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serie Zoologia

BL ISSN 0073-4721

Notas sobre a ocorrência de Hiereoblatta cassidea (ESCHSCHOLTZ, 1822), de Monastria similis (SERVILLE, 1839) e diferenciação entre respectivas ninfas (DICTYOPTERA, BLADBERIDAE).

CORRS 12) m ER isso RE p. 3

Notas sobre ovos de serpentes (Boidae, Colubridae, Elapidae e Viperidae).

MOEMA LEITÃO DE ARAUJO ..... arte ca meant rasa rennen p.9

Nota: Ocorrência de Melanophyryniscus stelzneri dorsalis (MER- TENS, 1933) no Estado de Santa Catarina, Brasil (Anura Bufonidae),

BIER ISO BRINCO o snes ros o beds NUR en A p. 39

Nota: Ocorrência de Hyla flavoguttata A. LUTZ & B. LUTZ, 1939, no Estado do Rio Grande do Sul, Brasil (Anura, Hylidae). RR A NERDS RA RR Er TEE RER p. 43

Nota: Ampliacion de la distribuciön geografica de tres especies de Brachyura (Crustacea, Decapoda) para aguas uruguayas. Ne N Te 5 MERO NRP pa p. 45

Estudio del contenido gästrico de Pimelodus clarias maculatus (LACEPEDE, 1803) (Pisces, Pimelodidae). SA AO MB Do 8 DR PR RR RUDE RG PR RE REAR ana a ne Re p. 47

Notes sur quelques Crepidoderini nouveaux ou peu connus (Chrysomeleoidea - Alticinae). Coleoptera-Phytophaga. JAN BECHYNE & B. SPRINGLOVA DE BECHYNE............ p. 63

Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul

FUNDAÇÃO ZOOBOTÂNICA DO RIO GRANDE DO SUL

Entidade de direito privado, instituída pela Lei Estadual n.º 6497 de 20/12/72. (Supervisionada pela Secretaria do Interior, Desenvolvimento Regional e Obras ZOOBOTÁNICA Públicas do Governo do Estado do Rio Grande do Sul)

Governador do Estado SINVAL GUAZZELLI

Secretário do Interior, Desenvolvimento Regional e Obras Públicas. OCTÁVIO GERMANO

Presidente da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul ERNESTO ALFREDO PREUSSLER

Diretoria da Fundação Zoobotänica do Rio Grande do Sul

Diretor-Superintendente JOSE WILLIBALDO THOME

Diretores-Executivos

do Jardim Botänico - ALBANO BACKES do Museu de Ciências Naturais - JOÃO PEDRO R. PAPLEO do Parque Zoolögico - GILBERTO C. MATTES

Impresso com autorização e sob a responsabilidade do Diretor Superintendente da FZB (alínea d) art. 14, dos Estatutos - Decreto RS n.º 22, 683/73).

Notas sobre a ocorrência de Hiereoblatta cassidea (ESCHSCHOLTZ, 1822) de Monastria similis (SERVILLE, 1839)e diferenciação entre respectivas ninfas (DICTYOPTERA, BLABERIDAE) *

Claudio José Becker **

ABSTRACT

Some behavior particularities and colouring differences that distinguish the nymphs of Monastria similis (SERVILLE, 1839) from the Hiereoblatta cassidea (ESCHSCHOLTZ, 1822) has been observed. It is given data about new occurrences of these species in “Rio Grande do Sul” State.

RESUMO

Apresentam-se observações de particularidades de comportamento e coloração, que per- mitem a diferenciação entre as ninfas de Monastria similis (SERVILLE, 1839) e Hiereoblatta cassidea (ESCHSCHOLTZ, 1822). Fornecem-se também, dados sobre novas ocorrências destas espécies no Rio Grande do Sul.

INTRODUÇÃO

Iniciamos nossos estudos sobre blatários silvestres do Rio Grande do Sul, em 1970, com MH. cassidea. Estes, posteriormente, abrangeram também M. similis, material gentilmente determinado por I.R.S. Albuquerque do Museu Nacional, RJ.

A escolha de M. stmilis para continuação de nossa pesquisa se deve ao muito em comum que tem com H. cassidea tanto sob ponto de vista de sua ecologia quanto de sua etologia e por serem ambas, encontradas em sítios relativamente próximos e de fácil acesso para nós.

O gênero Hiereoblatta representado por H. cassidea, é monotípico e sua ocorrência para o Rio Grande do Sul foi assinalada pela primeira vez para Pelotas (REHN, 1937). Mais tarde, registrou-se sua ocorrência nos municípios de Sapiranga, Dois Irmãos, São Leopoldo e Sapucaia do Sul (BECKER, 1970).

As indicações da ocorrência de M. sirzilis, são um tanto vagas: SERVILLE (1839) ao descreve-la, afirma (I.c.: 82): “'Deux individus provenant de la

* Aceito para publicação em 24/VI/1976. Contribuição FZB n.º 028.

* Pesquisador do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, Caixa Postal n.º 1188, Porto Alegre, RS, Brasil. Bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (TC. 10.904).

IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (51):3-8, 15 mar. 1978

4 BECKER, ].C.

collection Latreille, sans indication de patrie.’’; KIRBY (1904) se refere como ocorrente na América do Sul; ALBUQUERQUE (1964) cita sua ocorrência para Santa Catarina.

Chama especial atenção o fato de que, normalmente nos locais onde se encontram H. cassidea não existam M. similis e vice-versa. A única exceção, tem sido na localidade de Morro Reuter, Mun. de Dois Irmãos, RS, onde, ambas as espécies podem ser encontradas, até, por vezes, na mesma árvore.

Muito embora a grande semelhança de hábitos e habitat, os imagos destas duas espécies apresentam grandes diferenças morfológicas e de co- loração entre si. As ninfas porém, são facilmente confundidas, principalmen- te nos ínstares intermediários (Figs. 3 e 4).

Este fato nos causou problemas quando iniciamos os trabalhos de coletas de dados bionômicos de M. similis, tornando-se necessária a investigação e o estabelecimento de padrões que permitissem a imediata identificação das ninfas destas espécies.

Para a realização do trabalho, que não encontramos referências bi- bliogräficas sobre o assunto, efetuamos uma série de observações em campo e em laboratório. Coletamos os animais, especialmente ninfas, pelos métodos convencionais de captura de insetos vivos e para sua citação e manutenção nos utilizamos de viveiros (BECKER, 1970).

A Divisão Regional do Estado do Rio Grande do Sul é apresentada de acordo com '*Geografia do Brasil - Grande Região Sul”, 1968.

O material examinado, encontra-se depositado na Coleção de Blatários do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.

OBSERVAÇÕES Monastria similis (SERVILLE, 1839)

Os imagos têm coloração predominantemente preta com pequenas manchas marrons. Os machos têm o comprimento total (incluindo tegminas) de 50 a 52 mm, são alados, têm asas funcionais e as tegminas ultrapassam o ápice do abdomem. As fêmeas têm tegminas curtas, não ultrapassando metade do abdomem, asas muito pequenas, vestigiais, não funcionais e seu comprimento total é de 42 a 43 mm (Figs. la e 1b).

As formas jovens (Fig. 3), apresentam, em linhas gerais, a morfologia comum das ninfas de espécies da sub-família Blaberinae. Cor predominan- temente marrom, tegumento dorsal fosco com inúmeras projeções minúsculas pouço visíveis à vista desarmada, nas quais aderem partículas e fragmentos do ambiente em que vivem, proporcionando-lhes uma boa camuflagem. Te- gumento ventral é liso e brilhante, tendo a cabeça e patas de cor cinza escuro.

As ninfas no primeiro e segundo intares, apresentam coloração cinza seu comprimento não passa de 8 mm. A partir da 2.º ecdise, a coloração tende para o marrom ou castanho, permanecendo cabeça e patas com a cor cinza.

IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (51):3-8, 15 mar. 1978

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O comprimento máximo das ninfas não excede a 43 mm que correspon- de também ao tamanho do corpo do imago.

Na natureza, as ninfas normalmente encontram-se um tanto dispersas, isoladas uma das outras e ainda, quando surpreendidas, deixam-se cair ao solo e permanecem imóveis por longo tempo, simulando estar mortas. Ocorrência:

Temos encontrado representantes desta espécie, nos município de Bom Jesus, Caxias do Sul, Nova Petrópolis, Dois Irmãos, Salvador do Sul, São Leopoldo e Canoas.

Hiereoblatta cassidea (ESCHSCHOLTZ, 1822)

Os imagos são bem maiores do que os da espécie anterior (Fig. 2). Os machos têm de 59 a 62 mm e as fêmeas 56 a 59 mm de comprimento e sua coloração é predominantemente castanha (BECKER, 1970).

As ninfas (Fig. 4) também têm coloração predominantemente castanha, inclusive cabeça e patas. Seu tegumento dorsal é fosco e apresenta as mesmas projeções referidas em M. sirmilis. Estas, bem como a superfície fosca do tegumento dorsal, são uma particularidade de muitas ninfas de outras espécies, parecendo-nos ser comum a todas da sub-familia Blaberinae.

Na natureza, as ninfas normalmente permanecem juntas, em pequenas colônias, encontrando-as muitas vezes superpostas.

Ocorrência:

Em nossas coletas verificamos a ocorrência desta espécie, além dos

citados anteriormente, nos seguintes municípios:

Zona da Depressão Central: Esteio, Porto Alegre e Viamão;

Zona dos Campos de Cima da Serra: Bom Jesus e São Francisco de Paula; Zona da Encosta Inferior Nordeste: Canela, Gramado, Nova Petrópolis, Salvador do Sul, Montenegro, Taquara e Novo Hamburgo.

CONCLUSÕES

1) Se encontrarmos ninfas com tamanho superior a 43 mm, não poderão ser de M. similis, cujos imagos não ultrapassam esta medida.

2) Se encontrarmos ninfas com tamanho inferior a 10 mm e coloração cinza, trata-se de M. similis em 1.º ou 2.º ínstar. Nesta fase porém, à se- melhança das H. cassidea, elas permanecem juntas com a barata-mãe (BEC- KER, 1970).

3) As ninfas de tamanho intermediário é que podem suscitar as maiores dúvidas, assim, estabelecemos o seguinte:

IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (51):3-8, 15 mar. 1978

6 BECKER, J.C.

Particularidade: H. cassidea |

Aspecto do lado ventral: | Tegumento liso, bri-|Tegumento liso, bri-

lhante, cor marrom oul|lhante, cor marrom, pa- castanho, patas e cabeça|tas e cabeça cor casta- cor cinza; nho;

Atitude tomada quando|Deixam-se. cair ao solo, |Procuram fugir para lo-

surpreendidas ou amea-| permanecendo imóveis |cal ao abrigo da luz çadas: | por longo tempo;

Padrão de dispersão dos|Geralmente isolados uns | Geralmente agregados. indivíduos: dos outros;

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

ALBUQUERQUE, I.R.S. 1964. Check-list dos Blattaria brasileiros. Bo/m Maus. para. “Emilio Goeldi". Nova Ser. Zoologia, Belém (41):6.

BECKER, C. J. 1970. HIEREOBLATTA CASSIDEA (ESCH., 1822) (BLABERIDAE, DICTYOP- TERA) Notas à morfologia à biologia. Revta bras. Ent., São Paulo, 14(9):63-71.

ESCHSCHOLTZ, J.F. 1822. Entomographien. Etst Lieferung. Berlin. apud ALBUQUERQUE, I.R.S. 1964. Check-list dos Blattaria brasileiros. Bo/m Mus. para. “Emilio Goeldi". Nova Sér. Zoologia, Belém (41):36.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA. 1968. Geografia do Brasil; Grande Região Sul. 2.ed. Rio de Janeiro, Fundação IBGE. v. 4, t.2. (Biblioteca Geográfica Brasileira. Série A, Publicação, 18).

KIRBY, W.F. 1904. Blattidae. In: ——. A synonymic catalogue of Orthoptera. London, British Museum. v. 1, p. 61-205.

REHN, J.A.G. 1937. New or little known neotropical Blattidae (Orthoptera). Trans. Am. ent. Soc., Philadelphia, 63:241-43, pl. 16.

SERVILLE, J.C.A. 1839. Blattaires. In: ——. Histoire Naturelle des insectes; Orthopteres. Paris, Librairie Encyclopédique de Roret. p. 81-2.

IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (51):3-8, 15 mar. 1978

Notas sobre a ocorrência de... 7

Fig. la Monastria similis, imago macho, vista dorsal. Fig. 1b Monastria similis, imago fêmea, vista dorsal. Fig. 2 Hiereoblatta cassidea, imago fêmea, vista dorsal (não dimorfismo sexual visível do lado dorsal).

IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (51):3-8, 15 mar. 1978

8 BECKER,J.C.

Fig. 3 Monastria similis, ninfa de 6.º ínstar. Fig. 4 Hiereoblatta cas- sidea, ninfa de 4.º instar.

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Notas sobre ovos de serpentes (Boidae, Colubridae, Elapidae e Viperidae )*

Moema Leitão de Araujo **

RESUMO

Descrevem-se, neste trabalho, a forma, coloração, dimensões e número de ovos de 17 espécies e subespécies de Ophidia das famílias Boidae, Colubridae, Elapidae e Viperidae. Em outras 6 espécies e subespécies os dados acima são redescritos. Ao final é apresentada uma tabela onde constam estes dados e os relativos a embriões, e épocas de postura dos exemplares estu-

dados. ABSTRACT

The form, coloration, dimension and number of eggs of 17 species and subspecies of Ophidia, of the following families: Boidae, Colubridae, Elapidae and Viperidae are described. These points are redescribed for other six species and subspecies. A table is presented showing these data and laying dates of the studied specimens.

INTRODUÇÃO

Este estudo foi realizado com o objetivo de contribuir para um maior conhecimento biológico de nossas serpentes, uma vez que são poucos os trabalhos sobre ovos de serpentes brasileiras. Somente AZEVEDO (1960-61) descreveu ovos de Micrurus WAGLER, 1824, entre os quais de alguns exem- plares do Estado do Rio Grande do Sul. Em 1960, AZEVEDO, cita o nú- mero, tamanho e forma de ovos de cobras corais. Em 1961, descreve uma série de ovos encontrados, em dissecação de cobras corais, dando o com- primento e a largura dos mesmos, estabelecendo o quociente entre estas duas medidas.

Na Ásia, MOOSE (1902) relaciona o número de ovos da serpente Vipera russell (SHAW, 1802).

Na América do Norte, CONANT (1934) descreve as observações rea- lizadas com duas ninhadas ‘de Lampropeltis getulus niger (YARROW, 1882), dando o número, medidas e peso dos ovos e o sexo, comprimento e peso-dos filhotes ao nascer.

Em 1937, BLANCHARD examinou os ovos e ninhadas de Diadophis punctatus LINNE, 1766.

DITMARS (1949) cita a época de postura, o número de ovos e a tem- peratura de incubação de Python. O mesmo autor em 1951, relata o número, forma, coloração dos ovos e a época de postura de serpentes norte-ameri- canas.

e

Trabalho aceito para publicação em 13/VIl/1976. Contribuição FZB n.º 031.

** Pesquisadora do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotâni do Ri | EA es MICO ç ica do Rio Grande do Sul, Caixa Postal 1186

IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (51):9-37, 15 mar. 1978

10 LEITÃO DE ARAUJO, M.

CLARK (1953) descreve os ovos, postura e incubação da serpente E/aphe emoryi (BAIRD & GIRARD, 1853).

CLARKE (1954) e SHOOP (1957) fazem referência à postura, forma, número e tamanho dos ovos e filhotes de Lampropeltis calligaster calhgaster (HARLAN, 1827).

TELFORD JR. (1955) cita a forma, tamanho e número de ovos da ser- pente Micrurus fulvius fulvius (LINNAEUS, 1928).

NEILL & BOYLES (1957) descrevem a forma, tamanho e número de ovos de Tantilla coronata (BAIRD & GIRARD, 1853).

CONANT & DOWNS (1940), WERLER (1951), PERKINS (1952), KLAUBER (1956), WRIGHT, A.H. & WRIGHT, A.A. (1957), CARPEN- TER (1958), SABATH & WARTHINGTON (1959) e GOING, CJ. & GOING, O.B. (1962) realizaram diversos estudos sobre reprodução, ovos, filhotes e datas de posturas.

ARNOLD (1948), LEGLER (1956), ZWEIFEL (1961), COUCH (1966) e WHITAKER (1968) experimentaram métodos simples e práticos de incu- bação de ovos de répteis em laboratório.

Na América do Sul, DONOSO-BARROS (1966) examinou o número de ovos e época de postura de três espécies de serpentes chilenas.

OREJAS-MIRANDA & GARCIA (1967) relatam as observações sobre uma postura de Phxlodryas patogoniensis (GIRARD, 1857) do Uruguai, dando a forma, coloração, peso e medidas dos ovos.

VAZ-FERREIRA, ZOLESSI & ACHAVAL (1970-73) verificaram a ovoposição e desenvolvimento de ofidios e lacertilios do Uruguai em for- migueiros de Acromyrmex.

Os dados para o estudo dos ovos das serpentes foram obtidos por: dis- secação de exemplares fixados e depositados na coleção do Museu de Ciências Naturais (MCN) da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul; coleta no local da captura de um exemplar, ou seja, sob madeira apodrecida; por observação do momento da postura em cativeiro (destes os dados de medidas, coloração e forma foram tomados in vivo, ou seja, logo após a expulsão). Alguns dos ovos obtidos pela dissecação de exemplares, encontravam-se em mau estado de conservação, o que prejudicou a observação de sua forma, medida e coloração natural. As medidas foram tomadas em milímetros com paquímetro, tendo como base o comprimento e a largura maior. O material encontra-se conservado em álcool 70º.

No presente trabalho, são descritos pela primeira vez ovos de: Boa constrictor constrictor LINNAEUS, 1768, Bothrops jararaca (WIED, 1824), Chironius bicarinatus (WIED, 1820), Dromicus almadensis (WAGLER, 1824), Dromicus poecilogyrus pictostriatus (AMARAL, 1944), Eunectes murinus (LINNAEUS, 1758), Helicops carinicaudus infrataeniatus (JAN, 1865), Liophis miliaris (LINNAEUS, 1758), Lygophis Havifrenatus COPE, 1862, Lystrophis dorbignyi (DUMÉRIL, BIBRON & DUMÉRIL, 1854), Mastigodryas bifossatus (RADDI, 1820), Oxyrhopus rhombifer rhombifer DUMERIL, BIBRON & DUMERIL, 1854, Philodryas olfersii (LICHTENS- TEIN, 1823), Sıbynomorphus ventrimaculatus (BOULENGER, 1885),

IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (51) :9-37, 15 mar. 1978

Nota sobre ovos de serpentes...

Thamnodynastes strıgatus (GUNTHER, 1850), MERIL, BIBRON & DUMERIL, 1854 e Waglerophis merremii (WAGLER,

1824).

OBSERVAÇÕES

FAMÍLIA: BOIDAE

fig. 1.

Dimensões dos ovos:

Ovo Comprimento 1 23,30 2 41,45 3 48,25 4 46,00 5 55,90 6 48,35 7 51,25 8 48,90 9 | 50,00

10 51,25

11 47,75

12 36,80

13 25-7)

14 55,10

15 39,10

16 43,70

17 53,10

18 60,65

19 45,45

20 41,20

21 98,80

22 85,40

Media 49,88

IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (51):9-37, 15 mar. 1978

Tomodon dorsatus DU-

Boa constrictor constrictor LINNAEUS, 1758: BRASIL, (MCN 5130),

Largura

24,80 37,20 37,05 45,35 32,30 35,90 35,00 34,30 35,00 48,80 41,55 42,20 34,30 34,90 39,90 2,33 34,25 40,60 41,70 49,40 41,50 40,75

37,90

12 po 3 LEITÃO DE ARAUJO, M.

Eunectes murinus (LINNAEUS, 1758): ESTADO DO MATO GROSSO, Campo Grande, 1951, (MCN 5214), fig. 2.

Dimensões dos ovos:

Ovo Comprimento Largura 1 64,95 43,65 2 71,85 46,35 3 Doi) 57,05 4 58,90 58,70 > 2, 55,40 6 54,50 63,05 7 51,40 68,75 Media 64,70 56,13

FAMILIA: COLUBRIDAE

Chironius bicarinatus (WIED, 1820) ESTADO DO PARANA, Atuba, ESTADO DO RIO GRANDE DO 18.11.1968, Guasque, (MCN 5994), SUL, Caxias do Sul, Ana Rech, fig. 3. X.1959, T. de Lema, (MCN 5993).

Dimensões dos Ovos: Dimensões dos ovos:

Ovo Comprimento Largura Ovo Comprimento Largura

1 32,25 10,10 1 17,35 9,60 2 28,75 1215 2 27,00 11,30 3 29,05 11,45 3 25,90 10,15 4 29,50 11,15 4 25,85 11,20 5 31,10 11,75 5 28,60 11,25 6 30,30 10,25 6 18,65 10,60 7 31,10 19.55 7 19,20 11,30 8 30,15 10,75 8 27,90 9,75 Media 30,27 A 25,75 10,95

Media 24,02 10,67

IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (51):9-37, 15 mar. 1978

Dromicus almadensis (WAGLER, 1824) ESTADO DO RIO GRANDE DO Porto Alegre, Guarujá, SUL, Viamão, X1I.1975, A. Bós, 16.X.1959, A.C.P. Azevedo, (MCN (MCN 5892). 5188)

Dimensões dos ovos: Dimensões dos ovos:

Ovo Comprimento Largura Ovo Comprimento Largura

1 20,20 12,70 1 13,02 7,09

24,20 13,40 2 14,02 6,08 3 2235 12,90 3 13,09 7,03 4 20,15 13,25 4 9,00 5,07 5 19,40 12,10 5 21,08 7.07 6 18,45 11,85 6 21,00 7,03 Media 20,79 12.70 Media 15.20 6,56

Porto Alegre, 7.X1.1959, A.C.P. Azevedo, (MCN 5191), fig. 4.

Ovo Comprimento Largura 1 20,03 17,07 2 24,01 17-01 3 21,07 7,09 4 18,08 7,07 Media 20,79 12,06

- Dromicus poecilogyrus pictostriatus (AMARAL, 1944)

ESTADO DO RIO GRANDE DO Tramandaí, Cidreira, XI.1974, SUL, Porto . Alegre, 6.X.1962, P.C. Braun, (MCN 5235).

C.A. Hartlieb, (MCN 5182), fig. 5.

Dimensões dos ovos: Dimensões dos ovos:

Ovo Comprimento Largura Ovo Comprimento Largura

1 22,08 1504» 1 21,70 12,70 2 22,00 11.008 2 21,70 12,10 3 23,05 14.09 3 18,60 12,30 4 22,01 or 4 20,90 12,60 5 23,00 1058 5 20,00 13,00 6 21,04 10,07 6 20,70 13,60 7 21,05 1204 7 18,20 13,00 8 23,05 2.0 8 20,00 12,00 Media 22,16 2 8 21,20 12,30

Media 20,33 12,62

IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (51):9-37, 15 mar. 1978

14 LEITÃO DE ARAUJO, M.

Helicops carinicaudus infrataeniatus (JAN, 1865)

ESTADO DO RIO GRANDE DO Viamão, 31.11.1963, C.A. Har- SUL, VII.1956, (MCN 0118). tlieb, (MCN 5181), fig, 6.

Dimensöes dos ovos: Dimensöes dos ovos:

Ovo Comprimento Largura Ovo Comprimento Largura

1 14,50 12,30 1 18,09 13,05 2 11,80 15,65 2 33,05 10,09 3 10,65 13.55 3 20,09 12,03 4 10,75 16,50 4 12,09 10,04 5 14,80 14,70 5 29,01 10,00 6 19,05 11,00 6 20,05 10,00 7 17,85 12,90 7 14,03 6,01 8 19,70 12,15 Media 20,91 10,17 9 20,40 10,20

10 17,55 14,40

11 15,80 11,35

Média Sal 157353

Liophis jaegeri (GUNTHER, 1858) ESTADO DO RIO GRANDE DO Viamão, Passo do Vigário, V.1960, SUL, Viamão, Morro do Coco, T. de Lema, (MCN 5195). X11.1959, T. de Lema, (MCN 5189), fie 7.

Dimensöes dos ovos: Dimensöes dos ovos:

Ovo Comprimento Largura Ovo Comprimento Largura

1 22,08 12,02 1 17,05 10,02 2 19,06 12,05 2 19,03 10,00 3 19,04 11,01 3 19,00 10,00 4 19,05 14,03 4 17,03 11,07 5 21,07 12,04 5 20,03 9,04 6 21,00 13,09 6 17,06 11,07 7 20,07 12,02 7 17,01 11,02 8 21,02 13,03 8 17,04 10,08 9 20,06 13,09 9 16,06 | 9,05 1 tos Média TORA Dao Média 20,22 12,59

IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (51):9-37, 15 mar. 1978

Nota sobre ovos de serpentes... 2 15

Liophis miliaris (LINNAEUS, 1758)

ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL, Torres, 2.X1.1963, T. de Lema, (MCN 5989), fig. 8.

Dimensões dos ovos:

Ovo Comprimento Largura 1 24,75 9,50 2 24,65 9,25 3 26,35 9,40 4 24,95 10,10 5) 22,85 11,20 6 25,25 9,50 7 19,15 11,75 8 24,75 8,55 9 22,40 12,05

10 23,85 11,60

11 21,80 ih)

12 20,80 10,35

13 26,40 14,15

14 23,50 9,50

15 21,65 12,15

16 19,50 10,90

17 19,95 10,80

Media 23,09 10,50

Porto Alegre, Serraria, 16.X.1971, Guaíba, Guayba Country Club, (MCN 6003). B.Z. de Lema, (MCN 5990).

Dimensöes dos ovos: Dimensöes dos ovos:

Ovo Comprimento Largura Ovo Comprimento Largura

1 35,10 13,10 1 26,15 7,05 2 31,33 12,95 2 26,20 9,70 3 37,35 10,70 3 25,50 7,45 E! 36,50 11,65 4 25,90 7.99 5 36,95 11,50 5 28,25 8,55 6 32,00 13,80 6 24,45 9,05 7 33,40 13,10 7 22,55 8,60 Media 34,66 12,40 8 26,20 8,95

Media 25,65 8,36

IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (51) :9-37, 15 mar. 1978

aa an 2 u 22 afinco a Lygophis flavifrenatus COPE, 1862

ESTADO DO RIO GRANDE DO Sul Torres, Lagoa Itapeva, 25.X.1956, T. de Lema, (MCN 6004), fig. 9.

Dimensões dos ovos:

Ovo Comprimento Largura It 17,90 10,75 2 12,20 6,80 3 14,85 6,40 4 12,70 6,35 5 8,55 6,40 6 13,20 6,45" 7 12,90 5,60 8 12,20 6,35 3 10,95 5,75 Média 12,82 6,76

Lystrophis dorbignyi (DUMÉRIL, BIBRON & DUMÉRIL, 1854)

ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL, Torres, 3.XI. 1961, T. de Lema, (MCN 5187), fig. 10.

Dimensões dos ovos:

Ovo Comprimento "Largura 1 28,02 10,02 2 26,00 10,04 3 25,08 11,01 Media 26,36 10,35

IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (51):9-37, 15 mar. 1978

Nota sobre ovos de serpentes... 17

Mastigodryas bifossatus (RADDI, 1820)

ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL, Viamão, Itapoã, XI.1956, J.M. Rosa, (MCN 5996), fig. 11.

Dimensões dos ovos:

Ovo Comprimento Largura 1 39,15 20,10 2 39,20 23,65 3 40,90 20,35 4 39,15 20,65 5 40,15 21:10 6 38,95 20,60 7 41,70 20.75 8 35,30 21,60 3) 38,90 22,95

10 39,40 21,45

11 42,65 21125

12 20,35 22,45

13 45,15 28,55

14 40,80 2.1245

15 36,40 22.55

16 44,90 19,90

17 50,80 ERRO 20,59

18 37,60 18,35

Média 39,52 21,16

Oxyrhopus rhombifer rhombifer DUMÉRIL, BIBRON & DUMÉRIL, 1854

ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL, Canoas, Passo das Canoas, 24.XI1.1962, (MCN 5184), fig. 12.

Dimensões dos ovos:

Ovo Comprimento Largura 1 22,00 14,06 2 21,05 13,09 3 22,02 14,05 4 24,06 13,02 5 21,00 12,03 6 23,05 15,00 7 23.01 15,08 8 24,04 15,00 9 18,02 14,09

10 25,03 12,03

11 24,00 13,08

12 19,00 16,03

1 20,00 12,09

14 22,09 14,06

15 22,00 16,04

Média 22,02 19,93

IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (51):9-37, 15 mar. 1978

LEITÃO DE ARAUJO, M.

Philodryas aestivus (DUMERIL, BIBRON & DUMERIL, 1854)

ESTADO DE SÃO PAULO, (MCN

5999), fig. 13. Dimensões dos ovos:

Ovo Comprimento

20,2) 20,25 26,30 23,20 23,05 18,95 22,50 25,20 21,60 12,30 12,25

Media 21,07

a ONO 00 + GA EO dm

psd |

Largura

9,25 11,40 2.3) 10,95 10,40 11,35 10,10 10,05 10,25 5,95 6,35

10,58

ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL, (MCN 6001).

Dimensöes dos ovos:

Ovo Comprimento Largura

1 26,55 9,75 2 26,10 10,80 3 30,90 11,10 4 23,25 10,40 Media 25,70 10,51

Philodryas olfersii (LICHTENSTEIN, 1823)

ESTADO DE SANTA CATARINA, Nova Teutônia, 27.V1.1974, F.

Plaumann, (MCN 5991), fig. 14.

Dimensões dos ovos:

Ovo Comprimento Largura

34,50 36,10 35,70 28,95 31,25 27,15 32,15

Media 32,25

1 ONES dy ma

qi ae) 12,20 10,75 11,20 11.335 12,25 12,90

11,74

ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL, Santa Maria, (MCN 5992).

