivo dos Holoplanctontes. Por uma questão de comodidade, como a partir da profundidade de 200 metros, o Benthos se empobrece muito, e, particularmente, o Fitobenthos desaparece quase completamente, toma-se a projecção à superfície da linha batimétrica correspondente como limite entre a região nerítica e a região oceânica.

Mas tanto o Plancton nerítico como o Plancton oceânico variam muito na sua composição, quer no sentido horizontal quer no vertical. Em geral, cada Planctonte tem a sua área de dispersão própria, de uma extensão maior ou menor, com limites mais ou menos bem definidos, fora da qual ele se não encontra, pelo menos normalmente.

As causas que determinam a existência destas áreas de dispersão sam muito variadas e complexas. Entre elas, porém, as que desempenham um papel mais importante sam sem dúvida as condições físicas e químicas do meio, que estudámos com o nome de factores ecológicos; mas no estudo científico da distribuição do Plancton é necessário considerar tam- bém causas de natureza topográfica e biológica.

As causas biolójiicas (factor biológico de Pfeffer e de Ortmann) actuam de diferentes maneiras. A distinção que estabelecemos entre Plancton oceânico e Plancton nerítico, baseada na presença do mero- plaiicton, ê, na realidade, devida a causas desta natureza, em virtude das íntimas relações que prendem o meroplancton ao Benthos e ao Necton; e destas íntimas relações resulta, como facilmente se comprehende, que a

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distribuição geográfica dos meroplanctontes depende da distribuição da- quelas associações biológicas.

No Plancton, como aliás em toda a parle onde existe a Vida, os orga- nismos actuam uns sobre os outros, por uma forma mais ou menos directa. Esta acção, a que correntemente se o nome de luta pela exislóncia, tem consequências da maior importância para a distribuição das formas vivas à superfície do Globo, em virtude das espécies mais fortes impedi- rem a entrada nos seus domínios às espécies mais fracas. Se bem que este assunto esteja ainda muito pouco explorado, tudo leva a crer que as acções desta natureza desempenham um papel importante na distribuição dos organismos marinhos. É a elas que Sieuer recorre para explicar as mudanças que, de ano para ano, se observam na Fauna e na Flora do Golfo de Trieste.

As causas de ordem topográfica (factor topográfico de Pfeifer e de Ortmanpí) também sam importantes.

Ao passo que os Oceanos predominam no hemisfério sul, as Terras acumulam-se no hemisfério norte, desenvolvendo uma extensa linha de costas, caprichosamente recortadas, com largas plataformas continenlaes, onde a Fauna e a Flora benthónicas encontram condições propícias para um desenvolvimento exuberante. Deste facto resulta naturalmente que o Plancton dos mares septentrionaes tem um carácter mais nerítico, e é mais abundante qualitativa e quantitativamente do que o das grandes toalhas líquidas para além do Equador, cuja extensão e profundidade sam parti- cularmente favoráveis ao desenvolvimento dos organismos holoplanctónicos. Por um motivo análogo, o Atlântico é mais rico e tem um carácter mais nerítico do que o Pacífico (1).

O factor topográfico toma um interesse particular quando se encara a distribuição actual dos organismos marinhos como o resultado de uma longa evolução através das épocas geológicas. É evidente que uma espécie, que se originou na constante evolução das formas vivas, nunca poderá ocupar senão regiões em comunicação directa com o seu centro d'origem (lei da continuidade das áreas de dispersão de Ohtiviann). Desta forma, a semelhança de Floras e Faunas, cujas áreas de dispersão actuaes estám separadas por um obstáculo, sugere a existência de uma comuni- cação livre em épocas passadas, e do aparecimento dos mesmos fósseis em pontos diferentes do Globo deprehende-se a existência de um meio biológico contínuo que os abrangeu. O conhecimento da distribuição das formas vivas, quer na época actual, quer nas épocas geológicas passadas, fornece pois valiosos subsídios aos estuemos paleogeográficos.

(1) Steuer, loc. cit., pag. 457.

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Inversamente, os dados da Paleogeografia prestam por vezes um grande auxílio ao Biogeógrafo, mostrando-Ihe a fragmentação dos meios biológicos, e permitindo que ele relacione Floras e Faunas actualmente independentes, cuja área de dispersão era primitivamente contínua (Floras e Faunas residuaes).

Mas é conveniente advertir que a continuidade do meio, necessária à irradiação e à dispersão de uma espécie biológica, não se reduz apenas à existência de uma comunicação livre, no sentido topográfico da palavra. É preciso ainda que as radiações físicas e químicas não ultrapassem certos limites, característicos da espécie considerada.

Esta observação leva-nos a apreciar o papel que os factores ecológicos desempenham na distribuição geográfica do Plancton.

Estes factores ecológicos (factor climático de Pfeffer e de Ortmann) a que nos referimos com algum desenvolvimento, tèem, como agentes reguladores das áreas de dispersão dos diferentes Planctontes, uma inlluén- cia decisiva.

tivemos ocasião de insistir sobre as íntimas relações que ligam os organismos às condições físicas e químicas do meio que habitam, e vimos, a propósito da temperatura, que, para o caso do meio marinho, era esse o factor ecológico cuja acção sobrepuja à de todos os outros.

E, na verdade, todas as observações efeituadas acerca da distribuição dos organismos nos mares, sam concordantes em revelar a importância fundamental do regime térmico. Evidentemente, nem todos os seres ma- rinhos sam igualmente estenotérmicos, e muitos ha, que acusam também uma grande sensibilidade a outros factores, particularmente à salinidade; mas na generalidade dos casos o primeiro lugar cabe à temperatura, e a sua iníluéncia manifesta-se por uma forma evidente no esquema da distri- buição geral do Plancton.

Cada Planctonte tem a sua área de dispersão (1) própria, mais ou menos bem delimitada, maior ou menor segundo as suas faculdades de resistência aos agentes exteriores. Mas, pondo de parte as particularida- des, e encarando a distribuição do Plancton na sua generalidade, num ponto de vista de síntese, pode efeituar-se a divisão do meio marinho num certo número de distritos ou regiões caracterizadas por compo- sição planctónica mais ou menos homogénea.

A primeira divisão desta natureza, a que aliás nós nos referimos mais acima, é a que se baseia na presença do Meroplanclon; é a divisão em distrito nerítico e distrito oceânico. Vimos que se admite geral-

(1) Para o caso do Plancton e do Necton, a expressão de :ire?i de dispersão não é talvez muito própria, visto que, áléin da distribuição dos organismos no sentido hori- zontal, ha também a atender à sua distribuição no sentido vertical.

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mente como limite entre estes dois distritos a projecção à superfície da linha batimétrica de 200 metros, limite um pouco convencioniil, mas im- posto pela falta de outro melhor, em virtude da interpenelraçào das suas respectivas Floras e Faunas.

Este fenómeno da interpenetração das associações ílorísticas e fauníslicas correspondentes a dois distritos contíguos ó muito geral, senão constante. A sua principal causa é a acção das correntes.

No estudo físico do mar, as correntes desempenham um papel regu- lador. Mantendo as aguas num movimento constante, tendem a anular as diferenciações originadas pela acção dos factores cósmicos, misturando as aguas quenles e fortemente salgadas das regiões equatoriaes com as aguas frias e pouco salgadas dos Pólos, levando o oxigénio da superfície aos mais fundos abismos dos oceanos, etc.

No que diz respeito à distribuição do Plancton, a sua acção é muito semelhante. Os Planctontes sam arrastados de umas regiões para outras, e o resultado final seria uma homogeneidade perfeita na sua distribuição, se a mudança progressiva das condições físicas da corrente que os arrasta não os fosse dizimando segundo as suas capacidades de resistência. Para o efeito da distribuição do Plancton em distritos ou regiões, as correntes desempenham pois, na verdade, o papel de um agente perturbador.

É óbvio que tanto as correntes como todos os factores ecológicos eslám sujeitos a variações temporaes, diárias, anuaes, ele, com cujo estudo, que pertence à Física do Mar, nos não podemos demorar aqui. A importância do conhecimento destas variações para o Planclologista deduz-se facilmente das considerações que temos feito, o que nos dispensa tamhém de maiores explanações.

Feitas estas considerações prévias, podemos entrar desafogadamente na divisão do Plancton nerítico e oceânico em sub-regiões. Devemos contudo observar que os resultados obtidos pelos autores que tèem tratado deste assunto apenas se podem aceitar como provisórios, visto que os dados da observação não sam ainda suficientes para servirem de base a conclusões

definitivas.

O estabelecimento de subdivisões na região nerítica é particularmente difícil, em virtude da iniluéncia preponderante dos factores locaes. A distri- buição do Benthos e do Necton sam para este caso de grande importância, por motivo a que nos referimos; e é fácil de comprehender que os Mero- planctonles, cuja existência está ligada à proximidade da costa, estám dependentes em alto grau de condições de ordem topográfica. E preciso atender também a que muitos mares costeiros e interiores estám sujeitos, debaixo do ponto de vista das suas condições físicas e químicas, a um regime particular, que por si é suficiente para dar uma fácies caracte- rística às associações biológicas que nele habitam.

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Por estes motivos, apenas é possível, no estado actual da Ciência, resolver o problema na sua grande generalidade, abstrahindo das minu- ciosidades. O esquema de Outmann, que transcrevemos a seguir, não se afasta, decerto, muito da verdade.

Quadro da distribuição geográfica do Plancton neritlco

Ía) Sub-região árlica circum-polar. b) » atlântica boreal.

c) » pacifica boreal.

ií. Região tropical

III. Região antártica.

ía) Sub-região indo-pacifica.

\b) » americana occidental.

jc) » americana oriental.

[d) » africana occidental e mediterrânea.

la) Sub-região antártica circum-polar. \b) » americana meridional.

c) » africana meridional.

d) » australiana meridional e novizelàndica.

Steuer, Plankíonkunde, pag. 462.

O Plancton oceânico, não estando sujeito, como o nerítico, à acção de factores locaes, muito variáveis, revela uma composição mais homogénea. Infelizmente^ sam bem poucos os dados que se podem utilizar para os diferentes oceanos, excepto para o Atlântico, que está mais bem estu- dado; mas tudo nos leva a crer que as divisões estabelecidas neste último oceano se aplicam sem grandes modificações aos outros.

Admite-se assim a existência de cinco distritos, que dividem a Terra em cinco faxas, abraçando todos os oceanos, e cujos limites seguem gros- seiramente os paralelos: uma região circum-equatorial, duas regiões circum-polares, e duas zonas de transição, situadas respectivamente entre a região circum-equatorial e as duas regiões circum-polares (1). Convém observar, que do facto destes distritos serem comuns aos dife- rentes oceanos, não se deve concluir que o Plancton seja o mesmo para cada um deles, nas mesmas latitudes (2).

(1) Steueh, lor. cif., pag. 4G3 e seg.

(2) Steuer, loc. cU.. pag. 404.

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A região circum-equatorial é o lugar da eleição dos Planctonles estenotérmicos e estenohaiinos, adaptados às aguas quentes. No Atlântico, o seu limite septentrional é umi linha que, partindo do Cabo de Ilátteras, na América do Norte, vem terminar na extremidade NW. da Península ibé- rica, tendo seguido, na primeira parte do seu percurso, a zona de contado do Gulf-Stream com a corrente fria do Lavrador. Ao sul, a linha limite segue aproximadamente o paralelo de 40", excepto junto da costa oriental da América do Sul, onde a corrente fria que dobrando o Cabo de Ilorn se estende ao longo desta costa a desvia para o N. cerca de 10°.

No Indico esta região estende-se para o N. até às costas meridionaes do continente asiático. Ao S. o seu limite segue ainda aproximadamente 40^ de latitude, passa perto da Tasmánia, insinua-se entre as ilhas da Nova Zelanda, e vem encontrar a costa chilena a 45° de latitude, fechando assim pelo sul a região equatorial no Pacífico. O seu limite septentrional, neste oceano, parte do Japão, e termina na costa americana, junto de Vancouver.

A região circum-equatorial abrange pois as correntes equatoriaes de todos os oceanos, e as respectivas correntes de compensação e zonas de halóstase. Comprehende a zona dos máximos de temperatura e dos má- ximos de salinidade, e o regime físico das suas aguas apenas sofre varia- ções lentas e graduaes.

As regiões circum-polares comprehendem as aguas das regiões polares, frias, de uma grande tranquilidade térmica e pouco salgadas. O Plancton, a cuja exuberância tivemos ocasião de aludir, é constituído na sua generalidade, por organismos estenotérmicos, adaptados às baixas temperaturas.

No Atlântico Norte, os limites desta região revelam a influência das correntes frias do Lavrador e da Groenlanda, que tendem a deslocá-los para o sul, ao longo da costa americana; pelo contrário, do lado da Eu- ropa, o Gulf-Stream afasta-se da costa escandinava, fazendo-os recuar para além do círculo polar ártico. No Pacífico Norte seguem provavel- mente as Curilas e as Àleutinas.

Como dissemos, as zonas de transição intercalam-se entre a re- gião circum-equatorial e as regiões circum-polares. As variaçàes térmicas, que, como vimos, sam mínimas nestas regiões, atingem o seu máximo nestas zonas de transição, onde em regra se encontram Pliinclontos euri- térmicos. A salinidade, que decresce mais ou menos regularmente da região dos aliseos para os Pólos, tem nestas zonas um valor médio.

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Convém repelir que as variações sazonaes das condições físicas do meio marinho tèem como consequência variações correspondentes na situação geográfica destes limites. No hemisfério septentrional, durante o verão, a região equatorial estende-se mais para o norte, e a região polar retrae-se ; e durante o inverno ohserva-se o fenómeno inverso. Como é natural, no hemisfério meridional repetem-se estas oscilações nos limites dos dife- rentes distritos.

As áreas de dispersão dos diferentes Planctontes sofrem desta forma variações na sua situação geográfica e na sua extensão. Estas variações explicam em parte o aparecimento e o desaparecimento dos Planctontes num determinado ponto do meio marinho, em épocas do ano mais ou menos fixas.

O estudo qualitativo e quantitativo do Plancton do mesmo ponto, efei- tuado regularmente durante um espaço de tempo suficientemente longo, mostra, com efeito, grandes diferenças segundo as diferentes épocas do ano. As espécies que cstám sempre presentes, sam, em geral, muito poucas; e essas mesmas apresentam máximos de frequência, mais ou menos bem definidos. Mas a maioria dos outros Planctontes está totalmente au- sente durante parte do ano; e o seu aparecimento, máximo de frequência e desaparecimento efeituam-se em datas que, em geral, se podem fixar com certa aproximação. E o conjunto destas datas que se designa pelo nome de calendário do Plancton do ponto considerado.

As causas determinantes destas variações na distribuição temporal do Plancton sam de natureza diversa. As mais importantes sam indubitavelmente as modificações nas áreas de dispersão originadas nas variações sazonaes das condições físicas, a que aludimos, e, para o caso do Meroplancton, a passagem dos respectivos organismos do Plancton para o Benthos e para o Necton.

Mas, em muitos casos, as variações temporaes do Plancton resultam de movimentos verticaes efeituados pelos Planctontes, que ora abandonam a superíície para descerem a uma certa profundidade, ora, pelo contrário, deixam as zonas profundas para se aproximarem da superfície.

Estas migrações verticaes, realmente interessantes, variam com os dife- rentes Planctontes. Ila-os que mergulham durante o dia, ao passo que de noite voltam à superfície (Plancton nictipeiágico de Uaeckel); outros, que, ocupando a superfície durante o inverno, passam o verão numa zona profunda (Plancton quimo-pelágico de Iíaeckel); e outros ainda, cujas

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migrações verticaes se não sujeitam a um período conhecido (Plancton alo-pelágico de Haeckel) (1). As causas destas migrações verticaes sam sem dúvida as variações das condições físicas e químicas do meio; tive- mos mesmo ocasião de afirmar que, muito provavelmente, é a um excesso de iluminação e a um superaquecimento dos estratos superficiaes que se devera os movimentos do Plancton nictipelágico.

Estas migrações verticaes dos Planctontes levam-nos ao estudo da distri- buição do Plancton segundo a profundidade.

*-

Um dos resultados mais interessantes das expedições geográficas destes últimos anos foi sem dúvida a descoberta da Fauna das grandes profun- didades.

No mar não ha propriamente camadas azoicas, totalmente desprovidas de formas vivas pelo menos nas condições normaes (2). A vida vegetal está naturalmente circunscrita à região diáfana, em virtude da sua estreita dependência da radiação solar; mas a vida animal invadiu toda a espes- sura do meio marinho, até aos abismos mais profundos, onde a existência de uma pressão enorme e de uma eterna escuridão fazia talvez supor a vida totalmente impossivel.

Mas vimos que os organismos marinhos, mesmo os que habitam normalmente os estratos superficiaes, sam dotados de grandes faculdades de resistência à pressão. Por conseguinte, as grandes pressões do fundo do mar tèem biologicamente uma importância secundária, e não repre- sentam um obstáculo sério à propagação da vida.

A presença do oxigénio é assegurada pelas correntes, que arrastam para as profundidades as aguas que se carregaram daquele gas à super- fície. Já dissemos atrás que o mar se podia considerar como um orga- nismo de ordem superior, e, na realidade, esta circulação das aguas,

(i) Os Planctontes que efeiluam migrações verticaes rccct)eram do Ciiun o nome de Planctontes interzonários. ííaeckel agrupa-os com o nome de IManctun bati-pelágico, em oposição ao Plauclon auto-pelágico (que nunca atjandona a superfície) e ao Plancton espani-pelágico (que se conserva sempre nas zonas profundas). Vide Steuer, loc. cit., pag. 374.

(2) vimos que os trabalhos de Lebedinzeff linliam evidenciado um envenena- mento das aguas profundas do Mar Negro pelo gas suifhidrico. Um facto análogo foi observado em Mofjord, perto de Bergen.

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levando para as zonas profundas o oxigénio necessário à vida dos orga- nismos que habitam, pode, até certo ponto, comparar-se com a circula- ção sanguínea dos animaes mais elevados em organização.

O alimento orgânico, nestas regiões profundas, é fornecido pela con- stante queda dos organismos mortos dos estratos superficiaes. É a esta «chuva de cadáveres» segundo a expressão sugestiva de um autor, que a Fauna abissal vae buscar a matéria orgânica que lhe é indispensável.

Desta forma, a vida é possível nas regiões profundas, apesar da anorma- lidade das condições de existência, que lugar a fenómenos de adaptação realmente interessantes.

Diferentes autores tèem procurado elaborar um esquema da distribuição geral dos Planctontes segundo a profundidade. Os resultados, porém, não sam concordantes, o que é devido em parte à escassez das observações, e em parte ao facto dessa distribuição variar no espaço e no tempo.

Restringindo o problema a grupos determinados de Planctontes, tem sido possível, contudo, estabelecer zonas de dispersão, mais ou menos bem delimitadas, características das diferentes formas do grupo conside- rado. É o que se particularmente com os Radiolários, e particular- mente com os Acanlhomelrídae e os Tripileae, cuja distribuição vertical é conhecida com bastante minúcia, depois dos tabalhos do Popofski, Haec-

KER, BORGERT C ImMERMANN.

Mas, abstraindo destes casos particulares, e encarando o problema na sua generalidade, que é o que nos importa, o primeiro facto importante a registar é a existência de organismos em todas as profundidades. vimos, quando tratámos da luz como factor ecológico, que a vida vegetal circunscrevia necessariamente aos 400 metros superficiaes, que constituem a região diáfana. A partir desta profundidade, as observações mostram que não o Fitoplâncton desaparece completamente, mas que o Zooplancton se empobrece immenso. vimos também que Chun, atendendo especial- mente ao desenvolvimento da vida vegetal e à penetração da luz, dividia a espessura do meio marinho em Ires estratos, cujos limites se achavam respectivamente a 80 metros e a 350 metros de profundidade: a região eufótica, a região disfótica (Flora da sombra de Schimper) e a região afótica. Semelhatemente, Lo Bianco distingue três zonas no Mediterrâneo (Golfo de Nápoles), cujos limites, porém, não coincidem precisamente com os de Ciiun.

Zona do Phaoplancton, comprehendendo os 30 metros superficiaes, carcterizada especialmente pela pequenez dos Planctontes;

Zona do Cnephoplancton, que se segue à precedente até ao limite da região diáfana (|)ara Lo Bianco este limite acha-se a 500 metros), em que o Plancton, ao abrigo das ondas, da insolação directa e das varia- ções térmicas da superfície se desenvolve exuberantemente;

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Zona do Scotoplanctoii, que corresponde à re;;lào afótica de CiiUN, na qual se encontram propriamente os Tlanctontes abissaes.

[Mas tivemos ocasião de observar que a eslratiliraçào de Ciiun nào é de uma aplicação muito peral, e o mesmo se pode afirmar, provavelmente, da divisão de Lo BiancoJ.

IíaiíCkel segue um caminho diverso: sem procurar propriamente dividir o meio marinho em estratos sobrepostos, tenta classificar o IManclon, se- gundo as suas relações com as zonas superíiciaes e profundas, e, baseando-se neste critério, agrupa-o em três classes;

Plancton pelágico, constituído por organismos que se encontram habitualmente à superfície, ainda que, em determinadas condições, migrem para uma profundidade maior ou menor;

Plancton zonár, a que pertencem os Planctonles que vivem em zonas de profundidade fixa, sem nunca atingirem a superfície, ou se aproxima- rem do fimdo;

Plancton ha li bico, em que se agrupam os Planctontes das grandes profundidades, que preferem a proximidade do fundo, bem que se não relacionem directamente com ele.

Poderiamos alongar esta exposição, indicando outros esquemas da distri- buição vertical dos Planctontes, especialmerHe o do autor inglês Fowi.eh. O que fica dito, porém, é suficiente para dar uma ideia das dificuldades e das incertezas que se encontram neste capítulo da Planctologia.

Para terminarmos esta rápida exposição, devemo-nos agora referir aos métodos e processos de que se servem os Planctologistas.

No estudo do Plancton, a operação mais importante é a colheita do material. Seja qual fòr a orientação que o Planclologista ao seu tra- balho, é evidente que a primeira questão que o deve preocupar é obter o Plancton. O exame directo da agua nào é prático, por que o número dos Planctontes é em geral excessivamente deminuto em relação ao volume de agua em que se encontram; torna-se pois necessário concentrar esses Planctontes num volume mais reduzido, o que se consegue com uma filtração.

A maneira mais símplez e mais prática de efeituar essa filtração consiste no emprego de redes de gaze. O primeiro aparelho deste género que se empregou foi a rede de Muller, que tomou o nome do eminente natu- ralista que com ele realizou as primeiras investigações científicas sobre a Flora e Fauna microscópicas do mar. Esta rede era muito semelhante às

3 JCXYI

3 i

que ainda hoje se empregam para apanhar insectos: um saco de gaze de forma cónica, tendo na boca um aro circular de metal, ligado a um cabo.

Com o desenvolvimento dos estudos sobre o Plancton, este aparelho foi sucessivamente aperfeiçoado. Os aperfeiçoamentos sam muito variados, segundo os modelos dos diferentes autores, nias o mais importante é o que consiste na aplicação ao fundo do saco de uma peça de metal e gaze, o balde, destinada a receber o produto da pesca, e a permitir que ele se possa recolher num frasco sem grandes prejuízos (1).

Quando sam de pequenas dimensões, as redes de pesca deste tipo po- dem ser manejadas por meio de um cabo de comprimento conveniente. Este processo, porém, nào é aplilbavel aos modelos maiores; neste caso emprega-se uma corda de bitola suficiente, que se liga ao aro da boca por meio de um de galinha. As redes dispostas por esta forma podem-se empregar horizontalmente, rebocando-as com pequena velocidade, ou no sentido vertical: nesta hipótese, lastra-se o balde convenientemente, mer- gulha-se a rede até à profundidade desejada (com a embarcação parada, se vê) e arrasta-se então lentamente até à superfície.

Em qualquer dos casos, porém, o modo de funcionamento do aparelho é evidentemente o mesmo: a agua passa livremente através das malhas da gaze, ao passo que os Planctontes ficam retidos, e se acumulam no balde.

A necessidade de estudar a distribuição vertical do Plancton, e, por conseguinte, de recolher separadamente os Planclontes correspondentes a cada estrato aquoso, deu lugar a um novo aperfeiçoamento destes apare- lhos, por forma a satisfazerem este requisito. Este aperfeiçoamento con- siste em dispor a boca da rede por forma que seja possivel abri-la e fecha-la na profundidade desejada, evitando assim a filtração da agua desde essa profundidade até à superfície. Ha muitos modelos destas redes, a que poderemos dar o nome de redes de fecho ou redes obturantes {schliessnelz), ou ainda redes batipelágicas, segundo a denominação francesa; a abertura e a obturação da boca da rede é geralmente obtida por meio de mensageiros que se deixam escorregar ao longo da corda que sustenta o aparelho. Analogamente ao que se com as redes vulgares, as redes de fecho podem-se empregar horizontal ou verticalmente.

Os aparelhos deste tipo, quer sejam quer não munidos de fecho, dam em geral bons resultados para a grande maioria dos microplanclonles. Muitos

(1) Não nos demoramos na descrição dos diferentes modelos de redes de pesca, que lêem sido construíilos e empregados com maior ou menor êxito. Limilamo-nos a cilar a obra de Steuer e o livro de UOceamgraphie de Richard, onde essas descri- ções se encontram suficientemente desenvolvidas e profusamente ilustradas.

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ha, porém, que em virtude das suas exíguas dimensões consefjuem esca- par-se pelas malhas da gaze, por mais lina que ela seja (1). É o que se dá, particularmente, com as Bactérias; e neste caso é necessário recorrer a processos especiaes.

Pura os Macroplanctontes empregam-se redes maiores, de maliia mais larga, a que os franceses dam o nome de chalut. Estas redes, porém, tèem o inconveniente de danificar muito alguns exemplares delicados, taes como Sifonóforos, Medusas, etc; para estes torna-se necessário recolhe-los dire- ctamente da agua por meio de um frasco de boca larga.

O Plancton colhido ou «pescado» pode ser submetido immediatamente à obser\açào, e pode ser fixado e conservado, para ser utilizado em trabalhos posteriores. A observação do material fresco oferece geralmente grande interesse, mesmo à vista desarmada : o seu aspecto, e particularmente a sua cor, siigere ao Planctologista experimentado indicações immediatas àcôrca da sua composição. Assim, quando predominam os Planctontes mais pequenos, o produto da pesca tem a aparência de um lí(juido espesso e turvo; as Esquizolíceas (ou Schizophyceas) tornam-no grumoso, e as Diatomá- ceas, quando sam dominantes, dam-lhe uma côr amarelenta característica, parecida com a da limonada. A observação do Planclon vivo, quer à lupa, quer ao microscópio, é da maior importância e, até, nalguns casos, abso- lutamente indispensável.

Mas, na genendidade dos casos, torna-se necessária a conservação do material, para se estudar ulteriormente. Para este efeito, o Plancton é convenientemente tratado por um líquido fixador, e em seguida immerso no líquido conservador, geralmente o álcool.

O método a que nos temos referido satisfaz perfeitamente num grande número de casos, especialmente quando se pretende apenas estudar os diferentes Planctontes, individualmente, no seu aspecto morfológico, fisio- lógico ou embriológico. Mas quando a atenção do naturalista se dirige ao Plancton, como associação biológica, procurando desvendar as leis que presidem à sua distribuição, ou o papel que ele desempenha na Etologia geral do mar, torna-se indispensável obter não a indicação completa de todos os organismos que se encontram num ponto dado, mas também de- terminar a sua frequência as suas proporções relativas, e a sua proporção absoluta em relação a um volume dado do meio que os cerca.

Para este efeito, o método que exposemos é insuficiente, e assim foi necessário aperfeiçoá-lo, e até substituí-lo por outros, por forma que, além

(1) A gaze mais fina que se fabrica nunca tem mais de 6000 malhas por centí- metro quadrado. As dimensões da malha oscilam entre 52 e 115 ;x, mas, em 8'á% dos casos estám comprehendidas entre 70 e 98 \j. (Lohmann).

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das símplez indicações qualitativas, se podessem obter também informações quantitativas, que exprimissem numericamente a frequência das diferentes formas vivas.

As determinações quantitativas visam o conhecimento da distribuição numérica dos diferentes organismos nos diferentes pontos de um meio biológico, da agua do mar, de um lago, etc. Sem nos prendermos agora com a discussão relativa à utilidade desta ordem de trabalhos, limilar-nos hemos a notar que as informações qualitativas, por si, sam insuficientes para o estudo integral dos meios biológicos, e que a símplez estimativa do observador, quanto à frequência relativa ou absoluta das diferentes formas vivas, é desprovida de toda a precisão, por depender de factores absoluta- mente pessoaes e subjectivos.

Limitando-nos ao caso da Planclologia mariídia, que é o que mais nos interessa aqui, e aquele em que os trabalhos quantitativos tèem sido pro- seguidos com mais intensidade e persistência, podemos afirmar que, além do conhecimento dos diferentes PJanctontes que habitam uma determinada região, as informações relativas à sua frequência oferecem um interesse científico real.

A forma mais completa e mais perfeita de resolver o problema consiste em avaliar o número dos diferentes organismos que ocupam um determi- nado volume de agua.

Para atingir este desiderato, é necessário primeiro efeituar a captação total desses organismos, e, seguidamente, contá-los.

A captação total dos Planctontes existentes num volume determinado de agua constitue o fim das pescas ou colheitas quantitativas. Os Planctologistas tèem procurado resolver o problema por processos muito variados, mas é certo que nenhum deles satisfaz cabalmente aos fins que se propõe, quer por lutar com dificuldades enormes na sua realização prática, quer pela impossibilidade de evitar causas d'èrro que vêem fal- sear consideravelmente os resultados.

O processo mais antigo, e ainda hoje o mais seguido, ê devido a líi n- SEN, o fundador da Planctologia quantitativa. Baseia-se no emprego de redes, análogas, nas suas linhas geraes, às utilizadas nas colheitas sím|)lez de Planclon.

As redes quantitativas de Iíensen, assim como os modelos dos outros autores, que pouco se afastam do tipo fundamental, sam redes de gaze de seda de malha muito fina, acompanhadas de um balde, construído por forma a evitar o mais possível perdas e prejuízos na colheita do material.

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O volume d'agiia filtrado calcula-se pelo espaço percorrido pela rede; e admite-se, em virtude da grande finura da malha, que todos os Planc- lontes que se achavam nesse volume d'agua se concentraram no balde.

Os aparelhos deste tipo podem-se empregar tanto em pescas horizon- taes, como em pescas verticaes. No primeiro caso, dada a velocidade do reboque, e a duração da pesca, é fácil determinar o espaço percorrido pela rede; e no segundo caso, tudo se limita ao emprego de uma linha graduada para sustentar e arrastar o aparelho.

Nos seus trabalhos, Hensen efeituou sobre tudo pescas verticaes. Para o estudo do Plancton abissal, procedia a pescas a profundidades diferentes, mas regularmente espaçadas, ou escalonadas, e a diferença de duas pescas consecutivas representava o Plancton do estrato aquoso que linha sido filtrado num dos lanços.

É este, muito em resumo, o método que o ilustre planctologisla de Kiel empregou em grande escala na célebre expedição do National, destinada ao estudo do Plancton do Atlântico.

Mas este método está sujeito a numerosas causas d'érro, e as criticas que lhe foram feitas, baseadas em trabalhos de verificação muito notáveis, deixaram-no muito mal ferido.

Em primeiro lugar, por muito fina que seja a rede (Hensen emprega gaze de seda com S926 malhas por centímetro quadrado, em média) sam muitos os organismos que se escapam pelas malhas. Este inconveniente conjuga-se com outro, não menos importante: a impossibilidade de evitar que muitos Planctontes fiquem presos nas malhas do saco. Segundo as conclusões de Lohmann, estas duas lausas d'èrro falseam completamente os resultados das pescas; os Cistollagelados seriam os únicos organismos recolhidos integralmente, e os outros Microplanctontes todos perder-se hiam em proporções variáveis, mas sempre importantissimas (1).

Outra causa (l'êrro, de natureza diferente, resulta de dificuldades prá- ticas na determinação do volume d'agua filtrado. Não nos podemos alongar na exposição deste assunto; limitar-nos hemos apenas a considerações muito geraes (2).

Poderia supôr-se que o volume d'agua filtrado pela rede seria o de um cilindro que tivesse por base a boca da rede, e por altura o espaço per- corrido durante a pesca.

(1) Steuer, loc. cit., pag. 154.

(2) Sobre este assunto, qne tem suscitado muitas discussões, e dado origem a numerosos iraíjaltios experimenlaes, veja-se especialmente o trabalho de Hknsen; Methodik der Untersnchimgen der Planidnn-Expedition, Kiel, 1895. No livro citado de Steuer encontra-se a este respeito uma nota bibliográfica muito completa.

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Seria assim:

V = volume de agua filtrado. Y = Sh S = superfície da boca da rode.

h = espaço percorrido pela rede.

Na realidade, porém, esse volume é menor, em virtude da resistência que a gaze oferece à filtração da agua, que assim reilue em parte para fora da boca da rede.

Assim será:

^ Vi = volume verdadeiro.

C = coeficiente de resistência à filtração.

Este coeficiente C, sempre maior do que a unidade, depende, segundo os trabalhos de Awueiig, da finura da malha, da superfície da boca, da superfície filtrante do saco, do respectivo ângulo de abertura, da veloci- dade do reboque, da profundidade, e da quantidade de Plancton. Em particular, a resistência à filtração será tanto menor, quanto maior for a superfície filtradora, e quanto menor fôr a superfície da boca (1).

Per este motivo, Hensen e os demais construtores de redes quantita- tivas restringem a superfície da boca da rede aplicando-lhe um diafragma em forma de tronco de cone, feito de lona grossa, praticamente imper- meável. Infelizmente, esta disposição tem o inconveniente grave de facilitar a fuga dos Planctontes que tèem movimentos rápidos.

O coeficiente G determina-se geralmente por processos experimentaes. Esta determinação tem que se repetir de tempos a tempos, visto que a resistência h filtração aumenta com o uso da rede, em virtude de uma obliteração parcial das malhas.

O emprego das redes quantitativas é pois uma operação excessivamente complexa e delicad.i, que exige grande trabalho, que talvez não seja compensado pelos resultados, sujeitos, como acabamos de ver, a erros importantes.

Se, porém, se desistir de obter valores absolutos, e se pretenderem apenas determinar as proporções relativas dos diferentes organismos, o problema simpliíica-se, e as redes quantitativas prestam serviços rele- vantes. Neste caso, desprezam-se sistematicamente todas, ou, pelo menos, algumas das causas d'êrro supracitadas, admitindo que sam constantes no tempo e nos diferentes pontos do meio marinho. Os resultados obtidos

(1) Steuer, loc. cit.j pag. 155.

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por este processo serám apenas aproximados, mas esta deficiência é sem dúvida compensada pela simplicidade do método. Tudo se reduz, com efeito, a fdtrar columnas d'agua de altura conhecida, e a sujeitar os resul- tados à contagem.

Os numerosos inconvenientes do método da rede levaram os Planctolo- gistas a empregar outros processos para as determinações quantitativas. Entre eles merecem menção os que consistem no emprego de uma bomba e de um filtro, e os que se baseiam no emprego do centrifugador.

O processo da bomba é susceptivel de dar resultados quase isentos de erros, mas o seu emprego é muito limitado. Consiste essencialmente na filtração, através de tafetá ou papel de fdtro, de um volume d'agua clui- pado por uma bomba de débito conhecido.

Este processo, recomendável pelo seu rigor para estudos de Plancton superficial, torna-se porém de uma aplicação dificil, senão impossivel, para profundidades superiores a 100 ou 200 metros, Loii.mann nota ainda que, com mau tempo, dificilmente se efeituará uma filtração a bordo de um navio.

O outro processo a que aludimos consiste na centrifugação de uma amostra de agua do mar, de volume conhecido, efcituando-se depois a contagem do depósito. Este processo tem grandes vantagens, e será, sem dúvida, o que ha de desempenhar maior papel na Planctologia do futuro. Ne- cessita, é certo, do emprego de grandes centrifugadores; mas a perda de material é reduzida a zero, e a determinação do volume d'agua analisado susceptivel da maior precisão vantagens estas de suma importância.

* *

A segunda parte do problema quantitativo consiste na avaliação numé- rica do Plancton obtido segundo um dos métodos que acabamos de expor.

Evidentemente, a forma mais perfeita e completa de efeituar essa avalia- ção consiste em determinar, com maior ou menor aproximação, o número dos Planctontes pescados, segundo as diferentes espécies, variedades, etc.

Mas nem sempre se pretende ir tam longe, e a avaliação global do Plancton recolhido, sem distinção de formas, satisfaz por vezes às neces- sidades da investigação cientifica. E, neste caso, recorre-sc a determina- ções volumétricas ou ponderaes.

O processo mais símplez de avaliar o volume do Plancton recolhido consiste em introduzir a pesca numa proveta graduada, deixa-la em re- pouso durante algurhas horas, e efeituar em seguida a leitura correspon- dente ao sedimento que se depositou.

iO

Ksto proresso r de uma grande simplicidade, e o seu emprepo, por si, di'i indica(;òes muilo importantes. se ohtèem, como é natural, resul- tados aproximados, visto ser impossível lazer a leitura com precisão. É evidentemente necrssiirio deixar a proveta em re|)ouso sempre durante o mesmo tempo, para as observações serem comparáveis; e a príilica tem mostrado que 2i horas sam suficientes para (jue todo o material se de- posite no lundo (^trata-se, como 6 natural, de material prè\iamente fixado). Se, port'Mii, se desejar uma conccntrav«^o maior, poiie-se prolongar a sedi- menta(;no durante o tempo que se julgar conveniente. A bordo, como o repouso absoluto (\ em geral, diíicil de obter, os Planclologistas recorrem ao centrifugador.

Seja, porém, (|ual fòr a duração da sedimentação, e, por conseguinte, o grAu de concentração do sedimento, a leitura da proveta indica sempre o volume real do Piancton, aumentando-lhe o volume dos espaços que sempre subsistem entre os organismos. Trata-se pois do que poderemos cbamar volume bruto.

LoHMANN tentou determinar o volume real dos diferentes Planctontes. Esta determinação, que é relativamente (acil para o caso de formas sus- ceptíveis de uma expressão geométrica simplez, taes como bastantes Diatomáceas, torna-se, porém, nuiito complicada para o caso de formas com|)lexas, sendo então necess/irio empregar processos cspeciaes.

Outro método, susceptível de dar indicações fidedignas, consiste em avaliar o volume da substância seca, a que Sr.iiUTT dA o nome de volume absoluto (1). Kste método tem, porém, o grave inconveniente de exigir a inutilização, para os trabalhos ulteriores, do material pescado.

As determinações j)oiuleraes sam extremamente dificeis. Como no caso precedente, é necessãrio sacrificar o Piancton, visto ter de se operar sobre material seco. Os saes dissolvidos na agua do mar dam airida origem a dificuldades técnicas consideráveis, por ser impossivel eliminá-los com- pletamente sem que a substância orgânica sofra modificações na sua composição química, e por conseguinte no peso.

Como dissemos, a contagem dos organismos é, sem dúvida, a forma mais perfeita de eleiluar a análise quantitativa do Piancton.

Os apertados limites desta Introdução não permitem que nos alongue- mos, nem na descrição da técnica deste método, nem na discussão das suas vantagens e inconvenientes (2). Limitar-nos hemos, pois, a tocar no assunto muito ao de leve.

(!) SciiCTT, Anahjtischc Planktov-Studini, p;if;. ^'^.

(2) Além dos irabíillios oritíinacs de Hknsen, é conveniente citar aqui o livro de SciiiTT, Aualiitisclir Pldiihlou-Shidieii, onde se encontra uma descrição elementar mas cemplela do método das coDlageus.

41

Na impossibilidade prática de contar todos os Planflonles obtidos numa pesca quantitativa, recorre-se à conta{»em de uma pequena amostra dessa pesca. Mas para que esta amostra, sujeita à análise, possa ser considerada, na sua romposirão, como semelhante à pesca total, (^ necessário, ao colhè-la, tomar um certo número de precauròes, evitando \ári;is Ciiusas de erro.

Deita-se a pesca que se pretende analisar quantitativamente numa pro- veta graduada, e ajunta-se-lhe apua fou, antes, o próprio liquido conser- vador) até perfazer um determinado volume. Esta operação tem por fim evitar que o Plancton fique demasiadamente concentrado, o que tambiMn teria inconvenientes. Prorura-se enlào, por meio de uma agitarão ade- quada e repetida, distribuir igualmente o Plancton por toda a massa liquida, por tal forma que esta se possa considerar como tendo uma com- posição homogénea em todos os seus pontos, e tira-se, por meio de uma bombilha gradiiadn, uma pequena amostra '1).

Esta amostra estende-se entre uma lâmina e uma lamela de vidro de dimensões convenientes, evitando cuidadosamente a mais insignificante perda de liquido, e, em seguida, procede-se à contagem dos organismos que nela se encontram. Esta contagem faz-se ao microscópio 2 , e é uma operação relativamente símplez, mas que exige da parte do observador o conhecimento perfeito fios organismos que v.ie contar, e uma forte paciência para resistir a um trabalho que é excessivamente moroso e fali^zaule. Feita a contagem da amostra, simplez operações ariméticas dam facilmente a composição quantitati\a, mais ou menos aproximada, da pesca total.

O métoílo das contagens tem sido o terra de discussões acaloradas. Haeckel classificou-o de «trabalho de Danaides, absolutamente estéril» (3) e muitos naturalistas seguem a opinião do eminente filósofo alemão.

Em boa verdade, as determinações qumtilativas por meio de contagens seriam de enorme vantagem, se a distribuição do Plancton nos mares fosse suficientemente homogénea para que se podessem basear considerações de ordem geral num número relativamente pequeno de pescas. Hensen afir- ma-o categòricamerite (í-^; mas esta afirmação nSo foi recebida com geral assentimento.

(K) Para facilitar esta operarão, que é realmente muito delicada, e de cujo êxito depende a precisão dos resultados, He.nsen construiu um pequeno aparelho, a bom- blitia de êmbolo (Stempelpipette).

(2) Os modelos correntes de microscópios têem uma platina demasiado pequena para que se possa percorrer completamente uma lâmina do tamanho das que se em- pregam nas contaííens. Por esse motivo Hensen construiu un.i microscópio de contagem (Zafd-mkroscop) em que este defeito não existe. Ultmiamente tecni-se construido também, para o mesmo fim. símplez platinas de contagem, suscepliveis de se aplicarem aos microscópios vulgares.

(3) Citado em SiEtEn, loc. cit., pag. 180.

(4) Hensen, Methodik, etc, pag. 171.

42

Quer-nos, porém, parecer que embora a afirmação de Hensen se nSo verifique, o método das contageFis nem por isso será posto de parte. Di- ficilmente se poderá negar que as símplez informações qualitativas sam insuficientes para o conhecimento integral do meio marinho, e que os dados quantitativos baseados na estimativa do observador nào sam sus- ceptiveis da precisão e do rigor que devem caracterizar as investigações científicas. A organização da lista dos Planctontes, com a indicação da localidade e da época em que foram colhidos, é sem dúvida um trabalho indispensável ; mas não é suficiente para servir de base ao estudo racional do mar, como meio biológico. As indicações volumétricas e ponderaes sam de grande auxílio, e poderám satisfazer, nalguns casos; mas é neces- sário conhecer as proporções relativas e absolutas dos diferentes Planc- tontes, por que assim será possível determinar as leis que regem a sua distribuição.

Com isto não queremos afirmar que a Planctologia quantitativa, e par- ticularmente o método das contagens não preste o flanco a críticas muito justas e de muito poso. Mas essas críticas devem-se dirigir às suas im- perfeições e às suas dificuldades técnicas, e nunca aos princípios que lhe servem de base. Expurgue-se o método das deficiências que o prejudi- cam, reduzam-se e simplifiquem-se, nos limites do possível, as operações da contagem, tam morosas e fatigantes e os Planctologistas terám adqui- rido uma arma poderosa, que lhes prestará serviços relevantes no estudo científico e racional do mar.

Alguns assuntos, taes como as condições de fluctuabilidade (Schwehver- môgen), as variações morfológicas sazonaes dos Planctontes, e outros, foram propositadamente excluídos desta resumida exposição. Serám tratados jun- tamente com os organismos a que se referem, nas monografias que tencio- namos ir publicando.

43

SEGUNDA PARTE

RELATÓRIO DOS TRABALHOS ORIGINAES

A enseada de Buarcos e a costa portuguesa

As pescas que fornecernm os materiaes para as monografias que vão seguir-se a esta Introdução foraníi efeituadas na enseada de Buarcos, junto da Figueira da Foz, cona excepção de algumas, que tiveram lugar no Rio Mondego, ao da barra, em condições taes que a inlluéiicia da agua doce do rio era insignificante.

A enseada de Buarcos é uma |)equena reínlráncia da costa portuguôsa, limitada e protegida ao N. pelo Cabo Mondego e pelo maciço que lhe fica sobranceiro, a serra de Nossa Senhora da Boa Viagem, ou serra de Buar- cos, segundo o nome adoptado nas publiciíçòes da Commissão Geológica de Portugal.

Esta pequena serra é constituída por um complexo muilo possante de calcáreos e margo-calcáreos juraicos, regularmente estratificados, limitados ao N. 6 NW. por um sistema de falhas. A sua maior altitude 253 me- tros— acha-se a 1500 metros do mar, no qual a serra se precipita rapi- damente, dando ao Cabo Mondego um perfil elevado e abrupto.

Na verdade, o Cabo Mondego é uma saliência bem insignificante da costa ocidental portuguesa. Torna-se interessante, porém, por ser o único maciço, alto e resistente, que corta a monotonia desta parte da costa, toda constituída por areias baixas e movediças, numa extensão de perto de 300 kilómetros, desde Espinho até S. Pedro de Miiel.

Para o sul do Cabo abre-se a enseada de Buarcos, que toma o nome de uma povoação de pescadores, situada na sua maior concavidade. É uma enseada muito aberta e pouco profunda; a linha batimétrica de 10 metros encontra-se a 800 metros de terra, e é necessário avançar 3000 ou 4000 metros pelo mar dentro para a sonda descer a 20 metros.

A margem é uma praia larga e extensa, cortada aqui e acolá por cristas de estratos, que se prolongam para o mar. Semelhantemente, o futido é em geral de areia; mas a rocha aparece frequentemente, dando mesmo lugar à formação de recifes.

Uns 6 kilómetros para o sul do Cabo Mondego, junto da cidade da Fi-

4i

gueira da Foz, abre-se a embocadura do Rio Mondego. Esta embocadura, hoje completamente assoreada, entrada a um esteiro que foi vasto, mas que as aluviões do rio e as aieias do mar obstruíram quase completa- mente.

Durante os môses de verão, é bem modesto o volume d'agua que este rio recolhe nos seus 400 kilometros de percurso, e assim, a salinidade das suas aguas, junto da barra, cm frente da Figueira da Foz, é sensivelmente a mesma que no mar, pelo menos no fim da enchente. No inverno, porém, este volume d'agua atinge proporções enormes, na ocasião de cheias; a salinidade coiiserva-se então nula junto da barra, durante dias seguidos, e as aguas da enseada adoçam-se em proporções consideráveis.

Para o sul da foz do rio, a costa estende-se, a perder de vista, baixa e arenosa, sem um único rochedo. aqui e acolá miseráveis povoações de pescadores quebram a triste monotonia das areias.

As redes de pesca

Nas primeiras pescas a que procedemos ulilizAmo-nos de uma pequena rede que tínhamos adquirido na casa Altmann, de Berlim. Esta rede era porém muito pequena: media apenas 14 cerilimetros de diâmetro na boca. Sendo sem dúvida cómoda para a colheita de pequenas amostras, era con- tudo inaplicável às pescas quantitativas, visto não permitir que se recolhesse integralmente todo o produto da pesca.

Como tencionávamos efeituar estudos quantitativos, resolvemos construir um aparelho de maiores dimensões, em que aquele defeito fosse corrigido nos limites do |»ossivel. Empregámos a gaze de seda mais fina do mos- truário da casa Devholle, de Paris, e mandámos executar as peças me- tálicas numa serralharia da localidade.

A gaze de seda que nos forneceu a casa Deyrolle satisfez-nos per- feitamente: é muito sólida e resistente, e tem a malha muito regular. As medições a que procedemos ao microscópio indicaram o seguinte valor para as suas caracteristicas:

Número de malhas por cm.^ 4900

Lado da malha 75 ij.

Trata-se, evidentemente, de valores médios, obtidos a partir de um número elevado de determinações.

Apesar de ser o tipo mais fino do mostruário da casa Deyrolle (n.** 180), esta gaze é um pouco mais aberta do que a usada pelos Plane-

45

tologistas de Kiel, que tem em média 5926 malhas por centímetro qua- drado, segundo as determinações de Henskn (I).

A rede que construímos (Est. I, fig. 1) consta essencialmente, como todos os aparelhos congéneres, de duas partes: o saco e o balde. O saco, que é a parte propriamente fdtranle, é todo feito de gaze de seda, e tem a forma dum tronco de cone. A boca tem 40 centímetros de diâmetro; a sua indeformabilidade resulta dum anel de arame de lalào, suficientemente grosso, mas não demasiadamente pesado. E a este anel que se prende o saco, por meio de uma baíidia de pano forte.

Ao anel prende-se ainda um de galinha, formado de quatro ramos, que se vam inserir num mosquetão de mola, que [lor seu turno engata no cabo de reboque.

Na extremidade oposla à boca, o saco termina também por uma bainha de pano, bastante larga. É por meio dessa bainha quo o saco se liga ao balde.

O balde (Est. I, fig. 2 e 3) é um recipiente de latão, com fundo de gaze, destinado a recolher o produto da pesca, à medida que esta se vae efeituando. Consta essencialmente de três peças, todas em forma de anel (Est. I, fig. 2).

Uma primeira peça (A) é um tubo com 48 milimetros de diâmetro exterior e 65 milimetros de comprimento. Esta peça coristilue a boca do balde, e está fixa ao saco por uma forma permanente. A fixação conse- gue-se enfiando o tubo (A) na bainha inferior do saco, que tem o mesmo diâmetro (Est. I, fig. 3), e apertando fortemente, por meio de uma liidia resistente, esta bainha contra o tubo, por forma a cingi-la contra o re- bordo [a), de que o tubo está munido na sua parte superior. É o que indica a fig. 3 da Est. I.

Nesta peça (A) ha ainda a notar dois botòezinhos de metal (6), colo- cados nas extremidades do mesmo diâmetro, que servem para fixar a peça seguinte.

A peça (B) é pròpriamenie o corpo do balde. É também nm anel, ou tubo, cujo diâmetro interior é igual ao da peça (A), ou sejam 48 mili- metros. O tubo (A) pode pois enfiar-se justamente no tubo (B), e dois rasgos em cotovelo [b') correspondentes aos bolòes {b), constituindo um alvado de baioneta, permitem fixá-los nesta posição (Est. I, fig. 2 e 3).

É na parte inferior deste anel (B) que se aplica um pedaço de gaze de seda, sobre a qual se vem concentrar o produto da pesca. Fará lixar este pedaço de seda, que é necessário substituir frequentes vezes, serve o anel (C) : este anel, que tem uma série de rasgos que lhe dam elastici-

(1) Hensen, Metlwdik der Untersuchmgen bei der Plankton-Expedition, pag. 73.

líi

dade, conslitue o que em linguagem técnica se chama um elástico (Est. 1, Hg. 2).

O Iragmento de gaze de seda deve ser bastante maior que o diâmetro do balde. Para se conseguir a sua fixação, aplica-se no fundo do balde, e, enfiando por cima dele o elAstico (C) entala-se contra a peça (B) (Est. I, fig. 3). Como esta operação é fácil e rápida, e o fundo de seda fica muito esticado e seguro (1), este sistema oferece realmente grandes vantagens.

Para dar solidez ao aparelho, e evitar que se exerça sobre a gaze do saco o esforço de Iração do balde, está este directamente ligado ao anel da boca por quatro fitas resistentes, que vam terminar nos quatro pontos de inserção do de galinha.

Feita esta descrição, é fácil compreender a maneira de efeituar as pescas. Ao mosquetão do de galinha prende-se o cabo de reboque, que deve ter uma bitola suficiente, e um comprimento de 3 a 4 metros; entala-se o fundo de gaze, e fecha-se o balde, enfiando o anel (B) e fixando-o pelo processo indicado. Posto isto, o aparelho é lançado cuidadosamente à agua, e rebocado durante o tempo desejado com uma velocidade que não deve nunca exceder 200 metros por minuto.

Passado um certo tempo (10 a 20 minutos sam perfeitamente suficientes) procede-se ao levantamento da rede. A embarcação afrouxa o andamento, puxa-se a rede para junto dela, e suspende-se fora da agua pelo de galinha. Deixa-se escorrer, e, para obter a concentração no balde dos organismos que ficaram presos nas malhas, mergulha-se lentamente até quase à boca, escorre-se de novo, e repote se esta operação umas poucas de vezes.

Escorrida bem a rede pela última vez, procede-se cuidadosamente à abertura do balde, onde se acumulou o produto da pesca. Geralmente fica também no balde alguma agua, que o fundo de gaze, obstruído pelos orga- nismos que se acumularam sobre ele, muito lentamente deixa passar; esta agua, que tem muito Plancton em suspensão, rocolhe-se no frasco destinado a receber a pesca, que deve ter a boca larga, e uma capacidade de 200 a 300 centímetros cúbicos.

Fica então aderente ao fundo de gaze uma massa de aparência gelati- nosa, que constitue a principal parte da colheita; para a recolher, tira-se lentamente o elástico, e lança-se para dentro do frasco o fragmento de seda com o seu conteúdo.

Alguns restos de Plancton que sempre ficam aderentes às paredes inte- riores do balde aproveitam-se descarregando sobre eles um jacto de agua salgada, por meio de uma bombilha, e recolhendo no frasco essa agua car-

(1) uma vez perdemos uma pesca, por se haver aberto a rede.

4-7

regada de Plancton. A operaçAo lerinina enchendo-se o frasco com agua do mar, para diluir o Plancton, que, demasiadamente concentrado, facil- mente se poderia alterar.

Colocando outro pedaço de seda no fundo do balde e fechando-o, a rede fica pronta para novo lanço.

Dentro dos frascos, os pedaços de seda que sam introduzidos com o Plancton largam facilmente os organismos que lhe estAm aderentes, o que se pode favorecer peia agitação. Mais tarde, no laboratório, tiram-se com uma pinça, e, depois de lavados (em agua doce) e enxutos, podem servir de novo para as mesmas operações.

Depois de cada expedição, a rede de pesca tamb('im deve ser lavada em agua doce.

E evidente que muitas das operações que ficam indicadas somente sam necessárias para o caso das pescas quantitativas, em que deve haver o maior cuidado em recolher integralmente todo o produto da pesca. Mas se pretendermos apenas obter Plancton para trabalhos de laboratório, tudo isto se simplifica, e basta então recolher no frasco o fundo de gaze com o seu conteúdo, sem maiores cuidados ou preocupações.

A técnica que acabamos de indicar refere-se às pescas horizontaes. Para o caso das pescas verticaes, as operações sam as mesmas, com a diferença que, em lugar de se rebocar a rede, se deixa mergulhar até à profundidade desejada, e se arrasta em seguida lentamente até à superfície.

Resta-nos registar que no repetido emprego que fizemos deste aparelho obtivemos sempre resultados satisfatórios. É evidente que ele se não pode comparar com os modelos extranjeiros, taes como os de Hensen, Apstein BuciiET, etc, que sam muito mais perfeitos e complicados; mas oferece realmente algumas vantagens, sendo uma delas, sem dúvida, a sua simpli- cidade (1).

Como os nossos trabalhos se limitaram ao Microplancton, não empre- gámos redes de malha mais larga. Também não tentámos fazer pescas profundas; tanto mais que, para alcançarmos as profundidades necessárias, tínhamos que nos afastar muito da costa.

As pescas

As pescas que efeituámos foram todas horizontaes e de superfície: a

(1) Ultimamente tive noticia de um construtor de aparelíios de precisão de Kio! (Zwíckert), que fornece aparelhos para Planctologia em muito boas condu-m-s. luilrc eles merece menção uma pequena rede quanlitaliva, modelo de Apstein, cujo preço e de 34 mk, 15.

48

rede nunca descia a mais de 1 metro. Os locaes da pesca foram, como dissénjos, a enseada de Buarcos e a barra do iMondego.

Na enseada de Buarcos, as pescas foram feitas em frente da vila, a uma distância de terra que variava entre 500 e "2000 metros. A profun- didade era geralmente de 10 a 20 metros e o fundo arenoso. Utilizámo- nos de uma lanchinha de pesca, tripulada por três homens.

A bravura do mar, que por vezes, sobre tudo no inverno, nâo con- sente durante semanas seguidas a saída de uma embarcação pequena, que era, naturalmente, a única de que podiamos dispor, levou-nos a efei- tuar algumas j)esquisas na embocadura do Hio Mondego. Para deminuir a influência da agua doce, escolhiamos a ocasião da preamar; e as nossas observações mostraram-nos que o Plancton pescado nestas condições não* difere do da enseada. Infelizmente, quando o mar está levantado a ponto de impedir a saída em Buarcos, as aguas, ao passarem por cima dos bancos da barra, carregam-se de areia; e esta areia, acumulando-se no balde juntamente com o Plancton, vem prejudicar bastante o resultado das pescas.

Como o faz prever a proximidade da costa, o Plancton que obtivemos tem um carácter acentuadamente nerílico. As formas larvaes sam fre- quentes, particularmente os Pluteus e os Nauplius; sam muito abundantes, por vezes, umas formas curiosas que se aproximam muito dos organismos que Cleve reuniu debaixo da designação vaga de Ovuni hispidum (1); tam- bém observámos bastantes Vermes, e outras formas ainda, tipicamente iieríticas, a que nos referiremos quando nos ocuparmos dos respectivos grupos de organismos.

Encontrámos também no Plancton de Buarcos organismos salobros, par- ticularmente algumas Uiatomáceas. A presença destes organismos é uma consequência muito natural da proximidade do esteiro do Mondego. A iniluéncia do rio revela-se ainda, e de uma forma frisante, no apareci- mento do Plancton de numerosos grãos de pólen de Pinus markíma, e, sobre tudo, dos pêlos tam característicos de Olea Europaea, espécie que, sofrendo com o ar do mar, não vegeta junto da costa.

Não podemos pretenJer, aqui, enunciar resultados de ordem geral, tanto mais que os nossos trabalhos ainda estám em princípio. Julgamos contudo poder afirmar que no Plancton de Buarcos, as formas dominantes sam os Copépodes, os J)ino- e Cistollagelados, as Diatomáceas e os Tintí- neos (Ciliados). Os Kadiolários sam bastante raros, e o mesmo se verifica com os Foraminíferos holoplanctónicos, ao passo que os Foraminíferos,

(1) LoHMANN, Cysten, Eier und Larven Ergebnisse der Planklon-Expedilion der Humboldt-Stifíung.

49

cuja existência está lifíatla à presença de um substrato sólido, aparecem com alguma abundância, em certas condições a que mais tarde nos bave- mos de referir.

Apresentamos a seguir a lista das pescas que efeitu6mos até boje, e cujos resultados serviram de base a este trabalbo:

Número do lanço

2 3

7 8 9 10 12 14 13 16 17 18 19 20 21 22 2:5 25 2() 27 28 30 31 32

Data

3 de novembro de 1909

» »

30 de março de 1910. . .

» »

27 de abril de 1910 . . . .

)> »

12 de maio de 1910.... 21 de maio de 1910.... 18 de junho de 1910 ... 24 de junho de 1910...

2 de julho de 1910....

n »

6 de julho de 1910.... 8dejnlhode 1910....

i5 do julho de 1910.... 24 de julho de 1910....

1 de agosto de 1910. . . 15 de agosio de 1910. . . 29 de agosio de 1910...

1 de setembro de 1910 18 de janeiro de 1911 .

7 de fevereiro de 1911, 14 de fevereiro de 1911

Hora

2'' da tarde

2" 1/2

2

l^Vz 2h

1"

l^Va 1" 12''

2h 2" 1/2

12" da manhã 1" da tarde

Local

Enseada de Buarcos

6"

1" '/2 4"

l"'/2

» » » »

Rio Mondego

Enseada de Buarcos

» »

Rio Mondego

»

»

»

Enseada de Buarcos

Rio Mondego

»

Enseada de Buarcos

1) »

» »

Observações

Quantitativa

XXVÍ

.'iO

Pescas quantitativas

Procurámos realizar algumas determinações quantitativas, e, com quanto os resultados que obtivemos sejam muito deficientes e incompletos, não queremos deixar de os consignar aqui.

Servímo-nos da rede de pesca que descrevemos nas páginas preceden- tes, e que construímos na ideia de a aplicar a trabalhos quantitativos. Conscientes das grandes dificuldades inerentes òs pescas deste género, a que atrás tivemos ocasião de nos referir, abandonámos logo de princípio a ideia de efeituar determinações absolutas, e preocupámo-tios apenas em dispor as cousas para obter valores relativos da íreqiiéncia dos diferentes Planctontes, mas por forma que os resultados dos lanços fossem compará- veis entre si.

Desta forma, adiámos desnecessário tapar a rede com um obturador, e não tentámos sequer medir o seu coeficiente de resistência à filtração, que, atendendo ao seu grande ângulo de abertura, havia necessariamente de ser muito elevado.

Realizámos quatro determinações desta natureza, e abandonámos logo completamente esta ordem de trabalhos, por motivos de natureza diversa, particularmente pela falta não do material próprio, mas também do conhecimento suficiente da Flora e da Fauna que pretendiamos sujeitar à análise quantitativa.

Estas pescas foram feitas, como as simplez colheitas do Plancton, na enseada de Buarcos, a pequena distância da terra, e à superfície. Cada lanço durava 15 minutos, e, emquarito a pesca se efeituava, procurávamos determinar a velocidade do barco com uma barquinha vulgar, de llutuador, que, para pequenas velocidades, sem dúvida melhores resultados do que as barquiidias de hélice, ordinariamente denominadas «barquinhas de pa- tente».

O material pescado recolhia-se com todas as precauções a que atrás nos referimos. A seguir a cada lanço colhíamos uma amostra de agua, para a determinação da salinidade, e procedíamos a observações sobre temperatura e transparência da agua (1). Desta forma, cada pesca era acompanhada da nota das condições físicas mais importantes.

O material pescado era transportado logo para o laboratório, e aí, depois de convenientemente lavado e fixado, ficava em repouso durante

(1) Mais adeanie refcrimo-nos às observações sobre salinidade, temperatura ç transparência.

ol

24 horas numa (jrovela graduada. Terminado esse prazo, fazia- se a lei- tura do volume brulo, e procedia-se à contagem.

Para esse efeito, depois de convonietitemente diluída, a pesca era lan- çada num balão de vidro, d'onde se extraía uma amostra por meio de uma bombilha graduada, pela forma que indicámos na primeira parte desta Introdução. Essa amostra, que era sujeita à contagem, era geral- mente de 0.5 cc.

Como aparelho contador, servi-me do microscópio de que dispunha, um modelo médio da casa Keichert, a cuja platina apliquei um apare- Ihozinho de madeira, que facilitava a contagem e impedia as repetições. Umas lâminas de vidro, de 10x9 cm., quadriculadas em quadrados de 2 mm., e lamelas de 8x9 cm., completavam o nosso escasso material de trabalho.

Efeituada a contagem, uma símplez mulliplicaçào nos dava a composição da pesca total. Para que os resultados dos lanços fossem comparáveis uns aos outros, referiamo-los a uma pesca ideal em que a rede filtrasse uma columna de agua de 100 metros.

Os quadros seguintes resumem os resultados obtidos:

Lanço n.° 7

30 de março de 1910, a 1" Vz da tarde

Temperatura (ta agua 13°,6 Velocidade (por minuto) 30 ni.

Tianspaiéncia iiH cm. Duração da pesca lo mm.

Salinidade 36,3 Espaço percorrido 4.)0 m.

Volume bruto, total 2,3 cc.

Volume bruto, em 100 m 0,55 cc.

Planctontes (em 100 m.)

Crustácea ^ ...

Tintinninae Cytldroajclis campânula f>:'

Radiolaria Acunthomelra ^;'

Cystoflagelliae Noctiluca mitiaris ^-J

Dinoflagelliae Peridinium ãi pressum ;*.*

Ceratiiim fusus .• i'-!

Diatomaceae Biddulphia mobiliensis ^^j'^

outras Biddulpitia Jj

Chaetoch-as ^|J

Çoscinodiscus :.;.

Ovam hispídum _^ .

Total.

9321

»»

S2

Lanço n.° S

30 de março de 1910, às 2'' da tarde

Temperatura da agua.. 13°56 Velocidade (por minuto) 30 m.

Transparência 120 cm. Duração da pesca 15 min.

Salinidade 36,3 Espaço percorrido 450 m.

Volume bruto, total 2,5 cc.

Volume bruto, em iOO m 0,55 cc.

Planctontes (em 100 m.)

Crustácea 6038

Tintinninae CyttàrocycUs campânula 55

Radiolaria Acanfhomêtra 66

Cystoflagelliae Nactilnca miliaris 44

Dinoflagelliae Peridinium. depressum 111

Ceratium fusus 22

Ceratium furca 22

Diatomaceae Biddulphia mobiliensis 3074

Cliaetocêras 277

Coscinodiscus 66

Ovum hispidtim 366

Total 10141

Lanço n." 9

/ 27 de abril de 1910, à i^ da tarde

Temperatura da agua 14»,2 Velocidade (por minuto) 30 m.

Transparência 120 cm. Duração da pesca 15 min.

Salinidade 33,0 Espaço percorrido 4.'J0 m.

Volume bruto, total 5 cc.

Volume bruto, em 100 m 1,1 1 cc.

Planctontes (em 100 m.)

Crustácea 1864

Tintinninae CyttàrocycUs campânula 932

CyttàrocycUs serrata 622

Foraminifera Lituola 266

Cystoflagelliae NoctiWca miliaris 666

Dinoflagelliae Peridinium depressum 2131

Peridinium pellucidum 44

'— Ceratium fusus 932

53

Diatomaceae Thallassiothrix Nilschioides 577

Rhabdonema 89

Rhyzosolenia o728

Chaetocéras ilTiJ

Lepíocylindrus danicus 1 154

Biddulphia mobiliensis 4706

outras Biddulphia i:j(i6

Coscinodiscm 89

Stephnnopyxis turris 1420

Delonula Schrõderi 1483

Ovum hisptdum 799

Total 28580

Lanço n." IO

27 de abril de 1910, à l"* »/2 da tarde

Temperatura da agua 14»,2 Velocidade (por minuto) 30 m.

Transparência 200 cm. Duração da pesca lo min.

Salinidade 33,0 Espaço percorrido 450 ni.

Volume bruto, total 1 cc.

Volume bruto, em 100 m 0,22 cc.

Planctontes (em 100 m.)

Crustácea 2fi6

Tintinninae Cyltârocyclis campânula 88

Dinoflagelliae Peridinium depressum 400

Peridinium pellucidum, e outros Peridinium. . . 88 Diatomaceae Thallassiothrix Nilschioides ()66

Rhyzosolenia 1 o()40

Chaetocéras , 58840

Leptocylindrus danicus *. 0750

Biddulphia mobiliensis ^22

Detonula Schrõderi 12-)77

Echinupluteus 444

Ovum hisptdum ^^^

Total 96292

Observações

Os resultados dos lanços 7 e 8 foram obtidos a partir da média de duas contagens para cada um. Os lanços 9 e 10 baseiam-se apenas numa con- tagenj.

u

Os Crustáceos foram contados em globo, compreendendo as formas larvaes.

Os números relativos às Chaeloceras, Rhyzosolenia, Melosira, etc, refe- rem-se ao número de frústulas e não ao número de cadeias, que não foi determinado.

foram contados os organismos dos grupos indicados nas tabelas, a saber: Crustácea, Tinlinninae, Foraminiferat Cyslo/Iagelliae, Dinoflagelliae, Diaíomaceae, larvas de Echinodermàla, e as curiosas formas qne Cleve registou com o nome de Ovum híspídum. Todas as outras formas, aliás pouco numerosas, foram sistematicamente desprezadas.

.lá fica registado que a imperfeição tosca do nosso material nos per- mitia obter resultados aproximados, e, com efeito, como taes se devem considerar os que acima apresentamos.

Tanto o material obtido no lanço n." 7 como o obtido no lanço n.*^ 8 foi sujeito a duas contagens, correspondentes a duas amostras, como notámos nas Observações.

Apresentamos a seguir o resultado dessas operações, para que se possa avaliar o grau de precisão com que foram feitas :

Lamço n." 7

Volume bruto total 2,5 ce. diluído em álcool a 70" até perfazer o vohune de 50 cc. Volume das amostras sujeitas à contagem 0,5 ce.

4." amostra 2." amostra

Crustácea 259 201

Tintinninae Cyltàrocydis cmipanvla 2 3

Radiolaria Acanlhomêtra 2 I

Cystoflagelliae NoclilTica miliaris \ 2

Dinoflagelliae Peridinimn depressum 2 2

Ceratium fusus 2 1

Diatomaceae Chaetocêras 27 4

Cnscinodisrus O 1

Biddidphia mohilknsis 146 160

outras Bidilulpliia O 1

Otwn liispidiim l't 9

Total... 455 385

o.)

Lanço n.» 8

Volume bruto total 2,d cc. diluído em álcool a 70" até perfazer o volume de oO cc. Volume das amostras sujeitas à contagem 0,5 cc.

1." amostra 2.* amostra

Crustácea 294 233

Tintinninae Cyttãronjdis campânula 3 "2

Radiolaria AcanthomHra 5 1

Cystoflagelliae Noctiluca miliaris 2 2

Dinoflagelliae Peridinium depressum 5 5

Ceratium fnsus 1 2

Ceratium furca 1 l

Diatomaceae Cliaetoceras 17 8

Coscinodiscm 5 1

Biddulphia mobiliensis 159 118

Ovum hispidum 16 17

Total 508 390

As quatro determinações quantitativas que atrás apresentamos sam evidentemente insuficientes para caracterizarem o Plancton de Buarcos. Prestam-se porém a basear algumas reflexões, tendentes a evidenciar as inegáveis vantagens do método de Iíknsen.

Em primeiro lugar, é indiscutivel que a símplez leitura dos respectivos quadros sugere uma ideia muito mais precisa da composição do Plancton do que a que a estimativa poderia dar. Observa-se assim facilmente que nos lanços 7 e 8 as formas dominantes sam os Cruslacea, e que d'eu(re as Dialomaceae o primeiro lugar cabe à Biddulpliia mobiliensis, que é aliás uma das formas mais freqiientes do Plancton da nossa costa. Todas as outras espécies eslám fracamente representadas: das Cliaetoièras apa- recem apenas umas 200 ou 300 Irústulas, e as Rhyzosolenia, Leplocylin- (Irus e Melosira faltam absolutamente. Os Cyslo- e Dinoflagelliae revelam uma frequência fraca.

O quadro muda porém sensivelmente nos lanços 9 e 10, feitos 28 dias mais tarde. Os Crustácea manifestam um retraimento no lanço n.^ O, que se acentua no lanço n.° 10. Pelo contrário, a& Dialomaceae apresentam-se exuberantemente, quer no número de espécies, quer no munero de indi- víduos; e a freqiiéncia dos Tintinninae, Cysto- e Dinoflagelliae cresce no lanço n.** 9, para baixar novamente no lanço n.^ 10.

Os lanços 7 e 8 foram efeituados no mesmo dia, e com um pequeno intervalo; mas é importante notar que em ambos os pontos em que se Icz a pesca, as condições físicas e quítnicas do meio temperatura, transpa-

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réncia e salinidade, se conservaram constantes. E, em concordância com este facto, a análise qualitativa e quantitativa do Plancton correspondente revela uma semelhança que chega quase à identidade, atendendo a que os resultados das contagens devem ser apreciados grosso modo, sem atender a minúcias.

Esta concordância se não verifica nos lanços 9 e 10, feitos também no mesmo dia e com um pequeno intervalo. Com efeito, comparando os quadros respectivos notam-se diferenças importantes; limitar-nos hemos a indicar a redução do número dos Cruslacea no lanço n." 10, o apareci- mento dos Forominifera lanço n.° 9^ e o seu desaparecimento i^lanço n.° 10), o retraimento dos Cyslo- e DinofJageUiae neste último lanço coin- cidindo com o desenvolvimento preponderante das Diatomaceae dos géneros Chaetoccras, RhyzosoJenia. Leplocylindrus e Delonuhi.

É interessante notar que, se a temperatura e a salinidade correspon- dentes a ambas as pescas sam as mesmas, o mesmo se não com a transparência, que de 120 cm. (lanço n.° 9) passa a 200 cm. (lanço n.° 10).

E limitemo-nos a estas ligeiras considerações, porque o número exíguo das determinações quantitativas não nos permitiria mais.

Lavagem, flxagem e conservação do Plancton

Depois de efeituada a pesca, o matei ial colhido era transportado com a rapidez possivel para o laboratório (1). procedia-se então à obser- vação do Plancton ainda vivo, que oferece em geral muito interesse, e à separação para um frasco especial de algum organismo de maiores dimen- sões, que por ventura tivesse ficado preso pela rede.

Seguia-se a fixagom do Plancton, e a sua imersão no líquido conser- vador. Empregámos exclusivamente, como fixador, a solução concentrada de cloreto mercúrico, ou sublimado corrosivo. Escolhèmo-lo de preferência a qualquer outro pela simplicidade da sua preparação; e os resultados que obtivemos foram perfeitamente satisfatórios.

Como a mistura da agua do mar com a solução do sublimado lugar à formação de um abundante precipitado, o Plancton era cuidadosamente lavado em agua doce antes da sua immersão no fixador. A prática mostrou- nos que, empregando uma solução saturada de sublimado, no fim de o mi-

(i) A maior parle dos nossos iraballios foi feita num pequeno laboratório que montámos na nossa casa da Figueira da Foz.

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mitos de ImmersSo a íixagem era completa. Depois de fixado, o Plancton era novamente lavado; e passado sucessivamente por álcool a 30'' e a SO"*, e finalmente lançado em Álcool a 70^ onde se conservava.

Esta série de operações, que consistem essencialmente na immcrsão do Plancton numa série de líquidos, agua, solução fixadora, agua, Álcool a 30°, etc, é muito facilitado pelo emprego de um aparelhozinho extrema- mente símplez, que passamos a descrever.

Consta dum tubo de vidro, de uns 4 ou 5 centimetros de diâmetro, e de uns 6 a 10 centimetros de comprimento, numa das extremidades do qual se aplicou um fundo de gaze de seda, fixo por meio de um cordel. Para evitar que as bordas do tubo cortem a gaze, é conveniente lixá-las, ou melhor, passá-las à lâmpada. Este aparelho, assim constituído, a que daremos o nome de filtro de gaze, é muito semelhante ao balde das redes de pesca ; e, como vamos ver, o seu funcionamento é aproximada- mente o mesmo.

O Plancton trazido para o laboratório no frasco de boca larga é lançado neste filtro de gaze. A agua do mar escorre-se, ao |)asso que o Plancton é retido pelo fundo. Assim que toda a agua p-issou, e que o Plancton se acumulou junto da gaze, ruima massa amarelada, de aparência gelatinosa, immerge-se rapidamente o filtro até meia altura numa tina com agua doce (1). A agua penetra pelo fundo de gaze, e banha o Plancton; e agi- tando o filtro convenientemente obtém -se uma lavagem perfeita. Levanta-se então o filtro, e deixa-se escorrer a agua ; e assim que esta operação ter- mine, mergu!ha-se novamente o filtro até meia altura na solução fixadora, onde se deixa estar o tempo necessário, facilitando a acção do fixador por meio de uma agitação adequada. Segue-se a escorredela do líquido fixa- dor, nova lavagem na agua doce, immersão no álcool, etc. e em todas estas operações se utiliza sempre o mesmo filtro, do interior do qual o Plancton nunca sáe o que simplifica immenso as operações, e reduz muito as inevitáveis perdas de Plancton.

Quando o Plancton é muito miúdo, alguns Planctontes de menores di- mensões conseguem atravessar as malhas da gaze juntamente com a agua. Este caso dá-se sobre tudo com as Diatomáceas filiformes, particularmente com algumas Rhyzosolenia, Leplocylíndrus, Melosira, etc. Este prejuízo, que é insignificante nos casos ordinários, tem contudo muita imj)ortáncia no caso das pescas quantitativas; póde-se evitar fazendo passar novamente pelo mesmo filtro o líquido proveniente da primeira filtração, que con-

(t) É conveniente evitar um longo contacto entre o Plancton e o ar atmusft-rico. Por esse motivo, logo que a filtração acabe, é conveniente proceder iiiiiiiediatamenle à inversão do Plancton na agua, ou no líquido que se desejar.

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tém os organismos. O Plancton que se acumulou junto do fundo de gaze obstruiu parcialmente as malhas, aumentando muito-a finura do filtro, por forma que, na grande maioria dos casos, nesta segunda filtração todo o, material fica retido.

Quando a pesca é muito abundante, esta acumulação do Plancton junto do fundo do filtro chega por vezes a obstruir as malhas por tal forma, que a filtração deixa praticamente de se efeitiiar. Neste caso recomenda-se o emprego de uma série de filtros, cujos fundos tenham malhas de dimensões decrescentes, através dos quaes se faz filtrar sucessivamente o produto da pesca, a começar pelo de malha mais larga, e a terminar no de malha mais fina. O Plancton divide-se assim nos diferentes filtros, sem se acumular demasiadamente em nenhum deles, e a filtração efeitua-se relativamente depressa. Este processo tem ainda a vantagem, que é muito apreciável, de operar uma separação de Planctontes pescados segundo as suas dimen- sões. Esta separação, porém, nunca é perfeita; alguns Planctontes mais miúdos ficam sempre retidos nos filtros de malha larga, juntamente com os Planctontes maiores.

Empregámos frequentes vezes este processo dos filtros em série, com bons resultados. Adoptámos cinco tipos de gaze; a mais larga tinha 100 malhas em cm.^ e a mais fina, que era a mesma da rede, 4900 malhas por cm.^, como tivemos ocasião de dizer.

Da insj)ecção, à vista desarmada, do material pescado, deduzia-se apro- ximadamente a maior ou menor percentagem dos elementos finos e dos elementos grossos, e d'aí se concluia quaes dos tipos de gaze seria mais vantajoso empregar. As diferentes fracções desta filtração, que merece bem a designação de filtração fraccionada, conservam-se em frascos ou tubos difereiíles, convenientemente rotulados.

Como liquido conservador, empregámos exclusivamente o álcool a 70°, que nos deu muito bons resultados. O material colhido nas nossas pri- meiras pescas, em novembro de 1909, ainda se encontra actualmente, volvidos 16 meses, em perfeito estado.

Condições físicas e químicas

Além das colheitas de Plancton que fizemos na enseada de Buarcos, e cujo relatório temos apresentado nas páginas precedentes, tentámos tam- bém determinar para aquelle ponto da costa portuguesa o valor de algu- mas das condições físicas e quimicas do meio marinho que oferecem maior interesse ao Planclologisla.

Nesse sentido, fizemos observações sobre temperatura, transparência e

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salinidade. Os dados que obtivemos sám ainda muito escassos; achamos porém conveniente registá-los aqui.

Temperatur^a.

Fizemos apenas as seis observações, que vam indicadas no quadro se- guinte :

Teinperalura Data da observação oliseiv.ula

3 de novembro de 1909 14°,6

30 de março de 1910 13»,()

27 de abril de 1910 15°,2

12 de maio de 1910 15°,8

24 de junho de 1910 14",4

1 de setembro de 1910 17°,6

Estas observações foram todas feitas na enseada de Buarcos, a uma distância de terra comprehendida entre 500 e 2000 metros, no primeiro metro superficial. Empregámos um termómetro vulgar, que mantinliamos dentro dagua, à sombra, o tempo necessário.

O número das observações é demasiadamente pequeno para servir de base a quaesquer considerações. Temos porém motivos para crer que o regime lérmico da enseada é muito mais complexo do que o deixa supor o quadro que acima apresentamos.

Transpar-éncia.

Servímo-nos de um pequeno aparelho, fornecido pela casa Altmann, de Berlim, que consiste numa placa rectangular de porcelana vidrada, medindo 21x1 5, o cm., suspensa por uma corrente graduada. Mergu- Ihava-se a placa suspensa pela corrente, lentamente, e lia-se a profundi- dade a que deixava de ser visivel.

Obtivemos os seguintes resultados:

Transparência Dala e hora (cm cm.)

3 de novembro de 1909, às 2'' da tarde 170

28 de novembro de 1909, a l'' da tarde l'i<»

30 de março de 1910, à 1" Va da tarde 1"^0

27 de abril de 1910, ã 1'' da tarde 120

27 de abril de 191(1. á 1" '/. da tarde 2<^0

12 de maio de 1910, à 1" da tarde 40

24 de junho de 1910, às 2" da tarde 2«0

1 de selen)bro de 1910, a 1'' '/» da tarde -J^O

Estas observações foram todas feitas na enseada de Buarcos.

60

SalinidLade.

As determinações da salinidade foram feitas por meio da fórmula de

KUNDSEN (1)

S = 0,030 + 1,8050 Cl

sendo a percerila^em de cloro obtida por meio de uma solução titulada de nitrato de prata, segundo o processo conhecido. A tabela seguinte conta dos resultados obtidos :

Salinidade Data por lilro de agua

3 de novembro de 1909 Bee--,!

lo de dezembro de 1909 35s%2

30 de março de 1910 - . . . 36g^3

27 de abril de 1910 XW,0

18 de junho de 1910 36s%0

24 de junho de 1910 36s%8

1 de setembro de 1910 36s^,8

7 de fevereiro de 191 1 SSe^S

A média destas 8 determinações é 358^7. Tudo leva, porém, a crer que fora da enseada, mais longe da costa e da boca do rio, a salinidade das aguas seja ligeiramente superior à que este número indica.

L FLAGELLIA

Independentemente do interesse que merecem, por serem um dos ele- mentos mais importantes do Plancton, os Dinoflagelados atraem natural- mente a atenção dos Micrógrafos pela extravagância das suas formas, e pela complexidade da sua organização.

(1) Krummel, Handbuch der Ozeanographie, pag. 222.

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Não nos ocuparemos aqui do estudo da sua morlologia, da sua fisiologia ou do seu desenvolvimento ontogénico; consideramos esse assunto estranho ao nosso plano de trabalho. Limitamo-nos, a esse respeito, a citar a obra de F. Schutt, Die Peridtneen der Planklon-Expedilion, I, Theil (I), que é, sem dúvida, o trabalho mais completo que modernamente se tem produzido sobre os Dinollagelados. Faremos, porém, algumas considera- ções àcêrea do papel que desempenham no Plancton, do qual sam, como dissemos, um dos elementos mais importantes; e isso levar-nos ha a apre- ciar os fenómenos adaptativos que sam a consequência do seu modo de vida planctónico, e a traçar as Hnhas geraes da sua distribuição nos mares.

Abstraindo das Bactérias, o Microplancton vegetal é constituído pelos Dinollagelados, pelas Diatomáceas e por outras Algas, aliás relativamente pouco numerosas. Visto que no Mar, como na Terra emersa, a Vida ve- getal é o substrato de toda a Vida orgânica, segue-se que a distribuição destes organismos tem em Planctologia uma importância fundamental.

O concurso da energia solar é indispensável para que se efeilue a sín- tese vegetal, e por isso os domínios dos Fitoplanctontes não vam além dos limites da região diáfana. Mas a incessante queda dos cadáveres dos orga- nismos superficiaes, sendo a única fonte de alimento orgânico nas grandes profundidades, faz ainda depender, directa ou indirectamente, o desenvol- vimento da Fauna abissal do da Vida vegetal dos estratos superiores.

Esta dependência da radiação solar torna particularmente necessária para os Dinollagelados, como para os outros Fitoplanctontes, a sustenta- ção nos estratos aquosos correspondentes à região diáfana. E, realmente, é nestes organismos que atingem a maior perfeição os aparelhos que per- mitem e facilitam esta sustentação aparelhos, a que poderemos talvez dar o nome de aparelhos suspensores, ou hidrostáticos.

A existência destes aparelhos hidrostáticos, que é muito frequente entre os Planctontes, deve tomar-se como o resultado de um fenómeno de adaptação à Vida pelágica. Estes aparelhos sam aliás muito diversamente constituídos, segundo os diferentes organismos; e nalguns casos, além de tornarem possível a sustentação na agua, determinam também movimentos verticaes.

Mas ha muitos casos em que a sustentação não é devida a uma dispo- sição especial. É o que se particularmente com os Dinollagelados, que sam dotados de movimentos próprios. Neste caso é a deslocação activa do organismo, que se pode efeituar tanto no sentido vertical como euj quul-

(l) Esta obra faz parte do relatório científico expedição do National a que temos aludido : Ergebnisse der Plankton-Expcdition der Hiwiboldt-Sdflumj, heruusye- geben von Victor Hensen^ Kíel.

(y-1

quer outro, que evita que ele seja arrastado para profundidades incom- pativeis com as suas condições de existência. É, como dissemos, o que sucede com a maioria dos JJinoílagelados, cujos curiosos movimentos heli- coidaes sam, sem dúvida, o que principalmente os sustenta no seio das aguas.

Alguns factos de observação tendem porém a mostrar que além do seu próprio movimento, estes organismos dispõem ainda de outros meios de evilar que uma queda prolongada ou rápida os arraste para as zonas pro- fundas, onde a falta de luz os condenaria a uma morte certa.

Assim KoFOiD observou que o Tripsolenia, logo que cessa o movimento dos seus llagelos, tende a abandonar a posição vertical pela horizontal, posição esta em que a resistência da agua, devida à sua grande superfície, reduz a velocidade da queda a um valor mínimo. O mesmo autor refere ainda que o Ceratium Iripos consegue modificar as suas condições de sustentação quer alongando as hastes, quer abandonando-as, por um fenó- meno de autotomia. As enormes membranas alares do Ornilhocercus splen- didus devem ser consideradas como um pàra-quedas, e a forma alongada de alguns Amphisolenia talvez se explique pelo facto dessa forma facilitar a sustentação, semelhantemente ao que se com muitas Diatomáceas. A formação de geléa. envolvendo o organismo exteriormente, e de gotas oleaginosas, no protoplasma, também tem, provavelmente, uma acção im- portante sobre a lluctuabilidade; mas o papel destes agentes não é ainda conhecido com suficiente clareza (I).

Muitos Dinollagelados tornam-se ainda interessantes pelo facto de serem fosforescentes. Mas tanto neles, como em todos os outros Microplanctontes em que o mesmo facto se dá, a produção de luz deve considerar-se não como um fenómeno adaptativo, mas apenas como uma consequência se- cundária da sua actividade orgânica, sem significado biológico de maior importância.

A distribuição dos Dinollagelados não é ainda coidiecida com suficiente precisão. As investigações de Ghan, Schutt é Vanuoffen levam porém a crer que, em geral, eles se devem considerar como habitantes das aguas quentes, ao passo que a grande massa das Diatomáceas planctónicas teria uma preferência acentuada pelas aguas frias (2).

(1) Estes ligeiros dados àcêrca das condições de sustentação dos Dinoflagelados sam extraídos da obra citada de Steuer.

(2) Steueh, pag. 3?)9.

í)3

Esta afiimaçrio, porém, se pode e deve aceitar como e\|)rimindo os factos na sua grande generalidade; pois nào ha alguns Dinoilagelados que vivem normalmente nas aguas do Pólo norte [Dinophysis Vanhôfjem, OsTENF. (1), Peridinium calenaium, Levander (2), Ceralium hijperhureiím, Cleve (3), etc), como também as Diatomáceas estAm representadas nas regiões equaloriaes por um número elevado de espécies (4).

ScHRODER afirma que nos mares quentes existe como que um anta- gonismo entre estes dois grupos de organismos, por forma que, ou os Dinoilagelados sam dominantes, e as Diatomáceas pouco numerosas, ou vice-versa (5),

Trata-se, porém, em ambos os casos, de informações vagas e pouco precisas.

O planctologista escandinavo Gran apresentou para o Mar do Norte uma divisão dos Dinoflagelados em quatro grupos biológicos, que decerto se poderá aplicar a todo o Atlântico septentrional. Ksses grupos sam os seguintes :

Espécies árticas duas espécies, das quaes a mais importante seria o Ceralium arcãcum (Ehr.) Cleve;

Espécies boreaes em número de oito, sendo de entre elas a mais característica o Cerntium longípes (Bailey) Gran;

Espécies atlantico-temperadas cujo número se eleva a doze; Ceralium macroceros (Ehr.) Cleve, e Ceralium horrkhim Gran (==inlermedium Jõrgensen) seriam as espécies mais frequentes;

Espécies atlantico-tropicaes das quaes apenas cinco se en- contrariam no Mar do Norte, como hóspedes pouco frequentes; Ceralium compressum Gran deve considerar-se como o represen- tante do grupo (6).

Segundo o seu autor, esta divisão, de que acabamos de indicar os principaes tópicos, além de representar o agrupamento natural dos Dino- ilagelados do Mar do Norte, poder- se hia ainda tornar extensiva a todo o Plancton d'aquelas regiões. As espécies dominantes, que indicámos a |)n)- posito de cada grupo, tomariam assim o valor de espécies caracterís- ticas de determinadas associações planctónicas.

(i) Cleve, The seasonal distribulion of atlantk IHanklon organisms, pag. 241

(2) Cleve, loc. cit., pag. 256.

(3) Cleve, loc. cit., pag. 223.

(4) Steuer, loc. cit., pag. 473.

(5) Citado em Steuer, pag. 473.

(6) Steuer, loc. cit., pag. 475.

04

Mas os dados mais completos acerca da distribuição no Atlântico, nâo dos Dinoflagelados, como também de todos os outros Planclontes, en- contram-se hoje, sem dúvida, na obra magistral de Cleve, The seasonal dislribulion of atlaníic Planklon organisms. vêem resumidas um número elevadíssimo de observações, consistindo na indicação não da data e dos lugares da colheita das diferentes espécies, como também dos valores máximos, mínimos e médios da temperatura e da salinidade das aguas em que essas colheitas foram feitas.

Apresentamos a seguir a lista das espécies que encontrámos no Plancton de Buarcos, e que classificámos no decorrer dos nossos trabalhos. Inútil será dizer, que somos os primeiros a afirmar que esta lista está longe, muito ionge até, de estar completa; quer-nos, porém, parecer que nela estarám comprehendidos os Dinollagelados mais frequentes naquele ponto da nossa costa, que imprimem ao Plancton a sua feição característica.

Cada espécie vae acompanhada de uma curta diagnose, à qual juntamos a referência não do niès, como também do lançu em que foi recolhida. Para simplificar, indicamos os lanços pelo respectivo número de ordem, envolvido em parênteses rectos [J, segundo a tabela que exposémos na Introdução. Também apresentamos algumas ligeiras observações sobre temperatura, salinidade, etc.

Para levarmos a efeito a classificação das espécies, servimo-nos sobre tudo da obra de O. Paclsen, Peridiniales, que constitue a parte XVIII da magnífica colecção que se está publicando com a denominação genérica de Nordisches Planklon (1). Também nos foi bastante útil o livro citado de ScHUTT, Die Peridineen der Planklon- Expedition, I, Theil, que faz parte do relatório científico da expedição do National (2). Fazemos tam- bém numerosas referências à obra, citada, de Cleve.

Para evitarmos repetições imiteis, limitamo-nos a indicar estas três obras pelos nomes dos respectivos autores.

Seguimos Paulsen na ordem de enumeração das diferentes espécies. A respeito de sinonímia, limilamo-nos ao absolutamente indispensável,

(1) Nordisches Planklon, lierausgegeben von prof. Dr. K. Brandt und prof. Dr. C. Apstein, Kiel und Leipzijí, Veilag von Jjipsius & Tisclier.

(2) krgebnisse der Planídon- Expedition der Ilumholdt-Sliflung, herausgegeben von YiCToa IIensen, Kicl und Leipzig, Yerlag von Lipsius & Tisclier.

c

principalmente pelo motivo de que o nosso escassissimo material de tra- balho nos dava margem para bem pouco. Nào nos parece, porém, grande inconveniente nesta omissão, tanto mais que as espécies que indicamos vam todas referidas ao livro de Paulscn, onde as indicações sinonimicas se encontram com desenvolvimento suficiente.

Fam. PROROCENTRACEAE ProroeeiítrHiiii iiileaiis, Ehr.

(Paulsen, pag. 8) Est. II, fig. 1

Corpo comprimido laleralmente. Face dorsal mais convexa do que a face ventral, o que (orna asimélrico o conlórno da vista lateral. Na parte poste- rior existe um dente ou espinho forte e desenvolvido, que serve de suporte a uma membrana que, fixando-se nele por um lado, vem pelo outro inserir-se ao longo da linha média dorsal. Na raiz desle dente, e para baixo, ha uma pequena depressão donde parle um flagelo.

Em pequenas amplificações, lanto a membrana como o llagelo sam dificilmente visiveis, e esta forma tem a aparência de uma folha, cujo pecíolo seria o dente posterior.

Cleve nào se refere a esta esp''^cie, e Paulsen classifica-a como nerí- tica, com larga área de dispersão.

Encontrámos o P. micans em agosto e setembro [35, 3 O, 38].

Fam. PERIDINIACEAE

nÍllO|»liyíSíÍ!S ovil III, SCIIUTT

(Paulse.n, pag. 17; Schutt, Est. I, fig. 6) Est. II, Fig. 2

Forma mais ou menos regularmente oval, vista de lado; e lateralmente comprimida, como todas as formas do mesmo género. Funil bastante fundo ; g xxvi

ee

membrana alar desenvolvida, sustentada por três espinhos. Superfície com pontuações (poroides).

Encontrámos o D. ovum nos meses quentes, julho e agosto [81, 88, 85], mas com uma frequência muilo fraca: apenas observámos dois ou três exemplares.

Ooiiiaiilax >«»|iiiiifoi>a (Clap. e Lâch.)

(Paulsen, pag. 29)

Est. II, figs. 3, 4 e 5

Forma globular, asimétrica. Haste apical distinta, bipartida por uma fenda fenda apical que se prolonga para a parle posterior, consti- tuindo o sulco longitudinal. Parte posterior arredondada, com dois (às vezes mais) espinhos ou dentes fortes e salientes. Sulco transverso helicoidal, bastante fundo, com asas pouco distintas. Sulco longitudinal em forma de S; começa na fenda apical, muito estreito, contorna as extremidades destrocadas do sulco transverso, e vem terminar, largo e pouco profundo, na região posterior, onde inserção, nos seus bordos, aos espinhos ou dentes a que nos referimos. Superfície com numerosos poroides, grandes e evidentes, munida de pequenos espinhos, nem sempre facilmente tisiveis. Limites das placas pouco distinctos.

Tanto esta diagnose, como as figuras correspondentes, diferem nalguns pontos das de Paulsen. Nos exemplares que observámos, e a que nos referimos aqui, a fenda apical 6 muito mais larga e funda do que o indica a estampa daquele autor, e a fenda longitudinal que nessa estampa é quase rectilínea, tem nos nossos exemplares a forma em S, bastante sensivei, a que aludimos. Outras ligeiras diferenças se poderiam ainda notar, mas de menor importância.

Estas diferenças sam, porém, compensadas por numerosas semelhanças, que nos levaram a classificar os nossos exemplares como pertencendo à espécie G. spinifèra de Claperède e Laciijiann. Ficam, porém, de as reservas acima indicadas, até que trabalhos posteriores venham elucidar completamente este assunto.

Além das formas típicas, a que se refere propriamente a nossa descrição, e que vêem representadas nas figuras 4 e 5 da Estampa II, observámos também algumas formas mais pequenas, com poroides menos numerosos. É a elas que diz respeito a figura 3.

Nào nos achamos habilitados a afirmar se se trata de uma símplez

6/

variedade do G. spinifera, Clap. e Lacii., ou de uma forma especifica- mente diferente (talvez o G. poli/fjranww, Stein. Paui.srn, pag. 29).

Notámos o aparecimefito do G. spinifera em juidio, jullio e agosto [15, §8, *ii, 5Ô*Í, *è&]. Durante estes meses, porém, a sua j)resença nào foi constante.

Clkve (pag. 250) indica 12° como limite máximo de temperatura da agua em que tenha sido encontrado o G. spinifera. As nossas modestas observações não condizem com as do ilustre Planctologista escandinavo: assim, a pesca ['áS], em que este organismo estava presente, foi feita em aguas cuja temperatura era de 17°,5.

I*eridiiiliiiii ovattiiu (Pouchet), Schutt

(Paulsen, pag. 4i; Schutt, Est. XVI)

Est. II, figs. 6 e 7

Forma elipsóide achatada, com a face superior ligeiramente reniforme. Haste anterior muito pouco desenvolvida; hastes posteriores ausentes. Sulco transverso quase no mesmo plano, ocupando a região equatorial, com asas eslriíidas radialmente; sulco longitudincd na parte posterior, com expan- sões (dares muito desenvolvidas. Superfície pontuada.

O P. ovatum é um elemento bastante frequente, mas sempre muito pouco abundante no Plancton de Buarcos. Observámo-lo em abril [O, IO], maio [l-t], junho [S5, fl©], julho [18, «O, 81, 88] e agosto [8«], mas o número de exemplares era sempre muito reduzido.

l*ei*Í(B3BlÍS8lll ^tCMItii, .ToRGENSEN

(Paulsen, pag. 47; Perkiinium Michaelis, Schutt, Est. XIV, fig. 46)

Est. II, figs. 8 e 9

Forma geral piriforme. Haste anterior desenvolvida. Sulco transverso aproximadamente no mesmo plano, munido de membramts. Sulco longitu- dinal só na parte posterior, com asa do lado esquerdo. Esta asa, prolon- gando-se, confunde-se com a haste posterior esquerda, reduzida, como a

t »

68

direita, a um longo espinho com membranas alares. Superfície finamente reticulada.

Julho [81], agosto [8ô] e setembro [^88], quantitativamente pouco frequente.

Peridiíiiiiiii pcllucSdiíiu (Bebgh), Schutt

(Paulsen, pag. 49; Sghutt, Est. XIV, tig. 4o)

Est. II, figs. 10 e 11

Forma regular, um pouco comprimida na sentido dorsiventral. Haste anterior comprida e bem desenvolvida, terminando num orifício largamente aberto; hastes posteriores em forma de espinhos compridos e fortes, munidos de membranas alares muito desenvolvidas. Sulco transverso aproximada- mente no mesmo plano, alado. Sulco longitudinal posterior, largo e pouco fundo, com asas, das quaes a esquerda, a mais desenvolvida, se prolonga para trás, para fora do contorno do corpo, formando um espinho, ou antes, um gancho, muito saliente, revestido pela membrana da haste posterior es- querda. Superfície finamente reticulada; suturas lineares.

Os desenhos de Paulsen e de Schutt apresentam grandes diferenças. Os exemplares que observámos correspondem perfeitamenle aos deste último autor.

Encontrámos o P. pellucidum em abril [IO], junho [lo, I©], julho [18, «I], agosto [««, «G, »9] e setembro [8 8].

Cleve (pag. 269) indica 3o^^63 %o como o máximo de salinidade caraterístico desta espécie. Nós encontrámo-la, porém, em aguas de sali- nidade superior: 36»S8%o [88].

Pcrifliiiieaaii cleiírciiifsiiiii, Bailey

Paulsen, pag. 53; Schutt, Peridinimn divertjens, var., Est. XIIÍ, fig. 43)

Est. II, figs. 12 e 13

Forma relativamente grande, e asimétrica, em virtude da haste posterior direita ser mais desenvolvida do que a esquerda. Sulco transverso quase plano, com asas muito distintas. Sulco longitudinal bastante fundo, come'

69

çando no sulco transverso e terminando na região posterior, entre as dnas hastes, por uma depressão profunda. Hastes bem desenvolvidas. Suturas lineares, facilmente visiveis, sem zonas intercalares; superfície das placas nitidamente reticulada.

P. dipressum é, de entre os Dinoflagelados, a forma mais comum e mais abundante do Plancton de Buarcos. A sua presença é constante, salvo raras excepções aliás explicáveis, desde março atr novembro, e, talvez ainda, até dezembro [S, », 9, 8, », IO, l«, 14, 15, 16, 19, 18, 90, 91, 39, 9S, 9ã, 96, 99, 98].

Segundo supomos, Cleve refere-se a esta forma com o nome de P. divergens, Ehr. (pag. 258). O P. depressum, Bailey, deste autor, é uma forma muito esteno-térmica e esteno-halina, que habita as regiões frias (temperatura média, cerca de 8"). Esta composição é justificada pelo facto de, a propósito do P. divergens, Ehr., Cleve se referir à fig. 43 da Est. XIII da obra de Schitt, precisamente como o faz Paulskn a pro- pósito do P. depressum, Bailey, que aqui nos ocupa.

Desta forma comprehende-se que sendo o P. depressum, Bailey, da obra de Cleve um organismo altamente esteno-térmico e esteno-halino, adaptado às aguas frias, o nosso P. depressum, Bailey, seja bastante euri- térmico e euri-haiino, vivendo em aguas de temperatura média muito mais elevada.

Com efeito, nós encontrámo-lo em aguas cuja salinidade variou de 338'' 7oo [9] a 368^8%o [i«» *^8]. e cuja temperatura esteve com- prehendida entre 1 3*^,6 [9] e 17°,6 [9 8]; observações estas, que estám perfeitamente de acordo com os dados que o ilustre planctologista escan- dinavo indica a respeito do organismo que regista na sua obra com o nome de P. divergens, Ehr., como atrás dissemos.

l*erifliiiÍHiii clauflicauii, Pailsen

(Paulsen, pag. 55) Est. II, fígs. 14 e 15

Forma asimétrica, com a haste posterior direita mais desenvolvida do que a esquerda, bastante parecida com o P. depressum Bailev, do qual se distingue, entre outros caracteres, por ser mais pequena e maia alongada. Hastes bem desenvolvidas. Sulco transverso quase num plano, munido de asas. Sulco longitudinal na região posterior, bastante fundo, com asas muito distintas, terminando na região posterior por uma depressão, limi-

70

tada de um e outro lado pelas eatremidades das asas, extremidades que, prolongando-se bastante, formam dois pequenos espinhos salientes. Suturas lineares, geralmente bem visiveis; superfície em mosaico (reticulada) do tipo hexagonal.

O P. claudicans, Paulsen, é muito semelhante ao P. divergens, Ehr. (Paulsen, pag. 54), do qual se distingue sobre tudo por não ter faxas intercalares.

Por motivos semelhantes aos que invocámos a propósito do P. depres- sum, Bailey, somos levados a supor que Cleve não distingue esta forma do P. Oceanicum, Vanhuffen. Pallsen também a entender que o P. claudicans, Paulsen, se aproxima muito daquela forma.

Encontrámos o P. clandicans, Paulsen em julho [fl8, 81, 2 31 e em agosto [5íô]. Numa das pescas, a sua frequência foi bastante elevada [81].

RerieSiBiiioiii clivergeiíst Ehk.

(Paulsen, pag. 56; Schutt, Est. XIII, figs. 43, 19-43, 21-43, 22)

Est. III, figs. 16 e 17

Forma asimêtrica. Haste anterior mais ou menos bem desenvolvida. Hastes posteriores bem desenvolvidas, bastante divergentes, limitando late- ralmente uma região deprimida, onde fazem saliência dois espinhos corres- pondentes às extremidades das asas do sulco longitudinal. Sulco l)ansi'erso quase plano, com as extremidades apenas ligeiramente destrocadas, com asas distintas, estriadas. Sulco longitudinal na parte posterior, terminando numa região deprimida, entre as hastes posteriores, com asas que se prolon- gam para além do contorno posterior, originando dois espinhos, dos quaes o esquerdo é particularmente visível. Faxas intercalares tracejadas, largas e muito visiveis. Sujjerfície das placas em mosaico, com protuberâncias ou pequenos espinhos.

O P. divergens é muito semelhante ao P. claudicans, do qual se distin- gue especialmente pelo facto de ter faxas intercalares.

Eecontrámo-lo freijuenles vezes no Plancton de Buarcos, desde junho até setembro, e, talvez, até outubro [li?, i<», 15, ííí, 80, 81, '48, 85, 8®, 88], sendo contudo o número de exemplares semj)re relativa- mente deminuto.

71

l*Cl*Í4lÍllÍlllll COISiclllll, (jRAN

(Paulsen, pag. 58)

Est. III, Figs. 18 e 19

Forma asimélrica em relação ao plano sagital, com o aspecto de um pentágono com a base concava; superiormente reni forme. Parle anterior em forma de cone, sem haste anterior dislincta; hastes posteriores também em forma de cones, terminando por um espinho pequeno e por vezes pouco vi- sível. Suturas lineares, e superfície pontuada.

Na diagnose do P. conicum, Paulsen indica a existência nesta forma de faxas intercalares. Nunca conseguimos, porém, ver essas faxas, apesar das nossas observações terem sido feitas num número elevado de exem- plares.

Encontrámos o P. conicum em junho, julho e agosto [15, Zt, 8 8]. Cleve não se refere a esta forma, pelo menos com o nome específico que adoptamos.

B*eri€liiiiiiiíi iiCBi<ag;oiMiiii? Gran

(Paulskn^ pag. 59)

Est. III, fig. 21

Forma asimélrica, glohosa. Hasle anterior indistíncla, com o orifício terminal em forma de fenda larga. Hastes posteriores pouco distínclas, com espinhos fortes nas extremidades. Sulcos sem asas; sulco transverso empe- nado, e sulco longitudinal profundo, começando no transverso e terminando enlre as hastes posteriores por uma depressão funda. Suturas lineares, bem visíveis. Superfície revestida de pequenos espinhos, ligados uns aos outros, dentro de cada placa, por linhas (saliências lineares /J que formam curiosos desenhos em zigue-zague.

A classificaçào desta forma deve considerar-se como provisória. Com efeito, difere sensivelmente do P. penlagonum, Gran, tal qual o descreve Paulsen, como se poderá verificar comparando as diagnoses e as estam- pas respectivas. Resolvemo-nos, porém, a apresentá-la com aquele nome,

72

visto não termos elementos para fazer a classificação definitiva, e, das espécies descritas por Padlsen, ser o P. penlagonum, Gban, a que mais se aproxima dos nossos exemplares.

Encontrámos esta forma apenas em três lanços: em julho [81] e em agosto [35, 8«].

Pericliuiuni siiliiucruiis, Paulsen

(Paulsen, pag. 60)

Est. III, fig. 20

Forma asíméírica em relação ao plano sagltal, com o aspecto de um pentágono irregular, com os lados ligeiramente sinuosos, vista de frente. Vista superiormente, apresenta um contorno quase reniforme. Haste ante- rior indistincta; hastes posteriores ausentes, substituídas por dois pequenos espinhos, nem sempre visíveis. Sulco transverso bastante profundo, sem asas, e plano; sulco longitudinal na parte posterior, largo, pouco fundo e sem asas distinctas. Faxas intercalares nitidamente visiveis, particularmente na parte anterior. Superfície pontuada.

O P. subinermis, Paulsen, parece ser bastante raro no Plancton de Buarcos; encontrámo-lo em três lanços, nos meses de julho [31] e agosto [35, 3G], mas sempre com uma frequência numérica fraquíssima.

Periflíiiiiiiii piiiicluladiiii, Paulsen

(I^AULSEN, pag. 61)

Est. III, ílg. 22

Forma asimélrica cm relação ao plano sagilal, glohosa, superiormente com um contorno quase circular. Sulcos sem usas, bastante profundos; hastes indislinclas. Suturas lineares, e superfície revestida de pequenos espinhos.

Maio [11], junho [15, IG, 18] e julho [30, 31]. Freqiiéncia numérica fraca.

73

Ccraliiiiii |»laij(*»i*iio, v. Daday

(Paulsen, pag. 74)

Est. III, fig. 23

Hasle anterior comprida, aberta na extremidade. Hastes posteriores muito desenvolvidas, chatas e muito largas, também abertas, curvadas na raiz, e com a parle distai grosseiramente paralela à haste média. Parte posterior do corpo com espinhos, ligados por expansões membranosas. Superfície com pontuações, abundantes na haste média e na parte central do corpo, raras ou ausentes na parte distai das hastes lateraes.

Segundo Cleve (pag. 229) a área de dispersão do C. platycorne, v. Daday, está situada no Atlântico oriental, entre os Açores e as Ilhas Britânicas.

Encontrámo-lo apenas em agosto [«©"], setembro [^8] e novembro [9, 3], e sempre raro.

*

* *

A figura 24 da Estampa III regista uma forma de Ceralium que difere do C. platycorne, v. Daday, pelo facto da dilatação das hastes lateraes estar circunscrita apenas à extremidade. Classificámos provisòriamte esta forma como uma variedade do C. platycorne, v. Daday. Pescámo-la em julho [30].

Não queremos, porém, deixar de observar que, de entre os exemplares desta variedade que vimos, havia alguns que a maior dilatação das hastes lateraes aproximava do C. platycorne, v. Daday, tí[)ico, mas outros em que essa dilatação se reduzia a proporções míinmas. Neste último caso os exemplares assemelhavam-se extremamente ao C. compressum, (Ihan (Paulsen, pag. 81; e, mais adeante. pag. 76), devendo mais ser conside- rados como uma variedade desta última espécie, do que do C. platycorne.

Ora, segundo as nossas observações, o C. compressum, Guan, aparece no Plancton de Buarcos durante os meses de jutdio e julho, ao jiasso que o C. platycorne, v. Daday se apresenta mais tarde, em agosto e setem- bro. Por outro lado, a data do aparecimento da variedade que nos ocupa, efeitua-se em julho, e talvez em agosto.

Estes factos sam de molde a sugerir a existência de uma transformação

74

do C. compressum, Gran, no C. platycorne, v. Daday, transformação que teria lugar, nas nossas latitudes, durante os meses de julho e agosto.

Tratar-se hia de um exemplo típico e extremamente interessante de variação temporal (1).

Evidentemente, não temos a pretensão de apresentar aqui conclusões definitivas, o que, aliás, não seria justificado pelo pequeno desenvolvimento das nossas investigações. Limitamo-nos a apresentar o problema, espe- rando que trabalhos futuros lhe venham dar uma solução cabal.

Ceraliiiiit flicÍero<*aiii|iCiiiii (Jorgensen), Ostenf. e Schiviidt

íPaulsen, pag. 76)

, Est. IV, fig. 25

Haste anterior comprida, aberta, com espinhos sem expansões membra^ nosas dirigidos uns para cima, outros para baixo. Haste posterior direita muito curva, por forma que a parte distai, fina e fechada, é ^perpendicular à haste anterior. Haste posterior esquerda também curva, mas não tanto como a direita. Superfície com pontuações.

Tanto na diagnose desta espécie, como na respectiva figura, Paclsen não indica os espinhos, sem membrana, que revestem a haste anterior.

Segundo Cleve, que se refere a esta forma com o nome de C. [tripos, var.) arietinum, Cleve (veja-se a este respeito as indicações de Paulsen acerca da sinonímia), o C. heterocamptum teria a sua principal área de distribuição na parte temperada do Atlântico oriental. Nós observámo-lo em julho [83] e agosto [8í].

Cera li II 111 irifioís (O. F. Muller) Nitscii

(Paulsen, pag. 77 ; Schutt^ Est. X e XI, fig. 40)

Est. IV, Figs. 26 e 27

Haste média comprida, aberta, geralmente rectilínea, por vezes ligeira" mente curva. Hastes lateraes fechadas, muito curvas na parle proocimal.

(1) Steler, Plaiiktonkmidej pag. 238 c scg.

75

pouco curvas ou mesmo rectilíneas na parte distah Contorno poster ior do corpo muito regular, sem grandes depressões na raiz das hastes lateraes. Superfície pontuada.

Paulsen considera nesta espécie duas variedades: a var. atlântica, em que as hastes lateraes sam bastante divergentes; e a var. subsalsa, em que elas sam aproximadamente paralelas à haste média.

O exemplar que representamos na figura 27 da E>tampa IV aproxi- ma-se mais da segunda variedade do que da primeira; mas observámos também exemplares que pertenciam indiscutivelmente à var. atlântica (Est. IV, fig. 26).

C. tripos (O. F. Muller) Nitscii é um elemento muito constante no Plancton de Buarcos, se bem que nunca se apresente em grandes quan- tidades.

.Junho [i5, 16, 19], julho [IS, *40, 81, «3, 33], agosto |"«5, 36, «?] e setembro [88].

C. tripos é aliás um dos Pianctontes que mais abunda no Atlântico oriental (Cleve, pag. 231).

Segundo os trabalhos de Lohmann (1), o C. tripos, Nitsch, var. sub- salsa, durante os meses do verão e do outono divide-se, dando origem a formas que nalguns casos sam semelhantes à forma-màe, mas que noutros casos diferem muito dela.

Destas últimas encontrámos duas, no decorrer dos nossos trabidhos, cujas diagnoses inserimos a seguir.

Cei*atiiini tripos, var. Niilisnlsn,

f. lÍBieala (Eim.), Lohmann

(Paulsen, pug. 88; Sciiutt, Est. IX, íig. 36) Est. V, Fig. 31

Corpo apròximadamenie tam largo como comprido (sem as hastes). Haste anterior aberta, muito disíincta, e comprida; hastes posteriores muito distinc-

(1) Citado em Paulsen, pag. 79.

76

tas, e fechadas; a esquerda, mais comprida, está no prolongamento da haste anterior, ao passo que a direita, mais curta, diverge dessa direção. Sulco transverso aproximadamente no mesmo plano, sem asas. Superfície com pontuações e com esculturas lineares.

Não registámos as datas de aparecimento desta forma.

Ceratiiiiii trípos, var. sliísalsa, f. lata, Lohmann

(Paulsen^ pag. 88)

Est. V, fig. 32

Forma muito semelhante à anterior, mas com a haste anterior mais comprida e as hastes posteriores mais curtas, relativamente. Superfície com escidturas em mosaico.

Nào registámos as datas de aparecimento desta forma.

Ceraliiiiii coiii|ik*csisiiiii, Gran

(Paulsen, pag. 81)

Est. IV, Tigs. 28 e 29 ; Est. V, fig. 30

Haste média forte, aberta, com duas fiadas lateraes de espinhos, por vezes muito fortes e desenvolvidos, ligados por expansões membranosas, cm forma de serrilha. Hastes lateraes grossas, fortes, abertas, curvas na parle proximal por forma a tornarem-se apn)ximadamente paralelas à haste média na parle distai. Contorno posterior do corpo com duas depressões correspondentes à raiz das duas hastes lateraes, revestido de espinhos fortes, ligados por membranas, em forma de serrilha, que se exlende pelo contorno externo das hastes lateraes. Superfície com pontuações mais ou menos abun- dantes, € por vezes com esculturas salientes, irregulares.

Observámos o C. compressum, Guan nalgumas pescas em junho [IO, 1?] e em julho [1», «O, »l].

77

Ceratíiiiu fiirca (Ehr.), Clap. e Lacu.

Paulsen, pag. 90; Schltt, Est. IX, fig. 37) EsL. V, figs. 33, 34 e 35

Forma mais ou menos alongada. Contorno posterior do corpo obliquo em relação à linha antero-poslerior, da esquerda para a direita e de traz para deante. Sulco transverso quase plano, sem asas, ou com asas muito pouco distinctas. Haste anterior aberta, por vezes um pouco curva, mais ou menos desenvolvida. Hastes posteriores fechadas, deseguaes (a esquerda maior do que a direita) dirigidas para traz, aproximadamente paralelas, de desenvolvimento variável. Superfície com abundantes pontuações e com esculturas lineares.

Tanto esta diagnose, conno as figuras a que ela se refere, ínostram bem que os exemplares de C. furca, Clap. e Lach. que observámos variavam bastante quanto à sua forma geral.

O C. furca, Clap. e Lach. que é aliás uma forma muito vulgar, que se encontra nào no Atlântico, como também no Pacifico, no Indico e no Mar Vermelho (Cleve, pag. 218), constitue um dos elementos mais con- stantes e mais abundantes do Plancton de Buarcos, durante os meses quentes, desde maio até setembro ou outubro [15, IO, t8, IO, Si O, «1, 8«, «3, 85, 8«, «?, 38].

CeratiíEiii fusiis (Ehr.), Clap. e Lach.

(Paulsen, pag. 90; Schutt, Est. IX, fig. 35) Est. V, fig. 36

Forma alongada, fusiforme. Hastes anterior e posterior direita muito desenvolvidas ; haste posterior esquerda rudimentar, geralmente reduzida a um pequeno dente. Sulco transverso sem asas. Superfície com estrias e pontuações.

Paulsen, indica como dimensões limites desta forma 300 f/. e 500 (i. As formas ^ue observámos tinham geralmente cerca de 300 t/. de com- primento, sendo raras as que atingiam 400 [/..

^8

C. fusus, Clap. e Lach. é, sem dúvida, de entre os Dinoflagelados, o Planctonte que encontrámos com mais freqiiéncia e com maior abundância nas nossas pescas.

Março [5], abril [©], maio [14], junho [!*», lô, 15, 18, 1?>], julho [ao, ai,' ^9, a 3], agosto [as, a«, as] e setembro [28].

O máximo de frequência desta forma parece ter lugar em junho e julho.

* *

Inserimos a seguir um quadro em que reunimos os resultados das nossas observações, quanto às datas de aparecimento e à freqiiencia dos principaes Dinoflagelados.

Como as observações relativas à freqiiencia eram feitas por meio da sím- plez estimativa, limilamo-nos ao emprego dos três graus seguintes:

* frequência fraca.

* * freqiiencia média.

#*# frequência elevada.

Da inspecção desse quadro deduz-se que as espécies mais constantes e mais frequentes sam o Peridinium depressum, Bailey, o Ceralium fusus, Clap. e Lach. e o Ceralium furca, Clap. e Lach.

Segundo as nossas investigações, sam pois estas três espécies as que, de entre os Dinollagelados, dam ao Plancton de Buarcos a sua feição característica.

O quadro mostra-nos ainda que o aparecimento dos Dinoflagelados, considerados na sua totalidade, se faz de preferência durante os meses quentes, com um máximo em junho, julho e agosto, e com um mínimo em janeiro e fevereiro, e talvez em dezembro.

Observações mais completas e mais minuciosas ham de, decerto, revelar o aparecimento nas nossas costas, durante estes meses frios, de Dino- flagelados tipicamente boreaes ou mesmo árlicos. Quer-nos, porém, pa- recer que esse aparecimento será apenas esporádico, e nunca se efeiluará em massa.

Com efeito, tudo leva a crer que o Plancton da costa portuguesa esteja muito intimamente relacionado com o Plancton do (iolf-Siream, pelo motivo forte de que as nossas costas sam percorridas |)elo ramo descen- dente dessa corrente e assim, mesmo durante o inverno, um acaso

79

excepcional poderia motivar a descida, até às nossas latitudes, de espécies que sam próprias das regiões polares.

Pela contrario, a iiiíluéncia do Golf-Síream, a que acabamos de aludir, fazia prever o aparecimento de espécies tropicaes, pelo menos durante os meses quentes. As nossas investigações, porém, nào verificam essa pre- visão; de entre as espécies que classificámos nenhuma se pode considerar como tropical.

Estamos, porém, convencidos que este facto se explica pelo pequeno desenvolvimento das nossas pesquisas, e que trabalhos futuros, mais completos e mais demorados, ham de revelar o aparecimento dessas espécies.

80

Fam. PROROCEiNTRACEAE Proiocenlrum micans, Eiir

Fam. PEHIDIíMACEAE

Dinophysus ovum, Schutt

Goniaulax spinifeva {Clw. e Lach.), Diksing . .

Piridinium ovatum (Puuchet), Schutt

Peridinium Steinii, Jõrgensen

Pendiniwn pellucidum (Bergh), Schutt

Peridinium depresmm, Bah^ey

Peridinium claudicims, Paulsen

Peridinium divergens, Ehr

Peridinium conicum, Gran

Peridinium pentagonum ? Gran

Peridinium subinermis, Paulsen

Peridinium pundulatum, Paulsen

Ceratium platijcorne, v. Daday

Ceratium helerocamptum, Ostenfeld e Schmidt

Ceratium tripos (O. F. Miller), Nitsch

Ceratium compressum, Gran

Ceratium furca (Ehr.), Clap. e Lach

Ceratium fusus (Ehr.), Clap. e Lach

IVúmero

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XXVÍ

82

OY^TOI^^LA-OELLIAE

A sub-classe Cystopagelliae (1) contém dois géneros: Nocliluca, SuRiRAY, e Leptodiscus, R. Hertwig, que constituem também, muito provavelmente, as suas duas únicas espécies.

E entre elas, nos interessa o

fVoctiliica iiiiiiaris, Surtray

Forma aproximadamente esférica, com cerca de I mm. de diâmetro, com um fagelo forte, que nasce de uma região deprimida, o sulco ventral. Corpo unicelular, translúcida, amarelado, limitado por uma membrana muito fina; núcleo evidente; citoplasma em trabéculas, quer diagonaes, quer formando uma rede fina, que reveste interiormente a membrana.

N. miliaris, Suiuiiay, é um elemento muito frequente, seniio constante, do Plancton de Buarcos, durante os meses quentes. Apresenta-se por vezes em grandes massas, dando enlào origem, de noute, a fenómenos de fosfo- recéncia verdadeiramente admiráveis e grandiosos.

Se bem que muitos Dinoflagelados sejam também fosforecentes, as nossas observações levam-nos a atribuir quase exclusivamente, sen3o mesmo exclusivamei^e, ao N. miliaris, Slriuay os fenómenos luminosos das aguas da enseada de Buarcos.

(i) Belage el Herouaud, Traité de Zoologie Concrèle, tome l^»".

83

EXPLICAÇÃO DAS FIGURAS

Estampa. I

Fig. 1 A rede de pesca.

Fig. 2 As Ires peças do balde, na sna posição respectiva (tamanho natural).

Fig. 3—0 balde armado e pronto a servir (reduzido a motadi!).

