^(iibu d ar te v vo Xo n jCihrurç
B xtram. Mnt trer# ihr
\
\
• «
• .
HISTORIA
DAS
PLANTAS
Dividida em dois Volumes.
/ V/o ni/m/o j/tçj/ U> ////’ c/c/o
_ ^ /- / ^
o J / r/rf/í/ o r/ / c c/c/trr?
J* c/s a/a/iw f//et / //t/v/c/^ ft.riiuio Vrn rf<J( cjn s/ f/o
[ c! /'///) /{('>' /c/ J 7/
Prird J t f fít/n Ja* Cre f/t o
n
HISTORIA
DAS PLANTAS
DA EUROPA,
£ DAS MAIS UZADA S'
que vem de Afia , de Afírica, ôc da America.
Onde ve fe fitas figuras , few nomes tf m quo tempo florecem & o lugar v onde nacem •
Com hum breve difcurfo de fuas Quali» dades e Virtudes efpecificas.
Dividida en dois volumes , & acomodada fia forma do grande Pinax de Gafpar
Bauhino.
Por JOAON VlGIER,
Offe recicla
AoEmmo. Snor. Cardeal D. Nunko
da Cunha Inquifidor Geral &c. TOMO P RIME IRO.
/
)
ã >*/// o
•$. </// 0/7.
EM LIO N y
T>7a Officina de AN1SSON , POSUEL
& R1GAUD.
> - - -
M, D C C XV 11 1.
f
A O EMMINENTISSIMO
ET ILLUSTRISSIMO SENOR
D. NUNNO
DA CUNHA
DE ATAIDE, PRESBÍTERO, Cardeal da S. R. I. Inquiíldor Geral dos Reynos 8c Senhorios de Portugal , do Coníèlho de Eftado do Sereniílimo Rey D. Joaon V. 8c Miniftro de íèu deípacho univeríal..
Mvío* ET I L S°*
A Hiftoria univerfal das Plantas
he o pequeno dom que tributa a minha
• • • a íij
lembrança a os pes de F. Emm11. que como a v ir tude delas procede da ln- jhiença da Luz- , jujlamente fe ani¬ ma o meu ajfecio d bufe ar na aceita- caon de F. EmnP . o rejglendor do feu influxo. Se eu medifje a importância da obra pella gr ande fa do objecto , d que Je dedica nunca fe atrevera o meu objequio d por o Jingul dr ifjimo no¬ me de F. Emm 1 . no principio d’ejles volumes 5 mas co?no d, utilidade do ajjumpto he taon tmiverfal para to¬ dos , receba F. Emm1. efla of erta do meu dezejo , pella utilidade de todos fe comunica & pella evidencia com que 0 meu animo Je tributa , pois F. Emm1. d (rmilhança do aftro para com as Plantas , he univerfalmente 0 mejrno para todos. Com ejle conheci¬ mento da minha fmeeridade , fe re- . fei ve 0 meu humilde engenbjo na efeo- Iha de taon alto patrocínio : porque- fendo F. Emm'1. pello brazaon de feu illujlre fangue & pello efmalte das Jitas acçoens heroicas , 0 maia ama - vel na veneracaon comua , feria in~.
•i#* - Í.- Sr
<7 rato gr tncu afeei o fe com tantas fmgularidades para efcolha , fe naon efneraffe a minha eleiçaon no elevado de tantas prendas. Em cada folha defas plantas tinha cn que multipli¬ car asfoberanas accoens de V.Emm numerando com huma gr outra vir¬ tude as muytas com que V. Emm \ en¬ tre todos fe realça , mas a fuperiorida- de do fu amavel decoro cr o d ' e finte- reffi de taon benevolo agrado me obri¬ ga a ponderar com as vivas vofes do coraçaon o que a Emmencia do objecio confunde na eloquência do efiilo, firva fe V. Emm%. da efeolha da minha grande inclinaçaon , patrocinando com fu a heroica benevolência o a Trado a’efa util inda que pequena obra , pondo os olhos de fua ingenuidade no faudavel dlefas folhas , que fendo com a vijla de V. Emm'1. illuf radas ■gr com o feu di cl o ff imo nome repeti¬ das , tanto a enveqa as naon poderá murchar , que ajudada a naturefa com o nome , fempre o refbeito as vera
reverdecer 5 gr ajjim corno cada huma
• • • •
a.nij
• ( 7 r ;>
f J/çir; ■
das Plantas ferve de remedio fauda- vel a todos por beneficio da na tarefa afiim cada hum a das fitas virtudes Jervira a todos de vivo exemplo , im~ puljo do patrocínio. Com effas exprefi fioens de minha vontade , ficara efiam- pado nefies pequenos volumes o quanto fiou obrigado a V. Emm *. tributando me no emprego d’efia ojjerta , fie naon com aquela igualdade que pede o ele¬ vado do feu merecimento , a o menos com aquela certeza que pode declarar a minha veneraçaon , de que fiempre firaon linguas as me finas folhas das plantas que a V. Emm1. lhe dedico.
Deos guarde a peffioa de E. Emm \ os annos de mayor duraçaon.
A os pes de V. Emm *. o menor de fietts fiervos como mais obrigado
s
JóAON V IGlERa
A O LEITOR.
A te íaon patentes as trc.s obras que expus no prélio na real officma Dcílande- íiana ífeífa corte de Lií- boa. A primeira hum Thezouro Apolineo. A íegunda huma ver- íaon Chirureica Anatômica com-
O ,
pleta de M. le Clerc. A terceira a diarmacopea Ulliíliponeníè. A pri ¬ meira eníina a individuacaon dos remedios univeríàes , poltos em particulares claílès.. Pella diítinc- çaon dos capítulos dos achaques que cuftumaon infeílar o corpo humano. A íenunda contem por
o n * • •
perguntas 6c repoítas os princípios. -& diffiniçocnsda Chirurgia 6c Ana¬ tomia , a Oí teologia , Myologia os tumores , chagas 6c feridas 6c c> O modo de preparar a Pana cea. Mercurii para curar o morbo GallL-
a, v*
a®
«
I
I
1
■■
,í 0 LEITOR.
co. A terceira eníma os princípios Ai diffiniçoens , termos Pharmaceu- ticos cie huma èc outra Pharmacia, luas preparaçoens Se compoliçoens. Hum t rachado cias Plantas modernas cie huma & outra índia & Braíil. As doiisdas Chimicas. Hum Voca¬ bulário univeríal Latiu èc Portu¬ guês cios Synonimos de todas as;. Drogarias , Animacs , Vegetaes , 6c. Mmeraes, allim das modernas como. das antitras.
O 3
Naon parou a qni minha curió— íiclade èc muyto affecto para utili¬ dade cios Lufitanos 5 porque naon a chei fufficientes as tres obras das tres partes da Medccina ja re {fe¬ ridas íem dar quarta da Botanica. que enlina o conhecimento dos Simples cie que fe carece muyto neíle Reino.
O que íe propoe neíia quarta o- bra he cie dar hum conhecimento mais facil das Plantas cio quefoy ate o prefente ,com toda a obfervancia a o que feria capas cie facilitei* cite
yy o leitor:
deííignio , &í cíc evitar tudo o que o poderia diffícultar ; de íorte que o numero prodigiofo dos volumes que os Autores tem compoílos ío- bre eíla matéria coníundia os cu- rioíos & lhes impedia de formar liu- ma idea fixa £<. determinada delia íeieneia 5 n cila obra ou n eílcs dois volumes portáteis de algibeira íe reune como em hum corpo abrevia¬ do o que eíles tinhaon publicado com tanta extençaon <sl o que va¬ riedade de íuas opinioens tinlia di- vcríificado fora da verdadeira ípe- cie. Eíle modo de proceder parece íèr tanto mais 11 til quanto fendo eíla obra portátil porque fe pode conferir a o pe da planta as figuras que fe lhes da com o natural , re¬ conhecer na copia a certeía do Ori¬ ginal 5 eíla ventagem naon he de- defpreíãr fie fe deve eíla idea tirada íegundo a ordem do Pinax de Gaf- pard Bauhino , recopilada & man¬ dada imprimir por Ni colas De- V i L L B , dc que me intitulo em par-
2l vj , «
.A 0 LEITOR.
tc traducEor , acrecentandoíhe algu¬ mas cxplicaçoens das virtudes das antas mais genuínas a oeftilo mo¬ derno diminuindoliie algumas menos intelligiveis & menos metó¬ dicas.
Oftercço teaqui a Hlfroria das Plantas , fupolto naon eíleje taon geral que comprehcnda -todas as que a natureíà produs ( íendo iffco impoílivel ) nem taon extendida que íe lhe deícubra todas as do que os- Autores fallaraon ( íendo o numera execivo ) as que eftaon reíumidas nelfa obra íaon íufficicntes das que hoje compoem a matéria Medeci- nal 6í que tomaon íeu nacimentO' na Europa, ou que nos vem da Alia, da AíFrica da America , em que os curioíòs os que faiem proffi- çaon da Mcdecina acharaon com que encher os íeus deíejos.
Et como nas Sciencias a boa or¬ dem cC bom eíHlo aclara muyto a
J
intelligencia , tratoufe com tudo o cuidado de huma exacta ordem das
A 0 LEITOR.
matérias dc que a qui le trata para que fiquem mais aclaradas &. pare que ío por eíte meyo íe alcaníara bom íucceílo , labendo uíar do me- thodo que íe tem oblervado , ou íeja em geral ou em particular a proveitar le haon admiravelmente os curioíos.
No treral o bom cítillo da a como
O
daçaon das Plantas que confiíta na fua diítribuiçaon de baixo de luas verdadeiras eípecies , onde cltaon os generos os mais proprios 5 ver¬ dadeiramente eíta obra parecia im- pofivel íem valeríe da miravilhoíã obra do trrande G. Baulfino 5 cite
O
lie o grave Autor que no leu Pinax, que a Botanica confidera como lua tocha 5 porque íem ella citaria ainda de preíente no cabos 5 deu nos a or¬ dem que nelta obra íe tem íeguido òc deu ocaíion de a dividir em doze livros & cada livro em leis divi- íoens em que eítaon os meímos ti- tulos 5 afim que dc baixo dos gêne¬ ros N eípecies principaes , puíeraon
A 0 LEITOR.
íe as Plantas cujas qualidades noti- ciaon a que delias participaon : os que tiverem penetrado a idea de Bauhino conlieceraon a utilidade d eíle exordio , viíto que naon ha ícientc na Mcdecinaque naon huja recebido o Pinax por huma das ma- ravilholas obras da arte , Se que feu Autor , qtie íem duvida conhecia íua ponderaçaon & mérito d’ella fes íobre íeu íronteípicio o Panagy- rico, di lendo que hera achave dos outros Autores &C que a tinha train¬ do meyo íeculo na íua cabeça pri¬ meiro que a dar a luz.
Opus XL. annorum. O eílilo parti¬ cular d eita obra hc a boa ordem que íe tem ufado para deferever a hiítoria de cada Planta em particu¬ lar : íobre eíte punto adverte fe a o Leitor de notar que reíumio íe em huma lauda in 8. o que citava em huma ou duas in folio , diítribuindo a cm tres ou quatro partes , que no iítante a preíentaon a os olhos &: que em hum iítante fe ve o que fe
A 0 L E no R.
pode dcíejar : ôc aílim depois de dada a hírura des íe lugar a os no-
Co ^ ,
mes à margem , aílim Latinos, Por- tugueíes , Franceíès , Eípanhoes , Italianos ôc Allemacns , com efta coníideraçaon que o primeiro em Letras Capitaes , he o de Matthiolo a o qual fe lhe ajuntou o íeu nome ■ & dos Autores que foraon do fcii parecer : &c como em tudo íe tem íeguido o de -G. Bmhino , pos íe no alto da pagina o que elle lhe da , com efte mote , G. Rmh. por baixo immediatamente & íèmpre na ilhar¬ ga da lisura de baixo deite titulo >
•O O
Qualidades , íe por leu tempera¬ mento que naon he outra couía mais que o grao de que cila com- pofta das quatro qualidades natu- raes , que íaon a quente , a fria , a íecca , & a humeda Se que íaon. hoje no vulgar da Medccina a re¬ gra do uío que na pratica íe cuftii- ma em Portugal v. g. as Papoilas & dormideiras coníorme eíla pratica antigoa , íaon de qualidade fria a
A 0 LE I TO R.
o 4. grao. LEmeric ôc outros Au¬ tores modernos le explicaon diíen- do que eílas plantas contem muyto oleo &; mediocremente íal.O Azum ou Jarro no fyítema dos Antigos , he quente ôc íecco a o 3 . grao , ÔC no íyllema dos Modernos contem
J
muyto fal eífential ôc olio.
De baixo d’eíle titulo, Descrip- caon , he o que eníina a o conhe¬ cimento pella diftribuiçaon de to¬ das íuas partes ÔC de tudo o que lhe luccede deície íeu nacimento ate a lua morte : tem íe lhe encontrado muvtas difticuldades porque como íe quis tratar luccintamente , ôc íem embaraílos , naon íè pude íe naon com muyto travalho repreíentar tantas cotiíãs em taon poucas re¬ gras , o que tem que narrar em ca¬ da planta.
De baixo d’efte titulo , Lugar > fc repreíenta o lugar natural , o ter¬ ritório , onde creíce as que laon a- quaticas ôc as que nacem era lu¬ gares áridos ou íteriles ou fertiles >
AO LE ITO R.
&c. O que naon hc de pouca utili¬ dade 5 porque cite conhecimento noseníina luas qualidades 5 taonbem eníina o tempo do anuo em que a- parece , florece , ‘òL da ftia í emente ou fructa.
De baixo d’efte titulo , Vírtu- des , da fe lhe o grao das qualida-% des chamadas íegundas &í he neífe capitulo que íè labera quaes íaon as adftringentes , as que humede¬ cem , ou as qne deíèccaon , as que íaon aperitivas , ècc. Taonbem as íuas virtudes eípecificas as íym- patias que tem com noílos eípiritos Sc partes do corpo humano , cuja experiencia fas conhecer que cu- raon os achaques do corpo humano, tudo conforme o parecer de inume¬ ráveis Médicos peritiílimos , que com muyta atençaon efculheraon entre as muytas virtudes que os Au¬ tores lhes atribuem , as que a expe¬ riencia mais authorila.
Para fe aproveitar d’eíla obra da íe huma taboada que íomente en ti-
i
A 0 LEITOR.
na as virtudes de cada huma em particular , íègundo a lettra do a- chaque.
Os que qui ferem aprendar das plantas com mais eípeculaçaon re¬ corre raon a os Commentarios ío- bre Dioícorides , ultimamente , im- preílos na lingua Franccía em me¬ nor metliodo do que os dos Anti¬ gos , em os quaes achafe taonbem a hiftoria dos Animaes , ôcc. taonbem em P. Pomet com muyta elegancia, eípeculaçaon ôc curioíidade de es¬ tampas doces.
rÀ
distribviçaon das plantas
contendas mjla PUjlor la fecundo a ordtrn do Pinax de Gafpard Baubhio • divididas cm doz.e Livros cada L.vrocrn Jeis Divi - foens .
Tomo I. que contem os íeis primeiros
Livros.
Liv. I.1PN As efpecies da Grama , Juncos Canas , L/das fementes que fervem a noífo íuftento , das plantas que por fuas raiíes tem al¬ guma íimilhança com o Gamaon & a o Pino , como o Nardo ou Spica , o Cyperus rodondo & o longo di&o Aíbajfor & o Traji , Sparganium , Cauda equina , Cal amo aromatico , Canas de afjucar , Pa» fyrus , Majfaou. Tabu a , as efpecies de Trigo Pba - langium , Efpadanas , &: outras ervas que com cilas fe parecem.
Liv. II. Das Plantas bulbofas como os Er- modaãiles , Sifyrinchium , Hyacintos , Narciffos , Sajfran , Colchium , ou dedo de Mercúrio ou morte de Canis, Fr i ti liaria , Cebolas , Alhos Forros , L [ca¬ lotas y Sebola aiba , Vam ou Sn// a , ,
Sticena , Hemerocal vs ou Lírio amarelo, Martagon , TefiiculôS y Satyrium , herva de duas folhas y Oo- banche , outras que fe lhes parecem.
Liv. III Das ervas hortaloas como os R/i- , Raponfas , Eruca , Maflrucos , Re feda, Pby - teuma , Lampfana , Navost Ortclam , aquáti¬ co y Pnrentoens , Aliffon Myagrum , Trave , A ll ia* ria , Co chi cari a , Coves , GdM* 011 V afiei, A fedas EJpinafres , P areia , Ru: barbe , Rapontico , Acelgas Axupli , Ha.imtcSy Urtigas , Mortas ou MercuriaiU d
Alfavaca de coore , Phylon , Alfacies , Serralhas , Lndivia ou Cicorias brancas, Chicória ou Cicho- num ou Alrneiroens > Heraclium , Dente de Leaon, Cbondrila > Zacinthe ou fichoria Verrugada , Sefa - rnoídes, Senecio , & outras ervas que tem alguma fimilhança com cilas folhas, goíto & nacimcmo.
Li v. I V. Das ervas que tem alguma conve¬ niência de figura com a Lofna , Olho de boy , o Nardo , a Vaieriana , as que tem as folhas recor¬ tadas , as que tem ombelas como o Tanacetum , Achilea , Sideritis, Cravos , Cravos da Índia , Matri- caria , Camomilla ou Macella , Abr&tano , Ambro - yí*# , Arthemifia > Millegrana , Camscdrios > Mille~ folio , Helyichrifon , Mille folio aquatico , Confo- lida Regia , Caminhos , Molarinha , Chelidonia , Ancholta ou Columbina , Niella , Funcho, Erva doce, Hendros, Meum, Retro , Ferula,Tapfia , Vucedanum , Bifnagas, Daucm , Gingidium , Cerefolium , Fecien veneris , d? /wr/# , Aipo , Sinirnium Tafio de veado, Sifaro , Angehca, Imperatoria, Panado , Af clepias , Spondilium , Sefeli , Rofmarinus, Alcorovia ^ Coentro , Ameos, Pimpinela , Cicuta , Sefeli, Sermon -» tanum , Omantes & Philipendula.
Liv. V. Das hervas perigo fas , Narcóticas , Aconitos , Ranunculos , das que tem as flores em forma de cálices , Anemohos & das que tem as folhas agudas ou chatas como a herva moira Somnifera Vvas de Rapofa > Btrengelas , An ore a , Mandragora , Mimcndros , Nicotiana ou Tabaco , Dormideiras , Tulfatilla , Camomilla , Antora , Alifma , Eleboros , & Eleborina , Gentiana , Tan- chagem , Cor&nopws , Zargatoa , Pyrola , Bijlorta , Limonia , Tribulus aquatiem , Potamogetum , Gol - ^40#; [agita > Dracunculws , Arifarum , Jarro , Aa~ faro , A farina , Tufsillago , Bardana ou Perfonata.
Liv. VI. Dos Goyvos , Cravos , hervas de bom cheiro , Violas , Dracunculos , Lapa ou Xanthiurn, Jacea , Mangericao Nulla Saxifragta , Moraon ou
#
ôlho de gato , Lmaria , Unho, Rofmaninho , ou Nardo , Alfafema , Ageratum , Putgio , Dieta- mo Cret . Or^w , Mar um ou Manjarona , Chnope - jftüOT , Afc&M , Ortelam , Menta Cataria ,
Neveda , Cidreira ou Af*/i//à , Cardíaca , Lidentis , vMarroyos , Urtigas , Eufrajia , Betomca , Serratula , E fero fui ar ia , Salva , > Borminum ,
cos, Blaturia , JEtbiops , Trimulavens , Sanicula , Cor tufa , Ephemerum non v encnofo> & ou tios que fe lhe a femelhaon.
TOMO II.
Liv. VII. Das heivas que fe parecem com o Camaedrios , das Veludadas ou Felpudas , & das Alexitarias , das Vulneradas > & das que tem as folhas eípeíTas como a Lifimacbia , Calenduia , Vernica, Teucbrium > Efcordio , Iva mofe ata, Mor fu* galinsL, Androfaces, Morraons ou Anagalts, Elatine , Eliotropum , ou Verrucana Bugio f as , ou Lingoas de vaca, Onofma , Orcamta ou Anchufa , Cynoglofum ou Lingoa de Cam , Leftho permum coifo li da mayor , Pulmonar ia , Bellis ou Margaritas Philofella , ou herva alcar , Aurícula muns , Gnapalium Leonti - podio , Elycryfon , Coniza, Ajier aticus , Virga aurca, Verbena, Morfus Diabojj-Efeabiofa, Ptarmica, Cya- no , Barbula Urfi , Efeorp onera , Caltha , Earfugium Helenium , Panaces , Perfoliata , Ccntaurea menor ou Fel da terra , Gratiola , ou Gratia Dei , Hypericum , Androfemum > Clymenum , Corvs , Symphitum Pe- treum , Polygonu?n , Paronichia , Sempervivum ?na- 'jus ou Sayaon , Uva de Can ou Sempervivum mi¬ na* , Umbilicuc veneris ou Coucellos , Aloe , Ligno Rodio , Fabaria , Scorpioides , Beldroegas ou Pcrtu - laca, Cep&a , Crithmum, ou Perrexil > Bacilba, Kali , Tragum , Tithymalu* , Efula major , Aptos , Peflm , Eatbyris ou Tbargo , Similax ou Leigacam .
ixv. V I I I. Das Plantas que fe prendem com
outras , & que fe afemelhaon a Malva , Aoo* br as, Meloens , Efeamouea, Brafica, Marina , Similax afpera , Salfa parilla, Anorfa , Lupulos > ^ vinha Cie - matites , Flamula , Caprifolium ou Madre Sylva , Vincetoxicum , Sigilum Sa.amonis , Launcs Alexan - drintts , L'Lto dos Vales , Grama Tarnafsi , Lingoa equina , He d era Arbórea , Balfamina , Arifloiechia , P^w porcino , Saxifragia , Chelidonium minm, Co - loquintas , Pepinos , Pepinos de fan Grcgorio, Malva , Malvaifco , Hypericum , Geraninm , Sanicula Al - chimila , Canabis Eapatorium , Agrbncnia , Caryo- phyllata , Dentaria , Pentaphyllos , T&onia , Leonto- petxlon Staphifagria ou Pap arras , C/Vza? ít?; mw/í Tormentilla , Tragaria , Trifolium ou Trevo , Trin¬ dade , Trifêlium aquaticum , Mehllotm , Lotus .
Liv. IX. Da hervas arrodeadas de folhas , 5c das que le afíimilhaon a Arruda , dos Legumes Sc Plantas que quafi íaon fimilhantes nas folhas como a Rubia y Aparhia ou Aíperula, Galium , ^Arruda , Favas > Fcjoens , Chixaros ervilhaca , Lentilha* > Graons , Demojfos , Ervinha , Hedifarumy Esferra cavalo , Toligalia , Tribulu * , tcrrejhis ou Abrolhos , Afiragaltu* > Galega ou Refla Capiaria , Alcajfws , Hermincft s.
Liv. X. Das Lrngoas Cervinas , Lingoa Serpen¬ tina ou Oph'ogloj[um , S^^ndrium , Cethcrac ou Douradinha , Lanaria , Adjantum ou Avença , T ichomanes ou Tolytrichum , Paronichia, Rata Mu¬ raria ou , Ríw , Polypodio , te-
rcjlre , Hepatica , Lentilhas d' agoa , Stratiotes , C0- ralina , Androfaces , ou Cucumelos , Agari-
co , Tnberas da terra , Cirfiu?n Carthamo > Cardo Canto , Atruciilis , Chameleon branco , Spina alba , Eru* giganta ou Jwwm , Acanthum ,
Cardos , Dipfacus , FiVj* Taflorts, Eryngtum ou Ca^do Corredor 1 Alcatira 5 Potenum , Onoms 011 Zw/V ou Gatinhos , G*//»*.
Liv. XI. Das Arvores , Cytijfu* , Acacia vera ,
dcjla, Colutea y Senna , jiijfemin , Syrin^a , Lentif- cuó y Therebmtm , Pijlacnia , St aphi londendron , Al* f arrobas , Cana fiflola , #0.; Mofe ada , Pimentas , Su- magre , F afete , Sorvas , Frexo , Nogueiras , Ave* laneiras , Caflànhas , , Carvalho , Calas , '
Lignum crucis ou Fz/ro quercino , Sobreiro , Ilex Cs- infeãerium , Agnfolium , 1/7/'* , Or/730 , C*r- pinus , Bétula , A. nus , Fr angula , Bvonimus , Vi- burnium , Alemos , Nylon ,P latanus , Ricinus ou Figueira do inferno , Maçaneiras > Marmeleiros , C/- , L'i?noens , Laranjas, Vomum Adami, Romeiras ,
> Fexgueiras , Amechoeiras , Amendoeiras \ Sebe f em, fu jubas, ou Nafega , Corntt hor -
> Cerejeiras , Ginge iras , Mahaleb .
Liv. XII. Das Matas, Nejfras, Sorbas, Torminaf Oxycantha Cre (binas, Berbens , elbinh* vib.r
TABOADA DAS VIR TT) DES das Plantas contiudas nefa Obra , divididas fegundo a ordem das par¬ tes do corpo humano •> (jr das doen¬ ças que lhes fuccedem.O Leitor para delias ufar bufcara o nome da parte a chacota cÁ achara no numero das laudas a Planta própria para o intento, de modo que fe for hum a fe¬ rida ou hum tumor na cabeca acha -
«/
ra na palavra cabeça , todos os achaques da cabeça , & ajjim das mais partes , & taonbem nas doen¬ ças geraes por f ia primeira Lettra , como Gota , Epileptia , Areyas , Pe¬ dra , Febres ■m
A
ALACRAOS fuas picadas ou mordeduras. 40,137» 143- 23 3 • 4°S* 4*6* 43 7* 45~*
459. 693 . & 840. modo para os matar. 102,, 5 3 o*
tAlporcas > Vede Efcropkidas > S cr op bulas.
Alnus fuas euflamaífoens. 2.43 . 492-. 618. fuas rachas. 3 53 . 41 2,. 704. & 837.
<Almoreima$ , Vede Hemorroidas.
Apoplexia*
wasm- w
mw£*>
Apoplexia. 75. 112 . 367. & 368
Apoflemas. 18. 41.45.13 1.163.1 89. 197. 685. 805. Dentro no corpo ja rompida. 1 03 .Dyfpcpnca, 243. quentes ou emflamadas. <>53. Unheiros 5 i9.Difficeis de abrir, largos. 429. Frios. 6 . 2.8c 6 9 8. Pequenos. 48 3 . Para os refolver. 1 3 4. 1 3 5. 598. & 612. recentes. 698
Aranhas Phalanges luas picadas. 40. 137. 185. 251. 408. 508. & 514.
Arepiamento. - 232
Afihma, 1 10. 1 58. 180. 185. 189.204. 23 1.284.
3 39. 3 U - 374*4I3- 488. *05.565. 581. 6 77. 807. & 847.
B
contra o feu roim cheiro. 36. 1 58 Baffo fuas dure ias. 7 5. 1 3 2. 45 1. 548. 556. 608. & 723. Opilado 119. 337-338.403.583. 508. 6 32. 662. 666. 669. & 706. Endurecido , enchado, 121. 672. As durefas amolecidas. 353. Sua podridaon. 133. Amolecelo. 190. A Lofna lhe he própria 1 5>i. 192. & 380. fera purgado. 227. O fchirro curado. 341. Suas dores. 3 69. todos os feus achaques 385. 3 91 . 400. 463. 600. 652. 721. & 841. Para o di mi- nuir. 449. 565.54^^5. Suas in flama fçoens. 560. Seus accidentes7f^6.664.0bftru(ao. 668. Confumado. T ^
Bocac haguenta , 83. 98. 331. 353. 384. 47r<
477-479- 493 - 50(í- 53 1* 602. 717. 754.826. & 852. Chagas podres & malignas. 176.229. Corrofíyas 23 . fluxoens. 680. 789. & 833. Pa! ia curar todas as mais 493 . 5 90.700.701 .749,
765.816. 843. &: 852. do fogo fomente 635. para veífigas. * ?I ^
Bexiga ou variola , Vede Meninos.
'Bepsàe quatro pes ajudadas a ícu parto. 141. M4
Tomo I.
0*
e
TCjjes. Suas dores, x r. 716. Modo parados pur- gar 413. 711. & dos humores ílegmaticos. 384.496. Se for chagado. 476. 586. Para o deíopilar. 494. Contra os íeus achaques. 604. 677- 771. Seu duftosaleviados. 773. Lhe íaon contrários. 649. 82.6. Humores groíleiros pur¬ gados. 669. Suas afperefas mitigadas. 664. Seus calores. 88 6. Suas enflamaíloens. 3 43 * 351. Contra luas apoftemas. 391. Seus du&os, 71
C
A!cul y Vede 'Pedra ou Areyas . j Cabeça lhe he nocivo. 10.3 80.378.649.73 5. & 738. Suas dores moderadas 33. 163. 239. 285. 309.394. 402. 488.489. 518.1532. 560. 736. & 808. Seus achaques por caufa fria. 145. 438. O alho he contrario a os fracos. 76. Seus aedemas 181. Os Mimendros lhe faon contrários 280. Carregada. 650. Se lhe ha de aplicar na teíla. 438. Suas emflamaíloens 458. Purgaçaon das flegmas 731. As chagas limpas. 882. Os excrementos. 827. A acha¬ ques que vem no ccrebro. 575. En chaqueca. 283. 583. Suas feridas recentes. 250. 789. & 861. Convulfaon qiu^abftrahe os nervos. 87. Cabelles , para os tingir de preto 576.731.758. 747. & 820. para os fafer Louros. 350. 446. Das paftanas. 73. 159.476.538
Calos . 143* 2.9 3« 3 93- & 594
Campainha lhe he proprio 98. Sera repofta ou levantada. 150. Sua enflamaçaon 493*73 3* 742. & 758.
Cams o que os mata 566. 595, & 815. Suas mor¬ deduras. 412. Danados fua mordedura 73. 124. 154. 157. 408. 415. 45^- 568*738* & 842.
Cancros & Cavalos* 4*^* S4i«& 5 5^
Câncer, 114. 376. 41 5. & 649. Conoente. 460.
i
' ^
Curbuncu 'os. 4 9 f • 6 5 9 . & 8 1 6
Cathams. ii|. 314. 4 66. 62 8. 708. 777. 805. 860. vede fluxoens.
favalos para lhe branquear o cabelo 66. Encra¬ vados 430. Sua toife 431. 739. Contra as bi- xas o alumbngas 606. Suas mataduras & fe¬ ndas.
C^utcno. ç
1'erebro. Suas indifpoíiçoens 4 6. m. 438. & 57 T- Os confortantes. 54- 3 75». 3 94- 401. <5 8 8. -& 811. Fluxaon 469. Scra offendido 70. A flegma purgada. 106. Vertige 3 57. Indifpofto pello frio. 451. 486. Roim vapor deftendido 794- lera purgado 73. i ji. 189. 7n. & 809. &das fleimas. 113. 410. 416. & 41/
Chagas, lhe faon propnos i9z. 406. & 56 1. zco. 310. 47i. & 581. Putrides 411. 414. 41^. 47<í. & 814. Cancrofas 417. 478. Suas emfla- maüoens 479. quentes aduílas. 520. Confoli- dadas 506. Suas feridas. 701. Inveteradas 6<j 8. da boca 664.. que fe extendem. 8i<5. 851. Re¬ beldes. 837. Superficiaes Sji.cavernofas 577.
das partes 475. as alimpa. 411. <>54. &7i3.’ Coíiofivos & malignos. 13. IZ9. 137.^9.
t44' 33 »* l?6- ?37< 3 í»2-- 478- 541-
&752- A Carne podre. 48. j31.& l8g C tcatrises.
Coiera. Para a moderar. 134. 6to. 719. &79 / Seu deramamento. Mo. 517. Para a evacuar'
l°,\l p1, I?l, ?I4- 374.41 5. 5 3 8. 54 6. Sc 061. Para os humores fleimaticos das vevas
3 77- cólera negra caufando dores invetera¬ dos 37 6 666. a cólera derramada que caufa amarelidaon no corpo. Vede Iterícia, çoltca fera mitigada. 3<í. 13 j. ioo. no. 130.
VemoüT 48. ",0lbuS- í88- Ncfhriti.“:. - i°-
T e ij
.. u-
"I í i
Coceira. 6. 17.13S.389. 463. 5 1 8.5 1 9.5 5 1. 560. 71 3 . & 817.
foracacn luas dores 390. outros fymptomas 179. 554. 718. para o confortar 6 5. 348. 398.
468.503.571. 615.706. 716.769.788. 810. &
8 2,1 .
Çontra peçonhas ou venenos, n. 1 1. 7^.94* I0°* 134. 168.118. 136. 149* i74* 3 1 9. 3 87.42.0. 510. 568. 581. 614.619. 617* 63^’ 694*7c7* 767. Das beftas venenoías. 149- 306. da ci¬ cuta. 153. 416. Venenos do coraçaon 335* 407. dos cucumelos 110.338,. do Acconitum 4>-i. 508. do Colchium 66. 67. do Mimendro 389. do Napellus 306. 449. 456. 74^* ^as Víboras 306.3 5 5.3 97 .Da Peite. 1 01. 190.317. 456. 568. Das fevres Peftilenciaes 448. 501. Vede mordeduras de animaes. Da Nux metel- la. 177. Dos Serpentes 3 97- 4X^. 44 9
Convnlfaon , Vede Ejpafmo.
( ruefas . 6jo. 715:
furtos. Vede Diarrhea.
L - D
> a dor mitigada 5 o. 1 07. 1 1 o. 119. 150. 101 1 1 1.1 1 3 • 43 o* 47 2* 45^* 5 4°^ 564, 579. 618. 698. 3 71* 78i. & 789- Ser raon arreigadas 493. 5 3 1. 7 5 8. 817. Paia os alimpar & faíer brancos. 594-8M
Diarrhea. 430.480.596. 609. 630. 669.730.73 i, 7 3 4*758.776. 780.786.814. 815. & 861. DíJfloens. , . M^ 73i
Difloeafoens confolidadas. 5 5. 79* 43 °- 43 4* 77* & 701.
modo de facilitar o fomno 6. 10. 171.
348. 466. 5 3 1* ^79- & 798.
quentes. 384. Do efpinaífo. 5 3 3 * 78 . as fontes ou tefta. i43- De repleçaon de humo¬ res 113. internas. 2,5^. Frias da madre. 7it
Dure/as. 5. 45. 171. 414. 6 18. & 841. Scliir- rolas, ii 6. Vede Bafio amolecido. Dyfllnteria. i. 1 5. 17. 1 8. 16. 3 1. 134. 13 5. 140. 141. 144. 164. 175. 150. 408. 446. 450. 458. 4 66 ■ 48°- 481. 484. 490. 515. 518.510. 55c. 551. 564. 547. 574. 584. 548. 407.409.4 1 o. 414. 43 4. 443 . 441 .44 7. 73 4. 74 [ . 741.753 .
743. 780. 781. 791. 795. 794. 804. 81 8. 814. 814 83 7. & 843 . Scra provocada. 404.737 Teenfas agudas biliolas. 1-. Frias. 344. s4i Chromcas. 244
E
ENchaffos oWÇumores. 41. 171. 332.350.417, 606.608. & 618,
'Entranhas, íuas obítrucçoens. 13 9. Dores. 1 20. Epilepttá ou Gota com/. 75. 111. 241. 242. 254.
348. 351*357‘35^. 3^6- 36?. 368. 369. 376. 410* 4y i . 468. 487. 422. 501.510. 558. 743.
7 5o* 7 53- 760. Longe do paroxifmo. 78 j. Vede meninos.
Erifipcle 3 2. 94. 137. i 80. 3 30. 343. 3 J2.& 83 3 . Ejcrofulas. 412. Remedio. 6. 34. 1 19. 403. 479.
J°7*5 56. & 585. Paia as madurecer. 243, 26S. Para as refolver. c . T
* Jpntos vicaes.
Efquinancm 3 48 .3 5 1.41 9.491.493 . & 706
Ejtomagoy dores de caufa fria. 11. 171. 369.37S. 379. 5°5* 660.730. Lhe faon proprios. 9 <j 191. 2.2 ç. 23 5. 243. 64 x 654.714.726, 777. 7^3- 797 • 804. <3c 840. Dores vencoíidades. U| T43 • 1 n. 23 8. 3 90. 542. 629. 643 . ui & 860. Lhe faon contrários. 48. 74. 145.380.
549. 5 54- 72.6. 718. 73v6. 591. 771. 777. 779. 795>. 803. 805. 841. Fas roim bafio. 36. 48 O aquenta. 2 f4. 589. Suas fluxoens, 185.645! Opilaçoens. 842. Ventofídades. 156. Sc u taítio. 401. Seus mas humores. 588.678.Sera
e iij
Purgado. 499. 517. & das fleimas. 59 1 , Vede Vomitos. Indigeftoens. 75. 88. 100. 379. 388. 534 Í4Í.701 . 701. 726. 7Í9. 778. 780. 811. 8 Na ceiiaca paixaon. 135. 158. 208. 537. 61c. 571. 724. 738. 776. & 79S- Seu nimio calor fera moderado, ijí. ií6. 501. & 79Í. Suas infiamaíToens. 243. 492- 59 3 531. & 532, Efcoriado. 115. Picadas ou Naufeas 450. Vo¬ mito parado. 615
Hfcarros de fangue. 18. T40. 149. 163. 206. 314. 311, 345. 431. 437. 44Í 47*# 499 • 5°6. í*o. 513. 515. 51 6 . 560. 586. 596. 609. 610 ,7 73 795. 8ií. 810. 819. 842. & 8í 3. Sera provo¬ cados. 65.94
Eridas para as reunir. 90. 381. 475. 480.579.
X 605. 6í 5. & ÍÍ7. Remedio para as recen¬ tes. 150. 166. 190. 316 654.&Í55. Parando o fangue. 7Í1. as que faon recentes as purga. 115. 586. 604.&7ii.as confolida. 1. 17* 131. 175.17*. 195.411 &418. Confolidadas. 3.18. 56. 456. Í03. 660. 7j o. & 803. Das tripas meudas. 4°9- 5T3
Fluxos menflruaes provocados. 73. 13 2 . 1 5 4. 1 8 8 . 390. 405. & 50 6. Fluxo para o parar, 175» j r 3. 510. & 7 9$. Fluxo immoderado. 193* 782. Fluxo de fangue parado. 7. 734- 818. *12, & 82Í. As mulheres pejadas podem uzar. 139. 5Í0. 795. Opilaçoens mitigadas. 1 4 8ío. fecundas. 6.83. 147.148 605. & 703. As fas ftcriles.459.671.759. & 8 2 9* Picfcrvadas de \omiros.4t5. 619.703.&: 74$* Suas emflu~ xoens.842. Acrecenta o leite. 131. 148.149. 104. 109. 110. 468. 656.. Partes naturaes
mitigadas. 80. 382. Promove o fcmco»
para des fumar deitas partes.
ir. i 87
Togagem > Bcrbulhas ou Bertoejo% 131. 3 p 7 . 4 3 .
515. j 3 1 . 617. 618. & 8 16. livres, I59 174. 11 9. *37* $??• 371. & *07.
Scra purgado. 151.0 ardor mitigado. 1 61.348.
4<í8 . 589. 786. & 8 3 5y . Seus frios <?« repiamen- tos curados. 154.405. & 514. H.ibituaes &
fiegmaticás. 608 . no piincipio. 72 9. Intcrio-
res com tremor. 731. Quente a tempera. 314. 4^. 531 & 77S. Intermitente. 51^. Na ma¬ ligna a fede temperada. 794. Aguda. 7 $6* Terçam. 35. 341. 455?. 508. 841. Curada por- vomito. 89. Quartam. 110. 311.37 6. 431.459. 514. 56" 2 . 6 6 £.
Ttgado. 11. itfj. 192- ioÍT. 141. 453. 4^9. 501. Í07. 75. 7*-3- $uas opilaçoens. lo?. iij. 14 5 . ico. 103 . 3 1 5. 377. 37 8. 400. 413. 480. 474,508.518. 583.608. 615. 666.706.735. 841. 581. Íí 866. Offendido. 451. Suas in« t mpetanças calida-. 163. Suas inflamaçoens. 143. 531. & 565 . Para o confortar. 100. 730. Para resfriar. 615. Suas dores. 369. 450. 660. O fchirro. 34i,Sera purgado. 12.7. Duros de- fopilados,
TtfiuUs. 193. 196. 493. 501. 581.601. Lacrimaes nos olhos» Vede olhos.
Flegrna, Vede Plegma.
F íuxoem 581. quentes. 615, Desviadas pello ef- carro. 184. Pararias. 7 4 1. 777. Vede Ca'harros. Fluxo noturno do femen. m, 441. 7g0. & Sitf.
G
Gsinçrena.
o
Galinha para que poern.
do 6
Garganta. 314. 660. 78S. Chaga
4 1 6. 8 i 6
331. 478.
m* . » . .
e 111 j
|L#>
758. 7S5). Suas inflamaíToens. 339.626. 7S9.
& 805 Va
Glanduias. ^ig
Glutinis feiro de Agrifolium. 749
Gonorrhea, Vede Efperma , Efquentamcnto.
Gotta. 75. 163. m. 310. 338, 341. 353. 376.
415. 416. 4^0. 511. 601. 72J. 760. 799#
841. 844^861 . quente 94. 678. Fria. 116.184.
Dos pes. i 3 1. 174. Suas dores. 100.330. Pur¬ gado. 764. Vede juntaras.
Hérnias, Vede Quebraduras .
Hcmorrhoidas ou Almorreimas , íeu fluxo miti¬ gado. 143.614. 310. 411. 411. & 585 As que faon tumefactas. 3 3 9. Interiores.
Humores frios. 11. 807* Vifcoíos para os efear- rar. 41.74. 161. 306. 569» 583. & 841, Dos xeins. 378. G rocei tos futilizado? .7 1 . 1 17.448. 450. 638. 726. & 738. Quentes coléricos , aduftos. 19 9. Purgados por vomitos. 1 >3 Fleg- maticos. 394. 514» 66i. 199. 81 1. Aquofa 764
Hydropifta, 14. 11. 41. it 1. 123. 147. 157* 2.00. 271.176. 679. 735. 73^* 77** & 797» E^- cuar as agoas. 509. 5 54* *94- 696. & 7 99* ^ ourina provocada. 686. Que principia. 451. 486. & 6 1 1.
I
Iterícia 011 Amarelid cCon nos olhos e no corro. 115» 141. 164. 181. 183. 241. 169. 270. 342-. 38^-
403. 405. 407. 41 o. 4 5’1«4í3,4^}# 5°^*
583 603. 607. 634. 6 6 8. 680. 683. 701.706. 756.7 96. & 813, Por derramaçaon da cólera. 11.88113. 115. 145*486* 494*534‘615. 6 2.0» 631. & 841.
■* ar** - kfc*
Inflama çaon. 132. 153. I62. 18o. 310. 318. 348.
5 0 7* S 1 1 • 511*5>77* ^ o. 606. (íi y, 6^7 605.
740. 746. 75 y . 7 <? p. & 811. Emdurccictas. 8 . Dos membros. , ^
do corpo. lj>7. 553, & p 98. Interiores, f 53. 314. Empede de rcccdir. 45 6. Dores quentes, tf?. Das parres nobres.
Jntefthos fuas dores. 40. 378. 45-8. 484. ^
7 z 5 • 79 1* & 808 . S. us mas humores ^53 S j*
rao confortados, ;86. Chagadas. y8*. Asvcn-
toíidades. 138» 2.47. Suas defcidas ou rupturas. 578. Vede Cólicas venros.
Junturas. 438. Flegmas craílas evacuadas. 48. Os nos & durefas 6o6. 749. Dillocaypcns 700. Dores frias. 711. Com rachas. 677.
L
Lendeas feraon matadas, ^
LePra- 16. i it. 363; frio. íj í
L7har£o. ^'8.367.368.37^.3^.4^
Lienterut .
• z 4 7*'
Lingc a. Sua Paraiiíin. 119, Sua afperefi, 401. 778^
Suas enffamaçoens St chagas. 478 479. & 7 <• 2.
Lumbrigas efpujfasdo ventre. 96. no. I4j , -,4<
Í/7.-4-3 5 fio. 534. & gf 1. Largos e reaondos. 28.76. 100. 109.184. 204. '309.
356. 387. 401. 410. 4 ti. 412., 46o. 486.' 49 5, 508.^36.659 671. 694. & 805.
Luxuria n odeiada. 566. Provocada. 71. 87- «x 97. 108. 400, 447. /0 *’
M
Malefícios. r „
^ f„as dores, n 384. 49C 573-’ L*
& 7 j i. Sera purgado. 6. 149.&448. Scusven- tos icíolvidos. lu. 138. & J48. Apertada. 73,
ê.
Suffoeaçoens. 128. 108. 141. 344. 560. 373. 614. 852. Sua irflamaçaon & durefas. 1S0. 187.
3 5 : . & 797* Indifpofiçoens frias. 245. 404. & 722. Cahida & repoíta. 4 1 6. 822. Se Inchada refolve. 6co. Obftrodh. 706. Seu fluxo para¬ do. 74í* 793- Suas queixas aleviadas. 629. Fo- mentaçoens. 582. Suas opilaçoens. 187. 376* Melancolia* fiegma purgada. IõO. 384. 389. 468. 469. 677. &: 812.
Membros diflocados. 4 1 6. 820. Le^os. 740. Seus tremores. 1 3 1.438
Meninos , fuas convulfocns. 6$8.. Epileptia. ji. 348.491. 492. 586. 605. 614. & 901. Suas febres. 377. Suas doenças ardentes. 454. Eftan- do mortos dentro no ventre. 105. 140. 220. 221. 39J. 451. 463. 497. & 847. Suas purgas. 139. Empigems. 783 . Difficuldade de ourinar. 2i6. Dores no ventre. 3 ( 2. Toffe. 109. Bexiga. 94. Vomitos. 192 . Lumbrig3s. 53 1 . 619. 684» &716.
Mtfenterio obftruíto.
Menjlruoi parados provocar. 14. 2 1 .39- 63.7 1 -74* 103. 133. 144. 131. 17 2. 183. 187. 19c. ZC4. 210. 222. 217. 33 3. 3 36. 36?. 364. 367. 378. 380. 381. 384. 391. 393. 398.407. 423.419. 431. 5C3. 514. 337. 364. 609. 783. & 839. Suas purgaçoens feraon paradas. 46. 183. 397*
5 37. 364. 609. 783. Suas purgaçoens exeífivas. I49. 313. Todos os fluxos parados. 341* 79?»
I Purgaçoens brancas. 369. 622. Supérfluo. 8l6. 839. Vede Mulher.
iderdideltts de aniniaes venenofos. 112. 184. UO» 249. 263. 306. 32 1, 388. 407. 302. 310. 318.
568. & 371.
N
tfarh para lhe parar o fangue. 17. 71. 194. 104* 413.303. í=43.3ié.& 818. O fangue provo-
cado. 4* Suas fluxoens. I 68. Seu roim cheiro por caufa de chagas. 30. Polypo. 413". Vede Sangue , Hemorragia.
Nervos íuas (-cridas cortadas. 18. 23. Seus inchaf- fos. '36. 1 74. Todas fuas molcftas. 2/8. 394. &; JcS. Achaques de caufa fria. 438. 722. Suas dores. 441. 649. Fraquefas. 709. Lhes he con¬ trario. 57 6. F#ridas. 379
Nodoas vermelhas. 320
O
ObftrUcoens dos vifcerios. I90
OpiUçoens% 12. 277. & 318. Das partes nobres. 381
Ouvidos fuas fluxoens. T 68. Zunidos. 198. Cha¬ gados. 24. Dores. 394. 397. & 576. Inchado®
de contufaon. 3^. Surdes. 72. 1 3 I. 313. Lhes
fao conrrarios. 26
Ourfca a difficuldade mitigada. 2.46. KO. 222. 22Ó. 393. 393. 4jK4.3z.4y3. 483.486. 488. 5 ff* fui. 6co. 607. 666. & 679* Ardor mode¬ rado. 13. 1 ff* 661. 62 4- & 778. Sua diftila- çaon. 1 20. 339. 6 1 6. 703. 802. $enaon reter* 7. 619. ou eílrangui ia. 7 5 Fas ourinar abon* dancamcRte. 63 2. Sera provocada. IG. 12. 14, 17. 20. 21. 35. 37. 59. 4K 6 j. 71. 74, 73. 88. 94^ ICO. IOI^ICÓ. 110. I 14. 1 19, 121. 123.
I yo. 198* 204- 210. 222. 128. 23 1 . 247 M4. *64 z-o.ijji ,4,. ?4i.3jé. 564.. 367! 371. 3/S. 381. $82. 384. 39Z. 398. 405-,
4>7- 4*3-4íf* 473. 4S7. 514. 388. 589. 608. 69S.700.70! 70z.707.710. 71Z. 719. 7zf^
71- • 73 738. 77 5. & 7S8. Goa agota. 2 1 .41 .
Ouri.7.4,íi,yi-lí',-,í7-»J-í70-4‘^;
h p 4íL
Ptmlij;*. U. Zi8. 367. 410. 415. 418. 4Sh
^ •
e v*
4? 5>. 486. 510. 55S. & 851.
Tartes genitaes dos anima.es corrompidas, 337,. Cobertas de carne , as defcobre. 525. Separadas as reune, y So. Pudendas dos dois fexos. 477.
478. yc^.& 6j 3 .
Farotides.
VartOi Vede Mulher.
Fajjetos paralhe dar vonrade de comer. 454.
Pajtanas ou pa I pebras fuas intflamaíToens. 681 Feconha mortal. 637
Ftjle S)o. 101. 236. 140. 1 90. 306. 327. 344,357. 307. 456. 404. 495.496. 497. 502. 568. 610. 659.692, & 806. Fevre peíli Icncial . 250. 344* 448 •JO3. 659. 6S1.763.&769.
Fedn 1 na vefliga, vefliga areyas e pedra. Fedra , Calcul & Areyas. 1 4. 75. 1 13 . 220. 29 r , 312.387. 473. fio. 525. y 62. 597. 6co. 666. 669. 718. 791. 823, & 884. Serão quebradas. 120. 174. i8~\ 219. 227. 358.584. & 657. A dos rcins defoluta. 269. 359. 518. 678. 719. 74O. Impede de fegerar. 2. 639. A fas fahir* 102.
T eitos para os defenchar. 25. 43. & 402
Fara empedir a inflamnçaon, 3 1 . 80. Com gretas r.os bicos. 172. Chaguenros. 176. 602. & 603. Suas dnrefas. 115.228. & 738. Jnfiamaçaon. '681. Lhe acrecentao leite. 27.95. 109. 288. & 830.
Feito feus achaques. 15. 26. 2 18. 496. 50T. 607. 725. & 761. Sera purgado. 413, 851. Suas do¬ res. 45. 660. 735. Humores frios. 189. 4C4* Suas fluxoens. 21 1. S07. Humores podres.184. 384. & 450. Eíheito de rcfpiraçnon. 403. fieig- mas evacuadas. 410. Humores fuperfluos. J If. O defearrega. 773* 77J. 779. Tor pancadas re¬ cebidas. 440. 802. Fluxx>ens divertidas. 639. Seus vomitos. 417. Suas feridas interiores. 612. Ferinurnoni* das beftas de quatro pes. 316
thlegma ou fleima crafla purgada, iro. 173. 24 r. 342. 3^6-, 374, 376". 404. 456". 459.- 5 47 >5 4^9,
S6l- 57^» 7*8. 7i0* 7 2. i .7 ^l. 75 tf. 797.
809.
P<?j enchados. 41^ 752,
Pbrenefí. 218. 379. 5 21. & 532. <>« inflamaçaoa do cerebro. 2 tf 8. 3 17. 390* & 575.
Pbtificos. 17. 517. 311. 3 -t 3 . 413. 4^4. tfoo.íTjo. 700, 701. 725. 807. & 858. Com cicarro pu¬ rulento. 189. Lhe he contrario, 517
Pexes* Para os matar. ^42.
Piolhos os matta. 299. 575
Pie uris. 45. 230. 145. 18 tf. 348. 3 67. 437. &
501,
Pulgas . 40 3. 487. & £ 57
Purgas ou purgaçoens da cólera por baixo. 508, De íuas fleimas por cima» 546". 752. Das ma¬ térias fecaes. 1 4 5 . Das agoas & fleimas vifeo- fas, 42. Das entranhas. 535. 775. Por cima e por baixo. 541. 545. Por vomito. 317. tfitf. Vede taobem Phlegmas.
/
Q
§luedas . 196. 411. & 478
R
Rapofas matadas,
matados. 75. 8^7. Pellaflor de Typha. Reins dores. 11. 21* 128. 230* 149. 453. 4 tf 3, 4<í8. 589.^09.708. 7itf. 737. 740.788. 851. & 858. Seus accidentes. 209.452. Para os confortar. 323. As fleimas. 12. Lhe he con¬ trario. 589. & tftfo . Sua inflamaçaon. 531. Sua obftruçaon. 76" tf. Seu calor mitigado. 24
Refpirafcton. 241. 2 5 5. 398. & 40ç
Roftro luas nodoas. • 108. 138. 27 tf. 438
Rupturns , Yede HerniAS) Qjiebrudurus*
s
Salufos . no. 114.565. & 581
Sangue correndo do naris.19.7 1.1 93. 416. Sc 606. O fluxo fera parado. 131. 196. 310. 328. 401. 476. 490 518. 531.604. 635. £57. 658.679. 745. 774. 789. & 816. Para o faferfahir. 103* 364. Sc 5 5 1, Seu calor moderado. 166. O pu¬ rificar. 468. 668. Fora dos vafos. 477. Sera parado. 356. 411. & 606. A A crimonia miti¬ gada. 729. 779. Sua hemorragia das reyas cor¬ tadas. 700. Vede Naris.
Sarne. 6. 136. 219. 1 93. 496. 497. {63. 608. 725. 770. 815. Sc 831.
Schirros . 182. 841
Sciatiga gota. 103.105. 115.185. 118. 345. 35 5* 376. 420* 437. 451. 479* 485. 508. 510. 51 I. 512. 51 4. 562. 604. 616. 636. 6374725. 759.808. 841. Sc 861. Contra a inveterada. 341.
Sede moderada. 134. 157. 469. 5 15. 767. 77 6. & 87 6.
Serpentes ou cobras fuas mordeduras. 16, 74. 79* 181. 2.08. 231. 23 4. 237. 244. 256. 313. 380.
384. 385. 389. 3 95* 412.' 416. 449* 4 5^- 4^J* 485. 490. 607. 616. 632. 664. 694.7c7.73 5. 815. S23. 844. Para os affogentar. 306. 403. 446. 487. 490. Sc 78 6.
Solanurn ías dormir ate a morte. 771
Spafrno ou convulfaon. 45.218. 3 5 8.367.390.39 5* 405.451.488. 508. 514. Sc 701.
Sperma ou Semen acrecentado. 31. 48* 96. 642* 643. 851. «Sc 867. Que fe perde. 112. 164. Sc 331. Scra diminuído execivamente. 588. 606. Gonorrhea. 150. 18 4. 403. 466. 47 *■; í 3 1 -741» 745. Sc 842. A endivia Sylveítre hc bòa.
Strangurid. 158. 84#
Sjncope . 137» JjS. 37^* fWé coracaon»
Taipas para as fafer fahir. 79%
'Tejiuulos cnchados. 45. 477. inflamafaon. 881. As partes genitaes enchadas. 4$, 115. 107. & 6 Suas chagas. 478.733
Tojft. i<j. 42.. 71. ii 5. ijo. i8f. 10 tf. iro. 131.
18 S- 339- 343* 3* í- 3? 1. 398. 413. 451. 407. i38.tf77.i79. 781.778. 8tfo. 883. & 887. Inveterada. 174. 413. 430. 488. 719. & 807. Secca.3ii. 37 9. & ^31. Meyo para a incitar. - 7}i* Dos cavalos» 431. Dos carneiros &ani- niíics» 47^
Tinha. 112. y4i. 452. 343
Tumores endurecidos. 9. Frias. 181. Quentes com inflamaçaon. 144.. Pequenas. 416". Repercuti¬ das. 7 11. Que começaon. 166 . 254. 714. & 844.
Typha ou affoga o homen. 14
Venenos, Vede contra peçonhas.
Veneno aos homens do Apocinum* 5^^
Ventofidades . 33. 7y. 108. 118. 110. 198. 104. 210. 378.37 9. 394. 41 f . 448. tf 3<>. 707. 719. 730. & 831, Gerados. 71. 94. & 101. Saon exaltados. 4 ji* Mordicantes. J52. Mitigadas. 2.10. 41 1.
Ventre , remedio a feus achaques. 494. 594, Suas naufeas. 1. 47. 143. uo, m. 220. 230. 238* 1 54* 323»4o8. 431. 4J2. & 69 8. Suas dores. 384. 4y8. 196* & 604. Para o adíiringir* 140. 2í°. 397. 493* 42 4* *>4$. 76*0. 771. 777.781* 7^3* 793* 804. & 85 1. A quentado. 7i.Laxan- te% - 119. Í3 4* 135. 147. if &. 144.324. 31 f. 34 8. 390. 391. 524. 538. 557. f 58. 594. 441* ^7i. 676, 69W 717, 7^. Inchado. iox- 1 a.i«
II ;• «.?/,/ 1
•
mi
' * í ,Í;i.
! í ' tu;
ílf
M Htr; I '! Pltf j'
m
•, . 1 11
■ fSÊ s - ,
-O'’
r+T* <*59. 4*7- 777* Fluxo parado, i. n* i8. 46. 141. 13$. 331. yií. 510. 6\ 5. 6x4*
6 M -73}. 73S. 741. 74 5. 8if. & 839.Curfos.
73 Furgar. 5U
Vertigtmss 2.8*. 358. 3 69. 379. 448. jot. 558*
6% 8. & 714 .
Verrugas. 1 5 1 . 170. 29 3. 3 9 5. 4 34- 4^0. 540. & 560.
Veffiga luas fleimas evacuadas pellas ourinas. 11. Suas dores. 51. 5 3. 74. 130 149. 531. 541*
& 630. Lhe íaon roprias. 1 6" 3 . 183. 209. ui*
41 > • 588. 589. & 779» A pedra evacuada» 38*
1 19. 110. 415. 371. 61 5. 693. 710. 719. 741. 788. 789. 8<n. Lhe faon contrários. 7 1* 4 13%
& 651. Areyas. 249. 597» Sarnenta. 533. Suas ~ cxulccraçoens. 5 80. Seus acidentes. ^14. Sua atperefa. 66 1. Seu calor. 8 66. Chagas reuni¬ das. i 7. Feridas. 18
Vefcicatorlo , ou Cauftleo . 15
Víboras luas mordeduras. 131. 142. 1^7. 114,3 06*4 312. 355. 397. 4^1. 501. £57. & 850*
F//?0 cmfraquecda. 70. 71. Turba. 10. 14. 56V A conforta. 75. 13 1. 117. 7 31. & 7 59. Aclara a vifta* 101, 1^9 375* 381. 384. 404.418. 508. 598. 6" 3 8. & 785.
Vomhos provocados, 56. 75.89. 100. 101. 145* 147. 587.711. 720.723.73 6". & 809. Sera facilitado. 416". 514. & 538. Parado. 2 <£19. 615. & 789. Defordenados. 208. Coléricos* 405.480.
Vhhas . 19. 154. 2.93» &c.
2XPLICAC AON DOS NOMES dos Autores citados neíle Livro.
íd. Lob . & Adv. Adverfariorum opus à Petro Pe¬ na Sc Matthia de Lobcl Ambobus Medieis. Eíte livro foy imprcífo em Londres cm 1 57°. cm Anvers em 1576. a o depois em Londres em 1 6oj. in foi.
Ang. Anguilaritt ; Aloyfus Anguilaria horti Pa- tavini tertius in ordine Praefeftus de plantis , íuam fententiam diveríis communicavir: opuf- culum in partes 14 divilum , opera Joannis Marineli Icalicè procliic , additis duabus figu- ris Chamadeonis & fedi arboreícentis, V enetiis 1561. in 8. el. Vide Hortus 13 el.
I ellon , Belonius ; Pedro Bellon du Mans : fuas obras foraon traduíidas por Clufius & erigidas no íegundo volume das Plantas , impreífo em Anvers. Taonbem fe tem imprimido em Paris algums tratados do mel mo Bellon , como de Arboribus comiferis Sc íemper virentibus,in 4. de admirabíli operum Antiquorum preítan- tia, in 4. de Medicato funere in 4.
Brtmf Bmnfelius ; Otonis Brunfelii íimpliciurn hiítoria latina , cum figuris , tribus tomis , prodiit , primus anno 1530. alter 1531. & tertius poftremus 1536 Argentina.
Brunjv. Vede Hyer . 73runpv*
Ij. 13. Bauhini Pinax , Theatri Botanici Sc im- prelTo em Baile em 1623. Sc com algumas mudanças em 1671.
fafalpinus , Àndreas Cadalpinus Arctinus in Academia Pifana, Profeflbr de Plantis, lib.i^ fcripfit rioient*kei586. 1114.
C*m' Xpljf. Camerarius in Epitome Matthioli uti- liflima > Pctri Andreas Matthioli Senenfis ex* tac à Joachino Camerario pluribus iconibus ^ deícriptionibus awfta. Francofurti ad Ma:- num 158 6. in 4.
[ítm. H$rt. Camerarius in Horto Medico & Phi-
lofophico edito. Francofurti ad Maenum.i 588.
. in 4.
Card. Fíyeronimi Cardani de varietate rerum , lib. XVII. Bafilea: 1 5 8 1 . in 8.
C*ft. Caítor Durantus , Herbário novo di Cafto- re Durante Medico & Citadino Romano, Ro¬ ma: 1585. Venetiis 1684. in foi.
[luf. Cluíius in curibus pofterioribus : id ejl , Caroli Clufii Atrebatis cura: pofteriores , feu ~ plurimarum ftirpum non ante cognitarum defcriptiones. Antuérpia: i6n.infol.
Cor d. Valei ii Cordi in Diofcoridem annotatio- nes , &c.
[ort. Cortufus 5 Jacobus Antonius Cortufus Pa- cricius Patavinus & Horti-Patavini pra:fe<ftus > à Matthiolo , Dodoneo & aliis frequenter ci- tatur ob plantis ipíis communicatis , nil aliud edidit mfi Catalogum horti Patavini , &c. Venetiis 1591. in 8.
fojl. Joannis Cortei de univerfali ftirpium natu- ra , libri duo. Taurini 1578. in 4.
JDiofcorides. Pedacius Dioícorides Anazarbams de matéria Medica , libros V. Grxcè prodiit, quorum varia: editiones Graeco Latina: ex- tant , cum interpretatione Marcelli Virgilii > Gouphylli Aufulani , Joannis Ruelli, Joannis Cornari. Ant. Straceli & aliorum.
j)od. Romberti Dodonei Mechlinienfis , Mediei Ca:farei , ftirpum Hiftoria: Pemptades fex , five libri XXX. Antuérpia: 1616. in foi.
Dod. Gd. Ejufdem Hiftoria Gallica Clufii.
JDod. Belg. Ejufdem Hiftoria Bélgica.
tyft. Eyftrenfis Bafilii BeíTeri Iiorti Eyftreníis defcriptio Norimbergac 1613 . in foi.
Frac* Fracaítori Hyeroniini opera 1 5 90. Lugdunr in 8.
Fxag. Joannes Fragofus Hifpaniarum Rcgis, Me¬ dicas & Chiiurgus aromator. fruxtuum 8c fimplicium &c. Argentina: 161 o, in foi.
Fuch. Fuchíius de Hiítoria Stirpium comentarii iníignes , &c. Auétore Leonardo Fuchfio. Ba- íilear 1541. in foi.
Sal. Claudius Galenus Pargamenus , Medico- rum multorum poít Hypocratcm princeps. ler. Gerardus 5 Joannis Gerardi Hiítoria Plan¬ tarum Anglican. Londini 1 5 97. in' foi. ler. Emac. Gerardi Hiftoria Emaculata & aca¬ ta a Thoma Jonfono. Londini 1656. * lefn. Geínerus in Catalogo Plantarum 4. linguis lefn. Col. Conradus Gefnerus in libro de hortis Germanias.
Sefn. Col- Conradus Gefnerus de Colle&ionc Stirpium.
Hier. Brunfv. Hyeronimi Briinfviccníis apodixis Germanice > &c. Argentinas 1531. in foi. Hippocrat. Hipocrates Coiis Medicorum Princeps. Hon. 'Bei. Honorius Bellus Vicentinus Medicus Cydonienfis increta infula ; extant Epiftolx ejus de plantis ad Cluíium confcriptaS) ejúfquc hiftoria: additas.
Hcrt. Edimb. Hortus Medicus Edimburgeníis 1683. in 8.
B. Joannes Baubinus > Hiftoria Plantarum au&oribus Joanne Bauhino Archiatro, necnon Joanne Henrico Cherlcro, Doítor. Bafilieníi- bus , ijuàm refcenfuit & auxit Dominus Cha- brams D. Genevenfis. Edroduni 16 jo. in foi. lac. Lacuna ; Andréa: Lacunas Comentaria in Diofcondem > cum figuris , Hífpanica lingua confcripta. Salamant. 1551. in foi
^0Ut ^c‘ MatchijeLobclIi Plantarum feu Stirpmna ^oncs. Antuerpix i 5S1. in longa forma, in 4.
Adam us Lonicerius : is herbarum Encha- ux Roítin , í ui in officio Francofurti antecef- iolis > Germanix ícriptum quarto auxu & J o í hemo anno 15 69. prodiit : poftmodum re- ly.oro Eucharii nomine luum prxfixit & cum
figuns 883. circiter, anno 1581. dedic Franco- furei .
Lugd. Hiftoria geneialis Plantarum , Lugduni apud Guillclmum Rovillum 1586. €hamas com mu mente a Hiftoria de Dalechamp ; por¬ que loy erigida iobe as annotaçoens deite Autor.
iMgd. G d. Na ediçaon Francês à Dalechamp.
Petri Andrex Matthioli Senenfis Mediei Comentarii in fex libros Pedacii Diolcoridis, &c. Veneciis ex officina Valgriíiana 1585.
Msitth. Lob. Ic. Matthiolo citado por Lobel no lib. intitulado, ícones Lobeli.
Mef. Joannis Mefux Damafceni Mediei clarifli- mi opera de Medicamentorum purgantium deleclu , caftigatione Sc ufu , libri duo , quo¬ rum priorem cânones univerfales, pofteriorem de fimplicibus vocant , &c. Venetiis 1615» in foi.
Tena. Petrus Pena , vide adverfarium opus.