Dimensöes dos ovos:

Ovo Comprimento Largura

1 51,20 17,70 2 38,10 17,30 3 44,45 12,55 4 40,20 153,8 5 42,20 12,75 6 48,70 17,40 7 43,70 17,95 8 42,65 16,70 Média 43,90 16,03

IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (51):9-37, 15 mar. 1978

Nota sobre ovos de serpentes... 19

Philodryas patagoniensis (GIRARD, 1857)

ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL, Cambará do Sul, Itaimb£zinho, 1- 4.X1.1962, A.C.P. Azevedo, (MCN 2038).

Dimensöes dos ovos:

Ovo Comprimento Largura 1 34,50 11,25 2 33,95 10,95 3 33,90 12,35 4 3505 11,30 5 37,90 11,55 6 42,10 9,65 Media 3 174Y

Viamão, Passo do Vigário, XI.1959, Viamão, Passo das Pedras, O.M.B. Grau, (MCN 5196), fig. 15. 29.X11.1975, A. Bös, (MCN 5976).

Dimensöes dos ovos: Dimensöes dos ovos:

Ovo Comprimento Largura Ovo Comprimento Largura

1 27,06 13,07 1 34,10 19,25 2 29,07 “17,00 2 35,90 19,80 3 28,03 14,00 3 33,05 18,70 4 27,07 16,08 4 33,45 17,30 5 30,07 15,06 5 33,15 18,70 6 31,01 15,08 6 34,55 18,80 7 28,04 16,00 7 38,60 16,50 8 27:07 14,06 8 39,85 16,40 9 29,05 13,03 9 30,80 17,35 Média 28,49 14,82 10 36,30 15,70

Media 34,97 17,85

IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (51):9-37,-15 mar. 1978

20 LEITÃO DE ARAUJO, M.

Sibynomorphus mikanıl mikanti (SCHLEGEL, 1887)

ESTADO DO RIO GRANDE DO Sul, Viamão, X1.1974, D. Chiden, (MCN 5239), fig. 16.

Dimensöes dos ovos:

Ovo Comprimento Largura 1 25,90 12,80 2 26,70 12,00 3 25,00 13,40 4 21,90 11,90 5 21,70 12,70 6 22,70 13,40 7 31,70 12.40 8 20,20 10,70 9 DER 12:70

10 29,20 12,00

11 27,90 11,60

Media 24,64 12,32

Sıbynomorphus ventrimaculatus (BOULEGER, 1885)

ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL, Santa Maria, H. O. Lippold, (MCN 320 ki. 17.

Dimensöes dos ovos:

Ovo Comprimento Largura 1 24,01 13,09 2 24,01 13,05 3 21,02 15,07 4 22,04 13,03 Media 22T 13,56

IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre. (51):9-37, 15 mar. 1978

Nota sobre ovos de serpentes... 21 Thamnodynastes strigatus (GUNTHER, 1858)

ESTADO DO RIO GRANDE DO Santa Maria, X.1959,H.O.Lippold, SUL, Candelária, VII.1960, R. (MCN 5997). Strassburger, (MCN 5995), fig. 18.

Dimensões dos ovos: Dimensões dos ovos:

Ovo Comprimento Largura Ovo Comprimento Largura 1 17,90 10,65 1 15,05 9,30 2 23495 10,85 2 11,65 7,90 3 16,60 9,90 3 12,45 13,10 4 17,15 95 4 16,45 9,75 5 16,80 8,85 5 13,05 14,35 6 17,90 9,85 6 33459 10,35 7. 175 10,20 7 21,33 13,20 8 16,85 10,15 8 7529 14,15 g 16,40 9,70 9 18,25 14,30

10 18,50 9,39 10 19,30 7,795

11 18,35 9,80 I: 10,85 14,50

12 16,65 8,65 12 17,45 1,9

13 14,55 9,30 13 17,90 14179

14 16,35 10,10 14 9.93 11,95

Media 17,55 lie 2 sul El

16 1,33 13,70 à 12,30 13,40 Média 16,17 124241

Alvorada, 22.1X.1957, A. Gonçalves, (MCN 5988)

Dimensöes dos ovos:

Ovo Comprimento Largura 1 TICO 12,70 2 17,65 1275 3 15:20 11625 4 15,40 1215 5 16,85 11,65 6 11,40 10,80 Media 14,60 11,88

IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (51):9-37, 15 mar. 1978

22 LEITÃO DE ARAUJO, M.

Tomodon dorsatus DUMÉRIL, BIBRON & DUMERIL, 1854

ESTADO DO RIO GRANDE DO Viamão, 29.X1.1961, P.C. Braun, SUL, Farroupilha, XI.1958, O. (MCN 6002). Camargo, (MCN 5998), fig. 19.

Dimensões dos ovos: Dimensões dos ovos:

Ovo Comprimento Largura Ovo Comprimento Largura 1 11,20 11,10 1 11,15 TEA 2 8,55 11,25 2 9,50 8,10 3 12,40 9,40 3 9495 8,50 4 10,70 10,20 4 10,85 8,95

5 13,70 9,35 5 9,40 9,40 6 12,90 10,80 6 7,55 9,55 A 14,30 10,30 7 8,10 9,80 8 15215 9.99 8 928 ENTE, 9 12,80 9,70 9 10,90 8,45

10 16,85 9,80 10 8,55 9,05

11 8,20 13,70 Il 9525 8,95

12 12,15 10,90 12 8,50 9,30

13 11,70 8,40 13 15,85 6,90

Média 12,35 10,33 Media 9,90 8,78

Viamão, 1.X1.1961, C.A. Hartlieb, Porto Alegre, 4.V1.1974, C.E.

(MCN 6005). Blas, (MCN 6000).

Dimensöes dos ovos: Dimensöes dos ovos:

Ovo Comprimento Largura Ovo Comprimento Largura 1 10,10 6,05 1 26,95 12,75

2 9,65 6,35 2 30,90 11,45 3 8,05 5,95 3 2939 11.45

4 9,40 5,50 4 25,20 11,80 5 Tao, 4,40 5 25,50 14,20 6 9,30 6,40 6 23519 10,60 Médi 9,04 7 23,40 14,35

édia eh) 8 22,05 12,90 9 23,65 13.

10 24,05 14,25

11 22,19 12,80

12 23,85 16,35

13 23,65 12,85

14 18.207 13,40

15 27.30, 11,59

16 30,60 15,20

Media 24,89 13,11

IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (51):9-37, 15 mar. 1978

Nota sobre ovos de serpentes... 23

Waglerophis merremii (W AGLER, 1824) ESTADO DO RIO GRANDE DO São Sebastião do Caí, Bom Princí- SUL, Caxias do Sul, X.1971, R. pio, 18.11.1974, E. Lerner, (MCN Basso, (MCN 5980), fig. 20. 5979).

Dimensões dos ovos: Dimensões dos ovos:

Ovo Comprimento Largura Ovo Comprimento Largura

1 31,80 9,90 1 38,60 24,55 2 33,25 11,55 2 36,40 22,95 3 29,60 9,45 3 35,60 20,55 4 27,05 950 4 33,85 24,30 5 26,65 10,35 5 28,85 22,10 6 37,75 do 6 17,10 32,30 7 29,30 11,35 7 37,05 21,70 8 28,10 12,55 8 33,35 19,55 9 27,80 10,25 9 23,05 27,30 10 31,95 15 10 37,60 25,20 11 28,95 Da th 37,55 25,25 12 29,90 us , 12 27,90 24,50 13 28,75 BU d30lBT .M ‚ao 22,60 14 27,85 10,50 14 30,90 20,70 15 27,85 10.20 >15 35,95 26,40 16 27,90 Pe 16 32,70 21,10 17 26,75 ER ©; 37,65 19,20 dB: 218 24,50 1055. 18 31,50 18,20 19 30,70 16,10 19 38,60 21,15 20 26,95 14,20 20 18,90 30,70 21 22,90 st. 21 33,55 23,25 22 20,20 13,05 22 31,30 21,60 23 30,35 13,25 23 31,50 19,25 24 24,30 11,20 Media 32,02 22,19 25 25,30 11,75 26 22,30 10,45 Média 28,02 11,49

IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (51):9-37, 15 mar. 1978

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FAMÍLIA: ELAPIDAE

LEITÃO DE ARAUJO, M.

Micrurus frontalis altirostris (COPE, 1860)

ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL, (MCN 5244), fig. 21.

Dimensöes dos ovos:

Ovo Comprimento Largura

1 22,80 5,70 Zu 24,50 8,10 3 24,00 6,90 4 20,70 7,90 5 24,00 7,10 Media 23,20 7,14

Viamão, 27.X1.1956, M. Pälovä, (MCN 5255).

Dimensões dos ovos:

Ovo Comprimento Largura

1 36,30 8,80 2 42,50 9,30 3 40,40 7,80 Media 3 8,63

DON VN Mm

Rio Pardo, 17.XI1.1974, A.N.

Müller, (MCN 5236).

Dimensões dos ovos:

Ovo Comprimento

30,70 32,80 28,60 25,80 34,30 26,20 30,00

Média 29,77

1 GONE O Mm

Viamão, 26.X11.1974, 5234).

Dimensões dos ovos:

Ovo Comprimento

30,70 31790 30,30 31,60 27,60

Media 30,34

IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (51):9-37, 15 mar. 1978

Largura

14,30 12,00 11,10 12,50 11,00 10,50 10,70

11,72

(MCN

Largura

14,30 11,60 12,20 14,90 12,70

13,14

Ca oo and te o re O O FAMÍLIA: VIPERIDAE Bothrops alternatus DUMÉRIL, BIBRON & DUMERIL, 1854

ESTADO DO RIO GRANDE DO Bagé, 5.V1.1973, A.A. Anjos, SUL, Gravatai, Sanga das Caveiras, (MCN 5238), fig. 22. V.1959, L. Frediani, (MCN 5216).

Dimensöes dos ovos: Dimensöes dos ovos:

Ovo Comprimento Largura Ovo Comprimento Largura 1 64,15 22.10 1 26,00 22,00 2 31,50 12,85 2 26,00 23,00 3 44,40 25,30 3 33,00 20,00 4 36,70 27,35 4 35,00 22,00 5 E) 26,20 5 30,00 29,00 6 39,60 30,35 6 30,00 20,00 7 38,85 27,20 7 28,00 25,00 8 47,20 26,45 8 31,00 20,00 9 48,00 24,20 9 30,00 23,00

10 34,45 33,30 10 31,00 20,00

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12 31,85 28,15 12 30,00 23,00

13 44,30 29,10 13 28,00 20,00

Média 48,52 30,85 Média 30,07 22,07

Bothrops jararaca (WIED, 1824)

ESTADO DE: SANTA CATARINA, Monte Carlo, 21.V.1974, H.O. Lippold (MCN 5243), fig. 23.

Dimensões dos ovos:-

Ovo Comprimento Largura 1 25,00 13,30 2 23,60 14,40 3 22,50 77420 4 22,90 13,70 5 23,70 12,80 6 23,80 14,10 7 23,00 14,00 8 25,60 19,80 Media 23,76 14,91

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26 : LEITÃO DE ARAUJO, M.

COMENTÁRIOS

Para o Estado do Rio Grande do Sul, apenas AZEVEDO (1960-61) descreveu ovos de Micrurus frontalis altirostris (COPE, 1860), que variaram, em número, de 2-6-4-4-6 (dando uma média de 4,4 ovos para cada exem- plar) apresentando coloração branca in vivo e laranja em líquido, sendo a época da postura em dezembro. Descreveu, também, para o Estado do Rio de Janeiro, ovos de Micrurus corallinus corallinus MERREM, 1820, em nü- mero de 10 e 2 e, para o Estado de Minas Gerais, ovos de Micrurus frontalis frontalis (DUMÉRIL, BIBRON & DUMERIL, 1859) em número de 6.

‚Os exemplares de Micrurus frontalis altirostris (COPE, 1860) estudados neste trabalho apresentaram um número de 3-5-5-7 ovos (média de 5 ovos para cada exemplar), de coloração amarela em líquido e branca in vivo, sendo a época de postura em dezembro. Este fato vem comprovar o que havia sido dito por AZEVEDO (op. cit.).

OREJAS-MIRANDA & GARCIA (1967) descreveram uma postura e número de ovos de Phxlodryas patagoniensis (GIRARD, 1857) do- Uruguai. Os ovos foram em número de 13, com forma elipsóide alargada, com um dos polos achatados, de coloração branca grisácea, sendo a época de postura em novembro.

VAZ-FERREIRA, ZOLESSI & ACHAVAL (1970) descreveram ovos de: Philodryas patagoniensis (GIRARD, 1857), que deram uma média de 12,2 ovos por cada exemplar, ocorrendo a postura nos meses de janeiro a abril e outubro a dezembro. A coloração dos ovos era branca, branca-amarelada e de - forma elipsóide e ovöide; Liophis obtusus (COPE, 1863) com média 6,1 ovos por cada exemplar, sendo a época de postura de janeiro a abril, outubro e dezembro. A coloração dos ovos era branca e a forma elipsóide e ovöide; Micrurus frontalis altirostris (COPE, 1860) dando uma média de 3,8 ovos por cada exemplar, sendo a época de postura em fevereiro e novembro, a co- loração branca, ocasionalmente rosados, e de forma alargada, sub-ciclíndricos ou fusiformes; Lzop his jaegeri (GUNTHER, 1858), dando uma média de 5,5 ovos por cada exemplar, de forma elipsöide e época de postura em dezembro; Elabomorphus bilineatus DUMERIL, BIBRON & DUMERIL, 1854 com um exemplar, apresentando 7 ovos, dando como época de postura o mês de janeiro, de coloração branca e forma elipsóide; C/elia rustica (COPE, 1878) com média de 7,5 ovos por exemplar e época de postura em janeiro.

VAZ-FERREIRA, ZOLESSI & ACHAVAL (1973) descreveram ovos de Philodryas aestivus manegarzoni OREJAS-MIRANDA, 1959 dando uma média de 13,2 ovos por cada exemplar com épocas de postura em outubro e novembro.

As espécies e subespécies estudadas pelos. autores acima ocorrem, tam- bém, no Estado do Rio Grande do Sul, sendo que no presente trabalho foram examinados exemplares de: Philodryas patagoniensis (GIRARD, 1857) com média de 8,3 ovos por cada exemplar, com coloração branca in vivo e amarela em líquido, com forma alongada e época de postura em janeiro e novembro; Lzophis jaegeri (GUNTHER, 1858) com média de 10 ovos por

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Nota sobre ovos de serpentes... 7

exemplar e coloração amarela em líquido e formato ovóide alongado e época de postura em novembro e dezembro; Micrurus frontalis altirostris (COPE, 1860) dando uma média de 5 ovos por exemplar, de coloração branca in vivo e amarela em líquido, com forma alongada e época de postura em dezembro, cujos dados coincidem com aqueles apresentados nos trabalhos descritos anteriormente acima.

Os dados do presente estudo constam da tabela I e se refe- rem a: número de ovos, embriões, forma, coloração e épocas de postura das diversas espécies e subespécies examinadas. Podemos observar que as épocas de postura variam de novembro a março, coincidindo com os meses, em que a temperatura é elevada (quente). O número de ovos por postura, variou de 3 em exemplares de Lystrobhis dorbignyi e Micrurus frontalıs altirostris a 26 em um exemplar de Waglerophis merremii. O número de embriões encontrados variou de 1/1 em exemplares de Liophis jaegeri e Bothrops alternatus a 16 em um exemplar de Tomodon dorsatus. Os ovos, em sua maioria, eram de coloração amarela e formato alongado. Foi veri- ficado um comprimento máximo de 98,80 mm em ovos de Boa constrictor constrictor e uma largura máxima de 68,75 mm em ovos de Eunectes mu- rinus.

Comparando-se estes dados com aqueles colhidos na bibliografia especializada, verificamos que: as épocas mais frequentes de postura daqueles exemplares, em sua maioria ocorrentes na América do Norte, coincidem também, com os meses em que a temperatura é mais elevada naquele hemis- fério, ou seja, de maio a setembro; o número de ovos por postura varia de 1 em exemplares de Carphophis, Diadophis, Liophis e Tantilla a 104 em um exemplar de Farancia; o menor número de embriões é de 2 em exemplares de Lichanura e Crotalus e de 27 em um exemplar de Thamnophis; o menor número de filhotes é 1 em exemplares de Diadophis, Storeria, Thamnopkis, Ancistrodon e Crotalus e o maior número é 101 em um exemplar de Natrix.

Através do estudo da bibliografia pudemos verificar o pouco conheci- mento relativo ao estudo dos ovos de serpentes no Brasil.

AGRADECIMENTOS

Agradecemos ao Naturalista Thales de Lema pela orientação prestada durante o desenvol- vimento do trabalho; à acadêmica Leonor Alice Matschulat e as pesquisadoras Maria Lúcia Machado Alves e Marisa Ibarra Vieira pelas valiosas sugestões e auxílio prestados; e, finalmente a todos os colegas do Núcleo de Vertebrados, que de uma forma ou de outra nos auxiliaram durante a realização deste trabalho.

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Fig. 1 Ovos de Boa constrictor constrictor. Fig. 2 Ovos de Eunectes murinus.

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Fig. 3 Ovos de Chironius bicarinatus. Fig. 4 Ovos de Dromicus almadensis. Fig. 5 Ovos de Dromicus boecilogyrus pictostriatus. Fig. 6 Ovos de Helicops carinicaudus infrataeniatus.

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Fig. 7 Ovos de Liophis jaegeri. Fig. 8 Ovos de Liophis miliaris. Fig. 9 Ovos de Lygoph:s flavifrenatus. Fig. 10 Ovos de Lystrophis dorbigny:.

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Fig. 11 Ovos de Mastigodryas bifossatus. Fig. 12 Ovos de Oxyrhobus rhombifer rhombifer. Fig. 13 Ovos de Philodryas aestivus.

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Nota sobre ovos de serpentes... 33

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Fig. 14 Ovos de Philodryas olfersit. Fig. 15 Ovos de Philodryas pa- tagoniensis. Fig. 16 Ovos de Sibynomorphus mikanii mikanit. Fig. 17 Ovos de Sıbynomorphus ventrimaculatus.

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Fig. 18 Ovos de Thamnodynastes strigatus. Fig. 19 Ovos de Tomodon dorsatus. Fig. 20 Ovos de Waglerobhis merremii.

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Fig. 21 Ovos de Micrucrus frontalis altirostris. Fig. 22 Ovos de Bothrops alternatus. Fig. 23 Ovos de Bothrops jararaca.

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NOTA: Ocorrência de Melanophryniscus stelzneri dorsalis(MERTENS, 1933 )no Estado de Santa Catarina, Brasil (Anura, Bufonidae ) *

Pedro Canisio Braun**

ABSTRACT

The author reports by the first time the occurence of Me/anophryniscus stelzneri dorsalis (MERTENS, 1933) in Santa Catarina State, Brazil, also enlarging the geographical distribution are for this subspecies in Rio Grande (do Sul State, Brazil.

Com base no exemplar n.º 22.131 da coleção do Senckenberg-Museum, MERTENS (1933) descreveu Melanophryniscus stelzneri dorsalis, indicando como terra típica, Torres, RS, Brasil. GALLARDO (1961) menciona no- vamente sua existência apenas para essa localidade.

Após haver reunido, no decorrer de muitos anos, uma aprecíavel quantidade de exemplares dessa subespécie, oriundos de diversos pontos do litoral gaúcho, incluindo a terra típica, conseguimos capturar, recentemen- te, mais alguns espécimes, no Município de Laguna, Estado de Santa Catarina, Brasil. São treze exemplares que se acham depositados na coleção do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul (MCN), todos coletados na Prata do Mar Grosso, Município de Laguna, SC, no período de 15,a 18 de abril de 1976, por Pedro Canisio Braun e Pedro Sirangelo Braun. Ao serem apanhados andavam sobre a vegetação rala existente nas dunas próximas ao mar, sempre ao cair da tarde.

Sendo esta subespécie, até o momento, apenas consignada para Torres sua terra típica, estamos com este trabalho registrando pela primeira vez sui presença no Estado de Santa Catarina, ao mesmo tempo que, baseados no material de que dispomos, ampliamos também no Rio Grande do Sul, sua área de distribuição conhecida, que fica delimitada à faixa litorânea com- preendida entre a Praia da Cidreira, Município de Tramandaí, RS e a Praia do Mar Grosso; Município de Laguna, SC. (Fig. n.º 1).

Materia! examinado:

BRASIL: :

SANTA CATARINA: Laguna, Praia do Mar Grosso, 15-18/IV/1976, P.C. Braun & P. S. Braun leg (MCN 10072 aMCN 10079 e MCN 10093 a MCN 10097).

Aceito para publicação em 02/1X/1976. Contribuição FZB n.º 045. Realizado, em parte, com auxílio da FAPERGS. Proc. Biol. n.º 103/75.

* Técnico Superior Pesquisador do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, Rua Cel. Vicente, 281 - 6.º andar-Caixa Postal 1188 - Porto Alegre, RS, Brasil. Bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Rio de Janeiro. T.C. 13.636/71.

IHERINGIA. Ser. Zoo!., Porto Alegre (51):39-41, 15 mar. 1978

40 BRAUN, P.C.

RIO GRANDE DO SUL: Torres, Praia da Guarita, 06./X1/1974, P. C. Braun & C.A.S. Braun leg (MCN 7818 a MCN 7913); Osório, Praia de Capão da Canoa, 06/1/1963, C. A. Hartlieb leg (MCN 2176 a MCN 2196); Tramandaí, Praia da Cidreira, 10/11/1965, P. C. Braun leg (MCN 3134 a MCN 3136).

AGRADECIMENTOS

Agradecemos ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) pela bolsa concedida e à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (FAPERGS) pelo auxílio concedido, aos quais devemos, em grande parte, a concretização deste trabalho.

REFERÊNCIAS BIBLÍOGRAFICAS

GALLARDO, J. M. 1961 La ubicacion sistematica y distribucion geografica de Brachycephalidae Argentinos. In: REUNION DE TRABAJOS Y COMUNICACION DE CIENCIAS NA- TURALES Y GEOGRAFICAS DEL LITORAL ARGENTINO. I.º, Santa Fé, Univ. Nac. del Litoral. p. 205-12.

MERTENS, R. 1933. Uber zwei züdamerikanische Froschlurche der Gattungen Dendrophrinis- cus und Gastrotheca. Zool. Anz., Leipzig, 102:257-60.

IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (51):39-41, 15 mar. 1978

41

Nota: Ocorrência de Melanophyryniscus...

nn

PARANA 42 } H / /} { SANTA CATARINA Laguna RIO GRANDE DO SUL É Torres apao da Canoa Cidreira Õ

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e: Melanophryniscus sfelzneri dorsalis

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FIG. 1 Figura n.º I Mapa demonstrativo da atual distribuição geográfica de ' Melanophryniscus stelzneri dorsalis (MERTENS, 1933), nos Estados

de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, Brasil.

IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (51):39-41, 15 mar. 1978

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NOTA: Ocorrência de Hyla flavoguttataA. LUTZ & B. LUTZ, 1939, no Estado do Rio Grande do Sul, Brasil (Anura, Hylidae ) *

Pedro Canísio Braun**

ABSTRACT

The author reports by the first time the occurence of Hy/a flavoguttata A. LUTZ & B LUTZ, 1939 in Rio Grande do Sul State, Brazil upon study of two specimens from Cambarä do Sul country enlarging the geographical distribution for this species.

Hyla flavoguttata foi descrita por A. LUTZ & B. LUTZ, em 1939, com base em material coletado na Serra da Bocaina, regiäo limitrofe entre os Estados do Rio de Janeiro e São Paulo. Além do holótipo, os autores men- cionaram exemplares oriundos de Passa Quatro, Estado de Minas Gerais, de Petrópolis e de Teresópolis no Estado do Rio de Janeiro.

COCHRAN (1954) considerou Hy/a flavoguttata como uma subespécie de Hyla strigilata SPIX, 1824 sendo contestada por B. LUTZ (1973) que alegou ser pouco provável essa raciação, devido a diferenças morfológicas e de coloração.

A presença de Ay/a flavoguttata era registrada, até agora, para a loca- lidade tipo, Serra da Bocaina, para a Serra da Estrela e para a Serra dos Orgãos, todas elas ramificações da Serra do Mar, e também, para a Serra da Mantiqueira.

Em -9 de janeiro de 1976, foram capturados dois exemplares fêmeas dessa espécie, ma localidade de Fortaleza dos Aparados, Município de Cambará do Sul, Rio Grande do Sul, Brasil, por Pedro Canisio Braun e Scherezino Scherer. Ao serem apanhados estavam semi-escondidos entre os ramos de arbustos, num local onde cantavam diversas outras espécies, especialmente Hy/a fuscovaria A. LUTZ, 1925 e Hyla squalorostris A. LUTZ, 1925. Na ocasião chovia intensamente e a temperatura oscilava ao redor dos 12 graus centígrados, sendo a altitude média do local de 900 metros.

A constatação da presença de Hy/a flavoguttata no Estado do Rio Grande do Sul, determina uma grande ampliação na sua área de distribuição conhecida, que se estende agora, desde o Estado do Rio Grande do Sul até o Estado de Minas Gerais, ambos no Brasil.

Na tabela n.º 1 são fornecidos dados biométricos dos dois exemplares capturados e que deram origem ao trabalho ora em pauta.

Aceito para publicação em 02/1X/1976. Contribuição FZB n.º 044. Realizado, em parte, com auxílio da FAPERGS. Proc. Biol. n.º 103/75.

Técnico Superior Pesquisador dMuseu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotänica do Rio Grande do Sul, Rua Cel. Vicente, 281 - 6.º andar - Caixa Postal 1188 - Porto Alegre, RS, Brasil. Bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Rio de Janeiro. T.C. 13.636/71.

IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (51):43-44, 15 mar. 1978

4 BRAUN, P.C.

GU MA

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Material examinado: RIO GRANDE DO SUL: Cambará do Sul, Fortaleza dos Aparados, 09/1/1976, P. C. Braun & S. Scherer leg (MCN 9715 e MCN 9716).

AGRADECIMENTOS

Agradecemos ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)

=

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

/

COCHRAN, D. M. 1954. Frogs of Southeastern Brazil. United State Naval Medical Bulletn, Washington (206):156-58.

LUTZ, A. & LUTZ, B. 1939. New Hylidae from Brazil. Anais Acad. bras. Cienc., Rio de Janeiro, 2(1):67-92.

LUTZ, B. 1973. Brazilian species of Hyla. San Antonio, Tex., University of Texas. 265p.

TABELA N.º I

Exemplar MCN 9715 MCN 9716 Comprimento do corpo 44,8 43,9 Comprimento da cabeça 13,6 13,6 Largura da cabeça ; 15,2 15,1 Diâmetro ocular 4,2 4,4 Diâmetro do tímpano 2,3 2,6 Comprimento da pálpebra sup. ; 5,1 5,4 Largura da pálpebra sup. 3,6 349 Distäncia olho-narina 4,3 4,1 Distäncia narina-focinho 22, 2,2 Espaço internarinas 2,5 2,9 Fêmur Zu 22,9 Tibia 24,5 24,5 Tarso e 32,8 - 32,6 Braço 11,5 12,0 Cotovelo-ponta dedo maior 21,7 20,8

IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (51):43-44, 15 mar. 1978

NOTA: Ampliacion de la distribución geografica de tres especies de Brachyura (Crustacea Decapoda )para aguas uruguayas.*

Marcelo Juanicöo**

ABSTRACT

A first register is offered of the occurrence of Euryparopeus depressus (SMITH, 1869), Arenaeus cribrarius (LAMARCK, 1818) and Hepatus pudibundus (HERBST, 1785) (Crustacea- Brachyura) for utuguayan waters. The author considers this area to be a refuge for Arenaeus cribarius.

Revisando la coleccion de Decapoda del Museo Nacional de Historia Natural de Montivideo, se han hallado ejemplares de tres especies que aún no Habian sido citadas para aguas uruguayas: Arenaeus cribrarius (LAMARCK, 1818), Eurypanopeus depressus (SMITH, 1869) y Hepatus pudibundus (HERBST, 1785).

La especie E. depressus está citada desde Massachusetts hasta Texas; Bermudas e Índias Occidentales (WILLIAMS, 1965). El hallazgo en aguas uruguayas puede parecer sorprendente, pero no cabe duda de que es la misma especie. Más que una ampliación de distribución, esto se debe interpretar como la cita de una nueva localidad geográfica.

A. cribrarius está citado desde Estados Unidos hasta Santa Catarina (Brasil) (COELHO & RAMOS, 1972); este nuevo hallazgo amplía su dis- tribución en unos 600 km hacia el Sur. El hecho de sólo haberse encontrado ejemplares juveniles, podría indicar que la costa uruguaya es ocupada sólo ocasionalmente por esta especie sin llegar a estabelecerse en forma definitiva, constituyendo lo que MARGALEF (1967) define como area de expatriación.

COELHO & RAMOS (op. cit.(citan a H. pudibundos para la costa atlântica del continente americano hasta Santa Catarina; sin enbargo cabe sefialar que ya anteriormente BUCKUP & THOMÉ (1962) lo sefialaban más al Sur, para costa de Rio Grande del Sur. Su hallazgo en aguas uruguayas amplía su distribución en unos 400 km.

Material estudiado

Eurybanopeus debressus: - Punta Carretas, Montevideo, 1954, Col: C. Carbonell M.N.H.N. - 1.0266, 2 machos. - Barra Arroyo Solís, Maldonado, 13/oct./1968, Col: M. A. Klappenbach, M.N.H.N. - 1.0315, 2 machos. - Punta Fría, Piriápolis, Maldonado, 1975, Col: C. Martinez, M.N.H.N. - 1.1449, 1 macho.

Aceito para publicação em 28/X/ 1976. * Do musco Nacional de Historia Natural - Casilla, 399 - Montevideo - Uruguay.

IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (51) :45-46, 15 mar. 1978

dd 2 2 a O EBENEN

Arenaeus cribrarius: - La Paloma, Rocha, enero/1975, Col: M. Caches, M.N.H.N. - sin número, 3 juveniles. - La Paloma, Rocha, julio/1975, Col: M. Caches, M.N.H.N. - 1.1440, 2 juveniles

Hepatus pudipundus: - 8 milhas al Sur de Punta Ballena )Maldonado), fondo duro mar- zo/1976, Col: Manuel Rodríguez, Pesquero ''Ciudad de Piriäpolis’’, M.N.H.N. - sin número, 1 macho.

