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ER Er E = > =» E a S Re VINOSHLINSO S3 Va a1 7“ = INSTITUTION, NOILNLILSNI NVINOSHLINS S3/HVEBIT LIBRARIES SMI ja | RN dal us us ui — wu SERIES CIENTIFICAS ER >06: EU RIO-GRANDENSE DE CIÊNCIAS NATURAIS onen = JANEIRO DE 1960 == : Oswaldo Baucke SECRETARIA DE EDUCAÇÃO E CULTURA DIVISÃO DE CULTURA | 3 ; DIRETORIA DE CIÊNCIAS | Er | [sem ZOOL. N.o 12 | PÁGS. 1-19 "EST. au P. ALEGRE | JANEIRO — 1000 ATUAL QUADRO DE PESQUISADORES DO MUSEU RIO-GRANDENSE DE CIENCIAS NATURAIS DIRETOR Pe. Balduíno Rambo S. J.; ENTOMOLOGIA Ludwig Buckup — Dr. rer. nat., Bacharel-Licenciado em História Natura; -HERPETOLOGIA Ês Antônio Carlos Pradél Azevedo — Bacharel-Licenciado em História Natural; “Thales de Lema — Bacharel-Licenciado em História Natural; MALACOLOGIA . José Willibaldo Thomé — Bacharel-Licenciado em História Natural; ORNITOLOGIA “Eduardo Casado Marques. Tôda correspondência referente à | IHERI N G I A deve ser enviada ao MUSEU RIO-GRANDENSE DE CIÊNCIAS NATURAIS CAIXA POSTAL N.º 1188 Pôrto Alegre — Rio Grande do Sul — Brasil Desejamos estabelecer permuta. We wish to establish exchange. Wir wünschen Austausch. Oswaldo Baucke ” NOTAS ENTOMOLÓGICAS — | a Ill 1960 ; “Oficinas Gráficas da Imprensa Oficial Pórto Alegre 1 Ri Zu iene O da en O a, E fo e DA e RR o ND 12 o > ale er HERINGIA | SER. z001.| N.º 12 | PÁGS. 1-19 EST. I-III| P. ALEGRE JANEIRO — 1900 NOTAS ENTOMOLÓGICAS — La II (*) Oswaldo Baucke (**) ed (gl Fulgurodes sp. (Geometridae, Ennominae) em Araucaria brasiliensis A. Rich. No dia 15 de março de 1957 realizamos uma viagem ao município de S. Francisco de Paula, com a finalidade do estudo e coleta de material de um inseto-praga, ocorrendo em pinheiro bravo — Podocarpus sp. e pinheiro industrial — Araucaria brasiliensis A. Rich. O referido trabalho foi efetuado na localidade denominada Eletra (ex-Salto), na propriedade do sr. Odon Cavalcanti. As indicações, en- tretanto, sôbre a ocorrência da praga abrangem, não só S. Francisco de Paula, mas também Canela, Gramado e Caxias do Sul, como segue, dos dados obtidos nos arquivos do Serviço de Entomologia: E 193/55, de 13.XI1I.55, S. Fco. de Paula: “lagartas em pinheiro”; E 234/56, de 17.XII.56, Canela e Gramado: “crisálidas em Podo- carpus sp.”; E 236/56, de 17.XII.56, Caxias do Sul (4º e 7.º distritos): “crisálidas e lagartas de Geometridae em Podocarpus sp.”; E 17/57, de 6.11.57, S. Fco. de Paula (Eletra): “crisálidas de Geome- tridae em Podocarpus sp.”. Quando da mencionada viagem, tivemos oportunidade de coletar insetos adultos, crisálidas e lagartas, estas em reduzido número, e ainda em ccmecos de desenvolvimento. Anotamos, como plantas hospedeiras, não somente o pinho bravo ou pinheiro bravo — Podocarpus sp. (prova- velmente o hospedeiro selvagem) e o pinheiro industrial — Araucaria brasiliensis A. Rich., mas também o pinheiro europeu, camboim, cipreste . e macieira As conclusões a que pudemos chegar, induzindo-as das observações feitas na ocasião, são as seguintes: os insetos adultos surgem no verão, eclodindo das crisálidas paulatinamente, atingindo o máximo para o final do estio; a postura consequente é desuniforme, e assim o compro- vam as lagartas encontradas, em distintos graus de desenvolvimento, desde as recém-nascidas até as de segundo estádio. Tais lagartas, con- cluida sua evolução, transformam-se em crisálidas, fase em que a es- pécie, provävelmente, atravessa o inverno. A êsse respeito, estabelece- mos uma confirmação: a 6.XII.58, ainda na mesma localidade, não (*) “Trabalho entregue para publicação em 22 de agösto de 1959. (**) Engenheiro Agrônomo do Serviço de Entomologia da Secretaria da Agricultura do Rio Grande do Sul. HINSUNIAN PNSTTTLITION mar38 | 6 O. Baucke — Notas Entomolögicas — I a UI comprovamos, nem insetos adultos, nem lagartas, mas sim crisalidas eclodidas (da geração próxima anterior de adultos) e não-eclodidas (as quais constituiriam a geração estival próxima futura de adultos). Os insetos adultos encontram-se pousados nas plantas mencionadas, e são facilmente coletados; possuem um vôo irregular e relativamente lento e, segundo observações do proprietário do local, não são atraídos por fontes luminosas artificiais. Apresentam coloração fundamental marron-enegrecido, mais assi- nalada pela parte inferior das asas; pela parte superior, tanto as asas quanto o tórax e o abdome revelam disposição variegada de branco, em listras e desenhos irregulares que, por vêzes, dominam sôbre o co- lorido básico, isso sempre pela parte superior das asas. A notação com- pleta das manchas alares poderá ser apreciada, mais do que uma des- crição, na Est. II, fig. 1-4, que reproduz um casal de Fulgurodes sp. A referida praga, que assinalamos para a família Geometridae, foi enviada ao Dr. A. M. da Costa Lima, a quem solicitamos a identificação específica. O mencionado entomólogo determinou o inseto para o gê- nero Fulgurodes Guenée, 1857 (Geometridae, sub-família Ennominase, tribo Cingiliini). Tal gênero, consoante Costa Lima, conta com várias espécies, não só do Brasil, mas também da Colômbia, México, Equador e Peru. Para o Brasil, já foram identificadas e descritas 4 espécies para o Rio de Janeiro (Nova Friburgo), uma para São Paulo e duas para Santa Catarina (Lages), das quais Fulgurodes baldwini Schaus. 1929 situa-se como a mais próxima da relatada na presente nota. O inseto aqui mencionado acha-se depositado nas coleções do Serviço de Entomologia, caixa n.º 21 (Lepidoptera, Geometridae), sob o n.º de ordem 1404. Os insetos adultos, emergindo das crisálidas, iniciam o acasala- mento e a postura, que é desuniforme no tempo. As lagartas atacam as plantas que mencionamos e, para o caso relatado, de forte infestação, aquelas são extensamente desfolhadas. Concluindo o desenvolvimento, iniciam as formas larvais a con- fecção do casulo, o qual é feito, unindo a lagarta fölhas e ramos, te- cendo um casulo de coloração amarelo-sujo, e que se apresenta bas- tante resistente, revelando típica formação rendada, conforme se pode apreciar na Est. I, fig. 1. Comumente, porém, a crizalidação é efetuada ao longo dos galhos mais grossos e troncos, contando-se, não raro, várias dezenas de casulos agrupados. No interior dêsses casulos a lagarta atinge a fase de crisálida. Esta é típica para a ordem Lepidoptera: é a denominada “pupa obiecta”, onde se diferenciam claramente as antenas, olhos e tecas alares, que são aplicados junto ao corpo. É a chamada “forma imóvel”, onde üni- camente o abdome revela algum movimento. A coloração geral da crisálida é amarelo-ocre, mais acentuado para os segmentos abdomi- nais; apresenta manchas e desenhos variegados marron-claro, escure- cidos para o abdome e enegrecidos para a cabeça e região ocipital, conforme se pode observar na Est. I, fig. 2-3. O segmento anal é ene- grecido, assim como o “cremaster”, que é formado de quatro pares de an quitinosos, dos quais o da extremidade é o mais desenvolvido e robusto. A descrição pormenorizada das diversas formas evolutivas dêsse geometrídeo será dada, quando da completação do estudo da biologia e identificação específica da praga, aqui assinalada pela primeira vez para o Rio Grande do Sul. dec TES Sibine barbara Dyar, 1905 (Lepidoptera, Eueleidae) em erva-mate no Paraná No dia 17 de setembro de 1958 recebemos uma consulta da Delegacia Regional em Pörto Alegre, do Instituto Nacional do Mate, por inter- médio do Eng.º Agr.º A. Paiva Netto, com referência a lagartas em erva- mate, material coletado em 14 de agösto de 1958, na localidade de 5. Mateus, no Paraná. Pudemos comprovar tratar-se de uma espécie do gênero Sibine (Le- pidoptera, Eucleidae). Para atingirmos a designação específica e es- tudarmos a biologia da espécie, foram as lagartas mantidas em criação. A presente nota é o resultado das observações realizadas, acrescida de considerações gerais sôbre as espécies do gênero. Para o Rio Grande do Sul, em acôrdo com os dados colhidos nos arquivos do Serviço de Entomologia, e na literatura correspondente à entomo-fauna riograndense e a nós acessível, foi assinalada a espécie Sibine nesea (Stoll-Cramer, 1781), para as seguintes localidades, hospe- deiros e datas: Montenegro (Pareci Novo): 20.VII.36, M. von Parseval det.: “As la- gartas da espécie Sibine nesea... comem as fôlhas e brotos das laran- jeiras;... roem, também, superficialmente, os frutos”; Novo-Hamburgo: 21.IX.38, em laranjeira (M. von Parseval det.); Caí: 26.VII.40, em laranjeira (R. Gomes Costa det.); Pôrto Alegre (Belém Novo): 9.VIII.46, em pereira (D. C. Redaelli det.); Santa Cruz do Sul: 26.1.49, em tungue (J. N. Botelho det.) Ainda com relação a Sibine nesea (Stoll-Cramer) RONNA (4) assi- nala as seguintes plantas hospedeiras: aroeira prêta, capororoca, laran- jeira, madresilva, mamoneiro e sarandi; GOMES COSTA (2) menciona laranjeira, abacateiro e pereira. Uma outra espécie do gênero: Sibine trimacula (Sepp, 1848), é men- cionada para o Rio Grande do Sul por MABILDE (3) sôbre “sarandy, madresilva, capororoca, aroeira, laranjeiras e outras”. Com referência à erva-mate temos observado regular número de ca- sulos eclodidos de Sibine sp., aglomerados nos galhos grossos e tronco: E 296/58, Ilópolis (Encantado): 21.XI.58; E 211/58, Veranópolis: 28.XI.58. Anotamos ainda forte infestação, com caráter de praga, em Ilópolis (Encantado): 9.VI.59 (A. Paiva Netto leg.). Dezenas da casulos agru- pados, a maioria eclodidos, e muitos revelando ação parasitária. Os casulos estão de tal forma ligados entre si que, tentando-se retirar um, o mesmo desloca regular número de outros, destacando-se todos do galho ou tronco, presos a um segmento de casca da árvore. As lagartas, em grande número, em distintos graus de desenvolvimento, desde as de 1.º e 2.º estádio (muitas formando colônias, agrupadas para a mudança de 3 O. Baucke — Notas Entomolögicas — I a IIi pele) até as de quase completa evolução. Quando da completação do estudo da biologia desta espécie de Sibine, e a sua notação sistemática, publicaremos nota complementar a respeito. Para a erva-mate, como o dissemos ao início, possuimos uma terceira espécie de Sibine, cujas lagartas criamos em laboratório, anotadas para o Paraná. E ” 2 — "Trata-se da espécie Sibine barbara Dyar, 1905. A determinação foi levada a têrmo pelo Dr. A. M. da Costa Lima, a quem havíamos solicitado identificar o inseto. Os pontos da biologia dessa espécie em muito se assemelham aos das duas outras citadas: a respeito daquelas, uma boa descrição da biologia de Sibine trimacula (Sepp) pode ser apreciada em BOURQUIN (1). As lagartas de Sibine barbara Dyar, à semelhança das que perten- cem às demais espécies do gênero, são limaciformes, isto é, de corpo achatado ventralmente e abaulado na face dorsal. Daí o nome Limacodidae (limax — lesma) com o qual foi a princípio designada a família. Possuem patas toráxicas muito reduzidas, providas de gancho agudo e recurvo, e são destituidas de patas abdominais, as quais são substituidas por pares de discos ou ventosas, localizados nos sete primei- ros segmentos do abdome. Por essa razão deslocam-se como lesmas, por contrações e distensões da face ventral abdominal, prendendo-se forte- mente às fôlhas de que se alimentam. Coloração geral esverdeado pela parte superior e amarelado pela inferior; dorso glabro, com pares de processos carnosos toráxicos alaran- jados, os quais se repetem para os dois últimos segmentos do abdome e, lateralmente, menos conspicuos e amarelados, em tôda a região abdo- minal e anal. Tais processos são orlados de formações espinhosas, curtas, agudas e escurecidas, bem visíveis para os processos dorsais, as quais são urticantes. Uma fina linha escurecida, situada logo acima da linha lateral de protuberâncias, separa-as da região dorsal. A cabeca esconde-se sob o primeiro segmento toráxico, e o aspecto geral da la- garta lembra o de um tanque: Est. III, fig. 1. Não possuimos dados a respeito da duração da fase larval devido a «que, em nossa criação, partimos de lagartas já em adiantado desenvol- vimento. Para o final do mês de setembro e primeira quinzena de outubro completaram as lagartas sua evolução, iniciando a confecção do casulo. As lagartas atingem, no máximo desenvolvimento, 26-21 mm de comprimento, por 8-9 mm de largura e 6-7 mm de altura. O casulo é quase esférico, semelhando um Övo de pássaro; a prin- cípio é pcuco consistente à pressão, e apresenta coloração esverdeada. Em 24 horas, mais ou menos, torna-se marron-escuro e adquire maior consistência, endurecendo bastante nos dias subsequentes. Fios cas- tanho-escuro ligam o casulo a qualquer superfície: madeira, vidro, etc. Rompendo-se o casulo, é o mesmo restaurado pela lagarta, e isso por mais de uma vez. A capacidade de restauração do orifício praticado no casulo decresce com o tempo de permanência da lagarta no interior do mesmo. Os casulos são fortemente fixados pela lagarta à superfície em que é confeccionado. Em a natureza, como o dissemos, os casulos de Sibine formam aglomerações nos galhos e troncos. No interior do casulo a lagarta cumpre uma fase de imobilidade: “prae-pupa”, a qual é bastante variável. Nesse estado a lagarta con- serva seu aspecto primitivo, mas sem se alimentar, e revelando fracos movimentos quando molestada. Ésses movimentos são tanto menos evidenciados quanto mais se aproxima a ocasião da transformação em crisálida. Em nossas observações anotamos a formação das crisálidas a IHERINGIA — Zoologia n.º 12 — janeiro de 1960 9 partir de meados de novembro. As crisálidas, uma vez formadas, per- _ manecem algum tempo no interior do casulo, antes do surgimento do inseto adulto; muito embora observações reduzidas em número não permitam induzir os pontos da biologia de uma espécie, transcrevemos, para orientação, os seguintes dados: formação do casulo: 16 de outubro. início do casulo: 14 de outubro de 1958. crisálida: 19 de novembro. adulto ou imago: 30 de janeiro de 1959. Obtivemos insetos adultos até a primeira quinzena do mês de fe- vereiro. A julgar pelos dados de coleta obtidos em outras ocasiões, o surgimento do inseto adulto deve prolongar-se para além do mês de fevereiro. O imago, para sair do casulo, pratica um orifício circular, fazendo saltar o opérculo, situado na parte inferior do casulo. O tempo ano- tado para a distensão alar é de 5-7 minutos, com as asas dispostas ver- ticalmente. Em 15-20 minutos as asas dispõem-se horizontalmente. O inseto adulto mede 30-45 mm de envergadura; corpo robusto e peludo. Coloração geral castanho-escuro, mais evidenciado para as asas anteriores, pela face superior. Antenas e patas castanho-claro, essas densamente cobertas de pêlos. Asas anteriores, vistas superior- mente, com duas manchas irregulares amareladas sub-apicais (as quais coalescem em alguns exemplares) e mancha irregular amarelada pró- ximo à base: Est. III, fig. 3. A mencionada espécie acha-se depositada nas coleções do Serviço de Entomologia, caixa n.º 14, sob o n.º de ordem 1403. O material em apr&co consta de quatro insetos adultos, seis lagartas, quatro exúvias larvais, cinco casulos abertos, uma crisálida não eclodida e quatro crisálidas eclodidas. LITERATURA CITADA 1. BOURQUIN, F. — Mariposas argentinas. Bs. Aires, “El Ateneo”, 1944, ed. do Autor. p. 57-58, fig. 1-7. 2. COSTA, R. GOMES DA. — Alguns insetos e outros pequenos animais que danificam plantas cultivadas no Rio Grande do Sul. Sec. Agric. Ind. Com., Secção Inf. e Prop. Agricola, Serie A, bol. 172: 133-134, fig. 96-97. 1958. 3. MABILDE, ADOLFO P. — Borboletas do Rio Grande do Sul. Pörto Alegre, Gundlach & Schuldt, 1896. p. 174. 4. RONNA, A. — Catálogo dos insetos até hoje encontrados nas plantas do Rio Grande do Sul. Egatéa 18 (1-2): 52; (4): 197; (6): 334. 1933. ibid. 19 (1-2): 16-17; (5): 278. 1934. — HI — O gênero Automeris Hübner, 1819 (Lepidoptera, Hemileueidae) no Rio Grande do Sul Relatamos nessa nota as espécies de Automeris Hübner, 1819 (Lepi- doptera, Hemileucidae). até a presente data citadas para o Rio Grande do Sul, tanto quanto nos permitiu concluir, não só o estudo do ma- terial depositado nas coleções do Serviço de Entomologia da Secretari: da Agricultura e na Secção de Entomologia do Instituto Agronômico do Sul, mas também a consulta da literatura correspondente e a nós aces- sivel. Considerações gerais em törno ao gênero: variabilidade dos indivi- duos, principalmente nc que concerne à disposição das linhas e apre- sentação de cöres nos insetos adultos, podem ser apreciadas em KOHLER (12), cujo trabalho traz indicações várias e úteis sôbre algumas das es- pécies aqui relacionadas. A característica maior para o gênero é o apresentarem os insetos adultos, no meio das asas posteriores, uma grande mácula ocelada, razão pela qual, entre nós, os nomes populares conferidos às mariposas de Automeris Hübn. referirem-se, via de regra, àquela particular apre- sentação alar, como segue (3): “ôlho de pavão alaranjado”: A. illustris (Walk.) “ôlho de pavão ruivo”: A. incarnata Walk. “ôlho de pavão cinzento”: A. viridescens (Walk.) Na Argentina, a citada mancha é denominada “ojo de pavo” ou “pavo real”. Importa notar que não só as dimensões e colorido do “ôlho de pavão” variam grandemente, como também não é fácil com- provar, de imediato, e reconhecer pelas descrições, a correta posição relativa do mesmo; a êsse respeito, ainda KOHLER (12) fornece, na lâmina VIII, excelentes desenhos ilustrativos, afirmando, para a es- trutura e coloração do ocelo: “todos estos componentes varian” Tal variação repousa ainda no estado de conservação dos exemplares sendo, evidentemente, mais constante a coloração em espécimes novos, obtidos de uma única postura, os quais constituem, quando se dispõe de um grupo, o melhor material para uma tentativa de identificação espe- cífica. A maioria das espécies aqui relatadas não possue expressão eco- nômica; muitas atacam plantas ornamentais e florestais e algumas constituem-se, por vêzes, em verdadeiras pragas, como ocorre com Auto- meris incarnata Walk. em Eucalyptus e A. viridescens (Walk.) em Solanum variabile e S. tuberosum Linn. Os insetos adultos, mormente os machos, são atraídos por fontes luminosas artificiais. A evolução das diferentes espécies é, em geral, muito lenta, com um tempo de permanência da crisálida no casulo de vários meses, até mesmo de mais de meio ano, conforme tivemos opor- tunidade de verificar. 12 O. Baucke — Notas Entomológicas — I a MI As lagartas dos hemileucídeos enumerados a seguir, assim como as pertencentes a gêneros próximos, como Hylesia Hübner, 1820, caracte- rizam-se por possuirem pêlos urticantes, ao contato dos quais, não raro, registram-se casos de dermatite pruriginosa, que se verificam também com o simples manuseio dos casulos e exúvias larvais. elataremos as espécies de Automeris Hübn. com a procedência e plantas hospedeiras para o Estado, assim como forneceremos indicações sôbre sua distribuição geográfica, mencionando a literatura correspon- dente. Não sendo, evidentemente, essa relação completa, faremos seguir outras à mesma, à medida que identificarmos as demais espécies que possuimos, e as que coletarmos para o futuro. Espécies de Autemeris Hübn. para o Rio Grande do Sul: 1. AUTOMERIS BECKERI (Herr. — Schäff., 1856) Para o Rio Grande do Sul Pelotas, em cincho: Sorocea ilicifolia Miqg., Urticaceae (18: 199), Para a America do Sul Argentina (13). 2. AUTOMERIS ILLUSTRIES (Walk., 1855) Hyperchiria illustris Walk., 1855 Nas celeções do Serviço de Entomologia caixa n.º 7, n.º de ordem 42, exemplares machos Pelotas, 5.%.38: C. M. de Biezanko leg. et det.; Pôrto Alegre, Ii.41: Cecy Paim Cesta leg., R. Gomes Costa det.; Caxias do Sul, X.46 (in Ficus benjamina): F. C. Rezende leg. caixa n.º 7, n.º de ordem 324, exemplares fêmeas Pörto Alegre, 12.II 59: E. Corseuil leg., O. Baucke det.; Pörto Alegre, 11.11.59: E. Corseuil leg., O. Baucke det. envergadura alar: para os machos: 90-105 mm; para as fêmeas: 87-107 mm. Para o Rio Grande do Sul lagartas sôbre ingazeiro, salseiro e madresilvas (15); lagartas sôbre “espinilho, esponja, ingäzeiro, madresilva, man- gueira, plátano, roseira, salseiro chorão e outros” (9); Osório (Conceição do Arroio), X.34: “pouco comum; é atraída pela) Nur, GE Pelotas, XII.35, III-IV.38 (in Platanus orientalis L.): 4; Peloias, II.47, VI.48, XII.49; Rio Grande, XII.36, IV.38 (6). Para o Brasil Alagoas (“Maceió. Comum”: 8); Ceará, em Inga sp. (F. Dias da Rocha, in Costa Lima: 14, p. 238, o jo >) IHERINGIA — Zoologia n.º 12 — janeiro de 1960 13 Rio de Janeiro, em Candiuba (L. Travassos, in Costa Lima: 14, p. 238, n.º 853); Rio de Janeiro, em mirindiba (Aristóteles Silva, in Costa Lima: 14, p. 238, nº 853); Minas Gerais, em Citrus spp. (11); Santa Catarina (Itaiópolis, XII.37; Alto Paraguassú, XII.38): 5; Santa Catarina (Pörto União-União da Vitória, X-XI.32):2. Para as Américas México, Bolívia, Honduras (12); Argentina (Missões): 12; “vive en muchos árboles; según Blanchard y Ogloblin em Yerba Mate (Ilex paraguayensis): 12. AUTOMERIS MELANOPS (Walk., 1865) Para 9 Rio Grande do Sul “a lagarta acha-se na aroeira e grão de uva, de outubro a ja- nero (15). pa ra o Brasil Rio de Janeiro e Espírito Santo: em Rosa sp., amendoeira ou chapéu de sol (Terminalia cataipa Linn.), algodoeiro bravo ou da praia (Hibiseus tiliaceus Linn.), tamarindeiro (Tamarindus indica Linn.), arceira vermelha (Sehinus therekenthifolius Raddi): 16; São Paulo, em Plantanus orientalis Linn. (Azevedo Marques, in Costa Lima: 14, p. 238, nº 855; Ceará, em amendoeira e tamarindeiro (F. Dias da Rocha, in Costa Rimas dp 228º measenH: Distrito Federal, em cedrinho, oiti, pequiá marfim e Tipuana speciosa (Aristóteles Silva, in Costa Lima: 14, p. 238, n.º 855) Para a América do Sul “|. desde Colombia y Ecuador hasta Tucumán y Misiones” (12) AUTOMERIS INCARNATA Walk. Para o Rio Grande do Sul Encantado, em Eucalyptus e Citrus sp.; lagartas em 3-8.X1.54; um adulto-fêmea em 5.VI.55; Pelotas, 111.34; Pelotas (Morro Redondo), III.32 (4). AUTOMERIS COMPLICATA (Walk., 1855) Hyperchiria complicata Walk., 1855 14 O. Baucke — Notas Entomolögicas — I a llE Para o Rio Grande do Sul a lagarta... “Acha-se em marco e abril, depois em setembro e outubro na unha ou pata de vaca (angélicas) e acácia mimoza” 15): Pelotas, IX«X.37; I-II.38, lagartas em pereira (Pyrus communis Linn.), pata de vaca (Bauhinia forficata Link.), tipa (Tipuana speciosa Benth.), glicinia (Wistaria sinensis D. C.) e ameixeira (Prunus triflora Roxb.): 4; “Pelotas e em todo o Estado. Encontra-se... especialmente nos pri- meiros mezes do anno, em plantas silvestres de tôda espécie, em mimosa- ceas, árvores fructiferas, pata de vaca (Bauhinia spp) etc. Criamos nu- merosas lagartas em mamoeiro árboreo cultivado, e em cafeeiro no nosso quinta!” (17); em plátano: “dois mezes foram sufficientes para o estado metamorphico da chrysallida” (17); além das plantas acima enumeradas RONNA (18) menciona as se- guintes: estremosa: Lagerstroemia indica Linn. (“em dezembro de 1932 esta lagarta apareceu como verdadeira praga nos viveiros de Estremosa io Horto Municipal — Pelotas” — Ronna, op. cit. 18 (5): 276); giesta: Spartium junceum Linn.; goiabeira: Psidium guajava Raddi (“Pelotas — apareceu como praga em 1932-33” — Ronna, op. cit. 18 (6): 329); jasmi- neiro: Jasminum sp.; laranjeira: Citrus aurantium Linn.; maracujá: Passiflora sp. Para a América do Sul “Venezuela bis Brazilien” (Draudt in Seitz, op. cit. no final) 6. AUTOMERIS AURANTIACA Weymer, 1907 Nas coleções do Serviço de Entomologia caixa n.º 8 n.º de ordem 41, exemplares machos Pelotas, 28.X.38: C. M. de Biezanko leg. et det.; Pörto Alegre, II.54 (in Pyrus communis Linn.): E. Corseuil leg., E. Vargas det.; Pôrto Alegre, s/data (in Psidium guajava Raddi): A. Tocchetto leg.; D. C. Redaelli det.; Pôrto Alegre, 4.11.55: E. Corseuil leg., E. Vargas det.; Pörto Alegre, 14.11.45: D. C. Redaelli leg. et det.; Pôrto Alegre, 5.XII.52 (crisálida em amoreira): M. N. Machadg leg. O. Baucke det. caixa n.º 8, n.º de ordem 981, exemplares fêmeas Pôrto Alegre, 10.XII.53: E. Corseuil leg., E. Vargas det.; Pôrto Alegre, 27.X1.54: E. Corseuil leg., E. Vargas det.; Pörto Alegre, 22 .1I1.58: D. C. Redaelli leg. O. Baucke det.; Pörto Alegre, 12.1.55: E. Kober leg., E. Vargas det.; Pörto Alegre, 27.IX.54: E. Corseuil leg., O. Baucke det.; Pörto Alegre, 25.IX.48: R. Gomes Costa leg. et det.; Pôrto Alegre, 12.1.55 (in Pyrus communis Linn.): E. Corseuil le E. Vargas det.; o ted IHERINGIA — Zoologia n.º 12 — janeiro de 1960 15 Pôrto Alegre, II. 54 (in Pyrus communis Linn.): E. Corseuil leg. ei det. Pôrto Alegre, 9.1II.45 (in Bignoniaceae): C. Nogucira e Oliveira leg. O. Baucke det.; Pôrto Alegre, 5.XII.52 (crisálidas em amoreira, dois exemplares): M. N. Machado leg., O. Baucke det.; Pörto Alegre, 17.VII.54 (lagarta em Ligustrum sp., coletada em 29.111.54): E. J. Garbim leg., O. Baucke det. envergadura alar: para os machos: 60-65 mm; para as fêmeas: 70-85 mm. Para o Rio Grande do Sul Rio Grande (Ilha dos Marinheiros): X.35; I-IIII, X.36; I-iI, X.37. Lagartas em janeiro, abril e maio, em Bauhinia forficata Link, Mimosa sepiaria Benth., Acacia longifclia Willd. e Pyrus communis Linn. (6). Para o Brasil Sao Paulo. “Muito frequente. Lagartas polífagas” (10); “Brasil austral” (12). Para a América do Sul Argentina: “la oruga de este lepidóptero de las regiones sub- tropicales causó danos de importancia... en las plantaciones de yerba mate, Flex paraguariensis... en Misiones, Alto Paraná” “.. como planta alimenticia la madreselva, Lonicera, el guayabo, Feijoa Sellowiana Berg, y la yerba mate...” (7). 7. AUTOMERIS VIRIDESCENS (Walk., 1855) Hyperchiria viridescens Walk., 1855 Io viridescens Burmeister, 1878 Hyperchiria memusae Wardle, 1887 nec Walker, 1855 Automeris memusae f. viridescens Schüssler, 1934 do “índice sinonímico” de Ricardo N. Orfila (in Bourquin: 7, p. 197) Nas coleções do Serviço de Entomologia caixa n.º 7, n.º de ordem 982, exemplares machos Pôrio Alegre, 15.XII.53: M. N. Machado leg., E. Vargas det.; Pôrto Alegre, 27.III.46 (in Lonicera sp.): D. C. Redaelli leg., O. Baucke det.; Pörto Alegre, 21.IX.54: E. Kober leg., O. Baucke det.; Cangussu, II.56 (lagartas em grande quantidade sôbre Solanum variabile): A. Bertels leg. et det. caixa n.º 7, n.º de ordem 796, exemplares fêmeas Pôrto Alegre, 12.III.54 (em jacarandá: E 52/54): J. Barros de Souza leg. E. Vargas det.; 8. O. Baucke — Notas Entomológicas — I a III Pörto Alegre, 27.II1.46 (in Lonicera sp.): D. C. Redaelli leg., O. Baucke det.; Pörto Alegre, 5.1.48 (em jacarandá, adultos a 4.11.48): P. T. Daunis leg., O. Baucke det.; Pôrto Alegre, 16.X.54: O. Baucke det.; Pörto Alegre, 30.XII.54: E. Vargas leg. et det.; Pörto Alegre, 31.1.44: J. P. da Costa Neto leg., R. Gomes Costa det.; Cangussu: 11.56 (lagartas em grande quantidade sôbre Solanum variabile): A. Bertels leg. et det. envergadura alar: para os machos: 60 mm; para as fêmeas: 70-90 mm. Para o Rio Grande do Sul “A lagarta, com 70, é muito abundante em Fevereiro e Março, depois em Novembro e Dezembro, em madresilvas, sarandy, corticeiras, japecangas e muitas outras” (15); Rio Grande (Ilha dos Marinheiros): X.28. Lagartas sôbre fôlhas de Pyrus communis Linn. e Erythrina crista-galli Linn. (6); Veranópolis, 14.XII.55 (lagartas em erva-mate: E 194/55): W. Castro leg., E. Vargas det.; Pelotas (4); Pelotas, 11.56 (lagartas em Solanum tuberesum Linn.): A. Bertels det. Para o Brasil Rio de Janeiro, em fôlhas de jurubeba (Azevedo Marques, in Costa Lima: 14, p. 239, n.º 856); Rio de Janeiro, em Sponia micrantha (F. d'Almeida, in Costa Lima: 14, p. 239, n.º 856); Rio de Janeiro, em Acacia e Erythrina (14); Minas Gerais: “num único pé de oliveira... uma dúzia de lagar- tas QUI) São Paulo: “Comum. Lagartas polifagas” (10); Alagoas (“Maceió. Não é rara”): 8. Para a América do Sul Argentina: “la planta alimenticia... es Erythrina crista-galli (ceibo) y además se alimenta en segundo lugar de várias sola- náceas” (12); “...desde el sur de Buenos Aires a través del Uruguay, Entre Ríos y Corrientes hasta mucho más al norte de Río de Janeiro” (12); “...desde el sur de la provincia de Buenos Aires hasta el norte del Brasil” (12); Argentina: “en las hojas de ceibo o en varias Selanäceas...” (7). AUTOMERIS DIOXIPPUS (Boisd., 1875) Nas coleções do Servico de Entomologia caixa n.º 9, n.º de ordem 1401, exemplar macho Ses 11.X.58, à luz: O. Baucke leg., A. M. da Costa Lima det. envergadura do espécime: 88 mm. IHERINGIA — Zoologia n.º 12 — janeiro de 1960 17 9. AUTOMERIS GRAMMIVORA Jones, 1908 Nas coleções do Serviço de Entomelogia caixa n.º 9, n.º de ordem 1405, exemplar macho Pelotas, 16.X.52: A. Bertels leg. et det. envergadura do espécime: 70 mm. Para o Rio Grande do Sul Pelotas, 10.VII. 51: A. Bertels det, Para a América do Sul Argentina: lagartas sôbre Rottboellia compressa L. f. var. fasci- culata (Lam.) Hackel (7); “Patria: Rio Grande y Argentina (Draudt), Curityba (Hill Mus.), Tigre-Buenos Aires (Bourquin y Breyer leg.)”: 12; “Brasilien (Castro, Paraná; Rio Grande do Sul)”: Draudt in Seitz, op. cit. no final. 10. AUTOMERIS CONVERGENS (Walk., 1855) Nas coleções do Serviço de Entomologia caixa n.º 9, n.º de ordem 1402, exemplares machos Pörto Alegre, 30.IV.56 (à luz): A. De Gasperi leg., A.M. da Costa Lima det.; Pörto Alegre, 7.V.56 (a luz): A. De Gasperi leg., A. M. da Costa Lima det. envergadura alar: 55-59 mm. A totalidade das espécies enumeradas estão representadas e descri- tas na obra de Seitz: DRAUDT, M. in Seitz, A. Die Gross-Schmetterlinge der Erde. II Abteilung: Die Gross-Schmetterlinge des Amerikanischen Faunen- gebietes. 6 Band: Die Amerikanischen Spinner und Schwärmer: 727-748. Ausgegeben 25.X.1929-18.XI.1929. As representações e descrições situam-se como segue: Automeris beckeri (H. S.): 727, texto; vol. 6, 106 a, figura (macho); .illustris (Walk.): 729, texto; vol. 6, 107 a, figuras (macho e fêmea); . melanops (Walk.): 734, texto; vol. 6, 109 a, figura (macho); .incarnata Walk.: 735, texto; vol. 6, 109 c, figura (macho); . complicata (Walk.): 736, texto; vol. 6, 109 e, figura (macho); . aurantiaca Weymer: 736, texto; vol. 6, 109 e, figura (macho); . viridescens (Walk.): 739, texto; vol. 6, 111 b, figura (macho); Pprp>>» ES ú 08 10. Jan: ©. Baucke — Notas Entomolögicas — I a TI . dioxippus (Boisd): 740, texto; vol. 6, 111 Aa, figura (macho); . grammivora Jones: 741, texto; vol. 6, 111 e, figura (macho); . convergens (Walk.): 742, texto; vol. 6, 111 Ab, figura (macho). PP» LITERATURA CITADA BIEZANKO, C. M. DE. Apontamentos lepidopterolögicos. Bol. Biol (NS) 32122..31938 ——— Dois meses de caça lepidopterolögica nos arredores de Pôrto União e União da Vitória, em outubro e novembro de 1932. Rev. Agronômica 2:471-472. 1938. & BAUCKE, O. Nomes populares dos lepidópteros no Rio Grande do Sul. Agros 1:170. —_ 2 & FREITAS, RAMÃO GOMES DE. Catálogo dos in- setos encontrados na cidade de Pelotas e seus arredores. Fas- cículo I: Lepidópteros. Escola de Agronomia “Eliseu Maciel”, bol. 25:20-21. 1938. & PITON, Pe. JOÃO. Breves apontamentos sôbre alguns lepidópteros encontrados nos arredores de Itaiópolis. Escola de Agronomia “Eliseu Maciel”, bol. 28:20. 1941. & SETA, FRANCISCO DANDOLO DE. Catálogo dos insetos encontrados em Rio Grande e seus arredores. Fascículo 1.º: Lepidópteros. Pelotas, Echenique & Cia., 1939. p. 11. BOURQUIN, F. Mariposas argentinas. Bs. Aires, “El Ateneo”, 1644 ed. do Autor. p. 9-11, fig. 1-6; p. 21-23, fig: 1-8; p. 17-79 fig. 1-7. CARDOSO, ALDO. Lepidöpteros de Alagoas. Rev. de Ent. 20:433- 424. 1949. COSTA, R. GOMES DA. Alguns insetos e outros pequenos animais que danificam plantas cultivadas no Rio Grande do Sul. Sec. Agric. Ind. Com., Secção Inf. e Prop. Agrícola, Série A, bol. 172: 174-175, fig. 126. 1958. D'ALMEIDA, R. F. Algumas notas sôbre a fauna de lepidópteros de Monte Alegre. Pap. Avulsos Dep. Zcol. S. Paulo 6:21-28. 1944. HAMBLETON, E. J. Alguns dados sôbre lepidópteros brasileiros do Estado de Minas Gerais. Rev. de Ent. 5:2. 1935. KOHLER, P. Notas sôbre Automerinae (Lep. Saturn.) argentinos. Rev. Soc. Ent. Arg. 7:79-91, lam. VIII-X. 1935. Tr I eye: Lepidopteros raros y nuevos para la Republica Ar- gentina. Rev. Soc. Ent. Arg. 10:317. 1940. LIMA, A. DA COSTA. Terceiro catálogo dos insetos que vivem nas plantas do Brasil. Rio de Janeiro, Diretoria de Estatística da Pro- dução, 1936. p. 237-239. q 15. 16. MT. 18. * IHERINGIA — Zoologia n.º 12 — janeiro de 1960 19 MABILDE, ADOLFO P. Borboletas do Rio Grande do Sul. Pörto Alegre, Gundlach & Schuldt, 1896. p. 190-193, est. XIX, fig. 8. RAYMUNDO DA SILVA, BENEDICTO. Notícia sôbre alguns lepi- dópteros serígenos do Brasil. A Lavoura 24:348-352, fig. 22-27. 1920. RONNA, E. Apontamentos de Microfauna Rio-Grandense. Egatea 8(4):509. 1923. —_—- (Catalogo dos insetos até hoje encontrados nas plantas do Rio Grande do Sul. Egatea 18(1-2):47-53; (3):96-100; (4):197- 202; (5):275-278; (6):329-334. 1933. ibid. 19(1-2):15-20; (3):115-120; (5):277-278; (6) :319-329. 1934. SELLOWIA REVISTA DE PERMUTA INTERNACIONAL órgão do Instituto Anchietano de Pesquisas Diretor: Balduíno Rambo, S. J. Trabalhos de investigação científica nas linguas ocidentais de uso corrente na ciência BOTÂNICA ANTROPOLOGIA ZOOLOGIA HISTÓRIA INSTITUTO ANCHIETANO DE PESQUISAS Pórto Alegre Caixa Postal, 358 — Rio Grande do Sul — BRASIL PESQUISAS Anais Botânicos do Herbário “Barbosa Rodrigues” Fundada em 1949 Fundador e editor: P. Raulino Reitz Revista Sulbrasileira de Botânica, com artigos em português, alemão e inglês HERBÁRIO “BARBOSA RODRIGUES” Itajai — Santa Catarina — BRASIL EEE SST IT VT ET ET BEER ESTAMPAS — I alll Estampa I — Fulgurodes sp. (Geometridae, Ennominae) Fig. 1 — casulo com a crisalida Fig. 2 — crisálida: vista ventral Fig. 3 — crisálida: vista dorsal IHERINGIA — ZOOLOGIA N.º 12 — JANEIRO 1960 Estampa 1 mie. 3 fotos L. Buckup Estampa II — Fulgurodes sp. (Geometridae, Ennominae) Fig. Fig. Fig. Fig. + OoOnNH macho, vista dorsal macho, vista ventral fêmea, vista dorsal fêmea, vista ventral IHERINGIA — ZOOLOGIA N.º 12 — JANEIRO 1960 Estampa I fotos L. Buckup Estampa III — Sibine barbara Dyar, 1905 (Eucleidae) Fig. 1 — lagarta, vista dorsal Fig. 2 — crisalida eclodida Fig. 3 — inseto adulto IHERINGIA — ZOOLOGIA N.º 12 — JANEIRO 1960 Estampa III Fig 3 fotos L. Buckup N N EEE een > Er dg Vs ws ” 4 4 IRA N N 1 “4 p- Be: 4 N DAR j à SERIES CIENTÍFICAS USEU RIO-GRANDENSE DE CIÊNCIAS NATURAIS acta end N.º 13 — JANEIRO DE 1960 N NOTAS SÖBRE OS REPTEIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL E Cr BRASIE = NOTAS V — VIII * Thales de Lema ; SECRETARIA DE EDUCAÇÃO E CULTURA | | Não f RIA } ' á { 4 j ” E NA Syn DIVISÃO DE CULTURA |. Re DIRETORIA DE CIÊNCIAS | x Dan Re | IA | sem. Z00L. | No 19 [ PAG: 1-30) EST. I-VIL | P. ALEGRE | JANEIRO— 19000 wi PRC museu RIO: GRANDENSE DE | EO DIRETOR Ei > [e Pe. Balduíno Rambo S. 3: al | ENTOMOLOGIA | "HERPETOLOGIA Sa | ER " Antônio Carlos Pradél Azevedo — Bacharel- Licenciado em | Ba N NS Nature; | | N BR ma " - 'Thales de Lema — Bacharel-Licenciado em História Natural; | N ; 4 Cimo | N MALACOLOGIA q na _ ORNITOLOGIA ' Eduardo Casado Marques. Tôda correspondência referente a IHERI N GI E * deve ser enviada ao MUSEU RIO- GRANDENSE DE CIÊNCIAS — NATURAIS PRAÇA D. FELICIANO, 78 o Desejamos estabelecer permuta. We wish to establish exchange. Wir wünschen Austausch. Thales de Lema NOTAS SéBRE OS RÉPTEIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL — BRASIL — NOTAS V — VIII 1960 Oficinas Gräficas da Imprensa Oficial PORTO ALEGRE RN 12 por SER. ZOOL. | N.º 13| PAG. 1-36 | EST. I-VII | P. ALEGRE | JANEIRO-1960 IHERINGIA | | | | | NOTAS SOBRE OS RÉPTEIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL — BRASIL — NOTAS V — VIII (S) Thales de Lema (SS) Continuando a série de notas söbre os répteis do Estado do Rio Grande do Sul, que iniciamos no ano próximo passado (vide Iheringia, Zool. 10), apresentamos agora mais quatro observações, tôdas sôbre Ser- pentes. Esperamos com isto, contribuir, ainda que modestamente, para O incremento das pesquisas herpetológicas no extremo-sul do Brasil. (S) “Trabalho entregue para publicação em 19 de janeiro de 1960. ($$) Bacharel-Licenciado em História Natural; Assistente-Técnico do Museu Rio-grandense de Ciências Naturais. TUTOR MAY 2 9 BE A SÔBRE A ESPÉCIE BOTHROPS COTIARA (GOMES, 1913) E SUA OCORRÊNCIA NO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL. (Serpentes: Crotalidae). (*) (Estampas I — IV) Bothrops cotiara GOMES foi descrita em 1913 baseada em 3 exem- plares do Paraná (Br.) remetidos ao Instituto Butantan. Até então esta espécie era confundida com cutras semelhantes como B. jararaca (WIED), B. alternata DUM., BIBR. & DUM. e B. neuwiedii sspp. (WAGLER & etc.). O Instituto Butantan recebeu grande quantidade de exemplares desta espécie de outras procedências, mas, sua presenca no Ric Grande do Sul é cientificamente desconhecida. A distribuição geográfica de B. cotiara está restrita aos Estados do Sul do Brasil e aos países platinos. AMARAL (1930-B) deu a seguinte distribuição: “do SE. de Minas Gerais e depois do Paraná para o sul”; o mesmo A. em 1930-A, generalizou: “Brasil sul-oriental”; em 1930-C afirmou: “desde a região da Serra do Mar no SE. de Minas Gerais e de São Paulo para o sul, especialmente no Paraná e Santa Catarina”; por fim, em 1935, detalhou mais: “Estados de Minas Gerais (SE.), Rio de Janeiro (SO.), São Paulo (NE.), do Paraná para o sul”. Revendo a literatura consta- tamos que a maioria dos AA. se limitavam a transcrever as citações acima de AMARAL e não encontramos uma citação clara, expressa, para o Rio Grande do Sul, apesar da última citação de AMARAL induzir a isso. Em uma obra de divulgação de F. DA FONSECA há referência da ocorrência desta espécie no Rio Grande do Sul, mas, não citando a localidade nem a parte do Estado, além de ser uma obra sem pene- tração científica. Recebemos exemplares e notícias desta serpente do município de Erechim, Estado do Rio Grande do Sul e comparamos os dados de três indivíduos de cada um dos Estados do extremo-sul do Brasil. Após isso revimos a literatura sôbre a espécie e comparames tais dados com os da literatura e, por fim como consequência, amplia- mos a descrição original fornecendo maiores e novos detalhes. Consignamos aqui nossos sinceros agradecimentos aces amigos e co- legas, A. C. P. de Azevedo, Dr. O. M. Fróes, E. W. Grumann, pela coope- ração, à E. Vianna pela cessão dos exemplares do R. G. S. e ao Dr. L. Buckup pela fotografia. a. Material Examinado ; Métodos: O sexo do material fixado em formol foi verificado por dissecção da cauda. As medidas foram tomadas da cabeca, do corpo e da cauda, porque acreditamos que essas três partes do animal devem guardar uma interrelação especiliea, apesar da maioria dos AA. não (S) “Trabalho terminado em dezembro de 1958. IHERINGIA — Zoologia n.º 13 — janeiro de 1960 7 levarem isso em conta. O comprimento da cabeça é contado a partir de uma normal ao eixo horizontal do animal que encosta no ponto mais alto da rostral e, posteriormente, até outra normal que passa no lado externo da articulação da mandíbula com o quadrado e endopte- rigóideo. As ventrais foram contadas a partir daquela em que predo- mina a largura sôbre a altura, na zona gular; subcaudais contadas a partir das que primeiro se tocam desprezando-se as anteriores incom- pletas, que se dispõem quase em semicírculo em tôrno da abertura cloacal. Mancha ou linha prêta sôbre as supralabiais é uma mancha alongada para baixo que toca o bordo póstero-superior (às vêzes o in- ferior) da 2.º (às vêzes até a 42) supralabial. As intersupraoculares foram contadas na altura da parte posterior das supraoculares e as in- tercantais na altura do centro das cantais. Nas infralabiais levaram-se em consideração aquelas que tocam as mentais. Nas gulares foram contadas as séries que atravessam entre a 1.2 ventral e o último par de mentais. Nas manchas dorsais foram consideradas somente da pri- meira que segue à cruz supracefálica até a que fica sôbre a zona da cloaca. Material: (Vide Tabela I) convenções: D — dorsais, V — ven- trais, SC — subcaudais, SL — supralabiais, IL — infralabiais, ISO — intersupraoculares, IC — intercantais, PréO — preoculares, PO — postoculares, IO — infraoculares, F — fosseta, M — mentais, G — gulares, M/N — esquerda/direita (lados), Mancha SL — mancha es- cura sôbre as SL, EA — Escola de Agronomia e Veterinária, Pôrto Alegre (RS), ICN — Instituto de Ciências Naturais, Pôrto Alegre (RS), MRCN — Museu Rio-Grandense de Ciências Naturais, Pörto Alegre (RS), TL — Coleção particular do Autor, Pôrto Alegre (RS). Notas sôbre os exemplares examinados: Todos os exemplares apresen- tam séries de escudos entre as SL. e a ocular, dispostas em 2 filas conforme a fórmula: 1 1 1 1 +- p= 1 =p + há | tá poa, IS 1 Le sii Ele, com exceção do ex. MRCN.748, que possui 4 séries. A 1. SL. a 42 e as demais, são alongadas e a 2% e 32 são mais curtas. A 22 SL. está quase sempre em contato com a frenal anterior ou, então há uma pequena placa entre, tocando a 3.º SL. As Postocul. seguem a normalidade, exceto no ex. EA.1252, que possui 4/3 e o ex. ICN. Cr. 6, que possui 3/3, sendo que a 3.2 do lado direito é bem pequena e não toca a ocular. Tais escudos mais parecem escamas e não se arranjam sempre com regularidade. As SL. do ex. EA. 1252 não são completas, mas completadas por dois pequenos escudos. As IL. que estão em contato com as mentais são, em geral, a 12 ea 2.2, mas, os exx. EA.1252, TL.838, possuem até a 3.º IL. em contato com a 1.2 mental; as demais IL. não estão em contato com as mentais porque | 8 THALES DE LEMA — Notas sôbre os reptis do Estado do R.'G. do Sut uma série de escudos gulares avançam entre elas separando-as sendo, nessa altura, tais escudos, muito pequenos. O aspecto das cantais e internasais é marcado pelo sulco longitu- dinal que salienta o canthus e tal sulco em alguns exx., não é muito pronunciado. Ex. EA.1252 apresenta as mentais ant. sulcadas anteriormente quase as dividindo transversalmente. Ex. ICN.Cr.6 possui a cauda mutilada. Quanto à coloração os exemplares do R.G.S. apresentam uma to- nalidade castanha pronunciada, enquanto os de S. Catarina e Paraná seguem à coloração geral (= castanho-olivácea). Todos os exemplares apresentam o substrato prêto. Desenho cruciforme supracefálico apre- senta-se assimétrico no ex. EA.1252 (Est. III, fig 11-c), com braços in- distintos no ex. ICN.Cr.6 e com área central escurecida no ex. TL.836. (Est. II, fig. 5-c). Marcas dorsais: ex. TL.837 apresenta fusão com as paraventrais e fusão pelos vértices (Est. III, fig. 10-A); o ex. TL.839 possui as marcas irregulares, alongadas e com fusões das paraventrais. (Est. II, fig. 4A e B); o ex. MRCN.750 tem a coloração dominante pardo-clara. As faixas negras sôbre as gulares são mais nítidas nos exs. TL.837, ICN.Cr.6, e mais fracas nos demais, algumas até vestigiais, tingindo levemente as primeiras e as últimas infralabiais (Est. III, fig. 10-C). Coloração ventral: ex. EA.1252 possui garganta branca e uma série de manchas pequenas, pretas, na parte anterior e central das ventrais e que vão se condensando e aumentando em tamanho até as caudais (Est. III, fig. 11-D). O ex. ICN Cr. 6 apresenta a zona gular branca e ventrais (algumas) inteiramente pretas e dispostas a espaços regulares, dando um aspecto listrado; tal sucessão vai aumentando para o fim do ventre terminando por enegrecê-lo completamente até as últi- mas subcaudais b. CONCLUSÕES Comparando os dados registrados pelos AA. com os poucos exem- plares examinados do Rio Grande do Sul e de outros Estados do Brasil, conforme Tabela 2, não é possível afirmar que essa espécie esteja subespeciada cu formando populações distintas. Os exemplares do Rio Grande do Sul que examinamos procedem de uma zona vizinha e se- melhante a do sul de Santa Catarina, zona essa enquadrada pela clas- sificação do I.B.G.E. (1956) na Zona do Alto Uruguai, parte alta sôbre o planalto, coberta de vegetação pobre. É bem provável, pois, que as faunas dessa zona e da vizinha do Estado de Santa Catarina sejam iguais. Como não temos notícia da ocorrência dessa espécie em qualquer outra parte do Rio Grande do Sul e como não encontramos exemplares da mesma nas coleções das escolas do interior visitadas por nós, tampouco referências populares a um crotalídeo de ventre prêto neste Estado, acreditamos que não ocorra em nenhuma outra localidade do mesmo, mas, somente naquela do Alto Uruguai. Procuramos explicar isso pela semelhança corológica citada antes e o fato de haver um grande desnível de quase 450 metros do vale do rio Uruguai e que é coberto de mata exuberante, subtropical e que serve de barreira ecológica para a franca difusão dessa espécie no Estado do Rio Grande do Sul. Por outro lado, parece não existir uma barreira natural suficiente para evitar que a espécie se difunda de Santa Catarina para o Rio Grande a Sul, na área em que foram encontrados os exemplares que motivaram esta nota. TABELA 1 $ E | E | | | | ee ee Sexo Idade Medidas (mm) Relação D. V. Sc. | Comp. SL. IL. ISO. | IC. | PreO. | M G. | Mancha (com/cau) | unha” | | | | SL. paraver | = = | E | ] | | | tebrais — 1 Vebrais | TL 836 PARANÁ: Pörto União macho | adulto 35-+-6224100=757 | 1/7,57 | 29-27-23 | 163 | 47/47 | (|| 8/8 BAR et | 7 | 2/2 — esquerda sup. | 3/3 2 ausente 17/16 6.1V 1955 | | | | | | forma canthus | ER | | | | | Ra | Bias = TL, 837 PARANA: Pörto Uniäo | femea | sims | aa adulto 44--784-+90—=918 1/10,2 | 29-27-23 | 167 | 38/38 5 9/9 | ya dio al) 7 | 2/2 — esquerda sup. | 1/1 | 6 2-3/3 | 16/17 ; 8 1V 1955 | | | | | | | forma canthus | | | —_ | ] | | | FA, 1252 PARANÁ: macho adulto | 3947314104= 874 1/8,4 | 28-25-21 | 1647 46/4600] Ce N ya | 8 | 2/2 — esquerda sup. 2/2 | 5 2-3/2-3 15/13 18 X 1921 | | | | | forma canthus | | pa | | | | | | oa TL. 838 S. CATARINA: Tangará E macho | jovem | 34+557-87=678 1/7,44 28-27-23 158 43/42 4 | 9/9 | 12/11 | 14 7 | 2/2 — esquerda sup. 1/1 5 2-3/2-3 | 14/16 b ci 18 | E; = E | | | | não forma canthus | | | ES | | | | | 7 = J AS TL. 839 S. CATARINA: Tangará macho | adulto | 34-1558-108= 1700 1/6,48 29-25-23-21 158 50/59 E 5 | 8/8 | 12/11 12 7 2/2 — esquerda sup. 1/1 4 3/3 15/15 6.1V. 1955 | | ; e | | forma canthus E» EA É I0N.Cr.6 | S. CATARINA: Videira | fêmea | adulto [53/8351 (67N) —945N] — 28-27-23-21 | | | | | RS ee [1-21 7 l 24.11.1953 | 166 | 22/22 >= 8/8 | wu | 14 |8 | —/2—esg su 2 | | [ENS | | ESA ta a | = Ira | | | 5 | | [| forma canthus a! | | | | | | Tr MRCN. 748 | RIO G. DO SUL: Erechim | fêmea | adulto | 37-+5904+80="07 | 1883 | 28-28-23 1680 | 42/4200 — 9/10 11/11 12 | 8 | 2/2 — esquerda sup. | 1/1 4 | 4/4 17/18 11.1956 | | | E | | | ] a] | forma canthus | | | E | | | | | | 1] | = MRCN.749| RIO G. DO SUL: Erechim | fêmea | adulto | 3546404 (52N) =127N | — — | 29-29-23 | 167 | 28/29 | — | 10/9 [| 12/12 14 To o esquerda sup. | 2/1 || 3/3 18/17 11.1956 | | ! | | LE SEN a | I | não forma canthus | 8 MRCN. 750 | RIO G. DO SUL. | femea | adulto | 40-+699-+75 = 814 | 1/10,85 | 29-28-23 161 | 39/39 | 5 9/10 | GA EE Da Toya = esquerda sup. 1/1 | 4 3/3 16/16 Col. antiga II | | | | | | | | | não forma canthus | | ee a a TaRaaaacaS > aaa JHERINGIA = Zoologia n.º 13 -— janeiro de 18960 9 TABELA 2 Autöres | Rio Grande | Paraná-Santa | co Sul | Catarina | Comprim. máx. 870 mm | 814 945-+N Dorsais 25-29 28-29 | 28-29 Ventrais 152-168 161-168 158-163 Subcaudais 39-74 | 28-42 | 22-50 Supralab. 10-11 9-10 | 8-9 Infralab. 10-11 | OR 11-12 Intersupraoc. | 11-14 | 12-14 | 11-14 Intercantais 7-8 | 7-8 | 7-8 Sendo B. cotiara animal terrestre, a única barreira que teria de vencer seria o rio Uruguai mas, êste, em alguns trechos, é tão pouco profundo que uma pessoa pode passá-lo caminhando; além disso há cheias que arrebatam troncos, galhos, etc. que são, ou levados para diante, ou podem encalhar na mesma margem ou na oposta e, muitas vêzes, levam animais juntos. Pode também acontecer que exemplares sejam levados no meio de palha, madeira, fardos, etc. em veículos. Por outro lado está provado que os centros de dispersão da espécie são os Estados de S. Catarina e Paraná, tendo se irradiado, por um lado pela serra do Mar, por outro para a Argentina e, para o sul por S. Catarina. Como consegiiência destas observações descobrimos alguns dados que não são encontrados na literatura e, por isso, fizemos uma am- pliacäo da descrição original que apresentamos em nota a parte. Summary A new record to the distribution of Crotalid Snake, Bothrops cotiara (Gomes, 1913), it's presented, and notes on the lepidosis and coloration formed a contribution to the knowledge of this species. The locality is Erechim, in Rio Grande do Sul, Brasil, and the notes on the varia- bility of the scutelation and the color-pattern, indicates which species is very variable. Bibliografia AMARAL, A. do 1930-A — Estudos sôbre ophidios neotropicos — XVIII: Lista re- missiva dos ophidios da região neotropica. — Mem. Inst. Butantan, 4: 129-271. 1930-B — Contribuição ao conhecimento dos ophidios do Brasil. — IV: Lista remissiva dos ophidios do Brasil. — Mem. Inst. Butantan, 4: 69-125. 10 THALES DE LEMA — Notas sôbre os reptis do Estado do R.G. do Sul 1930-C — Campanhas anti-ofidicas. — Mem Inst. Butantan, 5: 195- 232, figg. 1-23. FONSECA, F. O. M. da 1949 — Animsis Peeenhentos. — Instituto Butantan, S. Paulo. GOMES, J. F. 1913 — Uma nova especie de serpente venenosa: Lachesis cetiara. — Ann. Paulistas de Med. & Cir., 1 (3): 65, tab. 8. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA — Divisão Regional do Rio Grande do Sul. — Bol. Biol. n.º 4: 1-10, 1 mapa. Secr. Agr. Ind. Com. R. G. S. edit. RAMBO, S. J., Pe. B. 1956 — A Fisionemia do Rio Grande do Sul. Ensaio de mono- grafia natural. Pörto Alegre. BET! AMPLIAÇÃO DA DESCRIÇÃO ORIGINAL DE BOTHROPS COTIARA (GOMES, 1913). — SERPENTES: CROTALIDADE A revisão da literatura que nos foi possível consultar, o exame de alguns exemplares fixados e a observação de alguns exemplares vivos, permitiu-nos fazer uma descrição maior, com mais detalhes do que a descrição original do Dr. J. Florêncio GOMES (1913) e trabalhos subse- quentes e, por acharmos útil essa nossa descrição, apresentâmo-la aqui. embora saibamos que ainda estamos longe de conhecer completamente esta espécie. SINONÍMIA E BIBLIOGRAFIA Lachesis cotiara GOMES, 1913: 65, tab. VIII; VITAL BRAZIL, 1514: 107-11, figs. 1-6,tab. col. XVIII; HOUSSAY, 1923: 9; AMARAL, 1925: 53, tab. XII (5); GLIESCH, 1925; MA- GALHÃES, 1925: 152, tab. II (2); AMARAL, 1926-B; 1927: 178; VELLARD, 1928: 9, 11-2, 14-9, figs. 18-21; BARROS, 1931: quadro (fig. 2 (2)). Bothrops cotiara AMARAL, 1930-A: 235; 1930-B: 113; 1930-C: 196, 201, 203, 215, 218-9, quadro 2(11); 1931: 7; 1932: 84, figs. 8-9; 1934: 163; 1936: 156; MACHADO, 1943: 355-6; AMARAL, 1944-B; PRADO,1944: 175-7; AMARAL, 1945: 54, 74-6, 138, fig. 38; MACHADO, 1945: 43-9, 51, 54, 56 (fig.), 62; PRADO, 1945: 37, 96, tab. XIX; ABALOS, 1949; FONSECA, 1949: 13-4, 18, 39, 103-4, 118, 122, 136-7, 159, 154-5.--157,- 170, 180, 205, fies. 61-2, tab. col: VE; PEREIRA, 1949: 5; MERTENS, 1950: 127-144, 3 tabs.; SCHOTTLER, 1951: 489; RUIZ, 1951: 111-3, fig. 13; HOGE, 1952: 269-70; FRÓES, 1952: 99-103; MELLO- LEITÃO, 1954: 121; SILVA, JR., 1956: 119-20, 127, 216, 238-9, 263-7, 274, figs. 90, 126-7, 128 (col.), 129, 163. GENERALIDADES Distribuição. — SE. de Minas Gerais para o SO. de Rio de Janeiro, Distrito Federal (MACHADO, 1943), NE. de São Paulo e, pela Serra do Mar, atinge o Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul (zona do planalto chamada “serra”), extendendo-se para o O. catarinense até a República Argentina (ABALOS, 1949). A concentração maior de indi- viduos encontra-se nos Estados de Paraná e Santa Catarina e devem ser os focos de dispersão da espécie. Nomes populares e autóctenes. — Nomes usados no sul do Brasil (principalmente São Paulo e Paraná), de origem tupi-guarani: “cotiara”, “coatiara”, “quatiara”, “boicotiara”, “boicoatiara” e “boiquatiara” — 12 THALES DE LEMA — Notas söbre os reptis do Estado do R. G. do Sul formados pelos vocábulos “CUATIA” — pintado, tatuado, “M'BOI” — cobra e “ARA” — quantidade, logo, com o seguinte significado: “cobra que pinta” (AMARAL, 1926-B). No entender do índio, quando esta serpente morde a vítima (pessoa) fica manchada. Em Santa Catarina é conhecida por “jararaca de barriga preta” e “jararaca preta”. No Rio Grande do Sul é praticamente desconhecida, mas, na zona do planalto costumam chamar de “cotiara” a espécie B. alternata D., B. & D. Veri- ficamos que muitos agricultores da zona de São Francisco de Paula e daí para o Oeste do Estado do Rio Grande do Sul distinguem uma “jararaca preta” e, conforme a opinião de alguns que possuem folhetos ilustrativos de serpentes venenosas, não é igual à B. jararaca nem à B. alternata, mas, pensamos, poderá ser uma população melânica de B. jararaca. Os exemplares que serviram de base à nota anterior, procedentes de Erechim, vieram com o nome local de “jararaca” sômenie. DESCRIÇÃO Morfologia. Cabeça com focinho arredondado, canthus saliente, sulco longitudinal mais ou menos pronunciado. Corpo relativamente curto, grosso, com aresta dorsal pouco pronunciada. Cauda curta mais ou menos alongada nos machos, oferecendo resistência ao encurvamento e com urostegas divididas, não preênsil. Há um espessamento córneo: na extremidade caudal, formado pela fusão das últimas sub e supra- caudais, com forma cônica e levemente curva (Est. III, fig. 10-B). Comprimento médio: 850 mm., podendo atingir 1000 mm. Lepidose. a) Cabeça — rostral tão alta ou quase tão alta quanto larga; nasais divididas, sem poro; internasais em contato entre si e se- paradas por uma pequena escama, com sulco: longitudinal que acentua o canthus rostralis; cantais sulcadas também, em continuação às inter- nasais; supracefálicas pequenas, fortemente carenadas, achatadas, em número de 10-14 entre as supraculares e de 7-8 entre as cantais, sendo: maiores quanto mais próximas do focinho; supraoculares inteiras, umas 3 vêzes mais longas do que largas, levemente voltadas para fora; préo-- culares: 2, superior maior do que inferior e formando ou não, o canthus; postoculares pequenas, carenadas, em n.º de 2-3; infraoculares separadas das supralabiais por duas séries de placas pequenas que partem da fosseta loreal e esta está em contato com a 2.º supralabial ou separada da mesma por 1 ou mais placas pequenas por seu bordo ântero-inferior; supralabiais de 8-9, baixas, sendo a 3.2 um pouco mais alta e a 22 separada ou não, da prefrenal; infralabiais: de 10-12, sendo a 12 ea 2.2 em contato com as mentais e, estas, em n.º de 1-3, pares; gulares pe- quenas, em 2-5 séries entre as mentais e as ventrais; temporais de 2-3, carenadas, pequenas; escamas da 1.2? série sôbre as supralabiais lisas ou fracamente carenadas. b) Corpo e cauda — escamas fortemente carenadas da cabeca à cauda; dorsais em n.º de 27 séries em geral, variando de 25 a 29; carena cchatada e alongada; ventrais de 152-168; anal inteira; escamas supra- caudais semelhantes às do corpo, algumas fusionadas com subcaudais e formando na extremidade, uma ponta cônica apical; subcaudais pares de 47-52, havendo dois casos registrados de limites extremos: 39/39 ns 1932) e 35/35 (HOGE, 1952) verificados em exemplares anö- malos. Coloração. — a) Geral — verde-olivácea com ventre negro (alguns IHERINGIA — Zoologia n.