Titn. Cajus Plinius Secundus , plurima fcripfic
?|ux injuria temporum interciderunt. Super- unt de Hiftoria Mundi lib. 37. in quibus mul¬ ta habet de Planris earumque cultura & viri- bus ; efta obra foy tradufida em Francês por M. Dupinec & imprefto em Liaon em 15810 in foi.
Tour . M Pitton De TournefortjElementos da Bo nica para conhecer as Plantas. Efte Autor hera da Academia das Scienças, Doátor em Mede- cina na Faculdade de Paris ? & ProfelTor da
HHKinW : . . ■— ■rirw li -
\vj ■ ■'i
Botânica no Jardin Rcgio das Plantas. Cm Pauis da Imprimiria Regia. 1694. in-8.
Rauvv Leonardus Rauvoílius Medicus Augufía- nus in peregrinatione fua in Orientem pluri- mas plantas deícripíit , & ícones adjecit. La- vingiac 1583. in 4.
'Rob. Joannis Robini Boranici Rcízí i > hortiis Hen- nci IV. Regis Gallia? 5 cum figuris 114. cm Paris 1554.
rab. Jacobi Theodori Taberna? montani Hifto- ria Germanica tribus partibus editajCiim figu- ris 1087. Francofurti 1611. in foi.
■Fhaf. Thalius Silva Hercinia , íive Catalogus Plantaram fponte nafeentiuin in montibus Sc locis vicinis Hercinya? , &c. Francofurti ad Mac num 1588.
Theophr . five Theophrafti Hiftoria Graxa dc hiftoria & de caufis plantarum, editio gra?ca , Veneta 1551. in 8.
"evet.Andicx Teveti Cofmographia Gallicè edi¬ ta , cum figuris aliquot Plantarum & anima- lium. O mefmo Autor , efereveo em Francês hua hiftoria das Angularidades da nova Fran¬ ça na America ,em que acrecentou 11. figuras de pl. em Paris 1557. in 4.
"rag. Tragus , Hyeronimi Tragi , Hiftoria qua?
íepius Germanicè Argentina? , in folio pro- diit , &c.
"ur* Turnerus ; Guilhcrm Turneri Angli Plan¬ tarum hiftoria Anglicè feripta cum paucis fi¬ guris , Londini in foi.
Irgil. Virgilius ; Marcebi Virgilii Florcntini , Secretarii Diofcoridis interpretatis , cum emf- acm Comentariis, Colonia: 151^. in foi.
thUS
INDEX DOS NOMES T O RTV G V E S E S do contiudo nos dois Volumes.
A Bobras. C90.591
Abrolhos. 6> 7 Abrocano. '84.181 Acacia arvore. 1 )ty lá
Alhos porros.71. 74.77.
78
Aliaria.
Alipibre.
Aliíma
1 18 204
Acanthium. |
700.70 1 |
Alkali. |
Sí6 |
Acelgas. |
145.141 |
Almis careira. |
5 09 |
Aceiga aquatica. 3 30 |
Al nus arvore. |
7f 5 |
|
Achilea. |
l7f |
Almeiracn. 162.. 163» |
|
Aconitos. 199. ate 31 í |
1 64. 167. 170 |
||
Acoro. |
45-4^ |
Alpiftula. |
?s |
Adónis. |
6*58 |
Alpiftre. |
4í4 |
Agarico. |
380 |
Amendoeira. |
77) |
A gera tu íb% |
381. 5 S 3 |
Ameos. |
248 |
Agno Cafto. |
Amecheira. |
777 |
|
Agrioens. |
5 11.111 |
Amor de hortalaon.ó;4 |
|
Agrimonia. |
607.608 Ambrolia.i 86.18 7. 88 |
||
Albafor. |
«4 |
189 |
|
Alcachofas. |
701 |
Androfaces. |
4ÇÇ.686 |
Alcaparras. |
841 |
Anemones. |
188.289 |
Alcorovia. |
24) |
Androíemum. |
j 1 1.512 |
Alcalfus. |
66c.66 ( |
Angélica. |
236.137 |
Alcatira. |
O OO |
Ànthora. |
3CÓ |
Alabaca btanca. 13 6. |
Apios. 119. 546. 647 |
138 ,
. Alaino arvore. 7JÍ-7J9 ( Alfacia. 15j.i56.157 Alfarrovas. 7
Alfafema. . $68
Alfavaca de cobi£. Ijo Alfeninheiro. 831
Algodão. 7
Apocinum.
Arcai. 817
Argentina. 609
A rifar o. 3 >7*340
Ariftolochia ror. ^8l Ariftolochia long. 581 Armoles. 145.146. 147
Alhos.
5 5 -7 6
■ 3C 7
Arros. A faio.
■/
3*
341
n!\
.
mmm.*
.j,
r 1
- y-
9t\
Afarina.
.Aííafraon.
.A fedas..;.
Afevinha.
Aíidinho.
Afinheira.
Aftragalo.
Athanaíia.
/ j ■ / v
Atrepadeiras. 16 i . 1 63 Avelaens. -
Blataria. 436
Bolça de Paítor. izj. 12.6
Borragem. 467
Bordo. 72.7
Branca efpina. 793 Braílica Marina. j ^ Buxo. biy.8j7
Avença. Avencaon. Aveya. Afucenas. Azebre.
/;
/ i7 668
669
29.50
79
P7
Calamo aromatico. 2. r ,
iS.yyo,
9
B.
dardana. 345.346. 3 f° Sacilha Perrexil. y^y ^alancia. j 89
Balanço herva. 8$ *alfamina. 5*79. 580 »arba de Bode. 91.(01 eldroegas. 531. fiz. y48
ellis Margariras. 479 em vermelho. 329
«em me queres. ycj
verberes. 794
‘erenjelas. 275
-tônica. 420
ico de Grua.600. 6:f. 601. 603
45
Campainhas.
553
Cana de aíTucar.
Cana frecha.
Cana fiftula.
Cana vora. Candelaria.
Cardíaca.
Cardo fanto.
Card9 penteador Cardo eíhelado.
Cardo branco. 698.699 Caryophilata. 610 Cardo de comer. 705 Carpino arvore. 755 Carthamo. 091.695 Carvalhinha. 4yi Carvalho. 741
Cardo pinto. 694. 6yy Cardo corredor. 7oy Cardo morto. 17Z
li
214
7Z9
40
354
410
691
704
696
0U5 Cardo morto. 17Z
dnaga.iio.izi. m/ Caftanheiro. 738.7,9 11 * Cataria. 40^
Cavalinha. 17. 18.
2-0. J^Q
!•#/ -í
í ,
Êw
Cebola.
Cebolinbl.
Cebola albarram.
Ce d lo.
Centinodia.
Centeyo.
Cepea.
Ce re folio.
Ceregeira.
Cevada.
Chelidonia.
Chervi.
Chicharos.
Chopo. 760. 761.761 Chupa mel. ç6l
Cichoiia domeftica. 161
Cichoria dos campos.
.^3 .
Cichoria brava. I04
Cicuta feçuda.
70
7* 7S
848 j 16 2.8
5 53 2.-5
17
201.585
*5í
650.645
•f
Cidreira. 408. 40.9. 7^7 Cicutaria.
Cinco em rama. ^iS
Cinoura. 2*3 3
Circio. ^9°
Ciitus. 816 017
Clymenum 5 1 3
Clynopodium. 39S,39(^
Coclheavia. Codeço mata. Coentro.
Coromelo.
O
Coíoquintidas. Conchclos. ^2.5* 578 Conifa,
Congo ca.
119
713
2.46
687
S92-
ji6.
Corno de veado. 313 Corriola. 5 1 6.5 17
Coris. 514
Corta. 745
Coito baílardo. 239 Coves. 130.1 31
Cravos flor. 557.358 Cravos da índia. 177, 178. M9
Cuminhos. 198. 207. 208
Cyanus. 499. 3 00
CynogoíTum. 470.471
Cyprefte 849
Coionopus. 3 21. 3 2.3^
Cuícuta. 377
D
Damafco fruta. 77^ Dedo de Mercúrio her- va. 66.67
Dentaria. 611.613 Dente de Leam. 164. 1 6 5.1 66
Diífaimo de Creta. 385. 38 6
Dictamo Real. 387 Dormideiras. 2.85*2. 86, 287
Dracunculo. 106
V
489.490
564
4# V
Eleboro negro. } 1 3.3 1 4 316
Eleboro branco. 317 Eleborina. 3 1 5
Elatina. 45^
Elicrhr^ion»
- j*jMg itf- mil.
• f.v. áy
Elichryfon.
Endivia.
Endros.
Engos.
485. 860 160. 1 6 1 2 1 o
799
Enula campana. 505 Ephemerum. 441 Epitimo. 3 76
Ermodatiles. 66.67.68 Eruga. 108.105?
Ervilhaca.6’r4.64^.^48
Ervinha.
Erva doce.
Ervum.
Eíchatas.
Efcabiofa.
Efcamonea.
Efclarea.
Efcordio.*
Eícorfoneira, Efcrofularia.
Esferra cavalo. Efpadana.
Efpanta lobos. Efpaltha.
Efpargo.
Eípinneiro alvar. 69 7. 793
Efpiga de agoa. 330 Efpinafres. 137
Efpinhadeira. 498. 570. 574, .
Efpondilium. 241 Eftanca cavalo. 505? Eftoque 'erva. . 5 r
Eido r a que. 860
Eftrela herva. 491.45?! Efula. 545.547
Eupatorio. 6og
Tomo L
653
*47
650
73
496.497
551 41S 450 502 422 6 5 í
i 6
720 26
«li
Efpica nardo. 1 1
Efpica celtíca. 13.2.65. 266. 367
Etiopis. 43 7
Evonimus arvore, 7 57 Eufraíia.
Farfara.
Eaya.
Favas. 639. 640. 641 Fedegofa. 145.7 11-
Fejaon bravio. zo£
Fel da terra. 5°^
Fejaons. 641.64$
Feto. 671. 672. 673.. Figueira. 80 f
Figueira da índia. -7-6-4 Figueira do Inferno.
802 '*7 (f Filipendula.
Flor de criftah Folium herva.
Fraga ria.
Fraçgula.
Frecha , fagita 334
Frexo arvore.
Funcho de porco. Funcho.
Fuíar o.»
Fuílete.
Gallas.
Grama.
Ganiaon.
Goyvos brancos. 3 53 Genciana. 31 8.315)
Guabeiha.
Gnapalium.
Galega.
Galitricum.
Gallium,
Ginjas.
Gilbarbeira.
Gimbio.
Giefta.
Graons.
Gingidio.
322
481
6S9
418
*3 5 786.787
813 850 71 8.719 6 5 1.748
2 24
Goifaons menores. 3 3 j
H.
Habetc arvore. 861
Helichrifum. 4$ 5
Hepatica. 680
Hera.
Hera terrefhe. He-modatiles.
575-574
577
47. 5 5 •
66. 67. 68
Hermionites. 662
Herniaria. 518
Hei va Judaica. 4 1 1 H erva Saboeira. 422 Herva das alagoas.562 Herva abelha. 83. até 89
Herva alcar. 480 Herva benta. 6 10.611 Herva babofa. 527 Herva dc Bagcns. 530 Herva criílaleira. 103 Herva amarela. 104 Herva florida. 98
Herva de enfalmos. 1 13
Herva Toura. 91
Herva Turca. 518
Herva Pecegucira. 1 16 Herva de Beíleiros. 1 7 1 Herva Pelogueira me¬ nor. 1 1 7
Herva Lumbrigueira. i 84. 185
Herva moura. 267. até 2-7 5
Herva gataria. 404
Herva Paris. 274
Herva fanéta. 283
Herva eítrela.3 23 .49 1. 492
Hei va de S. Joaon.5 14 Herva contra veneno. 568
Herva de Joaon Pires. Sic. 81 1
Herva do íanélo Efpri-
to. |
23 1 |
Herva dc duas |
folhas. |
90 |
|
Herva "imanta. |
700 |
Herva Crina. 451.4^3 |
|
Herva dos unheiros. |
|
Ho 1 mino. 4 |
27.429 |
Hyacintos flor. |
52. 54 |
Hypecoon. |
199 |
Hy pericaon. |
51O |
Hypociítis. |
818 |
Hyllopo herva. |
370 |
Heraclea. |
176 |
I
Lentilhas ele agoa 4 8 i . 6 8 1
Jarro. |
338-339 |
Lignum crucis. |
743 |
Jafmin. |
?iZ |
Liguítico. |
1)6 |
Jacea. |
351-352. |
Lilio dos vajes. |
57*- |
Junco. |
10. 1 I |
57* |
|
Juncas. |
i 5 |
Lirio branco. |
79 |
Imperatoria. |
238 |
Lirio amarelo. |
80 |
Jun.] 111 lhos |
narcilTos. |
Luio Hyacinto. |
5 * |
56. 5 7.58.55. 60.61. |
Lirio Sylveíhe. 41 |
.81. |
|
62. 43 |
82 |
||
c 0 • |
67 |
Lirio roxo. 42. ate 44 |
|
Jorgelin. |
3* |
Lirio azul. |
5° |
Lirio do monte. |
82 |
K
Kali flou de criíla! oh
Alkali. Kennes.
5 3 6 748
Labaça.
Labdano.
I Lagamas. Larangeira. Laricio. Lathyris. Lavape. Laureola. Legacam.
134
815;
47*
769
858
^47
3 5 1 808.809
Lirio dos tintureiros.
. 1 14
Lingoa de vaca. 4 61,. 4 48. 449
Lingoa de cobra. 66 y Lingoa de Cavalo. 573. Lingoa cervina. 6 6 3, Lingoa de caon. 444,. 470. 471
Limonia. 3 18.3 2 9
Linaria. Limoeira.. Linho.
Linho canente. Lodam arvore. 783 • 7 8 4.
344 76 8
3 ^ S 606
78^
Lentilhas.
Lcncifco.
Leonrica.
Ltviftico.
555 |
Loendro. |
8 1 57 191-192.. |
644 |
Lofna. |
|
69 |
Lonchiris. |
674.47^; |
644 |
Loureiro. |
807- |
484 |
Lunaria. |
66 7- |
724 |
Lúpulos^ |
55 9i |
507 ■ |
Luvas de fanéVa Maria.. |
|
231 ' |
488 r • 1. |
• • • |
Lycium. S3 7.83-8 Lyfimachia. 445.446.
447
Lithofpermum. 471. 473
Menta firo. Meo.
Mil furada. Milho.
M
Maçaneira. 7 65
Macans da nafega.779 Macelaga galega. 183 Macelia. 484
Macella fedegofa. 485 Madre íylva. 56 5 Maleitas. 538 até 544 Malva. 5 5>4. 5^5
Malmequeres. 503 Mahalep. 788
Magaca. 180
Majaricao aquatico.
1^8. 169. 3 5 5 £ Malvaiíco. 5 96. <$97. 598
Mardragora. 178.27 9 Manjai ona. 392. 393 .
3 9 4
Marmeleiro. 766 Marroyos. 411.41 3 Maftruços. 105. 11 9.
i 20. 1 14. 1 17 Meleasms. 61
O 1
Matricaria. 1 80
Medionheira. 8c6 Mefmendio. 280. 2.81. 182
403' zi i
UZ
3M3-34 Mille folio. 192. 193,
194.195.196 Mille grana. 189
Milium folis. 473
Molairinha. 1 99- 2.00. 201
Momordica. 579.^80 Moreira/^* 804.805 Moftarda.i io.m.m
Murriaon. 45^-457
Murta. 810.821.812 Mufeo terreílrc. 678 Mufgo de arvore. 679 Mufuo do Mar. 6 84. 6 85
Myagro. 116
Manjericaon bravo.
3 97-398. 3 99
478
Margantas.
N.
Mclancio.
Mclaon.
Mcliloto.
205
58*8
629.630
Nabo. 93. até 100 Nardo celtico. z66 Neveda. 405.406.407 Ningela baílarda. 204. 205.35 6
Nefpras. 789.7 9°-7 9*- Nogueira. 73^
Norça. 5 57-5 5 8
Nos mofeada. 730 Nos mete lia» 2.77 Numularia.
W •
a
_ : _ _ _ , ...
■ . .. '5'^; : ■ ;v ' v, : :Í- *-
’ • : : tWKZ&i&mS '
2 -‘V.- . •'Hí «Í&.ÍVí : . c
o
©enanthe. 157. 158. 159. 160
Olho de boy. 1 82/ Oího de gato. 3 60.3 6 1. 361. 363
Oliveira. 816.817.818 Onofna. 461
Orcaneta.463 .464.46 5 Oregaon. 388. até 391 Orelha de rato 454.481 Orelha de Uríb. 440 Ormo arvore. 751 Ortalaon.400.40 1 .401 Oríila. 459.460
P
Panifo. 35
Palha da Mecha. 1 1 Palmeira Palma. 865.
864. 865. 868 Pam porcino. 583 Pampilhos. 181
Pampofto. 181
Panaces chironis. 140.
506
Paparras.
Papel her va. 13
Pao de Rofa. 518 Paparras. 617
Papoilas. 286
Paronichia. 5 1 9.670 Paftal. 131,133 Pafto de veado. 13 4 Pata de Leaon* 616 Pe de Leaon. 605.6x6
Pecegucira. 773 .774 Pegamaca. 34S
Pente de Venus. 116 Pxonia. 614.615 Pepinos. 587
Pepinos de S.Gregorio;
S9\
Perexil. 130.534.53 5 Perfoliata. 507
Perfea américa. 774 Phyllon. 154
Phellodrys. 744
Pucgio. 384
P1lr1teira.780.78 1.794 Pimenta. 731
Pimentoens. 1 1 8
Pimpinela. 149. 150.
. 1
Pinhoens de rato, 519 Pinheiro. 851.853.854.
855. 856. S57 Pireira. 771
Pi retro. 107.11 1.1 13 Piftachia. 716
Platano. 763
Pombinhos. 103
Polypodio. 676.677 Pofygalium. 656 poma de Adam. 770 Poterio. 380.381 709 Primula vens. 43 8.43 9 Pyrola. 316
Pulicaria. 487
Pulfatilla. 190
Pulmonar ia. 475.476
R.
Rabaça. 12-3
e* • • * -
1 U)
Rabaons. 9S.101.102 Rabo de rapoía. 149 Ratano. 75 ^
Reíeda branca. 1 1 3
Rcponfa.
Salfa de Macedonia,
230
Salva. 415.426’
Salva bravia ítachys- 413.
Sanicula.~440.44 1.6 i 2.
1 40 |
6í3 |
||
Ranunculo. 192. |
até |
Saramaso. |
|
298 |
Saifa Parilla. 5 5<> |
||
Rhamnus. 833. |
834. |
Saxifragia. |
n 9- 3 |
*35 |
3 71- 3 7 5 |
• 584 |
|
Ribes. 795 7 96 |
Sayaon. 5 20. até 5 14 |
||
Rincnaon. |
96 |
Sclarea. |
418 |
Roída do diabo. |
49 5 |
Sebeítem. |
778 |
Roíeiia. |
842 |
'Segurelha. |
371.373 |
Roímaninho.243 . |
3 66, |
Securidaca major. 654 |
|
3 69 |
Seguda, cicuta. 2.53 |
||
Romans. |
771 |
Selo de Salamaon. 5 69 |
|
Ruaa, aruda. 636.637. |
Sempre noiva. 5 19 |
||
638 |
Senne. |
711 |
|
Ru bbarbo. |
1 3 9 |
Serpaon. |
378.379- |
Rheiponrico. |
1 40 |
Serpentina. |
3 3 3 3 3 ^ |
Ruyva dos tintureiros. |
Serrai ha s. |
158.159 |
|
631.633 |
Serratula. |
411 |
|
Ru ta capraria. |
65 9 |
Seíamoides |
menor. 1 7 1 |
Seíeli. 241.1 5 4.2 5 5 |
|||
S. |
Sideritis. |
418 |
|
Sinouras. |
*3* |
||
Sabina. |
847 |
Sifer. |
6 5 1 |
Sabugueiro. 797. |
7í»8. |
Sobreiro. |
745-74^ |
800 |
Solda. 197- |
474- 477* |
Safira ou Seda. 333. 334
Salgadeira.
Satyriaon. 87.88:89
Salgueiro. 819
Salía de comer. 117- 228
47S. 5 1 5
Solda Real. 604
Soldanela. 5 54
Spondylium. • 2.41
Sorveira. 73 4*792. Stachys. 413
Stapbilodendron. 727
:tarcas citrina. 4 86
itratiotes. 683
ulmagre. 731
ycomorus. 803
ylva. 839
ylva Idtea. 840
yringa. 713
ifyrinchium. 45?
"aba co. 1*3 3
Tabua herva das ala* goas. 14
487 843
anchagem. 310.311 Tartago. 549
Tafneirinha. 329.331 Teixo arvore. 36 1
^agucda. Tamargueira.
helepium.
herebintho.
Teucrium.
Tilia.
Til.
omilho.
"'ormennlta.
'ornalol.
lâS°*
S*-9
7M
449
7 J °’7 S 1 831
3 74 6 i 9
419
537 651
"remoflbs.
"remoilb de caon. 560 repadeiras campai¬ nhas. 55c
devo. 627. 62É
"ri folio aquatico. 332 ri folio. 61 1 .6 1 1.613 614.61 j .616 1 igo. 15
Trindade herva. 626 Troviíco. 813.814 Tu beras da terra. 689 Turbu. cio Levante. 8 1 1
d 111 bit da terra Tap- ha. 2 1 7
Trigo inorifeo. 37
Tithymalo. 541
Teíticulo de Perro. 83. 84. 85. 86
TuíIIllago. 343-3 4+
Valeriana. 161. 263. 264
Verbafco. 43 o. até 43 5 Vería de caen. 153,
5^7
Vería cove matina. 99 Verônica macha. 448 Verga de Paííor. 705 Verrucaria. 1 70
Vide brava. 276
Videbratica. 563 Vime. 758
V ince toxicum. 568 Vinha. 560
Viola. 347-348.349
Virga aurca. 493 Vería de caem. 567 Unha de cavalo. 504
Urga ouRinchaon.i 1 5 Urgeváo. 494
Uuigas. 415.416417 Urtigas mortas. 151.
i*5^. 41 4' X
Uría mara. 844. 847.
846
Uva ípinha* 79^
Uva do mar. 537
Uvas de caen.ro. 514
Uvaderapofa. 174 Zargatoa. 3x4, 3 x f
Xalotas apetites. 73 Z
historia
H I S T O RIA
DAS PLANTAS.
LIVRO PRIMEIRO.
Das Efpecies das Gramas , dos juncos , das Canas , das [ementes idôneas para nutrir , & das Plantas cjue por [tias raifes tem al - guna ftmillança á Afph odeia e ao Lírio.
Divis. I. Da Grama & de fuas Efpcelcs..
Baub. Gramen Paniculatum arvenfe .
GRAMENj
.Asroftis.
Porr. Graiha.
Eíp. Grama.
Franç. Dent de chkn.
tal. Gramgna.
Al l.Grafz..
QJJ A L. Sua rais ae mediocremete fiia '< fccca.
DESCRIPÇAM. A Grama tem as aftias odras & elpigas ouati íimilhantes ás das canas Tome I. a.
: wj
! VÊ
.ti,!: 74'# '
jl“*
I
^ Historia das Plantas, quando nacem , ou ao milho mcudo de altura dc hum palmo mais ou menos , com vários nos aílim nas afteás como nas Raifes , que fao de gofto docicado.
LU G A R. Crece em toda parte principal¬ mente com o trigo florece quando o trigo tlo- íece , lua rais fe deve colher no Autono.
VIRTUDES. A rais de grama he muyro aperitiva das ourinas, adftringente do ventre, ordenaíe par remedear as obítruçoens para exi- tar as ouriwas expulfar a pedra 6c a reyas, beben¬ do lhe o feu cofimento.
mm it&M
m
i
/*•
Ltv. I. Div. I. da Grama & de fuas Zfpectes. 3’
DESCRIP ÇAM. He huma eiva pequena -le altura de tres dedos as folhas fe parecem 10111 a Grama poré mais meudas : tem alguma adítricçame eftipticidade. Suas raifes laõ bran-
-as & meudas como cabelos de comprimento de quatro dedos.
LUGAR. Crecc nos montes & oiteiros. VIRTUDES. He deficativa & adftrin- ^ente ao gofto, com algua vifcofidade ; quando tomada em vinho lie boa para as quebraduras, dizem que cozendo a com dois pedaços de carne >s ajunta hum com o outro ; confolida as feri.
A
-
D E S C R I P Ç. As raifes defla grama eftendem íe abiafadaí Sc baffante groflas , ca¬ beludas , pouco metidas na terra. Produiem va¬ rias varas de altura de palmo Sc mais> das cjuaes íalic vanos *Trelos e folhas de parte Sc de outia e no cabo agudas comoeípinhos as vezes repartidas cm tres ponatas Sc delias fahem pequenas flores Como botoems.
' L U G A R. Nafcc cm lugares marítimos &
iuimedos. , ,$■
VIRTUDES. Tem as meíinas virtudes da
Grania comua íe a aplicarem dentio no naiis rcfpcito a luas pontas & folhas agudas o fas
fangrar.
ir V
i. M
Liv\ I. Div. I. da Grama & de fuaslrp:cies. f
0
13. Gramen daílylotdes cfculcntnrn.
G R A M E N
mannas , oh fanguinella.
Ital. Sangui- nella.
Franc. Gramende
J
mame.
Aliem. Sçhvva -
da h
£) E S C R I P. Tem as folhas & raizes como a Grama comua , com cinco ou leis aíleas Sc quantidade de efpigas , que pondo fe dentro no naris o fas fangrar, fua femente he branca como anos , mais pequena que o milho ; nace com cafea como a cevada a qual íe lhe tira pizando a.
LUGAR. Em Alemanha o femeaõ Sc cultr- vaõcomoos mais legumes.
VIRTUDES. A femente tem as inc finas propriedades do Anos , fendo mediocreinentc adftringente ; chamafe manna em Alemanha , Sc fe uza nos comeres como do Atros; mas fuften- ca pouco Sc cura as durezas do baço.
t í« •!
A iij
.6 Historia das Plantas,
*
B. Gramen loliaceum folio latiore.
LOLIUM
Zizania &
Ara.
Porr. Efp. foyo.
9
Ita!. Loglio*
All. Trefpevy rat-
vvcn & lufch #
Qualidades ouen- re no principio do 3. grao e íeco no fim do
DESCRI P. O joyo he tiigo degenerado nafcc juntamente com o trigo tem as folhas mais meudas aveludadas ou cabeludas > fuas cfpigas madurecem quando o trigo.
LUGAR. Nafce com o trigo & com a ce¬ vada principalmente quando ha muytas chuvas.
V I R T U D. Rezolve , alimpa , embebeda» faz dormir , perturba os efpritos : o remedio he o vinagre & he nociva a vifta 5 a farinha mefturada com vinagre 6c emxofre cura as em- pigems.., a farnia & coceira , também rezolve as alporcas ; colida em vinho com eflerco de pombos & femente de linhaça faz rebentar as apoítemas rebeldes ; feita em peífarios fas pur¬ gar a madre de fuas fuperíluidades 3 facilitando a conceiçam.
Liv. I. Ditf. I. da Grama Ó' de fuas Efpecics. 7
P H OE N I X
lolium ma rinuin , hor
deim mari- nwn.
Port. Joyo bravo. Franç. Tvraye
leal. Fenlce.
Aliem. KFaU
robr. ^
%
DES CRI P. Tem as folhas fímilhantes as da cevada , mais curtas & mais efheitas , fua efpiga he como a do joyo fuas afteas mais pe¬ quenas.
LUGAR. Nafce pellos campos & pellas eftradas grandes.
VIRTUDES. Bebida em vinho , para os curfosSc o fluxo de fangue das molheres & o fluxo immoderado da ourina : Difem que Fas o ínciiio effcico traíida atada com pauo Yermellio de lau.
« Historia das Planta?,
B. Grarncn fejhtca , £/«»«,
/EGILOPS
íive feíluca.
Port, o Balanço herva .
Franç. Coquiole.
Ical. Egilopa.
DESCRI P. A herva fe parece com a do tri¬ go , a aftea he muito delgada , a Temente tem fimilhança com a cevada, que defeafeada he ver¬ melha.
LU G A R. Crefce ordinariamente entre a cevada.
VIRTUDES. Tem virtude refolutiva; o que íe conhece a o gofto : por que tem alguma acrimonia , o que Tas que cura as inflamações endurecidas, & o yEgilops , que he huma apoítema entre o grande canto dos olhos & do naris , da qual muytas vezes degenera hua fiftu- 1 a que Tc eítende ate os oflos. Para a impedir , tomais o fumo de ^Egilops ou palanco mifture Te com mel , o que he exellente j a herva pifa¬ da aplicada com farinha cura as fiftulas lacry- maes , & refolve as durefas , o fumo fe deve tirar no tempo que faz Tua cfpiga> cortafc a efpi- ga fora & pifa fc o mais.
Liv. I. Div,I. da Grama & de fuas Efpecies. >
■
B. Grarnen fejluct avcnacetim .
DESCRIPÇ. He huma fecunda efp ceie de ./Egilops que crece com a cevada ; proJus 4. ou 5 .graons vérmelhos por cada efpiea que cem muytas barbas meudas 6c fe parecem com a aveya.
LUGAR. Crece com o trigo & nas terras areyentas.
V IRTUDES. Também fe*ve nas fiftu- las que vem no grande canto dos olhos , com tanto que naon eftejaon ja muyto profundas : porque defeca com leve adídricçam com pouco calor ; fua femente mefturada na cerveja em¬ bebeda > tem a virtude de refolver , o que fe conhece a o goíto> porque tem alguma acrimo- âúa 9 & cura os tumores endurecidos.
le Historia das Plantas,
: && 4g& * && ®#a &3sj. ; f&t ■
divisam segunda.
Do Junco ò" dat hervas que fclhes parecem por fitas folhas , & que nafcem em lugares aquáticos , como as efpecies do Nardo , do Cy perus , de fnnea y de Efpadana Ô* d$ dlverfas efpecies do Ecjnifetanu
B. Juncus laevis , paluftris y mínor,
JUNCUS,
Port. Junco.
Franç. fone.
ItaL fonco ..
A1L Binfenfch .
mlen.
DESCRI P. Em geral o Junco naó tem* nem folha nem truncos, mas ftm enfinitas afteas veicles redondas com miolo dentro. ,
LUGAR. Todos os juncos nafcem perto ou dentro das agoas que naõ correm.
VIRTUDES. À femente aiíada Sc bebida, cm vinho conftipà o. ventre Sc para as purgaçoens brancas das molheres, provoca a ourina , he. no¬ civo a cabeça >, fe o* derem em mayoi: dofe * J fe j equena £a& dor mir >
: - ’ , S v . . Si . • , \
" - • - VI
Liv. I. Div. II. Dos Juncos e de fusts Efpecies. 1 1
*
B, fancus edoratus , fchanantujn.
JUNCUS.
aromáticas.
Port. Palha da. mecha , ou ef- qainanto.
Franç. Paflure de chameaux.
Eípag. Paja de la me ca .
All. Camclshevv
D E S C R I P. Do efquinanto fe uza fomente da flor , & em feii lugar da herva ou palha , fu a rais he inútil , o melhor he o que vem com
muyta flor, bem aromatico de goílo mordicante na lingoa.
LUGAR. Nafce na Arabia em lugares aquaticos , & nos vem por Alexandria.
V I R T U D. Apalha e rais faõ mais adftrin- gentes do que a flor •, & a flor mais quente bebida em po a o pezo de meya athe huma oita¬ va fa5 boas para as dores de eftomago que pro¬ cedem de çaufa fria , dos boftes , do fígado da madre $c dos reins , meílura fe com os me¬ dicamentos contra venenos x fas ourinar elpulíi as fleimas da vexiga.
-
. 1
[Í;(f
** H I ST O R I A DA$ P L A N T Á S
B. Spica Nardo Indica.
N A R D U S. a
ípica Nardi.
Fort. Efpicjne Nar¬ do da índia ,
E/p. A z.umbar
Efrfrfii.
Franç. Spic du
Levant.
Al!. FFolrichcnd Spíckrtúrd.
Q_na! •quente 2. D. feco ao i . D.
DESCRIP. Foíto que fe cíiga efpiga naõ he 'enao por tera figura dc huas eípigas pegadas nas raiíes , eilas efpigas ou filamentos nao de¬ vem ter parte lignoía dentro , deve fer cor de caflanha /obre vermello, & de cheyro forte nao des agradavel.
LU G A R. Na ice cm montes na índia.
V I R T U D. He adftringente , abfterfivo , apeiirivo, & confortante. He digeflivo dos hu¬ mores frios , provoca a ouvina em bebida & pa¬ ra os fluxos do ventre . bebido em açoa he con- • ^
traofaftidio , as dores do efloinago’& vento- íidades , cura a iterícia ou cólera derramada &: os achaques dos rcims > mefturafe com os coiv travenenos. Em pede o cabello das paftanas de cair & os fas vir mais eípeflos. Dafe mefturado com ruibarbo para impedir de ficar no eftomago & iircftinos, quando íe requer tirar as ol> ihncacns.
ai
. :i ■ - . . .
■ •> i
try.il. Dxv. II. dos Juncos e de fu sis Eípecics. x $ B.Nardus fp itYui iV urbo/icnfis ,
NARDUS,
Fort. Efpicacel- tica.
Franç. Narâba- flard.
D E S C R I P. Suas raifes fao meudas , cur¬ tas , raras & duras , fobre as quacs tem popas de cabelos feitos em efpiga , de groíTura do dedo maminho, decor ofcura de altura de hum palmo que parecem curtadas no cabo s faõ verdes co¬ mo juncos toda a planta naõ tem cheiro excepto a flor que cheira a mufgo.
LUGAR. Nace no monte chamado Paraifo na provinda de Lingoadoc.
Pena > Dalechamp & autros autores que defie efcre verão lhe deraò as virtudes das outras cfpe- cies *, porem affim como carece a aroma do In¬ dico j ie deve fupor de diminutas qualidades.
B. Cy perus longus odoratus.
cyper US
Port, Al ba for.
- Efp. luncia de olor.
Ital. Cypero.
. Franç. Cypems ou foHcbet.
kW.VFllde gallian.
QUALID. quente & fecco mediocrcmente.
D E S C R I P, Tem as folhas fimilhantes ás dos alhos porros , mais curtas & eflieiras : crece de altura de hum palmo ate dois feus juncos faõ de tres 3c dc quatro quinas $ em cima tem varias folhas que formão hua eftrela com alguas efpi- gas j em as quaes achaõfe fementes pretas de feitio dc azeitonas, amargozas 3c aromaticas, LUGAR. Crece em lugares aquaticos o melhor vem de Syria 3c de Alexandria,
V I R T U D. Conforta o cftomago, he ape¬ ritivo. As raifes cozidas em agoa 3c bebido o cozimento provoca a ourina & os menftruos, fer¬ ve a os hydropigos a os que padecem de pedra e a- reyas. Seu per fume cura as opilacoes das mul¬ heres.
Ha também o Cyperus rotundas vulgaris as- raifes faõ em forma de azeitonas agudas tem as mefmas virtudes a cima com mais efficacit^ dcíTefc uz,a na medecina.
V
Lxv. I. D IV. II. dos Juncos e de fufts jEfpccles , I 'y
B. Cyperns rotundas efculentus.
TRASI,
folio Cypcri ou Duichi- mim.
Port. lanças.
Ital. Dolzolinb
QJTALID. He-
temperado em feu calor , humedo
a o i. gr.
DESCRI P. Parecem fe os feus Juncos & folhas com os de albafor ? as fores fao de cor amarela ofeura , Sc efpeífas. Tem varias raifes redondas como bolotas pequenas , chatas > feu miolo he doce , Sc branco por dentro de gofto de caftanhas.
LUGAR. Vem fe muytas cm Vcrona e nas Ilhas das aforas.
VIRTUD. Sa5 ventofas, lenitivas, untuofas 3 fas íe delias amendoada como das amêndoas pa¬ ra os achaques do peito Sc toílc , para os ardo¬ res da ourina Sc dyfenteria ; também da5 fe a beber „ de pois de bem moidas ? em caldo de carne, promove o femem
i<f Historia êas Plantas,
B. Sparganítirn ramofum,
SPAR.GANIUM
ou Carex butomos , five Xiphi- dion.
Port. Efpadant dei gada 'Tabuii.
Franç. Planche.
1
DESCRI P.Tem as folhas femelhantes a o Roque herva ou Gladiolus , porem mais eílrei- tas produs eu cima pequenas bolas em que eíta fua femenre.
L U Ci A R. Nafce a o pc dos montes nos lu¬ gares liumedos & aquaticos.
V I R T EI D. Suas rais em coíimento bebido he contra mordeduras de ferpentes > he deíi- cativo.
Liv. I. Div. II. dos Juncos e de fuas Efpecies. ' J
Fran. Qtieuè de Chevaly prêle ou Chevaline.
Poit. Cavalina.
Paluftre , Maübioli. Cauda Equina , hipitris.
EQUISETUM
All . Rofs-SchvantzJ2^1^^^ V ,^v ’
DESCRI P. A primeira cavalina das qua¬ tro efpecies deMatthiolo tem aitea direita cava por dentro com folhas mais curtas das outras efpecies , faiado por certo intervalo mais brau- .cas e mais tenras, fua rais fe conferva & dura : tanto como o pao , fuas aftcas nacendo fe afe- melhaõ as canas com cabecas a modo de efpar- gos.
LUGAR. Crecc em lugares baixos nos pra¬ dos humedos.
V I R T U D. A hcrva tem virtude adíhigeiv- te por iífo o fumo para o fangue do naris : ^be¬ bido com vinho , & em cofimento nas ajudas •he boa para as dyfenterias , & com tudo provoca as ourinas : dizem que a rais com a hcrva he boa para quebraduras ou hérnias ; as folhas nl-
v
ttx li
DESCRI P. Ai. cavalina he fimilhante a i. cxepto o ue tem as fedas mais compridas > no principo parece fe com os efpargos j fuas afteas faó tenras repartidas en nos fem cabeça em cima ; porem feitas a modo de efpiga goarneci- das de Boies brancas que fe perdem em hum iftante.
LUGAR. Crece nos lugares baixos 6c fom- brios.
VIRTUD. He adftringente com amar- cor > he dcíTicativa fem mordicaçam , aplicada cm cataplafma coníolida as mayores feridas ainda que haja nervos cortados , e também a quebradura ; a herva bebida com agoa ou vin¬ ho > he cxelente para os efearros de fangue 6c os fluxos ou purgaçoens das molheres algums af- jfegurao ter curado feridas nos inteftinos meu* dos 6c vcfciga por meyo do fumo deita herva*
M*MW
£gmüi.ikfeà» - IrS mm£r* - >jí?
Liv. I. Div. II. dos Juncos e dc Çmt E rpccics. i y
ÍQUISETUM III.
JVÍatthioVn
Cauda equina , fc- liis mtditrn nu rnofnm.
Port. Pequena Cavatina .
D E SC RI P. A j. Cavalina cem ramos ou afteas fem folhas no principio que he em mar¬ ço nace a modo de efpargos pretos > íua rais he pretta , lignofa , fem gofto.
LUGAR. Nace como as outras efpecies em lugares aquáticos.
V I R T U D. O Equifetum que os Gregos chamaõ hyppuris coíido em panela de barro que nao tenha fervido , & que efteja cheya , ate gaíiarfe a terça parte, comfume o baço, con¬ forme aigums autores affirmaÕ , muytos corre¬ dores & lacayos temaõ tres dias confecutivos 5?. onças deite cofimento tem virtude muyto adílringente , o fuco detido no naris para o fluxo do fangue > conftipa o ventre.
i ,
A
li |
V. '
EQUISETUM IV. Aíattkioiu
Vva mar I na major 5 /ive
Poiigomm b ac cif cr um rnariiimiun mi nus ,
D ES CR IP. A 4. Cavalina crece de altura de lí um homem como a Gieíta tem o pe da gioiTuia do braílo , os truncos faõ denegridos cheyos de juncos ou varas de comprimento de hum ou mais , cheyas de nos } com algumas flores , fem folhas.
LUGAR. Crece nos lugares maritimos 3 por íílo lobel a chama uva marina.
V I R T U D. Quafi que tem as virtudes das precedentes por fua adftricçam , he mais deter- hva & e mais propiia para provocar a ourina , naõ havendo índicaçam de hayer chaga nos rans ou na Ycííiga,
£ f
fâA && ê?4t %¥> 3- ~<P •fcfcS Ç-^3- tfà $**•
DIVISAM TERCEIRA.
JTz-f Canas & ds ah urnas C Lm tas com cilas
c_>
que tem ftmeil.inça cotno o iC.pyrus & a pha ,
C ALAMUS i?>,
*ÍVÍnÍ|
Aromaticus.
A R U N D O
odorata.
I
Port. Calamo aromático.
Franç. Efp. Ital.
idern.
wm
'm?
\ yj*
D E S C R I P. O calamo aromacico he íimi[- hanteaos outros Juncos &: canas ; luas raifes lac de cor denegrida a mais recente 8c que que¬ bra lem eftalos hc a melhor & a mais cheiroía.
LUGAR. Crece em certos lugares marifcos que no veram fecaÕ junto ao monte Líbano.
V I R T U D. Em bebida fas ourinar , 8c co¬ zida com femente de (alfa , o coíimento bebido he bom para os hydropigos , a os achaques dos reins > aos que naõ pode ourinar que as gotas para as quebraduras , bebida ou aplicada cm peíEario provoca os mezes > ocoíimenro he bom para defumar as molheres & para ajudas. A rais
em pó em eleâuario he fingular para os para¬ líticos,
| \
< »
ti Historia bas Planta $ j
ARUNDO
Indica iaccha- rifcra.
PoiT. C<rȇ c/o
fucar .
Franç. Ccime A 5«cro CF 2?c- jfcz» /«crê.
D E S C R I P. Eíta cana naõ he muyto diffe- rente da connia no exterior , mas no interior tem miolo dentro na cana de cujo íuco le fas o aílucar.
LUGAR. He comua nos braíis > nas ín¬ dias e ilhas Ocidentaes, Canarias Sc Madeira, VIRTUD. He hum fal doce bechico bom para o peito , coníerva os frutos Sc luccos que com cl le fe confeitaõ > como Coníervas , Xa¬ ropes , Eleótuarios ôcc, taõbem ferve na coíinha Sc igoarias.
4
/
PAPYRUS.
Porr. Papel erva . Franç. Papier.
Ical. Papiro .
DESCRIP. He huma planta finulhante a o 1 Cipero ou Junça. Suas afteas faô como as dos juncos, triangulares direitas , cheyas , poli¬ das cheyas de molo, altas de 3 . ou quatro pal¬ mos j as folhas que eftao no pe íe parecem com as d’albafor ou de efparganium , as flores re- prefentaÕ huma popa de cabelos a o redor &c no raeyo filamentos.
LU GAR. Crefce no Egipto , Pena dis que o vio em hum jardinem Piza de que tomou a delcripçam & figura.
VIRTUD. He idônea para fafer abrir as fiftulas s ligafe com hua linha de pois de o a ver molhado , de pois fe deixa fecar 5 fendo aflim | pofto feco dentro na fiftola enchafe de humeda- de e afiim abre a fiftola , acinfa íerve para aper¬ tar as chagas corrofivas principamente as da hoca , mas a cinfa da carta queimada he para iffo mais efficas s certamente opapyrus eftando fceo he de muyto uzo.
f; •
IV.
I s
I
i í
.
■ - ■ * "■ ' V‘>í: >’}
14 Historia das P
T Y P H A.
Fort. Hcrva tabua.
Fr. Majfe.
Ital. Aíaz.z.a for da.
Efp. Bohorâo y jun¬ co arnoco ruçado.
All. Moísholben ou Narrencdbcn.
t ANTAS,
D E S C R I P. Tem as folhas íimilhantes as cie Cypero : lua aftea he branca , unida , maífia, produs em cima huma flor eípeça que abraça a aftea a qual ie forma em pelotas ; que algums chamaon Panniculte.
LUGAR. Achaon fe em alasjuas.
Cu
V I R T U D. A flor deíTa herva encorpora- da com axungia dc porco lavada , heboa contra quemaduras , fas vir lurdos aos que lhes entra pellos ovidos, affogaos que a quizerem engulir, mata os ratos , fas fe almofadinhas para aplicar contra o nimio calor dos reins.
illl: m
Llv. I. Di y. IV. dos trigos o de fitas Efpec. z y
êm W& è$6 (tm *** e&*
DIVISAM Q_U A R T A
Das [ementes que fervem para fe nutr ir como fao diverfas efpecies de Trigos , Senteyo , Cevada , Aveya , Arros , A-filhos , Pa-
f i
tuz.0 frigo índio ou Sai aceno 3 Gerçelin ,
tRÍTlCUM.
Porr, Efp. Trigo .
Pr. Froment .
Itah Grano*
Áll. ZJveitzien ou ZJveitz.enkorn.
QJJ A L I D. cjuenr*
«o. i.giao.
r^rPr I^astcgado & aplu
Cadofobre as, mordeduras de cans^Danados cm-
mcfrao?«?Srcof?,erri,a 5 °
confolidar & as r ai 7$ T*** ^ T »>ara 05 fernchaí o fomSt f "S f;1S (le*
wzaie no vef ic ro mu-vt0
'““Citouos com as canuridas.
v
Ti/tf. /.
i6 Historiadas Plantas,
Z E A ,
zcl Âdor.
C 7 Far.
Fort. Efp. Efcíti.U, E jcãndia, E [peita
Fr. Efpeauire.
Irai. Spelto.
AU. Spíltze i ou Dir.ktlkoyx.
ESPEC. Ha dc duas cartas huma que naÕ Km mais que hum grao em hum catulo éc o ucio
tem dois. ...
DESCRIP. He quan fimilhante a o trigo-,
mas fu as arteas faõ mais delgadas &_as eípigas
mais chatas , deitando íoment giaos de. duas
bandas e paia cima barbas muyto delgadas Sc
compridas. ,
i T r r. A R Semea fe pcüos campos , he
Comü em Italia.
VIRTUD. He defecante ; he entre o cago e a cevada ; mas nutre menos. O Pao cjue dc le fe fas he muyto leve , de bom gofto , mas de difficil digertam , cura a lepra & íarne aplicada cm cataplafma colida em vinagre. Seu cofimea- to he dheas na dyfeateria em ajudas.
Li^v. I. Bnr. IV. des Trigos e dc fwts "Efpcdei . z
HO RD EU M.
forr. Efp. Cevada.
Franç. Orge.
Ital. Orz.0,
All. Gerfiea,
QUALID. frís C í*eco no i . grao„
D E S C R I P. Suas folhas faõ mais largar í-udas & brancas do que as do trigo j fuas aftcas
mais frangiveis : a o caíulo de ícus <rraõs
nac
he facil a tirar , fas huma ponta- cm hun
•cabo & he branco cot da palha ; o melhor he , mais pefado.
v ÍÍG A <^-ier *"c cm boas tcrra' & feca?. V 1 R T U D. He hum pouco abfteríi o A pti
>8ana e cevada hc bom fuftento he própria na1
•doenças agudas & biliofas : fas criar muyto lei
Je > [ob‘e cud° & lhe mcfturarem femente d< srunchothe boa para os Heftigos & Phtificos por q«e nutre e hc facil a digcítam & naõ hc caÕ ven toia como algums lhe levantaraõ. O Paõ dc
*fc„a. hc pczaí° a ° cftomago , & geia humo- s gioceiros , fas o mefmo effcito que o fen-
llas apoftemas , & cofido. etjr vinagre aplf. X4do em caraplaíina cura a coceira. ‘
D E S C Pv I P. De hua rais falie muras vefes 7.alteas , compridas , delgadas com" nos , ciece taõ alta como o trigo > ftias efpigas tem menos barbas ou mais curtasquando eíta grado , as espigas baixaõ , o grao he comprido maigro,
conhecido de tudo mundo, .
LUGAR. Sequer mais nos lugares mos Sc
bom terreno. i
V I R T U D. Rezolve , aquenta mais dor
ouco tiigo fua farinha ou o leu paõ apúcado
fobre a cafbeça entre dois panos com hum pouco
dcviua-rccuraador.de cabeça inveterada . o
paõ he vifcoío , opilariv.o ^indigdto , fas mao
cito mago aos que travalhao pouço.uomido com
os farelos mata as lumbngas, laxa o venue ,
mcíturado moalmente com o trigo fas hum pam
' d t íeve & de bom goíto fe conlerva mais tem-
1 '”o“o I-». fe» * ■*
bo r para as apo^mas do que do trigo.
mmMZi
• ... ; ,( . w .... ... . > . . ; • V' ;• v- VU
Liv. I. D i v. IV . dos Trigos e de [uas Efpecies. 1 9
A V E N A.
Fort. Efp. Avena 6c Ave a.
Franç. Avoine. '
Irai, Avena 5 o Bi ado.
Aliem. Huhern.
DESCRI P. A Avea tem fuas afteas repar¬ tidas em vários nos, fua herva fc parece com a do trigo, fua efpiga hecomo íe ve a femente Lc delgada comprida.
LU GA R. Semea fe em lugares frios £: hu- medos.
V I R T U D. Tem parte das virtudes da ce¬ vada ; por que aplicada deíTeca levemente, limpa de fua cafca &c pifada ferve dc alimcnr© como o anos ; esquenta os cavalos que a corneai com a caíca. As papas ou forda que íe fas dc fua faunha conftipa o ventre c . < ■ . rc mediocrementc. A farinha he boamplicada na enflamaçam dos membros , eítando coíida cm vinho tira as iiodoas do corpo, '
v -W-MÀ
wsmm
•
( 'M
ç 9 Historia das Plantas,
BROMU5. Ayciu Sylv,
Fort. yiveA brava.
Franç. Azoine ,
J/iHVAge.
DESCRI P. A Avea brava he femelhanta <à berra da domeftica cxepto que fua fementfc
ht mayor & mais negra.
LUGAR. Procede do trigo vas vezes da ce¬ vada degenerados por caufa de muyta hüme- dade.
V I R T U D. Cofida em agoa ate gaftarfe a metade deite coíimcnto com outro tanto de mel reduzido outra ves em feu punto > ferve aplica¬ do com paninhos contra as chagas & fedor do naris ; algums lhe meíturao azebre : cqíida em vinho com flores cTerofas he contia o fedor boca.
\
i . ,
m - , •»
1 Lit. I. Div. IV.dosT igos & de fttas Ejpecies. 31
O R Y Z A,
• ; _
H V
Fort. Efp. Anos,
leal. Rifo.
*
Franç. Rlz.
nv * .
Alkm.Ràfs.
\
D E S C R I P. O Arros tem as folhas com# as canas efpeíTa como a dos alhos porros , fuas efpigas produzem graos deíigoalmeiue de banda e outra.
LUGAR. O melhor vem. do Egipto, ve- iieza&e.fe cuftuma femear em lugares humedos.
V I R T U D. He hum pouco adílringente. , Ire bom alimento , facil a o coíimento do cfto- nrago i coíido em leite de vaca ou em caldo got- dohebompãraa diarrhea , principalmentc íc primeiro fe eíUnguio no leite íexos ardentes. Prefumc fc que gera muyta fperma fua farinha ferve em cataplafmas rcpulíivas empede a enfla- maçaõ dos peitos no principio.
3i Historia das Plantas,
FRUMENTUM % M
InJicum , [cu
«/
Turcicum.
Porr. MUho pcffc^-
•cr -T- • i .
hl p. / igr, da índia Irai. Erowtn.o Indhino.
F rarç. Eli d de Ti.rcjt4ie> ou gros mil.
AU . írídUmfcb otl
Tm kJfch-Korn , QUALID. He mais quente e viícoío do
que o trigo.
E S P È C. Algíím tem as efpigas amarelas , outro fobre vermelho , 3c outro brancas.
DESCRIP. O milho grofíb he taon Con¬ hecido nefte reino que he eícufada a defcripçam„
VI RTUD. O paõ do milho groíío 3c os mais comeres que dei le le fas he pefado a o cílo- nago por iífo os que padecem obPnuçoe# fe de¬ vem abfter deífe alimento. A farinha he exelentq jnara os cataplaímas maturativos. As folhas ver- áes íao boas as inflamações oc erifipelas.
Liv. I. Div. IV. dos Trgos e de fuás efpecies. ", 5
MILIUM
Port. Mdho metido
Eip. Adejo, Mieyo.
Fianç. Mil, MilUt.
Ital. Adigl lo.
All. Hirfe. ■
QUAL. fu 10 a o i . gtao feco a o 3 . gr ao
D E S C R I P. O milho meudo hc ram con¬ hecido nefte Reino que parece dcufaJa a de- feripeam.
LUGAR. Quer fe em terras gordas hu- medas. ■
v I RTU D. O Pao de milho meudo mure íTUtyto menos do que dos outros; cofido em leite aperta o ventre & provoca a ourina. I le iingu ar aíiaao aplicado quçnte cm fomtnraçam , quan¬ do fe requer defecar íem mordicacam , & 'para expulfau d atos que cauíaõ pontadas ; fobre tudo fe íe lhe meítura íal. Os medicamentos & tam- beni a carne freíca fc coníerva mais tempo cm miiho do que em outra qualque parte. Saudo Amoiozio rafia hum coíuncnto que mcíiurado com vinho oranco bebidp bem quente cu: a va as temes terçans , pellas ou tinas & iuo.es O iha a íede.
B v
-
3+ Histcria das Plantas,
MIL1UM ^ w* Indicu m.
Franç. Mil! a a In de.
Ital. Sorgo.
D E S C R I P. Hitma fo rais fibtofa produs va-ias aftcas , no Joias , efpefías , fortes com miolo branco & que crecem cic altura de hum a peílou , tem na cima huma popa de altura de hum palmo onde efta a (emente cjue le parece tom a lentilhaTmm pouco comprida as vezes
"branca , ofeura , ou negra. _ #
LUGAR. Daíe em Italia > Elpanha 6c eni
terras quentes.
V I RT U D. Em Tofcana a leniente íeive fnais para os pombos do que para os homes. Tira fe o miolo de tres o quatro aftcas delre jniiho , queima fe juntamente com humaefpon- ffia nova enteira Sc vermelha. Redus fe tudo ctnpó , ajutandolhe dofe graõs de pimenta ne- rra ; felhe meftura huma onça de farinha de tiirro , forma fe hum bolo , mefturandolhe hum ovS frefeo o qual fe deve cofer fobre cinzas. Di¬ vidir fc ha em feis partes para fedara comer em Teium a quero teru alporcas hum dia fim & outro naõ no núrnguanie das luas. Mathiolo aílcguM queíHuy tos íararaõ co» efte reruedlo. ^
Li v. I. Di v. IV. dos Trigos e de fitas Efiecies 3 J
PANICUM.
gfe
Fort. Efp. Panifo.
Franç. Panic.
Irai. Panlz , o Pamzzo,
All. Vvel fiche hlrfe , ou Bftch-vveitzen.
DESCRIP. A herva fe parece com o milho meudo a efpiga lie diferente por que alguma chega a hum palmo de comprido moy to íexado goarnecido de hum engaço cabeludo com muyta leniente.
L U G A R. Seinea fe em campos liumedos.
V IRTUD. He íimilhante a o milho, nutre pouco, he deíicativo adftringente & retnge- rante. Fas fedellepam que he efficas para os dyfentericos. Poíto que eíTe milho mas ferve para paiíeros do que para gente.
13 yj
• 'Pz.?' /••• '
p<> Historia das Planíaí,
S E S A M U M. Püt C. Efp. Iorgdhi ,
Al a gr ía,
Franç. Siz.fi.mf, Içai, Sifdmt.
B. Scfitmum vetenm.
D l S C R I P. Suas folhas fao vermelhas a aflea íc parece .com a cio milho porem mais gioíla & mais alta produs em cima buas cabeças como as do rmiJ eiras.
L V G A R. Sem ca íe muyto perto de Franc- fovt Siasburgo ta nr benr nos be traíioo cio biaíi! deixa eírcrüs os campos em que a íeinacx
V I R T U D. Sua (emente be uncuoía & gru- ntnta S< aífim be emoliente como tao bem o íeu o:eo be nocivo a o eftomago (as roim baho íe fica algum a entre os dentes, be indigeílo , gera hum iucco groifeito , omcírno que a a : e m as comidas muyto gordas. Apticaoo em cm- p!a(lo rezo’ ve os enchaflbs dos nervos, os tu¬ mores , concufoenS & enchaílos peito dos ovidost he boa contra queimaduras & a conca > meítu- rada com unguento rofado be boa aplicada na relha conua as dores de cabeça caufadas pcll<p
Liv. I. Dxv. I y. dos Trigos e de fuas T fpecies. 3 7
FR UME NT UM
Sarraccuicnm.
Porr. Efp. Trigo Jlícrlce.
j
Franç. tile d no
It.il. SftffWA
O O
fkrracino .
AU. Heidckcrn.
QtJALID. Medio- cremente quente liumedo.
D E S C R I P. Suas folhas faõ redondas quan¬ do nacem , <5c crecendo fe fafem como as da hera mais mollcs e agudas. Sua aftea he fran¬ gi na , redonda, voca 8c vermelha , da altura de dois palmos. Suas flores faõ brancas , abondan- tes, , de que nace huma fermente negra trian¬ gular que tem a farinha branca.
LU G A R. Semea fe em todos os campos. VIRTUD. Fas ie pam 8c lordas 8c outras igoarias de bom goílo 8c naon faõ mal fadias , iemente bum pouco ventofa , provoca a ourina, he exellente íuílcmo para galinhas para qiic Jpoem muytos ovos.
3 $ Historia das* Plantas,
PH ALAR IS
Porr. Alpiflnk.
Ital. Pbalaride.
Franç. Grame de Cana] ie .
D E S C R I P. Produs muytas afteas peque¬ nas de altura de i. palmos delgadas macias com vários nos. Sua íemente lie mais branca do ejue milho meudo > mais comprida.
LUGAR. Semea fe em Italia etn Malta & nas Ilhas de Camuia he pretta.
V I R T U D. O fumo da herva bebido ein vinho ou em a 2:0 a mitiga as doies da vefciea : o mefmo Fas a (emente bebida em agoa *, tao bem bebida cm vinho, ou cm agoa, ou cm vinagre , ou com mel ias fahir a pedra da vefei- ga , cura os mais achaques deíle viícerio. He própria para fuFtcntar os paíTeros chamados Gana rios.
Liv. I. D iv. Y. do Gmnm e de fnas Efpecin. J $
*m *m «s» «e* *»r «&2 «€* •&&*
DIVISAM Q_U I N T A.
I Do Gamam ou Afphodellus dr outras ervas , que tem as ralfes em forma de dedos como (fia aqui , ou a flor em forma de fceptro a como o PhaUnghtrn.
HASTULA
Regia. Afphodelkis. Port. Efp. Gamam. Franç. Aphroâilies ou Ache Royal. Ital. A] ffodilloy cen¬ to capi.
AU. Affodil > ou Gddvvnrtz.
QUALID. quen¬ te e feca*
DESCRIP. Sua aftea he de altura de hum ate dois palmos urvida fem nos. Suas flores fao brancas , algumas vefes amarelas , de quç na- cem pequenas pérolas redondas &: verdes , em que a fenienteíe acha > negra & triangular. Fio- rece como a cebola albarram florccendo primei¬ ro para baixo da eípiga.
LUGAR. Nace cm boms terratorios.
VIRTUD. Suas raifes faõ deteríivas , irc- ciflvas aperitivas , idôneas para provocar a ©urina & os jflfceuíUuos > refiíta a o veneno.
4° Historia das Plantas,
PHALANGIUM
Port. Can.ivora.
Ital. Pbalanç:o.
L>
DESCRIP. Produs tres ou quatro afleas fu a flor he branca corr.o a de aflucenas, poriífo taõbem a chamaõ liliago por cordus. Sua k- mente he negra , chata como lamilhas , mais muyto mais delgada. A rais he meuda & verde recentemente tirada da terra, mas quando he ar¬ rancada cm breve tempo Jeemcolhe emíi. Dentro Das caícas em que cfta íua femente fe Ihsve a figura de huma aranha chamada Phalange don¬ de tomou o nome, ou taõ bem por que Lc efucãs
para mordidelas delia.
LUGAR. Nafce em outeiros & montes.
V í R T U D. He compofto dc partes íubtis, At he cleíica.ivo. Suas iodras , íua femente , & firas flores bebidas em vinho fervem a os que eftaõ feridos de alacraos & dc aranhas chama¬ das phaianges taõ bem' he contra as dores dos
Liv.
I. D iv. VI. dos Lírios c de fuxs TÍp-eciís. 41
DIVISAM SE X T A.
Dos Lirics & das outras Plantas que tem fu as f- bas de fatio de facas cfy folhas de Eípada agudas & as raifesmb bulbofas, tstèscomo as Efcsn s de I.trso de Acoro, a Galanga , n Glr.gbrc, a Zedoari.t , o Cofto, 0 Curcuma au Gingibrc de dourar.
X Y R I S.
Spatula foetida,
Port. Llrlo Syl- vejlre.
Efp. Llrlo fpa- danai.
Franç. Glayeufjau- vage Puant.
A 11. Vvanâlenfe.
D E S C R I P. Tem as iolhas como o Iriio roxon mais largas & mais agudas. Produs no meyo huma aldea ballante grolla de altura de palmo; & em cima liuás lenientes brancas fe- melhantes a ervilhas meudas dentro de luunas cafeas triangulares •, primeirio pvxcedcm luunas flores vermelhas alaranjadas. Suas iolhas fe¬ dem, luas raifes fao delgadas , & entrecortadas.
LUG.Crcceem lugares abrigados & humedos.
VIRT. Sua rais Sc leniente, laõ purgativas , aperitivas, idôneas nas convulfoens, para os reu- ma ti finos , obftruçocns hydropiíia, bebido o leu coime nto. Taõbem ferve exterionnence para digirir , incidir , atenuar & rczolver. Etimcbl Xyris porque fe parece com o Lírio ou ir is.
% 41 Historia das Plantas,
Gluyettl .
Ital. Ir ide , G/tf-
All. Lillen.
011 Scbouvertel.
QUAL. quen¬ te e íeco 2. gr.
D E S C R I P. Tem as folhas como cfpadas agudas íua aftea hc lifa, redonda , & com no, no cabo em cima tem flores roxas com meftura dê
outras cores donde tira o nome d’Iris ou arco
davelha ; caindo lhe a flor lhe fica humas cabe- cas pequenas em que 1c acha femente femelhan- te a o jorgelin j íua rais he alvadia , folida no- dofa com quantidade de filamento cheirofos , amargofos & mordicames a o gofto aífim como o rcfto da rais.
LUGAR. Acha fe em todos os jardins , o melhor hc o de florença.
V I R T U D. A rais hc boa contra a toíTc , refolve, fubtiliza os humores groíTos que fe nao podem efearrar. Tomada a o pefo de fete oitavas purga as agoas dos hydropigos & as groíTas phlegmas he de infinitos uzos > mas quando hc para achaques do peito o íris floren- tina que faõ humas , raifes brancas , compac* tas de bom cheiro a flor de violas , efia fe cha¬ ma Lis alba>U7dis Llyrica, em Port. Lido florentino.
Liv. I. D iv. Ví. dos Trigos e dc fuas E [pedes . 43
I R I S Sylveftris major,
íris noftras. íris vulgaris.
Fort. Lirio roxo.
Franç. G lajeai
f auv age.
Ital. Lide ÇáU vatica.
D E S C R I P. Ha duas efpecies o grande & o pequeno tem as folhas , a aítea , & rais como o comeftico com a diíferencia de fer mais aí pero £c mais pequeno.
LUGAR. Nafce em outeiros & lugares dc pedras.
V 1 R T U D. Tem mais força para aquen¬ tar & defecar que o domeíticoj & tem as mef- mas virtudes com mais efficacia. He das flórea deite que fc fas o oleum Irinum que he exeleatç para enchaçoens dos peitos & dos tçlUculos,
44 Historia das Plantas,
íris
Silveíhis
niinor.
foir. Lírio roso bravio.
t
Q_U AL I D.
quente &c faca a o 1. grao.
DESCRIP. Tem as folhas mais compri¬ das do que os outros as raifes mais meudas hum pouco amarelas ladrando pella terra como a grama , as flores mais pequenas , purpurinas com rifcas amarelas ; nafee nos montes & outei¬ ros & prados,
V 1 R T U D, Tem as mefmas virtudes com menos efficacic. •
«
Lrv. I. Div. Yí. dos Ltrios e dsfn-ís L^pcclci. 45
Calamus verusfeti atum hs.
A C O.RUM Calamus Aics- nuticus,
Port. Calamo aromático.
Aliem, Kdtns.
Q_U A L I D,
quente c Teco a o j.grao.
D ESC RIP. Ô Acorum tem as folhas fimil- hantes a os lirios , porem mais compridas &: eíheitas mais chciroías & picantes a o gofto, lua rais cheyas de nos & filamentos.
LU G AR, Nafce naColchida, na Galaria, & na Ponte * nos he trafiJo de Levante o melhoL* he o mais recente.
VIRTUD. He eftoma cal. Sua rais lic quente , o cofimenco hebide provoca a ourina , bom para os que naon podem ourinar ícnaõ gota a gota , para pontadas da ilharga , do peito para o ligado , dores de ventre , quebraduras , convulfones Sc para desfumar as molhcrcs : ler- ve em tudos os antídotos , cofida em vinho he cíRcas para dezenchar os tefticulos , moida & aplicada em cima ; o cofimento cura rodas as durefas Sc apoítenus.
I
m
4 ' Historia das P l a n t a g j
ACORUM FAL- SUM & Gla- diolas Lutcus.
Port. Lírio amánlo acjíiaticO)Q u cnLu 7 no fnhftituto do dcoro vero «
D E S C R I P. Tem as folhas mais compri¬ das do que o 1 ivio 3c mais eftrcitas efpeítas no meyo como a folha de huma efpada, íuas afteas faõ lillas , rodondas ocas de altura de dois pal¬ mos , fuas flores amarelas caídas para baixo 3c tres reviradas para cima , de que procede hum as favas triangulares cm as quaes tem fementes ren- jadas por ordem femelhantes a lentilhas , as raifes faõ tortas , compridas, compartidas poi: nos de goíto adftringcnte.
LUGAR. Nafce em Lugares alagadiços ou aquaticos.
VIRTU D. A rais he fria 3c deficativa etn bebida he efficas contra as indiípoíiçoens do ce* rebro ; paia os fluxos de o uri na e dos menfhuos, fobre tudo o fucco ou a mefma rais dizem que traílda fas q raefmo effcito.
mf
Stffífe màM \ ~'-h ' ’-K; '•> ^ V *. 1 :4v À* v~ J-H \
SBBKflr " dmsfl
HISTORIA
DAS PLANTAS.
LIVRO SEGUNDO.
Das Plantas bulhojas , Narcijfss, sljfaf an , Cebolas , Sncenas 5 Satyrioens , oh Símil - hantcj.