Estampa II X300

Fig. { Prnrocenffnm micans, Eurenrerg.

Fig. 2 I)inophysis ovum, ScMVTT.

Fig. 3 Goninulox spinifern, Clap. e Lach.?

Fig. 4 )

Goniaulax spinifern, Clap. e Lach.

Peridinium ovatum (Pouchet), Schutt.

Peridinium Steinii, Jôhgensen.

Peridinium pellucidum (Bergh), Schutt,

Peridinium depressum, Bailey.

Fie. 14 )

> Peridininm claudicans, P.^ulsen. Fig. 15 )

Estampa III

X300

Fig 16 j

Peridinium divergens, Ehrenberg.

Fig. 17 j

Fig. 18 )

\ Peridinium conimm, Gran.

Fig. 19 i

Fig.

5

Fig.

6

Fig.

7

Fig.

8

Fig.

9

Fig.

10

Fig.

11

Fig.

12

Fig.

13

84

Fig. 20 Peridinium subinermis, Paulsen. Fig. 21 Peridinium pentagonum ? Gran. Fig. 22 Peridinium punctulatum, Paulsen. Fig. 23 Ceratium plulycorne, v. Daday. Fig. 24 Ceratium platy corne, v. Daday, var.?

Estampa. IV X300

Fig. 25 Ceratium heterocamptum (Jorgensen), Ostenp^eld e Schmidt. Fig. 26 Ceratium Iripos (O. F. Muller), Nitsch, var. atlântica. Fig. 27 Ceratium tripos (O. F. Muller), Nitsch_, var. subsalsa.

Fig. 28 Fig. 29

Ceratium compressum, Gran.

Estampa V X300

Fig. 30 Ceratium compressum, Gran.

Fig. 31 Ceratium tripos (O. F. Muller), Nitsch, var. subsalsa, f. lineata iEhr.),

LOHMANN.

Fig. 32 Ceratium tripos (O. F. Muller), Nitsch, var. subsalsa, f. lata, LohiMANn.

Fig. 33 j

Fig. 34 > Ceratium furca (Ehr.), Clap. e Lach.

Fig. 35 )

Fig. 36 Ceratium fusus (Ehr.), Clap. e Lach.

Est. I

Est. II

Est. Ill

Est. IV

Est. V

85

ESBOÇO DA FLORA DA BACIA DO MONDEGO (^)

Series Rosaies

[Garpellos em numero egual ou menor de que o das pctalas.

Subseries Saxifragineae.

[ Garpellos 1-qo Subseries Rosineae.

Subseries Saxifragineae

[Garpellos 5 livres Crassidaceae.

[Garpellos 2 mais ou menos ligados Saxifragaceae.

Subseries Rosineae

'Flores unisexuaes Philanaceae.

Flores cyelicas Rosaceae.

^Flores zygomorphieas Legumimsae.

Crassulaceae (2)

IEstames em dois verticellos 1 Estames num verlicillo; corolla gamopetala OUylcdon L.

[ Flores 5-meras Sedum L.

1 I Flores 6-20-meras Sempcrvivum L.

(1) Continuado do vol. XXV, pag. 221.

(2) J. de Mariz Boi. da Soe. Brot.. VI, p. 17; XX, p. i8.i.

86

Seduin L.

I Flores amarellas 1 Flores brancas ou côr de rosa 4

[Folhas dos ramos estéreis formando bainha na base S. amnlexicaule DC.

i

Folhas não formando bainha 2

2

3

[ Carpellos erectos 3

( Carpellos divergentes S. acre L.

IRhizoma subienhoso; estames peitudos na base S. altissimum Poir.

I Estames glabros S. elegans Lej.

I Folhas subglobosas 5 Folhas mais ou menos cylindricas 6

I Folhas quasi oppostas; flores com peclolo longo S. brevifolium DC. Folhas dos ramos estéreis e da base do caule imbricadas; flores guasi rentes.

S. anglkum Huds.

l Planta glabra 7

6

(Planta gladuloso-puberula S. hirsutnm L.

(Estames 3 S. rubens L.

(Estames 10-12 8

8

[Plantas sem ramos estéreis S. pedicellalmn B. et H.

(Plantas com ramos estéreis S. álbum L

Sect. Seda geiiuina L). Kock.

S. amplexicaule J)C. Happ. II, p. 80.

Terras áridas. Fl. em junho e julho. I. S. allissimuin Poir. Dicl. IV, p. 634; S. fruliculo.sum Ijrot. II, p. 206. Terras áridas, arenosas. Fl. de junho a agosto. I. Herva pinheira enxuta. S. elegans Lej. F"'l. Spa. I, p. 205; S. reílexum Brol. (non L.), II, p. 208. Sebes e logares áridos. Fl. de junho a agosto. I.

87

S. acre L. Sp. 432; Brot. II, p. 209.

Paredes, lendas de rochas, terras áridas. Fl. de maio a agosto. MI. Vennicularia. S. brevifolium DC. Rapp. lí, p. 79; S. dasiphyllum Brot. II, p. 210.

Fendas das rochas, terras pedregosas. Fl. de junho a julho. 1-V. S. angiicum Huds. Fl. angl. p. 196.

a. Raji Lange. S. arenarium Brot. II, p. 212.

Terras áridas arenosas. Fl. de junho a julho. I. S. alhum L. Sp. I, p. i32; Brot. II, p. 213.

Muros, telhados, terras arenosas. Fl. de jurdio a julho. I-IIÍ. Arroz dos telhados. Pinhões de ralo. S. hirsutum Ali. Fl. pedem. II, p. 122; Brot. II, p. 212.

Muros, rochas, terras pedregosas. Fl. de junho a agosto. I-IV.

Sect. Procrassula Gris.

S. rubens L. Sp. I, p. 432; Brot. II, p. 213.

Campos arenosos. Fl. de maio a junho. I. S. pedicellatum Bss. et Reut. Diagn. pi. nov. p. 24.

Sitios áridos e pedregosos de regiões altas. Fl. de junho a agosto. II-III.

>^eiii|»crvivaiBii L.

S. arboreum L. Sp. I, p. 464; Brot. II, p. 378.

Paredes velhas, terrenos arenosos. Fl. de novembro a janeiro. I.

Colylcdoii L.

Sect. Umbilicus DC.

C. umbilicus L. Sp. I, p. 42 a; Brot. II, p. 203.

Rochas, muros velhos, logares húmidos. Fl. de abril a maio. I. Conchellos, Sombreirinhas dos telhados. Orelha de monge.

Saxifragaceae

\ Pétalas o ; estames 10 ; capsula 2-locular Saa;ifraga L.

j Pétalas O ; estames 8-10; capsula 1-locular Chrysosplenium Tourn.

88

Saxifrag;a L.

Ovário supero 1

Ovário semiinfero 2

I Filetes dos estames subalados Sect. III. Boraphila Engl. Filetes dos estames mais largos na metade superior. Sect. IV. Robertsonia Haw.

Folhas palmatifidas Sect. II. Dadyloides Tausck.

2

Folhas crenadas, retlculato-nervosas Sect. I. Nephrophyllum Gaud.

Sect. I. Nephrophjllum Gaud.

S. granulata L. Sp. I, p. 403 ; Brot. II, p. 172.

Muros velhos, terrenos hervosos. Fl. de abril a junho, I.

Sect. II. Dactjloides Tausck.

S. hypnoides L. Sp. l, p. 405; Brot. II, p. 174.

Sobre rochas lujmidas das altas regiões (Serja da Estrella). Fl. de junho a agoslo. IV-V.

Sect. III. Borapliila Engl.

V

S. stellaris L. Sp. I, p. 400.

Logares húmidos das montanhas graniticas (Serra da Estrella). Fl. de junho a agosto. IV-V.

Sect. IV. Robertsonia Haw.

S. spatularis Brot. I, p. 172.

Logares húmidos das altas regiões (Serra da Estrella, Louzà). Fl. de junho a agosto. IV-V.

Cliryso8|ilciiiiiiii L.

C. oppositifolium L. Sp. I, p. 3í)8; Brot. II, p. 40.

Logares húmidos das regiões altas. Fl. de maio a julho. III-IV.

89 Subserie Rosinae

Platanaceae

Plataiiiis L.

P. orientaiis L. Sp. 999; P. hybridus Brot. II, p. 487. Cultivado e com especialidade a var. accrifolia.

Rosaceae

1 Carpellos 1-9 {

I Carpellos oo Subfani. fíosoideae.

(Receptáculo pouco desenvolvido ; estamos perigynicos- . . Sultfani. Spiracoidme.

1 JReceptaculo concavo; carpello 1 livre; estames perigynicos. Subfam. Prumideae.

(Receptáculo incluindo os carpellos e ligado com elles; estames epigynicos.

Subfam. Pomoideae.

Subfam. Spiracoideae

Spiraea L.

S. Filipendula L. Sp. I, p. 490; Brot. II. p. 355.

Arrelvados húmidos da base da Serra da Estrella. Fi. de março a agosto. III. Filipendula.

Subfam. Pomoideae

IFructo com endocarpo coriaceo 1 Fructo com endocarpo duro Mespillus Tournf.

[Flores solitárias grandes ; fructo coberto de felpo Cydonia Tournf.

1 ( Flores em corymbo ou umbella Pirus Tournf.

Cydonia Tournf.

C. vulgaris Pers. ; Pyrus Cydonia L. Sp. I, p. 480; Brot. II, p. 330. Cultivado. Fl. na primavera. Marmeleiro.

90^

Pirus Tournf.

Subgen. F»iroplior*u.m Med.

P. communis L. Sp. I, p. 479; Brot. II, p. 328.

a. Adiras VValIr. Scked. 213 ap. DC. v. Saliva DC. Prod.

a. Regiões montanhosas. Fl. de abril a junho. Pereira brava, Pe- reira. y. Cultivada. Fl. na primavera. Pereira.

Subgen. IMalus Tournf.

P. Malus L. Sp. I, p. 479; Brot. II, p. .329. Cultivada. Fl. na primavera. Macieira.

Subgen. Sor^l)!!» L.

P. aucuparia (L.) Gaertn. fr. 2, p. 45; Sorbus aucuparia L. Sp. 477; Brot. 11, p. 298. Regiões monlanliosas (Serra da Estrella). Fl. de maio a junho. IV. Tramazeira, Cornogodinho. P. latifolia (Pers.) P. Cout. Boi. da Soe. Brot. XXV, p. 190; Sorbus Ária Brot. II, p. 2913. Regiões montanhosas. Fl. na primavera. Mostageiro.

ileiipyliis L.

|Um único estyiete M. monoijyna (Jacqj Willd.

( Mais de dois estyietes M. oxyacanlha (L.) GaerUi.

M. oxyacantha (L.) Gaertn.; Crataegus oxyacantha L. Sp. I, p. 477.

Sebes e logares incultos, mas raro. Fl. na primavera. M. monogvna (Jacq.) \AMIId.

Frequente nas sebes. I'l. rui primavera. Pilrilciro.

91

Subfam. Rosoideae

[ Receptáculo convexo Polenlilleac i

JReceplaculo concavo ;5

(Frncto de carpellos drupaceos com 2 sementes Ruhinae.

(Fructo de carpellos seccos o com 1 semente 2

^Epicaiix de 4-5 divisões ; estyletes lateraes Potenlillinne.

(Epicalix 0; estyletes terniinacs accrescentes Dryadinafí.

[Carpellos poucos ; receptáculo secco. Hervas Sanguisorheae.

(Carpellos muitos; receptáculo um pouco carnoso quando maduro Arbustos.

Roseae.

I. Potentilleae Rubinae

iiliiis L. (1).

Eubatus Focke

^Estipulas lineares, foliolos peciolados 1

(Estipulas lanceoladas, foliolos rentes ou levemente peciolados .... Corylifolia.

(Turião forte, a principio direito, pouco villoso e sem pellos estrel lados. I Candicantes.

Turião arqueado ou prostrado e mais ou menos villoso 2

Turião com pellos e glândulas raras ou nullas; aculeos eguaes 3

Turião com pellos ásperos e glândulas; aculeos deseguaes Uudulae.

Foliolos nitidamente peciolados e branco-tomentosos na pagina inferior. .> , Discolores

[Foliolos com a pagina inferior verde ou raras vezes pardacenta Silvalici.

9

(i) Ha na região, com certeza, maior numero de espécies Como, pmóm, (i.s excin- plares do herbario são incompletos, deixo para mais tarde o estudo, alias dilTicil, das espécies deste género.

92

Candicantes Focke Natur. Pfl. III

R. thyrsoideiis Wimm. Fl. Schles.

Sebes e terras incultas. Fl. de junho a agosto. I-II.

Discolores Focke

R. ulmifolius Schott in Isis (1818).

Sebes e terras incultas; vulgarissimo. Fl. de junho a agosto. I-II.

Silvatici Focke in A. n. G. Syn.

R. villicaulis Kohler in Wk. et N. Rub. Germ.

Sebes e terrenos incultos. Fl. de junho a agosto. I-II.

Radulae Focke Syn. Rub. Germ.

R. radula Wk. in Roenningh. Prodr. Fl. Monast. Sebes e terrenos áridos. Fl. de junho a agosto. I-II.

Corylifolia

R. caesius x ulmifolius.

Sebes; raro. Fl. em junho e agosto. I.

Potentiliinãe

(Receptáculo succolento e corado Frarjaria L.

(Receptáculo secco mais ou menos pelludo Potentilla L.

Fraguaria L.

F. vesca L. Sp. I, p. 494: Rrot. II, p. 349.

Logares frescos e sombrios. Fl. de junho a julho. I. Moran- gueiro.

93

Poieutilla L.

Teduuculos terminaes; carpellos pelludos pelo menus na base; flores brancas.

Sect. I. Fragariaslt-um.

[Pedúnculos axillares; carpellos glabros; flores ainarellas. Sect. II. EupotetUilla.

Sect. I. FragariastruDi

P. montana Brot. II, p. 350.

Nos arrelvados das regiões altas. Fl. de abril a maio. II.

Sect. II. Eupolcnlilla

(Caules floriferos replantes e radicantes I

(Caules floriferos ascendente-erectos P. Tormentilla Neck.

iCorolla 5-mera; folhas caulinares com longo peciolo P. reptans L.

* j (Corolla 4-mera; folhas caulinares de peeiolo curto P. procumbens Siblh.

P. reptans L. Sp. 499; Brot. II. p. 350.

Terrenos húmidos. Fl. no verào. I. Polenlilla ou Cinco em rama. P. erecta X reptans Murbecke, Bot. Not. 1890.

Terenos húmidos, sebes. Fl. de junho a agosto. I. P. Tormentilla Neck. Act. Acad. thod. Palat. 1770; Brot. II, p. 352.

Logares húmidos. Fl. no verào. I. Tormentilla ou Sele em rama.

Dryadinae

Oeuni L.

Sect. Caryopliyliata

I Folhas caulinares grandes 3-8ecadas; estipulas foliaceas G. nrbanum L. Folhas caulinares pequenas simples; estipulas lanceoladas. G. silvaticum Tourr.

G. urbanum L. Sp. I, p. 501; Brot. II, p. 354.

Logares sombrios e húmidos, sebes. Fl. de maio a jurdio. I-III. Caryophyllala, Herva busla, Sanabomda.

94

G. silvaticum Pourr. Act. Acad. Toul. 3, 319; G. biílorum Brot. II, p. 353. Terrenos calcareos, mattas húmidas. Fl. de abril a maio. I-III.

II. Sanguisorbeae

1 Flores com caliculo i

(Flores sem caliculo Poterium L.

lEstylete basilar; corolla O AlchemiUa L.

1 (Estylete terminal ; corolla mais ou menos desenvolvida Agrimonia L.

ililc liem i lia L.

[Flores em cymeiras corymbiformes terminaes e lateraes.

Sect. I. Eualchenúlla Fock.

Flores em feixes opposlos ás folhas Sect. II. Aphanes L.

Sect. I. Eiialclicmilia Fock.

A. alpina L. Sp. I, p. 123.

Subesp. A. saxatilis Buser. Notes sur qnelques Alchem. 1891, p. 3.

y. Iransiens (Buser) Uouy, Fl. de Fr. VI, p. 442.

Regiões altas (Serra da Estrella). Fl. em agosto. IV e V.

Sect. II. A|thanes L.

[Folhas 3-parlidas; segmentos 3-4-fidos A. arvensis Scop.

(Folhas 3-partidas; segmentos lateraes 2-lobados, o intermédio 3-lobado.

A. microcarpa Bss. el Reut.

A. arvensis Scop. Fl. Carn. Ed. 2, I, p. 115; A. Aphanes Brot. I. p. 159.

Campos cultivados e nas pastagens. Fl. de abril a junho. I-II. A. microcarpa Bss. et Reut. Diagn. pi. nov. Ilisp. 11.

Terrenos arenosos arrelvados. Fl. de abril a junho. I-III.

95

Agríiii»uia L.

A. Eupatoria L. Sp. I, p. 448; Hrot. II, p. 292.

Terrenos diversos, sebes, muros. Fl. de maio a julho. I.

l*o(eriuiii L.

(Fructos alados {

\ Fructos não alados /'. agrimonioides L.

íCapimlos de flores relativamente grandes; fructo (3-7 mm.) alado, azas profiinda- j I mente crenadas P. MagnoUi Spach.

(Capítulos pequenos; fructo (3 mm.) com azas quasi inteiras.

P. Spachianum Coss.

P. Magnolii Spach. ]\e\. Poler. in Anu. se. nat. 1846, p. 38; P. San- guisorba Brot. II, p. 296 pro parte. Terrenos arrelvados, coilinas, bordas de caminhos. Fl. de al)rii a junho. I-II. P. Spachianus Coss. Nat. pi. crit. 108; P. Saní:uisorl)a Brot. pro parle.

Mesmas locahdades da espécie anterior. Fl. de abril a junho. 1. P. agrimonioides L. H. Ups. 200; P. hybridum L. Sp. 994; Brot. 11, p. 297. Terrei'os húmidos, proximidades de íloreslas. Fl. de abril a junho. I. Agrimunia bastarda.

Roseae Rosa L.

Estyletes ligados entre si formando columna saliente e villosa (Seet. I. Synslylae ' Crep.) fi- sempervirens [..

[Estyletes livres inclusos ou salientes 1

(Foliolos sem glândulas na pagina inferior, inodoros (Sect. II. Caninae Crep.)- 2 1 (Foliolos muito glandulosos, odoríferos (Sect. III. hubigimsae Crep.) 3

(Estipulas largas ^ canina L.

2 {

(Estipulas curtas l<- Pouzmn Tra».

[Pedúnculos glanduloso-liispidos ^ mirrantha Sm.

jpedunculos sem glândulas R «''/"■"^« Thuill.

96

Sect. I. Synslylae Grep.

R. sempervirens L. Sp. 492; R. scandens Brot. II, p. 341.

a. genuína Crep. Foliolos gi andes. Fruclos ovaes. ;í. scandens Crep. Foliolos grandes. Fructos globosos. y. microphylla DC. Foliolos pequenos.

Frequente nas sebes. Fl. de junho a julho.

Sect. II. Caninae Crep.

R. canina L. Sp. 491; Rrot. 340.

a. sphaerica (Gren.) Crep. Fructos subglobosos ou esphericos. 3. scabrala Crep. Peciolos e nervura rnedia glandulosos. y. dumelorum (Thuill.) Crep. Foliolos compltítamente villosos na pagina inferior.

Frequente nas sebes, nas florestas e mattagaes. Fl. na primavera. Rosa de cào ou Silva macha. R. Pouzinii Tratt. Monogr. Ros. II, 111.

a. Nuda Gren. Sepalas sem glândulas na face externa. '^. dionudis Gren. Sepalus glandulosas.

Sebes, florestas e nos níiattos. Fl. de maio a junho.

Sect. III. Rubiyinosae Crep.

R. micrantha Sm. Engl. Bot. tab. 2490; R. rubiginosa Brot. II, p. 3il.

Sebes, florestas e maltos. Fl. de maio a junho. R. sepium Thuill. Fl. Paris. 252.

Sebes, florestas e maltos. Fl. de maio a junho. II.

Leguminosae

Subfam. Papilionatae

(Vagem dividindo-se transversalmente em artículos 1-spermicos Uedysareae.

j Vagem abrindo longitudinalmente 1

97

íFolhas peunadas, terminadas por uma poDla ou gavinha Vicieae.

( Folhas nao terminadas em ponta ou gavinha 2

2

[Arbustos ; estames nomadeiphos Genisleae.

[Hervas; estames em geral diadelphos 3

l Folhas 3-foliadas 4

(Folhas 5-oc - foliadas, imparipennadas 5

IFoliolos com estipellas Phaseokae. Foliolos denteados sem estipellas Trifolieae.

1 Folhas 3-5-foliadas : foliolos inteiros Loteae.

( Folhas oo-foliadas Galegeae.

PAPILIONATAE-GENISTEAE

1 Sementes sem estrophiolo Spartiinae. 1

I Sementes com estrophiolo Cytisinae. 4

(Folhas digitadas Lupinm L.

i ( Folhas 0. simples ou 3-foliadas 2

ÍFolhas simples ou O 3

2

(Folhas 3-foliadas Adenocarpiis DC.

1 Cálix subspathaceo, 1-labiado Spnrtium L.

3 I Cálix 2-labiado, lábio superior 2-fido Genisla L.

l Arbusto muito espinhoso Vlfx L.

( Al busto não espinhoso Cylisus DC.

PAPILIONATAE-GENISTEAE-SPARTIINAE

í Caiix com appendices lineares entre os lábios 1

j Cálix sem appendices lineares í- í"'^"* ''•

1 Flores amarellas ^ '"'*'"* '^•

M 2

(Flores azues ou purpurmas *

7

ÍXTI

2

í)8

1 Inflorescencia em cacho laxo 3

[ Inflorescencia densa '. C. hispanicus B. et R.

!i

[Planta toda pelluda L. hirsutm L.

( Foliolos glabros na pagina superior 4

IFoliolos 0-7 L. varius L. Foliolos 0-9 quasi lineares L. angustifolius L.

L. albus L. Sp. p. 721; Brot. II, p. 132.

Cultivado e subspontaneo. Fl. na primavera. Tremoço. L. hirsutus L. Sp. p. 721; Brot. II, p. 133.

Sitios relvosos. Fl. na priníiavera. I. L. varius L. Sp. p. 721.

Terrenos cultivados e arenosos. Fl. na primavera. I. L. angustifolius L. Sp. p. 721; Brot. II, p. 132.

Frequente nas terras cultivadas entre as searas. Fl. na primavera. I-II. L. hispanicus Bss. et Reut. Diagn. p. 10.

Terras incultas e mattagaes. Fl. na primavera. I-II. L. luteus L. Sp. p. 722: Brot. II, p. 134-.

Terrenos incultos. Fl, na primavera. I-II.

S|iai*iiuiii L.

Sp. junceum L. Sp. p. 708; Brot. II, p. 80.

Sebes, cômoros e mattos. Fl. na primavera. I-II. Giesta ordinária ou Giesta d' s jardins.

Geuista L.

I Legume curto, l-â-spermico comprimido Brachymrpae. 1 Legume comprido linear-oblongo, oc-spermico Stenocarpae. 2

[ Folhas alternas Sect. II. Voglera G. M. S.

G. íriacantlios li rol.

[Folhas oppostas Sect. L EcUinosparthum Spach.

[Arbustos ou arbusculos inermes 3

[Arbustos ou arbusculos espinhosos 4

Corolia marcescente^ cálix persistente Sect. V. Spartioides Spach.

[Corolla e cálix caducos Sect. VI. Genistoides Spach.

99

l Vagem recta Sect. IV. Erinacoides Suach.

i

(Vagem mais ou menos curva Sect. III. Phyllospartum Willk.

Sect. I. Ecliinositarlum Spach.

G. lusitanica L. Sp. p. 711; Brot. II, p. 88.

Regiões montanhosas. Fl. de julho a agosto. IV-V.

Sect. II. Voglera G. M. S.

G. triacanthos Brot. II, p. 89; Phyt. lusit. I, p. Í30, tab. 54. Terrenos incultos, mattagaes, florestas. Fl. de março a agosto. I.

Sect. III. Plijilospartura Willk.

(Flores com uma bractea grande foliacea G. anglica L.

(Flores com bractea muito pequena 1

IRamulos quasi sempre aos pares, o superior com muitos espinhos e sem folhas. G. falcata brot. Ramulos aos pares, os superiores transformados em 3 espinhos fortes em cruz.

G. berbmdea Lse.

■'B^

G. anglica L. Sp. p. 710.

Terrenos arborisados, mattagaes das regiões inferior e moiilanhosas. Fl. de maio a julho. I-III. G. falcata Brot. II, p. 89.

Outeiros arborisados, mattagaes, silvados. Fl. de março a julho, I-IV. G. berberidea Lge. Descript. et icon. pi. nov. p. 1, tab. I.

Terrenos húmidos das regiões inferiores e submontaidiosas. Fl. de maio a julho. I-II.

Sect. IV. Erinacoides Spach.

G. histrix Lge. Descr. et icon. pi. nov. p. 2, tab. 2 e Pug. p. 357. a. glabra Lge. Regiões altas. Fl. de junho a julho. IV-V.

iOO

Sect. V. Sparlioides Spach.

1 Flores solitárias ou aos pares G. cinerascens Lge.

(Flores em racimos G. polygalae folia DC.

G. cinerascens Lge. Pug. p. 358,

Regiões montanhosas. Fl. de junho a agosto. IV-V. G. polygalaefolia DC. Prodr. II, p. 151; G. polygalaephylia Brot. II, p. 56. Regiões montanhosas. Fl. de maio a julho. IV-V. Piorno dos tin- tureiros.

Sect. VI. Genistoides Mnch.

G. Broteri Poir. Supl. II, p. 720; G. parvidora Brot. II, p. 87. Regiões montanhosas elevadas. Fl. em junho e julho. IV-V.

it.c1euocai*pus DC.

l Ramos com grande numero de folhas, foliolos lanceolados ... A. hispanicus DC. (Ramos com poucas folhas fasciculadas, foliolos pequenos obovados 1

I Cálix sem glândulas pecioladas A. Telonensis DC. Cálix com glândulas pecioladas 2

2

[Pedúnculos com 2 hracteolas ao meio A. parvifolius DC.

(Pedúnculos sem hracteolas A. inlermedius DC.

A. hispanicus DC. Fl. fr. V, p. 550; Cjtisus hispanicus La Marck.

Brot. II, p. 91. Frequente em sitios somhrios e húmidos. Fl. de junho a julho. l-II.

Codeço alto. A. Telonensis DC. Fl. fr. V, p. 550; A. commutatus Gem. Prod. II.

Sic. Mattagaes das regiões inferior e montanhosa. Fl. de maio a julho.

I-III. Codeço. A. parvifolius DC. Fl. fr. V, p. 550; A. complicatus J. Gay; Cytisus

compliratus Brot. II, p. 92.

101

Mattagaes da região inferior e montanhosa. FI. de maio a julho. I-III. Codeço. A. intermédios DC. FI. fr. V, p. 549. Mattagaes. FI. de maio a junho. I-IV.

FAPILIONATAE-GENISTAE-CYTISINAE

Ulcx L.

(Ramos e ramúsculos oppostos e estes em cruz Sect. I. Stauracantlm Lk.

Ramos espinhosos alternos, ramúsculos oppostos ou alternos.

Sect. II. Eitulex Willk.

Sect. I. Stauracanthus Lk.

U. spartioides (Webb.) Willk. Prodr. III, p. 443 ; U. genistoides Brot. ex part. II, p. 78. Matias e pinhaes da região inferior. FI. de março a abril. I.

Sect. II. Euulex Willk.

I Flores grandes (12-lo mm.) ; phyllodios longos espinescentes l

I Flores pequenas (4-5 mm.) ; phyllodios curtos espinescentes 4

iBracteolas dispostas junto do cálix 2

(BracteoJas quasi a meio do peciolo U. opisthnlepis Wbb.

Bracteolas grandes ovaes ou suborbiculares U. europaeus L.

Bracteolas pequenas lanceoladas 3

Dentes do cálix muito pequenos ; bracteolas muito pequenas ... U. baetiais Bss.

3 {Dentes do lábio superior do cálix largos ovaes divergentes ... U. Jmsiaei Wbb.

Dentes do lábio superior lanceolados e afastados U. scaber Kze.

(Ramos secundários (espinhos) direitos longos U. nnnus Forst.

(Ramos secundários curtos, grossos, recurvados, densos 5

(Ramos secundários (espinhos) ramosos U. micranthus Lge.

5 < (Ramos secundários simples em geral U. lusitanicus Maris.

2

102

U. europaeiís L. Sp. 741; Brot. II, p. 78.

Vulgar nas mattas, mattagaes das regiões inferiores e montanhosas. Fl. de janeiro a junho. I-III. Tojo amai. U. scaber Kze. Flora 1846, p. 696.

Sebes das regiões inferiores e montanhosas. Fl. de março a abril. I-III. U. nanus Forsl. in Symons Syn. p. 168.

Mattagaes, llorestas, charnecas da região inferior. Fl. de abril a no- vembro. I. U. opistholepis Wcbb. Otia hisp. p. 43,

Florestas das regiões inferiores e montanhosas. Fl. de março a se- tembro. I-II. U. Jussiaei Webb. I. c. p. 43, tab. 36.

Florestas e mattagaes das regiões inferiores e montanhosas. Fl. de fevereiro a abril. I-II. U. micranthus Lge. Diagn. pi. penins. Iber. novar. p. 16.

Regiões inferiores, nos Jogares áridos, mattagaes. Fl. de abril a maio. I-II. U. lusilanicus Mariz, Boi. da Soe. Brot. II, p. 115.

Kegiões inferiores e manlanhosas áridas. Fl. de abril a maio. l-II.

€'ylisiis L.

I Caule e folhas normues, cálix campanulado 2-labiado 1

(Caule 2-3-alado; folhas simples ou phyllodios. . . Sect. IV. Pterospartum Spach.

I Lábio superior profundamente dividido Sect. III. Teline Webb. Lábio superior apenas 2-dentado 2

l Estylete curvo Sect. II. Spartocytisns Webb.

(Estylete longo e enrolado em espiral Sect. I. Saruthamnus Wimm.

Sect. I. Sarolhamnus Wimm.

I Ramos cylincricos 1 Ramos augulosos estriados 2

1 Legume oblongo-elliptico C. Wehcitschii Bss. et Reut.

(Legume trapezoide-elliptico largo C. eriocarpus Bss. et Reut.

103

(Folhas todas 1-foliadas C. grandiflm-us DC.

( Folhas inferiores 3-foliadas, as superiores 1-foUadas 3

3

> Legume todo densamente pelludo C. patens (L.) Webb.

( Legume peUudo nas margens e glabro nas faces C. scoparins Lk.

C. scoparius Lk. En. h. Ber. Spartium scoparium L.

Terras arenosas, encostas de mattas, florestas das regiões inferiores e montanhosas. Fl. de abril a junho. I-III. C. grandiflorus DC. Prod. II, p. 154; Spartium grandiflorum Brot. II, p. 80. Mattagaes, penedias das regiões inferiores e montanhosas. Fl. de maio a junho. I-IV. Giesteira das sebes. C. Welwitschii (Bss. et Reut. Pug. p. 28) ; Spartium patens L. Brot. II, p. 83, era parte. Terras arenosas das regiões inferiores e montanliosas. Fl. de maio a junho. I-IV. C. eriocarpus Bss. et Reut. Diagn. pi. nov. p. 10.

Regiões montanhosas. Fl. de junho a julho. I-IV. C. patens. (L.) Webb. It. hisp. 51; Spartium patens L. Brot. II, p. 83. Mattagaes das regiões altas. Fl. de maio a julho. III-IV.

Sect. II. Sparloqtisus Webb.

IFlores brancas C. albns Lk.

(Flores amarelladas C. purgans (L.) Wk.

C. albus Lk. Enum. pi. h. Berol. II, p. 241; Spartium álbum Desf. ; Brot. II, p. 83.

Terras incultas da região inferior e montanhosa. Fl. de abril a junho. I-III. Giesteira branca. C. purgans (L.) Wk. Prod. Fl. hisp. III, p. 456 ; Spartium purgans L. Entre as penedias das regiões altas. Fl. de junho a agosto. IV-V.

Sect. III. Teline Webb.

. C. candicans DC. Fl. fr. IV, p. 504; Genista candicans L.

Mattagaes e bosques das regiões inferior e montanhosas. Fl. de abril a junho. l-III.

1

104

Secl. IV. Plerosparlum Spach.

[Peciolo quasi egiial ao tubo do cálix; bracteolas quasi filiformes.

C. stenopterus Spach.

[Peciolo mais curto que o tubo do cálix; bracteolas linear-espaluladas 1

1 Bracteolas mais curtas que o tubo calicinal C. cantabricus Spach.

[Bracteolas mais C(tmpridas que o tubo calicinal C. tridentatus L.

C. stenopterus Spach; Genista tridentata L. ; Brot. II, p. 86.

Terrenos incultos das regiões baixas e montanhosas. Fl. da maio a junho. I-IV. Carqueja. C. cantabricus Spach.; Genista tridentata L.

Como a anterior. Fl. de maio a julho. I-III. Carqueja. C. tridentata L. ; Genista tridentata L.

Como a anterior.

PAPILIONATAE-TRIFOLIAE

( Estames monadelphos Ononis L.

(Estames diadelphos 1

[Pétalas ligadas na base ; corolla marcescente Trifolium L.

[Pétalas livres; corolla caduca 2

Ilaflorescencia em capitulo 3 Inflorescencia em cacho ou espiga Melilotus Juss.

i Vagem arqueada cx-spermica dehiscente Trigonella L.

3 (Vagem em espiral, dehiscente ou não Medicago L.

OuouiíS L.

1 Flores articuladas com o pedúnculo lloral Sect. III. Natrix Mnch.

I Flores não articuladas 1

1 Plantas arbustivas espinhosas; flores côr de rosa Sect. I. Acanthononis Wk. Plantas herbáceas inermes Sect. 11 Bugram DG.

1

105

Sect. I. ikanthononis Wk. O. spinosa L. Sp. p. 716; Brot. II, p. 96.

Planta espinhosa direita não estolhosa 1

Planta prostrada na base, estolhosa, quasi inerme; vagem 2-spermica. p. mitis L.

(Vagem oval-lenticular 1-spermica Y. antiquorum L.

(Vagem ovóide 2-4-spermica a. spinosa L.

a. spinosa L. O. campestris Koch. et Zir. Cat. Pai. 22. ^. mitis L. O. procurrens Wallr. y. anliquorum L.

Terras arenosas incultas, campos áridos. Fl. de junho a setembro. I-II.

Sect. II. Bugraoa DC.

ÍCorolIa rósea Subsect. I. Euhugrana Wk.

{Corolla amarella ^ Subsect. II. Bugranoides DC.

Subsect. I. Eubugraua Wk.

[Flores nitidamente pedunculadas em cacho O. Picardi Bss.

(Flores rentes em espiga terminal densa 0. mitissima L.

Subsect. II. Bugranoides DC.

Espécie perennal ; folhas todas 3-foliadas 0. pusilta L.

O. Picardi Bss. El. 55 e Voy. Bot. Esp. p. 954, tab. 45.

Terrenos arenosos da região inferior e do liltoral. FI. de maio a junho. I. O. mitissima L. Sp. p. 717; Brot. II, p. 97.

Terras calcareas e argillosas, sitios húmidos, bordas de campos. FI. de maio a junho. I.

d

106

O. pusilla L. Sp. ed. 10, II, 1159; O. Columnae Ali. Fl. Pedem. Brot. Phyt. lusit. I, p. 135. Outeiros e campos incultos, seccos. Fl. de maio a julho. I.

Sect. III. Natrlx Mnch.

[ Pedúnculos muticos 1-floreos 1

(Pedúnculos aristados 0. hrcviflora UC.

[Folhas inferiores 3-foliadas, as superiores 1-foliadas; estipulas ovaes denteadas mais curtas que o peciolo O. reclinata L.

JFolhas inferiores e superiores 1-foliadas, as medias 3-foliadas, estipulas grandes do comprimento do peciolo O. pubescens L.

O. reclinata L. Sp. ed. 2, p. 763; Brot. II, p. 97.

Outeiros áridos, mattagaes. Fl. de maio a junho. I. O. breviflora DC. Prodr. II, p. 160; O. viscosa Brot. II, p. 93.

Rochas, mattagaes, florestas, pastagens. Fl. de maio a junho. I-II. O. pubescens L. Mont. II, p. 207; O. arthropodia Brot. II, p. 94; Phyt. lusit. I, p. 141, tab. 58. Nas mesmas localidades das espécies antecedentes. Fl. de maio a junho. I.

Tríg^ouclla L.

Sect. Eutrigonella, | Bucerates Bss.

T. monspeliaca L. Sp. p. 777.

Terrenos arenosos e outeiros áridos. Fl. de março a junho. I.

lledioago L.

í Vagem reniforme, espiralada na extremidade, 1-spermica. Sect. I. Lupularia Ser.

(Vagem espiralada 1

I Vagem livre em toda a extensão Sect. II. Falcago Rchb.

( Espiras ligadas na parte central Sect. lil. Spirocarpos Willk.

1

107

Sect. I. Lopularia Ser.

M. lupulina L. Sp. p. 779; Brot. II, p. íi±

Campos, pastagens, margem de caminhos. Fl. de junho a julho. I.

Sect. II. Falcago Rclib.

l Vagem falciforme m. falcala L.

(Vagem espiralada 1

lEspiral de 2-3 voltas, espinhos nullos M. sativa L.

(Espiral de 2-3 voltas muito juntas, margem grossa e espinhosa... M. marina L.

M. falcata L. Sp. p. 779.

Terrenos arenosos cultivados. Fl. de abril a agosto. I. Luzerna de sequeiro. M. sativa L. Sp. p. 778; Brot. II, p. 112.

Cultivada em terras frescas e permeáveis. Fl. de maio a julho. I. Luzerna. M. marina L. Sp. p. 779; Brot. II, p. 113.

Frequente nas areias da costa maritima. Fl. de abril a junho. I.

Sect. III. Spirocarpos Willk.

I Vagem sem nervura extra-marginal Subsect. I. Orbiculares Urb. Vagem com uma nervura extra-marginal parallela à sutura dorsal 1

[Vagem coberta de pellos glandulosos.. Subsect. III. Rigidulae Fiori et Begninot.

M. riíjidula Desr.

Vagem glabra 2

(Vagem cylindrica com espinhos fortes, espiras grossas e duras e muito juntas; e, ] sementes separadas por septos Subsect. II. Pacliyspirae Urb.

Vagens membranosas ; espinhos menos fortes 3

Dentes do cálix piloso-barbados na extremidade. . Subsect. IV. Lcptospirae Urb-

Dentes do cálix glabros completamente Subsect. V. Eiispirocarpae Urb.

1

3

108

Subsect. I. Orl)iciilares Urb.

M. orbicularis Ali. Fl. Pedem. I, p. 314; M. polymorpha a. L. Sp. 779. Terrenos arenosos cultivados. Fl. de maio a junho. I.

Subsect. II. Paehyspirae Urb.

1 Vagem pequena discoide-cylindrica 1

( Vagem grande mais ou menos cylindriea 2

( Pedúnculo aristado M. littoralis Rohde.

1 (Pedúnculo não aristado M. obscura Retz.

2

'Vagem com 4-6 voltas de espira; espinhos completamente divaricados.

M. truncatula Gaertn.

jVagem com o-7 voltas, margem larga t-nervea, espinhos fortes, lacinias do cálix villosas na extremidade M. turbinata Willd.

M. obscura Retz. Obs. bot. l, p. 24.

1. Helix. Voltas da espira 1 Vs"^*

a. aculeata Guss. II. Ternala. Voltas da espira 4-8.

(3. muricata Urb.; M. muricata Brot. II, p. 116.

Campos e terras incultas. Fl. de abril a maio. I. M. littoralis Rohde in Lois. Not. 118.

Areaes do littoral e ainda nas terras arenosas do interior. Fl. de março a maio. I. M. truncatula Gaertn. De fruet. II, p. 350.

b. longeciliata Urb.

Terras arenosas e incultas. Fl. de março a maio. I. M. turbinata Willd. Sp. pi. III, 1409; M. polymorpha 5. iurhinala e e. muricata L. Sp. ed. 2, 1058.

a. aculeata Gaertn.; M. villosa Brot. II, p. 116.

a. dexlrorsa Arch. p. sinistrorsa Asch.

109

Campos e terrenos incultos, arenosos e relvosos. Fl. de março a maio. Subsect. III. Rigidiilae Fiori el Begiiinot

M. rigidula Desr. in Lam. Encycl. IIÍ, p. 634; M. polymornha i. riqi- dula L. Sp. ed. 2, 1098.

Terras arenosas e incultas mais ou menos relvosas. Fl. de abril a maio. I.

Subsect. IV. Leptospirae Urb.

M. mínima Grufberg in L. Amoen. IV, p. 105; M. polymorpha >i. mí- nima L. Sp. ed. 2, 1099.

a. pubescens Webb. Hist. nat. Canar.

a. vulgar is Urb.

p. longisela DC. Prod. II, p. 178.

b. mollissima Koch. Syn. p. 164.

Terrenos cultivados e incultos frescos. Fl. de março a maio. I-II.

Subsect. V. Eiispirocarpae Urb.

Pedúnculos aristados com 2-o flores 3/. arábica Ali.

Pedúnculos não aristados com 3-8 flores M. hispida Gaertn.

M. arábica Ali. Fl. Pedem. I, p. 315; M. polymorpha >i. arábica L. Sp. ed. 2, 1098; Brot. II, p. 115. Terrenos relvosos e húmidos. Fl. de abril a maio. I.

M. hispida Gaertn. De Iruct. II, p. 349; M. ciliaris Brot. II, p. 114.

A. MiCROCARPA Urb.

a. oliyogyra Urb. Vagens com 1 '/j-S 7^ voltas da espira.

a. apiculala Urb. Espinhos de comprimento egual ou pouco mais do que a espessura das espiras.

j5. denliculala Urb. Espinhos muito mais compridos do que a espessura das espiras.

110

B. Macrocarpa Urb.

a. tricycla Urb. Vagens com 3-4 voltas da espira. 6. pentacydica Urb. Vagens com 5-6 voltas.

^. breviaculeala Vrh. Espinhas pouco mais longas do que a grossura das espiras.

y. longiaculeata Urb. Espinhas muito mais longas do que a espessura das espiras.

Terrenos arenosos, incultos, campos e searas. Fl. de abril a junho. 1.

ilelilolus Tournf.

IFructos reliculado-rugosos Sect. I. Coelorytis Ser.

JFructos com linhas salientes curvas concêntricas Sect. II. Gyrorytis Koch.

Sect. I. Coelorytis Ser.

/Flores e fructos muito pequenos; estipulas acuminato-setaceas.

) iU. paiviflora Desf.

(Flores e fructos relativamente grandes; estipulas ovato-acuminadas.

M. itálica Lam.

Sect. II. Gyrorylls Koch. Planta glabra; fructos côr de palha M. segetalis (Brot.) Ser.

M. itálica Lam. Fl. fr. II, p. 594; Trifolium Melilotus itálica L. Sp. p. 765; Brot. II, p. 102. Cultivada e subspontanea. Fl. de abril a maio. I. Anaphe. M. indica Ali. Fl. Pedem. I, p. 308; Trifolium Melilotus indica L. Sp. p. 765; Brot. II, p. 102; M. parviflora Desf. Fl. ali. 2, p. 192. Pastagens e terrenos húmidos. Fl. de maio a junho. I. Anaphe. M. segetalis (Brot.) (1) Ser. DC. Prod. II, p. 187; Trifolium Melilotus segetalis Brot. II, p. 484. Searas, caminhos, terrenos arenosos. Fl. de abril a junho. I.

(1) Ê considerado por alguns botânicos como variedade do M. sulcatus Desf.^ do qual diflere apenas pela côr do fructo e pela glabrescencia.

111

Trifoliuiii L.

j Flores acompanhadas de bracteas Subgen. Trifoliastrum Ser. 1

(Flores sem bracteas Subgen. Lagopus LoisiC. 3

l Cálix regular 5-denteado ou 2-labiado 5-nerveo não accrescenle 2

1 <

(Calix 2-labiado 10-nerveo, accrescendo depois da floração.

Sect. III. Golearia Presl.

1 Corolla amarella, bracteas pequenas Sect. I. Chronosemium Ser.

i

(Corolla branca ou rósea, bracteas bem apparentes.

Sect. II. Euamoria Gib. et Belli.

l Flores de capitulo todas eguaes e férteis Sect. I. Eulagopus Lojac. 4

(Flores periféricas dos capítulos férteis, muitas do centro sem corolla e estéreis.

Sect. II. Cahjcomorphnm Presl.

I Fauce do calix aberta ou fechada com pellos; corolla marcescente. § Prosbatostoma Gib. et Belli. Fauce do calix fechada por um corpo calloso; corolla caduca.

§ Stenostoma Gib. et Belli.

Subgen. Trifoliastrum Ser.

Sect. I. Chronosemium Ser.

[Estipulas largas e arredondadas na base, mais curtas que o peciolo: capítulos de 3-5 flores 1

|Caules filiformes, estipulas não dilatadas na base mais longas que o peciolo; capítulos pequenos de 2-5 flores; pedúnculo capillar flexuoso.

T. micranílium Viv.

Capítulos de 3-5 flores T. minus Sm.

Capítulos de 20-40 flores T. eampeslre Sclireb.

Sect. II. Enamoría Gib. et Helli

Calix bem mais curto que o estandarte 1

I Calix egual ou pouco mais curto que o estandarte 2

(Caules rastejantes e radícantes; capítulos em pedúnculos longos . . T. repens L. 1 (Caules restejantes mas não radícantes. T. pallescens Sclireb.. var. glareosum Pers.

112

I Capítulos em pedúnculos flexuosos mais curtos que as folhas. T. cernuum Brot. Capítulos axíUares rentes T. glomeratiim L.

Sect. 111. Galearia Presl.

^ Capítulos com pedúnculo muito curto ou quasí rentes T. tommtosum L.

( Capítulos com pedúnculos longos 1

! Planta annual; corolla com o estandarte voltado para o labío inferior do cálix depois da fecundação T. resiipinatum L. Plantas perennaes de caule mais ou menos lenhoso na base 2

(Bracteas grandes, as inferiores ligadas entre si T. fragiferum L.

2

(Brecteas muito pequenas, as inferiores subverticilladas T. physodes Stev.

Sect. I. Clironosemiura Ser.

T. minus Sm. in Relham. Fl. Cantabr. p. 290; T. filiforme Brot. II, p. 111. Terras frescas, caminhos. Fl. de maio a junho. I. T. filiforme L. Sp. p. 773.

Prados e em terras de cascalho, Fl. de maio a junho. I. T. campestre Schreb. in Sturm. Deulschl. Fl.; T. procumbens L. Fl. Suec; Brot. II, p. 110. Pastagens, terras incultas, margens dos rios. Fl. de abril a junho. I.

Sect. 11. Euamoria Gib. et Belli

T. repens L. Sp. p. 767; Brot. II, p. 103.

Prados e terras frescas. Fl. de maio a outubro. I-II. T. pallescens Schreb. in Sturm. Deutschl. Fl. var. glareosum Rouy il Fouc.

Terras arrelvadas e pedregosas. Fl. de junho a julho. IV. T. cernuum Brot. Phyt. lusit. I, p. 150, tav. 62.

Prados, terrenos arrelvados e arenosos. Fl. de maio a junho. I-II. T. glomeratum L. Sp. p. 770; Brot. II, p. 198.

Terras cultivadas, áridas, caminhos. Fl. de março a junho. I.

ivò

Secl. III. Galearia Presl.

A

2 )

T. resupinatum L. Sp. p. 771; Brot. II, p. 109.

a. majus Bss. ; T. suaveolens Willd. [3. minus Bss.; T. Clusii Gr. et Godr.

Terras frescas arenosas, Fl. de abril a junho. I. T. tomentosum L. Sp. p. 771 ; Brot. II, p. 110.

Terrenos arenosos cultivados ou estéreis. Fl. de abril a junho. I. T. fragiferum L. Sp. p. 772; Brot. II, p. 109.

Pastagens, terrenos arenosos e huníiidos. Fl. de maio a setembro. I. T. physodes Stev. in M. Bieb. Fl. Taur.-Cauc. II, p. 217; T. Cupani Tin.

Terrenos de sombra, florestas. Fl. de junho a setembro. I.

Sul)gen. I-.agopvis Lnjac.

Sect. I. Eulayopus Lojac.

§ Prosbatostoma Gib. et Belli

[Estandarte completamente livre Stenosemium Celak.

T. striahim L.

Estandarte ligado pela unha com as outras pétalas e estames 1

Fructo com uma única semente i

Fructo com mais d'uma semente V. Pmlensia Sib. et Belli.

l Cálix com 10 nervuras 3

( Cálix com 20 nervuras VI. Lappaceae Gib. et Belli.

Cálix membranoso entre as nervuras, lacineas selacoas densamente plumosas

o i 3-4 vezes mais longas que o tubo I. Anrnsia Gib. et Helll.

[Calix coriaceo com nervuras fortes '*

íLacinias do calix subuladas quasi erectas na maturação.

\ II. Trichopíera Gib. et Belli.

(Laclnias afastadas entre si na maturação ••

I Lacinias recurvadas para fora IH- Scahroidea (iib. cl Itellí.

(Lacinias longas subespinliosas dispostas em eslrella . . IV. Stellata Gil. et Belli.

g XXVI

114

i

Stenostoma Gib. et Belli

(Folhas superiores oppostas, foliolos obovaes 1

(Folhas alternas, foliolos estreitos VII. Angustifolia Gib. et Belli.

[Dentes do cálix triangular-acuminados, os lateraes pouco mais curtos que o tubo. o inferior egual ou pouco mais longo VIII. Marilima Gib. et Belli,

I Dentes do cálix laiiceolados, os lateraes muito mais curtos que o tubo, o inferior bastante mais longo IX. Ochroleuca Gib. et Belli.

Sect. II. Cal)comorphum Presl.

Flores da periferia férteis com corolla, as internas estéreis sem corolla. Matura- ção dos fructos liypogea T. subterranewn L.

Subgen. Lagopus Lojac.

Sect. I. Eulagopus Lojac.

Stenosemium Celak.

T. striatum L. Sp. p. 770; Brot. II, p. 107.

Outeiros, pastagens, terrenos calcareos. Fl. na primavera. I.

I. Arvensla Gib. et Belli

T. arvense L. Sp. p. 769; Brot. II, p. 106.

Campos cultivados, outeiros seccos, caminhos. Fi, de junho a julho. I. de lebre.

li. Trichoptera Gib. et Belli

T. Bocconii Savi Observ. Trif. p. 37; T. semiglabrum Brot. Phyt. lusit. I, p. 155. Terrenos arenosos arborisados. Fl. de junho a julho. I.

iro

III. Scabroldea Gib. et Belli

T. scabrum L. Sp. p. 770; Brot. 11, p. 107.

Terrenos arenosos áridos, marge;is de caminhos, campos cultivados. Fl. na primavera. I.

IV. Stellata Gib. et Belli

(Flores em espiga longa, cyiindro-conica; corolla vermelha ... T. incarnatum L. I Flores em capitulo ; corolla branca ou rósea y. stellatum L.

T. incarnatum L. Sp. p. 769.

Cultivado e subspontaneo era terras férteis. Fl. de abril a maio. I. Trevo incarnado. T. stellatum L. Sp. p. 769; Brot. II, p. 107.

Vulgar nos terrenos cultivados, nos caminhos. Fl. de maio a junho I.

V. Pratensia Gib. et Belli

[Dentes do cálix linear-setaceos ciliados, o inferior com o dobro do comprimento do tubo ; fauce do tubo fechado por um annel calloso T. praletise L. Sp.

[Dentes do ealix subulados duas vezes mais compridos que o tubo; fauce aberta.

T. di/Jusum Ehrh.

T. diffusum Ehrh. Beitr. VII, p. 14.^; T. purpurascens Roth. Catai. I. p. 91; Brot. II, p. 105. Prados, sitios sombrios e húmidos. Fl. de junho a julho. í. T. pratense L. Sp. p. 768; Brot. II, p. 105.

3. villosum VVahlb. Caule e peciolos villosos, pellos patentes, y. nivale Sieb.; T, pratense, var. pjrennicum Willk. et Lange. Caule e peciolos villosos, pellos encostados á casca.

Prados, terrenos frescos, margens de rios. Fl. de junho a julho. I.

VI. Lappacea Gib. et Belli

Cálix com 10 nervuras T. nmlium (h.) Huds.

Cálix com 20 nervuras

*•

116

Í Dentes do cálix densamente ciliados T. Cherleri L. Dentes do cálix fracamente ciliados T. lappaceum L.

T. médium (L.) líuds. Fl. Angl. ed. I, p. 284.

Sitios relvosos frescos sombrios. Fl. de maio a dezembro. 1. T. Cherleri L. Dem. pi. 21, Amoen. Acad. III, p. 418; Brot. II, p. 104.

Collinas relvosas, campos incultos. Fl. de abril a maio. I. T. lappaceum L. Sp. p. 768; Brot. II, p. 104.

Outeiros calcareos, campos, terras arenosas. Fl. na primavera. I.

VII. Angustifolia Gib. et Belli

T. angustifolium L. Sp. p. 769; Brot. II, p. 104.

Terrenos arenosos relvosos, bordas de campos, collinas incultas. Fl. de abril a junho. I.

VIII. Marítima Gib. et Belli

[Dentes do cálix muito deseguaes, o inferior com o dobro do comprimento do tubo 1 e por íim reflectido T. squarrosum L.

iDentes do cálix deseguaes, o inferior de comprimento egual ao do tubo e não re- [ flectido, todos por fim patentes T. maritimum L.

T. squarrosum L. Sp. p. 768; Brot. II, p. 106.

Terras frescas e prados. Fl. de junho a agosto. I. T. maritimum Huds. Fl. Angl. ed. I, p. 408.

Terras arenosas da região maritima. Fl. de maio a junho. I.

IX. Ochroleuca Gib. et Beili

T. ochroleucum Iluds. Fl. Angl. ed. I, p. 283; L. Svst. Nat. ed. 12, III, p. 233.

Prados, sitios relvosos, terrenos sombrios. Fl. de junho a julho. I.

Sect. II. Calicomorpbura Presl.

T. subterraneum L. Sp. p. 767; Brot. II, p. 103.

Terrenos relvosos, caminhos, paredes velhas. Fl. de abril a maio. I,

ir

PAPILIONATAE-LOTEAE

(Vagem indehiscente 1-2-spermica inclusa no cálix Anthyllis L.

(Vagem dehiscente 2

I Vagem recta oc-spermica, valvas enroladas em espiral depois da deliiscencia. Lottis L. Vagem recta 2-4-spermica, valvas não enrolando Doryrninm Vill.

itiitliyllis L.

( Estames monadelphicos Scct. I. Vulneraria DC.

1 Estames 2-adelphos i

! Vagem 1-spermica, inflorescencia globosa, pequena.. Sect. II. Dorynwpsis Bss. Vagem oo-spermica (2-6) septada transversalmente, inflorescencia em capítulos de 5 a 9 flores Sect. 111. Cornicina Bss.

Sect. I. Vulneraria DC.

A. vulneraria L. Sp. p. 719; Brot. II, p. 154.

a. vidgaris Koch. Cálix concolôr; corolla branca ou amarella.

p. rubra L. Corolla vermelha.

8. hispida Bss. et Reut. Caule e folhas hispidas.

Terras frescas, arenosas. Fl. de abril a julho. MI. Vulneraria.

Sect. II. Dorycnopsis Bss.

A. Gerardi L. Mant. I, p. 100; Brot. II, p. 155. Collinas seccas, vinhas. Fl. de junho a julho. I.

Sect. III. Cornicina Bss.

A. lotoides L. Sp. p. 720; Brot. II, p. 155.

Campos e terras incultas. Fl. de maio a junho. I.

118

Dorycuiuiii Vill.

Secl. Bonjeania Rchb.

D. reclum Ser. in DC. Prodr. 11, p. 208; Lotus rectiis L. Sp. p. 775; Brot. II, p. 123. Logares húmidos, bordas de ribeiros. Fl. de maio a agosto. I.

IjoIus L.

l Cálix tulniloso-campanulado, raras vezes sub-2-labiado.. Sect. I. Eulotus Ser. 1

(Cálix 2-labiado, lábio superior 2-fiào, o inferior 3-partido. . . Sect. II. Lotea Ser.

L. crelicns L.

Plantas perennaes 2

Plantas annuaes 4

Cálix com dentes eguaes 3

Cálix subbilabiado L. glareosus Bss. et Reut.

1

[Caule fistuloso; flores 4-14 em umbellas; cálix de dentes linear-lanceolados.

L. uliginosus Schkerber.

I Caule não fistuloso, 2-3 flores; cálix com dentes triangulares na base e franca- mente subulados L. corniculatus L.

[ Legume incluso no cálix L. parviflorus Desf.

(Legume mais comprido que o cálix 5

[Legume em arco L. conimbricensis Brot.

5

(Legume recto 6

3

4

Pedúnculo com 2-4 flores, que se fazem verdes, seccando

7

Pedúnculo com 1-3 flores, que não se coram de verde, seccando.

L. imgifstissimus L.

[Estandarte chanfrado; carena em longo bico direito L. hispidus Desf.

[Estandarte apiculado; carena em bico recurvado... L. castelhanus Bss. et Reut.

Sect. I. Eulotus Ser. L. corniculatus L. Sp. p. 775; Brot. II, p. 121.

119

a. vulgaris Willk. Glabro ou quasi glabro; dentes do cálix do comprimento do tubo.

a. genuimis. Pedúnculos 2 ou 3 vezes mais compridos que as folhas.

3. pedunculatus. Pedúnculos 4 ou mais vezes mais com- pridos que as folhas.

6. gracilis. Glabro ou pubescente, caule e ramos muito del- gados.

c. pilosiis. Mais ou menos albo-piloso; dentes do cálix mais compridos que o tubo.

a. ciliatus. Foliolos, estipulas e cálix mais ou menos

ciliados. p. villosus. Toda a planta densamente villosa. f. alpinus Bss. Anão, cespitoso; folhas quasi rentes,

foliolos pequenos.

Terras arrelvadas, arenosas. Fl. de abril a junho. I-III. L. uliginosus Schkerhr. Handb. II, p. 433; L. corniculatus silvaticus Brot. II, p. 121.

Sitios muito húmidos. Fl. de maio a junho. I. L. glareosus Bss. et Reut. Pug. p. 36.

y. glacialis.

Terrenos de cascalho e areentos. Fl. de junho a agosto. III-V. L. parviflorus Desf. Fl. Atl. II, p. 206; L. microcarpus Brot. II, p. 119.

Terrenos seccos arenosos. Fl. de abril a maio. I. L. coimbrensis Willd. Sp. pi. III, 1390; L. conimbricensis Brot. Phyt. lusit. fase. I, p, 28; Fl. lusit. II, p. 118.

Terrenos relvosos e húmidos. Fl. de abril a junlio. I. L. angustifolius L. Sp. p. 774; L. oligoceratus Scop. Brot. II, p. 118.

Terras arenosas e húmidas. Fl. de maio a julho. I. L. hispidus Desf. Cat. Hort. Pav. p. 190.

Terras arenosas, relvosas e húmidas. Fl. de maio a junho. í. L. castellanus Bss. et Reut. Diagn. pi. orient. n.** 9, p. 34, e Png. p. 38.

Terras incultas, arrelvadas, húmidas. Fl. de julho a outubro. I-IIÍ.

Sect. II. lolea Ser.

L. creticus L. Sp. p. 775; Brot. II, p. 120.

Areias do littoral. Fl. de março a maio. I.

120

t

PAPILIONATAE-GALEGEAE-ASTRAGALINAE

(Vagem cylindrica Asíragalus L.

(Vagem linear comprimida denteada no dorso Biserrula L.

itistrag^alus L.

I Plantas pequenas annuaes ou 2-annuaes Sect. I. Trimenaeus Bge. Plantas perennaes 1

[Flores pedmiculadas em cacho laxo^ vagem grande e um pouco vesiculosa.

Sect. II. Phaca Bge.

[Flores rentes ou quasi, em cacho denso, vagem comprida e estreita.

Sect. III. HypogloUis Bge.

1

1

Sect. I. Trimenaeus Bge.

[ Pellos 2-furcados, ramos parallelos á epiderme A. Epiglottis L.

[Pellos simples grossos presos pela base 1

1 Vagem em fornia de barquinha A. cymbaecarpus Brot.

[Vagem estreita recurvada em forma de foicinha A. hamosus L.

A. epiglotlis L. Mart. II, p. 274; Brot. II, p. 168.

Campos e outeiros arenosos e argillosos. Fl. de abril a maio. I. A. cymbaecarpus Brot. II, p. 167; Phyt. lusit. I, p. 143, tab. 59.

Terras húmidas e arenosas. FI. de abril a junlio. I. A. hamosus L. Sp. p. 758; Brot. II, p. 167.

Terrenos áridos e estéreis. Fl. de abril a julho. I.

Sect. II. Phaca Bge.

A. lusitanicus Lanik. Dicl. I, p. 312; Brot. II, p. 166.

Terrenos férteis, terras da beira mar. Fl. de abril a junho. I-II. Alfavaca dos montes.

121

Sect. III. Hypoglottis Bge.

A. granatensis Lge. Piig. p. 372; A. hypoglottis Brot. Phvt. lusit. !,

p. 145, tab 60. Collinas estéreis, sitios alpestres. Fl. de abril a julho. I.

Biserriila L.

B. Pelecinus L. Sp. p. 762; Brot. II, p. 170.

Terrenos arenosos cultivados e incultos. Fl. de março a junho. I.

PAPILIONATAE-HEDYSAREAE-CORONILLINAE

[Folhas inteiras, vagem espiralada e com liuhas salientes (costullas) longilndinaes.

Scoíyinrm L.

[Folhas 3- 00 -foliadas, vagem recta ou em forma de foucinha i

I Vagem recta dividida em articules oblongos Coronilla L. Vagem em forma de foucinha, nitidamente articulada Ornilliopus L.

^corpiuriis L.

'Costullas externas com tubérculos cónicos ou espinhos mais ou menos recurvados em gancho na extremidade S. muricnta L.

(Costullas externas com tubérculos muito dilatados na extremidade; voltas da es- pira muito juntas ; pedúnculos 1-floreos íí. vermkulata L.

S. muricata L. Sp. p. 745; Brot. II, p. 79.

a. typicus Fiori et Beg. Espira laxa, com curtos tubérculos cónicos; pedúnculos 2-lloreos.

p. sulcala (L.). Espiras laxas, espinhas direitas em geral gla- bras; pedúnculos subtrilloreos.

y. subvillosa (L). Espiras um pouco juntas, espinhos mais compridos e mais finos do que os das variedades ante- riores; pedúnculos i-íloreos.

Terrenos cultivados. Fl. de abril a julho. I. S. vermiculata L. Sp. p. 744; Brot. II, p. 79.

Terras cultivadas e incultas. Fl. de março a junho. I.

122

OriíitSiopus L.

lUmbellas sem bractea Sect. I. Arthrolobivm Desv. i

(Umbellas com folha bracieal imparipennada .... Sect. II. Euornithopus Wh. 2

(Folhas inferiores simples; estipulas ligadas invaginantes O. durus Cav.

1 (Folhas todas imparipemiadas; estipulas quasi miUas 0. ebracteatiis Brot.

2

I Flores pequenas amarellas 0. compressm L.

j Flores brancas com linhas côr de rosa no estandarte 3

I Flores muito pequenas, vagem articulada direita, roslro curto. 0. perpiisillus L. Flores maiores, vagem curva com rostro longo (Vs ou Va do comprimento da va- gem 0. sativvs Brot.

Sect. I. Arliirolobiuin Desv.

O. durus Cav. Ic. I, p. 31, tab. 41; O. hetcrophyllus Brot. lí, p. 160; Phyt. t. 87.

Collinas áridas. Fl. de abril a junho. I. O. ebracteatus Brot. II, p. 159; Phyt. lusit. I, tab. 68.

Terrenos cultivados e arenosos. Fl. de abril a agosto. I.

Sect. II. Eiiornilhopus Wk.

O. compressus L. Sp. p. 744; Brot. II, p. 159.

Terrenos incultos e arenosos. Fl. de março a junho. I. Serraâella estreita. O. perpusillus L. Sp. p. 743.

a. roseus (L,). Pedúnculos mais compridos que as folhas; folha floral de comprimento do cálix quando muito; flor maior.

Terrenos arenosos, incultos, bordas de caminhos. Fl. de maio a ju- nho. I. O. sativus Brot. II, p. 160.

Cultivado e subspontaneo nas terras arenosas. Fl. de março a maio. I. Serradella cultivada.

123 Coroiiilla L.

Tolhas com 2 a 3 pares de foliolos, vagem de 4 angulo?.

Sect. I. Evcoronilla Benlli. cl Hook. C. glauca L.

^Folhas 3-foliadas, foliolo médio grande, os laleraes reniformes pequenos.

Secl. II. Srorpioidrs Benlh. i'l Hook. C. srorpioidcs (L.) Koch.

Sect. I. Eucoronilla Benlli. et Ilook.

C. glauca L. Cent. pi. 1, p. 23; Sp. ed. II, lOí-7; Brot. II, p. 163. Terrenos calcareos. Fl. de março a jullio. I. Senna do reino.

Sect. II. Scorpioides Beiíth. et Hook.

C. scorpioides (L.) Koch. Syn. ed. I, p. 188; Ornithopiis scorpioides L.; Brot. II, p. 161. Terrenos cultivados. Fl. de fevereiro a ju«ilio. I.

PAPILIONATAE-VICEAE

ITubo dos estames truncado muito obliquamente Vicia L.

(Tubo dos estames truncado em angulo recto i

lEstylete comprimido lateralmente Pisum L

1 (Estylete comprimido transversalmente Lathyrus L.

Wieia L.

(Estylete comprimido dorsal ou lateralmente 1

Estylete filiforme assovclado pubeseente na extremidade, Sect. IV. I'Jnilia 1-k. Estylete barbudo na face inferior pouco abaixo do estignia. Sect. I. Envida Vis. Estylete pelludo na face superior ou em roda 2

1

2

(Vagem troncada muito obliquamente e rostrada na extremidade.

Secl. II. Cracca Riv.

[Vagem arredondada na extremidade c não rostrada Sect. III. Knum L.

il

124

Sect. I. EuYicia Vis.

I Caule delgado rastejante ou trepador Vicicinae. l Caule recto mais ou menos consistente e carnoso Fabinae. 4

(Vagem curta e larga Platycarpae. 2

( Vagem comprida ensiforme Ilyphocarpae. 3

IFlôr amarella, vagem linear-oblonga com pellos duros nascendo d'um tubérculo; sementes globosas V. lutea L. Flor amarella mais ou menos riscada de violeta ; vagem rhomboidal-oblonga co- berta de pellos acastanhados; sementes (3-4) quadrangulares comprimidas.

V. vestita L.

1 Flores e legumes rentes V. sativa L.

(Flores pedunculadas; pedúnculo egual ou mais comprido que a folha.

V. Bythnica L.

.Folhas inferiores com um par de foliolos e sem gavinha; foliolos grandes elli-

l pticos. Flores grandes, pedúnculos mais curtos que a folha; dente superior do

] cálix triangular, os inferiores lanceolados mais compridos; corolla purpurina.

4 / V. narboneniis L.

[Folhas todas mucronadas, corolla branca, vagem muito grande, sementes grandes \ achatadas lateralmente, hilo linear V. Faba L.

Sect. II. Cracca Riv.

[Plantas anuuaes polyspermicas, flores grandes i

(IMantas annuaes 2-4-spermicas, flores pequenas 2

! Dentes superiores do cálix muito curtos, os inferiores linear-subulados; vagem glabra V. dasycaiya Ten. Dentes do cálix selaceos quasi eguaes densamente villosos : vagem densamente villosa V. atropurpurea Desf.

I Dentes do cálix deseguaes, os superiores conniventes, os inferiores subulados ciliados ; vagem amarellada glabra 1'. disperma DC. Dentes do cálix eguaes villosos; vagem muito pequena (8-10 mm.) neera villo- sula V. hirsuta S.V. Grav.

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125

Sect. III. Eniira L.

Foliolos linear-allongados; flores de 5-6 mm.; cálix de dentes quasi eguaes.

V. íetvasperma Moench.

Sect. IV. Eivilia Lk. Folhas com 8-12 pares de foliolos, mucronadas, sem gavinha.. V. Ervilia Willd.

Sect. I. Envida Vis.

* Vicicinae

V. lutea L. Sp. p. 736; Brot. II, p. 151.

Terrenos cultivados, coilinas áridas, prados. Fl. de março a junho. I. V. vestita Bss. Eiench. p. 67; Voy. bot. Esp. p. 193, tab. 37.

Searas, terrenos cultivados e sitios sombrios. Fl. de abril a maio. I. V. sativa L. Sp. p. 736; Brot. íl, p. 150.

Plantas sem estolhos brancos subterrâneos.

V. saliva typica Beck. Fl. Nieder-Oesterr. p. 876. Flores de 2-3 mm.

a. obovala Ser. in DC. Prod. Foliolos obovaes ou obcor-

dados. 3. linearls Lang. Pug. Foliolos muito estreitos. Flores de

1,5-1,8 cm.

V. cordata Wulf. in Sturm. Deulsch. Fl. Foliolos das folhas inferiores obcordados, os das superiores linear-cuneiformes.

V. anguslifolia L. Amenit. Ac. IV, p. 105. Foliolos das folhas superiores linear-troncados ou obtusos.

a. Bobartn Koch. Syn. ed. II, p. 213. Foliolos das fo- lhas superiores linear-lanceolados, ou linear-troncados, ou emarginado-mucronados. !i' p. segelalis Koch. 1. c. Foliolos das folhas superiores

oblongo-lanceolados arredondados na extremidade.

V. amphicarpa L. Sp. ed. II, p. 1030. Plantas com estolhos brancos e subterrâneos; duas formas de (lôr, umas completas, outras imperfeitas.

Searas, sebes e matlas, terrenos incultos. Fl. de abril a junho. 1.

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124

1

Sect. I. EiiTÍcia Vis.

I Caule delgado rastejante ou trepador Vicictnae. l Caule recto mais ou menos consistente e carnoso Fabinae. 4

(Vagem curta e larga Platycarpae. 2

(Vagem comprida ensiforme Ilyphocarpae. 3

Tlôr amarella, vagem linear-oblonga com pellos duros nascendo d'um tubérculo; sementes globosas V. lutea L.

iFlôr amarella mais ou menos riscada de violeta; vagem rhomboidal-oblonga co- berta de pellos acastanhados; sementes (3-4) quadrangulares comprimidas.

V. vestita L.

.Flores e legumes rentes V. saliva L.

'piores pedunculadas; pedúnculo egual ou mais comprido que a folha.

V. Bythnica L.

Folhas inferiores com um par de foliolos e sem gavinha; foliolos grandes elli- plicos. Flores grandes, pedúnculos mais curtos que a f(jlha; dente superior do cálix triangular, os inferiores lanceolados mais compridos; corolla purpurina.

V. narboneniis L.

'Folhas todas mucronadas, corolla branca, vagem muito grande, sementes grandes achatadas lateralmente, hilo linear V. Faba L.

Sect. II. Cracca Hiv.

I Plantas anuuaes polyspermicas, flores grandes 1

[plantas annuaes 2-4-spermicas, flores pequenas 2

Dentes superiores do cálix muito curtos, os inferiores linear-subulados; vagem glabra V. dasycai-Tpa Ten.

iDentes do cálix setaceos quasi eguaes densamente villosos; vagem densamente villosa V. atropurpurea Desf.

Dentes do cálix deseguaes, os superiores conniventes, os inferiores subulados ciíiados ; vagem amarellada glabra V. disperma DC.

iDentes do cálix eguaes villosos; vagem muito pequena (8-10 mm.) negra villo- sula V. hirsuta S. F. Gray.

12S

Sect. III. Enura L.

Foliolos linear-allongados; flores de 5-6 mm.; cálix de dentes quasi cjíiuics.

V. letmspcrnia Moench.

Sect. IV. Enilia Lk.

Folhas com 8-12 pares de foliolos, mucroiiadas, sem gavinha.. V. Ervilia Wilhl.

Sect. I. Eavícia Vis.

* Vicicinae

V. iutea L. Sp. p. 736; Brot. II, p. 151.

Terrenos cultivados, coilinas áridas, prados. Fl. de março a junho. I. V. vestita Bss. Elench. p. 67; Voy. bot. Esp. p. 193, tab. 57.

Searas, terrenos cultivados e sitios sombrios. Fl. de abril a maio. I. V. sativa L. Sp. p. 736; Brot. II, p. 150.

Plantas sem estollios brancos subterrâneos.

V. sativa typica Beck. Fl. Nieder-Oesterr. p. 876 2-3 mm.

- Flores de Foliolos obovaes ou obcor-

«. ubovala Ser. in DC. Prod.

dados. ^. linearis Lang. Pug. Foliolos muito estreitos. Flores de

1,5-1,8 cm.

V. cordata Wulf. in Sturm. Deulsch. Fl. Foliolos das folhas inferiores obcordados, os das superiores linear-cuneiformes.

V. angustífolia L. Amenit. Ac. IV, p. 105. Foliolos das folhas superiores linear-troncados ou obtusos.

ot. Bobartn Koch. Syn. ed. II, p. 213. Foliolos das fo- lhas superiores linear-lanceolados, ou linear-troncados, ou emarginado-mucronados.

p. segetalis Koch. 1. c. Foliolos das folhas superiores oblongo-lanceolados arredondados na extremidade.

V. amphicarpa L. Sp. ed. II, p. 1030. Plantas com estolhos brancos e subterrâneos; duas formas de ílôr, umas completas, outras imperfeitas. Searas, sebes e maltas, terrenos incultos. Fl. de abril a junho. 1.

124

Sect. I. EuTÍcia Vis.

I Caule delgado raslejante ou trepador Vicicinae. l Caule recto mais ou menos consistente e carnoso Fabinae. 4

1 Vagem curta e larga Platycarpae. 2

( Vagem comprida ensiforme Hyphocarpae. 3

2

1

2

fFlôr amarella, vagem linear-oblonga com pellos duros nascendo d'um tubérculo; sementes globosas V. lutea L.

iFlôr amarella n)ais ou menos riscada de violeta; vagem rhomboidal-oblonga co- berta de pellos acastanhados; sementes (3-4) quadrangulares comprimidas.

V. vestita L.

1 Flores e legumes rentes V. sativa L.

3 (Flores pedunculadas; pedúnculo egual ou mais comprido que a folha.

V. Bythnica L.

Folhas inferiores com um par de foliolos e sem gavinha; foliolos grandes elli-

plieos. Flores grandes, pedúnculos mais curtos que a folha; dente superior do

cálix triangular, os inferiores lanceolados mais compridos; corolla purpurina.

4 { V. narboneniis L.

fFolhas todas mucronadas, corolla branca, vagem muito grande, sementes grandes achatadas lateralmente, hilo linear V. Faba L.

Sect. II. Cracca Riv.

*

1 Plantas annuaes polyspermicas, flores grandes 1

[Plantas annuaes 2-4-spermicas, flores pequenas 2

[Dentes superiores do cálix muito curtos, os inferiores linear-subulados; vagem glabra V. dasycaiya Ten.

JDentes do calix sctaceos quasi eguaes densamente villosos; vagem densamente villosa V. atropurpurea Desf.

[Dentes do calix deseguaes, os superiores conniventes, os inferiores subulados ciliados ; vagem amarellada glabra V. ãisperma DG.

) Dentes do calix eguaes villosos; vagem muito pequena (8-10 mm.) negra villo- sula V. hirsuta S. F. Grav.

128

Sect. III. Ervura L.

Foliolos linear-allongados; flores de 0-6 mm.; cálix de dentes quasi eguacs.

V. tetiaspcnna Moencli.

Sect. IV. Eivilia Lk.

Folhas com 8-12 pares de foliolos, mucronadas, sem gavinha.. V. Ervilia Willd.

Sect. I. Envida Vis.

# Vícicinae

V. lutea L. Sp. p. 736; Brot. 11, p. 151.

Terrenos cultivados, collinas áridas, prados. FI. de março a junho. I. V. vestita Bss. Elench. p. 67; Voy. bot. Esp. p. 193, tab. o7.

Searas, terrenos cultivados e sitios sombrios. Fl. de abril a maio. I. V. sativa L. Sp. p. 736; Brot. II, p. 150.

Plantas sem estolhos brancos subterrâneos.

V. sativa typíca Beck. Fl. Nieder-Oesterr. p. 876. Flores de 2-3 mm.

«. obovala Ser. in DC. Prod. Foliolos obovaes ou obcor-

dados. ^. Unearis Lang. Pug. Foliolos muito estreitos. Flores de

1,5-1,8 cm.

V. cordata Wulf. in Sturm. Deulsch. Fl. Foliolos das folhas inferiores obcordados, os das superiores linear-cuneiformes.

V. angustifoUa L. Amenit. Ac. IV, p. 105. Foliolos das folhas superiores linear-troncados ou obtusos.

a. Bobarlli Koch. Syn. ed. II, p. 213. Foliolos das fo- lhas superiores linear-lanceolados, ou linear-troncados, ou emarginado-mucronados.

p. segeialis Koch. I. c. Foliolos das folhas superiores oblongo-lanceolados arredondados na extremidade.

V. amphicarpa L. Sp. ed. II, p. 1030. Plantas com estolhos brancos e subterrâneos; duas formas de ílôr, umas completas, outras imperfeitas. Searas, sebes e maltas, terrenos incultos. Fl. de abril a junho. 1.

Í2tí

V. Bithnica L. Syst. ed. X, p. 1166.

Sebes, bordas de campos. Fl. de abril a junho. I.

** Fabinae

V. narbonensis L. Sp. p. 737.

p. serrati folia Koch. Syn. ed. II, p. 215.

Terrenos húmidos e férteis, mattas, valias. Fl. de maio a junho. 1. V. Faba L. Sp. p. 737.

Cultivada. Fí. de maio a junho. I.

Sect. II. Cracca Riv.

V. dasycarpa Ten. Viagg. Abruzz. p. 81; V. varia Host. ; V. Cracca Brot. II, p. 149.

Searas, sebes. Fl. de maio a setembro. I. V. atropurpurea Dcsf. Fl. Atl. II, p. 164; V. villosa Brot. II, p. 150.

Terras incultas, relvosas, arenosas. Fl. de março a maio. I. V. disperma DC. Cat. líost. Monsp. p. 154.

Terrenos arenosos, pedregosos, mattas. Fl. de abril a junho. I-II. V. hirsuta S. F. Gray Nat. an. Brit. pi. II, p. 614; Ervum hirsutum L.; Brot. II, p. 152.

Terras cultivadas, searas. Fl. de abril a julho. I.

Sect. III. Ervum L.

V. tetrasperma Moench. Meth. p. 148.

var. gracilis Arch. ex Gurb.; V. gracilis Lois.; Ervum varium Brot. II, p. 152; V. laxiflora Brot. Phyt. I, p. 125.

Searas, bordas de campos, sebes, mattagaes. Fl. de março a maio. I.

Sect. IV. Ervilia Lk.

V. Ervilia Willd. Sp. pi. III, p. 1103; Ervum Ervilia L. Sp. p. 738; Brot. II, p. 153. Cultivada e subspontanea nos campos. Fl. de abril a junho. I. Orobo das bolicas, Ervilha de pombo.

Í27

Í Todas as folhas, pelo menos as superiores, com gavinhas. Sect. I. Archylathyrns. l Todas as folhas sem gavinhas Sect. II. Orobus.

(Estylete não torcido 2

1 (Estylete torcido 4

[Folhas reduzidas á gavinha, estipulas muito grandes I. Aphacn Tourn

2

( Folhas todas ou pelo menos as superiores com foliolos 3

IPeeioIos inferiores foliaceos; estandarte bigiboso-calloso perto da base. II. Clymenum DC Todas ou quasi todas as folhas com foliolos e gavinhas : caule 2-gumeo.

IV. Orobastrum Gr. et Godr.

ÍEs.ylete recto; pedúnculos com 4-3 flores; vagem oval-alongada. III. Cicercula Much. Estylete curvo V. Eulalhyrus Ser.

Sect. I. Archjlalhyriís

I. Aphaca Tourn.

L. Aphaca L. Sp. p. 729; Pisum Aphaca Brot. 11, p. lio. Searas, sebes, sitios arenosos. Fl. em abril e maio. I.

II. Clymenum DC,

(Flores amarellas ; vagem 2-alada L. Ochrus DC.

I Flores vermelhas '

íAzas da corolla azues; vagem comprimida, canaliculada no dorso. \ L. Clvmenum L.

1

Azas da carolla brancas; vagem tubulosa, não canaliculada no dnrso. ^ L. arluulalus L.

L. Clymenum L. Sp. p. 73*2.

a. íenuifolius Godr. Caule e peciolos subalados; foliolos lan- ceolado-lineares.

128

[i. latifolius Godr. Brot. II, p. 14 v. Caule e peclolos per- feitamente alados; foliolos oblongo-lanceolados ou lanceo- lados.

Mattas, sebes, searas, bordas de caminhos. Fl. de abril a junho. I. L. articulatus L. Sp. p. 731; Brot. II, p. 439.

Terrenos cultivados, sebes. Fl. de abril a maio. I. L. Ochrus DC. in Lam. et DC. Fl. Fr. IV, p. S78.

Campos e terras incultas. Fl. de abril a maio. I.

III. Cicercula Much.

[ Vagem glabra ' 1

( Vagem hirsuta L. hirsntus L.

( Corolla amarella L. annuus L.

j Corolla mais ou menos violácea 2

(Pedúnculos mais curtos que as folhas; vagem canaliíiulada no dorso. L. Cicera L. (Pedúnculos eguaes ou mais compridos que as folhas; vagem 2-alada no dorso. 3

I Planta sem estolhos brancos L. sativus L. Planta com estolhos brancos, fructificação aérea e subterrânea.

L. amphicavpus Brot.

L. sativus L. Sp. p. 730; Brot. II, p. 138.

Searas. Fl. de março a maio. I. Chicharos grossos ou ordinários. L. amphicarpus Brot. II, p. 135, e Phyt. lusit. I, p. 163.

Collinas e outeiros argilloso-calcareos. Fl. de março a maio. I. L. annuus L. Amoen. Acad. Ill, p, 417; Brot. II, p. 141.

Searas, prados, terras incultas frescas. Fl, de abril a junho. I. L. Cicera L. Sp. p. 730; Brot. p. 137.

Searas, vinhas, terras incultas. Fl. de abril a junho. I. Chicharos meudos. L. hirsutus L. Sp. p. 732; Brot. II, p. 141.

Terras cultivadas, searas. Fl. de maio a julho. 1.

IV. Orobastrum (Bss. Fl. Or.) Taub.

Í Pedúnculos oo-floreos L. palustris L. Pedúnculos com uma ílòr i

1-20

/Pedúnculo aiislado, arliculailo ao meio, mais curto que a folha. 1 < L. sphaerkus Hetz.

(Pedúnculo articulado perto da extremidade, 4-6 vezes mais comprido (jue a folha.

L. anyulalus L.

L. palustris L. Sp. p. 733.

p. nudkauUs Willk. Caule e peciolos nào alados (1).

Terrenos incultos húmidos. Fl. de maio a junho. I. L. sphaericus Relz. Obs. bot. Ill, p. 39.

Vinhas, terras cultivadas. Fl. de abril a julho. I. L. anguiatus L. Sp. p. 731; Brot. II, p. 139.

Terras incultas, searas, terrenos arenosos. Fl. de abril a julho. I-II.

V. Eulathyrus Ser. in DC. Prod.

I Dentes do cálix deseguaes, os superiores direitos 1 Dentes do cálix deseguaes, os superiores conniventes L. latifolius L.

Í Vagem glabra 2 Vagem e caule villosos L. odoratus L.

2

1 Estandarte côr de rosa na face anterior e esverdeado no dorso . . L silvestris L. I Toda a corolla vermelha L. Tingitamis L.

L. silvestris L. Sp. p. 733.

^. latifolius Peterm. Foliolos inferiores grandes ovaes oblon- gos arredondados e mucronados, os médios elliptico-lan- ceolados, os superiores lineares.

Mattagaes, terras incultas sombrias. Fl. em junho e julho. I. L. latifolius L. Sp. p. 733; Brot. II, p. 142.

Sebes, brenhas, mattas. Fl. de junho a agosto. I. L. Tingitanus L. Sp. p. 732.

Sebes e brenhas. Fl. de maio a junho. I. L. odoratus L. Sp. p. 732.

Cultivado e subspontaneo. Fl. de maio a julho. I.

(I) O sr. G. Sampaio nota diíTercnças importantes entre esta planta e o verdadeiro L puhistris. dando talvez logar a considerar-se como nova espécie.

9 KXM

130

Sect. II. Orobus

JFolioIos ovaes, elliplicos ou oblongo-lanceolados; dentes inferiores do cálix egua- lando o lubo. Planta estoionifera e productora de tubérculos.

L. montanus Bernh.

IFoIIoIos ellipticos; dentes inferiores do cálix egualando Va do tubo. Planta tor- nando-se negra seceando L. niger Bernh.

L. niger (L.) Bernh. Syst. Verz. Esf. p. â48 ; Orobus niger L. Sp. p. 729; p. 146.

Mattas das regiões montanhosas. FI. de maio a julho. II-III. L. montanus Bernh.; Orobus tuberosus L. Sp. p. 728; Brot. II, p, 147.

Nas mattas das regiões baixas e montanhosas. Fl. de abril a maio. I.

Pisiiiu L.

l Pedúnculos oo-floreos ; sementes amarelladas, globosas P. saHvum L.

(Pedúnculos l-floreos; sementes escuras, angulosas P. arvense L.

P. sativum L. Sp. p. 727; Brot. II, p. 144.

Cultivado em muitas variedades. Ervilhas. P. arvense L. Sp. p. 727; Brot. II, p. 144.

Cultivado e snbspontaneo. Fl. de maio a julho. Ervilhas meudas.

PAPILIONATAE-PHASEOLEAE-PHASEOLINAE

[Cálix 2-labiado. Carena com o estylete e estamos enrolados em espiral. Plantas trepadoras Phaseolus L.

[ Cálix 5-denteado. Carena não eniolada Dolichos L.

Phaseolus L.

Ph. vulgaris L. Sp. p. 723.

a. communis Arch. FI. Prov. Brandenb. Feijoeiro branco de

trepa.

b. nanus L. (como espécie) Cent. pi. I, p. 23. Feijoeiro branco

das searas.

Cultivado. Fl. na primavera e no verão.

l,1í

Ph. mullillonis Lamk. Ericy. Ill, p. 70.

Cultivado. Fl. de junho a julho. Feijoeiro escarlate.

Uoliclios L.

D. monachahs Brot. FI. lusit. II, p. 125. Cultivado. Fl. no verão. Feijão fradinho.

Serie Oeranlales

í Flores hermaphroditas i

(Flores unisexuaes Subserie Tricoccae.

1 Flores regulares ou quasi Subserie Gercmiineae.

( Flores symetricas Subserie Polyynlinae.

Subserie Geraniineae

IFolhas simples 1

I Folhas compostas 2

[ Folhas inteiras estreitas; frueto capsular Linaceae.

(Folhas lobadas ou fendidas; frueto com um longo bico Geraniaceae.

IFolhas 3-foliadas Oxalidaceae.

(Folhas pennadas 3

(Estigma simples Ruíaceae.

3

(Estigma com 5 raios Zygopbyllaceae.

Geraniaceae (*)

lEstames férteis 10 Geranium L

(Estames férteis 5, estéreis 5 (G. pusillum L.) Erodhtm I.'Herit.

(1) J. Mariz -£o/. da Soe. Brot., VIU, p. 161.

132

Oerauiuiii L.

[Plantas perennaes com rbizoma desenvolvido; pedúnculo 1-tloreo.

Sect. I. Batrachia Koch.

[Plantas annuaes; pedúnculo 2-floreo 1

í Sepalas patentes Sect. II. Columbina Koch.

1 (Sepalas erectas na flor e conniventes no fructo Sect. III. Robeitiana Koch.

Sect. I. Batrachia Koch.

G. sanguineum L. Sp. p. 683; Brot. II, p. 7i.

Sebes, outeiros pedregosos estéreis. Fl. de junho a julho. I-II. Gerânio sanguíneo, Bico de Grou sanguíneo.

Sect. II. Columbina Koch.

; Folhas lobadas ou fendidas 1

[ Folhas partidas 3

[Carpellos com rugas transversaes G. molle L.

( Carpellos lisos 2

1 Estames 10 férteis G. rotundifolinm L.

( Estames férteis 5, estéreis 3 G. pusillum L.

[Carpellos pelludos ; pedúnculos mais curtos que as folhas G. dissedum L.

1

2

3

[Carpellos glabros; pedúnculos muito mais comi>ridos que as folhas.

G. Coiumbinum L.

G. molle L. Sp. p. 682; Brol. 11, p. 72.

Terras cultivadas e incultas. Fl. de abril a julho. I-il. G. rotundifolium L. Sp. p. 683; Brot. II, p. 72.

Terrenos cultivados, sebes. Fl. de abril a outubro. I. G. pusillum L. Sys. Nat. ed. X, n.** 36.

Campos relvosos, terras cultivadas. Fl. de maio a julho. IV. G. dissectum L. Cent. I, p. 21 ; Brot. II, p. 73.

Campos arrelvados, terras de pousio. Fl. de abril a maio. I.

133

G. Columbinum L. Sp. p. 682; Brot. 11, p. 73.

Terras arrelvadas, campos. Fl. de junho a julho. I-II.

Sect. III. Roberliana Koch.

I Folhas renlformes palmilobadas q lucidim L.

(Folhas 3-0 palmipartidas G. Robertianum L.

G. lucidum L. Sp. p. 682; Brot. II, p. 72.

Terrenos sonnbrios e húmidos. Fl. de abril a julho. I-III. G. Robertianum L. Sp. p. 681; Brot. 11, p. 71.

Mattas húmidas, fendas das pedras, muros velhos. Fl. de maio a julho. I-IV.

Erocliiim L.

[Folhas simplesmente denteadas ou lobadas 1

(Folhas piunatiseccadas 2

\

[Bico do fructo de 2-3 centímetros; folhas serrilhadas ou lobadas.

E. malacoides (L.) Willd.

|Bíco do fruclo de 1 decimetro; folhas inferiores crenadas ou lobadas, as superio- res pinnatifidas E. Botnjs (Cav.) Bertol.

(Filetes dos estames férteis largos e 2-denteados na base 3

2

(Filetes dos estames não 2-denteados 4

ÍFoliolos grandes denteados distantes uns dos outros. E. moschatum (Burm.) L'IIerit. Foliolos pequenos pinnatifidos E. primulaceim (Wchv.) Lange.

[Folhas inciso-lobadas ou pinnatisecoadas E. cicutarinm (L) L'lierit.

4

( Folhas 2-pennadas ou qnasi 3-peDnadas 5

(Folhas 2-pennadas, segmentos inteiros E. cicularitm, a. bipinnaíum (W.).

b }

(Folhas 2-pennadaSj segmentos profundamente divididos.

E. ciaitarium, p. Jacquinianum (Fiseh., Mey. et Ave-Lall.).

I3í

E. malacoides (L.) Willd. Sp. III, p. 639; Geranium malacoides L. p. 680; Brot. II, p. 74. Terrenos arenosos, campos áridos, caminhos. Fl. de maio a julho. I. E. Botrys (Cav.) Bertol. Amoen. p. 35; Geranium Botrys Cav. Diss. IV, p. 218, tab. 90; Brot. II, p. 74. Terras incultas, outeiros seccos arenosos. Fl. de março a junho. I. E. moschatum (Burm.) L'Herit. in Ait. Host. Kew. p. 414; Geranium moschatum L. ; Brot. II, p. 74. Campos e terras incultas, bordas de caminhos. Fl. de maio a julho. I-II. Bico de Grou ou de Cegonha moscado, Agulheiro ou agulha de partes moscadas. E. primulaceum (Welw.) Lange Ind. sem. H. haun. 1885, p. 24; Pug. pi. IV, p. 328; Welw. pi. lusit. exsic. n." 85. Terrenos argillosos e húmidos. Fl. de fevereiro a maio. I. E. cicutarium (L.) L'Herit. ; Geranium cicutarium L. Sp. p. 680; Brot. II, p. 75.

a. bipinnatum (W.) Fiori et Beg.

^. Jacquinianum (Fisch., Mey. et Ave-Lall.) Fiori et Beg.

Terrenos cultivados e incultos; ^. terrenos arenosos da beiramar. Fl. de fevereiro a abril. I.

Oxalidaceae Oxalis L.

Planta de caule prostrado ; folhas caulinares 0. corniculata L.

Plantas rhizomatosas bulbiferas; folhas todas radicaes O. cernua Thunb.

O. corniculata L. Sp. p. 435 ; Brot. II, p. 223.

Frequente em terras cultivadas e incultas, muros. Fl. de maio a agosto. I-II. O. cernua Thunb. Diss. de oxal. n." 8, p. 12, tab. 2.

Subspontanea nas terras cultivadas. Fl. de setembro a novembro. I.

Linaceae

I Flores 4-meras ; planta pequena Radiola L. Flores 5-meras Linum L.

135

Radiola L.

R. linoides Roth. Tent. 2, p. i99; Liniim Radiola L. Sp. p 281- Hrot. I, p. 485. ^ ^

Terrenos arenosos, pastagens, mattos. Fl. de maio a junho. I.

liiiiiiiii L

I Pétalas amarellas; sepalas glandulosas na margem. . Sect. I. Linastrum Planch.

( Pétalas azues, côr de rosa ou brancas; sepalas não glandulosas.

Sect. II. Eulinum Planch.

Sect. I. Linastrum Planch.

I Folhas Ihiear-lanceoladas { Folhas linear-subuladas ; pétalas subuiadas L setacmm Brot.

[Ramos pubescentes /,. strictum L.

Ramos glabros l. gallicum l.

Sect. II. Eulinum Planch.

[Sepalas interiores levemente ciliadas; antheras quasi globulosas.

L. angustifolium Huds.

[Sepalas todas glabras ; antheras sagitadas L mitatissimum L.

L. setaceum Brot. I, p. 484.

Terras áridas, mattos. Fl. de abril a julho. I. L. strictum L. Sp. p. 279; Brot. I, p. 484.

a. laxiflorum Gr. et Godr. Fasciculos de ílores poucos e dis- tantes uns dos outros na extremidade de ramos longos.

p. cymosus Gr. et Godr. Fasciculos de ílores compactos em ramos curtos.

y. axillare Gr. et Godr. Fasciculos de flores axillares por quasi todo o caule.

Terras áridas, vinhas. Fl. de abril a maio. I-II. L. gallicum L. Sp. ed. II, p. 401; Brot. I, p. 483.

Terrenos seccos, vinhas. Fl. de abril a junho. I. L. angustifolium Huds. Fl. Angl. p. 134; Linum agreste Brot. I, p. 481.

136

Prados, pastagens, mattas. Fl. de abril a agosto. I-II. Linho gal-

lego bravo. L. usitatissimum L. Sp. p. 277; Brot. I, p. 481.

Cultivado em quasi todo o paiz. Fl. de maio a julho. I. Linho;

linho da terra, gallego ou mourisco.

Zygophyllaceae (i)

ZYGOPHYLLOIDEAE-TRIBULEAE

Tribiiliis L.

T. terrestris L. Sp. p. 387; Brot. II, p. 70.

Frequente em terras áridas e ainda nas cultivadas. Fl. de junho a setembro. I. Abrolho terrestre.

Rutaceae (i)

RUTOIDEAE-RUTEAE-RUTINAE

Ru<a L.

(Pétalas franjadas R. Chakpensis L.

(Pétalas inteiras ou denticuladas R. montana (L.) Mill.

R. Chalepensis L. Mant. I, p. 69; R. graveolens Brot. II, p. 16.

a. Bracleosa. Bracteas mais largas que os ramos.

Terrenos áridos e estéreis. Fl. de março a julho. I. Arruda. R. montana (Clus.) Mill. Gard. Dict. ed. VIII, n.'' 7; R. lenuifolia Brot. II, p. 16. Terrenos estéreis e áridos. Fl. de maio a agosto. I, Arrudào.

Polygalaceae

ICarena imberbe, sopalas corollinas^ caducas Sect. I. Brachytropis Willk. Carena fimbriato-l)arbada, sepalas herbáceas persistentes.

Sect. II. Orthopolygala Chodat.

(1) P. Coutinho Boi. da Soe. Brot., XII, p. 7.

137

Sect. í. Rraclijiropis Willk.

P. microphylla L. Sp. ed. II, p. 580; Krol. II, p. 30. Mattagaes e base dos montes. Fl. de maio a junho. 1.

Sect. II. Ortliopolyjjala Chodal.

Subsect. Europeae

§ Vulgaris

jNervuras lateraes das azas com as terminações livres 1>. monspeliaca L.

(Nervuras lateraes das azas ligando se cm arco na extremidade 1

[ Folhas inferiores oppostas p. depressa Wender.

( Todas as folhas alternas p. vulgaris L.

P. monspeliaca L. Sp. p. 702; Brot. II, p. 29; Pliyt. lusil. II, p. 216, tab. 176.

Outeiros calcareos, terrenos incultos. FI. de março a julho. I. P. depressa Wender, Schrift. d. Ges. d. Naturwiss z. Marburg.

Regiões montaidiosas. Fl. de junho a julho. IV e V. P. vulgaris L. Sp. p. 702; Brot. II, p. 29.

a. íypica (P. vulgaris Rchb.). Azas elliplicas mais largas que

a capsula. ^. oxyplcra (Rchb.). Azas cuncalo-ellipticas mais estreitas

que a capsula. f. angusti folia. y. lusilanica P. Cout. Azas ciliadas.

Prados, mattas e montes. Fl. de março a julho. I-IV.

Subseries Tricoccae Euphorbiaceae

(Flores monoicas ou dioicas nao contidas num invólucro membranoso. Aralyphrae.

(Flores monoicas, masculinas e femininas contidas dentro d'um invólucro membra- noso Euphorbieae.

38

Acalypheae

* Mercurialinae

micreiírialiii (^Tuuriif.) L.

(Folhas pelludas glandiilosas ; planta perennal M. perennis L.

(Folhas glabras ; planta annuai M- annua L.

M. perennis L. Sp. p. 1035.

Mattas sombrias e húmidas. Fl. de maio a julho. I. Mercurial. M. annua L. Sp. p. 1035; Brot. II, p. 51.

a. genuína J. Mull. Flores dioicas; flores masculinas em es- piga com pedúnculo mais comprido que as folhas.

"^.ambígua J. Mull. Flores monoicas em grupos axiliares rentes.

Frequente nos campos, nas terras incultas, muros velhos. Fl. de fe- vereiro a dezembro. I.

Euphorbieae (í) Eu|ihorbia L.

[Flores solitárias; folhas oppostas com estipulas. Plantas rastejantes.

Sect. I. Anisophyllum Haw.

[Flores em urabella ; folhas sem estipulas Sect. II. TithyniaJus Scop.

Sect. I. Anlsophjllum Haw.

Subsect. Chamaesyceae

E. Peplis L. Sp. p. 455; Brot. II, p. 309.

Areias maritimas. Fl. de junho a setembro. I. Maleileira das areias.

(1) J. DâweâVi ~ Euphorbiacées de Portugal Boi. da Soe. Brot., III (1885).

139

Sect. II. Tilhjmaliis Scop.

[Folhas caulinares oppostas Subseel. I. Decussalae Bss.

E. Latliyris L.

[Folhas caulinares alternas 1

/Glândulas do invólucro inteiras, ovaes ou arredondadas.

Subseel. II. Galarrhnei Bss.

Glândulas do invólucro em forma de crescente, bicorueas ou i-corneas.

Subsect. III. Esulae Bss.

Glândulas do invólucro pectinadas na margem, ou 2-corneas, ap|)endices curtos \ dilatados na ponta . . Subsect. IV. Ahjrsiniíis Bss.

Subsect. I. Decussatae Bss.

E. Lathyris L. Sp. p. 457; Brot. II, p. 311. Terras cultivadas. Fl. de junho a julho. I.

Subsect. II. Oalarrhaei Bss.

Sementes lisas 1

Sementes finamente tuberculosas E. pubescens Wahl.

Sementes alveoladas 2

[Folhas caulinares lanceoladas de 4-7 mm E. (hdcis L.

1 (Folhas caulinares muito pequenas linear-oblongas E. uliginosa Welw.

2

[Capsula alada no dorso E. ptericocca Brot.

[capsula lisa E. helioscopica L.

E. dulcis L. Sp. p. 457.

Prados, pastagens, mattas huníiidas. Fl. de abril a julho. I. E. uliginosa Welw. Plant. lusil. exsic. n." 532.

Terrenos muito bumidos do littoral. Fl. de abril a maio. I. E. pubescens Wahl. Syneb. II, p. 55; E. pilosa Brot. II, p. 315.

p. leucotricha Bss. Folhas obtusissimas.

y. crispata Bss. Folhas curtas e de margens onduladas.

Terras húmidas, margens de ribeiros, etc. Fl. de maio a julho. I.

110

1

2

E. ptericocoa Brot. 11, p. 312; Phyt. lusit. l, p. 186, tab. 76.

Collinas e valles cultivados. Fl. de abril a maio. I. E. helioscopica L. Sp. p. 459; Brot. II,. p. 312.

Vulgar nos terrenos cultivados e incultos. Fl. de janeiro a maio. 1. Maleiteira, Tithymalo dos valles.

Subsect. III. Esulae Bss.

Folhas floraes livres 1

Folhas floraes ligadas 4

Sementes tuberculosas, folhas floraes lanceolado-lineares E. exígua L.

Sementes foveoladas ou lisas 2

Sementes foveoladas 3

( Sementes lisas E. Paralias L.

[4 pequenas cavidades nas faces lateraes E. Peplus L.

3 h pequenas cavidades nas faces lateraes E. peploides Gouan.

(sementes irregularmente foveoladas E. segetalis L.

l Capsula glabra (planta dos sitios húmidos) E. amygdaloides L.

(Capsula pellnda (planta dos sitios áridos) E. Charadas L.

E. exigua L. Sp. p. 456; Brot. II, p. 310.

Terras cultivadas e incultas, pinhaes. etc. Fl. de maio a julho. I. E. Peplus L. Sp. p. 456; Brot. p. 310.

Campos, sebes. Muito vulgar. Fl. de abril a dezembro. I. E. peploides Gouan, Fl. Monsp. p. 174.

Terras cultivadas. Fl. de janeiro a abril. I. E. segetalis L. Sp. p. 468; Brot. I, p. 312.

Terras cultivadas, especialmente nas searas. Fl. de abril a agosto. I-III. E. amygdaloides L. Sp. p. 463; Brot. II, p. 317.

Florestas frescas e húmidas. Fl. de fevereiro a maio. I. E. Characias L. Sp. p. 453; Brot. II, p. 319.

Frequente nas collinas calcareas, sebes. Fl. de janeiro a abril. I. Trovisco macho, Tilhynialo maior, Maleiteira maior.

4

141

Subsect. IV. Myi-sinitis Bss.

E. Broteri Daveau, Boi. da Soe. Brot. III, p. 33; E. Myrsiiiites Brot. II, p. 317. Serra da Estrella, Manteigas. Fl. de maio a abril. III-IV.

Callitrichaceae

Callitriclie L.

C. palustris L. Sp. p. 969.

«. slagnalis (Scop.). Fructo lobado e lóbulos carenado-alados.

f. major Kutz. f, minor Kulz.

^. verna (L.). Friiclo oval com os lóbulos levemente margi- nados.

Aguas estagnadas ou de pequeno movimento. Fl. de abril a maio. I.

Series Sapiudales

I Flores herinaphroditas Aquifoliaceae. Floies unisexuaes i

1 Flores 3-meras : fruclo baga Etnpeliaceae.

1

(Flores regulares, sepalas e estames 3, carpellos 3, fructo drupaceo.

Anacardiaceae , % Rhoideae.

Empetraceae

EiiípcCriiiii L.

E. álbum L. Sp. p. 10-22; Brot. I, p. 70.

Terrenos arenosos da beiramar. Fl. de março a abril. I. Camari- nheira ou Camarinha.

Anacardiaceae

§ Rhoideae

(Pelalas 4-6 '''"'^ ^'^

(Pétalas O rislacia l.

'1 142

IIIbus L.

R. coriaria L. Sp. p, 265; Brot. I, p. 475.

Terrenos áridos, fendas de rochas. Fl. de maio a junho. ML Su- magre.

I*i8tacia L.

Í Folhas paripennadas ; peciolo alado P. Lentiscus L. Folhas im paripennadas ; peciolo não alado P. Terebinthus L.

P. Lentiscus L. Sp. p. 1026; Brot. I, p. 478.

Outeiros áridos, sebes. FI. de abril a maio. I. Lenlisco verdadeiro, Aroeira. P. Terebinthus L. Sp. p. 1025; Brot. I, p. 478.

Terrenos áridos. Fl. de abril a maio. I-II. Terebinlho ou Corna- Iheira dos transmontanos.

Aquifoliaceae

IleiL L.

L Aquifoiium L. Sp. p. 125; Brot. I, p. 213.

Regiões altas (Serra da Estrelia). Fl. na primavera. IV. Azevinho.

Series Rbamnales

Rhamneae Rliaiiiiius L.

[Flores dioicas, 5- meras; estylete 2-3-fido; folhas membranosas.

Subgen. I. Eurhamnus Dippel.

[Flores hermaphroditas; estylete indiviso; folhas coriaceas.

Subgen. II. Frangula Brongn.

Subgen. I. Eurlxamiius Dippel.

R. Alaternus L. Sp. p. 193; Brot. I, p. 301.

Sebes, mattagaes das encostas e valles, margens di ribeiros. Fl. de mar^o a abril. I. PbylUrea bastarda ou dos jardineiros.

Ii3

Subgen. II. Fraiigula Broiigo.

R. Frangula L. Sp. 193; Brot. I, p. 301.

Mattagaes e ílorestas húmidas. Fl. de maio a junlio. I. Franyula, Sanguinho d' agua ou Amieiro preto.

Series Hiaivaies (l)

Malveae-Malvinae

( Caliculo nascendo da base do cálix Malva L.

jCaliculo independente do cálix; foliolos do caliculo ligados na base i

(Caliculo com 6-9 divisões Allhat-a L

1 ( Caliculo com 3 divisões Lavatera L.

ilalwa L.

l Flores axillares solitárias ; folhas palini-partidas l

( Flores axillares fasciculadas ; folhas palmi-lobadas fi

1

1 Caliculo de 2 foliolos M. hispânica L.

Caliculo de 3 foliolos 2

ICarpellos glabros 3

2 (Carpellos mais ou menos villosos no dorso 4

3

ICarpophoro pyramidato-conico; sementes túmidas M. Morenii Poli.

[Carpophoro em forma do disco; sementes com ííices concavas. M. Colmeiroi Wk.

'Corolla 3-4 vezes mais comprida que o cálix; carpellos não se tornando negros.

JW. Tourneforliaiia I.. 4 ,

(Corolle 2-3 vezes mais comprida que o cálix; carpellos tornando-se negros quando maduros ^'- moschata \.

(I) P. Coutinho ^s Malvaceas de Porlvgal Boi da Soe. Brot., X, p. inl.

l/i4

1 Pétalas pouco maiores que o cálix M. parviflora L.

5 I

(Pétalas com compriuiento duplo do do cálix pelo menos 6

1 Carpellos lisos M. Nicaeensis AU.

I Carpellos rugosos 7

(Pedúnculos fructiferos mais curtos que as folhas M. silvestris L.

7 (Pedúnculos fructiferos egualando o comprimento das folhas ou mais.

M. vulgaris Fries.

M. hispânica L. Sp. p. 689; Brol. II, p. 274.

Vulgar em terras diversas. Fl. de abril a agosto. I. M. Morenii Poli. Fl. Veron. II, p. 437.

|i. Reichenhachiana P. Cout. Folhas inferiores cordato-rotun- data-lobatas, as caulinares inferiores palmatiseccadas e as superiores palmatipartidas; caule glabrescente.

S. flabellata P. Cout. Folhas inferiores cordato-lobadas, as superiores llabellato-lobadas, lóbulos mais ou menos sub- pinnatifido-crenados; caule hirsuto na base.

y. confusa P. Cout. Folhas inferiores como na var. [3. as su- periores palmatilobadas, lóbulos triangulares inciso-den- teados ou subpinnatifidos.

Terras áridas, sebes, Fl. de julho a outubro. III. M. Colmeiroi Willk. Pug. n.° II ; Wk. et Lange, Prodr. Fl. Hisp. III, p. 577; Malva Alcea Brot. II, p. 274?

Sebes mattas. Fl. de julho a agosto. I. M. Tournefortiana L. Amen. Acad. IV, p. 283.

Campos incultos, logares áridos, sebes. Fl. de maio a julho. I-III. M. moschata L. Sp. p. 690.

a. laciniala Gr. et Godr. ; M. laciniata Brot. II (parte), p. 275.

Todas as folhas palmato-pinnatipartidas. fí. inlcrmedia Gr. et Godr. Folhas inferiores reniforraes cre-

nadas, as superiores palmato-pinnatipartidas. y. Ramondiana Gr. et Godr. Todas as folhas cordato-arredon-

dadas levemente lobado-crenadas. 8. G eranii folia yWi. Folhas profundamente palmatipartidas,

segmentos inciso-denteados ou subpinnatifidos.

Terrenos arenosos, pastagens, sebes, bordas de campos. Fl. de junho a agosto. I-IV.

us

M. parviflora L. Am. Acad. III, p. 410.

Terras incultas, caminhos, sebes. Fl. de abril a junho. I. M. Nicaeensis Ali. Fl. Ped. II, p. 40; M. rolundifolia Brot. II, p. 273.

Caminhos, paredes, terras cultivadas. Fl. de abril a setembro. I. M. silvestris L. Sp. p. 689; Brot. II, p. 273.

íi. Mauritiana (L.). Differe do typo por ser mais glabra, e as pétalas mais coradas e menos lobadas.

y. polymorpha Pari. Carpellos tomentosos ou glabros; caules débeis estrellado-tomentosos.

Terrenos áridos, sebes, terras cultivadas. Fl. de abril a setem- bro. I. M. vulgaris Fries. Nov. Suec. p. 219; M. rolundifolia L. (parie). Terrenos relvosos, caminhos. Fl. de maio a setembro. I.

Lavatera L.

/Carpophoro discoideo Sect. I. Stegia DC.

< Carpophoro cónico Sect. lí. Olbia DC.

(Carpophoro concavo Sect. III. Anthema DC.

Secl. I. Stegia DC.

L. trimestris L. Sp. p. 692.

a. genuína. Dentes do cálix (lorifero quasi de comprimento

duplo do caliculo. '^. pseudo-trimesíris Kouy. Dentes do cálix pouco maiores

que o caliculo.

Terrenos cultivados arenosos. Fl. de abril a maio. I.

Sect. II. Olbia DG.

L. olbia L. Sp. p. 690.

p. hispida (Desf.) Gr. et Godr. Cálix e parte superior dos ramos lanato-hirsutos com pellos fasciculados.

^ Terrenos húmidos. Fl. de maio a junho. I.

10 "''

146

Sect. III. Anthema DC.

L. arbórea L. Sp. p. 690; Brot. II, p. 277.

Sebes e terras próximas da beiramar. Fl. de maio a junho. I.

L. cretica L. Sp. p. 691; L. silvestris Brot. II, p. 277.

Terrenos arenosos, terras cultivadas, sebes, caminhos. Fl. de abril a junho. I.

^lltliaea Cav.

A. officinalis L. Sp. p. 686; Brot. II, p, 280.

Terras muito húmidas. Fl. de junho a agosto. I. Mahaisco.

Series Parietales (l)

IEstames ligados 1 Estaines livres 2

l Pelos filetes (estames polyadelphicos) Hypericaceae.

l < (Pelas autheras Violaceae.

(Estames 3-10 3

2 I Estames oc Cístaceae.

í Flores 3-4-meras; estyletes curtos; estigmas arredondados. Hervas aquáticas.

Elatinaceae.

o ICalix com 5 dentes; pétalas 5; estames 6; estylete dividido em 3-4 estigmas linear-clavados. Plantas pequenas rastejantes Frankeniaceae.

ÍEstames 5 inseridos num disco hypogynico. Pequenas arvores de folhas muito pequenas imbricadas Tamaiicaccae.

(1) P. Coutinho Boi. da Soe. Brot., XII, p. Ití.

U1

Subserie Xheineae

Guttiferae

HYPERICOIDEAE-HYPERICEAE

Hjperieiíiii L.

(Glândulas hypogynicas 3, alternando com os estames Sect. I. Elodes Spach.

( Glândulas hypogynicas nullas 1

IFructo antes de completamento maduro bacciforme, abrindo por fim irregular- mente Sect. II. AndrosaemHm Allioni. Fructo capsular, 3-locular, 3-valvar; estames 3-adelphos.

Sect. III. Euhypericum Bss. 2

! Estames grossos (15-20); lacinias do cálix deseguaes. Subsect. I. Oligostema Bss. H. humifusum L. Estames muitos 3

3

4

[Cada grupo de estames de 15 o máximo. Subsect. II. Homotaenium R. Keller. 4

[Cada grupo de estames de 15-25 Subsect. III. Heíerotaenimn R. Keller.

H. perforatiim L.

1 Caule cylindrico 5

[Caule quadrangular ou com duas linhas oppostas 6

IToda a planta coberta de tomento denso claro //. tomentosum L.

5 '

I Planta glaberrima H. pulclnum L.

1 Caule com duas linhas oppostas H linearifolium Vahl.

Icaule quadrangular H quadrangulum L.

Sect. I. Elodes Spacli.

H. Elodes Huds. Fl. Angl. ed. I, p. 292; IJrot. H, p. 324. Terrenos húmidos. Fl. de abril a setembro. I.

148

Sect. II. Androsaemuin Allioni

H. Androsaemum L. Sp. p. 784; Brot. II, p. 321.

Margens de ribeiros, sitios frescos e sombrios. Fl. de junho a se- tembro. I. Androsemo.

Sect. III. Eahypericnm Bss. Subsecl. I. Oligostema Bss.

H. humifusum L. Sp. p. 785; Brot. II, p. 323.

Terrenos áridos, caminhos, sitios relvosos. f l. de março a setembro. I-IV.

Subsect. II. Homotaeiíinm R. Keiler

H. tomentosum L. Sp. p. 786; Brot. II, p. 324.

a. genuinum.

p. dissitiflorum De Roem. Ramos da inflorescencia longos, llores afastadas dispostas em cjmeira unilateral.

Logares húmidos, valias, caminhos. Fl. de maio a junho. I. H. pulchrum L. Sp. p. 786; Brot. II, p. 323.

Matlagaes e florestas. Fl. de junho a agosto. I. H. linearifolium VahI. Symb. I, p. 65; Brot. II, p. 321.

a. acuíisepalum P. Cout. ; H. linearifolium Gr. et Godr. Se- palas lanceoladas, acuminadas, glanduloso-ciliadas.

p. obtusisepalum P. Coul.; H. linearifolium Lamk. Sepalas elliplicas, obtusas, glanduloso-íimbriadas.

Mattagaes, florestas. Fl. de maio a setembro. I-V. H. quadrangulum L. Sp. p. 785 ; Brot. 11, p. 322.

a. acutum (Moench.) Fiori et Beg. ; H. telrapterum Fr.; H. quadrangulare Brot. II, p. 322 (em parte). Caule per- corrido por 4 azas mais ou menos desenvolvidas, direitas ou onduladas (II. undulatum (Schousb.).

Margens de ribeiros, terras húmidas. Fl. de junho a setembro. I-IV,

149

Subsect. III. Heterostaeiíium R. Keller.

H. perforatum L. Sp. p. 788; Brot. II, p. 325.

Campos, sebes, mattagaes, etc. Fl. de maio a outubro. I-IV.

Elaiiue L.

Subserie Tamaricineae

Elatinaceae (i)

(Folhas oppostas E. paludosa Senb.

(Folhas verticilladas E. Alsinastrum L.

E. paludosa Seub. Monogr. Elatin. Nov. Act. Acad. Leopold. n. 2, XXI, p. 46, tab. Ill, fig. 1-8. Pântanos ou era aguas de pouco movimento. Fl. de julho a agosto. I.

E. Alsinastrum L. Sp. p. 368.

Aguas pantanosas das regiões altas. Fl. de junho a setembro. III.

Frankeniaceae (2)

Fraiikeiiia L.

F. hirsuta L. Sp. p. 331.

a. laevis (L.) Bss. Fl. Orient. I, p. 780; F. laevis Brot. I, p. 536. Cálix glabro; flores em fasciculos terminaes.

Tamaricaceae (3)

Tamaricoideae-Tamariceae

Taiiiai*ix. L.

[Folhas translúcidas nas margens e no vértice; anlheras não apiculad.is.

T. africana 1'oir.

[Folhas opacas ; antheras apiculadas T. aivjlica Webb.

{{) P. Coutinho fio/, da Soe. Brot., XII, p. 34.

(2) P. Coutiniio Boi. da Soe. Brot., X, p. 22.

(3) P. Coutinho Boi da Soe. Brot., XII, p. 32.

150

T. africana Poir. Voy. II, p. 189; T. gallica Brot.

Logares húmidos, terras da beiramar. Fl. de março a junho. I. Tamargueira ou Tamariz. T. anglica Webb. Ann. d. Sc. Nat. IV, p. 348; T. galhca Brot. Logares húmidos e terras da beiramar. Fl. de maio a julho. 1. Tamargueira.

Subserie Cistineae

Cistaceae (i)

I Capsula abrindo em 5 ou 10 valvas Cistus Tourn. Capsula abrindo em 3 valvas Helianihemmn Tourn.

Ci§itlis Tourn.

[Flores côr de rosa ou purpurinas com unha amarella.

Subgen. I. Erythrocistus Dunal. 1

[Flores brancas com unha amarella Subgen. II. Ledonia Dunal. 3

Subgen. I. Erytlirocistu.s Dunal

1

[Folhas pecioladas penninerveas C. polymorphus Wk.

(Folhas rentes 2

I Folhas rentes ligadas na base e mais ou menos onduladas C. crispus L. Folhas rentes livres na base C. albidus L.

Subgen. II. Ledonia Dunal

I Capsula septifraga, abrindo na parte superior C. mompelHensis L. Capsula loculicida, abrindo até á base 4

[Folhas rentes C. hirsutus Lanik.

4

( Folhas pecioladas 5

(1) J. Daveau Coniribution pour 1'étude de la flore portiignise Cistinées Boi. da Soe. Brot, IV (1886), p. 15.

151

(Cálix com epicalix (2 folhas)

5 < ' " ' "

Galix sem epicalix r i i r

^ o. ladaniferus L.

/Pedúnculos com 1-3 Oores sem bracleas; folhas pequenas com pellos estrellados. g ) C. saivifoUus L.

Pedunc.ilos com 3-5 flores com bracleas caducas; folhas grandes sem pellos \ esiioiiadus (j populifolius L.

Heliautlieiiiuin Tourn.

[ Estylete mais ou menos comprido 1

( Eslylete quasi nullo 9

|E8lames <x>, sendo os externos estéreis, similhando pellos.

Subgen. IV. Fumann Danai. 11

[Estames 5-oo todos férteis Subgen. lí. Euhelianthemwn í)unal. 8

H. vulgare Gacrtn.

l Plantas levemente víllosas Subgen. III. Tnberaria Dunal.

(Plantas argentino-tomentosas com ou sem pellos escamoso-estrellados.

Subgen. I. Halimium Uunal. 3

Subgen. I. Halimlxxm Dunal

[Folhas estreitas lineares, capsula cora poucas sementes.

Sect. Oligospeiina Willk. 4

Folhas largas ovaes ou lanceoladas, capsula oc-spermica.

Sect. Polysperma Willd. 5

4

, Flores brancas em umbellas ou eymeiras //. umbellaíum (L ) Spacli.

(Flores amarellas, terminaes ou axillares H. Libanoíis (L.) Lange.

(Pedúnculos e sepalas villosos com ou sem pellos estrellados 6

(Pedúnculos e sepalas cobertos de pellos escamosos com ou sem pellos esirellados.

H. halinifolinm (L.).

I Pedúnculos numerosos muito compridos (10-20 ceut.) //. orymoiils l.aiiik. Pedúnculos curtos (3-4 ceut.) 7

(Sepalas cobertas de pellos simples . .' H. lasianllmin Pers.

( Sepalas cobertas de pellos estrellados //. occidnUale Willk,

152

Subgen. II. Eixlxeliantlieniixni Dunal

Folhas planas, sepalas quasi glabras H. vnlgare Gaertn.

Subgen. III. Tixberaria Dunal

I Folhas em roseta junto da terra; estipulas nullas. Plantas perennaes. Sect. I. Evtuberaria Willk. 9 H. Tuberaria Mill. Folhas oppostas no caule, as superiores com estipulas. Plantas annuaes.

Sect. II. Scorpioides Willk. 10

Sect. I. Eiiluberaria Willk.

Q (Folhas villosas mais ou menos esbranquiçadas na pagina inferior; pétalas ama- I relias sem mancha escura H. Tuberaria Mill.

Sect. II. Scorpioides Willk.

10

[Folhas caulinares obtusas e planas H. guttatum Mill.

(Folhas linear-lanceoladas com as margens reviradas. . H. bupleurifotium Dunal.

Subgen. IV. Fuinana Dunal

I Flores em cacho com bracteas ; capsulas com 6 sementes. Subsect. I. Helianlhemoides Willk. Flores solitárias sem bracteas; capsulas com 12 sementes.

Subsect. II. Eufumana Willk.

Subsect. I. Helianthemoides Willk.

Planta villoso-glaiidulosa H. glutinosum Pers.

Subsect. II. Eufumana Willk.

^Pedúnculos mais curtos que as folhas H. procumbens Dunal.

( Pedúnculos mais longos que as folhas H. Spachii (Gr. et Godr.).