º 15 — janeiro de 1960 13 exemplares apresentam forte tom castanho no dörso) e, sôbre êsse fundo, desenvolvem-se longitudinalmente quatro sérics de marcas com contornos limitados por preto e áreas internas castanhas havendo zonas mais claras entre as marcas. b) Cabeca — parte superior como o dörso e há um desenho cruci- forme formado pelas marcas cervicais que avançam sôbre a cabeça; essa cruz possui dois braços (“cruz de Lorena”) e caracteriza esta espécie, o primeiro braço, isto é, o mais baixo, é maior do que o segundo, mas, pode variar, pois há exemplares em que os braços não são bem diferen- ciados ou a área interna dos mesmos é escurecida. Faixa negra posto- cular mais ou menos larga que se dirige para trás e para baixo até a comissura bucal e acentuando, superiormente, o contôrno posterior da cabeça; paralela a essa há outra faixa de estrutura igual a das marcas dorsais e que finaliza na comissura bucal também. Labiais branco- amareladas sendo as primeiras e as últimas levemente manchadas de castanho, como também, o bordo posterior da 3.2 ou, da 22 e 3.2 juntas, ou ainda, sômente a parte superior dessas supralabiais formando aí, geralmente, uma mancha preta. Inferiormente a cabeça é branco- amarelada com larga faixa preta paralela à linha da mandíbula, sôbre as gulares e atingindo somente as primeiras e as últimas infralabiais. c) Corpo — fundo oliváceo, pardo ou castanho, marcas dorsais dispostas longitudinalmente em quatro séries: a serie das marcas prin- cipais, maiores, que caracterizam a espécie e que possuem a forma de um polígono subtriangular, com vértice truncado, semelhante às de B. neuwiedii sspp., sendo, porém, mais curtas; essas marcas estão dis- postas de cada lado do dôrso ora alternando-se as de um lado com as do outro, ora se opondo; no intervalo dessas marcas principais há outra série de marcas menores, alongadas, havendo ora uma em cada inter- valo, ora duas (geralmente) ou mais, em cada lado; de cada lado do paraventre corre outra série de marcas poligonais dispostas duas a duas correspondendo cada par a uma marca principal e, como que repre- sentam os prolongamentos das marcas dorsais principais (vide esquema Est. I, fig. 1). A estrutura cromática de tôdas essas marcas é igual a das cefálicas: área interna castanha, um pouco mais escura do que a côr de fundo geral, contôrno preto e uma zona geralmente clara (às vêzes branca) circundante, dando maior realce às marcas. Ventre: preto uniforme sendo as ventrais alternadamente coloridas nos lados de preto e creme; zona gular e primeiras ventrais branco-amareladas; zonas paraventrais com uma série de manchas pretas regularmente dis- postas de cada lado (Est. I, fig. 1-A). à) Anomalias cromáticas. Dificilmente encontramos dois exem- plares iguais, apesar de muitos dêles servirem de padrão de coloração para a descrição da espécie. Há sempre variações quer na forma das marcas, quer na coloração geral, quer na intensidade e distribuição dos pigmentos pretos. Há, também, variações mais raras, como marcas principais arredondadas, com ângulos aparados, reniformes, coalescidas umas com as outras, quer pelos vértices, quer pelos lados como com as paraventrais ficando, neste caso, semelhante às de B. alternata. AMARAL (1932) cita um caso de coalescência das marcas princivais com suas correspondentes inferiores paraventrais considerando-o como uma anomalia cromática rara (Est. I, fig. 3), o que pomos em dúvida pois, já vimos vários exemplares assim (vide Nota V dêste Boletim). Aberrações raras: AMARAL (1932) apresentou outro caso em que houve estriamento das marcas principais (Est. I, fig. 2). HOGE (1952) re- gistrou um exemplar xântico cuja coloração reduziu-se ao amarelo- dourado e as marcas de um amarelo-dourado um pouco mais escuro. 14 THALES DE LEMA — Notas sôbre os réptis do Estade do E. G. do Sul ESPÉCIES PRÓXIMAS Descrita por GOMES (1913) como sendo do gênero Lachesis Daudin, 1803. Estudos preliminares de AMARAL (1926-C, 1944-B), MASLIN (1942) e RUIZ ((1950/1), filiaram-na ao gênero Bothrops Wagler, 1824, junta- mente com as demais espécies americanas que estavam naquele gênero (exceto L. muta (L. 1766)), conforme o ótimo histórico de AZEVEDO (1957). As espécies que lhe são próximas são: B. alternata D., B. & D. 1854 e B. neuwiedii sspp. (no Estado do Rio Grande do Sul: B. neuwiedii pubescens (Cope, 1869)). A diferenciação destas três espécies é baseada num conjunto de caracteres; os dados da lepidose não cooperam bastante porque os campos de variabilidade das três espécies se superpõem conforme o se- euinte quadro: Desenhos supra- cruz simples ou | 3-5 marcas for- QUADRO I Elementos B. cotiara | B. alternata | B. neuwiedii | sspp. | Faixa negra post- E + | == | + ocular | | EA ul | | Supralabiais | 8-9 | 8-9 | 8-9 ea gia Aa Be | | Intersupraoculares | 10-14 | 10-14 | 10-14 | | en | | | Dorsais 25-29 | 29-35 | 21-27 ; a | | Ventrais E 152-160 | 167-131 | 163-187 | | ar Subcaudais | 47-52 34-51 41-53 | | | | cruz de Lorena cefálicos ' (2 praços) um Y mando ou não | uma cruz Marcas dorsais | subtria: nzula | forma de ©, ge- | trapezcidais e ” ares, | unidas ou não | ralmente não | sempre desuni- | às paraventrais, interrompido das das para- | | | ventrais | IHERINGIA — Zoologia n.º 13 - — Janeiro de 1960 E 15 Coloração geral | oliváceo ou cas-| castanho cu | variável do par- dorsal tanho | pardo- averme- | do-cinzento ao lhado castanho escuro, | | zona violäcea | paraventral (vá- | rias sspp.) Coloração do ag preto ı branco-amare- | manchas peque- lado com sé- nas irregulares ries longitudi- | castanhas cla- nais irregula- | ras ou escuras res de manchas R hi pretas | | Palatino 3 dentes | 2 dentes 2 dentes | alto | alto baixo | VELLARD (1923) tentou a diferenciação das Bethrops do Brasil Meridional, isto é, ocorrentes entre 20.º e 30.º de latitude, baseado em caracteres hemipenianos. Infelizmente o hemipênis de B. alternata é quase igual ao de B. cotiara: ambos são alongados duas vêzes mais lon- gos do que largos no mínimo, espinhas ausentes na face ventral da parte basal, com a seguinte pequena diferença: essa zona é lisa em B. cotiara e finalmente granulada em B. alternata. O hemipênis de B. neuwiedii (ssp.) é semelhante aos de B. cotiara e B. alternata mas, muito mais curto, tão alto quanto largo, com espinhas externas muito desenvolvidas e recurvas, pelo menos nos exemplares examinados por aquêle A. (de São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Mato Gresso). Assim, VELLARD coloca estas três Bothrops num grupo à parte às outras © caracterizado por possuirem hemipênis com separação pouco profunda e com base inteira, pelo menos 1/3 da altura total do órgão, na face ventral, com espinhas em pequeno número, pouco desenvolvidas, exceto algumas longas e recurvadas situadas na parte súpero-externa. No mesmo trabalho VELLARD citou um caso de hibridismo entre B. cotiara x B. jararaca, apenas baseado em caracteres hemipenianos, mas, AMARAL (1930-D) considerou dito exemplar como típico de B. estiara. HABITOS. OFIDISMO Como a maioria das espécies do gênero Bothrops é terrestre, no- turna, rodentivora, ovovivípara e, quando irritada costuma achatar-se contra o solo, como B. alternata. Coabita as mesmas áreas geográficas de B. aiternata e B. jararaca, conforme as listas de recebimento de ser- pentes do Instituto Butantan de São Paulo. Estatísticas dos Institutos Soroterátpicos de São Paulo e Rio de Janeiro (Institutos Pinheiros, Butantan e Vital Brazil) B. cotiara está situada entre os Crotalideos sulamericanos mais frequentes e isso está lögicamente relacionado com o número de acidentes por ela determina- 16 THALES DE LEMA — Notas söbre os reptis do Estado do R. G. do Sul dos. Em ordem da maior à menor fregüencia ocupa o último lugar entre as seguintes: I. B. jararaca (Wied), II. B. alternata D., B. & D,, III. B. neuwiedii sspp. (Wagler & outros), IV. B. atrox atrox (L.), V. B. jararacussu Lacerda e VI. B. cotiara (Gomes). Os mesmos boletins informativos dos Institutos citados nos infor- mam que o veneno de B. cotiara é bastante pesado e que a espécie possui grande capacidade glandular, conforme os seguintes dados: o volume médio de cada exemplar é de 0,4 cc. de veneno líquido e de 0,120 mgrs de veneno sêco em labcratörio, o que nos dá um pêso relativamente alto (AMARAL, 1930-C; V. BRAZIL, 1914). A intensidade de ação do veneno está, mais ou menos, dentro do alcance de neutralização dos sôros e o envenenamento segue, em linhas gerais, ao das demais espécies do gênero, afastando-se de sua espécie próxima B. alternata. O número de acidentes é pequeno porque a fregiiência desta espécie é pequena. NOTA FINAL. — Estando já completa esta nota foi publicado um estudo de HOGE (1957/83) pelo Instituto Butantan, descrevendo uma nova espécie de Bothrops muito afim de B. cotiara, B.fonsecai, baseado em exemplares d eMinas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro e, resumi- camente damos aqui as diferenças entre as duas: Elementos B. cotiara B. fonsecai na ; dentes Se m dentes . a en | cinzento oliváceo m | cinzento escuro quase castanho prêto ER = base lisa a base com espinhos nes (face ventral) Marcas principais suktriangulares, em forma de C dorsais unidas às vêzes Ventrais 152-160 165-179 —m meme em — — —_ — — =. Subcaudais 47-52 39-56 IHERINGIA = Zoologia n.º 13 == janeiro de 1960 Pad eds) SUMMARY The revision of the literature, the observation of fixed and living specimens, and the comparision between the chosen data and those registered by AA. made possible a wider description of the species, Bothrops cotiara (Gomes, 1913). This species occurs in the Brazilian States, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Guanabara, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, and Rio Grande do Sul, and in the Republica Argentina; popular names: “cotiara”, “jararaca-da-barriga-preta”; size: 850-1000 mm.; loreal pit in contact with the 2nd supralabial; supralabials: 8-9; infralabials: 10-12; dorsal scales: 25-29 (27); ventrals: 152-168; anal: 1; subcaudals: 47-52; general coloration olivaceous or brown, with a series of ovoids, paravertebral markings corresponding onte to each other with series of polygonals dorsal and paraventral markings, sub- triangular form, bordered of black and evidencied by clear zone; belly entirely black. Similar species are: B. alternata Dum.. Bibr, & Dum. 1854, and B. neuwiedii sspp. (Wagler, 1824 & others). They are different in the morphology of hemipenis, palatine, ventrals coloration and gene- rally, in the general dorsal coloration, supracephalics drawings and poison. It is different from the B. fonsecai HOGE 1958, recently disco- vered by palatine, hemipenis, belly signed and number of ventrals. HIBLIOGKRAFIA ABALOS, J. W. 1949 - Cuales son los animales venenosos de la Argentina? Tucuman. AMARAL, A. do 1925 — On the variation of dorsal markings in three Brazilian pit-vipers. Contr. Harvard Inst. Trop. Biol. & Med., 2: 54-5, tab. 12 (6-7). 1926-A — Ann. Carn. Mus., 16 (2). Pittsburgh. 1926-B — Nomes vulgares dos ophidios do Brasil. Bol. Mus. Na- cional, Rio, 2(2): 19-46. 1926-C — IV Nota de Nomenclatura Ophiologica. Söbre a differen- ciação dos nomes genericos Lachesis, Trimeresurus e Bo- throps. Rev. Mus. Paulista, 14: 34-40. 1927 — Contribuição a biologia dos ophidios brasileiros (Habitat, habitos, alimentação) — 1.2 Nota previa. Coll. Trab. Inst. Butantan, 1918-24, 2: 177-181. 1930-A — Estudos sôbre ophidios neotropicos — XVIII: Lista re- missiva dos ophidios da região neotropica. Mem. Inst. 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A literatura sôbre deficiências pigmentares em vertebrados poiqui- lotérmicos é relativamente grande, mas, o maior número de referências recai sôbre serpentes, talvez porque existam mais estudiosos neste campo do que nos outros da Herpetologia. Outro fato é que o maior número de trabalhos sôbre tais casos é de herpetologistas norteameri- canos, isso, também, é devido ao fato de exstirem mais herpetologistas na América do Norte do que na do Sul. O conhecimento dos casos de aberrações cromáticas, quer por de- ficiência, abundância ou deformação é importante porque lança luz sôbre alguns problemas de sistemática e aumenta o conhecimento sôbre a variabilidade das diversas formas. Há tipos cuidadosamente deposi- tados em museus célebres que não passam de formas anômalas de outras já conhecidas. Um exemplo, mais ou menos recente, é o seguinte: em 1905 DITMARS descreveu Crotalus pulvis (exemplar tipo, n.º 7044 do Mus. Comp. Zool., Cambridge, U.S.A.); em 1927 AMARAL considerou- o um albino de Cretalus t. terrificus (Laur.); em 1936 GLOYD afirmou ser da espécie C. unicolor descrita por DE JEUDE (1877) como €. horridus unicolor — motivo pelo qual BOULENGER (1896) colocou a subespécie de DE JEUDE como sinönima de €. t. terrificus; em 1936 KLAUBER revalidou €. unicolor e, mais tarde (1956) e, também, GLOYD (1940), afirmaram a identidade de C. pulvis com C. unicolor. O engano todo residia no fato de C. unicolor ser uma espécie de côr muito clara sugerindo um Crotalus com deficiência pigmentar. Quanto ao albinismo em si é um acidente devido ao aparecimento, por mutação, de gens específicos inibidores da formação de pigmentos e que só se declaram quando em estado de pureza, formando par alélico, por constituir um fator recessivo, como já foi provado em aves e ma- míferos. Em serpentes, contudo, poucas pesquisas existem; devemos a PERKINS provar o mesmo em répteis: obteve êle uma linhagem pura albina de Pituophis eatenifer arnectens (fide KLAUBER, 1956:199). A literatura norteamericana cita czsos de albinismo em serpentes, croco- dilanos (ALLEN & NEILL, 1956), tartarugas (COOPER, 1958; BURT, IHERINGIA — Zoologia n.º ee janeiro de 1960 Ri 1944), salamandras, anuros e peixes. KLAUBER (1956) e LEVITON (1958) justificam a raridade de serpentes albinas na natureza pela provável inabilidade que tais mutantes têm de competirem com os normais de sua comunidade, de serem fäcilmente vistos por seus pre- dadores e daí poucos alcançarem o estado adulto; por outro lado outra razão seria o baixo grau de incidência que, segundo KLAUBER (loc. cit.) era de 0,1 a 0,01 em uma população estudada. Segundo os registros dos diversos AA. a coloração das serpentes albinas é geralmente branca, mas, há exemplares com tonalidades ora amarelada, ora acinzentada, ora azulada, rosada, olivácea ou parda, apresentando ou não, a marcação típica ou vestígios dela, em todo caso sempre em taxa muito baixa de melanina. HOGE (1952) assinalon transparência em dois exemplares de Crotalus durissus terrificus (Laur.), que lhe permitiu ver a coluna vertebral e os intestinos dos dois albinos. Apresentamos um caso de albinismo parcial em Leimadophis poeci- logyrus pictostriatus Amaral 1944, “cobra verde comum” de Pórto Alegre e municípios vizinhos. Tanto o presente exemplar como outros, nor- mais, todos recém-nascidos, foram encontrados pelo mesmo doador na mesma época e no mesmo local, isto é, dormindo sob vãos de pilhas de tábuas em firma madeireira situada em uma rua no bairro São João, Pôrto Alegre; o terreno apresenta-se com pouca vegetação, esta constituída principalmente de Gramíneas, com poucos alagadiços per- manentes, que aumentam por ocasião da época chuvosa, pouco fre- quentado a não ser em parte pelos trabalhadores da dita firma. É provável, pois, que todos êsses filhotes pertençam a uma só ninhada. O exemplar ssmi-albino foi mantido vivo de 5 a 10.III.1959, em caixa fechada, sem luz, sômente com água e foi fotografado no dia em que morreu (conforme Est. V). Descrição — Ex. TL. 1609, recém-nascido, macho, proc. RGS.: Póôrto Alegre (cidade), capturado em 5.3.59, por P. Carpeggiani; V.: 145; SC.: 46, pares; D.: 19; Dent. max.: 1542; Dent. mand.: 9; Medidas: 114146, 5 /- 32,5 — 190 (mm). Coloração: A coloração dos filhotes desia sub- espécie normalmente, conforme temos observado inúmeras vêzes e conforme se apresentavam os filhotes capturados no mesmo local, é a seguinte: cabeça preta com desenhos pretos, um colar preto no pescoço e as labiais amarelo-limão intenso, uma zona clara orla a margem posterior do anel do pescoço acentuando-o, corpo com marcas pretas dispostas em séries paralelas ao longo do dôrso e nos lados sôbre fundo verde claro cem tons amarelo-limão intenso ou, às vêzes, esbranquiçado e o ventre branco com barras transversais pretas incompletas mas o suficiente para escurecer todo o ventre, visto em conjunto; apenas um dos filhotes colhidos no mesmo local apresentava uma suave coloração alaranjada no ventre. O exemplar semi-albino ostentava as seguintes côres (observação em 6.3.1959, in vivo): olhos totalmente apigmentados, vermelho-rosado (circulação sanguínea), cabeça cinzento oliváceo suave, corpo amarelado, ventre branco. Anel nucal preto descorado, zona clara post-anelar amarelo intenso; marcação dorsal preta típica dos filhotes desta raca muito descorada e esmaecendo gradativamente para a cauda onde desaparece; as marcas são vestigiais, isto é. não possuem o contôrno completo, estão reduzidas, mas estão completadas por concentração de xantina; no ventre observamos as marcas pretas reduzidas em número, em tamanho e na intensidade da melanina, em relação aos anormais. A porcentagem da melanina era aproximada- mente de 1/8 do normal na cabeça, 1/3 no colar, 1/5 no dôrso e 1/3 no ventre. A côr de fundo, que deveria ser verde-claro e amarelo-limão, era amarelo-ouro um pouco alaranjado nos pontos de maior concen- tração, como na cauda e acompanhando as marcas dorsais. vw vo THALES DE LEMA — Notas sôbre os réptis do Estado do R. G. do Sul Após a morte do animal foi o exemplar deixado fora de qualquer preservativo para observar qualquer variação de colorido e isso foi verificado umas duas horas após, ocasião em que, temerosos de que a alteração aumentasse muito, providenciamos em fotografá-lo: a tona- lidade amarela empalideceu sensivelmente tendendo ao oliváceo e a marcação melânica acentuou-se levemente; umas 40 horas após, ainda sem preservativo, havia empalidecido mais, tendo se decomposto a pele da cabeca ficando o crânio exposto. Após isso, fixamô-la em formol a 10%, tornando-se branca. CONCLUSÕES O exemplar em questão possuia uma taxa muito baixa de melanina em relação aos exemplares normais da mesma subespécie, tanto da mesma localidade e época, como de outras localidades e épocas dife- rentes. As áreas melânicas eram bem menores do que nos exemplares normais e eram completadas por concentração de pigmentos de xantina, que não ocorre em exemplares normais. Os olhos e a cauda eram completamente destituidos de melanina. A literatura consultada (vide Bibliografia) cita vários casos de exemplares albinos em que permaneceu a xantina e esta se concentrava mais nas áreas normalmente melânicas, fato interpretado por AMARAL (1934) como uma prova de que as marcas melânicas normais numa determinada forma nas serpentes, são o resultado da invasão da me- lanina e sua concentração nos depósitos primitivos de xantina, no derma, antes da queratinização durante a embriogênese. Não resta dúvida, pois, que se trata de um caso de albinismo parcial, além disso chamou-nos a atenção dois fatos: a. a decomposição da pele da cabeca do animal, tal fato nunca ocorreu com outros exemplares, mesmo depois de entrar em decomposição, filhotes, quer acidentalmente nos viveiros, quer encontrados na natureza; b. a passagem imediata da côr para branco, outro fato que só ocorreu em filhotes após muitos anos terem sido colocadas em formol e deixadas no mesmo, peis, normalmente, o que ocorre é o exemplar tornar-se azulado e, caso fique no formol, êsse azul torna-se muito escuro, quase preto. Assim, parece-nos que, além da deficiência pigmentar, o presente exemplar apresentava uma deficiência na estrutura da pele e quiçá de outras partes. SUMMARY A. newborn partial albino of the snake subspecies Leimadophis peecilegyrus pictostriatus Amaral 1944, the common “cobra verde” (green snake), from Pôrto Alegre, Rio Grande do Sul. The eyes are pinkish, the black pigment it was not completelly absent, and the vellow pigment was present. BIBLIOGRAFIA ACKROYD, J. F. & R. L. HOFFMAN 1946 — An Albinistic specimen of Pseudacris feriarum. Copeia, 1946, n.º 4: 257-8. AITREN, W. W. 1937 | — Albinism in Ietalurus punctatus. Copeia, 1937, n.º 1: 64. IHERINGIA — Zoologia n.º 13 = Janeiro de 1960 +» É Rs ALLEN, E. R. & W. T. NEILL 1953 — A Xanthic Largemouth Bass (Micropterus) from Florida. Copeia, 1953, n.º 2: 116-7. 1956 — Some color abnormalities in crocodilians. Copeia, 1956, n.º 4: 124. ALLIN, A. E. 1945 — Another Albino Lake Trout. Copeia, 1945, n.º 1: 55. 1950 — An Albino mud Puppy near Fort William, Ontario. Canad, Field Notes, 64 (2): 92-3. (Não visto.) AMARAL, A. do 1927-A — Albinismo em cobra coral. Rev. Mus. Paulista, 15: 1-9, tabs. I-III. 1927-B — Da occorrencia de albinismo em cascavel, Crotalus terrificus (Laur.). 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Queremos aqui falar apenas da anomalia que constitui a fusão das marcas dorsais normais formando estrias ou linhas longitudinais. O conhecimento de afastamentos tão grandes da nor- malidade trazem luz sôbre o comportamento fisiológico da formação e distribuição dos pigmentos durante a embriogênese. A frequência de exemplares com o padrão cromático estriado é muito baixa e isso afirmamos baseados em nossa experiência própria, na consulta da literatura e observações do Instituto Butantan: AMARAL (1932) afirmou que foram enviadas uma média de 20.000 serpentes por ano ao Instituto Butantan até 1932 e, apenas foram verificados 22 indi- víduos com coloração aberrante, sendo diversos dêles possuidores de outras anomalias que não o estriamento das marcas. A maioria dos registros feitos pelos diversos AA. é de serpentes da família Crotalidae. MAGALHÃES (1925) descreveu uma nova espécie de serpente do Rio Grande do Sul baseado em dois exemplares (Bothrops inaequalis) e AMARAL (1925-B), revendo essa espécie e seus respectivos tipos, considerou-a sinônima de B. alternata Dum., Bibr. e Dum. e os exemplares como indivíduos aberrantes da mesma. No mesmo trahalho AMARAL afirmou que a espécie B. alternata possui duas tendências de aberração cromática: a) fusão transversal das marcas laterais e b) anas- tomose longitudinal das marcas laterais (estriamento), exemplificando as duas tendências dom a descrição de um caso para a, de outro para b e indicando os dois exemplares de MAGALHÃES como do tipo b. No mesmo trabalho AMARAL descreve um exemplar estriado de B. cotiara (Gomes). Mais tarde (1927) o mesmo A. estudou as variações das marcas dorsais de Crotalus durissus terrificus (Laur.) e fixou duas populações, considerando-as subespécies: C. terrificus var. collirhom- beatus — marcas poligonais no pescoço (NE. Brasil) e €. t. var. collili- neatus = estrias no pescoço (Centro, SE. e S. Brasil). Parece-nos que os demais AA. não aceitaram a divisão. Em setembro de 1958, nosso colega A. C. P. de Azevêdo, em visita aos serpentärios do Instituto Butantan, observou vários exemplares de Mato Grosso que apresentavam os dois padrões de coloração no pescoço (deveria ser apenas var. colli- lineatus). No mesmo trabalho AMARAL registra um indivíduo de €. IHERINGIA — Zoologia n.º 13 — ianeiro de 1960 29 durissus terrificus com corpo unicolor apresentando marcas somente no pescoço. Em 1932 AMARAL descreveu vários indivíduos estriados: 1 ex. de Bothrops jararaca (Wied) quase completamente estriado, 3 exx. de B. alternata Dum., Bibr. & Dum. todos estriados, 1 ex. de B. cotiara (Gomes) estriado e 1 ex de B. neuwiedii pauloensis Amaral com estria- mento — entre outros exemplares dessas espécies citadas com outros tipos de anomalias cromáticas. Em 1934, AMARAL estudou exaustiva- mente a espécie B. alternata apresentando uma gama das variações que sofrem as marcas supracefálicas e as dorsais e que podemos re- sumir nas seguintes possibilidades: coalescência das marcas entre si, tanto pelos lados (estrias) como pelos vértices, formando barras ou, então, entre as bases de cada marca individualmente, formando marcas em 0. GLOYD (1935) descreveu um exemplar estriado de Crotalus h. horridus (L.) e outro de C. c. confluentus (Say). MACHADO (1945) descreveu um exemplar estriado de Bothrops jararaca (Wied). KLAUBER (1956) descreveu 1 ex. de Crotalus h. horridus (L.) e 2 exx. de C. atrox B. & Girard, todos estriados e, em consequência das observações que fêz sôbre o estriamento em cascavéis, quer por si quer pela consulta da literatura, estabeleceu que: a) a maioria dos indivíduos apresentam estriamento na parte anterior do corpo — observações feitas em €. s. scutulatus (Kennicott), €. lepidus morulus Klauber, C. trise- riatus aquilus Klauber, C. r. ruber Cope, C. v. viridis (Rafinesque), ©. v. oreganus Holbrook, C. v. helleri Meek, C. mitchelli stephensi Klauber; b) algumas espécies são normalmente estriadas no pescoco — €. durissus terrificus (Laur.), e outras; c) um exemplar apresentava estriamento anterior e posterior — C. r. ruber Cope; d) um exemplar com estriamento no meio do corpo — C. v. oreganus Holbrook: e) uma ninhada de C. v. oreganus Holbr. anômala, com estriamento no pescoco; f) em espécies cujo padrão normal é uma série de marcas simples localizadas no meio do dörso houve coalescência obliquamente for- mando uma só estria — C. t. triseriatus, C. r. ruber Cope; £g) marcas dorsais alongadas para baixo formando anéis — C. r. ruber Cope e 1 ex. de C. durissus terrificus (Laur.) (*). COOK. JR. (1955) apresentou um caso de hibridismo entre Crotalus viridis oreganus X C. s. scutulatus, em que 5 filhotes de 12, apresentavam estrias: 2 na parte posterior, 1 na parte posterior e no pescoço, 1 no pescoço e, por fim, 1 exemplar com coalescência lateral posteriormente. GLOYD (1958) descreveu vários exemplares aberrantes de Crota- lídeos norteamericanos, inclusive um de Agkistrodon contortrix mokeson (Daud.) com estriamento no meio do corpo, e outro de Crotalus s. seutulatus (Kennicott) com estriamento na parte anterior. Temos notado, por nossa vez, sem contudo termos registrado, dois casos de estriamento das marcas dorsais em Bothrops jararaca (Wied). O primeiro caso foi observado por nös em um exemplar vivo capturado em Viamäo (RGS.) em 1955, de propriedade do Sr. T. Fragoso; jovem, que apresentava a seguinte coloração: as marcas dorsais possuiam seus (*) AMARAL, 1932. 30 THALES DE LEMA — Notas sôbre os réptis do Estado do R. G. do Sul prolongamentos inferiores interrompidos, afastados e êstes eram alon- gados longitudinalmente formando uma estria pontilhada de cada lado do paraventre. O segundo caso observamos nos viveiros do Sr. Haas, em Curitiba, em dezembro de 1947: uma fêmea capturada em uma fazenda no norte do Paraná dera-à-luz 12 filhotes apresentando todos coloração anômala com tendência ao estriamento; segundo apon- tamentos eram as seguintes as anomalias cromáticas apresentadas por tais filhotes: 1.º redução do tamanho das marcas dorsais, 2.º isolamento dos prolongamentos das mesmas, 3.º truncamento do vértice e escure- cimento interno das marcas dorsais semelhando a figura de um trapézio com base menor muito pequena em relação à base maior, 4.º partes iso- ladas no paraventre alongadas, aproximadas entre si e formando coalescências em vários trechos — no conjunto o paraventre apresenta-se com uma série de estrias e de pontos irregular e longitudinalmente dis- tribuidos (conforme desenho esquemático, Est. VI, fig 15). KLAUBER (1956) registro um caso semelhante em Crotalus viridis oreganus, isto é, uma ninhada completamente anômala na coloração. Dois casos registramos aqui na espécie Bothrops jararaca (Wied) e aproveito para agradecer ao Sr. Horst Oskar Lippold a doação do: exemplar de Santa Maria e ao Sr. Luis Recht (Rio de Janeiro) a oportunidade de termos observado o exemplar de Canela (RGS.). Descrição — 1) Bothrops jararaca (Wied) — jovem, proc. Canela, R.G.S,, zona da “serra”, observado em março de 1958, vivo, apresentando a seguinte coloração (vide desenho esquemático, Est. VI, fig. 16): marcas dorsais alongadas longitudinalmente e coalescendo logo no primeiro têrco do corpo, entre si, pelos lados, formando duas longas estrias um pouco onduladas em alguns trechos, com estrutura cromática igual a das marcas dorsais normais, havendo marcas normais anterior e poste- riormente e ocupando as estrias uns dois têrços do comprimento total do animal; uma orladura branco-creme externa a cada estria formavam um contraste forte de córes. 2) Bothrops jararaca (Wied) — jovem bem maior do que o anterior, macho, proc. Santa Maria, R.G.S., arredores da cidade, em 12.3.1959, por H. O. Lippold que o remeteu já fixado mas, com as cöres ainda normais, lesionado, foi depositado sob o número MRCN.0123 nas coleções científicas do Museu Rio-Grandense de Ciências Naturais. V.: 192; SC.: 55/55 + 1 longa; D.: 28-25-20: SL.: 8/8 (2.2 formando fosseta); IL.: 12/11 (D/E); Ment.: 2 pares (ant. maior d. q. post.); 1-4/1-3 IL. em contato com Ment. Ant., demais separadas por Gulares das Ment. Post.; Gulares: 5 séries, de cada lado, entre últimas IL. e primeiras V. e 3 séries entre as Mentais e V.; A.: 1; Intersuprac.: 10. Na zona supra- cefálica anterior há escamas Intercant. e InterSOc., algumas, com duas ou três carenas incompletas representando coalescência de duas ou três escamas entre si ou, por outro lado, formação de escamas juntas sem separação. Medidas: 21 -+ 313 + 54 — 393 mm. Coloração: geral castanho-clara com um tom oliváceo, apresentando, na parte anterior, vestígios das primeiras marcas dorsais, alongados, muito distanciados um do outro, surgindo primeiro no lado direito; tais vestígios são cons- tituidos apenas dos braços das marcas típicas em A, afastados um do outro e um pouco inclinados para dentro; à medida que progridem as marcas êsses braços vão se inclinando mais para dentro até unirem e formarem vértice, de acôrdo com a marcação típica, se bem que não chegam a formar uma marca; típica porque vem alongamento e coales- cência lateral formando estrias, uma de cada lado e tendem a norma- lizar um pouco antes da zona anal. O número de marcas é contável até a altura da cloaca porque depois sucede intensa divisão das marcas IHERINGIA — Zoologia n.® 13 -— janeiro de 1960 ; 31 confundindo-a, há 16 no lado direito e 13 no esquerdo (vide desenho esquemático, Est. VI, fig. 17). Achamos interessante descrever cada marca dorsal para mostrar como o alongamento é progressivo e, depois da metade do corpo em diante, é regressivo: a) lado direito: 1.º — lados afastados e pouco inclinados para dentro, côr de fundo entre os braços igual a do dôrso, havendo pontos pretos entre esta e a 2º na altura das bases; 2.2 — braços mais pro- ximos, área entre êles escura, parecendo estar unidos, mas sem ápice, havendo uma estria castanho-anegrada entre esta e a 32 na altura das bases; 3.2 — lados mais inclinados ainda, quase formando ângulc, zona interior escura, havendo duas estrias negras, curtas, entre as bases desta e da 4.2; 42 — lados unidos formando ângulo, mas, de tamanho muito reduzido com interior castanho-escuro e o braço pos- terior afastando-se para trás, interrompido e a continuação projetando- se exageradamente para baixo e para trás ocupando o espaco basal entre esta e a 5.2; 5.2 — semelhante a de um indivíduo normal mas, muito estreita, isto é, alongada, apresentando os braços encurvados para dentro, sendo o posterior semelhante ao da marca anterior, se bem que maior; 6.º — não é uma marca apenas, mas a união de várias marcas, podendo-se apenas distinguir a primeira e a última, não se podendo notar quantas marcas entraram na coalescência; 7.2 — se- melhante a de indivíduos normais mas, muito estreita, em linha que- brada, unida pelo vértice com a do lado oposto, sem escurecimento da área interna; da 8º em diante tende a normalizar, mas, também, começam a dividir-se até ao ponto de se tornarem indistintas umas das outras, a divisão se inicia na 10.2; b) lado esquerdo: 1.º — surge na altura da linha transversal ao eixo do corpo que passa um pouco após a 1.2 do lado direito, possui os braços muito curtos e afastados e dificilmente se distinguiria perten- cerem a uma marca dorsal derivada da forma típica em A normal: 22 — um pouco próxima da 1.º, igual à 22 do lado direito e no mesmo plano transversal daquela; 32 — mais afastada, na altura da estria basal entre as marcas do lado direito, margens dos braços muito irre-- gulares e, êstes, são muito curtos, deformados, entre esta e a 42 há uma estria negra linear; 4% — tende à normalidade mas, muito es- curecida internamente, com bordos irregulares, na altura do espaço entre duas pequenas estrias do lado direito; 5.2 — coalescência látero- longitudinal de várias marcas dorsais que se inicia sob a forma de faixa reta longitudinal, na altura do espaço entre a 5? e a 6.2 do lado direito e, depois encurva para cima lentamente e, após essa longa curva, vai baixando até a altura da metade da estria dorsal direita, finalizando por uma marca quase normal com ápice truncado; 62 e 72 — seme- lhantes entre si, com ápice truncado, lados um pouco côncavos e bases curvas para dentro; 8? — coalescida pelo ápice com a 7. do lado direito; daí em diante as marcas tendem a normalizar e iniciam a subdividir-se da 10.2 em diante, como no lado direito. O ventre é manchado de castanho escuro e branqueia na altura da 30.2 SC., ficando branco (sinal de jovem nesta espécie). A cabeça apresenta a parte superior de côr clara com desenhos castanho-anegrados típicos dos exemplares jovens. CONCLUSÃO Há uma tendência, nas serpentes, para o estriamento das marcas dorsais, notadamente nas serpentes da família CROTALIDAE, tanro nas do gênero Crotalus como Bothrops. A incidência parece ser maior 32 THALES DE LEMA — Notas sôbre os réptis do Estado do R. G. do Sul nas serpentes Bothrops alternata Dum., Bibr. & Dum. e Bothrops jararaca (Wied), se bem que os casos até agora registrados sejam muito poucos para que se possa afirmar algo de definitivo. Infeliz- mente nada podemos adiantar sôbre a causa dessa aberração curiosa, mas KLAUBER (1956) afirmou que o estriamento do padrão em ser- pentes é devido a uma aberração no mecanismo gênico que causaria uma rotação de 90.º no padrão de serpentes normalmente aneladas ou manchadas; no caso presente essa rotação seria de 45.º, isto é, to- mando a inclinação média dos braços da marca dorsal típica em relação ao eixo longitudinal do corpo do animal. SUMMARY There is a tendence to transformer the pattern into longitudinal stripes in the snakes of family Crotalidae, principly in Bothrops alter- nata and Bothrops jararaca. There are many cases recorded by several AA. This paper contains a detailed description of one specimen of PR jararaca from Santa Maria, R.G.S., with stripes, and notes of another specimens with the same aberrations. BIBLIOGRAFIA AMARAL, A. de 1925-A — on the variation of dorsal markings in Bothrops jararaca (Wied, 1824). Contr. from the Harvard Inst. Trop. 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Aspecto lateral das marcas dorsais princi- pais do ex. IB.5104 de B. cotiara, seg. AMARAL (1932, fig. 8): parte anterior e média do corpo; parte média e posterior do corpo. Acpecto lateral doc marcas dorsais prin- cipais do ex. IB .6732, seg. AMARAL (1932, fig. 9) de B. cotiara: parte anterior e média do corpo; parte média do corpo. Asnecto lateral das marcas dorsais prin- cipais do ex. TL.839 de B. cotiara: parte anterior e média do corpo; parte posterior e final do corpo. Aspecto lateral das marcas dorsais prin- cipais do ex. TL.836 de B. cotiara: parte anterior (primeira) e média (segun- da) do corpo; parte posterior; Ornamentação supracefálica do ex. TL.836 de B. cotiara. Aspecto lateral das marcas dorsais princi- pois do ex. TL. 838 de B. cotiara — parte média do corpo. Idem, do ex. MRCN.749. Idem, do ex. MRCN.750. Idem, do ex. MRCN.748 — parte anterior (primeira) e posterior (segunda) do corpo. Aspecto lateral das marcas dorsais prin- cipais do ex. TL.837 de B. cotiara: fusão pelos vértices (primeiro) e parte média (segundo) e posterior (terceiro) do corpo. Extremidade da cauda do ex. TL.837 da B. cotiara, mostrando fusão das escamas ® escudos — coloração: a. branco, b. preto, c. castanho-escuro. Manchas pretas gulares aparecendo as partes terminais infero-posteriores das manchas postoculares. IHERINGIA — Zoologia n.º 13 — janeiro de 1960 35 Fig. 11: Fig. 11-A: Fig. 11-B: Fig. 11-C: Fig. 11-D: Estampa IV — Fig. 12:. Estampa V— Fig. 13: Fig. 14: Estampa VI — Fig. 15: Fig. 16: Fig. 17: Fig. 17-A: Fig. 17-B: Aspectos do ex. EA.1252 de B. cotiara: aspecto lateral da parte anterior do corpo mostrando uma marca anômala; idem, mostrando a parte anterior do corpo com agrupamentos de marcas para- vertebrais; ornamento supracefálico; aspecto ventral, parte anterior, média e posterior do corpo, com coloração preta descontínua. Vista geral do ex. MRCN.749 de B. cotiara de Erechim, Rio Grande do Sul. Aspecto geral dorsal do ex. TL.1609 de Leimadophis poecilogyrus pictostriatus Amaral, semi-alhino, de Pörto Alegre, Rio Grande do Sul. Idem, aspecto geral ventral. Aspecto geral dorsal esquematizado de um filhote de Bothrops jararaca (Wied) do Paraná (Brasil), segundo notas do A. Aspecto geral dorsal esquematizado de um jovem de B. jararaca (Wied) de Canela, Rio Grande do Sul, segundo notas do A. Aspecto geral dorsal esquematizado do ex. MRCN.123 de B. jararaca (Wied) de Santa Maria, Rio Grande do Sul: parte anterior e média do corpo; parte média e posterior do corpo. NOTA: Fotografias do Dr. L. Buckup; desenhos esquemáticos do A. ESTAMPAS IHERINGIA — Série ZOOLOGIA — N.º 13 — Janeiro de 1960 — ESTAMPA I ;F Ten ca». É 20 euren, TR ad IHERINGIA — Série ZOOLOGIA — N.º 13 — Janeiro de 1960 — ESTAMPA II Br > 'F 16.9 «777 Ur IHERINGIA — Série ZOOLOGIA — Nº 13 — Janeiro de 1960 — ESTAMPA III | a! | É no mo | Ian | . E Mo ig nn ma me Ta ne en En mes pá Kin Á E A a IHERINGIA — Série ZOOLOGIA — N.º 13 — Janeiro de 1960 — ESTAMPA IV Nies | x ', IHERINGIA — Série ZOOLOGIA — N.º 13 — Janeiro de 1960 — ESTAMPA V THERINGIA — Série ZOOLOGIA — N.º 13 — Janeiro de 1960 — ESTAMPA VI E a Bahr BITTE r LH) IHERINGIA — Série ZOOLOGIA — N.º 13 — Janeiro de 1960 — ESTAMPA VII 7. rom hovesv e. DR DE SI E ICO? NE RR ERR SEEN TA E “AMO 7 R é EEE > 4 q CPR var TCS TS VIVAS ERS A ada) De BIT SEE ee RI XE: B Bey + A Ar er des EEE EOS ED ERS eba NUNG EN aan ad EDS PESQUISAS REVISTA DE PERMUTA INTERNACIONAL Órgão do Instituto Anchietano de Pesquisas Diretor: Balduíno Rambo, S. J. Trabalhos de investigação científica nas línguas ocidentais de uso corrente na ciência. BOTÂNICA ANTROPOLOGIA ZOOLOGIA HISTÓRIA INSTITUTO ANCHIETANO DE PESQUISAS Pórto Alegre Caixa Postal, 358 — Rio Grande do Sul — BRASIL SELLONWTA Anais Botânicos do Herbário “Barbosa Rodrigues” Fundada em 1949 Fundador e editor: P. Raulino Reitz Revista Sulbrasileira de Botânica, com artigos em português, alemão e inglês. HERBARIO “BARBOSA RODRIGUES” Itajaí — Santa Catarina — BRASIL = AP a — N ANA N ee A: ENT, VIR Pç E SERIES CIENTÍFICAS “BA E DO - [USEU RIO-GRANDENSE DE CIÊNCIAS NATURAIS NOTES ON CORAL SNAKES (I-Il) (Serpentes — Elapidae) à Antônio Carlos Pradêl Azevedo SECRETARIA DE EDUCAÇÃO E CULTURA DIVISÃO DE CULTURA DIRETORIA DE CIÊNCIAS NGIA | sem. ZOOL. |N.º 14 [rer 11] EST. I-VI. | P. ALEGRE | MARÇO — 1960 ERINGIA a N.º 14 Bis MARCO DE 1960 . 4 MUSEU RIO- GRANDENSE DE CIÊNCIAS NA usa 1 DIRETOR Pe. Balduino Rambo S. J.; ENTOMOLOGIA Ludwig Buckup — Dr. rer. nat., Bacharel-Licenciado em Histo a Na HERPETOLOGIA E | Antônio Carlos Pradél Azevedo — Bacharel- Licenciado. em 1 Natural; “Thales de Lema — Bacharel-Licenciado em RR MALACOLOGIA ORNITOLOGIA Eduardo Casado Marques. Tôda correspondência referente à ' VHERINGIA E “deve ser enviada ao . Sen MUSEU RIO- GRANDENSE DE CIÊNCIAS ih NATURAIS a SSR PRAÇA D. FELICIANO, 78. CAIXA POSTAL 1188 : N Pörto Alegre — Rio Grande do Sul — Brasil Desejamos estabelecer | permuta. We wish to establish exchange. Wir wünschen Austausch, | Antônio Carlos Pradel Azevedo NOTES ON CORAL SNAKES (I-Il) (Serpentes — Elapidae) Introduction ! — About the eggs of Ccral Snakes. A new observation of the behaviour of Micrurus frontalis multicinctus and its relationship with folklore. x k 1960 Oficinas Gráficas da Imprensa Oficial PORTO ALEGRE EST. I-VI | P. ALEGRE | | IMERINGIA | SER. ZOOL. | N.º 14 [Pine 1-14 MARCO — 1960 NOTES ON CORAL SNAKES (*) Antönio Carlos Pradel Azevedo (**) INTRODUCTION The present notes represent the first results of two years of 1e- search and observations on coral snakes, which studies would have been quite impossible without the aid of my friend, Thales de Lema. The problem of inter-relationship between the forms frontalis, lemniscatus, altirostris and ibiboboca has caused plenty of controversy among those who dedicate themselves to the study of neotropical reptiles. K. P. Schmidt (1), in 1936, accepted as independent the species Micrurus lemniscatus (Linnaeus, 1758),Micrurus ibiboboca (Merrem, 1820) and Micrurus frontalis (Dumeril, Bibron et Dumeril, 1854), consi- dering Micrurus altirostris (Cope, 1859) as a subspecies of M. frontalis. A. do Amaral (2), in 1944, made a revision in which he broached the problem of affinities existing among the forms mentioned above, establishing a new form which he named multicinctus and determining a subspecific dependency of all these forms to M. lemniscatus. P. E. Vanzolini (3), in 1948, in a work on the reptiles of Cachoeira de Emas, published a note in which he disagreed from the point of view of Amaral and proposed the elevation of frontalis to the specific category with the subspecies multicinetus and altirostris, and consi- dering the form ibiboboca as a subspecies of M. lemniscatus. B. Shreve (4), in 1953, published a work in which he revised the subspecies of M. frontalis, considering it independent of M. lemniscatus. and the form multicinctus as invalid, judging it as a compound oi altirostris and frontalis. In this same work was revived the form pyrrhocryptus, described by Cope in 1862, and which Schmidt in 1936 considered allied to M. frontalis and Amaral in 1944 placed in synonymy with M. lemniscatus frontalis. During an internship in São Paulo in 1958, I examined the spe- cimens used by Vanzolini to draw up his note of 1948, and at the same time I had an opportunity to discuss the problem with him, with Dr. Amaral and with A. R. Hoge of the Butantan Institute. Shreve’s opinion seems to me interesting; however, the small quantity of material examined by that author does not permit me to adopt it without examining a greater number of specimens. j In the midst of these opinions I did not yet succeed in arriving at (*) Trabalho entregue para publicacäo em 23 de fevereiro de 1960. (**) Professor de Biologia da Pontificia Universidade Catölica do Rio Grande do Sul. enormen MAY2S 1961 6 Antönio Carlos P. Azevedo — Notes on Coral Snakes a personal conclusion on this subject, and, for this reason, I decided to follow the nomenclature proposed by Vanzolini in regard to the denomination of the forms mentioned in these works. These first works on the Elapids, my favorite group of snakes, are dedicated to Dr. Karl Patterson Schmidt, Chief Curator Emeritus, De- partament of Zoology of the Chicago Natural History Museum, deceased September 26, 1957, who with his kindness and encouragement orientated me at the beginning of my studies. I thank Dr. L. Buckup for the photographs, Fr. Th. Frantz S. J. for the revision of the English translation and graduate student Geraldo Hoffmann for the drawings. THE AUTHOR REFERENCES 1 — Schmidt, K. P. 1936. Preliminary account of coral snakes of South America. Zool. Ser. Field Mus. Nat. Hist., vol XX, n.º 19, pp. 189-203. 2 — Amaral. A. 1944. Notas sôbre a Ofiologia Neotrópica e Brasílica. XI — Sub- espécies de Micrurus lemniscatus (L.) e suas afinidades com M. frontalis (Dm. & Bibr.). Pap. Av. Dept. Zool., São Pauio, vol. 5, n.º 11, pp. 83-93. 3 — Vanzolini, P. E. 1948. Notas sôbre os ofídios e lagartos da Cachoeira de Emas, no Município de Pirassununga, Estado de São Paulo. Rev. Bras. Biol., 8 (3), pp. 383-385. 4 — Shreve, B. 1953. Notes on the races of Micrurus frontalis (Dumeril, Dumeril and Bibron). Breviora, Mus. Comp. Zool., n.º 16, pp. 1-6. I — ABOUT THE EGGS OF CORAL SNAKES Reviewing the bibliograpny I possess about the genus Micrurus, I verified that little has been written about its reproduction and, more particularly, about the number, size and form of its eggs. Wright and Wright (1), refer to the following authors: Conant and Bridges (1939), who cite for Micrurus fulvius fulvius (Linnaeus, 1766) from 3 to 12 eggs. Schmidt and Davis (1941), mention for the same species from 2 to 4 eggs. Davis and Brimley (1944), cite from 3 to 12 eggs also for M. f. fulvius. Werler (2), cites for M. fulvius tenere (Baird and Girard, 1853) 9 eggs not entirely developed, making reference to the size of the eggs and the consistency of the same. Ditmars (3), with respect to M. fulvius barbouri Schmidt, 1928, says the eggs are elongated and 7 in number. Roze (4), cites for M. isozónus (Cope, 1860) 6 yellow soft-shelled eggs, giving their size. Ditmars (5), refers to 11 eggs of M. fulvius ssp. Telford Jr. (6), cites 7 eggs for M. fulvius fulvius, giving data about the form, color and size. It is interesting te observe that in the references which I possess, I did not find any photograph of the eggs, and, except Roze, the other authors always refer to M. fulvius. Having in my possession for study the corals of the Museum of Natural History of Montevideo, I noticed that the specimen n.º 54, Micrurus frontalis altirostris, proceeding from Tambores, Departament of Tacuarembó, Uruguay, on 22/VIII/1957 was with one egg partially out of cloacal slit. (Fig. 1). When I dissected the animal, I found in its interior another egg. The egg which was partly out was more or less shrivelled, and the color of the exterior portion was darker than the interior. (Fig. 2 and 3). For determining more exactly the colors, I used the Atlas of Villa- lobos (7), and according to it the color of the exterior part would be D— 6.º — 8 (Orange) and of the interior part, as also of the egg totally inside the coral, would be 0 — 8.º — 16 (Orange). It should be remembered that the animal was already set and conserved in alcohol more than 2 years, which fact surely modified the natural color of the eggs. The egg which was more or less shrivelled was 37,5 mm long; however, when the wrinkled part was stretched I found the lenght to be 40,0 mm and the width 11,5 mm. The interior portion of the egg was 18,5 mm long. In figure 3 we see the egg before the exterlur part was stretched. The egg within the body of the coral was 47,5 mm long and 11,5 mm wide. (Fig. 4). 8 Antônio Carlos P. Azevedo — Notes on Coral Snakes On 22/1X/1959 I received from Mr. Oscar Menna Barreto Grau, proceeding from the Mestria Agriculture School, in the Township of Viamão, State of Rio Grande do Sul, a coral snake, which received the number 100 in my private collection, and was placed in Box IV for observation. Between the 13th and 14th of December of 1959 it laid 6 eggs, 4 in a group and 2 separate, and these were photographed on December 14th at 2:30 P. M. and were white. (Fig. 5). The eggs were placed within a Petri dish containing water. On 2/1/1960, at 9:35 A. M., the eggs were photographed again, after being changed from the position in which they were put there. (Fig. 6). On this day they looked dry and their color was yellowish, YYO — 3.0 — 19 (Yeilow-Yellow-Orange). On the same day they were mea- sured and weighed, the results being as follows: WEIGHT LENGHT WIDTH | | | | | | I | 1.5056 gr | 36.25 mm 13.50 mm | | | | II | 1.4840 gr | 34.00 mm | 14.00 mm | [ | | | | III | 1.5268 gr | 29.50 mm 14.00 mm | | | IV | 1.5368 gr 31.00 mm | 15.25 mm us | | | | V | 1.5525 er 2 | 31.00&mm 14.50 mm ne >. as O { | | N VI | 1.5276 gr | 32.00 mm | 14.75 mm The eggs were weighed in the Technological Institute of the State of Rio Grande do Sul. I waited for some time and as the eggs did not manifest any appea- rance of being developed, I placed them in alcohol under piece n.º 100 of my collection. The coral is still alive and for this reason it was not possible for me to make a strict conclusion in regard to the same; it is probably a M. frontalis multicinctus. Examining the measurements taken by me and by other authors, I tried to do what Telford Jr. already did, that is, I determined the quotient between the lenght and the width (ratio L/D) of the eggs and established the maximum, the mean and the minimum ratio for each of the series of eggs for which I had the measurements. | In figs from 7 to 10 I present the ratios obtained for each egg individually, and in fig. 11 are found the maximum and minimum ratios as presented by Telford Jr., for this author does not cite indi- vidual measurements. IHERINGIA — Zoologia n.º 14 — marco de 1960 s In fig. 13 I present the minimum, mean and maximum ratios of the 5 forms of the genus Micrurus of which I had the data, thus making it possible to verify that these ratios are distinct. In fig. 12 I present a drawing of the approximate form which the eggs should have, based on the average width and lenght of the same. With the exception of Telford Jr., the other authors do not cite the lenght of the coral snakes mentioned by them. Comparing the lenght of the coral cited by this author, plus the lenghts of the speci- mens studied by me, with the average lenghth presented by its eggs, we have the following ratios: L/coral L/egg Ratio L/L | | Micrurus fulvius fulvius 899 mm | 358 mm |. 231 | | Micrurus frontalis altirostris | 495 mm | 43,7 mm 3 R Etta pes | | | | Micrurus frontalis multicinctus | 840 mm | 32,28 mm | 26.2 CONCLUSION The number of citations about the eggs of coral snakes is as yet too small for making any definites conclusions. Fig. 13 indicates the differences among the 5 forms compared; however, I had at my disposal only one series of eggs of each form what does not give any firm evidence. I believe that the comparative study of greater individual series of each form and of the series of eggs of a greater, number of formas, will perhaps constitute a valuable element in differentiating the same. ZUSAMMENFASSUNG In der vorliegenden Arbeit beschreibt der Verfasser die Form, Farbe, Zahl und Groesse der Eier von verschiedenen Formen aus der Gattung Micrurus (Serpentes: Elapidae); Der Quotient zwischen Laenge und Breite der Eier wird festgestellt; der Vergleich zwischen den Minimum-, Mittel- und Maximum- Quotienten der verschiedenen Formen, gibt merk- bare Unterschiede zu erkennen. RESUMO O autor faz um estudo da forma, côr, número e tamanho dos ovos em várias formas do gênero Micrurus (Serpentes: Elapidae), determi- nando o quociente entre o comprimento e a largura dos mesmos e re- lacionando os quocientes mínimos, médios e máximos das várias for- mas, notando diferenças sensíveis entre os mesmos. 10 Antônio Carlos P. Azevedo — Notes on Coral Snakes REFERENCES 1 — Wright, A. H. and Wright, A. A. 1957. Handbook of Snakes of the United States and Canada Comstock Publishing Associates, Vol. 2, pp. 885-900. 2 — Werler, J. E. 1951. Miscellaneous Notes on the Eggs and Young of Texan and Mexican Reptiles. Zoologica, Scientific Contr., N. Y. Zool. Soc., vol. 36, part 1, pp. 46. 3 — Ditmars, R. L. 1951. The Reptiles of North America. Doubleday & Company. 4 — Roze, J. 1955. Revision de las corales (Serpentes: Elapidae) de Venezuela. Acta Biol. Venezuelica — Univ. Centr. Venezuela, Vol. 1 - art. 17, pp. 458. 5 — Ditmars, R. L. 1955. Reptiles of the World. The Macmillan Company. 6 — Telford Jr., S. R. 1955. A Description of the Eggs of the Coral Snake Micrurux f. fulvius. Copeia, n.º 3, pp. 258. 7 -- Vilialobos, C. and Villalobos, J. 1947. Colour Atlas. Libreria El Ateneo Editorial, pp. 7 and 10. II — A NEW OBSERVATION ON THE BEHAVIOUR OF Micrurus frontalis multicinetus AND ITS RELATIONSHIP WITH FOLKLORE There are few works relating observations on the behaviour of coral snakes. In the bibliography which 1 possess, the interesting observations of Mertens (1) are outstanding. He mentions, too, the observations of Grijs (1898) in M. fulvius, of Lankes (1928 and 1938) in M. frontalis and M. lemniscatus and another work of his authorship with obser- vations in M. corallinus, of 1927. Unfortunately, I did not succeed in consulting the bibliography men- tioned by this author; however, since he does not mention the pheno- menon described by me, I suppose he had not observed it. On the 5th of March of 1954, Mr. Bernardo Dreher added to his- collection a M. frontalis multicinctus found in Ipanema, Township of Pörto Alegre, State of Rio Grande do Sul, which on being captured projected the hemipenis. The snake was found on the grass on a hot sunny day. The specimen in question was given to Prof. Thales de Lema who in turn gave it to me and I placed it in my private collection under n.º 30. The fact that the animal projected the hemipenis when captured attracted my attention; however, since I received the specimen already dead and I couldn’t observe the phenomenon, I took note of the fact and decided to wait for an opportunity to observe it further. On the 14th of August of 1958, was caught on the Sitio Real in Morungava, near the Road Pörto Alegre-Gravatai, Township of Gra- vatai, State of Rio Grande do Sul, a M. frontalis multicinctus, which was given to me, taking n.º 11 of my private collection. The specimen was under my observation in Box III until March 30th of 1959, when I found it dead. The coral was captured on a trail, on a hot sunny day. On being captured it projected the hemipenis, which fact was communicated to me and which induced me to try to make it repeat the mentioned reaction. On 25/VII/1958 I tried to catch it with pincers and after various efforts to get a hold of it, the snake became quite irritated, and when it was caughi near the head, besides the costumary elevation and rolling up of the tail, the coral projected one of the hemipenis. On 27/VIII, 1958 I tried to hold its head against the floor using a ruler, which the coral made efforts to bite. Immediately it raised and rolled up its tail (or rather, the hind part of the boay), making abrupt movements with the same, accompanied by rapid movements of the body. With the movements of the tail region one of the hemipenis was projected. After this, I held it with one hand at the head and with the 12 Antönio Carlos P. Azevedo — Notes on Coral Snakes other near the tail. The coral began to make lateral movements with the tail, generally projecting the left hemipenis and sometimes the right, without any correspondence between the hemipenis projected and the side on which the tail was folding. At no moment did I observe concomitant projection of the hemipenis. Remaining captured, fed regularly, little by little this reaction was ceasing, and, after seven months such a reaction was not observed any more, although the animal was highly irritated. Unfortunately, it was not possible to photograph the coral with the hemipenis projected. On October 17th, 1959, I received from Mr. Oscar Menna Barrcsto Grau a M. frontalis multicinctus, proceeding from the Mestria Agri- culture School, in the Township of Viamäo, State of Rio Grande do Sul. The coral was placed in Box I and took n.