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

BUCKUP, L. & THOMÉ, J. W. 1962. I Camapanha Oceonogräfica do Museo Riograndense de Ciências Naturais. A viagem do ‘‘Pescal II’’ em julho de 1959. Iheringia, Série Zool., Porto Alegre (20):1-42. à

COELHO, P. A. & RAMOS,M. A. 1972. A constituição e a distribuição da fauna de decäpodos do litoral leste da América do Sul entre as latitudes de N e 39º S. Trabalhos do Instituto Oceanográfico da Universidade Federal de Pernanbuco, Recife, 13:133-236.

MARGALEF, R. 1967. Biogeografia História. In: ——. Ecologia Marina.Caracas, Ed. La Salle. p.356-76.

WILLIAMS, A. B. 1965. Marine Decapod Crustaceans of the Carolinas.F:shery Bull. Fish Wilal. Serv. U. $., Washington, 65(1 X1-298.

JHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (51) :45-46, 15 mar. 1978

Estudio del contenido gástrico de Pimelodus clarias maculatus(L ACEPEDE, 1803 )(Pisces, Pimelodidae )*

Carmen Alonso **

RESUMO

Foi estudado o conteúdo gástrico de 148 exemplares de Pimelodus clarias maculatus (LACEPÊDE, 1803) provenientes de 4 localidades e representando diferentes habitats tróficos. O regime alimentar é omnívoro, com predominância de organismos bentônicos. Moluscos e crus- táceos são integrantes permanentes da dieta. Insetos, teleósteos e vegetais variam de acordo com o habitat trófico. É confirmado que P. c/arsas maculatus remove as camadas superficiais do fundo em busca de alimento. O espectro trófico abrange desde organismos produtores até organismos carnívoros. O ‘'bagre amarelo’’ pode se comportar como consumidor primário ou como car- nívoro secundário, porém seu papel principal é de carnívoro primário.

RESUMEN

Se estudió el contenido gástrico de 148 ejemplares de Pirzelodus clarias maculatus(LA- CEPÊDE, 1803) provenientes de cuatro localidades, representando diferentes hábitats tróficos. El regimen alimentario es omnivoro con predominancia de organismos bentónicos. Moluscos y crustáceos son integrantes permanentes de la dieta. Insectos, teleósteos y vegetales varían de acuerdo con el häbitat trófico. Se confirma que P. clarias maculatus remueve las capas super- ficiales del fondo en busca de alimento: El espectro trófico abarca desde organismos productores hasta organismos carnívoros. El ‘‘'bagre amarillo”' puede comportarse como un consumidor primário e como un carnívoro secundario pero su papel principal lo juega como carnívoro pri- mario.

ABSTRACT

This paper reports an analysis of the stomach contens of 148 specimens of Pimelodus clarias maculatus (LACEPEDE, 1803) collected' in 4 different localities representing different trophic habitats. The animals are omnivorous, feeding mainly on benthic organisms. Molluscs and crustaceans are permanent members of diet. The frequency for insects, teleosteans and vegetals varies according to their availability in the different trophic habitats. This study confirms chat P. clarias maculatus searchs actively for food on the superficial layers of the river’s ground. The trophic spectrum ranges from producers to carnivorous organisms. P. clarias maculatus behaves eventually as a primary consumer and also as a secondary carnivore but its main role is played as a primary carnivore.

- INTRODUCCION

Diversos autores enfatizan la importancia económica y científica que tienen los estudios sobre el régimen alimentario de los peces como integran- tes de los ecosistemas acuáticos. Este trabajo tiene como objeto contribuir al

conocimiento de la ecología alimentaria de Pimelodus clarias maculatus (LACEPEDE, 1803).

Aceptado para su publicaciön el 20/X11/ 1976. * Del Departamento de Zoologia Vertebrados, Facultad de Humanidades y Ciencias. Calle J.L. Cuestas 1525, Montevideo, Uruguay.

IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (51):47-61, 15 mar. 1978

AB un e a A SE BEE EEE

Esta especie cuyo nombre vulgar es ''bagre amaríllo”” se encuentra representada en el Uruguay por la subespecie pimelodus clarias maculatus (LACEPEDE, 1803), distribuída en la Argentina’por la cuenca de los rios Pilcomayo, Bermejo, Salí, Paraná medio e inferior, Río Duice, Río Uruguay medio e inferior y en el Río de La Plata, habitando también en el Uruguay, en Bolivia y probablemente en los estados de Río Grande del Sur y San Pablo en Brasil (RINGUELET et al. 1967). Cuando la baja salinidad lo permite he podido observar gran número de ejemplares de esta especie pescados en las costas del balneario Lagomar, Depto. de Canelones. Esta zona probablemen- te sea el limite E de distribuciön en la costa uruguaya del Estuario del Plata.

El ““bagre amarillo”” es una especie que a diferencia de lo que ocurre en “Argentina (BONETTO et al. 1963), ha sido explotado en nuestro país. Es raro encontrar ejemplares de este bagr& en los mercados de Montevideo. Se- pesca durante todo el afio con palangre o a la línea a lo largo del Rio Uruguay y del Río de la Plata.

METODOS

El análisis del alimento contenido en el tubo digestivo puede ser di- vidido en dos tipos, cuantitativos y cualitativo. El análisis cuantitativo consis- te en la separación de los alimentos identificables, pesándolos o midiendo su volumen para luego calcular porcentajes de volumen o de peso de un ítem de comida particular. En este trabajo no se realizó ese tipo de análisis porque resultó sumamente difícil medir con cierta precisión el volumen o peso de los variados ítems encontrados. Aparte de hallarse a menudo los animales ingeridos en avanzado estado de digestiön, la pequefia cantidad de algunos de ellos, o su pequefio tamafio, por ejemplo los copépodos, hizo practica- mente imposible pesarlos o medir su volumen.

El análisis cualitativo pone énfasis en el número de individuos que comieron determinado ítem pero no en la cantidad de ese ítem que ingi- rieron. Por ejemplo, no distingue entre un único copépodo presente en el estómago entre otros materiales, y un estömago lleno de copépodos. Podría pensarse, que cuando e! número de indivíduos es bajo y el tamafio del ítem es pequefio su presencia podría se accidental, o la preferencia de alimento de grado muy bajo. Sin embargo, cuando el número de copépodos es bajo en cada estómago pero aparecen en gran número de bagres, se puede pensar que el fenómeno no es de índole individual y casual sino que responde a una tendencia propia de la especie en ese medio ecológico.

En general, cada especie presenta preferencia por un tipo de alimento y por un habitat con características nutricionales determinadas. En este sentido SCHIEMENZ divide a los alimentos de los peces en tres categorias: 1) ali- mentos que constituyen la comida principal, o preferida, o propia del ré- gimen alimentario de cada pez que es la más frecuente y primordial en el crecimiento; 2) los alimentos que constituyen la comida ocasional o secun- daria que puede acompafiar a la comida principal: 3) la comida de emergen-

IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (51):47-61, 15 mar. 1978

Estudio del contenido gástrico de.... 49

cia constituída por los alimentos que no tienen ninguna relación con el ré- gimen propio de la especie y que son ingeridos cuando faltan los alimentos principales y ocasionales (ANGELESCU y GNERI, 1949:179).

Las preferencias de alimento varían a menudo, dentro del ciclo vital del organismo. Las migraciones, los cambios estacionales, y la disponibilidad de alguna comida modifican la estructura de la red trófica contribuyendo así a su complejidad general y ramificaciones.

Para comparar las preferencias de comida entre los sexos, en varias edades, o en diferentes habitats puede calcularse el indice de frecuencia, tambien llamado frecuencia relativa expresada en porcentaje, usado en el presente trabajo:

N.º de estömagos conteniendo determinado ítem de alimento x 100

RS N.º total de estömagos con contenido gástrico

Los estömagos fueron extraídos de los ejemplares recién muertos y fi- jados enteros en formol al 10%. El contenido, una vez segregado se conservó en alcohol al 50%.

La separación y reconocimiento de los ítems fueron realizados bajo microscopio estereoscópico. Una vez separado el material en grandes grupos fue puesto a disposiciön de los especialistas para su identificaciön, la cual es a menudo difícil no sólo porque el conocimiento de la fauna en nuestro país es aún muy incompleto sino también por la acción de la actividad digestiva, en particular la descomposición química por la acción de las enzimas de los jugos digestivos. Por eso no se pudo llegar en la identificación, en la mayoria de los casos, hasta el nível de especie, como era de desear.

En todos los ejemplares salvo en la muestra del arroyo del Tigre Grande, se midiö la longitud standard.

LAS MUESTRAS ESTUDIADAS.

Se utilizaron para este estudio muestras provenientes de distintas lo- calidades, representando habitats diferentes. En total se examinaron 148 bagres entre los cuales el número de estömagos vacios fue de 14 y el número de estömagos con contenido fue de 134.

Muestra del arroyo El Tigre Grande - Esta muestra de 23 ejemplares proviene de la boca del arroyo del Tigre Grande, Depto. de Colonia y fue extraída el 6-X1-1973 en primavera. La boca de este arroyo en el Rio de la Plata está ubicada a 11 Km al W de Conchillas y su comunicación con el Río no es permanente.

IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (51):47-61, 15 mar. 1978

50 ALONSO. C.

El arroyo en esta zona se caracteriza por presentar abundante vegetación en las orillas, la corriente es lenta y el cauce con meandros, sobre sus már- genes se extiende el monte franja fluvial.

En la ocasión en que se obtuvo la muestra, se comunicaba mediante una corriente de agua de aproximadamente 1 m de ancho y unos pocos centí- metros de profundidad. Los ejemplares se pescaron con cafia y se usó como carnada ''mojarras”” (Familia Characidae), si bien la pesca comenzó a las 15 horas los especímenes se capturaron a partir de las 18.30 horas; junto con Pimelodus clarıas maculatus se obtuvieron varios individuos de Acestrorham- bhus sp., Hoplias malabaricus (BLOCH, 1794), Rhamdia sp.y Chrenicichla sp.

Muestra de la Playa Carrasco - Esta muestra de 16 ejemplares proviene del

“Rio de la Plata en la zona de Playa Carrasco, Depto. de Montevideo y fue extraída el 24-11-1974 en verano. La Playa Carrasco forma parte de una extensa franja de costa arenosa, que se extiende sin interrupción por varios kilömetros sobre el Rio de la Plata entre Montevideo y Atlântica. Es del tipo de playa extendida de declive suave y moda agitada.

Los ejemplares se capturaron en las horas de la mafiana, frente al Hotel Carrasco, aproximadamente a 500 m al E de la punta rocosa mas próxima. Fueron extraídos del Río con red de arrastre por los pescadores profesionales de la zona. Junto con P. clarias maculatus salieron en la red ‘“pejerrey’’ Odonthesthes sp., ““burriquetas” Menticirrhus martinicensis (CUVIER, 1830), ““corvina blanca’’ Microbogon opercularis (QUOY y GAIMARD, 1824), “lisa” Mugil sp. (CUVIER, 1830), ‘‘Palometa’’ Parona signata (JENYNS, 1842), ‘‘pämpano’’ Trachinotus glaucus (BLOCH, 1787), “'la- cha” Brevoortia sp., “'sardina Familia Engraulidae’’.

El tamafio de los ejemplares de esta muestra osciló entre 116 mm y 222 mm con una media de 171.9 de longitud standard. El porcentaje de machos fue de 44.5% y el de hembras fue de 55.5%. Sólo un estômago de los 16 examinados estaba vacio.

Muestra del Balneario Lagomar - Esta muestra de 8 ejemplares proveniente del Balneario Lagomar en el Depto. de Canelones fue extraida el 2-X1-1973. Aquí el tipo de playa es igual al descrito para playa Carrasco, obs también forma parte de la franja de costa arenosa antes mencio- nada.

Los ejemplares fueron extraídos con red de arrastre por los pescadores profesionales de la zona entre las 13 y las 16 horas. El tamafio de los indi- víduos varió de 120 a 164 mm; 5 ejemplares tenían el estômago vacio, los restantes contenían: macho de 158 mm = cerca de un millar de copépodos, macho de 120 mm = solamente arena, 1 piedra pequefia y 2 escamas, hembra de 151 mm = isöpodos, Littoridina isabelleana (D'ORBIGNY, 1841), numerosos restos de insectos en su mayor parte no identificables por el avanzado estado de descomposición, entre ellos Coleoptera de la familia Hydrophillidae y otras, dípteros y hemípteros indeterminables. Dado que

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Estudio del contenido gástrico de... 51

sólo 3 ejemplares tenían contenido estomacal esta muestra no fue incluída en el gráfico N.º 1.

Muestra del Balneario Pajas Blancas = Esta muestra de 101 ejemplares también proviene del Río de la Plata en la zona del Balneario Pajas Blancas, Depto. de Montevideo y fue extraída en las siguientes fechas: 27-IV-1974, 11-V-1974, 21-V-1974. La costa en este balneario ubicado al W de la ciudad de Montevideo presenta dos tipos de ambientes de características diferentes. Una parte de la costa es rocosa, la otra parte es una playa arenosa de exten- sion limitada, en forma de media luna subtendida entre dos puntas pe- dregosas. El tipo de playa es de declive medio y moda agitada. Los peces se pescaron también en una pequenã playita de 50 m de largo aproximadamen- te que es usada como desembarcadero por los pescadores profesionales del lugar; en esa zona son arrojados restos producto de la limpieza del pescado.

Esta muestra fue dividida en dos, según el sustrato del que provenían los ejemplares. Los del sustrato rocoso, 74 ejemplares, fueron pescados con cafia usándose como carnada ‘‘lacha’’, carne vacuna y ““lombriz de tierra”. Los del sustrato arenoso, 27 ejemplares, fueron extraídos con red de arrastre. Los bagres fueron capturados entre las 17 y las 18.30 horas. Cuando de extrajo la muestra del sustrato arenoso la temperatura del agua era de 18°C.

Junto com P. clarias maculatus salieron en la red “lisa” Magal sp., “roncadera’’ Micropogor obercularis jóvenes, ‘‘säbalo’’ Prochilodus platensis (HOLMBERG, 1889), ‘lacha’’ Brevoortia sp. y ‘‘anchoita’’ Familia Engraulidae.

La longitud standard de los ejemplares de la muestra proveniente del sustrato arenoso varió entre 116 y 171 mm, siendo la media de 138.5. El porcentaje de machos fue de 46% y el de hembras fue de 54%. En la muestra del sustrato rocoso la longitud standard varió entre 116 y 200 mm con una media de 148.9. El porcentaje de machos fue de 37.3% y el de hembras de 62.7%.

De las muestras de Lagomar, Pajas Blancas y Carrasco se conservan parte de los ejemplares examinados en la colección del Departamento de Zoologia Vertebrados de la Facultad de Humanidades y Ciencias, Montevideo, con los - números 3045, 3046 y 3047 respectivamente.

ANALISIS DEL CONTENIDO GASTRICO. Los cuadros 1, 2, 3y 4 muestran la clase de alimento ingerido indicando

además el número de estömagos en el que se encontró cada ítem (frecuencia absoluta) y el índice de frecuencia.

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52 ALONSO. C.

CUADRO N.º 1

Contenido gástrico de P. clarias maculatus. Muestra del arroyo del Tigre Grande.

CLASE DE ALIMENTO FRECUENCIA INDICE DE ABSOLUTA FRECUENCIA CRUSTACEA 12 52.1 Anomura, Aegla sp. 2 8.6 Brachiura 1 4.3 Copepoda 7 30.4 Ostracoda 1 4.3 Isopoda 1 4.3 Restos indeterminables 1 4.3 MOLLUSCA 10 43.4 Pelecypoda 9 39.1 Pisidium sp. 8 34.7 Sphaerium argentinum 1 4.3 Restos indeterminables 7 30.4 Gastropoda, Littoridina sp. 4 17.3 INSECTA 22 95.6 Ephemeroptera, Ephemeridae Larvas y ninfas 7 30.4 Diptera Larvas y ninfas probablemente de Chironomidae 20 86.9 Larvas y adultos indeterminables 2 8.6 Hemiptera u Acuäticos, Belostomatidae 1 4.3 Indeterminables 1 4.3 Coleoptera Curculionidae 2 8.6 Larvas indeterminables 2 8.6 Insectos indeterminables 8 34.7 ARACNIDA Acarina 3 13.0 TELEOSTEI 7 5304 VEGETALES 20 86.9 ARENA 18 78.2

IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (51):47-61, 15 mar. 1978

Estudio del contenido gástrico de...

CUADRO N.º 2

Contenido gástrico de P. clarias maculatus. Muestra de la Playa Carrasco.

CLASE DE ALIMENTO

CRUSTACEA

Brachiura, Xantidae Cyrtograpsus angulatus Chasmagnathus granulata

Cirripedia, Balanomorpha

Amphipoda

Isopoda

Restos de crustäceos indeterminables

MOLLUSCA

Pelecypoda Mytilidae Mytela falcata Brachiodontes sp. Restos indeterminables

Gastropoda Littoridina sp. Littoridina australis Littoridina charruana

INSECTA

Homoptera Hymenoptera Trichoptera Lepidoptera Diptera acuáticos indeterminables Larvas y adultos indeterminables Restos de Insecta indeterminables

ARACNIDA TELEÖSTEI

VEGETALES

FRECUENCIA INDICE DE ABSOLUTA FRECUENCIA

11 73.3 4 26.6 1 6.6 1 6.6 1 6.6 1 6.6 7 46.6 2 139 6 40.0 3 20.0 74 185 1 6.6 1 6.6 a 13.3 1 6.6 1 6.6 1 6.6 12 80.0 1 6.6 1 6.6 2 13.3 1 6.6 4 26.6 5 33.9 5 33.3 1 6.6 8 53.3 I Er)

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-; ALONSO. C.

CUADRO N.º 3

Contenido gástrico de P. clarias maculatus. Muestra de Pajas Blancas en sustrato rocoso.

CLASE DE ALIMENTO FRECUENCIA INDICE DE ABSOLUTA FRECUENCIA CRUSTACEA 47 70.1 Brachiura, Xantidae 39 58.2 Cyriograpsus angulatus 18 26.8 Chasmagnathus granulata 1 1.4 > Isopoda 4 5.9 Balanomorpha 5 7.4 Amphipoda 4 5.9 Copepoda 2 2.9 MOLLUSCA 28 41.7 Pelecypoda 13 19.4 Mytilidae 1 1.4 Erodona mactroides 4 5.9 Gastropoda 8 11.9 ‚Potamolithus sp. 1 1.4 Littoridina australis 1 1.4 Littoridina charruana 5 7.4 Littoridina sp. 2 2.9 Mollusca indeterminables 6 8.9 INSECTA 8 11.9 Hymenoptera 1 1.4 Diptera

Chironomidae 1 1.4 Restos indeterminables 3 4.4 Hemiptera 1 1.4 Coleoptera 1 1.4 Restos de Insecta indeterminables 4 3 TELEOSTEI 45 67.1 VEGETALES 22 o TR

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Estudio del contenido gástrico de... 55 CUADRON.º 4

Contenido gástrico de P. clarias maculatus. Muestra de Pajas Blancas en sustrato arenoso.

CLASE DE ALIMENTO FRECUENCIA INDICE DE ABSOLUTA FRECUENCIA

CRUSTACEA 16 66.6 Brachiura, Xantidae 14 58.3 Cyrtograpsus angulatus 8 33.3 Isopoda, Idotedae 3 1285 MOLLUSCA 10 41.6 Pelecypoda 5 20.8 Erodona mactroides 1 4.1 Restos de Pelecypoda indeterminables 4 16.6 Gastropoda 1 4.1 Potamolithus sp. 1 4.1 Restos de Mollusca indeterminables 5 20.8 INSECTA 8 333 Hymenoptera 7. 29.1 Homoptera 2 8.3 Tysanoptera 1 4.1 Diptera 4 16.1 Insecta no identificables 5 20.8 TELEOSTEI 16 66.6 VEGETALES 12 50.0

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26 ALONSO. C.

Crustáceos.

En la muestra del arroyo el Tigre Grande los crustáceos se registraron en el 52.1% de los estómagos siendo los copépodos los que fueron incluídos en la dieta con más frecuencia, un 30.4%.

En Pajas Blancas, sustrato rocoso, la frecuencia de copépodos fue baja, 2.7%; un individuo de este lugar contenía escamas y vísceras de pescado, entre ellas un estômago completamente lleno de copépodos. Estos abun- daban también en el estômago del bagre pero posiblemente ello sea debido a la ruptura del tubo digestivo del pez que había ingerido. Este estômago no fue tomado en cuenta en los cómputos.

Los copedos no aparecieron en Carrasco pero un ejemplar de la pequefia

-muestra de Lagomar había ingerido gran cantidad de ellos, cerca de un millar. Parece poco probable que el bagre busque especialmente a animales tan pequefios como los copépodos; lo mas plausible es que al tomar otros alimentos ingiera también los copepodos que están en las proximidades, sin que en realidad exista una preferencia particular por estos microcrustáceos.

BONETTO et al. (1963) muestran en la figura 1, una correlaciön bas- tante estrecha entre la aparación de fango y arena en los estömagos y la frecuencia en que aparecen los microcrustáceos lo que sugiere la idea de que estós son ingeridos con otros organismos al remover las capas superficiales del fondo.

En la muestra del arroyo del Tigre Grande aparecieron anomuros del género Aeg/a mientras que en Carrasco y Pajas Blancas los cangrejos estu- vieron representados por brachiuros de la familia Xantidae como Cyrtograp- sus angulatus (DANA, 1851) y Chasmagnathus granulata (DANA, 1851) que para el bagre son los equivalentes en el estuario del cangrejo de arroyo. En Pajas Blancas se encontró la frecuencia mayor de cangrejos, 58.2% en el sustrato rocoso y 58.3% en el sustrato arenoso. Varios estömagos estaban completamente llenos de Cyrtograbsus angulatus, algunos de gran tamaão.

Los isópodos se hicieron presentes en todas las muestras. Las frecuencias fueron considerablemente mas altas, como es de esperar en las muestras que provenían del sustrato arenoso siendo los crustáceos más frecuentes, 46.6% en Carrasco.

Moluscos

En la muestra del arroyo del Tigre Grande los moluscos aparecieron en el 43.4% de los ejemplares, siendo los pelecypodos del género Piszdiufn los que estuvieron presentes con más frecuencia. Muchos de estos eran formas ju- veniles y las valvas estaban totalmente erosionadas pero por transparencia podía verse al microscopio estereoscópico restos de las partes blandas.

En la muestra de la playa Carrasco los moluscos estuvieron representados en el 40.0% de los bagres. Este porcentaje es igual en Pajas Blancas 41.7% y 41.6% pero el número de taxa en el sustrato rocoso es mayor. Es interesante hacer notar que algunos individuos tenían el tubo digestivo lleno en su

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Estudio del contenido gástrico de... 57

totalidad de Littoridina australis (d'ORBIGNY, 1835) y Lettoridina charruana (d’ORBIGNY, 1835).

Probablemente los restos de valvas de mytilidos encontrados en varias muestras no fueron ingeridos con las partes blancas pues éstas no fueron encontradas en ningún estômago. Fragmentos de valvas de mytilidos son comunes en el sustrato donde se extrajeron las muestras.

Insectos.

En la muestra de arroyo del Tigre Grande, un 95.6% de los bagres co- mieron insectos siendo muy frecuentes las larvas y ninfas fundamentalmente de las famílias Chironomidae y Ephemeridae mientras que las mismas estuvieron practicamente ausentes en las otras muestras. Aparentemente este arroyo de aguas lentas con mucha vegetación en las orillas, tiene las condi- ciones favorables para el desarrollo de estas larvas que viven enterradas en el fango o arena, y el bagre las aprovecha buscando activamente su alimento en las capas superficiales del fondo.

En Carrasco por otra parte se encontraron larvas de Tabanidae, Trichop- tera y Chironomidae así como ninfas de Culicidae, Trichoptera y Psychodidae junto con restos de adultos de Coleoptera, Homoptera, Muscoidea, Hymenoptera y una crisálida de Lepidoptera todos ellos en baja frecuencia. Lo mismo ocurrió en Lagomar y Pajas Blancas donde sólo se encontraron restos de insectos adultos como Coleoptera incluyendo algunos Formicidae, Hemiptera, inclusive los acuáticos de la familia Corixidae, Dermaptera, Tysanoptera y un Diptero de la familia Syrphidae. La baja frecuencia de cada ítem así como la diversidad de su origen, adultos, larvales, acuáticos y terres- tres hace pensar que su ingestiön fue ocasional y ocorriö en gran parte en la superfiecie del agua entre los integrantes del epineuston.

Teleósteos.

En la muestra del arroyo del Tigre Grande los restos de peces encon- trados en el contenido estomacal estaban formados por escamas, músculo, vértebras y partes del tubo digestivo. Los peces de esta muestra fueron pes- cados con cafia usändose como carnada trozos de ''mojarra””. No se puede afirmar con seguridad que todos los restos encontrados en el estômago corres- pondan exclusivamente a la carnada utilizada. No debe descartarse la po- sibilidad de que los restos ingeridos hayan sido obtenidos por depredación. La frecuencia de teleósteos observada en esta muestra debe ser por este motivo interpretada con cautela.

En la muestra de la playa Carrasco el porcentaje de estömagos conte- niendo peces es alto, 53.3% no estando influenciado en este caso por el arte de pesca que fue la red de arrastre. Uno de los estómagos contenía exclu- sivamente gran cantidad de escamas y en los demás había músculos, escamas y otros Items.

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En la muestra de Pajas Blancas se observa aproximadamente el mismo porcentaje de estömagos con peces en los sustratos arenoso y rocoso, 66.6% y 67.1% respectivamente. Los primeros fueron extraídos en su mayoria de una pequefia playa donde los pescadores tiran los desechos de la limpieza del pescado. En cuatro estömagos, solamente encontré escamas, algunas de peces varias veces mayores que el bagre, en el resto había escamas y vísceras. Aparentemente la especie se comporta en este caso como saprófaga.

Los datos recogidos confirman la observación de otros autores, en especial de BONNETTO et al. (1963) sobre la marcada ictiofagia de P. clarias maculatus. Segun estos autores la ictiofagia es más frecuente en los ejemplares mayores de 20 cm que en los menores. Pese a que nuestros ejem- plares son menores de 20 cm el porcentaje de individuos con teleösteos supera a los indicados por estos autores para ejemplares mayores de 25 cm.

Vegetales.

La muestra del arroyo del Tigre Grande fue la que tuvo mayor frecuencia de estömagos conteniendo vegetales 89.9%. Estos consistían en restos de hojas, tallos y raíces disponibles en abundancia debido a las características del arroyo.

En la muestra de la playa Carrasco, el porcentaje fue relativamente alto, 73.3% a pesar que la costa no está rodeada de vegetación; probablemente los restos sean arrastados desde la boca del Arroyo Carrasco ubicada a pocos kilömetros del lugar del muestreo.

En la muestra de Pajas Blancas la frecuencia es diferente en los ejem- plares provenientes del sustrato rocoso, 32.8% y del arenoso, 50.%. En esta muestra se destaca la presencia de algas verdes filamentosas que probable- mente forman el heteroplocon de ese ecosistema y que el bagre utiliza para equilibrar su dieta con elementos vegetales.

Remoción del fondo.

De nuestras observaciones se desprende que por lo menos en el arroyo del Tigre Grande Pimelodus clarias maculatus busca su alimento dentro de la comunidad: bentônica especialmente a través de la remoción del sustrato. Así se explica la alta frecuencia, casi igual de larvas y ninfas de Chironomidae, 86.9% , de restos vegetales, 86.9%, y de arena, 78.2%, así como el porcen- taje relativamente elevado de moluscos, 43.4%, y cópedos, 30.4%, mayor que en el resto de las muestras.

Las larvas de Chironomidae, de Ephemeroptera, de moluscos del género Pisidium y Littoridina, nemátodos, crustáceos entomóstracos y malacóstracos etc. viven en la superfície del barro, contituyendo dentro de la biocenosis del mismo una epibiosis (GNERI y ANGELESCU, 1951:9).

Se confirma ası fo publicado por BONETTO et al. (1963) quienes afirman que estos bagres realizan una remoción de las capas superficiales del

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Estudio del contenido gástrico de... 59

fondo ingiriendo en algunas oportunidades arena y fango junto con el material orgánico allí presente.

GNERI y ANGELESCU (op. cit.) agregan con respecto a la alimen- tación de P. claris maculatus que esta especie es carnívora normalmente, pero consume además ciertas cantidades de fango en las siguientes circunstancias: a) en algunos casos como alimento ocasional o secundario ingerido juntamen- te con el alimento principal, constituído por larvas y crustáceos del bentos; b) - como alimento de emergencia, durante el invierno, en épocas de escasez o falta de alimento principal.

Fango propiamente dicho se encontró en un solo estômago de los 148 examinados, provenía de la muestra de Pajas Blancas. No extrafia sin embargo, la ausencia en general de este ítem, pues el sustrato era arenoso en todas las localidades de donde se tomaron las muestras. En individuos de todas las localidades se encontró arena en el estômago.

CONCLUSIONES

1 No se observaron diferencias significativas en la alimentación entre los distintos sexos ni entre ejemplares de diferentes tamafios, si bien hay que tener en cuenta que la variación en la talla no fue muy grande, de 116 mm a 422 mm.

2 EI régimen alimentario de Pimelodus clarias maculatas en el área estudiada es claramente omnívoro con predominancia de materia orgánica animal estando los vegetales también presentes aunque en frecuencias menores. Esto sefiala una tendencia a equilibrar la dieta consumiendo tanto materia -orgánica animal como vegetal. La especie es saprófaga ya que parte de los items ingeridos eran restos de organismos muertos.

3 En la mayoría de los peces omnívoros se comprueba una preferencia por una comida determinada que puede estar constituída por organismos de la fauna bentónica o por elementos de la flora acuática. Además de los alimentos preferidos puedem ingerir en gran cantidad otros organismos o fango con detritus orgánico (ANGELESCU y GNERI, 1949:182).