1S3

Cisius Tourn.

Subgen. Erytlirocistus Dunal

C. albidus L. Sp. p. 524; Brot. IF, p. 258.

Collinas calcareas. Fl. de abril a junho. I. Roselha grande. C. polymorphus Willk. Icon. H, p. 19.

a. vulgaris Willk. 1, c. p. 81 ; C. villosus L.

Collinas áridas. Fl. de maio a junho. I. C. crispus L. Sp. p. 624; Brot. II, p. 258.

Frequente nas terras siliciosas. Fl. de abril a junho. I-II. Roselha.

Subgen. Ledonla Spach.

C. monspeliensis L. Sp. p. 524; Brot. II, p. 260.

Frequente nas collinas silico-calcareas e argillo-schistosas. Fl. de abril a junho. Sargaço.

C. hirsutos Lamk. Dict. II, p. 17; Brot. II, p. 260.

a. brevifolius Willk. Folhas inferiores pequenas elliplicas, as superiores ovaes cordiformes.

p. pumilus Daveau. Caules numerosos diífusos, folhas peque- nas onduladas oblongo-lanceoladas. Folhas do ej)ic'alix com a margem recurvada.

Collinas arborisadas e nas florestas. Fl. de junho a julho. I-Ill.

C. salvifolia L. Sp. p. 524; Brot. II, p. 259.

Florestas, collinas arborisadas ou áridas. Muito vulgar. Fl. de abril a junho. I-III. C. populifolia L. Sp. p. 523; Brot. II, p. 260.

Terras áridas. Fl. de maio a junho. I. Estevão. C. ladanifera L. Sp. p. 523; Brot. II, p. 261.

«. genuína Daveau. Pétalas totalmente brancas.

p. maculatus Dun. Pétalas com mancha purpurina na base.

Vulgarissima nas terras siliciosas. Fl. de março a junho. I-III. Esteva.

154 Heliautlieiuiiiii Tourn.

Subgen. I. Haliinlu-m. Dunal.

H. umbellalum ^L.) Mill. Dict. n.° 5; C. umbellatus L. Sp. p. 52S.

Pinhaes matlas, solo arenoso.. Fl. de março a maio. I-III. H. Libanotis (L.) Lange, Pug. p. 285; Cistus Libanotis L. ; Brot. II, p. 261. Terrenos arenosos silico-quartzosos do littoral. Fl. de fevereiro a maio. I. H. halimifolium (L.) Willd. Enum. p. 569; Cistus halimifolia L. Sp. p. 524; Brot. II, p. 203. Areias quartzosas da beiramar, coliinas áridas. Fl. de abril a ju- nho. I. H. ocymoides (Lamk.) Pers. Syn. II, p. 76; Cistus ocymoides Brot. II, p. 263. Pinhaes, mattagaes, gandaras. Fi. de maio a junho. I.

H. lasianthum Pers. Syn. II, p. 76; Halimium eriocephalum Willk. Ic. II, p. 62, tab. 105. Mattagaes. Fl. de março a maio. I.

H. occidentale (Willk. Ic. II, p. 59, tab. 103 e 104).

a, virescens Willk. Folhas todas verdes ou pelo menos na face

superior.

a. vulgare. Folhas inteiras planas verdes nas duas faces.

p. rugosum. Folhas denteadas e crespas, brancas na face in- ferior.

b. incanum. Folhas cobertas de pellos estrellados.

Mattagaes. FI. de maio a julho. I-III.

Subgen. II. E3u.lieliantlieinixm Dunal

H. vulgare Gaertn. Fruct. I, p. 371, tab. 76; Cistus Helianthemus L. Sp. p. 528. Terrenos seccos e arenosos. Fl. de maio a julho. I-IV.

15S

Subgen. III. Tutoeraria Danai

Secl. I. Eatuberaria Willk.

H. Tuberaria (L.) Mill. Dicl. n." 10; Cistus Tuberaria L. Sp. p. 526; Brot. II, p. 268. Pinhaes, mattagaes, terras siliciosas. Fl. de março a julho. I.

Secl. II. Scorpioides Willk.

H. guttatum (L.) Mill. Dict. n.** 18; Cistiis guttatus L. Sp. p. 526; Brot. II, p. 268.

Collinas áridas, terras siliciosas. Fl. de abril a julho. I-III. H. bupleurifolium Dun. ap. DC. Prod. I, p. 270.

Terrenos arenosos. Fl. de abril a maio. I.

Subgen. IV. Funiana Spach. Sect. I. Heiianlhemoides Willk.

H. glutinosum (L.) Pers. Syn. II, p. 79; Cistus glutinosus L. Mantissa, p. 246.

a. genuinum (Willk.). Toda a planta pulverulenta-glutiiiosa. p. Barrelieri (Willk.). Folhas inferiores glabras. y. juniperium {W\\\k.). Folhas inferiores glabras, ciliadas e terminadas por um pello sedoso.

Collinas calcareas. Fl. de abril a agosto. I.

Sect. II. Enfumaua Willk.

H. Fumana Mill.; Cistus Fumana L. Sp. p. 525; Brot. II, p. 267.

Collinas calcareas. Raro. Fl. de agosto a setembro. I. H. Spachii Gr. et Godr. Fl. de BVance, I, p. 174; Cistus Fumana L. Brot. em parte.

Collinas áridas. Fl. de abril a junho. I.

156

1

2

3

Subseries Klaoourtiineae

Vlolaceae (i)

Violeae

[ 2 pelalas superiores erecto-ascendentes Nomimium Ging. 1

[4 pétalas superiores erecto-ascendentes Melaniuni DC. 3

[Estylete terminado em bico A. Rostellatae. 2

[Estylete terminado em disco obliquo B. Patellariae.

V. palustris L.

[Planta acaule; pedúnculos radicaes V. odorata L.

(Plantas caulescentes; pedúnculos caulinares V. canina L.

1 Flores amarellas ; folhas hirsutas V. caespiíosa Lange.

[Flores violetas amarellas na base; folhas glabras V. tricolor L.

Wiola L.

Sect. Sparcifolia Reich.

Herbáceas

§ Nomimium Ging.

V. odorata L. Sp. p. 934; Brot. I, p. 305.

Cultivada e subspontanea. Fl. de março a maio. I. Violas ou violetas, V. canina L. Sp. p. 935.

Planta sem roseta de folhas:

a. typica Fiori et Beg. Estipulas das folhas caulinares 2 a 3 vezes mais curtas que o peciolo, que não é alado.

p. laclea (Sm.) Fiori et Beg.; V. lancifolia Thore. Estipulas das folhas caulinares egualando metade do peciolo, que é alado.

(1) P, Coutinho Bo/. da Soe. Brot., X, p. 25.

157

Planta com roseta de folhas da qual nascem os ramos:

y. silvatica (Fr.). Estipulas estreitas muito acuminadas e fim- briado-ciliadas.

Campos incultos, collinas, maltas. Fl. em maio. I-II.

§ Melanium 13 C.

V. caespitosa Lange, Willk. et Lange, Prod. III, p. 701; Viola lutea parvifiora foliis hirsutis Tournf. Terras siliciosas das altas montanhas; Serra da Estrella. Fl. de mar^o a agosto. III e IV.

V. tricolor L. Sp. p. 395; Brot. I, p. 306.

». aivensis Brot. Pétalas quasi da grandeza do cálix e quasi brancas; pedúnculos eguaes ás folhas ou do comprimento quasi duplo.

^. Henriquesii (Willk.). Floras pequenas (7-9 mm.); pétalas azuladas; pedúnculos muito mais compridos que as folhas.

Campos cultivados e incultos, terras arenosas. Fl. em março. I.

Series Opuntiaies Cactaceae

Subfam. Opuntioideae

Opimtia Haw.

O. vulgaris Mill. Dicl. ed. VIU, n."* 1 ; Caclus opunlia L. Sp. p. 408; Brot. II, p. 245. Cultivada e subspontanea, formando sebes. Fl. de junho a julho. I. Figueira da índia.

Series Illyrtiflorae

[Ovário superior; ílur monoperiantada, 4-mera; estames perlgynicos.

I Subserie Thymeluetnae.

(Ovário inferior, ou superior; flores com cálix e corolla . . . Subserie Myrlimue.

158

Subserie Thymelaeinae

Thymelaeaceae

Da |i li lie L.

D. Gnidium L. Sp. p. 357; Brot. 11, p. 27.

Collinas incultas, mattagaes. Fl. de maio a junho. I. nario, Trovisco fêmea.

Trovisco ordi-

Subseries IVIyrtineae

1 Ovário superior; flor zygomorphica. Ovário inferior

Lythraceae.

1

1

2

lEstames 2-10 2

(Estames oo Myrtaceae.

[Ovário 4-locular ; loculos com um ovulo Halorrhagidaceae.

{ Ovário 4-locular ; loculos oo-ovulados Onagraceae.

Lythraceae

Tubo do cálix comprido ; fructo cylindrico Lythrum L.

Tubo do cálix curto ; fructo globoso Peplis L.

Peplis L.

(Tubo do cálix mais comprido que a capsula P. Portula L.

(Tubo do cálix mais curto que a capsula P. erecta Req.

P. Portula L. Sp. p. 332; Brot. I, p. 555.

P. erecta Reg. ex Benth. Cat. Fl. Pyren. p. 111.

Plantas aquáticas dos pântanos e em aguas pouco movidas. Fl. de junho a agosto. I.

139

E<y(hruiii L.

(Flores em espiga terminal; folhas cordiformes na base L. Salicaria f..

( Flores axillares 1

1

lEstames 10 ou 12 L. Graefferi Ten.

(Estames 2-6 L. Uyssopifolia L.

L. Salicaria L. Sp. p. 446; Brot. II, p. 243.

Proximidades da agua. Fl. de junho a julho. I. Salgueirinha.

L. Graefferi Ten. Fl. Nap. LXVIII.

Logares húmidos. Fl. de julho a setembro. I.

L. Ilyssopifolia L. Sp. p. 447; Brot. II, p. 244. Terras arenosas húmidas. Fl. de julho a agosto. I.

Myrtaceae

Slyrtusi L.

M. communis L. Sp. p. 471; Brot. II, p. 246.

Sebes e mattagaes. Fl. de julho a agosto. I. Murla ordinária.

Onagraceae

I Ovário 4-locular ; loculos oo-spermicos l Ovário 3-locular; loculos 1-spermieos IV. Circaeae.

IPetalas 0; estames 4 I- Jussieaeae.

i 1 Pétalas 4 ; estames 8 2

(Sementes com um pincel de pellos na extremidade 11. EpUohieae.

(Sementes sem pellos III. Onagreae.

I. Jussieaeae

Eiudivigfia L.

L. palustris (L.) Elliolt, Sketch. I, p. 211.

Pântanos, aguas de pouco movimento. Fl. de julho a agosto. I.

160

II. Epilobieae Epilobiiiiu L.

I Estigmas livres e afastados uns dos outros Secl. I. Schizustigma Hausskn. Estigmas soldados em forma de maça Sect. II. Sinstigma Hausskn.

Sect. I. Schizosljgma Hausskn.

I Folhas caulinares medias e superiores rentes 1 Folhas mais ou menos pecioladas, de base cuneiforme.

E. lanceolatum (Sib. et Mont.).

I Folhas caulinares com pequenos dentes; flores pequenas. E. parviflorum Reich. Folhas caulinares amplexicaules; flores grandes E. hirsutum L.

Sect. II. Synstigraa Hausskn.

[Sementes obovoideas de superficie papilhosa; caule com 4 linhas longitudinaes

ou 4-angulares Subsect. I. Obovoideae Hausskn.

§ Tetragoniae.

[Sementes em ponta nas duas extremidades Subsect. H. Aítenuatae Hauskn.

Subsect. I. Obovoideae Hausskn. § Tetragoniae

[Plantas nSo estolliosas mas com rosetas de folhas E. telragonum L.

) Plantas com estolhos semisubterraneos, com escamas na base e folhas pequenas em todo o comprimento E. obscurum Rolh.

Subsect. H. Âttenuatae Hausskn.

[Plantas com estolhos, com folhas orbicular-obovadas, pecioladas; caule com li- nhas de pellos partindo das folhas E. alpinum L.

[Plantas sem estolhos epigeos; caule com 4 linhas de pellos E. palustre L.

16i

Sect. I. Scliizosllgma llausskn.

I Eriophorae

E. hirsutum L. Sp. p. 347; Brot. II, p. 18.

Terrenos muito húmidos, margens de ribeiros. Fl. de julho a agosto. I. E. parviflorum Schreb. Specil. Fl. Lips. p. 146.

Terrenos húmidos, margens de rios, proximidades de fontes. Fl. de junho a agosto. I. E. montanum L. Sp. p. 348, 3. lanceolatum Seb. et Maur.; Brot. II, p. 19. Mattagaes, sebes. Fl. de julho a agosto. I-II.

Sect. II. Synstigraa Hausskn.

Subsect. I. Obovoideae ílausskn.

§ Tetragoniae

E. tetragonium L. Sp. p. 348; E. adnatum Griseb. Brot. II, p. 17.

Terrenos húmidos, valias. Fl. de julho a setembro. I. E. obscurum Roth. Tent. Fl. Germ. II, parte 1, p. 437; E. flaccidum Brot. II, p. 18.

Terrenos muito húmidos. Fl. de junho a agosto. I.

Subsect. II. Atteuuatae Hausskn.

E. alpinum L. Sp. p. 348; E. anagallidifolium Lamk.

Margens de ribeiros, terras húmidas. Fl. de junho a agosto. III-IV. E. palustre L. Sp. p. 348.

Margens de ribeiros, terras pantanosas. Fl. de junho a agosto. I.

III. Onagreae

ONAGREAE-OENOTHERINAE

Ouag;ra Tournf. O. biennis Scop.

Subspontanea. Fl. em junho e julho. I.

il ixvi

162

IV. Circaeae

Circaea L.

C. lutetiana L. Sp. p. 9; Brot. I, p. 19.

Lugares húmidos e de sombra. FI. de junho a agosto. I-II.

Halorrhagidaceae

HALORRHAGEAE

llyriopliylluiii L.

[Flores alternas M- alternifolium DC.

(Flores verticilladas 1

1 Bracteas superiores inteiras M. spicatum L.

1 (Bracteas superiores divididas e mais compridas que as flores. M. verticillalum L.

M. alternifolium DC. FI. franc. V, p. 529.

Planta aquática. FI. de junho a agosto. I. M. spicatum L. Sp. p. 992; Brot. II, p. 45.

Planta aquática. FI. de junho a agosto. I. M. verticillatum L. Sp. p. 992; Brot. II, p. 45.

Planta aquática. FI. de junho a agosto. I.

Series Umbellales

IFructo bacciforme 1 Fructo secco dividindo-se em dois achenios Umbelliferae.

1 Cálix, corolla e androceo 5-meros, semiepigynicos. Planta trepadeira. Araliaceae. 1 < I Cálix, corolla 4-mera e androceo epigynicos. Arvore Cornaceae.

Araliaceae

SCHEPFLERIEAE

Hedera Tourní.

H. helix L. Sp. p. 202; Brot. I, p. 299.

Frequente nas paredes, troncos de arvores. FI. em outubro, I.

Í6â

Cornaceae

C^orniis L.

C. sanguínea L. Sp. p. 117; Brot. I, p. 148. Não rara nas sebes. Fl. de junho a julho. I.

Umbelliferae

lUmbelias imperfeitas irregulares ou capítulos (Heterosciudeae) 1

(Umbellas regulares e perfeitas Hl. Apioideae.

!Fructo comprimido lateralmente; endocarpo lenhoso; canaes oleosos 0; folhas Peltatías I. Hndroroíylnidrae. Hydrocotyle L. Fructo ovóide com aculeos terminados em gancho; endocarpo pareiíchvmatoso; folhas palmato-3-5-divididas 11, Sanicubideae.

I. Hydrocotyloideae

i. Hydrocotyleae

Hjdrocotylc L.

H. vulgaris L. Sp. p. 234; Brot. I, p. 414.

3. mkrophylla Lge. Folhas com pedúnculo curto e de limbo com 6 a 7 nervuras e pouco maior que o peciolo.

Prados e mattas húmidas. Fl. de junho a agosto. I-II.

II. Saniculoideae

2. Saniculeae

l Flores pedunculadas em pequenas umbellas irregulares Sanicula L.

I Flores rentes em capítulos Eryngium L.

Sauiciila L.

S. europaea L. Sp. p. 235; Brot. I, p. 456. Mattas e terrenos pedregosos. Fl. em maio. III.

f »

16i

Eryngiiuiu L.

IBracteas 3-cuspidadas 1 Bracteas 4-cuspicladas E. ténue Lamk. Bracteas inteiras 2

l Capitules globosos ; invólucro com S-6 foliolos; folhas glaucas. E. maritimum L. 1 ( Capítulos alongado-cylindricos ; invólucro de 8-12 foliolos; folhas de verde vivo.

E. Duriaeanutn Gay.

I Folhas radicaes denliculado-serrilhadas E. cornicidalwn Lamk. Folhas radicaes pinnati ou palmatisecadas 3

I Invólucro verde claro de 5-7 foliolos; folhas radicaes de peciolos longos. E. campestre L. Invólucro de 6-10 foliolos azulados; folhas radicaes com peciolo curto.

E. dilatatum Lamk.

E. ténue Lamk. Dict. IV, p. 755; Brot. I, p. 4Í8.

Outeiros e campos áridos e em terrenos cultivados. Fl. de junho a agosto. I-IIl.

E. maritimum L. Sp. p. 233; Brot. T, p. 415. Areaes maritimos. Fl. de julho a agosto. I.

E. Duriaeanum Ciay, Ann. de se. nat. 1848; Eryng. Syst. p. 171, tab. 11; E. ilicifolium Brot. I, p. 419. Logares ásperos, entre rochas das altas regiões (Serra da Estrella). Fl. de junho a agosto. IV-V.

E. corniculatum Lamk. Dict. IV, p. 756; Brot. I, p. 416; Phyt. lu- sit. I, p. 87, tab. 38. Logares húmidos e inundados. Fl. de junho a setembro. I.

E. campestre L. Sp. p. 233.

[3. lalifolium Lamk. Dict. IV, p. 751 ; E. campestre Brot. I, p. 415.

Terrenos incultos áridos, arenosos e argillosos. Fl. de maio a agosto. I. Car.do corredor.

E. dilatatum Lamk. Dict. IV, p. 755; Brot. I, p. 415. Pastagens, terras estéreis. Fl. de junho a agosto. I-II.

165

III. Apioideae

(Mericarpos com 5 nervuras (juga) principaes ou carinaes {U. hnplozygiae) . . . 1

iMericarpos com 9 nervuras (o principaes e 4 secundarias) 6

l Alljumen profundamente sulcado na face commissural :{. Scandicineae.

{ Albumen plano ou levemente curvo ^

(Fructo de secção mais ou menos circular 3

(Fructo de secção elliptica ou polygonal comprimido lateral ou dorsalmente... 4 l Fructo globoso, ovóide, com mesocarpo lenhoso 4. Coriandreae.

{

1 Fructo globoso ou ovóide sem mesocarpo lenhoso 5. Smirneae.

1

2

4

5

6

(Fructo comprimido lateralmente 6. Ammineae-Carimf.

(Fructo comprimido dorsalmente 5

(Fructo com rebordo marginal mais ou menos desenvolvido. Ammineae-Sesilinae.

(Fructo com rebordo em forma d'aza, divisível em alguns na maturação.

7. Peucedaneae.

(Fructo comprimido lateralmente (ex Orlaya) (Diplozygeac) 3 fc. Caucalinae.

[Fructo comprimido dorsalmente 7

[Nervuras secundarias todas ou pelo menos as marginaes em forma d'azas.

8 Laserpitiae. 7 .' jNervuras principaes pouco salientes com pellos; nervuras secundarias com acu- leos 9. Dauceae.

3. Scandicineae

(Fructos estreitos oblongos mais ou menos rostrados 3 a. Scandicinae. 1

(Fructos ovoideos um pouco comprimidos e com aculeos 3 6. Caucalinae. 2

/Fructo estreito e terminado por um rostro muito mais longo que os niericarpos. l Scandix L.

1 /Fructo estreito terminado por um bico ou rostro mais curto que os niericar|)os. 1 Anthricus Holhii.

' Fructo estreito sem rostro Chaerophyllum L.

2

166

[Fructos um pouco comprimidos lateralmente cobertos de aculeos denticulados sem ordem apparente Torilis Spreng.

JFructos um pouco comprimidos dorsalmente e cobertos de aculeos. Planta da costa marítima Orlaya Hoffm.

3 a. Scandicinae

ficaudix L.

S. pecten-Veneris L. Sp. p. 256; Chaerophyllum rostratum Lamk. ; Brot. I, p. 460. Nas searas, sebes, charnecas. Fl. de abril a julho. I.

Authriscus Hoffm.

ÍUmbellas terminaes de 7-16 raios com longos pedúnculos; mericarpos lisos. A. silvestris HoíTm. Umbellas de curto pedúnculo, quasi todas axillares e de 3-7 raios ; mericarpos tuberculosos A. vulgaris Pers.

A. silvestris Hoffm. Umb. I, p. 40; Chaerophyllum silvestris L. ; Brot. I, p. 459. Sebes, margens de campos, de caminhos, maltas sombrias. Fl. de maio a junho. I-IIÍ. A. vulfíaris Pers. Ench. I, p. 320; Chaerophyllum Anthriscus Lam.; Brot. I, p. 460. Outeiros, sebes, muros, margens de caminhos. Fl. de abril a ju- nho. I.

Cliaeropliylliiiii L.

Ch. temulum L. Sp. p. 258; Brot. I, p. 459.

Mattas sombrias e húmidas, muros, sebes. Fl. de maio a julho. I-III.

3 b. Oaucalinae ToriliiS Adans.

í Umbellas quasi rentes oppostas às folhas T. nodosa Gaertn.

(Umbellas terminaes pedunculadas 1

l Invólucro de 5 foliolos T. Anthriscus Gmel.

1

Invólucro nuUo ou de um único foliolo 2

167

íUmbellas de 2-3 raios; fruetos aculeados numa face e tuberculosos na outra. 2 j T. heterophylla (íuss.

(Umbellas de 3-8 raios; fructo geralmente aculeado em ambas as faces.

T. infesta HolTm.

Torilis Spreng.

T. nodosa Guerln. Fruct. I, p. 82; Tordylium nodosura L. ; Caucalis nodosa Brot. I, p. 447. Campos, terrenos de cascalho, caminhos, searas. Fl. de abril a se- tembro. I-III.

T. infesta Hoffm. Umb. p. 89; Scandix infesta L.; Caucalis Anthriscus Brot. I, p. 447.

[â. neglecta Lge. Estyletes quasi 6 vezes mais compridos dos que o estylopodio.

Campos, sebes, terrenos cultivados pedregosos. Fl. de junho a agosto. l-III.

T. heterophylla Guss. Prod. Fl. Sic, I, p. 326.

Campos e terrenos incultos. Fl. de junho a julho. I-IV.

T. Anthriscus Gmel. Bad. I, p. 613; Tordylium Anthriscus L. Campos, sebes. Fl. de maio a julho. I-II.

Ilriéiya HoíFm.

[Umbella central mais alta do que as iateraes. Planta direita quasi completamente glabra 0. ptatycarpos Koch.

[ Umbella central mais baixa do que as Iateraes. Planta baixa densamente villosa.

0. maritiina Koch.

O. maritima Koch. I. c. p. 79; Caucalis marítima Cav. ; Brot. I, p. 448.

Areias do littoral. Fl. de abril a junho. I. O. platycarpos Koch. Umb. p. 79; Caucalis platycarpos L. ; Brot. I, p. 448.

Searas e terrenos calcareos. Fl. de abril a junho. I-IÍ.

4. Coriandreae

IFructo 2-lobado didymo glabro Bifora HolTiii.

Fructo eloboso elabro Coriandrum L.

168

Coriaufli*uiu Hoffm.

C. salivura L. Sp. p. 256; Brot. I, p. 462.

Cultivado e subspontaneo. FI. em junho e julho. I. Coentro.

Bifora Hoffm.

B. testiculata Spreng. in Schultz Syst. VI, p. 448 ; Coriandrum testi- culatum L. ; Brot. I, p. 462. Frequente nas searas. Fl. de abril a junho. I.

5, Smimeae

/Frueto grande (12-14 mm. por 8-10 de largo) não comprimido oboval amarello. ) Cachrys L.

(

Fruclo comprimido lateralmente 1

I Frueto suborbicular ; inericarpos com 5 nervuras, as 3 dorsaes muito salientes. Smirnium L. Frueto suboval ou suborbicular; mericarpos com 5 nervuras quasi eguaes, pouco salientes 2

I Frueto ovóide; mericarpos com o nervuras filiformes eguaes. Physospermum Cuss. Frueto pequeno subgloboso com ^ nervuras eguaes salientes ondulado-crenados.

Conium L.

Sniiruiuiti L.

S. Olusantrum L. Sp. p. 262; Brot. I, p. 466.

Terrenos sombrios cascalhentos. Fl. de março a maio. I. Salsa de cavallo.

I^liysosperiiiiini Cuss.

Ph. aquilegiaefolium Koch. Umb. p. 134; Sison silvaticum Brot. I, p. 423; Phyt. lusit. 1, p. 85, tab. 37. Terrenos sombrios, pinhaes, maltagaes. Fl. de julho a setembro. I-III.

CoiiiuiM L.

C. maculatum L. Sp. p. 243; Brot. I, p. 436.

Bordas dos campos, terras incultas, sebes, terras húmidas. Fl. de abril a agosto. I-III.

169

Caclirys L.

C. laevigata Lamk. Dict. I, p. 256; Brol. I, p. 433: Cachrys Liba- notis, a. L. Campos incultos, outeiros calcareos. Fl. de maio a julho. I-III.

6. Ammineae

Fructos comprimidos lateralmente 6 a. Carinae. 1

Fructos mais ou menos comprimidos dorsalmeiite 6 fc. Scselinae.

Folhas inteiras Biipleimun L.

Folhas compostas ou recompostas 2

Fructo ovóide allongado estreito altenuado na parte superior. Conopodiíivi Koch. Fructo ovóide mais ou menos largo na base 3

Invólucro e involucello nullos 4

3 {Invólucro nullo; involucello de 2 ou mais foliolos {Apium nodiflorum Rchb.).. 6 Invólucro e involucello de maior ou menor numero de foliolos 7

Fructos villosos Pimpinella L.

Fructos glabros o

Folhas inferiores pennatiseccadas Apium L.

Folhas 3-pennatiseccadas; foliolos lineares fíidolfia Moris.

Involucello de 5 foliolos, 3 setaceos e 2 espatulados e aristados. Ptt/chotis Koch.

1

2

4

5

6

(Involucello de 3-5 foliolos lineares Cicuta L.

(Invólucro de i-3 foliolos lineares; involucello de 2 ou mais foliolos lineares. \ Petroselinum HoíTm.

7 l

(invólucro e involucello de muitos foliolos 8

(Foliolos do invólucro 3-fidos, os do involucello lineares Ammi h.

8

I Foliolos do invólucro ovado-lanceolados ou bneares J

[Foliolos oval-lanceolados : folhas pennatiseccadas; foliolos denteados irregular- mente S'"'»^-

9 }

Foliolos lineares; folhas pennatiseccadas; foliolos multifidos dispostos appareiíle- ' mente em verticillos (.ai-wn L.

170

6 a. Carinae

Bii|ilciiruiii L.

I Folhas perfolhadas B. protractum Hoffm. et Link. Folhas não perfolhaflas 1

! Planta annual 2 Planta perennal, caule direito^ folhas lineares ou linear-laneeoladas rígidas 3-ner- veas; fructo glauco-farinaceo, luberculado-rugoso B. paniculatum Brot.

IFruclo granuloso-tuberculado B. tenuissimum L.

2 (Fructo liso; caule erecto delgado; folhas linear-laneeoladas.. . B. filicaule Brot.

B. protractum Hoffm. et Link. Fl. Port. II, p. 387; B. rotundifoliura Brot. I, p. 452. Searas ou terrenos calcareos. Fl. de abril a julho. I. Perfolhada. B. tenuissimum L. Sp. p. 238.

a. flagelUforme Lge. Prod. Fl. Hisp. Ramoso desde a base, ramos finos curvos, todas as umbellas com longo pedúnculo.

p. Columnae Gr. et Godr. Fl. de Fr. Caule mais forte, um- bellas lateraes quasi rentes.

Pastagens, campos seccos ou húmidos. Fl. de junho a julho. I. B. filicaule Brot. I, p. 452.

Terrenos incultos, outeiros calcareos. Fl. de maio a agosto. 1. B. paniculatum Brot I, p. 454; B. fruticescens Iloffm. et Link. Fl. Port. II, p. 428.

Outeiros abrigados, sebes. Fl. de junho a julho. I.

i%|iiuni L.

[ Caule firme ; involucello nullo A. graveolens L.

( Caule débil; involucello de muitos foliolos A. nodiflorum Bchb.

A. graveolens L. Sp. p. 264; Brot. I, p. 463.

Solo fértil e terrenos paludosos. Fl. de junho a setembro. I. Aipo. A. nodiflorum Bchb. Icon. Fl. Germ. XXI, p. 10, tab. 15; Sium nodi- florum L. Sp. p. 251; Sison nodiflorum Brot. I, p. 423. Regatos, aguas estagnadas, pântanos. Fl. de maio a agosto. I. Rabaças.

171

Petroseliniiiii Hoífm.

í Pétalas brancas ou avermelhadas P. segetum Koch.

(Pétalas amarello-esverdeadas i». sathum HoíTm.

P. segetum Koch. Umb. p. 128; Sison arvense IJiot. I, p. i24.

Terrenos húmidos e argillosos, beiras de caminhos, outeiros seccos. FI. de julho a setembro. I.

P. sativum Hoífm. Umb. I, p. 78; Apium Petroselirmm L. Sp. p. 264; Brot. I, p. 463. Cultivado frequentemente. Fl. de junho a julho. Salsa.

Riflolfía Moris.

R. segetum Moris, Enum. horl. Taur. tab. 75; Anelhim» segetum L. Mant. II, p. 219; Brot. I, p. 465. Terras cultivadas. Fl. de maio a julho. I. Endro menor.

Aiiiiui Tournf.

[Folhas 1-2-pennaliparlidas ; segmentos elliptico-ovados, lanceolados ou lineares serrilhados; foliolos do i/ivulucro 3-fidos ou pennatifidos A. majus L.

I Folhas 2-3-pennadas; segmentos canaliculados; foliolos do invólucro muito divi- didos A. Visnaga Lam.

A. majus L. Sp. p. 243; Brot. I, p. 443.

a. genuinum Gr. et Godr. Folhas inferiores pennatiseccadas. ^. intermedium Gr. et Godr. Folhas inferiores 2-pennatisec- cadas.

Terras cultivadas, caminhos. Fl. de junho a julho. I. Amrneo bas- tardo, Ammi, Ammio maior ou vulgar. A. Visnaga Lam. Dict. I, p. 132; Brot. 1, p. 444; Daiicus Visnaga L.

Terras cultivadas, argillosas, mais ou menos húmidas. Fl. de junho a setembro. I.

PtycliotiiS Koch.

P. ammoides Koch. Umb. p. 124; Seseli ammoides L. Sp. p. 260; S. pusilhim Brot. I, p. 457; Phyt. lusit. l, p. 89, tab. 39. Terras incultas. Fl. de maio a julho. I.

172

Caruni L.

C. verticillatum Koch. Umb. p. 122; Sison verticillatum L. Sp. p. 253; Brot. I, p. 488. Terras frescas. Fl. de junho a agosto. Í-IV.

I*iiii|iinella L.

P. villosa Schousb. Vext., Marokk, p. 139; P. bubonoides Brot. 1, p.

463; Phyt. lusit. I. p. 80. Terrenos incultos, vinhas, sebes ou terras calcareas. FI. de julho a

setembro. I-III. Saxifragio do reino, Herva doce bastarda. Cultiva-se a P. Anisum L. Hcrva doce, Aniz.

Siuni L.

S. anguslifolium L. Sp. 2." ed. app. 1672; Sison nodiflorum Brot. I, p. 423 (em parte). Regatos, valias, terras pantanosas. Fl. de maio a agosto. Rabaças.

Conopodiuiii Koch.

I Invólucro com muitos foliolos 1

( hivolucro nullo ou com um foliolo 2

1

2

[Foliolos do invólucro com margem estreita branca; umbella de 6-12 raios.

C. denudatum Koch.

[Foliolos do invólucro com margem larga branca; umbella de 12-20 raios.

C. capillifolium Bss.

1 Caule ramoso desde a base^ glabro C. ramosum Csta.

(Caule inferiormente nu e ramoso superiormente Bourgaei Coss.

C. denudatum Koch, Umb. p. 118; Bunium Bulbocastaneum Brot. I, p. 437. Terrenos arborisados, prados, pastagens. Fl. de maio a jnlho. I-IV. Castanha subterrânea menor. C. capillifolium Bss. Voy. bot. p. 736 ; Bunium flexuosum Brot. I, p. 437. Pinhaes, mattas, terrenos pedregosos e áridos. Fl. de junho a setem- bro. I-III. Castanha subterrânea maior. C. ramosum Csta, Cat. p. 105.

Terreno pedregoso, rochas e mattagaes. Fl. de maio a julho. l-V. C. Bourgaei Coss. Not. p. 110.

Mattas abrigadas das regiões altas. Fl. de junho a julho. IV.

173

6 b. Seselinae

I Folhas recompostas mais ou menos succolentas 1 Folhas recompostas não succolentas 2

(Invólucro e involucello de muitos foliolos. Planta da beiraniar Crithmum L

( Invólucro nuUo ; involucello de muitos foliolos Seseli L.

(Invólucro e involucello nullos 3

2

(Invólucro nullo ou de muitos foliolos; involucello de muitos foliolos 4

ÍFructo não comprimido; nervuras marginaes pouco desenvolvidas. Foeniculum Adanson. Fructo comprimido dorsalmente; nervuras marginaes em aza plana. Anelhiim L.

Í Folhas recompostas; foliolos linear-lanceolados, mucronados; fructo oval compri- mido dorsalmente Selinum L. Folhas recompostas; foliolos estreitos cuneiformes; fructo ovóide oblongo ou glo- boso não comprimido; nervuras 5 finas obtusas, as marginaes apenas mais largas Oenanthe L.

Critliiiiiiiu L.

C. maritinium L. Sp. p. 248; Brot. I, p. 436.

Rochas e areiaes maritimos. Fl. de julho a setemhro. I. VerrexH do mar ou funcho marinho.

Seseli L.

S. tortuosum L. Sp. p. 260; Athamanta Turbith, Brot. I, p. 435; Phyt. lusit. 11, p. 200, tab. 169. Areias da beiramar. Fl. de junho a setembro. I.

Oeuauihe L.

lUmbellas fructiferas quasi globosas; caule fistuloso Oe. flstulosa L.

(Umbellas fructiferas planas *

I Pétalas branco-amarelladas; fructo com um annel caloso na base. Oe. pimpinelloides L Pétalas brancas; fructo sem annel calloso Oe. crocata L.

i74

Oe. fistulosa L. Sp. p. 254; Brot. I, p. 421.

Logares muito húmidos. Fl. de junho a julho. I.

Oe. pimpinelloides L. Sp. p. 255; Brot. I, p. 421.

Prados, ribeiras, outeiros calcareos e húmidos. Fl. de maio a junho. I-II. Oe. crocata L. Sp. p. 254; Oe. apiifolia Brot. I, p. 420.

Terrenos muito húmidos. Fl. de abril a junho. I-IV.

Foeiíiciiluiii Adanson.

I Caule erecto glauco; folhas j^e loDgo peciolo invaginante; foliolos longos lineares.

F. officinale Ali.

I Caule erecto verde-escuro; folhas de curto peciolo levemente invaginante; folio- los linearfiS curtos F. piperitum DC.

F. officinale Ali. Fl. Ped. II, p. 25; Anethum Foeniculum L. Sp. p. 263; Brot. I, p. 465 (em parte). Terrenos pedregosos, muros, sebes, campos incultos. Fl. de junho a setembro. I-II. Funcho. F. piperitum DC. Prodr. IV, p. 142; Anethum Foeniculum Brot. I, p. 462 (em parte). Sebes, areaes, campos e collinas áridas. Fl. de junho a agosto. I. Funcho.

i% lie ih ti 111 L.

A. graveolens L. Sp. p. 263; Brot. I, p. 464.

Cultivado e subspontaneo nas searas. Fl. de maio a agosto. I. Endro maior, Endras.

Kelinuiii HoíTm.

S. Broteri Hoffgg. et Link. ; S. Carvifolia Brot. I, p. 441. Terrenos húmidos. Fl. de julho a setembro. I-III.

7. Peucedaneae

Azas marginaes dislinctamente separadas la. Angelicinae.

Azas marginaes flexíveis e contíguas formando rebordo plano. . . 7 b. FeruUnae.

[Azas marginaes duras contíguas formando rebordo grosso e separando-se na ma- turação 7 c. Tordilinae.

17S

7 a. Angelicinae

Aug;elica L.

(Azas marginaes quasi planas a. silvestrk L.

(Azas muito ondeadas a. Ilerminii Mariz.

A. silvestris L. Sp. p. 251; Brot. I, p. 426.

Terrenos húmidos. FI. de agosto a outubro. 1-IV. A. Herminii Mariz, Boi. da Soe. Brot. XII, p. 215; Selinum Angeli- castrum Hoffgg. et Link.

Legares húmidos (Serra da Estrella). Fl. de julho a agosto. IV e V.

7 b. Ferulinae

íFolhas radicaes 2-3-penatiseccadas; lacinias linear-lanceoladas.

I Peucedanum Koch.

(Folhas muito recompostas; lacinias lineares Ferula Tournf.

Ferula L.

1 Invólucro nullo; folhas superiores reduzidas a bainhas largas. . F. communis L. Invólucro com bastantes foliolos 1

! Caule sulcado; folhas de côr verde-claro 3-pennatipartidas F. Ferulago L. Caule profundamente sulcado; folhas de côr verde-escuro 3-4 pennatiscccadas ; lacinias ultimas lineares curtas mucronadas F. sulcala Desf

F. communis L. Sp. p. 246; Brot. I, p. 432.

Collinas sombrias, sebes, relvados húmidos. Fl. de junho a julho. I-II. Cana frecha. F. Ferulago L. Sp. p. 247; F. nudiílora .íacq. Brot. I, p. 432.

Terrenos relvosos húmidos. Fl. de junho a agosto. I-HI. F. sulcata Desf. Fl. Atl. tab. 67; Bubon rigidus L. Sp. p. 254.

Vinhas, outeiros. Fl. de maio a junho. I-III.

7 c. Tordylinae

IFructos com rebordo plano lleradeum L. Fructos com rebordo grosso Tordijlimn L.

176

Heracleuin L.

IUmbella de 10-12 raios H. Spondylium L. Umbella de 15-20 raios H. granatense L.

H. Spondylium L. Sp. p. 249; Brot. í, p. 431.

Prados e sitios húmidos. Fl. de junho a agosto. I-III. Canabraz, Esphondylio, Branca ursina d' AUemanha. H. granatense Bss. Elench. n.^ 7; Voy. bot. p. 254.

Prados e sitios húmidos. Fl. de junho a agosto. III.

Torclyliuiii L.

T. maximum L. Sp. p. 240; T. magnum Brot. I, p. 450. Sebes, campos incultos, searas. Fl. de maio a julho. I-IV.

8. Laserpitiae

(Semente profundamente sulcada na face commissuial 8 a. Elaeoselinae.

I Semente plana na face commissural 8 b. Thapsicinae.

8 a. Elaeoselinae

IDarg^oiia Bss.

M. gummifera Lge. Prodr. Fl. Hisp. III, p. 25 ; Laserpitium thapsiae- forme Brot. I, p. 427; Phyt. lusit. I, p. 77, tab. 34; Thapsia gummifera Hoíígg. et Link. Fl. Port. II, p. 430. Terras seccas incultas, outeiros sombrios. Fl. de junho a julho. I.

8 b. Thapsiinae

Tliapíiiia L.

IUmbella de 12-15 raios Th. villosa L. Umbella de 7-12 raios Th. minor Hoíígg. et Link.

Th. villosa L. Sp. p. 261; Brot. I, p. 467.

Terras incultas, pinhaes, charnecas. Fl. de maio a agosto. I-III. Th. minor Hoífgg. et Link. Fl. Port. p. 431; Brot. I, p. 468, obs.

Terrenos incultos, áridos. Fl. de maio a junho. I-III.

177

9. Dauceae Haiíeiis L.

lUmbella plana ou convexa quando madura 1

(Umbella mais ou menos concava quando madura 2

/Folhas pennatiseccadas; lacinias ultimas lineares rijas D. crinitus Desf.

1 I jFolhas grossas villosas 2-pennaliseccadas; segmentos dispostos em forma de

\ leque D. gnmmifcr Lam.

IFlôr central da umbella estéril e purpurina 3

2

( Flor central não purpurina 4

í Caule grosso junto da umbella D. maã;hnus Uesf.

3

(Caule não grosso D. Carola L.

[ Aeuleos ligados entre si na parte inferior D. muricatus L.

4 <

(Aeuleos livres D. maritimum Lam.

D. crinitus Desf. Fl. Atl. p. 242; D. meifolius Brot. I, p. 4-4G; Phyt. lusit. I, p. 82, tab. 36. Outeiros áridos e incultos, vinhas. Fi. de junho a julho. I-II. D. gummifer Lam. Dict. I, p. 634; D. hispidus ifoffgg. et Link.; D. lialophius Brot. Phyt. lusit. p. 198. Terras da beiramar. Fl. de julho a outubro. I. D. maximus Desf. Fl. Atl. I, p. 241; Hoíígg. et Link. FI. de Fort. p. 400. Sebes, lameiros e campos. Fl. de junho a agosto. I-IH. D. Garota L. Sp. p. 242; Brot. I, p. 444.

Sebes e terrenos cultivados. Fl. de julho a agosto. I-IV. Cenotra brava. D. muricatus L. Sp. ed. II, p. 349; Brot. í, p. 443. Sebes e campos cultivadas. Fl. de junho a julho. I. D. maritimus Lam. Dict. I, p. 634.

Terrenos estéreis e areias maritimas. Fl. de maio a novembro. L

(Continua).

12 3t*Vl

178

CYPRESTE PORTIGIEZ (CIPRESSIS LllSITA^ICA Mill.)

CEDRO DO RISSACO

NSo pouco se tem escripto sobre a origem d'esta espécie. d'isso me occupei no vol. III d'este Boletim em 1885, e mais tarde, em 1895, dei no vol. XII a Iraducçào d'um artigo muito interessante sobre o mesmo assumpto, publicado pelo dr. Masters no Bui. of lhe R. Horticult. Sociely de Londres em 1894.

E fora de duvida que esta espécie não proveiu dos Açores, como por alguns foi aventado. Era opinião mais corrente ser originário da índia. É, porém, fora de duvida, de que esta espécie não tem sido encontrada no estado selvagem em neidiuma parte d'esta região, mas cultivado. A similhança com espécies indigenas na índia, taes como o C. torulosa, apesar de considerável, não explicará com facilidade o apparecimenlo d'esta espécie por variação, ou por mutação.

A introducção no paiz é antiquissima, pois em 1650 havia no Bus- saco, junto da capella de S. José, os primeiros cedros que nestes reinos se viram plantados, como affirma a Benidictina lusitana a pag. 283 do vol. II, e anies d'isso D. Bernarda F. de Lacerda a elles se tinha referido em 1634. Em 1689 o celebre botânico francez, Tournefort, o descreveu. Creio pois, fora de duvida, que a introducção d'esta espécie é bastante anterior a 1634 porque então não havia as arvores perto da capella de S. José, porque a poetisa se referia ás arvores da rua que segue das portas de Coimbra.

Se não é provável a origem asialica, outra será procurada. Carrière no tratado das Coniferas considera como sendo \ariedades do C. lusila- nica, que teria sido introduzido no México pelos europeos as espécies seguintes: C. Benthami, Vhdeana, Lindleyi. O exame attento de exem- plares diversos mostra que a differença entre a planta portugueza e o Cupressus Benthami é de pequenissimo valor.

Na explendida obra The Trees of Great Britain dos Srs. Elwes et A. Henry dá-se como certa a origem mexicana, e considera-se a forma typica C. lusitanica Mill. (1768) com três variedades var. Benthami

179

Carrière (1867), var. Shinnari Carrière (1855), e var. Glauca Elwes et Henry (1910).

É hoje fora de duvida que as t-res primeiras formas s5o encontradas no México perfeitamente espontâneas e sem o menor indicio de procederem de culturas, como succede em Portugal, Hespanha e noutras rcpiôes com o C. lusilanica. É portanto mais que provável a opinião do Sr. Ehves.

A descoberta do México data de 1518; bastante anterior foi a desco- berta do caminho da índia por Vasco da Gama. As sementes poderiam provir d'uma ou doutra região com egual facilidade. Como, porém, alô hoje nem o C. lusilanica, nem outra espécie que a elle muito se asso melhe tem sido encontrado espontâneo na índia, mas sim no México, tudo leva a crer que d'aqui proviesse, sendo naturalmente primeiro cultivado em Hespanha e d'ahi trazido para Portugal.

J. A. Henriques.

180

FLORA LUSiTANICA EXSICCATA

Centtiria XIX

Algae

1801. Phycoseris Linza Kg. Praia tia Nazareth: Foz do Rio (Leg. Mo- reira Padrão novembro 1883).

Fungi

1802. Oidium erysiphoides Fr. Soalheira: S. Fiel [in foliis Thaltclri ei

Ocnolherac] (Leg. C. Zimmermann novembro 1901).

1803. Cladosporiuin herbarum (Pers.) Sk. Soallieira: S. Fiel [in foliis

siccis GladioU et Iridis florenlinae] (Leg. C. Zimmermann fevereiro 1902).

1804. Piiccinia Carduanum Jacky Soalheira: S. Fiel [in Carduo tenui-

floro] (Leg. C. Zimmermann junho 1901).

1805. P. Le Monnieriana IVIair. Castello Novo [in foliis Cirsii pahistris]

(Leg. C. Zimmermann junho 1901).

1806. Cenangium Abietis (Pers.) Rehm. Soalheira: S. Fiel [in cortice

Pini Pinaslris] (Leg. Martins dezembro 1901).

Musci

1807. Grimmia Schullzii (Brid.) Hub. S. Fiel: rochedos graníticos

(Leg. A. Luisier agosto 1906).

1808. Racomitrium lanuginosum Brid. Alto da Gardunha (Leg. A.

Luisier setembro 1906).

181

1809. Neckera pumila Hedw.— -Caldas do Gerez: Quinla do Biel (Lee

A. Liiisier setembro 1908).

1810. Rhynchostegium rusciforme B. Serra da Cardunha [nos ribei-

ros] (Leg. A. Luisier agosto 1906).

Potamogetoneae

1811. Potamogeton crispus L. Coimbra: Pego da Pedndlia, na valia

do norte (Leg. M. Ferreira maio 1911).

1812. P. pusillus L., y. longepedunculatum Coimbra: Pego da Pe-

drulha, na valia do norte (Leg. M. Ferreira maio 1911).

Gramineae

1813. Pbalaris aquática L. Coimbra: Baleia (Leg. M. Ferreira ju-

nho 1906).

1814. Pb. minor Betz. Figueira da Foz: Forte de S.'" Catharina (Leg.

M. Ferreira julho 1902).

1815. Heleochloa schoenoides (L.) Host. (Crypsis schoenoides Lamk.)

Arredores de Montemór-o-Velbo: Ereira (Leg. M. Ferreira outubro 1910).

1816. Agrostis castellana Bss. Reut., d. mutica, a. planifolia líack.

Coimbra: Sete Fontes (Leg. M. Ferreira juniio 1909).

1817. Deschampsia flexuosa Griseb. 1". grandiílora llack. Montemór-

o-Velho: malta de Fôja (Leg. JM. Ferreira junho 1900).

1818. Avena sulcata Gay Coimbra: Santo António dos Olivaes (Leg.

M. Ferreira— junho 1910).

1819. Arrhenatherum erianthum Bss. Reut. Coimbra: Villa Franca

(Leg. M. Ferreira junho 1909).

1820. Koeleria caudata (Lk.) Sleud. Entre Gouveia e Manteigas: S.

Cosme (Leg. M. Ferreira julho 1905).

1821. Glyceria lluitans B. Br. Paul de Fôja [Montemór-o- Velho] (Leg.

M. Ferreira julho 1910).

1822. Poa bulbosa L. Serra da Louzâ (Leg. M. Ferreira abril

1911).

1823. Cynosurus elegans Desf. Bussaco (Leg. iM. Ferreira jidho

1910).

1824. Vulpia Alopecurus Lk. Arredores da Figueira da Foz: Murra-

ceira (Leg. M. Ferreira julho 1909).

182

1825. Vulpia Broteri Bss. Reut. Estação da Pampilhosa (Leg. M. Fer-

reira— julho 1910).

1826. V. ciliata Lk. Estação da Pampilhosa (Leg. M. Ferreira

julho 1910).

1827. V. membranacea Lk. Coimbra: Villa Franca (Leg. M. Ferreira

junho 1909).

1828. Festuca elegans Bss. Gouveia: Aldeia de S. Cosme (Leg. M.

Ferreira julho 1905).

1829. F. longiseta Brot, Coimbra: Villa Franca (Leg. M. Ferreira

junho 1910).

1830. Bromus sterilis L. Coimbra: Conchada (Leg. M. Ferreira

maio 1911).

1831. Agropyrum pungens R. et Sch. Arredores da Figueira da Foz:

Galla (Leg. M. Ferreira julho 1909).

1832. Lolium rigidum Gaud., p. maritimum Gr. Godr. Villa do Conde:

areaes marilimos (Leg. Gonçalo Sampaio abril 1901).

1833. Lepturus filiformis (Roth.) Trin., a. genuinus. Arredores da

Figueira da Foz: Galla (Leg. M. Ferreira julho 1909).

Orchideae

1834. Orchis maculata L. Caramulo: Paredes do Guardâo (Leg. J. de

Sousa Mello e Castro julho 1911).

Juncaceae

1835. Juncus bufonius L., p. fasciculatus Koch (J. hybridus Brot.)

Figueira da Foz: armazéns de Lavos (Leg. M. Ferreira julho 1910).

1836. J. capitatus Weig. Figueira da Foz : entre Lavos e a costa (Leg.

M. Ferreira— julho 1910).

1837. J. supinus Moench,, var. Welwitschii Hocht. Pampilhosa: Val-

doeiro (Leg. M. Ferreira junho 1910).

1838. Luzula velutina Lge. Serra da Estrella : Poio Negro (Lge. M.

Pimentel agosto 1905).

Liliaceae

1839. Allium paniculatum L., p. pallens Gr. Godr. Coimbra: Baleia

(Leg. M. Ferreira julho 1909).

183

Urticeae

1840. Parietaria diffusa Mert. Koch Coimbra : Eslrada de Lisboa (Leg.

M. Ferreira maio 1911).

Polygoneae

1841. Emex spinosa Campd. Figueira da Foz: Murraceira (Leg. M.

Ferreira julho 1910).

1842. Rumex pulcher L. Coimbra: Coselhas (Leg. M. Ferreira

maio 1907).

AristolocMeae

1843. Aristolochia pistolochia L. Odemira (nos montados) prox. da

Charneca (Leg. G. Sampaio abril 1905).

Oompositae

1844. Hedypnois polymorpha DC, a. pêndula Wk. Coimbra: Cose-

lhas, muros velhos (Leg. M. Ferreira maio 1907).

1845. Leontodon pyrenaicus Gou. Serra da Estrella: Cântaro Gordo

(Leg. M. Ferreira julho 1907).

Ambrosiaceae

1846. Xanthium spinosum L. Coimbra: Eiras (Leg. M. Ferreira

agosto 1907).

Rubiaceae

1847. Galium rotundifolium L. Malta do FundSo (Leg. J. da Silva

Tavares— julho 1904).

Campanulaceae

1848. Jasione humilis (Pers.) Lois., a. montana Wk., form. microce-

phala Gerez: Parque novo (Leg. J. de Mariz agosto 1910).

184

1849. J. montana L., y. gracilis Lge. Melgaço (Leg. A. Moller ju- nho 1894).

Labiatae

18B0. Lycopus europaeus L., p. elatior Lge. Arredores de Coimbra: Rói (Leg. M. Ferreira— julho 1911).

1851. Sideritis hirsuta L., y. hirtula (Brol.) Briq. Serra de Monte

Junto (Leg. A. Moller junho 1892).

1852. Teucrium vicentinum Rouy Odemira: entre Mil Fontes e o Al-

mograve [areaes maritimos] (Leg. G. Sampaio agosto 1905).

Asperifolieae

1853. Echium rosulatum Lge., p. campestre Samp. Coimbra: Villa

Franca (Leg. M. Ferreira julho 1904).

1854. Myosotis Azorica Walson.' Açores: Ilha das Flores (Leg. Bruno

T. Carreiro julho 1906).

1855. Omphalodes Kuzinskyanae Wk. Cabo da Roca (Leg. Joaquim

dos Santos maio 1904).

1856. Heliotropium supinum Clus. Arredores de Montemór-o-Velho:

Ereira (Leg. M. Ferreira outubro 1910).

Verbasceae

1857. Verbascum Linkianum Mar., a. simplex (V. Henriquesii Lge.)

Arredores de Tondella: Lobão (Leg. M. Ferreira junho 1906).

Scropliulariaceae

1858. Scrophularia canina L., y. Baetica Bss. Arredores de Lisboa:

Alfeite (Leg. A. X. Pereira Coutinho maio 1906).

1859. Anarrhinum bellidifolium Desf , p. lusitanicum (Jord. et Fourr.)

P. Goul. Coimbra: Santo António dos Olivaes: Fonte da Telha (Leg. M. Ferreira junho 1909).

1860. Antirrhinum meonanthum Hffgg. Lk. Estação de Gouveia: Ca-

bra (Leg. M. Ferreira julho 1907).

1861. Digitalis purpúrea L., p. longebracteata Henriq. Bussaco (Leg.

M. Ferreira— julho 1911).

18S

1862. D. purpúrea L., y tomentosa Brot. Coimbra: Santo António

dos Olivaes (Leg. M. Ferreira maio 1911).

1863. Verónica Anagallis L., [3. transiens Uouy Arredores de Coim-

bra [valias do campo] (Leg. M. Ferreira —junho 1909).

1864. V. anagalloides Guss. \rredorcs de Coimbra: paul de S. Fa-

gundo (Leg. M. Ferreira julho 1911).

1865. V. polita Fries., ». vernalis \Vk. Arredores de Coimbra: Ca-

Ihabé (Leg. M. Ferreira abril 1911).

1866. V. serpyllifolia L., [i. nummullarioides Thuill. Serra da Estrella:

Covào da Metade (Leg. M. Ferreira julho 1894).

Gentianaceae

1867. Erythraea latilblia Sm., p. lenniflora Hflgg. Lk. Figueira da

Foz: Salmanha (Leg. M. Ferreira julho 1910).

1868. E. latifolia Sm., p. tenuiflora Hffgg. Lk., albillora Figueira da

Foz: Salmanha (Leg. M. Ferreira julho 1910).

1869. E. pulchella Hornm. Coimbra: Santa Clara (Leg. M. Ferreira

julho 1910).

TJmbelliferae

1870. Heracleum granatense Bss. Caramulo: Paredes do Guardào

(Leg. J. de Sousa Mello e Castro julho 1911).

1871. Helosciadium repens Koch Odemira: Mil Fontes (Aguas da

Moita) (Leg. G. Sampaio agosto 1905).

Ficoideae

1872. Mesembryanthemum nodiílorum L. Figueira da Foz: Galla (Leg.

M. Ferreira agosto 1909).

Rosaceae

1873. Rubus Coutinhi Sampaio Arredores do Porto: Vallongo, Alfcna

(Leg. G. Sampaio maio 190i).

186

Papilionaceae

1874. Ornithopus perpusillus L. Coimbra: Villa Franca (Leg. M. Fer-

reira— junho 1909).

1875. Lathyriís Aphaca L. Coimbra: estrada de Lisboa: prox. a An-

tanho!, Brejo (Leg. M. Ferreira maio 1911).

1876. Orobus tuberosus L. Bussaco (matta) (Leg. M. Ferreira ju-

nho 1910).

1877. Lotus uliginosus Schk. Arredores de Coimbra: Rói (Leg. M.

Ferreira julho 1911).

1878. Trifolium cornuum Brot. Matta do Bussaco (Leg. M. Ferreira

—junho 1910).

1879. Medicago hispida Gartn., 6. pentacycla, y. longeaculeata Urb.

Coimbra: Lordemâo (Leg. M. Ferreira junho 1910).

1880. Sarothamnus eriocarpus Bss. Reut. Louzã (Leg. M. Ferreira

abril 1911).

1881. Adenocarpus complicatus J. Gay Gerez: prox. da cascata do

Torgo (Leg. J. de Mariz agosto 1910).

Euphorbiaceae

1882. Mercurialis perennis L. Coimbra: Calçada do Gato (Leg. M.

Ferreira abril 1905).

Oxalideae

1883. Oxalis purpúrea Jacq. Coimbra: Santo António dos Olivaes,

Valle de Minhoto (Leg. M. F. Miranda abril 1907).

Hypericineae

188i. Hypericum Androsaemum L. Matta do Bussaco (Leg. M. Fer- reira— julho 1910).

Alsineae

1885. Arenaria capitata Lam. Serra da Estrella: Sanatório (Leg. M. Ferreira julho 1907).

187

1886. Cerastium Riaei Desm. Serra da Estrella: Candieira (Lee. M. Ferreira julho 1894).

Sileneae

1887. Silene ciliata Poiírr., a. geniiina Rolirb. Serra da Estrella: Cân-

taro Gordo (Leg. M. Ferreira julho 1907).

1888. Dianthus laricifolius Bss. et Reut. Pinhel (Leg. J. M. Rodrigues

da Costa junho 1891).

Cistineae

1889. Cistus populifolius L., p. Marianus Wk. Coimbra: Ceira. So-

bral, Vai d'Açôr (Leg. M. Ferreira maio e juidio 1907).

1890. Ilalimium occidentale Wk., a. virescens Wk., p. rugosum \A'k.

Arredores do Porto: Serra do Pilar (Leg. J. Casimiro Bar- bosa—abril 1883).

1891. Tuberaria inconspicua Wk. Elvas (Leg. J. Carlos da Silva Senna

maio 1887).

1892. Helianthemum virgatum (Desf.) Wk., «. setosum Wk. Arredo-

res de Almeida: Junca (Leg. M. Ferreira junho 1890).

1893. Fumana glutinosa Bss., p. Barrelierii Wk. Coimbra: estrada

de Lisboa, prox. a Antanhol: Ladeira da Paula (Leg. M. Fer- reira — maio 191 1).

Cruciferae

1894. Erysimum australe J. Gay, a. ramosum Wk. Arredores de Gou-

veia: Aldeia de S. Cosme (Leg. M. Ferreira— julho 1905).

1895. Arabis Lusitanica Bss. Arredores de Coimbra: Pousada (Leg.

M. Ferreira —abril 1910).

1896. Cardamine pratensis L. Arredores de Montemór-o- Velho : Fója

(Leg. M. de Jesus Carvalho maio 1911).

Resedaceae

1897. Astrocarpus Clusii J. Gay, y. spathulaefolius Gr. Godr. Figueira

da Foz: Vai da Ermida (Leg. M. Ferreira —julho 1910).

188

Ranunculaceae

1898. Ranunculus dichotomillorus Lag. Arredores de Villar Formoso

(Leg. M. Ferreira— junho 1890).

1899. R. Escurialcnsis Bss. Caramulo (Leg. A. Moller maio 1892).

1900. R. nigrescens Freyn S. Pedro do Sul (Leg. J. Henriques

abril 1906).

Emendas dl'algviiis nximex^os anteriores

83. Galium palustre L., ^. elongatum Lge. Coimbra: Villa Franca (Leg. A. Moller junho 1886). 306. Anchusa undulala L., 3- typica Coimbra: Villa Franca (Leg.

A. Moller junho 1886). 1654. Myosotis caespilosa Schultz, -y- sicula Cout. (M. sicula Guss.) Villa Nova de Gaya: Senhor da Pedra (Leg. G. Sampaio ju- nho 1901).

701. M. VS^elwitschii Bss. et Reut. Coimbra: Ribeira de Coselhas

(Leg. A. Moller— junho 1889).

702. Cerinthe major L., ^. flavescens L. Algarve: Lagos (Leg. A.

Moller abril 1889). 1283. Gratiola linifolia Vahl., lorm. glabrescens. Arredores de Quiaios: Bom Successo: Lagoa dos Braços (Leg. M. Ferreira julho 1893).

313. Linaria caesia (Lag.) DC, [i. polygalaefolia Hffgg. Lk. Praia

de Espinho (Leg. A. Moller setembro 1887). 1555. Linaria fdifolia (Lag.) Spr., y. glutinosa Bss. Arredores do Porto:

Areinho (Leg. G. Sampaio junho 1897. 1660. L. lanigera Desf., 3- dealbata Hffgg. Lk. Setúbal: Quinta do

collegio de S. Francisco (Leg. J. da Silva Tavares agosto

1900).

314. L. saxatilis Hffgg. Lk., a. genuina (L. Tournefortii, ^. glabres-

cens).— Serra da Estrella : Poio Negro, Sabugueiro (Leg. A. Moller— jíinho 1887). 123. Antirrhinum Linkianum Bss. Reut. Coimbra: Fonte Nova (Leg. A. Moller junho 1886). 1059. A. Linkianum Bss. Reut. Coimbra: Penedo da Meditação (Leg. A. Moller— junho 1891).

189

1060. A. Orontium L., 3. calycinum (Lam.) Lge. Coimbra: Cerca tle S. Bento {Le^. A. Moller— julho 1891). 505. Verónica polita Fries Coimbra : Santo António dos Olivaes (Leg. A. Moller março 1888). 1374. Spergula vernalis \Y. Povoa de Lanhoso (Leg. G. Sampaio abril 1895). 950. Epilobium obscurum Roth. Caldas do Gerez (Leg. A. Moller julho 1890). 1070. Rosa Pousinii Tratt., a. nuda Gren. Villa Viçosa (Leg. A. Mol- ler— maio 1891). 1072. Vicia angustifolia Ali., p. Bobartii Koch Coimbra: Alcarraques (Leg. A. Moller maio 1891). 163. Adenocarpus commutatus Guss. Coimbra: Villa Franca (Leg.

A. Moller junho 1886). 556. A. intermedius DC. Algarve: Caldas de Monchique (Leg. A.

Moller maio 1888).

J. M.

Colleccionadores (Li Centiiria XIX

Adolpbo Frederico Moller Coimbra.

B.^' Aílonso Dias Moreira Padrão Bougado.

Prof. Alphonse Luisier S. Fiel (ausente).

D, António Xavier Pereira Coutinho Lisboa.

B.'' Bruno Tavares Carreiro Ilha de S. Miguel: Ponta Delgada.

Prof. Carlos Zimmermann S. Fiel (ausente).

Gonçalo Sampaio Porto.

B.*' João Carlos da Silva Senna Elvas.

Joaquim Casimiro Barbosa Porto.

B."' Joaquim de Mariz Coimbra.

Joaquim dos Santos Lisboa.

Prof. Joaquim da Silva Tavares S. Fiel (ausente).

B.'' José Maria Rodrigues da Costa Pinhel.

José de Sousa Mello e Castro S. Pedro do Sul.

Dr. Júlio Augusto Henriques Coimbra: Jardim Botânico.

Manuel Ferreira Coimbra: Eiras.

Manuel Francisco Miranda Coimbra.

Manuel de Jesus Carvalho Fòja: Montemór-o- Velho.

190

MATERIAES PARA O ESTUDO DO PLANCTON NA COSTA PORTUGUESA (*)

POR

Ivtiís Wittnlchi Carrisso

II. BACILLARIALES (Diatomaceae)

Neste segundo fascículo apresentamos a lista das Diatomáceas que en- contrámos numa série de pescas de Plancton feitas na enseada de Buarcos e na foz do Rio Mondego, junto da Figueira da Foz, no decorrer dos anos de 1909, 1910 e 1911.

A descrição desses trabalhos foi publicada no primeiro fascículo desta colecção, por forma que nos julgamos dispensados de a repetir aqui.

Apresentamos, porém, de novo o quadro geral dos lanços, visto termos efeituado mais algumas pescas, posteriormente à publicação daquele fascí- culo.

2

3

7

8

9

10

12

14

15

.3 de novembro de 1909

» »

30 demarco de 1910... » »

27 de abril de J910

» »

12 de maio de 1910

21 de maio de 1910 . . . 18 de junho de 1910....

2'' da tarde

2'' V2 » !•■ tf, .,

2'' ih

1-72 Ih

12''

» »

Enseada de Buarcos » » » » »

» a

» »

Rio Mondego

(1) Continuado de pag. 82,

191

N.« do lanço

Data

Hora

Local

16

24 de junho de 1910

2'' da tarde

^'% »

12'' da manhã l*" da tarde

2*"

Ib v, ..

4''

1" V2 »

Enseada de Buarcos

» a

Rio Mondego »

17

18

» a

2 de julho de 1910

19 20

6 de julho de 19iO

21

8 de julho de 1910

»

22

15 de julho de 1910

23

24 de julho de 1910

25

1 de as[osto de 1910

Enseada de Buarcos Rio Mondego

26

15 de agosto de 1910

27

29 de agosto de 1910

28 30

l de setembro de 1910

18 de janeiro de 1911

Enseada de Buarcos

31 32 40

7 de fevereiro de 1 91 1

14 de fevereiro de 1911

27 de julho de 1911

» » Rio Mondego

41

24 de agosto de 1911

Os lanços posteriores à publicação do primeiro fascículo sam os dois últimos [40, 11]. O fixador e conservador que empregámos foram os mesmos de que nos servimos para as pescas anteriores: respectivamente a solução concentrada de sublimado corrosivo e o álcool a 70".

As observações sobre as Diatomaceas foram feitas sobre o material simplezmente fixado no sublimado corrosivo, na grande maioria dos casos. Esse método resultados perfeitamente satisfatórios. Para a classifiraçrio de algumas Diatomáceas fracamente silicificadas, e de escultura pouco apa- rente (taes como as formas dos gen. Chaeloceras, Wiyzosolenia, etc.) em- pregámos o método da excicação símplez: para esse efeito, colocávamos numa lâmina uma gota do líquido diatomífero (contendo também, natural- mente, muitos outros Planctontes), e abandonávamos a lâmina em repouso, até à completa secura.

Os métodos clássicos de preparação das Diatomáceas, baseados no em- prego de oxidantes mais ou menos enérgicos, por forma a destruir a ma- téria orgânica deixando intacta a frústula siliciosa, não dam bons resultados com a grande maioria das Diatomáceas pelágicas, como verificámos várias vezes.

192

Com efeito, as frústulas destas Diatomáceas sam tam pouco siliciosas, que o emprego dos oxidantes, ainda que feito com todo o cuidado, as destroe na grande generalidade dos casos. Por outro lado, o facto de muitos outros Planctontes conterem mais ou menos sílica, representa ainda um inconveniente importante.

Razões análogas às que acabam de ser expostas se poderão referir a respeito do método da combustão lenta da matéria orgânica por meio do calor.

Inserimos a seguir a lista das espécies que classificámos. Não apresen- tamos as diagnoses respectivas, por as julgarmos desnecessárias; limitamo- nos a fazer algumas observações, sempre que para isso haja motivo, quer em virtude de divergências entre os autores que consultámos, quer em virtude de dúvidas que porventura tivéssemos na classificação.

Segundo o método que seguimos no primeiro fascículo, a propósito dos Dinoflagelados, cada espécie vae acompanhada da indicação do mês ou do lanço em que foi recolhida. Os lanços vam indicados pelo número de or- dem, envolvidos em parêntesis rectos [ ], segundo a tabela que acima inserimos,

A fim de evitar repetições inúteis, indicamos por meio de abreviaturas as principaes obras de que nos servimos para a classificação das espécies. Essas abreviaturas sam as seguintes:

Diatomeen, von Prof. Dr. H. H. Gran in Chrisliauia. (Nordisches Plankton, herausgegeben von Prof, Dr. Karl Brandi und Dr. C. Apstein, in Kiel, XIX Gran, NP.

Traité des Diatomées, par le Dr. Henri Van Heurck V. H. TD.

Diatomées Marines de France, par H. e M. Peragallo Perag. DM.

Sylloge Algarum, vol. II, Bacillariae, Doct. J. Bapt. De Toni Toni, Sylloge.

Atlas der Diatomaceenkunde, A. Schaiidt SchiMIDT, AD.

193

BACILL ARI ALES (Diatomaceae)

Fam. BACILL ARI ACEAE

CENXRICAE

Gen. ]VXelosira, Ag.

■Delosira llorrcri, Grev.

Gran, NP., pag. 12; V. H. TD., pag. 441, est. XVIII, fig. 610;

Plrag., DJVI., pag. 446, est. CXX, figs. 1 e 2. Bastante frequente, sobre tudo quando predominam os elementos

neríticos [15, 18, 1», «O, 8í, «2, «3, ««, «5^ «8,

31, 39, 40].

ilelosira Jucrgeiísii, Ag.

Gran, NP., pag. 12; V. H. TD., pag. 442, est. 18, fig. 612;

Perag., dm., pag. 447, est. CXX, fig. 50. Pouco frequente [««, .»!, »«].

Gen. I^aralia, Hriberg

l*araliu siil<!aXa, Ehr.

Gran, NP., pag. 14; Melosira sulcala (Ehr), Kutz, V. H. TD.,

pag. 444, est. 19, fig. 623; Melosira (Paralia) sulcala, Eur.,

Perag., DM., pag. 448, est. CXIX, fig. 11. Bastante frequente, geralmente associada a elementos neríticos [í-

3, 9, IO, 13, IO, 19, 18, 19, 81, 83, 83, 88j.

Gen. P*oclosira, Ehr.

Poflosira iloiita^Biei, K.

Perag., DM., pag. 444, est. CXX, fig. 11. observámos esta forma num lanço [IO].

13 11 VI

194

Gen. Stephanopyxis, Ehr.

l$iep9iiauf»|)yiLÍs (aii*i*igi, Grev.

Gran, NP., pag. 14; Perag., DM., pag. 440, est. CXIX, fig. 17. Bastante frequente [9''S, 8, », «O, 18, 11, 3<>, 38, IO,

4a].

Gen. Sceletonema, Grev.

Sceletciiieina ooistatiiiii, Grev.

Gran, NP., pag. 15; Perag., DM., pag. 439, est. CXXI, fig. 5;

V. H., TD., pag. 437, est. 33, figs. 889 e 890. Encontrámos o 5. coslaliim, Grev. em dois lanços, em janeiro e

fevereiro de 1911 [30, 38], em grande abundância. Parece

tratar-se de uma forma caraterística das aguas frias. Cleve (1) indica a seu respeito os seguintes limites térmicos: 10,2

(min.) e 13,5 (máx.). O facto de a termos encontrado nos meses

frios concorda com estes dados.

Gen. Tlialassiosira, Cleve

Tlialassiftsira lijalíiia, Grun.

Gran, NP., pag. 17; Perag., pag. 438, fig. CXX, fig. 9. Th. hyalina, Grun. é uma forma boreal, que apenas observámos uma vez, em janeiro de 1911 [30j.

Gen. OosciíiocLisciis, Ehr.

Coscinofli^íciís cxceitf rieiís, Eim.

Gran, NP., pag. 29; Perag., DM., pag. 426, est. CXVI, fig. 3;

V. H. TD., pag. 531, est. 23, fig. 666. Apresenta-se frequentemente durante todo o ano, mas nunca em

grandes quantidades [8-3, S, 18, 15, 18, 8 3, 30, 31,

38].

(i) ClevE; The seasonal distribution of atlantk Plankton organisms, pag. 3S1.

195

Cosi* iiiofli.<ic* lis lÍBieadis, Eiír.

Gran, NP., pag. 30; Peuag.. DM , pag. 427, est. CXVI, í\s. 7;

V. H. TD., pag. 532, est. 23, lig. 663. Pouco frequente; apenas observámos alguns exemplares em julho de

1910 [18] e em fevereiro de 1911 [«3].

€osc*iuocBiseiis B>afliatiis, Ehr.

Gran, NP., pag. 31; Pkrag., DM., pag. 430, est. CXVII, fig. 3;

V. H. TD., pag. 530, est. 23, fig. 663. observámos esta forma nos meses de julho [15, 19, 'íi. 83]

e agosto [8«]. Estamos, porém, convencidos que este resultado é devido à escassez das nossas observações, e que trabalhos fu- turos ham de revelar a presença na nossa costa do C. radialus, Ehr., durante todo o ano. Esta previsão ó baseada nos dados de Cleve (1).

Cosciiiodísciis ocailus iridis, Eiir.

Coscinodiscus subbulliens, Jurg.. Gran, NP., pag. 32; Perag., DM., pag. 429, est. CXVIII, fig. 2; V. H. TD., Coscinodiscus radiatus, Ehr., var. oculus iridis, Ehr.

Esta linda forma é muito frequente e muito abundante no Plancton de Buarcos; e, em geral, a sua maior abundância nota-se nas pescas em que os elementos neríticos sam pouco importantes.

Novembro l«-»l de 1909; março [Ç, 8], abril [9, ÍO], juidio [fi5, 1«, ISl, julho [18, f», ao, «I, »3l, agosto [«5], setembro [8 8"^] de 1910; fevereiro ['Ji] e agosto [41] de 1911.

Cosciíincliscus conciíiuiis, Sm.

Gran, NP., pag. 33; Perag., DM., pag. 424, est. CXV, fig. 12;

Coscinodiscus radiatus, Ehr., var. concinnus, W. Sm., V.

H. TD., pag. 531. C. concinnus, Sm. é, semelhantemente ao C. oculus iridis, Ehr.,

com o qual em geral aparece associado, uma das formas mais

frequentes e mais abundantes do nosso Plancton [í-3, 8, lô,

1<», 19; 18, '^ã, ZG, 40, 41]. Analogamente às que observámos a propósito do C. oculus iridis,

Ehr., os máximos de abundância do C. concinnus verificam-se,

em geral, nas pescas de caráter holoplanctónico, em que os ele-

(1) Cleve, loc. cit., pag. 321.

196

mentos neríticos sam pouco importantes. Ambas estas formas estám presentes todo o ano, sem que as suas datas de aparecimento pa- reçam fixar-se em determinados môses (1).

(1) Todos os Diatomislas cujas obras pude consultar descrevem uma espécie, que se aproxima muito, quer do C. oculus iridis, Ehr., quer do C. concinmis, Sm. Essa espécie (ou variedade) é o C. centralis, Ehr.

Infelizmente, as diagnoses dos diferentes autores, longe de serem concordantes, apresentam taes diferenças a respeito desta espécie, que é extremamente difícil, se não totalmente impossível, saber ao certo quaes sam os seus carateres morfológicos.

Assim Gran (NP., pag. 33) apresenta uma diagnose que se aproxima muito da diagnose do C. oculus iridis, Ehr. (= C. subbuUiens, Jôrg., Gran, NP., pag. 32) indi- cando apenas como caráter distintivo a existência, no C. centralis, Ehr., de espiculas periféricas em todo o contorno da face valvar, que não existem no C. oculus iridis, Ehr. (= C. subbuUiens, Jôrg.). Este autor refere-se ainda a diferenças na face conec- tiva das duas formas, diferenças que sam aliás pouco sensíveis e de pequena impor- tância, por serem, na prática, de uma observação difícil.

Van Heurck (TD., pag. 530 e 531) considera tanto a espécie que nos ocupa, como o C. oculus iridis, Ehr. e o C. concinmis. SíM., como símplez variedade do C radiuhis, Ehr. Para este autor, a var. centralis (Ehr.) Rattr. distingue-se da var. oculus iridis, Ehr-, sobre tudo pela presença de duas espiculas asimétricas ao passo que (segundo o mesmo autor) as espiculas em todo o contorno da face valvar apenas se observam na var. concinmis, W. Sm.

Peragallo (DM., pag. 430) refere-se à espécie que nos ocupa nos seguintes ter- mos, que transcrevemos textualmente :

«Cose. centralis, Ehr., Ber. A. K. 1838; Creg., Diat. of Clyde, p. 501, 11, f. 40 (n'a été figure nettement nulle part) C'est une forme intermédiaire entre le C. concinnus et le C. oculus iri'tis. II à une aréolation plus fine que celle du C. oculus iridis, plus grosse que celle du C concinnus, de cette derniére espèce il possede les deux nodules marginaux asimétriqucs mais non la structure fasciculée. Cest une espèce encore bien mal connue et qui a été confondue avec ses deux voisines. Ehrenberg lui méme ne s'y jamais reconnu ei je crois que dans son idée c'était seulement un C. oculus iridis plus finement areolé».

Devemos notar, de passagem, que nas figuras com que Peragallo ilustra o texto, não se nota no C. centralis. Ehr. uma areolação mais fina do que no C oculus iridis, Ehr. (Veja-se a est. CXVIII, figs. 1 e 2).

De Toni {Sylloge, pagg. 1256, 1272 e 1275) regista a existência, no C. centralis, Ehr de espiculas periféricas em todo o contorno da face valvar, sendo duas dessas espiculas, colocadas em posições asimétricas, maiores do que as restantes. No que diz respeito à areolação, conclue-so dos dados de De Tonm, que as esculturas do C. cen- tralis, Ehr., sam um pouco mais finas do que as do C. oculus iridis, Ehr., e muito maiores do que as do C. co7icinnus. Sm.

Em resumo: relativamente à areolação, alguns autores consideram a do C cen- tralis, Ehr. como mais fina do que a do C. oculus iridis, Ehr. (Peragallo, De Toni), ao passo que outros consideram-nas, mais ou menos explicitamente, como eguaes (Gran, Van Heirck); e no que diz respeito á existência de espiculas na periferia da face valvar, Gran descreve-as como eguaes, distrilmidas por todo o contorno da face; Van Heurck e Peragallo afirmam que sam apenas duas, asimélricamente, e De Toni admite a existência de espiculas em todo o contorno (como Gran), mas sendo duas maiores e asimétricas.

Para terminar esta confrontação, resta-nos observar que nas duas únicas figuras do Atlas de Sch.nuot qua se referem ao C. centralis, Ehr. (60,12; 63,1 ambas, aliás, sob grandes reservas), não se nota espiculas algumas.

Conscientes destas dificuldades na determinação precisa do C. centralis, Ehr.,

197

Cosoinoflisciis gigas, Ehr.

Perag., dm., pag. 433, est. GXVIII, íig. 3.

Bastante freqiiente, e geralmente associado ao C. oculus iridis, Ehr.

e ao C. concinnus, Sai. (1). [O, 16, 1?, :íO, 31, 3», 40, 41].

Cwseiíioiliseics iiitidiis, Greg.

Gran, NP., pag. 38; Perag., DM., pag. 434, est. CXVII, fig. 12;

V. H. TD., pag. 532, est. 23, fig. 667. Apenas observámos um exemplar [8©].

Gen. ActiTiopt3^cliixs. Eh«.

i%ctiiiO|ifyeliiis uiicliiladis (Ehr.), Ralfs.

Gr4n, NP., pag. 42; Perag., DM., pag. 409, est. CXI, fig. 1;

V. H. TD., pag. 496. est. 22, fig. 648. Muito frequente durante todo o ano, se bem que nunca se apresente

em grande abundância [»-», 9, », », 1«. 16, 19. 1?K «O,

«1, «3, 36, 30, 31, 3«].

itctiiBOiítycliiis spleiicleus, (Shadb.), Ralfs.

Gkan, NP., pag. 43; Perag., DM., pag. 410, est. CXI, fig. 4;

V. U. TD., pag. 497, est. 22, fig. 649. Apenas observámos um exemplar [14].

Gen. A.U.1ÍSCU.S, Eíir.

i%ulíseiis sciilpdis? (Sm.), Ralfs.

Perag., DM., pag. 399, est. CVIII, fig. 1; V. 11. TD., pag. 482,

est. 21, fig. 646. Apenas observámos um exemplar [83].

dificuldades tanto maiores, quanto por vezos a observação das espículas iieriférioas da face valvar é muito precária, resolvemos não tomar em consideração o C. centrulis, Ehr., classificando como C. oculus iridis, Ehh. as formas de areijlação prande (1 ou .■> aréolas em 10 [jl) sem espículas periféricas nitidamente visíveis; e cornu C. iimrinuiis, Sm. as formas de areolação fina (mais de 6 aréolas em 10 (i.) com espículas periféricas distribuídas por todo o contorno da face valvar.

(1) Classificámos também çom o nome de C gigas, Ehr., algumas formas que se aproximavam talvez mais do C. Janischii, A. S. (Per.\g. DM., pag. 432, est. CXVIH. fig. 4). Na realidade, e como o próprio Peragallo o sugere, as duas espécies uão sam distintas.

198

Gen. Detonxila, Schíítt

DctoiíiHla i^oliroderi (Bergon), Gran.

Gran, NP., pag. 22; Perag., DM., pag. 456, est. CXXI, fig. 8. NSo muito Irequente, mas, por vezes, bastante abundante [®, IO, 14, 30. 3*^].

Gen. I^aud-or-ia, Cleve

Liaiideria liorealis, Gran.

Gran, NP., pag. 23; Perag., DM., pag. 457, est. CXXI, fig. 2. [95, 30, 39].

Gen. Leptocylindr^us, Cleve

Ije|itocyliiG(lriGi§ ^laMBcasíi, Cleve.

Gran, NP., pag. 24; Perag., DM., pag. 454, est. CXXII, fig. 4. [», IO, »8, 30].

Gen. Ou.in.ard.ia, H. P.

Ouiuarfllâa flaecicla (Castr.), H. P.

Gran, NP., pag. 24; Perag., D3I., pag. 459, est. CXXII, figs. 1 a 3.

Pouco frequente [14, 85, 88].

Gen. JFMiyzosoIenia (Ehr.) Brightw.

Rliyzosttleuia moltcrfotliii, H. P.

Gran, NP., pag. 49; Perag., DxM., pag. 460, est. CXXII, fig. 7. Apenas observámos alguns exemplares em setembro de 1910 [88],

Rliyzostolcuia rohiista, Norman.

Gran, NP., pag. 50; Perag., DM., pag. 461, est. CXXIII, figs. 1 e 2.

Bastante raro ^«8, 39, 41].

199

Rhyzosoleiiia Sclinilisolei, Cleve.

Gra«, NP., pag. 52; Peuag., DiM., pag. 466, est. C\XIV-A, fig. 5. Encontrámos esta forma em alguns lanços, e, num deles, em grande quantidade [O, tO, «O, 30, Íl8j.

lllija:<M^«ioBtia selij^^oni, Biughtw.

Ghan, NP., pag. 53; Pehag., DM , pag. 464, est. CXXIV, figs. 11 a 15; V. H. TD., pag. 414, est. 17, íig. 602.

Muito frequente durante todo o ano, mas nunca em grandes quan- tidades [7, 9, IO, 14, »0, »5, «5, «8, «O, 31, 38, 40, 41].

RhyKOSoleiBÍa «tyliforiiiis, Brightw.

Gran, NP., pag. 54; Perag., DM., pag. 464, est. CXXIV, íigs. 2 6 6; V. H. TD., pag. 415, est. 17, fig. 601.

Muito frequente durante todo o ano, mas nunca em gratides quan- tidades [O, fO, 14, 1«, I», 3ÍO. 81, ««, 83, 85, 8«, 8?, 88, 38, 40, 41].

BfihjKosiileiiía alata, Biugutw., forma ^eiiiiiua, Cleve. Gran, NP., pag. 56; Perag., DM., pag. 466, est. CXXIV, fig. 7. N.ão muito freíjiiente, mas, por vezes, em grandes quanlidiídes [IO, 88, 85, 88, 3a, 38].

RliyzofãioStfiBia aSata^ Brightw., forma ^^racilliiiia, Clevb;

Gran, NP., pag. 56; Perag., DM., pag. 466.

Encontrámos esta forma em grandes quantidades, associada à pre- cedente, ao Jiacleriaslnim varians, Laud., e ao Cliacloceras cur- viselum, Cleve, em dois lanços de caracter pelágico [85, 88]. Também registámos a sua presença noutros lanços, mas em menor quantidade [86, 3 8].

Gen. Bacteriastrixiifi, Shadu.

nacicriasiriim varians^ Lalder.

Gran, NP., pag. 57; Perag., DM., pag. 470, est. CXXXIV, figs. 1

a 5; V. H. TD., pag. 422, esl. 18, fig. 605. Bastante freqiienle, e, por vezes, nas pescas de caráler pelágico,

em grande quantidade [8-3, 8, IO, 14, 85, 88, 30, 40,

41].

âoo

Gen. Oliaetoceras, Ehr.

Chaetoceras clen.««iini, Cleye.

Gran, NP., pag. 67; Perag., DM., pag. 477, est. CXXVII, flg. 4, o encontrámos num lanço, ainda que representado por bastantes exemplares [^5].

Cliaetoceras boreale, Bail.

Gran, NP., pag. 73; Perag., DM., pag. 476, est. CXXVI, fig. 2.

Pouco frequente [«8, 38, IO].

Segundo Cleve, esta forma é caraterística das regiões boreaes. Mas

Peragallo nota que ela foi observada nas regiões temperadas:

no lago de Thau (Pavillard) e em Nápoles (Schroder). (Veja-se

Perag., DM., pag. 477). Nós encontrámo-la não durante o inverno (fevereiro de 1911

[3 8]), como durante o verào (setembro de 1910 [88] e julho

de 1911 [40]).

Chaetoceras |iaracloxuiii, Cleve.

Perag., DN., pag. 486, est. CXXXII, figs. 1 e 2. [O, IO, 18, 30, 31, 38, 41].

Cliaetoceras cliclyiiiuiii. Ehr.

Gran, NP., pag. 79, fig. 94; Perag,, pag. 480, est. CXXVIIl,

figs. 1 e 2. [9, IO, 14, 85, 30, 31, 38, 4t].

Ch. paradoxum, Cleve, e Ch. didymum, Ehr. sam duas formas que aparecem geralmente associadas. Os seus máximos de abundância parecem ter logar no inverno.

Chaetoceras iliversiiiiti, Cleve.

Gran, NP., pag. 87; Perag., DM., pag. 487, est. CXXXV, fig. 4. Apenas observámos alguns exemplares num lanço [31].

Chaetoceras ciirvinetiiiii, Cleve.

Gran, NP., pag. 91; Perag., DM., pag. 479, est. CXXIX, figs. 4

a 6. Encontrámos esla forma em 7 lanços, e, em 6 deles, em grande

abundância [lO. 85, 88, 30, 31, 38, 41j.

201

Contrariamente ao que se com os outros Chacloceras, particular- mente com o Ch. paradoxum, Clf.ve, e com o Cli. didijmum. Kiih., cujos máximos parecem fixar-se nos mt^ses frios, o (7t. divcrsiun. Cleve, apresenta-se em grandes quantidades nào no inverno (janeiro e fevereiro de 1911 [SO, 31. 32]), como também no verão (agosto e setembr de 19 í O í«5, «81 e agosto de 1911

Gen. Eucampia, Khr.

Eiicaiiipia zodiaciis, Ehr.

Gran, NP., pag. 98; Perag., DM., pag. 376, est. CXV, fig. 2;

V. H. TD., pag. 461, est. 19, fig. 628. [O, iO, 14, 85].

Eucaiiipía groc^iiltiiicliea, Cleve. Gran, NP., pag. 98. Apenas observámos um exemplar |38].

Gen. Dityliiiin, Bail.

Dityliuiii ltríg;laiivellii (West.), Grun.

Gran, NP., pag. 112; Pebag., DM., pag. 395, est. XCVI, figs. 6 a 1 1; V. H., pag. 424, est. 17. fig. 606.

Encontrámos esta forma nos meses frios, e, por vezes, em grande abundância. Novembro de 1909 [8-3], março de 1910 [9], ja- neiro e fevereiro de 1911 [30, 31, 3«].

Gen. Ti^iceratium, Eiir.

Triccralíiiiti faviis, Ehr.

Biddulphia favus, Ehr., Gban, NP., pag. 109; Pebag., DM.,

(1) Além das 6 espécies que aqui apresentamos do gen. Cliaeloceras, Ehr., muilas outras se ham de encontrar no Plancton de lUiarcos. Nos nossos aponiariiniios tfinos o registo de mais 6 espécies, que preíerinios nào [)ublicar ainda, porque nai» c.siaiiKis absolutamente seguros da classificação, e porque entendemos que todo o cuidado e pouco num terreno tam pouco firme, como é o desmend)ram(!nto em espécies do gen. Chaetoceras, Ehr.j e as respectivas diagnoses.

202

pag. 388, est. XCIX, figs. 1 a 3; V. H. TD., pag. 475, est. 21, fig. 643. Raro [»3].

Triccratiiiiii (aiiipliitctrois) aulccliluviauum, Ehr. Biddulphia vesiculosa (Ac), Boyer, Gran, NP., pag. 110; Pe- . RAG., DM., pag. 383, est. CII, íigs. 1 a 4; Biddulphia ante-

dilaviana, Ehr., V. H. TD., pag. 475, est. 21, fig. 642. [9, to, 19, IS, SI, 93, 9«, 99].

Gen. BiddLiilpliia, Gray

Bifldiilpiíia aiiriia (Lyngb.), Breb.

Gran, NP., pag. 105; Perag., DM., pag. 381, est. XCVIII, figs. 3

a 6; V. H. TD., pag. 472, est. 20, fig. 631. [I^ft, 99, 90, 39].

Iliflilul|iliia iiiobiliciisis (Bail.), Grun.

Gran, NP., pag. 106; Perag., DM., pag. 382, est. XCVII, figs. 1 a 5; Biddulphia Baileyii, Sm., V. H., pag. 473, est. 20, fig. 636.

Biddulphia mobiliensis (Bail.), Gríjn. é, sem dúvida, uma das for- mas mais constantes e mais abundantes do Plancton de Buarcos. Registamos o seu aparecimento em quase todos os lanços [9-3, 9, 8, 9, IO, 19, 14, 15, IO, 19, IS, IO, 90, 99, 9 3, 95, 90, 99, 30, 3i, 39, 40, 41].

Uid<liil|»liía |iiiloliella, Gray.

Biddulphia biddulphiana (Smith), Boyer, Gran, NP., pag. 104; Perag., DM., pag. 376, est. XCIII, figs. 1 e 2; V. H., pag. 470, est. 20, fig. 630. [O, 90, 99, 41].

Gen. Oeratau-lixs, Ehr.

Ccratauliis Suiitliii, Ralfs.

Gran, NP., pag. 102; Perag., pag. 398, est. CXII, figs. 4 e 5;

Biddulphia Smithii, Ralfs., V. 11. TD., pag. 473, est. 21,

fig. 641. Raro [IO, 90j.

203

Gen. Istlm:iia, Ag.

Istlliiiiia iner^iís, Eiiit.

Perag., dm., png. 373, est. XCII, V. II. TD, pag. 451, est. 11),

fig. 625. [tã, 18, 1», «6, «9j.

PENNAXAE Gen. FMialbd.oiieina, Kiiiz.

Rhahdoiieiua aclriaiiciiiii, Kutz.

Perag., DM., pag. 358, est. LXXXIV, figs. 7 n 1 1 ; V. 11. TD.,

pag. 360, est. 12, fig. 486 a. Bastante frequente [18, 14, 18, 19, «3, 8«, «5, «8, 3«J.

RI&abcloncBiia ai*c*iiatiiiii (Lyngb.), Kutz.

Perag., DM., pag. 359, est. LXXXIV, figs. 12 a 14; V. II. Tl).,

pag. 360, est. 12, fig. 487 a. Muito frequente [9, 13, 14, 15, 19, 18, 19, «O. 8t. ««,

S3, '^5, 2G, '^9, 98, 41].

Ulialicloueiiia iiiiuiitiiiii, Kutz.

Perag., DM., pag. 359, est. LXXXIV, figs. 5 e 6; V. II. TD.,

pag. 361, est. 12, fig. 488 a. Muito raro [88].

Gen. Licmopliora, Ag.

IJcniopliora Kjjn^hjel (Kotz.), GrOn.

Gran, NP., pag. 121; Perag., DM., pag. 349, est. LXXXV, figs. 9 a 12; V. H. TD., pag. 344, est. XI, fig. 460.

Raro [88].

Gen. Synedra, Ehr.

ííyneclra ful;£eiii9 (Kutz.), Sm.

Perag., DM., pag. 311, est. LXXIX, fig. 5; V. II. TD., pag. 316,

est. 10, fig. 436. Una exemplar, apenas [83]-

204

Synedra Gailloiiii, Ehr.

Perag., dm., pag. 315, est. LXXX, fig. 7; V. H. TD., pag. 312,

est. 10, fig. 424. Um exemplar, apenas [3t9].

Myueiívst iilsia (Nitsch.), Ehr.

var. loiig;uisíiiiiia.

V. H. TD., pag. 310, est. 10, fig. 412; Synedra longuíssima,

Sm., Perag., DM., pag. 317, est. LXXX, fig. 1. Forma de agua salobra, de que encontrámos apenas um exemplar

[ao].

Gon. Ttialassiotlir^ix, Gleve et Grun.

TlialassiodiriíK [lilzsc*liioifles, Grun.

Gran, NP., pag. 117; Thalassionema Nitzschioides, Grun., Perag., DM., pag. 320, est. LXXXI, figs. 17 e 18; Synedra Nitzschioides, Gríín., V. H. TD., pag. 314, est. 10, fig. 434, e pag. 319.

[9, to, 95, 30, 31, 39].

Gen. I^leuirosignia, Sm.

Pleurosignia aiigulatum, Sm.

var. major.

V. H. TD., pag. 251, est. 6, fig. 257.

[1», «3].

Pleiírosigiiia afliiie, GrOn.

V. H. TD., pag. 252, est. 6, fig. 263.

Pleiírosis^nia forinosuiii, Sm.

V. H. TD., pag. 254, est. 6, fig. 268. [31, 39].

Pleiirosigiiia baliioiíiii, Sm.

V. H. TD., pag. 256, est. 7, fig. 272. [93].

20S

Gen. IVitzscliia, Hassal

Mitzschia eireiíiiisuta (Baiiey), GrOn. V. H. TD., pag. 388, est. 15, fig. 507. Forma de agua salobra. Apenas observámos um exemplar [ÍO].

rVifzscliia seriata, Cleve. Gran, NP., pag. 129. [8-3, IO, 30, 38].

Gen. SuLi^iifella, Turp.

Hurirella fasliioiia, Ehr.

V. H. TD., pag. 372, est. 13, íig. 583. Apenas observámos um exemplar [83].

Gen. Oampylod.iscixs, Ena.

Caiiipyloclisciis eclieiicis, Ehr. V. H. TD., pag. 377, est. 14, fig. 600.

Bastante frequente, se bem que nunca se apresente em grandes quantidades [8, 9, IO, 18, 14, 16, 19, 18, 83, 86,

38, 40].

* * *

O quadro seguinte resume as nossas observações em relação ás d.ilas de aparecimento e abundância das Diatomáceas, que constam da lista pre- cedente.

Como as observações relativas à abundância foram feitas por meio da símplez estimativa, limitámo-nos ao emprego de trôs graus, que sam os

segumtes:

# pequena abundância.

* # aburuiáncia mediana.

### grande abundância.

206

Data das observações.

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Número dos lanços l 2-3

Fam. BACILLARIACEAE

Melosira Borreri, Grev

Melosira Jvergensii, Ag

Paralia sulcata, Ehr

Podosira Montagnei, K

Stephanopixis turris, Grev

Scélêtonêma costatum, Grev

Thalassiosira hijalina, Grun

Coscinodiscus excenlricus, Ehr

Coscinodiscus lineaíus, Ehr

Coscinodiscus radiatus, Ehr

Coscinodiscus oculus tridis, Ehr

Coscinodiscus concinnus, Sm

Coscinodiscus gigas, Ehr

Coscinodiscus nitidus, Greg

Actinoptychus undulalus (Ehr.), Ralfs. . Aciinoptycltus splendens (Shadb.), Ralfs.

Auliscus sculpíus (Sm.), Ralfs

Detonula Schrõderi (Bergon); Gran

Lauderia borealis, Gran

Leplocylindrus danicus Cleve

Guinardia flaccida (Castr.), H. P

Rhyzosolenia SloUerfothii, H. P

Rkyzosolenia robusta. Norma n

Rhyzosolenia Schrubsotei, Cleve

Rhyzosolenia seligcra, Brightw

Rhyzosolenia slyliformis, Brightw

Rhyzosolenia alala, Brightw.

forma gracillima, Cleve . .

forma genuína, Cleve . . . .

Racteriastrnm variam, Lauder

Chaetoceras densum, Cleve

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21 maio 1910 18 junho 1910

Número dos lanços

2-3

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Chnptncevãs horeale Bail

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Chãpfocevas Vãrãdoxuni Cleve

ChaptocèrãS didvMutn Ehr

Chnpfncpm.i diDPrtiifm, Ca,v,w,

Cliãptocévãs cuvvisetuin Cleve

Kurniunifi zndin.riix Khti

Eijnitnnia (ivoptilnndica Cleve

DHiiliuni Bvinhtivplli íWest.) Gríín

TvicpratiuTti fãvus Ehr

Triceratium (amphitetrasj antediluvium. Ehr

Riddulnhifi nuTitn (TjYNíír \ Breb

Bidãulvhia mobiliensis íBail.). Gríín

BiddulDliiã vulchello Gray

Cpvataulus Sniithii Balfs

Isthtniã enervis. Ehr

Rhabdonétnã ãdviãticum KíJTZ

Rhn.hdnnêMã (ivcMcitum íLyngb.) Kíítz

Rhabdonêmã tninuíuin. Kíítz

LiCTtiovhora Lvnabuei íKutz.). Gríín

Svnedra fulaens (Kíítz.). Sm

Svnedva Gailonii Ehr

Syncdra nina (Nitzsch), Ehr.

var. longuissinia

Thdlassiotlirix Nitzschioides Gríín

Pleiwosigma angulatum, Sm., var. major

Plewosioma oMne Gríín

Plewosiotna formosum. Sm

PleuTosiama bãlticuni Sm

Nitzschia ci)'cumsuta ÍBailey) Gríín

Nitzschia seriata, Cleve

Surirella fãustuosa Ehr

CamvvlodiscHS echeneis. Ehk

209

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210

ESBOÇO DA FLORA DA BACIA DO MONDEGO (^)

Metachlamydeae ou Sympetala

[ Ovário superior 1

( Ovário inferior 5

(Flores isocarpicas 2

. (Flores anisocarpicas 3

l Estames em numero duplo das pétalas Serie I. Ericales.

2

(Estames em numero egual ao das pelalas Serie II. Primulales.

3

1 Tubo da corolla curto 4

(Tubo da corolla comprido Serie IV. Tubiflorae.

[ Pétalas 4; corolla escariosa Serie V. Plantaginales.

4 < (Pétalas 4-8; prefluração em muitns torcida Serie III. Conlortae.

5

1 Folhas oppostas Serie VI. Rubiales.

\ Folhas alternas Serie Vil. Campanulatae.

Serie I. Ericales (2)

[Planta herbácea sem côr verde; pétalas livres Pirolacea".

Subfam. Monotropoideae.

\ Plantas lenhosas ; pétalas mais ou menos concrescenlos Ericaceae.

(i) (Innlinnado de pap. 177.

{t) i. do MM-a bol. da 6oc. Drol., XVllI, p. 104.

211

Pirolaceae Subfam. Monotropoideae

§ Monotropeae

lloiiotropa L.

M. Hypopitys L. Sp. pi. p. 387.

Terras hiimosas, sombrias. FI. de junho a julho. I-II.

Ericaceae

(Fructo baccifornie indehiscente; planta arbórea Subfam. II. Arhutoldeae.

(Fructo capsular 1

[Dehiscencia seplicida; corolla um pouco zygomorphica.

Subfam. I. Rhododendroideae.

[Dehiscencia loculicida; plantas lenhosas de pequenas dimensões.

Subfam. III. Eriroideae.

Subfam. I. Rhododendroideae

§ Rhododendreae

KlBOclotleiíflroii L.

R. ponticum L. Sp. pi. ed. 2.

var. baelicum Bss. et Reut. Diagti. pi. orient. II, n.'' 3, p. 118. Terrenos graníticos. Serra do Caramullo. FI. de abril a junho. II-III.

Subfam. II. Aiu)utoideae

§ Arbuteae

Arbiiliis Tournf.

A. Unedo L. Sp. pi. p. 395; Brot. II, p. 68.

Não raro em terras pouco calcareas. Fl. de julho a outubro. I-IV. Medronheiro.

212

Subfam. III. Ericoideae

Corolla gomilosa ou cylindriea; sepalas mais curtas que a corolla .... Eriça L.

jCorolla iirofandamenle dividida; sepalas petaloideas e mais compridas que a co- rolla Calluna Salisb.

Calluiia Salisb.

C. vulgaris, Salisb. Trans. Soe. Linn. VI, p. 317; Eriça vulgaris L. Sp. pi. p. 352; Brot. II, p. 21. Eem terrenos e condições muito diversas. Fl. de julho a setembro. MV.

Krica L.

Eu-Erica Benth.

j Folhas ciliadas 1

[Folhas glabras 2

I Corolla recurvada; capsula glabra; antheras sem appendice E. ciliarís L.

[Corolla direita; capsula pelluda; antheras appendiculadas E. Tetralix L.

[Antheras salientes 3

1

2

( Antheras não salientes 4

[Folhas em verticillios de 3; flores erectas em umbellas tei'minaes de 3-6 flores, n I E. mnbellaía L.

[Folhas em verticillios de 4; flores aos pares axillares inclinadas.

E. mediterrânea L.

4

[ Flores côr de rosa (varias vezes brancas, E. cinerea) 5

( Flores brancas ou verde-amârelladas 6

/Eslylete pouco saliente; estigma peitado; appendices das antheras denteados, l E. cinerea L.

M JEstylete bastante saliente; estigma capitado; appendices das antheras subpinnato, \ incisas E. ausiralis L.

[Estylete muito saliente; appendices das antheras inciso-denteados na parte ex- \ terna E. aragonensis Wk.

1 Flores brancas 7

G

Flores peíiucnas verde-amarelladas em longos cachos E. scoparia L.

/

213

[Pediinculo do comprimonto da corolla com pequenas bracieas n^^ ineio- ai>|i<^n- dices das anlheras lineares e. Insihnuat Hiul.

|Pedani-ulo mais comprido que as ft)lhas ; appondices das anlheras oblongo-arrednn- ^ dados /í. arbon-a L.

E. ciliaris L. Sp. pi. p. 454; Brot. II, p. 125.

Cliariiccus iironosas e húmidas, pinhacs, sebes. Fl. de maio a outu- bro. I-III. E. Tetralix L. Sp. pi. p. 353; Brot. lí, p. 22.

Maltagaes, pinhaes e charnecas Inimidas. Fl. de junho a agosto. I-IV. E. umbellata L. Sp. pi. p. 352; Brot. II, p. 24.

var. subcampanuíata DC. Corolla com fauce mais aberta e estames mais curtos.

Terrenos arenosos áridos, charnecas, pinhaes. Fl. de abril a junho. I-IV. E. mediterrânea L. Diss. de Eriça; Brot. II, p. 25.

Terrenos sombrios, charnecas húmidas. Fl. de jaFieiro a abril. l-II. E. cinerea L. Sp. pi. p. 352; Brot, 11, p. 23.

Mattagaes, pinhaes, charnecas seccas. Fl. de maio a julho, l-lll. E. australis L. Diss. de Eriça; Brot. II, p. 23.

Mattagaes. charnecas, pinhaes. Fl. de levereiro a maio. I-II. }í. aragonensis ^A k. Inumer. plant. Misp.

Mattagaes, charnecas, terrenos pedregosos. Fl. de maio a julho. III-IV. E. scoparia L, Sp. pi. p. 353; Brot. II, p. 21.

Pastagens, maltas, pinhaes, outeiros calcareos. Fl. de dezembro a junho. I-II. E. lusitanica Rud. in Schr. .Tourn. II, p. 286; E. arbórea Brot. II (parte). Maltas, pirdiaes, charnecas. Fl. de dezembro a março. I. Urze branca ou Torga. E. arbórea L. Sp. pi. p. 353; Brot. II (parte).

Maltas, proximidades d'agua. Fl. de março a junho. I-I\'. Urze branca ou Torga.

Serie II. Primulales (')

1 Estames inseridos na corolla; eslylele simples Primuhicene.

I Estames livres ou quando muito ligados á corolla na base; estyletos íi.

IHumhaginaceiu.

(i) J. de Mariz 5o/. da Soe. Brot., XVI, p. lo9.

214

1

Primulaceae

IPrefloração imbricada 1

( Fiefloração torcida III. Lysimachieae.

l Ovário superior I. Primuleae.

(Ovário semi-inferior II. Samuleae.

I. Primuleae-Primulinae

Priíiiiila L.

P. vulgaris Huds. Fl. angl. p. 70; P. acaulis Brot. I, p. 266.

Terreno humoso, prados húmidos. Fl. de março a maio. I-III. Queijadilho, Pão de leite.

II. Samuleae

ͻaiii<ilus L.

S. Valorandi L. Sp. pi. p. 171; Brot. I, p, 286.

Sities húmidos e pantanosos, bordas de caminhos. Fl. de maio a se- tembro.— Alface dos rios ou Alfacinha do rio.

III. Lysimachieae

(Capsula abrindo por valvas § Lysimachiinae.

(Capsula abrindo circularmente § Anayallidínae.

% Lysimachiinae

Ijjsiiiiacliia L.

I Planta erecta muito glabra L. Ephemerum L. Planta pubescente L. vttlgaris L.

L. Ephemerum Sp. pi. p. 146.

Margem de rios, ribeiros, sitios húmidos. Fl. de junho a agosto. I. L. vulgaris L. Sp pi. p. 146; Brot. I, p. 264.

Logares húmido^. Fl. de maio a julho. 1-lV. Lysimachia.

21o

§ Anagallidinae

(Caule erecto; folhas alternas Centrunculus L.

1 Caule prostrado ; folhas oppostas em geral Anagallis L.

i%nag;allis L.

I Corolla rodada; estames livres Sect. I. Euanagallis.

{ Corolla infundibuliforme ; estames ligados na base Sect. II. Jirasekia.

Sect. I. Euanagallis

1 Corolla de comprimento egual ao do ealix ou pouco maior A. anensis L.

( Corolla de comprimento duplo do do cálix A. Uni folia L.

A. arvensis L. Sp. pi. p. 148; A. phoenicea e caerulea Lamk. etDC. ; Brot. I, p. 262.

Corolla egual ou pouco maior que o cálix ; folhas ovaes ou lanceoladas.

Corolla vermelha a. phoenicia (Scop.) Ali.

Corolla azul p. caendea Schreler.

Folhas quasi reniformes, semi-amplexicaules y. latifolia L.

Corolla egual ao cálix ou mais curta; corolla azul.

Pedúnculos eguaes ás folhas ou mais curtos ; flor e capsula mais curtas que o cálix 5. miciantha Gr. et Godr.

Pedúnculos 2-.3 vezes mais compridos que as folhas ; corolla e capsula do comprimento do cálix e. parviflora (Holf. et Link.).

Terrenos areentos, searas. Fl. de abril a julho. I-III. Mitrrião vermelho e azul. A. linifoiia L. Syst. Nat. ed. II; A. Moneiii L. Sp. pi. p. 148; Brot. I, p. 263.

3. anguslifoUa Welw. Folhas lineares muito estreitas.

I

216

y. latifoUa Winkler Folhas largamente lanceolado-lineares, subcordiformes na base.

Terrenos arenosos, campos, outeiros, arenoso-calcareos. Fi. de feve- reiro a outubro. I-I^^

Sect. II. Jirasekia

A. tenella L. Syst. N. ed. XIIÍ; Brot. I, p. 263.

Terrenos relvosos húmidos, margens das ribeiras. Fl. de maio a ju- lho. I-III.

Ceuitiuculiis L.

C. minimus L. Sp. pi. p. 116; Brot. I, p. 158. Terrenos relvosos húmidos. Fl. de junho a julho. I.

Plombaginaceae (i)

Staticeae

( Inflorescencia em capitulo Armeria Willd.

jlnfloresceucia ramosa; plantas lierbaceas Statice Willd.

ilriiieria Willd.

Cálix proloiigando-se em esporão para baixo da inserção do pedicello.

Sect. I. Macrocentron Boiss.

Bracteolas interfloraes egualando ou ultrepassando o cálix (Macrostegieae).

A. Wehritschii Boiss.

Cálix inserido obliquamente sobre o pedicello; esporão curto ou nullo.

Sect. II. Plagiobasis Boiss.

Cálix de lobos com longas arestas ; folhas 3-5-7-nerveas . § Longearistaíae.

Folhas largas lanceoladas 5-7-nerveas, finamente serrilhadas.

A. latifolia Willd.

Folhas linear-laiiceoladas ou oblongo-lanceoladas, 3-5-nerveas, completamente inteiras A. plantaginea Willd.

(1) J. \)à\L'àVi— Plvmbaginées du Portugal Boi. ("a Soe. Brot., VI (1888).

217

Sect. I. iUacrocentrou Boiss.

A. Welwilschii Boiss. in DG- Prodr. XII, p. 676; Statice Armeria Brot. I, p. 489.

a. stenophylla. Folhas arqueadas subpungenles l-nerveas. p. platyphylla. Folhas mais largas planas obtusas 3-nerveas.

Littoral. Fl. de abril a maio. I.

Sect. II. Plagiobasis Boiss.

§ Longearistãtae

A. latifolia Willd. Boiss. in DC. Prodr. XII, p. 684; Statice pseudo- Armeria Brot. I, p. 448. Regiões altas. Fl. de maio a junho. III-IV. A. plantaginea Willd. Boiss. in DC. Prodr. XII, p. 683.

A. brachylepis Boiss. Bracteas exteriores curtas.

a. brachyphylla Boiss. Folhas curtas; escapo curto. .3. scorzoneri folia Boiss. Folhas compridas, ílaccidas; escapo longo.

B. langebracteata Boiss. Bracteas exteriores mais compridas

do que o capitulo.

Terrenos arenosos, relvosos, principalmente nas altas montanhas. Fl. de junho a agosto. I-V.

Statice Willd.

[Folhas abortadas ou nullas; corolla gamopelala. Sabgen II. Siphonantha Boiss.

St. ferulacea L.

(Folhas em roseta na base; lobos do cálix não aristados; plantas vivazes; corolla gamopetala na base Subgen. I. Limoniinn Boiss.

218

1

2

Siibgen. I. I^liiionixim Boiss.

Sect. Eulimoniura Pax.

[Cálix sub-10-lobado § 1. Genuinae.

St. Limonium L.

[ Galix 5-lobado 1

lEspiguetas densas e regularmente imbricadas, dísticas § 2. Densiflorae. 2

(Espiguetas pouco imbricadas e até distantes umas das outras.

§ 3. Dissitiftorae.

St. confusa Gr. et Godr.

[Folhas grandes 3-5-nerveas com limbo revolutoso St. ovalifolia Poir.

(Folhas pequenas I-3-nerveas de limbo plano 3

(Folhas 3-nerveas um pouco glaucas obovaes obtusas St. Dodaríii Girard.

(Folhas 1-nervea verdes lanceoladas espatuladas St. orcidentalis Lloyd.

§ 1. Genuinae

St. Limonium L. Sp. pi. p. 274; Brot. I, p. 488. var. macroclada Boiss. Terrenos do littoral. FI. de julho a setembro. I. Limonio.

§ 2. Densiflorae

St. ovalifolia Poir. in Boiss. DC. Prodr. XII, p. 646; St. auriculaefolia Brot. I, p. 741; St. lanceolata Link. et Hoífm. Fl. port. p. 445, tab. 77. Terrenos do littoral. Fl. de junho a setembro. I.

St. Dodartii (íirard Ann. des Sc. nat. XVII, p. 31, tab. 4, fig. A. Terrenos do littoral. Fl. de julho a setembro. I.

St. occidentalis Lloyd in Boiss. 1. c. p. 648. Terrenos do littoral. Fl, de julho a setembro. I.

219

§ 3. Dissitiflorae

St. confusa Gr. et Godr.

a. genuína. Ramos estéreis poucos ou nullos. ^. intermédia. Ramos estéreis numerosos.

Terrenos do littoral. Fl. de julho a agosto. I.

Subgen. 11. Siplionaiitlia Boiss.

St. ferulacea L. Syst. pi. ed. 2,'; Brot. í, p. 490. Terrenos do littoral. Fl. de julho a agosto. I.

Serie III. Contortae

[Flores com 2 estames Subserie Oleineae.

( Flores com 5 estames Subserie Geníianineae.

Subserie Oleineae

Oleaceae

(Fructo não dividido por um sulco longiUidinal; semente suspensa.

Subfam. Oleoideae. 1

[Fructo dividido por um sulco longitudinal quando é de 2 carpellos : semente erecta.

Subfam. Jasminoideae. Jasminum L.

[ Fructo samaroide indebisceute § Fraxineae.

Fraxinus L.

[Fructo carnoso % Oleae. 2

l Fructo baga com 2 sementes; intlorescencia terminal Ligustrmn L.

2

(Fructo drupa; inflorescencia axillar «í

(Caroço duro Olea L.

(Caroço frágil PhylUrra L.

1

220

§ Fraxineae

Fra%liiii8 L.

Fr. angustifolia Vahl. ; Enum. pi. I, p. 52: Fr. excelsior Brot. I, p. 31.

a. ohtusa Gr. et Godr. Samara oblongo-cunheada obtusa na extremidade.

p. rostrata Gr. et Godr. Samara lanceolada aguda na extre- midade.

Cultivado e mais ou menos expontâneo. Fl. de janeiro a fevereiro. I-III. Freixo.

§ Oleaea

Phyllirea L.

Ph. angustifolia L. Sp. pi. p. 7.

a. lypica. Folhas linear-lanceoladas com o diâmetro máximo ao meio, largura em geral 5-8 mm. Lenlisco bastardo.

íi. media. Folha lanceolada ou elliptica, diâmetro máximo ao meio, comprimento mais de 2 Va ^^^^^ a largura. Adenio.

y. lalifolla. Folhas ovaes-ellipticas m.iis oii menos arredon- dadas ou cordadas na base, diâmetro máximo no terço inferior, Aderno.

Não rara nas llorestas e ainda nas sebes. Fl. de março a junho. 1.

Subfam. OtEomEAE

Olca L.

O. europaea L. Sp. pi. p. 8; Brot. I, p. 10.

a. Oleasler Iloffg. et Link. Ramos mais ou menos espines- centes, um pouco quadrangulares; fructos pequenos.

^. saliva Hoffg. et Link. Ramos nào espinescentes, cylindricos ; fructos maiores ovóides, ellipsoideos ou quasi esphericos.

A var. ^. cultivada; a var. a. expontânea mas um pouco rara. Fl. de maio a junho. I.

Ijigustriiiii L.

L. vulgare L. Sp. pi. p. 7; Brot. l, p. 11. Cultivado. Fl. de maio a junho. I. Alfenhero.

221

1

Subfam. Jasminoideae

Jasniinuni L.

J. fruticans L. Sp. pi. p. 7.

Sebes, mattagaes. Fl. de abril a junho. I-II.

Subserie Gentianineae

jUm ovário Gentianaceae.

Dois ovários i

'Estyletes ligados em toda a extensão e tendo uni annel saliente perto da extre- niidade Apocynaceae.

JEstyletes ligados na parte superior formando um disco pentagooal ; pollen so- lido Asclepidiaceae.

Gentianaceae

[Plantas terrestres; folhas oppostas; folhas sem bainhas.

I Subfam. Gentianoideae. 1

(Plantas aquáticas; folhas alternas com bainha Subfam. Menyanthoideae.

IEstylete curto ou nullo; estigmas 2; ovaiio 1-locular Gentianinae. Estylete bem desenvolvido; ovário quasi 2-locular Erythraeinae.

Erytlaraeínae

IFlôr com 4-5 estames i

(Flor com 4-8 estames Chlora Adans.

í Flor 4-mera Cicendia Adans.

1 (Flor 5-mera Erythraea Neck.

Subfam. Gentianoideae Cicendia Adans.

'(íaule erecto simples ou ramoso dichotomicamente; folhas filiformes.

' C. fdiformis (L.) Delabard.

ICaule ramosissimo; folhas oblongo-lnncooladas ou oblongo lineares.

L. puniHla [LaLiuk.) Giisch.

l

222

C. filiformis (L.) Delabard, Fl. Anv. I, p. 20; Genliana filiformis L. ; Brot. I, p. 279. Prados, terrenos relvosos, sombrios e húmidos. Fl. de maio a agosto. I-II. C. pumilla (Lamk.) Griseb. in DC. Prodr. p. 61. Terras muito húmidas. Fl. de junho a setembro. I.

Eryiliraea Neck.

1 Corolla vermelha ou côr de rosa 1

jcorolla amarella Sect. III. Xanthaea Reichb.

ÍEstylete inteiro; estigma bifido; panicula dichotomica. Sect. I. Euerythraea Griseb. Estylete inteiro; estigma infundibuliforme subbilobo; cymeiras helicoidaes.

Sect. II. Spicaria Griseb.

Sect. I. Euerjlhraea Griseb.

1 Planta anã, ramosa E. chloodes Gr. et Godr.

(Planta de caule alto 1

iFolhas lineares E. linearifolia Pers.

( Folhas obovadas ou elliptico-oblongas 2

2

[ Folhas inferiores dispostas em roseta 3

( Folhas não dispostas em roseta E. pulchella Fr.

l Folhas inferiores elliptico-oblongas obtusas E. latifolia Sm.

3

(Folhas inferiores obovato ou spathulato-oblongas E. Centaurium Pers.

E. pulchella Fr. Nov. II, p. 31; Gentian^ Centaurium [B. L. ; G. ramo-

sissima Brot. I, p. 276 (parte). Areaes da costa maritima, outeiros seccos e calcareos, campos. Fl.

de junho a agosto. I. E. Centaurium Pers. Syn. I, p. 283; Gentiana Centaurium L. ; Brot. I,

p. 276.

var. grandiflora Biv. Corolla de maior diâmetro que o typo; lobos obovados obtusiusculos.

223

Mattagaes, prados, outeiros calcareos. Fl. de junho a agosto. I-lll. Fel da terra ou Centáurea menor. E. latifolia Sm. Engl. Bot. I, p. 32Í.

3. tenuiflora Griseb. Caule mais pequeno, mais delgado, me- nos fluido; corolla còr de rosa ou branca.

y. pseudolinari folia Rouy. Folhas mais grossas e mais estrei- tas do que as do typo.

Prados, pastagens, terrenos húmidos. Fl. de junho a agosto. I.

E. chloodes Gr. et Godr. Fl. de Fr. II, p. 484; Gentiana chloodes Brot. I, p. 276. Areias do litloral, pastagens húmidas do littoral. Fl. de julho a agosto. I. E. linearifolia Pers. Syn. I, p. 283.

Sitios pantanosos e salgadiços, areias maritimas. Fl. de junho a agosto. I.

Sect. II. Spicaria Griseb.

E. spicata Pers. Syn. I, p. 283.

Terras arrelvadas pantanosas da beira mar. Fl. de julho a setem- bro. I.

Sect. III. Xanlhaea Reichb.

E. maritima Pers. Syn. I, p. 283; Gentiana marítima L. ; Brot. I, p. 278.

Terrenos arenosos do littoral e da região inferior. Fl. de abril a julho. I.

Clilora L.

[Caule direito; folhas inferiores e medias ovado-acuminadas perfolhadas.

Ch. perfoliata L.

[Caule direito; folhas inferiores e medias ovado- lanceoladas não perfolhadas.

C/í. imperfoliaía L.

Ch. perfoliata L. Syst. Nat. ed. XII; Gentiana perfoliata L. Sp. pi. p. 272. Sitios húmidos e sombrios cultivados. Fl. de maio a setembro. I. Centáurea menor per folhada.

224

Ch. imperfoliata L. fil. Suppl. p. 218.

Terrenos arenosos húmidos. Fl. de maio a junho. I-III.

(fieutiaiia Tournf.

l Flores azues G. Pneumonanthe L.

(Flores amarellas G. luíea L.

G. lutea L. Sp. pi. p. 227; Brot. I, p. 275.

Terrenos férteis relvosos e húmidos. Fl. de julho a acosto. IV- V. Genciana das boticas ou Argençana dos pastores. G. Pneumonanthe L. Sp. pi. p. 228; Brot. I, p. 276.

^. depressa Bss. El. p. 64. Caule mais curto 1 -flóreo; flores menores.

Prados e terrenos turphosos e pantanosos. Fl. de julho a setembro. I. 15. IV-V.

Subfam. Menyanthoideae

I Folhas simples orbicular-cordiformes de longo peciolo IJmnanlhemum Gm. Folhas de limbo 3-parlido Menianlhes Tournf.

Aleuiaiitlies Tournf.

M. trifoliata L. Sp. pi. p. 145.

Lagoachos da Serra da Estrella. Fl. de maio a agosto. IV-V. Trevo d' agua.

Ijiniuaiilliciniiiu Gm.

L. nymphoides Hoffgg. et Link. Fl. Port. I, p. 344; Menianthes nym- phoides L.; Brot. I, p. 267. Valias, poços e aguas estagnadas. Fl. de julho a agosto. I. Gol- phào pequeno.

Apocynaceae

Plumiereae-Alstoniinae

Wiiica L.

V. dilTormis Pourr. Mem. Acad. Toul. Hl, p. 333; V. media Hoflfgg. et Link. Fl. Port. I, p. 376, tab. 70; V. major Brot. I, p. 280. Frequente nas sebes e sitios sombrios. Fl. de março a junho. I,

•22S

4'ynaieclBuiii L.

Asclepidiaceae Cynanchoideae-Ásclepiãdeae

Folhas cordiformes com longo peciolo; coroa estaminai terminada por 5 appen- ' dices lineares internos Sect. I. Eucynanchmu

I Folhas não cordiformes; coroa estaminai terminada por ti lóbulos arredondados.