º 99 of my private collection. On 22/X/1959 I needed to take its measurements and as this was being done, the animal became very irritated, raised and rolled up its tail and projected the two hemipenis at the same time. When it was let free, it made rapid lateral movements with the tail, projecting now one, now another hemipenis, but not projecting the two at the same time. The movements of the tail vere lateral, occompanied by the rolling up of the same, which was photographed at the moment. (Fig. 1, 2 and 3). After 4 months of captivity, the coral, which is young, does not present this reaction. The coral snake is very much feared in the State of Rio Grande do Sul and in my excursions through the State I observed that the belief that it bites with the tail is widely spread, as it is also affirmed that it has a sting in the tail. Fr. Schupp (2), already in 1913 confirmed this belief, saying that .t was common among the farmers. Amaral (3), says that the farmers attest that the corals bite with N mouth during half of the year, and with the tail during the other alf. Rosenberg (4), cites the same fact for Argentine, saying that the farmers believe that the coral snake bites with the tail, and besides this, that it has a sting and not teeth in the tail. Comparing my observations with the folklore account, it seems to me that this reaction is the explanation of the legend. The farmer, seeing the coral lifting and rolling up its tail and making abrupt movements, perhaps even noting that this tail rolls itself about any nearby object — since during my observations not a few times it rolled itself around my fingers or my wrist — naturally would be led to believe in some form of attack by this means. If, besides this, he will see that almost at the end of the tail appear a white and thorny projection, as is the hemipenis of the coral, it can be readily understood how he judges this organ to be the sting used to bite him. CONCLUSION The number of opservations seems to be sufficient to affirm that the phenomenon is a general one, or at least in the species in question, for I have not observed the males of others. In regard to its relation with folklore, I find perfectly unders- IHERINGIA — Zoologia n.º 14 — março de 1960 13 tandable. the association of the faet observed with the popular belief that the coral snake as a sting in its tail. ZUSAMMENFASSUNG Der Verfasser beschreibt eine noch unbekannte Reaktionsweise von Micrurus frontalis multicinctus (Serpentes: Elapidae), wenn diese sich im gereiztem Zustand befindet. Diese Reaktionsweiese, ein Hervortreten der Kopulationsorgane, wird mit dem Volksglauben in Verbindung ge- bracht, wonach die Korallenschlangen im Stande sein sellen, mit einem Stachel am Schwanze zu-stechen. RESUMO O autor relata uma nova reação observada em Micrurus frontalis multicinctus (Serpentes: Elapidae), caracterizada pela eversão dos he- mipênis quando irritada, e relaciona esta observação com a lenda popular de que as corais picam com um ferrão situado na cauda. REFERENCES 1 — Mertens, R. 1956. Beobachtungen an Korallenschlange «ni. Terrarium. Die Aquarien-und Terrarien-Zeitschrift, Jahr. 9 (3), pp. 74-77 und 9 (4), pp. 103-106. 2 — Schupp, A. 1913. As cobras do Rio Grande do Sul. Typ. das “Vozes de Pe. trópolis”, pp. 64. 3 — Amaral, A. 1945. Animais veneniferos, venenos e antivenenos. Caça e Pesca, Editora Ltda., pp. 60. 4 — Rosenberg, T. 1946. La serpiente en la Medicina y en el Folklore. Ediciones del Tridente S.A.C., pp. 72-73. ESTAMPAÄAS Fig. 1 — M. frontalis altirostris with one egg partially out of cloacal slit. Fig. 2 — The same, caudal region only. Fig. 3 — The same egg, showing the exterior portion darker than the interior. Fig. 4 — The egg within the body of the coral snake. IHERINGIA — Serie ZOOLOGIA — N. 14 — marco de 1960 — Estampa I SER un sua ET? | Fig. 5 — The six eggs, as laid by M. frontalis multicinctus within a Petri dish. Fig € — Thz same eggs. IHERINGIA — Serie ZOOLOGIA — N.º 14 — março de 1960 — Estampa II Fig. 7 — Ratio lenght/width of the eggs of M. fulvius tenere. Fig. 8 — The same oi M. isozonus. Fig. 9 — The same of M. frontalis multicznctus. IHERINGIA — Serie ZOOLOGIA — N.º 14 — março de 1960 — Estampa III 1,57 Micnunrus PuLvius TENTAL Fic? Mıcnunus Isozonus Tıo.8 Micaunus FRONTALIS MucTIiCcIiNÇTUS Fig. 10 — Ratio lenght/width of the eggs of M. frontalis altirostris. Fig. 11 — Maximum and minimum ratios, of M. fulvius fulvius. Fig. 12 — Approximate form of the eggs. Tıo.1 „-„caewan uw u534>-30 marco de 1960 — Estampa IV SUIIF-FCONFE-U TFrç. io - w-urıeIn WEORFEAI-Nn FEJm=EO WE if) zZ -0NONOZIU IHERINGIA — Serie ZOOLOGIA — N. 14 Fa 12 Fig. 13 — Minimum, mean and maximum ratios of the five forms of the genus Micrurus IHERINGIA — Série ZOOLOGIA — N.º 14 — marco de 1960 — Estampa V n M. FROTALIS ALTIRDSTRIS ae — M. FULVIUS FULVIUS ——— — — M.ISOZONUS ----------- M. FRONTALIS MULTICINCTUS M.FULVIUS TENERE Fic 13 Fig. 1 — Photograph cf the coral snake projecting one hemipenis. Fig. 2 — Drawing from photograph. Fig. 3 — Drawing from phetograph, projecting the two hemipenis. IHERINGIA — Série ZOOLOGIA — N.º 14 — marco de 1960 — Estampa VI SELLOWIA REVISTA DE PERMUTA INTERNACIONAL Órgão do Instituto Anchietano de Pesquisas Diretor: Balduíno Rambo, S. J. Trabalhos de investigação científica nas línguas ocidentais de uso corrente na ciência BOTÂNICA ANTROPOLOGIA ZOOLOGIA HISTÓRIA INSTITUTO ANCHIETANO DE PESQUISAS Pórto Alegre Caixa Postal, 358 — Rio Grande do Sul — BRASIL PESQUISAS Anais Botânicos do Herbário “Barbosa Rodrigues” Fundada em 1949 Fundador e editor: P. Raulino Reitz Revista Sulbrasileira de Botânica, com artigos em português, alemão e inglês HERBÁRIO BARBOSA RODRIGUES” Itajai — Santa Catarina — BRASIL SERIES CIENTIFICAS N | DO | EU RIO-GRANDENSE DE CIÊNCIAS NATURAIS OGIA | N ABRIL DE 1960 PENTATOMIDEOS NEOTROPICAIS — II Contribuição ao conhecimento dos ASOPINAE da América do Sul. am ta (Hem. Het. — Pentatomidae) Ludwig Buckup Dr.rer.nat. SECRETARIA DE EDUCAÇÃO E CULTURA DIVISÃO DE CULTURA DIRETORIA DE CIÊNCIAS TGIA | sem. z00L| N.º 15 | Págs. 1-25 | PORTO ALEGRE ABRIL — 1960 ATUAL QUADRO DE PES . MUSEU RIO- GRANDENSE DE CIÊNCIA } DIRETOR Pe. Balduino Rambo S. J., ENTOMOLOGIA N Ludwig Buckup — Dr. rer. nat., Bacharel-Licenciado em História Nati HERPETOLOGIA ve Antônio Carlos Pradél Azevedo — Ganges un em Histó Natural; “Thales de Lema — Bacharel-Licenciado em História Natural; MALACOLOGIA José Willibaldo Thomé eo Bacharel-Licenciado em História Natura ORNITOLOGIA Eduardo Casado Marques. i 4 Tôda correspondência referente à “THERINGIA | deve ser enviada ao : ço jm MUSEU RIO-GRANDENSE DE CIÊNCIAS NATURAIS PRAÇA D. FELICIANO, 78 yr CAIXA POSTAL 1188 | Pörto Alegre — Rio Grande do Sul — Brasil hi Desejamos estabelecer permuta. We wish to establish exchange. Wir wünschen Austausch. E css a A 2 4 Be SER : Ludwig Buckup Dr.rer.nat. PENTATOMIDEOS NEOTROPICAIS — II (Hem. Het. — Pentatomidae) ee a an * Contribuição ao conhecimento dos ASOPINAE da América do Sul, 1960 Oficinas Gráficas da Imprensa Oficial PORTO ALEGRE en SE | IHERINGIA | SER. ZOOL. [No 15 | Págs. 1-25 | PÓRTO ALEGRE ABRIL — 1960 | MEROS a jo eee f PENTATOMIDEOS NEOTROPICAIS — Ii Contribuição ao conhecimento dos ASOPINAE da América do Sul. (Hem. Het. — Pentatomidae) (*) Ludwig Buckup Dr. rer. nat. (**) INTRODUCAO De diversas instituicöes cientificas e de colecionadores par- ticulares do Brasil, recebemos, nestes últimos anos, várias coleções de Pentatomideos neotropicais. Por meio de uma contínua ativi- dade de colecionamento, conseguimos aumentar sensivelmente o número de exemplares pertencentes a esta família nas coleções do Museu Rio-Grandense de Ciências Naturais, instituição à qual servimos. Durante os trabalhos de determinação dêste material, surgiram inúmeras novidades, algumas de natureza geográfica, outras de natureza taxionômica. O presente. trabalho reúne as conclusões de nossos estudos sôbre 32 espécies neotropicais da Sub-família ASOPINAE. As instituições científicas e as coleções particulares de onde procede o material que serviu de base para o presente trabalho, são identificadas junto às informações de coleta, através de um código, que deve ser interpretado da seguinte maneira: -— SEABRA — Coleção Carlos Alberto Campos Seabra (Rio de Janeiro) DIRINGSHOFEN — Coleção Ricardo von Diringshofen (São Paulo) IB — Instituto Biológico de São Paulo (São Paulo) DZ — Departamento de Zoologia do Estado de São Paulo (São Paulo) MNSS — Museu do Seminário Nossa Senhora da Salete (Marcelino Ramos — Estado do Rio Grande do Sul) CA — Colégio Anchieta (Pôrto Alegre, Rio Grande do Sul) SE — Serviço de Entomologia da Secretaria de Agricultura do Rio Grande do Sul (Pôrto Alegre, Rio Grande do Sul) Sul) MRCN — Museu Rio-Grandense de Ciências Naturais (Pôrto Alegre) (*) “Trabalho entregue para publicação em 7 de março de 1960. (**) Professor de Zoologia na Pontifícia Universidade Católica do R. G. do Sul e Professor de Biogeografia na Universidade do Rio Grande do Sul. Marmumon MAS 8 1961 L. Buckup — Pentatomideos Neotropicais — II Aos prezados colegas que nos obsequiaram com a remessa de suas coleções ou das coleções da instituição a que servem, ficam aqui expressos os agradecimentos do autor. As pesquisas que precederam à presente publicação foram realizadas no Setor de Entomologia do Museu Rio-Grandense de Ciências Naturais. Família PENTATOMIDAE Sub-Família ASOPINAE Tribo ASOPARIA Gênero Marmessulus Bergroth, 1891 1) Marmessulus nigricornis (Stal, 1864) Espécie conhecida da Argentina, do Uruguai e dos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro, no Brasil. Registrâmo-la, pela primeira vez, para o Estado do Rio Grande do Sul, no Sul do Pais. Material examinado: BRASIL Estado do Rio Grande do Sul Marcelino Ramos, 23/12/1939, 2 machos e 2 fêmeas, (col. MNSS) Procedência desconhecida 2 machos na col. DZ, n.º 72230 (2502) Gênero O piomus Spinola, 1837 Sub-Gênero Catostyrax Amyot & Serville, 1843 2) Oplomus (Catostyrax) catena (Drury, 1782) Examinamos um lote de 38 exemplares pertencentes à esta espécie. Todos os exemplares examinados e determinados proce- dem dos 5 Estados meridionais do Brasil. Diversos autôres tenta- ram dar tratamento nomenclatural às inúmeras variedades cromá- ticas desta espécie, sem no entanto terem chegado a um resultado satisfatório. O exame do material contido neste lote, convenceu-nos que nenhuma das variedades anteriormente descritas, apresenta suficiente estabilidade ou limitação dentro da população natural da qual procedem. Existem formas de transição entre uma varie- dade e outra. Por outro lado, verificamos que as 3 primeiras va- riedades de STAL (1872) (var. a, b, c) ocorrem nas mesmas loca- lidades no planalto sul-brasileiro, o que exclue da discussão os argumentos de natureza zoo-geográfica para justificar a criação de IHERINGIA — Zoologia n.º 15 — abril de 1960 7 categorias infraespecíficas. Nota-se nesta espécie uma sensível diferença na coloração dos dois sexos. A descrição original de DRURY (1782), limitada depois por STAL (1870) para a sua var. a, é útil apenas para a caracterização das fêmeas. Existem fêmeas com ou sem manchas sôbre o cório (disco) dos hemiélitros. Entre esta forma, aliás mais frequente, e aquela descrita por STAL como var. b, em que o amarelo do fundo é substituido pelo vermelho, vimos um tipo de transição, em que o escutelo e uma linha média sôbre o pronoto, excluindo naturalmente as manchas pretas, man- têm-se amarelas, enquanto que o cório dos hemiélitros e a parte restante do pronoto tornaram-se vermelhos. Alguns machos cabem bem na descrição de STAL de sua var. c. As duas manchas da base do escutelo podem estar unidas ou não, formando um arco com concavidade anterior. Em algumas formas notamos que as manchas claras estão muito reduzidas ou até completamente ausen- tes. Em uma fêmea de São Paulo e em outra de Marcelino Ramos, Estado do Rio Grande do Sul, nota-se apenas duas faixas amarelas próximas aos ângulos laterais do pronoto; a parte restante da face dorsal! é uniformemente violácea com reflexos esverdeados. Um macho de Palmeira, no Estado do Rio Grande do Sul, apresenta apenas duas pequenissimas máculas amarelas junto aos ângulos basais do escutelo. Outros machos e também fêmeas procedentes de várias localidades no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, possuem apenas a extremidade apical do espinho ventral de côr amarela ou vermelha, todo o corpo restante é de coloração verde- violácea, ou apenas violácea. Diante de nossas observações, acima expostas, sentimo-nos animados a propor a extinção de todos aquêles nomes anteriormente criados para identificar algumas das varie- dades existentes nesta espécie. Com o exame de séries maiores, procedentes de maior número de localidades, talvez venha a ser possível, no futuro, elevar algumas das variedades existentes à categoria de subespécies. Material examinado: BRASIL Estado do Rio de Janeiro Itatiaia, 2/1955, 1 fêmea, (col. DIRINGSHOFEN n.º 294) Estado de São Paulo São Paulo (Capital), 2/1938, 1 fêmea, Schw. col., (col. IB) São Paulo (Jabaquara), 3/1945, 1 fêmea, (col. DIRINGSHOFEN n.º 103) Estado do Paraná Rolândia, 10/1955, 1 fêmea, (col. DIRINGSHOFEN n.º 295) Ponta Grossa, 12/1938, 2 fêmeas, Camargo col., (col. DZ) Estado de Santa Catarina Rio Benedito, Mun. Rodeio, Timbó, 1/1956, 1 macho e 1 fêmea, (col. DIRINGSHOFEN resp. n.º 302 e 575) Timbó, 12/1938, 1 fêmea, (col. DIRINGSHOFEN n.º 296) Anitápolis, 12/1936, 1 fêmea, (col. DIRINGSHOFEN n.º 304) 8 L. Buckup — Pentatomideos Neotropicais — 1 — Itapiranga, 9/1953, 1 macho e 1 fêmea, (col. MRCN) Santa Catarina, 27/12/1939, 1 macho e 1 fêmea, (col. MNSS) Estado do Rio Grande do Sul São Francisco de Paula, 2/1944, 1 fêmea; 25/1/1939, 1 macho, (col. MRCN) Bom Jesus, 12/1954, 2 machos e 4 fêmeas; 1/1955, 2 fêmeas, Camargo col. (col. MRCN) Marcelino Ramos, 22/11/1939, 1 macho; 24/11/1939, 1 macho; 5/12/1939, 1 fêmea; 8/12/1939, 1 macho e 1 fêmea; 17/12/1939, 1 macho; 22/12/1939, 1 fêmea; 23[12/1939, 1 macho; 25/12/1939, 1 femea; 20/1/1940, 1 macho; 12/3/1940, 1 fêmea; sem data, 1 macho; (col. MNSS) Palmeira, 1/1929, 1 macho, (col. MRCN, ex. col. CA) Procedência desconhecida 1 fêmea, R. Spitz col., (col. MRCN) Sub-Gênero Oplomus Stal, 1870 3) Oplomus (Oplomus) cruentus (Burmeister, 1835) Comum na Argentina, no Uruguai e no Brasil meridional. Citamos esta espécie pela primeira vez para os Estados de Parana e Santa Catarina no Brasil. Um dos machos coletados em Viamão, no Rio Grande do Sul, apresenta as manchas dorsais e ventrais de côr amarela, em lugar de sanguíneas ou esbranquiçadas como quis BURMEISTER (1835) na descrição original. Material examinado: BRASIL Estado do Paraná Curitiba (Capital), 10/1938, 1 macho, (col. IB, ex. col. Claretiano) Estado de Santa Catarina Timbó, 1/1954, 1 macho, (col. DIRINGSHOFEN n.º 301) Estado do Rio Grande do Sul Viamão, 9/1956, 3 machos e 1 fêmea, (col. MRCN) Bom Jesus, 12/1954, 1 macho, O. Baucke col., (col. MRCN) Pôrto Alegre, s. data, P. Buck col., (col. CA) São Francisco de Paula, 12/1936, 2 machos, P. Buck col., (col. CA) 4) Oplomus (Oplomus) lunula Horvath, 1911 A espécie de Horvath (1911) é baseada num exemplar macho procedente de Assuncion (Paraguai). Encontramos uma fêmea na coleção de Marcelino Ramos que reune as características desta es- pécie. Registrâmo-la pela primeira vez para o Brasil. Outrossim designamos êste exemplar alótipo fêmea. Excluindo os dimorfismos morfológicos sexuais neste grupo de Hemipteros. a descrição do macho serve bem para os exemplares do outro sexo. Material examinado: BRASIL Estado do Rio Grande do Sul Marcelino Ramos, 8/12/1939, 1 fêmea (alótipo), (col. MNSS) IHERINGIA — Zoologia n.º 15 — abril de 1960 9 5) Oplemus (Oplomus) marginalis (Westwood, in Hope, 1837) Parece tratar-se de uma espécie limitada às regiões mais ele- vadas do Brasil meridional. Registramos aqui a sua ocorrência, pela primeira vez, ao Sul do Rio Uruguai. Uma das fêmeas de Marcelino Ramos, Rio Grande do Sul, apresenta exatamente os caracteres cromáticos descritos por WESTWOOD (1837); as duas outras fêmeas, coletadas na mesma data e no mesmo local, mostram a mancha transversal clara na base do escutelo interrompido no meio, restando apenas 2 manchinhas amarelas nos ângulos basais. Material examinedo: BRASIL Estado de Santa Catarina Anitápolis, 12/1936, 1 macho, (col. DIRINGSHOFEN n.º 299) idem, idem, 2 fêmeas, (col. DIRINGSHOFEN resp. nos. 298 e 303) Timbó, 12/1938, 1 macho, (col. DIRINGSHOFEN n.º 300) Rio Vermelho, 3/1956, 1 fêmea, (col. DIRINGSHOFEN n.º 297) Estado do Rio Grande do Sul Marcelino Ramos, 17/12/1939, 3 fêmeas, (col. MNSS) 6) Gplomus (Oplomus) ventralis Dallas, 1851 DALLAS, ao descrever esta espécie, não conhecia a sua pro- cedência. Posteriormente DISTANT (1880) reencontrou-a no Mé- xico. Recebemos uma fêmea de São Paulo (Cantareira), Brasil, cujos caracteres coincidem com a descrição de DALLAS. Seria êste, pois, o primeiro registro da espécie para a América do Sul. Materia! examinado: BRASIL Estado Ge São Paulo Cantareira, 12/1953, 1 fêmea, (col. MRCN) Gênero Aleaeorrhynchus Bergroth, 189] 7) Alcseorrhynchus grandis (Dallas, 1851) Quase todos os 52 exemplares examinados e incluidos nesta espécie, procedem do Brasil meridional. Em Viamão, Estado do Rio Grande do Sul, encontramos um casal acompanhado de 8 larvas, estas talvez no 5.º instar, sôbre um arbusto de “Assobieira” (Schinus dependens). A espécie mostra algumas variações na coloração. A côr das paats varia entre o vermelho-coral e o amarelo-palha. O lado dorsal pode ser dotado de maior ou menor quantidade de manchinhas amareladas ou esbranquiçadas. Notamos ainda que 10 L. Buckup — Pentatomideos Neotropicais — 11 ur DD, as fêmeas procedentes de regiões mais elevadas são um pouco mais robustas e de coloração geral! mais clara. Material examinado: BRASIL Território de Guaporé Guajarä-Mirim, 8/1/1953, 1 fêmea, Alvarenga col., (col. SEABRA) Estado dê São Paulo Indiana, 1/1943, 1 fêmea, (col. DIRINGSHOFEN n.º 307) Estado de Santa Catarina Itapiranga, 9/1953, 1 fêmea, (col. MRCN) Estado do Rio Grande do Sul Marcelino Ramos, sem data, 4 fêmeas, (col. MNSS) Itapoã, Mun. de Viamão, 4/12/1958, 19 machos e 6 fêmeas, (col. MRCN) Viamão, Mun. de Viamão, 4/1956, 5 machos, 2 fêmeas e 8 larvas, (col. MRCN) Pörto Alegre, Capital, 1/1954, 1 macho, (col. MRCN) PARAGUAI Formosa, Gran. Guardia, 11/1953, 1 fêmea, Foerster col., (col. MRCN) Procedência desconhecida 1 macho e 2 fêmeas, R. Spitz, col, (col. MRCN) Gênero Tynacantha Dallas, 1851 8) Tynacantha morgineta Dallas, 185] Examinamos 20 exemplares pertencentes a esta espécie. HORVATH (1911), criou uma nova espécie neste gênero, Tynecentha sanguinolenta, procedente do Estado do Rio Grande do Sul, Brasil. Considerando que a grande maioria dos exemplares por nós exa- minados procedem justamente dêste Estado brasileiro, procuramos encontrar nos mesmos as características descritas por HORVATH naquela sua nova espécie. Na realidade, tôdas as características, tanto as cromáticas como as morfológicas, assinaladas por HORVATH para distinguir T. sanguinolenta de T. margineta, ocor- rem nesta última espécie, em forma de caracteres variáveis isolados, que nos vários graus de variação se combinam livremente nos di- versos indivíduos. Assim, notamos que a coloração vermelha, pode estar ligada a machos e a fêmeas de vários tamanhos. Esta colo- ração vermelha é tão frequente na espécie como a amarela-clara da descrição original de DALAS. Em relação ao comprimento do segmento basal do rostro notamos grande variação na série que examinamos. A instabilidade cêste caráter parece ser própria da espécie. A nitidez da carena sôbre o pronoto, igualmente, varia bastante nos exemplares os quais em relação aos demais caracteres coincidem perfeitamente com a descrição original de DALLAS. Cremos, portanto, que HORVATH teve diante de si apenas uma das muitas variedades de Tynacontha marginata, pelo menos se tomarmos por base a diagnose que acompanhou a criação de sua IHERINGIA — Zoologia n.º 15 — abril de 1960 TI 7 nova espécie. Incluimos, pois, Tynacantha sanguinoienta Horvath, 1911 nao sinonimia de Tynacantha margincta Dallas, 1851. Em relação à Tynacantha marginata var. cyanescens Horväth, 1911 fazemos restrições da mesma natureza. Parece-nos imprudente dar-se um tratamento nomenclatura! a uma simples variedade cro- mática. Queremos lembrar que os exemplares de Tynacaptka, sob a influência dos diversos processos de preparação e de conservação para a coleção, sofrem profundas modificações em sua coloração. Em exemplares antigos, a coloração verde do dorso termina sendo completamente substituida por uma coloração palha uniforme. Material examinado: BRASIL Estado do Pará Belém, 2/1956, 1 fêmea, (col. DIRINGSHOFEN) n.º 308) Estado de São Paulo Indiana, 2/1942, 1 macho e 1 fêmea, (col. DIRINGSHOFEN resp. nos. 309 e 310) Estado do Paraná Londrina. 2/1943, 1 fêmea, (col. DIRINGSHOFEN n.º 311). Estado do Rio Grande do Sul Marcelino Ramos, 17/12/1939, 1 fêmea; 30/11/1939, 1 fêmea; sem data, 2 fêmeas, (col. MNSS) Pinhal, 12/2/1940, 2 machos; 23/11/1941, 1 macho e 1 fêmea, (col. MNSS) Parecy Novo, sem data, 1 fêmea, (col. MRCN Serro Azul, 2/1943, 1 fêmea, 1/1931, 1 fêmea, (col. MRCN) Guaiba, 1/1947, 1 fêmea, Redaelli col., (col. SE) Pórto Alegre, (Capital), 11/7/1949, 1 macho; 3/1955, 1 fêmea, (col. MRCN) PARAGUA! Formosa, Gran-Guardia, 11/1953, Foesster col. 1 fêmea, (col. MRCN) Gênero Supputius Distant, 1889 9) Supputius cincticeps (Stal, 1860) Esta espécie é conhecida do Rio de Janeiro & do Estado de Minas Gerais no Brasil. Registramos aqui, pela primeira vez, a sua ecorrência nos Estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, no Brasil meridional. Examinamos 2 machos e 3 fêmeas. Material examinado: BRASIL Estado de Santa Catarina Pinhal, 30/10/1939, 1 fêmea; 29/11/1939, 1 fêmea; 12/12/1940, 2 fêmeas (MNSS) Fstado do Rio Grande do Sul Pôrto Alegre (Capital), 7/1951, 1 macho; 3/1/1955, 1 macho; sem data. 1 fêmea; (col. MRCN) Rio Grande do Sul, sem data, 2 fêmeas, (SE n.º E 283) 12 L. Buckup — Pentatomideos Neotropicais — II Gênero Coryzorhaphis Spinola, 1837 10) Coryzorkephis leucocephale Spinola, 1837 SPINOLA (1837) e AMYOT & SERVILLE (1843), ao respecti- vamente, descreverem e redescreverem esta espécie, limitaram-se a indicar “Brasil” como local de procedência. Os 5 exemplares que examinamos procedem das margens do alto Rio Uruguai no Sul do Pais. Material examinado: BRASIL Estado de Santa Catarina Itapiranga, 9/1952, 1 fêmea, (col. MRCN) Estado do Rio Grande do Sul Marcelino Ramos, 17/12/1939, 1 fêmea; 19/12/1939, 1 fêmea; 3/12/1949, 1 fêmea; sem data, 1 macho, (col. MNSS) 11) Coryzorkaphis spinoice Signoret, 1862 Os 15 exemplares que examinamos coincidem perfeitamente com a descrição original da espécie. Material exeminado: BRASIL Estado do Pará Óbidos, Canta Galo, 12/1956, 4 machos e 10 fêmeas, (col. DIRINGSHO- FEN respectivamente n.ºs 551, 555, 561, 562, 449, 450, 452, 453, 454, 456, 457, 458, 459, 460); 11/1953, 1 macho, J. Brazilino col. (col. SEABRA) Gênero Podisus Hahn & H.-Schaeffer, 185] Sub-Gênero Pedisus Stal, 1867 i2) Podisus (Podisus) crassimergo (Stal, 1860) Espécie originalmente conhecida apenas do Rio de Janeiro, extende-se no entando até a extremidade meridional do País, con- forme pudemos verificar pelos representantes que tivemos nas mãos. Material examinado: BRASIL Estado de São Paulo Campos do Jordão, 26/12/1944, 1 macho, F. Lane col., (col. DZ) Estado de Santa Catarina Itapiranga, 9/1953, 1 macho, (col. MRCN) Estadão do Rio Grande do Sul Pörto Alegre, sem data, 1 macho, (col. MRCN) IHERINGIA — Zoologia n.0 15 — abril de 1960 13 13) Podisus (Podisus) mellipes Bergroth, 1891 Apenas um único exemplar parecia reunir os caracteres desta espécie. Esta fica bem definida pela descrição de BERGROTH. Material examinado: BRASIL Estado de São Paulo São Paulo (Capital), 12/1952, 1 macho, (col. MRCN) 14) Podisus (Podisus) nigrispinus (Dallas, 1351) Esta parece ser a espécie mais comum do gênero no Sul do Brasil e regiões adjacentes. Os caracteres cromáticos variam mais do que os autöres do século passado os caracterizaram. Há formas de coloração geral mais escura e outros de coloração geral mais clara. Material examinado: BRASIL Estado de São Paulo Indiana, 1/1943, 1 fêmea, (col. DIRINGSHOFEN n.º 313) Estado do Ric Grande do Sul Marcelino Ramos, 30/11/1939, 1 macho, (col. MNSS) Pôrto Alegre, Ipanema, 4/1956, 1 fêmea, (col. MRCN); idem, Capital, 3/1954, 1 fêmea; 20/4/1949, 1 fêmea; sem data, 1 macho. Estado de Santa Catarina Itapiranga, 9/1953, 3 fêmeas, (col. MRCN) ARGENTINA Santiago del Estero, Rio Salado, sem data, 1 fêmea, Wagner col. (col. IB) 15) Podisus (Podisus) obscurus (Dallas, 1851) DALLAS colocou esta espécie junto à anterior, nigrispinus, com a qucl se parece bastante. Assim mesmo pode-se encontrar com nitidez os caracteres de DALLAS em vários exemplares. Material examinado: BRASIL Estado do Rio Grande do Sul Marcelino Ramos, 9, 11 e 12/1939, 1 macho e 5 fêmeas (col. MNSS) 16) Podisus (Podisus) sagitta (Fabricius, 1794) O Estado de São Paulo parece ser o limite meridional desta espécie. Não a encontramos nas coleções procedentes de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Material examinado: BRASIL Estado de São Paulo Sao Paulo (Estado), sem data, 1 fêmea, O. Monte det. e col. (col. IB) 14 L. Buckup — Pentatomideos Neotropicais — II Sub-Gênero Tyiospilus Stal, 1870 17) Podisus (Tylospilus) distans Bergroth, 1891 Anos atrás havíamos enviado ao Prof. Costa Lima (Rio de Janeiro) um Podisus subg. Tyiespilus, solicitando o obséquio de uma determinação. Em 1957, o Prof. Costa Leite, assistente do citado Professor, descreveu o exemplar como pertencente a uma espécie ainda desconhecida, a qual denominou formesus. O holötipo acha-se depositado nas coleções do Museu a que servimos. La- mentamos discordar daquela determinação, pois tanto o holótipo de formesus como mais 4 outros exemplares, machos e fêmeas que nos chegaram às mãos, coincidem perfeitamente com a descrição de BERGROTH (1891) para Podisus distans. Na realidade o “callo magno subbasale curvato totam latitudinem scutelli occupante laevibus eburneis”, mencionado por BERGROTH, em alguns exem- plares (como no holótipo), pode estar mais ou menos nitidamente interrompido ao meio por algumas pontuações. Outrossim há pe- quenas variações no comprimento e na conformação dos espinhos laterais do pronoto. Estes caracteres parecem-nos, entretanto, insu- ficientes para justificar a criação de uma nova espécie. Propomos, pois, a inclusão de Pedisus (Tylopilus) formosus Costa Leite, 1957 na sinonimia de Podisus (Tylospilus) distens Bergroth, 1891. Meaterisl examinado: BRASIL Estado de São Paulo Estrada de Cotia, Km. 50, 12/1953, 1 macho, (MRCN) São Caetano, 4/2/1940, 1 fêmea, (col. MNSS) Estado do Rio Grande do Sul Bom Jesus, 12/1954, 1 fêmea e 1 macho, O. Baucke col., (col. MRCN) Vila Oliva, 29/1/1952, 1 macho (hoiötipo de P. formosus Costa Leite, 1957) (MRCN) 18) Podisus (Tylospilus) nigrobinotetus (Berg, 1879) Esta especie somente era conhecida do Uruguai e da Argentina. Registrämo-la pela primeira vez para o Brasil, especialmente para os Estados de Mato Grosso e Rio Grande do Sul. Material examinado: BRASIL Estado de Mato Grosso Riacho do Herval, Rio Paraná, 12/1952, 1 macho e 1 fêmea, (col. DIRINGS n.ºs 14, 15 e 13) Estado do Ric Grande do Sul Marcelino Ramos, 6/12/1939, 1 fêmea, (col. MRCN) Ilha do Lage, Mun. Pôrto Alegre, 18/1/1953, 1 fêmea (col. MRCN) IHERINGIA — Zoologia n.º 15 — abril de 1960 15 Gênero Heteroscelis Laporte, 1833 19) Heteroscelis servillei Laporte, 1833 Esta espécie era originalmente conhecida apenas das regiões setentrionais da América do Sul. Pelo material que examinamos, verificamos que sua área de ocorrência se extende mais para o Sul, até o Estado do Rio de Janeiro no Brasil. Matericl examinado: BRASIL Estado de Goiás Pirenópolis (Piratininga), 20/6/1942, 1 macho, F. Lane col., (col. DZ n.º 10516) Estado aa Bahia Água Preta, sem data, 1 fêmea, P. Silva col., (col. IB) Estado do Rio de Janeiro São Bento (D. Caxias), 11/1953, 1 fêmea, P. A. Telles col., (col. SEABRA) Tribo DISCOCERARIA Schouteden, 1907 ênero Stiretrus Laporte, 1832 Sub-Gênero Stictonotion Kirkáldy, 1905 20) Stiretrus (Stictonotion) decastigmus (H. Schaeffer, 1837) Trata-se novamente de uma espécie em que quase cada exemplar constitui uma variedade cromática. Os autôres que se ocuparam desta espécie foram pródigos na utilização de têrmos nomenclaturais para identificar algumas das variedades. A lite- ratura registra: var. cardinelis Horvath, 1911; var. flavoguttata, var. mangoldi e var. bicolerats Schumacher, 1912. Sugerimos a abolição de todos êstes têrmos. Examinamos 11 machos e 12 fêmeas pertencentes a esta espécie. Entre a forma típica e var. flavoguttata, (da qua! possuimos um exemplar de Vila Oliva, Estado do Rio Grande do Sul, e 2 exemplares do Estado do Paraná,) vimos vários tipos intermediários. A var. cardinalis, da qual possuimos um exemplar de Vila Oliva, Rio Grande do Sul e outro do Estado do Paraná, parece constituir um extremo, isto pela ausência total das manchas escuras no promoto, no escutelo e no cório dos hemié- litros. No entanto, também no sentido dêste extremo cromático parecem existir formas de transição; BERG (1891-2) descreveu um exemplar de Belgrano (Buenos Aires), Argentina, ainda sob o nome antigo septemguttatus, que coincide gom a var. cardinalis, porém 16 L. Buckup — Pentatomideos Neotropicais — II ainda apresenta máculas escuras pequenas na parte anterior do pronoto. Materie! examinado: BRASIL Estado do Paraná Ponta Grossa, 12/1938, 4 machos e 3 fêmeas, Camargo col, (col. DZ) Estado de Santa Catarina São Bento do Sul, 1/1952, 1 fêmea, (col. DIRINGSHOFEN n.º 282) Anita Garibaldi, 2/1940, 1 fêmea, (col. DIRINGSHOFEN n.º 283) Joinville, Rio Bracinho, 1 macho e 1 fêmea, 1/1957, (col. DIRINGS- HOFEN n.ºs 570-1) Pinhal, 2/2/1940, 1 fêmea, (col. MNSS); 12/1952, 1 macho, A. Maller col. (SEABRA) Itapiranga, 9/1953, 1 macho, (col. MRCN) Estado do Rio Grande do Sul Marcelino Ramos, sem data, 2 fêmeas, (col. MNSS) Bom Jesus, 12/1954, 1 macho, O. Baucke col. (col. MRCN) Vila Oliva, 9/2/1950, 1 macho, (col. MRCN) Lageado Grande, 1/1941, 1 fêmea, (col. MNSS) ARGENTINA Buenos Aires, sem data, 1 macho, Bosq col., (col. IB) Sem origem conhecida 1 macho, (col. DZ 72536); 1 macho, (col. DZ 72535); 1 fêmea (col. DZ 72541) 21) Stiretrus (Stictonotion) rugosus Germar, 1839 GERMAR (1839) autor da espécie e HAHN & H. — SCHAFFER (1839) que a redescreveram depois, citam “aureo-viridis” ao ca- racterizarem a sua coloração. SCHUMACHER (1912), que viu os tipos de GERMAR, encontrou ainda variedades com reflexos azuis e outros de coloração preta, chamando-as, respectivamente, var. cyanea e var. nigra. Quanto ao valor dêstes nomes fazemos as mesmas restrições que, fizemos aos nomes que identificam as va- riedades das espécies anteriormente descritas. No material que determinamos vimos além das variedades acima referidas, ainda outras variedades de posição intermediária entre cyanea e a forma típica. Um exemplar macho do Departamento de Zoologia, São Paulo, possui reflexos acobreados tão intensos que a coloração verde fundamenta! quase se torna invisível. Os 4 machos e as 5 fêmeas que examinamos procedem dos 3 Estados meridionais do Brasil. Material examinado: BRASIL Estado do Paraná Curitiba, Matto Grego, 12/1937, 1 macho, (col. IB) Ponta Grossa, 12/1938, 1 macho e 1 fêmea, Camargo col. (col. DZ) Estado de Santa Catarina Rio Vermelho, 3/1951, 1 fêmea, (col. DIRINGSHOFEN n.º 578) IHERINGIA — Zoologia n.º 15 — abril de 1960 17 Estado do Rio Grande do Sul Bom Jesus, 1/1955, 1 macho e 1 fêmea, Baucke col.; 12/1954, 1 fêmea, Baucke col., (col. MRCN) Frecedência desconhecida 1 macho, col. DZ n.º 71853 e 1 fêmea col. DZ n.º 72335 (18531) Sub-Gênero Stiretroides Schouteden, 1907 22) Stiretrus (Stiretroides) loratus Germar, 1839 SCHUMACHER (1912) criou duas variedades para esta espécie, que identificou com var. abbreviata e var. thoreyi, a primeira do Estado de Espírito Santo, Brasil, e a outra apenas com a referência Brasil. Não comentamos estas variedades, porque os 4 machos e as 4 fêmeas que examinamos, procedentes do Sul do País, não apresentam cs caracteres cromáticos das variedades de SCHUMA- CHER. Os nossos exemplares apresentam grande uniformidade na coloração dorsal. Apenas num macho, procedente de Itapiranga, Santa Catarina, notamos nas patas uma coloração castanha clara. A literatura ainda não registrou esta espécie para o Brasil meri- dional. Materie! examinado: BRASIL Estado de São Paulo São Paulo (Capital), 1/1/1947, 1 macho, Rabeilo col., (col. DZ) Estado de Santa Catarina Lagesdo Grande, 1/1941, 1 macho, (col. MNSS) Colônia Hansa, 11/1940, 1 fêmea, A. Maller col., (col. IB) Itapiranga, 9/1853, 2 fêmeas, (col. MRCN) Estado do Rio Grande do Sul Cêrro Azul, 9/1939, 1 macho; 12/1942, 1 macho e 1 fêmea, (col. MRCN) Sub-Gênero Stiretrus Stal, 1870 23) Stiretrus (Stiretrus) ebdeminalis Germar, 1839 Desde a sua redescrição, sob o nome Stiretrus rufiventris, por parte de FALLOU (1891), nunca mais esta espécie foi reencontrada. Nas coleções do Departamento de Zoologia, São Paulo, tivemos a felicidade de encontrar uma fêmea que apresenta exatamente aquela mancha abdominal a que se referem os autôres do século passado. Lamentamos não possuir dados mais exatos sôbre a procedência do material. Material examinado: 1 fêmea, col. DZ. n.º 72451. 18 L. Buckup — Pentatomideos Neotropicais — U 24) Stiretrus (Stiretrus) circumdatus (Spinola, 1837) A diagnose original desta espécie e a de Stiretrus (Stiretrus) trilincatus Germar, 1839, referem-se, aparentemente, à mesma espécie. A figura de HAHN & HERRICH-SCHAEFFER (Tab. CXLVI, fig. 458) (1839) serve perfeitamente para a descrição de SPINOLA (1837) de "Stiretrosoma circumdata”. O exame de um lote de 20 exemplares (8 machos e 12 fêmeas) confirmou a nossa hipótese. As pequenas variações cromáticas, na nossa opinião, não poderiam justificar a existência de duas espécies distintas. Stiretrus (Stire- trus) trilineetus Germar, 1839 deve pois ser considerado sinônimo de Stiretrus (Stiretrus) circumdatus (Spinola, 1837). Em alguns exemplares nota-se a presença de uma estreita faixa amarelada ou alaranjada que une, na metade anterior do escutelo, as margens igualmente coloridas do mesmo. Surge assim, com maior ou menor perfeição, uma figura em cruz sôbre a metade anterior do escutelo. Desde o tipo original representado pela figura de H.-SCHAEFFER, até a variação aqui descrita existem várias formas intermediárias. Material examinado: BRASIL Estado de Santa Catarina Itapiranga, 9/1953 e 1/1954, 8 machos e 6 fêmeas, (col. MRCN) Estado do Rio Grande do Sul Marcelino Ramos, 29/11/1939, 1 fêmea, (col. MNSS) Cêrro Azul, 12/1943 e 2/1944, 3 fêmeas, (col. MRCN) Parecy Novo, 10/1936, 1 fêmea, (col. MRCN) São Francisco de Paula, 2/1935, 1 fêmea, (col. MRCN) 25) Stiretrus (Stiretrus) decacelis Berg, 1883 As variações na coloração desta espécie ainda vão além da- quelas já descritas na literatura (BERG). Nos machos sempre bem menores que nas fêmeas, as manchas dorsais são extremamente reduzidas ou simplificadas. Nas fêmeas, as manchas dorsais sôbre o escutelo podem ser tão grandes que acabam se fundindo criando a imagem de uma letra U. No lote de 16 exemplares que exami- namos, (7 machos e 9 fêmeas), notamos que as manchas são alaranjadas apenas nas fêmeas. Nos machos as manchas são de côr amarela-clara, quase branca. Material examinado: BRASIL Estado de São Paulo Indiana, 2/1944, 1 fêmea, (col. DIRINGSHOFEN n.º 275) Estado de Santa Catarina Itapiranga, 9/1953 e 1/1954, 6 machos e 5 fêmeas, (col. MRCN) Estado do Rio Grande do Sul bo IHERINGIA — Zoologia n.º 15 — abril de 1960 19 Marcelino Ramos, 1/10/1939, 1 fêmea, (col. MNSS) Viadutos, 11/1941, 1 fêmea, (col. MNSS) Cêrro Azul, 12/1942, 1 macho e 1 fêmea, (col. MRCN) 26) Stiretrus (Stiretrus) decemguttetus (Le Peletier & Serville, 1825) Examinamos um lote de 175 exemplares (81 machos e 94 fêmeas) pertencentes a esta espécie. Originalmente havíamos procedido à classificação de uma série de 82 exemplares que apre- sentavam, com clareza, os caracteres de Stiretrus (Stiretrus) atri- capillus Westwood, in Hope, 1837, conforme descrição original e redescrições posteriores; para nossa grande surprêsa notamos que todo êste lote era constituido exclusivamente de fêmeas. Ao iden- tificarmos como Stiretrus (Stiretrus) decemguttatus a um outro lote constituido de 75 exemplares, procedentes, na maioria, das mesmas localidades de onde procede o lote de “atricapillus” anteriormente citado, encontramos apenas machos! Levantamos a hipótese de ser St. etricapillus apenas a fêmea de St. decemguttatus. Vimos nossa hipótese confirmada quando encontramos 7 exemplares cla- ramente identificáveis com a descrição de HORVATH (1911) para Stiretrus atricapillus var. flavatus, todos do sexo feminino, e que ocupam em relação ao caracteres cromáticos, uma posição inter- mediária entre etricapillus e decemguttatus. Pelo exposto, deve-se considerar Stiretrus (Stiretrus) atricapillus Wetswood, in Hope, 1837 como sendo sinônimo de Stiretrus (Stiretrus) decemguttatus Le Peletier & Serville, 1825. Material examinado: BRASIL Estado do Rio Grande do Sul Itatiaia, 2/1945, 1 macho e 1 fêmea, (col. DIRINGSHOFEN n.ºs 274, 278); Itatiaia (Maromba), 1200 m. 26/12/1953, 1 fêmea (col. SEABRA) Estado de São Paulo Batatais, sem data, 1 macho, (col. IB) Cantareira, 12/1953, 1 fêmea, Nick col., (col. MRCN) Jabaquara, 11/1945, 1 fêmea, (col. DIRINGSHOFEN n.º 279) Estado do Paraná Rolândia, 2/1952, 1 macho, A. Maller col., (col. SEABRA) Ponta Grossa, 3/1939, 1 macho, Camargo col., (col. DZ) Estado de Santa Catarina Itapiranga, 9/1953, 55 machos e 65 fêmeas; 1/1954, 9 machos e 9 fêmeas; Itapiranga, 12/1954, 3 machos e 2 fêmeas. (col. MRCN) Colônia Hansa, 2/1940, 1 macho (col. IB) Pinhal, 12/1952, 2 machos e 1 fêmea, A. Maller col., (SEABRA) Neu Bremen, 11/1937, 1 fêmea, (col. DIRINGSHOFEN n.º 280) Anita Garibaldi, 2/1940, 1 fêmea (col. DIRINGSHOFEN n.º 281) Rio Benedito Mun. Rodeio, Timbó, 10/1956, 1 fêmea e 2 machos, (col. DIRINGSHOFEN n.ºs 563, 564, 565) Rio Vermelho, 12/1950, 1 macho (col. DIRINGSHOFEN n.º 573); 3/1950, 20 L. Buckup — Pentatomideos Neotropicais — 1I 1 macho (n.º 574) e 1 fêmea (n.º 567); 10/1950, 1 fêmea, (col. DIRINGSHOFEN n.º 566) Joinville, Rio Bracinho, 1/1957, 1 macho e 1 fêmea, (col, DIRINGS- HOFEN n.ºs 568-9) Timbó, 2/1936, 1 fêmea, (col. DIRINGSHOFEN n.º 277) Estado de Rio Grande do Sul Marcelino Ramos, sem data, 2 machos e 4 fêmeas, (col. MRCN) Rio Grande do Sul s. 1. 1 fêmea, (col. DZ. n.º 71821) iretrus (Stiretrus) erythrocephalus (Le Peletier & Serville, 1825) Dentro do gênero Stiretrus esta espécie parece ser a que apre- Anta maior estabilidade nas cöres. Examinamos um total de 142 xemplares (41 machos e 101 fêmeas). Em relação à coloração não notamos diferenças notáveis entre os sexos. A variação mais nitida que observamos consiste numa maior extensão das áreas amareladas do lado dorsal. Esta variação parece ser muito mais frequente entre as fêmeas que entre os machos. O caso mais extre mo que registramos foi o de uma fêmea de Itapiranga, Estado de Santa Catarina, na qual as áreas amarelas se dispõe da seguinte moneira: ducs áreas na metade anterior do pronoto, ligadas aos ângulos anteriores do mesmo; tôda a orla antero-lateral do pronoto; e uma linha mediana, estreita, que principia sôbre o disco do pro- noto e termina no disco do escutelo. A grande maioria dos exem- plares coincide, entretanto, com as características contidas na des- crição original. Material examinado: BRASIL Estado de São Paulo Indiana, 2/1942, 2 fêmeas, (col. DIRINGSHOFEN n.ºs 282, 305) Vila Marina (Capital), 5/1940, 1 macho, (col. DIRINGSHOFEN n.º 288) Ipiranga, (Capital) 29/8/1960 (!), 1 fêmea, Schrottky col. (col. DZ 72.420) São Paulo, (Capital) 2/1941, 1 fêmea, (col. MNSS) Estadão do Paraná Arapongas, 2/1952, 1 fêmea, A. Maller col. (col. SEABRA) Ponta Grossa, 12/1938, 1 fêmea, Camargo col. (col. DZ) Londrina, 4/1944, 1 fêmea, (col. DIRINGSHOFEN n.º 87) Estado de Santa Catarina Timbó, 1/1954, 1 fêmea, (col. DIRINGSHOFEN n.º 286) tapiranga, 9/1953 e 1/1954, 40 machos e 93 fêmeas, (col. MRCN) 28) Stiretrus (Stiretrus) Iythrodes Germar, 1839 Apenas uma fêmea, das coleções do Sr. von Diringshofen, pareceu-nos reunir as características desta espécie. Fazemos esta determinação com reservas, pois temos a suspeita que esta espécie é apenas uma variedade de Stiretrus (Stiretrus) smaragdulus (Le IHERINGIA — Zoologia n.º 15 — abril de 1960 21 Peletier & Serville). Aguardaremos o exame de maiores series de exemplares dêste tipo para esclarecer o problema. Material examinado: BRASIIL Estado de Santa Catarina Anita Garibaldi, 2/1940, 1 fêmea (DIRINGSHOFEN n.º 284) 29) Stiretrus (Stiretrus) smaragdulus (Le Peletier & Serville, 1825) Nas coleções que examinamos encontramos 45 exemplares que julgamos poder incluir nesta espécie. Na realidade as caracteris- ticas cromáticas desta espécie não nos facilitaram esta tarefa. 7 machos e 12 fêmeas coincidem perfeitamente com a descrição origina! de Le Peletier et Serville, e as redescrições dos autöres mais recentes. As características da var. chalybea H.-SCHAEFFER, 1836 encontramos em 4 fêmeas apenas. Um único exemplar macho, coletado no mesmo local e na mesma ocasião que as fêmeas acima, apresenta a cabeça e as patas de côr castanha clara. Além disso, numa série de 16 fêmeas, tôdas de Itapiranga, Estado de Santa Catarina, notamos a côr castanho-clara na cabeça e nas patas, sendo o resto do corpo de coloração igual à forma típica. Parece, portanto, que a presença da côr castanha-clara se encontra ligada ao sexo, dentro de cada uma das variedades cromáticas. Na va- riedade ehalybea apenas os machos possuem cabeça e patas casta- nhas-claras. Na forma típica, apenas as fêmeas, porém não tôdas, apresentam esta coloração. A inexistência de formas intermediá- rias e a ocorrência regular de certas aberrações cromáticas ligadas ao sexo na forma acima descrita, indicam que nesta espécie devem existir grupos sub-especificos mais definidos do que simples varie- dades cromáticas. A natureza das informações de procedência e data de coleta que encontramos no material determinado, não nos permitem, no entanto, definir de imediato estas unidades sub-espe- cíficas. Lembramos que tôdas as variedades acima foram colecio- nadas numa mesma localidade. Materia! examinado: BRASIL Estado do Espírito Santo Rio S. José, 9/1942, 1 fêmea, (col. DZ.) Estado de Goiás Leopoldo Bulhões, 10/1935, R. Spitz, 1 fêmea, (col. MRCN) Estado de São Paulo Cantareira, 1933, 1 fêmea, (col. DZ 72348) Estado de Santa Catarina Pinhal, 12/1952, 2 fêmeas, A. Maller col., (col. SEABRA) Joinville, Rio Bracinho, 3/1955, 1 fêmea, (col. DIRINGSHOFEN 291) Timbó, 4/1956, 1 fêmea, (col. DIRINGSHOFEN 292) Anitápolis, 12/1936, 1 fêmea, (col. DIRINGSHOFEN n.º 293) 22 L. Buckup — Pentatomideos Neotropicais — II Rio Benedito, Munic. Rodeio, Timbó, 2 fêmeas, 1/1956, (col. DIRINGS- HOFEN n.ºs 576-7) N Itapiranga, 9/1953, 6 machos e 16 fêmeas, (col. MRCN); idem 1/1954, 2 machos e 6 fêmeas; idem 12/1954, 2 fêmeas (col. MRCN) Estado do Rio Grande do Sul Marcelino Ramos, sem data, 1 fêmea, (col. MNSS) Passo do Cotiporã, Rio das Antas, 2/1953, 1 fêmea, (col. MRCN) Sem procedência 1 fêmea, col. DZ. 71859 (5166) Tribo DISCOCERINI Schumacher, 1912 Gênero Acanthodiscocera Schumacher, 1910 30) Acanthodiseocera muellenhoffi (Schumacher, 1910) Desta espécie, descrita originalmente como procedente da Bahia, no Brasil, Schumacher somente conhecia o macho. O Sr. van Diringshofen enviou-nos um outro macho do Estado do Pará. A fêmea desta espécie continua desconhecida. Materia! examinado: BRASIL Estado do Pará Canta Galo (Óbidos), 12/1956, 1 macho, (col. DIRINGSHOFEN n.º 579) Gênero Discocera Laporte, 1832 31) Discocera coccinea (Fabricius, 1798) Espécie apenas conhecida do Nordeste e Leste do Brasil. Re- gistrâmo-la, pela primeira vez, para o Estado do Paraná, na região Sul do Pais. Meaterial examinado: BRASIL Estado de Paraná Arapongas, 2/ 1952, 1 macho e 1 fêmea, A. Maller col. (col. SEABRA) 32) Discocera ochrocyanea (Le Peletier & Serville, 1825) É a espécie mais frequente no gênero no Norte e Leste do País. Desta região citamos 2 machos e 1 fêmea. Material examinado: BRASIL Estado do Amazonas Borba, Rio Madeira, 3/1943, 1 macho, (col. DIRINGSHOFEN n.º 272) Estado do Pará Canta Galo (Óbidos), 11/1956, 1 fêmea, (col. DIRINGSHOFEN n.º 306) IHERINGIA — Zoologia n.º 15 — abril de 1960 23 er eo | Estado da Bahia Água Preta (Pedrito Silva), 1 macho, “predador da larva de Cryno- malus discoidens F'.”, (col. IB: n.º 351) ZUSAMMENFASSUNG NEOTROPISCHE PENTATOMIDEN Il — Beitrag zur Kenntnis der suedamerikanischen A so pin.a e (Hem. Het. Pentatomidae) Neue Angaben ueber die geographische Verbreitung von 32 neotropischen Arten aus der Unterfamilie ASOPINAE (Hem. Het. Pentatomidae) gaben Anlass zu dieser Arbeit. Folgende Synonyme werden besprochen: Tynacantha sanguinolenta HORVATH, 1911 gleich Tynacantha marginata Dallas, 1851; Podisus (Tylospilus) formosus Costa-Leite, 1957 gleich Podisus (Tylospilus) distans BERGROTH, 1891; Stiretrus (Stiretrus) trilineatus GERMAR, 1839 gleich Stiretrus (Stiretrus) circumdatus (Spinola, 1837); Stiretrus (Stiretrus) atricapillus Westwood, in Hope, 1837 gleich Stiretrus (Stiretrus) decemguttatus (Le Peletier et Serville 1825). Der Allotypus weiblichen Geschlechtes von Oplomus (Oplomus) lunula HORVATH, 1911 wird aufgestellt, an Hand eines Vertreters aus SuedBrasilien. Der Verfasser bespricht von Fall zu Fall die Faerbungsvarietaeten der verschiedenen Arten und aeussert sich ueber den nomenkla- rorischen und taxonomischen Wert der Nahmen, die von frueheren Autoren zwecks Identifizierung der erwaehnten Varietaeten uns stellt wurden. e. ta VSEE JE 24 L. Buckup — Pentatomideos Neotropicais — II LITERATURA CITADA AMYOT, C. J. B. & SERVILLE, J. G. 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BOTÂNICA ANTROPOLOGIA ZOOLOGIA HISTÓRIA INSTITUTO ANCHIETANO DE PESQUISAS Pörto Alegre Caixa Postal, 358 — Rio Grande do Sul — BRASIL SELLOWIA Anais Botânicos do Herbário “Barbosa Rodrigues” Fundada em 1949 Fundador e editor: P. Raulino Reitz Revista Sulbrasileira de Botânica, com artigos em português, alemão e inglês. HERBARIO “BARBOSA RODRIGUES” Itajai — Santa Catarina — BRASIL SR EEE Fa (ad a Dvs é ka ae do, Ar: Par: Ka A SERIES CIENTÍFICAS Be. ee DO x SEU RIO-GRANDENSE DE CIENCIAS NATURAIS ze JANEIRO DE 161 OS PENTATOMÍDEOS | Ka - DO PR, ER ra ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL (BRASIL) (Hemiptera-Heteroptera-Pentatomidae) Ludwig Buckup Dr.rer.nat. SECRETARIA DE EDUCAÇÃO E CULTURA “A Bro Ena DIVISÃO DE CULTURA DIRETORIA DE CIÊNCIAS ZOOL. | N.º 16 SER. Pägs. 1-24 | P. ALEGRE JANEIRO — 1961 DIRETOR Pe. Balduino Rambo 8. u EN TOMOLOGIA HERPETOLOGIA Antönio Carlos Pradél Avetedo == Nat ERBE TERS Thales de Lema — Bacharel- Licenciado em História Natural MALACOLOGIA * ORNITOLOGIA | I “Eduardo Casado Marques. er Töda correspondência referente a IHERINGI A deye ser enviada ao | | MUSEU RIO-GRANDENSE DE CIENCIAS NATURAIS i PRAÇA D. FELICIANO, 78 CAIXA POSTAL 1188 Pôrto Alegre . — Rio Grande do Sul — Brasil Desejamos estabelecer permuta. We wish to establish exchange. Wir wünschen Austausch. Ludwig Buckup Dr.rer.nat. OS PENTATOMIDEOS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL (BRASIL) (Hemiptera-Heteroptera-Pentatomidae) 1961 Oficinas Gráficas da Imprensa Oficial PORTO ALEGRE SMITH RN 4 nen INSTITUI ly - ba U ididd | IHERINGIA | ser. zoor.| N.º 16 | Pägs. 1-24 | P. ALEGRE | JANEIRO — 1961 05 PENTATOMIDEOS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL (BRASIL) Hemiptera-Heteroptera-Pentatomidae (*) Ludwig Buckup Dr.rer.nat. (**) INTRODUÇÃO Desde há vários anos vimos nos ocupando do estudo dos Hemipteros da família dos Pentatomideos. Procurando atender aos interêsses re- gionais da instituição de pesquisas a cujo quadro de funcionários per- tencemos, concentramos as nossas atividades, desde o início, nos re- presentantes da família acima citada que ocorrem no Estado do Rio Grande do Sul. O recolhimento de informações bibliográficas e os trabalhos de colecionamento a que nos temos dedicado, trouxeram como resultado um volume satisfatório de material informativo, o qual, em nossa opinião, justifica a publicação de um trabalho de síntese sôbre os estudos efetuados até a presente data com relação à região geográfica em questão. Reconhecemos que como resultado de um inventariamento da fauna regional de Pentatomideos, as nossas conclusões são passíveis de críticas. É preciso reconhecer, no entanto, que o atual estado da sistemática dos Pentatomideos neotropicais. com grande número de espécies não descritas, com inúmeras formas sem enquadramento ge- nérico satisfatório, enfim, com problemas fundamentais de sua taxio- nomia a serem ainda resolvidos, não facilita de forma alguma o tra- balho daquele que visa elaborar catálogos regionais e listas faunisticas. O trabalho presente foi elaborado com a finalidade de ser útil na solução dos problemas zoogeográficos que envolvem a região geográfica abrangida pelo território do Estado do Rio Grande do Sul. A faunística comparativa, único método que no estado atual dos conhecimentos sôbre a fauna continental sulamericana pode prometer algum resultado quando aplicado aos problemas da zoogeografia sulamericana, utiliza-se, em primeira linha, dos catálogos e das listas faunísticas regionais. NO caso particular dos Pentatomidae, surgiram nos últimos anos alguns trabalhos similares ao presente, referentes principalmente ao Uruguai, Argentina, Paraguai e Bolívia (PIRAN, 1948 & 1956; RUFFINELLI & PIRAN, 1959), áreas geográficas vizinhas ou próximas ao Rio Grande do Sul. A comparação dos nossos resultados com as informações contidas nos trabalhos acima e ainda com o que é conhecido de outras regiões ( *) Trabalho entregue para publicação em 31 de janeiro de 1961. (**) Zoölogo do Museu Rio-Grandense de Ciências Naturais. 6 L. Buckup — Os Pentatomideos do Estado do Rio Grande do Sul — Brasil sulamericanas, especialmente do Brasil, poderia proporcionar conclusöes úteis ao enquadramento e caracterização zoogeográficos da fauna de Pentatomideos do Rio Grande do Sul. A literatura clássica sôbre os Pentatomideos neotropicais mostrou-se extremamente pobre em citações sôbre espécies procedentes do Rio Grande do Sul. As citações “Brasilia”, tão frequentes na literatura, evidentemente não poderiam ser úteis aos nossos propósitos; não as consideramos. Também as indicações “Brasilia meridionalis” tiveram que ser rejeitadas, pois tal têrmo era aplicado pela maioria dos autores, especialmente por STAL, para tôdas aquelas regiões que no mínimo hoje constituem a Região Sul do Brasil, incluindo portanto além do Rio Grande do Sul, os Estados de Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro e Guanabara. A família dos Pentatomideos abriga al- gumas espécies oue constituem ou pragas das plantas cultivadas ou formas predadoras, eventualmente úteis, estas últimas, para o combate biológico das pragas da agricultura. Tal fato fêz com que o grupo tivesse merecido vez por outra a atenção dos pesquisadores no campo da entomologia aplicada. Surgiram assim alguns Pentatomideos sulrio- grandenses incluidos em listas de pragas de plantas cultivadas, que afinal constituiram fonte bibliográfica de certa utilidade para o pre- sente trabalho. Salientamos os trabalhos de REINIGER & FERREIRA- LIMA (1935); COSTA LIMA (1936); RONNA (1923); MONTE (1939); BIEZANKO, BAUCKE & BERTHOLDI (1949) e GOMES COSTA (1944). A maior parte das informações obtidas, procedem, no entanto, das coleções do Museu Rio-Grandense de Ciências Naturais e de outras co- leções em instituições similares do Estado e do Brasil. Tanto na con- sulta à literatura como no exame das coleções, surgiu frequentemente o problema da validez dos nomes encontrados quando referidos à espéci- mens procedentes do território sul-riograndense. Nas citações contidas em literatura muito antiga, os exemplares correspondentes tornaram-se. evidentemente, inacessíveis para nós. Neste caso procuramos apenas examinar a validez nomenclatural do nome científico. O material aqui citado como pertencente a uma determinada coleção foi, sempre que possível, pessoalmente examinado por nós com a finalidade de confir- mar ou não, à luz dos trabalhos mais modernos, as determinações ante- riormente efetuadas por outros especialistas. A lista contida no presente trabalho reune as espécies sul-riogran- denses em ordem alfabética. Neste grupo de Hemipteros ainda não foram feitos estudos realmente significativos sôbre as relações filogené- ticas entre as unidades das categorias infra-familiares, motivo pelo qual deixamos de utilizar aqui tal critério. Para a sequência das Subfamílias adotamos o sistema contido no recente trabalho de CHINA, W. E. & MILLER, N. C. E. — (1959), “Check-List and Keys to the families and subfamilies of the Hemiptera-Heteroptera”, Bull. Brit. Museum (Nat. Hist.) Entom. 8(1),45pp.. As diversas tribos estão indicadas entre pa- rênteses, após o nome de cada espécie. As localidades das quais procedem as espécies arroladas e que estão citadas em nossa lista surgiram ou da literatura ou das etiquetas de procedência que encontramos no material examinado. O autor e a data de publicação indicam a fonte bibliográfica; informações mais precisas poderão ser obtidas na lista bibliográfica que acompanha o trabalho. Para as localidades geográficas encontradas nas etiquetas de procedência, procuramos manter a redação original ali contida, mesmo quando os nomes geográficos sofreram alterações depois das datas de coleta. Com tal procedimento queremos facilitar o reencontro de exem- plares aqui citados como pertencentes a determinada coleção. Acres- centamos, porém, ao nosso trabalho, uma definição geográfica mais IHERINGIA — Zoologia n.º 16 — janeiro de 1961. 