Divisam í. Dos Hyacinthos & de fuas
Efpccics.
B. Iíis Tuberofa.
' HER M O- DA C T I L U S.
Port. Ermo- daíliles.
Franç. Hemsdate
vray.
q^ualid.
quente 8c fecco no princ. do 2. grao.
DESCRIP. Ha duas efpecies o verdadeiro K 0 talío -5 0 verdadeiro tem as folhas compri-
i :wm
; VJàtJ.
VV’ ’M ArG; -V A J f ;# TVj' 'j ffHflrUrftnnitreaii/ ri ■ n 1 1 *$>1.
ET S :M
4* Historia das Plantas,’
das de dois palmos , íimilhanres as dois alhos poiios ou cia haihila Regia; mas as que cAaõperio a rais íaõ nnivco mais eftreitas Sc cu* ras. i cui 4 afies que íahem da meíma par¬ te rcitas como dedos, de cor amarela, efeura, com unhas brancas no cabo , fem filamentos. Sua aíteahe meuda , coberta de huma membra¬ na verdoenga , tendo humbota^ no cabo de fei¬ tio de huma pera. Em quanto a fior Machiolo di,s nao auer vi fia.
LUGAR. Crefce no território de Conílan- tinopola Sc quafi em toda a Turquia.
V I R T U E>. Tem humedade fu per flua , fla- tulcnta , Sc que provoca a vomito por ííTo hc nociva a o cftomago principalmcnte quando he carregado decícrementos i para ilío o feu cor¬ retivo he o Zmgibre , os caminhos , a pimen¬ ta lo iga , o mencaftro , Sc eftatido trochifcados com Zingibre & com fumo de rabaõs , Sc de ceo o’a albarram , afiada purga melhor Sc com mais promptidaõ Sc evacua as grofias fieimas pi incipalmcme das jiinturas , na femente to¬ mando o por dentro mas taõ bem aplicado por fora em cataplaíma com gemas de ovos Sc farin¬ ha de cevada ou com miolo de pam. Engorda , acreccnta o íperma ; coníuma «Sc mundifica a carne podie das chagas.
1
,
v* ' \ V \ '*-ij ' ò' :‘x ' \C' : "V, ' •'
«—■■■■■■ r^BÍukS*S8SàK>«i*. ,\.iu .tà r
LiV.IT. D i r. I dos Hytcinthos & Efpecies. 4 9
B. Sifyrirtchinm Iridi buí bofa afine
SISYRINCHIUM
naajus, coloris
coerulei.
Dsdon,
Porr. EfptcU dt
eebala.
Híp. Nsfclhat.
Franç. Ntifettes terreflres.
VO
■~‘V
.. :.
planta he bwlbofa cTn •típanha a comem deita huma tais no inverno & outra na puma reta & aílim tem duas bulbas . ie parece como hpacintho , fuas flores faõ azui» & durão pouco , (ua fementc fe parece com a «ios rabaons , redonda , & pequena.
VlF<Tim‘cCiefcC T ^°r5u°al & em CaíWa. V I K. 1 uD.Sua rais fendo doce & boa para co»
raer parece de naturela temperada & de bon»
h“m pc?uco veatofa incitado vcaus ca». mo íaícm as cubras d* terra negras,
Tomo l,
■
i
50 Historia, das Plantas,
ÍRIS Butboía Latifolia Clufii
Porr. Lírio Efpd- danal.
Franç. Flambe bulbcufe.
Ital , Iride, Gigho az^urro.
AH. BUugllger,
& yehluunz..
DESCRir. A cfpadana bulbofa fas hua aftea de aliava de palmo emeyo , & folhas cm baftante numero , compridas direitas , curva¬ das tobrc a terra , verdes alvadias por baxo , no cabo da a fica tem tres flores cheirofts atuts íc as vefcs brancas comportas de pequenas folhas
da figura das do lírio lilveftre , íuarais he bul¬ bofa0, branca, doce corno avelanas, coberta de
hurnas cafcas negras. ,
LUGAR. Crece cm rortugal8c na Anaa-
lufia em outeiros, florece em Janeiro & ferreiro.
ViRTU D. Todos os lirios fao cjuenrcs o c oatenuantcs , marte gadas faõ boas. contra o bafo roim , mitigao a dor dos dentes , laonma- turativas , dcterüvas , digeftivas & refolutivas, adocaon . defoprlaon , purgaon & evacuaon i por taxo. O furto da rais purga os humores bilio- fes , a flcima & serofidades.
u
Eiv. II, Drv. I. dos Mytucintbo* > &c. 1 1
GL ADIOLUS
Enfis j Eníiculus 9h Segctalis.
Porc. Ejloque ou j Efpadítna bnibof*.
Franç. Glais ou Gíyeul,
Iul. GUdialo.
Ali» Scknverul.
DESCRI P. As folhasfaon como as da efpa- aaoa , mais cidreiras & mais curtas & acudas: Eia altea. he dc altura dc paimo & meyo , chcya dc íucco : íuas flores faon encarnadas dn polias por intervalo , fímilhances as da efpa- nada , algum pouco mais pequenas & de hua Io cor , lua femente he rodonda. Tem duas ra> ies huma íobre ourra , redonda & chata > ai, badias , carnudas: cftaon cobertas d c calca ne¬ gra vermelha , como a do alíafraõ.
LUGAR. Nace com o trigo florccc ciç Março. Ache o fim de Mayo.
V f R T U D. A parte decima da rais tem hiju naa virtude atrativa , digcíliva , & defficativa: tomada em vinho promove o femen & em a^oa cuia as quebraduras dos meninos a cafca 3pir íada a o peíb de huma oitava em viufja hç ad- m*.ave! para as dote* da vefligo..
HYACINTHUS
co mofas.
Porr. Hyacinio Efp. Aéjjos flores. Irai. Cipole Ca- mne .
Franç. Hydclnthe , ou vaciet,
All. Mertz.enblon - men ou Hya- cinthen .
DESCRI P. O Hyacinto erva tem as fol¬ has como o bulbus oa alho agrefte ; fua aftea he de altura de palmo , verde , meuda , lifa floLcce em março , no mcyo de fua aftea deita humas gadelhas goarnecidas de flores vermel- has as quaes íe inclinaon para baixo & ficas mui¬ to tempo fem naürchajfte.
LUGAR. Crece nos matos abrigados Sc nos trigos j mas os que nos vem de Levante faoa cultivados nos jardins.
V I R T U D. Galeno nos alTegura que a rais he bulbofa Sc he defficativa a o primeiro graõ SC refrigerante nofegundo gia5 > difem que aplica¬ da empede dc nacer cabelo em qualquer parte.
Liv. II. Div. I. dos HyacinthoSj 5 3
P. Hyaçinthus Rscemofus .
BULBUS
vomirorius.
Matthioli.
Hyacintluis.
Botryoides.
Porr. Albofilvejl re Franç. Bulhe vomitif Ital. Bnlbo vo- rn'tor io.
Q_U A L I D.
He nuiyto tjuente
D E S C R I P Tem as folhas compridas macias de cor verde preta fimilhantcs as do alho a calca he negra as flores faon corno às dosHva cinchos vulgares. 7
LUGAR, Na ice nos outeiros & terras lavradas.
VIRTUD. Arais hc vomitiva, feu coíímento lic bom contra dores da veíliga.
54 Historia das Plantas,
HYACINTHUS
Orkntalis.
Fort. Hyacimo
Dtif/uJUiQ) jior.
Franç. Hy^tintc,
f raciet y flcnr de Rorne.
Ir il. Cifole uvúnt
Al!. Hytcímhen.
D E S C R I P, Os Hyacinthos Orientaes rem a flor como as fucenas ; fua rais hc grofla, bul¬ bo fa de gufto doce glutinante, tem por baixo quantidade .de raifes meudas , lizas , redondas, fua aftea ícm folhas produs quantidade de flores brancas no principio íimilhantes a fucenas pe¬ quenas s e liando as flores abertas faò afuis ou mcfturado com cor branca de cheyro muyco agradavel.
LUGAR. Nos he trafido do Oriente ha de yarias efpecies e differentes figuras.
VIRTUD. Seu cheiro nos fas conhecer que hc mais quente*do que fria Sc fua flor tersa virtude ele confortar o çoraçaõ Sc o cérebro*
iP
mmm
Liv. II. Div. I. dos Hyacinthos &c. $ y
BÜLBÜS Eriophorus
Lanifcrus ,
Clufti.
Hermodaólylus
Franç. Porte Laine.
DESCRI P. Ffta planta tem as folha? compridas , quafi fimilhantes as dos Hyacinthos, verdes , agudas a das quaes rompendo as , fe tira linhas delgadas, como dc fina Holanda : fua aftea he de Palmo & mcvo de alar a, direita como as da,,cebo!a albarram da qual fahe huma elpiga comprida com diftincçao de fileiras , que de verde vh\do afíorecer as flores íc fafem azuis, cada huma comporta de leis pequenas flores que formaõ huma ertrela , fem oior. Começa flore- cer para bayco , como a mais parte das outras biilbas. Sua rais bulbola he comporta de varias laminas brancas revertidas de humas películas como teyas de aranhas.
LUGAR. Ha varias p^yiras no Jardi! Real de Moinpelier & om FVídres , no Jardin de Briançon.
V I R T U D. A rais aplicada fobre as diflo caçoés he efficas primeira para as conlolidar, Sc as flores pifadasl & aplicadas fobre as partes tortadas por lc ter chegado no inverno a o fogo, lhe remedia. C iiii
■W* **** «w «9» ***» *s* gg
DIVISAM SEGUNDA.
T>»s S.irctffos ou Junqudles > Leucotum bulbeus , #« Tulipas & fimill antes.
B. Nartijfus ynagno & oblongo tubo ac Cálice
luteo J^Tohus.
NARCISSUS [
Aí at th lo U .
Fort. Jfinqttilhos.
Franç. Nardjfe ou Campanete .
Ital. Nttnijfp
QUA L. quente & fccco no. i. grao.
DESCRI P. A primeira efpecie tem a ce¬ bola quaíi redunda com muytas fibras ou raifes *neudas , tem poucas folhas baftante eftreitas > tem huma aftea fó que produs tres ou quatro flores , que tem feis folhas grandes > amarelas ou brancas.
LUGAR. Se acha nos jardins florece na prima vera.
VIRTUD. A rais he defecante , gluti- nante j fe fe come fas vomitar , aplicada hc idônea para as quebraduras , as flores detidas nuiyto tempo na boca faon narcóticas , he con- lolidante das feridas , como Clu^s o tem eípe- irmanado.
Liv.I. Di v. II. des Udrcijfos & Efpecies. 57
NARCISSUS Leucoíum II. Âéatthioli.
Pott. Ndrcijfos ou
Franç. Violier
blanc, bulbenx.
D E S C R I P. Efte fegundo NarcilTb He Mar- thiolo tem quantidade de folhas baílante com¬ pridas , dpelTas , tem huma fó aflea delgada , na cima da qual de huma fo parte fahem cinco ou íeis flores muyto fermofas que no meyo tem huma coroa cot amarela , & huma cor muyto lufida ou luflrofa.
L U G A R. se acha em Italia & nos paifes de climas quentes ou temperados.
V I R T U D. A rais hc digtfUYa,refo! ativa, confolidante.
C v
5* Historia das Plantas
B. Narrijfus Maritimus .
D E S C R I P. Sua cebola tem muytas lanví- n as de que a efterior he denegrida. Suas raifes faõ em grande numero & meudas j produs cin¬ co ou leis f olhas , huma ou duas afteas cadahu- n:a tem cinco ou fers botoéns como fucenas pe¬ quenas , quando abrem a flor he branca com niuytas folhas de bom cheiioôc no meyo tem cinco ou íeis linhas com íua cabecinha amarela# A femenre he negra pequena , menos redonda.
LUGAR. Naice em partes marítimas * abeira dos rios floreee em Junho.
V I R T U jD, Tem as propriedades dos mai&.
Li v.II. Di v.ll.dos Narcijfvs & Ejpifíes.- f 9
B. Narcijfus çleno
NARCISSUS
Al bus Po- lyanthos
IV.
Afjtthioli.
Portr. f imquilhos.
Franç, Narcijfe y pUíficurs fltkrs.
QU A L 1 D. quente fec. n.i.grao.
D E S C R I P. Efta efpecie tem a cebola xnayor do que as outras > a aftea muyto compri¬ da , na cima tem cinco ou feis flores , que tem cinco ou feis folhas brancas* a mais parte , tendo cada huma a íua nacenía huma folha que as a- companha.
LUGAR. He comua em Italia as virtudes das precedentes.
6o His T O R I A DAS t
lantas,
b. Tulipa pr &cox fimplicis & unius coloris .
NARCISSUS
V.
jftlatthioli.
Port. Narciffo quinto.
Franç. Narciffe.
D E S C R I P. Efte NarciíTo tem a rais , a cebola, as folhas & a flor como a Tulipa. A difterença he que tem as folhas a o comprido da aftca cmmayor quantidade do que a Tulipa ordinaria.
Lir.1I. Dit.II. dos JSf/prijffòs & Efpecits, C l
B. Leueoium bnlbofnm vulfAre.
NARCISSUS
VI.
Aíatthiolí.
Franç. Grillets b lanes.
D E S C R I P. Ne hum dos Narciílos tem menos folhas nem mais curtas que eíla efpecie > pofto que efpellas e largas, de forte que em co¬ brem a aífea ate o meyo. Sua flor he taõ bem mais pequena, naõ tem mais que ues folhas.
ija
st ,
'« t , I
D E S C R I P. Efta feptima efpecie fe parece €om a ultima exepto que as túnicas da cebola a~ companha''» a aftea ballantemente & logo fahem as folhas com huma ou duas afteas meudas , que tem cada huma no cabo huma flor , que tem crnco ou íeis folhas, muyto fermola a YÍd&£ cad aftea tem algua folbac *
LiT.lI.D1r.II.4fci Hmcijfes & Efpacics. G-j B. NarcijTus kmifolits aIí>hs mtâio Lutem.
NARCIS5US
VIII.
Matthioli.
D E S C R f P. Suas folhas faõ compridas , largas &. agudas , de cor verde ofcuro. Produs cinco ou leis flores de huma fo aftea cjue tem as vezes nove folhas. O meyo da flor he amarela,
LU G AR. Se acha em Allemauha , Elar*- dres &c.
Historia
\
das Plantas.,,
B. FrhUUria.
MELEAGRIS
Dodon.
DESCRIP. Tem arais bulbofa , branca, folida , fem túnica que lhe fafla ieparacaò > fua aítea he de altura de hum palmo, a flor cui campainha como a tulipa , curvada para bayo , mas variada como as penas de hum Peru de que tomou o nomen de Meleagris } fua femente fe aíimilha com a da Tulipa. " "
Li v.II. D i v. III. do Affafram & Elpecies. 6 f
f3>' ta» «SM «a» «M' ia» +•*> j**- «»
DIV.ISAM TERCEIRA.
Dos AfafraÕs do Omithegalon ou Leite de qalinha Plantas que tem alguma ftmilbança com o AJJàfcaÒ polias fitas bulhas (jr por fitas flores.
C RO CUS
vel
Crocum.
Port.Efp. Afafran Franç. Sajfran,
Ital. Zafferano.
All. Sajfran.
QJJ A L I D.
cjueiite a o i. gr. & leco a o i.
- •
D E S C R I P, Tem as folhas compridas y eftreitas como as do Tragogon ou barba de bode, mais abundantes , inclinandofe para o chaò Sc macias , as flores íaon vermelhas Sc fer- mofas a viíla , do meyo das qpaes uacem hums filamentos chatos como lingoas cor de ouro, que he o afafraon.
LUGAR. Crcce nos jardins Sc nos campo.s fendo cultivado.
V I R T U D. He aperitivo , digcftivo , 5c hyfterico conforta o coraçaon purifica o fangtie, he contra veneno, provoca o efcarvo, a ou ri na 5c os menftruos : fçu uzo demafiado ofFende a ca¬ beça , como taon bem o feu cheiro : lua rais to- iiuda a o pezo de tres oitavas he mortal*
66 Historia das Plantas,
B. Colchictm Antnmnale.
COLCHICUM.
Balbus açreftis. Hcrmoda&ylus.
Porr. Dedo de roer- curio, cebola ve¬ nenosa. -
Franç. Mort aux chins.
Ical. Colchlço .
All. HerbJl-BlHmet?'
D E S C R I P. No fim do outono produs hu- ma flor alvadia , a o depois alui &: a o depois ficaó a flor & folhas fimilhames as da lebola alguma cauía mais groflas , fua aíhea he alta de hum palmo que pvodus hua femente de cor fobre vermelho. A rais por fora he vermelha jobre o negro & por dentro he branca & tenra, cheya de leite , de goíto dolce , tem huma gret- ta no mcyo donde nace a flor.
LU G A R. Nace nos prados & em afinhagaí.
V I R T U D. A rais comida mata como os cucume'os venenofos. Et aífim íe nao deve uzajr deita rais por ermodatiles que fe poem nas piro- las paia os gotofos. O leite de vaca he a contra peçunha a os qive tiverem comido. Eftando rnelturado com falitre fas o pcllo branco preto tlps cavalos.
t
Liv.II.Div.I7. do$ Ajfxfraos & Efpecles . ^7 B. Cole butim Ori entale .
PoiT. ^ r-
curio ou Cebola venenofa .
Ital. Còlchico , AW.ZUlofen.
qUALID.
quente & fecca a
o 2. grao.
D E S C R I P. Efte colchicum foy mandado de Conftantinopola á Matthiolo de que Temente dis que tem as flores e folhas como o outro , a rais he bulbofa & entre aberta.
LUGAR. Crece emMeíTina em Sicilia , & na Ilha de Colchos.
V I R T U D. Sua rais affoga os que a comem fe Te lhe naõ rcmedia logo com leite receiue dc ■vaca.
6 8 Historia das Plantas,
B. Colchlcnm .
H E R M O D A-
CTYLUS ‘
faliu s.
Po r t . He r m odat ile s bfijlArdos.
Franç. Hermoàac • tyie bktard.
D 1' S C R I P. He muyto differente do pre¬ cedente como le ve pe) 1 a figura tem cinco ou íeis folhas largas verdes & agudas a modo de piques ordinariamente tem huma flor no cabo da aitea com cinco folhas a modo de eíheia.Sua tais hc bulbofa , tem duas’ cebolas , fem filamentos quali leitascm figura ovale.
LUGA R. Acha fe cm vários lugares de Iralia.
V I R T U D. O Autor lhe as naon acha co»-'- fidcraveis.
Liv.I. Div.IIL dos jíjfafr &o $ & Efpecies. 6$
9
B. Ornitbogalum umbellarttm alburr.
ORNI T HO- GALUAjí.
Port. Leite de
Galinha.
%
Franç. Charles.
-fp. Ha de duas caflas.
Miem. Klewe Erd-Nujfe.
D E S C R I P. Naon tem mais que huma ítea da altuta de hum palmo Sc mcyo , tenra -ranca , meuda com tres ou quatro afteas pc- [uenas Sç delias fahem botoens cor de herva , ue abrindo fe ficaõ brancos : a rais he bulbofa : branca por dentro. A fegunda cfpecie rem as jlhas como o afíafraon , a flor tem cinco folhas ranças que formaõ huma eftrela , os porcos ioíi muyto amigos delia erva.
LUGAR. A achaíe quantidade nos tribos orece em Mayo e Junho. D 7
V I R T U D. Sua rais comefecrua & aíTada a cinla como as caílanhas , he doce e a^rad^ el a o gofto. Começa a crecer na prima vera ■ 1 e tira da terra no outono com o arade: em :mP° de fome lerve de fuftento a os pobres.
? O Historia das Plantas,
DIVISAM QJJ ARTA,
Das Cebolas , Alhos Perros, da Cebola AU barram , & de outras plantas que tem con* formidacU am a Cebola & Alho .
folhai rodundas , compridas , côncavas, Sc agu¬ das , a adia he alta de mais de palmo e meyo , grolía no meyo , a rais he rodonda , toda com- poda de pellcs Sc lafcas.
LUGAR. Crece em todos os boms teiri-
tovios.
V I R T U D. A cebola he boa para quem navalha muyro como agente do campo ; mas para os que íedaõ pouco movimento íe a comem cru, lhe oíFende o cerebro , & he noceva a vifta, Sc pode caufar lethargo , poíbo que provoca a' Qiirina , acrecenta o femen : para que creçao grandes he necclíario meter iua femente dentro das da abobra.
LiV.II. Div. IV. das Cebolas c Efpecies. 71
P O R R Ü M
Capíratum,
Port. slíht) Porro
de' horta.
\
Eíp. Puerro .
Fr znç. Ponta» tít». ItaJ. Porro ♦
Al!. PurrOy Ltnch.
QUAL. quente 6c feco no 1. gr ao.
D ES CR IP. Os Alhos Porro? faõ baídante Conhecidos fem í^epetir deícripçaon.
LUGAR. Sem ca fe em hortas.
V I R T U D. ,Tetn as virtudes das cebolas. Aquentaon o ventre , fubtilifaon os humores groífos : fe os cofem cm x. ou 3 . agoas naon fe- raon flatulentos 6c naon deixaraon dc íu b r 1 ; i Ta r os humores &c nutrientes. Sem cfta precauyao geraõ. flatos 6c mas humores, Sc fafem roims íon- hos,provocaõ a ©urina 6c os menftruos, faiem boa ventre. Saon contrários a veíliga 6c a os reins a os que padecem dcúfa mdiípoficaon, faon nocivos a vifta : hebomde os comer antes das mais co¬ midas. O fumo dos Potros bebido em demaíiada quantidade he mortal. A femenre he adihin^cn- :e : comida incita á vénus; alimpa os duelos Io bofle: íeu fumo cncorporado em vinagre com niceufo para o fluxo de íangue.
7i Historia das Plantas, •
CEPA
Jtve Porrum Ceótile.
Porc. Cebolas pe¬ quenas ejiran- geiras.
Franç. 0‘gnonetes ôc Pourreües.
Irai. CepoU ftffilc.
AU. Schnhlaucb.
QU A LI D. quente & íeco ao 3 • grao.
D E S C R I P. Produs folhas , aftea & feineii- te como as outras cebolas mas tnuyro mais meu- das. Sua tais fe abre cm diverías cebolinhas. LUGAR. Semeafe nas hortas. VIRTUDES. Ou affada nas brazas c co¬ mida com allucar ferve para os que tem faltas de refpiracaõ & na toílc , mefturando lhe pouca manteiga. Tireíe o dentro da cebola enchefe a concavidade da cebola de femente de cuminkos pilados cofeíe dentro «as cinzas quentes , efpre- mafe para fe lhe tirar os fumo , elíe tal fumo heexelentc contra a furdez, temas ajais pro¬ priedades da cebola.
íiY. II. Div. IV. das Cebolas e Efpecies. 73
G. Bauh. Porrum.
CEPA
Afcalonia Fifci lis ou Crommyoh
Porr. Xalotas apetites.
Franç, Efchalottes
appetits.
All. Al fatieis j
Leuehel £7“
Efl enchen.
Qualid. quente Sc fec . a ° 3 . grao.
D ES CRI P. Eita efpecie hc entre alho & cebola & Porros tem da naturefa dos tres , tem dentes como alhos & tem gofto de cebola mas com mais delicades , comem fe afiados & crus
cm molhos ou guifados por iíTo taõ bem as cha- mae apetites..
LUGAR. Crecem em hortas , aplica fe o lumo exterior mente nas efquinancias , provoca o fluxo menftrual , ainda que fuprimido ou pa- , 0 ; lorvido pellos narifes purga o cercbro ; Sc
ap ‘caJ° „,en„rad° com ,i^(j *
*T he efficas contra as mordeduras de can dana-
be°xiATJa ím!l1Ua ÍS C1Catrlccs 011 finacs das bexigas & nodas do rofto.mefturado com enxun
TJCJ t h/ r°m Paia as “««duras Z
Pella alòo/, ^ aS tenaCei‘ 0 cabc!o cahid»
cebola. P em a$ maiS ProPriedadcs da
Totsiõ /.
Di
7+ Hi5toRia das Plantas,
G. Bauh. Por rum.
AMPELOPRA-
S UM ,
Por rum Sylveftre. Porr. Alhos porros do campo.
Efp. Poerros fyl - vcjlrcs.
Franç. Porrean
3
fauvage. leal. Porro fal- vatico.
Aliem. Vvild Lauch,
Qu aliei» quente Fcc. a o 4. grao.
DESCRI P.O mefmo que os domeflicos rpas as cabeças mais pequenas e menos rodon- das ou lilás de goílo mais acic.
L U G A R. Crecem ordinariamente em as vinhas & em terras pouco lavradas , florece em mayo& junho.
V I R T U D. He ainda mais nocivo a o eíto- mapo do que o domeílico , as piimeiias agoas uiuíc fe coze fc haon de deitar fora 3, he bom para diífipar os humores viícoíos : para provocar a ourina& os mcnftruos , fendo aplicado em ca- taplafma bom contra mordiduras de ler pente. A o-ente do campo os comem & íe os femeao cai hortas fao o$ mefinos ^ue os domeflicos*
Liv.II.Div.IV. 4(ts Cebei/ts & TZheclcs.
5CILLA
■ Puíitla ,
Pancratitim.
' Squiila,
Porr. Eíp. Cebola Albarran.
Franç. Sqmlle & oignon rnArin.
Aliem. Meer- ZvvlbeL
Qual. quente &
ao fec. 2.grao. .
D ES CRI P. Tem as tolhas mais pequcni do que o aze bre , íua aftea be de altura de jolJ paiinos lua flor purpurina.
LUGAR. Nacenos lugares marítimos i no no de alcantra desde campo lide ate h0:f navia da parte dos muros defta cidade.
VIRTUD. Todos fabem que a cebola A e quila he venenoía ; fu a preparacaon heaíTad ■ entro de mafla ou de greda para lhe corrigir fu humedade íuperflua & parte corrofiva. G°s A tigos a eítimaraon como panacea univerfal & affiiH preparada delia fc fas o mel laliumó o vmagr. filme». Hc i„cifi,a , a-c„„““ X ter» va aperitiva . refifte a podridão evn ourina & os menftruos , refifte as flciâma! V íeuo- ° °*imel fcilitico & o vinagre í í
lei vem contra as fraquefas& viciof do efd ^
godas o baflo bom, aclara a vifta, da boa cor Tc loíto he contra acidentes to j ^
qualidade, na apoplexia , 0T T cIua!clUci
Vinagre eitiaETrece r»c r,.; * . > o une
s m S!T-Ce os fuJeic°s obcíos ou gordos
■J6 Historia das Plantas
A L L I U M
Sativum.
Port. Alho.
Elp. A os.
Franç. AH.
Ital. Aglio & Ayo'
Al!. Knoblonch .
QUALID. quente & ícc. a o 4. grao.
DESGRIP. O Alho domeftico tem as fol¬ has como os alhos porros e nao differem íe nao de feiem mais mentias 3c fu a aftea j he cie golfo acre naõ defagradavel. O alho plantado 3c culhido cm quanto a lua efta de bayxo da terra nao tem cheiro & he mais doce. O alho 3c a pe¬ dra cebar faon taon emeompativeis que o ferro ou aco untado com alho naon chega a pedra cebar.
LUGAR. Nace em qualquer parte que o plantaõ.
V I R T U D. He fadio em todas as igourias que dei 1c fe fafem , irias para os fujeitos que tem a cabeça fraca hc nocivo. He bom para jente de frpoíTo travai ho 3c para os que bebem agqa. Hc admiravcl contra venenos , 3c naon hc íem re- íbon oue ochamaõ a theviaga dos rufticos, he contra pcífc , contra lumbrigas > 3c contia rufio» caçoes da madre.
Liv. II. Div. IV. das Cebolas & JEfpectes. 77
G. Bauh. Allium .
S C O R O D o.
P R A S S I U M.
Porr. Efpecie de Alho Potro.
Franc. AU Sc
9
porreait .
All. Aber-Lauch.
QJJ A L I D. quen-' te & fec. a o 3 .gr*
DESCRIP. He grande & tem as folhas corno os alhos porros de horta , tem da natu- iefa Sc do goíto do alho & do porro.
, LrUj9AR- Nace nas bordas dos prados & dos roílos.
V * R T U D. Participa das qualidades do alho & do porro ; mas com tudo com menos
emcacia. Mando coíkios ie fafen; doces como os alhos porros.
78 Historia das Plantas,
M O L Y
Bulbofa.
JJlojc. rld".
QJET A L. quente ao 3
£iao.
D E S C R I P. Tem as folhas como a grama alguma cou:a mais largas ; as flores brancas fe- meihantes as dos goivos brancos > a aflea he branca fimilhante a do alho : lua rais he peque¬ na bulbofa.
L U G A R.Nace em Arcadia a o redor de phe- nca & no Monte Cyllena * * florece em abril,, yefe a verdadeira planta dos antingos no jardin das plantas em Padua.
V í R T U D. Sua rais he adftringente : cftando meílurada com farinha de joyo encolhe a madre, he hum grande remedio contra os ma¬ lefícios, conforme os antigos fervia contra toda caíla de achaques o que demolira que neflTe tem¬ po efta planta nos he desconhecida.
■ ..
• 7, 13 v
mmm m
Liv, II. Div. V . da A fu cenas & Ifpecics. 79
DIVISAM Q^U I N T A.
D-as Ejpecies de Lilios ou A fuce nas do Mor - tagon &c.
L I L I U M ,
-Crinon & Leiríuni
Porr. Adtcenas. Efpag, Az,ucena
Lirio blanto .
Franç. Lys.
Ital. Giglio*
Alt. Rot - Gllgejf.
Geth - Lilien .
QJJ A L. A rais he quente a o 1. grao feca a o 1. grao.
D E S C R I P, He baftantc conhecida.
LU G A R. Cr ecç nos jardins.
V I R T U D. As folhas aplicadas faon boas contra mordeduras de ferpente , &: coíidas para* queimaduras & taon bem as raifes coíidas na cinza pifadas com algum vinagre he contra as queimaduras , provoca os menftruos , alimpa a madre , as cicatrices Sc chagas, alimpa a pellc ou cu tis pizada com algum pouco dc mel , apli¬
cada nas diííocacoens , tira as amigas do roíto.
^ istoria das Plantas
G. Bauh. Lilmm purpuro- croceum
hemerocalis
Liiium Sylv. i .
MattkiAi.
Porr. Efp. Lírio amarelo.
Irai. Giglio falvA- tico.
-A 11. Helnlfch ou Wildc Lilien.
«a»
QJ/AL. feco a o i . gr. quente a o 3 . gr.
DES C R I P. Tem as folhas & a aftea fimilhantes a o lirio branco 011 aíTucenas , mais compridas e verdes como as do alho porro , as Éores falem tres ou quatro compartidas como as das ailucenas. Quando começaon abrirfe faon palidas , & murchao íe no meímo dia que nacem por eífa caufa chamaofe , Hemerocales , id eft , fermofas para hum dia fomente. A rais he bul- bofa com varias caíeas.
LU GA R. Crcce em Allemanha nos bofques tc nos prados florece em Mayo & Junho.
VIRTUD. Sua iais cm bebida & aplicada cm forma dc peíTario com lam e mel , atrahe to¬ das as humedades , & aqaofidades íuperfluas, o fan gue detido, & o qualhado das partes naturaes das molheres. As folhas machocadas , apli¬ cadas fobreos peitos das novas paridas parao as imflamaçoens & feridas ou chagas do leite : a rais & as folhas aplicadas fobre as queimaduras faon eíficafes.
HEMEROCALIS Lilium Sylv. II. M.ittbloli.
Porr. Lírio fyl - vefire.
Efp. L hio amarilbo. Franç. Lys fauvage jeaitne.
Ital. Giglio fat-
v At ICO.
Aliem. Heinifch ou vvilâe Lilien,
QUAL. feco a o i. quente aot, grao.
DESCRI P. Naon difere do precedente íe naon de ter a rais com mais cafcas & as flores
difpoftas differentemcnte como fc pode ver pella figura.
LUGAR. Crecc ordinariamente em Italia no monte Cario o florece em Mayo& Junho
V I R T U D. Tem as meímas que o prU meiro.
D
8 - lí ISTORIA DAS P L A N T A S j
G. Bauh, Lilium floribus reflexls Idtifoliuffl*
MARTAGON,
five Lilium
fylvcftre
Aíatthioli .
Port. 5. Eípecie de Lírio fylveftre.
Franç. Mwtagcn.
Ital. Glglio , Rojfo falvatico .
All. GoldvvurtzeL
QUAL. fcc. ao i. gr. quente a o 1. gr.
D E S C R I P. Sua rais he amarela finailhante a dos lírios brancos, taon bem a aftea, cujas fol¬ has le parecem com as da faponaria vulgar for¬ mando huá roda : as flores nacemno'cabo da aítea íemilhantes as das afncenas , hum pouco mais pequenas r tem as folhas curvadas , pur¬ purinas , marchetadas , de malhas vermelhas 9 de bom cheiro , de agrado a vifta.
LUGAR. Nace nos montes & nos bofques* florece em Mayo & Junho.
V I R T U D. Teiu as mefmas propriedades dos outros ly I es.
Liv. II. Div. VI. dos Satyrioens & Efpecies. 83 DIVISAM SEXTA.
De vari s E [peei es de Satyrion <& dst Orobanche & Elantas que tem ratfes redondas atadas na ajl. a O1 que taó bem as flores tem flmiíhanpa com a pri¬ meira planta defla diitifaon.
TESTICULUS
Canis I.
Port. Efp. Tejlictilo de Paro .
Franç. 7 'efticule de Chi et i.
Ital. Tefliculo di cane.
All, KnabcnkzdHt.
QUALID. quente Sc h ume da.
DESCRIP. Tem as folhas largas, Sc efpeíTas & que fe parecem com as dos aíuccnas , marcadas ou falpicadas por baxo de algumas no- doas ofcuias i a aíbea hc alta de mais de hum palmo : as flores faon a modo de huma efpiga purpurinas Sc alvadias da parte do embigo , de bom cheiro, Sc por detrás tem huma ponta pen- dorada:a rais tem duas pequenas bulbas como no- fes mofeadas fedeve efeolher a bulba mais dura.
LUGAR. Nafce em outeiros Sc prados flo lece em Mayo Sc Junho.
V I R T Ú D. As raifes cofidas em vinho aplicadas com mel , curaon as chagas da boca, poftas de conferva & comidas aquentaon amadre Sc Jacilitao as molheres efterils a conceber. Hc
taocoroborante que he efficas para a dyíenteria , Sc bebendo 0 feu ccíimento em yinlio he coideal.
$4 Historia das Pt antas,
G4 Bauh. Orchis latifolia pratenjis.
TESTICULUS
Cani% II.
Aíatthioli #
Tem os mefmos nomes.
As mclmas quali¬ dades.
DES CR IP. Tem as folhas compridas, lifas , & mais largas que o precedente em nu¬ mero de <j . â 6. de que algumas arrodeaõ a aftea que he alta de hum palmo: a efpiga he goar- nccida dc fores brancas , purpurinas marcheta¬ das de ialpiques vermelhos com infinitos rifeos pietos ou ofeuros por dentro , faon dojeitio de km calco aberto. Tem duas raifes redondas com algums cabelos ou filamentos na parte oncl cftaõ a t radas.
LUGAR. Crece nos lugares pedrofos & areventos florece em Mayo & Junho.
V I R T U D. Temas propriedades do pri¬ meiro.
D E S C R I P. Efta 3 . Efpecie tem as folhas como o precedente. Sua aííea he de palmo &
meyo de comprido, goarnecrda de flores de cor verdoenga.
LUGAR . & VIRTUDES, como c
precedente.
' , V»
* •
Nomes & qualida¬ des como 0 pri¬ meiro.
rVí-m.’
V* «
- r*r.
Liv, II. D iv. VI. dos Satyriocns & Efpecie s. H
G. Banh. Orchis Seraplas.
TESTICULUS
Canis III.
Aíatihioli.
G. Baub. Orchis SerapUs.
TESTICULUS
Canis IV. Aititthioli.
Nomes&rqualiJad. como os mais.
D E S C R I P. Efta quarta Efpecié tem as fol¬ has largas &; nutridas como as de afucenas j a aftca he alta de hum pé , he mais anguloía , goarnceida de muytas flores , quaíi vermelhas , cm forma de hnma efpiga > tem duas raiíes re¬ dondas, huma cheya& bem nutrida que devaftea, o anno precedente , a outra he mole engerida que he aque no prefence anno deva aftea & aflim cada hum anno a ma.
LUGAR. Nafce nos oiteiros & nos prados, floiece em May o & Junho.
YIRTUD, Como o primeiro.
Lir. II. D iy. VI. Dos Satyrioens & Efpecies. 8/
G. Bauh. Orchls Palmata Satjrium.
SA T Y R I U M Trifolium.
Poit. Efp. Saty- riao, tejliculo de frade, ou fupi de rapofa.
Franç. Tefiaded^ Prètres.
Ital. Larror di Dona.
All .Stendelvvurtz.
QUAL. quente 3c bumedo.
DES C R I P. OSatyriaõ trifolium naÕ deita
mais que tres folhas vermelhas que poítraon io-
brea terra, fe parecem com as da labaca ou do
liiio. Sua aftea he alta de qualx dois palmos,
íem folhas, as flores faon brancas , feitas como
as de aíTucenas : a rais he bulbofa amarela ofcu-
ra por fera & branca por dentro , da groíTura do
huma maçaon, do feitio de hum ovo : he doce a o comer.
LUGAR. Achafeem Allemanha nos bof- <]ues fombrios florecc na primavera.
yiRTUD. Arais colida em vinho & be¬ bida he boa para a aquela efpccie de convulfao que fas encolher os nervos & a cabeça para arras. Us Antigos nos afleguraó que tem virtude certa
. lncitar ° afto ''enereo Sc com mais eflica- <ia que as mats efpecies.
i j ekfjYJS1/. -fiWl'
58 Historia das Plantas^
SATYRIUM Erythronlum Aíatthioli.
Satyríiim ru- bruni.
QUAL. quente
& h u medo.
D ES C RI P. Efta efpccic de Satyriaon lie quaíi como o Erythronium porque he verme¬ lho : lua femente he fimilhante a do linho, huin pouco mais leve , & luíida : a rais & a cafca muyto delgada & vermelha , o miolo de dentro he branco doce & bom para comer.
LU G A R. Creíce nos montes expoífos a o
foi florece em Março.
V I R T U D. A íemenre bebida em vinho , & taon bem a rais incita o ado venereo. A agoa deftillada da rais a o pefo de tres onças, con¬ forta o cdomago , incita o calor , provoca a ourina cura a deraniaçaonda coiera,
Liv. II. Di v. VI. dos Satyrieens & Efpecics. 89 G. Bauh. Orchis palmata.
SATYRIUM
Régio.
Palma Chrijli,
Satyrium macho & femia.
QUAL. quente & fe co.
^^CRIP. O macho tem as folhas como as das anucenas , lilas , marchitadas de preto j a aftea he rodonda , unida, íuas flores faon biancas tirando fobre o vermelho , de bom chei- 1° & cm forma de huraa efpiga , tem duas íai es c]ue íe dividem como dois dedos donde
tomou ieu nome de palmata : apequena ou fe-
mea tem as folhas como as do aflafran , a aílea unida de altura de hum palmo.
LUGAR. Nalce nos montes & nos prados • fiorece em Mayo & Junho.
VIR T U D. Tem as mefmas virtudes que as outras efpecies , pifada com vinho & bebido fas vomitar & affirn cura as terçans , dado a
kusNicoíuí aCCdl° C0nf0Ime CCnifica KlC0-
lai
jo Historia das P l
antas,
OPHRIS
AlaithioU.
Fort. Erva de duas folhas .
Franc. Hcrhe a
A1K Einhlat y Zvveyblat •
Q^U AL I D.
fecca.
D E S C R I P.Eíta planta nao produs mais que duas folhas que le parecem com as do ele- boro branco : fu a aftea produs flores brancas co¬ mo lingoas pequenas formando a mefma ordem como o orchis : tem a rais delgada atada a vários filamentos > de bom cheiro 6c hum pouco vifcofos.
LUGAR, A chafe em vales perto de Mantua em lugares fombrios florece na prima vera.
V I R T U D. Toda a planta heboa para fa¬ zer os cabelos pretos : para curar as fraóturas 6c coníolidar as feridas he muyto viícofa maftegan- do a na boca. Ha outra efpecie que naon tem mais que huma folha tanto que começa a apare¬ cer cujas flores faô vermelhas j que florecendo
tem mais folhas 6c cuja rais a o pezo de huma
oitava he cxelente remedio contra a pefte, fa fen¬ do luar o doente a o depois , cobrindo fe bem.
Li v.II. D i v.VI. tios Satyrioens & Efpecies. ? i
OROBANCHE ,
oh Ervi agnina.
Porr. Efp. Barba de bode ou de cabrao Cr herva foura .
Franç. Orobanche . Ital. ErbaLupa, Cauda dl Leoney Herba tora.
All. Rocb^bart.
QJJ A L I D. fria 6c feca a o i. grao.
D ES CR I P, Da huma fo aftea , cabelacía, inole , gorda , alra dc dois palmos fímilhante a hum eí pargo. Sua flor he albadia que fahe de certas bolinhas, que eftaon no cabo da aílea. Sua rais he efpongioía, engerida, da gioíTura do dedo. Os Italianos a chamaon herba do touro;
por que desde que as vacas a coineraon bul- caon os touros.
LUGAR, Crece com o trigo e com os legumes , deftruindo os que lhe eftaon che¬ gados ; poiiiío os lavradores a chamaõ herva do lobo ; o nome de Orobanche em GrcgQqucr
dizer Tuc-Ers, ' 1
■ • 1$ WM MWM
i
91 Historia das Puntas, ' VIRTUDES, Matthiolo aíSrma cjuc a Orobanche mata , o trijro , legumes , linho entre os quaes cuítuma nacer 6c que as va¬ cas que a comem logo procuraõ o toiro. Efta erva he boa para comer 6c fe a miftaraã. com o legume o tas cofer mais da preffa.
4.
HISTORIA
DAS PLANTAS.
LIVRO TERCEIRO.
Das Hervas comeftlves , Ravaos , Eruca , Agrioens , Coves , Acedas , Acelgas , Alfacias & Ctcbonas dr das Herbas que tem alguma ajjinidade ou femelhança.
Divisam Primeira.
G. Bauli.
R APUM AfcSv1
rotundum ,
Jive Mas.
Porr. Efp. Nabo rodondo.
Franç. Rave male.
Irai. Rapa.
AH. Rube.
QUAL. quente a o i. gr. humedo a o i.
ESI E C I E S. Ha duas caflas , os domefH- ^ sys bravos , dos domefticos ha chatoSj rc doudos , compridos , macho tk. femea.
mm
. tf?®,
ÉÜftü
i .>
?4 Historia das Plantas
P E S C k I P. 1.1 la Rabaça domeílica lo^s» no principio fas fuas folhas grandes, largas, ao depois codas entrecortadas como as dos Rabaõs : a o depois da huma altea que produs flores pe¬ quena-, amarelas ; a o depois lnunas favas com numa leniente olcura, tudo íimilhanre as coves, a rais he grande , branca &í de tal groilura que
1 nno dis que tem vilto de pezo dc quarenta ara- tes cada huma.
L U G A K. Scmca fe tias hortas & outros lu¬ gares cultivados , cm Junho & Julho , fe col- ' fiem em Omobre : as que íemearem no veraon naon leraon comidos da lagarta fe lhe meftura- ícm com a leniente ferruge de cymine.
^ R T U D. A fe mente he quente , fecca , abfteríiva , & venerea, efíe nabo cofido com car, nc > nucrc > encha, gera ventofidades , fas as caines líumedas > moles: os gomos tenros co¬ midos provocaon muyto as ourinas & os efear- yos i & íeu colimemo he bom a os catharros 5 a fe mente a o pezo dc huma oitava he contra ve¬ neno , & contra as bexigas : ocofimcnto hebotn paia banhos na gora quente & taon bem apli¬ cados : a agoa diílilada deftes navos podres aplicada com panos molhados íobre as erifipelas lhe he própria, alfados nas cinzas curtados e aplicado bem quente fobre as gretas & frieiras que vem a os calcanhares he couza provada.
. . ' ' — —
w'4 •.#% y* • - iféM • ' *• Itel SK
Liv. III. Div. I. do Repondo.
G. Bauli. Rapunculus & Cetmpanula Glabrit.
RAPUN C U L U c
Rapontium,
Rapunculum.
Porr. Repondo.
Franç. Reponce.
Irai. R iponc oi ’.
AH. K leitte Ra -
ponízel.
QUAL. quen¬ te Sc humedo.
D E S C R I p. EíTa planta crcce dc altura de hum ache dois palmos , deitando numas aíleas no piincipio ; fuas tolhas faon em baftante nu- meio compridas, direitas, macias, as flores ver¬ melhas (obre o verde : fu a femente denegrida
dentro dc humas cabeças on botoens. Sua°rais
ne branca da grolTura do dedo de feitio dc nabaõs pequenos tenra & cheya de hum fucco doce.
LUGAR. Na ice quafi em todas as azin¬ hagas no território de Lixboa taõ bem fe cultiva nas hortas , florece em Junho.
VIRTUD. He muyto boa cm faladas, cuia & conda fas vontade de comer , fas bom eítomago , comida com pimenta longa faz criar muyto eite as Amas. Arais pifada & ínedurada com fannha de tremofTos, ura as í.odoas do cucis eftando aplicada*
*6 Historia das Plantas,
R A P U M S) Ivcftrt Afattbieli.
Porc. Rabaons
bravos.
Franç. Rave fau-
vage.
Q^U A L I D quente & hu- medo.
D E S C R I P. Tem fu a aftea , fua folha 8c fc mente íimilhante a os Ravaons domeíticos , mais entrecortadas , arais por agrefte mais du¬ ra , de goíto do rabaon domeftico.
LUGAR. Nafce pellos campos & a borda dos fofTos y florece em Mayo.
V I R T U D. A femente he abfterciva alimpa o cutis , he contra lombrigas. A rais he indi- gefla, gera muyta ventofidade fas criar muytc* femen ou fperma nus devem fer muyto bem colidas.
PHYTEUMA
k d&^MKÜ» • <■» '/,
Liv. Ui. Div. I. do VhytcumA.
PHYTEUMA
AíoUthioli .
Campanula
Cervicaria
Fuchfii,
Tachclion
majus , oh
Vu Iva ria Dodon.
D E S CR I P. He huma planta qUe tem hu- ma tais pequena , com filamentos meudos , &
fos huma aftea de altura de hum palmo, & da
meíma íais íâhe outra peouem > rr j j„ (Xlk,, i V Pe<]uena altea "oarnecida de rolhas humas deitadas para baix0~& outras para cima. uutias
L U G A R. Nafce em todos os teritorios em
V? í'?P"‘dos > “»"« «m Mayo.
„„„ j / -r D' Slla lais tem golfo acre & forte r"ottP » & sue Cila ,C£
He contia a eíterilidade incin n
com dpeciahdade.
Tome ít
9% Historia das Plantas,
MÉDIUM Viola marina. Aíattbieli .
Port. Campainhas.
Fr. Violettc deMtr Gans de No tu Dame.
QUALID. fria c ícca a o i. grao.
D E S C R I P, Tem as folhas compridas, largas aranhaon , denegridas , veludadas , & fua aftea pello mefmo modo com vários ramos * as flores faon compridas cavas entrecortadas nas bordas de cor azul vermelho : algumas fe achaõ brancas. A o depois da flor ficaon humas cabe- cinhas cabeludas inclinadas para baixo , que tem dentro huma femente quafi amarela , fua rais he comprida do feitio das da reponcas : he fingular á campainha & as chagas & mais acha¬ ques da garganta , por ifío he chamada trache- nium & cervicaiia.
Liv. III. Dir. I. Ao Lctmpfttnx. 9$
G. Bauh. Rapijlrurn.
LAMPSAN A
Ãf.itthiõli, Napus fylvcftris.
Port. Verfa ow Cove branca.
Franç. Lampfane finuè blancbe , ou Ravenon. Ital. Lapfana .
Aliem, Hederich.
D E S C R I P. Sua aftea he alta de palmo Sc
meyo , tem as folhas cabeludas & fimilhantcs
as dos nabos. Da flor de cor branca tirando fo-
ie amarela fua femente clda em huma cafca a-
tebitada para cima como a da eruca & das coves.
. L,UGAR. Nafce pcllos campos & lu^arr incultos ; florece todo o vtram. °
V I RTUD. He alguma coufa abrterfiva . coimda produs roims humores : porto que nutre mais do que o Lapathon : Ertando aplicada po«- roía tem vmrçde de digirir & alimpar. • ^
«•
'
í
ioo Historia das Plantas,
N A P U S
Port. Efp. Nabo. Franç. N.iveau ou
Irai. Napo ou Navone .
QJJ A L. quente
ao i. gr. & humeda
a O I . gruo.
DESCRIP. He huma planta bem conheci¬ da fem delia fazer mas defcripçaon.
LUGAR. Semea fe nos campos em territó¬ rios fértil es .
V I R T U D. Pode fe dizer em geral que hc venrofa , que emcha o eftomago , & que nutre pouco j poílo que aquenta baftante. A femente entra naTheriaga, porque he contra veneno > e fiando bebida com íumo de laranja ou de li- maõ , mata as lumbvigas , bebida em oxymel a^oa quente ias vomitar as crucias do eíloma- go. Os nabos coíldos aplicados íobie as partes dolorofas da gota mitigan as dores. A femente bebida em cozimento com avença , hgos ^ tilhas he prezevativo contra as bexigas , he contra a farnea & puílulas duas ou ttes onças deftc cofimento em vinho ajuntando lhe huma oitava de femente de linho fas ourinar eíficas-
meute.
Lív. III. D iv. I. dos Rabaos,
R A P H ANUS Radix 3 &c Radica ia.
AR.it thloll.
Port. Ruibaons.
Efp< Rdvdno.
Ravanilho .
Ira!. Rif.tno &
R idicp.
-Al 1. Rutig ou
Rettich .
QUAL. quente a o 3 . grào feca aoi, giao.
•
DESCRIP. Os Rabaons íaon b ftante conhecidos de todo o mundo ha varias e ecies nagròífura, ou na cor, de ferem mais ou menos vermelhos ou brancos.
LUGAR. Semeaon icem hortas, ou em campos.
V IRTUD. A rais he aperitiva , dUeítiva inciíiva& provocativa: gera ventoíidades , co¬ mida antes ou depois da jentar fas dar arrotos, turba o cerebro 8c a vifta : provoca a ourina amolece o ventre; mas he indigefta. He melhor comida antes da mais comida do que a o de¬ pois , com tudo o que dis Diofcorides. A caf.
i c / ( " ada com vinagre , & mel ou oxymel fas vomitar. A fememe pizada bebida em vinho branco ferve tanto como a Theriaea contra a peite, 8c veneno.
.
E* • •
nj
'ifi
k
- .i j‘'.u\SlyrJií'T «K-írii» ■ ■ - .
101 Historia das Plantas,
RA PHANUS Sylveftris.
Fort. Rabaos brabos
Franç. Raifort
ftinvage.
Ital. Rarnoracid. Al!. Afdrrettich.
QUAL. quente a o 3, gr. fe:o a o i.
DESCRIP. He fimilhante a o domeftico ? fua rais mata o alacrao tocandoa. A agoa deftil* lada da rais bebida com vinho branco & tro- mentina , fas fahir a Pedra & areyas. Pode fe pegar as ferpentes com a maoa tendo as primei¬ ro molhadas com o fumo do Rabaon. Ha huma enemifade ajtre os Rabaons e as cepas das vinhas*
Liv. Iir. Div. T. do Thlafpi. iOj G. Bauh. Raphanus Rujlicarms.
THLAPSI,
Capfclla j vel Scandulaceum ,
Nafturcium tc- Ctorum, oh Syl- veftre.
Diofcorid'.
Fort. Moflarde ira brava fimübante a herva boifa de Pajlor.
Fr. Seyiívé fauvage,
Efp. Paniquejo de jlor hl anca.
Al I. B fenkraut.
QUAL. quente & feco a o 4. grao.
D E S C R I P. Tem as folhas eítreitas açu¬ das do comprimento de hum dedo. A aftea he de altura de dois palmos com muyros ramos; fua íemente he íimilhante á de maítruços.
LUGAR. Creíce quantidade no território de Praga em lugares pedroíos , fiorece no veram.
V I R T U D. A íemente tomada a o pezo de humaonça& meya pu-ga a cólera por cima & por baixo ; ferve na feiatiga em ajudas. Toma¬ da em bebida rompe as apoftemas <Sc fas íahit o fangue eftravafado do corpo, provoca os men- ftruos mata o foetus.
\
E« • 4 •
. nij
1
* :4 Historia das Pl
antas,
G. Bauh. Lepidimn laúfolwm.
forr. Htrva, ama
rela.
Ital. Pipirola.
Fianç. Pajferage.
A 11. PfcfjkpaHt. ■
D E S C R I P. Sua rais he da groíTura do dedo: rao tem mais que huma aítea direita , meuda unida com miolo por dentro ; forma vários ra¬ mos , & he dc altuia de dois ou tres palmos. Tfcm as folhas como as cidreias dentiladas ao redor , de cor verde amarela , de golfo da mo- ftarda : as flores faon pequenas , albadias , em muyta quantidade.
LUGAR. Nace muyta na província de Lin- gadoc nos campos & nos jardins.
V I R T U D. He de naturefa muyto quente & atraófiva, pifada & aplicada fobre qualquer parte a fas' vermelha, trazida de baixo dos pes diverte a fluxaon dos olhos ; cura as empigems.
Liv. Til. D iv. 1. do iberh. jo
I B E R I S
Cardamanr.
Diefcoriü! . jlve Lepidíum.
Porr. Maflruços
fylvcjlres,
Fr. Pajfe rage.
Ir. Iberido Icpidio.
Efp. Naflnrcio fal
vage, o M onfino,
Al! .VvildeKreJfe
QV A L I D. He quente 6c fecaac>4.
D E S C R í P. Tem as folhas fimelhantes Maftrucos poíto que na primavera eftejaon mais verdes do que as dos maflruços. Sua aítea ordi¬ nariamente he alta de Palmo 6c meyo. No ve¬ iam da huma flor branca : naquele tempo tem mais virtude que em nehum outro. Sua fe mente fe parece com á do Thlaípi de cheiro e goilo pi¬ cante & forte : tem duas raifes fimilhantes as do maftruço , picantes de forte que queimaon.
LUGAR. Acha fe em lugares incultos Sc defeitos , Juntos a os nos 6c folfos : tem fua femente no veiam.
V I R T U D. A femente tem as propriedades das do maftiuço r mas para o uzo interno he demafiada quente , porque fas chagas internas. A rais pifada he muyto boa aplicada fobre a jciatiga por tempo de 4. horas * mas he necef- fario que o doente entre no banho , com tendo primeiro untado a parte com afeite.
ícó Historia das Plantas3
G. Eauh. Dracmculus Efculentus.
DRACUNCU-
LUS Hortcnfis Muntiioli. five Tarchon Gefner.
Irai. DrAgor-cdo .
QU AL . A rais & jP^WÍ
fmc. quentes & fecos K
ao 3. grao.
D E S C R I P. Efta planta taonbem fe cha¬ ma ferpentina he diflferente das 2. precedentes tem quantidade de aíleas carregadas de flores compridas : luas raifes faon rafteiras a flor da terra como a da herba dos prados.
V I R T U D. Tudo o que fe po difer defta Ecrva de que os antigos naon falaraon he que cita quente & feca por que mordica fortemente- a lingoa quando íe prova: fe come em falada , uza íe em molhos para lhe dar golfo ; eftando íecca tomada em forma de errina com Tabaco ? fas íahir a fleuma ou eftillicidio do cerebro
o #
com abondancia 5 he aperitiva , fora iílo pro¬ voca a ourina ajuda a o coíimettto } fas vontade de comer.
l^jÉSÊh
Liv. III. D iv. I. do Ptarmica. 107 G. Bauh. Dr acunctdus Prateníis furai 0 folio.
PTARMICA
Stermitamentoria
Matthiolt.
ant Pyrertam Sylveft. Doâon.
Porc. Piretro.
Franç. Herbe à eftemuer.
Efp. Belitre.
A1L VvilÁer bertr QJLT A L. eítando verde quente «Sc feccr no 2 grao e fecca no 3.
DESCRI P. Ha duas efpecies ; a primeira tem quantidade de afteas redondas & meudas que íe parecem com as da fantolina ; tem quan¬ tidade de pequenos ramos que tem as folhas quafi como as da oliveira * produzem humas cabeei nhas ou botoens como a macella que che¬ gando os aonarisfatem efpirrar , donde ve\o o nome Greço Ptarmica.
LUGAR. Nafce em montes pedrofos.
V I R T U D. He aperitiva difcuíliva provoca & fubtilifa os humores : o pos das folhas ou das flores forbido pello naris fas efpirrar, a rais maftegada mitiga a dor dos dentes & deícanega o eftiliculo do cerebio.
• 7 . *
• „
• Sr >'í!í
io8 Historia
das Plantas,
eruca
Larifolia alba íativa.
Di ofendi.
Port. Efp. Er u gei ou Arnga.
Franç. Roqnette.
Ital. Rochetta , ou Rucola.
Al!. Rdl^eten^aut
Raucbette.
E S P E C. Ha duas eípecics a fativa & a íilveftre.
DESCRIP. A Eruga das horras tem as folhas compridas & profundas cortadas em tres partes como o íiíymbrium aquaticum , mordi- cantes a o gofto Sc hum pouco amargofa; fuá aftea he redonda de altura de palmo Sc meyo : as flores íaõ brancas i fua fe mente he redonda metida em humas pontinhas ; fua rais he branca meuda picante a o gofto.
QU A L I D.
quence 6c íecca a o
J.grao.
DESCR I P. Tem as folhas mais eftieiras & Itiais entrecortadas do que a Eruga domeílica . & mais picantes : produs maytas aíleas fuasí flores faon amarelas , as quaes deixaon quanti¬ dade de pontas , meudas ; agudas & direitas, onde eíta a femente a qual he pitantc como a da moítarda & hum pouco amargofa.
LUGAR. Naíce em lugares fccos & perto dos muros.
VIRT UD. He mais quente & fcca do que a dos jardins ou hortas, & todas fuas virtudes com mais efficacia. O fcu cofimento com aílu- car cuia a toile dos meninos r mata as lumbrigas tna o maon cheno dos fubacos , he contra
roquidaon, & acrecenta o lene. Comida fó cm falada tas dor de cabeça , fua lemenie he íolutuco da moítarda.
.n
'Â:
IIO Historia das Pla ntas,
s I N A P I
Hortenfe I.
Plirrii .
Porr.Eíp. APoJlarda Franç. Moktarde 3 Stnevé blanc • Ital. Sinape.
AII. Seiijf.
Q^U AL I D. qucnre &c fcca a o 4. grao.
DE SCR I P. Tem as folhas quaíi com os Rabaos , creíce muyto alta «Sc com muytos ía¬ mos a Íemente he avermiihada degoíio muyto picante.
LUGAR. Semea fe nos campos «Sc nas hortas.
V I R T U D. Uza fe da íemente nas febres intermitentes «Sc quartans com efficacie. Pifada mefturada em vinho o enpede de ferver 3c aííim goarda le muyto tempo com fua doçura. Tomada em bebida cuia o veneno dos cucume- los : maítegada mitiga a dor dos dentes : he iitil a os Allhmaticos. Purga as flegmas , provoca a ounna«Sc os menítruos : delida em agoa 3c aplU cada tira todas as nodoas do curis ou pele, he util a os velhos pituitoíos no inverno. He muyto íingular para o efcorbuto como fe experimciuon no cicio da Rochela cm 162,8.
Liv. III. Div. I. ila Mojlarda. m
s I N A P I
Sylveflre III. Plinii.
QUAL. como a primeira.
D E S C R I P. Tem as folhas mais pequenas que a primeira efpccie taõ bem a planra & a femente.
LUGAR. Nafce em lugares incultos ; flo- rece em Junho & da a femente em Julho.
V I R T U D. Tem as inclinas propriedades que a precedente, ao que fe pode ajuntar que a femente de Moftarda diluída com ourina de ra¬ pas pequeno aplicada hc boa a os hydropigos. Aplicada com vinagre ferve de vefcicatorio /cu¬ ra as empigems & lepra 3 eíta Ire menos em ufai do que a precedente.
5orr. Mojlarda do campo.
WÊm
Efp. Mojlaça.
1 11
Hist oma dai Plantas,
S I N A P I douidtica II.
Porr. M flarda branca.
DESCRI P. Efta terceira eípecie tem as xothas entiecoitadas como a Aru^a : íeinca íc como a primeira: lua leniente Ee branca & reni! menos ac a moina que as duas cfpecies prece¬ dentes.
V I R T U D. Podemos ajuntar as proprie¬ dades fobre ditas , que a femente da Moída rd a pifada & aplicada com mel , tira os íinaes das contuíoens , & cura a tinha , a rnefma apUca- da com vinagre cura a mordedura de animaes venenofos : meídurada nas comidas fas vontade de comer , he boa para o eídomago. Tomafe hu* ma onca de moílarda, meya onca de canela err* po, tudo íe forma maíía com pouco vinagre fe forme bolinhas que fccadas a o foi fe goardaraa em parte feca , quando fe requer para fe uzar fe destas com vinagre, & hc agradavel ao gofto Si ã o eídomago*
A i •4?í,\
- 'S . í, i.;: %
'1A-:
■V '.iíU' V,V '
Llv. III, Div. I. daRefeda.
RBSEDA
Plinii.
Lutca >
Pycnocomos
Port. Re feda branca.
Franç. Re da blanchc.
D E S C R I P. Efta erva he aílim di&a por Plínio em fua hiftoria natural , a fedandis dolo - ribus > por que no íeu tempo fe uzava para mi¬ tiga* as dores ; tem a rais lignofa,a a ide a de pal¬ mo & meyo, as folhas eftaon fcm ordem, de go- lio das hervas que fe comem, as flores íaõ comu- ínente brancas, as veies amarelas, repartidas no cabo das afteas em forma deefpiga , a femente
negra em pequenos eftujos ou cafcas,que abrem tanto que eftaon fecas.
LUGAR. A chafe perto dos muros &c nos trigos , florece no veram.
VI RTUD. Os Antigos uzavaon defta p anta para abrandar as dores , aplicando a íb- re as partes dolorofas & afliítas por huma afflu- cncia de humores que efta erva tem virtude de
diíhpar , tendo quaíi a virtude da eruga , & da tjual tem o faibo em certo modo.
>i4 Historia das Planta s? O. Bauh. LuteoU trlwbA Salicis folio #
HERBA
Lutea. Luteofa.
Lugduni.
Hos cincStorius.
Port. O Lirio dos
tintureiros . Franç. Htrbe
QUAL. quente & íeca.
D ESC R I P, Efta erva aílim chamada por¬
que os tintoreiros fervem íe para tingir amarelo aos panos depois de lhe dar a tinta de paílel me- fturando a nas íuas caldeiras para eíTe efFcito: tem as folhas largas, efpeflas , eftreitas fua
aíEea he a; ta de palmo Sc meyo , muyto groíTa , fua flor he amarela em forma de efpiga 5 pro* duzin do íua femcnte em pequenos eftujos.
LU G AR, Crece em toda parte , fíorece em
May o.
V IR TUP, AíTa gurao algums Autores que he grande contra veneno Sc a chamaon Theria- cana •, o goílo da rais indica o fer de quali¬ dade quente , difcute , reíolve , rarefas , Sc to¬ mada interiormente move os fuores Sc a ouúna.
Liv. III. D iv. I. doSxmmago. ii?
G. Bauh. Eryffnwn vulgare.
I R I O,
Plinii ,
five Eryfimum.
Porr. Sara maqo
Ct
Rinchao.
Franç. Fdar,
Tortelle .
Ital. Irione .
Aliem. Hederich >
Vvilder Senf.
QUALID. quente èc feco a o 4. grao.
D E S C R I P. Tem as folhas como a eruga íilveftre : fuas folhas faon macias, fuas flores pequenas & amarelas , as quaes produfem pe¬ quenas caícas de feitio de pontas pequenas que enferraona femente, fímilhante á dos maft ru¬ ços & mordicante, por iíTo he eftimada porefpe- cie de moftarda.
LUGAR. Nafce peHos caminhos & praças florece em Junho & Julho.
VI KT U D. A femente tem quafi a virtude da moftarda , fubtilifa os humores : feu cofl- mento com a herva , he boa para toíTc , & ca¬ tarros fobre o peito , em forma de Xarope : fo- bre tudo para roquidaon , na itericia , na feia- tiga , & venenos , ap]icada com agoa ou com mel ferve a os cancros & dureías dos peitos 3 a os enchaífbs dos teíUculos.
A S ,
íi'< ^ M T O R I A DAS P L A N T
HYlROPIPER
froe Pcríicaria.
AUtthioli.
Mitis maculofa.
Lobct .
Porr. Erva pecc - gtteira
E'p. Y.rv* pexiguera Jin m, inchas.
Franç. Courace .
Irai. tiyàr oplpo.
A II. ZJvaJJespfcffer,
Afnckenkyaut,
QUAL. quente Sc feca a o 4. grao.
D E S C R I P. Ha duas efpecies 5 a grande he a de que tratamos ; temas folhas como as da Pexegueira arvore , que íaon mayo’ es que as da pequena , marchetadas de preto : fuas afteas faoncomnos& mayores : produs fua femente em bagaíTos que vem em cima entre as folhas. Naon tem quaíi faibo nehum , poriíTo he de pouco ufo na Medecina ; pofto que a pequena tenha muytas virtudes.
LUGAR. Nace em lugares humedos Sc nos foíTos i fíorece cm Julho & Agofto.
V I R T U D. Paracelfo fes hum livro em- teiro das virtudes deífa Planta de que dis mara- bilhas fabefe de efperiencia que he refolutiva : por que íe fe aplica com agoa fria , tendo a pi¬ fada metida íobre a contu faon de hum cavalo & mataduras as cura em 14. horas : refolve os tumores feirrhofos , as mataduras , aígums a aplicaò íobre a gota de caufa fria.
4C**££i<'£&4iiU
Liv. III. Div.I. íLi Terjlcar' a.
hydropiper ,
feit Períicaria Urcns.
%
Lobet.
Port. Erva Pelo - guelra menor .
QU A L I D. quente &. feca a o
3 . S^o.
D E S C R I P, Temfuaaílea cheya de nos comalgurpas concavidades , por onde lhe nafee os íamos : tem as folhas como o Pexegweiro mais tentas Sc brancas ; tem o gofto picante como a pimenta (Sc poriíío fe lhe da o nome de Hydropiper ou pimenta de agoa ) ainda que na o tenhaon cheiro de pimenta , dizem que fas coceira as coiças íe com ella as roífarem, por iílo em francês a chamaõ Curra<ic.