Sect. II. Vincetoxium.

Sect. I. Eucynanchun)

C. acntum L. Sp. pi. p. 212; C. monspeliacum Brot. I, p. 411. Sebes, margens de caminhos, terras incultas. Fl. de julho a agosto. I, Escamonea de Montepellier.

Sect. II. Vinceloxium

C. nigrum (L.) Pers. ; Asclepias nigra L. ; Brot. I, p. 412. Terras incultas, mattagaes. Fl. de maio a junho. I.

Serie IV. Tubmorae

IFlôr actinomorphica . 1

(Flor zygomorphica . . 3

1 Ovário 1-2-locular não lobado; estylete apical 2

(Ovário 4-locular 4-lobado mais ou menos profundamente Borragineae.

(Loculos 1-2-ovulados Convolvulineae.

j Loculos oo-ovulados Solanineae.

l Ovário 2-locular 4

( Ovário 4-locular inteiro ou 4-lobado Verbenineae.

Borragineae.

(Loculos 1-ovulados Acanthineae.

I Loculos oc-ovulados Solanineae.

15 XXYI

^26

Subserie Convolvulineae (1)

Convolvulaceae

[ Plantas com eôr verde Subfam. Convolvuloideae.

(Plantas não verdes,, filamentosas, parasitas Sabfam. Cuscutoideae.

Subfam. Convolvuloideae

[Pedicellos com 2 bracteolas afastadas da flor; estigmas 2 lineares, capsula 2-lo- cular Convolvuhis L.

|Pedicellos com 2 bracteas oppostas, situadas junto da base da flor; estigmas 2-lo- badoSj capsula 1-locular Caiyslegia l\ Br.

Couvoiwiilus» L.

I Caule não trepador Sect, I. Orthocaulos Don. Caule volúvel Sect. II. Slropliocanlos Don.

Secl. I. Orthocaulos Don.

(Flores em cymeira ou capítulos; capsula pelkida C. lineatus L.

I Flores axillares solitárias 1

[Pedúnculos com 2 bracteas lineares ou laneeolado-lineares erectas a meio do . 1 comprimento C. tricolor L.

(Pedúnculo com 2 bracteas quasi rudimentares perto da flor.

C. meonanthus Hoíígg. et Link.

Sect. II. Strophocanios Don.

[Planta glabra ou pubescente; 2 bracteolas acima do meio; peJunculos ordinaria- mente 1-floreos ; corolla branca €. anensis L.

I Planta pelluda ou pubescente; pedúnculos 2-floreos; 2 bracteas lineares perto da base dos pedicellos; corolla purpuiina ou rosada C. allhaeoides L.

(1) J. de Mariz - Boi da Soe. Brot., XVII (1900).

â2>7

C. lineatus L. Syst. Nat. ed. X.

Campos argillosos, terrenos ralcareos áridos. Fl. de maio a julho. I. C. tricolor L. Sp. pi. p. 1S8; Brot. I, p. 268.

Campos, viidias, terrenos relvosos, searas. Fl. de março a agosto. T.

C. meonantluis líoffgg. et Link. Fl. de Port. I, p. 369, tab. 69; C. tri- color, var. Brot. I, p. 268. Terrenos calcareos, relvosos férteis. Fl. de março a junho. I. C. arvensis L. Sp. pi. p. 152; Brot. I, p. 267.

p. pumihis Chois. in DC. Prodr. IX, p. 406. Caule de 9-10 cent.; folhas pequenas.

y. oblusifoUus Chois. 1. c. Folhas ovadas alabardinas arre- dondadas.

e. Unearifolins Chois. 1. c. Folhas lineares.

Cearas, sebes, caminhos. Fl. de maio a agosto. I-II. Corriola, Verdeselha ou Verdisella.

C. althaeoides L. Sp. pi. p. 156; Brot. I, p. 268.

Caminhos, bordas de campos, terrenos calcareos pedregosos. Fl. de abril a junho. I.

Calyisicgíia U. Br.

I Caule volúvel trepador; corolla grande branca ou rosada; capsula globosa.

C. sepium R. Br.

[Caule não volúvel replante; corolla rosada ou purpurina; capsula ovóide aguda.

C. Soldaneíla R. Br.

C. sepium R. Br. Prodr. p. 483; Convolvulus sepium L. Sp. pi. p. 153; Brot. I, p. 268.

var. rósea Chois. (C. repens L. Sp. pi. p. 158). Corolla rósea.

Sebes e margens de ribeiros. Fl. de maio a outubro. I-II. Trepa- deira, Bons dias. C. Soldaneíla R. Br. Prodr.; Convolvulus Soldaneíla L. Sp. pi. p. 159; Brot. I, p. 268.

Areias do littoral. Fl. de maio a junho. I. Soldaneíla, Couve ma- rinha.

»•

228

Subfam. Cuscuioideae Cusiciita (Tournf.) L. (1).

I Estigmas filiformes; capsula circuracisa Sect. í. Eucusciita. Estigmas capitosos; capsula quasi indehiscente Secl. II Grammica.

Sect. I. Euciiscuta

C. Epilhymum (L.) Murr. Syst. Veget. ed. 13; C. europaea, 3- Epi- thjmum L. Sp. ed. 2.", n.** 1 ; C. europaea, var. Brot. í, p. 208; C. europaea barbuvea Brot. Phyt. lusit. p. 192, tab. 165.

fTubo da corolla pouco mais comprido do que o limbo; escamas substaminoas denteadas ; caule e flores brancas «. typica.

Lóbulos do cálix e da corolla obtusos a. alba (J et C. Presl.).

Lóbulos do cálix e da eorolla acuminados b. snbulaía (Ten.).

Tubo da corolla mais curto que o liuibo p. plani/lora (Ten.).

Estyletes quasi de comprimento duplo do ovário, c. opproximaía (Bali ).

Parasita sobre vários vegetaes. Fl. de junlio a outubro. I.

Sect. II. Graramita C. australis R. Br.

a. breviflora (Vir.) Flores 4-meras.

Plantas parasitas sobre vários vegetaes. Fl. durante o verão. I-IV. Cuscula, Linho de rapoza.

Borraginaceae (-)

IEstylete terminal Subfam. Heliotropioideac. Estylete gynobasico Subfam. Borraginoideae.

(1) A. Fiore ed A. Beguinot Flora anaUjHca (Vílalia.

(2) P. Coutinho £o/. da Soe. Brot., XXI (1905).

229

Subfam. Heliotropioideae Hcliotropiuni L.

( Cálix o-fido persistente //. europaenm L.

(Cálix 5-denteado caduco n. supinum L.

II. eiiropaeum L. Sp. pi. p. 130; Brot. I, p. 293.

Terrenos áridos, margens de caminhos, etc. Fl. de junho a outubro. I-Iil. Tornasol, Verrucaria, Herva das verrugas. H. supinum L. Sp. pi. p. 130; Brot. I, p. 293.

Margens dos campos, terras inundáveis. Fl. de junho a setembro. MI.

Subfam. Borraginoideae

IFlores zygomorphicas IV. Echieae.

1 Flores regulares i

l

[ Achenios de base plana ou qnasi plana 2

Achenios de base concava e rebordo annular II. Anehuseae.

I Achenios de dorso quasi plano ou concavo com inserção obliqua e mais ou menos ligados I. Cynoglosseae. Achenios muito duros livres e de base pequena III. LWiospermeae.

I. Cynoglosseae

[Corolla infundibuliforme; tubo egualando o cálix; carpellos cobeitos de aculcos.

Cynoglussum L.

[Corolla rotacea; Uibo muito curto; carpellos côncavos na face externa.

Omphaíodcs Moench.

Oiii|iflial»fleii (Tourn.) Moench.

O. lusitanica Pourr. herb. ; Cynoglossum lusilanicum L. Sj). 11; Brot. I, p. 29G ; Phyt. lusit. I, p. 53, tab. 24. Terras húmidas e sombrias. Fl. de abril a setembro. I-llI.

230

CynogloiiSiiiiii L.

[Corolla fechada de comprimento egual ao cálix; pétalas hirsutas na extremidade.

C. clandestinum Desf.

[ Corolla aberta; tubo egualando o cálix; pétalas glabras C. creticum Mill.

C. creticum Mill. Dict. ed. VIII, n.° 3; C. pictum Ait. H. Kew. I, p. 179; Brot. I, p. 296; Phyt. lusit. I, p. 179, tab. 159. Terras de varia natureza, sebes, caminhos. Fl. de março a julho. I-III. Cynoghssa de flor listrada, Orelha de lebre. C. clandestinum Desf. Fl. Atl. I, p. 159, tab. 42; Brot. Phyt. lusit. f, p. 177, tab. 158; C. officinale Brot. (non L.) I, p. 295. Collinas relvosas, caminhos, orla de campos. Fl. de fevereiro a ju- nho. I.

II. Anchuseae

l Corolla tubulosa i

I Corolla rotacea ; tubo muito curto . . Borrago L.

1 Corolla regular ; tubo direito Anchusa L.

1 ( Corolla um pouco irregular ; tubo recurvado Lycopsis L.

Borrago L.

B. oílicinalis L. Sp. pi. p. 137.

Vulgar em terrenos diversos. Fl. de fevereiro a outubro. Mil. Borragem.

Auchilisa L.

í Achenios com appendice lateral III. Cwyolopha Fisch.

( Achemos sem appendiees 1

(Achenios direitos ou levemente recurvados I. Buqlossum Rchb.

1

Achenios muito recurvados II. Euanchiisa Rich.

I. Buglossum Rclib.

A. itálica Retz. Observ. p. 12; Brot. Phyt. lusit. I, p. 173, tab. 156; Caryolopha oílicinalis Brot. (non L.) I, p. 297.

231

Searas, terrenos incultos, caminhos. Fl. de abril a agosto. I-IV.

b"

Biiglossa, Lingiia de Vacca.

II. Euanchusa Hicli.

A. undulata L. Sp. pi. p. 133; Brot. I, p. 297.

' Bracteas subcordato-ovaes mais curtas que o cálix i

|Bracteas ovado-lanceoladas ou lanccoladas, cguaes ou mais compridas que o , cálix 2

I Toda a planta subvelutino-pubescente a. subvehitina P. Cout.

(Cálix setoso-estrigoso; caule com pellos encostados e outros patentes.

[3. typica P. Cout.

I Caules com pellos patentes e pellos encostados y. hyhrida P. Cont.

2 ( Caules com pellos patentes S. Granatensis P. Cout.

Não rara em terrenas diversos. Fl. de fevereiro a agosto. I-II. Buglossa ondeada, Chupa-mel.

III. Caryolopha Fisch.

A. sempervirens L. Sp. pi. p. 134; Brot. I, p. 298; Caryolopha sem- pervirens Fisch. Logares húmidos e sombrios, margens de rios. Fl. de abril a junho. I-Iil. Olho de galo.

Ijyco|isis L.

L. arvensis L. Sp. pi. p. 139; Brot. I, p. 299.

Campos cultivados, proximidades d'agua. Fl. de fevereiro a julho. I-lIl.

III. Lithospermeae

ICorolla de tubo longo afunilada 1 CoroUa de tubo curto assalveada Myosotis L.

( Fruelo de 4 achenios Litfmpermwn L.

l ( Fructo de 2 achenios Ciriniht L.

232

Illyosotis) L.

Í Cálix com pellos encostados e não terníiinados em gancho 1 Cálix com pellos patentes e mais ou menos terminados em gancho . 2

[Caule coberto de pellos patentes; cálix 5-fido até além do meio.

M. Welivitschii Bss. et Reut.

[Caule com pellos encostados; cálix S-fido até ao meio ... M. caespitosa Schultz.

1 Corolla azul ; tubo quasi do comprimento do cálix 3

[ Corolla quasi sempre amarella ; tubo mais longo que o cálix 4

iPedicellos eguaes ou mais curtos que o callx fructifero M. hispida Schultz.

(Pedicellos com o dobro do comprimento do cálix fructifero.. . M. intermédia Lk.

[Corolla pequena (2-3 mm.) mudando de cor (amarella, azul e violácea).

M. versicolor Pers.

[Corolla pequena (3-4 mm ) sempre amarella M. lutea Pers.

M. Wehvitschii Bss. et Reut. Diagn. pi. orient. nov. p. 138; M. pa- lustris Brot. I, p. 294.

p. stolonifera (Gay) P. Cout. Planta mais fraca, eslolonifera.

Logares muito húmidos. A variedade é das regiões altas. Fl. de março a setembro. l-IV.

M. caespitosa Schultz. Fl, Slarg. Suppi. II; M. palustris Brot. 1. c.

a. vulgaris Loret et Barrandon, Fl. de Montp. Pedicellos in- feriores muito mais compridos que o calix; limbo da corolla plano, egual ou mais longo que o tubo.

^. perennis Loret et Barrandon. Bhizoma perennal; planta mais vigorosa.

y. skula (Guss.). Pedicellos mais curtos que o calix; limbo da corolla mais curto que o tubo e concavo.

Terrenos pantanosos, muito húmidos. Fl. de março a julho. I-III.

M. hispida Schlecht. Mag. Nat. Berl. Víll, p. 210; M. arvensis, var. minar Brot. I, p. 29 1.

Terras húmidas, arenosas. Fl. de março a jurdio. I-III. M. versicolor Pers. Syn. I, p. 156.

Terras húmidas, florestas, muros. Fl. de março a Jlilho. I-UI.

233

M. lutea Pers. Syn. I, p. 156.

Terras húmidas arenosas. Fl. de abril a junho. I-III. M. intermédia Lk. Enum. hort. Berol. I, p. 164; M. arvensis Brot (parte) I, p. 294. Terras cultivadas e incultas, frescas, sebes, muros. Fl. de abril a junho. I-II. Orelha de ralo.

IjÍ III ws per 111 11 111 L.

L. prostratum Lois. Fl. Gall. I, p. 105, tab. 4; L. fruticosum Brot. l, p. 292; Phyt. lusit. II, p. 171. Frequente nos pinhaes, sebes. Fl. quasi todo o anno. MH. Herva das sete sangrias.

CÍB*iiitlic L.

C. major L. Sp. pi. p. 136; Brot. I, p. 289.

á. piirpurascens (L.) Bss. Corolla de vermelho escuro, p. flavescens L. Corolla amarella ; tubo por vezes branco.

Campos, vinhas e terras húmidas. Fl. de fevereiro a julho. MI. Ftâr mel, Chupa-mel.

IV. Echíeae Ecliiuiii L.

4

[Caule com indumento simples 1

I Caule com indumento duplo (pellos finos encostados; pellos rijidos patentes, inse- ridos num tiiberculo mais ou menos desenvolvido) 2

[Corolla pequena (8-9 mm.); folhas inferiores linear-lanceoladas hirsutas.

E. Broleri G. Samp.

.Corolla azul grande ; folhas inferiores ovadas ou oblongas... E. plantagineum L.

Caule alto (1 m.) anguloso estriado; folhas inferiores oblongo-tanceoladas.

E. pomponium Bss.

, Caule de 6-7 dec. cylindrico; folhas inferiores medíocres 3

[Indumento não muito denso; plantas de côr verde distincta 4

[Indumento muito denso; pellos fortes sobre um tubérculo branco; i)lantas de côr cinsenla E. tubemdatum HoíTm. et Link.

(Nervuras lateraes das folhas pouco ou nada distinclas E. austrak Lam.

(Nervuras lateraes bem distinctas E. romlatum Lgc.

234

E. Broteri G. Samp,; E. italicum Brot. (non L.) I, p. 290.

Sitios húmidos e arenosos das regiões alias. Fl. de maio a setembro. III-IV. E. pomponium Bss. Voy. bot. Esp. tab. 124.

Campos e florestas. Fl. de agosto a setembro. I. Raro.

E. tuberculatum Hoffgg. et Link. Fl. Port. p. 183; E. vulgare Brot. (noii L.) I, p. 289.

a. genuinum Bourgeaii. Planta densamente hispida; folhas um pouco grossas e por vezes revolutosas.

p. lalifoUum Hoffgg. et Link. Planta menos hispida; folhas mais molles e planas.

Caminhos, muros, terrenos cultivados, areaes maritimos. Fl. de abril a julho. I-II. Viperina. E. plantagineum L. Mantis. II, p. 202; Brot. I, p. 289.

Terras cultivadas e incultas, arenosas e húmidas. Fl. de março a ju- lho. I-IV. Soagem.

E. australe Lam. III. I, p. 413, n.^ 1860. Terras arenosas. Fl. de março a agosto. l-III.

E. rosulatum Lge. Ind. sem. 111. Hann. 1854; Pug. pi. III, p. 2i.

a, genuinum. Flor subregular; planta prostrada.

p. campestre. Flor maior subbilabiada ; planta direita.

Terras arenosas, campos, margens de caminhos, proximidades d'agua. Fl. de maio a outubro. l-IL

Verbenaceae Verbena L.

[Folhas pinnatifidas ou serrilhadas V. officinalis L.

(Folhas 1-2 pinnatifidas V. supina L.

V. officinalis L. Sp. pi. p. 20; Brot. I, p. 160.

Margens de caminhos, logares húmidos. Fl. de maio a julho. I. Vrgehào, Verbena.

V. supina L. Sp. pi. j). 21; Brot. I, p. 160.

Nas mesmas condições da espécie precedente. Fl. de maio a julho. I.

235

Labiatae (i)

lEstylete semigynobasico Subfam. I. Ajugoideae.

(Estylete perfeitamente gynobasico 1

ÍGyneceu inserido sobre um prolongamento do receptáculo (gynophoro). Subfaiii. II. Scntellnrioideae. Gyneceu inserido sobre um disco 2

(Lóbulos do disco oppostos aos locuios do ovário . . Subfam. III. Lavanduluideae. 2

( Lóbulos do disco alternos com os locuios do ovário 3

lEstames ascendentes Subfam. IV. SIacliyoideae.

(Estames inclinados sobre o lábio inferior Subfam. V. Ocimoideae.

Subfam. L Ajugoideae

ICoroUa 1-labiada; estames 4; achenios rcticulato-rugosos Trib. I. Ajugeae. Corolla 2-labiada; estames 2; achenios lisos Tiib. II. Bosmarincae.

Trib. I. AJUGEAE

ICoroUa unilabiada ; lábio 3-lobado Ajuga L. Corolla unilabiada ; lábio 5-lobado Teucrium L.

IVerticillastros Go-floreos dispostos em espiga I. Dugiila Schreb. Verticillastros paueifloreos axillares II. Chamaepytis Schreb.

I. Biigula Schreb.

(Planta estolhosa A. replans L.

I Planta não estolhosa A. pyramidalis L.

(1) P. Coutinho - Boi. da Soe. Brot., XXIII.

236

II. Chamaepytls Schreb.

(Folhas superiores S-partidas A. Chamaepytis (L.) Schreb.

(Folhas superiores snbdenteadas ou inteiras A. Iva {L.) Schreb.

A. reptans L. Sp. pi. p. 561 ; Hoffgg. et Link. Fl, Port. p. 76.

Terrenos húmidos, prados, florestas. Fl. de abril a julho. I-II. A. pyramidalis L. Sp. pi. p. 561; ííoffgg. et Link. 1. c. p. 76.

Prados e logares sombrios. Fl. de março a julho. I-IV. A. Chamaepytis (L.) Schreb. PI, V^ert. unilab. p. 24; Teucrium Cha- raaetypis L. Sp. pi. p. 562.

Vinhas, terras áridas. Fl. de maio a julho. I. A. Iva (L.) Schreb. 1. c. p. 15; Teucrium Iva L. Sp. pi. p. 563.

a. pseudo-Iva (Rob. et Cast.) Benlh.; Teucrium Iva Brot. I, p. 163. Corolla amarella ou branca com pontuações purpúreas na base.

Terrenos áridos, caminhos, orlas de florestas. Fl. de março a setem- bro. I.

Teiicriiiiii L.

(Flores em capitulo Sect. IV. Polium (Mnch.) Benth.

( Flores axillares ou em espiga 1

(Dente superior do cálix maior que os outros. Sect I. Scqrodonia (Mnch.) Benth. (Dentes do cálix quasi eguaes 2

(Flores (1-3) axillares mais curtas que as folhas. Sect. II. Scordium (Cav.) Benth. 2

( Flores em espiga maiores que as folhas . . Sect. III. Chaviaedrys (Mnch.) Benth.

Sect. I. Scoroílonia (Mnch.) Bentli.

(Flores amarelladas T. Scoroâonia L.

Flores côr de rosa T. satviastncm Schreb.

T. Scorodonia L. Sp. pi. p. 564; Brot. I, p. 163.

237

Florestas, sebes. Fl. de junho a setembro. I-III. Escorodonia,

Salvia bastardo, Seixebra. T. salviastrum Schreb. Unilab. p. 38; T. lusitanicum Brot. I, p. 163;

T. lusitanicum salviastrum Brot. Phjt. lusit. p. 71. Regiões altas. Fl. de julho a agosto. II-V.

Sect. II. Scordiuni (Cav.) Benth.

T. scordioides Schreb. Unilab. p. 37; T. Scordium Brot. (non L.) I, p. 164; Scordium lanuginosum Brot. Phyt. lusit. p. 73, tal). 107. Margens de rios, terras húmidas, paludosas. Fl. de maio a outubro. I. Escordio.

Sect. III. Cliamaedrjs (Mnch.) Benth.

T. Chamaedrys L. Sp. pi. p. 565.

Terrenos áridos da beiramar. Fl. de abril a maio. I.

Sect. IV. Polium (Mnch.) Benth.

T. Polium L. Sp. pi. p. 566.

a. lusitanicum (Schreb.) Brot. Phyt. lusit. p. 66, t. 104. Collinas áridas. Fl. de maio a agosto. I-II.

Trib. II. ROSMARINEAE

no.miiariiiiiiii L.

R. officinalis L. Sp. pi. p. 23; Brot. I, p. 16.

Cultivado e expontâneo em terras seccas, pinhaes. Fl. em quasi todo o anno. I. Alecrim.

Subfam. II. Scutellarioideae Sciitcllaria L.

[Planta mais ou menos pubescente^ alia (até 1 m.) S. galericulala L.

(Planta glabra ou levemente piloí^a, pequena (6-7 dec) S. minor L.

238

S. galericulata L. Sp. pi, p. 599.

Locaes muito húmidos. Fl. de maio a junho. I. S. minor L. Sp. pi. ed. II.

Locaes muilo húmidos, prados, airozaes. Fl. de maio a setembro. I-líl.

Subfam. III. Lavanduloideae IjaYaucIíila L.

[Espiga terminada por bracteas estéreis compridas violáceas.

Sect. I. Stoechas Ging. l

[Espiga sem bracteas estéreis terminaes Sect. II. Spica Ging.

[Pedúnculo curto (0/J a 2 ou ,3 cent.) L. Stoechas L.

l

(Pedúnculo muito comprido (2,5-9 cent.) L. peãtmculata Cav.

Sect. I. Sloecbas Ging.

L. Stoechas L. Sp. pi. p. 573; Brot. I, p. 170.

Terras áridas, pinhaes, mattagaes. Fl. de fevereiro a julho. I-II.

Rosmaninho. L. pedunculata Cav. Praelet. p. 70; L. Stoechas, var. pedunciãata

Brot. I, p. 170.

a. longicnma P. Cout. Bracteas estéreis compridas (20-30

X 3-8 mm.). ^. brevicoma P. Cout. Bracteas estéreis curtas (8-15 raras

vezes 20x2-5 mm.).

Nas mesmas condições da espécie anterior. Fl. de fevereiro a agosto. I-II. Rosmaninho.

Sect. II. Spica Ging.

L. spica L. Sp. pi. p. 572; Brot. I, p. 170.

Cultivada e subspontanea. ¥\. em junho e julho. I. Alfazema.

Subfam. IV. Staciiyoideae

lEstames inclusos no tubo da corolla 1. Marrubieae.

\ Estames não inclusos ^ 1

â39

IEstames 4 didynamicos, os posteriores mais compridos 2. Nepeleae. Estames 4 ou 2 eguaes ou didynamicos, os anteriores mais compridos 2

I Lábio superior da corolia concavo ou em forma de capacete. 3 Lábio superior da corolia plano ou quasi plano e não muito dilTerente dos outros.

o. Sutureieae.

IEstames 4 ascendentes parallelos; connectivo nmito curto, não articulado. 3. Slachydeae. Eslames 2; connectivo muito comprido e articulado como filete ... 4. Salvieae.

1. Marrubieae

llamiliiiiBii L.

M. vulgare L. Sp. pi. p. 583; Brot. I, p. 168.

Vulgar em terras diversas, muros, caminhos. Fl. de abril a setem- bro. 1-IV.

2. Nepeteae

( Lábio inferior da corolia concavo ; planta erecta Nepela L.

(Lábio inferior da corolia plano : planta rastejante Glechoma L.

Hepcta L.

'Planta mais ou menos lenhosa; bracleolas ovadas on ovato-lanceoladas; verticil- lastros em espiga densa N. tubewsa L.

[Bracleolas subsetaceas; plantas mais ou menos pubesccntes 1

I Folhas pecioladas serrilhadas iV. Cattaria L.

[Folhas rentes ou quasi, crenadas, verticillastros distantes N. latifolia DC.

1

N. tuberosa L. Sp. pi. p. 371; Drot. I, p. 173.

Outeiros áridos, caminhos. Fl. de abril a agosto, I. N. Cattaria L. Sp. pi. p. 570.

Terras seccas, caminhos, sebes. Fl. em julho. 1-IV. N. latifolia DC. Fl. de Fr. Ill, p. 528; N. multibracteata líoíTgg. et Link. Fl. Port. p. 94, tab. 5; Brot. Phyt. lusit. p. 87, tab. 111; N. violácea Brot. I, p. 173.

Florestas, prados, sebes, searas. Fl. de maio a julho. II-III,

210

iMleclioiua L.

Gl. hederacea L. Sp. pi. p. 578; Brot. I, p. 165.

Terras muito húmidas e sombrias. Fl. de março a julho. I-IV. Herva terrestre.

3. Stachydeae

(Cálix subregular com 5-10 nervuras c. Lamiinae.

(Calix 2-labiado 1

! Cálix campanulado amplo membranaceo b. Melittinae. Callx mais ou menos lubuloso de S-10 nervuras; lábios conniventes depois da , floração; filetes dos estamos denticulados na extremidade superior.

a. Brunellinae.

a. Brunellinae

[Bracteas estreitas e aristadas; estylete 4-fido; lábio inferior da coroUa 2-fido.

Cleonia L.

I Bracteas largas; estylete 2-fido; lábio inferior da corolla com o lóbulo médio con- cavo e denteado Brtinella L.

Cleonia L.

Cl. lusitanica L. Sp. pi. ed. II; Brot. I, p. 181.

a. vulgaris P. Cout. Lábio superior do calix denticulado;

denticules curtamente aristados. p. aristata P. Cout. Lábio superior do calix com denticules

triangulares mais desenvidos e mais longamente aristados.

Sitios áridos montanhosos, pinhaes. Fl. de maio a julho. I-II.

Ilriaiiclla L.

Í Flores de 15-20 mm 1 Flores de 25-30 mm 3

l Corolla violácea ou purpúrea 2

1

( Corolla amarellada Br. laciniata L.

IPlanta quasi glabra Br. vulgaris L.

2 ( Planta tomenloso-villosa Br. lacmiaia X vulgaris.

241

(Dentes do lábio superior do cálix de 1,5-2 mm Br. haUaefolia Brol.

i

(Dentes do lábio superior do cálix pequenos (0,5-1 mm.).

Br. hastaefolia X vulgaris P. Cout.

Br. vulgaris L. Sp. pi. ed. I; Brot. I, p. 180.

Prados, pastagens húmidas, pinhaes e caminhos. Fl. de março a agosto. I-IV. Herva férrea. Br. laciniata L. Sp. pi. ed. II.

a. pinnaliflda (Koch) Briq. Folhas pinnatifidas.

p. subiníegra Halmilt. Folhas denteadas irregularmente.

Regiões montanhosas, pinhaes. Fl. de maio a julho. I-II. Br. laciniata x vulgaris Stapf. in Kerner Sch. ad flora exsic. austro- hung. n.° 1420; Br. intermédia Brot. I, p. 180.

Mesmas localidades da anterior. Fl. de junho a julho. I. Br. hastaefolia Brot. Fl. lusit. I, p. 181.

Terrenos arrelvados húmidos. Fl. de junho a agosto. II-IV. Br. hastaefolia x vulgaris P. Cout. Boi. da Soe. Brot. XXIIl, p. 138.

Mesmas localidades das anteriores. Fl. de junho a julho. II-III.

b. Melittinae

ileliiiisi L.

M. Melissophyllum L. Sp. pi. p. 597; Brot. 1, p. 179. Terras húmidas e sombrias. Fl. de abril a agosto. I-III.

c. Lamiinae

[Estylete dividido em dois ramos muito deseguaes ; lábio superior da corolla curvo e comprimido lateralmente Phlomis L.

[Estylete dividido em dois ramos eguaes 1

INuculas arredondadas na parte superior 2 Nuculas troncadas na parte superior Lamium L.

Í 'Lábio inferior da corolla em angulo recto com o tubo Stachys L. Lábio inferior da corolla regularmente inclinado; estames não divergentes depois da fecundação Ballota L.

Phioiílis L.

Ph. Lychnitis L. Sp. pi. p. S85; Brot. I, p. 166.

Terras seccas, pedregosas. Fl. de maio a julho. I-III. Salva brava.

16 XXVI

1

2

242 liamiuiii L.

Subgen. Slulamlum Aschers.

[Cálix cylindrico não contrahiclo na base Sect. I. Lamiopsis Dumort. 1

íCalix cylindrico na parte inferior, cotrahido a seguir e depois venlricoso; annel

( de pellos no interior da parte contrahida Sect. II. Lamiotypnn Dumort.

L. maculatum L.

[Tubo da eorolla com um annel de peilos interiormente ^ 2

JTubo da eorolla sem annel de pellos; folhas floraes, rentes, reniformes, amplexi- ( caules L. amplexicaule L.

[Folhas pecioladas, subregularmente crenadas L. purpureum L.

(Folhas subpecioladas irregularmente inclso-crenadas.

L. amplexicaule X purpúrea G. May ?

Sect. I. Lamiopsis Dumort.

L. amplexicaule L. Sp. pi. p. 579; Brot. I, p. 166.

Terras cultivadas, cearas. Fl. de fevereiro a julho. I-III. L. purpureum L. Sp. pi. p. 579; Brot. I, p. 166.

Terras cultivadas, muros, sebes. Fl. de março a junho. I-III. L. amplexicaule X purpureum G. May? P. Cout. in Boi. da Soe. Brot. XXIII, p. 124.

Sect. II. lamiotypns Dumort.

L. maculatum L. Sp. pi. ed. II; Brot. í, p. 166.

a. longifoUum Rouy, Naturalisle 1882.

Frequente nas terras cultivadas, bordas de caminhos. Fl. de março a junho. I-Ul.

SIachys L.

[Tubo da eorolla sem annel de pellos no interior. Sect. III. Beíonka Benth.

St. ofjicinalis (L.) Trev.

1

[Tubo da eorolla com um annel de pellos interiormente 1

jBracteolas muito pequenas; planta piloso-hispida Sect. I. Emtachys Briq.

[Bracteolas do comprimento do cálix, villosissimas . . Sccl. II. Eriostomum Briq.

St. Germânica L.

243

Sect. I. Eustacliys Briquet

(Folhas íloraes miicronado-espinescentes ; plantas annuaes 1

(Folhas floraes inermes; planta perennal rhizomatosa St. palustris L.

l Corolla pouco maior que o cálix ; lábio superior inteiro St. arvensis L.

l

iCorolla mais comprida do que o cálix; lábio superior S-fido.

St. Marriibiastrum (Gouan) Briq.

St. arvensis L. Sp. pi. ed. lí, Brot. I, p. 165.

Vulgar nos campos, hortas, searas. Fl. de fevereiro a agosto. I-III.

St. Marrubiaslrum (Gouan) Briq. Les Labiad. des Alpes, p. 252; St. hirta L. ; Brot. I, p. 165. Vulgar nas terras cultivadas, caminhos. Fl. de maio a agosto. I.

St. palustris L. Sp. pi. p. 580; Brot. I, p. 164.

Terras paludosas, margens de valias. Fl. de junho a julho. I.

Sect. II. Eiiostomom (Hoíígg. et Link.) Briquet

St. Germânica L. Sp. pi. p. 581.

var. lusitanica (Hoífgg. et Link.) Briq.; St. Germânica Brot. I, p. 165; Phyt. lusit. p. 78, tab. 109.

Valias, sebes, localidades húmidas. Fl. de abril a agosto. I-II. Sect. III. Betonica (L.) Briquet

St. officinalis (L.) Trev. Prospet. delia Fl. Engan. p. 26; Betonica officinalis L. Sp. pi. p. 573; Brot. I, p. 167.

a. genuína.

p. algeriensis (De Not.) P. Cout.

Florestas e mattas. Fl. de maio a agosto. I.

Itallota L.

B. nigra L. Sp. pi. p. 582; Brot. I, p. 167.

Margens de campos, sebes. Fl. de março a outubro. I-IV,

t

244

4. Salvieae

SalYia L.

ÍTubo da corolla com annel de pellos initeriormente. . Sect. I. Eusphace Benlh. Subgen. I. Salvia Benth. Tubo da corolla sem annel de pellos Sect. II. Pletliiosphace Benth.

Subgen. II. Sclarea Benth.

Sect. I. Eusphace Benth. ,

Subgen. I. Salvia Benth.

S. officinalis L. Sp. pi. p. 23; Brot. I, p. 18.

Cultivada e raras vezes subespontanea. Fl. de abril a agosto. I. Salva.

Sect. II. Plelhiosphace Benlh.

ff

Subgen. II. Sclarea Benth.

[Cálix pelludo e muito viscoso-glanduloso; achenios subglobosos.

S. sclareoides Brot.

[ Cálix pelludo; pellos longos, nada ou pouco glanduloso; achenios ovóides.

S. verbenaca L.

S. sclareoides Brot. Fl. lusit. I, p. 17; Phyt. lusit. I, p. 3, tab. 2. Terrenos áridos e principalmente nos calcareos. Fl. de abril a ju- lho. I. S. verbenaca L. Sp. pi. p. 25; S. verbenacoides Brot. I, p. 17.

o. subesp. verbenaca Briq. Folhas crenadas ou sinuoso-cre-

nadas. p. amplifrons Briq. Folhas ovado-ellipticas irregularmente

sinuoso-crenadas. 6. subesp. clandesiina Briq. Folhas pinnato-lobadas ou sub-

pinnatifidas, c. subesp. mullifida Briq. Folhas profundamente pinnatifidas

ou pinnatiseccadas.

Caminhos, campos, logares áridos. Fl. cm quasi todo o anno. I,

245

1

5. Satureieae

I Corolla 4-lobada; lóbulos quasi eguaes III. Menthinae.

[Corolla 2-Iabiada 1

1 Estames direitos divergentes 11. Thyminae.

(Estaraes arqueados, achatados na base e aproximaudo-se na parte superior.

I. Melissinae.

I. MellssiBae

l Folhas perfeitamente inteiras Satureja L.

I Folhas serrilhadas Melissa L.

llelissn L.

M. officinalis L. Sp. pi. p. 592; Brot. I, p. 178.

Sitios húmidos e sombrios. Fl. de junho a agosto. I. Herva cidreira.

Satureja L.

l Cálix subregular Sect. I. Sabbatia Briq.

Cálix 2-labiado 1

2

'Cymeiras mais ou menos laxas com pequenas bracteolas.

I Sect. II. Calamintha Briq.

[Cymeiras densas rentes 2

1 Cymeiras multifloreas Sect. III. Clinopoãium Briq.

I Cymeiras de poucas flores (por vezes 3) Sect. IV. Acinos Briq.

Sect. I. Sabbatia Briq.

S. Juliana L. Sp. pi. p. 567.

Paredes, logares áridos. Fl. de maio a agosto I.

246

Sect. II. Cãlamintha Briq.

S. Cãlamintha (L.) Schreb. Fl. II, p. 577.

a. silvatica Briq. Pedúnculos das cymeiras mais ou menos

longos; pedicellos longos.

b. montana (HofFgg. et Link.) P. Cout. Pedúnculos quasi

nullos.

Logares seccos, nas sebes, caminhos. Fl. de abril a dezembro. I-III. Neveola, Herva das azeitonas.

Sect. III. Clinopodium Briq.

S. Clinopodium (L.) Caruel, Fl. ital. p. 135; Clinopodium vulgare L. Brot. I, p. 179. Sebes e sitios mais ou menos áridos. Fl. de maio a agosto. I-III.

Sect. IV. Acinos Briq.

S. alpina (L.) Schreb. Fl. II, p. 577; Thymus alpinus L. Sp. pi. p. 591.

a. granatensis (Bss. et Reut.) Briq. ; Thymus Acinos Brot. I, p. 176.

Terrenos seccos das regiões altas. Fl. de maio a julho. II-III.

II. Thymlnae

Í Cálix com 10 nervuras, 2-labiado 1 Cálix com 10-13 nervuras, uão labiado Origanum Moench.

[Cálix não comprimido de dorso convexo; lábio superior da corolla emarginado.

Thymus L.

[ Cálix muito comprimido de dorso plano; lábio superior da corolla 2-fido.

Corydothymus Rchb.

247

Orig;aiiiiiii Moench.

O. virens Hoíígg. et Link. Fl. Port. p. 119, tab. 9.

a. genuinum. O. viilgare Brot. I, p. 169; O. vulgare virens Brot. Phyt. lusit. p. 89, tab. 112. Espigas oblongas curtas.

{3. macroslachyum (Hoífgg. et Link.) P. Cout. ; O. macrosta- chyum Hoíígg. et Link. Fl. Port. p. 120, tab. 10; O. vul- gare macrostachyum Brot. Phyt. lusit. p. 91, tab. 10. Espigas compridas (15-30 mm.) subprismaticas.

Terrenos áridos, sebes. Fl. de junho a setembro. I-III. Om- regão.

Coryclotliyiiiiis Rchb.

C. capitatus (L.) Rchb. Icon. Fl. germ. XVIII ; Thymus creticus Brot. I, p. 174.

CoUinas seccas. Fl. de julho a setembro. I-III. Ouregão.

Tliyiiius L.

Sect. Serpyllum Benth.

I Folhas planas 1

(Folhas, pelo menos as inferiores, enroladas; lábio superior do cálix 3-denteado.

§ Vulgares Briq.

! Folhas um pouco grossas subenerveas com muitas pontuações glandulosas ; lábio superior do cálix dividido em 3 lacinias triangulares siibuladas, o inferior em 2 lacinias subuladas, ciliadas § Mastichina Briq. Folhas coni nervação pronunciada 2

! Lábio superior do cálix oval 3-denteado, os dentes lateraes menores que o médio. § Pijperella Briq. Lábio superior 3-fido, o inferior com 2 lacinias subuladas, ciliadas.

§ Seiyylla Briq.

§ Serpylla Briq.

Th. Serpyllum L. Sp. pi. p. 590.

a. ovatus (Mill.) Briq.; Th. SerpyHum Brot. I, p. 174; Th. glabralus Hoffgg. et Link. Fl. Port. p. 130, tab. 15;

248

Brot. Phyt. lusit. p. 103, tab. 120. Verticillastros dis- postos em espiga, p. liguslicus Briq. Verticillastros globoso-capitados.

Terrenos arenosos e áridos. Fl. de junho a agosto. I-IV.

§ Piperella Briq.

Th. caespititius Brot. I, p. 176; Phyt. lusit. I, p. 26, tab. 11.

a. genuinus. Flores pequenas (6-10 mm.); lábio superior do cálix levemente 3-denteado.

Terrenos áridos, pinhaes, muros. Fl. de julho a setembro. I-III.

§ Vulgares Briq.

Th. Zygis L. Sp. pi. p. 591.

a. subesp. Zigis P. Cout. Todos os verticillastros distinctos formando uma espiga longa interrompida.

6. subesp. silvestris (Hoífgg. et Link.) ; Th. Zygis Brot. T, p. 176; Th. Zygis silvestris Brot. Phyt. lusit. II, p. 105, tab. 121. Verticillastros dispostos em espiga curta e densa.

Terras áridas arenosas, pinhaes. Fl. de março a julho. I-IV.

§ Mastichina Briq.

Th. Mastichina L. Sp. pi. ed. 2.'; Brot. I, p. 176.

Terrenos áridos, pinhaes, caminhos. Fl. de março a agosto. I-III.

III. Menlhinae

Estames 2 Lycopus L.

Estames 4 1

I Cálix 4-denleaclo ; denles côncavos e aristados; achenios obtusos. . . Prcslia Op. Cálix 5-denteado ; dentes planos ; achenios ovóides Mentha L.

249

Ijycopiisi L.

L. europaeus L. Sp. pi. p. 21; Brot. I, p. li.

Margens de ribeiros, sítios húmidos. Fl. de julho a setembro. I-III. Marroio d' agua.

Preslia Op.

P. cervina (L.) Fresen. Syll. pi. 1. c; Ratisb. II, p. 238; Mentha cer- vina L. Sp. pi. p. 578; Brot. I, p. 172. Localidades muito húmidas. Fl. de junho a setembro. I-II.

ilentlia L.

í Calix regular de fauce aberta Subgen. I. Menthastrum Coss. et Geran.

(Cálix 2-labiado com a fauce fechada por pellos.

Subgen. II. Pulegium Lani. et DC.

Subgen. I. IMentliastruixi Coss. et Geran.

[Folhas rentes, arredondadas ou oblongo-ellipticas; inflorescencia em espiga.

M. rolundifolia L.

[Folhas pecioladas ovadas ; verticillastros densos 1

1 Verticillastros densos, terminaes ou subterminaes ilí. aquática L.

[Verticillastros dispostos em espiga M. aquática X rotundifolia.

1

M. rotundifolia L. Sp. pi. ed. 2.'; Brot. I, p. 171.

a. glahrescens Tin. Lap. Caule pouco villoso. p. bullata Briq. Caules densamente villosos. y. craspopoda Briq. Caules floccoso-villosos.

Margens de rios, sitios muito húmidos. Fl. de maio a outubro. I-III. M. aquática L. Sp. pi. p. 576; M. aquática e M. hirsuta Brot. I, p. 171.

I Largura das folhas maior que metade do comprimento ^ Largura das folhas quasi egual a metade do comprimento. 3. acuta (Op.) H. Br.

(Folhas com serrilha profunda «. capitata (Op.) Briq.

(Folhas com serrilha pouco profunda 2

2

250

[Folhas discolores (de côr mui clara na pagina inferior) mais ou menos obtusas.

p. Broteriana P. Cout.

JFolhas subunicoloreSj glabrescentes na pagina superior, oblusiusculas ou sub- agudas, brevemente acuminadas ò. acuta (Op.) H. Br.

Margens do rios, de valias, terras muito húmidas. Fl. de julho a outubro. 1-11.

Subgen. II. F»u.leglu.iia Lam. el DC.

M. puiegium L. Sp. pi. p. 577; Brot. I, p. 172.

(Folhas e caules glabrescentes ; planta esverdinhada a. vulgaris (Mill.).

I Caules densamente tomentosos p. tomentella (Hoíígg. et Link.) P. Cout.

Sitios húmidos, valias, margens de rios. Fl. de junho a agosto. I-IV.

Subserie Solanineae

[Estamos 5 1

Estames 4 didynamicos 2

[Eslames 2 Lentibulariaceae.

iCorolla regular branca, violácea ou azulada; estames glabros Solanaceae.

1 (Corolla subregular aniarella; estames subeguaes, os .'{ anteriores pelludos.

Subfam. Pseudo-solaneae. § Verbasceae.

2

1 Plantas com côr verde Scrophulariaceae.

[Plantas sem côr verde, parasitas Orobanchaceae.

Solanaceae (i)

[ Fructo bacciforme 1

[Fructo capsular 3

(1) J. de Mariz Bo/. da Soe. Brot., XVII.

251

I Cálix âccrescente ; fructo 5-5 locular I. Nicandrfoe.

1 ( Cálix apenas persistente ; fructo 2-locular II. Solaneae. 2

í Corolla cvlindrica # Liciinae.

2 (Corolla rodada; tubo muito curto * Solaninae.

Í Capsula 2-locular ; corolla tubulosa IV. Cestreae. * Nicotianinae.

~ j Capsula i- locular ; dehisceneia septifraga; corolla campanulada. . III. Datnreae.

'Capsula 2-locular; dehisceneia circumcisa; corolla zygoniorphica.

* Hyosciaminae.

I. Nlcandreae

PBiys»nlis L.

Ph. angulata L. Sp. pi. p. 183; Pli. Alkehengi Brot. I, p. 281. Vinhaes, terras caicareas. Fl. de julho a outubro. I. Alquequenje.

II. Solaneae

* Lyciinae

l Arbusto lenhoso espinescente ; corolla pequena Lycium L.

(Planta herbácea; corolla violacea-escura Atropa L.

Ijyciuii] L.

L. europaeum L. Sp. pi. p. 182; Brot. l, p. 284.

Sebes, não longe da costa. Fl. de março a junho. I. Espinheiro alvar.

Atropa L.

A. belladona L. Sp. pi. p. 18!.

Subespontanea em sitios sombrios (Bussaco). Fl. de julho a setem- bro. I. Belladona.

* Hyoscyaminae

Hyoscyaiuiis L.

I Folhas todas pecioladas H. albus L.

I Folhas superiores rentes ff- ""^W" ^-

2

1

250

Folhas discolores (de eôr mui clara na pagina inferior) mais ou menos obtusas.

p. Broteriana P. Cout.

Folhas subunicolores, glabrescentes na pagina superior, oblusiusculas ou sub- agudas, brevemente acuminadas o. acuta (Op.) H. Br.

Margens de rins, òe valias, terras muito hunmidas. Fl. de julho a outubro. 1-11.

Subgen. II. F»xileglu.n.i Lam. el DC.

M. pulegium L. Sp. pi. p. S77; Brot. I, p. 172.

[Folhas e caules glabrescentes ; planta esverdinhada a. vidgaris (Mill.).

I Caules densamente tomentosos p. tomentella (Hoíígg. et Link.) P. Cout.

Sítios húmidos, valias, margens de rios. Fl. de junho a agosto. I-IV.

Subserie Solanineae

Estames 5 1

Estames 4 didynamicos 2

Estames 2 Lentibulariaceae.

Corolla regular branca, violácea ou azulada; estames glabros Solanaceae.

Corolla subregular ainarella; estames subeguaes, os -'{ anteriores pelludos.

Subfam. Pseudo-solaneae. § Verbasceae.

Plantas com côr verde Scrophulariaceae.

Plantas sem côr verde, parasitas Orobanchaceae.

Solanaceae (i)

Fructo bacciforme 1

Fructo capsular 3

H

(i) J. de Mariz Boi. da Soe. Brot., XVlí.

251

ir

[ Cálix accrescente ; fructo 5-5 locular I. Nicandreae.

1 1 Cálix apenas persistente ; fructo 2-locuIar II. Solaneae. 2

[ CoroUa cvlindrica # Liciinae.

2

( Corolla rodada ; tubo muito curto * Solaninae.

1 Capsula 2-locular ; corolla tubulosa IV. Cestreae. * Nicotianinae.

~ j Capsula 4- locular; dehiscencia septifraga; corolla campanulada. . III. Datureae.

'Capsula 2-locular; dehiscencia circumcisa; corolla zygoniorphica.

* Ilyosciaminae.

I. Nlcandreae

Pliysinlisi L.

Ph. angulata L. Sp. pi. p. 183; Ph. Alkehengi Brot. I, p. 281. Vinhaes, terras calcareas. Fl. de julho a outubro. I. Alquequenje.

II. Solaneae

* Lyciinae

I Arbusto lenhoso espinescente ; corolla pequena Lycium L. Planta herbácea; corolla violacea-escura Airopa L.

Ij^ciuiu L.

L. europaeum L. Sp. pi. p. 182; Brot. I, p. 284.

Sebes, não longe da costa. Fl. de março a junho. I. Espinheiro alvar.

Atropa L.

A. belladona L. Sp. pi. p. 181.

Subespontanea em sitios sombrios (Bussaco). Fl. de julho a setem- bro. I. Belladona.

* Hyoscyaminae

Hyoiscyaiuiiis L.

(Folhas todas pecioladas H. albus L.

( Folhas superiores rentes ^f- ^'9^^ ^-

252

H. albus L. Sp. pi. p. 180; Brot. I, p. 274.

Muros, terras incultas áridas. Fl. de maio a agosto. I-II. Mei- mendro branco. H. niger L. Sp. pi. p. 179; Brot. I, p. 274.

Caminhos, Jogares áridos. Fl. de maio a agosto. I. Meimendro negro.

# Solaniuae

Slolaiiuiii L.

I Plantas inermes 1 Planta espinhosa S. Sodomaiim L.

[Caule lenhoso, glabro ; flores violáceas S. dulcamera L.

1 I Caule herbáceo ; flores brancas ; fructos negros S. nigrum L.

Fructo vermelho a. miniatum Willd.

S. sodomaum L. Sp. pi. p. 187; Brot. I, p. 283.

Terrenos arenosos próximos da costa. Fl. de maio a agosto. I. S. dulcamera L. Sp. pi. p. 185; Brot. 1, p. 182.

Sebes e terras húmidas e sombrias. Fl. de março a setembro. I. -^ Dulcamára, Doce amarga ou Uva de cão. S. nigrum L. Sp. pi. p. 186; Brot. I, p. 283.

o. miniatum (Bernh.).

Frequente em terrenos incultos sombrios e húmidos. Fl. de maio a outubro. I. Herva moira.

III. Datureae

natura L.

D. Stramonium L. Sp. pi. p. 179; Brot. I, p. 269.

Terrenos cultos e incultos. Fl. de julho a outubro. I. Estramonio.

IV. Cestreae

* Nicotianinae

Mieoliaiia L.

I Folhas glabras glaucas ; planta lenhosa .' iV. glauca Grah. Folhas glanduloso-villosas rentes; planta herbácea N. Tabaeum L.

1

253

N. f2[lauca Grah.

Terrenos da beiramar. FI. de abril a setembro. I. N. Tabacum L. Sp. pi. p. 180.

Cultivada e subespontanea. Fl. de abril a setembro. I.

Scroplmlariaceae (*)

(Flores subreguiares ; estames 4-5 subeguaes I. Pseudo-solaneae.

( Flores zygomorphicas 1

[Gorolla com as divisões posteriores cobertas pelas laleraes no botão.

II. Antirrhinoideae.

[ Gorolla com as divisões posteriores cobrindo as lateraes no botão.

III. Rhinantlioideae.

I. Pseudo-solaneae

[Estames 4 ... Celsia L.

[Estames 5 Verbascum L.

II. Antirrhinoideae

[Tubo da corolla bojudo na base ou prolongado em esporão.

Subtrib. I. Aniirrhineae.

[Tubo da corolla nem bojudo nem esporoado 1

I Inflorescencia cymoso-racemosa Subtrib. II. Cheloneae.

I Inflorescencia racemosa ou flores axillares solitárias... Subtrib. III. Gratiolcae.

III. Rhinanthoideae

l Lóbulos da corolla planos Subtrib. V. Digitaleae.

(Lábio superior da corolla concavo Subtrib. IV. Rhinaníeae.

Celsia L.

C. glandulosa Bouché, Linnaea, t. 5, p. 12.

Terrenos seccos pedregosos, fendas de paredes. Fl. de maio a julho. I.

1

(1) P. Coutinho Boi da Sue. Brof., XXII.

254

Werbasciiiii L.

ÍAntheras dos estames maiores inseridos nos filetes obliquamente. Sect. I. Thapsus Benlh. 1 Anlheras todas eguaes reniformes, inseridas transversalmente.

Sect. II. Lyclmitis Benth. 3

í Estames com pellos purpurinos V. virgatum \N'ith.

1 (Estames com pellos brancos ou amarellos 2

iCoroila grande; anlheras pouco decurrentes. . . V. macranthum Hoffgg. et Link.

(CoroUa menor; antheras inseridas muito obliquamente ... V. Linkianum Mariz.

lEstames com pellos purpurinos 4

(Estames com pellos brancos V. pulverulentum Vill.

í Corolla de amarello puro V. sinuatum L.

4

(CoroUa amarella com estrias purpurinas na fauce V. hybridwn Brot.

Sect. I. Thapsus Benth.

V. macranthum HoíFgg. et Link. Fl. Port. p. 215, tab. 27; Brot. Phyt.

lusit. 11, p. 168, tab. 153. Terrenos incultos, Fl. de maio a agosto. III-IV. V. virgatum With. Arrang. p. 250; V. blattarioides Lamk., Brot. í,

p. 272; Phyt. lusit. 11, p. 169, tab. 154.

a. lanceolalum Mariz (V. blattarioides líofígg. et Link.). Fo- lhas medias e superiores e bracteas ovaes lanceoladas.

Sitios arenosos, estéreis e áridos, vinhas, campos, mattas. Fl. de ju- nho a setembro. I-III. V. Linkianum Mariz, Boi. Soe. Brot. XXIII (1907), p. 33; V. Thapsus Brot. I, p. 270 (parte).

a. simplex Mar. Flores em espiga simples.

subvar. Folhas rentes (V. simplex HoíFgg. et Link. ; V.

Henriquesii Lange in litt.). subvar. Folhas decurrentes mais ou menos. ^. composilum Mar. Espiga terminal composta. y. ramosum Mar. Caule ramoso, espiga densa, corollas pe- quenas.

Terrenos incultos pedregosos. Fl. de maio a agosto. I-II,

255

Sect. II. Lychnitis Benth.

V. sinuatum L. Sp. pi. p. 178; Brot. I, p. 270.

Outeiros seccos, terrenos incultos, pedregosos. Fl. de junho a setem- bro. l-II. V. pulverulentum Vill. Fl. Delpli. II, p. 490; Brot. I, p. 272.

Terrenos de cascalho, pedregosos, arenosos, férteis, sebes, bordas de caminhos, margens de ribeiras. Fl. de maio a setembro. I-IV. V. hybridum Brot. I, p. 270.

Sebes, terrenos pedregosos e sombrios. Fl. de junho a julho. I.

Subtrib. I. Antirrliíneae

l Corolla mascarina 1

iCoroUa labiada Anarrhinum Desf.

ITubo oa corolla bojudo na base ; capsula poricida Antirrhinum L. Tubo da corolla prolongado em esporão 2

I Flores solitárias ou em pequenas espigas ou raeimo axillar 3 Flores em espiga ou raeimo terminal Linaria Juss.

Folhas palminerveas com longo peciolo Cymbalaria Baumg.

Folhas penninerveas com peciolo curto Elatinoides Wettst.

Cyiiilialaria Baumg.

C. Cymbalaria (L.) Wettst. in Engl. und Prantl. Pflanzenfam. IV, p. 58; Antirrhinum Cymbalaria L. Sp. pi. p. 612. Subespontanea em fendas de paredes. Fl. de março a outubro. I.

Elatiuoicles (Chav.) Wettst.

[Pedúnculos glabros mais compridos que as folhas.

(Pedúnculos villosos mais curtos ou pouco mais compridos que as folhas.

E. spuria (L.) Wettst.

(Folhas estreitas lanceolado-hastadas E. cirrhosa (L.) Wettst.

1

Folhas largas ovado-hastadas E. Elatine (Desf.) Wettst.

256

E. spuria (L.) Wetlst. 1. c. ; Antirrhinum spurium L. Sp. pi. p. 613.

» a. genuína Bourgeau PI. d'Esp. et de Port. n.° 1978. Flores solitárias axillares. 3. racemiyera (Lge.) P. Cout. Antirrhinum spurium Brot. I, p. 188; Phyt. lusit. II, p. 119; Linaria lanígera HoíFgg. et Link. Fl. Port. p. 231, tab. 34. Flores na base da inflorescencia em ramúsculos com pequenas folhas.

Terras cultivadas e incultas, searas. Fl. de julho a outubro. I. E. cirrhosa (L.) Wettst. 1. c. ; Antirrhinum cirrhosum L. Mant. II, p. 249; A. Elatine Brot. I, p. 189.

Campos, logares húmidos, sebes. Fl. de abril a outubro, l, E. Elatine (Desf.) Wettst. 1. c. ; Antirrhinum Elatine L. Sp. pi. p. 612.

Campos e caminhos não longe do littoral. Fl. de junho a agosto. I.

Liiuaria Juss.

Xaules floriferos prostrados ou decumbenles ou diíTusos; sementes marginadas.

Sect. I. Supinae Benth.

[ Caules floriferos erectos 1

1 Flores grandes (35-45 mm.) Sect. III. Grandes Benth.

1 Flores pequenas 2

i

[Flores muito pequenas (3-5 mm.j ; sementes lenticular-marginadas. a 1 Sect. II. Arvenses Benth.

(Flores de 15-28 mm . . Sect. IV. Versicolores Benth.

Sect. I. Supinae Benth.

I'Corolla de côr mais ou menos amarella 1 Corolla lilacinea ou azulada 3

IAza da semente grossa na margem L. Broiissoneín (Poir.) Chav. Aza da semente membranosa fina 2

I Disco da semente granuloso L. saxatilis (L.) HoíTgg. et Link. Disco da semente liso L. supina (L.) Desf.

l Aza da semente grossa na margem L. ameíhystea (Lam.) HoíTgg. et Link.

3 I Aza da semente membranosa fina 4

4

•i57

I Disco da semente granuloso L. d/psa HotTgg. et Link.

(Disco da semente liso L. caesia (Lag.) DC.

L. annelhystea (Lam.) Hoffgg. et Liiik. Fl. Port. p. 251, tab. 47; An- tirrhinum amethysteum Lam. Dict. IV, p. 353; Brot. I, p. 197; Phyt. lusit. p. 134, tab. 137. Terrenos cultivados, searas, e mesmo em terrenos incultos. Fl. de março a junho. I-II.

L. Broussonetii (Poir.) Chav. Monogr. p. 169; Antirrhinum multi- punctatum Brot. I, p. 195. Terras cultivadas e incultas. Fl. de fevereiro a junho. I.

L. saxalilis (L.) Hoffgg. et Link. Fl. Port. p. 239, tab. 40.

a. genuína P. Gout. Viscido-pilosa ou subglabra; folhas lan- ceolada» com 6 mm. de largura,

j3. Tournefortii (Poir.) Rouy. Folhas densas, glutinoso-pilosas, linear-lanceoladas.

Terrenos seccos, arenosos, muros. Fl. de março a setembro. I-IV.

L. diffusa Hoffgg. et Link. Fl. Port. p. 257, tab. 49; Antirrhinum diffusum Brot. Phyt. lusit. p. 139, tab. 141. Terras bravias, campos. Fl. de abril a agosto. I-III.

L. supina (L.) Desf. Fl. Atl. II, p. 44; Antirrhinum supinum L. Sp. pi. p. 615; Brot. I, p. 194 (em parte). Terras incultas e áridas. Fl. de março a julho. I.

L. caesia (Lag.) DC. in Chav. Monogr. p. 174.

a. pohjgalae folia (Hoffgg. et Liuk.) P. Cout. Folhas estreitas

(1-1,5 mm.) de vértice agudo. 3. Broleri (Rouy) P. Cout. Folhas mais largas (1-2 mm.)

obtusiusculas.

Areaes maritimos. Fl. de março a novembro. I.

Sect. II. Arvenses Benlh.

L. simplex DC. Fl. de Fr. III, p. 588: Antirrhinum arvense, [i. L. Sp. pi. p. 614. /

Terras incultas, cultivadas e arenosas. Fl. de abril a julho. I-)^

17 XXYI

2o 8

Sect. III. Grandes Benth.

L. triornithophora (L.) Hoífgg. et Link. Fl. Port. p. 244; Antirrhinum triornithophorum L. Sp. pi. p. 613; Brot. I, p. 198. Sebes, margens de rios, florestas. Fl. de abril a setembro. I-III.

Sect. IV. Versicolores Benth.

ÍCorolIa aniarella; planta muito ramosa L. spartea (L.) HoíTgg. et Link. Corolla azulada; estylete grosso na extremidade; estigma chanfrado. L. saphirina (Brol.) Iloffgg. et Link. Corolla violácea; estylete não grosso; estigma 2-fido, L. linogrisea HoíTgg. et Link.

L. saphirina (Brot.) HoíFgg. et Link.; Antirrhinum saphirinum Brot. I, p. 197; Phyt. lusit. p. 133, tab. 136. Campos, searas. Fl. de maio a setembro. II-IV. L. linogrisea Hoffgg. et Link. Fl. Port. p. 240, tab. 41; Antirrhinum linogriseum Brot. Phyt. lusit. p. 131, tab. 13o. Campos e vinhas. Fl. de fevereiro a julho. I-II. L. spartea (L.) HoíFgg.- et Link. Fl. Port. p. 233, tab. 36; Antirrhi- num sparteum L. Sp. pi. p. 1197.

a. typica P. Cout. Caules estéreis poucos; folhas estreita- mente lineares. Planta de 15-50 cent.

^. praecox (Hoífgg. et Link.) Lange. Caules estéreis nume- rosos; caules férteis pouco ou nada ramosos.

y. expansa Sampaio. Caules procumbentes; folhas dos caules estéreis um pouco carnosas.

8. monantha (Hoffgg. et Link.) P. Cout. Planta de 20-50 cent. quasi sempre ramosissima ; ramos finos; folhas fdi- formes; pedúnculos em alguns exemplares mais longos do que nas variedades anteriores.

Vulgar em terrenos muito diversos. Fl. de janeiro a setembro. I-IV.

^iitirrliiiiiiiii L.

ISepalas lineares deseguaes mais compridas que a capsula. Sect. L Orontium Benth.

(Sepalas largas um pouco deseguaes em geral mais curtas que a capsula.

Sect. II. Antiirltinastrum (Lam.) Lge.

rò^j

Sect. I. Orontium Benth.

A. Orontium L. Sp. pi. p. 617.

ar. genuinum. Corolla mais comprida que o cálix.

3. calycinum (Lam.) Lge.; Antirrhinum calycinum Lamk. Dict.

IV, p. 365; Brot. I, p. 200; Phyt. lusit. p. 117, tab. 167.

Corolla mais curta que o cálix. y. abyssinicum Hochst. in DC. Prod. Subsimples ou ramoso

na base; corolla muito pequena (5-7 mm.).

Terras cultivadas e incultas, searas, etc. Fl. de março a agosto. I-II.

Sect. II. Aalirrhinastrum Ghav.

[ Corolla pequena côr de rosa^ amarellada ou branca 1

I Corollas grandes vermelhas 2

[Sepalas lanceoladas agudas; bossa basilar muito pronunciada; caule glabro na \ parte inferior e pubeseenle-hirsuto na parte superior. 1 < A. meonanthwn lIolFgg. et Link.

(Sepalas ovaes-obtusas; planta toda glanduloso-pubescente. A. hispanicum Chav.

Folhas ovaes-lanceoladas quasi rentes; pedúnculos em geral mais compridos que o cálix A. Linkianum Bss. et Reut.

JFolhas lanceoladas ou lanceolado-lineares glabras e pecioladas; pedúnculos mais curtos que o cálix ou egualando-o A. majus L.

A. meonantbum Hoífgg. et Link. Fl. Port. p. 261, tab. 51; Brot. Phyt. lusit. p. 115, tab. 126. Entre rochas, muros. Fl. de maio a agosto. I-III.

A. hispanicum Chav. Monogr. p. 83; Antirrhinum majus, var. flore luleo Brot. I, p. 199.

•a. genuinum Bourgeau, PI. d'Esp. exsic. n.*' 2286. Corolla de 25-30 mm. levemente purpúrea ou amarellada. 3. glabrescens Lge. Corolla de 20-25 mm. levemente rosada ou branca; sepalas menos obtusas. Planta de ramos finos flexuosos.

Entre pedras, paredes. Fl. de junho a setembro. I-III,

t

260

A. Linkianum Bss. et Reut. Diagn. pi. Orient. Ill, p. 160; A. majus Brot. I, p. 199 (parte); A. majus iatifolium Brot. Phyt. lusit. p. 113, tab. 125. Muros, sitios áridos, sebes e mesmo nas searas, não longe da costa marítima. Fl. de abril a julho. I-III. Herva bazerra, Boccas de lobo.

A. majus L. Sp. pi. p. 617.

a. genuinum. Folhas lanceoladas ou linear-lanceoladas, pecio-

ladas. |i. ramosissimum W. in W. et Lange, Prodr. Fl. Hisp. Planta

robusta muito ramosa ; ramos enrolando-se nos corpos vi-

sinhos.

Muros, rochas, sebes. Fl. de abril a setembro. I.

AuarrBiiiiuiii Desf.

A. bellidifolium (L.) Aschers. ; Antirrhinum bellidifolium L. Sp. pi. p. 617; Brot. I, p. 198. Outeiros, pinhaes, caminhos, muros. Fl. de março a agosto. I-III.

Subtrib. II. Clicloiieae

Scropliularia L.

IEstaminodio longo escamoso . Sect. I. Scorodonia Don. 1 Estaminodio linear-l;iiicooIado Sect. II. Tomiophyllum Benth. 4

1

iSepala com margem escariosa estreita S. Herminii HolTgg. et Link.

I Sepala com larga margem escariosa : 2

(Folhas com longo peciolo pinnatiseccadas S. ebulifolia HolTgg. et Link.

2

(Folhas com peciolo curto; caule quadrangular 3

l Caule íistuloso subaiado glabro S. Srorodonia L.

3

( Caule não íistuloso mais ou menos puberulo-hirsuto S. aquática L.

(Planta mais ou menos villwa^ forte; caule simples S. grandipora DC.

4

(Planta glabra multicaule S. canina L.

261

Sect. I. Scorodonia Doii.

S. Herminii Hoffgí;. et Link. Fl. Port. p. 266, tab. 53; Brot. Phyt. lusit. II, p. 158, tab. 48.

a. genuína. Folhas pouco mais compridas do que largas. 3. fíourgeana (Lge.) P. Cout. Folhas 2 ou 3 vezes mais com- pridas do que largas.

Regiões montanhosas (Serra da Estrella). Fl. de junho a agosto. IV-V.

S. Scorodonia L. Sp. pi. p. 620; Brot. I, p. 201.

Frequente nos sitios húmidos. Fl. de março a setembro. I-IV.

S. aquática L. Sp. pi. p. 620.

a. glabra. S. aquática Brot. í, p. 201; S. auriculala Brot. I, p. 261; S. trifoliata HoíTgg. et Link. Folhas glabras e sem auriculas ou auriculadas na base.

^. pubescens Cíirud. Folhas pubescentes na pagina inferior, auriculadas na base e por vezes 3-5 pinnatiseccadas.

Proximidades d'agua. Fl. de abril a setembro. I-III. Herva das escaldadellas.

S. ebulifolia Hoífgg. et Link. Fl. Port. p. 270; S. sublyrata Brot. Phyt. lusit. p. 156, t. 147.

a. genuina. Folhas todas pinnatiseccadas lyradas; segmento

terminal comprido subovado. p. Schoushoei (Lge.) P. Cout. Folhas superiores e floraes

indivisas, todas as outras pinnatiseccadas lyradas; segmento

terminal grande ovado arredondado. y. Schmilzii (Rouy) P. Cout. Todas as folhas indivisas.

Região littoral e montanhosa. Fl. de maio a julho. I-IV.

Sect. II. Tomiophyllum Benth.

S. grandiílora DC. Cat. II. Monsp. p. 143; S. sambucifolia Hoíígg. et Link. Frequente em localidades diversas. Fl. de fevereiro a julho. I.

262

S. canina L. Sp. pi. p. 621.

a. genuína. Folhas pinnatiseccadas ou pinnatifidas ; segmentos pinnatifidos ou denteados.

(3. pinnatífida (Brot.) Bss.; S. pinnatifida Brot. I, p. 202. Folhos subpinnatifidas ou pinnatilobadas.

y. Baeiica Bss.; S. frutescens, var. Brot. I, p. 202. Fdhas ovado-lanceoladas subagudas muitas vezes serrilhadas.

í. frutescens (L.) Bss.; S. frutescens L. Brot. I, p. 201. Folhas ovado-cunheadas ou subarredondadas ou quasi in- teiras.

Bordas de caminhos, regiões montanhosas e marítimas. Fl. de abril a agosto. I-III.

Subtrib. III. tiratioleae

Graiiola L.

Tlantaglaberrima; caule tctragono; folhas lanceoladas ou sublineares 2-5-nervea8 denticuladas ou subintegras G. officinalis L.

I Planta pubescente pelo menos na extremidade e nos pedúnculos; caule cylindrico; folhas lineares sem nervura ou quasi G. linifolia Vahl.

G. officinalis L. Sp. pi. p. 17.

Sities pantanosos, margens de correntes d'agua. Fl. de maio a agosto. I. Graciosa. G. linifolia Vahl. Enum. plant. I, p. 89.

Sitios pantanosos, margens de correntes d'agua. Fl. de junho a setem- bro. I. Graciosa.

Subtrib. IV. Rliinaudieae

[Corolla quasi regular; tubo muito curto ou tuboloso-campanulada.

Subtrib. Digitaleae. 1

[ Corolla perfeitamente 2-labiâda Subtrib. Rhinantheae. 3

[Estamefi 4 2

(Estames 2 Verónica L.

[Corolla tuboloso-campanulada; limbo desegualmente 4-lobado Digitalis L.

(Corolla rodada 5-lob;ida; lubo muito curto Sibthorpia L.

1

2

263

(Folhas pennatiseccadas Pcdicularis L.

(Folhas inteiras denteadas ou um pouco divididas 4

( Calix 4-denteado 5

( Calix 5-denteado 7

5

Calix ventricoso-coinprimido Rhinanthiis L.

Calix não ventricoso 6

Sementes delicadamente estriadas Parentusella Viv.

6 {Sementes sulcadas longitudinalmente Bellardia AU.

Sementes sulcadas e aladas. Bartsia L.

I Loculos do ovário 1-2-ovulados Melampyrum L.

I Loculos com mais de 2 sementes 8

(Loculos das aulheras com appendices eguaes Odontites L.

(Loculos das antheras com appendices deseguaes Euphrasia L.

Subtrib. V. Dig^ítaleac

i^ililhorpía L.

S. europaea L. Sp. pi. p. 631; Brot. I, p. 203.

Visinhanças d'agua, sebes, muros. Fl. de junho a agosto. I-IV.

Weroiiíca L.

! Flores solitárias na axilla de folhas eguaes ás do caule; sementes cymbiformes. Sect. IV. Omphalospora Bess. , Flores em cacho ; sementes comprimidas 1

1 Inflorescencia terminal Sect. III. Veronicastnim Benth.

( Inflorescencia axillar ; capsula loculicida 2

/Valvas por fim 2-partidas e separando-se ambas ou uma da columna placentaria. a 1 Sect. i. Beccabunija Griseb.

(Valvas intimamente ligadas á colunma placentaria. Sect. II. Chamaedrys Griseb.

264

Sect. I. Beccabunga Griseb.

f v/ihas carnosas pecioladas obtusas; capsula oval V. Beccabunga L.

Folhas pouco carnosas, rentes e amplexicaules; capsula obovada. V. Anagallis L.

V. Beccabunga L. Sp. pi. p. 12; Brot. I, p. 13.

Sitios húmidos, fontes, ribeiras. FI. de maio a julho. I-II. Beccabunga. V. Anagallis L. Sp. pi. p. 12; HoflFgg. et Link. Fl. Port. p. 290.

a. genuína. Capsula suborbicular, levemente chanfrada, um pouco mais curta que o ovário. Planta glabra.

[3. transiens Rouy; V. Anagallis Brot. I, p. 13. Capsula ovada ou piriforme.

y. anagaUoides (Guss.) Bertol. Capsula menor elliptica obtusa não chanfrada.

Sitios húmidos, proximidades de fontes, ribeiras. Fl. de abril a setem- bro. I-IV.

Sect. II. Cliamaedrjs Griseb.

IRacinios mulliflores e pedúnculo firme 1 Racimos com poucas flores; pedúnculo fino V. scutellata L.

[Folhas inteiras ou dentes pequenos 2

JFolhas com dentes grandes mais ou menos pubescentes; pedicellos mais curtos que o cálix. Planta muito pelluda F. officinalis L.

[Pedicellos mais longos que o cálix e bractea ; coroUa mais comprida qne o cálix.

V. Chamaeãrys L.

[Pedicellos muito mais curtos que o cálix e bractea; corolla mais curta que o cálix.

V. micrantha IIoíTgg. et Link.

'S8-

V. scutellata L. Sp. pi. p. 12; Brot. II, addenda, p. 421.

Terrenos húmidos, visinhanças de rios. Fl. de junho a julho. I-III. V. officinalis L. Sp. pi. p. 1 1 ; Brot. I, p. 12.

^. Tourn p for tii Uchh. Planta pequena; folhas arredondadas; dores menos coradas.

Florestas e silios montanhosos. Fl. de maio a setembro. I-IV.

265

V. Charaaedrys L. Sp. pi. p. 13; Brot. I, p. 14.

Sitios húmidos, FI. de abril a junho. I. V. micrantha Hoffgg. et Link. FI. Port. p. 286, tab. 57.

Sitios um pouco húmidos e sombrios. FI. de maio a agosto. I-III.

Sect. III. Veronicastrum Beuth.

[ Pedicellos mais compridos que o cálix . . 1

( Pedicellos mais curtos que o cálix 2

I Caules radicantes ; píanla perennal V. sevpylli folia L. Caules não radicantes; plantas annuaes V. acinifolia L.

(Planta glabra, brevemente puberula na extremidade V. peregrina L.

2

(Planta com duas linhas de pellos no caule V. arvensis l,.

V. arvensis L. Sp. pi. p. 13; Brot. I, p. 14.

Campos, hortas, searas, muros. FI. de março a agosto. I-IV. V. peregrina L. Sp. pi. p. 14.

Caminhos, muros, terras cultivadas. FI. de março a maio. I. V. serpyllifolia L. Sp. pi. p. 12; Brot. I, p. 13.

et. genuína. Folhas ovadas ou ovado-subarredondadas. p. mimmiilarioides (Lee. et Lamoth) Bor. Folhas arredon- dadas.

Sitios húmidos, prados, sebes. FI. de abril a agosto. I-IV. V. acinifolia L. Sp. pi. II.

Sitios húmidos, muros. FI. de março a junho. I.

Sect. IV. Ompbalospora Bess.

Folhas lobadas ou digitadas 1

Folhas mais ou menos digitadas 2

Folhas digitadas ; flores de côr azul viva V. íriphyUos L.

Folhas lobadas; flores de côr azul pallida; capsula glabra ... V. hederaefolia L.

Pedicellos fructiferos mais compridos que as folhas V. pérsica Poir.

Pedicellos pouco maiores que as folhas; caule prostrado V. agrestis L.

1

2

266

V. hederaefolia L. Sp. pi. p. 13; Brot. I, p. 14.

Campos, muros, searas. Fl. de fevereiro a julho. I-II. V. agrestis L. Sp. pi. p. 13; Brot. I, p. 14 (em parte).

a. typica Fiori et Beg. Sepalas ovaes-lanceoladas, ordinaria- mente obtusas, quasi sem nervuras; corolla de azul-pallido.

^. didijma (Tenor.) Fiori et Beg.; V. polita Fr. Sepalas ovaes geralmente agudas e com nervuras bem distinctas; corolla de azul vivo.

Campos, muros. Fl. de fevereiro a julho. I. V. pérsica Poir. Dict. Ene. VIII, p. 542.

Sitios húmidos. Fl. de fevereiro a agosto. I. V. triphyllos L. Sp. pi. p. 14; Brot. I, p. 14.

Campos, jardins, searas. Fl. de fevereiro a março. I.

Dijíitalís» L.

i

1

l Capsula egual ou pouco mais longa que o cálix

(Capsula mais comprida que o cálix; folhas caulinares decurrentes. D. Thapsi L.

i Limbo das folhas radicaes terminando abruptamente no peciolo; corolla grande. I D. purpúrea L.

(Limbo das folhas radicaes diminuindo successivamente para o peciolo.

D. nevadensis Kze.

D. purpúrea L. Sp. pi. p. 621; Brot. I, p. 200.

p. longebracteata Henriq. Bracteas duplo, triplo ou ainda mais

longa que o pedicello. ■y. tomentosa (Hoffgg. et Link.) Brot. Phyt. lusit. p. 159, tab.

149. Planta mais pubescente que o typo.

Sebes, sitios sombrios e um pouco húmidos. Fl. de abril a setembro. I-IV. Dedaleira. D. nevadensis Kze. Chlor. n.** 306.

Begiòes mais altas da Serra da Estrella, Covão das Vaccas, Cântaro Magro. Fl. em agosto. V. D. Thapsi L. Sp. pi. ed. H; Brot. I, p. 200.

Montanhas, margens de rios. Fl. de maio a agosto. I-IV.

llelaiiipyniiu L.

M. praiense L. Sp. pi. p. 605; Brot, I, p. 187.

Mattas e sitios sombrios. Fl. de maio a setembro. I-III.

267

Pareutucellia Viv.

ICorolla de côr amarella P. viscosa (L.) Caruel. Corolla de côr purpúrea ou branca P. lati folia (L.) Caruel.

P. viscosa (L.) Caruel, Fl. Ital. p. 482; Bartsia viscosa L. Sp. pi. p. 602; Rhinanlhus viscosus Brot. I, p. 187. Sitios húmidos. Fl. de março a julho. I-IV. P. latifolia (L.) Caruel, I. c. ; Euphrasia latifolia L. Sp. pi. p. 604; Brot. I, p. 184. Sitios seccos e arredondados. Fl. de março a junho. I-II.

Odoutites Pers.

O. tenuifolia (Pers.) G. Don. Gen. Syst. IV, p. 611; Euphrasia linifolia Brot. I, p. 185; Euphrasia tenuifolia Pers. Syn. PI. II, p. 150; Brot. Phyt. lusit. p. 111, tab. 124. Mattagaes, mattas, terrenos arenosos maritimos. Fl. de junho a ou- tubro. I-III.

Oartsia L.

B. áspera (Brot.) Lge. in Willk. et Lange, Prodr. II, p. 614; Euphrasia áspera Brot. I, p. 185. Mattagaes, logares pedregosos e seccos. Fl. de junho a outubro. I.

Bellardia AU.

B. Trixago (L.) Ali. Fl. Ped. p. 61; Bartsia Trixago L. Sp. pi. p. 602; Brot. I, p. 186; Phyt. lusit. II, p. 154, tab. 58.

a. lulea. Corolla amarella.

^.versicolor (Rhinanthus versicolor Willd. ; Brot. I, p. 186; Phyt. lusit. I, p. 32, tab. 14). Corolla branca com ou sem o lábio superior roseo-purpurescente.

Collinas, pinhaes, terrenos arenosos. Fl. de abril a julho. I-III.

Peclioularis L.

P. silvatica L. Sp. pi. p. 607; Brot. I, p. 188.

a. genuína. Planta de côr verde pallida, lloriíera quasi desde a base do caule central; lábio superior tendo d'um e outro lado da extremidade dois denticules bastante longos e um pouco dobrados.

268

p. lusitanica. Planta de cor verde escura, florifera quasi sem- pre só na parte superior do caule central ; denliculos do lábio superior mais curtos e direitos.

Prados, sitios húmidos, terrenos arenosos. Fl. de maio a julho. a. IV. ^. I-II.

Orobancliaceae (i) Oroliaiiclie L.

[Flores acompanhadas de 3 bracteas Sect. I. Trionychon Wall 1

( Flores acompanhadas de uma única bractea Sect. II. Osproleon Wall. 3

í Antheras glabras 0. nana Noé.

1 (Antheras muito villosas 2

1 Corolla de 15-21 mm O. trichocalyx Beek.

2 ( Corolla de 24-36 mm 0. arenaria Borkh.

ÍFlôr pequena (10-20 mm.); corolla em tubo estreito III. Minores. 5

^ i

(Flor grande; corolla amplamente campanulada 4

1 Linha dorsal curva desde a base até ao lábio superior I. Arcuatae. 8

4 \

Linha dorsal direita no meio II. Cruentae. 9

Corolla apertada na extremidade do tubo 6

( Corolla não apertada 7

I Corolla branco-amarellada glabra interiormente 0. Hedcrae Dubv. Corolla violácea glanduloso-pilosa O. minor Sutt.

o

7

[Caule delgado de 15-45 cm. estriado, não muito grosso na base e em geral glan- duloso-piloso O. amethystea f huil.

I Caule grosso firme de 16-60 cm. amarellado e mais ou menos violáceo na base e ahi muito escamoso O. mauritanica Beck.

I Filetes longamente pelludos abaixo das antheras; estylete mais ou menos glan- duloso-piloso ....'. 0. major Smith. Filetes glabros ou com poucos pellos; estylete glabro ou parcamente glanduloso.

O. insólita Guimarães.

(1) J. d*A. Guimarães Orobancns Brnteria, III (1904).

269

l Corolla atro-purpurea O. foetida Poir.

9

(Corolla amarellada com veios violáceos 0. gracUis Smith.

Sect. I. Trionychon Wall.

O. nana No(i in Reich. Herb. norm. n." 1352; Beck. Monopr. d. Gatt. Orobanche, p. 9í; O. ramosa Brot. I, p. 183 (parte); Pbyt. lusit. II, p. 152, tab. 145. Terrenos arenosos, parasita sobre plantas diversas. Fl. de abril a ju- nho. I.

O. trichocalyx Beck. I. c. p. 107.

Parasita sobre o Pleris aquilina? Fl. de abril a junho. I.

O. arenaria Borkh. Beitrâge zur Dent. Fl. in Romer's Neuen Magar. f. Bot. I, p. 6. Areaes maritimos, parasita especialmente na Arlcmisia crilhmifolia L. Fl. de maio a junho. I.

. Sect. II. Osproleon Wall.

I. Arcuatae

O. major Smith, Engl. Brot. tab. 421.

Mattos, parasita das leguminosas do grupo das Genisteas e por vezes nos Cistus. Fl. de abril a agosto. I. O. insólita Guimarães in Orobancas, p. 91, est. XII.

Parasita no Erynyiurn campestre. Fl. em junho. I.

II. Cruentae

O. gracilis Smith in Trans. of. the Linn. Soe. IV, p. 172.

Mattos, parasita nas leguminosas e cistaceas. Fl. de fevereiro a ju- lho. I. O. foetida Poir. Voy. en Berb. Itin. II, p. 195; O. foetida lusitanica Brot. Phyt. lusit. 11, p. 149, tab. l4o; O. barbala atro-purpurea Brot. I, p. 183. Terras cultivadas ou incultas, parasita nas leguminosas herbáceas. Fl. de abril a maio. I.

â70

III. Minores

O. amelhystea Thuill. Fl. de Paris, ed. II, 1.**, p. 317.

Sebes, sitios sonil)rios e arrelvados. Fl. de maio a junho. I-II. O. mauritanica Beck. 1. c. p. 233.

Terras cultivadas, arrelvados. Fl. de abril a junho. I. O. minor Sutton, Trans. of Linn. Soe. IV, p. 179.

Collinas, prados e sebes. Fl. de abril a junho. I. O. Hederae Duby in Bot. Gallic. I, p. 352.

Sebes, proximidades de regatos, parasita da Hedera Helix. Fl. de abril a agosto. I.

Lentibulariaceae

1 Folhas inteiras ; plantas terrestres Pinguicula L.

(Folhas pinnato-filiformes; planta aquática Utricularia L.

l*iii^iiioiila L.

P, lusitanica L. Sp. pi. p. 17; Brot. I, p. 15. Sitios bastante húmidos. Fl. de maio a junho. I.

Utricularia L.

[Planta ramosa; folhas niultifidas; lacinias lineares; flores amarellas grandes.

U. vutgaris L.

) Planta pequena, ramosa; folhas pennadas; foliolos poucos, filiformes; flores pe- quenas U. exoleta R. Br.

U. vulgaris L. Sp. pi. p. 18; Brot. I, p. 16.

Pântanos, arrozaes. Fl. de maio a julho. I. U. exoleta R. Br. Prodr. Nov. Holl. p. 430.

Pântanos. Pinhal do Urso. Fl. de maio a julho. I.

Acanthaceae

i%caiitiiiis L.

A. mollis L. Sp. pi. p. 939; Brot. I, p. 182.

Sitios sombrios e húmidos. Fl. de março a julho. I.

271

Serie Plantaginales (1)

Plantaginaceae

(Flores unisexuaes isoladas; fructo indehiscente Lilíorella L.

(Flores hermaphroditas em espiga; fructo dehiscente Ptantago L.

Ijittorella L.

L. lacustris L. Mant. II, p. 295; Plantago uniflora L. Sp. pi. p. 115. Terrenos arenosos mais ou menos húmidos. Fl. de maio a julho. I.

Plantago L.

[Caule ramoso; folhas lineares Sect. I. Psilliiim Tournf.

PI. Psillium L.

[Plantas acaules 1

1 Capsula com 2 ou 4 sementes 2

(Capsula com muitas sementes Sect. V. Polynevron Dcn.

1 Folhas largas e compridas 3

2

(Folhas estreitas inteiras ou mais ou menos divididas. Sect. IV. Coronopus Tournf.

1

3

iSepalas anteriores ligadas; folhas com 3-5 nervuras. Sect. II. Arnogloss-um Dcn. [Sepalas livres; folhas com 3 nervuras Sect. III. Leucopsyliium Dcn.

Sect. I. Psillium Tournf. Planta glanduloso-pubescente PI. Psillium L.

Sect. II. Arnoglossum Deu. ilnflorescencia com pellos longos PI. Lagopus L.

[ ' *

[infloseseencia glabra ou quasi PI. lanceolata L.

(1) J. A. EenviqVies Ptaniaginaceae Boi. da Soe. Brot. XIV (1897), p. 67.

272

Sect. III. leucopsjilium Dcd.

* Folhas linear-Ianceoladas pubesceutes; espiga compacta curta. Pt. Bellardi Ali.

Sect. IV. Coronopus Tournf.

Capsula com 2 sementes estreitas e lougas, 3-quetras ou semicylindricas 1

) Capsula com i sementes (ou 2 por atrophia); folhas planas com recortes mais ou menos profundos 2

(Folhas linear-Ianceoladas planas 3-nerveas . PI. alpina L.

(Folhas linear-filiformes mais ou menos rijas PI. carinata Schrad.

[Folhas oblongo-lanceoladas mais ou menos serrilhadas PI. serraria L.

2

(Folhas espatuladas ou lineares 3

! Folhas espatuladas mais ou menos denteadas e densamente pelludas. PI. macrorrhiza Poir. Folhas linear-Ianceoladas quasi pinnatifidas PI. Coronopus L.

Sect. V. PoIjDeiirou Dcn. Folhas largamente ovaes 3-7-nerveas PI. major L.

Sect. I. Psyllium Tournf.

PI. Psillium L. Sp. pi. p. 115; Brot. 1, p. 158.

[3. dentifolia Willk. Folhas mais ou menos denteadas. Terrenos arenosos, searas, muros. Fl. de março a julho. I-TI.

Sect. II. Arnoglossum Dcn.

PI. Lagopus L. Sp. pi. p. 114; Brot. I, p. Í56. Orelha de lebre.

p. major Bss. ; PI. lusitanica Willd. Sp. I, p. 644; Brot. 1, p. 156. Planta de maiores dimensões, por vezes cau-

273

lescente; folhas com longo peciolo, 5-7-nerveas. Tan- chagem do reino, Língua de ovelha.

Terrenos incultos arenosos e mais ou menos estéreis. Fl. de abril a junho. I-III. PI. lanceolata L. Sp. pi. p. 113; Brot. l, p. 156.

p. eriophylla Dcn. ; PI. eriophylla Hoíígg. et Link. Fl. Port. I, p. 423; PI. argêntea Brot. I, p. 156. Folhas lanuginosas.

y. capiíala Dcn. Folhas lineares ou linear-lanceoladas, fel- pudas na base.

Sitios húmidos em geral. Fl. de abril a julho. l-III. Tanchagem menor ou das boticas.

Sect. III. Leucopsjlllum Dcn.

PI. Bellardi Ali. Fl. Pedem. í, p. 82; Brot. I, p. 157; PI. tenuis Hoffgg. et Link. Fl. Port. I, p. 426. Terrenos arenosos seccos e nas margens de campos; Fl. de março a julho. I-II.

Sect. IV. Corouopus Touriif.

PI. alpina L. Sp. pi. p. 114; PI. subulata Brot. I, p. 157 (parte). Regiões mais altas (Serra da Estrella). Fl. de julho a agosto. V. PI. carinata Schrad. Cat. h. Gott.

p. depauperata Gr. et Godr. ; PI. subulata Brot. (parte). Planta menor que a espécie; folhas mais curtas obtusas; bracteas móis curtas que o cálix.

Regiões altas (Serra da Estrella). Fl. de julho a agosto. V. PI. serraria L. Sp. ed. X, n.*^ 11; Brot. I, p. 157.

p. hispânica Dcn. Folhas semi-pinnatifidas.

Terrenos arenosos incultos. Fl. de maio a julho. I. PI. macrorrhiza Poir. Voy. 11, p. 154; PI. coronopifolia Brot. í, p. 157 (parte).

Terras áridas da beiramar. Fl. de março a agosto. I. PI. Coronopus L. Sp. pi. p. 1 1 5 ; PI. Coronopifolia Brot. I, p. 1 57 (parte).

?. Idlifolia DC. Fl. fr. (PI. ceratophylla Hoíígg. et Link. Fr. 6).

Terras incultas, áridas. Fl. de março a agosto, l. Guiabelha. 18 wvi

274

Sect. V. Polynenron Dcn.

PI. major L. Sp. pi. p. 112; Brot. í, p. 151.

Terras cultivadas, proximidades d'agua, margens de caminhos. Fl. de março a julho. I.

Serie Rabiales

Rubiaceae (i)

§ Galieae

Fructo carnoso Rubia L.

Fructo secco 1

l Fructos sem appendices na parte superior . . ; 2

1 (Fructos com 3-6 appendices na parte superior 4

I Flores em espiga com 2-3 bracleas na base Crucianclld L. Flores não em espiga 3

ITubo da coroUa muito curto; fructo 2-spermico Galmm L. Tubo da corolla infundibuliforme ou campanulado Asperula L.

( Fructos com 3 appendices espinhosos Vaillantia L.

4 I Fructos com 6 dentes Sherardia L.

Slierarclia L.

S. arvensis L. Sp. pi. p. 102; Brot. I, p. 152.

Campos cultivados, mnros, caminhos. Fl. de fevereiro a maio. I-II.

Cruciauclla L.

I Planta herbácea ; folhas lineares C. angnsli folia L. Planta subfrutescente ; folhas coriaccas de margem carlilaginea. C. marítima L.

(1) P. Coutinho As Rubiaceas de Portugal Boi. da Soe. Brot. XVII (1900), p, 7.

275

C. angiistifolia L. Sp. pi. p. 109; Brot. I, p. 15o.

Terras seccas incultas, pinhaes. Fl. de maio a jiillio. Í-IH. C. maritimiim L. Sp. pi. p. 190.

Terrenos arenosos da cosia maritintia. Fl. de maio a setembro. I.

i%si9eriiB!a L.

A. arvensis L. Sp. pi. p. 103; Brot. I, p. 132.

Terras cultivadas, nas cearas. Fl. de abril a junho. l.

Ci^aBiiiMi L.

[piolhas 3-nerveas 1

(Folhas 1-nerveas 2

(Flores amarellas polyganiicas Scct. IV. Cruciata Kocti.

1 (Flores Ijrancas hermaphroditas Sect. III. Ptatygalium DG.

I Plantas perennaes 3 Plantas annuaes 4

/Inflorescencia em panlcula de pedúnculos curtos; caule liso. Q ) Sect. I. Eugalium Koch.

(infloresceDcia em panicula de pedúnculos longos; caule aculeado.

Sect. II. Trachigalium K. Sch.

(Inflorescencia em panicula ou cvmeira de muitas flores. Sect. V. Aparine Koch. 4

(Flores axillares em pedúnculos 1-floreos ou de poucas flores.

Sect. VI. Pseudo-vaillantia Lange.

Sect. I. Eugalium Koch.

I Caules robustos direitos ; panicula pyramidal direita 1

( Caules prostrados ; paniculas curtas G. saxatile L.

(Flores de amarello vivo G. verum L.

[Flores amarelladas G. Mollugo L.

Sect. II. Trachigalium K. Sch.

[Folhas eííuaes em cada verticillio, mucronadas, com aculeos nas margens volta- das para a base G. Elodes HoíTgg. et Link.

Folhas desesuaes obtusas 1

1

■'O

t

1

276

[Folhas ovado ou oblongo-lineares ; panicula laxa; fructos rugulosos,

1 G. palustre L.

(Folhas lineares; panicula mais compacta; fruelo tuberculoso... G. dehile Desv.

Sect. III. rialygaliuin DC.

[Panicula laxa paucidora; folhas orbiculares; fructos hispidos.

G. rolundifolium L.

[Panicula corymboso-densiflora; folhas ovado-ellipticas; fructos tuberculosos.

G. Broterianum HoíTgg. et Link.

Sect. IV. Cruciala Koch.

[Pedúnculos com bracteas foliaceas G. cruciata Scop.

/Pedúnculos sem bracteas; caule mais ou menos hispido, ou subglabro ou esca- bro 1

[Caule duro, ramoso; folhas lineares, verdes, negras depois de seccas. \ G. vernnm Scop.

1 < i Caule escabro, simples; folhas elliptico-ovaes, amarelladas, muito mais curtas que ( os entrenós G. pedemontanum Ali.

Sect. V. Aparine Koch.

I Pedúnculos fructiferos reflectidos | Comptaparine K. Sch. Pedúnculos fructiferos direitos 1

I Flores brancas § Leucaparinc Bss. G. Aparine L. Flores amarellas § Xanthaparine Bss.

G. parisiense L.

Sect. VI. Pseudo-vaillanlia Lange

I Flores polygamicas, a do centro feminina; pedúnculos fructiferos com um fru- cto verrucoso G. saccliaratum Ali. Flores hermaphroditas; pedúnculos com 2-3 fructos G. tricorne With.

Sect. I. Eiiyalium Koch.

G. saxatile L. Sp. pi. p. 106; G. hircinum Brot. I, p. 149. Muros, terrenos húmidos. Fl. de maio a agosto. I-V.

277

G. verum L. Sp. pi. p. 107; Brot. I, p. 150.

Muros, sebes, collinas. Fl. de junho a agosto. I-IV. G. Moilugo L. Sp. pi. p. 107; Brot. l, p. 151.

Sebes, muros, prados, etc. Fl. de maio a agosto. Í-IV. Solda branca.

Sect. II. Tracliigaliirm K. Sch.

G. Elodes Iloffgg. et Link. Fl. Port. p. 47; G. uliginosum Brot. I, p. 150.

Margens de ribeiros, sebes, florestas. Fl. de abril a julho. I-III. G. palustre L. Sp. pi. p. 105; Brot. I, p. 149.

Logares húmidos. Fl. de maio a agosto. I-III. G. debile Desv. PI. d'Anjou.

Logares húmidos. Fl. de junho a julho. I-II.

Sect. III. Piatigaliuni DC.

G. rotundifoHum L. Sp. pi. p. 157; Brot. I, p. 151.

Regiões altas (Serra da Ettrella). Fl. de maio a junho. IV-V. G. Broterianum Bss. et Reut. Diagn. pi. Hisp. p. 15; G. rubioides Brot. I, p. 148.

Logares húmidos. Fl. de maio a agosto. I-IV.

Sect. IV. Criiciata Koch.

G. cruciata Scop. ¥\. Carn. I, p. 100; Vaillantia cruciata L. Sp. pi. p. 1052; Brot. I, p. 207. Sítios sombrios e húmidos. Fl. de março a agosto. I. G. vernum Scop. 1. c. p. 99, tab. 2.

Terrenos seccos e altos. Fl. de abril a julho. I-III. G. pedemontanum Ali. Fl. Ped. p. 2.

Fendas de rochas e sitios arrelvados das montanhas. Fl. de maio a junho. III-IV.

Sect. V. Aparlne Koch. § Comptaparine K. Sch.

G. saccharatum Ali. Fl. Ped. p. 9; Vaillantia Aparine L. Sp. pi. p. 1051; Brot. I, p. 207. Sebes e muros. Fl. de janeiro a maio. I.

278

G. tricorne Witli. Brit, ed. 11, p. 153; G. spurium Brot. I, p. 150. Campos, searas. Fl. de abril a maio. I.

I Leucaparine Bss.

G. Aparine L. Sp. pi. p. 157; Brot. I, p. 151.

Sebes, campos cultivados, sitios áridos. Fl. de março a junho. I. Amor de horlelão, Pegamaço.

§ Xanthaparine Bss.

G. parisiense L. Sp. pi. p. 157.

a. leiocarpum Tausch. Fructo glabro.

p. lasiocarpiim Tausch. Fructo glochidiado-hispido.

y. decipiens Jord. Planta em tudo maior que a var. antecedente.

Sitios áridos. Fl. de abril a julho. l-ll.

Sect. VI. Pseudo-vaillantia Lange

G. murale Ali. Fl. Ped. I, p. 8, tab. 77, fig. 1 ; Sherardia muralis L Sp. pi. p. 103; Brot. I, p. 153. Sitios seccos, muros. Fl. de março a junho. I.

Waillaiiiía DC.

V. muralis L. Sp. pi. p. 1051; Brot. I, p. 207. Terrenos seccos, muros. Fl. de março a maio. I.

Oaprifoliaceae (i)

(Flores regulares rodadas ; tubo muito curto 1

(Flores zygomorpliicas ; tubo lougo III. Lonicirae.

[ Folhas compostas ; antheras extiorsas 1. Sambiiceae.

(Folhas inteiras; antheras introi"sas II. Viburneae.

(1) J. de Mariz Boi. da Soe. Brot., XVIII.

279

I. Sambuceae

í Planta lenhosa s. nigra L.

(Planta herbácea S. Ebulus L.

II. Viburneae

l Folhas caducas palmatilobadas V. Opulus L.

(Folhas permanentes coriaceas penninervadas V. Tinus L.

III. Lonlcerae

I Folhas superiores ligadas pela base 1 Folhas todas livres; corolla pubescente glandulosa L. Periclymenum L.

l Inflorescencia terminal rente L. imvlexa Ait.

( Inflorescencia terminal pedunculada L. etrusca Santi.

I. Sambuceae

Saiiiliiieiisi L.

S. Ebulus L. Sp. pi. p. 269; Brot. I, p. 474.

Terrenos húmidos e sombrios. Fl. de junho a julho. I-IIl. Engos, Ebulo ou Sabugueirinho. S. nigra L. Sp. pi. p. 269; Brot. I, p. 474.

Sebes, margens de caminhos, proximidades d'agua. Fl. de abril a maio. I. Sabugueiro.

II. Ylburneae

lihuruuiii L.

V. Opulus L. Sp. pi. p. 268; Brot. I, p. 474.

p. roseutn R. et S. Syst. VI, p. 635; V. roseum L. Brot. I, p. 474. Cymeira globosa; flores estéreis; corolla branca grande.

Sitios húmidos, sebes. Fl. em junho. I. Novellos, Rosa de Guel- dres.

280

V. Tinus L. Sp. pi. p. 267; Brot. I, p. 473.

Maltas, sebes, collinas calcareas. Fl. de março a abril. I-II. Fo- lhado.

III. Lonlcerae

liouicera L.

L. implexa Ait. Hort. Kew. í, p. 131; L. caprifolium Brot. I, p. 285 (parte),

p. lernalum Lge. Folhas ternadas.

y. puherula P. Lara. Folhas pubescentes ou pelludas na pa- gina inferior.

5. lusííanka P. Cout. Folhas medias e superiores inteira- mente soldadas na base, as floraes arredondadas ou leve- mente apiculadas.

Sebes, outeiros calcareos. Fl, de abril a maio. I. L. etrusca Santi Viagg. I, p. 113; L. caprifolium Brot. I, p. 285 (parte). Sebes, vallados, muros e mattas. Fl. de junho a julho. I. Madre- silva caprina. L. Periclymenum L. Sp. pi. p. 163; Brot. I, p. 285.

Sebes, mattas, sitios húmidos. Fl. de maio a julho. I-II. Madre- silva das boticas.

Valerianaceae (i)

[ Estames 1 Cmtranthus DC.

(Estames 3 1

Í Limbo do cálix enrolado formando um annel em volta da corolla. . Valeriana L. Limbo do cálix membranoso não enrolado Valerianelta Hall.

Valcriauella Hall.

I Limbo do cálix muito reduzido 1 Limbo do cálix grande, C-denteadO;, villoso na face superior.

Secl. I. Coronalae Bss.

(1) J. de Mariz Boi da Soe. Brot., XV.

281

ÍFructo mais largo que longo Sect. III. Locmlae DC.

1 < (Fructo mais comprido do que largo Sect. II. Euvarianella Iluek.

Sect. I. Coronalac Bss.

V. discoidea Lois. Not, Fl. Fr. p. 148; Valeriana discoidea Brot. I, p. 48. Terreno calcarão secco, searas. Fl. de abril a junho. I.

Sect. II. EuYarlanelIa Kock.

I Fructo telragono V. carinatn Lois. Fructo ovoide-conico V. dentata Poli.

V. carinata Lois. Not. Fl. Fr. p. 149.

Terras cultivadas, muros. Fl. de abril a maio. I. V. dentata Poli. pai. I, p. 30.

Searas. Fl. de julho a agosto. I.

Sect. III. Locustae DC.

V. olitoria Poli. pai. I, p. 30; Valeriana olitoria Brot. I, p. 68. Terras cultivadas. Fl. de março a maio. I-II,

Waleriana L.

V. tuberosa L. Sp. pi. p. 33; Brot. 1, p. 48.

Pastagens e prados das regiões altas. Fl. de abril a junho. IV.

Ccuirauthus DC.

^Esporão egual ou mais comprido que o ovário Mucrocenlron Lge.

(Esporão mais curto que o ovário Calcitrupa Lge.

Macrocentron Lge.

C. ruber DC. Fl. Fr. p. 239; Valeriana rubra L. Sp. pi. p. 31 ; Brot. T, p. 47. Muros, rochas, sebes. Fl. quasi todo o anno. I-III.

282

1

2

Calcítrapa Lge.

ÍTubo da coroUa mais comprido que o aehenio; esporão curto. C. macrosiphon Bss. Tubo da corolla de comprimento egual ao do aehenio; esporão quasi nuUo.

C. Calcitrapa DC.

C. macrosiphon Bss. p. micranthus Wk. Lange in Wk. et Lange, Prodr. Fl. Hisp. II, p. 5. Campos e terras arenosas. Fl. de abril a junho. I-IV. C. Calcitrapa DC. Fl. Fr. V, p. 492; Valeriana Calcitrapa L. Sp. pi. p. 31; Brot. I, p. 47. Terrenos estéreis arenosos, muros, campos cultivados. Fl. de feve- reiro a agosto. I-III.

Dipsaceae (O

(Planta com numerosos aculeos Dipsacus L.

( Planta sem aculeos 1

[Palhetas herbáceas quasi tão compridas como as flores; corolla 4-lobada.

I Siiccisa Coult.

[Palhetas mais curtas que as flores 2

I Cálix de 5 dentes ; estigma 2-lobado ; Scabiosa L.

1 Cálix com mais de 10 dentes Plerocephalus Vaill.

Dipsacuis L.

[Folhas com numerosos aculeos nas duas faces; capítulos ovado-hemisphericos com coroa de palhetas na extremidade D. ferox Lois.

[Folhas com aculeos nas nervuras e por vezes nas margens; capitulo ovado- conico ; palhetas superiores curtas 1

(Folhas caulinares inteiras; cálix celheado 4-denteado D. silvestris Mill.

1 (Folhas caulinares peunati fidas; cálix 4-lobado; flores brancas.. D. laciniaías L.

(1) J. de Mam Bol. da Soe. Brot., XV.

283

D. silvestris (Dod.) Mill. Dict. n.° 2; Brot. I, p. 146; D. fullonum L* Sp. pi. p. 97. Outeiros calcareos, sebes, beira de caminbos. Fl. de julbo a agosto. I-IIl. Cardo penteador bravo. D. laciniatus L. Sp. pi. p. 97; Brot. í, p. 147.

Sebes, terras calcareas, caminhos. Fl. de julho a agosto. I-II. D. ferox Lois. Fl. Gal. ed. 1.', p. 719.

p. ambiguum Lge. Planta com menos aculeos; palhetas re- curvadas no ápice e muito estrigoso-celheadas.

Terras calcareas, campos cultivados, caminhos. Fl. de iunho a ju- lho. I-II.

Siicciisa Coult.

[Folhas inferiores e superiores inteiras ou remotamente denteadas i

Folhas inferiores mais ou menos divididas, as medias lyrato-pennatifidas, as su- periores inteiras S. pinnaUfida Lge.

1

|Calyculo hirsuto quadrangular em 4 dentes curtos S. pratensis Moench.

Calyculo glabro; limbo membranoso com 4 ou 5 lobos obtusos.

S. Carvalheana Mariz.

S. pratensis Moench. Meth. p. 489; Scabiosa succisa L. Sp. pi. p. 145.

Terrenos relvosos e frescos. Fl. de julho a setembro. I-II. S. pinnalifida Lge. Pug. II, p. 113.

Mattos e rochas. Fl. de julho a setembro. I-III. S. Carvalheana Mariz, Boi. da Soe. Brot. VIII, p. 147.

Terrenos húmidos e paludosos. Fl. de maio a agosto. I.

Picroccphaluis Vaill.

I Planta annual; capítulos pendentes Pt. papposus Coult. Planta perennal ; capítulos erectos Pt. Broussonetii Coult.

Pt. papposus Coult. Dips. p. 32, lab. 1, fig. 17; Scabiosa papposa L. Sp. pi. p. 101. Sitios estéreis arenosos. Fl. de maio a julho. I. Pt. Broussonetii Coult. in li(t. 182Í-; Pt. Iiisitanicus Coult. in DC. Prodr. ; Scabiosa gramunlia Brot. I, p. 145. Terras arenosas. Fl. de maio a julho. I.

284

Sc. marilima L. Cent. II, n.° 114 in Amoen. acad. IV, p. 304; Sc. Columbaria Brot. I, p. 145.

a. genuína Lge. Glabra; corolla roseo-lilacinea ou amarella. 3. atropurpurea Gr. et Godr. Corolla purpureo-escura. y. grandiflara Bss. Folhas inferiores serrilhadas; flores maio- res. ^. sahuldorumysk. Capitulos pequenos, os fructos globosos.

Rochas, terras pedregosas, calcareas e arenosas. Fl. de junho a agosto. I.

Cucurbitaceae

Cucurbiteae-Cucumerinae

[Planta trepadora; folhas membranaccas verdes Bryonia L.

( Planta rastejante; folhas ásperas um pouco carnosas, glaucas. Ecbalium A. Rich.

Brjoilia L.

Br. dioica Zacq. Fl. aust.. II, p. 59; Brot. 1, p. 308.

Sebes. Fl. em julho e agosto. I. Bryonia, Norça branca.

Echalíiiiii A. Bích.

Ec. Elaterium A. Rich. Dict. cias. d'hist. nat. VI, p. 19; Momordica Elaterium L. Sp. pi. p. 1010; Brot. I, p. 309. Terrenos incultos áridos. Fl. de maio a agosto. I. Pepino de S. Gregório.

Campanulaceae (i)

I Flores actinoniorphicas I. Campannloidcae. Flores zygomorphicas II. Lohelioideae

I. Campanuloldeae

I Capsula abrindo por fendas lateraes Campamdeae-Campanulinae. 1 Capsula abrindo na extremidade superior Campannleae-Wahlenbenjinae. 2

(1) P. Coutinho Boi. da Soe. Brot., XVIII, p. 22.

?

285

Corolla campamilada Campânula L.

1 jCorolla rodada; sepalas longas Specularia Heist.

Corolla infundibuliforme; cálix muito pequeno Trachelium L.

Flores solitárias ; corolla tubuloso-campanulada Wahlenbergia Schrad.

(Flores em capitulo ; corolla estreita 5-partida Jasione L.

II. Lobelioideae

I Corolla 2-labiada ; tubo fendido no dorso quasi até á base Lobelia L. Corolla subbilabiada; tubo não fendido Laurentia Neck.

Gampanulinae Caiiipauiila L.

/Capsula abrindo por fendas perto da base Sect. I. Médium Tournf.

j C. Erinus L.

( Capsula abrindo por fendas ao meio ou no vértice.. . . Sect. II. Rapunculus Bss.

Sect. II. Rapuuculus Bss.

/Espécie annual; inflorescencia cymoso-dichotomica laxa; capsula obconica.

i C. lusitanica L.

jEspecies biennaes ; inflorescencia em cacho C. Rapunculus L.

( Espécies perennaes 1

(Planta robusta ; folhas grandes crenadas C. primulae folia Brot.

1 (Planta pequena; caule rubro, uniíloreo simples, raras vezes ramoso.

C. Herminii Hoírgg. et Link.

Sect. I. Médium Tournf.

C. Erinus L. Sp. pi. p. 169; Brot. I, p. 287.

Terrenos frescos e arenosos, muros. Fl. de março a setembro. I-II.

Sect. II. Rapunculus Bss.

C. Herminii Hoffgg. et Link. Fl. Port. p. 9.

Terrenos arrelvados da Serra da Estrella. Fl. de junho a agosto. IV- V,

286

C. primulaefolia Brot. T, p. 288; Phyt. lusit. I, p. 43, lab. 19 e 20.

Localidades húmidas e sombrias. Fl. de junho a agosto. I-II. C. Rapunculus L. Sp. pi. p. J64; Brot. I, p. 286.

Terras cultivadas, sebes, maltas húmidas. Fi. de abril a agosto. I-III. Rapuncio ou Raponcio. C. lusitanica L. in Petr. Loeíl. Iter hisp. p. 160; C. Loeílingii Brot. I, p. 287; Phyt. lusit. 1, p. 41, tab. 18.

a. occidenlalis Lge. Pugil. p. 107. Caule ramosissimo; ramos patentes; lacinias do cálix de comprimento egual ao dobro da capsula.

p. Matritensis Lge. 1. c. Caule menos ramoso e ramos levan- tados; lacinias do cálix em alguns pouco mais compridas que a capsula.

y. filiformis Lge. Caule longo muito fino e debil ; lacinias do cálix muito longas e escabras.

Sebes, searas, pastagens, sitios húmidos. Fl. de abril a agosto. I-IIL

Speciilaria Heist.

(Corolla mais curta que o cálix; planta mais ou menos pubcscente.

Sp. hybrida DC.

[Corolla quasi do comprimento do cálix; planta áspera. ..... Sp. castellana Lge.

Sp. hybrida DC. Monogr. Camp. p. 348; Campânula hybrida L. Sp. pi. p. 168; Brot. I, p. 287.

Searas, terrenos cultivedos sombrios. Fl. de abril a junho. I. Sp. castellana Lge. Ind. sem. Holm. p. 25.

Searas. Fl. de maio a junho. I.

Tracbcliiiiii L.

Tr. coeruleum L. Sp. pi. p. 171.

Paredes velhas e rochedos húmidos. Fl. de junho a setembro. I.

Wahlenberginae

lValilcul»ei*ftia Schrad.

W. hederacea Uchb. PI. crit, V, p. 47, tab. CCCCLXXX; Campânula hederacea L. Sp. pi. p. 169; Brot. I, p. 287. Sitios sombrios húmidos pedregosos. Fl. de junho a setembro. I-IV.

287

Jaisione L.

Tlanta annual ou bisannnal de raiz aprumada, não estolhosa; folha linear-lan- ceolada ; pedúnculo e cálix glaberriuios J. montana L.

jPIanta perennal, estolhosa; estolhos terminados por uma roseta de folhas; cálix de lacinias lauuginosas J. humitis Lois.

J. montana L. Sp. pi. p. 928; Brot. I, p. 402.

a. genuína Wk. Bracteas inteiras, crenadas ou crenado-ser- rilhadas; lacinias do cálix metade ou de duplo compri- mento do tubo; capitules de 12-22 mm.

p. dentata DC. Bracteas com 1-3 lobos arislados; lacinias do cálix de comprimento duplo ou triplo do do tubo; capítulos de lS-25 mm.

y. gracilis Lge. Planta delicada glabrescente; folhas inteiras ciliadas; pedúnculos longos filiformes; capitulos pequenos (8-12 mm.).

Terrenos áridos arenosos, bordas de caminhos e de campos. Fl. de maio a setembro. I-IV. J. humilis Lois. Notes PI. de Fr. p. 42.

Terrenos áridos. Fl. de maio a agosto. Í-IV.

II. Lobeiloldeae

Ijofielia L.

L. urens L. Sp. pi. p. 931; Brot. I, p. 304.

a. longebracteata P. Lara. Bracteas egualando quasi o cálix;

lacinias do cálix lineares eguaes ou maiores que o tubo. |3. brevibracteata P. Lara. Bracteas por vezes minimas, mais

curtas que o cálix; lacinias do calix triangular-subuladas

mais curtas que o tubo.

Sitios húmidos. Fl. de maio a setembro. I-III.

Eiaisrcntia Neck.

L. Michelli DC. Prodr. VII, p. 409; Lolulia Laurentia L. Sp. pi. p. 931; Brot. I, p. 304. Logares muito húmidos e sombrios. Fl. de abril a setembro. L

288

1

Ooinpositae (i)

iFlores todas tubulosas ou as do disco TiibuUflorae.

(Flores todas liguladas Liyuliflorae.

Tubuliflorae

i Flores do raio quasi sempre liguladas, as do centro tubulosas 1

[Flores todas tubulosas IX. Cynareae.

1 Capítulos homogamos I. Eupatorieae-Agereíinae.

(Capítulos heterogamos 2

[ Autlieras com cauda III. Invleae.

2

[ Antheras sem cauda ou 2-mucronadas ou mucronado-subcaudadas 3

I Aulheras sem cauda ou submucronada 4

[ Antheras uiucronado- subcaudadas VII. Calenduleae.

.Folhas oppostas , IV. Ueliantheae.

[Folhas radicaes ou alternas 5

[Invólucro de bracteas interiores 1-seriadas e as exteriores pequenas ou nullas.

VI. Senecionideae.

[ Invólucro de bracteas 2- oo - seriadas .' 6

1 Bracteas do invólucro seccas ou escariosas na extremidade 7

[Bracteas nem seccas nem escariosas II. Astereae.

1 Achenios sem pellos V. Anthemideae.

I Achenios densamente pilosos VIII. Arctotideae.

I. Eupatorleae-Ageretinae

l^iipaioriíiiii L.

E. cannabinum L. Sp. pi. p. 838; Brot. 1, p. 351.

(1) J. de U'àr\z~ Boi. da Soe. Brot., IX-XI.

289

Terrenos férteis nas margens de rios, maltas regadas. Fl. de julho

a agosto. I-III.

II. Asterieae

I Todas as flores da mesma côr a. Solidagininae.

1 Flores do raio de côr diíTerente das do disco 1

í Goroila das flores femininas ligulada 2

i (Corolla das flores femininas nulla ou filiforme d. Conyzinae.

IPapilho nullo ou muito reduzido b. Bellidiíiae.

2

(Papilho dislinclo seloso c. Asterinae.

a. Solidagininae

Koli<lajs;-o L.

S. virgaurea L. Sp. pi, p. 880; Brot. I, p. 382.

Terras areentas, pedregosas, rochas sombrias. FI. de agosto a setem- bro. I-III.

b. Bellidinae Keliis L.

1 Follias espaluladas subuninerveas B. perennis L.

<

( Folhas oblongo-lanceoladas 3-nerveas B. silvestiis Cyril.

B. perennis L. Sp. pi. p. 886; Hoffgg. et Link. Fl. Port. p. 322.

3. caulescens Lange, Pug. II, p. 116. Escapo erecto com 1-2

("olhas na base. y. papposa Lge. I. c. Achenios com papilho curto escarioso-

setuloso.

Terrenos arrelvados, |)rados e terras húmidas. Fl. durante todo o anno. I-III. B. silvestris Cyril. PI. rar. II, p. 12; Brot. I, p. 374.

p. pappulosa Lange, 1. c. Achenios com papiliio curto de muitas sedas subsquamosas.

Sitios relvosos, sombrios e frescos. Fl. de maio a agosto. I-IV. i9 XXVI

290

c. Asterinae

Flores ligiiladas dispostas numa ordem; papillio eoni 2 ou mais series de pellos Aster L.

JFlores liguladas dispostas em muitas ordens; papilho com uma ordem de pellos Erigeron L.

Erigeroii L.

'Capítulos pequenos numerosos em panicula pyramidal; folhas lineares.

E. canadensis L.

jCapitulos grandes, solitários ou pouco numerosos; folhas radicaes obtusas atle- nuadas em peciolo, maiores que as do caule E. acris L.

E. canadensis L. Sp. pi. p. 863; Brot. I, p. 359.

Terrenos cultivados, arenosos. Fl. de julho a setembro. I-III. E. acris L. Sp. pi. p. 653; Brot. I, p. 359.

Terrenos áridos. Fl. de junho a agosto. I.

itstcr L.

A. longiraiilis Desf. in litt. ; Wk. et Lge. Prodr. Fi. Hisp. 11, p. 38; A. Tripolium Brot. I, p. 385. Terrenos paludosos marítimos, bordas das marinhas. FI. de setembro a outubro. I.

d. Conysinae

Couysa Less.

C. ambigua DC. Fl. fr. V, p. 468; G. rufescens HoíFgg. et Link. Fl. Port. p. 252.

Terrenos arenosos, pedregosos, calcareos, cultivados ou incultos. Fl. de julho a agosto. I.

III. iDuleae

(Invólucro escarioso i

(Invólucro herbáceo 2

[Receptáculo com palhetas marginaes involvendo as flores a. Filaginae.

1 l I Roceptaculo b. Gnaphalinae.

291

í Receptáculo com palhetas consistentes d. Buphthalminae.

\

f Receptáculo nu c. Inulime.

a. Filaginae

t Papilho pelludo Filago L.

(Papilho nullo Evax Gaertn.

b. Gnaphalinae

[Escamas do invólucro dispostas em estreita na maturação 1

(Escamas do invólucro direitas e convergentes na maturação... Helichrysum DC.

í Antheras sem cauda. Planta arbustiva Phagnalon Cav.

(Antheras com cauda. Planta herliacea Gnaphalmm. DC.

c. Inulinae

iPellos do papilho dispostos numa serie . . Inula L.

(Pellos do papilho em 2 series^ os exteriores pequenos em foíma de coroa.

Pulicaria Gaerto.

d. Buphthalminae

1 Receptáculo allongado filiforme 1

( Receptáculo curto e plano 2

Í Folhas liiiear-lanceoladas, as floraes mais curtas que os glomerulos de 20 a 30 capilulns F. germânica L. Folhas espatuladas, as íloraes (3-4) mais compridas que os glomerulos.

F. spathulata Presl.

(Folhas floraes mais curtas que os glomerulos F. mínima Fr.

2

(Folhas floraes mais compridas que os glomerulos F. gallica L.

a. Filaginae

Filago L.

F. germânica L. Sp. pi. ed. II, n." 2; Brot. I, p. 361.

Terrenos arenosos, calcareos, estéreis. Fl. de junho a agosto. I-II.

» »

292

F. spathulata Presl. Delic. prag. p. 93; F. pyramidata Brot. I, p. 362. Terras cultivadas, bordas de caminhos e campos. Fl. de maio a julho. I-II. F. minima Fr. Novit. p. 262; F. monlana Brot. I, p. 362.

Campos, terrenos arenosos, estéreis, mattos. Fl. de junho a agosto. I-IIÍ. F. gallica L. Sp. pi. I, add.; Brot. I, p. 362.

Localidades como as anteriores. Fl. de abril a setembro. I-V.

Evax Gaertn.

[Folhas floraes obovadas oblnsissima.s E. pygmaea Pers.

( Follias floraes agudas 1

1

[Capitules densamente tomentosos com algumas folhas floraes de permeio; aehenio muito peiludo E. carpetana Lge.

I Capitules numerosos formando glomeruio grande ou glomerulos pequenos (nos exemplares ramosos no ápice) ; aehenio levemente peiludo na base.

E. astericiflora Pers.

E. pygmaea Pers. Ench. 11, p. 422; HoíTgg. et Link. Fl. Port. p. 263.

Terras arenosas estéreis. Fl. de maio a junho. I. E. carpetana Lge. Pug. II, p. 119.

Terrenos seccos pedregosos. Fl. de abril a junho. I-III. E. astericillora Pers. Ench. II, p. 422; E. pygmaea Brot. 1, p. 363.

Terras áridas, arenosas ou argillosas. Fl. de abril a junho. I.

b. Gnaphalinae Phag^iialou Cass.

(Folhas lineares ou linear-lanceoladas Ph. saxatile Cass.

(Folhas lanceoladas ondulosas Ph. rupestre DC.

Ph. saxatile Cass. Buli. ph. 1819; Conyza saxatilis L.; Brot. I, p. 358. Rochas calcareas. Fl. de maio a setembro. I-II. Alecrim das pa- redes, MarccUa da isca. Ph. rupestre DC. Prodr. V, p, 396; Conyza rupestris Desf. Fl. atl.; lloffgg. et Link. Fl. Port. p. 250. Rochas calcareas. Fl. de maio a setembro. I,

293

C^iia|ilia!ÍBiiii Don.

jGlomerulos sem folhas Gn. luteo-album L.

(Glonierulos cercados de folhas compridas Gn. íiliginosum L.

Gn. lut.o ;!!!);im L. Sp. pi. p. 851: Brot. í, p. 3(iO.

Terrenos arenosos húmidos. Fl. de abril a oiiliihro. I-III. Gn. nliginosum L. Sp. pi. p. 856; Brot. I, p. 301.

Terrenos arenosos húmidos, margens de rios. Fl. de junho a agosto. I.

Ileliclirysiim DC.

I Capitnlos globosos //. Stoechas (L.) DC.

jCapituIos campanulados ou ovados H. serotinum Bss.