7 precisa de cada uma das localidades mencionadas (vide Vocabulário Geográfico p. 14), visando facilitar o trabalho interpretativo do zoogeögrafo. As coleções das quais procede o material examinado estão identi- ficadas na lista das espécies através das seguintes abreviaturas: MRCN — Museu Rio-Grandense de Ciências Naturais da Diretoria de Ciências da Divisão de Cultura da Secretaria de Edu- cação e Cultura do Rio Grande do Sul, (Pôrto Alegre). MNSS — Museu do Seminário Nossa Senhora da Salete, Marcelino Ramos, Estado do Rio Grande do Sul. CA — Colégio Anchieta, Instituto Anchietano de Pesquisas, Pôrto Alegre, Estado do Rio Grande do Sul. SE — Serviço de Entomologia da Secção de Defesa Sanitária Vegetal da Secretaria de Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul, Pörto Alegre. BECKER — Coleção particular de Johan Becker, Rio de Janeiro, Museu Nacional. GRUMAN -—- Coleção particular de Eugênio W. Gruman, Pörto Alegre, Estado do Rio Grande do Sul. Desejamos deixar registrados aqui cs nossos mais sinceros agra- decimentos a todos aquêles que nos permitiram examinar as suas cole- ções e, à Srta. Euterpe Couto de Almeida, pela sua assistência durante a elaboração dêste trabalho. As pesquisas que conduziram a esta publicação foram realizadas no Setor de Entomologia do Museu Rio-Grandense de Ciências Naturais. em Pörto Alegre. Fam.PENTATOMIDAE (Leach, 1815) Subfam. ASOPINAE (Amyot & Serville, 1843) Alcaeorrhynchus grandis (Dallas, 1851) (Asoparia) Marcelino Ramos (col. MNSS); Itapiranga (col. MRCN); Itapoã e Viamão (col. MRCN); Pôrto Alegre (col. MRCN, col. CA); Tra- mandai (col. Becker), Coryzorhaphis leucocephala Spinola, 1837 (Asoparia) Marcelino Ramos (col. MNSS); Itapiranga (col. MRCN). Marmessulus nigricornis (Stal, 1864) (Asoparia) Marcelino Ramos (col. MNSS). É Oplomus (Catostyrax) catena (Drury, 1782) (Asoparia) São Franciscc de Paula, Bom Jesus, Palmeira e Itapiranga (col. MRCN); Marcelino Ramos (col. MNSS). Oplomus (Oplomus) cruentus (Burmeister, 1835) (Asoparia) Bom Jesus e Viamäo (col. MRCN); Säo Francisco de Paula e Pörto Alegre (col. CA); Pelotas (Capäo do Leäo) (RONNA, 1923, como predador de Ammalo helops Walker, Lepidoptera). Oplomus (Oplomus) lunula Horvath, 1911 (Asoparia) Marcelino Ramos (col. MNSS). 8 L. Buckup — Os Pentatomideos do Estado do Rio Grande do Sul — Brasil Oplomus (Oplomus) marginalis (Westwood, in Hope, 1837) (Asoparia) Marcelino Ramos (col. MNSS). Podisus (Podisus) crassimargo (Stal, 1860) (Asoparia) Pörto Alegre e Itapiranga (col, MRCN). Podisus (Podisus) nigrispinus (Dallas, 1851) (Asoparia) Marcelino Ramos (col. MNSS); Ipanema e Itapiranga (col. MRCN). Podisus (Podisus) obscurus (Dallas, 1851) (Asoparia) Marcelino Ramos (col. MNSS). Podisus (Tylospilus) nigrobinotatus (Berg, 1879) (Asoparia) Marcelino Ramos (col. MNSS); Pörto Alegre (Ilha do Lage) (coi. MRCN); Gramado (col. Becker). Podisus (Tylospilus) distans Bergroth. 1891. (Asoparia) Bom Jesus, Vila Oliva (col. MRCN). Stiretrus (Stictonotion) decastigmus (Herrich-Schaeffer, 1837) (Disco- ceraria). Marcelino Ramos e Lageado Grande (col. MNSS); Vila Oliva, Bom Jesus e Itapiranga (col. MRCN); São Francisco de Paula, Palmeira e Pôrto Alegre (col. CA). Stiretrus (Stictonotion) rugosus Germar, 1839 (Discoceraria) Bom Jesus, (col MRCN). Stiretrus (Stiretroides) loratus Germar, 1839 (Discoceraria) sêrro Azul e Itapiranga (col. MRCN). Stiretrus (Stiretrus) circumdatus (Spinola, 1837) (Discoceraria) Marcelino Ramos (col Mnss); Itapiranga, Serro Azul, Parecy Novo e São Francisco de Paula (col. MRCN). Stiretrus (Stiretrus) decacelis Berg, 1883 (Discoceraria) Serro Azul, Itapiranga e Pôrto Alegre (col. CA). Stiretrus (Stiretrus) erythrocephalus (Le Peletier & Serville, 1825) (Discoceraria). Serro Azul (col. CA); Itapiranga (col. MRCN). Stiretrus (Stiretrus) septemguttatus (Le Peletier & Serville, 1825), (Dis- coceraria). ee Ramos (col. MNSS); Rio Grande do Sul e Itapiranga (col. Stiretrus Rd smaragdulus (Le Peletier & Serville, 1825) (Disco- ceraria). Marcelino Ramos (col. MNSS); Passo do Cotiporã e Itapiranga (col, MRCN); Palmeira (col. CA). Supputius cincticeps (Stal. 1860) (Asoparia). Pôrto Alegre (col. MRCN, col. Becker). IHERINGIA — Zoologia n.º 16 — janeiro de 1961. 9 Tynacantha marginata Dallas, 1851 (Asoparia) Marcelino Ramos (col. MNSS); Pinhal (col. MNSS); Parecy Novo, Serro Azul e Pörto Alegre (col. MRCN); Guaíba (col. SE); Rio Grande do Sul (BERG, 1891/2; Horváth, 1911). Subiam. TESSARATOMINAE (Sta, 1865) Piezosternum (Piezosternum) thunbergi Stal, 1860 (Oncomerini), Marcelino Ramos (col. MNSS); Itapiranga (col. MRCN); Santa Maria (col. MRCN); Osório (col. MRCN). Subfam. CYRTOCORINA E Distant, 1880 Gyrtocoris gibbus (Fabricius, 1803) Serro Azul (col. CA). Subfam. PENTATOMINAE (Amyot & Serville, 1843) Acledra kinbergi (Stal, 1859) (Pentatomini) Bajé (col. MRCN); Rio Grande do Sul (col. IB). Agroecus brevicornis Buckup. 1957 (Pentatomini) Pinhal (loc. Tip.) (col. MNSS). Agroecus griseus Dallas, 1851 (Pentatomini) Pôrto Alegre, São Lecpoldo, Itapiranga (BUCKUP, 1957). Agroecus scabricornis (Herrich-Schaeffer, 1844) (Pentatomini) Itapiranga (Buckup, 1957). Arocera apta (Walker, 1867) (Pentatomini) Rio Pardo (col. MRCN). Arvelius albopunctulatus (De Geer 1773) (Pentatomini) Marcelino Ramos (MNSS); Ponta Grossa, Ipanema, Alto da Feliz e Pôrto Alegre (col. MRCN); Sêrro Azul (col. CA); Pörto Alegre (col. MRCN, col, CA, Col. Gruman — sôbre Solanum auriculatum; col. SE — sôbre Tomateiro, Solanum lycopersicum); Pelotas (no Hörto Botânico do Inst. Agronômico do Sul sôbre Solanum ciliatum Lam.); Canoas (col. SE). Bothrocoris quinquedentatus (Spinola, 1837) (Pentatomini) São Leopoldo (col. MRCN). Brachystethus geniculatus (Fabricius, 1787) (Pentatomini) Pelotas, Pôrto Alegre, Viamão, Santa Maria, Ipanema, Emboabas e Itapiranga (col. MRCN). Chlorocoris tau Spinola, 1837 (Pentatomini) Vila Oliva, Viamão, São Leopoldo, Ipanema (col. MRCN); Pórto Alegre (col. Becker). Dichelops punctatus Spinola, 1837 (Pentatomini) Spinola, São Leopoldo (SPINOLA, 1837). 10 L. Buckup — Os Pentatomideos do Estado do Rio Grande do Sul — Brasil Dichelops mutabilis Walker, 1867 (Pentatomini) Vila Oliva (MRCN); Pörto Alegre (col. MRCN, col. Becker). Dinocoris gibbus (Dallas, 1851) (Discocephalini) Pörto Alegre (col. MRCN — sôbre “três marias”, Bougainvillea sp,, “Mimo-de-vênus”, Hybiscus rosa-sinensis e sôbre “Jacarandá”). Dinocoris strigatus (Walker, 1868) (Discocephalini) Marcelino Ramos (col. MNSS). Dryptocephala punctata Amyot & Serville, 1843 (Discocephalini) Marcelino Ramos (col. MNSS): Itapiranga (col. MRCN). Dryptocephala spinosa Mayr, 1864 (Discocephalini) Colönia Säo Pedro (col. MRCN). Edessa carnosa (Wetswood, in Hope, 1837) (Edessini) Bom Jesus, Ipanema (col. MRCN). Edessa flavida Westwood, in Hope, 1837 (Edessini) Marcelino Ramos, Pinhal, Lageado Grande (col. MNSS); Pörto Alegre, Rio Grande do Sul (MRCN). Edessa meditabunda (Fabricius, 1794) (Edessin!) Pelotas (Hörto Botânico do Inst. Agronômico do Sul — sôbre Solanum gracile); Barra do Ribeiro (col. SE — sôbre “Girassol”, Helianthus annuus); São Leopoldo (col. CA); Pörto Alegre (col, CA; dol. Gruman — sôbre Solanáceas; col. SE — sôbre “Aboboreira”, Cucurbita pepo; col. Becker). Edessa nigropunctata Berg, 1884 (Edessini) Parecy Novo (col. SE); Itapiranga (col. CA); Brasil meridional (Berg, 1891/2). Edessa ovalis Stal, 1872 (Edessini) Parecy Novo (Col. CA); São Leopoldo (col. SE). Edessa polita (Le Peletier & Serville, 1825) (Edessini) São Francisco de Paula, (col. CA); São Leopoldo (col. SE). Edessa pictiventris Stal, 1872 (Edessini) Pôrto Alegre (col. CA — sôbre “Corticeira”, Erytrina cristagalli). Edessa rufomarginata (De Geer, 1773) (Edessini) Sobradinho (col. Becker — sôbre “Fumo Bravo”, Solanum auricu- latum); Pelotas (Biezanko, Baucke & Bertholdi, 1949 -- sôbre “Beringela”, Solanum melongena e “Batata inglêza”, Solanum tu- berosum); Pelotas (Hôrto Botânico do Inst, Agronômico do Sul — sôbre Solanum sisymbriifolium). Euschistus anticus Stal, 1860 (Pentatomini) Gramado (col. Becker — sôbre “Caragoatá”, Eryngium eburneum); Brasil meridional (BERG, 1891/2). Euschistus circumfuscus Berg, 1884 (Pentatomini) Vila Oliva e Gramado (col. Becker). IHERINGIA — Zoologia n.º 16 — janeiro de 1961. 11 Euschistus cornutus Dallas, 1851 (Pentatomini) Marcelino Ramos e Pinhal (col. MNSS); Itapiranga (col. MRCN). Euschistus picticornis Stal, 1872 (Pentatomini) Marcelino Ramos (col. MNSS); Vila Oliva, Tôrres, Viamão, Ipanema, São Francisco de Paula, Gramado, Bom Jesus, Pinhal, Itapiranga (col. MRCN); Sobradinho (col. Becker — sôbre “arroz”, Oriza sativa) Euschistus triangulator (Herrich-Schaeffer, 1842) (Pentatomini) Pinheiral (col. MRCN). Glyphepomis androguensis Berg, 1891 (Pentatomini) Taim, Pelotas, Gravataí (col, MRCN); Rio Grande do Sul (col. SE). Glyphepomis setigera Kormilev & Pirán, 1952 (Pentatomini) Pôrto Alegre (col. MRCN); Rio Grande do Sul (col. SE). Harpagogaster willineri Kormilev, 1957 (Discocephalini) Vila Oliva (col. MRCN). Lopadusa augur Stal, 1360 (Pentatomini) São Francisco de Paula (col. MRCN). Loxa deducta Walker, 1867 (Pentatomini) Pôrto Alegre, Ipanema, Viamão e Itapiranga (col. MRCN). Loxa flavicollis (Drury, 1773) (Pentatomini) Pôrto Alegre e Itapiranga (col. MRCN). Loxa picticornis Horvath, 1925 (Pentatomini). Pörto Alegre, Santa Maria e Itapiranga (col. MRCN). Macropygium reticulare (Fabricius, 1803) (Halyini) São Leopoldo (SPINOLA, 1837). Mayrinia curvidens (Mayr, 1864) (Pentatomini) Pôrto Alegre, São Leopoldo (col. MRCN); Marcelino Ramos e Pinhal (col, MNSS). Mecocephala acuminata Dallas, 1851 (Pentatomini) Pôrto Alegre (col. MRCN). Mecocephala rubripes Berg, 1894 (Pentatomini) Viamão e São Leopoldo (col. MRCN). Mormidea exigua Berg, 1891 (Pentatomini) Pôrto Alegre (col. Gruman); Pelotas (Biezanko, Baucke e Bertholdi, 1949 — sôbre “arroz”, Oryza sativa); Rio Grande do Sul (COSTA LIMA, 1936 — sôbre “arroz”, Oryza sativa). Mormidea iheringi Berg, 1891 (Pentatomini) Rio Grande do Sul (BERG, 1891/2). Mormidea notulifera Stal, 1860 (Pentatomini) Pôrto Alegre (col. Gruman — sôbre Ricinus comunis e Plygonum acre); Emboaba (col. MRCN). 12 L. Buckup — Os Pentatomideos do Estado do Rio Grande do Sul — Brasil Mormidea ochraceipennis (Herrich-Schaeffer, 1837) (Pentatomini) Pörto Alegre (col. CA). Mormidea spegazzinii Berg, 1884 (Pentatomini) Gramado (col. Becker). Mormidea ypsilon (Linnaeus, 1759) (Pentatomini) Pelotas (Beizanko, Baucke e Bertholdi, 1949 — sôbre “arroz”, Oryza sativa); Itapiranga (col. MRCN). Mormidea v-luteum (Lichtenstein, 1796) (Pentatomini) Iraí (col, SE — sôbre “arroz”, Oryza sativa); Pelotas (Biezanko, Baucke e Bertholdi, 1949 — sôbre “arroz”, Oryza sativa); Rio Grande do Sul (col. IB); Itapiranga (MRCN). Nezara viridula (Linnaeus, 1758) (Pentatomini) Marcelino Ramos e Pinhal (col. MNSS); Santa Rosa, Canoas, Viamão, Ipanema, Santa Maria, Bom Jesus (col. MRCN); Pörto Alegre (col. MRCN, col. Gruman; col. SE — sôbre “Aboboreira”, Cucurbita pepo); Pelotas (col. MRCN, col. SE, Biezanko, Baucke e Bertholdi, 1949 — sôbre “Feijoeiro”, Phaesolus vulgaris; Hörto Botânico do Instituto Agronômico do Sul — sôbre sôbre Solanum sisymbriifolium). Odmalia quadripunctata Bergroth, 1914 (Pentatomini) Sobradinho (col. Becker). Olbia elegans (Herrich-Schaeffer, 1837) (Edessini) Pôrto Alegre e Florida (col. MRCN). Pallantia macula (Dallas, 1851) (Pentatomini) Gramado (col. Becker). Peromatus sulcifer Berg, 1892 (Edessini) Pörto Alegre (col. CA). Pharypia (Dichropepla) generosa Stal, 1864 (Pentatomini) Pörto Alegre (col. CA). Proxys albopunctulatus (Palisot de Beauvoir, 1805) (Pentatomini) Törres, Passo do Cotiporä, Ipanema, Tramandai, Itapeva (col. MRCN); Marcelino Ramos (col. MNSS); Parecy Novo (col. CA); Runíbia perspicua (Fabricius, 1798) (Pentatomini) Pôrto Alegre (col. CA — sôbre solanáceas e col. MRCN). Pelotas (BIEZANCO, BAUCKE e BERTHOLDI, 1949 — sôbre Brun- felsia hopeana e Pyrus comunis); São Leopoldo, Parecy Novo e Pelotas (col. CA); Pörto Alegre e Sobradinho (col. MRCN, col. Gruman — sôbre “videira”, sôbre Begonia semperflorens, sôbre Eu sp. e söbre Brunfelsia hopeana); Pörto Alegre (col. ecker). Serdia (Brasiliicola) calligera Stal, 1860 (Pentatomini) Pinhal (col. MNSS). Serdia (Serdia) limbatipennis Stal, 1860 (Pentatomini) Vila Oliva (col. MRCN). IHERINGIA — Zoologia n.º 16 — janeiro de 1961. 13 Solubea grisescens Sailer, 1944 (Pentatomini) Pôrto Alegre (SAILER, 1944 — sôbre “arroz”); Rio Grande do Sul (col. MRCN — sôbre “trigo”); Viamão, Ipanema, Sobradinho (col. MRCN). Solubea poecila (Dallas, 1851) (Pentatomini) Pörto Alegre (col. MRCN, col Becker — sôbre Polygonum acre); Sobradinho e Gramado (col. Becker — sôbre Polygonum acre); Pelotas (BIEZANKO, BAUCKE e BERTHOLDI, 1949 — sôbre “Milhä”, Panicum sanguinale L.; Hôrto Botânico do Instituto Agronômico do Sul — sôbre Solanum sisymbriifolium Lam.); Maquiné (col. SE); Gravataí, São Gabriel, Guaíba, Camaquã, Rio Pardo, Tapes e São Lourenço (REINIGER & FERREIRA LIMA, 1935 — sôbre “Joá”, Solanum sisymbriifolium; “Pimenta Brava”, Solanum sp.; “Milha”, Panicum saguinale L.; “Capim arroz”, Panicum crusgalli). Solubea ypsilon-griseus (De Geer, 1773) (Pentatomini) São Gabriel (col SE — sôbre “arroz”, Oryza sativa); General Vargas (col. SE); Rio Grande do Sul (col. IB); Ipanema, Pörto Alegre e Sobradinho (col. MRCN). Thoreyella brasiliensis Spinola, 1850 (Pentatomini) Vila Oliva e Bom Jesus (col. MRCN). Thyanta casta Stal, 1862 (Petatomini) Florida e Ipanema (col. MRCN); Pörto Alegre (col. MRCN e col. Becker). Tibraca limbativentris Stal, 1860 (Pentatomini) Ipanema, Törres, (col. MRCN); Pörto Alegre (col. MRCN, col. Becker); Rio Grande do Sul (MONTE, 1939 — sôbre “arroz”); Santa Maria e Camaquã (SE — sôbre “arroz”). Vulsirea violacea (Fabricius, 1803) (Pentatomini) Pörto Alegre (col. MRCN), Subfam. SCUTELLERINAE (Leach, 1815) Augocoris sexpunctatus (Fabricius, 1781) (Scutelleraria) Pörto Alegre, Parecy Novo e Itapiranga (col. A). Chelycoris oblongus Haglund, 1868 (Tetyraria) Pelotas (MRCN). Chelysoma leucoptera (Germar, 1839) (Tetyraria) Itapiranga (col. CA). Galeacius martini Schouteden, 1904 (Tetyraria) São Leopoldo (col. MRCN). Pachycoris torridus (Scopoli, 1772) (Tetyraria) I 2 São Francisco de Paula (col. MRCN); Parecy Novo, Itapiranga, São Leopoldo, Sêrro Azul, São Francisco de Paula (col. CA). Symphylus ramivitta Walker, 1868 (Tetyraria) Pôrto Alegre (col. MRCN). 14 L. Buckup — Os Pentatomideos do Estado do Rio Grande do Sul — Brasil VOCABULÁRIO GEOGRÁFICO Com o presente vocabulário desejamos proporcionar ao leitor informações mais detalhadas sôbre as localidades geográficas sul-rio- grandenses citadas no texto do trabalho. A localidade Itapiranga, inú- meras vêzes citada ao longo da lista das espécies pertence politicamente ao Estado de Santa Catarina, no entanto fica situada tão próxima da fronteira do Rio Grande do Sul e é fisiograficamente tão semelhante às regiões riograndenses mais próximas, que não hesitamos em consi- derar as espécies de Pentatomideos ali colecionadas como formas repre- sentativas do território de que trata êste trabalho. O sinal * que se encontra junto a algumas localidades indica a existência de várias localidades sul-riograndenses com o mesmo nome. Diante da inexistência de outros dados nas respectivas etiquetas de procedência dos exemplares examinados não nos foi possível efetuar as indicações que justificaram o presente vocabulário. + Alto da Feliz — Próximo à Vila de Feliz, região ocidental do município de Caí. Município de Bajé (ex-Bagé) Distrito, Município de Guaíba, à margem direita do Rio Guaíba. Bajé Barra do Ribeiro A Bom Jesus — Município de Bom Jesus. Camaquã — Municipio de Camaquã. Canoas — Município de Canoas. Colônia São Pedro — Povoado, à noroeste do Mörro da Laran- jeira, Município de Tórres. Emboabas — Região à margem esquerda da estrada Osório-Tramandaí, município de Osório. Florida — Balneário à margem direita do Rio Guaíba, Município de Guaíba. General Vargas — Município de Marcelino Ramos. Gramado — Vila, na região setentrional do município de Taquara. Gravatai — Município de Gravataí. Guaiba — Município de Guaíba. Hha do Lage — Denominação local de uma das ilhas do delta do Rio Guaíba, no município de Pörto Alegre, capital do Estado. Ipanema — Subúrbio de Pörto Alegre, capital do Es- tado. Iraí — Município de Iraí. Itapeva — Pequeno povoado ao Norte da Lagoa de igual nome ao Sul do município de Tórres. Itapiranga — Distrito de Itapiranga, na região Sul-Oci- dental do município de Xapecó, em Santa Catarina, à margem direita do Rio Uruguai, Itapoã — Mörro de Itapoã na ponta de Itapoã, à bar- ra do Rio Guaíba no município de Viamão. Lageado Grande — * Marcelino Ramos — Distrito pertencente ao município de José Bonifácio, à margem esquerda do Rio Uruguai. Maquiné — Distrito na região ocidental do município de Osório. * Palmeira = IHERINGIA — Zoologia n.º 16 — janeiro de 1961. 15 Parecy Novo Distrito na regiäo oriental no municipio de Montenegro. No arröio do Cotiporä, afluente da margem direita do Rio das Antas, municipio de Al- fredo Chaves. Municipio de Pelotas. * Passo do Cotiporã Pelotas Pinhal Pinheiral Ponta Grossa * Mörro da Ponta Grossa, na Ponta Grossa, margem esquerda do Rio Guaiba, munici- pio de Pörto Alegre. Capital do Estado, sede do municipio de Pörto Alegre. Municipio de Rio Pardo. Municipio de Säo Francisco de Paula. Municipio de Säo Gabriel. Município de São Leopoldo. Município de São Lourenço. Municipio de Santa Maria. Município de Santa Rosa. Pórto Alegre Rio Pardo São Francisco de Paula São Gabriel São Leopoldo São Lourenço Santa Maria Santa Rosa Io e Sêrro Azul Município de São Luiz Gonzaga. Sobradinho Município de Sobradinho, Tapes Município de Tapes. Tórres Município de Tórres. Tramandaí Vila e Distrito na região oriental do muni- cípio de Osório. Viamão — Município de Viamão. Vila Oliva — Vila no Município de Caxias. BIBLIOGRAFIA A presente lista bibliográfica não reúne apenas os trabalhos que tratam especificamente dos Pentatomideos do Rio Grande do Sul, porém tôdas aquelas publicações que se tornam direta ou indiretamente indispensáveis durante o estudo dos Pentatomideos que ocorrem no mencionado território. Amyot & Serville — (1843) Histoire Naturelle des Insectes Hémiptéres. Paris. IXXVI-675-6 pp. 12 pls. Beier, M. — (1937) Heteroptera, in Kuekenthal, Handbuch der Zoologie, 4 (2):2041-2204. Berlin. Berg, C. — (1877-1880) Hemiptera Argentina. Ensayo de una Mono- grafia de los Hemipteros-Heteropteros y Homopteros de la Republica Argentina. Anales de la Sociedad Cientifica Argen- tina. 5(1877):231-260; 297-314. Idem 6(1878):23-36;82-89;129- 441:179-192;223-233;261-284. idem 7(1879):41-47;86-92;225-236; 262-278. Idem 8(1879):19-33;71-80;135-144;178-192;209-226;241- 272. Idem 9(1880):5-22;58-75; Resumo: Volumes 5,6,7,8,9 — anos 1877,8,9 e 80. Berg, C. — (1879) Hemiptera Argentina. 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PESQUISAS REVISTA DE PERMUTA INTERNACIONAL Órgão do Instituto Anchietano de Pesquisas Diretor: Balduíno Rambo, S. J. Trabalhos de investigação científica nas línguas ocidentais de uso corrente na ciência BOTÂNICA ANTROPOLOGIA ZOOLOGIA HISTÓRIA INSTITUTO ANCHIETANO DE PESQUISAS Pórto Alegre Caixa Postal, 358 — Rio Grande do Sul — BRASIL SELLOWIA Anais Botânicos do Herbário “Barbosa Rodrigues” Fundada em 1949 Fundador e editor: P. Raulino Reitz Revista Sulbrasileira de Botânica, com artigos em português, alemão e inglês HERBÁRIO “BARBOSA RODRIGUES” Itajai — Santa Catarina — BRASIL SR ALA BEWEES-CIEN FIREGCAS IHERINGIA DO USEU RIO-GRANDENSE DE CIÊNCIAS NATURAIS ZOOLOGIA IHERINGIA SER. z00L. Nº 17 — N. 17 — JANEIRO DE 196] NOTAS SÓBRE OS RÉPTEIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL — BRASIL. NOTAS IX — XI Thales de Lema SECRETARIA DE EDUCAÇÃO E CULTURA DIVISÃO DE CULTURA DIRETORIA DE CIÊNCIAS 8 Ests.; 21 Figs. | P. ALEGRE | JANEIRO — 1961 Págs. 1-20 DIRETOR Pe. Balduino Rambo ST: ENTOMOLOGIA Ludwig Buckup — Dr. rer. nat., Bacharel-Licenciado em So Na U HERPETOLOGIA Antônio Carlos Pradel Azevedo — Bacharel-Licênciado em Históri: “Natural; o na Thales de Lema — Bacharel-Licenciado em História Natural; MALACOLOGIA José Willibaldo Thomé — Bacharel- “Licenciado em História Natural; ORNITOLOGIA Eduardo Casado Marques. Töds correspondência referente a Ro Ee - IHERINGIA Ras deve ser enviada ao MUSEU RIO-GRANDENSE DE CIENCIAS pen: NATURAIS hs PRAÇA D. FELICIANO, 78 CAIXA POSTAL, 1188 > Pörto Alegre — Rio Grande do Sul — Brasil —_- er me Ea a E mi em ei Desejamos estabelecer permuta. We wish to establish exchange. Wir wünschen Austausch. Thales de Lema NOTAS SOBRE OS REPTEIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL — BRASIL. NOTAS IX — XI 1961 Oficinas Gráficas da Imprensa Oficial PORTO ALEGRE Sul INSTITUTION =! 3 1952 | ENADE | IHERINGIA | SER. z00L No 17 | Päss. 1-20| Eq I ALEGRE | »anzıro — 1961 | 21 Figs. NOTAS SÖBRE OS RÉPTEIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL — BRASIL. NOTAS Ix—XI (*) Thales de Lema (**) IX — PRESENCA DE HELICOPS CARINICAUDA CARINICAUDA (WIED) NO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL (Serpentes: COLUDPIIAAC)E Ar ae ee E X — ESTUDO DAS MARCAS VERTEBRAIS DE LYSTROPHIS DORBIGNYI (DUM., BIBR. & DUM.) E DESCRIÇÃO DE UM EXEMPLAR ANÖMALO. (Serpentes: Colubridae) ....... 11 XI — BICEFALIA EM XENODON MERREMII (WAGLER). — (Ser- DEDEST ColuBelsae) as serao ee a ae ae 15 ( *) Trabalho entregue para publicação em 31 de janeiro de 1961. (**) Zoólogo do Museu Rio-Grandense de Ciências Naturais. ár q di pd ag Er aa ças Ds dorme voe tam! vo apa o dd 2 4 a “ Ea ea RA 5 u) “a À e PR RAD DRE PRESENCA DE HELICOPS CARINICAUDA CARINICAUPA (WIED) NO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL. (Serpentes: Colubridae). (Figs. 1-3) Em nota anterior (1958) revalidamos a subespecie Helicops cari- nicauda infrataeniata (JAN) GRIFFIN e confinamos a subespécie típica aos Estados de São Paulc e Rio de Janeiro. Na presente nota regis- tramos a forma típica para o Estado do Rio Grande do Sul, baseados em exemplares capturados no município de Törres, ficando, assim bastante ampliada a área de distribuição da forma descrita por WIED. Descrevemos os exemplares encontrados e comentamos os problemas suscitados pela ocorrência, uma vez que na mesma localidade já foi vista por nós a outra, forma de JAN. Agradecemos ao Dr. Hans Thofern e à sua equipe da Comissão de Desenvolvimento Econômico do Litoral do Estado do Rio Grande dc Sul, pelo fornecimento de um mapa detalhado da região de Tórres e possibilidade de exame de farto material aerofotográfico, que nos per- mitiu estudar a fisionomia da região melhor do que a observação “in loco” por automóvel. Agradecemos ao Dr Ludwig Buckup pelas exce- lentes fotografias e, ao mesmo, ao professor José W. Thomé e às Irmãs do Ginásio São Domingos de Tórres, pela aquisição e cessão dos exem- plares. Matérial: Dois exemplares de Helicops carinicauda carinicauda (WIED 1825), adultos, fixados em álcool fraco, capturados numa lagoa pequena dentro da sede municipal de Törres, cnamada “Lagöa do Violão” ou “Lagöa de Tórres”, aproximadamente em fins de 1955. O exemplar apresenta boa conservação dos tecidos e das côres, conforme Abbil- dungen de WIED, e material colecionado no Museu Nacional do Ris de Janeiro, Departamento de Zoologia de São Paulo e Instituto Butantan de São Paulo e isso dizemos por não conhecermos exemplares vivos dessa serpente. Descrição: A) MRCN.1113 — Adulto; fêmea. Lepidose: SL. — 8/9 (4-5 em contato com órbita), IL. = 11 (1-5 em contato com Ment. Ant,, 6 com Ment. Post.), Temp. = 143, PréO. = 1, PostO. an V.= 138 (9 1382 com um leve sulco central longitudinal). A 1/2 (cada uma das partes da A. possue um sulco central longitudinal como uma bifur- cação do sulco da última V.), SC. = 15+N/14+N (amputada, fe- chado por pele), pequenos escudos marginando cloaca, D. —- 19-19-1", carenadas fracamente nc início da zona vertebral e depois forte- mente do segundo têrço do corpo em diante, nas escamas laterais a carena é quase imperceptível e nos lados inferiores as escamas são lisas, Dentes Max. = 1342. Coloração: lado dorsal castanho- anegrado uniforme, lado ventral amarelo-pálido uniforme com 8 T. de Lema — Notas söbre os repteis do Estado do R. G. do Sul — Notas IX-XI duas séries longitudinais de manchas pretas semielipticas e uma série de manchas pretas de contornos irregulares entre aquelas semelhando uma área sombreada e que vai esmaecendo para o fim do corpo extinguindo-se totalmente na zona préanal; cauda de côr amarelo-pálida com uma faixa preta central larga na base e estreitando-se para a extremidade; labiais e gulares amareladas, Medidas: 33+685+(55+N) = 778+N (respectivamente, compri- mento da cabeca, do corpo, da cauda e total). B) MRCN.1347 — Jovem; macho. Lepidose: SL, = 8/9 (4/4-5 em contato com órbita), IL. = 10 (1-5 em contato com Ment. Ant. e 5-6 com Ment. Post.), Temp. = 142/1143, PréO. = 1, PostO. = 2, V. = 140, A, = 1/2 (há um pequeno par de escudos na parte anterior do 1.º par de SC. sob a A.), SC. = 49 pares+Terminal que tem forma prismätica, deprimida lateralmente e com 5 mm de compri- mento, D. = 19-19-17 carenadas como no exemplar anterior (A), Dentes Max. = 10+2/11-+2. Coloração: dörso castanho-anegrado tendendo ao cinzento-oliváceo nos lados inferiores, ventre amarelo- pálido sujo com duas séries de manchas pretas longitudinais como no indivíduo anterior (A) e uma série de manchas irregulares entre aquelas duas e que se extingue no início do último têrço do ventre; cauda amarelo-pálida com uma faixa preta mediana larga na base e que se afina para a extremidade marginando os contornos in- ternos das SC. como uma linha em ziguezague; zona infracefálica amarelo-pálida e uns poucos pontos pretos no fim das Mentais Post. e nos escudos gulares medianos, seguindo pelas V., onde se misturam ou dão início às séries longitudinais de manchas ventrais. Medidas: 29+485+125 = 639 mm (comprimentos). CONCLUSÕES Ocorrendo a forma típica nos Estados de Rio de Janeiro (loc. tipo) e São Paulo e tendo sido agora constatada sua existência no Estado do Rio Grande do Sul, parece-nos provável que seja esta a forma existente nos Estados de Santa Catarina e Paraná, dos quais, aliás, nada sabemos no tocante a serpentes do gênero Helicops. Por outro lado, a ocorrência da forma típica na região de Törres onde, também encontramos a forma infrataeniata, coloca-nos diante da seguinte alternativa: a. ou as duas formas são subespécies válidas, b. ou as duas formas são espécies independentes, Excluimos a possibilidade dessas formas serem variações (opinião da maioria dos AA.) porque temos elementos para separá-las e que estamos estudando, mantendo nosso ponto de vista (1958). Para solucionar o problema deve ser verificado: 1.º — se as duas formas estão isoladas na região de Törres; 2º — se não estiverem isoladas, se ocorrem intergradantes; 3.º — se não estiverem isoladas, se não ocorrerem intergradantes, tentar o cruzamento entre elas. IHERINGIA — Zoologia n.º 17 — janeiro de 1961. s Os elementos que dispomos, por enquanto, são os seguintes: I — Material — Quatro exemplares coletados em Törres em locais diversos: 2 exx. de carinicauda carinicauda coletados em pequena lagöa na cidade de Tôrres (“Lagöa de Törres”) — fig. 1 — rodeada de terreno panta- noso. 2 exx. de carinicauda infrataeniata coletados na margem NE da Lagoa Itapeva — 1 macho de coloração ventral vermelha-escura capturado em valeta dágua em zona pantanosa da margem — 1 fêmea de coloração ventral amarelo-canário intenso capturada na água da própria lagoa — ambos adultos, sendo que a fêmea pariu em laboratório, e enqua- dräveis no tipo cromático “C” de BOULENGER (1893). Todos os quatro indivíduos são típicos da forma a que pertencem, não são intergradantes, II — Fisionomia da região — O município de Törres está situado no canto extremo NE do Rio Grande do Sul com o Atlântico a leste, o Estado de Santa Catarina ao norte, o município de Osório ao sul e o de São Francisco de Paula ao oeste. Todo o município é recortado por muitos rios, arrôios e com muitos banhados, lagoas e águas menores, destacando-se o rio Mampituba e a Lagoa Itapeva. O rio Mampituba faz a divisa do Estado do Rio Grande do Sul com o de Santa Catarina, ao norte de Törres, desaguando no mar. É formado pelo rio Verde que corre de oeste a leste e recebe as águas do rio Glória e outros sôbre o planaito, De Santa Catarina o Mampituba recebe vários rios pequenos destacando-se o Sertão e a sanga da Lagoa do Sombrio, situada mais para o interior e para o leste daquele Estado. O rio Mampituba é muito acidentado e de seus 60 Km de curso apenas 25 Km são navegáveis. A Lagoa Itapeva é uma grande lagoa de forma alongada no sentido norte-sul acompanhando a linha do litoral e situada próxima à costa extendendo-se do centro ao sul. Entre a Lagoa Itapeva e o rio Mampi- tuba existe uma série de banhados e rios pequenos, inclusive uma lagoa chamada “do Jacaré”, e êles fazem ligação indireta entre o Mampituba ea Itapeva. A Lagoa de Törres, por sua vez, é ligada ao rio Mampituba por um canal, conforme se pode observar na fig. 1. Conclusões — Provavelmente Helicops c. carinicauda (WIED) entrou no Rio Grande do Sul pelo rio Mampituba e, tenha ido populacionar a pequena lagoa existente na sede do município de Tôrres. Assim, também, é bem provável que ela tenha se difundido pelo interior do município através da rêde fluvial-lacustre descrita, pois não há barreiras de monta que possam evitar isso. Reforcamos esta idéia com o exemplo de que inúmeras espécies vegetais e animais que existem em Törres e inexistem no resto do Estado, ocorrerem em Santa Catarina, daí vários ecologistas chamarem aquela região de “a porta de Törres” de entrada de fauna e de flora para o Estado do Rio Grande do Sul. Apesar das lagoas e açudes de Tôrres comportarem perfeitamente populações de serpentes aquáticas, pelo seu volume dágua, pela sua constante renovação e pela piscosidade, infelizmente não temos ma- terial para comprovação. O rio Mampituba deve possuir a forma típica de WIED e a Lagoa do Sombrio — água mais importante por perto — também, falta apenas coletar para verificar isso, inclusive se as duas raças se misturam. SUMÁRIO Foram encontrados exemplares de Helicops carinicauda carini- cauda (WIED) na localidade de Törres, Estado do Rio Grande do Sul, 10 T. de Lema — Notas sôbre os répteis do Estado do R. G. do Sul — Notas IX-XL ficando ampliada a distribuição geográfica da mesma, que era conhecida dos Estados de Rio de Janeiro (loc. tipo) e São Paulo. A área interme- diária dos Estados de Paraná e Santa Catarina fica por verificar quai a forma que ocorre, pois nada há registrado. ZUSAMMENFASSUNG Das Auffinden einiger Exemplare von Helicops carinicauda carini- cauda (WIED) in Törres, Rio Grande do Sul, Brasilien, gaben Anlass zu dieser Arbeit. Diese Schlange war urspruenglich nur aus den Staaten Rio de Janeiro und São Paulo bekannt. Ueber das Vorkommen dieser Art. in den beiden anderen suedlichen Staaten Paraná und Santa Ca- tarina ist, bis jetzt, noch nichts bekannt. BIBLIOGRAFIA BOULENGER, G. A. 1893 — Catalogue of the Snakes in the British Museum (Natural- History), 1: 276-277 (London). CABRAL, M. da Veiga 1953 — Corografia do Brasil (Curso Superior) (Rio de Janeiro). GLIESCH, R. 1925 — A Fauna de Torres. Escola de Engenharia de Pörto Alegre Impr. LEMA, T. de 1958 — Notas sôbre os Répteis do Estado do Rio Grande do Sul — Brasil. II. Nota prévia sôbre a espécie de Colubrídeo aquá- tico Helicops carinicauda (WIED, 1825) do Estado do Rio pi do Sul, Brasil. Iheringia, Ser. Zoöl. 10: 19-24 (Pôrto Alegre). RAMBO, S. J., B. 1956 — Jesuitas no sul do Brasil — 6: A Fisionomia do Rio Grande do Sul. (Pôrto Alegre). x ESTUDO DAS MARCAS VERTEBRAIS DE LYSTROPHIS DORBIGNYI (DUM., BIBR. & DUM.) E DESCRIÇÃO DE UM EXEMPLAR ANÔMALO. (Serpentes: Colubridae). (Figs. 4-15) Lystrophis dorbignyi (DUMERIL, BIBRON & DUMERIL 1854) é uma serpente muito frequente no Estado do Rio Grande do Sul onde é conhecida pelos nomes de “jararaca-da-praia”, “bicuda” e “cobra-coral”, sendo êstes dois últimos pouco difundidos. Temos coletado regular número de exemplares e notamos que a marcação tanto dorsal como ventral é bastante variável. Notamos também que há uma tendência ao estriamento das marcas vertebrais pelo alongamento e coalescência resultando estrias interrompidas ao lado da linha média do dörso. Descrevemos aqui um exemplar em aque tôdas marcas são anômalas com estrias. Ainda não havia sido registrada no Brasil essa anomalia cromá- tica em serpentes da Família Colubridae, mas, sim da Família Crotalidae, inclusive verificamos isso em Bothrops alternata DUM., BIBR. & DUM. e Bothrops jararaca (WIED) no Rio Grande do Sul (1958, 1960). Entre- tanto, na fauna norteamericana há vários estudos interessantes sôbre indivíduos ou mesmo populações estriadas de Colubrídeos. BROWN (1901) observou uma população de Lampropeltis c. calligaster (HARLAN) com- pletamente estriada, em que o padrão normal era melänico, constituin- do-se então em “fases cromáticas” apresentadas por aquela espécie. BLANCHARD (1921) estudou o mesmo caso ao fazer sua revisão do gênero Lampropeltis. ALLEN (1932) registrou um indivíduo estriado de Natrix sipedon clarki (BAIRD & GIRARD). GLOYD (1935) encontrou dois exemplares estriados de Elaphe laeta (BAIRD & GIRARD). KLAUBER (1936, 1939) registrou exemplares estriados de Lampropeltis getulus cali- forniae (BLAINVILLE), constatando que o fato ocorria numa população inteira e foi considerado, então, dois padrões cromáticos normais da espécie: a)anelado e b) estriado. O mesmo A, (1956) citou exemplares estriados de Pituophis c. catenifer (BLAINVILLE). WRIGHT & WRIGHT (1957), em sua monumental obra, cita todos os registros feitos nos Es- tados Unidos da América e no Canadá. Agradecemos à Direção da Escola de Maestria Agrícola da Secre- taria de Educação e Cultura pela franquia de suas terras para coleta e ao estudante Oscar Menna Barreto Grau pela colaboração no trabalho de campo. Ao Dr. Ludwig Buckup agradecemos o trabalho fotográfico. Descrição — Exemplar TDL. 1751 — Adulto. Fêmea. Lepidose: D. 20-22-17, V. — 135, SC. — 36 pares, A. = 1/2, SL. = 7 (senaradas da órbita por um escudo suborbicular longo sôbre as SL. 3-5/4-5), IL. = 8 (1-4/1-3 tocando- Ment. Ant. e 4 tocando Ment. Post.), Ment. Ant. = 2, 12 T. de Lema — Notas sôbre os répteis do Estado do R. G. do Sul — Notas IX-XI Ment. Post. — 2, sendo Ant. maior d. q. Post., Temp. = + 2,PréO. = 1. PostO. = 1, Dent. Max. — 4 + 2. Medidas: 22 +407 + 68 — 497 mm (respectivamente, comprimento da cabeça, do corpo, da cauda e total). COLORAÇÃO: geral dorsal castanho-claro com as marcas em castanho- escuro mais reforçado nas vertebrais do que nas laterais, desenhos su- pracefálicos castanho-anegrados, ventre branco no início depois branca- cento que passa para creme, creme-rosado, rosa e, por fim, encarnado suave que aparece no fim do segundo terço do ventre; sôbre êsse fundo há grupos de manchas de contornos irregulares espaçadas ora de um lado do ventre ora do outro, rareando no meio do ventre e apenas vesti- gios punctiformes na cauda. Anomalia cromática: tôdas as marcas dorsais são anômalas, as marcas vertebrais são alongadas simplesmente, algumas, outras são alongadas e inclinadas para a esquerda e outras, por fim, são muito alongadas e voltadas ora para a direita ora para a esquerda e fusionadas por suas extremidades formando linhas quebra- das formando ângulos obtusos de 140-160.º. A cada grupo de marcas coalescidas segue-se um grupc de marcas alongadas isoladas de maneira mais ou menos regular. As marcas laterais, que correspondem às ver- tebrais, são também tôdas alongadas longitudinalmente. As marcas vertebrais que ocorrem sôbre a cauda são também alongadas e há uma estria de 5 marcas coalescidas ao contrário dos indivíduos normais em que essas marcas são romboidas e coalescidas pelos lados com as la- terais. Procedência: Terras da Escola de Maestria Agrícola da Secretaria de Educação e Cultura do Estado do Rio Grande do Sul — “Passo do Vi- gário — município de Viamão (Est. do Rio Grande do Sul, Brasil), 15, v. 1959, O. Menna Barreto Grau col. leg., zona de campo com alagadiços na época das chuvas (Fig. 15). MARCAS VERTEBRAIS DE LYSTROPHIS DORBIGNYI Tanto a marcação dorsal como a ventral, bem como a coloração de fundo, variam muito nessa espécie. Interessa-nos somente as marcas vertebrais na presente nota. Considerando-se como sendo a marca normal, típica para a es- pécie e de acôrdo com o exemplar-tipo descrito pelos DUMERIL e por BIBRON em 1854, aquela que fôr mais fregüente em um indivíduo e, portanto, a que fôr mais frequente na maioria dos indivíduos, vamos ter a seguinte marca: um círculo marginado de preto e com o centro castanho escuro ocupando 8-10 escamas inteiras (Fig. 4). Essa marca, na zona posterior próxima à cauda, apresenta uma tendência à forma losangular (Fig. 5) resultante do prolongamento dos lados e extremi- dades vertebrais ou resultante do encurtamento de uma marca oblíqua. Dêsse tipo figurado na (Est. III, Fig. 4) derivam vários outros: I — alongada longitudinalmente com vértices arredondados — bas- tante frequente (Fig. 6); II — alongada longitudinalmente com vértices angulosos e voltada para a esquerda (Fig. 7) na maioria dos indivíduos — ou para a direita (Fig. 3) geralmente na parte posterior; III — fusão de marcas: fusão de duas marcas é o caso mais comum se bem que ocorrendo em poucos exemplares, dá-se em duas marcas consecutivas que tenham se alongado e se estreitado muito e voltadas em sentidos contrários de modo a formar um ângulo obtuso que varia de 100-160.º (Fig. 9) — fusão de três: ou mais marcas formando uma linha quebrada (Fig. 10) é um caso bem mais raro e geralmente os exemplares que o possuem IHERINGIA — Zoologia n.º 17 — janeiro de 1961. 13 apresentam-na na parte anterior do corpo; como nessas fusões há arestas parece que se dão sempre com manchas do tipo II — em filhotes é muito frequente duas marcas coalescidas for- mando um ângulo aproximadamente reto (Fig. 11) e de con- tornos muito bem definidos, aliás a marcação dos filhotes é muito irregular diferindo sensivelmente do adulto. IV — uma marca normal alonga-se para a esquerda ou para a direita e coalesce com uma lateral exageradamente alongada transver- salmente (Fig. 12) — isso acontece muito poucas vêzes mas há alguns exemplares que possuem muitas marcas assim — nor- malmente ocorre fusão das vertebrais com as laterais na zona caudal (Fig. 13). Além dessas existem outras marcas mas de formas tão diversas e bizarras que não apresentam frequência significante e são como que deformações dos tipos citados. Tôdas essas marcas podem ocorrer conjuntamente em um indi- víduo mas sempre predominando ou a forma normal (maioria dos in- dividuos) ou uma derivada imediata da normal, como, por exemplo, as Te II. (Fig. 14). No exemplar anômalo descrito aqui não há marcas normais, há do tipo I, II (só para a esquerda), III (de 2-5 marcas) e IV (caso seme- lhante ao da Fig. 13). CONCLUSÕES Apesar da variabilidade da marcação vertebral cromática de Lystrophis dorbignyi (DUMERIL, BIBRON & DUMERIL), podemos afir- mar, baseados numa boa série de exemplares do Rio Grande do Sul. que há uma forma de marca dominante, normal, da qual derivam as demais formas. Por outro lado o exame de filhotes, de jovens e de adultos nos indicam uma variação cromática ontogênica que tende a normalizar-se à medida que envelhece o indivíduo. Assim são pouquis- simos os exemplares velhos, avantajados, que possuam marcas diferentes da normal ou de uma derivada imediata. Ao contrário, nos filhotes, a marcação vertebral é irregular, apresentando os tipos citados e muitos outros, inclusive partes (fragmentos) de marcas dispostas anáârquica- mente. Finalmente a observação dessas marcas mostram uma nítida ten- dência ao estriamento e o exemplar descrito aqui representa um grau alto de estriamento do padrão cromático dorsal — concretizando 70% da tendência evidenciada pela grande maioria das marcas dos demais indivíduos, Não temos notado isso em nenhuma outra forma sulameri- cana da Família Colubridae. Um registro de estriamento dos motivos cromáticos num indi- víduo de uma Geterminada espécie é uma aberração isolada, muito rara, mas, um indivíduo estriado pertencendo a uma população rica de sinais de estriamento é já um processo de modificação do padrão cro- mático daquela população, que tenderia a criar um novo tipo, estriado, normal para aquela população. Tal é o caso de Lampropeltis getulus californiae (BLAINV.) estudado por KLAUBER (anteriormente citado). SUMÁRIO As marcas dorsais que ocorrem na linha vertebral de Lystrophis dorbignyi (DUMERIL, BIBRON & DUMERIL 1854) apresentam uma 14 T. de Lema — Notas sôbre os réptéis do Estado do R. G. do Sul — 'Notas IX-XT- variação digna de ser estudada pois apresentam tipos constantes e uma marcada tendência à formação de estrias. É o que se observa em alto grau num exemplar de Viamão, Estado do Rio Grande do Sul (Brasil), e que é descrito. ZUSAMMENFASSUNG Der Verfasser befasst sich mit den Variationen der dorsalen Flecken auf der Wirbellinie von Lystrophis dorbignyi (DUMERIL, BIBRON & DUMERIL, 1854). An einem Exemplar aus Viamão, im Staate Rio Grande do Sul, Brasilien, wird die Verwandlung der Fiecken zu Linien beschrieben. BIBLIOGRAFIA ALLEN, M. J. 1932 — An Aberrant Natrix clarkii (BAIRD & GIRARD). Copeia, 4: 179. BLANCHARD, F.N. 1921 — A Revision of the King Snakes: Genus Lampropeltis. U.S. Nat. Mus. Bull. (Wash.), 114: 118-129, fig. 40. BROWN, A. 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Zool., 13: 28-33, est. VI. WRIGHT, A. H. & A. A. WRIGHT 1957 — Handbook of Snakes. 2 volumes: XVIII — IX — 1105 pp... 304 figg. 70 mapas, XI BICEFALIA EM XENODON MERREMII (WAGLER) (Serpentes: Colubridae) (Figs. 16-21) Recebemos um filhote de Xenodon merremii (WAGLER 1824) possuindo duas cabeças capturado no 2.º Distrito do município de Farroupilha (“Linha Jacinto”), Estado do Rio Grande do Sul (Brasil), 10-X-1957 por Anselmo Anselmi o qual levou-o ao Dr. Jayme R. Róssler do Hospital de Farroupilha o qual fêz as seguintes observações: a ser- pente mordeu um pé do sr. A. A. e que poderia tê-lo feito com a outra cabeça também; apresentava movimentos com ambas as cabeças pro- curando morder. O exemplar apresenta ferimento no primeiro têrço do corpo. Dito exemplar foi doado ao Centro de Tradições Gaúchas “Paixão Córtes” de Caxias do Sul ao qual agradecemos o empréstimo. Agradecemos, também ao Dr. Ludwig Buckup pelas fotografias e ao Dr. Darcy A. Ilha pelo trabalho radiográfico. Descrição: Exemplar MRCN.1474, filhote recém-nascido (pelo tamanho e pouca calcificação), macho. Lepidose: D. = 19-19-17; V. — 142 inteiras + 10 divididas + 2 na cabeça direita e 2 na esquerda e + N (zona lesio- nada), com vários ázigos tanto à direita como à esquerda; SC. — 38/39 + Terminal com extremidade arredondada; A. = 1; Cabeças: a) direita = SL. = 7/7 (3-4/3-4 em contato com órbita); IL. = 8/10 (1-5/1-6 em contato com Ment. Ant. e 5/6 com Post.); PréO. = 1/1; PostO. = 3/3 Temp. = 1.12/142; Ment. Ant. — 2/2; Ment. Post. = 2/2 — sendo Ant, maiores d. q. Post.; Séries de escudos gulares — 5/5; Frenal = 1/1. b) esquerda = SL. = 8/7 (4-5/3-4 em contato com órbita); IL. = 9/9 (1-5/1-5 em contato com Ment. Ant. e 5/5 com Ment. Post.); PréO. — 1/1; PostO. = 3/3; Temp, — 14 2/1-HN; Ment. Ant. = 2/2, Ment. Post. — 2/2 — sendo as Ment. Ant. maiores d. q. Post.; séries de gulares = 3/3; Frenal — 1/1. Coloração: Geral pardo-escuro com motivos orlados de pardo-amarelado, ventre pardacento. Nas cabeças as marcas são diferentes entre si apre- sentando os motivos típicos da espécie. As marcas grandes ocipitais ti- picas das duas cabeças que ficam contíguas estão muito aumentadas principalmente a esquerda, tendendo a ocupar a área alargada da bi- furcação. (Fig. 17). Medidas: (em mm.) a) comprimento da cabeça direita pelo lado externo = 16, lado interno = e 15 ‚b) idem, cabeça esquerda pelo lado externo = 16, lado interno = 15 c) comprimento do corpo a partir do vértice do ângulo de bifurcação = 155 d) comprimento da cauda = 22,5 e) comprimento total = 192,5 16 T, de Lema — Notas sôbre os répteis do Estado do R. G. do Sul — Notas IX-XT e [2] ns f) afastamento entre as duas cabeças pelos planos frontais tangentes aos focinhos = 5. Medidas dos ângulos formados: a) afastamento entre as duas cabeças = 45.º b) ângulos formados pelas cabeças com o eixo longitudinal do corpo (lateralmente) — cabeça direita = 16.º, cabeça esquerda = 51,º c) inclinação das duas cabeças em relação ao eixo longitudinal do corpo (para baixo) = cabeça direita = 40.º, cabeça esquerda — 72.9 d) torção das duas cabeças em relação ao plano horizontal do corpo (para fora) — cabeça direita — “0.º, cabeça esquerda = 55.º e) ângulo de torção das duas cabeças entre si (para fora) por meio de seus planos horizontais = 55. BICEFALIA: O exame externo mostra-nos um exemplar filhote com um pescoço muito alargado e duas cabeças, logo teratódimo (NAKA- MURA, 1938) e o exame interno (radiográfico) mostra-nos duas cabeças. com dois pescoços independentes, logo deródimo (idem) unidos por tecido muscular e pele. Externamente notamos que a cabeça esquerda parece ser menor do que a direita mas o exame radiológico acusa mesma medida (15 mm de comprimento cada uma) e a esquerda estã um pouco para trás e ambas estão muito torcidas em vários sentidos em relação ao eixo longitudinal do corpo do animal: I. torção para os lados (afastamento), II. torção para baixo, III. torção dos planos horizontais das cabeças para fora (vide Medidas dos ângulos). To- mando-se as diversas radiografias (das quais não reproduzimos nenhu- ma por estarem inúteis para clichê) notamos que há mais vértebras no pescoço direito do que no esquerdo, que a cabeça direita parece seguir a linha do corpo e a esquerda parece ramificada, lateraimente, dando um aspecto assimétrico — aliás as próprias medidas dos ângulos apon- tam isso. O exemplar descrito recentemente por BELLUOMINI (1957/8) parece apresentar o mesmo tipo de bifurcação. Outras irregularidades: Como vimos a. escutelação apresenta várias ir- regularidades, inicialmente na cabeça, o número e a disposição das Temporais que é igual no lado direito de ambas e completamente dife- rente no lado esquerdo da cabeça esquerda onde há duas séries de es- cudos grandes (Temporais?). Na zona infracefálica pela torção para fora das Mentais do lado direito da cabeca esquerda, pelo número de IL e de gulares. Na zona ventral há maiores irregularidades: inicialmente notamos que há duas ventrais na cabeça direita — uma pequena e outra maior, partida e duas na cabeça esquerda — a primeira dividida e quase indistinta, menor e a segunda maior, dividida mas melhor iden- tificável — após essas surge uma grande de bordo livre anguloso, na área comum às duas cabeças mas torcida para cada cabeça e com prega convexa central — a ela seguem duas V. muito divididas e as partes afastadas e daí em diante surgem normais contáveis até a 17.2 onde há um ferimento em cujos bordos a pele está enrugada parecendo não faltar muitos escudos ventrais (Fig. 18-19); o primeiro escudo que segue ao ferimento parece ser um fragmento e, por medida de segurança, desprezâmo-lo, há uma inteira de bordo livre proeminente, duas V. par- tidas, uma inteira semelhando a citada antes, surge um ázigo esquerdo que parece deformar as V. subsegüentes que possuem o lado esquerdo do bordo livre mais avançado que o direito e normalizando aos pouccs nas seguintes. (Fig. 20). Entre a 992 e a 107.2 há um sulco divisor que apenas marca as duas últimas sem dividi-las (Fig. 21). IHERINGIA -—- Zoologia n.º 17 — janeiro de 1961. 17 CONCLUSÖES O presente exemplar é o terceiro caso que registramos de bicefalia para o Estado do Rio Grande do Sul, sendo o primeiro de derodimia em Liophis miliaris semiaureus (COPE) e o segundo de opodimia em Heli- cops carinicauda infrataeniata (JAN) (1957, 1958). Tendo recentemente BELLUOMINI (1957/8) descrito um deródimo de Xenodon merremii (WAGLER) procedente do Rio Grande do Sul, somam a quatro os casos recentemente observados para êsse Estado o que, considerando-se a raridade do fato, provoca-nos a indagação de que o pequeno número de casos registrados na América do Sul seria devido ao pequeno número de pesquisadores existentes? ou êsse número recente de casos no Rio Grande do Sul seria mera casualidade? Interessante notar que o exem- plar de Xenodon merremii de BELLUOMINI citado parece possuir a mesma assimetria na bifurcação descrita nesta. Outro detalhe a sa- lientar é o de todos os bicéfalos por nós encontrados são filhotes com pouco tempo de vida e a consulta bibliográfica corrobora isso, por isso estranhamos o exemplar de 33 cm. de DANIEL da espécie Bothrops atrox ssp., se bem que temos observado em laboratório filhotes de Crota- lídeos ficarem sem se alimentar por mais de meio ano e crescerem dis- pondo apenas de água. E-nos difícil aceitar que uma serpente bicefala possa se alimentar porque os dois cérebros dificilmente trabalharão em concordância. De acôrdo com as observações feitas na ocasião da cap- tura citadas linhas antes, as duas cabeças deram um exemplo claro de que se comportam diferentemente, tendo mordidc o coletor com uma cabeça apenas. Tivemos oportunidade de revisar uma regular quantidade de li- teratura e fizemos um balanço de tudo o que foi dito sôbre a gênese formal de tais monstruosidades e não temos nada de novo a acrescentar visto não dispormos de elementos, apenas queríamos fazer um reparo com respeito ao fato de vários AA. citarem a polispermia normal que há com os Sauropsídios como uma possibilidade de dupla formação no embrião. Perguntamos, então por que não ocorre nas Aves ou por que ocorre mais frequentemente em Mamíferos, que não são polispérmicos? Por outro lado a ccorrência de ovos com dois discos germinativos e as experiência de constrição e seccionamento de ovos em estádio inicial de clivagem são pistas seguras. SUMÁRIO Foi capturado um indivíduo recém-nascido de Xenodon merremii (WAGLER 1824) apresentando derodimia acentuada e assimetria na bifurcação bem como irregularidades na escutelação ventral e cefálica. Uma das cabeças parece seguir o alinhamento do corpo. Foi capturado em Farroupilha, Estado do Rio Grande do Sul (Brasil). ZUSAMMENFASSUNG An einem jungen Exemplar von Xenodon merremii (WAGLER 1824) beschreibt der Verfasser einen Fall deutlicher Derodimie, mit assy- metrischer Zweiteilung des Koerpers und unregelmaessiger Beschuppung. des Bauches und des Kopfes. Das Tier wurde in Farroupilha, im Staate Rio Grande do Sul, in Brasilien, gefangen. ? 18 T. de Lema — Notas sôbre os répteis do Estado do R. G. do Sul — Notas IX-XI en > BIBLIOGRAFIA ALEKPEROV, A. M. 1954 — (A ocorrencia de serpentes de duas cabecas.) — em russo. Zool. Zh., 33 (3): 716-7, 1 fig. AMARAL, A do 1927 — Bicephalia em serpentes. Rev, Mus. Paulista, 15: 93- 101, 9 figg. ANGEL, F. 1950 — Vie et moeurs des Serpents. Payot Ed. (Paris). BELLUOMINI, H. E. 1957-1958 — Bicefalia em Xenodon merremii (WAGLER, 1824) — Serpentes. Descrição de um teratodimo. Mem. Inst. Butantan (S. Paulo), 28: 85-90, 5 figg. & A. R, LANCINI 1959 — Bicefalia em Leptodeira annulata ashmeadii (HALLO- WELL) 1845. (Serpentes) Descrição de um teratödimo deródimo. Mem. Inst. Butantan (S. Paulo), 29: 175-180, 4 Sigg. CUNNINGHAM, B. 1932 — A two-headed fer-de-larce Field and Stream: 75, 2 figg. 1937 — Axial Bifurcation in Serpents — An Historical Survey... Duke Univ. Press. (Durham): V + 117, 135 figg. DANIEL, H. 1941 — Una serpiente dicephala. Rev. Fac. Nac. Agronomia, 4; 1182-1185, 1 foto (Medellin). 1955 — Algunos aspectos de la lucha biologica. IV. Los Rep- tiles y la Agricultura. Una serpiente bicéfala. Cómo se han clasificado las serpientes. Rev. Fac. Nac, Agro- nomia (Medellin), 17 (48): 3-168, figg. (bicefalia: 48-52, 2 figg.). DUPOUY, W. 1956-1957 — Un caso de bicefalia ofíaica en Venezuela. Bol. Mus. Ci. Naturales (Caracas), 2-3: 55-61, 1 fig. GUNDLACH, J. 1880-A — Contribuición a la Erpétologia Cubana (HABANA). 1880-B — idem. Ann, Royal Acad. Cienc., 17-18: 73. KLAUBER, L. 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Hoffmann). IHERINGIA — Zoologia n.º 17 — janeiro de 1961. Estampa I O Helicops carinicauda Carinicauda) DD Helicops carinicauda intrateniata " 1:100000 o CODEL - RGS: Fig. 1 Helicops carinicauda carinicauda (WIED) — aspecto dos exemplares encontrados em Törres (Rio Grande Go Sul); n.ºs MRCN.1347 e MRCN.1113 respectivamente da da esquerda para a direita: Fig. 2 — Aspecto dersal. Fig. 3 — Aspecto ventral. IHERINGIA — Zoologia n.º 17 — janeiro de 1961. Estampa I Aspecto das marcas vertebrais de Lystrophis dorbignyi (DUM., BIBR. & DUM.): Fig. 4 — Normal. Fig. 5 — Losangular (zona posterior). Fig. 6 — Alongada. Fig. 7 — Obliqua voltada para a esquerda. Copiado de exemplares fixados do Museu Rio-Grandense de Ciências Naturais. IHERINGIA — Zoologia n.º 17 — janeiro de 1961. Estampa III Fig. 4 Fig. 5 Fig. 8 — Aspecto da marca dorsal alongada para a direita. Fig. 9 — Coalescência de duas alongadas para a direita e para a esquerda. Fig. 10 — Coalescências de quatro marcas alongadas para a direita e para a es- querda, em zigue-zague. IHERINGIA — Zoologia n.º 17 — janeiro de 1961. Estampa IV Fig. 8 Fig. 9 Fig. 10 Fig. 11 — Coalescência dupla em filhote. Fig. 12 — Coalescência de vertebral com lateral esquerda. Fig. 13 — Coalescência de vertebral com correspondentes laterais (cauda). IHERINGIA — Zoologia n.º 17 — janeiro de 1961. Estampa Fig. 11 Fig. 12 Fig. 14 — Exemplar MRCN.1238 de Lystrophis dorbignyi (DUM., BIBR. & DUM.) de Rio Grande (Rio Grande do Sul) apresentando värios tipos de marcas vertebrais. Fig. 15 — Exemplar TDL.1751 de Lystrophis dorbingyi (DUM., BIBR & DUM.) procedente de Viamão (Rio Grande do Sul) apresentando tôdas as marcas vertebrais e laterais anômalas (retorcado p. A.). IHERINGIA — Zoolcgia n.º 17 — janeiro de 1961. Estampa VI Xenodon merremii (WAGLER) — bicéfalo, nº MRCN.1474, de Farroupilha (Rio Grande do Sul): Fig. 16 — Aspecto geral dorsal. Fig. 17 — Aspecto superior das duas cabeças, vendc-se a forma das marcas supra- cefálicas, as posições das duas cabeças e área comum a ambas. i I IHERINGIA — Zoologia n.º 17 — janeiro de 1961. Estampa DVI Fig. 16 18 o AS) . 20 oil Aspecto ventral da bifurcacäc, vendo-se a escutelacäo Esquema da escutelacäo vista na figura 18. Idem, da zona logo apös o ferimento (ventre). Esquema de escudos partidos ventrais (vide texto). irregular. janeiro de 1961. Estampa VIII IHERINGIA — Zoologia n.º 17 EIS Fig 18 Fig. 21 Fig. 20 PESOUISAS REVISTA DE PERMUTA INTERNACIONAL Órgão do Instituto Archietano de Pesquisas Diretor: Balduinco Rambo S. J. Trabalhos de investigação científica nas línguas ocidentais de uso corrente na ciência. BOTÂNICA ANTROPOLOGIA ZOOLOGIA HISTÓRIA INSTITUTO ANCHIETANO DE PESQUISAS Porto Alegre Caixa Postal, 358 — Rio Grande do Sul — Brasil SELLOWIA Anais Botânicos do Herbário “Barbosa Rodrigues” Fundada em 1949 Fundador e editor: Pe. Paulino Reitz Revista Sulbrasileira de Betârica com artigos em Português, alemão e inglês. HERBÁRIO “BARBOSA RODRIGUES” Itajai — Santa Catarina — BRASIL R- SERIES CIENTÍFICAS DO MUSEU RIO-GRANDENSE DE CIÊNCIAS NATURAIS JANEIRO DE 196] DIVISÃO DE CULTURA ZOOLOGIA ee “a NOTAS SÖBRE COBRAS CORAIS (SERPENTES: ELAPIDAE) Il a VIH É Antônio Carlos Pradel Azevedo a a SECRETARIA DE EDUCAÇÃO E CULTURA DIRETORIA DE CIÊNCIAS P. ALEGRE JANEIRO — 1961 Págs. 1-23 | 14 Figs. IHERINGIA | SER. ZOOL. | N.