El régimen omnívoro vatía entre límites muy amplios y es interesante destacar la adaptabilidad de los peces que poseen este régimen a comidas heterogéneas que ingieren de acuerdo con los distintos habitats.

A fin de estudiar que alimentos prefiere esta especie en relación con los distintos habitats tróficos, se compararon los resultados obtenidos para las cuatro muestras provenientes de ambientes diferentes llegando a las siguien- tes conclusiones (ver gráfico N.º 1):

a) Dentro de los organismos ingeridos predominam siempre aquellos de la fauna bentönica (moluscos, crustáceos, larvas de dípteros etc.).

b) Ningún ítem se mantiene dominante, es decir con la frecuencia relativa por encima de la de los demás en todos los habitats.

c) Presumiblemente y dentro de los amplios márgenes de su espectro trófico, este pez consume lo que encuentra con más abundancia en su habitat

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trófico. Por eso los insectos, los teleósteos y los vegetales varían en frecuencia dentro de amplios márgenes .según el ambiente de donde se extrajo la muestra. Son alimentos ocasionales cuya frecuencia de aparición depende de la disponibilidad.

d) No obstante llama la atención que las frecuencias de crustáceos y de moluscos se mantienen practicamente constantes en los diferentes habitats tróficos. Estos ítems son aparentemente preferidos por el bagre y son los integrantes más permanentes de su dieta.

5— El especto trófico de Pimelodus clarias maculatus es complejo porque abarca desde organismos productores hasta organismos carnívoros.

El ““bagre amarillo’’ se ubica entonces en la red trófica tanto en el nível de los consumidores primarios como en el de los carnívoros secundarios, aunque su papel más importante lo cumple como carnívoro primario.

AGRADECIMIENTOS

Agradezco especialmente al Ing. Carlos S. Carbonell y a la Dra. Lucrecia C. de Zolessi por su ayuda en la identificación de los insectos, al Lic. Marcelo Juanicó por la de los crustáceos, al Lic. José Olazarri por la determinación de los moluscos y a las autoridades del Museo Nacional de Historia Natural por las facilidades otorgadas al realizar parte de este trabajo en esa instituciön y finalmente a todas las personas que de una manera u otra hicieron posible este estudio.

BIBLIOGRAFIA CITADA

ANGELESCU, V. & GNERI, S.F. 1949. Adaptaciones del aparato digestivo al rêgimen alimen- tício en algunos peces del Rio Uruguay y del Rio de la Plata. Revta. Mus. argent. Cienc. nat. Bernardino Rivadavia, Ciencias Zoologicas, Buenos Aires, 1(6):161-272.

BONETTO, A.A.; PIGNALBERI, C.; CORDIVIOLA, E. 1963. Ecología alimentaria del ““amarillo’’ y ‘‘moncholo’’ Pirzelodus claras (Bloch) y Pimelodus albicans (Valenciennes) (Pisces Pimelodidae). Physis, B. Aires, 24(67):87-94.

GNERI, F. & ANGELESCU, V. 1951. La nutrición de los peces iliófagos en relación con el metabolismo general del ambiente acuático. Revta. Mus. argent. Cienc. nat. Bernardino Rivadavia, Ciências Zoologicas, Buenos Aires, 2(1):1-44.

RINGUELET, R.; ARAMBURU, R.; ARAMBURU, A.A. de. 1967. Los beces argentinos de agua dulce. La Plata, Com. Inv. Cient. 602 p., 27 fig., 10 pl.

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Pajas Blancas (arena)

4) (+) (8) E ET og oa oe © = Ss z É - (o) © = (0) : - [6] E a [4] (8) & » s a ® I o = us ö «

TEXTO DEL GRAFICO N.º 1

Contenido gástrico de Pimelodus clarias maculatus (LACEPÊDE, 1803). Los números representan el índice de frecuencia con que se encontró cada clase de alimento.

C = crustáceos: M = Moluscos; I = insectos; T = teleósteos; V = vegetales.

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as pe.

= a - . ando B M e : d E e és ac j Rs ö E E : ga Pr R PR ass | pena -— ue x ; e h 5 pe j we É os e TOR, time ATE rd IE arena O - p: ; K au): = =: v é n K RT ae ssa 5 Ju sy M a E : N o ) A EA PEN Mn j Edo x Mt e nie Car ad Pro TITE A > N Y E 1 E as / A a N “ve wis EN ts Gli ‚rin 2b anbulo E Vs An t 7) u

Notes sur quelques Crepidoderini nouveaux ou peu connus. (Chrysomeloidea - Alticinae ) Coleoptera- Phytophaga.*

+ Jan Bechyne** B. Springlova de Bechyne **

RESUME

Dans le present travail on décrit 6 espêces du gente Epitrix et 6 espêces du genre Marga- ridisa de la tribu Crepidoderini. On y ajoute une tedescription et actualisation des espéces dejä citées antéricurment leur donnant ainsi des notes faunistiques.

RESUMO

No presente trabalho são descritas seis espécies dos gêneros Epitrix e Margaridisa respec- tivamente. São redescritas, também, espécies citadas em trabalhos anteriores, quando são adicionadas notas faunísticas.

Afin d’aider à situer les description de ce travail nous vous donnons ci- apres les clefs des genres. Un groupe três grand, richement représenté dans la region neotropicale et les pays adjacents:

Sillon prostethial dirigé vers les angles antérieurs du thorax, participant ocasionellement a sa formation aussi du côté supérieur. Pleures du 1.º seg- ment abdominal cariniformes. (Conformation fonctionelle). Tous les seg- ments abdominaux libres. Tous les tibias homodinaimes (exceptés, parfois, les antérieurs des Sd).

1 (2) Tête et thorax avec points setiferes discaux de position et numero instables. Cavités cotiloides antérieures ouvertes. Elytres pubescen- OS ne a RAN N nA URN UHR a Trichaltica 2 (1) Points setiferes discaux du thorax en numero et position fixes ou absents. Cavités cotiloides antérieures fermées. 3 (4) Bord antérieur du thorax avec una série de points setiferes grands WE AR OE ET cs RN a dc a À qdo Styrepitrıx 4 (3) Bord antérieur du thorax sans points setiferes. 5 (8) Elytres avec poils ou, dans les exemplaires déflorés, avec points setiferes au moins le long de la suture (augmenté de 100 - 200 fois). 6 (7) Calus supraantennaires distincts, pubescence élytrale homogene

ER. Dedo a ee aa Kara) corte ke ER 7 (6) Calus surantennaires réduits (lineaires) ou absents. Pubescence élytrale limitée, parfois limité à l’intervale sutural .............. Acallepitrix 8 (5) Elytres avec poils (ou points setiferes) seulement sur la carena elytt0epipleütale pie deilextentitel LD AM! Margaridisa

Aceito para publicação em 20/X11/ 1976. * Do instituto de Zoologia Agricola - Universidad Central de Venezuela, Maracay, Venezuela.

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64 BECHYNE, J. & BECHYNE, B.S. de

Epitrix ruderalisn. sp.

BRASIL, Mato Grosso: Chapada dos Guimarães, 19., 20., 21., 23., 24., 29. et 30.1. (TYPE &) et 2.H.1961 (J. et B. Bechyné, Mus. Goeldi).

Longueur 1,7 - 2 mm (chez les deux sexes). Nombreux exx.

Noir, rarement noir de poix; joues, bouche, antennes (les 5 ou 6 articles apicaux obscurcis) et pattes, rouge brun variant au brun de poix; fémurs (base et sommet exceptés) noir de poix. Pubescence élytrale dorée, courte, sémicouchée.

Forme allongée-ovall, dessus brillant, tête subopaque.

Tête finement réticulée (grossissement de cent fois), imponctuée. Front presque deux fois aussi large que le diam£tre transversal d'un oeil.

Sillons frontaux droits, émetant pres du bord postéro-interne des yeus une courte impression, dirigée vers le vertex et entourée de quelques points setiferes. Calus surantennaires linéaires, se rapprochant au milieu du front en un angle de 100º, bien séparés l’un de l’autre. Carêne longitudinale du clypéus três large, plus large que le diametre (le plus large) du 1€f antennite, triangulairement dilatée en avant, séparant, par son extrémité, les calus surantennaites et réunis avec une courte carêne longitudinale centrale au milieu du front au dessus des sillons frontaux. Joues rugueuse, plus longues que la moitié de la longueur'de l’oeil. Antennes (fig. 1) ne dépassant pas le ler vers des élytres, articles apicaux Epaissis (un peu plus épaíis que la base des tibias antérieurs), 3€ article distinctement plus long que les voisins.

W cm

Thorax 1,7 à 1,8 fois aussi large que long, côtés presque droits et pa- ralleles. Angles anterieurs coupés obliquement, latéralement proéminents. Toute la surface couverte d'une ponctuation serrée (bien visible sous le grossissement de 8 à 10 fois), diminuant pres des angles antérieurs. Sillon antébasal profond, presque droit, Base rebordée et avancée vers l’Ecusson. Carêne thotacopleurale crénélée à cause de la présence des points setiferes á son extrémité.

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NntessupquelgmesCrepidodegni-l LD 6

Elytres plus fortement ponctués que le thorax, calus basilaire et dépres- sion postbasilaire effacés. Suture relevée. Chaque intervalle muni de deux lignes de poils, intervalles latéraux faiblement convexes. Ponctuation três reguliere en avant, diminuée et un peu disturbée dans la partie apicale. Angle sutural obtus, bien accusé. Epipleures larges et rugueus. Saillie intercoxale du prosternum aussi large que la hanche. Tibias postérieurs plus robustes que les quatre antérieurs.

d. Les deux articles basilaires des protarses faiblement dilatés. Dernier segment abdominal convexe, déprimé dans la moitié postérieure et déclive au milieu du bord postérieur (déclivité accupant env. 1/6 de la longueur totale du segment). 6€ segment bien visible.

9. Tarses plus grêles, Se segment abdominal tronqué en ligne droite au milieu du bord postérieur, sans déclivité.

Par la conformation de la tête (la largeur de la carêne longitudinale du clypéus), cette espece est proche de E. opacicollis HAR. et E. nobrancoensis SCHERER (1960:234) dont elle se distingue par le thorax três brillant avec espace antébasal dilaté au milieu.

Epitrix rugipleuran. sp.

BRASIL, Mato Grosso: Chapada dos Guimarães, 18. (TYPE G), 19., 23., 27., 30. et 31.1. et 5.11.1961 (J. et B. Bechyné, Mus. Goeldi); Burití, 8. et 9.11.1961 (id.); Cuiabä, 14.II., 21. et 22.111.1961 (id.); Fazenda Ricardo Franco (au Sud de Cuiabá), 7., 10., 11., 15. et 16.11.1961 (id.).

Longueur Sd 1,4 - 1,5 mm, 29 1,5 - 1,7 mm. Nombreux exx.

j Noir, dessus subopaque, élytres brillants; organes buccaux, rouge brun; antennes et pattes testacées, fémurs postérieurs bruns; antennes plus ou

moins enfumées vers le sommet. Pubescence élytrale argentée, longue. Forme

ovale-allongée, sensiblement convexe.

Tête finement chagrinée (fig. 2), (grossissement de deux-cent fois), munie de quelques grands points (setiferes) pres du bord postéro-interne des yeux aux environs des sillons oculaires. Sillons frontaux droits, se rapprochant au milieu du front (qui est 1,5 fois aussi large que le diam£tre transversal d'un oeil) en un angle de 90º. Leur jonction est interrompue par le sommet extrême de la carêne longitudinale du clypéus et une courte carêne longi- tudinale centrale est située immédiatement au dessus de cette jonction. Clypéus rugueux aux côtés, carêne longitudinale três étroite (pas plus large que 1/3 du diametre du 1€f antennite) et bien convexe, carêne transversale peu marquée. Calus surantennaires linéaires, orbites ponctués. Joues ne dépassant pas la 1/2 de la longueur de l’oeil. Antennes dépassant le milieu des élytres, les 5 articles apicaux considérablement épaissis (aussi épais que le

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66 BECHYNE, J. & BECHYNE, B.S. de 060 [TDT

sommet des tibias antérieurs), chacun des articles 8 à 10 1,2 à 1,3 fois aussi long qu'êpais, 3€ article un peu plus long que les voisins.

Thorax à peine deux fois aussi large que long, cötes.tres faiblement arrondis et faiblement divergents en avant. Angles antérieurs coupés obli- quement, latéralement proéminents. Thoracopleures crénelés. Disque for- tement et densément ponctué, points três serrés aux environs des angles postérieurs. Sillon antébasal profond et presque droit. Base fortement rebor- dee et avancée vers l’Ecusson. Espace antébasai imponctué au milieu.

Elytres plus fortement ponctués que le thorax (grossissement de 3 à 5 fois).

Pubescence élytrale disposee en deux lignes longitudinales sur chaque intervalle. Angle sutural obtus mais bien accusé. Suture relevée en avant. Calus basilaire et dépression postbasilaire effacés. Epipleures rugueux.

O. Articles basilaires peu dilatés, 5€ segment abdominal convexe et rembruni au milieu du bord postérieur.

92. Antennes plus minces et plus courtes. 5e segment abdominal entierement noir, simplement convexe transversalement et arrondi en arriere.

Cette espece s'éloigne de la précédente (E. ruderalis) par la carêne lon- gitudinale du clypéus Etroite et par la longue pubescence élytrale. Chez quelques-uns des nombreux exemplaires de Fazenda Ricardo Franco, la pubescence élytrale est un peu jaunátre.

Epitrix halophila n. sp.

VENEZUELA, Aragua: Cata, 8 et 15.VIII.1964 et 4.1.1968 (J. et B. Bechyné, Facultad de Agronomía, Maracay). Guárico: Punzön-Tahiti 6.VIII.1965 (dtto.).

Longueur 1,2 mm. (1d et5 99). Rouge testacé; fémurs postérieurs au milieu et métasternum enfumés,

pattes et antennes, testacés; écusson et élytres noir. Taille brievement ovalée, le dessus brillant. Pubescence élytrale blanchätre, éparse et três fragile.

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Tête lisse, (fig. 3), front une fois et demi aussi large que le diametre transversal d'un oeil. Sillons oculaires fins, réunis au milieu du front en un angle de 120º. Poils setiferes, situés au dessus des sillons oculaires pres du bord postero-interne des yeux, isolés. Calus surantennaires étroits, courts, triangulaires, atténués vers les côtés. Carêne clypéale aplatie, triangulaire, convexe seulement entre les antennes. Antennes minces, (fig. 4), ne dépas- sant pas la moitié des élytres, peu dilatés vers le sommet, chacun des articles 7 à 10 deux fois aussi long qu'épais.

Gola

Thorax plus de deux fois aussi large que long, côtés droits et paralleles. Carene extreme thoracopleurale à peine ondulée, points setiferes situés à la ‚face inférieure. Surface. finement et éparsement ponctuée (grossissement de 40 à 50 fois). Sillon antébasal profond, fortement ponctué au fond, fai- blement sinué au milieu. Base fortement bisinuée et noirätre. Espace antébasal plan, fortement élargi au milieu (base avancée vers I'écusson).

IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (51):63-78, 15 mar. 1978

68 . BECHYNE, J. & BECHYNÉ,B.S. de

Elytres plus fortement ponctués (points bien visibles sous le grossisse- ment de 15 à 20 fois), calus basilaire et dépression postbasilaire faibles. Pubescence disposee en une serie longitudinale au milieu de chaque inter- valle, poils presque couchés, plus courts que le 1€r antennite, faiblement recourbés. 5€ segment abdominal (fig. 5) arrondi en arriere. Pattes minces.

Cette espece de coloration três abérrante, s’Eloigne de toutes les espéces suivantes par la forte reduction de la carêne longitudinale du clypéus.

Epitrix villosa HAROLD, 1876

COLOMBIA, Antioquia: Bello, 16.V1.1955 (sur Haricot, Papilionacees), (C. Ríos Inst. Colomb. Agropecuario). Del Valle: Valle de Cauca, Palmira, 1.1944, VI.1945 et VI.1946 (B. Losada s., Inst. Colomb. Agropecuario).

Longueur 1,7 - 1,9 mm (chez les deux sexes).

Rouge testacé ou rouge brun, antennes et pattes (fémurs postérieurs exceptés) testacées. Carêne longitudinale du clypéus convexe, triangulai- rement dilatée en avant, la carêne transversale n'est pas séparée. Calus suran- tennaires petits, obliques et ovalaires. Articles apicaux des antennes peu Epaissis, chacun des 7 à 10 plus que deux fois aussi longs qu'épais, antennes atteignant le milieu des élytres.

Thorax faiblement ponctué, côtés presque droits, carêne thoracopleurale entiere, points setiferes situés á la face inférieure. Sillon antébasal presque droit, ponctué. Espace antébasal imponctué, faiblement convexe, base for- tement avancée au milieu vers l’Ecusson.

Calus basilaire et dépression postbasilaire des élytres obsoletes. Chaque intervalle avec une série longitudinale de longs poils, dorés, redressés et fortement recourbés à l’extremite (poils bien plus longs que le 1€r anten- nite).

d. Les quatres articles basilaires des protarses sensiblement dilatés, à peu pres aussi larges que le sommet des tibias correspondants (qui son élargis). Je segment abdominal muni d'une gibbosité centrale, peu remarquable, située avant le milieu, protubérance centrale três peu déclive en arriere.

Q. Tarses minces. 5€ segment abdominal regulierement convexe, arrondi en arriere.

Epitrix sensitiva n. sp.

BRASIL, Mato Grosso: Chapada dos Guimarães, 19. (TYPE d), 21., 25. et 30.1.1961 0. et B. Bechyné, Mus. Goeldi); Buriti, 8.11.1961 (id.).

Longueur dd 1,6 - 1,7 mm, 99 1,7 -2 mm. 14 exx.

Noir de poix variant au noir; clypéus, bouche et sommet des antennes, rouge brun; base des antennes et pattes, testacé; fémurs postérieurs, brun de poix. Taille allongée, dessus brillant, pubescence élytrale jaunátre et longue.

IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (51):63-78, 15 mar. 1978

Tête imponctuée, les points setiferes au dessus des sillons oculaires prês du bord interne des yeux exceptés. Sillons frontaux profonds, réunis au milieu du-front en un angle de 120º; au dessus de cette jonction, il se trouve un tubercule central remarquable. Calus surantennaires linéaires, orbites rugueux et fortement enfoncés. Carêne longitudinale du clypéus aigüe et fortement convexe, dilatée dans le quart antérieur et réunie avec la carêne transversale. Joues rugueuses, ne dépassant pas 1/3 de la longueur de l’oeil. Antennes robustes, atteignant le milieu des élytres, articles 2 à 4 subégaux, les apicaux presque aussi épais que le sommet du tibia antérieur, chacun des 8a 10 1,5 à 1,6 fois aussi longs qu'épais.

Thorax, deux fois aussi large que long, ayant sa plus grande largeur au milieu. Côtés distinctement arrondis, angles antérieurs fortement épaissis, coupés obliquement. Carêne thoracopleurale éparsement crénélée. Surface fortement ponctuée (grossissement de dix fois), points effacés vers les angles antérieurs et avant l’Ecusson. Sillon antébasal profond et droit, espace antébasal peu convexe, dilaté au milieu (base bisinuée et avancée vers Vécusson).

Elytres bien plus fortement ponctués que le thorax, calus basilaire et dépression postbasilaire faíbles. Elytropleures Etroits. Intervalles légerement convexes en arriere et aux côtés, le marginal dilaté. Pubescence longue, située en une seule ligne simple sur chaque intervalle, en avant, en ligne dédoublée dans la moitié postérieure. Pattes robustes.

SG. Les quatres articles basilaires des protarses fortement dilatés, les 2 anterieurs un peu plus larges que le sommet des tibias correspondants. 5€ segment abdominal rouge et imponctué au milieu, fortement excavé dans toute la moitié postérieure.

Q. Pattes plus grêles. 5€ segment abdominal tronqué en arriere.

Cette espece est reconnaissable à la forte dilatation des basitarsites anterieurs du den connection (chez les deux sexes) avec le sillon antébasal du thorax droit et avec la disposition de la pubescence aux élytres.

Epitrix virgulata HAROLD, 1875

COLOMBIA, Cundinamarca: Soachä, 28.1V.1940 (H. Marcia, Inst. Colomb. Agrope- cuario); Madrid, 22.X11.1958, (sur pomme de terre, Solanacées), (E. Idrobo, Inst. Colomb. Agropec.). Boyacä: Bonza, 2.V1.1959, (G. Bravo, Inst. Colomb. Agropec.).

Longueur plus ou moins 2 mm.

Rouge brun; antennes et pattes, testacé; antennites apicaux, femurs postérieurs et la suture élytrale plus on moins brun de poix ou noirätre.

Carêne longitudinale du clypéus étroite, pointillée et convexe en arri£re, triangulairement dilatée, lisse et aplatie dans la moitié antérieure, la carêne transversale n'est pas séparée. Calus surantennaires petits, courtement ovalaires, obliques. Points sétifêres, situ&s au dessus des sillons oculaires prês

IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (51):63-78, 15 mar. 1978

70 BECHYNE, J. & BECHYNÉ, B.S. de

du bord postéro-interne des yeux, confluents en forme d'une courte impression longitudinale irreguliere. Antennes dépassant à peine le 1Ef tiers des élytres, articies apicaux fortement Epaissis, chacun des 7 à 10 environ une fois et demi aussi long qu'épais.

Thorax deux fois aussi large que long, côtés droits, distinctement con- vergents vers la base, carêne thoracopleurale entiere, poils setiferes situés à la face inferieure. Surface finement et éparsement ponctuée (grossissement de 40 à 50 fois). Sillon antébasal droit, profond, ponctué au fond. Base bisi- nuée, avancée au milieu vers l’Ecusson. Espace antébasal aplati et lisse.

Elytres assez faiblement ponctués (grossissement de dix fois), points sensiblement diminuent en arriere, calus basilaire et dépression postbasilaire distincts. Intervalles pourvus d'une pubescence blanchätre, éparse, semi- redressée, três fragile, disposée en une série longitudinale sur chacun, poils plus courts que le 1€r antennite, faiblement recourbés.

d. Les quatres articles basilaires des protarses fortement dilatés, aussi larges que le sommet dilaté des tibias correspondants. 5€ segment abdominal fortement convexe, protubérance centrale large et fortement déclive en ar- riere.

9. Tarses minces. 5€ segment abdominal tronqué en arriere en ligne à peine convexe.

Epitrix miraflora BECHYNE

1955, Ent. Arb. Mus. G. Frey 6, p. 168. BRASIL, Santa Catarina: Nova Teutonia, 24.X11.1941 (F. Plaumann, Dept. Zool., S. Paulo). Mato Grosso: Chapada dos Guimarães, 19.1.1961 (J. et B. Bechyne, Mus. Goeldi).

Epitrix catharina BECHYNE

1955 Il ea (o GB: BRASIL, Mato Grosso: Chapada dos Guimarães, 21.1.1961 (J. et B. Bechyné, Mus. Goeldi).

Epitrix trapezophora n. sp.

BRASIL, Mato Grosso: Chapada dos Guimarães, 18., 25.1., 4. (TYPE &) et 5.11.1961 (J. et B. Bechyné, Mus. Goeldi); Fazenda Ricardo Franco (au Sud de Cuiabá), 7. et 15.11.1961 (id.). Rondônia: Vilhena, 20. et 22.11.1961 (id.).

Longueur 1,2 - 1,4 mm. (chez les deux sexes).

Brun de poix variant au rouge brun; clypéus et bouche rouges, antennes et pattes testacées, fémurs enfumés. Taille allongée, dessus brillant, pubes- cence jaunátre.

Tête lisse sauf quelques points pres des yeux. Front presque deux fois aussi large que le diam£tre d'un oeil. Sillons frontaux fins, fortement recour- bes pres du milieu du front; ainsi réunis en un angle três aigu (45º). Calus surantennaires linéaires, presque paralleles. Carêne longitudinale du clypéus

IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (51 ):63-78, 15 mar. 1978

fine et aigue, n’occupant que la moitié basale du clypéus; carêne transversale en démi-cercle, plus large et moins convexe. Clypéus en avant triangulai- rement encliné, lisse. Joues lisses, etteignant la moitié de la longueur de l’oeil. Antennes robustes, (fig. 6) dépassant le milieu des élytres, articles apicaux graduellement dilatés, aussi épais que le sommet du tíbia antérieur, articles 3 et 4 três minces, chacun de la même longueur que le 2€ (qui est plus épais).

KH Hem ——

[Gem

Thorax trapézoidal, (fig. 7) presque deux fois aussi large que long, ayant sa plus grande largeur au niveau des angles anterieurs qui sont coupés obliquement (40°) et latéralement bien accusés. Cötes droits et sensiblement rétrécis vers la base. Surface éparsement et assez faiblement ponctuée (grossissement de 20 à 30 fois) sur le disque, points plus grands et plus serrés vers les côtés, effacés sur l’espace entébasal (qui est peu convexe). Sillon antébasal fortement ponctué au fond, légêrement sinuée au milieu. Base bisinuée.

Elytres bien plus fortement ponctués (grossissement de 5 à 8 fois). Calus basılaire et dépression postbasilaire obsolêtes. Intervalles plans, chacun avec une seule série longitudinale de points setiferes, les deux latéraux un peu convexes.

IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (51):63-78, 15 mar. 1978

Sd. Tarses peu dilatés. 5€ segment abdominal aplati au milieu dans la moitie postérieure.

Q. Tarses plus minces. 5€ segment abdominal réguliêrement convexe transversalement, largement arrondi en arriere.

Cette espêce ressemble extéricurement à E. bucki BECHYNE (1956:1004) dont elle se distingue, ainsi que de toutes les formes semblantes, par les sillons frontaux fortement recourbés (concaves en dehors) et se réunis- sant en un angle aigu (droit ou obtus chez d’autres especes).

Nous l’avons capturée et observée en grande quantité sur divers Solan- nacées cultives (Chapada dos Guimarães).

Epitrix fallada BECHY

É 1955, Ent. Arb. Mus. G. Frey 6, p. 168. BRASIL, Santa Catarina: Nova Teutonia, X.1951 (F. Plaumann, Dept. Zool., S. Paulo). Mato Grosso: Chapada dos Guimarães, 18.1., 3. et 5.11.1961 J. et B. Bechyné, Mus. Goeldi).

Epitrix subviolacea n. sp.

BRASIL, Mato Grosso: Cuiabá, 14.11.1961 (J. et B. Bechyné, Mus. Goeldi).

Longueur 1,3 mm. 1d.

Rouge testacé, 11€ antennite rembruni; écusson, une bande longitu- dinale suturale, occupant en avant les 3 premters intervalles et graduellement atténuée en arriere et se terminant dans le sixieme apical ainsi que les épi- pleures, violacé métallique. (Le type changea successivement en dix ans au rouge-marron). Taille ovalée, convexe, dessus brillant, pubescence des élytres jaunátre.

Tête lisse, front un peu plus large que le diametre transversal d'un oeil. Sillons oculaires profonds, réunis avec les sillons frontaux en ligne droite, se réunissant au milieu en un angle de 120°. Prês du bord postéro-interne des yeux au dessus des sillons oculaires, il se trouvent quelques points sétiferes. Calus surantennaires linéaires, orbites larges, convexes. Clypéus, court (joue ne dépassant pas 1/3 de la longueur de l’oeil), carêne longitudinale beau- coup plus haute que les calus surantennaires, largement dilatés triangulai- rement et aplatis dans la moitié antérieure. Antennes (fig. 8) dépassant le milieu des élytres, articles apicaux un peu épaissis, le 3€ plus mince et plus court que les voisins.

k Io = =——.

Thorax deux fois et demi aussi large que long, ayant sa plus grande largueur au milieu. Cötes distinctement arrondis et dentelés. Angles anté-

IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (51):63-78, 15 mar. 1978

Notes sur quelques Crepidoderini... 73

rieurs coupés obliquement, bien accusés latéralement mais non proéminents. Surface nettement ponctuée (grossissement de 20 fois), points plus serrés vers les côtés, effacés entierement sur l’espace antébasal qui est convexe. Sillon antébasal fortement sinué avant l’Ecusson, parallele à la base extrême.

Elytres plus larges que le thorax, fortement ponctués (grossissement de 8 à 10 fois), points diminuant légêrement vers le sommet. Intervalles chacun avec une série reguliere de poils redressés, plans, les deux latéraux un peu convexes. Calus basilaire et dépression postbasilaire faibles, suture un peu relevée. Elytropleures étroits, angle sutural obtus, bord apical arrondi. Prosternum rugueux sur les Epimeres et entre les hanches. Se segment abdominal mat, convexe. Les 4 basitarsites antérieurs peu dilatés.

Semblable de E. finda BECHYNÉ & BECHYNÉ joues plus courtes, pontuation du thorax (qui est plus large) bien plus faible, les 4 basitarsites ‚anterieurs courtement ovalés (1,2 à 1,3 aussi longs que larges; presque deux fois aussi longs que larges chez E. /inda).

Epitrix linda BECHYNE & BECHYNE

1961, Bol. Mus. Goeldi, Zool. 33, p. 41. | BRASIL, Mato Grosso: Chapada dos Guimarães, de 18. à 25., 27., 29. et 303, 21 S.er 6.11.1961 (J. et B. Bechyné, Mus. Goeldi).

Epitrix nicotianae BRYANT, 1916 BRASIL, Mato Grosso: Fazenda Ricardo Franco (au Sud de Cuiabá), 14.111.1961 (. et B. Bechyné, Mus. Goeldi). Rio Grande do Sul: Porto Alegre, 18.V.1960 (Pe. P. Buck Igt. et coll.). f

Epitrix yanazara BECHYNE

1959, Beitr. neotr. Fauna 1, p. 321. PERÚ, Santa Ana: Huancayo, 6.X11.1972 (Baumann et M. Semel, Inst. Potato Center, Lima).

Epitrix ranquela insuavis BECHY & BECHYNE

1. lit., (Rev. Fac. Agron., Maracay). ECUADOR: 28.V.1975 (L. Valencia, Inst. Potato Center, Lima).