H. Stoechas (L.) DC. Fl. fr. IV, p. 132; Gnaphalium Stoechas L. Sp. pi. p. 857; Brot. I, p. 3G0. Terrenos arenosos, estéreis, penedios. Fl. de maio a setembro. I-III. II. serolinum Bss. Voy. bot. Esp. [>. 327.

Terrenos arenosos, pedregosos, áridos, rochas. Fl. de junho a outu- bro. I-ll.

c. Inulinae Biivila L.

l Sedas do paj)ilho ligadas na base por uma membrana /. viscosa Ait.

(Sedas do papilho livres 1

ILIguIas pouco ou nada maiores que o invólucro I. Conysa DC.

(Ligulas bastante mais longas que o invólucro /. crilhmoides L.

I. viscosa Ait. Hort. Kew. ed. II, p. 78; Brot. Phyt. lusit. II, p. 190, tab. 164. Terrenos arenosos, incultos, margens de rios. Fl. de agosto a outu- bro. I-II. Taveda de Dioscorides, Hcrva de bálsamo. I. Convza DC. Prodr. V, p. 46i; Conyza squarrhosa L. Sp. pi. p. 861; BVot. I, p. 358. Terrenos pedregosos, incultos. Fl. de julho a agosto. I-II. I. crilhmoides L. Sp. pi. p. 883; I. crithmilolia Brot. I, p. 38Í-. Terrenos pantanosos, marilimos, arenosos. Fl. de agosto a outubro. I.

294

Pulicaria L.

I Planta annual; capítulos medíocres; folhas estreitas e agudas. P. hispânica Bss. Planta perennal ; capítulos graudes 1

1

[Folhas superiores abraçando o caule com duas grandes aurículas.

P. (lysenterica Gaerln.

[Folhas superiores maiores que as da base e levemente aurículadas.

P. odora Rchb.

P. hispânica Bss. Fl. orient. III, p. 205; Inuia Pulicaria Brot. I, p. 384. Terrenos reivosos, arenosos, estéreis e hiimidos. Fl. de junho a se- temhro. I-II. P. dysenterica Gaertn. De fruct. sem. II, p. 461; Inula dysenterica L. Sp. pi. p. 882; Brot. I, p. 384. Terrenos pantanosos, inundados, margens de rios. Fl. de agosto a setembro. I-II. Herva das dysenterias. P. odora Rchb. Fl. germ. exsic. p. 239; Inula odora L. Sp. pi. p. 881 ; Brot. l, p. 380. Terrenos arenosos, incultos, mattos, pinhaes. Fl. de maio a agoslo. l-II. Herva Monta.

d. Buphthalminae Otiontospcriiiiiiii Neck.

1

(Folíolos do invólucro espínescentes na ponta O. spinosum (L.).

Foliolos não espínescentes 1

Folíolos exteriores mais longos que as ligulas O. aqtiaticum Sch. Bip.

Folíolos exteriores não mais longos que as ligulas O. mariíimum Sch. Bip.

O. spinosum (L.) ; Buphthalmum spinosum L. Sp. pi. p. 903; Brot. I, p. 395. Terrenos arenosos, cultivados ou incultos. Fl. de abril a julho. I-III.

Pampilho espinhoso.

O. maritimum Scb. Bip. in W. et B. Phyt. Cass. II, p. 233; Buphlhal- mum maritinum L. Sp. pi. p. 903; Brot. I, p. 396. Rochas maritimas e areaes da zona littoral. V\. df março a junho. I.

Pampilho marilimQ.

295

O. aqualicum Sch. Bip. 1. c. p. 232; Buphthalmum aqualicum L. Sp. pi. p. 903; Brot. I, p. 396. Terrenos arenosus ou argillosos, cultivados, húmidos. Fl. de abril a agosto. I.

IV. Heliantheae

Heliantheae-Caryopsideae

ISifllcBis L.

B. triparlita L. Sp. pi. p. 831; Brot. I, p. 351.

Terrenos húmidos, paludosos, charcos e poços. Fl. de junho a outu- bro. I-III.

V. Anthemldeae

I Receptáculo com palhetas a. Anlhcmidinae. Receptáculo sem palhetas b. Chrysantheniinae.

a. Anthemidinae

1 Folhas inteiras, ou denteadas, ou creuadas 1

I Folhas mais ou menos divididas 2

íCapitnIos homogamos pequenos dispostos em corymbo. I^lanta carnosa cotonosa , 1 branca ". Diotis Desf.

)

(Capiíulos heterogamos grandes, solitários ou em corymbo; achenios cónicos.

Anthemis L.

(Folhas pennatifidas; achenios telragonos comprimidos SantolÍ7ia L.

2

(Folhas 2-pennatipartidas; achenios comprimidos e alados Anacyclus L.

*

b. Chrysantheminae

IFolhas oppostas Phalacrocarpum Willk.

I Folhas alternas 1

(Folhas simples mais ou menos serrilhadas Chrysanthemum L.

1

(Folhas pennatifidas ou 2-3-pennatiseccadas 2

(Folhas pennatifidas Cotula L.

2

( Folhas 2-íi-pennatiseccadas 3

296

( Capítulos pequenos 4

( Capítulos relativamente grandes termínaes 5

1 Capítulos rentes entre as folhas Soliva Buiz et Pavon.

4

(Capítulos com curtos pedúnculos em cacho, espiga em panícula.. . Artemísia L.

5

1 Receptáculo cónico Matricaria L.

(Receptáculo plano ou convexo Chrysanthemmn (Pyrethrum).

a. Anthemidinae

!laiiloBiiia L.

S. Chamae-Cyparissus L. Sp. pi. p. 842; Brot. I. p. 352.

Cultivada e suhespontanea. Fl. de junho a julho. l. Ab raiano fêmea ou Guarda roupa.

Aiitliemis L.

[Flores do disco com tubo alado e com esporão Sect. I. Ormenis Cass.

(Flores sem esporão 1

1

Receptáculo com palhetas na parte superior; acheníos tuberculosos.

Sect. III. Manda Cass.

) Receptáculo completamente coberto de palhetas permanentes ou as superiores caducas Sect. II. Euanthemis Cass.

Sect. I. Ormenis Cass.

A. mixta L. Sp. |)1. p. 894; Brot. I, p 393.

Terrenos cultivados mais ou menos pedregosos, proximidades d'agua. Fl. de maio a outubro. 1-1 V.

Sect. II. EuaDllieinis Cass.

Acheníos lisos, os externos maiores pyramidato-quadrangulares. Planta annual.

A. airensis L.

'Acheníos obovados, subtetragonos, estriados. Planta annual A. fuscala Brot.

'Achenios com 3 linhas pouco salientes na lace interna; folhas divididas em laci- nías linear- setaccas. Planta perennal A. nobilis L.

297

A. arvensis L. Sp. pi. p. 894; Brot. I, p. 393.

Terras cultivadas, caminhos, sebes. Fl. de abril a setembro. I-III. A. fuscala Brot. I, p. 394; Phyt. liisit. I, p. 61, tab. 28.

Terras cultivadas, relvosas, arenosas, hiimidas. Fl. de dezembro a maio. l-IÍ. Margaça fusca, Margaça de inverno. A. nobilis L. Sp. pi. p. 894; A. aiirea Brot. I, p. 39 i.

Pastagens, terrenos de matto, arrelvados, arenosos. Fl. de abril a

agosto. I-IV. Macella gallega vulgar.

<

Sect. III. Manita Cass.

A. Cotula L. Sp. pi. p. 894; Brot. I, p. 393.

Terrenos cultivados, arenosos. Fl. de maio a setembro. I-III. Mu- cella felida ou fedugosa.

Aiiacveliis L.

A. radiatus Lois. Fl. gall. ed. I, p. 583; Anthemis Valenlina L. Sp. pi. p. 895; Brot. I, p. 394. Terrenos cultivados, relvosos, arenosos. Fl. de abri! a maio. l. Pão poslo.

Ilíolis DesF.

D. maritima (L.) Sm. Fngl. Fl. III, p. 403; Athanasia maritima L. Sp. ed. II; Santolina maritima Brot. I, p. 352. Areaes maritimos. Fl. de junho a agosto. I. Cordeiros da praia.

b. Chrysantheminae Cliry$^aiitlieiiiiiiii L.

Plantas annuaes 1

Plantas perennaes 2

ÍAchenios do raio quasi sempre 3-quelros e 3-alados sem coroa. Secl. I. Pinardia Cass. Achenios do raio com 4-10 linlias salientes, sem aza e com coroa memiiranosa.

Sect. li. Coleostfphns Cass.

ICapitulos radiados; liouias brancas ou amarciias. . Sect III. Pyrethnim Gaertn. 2 I

(Capilulos discoideos; íloies do laio femininas, tuiiuiosas, 3-4-denleadas.

Sect. IV. Tanacetum L.

298

Sect. I. Pinardia Cass.

[Achenios da circuuifereucia alados nos dois ângulos externos; folhas denteadas.

Ch. segeíum L.

lAchenios da cifcuniforcncia com 3 ângulos alados; folhas 2-pennatifidas.

Ch. coronarium L.

Ch. segetum L. Sp. pi. p. 889; Brol. I, p. 378.

Terrenos cultivados, searas. FI. de maio a junho. I. Pampilho de searas. Ch, coronarium L. Sp. pi. p. 890; Brot. I, p. 379.

Terrenos cultivados, sebes, muros. Fl. de abril a junho. I. Mal- mequer ou Pampilho ordinário.

Sect. II. Colcosteplius Cass.

lAchenios do disco com coroa lubulosa Ch. Myconis L.

<

j Achenios do disco sem coroa Ch. hybridus Lge.

Ch. Myconis L. Sp. ed. II; Brot. I, p. 379.

Terrenos cultivados e incultos, vinhas, sebes. Fl. de abril a agosto. I-III. Pampilho de Mycao. Ch. hybridus Lge. Pug. p. 127.

Terrenos húmidos, incultos ou cultivados, searas, sebes. Fl. de março a julho. I-ll. Pampilho.

Sect. III. Pyrdhruni Gaertn.

1 Folhas com dentes grossos, profundos e deseguaes 1

1 Folhas pennaliseceadas ou pennatifidas 2

[Coroa dos achenios nulla ou quasi Ch. Leiícanthemum L.

1 < Coroa dos achenios 2-partida; caule simples ou pouco ramoso.. Ch. pallens DC.

(Corôa muito variável; folhas ohovadas crenado-denteadas: caule muito ramoso.

Ch. silvaticum Hulígg. et Link.

l Folhas muito i)eqnenas mais ou menos tomentosas 3

2 1 Folhas não pequenas 4

299

[Lacinias das folhas lineares curtas e quasi roliças Ch. pulverulentum Lag.

(Lacinias das folhas lineares compridas e planas.. Ch. flaveolum Hoífgg. et Link.

[Folhas todas pecioladas Ch. Parlhenimn Sm.

4

(Folhas superiores rentes Ch. conjmbosum L.

Ch. Leucanthemum L. Sp. pi. p. 888.

Prados, terrenos relvosos, cultivados. Fl. de maio a agosto. l-II. Ch. paliens Gay. ex Perreym. in Guill. Arch. Bot. lí, p. 545.

Mattos, outeiros pedregosos. Fl. de junho a julho. I-IIÍ. Ch. silvaticum Hoff<:g. et Link. Fl. Port. p. 329.

Terrenos somhrios e de mattos, areaes do litloral, fendas de roche- dos. Fl. de m;iio a junho. I-ÍV. Margarida maior. Olho de boi dos hervolarios, Bemmequer das florestas. Ch. pulverulentund Lag. Nov. gen. sp. n.** 375; Ch. minimum Brot. I, p. 379. Terrenos arenosos, pedregosos, rochas das regiões altas. Fl. de maio a julho. I-IV. Ch. flaveolum Hoífgg. et Link. Fl. Port. p. 34t.

f5. alpestre. Peciolos e pedúnculos mais curtos; folhas mais sericeo-puhescentes; ligulas amarelladas estreitas.

Terrenos pedregosos das alfas regiões. Fl. de maio a julho. IV e V. Ch. Parthenium Sm. Fl. Brit. IL p. 900; ftlatricaria Parthenium L. Sp. pi. p. 890; Brot. I, p. 375.

Terrenos de cascalho e rochas. Fl. de junho a agosto. Í-III. Ch. corymbosum L. Sp. pi. p. 890; Brot. I, p. 378.

Terrenos relvosos, mattagaes, mattas. Fl. de maio a agosto. II-IIL

Sect. IV. Tanacetuin L.

Ch. vulgare (L.) Bernh.; Tanacetum vulgare L. Sp. pi, p. 844; Brot. I, p. 354. Sebes, mattas, margens de campos. Fl. de julho a agosto. I-llI. Tanaceto ou Athanasia das boticas.

Plialac*i*oc*ar|iaiiii Willk.

Ph. oppositifolium Willk. Prodr. Fl. Ilisp. II, p. 94; Chrysanthemum oppositifolium Brot. I, p. 381. Bochedos e sitios pedregosos das regiões altas. Fl. de maio a junho. IV e V.

300

Cotula L.

C. coronopifolia L. Sp. pi. p. 892.

Terrenos húmidos e salgados da região littoral. Fl. de março a ju- nho. I.

^oli%'ti Rtiiz et Pavon.

S. lusitanica Less. Syn. p. 268; Hippia stolonifera Brot. I, p. 373; Phyt. lusil. I, p. 72, lab. 73, fig. 2 e 3. Sítios húmidos, caminhos, por entre as pedras. Fl. de fevereiro a junho. I.

jLrleiíiísiia L.

Sect. Dracuncuhis DC.

.Planta aromática glabra ou sul)viscosa: follias 2-penuatiparlidas: capítulos muito i numerosos quasi rentes e dispostos em panicula A. variubilis Ten.

* Planta não aromática: folhas carnosas pennatipartiflas; segmentos linear-lanceo- lados; capitules quasi rentes dispostos em panicula de racimos curtos e paten- tes A. crilhmifoiia L.

A. variabilis Ten. Fl. Neap. Prodr. V, p. 128; A. pani«u!ata Brot. I, p. 356. Terrenos arenosos, de cascalho, estéreis, margens de caminhos. Fl. de julho a outubro. IV. A. crithmifolia L. Sp. pi. j). 846; Brot. I, p. 355. - Areaes marítimos. Fl. de setembro a outubro. I.

VI. Senecionldeae

(Caule com foltias normaes '. 1

(Caule com escamas, desenvolvendo-se antes das folhas Petasiies Gaertn.

( Foliolos do invólucro dispostos nnma ordem Senecio L.

1 (Foliolos do invólucro dispostos em duas ordens 2

2

.Folhas alternas Doronicim L.

\ Folhas oppostas Arnica L.

P. Iragrans Presl. Fl. sic. I, p. 28.

301

Terrenos arrelvados. prados húmidos, proximidades d'agua. Fl. de dezembro a março. I.

Ariiiea L.

A. montaria L. Sp. pi. p. 884; Brot. I, p. 387.

Terrenos arenosos, pantanosos, paúes, prados. Fl. de junho a agosto. I.

l>oi*oiiieiiiii L.

[Caule simples glanduloso s>em folhas na parte superior; folhas basilares ovaes de longos peciolos D. planíagmeum L.

[Caule ramoso hirsuto muito glanduloso; folhas basilares oblongo cordi formes.

D. carpetanum Bss. et Reut.

D. plantagineum L. Sp. pi. p. 885; Brot. I, p. 386. * Terrenos arrelvados, matlas. Fl. de abril a julho. I-IV. D. carpetanum Bss. et Ueut. ; Lange, Pug. pi. p, 130; D. Pardelian- cíies Ort. Brot. I, p. 386. Pastagens, terrenos pedregosos, rochedos das regiões altas. Fl. de junho a julho. IV-V.

^eucci» L.

(Folhas mais ou menos profundamente divididas (pelo menos as superiores)... 1 (Folhas simplesmente denteadas, serrilhadas ou crenadas. Sect. III. Dória Ilchb.

I Escamas do invólucro reflectidas depois da queda dos achcnios. Sect. I. Enscfícrio. Escamas do invólucro sempre erectas Sect. II. Jacobaea Tlmmb.

Sect. I. Eusenecio

ILigulas nullas ou muito curtas; invólucro cylindrico ou ovoideo. a. Obaejacae DC. Ligulas bem formadas muito mais longas que o invólucro campanulado.

b. Obaejacokleae DC.

a. Obaejacae DC

[Ligulas nullas; planta não glandulosa S. vulgaris L.

I Ligulas cartas ; plantas glandulosas na parte superior 1

302

I Capitules pequenos; lóbulos das folhas profundas e deseguaes. . S. silvaíicus L.

I Capítulos grandes; lóbulos das folhas pouco profundas e quasi eguaes.

S. lividus L.

b. Obaejacoideae DC.

I Capítulos solitários em longos pedúnculos S. minutus DC. Capítulos numerosos em corymbo S. gallicus Chaíx.

Sect. II. Jacobaea Thumb.

[Planta glabra ou (juasí ; caule amarellado até ao meio; escamas do invólucro ovaes, pouco aeuiiiinadas, membranosas na margem 1

'Plantas pubescentes; escamas do invólucro lanceoladas 2

i

Kolhas rígidas pennatípartidas; segmentos oblíquos, obovados ou linear-oblonjros; capítulos em corymbo denso S. jacobaeoides Wk.

iFolhas inferiores ovaes ou elliptico-lanccoladas, inteiras ou lyradas; pedúnculos erecto-pateutes com muitas bracteolas lineares; ca()itulo em corymbo laxo.

S. aqualicus Huds.

[ Ligulas amarellas S. foliosus Salzm.

2

I Ligulas do raio purpurinas S. pseudo-elegans Less.

Sect. III. Dória Rchb.

i Capítulos quasí solitários; caule direito; folhas hirsutas ovaes. S. Lagascanus DC.

(Capítulos (2-10) em corymbo ; folhas glabras S. Tournefortii Lap.

p. carpetamis Wk.

Secl. I. Euseiiecio

a. Obaejacae DC.

S. vulgaris L. Sp. pi. p. 807; Brot. I, p. 388.

Terrenos arenosos cultivados. Fl. quasi todo o anno. I-III. Tas- neirinha. S. silvaíicus L. Sp. pi. p. 808; Brot. I, p. 388.

Terras areentas de mattas. Fl. de junho a agosto. I-IV. S. lividus L. Sp. pi. p. 807; Brot. I, p. 388.

Terrenos arenosos. Fl. de março a julho. I-llI.

303

b Obaejacoideae DC.

S. minutus DC. Prodr. VI, p. 346; Cineraria minuta Cav. Brot. I, p. 387. Terrenos arenosos. Fl. de março a julho. I-II. S. gallicus Chaix ap. Vill. Fl. Dauph. 1, p. 331.

p. exsquameus DC. Prodr.; S. exsquamcus Brot. I, p. 388.

Terrenos arenosos, de cascalho, cultivados, pastagens. Fl. de julho a

Sect. II. Jacobaea Thunib.

agosto. I.

S. jacobaeoides \\'k. Prodr. Fl. Ilisp. II, p. 119.

Prados e terrenos sombrios. Fl. de julho a agosto. I-III. S. foliosus Saizm. in pi. liug. exsic. 1825; DC. Prodr. VI; S. Jaco- baea Brot. I, p. 389.

Terrenos húmidos, prados, pastagens. Fl. de junho a julho. I-IV. S. aquaticus Huds Fl. Angl. p. 366; S. Jacobaea Brot. I, p. 389.

Terrenos húmidos, lagoas. Fi. de junho a dezembro. I-IV. S. pseudo-elegans Less. Svn. p. 391; S. elegans Thumb. Brot. I, p. 389.

Prados, pastagens e logares húmidos. Fl. na primavera. I.

Sect. III. Dória Rchb.

S. Tournefortii Lap, 3. carpelanus Wk. Prodr. Fl. Ilisp. II, p. 115; S. caespitosus Brot. I, p. 390.

Terrenos pedregosos. Fl. de julho a agosto. IV e V. Uerva loira. S. Lagascanus DC. Prodr. VI, p. 3.57; S. Doronicum Brot. I. p. 390.

Terrenos pedregosos. Fl. de junho a julho. I-IV.

VII. Calenduleae Caleufliila L.

fAchenios exteriores grandes terminados em ponta, transversalmente rugosos no dorso C. arvensis L.

lAchenios exteriores glabros ou parcamente aculeados, terminados em esporão dilatado C. micropliylla Lge.

304

G. arvensis L. Sp. pi. ed. II; Brol. I, p. 400.

Vulgar em terrenos diversos. Fl. em diversas épocas. Í-ÍI. C. microphylia Lange, Boi. .da Soe. Brot. I, p. 51; VAillk. 111. Fl. Hisp. ins. Balear. 1, p. 130, tab. LXXIX.

Zona lilloral, em sitios lodosos. Fl. de maio a setembro. I.

VIII. Arctotldeae Sect. Crjptostemma R. Br.

A calendulacea L. Syst. XII, p. 578; A. Calendula L. Sp. pi. p. 922; A, acaulis Brot. I, p. 401. Terrenos arenosos do litloral, outeiros e planicies incultas. Fl. de abril a junho. I.

IX. Cynareae

[Capiulo gi^al espherico formado de capítulos parciaes unifloreos.

1. Ecliinopsideae.

, Capitules simples 1

1 Inserção dos achenios basilar 2

1 (Inserção dos achenios obliqua 4. Centaureinae.

1

[Bracteas internas do invólucro maiores e coradas 2. Carlineae.

|Bracteas internas, nem maiores que as externas, nem mais coradas; sedas do papilho ligadas iia base 3. Carduinae.

1. Echinopsideae

Keliino|is L.

E. slrigosus L. Sp. pi. |). 815; Brot. I, p. 353.

Outeiros seccos abrigados, caminhos, searas. Fl. de maio a julho. I.

2. Carlineae

Ca 1*1 i na L.

[Planta quasl acaule; capitulo muito grande cercado de folhas grandes encostadas á terra C. gummifera Lessing.

' Planta com caule distincto 1

\

3

305

'Escamas medias do ins^olncro lineares tomentosas prolongadas em um bico pur- purino, as interiores sulplmreas C. racemosa L.

JEseamas medias do invólucro curtas lanceoladas cotonosas terminadas por um pequeno espinho, as interiores radiantes linear-lanceoladas amarellas.

C. corymbosa L.

C. gummifera DC. Prodr. V., p. 547; Acarna gummifera Brot. Pliyt. Iiisit. II, p. 183, tiib. 165; Cirselium gnnimiferuin Brot. I, p. 346. Outeiros calcareos, sebes, bordas de caminhos. Fl. de setembro a ou- tubro, í. Carlina bastarda. Cardo do Visgo, Cardo matacão. C. racemosa L. Sp. pi. p. 829; Brot. I, p. 346.

Outeiros áridos, campos em pousio, terras estéreis. Fl. de julho a setembro. I, C. corjmbosa L. Sp. pi. p. 828; C. hispânica Lamk. Brot. I, p. 345. Terras estéreis, caminhos, campos em pousio. Fl. de julho a agosto. I-IIl.

3. Carduinae

(Receptáculo com sedas 1

(Receptáculo nii mas [irofundamente alveolado Onopordon L.

iFiletes dos estames ligados entre si 2

(Filetes^ livres 3

I Flores marginaes neutras, radiantes, maiores que as do centro . . . Lnpsia Neck. Flores todas férteis ; papilho pelludo Sylibwn (Vaill.) Gaertn.

Bracteas do invólucro terminadas em gancho Arctium L.

Rracteas não terminadas em gancho 4

1 Receptáculo carnoso Cynara L.

4

( Receptáculo não carnoso 5

(Papilho plumoso Cirsium Scop.

5

(Papilho não plutnoso : Cardmis L.

i%rcliiiiii L.

A. Lappa L. Sp. pi. p. 816; Brot. I, p. 349.

a. minus Bernh.

Terrenos férteis sombrios, sebes, margens de caminhos. Fl. de julho a agosto. I-III. liardana ordinária, Pegamaço, Lahaga. 20 wvi

3()í;

Carcliiiis L.

1

2

1 Capítulos pequenos ou mediocres 1

[ Capítulos grandes ou muito grandes 2

'Escamas exteriores do invólucro linear-lniiceoladas planas erecto-patentes; planta muito espinhosa; espinhos longos amarellos C. Gayanus Dur.

[Escamas exteriores lanceoladas canaliculadas superiormente, arqueado-patentes; capítulos alongados na extremidade dos ramos C. tenuiflorus Curl.

Escamas patentes ou quasi recurvadas no vértice C. medius Gou.

( Escamas arqueadas ao meio 3

I Invólucro pouco ou nada unibilícado C. nigrescens Vill. Invólucro muito umbilicado C. granaiensis Wk.

C. Gayanus Dur. in litt. 1837; Willk. et Lange, Prodr. Fl. llisp. II, p. 133. Caminhos, sebes, pastagens. Fl. de junlio a julho. I-IV. C. tenuiflorus Curt. Lond. fase. VI, p. 55; C. acanthoides Lam. Ene. meth. I, p. 697; Brot. I, p. 341. Terrenos pedregosos argillosos, sebes, ete. Fl. de maio a julho. I-III. C. nigrescens Vill. Prosp. hist. pi. Dauph. p. 30.

Terrenos pedregosos, férteis. Fl. de maio a setembro. I-II. C. granatensis Wiílk. Prodr. Fl. llisp. II, p. 197.

Terrenos férteis mais ou menos cascalhentos. Fl. de junho a julho. I-III. C. medius Gou. 111. p. 62, tab. 24.

p. Broleri (Welw.).

Mattos e terrenos incultos, rochas calcareas. Fl. de março a julho. I-III.

Cirsiuiii Scop.

(Escamas do invólucro terminadas em espinho pennado. . IV. Picnomon (Cass.). (Escamas do invólucro terminadas em espinho simples ou inerme 1

I Folhas com pellos rígidos espinescentes na pagina superior. III. Epilrachys DC. Folhas lisas na pagina superior 2

307

I Flores herniaphroditas; papilho mais curlo que a corolla 3 Flores dioicas; papilho por fim mais longo que a corolla. II. Cephalonoptos Neck.

1 Flores periplierieas estéreis; filete dos estames hirsutos I. Nofobasis Cass.

(Flores todas herniaphroditas; filetes papillosos Y. Chainaclon DC.

I. Notobasis Cass.

C. syriacum (L.) Gaertn. Fruct. II, p. 383, tab. 163, fig. 2; Cnicus syriacus W. ; Brot. I, p. 342. Caminiios, sebes, maroens de ribeiros, terrenos cultivados e incultos. Fl. de maio a junlio. I-II.

II. Cephalonoptos Neck.

C. arvense Scop. Fl. carniol. II, p. 126; Serratula arvensis L. Sp. pi. p. 820; Cnicus arvensis Brot. I, p, 344. Searas, vinhas, terras cnltivadas. Fl. de julho a agosto. I.

III. Epitrachys DC.

jCapitulos grandes; escamas pouco lomentosas; folhas decurrenlcs hranco-tomen- losas na pagina inferior, peunalipai tidas ou pennatifidas. C. tanceolafum Scop.

JCapitulos menores; escamas bastante tomentosas; folhas decurrentes branco- tomentosas na pagina inferior, pennatilobadas ou lanceoladas. C. Linkii Nym.

C. lanceolatum Scop. Fl. carniol. II, p. 130; Carduus lanceolatus L. Sp. pi. p. 821; Cnicus lanceolatus W. ; Brot. I, p. 343. Terrenos pedregosos, muros, sebes, margens de campos. Fl. de ju- nho a outubro. I-III. C. Linkii Nyman Syll. p. 23; Comp. Fl. Europ. p. 406; Cnicus stri- gosus Hoífgg. et Link. Fl. Port. p. 191. Mattas, sebes, margens de campos e de caminhos. Fl. em julho. l-III.

IV. Picnonion (Cass.)

C. Acarna (L.) Moench. Meth. Suppl. p. 226; Carduus Acarna L. Sp. pi. p. 820 ; Cnicus Acarna Brot. I, p. 344.

308

Terrenos áridos e estéreis, campos em pousio, Fl. de junho a agosto. I-II.

V. Cliamaelon DC.

1 Capítulos termioaes isolados i

I Capítulos numeiosos pequenos aglomerados C. palustre Scop.

;Folhas radicaes penuatífidas densamente alvo-tomentosas na pagina inferior.

C. fdipendulum Lge.

[Folhas radicaes oblongo-lanceoladas mais ou menos lobadas e glabras.

C. Weluritschii Coss.

C. filipendulum Lge. Pug. p. 142; Cnicus bulbosus Brot. I, p. 343.

Prados seccos, mattas, sebes. Fl. de maio a agosto. I-III. C. Welwitschii Coss. PI. crit. p. 118.

Terrenos húmidos. Fl. de jurdio a julho. I. Cravo de burro. C. palustre Scop. Fl. carniol. II, p. 128; Carduus palustris L. Sp. pi.

p. 822; Cnicus palustris W.; Brot. I, p. 343. [3. spinosissimus Wk.

Terrenos húmidos, pantanosos, margens de regatos. Fl, de junho a agosto. I-IV.

Cyiiara L.

C. humilis L. Sp. pi. p. 828; Brot. I, p. 339.

(â. kucanlha Coss. 1. c. Corolla branca.

Terrenos áridos. Fl. de maio a julho. I. Alcachofra de S. João, Alcachofra brava.

^ilyliBiiii Vaill.

S. Marianum Gaertn. de fruct. sem. 11, p. 378, tab. 168, fig. 2; Car- duus Marianus L. Sp. pi. p. 823; Brot. I, p. 341. Terrenos férteis, relvosos, sebes. Fl. de maio a agosto, I-II. Cardo de Santa Maria, Cardo leiteiro.

ljii|i.<iia Neck.

L. galacliles (L.) O. Ktze; Centáurea galactites L. Sp. pi. p. 319; Brot. 1, p. 372. Terrenos estéreis, cultivados, bordas de caminhos. Fl. de maio a agosto. I-III.

309

Oiioporclou L.

O. acanthium L. Sp. pi. p. 827; Brot. I, p. 3i8.

Terrenos pedregosos estéreis, campos, caminhos, sebes. Fl. de julho a setembro. I-IV. Acanthio vulgar.

4. Centaureinae

[Flores azues 1

Flores violáceas 2

[Flores amarelias 3

IFlanta espialiosa ; capitiilos grandes ; papilho plumoso caduco. Carduncellus Juss. (Planta não espinhosa; capítulos mediocres; papilho O ou escamoso. Centáurea L.

1

1 Papilho O ou escamoso Centáurea L.

2 (Papilho duplo; pellos denticulados^ os externos mais curtos Serratuta L.

I Flores deseguaes, as externas maiores estéreis e radiantes Centáurea L. Flores eguaes 4

! Flores do raio estéreis; achenios cylindricos; papilho duplo, as sedas interiores mais curtas Cnicus Gaertn. Flores todas férteis; achenios suhtelragonos, os exteriores sem papilho.

Carthamus L.

Serratiila L.

[Capítulos cylindro-oblongos em grupos de 2-3; flores unisexuaes dioicas.

Sect. I. Sarreta DC

Capítulos globosos ou ovóides solitários; flores hermaphroditas.

Sect. II. Kíasea (Cass.).

Sect. I. Sarreta DC.

S. Seoanei Wk. in Oesterr. bot. Zeitschr. 1889; S. tinctoria Brot. I, p. 350. Prados e mattos. Fl. de julho a outubro. l-II.

Sect. II. klasca (Cass.)

S. pinnatifida Poir. Dict. Vi, p. 561; Cnicus pinnatifidus W. ; Brot. I, p. 344.

310

Terrenos arenosos relvosos, charnecas, logares sombrios. Fl. de maio a julho. I-II.

Centáurea L.

[Appendices intermediários do invólucro, nullos, quasi nullos, ou muito peque- nos i

Appendices escariosos pelo menos em grande parle 2

Appendices córneos picantes 9

[ Appendice pequeno agudo Sect. IV. Microlonchas DC.

I Appendice obtuso Sect. I. Centanrium Cass.

1 Appendice orbicular mais ou menos dividido , 3

I Appendice escarioso 4

IPapilho nullo Sect. II. Pltalolepis Cass.

(Papiiho longo plumoso Sect. III. Leuzea DC.

l Appendice pouco ou nada decurrente pelas margens das escamas o

( Appendice perfeitamente decurrente O

(Appendice longo pectinado Sect. VllI. Cheirolophus Cass.

(Appendice arredondado escuro dividido eni lacinias longas, deseguaes sulmladas.

Sect. Y. Jacea Cass.

I Appendice palmado ou pectinado Sect. VI. Cyanus Cass. Appendice pennado 7

(Escamas sem nervuras Sect. X. Acrocentron Cass.

( Escamas com nervuras 8

7

'Escamas estreitas; appendice terminado cm ponta longa c(>?ii poucas lacinias na base Sect. VIU. Melanolouui Cass.

I Appendice pennado em quasi toda a extensão; lacinia terminal pouco maior que as lateraes Sect. IX. Acrolophus Cass.

ICorolla amarella Sect. XIII. Mesocentron Cass.

9

(Corollas purpurinas IO

I Appendice terminado por longo espinho canaliculado de côr clara. Sect. XI Calcitrapa Cass. Appendice palmado Sect. XIII. Scrídea DC

3Í1

Sect. I. Centaurium Cass.

C. tagana Brot. I, p. 369 ; Pliyt. lusit. I, p. 69, tab. 32.

Terrenos áridos arenosos, mattos, pinhaes. Fl. de junho a julho. I-II. Rhaponlico bastardo, Rhaponlico da terra.

Sect. II. Phalolepis Cass.

C. amara L, Sp. pi. II, p. 1294; Brot. l, p. 369.

Pastagens do iittoral, terrenos seccos. Fl. de junho a outubro. I.

Sect. ÍII. Leuzea DC.

C. longifoUa (HoíTgg. Lk. Fl. Ort. p. 217, tab. 96; Serratula conífera Brot. Phyt. Lusit. I, p. 67 (parte), tab. 31. Mattos e terrenos húmidos. Fl. de junho a julho. I.

Sect. IV. Microlonclms DC.

C. Salmantica L. Sp. pi. p. 918; Brot. I, p. 372.

Sitios estéreis, terras incultas, vinhas, caminhos. Fl. de maio a agosto. I-III.

Sect. V. Jacea Cass.

C. nigra L. Sp. pi. p. 911.

p. pallida Lge. Pug. p. 134; C. rivularis Brot. I, p. 367; C. pratensis Hoífgg. et Link. Fl. Port. p. 322.

Prados, terrenos relvosos, proximidades d'agua. Fl. de junho a de- zembro. I-III.

Sect. VI. Cpuus Cass.

C. Cyanus L. Sp. pi. p. 911 ; Brot. I, p. 366.

Searas. Fl. de junho a julho. I. Fidalyiiinhos, Lóios dos jardins.

312

Sect. YII. Melanoloraa Cass.

C. pullata L. Sp. pi. p. 911; Brot. I, p. 366.

Campos, pastagens, sitios relvosos. Fl. de fevereiro a junho. I. Cardinho das cdmorreimas.

Sect. VIII. Cheirolophus Cass.

l Appeudice longo triangular; caule ramoso C. sempervirens L.

(Appendice estreito arredondado; caule simples ou pouco ramoso.

C. uliginosa Brot.

C. sempervirens L. Sp. pi. p. 913; Brot. I, p. 366.

Sebes, terrenos calcareos pedregosos. Fl. de julho a agosto. I. Lavapé ou Viomal.

C. uliginosa Brot. I, p. 368; Phyt. Lusit. I, p. 65, tab. 30. Sitios pantanosos, juncaes. Fl. de julho a setembro. I.

Sect. IX. Acrolophus Cass.

[Invólucro ovado-oblongo C. limbala HoíTgg. et Link.

[invólucro oblongo-cylindrieo C. micraníha HofTgg. et Link.

[invólucro ovado-globoso i

I Appendice escuro C. coerulescem W. Appendice fusco C. Hanrii Jord.

C. limbata Iloffgg. et Link. Fl. Port, p. 221, tab. 97; C. paniculata

Brot. I, p. 366 (parte

a. melanosiicla Lge. Pug. p. 136.

Outeiros, maltos, terrenos arenosos do litloral. F'i. de julho a agosto. I-III. C. Hanrii .íord. Obs. fr. V, p. 70, tab. i, fig. B.

Terrenos seccos da região montanhosa. Fl. de junho a agoslo. III.

G. coLTulescens W. Sp. pi. Ill, p. 2319; C. arislata Iloffgg. et Link. Fl. Port. p. 260.

313

Outeiros das regiões inferiores e montanhosas. Fl. de maio a iiillio.

I-IV. C. micrantha Hoffgg. et Link. Fl. Port. 11, p. 220; C. paniculata

Brot. I, p. 366. Terrenos graniticos e schistosos, áridos. Fl. de julho a agosto. I-IV.

Sect. X. Acroceiílron Cass.

C. ornata W. Sp. pi. III, p. 2320.

p. microcephala Willk. Prodr. lí, p. 147; C. collina Asso Syn. Terrenos arenosos, de cascalho, estéreis. Fl. de junho a agosto. I-III,

Sect. XI. Calcitrapa Cass.

C. Calcitrapa L. Sp. pi. p. 917; Brot. I, p. 371.

Caminhos, muros, terrenos pedregosos. Fl. de julho a agosto. I-IlI. Cardo estrellado ou Calcilrapa.

Sect. XII. Mesocentron DC.

C. Militensis L. Sp. pi. p. 917; C. solstitialis Asso; Brot. I, p. 371. Outeiros seccos, campos, sitios pedregosos, searas. Fl, de junho a setembro. I-III.

Sect. XIII. Seridea DC.

í Folhas caulinares decurrentes C. lusitanica Bss. l\eut.

(Folhas caulinares não decurrentes C. polyacantha W.

C. lusitanica Bss. et Reut. Diagn. pi. orient. III, ser. 2, p. 85; C. napi folia Brot. I, p. 370.

Terrenos calcareos e arenosos do lilloral. Fl. de maio a agosto. I. C. polyacantha W. Sp. pi. III, p. 231 1; C. caespitosa Brot. I, p. 370.

Areaes, terrenos arenosos do littoral. Fl. de março a maio. 1.

Cartliaiiiiis L.

C. lanatus L. Sp. pi. p. 830; Carduus lanatus Brot. I, p. 342.

3U

Terrenos de cascalho, cultivados, outeiros estéreis. Fl. de julho a agosto. I. Cardo sanguinho.

Cartliiucellusi Juss.

C. coerulens DC. Prodr. VI, p. 614; Carduus coerulens Brot. I, p. 342.

a. deníalits DC.

Terrenos cultivados, relvosos. Fl. de maio a julho. I.

Cuiciis Gaertn.

C. benedictus L. Sp. pi. p. 826; Centáurea benedicta L. Sp. pi. II, p. 296 ; Brot. I, p. 370. Terras ferieis relvosas. Fl. de maio a julho. I. Cardo santo.

Liguliflorae

Cichorietee

I Planta espinhosa; receptáculo com palhetas muito amplas 1. Scoliminae.

[Plantas não espinhosas 1

I Receptáculo ou herissado com pellos 2

[Receptáculo com palhetas caducas ou 3. Leontodontinae.

iPapillio palheaceo, membranoso ou nullo 2. Cichorinae.

[Papilho de pellos denticulados, mas nunca plumoso 4. Crepidinae.

1

9

1. Scoliminae Scoliiiius L.

Capítulos terminaes envolvidos nas folhas floraes pectinadas; folhas de margem espessa cartilaginea Sc. Jiuiculatus L.

I Capítulos lateraes em espiga folhosa, pouco envolvidos nas folhas íloraes não pectinadas; folhas de maigem não curtilaginea Sc. hispanicus L.

Sc. maculatus L. Sp. pi. p. 813; Brot. I, p. 335.

Campos áridos, searas. Fl. de junho a agosto. I. Sc. hispanicus L. Sp. pi. p. 813; Brot. I, p. 834.

Areaes, terrenos de cascalho, bordas de campos. Fl. de junho a agosto. I-ll. Cardo douro ou Cangarinha.

315

1

2. Cichorinae

Receptáculo alveolado e íibrilloso Hispidella Bernad.

Receptáculo nu 1

Flores amarellas 2

Flores azues ou brancas Cichoríum L.

Papilho O 3

2 {Papilho formado de escamas muito finas, pelo menos no centro 4

Papilho reduzido a uma coroa curta membranosa Arnoseris Gaerln.

Achenios da margem divarlcado-patentes e envolvidos pelas escamas do invólucro

3 , quando maduros Rhagadiolus Scop.

(Achenios não divaricado-patentes Lapsana L.

í Invólucro de escamas largas 1-seriadas Hecb/pnois (Tournf.) W.

4 '

(Invólucro de escamss muito estreitas oo-seriado Tolpis Biv.

Ilis|)ítlclla Barnad.

H. hispânica Lamk. Dict. Ill, p. 134.

Terrenos arenosos, incultos. FI. de maio a agosto. Ul-lV.

Ciclioriíiiii L.

I Planta perennal verde C. Iníybus L. Planta annual de cor glauca C. glaucum HoíTgg. et Link.

C. Intybus L. Sp. pi. p. 813; Brot. I, p. 333.

3. glabralum Gr. et Godr. Capitulos geminados; escamas do

invólucro giabras. y. Imcophaeum Gr. et Godr. Capitulos ternados; escamas pel-

ludas mais ou menos glandulosas.

Campos seccos, cultivados, caminhos. Fl, de junho a setembro. I-II. C. glaucum Hoflgg. et Link. Fl. Port. II, p. 178, tab. 9o. Terrenos incultos, beira de caminhos. Fl. de julho a agosto. I.

316

Ijap.«>aiia L.

L. communis L. Sp. pi. p. 811; Brot. I, p. 312.

Terrenos cultivados, sebes, logares sombrios. Fl. de jiinbo a setem- bro. I-III.

Tolfiis (Adans.) Biv.

l Ligulas centraes purpúreas T. barbaía Gaertn.

( Ligulas todas amarellas T. umbellata Bert.

T. barbata Gaertn. de fruct. sem. 11, p. 372; Brot. I, p. 321.

Campos incultos, arenosos, searas, sebes. Fl. de abril a junho. I-III. Leiluga. T. umbellata Bert. Mem. Soe. Emnl. Génova.

Rluros, pastagens, terrenos arenosos, schistosos. Fl. de abril a junho. I-IV.

ilriB»seri$i Gaertn.

A. pusilia Gaertn. de fruct. sem. II, p. 365, tab. 157; Ilyoseris mí- nima L. Sp. pi. p. 809; Lapsana minima Brot. I, p. 313. Terrenos arenosos graniticos. Fl. de junho a julho. I-V.

Rliag;aclioliis (Tournf.) Scop. Rh. stellatus DC. Prodr. VII, p. 77.

a. leíocarpus DC. Folhas inferiores oblongo-lanceoladas den- teadas.

^. edulis DC. Brot. I, p. 313. Folhas inferiores compridas lyradas com o lóbulo terminal grande orbicular denteado.

Terrenos cultivados, searas, sebes, muros. Fl. de abril a junho. I. Heflyiiiiois (Tournf.) W.

(Pedúnculos fiucliferos muito grossos; papillio dos achenios centraes de palhetas curtas e de 5 ;iallietas sedosas centraes H. cretica W.

[Pedúnculos fiuctiferos pouco engrossados, quasi cylindricos. H. polymorpha DC.

II. cretica W. Sp. jil. p. IGIC; Ilyoseris cretica L. Sp. pi. p. 810; Brot. I, p. 322. Terras arenosas estéreis, cultivadas. Fl. de maio a agosto. I.

317

H. polymorplia DC. Prodr. Vil, p. 81.

a. jjendula Wk. et Lange, Prodr. II, p. 207. Folhas den- teadas ou inteiras.

Terrenos cultivados e incultos, arenosos, calcareos, estéreis. Fl. de abril a julho. I.

3. Leontodontinae

Ilnvoluero l-seriado ; aclienios com longo Ijico 1 invólucro de escamas imbricadas 2

ILIgulas amarellas Urospermmn Scop.

1

I Ligulas violaceo-roseas Geropogon L.

I Receptáculo com palhetas lineares caducas; papilho 1- seriado plumoso.

l Hypocheris L.

]Receptaeulo ou fibriloso; pedúnculos radicaes; folhas em roseta. Leontodon L.

(Receptáculo ou fibriloso ; caule com folhas 3

(Papilho caduco formado de sedas ligadas na base em annel Picris L.

3

(Papilho de sedas não ligadas na base, plumosas, barbas erusadas. Scorzonera L.

Hypocheris L.

íBracteas do receptáculo muito aguçadas e mais compridas do que o papilho. Planta perenual de raiz grossa H. radicata L.

iBracteas acuminadas e mais curtas que o papilho. Planta animal de raiz del- gada it. glabra L.

H. radicata L. Sp. pi. p. 811.

a. roslrata Moris. ; H. radicata Brot. I, p. 331. Aclienios todos attenuados em ponta delgada mais compridos que o fructo.

^. heterocarpa Moris. Achenios externos sem ponta.

Prados, terrenos relvosos. Fl. de maio a dezembro. I-V. H. glabra L. Sp. pi. p. 811.

a. genuína Godr. Fl. Fr. p. 293; II. hispida, lí. dimorpha Brot. I, p. 329; lí. adscendens Brot. Phyt. lusit. I, p. 55.

318

Achenios externos sem ponta, os internos com ponta longa. [â. Loisekuriana Godr. Achenios todos com ponta longa.

y. erostris Coss. Germ. Flor. paris. p. 427. Achenios sem ponta.

Campos seccos, bordas de camifihos. Fl. de maio a agosto. 1.

Urojilicruiiiiii Scop.

U. picroides Desf. Cat. h. paris. ed. I, p. 90; Tragopogon picroides L. Sp. |)]. p. 790; fírot. I, p. 330. Terrenos relvosos, caminhos, mattos. Fl. de abril a maio. l-II.

Ijeoiitocloii L.

[Achenios de duas formas, os externos quasi sem rostro e com papilho escamoso em forma de coroa ou nulio, os internos com rostro longo.

Sect. II. Thrincia (Roth.).

^ Achenios eguaes^ com ou sem rostro e com papilho plumoso 1

'Raiz tuberiforme; achenios com rostro longo; papilho plumoso.

Sect. III. Millinoides Benth. 1

|Raiz não tuberiforme; achenios de rostro curto; papilho de pellos plumosos 1-2- seriados, sendo os externos denticulados, os internos plumosos.

Sect. I. Apargia (Scop.).

Sect. I. Apargia (Scop,)

[Planta glabra ou com pellos simples L. pyrenaicum Gouan.

I Planta scabro-hirsuta L. hispidum L.

L. pyrenaicum Gouun. 111. p. 55, tab. 22, fig. 1 e 2.

Pastagens, terrenos férteis. Fl. de junho a setembro. IV e V.

L. hispidum L. Sp. pi. p. 799.

a. vulgare Bisch. Beitr. p. 58. ^. glabratum Bisch. 1. c.

Prados, pastagens, terrenos pedregosos. Fl. de julho a setembro. IV-V.

319

Sect. II. Thrincia (Rolli.)

L. hirtum L. Sp. X, n." 6; Thrincia hirta Rolh.

a. íypicum Fiori et Begn. Uostro dos achenios centraes egual a Vi ^^ grandeza destes. Planta 2-annual ou perennal.

^. Rothii (Bali.); Thrincia hispida Roth. Rostro egualando uma ou duas vezes a grandeza dos achenios centraes. Planta annual.

Terrenos arenosos, relvosos, seccos. Fl. de maio a agosto. I-III. Sect. III. Millineides Benth.

L. tuberosum L. Sp. pi. p. 799; Thrincia grumosa Brot. I, p. 325. Outeiros arenosos, pedregosos, relvosos. Fl. de fevereiro a maio. I-III.

Picris L.

Invólucro simples; escamas com uma ou mais series; achenios eguaes e atte- nuados Secl. I. Eiipicris DC.

[invólucro duplo, o exterior de 3-3 escamas folheaceas, o interior de 8- 10 escamas lineares 1-seriadas; achenios com rostro mais comprido do que elles.

Sect. II. Ilelminlliia Juss.

Sect. I. Eupicris DC.

i Escamas exteriores do invólucro patentes P- hierurioides L.

(Escarnas exteriores quasi encostadas P. longifolia Bss. et Reut.

P. hieracioides L. Sp. pi. p. 792; Brot. I, p. 327.

Prados e terrenos cultivados. Fl. de julho a agosto. I-IV.

P. longifolia Bss. et Reut. Pug. p. 69.

Matlagaes das altas regiões. Fl. de julho a agosto. IIl-lV.

320

Secl. II. Helniinthia Juss.

/Planta revestida de sedas simples e pellos mais curtos em gancho; escamas exte- l riores do invólucro ovado-cordiformes espinescentes ; aehenios com rostro fle- ] xi vel P. echioides L.

/Planta aculoado-liispida; escamas exteriores lanceoladas planas echinoso-celhea- 1 das ; aclienios terminados em i ostro rijo P. spinosa Poir.

P. echioides L. Sp. pi. p. 792; Ilelminlhia echioides Brot. I, p. 328. Terrenos ferieis, relvosos, sebes, logares húmidos. Fl. de maio a julho. I-II.

P. spinosa Poir. Sup. 3, p. 408.

Terrenos áridos, coMinas argillosas, beira de caminhos. Fl. de maio a gosto. I-II.

Oci*0|iog»u L.

G. glaber L. Sp. pi. II; G. hirsutus Brot. I, p. 331. Outeiros relvosos, pedregosos. Fl. de abril a maio. I.

Seorzoncra L.

[Folhas mais ou menos divididas; aehenios com pedicello ôcco sulcado mais longo que elles Sect. I. Podospennum DC.

^ Folhas inteiras; aehenios sem pedículo Sect. ÍI. Euscorzonera DC.

Sect. I. Podospermum DC.

Planta glabra; escamas do invólucro não aristadas ou levemente em gancho no ápice Sc. calcilrapifolia Vahl.

(Planta quasi glabra; escamas exteriores recurvadas em gancho no vértice.

Sc. laciniata L.

Sc. laciniata L. Sp. pi. p. 791.

Terrenos cultivados, caminhos. Fl. de maio a julho. I-III. Sc. calcitrapifolia Vahl. Symb. bot. II, p. 87.

Terrenos argillosos, cultivados, caminhos, littoral. Fl. de abril a ju- lho. I-II.

321

Secl. II. Eoscorzonera DC.

I Caule e folhas roliças fislulosas Sc. fistulosa Brol. Folhas planas com nervuras Sc. humilis L.

Sc. fistulosa Brot. I, p. 329.

Terrenos húmidos, relvosos. Fl. de julho a agosto. I.

Sc. humihs L. Sp. pi. p. 790.

^. angustifolia Hoffgg. et Link. Fl. Porl. p. 124. Folhas linear-lanceoladas.

Prados e terrenos relvosos húmidos. Fl. de maio a junho. I.

4. Crepidinae

I Achenios com rostro 1

( Achenios sem rostro 3

[Rostro nascendo do centro d'unia coroa escamosa ou d'entre dentes. Chondrilla L. (Rostro na base 2

[Pedúnculos radicaes Taratvm Hall.

2

(Plantas caulescentes Lactuca L.

Í Achenios comprimidos ou 5-angulares estriados longitudinalmente. . Sonchus L. Achenios attenuados no ápice e com 6-20 estrias longitudinaes Crepis L. Achenios attenuados na base e ironcados no vértice 4

(Receptáculo com alvéolos apenas fimbriados Hieracium L.

4 (Receptáculo com longas sedas. Planta cotonosa Andryala L.

Auflryala L.

(Planta bisannual ou perenne ; ligulas amarellas A. inlcgrifolia L.

(Planta annual ; ligulas amarcllo-alaranjadas A. íenui folia DC.

21 XXVI

1

322

A. integrifolia L. Sp. pi. p. 808.

a. CO ry mfcosa Wk. ; A. corymbosa Lamk.; Brot. l, p, 337.

Cíiule muito ramoso iia parte superior; folhas inferiores

sinuosas, p. angusii folia DC. Caule ramoso desde a base; folhas linear-

lanceoladas. y. sinuala Wk. Foliias inferiores e medias mais ou menos

sinuoso-denteadas, ou sinuoso, ou roncinado-pinnatifidas.

Terrenos arenosos, pedregosos, estéreis ou ferieis. Fl. de junho a

agosto. I-III. A. tenuifolia DC. Prodr. VII, p. 245.

Terrenos arenosos e rochas do liltoral, maltas, vinhas. FI. de abril

a junho. I.

Clioiidrilla L.

Ch. juncea L. Sp. pi. p. 796; Brot. I, p. 314.

Campos e terrenos incultos. Fl. de junho a setembro. I-II.

Tara^iLiiiai L.

T. officinale Web. in Wigg. Primit. fl. holsat. p. 56; Brot. I, p. 324.

a. genuinum Koch. Folhas de verde claro.

[B. lividum Koch. Folhas um pouco glaucas.

y. alpinum Koch. Planta pequena; folhas verdes.

Prados e terrenos férteis, relvosos. Fl. de abril a outubro. I-IV.

Soiichiis L.

/

1

[Folhas caulinares com aurículas aciiminadas S. oleraceus L.

( Folhas caulinares amplexicaules i

[Folhas mais on menos divididas, as caulinares com aurículas muito largíis ahra- çando o caule S. asper Vill.

I Folhas caulinares pouco largas na haso ; capítulos poucos i>. maritimus L.

S. oleraceus L. Sp. pi. p. 794; S. oleraceus, var. laevis Brot. I, p. 316.

a. triangularis Wallr. Sched. crit. p. 832. Lóbulo terminal

de folha trian*íular ou arredondado e grande. p. lacerus Wallr. I. c. Lóbulo terminal egual aos lalcrars.

323

Terras cultivadas, caminhos, muros. Fl. durante quasi todo o anno. I-IV. Serralha, Serralha branca ou macia.

S. maritimus L. Syst. X, p. 1192; Brot. I, p. 317.

p. lalifoUus Bisch.

Terrenos húmidos, juncaes. Fl. de julho a agosto. I. S. asper Vill. Dauph. III, p. 158.

a. inermis Bisch. Beitr. p. 222. fi. pungens Bisch. 1. c.

Terrenos cultivados. Fl. de junho a outubro. I. Serralha preta, espinhosa ou áspera.

S. glaucescens Jord. Obs. fr. V, p. 75, tab. 5.

Terrenos pedregosos, muros. Fl. de maio a julho. I-III.

LiaciíBca L.

l Capilulo com muitas flores Sect. I. Scariola DC.

f Capitulo com poucas (5) flores Scct. II. Phoenixopus Cass.

Sect. I. Scariola DC.

[Capitules quasi rentes em espiga; folhas quasi lineares; rostro do achenio mais comprido do que este L satigna L.

Capitules pedicellados em pauicula; rostro um pouco menor que o achenio.. i

Í Folhas espinhosas na margem e na nervura dorsal, roncinado-pennatifldas; ligu- las amarellas L. Scariola L. Folhas espinhosas na nervura dorsal; folhas inteiras ou sinuosas; escamas do capilulo e ligulas mais ou menos violáceas L. virosa L.

L. saligna L. Sp. pi. p. 796; Brot. I, p. 316.

Terrenos cultivados, maltagaes, sebes. Fl. de junho a outubro. I.

L. Scariola L. Sp. pi. II; Brot. I, p. 315.

Terreíios cultivados, mnttas, sebes. Fl. de junho a setembro. I-II. Alface brava menor. L. virosa L. Sp. pi. p. 795; Brot. I, p. 315.

Terras férteis, húmidas. Fl. de julho a outubro. I-III. Alface brava maior.

9

324

Sect. II, Pboenixopiis Cass.

L. vimiiiea Lk. Eniim. li. Berol. 11, p. 281; Prenaiillies \iminea L. Sp. pi. p. 797; Choiidrilla viminea Lamk.; Brot. 1, p. 314. Terrenos estéreis pedregosos. Fl. de julho a outubro. I.

Crcpis L.

[Raiz fibroso-tuberculada ; capítulos solilarios na extremidade do caule; achenios quasi de 4 faces Sect. II. Aetheorrhiza Cass.

|Raiz fibrosa: capítulos solitários ou em cymeira; achenios um pouco comprimi- dos 1

'Achenios todos ou pelo menos os do disco rostrados. Sect. I. Barkausia Moench.

1 < Achenios apenas attenuados no ápice Sect. III. Eucrepis DG.

[Achenios nem attenuados nem rostrados Sect. IV. Catonia Moench.

Sect. I. Barkausia Moench.

C. taraxifolia Thuili. FI. paris. p. 409.

p. laciniala Wk. Folhas basilares sinuado-pinnalifidas, ron- cinadas ou pinnatipartidas.

y. Haensekri Bss. Folhas obtusas quasi sempre apenas den- teadas.

Terras cultivadas, arenosas, caminhos. FI. de maio a julho. I-II. Almeirão.

Sect. M. Aetheorrhiza Cass.

C. bulbosa (L.) Tsch. Flora XI, Eng. I, p. 78; Leontodon bidbosum L. Sp. pi. p. 798; Ilieracium tuberosum Brot. I, [>. 318. Areias do lilloral e terrenos leves. Fl. de fevereiro a julho. 1. Chundrilla de Diuscorides.

Sect. III. Eucrepis DC.

C. virens L. Sp. pi. II; C. lectorum Brot. I, p. 320.

328

». dentala Bisch. Folhas basilares oblongo-lnnceoladas, den- teadas.

^. runcinaln Biscli. Folhas basilares roncinado-pinnalifidas 011 laririiado-pinnaliíidas.

y. pectinala Bisch. Folhas caulinares pectinato-pinnatipar- tidas.

S. agresíis Bisch. Folhiis como em 3- mas capilulos maiores e caule sempre erecto e robusto.

Prados, terras relvosas. Fl. de abril a outubro. 1 IV.

Saci. IV. Catonia Moench.

C. lamp«anoides Frõl in DC. Prodr. VII, p. 169; llieracium lampsa- noides Lamark. Dicl.; Brot. I. p. .319. Prados e matlas húmidas. Fl. de maio a a{^osto. IV-V.

Iflieraeiíiiii L.

|Pi;uilas cstolhosas com folhas viv.is n.i h;iso na cpoca da floração ; aclioiiios pe- quenos (2 Va) m"i- quando maduros Suhgt-n. i. Pilosella.

[iManlas rhizomalosa.% mas não ostolhos.is; achciiios grandes (.3-'i. V^) mm.

Suligen. II. Archieracium.

Sultgen. I. r*ilosella

Rosula de folhas central estéril; estolhos férteis, 1-4 hastes simples ou forqiu"lha- d;is ; folhas concolores § Castellaninae.

Rosula central feriil; folhas discolores; haste nua com un^a única flor.

§ Pilosellinae,

S Castellaninae

H. caslellanum Bss. et Reut. Diagn. n." 37; H. sloloniferum lloffgg. et Link.

a. pilosum Schul. Escamas do invólucro com longos pellos brancos nào glandulosos e outros pequenos glandulosos.

p. glandulosmn Schul. Escamas com pellos curtos glandu- losos.

Pastagens arenosas. Fl. de julho a outubro. III-V.

326

§ Pilosellinae

H. Pilosella L. Sp. pi. p. 800; Brot. I, p. 318.

Terrenos arenosos, relvosos, fendas de rochas. Fl. de junho a setem- bro. III-V.

Subgen. II. Arcliieraciu.m

Í Folhas basilares vivas (pliyllopodio) na época da floração A. Aurélia Fr. Folhas basilares mortas na época da floração B. Accipitrina Fr.

A. Aurélia Fr.

I Plantas escapigeras * Triviaha. Plantas de caule com folhas ** Vulgata.

* Trivialia

IEslylele amarello; folhas ellipticas de peciolo curto H. cinerascens Jourd Estylete castanho ou aloirado; folhas cordiformes de longo peciolo.

H. murorwn L.

** Vulgata

Folhas lanceolodas, sinuosas ou inciso-denteadas, as inferiores e basilares atte nuadas em curto peciolo H. vulgatum Fr.

B. Accipitrina Fr.

[Planta verde vivo; folhas coreaceas ovadas ou ovado-lanceoladas, serrilhadas, as inferiores attenuadas em peciolo, as superiores semi-ainplexicaules

H. sabaudum L.

I, Planta de verde-pallido; folhas molles oblongo-lanceoladas, denteadas.

H. boreale Fr.

* Trivialia

II. cinerascens Jord. Cat. Grenob. 1849, p. 17; II. murorum líoffgg. et Link. Fl. Port. II, p. 140.

327

Terrenos relvosos, maltas das regiões altas. Fl. de maio a setembro. IV-V. H. murorum L. Sp. pi. p. 802.

Terrenos arenosos, relvosos. Fl. de junho a setembro. IV-V.

** Vulgata

H. vulgatum Fr. Symb. p. 115; H. intybaceum Brot. I, p. 320. Florestas. Fl. de junho a julho. Ill-V.

B. Accipitrina Fr.

H. sabaudum L. Sp. pi. p. 804; Brot. 1, p. 318.

Terrenos soltos, lloreslas e maltagaes. Fl. de agosto a setembro. I-II.

H. boreale Fr. Symb. p. 190; II. silvaliciim Brot. l, p, 318.

Em terras húmidas, nas maltas de carvalhos. Fl. de agosto a setem- bro. I-IV.

Júlio Henriques.

328

OBSERVAÇÕES PHAENOLOGICAS

FEITAS NO JARDIM BOTÂNICO DE COIMBRA NO ANNO DE 1910

rou A. F. Moller

Allit. 89"'; Latil. N. 40»12'; Longit. W. Gren. 8"23'

Acer platanoides

A. pseiido-platatms

Aesculus Hippocastaneum

Ailantlms glandulosa

AInus glulinosa

Aniygdalus commiinis

A. pérsica

Anacamptis pyramidalis

Armeniaca viilgaris

Atropa Belladona

Berberis vulgaris

Belula pubescens

Buxus sempervirens

Calluna vulgaris

Campânula primulaefolia

Cereis siliquastrum

Chelidoniuin niajus

Chrysanthenium leucanthenuim

Cornus mas

C. sanguinea

CoryJus avellana

Crataegus monogyna

Cydonia japonica

C vulgaris

Cytisus Laburnum

Drosophyllum iusitanicnm

Eriça lusitanica

Fagus silvatica

Fragaria vesca

Fraxinus anguslifolia

Gleditschia triacanthus

Gynerium argenteum

Jugians regia

Lagestrofimia indica

Laurus nobilis

Liguslrum vulgare

15.IV Pi.IV 12.11 29.IV 20.III

iO.IV l.IV

lo.III l.III

2i.IV

3.11 7. IV

Primeiras fo- lhas amarcllas

lO.X 30.x lo.X 7X1 2.XI

5.XI 2X1

28.X 23.X

Í8.XI

28.x 16.x

24.III

23.XII 2.11 4.111

13.IV

20 III

18.V

lo.V

24X11 20X11 15.VI 17. III 23.11 2.VI 5.111 lO.V

25.III

5.11

29.11

li. IV

20 IV 20.XI

19.11

30.1

25.VIII

14.1V

25.VII

12.111

12.IV

Primeiros fru- clos maduros

10. IX

22.VII

20.VIII

lO.IX 24.VIII 6.x

8.IX

28.IV

15.IX

18.IX

l.X 15.1X

329

Primeiras folhas

Lilium candidum

Liriodendron tulipifera

Lonicera etru.sca

L. tatarica

Morus alba

Narcissus Bulbocodium . . .

N. obesus

N. poeticus

N. pseudo-uarcissus

N. Tazzetta

Olea europaea

Ophrys liitea

Philadelphus coronária. . . .

Platanus oriental is

Populus alba

P. canescens ,

P. nigra

Prunus avium

P. domestica

P. Pissardi

P. spiliosa

Pyrus cornmunis

P. nialus

Quercus pednnculata

Ranunculus Ficaria

Robinia pseudacacia

Rosa scandens

Rubus idaeus

R. ulniifolius

Salix atrocinerea

S. capiea

Salvia offlcinalis

Sambucus nigra

Sarotbamnus grandiflorus . .

Sciila pumila

Secale cereale

Sorbus aiicuparia

Syinphoricarpiis racemosus

Syringa vulgans . Tilia americana . .

T. argêntea

T. vulgaris

Triticilm vnigare. Ulex Jussiaei . . . . Ulmus campestris Viburnum Tiniis.. Vilis vinifera ....

22 III

6.III

30.111 25.11

2.IV 30.111

Mattas de carvalhos todos verdes

Cearas de centeio maduras

Cor^llus Avellana— flores masculinas

5.1V 14. III

18.11 20.111

31.11

21. IV

12.IV 10 IV

23.IV

12. IV 3!).1II

1'rimeiras fo- lhas amarelias

7.XI lO.XI

6.XI 20X1 18X1 15.XI

6.XI

23.x

12.XI lO.XI

12.X

8.XI

18.x 25.x 20.XI

8.XI

lO.X

Primeiras llores abertas

22.V 20.V 20. IV 18.III

2.1II 22.11 12.11 21.111

4.1II 18X1 18.V 19.11 30.IV

20.111

26.111

22 III

22.111

26.11

7.11

8.III

25.111

51V

28.X11

1 .IV

15.IV

15.IV

17.1V

23.1

20.11

12.IV

5.III lO.IV

5.I1I 19.IV

15.IV i6.IV

lO.Vl lO.V 22X1 4.11 12.11 22. V

lO.lV 15.VI 28X11

Primeiros fru- ctos maduros

15.V1I1

201V 25.1 V 14.V 18.V 12.VI

25.VI

27.V1II

181X

lO.VI

25.VI

15.III

14 IV

8.VII1

e.Viíi

24.VIII

6.1 V 4.VII1

330

índice das matérias

POB

ORDEM DOS AUCTORES

Carrlsso (Dr. Luís Wittnisch) Henriques (Dr. J. A.)

Mariz (B.«' J. A.) Moller (A. F.)

Pag.- Materiacs para o estudo do Plancton da costa

portuguesa 5 e 190

Sir Jose|ih Dalton Hooker III

Esboço da flora da bacia do Mondego 85 e 210

Cypreste portiiguez (Cupressus lusiianica

Mill.) Cedro do Bus.saco 178

Flora lusitanica exsiccata Centúria XIX.. 180 Observações phaeiíologicas feitas no Jardim

Botânico de Coimbra no anno de 1910 . . . 328

331

índice alphabetico

DAS

famílias e géneros mencionados neste volume

Pag.

Acanthaceae 270

Acanlhiis L »

Actinoplvchus Ehr 1 9o

Adenocarpus DC 100, 186, 189

Agrimonia L 9')

Agropyrum Bcauv 182

Agroslis L 181

AJLiga L 2:^5

Alchemilla L 91

Allium L 182

Althaea Cav 146

Ammi Tournf. 171

Anacardiaceae 140

Anacyclus L 297

Anagalis L 215

Anarrhinum Desf. 184, 260

Anchusa L 188, 230

Andryala L 321

Anethum L 174

Angélica L 1 7o

Anthemis L 296

Anthriscus HoíTm 166

AnthyllisL 117

Antirrhinum Tournf. 184, 188, 2o8

Apium L 170

Apocynaceae 524

Aquifbliaceae 142

Arabis L 187

Araliaceae 162

Arbutus Tournf. 24

Arctium L 30o

Arctotis L 304

Arenaria L 186

Pag.

Aristolochia Tournf. 183

Ariiieria Willd 216

Arnica L 301

Arnoseris Gaertn 316

Arrhenatherum Beauv 181

Artemísia L 300

Asclepidiaceae 22o

Asperulia L 275

AsKT L 2ol

Aslrocarpus Neek 187

Atropa L 2ol

Auliscus Ehr 19o

Avena L 181

Bacillariales 190

Bacteriastrum Wall 199

Ballota L 243

Bartsia L 267

Bellardia Ali »

Bellis L 289

Bíddulpbia Kilt 202

Bidens L 295

Bifora HoíTm 168

Biserrula L 121

Borraginaceae 228

Borrago L 230

Bromus L 182

Bryonia L 284

Brunella L 240

Bupleurum L 170

332

Cachris L

Cactaceae

Calendula L

Callitrichaeeae

Callilriche L

Calluna Salisb

Calystegia R. Br

Campânula L

Oanipanalaceae . . . Campylodiscus Klir.

Caprifoliaceae

Cardamine L

Carduncellus Juss. .

Carduus L

Carlina L

Carthanius L

Cariim L

Celsia li

Pag.

169 157 :'03 141

Cenaiigium Fr

Centáurea L

Centranthus DC

Centunculus L

Cerastiuin L

Cerataulus (Ehr.)

(^eiintlie L 183,

Chaerophylluni L

ChaetoC''ras (Ehr.)

Chlora L

Clirysaulhemuni L

Chrysospleninm L

Chrytlnnum L

Cliondrilla L

Cicendia Adans

Cichorium L

Circaea L

Cirsinm Scop

Cistaceae

Cistus Tournf. loO,

Cladosporiuni Link

Cleonia L.

Cnicus Gaerln

Conipositae

Coniuin L

Conopodium Koch

Convolvulaceae

Convolvulus L

ívonysa Less

Coriandrum HolTni

Cornaceae

Cornus L

Coronilla L

Corydothymus Rchb

Coscinodiscus Ehr

212 227 28o 284 20o 278 187 314 306 304 313 172 253 180 310 281 216

73 202 233 166 200 223 297

88 174 322 221 315 162 306 150 187 180 240 314 288 168 172 226 2Í6 290 168 163

»

123 247 194

Pag.

CotulaL 300

Cotyledon L 87

Crassulaceae 85

Crepis L 324

Crucianella L 274

Ciicurljitaccae 284

Ciiscnta L 228

(]ydonia Tournf. 89

Cvmbalaria Baumg 255

CVnanchum L 225

Cynara L 308

Cynoglossum L 230

Cynosurus L 181

Cytisus L 102

r>

Daphne L 158

Datina L 252

Daucus L 177

Deschampsia Beauv 181

Detouula Scliult 196

Dianlhus L 187

DigilalisL 184,266

Dinollagelliae 60

Dinoplivsis Ehrenb 65

Diotis Desf 297

Dipsaceae 2S2

Dipsacus L »

Dilyliuni Bail 201

Dolicos L 131

DoronicuMi L 301

Dorycnium Vill 118

E

Ecbalium A. Rich 284

Echinops L 304

Echinm L 184, 283

Elatinaceae 149

Elatine L »

Elatinoidos Wettst 255

Emex Neck 183

Empetrum L 141

Epilobium L 160

Eriça 1 212

Ericaceae 24,211

ErigeronL 280

Erodiuni L 133

Eryngium L 164

Erysimuni L 187

Erythraea iNeck 185, 222

Eucampia Ehr 201

333

Pag.

Eupatoriíim L 288

Euphorbia L 138

Eiiphorbiaceae 137, 176

Evax Gaerin 202

F

Ferula L 175

Festuca L 182

Filago L 291

Flagellia 60

Foeniculum Adans 174

Fragaria L 92

Frankenia L 149

Frankeniaceae »

Fraxinus L 220

Fumana Spach 187

Galium L 183, 188, 27o

Genista L 98

Genliana Tournf. 224

Genlianaceae 221

Geraniaceae 131

Geraniales »

Geranium L 132

Geropogon L 320

Geum L 93

Glechoma L 240

Gnaplialium Dod 293

Goniaulax Diesing 66

GratiolaL 188, 262

Grimmia Ehr 180

Guinardia Perag 198

Guttiferae 147

H

Halimium Dunal 187

Haloirhagidaceae 162

•Hedera Tournf 162

Hedypnois Tournf. 183, 316

Heleocliloa Host 181

Helianthemum Tournf. 151, 187

Helichrysum DC 293

Heliolropium L 184, 229

Heloseiadium K 185

Heracleum L 176, 185

Hieraciuni L 32o

Hispidella Bernard 31o

Hydrocotyle L 163

Pag.

Hyoscianus L 351

Hvpericoideae-Hypericeae 147

Ilypericum L 147, 186

Hypocheris L 317

Ilex L 142

Inula L 293

Isthniia Ag 203

Jasione DC 183, 287

Jasmiuiuni L 221

Juncus L 182

Labiatae 235

Lactuca L 323

Lamium L 242

Lapsana L 316

Lalhyrus L 127, 186

Lauderia Cleve 198

Laurentia Neck 287

Lavandula L 238

Lavalera L 14o

Leguniinosae 96

Lentibulariaceae 270

Leoutodou L 183, 318

Leptocvlindrus Cleve 198

Lepturiís R. Br 182

Ligustruni L 220

Limnanlhemum Gni 224

Linaceae 134

LinariaL 180,256

Linum L 135

Lithospermum L 233

LiUorella L 271

LobeliaL 287

Lobium L 182

Lonicera L 280

Lolus L 118, 186

Ludwigia L 159

Lupinus L 97

Lupsia Nfick 308

LuzulaDC 182

Lycium L 25 1

Lycmophora Ag 203

Lvcopsis L 531

LycopusL 184,249

334

Pag.

Lysi machia L 214

Lythraceae 158

Lythruin L 159

m:

Malva L 143

Malvaceae »

Malvales »

Malveae-Malvinae »

Margotia Bss 176

Marrubium L 239

Medicago L 106, 186

Melampyrum L 2t 6

Melilotus Tournf. 110

Melissa L 245

Melittis L 241

Melosira (Ag.) 193

Menianlhes Tournf 224

Mentha L 249

Mcicurialis L 138, 186

Mesembryanthenium L 185

Mespylus L 90

Monotropa L 211

Myosotis L 184, 188, 232

Myrtaceae 159

Myrtiflorae 157

Mvrtus L 159

]V

Ntíckera Hedw 181

Nepeta L 239

Nicotiaiia L 252

Nitzschia Hass 205

O

Odonlites Pers 267

Odontospermum Neck 294

Oenanthe L 173

Oidium Lara 180

Olea L 220

Oleaceac 219

Oiiiphalodes Moencli 184, 229

Onagra 'lournf. 164

Onaíjraceae 159

Ononis 1 104

Onopordon L 309

Opuntia Haw , 157

Opunliales »

Orchis L. 182

Pag

Origanum Moench 247

OrlayaHoíTm 167

Ornithopus L .' 122, 186

Orobanchaceae 268

Orobanche L 268

Orobns L 186

Oxalidaceae 134

OxalisL 134,186

Paralia Heiberg 193

Parenlucella Viv 267

Parietaria Tournf. 183

Pedicularis L 267

Peplis L 158

Peridiniaceae 65

Peridinium Ehrenb 67

Pelasites L 300

Petroselinum HoíTm 171

Phagnalon Cass 292

Phalaris L 181

Pbalacrocarpum Willk 299

Phaseolus L 130

Phlomis L 241

Phycosiris L 180

Phyllirea L 220

Pbysalis L 251

Physospermum Cuss 168

Picris L 319

Pimpiíiella L 173

Pinguicula L 270

Pirolaceae 201

Pirus Tournf. 90

Pislacia L 142

PisumL 130

Plaulaginaceae 271

Planlago L »

Platanaceae 89

Plalanus L »

Pleurosigma W. Sm. . 204

PlundDaginaceae 216

Poa L 181

Podosira Ehr 193

Polygalaceae 136

Poianiogeton L 1«1

Potenlilla L 93

Poterium L 95

Preslia Op 249

PrimulaL 214

Primulaceae 114, 214

Prorocentraceae 65

Prorocenlruni Khrenb; »

Pterucephalus Vaill 2S3

835

Pag.

Ptychotis Koch 171

Paccinia Pers 180

Pulicaria L 284

Racomilrium Brid 180

Radiola L 135

Ranunculas L 18H

Rhagadioliis Scop 316

Rhamnales 142

Rhamnaceae »

Rhaninus L »

Hhus L »

Rhvnchostegiiim 181

Ridolfiia Moris 171

RosaL 95,189

Rosaceae 89

Rosales 85

Rubiaceae 274

RubusL 91, 185

Riiniex L 183

Ruía L 136

Rutaceae "

Salvia L |44

Sambucus L 279

Samolus L 214

Sanicula L lo3

Santolina L 296

Sarolhamnus Winim 186

Satureja L 2^5

Saxifraga L 88

Saxifragaceae 87

Scabiosa L 284

Scandix L 166

Sceletoiiema Grev 19 1

Scolimus L 31 i

Scorpiíirus L '21

Scorzonera L 320

Scrophularia Tournf. 184, 260

Scrophiilariaceae 253

Sculellaria L 237

Sediiin L 86

Sebnum HoíTm 1/4

Sempervivum L 87

Senecio L .- 301

Serralula L 309

SeseliL Hj

SherardiaL 2/4

Siblhurpia L 263

Pag.

Sideritis L 184

Silene L 187

Silvbum Vaill 308

Siiím L i72

Siiiiniium L 166

Solanaceae 250

Solanum L 252

Solidaeo L 289

Soliva R. etP 300

Soncbus L 322

Spaiiium L 98

SperoulaL 189

SpiraeaL 244

StachvsL 242

Statice Willd 217

Stephanopvxis Ehr 194

Succisa Cõull 283

SurirellaEhr 205

Svnedra Ebr 203

Tamaricaceaft 189

Tamarix L »

Taraxum L 322

Teucrium L, 184, 236

Tbalassiosira Cleve 194

Thalassiotrix Cleve 204

Thapsia L 176

Thvmeliaceae 158

Thymus L 247

Tolpis Biv 316

Tordylium L 176

Torilis Adans 166

Tracbeliiim L 286

Triceralium Ehr 201

Trifoliuin L Hl, 186

Trigonella L 106

Tiiberaria Dunal 187

XJ

UlexL 101

Umbelliferae 143

Urospermuin Scop 318

Ulriculai ia L 270

VaillantiaDC 278

Valeriaua L -81

336

Fag.

Valerianaceae 280

Valerianella Hiill »

Verbascum I 2o4

Veibena L 234

Verbenaceae »

Verónica L 185, 189,283

Viburnum L 279

Vicia L 123, 189

Vinca L 224

Viola L 156

Violaceae »

VuipiaGmel 181

Pag. W

Wahienbergia Schrad 286

x:

Xantliium L 183

z

Zygophyllaceae 136

ADOEIVDA

Pag. 136 A seguir a Polygalaceae deve ir Polygala L.

< BOLETIM

DA

SOCIEDADE BROT[R

Red. J. A. HENRIQUES

Prof. de Botânica e Director do Jardim Botânico

"VOL. 2£:2£:"V"II

1917

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COIMBRA

IMPRENSA DA UNIVERSIDADE

1917

BOLETIM

DA

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Red. J. A. HENRIQUES

Prof. de Botânica e Director do Jardim Botânico

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1917

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COIMBRA

IMPRENSA DA UNIVERSIDADE

1917

A ILHA DE S. TOMÉ

SOB O PONTO DE VISTA HISTORICO-NATURAL E AGRÍCOLA

Á MEMORIA

DE

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CARTA DE S. TOME

1.

Pico de S. Thomé.

23.

Rio Ana de Chaves.

2.

Estação Souza.

24.

» Lembá.

3.

Lagoa Amélia^

25.

1) Cantador.

4.

Morro Castro.

26.

» Contador.

5.

Peninha.

27.

» do Ouro.

6.

0 oculto.

28.

» Agua grande.

7.

Formosos.

29.

» Manuel Jorge.

8.

Botija.

30.

» Abade.

9.

Cruseiro.

31.

» Cão pequeno.

10.

Montes da Fraternidade.

a.

Baia de Ana de Chaves.

11.

Morro Moquimqui.

b.

Baía de Santa Ana.

12.

» Carregado.

c.

Angra de S. João,

13.

» Peixe.

d.

Baía da Praia grande.

14.

0 Mopongo.

e.

Enseada do lógó-Iógó.

15.

Morro Cantagalo.

/•

Ponta do homem da capa.

16.

» Maria Fernandes.

9-

Baía de S. Miguel.

17.

Pico Ana de Chaves.

h.

Diogo Vaz.

18.

0 Charuto ou Pico Maria Pires.

i.

Ponta figo. Snr.^ das Neves.

19.

Cabombey.

R.

Ilhéu das Rolas.

20.

Cão grande. Pico Zagaia.

N

21.

B. Para mais indicações veja-se

22.

Rio grande.

a carta da ilha do Dr. Greeff.

Í-O

29

Desde quando o Jardim Botânico da Universidade de Coimbra começou a ter relações com os agricultores da ilha de S. Tomé, enviando-llies plantas úteis e entre elas principalmente as da quina, para que encetassem novas culturas, nutri desejo de visitar esta ilha para ver e estudar processos agrícolas e para contemplar a explên- dida vegetação tropical. Realizei esse desejo em 1903.

A 23 de junho embarquei no Benguela. Os longos dias de via- gem tornaram-se agradáveis pela amabilidade do pessoal do navio e pela óptima convivência com os passageiros, que seguiam para diversos pontos de Africa. Fora do navio as distrações eram pou- cas. Repetidas vezes gastava horas contemplando o movimento constante do mar e de noite admirava a luminosa esteira do navio, na qual parecia que se moviam milhões de pirilampos. Sinais de vida eram dados por cardumes de peixes voadores, quando faziam uns curtos exercícios aéreos.

No isolamento em que nos achávamos durante longos dias era bem agradável ver ao longe a coluna de fumo dalgum vapor que passava, ou algum navio de vela, que com o Benguela conversava.

Boas bátegas de água, acompanhadas de trovões longínquos davam-nos sinais de proximidades da serra Leoa e por vezes o piar triste de aves nocturnas nos faziam conhecer que não navegávamos longe de terra.

A monotonia da longa estrada é cortada pelo brilhante quadro, que oferece a ilha da Madeira, pelas ilhas de Cabo Verde, cujas costas negras e ásperas quási causam terror, pelas Canárias de tão curiosa vegetação e sobretudo pelo aspecto admirável da ilha do Príncipe, na qual, tudo, desde o mar até aos lugares mais altos, está coberto de densa vegetação. Parece mesmo que elegantes pal- meiras surgem das águas do mar. E bem curiosa a forma dum rochedo, próximo da ilha, conhecido com o nome de boné de jokei.

8

Ao fim de 18 dias ao amanliecer tive o prazer de me encontrar em frente da ilha de S. Tomé. Cedo desembarquei e em terra tive a satisfação de encontrar amigos e grande número de administrado- res de roças, que amavelmente me convidaram para visitar as cul- turas que dirigiam. No dia anterior tinham vindo dar uma grande demonstração de amizade ao Dr. António José de Almeida, que nesse dia deixava S. Tomé, onde era por todos sobremodo estimado.

Jantei na sala dos doutores (1) com amigos dos tempos de Coimbra, que me prodigalisaram todas as amabilidades. Segui depois por entre palmeiras para a roça Boa Entrada, nome bem escolhido. Pertence esta magnífica roça ao Ex.™'' Sr. Henrique de Mendonça.

Prevenido por este senhor o administrador da roça, o Sr, Silves- tre Dias da Silva, apenas desembarquei, comunicou-me as ordens que tinha recebido e que por isso me conduziria até à Boa Entrada.

Assim se fez, e passei alguns dias bem agradavelmente.

Voltei à cidade e^embarcando no pequeno vapor que fazia o ser- viço da ilha, dej)OÍs de dobrar, não o Cabo das tormentas, mas o Morro Carregado, aportei ao mesmo porto, onde tinham ajíortado em 1470 João de Santarém e Pêro de Escobar. Daí segui para a roça Ponta Figo, onde o Sr. José da Costa Santos me deu óptimo acolhimento e donde fiz interessantes digressões. Segui daí depois, fazendo paragem mais ou menos longa, por Ponta Furada, S. Mi- guel, S.'° António de Mussacabú, Jou, Porto Alegre, donde fui ao ilhéu das Rolas, trepei até Monte Mário, posição explêndida. Novo Brasil e depois "^através de longas plantações de cacau até S. João dos Angolares e roça Granja. Embarquei e segui para a cidade, indo daí à roça Agua-Izé e seguindo por Huba-Budo, Nova Java, passei a visitar as roças das regiões altas. Saudade, Nova Moka, Monte Café, S. Nicolau, subindo até a Lagoa Amélia, não chegando a realizar a ascensão ao Pico de S. Tomé, como tanto tinha de- sejado.

Desci até Ponta Figo e daí pela Rosema, por caminho, que para cabras poderia servir, entrei na grande roça Rio do Ouro onde me esperava delicado acolhimento, graças à amabilidade do proprie-

(1) Sala dum pequeno hotel, onde jantavam o juiz, delegados, advogados e outros empregados públicos.

tário, o Ex.""" Sr. Marquês de Valflor. passei alguns dias tendo ocasião de conhecer uma das principais roças da ilha, senão a pri- meira.

Quem tinha começado a visita em S. Tomé |pela Boa Entrada, não podia terminá-la melhor, passando os últimos dias nesta explên- dida roça, à qual está ligado o nome_ dum dos princij)ais fomentado- res da agricultura de S. Tomé, o Dr. Gabriel de Bustamante.

O Cabo Verde, no qual tinha de embarcar, estava prestes a par- tir. Forçoso era nele entrar deixando com profunda saudade a terra na qual tinha passado tão belos dias, e recebido em toda a parte o melhor acolhimento, as mais afáveis distinções, de que sempre guar- darei saudosa recordação.

O grande interesse que nutro por tão interessante ilha levou-me a estudar tudo quanto lhe diz respeito. O tempo passado na ilha foi curto para dela obter conhecimento completo. Ajiesar disso julguei dever procurar dar da ilha a mais completa notícia, mas quási sob o ponto de vista histórico-natural. Na descrição física valeram-me extraordinariamente as publicações do distinto enge- nheiro Ezequiel Campos, das quais íiz longas transcrições, por que me era impossível fazê-las iguais, e valeram-me ainda as minuciosas informações que dele recebi. Sem tal auxílio eu j)ouco poderia es- crever. Mal posso agradecer todo o valioso auxílio que me prestou.

A um outro amigo, o Conselheiro Francisco Felisberto Dias Costa, devo favores especiais. Foi êle quem me animou a empre- ender a viagem a S. Tomé, e quem para isso me auxiliou de modo muito especial. De justiça era dedicar este meu trabalho à sua memória.

De vários outros amigos recebi elementos importantes, tais como fotografias, |)lantas, animais e informações. Foram eles a Ex.""* Sr.* D. Laura Almeidinha, e os Ex.'"^' Srs. Dr. Lúcio Abranches, Dr. Adriano Pessa, Henrique de Mendonça, Marquês de Valflor, Mário F. Lopes, A. Lucas, Dr. Eduardo Lemos, Armando Cortezão, Aníbal Gama, Acácio Magro, e igualmente a Direcção da Sociedade de emigração para S. Tomé e Príncipe, que amavelmente emprestou não poucos clichés de gravuras, que se encontram no magnífico rela- tório referente ao ano de 1914.

A todos dirijo os mais sinceros agradecimentos.

10

BIBLIOGRAFIA

Não é pequena a bibliografia relativa a S. Tomé. Fiz o possivel para reunir o que nela se compreende e pude obter as publicações seguintes.

Publicações gerais sobre a ilha

Alberto Campos Mello. A Ilha de S. Thomé. Dissertação de concurso para admis- são ao professorado das escolas industriais. Coimbra, 1904.

Almeida Negreiros. Historia ethnographica da ilha de S. Thomé. Lisboa, 1895.

lie de San- Thomé. Notice historique économique de Tile de San-Thomé et

monographie des produits envoyés par cette colonie à Texposition uuiverselle de Paris en 1900. Paris, 1901.

La main d'ceuvre en Afrique. Paria, 1901,

L'agriculture dans les colonies portugaises. Paris, 1905.

Les colonies portugaises. Etudes documentaires. Produits d'expositions. Paris,

1906.

Uorganisation judiciaire aux colonies. Paris, 1908.

Les organismes politiques indigenes. Paris, 1910. Le cacao portugais et la main d^oeuvre indigene. Paris, 1910.

Biker, J. A ilha de S. Thomé. Revista portuguesa colonial e maritima. Lisboa,

1898, n.o» 4 e 5. Cadbury, W. A. Os serviçaes de S. Thomé e Principe. Relatório duma visita às

ilhas de S. Thomé e Principe em 1908 para observar as condições da mão de

obra empregada nas roças de cacáo da Africa portuguesa. Tradução portuguesa

por Alfredo H. da Silva. Lisboa, 1910. Correspondência trocada entre W. A. Cadbury e tma comissão de agricidtores de

S. r/iome. Lisboa, 1910. Carlos Babo, Dr. A pérola do Atlântico. S. Thomé, 1915.

Pela colónia de S. Thomé, Depoimentos e crítica, Lisboa, 1914.

Carvalho, e Almeida, J. E. AilhadeS. Thomé e a agricultura progressiva. Lisboa,1912. Chevalier, Aug. L'ile de San-Thomé. O Occidente, n.° 1130. Conde de Sousa Faro. A ilha de S. Thomé. A roça Agua-Izé. Lisboa, 1908. Ernesto de Vasconcellos. As colónias portuguesas. Geographia phisica, politica e

económica. Lisboa, 1896. Izequiel Campos. Cartas de S. Thomé publicadas no jornal O Tempo n.°« 214,

232, 236, 237, 240, 242, 243, 244, 260, 261, 262, 263, em 1904.

Viação em S. Tliomé. Lisboa, 1906.

Caminho de ferro no norie da ilha de S. Thomé. Porto, 1907.

11

Izequiel Campos. ^ ilha de S. TJwmé. Conferência feita na Sociedade de Geografia

de Lisboa em 5 de março de 1908. Trabalhos topographicos na ilha de S. Thomé. Conferencia feita na Associação

dos engenheiros portugueses em 20 de junho de 3908.

Melhoramentos x>ullicos em S. Thomé. Lisboa, 1912.

Obras publicas em S. Thomé e Príncipe. Subsídios para a elaboração e reali-

sação dujn plano. Porto, 1915. Fauvel, Pierre. Sur les Polychetes rapportées par M. Ch. Gravier de S. Thomé.

BuUetin du Muséum national d'Histoire naturelle. Paris, 1914. Ferreira Ribeiro, M. Relatório sobre o serviço de saúde das ilhas de S. Thomé e Prin-

cipe. 1871.

A provinda de S. Thomé e Príncipe. Lisboa, 1877.

O primeiro Barão de Agtia-lzé, João Maria de Sousa e Almeida. Lisboa, 1901.

Uma família illustre. Lisboa, 1901.

Greeff, Dr. R. Die Inseln Rolas.

Die Angolares neger der Inseln Sao- Thomé. Globus, 1882, vol, xi.ii, n."» 7 e 24.

Die Insel Sao Thomé. Patermans Geogr. Mitteilungen. 1884, Heft iv.

Guedes, A. P. de Miranda. Viação em S. Thomé. Lisboa, 1903.

Henrique de Mendonça, J. M. A roça Boa Entrada. —Lisboa, 1905.

Lopes de Lima, J. J. Ensaios sobre estatística das possessões portnguezas na Africa

Occidental e oriental, na Ásia Occidental, na China e na Oceania. Livro III, Das

ilhas de S. Thomé e Príncipe e suas dependências. Lisboa 1844. l\4antero, F. A mão d' obra em S. Thomé e Príncipe. Lisboa, 1910. Massui, Th. Viagem á ilha de S. Thomé em 1899. Revista portuguesa colonial e

marítima, 1907. Mattos, Raymundo da C. Chorographia histórica das ilhas de S. Tliomé e Principe,

Anno Bom e Fernando Pó. Porto, 1905, 3." ed. Nogueira, A. F. A ilha de S. Thomé sob o ponto de vista da sua exploração agrícola.

Boi. da Soe. Geogr. de Lisboa, 1885.

A ilha de S. Thomé. A questão bancaria no Ultramar e o novo problema colonial.

Lisboa, 1893.

Piloto português. Navegação de Lisboa a S. Thomé, 1555. Foi publicada na Co- lecção de notícias jiara a história de geografia das nações ultramarinas, e pela Academia das sciências de Lisboa. Tomo II.

Silva Viana. A ilha de S. Thomé. Conferência feita no Ateneu Comercial de Lis- boa em 23 de Outubro de 1904. Lisboa, 1905.

Sociedade de emigração para S. Thomé e Principe. Relatório da Direcção, parecer do Conselho fiscal, etc. ano. Lisboa, 1914.

Strunk, Dr. A ilha de S. Thomé. Relatório apresentado à Sociedade de Geografia na sessão de 5 de Março de 1906. Boi. da Soe. de Geogr. de Lisboa.

Valentim Fernandes Alemão. Chronicas das ilhas do Atlântico. 1506-1510. Publicadas pelo Sr. Gabriel Pereira na Revista portuguesa colonial e marítima, n.°" 35 e 36 do 3.0 ano. Lisboa, 1900.

Visconde de Pindela, Vicente P. L. M. de Mello Almada. As ilhas de S. Thomé e Príncipe. Notas de uma administração colonial. Lisboa, 1884.

Wommanson, Baron Ch. de Th. A travers des plantatíons de Mayombe et S. Thomé. 1911.

12

Sobre as culturas e |)i'odutos naturais da ilha encontram-se es- tudos nas publicações seguintes :

Augusto de Sousa, J Enumeração das aves conhecidas da ilha de S. Thomé, seguida da lista das que existem no museu de Lisboa. Jornal de se. math. phys. e natu- rais, XII.

Balthasar Osório. Liste des erustacés des possessions portugaises d' Afrique occidentale dans les collections du Muséum d'Histoire naturelle de Lishone. Jornal de se. math. phys. e naturais, n."' xliv, 1887, xlvii. Lisboa.

Note siir quelques especes de crristacés des Ues S. Thomé, du Prince et Ilheo das

Rolas. J. de se. nat., etc., 2.» série, tomo II, n.° v. Lisboa, 1890.

Note sur qiielque especes de erustacés de VUe, St. Thomé ilot das Bolas et Angola.

J. de SC. math., etc., 2." série, tomo II, n." vi. 1891.

Nova contribuição para a fauna carcinologica da ilha de S. Thomé. J. de sc.

math., etc , 2.» série, tomo II, n.° vii. 1892.

Noticia sobre duas espécies africanas de crustáceos parasitas. J. de sc. math., etc.,

2." série, tomo III, n.» xr. 1894.

Da distribuição geographica dos peixes e crustáceos colhidos nas possessões portu- guesas da Africa occidental e existentes no Museii Nacional de Lisboa. J. de sc. math., etc, 2.^ série, tomo V, u." xix. 1889.

Uma nova lista de crustáceos africanos. J. de se. math., etc, 2." série, tomo VII,

n." XXVII. 1906.

Estudos ichtiologicos acerca da fauna dos dominios portugueses na Africa. J. de

se. math., etc, 2.^ série, tomo II, n.° ii. 1891 ; tomo II, n." vii. 1892 ; tomo III, n." XI. 1894.

Les poissons d'eau douce des Ues du Golfe de Guinée. J. de se. math., etc, 2.* série,

tomo IV, n." XIII. 1895. Indicações de algumas espécies que devem ser accrescentadas á fauna ichtyologica

da ilha de S. Thomé. J. de sc math., etc, 2.* série, tomo VII, n.° xxvii. Bedriaga, Dr. J. Notes sur les amphibiens et reptiles recuellis par M. Adolf F. Mol-

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No Boletim da Sociedade Broteriana, vol. iv, v, vii, x, xvii, xxi, xxiv, encon- tra-se a indicação mais completa das plantas colhidas em S. Tomé pelos Srs. Moller, F. Quintas, F. Newton, E. Campos c outros. No estudo dessas plantas fui proíiqua- mente auxiliado por diversos botânicos.

Estudaram os fungos os Srs. Winter, G. Brasadola, Sacardo, C. Eoumeguère, Berlese, Veríssimo de Almeida e M. Sousa da Câmara.

Determinou os lichenes o Prof W. Nylander ; as algas os Drs. J. G. Agardh, D. Nordstedt e P. Hariot; as hepáticas o Sr. F. Stephani ; os musgos o Prof. C Muller; quási todos os fetos o Sr. Baker; as gramíneas oProf. Hackel; as orquídeas

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03 Srs. Ridley e Rolfe do Jardim de Kew ; as begónias e piperáceas o Sr. C. de Can- dolle ; as melas tomáceas e cucurbitáceas o Prof. A. Cogniaux.

Além destes outros botânicos se ocuparam do estudo de plantas de S. Tomé, muito especialmente os do Jardim Botânico de Berlin, descrevendo as espécies novas.

No Botanischer Jahrbuch, redigido pelo sábio professor Dr. A. Eugler, encon- tram-se muitas descrições de plantas de S. Tomé. Na Flora of tropical Africa, publicada em Kew, de muitas espécies se encontram indicações.

RESUMO HISTÓRICO DA ILHA

A ilha de S. Tomé parece ter sido descoberta em fins de Dezem- bro de 1470 por João de Santarém e Pêro de Escobar, cavaleiros da casa de El-Rei com os pilotos Martins Fernandes e Álvaro Este- ves. E isto o que se julga como certo. Pelos nomes dados às ilhas se conhece a ocasião da descoberta delas. Assim se julga que aque- les navegantes tenham chegado a S. Tomé a 26 de Dezembro, dia dedicado pela Igreja ao apóstolo S. Tomé, assim como à de Ano Bom no primeiro de Janeiro e à de S.^° António ou Antão a 17 de Janeiro de 1471.

Foram estas descobertas devidas ao contracto celebrado em 1469 sob Afonso V com Fernam Gomes, cidadão honrado de Lisboa, que tomou de arrendamento por cinco anos as terras e senhorios, que D. Henrique tinha legado ao Infante D. Fernando com obrigação de pagar por ano 200?$Í00 ede descobrir anualmente 100 léguas na costa africana a partir da Serra Leoa.

Diz-se que a ilha era completamente deserta na ocasião da des- coberta. Sabe-se que de 1485 a 1486 João de Paiva levou colonos para S. Tomé e que em 1493 a população aumentou tendo o Caj^itão Álvaro Caminha levado para os filhos dos judeus e degredados. Da ilha da Madeira foram também para S. Tomé muitos mestres para tentar a fabricação do assúcar. Em 1540 o naufrágio dum navio junto às Sete pedras perto de S. Tomé deu logar à entrada de negros de Angola, que se estabeleceram no Sul da ilha.

Desde 1560 estava estabelecida a principal povoação, cidade.

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episcopal com mais de 600 fogos, e na ilha havia uns 60 en- genhos de assúcar, j)roduzindo mais de 150 arrobas. Ali havia muitos comerciantes portugueses, castelhanos, franceses e geno- veses.

Até fins do século xviii a vida da ilha foi extremamente aciden- tada por causas tanto internas, como externas. Assaltos e mesmo invasões de corsários e ph-atas por diversas vezes alteraram profun- damente as condições da vida dos habitantes da ilha. Os angolares repetidas vezes fizeram incursões com o fim de roubar mulheres, o mais considerável foi a revolta destes em 1574 e ainda em 159Õ nova revolta capitaneada pelo negro Amador. Além disto o incên- dio da cidade, a discórdia quási permanente entre as autoridades civis e entre estas e as autoridades eclesiásticas, assim como o re- petido abandono por parte do governo central, notável durante o reinado dos Filipes, foram as causas principais do estado decadente a que chegou a ilha, que quási era procurada por navios que necessitavam tomar água, ou receber alimentos. As culturas esta- vam despresadas porque os principais agricultores tinham emigrado para o Brasil.

O século XIX foi mais favorável à ilha. Em 1800 o governador João Baptista da Silva Lagos, mandando vir do Brasil semente de café, promoveu a cultura desta planta, que com extrema facilidade se desenvolveu. Em 1855 o benemérito João Maria de Sousa e Almeida, mais tarde Barão de Agua-Izó, promoveu com grande em- penho a cultura do cacau, importando-o da ilha do Principe, para a qual do Brasil a tinha importado o governador Manuel Ferreií-a Gomes.

Ao Barão de Agua Izé se deve igualmente a introdução do Ar- tocarpus incisa árvore de grande utilidade pelos frutos (fruta pão) de notável qualidade alimentícia.

Nesta época começavam a dirigir os trabalhos agrícolas homens de grande actividade e iniciativa. Francisco de Assis Belard com Manuel Joaquim Teixeira lançaram o fundamento das roças S.'* Mar- garida, Monte Macaco, e Maiança; João M. de Sousa e Almeida os da roça Água-Izé; Manuel José da Costa Pedreira os da Monte Café; José Maria de Freitas os da roça Bela-Vista, Santarém e Ilhéu das Rolas. Os trabalhos encetados serviram de exemplo e muitos outros concorreram para o progresso agrícola da ilha. Entre eles ó de justiça mencionar o brasileiro Dr. Gabriel de Bustaraante^

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que lançou os fundamentos da roça Rio do Ouro, importando do Brasil, sua pátria, grande número de boas plantas e promovendo com cuidado as melhores culturas.

Não foi pequena a luta nestes primeiros tempos pela dificuldade de obter pessoal, pelas gravíssimas epidemias de varíola, que redu- ziam profundamente o pessoal existente e ainda em 187Õ a situação foi agravada com a publicação da lei que aboliu a escravatura em todas as colónias portuguesas.

Essa crise grave foi vencida e os agricultores continuaram a prosperar admiravelmente.

Os angolares, que por vezes incomodaram os agricultores, em 1693 tinham sido metidos na ordem, estabelecendo-se regular- mente na vila de S.'^ Cruz, sendo Governador ou Capitão General Ambrósio Pereira de Berredo, que desse serviço encarregou o capi- tão dos matos Mateus Pires. Apesar disso o sul da ilha continuou improdutivo e os habitantes quási selvagens. Em 1878 sendo go- vernador Estanislau Xavier de Assunção e Almeida, um novo con- quistador dessa gente bárbara foi o Dr. Mateus Augusto Ribeiro de Sampaio, que tinha obtido por compra os vastos terrenos, que os angolares ocupavam. O Dr. Sampaio, destemido e valente, com alguns amigos e limitado j)©ssoal desembarcou na baía de S. João, tomou posse dos terrenos, neles se instalou, arroteou as terras, abriu caminhos, civilisando a população negra, que hoje presta ser- viços de valor na exploração agrícola.

A ocupação dos Angolares foi um dos actos mais notáveis da história da ilha.

A prosperidade crescente da ilha tem-lhe creado inimigos, que sob pretextos humanitários não se tem cansado de lhe promover guerra de descrédito. Infelizmente entre j)Oi'tugueses traidores houve algumas vezes que secundaram esse movimento.

Os progressos agrícolas fizeram a illia conhecida e homens de sciência a visitaram para a estudar. O primeiro foi C. Weiss que em 1847 nela fez explorações; em 1855 e 1861 o Dr. F. Welwitsch; em 1862 os ingleses Don e G. Mann, chegando este a fazer a ascen- ção ao Pico, no que não deveria ter encontrado pequenas dificul- dades. O Dr. H. Dohrn esteve em 1865, e o professor R. Greeff esteve no ilhéu das Rolas em 1879 e 1880, fazendo repetidas excur- sões pela ilha e conseguindo óptimos resultados. Ultimamente, em 1905 os naturalistas franceses Ch. Gravier e Ch. Chevalier fizeram

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ricas colheitas de produtos naturais, que serviram de base a publica- ções importantes.

Não teem sido os estrangeiros que se teem ocupado do estudo da ilha. Em 1885 o Sr. Adolfo Moller, jardineiro chefe do Jardim Botânico da Universidade de Coimbra, na ilha permaneceu por alguns meses fazendo colheitas valiosas tanto de plantas, como de animais. Estes trabalhos de exjíloração botânica foram continuados com ópti- mos resultados pelo Sr, Francisco J. Dias Quintas. De produtos zoológicos fez também boas colheitas o falecido naturalista F. Newton.

Nos últimos tempos o engenheiro Sr. Ezequiel Campos, que teve de joercorrer grande parte da ilha no serviço de levantamento de plantas dalgumas roças, recolheu alguns exemplares botânicos e reuniu muitos elementos sobre a orografia e geologia da ilha.

O que está feito em relação ao estudo dos produtos naturais da ilha é considerável, mas o que a fazer será de certo muito mais, e pena é que tal estudo não seja continuado.

POSIÇÃO GEOGRÁFICA E OROGRAFIA

Conhecida desde 1470 e desde 1800 xplorada activamente por agricultores diligentes, nos últimos tempos tem começado a ser estudada scientiíicamente, podendo afirmar-se que o conhecimento da orografia da ilha se deve quási exclusivamente ao distinto enge- nheiro Ezequiel de Campos, que durante não poucos anos percorreu a ilha em todos os sentidos e dela deu notícias importantes.

A notícia mais antiga desta ilha encontra-se nas crónicas de Valentim Fernandes, que datam de 1510 (1). Nelas se diz E re- donda e terá em cerco 40 léguas ; e em algumas partes da ilha ha picos secos, altos que vão ao ceu, com terras de penedos. No meio desta ilha ha serras e rochedas mui altos em cinco picos que

(1) Crónicas de V. Fernandes publicadas por Gabriel Pereira na Ilevista jwr- tuguesa colonial e marilima, 6." volume, 1900.

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parecem que vão ao ceu, e o meio d'el]es é o mais alto e chamam-no mosteiro. Tem muitas ribeiras d'agua doce, que correm todo o anno, que descem das serras, que sae da serrania e não acliam fonte al- guma. Tem uma formosa bahia, onde está a povoação, onde espal- mam navios e está á banda de nordeste desta povoação .

Mais tarde, em 1554 um piloto português escreveu outra notícia com o título Navegação de Lisboa á ilha de 8. Thomé. Nessa publicação lê-se a seguinte descrição A illia de S. Thomé, que foi descoberta á oitenta e mais anos pelo Capitão do nosso Rei, tendo

FÍ;í. 1

sido desconhecida pelos antigos, he de forma circular, e tem sessenta milhas italianas de diâmetro, isto é, um gráo; jaz debaixo da linha Equinoxial, o seu horisonte j^assa pelos dous poios Árctico e Antar- tico; tem sempre os dias eguaes ás noutes sem a mais pequena differença, quer o sol esteja no Cancro, quer em Capricórnio. A estrella do Polo Árctico he invisível, mas as guardas ainda se vem fazer um jjequeno giro, e a constellação chamada o Cruseko vê-se muito alta. Nesta ilha ha um monte grandíssimo, e quasi no meio delia, o qual sobe com a sua extremidade a muitas milhas de altura, todo vestido de arvores altíssimas, muito viçosas e todas direitas; são tão espessas e densas, e o caminho tão alcantilado, que com mui grande dificuldade se pode alli subir: á roda do cume deste monte, e dentro daquella espessura se continuamente como huma névoa, e ou esteja o Sol na Linha, ou no Trópico, em qualquer

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hora alli se conserva sem se dissipar, quer de dia, quer de noute: não doutro modo do que nós vemos em montes altissimos estarem continuamente as névoas.

Mais tarde, em 1740, foi publicada uma carta (íig. 1) da ilha num livro editado em Amsterdam pela Companhia das índias orien- tais (1). A forma dada ao contorno da ilha pouco se afasta da indicada por V. Fernandes e pelo Piloto português.

Uma outra carta (íig. 2) foi 23nblicada em 1831, levantada pelo oficial da Marinha inglesa, T. Boteler, encarregado pelo seu governo do reconhecimento das ilhas do Golfo da Guiné.

Data de então o conhecimento do contorno, posição geográfica da ilha, assim como da relação de posição com as outras ilhas do Golfo.

O bem recortado da costa está traçado com suficiente precisão. Outro tanto não se pode dizer em relação ao relevo. São apenas apontados os picos mais salientes do centro da ilha e alguns próxi- mos da costa. Esta carta foi reeditada em 1853 e 1902 com algumas correcções.

Descrição extensa e minuciosa foi feita por José da Cunha Matos na Chorographia histórica, no capítulo que tem por título Descri- 2)ção hidrográfica da ilha de S. Tomé indica que a ilha está encostada a 28 minutos de latitude ao norte da linha e a 24 graus e 58 minutos de longitude do meridiano da ilha do Ferro. Descreve com cuidado a costa de toda a ilha, indicando alguns picos, tais como o j)ico Mocondon, o Maria Fernandes, o Mucurú, o Ana de Chaves, que decerto confundiu com o Cão grande, pois o indica como pico muito delgado bem semelhante a uma pirâmide. Descre- vendo a parte da costa de Diogo Vaz diz «Estas paragens constam de montanhas as mais altas desta ilha em que merece a primasia o grande pico de S. Thomé». Na descrição cita a lenda, que ele não julga verdadeha, da existência duma caverna que atravessa a ilha desde o Ilhéu grande até Diogo Vaz. Como bom militar mede muitas vezes as distâncias pelo alcance de tiros de espingarda e até de peça.

O capitão de fragata José Joaquim Lopes de Lima nos Ensaios sobre estatística das possessões portuguezas dedica o livro II às ilhas

(1) Almada Negreiros, A ilha de S. Thomé, Paris, 1901.

22

de S. Tomé e Príncipe. Faz a história dessas ilhas e referindo-se á de S. Tomé indica do seguinte modo a posição e dimensões dela:

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«Esta ilha de S. Thomé lançada no Majipa do Golfo da Guiné quasi de Nornordeste a Susudoeste tem nesta direcção nove léguas de com^^rimento a contar desde a Ponta Figo ou do Morro Carregado

23

ao Norte até à Ponta da Baleia, que ó a mais meridional da ilha ; a sua maior largura (desde o Ilhéu de Santa Anna ou da Ponta do Praião a Leste até ao ilhéu de S. Miguel ou a Ponta furada na costa Oeste) é de seis léguas; esta porem deminue muito para o Norte, em cujo extremo não chega a contar três léguas e muito mais diminue para o Sul, em cuja direcção a Ilha adelgaça mui sen- sivelmente até acabar quasi em bico no logar chamado Villa onde tem apenas uma milha de largo. A sua área está calculada em 270 milhas quadradas das de 60 ao grau e a sua costa apresenta 23 a 24 léguas de circumferencia».

«Pela parte septentrional ofPerece esta ilha de S. Thomó aos olhos do viajante extensas planuras e férteis varseas, regadas por muitas ribeiras caudalosas, que dantes serviam grandes engenhos de assu- car; e a ]3equena distancia da costa se avistam oiteiros de mediana grandeza, no regaço dos quaes está assentada a villa de Nossa Se- nhora de Guadalupe. No meio da ilha (um pouco mais para NO) ergue-se o notável pico de S. Thomé na latitude de 17' ao Norte do Equador».

Transcreve a descrição dada pelo piloto português e a seguir escreve: «Todavia cumpre observar que não é somente deste ele- vadíssimo Pico, que nascem as numerosissimas ribeiras que fertili- sam a Ilha : todo o terreno d'alli para o Sul é montuoso, e a menos de uma légua do Pico de S. Thomé E4SE eleva-se como pirami- dal o Pico de Anna de Chaves, e d'ahi correm duas cordilheiras de montes altos, uma para Leste, que finda em despinhadeiros na Angra de Maria Alves e d'ahi se estende para a Angra de S. João e a outra que vae ao SE até topar o Pico Maria Fernandes e Pico Mocondon, e de volta a SO, ostentando nesta direcção as bem conhecidas Pontas, denominadas Cão grande o Cão j)equeno, ^ a Ponta Preta e o agudo Pico Praia Lança. Do seio de todas estas montanhas encadeadas, que encerram nas suas vastas abertu- ras extensos e fecundíssimos valles brotam por toda a parte fontes, as quaes engrossando o seu cabedal na sua queda vam despenhan- do-se nas planicies, e restituindo ao solo a humidade que de conti- nuo lhe rouba a acção dos raios solares. . . húmus argiloso constitue geralmente o solo da ilha». Descreve a costa da ilha não se afas- tando do que tinha escrito Cunha Matos, e numa carta representa o contorno como na de Botelar mas a orografia ó muito imper- feita.

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Publicações mais importantes são as que teem jíot autor o Dr. Eicardo Greeíf que nos anos de 1879 e 1880 percorreu as ilhas do Golfo da Guiné. Durante dois meses esteve no Ilhéu das Rolas e

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Fig. 3

de fez repetidas excursões na Ilha de S. Thomé colhendo precio- sos elementos de estudo. Descreve do modo seguinte a orografia da ilha (1), e acomjDanha a descrição com uma carta (fig. 3).

«A ilha de S. Tomé, como a do Príncipe e as outras do golfo da Guiné, é de origem vulcânica e consiste fundamentalmente em basalto e lava basáltica. Desde a costa sobe de todos os lados, incluindo numerosas ravinas e vales profundos percorridos j)or tor- rentes e regatos, até um jjlanalto verde e elevado, com montes e píncaros de forma variada e fantásticos cones agudos frequente- mente quási verticais, do meio dos quais sobresae, como domina- dor, um forte massiço central, o pico de 8. Tomé, de 2.000 metros de altura, que se deve considerar como o antigo vulcão principal, em volta do qual se agruparam os restantes montes como cones eruptivos secundários. Para leste e nordeste é o pico cercado em arco por uma serra de numerosos cumes, a Cordilheira de 8. Tomé. Esta desce gradualmente em terraços, na direcção da cidade de S. Tomé e da costa N. E., até uma extensa encosta suave e ver- dejante na qual ainda se encontram alguns cones mais pequenos, e para oeste pelo contrário eleva-so o Pico atrás da serra como de uma gigantesca muralha protectora. Se fosse permitido tirar alguma conclusão desta conformação singular, poderia considerar-se esta linha montanhosa curva que rodeia em parte o Pico, como resto da borda de uma antiga grande cratera, de cujo fundo se levantou o Pico actual.

Outras muitas provas se encontram da antiga actividade vulcâ- nica da ilha, em toda a sua superfície . . .

8erras: De nenhum lado se descortina tão completamente o grandioso panorama orográfico de S. Tomé, como do Sul e nomea- damente da Ilha das Rolas: (fig. 4).

Primeiro aparece -nos logo atrás da borda meridional de S. Tomé, da Praia Inhame, uma cumeada arborisada que em cada extremidade termina por um pequeno monte : é a península do logo, que constituo a extremidade meridional de S. Tomé, e ó limitada a E. por uma profunda enseada, o logo-Iogo, ou baía de logo no qual desagua o Rio Salgado. Atrás do logo salienta-se um segundo

(1) Die Insel Sam Thomé (Petermanns Geogr. Mitteilungen. 1884) Die Imd Rolas (Globus, Band xli n.«' 7, 8, 9).

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dorso montanlioso, dej^rimido ao meio, e elevando-se mais em ambas as extremidades, e atrás do qual se a ponta dentiforme do Cão Pequeno, cone deveras singular do aspecto que se eleva quási ver- ticalmente não longe da costa S. W.

Depois segue-se, mais atrás, uma pirâmide larga e alta, que para oeste começa numa encosta recortada e de inclinação áspera, e depois se eleva gradualmente, o Pico de Ana de Chaves (2), o se- gundo monte da illia em altitude, tendo talvez 1.600 metros. Atrás deste e um pouco à esquerda ergue-se acima de tudo o majestoso Pico de S. Tomé (1) de 2.000 metros ou mais de altitude, e à direita a orgulhosa j^irâmide do Pico de Cabombey, junto da qual, e ainda

Fig. 4

mais à direita, aparece ainda a parte sul da Cordilheira de S. Tomé. Ainda à direita desta, e atrás do dorso montanhoso que acima foi descrito, avista-se uma pirâmide truncada em forma de mesa, e por trás desta o dente do Cão Grande (4), um cone quási vertical semelhante ao Cão Pequeno mas muito maior, que faz lembrar de um modo notável o Pico Papagaio da Ilha do Príncipe, e que é visível na sua totalidade da costa do sudoeste. Mais à direita ainda ergue-se a ponta arrojada do Pico Maria Fernandes (5), e finalmente, como saindo das ondas, surge, sobre uma j^enínsula avançada na Angra de S. João, o Pico Macurú (6), que deste lado fecha o grandioso panorama.

A oeste, à esquerda do Pico de S. Tomé avista-se ainda da Ilha das Rolas uma pirâmide aguda, o Pico Zagaia, que fica não longe da costa ocidental entre os rios Cabombey e S. Miguel. A estes, visíveis desde Rolas, acrescenta-se o Pico Micondom, mesmo junto à costa próximo à Praia Micondom, e finalmente temos ainda a lembrar um monte muito notável, e até aqui segundo parece des- conhecido, cuja notícia devemos aos negros Angolares: é um terceiro Cão de tamanho intermédio entre o Cão Grande e o Cão Pequeno e como eles da forma de um cone agudo e que se eleva abrupta-

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mente; fica entre o Pico de S. Tomé e o Pico Cabombey, e parece que se não avista de nenhum ponto da costa nem do mar, sendo além disso de mui difícil acesso, por ficar no sertão desconhecido da Ilha rodeado de altos montes e floresta espessa. Os Angolares chamam-lhe, na lingua dos pretos de S. Tomé, Cào de San Ma Pibes, isto é, Cão de Santa Maria Pires.

Além das acima mencionadas elevações mais importantes, verda- deiros montes, que são denominados, ora Pico, ora Cão, encontra-se um grande número de altos menores, os chamados Morros, a maior parte dos quais são, como os montes maiores, cones ou cabeços mais ou menos íngremes, e também cobertos de floresta, mato ou capim, e excejicionalmente cultivados, como os que se elevam na cordilheÍ7-a. Ao Norte da Ilha fica mesmo junto ao mar o Morro Peixe, assim chamado porque parece que nesta parte da costa ó grande a abundância de peixe; a oeste daquele e igualmente junto da praia fica o Morro Carregado, mais pequeno.

Na vertente da cordilheira para a costa nordeste elevam-se igual- mente vários cones jíequenos, como o Morro Moquinqui próximo da Vila N. S. de Guadalupe e do Rio do Ouro, um cone bastante abru- pto coberto na parte inferior de floresta e na superior de mato, árvores isoladas e ervas altas. Uma tentativa que empreendi de o subir, foi baldada. . . Outros dois cones da cordilheira ficam no Rio de Diogo Nunes perto da Roça Boa Entrada. O maior deles é coberto de floresta, e por causa da fartura de macacos chama-se Morro Macaco; o outro contém culturas de café, misturadas em parte com outras árvores e matagal. Com o auxílio de um guia hábil consegui alcançar o cume deste onde fica uma pequena cabana meio arruinada, e donde se goza uma vista soberba sobre a rica cordilheira e até à cidade e ao mar. O maior cone da cordilheira, que fica entre os princípios dos rios de Diogo Nunes e de Mello, ó o Morro Momjo, que é também visível da Baía do Ana de Chaves. Do lado oriental a oeste do Pico Zagaia e muito perto da costa fica o Morro de Souza, e no sudoeste entre Agua-Izé e Rio Ribeira, dois cones, um dos quais tem o nome de Morro Cantagalo. Ao sul do Rio Ribeira foram notados por nós e indicados na carta segundo as suas posições três morros sem nome. Finalmente encontram-se morros nas pequenas ilhas que rodeiam S. Tomé como o Ilhou das Cabras, etc. Dois dos mais notáveis ficam na Ilha das Rolas deno- minados pelo proprietário Morro Eqninoxial, e Morro de Ricardo

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Greef. O primeiro tem 110, o segundo 120 metros de altura. Am- bos conteem uma cratera profunda e regular cujo fundo desce até poucos metros acima do nível do mar». -

*

A ilha de S. Tomé está situada entre o meridiano de 6" 20' e tí°4J:' e os paralelos de 0°5 e 0°24'40'' e na linha que partindo dos Camarões passando por todas as ilhas do Golfo, vai terminar na ilha de S.*'*^ Helena partes superiores talvez de terras africanas submer- gidas em épocas remotas.

O contorno da ilha (carta da ilha) (1) pondo de parte a quási pe- nínsula do extremo Sul, é sensivelmente elítico, ficando o centro da elipse no meridiano de 34' e no paralelo de 14', fazendo o eixo maior com o meridiano um ângulo de 21° na direcção NNE. A ilha tem no seu maior comj)rimento pouco mais de 47,5 quilómetros, 27 na maior largura, e proximamente 1.000 quilómetros quadrados de superfície.

Em volta da ilha encontram-se não poucos rochedos, alguns cu- riosos. Um deles, o Joana de Sousa, próximo da costa ocidental, é cavernoso. A água do mar entra e sái dele com grande explosão, toda pulverisada. São bem notáveis as Sete pedras as quais, no dizer de Lopes de Lima são «como ilhotes levantados em cima do mar como navios à vela». Apesar do nome o grupo é formado de 14 agulhas vulcânicas, das quais 7 são de dimensões superiores às das outras. São de formas mais ou menos diferentes e algumas teem cavernas de grandezas diversas.

Não longe da ilha encontram-se alguns ilhotes, um ao norte o Illieu das cabras de pequenas dimensões (fig. 5) formado de dois pequenos montículos ; outro, um pouco maior o Ilhéu de 6'.'" Ana a nascente; três pequeníssimos o Ilhéu formoso, o Ilhéu gabado, o Ilhéu S. Miguel, situados perto da costa ocidental à entrada da linda en- seada de S. Miguel , ao Sul o Ilhéu das Bolas de dimensões um pouco consideráveis. Encontram-se nele duas crateras bem deter- minadas. Morro Greef e o Morro eqninoxial. E de pequena altitude e é curiosa a estructura da parte Sul toda formada de tufos vul- cânicos, com extensas cavernas pelas quais a água do mar penetra

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Fig. 5 Ilhéu das cabras visto de Fernão Dias

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saindo com violência, quási pulverisada, por aberturas que se en- contram em pontos diversos (fig. 6).

A costa da ilha apresenta grandes variantes. Ora se estende regularmente prolongando-se pelo mar até distância considerável sendo formada de areia negra ou coberta de grossa camada de calhaus rolados (fig. 7), ora é cortada a prumo até grande altura, como se

Fig- 6

em Diogo Vaz, onde a costa tem a forma de grande muralha construída de pedras de forma regular, bases de j)rismas basálticos. Junto da entrada da angr^ de S. João levantam-se os picos Agua e Macurú, sendo a angra cercada de despenhadeiros de difícil acesso. Ao norte junto da costa encontram-se os Morros Peixe e Carregado. Noutras partes a costa é formada de rochas de formas variadas. Quási no extremo sul sobre um aglomerado de grandes pedras le-

(1) É reprodução fotográfica da carta em relevo sobre outra desenhada pelo sr. Esequiel Campos. Não pode ser considerada como representação exacta da illia, mas idéa suficiente da orografia dela, como não dava nenhuma das cartas pu- blicadas até hoje.