º 18 DIRETOR Er Pe. Balduíno Rambo S. J. ENTOMOLOGIA ita Ludwig Buckup — Dr. rer. nat., Bacharel-Licenciado em ia Natural; HERPETOLOGIA a Antônio Carlos Pradel Azevedo — Bacharel-Licenciado em História Natural; Thales de Lema — Bacharel-Licenciado em História Natural; MALACOLOGIA José Willibaldo Thomé — Bacharel- Liesneisde em Histöria Natural; ORNITOLOGIA Eduardo Casado Marques. Tôda correspondência referente à | IHERINGIA deve ser enviada ao MUSEU RIO-GRANDENSE DE CIÊNCIAS NATURAIS PRAÇA D. FELICIANO, 78 = ER ME mo mid nn Te DS gi rn CAIXA POSTAL, 1188 Pôrto Alegre — Rio Grande do Sul — Brasil” m us m mn zZ | Z———— - Desejamos estabelecer permuta. We wish to establish exchange. Wir wünschen Austausch. F 3 W À À E = É NOTAS SÖBRE COBRAS CORAIS (SERPENTES: ELAPIDAE) HE a Vi 1961 Oficinas Gráficas da Imprensa Oficial PORTO ALEGRE SMITESA: INSTITUTION — cy do er = E = , E IHERINGIA | SER. ZOOL.| N.º 18 | Págs. 1-23 14 Figs. P. ALEGRE | JANEIRO — 1961 NOTAS SÖBRE COBRAS CORAIS — (Serpentes Elapidae) Il a VII (5) Antônio Carlos Pradel Azevedo (“*) INTRODUÇÃO As presentes notas constituem a continuação da série iniciada na lheringia, série Zoologia, n.º 14, marco de 1960, sôbre a bio- logia e sistemática dos Elapídeos americanos. As Instituições de onde procede o material citado nestas notas, são identificadas pelas seguintes abreviaturas: F.M.N.H.: Field Museum of Natural History — Chicago — U.S.A. Mus. Nac.: Museu Nacional do Rio de Janeiro — Brasil. FEC.P.R.: “Coleção particular do- Autor. Agradeço ao fotógrafo do Departamento de Zoologia do Es- tado de São Paulo e ao Dr. Ludwig Buckup, Zoólogo do Museu Rio-Grandense de Ciências Naturais, pelas fotografias, bem como ao estagiário Acadêmico Geraldo Hoffmann, pelos desenhos apre- sentados nestas notas. Agradeço ao Dr. Robert Inger, do Museu de Chicago, pela contagem dos dentes e empréstimo do exemplar de Micrurus pyrrhocryptus, bem como aos Padres T. Frantz e B. Rambo S. J., respectivamente pelos resumos em Inglês e Alemão. Quero deixar registrados aqui meus agradecimentos a Profa. Maria Moritz, DD. Diretora da Divisão de Cultura, que me forneceu os recursos necessários para que pudesse realizar nas Instituições do Rio de Janeiro e São Paulo, as pesquisas que precederam a redação dêste trabalho. O Autor (*) “Trabalho entregue para publicação em 31 de janeiro de 1961. (**) Zoólogo do Museu Rio-Grandense de Ciências Naturais. 6 A. C. P. Azevedo — Notas söbre Corais ((Serpentes Elapidae) — Ta AVR — SÖBRE A ESPÉCIE Elaps pyrrhocryptus Cope, 1862 Cope, em 1862 (1), descreveu uma nova espécie de coral, a qual denominou Elaps pyrrhocryptus, considerando esta espécie aliada a Elaps marcgravii e a Elaps meianogenys. Peracca, em 1895 (2), publicou detalhada descrição de Elaps pyrrhocryptus, baseado no estudo de dois exemplares, por jul- gar a diagnose de Cope algo falha. Os exemplares procediam do Chaco Argentino e do Rio Apa, no alto Paraguay. Boulenger, em 1902 (3), descreveu uma nova espécie, pro- cedente de Cruz del Eje, próximo a Córdoba, a qual denominou Elaps simonsii, do -a estreitamente ligada a Elaps frontalis. Amaral, em 1929 (4), colccou a espécie Elaps simensii na sinonímia de Micrurus frontalis. Schmidt, em 1936 (5), colocou Elaps simonsii de Boulenger, na sinonimia de Mierurus pyrrhocryptus, ao mesmo tempo em que designou a localidade típica, que não fôra designada por Cope, como sendo Rio Vermelho, no Chaco Argentino. Amaral, em 1935 (6), continuou mantendo E. simensii na si- nonimia de M. frontalis. O mesmo autor, em 1944 (7), colocou M. pyrrhoeryptus na sinonímia de Mierurus lemniscatus frontalis. Shreve, em 1953 (8), colocou a forma "pyrrheeryptus” como uma subespécie de M. fronta elis, ocorrendo a mesma na Argentina setentrional, onde seria conhecida nas Províncias de Mendoza e Córdoba e daí até ao Departamento de Santa Cruz, na Bolívia. Segundo êste autor, provavelmente ocorreria também a este dos rios Paraguay e Paraná. Observamos, ao estudar as diagnoses da forma “pyrrhecryptus”, o seguinte: Peracca observou que: “Dietro i parieteli (interamente neri) osservasi una zona rosso-corello che occupa in lunghezza lo spezio di sette scaglie.”, complementando o que Cope, ao escrever: "Neck to occipital plates covered by a red space.”, não explicara bem. Boulenger, na descrição de Elaps simonsii, notou que: ".. the space beiween the parietals and the first black annulus only 2/3 the lenght of the head; ...”, o que me levou a determinar quantas escamas aproximadamente caberiam no espaço de 2/3 do compri- mento da cabeça de uma coral. O número que achei, verificando alguns exemplares, é de 6 a 8 escamas aproximadamente. Nota-se com isto, que tanto Elaps pyrrhocryptus como Elaps simonsii, tem como caráter específico básico, a separação entre os parietais e a primeira tríade por um largo espaço vermelho, o IHERINGIA — Zoologia n.º 18 — janeiro de 1961. 7 que confirma a opinião de Schmidt, considerando E. simonsii como sinônima de M. pyrrhocryptus. Resta ver se a forma “pyrrhocryptus” esta realmente ligada subespecificamente a M. frontalis, como afirmou Shreve. Este autor separou a subespécie “frontalis” da subespécie “pyrrhocryptus” pelo fato de a primeira ter um espaço de 42 a 34 escamas entre os parietais e aprimeira tríade, enquanto que a segunda tem um espaço de 5/2 a 8 escamas no mesmo local. Examinando exemplares de M. frontalis, jamais encontrei for- mas em que a distância entre os parietais e a primeira tríade fôsse de molde a supor uma intergradação, o que já fôra observado por Schmidt ao descrever M. pyrrhocyptus, em que êste autor es- creveu: “No intergrades betwcen this species and frontalis have been found,...”. Além disto, parece-me fora de dúvida de que coincidem, em parte, as distribuições geográficas de “frontalis” e “pyrrhocryptus”. Baseado nisto, julgo mais correto manter a opinião de Schmidt, considerando M. pyrrhocryptus como espécie válida. Hoge, em 1955 (9), descreveu uma nova espécie de coral, a qual denominou Micrurus tricolor, considerando-a aliada a M. fron- telis. Examinando a descrição dêste autor, constata-se que, basi- camente sua M, tricolor distingue-se de M. frontalis, pela posição do primeiro anel da primeira tríade, que em M. tricolor é separado dos parietais por um espaço de 7 a 9 escamas vertebrais, enquanto que em M. frontelis o espaço é de somente 1 a 3 escamas. Além dêste caráter, M. tricolor tem 7 dentes palatinos e 4 dentes pteri- goides enquantc que M. frontalis tem 10 e 3, respectivamente. A localidade do tipo de M. tricolor é Garandazal, Mato Grosso, próximo ao ponto em que confluem as fronteiras dêste Estado, do Paraguay e da Bolívia. Os paratipos procedem de localidades próximas. Comparando as diagnoses de M. tricolor e de M. pyrrhocryptus nota-se que ambas distinguem-se de M. frontalis pelo mesmo ca- ráter básico, isto é, por terem um largo espaço entre os parietais e a primeira tríade. Em M. pyrrhocryptus êste espaço varia entre 6 a 8 escamas e em M. tricolor entre 7 a 9 escamas. O Dr. Robert Inger, (do Field Museum of Natural History,) enviou-me a contagem de dentes dos exemplares de M. pyrhocryp- tus dêste Museu, em número de dois, o n.º 16788 de Buenavista, Bolívia e o n.º 21856 de Mendoza, Argentina, a qual acusou 7 dentes palatinos e 5 dentes pterigoides para o primeiro e 8e 4, respectivamente, para o segundo. 8 A. C. P. Azevedo — Notas sôbre Corais ((Serpentes Elapidae) — III a VII. Comparando, no quadro abaixo, vários elementos das diag- noses destas duas espécies, temos: aa MZ ici do í a m M. tricolor M. pyrrhocryptus Escamas entre parietais e | primeira tríade | 7.30.92 6a8 Dentes palatinos | 7 | 7 ano Dentes pterigoides | 4 A ass | Ventrais 218.0 2950 1.0204 aa | | Sub-caudais | 2170.30 | DA a 30 | 3 | Número de Triades Sara Salto Sed] | Vemos que há forte concordância entre os caracteres das 2 espécies, além disto, esta concordância se verifica entre outros caracteres de menor importância, como por exemplo, a largura do anel negro mediano da tríade que é aproximadamente igual ao döbro da largura do anel negro marginal, a perfeita continuação dos anéis na região ventral, o negrume dos parietais, e outros. A distribuição geográfica de M. tricolor está localizada dentro da zona de ocorrência de M. pyrrhocryptus. Baseado nestes dados, escrevi uma carta a Hoge, em abril de 1959, em que enunciava meu ponto de vista de que M. tricolor era indistingúível de M. pyrrhocryptus, devendo passar para a sinoni- mia da mesma. Este autor, junto com A. R. Lancini, publicou em 1959, (10), breve nota revelando mostrar-se de acôrdo com o ponto de vista expresso na carta acima referida. Na mesma nota dizem os ci- tados AA., que M. balzani é sinônima de M. pyrrhocryptus. IHERINGIA — Zoologia n.º 18 — janeiro de 1961. 9 Amaral, em 1929, (11), considerou E. balzani Boulenger, 1898 e E. regularis Boulenger, 1902, como sinônimas de M. c. corallinus, tendo Schmidt, em 1936 (loc. cit.), discordando dêste ponto de vista, considerando M. balzani como espécie válida e colocando E. regularis como sinônima da mesma. Examinando as descrições de BOULENGER (12 e 13) e compa- rando as mesmas com a descrição de M. pyrrhocryptus, constatei que E. balzani e E. regularis apresentam ventrais em número de 198 e 214 respectivamente, números êstes mais baixos que o mínimo verificado em M. pyrrhocryptus. O número de anéis negros em E. regularis é de 39, o que totalizaria 13 triades, bem acima do máximo verificado para M. pyrrhocryptus; em E. balzani o número de anéis negros é de 26, número que nem é múltiplo de 3, o que me parece afastar a hipótese de tríades, salvo a ocorrência de alguma anomalia, determinando a fusão de 2 tríades. A êstes dados se somam os fatos de que os anéis negros em E. regularis e em E. balzani são iguais e equidistantes e que êstes anéis são iguais ou quase iguais em largura aos vermelhos em E. regularis e mais largos que os vermelhos em E. balzani. Em M. pyrrhocryptus os anéis negros não são equidistantes e os anéis ne- gros medianos das tríades, pelo que constatei, são geralmente mais curtos que os anéis vermelhos. Em virtude dêstes fatos, discordo da inclusão de M. balzani na sinonímia de M. pyrrhocryptus, não tendo, tcdavia, elementos para julgar da validez ou não desta espécie. Baseado no que acima foi visto, a espécie Micrurus pyrrho- cryptus (Cope, 1862), pode ser sumariamente redescrita, da se- guinte maneira: MICRURUS PYRRHOCRYPTUS (COPE) Elaps pyrrhocryptus Cope, Proc. Acad. Nat. Sci. Phila., p. 347, 1862. Elaps simonsii Bculenger, Ann. Mag. Nat. Hist., (7), 9, p. 338, 1902. Micrurus frontalis Amaral, partim, Mem. Inst. But., IV, p. 230, 1929. Micrurus lemniscatus frontalis Amaral, partim, Pap. Av. Dep. Zool., 2 11, 'p:-92, 1944: Micrurus frontalis pyrrhocryptus Shreve, Breviora, n.º 16, p. 5-6, 1953. Micrurus tricolor Hoge, Mem. Inst. But., 27, p. 67-72, 1955. Escamas vertebrais entre os parietais e o primeiro anel negro da 10 A. C. P. Azevedo — Notas sôbre Corais ((Serpentes Elapidae) — III a VII. primeira tríade em número de 6 a 9; dentes palatinos, 7 a 8; den- tes pterigóides, 4 a 5; ventrais 218 a 235; sub-caudais, 21 a 30; tríades no corpo, 6 a 11. A distribuição geográfica vai desde as Províncias de Mendoza e Córdova, na Argentina, até o Suleste da Bolívia, Paraguai e Sudoeste do Estado de Mato Grosso, Brasil. O exemplar típico é proveniente do Rio Vermelho, no Chaco Argentino. RESUMO O Autor confirma a opinião de Schmidt (1936) considerando M. pyrrhocryptus (Cope, 1862) espécie válida. Demonstra que M. tricolor Hoge, 1955 é sinônima de M. pyrrhecryptus, discutindo a afirmativa de Hoce e Lancini (1959) de que M. belzeni (Boulenger, 1898) seja sinônima desta. Por fim, apresenta sumária redescrição de M. pyrrhocryptus. Verfasser bestaetigt die Ansicht von SCHMIDT (1936), ueber die Gueltigkeit von M. pyrrhocryptus (Cope, 1862) und beweist, dass M. triesier HOGE, 1955 als Synonym von M. pyrrhocryptus (COPE, 1862) anzusehen ist. Zudem untersucht er die Bencao von HOGE und LANCINI (1959), als sei Mn: baizeni (Boulenger, 1898) ein Synonym von M. pyrrkoeryptus (COPE, 1862). Eine kurze Neubeschreibung von M. Sans ıs (COPE, 1862) ist der Arbeit hinzugefuegt. The author confirms the opinion of Schmidt (1936) on the specitic validity of M. pyrrhecryptus (Cope, 1862). Moreover, he demonstrates that M. tricolor Hoge, 1955 is synonymous to, and discusses the affirmation of Hoge and Lancini (1959) as if M. baizani (Boulenger, 1898) were synonymous to M. pyrrhocryptus. Finally, he gives a brief redescription of M. pyrrhocryptus. BIBLIOGRAFIA 1 — Cope, E. — Catalogue of the Reptiles, obtained during the explorations of the Paraná, Paraguay, Vermejo and Uruguay Rivers, by the Capt. Thos. J. Pagem U.S.N.; and those procured by Lieut. N. Mich- IHERINGIA — Zoologia n.º 18 — janeiro de 1961. 1 10 — ler, U.S. Top. Eng., Commander of the Expedi- tion conducting the Survey of the Atrato River. — Proc. Acad. Nat. Sci. Phila., p. 347, 1862. Peracca, M. G. -— Viaggio del dott. Alfredo Borelli nella Repubblica Argentina e nel Paraguay. X. Rettili ed anfibi. — Boll. Mus. Torino, X, n.º 195, p. 19-20, 1895. Boulenger, G. A. — List of the Fishes, Batrachians, and Reptiles collected by the late Mr. P. O. Simons in the Provinces of Mendoza and Cordova, Argen- tina. — Ann. Mag. Nat. Hist., (7, 9, p. 338-339, 1902. Amaral, A. — Estudos sôbre Ophidios Neotropicos. XVII — Lista Remissiva dos Ophidios da Região Neotro- pica. — Mem. Inst But. IV; p. 230, 1929. Schmidt, K. P. — Preliminary account of Coral Snakes of South America. — Field Mus. Nat. Hist. Zool. Ser; 20: n.º 19º p. 199-200, 1936. Amaral, A. — Contribuição ao conhecimento dos ofídios do Brasil. VIII — Lista Remissiva dos Ofídios do Brasils—- Mem Inst. But. X,.p. 152, 1935-36. Amaral, A. — Notas söbre a Ofiologia Neotröpica e Bra- sílica. XI — Subespécies de Mierurus lemnisca- tus (L.) e suas afinidades com M. frontalis (Dm. & Bibr). — Pap. Av. Dep. Zool. São Paulo, V, mo Th poda SMA. Shreve, B. — Notes on the races of Micrurus frontalis (Du- méril, Duméril and Bibron). — Breviora, n.º 16, Bro OSS: Hoge, A. R. — Uma nova espécie de Micrurus (Serp. Elap.) do Brasil. — Mem. Inst. But., 27, p. 67-72, 1955-56. Hoge, A. R. e Lancini, A. R. — Nota sôbre Micrurus suri- namensis nattereri Schmidt e Micrurus pyrrho- cryptus Cope. — Mem. Inst. But., 29, p. 9-13, 1959. 12 A. C. P. Azevedo — Notas sôbre Corais ((Serpentes Elapidae) — III a VII. 11 — Amaral, A. — Estudos sôbre ophidios Neotrópicos. XVII, Valor systematico de varias formas de ophidios Neotrópicos. — Mem. Inst. But., IV, p. 51-52 e pu 56-57. 1929 12 — Boulenger, G. A. — LIV — Descriptions of New Batrachians and Reptiles from the Andes of Peru and Bolivia. — Ann. Mag. Nat: list (2), 10, p. 402 0028 13 — Boulenger, G. A. — Ann. Mus. Genova, (2) XIX: 130-131. 1898. IV — NOVAS SÉRIES DE OVOS EM COBRAS CORAIS Em uma nota anterior publiquei duas observações sôbre ovos de Micrurus frontalis altirostris < Micrurus frontalis multicinctus, fazendo ao mesmo tempo, uma comparação com as observações feitas por outros autores em ovos de cobras corais. Examinando as corais da Coleção do Museu Nacional do Rio de Janeiro, encontrei 3 exemplares com ovos, dois de Micrurus corallinus corallinus e um de Micrurus frontalis frontalis. Em cuidadosa revisão do material de minha coleção parti- cular, encontrei três exemplares de Micrurus frontalis multicinctus também com ovos no seu interior. Conforme já fizera na nota anterior, medi o comprimento e a largura dos ovos, estabelecendo o quociente entre o comprimento e a largura dos mesmos (Q-c/1) e determinei o valor médio dêste quociente para cada série de ovos. Por outro lado determinei tam- bém o comprimento médio dos ovos de cada série, estabelecendo o quociente entre o comprimento da coral e o comprimento médio dos ovos da mesma (Q-C/c). Ovos de MICRURUS CORALLINUS CORALLINUS: Exemplar n.º 2718, procedente de Caxias, Estado do Rio, com 10 ovos no seu interior, apresentando as seguintes medidas: COMPRIMENTO LARGURA Q-c/] 22.1 “mm 12,0 mm 1,84 18,8 mm 12,4 mm 1,31 22,1 mm 11,4 mm 1,93 25,0 mm 13,7 mm 1,82 19,8 mm 12,5 mm 1,58 26,9 mm 13,7 mm 1,93 24,1 mm 13,2 mm 1,82 25,6 mm 12,7 mm 2,01 24,3 mm 12,6 mm 1,92 22,7 mm 12,2 mm 1,86 Observamos que o Q-c/1 tem como valor médio 1,82. 14 A. C. P. Azevedo — Notas sôbre Corais ((Serpentes Elapidae) — III a VII. Exemplar n.º 1539, procedente da Tijuca, Estado da Guana- bara, com dois ovos, apresentando as seguintes medidas: COMPRIMENTO LARGURA Q-c/1 38,1 mm 09,3 mm 4,09 34,4 mm 10,0 mm 3,44 Observamos que o Q-/1 apresenta como valor médio 3,76. Infelizmente não medi os exemplares em questão, não po- dendo determinar o Q-C/c dos mesmos. Ovos de MICRURUS FRONTALIS FRONTALIS: Exemplar n.º 2497, procedente de Manga, Minas Gerais, com seis ovos, apresentando as seguintes medidas: COMPRIMENTO LARGURA Q-c/1 21,9 mm 07,0 mm 3,10 DIA mim 07,2 mm 2,97 23,3 mm 07,6 mm 3,06 219 mm 08,2 mm 2,67 2 mim 07,3 mm 2:94: 23,0 mm 08,3 mm Dra: O Q-c/1 tem como valor médio 2,92 e o Q-C/c é igual a 12,2. Ovos de MICRURUS FRONTALIS MULTICINCTUS: Exemplar n.º 98, procedente de Viamão, Rio Grande do Sul, com quatro ovos, com as seguintes medidas: COMPRIMENTO LARGURA Q-c/1 22,8 mm 10,0 mm 228 26,2 mm 07,8 mm 3189 22.3 mm 11,0 mm 2,04 19,1 mm 08,4 mm 2327. O Q-c/1 tem como valor médio 2,48 e o Q-C/c é igual a 30,1. Exemplar n.º 35, procedente de Belém Velho, Pôrto Alegre, a S., com quatro ovos no seu interior, com as seguintes me- idas: IHERINGIA — Zoologia n.º 18 — janeiro de 1961. 15 COMPRIMENTO LARGURA Q-c/1 21,9 mm 07,4 mm 2.95 17,0 mm 07,1 mm 2,39 17,3 mm 07,6 mm 2:27 20,9 mm 08,2 mm 2,57 O Q-c/1 tem como valor médio 2,54 e o Q-C/c é igual a 36,2 Exemplar n.º 116, procedente de Candelária, Rio Grande do Sul, com seis ovos no seu interior e as seguintes medidas: COMPRIMENTO LARGURA Q-c/1 32,6 mm 12,5 mm 2,61 28,8 mm 11,4 mm 2.32 32,4 mm 12,2 mm 265 29,9 mm 12,3 mm 2,43 29,4 mm 11,7 mm 2,51 33,1 mm 11,6 mm 2,85 ....0.Q-c/1 tem como valor médio 2,59 e o Q-C/c é igual a 20,3. Na bibliografia que possuo nada consta acerca de ovos de M. c. corallinus (fig. le 2) e de M. f. frontalis (fig. 3), sendo inte- ressante notar a grande diferença na forma, tamanho e Q-c/1, das duas séries de ovos de M. c. corallinus. As três séries de ovos de M. f. multicinctus examinadas (fig. 4, 5 e 6), mais a citada na nota anterior, apresentam os seguintes valores: Q-c/1 mínimo Q-c/1 máximo Q-c/1 médio Q-C/c nº 116 DAS 2,85 2,59 20,3 nº 35 237 2,95 2,54 36,2 nº 98 2,04 3,35 2,48 30,1 n.º 100 2,03 2,61 2,24 26,2 Observamos no quadro acima que o Q-c/1 médio apresenta valores aproximados, variando de 2,24 a 2,59 e com um valor mé- dio de 2,46. O Q-C/c parece não ser muito significativo, todavia considero que o número de séries examinadas é ainda pequeno e esta variação provavelmente se deve a diferentes estados de desen- volvimento dos ovos. Em dois exemplares foram encontrados quatro. 16 A. C. P. Azevedo — Notas sôbre Corais ((Serpentes Elapidae) — III a VII. cvos e em outros dois, seis ovos, o que dá uma média de cinco ovos por exemplar. RESUMO O autor estuda 2 séries de ovos de Micrurus corallinus coralli- nus (Serpentes: Elapidae), uma série de ovos de Micrurus frontalis frontalis e 3 séries de ovos de Micrurus frontalis multicinctus, com- parando estas 3 séries com uma série da mesma forma descrita em nota anterior. SUMMARY The Author studies two series of eggs of Micrurus corallinus corallinus (Serpentes: Elapidae), a series of eggs of M. f. frontalis, and three series of eggs of M. frontalis multicinctus, comparing these three series with a series of the same form described in a previous note. ZUSAMMENFASSUNG Verfasser untersucht zwei Reihen Eier von Micrurus corallinus co- rallinus, eine Reihe von Micrurus frontalis frontalis und 3 Reihen von Micrurus frontalis multicinctus wobei die drei Reihen mit einer Reihe der gleichen Form verglichen werden, die früher schon einmal beschrieben worden ist. BIBLIOGRAFIA Azevedo, A. C. P. — Notes on Coral Snakes. | — About the eggs of Coral Snakes, Iheringia, série Zoologia, n.º 14, pp. 7 — 10, 1960. V — INTERESSANTE CONTEÚDO ESTOMACAL DE UMA Micrurus frontalis multicinctus Examinando o conteúdo estomacal do exemplar n.º 53, de minha coleção particular, procedente de Viamão, Rio Grande do Sul, encontrei o seguinte material: Uma Sibynomorphus mikanii mikanii medindo 436 mm, com a região cefálica parcialmente. destruida, notando-se perfeitamente os parietais, tendo o têrço anterior bastante amassado, principal- mente em sua porção mais extrema e a região posterior em perfei- tas condições, apresentando a coloração quase que normal. Além dêste exemplar, encontrei um outro menor, filhote de Sibynemorphus mikanii mikanii, medindo 164 mm, apresentando a metade anterior bastante amassada e a metade posterior em boas condições, não se notando neste exemplar vestígio algum da região cefálica. Juntamente com êstes dois exemplares encontrei três ovos bastante enrugados, um dos quais apresentando-se com a forma de um V, como se fôssem dois ovos unidos por uma das extremi- dades. Abrindo a Sibynomorphus maior, encontrei no interior da mesma mais cinco ovos, com as seguintes medidas: COMPRIMENTO LARGURA 26,2 mm 10,0 mm 25,0 mm 11,3 mm 28,7 mm 10,4 mm 23,7 mm 10,4 mm 30,6 mm 09,8 mm Êstes cinco ovos estavam em perfeitas condições. A região cefálica da Sibynomorphus maior estava posterior- mente situada dentro da Coral, que media 935 mm de comprimento. RESUMO O autor descreve um interessante conteúdo estomacal de Mi- crurus frontalis multicinctus (Serpentes: Elapidae) 18 A. C. P. Azevedo — Notas söbre Corais ((Serpentes Elapidae) — III a VII. SUMMARY The Author describes an unusual stomacal contents of M. frontalis multicinctus (Serpentes: Elapidae) ZUSAMMENFASSUNG Verfasser beschreibt die bemerkenswerte Mageninhalte von Micrurus frontalis multicinctus (Serpentes: Elapidae). VI — DOIS CASOS DE ANOMALIAS EM LEPIDOSE EM COBRA CORAL Parece não ser muito comum em cobras corais anomalias na lepidose, pois tais ancmalias chegam a motivar dúvidas quanto a determinação das espécies, como é o caso de Elaps fischeri, descrita por Amaral e que mais tarde êste autor reconheceu tratar-se de um exemplar anômalo de Micrurus decoratus (Jan). A espécie des- crita por Amaral diferenciava-se de M. decoratus pela contiguidade da sinfisal as mentais anteriores e pela presença de temporal ante- rior, caracteres êstes que constituem anomalias na lepidose. Examinandc constantemente exemplares de cobras corais, notei dois casos de anomalias, todos os dois na lepidose cefálica. a) Anomalia em Micrurus lemniscatus ibiboboca (Merrem, 1820), n.º 2971 da coleção do Departamento de Zoologia do Estado de São Paulo, procedente de Raul Soares, Minas Gerais. Lepidose: Ventrais 5 + 237; Subcaudais 28p + 3; Supralabiais 6/6; Infralabiais 7/7; Temporais esquerdas 1-1, direitas 241. Sexo e medidas: Macho jovem, 3354-27 — 362 mm. Anomalia: Na região supra cefálica nota-se a presença de um escudo INTER-PREFRONTAL, que limita anteriormente com as Internasais, lateralmente com as Préfrontais, no meio das quais parece estar inscrito, e posteriormente com a Frontal. (Figs. Ele 12): b) Anomalia em Micrurus frontalis multicinctus (Amaral, 1944), n.º 30, pertencentes à minha coleção particular, procedente de Ipanema, Pôrto Alegre, Rio Grande do Sul. Lepidose: Ventrais 34220; Subcaudais 22p; Supralabiais 7/7; Infralabiais 7/7; Temporais 1+1. Sexo e medidas: Macho jovem, 457129 — 486 mm. Anomalia: Apresenta as INTERNASAIS e as PRÉFRONTAIS fundidas, formando duas grandes placas, limitadas anterior- mente pela Rostral e pelas Nasais anteriores, lateralmente pelas Nasais posteriores e pelas Préoculares e posteriormente. pela Frontal e pelas Supraoculares. A placa INTERNASAL-PRÉ- É FRONTAL esquerda apresenta em seu bordo mediano externo 20 A. C. P. Azevedo — Notas sôbre Corais ((Serpentes Elapidae) — III a VII. uma cissura que termina aproximadamente na regiao central da mesma. Parece-me que esta cissura representa o lugar onde se deveria ter dado a separação das duas placas. (Fig. 13 e 14). RESUMO O autor descreve 2 casos de anomalias na lepidose cefálica de duas cobras corais (Serpentes: Elapidae). | SUMMARY The Author describes two cases of anomalous cephalic lepidosis of two coral snakes (Serpentes: Elapidae). ZUSAMMENFASSUNG Verfasser beschreibt zwei Fälle von Anomalie an der Beschup- pung des Kopfes von zwei Korallenschlangen (Serpentes: Elapidae). VII — UM CASO DE ENVENENAMENTO POR COBRA CORAL Em carta de 30/X11/1958, recebi a comunicação de meu amigo Horst Oskar Lippold, de Santa Maria, de um caso de enve- nenamento por cobra coral, e, araças a minuciosa descrição feita e ao exemplar de coral que me foi enviado, resolvi publicar a pre- sente nota, em virtude de serem pouco comuns os casos de acidente com estas serpentes. O Fakir Kassmann, bastante conhecido no interior de nosso Estado, já a algum tempo exibia-se com uma cobra coral nas mãos, quando bateram com a ponta de um lápis na cabeça da mesma. A coral, com um movimento rápido mordeu o fakir na mão direita (prega digito-palmar do polegar), sendo que êste imediatamente jogou-a no chão, tendo logo em seguida agarrado a mesma, sem qualquer reação por parte da coral. Momentos após dirigiu-se para casa, sendo que antes mesmo de chegar a mesma, que não distava muito do local, começou a perder a visão, chegando à mesma tonto e quase caindo. Horas mais tarde comecou a sentir fortes dôres em todo o braço e à noite vieram vômitos e dificuldades para falar. No dia seguinte sômente sentia döres no braço, estando um pouco abatido, sendo que com o correr dos dias as dôres foram cessando. Em sua mão podia ver-se nitidamente as marcas dos dois dentes, logo após a mordida. A coral, uma Micrurus frontalis multicinctus, procedente de São Miguel, Município de Cachoeira do Sul, recebeu o n.º 77 de minha coleção particular, sendo jovem e medindo 352 mm. Consultando a literatura, observei que, em linhas gerais o envenenamento por cobra coral obedece a seguinte sintomatologia: Perturbações visuais — cansaço muscular — salivação abundante — espasmos da glote — dispnéia — paralisia progressiva — coma e morte. No caso descrito, parece-me que os sintomas foram sômente até a fase de espasmos na glote, regredindo em seguida, em vir- tude de tratar-se de um animal jovem e em virtude de ter sido rápidamente, impedido de continuar a inocular o veneno. 22 A. C. P. Azevedo — Notas sôbre Corais ((Serpentes Elapidae) — III a VII. RESUMO O autor descreve um caso não fatal de envenenamento por Micrurus frontalis multicinctus (Serpentes: Elapidae). SUMMARY The Author describes a non-fatal case of poisoning by M. frontalis multicinctus (Serpentes: Elapidae). ZUSAMMENFASSUNG Verfasser beschreibt einen nicht tödlichen Fall von Vergiftung durch Micrurus frontalis multicinctus (Serpentes: Elapidae). BIBLIOGRAFIA Testut, L. e Jacob, O. — Compêndio de Anatomia Topogräfica com aplicações médico-cirúrgicas. — Ed. Labor, 1947. Cecil & Loeb — A Textbook of Medicine. — Saunders Co., 9.º ed., 1955: Silva Junior, M. — O Ofidismo no Brasil. — Ser. Nac. Ed. Sani- taria, 1956. nn ee re LU EEE A PESQUISAS REVISTA DE PERMUTA INTERNACIONAL órgão do Instituto Anchietano de Pesquisas Diretor: Balduíno Rambo S. J. Trabalhos de investigação científica nas línguas ocidentais de uso corrente na ciência. BOTÂNICA ANTROPOLOGIA ZOOLOGIA HISTÓRIA INSTITUTO ANCHIETANO DE PESQUISAS Pórto Alegre Caixa Postal, 358 — Rio Grande do Sul — Brasil SELLOWIA Anais Botânicos do Herbário “Barbosa Rodrigues” Fundada em 1949 Fundador e editor: Pe. Paulino Reitz Revista Sulbrasileira de Botärica com artigos em Português, alemão e inglês. HERBÁRIO “BARBOSA RODRIGUES” Itajai — Santa Catarina — BRASIL hi H 1.3 KA Rn ESS, . nt , N ; N | 1 { N jo UR ti HN; ur“ UNI E dio À ; o N 3 5) t 4 . x ) a E k j Aa To pla ; ae DE) Fig. 1 — M. pyrrhocryptus, n.º 21856, F.M.N.H. Fig. 2 — Região cefálica da mesma. DISTRIBUIGAD GEOGRAFICA DE Micrurus pyrrhucryptus Cop a + E.) e a 2. ur > + Field Museum of Natural History; Micrurus tricolor. Hoge Elaps simonsii. Boulenger Micrurus frontalis pyrrhocryptus. Shreve Elaps pyrrhocryptus . Peracca Localidade típica . segundo SchmidF et” Area provável de ocorrência da especie Fig. 5 — M. ce. corallinus, n.º 2718 RE Ee, oha “ Fig. 6 — Micrurus frontalis frontalis n.º 2497 Fig. 7 — Micrurus frontalis multicinctus n.º 98 Fig. 8 — Micrurus frontalis multicinctus n.º 35 Fig. 9 — Micrurus frontalis multicinctus n.º 116 a E PER ppa Eae Ee Fig. 10 — Conteúdo estomacal do n.º 53, Micrurus frontalis multicinctus ur, Beil, ar HERINGIA SERIES CIENTIFICAS DO JSEU RIO-GRANDENSE DE CIÊNCIAS NATURAIS TETARIA DE EDUCAÇÃO E CULTURA — DIVISÃO DE CULTURA — DIRETORIA DE CIÊNCIAS OLOGIA ENS E. JANEIRO DE 1962 CAMEBAS E FORAMINÍFEROS DO ARROIO CHUÍ (SANTA VITÓRIA DO PALMAR, R. GRANDE DO SUL, BRASIL) Darcy Cross e MArLY MADEIRA (Secção de Paleontologia, Instituto de Ciências Naturais, URGSul) Iimirndindão SE se ar Oda Ela arca ERP TRES RR ROD IC 3 Descniçãol seosratica=idamdnea==55 anna nenne na sche 4 Nleisae ala‘ also) Mr re Eee 4 Bosteaossıstematiean das Nliecamebas a m. o ee den are 5 Ligia de AmMeNdEs mo LA PESADO PR SUE RIDE CE RR ee 6 Discussão CAS eyes de SM DES RS O PRC ERR Je RE E ERR 7 a) GAI! SR SEEN. 7 507772077 07070 ECT ee ne ego 15 (o nentarosfso premaniaunaMencontradas Ra Re 22 Tabela de direqiênca sa aces cc Soo oa Pao E aa E ppl 6a Diap Ele 24 1 Mans ae es REN E PR RR 28 Co grada N ee se Nie 2er enee = afabe 25 ee ES an ee game IR 30 OST eben are RAR a Se RN SS PENN PERDER ORI 27 Sa EN Ta SS a dedo Odo babe a aoouils dl dei do boo cão o DE 2 i RSA É TABELA | poRTo | JANEIRO ERINGIA | SER. ZOOL. N.º 19 44 PÁGS. | 7 ESTS. E LEGRE 962 1 MAPA ALEGRE 1962 A A, u Tr id ee IHERINGIA — Zoologia n.º 19 — janeiro de 1962 3 INTRODUÇÃO Sempre crescente tem sido nos últimos anos o interêsse no conhe- cimento dos pequenos organismos unicelulares, conhecidos como Te- camebas. Este interesse advém da necessidade de separação dêstes organismos dos Foraminiferos aglutinantes, com os quais têm sido muitas vêzes confundidos, e do conhecimento de sua distribuição geo- gráfica e ecológica, principalmente a última, pois a sua presença em associações faunísticas de ambientes de águas mixohalinas e límnicas (doces) é importante como indicador da paleoecologia dos sedimentos. O presente estudo é o primeiro de uma série que visa descrever os Foraminiferos e Tecamebas de águas mixohalinas e doces das lagoas e rios de nosso Estado. São examinados Tecamebas e Foraminíferos encontrados em amostras coletadas no Arroio Chuí e parte sul das Lagoas Mangueira e Mirim, pontos situados dentro do Município de Santa Vitória do Palmar, no extremo sul do País. Os Foraminiferos, em sua maioria, já eram conhecidos de publica- ções anteriores, referentes a nossa costa, com exceção das espécies aglu- tinantes Miliammina fusca, Textularia earlandi, Ammotium salsum, Trochammina inflata e Trochammina ochracea, assinadas pela primeira vez para o nosso htoral. As Tecamebas, entretanto, segundo consta da literatura examinada, foram citadas uma única vez para a costa brasileira, referindo-se às Tecamebas coletadas na Baía do Flamengo, Estado de São Paulo (Boltovskoy, 1959 a, pp. 10-11). As condições ecológicas da zona estudada são muito variadas. O Arroio Chuí é invadido regularmente por águas salgadas, em especial nos períodos com vento sul. Tais águas, entretanto, não ultrapassam normalmente a Ponte Internacional (Mapa, ponto 1) e, conseqüente- mente, encontramos uma zona, relativamente pequena, com salinidade mais alta, correspondente às zonas poli- e mesohalınas, da classifica- cao de Redeke-Vaelikangas. O resto do Arroio apresenta valores de salinidade muito baixos, em tôrno do 0%, portanto águas límnicas (doces). Os sedimentos que predominam na maior parte do Arroio Chuí sao a areia média e fina. A quantidade de areia muito fina, silte e argila aumenta na zona situada entre as localidades 1 e 2. Nas amostras do sul das Lagoas Mangueira e Mirim, a salinidade também situa-se em tôrno de O %.. Predominam a areia fina e muito fina. As Tecamebas mais abundantes são as seguintes: Difflugia mitri- formis, Difflugia capreolata e Difflugia urceolata. Entre os Foramint- feros algutinantes Miliammina fusca é a forma mais frequente enquanto que entre os calcários, encontrados vivos somente nas amostras das águas represadas junto à praia, Elphidium discoidale, Quinqueloculina seminulum, Buccella frigida e Rotalia beccaru parkinsoniana são os mais comuns. 4 CLOSS & MADEIRA — Tecamebas e Foraminiferos do Arroio Chui Agradecemos às seguintes pessoas que prestigiaram a nossa pesquisa: Ao Sr. Emídio ?. Martino e colaboradores de Santa Vitória do Palmar, pelas amostras gentilmente enviadas. Ac Prof. Iraja Damiani Pinto, Diretor da Escola de Geologia, pelo contínuo apõôio dado ao trabalho. Ao Prof. Cícero Marques Vassão, Engenheiro Chefe da Secção Rio Grande do Departamento Nacional de Portos, Rios e Canais, em cujos laboratórios foram obtidas as análises de salinidade. A Srta. Emma Vallandro e Sr. J. P. Capella devemos os desenhos e fotografias que ilustram o trabalho. Os exemplares descritos ficarão depositados no Departamento de Paleontologia da Escola de Geologia sob N.º de Catálogo MP-F-386 a 413. DESCRIÇÃO GEOGRÁFICA DA ÁREA O Arroio Chuí situa-se no extremo sul do País, na fronteira com o Uruguai. Sua extensão total é de aproximadamente 60 Km, percor- rendo, desde a nascente até a foz, o Município de Santa Vitória do Palmar. Na maior parte de seu leito, não apresenta grandes pro- fundidades, com exceção dos trechos represados artificialmente para a retenção das águas durante os períodos de sêca. Na maior parte do ano as águas são rasas, no máximo com dois a três metros de profun- lidade em sua parte central. A largura média é de doze metros. O desnível é muito pequeno, da ordem de 0,40 m por Km. Somente no período de inverno, o volume de águas pode aumentar temporária- mente. As águas correm mansamente, em virtude das condições topo- gráficas acima expostas. A vegetação nas margens, ao longo de seu percurso, não é muito desenvolvida, sendo composta, em sua maioria, de pequenas planta- coes de leguminosas enquanto que matas nativas cobrem apenas um quinto das margens. O Arroio Chuí desemboca no mar, rompendo as barrancas arenosas de pequena altura (quatro a seis metros), características daquele trecho de nossa faixa litorânea. Ás águas, geralmente turvas por material em suspensão, podem ser represadas pela areia de praia, acumulada pelas ondas (pl. 1, figs. 1 e 2). Este represamento é que determina as variações ocasionais da posição de desaguamento. As tempestades de vento sul introduzem grande quantidade de água salgada Arroio acima, podendo as águas alcançar grandes valores de salinidade até a Ponte Internacional. MÉTODO DE TRABALHO As amostras, de aproximadamente meio litro cada uma, foram conservadas em formalina neutralizada com borax. Após lavagem em peneiras de 0,061 mm (250 Mesh), recobriu-se o sedimento com uma IHERINGIA — Zoologia n.º 19 — janeiro de 1962 5 solução de Rosa Bengala (Método de Walton) para corar as testas com protoplasma. Após secagem do sedimento, separaram-se os Forami- niferos e Tecamebas pelo processo de Tetracloreto de Carbono (CCI). Na classificação tivemos a oportunidade de comparar nosso ma- terial com as espécies de l[ecamebas e Foraminíferos, descritas por Boltovskoy (1956, 1959), do Rio da Prata e da Baia do Flamengo (São Paulo), depositadas nas coleções do Museo Bernardino Rivadavia em Buenos Aires. As amostras foram coletadas, em diferentes épocas do ano, nas seguintes localidades: Localidade 1: Ponte Internacional da Barra do Chuí, localizada pouco distante do Farol e das barrancas da desem- bocadura. Localidade 2: Campo do Dr. Anselmi, aproximadamente a meio caminho entre as localidades 1 e 3. Localidade 3: Ponte Chuí, Estrada da Barra - Xuí, localizada junto à cidade de Xuí (Fronteira Uruguai-Brasil). Localidade 4: Talayer, na estrada ao Balneário Hermenegildo. POSIÇÃO SISTEMÁTICA DE THECAMOBINA Os representantes do grupo de Thecamoebina têm sido intensa- mente estudados há quase um século desde os estudos clássicos de Leidy (1879). A posição taxonômica do grupo, entretanto, tem dado origem a discussões ainda pendentes. As Tecamebas reunem, num grupo taxonômico artificial, aquelas Amebas que possuem uma testa aglutinante unılocular. A subdivisão taxonômica do grupo e as suas relações com os demais Rizópodos são discutidas detalhadamente por Doflem & Reichenow (1952), Deflandre (1952) e mais recentemente por Pokorny (1958). Phylum: Protozoa Subphylum: Rhyzopoda Clasis 1: Lobosa Leidy, 1879 Ordo 1: Amoebaea Ordo 2: Testacealobosa Class 2: Filosa Leidy, 1879 Ordo 1: Acorchulina Ordo 2: Testaceafilosa Clasis 3: Granuloreticulosa De Saedeleer, 1934 Ordo 1: Athalamia Ordo 2: Thalamia Ordo 3: Foraminifera 6 CLOSS & MADEIRA — Tecamebas e Foraminiferos do Arroio Chui A Ordem Thalamia Haeckel, 1862, reune as Tecamebas no sentido atual. Deve-se notar anda que o limite entre Thecamoebina e Fora- minifera nem sempre é claro e preciso. Assim é que, na literatura atual, alguns autores (Doflem & Reichenow, 1952; Deflandre, 1953) consideram o grupo da Família Allogromidae como pertencente à Thecamoebina, outros (Cushman, 1948; Arnold, 1948-1954; Pokorny, 1958) os classificam entre os Foraminíferos. Alguns foraminiferolo- gistas têm descrito uma série de espécies que foram reestudadas por Boll & Saunders (1954), os quais sinonimisaram as referidas espécies de “Foraminiferos” por pertencerem à Thecamoebina. LISTA DE AMOSTRAS Amostra M60190 Ponte Barra Chuí Internacional Data de Coleta: 1-5-1960 Profundidade: 0,5 m Salinidade: 19,92 %. Temperatura: 19,5° C Amostra M60937 Ponte Chuí, Estrada da Barra Data de Coleta: 14-12-1960 Profundidade: 0,5m Salinidade: 0,011 %o Femperatura: 19° C Amostra M60938 Arroio Chuí — Campo Dr. Data de Coleta: 14-12-1960 Profundidade: 0,5 m Salinidade: 0,011 % Temperatura: 20° C Anselmi Amostra M60939 Ponte Barra Chuí Internacional Data de Coleta: 14-12-1960 Profundidade: 0,5 m Salinidade: 11,68 %c Temperatura: 18° C Amostra M60940 Entrada Böca da Barra, Zona das Barrancas Data de Coleta: 14-12-1960 Profundidade: 0,20 m Salinidade: 14,28 % Temperatura: 19,50 C Amostra M60941 Böca da Barra-Zona, represamento Data de Coleta: 14-12-1960 Profundidade: 0,5 m Salinidade: 17,63 %o Temperatura: 19,5° C Amostra M60960 Talayer (Estrada Sta. Vitória-Hermene- gildo) Data de Coleta: 25-1-1961 Profundidade: 0,5 m Salinidade: 0,040 %o Temperatura: 20º € Amostra M60961 Ponte Barra Chuí Internacional Data de Coleta: 25-1-1961 Profundidade: 0,5 m Salinidade: 27,08 %o Temperatura: 20º C Amostra M61268 Ponte Chuí, Estrada da Barra Data de Coleta: 14-6-1961 Profundidade: I m Salinidade: 0,018 %o Temperatura: 17°C Amostra M61269 r Entre Ponte Internacional e Böca da Barra Data de Coleta: 14-6-1961 Profundidade: 0,5 m Salinidade: 15,68 %o Temperatura: 18° C IMIE ENIEHE Seslugias n.º 19 — kin vo de 1962 NN es ar) E 7 Amostra M61270 Amostra M61267 Ponte Barra Chuí Internacional Lagoa da Mangueira, Passo da Lagoa, Data de Coleta: 14-6-1961 Fazenda Dupuy Profundidade: 1,5 m Data de Coleta: 14-6-1961 Salinidade: 13,41 % Profundidade: 0,5 m lemperatura: 17,5º C Salinidade: 0,017 %. 1864 1957 Temperatura: 16º C Amostra M61266 Lagoa Mirim, Fazenda Irmãos Castro Data de Coleta: 14-6-196] Profundidade: Im Salinidade: 0,046 %. Temperatura: 16º C DISCUSSÃO DAS ESPÉCIES Ordem THECAMOEBINA (TESTACEA) Família DIFFLUGIIDAE Gênero DIFFLUGIA Leclerc, 1815 Difflugia urceolata CARTER (pl. 4, figs. 11-14) (pl 5, figs. 1-4) Difflugia urceolata — Carter, Freshwater Rhizopoda of England and Índia, DEZ pl fio: a7. Lagunculina vadescens — Cushman & Bronnimann, Trinidad, p. 15, pl. 3, figs. 1,2. Lagunculina vadescens Cushman & Bronnimann — Parker, Buzzard Bay, E 451 DIR tias: Difflugia urceolata C: stacea Kunratice, p. 45, fig. 9 F. Lagunculina vadescens Cushman & Bronnimann — Parker, Phleger & Peirson. Dans Antonio Bay pr 10spla Te Hess: Difflugia urceolata Carter — Bolh & Saunders, Thecamoebina, pp. 47-48, fig. 1. Difflugia urceolata Carter — Boltovskoy, Tecamebas Rio de la Plata, p. 304, DER, figo 77. Difflugia urceolata Carter — Todd & Bronnimann, Gulf of Paria, p. 7, pl. 1, fig. 1. Descrição: Testa ınflada, arredondada ou ovalada. Extremidade pos- terior arredondada e a oral estrangulada com anel oral bem des- tacado, pequeno, retilineo ou recurvado em direção à extremidade posterior. Parede aglutinante, áspera e constituída de grãos na maioria bastante grandes, a maioria de quartzo, raramente espi- culas. Parede interna lisa. Secção transversal circular. Cör ama- relada ou esbranquiçada. 8 CLOSS & MADEIRA — Tecamebas e Foraminiferos do Arroio Chuí Dimensões: 0,22 — 0,28 mm (*) Ocorrência: Ponte Chuí, estrada Barra (MR), Arroio Chuí, campo do Dr. Anselmi (A), Ponte Barra Chuí Internacional (R), Talayer (E), Ponte Chuí Barra, estrada cidade Chuí (A), Lagoa Mangueira (E). Observações: Espécie muito característica. Apesar das constantes mas pequenas variações em seus diferentes caracteres morfológicos tais como inflação, forma e tamanho do nel oral e granulacao da parede, os exemplares são típicos. — Muito abundante no material examinado. Dijflugia corona WALLICH (pl. 4, figs. 15-16) (pl. 6, figs. 10-11) 1864 Difflugia proteiformis (Ehr.), subsp. giobularis (Dus.), var. corona — Wallich, Difflugian Rhizopoda. p. 241, pl. 16, figs. 19, 20. 1902 Difflugia corona Wallch — Penard, Rhizopoda Leman, p. 287. 1952 Difflugia corona Wallıch — Grassé, Thecamoebiens, p. 121, figs. 85-86. 1952 Difflugia corona Wallch — Stepánek, Testacea Kunratice, p. 16, figs. 12 C-D. 1956 Difflugia corona Wallıch — Boltovskoy, Tecamebas Rio de la Plata, p. 307, pl. etc: Descrição: Testa quase esférica, por vêzes com abaulamentos laterais, achatada na sua regiao oral. Parede composta de grãos de quartzo mrregulares e algumas espículas, bem cimentados com o maternal quitinoso. Superfície externa lisa. A concha apresenta, de sua metade até o bordo aboral, espinhos do mesmo material da parede. O número dêstes espinhos é variável, no máximo sete. A maioria dos exemplares é de pequeno tamanho, mostrando pequeno número de espinhos ou sendo destituído dêstes. Abertura grande a arre- dondada, provida de cinco a vinte dentes mais ou menos do mesmo tamanho. Cör amarelada. Dimensões: 0,12 — 0,33 (sem incluir espinhos). Ocorrência: Ponte Chuí, estrada Barra (E), Arroio Chuí, compo do Dr. Anselmi (E), Ponte Barra Chuí Internacional (MR), Talaver (R), Ponte Chuí Barra, estrada cidade (A), Lagoa Mangueira (MR). Observações: As variações de tamanho e principalmente do número de dentes e espinhos já foram assinaladas pelos autores anteriores. Tais variações, entretanto, segundo os estudos de Jennings (1916), parcialmente reproduzidas por Grassé (loc. cit.) seriam causadas () — As dimensões correspondem ao mínimo e máximo de comprimento. IHERINGIA — Zoologia n.º 19 — janeiro de 1962 9 1952 1954 1957 pelo meio ambiente, chamando êste autor atenção para o pro- blema da delimitação da espécie, difícil quando o organismo modifica os caracteres morfológicos em relação ao meio ambiente. Interes- sante observar que Stepánek (loc. cit.) descreve seus exemplares com a presença de apenas um espinho. — Escassa frequência mas regularmente presente. Difflugia capreolata PENARD (pl ‚has. 3-5) (pl. 5, fıgs. 5-6) Difflugia capreolata Penard — Stepänek, Testacea Kunratice, Do or he, KO) Tal: Difflugia capreolata Penard — Bolli & Saunders, Thecamoebina, p. 48, fig. 2. Difflugia capreolata Penard — Todd & Bronnimann, Gulf of Paria, DeIOspl IE fig. 3. Descrição: Testa de forma oval. Extremidade aboral inflada e arre- dondada, enquanto que a oral apresenta um estrangulamento, for- mando um pescoço pouco destacado, relativamente grande com mais ou menos um terço do comprimento da concha. Abertura arredondada. Parede aglutinante, em geral formada de grãos de quartzo de tamanho médio, aparecendo também algumas espículas. Superfície externa da parede áspera. Abertura oval até arredonda- da. Cör branca ou amarelada. Dimensões: 0,25 — 0,34 mm. Ocorrência: Arroio Chuí. Campo do Dr. Anselmi (E), Talayer (A), Ponte Chuí Barra, estrada cidade Chuí (A), Lagoa Mangeıra (R). Observações: Esta espécie assemelha-se bastante a Difflugia pyriformis mas apresenta um estreitamento mais destacado da região oral, dando origem a um verdadeiro “pescoço”. Sua extremidade aboral, por outro lado, é bem mais inflada e as partículas aglutinantes dao à superfície externa um aspecto mais áspero que em D. pyri- formis, possuindo esta maior quantidade de cimento. Estudos comparativos, atualmente em curso, com material mais numeroso de diferentes rios e lagoas do Estado visam mostrar as relações entre ambas as espécies. A figura apresentada por Stepánek não corresponde à sua descrição, mas corresponde perfeitamente a de nossos exemplares. — Forma abundante. Difflugia mitriformis WALLICH (pl. 4, figs. 6-7) (pl. 6, figs. 1-4) 10 CLOSS & MADEIRA — Tecamzbas e Foraminiferos do Arroiw Chui 1864 1902 1952 1956 Difflugia proteiformis (Ehr.), subsp. mitriformis — Wallıch, Difflugian Rhizo- poda; ‚pP. 240, pl.215, 1107, plo oo Difflugia acuminata, var. inflata — Penard, Rhizopoda Lémann, pp. 233-234, fig. 10. Urnulina difflugaeformis Gruber — Parker, Buzzards Bay, p. 461, pl. 1, fig. 10. Difflugia mitriformis Walhch — Boltovskoy, Tecamebas Rio de la Plata, p. 305 poll Il, za, 2% , Descrição: Testa de forma oval ou arredondada, inflada e levemente achatada no bordo oral. Extremidade aboral arredondada, rara- mente possuindo um ou mais espinhos. Extremidade oral truncada com abertura oval e arredondada. Anel oral não existe. Secção cransversal oval-arredondada. Parede quitinosa, aglutinante. Ma- terial aglutinante é quartzo de tamanho variável. Alguns aglutinam diatomáceas e espículas. Abertura oval. Cör amarelada ou esbran- quiçada. Dimensões: 0,15 — 0,24 mm. Ocorrência: Ponte Chuí, estrada Barra (E), Arroio Chuí, campo do Dr. Anselmı (E), Talayer (R), Ponte Chuí Barra, estrada cidade Chuí (A), Lagoa Mangueira (A), Lagoa Mirim (A). Observações: Nossos exemplares conferem perfeitamente com aqueles descritos por Boltobskoy (loc. cit.) bem como com Urnulina difflu- gaeformis de Parker (loc. cit.). Exemplares variam bastante em tamanho, inflação e granulação. Dentro desta espécie caberia cer- mente um grande número das descritas por Penard (loc. cıt.). De máxima importância seria uma revisão taxonômica dos tipos de Penard. — Escassa na frequência, sendo em alguns lugares muito abundante. Difflugia pyriformis PERTY (pl. 4, figs. 1-2) (pl. 6, fies. 5-6) Difflugia pyriformis — Perty, Kennt. Lebensf. Schweiz, p. 187, pl. 9, fig. 9. Difflugia pyriformis Perty — Carter, Freshwater Rhizopoda of England and Indian p 2, pie os 17 Difflugia pyriformis Perty — Penard, Rhizopoda Leman, p. 214. Difflugia pyriformis Perty — Boltovskoy, Tecamebas Rio de la Plata, p. 303, DIR ro 3% - Difflugia pyriformis Perty — Todd & Bronnimann, Gulf of Parıa, p. 21, pl. 1, ler 2, Descrição: Testa oval alongada com extremidade posterior mais inflada e arredondada. Extremidade cral levemente estrangulada, sem mostrar nítida divisão. Secção transversal circular. Parede aglu- tinante, constituída de grãos irregulares, a maioria de quartzo, que IHERINGIA — Zoologia n.º 19 — janeiro de 1962 11 tornam a superfície externa rugosa. Abertura aproximadamente arredondada. Anel oral ausente. Cör das testas é esbranquiçada até amarelada. — Maioria dos exemplares de pequeno tamanho. Dimensões: 0,18 — 037 mm. Ocorrência: Ponte Chuí, estrada Barra (E), Arroio Chuí, campo do Anselmı (F), Talayer (E), Ponte Chuí, Barra, estrada cidade Chuí (É), Lagoa Mangueira (E), Lagoa Mirim (MR). Observações: Formas muito típicas. Passagem da extremidade oral para a aboral por vêzes pouco estrangulada mas na maioria a infla- ção é progressiva. Quantitativamente esta espécie é escassa sendo, entretanto, regularmente encontrada nas amostras. Difflugia lageniformis WALLICH (pl. 5, figs. 7-8) 1864 Difflugia proteifirmis (Ehr.), subsp. mitriformis, var. lageniformis — Wallich, Difflugian Rhizopoda, p. 240, pl. 15, fig. 2b (non pl. 15, fig. 2c, pl. 16, figs. 15-16). 1956 Difflugia lageniformis Wallich — Boltovskoy, Tecamebas Rio de la Plata, p. 306, Pla tie 3% Descrição: Testa ovalada, com a extremidade aboral arredondada e ınflada, a oral levemente achatada e separada por um estreita- mento, formando um pescoço curto. Parede quitinosa, aglutinante. Graos sao na maioria de tamanho médio, por vêzes grandes em relaçao ao tamanho da testa. Secção transversal oval. Abertura ovalada. Cör amarelada, por vêzes esbranquiçada. Dimensões: 0,10 — 0,15 mm. Ocorrências: Ponte Chuı, estrada Barra (E), Ponte Chui, estrada cida- de. Chuí (R). Observações: Esta espécie for redescrita por Boltovskoy (loc. cıt.), o qual também esposa as idéias de Wallich (loc cıt.), segundo as quais Difflugia lageniformis seria uma forma transitória de Difflugia mitriformis. Esta, entretanto, mostra uma testa menos ovalada que aquela, o estreitamento da regiao oral também é menor, a abertura é muito maior e mais ovalada. A própria inflação e tamanho de D. mitriformis, também maiores, permitem diferenciar ambas as espécies facilmente. — Esta espécie é relativamente escassa no material examinado, não tendo sido descrita ou figu- rada pela maioria dos autores consultados. 12. CLOSS & MADEIRA — Tecamebas e Foraminiferos do Arroio Chui Difflugia slobularis WALLICH (plane 5) (pl. 4, fıg. 17) (pls tire) 1864 Difflugia proteiformis (Ehr.), subsp. globularis — Wallıch, Difflugian Rhizopoda, Do 2, lb. MS 202 2 ol Ion cais, 117%, 1902 Difflugia globulosa Duj., subsp. globularıs Wallıch — Penard, Rhizopoda Léman, p: 258. 1956 Difflugia globularis Wallich — Boltovskoy Tecamebas Rio de la Plata, p. 307, DS a US Descrição: Testa aproximadamente esférica com parede aglutinante e espêssa. Partículas aglutinantes de minerais de diferentes classes, de tamanho variado, a maioria grande e angulosa. Superfície exter- na áspera e a interna lisa. Abertura arredondada, de tamanho variado, geralmente pequena e preenchida. Anel oral quase im- perceptível. Cör amarelada ou esbranquiçada. Dimensões: 021 — 0,25 mm. Ocorrência: lalayer (E), Ponte Chuí Barra, estrada cidade Chuí (R). Observações: Esta espécie é reconhecida entre as formas globulares descritas, pelas paredes tipicamente mais espêssas e ásperas, aber- tura pequena com anel oral pouco destacado e inflação constante. — Esparsamente encontrada nas amostras. Gênero PONTIGULASIA Rhumbler, 1895 Pontigulasia compressa RHUMBLER (pl. 4, figs. 8-10) (pls Sa mes LOS) 1895 Pontigulasıa compressa — Rhumbler, Beitraege Kennt. Rhizopoden, p. 105, pl. 4, tie. 13, 1939 Priteonina compressa — Cushman & Me Cúlloch, Report arenaceous Foram., 0.20, ol, I, us 10) 1945 Proteonina eocenica — Cushman, Foram. Twiggs Clay of Georgia, p. 1, pl. 1, figs. 1-2. 1952 Pontigulasia compressa Rhumbler — Stepänek, Testacea Kunratice, p. 47, fig. 12 IR, 1952 Pontigulasia compressa Rhumbler — Grasse, Thécamoebiens, p. 130, pl. 91, figs. F-H. 1956 Pontigulasia compressa Rhumbler — Boltovskoy, Tecamebas Rio de la Plata, pP» 308 pl o eo) Descrição: Testa em forma de cantil. Pequena inflação. Bordo aboral arredondado. Parede aglutinante, pouco áspera, com grãos médios, IHERINGIA — Zoologia n.º 19 — janeiro de 1962 13 quase que exclusivamente de quartzo. Pescoço curto, pouco desta- cado. Secção transversal oval. Em exemplares rompidos, pode-se observar, no interior da concha, junto à parte estrangulada, um apêndice alongado unindo as duas paredes opostas. Abertura ova- lada. Côr branca ou amarela clara. Dimensões: 0,13 — 0,19 mm. Ocorrência: Ponte Chuí, estrada Barra (R), Arrcio Chuí, campo do Dr. Anselmı (R), Talayer (F), Ponte Chuí Barra, estrada cidade Chuí (A), entre Ponte Internacional e Bôca da Barra (MR), Lagoa Mangueira (R). Observações: Característico para o gênero Pontigulasia é o apêndice alongado, em forma de “ponte”, sob a abertura oral que interliga as duas paredes (Grassé, 1952, p. 130). O achatamento lateral seria típico, segundo Bclh & Saunders (1954, p. 50) mas êste pode ser também observado em algumas formas de Difflugia. — Forma escassa mas constante. Família CENTROPYXIDAE Gênero CENTROPYXIS Stem, 1857 Centropyxis (Cyclopyxis) arenata (CUSHMAN) (pl. 3, figs. 3-4) (pls6, fig 7) 1930 Pseudoarcella arenaa — Cushman, Foraminifera Choctawhatchee Formation, p. 55, pl. 1, fig. 3a-b. 1939 Pseudoarcella arenata Cushman — Cushman & McCulloch, Report arenaceous Hora p. 43 “pls 2 tie A. 1945 Leptodermella arenata (Cushman, Foram. Twiggs Clay of Georgia, p. 3, pl. 1, fig. 6. 1956 Centropyxis (Cyclopyxis) arenata (Cushman) — Boltovskoy, Tecamebas Rio des asRlatarı pa 310 pl. 1% tie 10; 1957 Centropyxis (Cyclopyxis) arenatus (Cushman) — Todd & Bronnimann, Gulf Olaias 08 20 ol o fios. Descrição: Concha de contôrno circular, lado dorsal convexo, pouco inflado, e o ventral côncavo, pouco acentuado na maioria dos exem- plares. Abertura arredondada, pequena, central e quase sempre preenchida. Parede quitinosa aglutinante, fina, quase transparente. Cör amarelada. Dimensões: 0,10 — 0,12 mm. Ocorrência: Ponte Chuí, Barra, estrada Barra (R), Lagoa Mangueira (MR). 14 CLOSS & MADEIRA — Tecamebas e Foraminíferos do Arroio Chuí u = E Observações: As paredes finas sao características e mostram a menor espessura em todo o material. Os exemplares conferem perfeita- mente com as descrições de Cushman (loc cit.). — Forma rara. Centropyxis (Centropyxis) marsupiformis (WALLICH) (ol Sn 2) (pl. 6, figs. 8-9) 1864 Difflugia proteiformis (Ehr.), subsp. marsupiformis — Wallıch, Difflugian Rhizo- poda pr 2416 pls tie Sad Sm plo: 1956 Centropyxis (Centropyis) marsupiformis (Wallch) — Boltovskoy, Tecamebas Rioide la Blaita pas 09 ro Descrição: Concha achatada, assimétrica, de contôrno arredondado. Lado ventral côncavo e o dorsal convexo, sendo a convexidade mais acentuada na extremidade posterior. Inflação maior no bordo pos- terior, terminando o anterior por vêzes afilado. Inflação total e convexidade da testa muito variável. Abertura mais ou menos arredondada, bastante grande, situada numa depressão perto da periferia. Posição e tamanho da concavidade também variável. Parede aglutinante, fina, coberta de grão de quartzo relativamente pequenos e irregulares, aparecendo aında dıatomaceas. Côr esbran- quısada ou amarelada. Dimensões: 9,09 — 913 mm. Ocorrência: Ponte Chuí Barra, estrada cidade chuí (R), Lagoa Man- gueira (A), Lagoa Mirim (MR), Campo do Dr. Anselmı (MR). Observações: Espécie bastante variável mas característica. Inflação, posiçao e tamanho da concavidade, aglutinações da parede e con- tornos são os caracteres mais variáveis. — Forma escassa, somente abundante na Lagoa Mangueira. Centropyxis (Tentropyxis) constricta (EHRENBERG) als 7, ne 5) 1954 Centropyxis (Centropyxis) constricta (Ehrenb.) — Bolli & Saunders, Theca- moebina, p. 48, fig. 2, n.