Epitrix harilana rubia BECHYNE & BECHYNE

l. lit., (Rev. Fac. Agron., Maracay). PERU, Lima: La Molina, 12.X1.1974 (E. Block, Inst. Potato Center, Lima).

Märgaridisa buritiensisn. sp.

BRASIL, Mato Grosso: Chapada dos Guimarães, 5.11.1961 (TYPE d), (J. et B. Bechyné, Mus. Goeldi): Buriti, 8.11.1961 (id.).

IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (51) :63-78, 15 mar. 1978

74 BECHYNE, J. & BECHYNÉ, B.S. de

Longueur d 1,3 mm, 99 1,7 mm. 3 exx.

Testacé rougeätre; labrum et les 3 derniers antennites, brun de poix; suture élytrale et élytropleures, rouge brun. Taille regulierement ovalée, dessus modérément brillant.

Tête imponctuée, sillons frontaux profonds, réunis au milieu du Front en un angle de 90°. Front une fois et demi aussi large que le diametre transversal d'un oeil, creusé d'une impression courte et profonde, située au dessus des sillons frontaux pres du bord postéro-interne des yeux. Calus surantennaires linéaires, bien convexe, deux foıs plus étroits que le sommet de la carêne longitudinale du clypéus. Cette derniere distinctement atténuée en avant, carêne transversale plus faible, oblique. Antennes atteignant le milieu des élytres, épaissies vers le sommet, 3€ article plus long que les voisins.

Thorax finement pointillé (grossissement de 50 à 80 fois), deux fois aussi large que long. Côtés subparalleles, presque droits. Angles antérieurs coupés três obliquement (déviation de 55 - 60°), latéralement à peine proéminents. Sillon antébasal ponctué au fond, sinué au milieu, profond, bien delimite lateralement par les sillons perpendiculaires. Base bisinuée, fortement rebor- dee, espace antébasal à peine convexe.

Elytres plus larges que le thorax, ovalés, ayant leur plus grande largeur avant le milieu. Elytropleures linéaires, calus basilaire et dépression post- basilaire à peine indique&s. Ponctuation disposée en séries longitudinales três regulieres, fines (grossissement de 20 ä 30 fois), diminuant fortement en arrıere, intervalle plans, les 3 latéraux subégaux, legerement plus larges que les discaux.

d. Les quatres articles basilaires des protarses modérément dilatés. 5€ segment abdominal avec une dépression triangulaire au milieu.

2. Pattes plus grêles. 5 segment abdominal réguliêrement convexe et largement arrondi en arriere.

Beaucoup plus petit que M. praesignata 1. lit. (Rev. Fac. Agron., Maracay); clypéus de conformation tout à fait different, thorax nettement- pointillé et le 5€ segment abdominal du d avec une dépression triangulaire.

Margaridisa flavescens (BALY) 1876

BRASIL, Rio Grande do Sul: Itacolomi, 23.11.1960 (Pe. Pio Buck Igt. et coll.); Vila Oliva, 8.1.1960 et 11.1.1961 (id.).

Margaridisa meran. sp.

BRASIL, Rondônia: Vilhena, 21. (TYPE Q) et 23.11.1961 (J. et B. Bechyné, Mus. Goeldi).

Longueur 99 1,8 mm. 2 exx. Testacé rougeätre, pattes plus päles, les 6 derniers antennites noirs. Taille ovalée, convexe, dessus brillant.

IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (51):63-78, 15 mar. 1978

Tête imponctuée. Front 1,2 fois aussi large que le diam£tre transversal d'un oeil. Sillons oculaires droits, bien sculptés, réunis au milieu du front en un angle de 120º. Calus surantennaires, assez longs, situés obliquement et réunis latéralement aux orbites (qui sont cariformes). Clypéus três court (joue ne dépassant pas 1/20 de la longueur de l’oeil), carêne longitudinale tuber- culiforme et fortement convexe entre les antennes, triangulairement dilatée et aplatie en avant. Antennes minces, atteignant le milieu des élytres, articles apicaux légerement Epaissis, chacun deux fois et demi aussi long qu'épais, articles 2 à 4 subégaux (concernant leur longueur), le 3€ três mince.

Thorax convexe, plus que deux fois aussi large que long. Côtés para- lleles, à peine arrondis. Angle anterieurs coupés obliquement, fortement proéminents latéralement en forme d'une dent três accentuée; les postérieurs droits. Disque imponctué, convexe, sillon antébasal profond, finement ponctué au fond, légerement sinué au milieu. Base avancée vers l’Ecus- son, ainsi l’espace antébasal est plus large au milieu que vers les cótés.

Elytres regulierement ovalés, ayant leur plus grande largueur pres du milieu, plus larges que le thorax. Calus basilaire et dépression postbasilaire faíbles. Base extrême relevée en bourrelet suivi d'une série transversale de grand points. Pontuation forte et três reguliere (grossissement de 8 à 10 fois), diminuant rapidement en arriêre. Intervalles plans, marginal legerement convexe en avant, aussi large que le 8€ ou le 9€ pres du milieu; le 8€ un peu atténué sous les épaules. Elytropleures linéaires, angle sutural arrondi. Saillie intercoxale du prosternum aussi large que les proépimeêres avant les hanches. 5€ segment abdominal arrondi en arriere. 1€r article des tarses. postérieurs aussi long que les 3 suivants réunis.

Par la pontuation élytrale à peu pres effacée dans le tiers apical, cette espece fait partie d'un petit groupe des formes plus ou moins concolores:

1 (6) Sillon antébasal du thorax faiblement sinué au milieu, presque droit, ponctué au fond. Base des élytres relevée en bourrelet qui est accentué par une série transversale de grand points.

2 (5) Taille grande, environ 2 mm. Les angles antérieurs du thorax ne sont pas proéminents latéralement. Intervalle latéral des élytres nettement plus large que le précédent.

3 (4) Les 5 derniers antennites sont noirs. Rouge testacé (Décrit comme testacé jáune ce qui se ratache aux exemplaires récemment recolectés. Le type changea sucessivement en dix ans du testacé au rouge testacé). 5€ segment abdominal du d aplati au milieu et legerement excavé, basitarsites du même sexe peu dilatés, les deux antérieurs triangulaires, les intermédiaires à côtés paralleles. Joues courtes chez les deux sexes, sie «dépassant pas) kl10\de.larlongueur de Poeil. ar „am or. ah beuziinny)irigseie Margaridisa benficana BECHYNE & BECHYNE.

4 (3) 7 derniers antennites obscurcis. Rouge brun. 5€ segment abdominal du

S aplati au milieu et muni d'une profonde excavation fovéiforme, les 4 basitarsites antérieurs du même sexe triangulaires, peu dilatés. Joue, chez les deux sexes, beaucoup plus longue, atteignant 1/3 de la lon- Sueuk lerdioeilsl. bios ass Ana Margaridisa triangularis n. sp.

IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (51):63-78, 15 mar. 1978

BECHYNE,J. & BECHYNE, B.S. de

BRASIL, Mato Grosso: Chapada dos Guimarães, 1. (LYPEÊO) et 2.11.1961 (. et B. Bechyné, Mus. Goeldi). 2exx, det 9.

5 (2) Plus petit, de 1,5 à 1,7 mm. Les 6 derniers antennites sont noirs. Angles antérieurs du thorax fortement pro@minents latéralement en forme d'une dent accusée. Les 3 intervalles latéraux à peu pres de la même largeut ..\... pois rogo Sea ae Margaridisa mera n. sp.

6 (1) Sillon antébasal du thorax nettement sinué au milieu, imponctué au

fond, base des élytres plane. Les 6 derniers antennites sont obscurcis.

Taille petite, 1,4 mm. Angles antérieurs du thorax bien accentués et

latéralement proéminents. Intervalle marginal des élytres, plus large

que les précédents. 5€ segment abdominal du &, coupé en ligne droite en arriere, partie coupée précédée par un profond sillon transversal, sinus profonds, atteignant 1,3 de la longueur totale du sternite.......

e rarenço eye dere ae ats: RA Margaridisa laevisulcata n.sp.

BRASIL, Para: Marituba, 1.VI.1961 (TYPES), 0. et B. Bechyné,

Mus. Goeldi). 1 ex.

Margaridisa hippuriphilina n. sp.

BRASIL, Mato Grosso: Burití, 8.11.1961 (J. et B. Bechyné, Mus. Goeldi).

Longueur 1,4 - 1,5 mm. 499.

Noir; clypéus brun; bouche, antennes et pattes, testacé. Chacun des élytres est ornés d'une grande tache antéapicale jaune, mal delimitée. Taille allongée-ovalée, convexe.

Tête peu brillant (réticulation bien visible sous le grossissement de 50 à 80 fois), imponctuée. Front presque deux fois aussi large que le diametre transversal d'un oeil, convexe entre les extrémités des sillons frontaux qui sont réunis au milieu en un angle de 120º. Au dessus des sillons frontaux, au niveau du bord postéro-interne des yeux, il se trouve une courte impression longitudinale. Calus surantennaires lin&aires. Carêne clypéales étroites, réunies en = T =. Antennes atteignant le milieu des élytres, legerement Epaissies vers l’extr&mite (articles apicaux bien-plus minces que le sommet des tibias antérieurs), articles 2 à 4 subégaux.

Thorax peu brillant (comme la tete), deux fois aussi large que long, cötes presque paralleles, três legerement arrondis. Angles antérieurs large- ment coupés obliquement, faiblement pro&@minents latéralement; les pos- terieurs presque droits, Epaissis. Sillon antébasal profond, presque droit, sillons perpendiculaires três courts, accentués par une élevation cariniforme du côté externe. Base bisinuée, espace antébasal dilaté au milieu et aplati.

Elytres plus larges que le thorax, fortement ponctués (grossissement de 8 à 10 fois) en séries longitudinales três réguliêres, points três diminues en arriere. Intervalles plans, calus basilaire et dépression postbasilaire effacés, angle sutural droit et três courtement arrondi. Pattes assez robustes, ler article des tarses postérieurs aussi long que les deux suivants réunis. 5€ seg- ment abdominal arrondi en arriere.

IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (51):63-78, 15 mar. 1978

Notes sur quelques Crepidoderini

Três bien caractérisé par la coloration (ressemblant à celle de Hıppu- ribhila modeeri L.) et par la conformation des sillons perpendiculaires du thorax.

Margaridisa genalisn. sp.

BRASIL, Mato Grosso: Chapada dos Guimarães, 19., 20. (TYPE 6), 24. et 25.1.1961 (J. et. B. Bechyné, Mus. Goeldi).

Longueur 1,0 - 1,1 mm. 8 exx.

Noir ou noir de poix; clypéus rougeätre; pattes (fémurs, surtout les posterieurs, exceptés) et antennes testacées, les 3 derniers antennites enfu- mes. Taille ovalée modérément convexe, dessus brillant, thorax mat.

Tête lisse (fig. 9), excepté un groupe de points setiferes pres des yeux au dessus des sillons oculaires et sur les orbites (ces derniers enfoncés). Front presque deux fois aussi large que le diametre transversal d'un oeil; bord interne des yeux presque droit et à peine divergent en arriere. Clypéus long (joue aussi longues que les yeux), carêne longitudinale peu convexe, trian- gulairement dilatée en avant, carêne transversale effacée; bord antérieur du clypéus émarginé. Antennes ne dépassant pas le 1€f tiers des élytres, Epaissies vers le sommet, articles 9 et 10 une fois et demi aussi longs qu’&pais le 11€ fortement épaissi.

4cm

Thorax réticulé (grossissement de 50 à 80 fois), bien deux fois aussi large que long, ayant sa plus grande largeur au milieu. Côtés régiliêment arrondis, sinués avant les angles postérieurs qui sont droits; angles anterieurs Epaissis et largement coupés obliquement, accusés, mais latéralement à peine proé- minents. Pontuation peu serrée, relativement forte (grossissement de 20 à 30 fois). Sillon antébasal bien marqué, sinué au milieu. Espace antébasal aplati, base fortement bisinuée.

IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (51):63-78, 15 mar. 1978

a BECHYNÉ, J. & BECHY NÉ, B.S. de

Elytres ovalés, plus fortement ponctués que le thorax, points disposés en séries longitudinales três réguliêres, diminuant en arriêre. Intervalles plans, le lateral dilaté et convexe. Calus basilaire et dépression postbasilaire effacés. Bord latéral du prostethium épaissi et rugueux, saillie intercoxale aussi large qu'une hanche.

d. Les quatres articles basilaires des protarses à peine dilatés. 5€ segment abdominal convexe longitudinalement, sinus petits, bord postérieur de la protubéranc centrale tronqué en ligne presque droite.

Q. Pattes à peine plus minces. 5€ segment abdominal réguliérement convexe et arrondi en arriere.

Espece três abérrante par sa tete prolongée en avant, les thoracopleures sont dépourvus des points setiferes.

INDICATION BIBLIOGRAPHIQUE 2

BALY, J.S. 1876. Descriptions of a new genus and of new species of Halticinae. Trans. R. ent. Soc. London, p. 581-602.

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IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (51):63-78, 15 mar. 1978

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série Zoologia

BL ISSN 0073-4721

Uma nova espécie de crustáceo argulideo no Rio Grande do Sul, Brasil (Branchiura, Argulidae). BEER HR BILDER MENA ss sussa pP. 3

Nota: Uma nova ave para o Estado do Rio Grande do Sul, Brasil. FLAVIO SILVA

Morfologia, histologia e ecologia de Mycetopoda legumen (MAR- TENS, 1888) - (Bivalvia, Mycetopodidae).

INGA LUDMILA VEITENHEIMER & MARIA CRISTINA DREHER ae A ehe no p. 33

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A new genus and species of Neotropical freshwater sponges. CECILIA VOLKMER-RIBEIRO & ROSARIA DE ROSA-BARBOSA p, 103

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Uma nova espécie de crustáceo argulideo no Rio Grande do Sul, Brasil (Branchiura, Argulidae ) *

Nice Maria Miceli da Silva**

ABSTRACT

In this paper the name Do/ops intermedia is given to a new species of the genus Do/ops AUDOUIN, 1837, to begin with this, a study on the ocurrence of these ectoparasites of fishes in South Brazil. The method used for conservation and study of the specimens is also described.

RESUMO

Com este trabalho, inicia-se um estudo sobre a ocorrência de Argulideos, ectoparasitos de peixes, coletados em águas doces, da região sul do Brasil.

Descreve-se uma nova espécie para o gênero DoJops AUDOUIN, 1837, além do método de trabalho empregado para conservação e observação destes animais.

INTRODUÇÃO

Em diversas coletas realizadas em cursos de água doce do Rio Grande do ul, notou-se a presença de pequenos animais aderidos ao corpo e brânquias - alguns peixes.

Em laboratório, identificaram-se estes animais como pertencentes à classe dos Crustáceos, família Argulidae.

Estes ectoparasitos de peixes, conhecidos como ‘‘piolhos de peixes”, foram assinalados em quase todos os continentes e, por este motivo, existe a possibilidade de um estudo comparativo, com as espécies sul-rio-grandenses.

Não obstante os diversos trabalhos existentes sobre este grupo, não se :ncontram estudos mais detalhados sobre taxonomia, biologia e distribuição da família Argulidae na região sul do Brasil.

Até agora, os gêneros citados para o Brasil são reduzidos e foram re- lacionados por RINGUELET em 1943. Mais tarde foi aumentado o número de espécies pelas descrições de LEMOS DE CASTRO, em 1950 e 1951.

O gênero Do/ops AUDOUIN, 1837, é neotropical e está representado no Brasil, por 6 espécies. Destas, apenas os machos de D. striata BOUVIER: 4899, são citados para o Rio Grande do Sul, coletados por H. VON IHE- RING, nos arredores de Porto Alegre, e descritos por THIELE em 1904.

O estudo das características morfológicas do material examinado, levou-

‚os diretamente a duas espécies do gênero Do/ops: D. discoidalis BOUVIER, :399 e D. striata BOUVIER, 1899.

* Aceito para publicação em 30/11/1977. Contribuição FZB n.º 055. ** Bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - Rio de Janeiro, RJ (T.C. n.º 267/76) no Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, Caixa Postal, 1188 - 90.000 Porto Alegre, RS, Brasil.

IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (52):3-29, 16 jun. 1978

4 SILVA, N.M.M. da A fim de dissipar dúvidas, comparou-se o material aqui coletado com exemplares de D. siriata lote n.º 6796 Z.M.B., recebidos do Museu de Berlim, e com um exemplar de D. discoidalis doado e determinado pelo Professor LEMOS DE CASTRO, do Museu Nacional e que passou a integrar a coleção do MCN como lote n.º 00214.

D. striata, foi descrito por BOUVIER a partir de 2 exemplares fêmeas recolhidos por M. Geay na Guiana Francesa. D. discordalis também foi descrito por BOUVIER, 1899, a partir de exemplares cotados por M. Geay na fronteira do Brasil com a Guiana Francesa.

Em 1943 RINGUELET descreveu um exemplar de D. discoidalis e fez a seguinte observação, à pág. 88: ‘‘... En realidad los caracteres especificos de D. discoidalis, y de D. striata, parecen algo confundidos. Los datos de los

- autores que han tratado la primeira de esas especies no condicen enteramen- tea,

Em 1948, o autor corrigiu o erro em que incorreu, descrevendo o exemplar argentino como D. striata, e citando as diferenças morfológicas que ocorrem entre as duas espécies.

Comparando-se o material examinado com o de D. sznata e o de D. discoidalis, motaram-se algumas diferenças morfológicas que nos levaram a optar por uma espécie nova, com características intermediárias entre as duas espécies precedentes, razão pela qual escolheu-se o nome de D. interme- dia.

A espécie que motivou este estudo apareceu parasitando hospedeiros distintos.

MATERIAL E MÉTODOS

No decorrer do trabalho, utilizaram-se diferentes processos de coleta e preparação de material.

Os peixes, à exceção daqueles que nos foram doados por terceiros, foram coletados com linha e anzol e examinados imediatamente após a sua saída da água. Em seguida os peixes eram colocados em recipientes de vidro contendo água do local de coleta e agitados por um espaço de tempo. Logo após realizava-se uma raspagem no corpo do animal. Colocava-se então apenas o material obtido no recipiente de vidro. Retiravam-se também as brânquias e examinaram-se as mesmas colocando-as depois em um recipiente menor, com o mesmo líquido do local de coleta. Passou-se, mais tarde, o líquido de ambos os recipientes, por uma peneira de 250 micrômetros e observou-se o material peneirado em um estereomicroscópio. Conservaram-se os ectoparasitos encontrados em álcool 70% .

Um casal de cada lote de argulídeos foi clarificado pela fervura em hidróxido de potásio a 10% durante 2 ou 3 minutos, dependendo do tamanho do parasito. Passaram-se os animais clarificados em álcool picrade a 2% durante 5 minutos.

Para a observação imediata ao microscópio montou-se o material em glicerina. Fizeram-se também lâminas permanentes.

Os desenhos foram feitos com o auxílio de um microscópio estereoscópio e outro biológico. A amplitude de variação e a média das medidas abaixo relacionadas estão presentes nos quadros de la VII.

IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (52):3-29, 16 jun, 1978

Uma nova espécie de crustáceo argulideo no... 5

Para as medidas usaram-se as seguintes abreviaturas:

Cc Comprimento total do animal

CC | Largura da carapaça

Cspc Comprimento do seio posterior da carapaça Ct Comprimento do tórax

La Largura do abdômen

Csa Comprimento do seio posteriordo abdômen Ca —- Comprimento do abdômen

Segundo RINGUELET 1943, usaram-se também as seguintes relações: C/CC; C/LC; CC/Cspc; CA/La; Ca/Csa.

Seguiram-se para a diferenciação das espécies os característicos considerados por MEEHEAN (1940), na seguinte ordem de importância:

1 Áreas respiratórias

2 Raios de sustentação das ventosas

3 Antenas (número de espinhos e seus arranjo) 4 Dentes basais das maxilas e post maxilares

5 Presença ou ausência de flagelos

Consultaram-se diversos autores, e estabeleceram-se outros catacteres secundários que nos pareceram de grande valia para a identificação de espécies do gênero Do/ops:

1 Presença de apêndice, junto ao gancho da maxila.

Dente mediano. Aspecto dos lóbulos do 4.º par de patas da fêmea. Aspecto da área frontal da carapaça Aspecto dos lóbulos do abdômen Aspecto do aparelho bucal

7 Presença ou ausência de espinhos ventrais e seu arranjo.

Foram examinados ao todo 150 exemplares de diversos peixes de água doce. Deste marerial isolaram-se 16 amostras de D. intermedia, todos eles parasitando o mesmo hospedeiro, Hoplias malabaricus, (Tabela I). Foram encontrados também 9 exemplares do mesmo argulídeo parasitando um outro hospedeiro, Crenicichla sp.

Um exemplar foi encontrado nadando livremente (lote n.º 00442) portanto, o hospedeiro é desconhecido.

Os demais peixes apresentavam outros parasitos e 97 peixes não estavam parasitados.

(Tabela 1).

CM Et ty |

Dolops intermedia sp. n. (Fig. 1-17)

Holötipo: Lote n.° 00489 MCN (macho). Localidade Tipo: Santo Antönio da Patrulha - RS, Brasil.

DESCRIÇÃO:

Fêmea - Carapaça de forma orbicular mais larga do que longa. Região anterior sem estreitamento. Lobos posteriores da carapaça arredondados, ultrapassando um pouco a base do abdômen, recobrindo as patas e deixando à mostra somente as extremidades do exo e endopoditos do 3.º e 4.º par de patas. Seio posterior da carapaça com bordas retas, divergentes e de com- primento igual a 1/3 do comprimento da mesma.

IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (52):3-29, 16 jun. 1978

6 SILVA, N.M.M. da

Área frontal ampla de forma trapezoidal. Área post-frontal de forma hexagonal. Área torácica semelhante a anterior. Olhos compostos grandes e bem separados pelas costelas interoculares, formando o lobo óptico. Olho ímpar pequeno e situado no centro da área cefálica.

Tórax com 4 segmentos livres, bem delimitados.

Abdomem mais largo do que comprido, de forma hexagonal, com lobos arredondados (em alguns exemplares um lobo recobre o. outro), mais estreito anteriormente; seio posterior abdominal não muito extenso e alcançando 1/3 do comprimento do abdômen. Papilas anais, basais, grandes e arredondadas.

Superfície ventral da carapaça apresentando espinhos ventrais dispostos em duas zonas. (Fig. 17). Os espinhos da zona lateral atingem o nível do 1.º par de patas, formando uma série de 8 filas oblíquas, de espinhos maiores e menores. Os espinhos da zona ântero-mediana, entre as antênulas e antenas, estão dispostos em filas duplas (no espaço entre os espinhos maiores encon- tram-se outros menores).

Na área marginal, até o nível do 1.º par de patas, encontra-se uma fileira de espinhos bem pequenos.

Antênulas com um grande e forte gancho lateral recurvado e um espinho póstero interno espesso e grande. Palpo antenular, com 1 artículo (Fig. 4).

Antenas com 4 artículos. O segundo corresponde à metade do primeiro, o terceiro 3,5 vezes "maior do que o segundo e 2,5 vezes maior do que o primeiro. Segmento. distal mais estreito do que o segundo, tendo o ápice arredondado e com 10-12 espinhos curtos. Segmento basal com 10 cerdas longas. Dente mediano grande e triangular de extremidade quase aguda (fig. 4).

Primeiro par de maxilas com 4 artículos espessos, sendo o último mais afilado que os anteriores, terminados por um forte gancho; ao lado do gan- cho encontra-se um prolongamento carnoso, de coloração mais clara, rom- budo e de comprimento igual ao do ganda, levando no ápice uma coroa de espinhos curtos (fig. 8).

Artículo basal do 2.º par de atas com 3 dentes fortes, retangulares, achatados e de bordas retas; o interno mais largo que longo; intermediário sub-igual ao interno; o externo 1,5 vezes maior que o interno, mais largo que longo e mais estreito que os outros dois. O último segmento termina por uma saliência semiesférica apresentando ganchos na periferia (fig. 6). Área central com 15 cerdas longas (fig. 15).

Um par de dentes post-maxilares grandes, achatados de bordas retas e de formato retangular, mais largo do que longo.

Armadura bucal semelhante ao de D. striata.

Quatro pares de patas, com cerdas pinuladas na periferia. Coxas e bases com uma expansão achatada de bordas retas tendo cerdas pinuladas nas bordas. Quarto par de patas com uma expansão aliforme arredondada maior que a anterior (fig. 14). Os três primeiros pares de patas, com um flagelo delgado, com cerdas pinuladas sobre o lado externo. O flagelo do 3.º par de

IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (52):3-29, 16 jun. 1978

Uma nova espécie de crustáceo argulideo no... 7

patas menor que os anteriores. Os endopoditos são maiores que os exo- poditos.

Áreas respiratórias, em número de duas. A primeira é grande e curva, apresentando as extremidades arredondadas, com 2 reentrâncias internas formando entre elas uma saliência de aspecto triangular. Destas reentrâncias uma é menor e menos profunda. A segunda área respiratória é ovalada, mais interna e colocada em frente a segunda reentrância da área maior (Fig. 2).

Macho Menor que a fêmea de 0,58 mm à 1,92 mm. Os testículos são trilobados (Fig. 16). As manchas da carapaça são menos numerosas do que nas fêmeas. Na coxa do 3.º par de patas aparece uma saliência, na borda superior, curva e com espinhos na periferia. (Fig. 12).

Cor Fêmea e machos apresentando a superfície dorsal.da carapaça em tom esverdeado com manchas escuras.

Entre as manchas da periferia e as mais internas aparece uma zona mais clara. Abdômen com manchas igualmente escuras formando um rendado. Superfície ventral mais clara do que a dorsal.

Dimensões As fêmeas são sempre maiores do que os machos, varian- do suas medidas de 0,46 mm a 2,34 mm.

D. intermedia foram examinados 24 exemplares de parasitos, todos coletados no Rio Grande do Sul. Brasil, Rio Grande do Sul; Arroio Teixeira, 39 e 4.6, Ie 11/73. W. Quadros (MCN n.º 00401); Santo Antonio da Padrulha, 19, 1/X/73, S. Barcellos (MCN n.º 00489) HOLOTIPO; 4 Q e 1 d, 2/X1/73, S. Barcellos(MCN 00216); 2 Pe 1&, 10/X73, S. Barcellos (MCN n.º 00218); 39e2d, 2/X1/73, S. Barcellos (MCN n.º 00217); 1 d , 10/X/73, S. Barcellos (MCN n.º 00489): Pantano Grande, 1d , 4/1/76, N. Silva (MCN n.º 00402); Guaíba, Q , 4/1/76, E. Lanzer (MEN n.º 00442). D. striata

Brasil, Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 1 &, 1904 (Zool. M. Berlin n.º 6796). D. discoidalis

Brasil, Amazonas, Alto Xingu, 1 2, (MCN n.º 00214). Doado e determinado pelo Professor Lemos de Castro. (MNR]J)

TABELA 1

NÚMERO E PERCENTUAL DE ANIMAIS PARASITADOS POR DOLOPS INTERMEDIA

N.º de peixes examinados 100% N.º de peixes parasitados por outros parasitos 28,67%

N.º de peixes parasitados por DoJops inter- media 6,67% N.º de peixes não parasitados 35,34%

IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (52):3-29, 16 jun. 1978

/

8 SILVA, N.M.M. da

DISCUSSÃO

Estes parasitos da subclasse Branchiura, gênero Do/ops, caracterizam-se pela presença da 1.º maxila armada com um forte gancho, que os diferen- ciam do gênero Argulus que apresentam a 1.º maxila transformada em ventosa.

D. intermedia assemelha-se em alguns caracteres morfológicos a duas espécies: D discoidalis BOUVIER, 1899 e D. striata BOUVIER, 1899.

D. intermedia distingue-se de D. striata pela carapaça: sem reentrância anterior, pela distância maior entre os lobos posteriores e divergência das bordas internas dos lobos posteriores (razão pela qual deixa à mostra as expansões aliformes do 4.º par de patas); os lobos ópticos mais largos; áreas respiratórias semelhantes sendo no entanto a anterior mais larga na parte superior e mais curva, (tendo a primeira reentrância bem mais profunda) e a posterior menor e situada mais próxima da segunda reentrância da área anterior; prolongamento carnoso anexo ao gancho da 1.º maxila que difere em forma e tamanho pois enquanto em D. strzata é menor que o gancho e sem armadura em D. intermedia é do mesmo tamanho do gancho e com a extremidade armada com pequenos espinhos. Os dentes da 2.º maxila em D. striata são do mesmo comprimento enquanto que em D. intermedia o externo é mais curto que os anteriores, tendo ainda no segundo o terceiro segmentos da segundo maxila agrupamentos da cerdas (Fig. 5). Estas cerdas não aparecem nas descrições de BOUVIER, HIELE e RINGUELET, para D. striata. No exame feito no material tipo de D. strzata, não observou-se os agrupamentos de cerdas que acima nos referimos para D. intermedia, visto que não poderia-se clarificar o espécimem.

Área central do segundo segmento basal da 2.2 maxila com 15 cerdas longas. Em D. striata aparecem “'9 espinitas’’ segundo RINGUELET, 1943. Abdômen de forma hexagonal, com löbulos posteriores mais arredondados.

D. intermedia distingue-se de D. discoidalis principalmente, pela forma do abdômen que nesta espécie é trapezoidal e mais alargado poste- riormente; pela forma das áreas respiratórias, pelo número e disposição dos espinhos ventrais da carapaça, pela forma dos dentes da 2.º maxila. A forma da carapaça de D. intermedia é semelhante a de D. discoidalis.

D. intermedia difere ainda das outras pela presença no 3.º par de patas do macho de uma saliência curva e espinhosa que não é citada para as espécies anteriores (Fig. 12), e que não foram observadas no exame do tipo de D. siriata e do exemplar de D. discordalıs.

AGRADECIMENTOS

Agradecemos ao Professor ALCEU LEMOS DE CASTRO, pela acolhida durante a nossa visita para observação de material da coleção de argulideos do Meus Nacional do Rio de Janeiro.

Ao professor Dr. JOSE W. THOMÉ que nos proporcionou o recebimento de material para exame provenientes do Museu de Berlim.

IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (52):3-29, 16 jun. 1978

Uma nova espécie de crustáceo argulideo no... 9 EIS een)

Ao professor ARNO ANTONIO LISE pela colaboração prestada no desenvolvimento de nosso trabalho. Em particular, ao professor JOSE F. AMATO; da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, pelo grande incentivo e orientação, sem os quais seria impossível a realização deste trabalho.

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0 SILVA,N.M.M. da

QUADRO I

HOSPEDEIRO: HOPLIAS MALABARICUS LOCALIDADE: SANTO ANTÖNIO DA PATRULHA, RS

Média das | Variação das Média das medidas medidas medidas em mm em mm em mm

Variação das RELAÇÕES medidas em mm

(1,72) (1,39) (1,59) (0,47) (0,42) (0,71) (0,17) (0,45)

C/CC (1,24) C/LC (1,08) CC/LC (0,87) CC/ Cspc (2,96) Ca/C (0,26) Ca/La (0,63) Ca/Csa (2,65)

IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (52):3-29, 16 jun. 1978

Uma nova espécie de crustáceo argulideo no... U QUADRO I

HOSPEDEIRO: HOPLIAS MALABARICUS LOCALIDADE: SANTO ANTÖNIO DA PATRULHA, RS

lote n.º 00218

MEDIDAS E Variação das | Média das | Variação das | Média das RELAÇÕES medidas medidas medidas medidas em mm em mm em mm em mm

(1,39 1,82) (1,76) (1,03 1,46) (1,38) (1,19 1,74) (1,63) (0,33 0,53) (0,47) (0,27 0,45) (0,41) (0,39 0,62) (0,67) (0,06 0,14) (0,20) (0,31 0,43) (0,47)

(1,24 1,34) (1,28) (1,04 1,16) (1,08) (0,83 0,86) (0,85) (2,75 3,12) (2,94) (0,22 0,24) (0,27) (0,70 0,80) (0,70)

Ca/Csa (3,00 4,80) (2,35)

IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (52):3-29, 16 jun. 1978

12. SILVA,N.M.M.da

QUADRO III

HOSPEDEIRO: HOPLIAS MALABARICUS

LOCALIDADE: SANTO ANTÔNIO DA PATRULHA, RS

lote n.º 00217

MEDIDAS E

Média das medidas em mm

Média das medidas em mm

Variação das medidas em mm

Variação das medidas em mm

RELAÇÕES

(1,49 2,00) (145: 1550) (1,38 1,84) (0,39 0,53) (0,34 0,45) (0,63 0,66) (0,14 0,17) (0,38 0,47)

(1,25 1,30) (1,06 1,09) (0,83 0,86) (2,89 3,00) (0,24 0,26) (0,60 0,75) (2,24 3,36)

Ca/Csa

IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (52):3-29, 16 jun. 1978

Uma nova espécie de crustáceo argulideo no... 13 QUADRO IV

HOSPEDEIRO: CRENICICHLA SP. LOCALIDADE: ARROIO TEIXEIRA, RS

lote n.º 00401

Média das Média das medidas medidas em mm em mm

MEDIDAS E

Variação das medidas em mm

Variação das medidas em mm

RELAÇÕES

(0,46 0,71) (0,58 0,85)

(0,35 0,58) (0,46 0,66) (0,43 0,69) (0,53 0,75) (0,10 0,20) (0,10 0,21) (0,08 0,14) (0,08 0,17) (0,13 0,24) (0,21 0,31)

(0,05 0,06) (0,12 0,17)

(0,05 0,08) (0,14 0,21)

(1,22 181) (1,03 1,10) (0,81 0,87) (2,90 3,50) (0,24 0,26) (0,67 1,31) (2,00 3,40)

(1,26 1,29) (1209 1,13) (0,97 0,88) (2,94 4,60) (0,24 0,36) (0,67 0,88) (2,33 4,20)

Ca/Csa

IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (52):3-29, 16 jun. 1978

QUADRO V

lote n.º 00442

MEDIDAS E Variação das Medidas em mm.

RELAÇÕES

Ca/Csa (3,33)

IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (52):3-29, 16 jun. 1978

SILVA, N.M.M. da

Média das Medidas em mm.

Uma nova espécie de crustáceo argulideo no...

QUADRO VI

HOSPEDEIRO: HOPLIAS MALABARICUS

lote n.º 00402

Variação das Medidas Média das Medidas MEDIDAS E em mm. em mm.

RELAÇÕES

Ca/Csa (2,94)

IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (52):3-29, 16 jun. 1978

16 SILVA,N.M.M. da

QUADRO VII

HOSPEDEIRO: HOPLIAS MALABARICUS LOCALIDADE: SANTO ANTÔNIO DA PATRULHA, RS

lote n.º 00489 Média das

Média das medidas medidas em mm em mm

MEDIDAS E

Variação das medidas em mm

Variação das medidas em mm

| RELAÇÕES

(1,43) (1,74)

(0,99) (1,33) (1,17) (1,62) (0,31) (0,47) (0,26) (0,39) (0,50) (0,74) (0,13) (0,16)

(0,35) (0,45)

(1,44) (1,31)

(1,22) (1,07) (0,85) (0,82) (3,19) (2,83) (0.24) (0.26) (0,70) (0,61) Ca/Csa (2,69) (2,81)

IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (52):3-29, 16 jun. 1978

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Fig. 1 Abdômen do macho Fig. 2 Áreas respiratórias

Fig. 3 Ovos

Fig. 4 Antênula, antena e dente mediano do macho Fig. 5 Grupo de cerdas das maxilas Fig. 6 Detalhe da extremidade da 2.º maxila da fêmea

IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (52):3-29, 16 jun. 1978

Uma nova espécie de crustáceo argulideo no...

IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (52):3-29, 16 jun. 1978

20 SILVA,N.M.M. da

Fig. 7 Área central da segunda maxila do macho

Fig. 8 Detalhe da extremidade da 1.2 maxila da fêmea

IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (52):3-29, 16 jun. 1978

Uma nova espécie de crustáceo argulideo no...

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IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (52):3-29, 16 jun. 1978

ILV .M.M. o pe A E A ; 21 ©.2.0 5:

Fig. 9 Vista dorsal da femea

IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (52):3-29, 16 jun. 1978

Uma nova espécie de crustáceo argulideo no...

IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (52):3-29, 16 jun. 1978

24 SILVA, N.M.M, da

Fig. 10 Segunda maxila da fêmea

Fig. 11 Segunda maxila do macho

Fig. 12 Detalhe da coxa do 3.º par de patas do macho

Fig. 13 Detalhe da extremidade da primeira maxila do macho Fig. 14 4.º par de patas e papilas anais da fêmea

Fig. 15 Área central da 2.º maxila da fêmea

IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (52):3-29, 16 jun. 1978

Uma nova espécie de crustáceo argulideo no...

IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (52):3-29, 16 jun. 1978

26 : SILVA, N.M.M. da

Fig. 16 Vista dorsal do macho

IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (52):3-29, 16 jun. 1978

Uma nova espécie de crustáceo argulideo no...

IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (52):3-29, 16 jun. 1978

27

28 SILVA,N.M.M. da

Fig. 17 Vista ventral da região anterior, mostrando a disposição dos espinhos na fêmea.

IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (52):3-29, 16 jun. 1978

Uma nova espécie de crustáceo argulideo no...

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IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (52):3-29, 16 jun. 1978

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NOTA: Uma nova ave para o Estado do Rio Grande do Sul, Brasil.*

Flávio Silva*

Durante uma viagem de estudos e coleta para o nordeste do Rio Grande do Sul, o Estado mais ao sul do Brasil, em dezembro de 1975, foi visto um casal de Saira-chapéu-preto, Nemosia pileata, na copa de árvores altas, na densa floresta às margens do Rio Uruguai (28°09’ S - 55º36' W), perto do Rincão do Faxinal, Município de São Borja. Um macho foi coletado e de- positado na coleção do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, registrado sob número MCN 0275.

De acordo com IHERING (1899), GLIESCH (1930), PINTO (1944), CAMARGO (1962) e SCHAUNSEE (1970), a distribuição na América do Sul, para esta subespécie vai de norte para o sul do Brasil, até São Paulo e oeste de Mato Grosso. Conforme PINTO (1944), o presente espécime perten- ce à subespécie N. bp. baraguayensis.

Mais uma espécie é acrescida portanto, à lista de aves do Estado do Rio Grande do Sul, ficando ampliada a distribuição de Nemosia pileata. Dimensões: asa: 74 mm; cauda: 52 mm; cúlmen: 12 mm; peso: 20,0g; bico: preto; pés: amarelados; íris: amarelada.

During a collecting trip to the northwestern of Rio Grande do Sul, the southernmost State of Brazil, on December 1975, I saw a pair of Hooded Tanager Nemosia pileata dwelling in the crowns of the tallest trees in a dense forest at the border of the Rio Uruguai (28°09’ S - 55º36' W), near Rincão do Faxinal, São Borja country. One male is now in the collection of the “Museu de Ciências Naturais a Fundação Zoobotänica do Rio Grande do Sul’’, register number MCN 0275.

Consulting IHERING (1899); GLIESCH (1930); PINTO (1944); CA- MARGO (1962); SCHAUENSEE (1970) and BELTON (1973, 1974) I rea- lized that this species has not been recorded for this State yet. According to SCHAUENSEE (1970) the distribution in south America of this species goes from north to south of Brazil, São Paulo, and west of Mato Grosso. Accor- ding to PINTO (1944) the present specimen may belong to the subspecies N.p paraguayensıs.

Dimension wing: 74 mm; tail: 52 mm; culmen: 12 mm; weight: 20.0g; bill: black; feet: yellowish; iris: yellowish.

* Aceito para publicação em 11/1V/1977. Contribuição FZB n.º 057.

** Pesquisador do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotänica do Rio Grande do Sul, Caixa Postal 1188, Porto Alegre, RS.

JHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (52):31-32, 16 jun. 1978

SILVA, F.

32 -

REFERENCIAS BIBLIOGRÄFICAS

BELTON, W. 1973. Some additional birds for the State of Rio Grande do Sul, Brasil. Auk,

Cambridge, Mass. 90(1):94-9. 1974. More new birds for Rio Grande do Sul, Brasil. Auk, Combridge, Mass. 91(2):429-

32% CAMARGO, O. 1962. Aves sul-riograndenses do Museu de Caça e Pesca. Pesquisas, São Leopol-

do, 14:1-67. GLIESCH, R. 1930. Lista das aves coligidas e observadas no Estado do Rio Grande do Sul.

Egatea, Porto Alegre, 15(5):276-92. IHERING, H. von. 1899. As aves do Estado do Rio Grande do Sul. Annuario do Estado do Rio

Grande do Sul para o ano de 1900, Porto Alegre, Grundlach, p. 113-54. SCHAUENSEE, R. Meyer de. 1970 A guide to the birds of South America. Wynnewood, 470p.

IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (52):31-32, 16 jun. 1978

Morfologia, histologia e ecologia de Mycetopoda legumen(MARTENS, 1888)- (Bivalvia,

Mycetopodidae )* Inga Ludmila Veitenheimer** Maria Cristina Dreher Mansur*** RESUMO

Destacam-se aspectos ecológicos, conquiliolögicos, morfo-anatômicos funcionais e histo- lógicos da espécie Mycetopoda legumen (MARTENS, 1888) através do exame de grande número de espécimes e topótipos. Comparam-se, em parte, os dados com os demais bivalves das famílias Mycetopodidae e Hyriidae. Pela primeira vez menciona-se o encontro de lasídio maduro de Mycetopoda legumen.

ABSTRACT

Ecological as well as conchological, functional-morpho-anatomical and histological aspects of Mycetopoda legumen (MARTENS, 1888) are pointed out upon study of topotypes and of a large number of specimens. The authors offer a comparative approach with other bivalves of the Families Mycetopodidae and Hyriidae. Also mature ‘'lasidia’’ of M. legumen were seem for the fist time.

INTRODUÇÃO

O gênero Mycetopoda ORBIGNY, 1835 acha-se restrito à América do Sul. Segundo BONETTO (1962) resultam válidas somente as seguintes espécies: Mycetopoda siliguosa (SPIX, 1827), M. soleniformis ORBIGNY, 1835 e M. legumen (MARTENS, 1888).

Para as bacias hidrográficas do Rio Grande do Sul, Brasil, registra-se (MANSUR, 1970) apenas a ocorrência de Mycetopoda legumen. Revisando a bibliografia constata-se que os estudos sistemáticos para o gênero baseiam-se em caracteres conquiliológicos e em alguns detalhes morfológicos, como: aspecto do pé, formato dos palpos labiais, abertura supra-anal e sua loca- lização em relação ao músculo adutor posterior. Entre os autores que efe- tuaram estes estudos pode-se citar ORBIGNY (1846), SIMPSON (1914), ORTMANN (1919/21), IHERING (1890, 1910, 1921, 1923), DOEILO- JURADO (1915, 1923) e BONETTO (1962).

* Aceito para publicação em 29/1V/1977. Contribuição FZB n.º 059. Executado em parte com o auxílio da Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (Biologia 131/74).

* Pesquisador do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul. Cx. Postal 1188 - Porto Alegre, RS, e Bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) Rio de Janeiro (Proc. n.º 4964/69).

** Pesquisador do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul e Bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) Rio de Janeiro (Proc. 8337/67).

IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (52):33-71, 16 jun. 1978

34 VEITENHEIMER, I. L. & MANSUR,M.C.D.

MARTENS (1888) descreve a espécie Mycetopoda legumen como Anodonta legumen e, para tanto, baseia-se apenas em alguns caracteres conquiliolögicos, fornece medidas e não apresenta ilustrações.

IHERING (1890) situa a espécie de MARTENS (1888) dentro do gênero Mycetopoda ORBIGNY. 1835, levando em conta apenas aspectos da concha, enquanto que SIMPSON (1900) considera-a como G/abaris (= Anodonta).

DOELLO-JURADO (1915) foi o primeiro a realizar o exame das partes moles do animal, oferecendo uma rápida descrição morfológica e funcional do que é utilizado como caráter diferencial para o gênero. O mesmo autor confirmou a espécie Anodonta legumen MARTERNS, 1888 como pertencen- te a Mycetopoda.

BONETTO (1962) chama a atenção para a presença em M. /egumen, de uma abertura supra-anal mais desenvolvida que nas demais espécies do gênero, assemelhando-a a Anodontites. Salienta também, como detalhe anatômico diferencial, o formato dos palpos labiais.

BONETTO & EZCURRA (1965) descrevem o lasídio de Myceztopoda siliquosa (SPIX, 1827) considerando-o bastante similar ao de Anodontites trapezeus (SPIX, 1827). Não referência alguma na literatura ao lasídio de M. legumen.

BONETTO & DI PERSIA (1975) nas considerações finais da análise dos fatores que regulam a distribuição e estrutura da população de pelecípodes do Arroio ‘‘Ayui Grande’’, assinalam que sendo Mycetoboda legumen uma espécie marcadamente estenöica tem seu ‘'asentamiento’’ no substrato con- dicionado à presença de ‘‘lente’’ de argila endurecida.

O presente trabalho, juntamente com outros publicados pelas autoras MANSUR (1972, 1973 e 1974) e VEITENHEIMER (1973 a, b), objetiva lançar critérios sistemáticos para as espécies das famílias Mycetopodidae e Hyriidae e avaliar se os critérios até agora utilizados são de valor real.

MATERIAL E MÉTODO

Para a conquiliologia utilizou-se material da coleção do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul (MCN) e

do Museu de Ciências da Pontifícia Universidade do Rio Grande do Sul (MCPP).

MATERIAL EXAMINADO:

BRASIL. Rio Grande do Sul: São Leopoldo, Arroio da Manteiga, Riacho que desemboca na margem direita do Arroio da Manteiga (Banhado de São Leopoldo), 23.1V.1975, V. L. Lopes leg (MCN 4159, 20 ex.); Arroio da Manteiga, 12.X1.1975, I. L. Veitenheimer leg (MCN 4537, 2 ex.); Porto Alegre, Sede Campestre do Teresópolis Tênis Clube, entre Ponta Grossa e Ponta da Cuica, 19.11.1975, I. L. Veitenheimer & V. L. Lopes leg (MCN 4107, 16 ex.); Viamão, Lagoa do Casamento, 11.1V.1975, I. L. Veitenheimer

IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (52):33-71, 16 jun. 1978

Morfologia, histologia e ecologia de Mycetopoda legumen... 35

leg (MCN 4130, 2 ex.); Rio Pardo, 15.X11.1967, A. Lise leg (MCPP 679,1 ex.).

Na conquiliometria empregou-se o ınetodo indicado por KEEN (1963) e para a obtenção dos índices, o método citado por VEITENHEIMER (1973 b): índice do comprimento do umbo em relação ao compriento da valve (ICU); índice da altura maior da valve pelo seu comprimento (IAM). Empregou-se também o cálculo de Correlação Linear Produto-Momento de PEARSON entre: comprimento total e altura; comprimento total e comprimento do umbo. A amostra estudada corresponde a um n = 33. As medidas estão expressas em mm.

Na realização da dissecação e desenhos usaram-se espécimes vivos imersos em água e anestesiados em mentol ou, espécimes fixados em álcool a 70%. As correntes ciliares foram observadas em exemplares vivos, mergu- lhados em água, empregando-se de carmin e carborundum F 3.

A anatomia foi complementada por detalhes histológicos, através do exame de cortes seriados de 10 micrômetros. Para tanto os espécimes foram anestesiados com o mentol e fixados a seguir em Bouin-Duboscq-Brasil. Para coloração utilizaram-se os métodos de hematoxilina eosina e tricrômico de Masson-Goldner.

O lasídio foi medido com auxílio de ocular micrométrica.

A análise granulométrica do sedimento foi realizada pelo Laboratório de Sedimentologia do Departamento de Mineralogia e Petrologia da Univer- sidade Federal do Rio Grande do Sul. As amostras foram peneiradas através de uma série de tamis. O material retirado de cada tamis foi pesado, sendo o resultado expresso em forma de percentagem do peso total da amostra.

ASPECTOS ECOLÓGICOS

Os animais vivos foram coletados no Arroio da Manteiga (Banhados de São Leopoldo) São Leopoldo, Rio Grande do Sul e no rio Guaíba, junto à sede Campestre do Teresópolis Tênis Clube, próxima a Ponta da Cuica, Porto Alegre, RS. Estas localidades pertencem a mesma bacia hidrográfica, que o Arroio da Manteiga é afluente do Rio dos Sinos que desagua no Guaíba. Os exemplares tanto de um lugar como de outro encontravam-se próximos à margem, totalmente enterrados e ‘‘...vivent en grandes families dans les mêmes lieux’’ como ORBIGNY (1846:601) descreve para o gênero. Por se tratar de época pouco chuvosa (março, abril e novembro), a água cobria o fundo formando somente uma delgada película de poucos centímetros e, em certas zonas o substrato apresentava-se apenas encharcado. Nestas condições os bivalves encontravam-se totalmente enterrados, deixando uma fenda de aproximadamente 1 cm, facilitando sua visualização para captura. Quando a água encobre o substrato, não condições de vê-los, pois segundo DOELLO- JURADO (1915) “El animal se hunde verticalmente hasta que el borde posterior queda a flor de tierra, apenas visible”. Por isto, muitas vezes, o coletor é levado a acreditar que não ocorram no local onde estão sendo

IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (52):33-71, 16 jun. 1978

36 VEITENHEIMER, I. L. & MANSUR,M.C.D.

realizadas coletas de material dulciaquícola. Os exemplares obtidos no rio Guaíba achavam-se próximos ou entre a vegetação de juncos, enquanto que os do Arroio da Manteiga estavam afastados de qualquer tipo de vegetação aquática. O rastro característico deixado pelos demais bivalves em desloca- mento horizontal, quando ocorre o abaixamento do nível das águas, confor- me HEBLING (1971 e 1974), não foi observado para M. /egumen em ne- nhum dos locais de coleta. Portanto é válida para M. /egumen a constatação feita por BONETTO (1962) e BONETTO & DI PERSIA (1975:144 rodapé) para as espécies M. siliquosa e M. soleniformis, isto é, possuem somente capacidade para efetuar deslocamento vertical dentro dos orifícios onde vi- vem. A coleta destes animais é bastante difícil, pois fixam-se firmemente através do poderoso pé. A porção distal deste é mais dilatada e funciona como se fosse uma âncora. Quando iniciada a captura, procuram enterrar-se o mais profundamente possível, conseguindo escapar se não forem coletados com rapidez. Ao serem retirados do substrato, mostram o com sua má- xima distenção e a extremidade livre bastante entumecida. Observou-se, em vários espécimes logo que capturados, a expulsão de um jato incolor pela porção distal do pé. Este fato foi descrito pela primeira vez por DOELLO- JURADO (1915) para M. /egumen, comentando tratar-se de um fenômeno semelhante ao ocorrente em um certo Anodonta da Europa.

Foi possível conservar em aquário 28 exemplares durante um ano. Quando colocados, após a coleta, esperou-se que houvesse mortandade, como ocorre com os demais bivalves dulciaquícolas de outros gêneros: isto é, uma seleção com a eliminação dos espécimes mais debilitados e sensíveis à coleta e mudança ambiental. Entretanto isto não ocorreu com os Mycetopoda legumen coletados, que se adaptaram ao novo habitat. O fundo do aquário, usado para o estudo desta espécie, está constituído por areia de grãos bastante grossos (Tabela II). Apesar de ser este um ambiente totalmente estranho ao animal, uma parte dos indivíduos conseguiu enterrar-se parcialmente, sem distenderem totalmente o pé, porém apresentando a extremidade distal deste com dilatação. Os indivíduos assim semi-enterrados, ficam com as valves levemente abertas, manto e abertura supra-anal totalmente fechada, per- cebendo-se apenas as aberturas inalante e exalante. A primeira ornada por tentáculos fracamente visíveis e a segunda com as bordas lisas.

Ao serem realizados exames ao vivo das brânquias e palpos labiais dos animais conservados em aquário, observou-se a presença de grande quan- tidade de ciliados da ordem Holotricha, na água que banhava estas estru- turas. No estômago dos M. /egumen, também mantidos em aquário, pode-se constatar a presença de grande número de Diatomaceas, entre as quais foi possível identificar os gêneros Eunotia, Surirella e Coconeis; um número reduzido de clorofíceas dos gêneros Scenedesmus e Cosmarium.

Coletou-se, próximo a Lagoa do Casamento em Viamão, RS, conchas de bivalves, entre as quais de M. /egumen, cujas partes moles haviam sido utilizadas como alimento por aves. O ornitólogo Flávio Silva do MCN, con- seguiu surpreender neste local um ‘‘Caräo’’ (Aramus guarauna) alimentan-

IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (52):33-71, 16 jun. 1978

Morfologia, histologia e ecologia de Mycetopoda legumen... 37

do-se de bivalves. Nota-se que as aves atacam a concha em suas regiões mais fracas, por exemplo, nas espécies da família Mycetopodidae, partem uma das valves pela região ventral e nas da família Hyriidae pela região do músculo adutor anterior ou posterior.

Os espécimes em estudo foram encontrados com outros e o No rio Guaíba: 5 exemplares de Anodontites trapesialis (LAMARCK, 1819), 15 exemplares de Castalia undosa martensi (IHERING, 1891), 9 exemplares de Monocondylaea minuana ORBIGNY, 1835, vários exemplares de Neocor- bicuda limosa (MATON, 1809), 25 exemplares de Diplodon sp. e 27 exem- plares de Anodontites sp. No Arroio da Manteiga: 4 exemplares de Anodon- tites trapesialis, 1 exemplar de Anodontites sp. e 38 exemplares de Dzp/odon sp.

As amostras de sedimento foram retiradas dos locais onde se coletaram os M. legumen e do aquário onde os animais se se encontram vivos. Do Arroio da Manteiga, São Leopoldo, foram obtidas amostras desde a superfície até uma profundidade de 15 cm; do rio Guaíba, Ponta da Cuica, a amostra vai desde a superfície até uma profundidade de 10 cm; no aquário do MCN, o substrato apresenta uma espessura que varia em torno de 8 cm.

Os dados obtidos através da análise granulométrica destas amostras constam na Tabela II.

Comparando-se as análises referentes aos locais de coleta, constata-se que uma homogeneidade quanto ao tipo de substrato, isto é, basicamente arenoso.

Entretanto, no trabaho de BONETTO & DI PERSIA (1975), pode-se verificar que, apesar do substrato ser francamente arenoso, a ocorrência de M. legumen está condicionada a presença de formações lenticulares de argila endurecida. Mais adiante, no mesmo trabalho, os autores concluem que a espécie sempre se desenvolve em substrato argiloso muito compacto. DOELLO-JURADO (1915) menciona ter coletado exemplares em fundo de areia e outros em ‘‘'fondo blando, fangoso, de arcilla com un poco de arena y tierra vegetal...’’. ““este parece ser su habitat normal”. BONETTO (1962) acredita que a espécie parece ser bastante comum ‘‘...en fondos limosos o limoarcillosos...””

Os locais “ônde se coletaram os exemplares para o presente estudo, apresentam águas calmas e abrigadas, o fundo é endurecido e compacto dando a impressão, no primeiro momento, de que o mesmo deve conter argila e lodo em sua composição. Após a realização da análise granulométrica do sedimento constatou-se que os substratos são constituídos por areia fina (Tabela II) não contendo os elementos citados acima.

Vê-se, até agora, que um substrato constituído por sedimentos finos: quer lodo, argila ou areia fina, é importante para a ocorrência da espécie. Estas conclusões são reforçadas pelas observações realizadas no aquário, onde foi colocado sedimento grosseiro. Neste os exemplares tentaram enterrar-se, alguns conseguiram parcialmente, outros desistiram e permaneceram deitados sobre o fundo.

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Caso fossem forçados a enfrentar um substrato idêntico num ambiente natural, provavelmente não teriam condições de sobrevivência.

BONETTO & DI PERSIA (1975) acreditam estar a ocorrência da espécie condicionada à presença da argila porém nos locais de coleta, do presente trabalho, encontrou-se areia fina. Embora estes sejam resultados diferentes, existe um fator comum observado: a compactação do terreno. Portanto, acredita-se que a mesma também seja um fator muito importante na dis- tribuição de Mycetopoda, pois permite que os mesmos permaneçam prati- camente imóveis durante todo seu período de vida, escondidos no mesmo orifício, quase que ““enrraizados”” no solo através da dilatação distal do pé.

CONQUILIOLOGIA

Eq

A concha é alongada, lanceolada, equivalve, inequilateral, com a extremidade anterior arredondada e a posterior formando uma ponta de tendência ventral. Umbo pouco proeminente, de posição anterior em relação ao comprimento total, situa-se numa faixa que varia entre 22 a 29% (TA- BELA II). Em vida, as valves podem fechar-se completamente, quando o animal está totalmente recolhido dentro da concha, sem ficar uma abertura anterior por onde se exterioriza o pé. O periostraco apresenta-se de cor amarelo-esverdeada com a região anterior e principalmente a posterior li- geiramente escurecida nos indivíduos jovens, enquanto que nos adultos a cor predominante é o castanho escuro. As linhas de crescimento são notórias percebendo-se também demarcações mais escuras e aprofundadas que mos- tram haver interrupções periódicas no crescimento. O sínulus é característico, isto é, de formato triangular bastante alongado (triângulo isóceles), como que acompanhando o grande comprimento da concha.

A superfície interna das valves é lisa, azulada com alguns reflexos röseos. Apresenta delgada capa prismática e charneira sem dentes. As cicatrizes dos músculos adutores anterior e posterior são de formato ovalado, sendo o posterior ligeiramente maior. O músculo adutor posterior apresenta-se si- tuado de modo que seu maior comprimento está orientado no sentido ântero-posterior e o músculo adutor anterior com o maior comprimento no sentido dorsoventral. As cicatrizes dos músculos retratores anterior e posterior estão unidas às dos adutores anterior e posterior, respectivamente. A cicatriz do músculo protrator do situa-se lateral e posteriormente à do músculo anterior.

O comprimento máximo, atingido pelos espécimes examinados, é de 118 mm. O maior espécime citado na literatura atinge 120mm, segundo IHERING (1910) e DOELLO-JURADO (1915). O índice da altura maior em relação ao comprimento máximo (IAM:) varia, via de regra, entre 34 a 39% . (TABELA IM).

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Morfologia, histologia e ecologia de Mycetopoda legumen... 39

TABELA I. Média e erro padrão das medidas das conchas de 33 exemplares de Mycetopoda legumen.

x 345K

Comprimento

Total 88,5 2402 Altura 32,4 0,87 Comprimento

umbo 22,6 137 lElhink 2554 0,29 IAM 36,7 0,43

O coeficiente de correlação entre comprimento total e altura é de r = 0,37, significativo para « = 5% (Fig. 1). O coeficiente de correlação entre comprimento total e comprimento do mbo é } ignificativo para-« = %. (Fig. 2). u bo@de| =n. go} Sig ativo para-« = 0,1%. (Fig. 2)

MANTO

A borda do manto, como nos demais bivalves, está constituída por três lobos. O manto é aberto em toda extensão ventral e solda-se apenas entre as aberturas inalantes e exalantes através dos lobos internos. Quando o animal está vivo e trangúilo em seu habitat, a concha fica levemente entreaberta, os lobos internos do manto se justapõem vedando a cavidade paleal.

As correntes ciliares da superfície interna do manto iniciam logo após a abertura inalante e orientam as partículas no sentido pöstero-anterior dorsal. Descem formando um grande arco até quase alcançarem a borda ventral, bem abaixo da linha paleal. se encontram com a corrente ventral no sen- tido ântero-posterior, formando então um grande trato de rejeição que conduz as partículas até às proximidades da abertura inalante, local onde, englobadas por muco, formam as pseudo-fezes que esporadicamente são eliminadas por movimentos rápidos de contração das valves.

Histologia (corte frontal): As células de revestimento da face interna do manto são cúbicas com um núcleo de tendência central. As células da face externa são cilíndricas com o núcleo tendendo à posição basal externa. O manto está preenchido com tecido conjuntivo frouxo com lacunas nas quais se encontram elementos figurados do sangue. Estes elementos têm aspecto globóide, com citoplasma granular e núcleo perfeitamente visível e tendendo para a posição periférica.