O
LUGAR. Nafee perto das agoasque nao correm ou que correm pouco forece em Julho Sc Açrodo.
n
V I R T U D. Fora as virtudes que tem da precedente. A erva Sc a femente fecca piladas tem lugar de pimenta nas comidas hc inciiiva, aperitiva, Sc relolutiva,hc cauítica Sc íervepaia digirir. O fumo da herva pifada alimpa as cha¬ gas dos homens &das beílas. A erva no veram juncando o chaontas morrer as pulgas perçove- jos& moícas.
a
:Émã rnslMú^:^'
G. Ba ah. Capficum Plper Indicum .
PIPE R índicum.
Port. Pimentoens .
Fran ç.Poivre alrM ou dc Guiné e .
QUAL. quente & íecco a o. 4. giao.
D E S C R I P. Suas folhas faon mayores do que as da herva moira : fua aftea he alta de dois Palmos com muytos ramos verdes , donde fahe frudos verdes que madurecendo fe fafem de cor de coral de feitio de eftujos , dentro nos quaes tem huma femente mordicante como o mais , & muyto mais picante do que a pimenta, LUGAR. Achafe quafi em todos os jardins & hortas cui iofas madurece em Septcmbro, V1RTUD. He muyto mordicante & caufUco; u fa fe nos adubos das comidas por que he de melhor gofto do que a pimenta comua, para o fafer mais agradavel redufido em po & meftura fe com maíTa leveda , formafe bifeoitos. Deftc modo fortifica o eftomago : he bom a o peito , a os que faon de natureia fria.
Liv.TII. Di v. TI. dos Agriões & Maftmffos. 1 10
DIVISAM SEGUNDA.
Qge contem algumas Plantas acres & picantes a 9 gofto , de que algumas fe uz.aon nas comidas.
G. Bauh. Na (lurei um bortenfe.
NASTURCIUM
Cardamum.
Port. JlAaflruço.
Efp. Najhterp , o Aéalpua.
Franç. Crejfon ,
Naíitor .
Irai . Najlurcio
agreflg.
All. Krejfe, Gdrten Krefe.
QN A L. quente & feco a o i grao.
D E S C R I P. Por fer taon conhecida efta planta efeufaremos.
LUGAR. Semca fe nas hortas.
V I R T U D. A femente provoca a ourina laxa o ventre , purga os reins & a veíTUa das pedras & areyas : he contra as opilacoens do fígado & do bailo: tomada com afeite expulfa fora o veneno , o fumo detido na boca bota fora os mas humores que caufaon dor de dentes : a femente maftegada mitiga a paralifia da lingoa . tas efpirrar , efpertosefpritos & fentidos. Coíida tom vinagre, & aplicada cura as alporcas.
M
iío Historia das Planta G. Bauh. Najlurcium hortenfe Luifoltum.
SISYMBRIUM
Hortenfe.
Port.A íaJlrHfos de ugoa.
1-íp. Yerva buena de
aço a,.
Franç. Beaume , Mente Romaine , Serpoiet fauvage.
Irai. <5\tcnta Romana
Jifymbrio.
Aií. Muntz. , Vvajfer- vmntz.
QUALID. quente &c fecco a o 3 . grao.
ES P E C. Ha tres caíias hum domeftico dois outros aquaticos.
D ES C Rí P. Os maíl ruços aquaricos tem as folhas mais entrecortadas , mais largas , mais chcjrof&s do que o ortalam 3c mais redondas, mais creípas : lua aítea he quadrada : fuas flores faõ de feitio de h uma efpiga , de hum branco purpurino. Parece que com o tempo eila planta degenera em ortalam.
LUGAR. Semea fe & íe rresplanta em to¬ das as hortas , florece no veram pouco depois da a fe mente.
V I R T U D. Subtilifa , digere , provoca , abre 3c hc inciíiva. A femente bebida em vinho he boa a diftilaçaõ da ourina, da pedra na bexi- ga& desfasa dos reins , he contra os faluços contínuos, mitiga as dores das emtranhas.A her- va > ou o feu coíimento bebido expulía as ven- tofidades& as lumbrigas. Algums crem que o ortalam das hortas he o verdadeiro fiíyinbrium»
‘‘ .. & v. * .. ■ M : -■■ ■ ' *
' v- S-zi •; • 'A ,l p* v !?.;.**& . v- v v • , •:&•,* X\*->
■ ■■•*ÍPrr
_ ■■ : : cá -
.4; ai * « '■' . . .dí- f
«8U,
ÈM
Lir. IIÍ. D i v* 1 1. Ja ortelam aquatica. \u
. .V ífo . ' ,
G. Bauh. Najhtrcium Aquaticuw*
SISYMBRIUM
Aquaticum.
Porr .Açrioenf.
Efp.
Berros Sc Agrioens.
Franç. Caràaminc ou Crejfon de fontaine.
Irai. Crcjfone.
AH. Krejfc > nen-KreJfe,
QUAL. quente & íeco a o 3 . grao.
redondaSs n,R 1 P; Tanj° ^ naf« deita f0!],as redondas as quais vindo a crecer faõ recortadas
omo as da cruga : tem goíto acre & mordican e-
osagnoens/aon conhecidos de todo o vmuudo rios. * Naíce perto das -fontes, c nos
VÍR-tUD. Come fe crum cm falada provoca a ourina, fe naon deve dar a molheres LP i raivo efte;a morta a criança por 45
af-pfah,, O fumo cndmrjo com ,Í J'T cxelente a os que eftaon fomnarentos & ■ * i ic aquentado com vinho branco rabaos , & raisdefalfi mün / > ’ aiuclSa> OU pobi. f.sV4„ “P'“ „°sfo“reo Fcnil
como exteriormente he conrò lnrtu°micntc baço. COlUra as durezas d».
Twio J.
-J:
V
I
D E S C R I P. Tem as folhas , & planta corno o precedente , íomente lao mais pecjuenas, naícc cm lugares húmidos ; luas flores íao
brancas.
V 1 R T U D. He de goflo acre , Sc mordi- cantc j ícu cozimento bebido he fingular para dezinchar o ventre , he propio contra as vento, zidades da madre , fe fe aplica fobre o ventre , tendo o aquentado com matricaria ou artimifía , borrifado com vinho puro fobre huma telha
• • < ^ /■* 1 _ 4 /n /A
quente , ou tijolo feu íumo enduíído fobre oí tertieulos empede o flaxQ do femeu nodturno.
Liv.III.Div.il. das Rabaças. nj G.Bauh .Naflurcium aquafcum trcãum folia longicre .
S I O N
Apium aquatí- cura jivc Lavei
Port. Efp. Rabacd'.
Franc. Arbre acau Oii Bcrle ,
Ital. Crejfion , Sio .
All .Vvafer Epp!c\ ou JJvajfcrmcrk^
QUAL. quente 5c feco a o i. giao.
i DEj C Uj?' AaíteaIlc direita as folhas Jaigas deu tiladas a o redor , limilhantes as do
Aipo , podo que mais pequenas, &mais cheiro- doVe ^ kmenCC He cheuola co"° a de erva
L U G A R. Nafce perto das fontes que faõ quentes no inverno , & fnas no vetam ordina- mmentefe acha com os maítruços de agoa.
V RTUD. Comenfe em lalada como os mafhuços : he boa contra a pedra , provoca ouiina, os menítruos, o parto * 'ervr
a dvfenteria; o cozimento da planta bebido d-* opila o fígado : he boa contra a pedra, deram^ çaon da cólera , & a os hydropigos. AnlS
«xloardw ft.,horaS ' '“h“ * outra,
mmm.
A". J?i
D F, S C R I P. O AliíTyum he huma pequena planta que tem liuma íoaílea hum pouco afpera, as folhas redondas , entre as quais eíta leu fi utto . de que a (emente he chata.
LUGAR. Crcíce nos montes em lugares bracicos , florece em Junho , & em Julho da a femente.
VIRTUD. DeíTeca mediocremente, ferve para o cítomago fazer bom cozimento , he ab- ftcrflvo, feu cozimento bebido he contra os falu- ços naon havendo febre. O mefmo fas a herva trazida na mao cheirada , 6c mefturada na cq- mida he boa contra as mordidelas de caras da¬ nados donde tomou o feu nome.
Liv.IlI.Div.il . dtt hervít bolça de Pãjlor. izy G. Bauh. Burfa Pafforis foliis [hwatis.
B 7 nK .S A 4t fefcfôí V,
Paftons. vJj?
Porr. Eíp. 5% de ^jf “
Pajior.
Fr. Bi ; .'^y7 ^ Pajlcnr
ou 7 abourer.
%
All. Secktlkraut.
q U A L I D. quente & feca a o J.grao.
D E S C R I P. Suas afteas Ta") redondas , de palmo & meyo de_ altura , feus ramos delgados , as folhas que eítaõ perto da rais faó femelhan- tes as de vcrbenaca , & as dos ramos as de Thlafpi : lua rais !ie meuda , & branca , as flo¬ res que vem no cabo dos ramos faon brancas donde nafeem certos eftojos pequenos feitos a
modo de coracaonquc enlerraon huma leniente pequena.
L U G À R. Nafce em toda a parte , & pellos caminhos, florcce em Junho & Talho
VIRTUD. Serve para parar toda a carta de fluxos , o do fangue pellas ouriuas , os men- ítruos , & a dyícntena le fe toma as folhas fecas em po em vinho tinto* agoa diftiladadas mef- mas fas 0 me.mo que o cozimento , o fumo cita ei a metido no naus eftanca o fangue Sc h'T? fc,rida* recentes. Pizada , Sc metida dc
dícolA? PKS cmptí
ii6 Historia das Plantas,
PSEUDO. MYAGRUM ,
Alonofpermon.
D E $ C R I P. Kao tem ordinariamente
mais que huma fó aftea que forma vários ramos, fuas folhas íaon íeitas de feitio de flexa com a ponta inclinada para baxo : as que vem no pe 3a aftea faõ mayores. Suas íeinentes fc parecem
com a do linho , de que os paíTaros faon ami¬ gos por que he doce.
LUGAR. Crece entre os trigos , & entre o linho ; florece em Mayo.
V I R T U D. Tira fe da femente hum oleo por experífaon que amolece & tira as afpereías docutis.
A R A B I S,
Draba , ALtithioli. Dryophonon , Plinil.
Naílurcium Ort-
enrale ou Ba- bylouicum.
Porr. Efp. Franç. Irai. Drabéi.
All. Títrckjfehe K ref.
DESCRIP. A Arabis ou Draba iic alra dc palmo & meyo : fuas folhas fe parecem com as
<lo lepidium, fuas flores fe parecem com as de íabu^o.
O
LUGAR. Nafce pellos campos & florece cm May o.
VIRTUD. Hc huina planta muyto mor- dicante a o gofto , íimilhante cm virtudes a os maftruços , donde procede que cs quenta , & de¬ feca fortemente , cozefeefta herva cm agoa pa¬ ra bebida dos phlegmaticos , ferve efta herva feca , & pizada em lugar de pimenta.
-jiS Historia das Plantas,
G. Bauh. Alliaria cui & Thlajpi cornutum.
ALL IARIA
Alliaris. aut Pcfafini Matthioli.
Port. Alliaria ou herva dos Aihos ,
AU. Leitcb k)o- brauck .
DESCRI?. A Alliaria quando nafce pro- dus tolhas íiinilhanres as das violas > a o des- pois quando crefce fe fazem recortadas como as da erva cidreira menos crefpas 6c meudas , es fregadas na maon cheiraon a alhos ; lua aftea hc alta mais de dous palmos , íua flor he bran¬ ca , fu a íemente pequena 6c negra i a rais tem o cheiro da herva.
LUGAR. Nafce pellas afmhagas, 6c pellos
folíos de que tomou o nome.
V 1 R T U D. Subtilifa os humores vifeofos 6c e, roceiros , de mais tem virtude aperitiva, 6c digeíhiva. O cozimento de fuas folhas poemfe nas ajudas contra as dores de cólica 6c dos rins. A fomente pizada 6c aplicada em forma dc cm- plaftro no orifício da madre impede as fuffbca- çoés:as folhas aplicadas inteiras curaon as cha¬ gas das pernas.
Li v. III. Dir. II. da Cochlearia. 1 19 G. Bauh. Cochlearia folio fubrotundo .
COCHLEARIA Baravica Bricannica Plinii .
Porr. Efp. leal.
Cochlearia .
Franç. Herbe anx Cliilleres .
Al 1. Laffelkjaut.
QUAL. quente e feca ao;. s;rao.
DESCR IP. Efla planta tem as folhas quaíl efpefTas como o Thelephium , mas em figura faon íímilhantes as das violas ; & côncavas em forma de culheres donde tirou o íeu nome ent latim. Sao hum pouco mais doces do que as das Azedas redondas ; fuas afteas faon pequenas, & angulares de altura de palmo : fuas flores faon brancas & pequenas ; fua femente he pequena yermelha dividida em cafcas pequenas, fuas rai- fes meudas , cabeludas , & aluadias.
L U G A R. Nafce pelas afinhagas cm Ho¬ landa , em Friíia , em Inglaterra & nos prados
como fas aqui o ophiiogofum, florece em Abril òí Mayo.
ViRTUD. Ele deteríiva aperitiva refifte a podridão ; por iíTb he efpecifica na docnca do fcorbuto chamada pelos gregos ftomacace. Os moiadoi es de Friíia fabem ou fouberaõ primeiro eíla doença Sc fe remediara com cila lie r ba que Ke de goíto acre como o maftruço.
F v
jjo Historia das Plantas,
- - ■ -• -- - — - — “
DIVISAM TERCEIRA.
Das efpecles de Couves .
G. Bauh. Bralfica capltata alba.
B R ASS IC A Capitara.
Tort.Couve repolho E*'p .Crcfpa Lebiona Franç. Choux Caba.
Ital. Cavoli Capuci.
AU. Kappiskjaut ou Hault Kohl.
QU A L I D. quente 8c lcca no. i. giao.
VIRTUD. Naon tem differença das ou¬ tras couves fenaon que he menos fadia das ou¬ tras , gera humores melancólicos 8c offendendo a vilta : he menos nociva fe primeiro a cozerem em agoa , 8c a o depois a acabarem de cozer cm caldo gordo com algum funcho.
Liv. III. Div. III. dtts Convés. 13 ri
BR ASSICA
Crifpa.
Fort, Couves Comuas.
Eíp# Feyga.
Franç. Choux Crefpé.
Ital . Fczj.
Ail. Ksaujskj/hl. ou Ferfick.
QJJ A L. quente e feco no 1 . grao.
DE S CRI P. Ha varias eípecics de Couves Crefpas das que commumente fe ufaõ neíla cú dade & em toda parte em caldo de carne , prin, cipalmente ae vaca5 iaon as brancas ha outras muyco crefpas de cor verde ofeuro , eíTas faon melhores com azeite *, ha outra efpecie da meíma cor que fas fua flor , de fei tio de chapeo dc foi j. faon chamadas cove flor , de rodas eítas couves feu primeiro cozimento hc flatulento ; as verdes faon emolientes , peitoraes , rejeitando lempre a primeira agoa.
V I R T U D. As Couves verdes molificaon ,
& alimpaon , comidas faon boas contra os tre¬ mores dos membros & fraquefa da viíta , & con¬ tra a bebedice, feu primeiro cozimento laxa o ventre.fendo muyto cozido^ conftipaon o ventre- a leniente pizada , & bebida em caldo mitiga a cólica , cozida adubada com pimenta Iomm be¬ bido o caldo gera muito leite os grellos faon diu¬ réticos eÜomacaes, empedem as fuma (Tas do vinho , o fumo bebido he contra mordidelas
das cobras , e das viboras fuas folhas fe arlicaõ tta gotte dos pes* y vj *
mM
151 Historia das Plantas,
DIVISA M QU ARTA
X)*is he/ vas que tem as folhas compridrahas com alguma [emeWumai a A^cda com - prldrt.
G. Bauh. Ifitis five Glafum lati folia.
GLASTUM
llatis Domcfticum ^
Aiatúnoli.
Port. Efp. Pafel .
Franç. Guede ou Pafel.
ltal. Glafllo'o do - TwfllcO, Pajlelo .
AH. Vveidy Ináith.
QJJ A L. Seca fem acrimonia.
D E S C R I P- O domeltico cem as tolhas co- moa Tanchagem, mais denegridas & mais efpdías : fua aftea he de altura de dous palmos: as dores que produs laon pequenas & amarelas. LUGAR. Nafce em leal ia & outras partes
fio rece em Mayo e Junho.
V I R T U D. Defeca fortemente fem ler moiv
áicante taõ bem he amargo , c adihmgente: f u cofimento em vinho cura as dureías oooaç* fuas folhas aplicadas refolvem as apoftemas, fecbaon as feridas recentes, parao o fluxo la fangue , curaonas fogages & chagas podres.
tf
Liy. III. Div. IV. do Gldflo ou Pajle!. 1 3 3 G. Bauh. Ifatís Sylveflrc Anoujlifolia .
glastum
Sylveftre.
Aíattbioli.
D E S C R I P. Parece fe com o cuhivado pofio que tem as folhas mais compridas, c mais "1 an¬ des: íua aiiea he mais tenué , &. mais carre¬ gada de ramos de cor quaíi vermelha, tendo em cima a fcmente metida em humas capfulas de feitio de lingoas, as flores faon pequenas & ama¬ relas.
LUGAR. Nafce peHos campos , & lugares incultos , florecc em Mayo & Junho.
V I R T U D. He muyto acre a o çofto , & lie mais deíTecante do que o cmtivado , do cjual tem as mefmas virtudes , bebido cu aplicado he contra os achaques do baço : impede a podridão Com mais efíicacia do que o cultivado,
134 Historia das Plantas,
G. Bauh. Acetofa Pratenjis.
O X A L I S
Acecofa major.
Port. Az.eda, Franç. Oz.eille, Vinete.
Efp. Az.cd-lU-
Ital. Acetofa. •
All. San? Arnphcr.
Q^U A L. Fria &feca no z. gr.
f \\1 •• :4v,
\PM,
1 1
D F. S C R I P. As Azedas faon conhecidas de
todo o mundo nafcem pellos campos , e femeaõ
fe nas hortas. ,, _
V I R T U D. Hc aperitiva ferve a digtitao s
a erva mitiga afede; fas vontade de comer mi¬ tiga a coleta ; por ilTo uzafe nas febres ordinᬠrias , 6c nas Pcftilentiaes. Seu cofimente laxa o ventre , crua pilada & aplicada com oleo tozado, e aíTafram fas abrir as poftemas . a iemente pi¬ fada bebida em vinho ferve na dyfemena , 6c na celíaca paxaon.
Li v. 111. Div. IV.
D E S C R I P. A Azeda menor tem as folhas
de feitio de huma lança , mais unidas , & mais
molles que a mayor & tem veyas vermelhas ; da
mais fumo do que a grande, a femente lie mais pequena.
LUGAR. Nafce em lugares incultos & entre as vinhas ; flore ce em J»ulho.
VIRTUD. Temas mefmas propriedades a giande , & que a redonda , que fe acha k- uieada nas hortas para o uzo da Cozinha,
Q^U A L. Fria c feca no. i. grao.
G. Bauh. slcetofa Arvenjis LanceoUta.
é
P ''•lí;'
O X A L I s
Acetofa minor.
1 3 6 Historia das Plantas,
C. Bauh. Lapathum aquat . fo'lo cnbitalK
HIPPOLAPA-
THUM
Sylvcftre.
Afatthioli. Poic. Alabaça
branca.
Efp. Parda. Franç. Lapais fait-
vagc ou Paiievc • leal. Rowbict Cr
Lapcitir .
Aliem. Atnpher.
QUAL. Secca do í. a o 3 . grao.
des tem afteade a Fura de dois palmo' com quan¬ tidade de flores de cor quafi vermelhas íua íais
he groíTa e dura como pao
L VGA R. Crefcc nos lugares baixos , e hú¬ midos , e taon bem folv e os montes quando o tenitorio he fértil &: a ondeas vacas coíhumaon paftir as noites fiorece em Junho & Julho.
V I R T U D. Tem as mefmas virtudes , & propriedades do Lapathum , em certo modo por fua qualidade feca > mas tem de particidar que purga a cólera com menos força que oRuibaibo, por iíTo a chamaõ Ruibarbo das hortas , fendo- lhe trefplanrado > menos forte do que o Hippo- larachum latifolio chamado Rhabarbarum Mo- nachorum , coíido em vinagre cura a íama.
.
-t ,7ÍTI*ffdJ
■
rtso '■ r ' ks tev''
ftkvKisk ■ 1 ' 'V- ^iííi -üv*:
S51K Jr#
Liv. 111. Div.IV. dos Efpinafres. 13 7 G. Bauh. L.ip.it. kort. fpma femint non fpinofa.
SPINACIA,
Spinachia &
Spinaceú olus.
Port. Efp:n.ifrcs.
Efp. EfjJ inaca .
Franç. Efpinars.
Irai. SpinciCK Aliem. Spinat oder Binefch.
QUAL. frio & hú¬ mido a o 1. gtao.
VIRTIJD. A primeira agoa em que fe co- fem naou he fadia : amolecem o ventre ; mas faõ ventofos : o iumo he bom contra mordeduras de alacraos , e de aranhas venen.ofas : a agoa diftilada fas o mefmo effciro: adoça a rudes da garganta , e da tracharteria , a agoa que delles fe diftüa quando eflaon em flor he boa contra as enflamaçoens > Erifipelas , & chagas corroíivas > eítando aplicada por fora.
"
ijS Historia das Plantas,
G. Ba uh. Lapdthum Sylv. folio aciuo.
LAPATHUM ,
Oxyíapathum. Port. A la.' a cd. Eíp. Romaz.a ulba. Franç. P.trelle , pd- t 'ene e Jauvage , 1’herbe aux
teignes.
Ita! . Rombice , Ld- pacio.
AU. Grtwâvvwtz., ou Strelffvvurtz . OU A L. Teca a o
í.c 3. giao.
D E S C R I P- Sua aftea hc alta de palmo Sc jneyo , arrugada , avermelhada com muytas folhas & ramos. As folhas faon como as das acelgas alguma couzamais compridas & agudas: de golfo hum pouco azedo : as íloies faon pe¬ quenas as quaes fuccde femente triangular; a rais tem palmo de comprida, amarela , & amar¬ ga a o golfo. ■ .
LUGAR. Achafe nas hortas & lugares hu-
m y I R T u D. A agoa dilf ilada de fitas raifes
he boa contra as em pígens & para rodos os ví¬ cios do cútis ou pelle , colida em vinho & bebido alguns dias continuados cuia a itericia ou anu*
reli d ao n.
Liv. Ilí. Di v. IV\ do Ruibarbo,
G. Ba uh. Rijei Rheon,
RHABARBA- Rum,
Porr. Ruibarbo.
Franç. Rheubarbt.
13?
QUAL. quente 5c
íeco a o x. grao.
DESCRI P. O Ruibarbo cem huma aflca de altura de hum palmo ; da qual nafcem muy- tas folhas de dois palmos de comprido aiar^an- dofe ate a extremidade que he inclinada a terra como fas a Centiana r íaon afperas 5c verdes 5c em pouco tempo fe fazem amarelas , & cahem nocham. Suas flores laõ como as violas dc cor azul alvadia,de roim cheiro. A rais he da grof. fura da perna de hum homen , amarela ^nor
dentro & negra por fora. A rais he que fe uza na medicina.
LUGAR. Crece na Ethiopia , nas índias Onentaes, na China , a melhor heaque nos he traíida dc Usbetz em Turquia.florece em TUnho & Julho. J »
VIRTUD. Seu uzo naon he perigoro como fc cuidava antiguamente , e fc pode dar fem re- ceyo as molheres prenhes & a os meninos quan. do querfe purgar , na opiniaõ dc Macthiolo i lua virtude he de purgar a cólera flava.
14© Historia das Plantas,
G. Bauh. Centaurum maj. foL m lacinias
piures divifum .
CENTAUKÜM
Maçnuin
Rhai oacicum.
Por:. Cent.mrta
maor , R.ilponticc
da terra .
. Rheuponiic.
%
QUAL. quente & ieco a o 5 . gr ao.
D E S C R I L. Suas folhas faon lancinantes as da nogueira , mas de cor de folhas de couve, dentilladas a o redor. Sua aftea fímilhante á de Lapathum de tres a quatro palmos de altura, produs vavios ramos , na cima dos quacs cita lua flor azul que fahe de humas labeças redon¬ das como as de dormideiras , (ua icmcntc he como adas dormideiras fylveftres. A rais he eroíla , pezada, comprida, chcyade fumo de cor quafi vermelha, doce Sc mordicante no mef- Dio inftante.
LUGAR. Crefce cm bom território, & em quantidade aos montes de foluvre.
Lit. III. Div. V . da Acclga branca. zfi
DIVISA M Q^U I N T A.
Das efpecics de Al elgas , e de outras fcrncl- h antes que crefeemnas hortas.
G. Baulí, Beta rnmor viridis.
BETA ALBA
Communis. Port.Efp. Ac dg as F ranr . Bt tte blanche Ital. £iclayBifl;ola.
All. Mangolt.
& Piejfem.
QJLJAL. quente c feca a o 3 . grao-
D E S C R í p. He fuperílua por que he con¬ hecida de todo o mundo.
LUGAR. Fraca he a horta que naon tem Acelgas.
V I R T U D. He digeftiva , & abftcrfiva : he admirável a os que eítaoti atormentados do baíTo , de forte que lhe ferve tanto para remedio como para comida : naon he boa a o cítomago • cohda & comida com. alhos mata as lombrigas do verme, íeu íumo coado dado em ajudas he cfhcas para dcípejar as matérias ficacs, que os mais clyfteis naon poderaon evacuar , o mefmo fumo forbido pelo naris fas purgar o vaaha endurecido , & a pituita.
IA*. Historia das Plantas,
C. Biuh. Beta rn‘nor Z
BETA
Fort. Efn. Acelgas
Franc. Bette , oit
>
Rcparée rouoe
QUAL. quente &
D ES C R IP. A acelsja negra ou melhor ver¬ melha produs toda a planta íirnilhante a branca excepro a cor vermelha ofeura , e as tolhas mais pequenas.
LUGAR. Scmea íe nas hortas como a pre¬ cedente hum anno dcfpois da íemente.
V I R T U D. Coíida com lentilhas Sc comi- da , he boa para os cnrlos do ventre : íeu íumo bebido he bom contra as mordeduras de vibo- ras : coliila em agoa aplicada em forma de ca- taplafma tira a comixao : o cozimento da íais &; folhas alimpa a cabeça das lendeas > cuia as frieiras , fazendolhe fomentaçoens , o íumo cm ajudas cura a dyíenteria , & Iterícia.
éf 4'
Li v. III. Div V. dos Bredos. I4J G. Bauh. Rliturn rubrnrr majus.
BL1TUM
Rubrum
majus.
Mattbioli.
Port. Efp. BrCfi
Franc. Porrée
>
rouge.
Irai. hiàone , ou Blito.
Ail. Mcycr , ou
Aíeycy kyaut .
QUAL. fria e hu
Hiida a o i. grao.
D E S C R I P. Os bredos íaon baílanre con¬ hecidos creícem altos como huma ^rande marta.
LUGAR. Semea fe nas hortas.
\ I R T U D. Para os mcnftruos , ferve nas mordi duras dos alacraos tomados em vinho , aplicados com vinho be contra as affeçoens do baífo caufa dores de tripas , &: ias ourinar. Se- naon eftaon corrigidos com adubos perturbaon a colcra & fafem as vezes vomitar, aplicados fobre os calos os amolece , & os tira , piza dos
c aplicados com oleo de alcaparras cuia a doe das fontes.
0
D E SC R I P. Os brcdos menores tem as folhas quafi vermelhas Sc taonbem a rais , as foi lias e fiores faon mais pequenas do que as do precedente.
LU G AR. Crefcc de por íi nas hortas, Sc Jardins > florece em Junho & Julho.
VIRTUD. Provoca os menfhuos , efpulfa as parcas Sc molas ; fazendo receber o vapor da erva cozida , por baixo citando cm pe.
G. Baub*
Li t. IIÍ. D 1 v, V. tht uítrrplex. 145'
G.Bmh.Atripl.Hort.alba,five pallidè virenf ,
atriplex
Hor teníís.
AíatthiolK
Port.Efp. Ar moles.
Franç, Arroches dej jardins, fole - (es , bonnes Dames.
Al!% Afiliem,
QUAL. fiio a o i. humedo ao z. gr.
1 S 9 R 1 Tem as folhas grandes no pc
f. aílc,a * quanto mais para (ima mais mcudas
feiras de feitio de flcxa, o fumo hc quafí ama-
rc!o a aílea que hc denegrida crefce^ de altura de trcs palmos & mais.
f A Semca fe nas hortas , & ei* qumfe dias he capas para fe comer. *
VIRTUD. Heencmiga do eítomamo ful femente he boa contra a deramacaon da cólera opilaçaon do fígado , & provoca o vomito Sc "ao“ deve dar a peiToas fracas a-crua ou colida ? C1'U3 apiiMda cura os frunculos , & to las ac
t:s;^s c',hrita! “h“ cura a friíi a fcmcwre tomada em agoa me!
fígado. CU ^ pruccdc tia opilaçaon do
Tem. 2.
1
I4Ó UlSTORlA E*S TlaNTaS,
G. Bauh. Atriplex angufto oblongo folio.
ATR IPLEX
Sylvcftris
Aíiittbioli.
Fort. Artnoles. Efp. Arirnueles . Franç. Arroches
Ital. Artiplice.
Ali. Stheífs Melttn
(YU A L I D.
frio ao i, hum, -o
DESCRIP. As cfpecies fylveftres naofl differem dadas hortas , íenaon emprodurir ra¬ mos , & as folhas ferem mais pequenas.
LUGAR. Crece junto a os muros dos lu¬ gares Sc vilas pelos caminhos , & campos, fio-
recc.em Junho Sc Julho.
V I R T U D. Hc menos frio Sc húmido do
que a dos jardins , a femente he mais adftiin- genre c mais para digerir. Os rufUcos em Lom- Lardia a comem cm vários guizados.
- • ■
v‘‘
tf* :.-
mmSÊniMÀ Wm^S
■
íiv. III. Div. V. da Artnolcs warlt tmx . 14 7
G. Bauh. Atriplex marítima hciniata .
atriplex
Marina. Aíatthloli .
Q^U AL I D.
fn*a a o 1. grao fcca. a o 2# grao.
D E S C R I P. E/ta efpccie hc raftcira na ter¬ ra tem as folhas alvadias do feitio dos cfpinapcs
porem mais pequenas 3 fua fementc fe acha cm pequenas pérolas.
LUGAR. Naícc em lugares marítimos don¬ de tomou o nome , fiorece em Julho.
V I R T U D. Tem as virtudes das prccedcu- tes: mas por que tem hum fucco mais falgado Jaxa mais o ventre do que as outras , St hemais abíteríiva , Sc he contra a podridaon ; he pm*, gativa , mas por cauza das naufcas defeca o eítomago : he hoa para os hydropigos , 6c para
magicccros que eítaou demaíiadamente obeíbs 011 gordos.
WlStRBmemvmeeiMiWM
■ . ‘r‘ ’ * ' ' -■* '• •■•V • •»- r,:
' i ?v
mamm
Wmfãm
•448 Historia d as Plantas,
G. Bauh. yílimus fat Portulaca Marind,
Ital. Bi done.
_ .
(nlÉÉnB - 1— wíiminiiiimifr 1 ,
D E SC R I P. As folhas tem alguma femel-
hanoa as folhas da oliveira alguma couzamais
dpellas , de gofto falgado.
V I R T U D. Provoca o femen fas gerar muvto leite as amas : lendo falgada naon he a i- fh ingente a o goíto , em que le pode conje&u- j-ji; tjiic he comporto de partes diítimilares y Sc diverlas ; com tudo he moderadamente quente pella mayor parte , Sc húmida impcrfeitamenccj Sc levemeiite flatulcuta.
V Y:;% Í
•-a ; ■- .
.
nKfiMH ti*
L i v. III, D i v . V. do Amwcinthis . 1 4 j
AMARANTHUS Piirpurcus. Porr. Rabo dc R t- pofa , flr/ cpte
nunca murcha ,
flor de veludo .
Franç. PaJJevc-
loitrs.
Ital. Amaantho, Alie m. Taujent Schacn.
QUAL. as flo¬ res íàon ias ÔC Tecas.
D E S C R í P. Tem as folhas mayotes oue o mangericaon pvodus humaáftea groiia , cheva de fucco, de cor quaíí vermelha, deita huma flor vermelha de feitio de humaefpigaa qual uaou perae fua cor ainda que eftéja mui feca donde tomou o nome de Amaranthus , & raonbem fe parefle com o veludo donde tomou o nome em francês & portuges flor de veludo ; fua fcmcnte he muyta meuda Se negra.
f O A iv. Planta íe cm todos os jardins, At em braveiros nas jenelas, a eípiga ou flor vem em Agoflo , &a femente em Septembro.
V I R T U D. Refria defeca. A tais, & a flor infundida cm vinho , clfe vinho bebido puro-a a mu.dre,a floi tomada em bebida ferve contia a dyfenteria , 8c no volvulus ou miferere , contra as purgaçoens cxceífivas dos menftruos , Sc a os que efeuraon fanguc. A femente bebida em viu* lioacrecenta o leite,
U 111
1
V.;:
. ..r
Tt ■ fV,-
: ■ ■ fc -
**f° Historia DA5 Plantas, <j.Bauh .Paricntaria ojficinarim&DiofcoridU •
helxine.
Pcrdiciiim 'Viccoalarís ,
H rba muralis
Matthioli.
P^rr. Alfabaca dc
.Cobra.
Franç. Parietaire.
Híp. Tcrva dei
muro.
A 11. Aíankraut.
QUAL. fria &C
humeda.
VI RTUD, He abfteríira , adftringcnte > Tcpcrcufiva hum pouco fria e íeca , toda verde c meya pizada , aplicada fobre alguma ferida recente , e matadura a cura fem outro remedio Vie proveitofa as enflamaçoens tres oncas de feu lumo , ou a feu coíimento bebido he o rejnedio prefente na dificuldade da ourina , na gotta, na gonorrhea , e na toífe : o mefmo mitiga a dor dc dentes tomando bobechas. Levanta aCampain- tiacahidaou relachada,reftringc a inflamaçaoa da garganta , a agoa deífilada em belece a cara, ferve nas ajudas nephriticas , e para provocar a ourina , frita fe aplica fobre o yentre para o nicfmo effeite.
Liv.Iíl.Di v.V.aU McYcuiriítlis urtiga morta. i 5 t
f
G. Btiuh. Mercunalh teflicnlata Jive Mas .
MERCURIALIS Mas.
Vor.t.Vrjiça morta.
o
Franc. Alercuriah 5 Vignoble > ou Vignete.
Irai. Mor cor elo.
All. BUgenkraut.
Qnalid. quente e Teca a o i . grao.
, D ES CR I P. Eítac pecie de urtiga morta intitulada Macho he difFerente da femea fomente de que as folhas faon de cor verde efeura, a fe- mente mais rara , & mais redonda '& junto duas a duas como tefticulos.
LUGAR. Nafce nas hortas , & nas vinhas, florece em Junho.
V I R T Ü D. As folhas das duas faon boas as enflamaeoens ■, as meímas& feu fumo curaõ as verrugas : faon ínujrto boas a o dizer dc Hi- ocrates aplicadas nas partes naturaes das mul- eres , para purgar as parcas , para provocar os raenftruos. Dizem que os caldos deita c: va fazem conceber filho macho a molherque dei les uzar , aplicada lobre o ventre o fas deíenchar : bebida cura as chagas internas. Hipocratcs diítilav^ o luçco dentro do oveido contra a. /urdes. G iiij
miwFsi $â
ééííé ;-3*§tr jg
fct
- . — I L?* '
^ ^ fd I S T O R I A DAS P L jA 5>f T \ S
C. Bauh. Mercurhtlls fpinaca.
MERCURJALIS
mina
Af..t;hiolí.
Porr. Z/ttigA moYtd.
QUAL, quente
& kcaa o i . grao.
D E S C R I P. Efta efpecic femca he mais cm u2o ra Medicina : deita hnma aftea de mais de palmo de altura coai nuiytos ramos ; fuas folhas íaon como as do manjericaon a femente fahe da fua efpiga em quantidade as folhas da femca faon mais brancas. A rais he meuda & de nenhum uzo.
LUGAR. Nace em toda a parte & perto
dos muros.
V I R T U D. Huma , Sc outra fe podem mcíhirar com as mais hervas que fe comen para laxar o ventre , uza íe de feu coíi mento em aju¬ das, as folhas de ambas as efpeciesobraon como as do fenne 6c cozidas em caldo de capaon fetve dc Mcdecina ou purga , fobretudonas febres Sc na iterícia , cm po em forma de tabaco purga o cercbro : o mcfmo ias a agoa diftiiada.
'^«11
Liv. III. Div. V. das Ortigas mortas bravas, i ^ J G. Bauh. Adcrcurialis montaria tcflladata,
CYNOCRAMBE
BraíTíca ca. ina.
Maubioli.
Mcrcurialis Svl-
✓
veítris mas.
Fort. fórfe de cam
Qnal. quente <$c feca a o i. grao.
D ES CR IP. Da afteas de dois palmos dc altura, moles , alvadias. Suas 'olhas faon íi- milhances as da efpecie femca . fendo alvadias por intervalo. A femente he meuda& redonda. * LUGAR. Nace pellos campos , vinhas & junto a os muros velhos cahidos : florece ein May o & Junho.
VIRTUDES. As folhas Sc gomos cm co- íimento laxaon o ventre Sc purgaon a cólera a fleiina Sc mas humores fe íe continuar em caldos de boa carne. As folhas verdes aplicadas curaou as iaflamacoeus.
M4 Historia eas Plantas,
G. Bauh. Phyllon Tvjliculatim.
PHYLLON
jive foliutn
rheligonon.
JWauhioíi ,
& Dodon.
Fort. Phyllon.
Franç. Phyllon.
•AHem. Vvtlfch ,
Blngclk^aut m
D E S C R I P. O Thelygonon tem as fothas Como a Oliveira ; porem mais verdes : fua aítea g et . í tia rais taonbcm he delgada. Sua üor he branca , íimilhante a o lemente , de dor¬ mideiras. Aquellc que fe chama Arthenogonon jiao differe do prefeme; que na femente \ porque produs lujm caxo íimilhame a o das Azeitonas^ c]uc perdem íua flor.
LU G A R. Nace em lufares feccos V I R T U D. Dizem que o Arthenogonon tomado cm bebida , fas fazer hym filho macho, & o I helygonon hurpa femea : porem he mais vero íi mel a o nome de cftas duas plantas ; que na verdade : feu fumo dafe com bom foceííb a o s que faon mordidos de caens danados»
Liv. III. Di V. VI. das Aifacias. i f J
DIVISAM SEXTA.
Das dlverfas efpecies dc Alfacias , Chicó¬ rias , & Plantas que cot/* cjías tem algu¬ ma jewilhança .
G. Buuh. Laftucd Hortenfs .
L A C T U C A
florida.
I?ort. Alfacia em fio-''.
Franç. Laitue.
Eíp. Lechuga .
Aliem, Laicas 011 Lztufif.
QUAL. Fria & hu- mccía da 1. ate o l. grao.
V IRTUD. A femente da alfacie cm flor tomada em bebida modera os fentimcntos da carne , & o muyto uzo caufaria incapacidade de gerar taonbem mitiga o ardor da ourina , mas fe devepiohibir o uzo a os phleimaticos; Sc a os que efcarraon fangue. i
Jv
Ú
I
G yj
*
*5 6 Historia das Pt antas,
Ci. baiih, Lultuçii Hirtt níis.
LACTUCA
a.
Porr. bifada
crcfpj,
Franç. Lai use
c Abafe
Irai Liiclucd.
E'p. Lechtiga ,
A IfitfA.
Al!. Latul^r.
QUAL. FriaSc hu- iiicca a o i. & i. sr.
DEsCRI P. A Alfaciacrefpa chamada dos latinos capitara tem as folhas curvas que crefcem cm redondo muyro chegtiadas da figura das couves murcianas , as crefpas tem as tolhas mais crcípas 3c naon fcchaon taon conchegua- das : as íomanas tem as folhas grandes levan¬ tadas paia lima, brancas por dentro , da mef- íra caíta ha humas vermelhas*, eflas faon mais deliradas &tcmras, chamaon íe ladtucas em lazaon do leite que de li deitaon.
V I R T U D. He boa a os eftomagos quen- tes nutie Sc fas dormir, laxa o ventre. O muyto uzo he nocivo a vifta, fua temente pizada cm amendoada he boa para os efquentamentos , eftingue a luxuria , Sc he nociva a os eftomagos fracos para os quaes fe naon devem lavar ou as kaon de comer cozidas.
Liv. III. Div. VI. da Alfacca Jyhefire. 1 57
G. Bauli. Lachtca Sylvcflns Cofia fplmja.
Franc. Laltue
*
fauvage.
•'*K
Í&W w
LACTUC A Sy Iveílris.
Porr. Alfacias bravas.
Àll. Vvilde Latnkc
Qjur A L I D. fna e icca a o 3 . grao.
D E S C R I P, Hc qu>níí fímilhante as alfacias das hortas : com tudo lua folha he mais branca &íua aftea mayor , mais amargofas , aíperas, & eípinhofas , recortadas j a flor 3c femente tem a mefma íimiihança da domeítica 3c da muyto mais leite.
L U G A R. Crece nos campos , 3c lugares incultos florece em Julho 3c Agoíto.
. VIIITUD. Seu leite he abfteríivo , purga & fas dormir como a dormideira , hc bom a os hydropicos. A femente modera os íentimentos da carne , como as das outras alfacias ; a agoa diftnada das foihas mitiga a lede nas febres ar- dentes em outras eras uzavaíe da agoa dc eíta ôllacu em lugar da dc Juidivia.
i)S Historia das Puktas,
non laciniatus.
SANCHU S
Fr. Leiteren apre>
Laitite de lievre.
AH. ZJvilder Hufen Kobl. ou Ganfcn
DUftcir
QUAL. fria c fcca
DESCRI P. Ha duas efpccies de Laíluca leporis ou fcrrulhas. A afpera tem as folhas re¬ cortadas como a chicória afperas , 5c elpinho-
fas quando he madura. Sua aftea he angulofa
alta dc hum ou dois palmos , côncava , temra, cheya de leite vermelho, íua flor he amarela que o vento leva como algodaon.
LUGAR. Nacc em lugares incultos, & pellos caminhos florece em Junho 5c Julho.
V I R T U D. Seu fumo bebido adoça as do¬ res , 5c ardores do eftomago , 5c acrescenta o leite as amas , bebido em vinho para o calor , 5c destemperança do eftomago. Comefe cm fe- lada no uiverno , 5c as raifes cozidas, as folhas rnaftegadas corrigem o baffo fedorento, feu leite he bom a os AfI.hmati.cos , 5c as eftrangurías, ou ira ouuuagota agota.
Liv. III. D iv. VI. da Serralha Uza.
G. Bauh Sanchtts Uvls angnjllfoluts .
SANCHÜS Pia nus A<fatthiolL vcl la: vis Ltiçd.
QU A L. Frio &
ÍCCQ,
DES C RI P. Efta efpecie tem a aílca alta de dois palmos heíimilhante a precedente mas Mon he efpinhofa nem afpera.
LUGAR. Como o outro.
VIRTUDES. Tem as mefmas que a precedente dizem que eftando metida dc òaixo da cabeceira de hum doente íem queo íaiba cuia a lebre. O fumo aplicado fobre as pcftanas lhe fas cahir o cabelo*
16o Historia das Plantas,
C. Baiin, Intybus faiiva lati folia , ííve Endlvia vulç- :V .
SERISEND1VIA
Jive Intybus fativus.
Afatthiol} ,
Port. Efp. Irai.
Endivia ou Cü> icoria branctt.
All. Endivicn Scariol.
QUALID. fria Zc feca a o i. grao.
DES CRIP. Ha duas efpecies a domeftica & a brava. A cultivada tem as folhas grandes compridas , largas , verdes , & a o des pois fe fafem brancas ou com o frio , ou atadas &: cu- bertas de terra, a í emente he branca, & taoru bem a rais.
V I II T U D. Huma & outra cfpecie de En- divia refrefea & he adftringeute fas bom efto- mago he boa para o fígado , conftipa o ventre he boa nas obfhuçoens do Mefenterio > coíída em vinho branco com alguma rais diurética des-* opila o fígado.
Liv. 1 1 1. Div. VI. 77. Efpeciede EnJivia. 1 6 1
G, Ba uh. Intybus [ativa anguftifulia.
SERlS ENDIVIA
five Intybus iativns II. Mdttbioli. .
Fort. //, cfpcçie de Eudivia,
Q_U A L I D. fria & fccca a o i. grao.
DESCRI P. A Eudivia fegunda cfpecic tem as folhas compridas crefpas dentiladas he a le¬ gitima cicoria branca que fe comem em Lixboa quafi todo o anuo.
L U G A IV. Semea fe em todas as hortas ; fuas flores faon azuis , fuas raiies faon brancas íuculentas.
V I R T ET D. Tem as mefmas propriedades da precedente , he boa as enflamaçoens dos olhos , comida em (alada reffrefca & hc provei- tofa a o eitomago por adfhingente.
1 ’ 1 I í > 'i t o r i a das Plantas,
Cj. Bduíi. Intybus fativa an£ttjiifnl'a.
CICHOR1UM
tíoaicfcicum.
Porr, Aimeiraon da horta.
Franç. Ckhorée.
Itâl. Efp. Cl cor ia.
All. Uvtqvvun,
DESCRI P. Ha duas efpecies , a cultivada & a do campo. As cultivadas nas hoitas, quando nacem faon fímilhantes , as da Endivia ou ci- choria branca , menos dcnnllados Sc taonbem menos entrecortados do que as do campo ou fyl- veftres as raiíes algumas tem mais de palmo de comprido, he hum pouco amargofa como taon¬ bem a erva.
LUGAR. Sernea fe nas hortas florece no veraon.,
V I R T U D. Seu cozimento em vinho , puir¬ ia a cólera Sc os humores viícoios. A arroa de-
C/
ítillada he boa em os ardores das febres Sc do eftomaço. Comida crua he util a o eftomaeo Sc
O O
a o figao : eftando coíida Sc comida perde lua virtude aperitiva. Ele boa nas intemperancias do efromaeo Sc do fieado , Sc naon he nociva nas frias. As folhas aplicadas por tora fervem a os tumores , as chagas & zti infíamaçoens.
KMpatfcc/.’^ W|u> \V,*..> v í ' . • 'V i
, fafej** .;!/ -
Liy. 1 l I. Div. VI. ^ Almciraon . 16 $
G . Bauh. Ckhorium Sylv.fivc officin.
CICHORIUM .
Silvcítre.
five Picris w. * Matthloli .
Port. Almeyroens ou Cicoria da botica.
QU AL. fria 6c íeca
soí. gtao.
DESCRI P. A Cichoria do campo tem as folhas eftreitas compridas dentiladas 6c entre¬ cortadas em redor , aípra 6c amargoía , por efta cauía chamaíe , Picris 6c Ambubeja.
LU G A R. Creícc em toda parte , florece em Junho.
V I R T U D. Tem as mcfmas virtudes que a domeítica 6c todas faon boas , o feu coíi mento bedido continuado hum dia fim 6coutro naon he exelente para os gotoíos 6c para os que eicarraõ fangue , 6c para o fluxo involontario do íemen genital. O fumo aplicado com vinagre 6c o’io roíado , mitiga a dor de cabeça; tomada em coíi mentos he boa para todas as affecçocns do figado 6c da veffiga 6c contra as obltruçoens íeja que procedem de cauía fria ou quente , Pmifica
o langue.
v- mm
"• 1
m*mv> && v>r . vtr-
i<4 Historia
C CHORIUM
w •
Dcns Lconis.
Fort. Vinte de Lcaen.
D E S C R I P. A
das Plantas,.
erva dente a ícaon íahc da
terra logo no principio da prima vera, Tuas fol¬ has faon fimilhantesas dacichoria do campo re¬ cortadas agudas como huma lança > rafteiras no chaon i fua aítea hc de hum palmo de altura, redonda , cava , ou oca , de cor quafi vermelha, cheya de leite ; fua flor he amarela & redonda que caindo deixa huma cabeça cabeluda que o vento leva ; íua rais he como ada cichoiia ou Almeyraon & cheyas de leite.
LUGAR. Crece nos prados & pellos camin¬ hos florece em Junho.
V I R T U D. Eítando cofida aperta o cífo- mago relachado , & herva , pello contrario , o relacha ; feu lumo he bom contra a Gonoirhea ; coíida em vinagre para os eíquenramentos ; co- íula com lentilhas he boa contra a dyfenteria ; a cofimento de toda a planta he cfficas na itericia on amarei idaon,feu ítimo aproveita muyto a os que tem fiu*o do femem ou relaxaçaon das vcyas fpermaticas. Os íuperfticiofos difem que ic huma peíTca fe unta tudo o corpo de feu lumo que alcaníara o que quiler.
Lrv. IIÍ. Div. VL do Hieracium. 16 ç G. Bauh. Hieracium rnajtts > folio fone hl 3 vd Hleracium fonchbrt.
HIER ACI UM
ma|tis fonchitis.
Matthioli.
Porr. Efp. Dente de Leuon.
\
Franc. Hcrbe £ E-
>
previer, ou Chi^ corée \taune%
All. Hahlcht k^aut .
DESCRI P. O grande Hieracium he murro fimilhantc a alfacie íyiveflre ; íua aítea he afpra, eípinofa , & côncava por dentro ; as folhas que eííaon em cima naon faon recortadas como as do pe : tem as flores amarelas cabeludas que o vento leva } tem fo huma* rais direita como a daalfacia ; íua aítea da hum íumo branco , acrc & amargo.
LUGAR. Nafce em lugares incultos , as vezes entre o trigo , florece no veraon.
V I R T U D. He trio & pouco adítringente. Chama Hieracium porque feu leite cura todas as doenças dos olhos 5 meíturado com leite de peiK) j os falcoens ou cpreviers fervem fe defla herva para confervar íua vifta, a agoa deftillada he boa contra a toííe , mitiga o demafiado ca- ior do corpo , cadormece como as dormideiras.
i66 Historia das Plantas,
G. Bauh. Hlcraciitm condriU folio Glabri$
r adice fncciífà , maius.
HIER A C IUA
miiHis
•
Porr. Hieracium
menor #
Efpecie de dente de Leaon .
QJT A L I D.
frio Sc íec.
D E S C R IP. Naon be differente do prece¬ de n te fenaon por que cem as folhas afpras Sc que tem muytas raifes compridas , faon chamadas cilas elpecies todas , hierucium por que muyros reiterem o pallero de rapina defbe nome íe íerve deflas plantas para íe confortara viíla3 quando a fen tem fraca.
LUGAR. O mefmo què os precedentes.
V I R T U D. Fora ,as fobreditas que faon comuas a ambas as eípccies } o hieracium apli¬ cado cm forma de emplaftros fobre o eítomago o reflexa , Sc modera o calor do fangue : o íumo bebido em vinagre com agoa de cada hum huma onça , purga o ventre. As folhas & afteas pi far¬ das faon boas aplicadas fobre feridas Sc fobre mordeduras ou picadas de alacraos.
ÍJrJ&K . ■<%
mmM
•'í«íá J
Li Vi II TO r v.\ l.da Cbondrilla tfp.ie Almeirão lC>1
G.íi&uU. Cbondrilla, yinccet vifcofa arvorenít \
CHONDRILLA Matthioli.
Fort. Huma efpecic de Alrneyraon.
Franç. Leiteron.
Efp.. Lc chuça a en¬ tre los planos.
Ital. Kerra Crepola.
All. Klein Sonnen vvirbel.
QUALID. fria
ôc feca
D E S CRI P, He fímilhante em tudo a .» Almeiraon do campo , fomente hc mais metida. Sobre fu a afeea & ramos fe acha as vefes diurna gomada grolfura de huma fava ; a rais he curta & cheya de leite as vezes as flores faon azuis & as vezes brancas nalce em toda parte & pellos caminhos ; he boa em lalada ainda que mais
amargo! a do que o almeyraon: florcce em Mmi & Junho.
V I R T U D. Tem todas as propriedades ios almeyroens. Tomada cm vinho cura a morde- oura das víboras. O fumo ou o cofímemo da herva cofída conftipa o ventre , ajuda a conce¬ ber , defopila o fígado & o baflb. A goma piza-
da com a Minha da groííura hum. a fava do caua huma metida em forma de pcíTatio provoca os meníhiios.
" . -i«-.»i ui
ikW*d?Wlâm
gP" *r f i)
. ,-r ,
/ a ' J,'“r J ' ' ‘
1 6 S Historia das Plantas,
G. Bauh. Hlciacuvn f> pclicofnm Litifo-
li trn hirínt
ERINUS
Ocymum
aqiiaticum ,
Aíutibloli.
Port. A ídfiYiçM
«quatico.
p. tssiAi
Franç. BjJí ic a\au.
ltal. j BXjilrCfi aquático*
Aliem. Bajíliert*
D E S C R I P. Tem as folhas como o maje- vicaon alguma caufa mais dentiladas , a aítea he de altura de hum palmo } luas flores faon brancas j fua íemente he negra 3c afpra a o goíto i íuas folhas & aftea tem hum íiico como Jei"c por cila cauia fe ponhe na claiíe do Hiera- ciinn.
LUGAR, Crcfcc junto as fontes & a o longo dos rios.
V I R T U D. A femente he afpra a o godo ; o que manifcfta que he deficativa 5c rcpercuífi- va *, íuas folhas fervem contra o veneno i íua fpmcnte piíada com mel , cura as fluxoens que ca hem fobre os olhos , 3c fobreo nans , 3c fobre as orelhas. A herva hc boa contra as dores dos o idos encorporandoa com muyto pouco de
wao. ,
G. Baum
' ’ '• '
■; \-\ \ - ■•. ^ •■.-•
;••** mm -W ét
Liv. III. Div. Vi. d/í CondrilU. G.Bmh.Chondrilla c&rnlca lati folia laciniatd ,
CHONDRILLA II.
Afatth. Cafl,
ú mefmo que o precedente.
p ES CR IP. Efta fegunda efpecic tem as folhas compridas 8c entrecortadas a o redor, dei¬ tadas em terra. Sua aílea hecheyade leite ; fua iais he redonda , fatil unida ou Iria , quaíi ama¬ rela & cheya do mefmo licor. 1
LUGAR. Nafce nos prados 8c lugares in¬ cultos . floreccem Junho & Julho. °
VIRTUD. Sua aftea 8c folhas tem a vir¬ tude matui ativa , feu fumo fas cftender os ca¬ belos contrários das paftanas & fas nafcer outros novos quando íe aplica repetidas veles deítç f^. mo, Hç imiue&ance , adoçante aperiente.
Ume 1,
i-70 Historia das Plantas»
C. Bauh. Chondrilla verrncaria foliis intubaceis vindibus,
CICHOR1UM vcrrucofum.
Aíartbioli.
Zacintha Lhçd. Caft.
Fort. A'meyrao verrngejo.
QU A L. fria & fcca.
D L S C R I P. Tem as folhas como o almey- raon bravo , mais aforas c menos entrecortadas. Sua rais hc íimilhante a das reponfas tendo va- nos ramos a o redor •, fuas afteas faon dc altura de mais de palmo e meyo , & meudas em cima das quacs naccm hums pequenos botoens dene¬ gridos com flores cor dc ouro do feitro das dc almcyrocns. Sua femente he negra do feitio da do melaon.
LUGAR. Nacc nas hortas & no campo.
V I R T U D. Tem virtude adnriravel para curar as verrugas donde lhe vem o nome de ve- tucaria , Setcmfevifto peíToas curadas fo de haver comido huma ves falada defla erva ; ou tomando tres dias areyo huma oitava da fc- incntc anoite quando fc vai deitar.
■ Liv. III. Drv. VI. dô Sefamoide 171; G.Batih. Chondrllla carulea cynni cApitulo •
SÉSAMO IDES
parvii m.
Aíatthioli .
'Chondrillac efpc cies tertia,
Dodon.
Fort. Sefamoldes
menor , 0 a bejlciros .
DES CRI P. Tem as afteas de altura dc palmo, as folhas fímilhances a o coronopus mais pequenas & cabeludas , em cima pI0dus pequenos ramalhetes de flores vermelhas , Sc brancas no meyo , fua femente he íemelhan e
a de gergclm denegrida & amarga , fua rais ne meuda.
LUGAR. Nafce em lugares afpros.
VIR. TU D. Sua femente bebida com hy. d tomei a o pefo dc hua ou duas oitavas puroa os Wes çolencos & flegmaticos. Amaiíada
cha(rn^,ai lCadarCÍblVCt0da Caíla dc
k
'f-i Historia da; Plantas,
G. Bauh. Scnecio Afnwrvi-Jçaris.
S E N E C 1 O
Port. Cardo morto Efp. Bonvaron.
Franc. Senecon.
> i
Ital. Cardoncello.
Al!. Creutzvvurtz,
Gànà Kraat.
DE S C R I P. Sua aftea he cie cor quafí ama¬ rela 6c alta de dois palmos • luas folhas íimil- hantes as da roqueta ou eruga , mais pequenas & mais afpras , luas flores faon amarelas fa- fen !o fe a o depois alvadias donde toma o nome de Frigcron. A rais he inútil na íncdecina.
L UG A R. Nafce em todas as hortas íbbre os muros velhos das cidades, florec*- todos os
meles 6c hc viflo todo o anno.
V I R T U D. He refrigerativo $ refolutivo, bebidas cif ando recentes affogaon quem as bebe. Toda a planta colida em aiiobw 6c feita cm bebida , cura as do es do eítomago cauíadas da cólera. O fumo das folhas provoca os menftruos , 6c taon bem o cofimento & a agoa deftillada. As folhas & flores faon refrigerantes, aplicadas em Catap)àfma fobre os peitos emflâ*
uudos Sc rachados <las amas } as icitiedia.
jive Erigeron Aíatíh. Fitfch. Lob. Lugd. G /.
173
v ví Ai* 5
HISTORIA
DAS PLANTAS.
LIVRO QUARTO.
Das Plantas que tem fuás fores pegadas ÇT junto a fuas aftas : de algumas cujas flores naon fion Jifpofas por fymetria a o redor da aflea , do Panado , Cbervis, <j das fi- tnubantes 3 as fraler lanas & Efpiqiies.
Di vis I. Das Plantas cujas flores cftaon adjuntas Sc pegadas na aflea.
G.Bauh. Tanacetum vulgare luteum .
TANACETUM
c Tiíatth* Gefn .
Lon. Dod. Cafi .
Anaftafia feu Tanacetum ' Lugd. Caf.
Port. At h anafa.
Franç. Tanaife > ou Tannée.
Itai. At ma fui.
All. Rbeinfarn , ou VvurkraHt.
qu A L I D.
quente a o i.grao feca a o 3. puo.
D E S C R I P. Tem as vaiies iignoías, raftei- ras £: coiu myytos filamentos , da qual lalieir
H iij
'JJfijQi
&■/
n- ui
i »
V 1
374 Historia das Plantas,
•\s a 1 1 c as , que laon cie alrura cie dois ou trcs Palmos , ofcuras : redondas acaneladas & re¬ partidas por nos com varias aías , ou rainós , j oamecidas de folhas compridas , compoftas de muytas folhas pequenas , diípoftas huma de fronte das outras, as flores faon adjuntas &cada .huma he íimilhante a macerla galega 3 de gcíto acre 3c amargo Sc de ma cheiro.
L U G A R. Crece a borda dos caminhos 3c dos follos , florece em Julho, 3c Agoído.
V I R T U D. Os autores modernos ufaon da Athanaíia paraexpulfar os ventos do eftomaço
d* * 7
o ventre : 3c da fc mente contra as lumbri- gas a erva pifada com azeite 8í aplicada he i fhcas contra as dores 3c enchaíTos dos nervos. Seu fumo rneídurado com oleo rofado he bom contra a febre , fe antes do acceíTo o doente fe untar com elle. O mefmo bebido com vinho, hc ímiyrò util para desfafer a pedra , 3c para as do¬ res da vcffiga , 3c quando íe naon pode ourinar c]iie gota a gota. Mas difem que eíTa proprieda¬ de , he fomente para os horaems , 3c que para as molheres ha de fer a Matricaria: a rais co- fida com mel he boa para os que tem a gota nos pes.
u 11
Liv. I\'. Div. T.A* Athanafut menor. 175 G. Bauh. Tanacetmn rninus albnm odore
C ti7/)phor<£.
A C H I LE A
/if.Vthioii.
Achillea íld-.ritís
Li-içd.
Ph a r m . Mi lie foi i;*n
Fort. Efp. Fr. Ital.
Achillea.
AU. Edelgard Sc
QU A L. itiuyto feca 6c adítringente.
D E S C R I P. Produs aftcas de altura de pal¬ mo 6c meyo feitas como fufos : com folhas a o redor muyto recortadas como o coentro, luun pouco amargofas > viícofas , \nuyto chcirofas , de bom cheiro 6c aromaticas , no cabo das aíleas vem as flores do modo que fe ve , brancas , pur¬ purinas , 6c de cor de ouro.
LUGAR. Nace em terra viço (a : 6c florccc em Junho 6c Julho.
V I R T U D. A erva pifada confolida as fe¬ ridas recentes ainda com fangue 6c empcdc que lhe naon íobre venha emflamaçoens , para 'os fluxos das molheres em forma de pcífario , 6c feu cofimento , fafendo as aífentar dentro, be¬ be íe para curar da dyfenteria.
H iiij
|il
Ei
t
t.n ■
7-6 Historia das Plantas
Port. Hcracka.
Franç. Sidiritis.
All. Vvmdkzaut.
r DESCRI P. Efta efpccie de Sideritis, que Crateva chama Heraclea, produs muytas folhas de hum a rais como a do coentro & pequenas alteas de altura de hum palmo , liías , tenras , alvadias , íuas flores faon pequenas, vermelhas, amargofas a o gofto & vifeofas.
LU GAR. Crece entre os muros cahidos Sc nas vinhas , florccc em Abril, Mayo, Sc Junho.
V I R T U D. Diofcorides dis que citando pi » fada Sc aplicada fobre feridas recentes eftanca o fangue. He fingular para as chagas dos peitos &c das partes pudendas , principalmente dos ho- mems lendo aplicada encima, ou feu íumo. Seu coíimento cura as chagas putrides da boca.
I
Ijv. IV. Di v. I. dos Cravos da índia, ijj G. Bauh. Tanacetum five jlos Africanas major
flore pleno.
CARYOPHYLUS indic. Major.
Matth. Lugd.
Port. Cr avos de
dej, untos .
Fr. Oeillet d’I??dc.
Ital. Garofano.
A!l. bidianifche Blumen.
' QUALID.a^ femenrc he quente & feca.
DESCRI P. A fi or dos cravos de dcfFuntoS lie taon conhecida & íua planta cm todos os jaidins que parece eícula dçicripçaon.
LUGAR, Crelce cm Barbaria em Italia peilos campos & a qui fe cultiva nos jardins.
V I h T U D. A íementehe deteríiva purgante & aperitiva. °
Caryophillus Hortenfis . Craveiros. Caryophil.domeft.jA latth Viola flameafcalUero Bctomca altilis cotonar. Gef. "
Túnica Fuch. Herba túnica quibufd.
Cantabrica Tur, Flos caryophillonim.
^ai yophihara^ Trag. Port. Cravos, flor dc
Ccronaiia Geí. lior.
Craveiros
A flor dos mais pequenos encarnados, cheyro- os & dos mayores 5 hc coideal, Cephalica, Eni- eptica; ann paralítica, contra vertigem contra
veneno, duphoretica. ‘ j j y
Wàk
11 ■
.tu ■
1 ' V i 'd
37S Historia das Plantas,
G. Bauh. Tanacetitm Afrkamm , feuflos
Af. \ccinus minor.
CARYOPHYL- L U S
Indic. min. jUdtibloli.
Porr. Cravos de dtjf untos fegmd tjfecie .
P> T. S C R I P. r ífi efpccie fe parece com a riimeita cm tudo exepto cie ler mais pequena Sc as flores mais aveludadas.
V IRTUÜ. O uieiiuo que o precedente.
vv;w
MHPmHÍ w WJÊ
Liv. IV. Di v. I. dos Cravos da Lídia. 179
G. Ba uh. C irophyllus jíromutictts.
CARYOPHYL- 7 L U S
Manhloli.
Port. Cravo da
índia,
Franç. Cloux de Gerofl'.
Irai. Ga' ofano, Efp. Clavo de ejpfxia .
All. Nehkcn.
DESCRI P. A at vore que produs os cravos da índia he do feitio do noffo Laurus ou Lou^ reiro 5 & tem as folhas femelhantes , faon algu¬ ma coufa mais eífieitas. Tem inuyros ramos & uo.es que primeiro faon brancas &: depois verdoengas & depois cor de ocre ofeuro, que endurecendofe formão os cravos.
L U fj A R. Ciece nas cinco Ilhas dos Mo!u- c°s. Colhe fe em Septembro, Janeiro & Fevrei>o
VIK I G D. A agoa deitillada dos cravos recen¬ tes cheira meravilhofamente, & he boa a os fvn- tomas do coraçaon. Algums fafem fuar os que tem bubas ou gallico com cravos da índia , no-
íes aoteadas, pimenta longa & negra. Os cra-
vo?p a Im!ia íaon para o fígado , eítoma-
go & comçaon, confortaon as ditas partes, aju- eaoa a digeítaon, iaou adftiingemes do ventre
'.tSo Historia das Plantas,
G. Bauh. Aíarri caria vulgar is.
PAR TH ENIUM Aiattb. D jáor?. Amaracus Galen
Porr. Abanicaria I amarela^na- ga^a. It.Elp. ma ricttfiu.
Fianç. iruvronnc y Ejpargoute. &Jf AU. Aíecvarn , Aí.aterkraut.
QU ALID.ouente a o 3 . grao. feca a o i. grao.
D E S C R I P. Tem a aftea de dois ou tres palmos de altura com muytas folhas , ten¬ ras , muyro recoitadas , cor de cinfa & íimit- hantes as folhas de coentro ; as folhas faon brancas & no nreyo amatelas , como as de Ma* ceila , de cheiro forte & de gofto amargofo. Quando a dor paliou ficaon os botoens ou cabe¬ ei nhu s chcyasde fcmente.
L U G Á R. Nafce em lugares fecos & contra
os velhos muros florece no veraon.