º 6a, b. 1956 Centropyxis (Centropyxis) sp. — Boltovskoy, Tecamebas Rio de la Plata, 1 30), ol Il, ©, Descrição: Concha pequena, bastante achatada, assimétrica, com ambos os lados inflados e as duas extremidades arredondadas. Inflação pequena. Abertura bastante grande, arredondada, situada numa depressão do lado ventral, perto da extremidade anterior. Bordo IHERINGIA — Zoologia n.º 19 — Janeiro de 1962 15 posterior da abertura profundo e o anterior truncado. Paredes aglutinantes cobertas de graos de quartzo bastante grandes em relação ao tamanho da concha. Grãos irregularmente dispostos, nem sempre bem cimentados com o material quitinoso, dando à concha uma superfície bastante áspera. Alguns exemplares apre- sentam no lado dorsal da extremidade posterior pequenos espinhos em número de um a quatro. Dimensões: 0,07 — 0,09 mm. Ocorrência: Lagoa Mangueira (A), Lagoa Mirim (E). Observações: Esta espécie é semelhante à anterior. As principais di- ferenças são o menor tamanho, a posição da abertura mais próxima da extremidade e a superfície bem mais áspera. — Forma encon- trada sômente nas Lagoas, não tendo sido observada no Arroio Chur. Ordem FORAMINIFERA Família ZITUOLIDAE Gênero AMMOTIUM Loeblich & Tappan, 1953 Ammotium salsum (CUSHMAN & BRONNIMANN) (pl. SA) (plz hp 2) 1848 Ammobaculites salsus — Cushman & Bronnimann, New Genera of Foraminifera, people 3, fios 7-9" 1959 Ammotium salsum (Cushman & Bronnimann) — Parker & Athearn, Poponesset Bay, p. 340, pl. 50; figs. 6, 13. 1961 Ammotium salsum (Cushman & Bronnimann) — Todd & Low, Martha’ Vı- neyardı pr 1 plo figs 223. Dimensöes: 0,24 — 0,42 mm. Ocorrência: Ponte Barra Chuí, Internacional (A). Família TEXTULARIIDAE Gênero TEXTULARIA Defrance, 1824 Textularia earlandi PARKER (pl. 3, figs. 5-6-7) kpl nes, 0) CLOSS & MADEIRA — Tecamebas e Foraminiferos do Arroio Chuí 1952 Textularia earlandi — Parker, Postsmouth, p. 458, pl. 2, figs. 4-5. 1959 Textularia earlandi Parker — Parker & Athearn, Poponesset Bay, p. 340, pl. 50, tie. 7. 1959 Textularia earlandi Parker — Boltovskoy, Foram. Sur Brasil, p. 42, pl. 2, figs. 8-9. Dimensões: 0,30 — 0,34 mm. Ocorrência: Ponte Barra Chuí, Internacınal (R). Família TROCHAMMINIDAE Gênero TROCHAMMINA Parker & Jones, 1859 Trochammina inflata (MONTAGU) hell 74, se ID) 1808 Nautilus inflatus: Montagu — Testacea Britannica, Suppl, p. 81, pl 18 fe 3 1959 Trochammina inflata (Montagu) — Parker & Athearn, Poponesset Bay, p. 341, pl. 50, figs. 18-20. 1961 Trochammina inflata (Montagu) — Todd & Low, Martha's Vineyard, p. 15, pl. 1, figs. 22-23. Dimensões: 0,22 mm. Ocorrência: Ponte Barra Chuí, Internacional (MR). Trochammina ochracea (WILLIAMSON) (pl. 2ºB, fig; <8) 1858 Rosalina ochracea — Williamson, Great Britain, p. 55, pl. 4, fig. 112, pl. 5, figa IS): 1954 Trochammina ochracea (Williamson) — Boltovskoy, San Blas, p. 265, pl. 22, figs. 5a-b. Dimensões: 0,16 — 0,30 mm. Ocorrência: Ponte Internacional, Barra Chuí (MR). Família SILICINIDAE Gênero MILIAMMINA Heron-Allen & Earland, 1930 Miliammina fusca (H. B. BRADY) Col 7 ie 7) 1870 Quingueloculina fusca, n. sp. — H. B. Brady, Tidal River, p. 286, pl. 11, figs. Macio, IHERINGIA — Zoologia n.º 19 — janeiro de 1962 17; 1931 Quinqueloculina fusca H. B. Brady — Cushman, South America, p. 3, pl. 1, fi ‚ figs. 9a-c. 1959 Miliammina fusca (Brady) — Parker & Athearn, Poponesset Bay, p. 340, pl. 50, figs. 11-12. Dimensöes: 0,22 — 0,45 mm. Ocorrência: Ponte Barra Chuí, Internacional (A). Observações: Nossa espécie confere com aquelas descritas pelos auto- res precedentes. Família MILIOLIDAE Gênero QUINQUELOCULINA d’Orbigny, 1826 Quinqueloculina seminulum (LINNÉ) pl So tier 10) 1884 Miliolina seminulum, Linné, sp. — Brady, Challenger, p. 157, pl. 5, fig. 6a-c. 1929 Quinqueloculina seminulum (Linnaeus) — Cushman, Atlantic Ocean, pt. 6, p. 24, pl fios: =? 1959 Quinqueloculina seminulum (Linné) — Boltovskoy, Foram. Rec. Sur Bras., p. 45, piRZ fig: 6: 1960 Quinqueloculina seminulum (Linné) — Closs & Barberena, Foram. Cassino, p. 12, pl. 3, fig. 5a-b. Dimensões: 0,28 — 0,57 mm. Ocorrência: Ponte Barra Chuí, Internacional (R), Zona barrancas (F), Bôca da Barra (A). Observações: Espécie encontrada até a zona da Ponte Internacional (correspondente ao nosso ponto 1). [Exemplares na maioria peque- nos com câmaras bem ınfladas. Quinqueloculina aff. frigida PARKER (pl. vote E) 1952 Quinqueloculina frigida n. sp. — Parker, Portsmouth, p. 406, pl. 3, figs. 20a-b. 1957 Quinqueloculina aff. frigida Parker — Boltovskoy, Rio de la Plata, p. 24, pl. 4, fig. 7. 1959 Quinqueloculina aff. frigida Parker — Boltovskoy, Foram. Rec. Sur Bras., p. #8, pu fio SE Dimensões: 0,37 — 0,40 mm. Georrência: Böca da Barra (R). 18 CLOSS & MADEIRA — Tecamebas e Foraminiferos do Arroio Chui Gênero PYRGO Defrance, 1824 Pyrgo nasuta CUSHMAN (ll 35 m ll) 1935 Pyrgo nasutus, n. sp. — Cushman, 14 n. sps., p. 7, pl. 3, figs. 1-4. 1959 Pyrgo nasuta Cushman — Boltovskoy, Foram. Rec. Sur Bras., p. 57, pl. 6, figs. al Dimensões: 0,34 mm. Ocorrência: Bôca da Barra (R). Família LAGENIDAE Gênero LAGENA Walker & Jacob, 1798 Lagena laevis (MONTAGU) (la 9) 1803 Lagena laeve — Montagu, Test. Brit., p. 524. 1959 Lagena laevis (Montagu), forma typica — Boltovskoy, Foram. Rec. Sur Bras., Do 77, ol So na 7%. Dimensões: 0,39 mm. x Ocorrência: Ponte Barra Chur, Internacional (MR). Gênero OOLINA d'Orbigny, 1839 Onlina costata WILLIAMSON Co 2A, ie, 5) GO, os) 1858 Entosolenia costata, nob. — Williamson, Foram. G. Britain, p. 9, pl. 1, fig. 18. 1954 Oolina costata (Williamson) — Boltovskoy, San Jorge, p. 156, pl. 6, fig. 7. Dimensöes: 0,22 — 0,28 mm. Ocorrência: Ponte Barra Chuí, Internacional (R), Zona Barrancas (R), BocaldanB arma Wr IHERINGIA — Zoologia n.º 19 — Janeiro de 1962 19 Família BULIMINIDAE Gênero BULIMINELLA Cushman, 1911 Buliminella elegantissima DORBIGNY (pls cgi: 8) 1839 Bulimina elegantissima — d’Orbigny, Amer. Merid., p. 51, pl. 7, fig. 13, 14. 1931 Buliminella elegantissima d’Orbigny — Cushman & Parker, South America, p. 13. pls ires. MMS: 1957 Buliminella elegantissima VOrbigny — Todd & Bronnimann, Gulf of Paria, p. 32, Dill 8, a oo 2, 1959 Buliminella elegantissima d’Orbigny — Boltovskoy, Foram. Rec. Sur Brasil, p. 76, pl rose o Dimensões: 0,12 — 036 mm. Ocorrência: Ponte Barra Chur, Internacional (R), Zona Barrancas 972 1931 1959 (MR). Gênero BOLIVINA VOrbigny, 1839 Bolivina striatula CUSHMAN Bolivina striatula, n. sp. — Cushman, foram. Tortugas, p. 27, pl. 3, fig. 10. Bolivina striatula Cushman — Cushman & Parker, South America, p. 16, pl. 3, rita le Bolivina striatula Cushman, forma typica — Boltovskoy, Foram. Rec. Sur Bras., DES pl tro Dimensões: 0,18 — 0,52 mm. Ocorrência: Ponte Barra Chuí, Internacional (R), Zona Barrancas (MR), Bôca Barra (R). Família ROTALIIDAE Gênero DISCORBIS Lamarck, 1804 Discorbis williamsoni (CHAPMAN & PARR) (pl. 7, fie: 6) Rotalina nitida, nob. — Willamson, Foram. Britain, p. 54, pl. 4, figs. 106-108. Discorbis nitida (Willamson) — Cushman & Parker, South America, p. 19, pl. 4, fig. 4. Discorbis nitida (Williamson) — Carvalho & Chermont, São Paulo, p. 93, pl. 1. fig. 16. 20 CLOSS & MADEIRA — Tecamebas e Foraminiferos do Arroio Chui 1959 Discorbis williamsoni (Chapman & Parr) — Boltovskoy, Foram. Rec. Sur Bras., p. 89. 1960 Discorbis wilhamsoni (Chapman & Parr) — Closs & Barberena, Foram. Barra, p: 40) pl 5 ntiest anne Dimensões: 0,15 — 0,25 mm. Ocorrência: Ponte Barra Chuí, Internacional (E), Zona Barrancas (E), Böca da Barra (F). Gênero POROEPONIDES Cushman, 1944 Poroeponides lateralis (TERQUEM) Gall Anos 2,9, 8) 1878 Rosalina lateralis — Terquem, Rhodes, p. 25, pl. 2, fig. 11. 1955 Poroeponides cf. P. lateralis (Terquem) — Tinoco, Cabo Frio, p. 38, pl. 4, es E 1959 Poroeponides lateralis (Verquem) — Boltovskoy, Foram. Rec. Sur Bras., p. 91, pl. 13, figs. 4a-b. 1960 Poroeponides lateralis (Terquem) — Closs & Barberena, Foram. Cassino, p. 20, pl. 2, figs. 3a-b. Dimensões: 0,52 — 0,82 mm. Ocorrência: Ponte Barra Chuí, Internacional (MR), Bôca da Barra (CASE Gênero BUCCELLA Andersen, 1952 Buccella frigida (CUSHMAN) 1931 Eponides frigida (Cushman) — Cushman, Atlantic Ocean, pt. 8, p. 45. 1959 Buccella frigidus (Cushman) — Boltoyskoy, Foram. Rec. Sur Bras., p. 92, pl. 13, figs. 5a-b. 1960 Buccella frigida (Cushman) — Closs & Barberena, Foram. Cassino, p. 21, pl. 2, fig. 5. Dimensões: 0,19 — 0,40 mm. Ocorrência: Ponte Barra Chuí, Internacional (E), Zona Barrancas (A), Boca ida” Barra POA): Buccella peruviana campsi (BOLTOVSKOY) (pl23, fig. 9) 1954 Eponides peruvianus campsi n. subsp. — Boltovskoy, San Jorge, p. 205, pl. 17, figs. 6-8. IHERINGIA — Zoologia n.º 19 — Janeiro de 1962 21 1955 Eponides cf. E. peruvianus campsi Boltovskoy — Tinoco, Cabo Frio, p. 36, pl. 4, of SL 1959 peruviana campsi (Boltovskoy) — Boltovskoy, Foram. Rec. Sur Bras., Sa mh I, sit 7% 1960 En peruviana campsi (Boltovskoy) — Closs & Barberena, Foram. Cassino, Ds 22 oh hit A Dimensões: 0,24 — 0,37 mm. Ocorrência: Ponte Barra Chuí, Internacional (E), Zona Barrancas (E); Bôca da Barra (A). Observações: Exemplares menores que Buccella frigida. Gênero ROTALIA Lamarck, 1804 Rotalia beccarii ex gr. parkinsoniana (OORBIGNY) (pl DA fes 6,10) 1840 Rosalina Parkinsoniana — d'Orbigny, Isla de Cuba, p. 105, pl. 4, figs. 25-27. 1959 Rotalia beccarii ex gr. parkinsoniana (d’Orbigny) — Boltovskoy, Foram. Rec. Sur Bras: po 93; pl. 14, fies. la, b, 2; 3. 1960: Rotalia beccarii Dar kinsoniama (d’Orbieny) — Closs & Barberena, Foram, Cassıno, p. 19, pl. 2, figs. la-b, 2a-b. Dimensöes: 0,15 — 0,31 mm. Ocorrência: Ponte Barra Chuí, Internacional (A), Zona Barrancas (E), Bôca da Barra (F). Observações: Esta espécie é muto numerosa nas amostras com baixa salinidade. Região umbilical do lado ventral preenchida pelos orna- mentos em grande número de exemplares. Família ELPHIDIIDAE Gênero ELPHIDIUM Montfort, 1808 Elphidium discoidale (DORBIGNY) (pIZA, figo vd) 1840 Polystomella discoidalis (d’Orb.) — d’Orbigny, Isla de Cuba, p. 76, pl. 6, figs. 23, 24. 1930 Elphidium discoidale (d’Orbigny) — Cushman, Atlantic Ocean, pt. 7, p. 22, pl. 8, figs. 8-9. 1959 Elphidium discoidale (d’Orbigny) — Boltovskoy, Foram. Rec. Sur Bras., p. 94. DG US Sófia dl 1960 Elphidium discoidale (d’Orbigny) — Closs & Barberena, Foram. Cassino, p. 23, 2, figs. 8-9. 22 SE & MADEIRA — Tecamebas e Foraminiferos do Arroio Chw Dimensöes: 0,19 — 0,55 mm. Ocorrência: Ponte Barra Chuí, Internacional (A), Zona Barrancas (A) Boca dal Barra ADE 5 Observações: Uma das espécies mais numerosas nas amostras. Ta- manho relativamente grande. Umbilicus comumente com botão umbilical. Bordo externo arredondado, raramente sub-agudo. Aber- turas dos poros canais bem destacadas. COMENTÁRIO SÓBRE A FAUNA ENCONTRADA O Arroio Chuí pode ser dividido, quanto à distribuição de Teca- mebas e Foraminíferos, duas zonas ecológicas distintas. A primeira, situada entre a desembocadura e a Ponte Internacional (localidade lb na qual são muito abundantes o Foraminiferos calcários, tipicamente marinhos, escassos os aglutinantes de águas mixohalinas e ausentes as Tecamebas. Os Foraminíferos marinhos penetram nestas águas, corres- pondentes às zonas meso e polıhalına (11-27 dc) da classificação de Redeke, juntamente com as águas da maré alta e, em especial. durante os períodos de vento sul. Destacam-se numericamente entre êstes Foraminiferos as seguintes espécies: Elphidium discoidale, Buccella frigida, Quinqueloculina seminulum e Rotalia beccarn parkinsomana. Em menor número encontram-se Oolina costata, Pyrgo nasuta, Buhmi- nella elegantissima, Bolivina striatula, Discorbis wilhamsoni, Poroeponı- des lateralis, Lagena laevis e Buccella peruviana campsi. A maioria dos exemplares foi encontrada morta, isto é, o protoplasma não foi corado pelo método de Walton. É lícito admitir que os referidos exem- plares penetraram no Arroio durante um período em que a salinidade era relativamente alta, morrendo posteriormente pela sua diminuição. A distribuição dos Foraminiferos marinhos poderia indicar as sucessivas amplicudes das invasões de águas marinhas. Não existem sinais de desgaste das testas que pudesse indicar um transporte das mesmas. As espécies encontradas vivas em águas poli- e mesohalinas já haviam sido citadas anteriormente por outros autores também de zonas ecoló- gicas de menor salinidade. Junto a estas espécies tipicamente marinhas encontramos espécies características de águas mixohalinas. Mais fre- quentes sao Mikiammina fusca e Ammotium salsum. Em amostras isoladas encontramos Textularia earlandi, Trochammina inflata e Tro- chammina ochracea. As Tecamebas estão completamente ausentes. A segunda zona corresponde ao Arroio pröprıamente dito, desde a nascente até a Ponte Internacional. Nesta zona não são observados Foraminiferos, os quais são substituídos pelas Tecamebas. As águas apresentam salinidade cm tôrno de O %o, correspondente à zona límnica (doce) de Redeke. As Tecamebas mais numerosas são: Difflugia mitrı- IHERINGIA — Zoolegia n.º 19 — janeiro de 1962 23 formis, D. Capreolata e D. urceolata. Em menor número são encon- tradas Difflugia corona, D.«pyriformis, D. lageniformis, D. globularis, Pontigulasia compressa, Centropyxis arenata, C. marsupiformis e 6. constricta. Concluindo poderiamos resumir que relativamente pequeno é o espaço invadido pelos Foraminiferos marinhos, encontrados somente até a Ponte Internacinal, o que pode ser explicado pelo afluxo con- tinuo de águas doces, as quais não permitem um aumento considerável na salinidade, necessário para a sobrevivência dos Foraminiferos. O número de exemplares vivos das espécies marinhas é maior nas águas parcialmente represadas entre os Barrancos e a lImha de praia. Ha um decréscimo sensível nas amostras da Ponte Internacional, onde aumenta o número dos exemplares das espécies mixohalinas. Há uma transição, portanto, desde uma associação marinha, passando por uma, mesclada com espécies marinhas e mixohalinas e, finalmente, o desapa- recimento dos Foraminiferos substituídos pelas Tecamebas. A ausência de Tecamebas nas amostras tomadas desde a Ponte Internacional até a praia parece ser o resultado das condições ecoló- gicas adversas ou então as Tecamebas teriam sido destruídas durante o transporte pois existem em amostras pouco distantes da Ponte. A associação de Tecamebas das amostras das Lagoas Mirim e Man- gueira não mostram diferença fundamental em relação aquelas do Arroio Chuí. Não foram encontrados Foraminiferos nas referidas amostras. TABELA DE FREQUÊNCIA a — =| <« L|l w = z| É z z X x [7,) (O) o RO —| « | —| L om olm|Z|o|lo q z|a|w| z| «|O alo a|oluo|&@|a|lo w | wlT|Z|w oc | É H| E FjejtlHlalo >| H oe SI Cope | 77) [o dá uy w| O uy >— | | ww w| O | w <ı zI|z|z| 2/22] == olalo|/o|«|“|/0o|o ololalnio|H|ala AMMOTIUM SALSUM E ENTRE PONTE E B.BARRA TEXTULARIA EARLANDI INTERNACIONAL MANGUEIRA TROCHAMMINA INFLATA EBREÊ| PONTE MILIAMMINA FUSCA BUINDUELOCULINA SEMINULUM : F E E D. AFF. FRIGIDA RI Ei PYRGO NASUTA Ba RT! LAGENA LAEVIS — = = OOLINA COSTATA I MAIR E| | POROEPONIDES LATERALIS BUCCELLA FRIGIDA BULIMINELLA ELEGANTISSIMA | | | IR na BOLIVINA STRIATULLA R MR DISCORBIS WILLIAMSONI EEE : É pP B. PERUVIANA CAMPSI ROTALIA BECCARII PARK. ELPHIDIUM DISCOIDALE DIFFLUGIA URCEOLATA ; CORONA : CAPREOLATA R MITRIFORMIS je] b LAGENIFORMIS oO GLOBULARIS _ PONTIGULASIA COMPRESSA CENTROPYXIS ARENATA €. MARSUPIFORMIS c CONSTRICTA OSTRACODA GASTROPODA PELECYPODA Ei Mom H ERR E A EM Es Ea = PYRIFORMIS EZ E E EM pu ER EE E DIATOMACEAS CAROFITAS | Ss Fb ES Eis m IHERINGIA — Zoologia n.º 19 — janeiro de 1962 BB LO GR A RIA ARNOLD, Z. M. — 1953 — Paleontology and the study of variation in living Fora- minifera. — Contr. Cushman Found. Foram. Res., vol. IV, part. 1, pp. 24-26, 2 pls., Washington. — 1954 — Discorinopsis a (BERMUDEZ) and Discorinopsis CUSHM. AN and BRONNIMANN: A study of variation in cultures of living Fo- raminıfera. — Contr. Cushman Found. Foram. Res., vol. 5, part. 1, pp. 4-13, 1 fig., plas. 1-2, nn BOLLI, H. M. & SAUNDERS, J. B. — 1954 — Discussion of some Thecamoebina des- cribed erroneously as Foraminifera.. — Contr. Cushman Found. Foram. Res., vol. V, pt. 2, pp. 45-52, 2 figs., Washington. BOLTOVSKOY, E. — 1954 — Foraminiferos del Golfo San Jorge. — Rev. Inst. Nac. Invest. Cie. Nat. y Mus aan Cie. Nat. “Bernardino Rivadavia”, Cie. Geol., t. 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The environmental conditions in the greatest part of the “Arroio” (Creek) are of fresh (limnic) waters with salinity around 0% but im the last kilometer the salınıty varıes between 11 and 27% (meso- and polvhaline waters). In the first zone only Thecamoebians are present with a greater abundance of Difflugia mitriformis, D. capreolata and D. urceolata. In the second zone, near the shoreline, Zlphidium discoida- le, Buccella frigida, Quinqueloculina seminulum and Rotalia beccarii parkinsoniana are dominant and were found alive in a great number. A smaller number of the other species was also found alive. About 500m far from the sea, where the salinity is lower, only Elphidium discoidale, Rotalia beccarii and Buccella frigida were found alive, together with Miliammina fusca, Amotium salsum, Textularia earlandi and Trochammina inflata. The last two are very rare. Zusammenfassung Diese Arbeit befasst sich mit der Beschreibung der Foraminiferen und Theka- moeben des Arrôio Chuí, im suedlichsten Tei! des Staates Rio Grande do Sul. Die oeko- logischen Bedingungen des Arroio sind zum groessten Teil suesses, limnischer Gewaesser und nur em kleiner Teil, der sich nahe des Ufers bzw. des Meeres befindet, zeigt oeko- logische Verhaltnisse der poly- bzw. mesohalinen Gewaesser. Im ersten Teil sind die Thekamoeben vorwiegend und keine Foraminiferen wurden beobachtet. Difflugia mitri- formis, D. capreolata und D. urceolata sınd die verbreitesten Arten. Die Zone, die sich nahe des Meeres befindet, zeigt eme grosse Anzahl von lebendigen Exemplaren fol- gender Arten: Elphidium discoidale, Buccella frigida, Quinqueloculina seminulum und Rotalia beccarii parkinsoniana. In seltenen Faellen wurden auch die anderen Arten lebendig aufgefunden. In ca. 500m vom Meer entfernt sind die Salzgehaelte niedriger und nur Elphidium discoidale, Rotalia Beccarii und Buccella frigida sınd noch lebendig aufzufinden zusammen mit Miliammina fusca, Ammotium salsum, Textularia earlandi und Trochammina inflata, die beiden letzten seltener. 28 CLOSS & MADEIRA — Tecamebas e Foraminiferos do Arroio Chui \ k | \ | \ \ \ \ \ ra | . N ‘ [a d | = x j > Q | | RR ni s À l | S = Ro ! en) ie STA VITORIA & | / $& DO PALMAR 06 KH G a 4 > x ee a / À a | > 9 eo do | N 7 N [ZA o A y | / Ste Vyroris do Palmar / 54º Dre 5 30 Fig. Fig. Fig. — CLOSS & MADEIRA — Tecamebas e Foraminiferos do Arroio Chui BSR AIM Desembocadura do Arroio Chuí. Ao fundo, as barrancas arenosas com 4-6 metros de altura e o farol do Chuí. Arroio Chuí temporariamente represado pelas areias da praia. Águas poli- ou mesohalinas em dependência do afluxo de águas doces. Ponte Internacional da Barra do Chuí. Fotografia tomada do lado uruguaio. Barrancas de aproximadamente 3 metros de altura. Salinidades ainda relativamente altas (zona mesohalina). Fotogr. Closs, maio 1960 [ERINGIA — Zoologia n.º 19 — janeiro de 1962 31 32 CLOSS & MADEIRA — Tecamebas e Foraminiferos do Arroio Chui EN ES IME Associação de Foraminiferos da zona das barrancas na bôca da Arroio Chuí. Destacam-se porcentualmente Elphidium discoidale (fig. 1), seguindo-se Rotalia beccaru (figs. 6 e 10), Buccella peruviana campsi (figs. 7 e 9), Quinqueloculina seminulum (dig. 4), Poroeponides lateralis, figs. 2, 3 e 8). Em menor número Oolina costata (fig. 5). ca. 40 x Associação de Foraminiferos de amostra da Ponte Internacional da Barra do Chuí. Ainda destacam-se Quinqueloculina seminu- lum, Buccella peruviana campsi e Rotalia beccarn. Os Foramini- feros aglutinantes são mais numerosos, como por exemplo Textu- lara earlandı (fig. 6), Mihammina fusca (fig. 11), Trochammina inflata (fig. 10) e Trochammina ochracea (hg. 8). ca. 40x IHERINGIA — Zoologia n.º 19 — janeiro de 1962 33 34 CLO3S & MADEIRA — Tecemebas e Foraminiferos do Arroio Chuí Fig. Fig. Fig. Fig. Fig. Fig. EAST AIM ERAS 1 — Associação de Tecamebas. Estação Talayer, Estrada Santa Vitória — Hermenegildo. ea 10%: 2 — Centropyxis (Centropyxis) marsupiformis (Wallich) 140 x . 3-4 — Centropyxis (Oyclopyxis) arenata (Cushman) 160 x 5 — Difflugia globularis Wallıch 125 5% 6-7 — Textularia earlandi Parker 100 x 8 — Ammotium salsum (Cushman & Bronniammn) 120 x 9 — Buccella peruviana campsi (Boltovskoy) 100 x 10 — Quingueloculina semiculum D'Orbigny 110 x 11 — Pyrgo nasuta Cushman 70 x. HERINGIA — Zoologia n.º 19 — taneiro de 1962 36 CLOSS & MADEIRA — Tecamebas ce Foraminiferos do Arroio Chuí ESS Ace RAD Diffluea, pymilonmes Renta an 10 130 x Dura capneolatan Benandı a 9 130 x Difflugia mitriformis Wallich" ................. 9 130 x Pontigulasia compressa Rhumbler ............. 12 150 x z Distance olanaE& mter 7 150x, 130x, 130x e 140x respectivamente. oil cononaENNallıcherr 8 140 x Disluenan voleriheras NNE a sro caps anadee 12 140 x 37 de 1962 janeiro IHERINGIA — Zoologia n.º 19 38 CLOSS & MADEIRA — Tomaten e eos do No Chui Fig. F; g 1-4 5-6 Ta oo . 10-11 BASE A MIRA Difflugia urceolata Carter ....... 140x, 120x, 100x e 120x respectivamente. Difilugia capreolata Penard ...... 130 x Difflugia lageniformis Wallıch ... 110 x Diftlugia zlobularıs Wallch ..... 120 x Pontigulasıa compressa Rhumbler 150 x 39 janeiro de 1962 19 IHERINGIA — Zoologia n.' 40 CLOSS & MADEIRA — Tecamebas e Foraminiferos do Arroio Chui ESSA MIBR Diftlugia miätriformis Wallich ................. 140 x, 160 x, 200x e 180x respectivamente. Dinar Dymlonmus \entya 120 x Centropyxis (Cyclopyxis) arenata (Cushman).. 60 x Centropyxis (Centropyxis) marsupiformis Wallıch 70 x Data coroa Niallbidn doses cacoso Becas osoc 505 E TA. 15 14 [IHERINGIA — Zoologia n.º 19 — Janeiro de 1962 = CLOSS & MADEIRA — Tecamebas e Foraminiferos do Arroio Chui ES Ra NER 7 Fig.:1 — Trochammina inflata (Montagu) ................ 16 100 x Fig. 2 — Ammotium salsum (Cushman & Bronnimann) .... 15 110 x Fig. 3 — Centropyxis constricta (Eherenberg) .............. 14 130 x Fig. 4+ — Quinqueloculina aff. frigida (Parker) ............. 17 120 x Figos = NesstulamanNearlanda Barker nr ee 15 100 x Fig. 6 — Discorbis wiliamsoni (Chapman & Parr) ......... 19 180 x His 7, — Mıhammina tasca (Brady) m 16 100 x Fig. 8 — Bulliminella elegantissima. D'Orbigny ............. 19 240 x Bio O = neo cos Monta) ee 18 150 x 43 1962 Janeiro de 19 IHERINGIA — Zoologia n.º ONE "emma e ar = SEADE DU RENO Ad NEE Nur 203037 HERINGIA SERIES CIENTIFLCAS DO USEU RIO-GRANDENSE DE CIENCIAS NATURAIS CRETARIA DE EDUCAÇÃO E CULTURA — DIVISÃO DE CULTURA — DIRETORIA DE CIÊNCIAS RTO ALEGRE — ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL — BRASIL OLOGIA RES JANEIRO DE 1962 I CAMPANHA OCEANOGRÁFICA DO MUSEU RIO- GRANDENSE DE CIÊNCIAS NATURAIS — A VIAGEM DO “PESCAL IP’ EM JULHO DE 1959. Lupwıc Buckur e José WiLLiBaLDO THoMÉ (do Museu Rio-Grandense de Ciências Naturais) EN EIRIOD LIC ÃO Procurando extender às áreas marítimas o levantamento faunístico do Estado do Rio Grande do Sul (Brasil), iniciado em 1954, os autores, zoólogos do Museu Rio-Grandense de Ciências Naturais, partiram em missão de colecionamento e estudo a bordo do navio pesqueiro nacional "PESCAL II”, em julho de 1959. A realização da mencionada campanha oceanográfica foi plane- yada como uma complementação natural do inventäriamento faunistico do Estado, preocupação básica das investigações do Museu desde a sua criação. Visava-se, outrossim, fazer uma contribuição significativa para o conhecimento da fauna efetivamente existente sôbre a plataforma PORTO ALEGRE JANEIRO 1962 HERINGIA | SER. ZOOL. N.º 20 E PÁGS. | 2 ESTS. 1 MAPA | 2 BUCKUP & THOME — | Camp. Ocean. do Museu Rio-Gr. C. Naturais. continental do lıtoral sul-brasileiro e para a solução dos problemas zoogeográficos ligados a esta Fauna. A literatura especializada apresenta poucas referências à Fauna marinha procedente da zona situada entre cs 29 e os 34 Graus de Latitude Sul. As informações existentes resultam do exame de uma ou outra peça zoológica casualmente coletada ao longo do litoral do Estado. Raras vêzes encontramos especimens da fauna marinha sul- rıograndense nas coleções dos museus do pais e do exterior. As coleções de estudo do Museu Ric-Grandense de Ciências Naturais abrigam alguns exemplares, coletados geralmente em condições precárias sôbre as praias marítimas. As duas mais importantes massas de água marítima do litoral orienta! sul-americano, as águas sub-tropicaıs quentes da corrente do Brasil e as águas frias da corrente das Malvinas, se tocam frontal- mente durante a maior parte do ano, ao largo das costas do Rio Grande do Sul. Esta circunstância deve criar condições ecológicas especiais nesta Latitude, com efeitos marcantes sôbre a fauna marinha da região. Coletas anteriores, embora superficiais, revelaram a ocor- rência de espécies tipicamente patagônicas e chilenas ao lado de espécies tropicais, fato que ressalta o caráter de transição da zona mencionada. Para que a contribuição do Museu Rio-Grandense de Ciências Naturais na solução dos inúmeros problemas científicos contidos nos antecedentes supramencionados pudesse ser realmente útil, far-se-ıa necessário um empreendimento de maior envergadura, com coleciona- mentos e observações em pontos distanciados da costa e abrangendo a maior área possível. Não possuindo o Museu embarcação própria, foram realizadas gestões junto a administração da Firma PESCAL (Indústria Brasileira de Peixe), da cidade de Rio Grande, visando a obtenção de permissão para que dois zoólogos do Museu pudessem acompanhar um navio pesqueiro em uma de suas viagens regulares de pesca. A solicitação do Museu encontrou pronto acolhimento, pelo que nos cabe manifestar os nossos mais sinceros agradecimentos à direção da mencionada organização industrial. Queremos registrar, outrossim, a nossa especial gratidão ao comandante Ewald Bruns e à tripulação do “Pescal II”, que antes, durante e depois da viagem não pouparam esforços para favorecer as atividades dos autores. O presente relatório contém apenas uma síntese dos resultados gerais da campanha e os informes mais destacados de cada uma das 59 operações de pesca e coleta efetuadas. O Museu Rio-Grandense de Ciências Naturais deverá publicar, posteriormente, os resultados dos estudes sôbre os diversos grupos colecionados e observados durante a campanha. IHERINGIA — Zoologia n.º 20 — janeiro de 1962 ZIORGANITZACGAO,DOS TRABALHOS Os autores partiram do pörto de Rio Grande à bordo do navio pesqueiro PESCAL II em 18 de julho de 1959 às 6:30 horas, retor- nando ao mesmo pôrto em 28 de julho às 7:00 horas. O PESCAL II é um navio pesqueiro tipo “Trawler”, construído em 1955 na Holanda. Seu comprimento é de 39 metros, deslocando 232 Toneladas brutas. Seu calado é de 4 metros, possuindo um motor a Diesel de 650 CV. Sua estação de rádio opera na onda de 75 metros em 4379 e 4073 Quilociclos. Os materiais para o colecionamento e os instrumentos científicos foram acomodados no compartimento de prôa do porão, local desti- nado normalmente para as rêdes de reserva e para os cabos e correntes de uso da embarcação. Os autores obtiveram permissão para se ins- talar pessoalmente na cabine do contra-mestre, dotada de dois beliches superpostos. A viagem do PESCAL II inha por fim a captura de pescado para o suprimento das indústrias de peixe da cidade de Rio Grande. Resultou dai que os autores tiveram que adaptar seus planos ao ritmo de trabalho à bordo, cabendo apenas ao comandante a escölha da rota, o local e o nümero das operações de pesca. Não obstante, houve amplas possibilidades para que cs autores pudessem concretizar grande parte dos planos que os conduziram ao alto mar. A rota per- corrida pelo navio cobriu, efetivamente, quase tôda a costa meridional do Estado, desde os 32 Graus e 5 minutos até os 34 Graus e 11 minutos de Latitude Sul, respectivamente o Pörto de Rio Grande, ao Norte e o Cabo Polônio, ao Sul, já na costa do Uruguai. O maior afastamento da costa foi registrado aos 51 Graus e 32 minutos de Longitude Oeste. A pesca com a rede de arrasto foi realizada em 59 operações, em pro- fundidades que variavam entre 12 e 40 metros, atingindo diversos tipos de fundo. A rede de arrasto era ıcada para o convés em intervalos cuja duração média era de 3 horas. Era esta a oportunidade em que os autores procuravam acompanhar de perto a seleção do pescado, a fim de recolher o material zoológico trazido pela rêde. Os invertebrados foram acondicionados de imediato em sacos de material plástico e fixa- dos em Formol à 5% ou Alcool à 70%. Os peixes de especial ımpor- tância científica foram recolhidos à caixas de madeira e acondicionados em gêlo, juntamente com os peixes de importância comercial, no porão principal do navio. Sôbre a ponte de comando eram anotados, logo após o novo lan- çamento da rêde, os dados para o diário de operações. A coleta de Plancton foi realizada apenas durante o primeiro dia das operações. Duas rêdes especiais foram usadas pelos autores. Du- 4 BUCKUP & THOME — | Camp. Ocean. do Museu Rio-Gr. C. Naturais. rante o arrasto normal da rede, a velocidade relativamente alta do pesqueiro (cerca de 6 nós) era inadequada para o uso da rede de Plancton. Os autores tiveram, pois, que aproveitar os momentos antes e depois do içamento do arrastão, pela redução da velocidade da em- barcação. Duas manobras imprevistas do barco arrastaram, no entanto, as rêdes para junto da hélice, com consequente perda do material. As poucas amostras de Plancton coletadas foram conservadas em Konmollau5yz: Nos intervalos entre dois içamentos foram realizadas inúmeras observações, especialmente sôbre a avifauna. Outrossim procuraram os autores completar, em tais oportunidades, o acondicionamento e a con- servação do material zoclógico anteriormente coletado e realizar tra- balhos fotográficos. O trabalho à bordo constituiu-se, para os autores, a par da satis- fação constante pelas inúmeras novidades científicas, como um período de sacrifícios físicos de töda a sorte. O jôgo violento da embarcação relativamente pequena, o ritmo ininterrupto das operações de pesca que se sucediam em intervalos de 3 em 3 horas, a falta de repouso regular, as baixas temperaturas atmosféricas que obrigavam ao uso de pesado vestuário, o intenso odor de vísceras de peixe e dos gases de escape dos motores no interior da embarcação e o trabalho incômodo no abafado porão de pröa, contribuiram para a acentuada exaustação física dos autores ao final da viagem. Tödo o material zoológico coletado for levado à sede do Museu Rio-Grandense de Ciências Naturais, em Pörto Alegre, catalogado, reacondicionado e encaminhado aos especialistas dos diversos ramos. A relação das Operações (Capítulo 3) encerra os dados básicos de cada operação de pesca e coleta. A data da operação corresponde ao início do processo de arrasto. A hora se refere ao início e ao fim do arrasto. As coordenadas geográficas da primeira linha indicam o local do lançamento da rede e as da segunda linha ao local do ıcamento. A natureza do fundo foi constatada pelo perfil da Eco-Sonda, em cuja leitura os autores puderam contar com a grande experiência do coman- dante Ewald Bruns. A profundidade também foi constatada pelas ındı- cacoes da Eco-Sonda e confrontada com os dados das cartas marítimas da região. Os “principais resultados da pesca de valor comercial”, aqui apresentados pelo conjunto em quilogramas, foram informados oficialmente pelo contra-mestre, tomando-se por base uma média de 50 kg de peixe em cada balaio levado ao porão. Os autores procura- ram conservar os nomes comuns usados à bordo para a identificação dos peixes. Sob a indicação “principais resultados zoológicos” os autores procuraram indicar desde já, os resultados mais marcantes de cada operação. (O leitor encontrará com fregiiência apenas indicações de Gênero. Trata-se de casos em que a determinação exata dependerá de revisões mais completas por parte de especialistas do ramo. Nas IHERINGIA — Zoologia n.º 20 — janeiro de 1962 5 E Me: | | 2 se, dj “observações” procuramos conservar a redação original do diário de operações, ressaltando os aspectos mais importantes ou Interessantes de cada operação. SEO PERAÇOES EPETUADAS OPERAÇÃO I Mara: 18/7/1959 Hloxa: ts — 1400 Duração: 165 minutos Coord. geográf.: 32° 26° S — 52° 07’ W 3307 GAS — 57010 N. Fundo: lama Profundidade: I8m 1 — Principais resultados da pesca de valor comercial (peso apro- xımado): Alkescadinhar 2.1 sait cum ess ae ai 600 kg EPA Convina o Es MM u 300 kg Total: 900kg 2 — Principais resultados zoológicos: CRUSTACEA Libinia spinosa Milne Edwards, 1834 OPERAÇÃO II Data: 18/7/1959 Hora: 14:20 == 17:00 Duração: 160 minutos Coord. geográf.: 32° 34 S — 52º 10 W 3222678 5204057 W Fundo: lama Profundidade: 18m 1 — Principais resultados da pesca de valor comercial (peso apro- xımado): Mieleseadinhast.+.......::0..::2 750 kg DIC onvinas er bei ro io mi so 700 kg Total: 1.450kg 2 — Principais resultados zoológicos: GASTROPODA Cymbiola (Pachycymbiola) brasihana (Solander, 1786) 6 BUCKUP & THOME — I Camp. Ocean. do Museu Rio-Gr. C. Naturais. CRRRALOBRODA Loligo sp. GRUSTACEA Hepatus princeps (Herbst, 1785) OPERAÇÃO IH Datas 191721959 ora as OA Duração: 180 minutos Coord. geogräf.: 320 DOS 59052 Se DOM = De 0 W Fundo: lama Profundidade: 22 m 1 — Principais resultados da pesca de valor comercial (pêso apro- xımado): Prejudicado. 2 — Principais resultados zoológicos: Prejudicado. 3 — Observações: O registro das informações acima foi prejudicado por motivos de ordem técnica. OPERAÇÃO IV Datas 18/7559 Hiora: 20302700 Duracao: 210 minutos Coord" Beograt. 22 DOM — DO (057 WW Prejudicado Fundo: lama Profundidade: 20 m 1 — Principais resultados da pesca de valor comercial (pêso apro- ximado) : an keseadinkha er er Ra 550 kg b) Corina di a 1.000 kg Total 1550; 2 — Principais resultados zoológicos: CRUSTACEA Libima spinosa Milne Edwards, 1834 IHERINGIA — Zoologia n.º 20 — janeiro de 1962 Te 3 — Observações: Neste lance da rêde predominaram as “Corvinas” (Micropogon opercularis) de pequeno tamanho, OPERAÇÃO V Data: 19/7/1959 Hora: 00:20 04:00 Duração: 220 minutos Coord. geográf.: Prejudicado SOB Sr — SAN Fundo: lama Profundidade: 18m 1 — Principais resultados da pesca de valor comercial (peso apro- xımado): a) Bescadinha .e Pescada ...... 300 kg b).Corvina eCastanha sc. cs 1.200 kg Total: 1.500 kg Principais resultados zoológicos: ANTHOZOA Renilla sp. CRUSTACEA Libima spinosa Milne Edwards, 1834 ECHINOIDEA Encope emarginata (Leske, 1778) OPERAÇÃO VI Data: 19/7/1959 Eloras 04:20 07:50 Duração: 190 minutos Coord. geográf.: 323525 5 DOSE INI NBS. — 520 0570 Fundo: lama Profundidade: 20 m Principais resultados da pesca de valor comercial (peso apro- xımado): Bebesescdinhas 1 ces dio ii 06 350 kg bi) Pescada” „Ua... BI: EIN. ern 350 kg enCoryina e Castanha 2.0 ss 350 kg Total: 1.050kg BUCKUP & THOME — I Camp. Ocean. do Museu Rio-Gr. C. Naturais. 2 — Principais resultados zoológicos: ANTHOZOA Renilla sp. GASTROPODA Cymbiola (Pachycymbiola) brasılıana (Solander, 1786) CRUSTACEA — ANOMURA 1 exemplar em Tonna galea brasiliana Moerch, 1877 ECHINOIDEA Encope emarginata (Leske, 1778) OPERAÇÃO VIH Data: 19/7/1959 Flora: 08:00 = 10:00 Duração: 180 minutos Coord. geogräf.: 3203025 — 220521 3223025 — 205) Fundo: lama Profundidade: 18 m 1 — Principais resultados da pesca de valor comercial (peso apro- ximado) : a)Beseadinhar. are waere. 350 kg bjiConvimare as o NR a 550 kg Cn Castamban eure 550 kg Total: 1.450 kg 2 — Principais resultados zoológicos: ANTHOZOA Renilla sp. CRUSTACEA — ANOMURA 1 exemplar CRUSTACEA Hepatus princeps (Herbst, 1785) ECHINOIDEA Encope emarginata (Leske, 1778) 3 — Observações: Notamos, pela primeira vez, um grande “lobo marinho” (Otaria jubata) rodeando a embarcação, durante as operações de içamento e lançamento de rêde. IHERINGIA — Zoologia n.º 20 — janeiro de 1962 9 OPERAÇÃO VIII Data: 19/7/1959 Hora: 112081420 Duração: 180 minutos Coord. geográf.: 32° 30° 5 — 52º 05° W SU SE Se 52200 W. Fundo: lama Profundidade: 22 m 1 — Principais resultados da pesca de valor comercial (pêso apro- xımado): Castanha Be! 2.900 kg Total: 2.900 kg 2 — Principais resultados zoológicos: CRUSTACEA Libimia spinosa Milne Edwards, 1834 ECHINOIDEA Encope emarginata (Leske, 1778) 3 — Observações: Constatamos nesta região a ocorrência de grande número de “tubarões”, na quase totalidade fêmeas grávidas, tendo sido recolhidos 17 embriões de dentro do útero de uma fêmea evicerada no convés, (Eulamia sp.). OPERAÇÃO IX Data: 19/7/1959 Hlora2 5515:00-7172:05 Duração: 125 minutos Coord. geográf.: 3223 SSD OL) 3227. 5 52 SC Fundo: lama Profundidade: 24-18 m 1 — Principais resultados da pesca de valor comercial (peso apro- xımado): a) Corvina, Castanha e outros ... 2.000 kg Total: 2.000 kg 2 — Principais resultados zoológicos: Nenhum animal de nosso interêsse. 10 BUCKUP & THOME — | Camp. Ocean. do Museu Rio-Gr. C. Naturais. OPERACAO X Data: 1971959 Hlora:01720= 20:00 Duração: 160 minutos Coord. geográf.: SU DIA — 322 (O Ni MO PY S == 529 15º Ny Fundo: lama Profundidade: 18m 1 — Principais resultados da pesca de valor comercial (peso apro- ximado) : Prejudicado. 2 — Principais resultados zoológicos: Prejudicado. 3 — Observações: Consoante informação do Capitão do barco, estamos demasiada- mente próximos da praia, o que fez com que a rêde viesse praticamente vazia. OPERAÇÃO XI Data: 19/7/1959 Elorac 7202072335 Duração: 175 minutos Coord. geográf.: 322 2978 2152 O AS => 522 0? WW Fundo: lama dura Profundidade: 15-18 m 1 — Principais resultados da pesca de valor comercial (pêso apro- ximado) : a) Pescadara ara ERRA oa 100 kg by Gastanhass me Ds Rea a 2.800 kg Total: 2.900 kg 1 bagre 3 cações 2 — Principais resultados zoológicos: ECHINOIDEA Encope emarginata (Leske, 1778) IHERINGIA — Zoologia n.º 20 — janeiro de 1962 OPERAÇÃO XII Data: 20/7/1959 Hora: 00:05 05515 Duração: 190 minutos Coord. geográf.: 32038335210 W 2036/05 == 5201027 W Fundo; arenoso Profundidade: I8m 1 — Principais resultados da pesca de valor comercial (pêso apro- ximado) : Rescada a es aan es eres 150 kg Di Cormna-e Castanha J........ 1.900 kg Total: 2.050kg 5 bagres 7 cações 2 — Principais resultados zoológicos: GASTROPODA Cymbiola (Pachycymbiola) brasiliana (Solander, 1786) ECHINOIDEA Encope emarginata (Leske, 1778) 3 — Observações: A rêde apareceu rasgada tendo sido imediatamente consertada. OPERAÇÃO XIII Data: 20/7/1959 Hora: 03552 70655 Duração: 180 minutos Coord. geográf.: 329 3675 —— 520 (02";W 3208352 Su 90562 W Fundo: arenoso Profundidade: 18-24 m 1 — Principais resultados da pesca de valor comercial (pêso apro- xımado): less RR 500 kg BILESBRRaN. AR N hen 4.200 kg Total: 4.700 kg 3 bagres 1 cação 12 BUCKUP & THOME — | Camp. Ocean. do Museu Rio-Gr. C. Naturais. 2 — Principais resultados zoológicos: POLICHAETA 1 exemplar ASTEROIDEA 1 exemplar (Astropecten sp.) ECHINOIDEA Encope emarginata (Leske, 1778) OPERAÇÃO XIV Data: 20741959 Hora: - 08:20 — 10:40 Duração: 140 minutos Coord. geogräf.: 322 35.8 — 51056 NM 32 3975 SiS Fundo: arenoso Profundidade: 24-30m 1 — Principais resultados da pesca de valor comercial (peso apro- ximado) : ajibescada a. Wann ern 400 kg Db) Coryina so AR 850 kg cjuCastanhaç = e NS 450 kg Total: [700kg 4 bagres | 8 cacoes 2 — Principais resultados zoológicos: SCYPHOZOA 1 exemplar CEPHALOPODA Loligo sp. PISGES Seriola sp. OPERAÇÃO XV | Data: 20/1/1959 Lora: 14:05 11125 Coord. geogräf.: Fundo: pedregoso Duração: 200 minutos : 322 3905 SO air 322 A is — SO 45º W à Profundidade: 30-40 m IHERINGIA — Zoologia n.º 20 — janeiro de 1962 13 1 — Principais resultados da pesca de valor comercial (pêso apro- xımado): 2 Coruma e Castanha ......... 700 kg Total: 700 kg 30 cações 2 — Principais resultados zoológicos: GASTROPODA Zidona angulata (Swainson, 1821) BOLYGCHABRTA Aphrodite sp. 3 — Observacöes: A fauna parece tornar-se mais varıavel com a profundidade, porém escasseiam os peixes de valor comercial. OPERAÇÃO XVI Data: 20///1959 Flora + 14451725 Duração: 160 minutos Coord. geográf.: 32° 48° S — 51º 45’ W 322485 — 52º 000 Ny Fundo: pedregoso Profundidade: 40-30 m 1 — Principais resultados da pesca de valor comercial (pêso apro- xımado): IE sta PODER RE RR 400 kg Total: 400kg 2 — Principais resultados zoológicos: Nada recolhemos neste lance. 3 — Observações: O peixe apesar de muito abundante, era constituído quase exclu- sivamente de animais muito pequenos. A pesca foi suspensa e rumamos para o Sul, em direção ao Cabo Polônio — Uruguai. 14 BUCKUP & THOME — | Camp. Ocean. do Museu Rio-Gr. C. Naturais. OPERAÇÃO XVII Data: 210174959 Elora: 072000945 Duracao: 165 minutos Coord. geogräf.: 3409 (Ss 530 122 MW Gui TS 550 107 W Fundo: lama Profundidade: 25 m 1 — Principais resultados da pesca de valor comercial (pêso apro- ximado) : a üBeseadan My A E 250 kg DJ Coryanar po E pe ir 500 kg Toralez 27502 2 — Principais resultados zoológicos: GASTROPODA Cymbiola (Pachycymbiola) brasiliana (Solander, 1786) Zidona angulata (Swamson, 1821) CEPHALOPODA Loligo sp. CRUSTACEA Libinia spinosa Milne Edwards, 1834 PINS EIS Merluccius hubbs: Marını, 1935 Callorhynchus callorhynchus (Linné, 1758) 3 — Observações: O número de aves marinhas está muito reduzido. No momento dêste registro, se nota um “Albatroz” (Diomedea melanophris) e alguns “Fradinho” (Daption capensis). As “raias” (Holorhinus goodei?) tem surgido em nümero impressionante na rede. Neste lance contamos mais de 500 exemplares. OPERAÇÃO XVII Data: 21/7/1959 Elora: 102027230 Duração: 140 minutos Coord. geográf.: 340 Sc SRD 34020525: 75307082W Fundo: lama Profundidade: 25-22 m IHERINGIA — Zoologia n.º 20 — janeiro de 1962 15 1 — Principais resultados da pesca de valor comercial (pêso apro- xımado): escada ese a das ss SEE o raia 200 kg BR cenas o so RIAA DA 400 kg Total: 600kg 2 — Principais resultados zoológicos: ANTHOZO A Renilla sp. PISCES Discopyge tschudu Heckel, 1846 Holorhinus goodei (Garman, 1885) Psammobatis microps (Guenther, 1880) Tharsitops lepidopoides? Lesson, 1830 3 — Observações: . Continua ocorrendo grande abundância de “raias”. Surgiram muitos glaucus?) e “palombeta” (Trachinotus sp.). “pampo” (Trachinotus OPERAÇÃO XIX Bata: 2177/1959 klera 2 19:50, 15-30 Duração: 160 minutos Coord. geográf.: 349 05° 5 º 08” W 3, Su ESSO 08 MV Fundo: lama Profundidade: 26 m 1 — Principais resultados da pesca de valor comercial (pêso apro- xımado): Prejudicado. 2 — Principais resultados zoológicos: GASTROPODA Cymbiola (Pachycymbiola) brasiliana (Solander, 1786) Zidona angulata (Swainson, 1821) CEPHALOPODA Loligo sp. PISCES Dactylopterus volitans (Linné, 1758) 16 BUCKUP & THOME — | Camp. Ocean. do Museu Rio-Gr. C. Naturais. 3 — Observações: Continua a franca predominância de “raias” de diversas espécies. OPERAÇÃO XX Data 217771959 Hoxa: IG SR 719:00 Duração: 165 minutos Coord. geográf.: 340 0525 555208283 34 0257 Say Fundo: lama Profundidade: 26-18-25 m 1 — Principais resultados da pesca de valor comercial (pêso apro- xımado): a). Bescadinhar 2 ern co Re SE 50 kg bojo ana RR e a ar ui RO 150 kg Totale 2001; 2 — Principais resultados zoológicos: GASTROPODA Cymbiola (Cymbiola) beckn (Broderip, 1836) Zidona angulata (Swainson, 1821) CRUSTACEA Libinia spinosa Milne Edwards, 1834 3 — Observações: Novamente a pesca foi suspensa por falta de peixe. Navegamos em direção NO, observando a éco-sonda, na espera de melhores cardumes. OPERAÇÃO XXI Data: 21-22/7/1959 Flora: 2773200270240 Duração: 160 minutos Coord. geográf.: Prejudicado Fundo: rochoso Profundidade: 25-38m 1 — Principais resultados da pesca de valor comercial (pêso apro- ximado) : a) BPescadas a a a ee 300 kg b) 'Corvima ern A 200 kg Dotal: S00lks 4 cações IHERINGIA — Zoologia n.º 20 — janeiro de 1962 17 2 — Prineipais resultados zoolögicos: ANTHOZOA Renilla sp. PELEGY PODA Ostrea sp. GASTROPODA Cymbiola (Pechycymbiola) brasihana (Solander, 1786) Zadona angulata (Swainson, 1821) CEPHALOPODA Loligo sp. CRUSTACEA — ANOMURA e MACRURA Vários exemplares. ASTEROIDEA 1 exemplar (Astropecten sp.?) OPERAÇÃO XXII atas. 22/7/1959 Eloraso e 02:10: 05:10 Duração: 180 minutos Coord. geográf.: 330 43’ S — 520 22 W SI SAS 1520300 W Fundo: rochoso Profundidade: 38-20m 1 — Principais resultados da pesca de valor comercial (pêso apro- ximado): Ae scans mi DID O a id 250 kg DE Coma Ps secs ma raso 200 kg Total: 450kg 2 cações 2 — Principais resultados zoológicos: GASTROPODA Cymbiola (Pechycymbiola) brasıhana (Solander, 1786) Zidona angulata (Swainson, 1821) ECHINOIDEA Encope emarginata (Leske, 1778) 18 BUCKUP & THOME — | Camp. Ocean. do Museu Rio-Gr. C. Naturais. OPERAÇÃO XXIII Data: 22/7/1959 Hora: Po => NOS Duração: | prejudicado Coord. geogräf.: Prejudicado 332002855 520 DG ni Fundo: lama Profundidade: 22 m 1 — Principais resultados da pesca de valor comercial (pêso apro- ximado) : ajmpescadias in. ma pr e 300 kg Du Corno Ap E 200 kg ce). Castanha te Da 450 kg Total: 950kg 4 cacoes 2 — Principais resultados zoológicos: CEPHALOPODA Loligo sp. 3 — Observações: As aves marinhas reapareceram em grande quantidade. Também estamos reencontrando o peixe “cabrinha voadora” (Dactylopterus vo- htans), que é devolvido ao mar, já morto, aos milhares. OPERAÇÃO XXIV Data: 22/7/1959 Flora: 21:00 AIBESO Duração: 150 minutos Coord. geogräf.: 33º 0005 — 529 060 330200237 SS Fundo: lama Profundidade: 22 m 1 — Principais resultados da pesca de valor comercial (pêso apro- ximado: a) Pescada e ee Rr RO 900 kg b) Corvinal do Me en 500 kg eG astanhamr N 750 kg Toral:722150)ks: 1 bagre 10 cações IHERINGIA — Zoologia n.º 20 — janeiro de 1962 19 2 — Principais resultados zoológicos: GASTROPODA Cymbiola (Pechycymbiola) brasihana (Solander, 1786) CEPHALOPODA Loligo DE OPERACAO XXV Data: 22/7/1959 lonas 13507 71645 Duração: 175 minutos Coord. geogräf.: 33º 00° S — 52º 06° W 33º 007 S — 522.067 W Fundo: lama Profundidade: 22 m i — Principais resultados da pesca de valor comercial (peso apro- ximado: DiBeseadasr. 2... ei: 450 kg 3 DE RE 150 kg EURO as tamanco amas am aos 500 kg Total: 1.100kg 2 bagres 4 cações 2 — Principais resultados zoológicos: CEPHALOPODA Loligo sp. 3 — Observações: Observamos neste ponto pela primeira vez, o aparecimento de uma ave marinha, do porte do “albatroz”. Posteriormente verificamos tratar-se do Macronectes giganteus. Ficava a maiores distâncias e parecia ter maior dificuldade em levantar vôo do que as demais aves marinhas. OPERAÇÃO XXVI Bata: 22/7/1959 Hora: 17:05 — 20:00 Duração: 175 minutos Coord. geográf.: 33010075 — 520 064 339. 002.5. 920º 062 W Fundo: lama Profundidade: 22 m 20 BUCKUP & THOME — I Camp. Ocean. do Museu Rio-Gr. C. Naturais. 1 — Principais resultados da pesca de valor comercial (peso apro- xımado): a Pescada vi een ra 150 kg Db); Corymanı.. m eu er 100 kg ce) Castanha sem 0 300 kg Total: 550kg 2 — Principais resultados zoológicos: CRUSTACEA — ANOMURA 1 exemplar em Tonna galea brasiliana Moerch, 1877 ECHINOIDEA Encope emarginata (Leske, 1778) 3 — Observações: Na pesca de valor comercial devemos ressaltar que estão incluídos uma grande quantidade de “pampo” (Trachinotus sp.). OPERAÇÃO XXVII Data 1953 lonas 20:20 == 23:15 Duração: 175 minutos Coord. geográf.: 33º 00° S — 52º 06° W 320 4475 — 519587 W Fundo: lama Profundidade: 22-24 m 1 — Principais resultados da pesca de valor comercial (peso apro- xımado): a)ı Beseadar 1: an a en 200 kg b)) Corvana ce 800 kg cj Castanha es Se 200 kg Total: 1.200 kg 4 bagres 1 vıola | Principais resultados zoológicos: ASTEROIDEA 3 exemplares (Astropecten sp.?) ECHINOIDEA Encope emarginata (Leske, 1778) IHERINGIA — Zoologia n.º 20 — janeiro de 1962 ; 21 OPERAÇÃO XXVIII Data: 2223/7/1959 Hora:z -23:50% 03:40 Duração: 250 minutos Coord. geográf.: 320 44° S — 51º 58 W 32.2927 90 2° SO SS7 NW Fundo: lama Profundidade: 24 m 1 — Principais resultados da pesca de valor comercial (pêso apro- ximado): a) Castanha, Corvina e Pescada. 4.500 kg Total: 4.500 kg 1 cação 2 — Principais resultados zoológicos: GASTROPODA Cymbiola (Pachycymbiola) brasiliana (Solander, 1786) CRUSTACEA Libima spinosa Milne Edwards, 1834 ECHINOIDEA Encope emarginata (Leske, 1778) 3 — Observações: \ Foi esta uma das melhores operações para o peixe comerciável. O “cação mangona” (Carcharias platensis), guardado nos porões do barco, media mais de 3m. OPERAÇÃO XXIX Data: 23/7/1959 Eloras 704:10 = 07355 Duração: 185 minutos Coord. geográf.: 3292397 55 — 310358. W Dos 52206 W Fundo: lama Profundidade: 24-18m 1 — Principais resultados da pesca de valor comercial (peso apro- ximado) : a) Castanha, Corvina e Pescada. 3.250kg Total: 3.250 kg Ss 22 BUCKUP & THOME — | Camp. Ocean. do Museu Rio-Gr. C. Naturais. 2 — Principais resultados zoológicos: ECHINOIDEA Encope emarginata (Leske, 1778) 3 — Observações: Peixes em grande abundância, com homogeniedade de espécies; predomínio da “Castanha” (Umbrina sp.), o que propiciou à tripulação o uso de pás para recolher o peixe aos porões, evitando-se o exaustivo trabalho de seleção manual. OPERAÇÃO XXX Data 2311959 Hora; 07:45 41040 Duração: 145 minutos Coord. geográf.: 302 Se DO (Dor NY 3221625 52205739 Fundo: lama Profundidade: 18-14 m 1 — Principais resultados da pesca de valor comercial (peso apro- ximado) : a) Corvinal e ABescada PR 1.500 kg Total: 1.500 kg 1 cação 2 — Principais resultados zoológicos: ANTHOZOA Remila sp. 3 — Observações: A operação de pesca foi realizada à vista da praia do Cassino, poucas milhas ao Sul dos molhes da barra de Rio Grande. Pela pri- meira vez vê-se a terra depois de cinco dias. Nas proximidades do barco um grupo de 3 “Lobos marinhos” (Otaria jubata), surgiram na superfície da água, procurando abocanhar os peixes que, finda a opera- ção de pesca, eram atirados de volta ao mar. OPERAÇÃO XXXI Data: 23/1/1959 Flora: 19:00 72:00 ix Duração: 180 minutos Coord. geográf.: 322 1 8 — 322 (057 WW 322162 ST 5902052 Fundo: lama Profundidade: 14m IHERINGIA — Zoologia n.º 20 — janeiro de 1962 23 1 — Principais resultados da pesca de valor comercial (peso apro- xımado): 2) FEN O em DO s 300 kg ERRORS ro es see aaa 450 kg Total: 750kg Bagres (50 kg) 2 cações 2 — Principais resultados zoológicos: GASTROPODA Cymbiola (Pachycymbiola) brasiliana (Solander, 1786) ECHINOIDEA Encope emarginata (Leske, 1778) 3 — Observações: Notamos enorme quantidade de “peixe-espada” (Trichiurus leptu- rus) neste local. OPERAÇÃO XXXII Data: 23/7/1959 Hora? 77140271735 Duração: 195 minutos Coord. geográf.: 265 DA NV 3231795 NASA DI Fundo: lama Profundidade: 14-24m 1 — Principais resultados da pesca de valor comercial (pêso apro- xımado): escada nennen veses 500 kg BR Corvina e Castanha: a... 3.550kg Total: 4.050 kg 2 — Principais resultados zoológicos: ECHINOIDEA Encope emarginata (Leske, 1778) PISCES Squalus cubensis Howel & Rivero, 1936 3 — Observacöes: Os 3 “lobos marinhos” (Otaria jubata) continuam presentes. As aves marinhas contam-se aos milhares. Raríssimas as “raias”. Reco- lhemos só neste lance 75 “escudos de Sao Jorge” (Encope emarginata). 24 BUCKUP & THOME — | Camp. Ocean. do Museu Rio-Gr. C Naturais. OPERAÇÃO XXXIII Dara São Elona= 1831029109 Duração: 170 minutos Coord. geográf.: 320 Ss SS sm 920442 Ss SO AN Fundo: lama Profundidade: 24-30 m 1 — Principais resultados da pesca de valor comercial (pêso apro- ximado) : Au escadas fr DER 50 kg b) Corvina e Castanha 2... 350 kg Total: 400kg 1 bagre 1 viola 3 cações 2 — Principais resultados zoológicos: GRUSDACHA Libinia spinosa Milne Edwards, 1834 ASTEROIDEA 1 exemplar (Astropecten sp.?) ECHINOIDEA Encope emarginata (Leske, 1778) SEIS Pogomas ehromis 3 — Observações: Notamos que escassearam novamente os “pampo” (Trachinutus sp.) e “peixe-espada” (Trichiurus lepturus) aumentando as “raias”. O peixe “cabrınha” (Prionotus alıpioms) veio em quantidades enormes e parece que quanto mais ocorre êste peixe, pior se torna o resultado comercial da pescaria. OPERAÇÃO XXXIV Data: 23/7/1959 Hora: 21:50 00:80 Duração: 180 minutos Coord. geográf.: 32° 44° S — 51° 47’ W 322 554.8. 522 000 Fundo: pedregoso Profundidade: 30-27 m IHERINGIA — Zoologia n.º 20 — janeiro de 1962 25 1 — Principais resultados da pesca de valor comercial (pêso apro- ximado) : MN ESS Er er Lisa do mu 100 ke BCs tania em ER. aan 1.000 kg Total: 1.100 kg 1 bagre 1 viola 2 cações l garoupa 2 — Principais resultados zoológicos: DEMOSPONGIAE Diversas colônias GASTROPODA Buccinanops gradatum Deshayes im Lamarck, 1844 Cymbiola (Pachycymbiola) brasiliana (Solander, 1786) CRUSTACEA — ANOMURA 4 exemplares CRUSTACEA — BRACHYURA Libinia spinosa Milne Edwards, 1834 ASTEROIDEA 3 exemplares (Astropecten sp.?) ECHINOIDEA Encope emarginata (Leske, 1778) 3 — Observações: Segundo informações do Comandante do barco, o fundo do mar neste local é rochoso ou pedregoso, trazendo perigo para a rêde. Con- forme estava assinalado em seu mapa de bordo, já perdeu aqui uma rêde inteira, há tempos atraz. OPERAÇÃO XXXV Bata 24/7/1959 Hora: 01:00 — 04:00 Duração: 180 minutos Coord. geográf.: 32º 557 S — 52° 00° W 220460 5 = SM am, Fundo: pedregoso Profundidade: 27-18 m 26 BUCKUP & THOME — | Camp. Ocean. do Museu Rio-Gr. C. Naturais. 1 — Principais resultados da pesca de valor comercial (pêso apro- ximado) : a) access (0 PRM se 150 kg | Db) Corvinal e Castanhal 650 kg Total: 800kg 2 bagres 3 violas I eacao 2 — Principais resultados zoológicos: GASTROPODA Zıdona angulata (Swaınson, 1821) CRUSTAGEA Libinia spinosa Milne Edwards, 1834 ECHINOIDEA Encope emarginata (Leske, 1778) PISGES Acanthistius patagonicus (Jenyns, 1842) 9 I Observações: Vimos observando que nestas últimas 10 operações o número de “raias” é mais ou menos constante, calculando-se em cêrca de 20 exem- plares por lance. Continuam presentes os “lobos marinhos” (Otaria jubata). OPERACAO XXXVI Data: 24/7/1959 Elora:,204502 07:45 Duração: 175 minutos Coord. geográf.: SO diogo 8 — 522 107 Nil 320 2929 — SO 597 WW Fundo: lama Profundidade: 18-25 m 1 — Principais resultados da pesca de valor comercial (pêso apro- ximado) : al Beseada@ rn ala. Amar 300 kg 5): Corvina e Castanha soocoss 5.200 kg Total: 5.500 kg 1 Linguado IHERINGIA — Zoologia n.º 20 — janeiro de 1962 27 2 — Principais resultados zoológicos: CEPHALOPODA Loligo sp. CRUSTACEA Libima spinosa Milne Edwards, 1834 ECHINOIDEA Encope emarginata (Leske, 1778) 3 — Observações: Este lance foi um dos maiores efetuados, quanto a quantidade de peixe comercial. A maioria do peixe foi “Castanha” (Umbrina sp.) de mais ou menos 25 cm de comprimento. No convés recolhemos diversas conchas de micro-gastropodos, contendo crustáceos-Anomuros. OPERAÇÃO XXXVII Data: 24/7/1959 Elena: 2:05.15 1050 Duração: 155 minutos Ccord. geogräf.: 320: 42" S:— 51055" W 32º 25" S.—..52º 00" W Fundo: lama Profundidade: 25-24 m 1 — Principais resultados da pesca de valor comercial (peso apro- xımado): Be Scaday en ce coe 300 kg Dia@ossna & Castanha .......