=

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ABERTURAS: INALANTE, EXALANTE E SUPRA-ANAL

M. legumen nunca forma verdadeiros sifões, como Lez/a blainvilliana, e sim simples aberturas sifonais inalante, exalante e supra-anal. As aberturas inalante e xalante são separadas pelo diafragma que forma nesta região um alirgamento musculoso. A abertura supra-anal distingue-se da exalante por esta última apresentar as bordas pigmentadas. (Fig. 3).

A abertura inalante está situada póstero-ventralmente e apresenta uma única carreira de tentáculos simples que se originam do lobo interno do manto..No animal vivo pode-se observar que os tentáculos pouco sobressaem através da abertura, não se entrelaçam, ao contrário, permitem livre passagem dos elementos que são atraídos pelas correntes ciliares existentes na cavidade paleal.

A abertura exalante, de posição posterior, apresenta a borda interna do manto completamente lisa e pigmentada.

A abertura supra-anal permanece no animal vivo, com as bordas jus- tapostas, dando a impressão de que é fechada. Segundo BONETTO (1962) esta espécies apresenta a bertura supra-anal mais alongada que as demais espécies do gênero. Para se verificar tal fato, baixa-se uma perpendicular à borda dorsal e que tenha como referência o limite superior da abertura supra- anal (istmo do manto). Constata-se que esta poderá passar pela frente do músculo adutor posterior, sem seccioná-lo ou corta-o, mas nunca além da sua metade anterior. Nas outras espécies de Mycetopoda a perpendicular corta o músculo adutor posterior para trás de sua metade anterior.

O

Estrutura característica não da espécie, mas do gênero Mycetopoda. Tem a capacidade de alongar-se muito quando o animal se enterra, apresen- tando a porção proximal cilíndrica e a adistal dilatada. DOELLO-JURADO (1915) menciona que o de M. /egumen atinge o comprimento da concha | quando estendido.

Quando o recolhe-se para dentro da concha, pode fazê-lo comple- tamente e segundo BONETTO (1962) é a única espécie de gênero que apresenta esta capacidade. Torna-se achatado lateralmente e a dilatação da extremidade desaparece quase que completamente.

Na parte musculosa distal do constatou-se uma lenta corrente pro- vavelmente de limpeza, enquanto que na massa visceral a corrente é de rejeição em direção posterior (Fig. 3).

Histologia: A superfície externa do forma pregas que lembram vi- losidades intestinais e, ainda, junto ao epitélio existem formações vesiculares (Fig. 9), às vezes ramificadas, cujo lümen ciliado comunica-se como o exterior.

O em corte transversal apresenta-se fortemente musculoso e recoberto por epitélio ciliado. Este epitélio está constituído por células cilíndricas cujos

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Morfologia, histologia e ecologia de Mycetopoda legumen... ; 41 ss SS e .

núcleos tendem à posição basal. A este epitélio seguem tecido conjuntivo e fibras musculares. Ambos se tornam cada vez mais frouxos à medida que se aproximam da porção central do que está entremeada por uma grande quantidade de lacunas que permitem a grande turgescência do pé.

BRÂNQUIAS

As brânquias de M./egumen correspondem ao tipo D de ATKINS (1937).

A demibrânquias externa encobre parcialmente a interna, permitindo a observação da extremidade livre desta ao longo de todo seu comprimento. Normalmente, a região antero-inferior da demibrânquia interna, é encoberta e se acomoda entre as porções livres posteriores dos palpos labiais (Fig. 11). As demibrânquias são muito finas, havendo possibilidade de se perceber um pregueamento que corresponde aos septos branquiais que separam os tubos aquíferos. Além disto a superfície branquial apresenta-se formada por fi- lamentos branquiais que dão um aspecto de finíssima malha ao se observar as lâminas branquiais à olho ou na lupa.

As correntes ciliares estão representadas na Fig. 3, sendo que ocorrem três correntes de aceitação: 1 no sulco marginal de demibrânquia interna que leva as partículas diretamente para a região posterior dos palpos labiais; 2 no canal dorsal formado pela demibrânquia externa com o manto e, 3 no canal dorsal formado entre as duas demibrânquias. Estas duas últimas correntes se encontram anteriormente na região sub-umbonal e caem no canal anterior (MANSUR, 1972) o mesmo que ‘'distal oral groove’’ de KE- LLOG (1915:689). Neste as partículas são levadas até a margem póstero-dor- sal dos palpos labiais.

Histologia: (Corte frontal ao exemplar). A região externa dos filamentos branquiais, onde se fixam os cílios frontais, látero-frontais e lateriais, reves- tida por um epitélio constituído de células cilíndricas e cujo núcleo apresenta- se alongado. O epitélio que forra os tubos aquíferos e septos branquiais está constituído por células cúbicas com um núcleo globóide, central. O tecido conjuntivo que preenche as paredes branquiais e a dos septos é bastante frouxo, com enormes lacunas onde se localizam elementos figurados do sangue, iguais aos descritos no ítem “manto”.

PALPOS LABIAIS

Os palpos labiais são extremamente alongados, sendo que a altura máxima dos mesmos corresponde a mais ou menos um terço do seu com- primento total.

O contorno da região posterior dos palpos é arredondado, apresentando uma leve truncadura póstero-dorsal. Não se pode observar porém, uma “hendidura subfalciforme’’ descrita por BONETTO (1962) e proposta por este autor como característica diferencial interespecífica.

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A superficie interna dos palpos finamente pregueada, apresentando seus extremos posteriores e anteriores lisos. O desenho esquemätico feito a partir de cortes seriados histolögicos (Fig. 4) mostra, em detalhes, a estrutura das pregas da superficie interna dos palpos labiais, com as respectivas correntes ciliares. Correntes ciliares: As particulas que säo selecionadas pelas bränquias e que chegam ä regiäo dos palpos labiais, seguem o seguinte caminho: 1 Corrente dorsal de aceitação que as conduz em direção oral. Situa-se exatamente no sulco oral lateral (KELLOG, 1915:689) na região dor- sal de junção de cada par de palpos (Fig. 3 e 4). 2 -— Corrente de aceitação formada pelo conjunto apical das pregas dos palpos. As partículas são conduzidas para a região oral passando de & ápice a ápice (Fig. 3 e 4).

3 Corrente de reaceitação na parte látero-superior das pregas, conduzindo as partículas em direção dorsal dos palpos (Fig. 3 e 4).

4 Corrente de rejeição na região látero-mediana das pregas, havendo um batimento ciliar em direção à região ventral dos palpos labiais (Fig. ea):

5 Corrente de rejeição na região marginal e posterior dos palpos labiais:

uma que corre em sentido ântero-posterior até o terço posterior ventral do palpo e a outra, que a ela se junta, proveniente da região posterior, correndo em sentido contrário. Estas duas duas correntes de rejeição unem-se e caem nas correntes de rejeição do manto e massa visceral (Fig. 3). Histologia: (Corte frontal ao exemplar). As pregas são totalmente re- cobertas por cílios com exceção do sulco ventral existente entre as pregas. Os cílios formam tufos altos onde passam as correntes (Fig. 10).

CANAL ALIMENTAR

BOCA E ESÔFAGO (Fig. 7). A boca, situada na região anterior do animal, atrás do músculo adutor anterior, abre-se em fenda transversal entre os prolongamentos anteriores dos palpos labiais. Estes, estendem-se, envolvendo a abertura bucal como se fossem lábios. Segue-se, o esôfago que é surto, largo e achatado dorsoventralmente, e percorrido internamente por pregas e sulcos providos de cílios cujos batimentos conduzem as partículas que chegam, em direção ao estômago. Na região dorsal o esôfago sofre uma curvatura para a direção posterior onde se limita com o estômago através do anel circular (AC). ESTÔMAGO (Fig. 7). O estômago é do tipo IV con- forme PURCHON (1958). Localiza-se ântero-dorsalmente e está rodeado látero-ventralmente pela glândula digestiva com a qual se comunica. O estômago apresenta-se externamente globular com a região posterior bilo- baba, isto é, existe um compartimento superior achatado dorsoventralmente e outro inferior globular e alongado. Pelo lado esquerdo do compartimento superior emerge o capuz dorsal (CD). Este tem a forma de vírgula e prolon-

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Morfologia, histologia e ecologia de Mycetopoda legumen... 43

ga-se até o esôfago, afinando à medida que se aproxima de sua extremidade cega.

Estruturalmente, o estômago de M. /egumen se assemelha muito aos descritos para as espécies das famílias Hyriidae e Mycetopodidae. Apresenta uma área de seleção posterior (AS3) particularmente desenvolvida eviden- ciando maior semelhança às espécies Anodontites trapesialis e Leila blain- villiana, VEITENHEIMER (1973 a, b).

O estômago limita-se com o esôfago através do anel circular (AC). Segue-se a dobra anterior (DA) que se projeta para dentro da cavidade estomacal, continua-se pela parede direta em direção póstero-dorsal, e pe- netra no capuz dorsal (CD). As partículas que são levadas para o estômago, ao chegarem no anel circular são captadas pela dobra anterior que tem a propriedade de inclinar-se nesta direção e recolher o material que se encontra.

- Às aberturas conjugadas do intestino e saco do estilete (I & SE) encon- tram-se na região póstero-ventral do estômago. Para esta abertura dirigem-se as partículas que procedem do sulco intestinal e sulco de rejeição. Do saco do estilete emerge o estilete cristalino que gira no sentido horário, tal como HEBLING (1971) constatou em Anodontites trapesialis e A. trapezeus. Observou-se que o estilete cristalino tem a propriedade de captar partículas que se encontram na dobra anterior, junto a entrada do estômago. Em dis- secações ao vivo e animais anestesiados, o estilete apresentou-se recurvado em direção ao bolso esquerdo e às vezes introduzido dentro do mesmo.

Da parede anterior das aberturas conjugadas do intestino e saco do estilete cristalino saí a tiflossole maior que forma um cone e depois prolonga- se no sentido ântero-esquerdo, penetrando na abertura os ductos digestivos do lado esquerdo (ACDE). Da parede posterior das aberturas conjugadas do intestino e saco do estilete, emerge a tiflossole menor (T) que se prolonga por uma curta distância acompanhando o sulco intestinal pelo lado direito. A seguir forma um ‘‘joelho’’ e uma curta projeção para a direita, continuando agora, bem mais afilada, em direção a área de seleção posterior. Esta situa-se do lado direito e está constituída por duas bolsas grandes e rasas. Nestas bolsas encontramos as depressões ovais (DO) que se apresentam em número de seis na bolsa anterior e de dez, na posterior. A tiflossole menor percorre toda a área de seleção posterior penetrando e saindo de cada depressão oval. Após atingir o extremo anterior, sobe e retorna percorrendo a parede póstero- superior até alcançar o capuz dorsal.

uma intensa seleção de partículas no estômago devido às correntes ciliares que podem ser de aceitação ou de rejeição. Estas correntes estão re- presentadas através de setas na Figura VII.

Do material que chega ao estômago, uma parte segue à direita e é le- vado ao capuz dorsal, subindo pela dobra anterior e sulco dorsal, e a outra segue pela parede esquerda passando pela expansão lateral. O material que se encontra na área de seleção posterior segue por cima das pregas em direção ao capuz dorsal e por entre as mesmas ao sulco de rejeição. Uma parte das partículas que saem do capuz dorsal é conduzida através do sulco de rejeição

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até o sulco intestinal e dai eliminada para o intestino; e a outra percorre a parede posterior quase atingindo o lado direito, retorna meio trajeto e desce ao compartimento póstero- inferior do estômago.

As correntes de aceitação no estômago, levam o material à glândula digestiva. Esta se comunica com o estômago, através de ductos que afluem e se agrupam em três aberturas comuns, quais sejam: o bolso esquerdo (BE), a abertura comum para os ductos digestivos na parede esquerda (ACDE) e abertura comum para os ductos digestivos na parede direita (ACDD).

As correntes de rejeição no estômago conduzem o material para o intestino através do sulco de rejeição que se comunica com o sulco intestinal.

INTESTINO E SACO DO ESTILETE (Fig. 8) E M. legumen apresenta o intestino com três porções distintas: I] intestino proximal associado ao saco do estilete, 12 intestino mediano liso e 13 intestino terminal com tiflossole. Estas três porções estão dispostas segundo caracteris- tica da família Mycetopodidae (MANSUR, 1974:14) isto é: A primeira porção saí do estômago e forma uma longa volta ou alça que percorre a massa vis- ceral até a região posterior, volta para cima e prolonga-se até a região dorsal. A segunda porção forma duas alças grandes que acompanham póstero e anteriormente o percurso do intestino proximal. Bem no centro da massa visceral o intestino médio origem ao terminal que forma a quarta alça. Este acompanhado por uma volumosa tiflossole, sai da massa visceral, segue pela região dorsal, atravessa o ventrículo cardíaco e termina junto à abertura exalante.

O intestino propriamente dito de M. /egumen apresenta-se mais alon- gado que o de Monocondylaea minuana ORBIGNY, 1835 (MANSUR, 1974), principalmente quando à porção proximal, que nesta atinge a região mediana dorsal da massa visceral e naquela prolonga-se até a região ântero-dorsal da mesma. Pelo seu grande comprimento o intestino de M. /egumen assemelha- se aos das espécies Anodontites trapesialis forbesianus e Leila blainvilliana, (VEITENHEIMER, 1973 a, b).

A espécie em estudo apresenta uma papila anal bipartida.

COMENTÁRIOS:

Através dos estudos realizados pelas autoras até o presente momento, sobre a anatomia comparada do trato digestivo de várias espécies de näiades e pelos dados fornecidos nos trabalhos de HEBLING (1971) e HEBLING & PENTEADO (1974), chegou-se a conclusão de que o intestino propriamente dito das espécies das famílias Mycetopodidae e Hyriidae é semelhante, apresentando as três porções distintas, porém, as espécies de Mycetopodidae apresentam o intestino mais alongado e mais complexo quanto a disposição, formando quatro alças conforme mencionado acima. Nas espécies de Hyriidae o intestino concentra-se em duas alças situadas na região ventral da massa visceral. A primeira porção do intestino associada ao saco do estilete vai

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Morfologia, histologia e ecologia de Mycetopoda legumen... 45

diretamente ao estômago até a região posterior sem formar uma alça com- pleta, dando origem imediatamente ao intestino mediano. A terceira alça ou intestino terminal sobe diretamente, sem muita curvatura, da região mediana ventral para região ântero-dorsal, saindo da massa visceral e seguindo seu trajeto até o ânus.

A complexidade ou não do intestino não se constitui portanto numa característica diferencial causada por adaptação ao meio, pois apesar de algumas espécies se encontrarem em habitat semelhantes ou distintos no que se refere ao substrato ou movimentação das águas, conservam a característica própria da família, conforme descreve-se acima.

SISTEMA REPRODUTOR

As gônadas foram examinadas através de cortes histológicos seriados apenas em um indivíduo coletado no mês de março, no rio Guaíba. Neste constatou-se hermafroditismo (Fig. 12). Este fato porém, não pode ser ge- neralizado para Mycetoboda legumen pois, para isto ter-se-ia que examinar uma amostra representativa estatisticamente, tal como foi feito por CURIAL & LANGE (1974 a, b) para Dip/odon delodontus expansus.

As gônadas encontram-se situadas entre as alças intestinais.

A gônada feminina localizada na região ântero-dorsal e ao longo da região ventral da massa visceral, está formada por ramificações saquiformes, os folículos, cujos produtos são conduzidos através de canais ricamente ci- liados até as aberturas genitais. Os folículos não se apresentam cheios porém apresentam células reprodutoras em diversos estágios de desenvolvimento. As células menores estão localizadas próximas da periferia medindo aproxi- madamente 18,75 micrômetros de diâmetro, e as maiores, mais centralizadas, atingem aproximadamente 44 micrômetros de diâmetro. Provavelmente estas células maiores são oócitos maduros. Estes são esféricos e apresentam um pedúnculo muito fino que os líga à parede do folículo (Fig. 14).

À gônada masculina, de posição póstero-dorsal dentro da massa visceral, apresenta-se como a feminina, constituída por ramificações saquiforme (Fig. 13). Estas ramificações estão preenchidas por células esféricas junto à peri- feria, com cerca de 3,12 micrômetros de diâmetro. No lúmen destas rami- ficações, encontram-se agrupamentos de espermatozóides que apresentam a cabeça alongada em forma de seta com aproximadamente 3,12 micrômetros de comprimento.

Pelo adiantado estágio da gemetogênese masculina encontrada no exemplar coletado no mês de março, pode-se mencionar que talvez haja um período de emissão de gametas no fim do verão e início do outono. HEBLIN- G (1971) encontrou grande quantidade de Anodontiles trapesialis com demibrânquias internas cheias de ovos no final do mês de março e confirma que a época para o aparecimento do lasídio é nos meses de julho a agosto. Até agora se encontraram lasídios maduros em M. /egumen no mês de novembro. É portanto possível que haja para esta espécie outro período de emissão de gametas durante a primavera.

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46 VEITENHEIMER, I. L. & MANSUR, M. C.D. MARSÚPIO E LASÍDIO

O marsúpio localiza-se na metade anterior de cada demibrânquia interna com exceção da extremidade bem anterior (Fig. 5). O lasídio foi visto pela primeira vez durante a realização deste trabalho. O corpo desta larva mede cerca de 160 micrômetros de comprimento, sendo menor que o lasídio de Leila blainvilliana que segundo BONETTO (1963) atinge cerca de 280 micrômetros. Entretanto, é bem maior que o de Mycetopoda siliquosa e Anodontites trapezeus que conforme BONETTO & EZCURRA (1965) alcançam aproximadamente 85 micrômetros, tal como Axodontites trapesialis forbesianus segundo BONETTO & EZCURRA (1962.

A infestação de peixes com os lasídios de Mycetopoda legumen, foi realizada em laboratório e os dados observados serão publicados dentro em breve.

CONCLUSÕES

Com relação aos aspectos ecológicos podemos concluir que os indivíduos de Mycetopoda legumen:

1 Têm preferência por habitat de águas calmas e substrato arenoso, predominantemente formado por areia fina e compactada. 2 Em ambiente natural deslocam-se apenas verticalmente, tal como M.

siliquosa e M. soleniformis. Este caráter torna o gênero Mycetopoda diferente dos demais, que fazem parte das famílias Mycetopodidae e Hyriidae e cujos espécimes têm a possibilidade de se deslocarem no sentido horizontal, permitindo-lhes em épocas de seca a procura de refúgios mais propícios à sua sobrevivência.

3 Quando mantidos em aquário apresentam grande resistência em relação aos demais indivíduos das espécies pertencentes às famílias Mycetopodidae e Hyriidae ocorrentes nas bacias hidrográficas do Rio Grande do Sul.

4 Utilizam material em suspensão como alimento, principalmente fitoplancton, ao mesmo tempo que servem de alimento para aves, tal como as demais espécies de Mycetopodidae e Hyiidae.

Os característicos conquiliológicos, morfo-anatômicos e fisiológicos estudados em Mycetopoda legumen, demonstram que:

1 A posição dos umbos nos M. /egumen que ocorrem nas bacias hi- drográficas do Rio Grande do Sul, situam-se entre 22 a 29% em relação ao comprimento total da concha, tendo como ponto de re- ferência a região anterior. (Tabela III e Fig. 2).

2 A média do comprimento total da amostra (n = 33) foi de 88,5, portanto, estima-se que esta média, na população, esteja situada entre 84,4 e 92,6 para 95% de confiança.

3 A média da altura da amostra foi de 32,4, estima-se que esta média, na população, esteja situada entre 30,6 a 34,2 para 95% de confiança.

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A média do comprimento do umbo da amostra foi de 22,6, estima-se que esta média esteja situada, na população, entre 21,4 a 23,8, para 95% de confiança.

A média do ICU da amostra foi de 25,7, estima-se que a média, na população, esteja situada entre 25,1 e 26,3 para 95% de confiança.

A média do IAM da amostra foi de 36,7, estima-se que esta média, na população, esteja situada entre 36,3 e 37,1 para 95% de confiança.

As correntes ciliares da superfície interna do manto são semelhantes as descritas por HEBLING (1971) para Axodontites trapesialis e Ano- dontites trapezeus e por MANSUR (1974) para Monocondylaea minuana, com exceção de que em M. /egumen o trato de rejeição é mais ventral, isto é, situa-se abaixo da linha paleal, conduzindo as partículas até às proximidades da abertura inalante.

O fato da abertura inalante apresentar-se ornada por uma única carreira de curtos e simples tentáculos, confirma que trata-se de um animal que habita locais de águas calmas, substrato fino e com presença de pequeníssimas partículas em suspensão. Concordando com as observações feitas por NARCHI (1969) ao estudar Iphigenia brasiliensis e Anomalocardia brasiliana e por HEBLING 1971) para Anodontites trapesialis e A. trapezeus.

A abertura supra-anal, segundo BONETTO (1962), é mais longa do que a das demais espécies do gênero Mycetoboda. A perpendicular que se traça desde o extremo superior da supra-anal (na linha dorsal) corta o músculo adutor posterior em sua porção anterior ou nem chega a tocá-lo, passando pela sua frente.

Tem a capacidade de recolher o totalmente para dentro da concha, diferindo segundo BONETTO (1962) das outras duas espécies do gênero.

O pé, no que se refere ao epitélio ciliado e, a capacidade de promover uma lenta corrente de limpeza que se origina em sua porção distal, difere das espécies Anodontites trapesialis e A. trapezeus. Estas duas últimas espécies, que também pertencem à família Mycetopodidae, não apresentam, segundo HEBLING (1971), epitélio ciliado e corren- tes de qualquer tipo na porção muscular do pé.

Os palpos labiais são grandes e alongados, com a porção posterior arredondada, não apresentando a ‘‘... hendidura subfalciforme...” conforme descreve BONETTO (1962) e que segundo este, seria um caráter diferencial interespecífico.

Os palpos labiais bastante desenvolvidos e um complexo de correntes de aceitação, confirmam as observações de PURCHON (1963) e HEBLING (1974) de que se trata de uma característica de animais que vivem em ambientes cujas partículas em suspensão são finíssimas.

O estômago que corresponde ao tipo IV, conforme PURCHON (1958), é semelhante aos das espécies de Mycetopodidae e Hyriidae estudadas por HEBLING (1971, 1974), por MANSUR71972, 1973, 1974) e VEITENHEIMER (1973 a, b), apresentando a área de seleção

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posterior (AS3) muito desenvolvida com muitas depressöes ovais, aproximando-se especialmente de Anodontites trapesialis forbesianus e Leila blainvilliana.

15 O intestino apresenta alças muito desenvolvidas e com a disposição de maneira complexa segundo característica da família Mycetopodidae.

AGRADECIMENTOS

À colega Vera Lúcia Lopes Pitoni pela coleta dos exemplares de Mycetoboda legumen no Arroio da Manteiga, São Leopoldo.

Às colegas Lia Martau e leti Ungareti, pela pronta identificação do material de algas encontrado no estômago dos espécimes de M. /egumen, em estudo.

Ao prof. Luis Martins pela análise dos sedimentos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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TABELA II - Granulometria das amostras de sedimento dos locais de coleta e do aquärio:

Locais Tamanho ARROIO F grãos % MANTEIGA RIO GUAÍBA AQUÁRIO MCN

Cascalho

(seixo peg.) == 14,5 Cascalho

(grânulos) 74,8 Areia

muito grossa = = 10 Areia

grossa 9 0,8 0,9 Areia

media 26,2 0,4 = Areia

fina 49 3,7 = Areia muito fina 13,7 70.6 .—

Silte 2,6 =

IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (52):33-71, 16 jun. 1978

Morfologia, histologia e ecologia de Mycetopoda legumen... 51

TABELA III - Medidas e índices das conchas de 33 exemplares de M. le- gumen’

aa pp u nn.

Lotes Comprimento Altura Comprimento ICU IAM da valve do umbo

MCN 371 715) ZU 18 24 36

2333 66 24 18 Zi 36

3002 90 32 21 23 36

4107 95 34 22 23 36

81 30 21 26 e

76 29 20 26 38

92 34 23 25 37

88 33 23 26 37

90 32 21 23 36

103 35 23 22 34

103 39 26 25 38

103 40 25 24 39

86 31 23 27 36

86 30 24 28 35

2 31 2) 72) 34

81 2 20 25 36

4130 DE) 34 23 25 37

90 32 22 24 36

4159 112 42 31 28 37

118 42 30 25 36

91 31 26 29 34

85 30 22 26 35

92 44 25 27 48

82 30 22 277 37

85 30 23 27 33

2) 32 25 27 34

97 36 24 25 37

90 34 23 26 37

94 35 26 28 37

90 32 23 26 36

4413 69 28 17 25 41

65 24 16 25 37

MCPP 679 64 23 18 28 36

IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (52):33-71, 16 jun. 1978

52 VEITENHEIMER, I. L. & MANSUR, M.C.D.

ABREVIATURA DAS FIGURAS

A Änus.

AC Anel circular.

ACDD Abertura comum para os ductos dos divertículos digestivos do lado direito.

ACDE Abertura comum para os ductos dos divertículos digestivos do lado esquerdo.

AE Abertura exalante.

AI Abertura inalante.

AP Área pigmentada.

AS Area de seleção (AS, AS3, AS7).

ASA Abertura supra-anal.

B Boca

BE Bolso esquerdo.

C Concha.

CD Ceco dorsal.

CO Cone.

DI Diafragma.

DA Dobra anterior.

DBE Demibrânquia externa.

DBI Demibrânquia interna.

DO Depressões ovais.

E Esôfago.

EC Estilete cristalino.

EG -— Escudo gástrico.

EL Expansão lateral esquerda.

EST Estômago.

G Gönadas.

GD Glândula digestiva.

I Intestino (14, 12, 13).

I & SE Intestino associado ao saco do estilete.

E Ligamento.

LI Lobo interno do manto.

EP Linha paleal.

M Manto.

MAA Müsculo adutor anterior.

MAP Müsculo adutor posterior.

MAR Marsüpio.

MRP Müsculo retrator do pé.

OK Órgão de Keber.

B Pe.

PA Papila anal.

PE Pericärdio.

PL Palpos labiais.

IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (52):33-71, 16 jun, 1978

Morfologia, histologia e ecologia de Mycetopoda legumen...

R Reto.

RI Rim (= neftidio)

SR Sulco de rejeição.

di Tiflossole menor.

TE Tentáculos.

TM Tiflossole maior.

U Umbo.

VV Válvula do ventrículo cardíaco.

IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (52):33-71, 16 jun. 1978

54 VEITENHEIMER, I. L. & MANSUR, M.C.D.

Figura 1: Graficação das medidas do comprimento pela altura das valves de 33 exemplares.

IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (52):33-71, 16 jun. 1978

Morfologia, histologia e ecologia de Mycezopoda legumen... 55

X=COMPRIMENTO VALVE EM mm

VALVE EM mm

Y= ALTURA

120

Figura 1

o o “+ w

o 5 Ee q o er o o t#Nfs = + = + = 8 o E o = E aq qu

IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (52):33-71, 16 jun. 1978

56 VEITENHEIMER, I. L. & MANSUR ,M.C. D.

Figura 2: Graficação das medidas do comprimento da valve pelo com- primento do umbo de 33 exemplares.

IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (52):33-71, 16 jun. 1978

Morfologia, histologia e ecologia de Mycezopoda legumen... 57

X=COMPRIMENTO VALVE EM mm Y=COMPRIMENTO UMBO EM mm

z

Figura

IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (52):33-71, 16 jun. 1978

58 VEITENHEIMER, I. L. & MANSUR, M:C.D.

Figura 3: Morfologia do corpo de M. /egumen, retiradas a valve e o manto do lado esquerdo. As setas indicam as correntes ciliares.

IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (52):33-71, 16 jun. 1978

Morfologia, histologia e ecologia de Mycetopoda legumen...

wol

NUAS a) 2 > TIERE

ur ERREI DALI UT

IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (52):33-71, 16, jun. 1978

60 VEITENHEIMER, I. L. & MANSUR, M.C.D.

Figura 4: Esquema da estrutura das pregas dos palpos labiais com as respec- tivas correntes ciliares indicadas por setas.

Figura 5: Esquema da demibrânquia interna mostrando a posição do marsüpio. A região mais afilada é a posterior.

Figura 6: Representação esquemática das correntes ciliares existentes sobre a superfície interna do lobo direito do manto.

IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (52):33-71, 16 jun. 1978

Morfologia, histologia e ecologia de Mycetopoda legumen...

61

IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (52):33-71, 16 jun. 1978

62 VEITENHEIMER, 1. L. & MANSUR,M.C.D.

Figura 7: Vista interna do esôfago e estômago, abertos dorsalmente. Está representada apenas a parede posterior do esôfago, tendo sido retirada a anterior.

IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (52):33-71, 16 jun. 1978

Morfologia, histologia e ecologia de Mycetopoda legumen...

—_ —-m—rJMJMJIJorrÃrÃJÃJÃã%ãs

IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (52):33-71, 16 jun. 1978

64 VEITENHEIMER, I. L. & MANSUR, M.C.D.

Figura 8: Trato digestivo destacando-se as três porções distintas do intesti- no propriamente dito (ly porção proximal, associada ao saco do estilete, 12 porção mediana lisa e 13 porção terminal com tiflossole).

IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (52):33-71, 16 jun. 1978

Morfologia, histologia e ecologia de Mycetopoda legumen... 65 Ea A ii eia mm ga ame O

Figura 8

DBI

1}

IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (52):33-71, 16 jun. 1978

66 VEITENHEIMER, I. L. & MANSUR, M.C.D.

Figura 9: Corte histológico transversal da porção inferior do pé, mostrando as pequenas vesículas com lümen ciliado (indicadas pelas setas), junto ao epitélio.

Figura 10: Corte frontal dos palpos labiais do lado esquerdo, mostrando o perfil das pregas com os tufos de cílios na superfície.

IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (52):33-71, 16 jun. 1978

Morfologia, histologia e ecologia de Mycetopoda legumen...