Vl ,'TUD. Depois de feca & reduíída cm pos ao pefo de humaate duas oitavas bebida em oxymel ; ou com !al > purga a flcgma Sc a me¬ lancolia por baixo , como o bpitimo , he boa para o> aflhmaticos , tomada em bebida fec co- íimcnto he bom para fafer banhos vaporo* comua cmflamaçaon & durefas da madre. Tao- bcm as ti iíipelas & ;ts enflamaçocns , com mais ctbcaaa cm r^oanto cila cm Üor.
Liv. IV. Div. I. da Macei! a amarela. 181 G. Pauh. Ch) yfanihentHm foliis truuricarU,
CHRYSA N- THEMUM
« A
'Mdttbiolu
Porr. Pampilho ou p.iM pofío , bem me queres , ama¬ relo.
Franç. Cmomille 0
jeaune .
Ital. Flor de ogni Mefe.
AH. RlngelbUimen .
QUAL quente Sc fecco.
D E S C R I P. He hum a herva tenra , ck muytos ramos , as afteas lifas , redondas , as folhas compridas incifas ou recortadas a o redor, as flores como as da Macelha galega Sc muyto mayores , amarelas , de cheiro agradavcl , a iais he branca Sc fibrofa.
LEGA R. Crece no território de Sicnna . em Boêmia , em Auftria , em Moravia , pellos campos , fíorece em Junho dura ate o Inverno.
V I R T U D. A femente Sc a planta coíida em vinho cura a Iterícia , da boa cor , Sc hc boa a o caraon íc heberem repetidas veies de¬ pois dos banhos : fuas flores pifadas Sc mcílura- das em ceratos rcfolvem a matéria ou pus j as meímas meíluradas cm baflante quantidade com aleite Sc cera em forma de emplrJho , relol- vem os adernas que vem na cabeça.
sSi Historia das P l a n t a jj G. Bauh. Buphtalrnum Díofcoridis.
BUPHTALMUM
Matthioli.
Camomilla Fa-
tua inodora.
Ocultis bovis.
Porr. Efp. Ital.
Olho ds boy.
%
QUAL. quente 3c ícco.
D E S C R I P. Al^ums chamaon efTa erva
i
colúla, pvodus fecas aífceas, tenras, f acas , luas folhas faon fimi h antes, a o funcho , a flor he amarela fimilhante a ( a ruace.la ^ â i c^a m a s xnuy-o mayor de feitio de olho de boy de que tomou o nome.
I u g A R. Crecc a o redor dos vebos mu¬ ros & pcllo- campos , florece na p ima vera.
VIRTUD. D’o[ror'drs, ríTeerr a que as fo'has de olho de boy pitadas & aplicadas faon boas paiaiefobcr tumores hios & os .Ichirros. Etí Fe os que tem Icei ic ia bebem o cofimcnro deita herva a o fahir do banho cura infalivelmente & <ía bom oaraoni
' ,V
í,;i- •$& «te
IRkHvII MjrJl
Liv. IV. Div. I- da Macei! a galega, i ^3 G. Bauh. Chàm&melum vulgare > Laican-
thermm Dioj\
Anthemis
five Chaomiie- . u .. „
- |MV
MatthioVu
Porr. Mudava
o
galega.
Efp. Mançamlla. Franç. CarnomilU I tal . Curwrnld.
AU. Camillen.
QJJAL. quente Sc
iecco ao.i, grao.
D E S C R I P. Naon chega crecer de altura de hum palmo , tem muytos ramos & muytas folhas pequenas ou meudas , &. h um a s Sc miivras cabecmhas pequenas redondas amarelas Sc as folhas da flor faon brancas.
L U G A R. Naíce em lugares afperos Sc a o longo dos caminhos, colhe fe na primavera cheyra bem , florece cm Junho
VIRTUD, As raifes , as flores , Sc a erva faon quentes, atenuantes ; feu cofi mento , Sc fuas íomentaçoens provocaõ os menftruos , fa- fem fahir acriança do ventre da may Sc taon bem a pedra Sc areyas dos reins Sc veífign. Curaon a Iterícia, Sc vários outros fyntomas do finado : feu cofimento he bom paia fazer fomcntacoensi a os achaques da veífiga. A que tem as dores
vermelhas que he a mayor he a melhor contra a pedra. v
■ . ■
/ M ... . " ‘
■
r/:
W,
. J . . jflfiafii, i ■
' % ti?
■ -n
(J yr?' <T ■£', !’
rUmkH ;/ :Lfítrto& iksr. v íi . der, .
W$S'*y&;:*wL jjjtfv. ffifj ty®$-
JLojna.
Mas.
A latth oli.
üffMM
. . • - • 'v V *'■ -i , ' j ' . 7i’ ’ •;
■ ' ' ■ -<■/ lí.'-» •
Historia das Plantas,’
divisam s e g u n d a.
Plantas que t^afcm fu as fio; es junto as afeas como o A br ot aro , a A - íhe?/Jfa 5 Ambrcfa 3 a Aíill.oy una & An findo ou
G.Bauli. Abrotanum tnas anv^flfolluvi majus,
abrotanum
Fort. Efp. Irai.
Abrol.tno ík
Tr' va Lu ml r
gueira-
Franç. Aurone.
All. Stabvvurtz,
Q_U A L. quente & fec. a o 3. grao.
DESCRIP. Tem os ramos meudos tem muy.as folhas delgadas como is do : ancho, mas rnaiscunas ; em mayor quantidade , fuas flores íaoii niuyto pequenas j lua íemente hc redonda.
■ f« ] Xrk •> ti &K vg éi »
■ ’ ' v.- AL. • r
V> -lv4 KlfcJ MV- Hfc"
.
Í)\ ■' N j.'*. ':. .V’ \ .. " ■ ; \ /\ ■■'- *' ;-
■ V.-
..V • v > V. *' V
Li v. IV. D i v. II. da Abrota.no fcmia. i £ ? G Bauh. Abrotamm femina fjliis terctlbus.
ABROTANUM
ftrmina
M.ltthíoli.
Poiv. AbrotMO ferni.i,
Efp. Cypre etUtio.
Franç. Cipres ou Garderobe .
Ital. Cypreffo do - mejlito ou San - tolina .
All. Garten Cyprefs QUAL. quente &c fec, a o 3 . grao.
D E S CR I P, Efta planta proeus leu> íamos como huma pequena arvore, íuas folhas faon brancas cientiladas muyto meudamente ; íuas flores faon redondas & cor de ouro feitas em for¬ ma de parafol , que a parecem no veraon 6c no otono i as que vem no veraon tem o cheiro mais forte ; naon deíagradavcl : he muyto ainar- gofa.
LUGAR. Crefcc particularmente cm Siciüa, florece em Julho & Agoílo. Colhefe a femente em Septembro.
V I R T U D. Tem as mefmas propriedades da Abrotano macho : fua femente pifada crua , ou cofida em agoa ferve aos aflhmaticos beben¬ do o feu coíimento : provoca os mcnftruos fu- primjdos , a os quebrados , as feiatieas , feu cofimento em vinho bebido he exc^nte contia mordeduras de ferpentes , efpecialmcnte de ala- craos ; 6c cias aranhas chamadasPhalanc.es.
O
|i ; .r n
!•>. *
w ‘
u
tl
tf&f.
xtc Historia das Plantas
G. Bauh. Abroianum Cdmpejlre.
ambrosia
fcemina I I. ^
Porr. Ital. Fr.Efp.
Arnbt oju.
AH. Ambrofcn.
D3SCRIP. Matthiolo que fas mcnçaou de duas plantas de Ambroíia , a acha tam íimil- ihantes huma da outra que naon fas mencaoa mais que chamar huma macho & a outra fcemea ouc dis haver achado cm inuytos lugares fobre rochedos , carregada de fcmente a modo de cngacos , & quafi fimilhante ao mille iolio.
LUGAR. Crece na província de Goritia na parte de Carniola junto o caftelo de Vifpao.
V I R T U D. Dioícor. & Galen lhe atribuem virtude reperculTi /a & que podem reprimir o hu¬ mor caindo em alguma parte > fendo aplicada: Ôí tem as virtudes da primeira..
Liv. IV. Div. II. da Artcm fict . 187
C. Bauh. Ar temifia vulgar is major*
artemísia
Portf Efp. Fr. Ital. Artermfia.
AH. Beyfufs ou 5. J ohannis Cartel.
QU A L. quente
ao z. grao.
DESCRIP. Artemefia tem as folhas ladei¬ ras muyto largas & recortadas de cor verde oícu- ro por cima & alvadias por baixo a adea com¬ prida direita com inuytos ramos ^ as dores íaõ boroens piquenos como os da Loína, luas raiíes faon lignoías & fibrofas.
L U G A R. Crece em lugares marítimos Sz onde ha agoas encharcadas, florece cm Julho & Agodo.
V1RTU D. Aquenta , defeca medíocre- mente , o vapor do leu coíimcnto hc bom para as molheres recebendo o por bayxo lhe provoca os mcndiuos , &• para expulfar as parias & fac- tus. He íin guiar contra a o pilaçaon & inflama- çaon da madre. Rompe a pedra , cura a fupref- laon daouima, leu 1 uni o medurado com mir- iha aplicado em forma de peda rio fas madre de todas fuas nnmondicias.
purgar a
i88 Historia das Plantas,
G. Bauh. Arnbrojiíi campeftris rcpens.
AMBROSIA
Alas I.
Mátthiolu
Port. Ambrofia.
DES CR IP. Diofcotides dis que he huma planta de tres palmos de altura tendo as folhas pequenas como a Ruda i feus pequenos ram$fr íaon hornados de fua femente em emgaços de feitio de uvas , & que nunca florecem. EíTa planta cheira a vinho : fua rais he meuda & al¬ guma de comprimento de dois palmos : em Ca¬ padócia a mefturaon nas coroas de flores. í
LUGAR. Nafce por íi naefmo em lugares
de pedras.
V I R T U D. Se t;ve em toda ocaíiaonque he neceííaiio re foi ver : os autores antigos convem eme foy chamada Ambrofia por que a peifoa que dcila uza a conterva nuiyro tempo em leu vigor,
& a fas Viver muyto tempo.
'éwí
1
t-
. v
4 • ' .
/
V
.
- E
fel
■h w
V cW* t JTÂé
Li v. TV. D i v. II. Já MlHegrana. i‘i)
G. Bauh. Botrys tmbrofioides vtãcaris.
BOTRYS - "
Afattbloli.
Porr. Efp .Ambrofia . Ter va um ar ii ha.
Franç. M'llegr ame ,
Herbe a Pirnent:
\
AI1. Krotjenkyatit.
Qi\ Fraubcn^jauf.
qual. quente &
%co -fi. o i. grao.
DESCRI D. Tem a aitea de mais de palmo altura , direita , rodonda , de cor fobre ama- l-e% com muytos ramos , de forte que parece hu- mar mata. ou arbufeulus. Suas folhas faoft com¬ putas , proíundas , recortadas , aveludadas & arrflgadas , gordas a o ta&o , feus ramos carrc- gauos de leniente em forma de engacos de uvas; a i'4ps he tenra & fibrofa. 4
L U G A R. Nafce em lugares de areyas & lecos ; produs a iemente em Agofto & fe ' colhe em Setembro.
i ^ ^ D. A lierva tomada em cozimento
. , ^ L1S 3 °u a rxicfma herva em po com mel
violado, hefingulara todas as affeccoens do
peito , que procedem de humores frios , taon-
bem nas apoftemas , a orthophnca & Afthma ;
a mefma he fjngular para os Ptificos que efearaõ
matéria , a herva pilada & aquentada fobre hu-
-tC a*1 ou Tijolo aplicada fobre o ventre miei- ga as dores da madre.
I
í
%
V \
joo Historia das Planta?'
G. Bauh. Botrys chamcedryoldcs.
CHAMyEDRYS
' II.
Aí ittb.Lugd.C ifl.
Qi i c r c u 1 u s m i n o i ou Scrratula.
Porr. C-trvalhinrt ou CoAm&dris.
Efp. Scordio.
Franc. Gerrnandree
j
All. Gcrrnanàdin ou Verg fsmemnicht.
QJJ A L. quente & íecaao 3. grao.
D E S C R I P. Matthiolo da huma fegundá cfpecie de Chamxdrys que tem as folhas íi mil¬ ha ntes a o Carvalho , mais aípras & delgadas do que as da precedente , denegridas & em muyto mayor numero: tuas afteas meudas quadradas > duras como pao & de altura de fium palmo & mcyo , deitando inuytas afteas que daon flores purpurinas bonitas a vifta , oc de gofto amar¬ go fo.
LUGAR. Nafce em lugares afperos &: pedrofos fiorece em Junho & Julho , deve íc cul- hcr cm quanto cfta carregada de femente.
V I R T U D. Amolece & remedia as durefas dos baíTo provoca a ourina& os nlenftruos ; fub- tilifa os humores groifos , & vifcofos , mondi-*
fica & alimpa as obftruccoens dos vifcerios.
%
Liv. IV. Div. II. da Lofn*. i
G.oauh . y-jbfinthlum Ponticm/, feu Rvneinitm, officinamm feu Dlofcoridis.
ABSINTHIUM
Commuíic.
Fort. Lofna,
Franç. Abfmhe ou Aluwe.
Efp. Axenjos ou
leal. Ajfenz^o.
Aliem. Vvermuth.
QUAL. quente a o i . íecca ao 3. grao.
DESCRI P, Ha varias efpccies de Lofha que os Autores confundem muytas vezes. A co¬ mua tem a aftea cheya de ramos 5 cujas folhas faon brancas, dentiladas & incifas ou recortadas: fuas floies faon muyro pequenas, dc cor amarela de feitio de botoens piquenos redondos que con¬ tem a femente , deve íc colher eíta herva quan¬ do efta com femente no mes de junho Sc fe de¬ ve fecar na fombra.
LUGAR. Nafce em toda parte.
V I R T U D. He muyro eílomacal , boa para o fígado Si o baíTo , he deficativa, adílringente, deterfíva, & muyro amargofa. Mata as luinbri- ^as pinga a cólica, fas pa/Iar os fumos do
vin o , fas fuar he contra febre principalmentc ç^iitra as terçams.
DIVISAM TERCEIRA.
De certas Plantas cujas flores nao faon dlfpo- flas ou atadas ern Jymetria a o redor da aftea , conto o Aíillifolium , confolidas fvíolarinhas , Chelidoneas , Ancholias & Nigelas .
G. BiUih. Millefolium P^rpureum majut.
STRATIOTES
Chillophyl OS Gr. fve Mi 11c- folium majus.
Jiíattbioli.
Porf. Efp. Irai.
Afilhfol o.
AU. Garkn ,
Schafrip.
Q^U A L. Fria Sc fcca.
D E S C R I P. Efta planta da qual Matthiolo pos aqui a figura leacha lumlhante a que ■ foj dcfcripta por Diofcoridcs , íomcnte com a ditte- vencia , que he mais grande & porefte modo a intitulou de grande & a que legue de menor. LUGAR. Cieíce pellos oiteiros & outias
IRTUD. As propriedades faon as uieu mas que as da iiguinte,
lá
Hãréiy- i áÉFJfr
Lir.lV. D i v. UI. da Mllle folio. l »J
G. Bauh. Aídlefolium purpuram mirins,
STRATIOTES Chiliophilos ,
Millefolíam
minus.
DES CRI P. Diofcorides dis que o millc-' folio menor hc da altura de hum palmo ou mais ; tem muytos ramos , & fuas folhas de feitio de penas ou as do feto novo , com cau¬ das curtas Si recortadas : as flores faon brancas.
LUGAR. Nafce em lugares afpeios & pcllos caminhos : florece em Mayo & Junho.
VIRTU.D. He contra os fluxos de fangue as velhas chagas & as recentes & nas fiilulas , he pouco adftringente , o fumo de millefolio hc efficas a os que cfcaraon fangue , eflanca o fan¬ gue do naris aplicando dentro , a herva pifada o mefmo fas a o fluxo meaftrual demaíiado
em forma de peflario & cm forma dc cataplafma í«»re o Pucus. 1
U
A
ii.iJE '
D E S C R I P. A fegunda Elichrifo de Mat- thiolo cem muyta fimilhança com a primeira de Diofcorides ; tendo as meimas folhas ef- treitas Sc flores amarelas cor de ouro, fuas aíteas direitas afperas. Sua rais hc meuda.
LUGAR. Acha fc muyta em Italia etn
terrenos afperos.
V 1RTU D.Matthiolo lhe nao da outras vir¬ tudes particulares do que as da primeira.
Liv. TV. Div. III. do AÍillc folio aquatico. 195
G. Bauh. AíillefoUum aquat. nmbdlat . Corutndri folio. MILLEFOLIUM M uaticum I.
Afatth.Lac.Crfft*
xúAhriophyllon.
Fort, Afillefolio aqumco.
Aliem. Vvaffer m VvcjeL
QJJ A L. Fria & feca.
DESCRI P. O Miriophyllon primeiro de Matthiolo tem fomente huma aftea tenra, molle que nada íobreaagoa, tendo enfinitas folhas > cabeludas meudas, fahindo dos feus nervos por intervalo fobre o çneyo pequenos raminhos 3c folhas eítreitas de cor de ouro ; como taonbem a umbella que he goarnecida de botoens ou Te¬ mente lecca, fua rais he meuda.
LUGAR. Crefce em Italia em lugares afpc- ros florece na primavera.
V I R T U D. Empede a emflamaçaon das chagas recentes fe fe aplica machocada , verde , ou fendo feca com vinagre. Taonbem da fe a be¬ ber com fal & agoa nas que, das. Galeno dis que he deílicativa } que confolida as feridas.
I ISTO* i a. pis Plantas,
G. Ban. AI. d fol.aquat. feu viola aquaiica
caule nado.
MILLEFOLIUM Aquaticum lí. Afatth. Lac. Lugà. Vcl Aí.riophyllor ?.
Port. Fr. Efp. Irai.
Afdtefulio aquat.
AU. Vvajfer - Vvejel.
QU A L I D. Feca Sc pouco adftringence
D E S C R I P. Efla Fegunda cfp ecie de herva militar , tem as folhas compridas eftrekas , in- ci fas íi milhante a pequenas penas ; do meyo das folhas fahe huma aítea de altura de mais de hum palmo, ícm folhas ; que produs huma efpiga ou umbela de muytas flores amarelas aflirn como a Millefolio.
LUGAR. Crefce nos prados humedos flo- rece cm Agofto.
V I R T U D. He muyto vulneraria cura as fiftul as & o fluxo dc fangue j confolida as cha¬ gas & feridas , pifada & aplicada ou meíturada com unguentos.
mmkm
Li v. IV. Div. 111. da ConfolidaRegia. i 97
G. Bauh. Confolida Rcgalis hortenfis flore majore , &firnplici.
CON SOLIDA
Reçialis oh Reçia Jkfatth. Ang. Ccifi. five Delphinium Dodon .
Fort. yí > 011 efpora de Cava¬ leiro.
Franç. Conjoude Rojiale 3 ou picd d? Alouette.
Irai. Efperone de Cavaliero.
All. Rdttr-Sporen.
QUAL fec.
D £ S C R I P. A Efpora de Cavaleiro he Lu- ma planta c]ue tem muytos ramos na fua aftea com folhas repartidas meudas , & incifas ou recortadas como as do funcho , & no cabo tem flores repartidas em forma de efpiga , de cor a fui : cada huma dcftas flores íaon comportas de varias folhas dcíiguaes, cinco das quaes faon grandes &c difpoftas cm ro doudo ; a fuperioi* forma huma ponta dc huma eípora. Quando a flor cahefica huma fruta que tem tres graofmho* denegridos , que tem dentro (ementes angulofas, negras, de goíto amargoío : naíce nos campos & cultiva fe nos jardins a relpeito de fua flor.
VIRTUD. He adftringente , confolid ante , vulneraria ; provoca o parto. A agoa deítillada das flores he fingular aclara as névoas dos ol¬ hos, bebida ou aplicada he boa contra as enfia- maçoens interiores (5c exteriores. I Uij
T " :> S-
<t Wár&''M-‘. v: :
3Í>8 HistoRia »as pLANta?j
G. Bauh. Confelida regalis kortenfis ,
majore Sc fi/npliçim
CUM IN UM S)lveftre I I. jbfatth.Lac. Lugd.
forr. Caminhos mfticos.
Franç. Cumirt fiutvage.
All. Knrnmel #
QUAL. A Temen¬ te, he quente & Teca a o 3 . giao.
DESCRI P. O Cuminho ruftico Tegundo he baftante fimilhante ao cultivado*, piodus dentro de cada flor ou cabeça huma Temente co¬ mo a de nigela.
LU G A R. Nafce em Galacia, Cicilia ; Aíia, & o do Egipto he mais eftimado.
VIRTUDES. Efta cafta de Cuminhos pi¬ cados com vinagre & paíTas , cura as pizadas &c contufoens & To com vinagre aplicado tira as lentilhas da pelle ; o oleo da Temente he bom contra a furdes provoca a ourina } he contra os üatos ou carminativa.
Liv. IV. Dir. III. da Molarinha. *99 G. Bauh. Fumaria
FUMARIA
JldattbjTrag. Fufcb
Dad. Lond. Cat.
Lugd.
Bot. Fumus terne
Port. Tldolarinha.
Efp. Paldmilha.
Franç. Fnmeterre .
A 11. Erdrauch .
DESCRI P. A fumaria ou molarinha he liuma herva pequena fimilhante a o coentro , muyto tenra fuas aíteas faon quadradas Sc cheyas de ramos & folhas tenras , & meudas , verdes , alvadias, muyto recortadas , as flores faon pur¬ purinas & algumas vefes alvadias ou avermilhà- d*as j a femente he muyto meuda 3 verde 3 ofeu- ra , tem pouca rais.
LUGAR. Nafce entre os trigos ^ & em toda parte.
V I R T U D. O fumo que fe tira da herva refolve a pituita que turba a vifta , por ílfo uza le nos medicamentos optalmicos. O mefmo mefturado com goma Sc aplicado fobre as fo- brancelhas empede os cabelos de creccr Sc nacer. O cozimento bebido efpulfa pellas ourinas todos os humores quentes , coléricos , adultos , Sc perniciofos. He boa contra a pedra Sc are y as, contra as chagas malignas Sc Galltco.
I y
QU A L. que Sc fec. quafi a o z grao.
aco H i s r o it
IA das Planta»,
Bauh, Fumaria lutea.
FUMAR] A
Corydalis. quibuídamSplits Matthioli. Lutea monrana. LoK
Porr. Fumaria. Franç. Fuweterre, jeaunc de ntou- taflfie.
O
QI rAL. quer te &
Íccj a o 2. grao.
D E S C IU P. A molarinha corydalis tem muytas afteas delgadas & nuiyros ramos com folhas fimilhantes a o coentro verdes mais meu- das , muytas raifes de cor alvadia.
LUGAR. Crece nos montes j no principio da primavera fe lhe tira o fumo & no fim a femente.
V IRTU D. Toda a planta ou verde comida, eu íecaredufida em po , & tomada em vinho , dias continuados > he íingular na cólica , term propriedade para atenuar 3c incindir os humores crafios & os evacuar pellas ourinas , & por iíTo he íingular na hydropifia , conforta as partes uohrcs : 3c fas u mcfmo effeito que Mefue dis da fumaria comua. A eça aílegura cju e he nmyto boa para defopilar,. 3c conforta o ligado & o mago..
I
Liy. IV. Div. III. da Molarinha. 101 G.Bauh. Fumaria bulbofa radice cava majore.
FUMARIA
Captios Plinii .
Àlcera.
Matthiol. Cafl.
Fort. Aíolarwha .
Franç. Fumeterre .
& ^ Gelinc
Qual. quente & fec. do i . ate z. grao.
D E S C R I P. Toda a planta he tenra , teiu as folhas alvadias quaíi como as do coentro , lifas & recortadas como as das outras efpecies , porem mayores, fuas flores íaon purpurinas Sc alvadias. Sua rais hedo feitio de tuberas da te^ ra j chata por bayxo Sc aruguenta por cima , hoca por dentro , a caíca de fora he neigra, dc golho amargofo. Sua (emente he luíida.
LUGAR. Nace em lugares fombrios flore- cc em Março 8c Abril.
V I R T U D. Tem as meímas propriedades das outras eípeciesr
ri
i
t
101
H I s T O R I
B.iuh. Chelid
a das Plantas, onu-.tn ma ms hirundaria.
CHLLIDOXIUM
majus.
Afitlrj'~l , *IJ, Fkfch. 7tt> . Lac, Dod .
Porr. Ctlidoma . Efp. Celtdu zna* Franç. Efcluire y
Ail. GfOz.Sçbcl-
vvitrtz
QU A L. quente 6c feca a o 3 , gr ao.
DESCRI P. A grande Chelidonia tem aftea de dois palmos de comprido , tenra com muytos ramos com muytas folhas , as flores tem fímil- hança com as dos goyvos amarelos toda a planta tem hum fuco ou leite amarelo, mordicante,- amai goío 6c de roim cheiro , fuarais he íingela por baixo Sc a o depois repartida em muytas ou- nas , leu fruto he feito como o das Papoilas comutas em que efta alemente.
LU G A R. Naíce em lugares fumbrios r fobre os muros , florece toda a primavera.
V I R T U D. O fumo cofido com mel era Lum tacho de cobre aplicado aclara a vifla a rais ma-ftetrada mitiga a dor dos dentes. He inci- fiva, deterfíva, deficativa , refoluriva > laxa o ventre , provoca a ourina , aclara a vifta, tira as obílueçoens do baflo , do fígado , das me¬ teras i. fuarais Fie contra veneno : ufa fe do íu- mo de Celidonia para gaflar as verrugas , as empigems* a cooãra, aplicada, exteiiaiaiente^
Liv, IV. Div. 111 * da jjcrvfi flor bombinhos, zo 3
A QU 1 LEJ A
Aquilina.
JMatth. Ad. Lob.
Ca/}. Tab .
Porr. Flor, Tom - binhos .
Franç. Ancholle ,
Colombine .
AH. Ackeley y Agley .
QtTAL, quente & humeda.
DESCRI P. A aftea he de altura de dois palmos avermilhada & felpuda ou cabeluda : tem muytos ramos feparados no cabo dos quaes tem flores compoftas de duas caífas de folhas : tem cinco pequenas eftreitas , difpoftas em for¬ ma de eftrela , & cinco por bayxo que tem pon¬ tas cavas, como as da coníolida rcgalis ou efporas. de cavaleiro , formando hum bico de pombo, por ilío a chamaon Pombina ou columbina, o qua fe entende das flores que faon flmples : por que as que crecem nos jardins, faon mais dobra¬ das, humas brancas, outras purpurinas ou ver¬ melhas com filamentos que lhe fahem do meyo.
LU G A R. Naíce nos prados & cm lugares brigados , florece em May o & Junho.
V1RTUD.T ragus dis que a femente a o pefo de huma oitava com meyo efcropulo A- íaffran , defopila o fígado. He aperitiva , vuL- nevaria , deterfiva , provoca os menílruos & as ourinas , refifta a malignidade : uza e nos gar¬ garejes da enflamaçaon da garganta &: na c©~ ra p§aon das gingiyas no ícorbutov
15>4- Historia das Plantas, G.Bauh.A^e//,* flore minore fimpliçi cândido «
gith,
ou Mclanthmm íativuii).
jjfitrhio1, Dodon .
L\gd. & Tnb.
Apjih. N gelU.
Fort. NlgeU Franç. Nleíle „
A 1 1 . Scbvvariz,
CorUnder .
QUAL. A femenre rjuetue & kc. a e 3 , grao.
DESCRI P. A Nigela he muyto bem con¬ heci !a cie todos os lavradores , nace entre os trigos de altura de dois ou tres palmos forman¬ do humas cabeças que depois de murchar a flor azul daon lemente meuda preta.
V I R T U D. A lemente bebida em vinho- cura a Aílhma > refolve & eípelle os ventos pro¬ voca a ourina & os menftruos , ias criar muyto leite as amas fe contiuuaon algums dias em be¬ bida, a mcíma bebida em vinho ou em agoa ou aplicada lobre o embigo mata as lombrigas* & as eípelle fora do corpo;
10 f,
Liv. ÍY. D iv. III. daNigella»
Cc Bauh* NivelU angufli folia, flore majore
fimpliçi carulco.
Qualidades como a primeira.
G I T H
oh Melanthium Svlvcílrc.
j
Mm th. Lac. Lob.
Potr. Nigela como a primeira.
D E S C R I P. A primeira cultiva fe nos jar¬ dins em rafaon da flor dobre *, efta dos campos lhe he íimilhante em tudo exepto ferem as folhas & flores mais pequenas.
LUGAR. Eftaefpecie hc que nace nos trigos, florece em Junho & da precedente he que fe uza na Medecina.
V IRTUD. A femente defla do campo naon ferve na medecina por ter muyto poca iub- ftancia , uza fe da oucra por que a femente her mais cheya de miolo 6c fa$ os effeitos que os au>- tores diyuigagn,.
Historia das P
untas,
C. Bauh. Nigell a Angufll^ folia jiore majore
fimplici caruleo.
I SOPIRUM
Aíutth* Luga.Tsl*' Porr. Vtjion
Franç. Fcve de Bouc.
QUALI! quente 6c Teca.
DESCRI P. Crece junto os va!es & em lu¬ gares afperos. Algums chamaon o Ifopiro Pha- ieol por as folhas le lhe parecem «Sc taonbem a erva doce. A íemente tem o gofto da de Melan- thium ou Nigclla.
V I R T U D. A femente bebida com hydro- mel he boa para toíTe : 6c a todos os affrftos do peito 6c do figado 6c a us que efearraoa fatigue.
Liv. IV. D iv. IV. do Citminho
107
DIVISAM QUARTA.
Das ervas umbeli feras , do Cuminho , Funcho, Fr/- dro y Meum , Firetro , Ferula > Daucus ,
Efp. Cmnnos. Franç. Cmiin.
All. Kummel.
QU A L. quente e feca a o 3 . grao.
DES CR I P. Tem a aftea direna comprida; as folhas recortadas mandas como o funcho , lua (emente íe forma nas fuas umbelas como o funcho ; íua rais he branca rafteira em fu perfil cie da terra.
LUGAR. Se quer em lugares quentes Sc lu- marentos : por ilTo crecc muytos em beira mar o de Ethiopia he mais eftimado do que o dc Malta.
V I R T U D. He muyto eftomachal carmina¬ tivo , he quente, adftringenre , deíicativo, pro¬ voca as ourinas & os menflruos , hc íingular pa¬ ra deíuichar as enchafoens dos tefticulos , com paffas ou com farinha de joyo ou com algum ce- rato Sc íe lhe mefturaon muyto pouco deAntuno- íiio em po fútil fera mais efíkas.
i
scS H i s t o Ria das Plantas G. bauh. C.mnniim Sylveji . capitulis gtobojis .
CUMINUM
Sylvcíhe I.
Afuttb. Lugd.Ctjí
Fort, Cimxnhos rufiicos .
Franç. C wnn e.
ino br abo
All. K ummel.
QUAL. A ícmente quente 5c feca a o 3 . giao.
D E S C R I P. Eftcs faon os Caminhos rufti- cos de Matthiolo ■, he huina pequena planta de altura de mais de palmo & meuda , com íeis ou fc te pequenas folhas dentilladas como o Gingi- dium& na cima tem a fua femente na forma que fc ve , hc mais acre do que o cultivado.
LUGAR. Nafce em oiteiros em Lycia , Galatia 5c Aíia.
VlRTUD. Temas propriedades do cultiva¬ do, he mais feguro Sc fas melhor operaçaon ; hc contra mordeduras das Cobras 5c Alacraos, com aleite tomado em vinho he bom contra vo- mitos 5c deftemperança do eítomago 5c fuíFoca- çoens da madre.
Lit.IV. Div, TV. do Funcho.
G.Bailh. tixnictdnm vulgarc , jermne oblongo,
guftu <nrnto.
FOENICULUM
JVÍiitih. Lac. Cajl.
Port. Funcho.
Franç. Fenoúil eornmun.
Irai. Finocchlo.
Efp. Hlnojo.
Aliem. Fenchel , ou Ftnnikel.
QUAL. quente a o 3. feco a o 1. grao.
D E S CR I P. Efta herva he taon conhecida que efeufa defcripçaon, por quanto poucos íaon os caminhos & valados onde naon haja funcho principalmente no território de Lixhoa j porem efte he muyco acre. Das Ilhas das aíoras vem femente de funcho mais doce- j no território das caldas vi plantas de funcho doce muyto exe- lente \ o melhor vem dc florença.
LUGAR. O que nace nos jardins he mel¬ hor do que o dos campos, florece cm Julho & A goíto & íua femente fe colhe cm Setembro.
V I R T U D. A herva comida ou a femente coíid a com cebada ,efburgada, moida, fas criar muyto leite as amas: o cozimento das folhas ou das raifes provoca a ourina , he diurética 8c nephritica. O funcho doce id èft a femente he carminativa, eftomachal o cozimento com figos fe da interiormente nas bexigas.
ii© Historia das P
UNTAS,
Bauh, Anetbum bortenfe.
anethum
jl fut t b.fírunf. Trag. Fitfch. 7 nr. Doei. Eob . C*r,tJ} . Ad. Eeiç ■ And.
Port. Endro. Franç. Annetb. Efp. Enddo Avefcn.
Ital. Aneto.
A 11. D/7/.
QUALID. quente ao i. grao.
D E S C R I P. Parece inútil dar defcripçaon do endio das hortas por ler taon conhecido de todos.
V I R T U D. Diofcorides afegura que eíla herva ou fua (emente comida com caldos , mui- tipüca o leite das amas ; he contra cólicas ven- tofas & vomitos & dores de ventre *, fas parar os faluços fc fe continuar íeu uzo rarefas &: coníu- ina o íemen. O vapor de leu cozimento he bom para as molheres que padecem da madre aíTen- tando íc & recebendo os por bayxô & taonbem os íenncupios.
Lxv. IV. Div .IV . do Meum. tit
G. Banh. Mc hw foliis Anelhi,
MEUM
A-fatth. Atig. Cefn.
A-jflfC .
Fort. Meo.
Franç. Mn.
Irai. Finochilho.
Eíp. Plnllho.
AU. Bcervvitrtz. .
QUAL. As raifes quentes .103. grao. o fumo a o 1.
DESCRI P. O meo lie chamado dos Anti¬ gos Athamantico •, por caufa de Athamas que delle foy inventor : 011 por que o melhor vem de Aathas: temas folhas íimilhantes ao entro, taonbem aaftea , pofloque mais groíTa , & al¬ guma ves alta de mais dc dons palmos : fuas raifes íaon denegridas Sc fe achaon profundas em terra : faon cheiroías , acres , mordicaiues a o goílo.
LUGAR. Nace cm Macedonia , no monre Pila em Leaon de Franca , em varias partes dc Caftela & em Portugal: florecc em Junho <Sc Julho.
Y I RT U D. As raifes faon muyto diuréti¬ cas defobftruem os reins Sc a velliga j he contra os ventos ou flatos do eftomago , & dores do ventre , aos acidentes uterinos Sc para os goto- fos. Pifadas & reduíidas em Looch com mefdcm- xame novo , fervem uas dcíluxoens do peito.
^ 1 Historia das Plantas^
G. Fa ih. Pyrethrum umbdliferum.
PYRETHRUM
í.
Aí.t b. Ó~ Lr"qd.
C->
Porr. P. retro.
Efp. Pelitre.
Franç, Piretre.
/.II. Pirtram.
QUAL. quente 6c feca a o 3 . grao.
DESCRI P. O verdadeiro pirerro tem as folhas quafi como o funcho , as afteas & râmos, como a Macella ; mas hum pouco mais groíTas, as flores brancas , fimilfcantcs as da Marcela , a rais he comprida direita que arde na lingoa.
LUGAR, cultiva íe em boms territórios, florcce 6c da femente no veraon.
V I R T U D. A rais tomada com mel he boa contra a gota coral, apoplexia & contra todas as doenças inveteradas do cerebro, maflegado atra- hc quantidade de flegma do cerebro , mitiga a dor dosdentes, cofida com vinagre & lavando fc a boca. O olho tirado da rais taonbem he íin- aular. He incifiva , atenuante , aperitiva , pró¬ pria para exitar o femen entra nos pos efturnur tatorios 6c algum a ponhem na untura forte.
Lrv. IV. Dir. IV. do Tyrcthro . H $
G- Bauh, Pyrethrum flore bt Ilidis.
PYRETHRUM
alreru m. Mntth. L'4g . Cie/] Ci/w. /.
QUAL. quente
& feca.
DESCRIP. O Piretro fylveftre tem as àíleas ledondas , delgadas : as folhas compri¬ das, eíheitas , recortadas ao redor , ou dentrl- ladas em forma de ferra: em cima das quaes > tem. flores íimilhantes as da Marcela , amarelas no mcyo com rolhas brancas a o redor ; a rais he tenra de que fahem outras muytas pequenas.
LUGAR. Nafçe nos montes & nos prados fequiofos florece todo o veraon.
VI RTUD. Algums a comem em falada a naon hc taon mordicante como a da prc~ tf^desite cm tudo tem menos virtude.
s 1 4 Historia das Planta $3
G. Bauh. Ferula f xmina Plinii.
F E R U L A
Narthex.
JlPittb. Afig.Tiir,
Lac. Cor d. Gefn.
Lon. Lob. Dad.
C.ijl. Luc. Tab.
Fort. Carafrecha.
Franc. Ferult.
i
Ital. Fcrula.
C<xnante)A.
All. Fcru'kjant.
QUAL. quente & feca ao 3. grao.
D ESC RI P. A ferula crece de altura dc tres ou quatro palmos , cheya de nos dos quaes íahem folhas duas a duas , grandes, molles , imiyto recortadas, meudas quafe como cabelos a flor he amarela , a rais profunda em terra.
LU GA R. Crecc em lugares aí peros.
VIR TU D. O miolo da planta verde he bom para os que eícarraon fangue , contra mor¬ deduras de viboras , tomada em vinho ; 8c citando aplicada 110 naris para o fluxo do langue.
.
iáí^-'' ;jwI
Iiv. IV. D XV. IV. da T ha ff a.
G. Bauh, T hapjía carota folio.
THAPSIA
Aíaitbioli. jiug' Lon. Ltiq.
CaJ}. Ctef. Apoth. Tnrbub.
Porr. Tmbit da
terra. ' Franç. Tapfe.
QUAL. a cafca^';^» áa rais quente & ‘ ~
íecaa o 3. grao.
D E S CR .1 P. A Thapfia , fegundo Diofco- irdes he íímilhante , a ferula . fomente a aflea he mais meuda. Suas folhas fe parecem com as dohinchoas umbelas parecem le com as do endro fobre as quaes tem flores amai elas , &
numa femente como a da ferula exepto que he
mais pequena lua rais, tem cafca grofa branca por dentro muyto acre & cauflica.
LUGAR. Crece em lugares altos fombiioc «aontanhefes florece tudo o veraon.
V I R T U D. Purga a fleima & ccrofidadc* mas com tanta violença & com tanta acrimoniai que hoje os modernos naon ufiaon defle medica mento , mas fim do turbith do Levante , cm
ícu lugar da Julapa.
"Som. T.
a 1 8 Historia das Plantas»
G. Bauh. Peucedanmn ma;us h alie ur/í.
peucedanum
Pillancllum oh Focnic. Porcinú M*tih. Arg. L<ic. Lugd. C&f. Caft. Port. Funcho de porco.
Franç. Qjucüe de porceau.
Ir. Finochio porcino. All. FJaarflrang S eu f enchei. QUAL. quente a o z. íec. ao 3 . gvao.
dESCRIP. Efta planta tem huma aftea meuda&as folhas ínayores do que o funcho 6c ouafi como as do pinho : tanto que fahe da terra, produs huma gadelha efpeíía & multiplicada & cm cima da aítea tem tres ou quatro umbelas chcyas de flores amarelas que produfem huma femente larga. A rais he groíTa comprida ne- |- „ra por fora, branca por dentro , que por tora amoftta humas gadelhas como cabelos.
ppjG AR. Nafce cm montes , florecc em
r T U D. A rais & o fumo efpiflado faõ «roprios para atenuar . incindir as flcimas do peito; para facilitar o efearro , paia ajudar a refpiraçaon ; para alimpar as feridas Sc chagas, paraPexitar as ourinas & menftruos ulaíe mtc- riormente Si exteriormeute.
II*
I<iv. IV. Div. IV. da Saxifragia. G. Bauh. P ciice àatmrn tninus .
SAXIFRAGIA
tertia.
Matth. Lug. Cafi.
Apoth. Saxifragia.
4 %
Port. Saxifragia . <
P ranç. Pcrcepkrre.
Ital, Saxifraga. f All. Steimbrech,
QUAL. quente & feca a o 3 . grao.
t-7 - r — iii - y ' r n v/imwv^ V •
DESCRI P. A terceira efpecie He Saxifra gia de Matth. fas fua aftea como o funcho, mais P quena , mais delgada, fua femente fe parece
rofa° fuí nía ’ mai,scomP^a, maisPchci- > ias folhas mcudas coího cabelos quaíi
««oas dofimdu,, mas mais talas. Sa^ra aívadia & do godo da Paftinaca.
o, r, G A R j Kace em lugares fecos & agreíles VI RT U D1 T fl0leCe Cm May° & Ju."ho
?oUndaesrÍ n CÍ “ * T^‘ci “SaS dcT üíf!
: P°x&Tip“t" ou‘inif;
inenfttuos. ^ contra faluços , pfoyoca os
410 Historia, das Plantas,
G. Bauh. Dmcui foíiis fanicai i temáíjimls.
D AUCUS,
Jive
Daucus Gallica.
I.
Jlíatth Lv.gà,
Fort. Bifnaga.
Fr. Paftenade o»
Carotte Jmvage. leal. Efp. D auco Crctico.
All. Mobr.Rttbe.
Qoalid. quente ôc feca a o 3 .grao.
DESCRIP. A primeira efpcçie dc Dau¬ cus he huma erva tenra , fu a aftea he de aluna de hum palmo cheya de folhas mais temas do rue as de funcho. No cabo dos vamos tem luas umbelas cheyas de flores como as do cocntio cjue produfem huma femente branca & cabeluda , de bom cheiro , 8c de gofto acre. A tais e erofla como o dedo , comprida de hum palmo.
& LUGAR. Crefce em lugares afperos e lecos
expoftos a o foi , florece no veraon.
V I R T U D. A temente pilada Sc bebida em abnini licor idoneo he muyto proveitofa nas dificuldades de ourinar» contra a pedra & are vas, provoca os mcnftruos Sc fas fahir a criança moita do ventre Sc as parias. Mitiga as picadas ou doie. do ventre , reíolve as ventofidades , «ura a có¬ lica , madurecc a toíTe inveterada A n’dn'a
tomada em vinho he boa contra mordedmas de
animacs venenofos , notavelmente coneta a pi- cada das phalangcs*
\
\
Liv. IV. D iv. IV. da Bifnr.ga Jylvefre. ii"5
G. Bauh. Daucus Aíont. Apii folio ma tor»
D A U C U S
fccundus.
Matth.Trag. Lugà.
QUAL. quente & fec. a o 5.grao,
DESCRI P. A feguada efpecie dc Daucus de Matthiolo , tem as folhas como o coentro ou falia , a femente comprida que vem nas um¬ belas , feita em angulo como a do funcho. Sua rais he branca , aromatica , & de bom goílo z cabeluda no cabo como a do Meo : fua aftea he de altura de hum palmo.
LUGAR. Nafce nos mcfmos lugares do precedente ; & florece em Junho & Julho.
V I R T U D. Naon fe fabe que tenha mais vutudes do que a primeira efpecie. j
*it Historia das Plantas, xj.Bauh .Pujlinacti tenuifolia fylv.Diofcoridis .
P A ST I N A C A jjft jS&SÉPfc
Sylveftris.
Porr. /finam a do campo.
• è 4 1 ^
Franç. Pa[enade fiauvage.
Ir. PaJPnacA [ativa.
All. Bafiernakpn.
QUAL. quente
& fec. a o 2. grao.
DESCRI P. A Paftinac;a rem as folhas como o Gingidio alguma coufa mais largas 6c amargofas que fahem poj; bayxç> da aftea 5 m «r** ias vele* f*; ubás afteas da altura de hum palmo com ramos que a repartem de que em cima fa¬ hem umbelas como do Endro , as flores faon brancas com algum encarnado no meyo , tiran¬ do fobre amarelo. Sua rais he da groflura de hum dedo , de palmo de comprido a qual he aromatica & boa para comer.
LUGAR. Naíce nas bordas dos prados, pellos caminhos , & lugares afperos 6c incultos, .tfiorece em Julho a femenueem Agoílo.
V I R T U D. Sua femente tomada em bebi¬ da , ou aplicada , provoca os menftruos > tao- bem he exelente tomada em bebida a os que .naon podem ourinar : ajuda a molher a conce¬ ber 6 : reter : he carminativa , aperitiva } vulne¬ raria 6c contra todos os flatos.
Liv. IV. Div. IV. da Sineura.
G. Biuh. Pajlinaca tenuifolia f ativa radico
atrorubcnte .
C A R O T A
Mauhioli,
Porr. Sineira, Franç. Caroteyouge,
leal. Carota Sc Carotalo,
D ES C R I P. He efeufada a defcripfaon das tnouras vifto que feraon poucas as hortas onde fe naon femea. Sinouras de rais vermelha , en¬ carnada, & amarela , todas tem o mcírrio faibo.
V í R T U D. Ordinariamente naon ferve mais que de igoaria na mefa cofidas & guina¬ das he comida de bom gofto.
tss-4 Historia ©as Plantas,
fr. ltal. Glr/gidio. ■Allem. Syrích .
Koifelkraut.
QUAL. quente J|
íc ícc.a o 2. grao.^
W 1 \ \3v ~*y.
DESCRI P. O verdadeiro Gingidio he íi- milhantc a fineura ou paftinaca fylveftris ; mas mais amarga > fua aítea he de dois palmos & meyo de altura redonda , ramofa > acanelada 3 «lenegrida , & cheya de nos , çm cima tem um- . belas brancas , goainecidas a o redor de folhas pequenas. A í emente eftando madura , as um- bellas íe tornaon fechar , como as do Panacio y íaon vifeofas a o taóto. Sua rais he branca , baftante comprida.
L UG A R. Acha fe em Syria & Cilicia florecc
no veraon.
V I R T U D. He íingular para o eftomago ou feja comido cru ou coíido > de conferva ena
Yinagre he contra o faftidio.
Liv. IV. Div. IV. do Cerefólio.
CEREFOL1UM Cherephylion.
Alattb. Caft.Lugd.
Fort. Cerefolio.
Franç. Cerfeiiil.
Ital. Cerefoglío,
\
All. Kervelkraut.
QUAL. quente
& feca.
DESCRI P. A planta do cerefolio he niuyfo tenra ; tem cinco folhas a cada ramo ou cauda, como a ialfa ; recortadas a o redor , altura tanto cabeludas, & aromaticas. A aftea de al¬ tura de dois palmos, avermilhada , cava, Sc nodofa , com dois ou tres ramos ou afteas , que produfem umbellas goarnecidas de flores bran¬ cas , de que íahe humas pontas pequenas , Sc direitas, que produfem varias fementes de huma fo cauda ; ruibas , cabeludas no cabo: fua rais hc cabeluda Sc curta.
LUGAR. Crece nas hortas , femea fe em Março da fua femente em Julho ; porem como he muyto cítimada cm falada femea fe cm todo tempo ; no veraõ em lugar humedo & fumbrio.
VIRTUD. He muyto aperitiva, tira as obftmçoens , atenua a pedra dos reins , diííolve o langue qualhado , he febrífuga , purifica o fangue tomada interiormente : taonbem fe apli¬ ca em forma de catapla(ma& fomentaçaon para cólica acphritica Sc retençaon da ourina*
K v
ii 6 Historia d as Plantas,
Cj. Kuin. Scdndix fernine rcfirato vulvarif.
P E C T E N Vcneris.
Afatth. Ang. Gefn .
Ai. Lob. Cãj}.
Lagà. Cam.
Fort. Pente de V tnus.
Franç. Pelgne de vcmis.
Ital. PtUine de venere.
KWcm.Mildmorrn.
QUAL. quente Sc fcca a o i. grao.
D E S C R I P. Efta planta de huma íb rais fabe muytas aftcas , Sc duras, muyto fimilhantes íiífim as folhas como as flores a o CeiUolio : mas naõ tem a meíma aromaticidade Sc as fol¬ has laon hum tanto mayores , íuas umbellas produfem flores brancas que dixawdo a temente formada em pequenos botoens difpoftos em pontas como hum Cedciro. Sua rais he branca
do comprimento de hum dedo.
LUGAR. Creceem boas terras: florece
lm Mayo Sc Junho.
V IRTÚ D. Suas raifes pifadas com malvas & aplicadas atrahe todos os corpos eftranhos tiverem entrado no corpo. A erva Sc as floies aquentadas em huma frigideira , &meftuiadas com vinho branco felecto , mantega Sc folhas de falta aplicada íobre o pubis he fingular na dificuldade dc ©urinar. Taonbem bebido o feu cofimcn o > he' vulneraria } agçritiya^digcitiya» idolutiva*
tfV9P’lM
Liv. IV. Di v, IV. d.t f.ãf.t brava ou fylv. 117
G. Bauh. Caucalis lato apii folio
CAUC ALIS
Aíattbioli.
Lac. Cafl. Lugd.
Port. Salfa bravia.
Franç. Perfil fauvage. leal. Petrocelo falvaúío.
A\\.VvildePeterlw.%£$f^r
o- ** xl 1
QUAL. quente^
& feca.
DESCRI P. A falia brava que taonbem hc chamada Daucus bravo , fas fua aftea dc mais de hum palmo, & hum pouco cabeluda: fuas Folhas que eftaon perto da rais faon fimil- hantes a o aipo & mais para cima como as do funcho. Sua aftea como a da Paftinaca ou íinoi- ras do campo tem umbelas com flores brancas íimilhantes as do Daucus.
LU G AR. Crcfce em planícies cm Tofcana & regioens quentes florece em Junho.
VIRTUD. He aperitiva, contra a pedra Sc areyas , provoca os menftruos , para rarefaíec os humores craflbs , para aclarar a vifla he co ideal , hepatica , fplenica ? uía íe da fc mente cm bebida ou do fumo.
lis Historia das PuntaJ,
t
G.Bau \\Ap\nm borteafejen Petrofelinum vitig.
A P I U M
hortenfe.
Af.tt! b. Lug, Dod. jid; Lob. Cafi,
Porr. Sítlfa.
Franç. Perfil des
Irai. Apij do;vefilco.
Eip. Perexil.
Aliem. Peterlin ou Steln Eppich.
Q_U A L I D.
quente &: tec. do 2. a o 3 . grao.
D E S C R I P. A falfa Aipo tem as folhas mais chegadas a terra , verdes recortadas a o redor como huma cerra : & as de cima da planta ou ramos faon compridas & agudas. Sua aftea he de altura de dois palmos ou mais ; a flor he branca produíida no cabo dos ramos por umbe¬ las. Sua rais hcgiofTa&c aromatica.
LUGAR. Semea fe nas hortas & nace em lu ^a:cs humcdos.
"v IÍU U D. Efta planta he aperitiva miei- os calores do eftomago , refolve as dure Tas do^ p itos , cau adas pello leite, comida crua oucoíida; proroca a ourina , o coíimento da erva ou da rais , íerve de contrapeçonha por- «me provocaa vomitar he adftringeiue do ventre* a leniente tas oiuinar.
wmm m j.
Liv. IV. D iv. IV. do Jltpo aquatkõ. n? G.Bauh .Apliijn pahtflrei& Apiurn ojficlnarmn,
A P I U M Paluftre ou Eléofelinum.
Matth. Fitjch.
Porr. Aipo aquatico.
Efp. Perexil de agua.
Aliem. Eppicb.
QUAL. quente & feca.
D E S C R I P. Tem as folhas lufidas de cor verde ofcura muyto divididas & recortadas ao redor , mayores & mais fortes do que as da falia, fuaaftea hede mais de palmo de altura , as umbelas de cima faon mais pequenas do que as da cicuta , pofto que laon fimilhantes. Sua rais he íimilhante a do Cuminho , comprida , acre , futil & aromatica.
LUGAR. Nace em lugares humcdos,da a femente em Julho & Agofto.
VI RT UD. O fumo mundifica as chagas malignas , principalmente da boca & garganta, Plmo certifica que he boa contra o veneno das aranhas»
A
i.
I
ijo Historia das Plantas, G. Bauh. A pilim Aí^ceàonicnrn.
P E T ROSE¬ LI N U M.
AÍMih. Ad. Lob.
Dod. Cajl.Lttgd Tab . Ger .
Porr. S<*lfa de Aí.iccdoni-i'
Fratiç. Pajil de Alucedoine.
Ical. Peirocello.
All. Pcterlin.
QUAL. quente S feca ao 3 . grao.
D E S CR 1 P. Efla planta fas lua aftea da altura de mais de dois p timos , baftante goíía redonda, tem luas tolhas multiplicada') 8c íecor- tadas ou inciías como le ve Sc quaíi como as^ da falta de comer ou de cetefolio as fioies faon brancas 8c a femente quafi como a cia íalla , a íais he negra por fora 8c cabeluda.
I UGA R Crcce em Mncedonia nos lugares de pedras & afpcros & cm muytos lugares de
Alemanha florece em Julho Sc Àgofto.
V I R T U D. Difco; ides dis que o Petroleli-
nuni provoca a ourina Sc os mentimos ; he bom contra a cólica Sc (latos do eítomago 8c na cóli¬ ca: tomado em bebida para as dotes de ilharga, «los rans , da velliga, he rnuyto diurética,
Li v. IV. D i v. I V. do Eftnlrnlo. 23* G.Bauh. Hippofdimtrn Theoph . vcl Sthyr -
nlurn Dlojcoridls .
SMYRNIUM
Matth. Cord. Gefn .
C*/?.
Port. £rz/4 4/0 Efprito .
Franç. Macerou.
Ital. Aí cicerone*
All. Meijiervvurtz ,
QUAL. quente & íec. a o 3 . grao.
D E S C R I P. O Smyrnio tem a aftea como a do Aipo ? com muytos ramos as folhas mais largas , nutridas , tefas , inclinadas para o chaon & entrecortadas, aromatica de bom godo, quafi de cor amarela , tem as umbelas da flor quaíi como o endro , a femente íe parece com a das coves , hum pouco mais comprida negra 5 acre , do cheiro da Myrrha. Sua rais he aroma¬ tica acre , fuculenta & molle > negra por fora & verde por dentro.
LUGAR. Nace em vales & partes aquofas, florecc em Julho Sc Agoílo.
V I R T U D. A herva a rais Sc a femente to¬ mada em bebida he contra mordeduras de fer- pente mitiga a toíTe Sc afthma ferve na difficuU dade da ourina, faa femente he cflicas nas doen¬ ças do baíTo, dos reins, da yeíliga ? nas coircas^ fiQYoeaos menítruos*
2-3- Historia das Plantas,
G. Bauh Levrjlictiw vulgare.
HIPPOSE-
LINUM
on Lcvifticum. Aíütihiolí.
hortas .
Fran ç.ApiyCderu
Qualid. quente a o ir ^
a. fec. a o 3. giao.
DESCRI P. A aftea do aipo he cava , rea¬ va , Sc cheya defilamenros : he mais grande em tudo 5c mais branca do que a falia de comer : fua femente hc negra , comprida , iorre , cheya 6c aromatied.
LUGAR. Se quer em lugares fumbrios Sc humedos , fiorece em Junho Sc Julho.
V I R T U D. He boa paia comer quando cita preparado , branco, tenro Sc naõ eípigado , de¬ pois de o haver ligado , coberto de terra & bem cor tido com agiada como fe fas a os cardos de comer. He aperitiva , peóforal , carminativa , vulneraria hiflerica, facilita a refpiraçaon a- Jitnpa as chagas do peito por luas .partes pene¬ trantes •, facilita o efcaiTo. Sua rais he huma das cinco uifes aperitivas.
- ti * d
f A
Liv. IV. Div. V. da Sinoitra.
DIVISAM Çfü INTA.
Das Sinouras e outras da mefrna fimilhança , o coen¬ tro, a Pimpinella , a Cicuta , Jefdecs Cr ALnantbo.
G. Bauh. Pajiinaca fativa lati folia.
PASTINACA
lati va.
AP at th. Ang.Cafl.
Port. Sinouras.
Franç. Panais ou Paflenade.
It. Efp. Pajiinaca, A 11. Pafleney.
Qiialid, quente & feca.
D E S C R I P. EíTa Paftenada cult ivada pro- dus aftea muyto alta &: no mcyo repartida em ramos , que produfem umbelas com, flor ama¬ rela & femente. As folhas quanto mais para cima fe parecem com as do frexo.
LUGAR. Crece nas hortas.
VIRTUDES. Tem as mpfmas proprie¬ dades das paftinacas do campo , a femente be¬ bida em vinho ou oxycrato he boa contra mor¬ dedura dos alacraos.
_ _
154 Historia das Plantas,
G.Bauli. PajUnaca Jylvejl. Utifolia.
ELAPHOROS- C U M.
five
Ccrvi Ocellum. Aíatth. Dod. Gal. CaJ}. Sj/lv. Lac.
Porr. Pajlo de veado.
Franç. Pajhire de
cerf.
All. Vvilde Moren.
Qualid. quente 6c gr» íubtil.
D E S C R I P. Sua aftea he como a do fun¬ cho , as folhas angulolas, de largura de dois de¬ dos compridas como as do Therebinrho alguma caufaafpcras & dentiladas a o redor; produs al^ums ramos , & eífes umbelas com flor ama¬ rela & femente femelhantes as do Endro. Sua vait he doce , boa para comer.
LUGAR. Nafcc pellos caminhos & em to¬ da parte.
V I R T U D. Tem as mefmas da preceden¬ te v dizem que as bichas para íe curar da morde¬ dura de cobras cornen defta herva.
wmwwmvá
J ■ •
Liv. IV. Div.V . do Sifer ou pequeno chcrvi. *3? G. Bauh. Sifarum Germanorum.
SI SE R
Alatth. Fufcb.Cord. Gefn. Lom . Gjw.
Port. Cbervi.
Franç. Cbervi ou Giroles.
Ital. Servila ou Sifiiro,
Aliem. Gierliu.
Qualid. quente & fec.ao 3 . grao.
D E S G K. í Í\ Ó Sifer ou pequeno chervi tem Xí aftea redonda & as folhas dennladas a o redor* xiaon faon muyto diflferentes do grande chervi^no cabo forma umbellas com flores & femente chata : as raifes faon brancas, compridas & muy- tas juntas faon boas para comer.
LUGAR. Planta fe nas hortas florece em Junho.
VIRTUD. As raifes coíidas faon boas pa¬ ia o eftomago , abrem a vontade de comer & faon diuréticas ; o fumo bebido com leite dc vaca para os curfos do ventre , (k bebido com vinho eípulfa os ventos & dores de ventre 3 rc- media aosfalucos.
23* Historia das Plantas,
G. Bauh. Angélica [ativa.
ANGÉLICA
fativa.
Alai t b.Trag, Vu[cb.
laod. Gal. Lon.
Lug. Caj . Gefn.
Porr. Angélica.
Franç. Angelique.
Eíp. Ital. Anzdica
All. Ar.gclikj.
Qualid. cjucnte Sc fcc. a o i. grao.
DESCRI P. A Angélica he de altura dc hum palmo pouco mais, fas duas aíteas ocas poc dentro ou cayas com algumas concavidades fuas folhas tem caudas compridas faon dentila-* das a o redor de cor verde oícuro. Suas umbelas produfem flores brancas. Sua femente he chata, meuda como lentilhas * fuas raifes faon groflas como rabaons tem muytos braços , tem gofto picante & he aromatica.
L Ü G A K. Se acha nos montes florece em Agofto.
V IRTUD He aperiente , atenuante , rc- lutiva , he fingular contra venenos , maflegada he Antídoto contra a peite. Os pos de fua rais hc contra os íyiacopcs &de falecencias do coraçaõ.
/
_
A
Di v. IV. Li v. V. da Angélica fylvejke. 15/ G. B.iiih. Angélica Jylv. major.
ANGÉLICA
fylvcftris.
Af.iuh. Tr.iq. Fu
O
Dod. Lon . Ad.
Lob. Lite. Téib .
Qual, quente &c fec. ao 1, grao.
DESCRI P. A Angélica fylveltre íc parece com a cultivada , exepto , que tem as íolhas masmeudas mais acres & menos recortadas ou dentiladas & menos numero, lua aftea he fraca & curta , as umbelas faon mais alvas ; lua rais tem mais filamentos , & naon he taon aromᬠtica , mas fim de u;ofho agradavel.
LUGAR. Greícc nos prados Sc lugares aquáticos , & florece cm Julho &: Agoíto.
VI R T U D. Temas meímas propriedades da domcftica , & fegundo Mattkiolo mais cxc- lentes ; às folhas pifadas com aruda cuiaon as mordeduras dos camos danados, & das íerpentes aplicados por cima 6c dentro das mordeduras: & leu cozimenro em vinho bebido , fc fc aplicar íóhre a cabeça do doente que tem fevre , atrahe tudo o calor. Sua rais cm po , bebida em licor conveniente he boa a os fyncopes. A rais malhe-
gada ou polia na cova do dente lhe mitiga as dores.
Historia das Plantas,
G. Biuh. I/fíperatoria rnanr.
IMPERATORIA Aílrentia. Oftru- tiura.
Aí At th. GefvjLac.
j4d. Lolf. CaJ}.
Lugd. Tub, Gcrm.
Porr. Efp. Ital Fr. eratoria.
All. Míijl.rvvurtz.
Qual. qnente & fcc. a o 3. grao.
DESCRIP. Sua aftea he do comprimem», dc dois palmos ou mais, de cor quafi vermelha, com vários nos & cabeluda , forma umbcllas carregadas de flores brancas , que produfem fe- menre fimilhante a da Angélica fylvefhe, oa a do Endro , «,• aromatica. Suas folhas fe pare¬ cem com as da finoura brava as caudas faon cabeludas & acres. Sua rais he grofla como o dedo , cheya de parte lignea com muytos íila- 111 cn tos.
LUGAR. Crcce nos montes.
V I R T U D. Refolve miravilhofamente os vemos do cftomago , dos imeflinos, da madre por ifto he cxellcntc nas cólicas & dores do venere.
V
vv
Liv. IV. Di v. V. do Cofio lajlardo. G. Banh. Panax Cojlinuw,
PSEUDO- COSTUS APatth. Lugd.
Fort. Cofio bajlardo
\
Franç.Co/?<w botará.
D E S C R I P. Tem as folhas mayores do que o Panado domeftico ou Paflinaca fativa : faon hum tanto crefpas inclinando fe para terra. Sua aítea hc redonda como o funcho com al- gums nos. De toda a aítea íahe ramos pequenos no cabo dos quaes íahe certos filamentos de cor amarela ondeeíta a femente nua & redonda : a caícada rais he muyto efpeíTa , de cor cinfcnta icfpaudicente.
LU G AR. Nafce nos montes.
V I R T U D. He util nas dores de cabeça dos nervos , do ventrículo, contra as obftruc- Çoens das entranhas & doença dos rcins , da Véííiga he ainargofo , pouco aromatico &: acre. O coito verdadeiro nos vem do Levante cha¬ mado cafto Arábico i deve fe cfcolhcr o mais xecente > naon caruchofo , o mais groífo $: com-
padto , aromatico , acre & hum pouco amar- gofo.
G.Bauh. Panax fphondylü folio. five heracleum
PANACES
Heracleum.
Aíítth . Ang%Gefn.
Ljc. Caft. Lugd.
Todos Pannces , ou Afclepias &
Opponaco.
Qiulid. quente a o 3. fec. ao 1. grao.
D E S C RI P. A a fica he groíla alta lanii- ginoía , alvadia , as folhas aíperas , grandes , vetdcs j & como as de figueira repartidas em cinco & dentilad^as a o iedor. As folhas que cftaon para cima faon piquenas , a fíbr das umbelas íaon amarelas & como as do endro > a femenre he nniyto quente , picante , & aro- matica.
LUGAR. Nafce cm Cyrena > na Lybia &: em Macedonia. Ooponaco fe tira em Junho, como o rcffere Matthiolo liv. 3 . cap. 48.
VIKTUD, O melhor opoponaco he o que he muyto amargoío fendo branco algum pouco inibo por dentro, de cheiro forte que íe derrete na agoa. Amolece aquenta & íubtiliía.
G. Bauh.
Liv. IV. Div. V. do Sphondyliunt. 141
G. Bauh. Sphondylmn vulga e hirfutum.
S P H O N DY- HUM ou Spondylíum Affttth.Líic , Gefn.
Cafl. Tab.
rodos fpondylíuin
BESCMP. Temas folhas como o Plano . do Panac,e> juaaftea de altura de dois palmos & como a do funcho ; a fetncnce como a de fe- ieleos hum pouco mais larga , mais branca , mais palhenta , & de roim cheiro as flores brancas, a rais como dos rabaons.
VT?íi^R'*Ccefce nos luSarcs aquáticos.
ViKi Uü. A (emente tomada em bebida pur-
ga aflegmapor bayxo: cura os cjue tem in- dilpofiçocns do fígado , na Iterícia , a os que naon podem tomar a refpiraçaon , na Enileinia & gota coral , nas fuffocaçoens da nudre, apli¬ cada com a ruda remprimc as empigems & fo.
gagem da cutis. O fupro das flores he fín<uilar
vfrtudesfaS ^ ourclius* Tem “uytas njai»
T$mc L
Íl!k&r1& i S
1% VvJ !' i
1 1 1 i r
141 Historia das Pt anta
s.
G. Bauh. Libanotis latifolia altera , Jive vulgar is,
S E S E L 1
jtrliiopicum JMuith.Fufth.Gefn .
Lttgd. Cíuf. ->■
Fort. Sefcll.
Franç. Sefeli üE- tbiopie.
A 11. Sennbreckj-
QU A L. quente lecaao z. gta-o.
D E S C R 1 P. Tem as folhas fimilhantes a. liera alguma coufa mais pequenas Se mais com¬ pridas Se dentiladas a o vedor : a mayor parte
tem caudas compridas pegadas na raisem cada huma quatro ou cinco. A aítea tem mais dc dois ralmos Se as umbellas e flor fe parecem com as do endro. Sua femente he negra cfpeíia como
° LUG AR. Crcce na Provincia de Lingua-
t*-
<\oc & Protença.
VIRTUD. A femente hc cfficas a os que tem acidentes de gota coral 6c epileptia, he mciíiva,
difcUíriva,aPcritiva,cephalica,refifte a o veneno.
Epiléptica. A femente ou a erva dada a comer *. todas às beftas dc quatro pes ajuda lhe muyto a botar fora feu íructo.
, Liv. IV. D iv. V .da Erva Rofmaririô. 145 G.Bauh. Libavotjs femU fjiio,fewine angulofo*
ROSMARINUS
feu Líbanoris Aíitth. L ie . Lugd .