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vanta-se uma de forma curiosa^ bem conhecida com o nome de Jíomem da Capa. Noutros pontos a costa entra pelo mar até distâncias variadas formando as chamadas pontas das quais as mais notáveis são as pontas Praiâo e xigua na parte oriental, ao Sul a Ponta Baleia e a do Homem da capa, indicada, na costa ocidental a Ponta Figo, Ponta Zali, a Ponta Azeitona e a Ponta Furada, considerável rochedo perfurado de modo a ser possível passarem barcos pela abertura.

Encontram-se numerosas enseadas de grandezas muito diversas, sendo as mais notáveis a baía de Ana de Chaves (a) (1), perto da qual está edificada a cidade, a angra de S. João (c) de forma quási circular e de bastante fundo ; menor, mas muito agradável é a enseada de S. Mi- guel (g) na costa ocidental, e ao sul a enseada do Yogó yogó (e), que se prolonga pelo interior formando quási uma lagoa Malanza de grande beleza (íig. 8). Outras enseadas e calhetas dão acesso a barcos servindo para embarque de materiais para a cidade.

Se a costa da ilha é de formas tão variadas, o interior é de ex- traordinária estrutura. Terras planas são raras e as únicas de re- gular extensão encontram-se na região inferior do Rio do Ouro. Da costa as terras sobem com inclinações muito diversas até ao ponto culminante, cuja altitude, segundo observações do sr. E. Campos, é de 2.023 metros. E o Pico de 8. Tomé (*) «monte grandíssimo (íig. 9) 6 quási ao meio dela (ilha) o qual sobe com sua extremidade a muitas milhas de altura», como descreveu o piloto português.

Este pico liga-se por terras de diversas ondulações passando pela Estação Sousa, pelas escadas (2) e pelo Calvário (') cujo j)onto cul- minante está a 1.596 metros de altitude, com a Lagoa Amélia (3) com 1.485 metros. Este conjunto forma a parte culminante da ilha donde irradiam todas as linhas divisórias principais, nada central como bem mostra um corte pelo paralelo, que passa pelo Pico. A distância do da perpendicular baixada desse ponto à costa ocidental é de 7.800 metros e de 23.560 à costa oriental. As terras que vão do Pico à Lagoa Amélia formam uma cordilheira em curva cuja posição e grandeza é inteiramente diferente daquela à qual o Dr. Oreeíf chamou Cordilheira de S. Tomé e que figurou na carta que publicou.

Com esta parte culminante estão mais ou menos ligados os picos.

(1) As letras e números referem-se á carta da ilha.

(2) Passagem aspérrima e estreitíssima, pois tem em alguns sítios quando muito &0 centímetros de largura, caindo aos lados o terreno a mais de 45".

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montanhas e morros que se encontram em diversos pontos da ilha. Um deles o Morro Castro (*) que em Monte Forte tem 1.064 metros desce quási directamente do Pico até ao mar, formando uma âncora para noroeste muito ravinada da Prainha ás Neves ; outro contraforte muito saliente de 1.212 metros de altura cái do Morro das quinas de Diogo Vaz para o lado ocidental. Da Estação Sousa, que fica pró- xima do Pico, num pequeno planalto da cordilheira, parte para o Sul outra cordilheira, segunda em importância na ossatura da ilha, o Ca- homhey (*^) com 1.400 metros de altitude, cuja cumeada vai até à Ponta do Homem da capa, prolongando-se através do mar até ao ilhéu das Rolas, que dela é o extremo.

Do Calvário uma outra cumeada segue para sul, compreendendo morros interessantes, a Peninha (^), os Formosos (^). o Botija (') o Cruseiro (^) até aos montes da Fraternidade (*°).

As duas cumeadas, esta o o Morro Castro, limitam duas regiões da ilha muito diferentes sob vários pontos de vista.

Dum modo geral pode dizer-se que a parte que fica ao norte destas cumeadas sobe de modo bastante regular até à cumeada Pico Lagoa Amélia. Alguns morros importantes aqui se encontram bem eomo ravinas profundas.

Em terras do Rio Douro levanta-se o curioso Moquinuqi de forma muito regular (fig. 10) com 271™, 95 de altura. Em terras do Monte Café encontra-se o Mohongo todo coberto da densa floresta ; na alti- tude de 800 metros está situado nas terras da Água Izé o Cantagalo igualmente povoado de árvores.

Outros morros de menor importância num ou noutro ponto se encontram, tais são o Maclu, o Sacli, o Monte Macaco, o Monte Sa- meiro da Pinheira, e perto da costa os morros Carregado e Peixe.

Depressões mais ou menos fundas oncontram-se nas bacias dos rios, que correm neste sector., E notável a profunda ravina por onde corre o Agua Coimbra em Rio do Ouro. O rio Contador e seus afluentes, descendo com grande declive da cumeada Pico Lagoa Amélia, tem cavado extensa e profunda ravina, com certeza a maior da ilha.

Ainda em terras próximas do Rio do Ouro a Ribeira funda é bem notável. Quem da Rosema caminha para Rio do Ouro tem grave impressão ao olhar do alto da ravina para os terrenos baixos. Tem de se descer por caminhos tortuosos mais de 200 metros para chegar ao fundo da depressão. Se na descida da Rosema para Rio do Ouro o caminho é tão abrupto, a subida da costa para a Rosema não é

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menos difícil e perigosa. A pequena distância da costa começa-se a subir por uma encosta de grande inclinação por caminho estreito, por vezes quási em degraus, tendo ao fundo uma grota apertada, medonha.

O caminho para o Pico até à Lagoa Amélia é mais ou menos re- gular, a23esar de por vezes o cavalo, que eu montava, na ascensão que realisei até esse ponto, por vezes ter mostrado dificuldades em subir os degraus, que no caminho se encontravam.

Da Lagoa até ao Pico é que as dificuldades são grandes, e por isso poucos se teem aventurado a ir até lá.

A primeira ascensão a tão elevado ponto seria talvez feita pelo piloto português. A descrição que desta parte da ilha êle faz, parece indicar que por andou. Nos tempos modernos quem primeiro subiu foi o explorador botânico Gustavo Mann em 1861. Em 1880 chegou também o Dr. M. R. Sampaio, voltando em 1884 em com- panhia do Dr. A. Emílio de Azevedo. Em 1885 nova ascensão foi feita por ocasião da estada do sr. Adolfo Moller em S. Tomé em es- tudo da ílora da ilha. Organizou a expedição o sr. Spengler, admi- nistrador da roça Monte Café, bom conhecedor da ilha. Fizeram parte dessa ascensão, além dos srs. Moller e Spengler, e sr. José P. de Castro, director das Obras Públicas em S. Tomé e os srs. Palanque e Patrício Alvares.

Por meio dum podometro calcularam a distância da Lagoa ao Pico em 47 quilómetros.

Em 1905 visitou a ilha o explorador botânico francês Augusto Chevalier. Depois de percorrer boa parte da ilha procurou explorar a região alta e nesse sentido a 29 de agosto seguiu para a roça Monte Café para daí subir ao Pico. Dessa ascensão a seguinte descrição (1). «Fui dormir a Monte Café, e no dia seguinte ao rom- per da aurora em hora e meia de caminho a cavalo cheguei a S. Pedro, uma das mais elevadas dependências da roça, proximamente a 1.150 metros de altitude. O terreno é extremamente acidentado formando um verdadeiro caos de vales pitorescos, cobertos de vigorosa floresta nas partes em que esta não foi destruída. Nevoeiro denso e frio, que ao anoitecer se resolve em chuva fina e que o sol com dificuldade atravessa, envolve quási sempre toda a região sendo difícil vêr a paizagem para além de 50 a 100 metros.

(1) O Ocidmte de 20 de maio de 1910.

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Não é raro ver as. partes altas inundadas de luz e as baixas en- volvidas por denso nevoeiro formando uma espécie de auréola em volta dos picos. A 31 de agosto, logo de madrugada saí de S. Pedro e a fui até à Lagoa Amélia.

Do terraço que está no bordo desta cratera vê-se perfeitamente o pico, nessa ocasião envolvido em densa névoa, ficando a descoberto apenas alguns pontos superiores. As 9 horas deixei a Lagoa Amélia acompanhado por três indígenas. Desce-se da cratera contornando a espiral da chaminé, que a suporta e ás 10 horas cheguei à cota de 1310 metros, donde se vêem densas plantações de cafezeiros e de quinas na direcção Sul, situados a alguns centos de metros ; ca- minha-se depois para oeste seguindo uma aresta de poucos decímetros de largura e na qual cada um se aguenta agarran(^o-se às árvores, cujas raíses aparecem à superfície da terra. As 11 horas trepámos ao Pico Calvário, cuja base é coberta de densa floresta.

As 11 horas e minutos estávamos no cume do Calvário, situado a 1Õ80 metros de altitude. A descida deste pico é muito difícil e em alguns pontos quási vertical, sendo necessário cada um agarrar-se aos troncos das árvores completamente cobertos de musgos. A um e outro lado vêem-se abismos de muitos metros do profundidade e quási verticais, não sendo fácil distinguir o fundo deles por que densa névoa se encontra em toda a jDarte. A meia hora depois do meio dia atravessamos uma torrente encaixada entre basaltos, cujas fracturas produzem a ilusão de rochas estratificadas na direcção vertical. Ao meio dia e três quartos encontra-se terreno bastante plano e dum ou doutro ponto se o abismo. A uma hora e um quarto encon- tramos uma cabana de madeira, na qual trabalhavam dois indígenas, construída alguns anos antes por um francês, Celestino Palanque, nesse tempo empregado na roça Monte Café. E a Estação Sousa cuja altitude é de 1585 metros.

As duas horas névoa intensa não deixava distinguir os meus companheiros, que estavam a uns 10 metros de distância. Chegamos à parte superior dum cabeço cuja altitude era de 1755 metros e onde encontramos vestígios duma antiga cabana. Desce-se bruscamente para de novo subir. Nesta altura a névoa dissipou-se na direcção do Sul e podemos então comtemplar um abismo de 500 a 600 metros cujo fundo estava coberto de densa névoa, e por cima um sol bri- lhante.

Para chegar ao cume do Pico a partir da esplanada donde se

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domina o abismo, é necessário subir quási verticalmente agarrando -se às raízes e ramos das árvores.

Por fim ás 4 horas e 10 minutos cliegámos ao ponto culminante, onde mal vegetam algumas quinas plantadas anos. Sol brilhante inundava toda a parte culminante da ilha ao passo que a névoa co- bria a parte inferior nem deixando ver a costa. o barómetro marcou 2025 metros.

O Pico não é de forma arredondada, mas tem a forma duma crista alinhada de O 20' S a E 20' N. A parte culminante tem apenas 20 metros quadrados em extensão, e mesmo no extremo se encontram vestígios duma pequena habitação construída pelos plantadores de quinas.

E soberbo o espetáculo que se gosa deste ponto elevado. O cume do Pico está completamente inundado de luz e revestido de árvores raquíticas, torcidas, aleijadas, com os ramos curvados sob o peso das criptogâmicas, que sobre eles vivem. A distância duns lÓO metros apenas se distinguem nuvens densas, brancas como algodão. Um único pico atravessava a espessa névoa ; era o Pico de Maria Pires.

Demorei-me na parte culminante desde as quatro horas e dez minutos ató às quatro e trinta.

A descida foi mais fácil e ás seis horas acampei na Estação Sousa, onde dormi, e apesar de bem agasalhado não me livrei de sentir o frio da noite. No dia seguinte parti de Estação Sousa ás seis da manhã, cheguei à Lagoa Amélia ás onze, trazendo uma rica colecção de plantas, que não se encontram noutras partes do mundo»,

A esplanada inferior do Pico deu o dr. Sampaio o nome de va^ randa do Pico.

Em carta escrita do Pico de S. Tomé o sr. E. CamjDOS descreveu do modo seguinte as impressões que recebeu : «A trovoada ronda de dia e de noite com rumores longínquos princijDalmente para os lados de S. Miguel; mas para o lado da cidade, quando não ne- voeiro, vê-se apenas o recorte duvidoso da ilha toda esbatida num tom azul sombrio através dum céu húmido e fumarento. Ao sol posto, todos os dias, é que paisagem se torna mais interessante. Olhando j)ara os lados de Diogo Vaz vê-se o mar erguer-se em parede inclinada para o largo ató à altura dos nossos olhos, a confundir-se com o céu ; curva-se para os lados do Lembá e para o norte da ilha, como superfície dum grande cone, todo rugoso do nuvens brancas e

pardacentas, coroado à altura do horizonte. A terra cái a prumo j)ara o pego, donde saem grandes fumaradas alvas de nevoeiro, como penachos de vajDor dalgum vulcão colossal. E o conjunto, todo a meias tintas, com o sol a mergulhar-se uo mar por entre nuvens de trovoada, dá-nos a impressão de que ocupamos o centro duma cra- tera imensa, onde se levantou um cone de terras altas, de cujos lados fendidos sobem nuvens de fumo branco, que se vão descaindo para o ocidente.

E a impressão que salta logo, tão frisante é a perspectiva do mar como o interior rugoso duma cratera iluminada por luz oblíqua, tão profunda fica a orla ocidental da ilha mergulhada em trevas de vapor, tão a prumo parece a queda para o abismo, e tão alvas e movediças são as nuvens brancas a levantarem-se das grotas todas na escuridade».

O sector do Sul é inteiramente diverso. Logo no alto a terra cái do Pico com grande inclinação e a grande profundidade.

Diz assim o sr. Campos. «Afeito, como estava, a olhar muitas vezes para 200 a 300 metros de depressão talhada a pique a meus pés, tive uma verdadeira impressão de receio quando do Pico olhei pela primeira vez para a caldeira da nascente do rio Cantador. O nevoeiro tinha voado num levantar de pano ; a meus pés sem mais planos que o das ervas amareladas que o vento a subir deslocava uns 40 metros mais abaixo, via-se muito longe, quási na vertical, o tapete verde sombrio da floresta, toda igual, sem uma árvore mais aparente na massa da verdura tamanha é a distância e somente a des- tacar-se neles umas pedras, que deviam ser colossais, mas que pareciam uns pequenos calhaus rolados a orlar o leito dum fio de água o Cantador cuja música chegava até mim. A queda deve ser de 800 metros, se não for maior» (1).

Começa assim a asj^ereza da região, que fica ao Sul da cordilheira superior da ilha. Ravinas profundas, morros de considerável gran- deza, picos e agulhas notáveis, rochedos de formas cajjrichosas cortam o resto.

Na cumeada, que segue do Calvário quási na direcção SE. uma série de picos curiosos o Peninha (^) (2), o Oculto (^), os Formosos (^)j o Botija {^), o Cruzeiro {^), e por último os montes da Fraternidade, todos formados de rochas basálticas e de formas singulares. O

(1) E. Campos Conferência sobre S. Tomé. (2j Estes números cncontram-se na carta da ilha.

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Formoso grande (íig. 11), escreve o sr. Campos, «é todo de pedra. Passando-se encostado a êle, da banda dos Angolares, como é ta- lhado a pique, parece que as grandes rugosidades, constituídas por enormes calhaus de basalto fendido, vêem despenhar-se sobre a nossa cabeça (1)». Um jdouco afastado desta cumsada encontra-se o Maria Fernandes (fig. 12j (*^) o morro mais interessante do sudoeste da ilha. É uma enorme jjedra a polo lado de sudoeste, acomjianhada de terra à orla do topo por nordeste, com o seu penacho de nevoeiro

Fig. 12

alvadio. Referindo-se a êle, visto do Cabombey escreve o sr. Campos O Maria Fernandes despe o casaco flutuante, põe um chajjeu al- vadio, que pouco a pouco vái afeiçoando até dele se aborrecer e ficar com a sua permanente côr azul sombria, curvado para o Sul» (2). Como mo contrariou este morro, quando pretendi fofcografa-lo da Granja! Deu voltas variadas jDara afeiçoar o chajjeu, mas por mais que eu esperasse, não chegou a aborrecer-se dele.

Cumeada, ou antes cordilheira bem definida e extensa é a que partindo da cumeada Pico-Calvário vai até à Ponta do Homem da

(1) E. Campos Conferencia.

(2) Idem, ibidem.

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Capa a constituir a espinha dorsal de todo o sul da ilha. Na parte superior^ que vai ligar-se àquela cumeada salienta-se alteroso o Cha- ruto, noutros tempos Pico de Maria Pires, linda agulha, cujo topo está a 1356 metros ; a seguir depois de bastantes reductos da serrania levanta-se o Cabombet/ {^^) com 1400 metros de altitude, dominando pe- sadamente todo o sul da ilha. Tem a forma regular de monte, sem agulha de pedra a domina-lo. Referindo-se a este monte escreve o sr. Campos. «Não se pode descrever o panorama extravagante que daqui se vê. Apesar de acostumado a viver com selvagens nesta natureza revolta, soltei hontem uma série de interjeições para o meu pseudo-guia Cocálo diante da vista imponente que o sul e lesto da ilha apresenta daqui. Sob o ponto de vista de estudo e pelo lado artístico a ascensão deste morro é inquestionavelmente mais interes- sante que a do Pico. De nota-se nitidamente a disposição e re- lação de todo o relevo da ilha, desde Santa Catarina até à Lagoa Amélia contornando pelo sul. Os cavaletes e ravinas apresentam-se nítidos para estudo, destrinçados por ordem e orientação ; emquanto que alguns rios, o ló, o Quija, o Lembá correm como fitas luminosas j)ara o mar, perfeitamente distintas. Tem-se aos pés um mapa em tamanho natural com relevos salientados pela luz oblíqua da manhã ou da tarde, posto em boa posição para a perspectiva ordenada duma grande parte da ilha. A ascensão do Cabombej, por distracção apenas encarada, é muito mais interessante que a do Pico. A meio caminho vê-se a grande cascata do Umbugú, dum brilho imponente, a cair para o grotão profundo, tinta de uma cor azul sombria, e de de cima, à luz clara da manhã ou com o sol a pino^ a vista não se cansa de admirar os caprichos desta ilha toda viçosa, tão fan- tástica, com tantos cambiantes de formas e de luz, tão movediça de aspectos, que, mesmo para os mais acostumados a vê-la por toda a parte, por todas as maneiras, há-de trazer exclamações e surprezas. Agulhas gigantescas de pedra, como grandes menhirs do tempo alinhados pelos cavaletes ; erosões profundas, grotas e caldeirões ; cavaletes com arestas escarpadas, mamilos erectos para o céu ; fitas de água brilhante e espumosa, recortes caprichosos de angras e baías; ilhéus e pedras pelo mar; casas brancas perdidas pelos montes; um grande mar de nevoeiro a bailar, a dar enfeites caprichosos aos picos e ás montanhas ; o deslisar suave duma geleira enorme de nevoeiro sobre as grandes altitudes . . . tudo nos oferece no curto espaço duma hora o alto de Cabombey acompanhado pela cons-

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tante toada das cascatas longínquas quando se descerra o scenário da i]ha(l).

Foi para mim penosa e longa a ascensão de Cabombey, onde gastei quatro dias, sempre a caminliar debaixo de cliuva e trovoada. Para o Cabombey não trilho seguido, e muito menos caminho ; é necessário conhecer muito bem a orograíia da região e, com ne- voeiro, como é regulamentar, guiar-se constantemente por ela e pela

Fig. 13

agulha magnética para não andar para trás, ou fazer um trajecto perigoso e longo; manter-se constantemente na divisória do Quija e Umbugú, depois de sair da serrania de Vila Verde, caminhando para o norte».

Além desta parte tão interessante e pouco conhecida desta cu- meada encontra-se ao lado dela a agulha mais notável de toda a ilha o Cão grande— {fígs. 13, 14 e 15) H.

Descreve-o assim o sr. Campos. E uma agulha gigantesca com mais de 310 metros de altura ; é uma pedra mais alta que a torre

(1) E. Campos no O Tempo n.° 2262.

[5]

Fig. 10 O Moquimqui

[6]

■!'~í5a

Fii;. II O Formoso grande

F'\<x Oão grande

[8]

Fig. 15— Cao Grande

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Eiffel ! Teríamos de multiplicar por 11 a altura do maior obelsico de Tliebas, dando -lhe um pouco mais de 200 metros de diâmetro na base e de 80 metros junto do topo, de arredondar-llie as arestas, colar-llie umas trepadeiras nas rugosidades, dar-lhe umas asperezas na base e na superfície cilíndrica, continuar a deixa-la bem a prumo, e teriamos mais ou menos pronto o Cão grande. Havíamos de dobrar a altura do monumento de Washington e depois ainda faze-lo maior j)ara o colocarmos a par do Cão grande.

E esta agulha ó duma pedra ! Quantas vezes, olhando para ela, eu não scismei no arranco brutal da natureza para assim o adel- gaçar através do terreno, e no conjunto de forças que sobre esta e aquela foram atuando até que o deixaram com a forma que hoje tem(l)!

O topo do monolito tem 673 metros de altitude. Muito mais alto que a serra de Cintra, e mais dois terços de altura da nossa serra da Estrela. E uma bela coluna. Não menhir, nem chaminé da fábrica para se lhe pôr ao lado.

E para que a ilha seja verde por toda a parte, até a pedra tem vegetação em grandes manchas.

Apresenta-se sempre mais ou menos cilíndrica ; é porém das terras do centro da ilha, a caminho de Vila Verde, que ela é mais regular. De S. José da Praia Grande, do Novo Brasil (íig. lõ), isto é de sudeste a sudoeste da ilha, apresenta-se com a base um tanto dila- tada e com o topo mais adelgaçado.

Vê-se de todo o sul da ilha. E muito curioso do Cabombey na perspectiva da Praia G-rande ; são duas pontas de terra pelo mar dentro, a coluna levanta-se alterosa a projectar-se no mar, como se fosse um farol altíssimo» (2).

Mais próximo da costa nos montes do Portinho encontra-se outra agulha o Cão pequeno (íig. 16) (3') cujo topo está a 390 metros de altitude. Muito menor que o Cão grande, ó ainda assim curiosa. Vista das terras de Mussacavu reconhece-se que é um pouco inclinada.

Entre a extensa cordilheira Calvário e Ponta do Homem da Capa e a Cumeada Calvário Formosos Fraternidade levanta-se al- teroso, mas no centro da ilha, o Pico de Ana de Chaves {^'^) quási da altura do Pico, totalmente virgem, pois não consta que entrasse

(1) E. Campos no O Tempo n.° 22G1.

(2) E. Campos Conferência.

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qualquer ser humano, tal é a aspereza do terreno que o forma e que o cerca.

Da cumeada Pico e da grande cordilheira Calvário Homem da Capa derivam para oeste morros consideráveis que terminam perto do mar em poucas terras mais ou menos planas, mas sempre com sulcos profundos de torrentes desde Ponte Cadão até S.**^ Catarina.

Da região do Charuto derivam para oeste alguns contrafortes, não raro adornados de morros elevados e ásperos, entre os quais se destaca o Morro Lembá que vai terminar na costa desde S.** Catarina até à Ponta Furada e o Morro Iréne. Ravinas profundíssimas sulcam esta região da bacia do rio Lembá em boa parte ainda em floresta.

Do Cabombey segue para sudoeste uma pernada alterosa de serrania que vai ligar-se ao Zagaia (^^), caracterisado j)ela curiosa agulha em forma de ferro de zagaia, que lhe o nome.

Nessa pernada encontra-se uma rocha de grandes dimensões, de forma arredondada, conhecida com o significativo nome de Queijo. Quem estiver na Estação Sousa pode ver o Cabombey, o Charuto, o Queijo e ao longe o Zagaia (fig. 17).

Dum outro ponto vê-se o Zagaia, o Queijo e ao longe, cercado de névoa, o Pico (fig. 18).

A caminho para o Sul encontram-se ainda morros menores e contrafortes ásperos cobertos de florestas em que se destaca o Uin- hugii que vai ao Cabombey.

É grande o número de rios, ribeiras e águas, que se encontram na ilha. O sr. M. F. Ribeiro indica 88 no livro A província de S. Tomé e Principe. isso tinha sido indicado pelo piloto por- tuguês que a esse respeito escreveu o seguinte. «Esta névoa (1) se esta sempre resolvendo em água sobre as folhas e ramos das ditas árvores, em tanta quantidade, que de cada lado do monte nascem rios dela, uns maiores, outros menores, conforme toma o seu curso mais por uma banda do que pela outra. também por toda a ilha muitas fontes de água viva, e pelo meio da povoação corre um

(1) A névoa quási permanente na região alta.

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Fig. 16 0 Cão pequeno visto de Mussacavu

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Fig. 21 Ponte que Deus fez nn roça Saudade

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regato de água claríssima, muito espraiado e pouco fundo, da qual dão a beber aos doentes, por ser muito ligeira e delgada; ó opinião constante dos habitantes, que se não fosse a excelência e bondade deste regato, não se poderia viver em S. Tomé.

Os rios de maior percurso são o (--) que corre para o Sul, o Abade e o Manuel Jorge (-^) que correm para Este, o Rio do Ouro {^'') que corre para Norte, o Contador i^^) e o Cantador (^^) que correm

Fig. 19. gi'ande perto da foz

para Oeste. Todos estes teem a sua origem em volta da Cumeada Pico-Lagoa Amélia. Um outro não pequeno, o Lemhá (-*) vem da Cumeada Pico-Cabombey para Oeste.

De todos o maior ó o ló, por isso com razão denominado grande. Nasce bastante acima do Peninha, muito na vizinhança do Calvário e do Pico de Ana de Chaves a Leste das Escadas. O Sr. E. de Campos topografou este rio até à altitude de 72G metros num percurso superior a 17 quilómetros, onde existe a primeira cascata propriamente dita.

Segue o vale estreito e jn-ofundo entre a Cumeada Calvário Fraternidade, Ana de Chaves e Cabombey, e tem sua foz na Fra-

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ternidade (fig. 19). São seus principais afluentes o rio Ana de Cha- ves (-^) 6 o rio Umbugú. nascendo o primeiro entre os morros de Ana de Chaves e o Pinheiro, recebendo águas também da base da Estação Sousa, seguindo entre o morro Ana de Chaves e o Cabombey, nas- cendo o Umbugú no Cabombey e entrando no um pouco mais ao Sul da foz do Ana de Chaves. E muito extensa a bacia do ló, pois toma a maior parte do centro e do sudoeste da ilha.

O Abade (^Oj tem sua origem entre a Lagoa Amélia e Calvário, se- guindo por leito profundo através das terras de Agua-Izé, tendo sua foz a Leste da Praia Rei. Recebe no seu trajecto confluentes de pequena importância, que descem da encosta da parte superior da cumeada Calvário Fraternidade.

Um pouco mais ao Norte corre o rio Manuel Jorge, cuja origem não dista muito da do Abade entrando no mar perto da praia Melão, não diferindo muito em extensão do seu vizinho Abade, mas tendo bacia menor.

Menor é o rio Agua Grande (^^), que nasce na roça Saudade e vai desaguar no mar, atravessando a cidade. A seguir correm os rios de Melo, de Diogo Nunes de relativa jDequena importância. Bem maior é o Rio do Ouro {^''), que nasce perto da Lagoa Amélia, de leito profundamente sulcado e tendo por confluentes principais o Agua Coimbra, o Agua Kola, vai entrar no mar não longe da praia Fernão Dias.

A seguir para Oeste correm pequenas águas, a Agua Castelo, Ribeira Funda e Palma, Agua Galo, Rio Pro Vaz.

O rio Contador (-^) é bem mais importante. Nasce na parte no- roeste da Lagoa Amélia, recebendo também águas da parte do Pico e vai entrar no mar junto a Ponta Figo.

Passado o Morro Casiro correm os rios Maria Luísa, An Ambó, Ribeira Moça, Rio Paga-Fogo e o Rio Cantador (-"j, que nasce entre o Charuto e o Pico e que corre em leito de enorme inclinação e vai desaguar em terras de '^}^ Catarina.

Rio imj^ortante é também o Lembà (^'^), cuja origem é nas proximi- dades do Charuto, recebendo outro braço do Cabombey, corre entre o Zagaia e o morro Lembá, tendo a foz perto da Pedra Furada. Segue-se o pequeno rio S. Miguel, que desagua na baía do mesmo nome, o Chuf-Chuf e seu afluente Maiango, o Quija, cuja nascente está no Cabombey, recebendo águas do Diogo Vaz, entrando no mar ligado com o Chuf-Chuf.

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Ao sul desce o Calme da cumeada central e vom passar depois de ter um percurso atormentadíssimo perto do Cão Grande, a Ribeira Peixe, e não longe das terras de Vila Verde o Martins Mendes.

Entre o e o Abade correm j)equenos rios, S. João, Anrjohô, Micondô, ribeira Afonso, Agua-Izé. Todos estes rios correndo por terras acidentadíssimas, com inclinações por vezes medonlias e por isso com velocidades enormes, causadoras de erosões grandíssimas,

Fig. 20. No grande

teem leitos profundos com quedas extraordinárias, levando diante de si pedras, árvores, tudo o que encontram (íig. 20).

Num ponto ou noutro as águas perfurando o terreno e abrindo assim caminlio subterrâneo dão logar ao que na ilha se chama pontes que Deus fez. Uma das mais notáveis o a que se encontra na roça Saudade (fig. 21). O rio Manuel Jorge passa por uma grande gruta de abóbada e j)aredes negras e pavimento coberto de calhaus rolados, que o rio consigo arrasta. Por cima a floresta apresenta-se vigorosa; plantas diversas, das denominadas cordas descem formando delicada cortina. E um dos sítios da ilha mais agradável e mais original.

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É não pouco notável a Perna do diabo devida à acção intensa das águas. Consiste (fig. 22) num enorme monolito de basalto, que

Fig. 21

despegando-se da ravina pela qual corre o Quija perto de Vila Rial ficou, caindo, atravessado de lado a lado do rio, formando uma das pontes que Deus fez. Em Rio do Ouro em Riba longa uma outra também notável.

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Fig. 22 No rio Quija ii perna do iliabo

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45

Em toda a parte as águas dão valor muito especial à paisagem, 6 em S. Tomé, onde a vegetação que cobre a terra c bastante monó- tona, quási o som das quedas dos rios indícios de movimento, de vida. Apesar da côr negra dos leitos dos rios a paisagem ari-

Fig. 30. Cascata do rio Ana de Chaves

ma-se, tornando-se nuns sítios amena, noutros vigorosa e quási medonha. O Manuel Jorge nas proximidades da ponte que fica pró- xima da roça Guegue (fig. 23 e 24), a foz do Lembá (fig. 25) são exemplos de lindas e amenas paisagens, e não menos a Ribeira Peixe (fig. 26).

O Rio do Ouro tem aspectos bem diversos, ora se despenha de

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grande altura formando admiráveis cascatas (fig. 27), ora corre apertado entre negras margens basálticas (fig. 28\ ora, como quási

Fi^. 3Í, Cascata do rio Qiiija

todos os rios da ilha se apresenta enérgico, terrível, como forte agente destruidor (fig. 29).

Como quási todos os rios da ilha nascem a grandes altitudes, as quedas de água são frequentes e notáveis e algumas de singular beleza. No rio Ana de Chaves uma (íig. 30) que o Sr. Cam2303,

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Fi<r. 27 Casciita rio rio do Ouro em Monte Ciifó

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Fig. 28 Rio tio Ouro

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Fig. 29 Kio do Ouro

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Fig. 32 Oascatíi do Apaga Fogo

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Fí;;. 32 Cascata do rio Apaga Fogo (õO^j

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Fig. 34 Apaga l'"ogo

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b'ig. 35 Cascata do rio Abade em TrAs dos Montes

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Fi";. Hti Cascata do Manuel Jorpe n;i roça Oiiegiie

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de certo quem primeiro a viu, assim descreve: O sítio não é muito convidativo; as margens, perto dela, são apertadas, a pique, e apre- sentam sinais de desmoronamentos recentes. Havia nevoeiro, um ar de pesadelo em tudo, que nos dava a impressão de que iamos ficar esmagados no leito da torrente, debaixo das margens prestes a derruir. A vista da cascata, uma enorme massa de água a cair

Fig. 33. Ciíscata do rio Martini Mendes no Obó da Ribeira Peixe

vertical numa bacia profunda contornada de ])edras, 2:)0r ontre as quais se escapa sem trasbordar o tom verde c nnoralda da taça junto do perímetro e a côr de safira carregada no centro, donde, no contorno da massa a mergulhar se levantam jactos enormes de água espumosa, com barulho ensurdecedor, dão-nos uma impressão des- agradável (1).

Duma queda de água no Umbugú, quási a 300 metros, diz o Sr. Campos : «Num fundo de saco que tinha na minha frente as

(1) E. Campos Conferencia, pág. 10.

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margens talhadas a pique me deixavam ver duas varas de ceu o rio despinhava-se pulverisado».

No Quija (íig. 31), no A])aga-Fogo (íig. 32), no Martim Mendes (íig. 33), no Obó da Ribeira Peixe liá cascatas interessantes. Que belo aspecto não é o do Ai^aga-Fogo (fig. 34) na altitude de 250 metros !

São bem dignas de serem vistas a bela cascata do Manuel Jorge era S. Nicolau, as quedas de água do Abade em Trás dos Montes (íig. 35), e na Roça Guengue (íig. 36), bem como a do Agua Grande no Blu-Blu. São belos aspectos, bem dignos de serem admirados e que cortam admiravelmente a monotonia, que domina a ilha.

Rio de leito bem variado ó o Cantador (íig. 37) (-^), nome muito bem posto. O talvegue é uma escada contínua de cascatas; com uma cheia o rio faz um barulho enorme. Na altitude de 382 metros o rio passa em túnel por baixo de um enorme calhau, que, tendo-se despregado das encostas ficou entalado entre as margens escarpa- díssimas (fig. 38).

ESTRUTURA GEOLÓGICA

Lopes de Lima nos Ensaios sobre statístlca das j^ossessôes portu- (jaesas escreve, referindo-se a S. Tomé: A ossada destes montes é de rochas graníticas, quartzo e silex ; não nelas vestígios vulcânicos. E asserção errónea e exjílicável pelo facto de o seu autor nunca ter desembarcado na ilha, como êle declarou.

A ilha de S. Tomé, assim como todas as outras do Golfo, é niti- damente vulcânica. Tudo o demonstra; todas as rochas, que nela se encontram são rochas vulcânicas, O Prof. Greeff demonstrou isso claramente, e do mesmo modo o Dr. Gonçalves Guimarães, tendo em 1885 examinado as amostras de rochas, que o Sr. Moller tinha colhido, nelas reconheceu rochas basálticas diversas.

Ainda modernamente o exj^lorador A. Chevalier escreveu: To- dos os terrenos de S. Tomé são de proveniência exclusivamente erruptiva ; a contextura é formada de basaltos, de traquites e de fonolites. Os exemi^lares colhidos por este distinto naturalista

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Fig. 37 Rio Cantador

[48-e]

Fig. 38 No rio Cantador

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sendo examinados pelo Prof. Lacrois, este deu a informação se- guinte:— La plus grande jDartie des roches est de nature basaltique sous la forme habituelle des roches compactes provenant des coulées ou de íilons, et de scories representant soit des projections (tufs), soit des parties superficielles des coulóes. Au point de vue minera- logique, rien de interessant à vous signaler. Vous avez deux types: Fun, plus basique, est un basalte à olivine normal, Tautre un basalte sans olivine, ce que nous appellons une labradorite augitique. A cote de ces basaltes se trouvent plionolites feldspathiques analogues à celles de Mont-Dor. Não é difícil encontrar provas claras de fenómenos vulcânicos. O Sr. Campos encontrou na grande assen- tada da Ribeira Peixe e na que separa os rios Martim Mendes e Umbugú pelo centro dos Montes de D. Augusta, grandes mesas de lava mal decomposta. Diz mais: Por toda a parte, nas encostas ásperas dos rios, nota-se a sobrej^osição de camadas de lava e de basaltos. Num ponto ou noutro da costa ocidental, na Rosema, na Prainha, na Ponta de Diogo Vaz, na Ribeira Moça, aparecem cama- das de calhaus rolados cimentados com argila e areias lávicas. A Ponta de Diogo Vaz, vista do mar, é o sítio mais asado para se observar a sobrejDOsição das camadas de basalto, de aluvião e de lava.

Provas mais evidentes da natureza vulcânica da ilha, se estas pudessem formar dúvidas, são as crateras frequentes, que se encon- tram na ilha e ainda no ilhéu das Rolas, dej)6ndência evidente da ilha de S. Tomé,

Em S. Tomé não é pequeno o número de cones vulcânicos apa- gados. O Moquinqui nas terras baixas do Rio do Ouro, o Maclú, o Sacli, o Monte Macaco, o Monte Sameiro da Pinheira, as Caldei- ras de Riba Longa, o Mongo na roça Monte Café, o Caldeirão da Bemposta, o Molundo e o Monte das Quinas em Diogo Vaz, as ter- ras da Esperança e ainda S. Pedro com cratera enorme em Monte Café, a Lagoa Amélia, que faz parte da cumeada superior da ilha, são provas claríssimas da natureza geológica da ilha. De todos estes os mais notáveis são o Moquinqui, a Caldeira grande de Riba Longa, o Caldeirão da Bemposta e a Lagoa Amélia.

O Moquinqui (fig. 10) é curioso ; de forma muito regular levan- ta-se perfeitamente isolado no meio dos extensos terrenos baixos do Rio do Ouro. É coberto na parte inferior, como descreve o Prof; Greefif, de floresta e na parte superior de mato, árvores isola-

é

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das 6 ervas altas. Visto do mar parece despido de vegetaçcão, excepto na parte superior, na cratera bem conservada, que ó vestitla de densa vegetação.

A Lagoa Amélia sem água, sem peixes, sem barcos. . , sem ser lagoa enfim, como diz o Sr. Campos, é um belo resto de caldeira vulcânica, que está, como foi dito, a 1185 metros de altitude no bordo da cratera. No fundo tem uma área circular de 150 metros em diâmetro, segundo A. Chevalier. Apesar de vestida de vegeta- ção, distingue-se bent como cratera.

O Caldeirão da Bemposta é uma das crateras mais curiosas e intactas. O café e o cacau descem pelas encostas com amoreiras e abacates até à cratera extinta e entulhada de pedra pomes.

S. Pedro é um ponto notável da orografia do Norte da ilha. De toda a parte se o cone verde-negro, quando o nevoeiro não taj)a os montes. Ao lado do cone de lavas cava-se a caldeira vulcânica, que anos estava entre a floresta pojante e por isso mal se advi- nhava.

As caldeiras de Eiba Longa são igualmente curiosas.

A maior, tem na parte mais alta uns 65 metros e 20 de altura na parte mais baixa com os diâmetros de 235 e 140 metros.

Todos estes restos de cones vulcânicos apagados estão no sector limitado pelos rios Contador e Manuel Jorge. No resto da ilha nenhum mais se encontra assim nítido. O Molundo de Diogo Vaz é muito provavelmente resto de cone vulcânico. Por toda a parte a basalto aparece. Em S. Miguel até o cacoeiro mete as raízes por entre os prismas de basalto; na costa, como está indicado, é fre- quente encontrar camadas basálticas. As estruturas colunar e glo- bular, tão caraterísticas das rochas vulcânicas, não são raras em S. Tomé.

Das primeiras são bons exem2:)los os Formosos (íig. 11), colunas gigantescas, formadas unicamente de grandes calhaus basálticos. Dos segundos encontrou o Sr. Campos exemplares perfeitos ao cortar as encostas do morro da Trindade na construção do caminho de ferro, bem como em quási todo o caminho de Ponso Alto e Morro Carmo na roça Rio do Ouro. encontrou rochas com perfeita forma globosa, esfoliando-se regularmente sob a acção de qualquer pancada. Por este carácter devem ser formadas de fonolite.

Estas rochas com fácil divisão em lâminas são vulgaríssimas na ilha e 'delas e do basalto em lages, que ó frequente, se servem

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para calcetamento dos terreiros destinados para secar o café e o cacau.

As curiosas agulhas, descritas, o Cão grande e o pequeno, o Charuto, o Zagaia, o Maria Fernandes são outros tantos produtos de acções vulcânicas.

E fora de dúvida que a orografia actual não é a representação da orografia primitiva. O contraste enorme entre os sectores Norte e Sul mostra simplesmente que as forças vulcânicas tiveram mani- festações diversas. Os actuais cones vulcânicos apagados é de crer que aparecessem em épocas diversas, e alguns, hoje pouco distin- tos, mostram que no decorrer dos tempos as acções vulcânicas foram diversas.

O Sr. GreeíF aventou a ideia da existência duma grande cratera aos bordos da qual pertenceriam os morros, de que êle fez a cordi- lheira de S. Tomé, ficando o Pico ao centro, como está indicado na transcrição da memória por êle publicada.

Não me parece admissível tal ideia. Atendendo à orografia actual parece mais aceitável a hipótese da existência duma cratera na região alta de S. Tomé, considerando a cordilheira Pico-Calvário- Lagoa Amélia, cuja disposição é quási em arco de círculo, parte do bordo dessa cratera, que seria completada por terras, cujo desapa- recimento deu logar à enorme ravina, por onde descem o rio Con- tador e seus afluentes,

No sector Sul não se encontram crateras apagadas. Não existi- riam em tempos passados ? As mesas de lavas, que se encontram na Ribeira Peixe não teriam de certo outra origem.

As agulhas notáveis, que neste sector se encontram, o Cão grande, o Charuto, os Formosos e outras, tiveram de certo outra origem, injecções de matéria fluida, que se consolidou, como teve e terá logar ainda em muitas localidades, e que a erosão pela água no decorrer do tempo pôs a descoberto. Seria mesmo possível que o modo de formação fosse um pouco diferente. Podia ter sido por ejecção. Fenómenos vulcânicos modernos podem servir para fun- damentar esta explicação.

Quando em 1903 a Martinica sofreu horrorosamente o efeito de fenómenos vulcânicos deu-se o caso bem singular de na noute de 3 para 4 de Novembro surgir no alto da Montanha Pelada uma agulha atingindo a ponta a altitude de 13-43 metros e a 24 atingiu 1575 metros. Desde esse dia começou a desmoronar-se, descendo a 1424

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metros, voltando a subir até 1608 metros em 6 de Dezembro. De novo perdeu em altura, voltando de novo a subir. Se não houvesse derrocadas esta agulha teria de altura 850 metros. E tão parecida com o Cão grande esta agulha (íig. 39), que faz lembrar logo análogo modo de formação.

Fig. o9. O monolito Ja Montanha Felada (Martinica)

Para ser possível interpretar devidamente a estrutura da ilha ainda muito que estudar. E pouco o que por enquanto se sabe. A exploração dos terrenos poderá fornecer elementos imj)ortante3 para estudo.

A estes acidentes vulcânicos estarão talvez ligadas as fontes de água a ferver (água flôvô). Referindo-se a elas o Sr, Chevalier diz : A la roça Santa Cruz, entre Boa-Esperança et Monte Cafó j'ai YU une fontaine débitant de Teau sodée et de laquelle Tacide carbo-

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nique se dégage constammant à gros bouillous. Cest Ia dernière trace conune de Tactivité volcaniqiie (1) .

Destas fontes várias. Além desta de Santa Cruz uma em Queluz, outra muito importante na origem da Agua Coco ao do Caixão Grande. Esta tem ácidos clorídrico e silícico e é muito digestiva e agradável, segundo afirma o Sr. Campos. Destas fontes curiosas vi uma apenas, a que se encontra na roça Roída. A tem- peratura da água destas fontes pouco ou nada difere da temperatura do ar, o que parece indicar que não vem de grande profundidade.

AS ROCHAS DE S. TOMÉ (2)

Para o estudo litológico da Ilha de S. Tomé possue o Museu Geológico da Universidade material avultado, mas infelizmente ainda muito deficiente.

Colhido por pessoas sem prática desses serviços, não teem o valor duma colecção organizada por quem tivesse o intuito de fazer um estudo regular da geologia da ilha.

Ao lado de amostras regularmente colhidas, muitas sem inte- resse— bocados de pedras rolados nos leitos das torrentes, fragmen- tos de camadas superficiais muito alteradas, etc.

A representação das diferentes regiões também não está feita.

(1) Occiãente, de 20 de maio de 1910.

(2) O estudo das rochas foi feito a meu pedido pelo professor de Geologia da Universidade de Coimbra, Dr. Anselmo Ferraz de Carvalho, e dele é este capitulo.

A colecção do Museu é constituída por 95 exemplares colhidos pelo Sr. A. Fre- derico Moller por ocasião das suas explorações botânicas de 188.5 ;

50 amostras de rochas e terras coligidas em 1885 pelo Sr. Spengler e oferecidas por Frederico Eiester ;

Exemplares de grandes dimensões de rochas do Cão Grande e vários exemplares colhidos pelo Sr. Dr. Júlio Henriques ;

Alguns exemplares colhidos e enviados pelo Sr. Ezequiel de Campos ;

4 belos exemplares de rochas com ainidalas oferecidos pelos Srs. Drs. Eduardo c Arnaldo de Lemos.

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Os exemplares provêem j)rmcipalmente da parte de mais tempo explorada, das vertentes norte e nordeste. Do sul boas amostras do Cão Grande e apenas uma do Cabombey.

Da bacia do e do Ana Chaves, onde seria tão curioso estudar a constituição dos Formosos e de certas extrusois, com o caracter do Cão Grande, da sua visinhança; de toda a vertente ocidental, com o Charuto, o Queijo, o Zagaia, ainda nenhuma amostra pos- suimos.

A pujança da vegetação e a falta de obras, como abertura de estradas com cortes profundos e a perfuração de túneis, tornavam relativamente difícil uns anos atrás fazer uma colheita de exem- plares representativos das rochas frescas, estudando-se ao mesmo tempo a sua situação relativa, as suas relações mútuas. Para a solução desses problemas não temos, em geral, nenhuma indicação.

Limitamo-nos por isso à simples notícia dos exemplares que nos pareceram mais próprios para caracterizar a constituição litológica da Ilha.

*

Como era de esperar ó grande a variedade das rochas. Todas vulcânicas, correspondem naturalmente a períodos de erupção muito diferentes, apresentando texturas diversas e, pela composição, for- mando uma larga série que começa em rochas muito ricas em silica- tos ácidos, como os alcali fonolitos do Ilhéu das Cabras e termina nas rochas mais básicas, como os liraburgitos e augititos do Eio do Ouro.

Mas apesar da sua variedade não deixam de constituir um inte- ressante exemplo dos fenómenos de consanguinidade que caraterisam cada região vulcânica. Dum modo geral, pode dizer-se que todas elas pertencem ao grupo das rochas vidcânicas alcalinas ou 2^ er alcalinas.

A existência da nefelina ou da hauyna ó um dos factos salientes que devem mencionar-se em primeiro lugar.

Por êle se aproxima a constituição litológica da Ilha de S. Tomé da das outras ilhas vulcânicas do Atlântico, desde as Canárias à Ilha da Ascenção e por êle também se reconhecem as relações estrei- tas com as visinhas regiões vulcânicas do continente africano.

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Neste complexo agregado de roclias vulcâuicas seria muito inte- ressante distinguir as sucessivas formações.

Claramente o levantamento do Cão Grande, pela sua erosão ainda j^ouco acentuada, deverá ser efeito duma erupção relativa- mente moderna de lava fonolítica. Com uma grande semelhança com a agulha andesítica da última grande erupção da Montanha Pelada da Martinica, não constituo na ilha um facto isolado. Bem perto se encontra o Cão Pequeno, e nas vertentes do Grande, acima do Formoso Grande, comunicou-nos o ilustre engenheiro Esequiel de Campos existirem extrusões com aspecto semelhante.

Noutras regiões da Ilha a acção vulcânica deve ter-se manifestado por forma bem diversa. É lícito atribuir a fenómenos explosivos a formação das Caldeiras e seria também explosivo o caracter da actividade do vulcão da Lagoa Amélia. Da sua visinhança provêem alguns exemplares de fragmentos de bombas vulcânicas e desse e doutro jDonto da vertente nordeste foram colhidas cinzas pouco agre- gadas e tufos vulcânicos. Da região baixa do Rio do Ouro proveio um exemplar de tufo estratificado, com finas folhas.

Parece que as rochas dominantes são as basaltoides, pelo me- nos em todo o quadrante nordeste da Ilha, especialmente na bacia do Rio do Ouro. Mas com elas se associam os fonolitos, muitos deles com uma fissilidade muito acentuada e por isso frequentemente empregados no revestimento de terraços para a secagem de frutos, da mesma forma por que nas nossas regiões de xistos as suas folhas se aproveitam para o revestimento das eiras.

Os fonolitos e basaltos aparecem ligados por meio de rochas de transição podendo seriar-se as principais rochas representadas pela forma seguinte :

A Fonolitos

1 Alcali fonolito (bostonito) nefelínico Ilhéu das Cabras,

2 Fonolitos nefelínicos Cão Grande Junto da Cascata do Ma-

nuel Jorge.

66

3 Fonolitos hauynicos Bacia do Eio Contador- Bordo da cra-

tera da Lagoa Amélia.

4 Fonolitos com j)lagioclase— Encosta direita do Rio An'Ambó.

B Andesitos fonoli ticos

1 1.° tipo, fonolitoide :

a) com liornblenda Contraforte do Pico.

h) com hornblenda e piroxena Cratera da Lagoa Amélia.

2 2.° tipo, basaltoide:

a) com fenocristais de plagioclase. Traquiandesitos liornblen- dicos (cantalitos bornblendicos) Pico de S. Tomé (1900"^) Contraforte do Pico.

h) sem fenocristais de plagioclase (camptonitos) Cratera de S. Pedro Margens do Manuel Jorge.

C Alcali basaltos

1 Traqnibasaltos :

a) Basaltoides Pico Junto da pirâmide da triangulação. h) Traquidolerito Cabombey.

c) Traquibasalto fonolitoide típico Angolares.

d) Passagem aos limbnrgitos Rio do Ouro- Diogo Vaz.

2 Basanitos nefelínicos fonolitoides Pico.

3 Tefrito nefelinico basaltoide Nova Moka.

4 Limburgito Rio do Ouro.

5 Augitito Nova Moka.

FONOLITOS

1). Fonolito traquitoide, aproximando-se dos bostonitos tipicos de Rosenbuscli.

Caracteres macroscópicos. Rocha clara, esponjosa, com vacuolos alongados. Com o auxílio da lupa distinguem-se bem cristais de feldspato. Elementos corados muito raros.

Exame microscópico. Textura panidiomóríica traquítica. Base formada de pequenos jirismas alongados de plarjioclase, de prismas grossos e curtos de sanidina e de cristais de secção quadrada de nefelina. Disposição íiuidal acentuada.

67

Fenocristais de sanidina de dimensões variadas, om todos os graus de transição para os microlitos da base. Muitos cristais madados. Elementos escuros muito raros. Apenas fragmentos, de peque- nas dimensões e espalhados, de anfibola sódica (barquevite ?) cas- tanha, com ângulos de extinção elevados.

(Loc. Ilhéu das Cabras).

2). Fonolitos nefelínicos.

a) Caracteres macroscópicos. Rocha compacta de cor cinzenta esverdeada com brilho gorduroso. Cristais de feldspato, numerosos, com aspecto vítreo e clivagem dis- tinta; cristais muito alongados de anfibola, j)retos como os cristais grossos de piroxena. Contendo estes cristais, uma base de aspe- cto resinoso, que em camadas su- perficiais, alteradas, se apresenta em aglomerados esferoidais mais escuros, envolvidos por uma massa mais clara.

Exame microscópico. Textura porfirítica microlítica, com feno- cristais mergulhados numa base ! F'g- « em que um resíduo vítreo serve de cimento a microlitos de dimensões

muito reduzidas. E a textura microlítica hialopilítica de Rosen- busch. (Fig. a, b e c).

Os microlitos da base são de sanidina, aegirina e nefelina. Os microlitos de sanidina sam inco- lores e teem a forma de bastonetes alongados ; os de aegirina, de côr verde clara, sam aciculares ; e os de nefelina apresentam as suas características formas quadrada e hexagonal mais ou menos nítidas. Fig. b Também, com certa frequência, se

encontra a hematite em pequenos aglomerados de fragmentos irre- gulares, avermelhados.

58

hig. c

Fenocristais de sanidina muito frequentes e ocorrendo em duas gerações. Alguns, de grandes dimensões, tabulares, com a forma de Carlsbad, ou prismáticos (fig. a e c)] outros de dimensões muito

reduzidas, geralmente prismáticos, muito alongados (fig. c).

Aegirina - augite em cristais alongados, fortemente birefrin- gentes, e com pleocroismo sensi- vel. Verdes, com as margens de tom mais carregado.

Cristais de hornhlenda verde escura ou castanha, com forte pleocroismo.

Sodalite em cristais de secção quadrada ou hexagonal e apre- sentando-se geralmente associa- dos em grupos de três ou mais.

Esta rocha constituo a agulha extrusiva do Cão Grande, cuja semelhança com a da última erupção da Montanha Pelada, da Mar- tinica, é tão impressiva.

(Loc. Cão Grande),

h) Caracteres macroscójyicos. Rocha com|)acta cinzenta esver- deada, clara, em que apenas se distinguem cristais de felds^^ato e anfibola.

Exame microscópico. Textura porfírica com base microlítica tra- quítica.

A base é formada por pequenos prismas alongados, incolores, de sanidina, microlitos de aegirina, claros de tons verdes ; pequenos cristais de anfibola, castanhos, alguns em losangos em que se dis- tingue o reticulado dos traços da clivagem; finalmente por cristais de nefelina. Este último mineral associado com produtos de decom- posição também forma pequenas manchas claras, e cuja forma se aproxima do quadrado.

Fenocristais de sanidina muito abundantes. Cristais de horn- hlenda de duas variedades; uma, verde, com forte pleocroismo, ângulos de extinção (c : r) elevados (20") ; outra, castanha com ân- gulos de extinção (c : r) j^equenos (5°). Alguns destes últimos de grandes dimensões e maclados.

59

Agregados cristalinos de nefeltiia. Xoseana ou haiujna em cris- tais alterados e com pequena frequência. Raros cristais incompletos de titanite, amarela-avermelhada, com grande relevo e superfície ás- pera. Cristais de magnetite e apatite raros.

(Loc. Junto da Cachoeira do rio Manuel Jorge).

3). Fonolitos liaujmicos.

a) Caracteres macroscópicos. Roclia compacta, áspera ao tacto, parda esverdeada, clara. A pasta aparentemente homogénea en- cerra cristais vítreos de feldspato, grãos de liauyna de côr azul escura e prismas de anfíbola, pretos.

Exame microscópico. Textura porfírica traquítica com arranjo íluidal dos pequenos cristais e mi- crolitos da base (fig. d).

Base formada por microlitos aciculares, incolores, de sanidina e microlitos e pequenos cristais de nefelina, distinguindo-se daque- les pela sua forma. Finos micro- litos aciculares ou curtos e irre- gulares de piroxena sódica, aegirina.

Fenocristais de sanidina em grande número e muito desenvolvi- dos, uns tabulares, outros prismáticos, alguns maclados.

Cristais de hauyna frequentes e de dimensões muito variadas. Muitos deles idiomórficos, em secções exagonais (fig. d), outros de contorno arredondado. Os menores apresentando-se quási sem in- clusões e duma bela côr azul clara. Os maiores teem assim colorida a parte externa e apresentam um núcleo escuro formado por inclu- sões que nalguns cristais se dispõem regularmente numa rede finís- sima.

Ainda representadas a biotite e a anfíbola sódica, arfvedsonite, de côr verde azulado com forte pleocroismo.

Pequenos cristais de titanite, magnetite e apatite, esta última em inclusões da biotite.

(Loc. Bacia do rio Contador).

Fig. d Pouco vidro residual.

b) Caracteres macroscópicos. Rocha aparentemente muito seme-

60

Fig. e

lliante à anterior. OomiDacta, parda esverdeada, áspera ao tacto,

muito homogénea.

Exame microscôinco. Textura microlítica pilotáxica, de Rosen-

buscli. Base formada j^or uma trama complicada de pequenos ele- mentos geralmente aciculares, for- mados pela aegirina, plagioclase e sanidina. No meio deles pequenos cristais de nefelina e pequenos grânulos de magnetite.

Cristais pequenos (fig. e) de sanidina e nefelina duma primeira consolidação, os da nefelina dis- tinguindo-se pela forma das suas secções, quadradas ou exagonais. Pequenos cristais de liauyna mais raros. Na figura nota-se um de contorno exagonal com as inclu- sões características tomando-o quási todo, ficando livre delas um

delgado invólucro.

Raros grãos de olivina e cristais de anfíbola. Esta rocha com

a sua base plagioclasica estabelece com a seguinte a passagem para

as rochas com plagioclase dominante.

(Loc. Bordo da Cratera da Lagoa Amélia).

4). Fonolito nefelmico com fenocristais de plagioclase.

Caracteres macroscópicos. Rocha cinzenta escura compacta, com aspecto basaltoide, Distinguem-se cristais de feldspato, de anfíbola e piroxena.

Exame microscópico. Textura porfírica traquítica. Formam a base pequenos cristais e microlitos de aegirina, nefelina e plagioclase. Em pequenos veios veem-se cristalizações de calcite.

Os fenocristais mais salientes e mais abundantes são de plagio- clase (albite) e sanidina.

A nefelina aparece também em agregados cristalinos, muitas vezes associada com produtos de decomposição.

Cristais de biotite e hornblenda com a superfície muito alterada por fenómenos de corrosão magmática, apresentando-se as secções com uma orla escura em que se distinguem grãos de magnetite e augite de muito pequenas dimensões.

61

Cristais de aegirina-augite, verde claros, com pleocroismo sen- sivel.

Raros cristais em losango, de titanite, com o sen relevo mnito acentnado. Cristais opacos de magnetite.

(Loc. Margens do rio An'Ambó). ANDESITOS FONOLÍTICOS

1.°) Tipo fonolitoide.

a) Com hornblenda.

Caracteres macroscópicos. Rocha parda esverdeada clara, compa- cta. Distinguem-se cristais de feldspato e anfíbola.

Exame microscópico. Textura porfírica traqnítica, com fenocris- tais e microlitos alongados em dis- posição flnidal e com acentuado paralelismo (fig. /).

Base pjrincij^almente formada por microlitos aciculares e peque- nos cristais j)i'ismáticos de lahra- dorite, e por pequenos cristais de nefelina. Notam-se com frequên- cia pequenos esqueletos de cris- tais de plagioclase.

Fenocristais muito frequentes de labradorite e anfíbola sódica, arfvedsonite. Estes caraterizados pela sua forma, em prismas muito alongados, como se na gravura (barra escura, à direita e em baixo), pela sua cor verde carregada, com forte pleocroismo.

Também se encontram cristais de augite e de liauyna ou noseana.

(Loc. Contrafortes do Pico).

b) Com hornblenda e piroxena.

Exame microscópico. Textura traquítica com disposição íluidal.

Base formada por microlitos e pequenos cristais de plagioclase (oligoclase ?) sanidina, nefelina e magnetite.

Fenocristais prismáticos de labradorite, muito alongados; de aegirina-augite, verde, com pleocroismo sensível ; e de biotite ou

Fig./

62

hornbleuda muito alterados com forte corosão magmática. Peque- nos cristais de apatite.

(Loc. Cratera da Lagoa Amélia).

2.°) Tipo basaltoide.

o) Com fenocristais de plagioclase (Cantalitos hornblendicos).

Caracteres macroscópicos. Ro- clia cinzenta escura com aspecto de basalto. '

Exame microscópico. Textura hialopilitica com vidro residual abundante (íig. g).

Na base microlitos aciculares de feldsj^ato e augite e pequenos cristais de nefelina, sanidina, pla- gioclase e magnetite.

Fenocristais de labradorite e liornblenda, com inclusões de apa- Fig. g tite.

Esta roclia é menos rica em nefelina do que a anterior.

(Loc. Pico de S. Tomé a 1900» de alti- tude).

h) Alcali basalto (Camptonito?).

Caracteres macroscópicos. Rochas compactas de côr cinzenta muito escura e de aspecto basaltoide.

Exame microscópico. Textura microlítica pilotáxica.

A base formada por labradorite, augite e magnetite.

Cristais desenvolvidos de hornblenda, muito corroidos e alguns totalmente transformados em agregados de grãos de magnetite e augite. Raros cristais ou manchas claras, quadradas, de nefelina.

Faltam os fenocristais de jjlagioclase.

Rocha visinha dos Camptonitos.

(Loc. Cratera de S. Pedro. Assentadas nas margens do rio Manuel Jorge).

63

ALCALI BASALTOS

Adoptámos para a classificação destas rochas o seguinte quadro de Reinhald Reiuisli (1), suprimindo os termos em que a leucite é o feldspatoide dominante :

Com plagioclase

Plagioclase e netelina

Nefelina

Eesiduo vítreo

Com olivina

Traquibasaltos (2)

Basanitos nefe- línicos

Basaltos nefelí- nicos

Limburgitos

Sem olivina

Tefritos nefelí- nicos

Nefelinitos

Augititos

Em todas estas roclias entra a nefelina. Nos traquibasaltos como mineral acessório, nos basanitos e tefritos associada com a j)lagioclase em proporções visinhas, nos basaltos nefelínicos e nefe- linitos dominante e nos limburgitos e augititos subordinada. .

A. Traquibasaltos.

a) Traquibasalto basaltoide.

Caracteres macroscópicos. Rocha cinzenta escura de aspecto ba- saltoide.

Exame microscópico. Textura porfírica, com base holocristalina; agregados de fenocristais dando- Ihe a forma glomero-porflrica, de Judd (fig. h).

Base de labradorite e augite (diopside), com raros cristais de nefelina, biotite e magnetite.

Fenocristais de augite, parda, incluindo 2:>equenos cristais de a^ja- tite; e de olivina, alguns idiomór-

Fig. h

(1) R. Reinish Petrographisches Pratikum, Berlin, 1912.

(2) Achávamos mais própria a desiguação basaltos fonolíticofl.

64

ficos, com formas bem desenvolvidas e geralmente com as suas habi- tuais alterações em serj^entina ou óxidos de ferro.

Alguns octaedros e grãos de magnetite de dimensões apreciáveis, duma primeira geração, diferentes dos grãos da base.

(Loc. Pico, juuto do marco da triangulação).

h) Traquidolerito.

Caracteres macroscópicos, Roclia cinzenta-escura, com cristais macroscópicos de feldsj^ato, brancos, alterados.

Exame microscópico. Textura holocristalina avisiuliando-se da textura ofítica (fig. i).

Predominam os cristais colu- nares da labradorite e massas de grãos irregulares de augite e di- vina. Deste último mineral cris- tais regulares, muito irregular- mente fendidos.

Alguns fenocristais de plagio- clase, tabulares e com estrutura zonar, de maiores dimensões que os cristais colunares. Pequenos cristais ou pequenas manchas claras de nefelina. A textura faz classificar esta rocha entre os doleritos.

(Loc. Cabombey).

c) Traquibasalto típico.

Caracteres macroscópicos. Ro- cha cinzenta-escura, compacta, com aspecto basáltico.

Exame microscópico. Textura microlítica traquítica (fig. j"). Base do labradorite em pequenos cris- tais alongados, augite, magnetite e nefelina.

Fenocristais de angite, pouco abundantes e de pequenas dimen- sões.

A rocha não contêm olivina. (Loc. Angolares.)

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65

d) Rochas de transição para os limburgitos.

1.*). Caracteres macroscópicos. Rochas compactas basaltoides com cristais de piroxena e grãos de oli- vina.

Exame microscópico. Textura por- íirica com base microlítica pilotáxica, ou hialopilítica mas com muito pouco vidro residual (fig. k e /).

Na base microlitos de plagio- clase e augite, grãos de magnetite e de olivina. Nefelina rara.

Fig. /

Fig. k

Fenocristais dominantes de au- gite, muito claros, quási incolores, outros claros na parte externa, mas com a parte central verde. Muitos maclados.

Cristais e grãos de olivina com serpentinização frequente. Cris- tais de magnetite.

A augite é o mineral predomi- nante.

Loc. São as rochas mais fre- quentes da bacia do rio do Ouro.

2 . ^ ) . Caracteres macroscópicos . Rochas porosas, basaltoides, cinzen- tas-escuras em que com o auxílio da lu2Da se distinguem cristais de au- gite, magnetite e grãos de olivina.

Exame microscópico. Textura por- fírica pilotáxica ou hialopilítica.

Base formada principalmente por microlitos de augite e magnetite.

Grandes cristais de olivina, idio- mórficos, de contorno hexagoiial, com alongamento da zona prismá-

Fig. m

Q6

tica. Traços de clivagem imperfeitos e paralelos à direcção do alongamento.

Grãos corroídos de olivina envolvidos por cristalizações de augite (fig. m).

Grandes cristais de aegirina-augite, pleocroicos, com tons verde claro no contorno e verde carregado no meio.

Rocha visinlia dos limhurgitos, pelo ^^redomínio da aiigite e oli- vina.

Loc. Molundo, Diogo Vaz. Muito seme- lhante um exemplar do bordo da La- goa Amélia.

B. Basanito nefelínico fonolitoide.

Caracteres macroscópicos. Roclias cinzentas escuras, ásperas e j)oro3as, quási homogéneas, distinguindo-se cristais de hornblenda e augite.

Exame microscópico. Textura porfírica microlítica.

Base de augite, plagioclase, nefelina e sanidina (?). Cristais de hornblenda apresentando com frequência larga orla de corrosão magmática com produção de augite e magnetite. Augite basáltica e aegirina-augite tão abundante como a hornblenda.

Raros grãos de olivina. Agregados de nefelina. Muito rara a hauyna ou noseana. Pequenos cristais de apatite e magnetite.

Loc. Pico de S. Tomé.

c.

Tefrito nefelínico basaltoide.

Rocha densa, compacta, homo- génea, de côr cinzenta escura, fractura conchoide. Aspecto do basalto.

Exame microscópico. Textura porfírica microlítica.

A base formada por microlitos e pequenos cristais alongados de plagioclase e augite (fig. n). Me- nos abundantes, pequenos cristais de nefelina. Magnetite.

Numerosos cristais de horn- blenda, alguns quási inteiramente

f-ig- n

67

transformados em aglomerados de pequenos grãos opacos de ma- gnetite.

Macas divididas de nefelina e cristais de labradorite. Cristais

de augite, parda clara.

Loc. Nova Moka. Da mesma loc. outra amostra de rocha mais escura e com augite dominante e sem fenocristais de plagioclase.

D. Limburgito.

Caracteres macroscópicos. Rocha densa, preta, basaltoide, com amigdalas.

Exame microscópico. Textura microlítica com resíduo vítreo. Microlitos de augite violácea e magnetite. Pequenas agulhas inco- lores de olivina, com forte relevo, extinção longitudinal, e pequenos esqueletos de cristais do mesmo mineral com a sua forma caracte- rística em dois ramos curvos, voltando um para o outro o lado con- vexo e ligados pelo meio.

Cristais de augite quási incolores e grãos de olivina e magnetite.

Esta rocha afasta-se dos limburgitos tipos pela redução da parte

vítrea.

Loc. Curso médio do Eio do Ouro.

E. Augitito.

Caracteres macroscópicos. Rocha muito densa, preta, com vácuo- los. Distinguem-se pequenos cris- tais pretos de augite.

Exame microscópico. Textura porfírica de base microlítica com resíduo vítreo pouco abundante. Microlitos de augite e magnetite, (fig. o).

Cristais de augite, de cor vio- leta pálida, quási incolores, al- guns. Rocha, como a anterior destituída de feldspato.

Loc. Nova Moka

Fig. o

68

CLIMA

Do clima da ilha pouco se sabe alem do que é comum a todas as terras, que se encontram em condições geográficas análogas. Colocada quási sob o equador tem as duas estações distintas de chuva e de tempo seco, durando esta em geral de Maio a Setembro com variantes em diversos pontos da ilha. A época das chuvas tem por vezes uma pequena diminuição de intensidade em Janeiro formando o que chamam pequena gravana ou gravanita. Em todos os outros meses a chuva é por vezes enorme, a humidade do ar muito considerável e a temperatura alta. Durante esta estação chove abundantemente em todos os dias, quási sem excepção. Como em toda a zona tropical, quási a hora certa nuvens de trovoada apa- recem vindas quási sempre do Norte, e a tempestade, por vezes medonha, desenvolve-se e durante todo o tempo, que ela dura, a chuva cai em torrentes. Os rios engrossam rapidamente, tornan- do-se violentos em todo o seu curso : nada se lhes pode opor. No seu rápido correr as mais pesadas rochas são arrastadas, árvores colossais são arrancadas, A ventania forte que acomj)anha a tor- menta vem auxiliar a acção destruidora. O efeito é por vezes hor- rivel, aterrador.

Passado certo tempo tudo sossega : a convulsão passou. O ceu apresenta-se lim^:»© e de uma notável transparência. As árvores lavadas pela chuva torrencial parecem mais verdes e viçosas ; as aves cantam ; tudo respira satisfação.

Em S. Tomé, como os rios são de curta extensão e de leito extremamente inclinado, o efeito da tempestade é ráj^ido e violento. Por vezes o viandante fica detido entre dous rios, tendo de esperar que a torrente pare.

Nesta estação a alta temperatura e a grande humidade são alta- mente incómodas.

Durante a gravana não chuvas, Ou quando as são de pouca importância; a temperatura é menos alta; o ceu quási sempre mais ou menos toldado. São condições estas, como se disse, comuns a todos os países intertrojjicais. Em cada um deles porém va-

69

riantes, que dependem de condições locais, tais como a orografia, a direcção e frequência dos ventos, a vegetação, a acção das corren- tes marítimas nas terras próximas do mar, ou cercadas por êle.

A ilha de S. Tomé está cercada por mar quente, devido às duaa correntes marítimas, uma ascendente costeando o continente africano, aquecendo durante o trajecto, a outra descendente, a corrente da Guiné, igualmente quente. Em mar de temperatura alta o ar satu- ra-se de humidade que se nota em toda a ilha. A direcção dos' ventos, o número de vezes que em cada rumo sopram determinam graus de humidade diversos nas diversas localidades e essas varian- tes estão intimamente ligadas com a orografia da ilha. Variadíssima como é, deve determinar variadíssimas condições locais.

Pelo quadro seguinte pode fazer-se ideia da importância dos ventos que em diversas direcções sopram na ilha, E este quadro baseado no que tem sido publicado e principalmente pelo que se no livro do Sr. Ferreira Ribeiro.

Como unidade tomei o número (8) de vezes que na cidade soprou o vento NNE.

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3,7

4

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5,6

10,7

12

16

47,9

Por este quadro se a importância que teem os ventos, como factores climatéricos e vê-se bem qual deva ser a acção dos ventos do sul, o menos frequente dos quais é representado por 10,7, que corresponde a 8õ,5 vezes que tal vento sopra, e o vento S ó indicado por 47,9, correspondendo a 373,3 vezes a sua acção na ilha, ao passo que a soma das vezes que todos os outros sopram é consideravel- mente menor.

Junte-se a isto a forma orográfica da ilha; uma muralha alterosa dividindo-a em duas regiões bem definidas, uma ao Norte, outra ao Sul, dando logar a humidade, chuvas e névoas mais frequentes e importantes no sector Sul. Este mesmo, dividido por montes altos e sulcado em direcções diversas por ravinas fundas, necessariamente tem de apresentar condições climatéricas muito variadas.

O Sr. Campos, bom conhecedor de tudo quanto se refere a

70

S. Tomé, em carta, que me dirigiu diz o seguinte: A gravana acen- túa-se, em regra, rapidamente por toda a illia numa transição brusca do tempo; mas as chuvas vêem de vagar. Ficam elas mais ou me- nos permanentes em torno do Zagaia e nas terras altas do Pico e e Cabombey. No centro da ilha, quer na bacia do ló, perto da Peninha, quer na profundidade do talvegue dos rios Lembá e Can- tador, em j)l©na gravana (Junho e Julho) senti sempre chuva, um nevoeiro densíssimo, que de vez em quando se resolvia em chuva. Descendo as torrentes o tempo ia mudando, e na proximidade do litoral encontrava-se a gravana seca.

Pode-se observar todos os anos a marcha das primeiras chuvas do sudoeste jDara norte por ambos os lados da ilha. Nas viagens de circumnavegação, ou a quem se desloque frequentemente pela ilha o fenómeno na vista. Os nevoeiros permanentes do Zagaia ao Morro Irene, e do Cabombey ao Pico, começam a resolver-se em chuva, e o litoral do Bindá até à Ponta Furada dia a dia se enevoa mais. No entretanto começa a chover no Paga Fogo e nas terras altas a sudoeste do Pico, notando-se dia a dia o descanso e engros- samento das névoas das montanhas, sem que a gravana deixe de soprar rija de sudoeste nas terras de S.'^ Catarina, Diogo Vaz e Ponta Figo.

está ensopada toda a Estação Palanque e Ponta Furada e a terra de Diogo Vaz. continua toda gretada com os cacoeiros de ra- mos sem flores. Pelo lado do acontece o mesmo; chove do For- moso grande para o centro da ilha nas terras de Vila Verde e Novo Brasil, secura nas terras de litoral por S. João, Coimbra, Aliança, e sopra a gravana rija de Angra Toldo à cidade. O centro da ilha cada vez mais se carrega de nuvens, por 8 ou 12 de Setembro ouve-se a primeira trovoada a nordeste das terras altas, e cái a primeira chuva, que basta para florirem os cafezeiros. Ao mesmo tempo a chuva ronda pelas praias de oeste e vem até Diogo Vaz, dias depois até às Neves, quando por Agua-Izé comtíça também a chover.

Quantas vezes por dias e até por semanas consecutivas faz sol num ponto donde se a chuva cair torrencialmente a 3 ou 5 qui- lómetros mais longe. . . Em 1904, na segunda quinzena de Junho chovia no cume superior do Lembá, àlêm do Morro Irene; no fim de Agosto chovia em Paga Fogo, de Diogo Vaz à j)raia de S.'* Catarina, e em 12 de Setembro é que começou a acentuar-se

71

em Ponta Figo o mesmo ceu carregado que de tanto tempo se notava para as bandas da Ponta Furada (1).

A grande humidade atmosférica higar nas altas regiões a névoas densíssimas. Na minha digressão até à Lagoa Amélia, a névoa era tão densa, que nada se distinguia a pequeníssima dis- tância. O Pico está quási sempre cercado de largo anel de nuvens. Quem chega gosa de admirável espetáculo. O Sr. Campos des- creve assim o que tanto admirou quando duma vez subiu ao ponto mais alto da ilha : Nem ao menos ao sol posto, antes da retirada de todos os dias, o ceu apresentava aspectos lindos. num dia por pouco não fui assaltado pela noite no Pico por causa da pai- sagem. As cinco e meia começou a limpar, e em poucos minutos num rápido mudar de scenário, tinha a meus pés em toda a volta, dos coníins do horizonte até 20 metros de mim, uma enorme geleira alvíssima, chã, de nível, deslocando-se socessivamente para oeste, cheia de ondulações e sombras delicadas ao largo, a noroeste. So- bresaindo a um mar branco não agitado, única mancha de terra, estava apenas o topo do Pico, a meus pés com uma extensão menor que trinta metros, em oval irregular, com uns pinheiros esga- niçados e uma árvore de aspecto estranho ; o sinal da triangulação com o quadrado branco, como se fosse vela da jangada misteriosa dum mar fantástico. O sol a dous palmos acima do horisonte, todo radiante num ceu de chumbo cortado de fresco, muito extravagante, sem uma nuvem, sem. o mínimo tom avermelhado de crepúsculo ; e Vénus atrás dele a caminho para o ocidente, destacando-se muito bem como estrela brilhante no ceu plúmbeo.

Para leste a sombra do Pico muito esguia no mar de nevoeiro, sombra que parece que tem léguas de extensão a terminar em bico aureolado por um resplendor de arco iris, como se fosse cabeça de um santo. Uma esj^écie de ilusão de que esse canto de terra, com árvores musgosas e disformes ia a navegar na geleira tão suave- mente, como se deslizasse em mar estanhado. E por sobre tudo isto um silêncio, que não se exprime, a letargia enorme da naturesa que vai dormir debaixo do lençol branco do nevoeiro ...

Todas as variantes climatológicas deviam ser observadas com rigor.

(1) E. Campos Conferencia, pág. IG.

72

Tal serviço não é questão de luxo, mas sim de necessidade e utilidade. Para se emj)reender qualquer cultura com proveito é indispensável conhecer o clima da região natural da planta, que se quizer cultivar, e o clima da região na qual a cultura tem de ser feita.

Não se procedendo assim, o acaso poderá favorecer a empresa, mas pode bem dar-se o contrário, e então todo o trabalho e dinheiro empregado na tentativa será perdido.

Por outras razões essas observações meteorológicas são neces- sárias.

A floresta tem importância capital no clima, e especial na humi- dade da região. Derrotada a floresta sem cuidado, pode bem suce- der que haja j^rofunda alteração na humidade do ar, e como conse- quência a diminuição ou mesmo o desaparecimento das chuvas, indispensáveis para todas as culturas.

A província de Cabo Verde é disto prova evidente.

A excessiva humidade pode ser também prejudicial. E por tudo isto que convêm ter a floresta como regulador do clima e isso não se pode conseguir sem se fazerem regulares observações.

Pouco se tem feito para conhecer o clima da ilha. em duas localidades se tem realizado observações, na cidade com repetidas interrupções e em Monte Café onde o Sr. Spengler fez observações regulares durante 10 anos seguidos. As primeiras foram feitas a pequena altitude e a pequena distância do mar, as de Monte Café foram feitas na altitude de 690 metros, e a 10.832 metros de distân- cia do mar.

Os quadros seguintes dão a conhecer os resultados obtidos nas duas estações.

73

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75

Este pequeno exemplo mostra bem como uma leve mudança nas condições locais logar a modificações meteorológicas importantes.

Uma diferente altitude apenas além doutras modificações uma enorme diferença na quantidade de chuva e na evaporação.

Que notáveis diferenças não haverá nas diversas localidades da ilha expostas a ventos tão diferentes e a outras condições. Que quantidade de chuva não cairá no sector Sul, indo todos os ventos que nele sopram deparar com a cordilheira central determinando a precipitação da água e a formação de névoas quási permanentes e um superior grau de humidade.

O conhecimento do clima duma localidade qualquer não tem unicamente o interesse scientífico ; é de primeira necessidade para a vida do homem e para o bom resultado das culturas, que êle queira empreender, ou dos animais que deseje criar.

Hoje ninguém pode duvidar disto.

Um simples exemj)lo mostra a verdade desta afirmação.

A floresta é um agente de condensação de humidade e como consequência de chuvas. Terreno coberto por floresta densa é ne- cessariamente muito húmido e como tal prejudicial ao homem e a determinadas culturas. O exemplo está nos resultados péssimos da cultura do cacau em determinada altitude no sector Sul.

A floresta desvastada sem critério pode determinar o efeito con- trário. Em muitas localidades a desvastação da floresta é seguida da falta de humidade e de chuvas e em mais duma localidade a aridez é tal, que a terra se torna improdutiva.

O sector Norte de S. Tomé ressente-se não pouco do efeito da destruição do arvoredo. Este deve ser conservado na devida proporção e isso se consegue tendo por guia os instrumentos meteorológicos.

E não se pense que a observação desses instrumentos oferece dificuldades. E justamente o contrário. Com dous termómetros, um marcando as temperaturas mais altas (termómetro de máxima), outro as mais baixas (termómetro de mínima), um psicómetro e um pluviómetro, lendo estes instrumentos todos os dias a hora deter- minada, tem-se o que é mais importante.

A casa Negreti e Zambra de Londres vende esta pequena colecção de instrumentos por pequeno preço.

Um outro processo consiste no emprego de instrumentos regis- tradores. Com esses o trabalho reduz-se a substituir o papel no

76

qual o instrumento regista os fenómenos meteorológicos durante dias, e a ler o registo feito. E serviço de poucas lioras no fim de cada semana (1).

Se na sede de cada roça houvesse estes instrumentos, o clima da ilha seria definido e poderia com precisão indicar-se o tratamento das florestas para que nunca faltasse a humidade e as chuvas na quantidade útil.

Seria óptimo, na dificuldade de se realizar este serviço nas roças que o governo da província estabelecesse certo número de postos em localidades convenientes, ou ainda tratasse com os proprietários das roças para que essas observações fossem feitas, concedendo-se uma gratificação ao observador. Não poderia ser grande a despesa, e era considerável o valor do serviço feito.

Se para as culturas o estudo dos elementos meteorológicos indi- cados é suficiente, para a aclimação e condições de vida do homem outros elementos e importantíssimos, cujo estudo é absolutamente necessário para serem conhecidos e poderem ser corrigidos.

O calor e humidade são dous agentes activíssimos da decompo- sição orgânica dando logar ao desenvolvimento extraordinário de agentes j)atogénicos. Em consequência disso o ar e a água, ele- mentos essenciais para a vida do homem, são constantemente con- taminados, tornando-se agentes poderosos de doenças. A decomjío- sição das matérias orgânicas nas águas pantanosas, infectam o ar: análogas decomposições nas florestas e nas j)laiitaçÕes produzem efeito semelhante e infiltrando -se na terra vão contaminar as águas das fontes e dos rios.

O exame dos quadros nosológicos de S. Tomé, e servem bem para isso os que se encontram nas publicações do Sr. Manuel Fer- reira Ribeiro (2), mostra que são predominantes as febres palustres sob diversas formas e as moléstias intestinais a diarreia e a de- senteria , cuja origem é hoje conhecida.

O exame médico ó sempre indispensável. Ele tem mostrado que os pântanos são causa de grandes males e que as impurezas das águas de consumo são portadoras de agentes maléficos diversos.

(1) A casa Ricbard Fròres (Paris, Impasse Fessard, 8) fornece aparelhos regis- tradores muito bons.

(2) M. F. Ribeiro. A provinda de S. Thomé. e Príncipe e suas dependências.

77

Em S. Tomé, especialmente na cidade, o clima não é bom e a causa está principalmente na existência de pântanos nas proximi- dades 6 na qualidade das águas de consumo.

Uma análise bacteriológica publicada no Boletim oficial de 1916 n.° 24 indica 100.000 colibacilos por litro de água e indica igual- mente abundância do bacilo desintérico.

Nas diversas localidades da ilha ó desconhecida a constituição das aguas de consumo. E de crer que muitas não sejam próprias para a alimentação. A análise da água de seis nascentes da roça Saudade deu apenas duas como potáveis. Destas não foi feita a análise bacteriológica. Por isso nem mesmo nessas pode liaver confiança.

Todos os defeitos das águas podem ser vencidos, fazendo desa- parecer os i^antanos, procurando boas águas, filtrando-as sempre, tornando as plantações permeáveis ao ar e aos raios solares, enér- gicos purificadores da atmosfera.

E de notar que apesar das relativamente fracas condições clima- téricas, não poucos indivíduos que tem vivido em S. Tomé, mesmo na cidade, por não poucos anos, gozando saúde.

A FAUNA

Nas crónicas do alemão Valentim Fernandes se a mais antiga notícia dos animais que se encontravam em S. Tomé. As informa- ções que colheu-as de Gonçalo Pires «marinheiro que' foi a esta e outras ilhas, muitas vezes, homem maduro e de credito, anno 1506, no dezembro». As informações dadas jDor esse homem ma- duro são as seguintes :

«Ha nesta ilha bois que levaram j)a.ra de Cabo Verde, tão grandes como de Portugal. E assim as váccas parem uma vez no anno.

«Cavallos quando os levam não vivem mais que um anno e dizem que morrem de gordura. Trazia o capitão d'agora duas bur- ras tao gordas que parecia que queriam arrebentar.

78

« Ovelhas ha nesta ilha tao grandes como de Portugal, e na têem lãn se naõ no jDapo, e tudo outro é cabellinho curto como de cão da nossa terra, E as ovelhas da Guiné parem como as cabras cada vez dois e três cordeiros e ás vozes quatro. E as ovelhas que levam para de Cabo Verde parem de três em três meses.

«Cabras desta ilha e de Guiné são grandes de corpo e pequenas e curtas de pés, assim que a barriga lhes chega acerca do chaô E parem cada vez e delles j^árem duas creanças, delias três, delias quatro crianças. E o dito autor viu que cabrito dum mez nascido emjjrenhára naquelle mez. E os vira mamar e serem 25i'6nhes. As cabras que levaram para ahi das ilhas de Cabo Verde estas parem de três em três mezes e dois cabritos até três ou mais.

«Porcos criam nesta ilha muitos que levaram de Portugal.

«Ratos grandes se criam aqui pelas matas e são próprio como os de com orelhas e rabo porém são tão grandes como grandes coelhos. E assim os comem como nós aqui os coelhos.

(íGallinlms da Guiné ha nesta ilha muitas e gallinhas como de cá.

a Falcões muitos e Rolas muitas. Pombas e seixes muitas. Alca- trazes muitos. Habi- cortados muitos. Patas bravas e mansas muitas.

(.(.Lagartos havia muitos e agora poucos de doze covados em longo. E comem homens e mulheres, vaccas e bois e animalia. Estes lagartos não vão fora d'água senão que sempre lhes fica o rabo na agua doce. E qualquer animalia que toma e logo com ella na agua e dentro na agua o mata e o come. Empina-se sobre o rabo como um homem em pés.

« Cobras ha nesta ilha mui peçonhentas de dous covados de longo e de um braço de homem em gordo. E estão olhando os homens e não fogem d'elles. Estas cobras são negras de côr.

(.(Tubarões peixes no mar são como grande caçoes.

«Ha nesta iWidi, ])exotas bicudas; e quem delias como morre».

(.(Peixe agidha ha nesta ilha também peçonhento.

«Sardinhas tem, pequenas e boas.

((Badejos peixes, e muitos.

«Em agua doce tem enxarrocos muitos e bons.

«Disse-me Gonçalo Pires marinheiro que aqui tomaram um peixe feio com grandes dentes e sua feição era de cação de três braças de longo».

Como com2)lemento acrescenta: Muitas gallinhas da Guiné,

79

são milito bravas. Pombos bravos pelas arvores. Rollas, seixes, tordos; todas estas aves são mansas, e estão em cima das arvores, e andam os moços com uma vara, feito um laço de cordão na vara, e lhes lançam no pescoço, e as tiram para baixo. Todas estas aves se não podem comer de gordas, se não frigir e lançar fora a gor- dura. —

Boa informação de homem maduro e de crédito.

Mais conciso ó o piloto português. Menciona uma infinidade de caranguejos semelhantes aos do mar, que andam por toda a ilha; os que nascem sobre os montes, são melhores do que os da planicie, porem todos elles se comem. Ha infinitas aves como perdizes, es- torninhos, melros, e huns pássaros verdes, que cantam, e também huma espécie de pa23agaios j^ardos. Pesca-se toda a qualidade de jieixes, mas sobretudo em alguns tempos do anno: os sáveis são delicadissimos nos meses de Junho e Julho. Entre esta ilha, e a costa de Africa, vê-se tão grande quantidade de balêas grandes, e pequenas, que he cousa maravilhosa de dizer.

Mais próximo da verdade está esta informação.

Cunha Matos apenas faz a descrição da cobra negra cnja mor- dedura causa immediatamente a morte : o comprimento das ditas cobras chega muitas vezes a 12 ou 15 palmos : é veloz em extremo, e brilha como um espelho : a cabeça é similhante á do pato com cer- tas excrescências vermelhas como cristas, e tem o pescoço ama- rello.

Lopes de Lima sem entrar na ilha indica, de certo de informação, como encontrando-se em S. Tomé abutre, albatroz, andorinha, codorniz, curuja, corvo, estorninho, francelho, gaivota, garça, ga- vião, gralha, maçarico, melro, milhafre, mocho, pardal (ha-os de uma espécie muito linda como canários e com canto), pardella, pa- pagaio (são pardos), periquitos (são verdes), pica-peixes, pombos (de varias espécies), rabo-de-juiico, rola.

Informação quási tão falsa como a que deu da constituição geo- lógica da ilha.

O conhecimento exacto dos animais que na ilha vivem assim como no vizinho ilhéu das Rolas é devido às explorações de C. Weiss em 1847, e muito especialmente às do Dr. Greeff em 188i e dos Srs. A. Moller em 1885, Francisco Quintas e Francisco Newton, e ultimamente dos naturalistas franceses Ch. Gravier e A. Che- valier.

80

O que actualmente se coiiliece é o seguinte:

Mamíferos 12 Insectos 113

Aves 64 Miriápodos 10

Reptis 18 Aracnideos 27

Anfíbios 5 Crustáceos 69

Peixes 118 Policliaetas 23

Moluscos 181 Equinodermos 19

Celenterados 10

E bem de crer que uma exploração bem feita dará maior número de representantes do reino animal, atendendo a que uma grande parte da ilha está por explorar. Todos os terrenos altos para o Sul do Pico compreendendo o Pico de Ana de Chaves e o Cabombey estão ainda não estudados. O que se conhece porém é impor- tante.

O número dos mamíferos é pequeno e desses nem todos são rigorosamente indígenas na ilha, mas apenas aclimados. Tais são ratos, a lagoia (Viverra Ciretta), a doninha, importados da Europa, e o cachalote, que tanto aparece no mar de S. Tomé como noutros mares. O Corcopithecus mona não é também nativo da ilha, pois encontra- se na costa africana e em especial no Senegal. O Cyno- mi/cteris straminia, encontra-se também nas ilhas do Príncij)e e Fer- nando Pó, e este morcego e o Phyllorrldna fuliginosa vivem igual- mente na ilha do Príncipe, bem como o Crocidura thomensis. São portanto pró|)rios da ilha os três morcegos Cynomycteris hrachyce- pliala, Phillorhina thomensis e Miniopterus ^ewtonii.

Pelo número .e pelos prejuízos que produzem são os ratos os mais notáveis, verdadeira j^raga tanto nas habitações, como nas culturas de cacau. E grande a guerra que se lhes faz, mas a sua acção ma-' léíica continua.

E de triste efeito ver voando lentamente ao cair da tarde o gidmhu (Phgllorrhijna thomensis) com suas grandes asas negras ; de dia cortam o grande silêncio das plantações o rouco grito dalgum macaco velho, ou os gritos agudos de grupos de macacos que agil- mente saltam de ramo em ramo.

Das 65 espécies de aves que vivem em S. Tomé 5 são comuns também às ilhas do Príncipe e Fernando (Crisococcyx smaragdi- nus, Niimenius phaeops, Ardea gidaris, Batorides atricapillus, Anous

81

stolidvs); vivem também em Fernando Milvus aegyptius, e Bihulcus Ihis e no Príncipe 11 (Agapornis pullaria, Alcyon Dryas, Coradas garrida, Cypselus ajfinis, Spermestes cucullata, Estrelda astrilda, Tur- turaena Malherbi, Actitis liypoleuca, Sida leucogastra, Phaeton candidus, Sterna anaestetaj.

Ainda 17 espécies se encontram em diversas partes da Africa ocidental (1), ficando portanto privativas de S. Tomé esi^écies.

Não animam a paisagem de modo notável estas aves nem pelo brilho das cores, nem pelo canto. Poucas são as de plumagem brilhante e uma é de canto agradável, e tanto que lhe chamam roixinol da ilha. E o ossobó. Não o ouvi e por isso não posso dizer se o canto dele quebra agradavelmente o grande silêncio, que domina toda a ilha.

A informação que deu o maduro Gonçalo Peres de certas aves tão mansas, que se deixavam apanhar a laço, tem ainda hoje uns visos de verdade. As cecias (Treron crassirostris), parecem surdas e até de vista curta; não fogem quando de j)©i"to lhes fazem fogo. Presenciei isso.

Ave curiosa é o Taclé (Prinia Molleri). Saltando de ramo em ramo produz com as asas um estalido particular, donde deriva de certo o nome por que ó conhecido.

E interessante também a Garça branca (Ardea gidaris), que ó quási ave doméstica. Branca, de forma elegante, acompanha os bois no pasto, salta-lhes para o lombo e cata-os com singular cui- dado. Bem perto das habitações elas se encontram neste curioso serviço, não se importando muito com os serviçais que passam.

Do pequeno número de reptis e anfíbios que vivem na ilha 7 são especiais da ilha. São também da ilha do Príncij^e 6 (Chelone Mydas, ITemidactylus Greeffíi, Lygodactylus tJiomensis, L. macuUlahris, L. africaniis, Boodon lineatus); um é comum às ilhas do Príncipe e de Fernando (Rana Neictonii); a Naja melanoleiíca e o Boodon lineatus são também de Angola

(1) Em S. Tomé alguém afirmou ao Sr. Moller que algumas das espécies de aves que se encontram em S. Tomé eram de introdução moderna, devido ao seguinte. Em certa ocasião o capitão dum navio, arreliado pelas constantes questões levanta- das entre os marinheiros por causa dos roubos de aves que traziam de Angola, que uns aos outros faziam, chegando a S. Tomé abriu todas as gaiolas dando liberdade às aves que nelas se encontravam.

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Be todos o mais temível, ou antes o único perigoso é a Naja.

É de todas a maior e muito venenosa. Não é muito vulgar, e são raros os casos de morte em consequência da mordedura dela.

São comensais dos habitantes as osgas, que se encontram por toda a parte nas casas. Ao cair da tarde é curioso vê-las andar caçando, correndo velozes pelas ]3aredes. E curiosa a djita, cobra longa e fina de côr verde brilhante. Trepa pelos cafezeiros com toda a facilidade, naturalmente à caça dalgum pequeno animal. Não se importa demasiado com quem passa perto dela.

Alem destes animais ainda fazem parte da fauna terrestre e flu- vial alguns peixes, numerosos insectos, moluscos, e crustáceos.

Reduzido é o número de peixes de água doce. Será isso devido talvez à disposição do leito dos rios, que por grande inclinação determina movimentos fortes e rápidos da água, havendo na re- gião inferior, na proximidade da foz desses rios pequena extensão de águas de movimento lento. A esta circunstância acresce a das cheias frequentes e fortes na época das chuvas.

O Dr. Greeff teve conhecimento de duas espécies de peixes de água doce Gohius Bustamanti e Leyitipes Bustamanti. As explo- rações do Sr. F. Newton no Sul da ilha deram a conhecer mais oito espécies Serranus aeneus, Lutjanus eutactus, L. jocu, Gohius Man- droni, G. soporatur, Periophthalmus papiUo, Eleotris gyrinus, Mugíl hrasiliensis , sendo estas duas espécies americanas.

Ultimamente a meu pedido fizeram-se pescas nos rios do Sul da ilha e obtiveram-se novas espécies, ficando a fauna ictiológica da água doce representada por 11 espécies da família Gohidae.

As espécies do género Gobius teem uma organização especial que lhes permite caminhar fora da água. As barbatanas ventrais sol- dando-se formam uma es])écie de ventosa que lhes a faculdade de se fixarem tanto sobre a terra como sobre as jjedras, podendo fazer longas viagens fora da água.

De todos estes um dos mais vulgares ó o peixinho (Lentlpes Bus- tamanti), que os negros pescam aos milhões (1), e secando-os e de-

(1) O angolar e o indígen.a apauham muitos peixinhos com um aparelho feito de andala (folha de palmeira) chamado quissacli. Seca-o ao fumo em folhas de ba- naneira. Acontece apanhar num dia muitos cestos cheios, como muitas vezes vi na Fraternidade, quando regressava do para S.i» Cruz dos Angolares. Em algumas roças os serviçais, por vezes em número superior a 100, teem chegado a tomar algumas refeições exclusivamente de peixinho. (Nota do Sr. Campos).

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fumando-os, deles se servem como alimento. Estes pequeníssimos peixes, tendo como os Gobios a ventosa ventral, viajam extraordi- nariamente pela ilha, trepando até grandes altitudes, movendo-se sobre a terra e sobre as pedras mais ou menos húmidas. E curiosa a forma do caminhar deles. Assim o descreve o Sr. E. Campos: «Lembro-me bem do dia em que almocei sobre a Perna do Diabo, uma ponte que Deus fez no rio Quija, junto de Vila Rial, a ver o peixinho subir, como uma fita enorme de corpo vivo, a pedra húmida da cascata, dum e doutro lado, bem encostado à água a despenhar-se.

«Surpreendeu-me aquele processo especial de vencer 8 e 12 me- tros de rio a pique, e a teimosia da luta pela vida que a grande massa dos pequenos seres revelava.

Imagine-se um amontoado semi-pastoso de milhões de cor23Úscu- los de dois centímetros de comprimento, estirado em fita contínua côr de castanha dum e doutro lado da torrente, na roclia humede- cida, como 30 fosse uma cobra indefinida, achatada de encontro a ela. A fita, de perto vê-se deslocar lentamente, com a velocidade de 40 centímetros por minuto, sempre a subir com movimento uni- forme, sempre interminável, sempre dum castanho escuro, reluzente ao sol. De vez em quando despega- se daquela trepadeira viva uma mão cheia de peixes que caem na torrente : os de traz cobrem logo a depressão da fita, e ela continua a subir intacta, sem se notar a falta dos vencidos. E é assim, desde pela manhã até à noite, e desde a noite até j)ela manhã, um desfilar contínuo de milhões de corpos vivos, sempre a subir, uns j)or cima dos outros, colados em massa, como se fosse um todo de pequenas coisas que oscilam e se arrastam com um barulho es^^ecial, como de muitas mandíbulas de insectos a roer folhas.

«Nem sei quanto tempo e em quantos dias observei aquela luta pela vida, aquela união de esforços, tão persistente, tão afincada.

«E quantas vezes não fugiam eles de mim, despegaudo-se em grandes cha2:)adas da parede de rocha húmida, caindo aos milhares na base do imenso degrau que levavam quási de vencida, quando eu aparecia na crista duma cascata, de^Dois de ter suado valente- mente para lhe vencer as margens escarpadas !

«E chegava a ter pena daqueles pobres animalculos que nasce- ram talvez na grande bacia espelhenta de Monte Rosa, tão linda e calma, e que vieram através de perigos, fugindo à caça brutal que

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os homens em baixo lhe davam, rio acima, em busca das paragens frias do obó, dos penedos disformes do curso superior do Quija.

«Vencida a crista da cascata aquela fita que vem a deslisar e a subir, descola-se da rocha, alastra-se pela água, e cada pequeno peixe vai a nadar pela torrente acima, aproveitando aqui e acolá a aderência da ventosa para se firmar às pedras, nalgum rápido que o queira derivar rio abaixo.

«Que trabalho enorme subir assim a grandes degraus de 10 a 20 metros, e a grandes patamares inclinados a enorme altitude de 300 a 500 metros em busca de um refúgio (1)

Os outros elementos desta parte da fauna terrestre da ilha de mais difícil dispersão compreendem bom número de espécies novas colhidas pelos Srs. Dr. Greeíf, Moller, Newton e Ch. Glravier.

O número efe insectos encontrados em S. Tomé e scientíficamente determinados é de 113, sendo 28 espécies completamente novas. Esta proporção entre o número total das espécies encontradas e o das espécies novas, de si bastante notável, é muito mais pronunciada com relação aos coleopteros, representadas por 74 espécies, sendo 27 novas e 3 géneros (Stenioternus, Ph//solagria, IlatitaJ, novos também.

Nas aranhas dá-se quási a mesma proporção entre o número total das espécies observadas (33) e o das espécies novas (12). Dos mi- riápodos, representada por 8 espécies, 5 são igualmente novas.

Dos lepidopteros tem sido colhido pequeno número de espécies (14). Destes não formas muito notáveis quer pela grandeza, quer pelas cores.

Dos outros grupos de insectos o Dr. Greefí' nas suas publicações menciona apenas as famílias ou géneros das espécies colhidas.

Com relação às térmites, vulgares na ilha, assim como a muitas es]3écies de formigas, nota que diferem das que se encontram no continente pela forma de organizar as habitações. Em vez de as construírem à superfície da terra, altas e consistentes, estabelecem- nas junto das raízes ou nos troncos carcomidos das árvores.

Dos ortopteros cita como muito notável um muito semelhante ao Clilorocaelas Tanánà da região amazónica, cujo canto ó tão intenso e forte, que a grande distância é ouvido. O Dr. Greeíi', estando no ilhéu das Rolas ouvia-o durante a noute cantar em S. Tomé.

(1) Conferencia cit., pág. 9.

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Para cantar este insecto arqueia as azas de tal maneira acima do corpo, que o animal parece quási um balãosinho verde-amarelado, formando a cavidade assim produzida uma caixa de ressonância.

De entre os coleo23teros é notável o Macrotoma edulis, cujas lar- vas de grandes dimensões são muito estimadas pelos negros.

Insectos há, que atacam algumas plantas causando não pequenos prejuízos. Uma borboleta, que o Sr. Gravier diz que será talvez a Zeuzera coffeae ataca os cacaoeiros ; um coleoptero do género Phlaeo- hius é prejudicial aos cafezeiros, abrindo a larva dele largas galerias no tronco dessas plantas causando-lhes a morte.

Espécies do género Sphenoplioriis (S. quadrimaciãatus, sordidus, striatus) são prejudicialíssimas às bananeiras. As larvas vivem no caule destas plantas, que com isso sofrem e mesmo morrem. Tem havido graves prejuízos em consequência da acção de tais insectos.

Dos moluscos terrestres ou íluviáteis as explorações dos Drs. Wel- witch, Greeíf e dos Srs. Moller e Newton deram a conhecer 31 espé- cies. Igual número se encontra na vizinha ilha do Príncipe, notan- do-se que 7 (Stveptostele Moreliana, Dendrolymax Ilynemanni , Bidimus eminulus, Achatina bicarinata, SabuUna striatella, Succinea concisa, Opeas Dohrni) são comuns às duas ilhas.

Comparando as faunas malacológicas terrestres das ilhas de Fernando Pó, Ano Bom, com a de S. Tomé vê-se que a fauna dessas ilhas é muito limitada (6 espécies) e que das espécies de Fernando nenhuma tem representante em S. Tomé e das de Ano Bom duas (Opeas Dohrni e O. Greeffi.) aqui se encontram. O Bidimus eminulus e a Subulina striatella, que se encontram em S. Tomé, vi- vem também no Gabão e em Angola. São pois prójJrias de S. Tomé 19 espécies. Uma dessas, a Achatina bicarineta, que é de dimensões relativamente grandes e cujos ovos são de grandeza igual à de ovos de rola, fornece alimento muito estimado dos negros.

Muito interessante é a Thijophorella thomensis, gasteropodo terres- tre de pequenas dimensões, colhido pelo Dr. Greeíf na altitude de 800 a 900 metros, que é munido dum falso apérculo. O exame de alguns exemplares colhidos pelo Sr. Newton deu ao Sr. A. Girard ocasião de interpretar tão curiosa organização (1).

(1) A. Girard /S'í(r la Thyophorella thomensis GrreeíF gastropode terrestre muni d'un faux opucule à charnière. Jornal de se. math. phys. e nat., tom. IV, n.» xm. 1895.

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Dos crustáceos, dos quais o Dr. Greeff foi o primeiro a dar notí- cia, seis espécies vivem nos rios da ilha Atya intermédia, A. scahra, Palemon Olfersii, Potamon margaritaceus, Tkelphusa margaritacea, Actaea ynifopunctata vivem nos rios da ilha a grandes altitudes. O Potamon margaritaceus, encontra-se no rio de Mello na altitude de 300 metros e ainda na Saudade a 700 metros. É talvez a esta espécie que se referiu um poeta desconhecido, pouco afeiçoado a S. Tomé, quando escreveu

Maldita terra

Onde se pesca camarão na serra.

Quatro espécies são perfeitamente terrestres Gegarcinus lagostoma, Cardisoma arinatuum e duas espécies de ArmadiUo.

O Dr. Greeíf cita ainda como terrestre o Caenobita rugosus, ou antes o C. rubescens, segundo o -Sr. Bouvier, que examinou 19 exem- jDlares colhidos pelo Sr. Gravier. O Dr. Greeíf encontrou este crus- táceo na roça Monte Café na altitude de 800 metros. Este Caenobita aproveita-se de conchas variadíssimas j)ara nelas se alojar. Oita-se o caso de ter sido encontrado um metido num caroço de palmeira Andim.

Os dous crustáceos terrestres, Gegarcinus e Cardisoma abrem longas o profundas galerias nas quais habitam não longe do mar, invadindo as plantações, causando não pequenos prejuízos. E curioso o modo de andar e a facilidade com que se escapam, quando alguém tenta apanhá-los. O Sr. Gravier, que teve ocasião de bem os observar deles a descrição seguinte (1) : _ Os caranguejos ter- restres da família dos G egarcinidae (Cardisoma armatum, Gegarcinus lagostoma), os quais durante o período de evolução apresentam curioso polimorfismo, são numerosos em S. Tomé como em todas as regiões quentes dos dous hemisférios. Nos terrenos pertencentes às Obras públicas, na capital da ilha, afastam-se da costa a muitos centos de metros, chegando aos jardins da Administração, nos quais se fazem ensaios de aclimatação de várias essências e princijDalmente de Eucalij^tos, causando prejuízos comparáveis aos que nos nossos países causam as toupeiras. O número deles aumenta ao passo que

(1) Obíierb-ations biuloyiífies sur les crabes terrestres de file de S. Thomé par M. Ch. Gravier, Ihdl. da Museum et histoire nalurelle. Paris, 190G, fase. n." 7.

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dimiuue a distância ao mar, e nas vizinhanças deste a terra está completamente crivada pelas galerias, que elas abrem.

É espetáculo bem particular observar de manhã sob o sol quente desta ilha equatorial estes crustáceos nas proximidades de suas habitações subterrâneas caminhar de modo rápido e bem especial com o corpo parecendo colocado sobre umas andas formadas pelas longas pernas, que tocam na terra apenas com a extremidade do artículo terminal. Vendo-os de longe, dir-se hia que são pequenas aves saltitando sobre a terra. As cores vivas, dominando o azul, o amarelo e o vermelho faziam-me lembrar das cores brilhantes de algumas aves, que eu tinha visto na Africa oriental nas altas pla- nuras do Harrar.

oConservam-se não longe do seu buraco sempre em observação e nele entram imediatamente logo que qualquer barulho é jiroduzido, quando, por exemplo, alguém se aproxima deles com as maiores precauções. Desde que se refugiam no seu esconderijo em conse- quência de qualquer rebate, não saem de novo senão com extrema circunspecção e conservam-se por algum tempo ao nível do orifício como para exjilorar o horisonte e ver se todo o perigo terá passado. Por vezes tentei surj)reendê-los antes que eles entrassem para a sua morada, mas em vão; os rapazes indígenas, mais ágeis do que eu, também não o conseguiam.

«Foi nas proximidades da deliciosa baía da Ribeira Peixe, na costa Este da ilha que eu colhi os exemplares que estudou o Sr. E. L. Bouvier. Sob os coqueiros que se encontram nesta baía tão pitoresca os Cenobitas (Caenohita rubescens) vivem em grande nú- mero em companhia dos Gegarcinos. Estes penetram mesmo nas plantações de cacoeiros que cobrem os terrenos próximos, que se elevam bruscamente muito perto da costa e abrem galerias cujo diâmetro é de 10 centímetros e mesmo mais até à profundidade de um metro ou mais. Estas galerias não teem orientação determinada e por vezes ligam-se entre si. . . Se de dia ó inútil pensar em que- rer apanhar alguns destes animais fora da sua habitação, na qual rapidamente se recolhem, de noute é isso fácil colocando sobre a terra uma lanterna. Vê-se então os carangueijos aproximarem-se da luz com curiosidade, e facilmente podem ser apanhados».

A fauna marítima é mais numerosa e variada. E isso próprio do meio, no qual mais facilidade de transporte e no qual os ani- mais podem quási em todas as regiões encontrar as condições de

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calor * hu qut» liie$ coíiv^^à*m. E d^^ ci^èrto por is^^ ■-» no* m*r^« dt» S. Tor^c^i <íi «Mxcoíitnm c^:í'.<v"i^ próprias d* A-.. .>.i» «*«piki«?$

A èkuua, a; kl c^tàc'^, HO «è^j^k-ws dt? p<?ix<*í, 147

^^>éoi^ d*» moliisco^s» 63 ^pòoièsj d<í crustík^èo*, T ^s\>^-w$ au^ l.ido5> U> í^-^núuodtírm^í * 10 c«I'*íit<*r*do«. D<è$tti»$ .5 ^^plor*-

s*0^« c Ssius darão com C'èr<i'èaa o cotdx^^im^íxto d^ muitas outiras

cvíj>òoi'«»s. O Sr. Giravi^èr obsi^rvxjtt ao faudo vío mar «ííitr^ a coíita «> o ilii«?u das Cabras iudioio$ c^rtío* d»^ s-^rt^s d^èst»? grupo ac >.^»

r.Ào te > 6k*ír colii^ita di*^ por ódia d<è iastrom^^atos propnos.

O »iu<? st* dia a n»$poitio vieste povi-^ diar^r^^iè do$ outros grupos Vois d"«? todos d»* c*rto havx^rà maior aúm-wro d«* ^p4citès do qutí as actuahm-íttt* coahiècidos.

O c^tÀoiío, qu'd è^u-èutí* os mar^ vi^ lomo» «? o cucoiloit mo- i*nHVf*AWws. A cada passo s«è obs^èrvav:* o grand'* jacto d^è água, qu^ èi'^ ^xpi^liam. Wm como uâo era raro v4-los saltar tibra da água. Ao atravessar o canal das Rolas um destes auimíàs deu um graud* salto uá,o longe do baroo «m que eu ia. Tive ocasião de observar o que por veices tinha Udo em tratados de loologia o coiíibate da baleia e> como vi. dos baleotes com o peixe serra. Da baia de Agua-tiè tive ocasião de observar esse curioso combate. O peixe iutrod\i3t a serra uo dorso do baleote. líiSte íèrivío procurando Uvraj>se do incómodo compaalxeiro, ora mergulhava, ora voltava à suj>erficie da água. Ao chegar à suj>erfície da agua ainvia se via o peixe serra, direito, mas tombava logo. Por longo tem.po vi des- aparecer e de uovo reaparecer estes dous :,>s, que se éíram aíAstar.vío> teudo-os por ám perdido de vista.

O número de esj^ies de peixes indicado mostra que a fauna ictiològica maritima é rica e ^variada.

A maior parte dessas esp<i^;ies tem larg* õistribuivào nos mares

airlo.^í.noS' Nào sào raras as que se encoiítram desde o Cabo da

Boa E^iperanija atè Cabo Verde. Nào ^ isso para admirar. Mais

-" 'tr c o aparecimento nos mares de S. Tom^^ duma espcoie

" *' ' " z' se en«:ontra desde o Mediterrâneo atè à G-roen-

i-. ' "^ ^ .... < ^ivirv-L-u: encontrarem-se ali S espóoies [Drrh-

'■■••'■■ -'-r-n^ }\ . ''rpVifj, c>a«rm« ii^<^* F-^' ""^ cAonu».

^ . rifigr. ''^)-».>.>,-»tP*#.>í ,j .r:«í, (^';jr-

^ae são dos mares c - .ie a costa oriental

alricduia at^ à costa ocidental americana. Comuns à costa oriental

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arní-írícana o noa inarcfí do 8. Tom*'} «ão 22 esp''icío8, íacto bastanto

ÍJOtííV<íI.

K«|/ícío« nova» propriamente dita» são aj>f5íias 4 (OphirhUi//n f/uíneenHiu, OtrrhíUn atUnfíruff, H/irraauH drin/itn», Sphyraaiui Ji<)<:a(j(d) d'5«<;rjta» pelo Br, lialta«ar Osório.

A íauua malacológica apreíenta também ajgamaíj sjijgu)arida<l<}»,

A í^r^wif) maioria da» esp<'ície» que são frequente» no» maré» de 8. Toia/i enííontra-se quá»i em toda a oo»ta ocidental africana. Al- guma» teem distribuição singular. Assim a 'J'<'.n<ihra corrwjatM h da» J'"iljpina», a Atcm (ÍAií'MH>saUi do Ví),(Úí\ííq e da» Filipinas, a JCaUrrui In- UrmcÁvi. vive desde a Noruega at<'i ao Mediterrâm^o e desde Ca- nárias at6 â Florida. Comuns aos mares de S, Tom<'i e a co»ta oriental americana sâo 4 esp''}cíe» (lJ<dium (jaUid, HoUrium ijraaul/j' tuia, Natina cMuram, H^aUiria e/múimUita).

O a[yareeimeíito na^ vi^íinhanças de S. Tom/í desta» espAcie» ame- rí<íana» <'í a repetição do que íbí indicado a respeito doutro» gru- po» de animai», É facto bastante singular.

Facto «emelbante »e <iá com 08 crustá/jeos, dos quais de 50 e»p6c'í>©s do grupo do» livííAldura 12 vivem i^inh^nn Ji^ <x>»ta oriental da Am^íríca do Sul. O mesmo se com espécie» de equínoder- me», do» qoai» líJ «ão comun» também nas mesmas regiões.

Do» crinoide,» a A?d('Â/m roJsac^M, que »ó era conhe<;ida do M.edí' terrâneo, foi eíi-contrada peJo J>r. Oreeíf na ^x>»»ta portuguesa, na» Ganiria» e em H. 1'omA,

A FLORA

A iliia de B. Tom<5, wlocada qjiási »ob o equador, tem toda» a.» eou<ii(/j<}H para exuberante vegetação).

Não Ibe Mi'dm caK^r e Iu/>, agentes poderoso» da vida vegetal. Outro agente indispensável, a h-umiduA^a, é-lhfi fornecida abundant**- ment© pelo mar que a cerca.

ifQuando foi d^^scoberta, escreveu o piloto português, era U><U ela um bosque copadlssímo, com irvoref viçosa» e tã<; grandes que pa- ramm tooar em o C^u; eram de díver»»* castas, porém e»t<jreis, e

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os seus ramos diferentes do que são entre nós, onde parte se estende horizontalmente, e parte sobem direitos ; aqui porém sobem todos direitos para cima».

A força produtiva da terra é assim indicada pelo mesmo piloto

«A bondade da terra vê-se por esta experiência, que se os negros deixam algum tempo de cultivar uma planície, imediatamente lhe nascem árvores ; fazem-se em poucos dias tão grandes, como entre nós em muitos meses».

Não ó muito exagerada esta descrição. na ocasião em que o piloto esteve em S. Tomé a vegetação da ilha tinha sido reduzida consideravelmente. Estava então edificada «uma grande cidade, a que chamam a Povoação». Havia tão grandes plantações de cana de açúcar, que a produção do açúcar tinha chegado a ser de cento e cincoenta mil arrobas e mais, para a fabricação do que havia

coisa de sessenta engenhos.

Evidentemente j)ara se ter chegado a este estado uma boa parte da vegetação expontânea devia ter desaparecido. Segundo informa ainda o mesmo piloto, nesse tempo as duas terças partos desta ilha não estavam arroteadas ou reduzidas à cultura dos açúcares.

Como é sabido a cultura de cana teve grande baixa em certa época, e então a vegetação expontânea retomou sua actividade e rapidamente 2~>ovoou os terrenos abandonados. As árvores não cres- ceram em poucos meses como entre nós em muitos anos, como dizia o piloto, más ainda hoje essa força vegetativa se manifesta. Um ligeiro abandono da terra basta para que a vegetação expontânea adquira grande actividade.

Na roça de S.*° António de Mussacabú admirei a rapidês e vigor da vegetação expontânea. Não longe da casa de habitação, num terreno sem cultura, mas povoado de árvores- indígenas, as plantas trepadeiras tinham-se desenvolvido por tal forma que atingiam as partes mais altas das árvores e formavam uma rede fechada, perfeita- mente impenetrável (fig. 40).

Não são porem as plantas erváceas que teem rápido e fácil crescimento. Observa-se isso mesmo nas grandes árvores. Um exemlpo notável deu-se na roça Boa Entrada. Foi derrubada uma árvore enorme, um Ocá (fig. 41). O tronco não foi aj^roveitado, e deitado sobre a terra ao fim de pouco tempo produziu ramos e raízes em vários pontos, de modo que o gigante derrubado foi substituído por umas poucas árvores (fig. 42).

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Fig. 40 Em Mussacavú. As trepadeiras

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Como estes exemplos muitos outros se encontram na ilha mos- trando que não era fantástica a informação dada pelo piloto por- tuguês.

Nos diversos períodos porque passou a ilha as modificações da vegetação de certo foram muito variadas.

O estado actual será do certo de mais profunda modificação devida à intensidade que teem tomado certas culturas.

A cultura do café ocupou extensão considerável de terreno. A cultura do cacau suplantou esta e tem tomado posse de área exten- síssima até altitudes superiores a 800 metros.

A das quinas invadiu também zonas extensas nas altas regiões.

Hoje quem fizer uma excursão circular pela ilha fartar-se de vêr plantações de cacaoeiros, árvore que riqueza à ilha, mas não beleza.

Num ou noutro ponto em altitudes inferiores encontram-se ainda restos de antigas florestas. Porém florestas normais sem mistura de plantas introduzidas podem ser encontradas nas regiões superiores, no Pico, no Cabombey, no Ana de Chaves e terras ^^róximas, nas quais ainda a acção do homem não entrou. Fora desses lugares a floresta ou tem desaparecido ou está em vésperas de desaparecer, porque por toda a parte a acção do homem, nem sempre bem pensada, trata de a destruir.

E vulgar nas partes em que a vegetação é vigorosa e densa sen- tir-se por vezes a distância o som do machado e o ruído prolongado dos gigantes vegetais derrubados.

A acção do homem é rápida.

Em 190.3, quando estive em S. Tomé, os terrenos próximos do Cão grande, apezar de terem cacau ainda eram povoados de ár- vores viçosas cercando o Cão (fig. 14), hoje está desacompanhado quási por completo (fig. 15).

*

Presentemente a vegetação da ilha é formada de três elementos distintos, um constituído pelos vegetais indígenas, outro formado pelos vegetais de antiga introdução e hoje perfeitamente adimados, o terceiro pelas plantas de moderna introdução, o cafezeiro, o ca- caoeiro, a fruta pão, as árvores de quina, a vanilha e outras essências

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de muita restrita cultura e que por isso não teem influência apreciável no aspecto da vegetação.

Pondo de parte um limitado número de plantas cultivadas em altitudes consideráveis, todas as formas vegetais são das caracterís. ticas das plantas tropicais.

A vegetação arbórea é a dominante, e as árvores são, como as descreveu o piloto português, todas direitas tendo ramos na parte superiar, o tronco liso, em grando número delas de côr muito clara, quási branca (tig. 43). Surpreende a forma elegante e a altura delas. Desenvolvendo-se densamente crescem em altura procurando a luz indispensável para a vida.

Na floresta densa os raios do sol penetram coados através das folhas, e nessa muitas vezes mais que meia sombra vegetais in- feriores podem vegetar, e são esses os que taj)etam o terreno.

Das árvores liá formas notáveis.

Uma das mais singulares pelas dimensões do tronco ó o imbon- DEIRO (Adansonia digitata). E quási uma monstruosidade e singular quando despido de folhas conservando ainda os grandes frutos pen- .dentes.

Não é árvore vulgar. E nas baixas do Rio do Ouro que maior número delas se encontram.

O OCÁ (Eriodendron anfracUiosum) toma dimensões notáveis. Entre outras é bom exemplo o ocá da praia Cadão (fig. 44) e dois da Agua- Izé com mais de 60 metros de altura (fig. 45). Teem estas árvores base de forma singular, alongando-se em diversas direcções, formando verdadeiros gigantes ou arcobotantes que lhes dão solides extraor- dinária. A base do ocá gigante, que foi derrubado na roça Boa En- trada (fig. 41), com 26 metros em circunferência, mostra a que grau de desenvolvimento podem chegar estas árvores.

O que o homem conseguiu, quem sabe com que trabalho e ao fim de quanto tempo, para dar solides aos seus castelos e às suas ca- tedrais, a natureza deu à árvore a faculdade de se desenvolver de modo a poder resistir às mais fortes tempestades.

Uma das árvores de maior desenvolvimento é a Amoreira (Chloro- pliora tenuifoUa). Do tronco fabricam-se canoas, que os pretos uti- lizam.

Nas crónicas de Valentim Fernandes destas grandes árvores se faz menção. «Há nesta ilha, escreve êle, árvores que parecem que chegam ao Céu, e todas lisas senão umas ramas no mais alto, como

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Kiíí 44. Praia do Cadão. Um Ocá

[30]

Fig. 45 OcAs em Agua Izé

[31]

Fig. 4" Obó próximo da Lagoa Amélia

[32]

Fig. 48 Obó próximo á Lagoa Ámelia

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um pinheiro cortado, e se alimpa de si mesmo sem ninguém cortar. E, destas árvores são tão grossas que podem fazer táboas de 25 palmos. E disse Gronçalo Pires que vira homens cortar em uma árvore sem verem uns aos outros. Vi eu em tempo de Elrei D. João o segundo de pia memória no ano de 1496 uma meia táboa, que o dito rei mandara serrar na dita ilha que tinha em largo 16 palmos, porque mandara serras para isso e não cabia no navio a táboa de 32 palmos serraram-na por meio e lha levaram».

De grandes dimensões são também o Ipé (Olea WewUtschi) próprio das altitudes consideráveis, e o PÁu lírio (Conopharingía stenosyphon) de flores muito aromáticas.

Notáveis pelas dimensões são também o Iza-quente (Treculia africana), a JACA (Artocarpus íntegrifoUa), o PÁU Capitão (Ceitis Prantlei), o PÁu Sangue (Ilaronga madagascariensis) notável pelo lí- quido de côr sanguínea que corre de qualquer ferida feita na casca. Notáveis são também algumas figueiras não pelas dimensões e pela folhagem, mas principalmente pelas raízes adventícias que nascem a diversas alturas e que descendo a procurar a terra, se ligam umas com as outras, quando se encontram, dando lugar à uma verdadeira rede, que impede o desenvolvimento do tronco, que por vezes chega a morrer e a ser destruído, ficando a rede cilíndrica sus- tentando a copa da árvore. E organização muito singular e sur- preendente (1).

Não tanto pelas dimensões, como pela ramificação e forma das folhas, é o GoFFE (Mussanga Smithii) bastante distinto. Surpre- endeu-me uma destas arvores, que vista a distância me pareceu um Castanheiro da índia.