- 1.050 kg Total: 1.350ke 2 bagres ZcaçõEs 2 — Principais resultados zoológicos: ANTHOZOA Renilla sp. CRUSTACEA — MACRURA 4 exemplares CRUSTACEA — ISOPODA 1 exemplar parasitando as brânquias de um Elasmobrânquio. ECHINOIDEA | Encope emarginata (Leske, 1778) 28 BUCKUP & THOME — | Camp. Ocean. do Museu Rio-Gr. C. Naturais. OPERAÇÃO XXXVII Data: 24/7/1959 Hora2 2A Duração: 176 minutos Coord. geogräf.: 32° 257 S — 52° 007 W 3222522008 Fundo: lama Profundidade: 24 m 1 — Principais resultados da pesca de valor comercial (pêso apro- ximado) : aj) estada kr. Mn pasa Aare 50 kg bi Conyimade Casanbamn ze er 850 kg Total: 900 kg 1 bagre 1 viola 4 cações 2 — Principais resultados zoológicos: ECHINOIDEA Encope emarginata (Leske, 1778) OPERAÇÃO XXXIX Data: 24/7/1959 Eloras 22502917280 Duração: 180 minutos Coord. geogräf.: 3202525522001 US — SO (NOM W Fundo: lama Profundidade: 24-22 m 1 — Principais resultados da pesca de valor comercial (pêso apro- xımado): a) Pescada ann ne canas a o pop e 50 kg Db) CorvinameNCastanhar a 200 kg Total Sis: 1 bagre 1 viola 4 cações 2 — Principais resultados zoológicos: ANTHOZOA Renilla sp. IHERINGIA — Zoologia n.º 20 — janeiro de 1962 GASTROPODA Cymbiola (Pachycymbiola) brasiliana (Solander, 1786) CRUSTACEA — ANOMURA 1 exemplar ERUSTA@EHN — BRACHIURA Labima spinosa Milne Edwards, 1834 ECHINOIDEA Encope emarginata (Leske, 1778) 3 — Observações: O resultado desie lance ficou sumamente prejudicado devido a um grande rombo na rêde. Achavam-se rondando o barco 5 “lobos marinhos” (Otaria jubata). E interessante observar que os mesmos só aparecem quando o barco está parado, desaparecendo assim que o barco se poe em movimento. OPERAÇÃO XL Datas 24/7/4959 Eloraz a, 17:50 21:00 Duração: 190 minutos Coord. geogräf.: 323075 520 097 W SD a SSD OZ AV Fundo: — arenoso Profundidade: 22-17 m 1 — Principais resultados da pesca de valor comercial (peso apro- xımado): a) Se ses msn Sata 50 kg Bia oryimna e Castanhal... ecc 500 kg Total: 550/Es 2 bagres (1 com mais de 60 cm) 1 viola 2 cacoes 2 — Principais resultados zoológicos: GASTROPODA Buccinanops gradatum Deshayes in Lamarck, 1844 ECHINOIDEA Encope emarginata (Leske, 1778) PISCES Peprilus xanthurus (Quoy & Gaimard, 1824) 30 BUCKUP & THOME — | Camp. Ocean. do Museu Rio-Gr. C. Naturais. OPERAÇÃO XLI Data: 24/7/1959 Tales 72150 10030 Duração: 180 mınutos Coord. geográf.: II 8 Sue TOA \M SPV DIS — 528 05° WW Fundo: arenoso Profundidade: 17-21 m 1 — Principais resultados da pesca de valor comercial (peso apro- ximado) : ada escada 0 RR 100 kg bi Coryimar e Castanha 450 kg Koral2 550 2 bagres 10 vıolas 2 cações 2 — Principais resultados zoológicos: GASTROPODA Buccinanops gradatum Deshayes in Lamarck, 1844 Cymbiola (Pachycymbiola) brasılıana (Solander, 1786) Zadona angulata (Swainson, 1821) ASTEROIDEA 1 exemplar (Astropecten sp.?) ECHINOIDEA Encope emerginata (Leske, 1778) 3 — Observações: Após êste lance a pesca foi suspensa e rumamos em direção SE. O mar encontrava-se muito agitado. OPERAÇÃO XLII Dakar, 257471959 klora: 2 0835 11600 Duração: 165 minutos Coord. geográf.: 322 OA Ss > SO SM Ny SUE as = SO 59” MY Fundo: lama dura Profundidade: 38m IHERINGIA — Zoologia n.º 20 — janeiro de 1962 31 1 — Principais resultados da pesca de valor comercial (pêso apro- xımado): IA Onda E as sois EN 2.200 kg Total: 2.200 kg 6 bagres 1 viola 30 cações 2 — Principais resultados zoológicos: ASTEROIDEA 6 exemplares (Astropecten sp.?) PISGES Sphyrna sp. Auxis sp. Trachinotus sp. Peprilus xanthurus (Quoy & Gaimard, 1824) Trichrurus lepturus Linné, 1758 OPERAÇÃO XLIII Data: 25/7/1959 Elora: 2 1220 — 14:00 Duração: 160 minutos Coord. geogräf.: 32° 41725 519350, Sue EN EN Fundo: lama dura Profundidade: 38m 1 — Principais resultados da pesca de valor comercial (peso apro- xımado): BE onimal Gorro ns dE HO 1.600 kg Ene a 23a 600 kg Total: 2.200 kg 16 cações de mais de 2m 33 cações de mais de 1m 2 — Principais resultados zoológicos: PISCES Pomatomus saltatrix (Linné, 1758) Scomber sp. 3 — Observações: A “enchova” (Pomatomus saltatrix) é um peixe de superficie e aqui considerado de alto valor comercial e que só excepcionalmente é colhido em rêde de arrasto. s2 BUCKUP & THOME — | Camp. Ocean. do Museu Rio-Gr. C. Naturais. OPERAÇÃO XLIV Data: 25/7/1959 Eloras 22302 77229 Duracao: 170 minutos Coord. geogräf.: 3240 5 SOSSE SAVE SON Fundo: lama dura Profundidade: 38m 1 — Principais resultados da pesca de valor comercial (pêso apro- xımado): Ay. Borvinan Bee O 1.550 kg Dinho va qi ee RR 100 kg Total: 1.650 kg 52 cações 2 — Principais resultados zoológicos: ANTHOZOA Renilla sp. CEPHALOPODA Lolhgo sp. ASTEROIDEA l exemplar (Astropecten sp.?) 3 — Observações: Queremos ressaltar a grande quantidade de “cações” de várias espécies que tem surgido na ade nestes últimos lances; encontrando-se animais de todos os tamanhos. Os animais de mais de um metro são recolhidos aos porões do barco, após eviscerados e decapitados; quanto aos menores, sao devolvidos ao mar. OPERAÇÃO XLV Data 25/7/1859) Elorasl 2,40 DES Duração: 170 minutos Coord. geográf.: 320417 5 — 510337 MW 320412 5 2 ISSN Fundo: lama dura Profundidade: 38m 1 — Principais resultados da pesca de valor comercial (pêso apro- xımado): IHERINGIA — Zoologia n.º 20 — janeiro de 1962 GL) AC o dive fe ge É anne 1.050 kg Babres (50 kg) 12 cações 2 — Principais resultados zoológicos: ANTHOZOA Renilla sp. ASTEROIDEA 5 exemplares (Astropecten sp.?) 3 — Observações: Total: 1.050 kg Continuamos pescando em círculos na mesma região. O peixe € demais fauna estão rareando. OPERAÇÃO XLVI Datas 25/7/1959 Horas Di QUE 300210 Duração: 190 minutos Coord. geográf.: 320 41" 58 — 51° 33” W SRA SU ANNA Fundo: lama dura Profundidade: 38m 1 — Principais resultados da pesca de valor comercial (peso apro- xımado): Ea) VOR ee PR 900 kg Total: 900kg + bagres 1 viola 15 cações 2 — Principais resultados zoológicos: Nada recolhemos neste lance. OPERAÇÃO XLVII Data:26/7/1959 Hora: "09:30: 04:00 Duração: 210 minutos Coord. geográf.: 390478 510335 W 3224175, — 51033 W Fundo: lama dura Profundidade: 38m 34 BUCKUP & THOME — | Camp. Ocean. do Museu Rio-Gr. C. Naturais. 1 — Principais resultados da pesca de valor comercial (peso apro- ximado) : a) Corina are 550 kg MoralpAo Sao: 3 cações 2 — Principais resultados zoológicos: CEPHALOPODA — OCTOPODIDAE 1 exemplar ASTEROIDEA Alguns exemplares (Astropecten sp.?) OPERAÇÃO XLVIHI Data: 26/7/1959 Flora: 7104:30=708:00 Duração: 210 minutos Coord. geográf.: 3254105 033 MO AS el NW Fundo: lama dura Profundidade: 38m 1 — Principais resultados da pesca de valor comercial (péso apro- xımado): a) Corina se RE re 400 kg Total: 400 kg Alguns cações 2 — Principais resultados zoológicos: ASTEROIDEA Alguns exemplares (Astropecten sp.?) OPERAÇÃO XLIX Data: 26/7/1959 Bora: QBis == 111500) Duração: 165 minutos Coord. geogräf.: 320 4108 — 51° 332 W 929 A129; — SO BS NI Fundo: lama dura Profundidade: 38m IHERINGIA — Zoologia n.º 20 — janeiro de 1962 1 — Principais resultados da pesca de valor comercial (pêso apro- xımado): COINA Be A os DA Ss ss ça 950 kg Total: 950kg Alguns cações 2 — Principais resultados zoológicos: ASTEROIDEA Vários exemplares (Astropecten sp.?) PISCES Mustelus sp. (4 filhotes) OPERAÇÃO L Data: 26/7/1959 flora 11.202950 Duração: 150 minutos Coord. geográf.: 32° 41" S — 51º 33’ W Spas ES N Fundo: lama dura Profundidade: 38m 1 — Principais resultados da pesca de valor comercial (pêso apro- xımado): N ee 2.100 kg Toatl: 2.100 kg Bagres (50 kg) 25 cações 2 — Principais resultados zoológicos: ASTEROIDEA Diversos exemplares (Astropecten sp.?) 3 — Observações: O “peixe-espada” (Trichiurus lepturus) continua predominando na rêde. São centenas de animais recolhidos em cada um dos últimos lances. Julgamos que os “cações” devem alimentar-se dêstes peixes. Pudemos observar que um “cacao-anjo” (Squatina sp.) de cerca de 2 metros de comprido, regorgitou 3 “peixe-espada”, quando deitado no convés do barco. 36 BUCKUP & THOME — I Camp. Ocean. do Museu Rio-Gr. C. Naturais. OPERAÇÃO LI Data: 26/7/1959 lalorag . sl) == 1178115 Duração: 175 minutos Coord. geográf.: 922 207 8 — SO 55º \W MU dy Ss SO 85 Fundo: lama dura Profundidade: 38m 1 — Principais resultados da pesca de valor comercial (pêso apro- ximado) : A) Conan UE MRI 600 kg Total: 600 kg 19 cacoes 2 — Principais resultados zoológicos: CEPHALOPODA Lohgo sp. PISCES Menticirrhus martinicensis (Cuvier, 1830) 3 — Observações: Continuavam predominando francamente os “peixe-espada” (Tri- chiurus lepturus). OPERAÇÃO LII Data: 26/7/1959 Eloa 2175022030 Duração: 180 minutos Coord. geográf.: 329 952,80 035 320 3508 SOL Fundo: pedregoso Profundidade: 38-40 m 1 — Principais resultados da pesca de valor comercial (pêso apro- xımado): LEE Er a A ED 350 kg Total: 350kg 2 bagres 4 cações IHERINGIA — Zoologia n.º 20 — janeiro de 1962 37 2 — Principais resultados zoológicos: ANTHOZOA Elhsella elongata (Pallas, 1766) CEPHALOPODA Loligo sp. CRUSTACEA — ANOMURA 3 exemplares OPHIUROIDEA Gorgonocephalus chalensis Ludwig, 1889 3 — Observações: A pesca ficou novamente suspensa, pois a rêde rompeu-se nas pedras do fundo marinho. OPERAÇÃO LIHI Datas 2744/1059 ora: 20055: 0340 Duração: 185 minutos Coord. geográf.: 32310 552 52.0 W 322705723 2510487 W Fundo: lama Profundidade: 12-18 m 1 — Principais resultados da pesca de valor comercial (peso apro- xımado): AMRS er... sen gene. 150 kg by) Corwmare Castanha ....: ...-- 1.400 kg Eotal: 1.550kg 5 bagres 5 cações 2 — Principais resultados zoológicos: GASTROPODA Buecinanops gradatum Deshayes in Lamarck, 1844 Cymbiola (Pachycymbiola) brasiliana (Solander, 1786) CRUSTACEA — MACRURA Alguns exemplares 38 BUCKUP & THOME — | Camp. Ocean. do Museu Rio-Gr. C. Naturais. 2 — Observações: Reapareceram neste lance a “pescada” (Cynoscion striatus) e um pouco de “castanha” (Umbrina sp.). O “peixe-espada” (Trichiurus lepturus) tornou-se raro, bem como diminuiram os “cações”. OPERAÇÃO LIV Datas 271,959 Fora: 0205 070% Duração: 175 minutos Coord. geográf.: 320x085 SS Me SAS SO So Fundo: lama Profundidade: 18 m 1 — Principais resultados da pesca de valor comercial (pêso apro- "— ximado): a) Beseadas mer 08, ne 950 kg b) Coryinalie @astanha 22... % 4.550 kg ed Enchowa 4. Be o 150g Total: 5.650 kg 2 — Principais resultados zoológicos: Nada que pudessemos recolher apareceu. 3 — Observações: Este lance da madrugada foi o mais abundante em peixes de aproveitamento comercial de tôda a viagem. OPERAÇÃO LV Data: 27/0/0059 Flora: 0/50 95 Duração: 125 minutos Coord. geogräf.: 3220525 SO Asa 3222055 SORA Fundo: lama Profundidade: 18m 1 — Principais resultados da pesca de valor comercial (pêso apro- ximado) : a) Corvınane Castanha 0. 1.550 kg b) Encheva,s 2. ner 1.200 kg Total: 2.750kg 2 cações (de mais de 3 metros) IHERINGIA — Zoologia n.º 20 — janeiro de 1962 39 2 — Principais resultados zoológicos: Nada que pudessemos recolher apareceu. 3 — Observações: Os “cações” aqui recolhidos são denominados de “mangona” (Car- charias platensis), como também de “corta-garoupa” pelos pescadores do Rio de Janeiro. O grande volume de peixe comercial, parece ter afungentado a fauna que nos interessa mais de perto, ou seja, inverte- brados. OPERAÇÃO LVI Data: 27/7/1959 Flora: 10:00 =" 12:20 Duração: 140 minutos Coord. geogräf.: 32° 05° 5 — 51º 49° W Oss = Sto Am Fundo: lama Profundidade: I8m 1 — Principais resultados da pesca de valor comercial (peso apro- xımado): = Corvına e Castanha »....2.- 800 kg Dr Enchova. cs... AI EN, 1.100 kg Total: 1.900 kg 1 bagre 3 cações 2 — Principais resultados zoológicos: GASTROPODA Buccinanops gradatum Deshayes im Lamarck, 1844 Cymbiola (Pachycymbiola) brasılıana (Solander, 1786) 3 — Observacöes: Notou-se novamente a ausência quase total de “cabrınha” (Prio- notus alipionis) nestes últimos lances. OPERAÇÃO LVII Data: 27/17/1959 Hora: 12.45 — 15:00 Duração: 135 minutos Coord. geográf.: 3207057 Sr 10 AB W 329055 — 512 480 W Fundo: lama Profundidade: 18m 40 BUCKUP & THOME — | Camp. Ocean. do Museu Rio-Gr. C. Naturais. 1 — Principais resultados da pesca de valor comercial (p&eso apro- xımado): a). pescada a sans 250 kg by Corvana o Kurs. Be 100 kg Total: 350kg a 5 violas liicação 2 — Principais resultados zoológicos: GASTROPODA Buccinanops gradatum Deshayes im Lamarck, 1844 Cymbiola (Pachycymbiola) brasılıana (Solander, 1786) CRUSTACEA — ANOMURA Alguns exemplares 3 — Observações: O barco nesta altura já estava bastante lotado de peixes. À rêde neste lance veio novamente rasgada. Contudo, o Comandante insistiu em consertar a mesma e prosseguir na pesca. OPERAÇÃO LVHI Data 2797791959 Hora- GEO SEIO, Duração: 150 minutos Coord. geográf.: SON OSS E OA NW 320205285 SI alem WY Fundo: lama Profundidade: 18 m 1 — Principais resultados da pesca de valor comercial (peso apro- ximado) : a)uBeseadan tn er Re KR b) Commnare castanha 2.2. 1.250 kg Total: 1.350 kg 3 vıolas 2 cações 2 — Principais resultados zoológicos: | GASTROPODA Cymbiola (Pachyeymbiola) brasiliana (Solander, 1786) CRUSTACEA | Diversos exemplares IHERINGIA — Zoclogia n.º 20 — janeiro de 1962 41 OPERAÇÃO LIX Datas 27/7/1959 Hora: — 19:507 23:00 Duração: 250 minutos Coord. geográt.: 9201057 Sy— 51º 480 W 320 (5 — SIS ASA Fundo: lama Profundidade: I8m 1 — Principais resultados da pesca de valor comercial (peso apro- xımado): ARES Calda 3.5 nn 300 kg DiEeDsanas ESA E 300 kg Total: 600 kg 2 — Principais resultados zoológicos: POLYCHAETA Vários exemplares OPHIUROIDEA — OPHIURAE Vários exemplares PROTOCHORDATA Cephalodiscus sp. 3 — Observações: Com êste lance, após dez dias de pesca, o Comandante encerrou a viagem, rumando para o pörto de Rio Grande, onde chegamos ao amanhecer do dia 28/7/1959. 42 BUCKUP & THOME — | Camp. Ocean. do Museu Rio-Gr. C. Naturais. 4 CONCLUSÕES A Viagem do PESCAL II constituiu-se como uma primeira inicia- tiva de maior envergadura, por parte do Museu Rio-Grandense de Ciências Naturais, no campo da Oceanografia e da Biologia Marinha. Considerando o caráter experimental da realização, os resultados podem ser considerados significativos. Faz-se necessário, no entanto, que o material colecionado e as informações recolhidas possam sofrer agora a análise minuciosa dos especialistas nos diversos ramos do Reino Animal. Os especimens colecionados se encontram em perfeitas condições de conservação, depositados nas coleções dêste Museu. Para a determinação e revisão do material colecionado, o Museu vem recebendo a contribuição dos seguintes zoológos: Cnidaria-Anthozoa — F. Bayer (United States National Museum, Wash. USA) Annelida-Polychaeta — E. Nonato (Instituto Cceanográfico de São Paulo, BRASIL) Echinodermata — L. Tomması (Instituto Oceanográfico de São Paulo, BRASIL) Mollusca — Jose W. Thomé (Museu Rio-Grandense de Ciências Naturais, Pörto Alegre, BRASIL) Crustacea — Geraldo R. Hoffmann (Museu Rio-Grandense de Ciências Naturais, bolsista do Conselho Nacional de Pesquisas) Pisces — Thales de Lema (Museu Rio-Grandense de Ciên- cias Naturais, Pôrto Alegre, BRASIL) Os resultados destas pesquisas serão publicados oportunamente pele Museu Rio-Grandense de Ciências Naturais. HERINGIA — Zoolcgia n.º 20 — ianeiro de 1962 Mapa @ARRDO GRANDE 32° 30 Osaçuarão | E — : © 07 30 ‚34° . " O Roteiro do |PESCAL I | PRIMEIRA ESPEDIÇÃO QCEANOGRÁFICA DO, MUSEU RIO-GRANDESE DE CIÊNCIAS |, > NATURAIS - Julio de 1959 | Escolo Il. 000 - DESENHO - CODEL BUCKUP & THOME — | Camp. Ocean. do Museu Rio-Gr. C. Naturais. Fig. 1 — “PESCAL II”; Fig. 2 — Comte. Ewald Bruns do “PESCAL Il”; Fig. 3 — Recolhimento da rede; Figs. 4 e 5 — Separação dos Peixes; Fig. 6 — Os autores com um “cação” capturado na rede. Fotos Buckup, IHERINGIA — Zoologia n.º 20 — janeiro de 1962 Estampa | STAMPA I BUCKUP & THOME — | Camp. Ocean. do Museu Rio-Gr. C. Naturais. Fig. 7 — Um “albatróz” (Diomedea melanophrys) capturado sôbre o convés; Fig. 8 — Diomedea melanophrys e Daption capensis na esteira do navio pesqueiro; Figs. 9 e 10 — Daption capensis, “Frade”, “Fradinho” ou “Pomba-do-Cabo”. Fotos Buckup. IHERINGIA — Zoologia n.º 20 — janeiro de 1962 Estampa Il ESTAMPA II 203038 Dr HERINGIA SERTPES CLENTIFI CAS DO USEU RIO-GRANDENSE DE CIÊNCIAS NATURAIS RETARIA DE EDUCAÇÃO E CULTURA — DIVISÃO DE CULTURA — DIRETORIA DE CIÊNCIAS RTO ALEGRE — ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL — BRASIL JOLOGIA — N.º 21 — JANEIRO DE 1962 SÓBRE A ESPÉCIE BOTHROPS ITAPETININGAE (BOU- LENGER, 1907) E SUA OCORRÊNCIA NO ESTADO DO “RIO GRANDE DO SUL, BRASIL (Serpentes, Crotalidae) THALEs DE LEMA (do Museu Rio-Grandense de Ciências Naturais) Em 1958 recebemos um exemplar de Bothrops itapetiningae (BOULENGER, 1907) do interior do Estado do Rio Grande do Sul + sendo esta espécie conhecida apenas dos Estados de São Paulo e Paraná e, além disso, tendo nós comparados os dados que apresenta o supracitado exemplar com os que se encontram registrados na litera- tura específica chegamos a conclusões, que comunicamos aquí, con- victos de que estamos colaborando para um melhor conhecimento dessa curiosa espécie de serpente. Não podemos deixar de registrar os nossos agradecimentos ao nosso colega, Dr. Ludwig Buckup, pela co- cperação efetiva que prestou, tanto de ordem técnica como científica. Agradecemos, também, ao Irmão Joaquim, ex-aluno nosso, pela oferta do valioso exemplar. HISTÓRICO Esta espécie passou a ser conhecida a partir de 1907, quando o Instituto Butantan, em São Paulo, Brasil, recebeu dois exemplares procedentes da localidade Itapetininga (interior do Estado de São Paulo). Apesar da forte semelhança com Bothrops neuwiedü (WAGLER) o Diretor daquêle Instituto, Dr. Vital Brazil, percebeu tratar-se de uma espécie nova e os remeteu ao Dr. BOULENGER do British Museum, Londres e, naquêle mesmo ano êsse cientista descreveu-os com o nome PORTO JANEIRO [BRINGIA SER. ZOOL. N.º 21 | 12 PÁGS. 4 ESTS. ALEGRE 1962 2 LEMA, Th. de — Söbre Bothrops itapetiningae... de Lachesis itapetiningae, aproveitando o nome da localıdade tipo. Infelizmente BOULENGER não ilustrou sua descrição. BRAZIL (1911, 1914) transcreveu a descrição original em magni- fica obra de divulgação, acrescentando alguns dados especialmente sôbre a peconha, além de ilustrar a descrição com uma bela estampa a cöres. O valor da contribuição de BRAZIL está no estudo comparativo da peconha dessa espécie com o de outras da América do Sul. Após essas três publicações nada mais se escreveu de importante sôbre essa espécie e resumimos as contribuições posteriores à descrição original: R. v. IHERING (1911), em sua incompleta monografia, conside- rou-a subespécie de Bothrops neuwiedu, registrando-a, além de, para S. Paulo, também para a Bahia (colalidade Vila Nova). A ocorrência pairalESA Paulo, que cıtou, foi an em um exeplar de Itapetininga ommeale, so Mitnsan Eanes: pelo, Dr. V. Brazil, aliás, o terceiro exem- plar do lote típico. A ocorrência para a Bahia for baseada em três exemplares enviados ao Museu Paulista. Baseado, assim, nesses poucos exemplares, ampliou considerâvelmente o campo de variabilidade de certos caracteres da espécie. WERNER (1921) repetiu ocorrências de R. v. IHERING. AMARAL (1923), após examinar os exemplares do Museu Paulista citados por R. v. IHERING, afirmou que os três indivíduos proce- dentes da Bahia pertenciam a sua recente nova espécie Bothrops erythro- melas. WERNER (1924) registrou novamente a ocorrência dessa espécie na Bahia baseado em dois exemplares que depositou no Museu de Viena. MAGALHAES (1925) registrou-a para oc Estado do Rio Grande do Sul, baseado em quatro exemplares remetidos ao Instituto de Higiene de Pelotas, naquêle Estado. Inexplicâvelmente tal registro não tem sido levado em consideração pelos demais AA. AMARAL (1926), transcreveu o artigo de 1923 (citado antes), modificando o que afirmara, dizendo, agora, que os exemplares da Bahia em poder do Museu Paulista, pertencem à espécie Bothrops neuwsedi! VELLARD (1928) descreveu o hemipênis dessa espécie compa- rativamente com o de outras serpentes sulamericanas. AMARAL (1930-A), ao fazer a revisão da nomenclatura das formas neotropicais de serpentes, afirmou que os exemplares da Bahia em poder do Museu Paulista (mencionados antes) e que os exemplares citados por WERNER (1924), também da Bahia, são todos de sua espécie Bothrops erythromelas. (O mesmo A. citou-a em várias listas (1930-B, 1930-C, 1930-D, 1930-E, 1931, 1935/6) e acrescentou alguns dados em sua Sinópse dos Crotalídeos (1937). Em obras de divulgação saídas no mesmo ano (1945), AMARAL, PRADO e MACHADO, citaram ou repetiram descrições conhecidas, + IHERINGIA — Zoologia n.º 21 — janeiro de 1562 inclusive a fotografia de AMARAL (1937) e que vem sendo repetida m quase todos os folhetos e livros de divulgação. VELLARD (1946) complementou o estudo que fez dos hemipênis de várias serpentes, lançando uma classificação baseada nesse caracter, associando-a às espécies erythromelas e ammodytoides. FONSECA e DIIMARS, em obras excelentes de divulgação, saídas no mesmo ano (1949), fizeram referências a essa espécie. Por fim, FRÕES (1952), examinou um exemplar e concluiu pela ampliação de alguns dados. Finalmente, estando nós de posse de um exemplar do Rio Grande do Sul, fazemos aquí a descrição do mesmo: DESCRIÇÃO DE EXEMPLAR DO RIO GRANDE DO SUL: — TDL. 824 — jóvem; macho; interior do município de Pelotas, R.G.S., 1958; Irmão f[oaquim adquiriu-o de museu escolar daquêle município, tendo sido coletado por estudantes, Morfologia. CABEÇA alongada com canthus rostralis acen- tuado, formando um ângulo agudo com o plano da superfície supra- cefálica; um pouco estreita na parte posterior, lembrando Bothrops alternata DUM., BIBR. & DUMÉRIL 1854 (se a imaginarmos um pouco mais distendida, pois está desidratada). Escudetes internasais e cantais com um profundo sulco, arredondado, na margem externa, acompanhando o contorno da cabeça. Focinho sensivelmente encurvado para cima, ocasionando um ângulo agudo formado pelos lados superior e anterior das nasais e tornando alta a rostral. Fossetas loreais gran- des, separadas das supralabiais por um sulco marginal, e separadas, de cada lado, da 2.º supralabial, por pequenos escudos (Fig. 5). TRONCO mais ou menos reforçado e marcado fortemente por linhas elevadas, lengitudinais e paralelas, formadas pelas carenas das escamas dorsais e que, portanto, são altas. CAUDA relativamente pequena, cerca de 1/10 do comprimento total, com extremidade obtusa, cuja terminal possue um sulco incompleto, inferiormente. Lepidose. Rostral alta, alargada em baixo; Internasais grandes, sulcadas nos bordos externos, em contato entre si, cujo sulco divisor mede 1,07 mm.; Cantais grandes, uma de cada lado, também sulcadas nos bordos externos em continuação ao sulco das internasais e ınclı- nadas para cima; Supraoculares grandes, medindo 4,5 mm. cada uma; Inter-supraoculares em 9 séries (contadas na linha transversal me- diana às supraoculares), grandes, com carena nítida, pigmentada e um pouco elevada (algumas possuem carena bem elevada na região cen- tro-apical da carena); Nasal partida, porção anterior é cerca de 3x a área da porção posterior e está inclinada para cima e para diante; Préoculares 2 de cada lado, sendo a superior muito maior do que a infericr: Sub-ocular 1 de cada lado, muito alongada e encurvada para cima nas extremidades, acompanhando o contorno orbicular e está 4 LEMA, Th. de — Söbre Bothrops itapetiningae... separada das supralabiais por uma série de pequenos escudos em número de 5/4, isto é, 5 escudetes no lado direito e 2 pequenos + 2 alongados no lado esquerdo; Postoculares 3 de cada lado, a superior é uma escama de ápice obtuso no lado direito e uma escama perfeita no lado esquerdo, a média e a inferior são fracamente carenadas; escamas Temporais lisas; Supralabiaıs 8 de cada lado, sendo a 32 e a 42 maiores (a 3.2 é bem maior do que as demais, enauan‘:o que a 4.2 é um pouco maior do que a 5.2); Sinfisal grande: Infralabiais 10 de cada lado sendo a 4.2 a maior e as 3 primeiras estão em contato com as mentais anteriores. a 3.2 está em contato com as mentais anterior e posterior de cada lado; Mentais Anteriores são 1,5 x maiores do aue as Posteriores; Gulares 6 séries inclinadas para trás entre infrala- biais e ventrais: Ventrais 2 + 144: Anal inteira; Subcaudais 28 pares, havendo 3 escudos no lado direito e 2 escudos no lado esquerdo contornando a abertura da cloaca; Terminal medindo 1,88 mm. (vide MORFOLOGIA): Dorsais, fórmula 26-26-21, fortemente carenadas, carena mais baixa do que nas supracefälicas. Medidas. Cabeça: 24 mm.; tronco: 305 mm.; cauda: 35 mm. Total: 364 mm. Coloração: Coloração geral castanho-avermelhada com 30 marcas típicas de cada lado do dôrso (tronco). Essas marcas são muito seme- lhantes às de Bothrops neuwiedn, mas apresentando variação desde o pescoço até a zona préanal: inicialmente são um pouco largas, mas altas, divididas ao meio longitudinalmente; depois vão se tornando mais estreitas transversalmente lembrando faixas; à medida que se aproximam da zona préanal vão se alargando lateralmente lembrando as marcas das demais Bothrops; por fim começam a se fragmentar, afastando-se as partes, inicialmente há separação mediana no sentido transversal e depois no sentido longitudinal, restando quatro blocos cromáticos de cada marca, que vão se irregularizando tornando-se um desenho irreconhecivel. Não há coalescência de marcas pela Inha ver- tebral. As carenas escurecidas de pardo-negro sobressaem sôbre o painel cromático descrito. Supracefälicamente é semelhante à B. neuwiedn | com leves modificações: u'a mancha transversal, ovóide, sôbre inter- cantais; duas faixas de cada lado, partindo, cada uma, do lado interno e posterior das supraoculares e inclinando-se um pouco para os lados da cabeça e atingindo a zona parieto-temporal e como estão, ambas as faixas, interrompidas à mesma altura após supraoculares, dão o aspecto de 4 manchas independentes em disposição simétrica, sendo as duas anteriores, poligonais, curtas e as outras duas posteriores, alongadas e ınclınadas para fora. De sob cada ôlho parte u'a mancha larga quase preta que se prolonga para baixo e para trás tingindo as supralabiais e infralabiais. A parte inferior da cabeça, bem como a parte anterior do ventre, são imaculadas, brancacentas. As marcas supracefálicas e dorsais possuem a mesma estrutura IHERINGIA — Zoologia n.º 21 — janeiro de 1962 5 romática, que é a seguinte: margens negras cercadas por uma orladura lara quase branca em volta, e parte ınterna da marca de côr castanha scura. As ventrais apresentam o bordo distal pigmentado de castanho laro e essa pigmentação condensa-se em manchas irregulares em número e 3 a 4 em cada gastrostega; a pigmentação vai se condensando cada vez ais à medida que se aproxima à zona anal, terminando por macular quase êda a área de cada ventrak as manchas tornam-se cada vez mais econhecíveis e escuras no bordo proximal; só os Jados das ventrais não é maculado o que contrasta com a linha escura das paraventrais Riss. 6 e 7). DISCUSSÃO E COMENTARIOS Os dados que colhemos do presente exemplar foram comparados com os registrados na bibliografia sôbre a espécie (vide BIBLIOGRA- FIA) e dessa comparação encontramos alguns pontos discordantes: I — As escamas supracefálicas são relativamente grandes, pois apenas existem 9 séries entre as supraoculares, enquanto que em outras espécies de Bothrops geralmente há mais de 10 séries. Entretanto tanto na descrição original quanto em outras, há a afirmativa de que tais escamas são pequenas ou, mesmo, muito pequenas. II — As escamas supracefálicas são, no presente exemplar, não imbricadas, contrariando a opinião dos AA. III — As escamas temporais são lisas mas, BOULENGER (1907): afırmou que sao carenadas. IV — BOULENGER (1907) não faz referência ao encurvamento do focinho para cima e que verificamos com evidência no presente exemplar. Não se poderia alegar que isso se deva à pouca idade porque o exemplar mede 364 mm. Além de não acreditarmos que tal fato afetasse tão fortemente a morfologia. V — Sendo o tôpo da cabeça manchado, fato reconhecido pela quase totalidade dos AA,, inclusive é devido a isso, entre outras cousas, que se a compara com a espécie D. neuwiedü, é de causar estranheza a afirmativa de MACHADO (1945) de que esta espécie possue a região supracefálica imaculada. VI _ A maioria dos AA. descreveu as marcas típicas como sendo faixas transversais, mas as fotografias apresentadas por BRAZIL (1911, 1914) e AMARAL (1937), que são as principais, mostram que são muito semelhantes às das demais Bothrops, principalmente àquelas do complexo alternata-cotiara-neuwiedu e isso foi o que observamos no presente exemplar (Figs. 3 e 6). Nada podemos concluir dessas discordâncias a não ser que alguns AA. tenham se enganado, ou que sejam variações individuais, ou, ainda, anomalias, por exemplo, no “pattern”. Por outro lado, fizemos uma criteriosa seleção dos dados apresentados pelos mais diversos ANGE 6 LEMA, Th. de — Söbre Bothrops itapetiningae... Fe acreditamos poder reformular a descrição dessa espécie da seguinte forma: BOTHROPS ITAPETININGAE (BOULENGER) — Lachesis itapetiningae BOULENGER 1907 — Ann. & Mag. N. H. (7) 20: 338; BRAZIL 1911 — Defeza Ophid.: 48, 60-64, 101 e 1022 fig. 23, BRAZIL 1914 — Defense Ophid.: 104- 107 est. ZE MAGA- LHAES 1925 — Mem. Inst. Osw. Cruz, 18 (1): 152; VADIA ao Inst NV Brazil OMR — Lachesis neuwiedü itapetiningae R. IHERING 1911 — Rev. Mus. Paulista, 8: 360 e 361, 342 (partım). — Bothrops itapetiningae AMARAL 1923 — Proc. N. Engl. Zool. CL, 8: 97; AMARAL 1926 — Arch. Mus. Nac. Rio, 26 (sep.): 21; AMARAL 1930 — Mem. Inst. Butantan, 4: 59, 114, 235; AMARAL 1930 — Ann. V Congr. Bras. Hyg (sep.): 147, quadro I; AMARAL 1930 — Mem. Inst. Butantan, 5: 196, quadro 2; AMARAL 1931 — Arch. Soc. Biol. Montevideo (supl.), (1): 7; AMARAL 1935/6 — Mem. Inst. Butantan, 10: 157; AMARAL 1937 — Mem. Inst. Butantan, 11: 227, fig. 13; AMARAL 1944 — Pap. Av. Depto: Zool. S. Paulo, 5 (3): 17, AMARAL 1945 — Anım. Venen. 54 75, fig. 39: PRADO 1945 — Serp. Brasil 43, 972 N Ne 1245 Bol. Inst. V. Brazil, 3 2): 48 e 49 Sie 2a res (p. 60); VELEARD 1946 — Acta Zool. Lilo 3: 282 HONSEOS 1949 — Anım. Peconh.: 104, 119, 122, 129, 205, fig. 65; DITMARS orld: 137, est. 58; FRÕES 1952 — Ciênc) Beta Kacı Kilos“ peste ODE IOMMI Nomes vulgares: “COTIARINHA”, “BOIPEVA”, “JARARACA- DO-CAMPO?” e “FURTA-COR” (BRAZIL 1911). O nome mais fre- quente parece ser “cotiarınha”, isto é, “pequena cotiara”. Distribuição geográfica: Própria do Brasil Meridional: Estados de São Paulo e Paraná (interior) extendendo-se para o Rio ‘Grande do Sul, devendo ccorrer, portanto, no Estado de Santa Catarina. Loca- lidades citadas na bibliografia da espécie: Itapetininga (Est. S. Paulo) — lecalıdade- po; Pirassununga e Santa Rita do Passa Quatro (ambas no Est. de S. Paulo): Pelotas, interior (Est. do Rio Grande do Sul). A área em que está a localidade-tipo pode ser deserminada como o Centro e o SW do Estado de São Paulo, isto é, entre os meri- dianos 47º e 48º de longitude O. de Greenwich e entre os paralelos 21º e 24° de latitude S. (AMARAL 1923, 1926). DESCRIÇÃO: a) Morfologia: CABEÇA alongada, canthus ros- tralis acentuado, focinhc afilado e levemente munido. desssitas loreais grandes, separadas dos escudetes supralabiais. “TRONCO reforçado. CAUDA pequena, cerca de 1/10) do comprimento total nos machos e cerca IHERINGIA — Zoologia n.º 21 — janeiro de 1962 7 de 1/7 nas fêmeas, grossa, nao preênsil, com formação terminal globosa. TAMANHO: pequena, cerca de 500 mm. de comprimento — é a menor espécie da Família Crotalidae que ocorre no Brasil. LEPIDOSE: Ros- tral: mais alta do que larga, mais larga em baixo do que em cima; Nasal: partida, parte anterior bem maior do que posterior e inclinada para diante e para cima; Internasais: 2, grandes, que se tocam; Supra- cefálicas: 7-9 séries entre supraoculares, grandes e fortemente carena- das; Supraoculares: inteiras, grandes; Cantais: 1 de cada lado, gran- des, menores dc que internasais; Préoculares: 2 de cada lado, peque- nas; Postoculares: 2-3, pequenas, fracamente carenadas; Subocula- res: 1 de cada lado, bastante alongada e curva acompanhando contorno da órbita; separadas das supralabais por uma série de pequenes escudos; Temporais: lisas ou carenadas; Supralabiais: 8, sendo a 32 e a 4.º maiores e a 2.º não forma a fosseta loreal; Sinfisal: grande; Infralabiais: 10, as 3 primeiras em contato com as mentais anteriores; Mentais Anteriores: maiores do que Mentais Posteriores; Gulares: em muitas séries entre infralabiais e ventrais devido ao alongamento da cabeça; Dorsais: 25-27 séries, fortemente carenadas, Carena longa e leve- mente arqueada; Ventrais: 144-160; Anal: 1; Subcaudais: 28-33 pares; Terminal: grande, globosa. HEMIPENIS: bifurcado, ramos apicais 155 b) . ‚ - “17 > longos cerca de —— do comprimento total do örgao, subcilindricos, 3 terminando por área alveolada bem desenvolvida com ápices supe- riores arrendodados; uma série de espinhos numerosos, encurvados para a base, mais cu menos iguais em tamanho, desde a área lisa dos ramos até o corpo romboidal do órgão; sulcos espermáticos nas faces infero- internas dos ramos apicais. COLORAÇÃO: Coloração geral dorsal castanho-escura avermelha- da, rosada cu alaranjada com uma série de marcas dorsais típicas de cada lado, grandes, alongadas transversalmente, ovais ou quadrangulares, interrompidas no têrço inferior das mesmas, equidistantes a espaços iguais a sua largura e se alternando ou coindidindo as de um lado com as do outro, podendo haver fusão pela Imha vertebral semelhando, então, uma faixa anelar e podendo, ainda, apresentarem-se fragmenta- das em 2 ou mais pares; na cauda elas sempre se fragmentam, afas- tando-se as partes (Fig. 3). Essas marcas possuem a seguinte estrutura cromática: margens negras, com estreita área branca ou muito clara em volta e internamente castanho-escuras. Ventralmente a coloração geral é branco ou brancacento com pontuações castanhas mrregularmen e dispostas no primeiro terco do ventre, e que « a ventral, formando manchas escuras que, à 1 zona anal, vão se tornando mais escuras, = er 1 lepois vão se condensand) na porção proximal de cad medida que se aproximam d: portanto, mais nítidas, mas culados, constrastando com o castanho 4). A coloração da cabeça é a seguinte: ficando sempre os lados das ventrais ima- carregado das paraventrais (Fig. lados do focinho brancos; 8 LEMA, Th. de — Söbre Bothrops itapetiningae... debaixo de cada ôlho parte uma faixa castanha e segue para trás, alargando- -se e baixando vai tingir as labiais (supra-e- na (dat 2): töpo da cabeça com coloração geral igual a do dôrso e com 3- : marcas de mesma estrutura cromática que as dorsais, tais marcas se dispõem da Segue maneira: uma oval transversalmente colocada sôbre intercantais, duas alongadas, nos lados da cabeça, na região interocular, uma de cada lado, que se dirigem para trás da cabeça e para fora (se-estiverem inter- rompidas formarão 5 marcas em vez de 3, dispostas simetricamen:e, como em Bothrops neuwiedn WAGLER) (Fig. 1). NOTAS BIOLÓGICAS. Habita exclusivamente campos e serrados, alımentado-se provavelmente de pequenos “ratos-do-campo” PRADO (1945) encontrou uma “lacraıa” (Chilopoda) no estômago de um exemplar dessa espécie. Segundo a maioria dos AA. é de ocorrência rara. DITMARS (1949) afirmcu que tem predileção pela vida próxima às habitações humanas, escondendo-se em montes de palha. (Quando irritada achata-se contra o solo como o faz B. alternata DUM., BIBR. & DUM. e outras Cro- talídeas. A peconha apresenta-se viscosa, quase incolor ou levemente leıtosa ( FONSECA 1949). Estudos de BRAZIL (1911) e KAISER & MICHEL (1958) mostraram que é muito ativa, a a glândula de muito pe- quena capacidade, dando uma média de 0,05 cc. por extração. E, por- tanto, c Crotahdae brasileiro que fornece menor quantidade de pegonha. Há muito poucos casos de ofidismo verificado por essa espécie e nenhum dêles mostrou-se grave. (O sôro ancı-ofıdıco do Instituto Butantan e do Instituto Pinheiros, ambos de São Paulo, Brasil, tem se revelado muito eficiente na neutralização dessa peconha, conforme foi constatado por alguns AA. Após à secagem a peçonha é completamente incolor e branca, sendo muito solúvel nas soluções fracas de NaC!, não preci- pitando com água destilada, não coagulando quando aquecida a 134º €, perdendo ação tópica se o aquecimento ultrapassar os 100º C. Osmar a sua atividade, mostrou-se a mais ativa, depois da Crotalus durissus terrificus (LAUR.), para o “pombo” doméstico, e uma das menos ativas para o “coelho”: a relação por quocient: e, entre as mínimas mortais por injecoes intramusculares e por injeções endovenosas, é de 10 para o “pombo” e 40 para o “coelho”. Possue ação hemolítica muito fraca e, por outro lado, coagula o sangue de cavalo cıtracado em 120 segundos, portanto é um dos mais lentos coaguladores. Não é rose län. apro- xımando-se, por êsse aspecto, das peconhas de Crotalus durissus terri- facus (LAUR.) e de Micrurus frontalis ssps. NOTAS SISTEMÁTICAS. Muito próxima de Bothrops neuwiedu WAGLER, principalmente de A. neuwiedi lutzi (RIBEIRO 1915), pela coloração e marcação supracefálica, dorsal e ventral, diferindo por possuir as marcas dorsais mais estreitas e mais altas do que nas formas do grupo neuwiedi. R. IHERING (1911), considerou o desenho su- HERINGIA — Zoologia n.º 21 — janeiro de 1962 racefálico como carácter pouco variável, portanto útil na diagnose, orquanto serviu-se dêle para filiar esta espécie ao grupo neuwiedü. Hoje em dia sabemos que tal carácter é bastante variável (entre outros, ELTESCH 1931, por exemplo). Esta espécie possue o porte menor do que tödas as formas do gênero Bothrops, seu corpo é mais reforçado do que 5. neuwiedu, o focinho é encurvado para cima, as ventrais e as subcaudais são em número menor do que em B. neuwiedü ssps. Alem de tudo ısso, aında, a acao das peconhas & diferente entre as duas espécies (BRAZIL 1911). Entretanto essas duas espécies possuem hemipênis semelhantes, se bem que o de B. itapetiningae é mais seme- lhante amda com os da espécies B. eryhtromelas AMARAL 1923 e B. ammodytoides LEY BOLD 1873 (segundo VELLARD 1928, 1946). As formas neuwiedu ssps., erythromelas e itapetiningae formam um grupo cujas relações resumimos no seguinte quadro comparativo: Caracteres B. neuwieduü ssps. B. itapetiningae B. .erythromelas VENTRAIS 163-187 | 144-160 | 139-158 Br. | peu SUBCAUDAIS | 41-53 | 28-33 | 33-35 Aa | ui 5 25-27 | 21-27 INTERSUPRA- CCULARES 5-9 7-9 5 | MANCHAS SUPRA- en CEFÁLICAS | 5 (geralmente) 5 (geralmente) indistintas) FAIXA NEGRA | + (geralmente POSTOCULAR | Je 4 ee) ss Sc" = MARCAS DORSAIS| em “C” deitado, com | em “C” deitado, com| em “C” ou de “V braços interrompi- braços interrompi- deitados, um pouco dos ou não dos e muito estrei- espaçadas entre si ta e alta, muito pouco — espaçadas entre si DISTRIBUIÇÃO Pan (exceto Brasıl Meridional da Bahıa ao Ceará GEOGRÁFICA Amazônia) (Santa Catarina?)| (ZONA NORDES- TINA) 10 LEMA, Th. de — Sôbre Bothrops itapetiningae... CONCLUSÕES Em primeiro lugar a ocorrência da espécie Bothrops itapetiningae (BOULENGER 1907) no Estado do Rio Grande do Sul vem ampliar de maneira considerável a área de distribuição geográfica dessa ser- pente, enquadrando quase tôda a Zona Meridional do Brasil. Resta-nos saber de sua ocorrência no Estado de Santa Catarina. Infelizmente não conhecemos o material existente no Instituto Butantan e que deve orçar em não menos do que 200 exemplares, pois, até 1929, seg. AMARAL (1930-D, 1930-E) aquêle Instituto havia recebido 150 exemplares. Por outro lado, se for certa a opinião da maioria dos AA. de que esta espécie é muito rara, essa grande série de exemplares permite um estudo bastante completo que deverá esclarecer as discordâncias por nós encontradas. Fica aquí, pois, essa sugestão de trabalho. Quanto à dispersão da “cotiarinha” parece-nos, face às localidades registradas na literatura, que o centro de dispersão esteja situado em torno da loca- lidade-tipo. Em segundo lugar é de se estranhar que os demais AA. não façam citação ao registro da “cotiarinha” no Rio Grande do Sul feito por MAGALHÃES (1925) comunicando ter recebido nada menos do que 4 (quatro) exemplares, dois dêles foram recebidos em outubro de 1918, o terceiro em maio de 1919 e o último em junho dêsse ano, todos procedentes de Pelotas. Não sabemos onde se encontram tais exem- plares, como nem sabemos se foram conservados. SUMÁRIO O autor descreve um exemplar de serpente “cotiarınha” (Bothrops itapetiningae 1907) que for encontrado no Estado do Rio Grande do Sul, ampliando a área de distribuição geográfica dessa espécie para töda a zona meridional do Brasil. Além disso faz uma revisão criteriosa de töda a bibliografia sôbre essa espécie reformulando a descrição original. ZUSAMMENFASSUNG Der Verfasser beschreibt em ausgewachsenes Exemplar der Schlange “Cotiarinha” (Bothrops itapetiningae (BOULENGER 1907)) aus dem Staat Rio Grande do Sul und bespricht die Verbreitung der Art im dem gesammten suedbrasilianischen Gebiet. Als Ergebnis eine: gruendlichen Durchsicht der Literatur zeigten sich, im Zusammenhing mit der erwaehnten Art, verschiedene Widersprueche; Eine kritische Auswertung IHERINGIA — Zoologia n.º 21 — janeiro de 1962 11 der frueheren Angaben und eine. erweiterte Beschreibung.der Art, sind dem Beitrag hinzugefuegt. BIBLIOGRAFIA AMARAL, Afränıo do 1923 — 1926 — 1930-A — 1930-B — 1930-C — 1930-D — 1930-E — 1931 — 1935/6 — 19970 — 1944 — 1945. — BOULENGER, 1907. — BRAZIL, Vital 191] — 1914 — New Genera and Species of Snakes. Proc. N. England Zool. Cl., 8: 85-105. Contribuição para o conhecimento dos Ophidios do Brasil. III — Novos Generos e especies de Ophidios brasileiros. Arch. Mus., Nac. Rio, 26 (sep.): 27 ps., 4 ests. Estudos sobre Ophidios Neotropicos. XVII — Valor systematico de varias formas de Ophidios Neotropicos. Mem. Inst. Butantan, 4: 3-68. Contribuição ao Conhecimento dos Ophidios do Brasil. IV — Lista Remissiva dos Ophidios do Brasil. Mem. Inst. Butantan, 4: iv + 7-125. Estudos sobre Ophidios Neotropicos. XVIII — Lista Remissiva dos Ophidios da Região Neotropica. Mem. Inst. Butantan, 4: vin 4129-271. Campanhas anti-ophidicas. Sep. dos Anais do V Congr. Bras. Hvgiene: 145-167. Campanhas anti-ophidicas. Mem. Inst. Butantan, 5: 195-232, 23 fies. Serpentes Venenosas Sul-Americaras. Arch. Soc. Biol. Montevideo (supl.) (1): 97-107. Contribuição ao. conhecimento dos Ophidios do Brasil. VIII — Lista Remissiva dos Ophidios do Brasil (2.% edição). Mem. Inst. Butantan, 10: 87-162 + xx. Contribuição ao Conhecimento dos Ophidios do Brasil. XI — Synopse das Crotalideas do Brasil. Mem. Inst. Butantan, 11: 217-229, 29 figg. 5) Notas söbre a Ofiologia Neotrópica e Brasílica. III — Söbre a aplica- ção do nome genérico Trimeresurus, em vez de Bothrops, a serpentes Neotrópicas. Pap. Av. Depto. Zool. S. Paulo, 5 (8): 13-18. Animais Veneniferos, Venenos e Antivenenos. Caça & Pesca edit., S. Paulo. 169 ps., 62 figs. George Albert Description of a new Pit-Viper from Brazil. Ann. & Mag. N. H. (7) 20: 338. A Defeza contra o Ophidismo. Pocaı Weiss edit., S. Paulo, 152 ps., 31 figs. La Defense contre POphidisme. Pocai Weiss edit. S. Paulo. 2&me. edit. 319 ps., 28 ests. 5 figs. texto. DITMARS, Raymond Lee 1949 — Snakes of the World. McMillan edit., New York. 207 ps., St ests. FONSÊCA, Flávio da 1949 — Animais Peçonhentos. Inst. Butantan, S. Paulo. 376 ps., 129 fıgs., 12 ests. y 12 LEMA, Th. de — Söbre Bothrops itapctiningae... FRÓES, Oscar Miranda 1952 — Crotalídeos do Brasil. Ciênc. & Letras, Fac. de Filos. P. Alegre, 6 (3): 91-106. GLIESCH, Rudolf 1931 — A Urutu (Lachesis (Bothrops) alternata Dum. Bibr. 1854). Egatea, Esc. Engenharia, P. 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ESTAMPA Ii A 5 € Ks Fig. 3 — Ornamentação tronco-lateral: tipos fundamentais de marcas dorsais — A) marca mais frequente, geralmente da zona anterior; B) marca semelhante as de B. neuwiedii WAGLER, geralmente na zona médio-posterior; C) marca fragmentada da zona posterior. Fig. 4 Fig. 4 — Ornamentação ventral: algumas gastrostegas da zona média. IHERINGIA — Zoologia n.º 21 — janeiro de 1962 Estampa Ill ESTAMPA IH Ro ER f Bits 5 Fio. 5 — Exemplar TDL. 824 do Rio Grande do Sul. Cabeça vista de lado. Fig. 6 Estaria "il LEMA, Th. de — Söbre Bothrops itapetiningae... ESTAMPA IV Fig. 7 Fig. 7 — Aspecto geral dorsal do ex. TDL. 824 do Estado do Rio Grande do Sul. 203039 7. I8/ E IHERINGIA SERIES CIENTIFICAS DO MUSEU RIO-GRANDENSE DE CIÊNCIAS NATURAIS ECRETARIA DE EDUCAÇÃO E CULTURA — DIVISÃO DE CULTURA — DIRETORIA DE CIENCIAS >6RTO ALEGRE — ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL — BRASIL EEN Da DR JESERORDER OCORRÊNCIA DE PHILODRYAS ARNALDO! (AMARAL, 1932) NO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL, BRASIL. (Serpentes, Colubridae) THALES DE LEMA (do Museu Rio-Grandense de Ciências Naturais) Determinando material herpetológico procedente do alto da serra do Estado do Rio Grande do Sul, deparamo-nos com um exemplar muito raro de “parelheira”, Philodryas arnaldo (AMARAL 1932). Exempla- res desta espécie foram remetidos ao Instituto Butantan de São Paulo, dos Estados de Santa Catarina, Paraná e São Paulo e eram confundi- dos com os da espécie P. schotu (SCHLEGEL). AMARAL (1932) des- cobriu-a e descreveu-a. O encontro dessa espécie no Estado do Rio Grande do Sul vem ampliar sua distribuição geográfica e vem contri- buir para o inventäriamento da ofiofauna dêste Estado, continuando a série de trabalhos que iniciamos (1958, 1960, 1961). Consignamos aquí nossos agradecimentos ao Dr. Ludwig Buckup, nosso colega, pelo trabalho fotográfico e efetiva cooperação científica. PHILODRYAS ARNALDOI (AMARAL 1932) — Chlorosoma arnaldo; AMARAL 1932 — Mem. Inst. Butantan, 7: 9-101, Figs. 2-4. — Philodryas arnaldor AMARAL 1935/6 — Mem. Inst. Butantan, 10: 140. SER. ZOOL. IHERINGIA PORTO JANEIRO ALEGRE 1962 EEE 2 LEMA, T. de — Ocorrência de Prillodryas arnaldoi no RGSul EXEMPLAR N. ICN. CO. 237: Adulto. Macho. Procedência: Sao Francisco de Paula: matas: do Instituto Nacional do Pinho (Rio Grande. do Sul), coletado por Jorge A. Petersen em outubro de 1959 e depositado nas coleções de estudo do Instituto de Ciências Naturais da Universidade do Rio Grande do Sul, Pörto Alegre. Aspecto geral: Cabeça alargada, focinho alargado, canthus rostralis pouco evidente, arredondado, superfície supracefálica plana; corpo es- creito e alongado e cauda muito longa, robusta, de animal dendricola. Muito semelhante à Philodr vas schottir (SCHEGEL) mas distinguível pela forma da cabeça e pelo colorido (Figs. 3-4). Lepidose: dorsais: 19-19-15, cada escama com uma fosseta api- cilar bem distinta, as dorsais da parte anterıor do corpo são mais estreitas do que as da zona média, à medida que se aproximam da extremidade posterior vão se alargando, ocasionando muitas reduções de filas longitudinais; na cauda são mais largas do que longas (Fig. DS ventrais: 188 + preanal; anal: 1/1: SE: 130/130 4 terminal muito pe- quena, cônica (além dessas há 3 esquilos (2 pequenos e 1 maior) de cada lado da abertura cloacal): cabeca (ie) 2): supralk za Eee em contato órbita): infral.: 10/9 (no lado direito há uma supl. pequena, extra, contada como a 4.2), 1-5/1-4 em contato com mentais anteriores e 5-6/4-5 com mentais posteriores; mentais iguais em comprimento, sendo as anteriores mais largas d.q. posteriores; gulares irregulares entre as mentais e a 1.2 ventral e dispostas em 4 séries, de cada lado, entre infralabiais e ventrais; préoc.: 1/1, muto altas e estreitas; postoc.: 2/2; temp.: 1-1, em cada lado; ocipital: muito grande e postemporais grandes na maioria. Dentes maxilares: 11 ones | alveolos + 2 dentes grandes, sulcados, sob prega membranosa separados dos outros per diásiema; os dentes cbservados (11) são longos, fortes, muito pequenos na frente, vão aumentando de tamanho para trás, sendo os últimos muito curvos. Medidas: 26 4 665 + 347 — 1038 mm. (Cau- de el). Coloração: Lado dorsal pardo-oliváceo claro com escamas enegre- cidas em suas extremidades apicais; regiao supracefálica clara com es- cudetes finamente marginados de negro e margem superior das supra- labiais, especialmente nas maiores, negra. Lado ventral inicialmente branco-amarelado, imaculado na zona gular e nas ventrais primeiras (até a-172): da 17.2 ate 51º ha um escurecimento suave no borda livre, lateralmente, ficando o centro imaculado; isso vai se acentuando, surgindo pontos pretos no centro do bordo livre, mas, só da 72.2 em em diante é que os pontos se condensam de tal maneira que enegrecem todo o bordo livre, mas não formando uma linha negra uniforme. Apenas do 2.º têrço do ventre em diante é que as gastrostegas possuem margem IHERINGIA — Zoologia n.º 22 — janeiro de 1962 livre inteiramente negra. Outra diferença que apresenta de P. schotta Z = kurs está nessa acentuação melânica das margens dos escudos e escamas, fato ja indicado por AMARAL (1932). COMENTÁRIOS. CONCLUSÕES Os dados do presente exemplar conferem com os referidos na des- crição original, exceto no n.º de supralabiais, que no tipo e paratipos são 8, estando a 4.º e a 5.2 em contato com a órbita e possuindo, excepcio- malmente, 4 infralabiaıs em contato com mental anterior (segdo. AMARAL, idem) — no presente exemplar temos: SL.: 7/7 (32 — 4.2). IL. em contato M.A.: 5/4, logo além do limite excepcional citado. Ao ser colhida com a mão demonstrou grande docilidade, apenas um pouco assustadiça. Encontrada em zona de matas conservadas pelo Instituto do Pinho na zona do planalto do Estado do Rio Grande do Sul, cuja fisionomia, flora e fauna são muito semelhantes com as do vizinho Estado de Santa Catarina naquela parte extrema. As proce- dências registradas por AMARAL são: São Bento do Sul e Pörto União da vitória (ambas ao norte dêsse Estado, quase no limite com o Est. do Paraná): União da Vitória e Dorizon (ambas ao sul do Estado do Paraná, quase no limite com Santa Catarina); por fim, Franca (ao nor:e do Est. de S. Paulo, no limite com o Est. de Minas Gerais). Apesar dos espaços vazios entre essas localidades nos quatro Estados meridionais, parece ocupar uma área bem definida e de fisiono- mia semelhante. Resta registrar outras ocorrências a serem feitas para cobrir essa área, unindo os pontos citados. Parece, pois, que essa espécie se distribue conforme-a distribuição de matas densas subtropicais que se extendem de São Paulo para o sul através da zona centro-meridional. SUMÁRIO O Autor regisira a ocorrência de uma rara “parelheira” (Philodryas arnaldo; (AMARAL)) no Estado do Rio Grande do Sul, descrevendo o exemplar que serviu de base ao registro. Com essa referência iica ampliada a área de distribuição dessa espécie para tôda a zona meridional do Brasil. ZUSAMMENFASSUNG Der Verfasser meldet das Vorkommen im Staate Rio Grande do Sul, Brasilien, einer seltenen “Parelheira” (Philodryas arnaldo (AMA- RAL) und beschreibt das aufgefundene Exemplar. Hiermit erstreckt sich die Verbreitungszone der erwaehnten Schlange ueber das gesammte suedbrasilianische Gebiet. 4 LEMA, T. de — Ocorrência de Philodryas arnaldoi no RGSul BIBLIOGRAFIA CITADA AMARAL, Afrânio do 1932 — Contribuição ao Conhecimento dos Ophidios do Brasil. VI. Uma nova espécie de Colubrideo opisthoglypho, do gênero Chlorosoma WAGLER, 1830. Mem. Inst. Butantan, 7: 99-101, figg. 2-4. 1935/6 — Contribuição ao Conhecimento dos Ophidios do Brasil. VIII. Lista remissiva dos ophidios do Brasil. 2.2 edição. Mem. Inst. Butantan, 10: 87-162 + xıx. IHERINGIA — Zoologia n.º 22 — janeiro de 1962 Estampa | ES ADAM Philodryas arnaldo, (AMARAL) — exemplar ICN. CO. 237. (desenho do Autor. Fig. 1 — À Fig. 1 — B Fig. 1 — € Fig. 1 — Aspecto morfológico e cromático das escamas dorsais: A) escama da zona anterior; B) escama da zona mediana e äntero-posterior; C) escama da zona posterior e caudal. Estampa Il LEMA, T. de — Ocorrência de Philodryas arnaldoi no RGSul ESTAMPA II a BEE RE ER. Fig. 4 — Aspecto ventral geral. 203049 L9GÍ er HERINGIA ER PESC PENTIRI CAS DO USEU RIO-GRANDENSE DE CIÊNCIAS NATURAIS ZRETARIA DE EDUCAÇÃO E CULTURA — DIVISÃO DE CULTURA — DIRETORIA DE CIENCIAS RTO ALEGRE — ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL — BRASIL JOLOGIA — Nº 23 — JANEIRO DE 1962 CONSIDERAÇÕES SÓBRE DOIS SAURIOS COM CAUDA DUPLA (Reptilia, Squamata) THALEs DE LEMA (do Museu Rio-Grandense de Ciências Naturais) Encontramos dois lagartos apresentando a extremidade caudal dupla. Revimos a bibliografia sôbre o assunto e verificamos que até agora nada foi registrado para a fauna neotropical. Assim, pois, acreditamos que o presente registro e considerações sôbre êsse fato, serão úteis para o incremento das pesquisas herpetolögicas em nosso meio. Agradecemos a cooperação dos professöres, Antônio Carlos Pradel Azevedo, Milton Menegotto e Dr. Joseph R. Bailey. Ao Dr. Darcy A. Ilha, pelas radiografias diversas que fez desinteressadamente. Ao nosso colega, Dr. Ludwig Buckup, pelo trabalho fotográfico. Pe depositados no Museu Rio-Grandense de Ciências Naturais, (MRCN.) DESCRIÇÃO ar I — MRCN. 1800 — Hemidactylus mabowa maboma (JONNES 1818) — Fam. Gekkondae. Procedência: Rio Grande do Sul (Pórto Alegre, cidade, no ın- terior de residência): 8 nov. 1961. Esteve vivo em cristalizador de 8 a 26 nov. 1961, não iendo sofrido modificações aparentes durante êsse curto período, sua dupla extremidade caudal. E TI un h EST PORTO JANEIRO ) IG SER. 2 Te O nes ; PAGS 2) ESTS. ERINGIA SER. Z00L. N 6 PÁGS. ALEGRE 962 EEE EEE VER EEE BEEFE U ze 5 LEMA, Th. de — Considerações sôbre Saurios... Características: Adulto. Macho. Supral.: 9; Infral.: 8/9; Poros femurais: 17/17; Medidas: 16,5 mm (cabeça), 42 mm (tronco), 48 mm (cauda simples), 12 mm (continuação da cauda normal) e 5 mm (cauda supranumerária). Coloração: cinzento-clara com manchas transversais es- curas, dorsais, pouco distintas, mais evidentes na zona caudal, onde são contáveis em número de 6, estreitas, sendo a primeira (na base da cauda) vestigial. As manchas dorsais estão quase desaparecidas por retração dos cromatóforos, talvez na hora em que foi morto com emanações de éter sulfúrico. Anomalia: A cauda parece estar completa, mas, possue uma outra cauda, menor, que sai do lado direito da normal, a uns 48mm da base da mesma. No ponto de inserção dessa cauda extra, a normal inclina-se para o lado esquerdo, dando o aspecto geral de uma for- quilha e, à primeira vista pareceria tratar-se de um caso de “bifurca- ção caudal” (Fig. 1), e que não é, conforme considerações que se en- contram mais adiante. À escamação da cauda normal inclinada é normal, de acôrdo com a parte anterior axial, enquanto que a escamação da cauda extra é mais ou menos irregular. Além disso, essa cauda extra é torta, isto é, possue duas inclinações: a primeira, dh -se para O lado dedão com 2 mm de extensão e depois ınclına-se para trás (segunda inclinação) extendendo-se por 3 mm. Tais inclinações formam os se- guintes ângulos: o formado pela parte axial, normal com a primeira ınclınacao para a direita == 160º; o formado pelos braços das duas ın- clinações da cauda extra =- 65º: o formado pela cauda axial normal sua inclinação para a esquerda: 128°; e, por fim, o formado pela pseu- dobifurcação —= 75º. Além dessa anomalia caudal notamos a ausência do 2.º e 3.