Port. Rofmatino . Franç. Rofwarirj. Ital. Romarino . Efp. Romero . .Aliem. Rofmarie.
QJJ A L. A herva rats& íemente quente 5c íec. a o 3 . giao.
DESCRIP. A herva Rofmarino & fua fiuda chamada cachrys , tem as tolhas meudas entrecortadas ou incilas quafi como as do fun¬ cho , mayores & mais largas, a mayor parte fahem junco a rais , eftendidas fobre a ema eri- tre as quaes nace a aftea da altura de dois paU > 1 UiTl S ramos , que produfem um-
bcllas flor como o endro , onde eíla a ícmerr te , giofla, redonda de iorte cheiro ou aromatica. A rais he grofla & cabeluda em cima.
LUGAR. Crcce cm montes frios, cm Icalia, 5c nas íegioens do norte, florecc no veraon.
V IR T U D. Conforta o cerebro , contra a araiia, & vapores da madre; exteriormente ie aplica para confortar as junturas & nervos , íefolvc os humores frios , mitiga o fluxo , Has almotrcimas& fluxoens cio an0)refolvc as alpot- c as & apoftemas dvpepticas.
L \\
mJk»i wmm^éA * *
144 Historia das Plantas,
)
G.Bauh. Libanotís fecumU firràlís , feu Panux afclepiwn pnrntm .
PA N ACES
Afclepium. Jlíattb. Lac. C\‘JJ , LugJ.
Port.
Franç. Panais a Afclcpie.
leal. Panace*
All. Hiilvvurtz*.
QJJA L. quente Sc fecco a o. z. grao.
DESCRIP. Sua aftea he delgada de altura de hum ate dois palmos : a qual aíhdeada de folhas , que tem algua fimilhança com as do funcho : pouco mayores Sc cabeludas, no cabo da aftea tem humbellas com flor amarela , odo¬ rífera , fua rau he delgada.
LUGAR. Naíce em outeiro & lugares
afperos. *
V I R T U D. As flores & femente íaon dc-
terfivas das chagas corrofivas aplicadas com
mel: fua infufaon bebida contra mordeduras de
cobra & aplicadas com afeite. Lie íingul&E
pata curar as doenças chronicas.
Liv. IV. Div. V. da AIcoyoví#. MJ G.Bauh .Cuminum Pratenfe,Carvi Ojficinarü . C A R U M
Caros.
Ãdcitth. Lac. Dodon.
Ang. Lob . Luqd.
Apoth, Cirvl.
Port. AIcoyovui .
Ita!. Ciro .
Franç.CWí//.
Elp. Aícaravea .
AU. FAdkummel .
CLU A L. quente & íec. a o 3 . grao.
DESCRIP. Ahe rva da alcorovia fc parece bàftantementc com a paftinaca ou fínoura brava: deita varias aíteas vaíias & angulofas de huina forais, cheya de nos , de altura de mais de Jnxm palmo. Em (ima produs umbelas com flor branca , arais lie angulofa , denegrida, acre, & mordicante na lingoa , fua rais he baftantc prolla & amarela.
Zs>
LUGAR. Crece nos prados , o melhor vem de caria , florece & da ícmentc em Mayo <Sc Junho.
V I R T U D. He quente & diurético , efto- macal 3 de bom goíto $ ajuda a fafer bom cofi- mento, entra nas comppílçocns Antídotos , & nas confervas feitas com vinagre. Sua fcmente he aperitiva, reiolutiva, Si inciíiva,he boa nos acha* ques frios da madre Sc da cabeça.
Z4f6 Historia das P l antas,
G. Bauh. Coriandrum majtts.
CORIANDRUM Gr. Corianum. Aí a' th, Brunf.Trag • Fufch . Lob-
Port. Coentro .
Erp. Colentro &
Co li and) e.
Fr. All. Coriandre.
QJJ A L. frio & feco.
D E S C R I P. Parece que naÕ he neCeíTaria a dcfcnpçaon do coentro fendo taon comum em Portugal.
LUGAR. Semea fe em todas as hortas 8c pellos campos.
V I R T U D. A femente conforta o eftomago, ajuda a digeftaon , corrige o fedor do baffo s he contra flatos & contra o roim Ar.
“47
Liv. IV. D iv. V. da Erva doce. G. Banh. Anlfarn herbarlis.
A N 1 S U M
Clufil.
Port. Erva doce.
Efp. Mata alva.
* »
Franc. Anis .
9
m
Ital. Anljo.
All. Anifs.
QUAL. quente & feco a o 3 . gtao.
DESCRIP. As folhas faon íemelhantes a falA ía de comei: nacendo : cem a aftea rodonda , cava& com muyros ramos , de altura de palmo c meyo antes mais do que menos. As folhas no principio redondinhas , & por cima faon mais compridas dentilladas , como as do Aipo: os ramos produfem umbellas com flores brancas do cheiro de mel , Sc de goíto mefturado dc doce , picante & amargoío.
LUGAR. A erva doce crece em toda parte onde a lemeyaon , florece em Junho & Julho.
V1RTUD.A femente de erva doce contem intiyto olio exaltado & fal volátil. He cordeal eílomacal , peitoral , carminativa , digeftiva, acrecenta o leite as amas, mitiga as cólicas , aítada com orralaon , he boa a os lientericos : tomada em bebida ou cheyrada fas parar os íalu$os.
M3 Historia das Plantas'
G. Bauh. Ammi parvurn folns famculi .
A M M I
Ai M th. Ana. Lac.
C.ijt. C&f. Lu gel .
ê
Porr. Fr. Efp. leal.
sír/jeos.
A 11. Arnmey 4
QUAL. a femente quente &feca 203.
£rao.
D E S C R I V. Tem a aftea rodonda & verde & muytos grelos 011 raminhos que crecem quaíi abaxo da afiea coníuíamente cheyos de folhas muyro inciíason recortadas , nos altos parecem cheyos de filamentos & logo no cabo das afteas tem uinbelias com flores brancas : fua rais he ineuda , rodonda pouco cabeluda.
LUGAR. Nace no Egipto & na Europa cultivada nos jardins , fiorece no veraon.
V IRTUD. He incifiva , aperitiva , hifte- cica , carminativa , cephalica , refifta ao vene¬ no : he huma das quatro fementes quentes. Â legitima que vem de Alexandria do Egipto he fingular para fazer foccundas as molheres efte- xi\s ; huma oitava cm po tomada em vinho ;e- petidos dias tres horas antes da comida.
L i v. IV. Di v. V. da Pimpineht.
*49
G. Bauh. Pirnpinella ftxifragia md,or , urnbella can.il da.
PIMPJNELLA.
faxifragu. APatth. Gejn.
Port. Pimpinelct
maysr.
Franc. Grande
9
Timpinele.
Áll. Bibernelle .
QUALID. íecaao 3 . fria a o 2., grao.
DESCRI P. A grande Pimpinela rcin hu- xna rais comprida Sc a aftea quadrada com muytos ramos j luas flores dentro de umbellas alvadias &meudas.
LU G A R. Crece nos prados Sc em toda par¬ te, florece no veraon.
Y I R T U D. A rais he efficas nas dores dos reins Sc vefliga , cauíadas de areyas ou pedra : por que efpulfa as areyas dos reins Sc a ourina letida : o fumo da rais bebido em vinho, he fm- guiar contra toda caída de peçunhas , Sc morde¬ dura de animal venenoío , Sc por ido muytos faiem delia muyta eftimaçaon contra a pcílc.
153 Historia das Plantas,. C. Bauh. Pm.pinella fangnijorka major*
PIMPINELLA
fan£U>(orba.
O
ALit:h.C>iJl. Lugct*
Carr.
Rorr. Piwptneld
todos pimpinda,
QUAL. ícc. a o 3 . fria a o i . grao.
DESCRI P . Efta Pimpincla produs de hu- ma rais trcs on quatro afteas metidas cheyas de' quantidade cie lolhas redondas , & a mayor par¬ te íahe :!c dc bayxo daaftea: nas eftiemidades» tem ur he las pmpurinas , onde efta a íementc , tem a cais lignoía.
LU G A R. Nafce nos campos cm lucrares in¬ cultos , em Eocmia v ícmeaíenos jardins fío^ xcce no Otono.
V 1 R T U D. Tem godo adftringente, &: he mucilagii ca na boca , para os menítruos Sc roda d y lente ri a <$c outros fluxos de ventre Sc von iros cauíados de lnimores bilioios ou ria có¬ lera : a erva Ire vulneraria cuia toda caíta de feridas & cb ac as por ííío entra nos unguentos para fciiflas da cabeça & nos cancios. MatthiOiO> fas g ande caio dcüahetva nas febres geâik^ ciaes Sc contagaoíasv
L iv. IV. Dir. V-
ijz
G.Bauh. PimpimlLi fungmfotbd min . hirfata.
SIDER I TIS
fecu nda.
Dlofcoridls •
Aíinor CoL
Port. Eraclca Pim
Franç. Efpejfe de Retrair .
AU, Vvnndkrant.
DL S C RI D. Segundo Dioícoridcs fas inima aftea rodonda goarnecida de muytos ramos até a cima , cheyas de folhas > as de bayxo baftan- tc grandes , & agudas , recortadas a o redor como huma ferra , as de cima faon mais peque¬ nas > a rais redonda cbeya de filamentos.
L U GA R. Creícc como a primeira em luga¬ res ásperos & áridos.
V I R T U D. Tem as mefmas que a primei¬ ra > que íaon aue as folhas aplicadas confolidac> as feridas íem lhe cauiar emilamaçaon alguma.
Histor
>,4
ia das Planta s ,
G.Bauh. Adyrthis major veí Cic Maria.
M Y R RIS
fivc Cicuiiata.
Alai :L\ Lw.Doà,
C<?/?. Litjd.
o
Port. Ey va ticti- taria. ^
Fr. Perfil a Ane.
A 11. XJviderliojfeL
Q U A L I D.
a rais quente a o 2. gr io.
I' 1. S C R I P. A Cicutana Le paict^ jnuyto cm lua adea 8c cm fuas folhas com a cicu¬ ta : luas folhas a mayor parte íahem cie Laxo da aílea , aradas cm caudas compri¬ das que fe repartem em outras , goarnecidas de folhas apodas humas as outras , badante grandes recortadas que tem malhas brancas. Suas adeas íaon redondas de dois palmos de al¬ tura & em cima tem ramalhetes redondos de flores brancas cj uc produíem huma grande 8c comprida íemente. A rais he grande redonda, cheya de filamentos , a herva 8c as folhas faon cabeludas.
LUGAR. Se acha emltaliaem Allemanha nos prados,
V I R T U D. A rais he aroma ti ca de bom godo : bebida em vinho he contra as mordedu¬ ras das Aranhas phalangcs.
Li7. IV. Div. V. da Cicuta. MJ
G. Bauh. Cicuta major.
CICUTA
Gr. Concion.
Adatth.Trag. Fujch,
C Doá.
Port. Franç. Ital.
Cicuta.
All. Vwrterich.
QJJ A L. fria ate , 94. grao.
DES CRI P.Diofcorides dis que a Cicuta tem fua aílea cheya de nos como o funcho & as ca¬ nas , denegada , de altura de dois ou tres pal¬ mos , tem vários ramos. Suas folhas faon íimiU hantes as da ferula : as que eífaon em bayxo faon mayores muyto incilas &. fedorentas : em cima da aílea produs umbellas com flores bran¬ cas > a femente he íimilhante a da erva doce> lua rais he cava & entra pouco na terra.
iUG A R. Creíce as veies em prados áridos & fombrios : florece ordinai iamente em julho.
V I R T U D. A Cicuta he hurna peçonha mortal & mata por lua frieía , o remedio he dc ;;
beber vinho, j
i
I
1 '4 Historia das Planta f.
G. Biuli.
Cantaria latifolia fatidà*
Franç. Sefdi de Aíjrée.
All .Vvald-Kutíid.
QU A L. a fem. & a tais quente 6c leca a o i. erao.
D L S C R I P. O fefelt moiiíco tem as folhas co .ao a cicuta , mais largas & mais eípeífas : íua adea he mayor do que o feíeli de Maríciha, &■ tem luima umbelia no cabo com íemente lar¬ ga , aromarica & muciíla.
Ll' C \ R. Crefcc em lufares a^peros* huuie- dos, & ,»brc 3 a outelda florece no otono,
V 1 R. T \ r D. A íemente bebida em vinho coulooao' vomago , ajuda a digeftaoir: miti¬ ga as do cs do ventre , tas ourinar , ufa íe nos clquencamc' ' 'S , provoca os menftruos, expuiía o ranii: ot c ir nça morta , he boa contra os aci¬ dentes Lpilepticos , contra as febres maleites , para facilitar a reípiraçaon & paia roíle invete¬ rada i hc boa para todas as entranhas. Se x daon em bebida a os a n- ima es de quatro jes £**■ ciiítsraon a fater os íeui pequenos.
S E S E L I
Pelonoponcnfe. Mm th. Geju. Lm. Cujl.
Lvu Lxgd.
Port. Sc jeitos .
I
Liv; IV. Dir. V. dtSefelu £
G. Bauh. Sejeli Majfdlenfe fentla folio.
SESEL I
Maílilfcnfc.
/Mdtth.Gejn. L-tgd.
Tab. Lob.
Apoth. Siier rnmtanum .
Porr. Seftiu.
Fr. Scr montam.
Ali. Steimbrech ,
1 Vvald-Ktmmei .
QLTAL. a fem. & rais quente & feca a o i. grao.
D E S C R I P. O Sefeli de Marfelha tem as folhas como o funcho ; hum pouco mais groílas* & recortadas atadas em bayxo da aítea com cau¬ das compridas, a aftea he alta & bem nutrida & no cabo tem umbelas íimilhantes as do Endro a femente he comprida , angulo ia , acre a o godo. Sua rais he comprida 5: aromatica.
L U G A R. O Sefeli Maíiilicnfe crecc em to- da parte com abondancia principalmente nos ca¬ minhos de Aix a Marfelha & nos lugares afpe- xos , 6c a o redor de Montfpclier
VIRTUD. He carminativa , digeftiva , diu¬ rética, he boa nas faltas da refpiraçaon que le* maon pode refpirar fem levantar a cabeça , a femente tomada em vuaho acuda X o- koíuaacujts»
i^6 Hi st sR i a das Plantas;
G. Bauh. T/gttJlicmn, cjttod Srftfi officinAruw,
ligusticum
Port. L 'giiji ICO,
Franç. Líveche,
Ital. LicuJUco.
f
QU AL. quente Sc ;eco. a o 3 . grao.
DESCRI P. O verdadeiro dçfcribido por Dioícorides , tem a aftea nodoía deitada &c íimilhante a o Endro , & arroteada de .'olhas como as do meliloto : porem mais moles Sc mais aromaticas mais groíTas Sc mais entrecortadas & em cima tem umbelías que produs íemente comprida quafi ímúlhante a o funcho. Sua rais hc branca , aromatica íimilhante a do fanace heracleotico.
LU GAR. Crece em Liguria 3c no monte Apenino nos Alpes.
V I R T U D. Sua rais Sc íemente he quente Sc maturativa, conforta a eftomago , he contra veneno , provoca a ourina Sc os meaftruos } , ex> pclle os ventos ou flatos.
-
Liv. IV. Div. Y. da Oernmte. 157 G. Bauh. Bulbo caflanurn majus folio ApU.
OENANIHE
prima.
Matih. Cijl. L'tq.
Port. Flor de vide fdvejlre .
Franç. Ocmnihe .
AlI. Rot fielnbrech -
QUAL. quente Sc íec. a o 3 . grao.
D E S C R I P. Oenante primeira efpecie de Matthiolo fas (uas raiies rodem d as como tuberas da terra fem filamentos , da qual fahem afieas quadradas de altura de hum palmo todas emrc- dadas & no cabo produfem ramos pequenos com folhas de feitio de crus de Maltha agudas como efpinhas
LUGAR. Crefcem nos lugares afperos florecc coma vinha.
V I R T U D. Diofcorides dis que orde¬ na fe , o fruto , a afie a Sc as folhas com vinho & mel paia eípulfaras parias. Sua rais tomada em vinho, provoca a ourina 6c he boa na Iterícia.
zm..
-
y, :\'u-V
■ V
;’v» T,
f j. Bauh. Oenanthe Àpli folio.
OENANTHE
fecunJa. Àf.utb. Lngà.
Port. Osnanthe.
D t S CR I P. A fegunda efpecie de Oenan- thc tem a aítea da altura de hum palmo , qua¬ drada , nodoía > <5c do ineyo fahe íamos meudos cheyos de folhas baftante çrandes & açudas rc- partidas tres a tres & as vefes mais cm cima da aftea fas umbellas coai flor 5c Íemente, as raifes faon como filamentos na íupeificic da terra que tem cada hums botoens como afeitonas.
L lT G A R. Acha fc em terras montanhefas > florecc com a vinha.
V IRTUD. Tem as mcfraas virtudes que a primeira clpccic.
Liv. IV. Div. V. dn Otnuntbe,-
OENANTHE
tertia.
Aí.itih. Lítgd,
Port. Oenantbe efvecie de Pbi- UpenãnlíU
X
DESCRI P. A terceira efpecie de Ocnanthc de Matthiolo he íímilhante a fegunda exepto que em tudo efta mais meuda.
LUGAR. Crece nos vales e nos montes. VIRTUD. Tem as meímas da primeira,
efpecie.
2.60 HiSTOR
ia das Plantas,
G. Bauh. OenMthe aquatica ,
DESCRI P. A quarta cfpecie de Oenanthe deMatthiolo , fas fiuma aftea de fua rais da al¬ tura de dois palmos , baftante groíTa , & redon¬ da , mas toda emredada a maneira de cobra , da qual fahe vários ramos , hums viraon para cima ourros para bayxo com folhas nos cabos , compridas > agudas , atadas fó a fó por inter¬ valo ; & no cítremo das afteas tem umbellas com flor branca.
LUGAR. Nafce nos vales nos prados &* nos jardins.
V1RTUD. Como a primeira.
i
Liy. IV. Di v. V. da F;l/p ndula. G. Bauli. Filipendula vulgaris* FILIPENDULA
Müttb, Trag. Dodon.
. Cafi. Lon. Tbal.
Gtfn. Lugd . Tab.
Port. FAipenduLt.
Franç. FAlpende .
All. Rofieinbrech .
Qualid. quente & feca a o l, giao.
DESCRI P. A Filipendula de Matthiolo naon tem mais que 7. a 8. folhas cm bayxo da sftea compridas eítendidas quaíi como as da Paífmaca , ou da Pimpincla : a aífea he de dois palmos 3 & mais , redonda , ineuda 3 em cima da qual tem hum grande ramalhete redondo com flores biancas , pequenas , em forma de Eftrelas ; elpeças como as da arruda , a femen- te mocifla feita em efeamas redonda como a da Pimpinela.
L U G A R. Nafce fobre os montes Sc lugares áridos , florece em Julho.
V I R T U D. Saon as mcfmas da primeira Oenantc Sc be atenuante , deteríiva , diurética > contra a cólica ventofa contra os fluxos brancos, & para as almorteiaus,
-■
!6l Historia das Plantas,
DIVISA M SEXTA.
Das VaUyíahas , Spiques ou Nardo.
Diofcoridis .
& feca a o z.grao. y//A^<
DE S C R I P. A grande Valeriana tem as fol¬ has como o aipo ou o panacio bravo a aftea he ouaíl de dois palmos luas flores fc parecen com as de Narciííes 3 porem mayores mais tenras, al¬ vadias & purpurinas , deita raiícs elpalhadas como as do junco aromatico , enredadas hum as com as outras, de cor lobre amarela & de bom cher.o.
LUGAR. Nafce nos vales.
VIRTUD. A tais hc Cardíaca, fudorifi- ca vulneraria , aperitiva , contra veneno , conforta o eílomago, o cerebro*, contra os ventos ^ flatos , provoca os menílruos 3 ajuda a refpi- rajaoa, uía fc em po.
L iv. IV. Di V. VI. da Valeriaita.
G. I'au i. Vahri.ma Sylvejlris major.
P H U minus.
Jlfatth. Lac. Cufl.
«
Port. Valer iana
mcyarn.
\
Franç. J^alerlenne rnoyenne .
Qiialid. quente ôc fcca a o 2.grao.
DESCRI P. A Valeriana media do cam po tem as folhas quaíi como o frexo. Saõ lifas Sc denegridas , inclinadas a terra, Sua aílea hc de alcura de mais de palmo e meyo ; direita , nodo- fa , delgada, cava, mole, Sc de cor avcimil- hada : em cima tem cinco ramalhetes quaíi em forma de umbellas com íloics purpurinas 6c bran¬ cas , tem numero as raiícs enredadas como as do eleboro & da íucciía, de cheiro forte como o Nardo.
LUGAR. Nafcc em lugares aquaticos ; florecc em Mayo athe Agofto.
V I R T U D. Todas as Valerianas faon cífi- madas por feu cheiro : íaõ efficafes metidas en¬ tre a ropa ou veítidos , tomada lua rais em po cm vinho he contra mordeduras de cobras.
164 Historia das Plantas,
Cj. Bauh. fr derlana Paluflris mmor*
P H U
mituimim
JlÍMth. Cafr.Lug.
Ical. V' A erlãn a vnriima.
All. K IciriBaldrian
D E S C R I P. As folhas defta piquena Vale- liana lc' parecem com as da grande com diffe- renca que faon mais pequenas & agudas , lua altea he angulofa , alta de hum palmo, no cabo tem hum ramalhete da mefma cor & do feitio das precedentes. Sua rais he pequena com muy- tos filamentos de cheiro agradavel.
L U G A R. Crece em montes & lugares hu- medos , florece como as outfas efpecies.
V 1 R T U D. Saou as meímas como a pri¬ meira cfpccie.
C. Bank
Li\r. IV. Drr. V. do N*rdo montano. 16 $ G. Bauh. Nardus montana radice ollvari.
NA RDUS Monrana.
Mmh. Ang. Aa.
Lob.Lugd. Cluf.
Ctf. Cam. Tab.
Port. E/pique do monte,
Franç. Nard de
montagne,
1 1, Nardo montam .
AU. Celtifcher nardus.
DESCRIP. O Nardo do monte tem íua aflea de altura de mais de palmo & mcyo & as veles mais miuda , direita & redonda & na cima p o- dus flores purpurinas , vermelhas & alvadias de que íahe lementc íimilhante a da valeriana ; íuas folhas eítaon pegadas em bavxo da & eílas faon mayores do que as de cima. Tem duas raifes difpoítas como dois tefliculcs dc
S^eítno'8rÍd“ & & C°n’
LUGAR. Nacc em Suria , & CilieG *. nos montes &florece cm Mayo & Tlln|1n 1 ^
V I R T U D. A rais por aromatica hé quc r ■ mente eíta em uzo , tem as virtudes do Vu U da índia com muyta menos efficaci». a 1 ®
Tomo 1 .
M
Historia das Plantas,
í
G. Bauh. Nardus ccltica Diofcoridis ,
NARDUS
Celtica.
Afatth. Cor d. Gefn. Tur . Guilhan.
tf
Porr. E/pi que Celtica.
Franç. Nard
celtique.
£fp. leal. Nardo cética.
All. Celtifcher Nardus.
D E S C R I P. O Nardo cclcico he huma pequena hcvva rafteirano principio & a o depois las aftea dc altura de hum palmo com muytas folhas cm bayxo. palidas & quah amarelas , & direitas no cabo que ellaon aradas ; cm cima da altea tem algumas flores difpoflas em boto - ens pequenos cm forma de cruzes fem folhas.
Sua raíshe comprida & vem a flor da terra co¬ berta de pequenas efeamas & em. bayxo tem
ínuytos filamentos. • «.
LUGAR. Crecc nos Alpes , em Liguua &.
na coíla de Gênova ; o melhor hc a quellc que
t,m bom cheiro , recente com muytas railes.
V I R T U D.. Tem as virtudes dos dpicos nardos.
I
16 7
HISTORIA
DAS PLANTAS.
LIVRO QUINTO.
%
T)o Solanum , Aí.indr ugor as CT efpccles Dor- mídcir as , Hypccoon & Argernones.
JOiyis. 1. Da Erva Moira Manâr agora KÍTc,
G. Baun. Solanum Baccif*" ’<-n
SOLANUM
Fujch. Ang. Dod.
Cefn. Lob. Lugd.
Port. Efp. Erva moira.
Fnnç. Moréle,
Ita!. Solatro. All. Nactfchat .
QU A L. quente & feca a o 3 . grao. __
D ESC II IP. Tem as folhas grandes & ,
mi hantes as do Halicacabum ou alkekenmn
niaiS neSras ’ tenras , & compridas , <fei miiytos ramos que iaon amarelos ,!o,rcv d quaes nacem bagas vinofas da groíTum das
M ri
V 4^
; ■ /' : '• ■■ ■'.li
■ imi
■ ■ /)
m s.
Ek^ílí
ll! ví
S4
't6% Historia das Plantas,
L U G A R. Nafce perco dos muros pellos
caminhos 8c aíinhagas.
YIRTUD, O fumo das folhas ou das ba¬ gas mefturado com os rolado 5c hum pouco dc vinagre he admiravel paras dores de cabeça que procedem de quentura , como taonbcm para os f renéticos 5c na enflamaçaon do cerebro aplica¬ das com panos fobre a tefta > o fumo deftilado dentro dos ovidos mitigalogo as dores > as vir- tudes geraes das elpecies da herva maiia > ío- lanum ou folacrum , he ferem humectantes ie- fhingerantes , refolutivas hum pouco na. coticas adfhingcntes i leu ulo he para condenlar Se efpil- í*ar os humores , para as criíipela , Empigcms > Coceiras & enflamaçoens , eítando aplicadas
cxtcrioiTueme.
1 1 gjf ’
i i ,
WM
, Liv. V. Div.I. do jilkekengi.
G. Bauh. Solamm vtfcicatoriurn qttod foliculi
VcjiCíC i/ifl.Uít firniles.
SOLA NUM Halicacabum veficaria I. > Aíatth. 71 ag. Loh. Lac. Ad. Lugd.
Porr. Alk^kongls.
Franç. Bagemttde. oh Aíorellc.
Efp. Bextco dõ Pierrô*
Aliem. Juàen herfcher .
DESCRI P. A primeira efpccie tem as fol¬ has como a precedente ; porem mais largas. A aflea jacrecida inclina para o chaon. Produs humas bolcinhas em forma de bexigas de cpi® tomou nome , dentro das cjuaes tem hum boraon amarelo , redondo , como bago de uva.
LUGAR. Nafce pellas afinhagas & na fom-
bra fuas frutas eftaon maduras em Julho &c Agofto.
V I R T U D. As folhas tem as propriedades 00 piecedente j mas o frudlo deílc he aperitivo & provoca a ourina. O fruto & a femente bebi¬ dos, curaon a Iterícia, expcllc a pedra &arcyas dos reins & da vcífiga , purgaon as chagas inte¬ riores do corpo. Pifafe o fruto maduro com uvas
brancas &: deixaon fe ferver para fafer vinho «uiueuco.
IA ii)
QUAL. f lia Sc íeca a o 3 . grao.
*70 Historia das Plantas,
G. Bauh. f^eJicarU repens.
S OL AN UM
íecimdu m.
ALitthioli.
DESCRIP. A fegunda efpecic de veficato- ria eftrangeira ou raíteira , he huma dva pio- pna para cobrir em forma dc Peneira por que eflendeíe nuiyto. Tem as folhas compiidas > re¬ cortadas y as flores brancas , das quaes fahem veíigas mcyo redondas com feis divifoens a o comprido : a femente que cfta dentro he olcuia no meyo da qual fc acha engrafado a modo de hum coraçaon. Sua rais he delgada com muytos
íilamentos. r .
LUGAR. Nafcc nas vinhas Sc afmhagas
luimedas fuas frutas , eflando maduras noveraõ, faon vermelhas.
V I R T U D. Tem as mefmas que a herva moira Sc fua fruta como as do Alkekengis pre¬ cedente.
Liv. V. Div. I. do Solatrum dormitivo. 17 1
G. Bauh. SoUmrn ^t>«vo«'p «v«.
SOLANUM
maj us.
Aíatth. Caji. Cxf.
C.irn.
Porr. Erva Aíolra de folhas agudas.
Franç. Aíorelle , ou Solatro cornrnun .
Irai. Herba bella
dona.
%
D E S C R I P. Tem as folhas mayorcs do que o dos jardins. Sua aftea efta alta as veies de quatro palmos ; de cor quaíí amarelas com muy- tos ramos que faon muyto delgados Sc cônca¬ vos em feu nacimcnto. As flores íaon compri- das, como as da herva Digual Sc côncavas co- mo campanas , de cor palida Sc vermelha. O fruto fe leguem dependurados na lua cauda , emgrafados dentro de huma vefiga , eftrclada a o redor. Fafemfe negros madurccendo > Sc faõ cheyos de huma pequena femenre. A rais hc comprida , groífa , branca , cheya de fumo.
LUGAR. Crefce cm lugares de pedras Sc nos bofques. .
VÍRTUD. Tem as virtudes do Solano dormi¬ tivo tomando s. ou 6. grãos fas furiofos os ouc a tomaon , Sc as veies fas dormir até a morte.-
M iiij
Historia í as Plantas,
G. Bauh. SoUitum fomniferum verticillatum.
S O L A N U M
Somniferum
Trvchnos
J
hypnoticos I. Mattb.Guil. Gcfn. Lac • Cluf.Dod. Lugd.
Port. Erva, moira
fomnifcra . QUAL. feca a o fria ao 3.grao.
DESCRI P. A primeira efpecie tem quan¬ tidade de ramos como vides , difíceis a quebrar, cheyas de folhas gordas fimilhantes as do mar¬ meleiro. Sua flor he grande , vermelha , pro- dus fruta amarela dentro certas vcfligas. Sua rais he grande coberta de cafca denegrida.
LUGAR. Nafce beira mar fobre as rocas , a fruta he madura em Agofto.
VIRTUD.A cafca da rais fas quafí os mefmos cfFeitos do opio : huma oitava da rais infundi¬ da cm vinho fas dormir fuavemente, a femente provoca fortemente a ourina & he boa contra a hydropifía. Mas dando mais de dofí de 12. graons fas vir afreneíia , feu remedio he beber muyto hydromel.
Jive Solatrum íoporiferum
Liv. V. Div. I. do Soícumm dormi tivo. i'/5
G. Bauh. Solanim fomniferum baciferum.
SOLANUM
fomniferum
1 1.
jkfdttb. Gefn.Lugd. Cam.
Port. Erva moira fomnifera.
QUAL. fec. a o i. frio a o 3 . grao.
D E S C R I P. Effa fegunda efpccíe tem as folhas mais eftrcitas , filamentofas , inclinadas paia terra j aaftea he cjuadrada , as flores como campainhas , purpurinas , dentilladas a o redor atadas com caudas ou pes compridos donde na- cem humas frutas de cor vermelho oícuro,chevas de femente meuda ; a rais he grande , tenra branca & nodofa.
LUGAR, Nafce febre montes cm Italia, florece no mes de Mayo.
V I R T U D. Saon as nrefmas como da »rk nr eira efpecie, £
D E S C R I P. Piodus huma fo afixa alta de mais de dois palmos ■, do meyo da cjual fahem quatro tolhas , dilpoftas em crus íimilhantes as a íanguina. Em cima piodus outras quatro fol¬ has diffoítas em crus como as precedentes , no n:tvo das quaes tem huma bolinha vermelha, cheya dc Turno como hum bago de uva > he cheya dc íememe branca & meuda. Sua rais he meuda palida com muytòs filamentos.
LUGAR. Crefce em oiteiros, florece em
VIRT U D. O fruto & femente faon contra pcçunha principalmcnte contra os que caufaraon perder o o juilo ou endoudecer , le íe do: no dias confccutivos.
1-4 Historia das Plantas,
G. Bauli. Soanurn quaàrifolium bacifenm ,
HERBA
Paris.
Atanb* Arg. Dod.
C iji . Cc/. Ligd.
‘Thx.i. Gef». Eyd •
Fort. Vva de rapo' a.
Franç. Rafin de R HAr d .
Ital. tieiba Paris .
AU. Uvojlbetr.
QUAL. fria Sc feca.
Liv. V. Dxv. I. da Beringela. 175 G. Bauh. SoUmtrn pomifenim f/utln oblongo.
MELONGENA
feu
Mali infana. jM-ttth. Cord. Ad. Lob. Cíijl. Lugà, Trag. Fu feio. Dod. Port. Beringela, Franç. Pome d‘amour. leal . Aíelanfana. Efp. Berengnena, All. Aídanz.an.
Q^U A L. Fria & luuneda.
D E S C R I P. As folhas faon cjuaíi como as elo grande folanum ou erva moira porem faon afperas & cabeludas & dentiladas a o redor , as flores faon brancas fobre vermelha a modo de eítrella ; donde fahe a fruta grofla de que a pelle he de cor purpurina & lifa
LUGAR. Poucas faon as hortas em Lixboa que naon as haia femeadas.
V I R T U D. Serve para vários guifados , he vento fa , de roim digeftaon paia os mclan* colicos.
M v)
17 6 Historia das P iautaí,
G. Bauh. SoUmtm [candcns , [eu dulcamarrf»
V I T I S
Sylveftris. AÍMtb. Lu. CaJI. Cato.
Port. Vide bravA.
Franç. Vigne fauvage . leal. Vita falvatka.
QUAL. quente Sc feca.
v
D E S C R I P. Tem vidias compridas como 'vinha > afperas , duras , a caíca coda rachada fuas folhas faon quafi como as da herva moira. Sua fruta vem em lachos que madurecendos fe f*c vermelha -9 Sc fe us bagos faon redondos Sc demacheuo. Arais he felpuda, a cafca dos ramos he amargofa logo a o maftegar mas logo fc fas doce por ilTo a chamaon doce amarga.
L U G AR. Nafce pellas afinhagas em lu¬ rares humedos , florece em Mayo & Junho a
fruta cila madura em Setembro.
Y I R T U D. Secas laixos faon adftrmgen-
ies. A rais cofidaem agoa , & bebida em dois COpos de vinho mefturado com agoa do mar cu- raahydropifia. As damas ufaon de íTa fruta pa¬ ra embelecer ou formolear o carao» & para ft- rar as íárdas Q?i lentilhas do loilo & para depila^
ÍOliXí.
Liv. V. D iv. I. da nos MetelU.
i7f
' [ G.Bauh. SoUnurn Pomo fpinofo rotundo >
longo flore.
N U X
metella
Aíatth. Cxfl. Ang.
Cam.
Porr.
Fran ç.Ncix metelle leal . Str amónia.
All. Kracnungtin.
Q_U A L. feca a o 4. grao.
DESCRI P. Efta planta fe parece tanto com a herva moira que naon pode fer mais íi- miihante : porem fuas folhas tem o cheiro do opio o que fas a diftineçaon. Tem as folhas brancas como o convulvulus & as ftutas como as dasNeípras, armadas com groíías & curtas efpinhas. A femente he femelhante á da Man- dragora.
LUGAR. Semeafe cm os jardins como as mais plantas eílrangeiras,
V IRTUD. Opilla & fas vomitar 5c cq- dormece como a Mandragora $ bebida a o pef© de quatro g.raons embebeda fortemente y 5: to» mando duas oitavas mata fe naon vomitar logo oufefenaon banhar os br alias & pcxnai a»
*7 * Histoma das Plantas,
G. Bauii. Aí mdr agora frufttt rotundo.
M A N D R A- GORA
Mas.
Àíitth. Trag.Fufch.
Dod. Gul. Lcic.
Lib. Liigd.
Porr. Aíindracora.
<—>
Franc. Afandracort
> ò
leal . Aí. ndra -
g 0 /
AU. Ahetum .
AfennWn .
QJJ A L. quente c feca a ò 4. grao.
DESCRIP. A Mand rago a macha chama¬ da pou algum s Morion , tem as flores & as folhas grandes , brancas , largas 3c iiias como as folhas de Acelgas, fuas fruras faon duas vefes m ay o: es que as da femia , fimiihantes as for- vas , tem cor quaíi como o aíTurraon , 3c o chei¬ ro bom. Suas raiíes faon grandes, negias por fora 3c a cafca groifa.
LUGAR. Achafe duas efpecies a o monte fanto Angelo 3c em Romanos jardins, fuafiuta madurece em Agofto.
V i R T U D. As Mandragoras íaon Narcó¬ ticas , refrigerantes , ftupefacientes , íelolutivas aplicadas exteriormente, Uíafe na Medecina da cafca ou da rais enteira, nas enflamaçoeas dos olhos , nas alporcas 3c em ouuos tumores,
Liv. V. D iv. I. dct Símdraçorct. 17 9
G. Dauhí Aíandragora fruílas Pyri.
M A N D R A-
GOR A
fcemina.
JP ttib.Trag.Cord. Lite. Lob. Dod. Lugd. Caf. Cam.
QU A L. quente & íec. a o 4. grao.
D E S C R I P. Tem as folhas negras & mais pequenas que a primeira efpecie , tem mao chei¬ ro Sc íaon efpalhadas na terra. Sua rais he como a precedente , mais pequena. Suas maçaons faon como nefpras de bom cheiro & dentro tem granitos como afperas. Efta he fem aílea como a precedente.
LUGAR. Crefce em lugares ofeuros Sc fom- brios. A fruta he madura em Agolto.
V IRTUD, Tem as meímas pvodriedades que a precedente. Em quanto o que íe dis das Mandragoras , que tem figura do corpo humano, que naon fe pode arancar fem perigo de vida, verdadeiramente he falfo ; & Macthiolo cm feu comentário íobre Dioícorides no liv. 4. chap. 7 1 . nos defengana íobre cita fabula. Mas por que a rais tem cabelos ou filamentos Sc tem alguma íímilhança com as partes bayxas do homem
foy chamada por algums tAntropQtnorph9ft xà clt figura de homem,
aio Historia ias Piantas;
G. Bauli. Hyociamus vidgarís vel nlger «
HYOSCYAMUS
All. BUÍenkyaut.
Qual. fria athe a o 4. grao.
DESCRI P. O Mimendro tem folhas alva¬
dias i macias, grandes as flores faõ palidas quaíi
amarelas, redondas, as quaes deixaon no cálice redondo quantidade de femente muyto meuda. Sua aftca healta de dois palmos-, lua rais he tenra com muytos filamentos.
LUGAR. Em terras areyentas & pellos ca¬ ntinhos , florece cm Julho.
V I R T U D. Os Mimeudros faon aarcoti- cos , flupefacientes , caulaon madorra , muytas vefesmataos animaes que as comem ; uzafe efteriormentc em emplaflros , & unguentos , em olios i fomentaçoeus : mitigaon o demafíado» movimento dos humores. Uzafe com prefcreia- «a do Mimendro branco. Â femente maftegads mitiga a dor dos dentes Sc para frieiras,
9
Liv. V. D iv. I. dê Mimendrú brana. il l
G. Bauh. Hyofciarnus albus maior.
Hyoscyamus
albus II. Aíatth.Dod. Gefrj. 7 nr. Lac . Aà. Lob. Caft. Lngd.
Porr. jMeimendro Franç. Jufqmame blanc.
Ital. fnfqulame
blanco.
Efp. l^elbenno.
Qualid. a rais & folhas fria a o 3 . gr.
DESCRI P. O Mcimendro branco hc qua- íi da mefma figura & grandefa do negro , com tudo tem as folhas mais largas , mais redondas mais felpudas & moles, hum pouco farceadas a o redor. A aftea he mais curta & tem mais ra- mos com muytas folhas. Suas flores nacem a o longo dos ramos : fua rais tem muytos filamen¬ tos , fua femente he branca.
LUGAR. O mefmo que o primeiro.
V I R T U D. Efia efpecie he melhor na Medecina do que o primeiro. As folhas faon fin- guiares eflando mefturadas em toda caífa dc medicamentos , que íervem para mitigar dores.
HYOSCYAMUS
ni crer III.
vD
Mtttb .CjÇuLugâ.
Port. Mimendro preto.
Franç. fufquiame
noir.
•y 4"%--
iSx Historia das Plantas,
G. Bauh. Hyofclíimns mlnor ,
Aliem. Schvvartz.
Binfcnl:*aut .
QUAL. frio ate 4. grao.
D E S C R I P. Efla efpecie tem a aftea mais gioíTa & alta dc tres palmos. As folhas laon cor de cinfa fuculentas grandes de caudas com¬ pridas. Suas a ficas & ramos faon cheyos de bo- toens pequenos de que lahem flores amarelas palidas , com algums rayos purpurinos & no mcyo faon dc cor vermelha oícura r a 1 "emente
he dc cor denegrida St meuda.
L U G A R. Nafce como as mais efpecies.
V I R T U D. Matthiolo prohibe o ufo defta fpccie por peiuiciola.
■ . : :-,y- t. !?4S»ít V ■ vAv
Li v. V. Div. I. do Tabaco.
G. Bauh. Nicatiana major latifolia.
TABACUM
Nicotiana,
L'igd. Lon. major.
Tab.
Port. Erva fanffa ou Tabaco.
Franç. Tabac, Ni* cotiane, herbe a la Reine.
cs mais Tabaco.
DESCRIP. A planta cio Tabaco lic taon conhecida porque poucos faon os , jardins Sc hortas , hoje que naon haja efla planta Americana ha tres efpecies que naon dife¬ rem mais que cm terem folhas majores ou mais eítreiras os nomes faon Nicotiana lati f o- lia , anguíf iore folio , Minor , lana fama, Hyociamus Peruvianus , Pecum.
V I R T U D. Purgaon com muyta violên¬ cia i uíafe na apoplexia , Paralifia , Letar¬ go, nas fuffocaçoens uterinas, na aílhma ; daíe pella boca & em ajuda; ufafe na dor dos dentes aplicada cm cima ou de cachimbo ; Tomaíe pclle Naris para faler eípirrat õe a
íMm&iãí: 4Í& ,í I..Ú
i$3 Historia das Plantas,
fuar : faon vulnerarias , aplicaonfe em re¬ médios exteriores , reíolvem , curaon a cocei¬ ra em coíimemo. A herva (anta he compofta eu conern muyco oleo & íal muyto acre , yo- latil & fixo.
Liv. V. Dir. I. da Dormideira.
G. Bauh. Papaver hortenfe femine alho.
PA P A V ER
facivum.
Aíatth. Dod. Ga!.
Lngd. Tab. Porr. Dormideiras br ancas domeji. Franç. Pavot des jardins.
Ital. Papaver» dorncftico» ,
Efp. Dormidera. AU. Âdaqfawen.
t~>j
QUAL. fria a o 4. grao.
DESCRI P. A que tem fementes brancas tem as folhas largas como a alfacia , alvadias a flor de cor alvadia & vermelha, com pelos
pretos por dentro : as cabeças compridas. O qne :em a femente negra tem as fo has & aílea mais pequenas mais rodondas , mais alvadias. Sua 3or lie vermelha.
LU G A R. Semeafe em bom terreno , flo- ece em Julho & Agofto.
VIRTUD. A femente branca meftura fe íopaon & nas comidas & nas amendoadas para onciliar o fomno j íerve a os qre te;n verti^ems:
) fummo tem mais força, mas he mais peri- ;oío. O Opio que he feito do fumo que fe extra- c das cabeças tomadò a o peio de hum ou dois
taons , mitiga as dores principalmente da ca- eçâ y fas dormir , mitiga a tolTe & a fluxaon )brc o jjeito & eítomago*
2*
mmm y %
ii 6 Historia das Plantas»
G. Bauh. Papaver crrat.majus Dlofc .
Tneoph. Pliaio.
PAPAVER erratic. Rhreas Jlfatth. Cora. Gefn.
Lac. Lon. Dud.
CaJI Cif. Tíib.
Apoth. Papaver nigr. magnum.
Porc. El p. Papoilas.
Fr. Pavot fativace.
o c>
Ir. Papaver o en at.
All. K ornrofen.
FeUmagfamen.
QJU A L. Frio a o
4- §iao-
D ESCRIP. Os Gregos chamaraon Rhoias papoilas Sc como lua flor he taon conhecida
cfcuíaremos deferipeaon. . .
LUGAR. Poucos faon os campos Sc pnnci-
palmencc entre os trigo que naon as ha;a.
V I RT U D. He peei oral adoçante cnciaila
os humores , facilita o efcarroSc o fuor , he boa nos catharros inveterados , na afthma , nos Pleuiifes ; uza fc da infufaon ou do leu xarope ,
conlilia o fomno fracamente. Cinco ou eis ca
becas coftdas em vinho ate fe gaitar ameta e» fas* dormir quem o beber , a fomentaçaon com folhas de papoilas fas dormir.
Liv. V. Div. T. da Dormideira Marina 187
Ç. Bauh. Papaver cornículatum hiteum.
P A P A V E R
cor n i cu 1 atum
yid.Lsb. CaJi.Ctef.
Port. Dormideira.
Franç. Pavot corniú Ital. Paver cormti . All. GobelrMgien.
D E S C R I P. Suas folhas faon fímilhantcs as do vcrbaíco > brancas & dentiladas a o redor, © fruto he pequeno curvado como a ponta de carneiro. A femente he pequena & negra, fua xais a flor de terra negra & grofla.
LUGAR. Achafe beira mas florcce cm Julho & Agofto.
VIRTUDES. O coíimenro da rais hc boom na fiatiga & a os achaques do figado pur¬ ga as immundicias das ourinas , a femente be¬ bida laxa o ventre. Ainda ha mais efpccies deílas Papoilas de varias cores , & íimplcs & dobes j mas íuas propriedades iaon as mefmas que as defta efpecic.
«SS Historia das Plantas,
DIVISÃO M SEGUNDA
Das Anémonas , Phlfatila & Adónis.
G. Bauh. Anémona temtifolio jimplici flore.
ANEMONE
I.
Ababa.
Franç. Pajfrflettr . ltal. Anemone^flor
di dona.
KW.Vvhidiroflin.
QUALID. quente &: fcca.
LUGAR. Crcce em afinhagas a lugares
a o íol abrigados.
V l R T Ü D. Todas as Anemoncs tem virtu¬ de de abrir as vcyas , & de athraer os humores , por ilTo fu as xailes maítegadas atrahem forte- mente a flegma da cabeça ; mundificaon as cha¬ gas fornidas. As folhas & a aflea coíidas com cevada efbrugada fas criar leite & aplicadas em Forma.de Peflario provocaon o fluxo meníliual. t
G. EauhJ
Liv. V. Diy. II. dm Anemonc, G. Biuh. Anemone Matthioli.
ANEMONE
I I.
Áíattb. Litgd.
Fort. Efpecie de Anémona.
Franç. Pafefícur.
QUAL. quente & íec. como o Ra- uunculo.
D ES CR IP. Efta fegunda efpccic tem as iolhas mais compridas & mais denciladas , tem a aítea fimilhante a precedente , mais groflas Se duras & direitas: as flores menos encarnadas rendo as cabeças cabeludas a o redor , fua rais
dicai t'4 COm° aS R'aPun^a > de gofto mor-
LUGAR. Nafce nas afinhagas , em luo-a- *cs cultivados florece na primavera. D
/pV 1 ^-T U D- Pda planta he muyto acre &
,.m ° fumo em fo™a de Errina liquida, forvido pello naus purga o cerebro. A rais maftegada a- trahea phlegma.coíida cm vinho ferve naf enfia- maçoens dos olhos & conforta a fraqueía da
da primeira. ^ ClCatIKCS> ccm as mais virtudes
Tom. I.
N
G. Bauh. Pulfatilla craffwre & majore folia.
PULSATILLA
Afatth. Gefrf. C.ift.
Dod. Ad. Lugd. Tab.
Fort. PhlfatilU.
Franç./V fatille , ou Pajfefl em.
All. Bifsvvmtz..
QUAL. quentea o 3.giao.
DESCRIP. Quando crcce tem a folha fel¬ puda , meuda Sc recortada de gofto acre ou. mordicante , a flor he vermelha em forma de cftrcla j no meyo tem filamentos amarelos as
folhas e pes da flor felpudos.
LUGAR. Nacccm lugares pedrofos , in-.
cultos florece cm Abril.
VIRTUD. A rais he temperada ; mais
todo o refto da planta he quente 6c feco a o 3. grao. A rais he boa contra a pefle 6c veneno,
bebendo huma ate duas oitavas em vinho*, hc
contra venenos. A agoa deftilada bebida fas luar & aplicada por fora fobie feridas as cura.
Liv. V. Dit. II. daAdonU efpecie de MacelU zpt
A DONIS AAatth. Lugd.
Port. Efpecie dc Macella.
Franç. Camomille . Al Camillen.
QUAL, quente & fcca a o i . grao.
DESCRI P. A Adónis he huma efpecie de Macella a mais alta de todas , fuaaftea hc alta de mais depalmo e meyo groíTa em bayxo& del¬ gada para cima. Fas vários ramos, na cima dos quaes tem vários botoens redondos onde tem a flor purpurina & vermelha : entre os ramos tao- bem tem pequenas crecencias que tem umbellas compridas , agudas que fe parecem com a flor de Macella. Sua rais efta a flor da terra.
LUGAR. Achafe em Italia , nos jardins das plantas em França florece em Julho.
, V I R T U D. Efta efpecie tem muytilfimas Yutudes contra a pedra : proyoca a ourina.
jt.-J *f ' y,- . • :
í$ i Historia d as Plantas,
DIVISAM TERCEIRA.
• «Jb « - ' *
D.u R.inunculas.
G. Bauh. Rttunculus Pratenfis r adice ver-
úcillitnodo rotundo.
RANUNCULUS • V.
Aí.ttth. Tur. Lite.
Lon. Lugd.
Pcs Lconis.
Pert. Pede Leaon . Fr. Grenoudlette.
ou pied de Liou. Efp. Tervu belida. leal. Pie de Leone. AU. Hunenfup. Drufvvurtz.
D EsCRIP. Tem as folhas fnnilhantcs as da primeira cípecie : tem quantidade de raifes Sc no meyo tem huma groíla redonda branca, que he acre & vulneraria.
LUGAR. Nace em lugares humedos no-
rece cm Avril até Junho.
V I R T U D. Uzafe ordinariamente extenor-
mente na tinha , por dcpilatorio , paia gaftac
carnes babofas , nas eícrophula, Sc nos íternu-
tonos,
Liv. V. Div. III. dos Ranuncnlos. 19} G. Bauh. Ranunculiis palnjlris apli filio levis «
RANUNCULUS
I.
Afatth . Gefn. Lac,
Cafl. Lttgd.
Port. Ranunculo .
Franç, Grenoüíllettc ou Rejins Plepou .
Ital. Ranunculo ,
Pie CoYvino .
Efp. Terva belida .
Al . Hdnenfufs .
Qualid. quente a o 4. grao.
DESCRI P. A primeira efpecie de Ranun- culo tem as folhas fimilhantesa o coentro mais largas , grofTas & alvadias , Tua flor hc amarela & as vefes vermelha , íua aftea alta de palmo 3c ineyo. Sua rais he branca , pequena , com muytos filamentos como o heleboro.
LU G A R. Crefcc em lugares humedos , flo- íece em Avril até a Junho.
VIRTUD, Todas as efpecies tem as raifes nniyto acres de tal forte que aplicadas faon cor- rofivas & abrem chagas com muyta dos, ie naon íabem ufar ddlas : com tudo esfregando a pcllc com ehas curaon a farna ; faiem cahir as unhas.
IR;.* '* ■ ■ :»5Jsáây& SÊto&S&fxjíàS Sc
í|í| -Mà sf
w â
nih
\ 3 * B
 h I
fH h
x?4 Historia das Plantas,
G.Bauh .Ranuticnlns paluftris folio lanuginofuf ,
RANUNCULUS
I I.
Port. Ranmculo.
Franç. Grenoüilletes 1. ejpece .
QUAL. quente a o 4,grao.
D E S C R I P. Efta i. efpecic tem as folhas mais lanuginofas & recortadas & a aftea mais
LUGAR. Crece com abondancia na ilha de Sardenha & he muyto acre : florecc em Abril até Junho: he defta que Virgilio dis , Sardois ttmarior herbis , & da lugar a o ditado de rifus fardonicus : por cjuc os ^ue a comiao y moiriaoni com huma contracçaon de nervos parcciaon efla- rem fe rindo t Paufanias & falufta ? taonbem Diofcorides diícm o mefmo Uv» 6, a chama*. Sardonia.
Liv. V. Div.III. do Rammcnlo.
RANUNCULUS
111.
Matthioli .
QUAL. quente a o 4. gr ao.
D E S C R I P. Efta terceira efpecie naon diffc- re da outra mais que em fer fétida 6c ter as flo¬ res amarelas
V IRTUD. Tem as mefmas que a pnmci** ra & ke muyto quente.
i«>6 Historia d a s Plantas,
G. Bauh. Ranuncnlus montánns aconiti folio
albus flore majore.
RANUNCULUS
I V.
Qual. quente a o 4. grao.
D E S C R I P. Efta 4. efpecie fe parece cora a 3 a. exepro que tem as flores brancas , florecc na primavera.
V I R. T U D. Tem as propriedades da pre¬ cedente.
Lrv. y.Div. Til. do Acorito. xyj
G. Bauh. Ranunculus montanus aconiti folio
albns üore majore.
ACONITUM Lycoótonum
V.
Matth. Lugd.
Porr. Aconito ma ta lobos.
p *
Franc. Aconit.
J
7 ue lou p V. efpece.
Ital. Aconito per ama ff ar lupL All .VvolfíWHYtZ.
D E SC R I P. Efte tem muytars afteas Sc fol¬ has grandes trafidas com gvandes caudas que vem des da rais s faon mais recortadas do que as outras precedentes 3 as fto>:es faon pequenas Sc de cor purpurina.
LUGAR. Nafce nos Untares das outras.
* 4 y
V I R T U D. As mefmas que as outras efpc- cies.
Historia das Piántas,
G. Bauh. Ramncuhts mentanus aconiti folio flore globofo.
ACONITUM Lycodon um
I I I.
Mattb. Lac. Thal,
Tab.
Port. Aconito ma¬ ta lobos.
Franç. Aconit Tue-Lout).
D E S C R I P. Efta eípecie em quanto as fol¬ has fe parece com a precedente as flores tem cinco folhas de cor de ouro.
V 1 R T U D. As mefmas.
Liv. V. Diy. IV. dos Aconitos.
í9S
DIVISAM QUARTA.
Dos Aconitos GT Elehoros.
G. Bauh. Acomtftm Lycoüonenm luteum,
ACONITUM
Lycoótonum
I I.
Aíatth. Lac. Lugd.
Tab.
Porr. Aconito t>e
de Lobo .
Fran$. Patelovine ou Ejlrangle loitp.
Efp. Yerva mata
lobo •
Qualid. quçnte & íec. ao 4. grao.
DESCRI P. A aftea hc dc altura dc tres falmos , lanuda , cava, redonda , dobradiça hum tanto curva : fuas folhas divididas em cin¬ co partes , de cor verde ofeura , brancas por baixo j as flores de cor amarela ou verde alva¬ dia > íua rais com muytos filamentos , denegri¬ da, dc cheiro naon defagradavel.
LUGAR. Nafce em montes frios , mas cm quantidade no monte Pilla em Liaon.
VIRTUD. A rais & a femente pifada com aleite , ou o feu cofimento mata os Piol¬ hos. Se naon ufa interiormente : por que todgs os aconitos laon peçonhentos.
N vj
3ík fmKmissmsmieatr mÊÊÊMMK WrmÊÊ
■>.. / ■* . ;y
^ ^ Historia das Plantas.
G. Bauh. siconitum LycoElonum : albís pallidifve flori bus.
ACONITUM
Lycodonuin
V I.
J iattb.L ugd. Tab.
DESCRI P. A ciifferencia deftecom os ou¬ tros hc que as flores laon purpurinas : & errr ccno modo íc parcccm com cafcos*
Lrv. V. D TV. IV. eío Aconito.
íor
G. Bauh. Aconitum c&rul. glabrum flore
confolidt, regalis.
ACONITUM '
Lycoótonum
1 V.
Áíatth. Lac. Lttgd.
DES C R I p. Sua aftea & fuas folhas renv fimilhança com o precedente porem as folhai deite faoa mais recortadas & mais fofas. Aí. flores faon de outra figura &c de cor de ouro.
LUGAR. Sc V I R T U D. como os prece¬ dentes.
«
*
I
. ' JM
MWB—lidiy IIÉH llf J(06>-UE*i X -
5 ° ~ Historia das Plantas ,,
G# Baulv Aconitum coma inflexâ foliis
artgnJlioribus.
ACONITUM
Lycodonum
V I I.
Matth.Lugd,
D F. SCRIP. A differença particular defta fle que tem as folhas íepartidas em outras pe¬ quenas que faou recortadas em 7. ou 8. mais pe- queuas. Suas flores faon purpurinas.
fg g
Liv. V. Div. IV. dos Aconítes.
G, Bauh . Aconitum infexk c»mk tnaxitrmw.
ACONITUM Lyco&onum IX.
Matth. Litgd.
DESCRIP. Efte tem a rais hum pouco bulbofa, as folhas tem a cauda comprida recor¬ tadas com extremo: as flores differemes das ou¬ tras ôc de cor de ouro.
cm •
554 Ht storu das Plantas;
G* bailh- -dconitum c<tntleim3feii Natellm
NAPELLUS
Matth. Lon. Dod. Caft. Lugd.
Porr. Re f algar vegetal.
Franç. Chappsyon de Moine.
Ital. Napello.
A 1 1 . Blauvvurt ou Blavv Elfembillein.
w~rr
*****
DESCRIP. Tem cinco folhas cm cada cauda recortadas como o cinco cm rama,ve:des cm ci¬ ma, verdes c brancas por bayxo , fua aílea h c de nxs palmos de comprido , no cabo ía hem flores purpurinas, düpoílas cm forma de efpigaas quais tem boraon íimilhantea hua caveira de defunto* & e fiando aberras fc parecem com as de urrigas mortes. A lemente he negra. Sua rais he corno hum ravaon negro , que tem tantas fibras que; parece huma rede.
L U G A R. Crece lobre os montes.
V IR T U D. Toda a planta he muyto ve~ nenofa ; mas particularmente a rais , que inata rendoa muyto tempo fechada na maon. Os fi¬ na es dos que a comeraon faon que os beixos , a lingoa, a garganta fc cmflamaon , cnchaon ôc juntamente os olhos fogueie desfalecimentos }1 convuifocns & a morte. Os remédios faon os faes> voláteis de víboras de C. C. a Thcnaga , o Qi> Tietano , 0$ vomitoiios..
Liv. V. Div. IV. doAconito.
3°5
G. Bauh. Acomtnm ramofnm parvo flore.
D E $ C R I P. As flores defte faon difFercntes das dos precedentes , em quanto a figura, mas na cor faon purpurinas como a ícptima , taon- bem as folhas faon recortadas por outro çftillo & fua rais he hum tantó bulbofa.
30$ Historia das Planta^
G.Eauh. Aconunrn fduúfcntm, feu Amhora»
ANTORA
Jive
Anthitora.
Aí Atilo. Gejn. Lon.
Gef. Caft.
Port. Autora .
Franç. Arithor ..
Aliem. Gijjlhejl.
D E S C R I P. Antora he huma planta que nace perto do Napello : tem a aftea de quaft dois palmos de altura , forte Sc rodonda fuas fol¬ has faon recortadas miudamente. As flores que cftaon no cabo faon moytas de cor vermelha, tem duas raifes como duas afeitonas negras põe fora brancas por dentro.
LUGAR. Nafce nos montes frios.
V I R T U D. A rais he boa contra toda eaftat dc venenos principalmente do Napellus,& contra mordeduras de viboras j & outros animaes re- nenofos , Sc taonbem contra a pefte. Purga poc baixo Sc por cima os humores vifeofos Sc tem to«* das as qualidades do Didtarno. Seu cheiro afo- genta as cobras feu fumo cura as feridas & mor¬ deduras de animaes yenenofos he efiicas contia acoiica.
Liv. V. Di v. IV. do A emito Parda!. 3 °7
G. Bauh. Acomtum pardaliunche i.fcti
Tbora major .
PSEUDO ,
' ACONITUM^ Pardalianches. *Matthioli.
Port. Aconito .
Franç. Eflranglc Renard.
D E S C R I P. Naon tem mais que huma aftea de altura de hum palmo , fraca com hum jun¬ co ; duas ou tres folhas nacem de fua rais , hu¬ ma crece no meyo da aftea fem cauda > redonda da figura da do cyclamen alguma coufa mayor , dentíllada a o redor, as que eftaon no cabo da aftea faon compridas, agudas. Tem fo huma flor no cabo da aílea da figura & cor do Ranun- culo &: deixa huma cabeça cheya de femente. Sua rais tem quantidade de ramos compiidos que findaon cm pequenos filamentos.
PROP R. Matthiolo falfamente o nomio Aconito falfo , viítoque naon o ha emtre todos mais venenofo. Os caífadores antigos molhavao fuas fedas no fumo defta erva defte modo por Uon leye que foífe a ferida morriaon logo.
_v ■
\1 f ij ‘■ítS
G. Pardalíanches Dlofcoridis
creàitum Ahmbioli.
aconitum
Parddlianchcs.
Aíatth. Lac, Dod. Gal. Cafi. Lugd. Tab.
Porr. Aconito. Fianç. Aconit.
PJlrangU lottp,
Ital. Aconito.
Efp.
Contei ba.
AH. Vvolfsb eer. Dolwbrtz. .
QUAL. quente & feca a o 4. grao.
D ES CRI P. Suas folhas faorv fímilhantes as do pepino , cabeludas & que naon exedem a o numero quatro , cheyas de veyas verdes en ci¬ ma , & alvadias, veludadas & marchetadas de pontinhos, dentiladas ao redor, atadas com huma cauda comprida delgada , a aftea he dc hum palmo de altura i as flores faon fofas en- cachadas a o redor de cor amarela palida. Tem muyto no monte Pila em Liaon.
V í R T U D. He venenofo com extremo, o que fe conhece ; por que maflegado deixa a lin- goa doce , com pouca adftricçaon ; depois caufa de andar a cabeça a roda, fas lagrimar os olhos & logo íentefe o peito carregado & os hy- pocondrios & no inflame da fahido a ventos.
: r; -
m f
Liy. V. Div. IV. do Aconito Tardai. 3 o j
G, Bauh. Doronicu?nradice dulc \
ACONITUM
Pardalianches. TTheophr* Aíuitth. Lug. Tab.
QUAL. quente 6c
fec. a o 4. grao.
DE SCRIP. Efta efpecie de Aconito fas íua rais fimilhante a o alacrao da qual fahem ou¬ tras pequenas compartidas por nos, que fe vaon multiplicando 6c vaon formando outros ala- craos , dos quais fahem crecenías 6c folhas que fe parecem com as de Artanita ; em quanto a aítea 8c folhas faon íimilhantes as das preceden¬ tes 8c as folhas cor de ouio como as do cryfan- themum.
LUGAR. Nafce em montes frios.
VIRTUD. Galeno dis que cita efpecie tem virtude putrefaóliva 6c venenofa de tal íorte que mata quem o comer ou beber, tem as proprieda¬ des dos precedentes.
1 1
mm m é ■&>
5io Hhtoma das Plantas;
G. Bauh. Doronlcum r adice fcorpii
Brachiata.
ACONITUM
Pardalianche.
Plin.Aíatth.Dod.
Cd. Lob. Tub.
*
D E S C R I P. Eíta cípecie de Aconitum rera a aftea muyto alta & compartida > fuas raife$3 acompanhadas de outras duas como duas azas dc pai te & outra parecendo melhor hum caran¬ guejo do Gjue hum alacrao : fuas flores faõ cor de ouro como as do chryfantemum.
VI RTUD. He venenoíb como as maii rípecies.
♦
liv. V. Div. IV. do Toque»» Aconito Tard. 3 1 r
G. Bauh. Dorontcumradice fcopii.
ACONITUM Pardalianches minus.
<
D E S C R I P. Tem as folhas quaíi. rodondas, verdes , moles , cabeludas de feitio quaíi como as dos pepinos. Sua aftea he de altura de hum palmo cabeluda , acanelada a dois ou tres ângu¬ los & no cabo tem flores todas amerelas , pro- dufem femente pretta , fuas raifes faon brancas como as da grama mas formão corpos que pa- jecem alacraos mortos.
LUGAR. 6c Y IR TU D. Como as mais.
,
%
5ii Historia das Plantas;
G. Bauh. Doronicum Plantagims folio.
A L I S M A
%
AÍMthloli.
CjJ}. Cim. Eyjl.
Aipinum
Gefn .
Damafouium Lngd.
Port\ Doronlcos.
Franç. Allfjna.
D E S C R I P. He a quinta cfpecie dos Doro- nicos tem as folhas como a tanchagem nervofas. mais edretas , curvas para terra , as raifes fac íimilhantes as do Eleboro negro meudas & chei¬ ro las.
LUGAR. Nace em lugares aquaticos & áridos.
V I R T U F>. He hum pouco abfterfiva. A rais bebida a o pefode hua oitiva ferve contra mordedura de animaes venenoíos , aos que ti¬ verem bebido opio & contra a dyfenteria, affeh tos da madre. Seu cofimento rompe a pedra nos rei lis & provoca os meníhuos.
G. Bauh,
Lrv. V. Div\ IV. do Hlleioro negrõ. 3 i£* G. Bauh. Ellcborus nlger hort. fine vlridi.
ELLEBORUS Niger II. feu
Vcratrum nigrum,
Aíatthioli.
Port. Elleboro negro
Fr. Ellebore noír.
A1I. Scvvartte Nifsvvurtz ,.
QUAL. quente & fceo a o 3. giae.
D E S C R I P. O fegundo Elleboro negro nao difreie do primeiro que porque temas flo»
res brancas como taonbcm do terceiro que as tem
verdes ; as folhas das ultimas faon hum pouco mais eílreitas. r
LUGAR. Naíce fobre montes 6c em vales fiorece em Mayo 6c Junho.
VIRTUD. O Elleboro digo fuas raifes 1 em corrigir ou preparar purga por cima & poL bayxo com violência , aplicada fobre mordedu¬ ras de amraacs venenofos depois «de rafpada a pelíc , atrahe o veneno principalmente as bcítas Diofcondes dis que a cepa de vinha plantadi junto a o El leboro:as uvas & o vinho feraon pur- gantes Lavandofe a boca com cofimcnto de El* leboro he contra as dores de dentes, aplicado
AnhVad"15 °lC ha? hC finSu!ar contra a 1'urdes. Aplicado com vinagre he contra a fo^em ,
empigcms & fama. °
Tome j.
O
XviSSfc lÉTOnwiifiBirirfifrnMGr
514 Historia das Plantas,
G. Bauh. Helleborns niger flore rofleo.
HELLEBORUS
niger I.
ALttth.Cdfl. Lugà. Cíirn.