Arvores doutra forma são vulgares. São as chamadas Cordas semelhantes aos cipós americanos, e que são características das florestas tropicais.

Não crescem direitas, nem engrossam, como as outras. Não po- dendo conservar-se na posição vertical, vão crescendo e rami- ficando-se, encostando-se ou enrolando-se em volta das outras. Por vezes enrolam-se em si mesmas tomando formas curiosas.

Todas estas formas mais ou menos associadas formam a floresta.

(1) Era notável pela forma (fig. 46) uma destas árvores, que se tinha desenvol- vido sobre um muro velho numa das ruas da cidade. Uma ventania forte quáai a destruiu.

94

Esta por vezes é tão densa, que a copa das árvores em contacto íntimo formam uma capa de verdura tão fechada através da qual mal passam os raios do sol.

As cordas passando de árvore para árvore dão à floresta uma forma muito esj)ecial. Abrir caminho através dela não é fácil. Quando a floresta é densa de modo a não penetrar nela os raios do

Fiíí. 46

sol, nem os pequenos vegetais, que tapetam a terra se podem desen- volver.

Todas estas circunstâncias dão à floresta um carácter muito es- pecial e verdadeiramente im23onente e quem nela se encontra recebe impressões profundas.

Nas proximidades da Lagoa Amélia atravessei uma destas flo- restas, já um i^ouccT aberta (figs. 47 e 48). O Páu lírio toma uma boa parte, ladeando o caminho e aromatizando o ar deliciosamente. Figueiras cercadas de raízes adventícias, algumas vindo dos ramos superiores direitas à torra, num ou noutro ponto o gigante Ipé com longas cabeleiras de líquenes ramosos j)roduzem efeitos singulares. Em toda a floresta o silêncio é profundo.

Em S. Tomo a fisionomia da floresta ó sensivelmente a mesma em toda a parte.

Pas árvores modernamente introduzidas três modificaram pro-

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fundamente a paizagem pela forma e pela côr da folhagem. São as árvores da quina, o cafe^eiro e o cacaoeiro.

As árvores da qiiina não ocupam área tão extensa como as outras. Formam manclias relativamente pequenas, mas muito densas de folhagem de côr verde intensa, tomando algumas folhas com a idade côr vermelha brilhante, parecendo flores.

O cacaoeiro forma floresta densa, pouco alta, extremamente mo- nótona. Indo de Novo Brazil para os Angolares fartei-me de ca- minhar por entre cacaoeiros todos iguais, sem um caminho ou atalho seguido, encontrando aj^enas um negro, que seguiu seu caminho sem atender ao que se lhe pedia. Cheguei a perder a esperança de en- contrar casa que me recebesse.

Como na floresta natural também nesta mesmo nas horas de mais claro sol a luz c muito atenuada. Vi morcegos vagueando por entre os cacaoeiros, como entre nós ao cair da tarde.

As árvores do café formam florestas mais luminosas, porque a folhagem menor e menos abundante livre j^assagem aos raios do sol. Na época da floração são de efeito encantador, cobrindo-se por completo de pequenas flores totalmente brancas e odoríferas. São então estas árvores verdadeiramente belas. Mais tarde, quando com frutos maduros, como cerejas rubras, teem aspecto agradável.

Na floresta das grandes árvores indígenas encontram-se vegetais curiosos. São pequenas plantas que vivem sobre o tronco ou sobre os ramos das árvores. Uma, pouco vulgar, é um cato (Ehípsalis cassitha), cujos ramos delgados e longos formam uma espécie de ca- beleira verde, pendente dos ramos da árvore sobre a qual vive ; outra é um feto (Platycerium Phlegmaria) de forma singular. Duas ou mais folhas largas forma,m uma espécie de vaso de dentro do qual saem folhas longas, estreitas e bifurcadas muito elegantes. Não são raras também impUntadas nas árvores diversas orquídeas de flores curiosas, mas nenhumas porém brilhantes e vistosas, como se encontram em florestas doutras regiões.

Nas arvores da região superior tronco e ramos são completamente cobertos de musgos e de líquenes ramosos dando efeitos curiosos. Como as névoas são constantes, esses musgos estão sempre com- pletamente ensopados em água, o que permite que neles haja ve- getais de pequenas dimensões, tais como fetos e uma bem curiosa Utricularia.

Formas arbóreas interessantes são as palmeiras, introduzidas na

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ilha, uma pelo menos, nos primeiros tempos que se seguiram ao des- cobrimento da ilha. E o coqueiro.

A respeito dele o piloto português diz o seguinte «também ali levaram da costa da Etiópia a árvore de palmeira, que j)roduz frutos, que eles chamam cocos, e na Itália nozes da índia, cuja amêndoa quando está fresca é de um gosto delicadíssimo, e da água que se contêm dentro do coco se servem de mil maneiras por ser de um sabor muito suave».

Não é grande a área ocupada pelos coqueiros e nunca distantes do mar (figs. 49 e 50). As raízes deles parecem mesmo procurar a água salgada. perto da costa um coqueiro que vive imjjlantado nas fendas dum rochedo cercado pela água do mar (fig. 51) e por ela coberto na praia-mar, dando à paizagem um aspecto bem curioso.

Bem mais vulgar é a Palmeira Andim ou do óleo (Elais guine- ensis) elegantíssima (fig. 52) atingindo grande altura (30 a 40 metros), de caule delgado terminado por coroa de longas folhas de dentro das quais saem enormes cachos de frutos de cor viva.

Destaca-se de todos os vegetais que a cercam pela altura que atinge.

Uma outra palmeira, a Palmeira leque (Borassus flahelUfer var aetliiopicus), cujo caule ó ótimo para estacaria nas águas salgadas, é um j)ouco rara. Nas baixas do Rio do Ouro ó onde maior número delas se encontra (fig. 53). São elas e o Imbondeiro que dão um caráter distinto a esta região.

Uma outra planta quási arbórea, que como o coqueiro parece pre- ferir a proximidade do mar, é o PÁu esteira (Pandanus thomensis), de cujas folhas longas e estreitas se fazem esteiras, do que se deriva o nome. E planta de 4 a 8 metros ramificada tendo grande j^arte do caule e dos ramos cobertos de folhas dispostas em espiral. E no- tável pelas raízes adventícias que sucessivamente produz, as quais crescendo procuram a terra e para a qual se dirigem obliquamente. Como estas plantas vivem associadas e a pequena distância umas das outras, as raízes cruzam-se e dão lugar à formação duma espécie de rede, difícil de vencer (fig. 54). Dão os gru2D0s destas plantas um tom particular à paizagem. E curioso o fruto de forma de grande 2)inha de côr verde brilhante.

Na margem dos rios ou mesmo junto à costa são frequentes os Mangues (Rhizophora racemosa), cujas raízes estão sempre debaixo da água e como o Páu esteira produzem grande número de raízes

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adventícias, que se ramificam e todas mergulham na água, formando uma verdadeira barreira, sendo muito difícil chegar à terra, tendo de se vencer tão valente obstáculo (fig. 54).

Outros tipos vegetais são constituídos por plantas erváceas ou quando muito arbustivas. Dessas duas são as principais a cana de açúcar e a bananeira, ambas importadas pelos primeiros colonos.

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Fig. 48

Duma e doutra se faz menção escrito de piloto português ô nas Crónicas de Valentim Fernandes. O piloto escreve «Tem igualmente principiado a jílantar aquela erva, que se faz tão grande em um ano, que parece árvore, e produz aqueles cachos com frutos à moda de figos, a que em Alexandria o no Egypto chamam Muce e na dita ilha avelãs».

Valentim Fernandes faz menção da bananeira descrevendo-a do modo seo-uinte. «Há nesta ilha de S. Tomé uma árvore chamada

O

avalaneira, e delas muitas, e a mais alta é de três braças. E não é páo senão como erva. E suas folhas tão grandes como uma adarga; e no cabo de mais alto leva um fruto só, tão grande como uma ca- nastra. E pesa quanto um homem pode levantar do chão. E ó

7

98

assim amarelo como côdea de melão. E assim daquela feição de talhada de melão e é tão doce como assúcar. E é dentro massiço e como coisa coalhada. A verga desta árvore é uma e uão tem

Fig. CO

outro ramo nem trás outro fruto, senão um pomo, como se disse, porém ao dela da raiz nascem muitos filhos, de que cada um também não trás mais que um fruto só. E logo cortado o fruto cortam o da dita verga de todo para não lançar a j)erder os filhos». A bananeira em poucas parles ocupa largos tratos de terreno. Encontra-se em todas as terras cultivadas mais ou menos dis- seminada, nãò tendo por isso influencia importante na fisiono- mia da vegetação. Com ela se encontra o ananás, de certo im-

[33]

Fig. 50 Coqueiros em Porto Alegre

[34]

Fig 53 Palmeira leque em Rio do Ouro

[35]

Fig. íá Pau eateira

[36J

Fig. 56 Gruta no rio Manuel Jorge

Ô9

j)ortado do Brazil por colonos que de viessem ou regressassem â S. Tomé.

Mais importante é de certo a cana do açúcar, qne na região baixa

¥U. õl

ocupa bastante terreno. Dâo plantações da cana uma ideia muito aproximada dos nossos campos de milho. Como ó de vegeta- ção permanente, os terrenos ocupados j)or ela estão sempre cobertos de tapete de verde brilhante.

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Além destes vegetais de aspecto e crescimento notáveJ uma infinidade de plantas de peqnenas dimensões, muitas quási invisíveis sem côr verde, enconfrando-se quási por toda a parte outras mais desenvolvidas, verdes, cobrindo todos os lugares onde liaja um pouco de terra livre. Uma das formas mais características é a das gra- míneas e ciperáceas, bastante conformes no aspecto. Cobrem, pelo menos as primeiras, terrenos extensos, atingindo algumas altura considerável dando ideia de longas searas.

Fig. 54

Uma 2)lanta da família das gramíneas, de. relativamente recente introdução, o bambu, atinge grande altura o forma grupos muito elegantes. num ou noutro ponto tem certa importância.

Os fetos, bastante numerosos, todos de formas elegantes e de bela côr encontram-se em abundância em todos os sítios sombrios e hú- midos cobrindo com denso tapete a terra, as rochas, o tronco das -árvores, tudo emfim onde haja calor, humidade e luz suave. E exem2)lo evidente a gruta no rio Manuel Jorge (fig. 5õ). Tudo está coberto de fetos de formas diversas de côr verde brilhante. Para completar a beleza do quadro ainda algumas trej)adeiras pres- tam concurso.

Entre os fetos alguns há, que em beleza competem vantajosamente com as palmeiras. São os fetos arbóreos de caule delgado e alto marcado com as cicatrizes das folhas, que vão caindo e coroado por folhas de grandes dimensões, elegantemente recortadas e extrema- mente delicadas.

Na ilha e nas regiões altas encontram-se apenas três, Cyathea Welwitschif C. Manniana e Drf/opteris Ilenriquesu.

101

A par destes alguns liá de insignificante grandeza. Dois (Pol//po- diiim oosorum e P. Mollerl), que vivem não longe do Pico sobre o musgo que reveste o tronco e ramos das árvores, teem apenas 3 a 5 centímetros.

Das criptogâmicas vasculares liá ainda duas formas distintas a dos Lycopodios e Selaginellas, estas ramificadas, rastejando sobre a terra, aqueles com ramos longos cobertos de pequenas folhas, quási todas pendentes e um direito, de ramos horizontais, verdadeira miniatura duma árvore.

Organizações mais elementares são as das crij^togâmicas celulares, havendo dois tipos bem distintos. Num as plantas teem côr verde. São os musgos e hepáticas, pequenas plantas que vivem nos sítios húmidos. São abundantes nas regiões superiores, como foi in- dicado.

Outros não teem côr verde : são os fungos e líquenes. Os pri- meiros, privados da faculdade de fabricar matérias alimentares vivem como parasitas sobre outras plantas, ou tiram sua alimentação dos produtos da decomjoosição de todas as matérias orgânicas. E enorme o número deles e em S. Tomé; com uma exj^loração relativamente pe- quena foram colhidas 204 espécies.

Encontram-se por toda a parte sendo uns benéficos, outros bem prejudiciais. Felizmente nas culturas da ilha não entrou ainda nenhum dos mais terríveis, tais como a ílemilea vastatrix e outros.

Teem um papel importante na natureza, qual é o de reduzirem ao estado mineral todas as matériaS;, que atacam, transformando-as de modo a servir de elemento a novos vegetais.

São abundantes os líquenes, dos quais 17 próprios de S. Tomé. A maior parte das espécies são das regiões altas e quási todas cor- ticícolas. E notável a falta de líquenes vivendo sobre pedras. o professor Nylander, sábio liquenógrafo tinha notado esta singulari- dade. Até hoje nenhuma dessas esj^écies foi encontrada. Dos lí- quenes ramosos alguns tomam grandes dimensões, distinguindo-se entre todos a Usnea longíssima, que pende dos ramos das árvores em longas cabeleiras.

A grande massa de vegetais é com2')Osta de plantas sífonogamas e ainda dessas são as espécies da grande divisão das dicotiledóneas as que mais importância teem pelo número e pelas grandes dimensões que muitas adquirem.

Organisar um inventário completo da flora da ilha ó presentemente

102

impossive], porque, como foi dito, falta muito que explorar. E pois o inventário actual por emquanto muito incomj)leto.

O número das espécies conhecidas é indicado no quadro seguinte :

Fungos

Líquenes

Algas mainuhas

Musgos

Hepáticas

Criptogâmicas vasculares

Gimnospérmicas

IMouocoliledóneas .... Dicotiledónias

Número

de espécies

20i 86 54 57 74

101 1

127

425

Espécies

próprias

da ilha

38

21

2

25

33

8

1

23

52

Nem todas estas espécies são originárias da ilha. Grande número delas encontram-se noutras localidades da costa africana, não poucas americanas e outras são de larga distribuição à suj^erfície da terra.

São numerosas as plantas importadas, umas sem acção directa do homem, como são a Fumaria qfficínalís, o Xasturtium ojficinale, a Capsella bursa-pastoris, a Stellaria média, a Senehiera pinnatijida, e a Argemone mexicana. Outras foram introduzidas pelas suas proprie- dades ; tais são as esj)écies americanas seguintes : Bixa orellana, Anacardium occidentale, Indigofera Anil, Arachis hipogaea. Carica Pa- 2')aia, Syphomandra hetacea, Xicotiana TabacAim, Persea gratíssima, as mirtaceas Eugenia Jambos, E. Michellii e Psidium pomiferum e ainda as plantas da borracha Castillôa, Ilevea e Manihot Glasiouvii e desde muito a Manihot lãilissima e as Cinchonas.

Das regiões orientais foram introduzidas a Mangifera indica, o Artocarjms incisa e integrifolia, assim como o Cinamomum zeilandicum e C. campJiora.

É muito diversa a importância das diversas famílias na vegetação da ilha.

E o que mostra o quadro seguinte :

103

Leguminosas. , Compostas . . , Gramíneas . . . Euforbiaceas . , Urticales . . . , Orquídeas . . , Rubiáeeas . . . Ciperáceas . . . Malváceas . . Chenopodiáceas

Número

de géneros

Número

de espécies

34

58

18

18

17

38

14

30

14

28

13

31

9

29

8

25

6

14

8

13

Além destas famílias outras (80) de menor número de espécies.

Pelo quadro antecedente vê-se, que as famílias predominantes pelo número das espécies e naturalmente pelo número dos indivíduos são as leguminosas, gramíneas, compostas, orquídeas, rubiáeeas, ur- ticales, enforbiáceas e ainda as ciperáceas.

Apesar do número de espécies parecer indicar o valor relativo das diversas famílias na formação da vegetação da ilha, outras qua- lidades devem ser tidas em conta e que modificam bastante o qup indica o número das espécies.

Está neste caso a grandeza relativa das plantas. Atendendo a este carácter as compostas e ciperáceas de pequena estatura, muitas de duração anual, teem influência muito reduzida.

Outras jDelo contrário, árvores altas e vigorosas, teem papel prin- cipal no aspecto da vegetação. Estão neste caso as leguminosas, as euforbiaceas, muitas rubiáeeas, muitas urticáceas e das de pequeno número de géneros e espécies as apocináceas.

As gramíneas tem notável importância pela área que ocupam. A principal espécie, que oonstitui uma formação perfeitamente distinta, é a cana sacarina. Os bambus teem também importância pelas dimensões que adquirem, mas não pela área que ocupam.

Das monocotiledóneas são notáveis pela elegância das formas e pelos productos que dão as palmeiras, das quais duas são cul- tivadas— o coqueiro e a j^almeira de óleo em número conside- rável mas sem chegar a formar plantações extensas. Estão dissemi- nadas pela ilha por entre outras plantações.

104

um tom especial à paizagem da costa o Páii esteira, como

foi indicado.

As bananeiras dispersas por todos os terrenos cultivados são interessantes pela folhagem ele- gante e úteis pelos frutos. Da mesma família na região inferior uma 2^1 anta curiosa. É o Costus fflganteus, conhecido com o nome de bordão de macaco (íig. 56). O ramo estéril desta planta re- curvado um 230UCO em espiral atinge a altura de dois a três metros.

O ramo fértil de pouco mais de um metro não tem folhas e quando a inílorescência começa a organi- zar-se tem a forma esférica com tons avermelhados dando ideia do castão duma bengala. 'De tal dis- posição provêm o nome popular. A inflorescência comj^letamente desenvolvida tem a forma de uma longa e densa esj)iga.

As orquídeas bastante nume- rosas em espécies pouca ou ne- nhuma influência teem na fisio- nomia geral da vegetação.

Como está indicado, a grande massa da vegetação é devida às plantas dicotiledóneas, que sobre- sáem pola grandeza, pela forma e pelo número tanto das espécies como dos indivíduos e pela área ocujíada. Das mais notáveis são as plantas j)ertencentes à classe das urticales, muitas árvores de grande j)orte. Tais são o PÁu fede (Ceitis Diirandii), o PÁu capitão (Ceitis Praiitlei), o Quaco branco (C. Loyauxii), a Amoreira (Clovoplwva temdjòlia), a Mesocjyne Henri-

Fig. CG

105

qnesii, a Iza-quente (TrecuUa africana), a Fruta pao (Artocavpus in- cisa), a JACA (A integrifolia) e ainda 7 espécies de Ficus. São as es- pécies destas famílias que dão maior contÍDgente dos indivíduos que constituem as florestas. As grandes árvores de tronco direito e de casca branca pertencem a estas famílias.

Outras árvores de valor pertencentes a famílias diversas. As ipericáceas teem o Pau sangue (Ilaronga madagascariensisj ; as ru- táceas teem o Marapiao (Zanthoxylon rnhescens) ; às burseraeas per- tence o Safú íCanarium edule.) de frutos muito estimados ; é das anacardiáceas o Cajueiro (Anacardium occidentale). E de valor a Sucupira (Pentachletra macrophyllaj. O Pau lírio [Conopharingia stenosyphon) de flores aromáticas e o Pau cadeira (Kichsia africana), apocináceas, teem valor importante nas florestas da região superior.

As euforbiáceas teem como representantes arbóreos os Cyclostema glaber, C. Uenriquesii e Thecacoris memhranácea.

A corda Que (Paidlinia pinnata), a corda Ipé (Dioclea reflexa), a Glycinia sinensis ; a rubiácea Corda de água (Plectronia Uenriquesii) interessante pela quantidade de líquido que escorre de qualquer ramo cortado e que fornece bebida apreciável, e a Psichotria Guerke- ana e outras fazem parte da floresta como trepadeiras (cordas) en- rolando-se nas árvores de modos curiosos.

A estas formas vegetais ligam-se várias plantas erváceas, espe- cialmente as da família das convolvoláceas e piperáceas. O tapete vegetal que cobre a terra quer das florestas, quer das partes não cultivadas ou arborizadas, é formado por várias plantas de pequeno porte, gramíneas, ciperáceas, compostas e muitas outras. Pode afirmar-se que toda a ilha está coberta de vegetação ; mesmo as grandes massas de rochas, tais como o Cão grande e os Formosos, se não estão completamente cobertas por vegetais, teem pelo menos alguns.

No estudo da distribuição dos vegetais na 'ilha é indispensável vêr o que diz respeito às plantas cultivadas e o que se observa em relação aos vegetais indígenas. A distribuição das primeiras é fácil. A cana do açúcar encontra-se quási exclusivamente na região mais baixa da ilha na costa ocidental, começando no Rio do Ouro até à

106

Ponta Furada ou pouco mais. Fora desta região se encontra em Nova Cejdão e em Trás dos Montes em altitude considerável.

O coqueiro é encontrado perfeitamente à beira-mar. Fora de mn ou outro exemplar aparece, como sucede em Monte Café.

Outro tanto não sucede com a j)almeira Andim. Essa chega até à altitude de 570" e ainda em altitudes superiores, mas com fraca vegetação.

Pode pois tomar-se esta altitude como limite superior da pri- meira zono de vegetação, constituindo a região das palmeiras.

O cacaoeiro, que se encontra hoje em grande parte da ilha e em todas, as exposições, vái até 880"* de altitude. Será o limite da segunda zona de vegetação.

A seguir o Cafezeiro, que vai até à altitude de 1050™, marca outra zona ; as quinas, que formam pequenas florestas ainda a 1400™, marcam o limite superior das culturas.

Convêm notar que estas indicações se referem quási exclusiva- mente à região ocidental. É de crer que, principalmente no Sul, a distribuição destes vegetais seja diferente.

Se em relação às plantas cultivadas a caracterização das zonas de vegetação oferece pequena dificuldade, outro tanto não sucede em relação à vegetação indígena.

Duas são as causas que tornam difícil essa caracterização : a exploração botânica relativamente pequena, pois de certo haverá bem maior número de espécies àlêm das conhecidas, e a acção das culturas, que teem feito desaparecer grande número de plantas, al- terando jDrofundamente a fisionomia vegetal.

Na região das culturas os únicos elementos que podem servir de guia são quaisi as plantas conservadas para dar sombra e protecção às plantas cultivadas.

Em vista dos estudos feitos poder-se apenas traçar um esboço da geografia vegetal da ilha e nada mais.

Dum modo geral poder-se dividir a ilha em duas zonas de al- titude, uma a inferior desde a costa até proximamente 1000 metros, a outra, superior, desde essa altitude até ao Pico.

Tomando em conta apenas as espécies encontradas em cada uma dessas zonas e pondo de parte muitas que lhes são comuns, notam-se diferenças importantes. Na zona inferior contam-se '248 es- pécies, na superior 133. A diferença é mais pronunciada ainda vendo a distribuição de certas famílias.

107

Das gramíneas, que na ilha são representadas por 37 espécies, 17 são próprias da região inferior e apenas 6 da superior.

Das Ciperáceas, cujo número total é de 23 espécies, 4 são da zona superior e 9 da inferior; as Amaramtáceas, cujo número total é de 21 espécies, são representadas na zona superior por uma es- pécie ; as Malváceas são todas (14) da zona inferior. Bem maiores diferenças são dadas j^ôlas Leguminosas e Euforbiáceas. Das pri- meiras 'Oncontram-se na zona inferior 47 espécies e na superior apenas 3 ; das segundas na zona inferior contam-se 22 esj)écies e na superior 5.

Comparando ainda o número de famílias representadas nas duas zonas, de 181 famílias, que fazem parte da flora da ilha, 13 não teem representantes na zona inferior, ao j)asso que na sujoerior faltam 42. Esjjecializando um pouco em relação às plantas criptogâmicas, ainda outros dados vêem confirmar ou caracterizar as duas zonas. Assim dos líquenes na zona inferior 11 espécies e na superior 65, dos musgos 3 são da zona inferior e 23 da superior ; dos fetos (97) são 19 da zona inferior e 51 da superior , das Licopodiáceas (8), uma se encontra na inferior.

Esta desigual distribuição das espécies nas duas zonas é suficiente para fundamentar a divisão proposta. porém outras considera- ções que a justificam.

O aspecto da vegetação nas diferentes épocas do ano, e mais es- pecialmente durante a gravana, é muito diverso.

Durante esse período mais ou menos longo, mas sempre bem dis- tinto, grande parte das árvores e arbustos perdem a folha, resultando disso alteração notável na fisionomia da vegetação. Como exemplo bastará notar o aspecto do Imbondeiro vestido de folhas na época das chuvas e nú, com os frutos pendentes, durante a gravana. Não é nas plantas arborescentes que a gravana influe. O mesmo su- cede às gramíneas e outras plantas, que secam ficando as terras, que elas cobriam, completamente despovoadas. Outro tanto não sucede na zona superior.

Várias formas vegetais são também características da zona inferior. As gramíneas, e nelas deve entrar a cana de açúcar, desde séculos aclimada na ilha, cobrem largos tratos de terreno, e não é pelo número que elas teem importância, mas também pelo tamanho. Os Androporjons atingem boas dimensões, o os bambus são gigantes.

Forma bem característica é a das palmeiras, desde muito ha-

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bitantes da ilha : o coqueiro, a palmeira do óleo, e a palmeira leque, esta própria da parte mais baixa da ilha. Está bem rej^resentada nas terras baixas do Rio do Ouro ; o coqueiro vegetando nas terras próximas do mar, subindo excepcionalmente até perto de 800 metros de altitude ; a palmeira do óleo, muito mais difundida, atingindo maiores altitudes, ainda que com menor produção.

Duas outras plantas costeiras são próprias da zona inferior, o Pau esteira e a Bhizophora racemosa. O primeiro foi'ma grupos de grandeza diversa na costa ocidental e ainda na oriental ; a segunda não é rara, mergulhando as raízes na água salgada. No Malanza é abundante.

Na parte baixa desta zona é onde o Imbondeiro vegeta.

As famílias da classe das Urticales teem nesta zona muitos re- presentantes e alguns de consideráveis dimensões. Pondo de parte as espécies erváceas ou mesmo as arbustivas, pertencentes a esta classe, devem notar-se o Pau fede (Ceitis Durandii) notável pelo péssimo cheiro que exala, o Quaco branco (C. Prantlii), o Pau capitão (C. Soi/aiixii) uma das maiores árvores, o Pau cabra (Trema affinis), a Amoreira (Chlorophora temdfolia) árvore gigante, o Mesogyne Ilen- riquesii, o Gofe (Musanga SmitJii) e os Ficas 77iucusso, suhcalcarata, Vogelii, Gilletii, e Demeuxi, quási todos árvores de grandes dimensões.

São todas estas árvores, como bem dizia o piloto português vi- çosas e tão grandes, que parecia tocarem o ceu Quási todas teem a casca de côr muito clara. O seu conjunto, hoje mesmo, apesar bem longe de formarem florestas, dão um tom muito especial à pai- zagem.

Outras famílias fornecem elementos à povoação vegetal desta zona: das rosáceas os Parínariuvi excelsa e macrophylla ; das legu- minosas não poucas de grandes dimensões teem aqui lugar impor- tante, tais a Par/lia intermédia, a Pentacletra macrophi/Ua, a Tetra- pleura Thoniiifjii, a Cynometra Mannii, o lamarindiis indica, de frutos medicinais, o Lonchocarpiis macrophijUus, todos de dimensões con- sideráveis. A Fagara thomensis, rutácea de grandes dimensões, o Cf/clostemon glaber, euforbiacea de dimensões médias, o Gogó (Pseudos- pondias acutifolia), a Adinandra Mannii de 10'", o Pau Obá (Pentadesma hiLtyracea), o Pau sangue (JJaronga paniculata), o óleo barão (Sí/m- phonia glohulifer e ainda o Anisophijllnm Cabolé, produtor de linda madeira, concorrem de modo considerável para a formação dos ve- getais arbóreos.

1Ô9

Arbustos e jDlantas de pequenas dimensões são abundantes : espécies numerosas de leguminosas, tais como as espécies de Cássia, de Desmodiuin, das tiliáceas os (.'orchonis, e todas as malváceas.

Como elementos das ílorestas desta zona devem contar-se as cordas, pertencentes algumas á familia das rubiáceas como a corda de água (Plectronia Ilenriqnesiana), (Randki Qníntasu) a TTippocnitea velutina, PauUinia pinnat((, a ScJiefffera Ilenriqucsii entre outras. Ve- getam também nesta zona as diversas espécies de Cis.nLs, uma das quais se encontra na região superior. Aqui vivem igualmente as cucurbitáceas com excepção também duma só.

E nessa zona também que se cultiva o Caeaoeiro, o Cafezeiro, as árvores e cordas produtoras da borracha.

A zona superior sob o ponto de vista climatérico ó muito diferente da zona inferior na sua maior parte : a temperatura é menor, o grau de humidade enorme, névoas densas são quási permanentes obstando à acção luminosa e calorífica do sol. Ainda em contradição com a zona inferior, nesta o período da gravana é insignificante. Todas estas condições se acentuam a partir da Lagoa Amélia, cuja altitude é de 1-Í35 metros, e em mais baixas altitudes no Cabombey.

Desde a altitude de 1.160 metros até à Lagoa estas condições não são tão acentuadas. uma zona de transição mas caracte- rizada jDor formas vegetais distintas. O l^ò (Olea Welwitsclilij é re- presentado por dimensões colossais, o Pau lírio (Conoj)haringia steno- si/jJion) formando macissos consideráveis, perfumando o ar com o delicioso aroma de suas flores, são elementos bem característicos desta zona.

Para àlêm da Lagoa Amélia e a menor altitude no Cabombey há, como me informou o Sr. E. Campos, florestas densas e contínuas : ó tudo floresta, mas o aspecto da floresta ó outro. muitas árvores, talvez mais do que nas florestas litorais e das torras próximas, mas as árvores teem muito menos pujança, menos ramaria, porte mais esguio, muito menos diâmetro, e os troncos e ramos carregam-se de musgos e líquenes, engrossando-os e deformando o aspecto da vege- tação. Nas montanhas centrais, ao longo das cumiadas ásperas e atormentadas, a vegetação da floresta apresenta verdadeiros aleijões nas ramarias, ajoujadas com as mantas de musgos, curvas e tor- tuosas, quando não esgaçádas com os penachoslongos de cabeleiras musgosas.

No aspecto diferem ainda as cumeadas do Norte do Pico das do

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Sul, antes e depois do Cabombey. nesta maior saturação de hu- midade e falta de luz, menos vigor, menos diâmetro, mais folhagem larga, as folhas todas cheias de pequenos musgos. Os fetos e as begónias e muitos arbustos idrófilos fecham e atulham a grande es- ponja, que está sempre a pingar. Aqui o Sol nunca chega a enxugar a floresta ; o chão está sempre fofo da folhagem o sempre lamacento, sempre saturado de água.

E assim grande parte da zona superior. Condições tão especiais não podem deixar de dar lugar a formas de vegetação bem diversas.

Especializando um pouco mais podem ser indicadas plantas es- peciais, realmente características. foi indicado o Ipé, que aparece gigante perto do S. Pedro na altitude de 1162 metros e que vai quási até ao Pico embora com menores dimensões. E exclusivo desta zona o Pau lírio, citado. Está no mesmo caso uma figueira (Ficus tro- chocarpus M'arl)), e, embora hoje um pouco raro, o pinheiro da terra (Podocarpus Maimii),

Plantas de bem menores dimensões, mas igualmente exclusivas desta zona são o Rubus pinnatus Willd. e a urze (Philippea thomensis Henriq.). Ambas estas espécies formam manchas de boas dimensões nos sitios onde a floresta desapareceu. Não longe de S. Pedro vi um largo trato de terreno coberto pelo Rubus, formando um tapete serrado, impenetrável. A urze desenvolve-se de modo considerável formando quási pequenas florestas densas, de belo efeito na época da floração.

Além destas espécies outras são próprias desta zona ; as anouáceas são representadas pelas Myristica Kombe e M. macvocarpa; a Her- nandía beninensis, lauracea de boas dimensões, as leguminosas Dia- liiim guineense e Desmodium Scalpe, o Marapião Pagara melanacariiha , as euforbiaceas Cydostoma Ileriquesiana, Ihecacor-is Manniana, que vai até ao Pico, o Sapium Manniamun, o hipatiens buccinalis, balsa- minacea, a rhisoforacea Dactyloi)€tahim Mannii, que vive nos sitios mais altos, as melastomaceas Calvoa crassinoda, robusta, hirsuta, Ilen- riquesii e integrifolia, a loganiacea Anthodeista scandeus e as rubiaceas Bertiera laxa, Psichotrla, Guerkeana.

Das criptogâmicas o número das espécies prój^rias desta zona está indicado. Não teem valor jdcIo número, mas também pela qualidade.

São características desta zona as seguintes esj^écies arbóreas, Ct/athea Welwitschii, C. Manniana, Dryopteris Ilenriquesii e ainda o

111

Diplazium arhoreum. Nenlinma destas espécies tem representantes na zona inferior.

São ainda desta zona as seguintes espécies, próprias de S. Tomé

Dryopteris afra^ D. opositífoUa, Asplenium Molleri, Pohjpodium as- trosoriim, Elaphoglossum Chevalieri e as Selaginella MoUeri, S. Manni.

As mnsciueas, e com especialidade os musgos, teem aqui um papel bem predominante e característico. Como foi indicado essas plantas cobrem densamente o tronco e ramos das árvores dando-lhes aspecto singular.

Essas massas musgosas, cercadas quási constantemente de densa névoa, estão completamente ensopadas em água e constituem um modo de cultura muito especial para uma vegetação muito caracte- rística. Aí vegetam Begónias, fetos diversos, entre os quais dois de pequeníssimas dimensões (Polypodium MoUeri, P. oosorum) e uma curiosa fanerogâmica, delicadíssima (Utricularia hryophijUa), de certo a de menores dimensões dentro das congéneres.

A vegetação atenua-se consideravelmente na parte mais alta do Pico, e aparecem espécies próprias às regiões temperadas. Tais são as Stellaria media e St. Mamúi, as crucíferas Diplotaxis tenuisiliqua, Cardamine africana, Capsella bursa-pastoris e Senehiera pinnatijida.

A AGRICULTURA

A planta vive em dois meios : o solo e a atmosfera. O solo oferece-líie lugar onda se íixa e materiais nutritivos ; a atmosfera na qual ela espande seu aparelho aério, considerada como fonte do alimentos, fornece-lhe elementos de extrema importância. Na lin- guagem vulgar as condições da atmosfera sintetizam-se na palavra clima.

O clima é o conjunto de todos os fenómenos meteorológicos que exercem influência sobre os seres organizados.

O clima e o solo colaboram na produção agrícola, jDodendo mesmo dizer-se que tem verdadeira preponderância sobre as operações do cultivador. A jDosição deste ó bem diferente segundo se tratar do solo ou do clima. É possível obter qualquer produção vegetal em

qualquer solo, por exemplo em areia calcinada, até mesmo em água distilada, uma vez que à planta sejam fornecidas sob forma con- veniente algumas substâncias nutritivas, que ela reclame. Ainda também em qualquer terra cultivável é possível sob todos os climas modificar a composição dela, o grau de liumidade, isto ó corrigir os defeitos que dificultem a cultura.

Lutar contra o clima é que é impossível. Está-se dependente das acções meteorológicas, das leis gerais das estações, das variações de temperatura, etc. O mais que se pode fazer é atenuar a gravidade dos defeitos dominantes da atmosfera em determinada situação, sendo conhecidas as causas desses defeitos (mudanças de temperatura, do estado de humidade, etc).

E portanto essencial conhecer e compreender essas influências para se poder tentar combate-las quando forem desfavoráveis, e aproveitá-las no caso contrário. Este conliocimento é indispen- sável para a instrução do cultivador que calcula todas as suas operações e que deseja aproveitar os benefícios que o futuro lhe terá reservado. E este o processo duma agricultura progressiva : usar das forças da natureza, defender-se contra elas, ou secunda-las, se- gundo os casos, para que elas concorram para um fim melhor (1).

Em S. Tomé a acção do clima é benéfica dum modo geral. Para uma boa vegetação são condições indispensáveis, abundância de luz, de humidade e de calor.

Nenhuma destas condições falta, como anteriormente foi ex- posto. Ainda até a atmosfera pode concorrer jDara o enriquecimento do solo fornecendo- lhe compostos azotados, consequência das acções elétricas intensas tão frequentes na época das chuvas.

Com tais condições a vida vegetal é intensa, ainda mesmo quando o solo não for muito favorável.

E sabido que o terreno cultivável deve poder fornecer às plantas uma parte das matérias necessárias para a nutrição delas. A atmos- fera fornece uma muito importante o carbono.

A terra deverá fornecer especialmente potassa, cal, azote, e ácido fosfórico, elementos sem os quais a nutrição vegetal não pode ser regular.

Da quantidade relativa desses elementos e das exigências das plantas depende toda e qualquer vegetação.

(1) Ad. Damseanx Manud dUigricullíire gétiérale, Bruxcllcs, 190?,

113

por meio de análises podem ser conhecidas estas qualidades das terras e das plantas.

Assim nma terra será boa, fraca ou má, conforme tiver o grau de divisão conveniente e contiver os princípios nutritivos necessários para as plantas, que se quizer cultivar.

Quem não atender a tudo isto em vez de fazer agricultura pro- gressiva, fará agricultura regressiva, caminhando para a riiina.

Como todas as terras derivam das rochas, as quais atacadas pelos agentes atmosféricos se dividem e decompõem, nelas haverá fragmentos de grandeza diversa cascalhos, areias e terra fina, último grau de divisão.

Nas terras haverá também restos de vegetais e animais, em parte profundamente modificados constituindo o húmus.

O agricultor deve conhecer a quantidade das matérias funda- mentais da terra que desejar cultivar.

E sabido que uma boa terra deve conter 20-30 0/,, de argila, 50-70^/0 de areia, 5-10% de calcáreo, e igual quantidade de húmus.

As análises físicas das terras de S. Tomé dão a composição se- guinte (1).

Argila

Areia

Calcáreo

Húmus

Humidade

41,62

41,27

0,24

3,95

7,65

São terras argilo-arenosas, pobres em calcáreo e não muito ricas em húmus. Teem porem a permeabilidade e consistência conve- nientes.

Não basta porém esta análise ; é essencial a análise química que dará a conhecer a existência e quantidade das matérias nutritivas.

Da natureza das rochas, que entram na formação da ilha 6 possível prever quais serão essas matérias, pois ó bem sabido que as terras derivadas de rochas vulcânicas são ricas em potassa, soda, sílica, cal, magnésia, óxido de ferro e ácido fosfórico em quantidades tais e em tal estado que em determinadas condições são fortes e muito férteis.

(1) Média de análise de 17 amostras de terras de localidades diferentes,

114

Algumas análises feitas parecem dar a conhecer que os terrenos da ilha não são ricos de potassa, em ácido fosfórico e que são muito pobres em cal, elementos importantíssimos da nutrição vegetal. Apesar disso a vegetação em S. Tomé é vigorosa, dando produtos de grande valor.

Hoje é bem limitado o terreno não aproveitado. Sem errar muito pode dizer-se que, exceptuando o Cabombey, o Ana de Chaves e as terras comj)reendidas entre estes dois picos e a cordilheira Pico Lagoa Amélia, todas as terras estão em cultura desde a costa até 1.400 metros de altitude.

Calculando a superfície da ilha aproximadamente em 91.259 hectares, podem considerar-se em cultura, instalações e caminhos 51.676 hectares, divididos em 164 roças (1) de grandezas diversas, algumas de área extenssíssima. Estão neste caso as roças Rio do Ouro, Boa Entrada, Porto Alegre, S. João, Água Izé, Monte Café. Muitas outras importantes.

A organização das roças não apresenta grande variedade. Em geral quási todas teem o mesmo tipo.

Em cada uma a sede, centro de administração, e dependências, secções com administração especial subordinada à administração central. Nesta reside o administrador geral, o pessoal dirigente e o pessoal trabalhador.

Nas dependências um chefe de serviço, algum pessoal branco e de côr mais ou menos numeroso segundo a área a cultivar.

Tanto na sede, como nas dependências as habitações neces- sárias para o pessoal branco e para o de côr (Senzalas). Em todas as roças um hospital e em muitas creches nas quais são re- colhidos e tratados os filhos dos trabalhadores de côr. O serviço clínico ó feito por médicos contratados j)©las roças.

Em todas o material necessário para as culturas o para as in- dústrias, que o pessoal possa exercer.

Entre o grande número de roças algumas são modelares sab todos os, pontos de vista. Não são raras lindas plantações, bem aliuhadas orlando caminhos, tais como a avenida das árvores de fruta-pão em Água-Izé, e a bela rua de palmeira, (fig. 57), bem com construções elegantes, (fig. 58) na roça Rio do Ouro.

(1) F. Mantero A mão de obra em S. Tomé e Príncipe •— Lisboa, 1910. É pu- blicação de muito valor e muito digua de ser consultada.

115

Estão neste casí) todas as que pertencem ao Sr. Marquês de Vale Flor. Rio do Ouro, Diogo Vaz, Bela Vista e Vale Flor, a primeira de 50 quilómetros quadrados, a segunda quási de igual área, e as outras duas cerca de 8 quilómetros quadrados. Na primeira liá 16 distritos ou dependências, Jiavendo um director, 86 europeos e 2.500 serviçais,

Fig. 57

oriundos das costas oriental e ocidental africanas. Diogo Vaz tem apenas 35 quilómetros em cultura, nas quais são empregados 74 eu- ropeus e 2.000 serviçais.

Na Bela Vista e em Vale Flor duas dependências nas quais trabalham 14 europeus e 418 serviçais. Em todas estas roças caminhos de ferro de via reduzida e de sistema Decauville.

oficinas para variadas indústrias, escolas de instrução primária

116

para rajDazes e adultos, creclies para os pequenos, e boas habitações para todo o j^essoal.

Na sede as habitações e numerosas dependências ocupam um grande espaço, estando situadas num terreno levemente inclinado na parte inferior do qual está a habitação do administrador, as habita- ções dos empregados europeus, vários armazéns.

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Na encosta disposta em duas linhas estão as senzalas e na parte mais alta um perfeito hospital de grandes proporções, com labora- tório, casa de autópsias e capela (fig. 59).

Visto da habitação do administrador este conjunto é de belo efeito. O quadro termina ao longe com o Pico de S. Tomé frequentemente envolvido em névoa.

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A roça Boa Entrada, j)i'opi"ieclacl6 do Sr. Henrique do Mendonça é igualmente digna de menção; abrange uma área de 1.700 hectares de terreno.

Está dividida em 11 dependências, nas quais trabalham por ano em média 4.500 serviçais, para dirigir os quais europeus.

As instalações tanto da sede como das dependências são modelares.

Na sede (fig. 60) a bela casa de habitação do administrador (fig. 61) tem em frente um grande largo com grande reservatório de água ao centro e é ladeado por um bem organizado hospital (íig. 62), um grande grupo de senzalas (íig. 63), bem construídas e nas quais cada serviçal tem tudo quanto lhe é necessário (fig. 64). A pequena distância estão as oficinas, a casa da fabricação de azeite de palma, currais, e cercado por um bonito jardim um hos^jital para doentes de moléstias infeciosas (fig. 65).

Atrás da casa de habitação estão os terreiros para secar o cacau e café, as casas nas quais são recolhidos os taboleiros rolantes, e ainda páteos para aves e vários animais.

Energia elétrica fornece a luz e a força necessária para mover os diversos maquinismos.

Toda a roça é cortada por caminhos e ^^or linha Decauville.

Em Agua Izé a sede vista do mar ideia duma pequena vila, tal é o número de construções. Entre ela sobresai o hospital (fig. 65). Esta roça abrange uma superfície de mais de 80 quilómetros quadrados. Em 1908 o administrador, sr. Conde de Almeida e Faro, calculava em 3.000 metros quadrados a área cultivada. A roça é dividida em 9 distritos dos quais alguns são subdivididos em dependências, em todas as quais para o j^essoal habitações bem organizadas.

Trabalham nesta roça 2.500 trabalhadores e para cada um ou para cada casal uma casa de habitação que mede 4" de comprimento, 3"' de largura e 3'",50 a 4"^ de direito, tendo portanto cubagem mais que suficiente.

Monte Café, roça das mais antigas é de enorme extensão, (quási 87 quilómetros quadrados). Começando ao Norte por 400"' de altitude vai até ao Pico, passando àlêm para ir terminar junto ao mar a poente. Tem óptimas acomodações, linhas férreas, ligando as de- pendências, pessoal numeroso.

o administrador Spengler fez regulares observações meteoro- lógicas, anteriormente citadas e estabeleceu um pequeno jardim ex- perimental, onde ainda hoje se encontram preciosas plantas, que

118

bem podiam ter larga cultura da ilha. Tais são entre outras a Lan- dolphia Daioei e a Myristica fragrans.

Outros exemplos poderiam ser apresentados, pois liá muitos. Por estes se pode ajuizar dos outros.

As sedes de muitas roças estão admiravelmente situadas. A de Agua Izé junto à costa está em magníficas condições. A de S. Mi- guel num ponto elevado sobranceiro ao mar, junto da linda baía, guardada pelos Ilhéu Formoso, Gabado e S. Miguel é admirável.

A de Monte Mário na altitude de uns 300 metros é cercada por todos os lados por paisagens soberbas.

*

A vida nas roças é toda de trabalho, tanto para dirigentes, como para dirigidos, não exceptuando mesmo os pequenos pretitos, que em muitas roças colhem o cacau dos ratos (1). Durante os 365 dias, que conta cada ano, apenas nos domingos um ligeiro descanço.

Ao romper do dia a sineta o sinal de preparar para o trabalho. Os doentes são inspecionados e todos os válidos formam em frente da habitação do administrador, saudam-o todos a um tempo com o bom dia patrão (fig. 67). A. seguir dividem-se em grupos, que acompanhados por europeus homens do mato encarregados de vigiar e dirigir o j)©ssoal de cada grupo, seguem para o local onde trabalho a realizar.

Lembro-me bem de ter visto um desses grupos caminhando para o seu destino. Estava na j^raia da Angra de S. João. A luz da manhã fraca, o mar sem o menor movimento, o pequeno vapor, que fazia a viagem em volta da ilha, ancorando ao meio da angra, nem baloiçava; em volta enorme massa de verdura, mas tudo imóvel; um silêncio profundo. Parecia que não havia vida. Nestas con- dições é que vi passar na costa oposta uma longa fila de serviçais, silenciosos também, caminhando lentamente. Quantos com saudado se recordariam do sertão angolense, onde tinham nascido !

Durante o dia na sede o pessoal é limitado, e fora do serviço vêem-se alguns doentes fazendo serviços ligeiros, compatíveis com

(1) Semente de cacau dos frutos em parte roídos pelos ratos.

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Fig. 68 Serviçal com o filho

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Fig. 73 Depois da derrubada

119

as forças deles, mullieres, trazendo as mães os filhos sobre os rins embrulhados nos panos, que lhes servem de vestido (1) (fig. G8), e fervilham por toda a parte os pequenos moleques (fig. 69).

Ao fim da tarde regressam à sede todos os serviçais, formando, como de manhã, trazendo cada um amostra do que fez, uns lenha, outros pasto para os gados, cachos da palmeira do óleo, os serradores uma táboa, etc. O maioral passa revista para vêr se algum fugiu e em seguida dão as boas noites patrão e debandam seguindo para suas habitações.

Estes quadros repetem-se invariavelmente em todos os dias do ano.

Os trabalhos executados em cada dia são variadíssimos e alguns são executados com perfeição. Vi aparelhar enormes vigas de modo admirável. Em Monte Gafe vi fazer cestos muito perfeitos imitando os que tinham visto fazer aos chineses, que durante algum tempo estiveram em S. Tomé.

Aos domingos o movimento é maior.

Cingem panos lavados, as mulheres vestem blusas garridas, panos ou saias, colares de grandes contas ao pescoço e cobrindo a cabeça com lenço bem posto em forma de barrete.

As negras que fazem serviços de creadas apresentam-se bem, mesmo até com tal ou qual elegância. (Jhegam mesmo a originar paixões (fig. 70).

O movimento aumenta quando chega a hora da distribuição dos alimentos. Correm todos para as proximidades dos armazéns e o pessoal encarregado da distribuição vai dando a cada um o que lhe pertence (fig. 71).

Os alimentos distribuídos consistem em arroz, farinha de milho, bacalhau, peixe e carne seca, carne de conserva, açúcar, farinha de mandioca, grande quantidade de azeite de palma, vinho e leite es- terilizado para o hospital e creche (2).

(1) Em Ponta Figo deu-se um caso curioso. Uma preta por mais duma vez abortou devido isso talvez a pancadas, que lhe aplicava o marido. Duma vez porém nasceu um pequeno e o pai tomou conta dele e trazia-o sempre como as mulheres. Creio que seria exemjilar único.

(2) Como exemplo veja-se o que com isto se consome na Boa Entrada. Nessa roça consomem-se em média 100 toneladas de arroz, 20 de farinha de milho, 18 de bacalhau, 35 de peixe seco, 6 de carne sêea, 12 de carne de conserva, 10.000 de feijão, GOO de mandioca, 15.000 litros de vinho, 1.200 de leite esterilizado c 6 000 de azeite de palma.

120

Além destes alimentos teem à descrição os frutos que se encontram nas roças, bananas, fruta pão, mamão, e muitos outros.

Pode afirmar-se que não passam fome.

No fim de cada mês faz-se o pagamento do salário. É uma das ocasiões mais interessantes. Recebido o ordenado sentam-se na terra e contam e recontam o dinheiro, distribuem-o em pequenas parcelas, talvez calculando despesas determinadas e conservando-se neste serviço por não pouco tempo (fig. 72).

Na roça o administrador (patrão) é tudo. E êle quem faz e desfaz os casamentos, quem julga os delitos e determina os castigos, quem resolve os casos familiares.

Em Ponta Figo ao anoitecer, terminada a forma, uma preta veiu procurar o patrão. Falava pelos cotovelos muito exaltada. Segundo depois me disse o administrador, ela queixava-se dos maus tratos, que lhe inflingia o marido. Por tal motivo não podia continuar a viver com êle. Tinha abandonado a casa recolhendo a casa honesta.

O patrão aconselhava-lhe socego e acalmação, chegando até a indicar-lhe tais ou quais penas. A nada se movia. Pouco depois veiu a outra parte interessada no caso. Fez queixas, recebeu con- selhos paternais e deu-se a audiência por terminada.

Passados dias, quando regressei a Ponta Figo perguntei pelos litigantes. Tinham feito as pazes e a desertora tinha volvido aos trabalhos caseiros.

Costa Santos era um patrão bondoso e os serviçais tinham por êle muita consideração.

Procedendo assim, captando a afeição e respeito do pessoal a disciplina é fácil. E necessário certo rigor; é indispensável que o pessoal reconheça a benignidade do patrão, mas que também re- conheça que êle é justiceiro e enérgico. Ter numeroso pessoal, como é vulgar em quási todas as roças, na devida ordem não ó coisa fácil. Se entre os serviçais elementos de raças diferentes, a difi.culdade é bem maior.

Os delitos teem de ser castigados, mas por processos razoáveis. Felizmente hoje é esse o processo geralmente seguido. Poderá alguém dizer o contrário, mas a verdade é que o tratamento actual nada tem de bárbaro.

Note-se que o serviçal tem um protector oficial ; o curador dos ser- viçais, para o qual pode recorrer.

O serviçal terminado o seu contrato pode voltar para o seu país.

121

Para facilitar a repatriação é parte do seu salário posta em depósito, sendo-lhe entregue ao voltar para a sua pátria.

Traz isso consigo não pequenas dificuldades à agricultura porque os serviçais ausentam-se justamente quando estão mais habilitados para os serviços agrícolas ou industriais, sendo substituídos por pessoal ignorante, mal disposto e que com o tempo se aclimata ao novo modo de vida e adquire a educação necessária.

A repatriação é um direito, que não pode ser negado ao serviçal.

Querer trocar a vida de trabalho, mas sem lhe faltar alimento, remédios, cuidados, pela vida do sertão é bem pouco razoável. A vida que o negro passa é verdadeiramente miserável. E porém um direito, tem de ser respeitado.

Entre os serviçais vícios, que dão que fazer. Um deles ó a paixão pelas bebidas alcoólicas. Não podem passar sem elas e disso lhes vêem doenças e transtornos diversos.

São gastadores, pois não pensam no futuro. Para obviar a estes desmandos em quási todas as roças a loja, na qual o pessoal encontra tudo quanto lhe pode ser necessário e pelo mais baixo preço. Em algumas roças mesmo cooperativas que j)roduzem óptimos resultados.

Esta organização tende a evitar que as compras sejam feitas fora das roças sempre por preços elevados.

Outro defeito é o hábito de roubar, havendo nessa arte artistas perfeitos, dando-se até casos engraçados (1).

Roubar cacau e outras frutas para vender por baixo preço a es- tranhos é coisa corrente. Os regulamentos policiais são de limitado efeito, e necessário era que fossem mais rigorosos e rigorosamente executados (2).

(1) Na roça G-ranja tinha-se guardado coin segurança um barril de vinho. Quando em certa altura quizeram utilizar-se do vinho encontraram o barril vazio. Procurando explicação descobriu-se que entrando numa loja da casa por baixo do compartimento onde estava o barril, furaram o pavimento e o barril, e beberam o vinho.

(2) Na ilha da Trindade (Pequenas Antilhas) o regulamento do comércio de de- terminados produtos agrícolas é extremamente rigoroso.

o proprietário ou quem o representa pode vender e para se ter faculdade de comprar é indispensável estar autorizado pela Repartição da polícia. O autorizado é obrigado a ter escrituração regular das compras e vendas, sujeito à inspecção po- licial.

Quem negociar sem a devida licença paga uma multa de 1 até 25 libras e não

122

Não é raro também dar- se a fuga dos serviçais. Para não serem presos ns camiulio levam consigo qualquer objecto roubado na roça em que viviam, que lhes serve para mostrar que vão cumprir ordem que lhes foi dada.

Por este processo ficou sem cabeçada numa noite em Porto Alegre uma égua em que eu viajava.

Na ilha além dos serviçais trabalhadores activos, que nas roças prestam bons serviços. São os angolares, descendentes dos escravos que naufragaram nas Sete pedras em 1640 e que por largo período viveram independentes no Sul da ilha. Hoje ainda muitos estãc estabelecidos, outros vivem em localidades diversas. São homens enérgicos, próprios para todos os serviços, sendo insignes para as derrubadas. Ninguém faz esse serviço com tanta perfeição. São também bons homens do mar. Faz gosto vêr como navegam velozmente nos seus barcos feitos duma peça, talhado no tronco de qualquer árvore gigante. Os angolares trabalham por paga diária e sabem pagar-se.

E assim a vida nas roças.

Interesses especiais levantaram a este respeito críticas graves, mas não justas. Viajantes independentes que teem visitado a ilha teem dado informações claras, completamente opostas ás críticas in- glesas. O Príncipe alemão A. de Lõewenstein, o director das plan- tações do Camarão, W. Kemmer, os doutores Schulte e Strunk, os naturalistas franceses A. Chevalier e Gravier deram notícia do que

pagando logo, tem a pena de prisão de 14 dias a 6 meses, seudo confiscadas pela po- lícia as mercadorias apreendidas

Quem fizer compras a um menor de menos de 12 anos paga a multa de 5 libras, ou prisão com trabalho forçado por três meses.

O licenciado que não tiver os livros em ordem terá pela primeira vez a multa de 10 libras e de 10 a 20 pela segunda vez e à terceira pagará 20 libras e ser-lhe cassada a licença. Não sendo pagas as multas imediatamente terá três meses de tra- balhos forçados.

Os proprietários ou os seus representantes devem ter autorização legal para fazer prender qualquer pessoa, que se suspeite ter desviado produtos agrícolas seja onde fòr.

Ainda mais. Qualquer pessoa que tenha roubado ou assistido a um roubo, ou tenha recebido produtos roubados terá seis meses de trabalhos forçados e será açoi- tado na prisão.

É com estas medidas rigorosas e com outras providências que a agricultura tem prosperado na Trindade.

123

tinliam observado e nenhum deu a menor nota pela qual se pudesse inferir que as acusações tinliam fundamento.

Ainda mais, na própria Inglaterra mais do que um individuo tomou a defeza de Portugal. O tenente-coronel J. A. Wyllié foi um dos principais (1).

*

O primeiro trabalho a executar para transformar a floresta em terreno cultivável é derrubar as árvores. G-eralmente começa-se por cortar todas as plantas de pequeno porte (salsar) e em seguida são abatidas as árvores.

Neste serviço são aproveitados em geral os angolares.

O modo de proceder é assim descrito pelo Sr. Conde de Sousa e

(1) O Dr. Strunk escreveu o seguinte.

No decorrer da minha visita cheguei à cozinha, grande e espaçosa, onde se es- tava a cozinhar para todo o pessoal de côr. estavam instaladas sobre fornalhas de alvenaria grandes caldeiras para cozer arroz e o feijão e formidáveis tachos de cobre para a preparação de azeite de palma em plena actividade. A comida era feita com asseio e esmero. Adquiri a convicção de que na Alemanha o sustento dos trabalhadores nas grandes propriedades rurais não pode ser melhor.

Théo Masui numa notícia publicada no Bulletin de la Soe. d'études coloniahs, escreveu o seguinte :

«Si Ton se place au point de vue uniquement moral, c'est une véritable missiou philantropique que remplit TÉtat portugais en favorisant le rachat de ces esclaves des mains de leurs bourreaux ; le travail régulier et remunere n'est-il pas le premier èchalon de la régénération de cette race déshéritée?. . .

«Les serviçaes ont une vie de travail, mais pour toujours soustraits à une mise- rable vie d'aventures, ils ont une famille, un intérieur et sont assurés de soius cons- tants. . .

«Je quittais Tile après m'etre rendue compte três exactement de ce qu'est cette belle colonie et suis heureux de rendre un hommage sans restriction aux qualités qu'ont déployées les Portugais dans cette entreprise considérable. Avec des moyens restraints, presque sans capitaux, ils ont transforme, en un quart de siècle, des milliers dliectares de forôt vierge en riêches plantations et montré au monde un bel exemple de ce que peut devinir cette terre d'Afrique par la volunté et le travail».

Diz mais ainda ftLes portugais connaissent bien le noir, ils savent la manière de le ti-aiter, ne se livrent pas sur lui à desbrutalités répréhensibles, mais n'ont pas d'excés de sensibleries; ils lui inculquent des idées de respect et de discipline, iu- dispensables pour maintenir une organisation regulière du travail».

124

Faro. Êsfces homens picam, a golpes de macliado, as árvores de menor porte e inferior resistência, que se encontram em volta das mais possantes, grandiosas e colossais, fazendo em seguida baquear estas.

Colocam-se dois bons maoliadeiros junto a cada árvore ferindo-a a um tempo, em golpes perfeitamente conjugados, acompanhando o som rijo e cavo do bater dos machados com o canto plangente e monótono dos negros.

Ao primeiro estalar, próprio do ranger das árvores prestes a serem decepadas, os derrubadores, fazendo grande alarido, fogem pelas encostas alcantiladas das serras, e as árvores, na sua queda racham, quebram, derrubam e arrastam aquelas sobre as quais se precipitam. Ouve-se então, repercutindo-se pela profundidade dos vales e pelas encostas das montanhas circumvizinhas o éco estron- doso da queda desses gigantes vegetais, espalhando-se pelos ares nuvens de folhas, que o choque violento das árvores desprendeu das suas ramagens. É um espectáculo, na verdade, imponente e como- vedor !»

O aspecto do terreno a seguir à derrubada é medonho (fig. 73).

Aproveitam-se as boas madeiras e todas as outras ficam expostas à acção dos agentes atmosféricos, dos fungos, das bactérias e dos insectos que num período não muito longo as reduzem a pó, que fertiliza a terra.

Começa-se em seguida com plantações sendo em geral a primeira a das bananeiras e mais tarde, obtido o bom estado do terreno, a doutras plantas de mais valor.

A cultura que primeiro foi ensaiada na ilha foi a da cana do açúcar. Assim o afirma o Piloto português, dizendo: O principal negócio dos habitantes desta ilha, é fabricar açúcar, e vende-lo aos navios, que vão busca-lo todos os anos.

esta ilha cento e cincoenta mil arrobas de açúcar e mais . . . Tem vindo para aqui muitos mestres da Ilha da Madeira, para fazer os açúcares mais brancos, e mais duros ; mas por mais diligências que tenham posto nisso, não o podem conseguir».

Esta cultura continuou-se até hoje, mas não para fazer açúcar, mas sim álcool. A área cultivada, como está indicada, não ó grande e não sei se a variedade da cana será da melhor e se a cul- tura será feita de modo a dar bom produto. Seria de vantagem talvez a fabricação de açúcar, que a ilha consumiria e poderia exportar.

125

A fabricação do álcool oii antes da água-ardente é corrente na ilha. A mais ampla e perfeita instalação j^ara isso é a da roça Rio do Ouro, na qual a cultura ocupa maior área.

Toda a água-ardente produzida na ilha, nela é consumida e mais alguma é ainda importada.

A cultura do cafezeiro foi a que se seguiu à da cana sacarina, sendo iniciada em 1800, chegando a atingir considerável desenvol- vimento. O clima tem-lhe sido favorável e o cafezeiro não tem sido atacado por moléstias de importância e felizmente ainda na ilha não entrou o principal inimigo a Ilemileia vastatríx. Alguns insectos, quando no estado de larvas, causam alguns prejuízos.

Além do Cojfea arábica foi modernamente introduzido o C. liherica pela razão de ser mais resistente às doenças.

A cultura porém desta espécie não tem tomado grande desenvol- vimento.

A colheita dos frutos é em geral feita por mulheres, que vão re- colhendo os frutos em cestas de palmeira (coal) colocadas em face do ventre e susj)ensas por uma delgada corda em volta da cinta.

Os frutos passam por diferentes operações para os quais em muitas roças aparelhos próprios

Em 1855 ensaiou-se a cultura do cacau e com tão bons resultados que dentro de pouco tempo se tornou a cultura dominante, invadindo mesmo terrenos que eram ocupados pelo cafezeiro. Hoje ocupa área enorme.

Nem todas as plantações teem sido feitas de modo. conveniente. Colocam-se em cada cova 3 ou 4 semestres a certa distância umas das outras. Depois de germinarem e as novas plantas terem atingido certa altura, uma só, a mais forte, devia ficar.

Não é essa porém a regra, ficam todas, o que necessariamente as j)rejudica.

Ficando a melhor, decerto se desenvolveria mais regularmente, poderia ser educada convenientemente e seria mais produtiva. A conservação de todas as plantas que nascem na mesma cova torna a plantação mais irregular.

Um outro defeito, que hoje vai sendo evitado, consiste no pouco ou nenhum alinhamento das plantações, tornando a plantação irregu- laríssima, dificultando os serviços de limpeza do terreno e da co- lheita.

O cacaueiro necessita de sombra, mas a sombra demasiada traz

126

grandes inconvenientes. Com uma atmosfera Immidíssima a sombra intensa facilita o desenvolvimento de parasitas bem prejudiciais. É essencial que a luz f)enetre livremente na plantação. Tenho visto folhas de cacaueiro cobertas de pequenas plantas (musgos, liquenes) em quantidade, o que prejudica a planta. Se a sombra fosse menor isso não sucederia. O excesso da humidade e a falta de luz são ainda condições favoráveis ao desenvolvimento de fungos, que pre- judicam as árvores e em especial os frutos.

Além dos vegetais que podem viver sobre os cacaueiros, vários animais e em especial uma espécie de cochonilha (Aspidiotus trilo- hitiforynis) os atacam também, prejudicando-os muito.

Para combater as plantas parasitas é útil o emprego da calda bordeleza, e contra os animais servem os líquidos que teem por base o petróleo (1).

(1) O petróleo tem aeção activa sobre os iusectos, que atacam as plantas. É aconselhada a fórmula seguinte do líquido que deve ser aplicado por meio do pul- verizador ás árvores atacadas.

Sabão negro 500 gramas

Agua a ferver 4 litros

Petróleo 2 litros

Dissolve-se o sabão na água quente e em seguida mistura-se o petróleo j^ouco a pouco, mexendo constantemente o líquido para o petróleo se emulsionar completa- mente. Esta emulsão pode conservar-se por algum tempo. Para ser empregada mistura-se uma parte da emulsão com 15 a 25 partes de água.

Um meio de destruir as cochonilhas consiste na propagação de fungos parasitas desses animais. Em S. Tomé descobriu o sr. Armando de Seabra um (Microcera coccophila).

O dr. L. Trabut, que em Argel se tem ocupado muito no estudo dos parasitas vegetais, aconselha proceder-se dos modos seguintes.

Cultivar junto de qualquer árvore muito atacada pela cochonilha infectada pelo fungo qualquer planta trepadeira, um feijoeiro ou qualquer outra. A cochonilha ataca essa planta e quando ela tiver bastantes cochonilhas, corta- se e distribuc-se pelas árvores atacadas. Quando essas plantas receberem cochonilhas infectadas, o fungo que elas levam proi)aga-se e ataca as cochonilhas que nela encontra.

Lembra outr.' processo que é o seguinte lançar em água muito pura folhas ou ramos nos quais haja cochonilhas atacadas pelo fungo, agitar a água, que depois é espalhada por meio do pulverizador nas árvores que apresentam cochonilhas- Este pi'Ocesso tem por fim conseguir que na água sejam espalhados esporos do fungo» que irão germinar sobre as árvores a que a água é aplicada.

Para evitar a destruição do fungo nunca deve ser empregada a calda bordeleza.

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Fig. 74 l']nntacHO nova rlc cafiiu

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127

As modernas plantações são feitas convenientemente. Na der- rubada da floresta ficam apenas as árvores que são destinadas a dar sombra e as covas, nas quais se faz a sementeira ficam em linlia, resultando disso plantação regular (fig. 74).

Convém a escolha muito perfeita das sementes. Devem ser apro- veitadas só as mais perfeitas dos frutos mais bem desenvolvidos e que tenham sido produzidos nas melhores árvores. Essa selecção ó indispensável para se obter j)l antas superiores.

Isto um certo trabalho, mas será a seu tempo bem pago pelos resultados obtidos.

A colheita dos frutos precisa de certos cuidados. E de primeira importância não ofender ou destruir os gomos da parte donde nas- ceram os frutos porque deles nascerão as flores que darão novos frutos.

Reunidos os frutos colhidos, em seguida abrem-se por qualquer meio e extraem-se as sementes. E serviço quási feito por mu- lheres (fig. 7õ). As sementes são em seguida transportadas para a casa de fermentação ou em cestos ou em vagonetes nas roças que teem linhas férreas (fig. 76) e são lançadas nas caixas especiais para nelas ter lugar a fermentação (fig. 77).

Desta operação depende a boa ou qualidade do cacau, e por isso todo o cuidado é pouco.

O processo Strickland, adoptado na Granada e na Trindade ó o que melhor resultado.

quem note defeitos no cacau de S. Tomo, dizendo-se que não tem nem o sabor, nem o aroma do bom cacau americano. Da fer- mentação poderá derivar isso. Como a fermentação depende de fermentos especiais, talvez bactérias-fermentos, a cultura destes po- deria facilitar a selecção das boas espécies, que determinariam fer- mentação mais perfeita. Útil até seria a obtenção de fermentos colhidos nas localidades produtoras do melhor cacau. Processo semelhante é hoje seguido na fermentação das uvas, conseguindo-se obter vinho melhor provocando a fermentação com fermentos selec- cionados (1).

(1) Relativamente íi preparação do cacau é digna de atenção a interpretação dada pelo Dr. A. Schulte ira Hofe, exposta na publicação que tem por título Die Kákao-Fermentation und Die Verarbeitung des Kakaos von der Ernte bis zum Versand. sowie Kafee-und Tahak-Fermentations- Studien .

O Dr, A. Schulte im Hofe estudando a fermentação do cacau, primeiro noa Ca-

128

Terminada a fermentação em várias j^a-rtes as sementes são la- vadas antes de serem dispostas para secarem. Em S. Tomé das caixas de fermentação seguem directamente para os secadouros, que em várias roças são largos terreiros lageados (fig. 78), ou em grandes taboleiros metálicos aquecidos pelo ar quente que circula em canais estabelecidos por baixo do taboleiro, sendo o ar que neles circula o que passa por fornalha, na qual se queima lenha ou em estufas aque- cidas também por ar quente que nelas circula por tubos de ferro, ou por aparelhos especiais aperfeiçoados, nos quais ainda é o ar quente que determina a perfeita secagem dos grãos de cacau.

O processo dos terreiros, no qual o sol é o agente principal, ó bom. Tem o inconveniente de nem sempre o sol estar descoberto, e mesmo na estação em que por menos tempo j^ode produzir efeito, que

marões e depois na Alemanha em experiências de laboratório, convenceu-se de que no fenómeno assim chamado vulgarmente, havia duas fases sucessivas essencial- mente distintas. Na primeira produz-se a acidificação das amêndoas, efectuada pela fermentação alcoólica e depois acética do açúcar contido na polpa do fruto. O ácido acético produzido penetra nas amêndoas, fazendo passar a côr violeta azulada para um roxo avermelhado. Deve vigiar-se com cuidado esta parte da preparação do cacau para interromper a fermentação logo que a acidez seja suficiente, evitando que o cacau adquira o sabor azedo.

A seguuda fase não é mais do que uma oxidação pelo ar atmosférico, que torna insolúveis os priucíjilos amargos contidos nas amêndoas, melhorando ao mesmo temido o aroma. Nesta fase as experiências do Dr. Schulte demonstraram que a oxidação é favorecida pela elevação da temperatura, e que é necessário que a hu- midade do cacau submetido à oxidação não seja superior a 15 %, sob pena de se produzirem bolores e fermentação butírica, que altera o sabor do cacau diminuindo-lhe o valor comercial.

Não tendo encontrado nos Camarões quem lhe facultasse os meios para experi- mentar praticamente na preparação do cacau o resultado dos seus estudos foi o Dr. Schulte em 1903 para S. Tomé, onde o proprietário da Roça Boa Entrada, o Ex.™" Sr. Henrique de Mendonça tomou o maior interesse pelo proseguimento de seus trabalhos.

As câmeras de oxidação na Boa Entrada são duas, ao lado uma da outra, de 5"',50 de comprimento, 1",60 de largura e 1"',50 de altura. Em uma das extre- midades há uma fornalha da qual i^artem tubos, que levam os gazes quentes ao longo das paredes laterais até uma chaminé na extremidade oposta, mantendo assim uma temperatura de 40" a 50». Nesta extremidade tem cada uma das câmeras uma porta por onde entram de cada vez três vagonetes cada um com 10 taboleiros, contendo cacau cm camadas de 10 centímetros de espessura, comportando assim cada câmera cerca de 1.500 quilos de cacau. Antes de introduzir o cacau nas câmeras deve haver o cuidado de verificar pela análise duma amostra, que a água contida nas amêndoas »ão vai àlêm de 15 %.

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129

é na estação das clmvas, a cada j)asso é necessário reunir e cobrir com impermeáveis o cacau, que está espalhado nos terreiros.

Em muitas roças em vez de o cacau ser espalhado no terreiro, ó posto em taboleiros que rolam sobre carris, de modo que prontamente podem ser recolhidos numa casa própria (fig. 79).

O processo, bastante geral, dos taboleiros metálicos, aquecidos por ar quente, ó de efeito rápido, mas exige grande cuidado para evitar que as amêndoas cheguem a ser torradas. Seria necessário poder graduar-se a temperatura para se evitar ôsse perigo. Exige ainda pessoal para remecher constantemente as amêndoas, para que a secagem seja bem igual.

O processo das estufas seria o melhor, não devendo ser necessário estar dentro delas pessoal, que decerto muito se de incomodar com o alto calor necessário para a secagem. Seguindo-se os métodos emj)regados para a secagem de vários frutos tanto na América, como na Europa, o resultado seria bom, sem esse inconveniente.

O emprego de aparelhos especiais é bom, mas é caro. Em Agua- Izé emjDrega-se esse processo e por êle se pode avaliar o efeito.

As dificuldades devidas ao preço dos bons aparelhos podiam ser vencidas pela união dos cultivadores, constituindo um sindicato, processo hoje seguido em muitas indústrias com magnificos resul- tados.

A unificação dos processos tanto de fermentação, como de secagem daria um tij^o definido ao cacau de S. Tomé, no que haveria van- tagem.

Se na fermentação ó essencial grande cuidado, na secagem não pode deixar de haver a maior atenção. Por isso deverá seguir-se o processo em que o bom resultado dependa menos do pessoal em- pregado nele.

Dos processos conhecidos o melhor será de certo o aconselhado pelo Dr. Schulte, no qual todo o bom resultado depende apenas da determinação da quantidade de água contida nas amêndoas e na regularização da temperatura que seca o cacau e melhora suas quali- dades. Tem ainda as vantagens de reduzir o pessoal empregado e de evitar que ôste fique exposto a doenças, tais como á pneumonia, pela necessidade, quando a secagem se faz em estufas, de se expor sucessivamente a temperaturas muito diferentes.

O cacau é a grande riqueza de S. Tomé, todo o cuidado por isso é pouco para que êle no mercado tenha sempre boa aceitação e para

9

130

isso 6 absolutamente necessária preparação perfeita e escolha ou classificação cias amêndoas feita muito conscienciosamente (1).

Uma outra cultura foi iniciada em 1868 e com grande entusiasmo, sendo o Jardim Botânico de Coimbra que para ela concorreu, en- viando sementes e plantas (2). Foi a cultura da árvore da quina.

Procurou-se promover activamente essa cultura. As novas plantas desenvolveram-se bem e em poucos anos contavam-se na illia alguns milhares de árvores. Em Lisboa estabeleceu-se uma fábrica para a prejjaração do quinino e com bom resultado.

(1) A importíiucia da cultura do eacaueiro e do cafezeiro pode ser avaliada pelos dados seguintes, que representam as quantidades exportadas e os valores respectivos :

C

acau

Valor

Café

Anos

Quilos

Quilos

Valor

1898 .........

1.825.77G

273.000,^00

8.323.057

2.132.000íâ00

1899 .

1.555.198

233.000-^00

11032.133

3.088.000100

1900 .

2.400.050

300.000^00

11.420.397

3.199.000^00

1901 .

1.6G2.242

249.000s^0()

13.571.345

3.799.000^00

1902 .

2.275.277

341.000^00

14.741.352

4.130.000,^00

1903 .

1.290.8G3

193.000^00

18.842.793

5.274.000^00

1901 .

1.7G1.993

lGI 000^00

21 236.108

5.955 OOOc^ 00

1905 .

730699

109.000^00

22.306.793

G.245.000^00

190G .

1.513.428

25.^6.000^00

21.324.142

5.997.000;SCX)

1907 .

1.143.409

171.000^00

20.699.227

5.961.000^00

1908 .

1.G11.551

241.000^00

27.187 290

7.786.000,^00

1909 .

1.313.777

197.000^00

31.602.418

7 900.000;^(;0

1910 .

979.082

86.000^00

36.174.932

9.043.000)^00

1911 .

1.3G9.151

205.000^00

31.203.379

7.790.000,^00

1912 .

33.558.84^5

7.477.403^32

645.860

781.508;^79

1913 .

43.495 2G0

7.5IG.248(^'iO

673.077

201.718,^50

1914 .

33.319.079

7.1G3.G0M99

471.686

141.508^50

1915 .

28.013.587

6.023.0õ6;^71

512.124

163.537^35

M6

lias

23.747.674

4.461.284^80

1.320 302

204 292/95

(2) anteriornieutc o Dr. Wclwitsch tinha mandado sementes, mas infelizmente da peor espécie.

lai

A grande baixa désto modicamerito cauHOu o dosaiiímo dos cul- tivadores o hoje a cultura dessa preciosa pl;ujta está quási aban- donada. Apesar da baixa de valor, ainda em 1000 a exportação de quina foi de 74,054 kiios no valor de 14:74'3/58í/J, sendo superior a do cafc o do cacau.

Creio bem que 6 ôrro pór de parto esta cultura, que ocupa re- giões onde outra não pode ter lugar e que relativamente pouco trabalho.

Como as árvores da quina atingem bastante altura e formam floresta bastante densa, serviriam como meio de regular as precipita- ções da chuva, substituindo utilmente as florestas destruídas.

Cultura antiga ó a das palmeiras, tendo importância não pequena a da palmeira Andirn, ou do óleo, e alguma a do coqueiro. Estas plantas realmente são mais como plantas indígenas do fjue como plantas cultivadas. A primeira produz frutos dos quais h extraído o óleo da palma, empregado na cosinha dos serviçais, e do qual pouco é exportado. As sementes (coconotej teem valor considerável sendo exportadas para a Europa, onde teem várias aplicações. A expor- tação em 1000 subiu a 20.201r5<^j80 reis. A palmeira Andim <'; planta de valor e de vantagem seria obter-se sementes do variedades de frutos de maiores dimensões, ou mais ricos em óJ';o, que se encontram em algumas localidades na Africa.

iJas folhas fazem os negi-os cestos, peças que entram na cons- trução das habitações, material de pesca.

O coqueiro tem na illia menor importância apesar de ter maior valor do que a palmeira Andirn, Além do emprego das folhas, tal como o das folhas palmeira Andim, tem o fruto do qual tudo <'; útil. A parte externa o cairo, o endocarpo muito duro tem aplicações diversas, o albumen (miolo de coco; 6 de grande valor pelas variadas aplicações que tem. Ainda modernamente a indústria dele extrai a iifívalna e produtos análogos de grande consumo. O corní^jrcio do mioUj de coco (coprah quando «'^ seco) •'; hoje de 70<'J-80^J.0^/J toneladas e ó de crer que aumentará.

Além destas duas palmeiras e palmeira leque outras podiam ser cultivadas utilmente. Vi poucos exemplares da Cart/ota urens, palmeira vinifera e produtora de bom sagú, que tambôrn 6 produzido pelas e8p<'ícies do género Matroxylon. A liaphvt. r/inifera é digna de ser cultivada. É rica em seiva produtora de vinho e é útil pelas folhas, cuja epiderme forma a ràpMa do qual se faz enorme consumo.

132

Do Jardim de Coimbra foram enviadas para S. Tomú sementes do Butia eriospatha, palmeira elegante e que frutifica abundantemente. Os frutos são desagradável sabor e fermentam facilmente, produzindo boa água-ardente. Todas estas palmeiras de cultura fácil podiam ter bom lugar na ilha dando rendimento apreciável.

Uma cultura iniciada modernamente a das plantas produtoras de borracha pode vir a ter importância grande. Do Jardim Botânico de Coimbra foram enviados para S. Tomé, segundo creio, os pri- meiros exemplares da Ilevea brasiliensis (Seringueira do Brazil) e da ManiJiot. O Sr. H. de Mendonça introduziu na sua roça em 1900 estas duas espécies e a Castillôa. Em Porto Alegre vi lindos exem- plares desta planta. Tanto a ManiJiot (fig. 80), como as Hevea e Castillôa (fig. 81) tem tido bom desenvolvimento e hoje umas e outras teem notável cultura na ilha. Uma Landolphia^ (L. Dawei Stapp) é cultivada em Monte Cafó e em Porto Alegre, se não me engano. Produz muito boa borracha e, como corda, que ó, podia ser cultivada nas florestas.

Todas estas esjDÓcies são de valor. Como porem o produto de cada indivíduo não é grande, necessário ó dispor de grande número de plantas para se obter quantidade bastante para comércio. E in- dispensável procurar-se obter sementes das variedades melhor pro- dutoras, pois algumas são fracas.

Cultura hoje desprezada é a da Vaiiilha, introduzida dos Camarões pelo Sr. Custódio de Borja em 1870, planta que em S. Tomé vegeta magnificamente e cuja frutificação é fácil de obter. Não é cultura de grande rendimento, mas nas colónias francesas e noutras ligam-lhe importância.

Vegeta bem na ilha a árvore |)rodutora da canela. Vi em Nova Moka um belo exemplar. Facilmente podia essa espécie ter cultura regular.

Modernamente tem-se iniciado a cultura das plantas produtoras de fibras. Do Jardim de Coimbra foram enviadas algumas espécies de S.anseviera e na Boa Entrada cultiva-se com certa intensidade a Ágave 7'i(jida, var. Sizahma, tendo sido obtidos bons filamentos, óptimos para cordas, tecidos e papel.

São pequenas culturas em comparação com as do cacau e café, mas não convêm despreza-las. E certo o ditado de muitos poucos se consegue muito.

A cultura duma ou de duas espécies, embora de boa produção, c

[591

Fig. 80 Manihot (3 anos de edade)

1601

^

133

um perigo É fácil o aparecimento duma moléstia, que as pode anular, assim como igual cultura feita noutra região, prosperando de modo especial, pode fazer concorrência no mercado fazendo descer o valor dos produtos.

Foi o que aconteceu com as quinas, as quais tiveram culturas largas na índia e em Java, facilitando a fabricação dos sais de quina, descendo o preço destes extraordinariamente.

Todas estas culturas teem-se desenvolvido também em S. Tomé, e não é razoável deixar de as aproveitar todas.

Poderia referir-mo a muitas outras plantas, cujo desenvolvimento atesta o que aqui tenho exposto. A árvore de fruta pão, a man- gueira (íig. 82), muitas árvores frutíferas brazileiras vegetam em S. Tom»'' tão bem como nas terras nas quais são indígenas.

Uma cultura bem antiga é a das bananeiras, cultura utilíssima para a alimentação. Uma espécie de oídio ou talvez mildio ataca as folhas, e um insecto (Spherophorus sordidus '?) deposita os ovos nestas plantas, e as larvas vivendo na base das folhas e no caule matam-as. O fungo ou fungos que atacam as folhas podem ser combatidos com a calda bordelesa ; os efeitos jiroduzidos pelo in- secto só poderão ser evitados dando-lhe caça, o que será difícil, ou pela destruição das plantas atacadas, sendo queimadas. Seria indispensável uma campanha geral, aliás os insectos creados numa parte qualquer seriam foco de propagação do mal. O remédio não deixa de ser violento de certo modo, mas não me parece que haja outro eíicaz.

Todas as culturas necessitam de encontrar na terra tudo quanto lhes é indispensável e é incontestável que as plantas esgotam as terras mais ou menos rapidamente. E por isso indispensável res- tituir as matérias gastas e em certos casos dar mesmo às terras matérias que certas plantas exigem e que nem todas as terras con- teem. Assim para o cacaueiro é essencial o calcáreo, de que a terra de S. Tomé ó pobre.

Para que as culturas não emfraqueçam é indispensável a adubação da terra. Com esse fim é muito útil empregar os resíduos dos frutos, as folhas, todas as partes das plantas que não teem emprego especial.

Assim as cascas das cápsulas dos frutos do cacaueiro, o parche ou camisa das sementes dos cafezeiros, quer postos em montureira com estrumes de animais, quer reduzidos a cinza, podem servir

134

magnificamente para fertilizar a terra. É meio que não deve ser desprezado. Como complemento os adubos químicos, fosfatos cal- cá.rios, sais de j)otassa serão muito úteis.

A FLORESTA .

Ninguém pode pôr em dúvida a importância da floresta. Em qualquer direcção que dirigamos nossas vistas depara-se sempre com produtos florestais. São as nossas casas, nossas mobílias, nossos navios, caminhos de ferro, e nem mesmo até as minas poderiam existir, se não existissem florestas. Sem combustível de nada nos serviriam os alimentos, que necessitam de ser cosinbados ; a força do vapor ser-nos-ia desconhecida e não nos transportaria através dos continentes e dos mares, se a floresta não nos fornecesse ou tivesse fornecido tudo isto» . Assim enuncia a importância da floresta um grande j)rofessor alemão (1).

Esse mesmo diz ainda A extensão das culturas está em intimas relações com as florestas ; é porem deplorável que a agricultura tenha sido noutros tempos a mais terrível inimiga da vegetação florestal e que ainda hoje em algumas partes se proceda do mesmo modo».

A floresta tem acção j)rQponderant6 sobre o clima^ sobre a tem- peratura, sobre o grau de humidade e até sobre a fertilidade da terra. As árvores ao cair das folhas restituem à terra quási todos os elementos qae dela receberam. E a floresta que regulariza a queda das chuvas, modera a corrente das torrentes impedindo o efeito desastroso das inundações.

Em toda a parte onde as florestas teem sido destruídas as con- dições da vida teem sido profundamente modificadas.

Em S. Tomé, como em toda a parte, deve ter-se em muita con- sideração estas verdades. Nào as conhecer, ou não as tomar como regra a seguir tem como resultado desastres extremamente preju- diciais.

Se em S. Tomé continuar a destruição das florestas, conside-

(1) Dr. H. Schaclit. Lcs arhres.

[611

Fig, 82 Mangueira (5 anos)

135

rável em algumas partes, a humidade diminuirá, a temperatura au- mentará, e as culturas sofrerão. No Norte da illia a cultura do cacaueiro sinais de falta de água, e mais se ressentirá se a floresta continuar a ser destruida. No Sul, como as condições orográficas dão lugar a grande condensação do vapor aquoso na atmosfera, pode haver conveniência em rarefazer a floresta, mas com muito cuidado. Devia esse serviço ser dirigido por competentes e as au- toridades para bem da colónia deviam ter grande rigor e vigilância nesse serviço.

Bem fazem os proprietários e administradores que conservam quási intactos determinados massiços florestais, como o Mongo em Monte Cafó.

Na floresta teem os agricultores lenha para consumo, madeiras magnificas para toda a qualidade de obras.

A amoreira óptima madeira para construções, a azeitona quási que não tem rival, a gogó ó madeira óptima para marcenaria, o ipé, forte e resistente, o obá tão útil para construções, o pau-ferro, o marapiam, o viro, próprio para mastros de navios e para marcenarias, o cabolé de beleza singular, magnifica para marcenaria, e muitas outras merecem muita atenção dos agricultores porque são de apli- cação directa na ilha e para exportação, que, se hoje é difícil por falta de cómodo transporte até à costa, mais tarde ou mais cedo poderá ser feito com facilidade.

A floresta é uma riqueza, que não deve ser desperdiçada. Se fôr destruida as consequências serão desastrosas. Pensam' nisto Bs agricultores.

UM PROBLEMA

É ideia corrente que a ilha do S. Tome não era habitada quando foi descoberta pelos portugueses. Nunca teria realmente tido habi- tantes ?

O sr. dr. Adriano Pessa, que durante alguns anos exerceu clínica nesta ilha, oferecen-me um instrumento de pedra perfeitamente com- parável a alguns da idade da pedra pulida. Este instrumento tinha-lhe sido dado 2'or um empregado da roça Porto Alegre, que

136

lhe disse que tinha sido encontrado numas escavações feitas para abrir

um caminho.

O exame da pedra de que é formada mostra que é de natureza

vulcânica, comparável a algumas das que se encontram na ilha.

A sujDerfície deste instrumento está um pouco modificada 2:>or alteração parcial da rocha, de que é feita.

Qual seria a origem deste objecto? Será admissível que alguém, em qual- quer época, a levasse para S. Tomé e por acaso a joerdesse ? Não me parece acei- tável tal hipótese, muito especialmente atendendo à circunstância de ser feita de rocha da natureza das rochas da ilha.

Haveria em épocas pre-históricas ha- bitantes na ilha ?

Na Africa ocidental houve habitantes nas épocas da pedra lascada em Mos- sâmedes e na Huilla e em Maugyanga no vale do Congo.

O sr. Stainier(l) descreve numerosos instrumentos de pedra lascada encon- trados no Congo e com eles instrumentos de pedra pulida parecendo-lhe que de- veriam pertencer à época neolítica.

Desses alííuns apresentam forma com-

parável à de S. Tomé.

Haveria portanto habitantes em S. Tomé na éj)Oca neolítica?

Bom seria que houvesse em S. Tomé quem procurasse descobrir

exemplares de instrumentos semelhantes àquele de que dou notícia,

pois que um e desacompanhado de informações sobre o local e

condições em que foi encontrado, mal pode servir de base a qualquer

hipótese.

(1 ) Staiuier Uàge de la pierre au Congo. Annales du Musée du Congo. Série iii, Bruxelles, 1899.

Portugal cm África n.« 83 (1900) e 85 (1902).

137

Deste instrumento de pedra diz assim o meii colega dr. Anselmo F. de Carvalho ;

Talhado numa rocha besaltoide muito compacta, tendo ana- logias estreitas com exemplares estudados de Nova Moka ou Rio d 'Ouro (íig. p).

Apresenta textura hialopilítica, com passagem a uma disposição íluidal dos pequenos cristais sobre tudo junto dos cristais de maiores dimensões. Estes são raros e prin- cipalmente de augite e olivina, um e outros muito alterados. A augite em quási todos associada à clarite e a olivina à serpentina.

A massa de cristais micros- F'g- p

cópicos é formada por augite e magnetite, apresentando-se esta última em gráos de dimensões muito seduzidas.

E do grupo das rochas basaltoides mais básicas, podendo clas- sificar-se entre os augitetos.

CATALOGO DAS ESPÉCIES DE ANIMAIS E PLANTAS ATÉ HOJE ENCONTRADAS NA ILHA DE S. TOMÈ(l)

I. MAMMALIA(2)

Pitheci

Fam. Cynopitheci

Cercopithecus mona Erxl. Macaco.

Chiroptera

Fam. Ptepopina

Cynomycteris straminea (GeoíFr.) Greeff. Morcego. C. brachycephala Bocage, Morcego.

Fam. Rhinoiophína

# Phyllorhina thomensis Bocage. Morcego. Ph. fuliginosa Temm. Morcego.

* Miniopterus Nevvtouii Bocage.

Carnívora

Fam. Viverridae Viverra civetta Schreb. Lagoia.

(1) O catálogo das espécies de animais ó transcrição do publicações feitas por diversos naturalistas, alguns estrangeiros, como sâo o professor Greeíf, dr. J. Bedriau-a, H. Cross, H. Dorhn, V. Fairmaire, L. Gormain, Cli. Q-ravier, L. Laniy, E. von Martens, A. Morelet, Miss Rathbun e C. Verhoeíf, outros portugueses, dr. J. V. B. du Bocage, Prof. Balthazar Osório, F. de B. Capello, A. A. Girard, dr. A. Lopes Vieira, dr. F. Matoso dos Santos, Prof. A. Nobre.

O catálogo das espécies vegetais foi publicado no Boletim da Sociedade Brotcriana, vols. IV, V, X, XIII, sendo na presente publicação feitas algumas adições e correcções. Nas deter- minações das espécies mencionadas colaboraram não poucos botânicos estrangeiros, botânicos do jardim botânico de Bei-lim, dos jardins de Kew, do Museu de História natural de Paris, os Profs. VVinter. G. Brasadola, C. Roumeguère Borleso, Nylandor, Nordstorit, P. Hariot, F. Stephani, C. Mullcr, Prof Hackol, O. du Candolle, A. Cogiiiaux. Dos portugueses estudaram, algumas espécies de fungos os Profs. Veríssimo de Almeida e M. Sousa da Câmara.

No Jornal de seicncias malcmálicaí, /incas e naturais, no Boletim da Soe. de Geografia, nos Anais de Sc. Nal. do Porto, nos Nouvelles Archives dcs Jilissions scientifiques O no liulclin du 3Iuseum d'IIisl. Kat., no Instituto de Coimbra o nos Procccdin(js of lhe U. Stats nal. Mtiseum, encontram-se as pu- blicações que serviram para o presente catálogo.

Da parte botânica muitas descrições se encontram do Bolanischcr .Jahrbuch, na Hora of. tropical Africa c ainda no Buletin de la Soe. boi. de France.

No catálogo as espécies próprias de S. Tomé silo marcadas cora o sinal*.

(2) Bocage, dr. J. V. der -Jornal de scienc. math.iJiys,, n."' XXIV, XXLIV, 2." série tdmo I, IV_

139

Fam. Mustelidae Putorius ibericus Barrett-Hamilton. Doninha.

Insectivora

Fam. Soricideae # Crocidura thomensis Bocage.

Rodentia

Fam. Mupídae Mus. decumanus Pall. Ratazana. M. rattus L. Rato.

Natantia

Fam Catodontídae Catodon. macrocephalus Lac. Cachalote.

II. AYES(l) I. Accipitres

Fam. Falconidae Milvus aegyptius (Gm.) Hartl. Milhafre.

Fam. Strigídae

Scops lencotis (Hartl.) L. Vieira.

* Strix thomensis Hartl. Coruja do mato.

II. Psittaci

Fam. Psittacídae Agapornis paliaria (L.) Hartl. Periquito.

III. Picaria

Fam. Copaciidae Coracias gárrula L.

(1) Bocage, Dr. J. V. B. du Jorn. de scien. math. phys. etc, n »* XLVI, XLVII, XLVIII, 2.» série tomo I, Instituto de Coimbra, 1887.

Aug. de Souza, J. .lorn. de scienc. math. phijs. etc, n." XH.

140

Fam. Aicedínidae

« Corythornis thomensis Salv. Cenobia^ Halcyon dryas Hartl.

Fam. Cuculídae

Crysococcyx smaragdinus (Sw.) Bocage. Ossóbó.

Fam. Caprimuigidae

Cypselus affinis G. R. Gray. Andolim.

* Chaetura thomensis Hartest. Andolim.

IV. Passeres

Fam. Nectarínídae

* Eleocerthia thomensis (Bocage) Shell. Zom-zom. Cinniris Newtoui Bocage. Xele-xde.

Fam. Hirundi!iidae Hirundo rústica L. Andorinha.

Fam. Muscicapidae Terpsiphone atrichalibea (Thomps.) Bocage. Tomé gayé té.

Fam. Lanidae

* Fiscus Nevvtonii Bocage. Zana.

Fam. Oríolídae

* Oriolus crassirostris Hartl. Papa figo.. Carniceira,

Fam. Turdidae

Turdus olivaceofusciis Hartl. Todo.

* Amaurocichla Bocagei Sharpe.

Fam. Syvtdae

* Prinia Molleri Bocage. Tadé.

Fam. Paridae

* Zosterops lugubris Hartl. Z. Feae Salv. Pastelim, Dá-buto (nos Angolares).

Fam. Lamprotornidae

* Onychognatus fulgidas Hartl.

141

Fam. PIoceidae

Hyphantornis grandis Gray. Camixda. Vidua principalis (L ) Bocage. Viuva. Steganura paradizea (L.) Salv. Spermestes cuccullata Sw. Freirinha.

* Quelea erythrops (Hartl) Salv.

* Laganosticta thomensis (Sonza) Salv.

Pyromelana áurea (Gm.) Bocage. Quc-hlancana-jnmilo. P. flaniiceps Sw.

* Heterophantes Sancti Thomae (Ilartl.) Salv. Tchim-tcliim. Estrelda astrilda (L.) Bocage. Thudi.

Fam. Fríngílidae

* Linurgus tliomensis (Bocage) Salv. Pádé. Neospiza concolor (Bocage) Salv. Enjolé. Serinus icterus (Vieil.) Salv.

V. Colnmbidae

* Treron crassirostris Frazer. Cacia.

* Cofumba tliomensis Bocage. Pombo bravo. Turtur senegalensis L. Eôla.

Turturaena Malherbi (Vcrm.) Bocage. Bola, Lôla. Haplopelia simplex (Hartl.) Bocage. Munqiié.

VI. Gallinae Fam. Meliagridae

Numida meleagris L. Galinha do mato, galinha de Augola.

Fam. Tetraonídae Coturnix Delagorguei Bocage. Codorniz.

VII. Grallae

Fam. Charadriidae

Strepsilas iuterpres (L.) Bocage.

Fam. Ardeídae

Ardea gularls Bac. Garça branca. Herodias garseta (L.) L. Vieira. Bubulcus ibis (L.) L. Vieira. Gaça. Buturides atricapillus (Afr.) L. Vieira. Tjomo,

142

Fam. Ciconidae Ciconia alba Becbst. Cegonha.

Fam Scolopacidae

Numenius phoeopus L. Coco piloto. Actitis liypoleucus (L.) Brclim. Totanus glareola (L.) Bocago.

Fam. Rallidae Rallus coeruleus Gm, Ortygometra egrégia Finscli et Haiti. Gallinula angulata Semd. G. ehloropus L. Galo d'aúa.

Fam. Ibídae Falcinellus igneus Gray. Comatibis olivacea (Du Bue ) Bocage. Galinhola.

VIII. Odontoglossae

Fam. Phoenicopterídae Phoenicopterus roseus Palias.

IX. Gaviae

Fam. Laridae

Sterna fuliginosa Gm. Coco Sanãjia. St. anaestbeta Scop. Anous stolidus Leacb. Padé do male.

X. Steganopodes

Fam. Suiidae

Sula leucogastra (Bod.) Salv. Matchia, Vage. Graculus africanus Hengl.

Fam. Phaêthontidae Phaèthon candidus (Briss.) Bocage.

XI. Longipennes

Fam. Procellaríídae Oceanodroma castro (Harcourt) Salv.

143

111. REPTILlA(l)

I. Chelonia

Fam. Testudinidae

Sternotherus derbianus Gray. Kágado.

Fam. Chelonidae Ghelone mydas (Latr.). Tartaruga. Ch. imbricata (L.) Schwcigg. Tartaruga.

II. Sauria

Fam. Ascalabotae

Hemidactylus mabuia (Mor. de Jon.) Greeff., var. Moíleri Bedriaga. H. Greeffii

Bocage. * Lygodactylus thomensis (Peters) Boulenger.

Fam. Scincoidea

Mãbuia maculllabris (Gray) Bedriaga. Euprepes notabilis GreeíF. Lygosoma africanum (Gray) Bedriaga. Mocoa africana Greeff.

Ophidia Fam. Typhiopidae T3rphlops Newtoni Bocage. Onycbocephalus coecus Greeff.

Fam. Elapídae

Naja melanoleuca Boulenger. Naja haja Greeff. Cohra preta. Dendraspis viridis (Hallowel) Boulenger.

#

Fam. Lycodontidae

Boodon limatus D. & B. B. capensis Greeff". Cobra Djita. Philothamnus thomensis Bocage. Colra Suá-Suá.

(1) Bocage, Dr. J. V. B. du J. de se. mal., pln/s. otc, n." XLII ; 2.* série, tomo II, VII. Bedriaga, Dr. J. Insíilulo de Coimbra, vol. XXXIX.

144

* Rana Newtonii Bocage.

AMPHIBIA Annra

Fam. Ranidae Fam. Polypedatidae

* Rappia thomensis Bocage. * R. MoUeri Bedriaga. Arthroleptis calcaratus Peters.

Fam. Gymnophionaé

* Dermophis thomensis Bocage. Cohra bó, Cobra amarela.

PISCES(l) Teleostei

Oi(L I. CANTHOPTERYGII MULL.

Fam. Prestipomatidae

Frestipoma Perotaci Cuv. et Vai. Honcaãor. P. suilliim Ciiv. et Vai. P. Ben- nettii Lowe. P. cavifrous Cuv. et Vai.

* Haemulon miciophthalmum B. Osório. Gerres melauopterus Blhr. Parente.

Dentex macrophtlialmum BIocli. Vermelho fundo. D. filosus Vai. Pargo. Smaris melanurus Cuv. et Vai.

Fam. Mullidae Mullus surmuletus L. Upeneus prayensis Cuv. et Vai. Salmonete.

Fam. Squamípennes

Chaetodon striatua L. Tchin-chi.

Ephippus gigas Cuv. Palá-patá.

Drepane punctatum Vai., var. africanmn, B. Osório.

Fam. Sparidae Box vulgaris Cuv. et Vai. Letherinus atlanticus Cuv. et Vai. Bica. Pagrus vulgaris Cuv. et Vai. P. Ehreubergii Cuv. et Vai. Pagellus Belcottii Sleid

(1) Baltaaar Osório —Jornal de se. mal., i^hys. c nat., 2.* séiie, II, n."^ VI o Vil; III, n."' X e XI ; IV, n.» XIII ; V, n.» XIX ; VII, n.» XXVII.

145

Fam. Triglidae

Scorpena seuegalonsis Stciíul. Mê-vudê. S. laevis Froíclil. S. tudcs Vai. S.

scrofa L. S. Pluinieri BI. Sebastus poljdactylus Valil. S. Kiililii Bowd. Canga. Dactylopterum volitans Cuv. et Vai.

Fam. Trachinidae

Trachinus radiatus Cuv. et Vai. I.ainlia plé (rainha da praia).

Fam. Polynemídae

Galeoides polydactylus Vahl. Barbudo.

Fam. Sphyraenidae

Sphyraena dúbia Blk. S. Bocagei Osório. Bacuda.

Fam. Scombridae

Cybium tritor Cuv. et Vai. Cavalla. C. maculatum Agasa. Fixe sela (Peixe

serra). Echeneis uauerates L. Canna-Leme. Nomeus chrysurus L. L. Gronowii Gm. Drepane punctata Cuv. et Vai., var. africana Osório.

Fam. Carangidae Trachurus trachurus L. Caranx carangus Cuv. et Vai. Cocovado, corcovado. * C. alexandrinus GeoíF,

C. crumerophthalmus Laccp. Garapàn. C. rhoncus Geoff. Micropteryx chrysurus L. Bébéca.

Lichia amia L. Bébéca-bâhô. L. glauca L. Bébéca, Bebeca blanca. Trachinotus goreeusis t uv. et Vai. Bébéca blanco.

Fam. Gobidae

Gobius Bustamanti, Greeff. Encharroco, Charroco. G. soporator. Cuv. et Valenc.

G. Mandroui Svg. Charroco. G. guineensis Peters. Lentipes Bustamanti (GreeíF) Boulanger. Peixinho. Sycidium Plumieri, 1>1. S. brevifilis O. Graut. Periophthalmus Koelreuteri Schu. P. papilio BI. Eleotris Monteiri O'. Sh. E. gyrinus Cuv. et Vai.

Fam. Pediculati Antennarius vulgaris Cuv. et Vai.

Fam. Biennidae

Salarias atlantlcns Cuv. ot Vai.

CliuUS muchipinnis Quoy et Gaim. Maruja,

10

146

Fam. Athcrinidae Atherina Boyeri Risso.

Fam. Mugílídae Mugil cheio Cuv. M. biasiliensis Agass.

Fam. Fístularidas

Fistularia tabaccaria Lacep. Aulostoma coloratum Miill. et Frosk.

Ord. II PHARYNGOGNATHI

Fam. Pomacentridae

Pomacentrus Icucostictus Mull. et Frosck.

Heliastes margiueta Castelu.

Glyphidodon saxatilis Lacep. G. Hoefleri Sleiu. G. chrysurus Cuv. et Vai.

Fam. Labridae

Gonyphus tredecimspiuosus Guntli.

Novacula cultrata Gimth.

Julis pavo Cuv. et Vai. J. Newtonii B. Osório.

Coris atlântica Gunth. C. guiueensis Blkr.

Scarus cretensis Cuv. et Vai. S. radians Cuv. et Vai.

Psendoscarus Hoefleri Stein.

Ord. III. ANACANTHINI

Fam. Scopelidae

Saurus myops Cuv. et Vai. S. iutermedius Spin. Scopelus Benoiti Cocco.

Fam. Pieuronectidae Hemirhombus aramaca Cuv. Rhomboidictys podas Delar. R. lunatus Lacep.

Fam. Scoinbresocídae

Belone Lowi Gruntli. B. rapbldoma Rawzaui. B. choram Forsk. Zam-vi. Hemirhamphus vittatus Valenc. H. Schlegeli Steiud. Mati-pombo. Exocaetus liueatu.s Cuv. et Vai.

Fam. Clupidae

Clupea madeirensis Low. Sardinha. C- senegalen.sis Benn. Sardinha carça. G. dorsalis Cuv. et Vai.

Fam. Muraenidae

Muraena mel.anotis Raup. M. maculipiímis Kaup. Gymnomuraena vittata Kichards.

147

Enchelycore nigricans (Bonaterrc) Gunth. Myroconger compressus Guutli.

Ophichthys fiiseriadis Kaup.— 0. scmicinctus Ricli. 0. pardalis Vai. * 0. gui- neensis B. Osório.

Ord. IV. PLECTOGONATHI

Fam. Sclerodermi

Balistes forcipatus Gou. Asno. B. bimiva Lacep. Monacanthus setifer Beun. Ostracion quadricornis Lacep.

Fam. Gymncdontes

Tetradon Spengleri Bloch.

Diodon histiix Lacep.

Chilomycterus geometiicus BI., var. a Gunth.

Ord. IV. LOPHOBRANCHIJ Fam. Syngnathidae Hippocampus guttulatns Cuv. Longo de mar.

Oíd. V. PLAGIOSTOMATA

Fam. Carchaniídae

Carcharias Walbeemhii Blkr. C. glaucu.s MuU. et Heul. Zygaena tudes Vai.

Fam. Prístídae

Pristis i^ectinatiLs Latham ? Peixe agulha.

Fam. Torptdinídae

Torpedo narce Riss. Uza-limi.

MOLLUSCA(l) Cephalopodes

Fam. Sepildae Sépia Hierreda Raiig. S. ornata Rang.

(1) A. Nobre Matèriaux pour 1'ílurle de ta/auné malacotogique des póaséssions forttitjaíxM de VÀ/ri- quK occidenlale. (Bui. de la soe. porl. rlex .tciencct naítircllexj, vol. Ill, snppl. 2.

A. Qirard Jornal r/c .vc. mnUi. plnju. c r.aliiraca, 2." série, tomo III, n.» ÍO, tomo IV, n." 13.

E. Lamy Lislc deu coqiiillen rcrucUlks par M. Cb. Gravier a file de S, T/iomf, Rui, dtt Mmeum d'hist, lutíurelle, U07.

148

Gasteropodes

Fam. Auriculídae Melampus flavus Gmelin. M. Llbertianus H. et A. Adams M. pusillus Gmelin.

Fam. Siphorwaridae Siphonaria capensis Quoy et Gaimard. S. stiiato-costata Dunker,

Fam. Gadinidae Gadinia afra (Gmelin) Gray.

Fam. Bullidae

Bulia Mabillei (Gray). B. ampulla L. B. striata Bruguière.

Haiuinea navicula da Costa.

Fam. Umbrellidae

Umbrella mediterrânea Lamk.

Fam. Aplustridae Hydatina physis L.

Fam. Terebridae Terebra corrugata Lamk. T. senegaleusis Lamk.

Fam. Conidae

Conus papiliouaceus Hwass. C. testudinarius Martj^u. C. genuanus L. C. pro-

motlieus Brug. C. monachus Lamk. Pusionella vulpina Born.

Pleurotoma diadema Kiener. P. sinistralis Petit. Drillia pyramidata Kiener. Cancellaria cancellata L., var. similis Nobre.

Fam. Olividae

Oliva flamulata Lamk. 0. acumiuata Lamk. Olivelia leucozonias Gray.

Fam. Har»pidae Harpa rósea Lamk.

Fàm. Mapginellidae

Marginella bifasciata Lamk. M. olivaeformis Kiener. Gibberula miliaria L.

Fam. Volutídae Cymbium Neptuni Gmelin.

Fam. Mítrídae Mitra barbadensis Gmelin.

Fam. Fasciolaridae Fusus albocínctus. Latirus filosus Schiib. et Wagn,

149

Fam. Turbineliidae

Melongena morio (Lamk.).

Trionidea viverrata Kiener. Cantharus sulcatus Born. Pseudoliva plúmbea Chem.

Fam. Nassídae Nassa tritoniformis Kiener.

Fam. Columbellídae

Columbella rústica L.

Fam. Murí«idae

Murex rosarium Chemnitz. M. hoplites Fisclier. M. tuniuloses Sowcrby. M.

Blainvillei Payr. Potamites radula L. Purpura hoemastoma L. P. cônsul Chemnitz P. coronata Larak. P. neritoides

Lamk.

Ricinula nodulosa Adans.

Fam. Tritonidae

Triton nodiferum Lamk. T. variegatum L. T. oleariam L. T. ficoides Reeve.

T. ridens Reevc. T. tranquebaricus Lamk. T. obscurum Reeve. Ranella scrobiculator L.

Fam. Cassídae Cassis spinosa Gronovius. C. crumena Brug.

Fam. Dolíidae Dolium galea L.

Fam. Cypraeidae

Cypraea tigris L. C. lurida L. C. zouata Chemnitz. C. picta G-ray. C. spurca L. C. variolaris Lamk. C. ratus Lamk. C. moneta L.

Fam. Strombídae Strombus bulbonius Lamk.

Fam. Cerithidae

Cerithium atratum Born. C. guiniacum Philippi. C tuberculatum L. Tympanotomus radula L. T. fuscatus L,

Fam. Planaxídae Planaxis Hermannseni Duuker.

Fam. Vermetidae

Tenagoides senegalensis Reclus.

Fam. Littorinidae

Littorina punctata Gmclin. L. striata King.

150

Fam. SolarWdae Solarium granulatum Lamk.

Fam. Hipponycidae

Hipponyx autiquatus L.

Mitrularia equcstris L.

Calyptraea cliinensis L.

Fam. Naticidae

Natica millepunctata Lamk. N. ala-i^aiiilionis Chem. N. collaiia Lamk. N.

carrera L. N. niamilla L. N. variabilis L. N. dillwyni Payraudeam.

N. porcelana cl'Orbiguy.

Sigaretum concíivus Lamk.

Fam. Janthinfciac Janthina commimis Lamk.

Fam. Scalaridae Scalaria commutata di Monterosata. S. lamelosa Lamk.

Fam. Eufimidae Eulima intermédia Cantraiue.

Fam. Pyramidellidae Pyramidella dolabrata L.

Fam. Neriíidae Nerita senegalensis Gmeliu.

Fam. Tisrbhiidae Pharianella azorica Dautzenberg.

Fam. Trochidae

Glauculus spadiceus Philippi. G. cruciatus Gmeliu. G. guiueensis Ginelin. G. Krausii Plúliijpi.

Fam. Haiíotidae

Haliotis roáacca Recve, var. stricta.

Fam. CapuHdae Fissurella gibberula Lamk. F. nubecula L.

Fam. Patellidae Patella natalensis Krauss.

Fam. Chiionidae Chiton lyratus Sowerby. C. cauarieusis d'Orbigni.

151 Pélécipodes

Fam, Ostreídae

Ostrea plicatula Gmelin. 0. cornucopiae Dohrn. 0. cucullata Born. 0. guine- ensis Dunker.

Nota Chemnitz considera a O. cucullata synouimo de O. cornucopiae e Dohrn con- sidera a O. giiineensis formas juvenis dessa espécie.

Fam. Spondyiídae

Spondylus gaederops L.

Fam. Pectinídae Pecten nodosus Lamk. P. gibbus L.

Fam. Aviculídae Avicula atlântica Lamk.

Perna isognomum L.

Fam. Mytilídae Mytilus senegalensis Lamk.

tythodomus biexcavatum Reeve.

Fam. Arcídae

Arca Nooe L. A. Bouvieri Fischer. A. pulcliella lieeve. A. tctragona Poli. A. senilis L. A. plicata Chemn. A. decussata Sowerby. A. nivea Chemn. A. láctea L.

Pectunculus rubens Lamk.

Fam. Cardítídae

Cardita rufescens Lamk. C. senegalensis Reeve. C. trapezia L.

Fam. Cardiídae Cardium ringens Chemnitz, C. bullatum L.

Pam. Venerídae

Meretrix tumens (Gmelin) Dunker.

Dosinia isocardia Dunker.

Vénus lyra Hanhy.

Fam. Donacidae

Donax rugosus L. D. scortum L.

Fam. Solenidae Solenocurtus guiueensis Chem.

Fam Mactridae

Mactra Adansoui Philippi. ^ M. silicula Dcsluiys.

152

Fam. Lucinidae Lucina leucoma Turton.

Jagonia reticulata Poli.

Fam. Teilínidae Tellina baltica L.

Âsaphis hyaliua Gmelia.

Fam. Scrobicularidae

Amphidesma modesta A. Adanson.

Mollusca terrestria et fluviatila (1)

Fam. Gastpopoda

Streptostele Moreletiana Dohru.

Dendrolimax Heynemannii Dohrn.

Nanina hepatison (Gould.) Nobre. N. Wclwitscliii (Morelet) Nobre. N. chrysos- ticta (Morelet) Nobre. N. thomensis (Dohrn) Nobre. N. MoUeri Nobre

Bulimus eminulus Morelet. * B. Dohrui Greetf. * B. hispidus Greeff. * B. Cas- tro! Nobre. # B. Crossei Nobre.

* Pupa Nobrei Girar d. Atopocochlis exarata Miiller. Achachatina bicarinata Bruguiere.

Trichodina marmórea (Eeeve). T. clavus Pfeiffer. T. monticola (Morelet). T.

Massonianus (Crosse). Sabulina striatella Rang.

* Opeas Dohrui Girard. #0. Greeffi Girard.

* Thomea Newtoni Girard. Pyrgina imíbilicata Greeff.

* Thyrophorella thomensis Greeff. # T. Nobrei Girard. Succinea concisa Morelet.

* Veronicella thomensis Girard.

« Cyclophorus MoUeri Nobre. * C. Vandellii Nobre.

INSFXTA C^) Coleoptera

Fam. Cícíndelitae

Cicindelidae

Cicindela melancholica Fabr. C. generosa Dej. C. purpúrea Oliv. C. nitidula Dcj. Odontocheila confusa Dej. Oxycheila tristis F.

(1) Alb. Giraril. Jornal d( se. math., phijs c naluraa. 2." .série, tomo III n." 10, tonn IV, n.» 13.

(2) Greeff, Dr Dic Fauna der Giiinca Invcln. Fairmain, V. In-il. de Coimbra, XXXIV. Lopes Vieira, Dr. A. liibt. de Coimbra, XXXIV.

153

Pherophorhus augolensis Ericli. Zargus collatus Karsch.

Fam. Carabídae Brachinidae

Scaritidae Scarites fatuus Karach. Achmocera semipicea Chan.

Morionidae

Morio guineensis Smh. Sclenophorus atratus Klg.

Hydaticus capricula Anlar. Trogus biuotalus Klg.

Harpalidae

Fam. Dytíscidae Dytiscitae

Fam. Nítidulariae

Peltidae Trogosita (Temnochila) Patricioi Karsch.

Fam. Pselaphii Pselaphidae Pselaphus (Pentolobus) barbatus Fabr,

Lissomus Francisci Karsch.

Atractocerus frontalís Klug,

Fam. Byrrhií Lissomidae

Fam. Lymexylonií

Lymexylonidae

Fam. Elaterií

Hemirhipidae Âlaus chalcolepidinum L. Fairm.

Psephus melanoatoides L Fairm. P. athoides cand. Ctenicera controversa Karsch.

Fam. Scarabeii

Scarabidae Cetonidae

Cetonía (Pachnorla) prasina (Mus. Berl.) C. rufa Dcj. Diplognata gagates Fabr. Tephraea ancilla Karsch.

154

Dinastidae

Temnorhynchus DIanac P. de Beauv.

Oryctes obuucus Karsch. 0. latecavatus L. Fermaire.

Cyphonistes canunis Karseh.

Triophus sp?

Leptognatus Latreillianus West.

Orphniini Stenosternus costatus Karsch.

Fam. LucanH

Lucanidae

Cladognatus quadrideus Hop. C. antilopus Swader. Figulus sublaevis P. de Beanv.

Fam. Pímelíi

Tenebrionidae

Opatrum aequale Ericb. 0. calcaripes Karsch.

Opatrinus Josephii Karsch.

Cyphonistes canorus F.

Priocelis serratus F.

Derasphaerus Justi Karsch. D. Marqucsii Karsch

Uloma Costae Karseh.

Toxicum taurus Fabr,

Menephilus conquinatus Karsch.

Fam. Lagriídae Physolagria Molleri V. Fairm.

Fam. Oedemeridae Danerces semipicea Karsch

Fam. Curculíonii

Antribidae Phlaeobius .sp.

Benthidae Ceocephalus Georgei Karsch.

Phyllobitae Phyllobus verrunculatus Karsch.

Cryptorhynchidae Cyanobulus Greeffi Karseh.

Curculionidae

Mecistoceros uubcculosus L. Fermaim. M. costatus Karsch.

Fam. Cerambycii

Cerambycidae

Sphenophorus quadrimaculatiis Gilhn. Sp. sordidus. Sp. striatus F. Chlorida festiva Jj

1Õ5

Hystrocera sp.

Calliehroma festivum F.

Euporns brevicornis F.

Phiíematium Greeffii Karsch. Ph. festivum F.

Prionidae

Macrotoma (Sarathrogastra) edulis Karsch. Mallodon Downesi Hope.

Lamidae Ceroplesis bieincta F.

Achmocera authriboides Chevrot. Ancylonotus tribulus F. Monohainus ruspator F. Coptops fusca Olio. Sternotomis ducalis Klg.

Fam. Chryscmelidae

Crioceridae Lema rubricollis Klg.

Anlacophora delata Erichs.

Hatita limbatella L. Fairmaire.

Fam. Coccinellidae Chilomenes lunatas F.

Aspidomorpha quiuquefasciata F.

Coccinella sulfúrea Oliv.

Hymenoptera

Fam. Sphegldae

Pelopeus spirifer Latr. Hemipepsis sp.

Papilio Demoleus L.

LEPIDOPTERA I. Rhopalocera

Fam Papílionidae Fam. Pieridae

Callidryas Pyrene Swains. C. florella F.

Terias floricola Brd.

Pontia Alcesta Cr.

Fam. Nymphalidae

Hypolimnas ^lisippus L. H. salmacis Dr. H. dubius P. Beanv.

Danais chvysippus L.

Fam. Satyridae Melanitis Leda L.

Fam Acraeidae

Acraea Zetes L. A. guirina F.

Leucostrophus Hirundo Stdg. Zeuzera CoíFeae?

Tabanus serratus Loew.

1Õ6

II. Heterocera

Fam. Sphingidae Fam. Cossidae

Diptera

Fam. Tabanidae

Fam. Muscídae Sarcophago regularis Wiedemann.

Fam. Nyoteribidae

Cyclopedia Greeffi Karscli. Sarcopsylla penetrans L.

Fam. Pulicidae

Hemiptera

Fam. Pentatomídae Agonoscelis versicolor F. Nezara smaragdnla F. Pierosternum calidum F. Pentatoma sp, Eurygaster (Platypleura) sp.

Fam Coreídae Leptoglossus membranaceus F. Choerommatus farinosus Am. Cletus lanciger F.

Leptocorisa sp.

Fam. Lygacídae Pamera sp.

Fam. Reduvíidae Acanthaspis sp.

Fam. Cercopidae Locris rúbida Stal.

Fam. Coccidae Aspidotus trilobi íbrmis Green.

Orthoptera

Fam. Blattidae

Periplaneta americana F. P. australasiae. Leucophaea surinanensis F. L. Maderae F.

Panchlora sp.

Fam. Mantidae Polyspilota pustulata Stoff. Deroplatys sp V

167

Fam. Phaegcmuridae Conocephalus mandibularia Charp.

Fam. Phasmidae Bactododema miliaris, Bolívar.

Paracinema tricolor Br. Oxya africana Br. Acridium sp. Humbe sp. Euprepocnemis sp. Pachytilus sp.

Xyphidium sp.

Liogrylius capensis F. Gryllotalpa africana Pai.

Termes (Entermes) sp.

Fam. Acrídíldae

Fam. Locustidae Fam. Gryilídae

Fam. Tepmitidae

MYRIAPODA(l) I. Chilopoda

Fam. Lithobidae

Lithobius seutigeroides Verhoeff. Otostigmus prodiictus Karsh. 0. iuermis Br.

Fam. Scolopendrcídae

Scolopendra subspinipes Leach. * Sc. subsp. v. Mollcri VerhoefF. Sc. elongata Per.

Fam. Geophilldae

* Geophilus fossuliferus Karscli.

* Mecistocephalus guineensis Karsch.

II. Diplopoda

Fam. Julidae

* Spirostreptus Molleri Verhoeff. * S. iuteger Karsch. # S. margineseaber Karsch.

(1) Dr. F. Karsch. Die Fauna der Gidnea-Inxeln, é. Tliomé em Rolns von Prof, ilr. R. Qreelf.

1Õ8

AllACHNOlDEA(l)

Arthrogastra

Fam. Scoppionídae

Isometrus maculatus (Deg.).

Damon medias Herbst.

Pedipalpi

Fam. Phrynidae

Araneidea

Fam. Theraphosídae # Selenocosmia Greeffi Karsch. N. V. Samanpinger- TaranítíZa.

Fam. Drassidae Anahita mamma Karscli.

Fam. Lycoridae Lycosa bacchabunda Karsch. L. gulosa Karsch.

Fam. Atlidae Icius maritus (Karsch.).

Fam. Theridídae Limiphia viridis Karsch.

Fam. Thominidae

Sarotes veuatorius (L.) Karsch. Pholcus barbonicus Vinson. Thelcticopis truculenta Karsch. Philodromus morsus Karsch. Diaea puncta Karsch.

Fam, Epeinídae Singa coucinna Karsch.

Epeira Redii (Scopoli) Karsch. E. semiannulata (Karsch). E. aprica Karsch.

Cyrtophora citricola (Forshel).

Meta uudulata (Vinsou). M. argeutea-nigra Karsch.

Nephila pilipes (Lucas) Karsch,

Nephilengis diadela (Walckeuaer) Karsch.

Argiope lobata (Palias) Karsch., var. Caboverdiana Capello. A. flavipalpis (Lucas)

Karscli. Gasteracantha formosa Vinson^ var. confiuxa Karsch.

(1) Ph. Bertkan. Jnstilulo de Coimbra, 15-93. Dr. F. Karsch, 1. c.

1Õ9 Acarina

Fam. Sarccptidae Pteropus Cynonycteridis Karsch.

CRUSTÁCEA (1)

Sub-ordo Brachyura

Fam. Octpodídae

Ocypoda ippeus OUv. 0. cursor L. 0. africana de Man. 0. Edwardsi B. Osório. Uca Taugeri (Eidoux).

Fam. Gegarcínidae

Gegarcinus lagostoma M. Edw. (G. ruricola Greeff ) G. rurlcola Latr. Cardisoma armatum Haklot. C. Guanhami Greeff.

Fam. Grapsidae

Goniopsis cruentata (Latreille). Metographus messor (Porsh) M. Edw. Grapsus grapsus (L.) Ives. G. pictus Latreille. Geograpsus lividus M. Edw. Pachygrapsus transversas Gibbes. Cyclograpsus occidentalis M. Edw.

Plagusia degressa (Fabr.) Say. (P. squamosa B. Osório}. P. squamosa Herbst. Percnon planissimum (Herbst) Dana.