º dedos da pata anterior direita. Exemplar II — MRCN. 1808 — Tupinambis teguixın (L. 1758) — Fam. Tendae. Procedência: Rio Grande do Sul (interior, próximo a Pörto Ale- gre), 1959. Características: Adulto. Fêmea. Supral.: 11; Infral.: 8, Escamas dorsais (desde ocipital até base da cauda): 117; Escamas caudais (desde base da cauda até início regeneração): 57 (nessa altura insere-se uma cauda extra) mais 6 (após inserção), totalizando 63 cintas de escamas caudais contáveis. Medidas: 140 mm (cabeça), 335 mm (tronco), 370 mm (cauda axial, normal). Poros femurais: 16/16. Coloração: cinzento-clara, com escamas brancas espalhadas dorsalmente e grandes faixas trans- versais pretas, mas pouco nítidas em seus contornos, caracterizando um indivíduo velho. Anomalia: Cauda normal axial curta, com 250 mm até ponto em que emerge uma cauda extra no lado esquerdo, prosseguindo por mais IHERINGIA — Zoologia n.º 23 — janeiro de 1962 w 120 mm sem mudar a direção. A cauda extra é longa, mais fina, com 181 mm de extensão, dirigida, inicialmente para o lado, depois inclina-se para trás. Não há, portanto, o aspecto de bifurcação simétrica. de forquilha, mas, sim de um ramo lateral. As duas caudas formam um “angulo de 40º entre si. Quanto à escamação há 57 cintas caudais até ponto de inserção da cauda extra e essa cauda extra destaca-se por apresentar escamas bem menores do que a cauda normal e ırregular- mente distribuidas, mas que tendem à regularização à medida que se distribuem para a extremidade apical; após essa cauda extra há mais 6 cintas de escamas caudais no ramo axial sem quebra de continuidade no alinhamento das mesmas, mas, depois surge uma área de escamação menor, irregular, que é típica de regeneração, que termina por um côto apical. A cauda normal completa, correspode, no presente exemplar, a 1/3 do comprimento total da cauda normalmente desenvolvida num exemplar normal de mesmo porte. DISCUSSÃO A regeneração é um processo muito observado em todos os Phyla animais, mas pouco conhecida fisiolögicamente, pelo que pudemos cons- tatar pela revisão bibliográfica. Realmente há uma regular quantidade de: dados conquistados experimentalmente, mas os diversos AA. não têm interpreções iguais para os mesmos casos, em muitos dêles. Na bibliografia especial sôbre Reptilia há a indicação de uma série de fatöres que podem determinar ou influir direta ou indiretamente, no processo regenerativo. Mas, apenas nos Sáurios foi constatada uma predeterminação anatômica-histológica e que lhes permitem lançarem mão da autotomia para escaparem aos inimigos. Mas se em Sáurios a autotomia e consequente regeneração é bem conhecida, em serpentes é bem mais rara e apenas encontramos as referências de BERGMAN (1956) que observou-o em Natrix subminiata (SCHLEGEL) do sul da Ásia e de DANIEL (1941) que a observou em Drymobius bivittatus (DUM., BIBR. & DUMÉRIL), a qual, segura pela ponta da cauda, começou a descrever círculos com o corpo até desprender-se, ficando a extremidade em suas mãos! Sem dúvida essa autotomia é muito rudimentar em relação à verificada em Sáurios, que possuem alto poder regenerativo na parte posterior, recuperando a cauda perdida, às vêzes até em duplicidade (“bifurcação”), o número de partes que se pode partir a cauda, os planos de autotomia, a regeneração de patas ampu- tadas, etc. Para a explicação do nosso caso lançaremos mãos de alguns conhecimentos. Em primeiro lugar é sabido que os Sáurios (maioria) possuem “planos de quebra” na cauda, que os músculos são miomerizados para êsse fim, e que a escamação disposta em cintas facilita a segmentação em anel. Por outro lado é também conhecido que a cauda regenerada 4 LEMA, Th. de — Considerações sôbre Saurios... não é igual à anterior perdida, que é de estrutura muito mais simples, não regenerando a coluna vertebral mas, sim, um tubo cartilaginoso, que não regeneram os gânglios espinhais e a parte regenerada é coman- dada pelos nervos muito alongados do último segmento não quebrado, que essa nova cauda não atinge o tamanho da anterior e que, por fim, a escamação nova é irregular e de tonalidde mais escura. (*) Por outro lado é também conhecido e discutido que o poder regenerativo está em relação com a multiplicidade de áreas, que a ausência de tensão nos tecidos que ficaram expostos pela amputação provocaria regenera- ção. Foi visto, também, que realmente existem células embrionárias em cauda de lagartos, como, também, que células especializadas da cauda podem, por desdiferenciação e consecutiva anaplasia, formar outros tipos de células, regenerando assim os tecidos perdidos e for- mando a nova cauda. CONCLUSÕES Em face aos elementos apresentados e aos dois casos em maos podemos analisá-los concluindo: I — (MRCN. 1800) — Vê-se claramente que a cauda normal esta quebrada e que essa quebra não foi total, ficando desviada para o lado esquerdo e que a cauda extra surgiu da área que ficou livre pela quebra, mais fina, mais longa, desviando-se para o lado e depois para trás tomando, então a direção paralela à coluna vertebral. Talvez, ainda estivesse em crescimento, mas o pouco tempo que o mantivemos vivo não nos permitiu observá-lo. II — (MRCN, 1808) — Neste exemplar vê-se claramente que a cauda extra surge no trajeto final da cauda normal, parecendo que emergira desta. Entretanto, o exame radiográfico (Fig. 3) mostra que as vértebras na altura da inserção da cauda extra, estão fora do alınha- mento, indicando traumatismo, prosseguindo assim, até a ponta, mas na parte do cöto final há uma haste cartılagınosa, indicando regeneração. Quanto à cauda extra, apresenta, na radiografia, uma haste cartilaginosa em tôda a extensão, indicando ter sido completamente neoformada a partir daquêle ponto de traumatização da coluna vertebral. Neste caso con- clumos que houve amputação parcial de uma cauda que já estava em fase de regeneração e isso ocorrera um pouco antes da parte em regeneração, formando-se, na área livre, uma cauda a mais, que, pelo seu alongamento e encurvamento para trás, mostram que tenderia a ficar paralela à coluna vertebral do réptil. Quanto à coluna trauma- tizada, solidificou-se sem quebra do alinhamento externo, apesar da (*) Notamos que em Pantodactylus schreibersü schreibersi (WIEGMANN), “lagar- tixa” muito comum nos campos do Rio Grande do Sul, o poder regeneratívo caudal é muito elevado, pois a cauda regenerada é quase do tamanho da anterior, bem como a neoescamação, entretanto, a coloração, é bem mais clara. o IHERINGIA — Zoologia n.º 23 — janeiro de 1962 convulsão violenta que sofreu. Assim, pois, os dois casos são a conseqiiência de uma autotomia incompleta com formação de uma cauda supranumerária na área de quebra que ficou exposta. (Quanto aos tamanhos diferentes das duas caudas em ambos os casos, acreditamos que, o material plástico foi desviado da cauda normal em regeneração (no segundo caso) e que, portanto parou ou diminuiu sensivelmente o crescimento. Acreditamos. que não poderiam crescer muito mais, mas isso não pudemos constatar e deixamos registradas aquí as perguntas: qual o tempo de crescimento de uma cauda de sáurio em regeneração até que ponto poderiam crescer as duas caudas — e se uma cresceria em detrimento da outra?. SUMÁRIO O autor descreve dois exemplares de sáurios (Hemidactylus ma- bowa mabowa (JONNES) e Tupinambis teguixin (L.)), adultos, que possuem duas caudas. Os exames externo e interno (radiológico) reve- laram ter havido uma quebra na cauda normal e que não houve des- prendimento da mesma, soldando-se em posição defeituosa pela for- mação de uma cauda extra na área de quebra livre. ZUSAMMENFASSUNG Der Verfasser beschreibt die doppelten Schwanzenden zweıer Eidenchsen (Hemidactylus mabouia mabowa (JONNES), Tupinambis teguixin (L.)). Aeussere und innere (roentgenologische) Untersuchun- gen deuten auf einen frueheren ınneren unvollstaendigen, Bruch des urspruenglichen Schwanzes hın. Durch die Entwicklung eines neuen Schwanzendes auf der freien Bruchflaeche erklaert sich die anormale Position des urspruenglichen Schwanzendes. BIBEIOGRAFTIA BALLAND, R. 1947 — Regeneration des amputations chez les reptiles. Feuille-Nat. Paris, N.S. 2 (7-8): 72. BERGMAN, R. A. M. 1956 — The anatomy of Natrix subminiata. Biol. Jaarb. 23: 3015-326, 7 figs. CABANÁS, R. 1946 — Nota sobre un caso de hiperregeneración de la cola de Lacerta ocellata. Bol. Soc. Esp. Hist. Nat., 43 (9-10): 525-6, fig. CAGLE, E. R. 1946 — Tail Loss and Regeneration in a Pacific Island Gecko. Copeia, 1: 45. 6 LEMA, Th. de — Considerações sôbre Saurios... CLEMENT-NOEL, H. 1945 — Les acides pentosenucléiques et la régéneration. Ann. Soc. Zool. Belge, 75: 25-33. DANIEL, H. 1955 — Una Serpiente Bicephala. Rev. Fac. Nac. Agronomia, Medellín, 16 (48): 51-2. BERGER RES: 1956 — An ecological study of the collared lizard (Crotaphytus collaris). Publ. Mus. Nat. Hist. Kansas, 8 (3): 213-274, 4 ests., 10 figs. e tabs. 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Ilha). » I ] x” o Y = un ae a j ” u d Oo p 0 ko Í o ta | AGU E “ rod q E E] = z E E g o] id del ENE EO Dio To Zr o - o a ze ee Br e Da ‚9:9 Pe A Bun BE Sen 7 > ar E . ER EL o Pe Tr A gt Ar o Rebe Zr NE auto ET Rn j a = 2 a w Ri | PB = a a Fin E Ds ” pa ut Ba nn E o) o E “e Es aa u o = 203041 m98/ 252 HERINGIA SPERIDES CLENTEEINCAS DO USEU RIO-GRANDENSE DE CIÊNCIAS NATURAIS ZRETARIA DE EDUCAÇÃO E CULTURA — DIVISÃO DE CULTURA — DIRETORIA DE CIÊNCIAS 3RTO ALEGRE — ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL — BRASIL DOLOGIA ER JANEIRO DE 1962 DEFORMAÇÃO ACIDENTAL EM XENODON MERREMII (WAGLER, 1824) (Serpentes, Colubridae) THALES DE LEMA (do Museu Rio-Grandense de Ciências Naturais) O Museu “Julio de Castilhos” do Estado do Rio Grande do Sul, em Pörto Alegre, recebeu em meados do ano de 1949 uma curiosa peça acompanhada da indicação: “cobra com chifres”. O fato teve reper- cussão na imprensa daquela capital. A peca foi depositada nas cole- ções daquela instituição. Mais tarde, tivemos a oportunidade de exa- minar dita peça e anchamos o caso digno de registro. Trata-se da cabeça com uma parte do pescoço, de serpente Xenodon merremu (WAGLER 1824), vulgarmente conhecida como “boipeva”, apresen- tando duas protuberâncias cônicas atrás da cabeça, em continuação às mandíbulas. Além disso o remetente acrescentou que encontrara essa serpente “lutando” com outra, uma “cruzeira” (sic.). Não mandou os dois exemplares porque queria ficar com as peles. Mandamos tirar várias radiografias, examinamos a peça externa- mente e, por fim, decidimos dissecar O crânio e o comparamos aos de exemplares normais, conforme O trabalho de ANTHONY & SERRA 01955). Consignamos aqui nossos agradecimentos ao Dr. Darcy A. Ilha, pelo desinteressado trabalho radiológico e, ao Dr. Ludwig Buckup, pelo trabalho fotográfico bem como por sua cooperação. O exemplar acha-se nas coleções do Museu Rio-Grandense de Ciências Naturais (MRCN.). e —— er a | RES PORTO JANEIRO N.º 24 6 PÁGS. 2 ESTS. ALEGRE 1962 IHERINGIA SER. ZOOL. 2 LEMA, Th. de — Deformacäo acidental em Xenodon merremii DESCRIÇÃO — Peça MREN. P. 70 — Cabeça e parte do pescoço: de Menodon merremü (WAGLER 1824), de exemplar adulto. Procedência: Rio Grande do Sul, município de São Francisco de Paula; data: 1949. Doador: Sr. Francisco Spinellı. Lepidose: SL.: 7 (3-4 em contato com órbita); IL.: 10 (1-6 em contato com Mental Anterior e 6.2 em contato com Posterior); Preo.: 3: Posto.: 2: Temp.: 1-1: Loreal: 1; Mentais Ant maroresgdag Mentais Post.; Gulares: em 2 séries entre Mentais Post. e 1.2 Ventral e em 5 séries entre IL. e 1.2 Ventral; V.: 9+N (seccionado), sendo ato eielónes Dye 20, Dentes: böca muito lesıonada. Coloração: pardo-amarelada um pouco descorada, com algumas marcas típicas dessa espécie. Medidas: cabeça com 35 x 27 mm (vide ANOMALIA). ANOMALIA. — A cabeça possue duas protuberâncias cônicas, de côr pardo-avermelhada, situadas na parte posterior, dirigidas para trás e um pouco para os lados. “Tais protuberâncias irrompem através da pele, como se as tivesse perfurado e o exame lateral mostra que se situam em continuação aos ossos das mandíbulas (Figs. 2 e 3). A ponta direita mede 5 mm e a esquerda mede 7 mm. Há fraturas nos dois ramos mandibulares, que estão um pouco para dentro, recuados. A mucosa bucal bem como os dentes, estão muito lesionados e irreconhe- cíveis devido à ıncrustacao de grande quantidade de graos de rocha. Isso talvez se deva ao modo como foi morta, isto é, por esmagamento da cabeça. Quanto ao exame de farto material radiográfico, o qual não foi bom, devido à péssima fixação da peça, supere que os ramos mandibulares tenham se alongado para trás de tal maneira que furou a pele da parte posterior da cabeça. Parece também, pelo exame radiográfico, que os ossos quadrados, tenham se alongado e, como estao articulados com as mandíbulas, tenham se exteriorizados juntos, a semelhança de “chifres”. Externamente essas pontas apresentam-se revestidas de uma capa resistente, que lembra matéria córnea. Nas radiografias tais pontas aparecem densas: (Fig. 4). Pela dissecção cuidadesa constatamos que as duas mandíbulas estão fraturadas na mesma altura, ou seja, na parte mediana do össo dentário; que os ossos frontal e parietal estão fraturados de tal maneira que a caixa craniana se isolou em duas partes após a retirada dos tecidos que a circunda- vam; que a articulação da mandíbula com os ossos do crânio (quadrado e pterigóideo) está forrada pelos músculos temporais e pterigoidianos (interno e externo) fortemente espessados, principalmente na parte o IHERINGIA — Zoologia n.º 24 — janeiro de 1962 que se exterioriza. A pele estava aderida em volta às excrescências. Infelizmente não pudemos examinar que tipo de espessamento houve com os músculos nessa região porque o material, como já dissemos antes, estava em mau estado de conservação não se prestando ao estudo histológico. DISCUSSÃO E CONCLUSÕES Pela revisão da literatura específica de teratologia e traumatologia em Répteis, pouca cousa se poderia concluir. Destacamos o trabalho de BOULENGER (1896) de uma Stenhorhina degenhardti (BER- THOLD) que não possuia focinho e ném a maior parte do maxilar, ficando os olhos voltados para diante sôbre as mandíbulas projetadas para diante. Merece citação destacada, também, os estudos de ANTHO- NY & SERRA sôbre fraturas consolidadas em posição viciosa em ser- pentes (1951). Pela dissecção não encontramos nenhuma deformação óssea mas pareceu-nos que os ossos pterigóideo, quadrado e mandíbula, eram des- proporcionais em relação ao volume da cabeça, isto é, maiores do que o normal, além de parecer-nos, também, que a mandíbula esquerda fôsse maior do que a direita. Em vista disso fizemos medições nesses ossos, tanto do crânio aparentemente anômalo como de um outro normal. Os resultados foram os seguintes: Medidas: A) comprimento do crânio (da tangente que toca 9 inter- maxilar à tangente que toca a abertura posterior do ocıpıtal); B) comprimento da mandíbula (acompanhando a curvatura do össo ; C) comprimento do quadrado (em linha reta); D) comprimento do pterigöideo (idem anterior): OBS.: medidas em mm, tomadas em micro-estereoscópio. BR peças | er | MRCN. 70 | MRCN. 137 medidas És | | A 25 21 B 34 / 34 30,5 / 30,5 © | | | 12,6 / 12,6 | D | 248 / 24,8 | 19,7 / 19,7 LEMA, Th. de — Deformacäo acidental em Xenodon merremii ES Por essa tabela concluimos que os ossos, em cada cabeça, são iguais entre sı, não havendo, pois, maior alongamento da mandíbula esquerda no crânio “anömalo” Quanto ao maior tamanho em relação ao crânio, a proporção mostra o seguinte: ER peças TE MRCN. 70 MRCN. 137 relações na B 25 1,36 1,45 A C an 0,604 0,6 A D — 0,952 0,938 A Concluimos que os ossos de ambas as cabeças são perfeitamente proporcionais, não havendo, pois, aumento, conforme a impressão que tiveramos com o exame das radiografias. As pequenas diferenças que a tabela apresenta são, para nós, mera variação. CONCLUIMOS, finalmente, que os ossos implicados no aspecto monstruoso da peça em questão, são normais. Quanto à idéia de for- mação de “chifres” é ridícula. Explicamos o fenômeno da seguinte maneira: a serpente deve ter sofrido um deslocamento para trás das mandíbulas, arrastando um pouco os ossos pterigóideos e quadrados e, dessa forma, houve perfuração da pele. Com o tempo houve formação de um tecido cicatricial protetor (aliás, não foi constatada a natureza dêsse tecido protetor) fixando tais ossos em posição defeituosa, com reförco dos músculos que revestem e movimentam as mandíbulas. Não sabemos se a serpente podia abrir e fechar a bôca ou em que grau de abertura podia fazê-lo. Quanto à causa do deslocamento achamos que teria ocorrido ou em luta com outro animal (inclusive com outra ser- pente, como é o caso referido pelo doador) ou durante a deglutição de um “sapo” (Bufo sp.) muito grande, que, como se sabe, é a prêsa predileta dessa espécie. IHERINGIA — Zoologia n.º 24 — janeiro de 1962 5 Observações sôbre os dados de coleta — O exemplar foi classificado como “jararaca” e o estado em que se encontra bem demonstra o modo como foi morta e isto indica O temor que esta serpente infunde nas pessoas moradoras daquela zona do Rio Grande do Sul. O nome “boipeva” não tem sido constatado por nós em nenhuma parte do Rio Grande do Sul, a não ser entre pes- soas que leram obras de divulgação procedentes dos Institutos de Rio e São Paulo. Além disso o doador informou que encontrou esta ser- pente “lutando” com uma “cruzeira”. Acreditamos tratar-se da Bothrops alternata D., B. & D. porque essa espécie é muito comum no Rio Grande do Sul, especialmente na zona citada. Além disso temos visto peles da mesma em casa de muitos lavradores daquela região e, nas coleções do Museu Rio-Grandense de Ciências Naturais e do Instituto de Ciên- cias Naturais, ambos de Pörto Alegre, existem exemplares de Bothrops alternata procedentes da mesma área. Quanto ao fato de estarem “lu- tando”, achamos provável porque é sabido que B. alternata lança mão da ofiofagia na falta da prêsa predileta e podemos afirmar que essa espécie aceita muitos tipos diferentes de vertebrados, conforme o com- provamos em cativeiro, inclusive poiquilotermos. KRAUS (1923) citou um caso de B. alternata devorando uma B. cotiara (GOMES). Talvez o estado indefeso da Xenodon merremia permitisse a B. alternata atacá-la facilmente. Por outro lado podiamos aventar a hipótese de que ambas estariam tentando a cópula, ou então, uma das duas. Afirmamos isso baseados no que vimos nos serpentários do Instituto Butantan de São Paulo, não pröprıamente com essa espécie mas com muitas outras da Fam. Colubridae, que procuravam entrar em relações sexuais com indi- víduos de espécies diferentes e, às vêzes, de porte bem maior; o coletor podia ter interpretado da mesma forma que muitos visitantes do Ins- tituto Butantan interpretaram ao verem serpentes em atitudes eróticas nos serpentários e algumas dessas pessoas nos perguntaram se as ser- pentes estavam “brigando”. Além disso tudo, ainda, é conhecido de vários AA. casos de cópula heteróloga em serpentes, inclusive necrofilia! SUMÁRIO O Autor descreve uma cabeça de serpente “boipeva” (Xenodon merremü (WAGLER 1824)) apresentando duas protuberâncias cônicas em sua parte posterior. Afirma que os exames radiológico e anatômico revelaram ter havido um recúo traumático das mandíbulas com pos- terior fixação nessa posição defeituosa. As excrescências cônicas externas eram as extremidades posteriores dos ossos articulares das mandíbulas. A peça procede do Rio Grande do Sul, Brasil. 6 LEMA, Th. de — Deformacäo acidental em Xenodon merremii ZUSAMMENFASSUNG Der Verfasser beschreibt zwei paarıg angelegte Auswuechse an dem Hinterkopf einer “Boipeva” (Xenodon merremu (WAGLER 1824)). Roentgenologische und anatomische Untersuchungen zeigten eine anor- male Rueckverlegung der Mandibeln. Die kegelfoermigen Auswuechse selber erwiesen sich als hintere Enden der Mandibular-articulations- Knochen. Das untersuchte Tier wurde im dem Staate Rio Grande do Sul, ın Brasilien, gesammelt. BIBLIOGRAFIA CITADA ANTHONY, J. & R. G. SERRA 1951 — Novos casos de fraturas consolidadas em posição viciosa em serpentes sul americanas. Rev: Brasil Biol., 11 (1): 101-103, 4 fies. 1955 — Anatomie de l’Appareil de la Morsure chez Xenodon merremii B., Serpent Aglvphe de "Amérique Tropicale. Arq. Mus. Nac., Rio de Janeiro, 42 (1): 21-47, 15 figs. BOULENGER, G. A. 1896 — On a case of Simous Malformation in a Snake. Ann. & Mag. Nat. Hist. (6) 18: 399. 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BERTELS (Engenheiro-Agrônomo) Os estudos preliminares da biocenose de solanáceas do R.G.S. representam, além de importância zoogeogräfica, anda valor puramente prático. Acontece que, em muitos casos, os insetos-pragas de solanáceas cultivadas se encontram também nas selvágens. Entretanto, analisando as listas de insetos observados como hóspedes de solanáceas selvagens pode-se constatar entre elas grande diferença, tanto nas espécies como no seu número. Este fato leva a supor que existe diferenças bastante acentuadas no teor de matérias repelentes nos sucos celulares das plantas diminuindo se não excluindo esta planta como fonte de alimentação para certos Insetos. Assim, pelas observações no campo, confirmadas por testes feitos no laboratório, constata-se completa ou quase completa repelência de certas plantas do gênero Solanum para lagartas de lepidópteros total- mente para algumas e de modo limitado para outras espécies. Basta ver a relação de insetos-hóspedes sôbre Solanum eracile para o Julga- mento dêste fenômeno. É possível supor, que estas características de plantas selvagens, seriam muito vantajosas nas solanáceas cultivadas e as a elas aparentadas filogenêticamente. Outro assunto de grande importância prática é a presença, nas biocenoses, de solanáceas selvagens dos possíveis vetores de virus. O problema de transmissão de virus pelos insetos esta traçado, em linhas = Tr DDD DAI TT IHERINGIA SER. ZOOL. N.º 25 11 PÁGS. | PORTO ALEGRE JANEIRO 1962 Er DV 17 —n „ru ur , Fri — 2 BERTELS, A. — Insetos-Hóspedes de Solanáceas gerais na ciência moderna, especialmente para as culturas de batata e tcmate, mas o estudo dos vetores e da sua biologia está muito atrasado no nosso meio, de maneira que, por exemplo, para a região Sul do país, região de cultura de batata e outras solanáceas, seria difícil apontar as espécies de insetos sugadores, vetores de virus, definitivamente constatados. Daí nossa tentativa de apresentar as listas de insetos-hóspedes de solanáceas selvagens pessoalmente observados e verificados como ver- dadeiros hóspedes das plantas indicadas. Achamos oportuno anexar as listas das pragas de solanáceas culüı- vadas, para comparação com as relações dos insetos das plantas selvagens. RELAÇÃO DE INSETOS ENCONTRADOS SÓBRE PLANTAS HOSPEDEIRAS DA FAMÍLIA SOLANACEAE SOLANÁCEAS SELVAGENS I) Solanum varıabıle Hemiptera 1) Edessa rufomarginata (De Geer, 1773) Pentatomidae 2) Nezara viridula (Linn., 1758) Pentatomidae 3) Arvelius albopunctatus (De Geer, 1773) Pentatomidae 4) Corythaica planarıs (Uhler, 1893) Tingitidae 5) Gargaphia torresı (Costa Lima, 1922) Tingitidae Ö) 6) Engitatus geniculatus (Reuter, 1876) Miridae N II Homoptera 1) Macrosiphum solanıfohi (Ashm, 1881) Aphididae 2) Myzus persicae (Sulz., 1776) Aphididae Lepidoptera 1) Automeris memusae (Walker, 1855) Saturnidae Coleoptera 1) Doryphora quadrisignata (Germar) Chrysomelidae 2) Colaspis flavipes (Oliv., 1808) Eumolpidae 3) Colaspis prasina (Lef., 1878) Eumolpidae 4) Freudeita cupripennis Lef. Eumolpidae 5) Epicauta adspersa (Klug, 1825) Meloidae 6) Epicauta atomaria (Germar, 1821) Meloidae IHERINGIA — Zoologia n.º 25 — janeiro de 1962 II) Solanum pseudocapsicum Hemiptera 1) Phthia picta (Drury, 1770) Coreidae III) Cestrum parguu Lepidoptera 1) Epityches eupompe (Geyer, 1832) Ithomüdae 2) Halisydota catenulata texta (Her.-Sch., 1855) Arctudae Coleoptera 1) Lema reticulosa Clark, 1886 Chrysomelidae 2) Lema scapularis Lac., 1845 Chrysomelidae IV) Solanum auriculatum Hemiptera 1) Gargaphia torresi Costa Lima, 1922 Tingitidae 2) Corythaica planaris (Uhler, 1893) Tingitidae 3) Corythaica monacha (Stal, 1858) Tingitidae Lepidoptera 1) Mechanitis Iysinnia (Fabr., 1793) Ithomidae Coleoptera 1) Freudeita sp. Eumolpidae 2) Colaspis prasina (Lef., 1878) Eumolpidae 3) Chrysodina cuprescens (Boheman, 1858) Eumolpidae 4) Diabrotica speciosa (Germar, 1824) Galerucidae 5) Epitrix parvula (Fabr., 1801) Alticidae V) Solanum flagellare Hemiptera 1) Arvelius albopunctatus (De Geer, 1773) Pentatomidae 2) Athaumastus haematicus (Stal, 1859) Coreidae 3) Hypselonotus interruptus (Hahn, 1831) Coreidae 4) Corythaica planaris (Uhler, 1893) Tingitidae 4 BERTELS, A, — Insetos-Hóspedes de Solanäceas Homoptera 1) Leiocysta niger (Fonseca, 1936) Membracıdae 2) Xerophloea viridis (Fabr.,) Cicadellidae 3) Myzus persicae (Sulz., 1776) Aphididae 4) Macrosiphum solamifoli (Ashm., 1881) Aphididae VI) Solanum reimeckn Coleoptera 1) Macraspis dichroa Mann. Scarabaeidae 2) Epicauta atomarıa (Germar, 1821) Meloidae 3) Epicauta adspersa (Klug, 1825) Meloidae 4) Doryphora quadrisignata (Germar) Chrysomelidae 5) Cosmograma decora (Stal) Chrysomelidae 6) Colaspis trivaalıs (Boh., 1858) Euwmolpidae 7) Colaspis prasina (Lef., 1878) Eumolpidae 8) Chrysodina cuprescens (Boheman, 1858) Eumolpidae VII) Solanum atropurpureum Coleoptera 1) Doryphora quadrısıgnata (Germar) Chrysomeldae VIII) Solanum aculeatissimum Hemiptera 1) Arvehus albopunctatus (De Geer, 1773) Pentatomidae 2) Edessa meditabunda (Fabr., 1794) Pentatomidae 3) Euryophthalmus rufipennis (Laporte, 1832) Pyrrhocoridae Lepidoptera 1) Mechanitis lysimnia (Fabr., 1793) Tthomiidae Coleoptera 1) Colaspıs prasina (Lef., 1878) Eumolpidae 2) Gratiana graminea (Klug, 1829) Chrysomelidae 3) Diabrotica speciosa (Germar, 1824) Galerucidae 4) Apion sp. Otiorhynchidae Homoptera 1) Tettigoma pruinosa (Walker, 1851) Cicadellidae 2) Leiocysta niger (Fonseca, 1936) Membracidae IHERINGIA — Zoologia n.º 25 — janeiro de 1962 IX) Solanum gracile Hemiptera 1) Corecoris fuscus (Thunberg, 1783) Coreidae 2) Acanthocerus clavipes (Fabr., 1803) Coreidae 3) Leptoglossus impictus (Stal, 1859) Coreidae 4) Phthia picta (Drury, 1770) Coreidae 5) Hypselonotus fulvus (De Geer, 1775) Coreidae 6) Hypselonotus interruptus (Hahn, 1831) Coreidae 7) Nezara marginata (Palisot, 1805) Pentatomidae 8) Arvelius albopunctatus (De Geer, 1773) Pentatomidae 9) Edessa meditabunda (Fabr., 1794) Pentatomidae Homoptera 1) Tomaspıs flexuosa (Walker, 1851) Tomaspididae 2) Tettigoma pruinosa (Walker, 1851) Cicadellidae 3) Agalliana sticticollis (Stal, 1859) Bythoscopidae 4) Aphas rumicis (L., 1767) Aphididae 5) Myzus persicae (Sulz., 1776) Aphididae Coleoptera 1) Phyrdenus muriceus (Germar, 1824) Curculionidae 2) Pantomorus xanthographus (Germar, 1824) Curculionidae 3) Apıon sp. Curculionidae 4) Liscus impressus (Boheman) Curculinidae 5) Gratiana graminea (Klug, 1829) Chrysomelidae 6) Epicauta adspersa (Germar, 1825) Meloidae 7) Epicauta atomaria (Germar, 1821) Meloidae X) Datura sp. Hemiptera 1) Edessa meditabunda (Fabr., 1794) Pentatomidae 2) Arvelius albopunctatus (De Geer, 1773) Pentatomidae 3) Nezara viridula (L., 1758) Pentatomidae 4) Athaumastus haematicus (Stal, 1859) Coreidae 5) Phthia picta (Drury, 1770) Coreidae Lepidoptera 1) Placidula euryanassa (Felder, 1862) /thomudae 6 BERTELS, A. — Insetos-Höspedes de Solanäceas 2) Mechamitis Iysimma (Fabr., 1793) Ithomndae 3) Ecpantheria indecisa (Walker, 1855) Arctudae [ Solanum sisymbrifolium XI) 4 Solanum incarceratum | Solanum balbisu Hemiptera 1) Edessa rufomarginata (De Geer, 1773) Pentatomidae 2) Nezara viridula (L., 1758) Pentatomidae 3) Mormidea poecila (Dallas, 1851) Pentatomidae 4) Dinocoris sp. Pentatomidae 5) Corecoris sp. Coreidae 6) Corythaica planaris (Uhler, 1893) Tingitidae 7) Corythaica monacha (Stal, 1858) Tingitidae 8) Engytatus geniculatus (Reuter, 1876) Miridae Lepidoptera 1) Phlegethontius sexta paphus (Gram., 1779) Sphingidae 2) Mechanitis Iysımnia (Fabr., 1793) Ithomudae 3) Dircenna dero (Hübn., 1820 - 1824) Tthomiudae 4) Heliothis (Chloridea) tergemina Felder Noctuidae 5) Lineodes integra (Zeller, 1873) Pyraustidae Coleoptera 1) Epicauta adspersa (Klug, 1825) Meloidae 2) Epicauta atomarıa (Germar, 1821) Meloidae 3) Gratiana graminea (Klug, 1829) Chrysomelidae 4) Phyrdenus mursceus (Germar, 1824) Curculionidae 5) Apion sp. Otiorhynchidae 6) Faustinus cubae (Boheman, 1884) Curculionidae 7) Epitrix parvula (Fabricius, 1801) Alticidae SOLANACEAS CULTIVADAS I) Batata Hemiptera 1) Edessa meditabunda (Fabr., 1794) Pentatomidae 2) Nezara viridula (Linn., 1758) Pentatomidae 3) Arvelius albopunctatus (De Geer, 1773) Pentatomidae 4) Thyreocoris cruralis (Stal) Thyreocoridae IHERINGIA — Zoologia n.º 25 — janeiro de 1962 5) Corecoris fuscus (Thunb,, 1783) Coreidae 6) Acanthocerus clavipes (Fabr., 1803) Coreidae 7) Athaumastus haematicus (Stal, 1859) Coreidae 8) Phthia picta (Drury, 1770) Coreidae 9) Phthia sp. Coreidae 10) Engytatus geniculatus Reuter, 1876 Miridae 11) Engytatus notatus (Dist., 1893) Miridae Homoptera 1) Tomaspıs flexussa Walker, 1851 Tomaspididae 2) Empoasca fabae (Harris, 1841) Cicadellidae 3) Agalhana sticticollis (Stal, 1859) Bythoscopidae 4) Agalha albidula Uhler, 1895 Bythoscopidae 5) Myzus persicae (Sulz., 1776) Aphididae 6) Macrosiphum solanifoli (Ashm., 1881) Aphididae 7) Entylia gemmata (Germar, 1818) Membracidae Lepidoptera 1) Agrotis ypsilon (Rottb., 1776) Noctuidae 2) Agrotis malefida (Guenée, 1852) Noctuidae 3) Peridroma margaritosa (Haw., 1809) Noctuidae 4) Prodenia eridania (Cramer, 1782) Noctuidae 5) Gnorimoschema operculella (Zeller, 1783) Gelechiidae 6) Ecpantheria indecisa Walker, 1855 Arctiidae 7) Automeris memusae (Walker, 1855) Saturniidae 8) Phlegethontius sexta paphus (Cramer, 1779) Sphingidae Coleoptera 1) Epicauta atomarıa (Germar, 1821) Meloidae 2) Epicauta adspersa (Klug, 1825) Meloidae 3) Epicauta excavata (Klug, 1825) Meloidae 4) Epicauta griseonigra Fairm., 1873 Meloidae 5) Enema paniscus Burm., 1847 Scarabaeidae 6) Epitrix parvula (Fabricius, 1801) Alticidae 7) Systena s. httera sb. sp. tenuis Alticidae 8) Systena exclamationes Boheman, 1858 Alticidae 9) Phaedon confinis (Klug, 1829) Chrysomelidae 10) Diabrotica speciosa (Germar, 1824) Galerucidae 11) Chrysodina cuprescens Boheman, 1858 Eumolpidae 12) Colaspis prasina Lef., 1878 Eumolpidae 13) Pantomorus leucoloma (Boheman, 1840) Curculiondae 14) Pantomorus xanthographus (Germar, 1824) Curculionidae 8 BERTELS, A. — Insetos-Hóspedes de Solanáceas Hymenoptera 1) Acromyrmex striatus Roger, 1863 Formicidae II) Tomate Thysanoptera 1) Thrips sp. Thripidae Hemiptera 1) Edessa meditabunda (Fabricius, 1794) Pentatomidae 2) Nezara viridula (Linnaeus, 1758) Pentatomidae 3) Arvelius albopunctatus (De Geer, 1773) Pentatomidae 4) Corecoris fuscus (Thunberg, 1783) Coreidae 5) Phthia picta (Drury, 1770) Coreidae 6) Athaumastus haematicus (Stal, 1859) Coreidae Homoptera 1) Myzus persicae (Sulzer, 1776) Aphididae 2) Macrosiphum solanıfoln (Ashm., 1881) Aphididae 3) Empoasca fabae (Harris, 1841) Cicadellidae 4) Agalhana ensigera Oman Bythoscopidae Lepidoptera 1) Laphygma frugiperda (Smith & Abbot, 1797) Noctudae 2) Prodenia ormthogalh Guenée, 1852 Noctuidae 3) Prodenia latifascia Walker, 1856 Noctuidae 4) Heliothis virescens (Fabricius, 1781) Noctuidae 5) Helhothis tergemina (Fabricius, 1781) Noctuidae 6) Plusia nu (Guenée, 1852) Noctuidae 7) Cirphas umpuncta (Haworth, 1809) Naemndas 8) Ecpantheria indecisa Walker, 1855 Arctiúdae 9) Phlegethontius sexta paphus (Cramer, 1779) Sphingidae 10) Neoleucinodes elegantalıs (Guenée, 1854) Pyraustidae Coleoptera 1) Epicauta atomarıa (Germar, 1821) Meloidae 2) Diabrotica speciosa (Germar, 1824) Galerucidae 3) Diabrotica tijuquensis n. sp. (Marq.) Galerucidae 4) Systena s. httera sb. sp. tenuis Alticidae 5) Epitrix parvula (Fabricius, 1801) Alticidae 6) Phyrdenus muriceus (Germar, 1824) Curcuhonidae IHERINGIA — Zoologia n.º 25 — janeiro de 1962 III) Pimenta Hemiptera 1) Arvelius albopunctatus (De Geer, 1773) Pentatomidae 2) Edessa meditabunda (Fabricius, 1794) Pentatomidae Lepidoptera 1) Phlegethontius sexta paphus (Cramer, 1779) Sphingidae Coleoptera 1) Diabrotica speciosa (Germar, 1824) Galerucidae 2) Epitrix parvula (Fabricius, 1801) Alticidae IV) Pimentão Hemiptera 1) Euryophthalmus rufipennis (Laporte, 1832) Pyrrhocoridae 2) Edessa meditabunda (Fabricius, 1794) Pentatomidae 3) Solubea poecila Dallas, 1851 Pentatomidae Homoptera 1) Tettigonia pruinosa Walker, 1851 Tettigonidae 2) Aphis sp. Aphididae Lepidoptera 1) Phlegethontius sexta paphus (Cramer, 1779) Sphingidae 2) Laphygma frugiperda (Smith & Abbot, 1797) Noctuidae Coleoptera 1) Epicauta atomarıa (Germar, 1821) Meloidae 2) Epicauta adspersa (Klug, 1825) Meloidae 3) Diabrotica speciosa (Germar, 1824) Galerucidae 4) Epitrix cucumeris (Harris, 1851) Alticidae V) Quiabo Hemiptera 1) Arvelius albopunctatus (De Geer, 1773) Pentatomidae 2) Leptoglossus impictus (Stal, 1859) Coreidae 10 BERTELS, A. — Insetos-Höspedes de Solanäceas Coleoptera 1) Diabrotica speciosa (Germar, 1824) Galerucidae VI) Beringela Hemiptera 1) Edessa meditabunda (Fabricius, 1794) Pentatomidae 2) Athaumastus haematicus (Stal, 1859) Coreidae Lepidoptera 1) Laphygma frugiperda (Smith & Abbot, 1797) Noctuidae 2) Prodenia ornithogalh Guenée, 1852 Noctuidae 3) Ecpantheria indecisa Walker, 1855 Arctudae 4) Heliothis virescens (Fabricius, 1781) Noctuidae 5) Phlegethontius sexta paphus (Cramer, 1779) Sphingidae 6) Automeris memusae (Walker, 1855) Saturnudae Coleoptera 1) Euphoria lurıda (Fabricius, 1775) Scarabaeidae 2) Diabrotica speciosa (Germar, 1824) Galerucidae 3) Epitrix parvula (Fabricius, 1801) Alticidae 4) Epicauta adspersa (Klug, 1825) Meloidae 5) Phyrdenus muriceus (Germar, 1824) Curculionidae 6) Faustinus cubae (Boheman, 1884) Curculionidae VID Fumo Thysanoptera 1) Thrips tabacı Lindeman, 1888 Thripidae Hemiptera 1) Edessa meditabunda (Fabricius, 1794) Pentatomidae 2) Edessa rufomarginata (De Geer, 1773) Pentatomidae 3) Nezara viridula (Linnaeus, 1758) Pentatomidae 4) Corecoris fuscus (Thunberg, 1783) Coreidae 5) Corecoris dentiventris Berg, 1884 Coreidae 6) Leptoglossus impictus (Stal, 1859) Coreidae 7) Euryophthalmus rufipennis (Laporte, 1832) Pyrrhocoridae 8) Scaptocoris terfinus Sch., 1894 Cydnidae 9) Engytatus geniculatus Reuter, 1876 Miridae 10) Engytatus notatus (Distant, 1893) Miridae IHERINGIA — Zoologia n.º 25 — janeiro de 1962 Homoptera 1) Agalhana sticticolhs (Stal, 1859) Bythoscopidae 2) Myzus persicae (Sulzer, 1776) Aphididae 3) Macrosiphum solanifolii (Ashm., 1881) Aphididae Lepidoptera 1) Agrotis ypsilon (Rettenburg, 1776) Noctuidae 2) Agrotis malefida (Guenés, 1852) Noctuidae 3) Peridroma margaritosa (Haw., 1809) Noctuidae 4) Prodenia ornithogalh Guenée, 1852 Noctuidae 5) Gnorimoschema operculella (Zeller, 1873) Gelechidae 6) Phlegethontius sexta paphus (Cramer, 1779) Sphingidae Coleoptera 1) Epicauta adspersa (Klug, 1825) Meloidae 2) Epicauta atomaria (Germar, 1821) Meloidae 3) Diabrotica speciosa (Germar, 1824) Gelerucidae 4) Epitrix parvula (Fabricius, 1801) Alticidae 5) Epitrix sp. Alticidae LIVRARIA 203043 HERINGIA SERIES CIENTIFICAS DO USEU RIO-GRANDENSE DE CIENCIAS NATURAIS ECRETARIA DE EDUCACAO E CULTURA — DIVISAO DE CULTURA — DIRETORIA DE CIENCIAS ÓRTO ALEGRE — ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL — BRASIL — N.º 26 — JANEIRO DE 1962 OOLOGIA ANOMALIAS OBSERVADAS EM SER PENTES DO GENERO MICRURUS WAGLER, 1824 (Serpentes, Elapidae) ANTÔNIO CARLOS PRADÉL AZEVEDO (do Museu Rio-Grandense de Ciências Naturais) Na observação e estudo de exemplares de cobras corais sempre me -“hamou a atenção anomalias no “pattern”, algumas frequentes, como em M. corallinus, (objeto de outro trabalho), outras, menos comuns, no grupo das corais com anéis em tríade. Já em 1958, na IV Semana Universitária Gaúcha de Debates Bio- Nota prévia sôbre os Elapídeos do Rio Grande do Sl algumas anomalias observadas. O exame de outras lógicos, numa * apresentava eu coleções levou-me a ampliar minhas observações. As anomalias observadas podem ser classificadas nos seguintes tipos: a) ANOMALIA DE MANCHA: Quando aparece uma mancha ou faixa, sem fazer parte das tríades. Quando estas manchas chegam a formar um anel completo nos espaços amarelos, podem surgir as quinquades falsas. b) ANOMALIA DE FUSÃO: Quando duas tríades se fusionam total ou parcialmente, de maneira regular ou irregularmente, quando a fusão é total e regular surgem as quinquades verdadeiras. E E e e e E f { BR Pos PORTO JANEIRO IHERINGIA SER. ZOOL. N.º 26 6 PÁGS. 1 EST. ALEGRE 1962 causoNi a Lodi SI E 2 AZEVEDO, A. C. P. — Anomalias do gênero Micrurus c) ANOMALIA DE DEFICIÊNCIA: Quando falta parte de uma tríade ou de um anel. d) ANOMALIA DE TORSÃO: Quando a tríade apresenta-se com torsão de um ou mais anéis. e) ANOMALIA DE DUPLICAÇÃO: Quando um anél se biparte, total ou parcialmente, dividindo-se total ou parcialmente em dois. Esta classificação das anomalias está sujeita, naturalmente, a adição de outros tipos e, quem sabe mesmo, a uma terminologia mais ade- quada. Algumas anomalias se enquadram em mais de um dos tipos citados, nestes casos a anomalia que parece mais evidente é a prin- cipal e a outra ou outras são as secundárias. Verificando a Bibliografia não encontrei muitas citações de anoma- las, o que leva-me a concluir que os autores não tem dado muita importância as mesmas. SCHMIDT, cita casos de fusão regular, parcial e total com a for- mação de quinquades verdadeiras, em exemplares de Micrurus tschudi. GLOYD cita um caso de coral totalmente negra, todavia isto foge ao sentido em que emprégo a palavra “anomalia”, pois no caso citado o melanismo total faz desaparecer o “pattern”. JAN, na estampa de Elaps marcgravi, apresenta uma anomalia de fusão parcial e regular entre a terceira e a quarta' tríade e, em Elaps fulvius, variedade affinis, apresenta anomalias de deficiência no segundo, quarto e quinto anéis. BERST, afirmando ter observado anomalias no pigmento de varios exemplares de corais, (as quais não apresenta), cita um caso de ano- malia em “M. lemniscatus”, (as aspas são do próprio autor), que pela figura apresentada parece não haver dúvida que se trata de uma Micrurus pyrrhocryptus, procedente de San Pellegrino, Sierra de Cor- doba. Na anomalia em questão ocorre uma fusão entre a terceira e a quarta triades, fusao esta verificada no lado direito, entre o anel negro marginal posterior da tríade anterior e o anel negro marginal anterior da triade posterior. Esta anomalia é curiosa, pois ocorre uma mancha entre as triades fusionadas, a qual no lado esquerdo, oposto ao da fusão, estende-se lateralmente, sendo bordeada, segundo o autor, por uma franja branca em formato de meia lua. Descrição das anomalias: 1) Anomalıas em M. frontalis multicinctus Os exemplares n.º 1557, da Coleção do Museu Rio-Grandense de Ciências Naturais e n.º 003, da Coleção do Instituto de Ciências Natu- rais, da Universidade do Rio Grande do Sul, apresentam Anomalia de Mancha, sob a forma de uma mancha alongada, irregular, na região IHERINGIA — Zoologia n.º 26 — janeiro de 1962 3 vertebral dos inter-espaços vermelhos. No exemplar n.º 1557 só não verifiquei a referida mancha entre a sexta e a sétima e entre a sétima e a oitava das 13 tríades do mesmo. No exemplar n.º 003, observa-se a anomalıa nos inter-espaços vermelhos da primeira a quarta triades. (Bis. 1). O exemplar n.º 129, da Coleção particular do autor, apresenta uma Anomalia de Mancha, sob a forma de uma grande mancha negra ovalada, regular, entre a 13.2 e a 14.2 tríades. (Fig. 2). O exemplar n.º 1789, da Coleção do Museu Rio-Grandense de Ciên- cias Naturais, apresenta uma Anomalia de Fusão, total e irregular, entre a 13.2 e a 14.2 tríades, em que os anéis negro marginal posterior da tríade anterior e o negro marginal anterior da tríade posterior se fusıonam no lado esquerdo, apresentando Anomalia de Deficiência se- cundária no lado direito e os anéis negros medianos das tríades se fusionam no lado direito, formando um arco. Os anéis negro marginal anterior de 13.2 tríade e o negro marginal posterior da 14.2 tríade apresentam Anomalia de Torsão secundária. O exemplar n.º 22, da Coleção particular do autor, apresenta uma Anomalia de Fusão, parcial, regular, entre a 42 e a 5.2 tríades, na qual o anél negro marginal posterior da 4.2 tríade se funde com o negro marginal anterior da 5.º tríade, por meio de duas faixas negras laterais, deixando o inter-espaço vermelho reduzido a um retângulo entre as triades consideradas. (Fig. 3). Um exemplar sem número, do Museu Paranaense, a mim enviado para estudo, apresenta uma Anomalia de Fusão, total, regular, com pequena Anomalia de Torsão secundária, da esquerda para a direita, mais acentuada nos anéis posteriores, entre a 112 e a 12% triades, formando uma quinquade verdadeira. (Fig. 4). O exemplar n.º 380, da Coleção do Museu Rio-Grandense de Ciên- cias Naturais, apresenta o caso típico de Anomalia de Fusão, total, regular, sem torsão, formando uma quinquade verdadeira entre a 10.2 eBa li triades: (Figo 5): O exemplar n.º 373, da Coleção” do Museu Rio-Grandense de Ciên- cias Naturais, apresenta uma Anomalia de Deficiência no lado es- querdo do anel negro marginal posterior da quarta tríade. (Fig. 6). O exemplar n.º 132, da Coleção particular do autor, apresenta uma Anomalia de Deficiência na 12.2 tríade, no lado direito, faltando totalmente a metade da tríade. Na região ventral verifica-se o mesmo. (ig 7). O exemplar n.º 27, da Coleção particular do autor, apresenta Ano- malia de Torsão do anél negro marginal anterior da primeira tríade. Esta torsão é em forma de linha quebrada. (Fig. 8). O exemplar n.º 373, já citado, apresenta Anomalia de Duplica- ção do anél negro marginal posterior da terceira tríade, sômente havendo ligação entre a duas partes do anél duplicado por meio de uma es- treita faixa negra na região vertebral. (Fig. 9). 4 AZEVEDO, A. C. P. — Anomalias do gênero Micrurus 2) Anomalias em M. frontalis frontalis O exemplar n.º 80, da Coleção do Departamento de Zoologia do Estado de São Paulo, apresenta Anomalia de Fusão do anel negro mediano com o anel negro marginal anterior, na primeira tríade, por meio de uma faixa negra vertebral. (Fig. 10). O exemplar n.º 2552, da Coleção do Departamento de Zoologia, apresenta um curioso caso de Anomalia de Fusão do anel negro marginal anterior com o anel negro mediano da primeira tríade. Esta fusão é acompanhada de uma Anomalia de Torsão secundária, (no lado lireito do anel marginal anterior, havendo um desencontro, deixando pequena deficiência, entre o lado direito com torsão, e o esquerdo, regular. À hipótese de que a Anomalia de Torsão seja a principal e que a Anomalia de Fusão seja a secundária parece-me também ser aceitável. (Fig. 11). 3) Anomalias em M. lemmiscatus ıbıboboca. O exemplar n.º 1317, da Coleção do Museu Nacional, apresenta Anomalia de Mancha, sob a forma de manchas irregulares, situadas na zona vertebral dos inter-espaços vermelhos, que não ocorrem sômente entre a quarta e a quinta e entre a oitava e a nona triades, das 11 tríades do corpo do exemplar. O exemplar n.º 1317, já citado, apresenta Anomalia de Mancha, sob a forma de anéis negros formados pelo enegrecimento total de escamas dos aneis amarelos, constitundo quinquades falsas, da pri- meira a nona tríades. O exemplar n.º 1318, da Coleção do Museu Nacional, apresenta uma Anomalia de Deficiência no anel negro mediano da 5.2 tríade, que falta na região vertebral. Nos lados o anel aparece sob forma triangular, com a base ventralmente situada. Na região posterior do anel negro marginal anterior e na região anterior do anel negro mar- ginal posterior, aparecem duas proeminências negras vertebrais, repre- sentando talvez o esbôço de uma Anomadia de Fusão destes anéis com o mediano, ou quem sabe, uma tentativa de fusão do mediano com o marginais, que teria provocado a deficiência. O exemplar n.º 1317, já citado, apresenta uma Anomalia de De- ficiência no anél negro mediano da 11.2 tríade. Este anél se apresenta interrompido lateralmente, ficando sob a forma de uma longa mancha negra vertebral, com o comprimento de 10 escamas. Observação: Estes exemplares, (1317 e 1318), foram determinados por A. R. LANCINI como M. f. frontalis, todavia, apesar de estarem ambos com a cabeça parcialmente esmagada, parece-me que pertencem a forma ibiboboca, que, segundo considerações feitas na Introdução de um trabalho anterior, considero ligada a espécie M. lemniscatus. IHERINGIA — Zoologia n.º 26 — janeiro de 1962 aq 4) Anomalias em M. decoratus O exemplar n.º 68, da Coleção do Departamento de Zoologia, apresenta entre a 7.2 e 8.º triades uma Anomalia de Fusão total e irregular, semelhante a anomalia descrita no exemplar n.º 1789, M. frontalis multicinctus, sómente que nesta direito. (Fig. 12). de a fusão se deu no lado O exemplar n.º 66, da Coleção do Departamento de Zoologia, apresenta uma Anomalia de Fusão entre a 16.2 e 17.2 tríades, seme- lhante a do exemplar n.º 68, sômente que nesta a fusão é no lado esquerdo, notando-se claramente esta fusão pelo fato de que o anel negro marginal posterior da tríade anterior e o anel negro marginal anterior da tríade posterior se fundem formando um segundo arco menor, delimitando um pequeno espaço vermelho, na região paraventral es- querda, que corresponde ao inter-espaço vermelho entre as tríades fusionadas e que determina a classificação desta anomalia como fusão parcial e irregular. Um exemplar sem número, da Coleção do Museu Nacional, apre- senta uma Anomalia de Fusão total e regular, entre a 144 e a 15.4 tríades, que se caracteriza pela fusão na região lateral dos dois anéis negros medianos, deixando um espaço ovalado amarelo, no centro do qual encontramos uma mancha negra, que corresponde a fusão do anel negro marginal posterior da tríade anterior com o anel negro marginal anterior da tríade posterior. Estes dois anéis, além da fusão, apresentam uma Anomalia de Deficiência secundária, pois faltam na região lateral. A anomalia sugere a possibilidade de não ser a mesma o resultado da fusão de duas tríades, mas de uma Anomalia de Duplicidade do anel negro mediano, com ligação lateral, apresentando ainda uma Ano- malia de Mancha secundária no espaço livre entre o anel duplicado, mancha esta que corresponderia, na primeira hipótese, a fusão com deficiência dos anéis negros marginais das triades contíguas. Ambas hipóteses são aceitáveis, todavia, baseado nas anomalias desta espécie acima descritas, parece-me mais aceitável que a mesma represente uma variação da anomalia descrita nos exemplares n.º 66 e 68, em que a ligação dos anéis negros medianos não se deu sômente em um lado, mas em ambos, sendo que a mancha lateral observada nestes exem- plares corresponde a mancha central desta. 5) Anomalıas em M. spixu Nos exemplares n.º 440 e 1538, da Coleção do Museu Nacional, observei uma Anomalia de Fusão entre o anel negro marginal ante- rior e o anel negro mediano da primeira tríade, fusão esta observada em ambos no lado esquerdo. A anomalia apresenta ainda uma torsão secundária da esquerda para a direita. 6 AZEVEDO, A. C. P. — Anomalias do gênero Micrurus O exemplar n.º 533, da mesma Coleção, apresenta na última tríade do corpo uma Anomalia de Deficiência, em que falta o anel negro marginal posterior desta tríade, que se restringe a uma pequena mancha negra vertebral. No estudo destas anomalias não levei em consideração a frequência com que as mesmas ocorrem, limitando-me sômente a relatar os tipos observados dentro de cada forma. Desconheço o pensamento dos outros autores a respeito, todavia parece-me racional, nos casos de Anomalias de Fusão, total, regular ou irregular, de tríades, que se considere duas triades no registro do número de tríades do exemplar. RESUMO O Autor faz um estudo das Anomalias no “pattern” de Micrurus frontais multicinctus, Micrurus f. frontalis, Micrurus lemmscatus ibido- boca, Micrurus decoratus e Micrurus spixu, (Serpentes: Elapidae), propondo uma Classificação para estas anomalias. ZUSAMMENFASSUNG Der Verfasser untersucht ungewoehnlich gestaltete Farbenmuster bei Micrurus frontals multicinctus, Micrurus f. frontalis, Micrurus lem- niscatus ibiboboca, Micrurus decoratus und Micrurus spixu. (Serpentes, Elapidae). Eme neue Klassifikation fuer ungewoehnliche Farbenmuster wird vorgeschlagen. BIBLIOGRAFIA SCHMIDT, K. P. and SCHMIDT, F. J. W. — New Coral Snakes from. Peru — Field. Mus. Nat. Hist. Publ. 230, Zool. Ser., vol. XII, n.º 10, pp. 129-133, figs. 1-2, 1925 GLOYD, H. — A case of poisoning from the bite of a Black Coral Snake — Herpe- tologica, vol. 1, pp. 121-124, Plate XII, 1938 JAN, G. e SORDELLI, F. — Iconographie generale des ophidiens. Tomos XII, XIII, Liv. 42, 1870-81 BERST, A. — Un curioso caso de cromatismo en una Vibora de Coral, “Micrurus lemniscatus” (L.) — Publ. Zool. do Mus. Cien. Nat. “P. Carmelo Barone”, do Col. de la Immaculada Concepcion de Santa Fe, 3 pp., 2 figs., 1954 AZEVEDO, A. C. P. — Notes on Coral Snakes, Introduction — Iheringia, Ser. Zool., n.º 14, pp. 5-6, 1960 JERINGIA — Zoologia n.º 26 — janeiro de 1962 Estampa et P6.4Y LIVRAR IA 203044 252 HERINGIA SERTES CIENTIFICAS DO MUSEU RIO-GRANDENSE DE CIÊNCIAS NATURAIS SECRETARIA DE EDUCAÇÃO E CULTURA — DIVISÃO DE CULTURA — DIRETORIA DE CIÊNCIAS SOBRE UMA POPULAÇÃO DE MICRURUS FRONTALIS FRONTALIS (D. & B., 1854) DE LAGÖA SANTA, MINAS GERAIS, BRASIL. (Serpentes, Elapidae) ANTÔNIO CARLOS PRADÉL AZEVEDO (do Museu Rio-Grandense de Ciências Naturais) Examinando a Coleção do Museu Nacional, encontramos uma série de 14 exemplares de Micrurus f. frontalis, de n.º 1348 a 1361, proce- dentes de Lagöa Santa, Minas Gerais. Lepidose : Ventrais 219-230, média: 2243: sub-candais 17-24, média: 21,3; anal partida; pré-oculares 1/1; post-oculares 2/2; supra-labiais 7/7; infra-labiais 7/7 e temporais 1 +1. Colorido : Triades no corpo 10-13, média 11,3; na cauda 1% a 1%. Os anéis negros marginais são tão largos ou mais largos que os anéis negros medianos. Os anéis amarelos tem escamas com ápices negro abrangendo meia escama em média. Os inter-espaços vermelhos apresentam escamas com os ápices negros, predominantemente nas escamas da região vertebral. Sexo : Dos 14 exemplares observados. 7 «* »achos, 4 possivelmente o são e os restantes são “ “EIRO IHERINGIA SER. ZOOL. | N SS a AZEVEDO, A. C. P. — Söbre uma população de M. f. frontalis Dimensão: O comprimento dos exemplares em geral não ultrapassa 800 mm, todavia os seguintes exemplares apresentam com- primento bastante grande: nO ASS == O mam 2.051550 1002 mm 201952 1007 mm n.º 1348 = 1013 mm n.º 1358 = 1044 mm I Nestes 14 exemplares nota-se uma tendência para o melanismo, que pode ser observada nos seguintes caracteres: I — O primeiro anel da primeira tríade funde-se com os parietais, ne- gros, em 12 dos 14 exemplares. (Fig. 5). II — O ápice negro das escamas amarelas tende a aumentar, enegre- cendo frequentemente töda a escama e determinando uma forte tendência a formação de quingüades falsas, (fig. 6). Estas quin- qüades falsas são perfeitamente evidenciadas nos seguintes exem- plares: n.º 1349: com 11 + 1% triades, apresentando quingüades falsas na segunda, terceira, quarta, quinta, sétima e oitava triades. n.º 1352: com 11 + 1% tríades, apresentando quingüades falsas na segunda, terceira, quarta, quinta, sexta, sé- tima e décima tríades. n.º 1353: com 12 + 1% tríades, apresentando quingüades falsas na segunda, terceira, quarta e quinta tríades. n.º 1356: com 11 + 1% tríades, apresentando quingüades falsas na segunda, terceira, quarta, quinta, sexta, sé- tima, nona, décima e décima primeira tríades. III — Nos exemplares n.ºs 1348, 1354 e 1355 nota-se a fusão mediana entre um par de tríades contíguas, por meio de uma faixa negra, o que aumenta o aspecto melânico do conjunto. (Figs. 1,3 e 4). No exemplar 1353 nota-se uma anomalia de mancha entre duas triades. (Fig. 2). A cidade -ıtuada um pouco ao Norte de Belo Horizonte ‘de varia de 600 a 1000 metros, no “o”, com uma vegetação típica segundo Köppen. e outros tem se referido \eterminadas áreas de sua IHERINGIA — Zoologia n.º 27 — janeiro de 1962 3 m [DD ee geográfica, o que me parece ser o caso em relação a Micrurus f. frontahis. ; Ta E Hellmich, Ra três tipos de melanismo, parecendo-me que o caso escrito - 5 Imos ti é, “Nigri d enquadra-se nos dois últimos tipos, isto é, “Nigrismus” e Abundismus”. RESUMO O Autor estuda uma população de Micrurus frontalis frontalis (Ser- pentes: Elapidae) de Lagöa Santa, Minas Gerais, apresentando os dados da população e notando tendência ao melanismo na mesma. ZUSAMMENFASSUNG In vorliegender Arbeit untersucht der Verfasser die Tendenz zur Melanie einer Micrurus frontalis frontalis — Population aus Lagôa Santa, Minas Gerais, Brasilien. (Serpentes: Elapidae). 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P. — Söbre uma população de M. f. frontalis FIG 2 — Nº 1353 FIG 1 — Nº 1355 N N NE FIG. 3 — Nº 1348 IN N FIG 5 — N.º 1360 “FIG 4 — Nº 1354 FIG 6 — Nº 1353 - 209045 Liv. do Globo Du Eur CARA E N mn Rita | Re URL Mk < rn) A & us N N NV x ta Ö, (a Ha > Do As Hs (= A | EU) 3 NS 5 CUBE 3 ad) EMP 77 E a = > AR = 9 INosu% 7 o “NOS a au BRARIES — SMITHSONIAN „INSTITUTION „NOILNLILSNI NVINOSHLINS S31UV - ö = = Zus E ein E o ANNE E a > GG, sá = = m m E ZA URN: = {N > q = [dp = n = ION. NOILNLILSNI NVINOSHLINS SIIIVATIN LIBRARIES SMITHSONIAN INSTIT (2) = 2] < es. (2) z a Es < Es Nus ls =, N = Z Fes] SG Y z IN 8 en = N | Eid ANS O SUN \ S. 2 2 ZZ INS E 2 OR 2 É el ES + E SS > = > = ANE = N = ’ (77) = (47) hi < 70) \ 111 _LIBRARI ES SMITHSONIAN INSTITUTION NOILNLILSNI NVINOSHLINS S314Y 2 Ls Ls NR É E | E SN E - - » = a E ON | NOILNLILSNI NVINOSHLIAS SIlUVEgIT LIBRARIES SMITHSONIAN INSTIT IS .. e SMITHSONIAN INSTITUTION NOILNLILSNI NVINOSHLIAS SI1HY 1 INSTITUTION NOILNLILSNI INSTITUTION NOILNLILSNI INSTITUTION sSIidvagim N N s3Iyvyg 117, LIBRARIES NVINOSHLINS S31UVYAII_LIB as «x (dr) pt (94) / zZ N = Hm. 2 + 5 SR E 27 a o ne AN “RO, L = AS SH E 2 = Re N Bu = sh 3 E > 3 > ON NOILNLILSNI: NVINOSHLINS saluvugIT LIBRARIES SMITHSONIAN INSTITL = = = O) n E E = 17) (02) > be 5 n ! > tus 77) tus Ls IA = = = a : 993 E = = Aa E << ce zZ © , = 2 = 2 E = E (22) 7) ps (22) o z o 2 m . 2 ION NOILNLILSNI s314UVWyUalII_LIBRARIES SMITHSONIAN u z 2) == ur 2) = = < = Res < = 3 MAE NE = oO An © ZH ao NAT | n DAR N E = TEN 2 - p= á = > = > = N ze (77) 3 (77) = (77) h) aIT_LIBRARI ES SMITHSONIAN INSTITUTION NOILNLILSNI NVINOSHLINS Sl uv = > 5 Er pe N 4 tus N 4 us N TI = no O EN ne le a SEN NEN Una CS GO AV Y o EGO e 5 5 MR A cl 5 wat (=) > MS = x Was [o Virgo PES = Sergás à pra ä Er = z RARIES_ SMITHSONIAN, INSTITUTION NOILNLILSNI NVINOSHLINS SIIHVHgIT L m & = o es] o NS O - api E io N - e, = en à E [= = = r - = [e m = > E - INLILSNI NVINOSHLINS S31yV4417 — SMITHSONIAN INSTITUTION NVINOSHLIAS S31UV48917 LIBRA NVINOSHLINS S31UVYY8I71 LIBRA [47] < E ge < E. = 4 „nf fm = À O LAP A [®) S E 2% E E RARI ES SMITHSONIAN INSTITUTION NOILNLILSNI NVINOSHLIWS 63 ISVEBIT UG E É Fe N o ©. 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