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JAN 3 1 1931 />>

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DIAQNOSES

DE

ALGDIAS ESPECIES IIDITAS

DA

FAMILIA SQUALIDAE

QUE FREQUENTAM OS NOSSOS MARES

DIAGNOSES

ALGUMAS ESPECIES INlimTAS

DA

FAMILIA SQUALIDAE

QUE FREQUENTAM OS NOSSOS MARES
IRABAIDO APBESEHADU A ACADEMIA REAL DAS SCIEIIAS DE LISBOA

PELO SOCIO EFFECTIVO
JOSE VICEIVTE BARBOSA DU BOCAGE

PROFESSOR DE ZOOLOGIA NA ESCOLA POLYTECHNICA

DIRECTOR DA SECQAO ZOOLOGICA DO MUSEU DE LISBOA

MEMBRO ESTRANGEIRO DA SOCIEDADE ZOOLOGICA DE LONDRES

MEMBRO CORRESPONDENTE

DA SOCIEDADE DE HISTORIA NATURAL DE STRASBOURG

ETC. ETC.

E POR

FELIX DE BRITO CAPELLO

NATURALISTA-ADIUNTO DO MUSEU DE LISBOA

LISBOA

TYPOGRAPHIA DA ACADEMIA
M DCCC LXIV

i^Eii

ALGUMAS ESPECIES INEDITAS

DA

FAMILIA SQUALIDAM

QUE FREQUENTAM OS NOSSOS MARES

Em quanto niio conscguimos apresentar a Academia uiii traba-
llio mais extenso sobre um grupo notavel <Je peixes da familia dos
squa/u/ae, que e rcpresentado nos nossos mares por bastantes especies,
algumas dellas novas, desejamos fixar perante ella a data d'essc nosso
trabalho, apresentando-llie concisamente a diagnose de especies que
teihos por inedilas, e de generos novos que julgamos indi«pensavel es-
tabelecer.

Fam. — SQUALIDAE. Bp.

Tiibu — SPINACINI. Bp.

Gen. — Ccutrophoi'iis. Mull, et Henl.

A este genero de que ate Imje se conhcciam apenas duas especies
authenticas, C. granulosus e C. squamosus (ambas perlenccntes d nossa
fauna e reprcsenladas nas colleccoes do nosso museu), julgamo-nos au-
ctorisados para acresccutar tres especies mais, que siippomos ineditas.

\- C liisitanicus. Nob.

Nome vulgar : Lixa de lei.

C. granuloso valde affinis, sed diversus : violacco-nigricans, ros-
tro brevioie, pinnis pectoralibus ab apice loslri propioribus, pinna dor-

sali anterioie latiore ac magis jiroducta, spinnis pinnarum dorsalium
brevioribiis et gracilioribiis.

Os nossos Pescadores distinguem-o do C. granulosus, ao qua! dao
o nome de barroso, apesar da sua grande semelhanca com esta especie.

2. C ereiildalbiis. Nob.

Nome vulgar: Sapala branca.

C. cinerascens, corpore subtriaiigiilari, fusiformi ; rostro valde
producto, depressissimu, spalulato, caplte poslice brevi ; pinnis dorsa-
libns magnis, lalis, forlitcr lobatis, spinnis longis, validissimis ins-
tructis ; squammis magnis, rudibns, erectis.

An Acantldcllum calceus. Lowe? Proc. Zool. Soc. Lond. 1839,
pag. 91.

A' vista somcntc da descripcao que d'esta especie da Madeira
publicou o nosso sabio amigo Lowe, nao e pnssivel affirmar que sejam
idcnticas. Pwpureo-fuscwn cbama elle ao sou A. calceus, em quanto
que o nosso C. crepidalbus e reahnente civzento ; e n'esta differenca de
cor comeca a nossa besitacao, que mais augmenta quando considcra-
mos que o mesmo A. diz ser a sua especie muito semelhante no as-
pecto ao Sci/ninns iiiccensis. R.isso, com a qual nunca nos Icmbraria-
mos dc comparar a nossa.

iM. Gray no catalogo dos peixes do museu brilannico (Chondro-
pterigii, 1851, pag. 74) indue o Ac. calceus. Lowe, na synonimia do
C. granulosus, mas junta-lhc um ponto dintcrrogacfio. Deste facto
nao podemos tirar outro corollario senao que este auctor nao conhc-
cia bem a especie madeirense.

Por occasiao da sua visita annual a LIsboa, M. Lowe pode exa-
minar um exemplar do nosso C. crepirlalbus, e a estampa que ja' delie
tinbamos; e parcccu-nos inclinado a recoidiecet-Ilie a identidade com
a outra especie (|ue citamos. Igual opiniao manifeslou depois outro
zoologisla inglez, M. Jobnson, que tambem conhece bem uma grande
parte das produccoes naturaes da Madeira, Prevalece porlanto boje em
nosso espiiito a idea d'essa identidade; mas como nao podemos ainda
obler exemplar alguin da sapatn da Madeira, com que conipaiassemos
a especie de Portugal, nao ousamos tandiem aflirmar deliberadamente
que sejam idenlicas. Assim se explica o ponlo de inlerrogacao que
acompanha a.citacao do Ac. calceus.

3. C. cre|ii«latcr. Nob.

Nome vulgar: Sapata preta.

C. riifo-fiiscus, corpore rotiindiito, capite brcvi, rostro cJepresso;
pinnis pectoralibiis brevi!)iis, tiiiiicalis, spinnis mcdiocribus munitis;
sqiiatninis horisonlalibiis, juxta-positis. lore iiubiicatis.

Nov. Gen. Centroscyiiiiiiis. Nob.

C/tar. gtfi. — Denies maxillae supeiioris dentibus Scijmnorum si-
miles; denies maxillae infcrioris Crnlroplwritnt dentibus non diserepan-
tes. Pinnae dorsales anguslae, breves, spinnis fere inconspicuis ins-
tructae.

Pelos denies estabelece a transiceiio enlre os generos Centropho-
rits c Scijninus ; pelas espinbas das barbalanas dorsaes pertence pro-
priamente ao grupo dos Spinacini.

C coclolepis. Nob.

Nome vulgar : Pailona.
C. castaneo-brunens, eorpore snbtriangnlarj, capite brevissimo;
rostro breve, parum depresso, marginibus cingulatis ; sqiiammis ma-
. gnis pedunculatis, borisontalibus, antice fortiter excavatis.

Pela forma das escamas se distingue bcm esta especie de todas
as outras a que mais se possa assimelhar ; nenbnma tern as escamas
conio ella.

Nov. Gen. Scyniuodoii. Nob.
Char. gene?-. — Dentes maxillae siiperioris ut in Scijmno: ma-
xillae infcrioris dens medianus impar, post quem dentes plurimi erecti,
et versus angnlum oris magis ac magis decumbentes. Pinnae dorsales
angustae, breves, spinnis minutis.

Se nao fosseni os espinbos, assaz diminutos, das barbatanas dor-
saes, mal se distinguiria do gen. Scyumus.

Soyinnodon rigeiis. Nob.

Nome vulgar: Aneganhada.
Sc. rufo-fuscus, corpore subrylindrico eloiigato ; capite a Irunco
dlstincla, sub-prismatica ; ore amplo, biante, rictu fere horisontali ;
])innis pecloralibus angustis, rolundatis ; squanmiis ut \o .Centr. squa-
inoso.