Fam. Poíamonjdae

Potamon margaritarius (M. Edw.). P. dubius (Capelo) Tolphusa dúbia Capelo.

Fam. Píiummidae

Actaea margaritaria M. Edw. A. rufo pumctata M. Edw. Leptodius convexus (M. Edw.) Eathb. Xanthiae melauodactylus (M. Edw.) Rathb. Eupanopus africanus (M. Edw.) Rathb. Chlorodiella longimana (M. Edw.) Eathb. Pilumnus hirtellus, var. africanus^ M. Edw. Epixanthus Helleri M. Edw.

(1) Baltasar Osório Jorn. de scienc. matem., plnja. e naturais, 2.* série, figura II, pág. 45, 140, 1S9, Xr, pág. 129.

Marj' J. Rathbun Procecdings of thc Unil. Slalcí nalional Muteitm, vol. XXII, pàg. 271. Greeíf, D. R. Die Land und LUssicanser-Krehsc der Tnveln S. Thomi und Rolas. Bouvier^ E, L. Bui, du Muscum d' UM. naliirel. Paris, 1G06, n," 7, P"g. 491.

160

Fain. Portunidae

Portunus hastatus (Latr.) Rathb. P. diacanthus Latr. Callinectes Bocomti M. Edw. Carybdella rubra (Lamb.) Rathb. Thalamita iutegra, var. africana^ Miers.

Fam. Oxyrhyncha

Stenorynchus sagitarius (Fabr.) Rathb. Micropisa violácea M. Edw.

Fam. Oxystomata Calappa pullus (Herbst) Rathb. C. rubro-guttata Herklot.

Fam. Dòrippidae Dorippe armata Miers.

Fam. Raninidae Ranina Rauina (L.) Rathb.

Fam. Dromidae

Dromia vulgaris M. Edw. D. spiuiratris Micos.

Sub-erdo Macrura

Fam. Hippidae

Hippa cubensis (Sauss.) Rathb. Remipes scutellatus Faljr.

Fam. Taguridae

Tagurus striatus Fabr.

Fam. Cenobitae

Cocnobita rubescens Greeft. C. rugosus M. Edw. Pachycheles ornatus E. L. Bouvier.

Fam. Palinupídae Palinurus rcgius Capello. P. hirtellus, var. africanus, M. Edw. .

Fam. Penaeídae Penaeus brasiliensis Latr. P. velutimis Baua.

Fam. Alpheidae Alpheus paracrinitus Miers. A. tubcrculosus B. Osório. A. intriuseclis Hate.

Fam. Hippolytidae Hippolyte, Sp.

161

Fam. Atyídae Atya Seabra Leach. A. intermédia Bouvier.

Fam. Panaemonídae

Bithynis jamaicensis Vollenhovenii (Herld.) Rathb. B. Olfersii (NViegmann) Rathb. Galeopsis nitidus M. Edw,

Stomapoda

Fam. Squillidae Petrosqnilla Folini M Edw.

Squilla Hoevenii Herklotz. S. empusa Say.

Lasiosquilla scabricauda Lamk.

Isopoda

Fam. Oniscidae Armadilho officiualis Desm. A. nigricaus Brandt,

Fam. Cymothoidae Cymothoa Dufresnii Leach.

ENTOMOSTRACA

Cirripedia

Fam. Lepadidae Lepas anserifera Darwin.

Fam. Baíanidae Chelombia testudiuaria L.

ANELIDA(l) Polyctaeta Errantia

Fam. Nereidae Pseudonereis ferox Hansen.

Fam. Phyliodocidae

Phyllodocide, Sp.

Exemplar em mau estado, dando os cirros dorsais ideia do P. maculata.

Fam. Amphínomidae

Hermodice carunculata Palias, var. didymohranchiata^ Baim. Eurythre laevisetis P. Fauvel.

(1) Dr. R. Greeff. Úber die pelasglichc Fauna and en Kliten du Ouinea-Inseln, Pierro-Faurel Sur Jes Polychetes rapporUes par Mr. Ch. Qravier de S. Thomó {Bui, du Muscum d'IIul. nat., 1914

n.» 2).

11

162

Vam Eunicsdae

Eunice tubifex Cronlaod. E. coccinea Grub. E. siciliensis Grub.

Nicidion edentulum Ehlers.

Aglaurides erytbaeensis Gravier, var. symetrica.

Maclovia iricolor Montagu.

Fam. Alciopídae

Alciope Cantraiinii (Dela Chiajc) Clap. A. longirhyncha Greeff. Vanadis melanophthalma Greeff. V. setosa Greeff. Rhynchonerella fulgens Greeff.

Fam. Tomopteridae Tomopteris Eolasii Greeff. T. Mariana Greeff'.

Polychaeta sedentária

Fam. CIrratulidae

Anduina filigera Delia CliiajeV

Fam. Hermeilídae Sabellaria spinulosa Leucbart, var. Intoshi, P. Fauvel. Var. Gravíeri, P. Fauvel.

Fam. Terebellídae Loibia Medusa Savigny.

Fam Serpulídae

Hypsicomus pigmentatus Gravier.

ECHINODRRMATA (1) Holothurioidea

Fam. Aspidochírotae Holothuria grisea Selenha. Stichopus maculatus Greeff'. Thyonidium flavum Greeff.

Echinoidea

Fam. Cidarídae Gidaris tribuloides (Lamk.) Blainv.

Fam. Diadematidae Diadema setosum Desml.

[1) Dr. R Groeff. Zoologischcr Anzciger, 1882, n.»' 106, 107.

163

Fam. Arbacidae Arbacia punctulata Gray.

Hipponoè esculenta Agassis.

Fam. Echinometridae

Echinometra subangularis Desml.

Clypeastroidea

Fam. Clypeastridae

Clypeaster subdepressus Agassis. Meoma ventricosa Liitkeu.

Ophiuroidea

Eam. Ophioglyphidae Ophioderma guineense Greeflf.

Fam. Amphiurídae Ophiocoma pumila Liitken.

Ophiolepis paucispiua Mull. u Tr.

Ophiactis Krebsí Liitken.

Asteroidea

Fam. Linchiidae Ophidiaster ophidianus Agass. Linchia Guildingii Gray. L. Bouvieii E. Peirier.

Fam. Pentacepotidae

Pentagonaster semilunatus Linck.

Pentaceros dorsatus E. Perrier. P. semilunatus Linck.

Crinoidea

Fam. Comatulidae

Antedon rosácea Normau.

COELKNTERATA (1) Polypomedusae

Fam. Stylasteridae

Allopora subviolacea W. S. Kent. coral azul # A. rósea Greeíí'. Stenohelia madeirensis W. S. Kent.

(1) Dr. Eí. Greeíf. Vber die pelasgische Fauna au den Klislen der Ouinea-Inseln.

164

ANTHOZOA

Madreporaria (1)

Fam. Poritldae Porites IJernardi Gravier -2).

Fiim. Madreporidae

Meandra cerebrum EUis et Soland. Fabia fragum (Esp.) M. lídw. et Heime. Orbicella aimularis Ellia et Soland. Oculina aibuscula Agassics. Siderastia radians Palias.

Actiniaria (3)

Fam. Actinídae

Actinia equina L.

Fam. Cribinidae Cribina Listeii (Johnson) Pax.

Fam. Sagartíadae

Aiptasia Couchii (Cocks) Pli. II. Gosse. Telmatactis Valle-Flori Ch. Grav.

Zoantharia

Fam. Zoanthidae Palythoa guiueensis Koch. P. canaliíera Koch. 1. c,

Spongiaria

Fam. Spongldae Euspongia irregularis. Hippospongia Sp. Chalinide Sp. Clathria Sp. Stelospongia ?

(1) Ch. Gravier yln. de Vlnstitut oceanographique, tom. I, fase. 2, 1909.

(2) Idem— Bui. du Mus. d'Uist. nat., tom. XV, 1909.

(8) Idem Conlribuíion h V ilude de la/aune acíienne de San Thomí iQolfe de Guinée) Annalcs de VJnslilid ocia)iograjihique. Tom. VII iasc. 5.

165

FLORA (1)

I. SOHIZOPHYTA

Schizophyceae

Oscíllatopíaceae

Oscillatoria tenuis Ag. Phormidium Boryanum Kg.

Scytonemataceae

Scytonema javanicnm (Kg.) Bornet,

II. MYXOTHALLOPHYTA Myxogasteres

Lycogala epidendrum Bunb.

III. CONJUGATAE Zygnemataceae

Spirogira lineata Suring f. gracilior.

IV. CHLOROPHYCEAE

Confervales

UIvaceae

Enteromorpha prolifera (Mull.) Kg.

Valoniaceae

Struvea delicatula Kg.

Siphomocladales

Ciadophoraceae

Cladophora catenata (Ag ) Ardiss. Cl. prolifera (Roth.) Kg.

Siphonales

Bryopsideae

Bryopsis plumosa (Huds.) Ag.

Caulerpaceae

Caulerpa sealpelliformis (R. Br.) Ag.

C, denticulata Dene.

C. taxifolia (Vahl.) Ag.

C. pliiinaris Forak.

C. cupressoides (Vahl.) Ag.

C. racemosa (Forsk.) Ag.

V. PHAEOPHYOEAÊ Phaeosporeae

Cutleriaceae

Cutleriã multifida (Sm) Grev.

Cyclosporeae

Fucaceae

Marginaria Boryaua (Rich.) Mut. Sargassum viilgare Ag.

(1) Boi, da Soe. Brot., IV, 1«S6. P. Hariot J. de Hot., 2." série, tomo I, ItJCe. FobIío Rtv, syst. SuTV, of JUelobes, 1900.

166

Dictyotales

Dictyotaceae

Zonaria variegata Kg.

Padina pavonia (L.) Lmrx.

Dictyota deutata Lmrx.

D. ciliata, Ag.

D. Bartayresiana, Lmrx.

D. Martensii (Mart.) Kg.

D. dichotoma (Huds.) Lamrx.

VI. RHODOPHYCEAE Florideae

Helminthocladiaceae

Batrachospermum (e grege B. atri).

Chaetangiaceae

Galaxaura cylindrica (Sol.) Lmrx.

G. rugosa (Sol.) Lmrx.

G. lapidescens (Sol.) Lmrx.

G. marginata Lmrx.

Gelidíaceae

Caulacanthus notulatos (Mart.) Kg. Gelidium claviferum Kg. G. crinale (Turn.) Lmrx.

Rhodymeniales

Sphaerococcaceae

Gracilaria VVrigtii (Turn.) Ag. G. Poitei (Lmrx) Ag. # G Henriquesil P. Hariot. Hypnea musciformis (Wulf.) Lmrx. H. spinella (Ag ) Kg.

Rhodomelaceae

Laurencia obtusa, (Huds.) Lmrx.

L. tuberculosa, Ag.

L. perforata, Mont.

Acanthophora muscoides (L.) Bory,

Digenea simplex (Wulf.) Ag.

Bryothamnion Seaforthii (Turn.) Kg.

B. triangulare (Gaud.) Kg.

Ceramiaceae

Spyridia filamentosa (Wulf.) Harv. Sp. cia V ata Kg. Ceramium clavulosum Ag.

Cryptoneniiales

Corallinaceae

Lithophyllum Marlothii Heydr. L. retusum Foslie, forma. L. subtencllum Foslie. Hildenbrandtia rósea Kg. Amphiroa capensis Aresch. Goniolithon Boergeuii Foslie var. afri- cana. Lithothamnion ponderosum Foslie

EUMYCETES (1)

Oomycetes Perenosporiaceae

Phytophthora Faberi !Maubl.

Em frutos Peronospora australis Spegz.

Em folhas de cucurbitaceas

(1) Dr. G. Wiuter— Rol. Soe. Jirut., IV. SaccórJo Boi. Sue. lirot., XXÍ. Sacc. ot Ber- le.se Rcvut mijcol., ISfeO. Bresadol.i et Eouine^uòre licviie myeol., Ib90. Lister Bui. de la Soe. Bot, de France, 2.* série, tomo VI. V. de Almeida e S. dii Câmara.

167

Zygomycetes

Mucor raucedo L.

Nas sementes fermentadas do ca- cau.

Ascomycetes

Peziza stictica Berk. et Curt.

Na terra húmida Helotium herbarum (Pers.) Fr. Coryne sarcoides (Jacq.) Tui. Patellaria Theobromatis V. Alm. et S. Cam. Na casca dos cacaueiros Cudunia circinans (Pers ) Fr.

Plectascineae

Aspepgiliaceae

Meliola triloba Winter.

Em folhas de cucurbitaceas M. conglomerata Winter.

* M. stenospora Winter.

Em folhas da Piper subpeltata

* M. Thomasiana Sacc.

Nas folhas e caule da Elatostoma angolensis

* M. asteroides Winter.

Em folhas de piperaceas H. manca Ellis et Mart. Em folhas do JRubua

* M. anastomosans Winter.

Em folhas de Labiadas M. inermis Kalchbr. et Cook., var. Ma- cilenta Winter. M. amphitricha Fries.

Em folhas de gramíneas

* M. velutina Winter.

Em folhas duma Canacea

* M. Molleriana Winter.

Em folhas duma Malvacea

* M. acicularis Winter. M. coronata Speg.

Em folhas de Luhea divaricata

* M. bicornis Wintei'.

Em folhas de leguminosas

Perisporiales

Erysibaceae

Sphaerotheca Castagnei Lév.

Em folhas de cucurbitaceas Apiosporium Footii Dcsm. et Burel.

Em folhas do Coffea arábica

Microtheríaceae

Microcopora fecundum Sacc.

Em folhas do Craterispernmm

* Asterina tenuis Winter.

Em folhas de Turraca Vagelii

# A. circularis Winter.

Em folhas indeterminadas A. labecula Mont.

Em folhas duma árvore

* A. pseudo-cuticulosa Winter. Micropeltis appl anata Mont.

Em folhas de árvores

* M, viridiatra Winter.

Em folhas de feijoeiros

# M. Molleriana Sacc.

Em folhas de Thecacoris Manniana

# M. aeruginosa Winter.

Em folhas indeterminadas Pico de S. Tomé.

Hypocreales

Hypocreaceae

Nectria episphaeria (Tode) Fr.

Parasita no líypoxylitm cetrarioidts

# N. asperula Winter

No hymenium do Stereum subjnliatum

# N parvispora Winter.

No Stereum srthpiliatum. Sphaerostilbe nigrescens Kalchbr. et Cook. ílm casca de árvores

# Cesatiella polyphragmospora S. Ca- mera.

Em casca de árvores

# Hypocrea lobata Winter.

Nas árvores da região superior

168

Dothidiales

Dothidíaceae

* Scirrhia infuscata Winter, Phyllachora Bromi (Pers) Rab.

Em folhas de gramíneas

Sphaeriales

Sphaeríaceae

Melanomma Henriquiesiana Bres. et Koum.

Na casca dos cacaueiros Scortichinia acanthostroma (Mont.) Sacc. Em casca de árvores

Mycosphaerellaceae

* Guignardia filicina (Winter) Lindau.

Em folhas de fetos. G. Cephalariae, A^ar. Alter nantherae Sacc.

Em folhas murchas de Álternan- thera. Mycosphaerella Bonna-noctis Sacc.

Em folhas de Ipomaca bonna noctis.

Pleosporaceae

* Diplodia punctata Winter.

Nos peciolos podres da Musa. Metasphaeria Cumanella Sacc. et Bres.

Em folhas mortas de Musa. Pleospora herbavum (Pers.) Rabenh.

Nos caules secos duma Crassula.

Melogrammataceae

Melogramma Irpex (Berk. et Br.) Sacc. Em casca de árvores.

Clypeosphaeriaceae

* Trabutia Mollcriana Winter.

Em folhas de iSpathodea.

Anthostomella Molleriana Winter.

Nas folhas secas de Musa. A. itálica Sacc. et Spegaz.

Em folhas secas de Musa.

Xylariacea

Ustrulina vulgaris Tui.

No tronco de árvores. Hypoxylon malleolus Berk. et Curt.

Nas árvores. H. cetrarioides Welw. et Curr.

Na casea de árvores de região su- perior. Daldinia concêntrica (Bolt.) Ces. et Not.

Nas árvores. Xylaria polymorpha (Pers.j Grev.

No tronco das árvores. X. filiformis (Ali. et Schw.) Fr.

Na casea dum fruto. X. digitata (L.) Grev.

Em madeira podre. X. dichotoma Mont.

Em madeira podre. X. involiit;i (Khtz ) Cooke.

No tronco de árvores. X. nigripes (Klotz.) Cooke. X. scruposa (Fr.) Berk.

LICHENES (1) Pyrenocarpeae

Verrucariaceae

Verrucaria mamillana Ach.

Região superior. V. nitida Schrad.

Região superior. V. glabrata Ach.

Região superior. # V. glabriuscula Nyl.

Região superior. V. pyrenuloides Mut.

Região superior.

(1) Nylander, Dr. W. liol. da Soe. Brot., IV".

169

* V. lugescens Nyl.

Região superior.

# V. euthelia Nyl.

Região superior,

# V. infossa Nyl.

Região superior. V. trópica Ach.

Região superior. V. nucula Ach.

Região superior.

# V. albidoatraía Nyl.

Região superior.

Trypeíheliaceae

Trypethelium platystomum Mui., var. leucostormim Nyl. l. c. Região inferior.

* Tr. subalbeus Nyl.

Região superior.

Strigulaceae

Strigula complanata Mut.?

Mycoporaceae

* Mycoporum consimillimum Nyl.

região superior.

GYMNOCARPEAE Coniocarpinae

Sphaerophoraceae

Sphaerophorus coralloides Pers.

Região superior. Sph. compressus Ach.

Região superior.

Graphidineae

Arthcniaceae

Arthonia cinnabarina, var. adspersa

(Mut.) Nyl. N. Grau. p 97. A. Antillarum Fée.

A. bessalis Nyl. Andam, p 1.^. A. rubella Fée.

Região superior.

Graphidaceae

Opegrapha atra Pers. Região superior.

* 0. subuothella Nyl.

* 0. lepidella Nyl.

Região superior.

* Graphis timidula Nyl.

Região superior.

* Gr. subnivesceus Nyl.

Região superior. Gr. coutexta Pers.

Região superior. Gr. scripta Ach.

Região superior. Gr. teuella Ach.

Região suijcrior. Gr. diversa Nyl. N. Caled. p. 74.

Região superior. Gr. quadrifera Nyl.

Região superior. Gr. ohrysautera Mut.

Região superior.

* Phaeographis pervarians (Nyl. sub Graphis).

Região superior.

* Ph. lynceodes (Nyl. sub Graphis).

Região superior.

* Graphina albonotata (Nyl. sub Gra- phis).

Gr. rigida (Nyl.) f. Condaminea (Fée).

Gr. Acharii (Fée) Mull. Arg. Gr. soi^histica (Nyl.) Mull. Arg. Região superior.

Chiodectonaceae

Sarcographa labyrinthica (Ach.) Mull. Arg.

Região superior. S. trichnsa (Ach ) Mull. Arg.

Região superior. Chiodecton sphaerale Ach.

Região superior.

170

Ch. rubrocinctum (Ehrbg) Nyl. N. Gran. p. 110.

Região superior.

Rocellaceae

Rocella tinctoria D. C.

Cyclocarpineae

Lecanactídaceae

* Lecanactis leucophora Nyl.

* L. Montagnei (Borsch), var. deducta Nyl.

Thelotremaceae

Thelotrema albido-pallens Nyl. Andam. p.9.

Região superior (1110"').

* Th. foratum Nyl.

Região superior (1150""). Th. cavatum Ach.

Região superior (800'"-21-20™). Th. microporum Mut.

Região superior (1250'"').

* Th. subterebratum Nyl.

Lecideaceae

* Lecidea thomeusis Nyl.

Região superior (2120n>). L. tuberculosa Fée.

Região superior (IIOO^-ISOO-'). L. vigilans Tayl.

Região sujjerior (950"').

* L. furfurosula Nyl.

Região suijerior (950"). L. rubicola Cronau.

Região superior (900™) nas folhas de Elais guineensis. .# L. sopliodella Nyl.

Região inferior nas folhas da E. gnineensis. L. nigritula Nyl.

Região superior (1200'").

Cladonieae

Cladonia sphaerulifera Tayl.

Collemaceae

Leptogium azureum Ach. Região superior.

Pannariaceae

Pannaria rubiginosa (Thunb).

Stictaceae

Lobarina retigera (Ach.).

Região superior. Stictina intricata (Del) f. subargyracea, Nyl.

Região superior. S. argyracea (Del).

Região superior.

* Ricasolia interversans Nyl.

Região superior.

Lecanoraceae

Lecanora granifera Ach.

Região inferior. L. punicea Ach.

Região superior.

* L. dactylopholis Nyl.

Região superior. Coccocarpia molybdeia Pers.

Panmelíaceae

Parmelia tinctorum Despr. P. perlata (L.).

Região superior. P. ciliata D. C.

Em todas as regiões. P. crinita Ach. P. laevigata (Sm.).

Região superior.

Usneaceae

Ramalina subcomplanata Nyl. R. geniculata Hook. R. pusilla Le Prév. Usnea longíssima Ach. Região superior.

171

U. florida (L.).

Kegião superior. U. ceratina Ach.

Região superior. U. triehodea Ach.

Eegião superior. D. articulata Hoffm.

Região superior.

Physciaceae

Pyxine Meisseneri Tuck,

Physcia flavicans DC.

Ph. angustifolia Mey et Flot.

Região superior. Ph. speciosa Wulf.

Eegião superior. Ph. hypoleuca (Ach.).

Região superior. Ph. corallifera Tayl.

Região superior (800'" a 1300").

BASIDIOMYCETES Hemibasidii

Uredínales

Pucciniaceae

Puccinia rubigo vera (DC.) Winter. Em folhas de Cy2Jerus.

* Aecidium Pouchetiac Saco.

Em folhas de Pouchetia parvifloia.

* A. Cassiae Bres.

Em folhas de Cássia occidentalis. Uredo Commelinae Spegaz.

Em folhas de Traducantia. U. Vignae Bres.

Em folhas de Vigna lutea. U. Ficus Cast.

Em folhas de Ficus.

Auricuraliales

Aurícularíaceae

Auricularia polytricha Mont. No tronco de árvores.

A. fusco-succiuea Mont. Nos ramos de árvores.

Tremelineae

Tremellaceae

Tremella sarcoides (Diks.) Fr. Nos troucos de árvores.

Hymenomycetineae

Hypochnaceae

Corticium eoeruleum (Sclwad.) Fr. Em madeira húmida.

* G. Quintasianum Bres. et Roum.

Em madeiras. Hymenochaete damaecornis (Llnk) Lcv.

Em madeiras. H. tabacina (Sw.) Lev.

Em madeiras. H. tenuissima Berk.

Em madeiras. Stereum obliquum Mont. et Berk.

Em madeiras.

* St. fasciatum Schr., var. pulchellum Sacc et Berl.

Nas árvores. St. subpileatum Berk. et Cust.

Nas árvores. St. versicolor Swartz.

Nas árvores. St. lobatum (Kunze) Fr.

Nas árvores. St. bellum Kunze.

Região do Pico. St. hirsutum (Willd.) Fr.

No tronco das árvores.

* St. amphyrliytes Sac. et Bcrl.

No tronco das árvores. St. spadiceum Fr.

Nas madeiras. St. bicolor (Pers.) Fr.

No tronco das árvores. St. subpileatum Hak. et Curt.

No tronco das árvores.

172

St. duriusculum Berb. et Br.

Em madeiras. Thelephora affinis Berk. et Curt.

Em madeiras podres. Th. radicans Berk.

Nos troncos das árvores. Th. aurantiaca Pers. Craterellus crispus Fr.

Sobre a terra.

Clavariaceae

* Glavaria Henriquesii Brass. et Bonmg.

* Lachnocladium MoUeviaimm Sacc. et Roumg.

Nas madeiras.

Hydnaceae

* Phlebia Molleriana P. Heuu. Hydnura rawakense Pers. Irpex flavus Kloteseb.

Nos troncos das árvores.

Polyporaceae

Poria ferruginosa (Sclirad) Fries.

Nos troncos das árvores. Fomes igniarius (L.) Fries. F. iDectinatus Klotzsch.

Em troncos de árvores. F. senex N. et Murt.

Em troncos de árvores. F. lucidus (Leys) Fries.

Em troncos de árvores. F. amboinensis (Lmk.) Fries.

Sobre madeiras na região alta. F. australis Fries.

Nos troncos das árvores. F. ochrolaccatus Mont.

Nas madeiras. F. fulvellus Bres. Polyporus dictyopus Mont.

Nos troncos das árvores. F. gilvus Schm.

Nos troncos das árvores na região superior. P. scruposus Fries.

P. scruposus, var. isiãioides Berk.

Nas árvores na região superior. P. lichnoides Mont.

Nas árvores. P. Auberianum Mont

Nas árvores. P. zonatus Berk.

Nas árvores. P. rugulosuB Lev.

Nas árvores. P. atypus Lev.

Nas árvores. P. torquescens Sacc. et Bres.

Nos troncos das árvores. P. grammocephalus Berk.

Nas árvores. P. albo-gilvus Berk. et Curt.

Nas árvores. P. Venezuelae Berk. et Curt.

Nas árvores. Polystictus flãbelliformis Klotzsch.

Muito vulgar. P. rossogramma Berk.

Nas árvores da região superior. P. velutiuus Fries. P. Personii Fries. P. caperatus Berk.

Nas árvores da região superior. Trametes cubensis Mont.

Nas árvores

«

T. hypnoides (Sm.) Fries.

Nas árvores. T. badia Berk.

Nas árvores. T. cami)estris Quelet.

Nas madeiras. Daedalea quercina (L.) Pers.

Nas árvores. D. sanguínea Klotz. Lenzites áspera (Klotz) Fries.

Nas árvores L. repanda (Pers) Fries.

Nas árvores. L. deplanata Fries.

Hexagonia polygramma (Mont.) Fries. H. teuuicola Palis.

Nas árvores.

173

Laschia auriscalpum Mont.

Nos ramos podres na região superior. L. treraulosa Fries.

Nas árvores na região superior. Favolus purpurascens Berk. et Curt.

Nas árvores. F. Jacobaeus Sac. et Berl,

Nas árvores. F. brasiliensis Fr.

Sobre as raizes das árvores.

Aganícaceae

Cantharellus buccinalis Mont.

Na casca das árvores. Coprinus cinereus Schaeff.

Sobre a terra. Schizophyllum commune Fr.

Sobre as árvores. Lentinus villosus Klotzsch.

Na? árvores. L. descendeus Fries.

Nas árvores da região superior. Marasmius amadelphus (Buli.) Fries.

Nos ramos das árvores. M. splachnoides Fr.

Sobre folhas mortas. Nancoria fusco-olivacea Bres. et Rourner.

Nos troncos das árvores. Hyporhodius papillatus (Bres.).

Sobre a terra.

Phallineae

Ciathraceae

Clathrus parvulus Bres. et Roumg. Nos troncos podres.

Plectobasidiineae

Tulostomaceae

Tulostoma Mollerianum.

FUNGI IMPERFECTI Sphaeropsidales

Sphaeropsidaceae

Phyllosticta dcstructiva Desm. Nas folhas dum Hibisco.

* Ph. Fiei Bres.

Nas folhas dum Ficus.

* Ph. dissiminata Winter.

Nas folhas do Ormocarpus sesa moides.

* Ph. Ormocarjili Bres.

Nas folhas do Ormocarpus sesa- moiães.

* Ph. Theobromae S. Cam. et A. Cam.

Nas folhas do cacaoeiro. Actinonema Rosae (Lib.) Fries.

Nas folhas de roseiras cultivadas. Diplodia cococarpa Sacc.

Nos frutos do cacaoeiro >

* D. cacaoicola Henn.

Nos frutos do cacaoeiro.

* Diplodia Sterculiae Winter.

Nos frutos podres de Sterciilia. Chaetodiplodia diversispora E. March. Nas bracteas dos coqueiros.

* Lasiodiplodia Thomeana Sacc.

Nas folhas da Schefflera líenriquesi.

* Camerosporium megalosporiíam S. Cam

* Septoria jMolleriana Bress. et Roumg.

Nas folhas de Catmvalia obtusifolia.

* Aschersonia chaetospora Sacc. A. parnjjhysata Sacc.

Melanconiales

Melanconiaceae

* Gloeosposium laccatum Winter.

Nas folhas das Artocarpeas.

* Colletotrichum maculans Winter.

Nas folhas duma Asclepia. Pestalozzia funérea Desm.

Nas folhas do Persea gratíssima.

* P. conglomerata Bres.

No pericarpo das Anonas,

174

HYPHOMYCETES

Mucedinaceae

Sterigmatocystis luteo-nigra Lutz. Verticillium candidulum Sacc.

Nas folhas de Conopharingia. Acrostolagmus Vilmorini Gueg.

Dematíaceae

Stachybotrys papyrogena Sacc.

Nas folhas podres de Musa. Trichosporium splenicum Sacc. etBerl.

No hymenio do Stereum subpiliatum. Zygosporium orcheoides Mont.

Nas folhas da Carica Papaya.

* Helminto sporium clavatum Winter.

Nas folhas de Spathoclea.

* H. parasiticum Sacc. et Berl.

Sobre o stroma de Diaporthe. Macrosporium verrucosum Lutz. Em frutos doentes do cacaueiro,

* Cercospora aequatorialis Winter.

Em folhas de compostas. C. crassa Sacc.

Nas folhas dum Sonclius na região alta.

* C. Mangiferae Winter.

Nas folhas da Mangifera indica. C. Nasturtii Passerini.

Nas folhas de cruciferas. C. Gilbertii Speg.

Nas folhas da Celosia trigina. C. rosicola Passerini.

Nas folhas de roseiras.

* C. striaeformis Winter.

Em folhas de gramíneas.

Stílbaceae

* Isaria arbuscula Bres. et Koumeg.

Na casca de ramos podres.

* Arthrosporium parasiticum Winter.

Parasita na Meliola inermis.

Tuberculariaceae

* Tuberculina apiculata Sacc.

Nas folhas dum Clerodendron. Fusarium Theobromae Lutz.

Nas sementes fermentadas do Ca- caueiro. Chaetostroma atrum Sacc.

Nas folhas secas de Musa.

EMBRYOPHITA ASIPHONOGAMA Hepaticae (1)

Ricciaceae

Riccia fluitans L. Região superior.

Marchantiaceae

Dumortiera hirsuta (Sw.) R. BI. Nees.

Região superior. Marchantia planiloba Stef.

Jungermanlaceae anakrogynae

* Aneura erosa Stef. A. reticulata Stef.

A. piuguis (L ) Dumort.

Região superior. Metzgeria recurva Stef.

Região superior.

* M. thomensis Stef. Pallavicinus piliferus Stef.

Jungermaniaceae acrogynae

I. Epigonianthecae

* Syzygiella geminifolia (Milt.) Stef.

* Plagiochila rotundifolia Stef.

(1) Stephani in Boi. Soe DroUriana, 17, 1886; Bui. de 1'herbier Boissier ; Hedwigia, 1891, 1896 Engler Bot. Jahrh.

175

P. Molleri Stef.

Eegião superior na casca das ár- vores.

* P. bruneola Stef. P. thomensis Stef. P. amplifolia Stef.

* P. mauritiana Nees., var. angustifolia Stef.

P. triangularis Stef.

* P. Quintasii Stef.

* P. gibbiflora Stef. P. flabellata Stef.

Região sujjerior. P. Winteri Stef. P. clavaeflora Stef.

Forma integerrima. P. curvatifolia Stef Lophocolea devexa Mitten.

* L. Molleri Stef

Região superior na terra húmida. Conoscyphus inflexifolius Mitten.

* Chiloscyphus thomensis Stef.

li. Trigonantheae

* Mastigobryum Molleri Stef

Região superior. Sprucella succida (Mett.) Stef.

III. Ptiiídíoideae

Chandonanthus hirtellus (Weber) Mit- ten.

Região superior.

* Schisma molle Stef.

Região superior.

IV. Stephanoldeae

* Radula thomensis Stef. R. bipinnata Mitt.

Região superior. R. tamariscina Mitt.

* R. Molleri Stef. R. angustata Stef.

Região superior. R. tubaeflora Stef.

V. Pleurozioideae

Pleurozia gigantea (Weber) Lindb.

VI. Bellincinoídeae

* Bellincina thomensis Stef

VII. Jabuloídeae-Frullanieae

* Frullania (Chonanteiia) thomensis Stef.

Fr. africana Stef.

* Fr. (Galeiloba) Molleri Stef. Fr. Stephauii Schfín.

Fr. (Thyopsiella) cordata Mitt,

* Fr. laceriloba Stef.

* Fr, cordifolia Stef.

* Fr. (Meteriopsis) subatrata Stef. Fr. angulata Mst.

VIM. Jabuloldeae-Lejeuneae

Mastigolegeunea Buttneri Stef. M. túrgida Stef Ptychocoleus amplectens Stef.

* P. Quintasii Stef.

* P. Molleri Stef.

* Brachiolejeunia thomensis Stef.

* B. nigra Stef.

Marchesina excavata (Mett.) Stef.

* Odontolejeunea thomensis Stef

* Prionolejeunea fissistipula Stef. Drepanolejeunea clavicornis Stef.

* D. Molleri Stef.

* D. Gomphiae Stef

* Leptolejeunea Quintasii Stef.

* L. thomeensis Stef.

Região superior. Ceratolejeunia floribuuda Stef.

* Taxilejeunea lougirostris Stef.

* T. ramorissima Stef

* Hygrolejeunea grossocristata Stef.

* H. pulcherrima Stef.

* H. patelliro.stris Stef.

* Enosmolejeunea grandlstipula Stef.

* Microlejeunea cochlearlfolla Stef.

* Leptocolea crenatiflora Stef.

* Diplaziolejeunea cavifolia Stef.

176

Anthrocerataceae

Aspiromitus pinnatus Stef.

MUSCI (1)

Acrocarpi

Dicraneaceae

* Trematodon flexifolias C. Mull.

Região superior.

* Leucoloma gracilescens Brotb. L. secundifolium. Brotli.

* Gampylopus Quintasii Brotli. C. erytlirocaulon Broth.

Leucobryaceae

* Leucobrium homalophyllum Broth. *L. leucoplianoides C. Mull,

* Leucophanes MoUeri C. Mull.

Fissídentaceae

* Fissidens subglaucissimus Brotb.

Calympenaceae

Sirropodon lainprocarpus Mitt. Região superior nas árvores.

* S. Quintasii Brotb.

* Calymperes thomeanum C. Mull.

Região superior.

Orthotrichaceae

* Macromitrium undatiíblium C. Mull.

Região superior nas árvores.

Splachtiaceae

* Tayloria (,Ortbodon) tbomeana (Brotb).

Região superior nas árvores.

Funariaceae

* Funaria acicularis C. Mull.

Região superior.

Bryaceae

* Bryum squarripilum C. Mull. B. erytbrostegum C. Mull.

Região superior nas árvores.

* B. areoblastum C. Mull.

* B. Molleri C. Mull.

Região superior ; Pico. B. subuliferum Mitt. Rhodobryum Quintasii (Brotb) Paris.

Rhisogoníaceae

Rhisogonium spiniforme (L.) Brucb. Região superior.

Bartramiaceae

* Philonotis tricbodonta (C.Mull.j Paris.

* Ph. mauotbecia (C. Mull.) Paris.

Região superior sobre a terra.

Poiytnichaceae

* Fogonatum Molleri (C. Mull.) Paris.

Região superior. P. rnbenti-viride (C. Mull.) Paris. Região superior.

Pleurocarpi

Necheraceae

* Orthostichidium thomeanum Brotb. in Engl. v. Prantb, Pflanz, tamil.

* Pilotrichélla ealomicra Broth.

* P. inflatifolia C. Mull.

* Região superior ; encostas do Pico.

* P. leptoclada C. Mull.

Região superior; encostas do Pico.

(1) Boi. da Soe. Uiot., IV, VIII. Hiern, Catalogue of M"dw. african Plants. T uris IndeJ) mus- corum

177

* Floribundaria pateutissima (C. Mull.) Bio th.

Região superior iias árvores.

* F. Molleri (C. Mull.) Broth.

Região superior perto do Pico.

* Trachydopsis Qiiiutasiauua C. Mull. Pinnatella africaua (C. Mull.) Fieiscb.

* Parotrichum Quintasii Broth.

* P. caudatum Broth. P. corticola Kindb.

Thamnium Molleri (C. Mull.) Paris.

Hookeriaceae

* Callicostella thomeana Broth.

Região superior.

* C. Quintasii Broth.

* C. chionophylla (C. Mull.) Broth.

Região superior nas árvores.

* Lepidopilum niveum (C, Mull.) Paris.

Região superior nas árvores.

Hypoptenygiaceae

* Hypopterygium subtrichocladon Broth. H. laricinum Hook.

* H. brevifolium Broth.

Região superior.

Leskeaceae

« Thuidium iuvolvens (Hedw.) Mitt.,

var., thomeanum Broth. Microthamnium subelegantulum Broth. Região superior.

* M. lepto-reptans Broth. Ectropotheciumbrevifalcatum (C. Mull.)

Kindb.

Região superior.

E. drepaniphyllum Broth,

Região superior.

* Acanthocladium trichocoleoides (C. Mull.) Broth.

Região superior.

* Isopterygium uauoglobuni (C. Mull.) Paris.

Região superior.

* Vesiculariã flaucula Broth.

Região superior nas árvores.

Lematcphyllaceae

* Rhaphidostegium amblystegiocarpum (C. Mull.) Paris.

Região superior.

* Trichostelum dicranelloides Broth.

Região superior.

* T. subpycnocylindricum Broth.

Rhacopilaceae

* Rhacopilum orthocarpoides Brot.

* R. thomeanum Broth.

Região superior nas árvores.

Brachythecaoeae

* Rhynchostegium HopíFeri (Welw. et Duby) Gepp.

PTERIDOPHYTA (1) Pilicales leptosporangiatae

i. Hymenophyilaceae

Trichomanes hymeuoidcs Hedw.

Região superior. T. pyxidiferum L.

Região superior. T. radicans S. Schrad.

Desde a região inferior até 1800'". T. reptans S\v.

Região inferior (Chevalier). Hymenophyllum polianthoa Schrad.

Região superior. H. ciliatum Schrad.

Região superior.

(1) Boi. da Soe. Brot., IV.

13

178

li. Cyatheaceae

Cyathea Manniana Hook.

Eegião superior nas encostas do Pico.

C. Welwitscbii Hook.

Região superior.

III. Polypodlaceae

Aspidieae

Dryopteris cirrhosa (Schum) O. Kze. Região superior, no Pico.

D. orientalis (Gmd.) C. Christ.

Região superior. D. Filix-mas (L.) Schott. Gm. fil., var.

elongatum Hook, et Grevil. D. securidifoi-mis (Hook.) C. Clirist.

* D. Henriquesii (Baker) C. Christ.

Região superior. D. truncata (Point) O. Kze. D. parasitica (L.) O. Kze.

* D. afra Christ.

Região superior. D. striata (Scluim) C. Christ.

Região superior. D. truncata (Poir) O. Kze.

Região superior nas margens do rio Agua Grande. D. opporitifolia (Hook.) Urban.

Região superior, Pico. D. pennifera (Forst.) C. Christ.

Região superior. Didymochlaena truucatula (Sw.) .T. Sim.

Região superior. Aspidium cicutarium (L.) Sw.

Região superior. A. nigrescens Mett.

Leptochilus auriculatum (Lam,) C. Christ.

Região superior (Chevalier). L. virens (Wall.) C. Christ. # L. phanerodictyum (Bak.) C. Christ.

Oleandreae

Oleandra articslata (Sw.) Pr. Região superior.

Davallieae

Arthropterisobliterata (R. Br.) J. Smith. Nephrolepis bisserrata (Sw.) Schott.

Em todas as altitudes. N. cordifolia (L.) Pr.

Região superior. Davallia denticulata (Burm.) Mett. Microlepia speluncac (L.) Moorn.

Ilhéu das rolas e na região supe- rior. Odontosoria chinensis (L.) Sm , var. di- varicata Christ.

Região superior sobre as árvores.

Asplerdeae

Athyrium macrocarpum (BI.) Bedd.

Região superior. Diplasium arborescens (Bory) Fée.

Região superior. D. proliferum (Lam.) Thouars. Aspleniuin Currori Hook. A. variabile Hook. A. hyppomelas Kuhn.

Região superior. A. vagans Baker.

Região superior. A. longicanda Hook.

Região superior. A. lunulatum Sw,

Região superior. A. anisophyllum Kze.

Região superior. A. serra Langsd. et Fisch.

Região superior (Pico). A. adiantoides (L.) C. Christ.

Região superior. A. dimidiatum Sw. Prodr., var. exaustum Christ.

Região superior. * A. MoUeri Hieron. A. unilaterale Lam.

Região superior. A. praemorsum Sw.

Região superior. A. pedicularifólium St. Hil.

S. Tomé e Príncipe (Barter e Mann).

179

A. drageanum-Kzc.

Região superior. A. caudatum Forst. Prod., var. suhin- tcgrum Christ.

Região superior nas rochas húmidas no caminho do Pico. A. africanum Desv.

S. Tomé (Welwitsch). A. protensum Schrad.

Região superior. A. emargiuatum P. Beanv.

Região superior. Stenochlaena sorbifolia (L.) J. Sim.

Região superior.

Pterideae

Gymnogramlnae

Coniogramma fraxinea (Desv.) Diels. Região superior nas margens do Contador e no Pico.

Cheilanthinae

Pellaea Doniana (J. Sm.) Hook.

Ilhéu das Rolas. Hypolepis sparsisora (Schrad.) Kuhn.

Região superior.

Adiantlnae

Adiantum tetraphyllum Willd. A. lunulatum Burm. Fl. A. candatum L.

Pteridlnae

Pteris biaurita L.

Em todas as altitudes. P. atrovirens Willd.

Região superior. P. tripartita Sw. P. brevisora Bakr. Histiopteris incisa (Thumbg.) J. Smitt.

Região superior. Pteridium aquilinum (L) Kuhn., var. lanuginosum.

Em toda a ilha.

Lonchitis pubescens Willd.

Região superior. L. occldentalis Bnker.

Em todas as altitudes. L. Currori (Hook.) Mett.

Região superior.

Vittarieae

Vittaria lineata (L.) Sm. Anthrophyum Mannianum Hook. Em todas as altitudes.

Polypodieae

Hymenolep.s spicata (L. fil.).

Região superior ; em Trás dos Mon- tes. * Polypodium Molleri Baker.

Região superior; sobre as árvores no Pieo. P. loxogramma Mett.

Região superior. P. vaccinifolium Langs. et Fischer.

Região superior sobre as árvores. » P. oosorum Baker.

Região superior sobre as árvores, P. lineare Thumb.

Região superior, P. lycopodioides L.

Ilhéu das Rolas. P. punetatum Sw. P. phymatodes L.

Em todas as altitudes. P. astrosorum Christ.

Região superior (Chevalier). Diynaria Willdenowii (Bory).

Acroatlclieae

*Claphoglossum Chevalicri Christ.

Região superior; Pico. E. conforme (Sw.) Schott.

Região superior. E. Aubertii (Desv.) Moore.

Região superior.

180

E. vJlIosum (Sw.) J. Smith.

Região superior. Acrostichum aureum L.

Ilhéu das Rolas. Platycerium stemaria (Beanv.) Desv.

Gleicheniaceae

Gleichenia linearis (Burm.) Clarke.

Região superior uas margens do rio Contador.

Marattiales

Marattiaceae

Marattia fraxiuea Sm.

Em todas as altitudes.

Ophiaglossales

Ophioglossaccae

Ophioglossum reticulatum L.

Lycopodiales

Lycopodiaceae

Lycopodiuin verticillatum L. fil.

Região superior sobre as árvores. L. gnidioides L. fil.

Região superior. L. dacridioides Baker.

Região superior sobre as árvores. L. Phlegmaria L. L. cernum L.

Região superior. L. clavatum L.

Região superior.

Seliaginellaceae

* Sellaginella Molleri Hier.

Região superior.

# S. Mannii Baker.

No Pico.

EMBRYOPHYTA SIPHONOGAMA Gymnospermae (1)

Coniferae

Taxaceae

# Podocarpus Mannii Hook. Pinheiro da terra.

Região superior.

Angiospermae

Monocotyiedoneae

Pandanales

* Pandanus tbomensis, J. Henriq. Pau

esteira.

Região inferior, litoral.

Glumiflorae Gramineae

Coix lacryma L.

Região inferior (600-800'"). Andropogon Sorghum Brot., var. effusus

Hackel A. contortus L. a genuinus, siibvar. typicus Hack.

Região inferior. A. rufus Kunth. a genuinus Hackel.

Região inferior. Paspalum conjugatum Berg.

A todas as altitudes. P* scrobiculatum L.

Região inferior. P. paniculatum Gaertn.

Região inferior. Eriochloa puuctata Hamilt.

Região inferior, litoral. Isachne Mauritiana Kunt.

Região superior. Panicum sauguinale L,

Região inferior.

(1) Boi da Soe. Brot., V,

181

P. uueinatum Raddi.

Região superior, Pico. P. brevifolium L.

Em todas as altitudes. P. homonymum Steud.

Região inferior. P. indicum L.

Região superior. P. maximum Jacq.

Região inferior. P. ovalifolium Poir.

Região inferior. P. costatum Roxbourg.

Região inferior. P. elatum Aubl. Oplinesmus afrieanus P. Beanv.

Região inferior. 0. barbifultus Hochst.

Região superior (1200'"-1300'"). 0. Jacquini Kuuth.

Região inferior. Pennisetum Benthami Anders.

Região superior. P. unisetum Kunth.

De 600"'-1000"'. P. purpurascens Humb. et Kunth.

Região inferior. Stenotraphum americanum Schrank.

Região inferior, litoral. Olyra brevifolia Schumacher.

Litoral. 0. latifolia L.

Leptaspis cochleata Thw. •, L. conchifera Hackel in Boi. Soe. Brot.

Região inferior. # Sporobulus Molleri Hackel.

A diversas altitudes (770 "-1300"'). Sp. virginicus Kunth.

Zona litoral. Sp. indicus Brown.

Região inferior. Cynodon dactylon Pers.

Zona litoral. Chloris abyssiuica Hochst.

Região inferior. Ch. radiata Swartz.

Região superior (800'"- 1100'")

Eleuzine indica Gaertu.

Região inferior. Centotheca lappacca Dew.

Região inferior. Rottboellia exaltata L.

Regiào inferior.

Cyperaceae

Hypolytrum afrieanum Nees. ; II. ne- morum Ridlcy in B. Soe. Brot.

Região inferior. Cyperus difíormis L.

S. Thomé (Don). C. Manuii C. B. Clarke ; C. elegans Ri-

dley non Vahl in B. Soe. Brot. C. Reuschii Roech. ; C. sylvicola Ridley in B. Soe. Brot.

Região superior. C. sphacelatus Ruttb.

Região inferior, C. distans L. fil.

Região inferior. C. rotundus L., var. laxatus C. Clarke. C. exaltatus Retz.

S. Tomé (Don). Mariscus Dregeanus Kunth ; C. dubius Rottler in B. Soe. Brot.

Regiào inferior. M. umbellatus Vahl.

Região inferior. * M. thouiensis C. Blarke ; C. flavus Ri- dley non Boech. in B. Soe. Brot.

Desde 20'"-1100"'. M. rufus H. B. et Kuntli. M. flabelliforinis II. B. et Kunth.; C.

umbellatus Ridley no B. Soe. Brot. Killinga peruviana Lamk.

Ilhéu das rolas. K. pumilla Mich.

Regiào superior. Fuirena umbellata Rottbol.

S. Tomé (Don). Fimbristylis ferruginea Vahl.

S Tomé (Rattray). F. monostachys Thwaites.

B. Tomé (Dou).

182

# Mapania ferruginea Ridley.

Kegião superior (1100"-1350"). M. subcomposita C. Clark. M. superba C. Clark.

Região superior. Carex leptodadus C. Clark.

Região superior ; Pico.

Príncipes

Palmae

Borassus flabellifer., var. aethiopicum Warburg. Região inferior (cultivado).

Coccolneae

Coccos nucifera L. Coqueiro.

Região inferior (cult.). Elais guineensis Jacq. Palmeira An- dim ou do Óleo.

Região inferior (cult.).

Spathiflorae

Araceae

GulcãSia angolensis Welw. Pimenta da terra.

Região inferior. C. scandens P. Beanv.

Região superior. Colocasia antiquorum Schott., var. e«- ctdenta.

Cultivada em algumas roças. Galadium bicolor Vent.

Região inferior.

Farinosae

Bromeliineãe

Bromeliaceae

Ananás sativa Lindl. Ananás. Cultivado e quási espontâneo.

Juncaceae

Luzula campestris DC, var. Mannii Bu- chin.

Pico de S. Tomé.

Commelinineae Qommelinaceae

PoUia Mannii C. Clark.

Região superior. P. condensata C. Clark.

Em altitudes diversas. Palissota pcdicellata K. Schum.

Região superior. P. laxiflora C. Clark.

Região superior. P. bracteosa C. Clark , P. Mannii in Boi.

S. Brot. Commelina nudiflora L. Aneilema beninensis (P. Beauv.) Kunth. Bufforrestia imperforata C. Clark.

Liliiflorae

Liliineae

Liliaceae

Dracaena arbórea Link. Pári sabão.

Em altitudes diversas. D. elliptica Thumb. et Dalm.

Amaryllidaceae

Hippeastnim Reginae (L.) Herb. Crinum giganttum Aubr.

S. Tomé (Don). C* podophyllum Hook.

Dioscoraccae

Dioscorea sativa L. Oto/ti, luhane Zam

buço.

D. alata L.

183

D. prehensilis Bentli.

C. (Heimia) diimctorum. Bofo.

D. Wehvitchii Rendle. Cuini.

Scitamineae

Musaceae

Musa sapieutium L, yíiy . pai adirica L. Cultivada na região inferior.

A variedade vittata, que se diz oriunda da ilha de S. Tomé, é hoje ali desco- nhecida.

Zíngiberaceae

Costus afer Ker.

* C. giganteus Welw. Bordão de ma- caco.

* Renealmia grandiflora Baker; Alpinia africana Kidley in B. Soe. Brot.

Amomum Melagueta Rose. A. angustifoliuin Sonnerat., A. erythro- carpum Ridley.

Cannaceae

Canna indica L. subsp. orientalis Rose. Região inferior.

Marantaceae

Thaumatococcus Daniellii Benth.

Região inferior, Maranta araudinacea L.

Região inferior.

Microspermae

Orchidaceae

* Habenaria thomana Rchb. •, H. barrina Ridl.

Pogonia umbrosa Rchb.

* Zeuxine elongata Rolfe.

Região superior.

* Cheirostylis lépida Rolfe Ch. heterosepala Rchb.

Manniela Gustavi Rchb.

Região superior. Eulophia latifolia Rolfe. Corymbis Welwitschii Rchb.

* Orestias elegans Ridl.

Região superior.

* Polystachia albesceus Ridl.

Região superior; Pico. P. tessellata Lindl.

* P. Ridleyi Rolfe.

Região superior.

* P. expansa Ridl.

Em altitudes diversas.

* P. disticha Rolfe. Calanthe corymbosa Lindl.

Região superior.

* Bulbophyllum resupinatum Ridl.

Em altitudes diversas.

* B. Quintasii Rolfe. B. recurvum Lindl. Megachlinium maximum Lindl.

Angolares.

Mi. falcatum Lindl.

Angolares.

* Angraecum flexuosum Rolfe; Redino- xium flexuosum Ridl. in B. Soe. Brot.

Região superior.

* A. Quintasii Rolfe.

Região superior.

* A. Henriquesianum Rolfe.

* Listrostachis acuta Rolfe; Angraecum acutum Ridl. in B. Soe. Brot.

* L. subclavata Rolfe; A. subclavatum Ridl. 1. cit.

* L. thomensis Rolfa; A. thomense Rolfe in B. Soe. Brot.

* Mystacidium Astroarche Rolfe; A. Aa- troarche Ridl. 1. cit.

Região inferior. M. rutilum Durand et Schinz; Listrosta- chis rutila Ridl. 1. cit. Região superior.

* M. dolabriforme Rolfe. M. distichum Benth,

Região inferior. Vanilla plauifolia.

liegião inferior (cnbtivada).

184

vai', ihomeanum

DICOTILEDONEAE (1)

ARCHICHLiMYDEAE

Piperales

Piperaceae

Piper eapense L. fil. P. subpeltatum Willd.

Kegiâo superior. P. guineense Schum., C. D. C.

Região inferior.

# P. pseudo-silvaticum C. DC.

Região superior.

# P. Molleri C. DC.

Região superior.

* Peperomia Molleri C. DC.

Região superior.

* P. thomeana C. DC.

Região inferior Angolarcs P. pelliicida Kunth.

Região inferior. P. Martiana Miq.

Região inferior. P. Holstii C. DC.

Região inferior.

Urticales

Ulmaceae

Celtoideae

Ceitis Darandii Engl. Páuféde.

Região inferior. C. Prantlii Priemer. Quaco branco.

Região inferior. C. Soyauxii Engl. Páu capitão.

Região inferior. Trema affiuis Blum; T. guineense Fi- calho in PI. úteis da Afr. port. Páu cabra.

Moraceae

Meroideae

* Clorophora tenuifolia Engl. ; C. excelsa Heniiq. in B. Soe. Brot. Amoreira.

Região inferior.

# Mesogyne Heuriquesii Engl.

Região inferior Angolarcs. Treculia africana Dene. Iza-quente. Região inferior.

Artocarpideae

Artocarpus incisus L. fil. Fruia pão.

Região inferior (cult.). A. integrifolius L. fil. Jaca.

Região inferior. Castilloa elástica.

Região inferior (cultivada). Bosquiea angolcnsis Ficalmo?

Região inferior. Exemplar sem flores e sem frutos. Deter- minação i)or comparação com exem- plares africanos.

Artocarpoideae

Ficus mucusso Welw.

Região inferior. F. exasperata Warb.

Região inferior. F. subcalcarata Warb. et Schwein

Em diversas altitudes. F. trochocarpa Warle.

Região superior. F. Vogelii Miq.

Região inferior (Chevalier) F. Gilleti Warb.

Região inferior (Chevalier) F. Demeuxi Warb.

Região inferior.

Comocephaloideae

Musanga Smithii R. Br. Região inferior.

Gojfe

(1) nol. da fíoc. Brot., X.

185

Cannaboideae

Cannabis sátira L. Liamba. Região inferior.

Urticaceae

Urera obovata Bentn,, var. Quintasii Engl

Região superior. Fleuria aestuans Gaudich. a Linnaeaua Wedd.

Região inferior. Pilea Manniana Wedd.

Região superior.

P. ceratomera Wedd.

Região superior.

* Elatostoma Welwitachii Engl.

Região superior.

* E. Henriquesii Engl.

Região superior. E. angolense Engl. Região superior.

* E. thomense Henriq.; E. parvulum Engl.

região superior. Boehemeria platicarpa Wedd.

Região inferior Pouzolzia guineensis Benth.

Santalales

Santãlineae

Olacaceae

Heisteria parviflora Smitli. Nono. Região superior.

Polygonales

Polygonaceae

Rumex abyssinica Jacq.

Região superior (Pico o Lagoa Amélia). Polygonum senegalense Meisn.

Região inferior.

Centrospermae

Chenopodiineae

Chenopodíaceae

Chenopodium álbum L.

Região inferior. Ch. ambrosioides L.

Em todas as altitudes.

Amarantaceae

Amarantoideae

Gelosia trigyna DC.

Região superior. C. argêntea L

Região inferior. Amarantus spinosus L.

Região inferior. A. viridis L.

Em todas as altitudes. Cyathula prostrata Blume.

Em todas as altitudes. Achyranthes áspera L. Folha galo.

Região inferior. Pupalia lapacea Moq.

Região inferior.

Gomphrenoideae

Alternanthera sessilis R. Br.

Região inferior. A. Achyrautha R. Br.

Região inferior. A. nodiflora R. Br.

Região inferior Angolarcs. Irisine vermicularis (L.) Moq.

Região inferior.

Phytolaccineae x Nyctaginaceae

Mirabilis Jala[)a L.

Região inferior. Boerharia adscendens Willd.

Região inferior.

186

B. paniculata Ri eh. Região inferior.

Phytolaccaceae

Phytolacca dodecaudria lj'Herit.

Região superior. Ph americana L.

Região inferior.

Portulacineae

Portulacaceae

Talinum crassifolium Willd. Região inferior.

Caryophyllineae Carlophyllaceae

Stellaria Mannii Hook.

Região superior. St. media (L.) Smith.

Região superior. Drymaria cordata Willd.

Região superior.

Ranales

Magnoliineae

Anonaceae

Uvarioideae

Polyalthia acuminata Oliv. Pàu preto. Região inferior; Angolares.

Xylopeae

Xylopia africana Oliver.

Em altitudes diversas. Oxymitra sp. O patenti Bentli. affinis. Inhé preto.

Região superior (Welw ). Anona muricata L. Sap-sap : Coração de preto.

Região inferior.

A. palustris L. Nona.

Na parte inferior da região superior. Monodorea Myristica Dun., var. gran- di flora Oliver. Região superior.

Myristicaceae

Myristica Kombu Baill.

Região superior ; Monte Café (Welw). M. macrocarpa Welw.

Região superior. M. fragrans.

Cultivada em Monte Café.'

Lauraceae

Cinnamomum Camphora Nees et Ekerm. Carnforeira.

Cultivado em algumas roças. C. zeylaudicum Brayn., var. commune Nees. Caneleira.

Cultivado em Nova Moka. C. Burmanui Blume.

Região superior (Chevalier). Persea gratíssima Gaertn. Abacateiro.

Cultivado.

Hernandiaceae

Hernandia beninensis Welw. Bungo. Região superior

E-hoeadalés

Rhoeadineae

Papaveraceae

Argemone mexicana L.

Região inferior no litoral. Fumaria officinalis L.

Região inferior.

Capparidineae

Cruciferae

Coronopus didymus (L.) Sm. Região inferior.

187

Diplotaxis tenuisiliqna Delil.

Região superior. Brassica juncea (L.) Coss. Mostarda.

Região inferior. Nasturtium officinale R. Br.

Cultivado e quási expoutâneo nas terras altas. Cardamine africana L.

Região superior. Capsella bursa-pastoris (L.) Moench.

Região superior.

Capparidaceae

Cleome ciliata Schura. et Thonn.

Região inferior. Pedicellaria pentaphylla (L.) Sehrank.

Vulgar em toda a ilha. Capparis tomeutosa Lamk.

Região inferior.

Rosales

Saxifragineae

Crassulaceae

Kalanchoe crenata Haw.?

Região inferior. Exemplar bastante incompleto colhido em Porto Alegre.

Eosiueae Rosaceae

Eriobotrya japoniea.

Cultivada. Rubus pinnatus Willd.

Região superior. Âlchemillã tenacicaulis Hook.

S. Tomé (Chev.). Rosa laevigata Much. Parinarium excelsa Sabin.

S. Tomé (Mann). P. macrophylla Sabine,

S. Tomé (Don.).

Connaraceae

Connarus africanus Lamk. Corda anã.

Ilhéu das rolas. Agelaea obliqua P. Beauv. Caestis oblongifolia Baher. Mondim Muda.

Ilhéu das rolas.

Leguminosae

Mimoseae

Acácia Farnesiana Willd.

A. pennata Willd.

Leucaena glauca Benth.

Mimosa asperata L.

M. pudica L.

Tetrapleura Thonningii Benth. Cm-'

pira. Parkia intermédia Oliv Luha. Pentaclethra macrophylla. Sucupira.

Caesalpinioideae

Cynometra Mannii Oliv. Tamarindus indica L. Tamàrideiro.

Região inferior. Dialium guineense Willd. Salambá.

Região superior. Cássia occidentalis L. Maiobo, Fede- goso. C. Sophora L.

Em diversas altitudes. C. Tora L. C. mimusoides L.

Região inferior, litoral. C. siberiana DC.

Região superior. Gaesalpinia Honducella Fleming.

Litoral; illieu das rolas. C. pulclierrima (L.) Sw.

Fapiliouatae

Sophora tomeutosa L. Crotalaria othrolenca G. Don. C. intermédia Kotschy. Litoral.

188

C. striata DC. Indigofera hirsuta L. I. endecaphylla Jacq.

Litoral. I. Anil L.

Tephrosia Vogelii Hook. f. T. flexnosa G. Don.

Região inferior. Milletia Barteri Dum. Sesbania pubescens D C. Diphaca cochinchinensis Lour.

D. verrucosa (P. Beauv.) Taub. Aeschynomena indica L. Arachys hipogaea L. Ginguha. Desmodium lasiocarpum D. C. D. adscendens D. C.

D mauritianum D. C. D. scalpe D. C.

Região superior, perto do Pico. D. incanum D. C. Alysicarpus vaginalis D. C.

Litoral. Uraria picta D. C. Dalbergia acastophyllum (L.) Taub. Lonchocarpus macrophyllus H. B. etK.

Colema. Glycine hedisaroides Willd.

Litoral. Teramnus labialis Spreng.

S. Tomé (Don. Chevalier). Mucuna pruriens D. C. M. ureus Medik. Diodia reflexa Hook. f. Corda Ipé.

Ilhéu das rolas. Canavallia marítima P. Thouar. C. iucurva P. Thouar.

Litoral Cajanus indicus Spreng. Rhychosia caribaea D. C.

S. Tomé (Don). R. debilis Kook. f.

S. Tomé (Don) Phaseolus luuatus L. P. adenanthus G. F. W. Mey. P. vulgaris L.

Cultivado até 800"\ Vigna triloba Walp.

V. lutea A. Gray. V. Donii Baker.

Geraniales Geranineae

Oxalidaceae

Oxalis corniculata L., var. stricta Oliv,

Região superior. 0. caprina L.

Rutaceae

Xanthoxylum maerocarpa Oliv.

Sudoeste (Chevalier). Pagara megalacautha (Planch.) Engl. Marapião.

Região superior.

* F. thomensis Engl.

Burseraceae

* Pachylobus edulis Don. Safú, Mu-

hafo.

Região superior.

* Santiriopsis balsamifera (Oliv.) Engl. Bálsamo de S. Tomé.

Região superior.

Mel iaceae

Melioideae

* Garapa Goge Chev.

Turraea Vogelii Hook f. Vara preta. Trichilia grandifolia Oliv. Região superior.

Malpighineae

Malpighiaceae

Acridocarpus Semeathmannii Guill, et Perrot. Milando hometn. Litoral.

189

Dichapetalineae Dichapetalaceae

* Dichapetalum Bocageamun Eiigl.; Chailletia Bucageana Henriq. Me- lambó.

Angolares.

Tricoceae

Euphorbíaceae

Phyllanthus Niruri L, Ph. discoideus Muel. Arg. Ph. floribundus Muel. Arg.

(Chevalier). Ph. odentadeuium Muel. Arg.

(Chevalier).

* Cyclostemon glaber Pax.

* C. Henriquesii Pax. Nó-nó.

Região superior.

* C. laciniatum Pax.

Thecacoris Manniana Muel. Arg. Páu fígado

Eegião superior. Pico (Mann.).

* Th. membranacea Pax. Th. steuopetala Muel. Arg.

Região superior. Bridelia stenocarpa Muel. Arg. Croton Draconopsis Muel. Arg. Páu purga.

* Agrostistachys africana Muel. Arg.

* Claoxylonpurpurascens Beille; C. Mol- leri (Pax) Prain.

Região superior. Alchornea cordata Benth. Acalypha Vahliana Muel. Arg. Caporonia latifolia Pax. Jatropha curcas L. Purgueira.

Litoral. J. multifida L. Hevea guyanensis.

Cultivada na região inferior. Manihot utilisslma L. Mandioca.

Cultivada e quási expontânea. M. Glasiovii Muel. Arg.

Cultivada na região inferior.

Sapium Mauuiauum Muel. Arg.

Região superior. Euphorbia pilulifcra L. E. hypcrici folia L.

S. Tomé (Douu). E. prostrata Ait. E. indica Lamk.

Litoral. E. rhipsaloides Lem. E. Esula L. * E. Quiutasii Pax.

Litoral perto do rio Agua grande.

Sapindales

Anacardiineae Anacardíaceae

Mangifera indica L. Mangueira.

Cultivada até SõO"'. Anacardium occidentale L. Cajueiro'

Cultivado até 260™. Pseudospondias microcarpa Eugl. Gue-

gue. Sorindeia aeutifolia Engl. Gogó.

Eegião superior. S. grandifolia Engl. Gunni-quion.

Hippocrateaceae

Hippocratea víilutina Afz.

Sapindineae

Sapindaceae

Paullinia pinnata L. Corda Qué, Zo-

roqué. Cardiospermum ILalicacabura L.

Litoral. Allophylus africanus P. Beauv. Páu vala, Stlá-aelá, S'la S'la. Litoral. Chytranthus Mannii Ilook f. Pece

gueíro de S. Tomé. Blighia sapida Koenig.

190

Balsaminineae

Balsaminaceae

* Impatiens buccinalis Hook f. Ca- marões.

Desde 100" até 1400" de altitude.

Rhamnales

Vitaceae

Cissus producta Afz.

C. Barbeyana de Wild. C. uvifera Plancb.

in B. Soe. Brot.., v. C. aralioides Planch.

Ilhéu das rolas, debilis (Bak.) Planch. gracilis Guill. et Perrot. curvipoda (Baker) Planch.

Leeoideae

Leea tinctoria Lindl. Região inferior.

Fruta ceté-celé.

Malvales

Malvineae

Tiliaceae

Corchorus olitorius L.

C. acutangulus Lamk.

Grewia carpinifolia Juss.

Gr. pilosa Lamk. forma subglabra.

Triumfetta rhomboidea Jacq.

Maivaceae

Abutilon hirtum Don.

Wissadula rostrata Planch.

Sida carpinifolia L.

S. humilis Cav.

S. acuta Burm.

S. rhombifolia L.

S. cordifolia L.

tJrena lobata L., var. reticulata GiirJce.

Hibiscus suratensis L.

H. tiliaceus L.

H. Abelmoschus L.

H. rosa-sinensis L.

H. lunarifolius Willd.

Gossypium herbaceum L.

Bombaceae

Adansonia digitata L., var. angolensis

Cheval. Imbondeiro. Bombax pentandrum L. Ocá.

Sterculiaceae

Theobroma cacao L. Cacaueiro.

Cultivado até 800". Sterculia pubescens G. Don. Cola acuminata R. Br. Cola, Coleira. Cola digitata. Masters.

Parietales

Ochnaceae

Diporochna Quintasi, van. Tiegh-, Ochna membranacea B. Soe. Brot.., iii. Região inferior.

Rhabdophyllum Quintasii, van. Tiegh •, Ouratea affinis (Hook.) Engl. Região inferior.

Monelasmum thomense, van. Tiegh; Ou- ratea reticulata (P. Beauv.) Engl.

M. Henriquesii, van. Tiegh; Ouratea re- ticulata (P. Beauv.) Engl. Páu dumo, Dumo vermelho.

M. MoUerii, van. Tiegh; Ouratea reticn-

lata.

Região inferior.

Theineae

Dílleníaceae

Dillenia indica.

Theaceae

Ternstroemlaceae

Adinandra Mauuii Oliv.

191

Guttiferae

Harungana paniculata Pers. Páu san- gue.

Região superior. Pentadesma butyracea Sabini. Páu ova, Obá. Região superior. Symphonia globulifera Sabim. Óleo barão. Região superior.

Cistineae

Rixaceae

Rixa orellana L Quisafú, Urucú. Região inferior, subspontâuea.

Tlacourtineae Víolaceae

* Rinorea MoUeri M. Brandt-, Alsodeia ardisiae flora Henriq. B. Soe. Brot. Soá-soá.

Região inferior.

R. dentata ^P. Beauv.) O. Ktze. Tesse.

Flacourtiaceae

Oncobã spinosa Forsk., var. Angolensis Oliv. Malinhogue, Dihini. Litoral.

Passlfloraceae

Passiflora foctida L.

Região inferior. P. edulia. Maracujá.

Cultivado. P. quadrangularis. Maracujá.

Cultivado.

Papayineae

Carica papaya L. Papaia.

Cultivada na região inferior.

Begoniineae

Begoniaceae

* Begónia (Meziera) Heuriquesii C. D. C.

Região superior.

* B. (Squamibegonia) ampla Hook.

Região superior. •* B. baccata Hook. Região superior,

* B. (Luasiobegonia) thomeana C. D. C.

Região superior perto do Pico. #B. (Fusibegouia) Molleri (C. D. C.) Warb.

Região superior. *B. (Rostrobegonia) Quintasii C. D. C.

Região inferior: ilhéu das rolas.

Opuntiales

Cactaceae

Rhipsalis Cassytha Gaertn.

Myrtifiorae

Myrtineae

Rhizcphoraceae

Rhizophora racemosa G Meyer. Região inferior; litoral.

* Dactylopetalum Manuii Hook.

Região superior perto do Pico (Alann.).

* Anisophillea ( 'abole Henriq. Cabolé.

Região inferior; Angolares.

Combretaceae

Quisqualis indica L.

Região inferior (Chevalier) cul- tivada? Terminalia Catappa L. Amendoeira da índia.

Cultivada. Conocarpus erecta Jacq. Ilbeu das rolas.

192

Myrtaceae

Psidium Guajava L. forma pommiferum. Guiaheira.

Cultivado na região inferior. Eugenia Jambos L. Jamboeiro.

Cultivado na região inferior. E. uniflora Tv. Pitangueira.

Cultivado.

Melastomaceae

Tristema incompletum Br.

Região superior. T. Scliumacheri Guill. et Perrot.

Região superior. T. albiflorum Bentli.

Região superior na estação Souua (E. tampos).

* Calvoa grandifolia Cogniaux.

Ilhéu das rolas.

# C. crassinoda Hook.

Região superior no Pico (Mann).

* C. robusta Cogniaux.

Região superior no Pico (E Cam pos). C. Heuriquesii Cogniaux.

Região superior. C. hirsuta Hook.

Região superior.

* C. integrifolia Cogniaux.

Região superior.

Onagraceae

Jussieua linifolia Vahl.

Região inferior, J. villosa Lamk.

Região inferior.

Umbelliflorae

Araiiaceae

Sclieff.lereae

Scheffiera Henriquesiana Harms. (1) in lit.

(1) Esta planta foi indicada no Boi. da Soe. Broteriana X, com o nome de Heptapleurum Bar- teri Hiern. O Prof. Harnis examinando mais tarde novos exemplares indicou-me o novo nome, considerando a planta como espécie nova. Não conheço a descrição desta nova espécie. Que é diferente da Schefflora [Aeplapleurum] bastará vêr qne esta é, como a descrtve o Hiern A small glabrous (rcc ao passo que a nova espécie é arbusto trepador (corda, liana). Compa- rando a planta de S. Tomé com exemplares da Scli. Barlcri colhidos nos Camarões noto di- ferenças na grandeza e forma da flor em botão. O botão da Sch. Bartcri tem 3 milímetros, o da iSch. Henriquesiana 4,5 milímetros. A forma da coifa formada pelas pétalas é de forma có- nica e apiculada, na Sch. Henriquesiana e quási semiesférica na Sch. Barteri.

ComparanJo a nova espécie com a SeU. scundens (Hiern) dos Camarões, espécie afim, noto as diferenças indicadas no quadro seguinte :

Peciolo

Peclololos

Limbos

Ramos da inflorescência.

Pedidos das umbelas. . .

Pediolog das flores . Umbelular

Sch. Henriq.

5 8i'ol. 1-2 5—9 8 13 1

I 10 flores

Sch. scandens

1,5 _ 6po1. 1-1,5 3,5 7,5 ò

quási metade

do anterior

10 flores

Em ambas as espécies nos ramos da inflorescência bracteas e bracteolas ovadas Irmcn- /arinosa como indica Hiert. São espécies. extremamente afins, se não são uma e mesma espécie.

193

Panax fulvuin Hieni. Ilhéu das rolas.

Umbeilíferae

Hydrocotyloideae

Hydrocotyle bonarieusis Lamk. Região inferior ; Angolares.

Saniculoideae

Eryngium foetidum L.

Kegiào inferior (Mann).

f

METACHLAMIDEAE Ericales

Ericaceae

* Philippia tliomeusis Heuriq. Urze.

Região sui^erior; Pico.

Primulales

Myrsinaceae

* Maesa Borgeana Henriq. ; M. Quintasii

Gilg.

Região superior.

* Ardisia cymosa Baker.

S. Tomé (Mann.). Oncostemon cuspidatum K. Schum.

Região inferior. Myrsine menalopliloes R. Br.

Região superior (Chevalier).

Plumbaginaceae

Plumbago capeusis Thumb.

Região superior (cultivada) V P. zeilandica L.

Regiào inferior (Chevalier).

Ebenales

Sapotaceae

Sideroxylon densiflorum Baker. Páu azeitona.

Regiào inferior (Maun, Wehv.) Chrysophyllum africanum DC. Umiuem.

Região inferior. Ch, álbum G. Don.

Regiào inferior (G. Don, Chevalier).

Diospyrineae

Ebenaceae

Maba buxifojia Pers. S. Tomé (G. Don).

Contortae

Oleineae Oleaceae

Olea Welwitschii (Knobl.) Gilg. Ipé.

Regiào superior. Jasminum mauritianum Boje.

Litoral (Chevalier).

Gentianinae Loganiaceae

Anthocleista scaudens Hook f.

Pico de S. Tomé (Mann.). A. Liebrechliana W. et Dur.

Região inferior em Porto Alegre (Chevalier).

Apocynaceae

Landolphia Dawei Stapf.

Parte mais alta da região inferior em Monte Café (cultivada)? * Conopharyngia insignis K. Schum in lit. (1).

Região inferior.

(i) Ignoro se o Prof. K. áchumann descreveu esta espécie, fundada era exemplares colhidos por mim numa dependência da roça Ponta-Figo.

13

194

# C. stenosiplion Stnpf. Páit lírio.

Região superior. C. angolensis Stapf.

Região inferior Voacanga angolensis Stí\pf.

Região inferior. Rawolfia macrophylla Stapf.

Região inferior no Monte Café. C. dichotoma K. Schum.

Monte (íafé. R. Senegambiae DC.

Ilhéu das rolas. R. vomitória K. Schum.

Região inferior; Ilheu das rolas. Fontuinia africana Stapf.

Região inferior.

Asclepíadaceae

Asclepias curassavica L. Região inferior.

* Oncostemma cuspidatum R. Sclnmi.

Região inferior.

Tubiflorae

Convolvulineae Convolvulaceae

Merremia pentaphylla Hallier.

Região inferior. M. congestifolia Ilallier.

Região inferior. M. umbellata Hallier.

Região inferior.

Ipomoeae

Quamoclit coccinea Moench.

Região inferior. Ipomoea hispida R. et Sch.

Região inferior. I, stolonifera Gmel,

Região inferior. 1. palmata Forsk,

Região inferior

I. lilacina 151.

S. Tomé (Don). I. biloba Forsk.

Região inferior; Ilheu das cabras. I. digitata L.

Região inferior. ColomyjLi:n s^!(!ciosum Choisy.

Região inferior.

Borraginineae

Borragínaceae

Heliotropium indicum L. Região inferior.

Verbenineae

^■

Verbenaceae

Lantana camera L.

Região inferior (('hevalier). Duranta'^Plumieri Jacq.

Região inferior.

* Premma macrosiphon Baker.

Região superior.

* Clerodendron Silvaeanum Henriq.

Região superior.

Avicennioideae

Avicenia africana P. Beauv.

Região superior (Chevalier).

Labiatae

Leonotis nepetifolla Ait.

Região inferior (Chevalier). Achyrospermum densiflorum B 1 u m e . Folha Ihga.

Região inferior. Salvia coccinea L.

Região superior (cultivada) ? Solenostemon ocymoides C. Sch. et Thorn.

Região inferior (Chevalier). Platostoma africanum P. Bcauv.

Região inferior.

195

Ocimum Basilicuin L. « piloáiiin. Mos- quito.

liegião inferior.

Solanlneae Solanaceae

Nicandra physaloides Gaertn,

liegião inferior. Physalis angulata L. Capsicum cerasiforme Mill.

Kegião superior. C. frutescens L.

Região superior. Solanum nodiflorum Jacq.

Região superior. S. bifureum Hocliot.

liegião inferior. S. bilabiatuin Dammer.

Região superior. S. Saucti Thomae G. Bithr.

Região superior, S. Monteiroi C. H. Wriglit.

llheu das rolas. Cyphomandra betacea Sendtn.

Cult. a 700™. Datura fastuosa L.

Região inferior. Cestrum vespertiuum L.

S. Tomé (Mann). C. Parqui L'Herit.

Região inferior. Nicotiana Tabacum L.

Subspontâneo até 800".

Scnophulariaceae

Scoparia dulcis L.

Região inferior ; Ilhéu das rolas. Thumbergianthus Quintasii Engl.

Bígnoniaceae

Newbouldia laevis Secm. Quine. Litoral.

Gesner.acaae

Epithema thomensis Ileuriq. Região superior.

Lentibulariaceae

Utriculária bryophylla Ridley. Região superior.

Acantineae Acanthaceae

Elytraria marginata P. de Beauv. Região inferior; Angolares.

Thunbergioideae

Thumbergia alata Boger.

Região inferior. Brillantasia Vogeliana Benth. ; B. Mol- leri Lindau D. Soe. Brot.

Região superior. B. Lamium Benth.

Região superior. B. Palissotii Lindau.

Região inferior até 800'°. Phaylopsis micrautha (Benth.) Clarke.

Região inferior (Don, MoUer). Heteradelphia Paulo -Wilhelmia Lindau; Paulowilheimia nobilis Clarke.

Região superior. Graptophyllum hortense Nees.

Região inferior, subspontâneo.

Isoglosseae

Brachystephanus occidentíilis Lindau.

Região superior. Justicia tenella T. Anders.

Região superior. J. Lazarua S. Moore ; J. thomensis Lin- dau.

Região inferior,

196

Rubiales Rubiaceae

Oldenlandia corymbosa Oliver.

Litoral ; Ilhéu das rolas. Pentodon pentaudrus Vatke.

Região inferior, Pentas occidcntalis Beuth. et Hook,

Região superior i encostas do Pico. Cinchona succirubra Pav. C. Calysaia Wedd.

Cultivadas na região superior. Mussaendia tenuifloraBenth., var. ^rraw- diflora Schum.

Região inferior. Determíhaoão duvidosa pela imperfeição dos exemplares.

* Bertiera racemosa K. Schum.

Região inferior; Angulares. B. laxa Bcnth.

Região superior ; Pico (G. Mann). Urophyllum insulare Hiern. Páu cai- xão.

De 650-" a 800"'. Sabicea cauliflora|Hoem.

Região superior. S. ingrata K. Schum.

Região superior. Randia palleus Hiern,

Região inferior.

# R. Quintasii K. Schum. Muindo. Oxyanthus speciosus DC. Páu-louro.

Região inferior. Pouchetia parviflora Benth.

Região inferior; Angolares, lilicu das rolas.

* Plectronia glabriflora K. Schum.

Ilha de S. Tomé (G. Mann).

# P, Henriquesiana K, Schum. Corda de água.

Região superior. Craterispermum moutauum Kiern. Ma- cambrará.

Região superior. Coffea arábica L. C. liberica Hiern.

Cultivadas.

Pyschotria Doniana Benth.

Ilha de S, Tomé (G. Mann). P. monticola Hiern.

Ilha de S. Tomé (G. Don).

* P. velutipes K. Schum.

Região superior. ^

* P. Guerkeana K. Schum.

Na i^arte mais alta das encostas do Pico,

* P. Molleri K. Schum.

Região inferior ; Angolares

* P. Henriquesiana K. Schum.

Região inferior ; Angolares. P. euchlora K. Schum.

Região inferior. Grumilea macrocarpa Hiern.

Região superior {G. Mann). Chassalia virens K. Schum.

Em diversas altitudes. Geophila spathacea Hiern.

Em diversas altitudes. Morindã citrifolia L. Moindo.

Região inferior. Diodia marítima Thon. et Sch.

Litoral. Borreria ocimoides (Baker) Oliver.

Em altitudes diversas. B. verticillata G. F. W. Mey.

Região inferior.

Campanulatae Cucurbitineae

Cucurbitaceae

Melothria minutiflora Cogniaux.

Em diversas altitudes. Momordica Charantia L. B. abreviata S\v.

Região inferior. Lufifa cylindrica Roem. Mumalongo.

Região inferior. Bryonopsis laciniata Naudin,

Região superior. * Peponia bracteata Cogniaux iu Boi. Soe. Brot. X.

Região superior.

197

# Cayaponia latebrosa Cogniaux ^ gla-

brata Cogniaux. Sechium edule Sw. Piv^pinda. Cultivado e subspontâneo.

Campanulineae Campa nuiaceae

* Lobelia Molleri Henriq. ; L. tliomensis

Dgl.

Região superior.

Eugl.

Composítae

Sparganophorus Vaillantii Gaertn.

Região inferior. Vernonia amygdalina Delib.

Região inferior. Herderia stellulifera Beuth.

Região inferior. Elephantopus scaber L.

Região inferior. Adenostemma viscosum Forst.

Em altitudes diversas. Ageratum conysoides L.

Em altitudes diversas.

Mikaniã seandens Willd.

Em altitudes diversas. Dicrocephala latifolia DC.

Região superior nas encostas do Pico. Conysã percicaefolia Oliv. et Hiern.

Em diversas altitudes. Epaltes brasiliensis DC.

S. Tomé (G. Don). Ambrósia senegalensis DC.

S. Tomé (G. Don). Eclipta alba Hassharl.

Região inferior. Spilanthes Acmella L.

Região inferior. Bidens pilosus L. Pega-pega.

Em altitudes diversas. Galinsoga parviflora Cavan.

Em diversas altitudes. Chrysantemum indicum L.

Região inferior. Gynura crepidioides Benth.

Região superior. Sonchus oleracens L.

Região inferior.

OBSERVAÇÕES FLORESTAIS DE UMA JORNADA PELA BEIRA FEITA EM AGOSTO DE 1876

PELO

Engenheiro florestal BERNARDINO BARROS GOMES

1. Fins que me propuzera

Desejei averiguar as condições de vegetação nas três partes da Beira que distingui com os nomes de meridional, transmontana e central ; tais como o aspecto dos arvoredos, das culturas e o regímen das águas mas j)udessem revelar.

Tinha particularmente em vista determinar a distribuição do car- valho da Beira, muito pouco averiguada ainda, e difícil de averiguar por outra forma, em resultado da confusão que se faz geralmente das nossas espécies de carvalhos, cujas designações vulgares carecem de ser revistas e esclarecidas pelo estudo botânico. Este trabalho tinha-me parecido de absoluta necessidade para um desenho definitivo da carta xilográfica, tal como a empreendera fazer.

Para o conhecimento regional do país era-me também muito pre- ciso visitar a serra de Montemuro e observar de ]36rto a sua impor- tância orográfica e condensadora, pela assinalada posição que ela ocupa entre todas as do pa-ía, sendo a que mais perto da costa maior área possue a mais de 1 kilómetro de altura.

2. ~ Itenerário seguido

A 18 de manhã parti de Lisboa. A 21 de manhã cheguei a Cas- telo Branco, seguindo de Abrantes até por estrada nova, em carro, e apeando-me a meudo para observar os arvoredos. Nesse mesmo

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dia atravessei em diligência a planície entre Castelo Branco e a serra de Alpedrinha, observei em rápida i^assagem os arvoredos im- portantes que revestem parte desta última e atravessando o Zêzere de noite cheguei pouco depois h Covilhã. A 22 percorri a cavalo e a a nova estrada da Covilhã até à Guarda. A 23 segui da Guarda, a cavalo e a até Longroiva e a 24 de Longroiva a For- coa 6 S. João da Pesqueira ; donde a 25 parti, Douro abaixo, che- gando de tarde' a Lamego. A 26 ao meio dia estava no alto da serra de Montemuro, a 27 em S. Pedro do Sul, a 28 em Vizeu, a 29 em minha casa no Ribatejo e a 31 de regresso à residência da Azam- buja.

3. Concelhos visitados

Foram 7 na Beira meridional, 10 na transmontana, 7 central, a saber :

1) Na Beira meridional Abrantes, Sardoal, Vila de Rei, Proença a Nova, Castelo Branco, Fundão, Covilhã.

2) Na Beira transmontana ~ Guarda, Pinhel, Trancoso, Meda, Foscôa, Pesqueira, Taboaço, Armamar, Lamego, Resende.

3) Na Beira central Sinfais, Castro Daire, S. Pedro do Sul, Vouzela, Vizeu, Tondela, Santa Combadão, e, na Beira litoral pela maior parte, o concelho da_Mealhada.

4. Observações sobre a distribuição do carvalho da Beira, Quercus Tozza

De Abrantes até Castelo Branco não deparei com uma árvore ou moita desta espécie. Encontrei as primeiras lenhas dela numa casa de Castelo Branco, onde me disseram que tinham vindo da Ribeira de Ponsul. As primeiras matas de Quercus Tozza que vi nesta excursão foram as da serra da Guardunha junto a Alpedrinha, a mais de 200 metros de elevação. Aparece logo associado ao cas- tanheiro formando árvores de porte mediocre com abundância de moitas ou criação expontânea pelas abas da serra ; ocupando porém pouco terreno. Pode contudo dizer-se que ao largar o alto plano de Castelo Branco>e entra por aquela serra em plena região do Quercus Tozza. Na Covilhã, no vale do Zêzere, no concelho da Guarda, nos

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de Trancoso, Pinhel, e ainda na parte sul do actual concelho de Meda que fez parte de V. N. de Fozcôa, o carvalho da Beira forma constantemente elemento importante da arborização espontânea, "preponderando mesmo em muitas partes sobre o castanheiro com o qual é quási constante a sua mistura. As abundantes moitas de carvalho que encontrei de Avelãs da Ribeira do Freixial no caminho da Guarda a Longroiva, são todas desta espécie, reduzida em muitos casos pelas arroteas e culturas a ter de contentar-se com as extremas das propriedades onde não falta por entre as j^edras dos muros' e onde procura bracejar e elevar-se apesar das roças frequentes. As melhores matas que dele encontrei são as de Belmonte, Seixo e Vela ao subir do Zêzere para a Guarda, onde revestem com verdadeiro montado de carvalho e castanho dezenas de hectares, em terrenos graníticos de encosta a 300-600 metros de altura.

Ao descer da Guarda para Fozcôa torna-se muito notável nas imediações de Marialva e Barreira o rápido desaparecimento, dali para o norte, das moitas e árvores do Quercus Tozza, e a sua substi- tuição por moita rasteira de azinho sobre terrenos schistosos ; facto constante até Fozcôa. Nesta parte do trajecto torna-se evidente que a cultura tem conseguido extinguir nela o azinho como árvore dominante ainda mais eficazmente do que o carvalho da Beira na parte anterior.

De Fozcôa a S. João da Pesqueira passando por Cedadelhe, Horta e Sr.'*^ da Estrada, longe de descer de contínuo como da Guarda a Fozcôa, sobe-se e desce-se cortando transversalmente as ondulações grandes do terreno e podem observar-se com menos cla- reza, mas com ma,is frequência, as mudanças de arborização devidas às variantes de altitude. São pequenos os carvalhais beirões que se encontram pelas encostas mais elevadas e com eles aparecem de mistura, àlêm dos castanheiros, algumas moitas de carvalho por- tuguês, que talvez noutras épocas tivesse por ali mais importância do que o carvalho beirão, ou pelo menos ocupasse áreas maiores do que hoje.

De S. João da Pesqueira a Pezo da Régua todo o alto Douro vinhateiro e schistoso não tem arvoredo es23ontâneo e oferece apenas vestígios de antigos azinhais nas moitas e raros e pequenos bosques, ou quàsi talhadias ou roças desta espécie que se podem facil- mente observar, dispersas por entre os quási continuados vinhedos.

E na subida da Régua para Lamego que reaparece o carvalho da

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Beira, mas dum modo inteiramente diverso do que até ali ; porque se observa então associado ao roble, ausente de toda a Beira por mim atravessada ató à Régua ! E esta associação é constante em todo o terreno da serra de Montemuro de Lamego a Castro Daire, por Grralheira, alto da serra, Póvoa e freguesia do Pinheiro, excepto na parte mais alta onde o carvalho da Beira forma sósinho as moitas e grupos de poucas árvores que se encontram por das povoações. Nas margens do Paiva a admirável arborização que reveste a parte inferior das encostas é de annosos castanheiros com muito roble e carvalho da Beira, àlêm do pinheiro marítimo. Mas de Castro Daire a Vizeu e daí à Mealhada o carvalho da Beira, se não desaparece de todo, reduz-se pelo menos a ocupar excepcionalmente um ou outro lugar a par do roble, do castanheiro ou do pinheiro, como por exemplo nos arredores de Vizeu e na mata do Bussaco.

5. Resumo de todos os factos de que tenho conhecimento

relativos à distribuição do carvalho da Beira

em território português

Segundo as observações precedentes este carvalho é a espécie preponderante desse género, ou quási exclusiva, do alto Zêzere, do alto Coa, e do alto da serra de Montemuro.

E também, segundo excursões de 1873 à serra da Estrela, o car- valho principal de Ceia a Loriga e Alvôco, onde sobe acima dos últimos castanheiros. A págs. 247 do relatório acerca da arboriza- ção geral do país lê-se que entre o Sabor e a fronteira crescem di- re7'sas espécies de carvalho. O carvalho da Beira é designado naquele trabalho pelo nome de negral. Embora não se cite expressa- mente este nome não pode restar dúvida que a existirem a leste do Sabor diversas espécies de carvalho, uma delas há-de ser o carvalho da Beira e a outra provavelmente o roble, ao qual os autores do relatório dão o nome vulgar de alvarinho.

Para o trato entre o Tua e o Sabor cita-se a pág. 253 expressa- mente o negral como o mais comum a par do alvarinho. A pág. 296 dá-se também como existente no Minho. E pois provável que tam- bém exista entre o Tua e o Tâmega embora não se leia naquele relatório coisa alguma que o afirme positivamente,

Torna-se notável a ausência deste carvalho na parte inferior da

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Beira transmontana, em todo o alto Douro vinhateiro, em grande parte da Beira central e da Beira meridional, por toda a costa até Lisboa, com excepção dos altos de Ourem e Bucelas onde poucos exemplares o representam.

Ao sul do Tejo acha-se reduzido a ocupar área de alguma ex- tensão só na serra de Portalegre. E se existe por outras partes do território, tão pouco se faz notar, que o encontrei no concelho de Monto Mor o Novo. no extremo ocidental do alto Alemtejo ; onde a maior proximidade- da costa e maior elevação produzem uma abundância relativa de frescura e águas meteóricas, que comunica a essa parte pequena da província uma feição peculiar, recordando re- giões mais do norte.

Do conjunto destes factos se deduz :

1) Que o Quercus Tozza ou carvalho da Beira é a árvore pre- ponderante das montanhas da Beira ;

2) Que requer elevações de 2<X) a 1000 metros (Bucelas, Barreira, Montemuro !) para aparecer ou preponderar :

3) Que é notavelmente mais transmontano do que o roble, tor- nando-se pela ausência deste, a árvore dominante da Beira transmon- tana, a par do castanheiro ;

4; Que por grande parte da Beira transmontana a cultura tem-no reduzido a representar um papel muito secundário como elemento de arborização.

6. Importância orográfica e regional da serra de Montemuro

Esta serra fronteira ao Marão mede 4:000 a õ:()()0 hectares de terras a mais de 1 kilómetro de altura, ao passo que o Marão, pouco mais alto, aliás, no seu ponto culminante, apenas tem pequenos re- talhos de terras a tão grande elevação. Dista além disso apenas 50 a 60 kilómetros da costa, circunstância que muito concorre com a precedente a dar-lhe uma importância excepcional como zona de con- densação dos vapores atmosféricos de origem atlântica. E isto o que plenamente confirma a visita à serra, sobretudo quando, vindo-se da Beira transmontana e tendo-se notado o rigor das securas do ar no centro da região fechada aos ventos do mar, de Fozcóa ao Pezo da Régua, a vegetação de sequeiro que a caracteriza, e que os amen-

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doais, os olivais, os azinhos, e o maduro dos vinhos também revelam, se depara com a admirável frescura das regiões de Lamego e Castro Daire, onde a \dçosa folhagem dos robles e carvalhos beirões e cas- tanheiros também adverte, a par da abundância das levadas, e do aspecto todo das culturas, que os ventos húmidos do mar ali depo- sitam as abundantes primícias das suas chuvas, orvalhos e né- voas.

Era assim que dias antes da minha chegada, portanto na última semana de agosto, as chuvas no alto da serra tinham caido abun- dantes, fazendo enxurradas pelas ruas da povoação da Grallieira, como me disseram os seus habitantes e o terreno por toda a parte o mostrava ; facto que seguramente se não dera até ali em todo o trajecto que seguira pela Beira.

Relativamente à arborização poude facilmente verificar o predo- mínio geral do carvalho da Beira, que no estado de moita por toda a parte ali aparece, dando lugar excepcionalmente a raros grupos de árvores por dos mais altos lugarejos. Em luta manifesta contra a tendência eminentemente invasora desta espécie aparece o inte- resse pastoril e o da cultura dos centeios que toma posse de toda a serra aos retalhos, até mesmo à sua cumiada, por entre as fragas e rochedos de natureza granítica. A serra cria nos altos bons fenos miúdos e pastos que alimentam a indústria dos queijos e manteigas para o mercado principal de Lamego. As medas de centeio pareciam acusar uma colheita regular deste género. Mas a extrema pobresa aparente das aldeias, onde se acumula uma grande j)Ovoação relativa, dos rigores da vida de montanha naquelas paragens por onde ainda se não dispunha de uma estrada regular apesar do consi- derável movimento que ali reina. Se do lado de Lamego a abun- dância de valiosos arvoredos, de robles, carvalhos da Beira e casta- nheiros se me tinha feito muito notar, ao chegar à Sr.""* da Ermida subiu de ponto a impressão favorável que recebera ao ter de ca- minhar mais de hora por baixo de uma verdadeira floresta expon- tânea de robles, castanheiros e j^inheiros através de povoações assombradas por árvores verdadeiramente admiráveis de grandeza e frescura e com as formas e distribuição as mais pitorescas.

A serra de Montemuro tem pois de facto, segundo estas diferentes observações, uma importância orográfica de 1.» ordem no país, in- teiramente em harmonia com o que fazia prever o estudo da nossa carta geográfica que a indica como a parte ao mesmo tempo mais

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elevada e costeira da grande linlia de condensação que vem do Gerez à Louzã pelo Marão, Montemuro e serra da Estrela.

Atesta-o perfeitamente a sua vegetação florestal expontânea e quanto poude entrever do seu clima e da abundância das suas águas correntes ; revelando tudo uma aptidão eminente para o desenvolvi- mento de grandes e valiosos arvoredos, sacrificados hoje, mais do que se poderia desejar, aos interesses mais imediatos de povoações pobres que lutam ali pela vida em condições de não poderem orga- nisar desafogadamente explorações florestais. E comtudo ali lugar para a grande propriedade florestal. Nada porem favorece o seu desenvolvimento ; antes tudo parece conspirar-se contra ela, salvo as vias de comunicação que se estão abrindo de Lamego a Castro-Daire e que por si poderão exercer uma influência salutar melhoramento e estimação dos arvoredos.

7. Observações sobre a distribuição do pinheiro bravo

Quando do alto de Montemuro se observa o largo horizonte que dali se disfruta, voltando costas às serranias do Marão que demoram ao Norte, vê-se para o sul toda a parte central da Beira perfeita- mente delimitada da Louzã e Bussaco até ali jDela linha ininterrom- pida das nossas maiores montanhas. A maresia cobria de um véo ligeiro de névoa, de certo invisível de baixo, e até às abas das serras, todo o terreno montuoso e elevado que a elas se encosta e que recebe do mar, sem obstáculo, as águas atmosféricas. Percorrendo dej^ois esta região imediatamente bafejada pelas aragens marítimas, facilmente pude notar os factos que dão dessa exposição com que muito folgam algumas espécies de arvoredo, e que me contrastam com muitos outros de observação anterior e posterior.

O asj)ecto excelente e a abundância de pinhais bravos, e a facili- dade de criar por toda a parte percorrida carvalhos robles e casta- nheiros ao longo das estradas, mostrava-me a grande diferença me- teorológica do clima desta parte da Beira em relação ao da Beira transmontana, onde não encontrara um roble, onde atravessara concelhos inteiros sem pinhais, onde a moita de azinho, a amen- doeira secando com a prolongada estiagem e até a falta de águas.

20:

o

tão completa em Fozcoa, que bebe agora do Douro a 100 rs. a carga, tudo me revelava a secura do clima transmontano.

São porém os pinhais bravos que melhor e em escala mais amj^la acusam as diversidades do nosso clima com respeito a humidade atmosférica. O itenerário seguido pela Beira tinha-me feito percorrer precisamente o limite leste destes pinhais em Portugal. Tinha visto os últimos vindo de Abrantes, nos concelhos de Proença e Castelo Branco, pequenos e raros, e sobretudo acusando na agulha, menos farta e em parte secando, essa secura do ar de que ela tanto se re- sente. Tinha depois percorrido os concelhos do alto Zêzere onde a cultura os foi introduzir, facto de que dão os habitantes, e que comprova inteiramente a pequenês e pouca idade dos poucos que se encontram. Tinha-os encontrado mais numerosos e sem dúvida muito introduzidos ou espontâneos no concelho de Pinhel, único raiano, relativamente abundante de pinhal. Tinha notado a sua quási completa ausência na árida região de Fozcôa e nas margens do Douro até à Régua, onde se depara com pinhais pequenos isolados. Conhecia pelas remessas de lenhas dos concelhos e pela leitura do relatório sobre a arborização o pouco frequentes que são os pinhais nas regiões centrais e orientais de Trás-os-Montes. Quando por isso vi a Beira central tão dominada no seu aspecto geral por estes ar- voredos, a ponto de não diferir por esse lado do aspecto da parte adjacente litoral, pareceu-me achar plena confirmação à divisão re- gional que primeiro fez sobresair a importância toda da exposição cismontânea ou transmontana no território português ao norte do Tejo, e encontrar no pinheiro bravo o melhor indicador das diferenças de clima que dai decorrem.

Pouco depois percorrendo de novo o limite leste dos pinhais bravos ao sul do Tejo pude encontrar a inteira contraprova disto mesmo na extraordinária seca de pinheiros de todas as idades no concelho de Ponte de Sor e no aspecto deplorável dos bastios de Escaropim quási despidos de agulha atualmente depois de um ano como este de estiagem tão grande. A grande secura do ar alem- tejano e a secura relativamente grande também do ar transmontano da Beira e de àlêm Douro são pois as causas determinantes dos li- mites meridionais e orientais da distribuição do pinheiro bravo em Portugal, tanto quanto me é dado poder aprecia-las.

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8. Observações sobre o desaparecimento das moitas de azinho na Beira transmontana

Quando deitarei no caminho de Coriscada a Longroiva perto da povoação da Barreira, concelho de Trancoso com as primeiras moitas de azinho que se encontram ao norte da Guarda, não suspeitava ainda que dali por diante, quer sobre granitos quer sobre schistos, mas nestes sobretudo, todas as bacias da Beira transmontana atra- vessada 23or mim não me ofereceriam nenhum outro vestígio, senão este, da sua arborização primitiva. Foi ao sair de Longroiva que a vista das cargas de rama roçada de azinho que conduziam para aquela povoação me desj^ertou mais a atenção até ali pouco pre- parada para o reconhecimento deste facto. Os tratos desarborizados dos concelhos de Meda, Fozcôa, Pesqueira, Taboaço e Armamar tem todos moita desta espécie, hoje por todos eles completamente sacri- ficada pelas exigências da cultura e condenada, seguindo todas as aparências, a não tornar a reassumir a importância que parece ter tido no revestimento esi^ontâneo daquela região. Segundo estas observações o país vinhateiro do Douro não teria tido outro ar- voredo senão este, com o qual raro se encontra por ali um ou outro sobro, um ou outro carvalho jDortuguês ; isto pelo menos em toda a parte schistosa marginal ao Douro.

9. Carácter que assume a arborização na Beira meridional

Esta parte da Beira atravessada pelos concelhos de Abrantes, Sardoal, Vila de Rei, Proença, Castelo Branco, Fundão, Covilhã até à Guarda, apresenta-se sob o ponto de vista florestal como uma verdadeira e notável zona de transição da vegetação alemtejana e marítima ou cismontana para a do norte e da exposição transmon- tana, como se depreende da seguinte nota do arvoredo espontâneo dominante em cada concelho.

Abrantes.. Pinh.° bravo e sobr.° Cast. Br.^*^. . Sobr.°

Sardoal ... « » Fundão carv.° beirão e cast.°

Vila de Rei. » » Covilhã » »

Proença. . . Sobr.° Guarda » »

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Todos os sobreiros examinados nesta região quer associados aos pinheiros, quer isolados, quer mais ou menos dispersos pelos valeiros ocupados por castanheiros, aparentemente introduzidos pela cul- tura, mostraram-me sempre a frutificação aparentemente bianual ; mas com grandes variantes na grandeza e grupamento da lande e na forma das escamas da cúpula. Uma nova observação em maio ou abril tiraria toda a hesitação sobre a maturação anual dostas landes. Entretanto a analogia induz a crer que o sobro do distrito de Cas- telo Branco é o mesmo que o sobro das outras regiões do país em- bora com variantes notáveis na forma dos frutos, variáveis ali como nas outras províncias.

A quási constante arborização pela oliveira e pelo castanheiro na parte cultivada, e pelos valeiros mais abrigados, contrasta com a ex- tensa desarborização dos altos e coroas por todo o caminho até ao concelho de Castelo Branco, onde a seu turno a área subplana em torno da capital do distrito oferece o aspecto de uma completa desarborização começando a Y-j légua do centro da cidade. Esta zona suburbana está ocupada por belo olival de pequenas dimensões com algumas sobreiras pelo meio, de grandes copas e também al- gumas azinheiras. Eram de azinho as lenhas que vi, excepto a da casa onde encontrei pela primeira vez a lenha de carvalho da Beira. Mas o azinho, apesar disso, não avulta como arvoro dominante em parte alguma do meu trajecto até à Guarda, sendo mesmo assaz raros os exemplares que encontrei desta espécie.

São excelentes os soutos da serra da Guardunha, bastante no- táveis as novas arborizações com o pinheiro bravo no concelho da Covilhã, e digna também de reparo a grande elevação a que sobe a cultura da oliveira junto à povoação do Teixoso no caminho da Co- vilhã para Belmonte, graças à exposição meridional que ali pode disfrutar. Mas ao todo a iniciativa particular não me j)areceu nesta parte da Beira tão aproveitadora do arvoredo espontâneo, como o está sendo cada vez mais na região das charnecas onde o sobro domina.

10. -- Arborização das estradas

Encontrei plantados à beira das novas estradas castanheiros, carvalhos portugueses, robles e sobreiros e semeados alguns pinheiros bravos e mansos. Excelentes sebes de piorno branco e negral e de

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salgueiro adornam os taludes i:ioy muitos pontos. Mas o arvoredo indígena está ainda muito pouco representado nestas arborizações pelas suas espécies principais, algumas das quais faltam de todo ou quási de todo.

Tal é por exemplo o carvalho da Beira que poderia com van- tagem ter largo emprego nos taludes em sementeira, e por j)lantação nos outros pontos.

Entretanto o ótimo aspecto das plantações .de robles e cas- tanheiros nos concelhos da Gruarda e da Beira central é dos mais prometedores.

Eis a lista das observações sobre a arborização das estradas, que pude fazer de passagem.

Kil. 90 da estrada de Abrantes a Castelo Branco.

Tem pinhal sobre terreno jDaleozoico.

Kil. 90 a 85. Estão j)lantados alguns carvalhos portugueses ainda muito novos e mal enramados.

Podem obter-se facilmente pinheiros bravos ou mansos e sobreiros, que são mais j^róprios do terreno e clima.

Kil. a 6õ. Muito pinhal.

Kil. 60. Olivais com poucos castanheiros. A arborização das estradas pode mais facilmente realizar-se com pinheiros e sobreiros ou oliveiras.

Ponte entre Proença e Sobreira Formosa. Nenhum pinhal, olival e 2)Oucos castanheiros. A arborização pode obter-se facilmente com sobreiros e pinheiros.

De Sobreira Formosa ao kil. 40 (?). Pinhal não muito abun- dante, mas dominante ainda, bastante sobro, raros azinhos, e cas- tanheiros e oliveiras pela borda da estrada. Arborização fácil com as espécies citadas, esjíecialmente o sobro.

Ponte grande entre k. 40 e k. 39. Baixas com o olival, encostas com pinhal, sobros e castanheiros.

Kil. 39. Primeira nódoa de azinhal pegado.

Kil. 39 a k. 23. Raro pinhal, muita desarborização.

O sobro ó comtudo a espécie que facilmente se poderia obter.

Kil. 23 a k. 22. Terreno terciário. Sebes de marmeleiro e amexieiras plantadas na borda da estrada. Ao lado alguns sobros e pequenos pinhais de agulha mais sentida da estiagem. Amieiros junto aos ribeiros. Arborização fácil com o sobreiro ou a oli- veira.

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Ao kil. 22,5 plantação regular de sobreiros feita de um e outro lado da estrada.

O resto da estrada até Sarzedas está quási todo bem plantado de giesta, marmeleiro, sobro e pinheiro.

Ponte do Ocreza. Margens nuas. No alto, entre pontes, perto de uma aldeia, alguns choupos brancos, alguns sobros e oliveiras.

Perto de Castelo Branco boa plantação marginal de pilriteiro e sobreiros.

As abundantes sementeiras de sobro e pinheiro bravo pelos aterros e bordas de terra mais creadora, ou menos crua, parecem-me ser, como medida geral, o melhor meio, o mais eficaz e barato, de crear boas árvores por toda a estrada de Abrantes a Castelo Branco, dando ao sobro a preferência de Sobreira Formosa em diante. Nos terrenos baratos deveria para esse fim expropriar-se, aos laclos da estrada, zonas de 1, 2, 3 ou mais metros de largura.

Em Castelo Branco entra-se na zona grande granítica que por ali começa e se estende quási sem interrução até à Gruarda e da Guarda quási até ao Douro. A arborização espontânea junto à cidade está representada por grandes sobreiros e algumas azinheiras menores por entre as oliveiras que a cercam.

De Castelo Branco às abas da serra da Guardunha aspecto de grande desarborização. As plantações marginais contudo atestam a grande aptidão do terreno e clima para a arboricultura. Vêem-se bons freixos, amieiros, choupos, cerejeiras (?), novos,, mas vegetando perfeitamente. A arborização em ponto maior deveria ser ensaiada com o carvalho da Beira que reveste as abas da serra, e que no planalto que se atravessa até lá, encontraria terreno bom e clima, embora menos favorável, contudo ainda, aparentemente, bastante próprio para o receber.

Este carvalho e o castanheiro são já, e devem se-lo ainda mais, as árvores dominantes nas plantações marginais da parte da estrada que atravessa a serra, e ainda no vale do Zêzere, que tem a mesma vegetação espontânea um pouco mais acima, no caminho da Covilhã para a Guarda, que segui de dia depois de ter passado de noite a parte que fica entre a serra da Guardunha e Covilhã.

A estrada de Castelo Branco à Covilhã tem condições de ar- borização mais variada e viçosa que a de Abrantes a Castelo Branco. As espécies dominantes numa e noutra tem porém de ser totalmente diversas, como acabo de notar. U

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A nova estrada da Covilhã à Guarda quási concluída, está plantada por partes com ameixieiras, cerdeiras, ou cerejeiras e poucos castanheiros. nele lugar para grande arborização com o carvalho da Beira, segundo atrás notámos e atravessam-se alguns montados importantes desta espécie e de castanheiro.

E perfeitamente possível introduzir o pinheiro bravo e o manso nesta região onde figura o primeiro em pequenos massiços todos de data recente, contando-me um lavrador daqueles sítios que 24 anos que se semeou o primeiro pinhal no concelho de Belmonte, acrescentando, na sua erudição histórica, que o rei «Henriques Afonso» mandara semear de castanho as terras bravas do con- celho.

No planalto da Guarda encontrei os castanheiros sofrendo algum tanto com a longa estiagem e apesar disso vingadas as plantações marginais desta espécie, com a qual se outra que também muito bem se nas nossas montanhas da Beira, a cerejeira, e que forma belos troncos de casca lisa e lustrosa por entre as sebes de giesta, ou piorno branco e negral, e de salgueiro.

Da Guarda até S. João da Pesqueira o itenerário seguido foi, como fica descrito, todo por estradas velhas e caminhos onde a ar- borização espontânea começa pelo castanheiro e carvalho da Beira para continuar com o azinho quási somente, e este reduzido ao es- tado de moita. Os pinhais contudo não são raros, nem deixam de ser espontâneos por parte ao menos do terreno atravessado, parti- cularmente no concelho de Pinhal que deles deriva o seu nome. A arborização fácil das estradas empregaria o j)inheiro, o carvalho e o castanheiro por todos os terrenos graníticos e altos, o azinho, o sobro, a oliveira, a amoreira nos schistosos marginais ao Douro.

De S. João da Pesqueira a Lamego por entre os vinhedos, hoje preza da philoxera, a arborização da estrada é representada por pe- quenas plantações de poucas espécies indígenas e exóticas. O alto valor da vinha nesta região induz talvez a pouco insistir numa ar- borização marginal qualquer, que assombraria desfavoravelmente as cej)as.

De Lamego a Vizeu as estradas ou atravessam valiosos arvoredos de castanho e carvalho ou tem plantações marginais por muitas partes excelentes de aspecto. Aqui acresce às espécies precedentes mais uma, indígena, muito importante, o roble. porém lugar para dar às plantações muito mais extensão, e tudo convida a insistir

211

nelas porque o terreno atravessado é dos mais favorecidos de Por- tugal para uma grande e variada arborização.

A melhor plantação de roble e castanheiro, que encontrei foi perto de Sodredo, primeira povoação que se atravessa vindo de Alva para S. Pedro. O facto de algumas bordas de caminhos e extremas es- tarem literalmente cobertas de moita de carvalho roble induz a se- mea-lo nos taludes e a dar-lhe aqui o lugar que o carvalho da Beira pode ocupar com vantagem na região transmontana.

No kil. 30 ao 29 encontrei belas amoreiras e castanheiros e pi- nheiros ; ao k. 28 bons sobreiros, ao 27 magnifica vegetação nos cas- tanheiros ; do 22 para 21 óptimos castanheiros, acácias, salgueiros e pinheiros. De 21 a 20 salgueiros, castanheiros, acácias e pinheiro manso, choupos, amoreiras.

De Vizeu à Mealhada os recursos florestais ainda pouco aprovei- tados jDara as arborizações marginais são, se pode dizer, todos quantos temos, predominando porém o pinheiro bravo ; o terreno e o clima a todos recebem e aceitam e a quási todos abrem de facto campo mais ou menos largo.

Parte das estradas atravessadas tem bellas sebes de salgueiros e giestas e plantações muito variadas entre as quais notei pela pri- meira vez o salgueiro. O roble e o castanheiro poderiam ocupar maiores extensões com vantagem. As pequenas plantações de so- breiro junto ao Bussaco mostram o bom resultado que se pode con- seguir com esta espécie nos terrenos schistosos, e encontrei numa excursão às minas do Palhal e Carvalhal plantações análogas de as- pecto ainda mais ornamental, perfeitamente tratadas de poda e des- corticamento.

Ao todo, esta excursão pela Beira, ao passo que me ajudou a perceber os traços gerais da distribuição do nosso arvoredo espon- tâneo, parece-me ter confirmado a opinião, que formara anterior- mente, relativamente à conveniência de preferir na arborização geral das estradas as espécies florestais de primeira ordem, e de lhes dar sementeiras e occasionalmente em expropriações pequenas, marginais e seguidas muito maior desenvolvimento do que até agora o tem tido.

Virtudes Azambuja, outubro de 1876,

O cliefe (la divisão llorestal,

(a.) B. Barros Gomes.

os MORTOS

No loi]go período de suspensão da publicação do Boletim da So- ciedade Broteriana alguns colaboradores no estudo da flora de Por- tugal morreram. E justo que deles fique menção neste jornal.

P.^ Bernardino Barros Gomes

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o P.'' Bernardino Barros Gomes foi assassinado no dia 5 de ou- tubro de 1910 quando o Colégio de Arroios foi invadido pelos re- voltosos. Tinha completado 71 anos. f- Neto e filho de médicos muito distintos,

; . ; tendo feito estudos em Coimbra e na Ale-

manha, ocupou como engenheiro florestal lugares importantes e nessa posição fez estudos de grande valor sobre a flora por- tuguesa e muito especialmente sobre a flora floresta], escrevendo sobre ela rela- tórios valiosos e publicado, àlêm doutros, uns estudos com o título Condições flo- restais de Portugal e Xotice sur les ar-bres Uorestiers du Portugal, para elaboração das quais percorreu todo o país.

dele uma publicação de verdadeiro valor Cartas elementares de Portugal [j ara uso das escolas. E livro que em todas as escolas devia encontrar-se, mas infelizmente é quási desconhe- cido.

Nestas publicações aparecem dados interessantes para a divisão regional do país.

Quando para dar cumprimento ao testamento do dr. Wehvitsch foi necessário distribuir os duplicados do rico erbário africano por este botânico organizado à custa do governo português, foi desse

i;,.^

213

serviço encarregado o engenheiro florestal B. Gomes, como prova do seu merecimento.

Enviuvando em 1879 abandonou o cargo que tão profíquamente tinha exercido e levado pelo sentimento religioso, nele sempre pro- fundo, recebeu a ordem de presbítero em 1888 e desde então todo se consagrou à vida religiosa.

Um distinto silvicultor, que com B. Gomes tinha trabalhado e que dele era sincero amigo, disse a resj)eito dele como funcionário do Estado o seu saber e zelo nunca foram excedidos, como padre era um santo.

Bruno Silvano Tavares Carreiro

No dia 6 de outubro de 1910, exactamente quando completava 53 anos, faleceu na ilha de S. Miguel este distinto médico.

Completou em outubro de 1874 os preparatórios para a Faculdade de Medicina, comj)letando a formatura nesta Faculdade em junho de 1882.

Durante o tempo, que passou em Coimbra dedicou-se com ver- dadeiro interesse ao estudo da flora e depois que regressou à sua pátria não abandonou este estudo e, aproveitando as ocasiões de des- canso da sua vida activa de clínico, procurava conhecer a flora não de S. Miguel, como doutras ilhas açoreanas. Dessas arborizações numerosas plantas no herbário da Universidade de Coimbra.

Quando algum botânico visitava a ilha de S. Miguei, era ele sempre o guia diligente.

No Museu de Ponta Delgada encontra-se a colecção de plantas por ele feita.

Como médico tinha grande valor, sendo mesmo um operador dis- tinto.

José Veríssimo de Almeida

A 29 de janeiro de 1915 faleceu em Lisboa este distintíssimo pro- fessor com 81 anos de idade, e 55 de professorado. Nascido em Faro foi em 1855 para Lisboa, onde cursou o Instituto Agrícola e a química na Escola Politécnica concluindo o curso em 1859.

Em 1872 foi nomeado lente proprietário da cadeira de Agronomia

214

e culturas arvenses; em 1884 foi encarregado do ensino de Micros-, copia, nosologia vegetal o entomologia.

Foi um professor de grande valor. Sua acção não ficou restrita ao ensino. Em artigos, todos de verdadeira importância publicados em vários jornais, alguns creação sua, e em Memórias e publicações diversas, levou luz a muita parte.

Como botânico fez estudos valiosos sobre plantas úteis e muito especialmente sobre aquelas que são origem de moléstias das plantas, publicando as determinações específicas das espécies estudadas, tendo por colaborador o seu discípulo e amigo Manuel de Sousa da Câ- mara.

Neste Boletim foram publicadas as centúrias m, iv e v das Con- tributiones ad mycoforam hisitanicam, complemento das publicações feitas em 1903 como título Contributions à la Mycojlore du Portugal comjireendendo 280 espécies às quais mais tarde outras foram aditadas, sendo publicadas na Revista agronómica, da qual fora o fundador.

O conhecimento da micoflora jjortuguesa muito lhe deve não

pelo número das espécies estudadas, ""^^ii como jjelo estudo dos efeitos pato- lógicos de muitos desses seres. Es- tudou a mildio, a gafa das oliveiras, a doença dos castanheiros e várias outras.

Como jjrofessor durante mais de meio século foi sem23re admirado e estimado por seus discípulos.

Dr. Joaquim de Mariz Júnior

No dia 1 de abril de 1916 em consequência duma pneumonia du- pla faleceu este botânico. Foi curto o período da doença. nos úl- timos dois anos não gosava de saúde regular, causando cuidados aos seus , _^ e aos amigos. Contava pouco mais

de 69 anos. O Sr. Mariz tinha feito todos os seus estudos em Coimbra, com-

21Õ

pletando a formatura na Faculdade de Medicina, tendo obtido durante o curso algumas distinções.

Terminada a formatura exerceu a clínica durante algum tempo, em 1879 concorreu ao lugar de naturalista adjunto à cadeira de Botânica na Universidade de Coimbra, para o qual foi nomeado, e nele se conservou até morrer.

Nos 37 anos durante os quais ocupou este lugar, foi sempre em- pregado zeloso, trabalhador consciencioso, podendo servir de exemplo.

Grande quantidade de plantas colhidas pelos empregados do jardim botânico em várias localidades do país e mais de 200 espécies enviadas pelos sócios da Sociedade Broteriana por ele foram es- tudadas. Poucas são as espécies existentes no não pequeno herbário da Universidade cujos nomes não sejam escritos por ele. Esse tra- balho foi considerável e pode ser apreciado por quem saiba pra- ticamente as dificuldades, que nele se encontram.

Com o fim de estudar a flora transmontana fez larga excursão especialmente no distrito de Bragança, fazendo boa colheita de plantas e observações interessantes, publicando no Boletim da Socie- dade Broteriana (vol. xu) descrição dessa viagem.

No mesmo Boletim foram publicados outros trabalhos sobre a :flora portuguesa, tratando da maior parte das famílias, que formam essa flora.

Papilionaceas vol. ii Cruciferas v. iii Ranunculaceas v. iv Cariofilaceas v. v Crassulaceas v. vi e xx Geraniaceas v. viii Compostas v. ix, x, xi Umbelíferas v. xii Poligonáceas v. xiii Chenopodiáceas v. xix

Valeiianaceas, Dipsaceas e

x^mbrosiaceas v. xv Primulaceas, Gencianaceas

V. xvi Solanaceas, Convolonlaceas

e Cuscutaceas v. xvii Caprifoliaceas, Ericaceas,

Monotropeas e Vacinia-

ceas V. xviii Verbásceas v. xxiii, xxiv.

Por isto se pode apreciar a parte importante que teve no estudo da flora portuguesa. Foi um grande e eficaz trabalhador.

216

Edwin Johnston

No dia 7 de Abril do corrente ano faleceu no Porto, onde desde muito residia, este dedicado amigo das plantas. Era de origem in- glesa e sua ocupação ordinária era a de auxiliar de casas comerciais. Todo o tempo livre, que estas lhe deixavam, era consagrado ao estudo da flora das vizinhanças do Porto. Nesse trabalho descobriu não poucas espécies interessantes e na colheita tinha sempre como norma poupar as plantas para que não podesse dar-se o desapare- cimento das espécies, especialmente das mais raras.

Nas excursões procurava observar com cuidado as diversas fases da vegetação, e dessas observações deu notícias relativamente à época da floração das plantas que encontrava. Foi ele o único, segundo creio, que em Portugal estudou o Calendário da flora.

Era de carácter sério e um pouco concentrado, vivendo com os seus livros e plantas, mas sempre francamente pronto a auxiliar os qiie lhe pediam qualquer serviço.

Barão de Soutelinho

A 16 de março do corrente ano faleceu no Porto este distinto membro da colónia inglesa, formando com seus irmãos, William e Charles Tait um grupo caraterizado pela nobresa e honradês de ca- rácter.

O Barão de Soutelinho, Alfred Tait, era um grande amador das plantas e um distinto orticultor. A flora portuguesa tinha nele um cultor de grande valor. Fez conhecidas no estrangeiro e especial- mente na Inglaterra muitas raridades vegetais de Portugal, tendo por isso o seu nome ligado a algumas espécies e tendo recebido a honra de ser admitido em notáveis sociedades tais como a Linnean Society e Royal horticultural Society de Londres. Entre outros tra- balhos publicou um interessante estudo sobre os Narcisos que se en- contrapa em Portugal.

No seu jardim cultivava com esmero plantas raras, que de várias partes recebia e que com grande liberalidade distribuia. O Jardim Botânico de Coimbra muitas recebeu e com a morte do Barão de Soutelinho muito perde.

Índice por ordem dos autores

Pág.

B. Barros Gomes Estudos florestais 198

Júlio A. Henriques A ilha de S. Tomé sob o ponto de vista histórico-natural e

agrícola. i> Os mortos 212

■•5

índice

Pág. Ilha de S. Tomé.

Intkodução 7

Bibliografia 10

Resumo histórico da ilha 16

Posição geográfica e orográfica. . , 19

IlheuS; picos e morros 28

Rios e cascatas 40

Estrutura geológica 48

Rochas de S. Tomé .53

Clima 68

A fauna 77

A flora 89

Zonas de vegetação 105

A agricultura 111

As roças 114

A vida na roça . 118

As culturas. 123

A floresta 134

Um jjroblema . 135

Catálogo dos animais 138

Catálogo dos vegetais 176

Estudos florestais 198

Os mortos 212

EREATA

Pág.

Linha

Onde se

Leia-se

55

13

Guengue

Guegue

70

23

Cacoeiro

Cacaueiro

84

18e22

representadas

representados

85

33

aperculo

operculo

97

Fig. 48

Fig. 49

98

Fig. 50

Fig. 51

99

Fig. 51

Fig. 52

100

Fig. 54

Fig. 55

125

25

semestres

sementes