Porr. Elleboro rmgro i. eflpecie.
Q\J AL. c]uente & feca a o 3 . gtao.
DE S C R I P. Tem as folhas fimilhames as do fpondilium, afperas , negras , recortadas, as flores laon aí peias de cor vermelha alvadia pegadas huma a outra. Sua femente he fi- miíhante a do carthamo. Suas raifes faon negras & meudas atadas a huma cabecinha quafi como
cebola.
L UG A R. Na nos vales & lugares andos ,
florcce em Mayo & Junho.
V I R T U D. O melhor he o que vem de Antecyria fendo mais a&ivo do que o brauco pofto que he perigofo fe (e der mais de huma oitava : podele uzar feguramente de fua ínru- faon. Dado cm vinho tem mais vigor contra as
«Juas cóleras.
mm
I
mfflmm •?' fãm
Ltv. V. Di y. IV. da 'Elcborina.
G. Bauh, HelUborindi fanicuU facic,
EPIPACTIS
Elleborinc. Mmb. Ldç. Lngd .
Tab.
Port. Elleborina.
Franç. j Elleborinc Ellebore ou blanc fauvage.
QUAL. quente & íeca.
DES CR I P. Eíta planta tem a rais erofla & comprida compoRa de muytos filamentos que lanem da mefma parte ; tem as folhas como as da laiiicula. Suas flores faon difpoftas em forma de eítrela com cinco folhas hum pouco acres.
* . “* 7.9 A R; Crcce íobre os monres fombrios cCnQs Alpes, fiorece em Julho & Adoido.
I R T U D Tomada em bebida abre as ob-
«"S ° ufs!do & afrora:a mu^“ a “d<«
WM
• : -r.- -j", //
. ' ■ <•
-■ . .
— - - -
WEB atS^JÜ» JHM
LV.
316 Historia das Plantas,
G. Bauh. Helleborus nlger tcnuifolius
Btiphtalmi flore .
TSEUDO ELLE- BORUS
JlÍAtth. Lugd.
Fort, Ellcbero bajlardo.
Franç. Elleboro
bàtArd,
All. Chrlflvvurtz.
QUAL. quente &
ícc. a o 3 . grao.
D E S C R 1 P. Tem as folhas divirtas em 9. partes quafi como o Aconito mata lobo mais dentiladas & entrecortadas a o redor tem cau¬ das compridas & chatas. Sua aftea he chcya he Juim pouco afpeta ; fuas flores faon íimilhantcs as precedentes, fuas raifes faon mais compridas 8c faiem vomitar os que as comem.
LUGAR. Nafce nos montes de Boêmia & rerto dc Praga , florece cm Fcbreiro & Avril. ■ VIRTUD. A rais mata os que a comem; fua rais pofta a traves das ourelhas das bertas de quatropes , os curaon da Peripneumonia 8c de todas outras doenças, o mcfmo £as o Elcboro negro primeiro.
/
i
LiV. V. D iv. IV. do Elleboro branct. 3*2 G. Bauh. Helleborus albus flore [ubviridi %
HELLEBORUS
albus.
Matth . Ad.
Qualid. quente & feca a o 3#grao.
DESCRI P. O Elleboro branco tem as fol¬ has como a Tanchage mais curtas Sc ofcmas,fua aftea he cava alta de 4. dedos, revertida de certas peliculas que larga fecando, Tem varias raifes meudas , que naccm de huma cabecinha com¬ prida como a das cebolas.
LUGAR. Nafce nos montes &T lugares afpc- xos , & florece em Junho & Julho.
V I R T U D. He abftcrfiva, a rais fe apanha quando fe colhe o trigo , amais nutrihc a mel¬ hor & quebolindo nella ou chcirandoa fas cfpi- rar. Sua virtude dura 30. annos. Purga por vô¬ mitos diverfos humores. Para corrigir fua ma* Jignidade por feha a rais demolho 4. dias em oxymel Sc feca fe goarda. Daíc meva oitava em po em vinho aos frenéticos: ou huma oitava de infufaon em vinho Sc eíTe vinho mirturado com caldo fe da a beber. He boa contra a Ptiíia, a Epilcptia , &c. feu cofimento cura a farna dos carneiros. O jg
3*S Historia das Plantas,
divisam qu 1 n t a.
•Drf Gentlana , da Cambagcm, Coronepits, &c~ G. Baun. Gentiana major Imea.
GENTIA NA
major.
Maubioll Brunf. Fttfíh. Ang,
Tm. Dod.
Port.Franç.Efp.Ir.
Gentlana..
Aliem. Gentz,ian on Bittervvkrtz.
QUAL. a rais quente & fec. do 2. a o 3 . grao.
D E S C R I P. As folhas chegadas a rais fc arccem com as da Tanchagem & faon avermii- adas : mas as que eítaon depois do meyo pa* ra cima, faon recortadas , fua aftea hc côncava, unida, da groífura do dedo, alta de dois palmos. Suas flores faon a fuis, luíidas & de feitio de campainhas. A femente he larga, leve, lanu- ginofa como a de lpondilium cm pequenos re¬ ceptáculos.
L U G A R. Crece nos montes.
V I R T U D. Sua rais he rnuyto eflicas para fubtilifar , alimpar , & defopilar. He atenuante,, aperitiva , alexipharmaca, he grande remedio contra mordeduras de cam danado &c de outras: animaes venenofos , para provocar o íuor , re- fiítir ao veneno , mata as lumbrigas, provoca a. ©urina & os menítruos, he contra as febres inter* núccmes, deterfiYa das chagas na gangrena*
Li v. V. D xv. V. da Qentian a menor. } ij>
G. Bauh. Gentiana erneiata.
GE N TI ANA minor five Cruciara. jüíatth. Lob. Caft.
Tab.
Port. Gentiana menor.
Franç. Gtntianelle ou C eijete.
Irai. Pettimbrofa .
All. Krutz.kraut
Adaâelcher.
C>
Qual. quente & fec. a o i. grao.
DESCRI P. A aftea he rodondar , aver¬ melhada emeima, na qual por intervalo tem 1105 & concavidades donde íahem as folhas duas a duas , nutridas , compridas Sc íimilhantcs as da /aponaria. Suas flores a fuis nacem emeima , Sc a o redor das folhas que eftaon chegadas, que eftaon em forma de ramalhette redondo. Sua rais he branca , rodonda , amavgofa Sc forada em varias partes em forma de crux,deque tomou o nome de cruciata.
LUGAR. Nafce nos montes Sc em. lugares incultos , florece em Julho Sc Agofto.
V I R T U D. He boa contra toda cada dc veneno como a Gentíana. Arais aplicada lobre o ventre marta as lumbrigas , o que Matthiolo experimentou, & cura as alporcas aplicando lhe as pos emeima.
3 lo Historia das Plaktas,
* •
G. Batih. Plantago líitifolia finuata.
PLANTAGO
major ALittbloU.
Fnfch. 7 nr. Gefti.
Dod. C«fl. Tal’.
Porc. Tanchage.
Franç. Plantain.
Efp. EUntem •
1 tal. Piar;ta<rlne.
Aliem. Vvoter ,
, VveYgricb.
QUAL. frio & fe< a o i. giao.
DESCRIP. A grande tanchagem tem a folha larga , &c tem íetc nervos , & as vefes mais, Sua aftea hc anguloía , vermilhada , alta de mais de palmo & meyo , cheya de femente até a cima , íuas raifes faon tenras , cabeludas & da groíFura de hum dedo.
LUGAR* Nacc em lugares humedos & quaíí em roda parte, florece em Julho & Agofto.
V I R T U D. He melhor do que a menor, he boa contra todas as chagas, cicatrifaon as velhas* ferve contra as vcrmchidoens , berbulhas , enfia* nçaçocns, as almorrermas , as empigems , nz gota principiante ; reprimem o fluxo de fanguc» & em geial rcfriaon todas as partes cmflamadasv A agoa deftHlada obra os mefmos effeicos $£ muytos outros ufos.
Liv. V. Di v. V. da T.mchagem comprida. 311 G. Bauh. PUntago angufli folio maor.
PLANTAGO
longa.
Matth. Lftgd.
li • /
\
\
ff
■v .
» 4
D E SC R I P. A Tanchagem comprida tem as folhas efheitas menores do que as do primei- 10 : &c faon mais unidas , mais moles , 8c mais delgadas. Sua aftea he angulofa & curvada , fuas flores palidas em tudo mais fe parece com a primeira.
LUGAR. Nos meímos da precedente.
VIRTUD. Fora a$ propriedades do prece¬ dente, a agoa de Tanchagem bebida he boa para os que efearraon o fangue ou que o ourinao & a os Pthiíícos , hum copo deita agoa refifla a tebre terçaon bebida antes do acceífo , 8c quatro copos reíiíta a febre 4. bebendo quatro ond¬ eas 40. dias arreyo, cura a bydropifia, a toíTc fecca y aEpileptia
3ii Historia das Plantas,
G. Bauli. Holojlluw JlricliJfimo folio ma us.
CORONOPUS
Serpentina.
ALiith.GeG’. Lugd,
Franç. Pled de Corneille.,
êc feca.
DESCRI P. A coronopus rafteira brava tem íuas íoihas efpeças íimnlhantes a o pequeno cmfayaon dos montes com quantidade de aíteas de altura de palmo, íuafemente he meuda, in- cuía em eípigas como as da Tanchage, Sua* rais he comprida & dura como pao.
LUGAR. Naceem vales Sc rochedos , a a* longo do mar em Marfelha > fiovece em Mayo 8C- Junho.
VI RTUD. Sua rais he aromatica tomada €m po cm vinho cu em agoa idónea , he boa coneta mordeduras das víboras & de outros ani* maes yencnolos,
Lr/. V. Oiv. V. da Erva EJlreU, }ij G. Bauh. Coronopus hortenfi*.
CORONOPUS
Herba ftclla.
Aíatthioli .
&
Fufch, Ang.
Tur. Lac* Tab.
Port.
Fr* Corne de Cerf.
Irai. Herba (lella.
AH. Kracnfufs.
' QJU A L. Fria & feca.
D E S C R I P. Ha duas efpccies , o cultivado e o campeflre. O cultivado tem as folhas com¬ pridas , angulofas f côm muytas pontas , hum pouco amarelas, emeoftadas na terra. A aítea , a e'piga , a flor & a (emente faon íimilhantes a Tanchage. Tem fo huma rais com muytos fila¬ mentos , o gofto das folhas he quafi como da Tanchage.
j
LUGAR, Semeafc nas hortas.
V l R T U D; A rais he dcíicativa adftrin- gente , a herva he fria & feca Comefe em fa<* lada& tem as mefmas propriedades que a Tan¬ chage. A rais comida cm caldos ou de outra igoaiia eílomacal. Conforta os reins 5c miticra o calor exeíTivo;
O yj |
314 Historia das Plantas,
G. Bauh. Pfj-Uium rna}ns erethm.
PSYLLIUM I.
Matthioli.
Trag. Fuf. Tur.
Pulicaris hcrba
Port.
Elp. Zxr gatona.
Franç. Habe aux pnce.'.
All. Pfellinkfaut.
ou Flohkjant,
QXJ A L I D. fria a o s. grao.
DESCRIP. Saas folhas faoo lanuginofas compridas, brancas &. íimi.hantes as de coiono- pus , pofto que naon tem pontas. Tem nuiytas- adeas de hum palmo , redondas , meudas , car¬ regadas de folhas que tem a ponta carregada pa- ta baixo. Nace lhe emeima vários botoens com efeamas como os da efeabiofa , atados em cau¬ das compridas, donde fahem flores meudas, brancas, como as da tanchagem eilieita, a cr
mente he negra luçida fimiihante a humapulgav LUGAR. Hace no campo & nos lugares
incultos , florece em Julho.
VlkTUD. Os boticários uíaon de elta ie- mente na compoficaon das mucilagems , que
fafem para resfriar as emflamaçoens , para pa¬ rar as fluxoens , os catharros , para mitigar a afpercfa da Tracharteria & da garganta , pai<t vunpcrai as fcbiw ardentes & laxar » v«wr«
IiY. V. Dit. V. da Zar*atoa i . efj>. 3 1 >
G. Bauh. Pfyllhim wajus fu*?'*
DESCRI P. A lep unda uCi\a z-a; - atoa ,•
f’ . a r
he muyto mais carregada de ramos & rolhas, que faon mais compridas & eftreitas,mais duras, lanuginofas , brancas & entortiihadas humas
em mayor numero, a femente he limilhante a da primeira. Suas rais faon muyto barbudas.
LUGAR. Crece as mais veles nos lugares marítimos , florece em Julho & Agofto.
V I R T U D. A melhor femente ZargatoA he a mais madura que pondo a em agoa logo vay ao fundo. Poefe efta femente em agoa dc chafaris , mechendo a muytas vcfes com hunv pao , ate que amolece & a o depois coaíe & bc- befe a coadura com afeite ou com xarope viola* do ; o que laxa admiravelmente o ventre. Naõ fe deve pifar eíla femente nem a dar a os doem- tes a beber porque o teu miolo fas chagas a o efíouiago & imeftinosv
$i 6 Historia das Plantas,
DIVISAM SEXTA..
Da Pyrola , Biflorta , PJ.monlay. bervas daf Alagoas, Golfaons, Se-pentarla , D faro x Tujfilago & outras ji.nilhantcs.
G. Bauh. Pyrola rotundi folio maor.
PYROLA
Afattbioli.
Br uri f, Ang. Do d,
Ad. Lob.
Fort.
Franç. Irai. Efp.
Pyrola.
N
All. Vvintergruen.
QUAL. feca ao 3 . fria a o i. grao.
DESCRIP. A aftea he alta de hum palmo, redonda & delgada , tem as folhas como a pi¬ teira, tem as flores por igoaes intervalos , a mo¬ do de cftrelas , tendo no meyo filamentos como
a rofa. . „
LUGAR. Nafce em lugares íombnos , no-
rccc em Julho & Agoífo. .
V I R T U 1). Tem a propriedade deobltruir,
& fecar , por ilío delia ufafe nas fendas recen¬ tes. O coíi mento feito em vinho & bebido he admiravel nas feridas das quedas & das que cíUon dentro no corpo.
Lrv. V. Div. VI. da B:fiorta. 3 1 7
G. Batili. Blflorta major r adice mituts intorta ,
BISTORTA
major.
Matth. Dod.Caf.
Caji. L’igd.
Port. Blfforta, todo.t Bijiarta.
All. Natervnnz. .
Q_U AL. Fria &
kca a. o 3. grao.
\
\
I
\ ' ‘ k. *
ÜE S C R I p. 'Tem as folhas como a La~ baça,unidas,aveiini]hadas por cima & a íuis por b^yxo , nacendo lahon vermelhas & agudas Sc crecendo ie faiem fimilhantes as do Lapathum. A. rais he groíTa, cncortilhada como huma cobra. Sua aftea he rodonda , meuda , alta de dois pal¬ mos. Sua flor em forma de efpiga he aveimilha- da. Sua femente íimilhante a das azedas. Arais he como a das canas, mais renra , cheyade A*, mo , rendo a cafca denegrida& por dentro ver¬ melha de gofto adftringente.
LU G AR. Nace em montes frios , fiorcce cm Mayo& Junho.
V I R T U D. He adftringente conforta co¬ mo a Afeda, he boa contra a peíle <Sc veneno. Mc contia os vomitos & curiós do ventre ^ con* ua.os moYitos êc-hemonagias^
;tí«‘r?'-...-fV5 r '/r-V-í-*Á.\.'-' : ,;i- :
,'^-::k ■
v ' - ' irt'-'* *•
Historia das Plantas, G. Bauh, Lmomarn Adiritimum maus
LIMONIUM
OH
Beta Sylveftris.
M.itth. Lac.
Á pot li . Bem rnb' um
Caft. Lob.Cif.Lngd.
4
Fort. Limonia .
Fr. Ical. Limonio.
Aíl. Vviey feen
Afiínçplt'
QU A L. fec. a o 2.. grao.
DESCRI P. A Limonia tem as folhas íimil- hanres as das aceigas , mais efheitas & com¬ pridas , commumcnte laon a o numero de desr. Suas aíteas faon meudas , direitas , fimilhantes as das Alucenas , a femente he vermelha , de gofto adffcrmgente. Sua rais grorta& vermelha. Suas flores brancas &: pequenas.
LU GAR. Nacc em lugares alagadilíos & em prados, fiorece em Julho.
V I R T U D. As folhas & a fe mente faon de- ficcarivas 3c tem virtude de confolidar. A femen* te coíida em vinho, ou pifada bebida, ferve concra o fluxo do íangue,para parar os menftruos & a os que cícarraon fangue, aplicada em forma¬ do eataplafma he contra as enfiamaeoenv
* ’»
Lit. V. Div. Ví. da Limonia.
1*9
G. Bauh. Llmonium alteram »
LIMONIUM IL
Aíatth. Liij^d. Tab.
Apoth. Bem rttbrum
Fort. Bem ver¬ melho.
Q^U A L I D. íec, ao 3.grao.
DESCRI P. A fegunda eípccie tem as foi- lias íímilhantes a primeira , o pe he mais com¬ prido & mais largo > naon tem mais que huma aftea fem ramos emeima tem as flores dií portas cm afas de huma banda & de outra, naon teiu mais que huma rais.
LUGAR. Nace em lugares humedos & noç prados , & floiecc em Julho.
VIRTUD, He adftringentc.
.. > ■ _A . »<j - ‘‘,4 ' i
350 Historia das Plantas,
G. Pauh. Potatncgeton rotundi folium.
POTAMOGE- TUM MatthioV.
Tiéio. Fiifcb. A ng •
Lie. Lon. Cccf.
CaJI.Lngd.Tab.
Port. Eq.
Franç. Epy a *edu. j
leal. Potawcgeto.
All. ZemkgdHf.
QUAL. Frio.
D ES CR I P. Tem as folhas íimilhantes a Acelga. Saon aveludadas Sc nadaon fobre agoa como as golfaons.
LUGAR. Nace Sc nada em lugares aquáti¬ cos , fobre as agoas , donde tomou feu nome id cft , veftnho de rios, florecc em Mayo.
V I R T U D. Hc adítringenre , refrigerati- vo , condenfante, he bom nas coceiras , as cha¬ gas corroíivas , 8c a toda caíla de enftamaçoens &r nas Er ili pelas. As folhas fritas em afeite 8c
vinagre Sc depois metidas com leite cm forma
de càraplafma aplicadas mitigaon as dores & emflamaçocns da gotta.
1.1 v. V. D i v. V I. do Lírio das Alagots. 331 G, Bauh. Nyrnphea alba rntnor .
NYMPHiA
parva. Aíatthioli „ Aporh. Nenuphór. Fort. Golfaons menores .
franç. d3etang. Ital. Nirnphea . Efp. Efcudetes dei nps .
Alt. Secblumen .
QUAL. fria & feca a rais.
DES C RIP. Efta efpecie de Golfaons pe¬ quenas tem as folhas íimilhantes a primeira, inayores do que as da cove marina. Sua flor he branca & produs botoens pequenos como alca¬ parras, dentro dos quaes tem femente limilhante a das dormideiras.
LU G AR, Nace em Boêmia em Alagoas.
V I R T U D. As Nympl.aas ou Golfaons fua flor & fu a rais faon humeélantes , reffiiçe- jantes , hum pouco naicoticas 5 com fuas partes vifeofas núti.Taon o demaíiado movimento dos humores ; adocaon as acrimonias da ourina , adoçaon o ianque , nas febres ardentes , no ca- tharros , bebido o feu coíiineiiro quente , ferver exteriormente nas inflamacoens 6c para ado*- |ar o cútis.
.. J1 W
mmsu&tea# aem
.
S*>. • /#
■■■ 1
351 Historia das Plantas,
G. Bauli. Tributas Acjuaticus.
TR1BULUS
Aqaatictis.
M.uthioli.
"Trag, Dod. Ang.
L ’.c. Gejrr. Lon.
Ad. Lob. Cif.
Caji, Lngd.
Port.
Franç. Saligot ou CoAt.rigne cC eau. All. Vvaj fernutz..
QJJ A L. frio &
íccco.
f
D E S C R I P. As folhas faon grolTas , re¬ dondas , nervofas , dentiladas ao redor, mar¬ chetadas por fora com caudas muyto compridas, fua aftea he vermelha , carnuda , mais groíTa emeima do que em bayxo , fua rais he baftante comprida com gadelhas como cabelos, a fruta he negra, de groíTura de huma caftanha , tem tres pontas donde tomou o nome de tribulus , por dentro he branco, de gofto de caftanha poE iilb achamaon caftanha d’agoa.
LUGAR. Nace no mar , nos rios , nas alagoas.
VIRTUD. A fruta verde comida he boa contra a pedra. Serve de pam a os pobres em tempo de carcftia A herba aplicada cm forma dcemplaftro rcíolve os inchafTos & mitiga as dores. Cofidaem vinho & mel cura as chagas , da boca & garganta, feu fumo entra nos medir camcntos paia os olhos.
Ltv. V. Div. VI. da Sagita. 3 3 j G. Bauh, S agí ta aquatica major.
S AGITA
major Aíatthioli & -
Dod. Cajf. Tab.
Porr. Sagita.
Franc. Sagette Aíajle.
Ital. Santa.
QJJ A L. fec. a
0 3 . grao.
DES CRI P. A grande fagita he em tudo funühante a precedente , fomente he em rodo he mais grande <Sc fuas folhas naon faoa agudas, ie humaeípecie de ranunculo aquatico, fuas fol¬ ias eíla o n fobre agoa & fe parecem com as do ano > fua rais he eroífa como o dedo , fun^o-
• O' t /m
a , cava por dentro , viícolb > de gofto doce Sc icre. As aíleas produfem cmcima flores viítofas rompoftas de tres folhas brancas ao depois icaon humas frutas de cor verde 6c ao depois Lverinilhadas que contem huma femente com¬ prida «tomo unhas de paííerinhos.
LU GA R. Cvcce cm lugares aquaticos.
V I R T U D. He refrigerante, adílringente , ondenlantc , iiume&ame.
I
i 1 m ká
t. ’ |i« J»
|/%VÍ ri ,
V
mi
^•E \ * ) <
-<d» •••••'■ -* ■’ - HkSêUSmUtiUSXf jStibfcM
534 Histsm* b as Plantas,
G. Bauh. Sagitta aquatica rnlnor latifolíd
SAGITTA afttQ,
rmnor.
Afatthioli.
Dod. Ad. Lob. L'tg. C.ijl. Tab.
Fort. Sagitta.
Fianç. S-.igeue f eme lie.
QUAL. feca a o
. grao.
D E S C R I P. A folha da Sagitra menor hc íimilhante a huma feita de tres quinas a cauda he triangular , côncava de comprimento de hum palmo & mais ou conforme o fundo da agoa em que eíta. Sua altea he direita , lifa , redonda , côncava, ramofa para cima com flores brancas cada huma de tres folhas : das quaes ficaon hu- nias cabecinhas purpurinas com lemente meuda dentro fuas raifes fc parecem com as da Tan- chagem.
LU GAR. Nace como as precedentes em agoas dormentes , tenj as virtudes da grande.
^ s
Liv. V. Div. VI . da Serpentina. $3 5 G. Bauh. Dracunculus bijforta folio.
DRACUNCULUS * major
five
Serpentina
Aíatibioli.
Dod. Cajl. GaL Porr. Strveminti. Franc. Ta> oon fer -
3 o J
Ital. Dragou ceio. Efp. Tarragontitf. All. JVatervvnrtz.
Qualid. quente &
fec. a o 3 . grao.
DESCRI P. A aftea he alta de dous palmos, groíTa , marchetada de cores como huma fer- pente poíto que a mais parte dos íinaes fejaon vermelhos , as folhas eítaon metidas hum as pellas outras, fua fruta forma hum caixo, verde 110 principio & vermelho amarelo no fim. Sua rais he groíTa , redonda, torta , & couberta de pelle ou caí ca delgada.
L U G A R.Nace cm partes fumbrias , florecc em Julho o fruto he maduro em Agofto.
V I R T U D. He amargofa , mordicantc & quente, hum pouco adftringente. Tem as pro¬ priedades do Jano , o cheiro da erva ou das xailes ias mover as mulheres ; a infufaon em contra veneno; purga as entranhas fubtilifando os humores groííos ; & dando lhe falnda pofto quenaon he laxante, he cordeal , eftomacal , inciíiva , deteríiva , aperitiva , fu- dorifica > piQvoca a ouriua ôc os menftruos.
Historia das Plantas,
G. Bauli. Drítcuncnhis Polyphyllus*
DRACUNCU- LUS
minor.
AÍMtWioli
CaJÍ. ôc T*b,
Qjalid. quente Sc ícea a o 3 . gr ao.
DESCRIP. Tem as folhas como a hera raayores Sc marchetadas de branco. Sua aílea hc cUreua,dc mais de dois palmos de altuia, de va¬ lias cores, com nmyras nodas veimelnas . hc da groflura do dedo pulgar ou mais groíía de for*te que parece huma cobra , a fruta he a modo dc caixos a femente hc verde por fora Sc por dentio negra ou vermelha de feitio de ponta , de go o cauftico. Arais he bulbofc, couberta de huma
cafca delgada. a
LUGAR. Nafcc em lugares fumbnos, no*
rece em Julho. -
VIRTUD. Do precedente. A (emente be-
bidacm hyd.omel fas mover. A vais bebida em
vinho piovoca os menftruos a luxuria. Piladas
com mel & a vais de Noifci alimpa cicatri a as
chagas malignas.
G. Bauh.
^ ; '
Liv.V . Div. VI. do Ari fortim» 3 37
G. Bauh. Ar Hm venis albls.
ARISARUM. Aí&tth. Dod. Gd.
Ad. Caft.
Port. Arifaro.
Franç. Arifarum.
All. Aittncb , Hodon.
QU A L. quente & fec. a o 3 . grao.
D E S C R I P. O Arifaro verdadeiro lie huma pequena erva que tem a rais como huma afei-
tona , muyto mais acre & mais forte do que a
ao Jarro , tem as folhas do Jarro , alguma
coiifa mais pequenas. Sua aftea hc mcuda
ao cabo tem hua femente coberta de huma ban-
ia donde íahe huma pequena lingoa de cor panda.
LUGAR. Nafcepellos caminhos em aííu- iaga<: & o a eras parces, florece em Novembro & Decembro.
■ada cu«TasUíP' HcmT° moidicantc , apli-
.ada cuia as chagas corroíivas : fas fe collyíios clientes para os olhos. Aplicada Cobre as par!
es gemeaes de qualque animal lhe as cor- umpe. CUL
Tome L
3?S Historia das Plantas,
G. Bauh. Antm maculatum maculis can-
didis y vel nitris.
ARU M
. JUfatthioli
Sc
Lugd. EyJ h Apoth. Anm Sc Jarrurn.
Franç. dc chien ou plcd dc vetiM. Port. Efp. Ital.
jatroy Taro ,
Gíayo.
A 11. AronkrdUt .
QU AL. quente &
feco a o 3 • giaü*
DESCRI P- O Jarro tem as folhas como a bera mayores das da ferpcntina cobertas dc nodas brancas, forma no cabo de lua aftea huma piramida que parece huma maon dc a.morans ou em forma de maceroca de milho, tem o gofto dc vinho. Sua tais he branca, bulbolacom rnuy-
tos filamentos. _ . . •
LUGAR. Nace cm lugares íuinbnos em
^VIRT U D. Alimpa, rcfolve , fubtilifa, he aigeftivo, incifivo ,
menos acnmoma con.o me as lauc ctece. Sua rars ferve pamcularmente a os goto fos, he purgativa a o pelo de huma oitava, he contra a hydropríra & ua aílluna.
Liv. V. Div. VI. dope de vitela. \19
G. Bauh. Aron maxlmum <t/£gyptiacum quod vulgo colcofiu.
A R U M
Aigyptiacum.
Ad.itth, Lob. Dod.
Gefn. CijJI. Lugd.
Pott. Juro
itgiptiaco.
Fr. Pied de vem d‘ Eçipte.
All. Klein Nater
VVHYtZL.
QUAL. quente 6c fec. a o 3. grao.
DESCRI P. O Jarro Egiptiaco he dijEc- rente do da Europa por que he mayor 6c tem as folhas niayores, algums o tomaon pella colcoíia Dod. 6c Afatth. dizem que tem o mefmo goíto que o Jarro > 6c que fas a fomente da meíma forte.
LU G A R. Crefce no Egipto.
VÍRTUD. Colida com mel he boa a os afth-
maticos , com o olio de amêndoas para toife ,
6c alimpa o peito , o meíme fucede , fe a co-
fem fua rais com leite de vaca , aplicafe nos
olhos lacrimentofos rameloíos , as enflama-
coens da garganta , 6c as almorreimas tiune- raâas.
3 4© Historia das Plantas,
G. Bauh. Ar ij. ar um anguflifolium Dlofcoridis forte.
AR1SARUM
falfum Aídttbioli Dod. Gd. Lugd,
Fort. Arlfarum bítfardo.
Qualid. tjliente & feca.
DESCRIP. O Arifaro falfo tem as folhas compridas & eflreitas & todas vem da vais. A rais he bulbofa com rauytos filamentos.
LUGAR. Naíce com abondancia a o redor
de Roma.
V I R T U D. A rais be «piente , incifiya , abfterfi va , aperitiva , digeftiva > vulneraria.
«I
34i
Liy. V. Div. VI. do Afaro.
G. Bauh. Afarttm.
NARDUS
fylveftris.
Aí.itihioli
Trag. Ftifch. Dod.
Perpenfa vulgago Lac. Cord. Tur,
Caft. Gefn. Caf.
Lugd%
Port. A faro.
Franç. Cabaret.
Efp. Baccara.
Ital. A faro.
AH. Afelvvurtz..
•r
QUAL. quente & fec. a o 3 . grao.
DESCRIP.O Afaro he huma herva aroruatica que tem as folhas como a era, mais pequenas & mais redondas, as caudas faon compridas , luci¬ las , piodus as flores ao pe das folhas > peito das railes,quaíi vermelhas & cheirofas , parece- cendo fe muyto com as de mimendro, em a qual tem femente íimilhante a os granitos das uvas.
LUGAR. Crecc em montes & lugares fom* brios , luas raifes eftaon a flor de terra com muytos filamentos & he aromatica.
VIRTUD. Purga brandamente por cima 8c por bayxo os humores forofos & coléricos : he aperitiva , tira as obftrucçocns , a doíis hc 3 i. athe 3 U • em infufaon de meyo efcropulo athe huma oitava em po. Os alveitares daon huma athe duas otiças a os cavalos para os cu¬ rar do morbu ou farcin en francês ou Plcuiis daonlhe mefturado com a cevada.
P iij
■ •••/. , '-'■' " /> ' ’ ' : ,y v '
•
, - - ^ .
- II I ---^
341 Hutoma sas Punta
G. Bauli. Afnrinn follls Afnri.
AS AR IN A .
Aif~itth.CnjJ.Lugd Tnb. OJJic. Gerrn.
Port. Efp. Ital.
A [nr iria.
Franç. Afarine.
QU A L, ícc. a o
si ao
D E <5 C R I P. A Afarina he rafteira no chaõ tem as folhas alperas mais do que o Aíaio & f.ion hnm ponm dennladas» fuas aíteas faon la- nuginofas ou veludadas , as flores amarellas como as da macela mais pequenas & cheirofas. Suas raifes faon delgadas compridas & a floi da terra , tem gofto picante com algum amaruge.
LUGAR. Nafce nos montes em Boêmia florecc em Junho fe deve fecar na (ombra.
VIRTUD. He abfterfiva , mas extraor¬ dinariamente deficativa , incihva Sc apeuciva os pos de toda a planta bebida com o hydiomel he boa para purgar a phlegmacraffa, Sc concia a hydropifia , altericia, o Galico > Epilcptia Sc 4 Gotta, he efficas para provocar a ourina.
■ Vi.1'
Lív. V. Div. VI. do Tufftlago.
G Bauh. Tíiffilago vulçarh.
TUSSILAGO
Bechion.
Malth. Ang . Fnfch .
Tur.
Apoth. 1 Farfara ou ungida cavatina.
Port. Tijfillago ou unha dc cavalo.
Franç. Pas d3ane ou de cheval.
Unia de afino.
All. fírandlattlch .
qUALID.
quente & leca.
DE S C RI P. A pequena tem as fouias mi* yores do que a hera , faon brancas por bayxo, verdes por cima com recantos ao redor. Sua aftea he de altura de hum palmo. Produs a flor antes que apareçaon as folhas que em breve tempo deívanecem , como taonbem fua aftea : fua rais he meuda comprida. Achale na íua rais no principio do inverno huma certa lam negra que rafpada & metida em huma bonecra de pano de linho & a o depois colida em lexivia he a mel¬ hor hifca que fe tem achado.
LUGAR. Nafce em lugares aquaticos : fa$ fua aftea fem folhas em Março 8c Avril , fobre à qual fe formaon flores amarelas : depois (aliem as íolhas 8c juntamente a aftea & flores perecem.
V I R T U D. He boa na tofle Sc a os Aftli- maticos 8c Pthiílcos mefturando o po das folhas fobre a comida ou alimentos : aagoa deftillada defta planta he boa contra todas as cm flama- çoens do fígado 8c do boife 8c do eftomago : hc boa as chagas 8c a eryíipela. P ínj
Ari
i<: ’
V* -rmj-x r, ■
344 Historia das Planta»;
G, Bauru Petajites major & vulgaris*
tussilago
major. Maith. Caft.
Tujfilage.
AH. Pcftvvhrtz.
QUAL. fecça a o i. grao.
D E S C R I P. Produs a aftea antes de nace- rcm as foihas > comprida de hum palmo, cava > nutrida , vermelha , & em cima tem liuma efpi^ ■ga de flores brancas íobre vermelho que acabaon com a aftea aparecendo as folhas, as quaes faoíi •brancas por bayxo & verdes por cima muyto majores do que as da menor. A rais he comprida & as, veies mayor do que o braço , branca por dentro & amargoía.
LUGAR. Nace nas bordas dagoa , nos vales: as flores fahem em Março & acabaon em Abril.
VIR T U D. Sua rais tomada em vinho a o fefo de duas oitavas & cobrir bem o doente de lorte que fue he remedio efperimentado contra a peite & febres pcftilenciaes : O? Alemaons chamaon efta rais , a rais da pefte> a mefma bebida ferve contra a fuffocaçaon da madre*
Liv. V. D i r. VI. da Pctgctmctça. 3 4 S
G. Bauh. Lapa mtijir.
PERSONATA
major.
five Perfonaria Aíítth.Cafi .
Fra nç. Gloiiteron ou Glateron .
AU. K letten.
QUAL. Tem vir¬
tude de deíTecar.
DESCRI P. A grande cem as folhas ma) o- res do que as das abobras Sc mais cabeludas mais negras & mais groílas * verdes por cima , brancas por baixo. Sua aftea he albadia Sc as vcfes vermelha ; Sc as vefcs naõ tem. Suas frutas faon como botoens groíTo cabeludos que fe pe- gaon a os vertidos com flores vermelhas. Sua fe- mente he negra Sc comprida.
LUGAR. Nace nos foflos & lugares huiíie- dos florece em Julho & Agolto.
V I R T U D. He digeftiva , deíicativa , re- folutiva , aperta mediocremente. Sua rais bebi¬ da ao pefo de huma oitava com Pinholado he boa a os que efcaraon fangue & pus > o fumo das folhas bebido com mel fas ourinar & adoça- as dores da veíliga. A femente bebida em viiv- ho a o pefo dc huma oitava 40. dias, cura a fciatiga Sc dores de ilharga. He fudorifica . dc- teríiva peòloral , diurética, adftringente , cou- tra a pedra , a ailhma , a lepra & (ame callica.
34^ H i s t o Ri a das Plantas;
%
G. Baun. Lapa major montaria capi*
tnlis tomentofis.
PERSONATA
fett
Lapa major altera.
Matth. Lttgd,
D E S C R I P. Eiha íegunda efpecie naõ tem differença da primeita mais que em lerem as folhas mais pcquenfPS junramente as cabeças menos picantes 'I em as melinas propriedades.
HISTORIA
DAS PLANTAS.
LIVRO SEXTO.
Das violas , Alecrin , Thomilho (Á outros
que tem cheiro forte.
Div.L Das violas , dajacca , Ltucdram & c
G. Bauh. Viola martia purpúrea for e
firnplici odore.
VIOLA
purpurea.
Aíatth. Fufch. Lac.
Cif. Caft. Lugd.
Port. Flor & herva de violas.
Franç. Violette de Mars.
Efp. Violetas t All. AFer.tz.en Violen.
\«í t
QUAL. fria a o i . hum. rio a , grao.
D E S C RI P, As Violas tem as folhas mais metidas, mais delgadas &í menos olcmas do que as da Era,fua aftea he muyto pequena. As flo- íes faoa purpurinas , de bon cheiro : he muyto *
t
3 4^ Historia das Plantas
ulicada em rafaon da cor & cheiro fuave;
LUGAR. Nace em partes fombrios por
alinhagas, em hortas & jardins & a o loimo dos muros. °
V I R T U D, He laxativa & ferve na Mede- cina ajos Xaropes, Julepes, coníerves , &oleos, he boa em todas as emflamaçoenj , a os mcni- nos epilépticos ou que tem febres ardentes , conciliaon o fono ; mitigaonas dores quentes , purgaon a cólera & a adoçaon , como taonbem a aíperefa da garganta & do peito, o fo Xarope violado íolutivo tomando quatro colheres miti¬ ga os ardores da febre, Jaxa o ventre, conforta o coracaon , mitiga as dores de ilharga , & ferve a todos os affedos que procedem de demafíado caior. A parte amarela que efla dentro nas vio- jAs , cofida Sc bebida em agoa he exelente re- medio naEpileptia ou gota coral dos meninos , & contra a cfquinancia : duas oitavas de pos de vaoias faxa o ventre moderadamente.
ff f
liv. V. D r v. I. da Viela arvortfcente. J *,9 G. Bauh. Viela mania arborefccns purpurea.
VIOLA
Arborefccns Cafi. Tab.
Port. Viela ar - verta,
Franç. Violttte en arbre.
Ital .Viola arbórea.
D E S C R I P. Ma viola vem como huma niara. A planta crece de mais de dois palmos deitando muy tas afteas de huma fo rais,fuas flo¬ res íaon íimilhantes as da confolida regalis &: tem c cheiro de violas.
LUGAR. Creíce nos montes.
V I RTU D. Se naon uíaon na medccina por que fe lhe naon eíperimenta canta proprie¬ dade como nas violas maicues.
í 5° Historia
©as Plantas,
G.Bauh. Lappa mnor JCantheum Díofcoridis *
XANTHIUM
Lappa inverfa
ott
Phafgan ium.
Àí.itth. -4ng. Dod.
Apoth. Lappa mi- nor ou Bar dana mmor,
Fort. Bar dana menor Franç. Glouttercn petit.
All. K leine K lettert.
• #
D E S C R I P, Sua artea he de altura quaíi de dois palmos , anguloía , gorda 8c roda cheya dc azas ou concavidades. As folhas eftaon den- tiladas a o redor , tem o cheiro dos agrioens o fruto he da grofTura dehuma afeitona lanugino- fo eípinhofo de forte que facilmente fe pega a os vertidos.
LUGAR. Nace em lugares fertiles em ala- goas fecas.
D E S C R I P. Pifafc a frudla antes que feja feca , 8c goardafe em hum boyaon vidrado. Mefturando hum pouco em agoa quente, lavam do a cabeça fas os cabelos loiros , com tanto que primeiro haon de fer untados de falitre , 8C he donde tomou o nome de Xanthium : a fer¬ mente pifada 8c aplicada refolye os enchaifosv
f
J,iv. VI. Dir. I. TírVCt da Trindade. J í *
G, Bauh, J^ioU tricolor 5 hort . rcpens : aut tpxòÇ km oy/ov ] ' heoph.
J A C E A
five
Herba Triniratis Aíatthioli .
Port . Amores per¬ feitos ou ferafica flor.
Franç. Penfée ,
^ /<a Trinitc ou CUvelée.
AU. Dreifaltigkeit.
QJJ A L. fecí & teinp. de fr.
DESCRI P. A grande Jacea no princi¬ pio deita fuas folhas redondas & dentiladas , Sc crecendo íc fafem compridas. As afteas faon tri¬ angulares côncavas por dentro & caneladas por fora, defegoalmentc repartidas com noz. Sahc das concavidades , pequenos ramos que produ- fem flor vermelha por cima , branca por dentro & amarela por bayxo *, he muyto viftoía , fe pa¬ dece com as violas , mas fem cheiro.
LUGAR. Nafce nos campos Sc cultivafc nos jardins florece em Avril & todo o veraon.
V I R T U D. He quente Sc lecca moderada- mente. He boa a os afthmaticos , as emflama- çoens do boffc , Sc as deílidas dos inteftinos y cura a eiquinaucra a os porcos comcndoav
-
•vft rrTBiMKifiiMinrrTrr jgmBSEtàx'zm'»éb
351 Historia das Plantas,’
G. Bauh. Fio! 4 bicolor arvenfis.
J A C E A
altera.
Afattbioli.
QU A L. CO mo a primeira.
DESCRI P. A pequena Jacea naõ differe áa primeira mais que as flores ferem mai» pe¬ quenas 8c fomente de duas cores j aíul 8c branca ou amarela & branca , taonbem ba outras que faon roxas amarelas 8c brancas.
LUGAR. Achafe nos jardins , 8c campos
como a primeira.
V1RTUD. A açoa deftilada das duas
plantas he eflicas nas cólicas das crianças.
Liv. VI. D iv. I. des Goyvos brancas. 355
G. Bauh. Leucoium incanum majus.
LEUCOIUM
álbum Viola alba. Aíattb. Lob.Lugd. Tdb. Ger .
%
Port. Goyvos brancos
Fr. Violier bUnc, Ital. Viola bianca. Efp. Violetas,
All. Gelbe Violen .
QU A L. quente & feca.
D E S C R I P .Os Goyvos he huma planta co¬ mua, Sc pofto que chama fe viola alba naõ deixa de os haver brancos, encarnados , Kermetins , amarelos .; eiles últimos he que fervem na m®-" dccina.
LU G A R. Achaonfe todos nos jardins af- fitn os dobrados como os íingelos.
V I R T U D. As flores làon deteríivas , ate¬ nuantes , aperitivas , confortaon o cérebro , tnovocaon os menftruos , o cofimento das flores hebom contra as emflamaçoens da madre, pi¬ fadas com mel curaon as chagas da boca & aç gretas do anus , as raifes pifadas com vinagre
& aplicadas reíblvem as durefas do bailo nuti- gaon a gota.
354 Historia das Plantas,
G. Bauh. Lychnis coronária Diofc. [ativa.
LYCHNIS
Aíatth. Lac. Cam.
Franç. Oei líts
b
Ital. Lychnidc .
All. Marien Rojlein
QUALID. das flo¬ res quente 6c fcca.
D E S C R t P. As flores faon vermelhas íimil- hantcs as dos goyvos : fuas folhas faon veluda- das > compridas 6c alvadias t lua aflea raonbem he vcludada alta de dois palmos i algumas ve- fes as flores faon brancas 6c naon tem cheiro.^ LUGAR. Semea fe nos jardins para faíer ramalhetes , Matthiolo dis que no oriente nace pcllos cam os , florece em Julho 6c Agofto, VIRTUD. A femente he quente 6c feca, bebi da a o pefo de duas oitavas purga a cólera, as folhas aplicadas , taonbem a agoa deftilada curaou as
chagas das pernas.
■» •
Liv. VI. Div.I. do Manjertcaon bravo. 3 5 5 ' G. Bauh. Lytkms fylv. alba fimflex. OCYMASTRUM
/
Caft.
Port. Afanjericaon
bravo.
Fr. Bajilic fauvagc, leal. Bafilico
Efp. Albafraca ,
AíonteJirja. \
QU A L. feca a o %. grao.
DESCRIP. Suas folhas faon fimilhantes ao mangcricaõ domeftico , feus ramos ou aiteas faon quadradas & veludadas abas de hum p»*U mo i tem as flores t ranças 5e as veies Ycnneihas a femente hc negra como a niela.
LU G AR, Naíce ordinariamente entre os
trigos & terras Arcyentas.
VlRTUD. A rais he inútil ; a temente
defeca fem mordacidade : bebida em vinho hc contra veneno 5c contra mordeduras de v moras 5c das mais cobras. Taobcm íe aplica com nui> rha } mel, vinho 5c pimenta na feiatiga.
i
«
556 Historia das Plantas,
G. Bauh. Lychnis fegetum major
PSEUDO- ME- LANTHIUM
Al^ttb. Lai. Lon.
Sld. Lob. CjJ},
Lugd. Tnríl, Germ
Porr. Nlgella. Franç. Nielle batarde .
Ital. Gitbone All. Korn Ebimen. ou Kom Rojen. Qtulid. quente
& feca a o i. grao.
D E S C R I P. Sua aftea hc alca de dois pal¬ mos 6c yeludada, fuas folhas faou difpoílas duas a duas compridas 6c Ycludadas > as flores pur¬ purinas ou cor de roías. A femente he negra, amargofa , 6c fem cheiro , metida dentro de hum cálice.
LUGAR. Nafce nos campos entre os tri¬ gos.
V I R T U D. He refolutiva , deteríiva , ape¬ ritiva , bebida em algum licor mata as lumbri- gas, provoca os menftruos 6c a ourina : a farinha da femente aplicada com mel > tira as lentilhas ou fardas da pellc : meflurada em unguentos cura as fiítulas 6c para o fanguç.
i
»
Liv.VI. Div. II. dos cravo? dos jardins . 3 57
DIVISAOM SEGUNDA
G. Bauh. Caryophylluf dtilxs rna or.
CARYOPHYL LUS '
Domefticus.
Aíattb. Cam. C*ft
Port. Cravos . Franç. Gerojlées ou Oeillets des jardins,
It. Garofoli domejl Efp. Clavos, AW.Gras-Blumen .
QUAL. quente & fecco moderado.
D E S C R I P. Efta p Janta he taon conhecida ■que naon neceílita delcrip^aon.
LUGAR. Crelce em toda parte principal¬ mente nos jardins. As flores faon de diyerfas cores.
V I R T U D. Os que tem a cor vermelha ofeura & fobre o negro faon boms na cardialg ia ou defalecimento do coraçaon , faon cephalicos contra vertiges , epileptia , a conferva he con¬ tra a pefte , contra as lombrigas > a agoa de- Itillada ferve para os niefmos effeitos ^ bebida cm jejum empede dç fe fciijbcbcdítf 5c de fe esfalfar.
/
f ••'iwpp
9
35$ História das Plantas
G. Bauh. Caryophyllas fylvejfris latifoliits.
CARYOPHIL- L U S
Sylvcfter.
ÃÍ-itíh, Lvgd. Cajl.
Fort. Cravos do campo.
Franç. Oelllet fau- vage.
QU A L. quente Sc fec. medíocre.
D E S C R I P. Os cravos do campo produs fuas folhas Sc flor como o dos jardins mas muyto
mais pequenas Sc delgadas. .
LUGAR. Nalcc cm lugares incultos Sc
fcccos. , . 1
V 1 RTUD. O bom cheiro dos cravos co¬ muns com feu rouco amargor molha que tem virtude defteativa 8c quente. As Rores faou boas a os fyncopes , as vertigems, a epileptia 8c con- vulíoens , bebida em cofimento de betonica ou dc manjarona ; taonbem fe fas conferva muyto c Ricas as fobre diras doenças Sc contia todos ve¬ nenos, o fumo bebido 4- onças rompe a pedra Sc a expulfa, hc contra a gota coral. Falle vinagre de cravos como fe fas de rofas o qual metido no naris ferve nas convulfoens , he contra o roim ar peftilential pofto no naris ou cheyrado Sc la¬ vando fe as maoas com elle.
V
EABE9HI
.. h-,- -■ ' ; - :
Liv. VI. D xv. II. da Saxifragia. 35*
G. Bauh. CaryopbilUts Saxifragus.
SAXIFRAGIA
Saxifragon
major.
JLfp.lt. Saxifragia
Franc. Pjrct-
&
pierre .
All. Stcinbrech .
QUAL, quente 8 íec. a o 3 . grao.
D E S C R I P. Efta planta tem muytos ramos meudos como o tomilho com quem íe parece muyto, a rais he grande & profunda > dividida em muytos ramos.
LUG^R. Nace cm lugares afperos 8c pc- dro!os florece em Julho 8c Agofto.
V IR TU D. He cleteiíiva , aperitiva , rc- folutiva aquenta , fubtiiifa , o cofi mento em vinho he contra febres intermitentes , contra faluços , boa para os que na on podem ourinar > rompe a pedra nos reims , de que tornou o no¬ me de faxifragia } como taoubem as mais cfpecies,
Historia das Plantas,
. . . . -4
DIVISAM TERCEIRA.
Do Anttrrhinum , Linarict , Linho , Rofmaninko , Alfazema , iT Alecrim.
G. Bauh. Antirrintm arvenfe ma;us.
antirrhi-
N U M I.
Aíatthioli.
Fort. Olho de gato,
Fr. Oeil de chat , ou Mottron violet.
E'p. Cabeça de Temera.
AU. Katz.erikjaut.
QUAL. quente no 5 . fec. a o i. gtao.
DE SC RIP. Nalcc (inulhancc a o li differenca das efpecies he fomente na cor das flores: húmas faó de cor purpurina as outras faon ouaii brancas , mas toda as cfpecies tem humas cabecinhas que cncerraoh huma femente peque- Da ; parccenfe baftantemente com cabeças de vitela & naon differem fe naon na gtoíTeira,a fyl- vcftre tem o fruto cheyo de covas. ■
LUGAR. Nace nos campos & no pe dos mu¬ ros velhos , florcce em Julho Sí Agofto. .
V I R T U D. Líla erva lie taon enenuga dos Alacraos que lo vendoa ficaon emdormecidos, a flor Sc cabeças pifadas com mel, c aplicados cm forma de pelfario p'Ovocaon os menftruos lie contra as accidentcsSc fuffocaçoens ua madre tra- fida difem que he couuâ o iqííii ai .
Liv. VI. D nr. III. 4o tdoHMonroxe.
G. Bauh. Antinhinum rnajus alteram
folio longiore..
antirrhi-
NUM II.
Mittb. Lugd. Port. Monriíion. Franç. Mourron violet ou Oeil de chat.
Efp. Cabeça de Temera.
A!l. Katz.enkr4ut.
f !
QUAL. quente & fecca.
D E S C R I P, Tem as raifes mais groífas & mais cheyas de filamentos que a precedente. As folhas faon pequenas tem muytos ramos 6c tem as flores pequenas. 7
LUGAR. Nacc cm lugares cultivados • florece em Julho.
V 1 R T U D. Tem as mefmas que a primei¬ ra efpecic.
Tontô I#
•hfr. afesx’' * *—
3^i Historia r> a s P t a n t a s ,
G. Bauh. Anúrrhimm arvenfe mlnus.
ANTIRRHI- NUM III.
jtfatth. Ltigd.
DESCRIP. Tema rais dura, fibrofa Sc pequena. A aftea com nuiycos ramos de que as folhas fe parecem a de hiíopo , que laon um rouco picantes & amargofas a o gofto As boies de cor roxo claro ; abertas por diante & cm 01- ma de ponta Por detrás , a femente abondante ,
rTu G ARCSafc ™ «mP“
principalmente em Bala cm Helveua n
V1 y I R T U D. Tem as mefmas que a pumei- ia efpecie.
Liv.VI.Div.Iir. do Morri aon ou Antlrrhln. 36 j
^NTIRRHI- NUM IV.
D í S C R I P. Efta quarta cfpecie tem a rais mais groíTa que as precedentes 3 as folhas com- piidas & agudas , & as flores faon mayores que as das outras efpecies & tem muytos ramos.
LUGAR. Nafce em lugares cultivados, florece em Agofto.
1 ^UTUD. Dizem que traíida de pendora- cía no pefeofo he contra quebranto & toda a caíla de feitiços j as flores & femente em forma' de peflario piovocaon os menítruos.
QJj
I
UL-
■■ 'v v-v;
, l ’ ir,, • • • .
•y ,/■ § \&£. ■ ; •'/ -f/ /- '
%T
RA M
3^4 Historia da$ Plantas,
G. Bauh. Linaria vulgaris lute * flore maj.
O S Y R I S
Afattbioll.
Fitfcb. Dod. Gd.
Cor d. Tttr. Lite.
Ad. Loh. Lugd.
C-ifl. mafir. Tdj.
Porr. Llnaria.
Franç. Ldnaire.
Efp. Ital. L'nar!d>
Aliem. Lynkrant ,
ou ftwnkraM.
Qualid. quente Sc
fec. a o 3 . grao.
DESCRIP. Sua aftea 8c folhas faon fi- milhantesao linho de que tomou o nome de Linar;/t. Deita quantidade de tiores cor dc ouro da figura das da Cenfolidn Rtg:a > mas laon hum pouco mayorcs.Suas afteas faon macias Scmuyto dificcis dc fe romper. Parece fe muyto com a pequena czula , mas efta ultima da leite o que
naon da a linaria.
LUGAR. Achafe em toda a parte , & na
borda dos fofibs , florece emJuUso & Agofto. _ V 1 R T U D. He quence Sc humeda , aperi¬ tiva , Sc diurética , boa contra a Uericia , con¬ tra pedras Sc areyas. O cofimento provoca a ourina, apücafe taonbem exteriormente foore a bexiga para adoçar as ourinas Sc iobve as Ai- moaeymas.
R»' ’ M. -v , ,,, ... ,, . , ^ . . . , .
-.*4 $■ • •■.••' 7-. ■' •■*-■ A '*■- ' - . .
r,/VJ
Li v. VI. Di v. III. do Linho . G. Bauli. Cttk 'vm.
LINUM JBazarichichem 2HatthioLi . Jirunf. Fufch . C rJ. Lac . Lon . Ctf/?.
Port. Lí«^.
Franç. Zitf.
Efp. Z/770.
AÜ. Z/?/#, Flackj .
QUAL. quente a o i .çrao.
DESCRI P. A aítea he comprida de mais de dois palmos redonda , direita , as folhas eftreitas compridas & mollcs , em cima produs quatro ou cinco ramos que produfem flores azuis : a femente heconteuda dentro de humas pdiculas quaíi redondas a qual he chata, unida, tendo feitio dc hum coraçaon.
LUGAPx, ET Tempo femeafe na primavera a o folfticio ; queiTe nos territórios gordos Sc bem cultivados , & nos climes quentes, florccc em May o & Junho
V I R T U D. A femente tem as propriedades das alforbas : meya onça cm po, hum efcropulo de pimenta meílurados & amafados com mel to¬ mados a noite he contra a toíTc & incita a Iuxin ria. O olio da femente tomado a o pelo dc duas a tres & quatro onças cura as pontadas & pleuri-
fes & cólicas dado a o principio. O marco ou pam que fica da expreflaon da femente desfeito na agoa da chuva tira as nodoas do cucis da peüe. Q^iij
• rjtt
KWz *
’ dMK
W.
W/>’
m
1&6 Historia das Plantas,
G. Bauh. Stttchãs ptt
STOECHAS
Stoicas.
Aíaubioli.
T^iag.C cfn. Lac. o
Ad. Lob. Lon. U®
Ca/l. Lugd. m
Apoth. Stcecbas r|
A/abica.
Porr. Rofmanlnbo.
Franç. Stacados. k /:
*
AU. StcechajbjMt.
QUAL. 'quente & feca a o i. grao.
DESCRI P. Parece fe muyto com a Alfa¬ zema : fuas folhas faon grofias , compridinhas > & brancas : de huma fo aftea deira muytos ra¬ mos , duros como paos : luas flores faon como as do Tomilho: vem em forma de efpigas pe¬ quenas dc cor azul.
LUGAR. Tomou o nome das Ilhas Steca- des , que eflaon perro de Maríelha a onde crece em abondancia : a melhor vem de Arabia > flo-
lece cm Mayo Sc Junho.
V I R T U D. Heamargofa a o gofto Sc hum pouco adfhingente : he deterfiva Se contia as opilaçoens , conforta todo o corpo por que he ccphahca. Pocmfc nos Antídotos j puiga a có¬ lera Se a phleima j purifica o cérebro Se os mais fentidos 5c os conforta, he efficas contra todos os achaques que procedem de laura fiia , na cpilcptia ou gota coral com o vinagre fcylitico > íiaon íc deve dar a os cokuicos.
Lfv. VI. Div. III. do Nardo Itálico . 3^7
G. Bauh, Lavcndnli latifolla.
D E S C R I P. Tem muytas aíteas , as folhas faon íimilhantes as do Alecrim , mais fortes 8c largas cio que as da Alfazema commua, as flo¬ res das efpigas faon vermelhas.
LUGAR. Et Tempo nafcc por íi mcfmo em lugares fecos , pedrofos , 8c poAos a o lol prin¬ cipalmente no Languedoc , lemeafe &í íe tres- planta nos jardins , florece em Junho 8c Julho.
VI-RTU D. He aperitivo , digeftivo, com¬ porto de partes fubtis ou oleo exaltado. He bom nas doenças frias do cerebro , na Apoplexia , Paralifia, Epileptia , Letargo , 8c convulfaon. As flores confortaon o eftomago , defopilaon o bafio , aquentaon a madre : feu cofimcnto em vinho provoca a ourina , os menftruos 8c pareas , o Elixir ou Tintura das flores , ferve para todo o reffendo > 8c he grande eftomacal.
jóS Historia pas Plantas,
G. Rauh. L&vendula ajig^fli folia.
LAVENDULA Lac . Trag L ))!. Cot d*
Pott. Alfifema.
Franç. L.ivendc .
Ital. Lavanda.
A 11, La fendei .
Quàlid. quente
& iec. ao x. grao.
D ES C R I P. He quaíi íímilhante a o Efpi- queltaüco 6c muyros a chamaon Eípique fe- mea , tem as folhas mais eftreitas , mais cur¬ tas , mais delgadas , menos brancas que as do cfpiquc , a flor das duas he purpmina, porem a dc cfta he n enos corada , a eípiga mais curta, o cheiro mais luave.
E ET G A R. O meftno que a precedente.
V I R T U D. Tem as meímas virtudes que o cfpique Itálico & o ufo he mais agradavel, eftando metida entre os veífidos lhes da bom cheiro c os liura da rraça , a agoa diftilada das flores he cheirofa ferve contra a Epüeptia como temos dito da precedente & a tintura ou elixir* das flores deve fer feito defta planta.
Liv. VI. Div.lll .do Alecrim. 3^9 G.Bauh. Rofmarimts bortcnfis>angn(lwe folio,
ROSMARINUS Coronarium.
Ang.
Port. Aleçrirr.
Franç. Rofnmin.
Efp. Romero.
Ital. Rofmarino.
Áll. Rofstnarle ,
QUAL. quente Sc fec. a o 3 . gi ao.
DLSCRIP. A fegunJa efpecie de Alecrim dos jardins tem muyto mais ramos , e folhas do que o dos campos, as folhas de huma e dc outra faon cfpeíTas , compridinhas , verdes for fi ma & brancas por bayxo , faon aromati- cas.
LUGAR. Crecc nos jardins & nos campos cm afinhâgas nos paifes quentes.
VIRTUD. He incifivo , refolutivo , Sc tnundificativo ferve nas comidas Sc na medici¬ na ; tomado em po , ou infundido em vinho , he fmgular nâs defluxoens Sc intemperanças frias cio eftomago , Sc taonbem nas dores do baço& do fígado & a os defluxos do cercbro que procedem de frio na Epileptia , nas verti¬ gens Sc nas convulíoens. Comendo fuas flores c folhas com hum pouco de lai muitas menhans continuadas aclara a vrfía fas bom eftomago
& baffo. O v
mÊMM
■*!
«
T I
r
!
— ■ -
570 Historia cas Pustas,
0 1 v 1 S A M Q_U A R T A.
^°tj)f0p0 j Segnrethtt , Epitimo , Serpaon , Tuegio * gtr&kHm , Ouregaons , Manjerona, Manjericaon*
Ci. Bauh. Hyjjopus oíficimrmn ccentlea
Cea (picíttrt,
hyssopum — ‘
//z/5 ;
HyíIopus.
Mmh. Caf. Cajl.
Porr. Hyffopo erva.
Franç. Hyjjipe.
Hf1. Ical. Hyfopo.
Al lem. Ifope.
QUAL, quente Sc fcca a o 3 . grao.
DESCRIP. O hyfopo domeftico he de huma ío rais, deita muitas afteas meudas de altura de dous palmos, duras como pao, guarnecidas de to¬ das as bandas de folhas agudas, compridas, aromaticas , hum pouco amargofas , as flores em forma dc humaelpigalaonde cor azul celefte íbbre o vermelho.
LUGAR. Semeafc nas hortas florece em Julho.
V I R T U D. He incifivo , aperitivo , ab- ílerfivo , purga as phlegmas , o do campo tem as mcfmas virtudes & mais fortes , he efiicas contra a gota coral, ou Epileptia , coíido com azeite untando a cabeça mata os piolhos>
Liv. VI. D iv. IV. í\& are 3 7
G. Bauh. Suturei a. bortcnfis , fivt C -mil*
fativa Plinii.
SATUREIA
altera.
Aíatth. V 'ulg. Dod Gal.
Port. Segurslh a.
Franç. S arriei te ,
Savonré\
Ital. Tívimbra ,
Concilia.
Efp. Segurellrt.
All. Knmmel.
QU A L. quente & feca a o 3 . gtao.
D ES CR IP. A Segurelha das hortas he taou conhecida de todos que naon fera necelfaria a defcripçaon.
VIRTUD. Tem as virtudes do Tomilho mais fracamente & he mais faborofa nas comi¬ das. Os pos da folha bebidos em rinho , hebom para os achaques do peito , dosboffcs, da bexi¬ ga y -provoca os mcnftmos & a outina , & hc eftomacaljhe contra o faftio, fas bom cofimenro, he boa para a vifta , contra os ventos ou flatos por iffo he muito util com os legumes,
371 Historia das Plantas, G. Bauh. Sátureja /picota.
saxifragia
Saxifraeon
O
ALuihioli.
W
Porr. Sax\fraolí>.
Fr. Perce-pierre.
Ail. Steinbrech.
Qual. quente.
DE SC R I P. He huma planta de muitos ramos que fc parece com o Epitimo : os ramos eílaon affaílados cm fima ineudos como os do fcrpaon , compartidos por nos de que fahem as foiha$ , duas a duas baílantemente direitas : no cabo dos ramos tem huma flor quaíí íimilhaiues as caravinas , recortadas ao redor.
LUGAR. Kafce ordinariamente em mon¬ tes & lugares áridos , florece em Julho.
V I R T U D. Seu coíimento em 7Ínho toma¬ do quente hc contra febre , he boa contia a diffi- cuUÍade dc ourinar , contra falujos > rompe a pedra dos rciurs & da bexiga.
a
I
\y
Liv.Vr.Dir. IV. da Segurei ht*. yf$
G. Bâuli, Satureja cretica.
SATUREJA
Thymbra five Cunila legirima. ■Diofcoridis,
Porr .Segurelha. Ffanç. Savorée. Ital. Saturei 3 Savoregia, Efp. Segurelha. A1I, Kurnmel.
D E S C R I P. Ha duas cípccies : a primeira he a de Dioícorides Sc he a do campo, tem as folhas & aíleas muyto íimilhames as do Tomil¬ ho j de forte que pode aver engano dc hum a a outra. A differença he que efta he mais froxa que o Tomilho : 3c de mais que efta tem no cabo ãc fuas afteas dpigas , que tem as flores purpu¬ rinas , em lugar que o Tomilho ias humas ca- becinhas.
LUGAR. Crece em lugares afperos e cultos & florece em Junho.
V I R T U D. Tem todas a:s virtudes do ' fiiilho , tomada do mefmo modo , 3c feu ufo muyto om a os que cftaoa com íaude par
comer y ar.
•374 Historia das Plantas,
G. Bauh. Thirnus capltatns qui Diofcoridis.
THYMUM
AÍMihioli.
Port. Tomilho. Fianc. Tln.
j
Efp. Tomilho Sdlfero.
Ital. Tlnmo.
All. Tbim.
QUAL. quente & fec. a o 3 . grao.
DESCRI P. O Tomilho de Candia tem mu y tos vamos avodeados de muytas folhas , pequenas , eflucitas , meudas , cm cima das quaes tem cabecinhas de flores encarnadas. LUGAR. O melhoi he de Candia ou de
Cretta , nafee cm lugares fecos , afperos , & d r
^VIRTUD. O Tomilho coíido em ag;oa Sc hum pouco de mel he cfíicas contra a tofle in¬ veterada e aflhma ou falta de refpiraçaon 5 pro¬ voca a ourina , fas fahir as panas , & íeto mot-
to - provoca os menftruos. diffoUe o langue em erumos no corpo , tres oitavas em po com oyí mel & hum pouco de fal , purga o ventre das phfegmas hrfeofas , os humores acres ,
& coleúcos.
Liv. VI. D rv. IV. da Saxi fraga do monte . 3 7 f G. Bauh. Satttreia montana .
SAXIFRAGA
II.
Aíatth. Cfirn •
QUAL. quente & ícc. a o 3 . grao.
DESCRIP. Efta feguncla efpecie tem aí? folhas mais efheitas, e compridas por intervalo, huina de cada parte acompanhadas de muytas outras pequenas, & quanto mais para cima faoi* mais em quantidade, & produíem flores purpuri¬ nas de bom cheiro.
LUGAR. Nace em lugares de pedras & fo. te os íochedos 6c fiorcce em Junho & Julho.
V I R TU D. Conforta a Yiíta , & rompe a pedra e areyas nos rins.
»' r>
;:w‘
ullfc- MaTTWgJ'iM WrxLitZ-
57 6 Hisíoria o as Plantas}
G. Bauh. Epithyrnurn Jive Cujcuta minor*
Eíhthymum
Aíatthioli.
Lu.
Fort. Epiiimo.
Franç. Teígne de
Tmn.
Efp. Cabellof* ltal. Epitir.no.
QJJ A L. quente Zi fec. a o 3,. gr ao.
D E S C R I P. Saon certos caoeios meudos * amarelos ; tendo no Cabo humas cabecinhas íimilhantes as da Segurei ha , que nafcem & que fe criaon lobre o Tomilho na Ilha de Cretta,efte he o melhor & tem o cheiro do tomilho , todo he ern forma de' cabelos ruivos,tem alguma mor- dicaçaon Sc he aromatico, cm quanfo o que fe colhe nas partes de fintra he iníipido & de nen¬ hum cheiro o que denota a pouca virtude.
LUGAR. Vem a onde ha Tomilho.
V I R T U D. Tem as propriedades do Tò- milho bebido em íubftancia ou melhor o feu co- fimento com mel , purga por baixo a phlegmá Sc a cólera ferw perturbacaoii : he bom contra a gota coral ou Epileptia , vertigens , dotes in¬ veteradas caufadas da cólera negra, fyncopes > fobretudo para opilaçaon , Sc outros achaques da madre para os cancros Sc chagas Sc para febre quarta. Taonbem fe aplica exteriormente em cataplafma? para gota Sc queimaduras. >
Liv. VI. D iv. IV. dxCufcnta.
G, Ba uh Cnfaita ma)or .
C ASS UTA
Callyta
Podagra Lini.
Afatth. Ang.
Apoth. Cufcnta*
Porr* Cnfcuta.
Fr. Angnre de Lhiy Goute de L\n*
Ital. Cifcíita .
All. Fíocbftiden*
Qual. quente &: fec.
D E S C R I P. He huma planta que na fee fo- bre martas , & (obre plantas , atrepando & atan- dofe nos fieus ramos , naon tendo rais alguma em terra : naon produs folhas, icus filamentos laon compridos, de cor ruiva produs quantidade de flores brancas & ao defpois huma femente meuda.
LUGAR. Crece ordinariamente fobre o Linho florcce em julho Sc Agoílo e a o defpois da a femente.
VIR T U D. He abftcrfiva Sc confortante : defopila o fígado Sc o bafo Sc purga os humores phtegmaticos Sc coléricos das veyas. He fingu- lar as febres dos meninos ; mas fe naon deve continuar o uzo por que he nociva a o eftomagau
^-8 Historia das Plantas,
G. Bauh. SerpylUm fativum.
SERFYLLUM Hcrpillos.
ALitrh. Lnc. Lfgd.
QUAL. quente & feca a o 3 . gvao.
DESCRI P. O domcftico naon he raftciro fobro a terra, tem fuas afteas de altura de hum palmo, tem as folhas & ramos como os oregaons, porem’ mais brancas , do cheiro de Manjerona ; as flores faon de cor purpurina feuas em foima de efpigas & faon muyto rr.ordicantes a o goílo.
L U G A R. Cultivile nas hortas ferve em igoarias , florcce em Mayo athe a fin do verao. r V l R T U D. He digeftivoSc abre fortemente fcu cofimento cm vinho provoca a ourina & os mcnfhuos , dctergc os humores viíco.os nos rins, expulfa os flatos , mitiga as dores dos íntelti- nos cura as ruptuias interiores ; cieíopila o h- gado , & o baflb. He bom para o eftomago por iíTo íe ufa nas comidas e igoarias. Seu cheiro conforta o cercbro.
Tab.
Port. Serpdon. Franç. Serpolct. Efp. Sr> polio. Irai. Pevcrcla ,
All. Fendei ou. tluncr KoL
379
Liv. VI. Div. IV. do Serpaon.
SERPYLLUM
Sylveftre
Jkíanb, Corel,
Qualid. quente 3c feca a o j.grao
D ES CRI P. Achaie tres eípecics de Ser- |>aon fylveftre a primeira eípecic he de flor branca que tem o cheiro da erva cidreira : a fe- gunda de flor purpurina, hc mais mordicante ao gofto , pareceíecom a Sígorelha : a teiceira forte tem os ramos & folhas como o domeítko > mas fem cheiro nem flor.
LUGAR. Nafce nos montes , e nos vales cm partes abrigadas , florecc cm Mayo ate o fin do veraon.
V I RI U D. Fora as do domeftico , feu fu¬ mo bebido com mel , alcaflus , erva doce 6c vin¬ ho he bom contra a tolfe fecca ; cc iido em vinagre & aplicado mitiga as dores de cabeca , no lethargo & nos phernefis. A agoa diítilàda com vinagj e rofado aplicado na tefta tira a ver- ligem & para o phernefis. Tapando hum barril ou irrako de vinagre o fas mais forte 6e lhe da footn cheiio : a agoa diflilada dada tres onças ou lua infufaon bebida em jejum conforta a ca¬ beça , o eftomago , o certbro , fas vontade dc comer , 6c mat*. as lombrigas,
LJ
âetsazxafírzÊfr MC*
Historia das Plantas,
G. Bauh. Po li um lavendhU folio.
f O LI U M I l.
Aí-Utb. Gefn. Hor.
Líic.Lugd.CdUt.
Porr. Poterio.
Franc. Polion i.
>
efpece.
Qualifl. quente Si
fcc. ao i. grao.
D E S C R n. A fegunda efpecie de Potevio Fe ralfeira no : ’on , &c deita quantidade de folhas mais meuda' que o alecrim commum j porem faon mais dm as &: brancas por baixo; fuas afleas faon delgadas , brancas, & no cabo produfem cabeças alvadias fimilhantes a o pri¬ meiro.
• LUGAR. Nace em lugares atidos.
VIRTUD. He menos efficas do que a pri¬ meira. Seu cofi mento bebido he bom contra mordeduras de ferpentes , a os Hydropicos , a os Itéricos, cm vinagre he boa a os que padecem do baíTb. He nociva a o eftomago : & caufa dores de cabeça : laxa o ventre & provoca os mcníhuos.
Liv. VI. Div. IV. do Voterio erva* 381
S.Bauh. Pollum rnarinm. crcft.Afovfpeliacü.
POLIUM
l.
Mmhloli.
QUAL. -quente & bc. a o z. grao.
D E SC R IP. OPolium ou erva Poterio he uma pequena erva alvadia ; que tem as folhas ompridinhas , dentiladas , a o redor , aro- eando fua aftea defde a rais athe a cima , por goaes intervalos com algumas pequenas que a ompanhaõ as grandes. Suas aíleas íaon direitas "doudas, duras como pao , & alvadias *, em ci- ia tem flores íimul juntas como cabccinhas, orno o Tomilho , que faon muyco aromaticas, e cheiro forte.
LUGAR. Nafceem lugares áridos & nos íontes : florece em Mayo % Junho.
V I R T U D. He amargofo a o goík),:ncifivo, peiitivo, & abfteríivo. Seu coíimcnco cura a pilaçao das entranhas ; provoca as ouriuas & os íeníhuos. Serve verde para coníbliJar e fechar s feridas , & particularmente as -profundas, p i içado íobre a tefta j kc bom nas cacaratlas : na falta da Yifta.
G. Bauh .Ater atum foliis ferratis.
ACER ATUM Herba Julia.
I.
Al.u th. Gcfn. L.ic.
Lugd. CiJÍ. Cm.
Títb. Col.
Tort. Alt ratim.
Franç. Agerainvi.
Irai. Herba Julia,
All. Kunigund- kjaut.
QUAL. quente 6c ícco a o 3 . grao.
DESCRI P. Tem as Folhas como os ore- çaons , hum ramalhete ou umbela de flores co¬ mo o Helicrifum, as aíteas naon tem ramos. Chamafc Ageratum , id efl: fem velhecer , por que dura muyto tempo a flor femíe murchar 9 nuivtos autores o contundem com o Eupaterium de Mefue.
LUGAR. Crece muito em Tofcana.
V I R T U D. O coflmento conforme Dio- fcorides , he quente & cauftico , o perfume da erva tomado por baixo provoca a ourina , amo¬ lece as durefas das partes naturacs das mol- heres.
Liv. VI. Div. IV. do Agerattm. 3$}
G. Bauh. Ageratum floribus canâldls.
tírs *'
AGERATUM II.
Jldtth. L t gel.
\
Qualid. quente 5c fec. ao i. grao.
^ .
D E S C R I P. Tem a rais meuda , branca cheya de filamentos , com huma íb aftea do mais^de palmo dcalturacom fuas folhas como o flechas citrino > porem mais eflreitas , mais compridas fahindo da aftea por intervalos, em cirna tem hum ramalhete de flores brancas & botoens de cor de oiro que íe reiolvem em pa- pilhoens que o vemo leva.
LUGAR. Nace em lugares fecos 5c muí- tas vefes fobre muros : florece em Julho.
V I R T U D. Saon 45 mcfrnas que do prece¬
dente.
Wm :w ' IMTr ui Tm Ml. . 1 i m i i mi ^ ■■ ■■■■■■ - -
^3+ Hnroxu das P l a n t a s,
G. Bauh. PnUqlum Uiúfolmrn .
PULEG iU.M
Glccon.
Aí.itth. vYunf,Trag.
Fafc. T»r. Co > d.
Dod. Lon, Ctf.
Cijl. Cam.
Poit. P- te oi o,
O
Fra nç. Poidiot Efp. Poleio .
All. Poley.
QUAL. quente
&: íec. a o 3. grao.
DE»CRIP. Hc huma erva raiicna , ou pio- ítrada na terra > fuas afteas faon delgadas &c frangiucis , dealtura de hum palmo: fuas fol¬ has faon quaíi redondas como as da manjerona* porem faon mayores & dc cor verde ofeuv#» As flores do das hortas faon vermelhas : as das do campo íaõ brancas , fahem a o comprido da aftea com as folhas. Sua rais he delgada cheya de filamentos.
LUGAR. Nafce em lugares húmidos > flo- rece em julho Sc Agofto.
V I R TU D. Hc aromatico de godo acre & amargofo : he atenuantc,aqucnra , madurece. Seu íumo e‘ piíTado com azebic purga o humor melancólico & as phlegmas do boie > mitiga as dores do ventre e da madre j hc contra o veneno das cobras ; feu cofimento cura as chagas da bo¬ ca : a a?oa difiilada & feu fumo aclaraoa a vifta & cm Aon afama. Provoca a ourina , os mea- íh uos , o parto , o fe&o morto , & as parcas.
L i y.VI. D i v. IV. do Diãttm de Creta. 585*
G. Bauh. Diflamnus Creticns.
DICTAMNUM . Di&amnos Jlfatth. Lac . A d. Lob% Cafl .
Port. Ditlamo de Creta.
Franç. Pollot de montagne.
Aliem. Diptan.
D E S C R I P. Saon trcs efpecies de di&amo o montano o branco , o baftardo. Efte he o dc candia ou Creta , ou montano , he huma cr- Ya funilhante a o Puegio ; porem as folhas faõ niayoies mais largas mais brancas & vcludadas: de feus ramos fahe flores purpurinas aromaticas.
LUGAR. O melhor nafee em candia difem que as cabras bravas daqueila Ilha eftando fc. vidas dc feitas comen deita erva e lhe fas fahir fora do corpo ; florece em Mayo & Junho.
VIR TU D. Temas virtudes do Poc>7io* mas com mais eíficacie. A erva fo aplicada fas fahn as efpmhas & bocados de paos do coipo he boa contra os achaques do baífo &: o feu fumo contra mordeduras de cobra ; feu cheiro as affo- genta & todos os animacs venenofos.
Tom» I.
R
3S6 Historia das Plantas,
G. Bauh. P feudo Diümmts.
PSEUDO- D1CTAMNUM AFitth. Do4. Gal. L-ic. Caji. Cam.
Port. Dittamo bajlardo.
Ital. Falfo Diflamo,
Qualid. quente & fec. a o l. grao.
D E S G R I P. Tem as folhas fímilhantes a o legitimo: mas feus ramos & folhas faon mais duvas , mais coroadas & alvadias. Suas folhas n alcem a o redor da aífea como os Marroyos : as folhas faon quali redondas , &: crelcem de duas a duas : fuas flores faon avermelhadas ; dizem que o verdadeiro degenera nefte, quando o lemeyaon em terra vuola, porque natural-
mente (e quer em lugares ítcriles.
LUGAR. Nace taonbem cm Candia como
o outro •, achafe em Italia cm muytos jardins &
florece em Junho & Julho.
V I R T U D. Tem as rnefmas virtudes que
o outro com' menos efficacia , taonbem he mc- nos mordicante.
Li v. VI. Di v. IV. do Diãmo branco. 387
G. Bauh . Diãamnus albns vnlgõ íivc Fraxinda.
DICTAMNUM Álbum.
Mdtth. Lac. Caf.
Cafí,
Porc. Diãamo ’ branco ou Diãamo real.
Franç. Racine de diãam blanc.
Ir. Diãamo biancc.
All. Vveifs Dipturts.
QUAL. quente 8c feco como o Poegio.
D E S C R I P. Tem as folhas como o frexo por ifloo chamaon fraxinella. Sua aftea he alta de mais de dois palmos, redonda , nodofa. As flores faon encarnadas dc cheiro forte , naon defagradavel. Das flores nafcem humas cafcas quadriangulares , afperas , que producem hum a leniente negra , & aguda,
LUGAR. Acha/e nos montes em Gucldra. Ví R T U D. Somente a rais he que íervc na medicina , he muyto amargofa , o po to¬ mado a o pezo de huma oitava mata as lom¬ brigas , provoca os menftruos , & as parcas > tomando duas oitavas ; he boa contra a pedra 5c a os venenos , & na pefte.
Historia das Plantas,
G. Bauh .Origamm Jyl.Cunila bitlbula Pllni!.
ORIGANUM
vulgare.
jftÍMth, Trag.Lon.
Lugd. Eyjí.
Port. Oregdons. Franç. Origan, leal. OrigAno. Alt. Dorten , ZJvolgtrnuth.
QU AL. quente & icco a o 3 . gvao.
D E S C RIP. Tem as folhas mayores do que a Manjerona & aveludadas , como taonbem a aílea: as flores laon alvadias e as veles avermel¬ hadas.
LUGAR. Nace pellos caminhos, c azin¬ hagas florece do fim do veraon.
V I R T U D. He bom contra os venenos Como as precedentes ; a Tartaruga vendofe mordida da vibora fe cura como oregaon. A flor & folha laon boas contra as mordeduras de qualquer animal venenofo. He eflomacal , con¬ tra palpitaçocns fas vontade de comer, he contra veneno dos cucumelos.
Liv.VI.Div.lV. daOregaon-
G. Bauh. Origamm fLraclroticutn j CunÜA
Gallimice» Plinii.
ORIGANUM
Heracleoticum. APatth.Gefti.Lac. Lob. Lugd. Caji.
Port. Oregaon 2. efvecie.
Franç. Marjolaine bktarde.
Qual. quente & fec. a o i. grao.
D E S C R I R. Efta efpecie de Oregaons al¬ guns a chamaon Cunila , tem as folhas qiiafi íímilhantesas do HyíTopo : as flores naoneítaon juntas como na precedente.
LUGAR. Achafc na Ilha de Candia.
V I R T U D. Seu cofimento em vinho bebi¬ do , hc contra mordeduras de ferpentes , contra veneno da Cicuta * do Meconium. Seco cm po huma oitava athe duas em hydromel , purga os humores melancólicos. O lavatório do leu ©ofímeiuo cura a Coceira & a Itericia.
•390 Historia das Pt anta*,
G. Bauh. Orlganum Onítls.
OR1GANUM
Oiiitis.
Jll.iitb. Gefn. Lac. Lw.Cajl. Lugd .
Port. Oregaon Onilis.
QUAL. quente & íleo. ao 3. gr.
D E S C R I P. Efta efpecie tem as folhas mais fimilhantes a o Hyífopo do que o Oregaõ Hcraclcotico. A femente Ycm em humas cabe- cinhas.
LUGAR. Nos mefmos dos precedentes.
V I R T U D. O Oregaon bebido he exelente «outra as dores do eftoraago Sc palpitaçoens , •tomado em hydromel , laxa o ventre levemente, purga por baixo os humores vifeofos , melan¬ cólicos > Sc adultos y provoca os menfhuos , comido em po com figos > ferve a os hydropi- cos Sc contra as convulfoens. Tem as virtudes do precedente.
TRAGORIGA-
NUM
Jlfatth. Ldc. Cajl. L'igd.
Port. Oregnon 4. efpeck.
FranÇj. O-igan de Bouc.
All. Tragodejler.
QUAL. quente & feco como o Üregaõ.
D E S C R I P. He huma planta pequena 8c ineuda que tem as folhas & os ramos como o ferpaon fylveftre, defte ha duas efpecies, ou con- fo me o território eíta viçoío ou eftenl , tem as folhas mais ou menos largas , fuas flores faon purpurinas.
LUGAR. O melhor, vem de Cilicia ivas Ilhas do Archipelago , florece em Agoílo.
V I R T U D. Temas virtudes do Oregaon comum , exelente para toífe, e nas apoftemàs do boffe, poemíe nas igoarias contra o faftio , a os eme tem o eftomago fraco & a os que tem vo- nútos.
ni)
Historia bas Plantas;
MARUM
Tab.
Votl.Aíítrum e[i cie de Aí.‘n-
All. Engelfche, Eartkoline.
Qualid. quente & ftc a ao 3. grao.
DESCRIP. Efta planra deita muytos ramos fnas flores faon íimilhantes as dos Oregaons,mais «romaticas ou chciroias, Sc as folhas mais bran¬ cas.
LUGAR. Nace em Afia , fobretudo perto dc Cyzica , & de Magnefia, florece no veraon.
V I R T U D. Tem o gofto agudo, amar- gofo , pouco adftringente he contra as chagas corrofivas, entra nas compoíi^oens dos unguen¬ tos cálidos.
Liy. Ví. Di v, IV. da Manjerona. 393 G. Bauh. Major ona temifolia.
AMARACUS
five
Sampfuchum minus.
Mattb.CaJ}. Lugd.
Po rt .Manjerona.
Franç. Marjolaine Genlile.
Ital .Perfa Gentile.
All em. Mdfiran.
Àleyraru
Qiialid. quente & feca a o 3. gr.
DESCRI P. A pequena Manjerona gentil tem as folhas mais meudas , as afteas > & as flores do que as da grande 8c de melhor cheiro,
L U G A R. Efta efpecie cultivaie nos jai> dins & em craveiros }querfe em lugares humedos, bem eftcrcada 8c agoa , florece em Julho 8c Agofto.
VIRTUD. Tem as rnefmas virtudes que a grande , 8c feu cofimento he efpecifico a os que principiaòn a fer hydropicos, Sc na difhculdade de ourinar , nas dores do ventre > as folhas aplicadas com mel cwraon as contufocns.
394 Historia das Plantas,
G. Bauh. Major and vnlgaris .
AMAR ACUS
Sampluchum.
Ma 1 1 h.Fitfc h. Lugd
Por-t. Manjerona .
Franç. Aíarjolaine cornwme .
QUAL. quente & feca a o 3 . giao.
D E S C R I p. A Manjcrona mayor tem muy- ias afteas , pequenas 5c macias ; fuas folhas fao compridinhas alvas 5c aveludadas em muyta quantidade. Suas flores faon como as dos Ore* aonsjdc que fahe huma pequena femente:a rais e inútil.
LUGAR. He muyto commua aflim nos jarv cünSj como cm outras partes, floreceem Agofto, V I R T U D. He aromatica de bom cheiro , aperitiva, digeftiva 5c confortante , ou em be¬ bidas, ou aplicada, he boa.n£s dores de ca¬ beça , dos nervos procedendo de frio. Seu fumo algumas gcjas nos ouvidos tira a dor 5c he Con¬ tra a furdes 5c zonidos. Sorbido nos narifes pur¬ ga a phlegma , 5c conforta o cerebro. He car¬ minativa, boa a os achaques da madre, expelle os Ycntos. '
Liv. VI. Dív. IV. do Clwopodio. 3M G. Bauh. Glinepodium Origano fim ll e.
CL1NOPODIUM
vulgare I. Maub» Cm.
Port. Clinopodh.
Franç. Fabreque.
ÇHJ A L I D.
quente &c fec. a o 3- grao.,
D E S C R I P. He huma pequena planta , ra¬ mo fa , alta de dois palmos, íuas folhas faon íimilhantes as do ferpaon : fuas flores faon re¬ partidas por intervalos como o Marroyo.
LUGAR. Crcce cm lugares pediofos y
florece em Agofto.
V I R T U D. Tomada em bebida be contra mordeduras de cobras , nas convulfoens , que¬ braduras & contra a difficuldade de ourinar, provoca os menftruos & o parto j aplicada fas cahir as verrugas compridas , coflda athe a con- fumaçaon das duas terças?para os cíufos;feu co- fimeiKo he antifebi^,
«Ei m
Historia das Plantas,
G. Bauh. ClimpodUtm yirvenje Ocpmifaçte,
CL1NOPODIUM
I I.
Matth. L-igd. Tal;.
Franç. CUnopode ou F abre que 2. efpece .
QJJ A L. quente & fec. a o 3 . grao.
DESCRI P. A fegunda cfpecie tera as fol¬ has agudas no cabo , dentiladas a o redor. Suas flores que vem junto as folhas faon quafi purpurinas. Sua aftea he alta de quafi dous pal¬ mos, fua rais he grofla.
LUGAR. Cultivafe nos jardins, florcce e® Agofto.
V1RTUD. Tem as propriedades da prece¬ dente.
Liv. VI. Div. IY.rlo hUnjericaonfjlv. 3 97 G. Bauh. Acinos latifolia.
AC I NU S
Diofcoridis.
Porr. Aíanjericaò
bravo.
1 *
Franç. Acinus ou Bafilic fauvage.
QUAL. quente & fec. a o 3. gr.
DESCRIP. Efta planta he fimilhantc ao Manjericaon de folha larga, produs ramos & aíteas meiidas , duras , & lecas , cheyas dc íucco como leite. He cheirofo & mais vcluda- do do que o Manjericaon comum. Matthiolo he de opiniaon que o Acinus de hoje naon hc o dos Antigos, por que Plínio diz que o Acinus naon tinha flores , a refpeito que o que hoje temos florece.
* L UG A R. Crcfce nas bordas dos folTos , cm afinhagas& pellos Caminhos, florece em Junho & Julho.
VIRTUD. Seu eofimento, ou bebidas a s folhas em po, obílrue o ventre, & para os men- ftruos. Aplicado cura todas as fogagens. Suas folhas faon contia o veneno. Sua femente to¬ mada em vinho he contra mordeduras de víbo¬ ras & dç outras ferpeutes.
3jS Historia das Píantas,
OCYMUM
Mâgnum.
2HiUtb.Fufch.Dsd.
Gd. Lac. Tnr. Port. Af injcricaon
gra*idt. Franc. Grand
>
QUAL. quente & fec. a o i. grao.
DESCRI P.Os Manjericaons de folha larga & o da eftreita íaon taon comuns Sc conhecidos , em Portugal , que naou fera neceíTaria de- fcripçaon.
LUGAR. Semeafe em hortas, plantafe em braveiros , florece em Julho Sc Agofto.
V I R T U D. He digeftivo , aperitivo , es- pullivo > enemigo do eftomago comido cru. Pondo o a ferver com o inofto da bom cheiro a o rinho Sc bom faibo. Cofido em vinho , cura a difficuldade de refpirar , & a roíTe , provoca a ourina Sc os menftruos. A femente infundida em vinho branco fas hum grude que he muyto peitoral. A agoa diftilada conforta o coraçaon & ferve nos íincopes , aplicados por fora re¬ frigera.
Liv.Vl. Div. IV. do Manjericaon. 3 99 G. Bauh. Ocymtim minlmum.
T. Ji
«3
O CYMÜM
Parvum.
AfdtthioU.
Port. Manjericaon comun .
Fr. Pctít Bafdlc gentil.
QUAL, quente & humedo.
D E S C R I P. He mais aromatico do que as outras efpecies.
LUGAR. Como o precedente.
VIRTUD. Porque he mais cheivofo ou aro¬ matico que o precedente , taonbem he mais quente , & conforta mais : he mais cordeal , & entra nas compoíiçoens cardíacas. He melhor para o eftomago do que o precedente * mas o ufo continuado nas igoarias enfraquece a vifta. Os Antigos naon aprovaraon o ufo interno, diíem que he certo que o ufo interno fas gerar piol¬ hos. He bom nas dores de cabeca o íeu cheiro he cordeal.
É
■F
-
wét
E
irtr*
4
* I
V -M ^ •
MfÉmfií'
<co Historia das Planta
DIVISAM QU I N T A.
Das QrtaltonSy Neve da, Cidreira , Marroyos , Ortigas,
Sydentis, Enphrafia, Betonica, Scrofhu - /*n*4 6* Stachys .
G. Bauh. Menta korte?ífis coryTnbiferá.
MENTHA
Gneca ,
Sai via Romana Heiba Diva;
Maria; five Laííulata.
Dume . ' mr^Wm
AU. Balfamk^aut. Mj/
QUAL. quente 8c ®*r feca a o t. grao.
D E S C R I P. Efta efpecie de Ortalaon tem as folhas mais compridas 6c mais largas do que afalva, faon verdes & alvadias 6c íimilhantes as da Betonica. Sua aftea hc alta de quafi dois palmos.
LUGAR. Crece em qualquer parte , florece cm Agoílo.
V í R T U D. Hc provocante 8c deterííva , efficas as dores da madre , 8c a os hydropigos ; principalmente quando as agoas eftaon dei ama¬ das nas veyas , aquenta o figado opilado 6c de- fopila feus dudtos 6c poros. Príado conr o.io dc lirios aplicado no haíTo adefencha 8c mitiga feus ardores , 6c com vinho quente contra a dificul¬ dade dc ourinar. Seu fumo aplicado a noite cura todas as fogagems.
Liv. Vl.Div. V* àh Ortelaon . 4°x
G. Batfh. Mcntha anguftifolia.
MENTHA
fariva.
Matth. Cafl.
Port. Ortúam comua .
Franç. Menthe.
Efp. HlervA buena ortelana .
AH. Mmtn
QUAL. quente a o 3 • gtao.
D E S C R I P. Efta planta he taon comua em todas as hortas , que naon neceíTita dc- fcripçaon
V í R T U D. Todas as cfpecies de Ortelaon, confortaon o ceucbio , o coraçaon , o eftomago, efpelem os ventos , íeíiílaon a o veneno , fafem vontade de comer , provocaon os menftruos & o parto , faon boas a refpiraçaon, detciíivas , vulnerarias , refolutivas , maraon lumbiigas. Ufafe interiormente & exteriormencc.
MFNTHA
fativa II. Àííittb.Fufch , Dod, Tur. Lac.
✓
QJJ A L. quente & lec. ao z. grao.
D E S CR I P. Naon tem differença da prc» cedente, fenaon em ter as folhas mais pequenas, mais agudas & que luas afteas & flores íaonqua- íi vermelhas & cheiroías.
LUGAR. Achafe comumente nas hortas.
V I R T U D. Fora as propriedades refferidas na precedente, metida no leite o empede de fc coalhar. Aplicada natefta tira a dor de cabeça , c taonbem a dor dos peitos enchados com leite endurecido. Adoça a afperefa da lingoa roíTan* doa com cila,
Liv. VI. D iv. V. do OrtcUon bravo. 4^ G. Bauh. Atentha fylv. longiore folio .
D E S C RI P. As folhas faon muyto mayorcs do que as da ortelam , mais cabeludas ou velu- dadas Sc brancas : fua aftea de mais de dois pal¬ mos, fuas flores em forma de efpiga de cor pur¬ purina & de cheiro forte.
LUGAR. Nace em lugares aquaticos, flore- ce em Agoílo.
V I R T U D. Seu fumo purga as molheres depois do parto , & feu coíimento muyto util a quem tem o peito eftreito > que com travalho podem refpirar & a os que no noturno dormindo vazaon o femen com demafia,& na Itericia. Seu peifume Sc taonbem a erva efpalhada , aíFogenta as cobras & as pulgas. Seu fumo hc bom contra as efcrofulas aplicado quente fobre a parte. Em geral tem todas as virtudes da Ortelam, mais forte &com mais cíficacia.
MENTASTRUM
Jllatth. Trag.
Port. Mentaflro.
Yv.Afenthe fatiVttge.
Ital. Afcntajlro.
All. Kéit^enbalfarn.
QJU A L. a planta Ter de qu. Sc Cee. ao i . grao. Sc fec. a o 3 . grao.
404 Historia das Plantai,
Cj. J\ fcUtb A ÇUtdYlA ZJ li! (JtjYi s YKAjOf «
HERBA
Cataria.
AÍMth* Cajl.
Port. Gataria.
Franç. Herbc du chat.
Ital* G At ay i4 .
Áll. Katzenkjaiit.
QUAL. quente & feca a o l. grao.
D E S C R I P. He huma planta comua , tem as folhas como a erva cidreira , ou como a urti- ga,mas mais pequenas & alvadias. Sua aílea hc de altura de mais de tres palmos , quadra com muytos ramos taonbem quadrados , fuas flores faon brancas. A rais he nervofa com muytos fi¬ lamentos. Temo cheiro taon forte que fas mal a cabeça, feu faibo he quente, mordicante com muyto amargor. Tomou o nome de g&taria por que os garos a comem.
LUGAR. Nafce peitos caminhos & em lugares humedos j forece em Junho & Julho.
V í R T U D. Pode uzarfe defta planta em lugar da Calamcntha ou Neveda. He boa contra todos os achaques frios do cerebro , do peito , do cftomago , da madre , feu fumo forvido no aaris purga a ficima & aclara a yiíla.
Llv. VI. Div. V. dn Neveda eu Calamento. 4®^
G. Bauh. Calam" nta vulvaris, vel offic. Gcr.
CAL A MINTA
Adattbioli, Apoth. Calamen-
twn.~
Port. Neveda. Franç. Calament. Ital. Calamento htrba,
Efp. Neveda.
Al . Vvilde Poley ,
QUAL. quente & fec. a o 2. grao.
, DESCRIP. Eíla primeira efpecie tem as folhas alvadias de feitio das do Majericaon: fuas -afteasfaon angulofas & tem as folhas vermel¬ has.
LUGAR. Nace nos montes & nos vales em lugares afperos : florece em Junho & Julho.
V I R T U D. Bebida ou aplicada hc boa contra mordeduras de ferpentes , provoca a ou» , rina & os menftruos & boa contra as quebradu¬ ras , nas convulfoens , nas dores do ventre , nas difficuldades de refpirar , nos vomitos & cólicas, contra febres intermitentes, dada a infufaon quando quer principiar o frio 3c contra a amare ixdaon do corpo & Iterícia.
40 6 Historia das Piántas,' G. Bauh. Calamlntha Pnlegii odoro. CALAMINTHA
Moncana.
Jiídith. Lr,.gd.
Porr. Neve da do monte.
Franc. Cilamet de
J
7nonragnc%
QUAL. quente 6c leca a o 3 . grao.
D E S C R I P. Efta efpccie tem as folhas mais iodondas, hum pouco veludadas , dentilladas , aromaticas, fuas afteas faon de altura de dois palmos , quadradas , meudas : fuas flores pe¬ quenas , de cor purpurina , fahindo do meyo da aftea ate cima , como o Puegio , com tudo mais efpeflas em cima. Suas raifes laon delga¬ das , 6c vem em quantidade.
LUGAR. Nalcc em lugares incultos a o longo das afinhagas 6c caminhos : florece em Junho 6c Julho.
V IRTUD. Efta erpecie he a melhor na medecina a o parecer de Diofcorides. Seu gofto picante 6c amargo demoftra que he quente 6c fecca ; porque aplicada por fora , aquenta no inftante , he inordicante , atraâiva , deteríiva, cauterifa acarne, fas fuar & defeca o corpo, tendo alguma coufa deabfterfivo 6c digeílivo.
Liv. VI. Div. V. do Ccãzmfnta.
G. Bauh. CaLiminihít arvenfis vcrticilUta «
CALAMINTHA
Aquatica.
JMíitth. Lho d,
O
QUAL. quente Sc fec. a o 3 . grao.
DESCRI P. A neveda aqnatica he fimilhan- tea o mentaílro , & temas folhas mais com. pridas , fuas afteas & íeus ramos inayores que das precedentes.
LUGAR. Achafe as mais vefes perto de s ou enchareos : floicce em luuho Julho. J
V I R T U D. Efta efpecie tem ruenos pro¬ priedades . tomada em vinho empede o clícito da peçonha : as folhas aplicadas faon contra mordeduras venenofas ; feu cofunemo provoca
os menftruos &a ourina , he contra Iterícia fas íahir o feto morto & as parias.
BMj
V-aL
' *. -' ^'‘'.'•A-ifi.^5,>í?->* -iSF ÍB*& ÍiA?iJk'&*'
Historia das Plantas,
APIASTRUM
Mclilíophyllum Citrago five Meliíla.
AÍAtth.Cord. Lac. 7ur. Ad. Lob. Fort .Erva Cdreira Franç. Aíehjfe. leal. ’ MeUfjd Curagine.
Efp. Torongil biervíi CtdrcrA.
AU. Binenk^Aiti,
DESCRI P. A Erva Cidreira tem as folhas mayores do que os marroyos,mas naon faon vc* ludadas, cheira ricamentc a calca de cidra ou a de Limaon.ha duas cartas a o parecer de Fuch- fius huma verdadeira & a outra falfa.
LUGAR. Crcce nos jardins & hortas: flo- rece em Julho & Agorto.
V I R T U D. À erva Cidreira legitima con. forta & alegra o coracaõ , o ccrebro , o eftoma- go , provoca os incnftruos , ferve na Apoplexia, Lpileptia , vertigems.na mclancbolia , nas fe¬ bres malignas & peite.
C. Baui».
Iiv.VI. Dir. v. da Erva Cidreira de Confl. 4<5j G, Bauh. Alelijja Aíolucana odor ata.
M E L I S S A Conftantínopo»
Ufana,
five
Apiaílrum Citraço.
Franç. Mclijfe ds Cvnjlantinople,
, QU A L. quente & íec. a o z.
rado! S,? RIP; A . CicIrcira do Levante tem íamos de altura de dous Palmos com
«hasrecortadas ou deualadas a o " "
loi as Hotes fao brancas.
'•«“'■«-Sr 111,45 Mo,uc“
Te!edLTor°;„TSr "'f v'ituJcs *>
emcsas^*^1”'"'10 fendas rc
Tom. 1,
S
4io Historia das Plantas,
G. Bauh. Marrnb'mm cardíaca diÜurr.
CARDÍACA Lycopus, Lycopfis branca lupina,
MclilTa fylv.
*}. F.fach. Ang.
Thoph. Trag.
Port. Cardíaca.
Franç. Agrípaume. i AU. Hertz.- Ge fpart.
QUAL. quente & fec. a o i. gtao.
DESCRI P. Tem alguma fimilhança com a Ortiga, as folhas faon veludadas 8e recortadas como as dos ranunculos. A aflea he quadrada, com ramos diípoftos dois a dois como taonbem as folhas , por intervalos. Suas flores faon ver¬ melhas quafr brancas a fimilhança das urtigas fétidas a rais as vefes he vermelha 8c amarela.
LUGAR. Nace pellos caminhos em afinna- gas 8c junto as paredes velhas , floiece ate
^^V^i°R T U D. He atenuante , deficativa :
cordeal , provoca a ourina & os menftmos , a-
cilita o parto 8c á refpiraçaon d.lTipa a pa > - taçaon , relas os efpritos . tomada em po qui cofimento. He reputada cordeal.
Lí v. VI. Div. V. do Sideritis.
41 1
G. Bauh. Marrubium Pahtjlre Glabrum.
SIDERITIS
vulgaris ,
G erw,
Herba Judaica
Gefn. Col.
Port. Herva judaica.
Franç. Crapaudinc.
A 11. Vvundkpaut.
D E S C R I P. As afteas tem aiturade
Sd ra or,’Ts por ^ . sTc. AÊtx^: “ softo
rcce m,Gjlí0 í'ifcC "" lugal" P^rofos, fl0.
ftnümj VhD' He tíeccl*fiva • vulneraria , ad- & nas fedár ” ? <l“b[ad“'“ ou hérnias,
mente. * inreuonacntc Sc exterior-
« :
vr.
/dÁ
Hl i
4ii Historia das Plantas,
G. Bauh. M-irrujlurn ri. gr um foetidurn.
ballote
Manubiallruin
fwe
Marrubinm nigriim
u
Jlí.ilth. Fitfch.Tur.
Cord.Lic. Dod,
Cif Cajh Ltigd.
Potf. M.irroyoncgr.
Fr. Adurruke tioir.
Efp. Ir. Aí.vn líblo.
All. Schvvartz . adorn.
QUAL. quente ao i. grao.
p£SCR! P. Efta planta fe parece com o Praffio ou Marroyo branco as folhas & as afteas faon de cor verde , hum pouco velutadas & de
loiro cheiro. ...
LUGAR. Nace em lugares iombnos em
alinhadas ,nos cimeterios : florece no veraon.
- VIRTÚD. as folhas pifadas com fal curaoa
as mordeduras das cobras, & cans danados,
cofidas dentro nas crnlas quentes aplicadas nos
achaques do anus faon efpccificas & nas chaQas
velhas.
Liv. VI. Div.V » do Marroyolranco. 41 }
G. Bauh. Marrubinm álbum vulgar e.
marrubium
Âfatth. Cord.Fncb •
Dod. Tur . Ztff.
' c*/: c ^
Apoth. PraJJium.
Port. Mar rojo branco .
Franç. Ira!. Efp.
Àlarrublo .
A 11. j4dorn )
Ligmkraut.
QIJ A L. quente & fcc. a o 3. grao.
D E S C R I P. Da rais fahe muytas afteas, ou íamos , cabeludos ou veludados , brancos, as follias crcípas verdes por cima &c brancas por bayxo , quafí rodondas , amargofas a o goíto. Produs as flores brancas por intervalo junto as folhas & juntamente a fcmente.
LUGAR. Nace juntos aos velhos edifícios Sc pelíos caminhos , florece no veraon.
V I R T U D. He incifivo , deterfívo , ape¬ ritivo, idoneo as obíbrucçoensdo l afio , do fí¬ gado, da madre, a Phtifía , a Aflhma Sc a
oíle , facilita o parto Sc eipulfa^as parias, re- íiíta a o veneno.
S* • 1
íij
/
414 Historia das Pi antas,
G. Bauh. Lamium pnrpuretm , vcl álbum foetens , folio oblongo.
G A L I O P S IS
Urtica labco focti Ja ou mortua.
Aíatth. Lac. L'!gâ.
Port. Urt iga morta.
Franç. Ouie puante.
Ira!. Ortiga morta.
Elo. O' rica muena,
All. Taitbe Nrjf l.
QU A L. quente & feco a o 3. grao.
DESCRI P. A aftea & folhas faon total- mente fimilhantes a Ortiga comua ; exeptoque naon faon alperas , & que tem cheiro foetido , quando fesfrega nas maons ou que íe pifa. Sua flor he vermelha & pequena. Achale que nas folhas tem huma nodoa de leite.
LUGAR. Crece pellas eftradas , & pateos, florece em Junho & julho.
V I R TU D. Suas folhas > fumo , aftea & femente refolvem toda cafta de durefas de can¬ cros, apoftemas, Efcrophulas & Parotides. Se de¬ ve aplicar morneo duas vefes no dia , em forma de cacapíafma , anadindolhe hum pouco de vinagre. Aplicados com íal faon boas as chagas podres , corollvas 8c cancrofas.
1 1 v. V I. D i y. V. da Ortiga. 41 $ G. Bauh, Vrtica urens maxima.
Port. Urtiga.
Franç. Ortie 1. efp
Qiialid. quente
& feca,
DESCRIP. A fegunda eípecie de Urtiga he a comua ; naõ he taon afpera como a pri¬ meira. Sua aftea he quadrada , afpera & mordi- cante no ta&o. Sua íementehe pequena & vem em eípigas.
LUGAR. Achafe em toda parte. A femcntc fe colhe em Agofto.
VIRTUD. De mais das rcffcridas agoa deílillada no mes de Junho bebida de minhaon , ao meyo dia & a tarde tres onças de cada ves.hc boa para pedra na vefliga, para cólicas , para toíTe inveterada , contra lumbrigas & flatos ; hc temedio exelente contra chagas falgadas , con¬ tra mordeduras de caens danados. Aplicada por fora , taonbem nos cancros , as fiííolas , a gotta & a os pes enchados , cura o polypo do naris , & para o fangue do naris, aplicada na tefla com panos molhados.
S nij
f
416 Historia das Plantas
G. Bauh. Vttica urcns minor .
URTICA III.
Mitth . Trag. Lac . £//gd. Cajl.
QHAL. quente 6
fecca.
D E S C R I P. A tercei a eipecie cem a fe- fnente pegada na aftea & as folhas mais peque¬ nas i & crece em toda parte.
VÍRTUD. Saon as mefmas. De mais a Te¬ mente ferve de contraveneno da erva cicuta, dos cucumelos , do afougue, do Meimendro das cobras , dos alacraos. Bebida a o peio de hum cicropulo, com hydromel, facilita o vomi¬ to depois dc ter comido : as folhas aplicadas de¬ pois de inachocadas com fal, curaõ mordeduras dos caens danados , as gangrenas , os cancros chagas podres rebeldes, os membros diílocados , tumoies Sc paiorides : o fumo forbido para o fangue do naris , tocando com eJlas a vagina relaxada a fafem repor em íeu lugar, íe íaon recentes cortadas. O afeite comum he bom con¬ tra as picadas das ortigas. Huma macn cheya de ortigas Sc outro tanto de engos pifadas 6c apli¬ cadas íobre a íiota fafem hum effeito admira yc1«
o
Liv. VI. Diy. V. da Ortiga.
417
G. Bauh. Vrtica urens pillulas fcrcns : /.
DiofcoridtJ feminis Uni.
URTICA I.
A'Liuh, Lac. C«f:
Q^JAL. quente & fecca.
DESCRI P. A primeira tem a afíca & fo[- s mais afpras & bravas. Sua femente he como
has mais afpras & bravas. Sua femente he a de linho mais pequena.
LUGAR. Nafce em lugares incultos.
VIRTUD, Sua femente & folhas faon di- geftivas, provocaon a luxuria , fuas folhas cofu das em vinho & bebido o coíimento provoca a ouiina, alimpa os reiiiSj amolece o ventre , cina os enchaflbs : o fumo bebido repetidos dias cina os vomitos de langue do peito ;• o mefmo fas a erva cofula em caldo de frango ou de Carneiro le for capado ; o mefmo fas a femente bebida em vinho. A femente bebida cm arobe exica a
luxuria pofta no orifício da yagina.
S r
4i S Historia das Plantas,
Cj. Bmh. Sideritis arvenfis lati folia, glabYdr
SIDER1TIS II.
A ÍMthiuli.
To rt. Siderais.. Fr. leal. Sideritis. All. l Jvtwdkratt? ,
DESCRTP. A fegunda cfpecie de Sideritis tem fuas afleas de altura de dois a tres palmos, pvodus vanas foihas íimilhantes ao feto. Em cima das aíteas produfem botoens redondos 8c afperos , dentro nos quaes efta a femente com- p; ida&: mais dura do cjue a das aííelgas.
L U G \ R. Nace em lugares fecos & pedro- fos areyentos & non cultivados , florece em Junho &: naõ morre lenaon no fim do outono.
V I R T U D. Tem virtude abfterfiva , he fria & humeda mediocremente , adíhingente pouco , he vulneram & contra asinflamaçoenr
T,i v. VI. Di v. V. da Eufrafia. 4 1 9
G. Bauh. Eufrafia offcinarum.
EU FR A S I A
QUAL. quente & feca a o i. grao.
DESCRIP.A Eufragia he huma pequena hcrva que crcce de altura de hum palmo pouco mais ou menos : fuas folhas faon pequenas , crcfpas , dentiladas a o redor , adftringentes & hum pou¬ co amargoías. Sua aftea he meuda & vermelha. Suas Rores faon brancas & as vefes tiraon íbbre Vermelho.
LU G AR. Nace nos prados & nos matos flo rcce em Julho & Agofto.
V I R T U D, 5eu principal ufo hc para os olhos algurns a chamaraon herva dos Olhos ou Optalmica. Deixa fe ferver a Eufrafia em moftro ate que o vinho feja feito , eíTc vinho he admi¬ rável para aclarar a vifta a toda pelíba & idade ie fe continua o feu ufo , a herva comida fas o mcfmo ou em falada ou no caldo.
%
4^0 Historia das Plantas, G. Bauh. Betonica purpure# BETON I C A /íve Verônica.
A í.üth . Bntt: ÍJTi '#o,
Dod. Gejn. T,r..
Lite. L w. Lac. sld. Cx . L-.gd.
Caft. Tal. 7 dal.
Fort. Be tônica.
Franc. Bctolue.
y
Er os mais todos
Baomca,
Q U A L. quente & fec a o i. grao
DESC RIP. A Betonica produs aftea del¬ gada Sc quadrada , alta de dois palmos Sc as ve¬ ies mais. Suas folhas fe parecem com as do carvalho , íaon moles , cheiro fas & dentiladas a o redor , as mayores eftaon perto da rais. Pro- dus a fementeem forma de eípigas em cima da aftea como a Segureya , colhem ie as folhas pa¬ ra ie tioat dar , íuas raiíes faon meudas como as do Elleboro.
LUGAR. Nafce nos prados &r nos vales fomb: ios Sc humedos, florcce em funho Sc Julho.
V I R T U D. Suas virtudes faon admiráveis fervindo de remedio a quafi todos os achaques interic es cio corpo , tomado feu coíimcnto co¬ mo fe ufa do chaa he Cephalica confortando o cerebro Sc o coraçaon, he vulneraria principal- mente das feridas da cabeça & contra a Épi- lcprta , Iterícia** Paralitia, íciatiga- contia do¬ res de cabeça, bebida, ou aplicada, ou em foi: nu de Tabaco*
Liv. VI. D iv. V. daSeratuU. G.Bauh. Scrratula .
411
SERRATULA
Aíutthioli ,
Do d , Lob,
Cluf . C*JI.
Caw. Gerrn.
Porc. Seratula.
Franç. Serrette leal. Serratula.
D E S C R I P. He huma planta diffe rente da da Betonica íua aftea he purpurina , delgada Sc carregada de ramos : antes que a produía fuas folhas faon íímiihantes as da betonica , denti- ladas a o redor j mas quando tem produíido a a aítea , fuas folhas íaon como as da grande valeriana. Suas flores faon purpurinas ? tem nniytas raifes.
LUGAR. Nace nos matos em Boêmia.
V I R T U D. Tomada de qualquer forte ou bebidaem vinho branco he eflicas contra quedas, porque refolve o fangue eftravafado & qualha- do. O feu cofimento cm vinho alimpa as cha¬ gas Sc feridas Sc as fecha : em fomentaçoens mitiga os ardores das almorreimas* Os Tintu¬ reiros ufaõ deíla planta para tingir os panos de latí.
4ii Historia das Plantas*
G. Batih . S cr o falaria nodofa f atida.
SCROFULARIA Major. Mille-morbia Ficaria fivt Caftrangula. Jííattb. Lac. Dod. Cafi.
Port. Herva Savoeira.
FranC. Scrofa' aire.
AU. Br iinvvurtz..
QUAL. quence & fcc. a o 3 . gvao.
DE S C1U P- Sua aíEca hc de dois palmos c alto com muyros ramos angulotos. 'mas tol¬ as faon denegadas , fortes & dentiladas , as ores oue vem no cabo co« vamos faon metidas urpuvinas feitas em calco Sua (emente he con- euda cm humas cabecinhas como as t.o Linho, ,c redonda, aguda de huma banda. Sua tais he ;rande , branca , & goarnecida de pequenas
''l UG ar. Nafce cm lugares humedos flo-
cce em julho. r
VIRTUD.O po da rais tomado a o pelo
lc huma oitava mata as lumbrigas.Hc atenuan-
c íefolativa, vulnerai ia, aplicada extenormente
ie’ o melhor medicamento vegetal ; para as xiofulas.
Liv. VI. Div. V. da Salva Irava. 41?
G. Bauh. Stachvs minor luilica.
ST ACH YS
Afaithioli ,
Dod. Lugd. Tdb.
Tort.Salva bravL Fr. Satige fmvage .
Ital. Salvatica SalvJa.
All. Rackjnde , sldorn s Fdd- jldorn.
QU A L. quente a o 3 . graò;
D E S C R I P. Parece fe com os Marroyos exepto que as folhas faon mais compridas, mais efpeças , mais duras, mais veludadas & de bom cheiro. Tem muytas raifes &: mais brancas que as do Marubio.
LUGAR. Crecenos montes & lugares in¬ cultos.
V 1 R T UD. He mordicante &: amargofa a ogofto, o coíimento das folhas bebido pro¬ voca os menftruos & efpulfa o feto & parias. AíTentando íe dentro do coíimento provoca a ou- rina & cs meniiruos.
ÜESCRIP. Tem as folhas inuyto mais largas e compridas doque o verdadeiro ou que a falva. & tem as me imas virtudes.
414 Historia das Píanías,-'
G. Bauh. Stachjs major Germanka .
PSEUOO- STACHYS
Jl-íutth. Líigd.
Port.
Franç. Stachjs
Baurd.
Irv. Ví. D iv. Vi. daSalv/t. 41í
_ _ . . . ^
DIVISAM SEXTA.
Da Salva , do Orminnm , Der bafe os , (De. G. Bauli. Salvla rua or .
5 A L V 1 A
major.
Aí.ittb. Fufeb. Dod. Tur. Lac. Lugâ. Cajl. Tal.
Fort. Salva.
Efp. leal . Salvla. Fr. Grande Sauge,
All. Grofs Salbey.
*1 (
Qualid. quente
6 fec. a o i. gtao.
DESCRIP, Tem muyros ramos, as afleas faon alvadias 3c juntamente as folhas afperas , crefpas , 3c de bom cheiro. As flores faon purpurinas.
LUGAR. A cl mjp em toda parte.
V I R T U D. Lie boa contra os humores phlegmaticos:as íalvas principalmente cila cfpe- cie faon cephalicas , nervinas , hyítciicas , ílo- machaes , refolutivas , aperitivas ; ferve inte¬ riormente 3c exteriormente. Na Paralifia , Le- thargo , Apoplexia ; maílegafe paKi efeanar, 3c tomafe em forma de tabaco gr o fio. Paia puipar a phlegraa do cerebro. Maftegada ou comida em pede o mo viro as molhei es : Enfim he boa em tudo o que he neceíTario de aquentar , deflc £ar ; & confortar.
<
4ií Historia das Plantas
G.Bauh» Safaia mlnor Aurlta & von Anrlta .
.
S A L V I A
Minor.
Af-tttb. Fufch. Doà Cal. Cor d Lio. Lob. GtJ. Tab .
Vovt. Pequena falv.i
Franç. Petlte Sauge
All. Sp;fz.e S-tlvej. Kleiae Salvcy.
Q17ALID. quente
Sc fec.
D H S C R I P. A pequena Tal va tem as folhas mais unidas , 8e mais eftreiras que a domeftica, & tem checado a o pe da flor duas ouvelhas que as fas parecer a o ferro de liuma alebarda.
LUGAR AchaCe em lugares incultos
florecc em Junho & Julho.
V 1 R T U D. Difem que faon as mefmas que da domeftica , & que neífa efpecie he que os fa- pQj Çç recreao 5c aninhaon poi cauía do caloi . o que as veles a fas venenofa , para lhe reme¬ diar hc neceíTario plantar aruda chegada a falv-a.
wHm
Liv. VI. D iv. VI. do Hormin «. 4*7
G. Bauh. Hormm um failvum.
HORMINUM Sativtmi. JUatth. Atig. L tc. Dod. Ad. Lob. C<aj. Luqà. T.ib. Cafi.
Port. Salva tranf- rnarma,
Franç. Orvaille. Ital . Horwino .
All. Garten Stharlacb .
QUAL. quente &
fec.
DESCRI P. O Hormino das borras tem as folhas como os Marroyos ; porem m.ayoies Sc mais cheiroías. Sua aftea he quadrada alta de dois palmos. A (emente he compridinha& negra. Suas Hores faon purpurinas.
LUGAR. Florece em Junho & Agoldo.
V I R T U D. He deterfiva , refolutiva, cflo- macal, idônea para dar movimento a os efpriros, o cofimento oú in fu ia oh deída planta aquenta a fiiefca do eídomago & con uma as flegmas , he util as molheres eíderiles Sc as que tem purga- çoens brancas. Em po em forma de tabaco, pur¬ ga o cerebro.
4iS Historia das Plantas,
G. Bauh. Hormtnum Sdaren d'flunt.
SCLAREA
Tota bona.
jMm tb CijL Carn.
Tab.
Apoth, G.illitri- chw.
Fort. Efclarea,
Franc. Orvale,
>
Tome bonne,
Inl. Sciarea.
All. Schatlach.
QJJ A L. quente &fec. ao i. giao.
D E S C R I P. O O rnino fylveftre produs fuas tolhas fltnilhantes a ialva. Saa aftca he alta de ciuafi dois palmos. Quadrada cabeluda ou veludada como fuas foihas As flores eftaon cm forma de efpiga de cor branca purpurina.
L U G A R. Nace cm lugares incultos , fecos, fobre os mui os , femcafe em hortas , florece cm unho & !ulho.
V 1 K T U D. Corneie em feladas & tem bom gollo , conforta o eftomago , da vontade de comer.Suas fo'has infundidas em vinagre ou
pifadas com pouco mel refolven os forunculos.
Poefe hum gran de fua femente dentro no olho para aclarar a viita, donde tirou feu nome; deixa fe lhe citar toda a noite.
419
HÁ
Liv.VI. Div. VI. do Ormino.
G. Bauh. Hormirw rn fj/lv. SalvlfoUnmwa]Píf3
vel waculatur/?.
IKORMINUM
Sylvcílrc.
Jbfatth. Anv. L u
o
Dod. Ad. Lob.
CA. Liígd. Tab.
J C4.
Portí Qnnlno.
Franç. 0>valc ou
Jriorrnlnc fití-
vage.
QUAL. quente
& Fec.
D E S C R I P. Efta planta produs as folhas (imilhames a falva. Sua aftea Le quadrada, afpera , veludada •, alta de dois palmos, a floir he íimilhante a da falva dc cor purpurina. As efpigasfe deixaon inclinar para terra, a femente he, rodonda, denegrida , que le parece com a de callitririchum,
LUGAR. Nafce nos prados & pcllos ca¬ minhos.
VIR T U D. Tem mais vigor do que o das hortas j & fora as virtudes do precedente , que contem mais eminenramente i o cofimento de fuas folhas provoca os menft uos & parto & pa¬ lias a íTe nr ando fe nelle. Suas folhas havendo eítado de molho em vinagre , aplicadas, refol- Yem todas as apottemas.
4: o Historia das Plantas,
G. Bauh. V erbafcum lati foüurn lateurn .
VERBASCUM
I.
Jli.Uth.Ord. L'tgd.
Uf.
Apoth. Tjpjus bx< batits.
Fort. Vc.bafco.
Fianc. BoH-don
i
blanc.
Ical. y erbafeo.
Alie m . ZJ vülkraut.
QU A L I D.
fcc. a o 5. grao.
DESCRI P. O verbaíco femea cem as fol¬ has como certas cove% porem mais felpudas ou veludadas Sc brancas. Sua allea he da altura de òois palmos branca 8c felpuda. Suas flores faon dc cor amarela clara.
V I R T U D. A rais he adftringenre ; beben¬ do^ em vinho he remedio contia a Diarrhea leu colunepto contra as quebraduras 8e nas difloca- coens & concuioens , contra a tofle inveterada, mitiga a dor dos dentes lavando fe aboca de feu cofimcnto em vinho. Suas fo has mefturadas com os figus os inpede de fe corrumper. Cura as pontadas .los pregos ou encravaduras dos Ca¬ valos. Conforme Galeno todos os verba.cos $em as mcfiuas qualidades.
Li v.VI. D iv. VI. do Verbafco. 43 1
*Gt Bauh. f^erbafcvim mas angujlioribus foliiS
ttoribns pallidis *
TERBASCUM
II.
Ad dihiol K
Lac . C tji » /i
Fort. farbafco maiho*
Q^UA L. fecco ao 3. g.ao.
DESCRI P. O Veibaíco macho chamado gpellos gregos Leucophyllum, porque tem as fol- 3ias brancas , he mais compiidodo que o pre¬ cedente , tendo as folhas mais eftreitas mais traias que as primeiras 6c tendo a aftea mais .delgada.
LUGAR. Nacepellos caminhos 6c outras partes > floreceem Março 6c Avril.
Y I R T U D, As folhas dos verbafcos, faon defícativas 6c hum pouco deterfivas : todas as =efpecies faon íingulares a os achaques do anus. iA rais tomada em agoa deftilada de arruda, he rontra mordeduras de alacraos. As folhas deíTcs dois primeiros tomadas em po faon contra os achaques do peico 6c dos que eícarraon matéria. Curaõ a toíTe dos cavalos 6c dos mais achaques internos.
43 1 Historia das Plantas, G.Bauli. frcrl'.i] cu?/i lycbnitís flore albo pdrVo%
VERBASCUM Lvchuicisyíye Thryalis V.
Aí-ittbiol’.
Lic. Tiib. Germ.
•
Fort. F^erbafco 5 . efpcc ie.
Franc. Boullon d *
peiitcs fli.urs blaticbes.
QU A L. fec. a o 3 • Siao.
DISCRIP. Efta efpecie deita quatro ou cinco folhas largas, felpudas Se grolías. He propia para delia (e fafcr mechas ou troilidas,poc ílTo Gi caos a chamaraó Lychnitis Se de T hryalis. LUGAR. Nafce nos campos florece em
Abril. •
VIRTUD. Suas folhas faon boas aplica¬ das fobre as efcrofulas enfundidas em vinagre. O fumo da rais tirado anrcs que renha feito a aftea , tomada em vinho malvefia a o peio de duas ou tres oitavas, antes que ou no tempo que vem o acccfío da febre quarta, a cura. infalivel¬ mente ufando tres ou quatio veles legon o * t naldo de Vilanova. As flores redundas em po • faon fingulares nas dores do veuue Sc cólicas.
G. II a uh#
433
Liv. VI. Div. VI. do Verbafco.
G. Bauh. Vt erbafcum nigrum folio papaveris
Corniculati.
VERBASCUM
Denticulatum ,
' fiH
Aliud I V.
Áíatthioli.
Poi t. V erbafco de folhas recorta¬ das.
Franç. Boülllon déconpé.
DES CRI P. Efta efpecie he difFerente da precedente ; porque tem as folhas recortadas como as das dormideiras corniculadas. Acha fc cm varias partes de Italia.
V1RTUD. A agoa deftilada de fuas folhas he adrmravel contra a emflamaçaon dos olhos Me tendo a de dentro , Sc contra as vermelhidões iõ
ákamfrn 0 & í‘ÍU“U"do ,h= P°«o de
Tomo 2\
Mi /
_■ ^ ' ' ,• • .'■:■■■■ . ' ■= ? '■' .
Tlf lilliMlHl i iM> . -a -.a» -
i r ji
yir
ã
j ■>,
i tj
1
ié
i ■ • {
t li
m
434 Historia das Plantas,
G. Bauh. Verbafcurn nigrum flore ex lute o
pmpnrafcenie .
YERBASCUM
Nicrrnm
o
1 1 1.
Aíattbloli , Lxc.Cajl, Lulà,
O
Fort .Virbafco negro. Fr. Boiullon nolr.
DF S CR IP Efta terceira efpecie hc clia- madaror Lobel , Salvifolium , porque fuas fo¬ lhas fe parecem com a falva , poltoque majores.
Suas flores laou quafi purpurinas.
LUGAR. Nace nos prados Sc outros lu¬ gares de pedrigulhos , floiece em Avri .
V 1 R T U D. Sua femente cofida em vinno & aplicada cura as diflocaçoens mitigando as dores & enchalTo. O mcolo do ra.s bem meudo 011 pifado cura as fiftulas. O fumo das folhas Sc
flores tira as verrugas.
1
* *•'**»
Liv. VI. D iv. VI. Do Ver h afeo
43 S
VERBASCUM
Sylveftre
I V.
Afdtthioli y Ang. Lact. Gejn.Lugd. Cluf. Caft .
QUALID, fecco a o 3 , grao.
D E S C R I P. Efta quarta efpccie tem as fo- IEas aa falva como o precedente ; mas com mais abondancia & Ikon mayores , faon afperas , fel¬ pudas & alvadias. As flores pequenas & amare¬ las
LUGAR. Como o precedente.
V I R T U D. As folhas faon boas para as queimaduras aplicadas em forma de cataplafma; a flor cinge o cabello de cor loira ; em que parte
que fe ponha fempe atrahe os bichos conta ou Millepedes.
* Í&í ”*£,£■> V
*' ' f £ / ' . ' ' ■: *
. ,'J ' f :>» ■
. -• .. ' * > , • -V ; •' •••'• £ í"
; . ' • , .«7 \ v '• *
ví, ‘5 .< ff
wim-M
436 Historia das Plantas,
G. Bauh. B lutar ia lutea folio longo laclniato.
blataria.
Mutthloli ,
Trag. Ang. Fttch.
Gofn» Do d.
Potr. Herva das baratas,
Franç. Herbe attX Mates.
All. Schabeiikraut ,
011 Montenkruut.
qU A LI D. q. & fec. ao í. grao.
TI F S C RI P. He fímilhante a o veibafc® na afteae flor, mas as folhas naonfaon brancas & faon dentiladas a o redor & as flores amare- fas - prcdus humas bolcinhas como o linho em
<1U LUGAR^Naceenos campos, florece en Junho
& vIrT U D. He amargofa o que demoftra ue he deíTicativa. Atrahe muyto o bicho conta como a precedente. Suas flores tingem o cabello
loiro.
t
Liv.VI. Div. VI. Do Etiopis. 43 7 G. Bauh. vStbiopis foliis fimofis.
^THIOPIS.
Adatthioíi.
Port. Htrva mági¬ ca*
Franç. Hetiopidc.
All. Afokenkjdut.
' QU AL. q, Sc fec. moderada.
D ESC R IP. Suas folhas tem alguma fimi- ihança com as do verbafco , felpudas , elpeífas , (ieitadas fobre a terra. A aftea he afpera quadra¬ da íimilhante ada cideira goarnacidas de afas Sc concavidades. Suas raiíes em muyto numero maílivas , compridas , & vifcofas a o goflo , que eftando cortadas fe fafem negras & duras como cornos.
LUGAR. Nace no monte Ida Sc cm Moífoya na Morea ; florece em Mayo.
V I R T U D. He boa para os que efcarraou fangue, à fciatiga, as dores de Ilharga, a os hy- dropigus, â afpcrefa da tracharteria.
438 Historia das Plantas,
G. Bauh. V erbtifculmn pratenfe odoratum.
PRÍMULA VERIS.
Heiba Paralyíls Arthetica ,
I.
franç. TSrayes de Coch Vrimevere .
QU ALID, fee. a o
D E S C R I P. Suas folhas faon fimilhantes as da alfacie , compridinhas , unidas cju.tfí como as do Lítbrum Venerts > deitadas lob.e a tena cru redondo ; íahc do meyo debas huma aftea ai* vadia , que em cima produs dotes de cor afnaiela
clara dentiladas a o redor & de bom cheiio.
TEMPO & LUGaR. Crece logo no principio da primavera entre as matas pellos caminhos.
VIRTUD. Ele deficcativa adftringente. To¬ da a planta he boa as junturas. Seu cofimento defopila os reins : a melma com a (alva & a manjarona he boa contra os achaques nos os nervos & do cerebro , na paralyfia & convulfocnff a a(Toa deftilada he cardíaca , aplicada na celta tiradas dores de cabeça , as flores com raifes de fraxinela em vinho branco Sc deflilada tua le huma agoa para em belecer o caraon.
Liv. VI. Div. VI. da 'Prímula veris. 43 9
G.Bauh .V^erbufcurn Pratenfe, vel SylvAticurn
Inodoriirn •
PRÍMULA
Veris.
I l.
Aíattb . Lugd .
QUA LID.fecca a o 3. grao.
DES C R I P. Efta fegunda efpecie Kc toda fmiilhance a primeira , exepto que as folhas íaot\ majores & inais largas. Suas flores íaon quaíi brancas & naon tem cheiro.
LUGAR. Ciece nos matos baixos 6c hu me¬ dos > a o pe dos montes > Sc florece em Março oc AvriL
V l R T U D. Saoa. as mefmas que a prece¬ dente.
T iiij
440 Historia das Plantas,
SANICUL A ,
* (tve Aurícula Uríi. Afdttbioli.
l:r. Orellle aOurs,
QUALID. fecca
-••• V ■
JJC- - - S - * ■ '
■ *> /
G. Bauh. ScivicuU alpina lutea .
a o 3 . grao.
DLSCRIP. Tem as folhas grandes como a Tanchagem > mas faon mais eípeílas , Sc Í£ parecem com as de Craffula. Tem a borda re¬ legada de hum modo particular , tem huma cor branca tirando íobrc amarelo efcuro.
LUGAR. Nace muyto em Goritia ; florece
em Mayo 6c íunho.
V I R T U D. Os Alemaos fafem grande cafo defta planta para as quebraduras & delidas dos intcftinos 6>c para as feridas do peito , to-, rnandoa todos os dias em bebida. Servem ie deíTa planta geralmente em todas as feridas, to- mandoa pcllaboca 6c aplicandoa por foi a.
■
Li v. VI. D iv. VI. D# Cor tufa . 44®
G. Bauh. Saniculá montana lati foliei laciniatfr.
CORTUSA.
Aíatthioli ,
Cajh Lu v d» Carn.
QUALIJD, quente & fecca.
DESCRlP, Efta planta tem as folhas como a vinha alguma coufa mais pequenas , quafr io- dondas , & hum pouco afperas , adftringentes a ogoílo i os pes ou caudas compridas , as aíteas Jranginhas, & meudas * teudo flores no cabo que por fora faon purpurinas & amarelas por dentro juntamente hums filamentos que eftao dentro na flor , fuas raifes fao cípeflas , compridas & meudas , achaon fe que tem a flor branca & ro¬ xa } a planta verde tem cheiro de mel 6c mais iuave o que naon tem depois de fecca.
LU G A R. Nace em terrenos brancos na fombra.
V I R T U D. He adftringente , & refolutiva defeccante he boa contra todos os fluxos, para as feridas das quedas. Suas flores einhindidas* com aíeite de amêndoas doces & olio roíado fac exelentes para as dores dos nervos 6c das juntu¬ ras aplicando as quentes.
T v
► - -MM» /
jjj TiiBfi üflBMiwi mi iiiiii m i9fAHlMMf«wlWaJ
t ( *,ô£r -‘"i
Ví* Vj
441 Historia das Plantas, v *•*>
» /.• xl
G. Bauh. Ephemerwn quod aliqni Sylvcftrum
Irin apPeilant.
EPHEMERUM.
AÍ.UtÍioli y
Laç. Ca/f. Lugd.
QUAL! D. quente !< fecca.
D E S C R I P. A EpKemerum tem as folhas feinelhantes as folhas das as fuceius : poftoque mais mcudas. Sua aftea taonbem fe parece com ade aflucenas. Sua flor he branca & amargo fa. Sua leniente ne tenra. Naon piodus mais que hu- ma rais , adllringente & aromatica.
LUGAR. Nace nos prados, nos matos,
humedos Sc fombrios.
V I R T U D. A rais he exelente para dor dos dentes, lavandofe a boca com feu coíimcnto. Suas folhas cofulas em vinho curaon toda cafta dc cnchaflb que naon tem acrahido outro humor.
■rçs** ■