FIG. IO

IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (52):33-71, 16 jun. 1978

68 VEITENHEIMER, I. L. & MANSUR,M.C. D.

Figura 11: Corte frontal da porção anterior da demibrânquia interna, encaixando-se entre o par esquerdo dos palpos labiais. Acima vê-se o manto.

Figura 12: Corte transversal da porção bem posterior da massa visceral, con- tendo parte das gônadas femininas em baixo, e masculinas, em cı- ma, à direita do observador.

IHERINGIA, Set. Zool., Porto Alegre (52):33-71, 16 jun. 1978

Morfologia, histologia e ecologia de Mycetopoda legumen... 6 ee SENIOR O id o.

FIG. I2

IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (52):33-71, 16 jun. 1978

70 VEITENHEIMER, I. L. & MANSUR, M.C.D.

Figura 13: Conjunto de foliculos da gönada masculina, em corte transversal.

Figura 14: Conjunto de foliculos da gönada feminina, em corte transversal.

IHERINGIA; Ser. Zool., Porto Alegre (52):33-71, 16 jun. 1978

Morfologia, histologia e etologia de Mycetopoda legumen...

FIG. 14

IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (52):33-71, 16 jun. 1978

Levantamento dos anfíbios venenosos do Estado do Rio Grande do Sul, Brasil. Parte I - Família Bufonidae.*

Cristina Assunção Sirangelo Braun**

RESUMO

O presente trabalho é uma contribuição inicial ao conhecimento dos anfíbios venenosos do Estado do Rio Grande do Sul, Brasil, no que se refere à família Bufonidae. Constitui-se numa relação das seis espécies e subespécies registradas para o Estado, sendo apresentadas também observações de caracter biológico, ecológico e zoogeográfico.

ABSTRACT

This work is a initial contribution to the knowledge of the poisonous amphibians of the Rio Grande do Sul State, Brazil, concerning the Bufonidae family. It's a relation on the six species registered to the State, and are also presented biological, ecological: and zoogeographic obser- vations.

INTRODUÇÃO

O presente artigo foi elaborado com base no estudo de diversas coleções, em coletas realizadas e em pesquisa de citações bibliográficas. É a primeira tentativa de salientar o que até agora foi registrado para o Rio Grande do Sul, sendo importante mencionar que não foi feito o levantamento de todo o Estado, faltando ainda regiões nas quais se supõe possa existir fauna- abun- dante. Neste trabalho pretende-se fornecer dados iniciais sobre as espécies e subespécies de anfíbios venenosos do gênero Bufo, pertencentes à família Bufonidae, que existem comprovadamente no Estado. São elas:

Bufo crucifer henseli LUTZ, 1934, citada entre outros por HENSEL (1867), BOULENGER (1885, 1886), BAUMANN (1912), A. LUTZ (1934), P. MULLER (1967) e P. BRAUN & C. BRAUN (1976).

Bufo ictericus ictericus SPIX, 1824, mencionada por HENSEL (1867), COPE (1885), BOULENGER (1885, 1886), MIRANDA-RIBEIRO (1926) e P. BRAUN & C. BRAUN (1976).

Bufo granulosus dorbignyi DUMERIL & BIBRON, 1841, registrada por HENSEL (1867) e citado também por COPE (1885), BOULENGER (1885, 1886), MIRANDA-RIBEIRO (1926), A. LUTZ (1934) e P. BRAUN & C. BRAUN (1976).

Bufo granulosus fernandezae GALLARDO, 1957, registrado por GALLAR- DO (1974).

* Aceito para publicação em 04/V/1977. Contribuição FZB n.º 060. ** Técnico Superior Pesquisador do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, Rua Cel Vicente, 281 - 6.º andar - Caixa Postal 1188, Porto Alegre, RS, Brasil.

IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (52):73-83, 16 jun. 1978

74 BRAUN, €. A. S.

Bufo arenarum arenarum HENSEL, 1867, citada por HENSEL (1867), 'BOULENGER (1885, 1886), MIRANDA-RIBEIRO (1926), CEI (1956) e P. BRAUN & C. BRAUN (1976).

Bufo paracnemis A. LUTZ, 1925, registrada para o RS por C. BRAUN (1974).

Serão usadas neste trabalho as seguintes abreviaturas: MCN-Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul; UFRGS- Coleção da Universidade Federal do Rio Grande do Sul; UNISINOS-Univer- sidade do Vale do Rio dos Sinos; RS-Estado do Rio Grande do Sul e BR- República Federativa do Brasil.

RELAÇÃO DAS ESPÉCIES Gênero Bufo LAURENTI, 1768 Bufo crucifer henseli LUTZ, 1934

Observações: animais de porte médio que preferem viver dentro da mata úmida ou em cavernas. No RS foram encontrados, até agora, em apenas cinco regiões, ou seja: Litoral, Depressão Central, Encosta Inferior do Nordeste, Encosta Superior do Nordeste e Campos de Cima da Serra. Sua reprodução ocorre no período compreendido entre o fim do inverno e fim do verão.

Material examinado:

BRASIL, Rio Grande do Sul: Cambará do Sul, 11-11-1960, A.C. Azevedo (MCN 1894), 10-IV- 1962, T. de Lema (MCN 2430), 28-X11-1963 (MCN 2923, MCN 3027); Caxias do Sul, VII-1974, T. de Lema (MCN 7435, MCN 7651), 7-IV-1975, S. Scherer (MCN 8352); Farroupilha, 13-XI- 1960, L. Buckup (MCN 1646, MCN 1647); Torres, 21-11-1966, T. de Lema (MCN 4157); Nova Petrópolis, 20-IX-1974, P.C. Braun (MCN 7440, MCN 7441); Canela, 27-11-1959, T. de Lema (MCN 1971, MCN 1972, MCN 1974), 21-IV-1973, A. Lise (MCN 5571); São Sebastião do Caí, 19-11-1955, T. de Lema (MCN 0047); Viamão, 4-X-1956, M. Palová (MCN 1149); Porto Alegre, 30-VIII-1955, T. de Lema (MCN 0449), 24-11-1964, A.C. Azevedo (MCN 2531).

Bufo ictericus ictericus SPIX, 1824

Observações: esta é a espécie da familia Bufonidae que apresenta mais ampla distribuição no RS. São muito abundantes na região dos Campos de Cima da Serra, sendo encontrados sob pedras, troncos caídos, porões de casas, sob cercas de pedra (taipas) e em diversos outros locais, preferentemente úmidos e sombrios. Quando criados em cativeiro alimentaram-se de forma variada comendo insetos, minhocas e aceitando muito bem uma dieta a base de camundongos (Mus musculus ssp). São extremamente vorazes mas supor- tam a falta de alimentos por longos períodos desde que não lhes falte umidade. As fêmeas são de maior porte que os machos e diferem, também, pela coloração, apresentando geralmente um fundo escuro (preto ou marrom)

IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (52):73-83, 16 jun. 1978

Levantamento dos anfíbios venenosos... 75

com manchas amareladas, enquanto os machos raramente apresentam manchas e o seu colorido é pardo oliváceo uniforme. Seu período de re- produção se estende, do início da primavera ao verão, nas zonas mais quen- tes, começando um pouco mais tarde nas zonas frias. Em Porto Alegre, Santa Cruz do Sul, Muçum, Gravataí e Canoas foram encontrados exemplares em cópula no mês de agosto. Em Canela, Gramado, São Francisco de Paula e Cambará do Sul, foram vistos em cópula apenas de outubro em diante. As espécies da família Bufonidae, que maior tamanho atingem no RS, são Bufo ictericus ictericus SPIX e Bufo paracnemis LUTZ.

Material examinado:

BRASIL, Rio Grande do Sul: Iraí, 18-XI-1975, P. C. Braun (MCN 9105 macho; MCN 9106 fêmea, MCN 9107 macho, MCN 9108 fêmea, MCN 9109 macho, MCN 9110 femea, MCN 9111 macho, MCN 9112 fêmea): São Borja, VII-1975, P.C. Braun (MCN 8734 macho): São Luiz Gonzaga, 21-X-1973, P. C. Braun (MCN 6433 fêmea); Taquara, VIII-1975, T. de Lema, (MCN 0029 macho, MCN 0031 macho, MCN 0100 macho, MCN 0376 macho, MCN 0700 macho), 29-11-1974, P.C. Braun (MCN 6434 fêmea, MCN 6435 fêmea, MCN 6436 fêmea, MCN 6472 fêmea, MCN 6473 fêmea); Veranópolis, 23-11-1962, C. Araújo (MCN 2019, MCN 2020, MCN 2021, jovens); Flores da Cunha, 19-11-1973, T. de Lema (MCN 5530 jov.), 28-IX- 1975, T. de Lema (MCN 9002 fêmea, MCN 9003 f&mea); Cambará do Sul, 14-11-1960, A.C. Azevedo (MCN 1591 fêmea, MCN 1610 macho, MCN 1641 macho, MCN 1642 fêmea), 4-XI- 1962, T. de Lema (MCN 2420 macho, MCN 2421 macho, MCN 2422 macho, MCN 2423 macho, MCN 2424 fêmea, MCN 2425 fêmea, MCN 2426 fêmea, MCN 2427 fêmea), 29-XII- 1963, T. de Lema (MCN 2601 macho, MCN 2618 macho, MCN 2624 macho, MCN 2634 fêmea, MCN 3008 jov., MCN 3009 fêmea, MCN 3011 fêmea, MCN 3013 jov., MCN 3015 fêmea, MCN 3017 macho, MCN 3019 fêmea, MCN 3022 fêmea), 30-XI-1974, P.C. Braun (MCN 8521 jov.); Bossoroca, 6-VIII-1974, P.C. Braun (MCN 7268 macho, MCN 7269 macho, MCN 7270 macho): Bento Gonçalves, VIII-1960, Funcionário da SEC (MCN 1612 macho): Caxias do Sul, 29-XII- 1958, A.C.; Azevedo (MCN 1448 macho), 9-XII-1973, P.C. Braun (MCN 6421, MCN 6422, MCN 6423, jovens), 2-VI-1974, T. de Lema (MCN 8432, MCN 8433, jovens); Farroupilha, II- 1958, A. Gonçalves (MCN 1474 fêmea); Garibaldi, 12-X-1975, T. de Lema (MCN 9028 macho, MCN 9029 macho, MCN 9030 macho, MCN 9031 macho MCN 9032 macho); Muçum, 30 VIII- 1975, F. Silva (MCN 8864 macho, MCN 8865 fêmea): Nova Petrópolis, 22-XII-1971, P.C. Braun (MCN 4572 a MCN 4581, jovens, MCN 4638 jov.), 7-IV-1973, P.C. Braun (MCN 5548 macho), 20-IX-1974, P.C. Braun (MCN 7442 macho, MCN 7443 jov. MCN 7445 macho, MCN 7446 macho, MCN 7447 fêmea, MCN 7448 fêmea); Torres, 31-X-1963, T. de Lema (MCN 2635 fêmea, MCN 2636 fêmea. MCN 2641 macho, MCN 2648 fêmea): Gramado, 1-1961, G.

Hoffmann (MCN 1625 fêmea); Canela, 19-X-1974, P. C. Braun (MCN 7533 macho); São . Francisco de Paula, II-1956, L. Buckup (MCN 0848 macho, MCN 0849 macho), 11-111-1956, T. de Lema (MCN 0906 fêmea, MCN 0915 macho, MCN 0987 fêmea, MCN 0988 macho, MCN 0990 fêmea, MCN 0991 fêmea, MCN 0992 fêmea, MCN 0993 fêmea), 1-1964, L. Serrano (MCN 3087 macho), 21-1-1973, T. de Lema (MCN 5444 fêmea), 5-V-1974, R. de Lema (MCN 7432 fêmea, MCN 7433 fêmea, MCN 7434 fêmea), 18-X-1974, P.C. Braun (MCN 7527 jov., MCN 7528 jov., MCN 7529 macho), 18-X-1974, C.S. Braun (MCN 7988 fêmea, MCN 7989 macho, MCN 7990 fêmea, MCN 7991 jov., MCN 7992 jov., MCN 7993 fêmea, MCN 7994 jov., MCN 7995 jov., MCN 7996 jov.), 15-11-1975, P.C. Braun (MCN 8247 jov.), 4-V-1975, P.C. Braun (MCN 8376 jov.); Lajeado, 22-VIII-1971, P.C. Braun (MCN 4451 fêmea), 20-IV-1974, P. C. Braun (MCN 7430 macho, MCN 7431 fêmea); Santa Maria, 15-IX-1973, P. C. Braun (MCN 5814 macho); Rolante, 15-VII-1974, C. Hartlieb (MCN 3031 macho, MCN 3032 macho): Canoas, VII-1955, R. Riet Correa (MCN 0502 fêmea, MCN 0503 macho, MCN 0504 macho); Santa Cruz do Sul, 4-X-1973, C. Ribeiro (MCN 5900 fêmea, MCN 5901 macho, MCN 5902 macho), 30-VIII-1974, P.C. Braun (MCN 7436 fêmea, MCN 7437 macho, MCN 7438 macho, MCN 7439 macho, MCN 7658 fêmea); Campo Bom, VII-1970, P.C. Braun (MEN 4221 fêmea,

IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (52):73-83, 16 jun. 1978

MCN 4229 macho, MCN 4236 macho, MCN 4262 fêmea), V-1971, P.C. Braun (MCN 4264 fêmea, MCN 4270 macho, MCN 4311 macho), 26-VIII-1971, P.C. Braun (MCN 4414 macho), VIIl-1971, P.C. Braun (MCN 4452 macho, MCN 4455 fêmea, MCN 4465 macho, MCN 4466 fêmea); Sapiranga, 5-X11-1973, E. Littke (MCN 6265 macho, MCN 6266 fêmea, MCN 6267 macho), IV-1976, S. Scherer (MCN 8476 fêmea, MCN 8477 fêmea); Caçapava do Sul, 1.°-XI- 1975, P.C. Braun (MCN 9133 macho, MCN 9134 macho, MCN 9135 macho); Gravataí, IX 1966, P.C. Braun (MCN 3700 jov., MCN 3701 jov., MCN 3986 fêmea), 18-VI-1975 (MCN 8468 fêmea, MCN 8469 fêmea); Porto Alegre, VII-1955, R. Correa (MCN 0347 macho), 26-X1-1955, C. Portal (MCN 0623 fêmea), 18-IV-1956, T. de Lema (MCN 0988 macho), 16-VI-1962, C. Hartlieb (MCN 2070 jov.), 28-VIII-1963; J. J. Santos (MCN 2417 fêmea), 22-VI-1965, C.A. Brandão (MCN 3163 macho); Gramado, V-1972, J.W. Thomé (MCN 4657 fêmea); Cachoeira do Sul, 1.º-X1-1975, P.C. Braun (MCN 10091 macho).

Bufo-granulosus dorbignyi DUMERIL & BIBRON, 1841

Observações: sua distribuição geográfica atinge parte da Argentina e do Uruguai, penetrando no Rio Grande do Sul, onde foram constatados, até agora, em duas regiões, indo desde as areias do Litoral às margens do Oceano Atlântico (Torres, Tramandaí, Cidreira) até a Encosta do Sudeste (Pelotas, Jaguarão). Em algumas localidades (Porto Alegre, São Leopoldo) mencio- nadas por GALLARDO (1974) e noutras constatadas por nós (Bossoroca, Montenegro, Viamão, Pelotas, Minas do Butiá, Canoas, Tramandaí e Cidreira), ocorrem contatos desta subespécie com a de Bufo granulosus fer- nandezae GALLARDO, 1957, havendo o surgimento, como consequência, de indivíduos híbridos.

Sua época de reprodução tem início no fim do inverno. Em Torres observou-se o acasalmento no princípio do mês de novembro. É interessante salientar a observação que se fez, nessa mesma localidade, de um exemplar macho de Bufo granulosus dorbignyi em amplexo sexual com uma fêmea de Bufo arenarum arenarum, num local onde ambas as espécies estavam em congrassamento sexual. Típico desses sapos é o fato de fazerem covas em lugares gramados, onde ficam durante o dia apenas com a cabeça para fora. Ao sentirem qualquer aproximação, refugiam-se no fundo das tocas, rea- parecendo, geralmente, poucos minutos depois. Podem ser encontradas centenas dessas covas num mesmo local.

Material examinado:

BRASIL, Rio Grande do Sul: Torres, 3-X-1960, T. de Lema (MCN 1728 fêmea): Osório, Praia de Atlântida, 4-1-1976, T. de Lema (MCN 9653 a MCN 9655 machos); Tramandaí, 18-IX-1955, R. Correa (MCN 0370, macho), 11-IX-1955, T. de Lema (MCN 0403, fêmea); Tramandaí, Praia da Praia da Cidreira, 3-11-1956, T. de Lema (MCN 0823, jovem); São Lourenço do Sul, 25-I- 1976, P.C. Braun (MCN 9623 macho); Pelotas, 24-IX-1975, P. C. Braun (MCN 9009 jovem, MCN 9010 fêmea, MCN 9011 macho, MCN 9012 macho, MCN 9013 a MCN 9017 machos); Jaguarão, 30-VII-1975, P.C. Braun (MCN 1146 macho); Santa Vitória do Palmar, 20-25-VII- 1976, P. C. Braun & S. Scherer (MCN 10597 macho, MCN 10598 fêmea, MCN 10599 a MCN 10610 machos, MCN 10611 fêmea, MCN 10612 fêmea, MCN 10613 a MCN 10624 machos, MCN 10625 fêmea, MCN 10626 macho, MCN 10628 a MCN 10636 machos, MCN 10637 fê- mea, MCN 10638 a MCN 10641 machos).

IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (52):73-83, 16 jun. 1978

Levantamento dos anfíbios venenosos... 27 Bufo granulosus fernandezae GALLARDO, 1957

Observações: não difere muito de B. g. dorbignyi, sendo de dimensões maiores. GALLARDO (1974) apresentou uma interessante explicação para a presença de B. g. fernandezae no RS. Segundo ela, houve a penetração dessa subespécie no Estado, através do Rio Uruguai na altura da Província de Corrientes, onde o rio é mais estreito. Uma vez ultrapassado o rio, essa entidade se aprofundou em território riograndense, atingindo as localidades mencionadas quando tratamos de B. g. dorbignyi. No entanto, sua ver- dadeira área de distribuição no RS não foi perfeitamente delineada, podendo atingir proporções maiores do que se supõe.

Material Examinado:

BRASIL, Rio Grande do Sul: Bossoroca, 1-1967, P.C. Braun (MCN 3112 fêmea); Gravataí, 10- VI-1965, P.C. Braun (MCN 3157 fêmea), 16-IX-1965, P.C. Braun (MCN 3274 a MCN 3283 machos), 22-1X-1965, P.C. Braun (MCN 3461 machos, MCN 3466 machos, MCN 3508 machos, MCN 3537 machos, MCN 3547 macho), 13-IX-1966, P.C. Braun (MCN 3639 macho, MCN 3640 fêmea, MCN 3903 macho, MCN 3916 macho, MCN 3927 macho, MCN 4024 fêmea); Cachoeirinha, IX-1966, P.C. Braun (MCN 3647 macho, MCN 3650 macho); Sapucaia do Sul, 21-X-1975, S. Scherer (MCN 9052 fêmea); Viamão, 30-IX-1956, L. Buckup (MCN 1075 macho),VII-1960, P.C. Braun (MCN 1832 jovem); Alvorada, II-1964, F. D'Incao (MCN 3095 macho); Porto Alegre, 11-VIII-1975, P.C. Braun (MCN 0701 macho), 28-VIII-1963, P.C. Braun (MCN 2308 fêmea, MCN 2310 macho, MCN 2314 fêmea, MCN 2321 fêmea), 01-1X-1975, PC. Braun & N.M. Berger (MCN 4155 macho), 4-X1-1971, P.C. Braun (MCN 4487 fêmea, MCN 4489 fêmea).

Bufo arenarum arenarum HENSEL, 1867

Observações: esta espécie tem distribuição geográfica relativamente pequena, aparecendo em abundância em toda a região do Litoral e sendo pouco frequente em outras, tais como Campos de Cima da Serra, Encosta do Sudeste e Depressão Central. Sua presença vai além das fronteiras do RS, sendo comum na região litorânea uruguaia e argentina. GALLARDO (1965), estudando uma extensa série de exemplares de Bufo arenarum HENSEL, de 96 localidades da Argentina, descreveu uma nova subespécie denominada Bufo arenarum chaguar. Para a Argentina eram registradas outras duas subespécies, respectivamente Bufo arenarum platensis JIMÉNEZ DE LA ESPADA e Bufo arenarum mendocinus PHILIPPI.

Os indivíduos desta espécie se reúnem aos milhares à beira de pequenas lagoas ou charcos de águas paradas, no período de reprodução, nos meses de setembro a dezembro e que coincide com a época das chuvas primaveris. Essas concentrações são impressionantes, principalmente na zona litorânea, onde são mais abundantes e onde o coro de vozes dos machos cantando, gera um ruído muito forte. As fêmeas põem milhares de ovos que ficam reunidos em cordões gelatinosos de grande comprimento. Os girinos são pretos e agrupam-se em grandes quantidades, formando volumosas massas negras na

IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (52):73-83, 16 jun. 1978

18 BRAUN,C.A.S.

água. Sua reprodução pode se dar também em águas correntes, desde que não muito fortes, fato observado junto à barragens onde a água está em permanente movimento. Proporcionalmente ao corpo dos adultos, os girinos são bastante pequenos e ao completar-se a metamorfose, os filhotes saem da água aos milhares, com tamanho bastante reduzido. Um fato que chama a atenção é a quantidade de filhotes existentes o que a entender que pos- suam poucos inimigos naturais, talvez devido a serem portadores de veneno.

BRASIL, Rio Grande do Sul: Cambará do Sul, 29-X11-1963, T. de Lema (MCN 3003 macho, MCN 3004 fêmea, MCN 3005 macho, MCN 3007 macho, MCN 3010 macho, MCN 3011 fêmea, MCN 3012 macho, MCN 3016 macho); Torres, 6-VII-1955, T. de Lema (MCN 0309 macho), 10-1X-1956, L. Buckup (MCN 1031 macho), 28-X1-1956, T. de Lema (MCN 1677 macho, MCN 1680 macho), 3-XI-1960, T. de Lema (MCN 1682 fêmea), 11-1962, F.C. Barlese (MCN 2036 macho), 1-11-1964, M. Bombin (MCN 2497 fêmea, MCN 2498 fêmea), 2-X1-1963, T. de Lema (MCN 2653 fêmea, MCN 2655 macho, MCN 2656 fêmea, MCN 2658 macho, MCN 2661 fêx mea, MCN 2665 fêmea, MCN 2667 fêmea, MCN 2673 macho, MCN 2676 fêmea, MCN 2678 macho, MCN 2691 fêmea), XII-1972, M.F. Teixeira (MCN 5579 fêmea, MCN 5580 macho): Osório, 6-1-1963, C. Hartlieb (MCN 2152 fêmea), 15-1-1963, T. de Lema (MCN 2271 fêmea); Tramandaí, 17-X1-1954, T. de Lema (MCN 0162 fêmea, MCN 0163 macho), 20-XII— 1955, R. Riet Correa (MCN 624 macho, MCN 0629 fêmea), 4-11-1956, T. de Lema (MCN 0797 fêmea, MCN 0798 fêmea, MCN 0799 fêmea), 30-I-1961,J. Khun (MCN 1984 macho), 15-1-1963, T. de Lema (MCN 2266 fêmea, MCN 2270 fêmea, MCN 2273 fêmea, MCN 2274 fêmea), 11-1964, T. de Lema (MCN 2534 fêmea, MCN 2544 fêmea, 11-1965, P.C. Braun (MCN 3113 fêmea), XI- 1965, (MCN 3581 macho), 23-X11-1972, C.A. S. Braun (MCN 4774 fêmea, MCN 4778 fêmea), 17-X1-1973, P.C. Braun (MCN 5430 fêmea, MCN 6133 e MCN 6144 jovens, MCN 6243 jov., MCN 6248 jov.) I-XII-1973, P.C. Braun (MCN 6268 macho, MCN 6269 macho, MCN 6270 fêmea, MCN 6271 fêmea, MCN 6272 macho, MCN 6273 macho, MCN 6274 fêmea, MCN 6275 macho, MCN 6276 fêmea), IX-1974, C.A.S. Braun (MCN 7530 fêmea, MCN 7531 fêmea, MCN 7532 macho); Viamão, X-1973, T. de Lema (MCN 6084 jov.); Porto Alegre, V-1972, P.C. Braun (MCN 4659 fêmea); Tapes, 8-11-1975, C.A.S. Braun (MCN 8365 macho, MCN 8366 jov., MCN 8367 jov.); Santo Antonio da Patrulha (MCN 10092 macho).

Bufo paracnemis LUTZ, 1925

Observações: ampla distribuição geográfica em termos de América do Sul, abrangendo vastas áreas brasileiras e diversos países, tais como Chile, Bolívia, Paraguai, Argentina e Uruguai. Sua ocorrência no RS foi a pouco tempo registrada por C. BRAUN (1974) e, engloba por enquanto apenas uma pequena faixa do extremo oeste do Estado. Pela descrição do animal, bastante característica, feita a nós por elementos residentes em diversas lo- calidades onde estivemos coletando, temos a certeza de que brevemente essa área de distribuição estará grandemente ampliada no RS. É bastante carac- terizado pela presença das glândulas tibiais e devido a seu porte avantajado, especialmente nos exemplares de fora do Estado, que até agora foram capturados no RS apenas exemplares de menor porte. Quanto à biologia E espécie, no que se refere a exemplares do Estado, nada ainda foi regis- trado.

IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (52):73-83, 16 jun. 1978

Levantamento dos anfíbios venenosos... 79 ever mento Common EI ES O MS

Material examinado: BRASIL, Rio Grande do Sul: Uruguaiana, XI1-1973, P.C. Braun (MCN 6425 fêmea, MCN

6426 macho, MCN 6427 macho, MCN 6428 macho, MCN 6429 fêmea, MCN 6430 fêmea, MCN 6431 macho)

COMENTÁRIOS FINAIS

De acordo com os dados até agora conseguidos, temos para o RS o regis- tro de seis espécies e ou subespécies de anfíbios venenosos da família Bufonidae, que são Bufo ictericus ictericus SPIX, 1824, Bufo granulosus dorbignyi DUMERIL & BIBRON, 1841, Bufo granulosus fernandezae GALLARDO, 1957, Bufo arenarum arenarum HENSEL, 1867, Bufo parac- nemis LUTZ, 1925 e Bufo crucifer henseli LUTZ, 1934. O de mais ampla distribuição geográfica é Bufo ictericus ictericus e o de menor é Bufo parac- nemis. Com exceção desta última espécie citada, as demais são sim- pátricas em muitas regiões do Estado. Os municípios de Torres e Porto Alegre são exemplos claros dessa afirmativa pois neles são encontradas quatro das seis espécies e ou subespécies de Bufo registradas para o RS. Pode-se prever, com base na análise do mapeamento das diversas espécies e ou subespécies (Fig. 1) que futuramente aumentarão as áreas onde se constatará a simpatria da maioria das espécies e ou subespécies do RS. No momento o quadro se apresenta, quanto à coexistência das cinco espécies e ou subespécies do gê- nero Bufo, do seguinte modo, tomando as Regiões Fisiográficas do Estado (FORTES, 1959), como base:

Região do Litoral: Bufo ictericus ıctericus, Bufo arenarum arenarum, Bufo crucifer henseli e Bufo granulosus dorbigny!.

Região da Depressão Central: Bufo ictericus ictericus, Bufo arenarum are- narum, Bufo crucifer henseli e Bufo granulosus fernandezae.

Região dos Campos de Cima da Serra: Bufo ictericus ictericus, Bufo arenarum arenarum e Bufo crucifer henselı.

Região da Encosta Inferior do Nordeste: Bufo zetericus ictericus, Bufo crucifer henseli e Bufo granulosus fernandezae.

Região da Encosta Superior do Nordeste: Bufo ictericus ictericus e Bufo crucıfer henseh.

Região das Missões: Bufo ictericus ictericus e Bufo granulosus fernandezae. Região da Encosta do Sudeste: Bufo arenarum arenarum e Bufo granulosus dorbignyi.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (52):73-83, 16 jun. 1978

to pra RO A E | or ger ND A ie AN M + ao e MPR lada , 1a H ne preso ee fi i E mm a 2 4 A FHRATAI a j er à ps À ki EEE a a ! = ern f P cad ar -

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BRAUN,C.A.S.

Figura n.º 1 Mapa do Estado do Rio Grande do Sul, Brasil, indicando os cípios onde ocorrem as diversas espécies do gênero Bufo con-

forme relação abaixo:

IRAI 29 ALEGRETE

SÃO LUIZ GONZAGA

BOSSOROCA SÃO BORJA VACARIA 32

BOM JESUS 33 VERANÓPOLIS 34 CAMBARÁ DO SUL 35

SÃO FRANCISCO DE PAULA 36 FLORES DA CUNHA il

BENTO GONÇALVES 38 MUÇUM 39 FARROUPILHA 40

CAXIAS DO SUL 41 GARIBALDI 42 TORRES 43 CANELA 44 GRAMADO 45 NOVA PETRÖPOLIS 46 LAJEADO 47 SÃO SEBASTIÃO DO CAÍ 48 ROLANTE SAPIRANGA

CAMPO BOM TAQUARA MONTENEGRO SANTA CRUZ DO SUL SANTA MARIA

30 SÃO LEOPOLDO ape

SANTO ANTÔNIO DA PATRULHA

OSÓRIO

SAPUCAIA DO SUL CACHOEIRA DO SUL URUGUAIANA CACHOEIRINHA CANOAS

GRAVATAI TRAMANDAI

GUAÍBA

VIAMÃO

ALVORADA

PORTO ALEGRE CAÇAPAVA DO SUL TAPES

SÃO LOURENÇO DO SUL PELOTAS

JAGUARÃO 49 SANTA VITÓRIA DO PALMAR

IHERINGIA, Ser. Zool.,-Porto Alegre (52):73-83, 16 jun. 1978

Levantamento dos anfíbios venenosos... 83

A BUFO AFEMARUM ARENARUM

& auFO CRUCIFER MENSELI @ BUFO ICTERICUS ICTERICUS

O zur0 PaRACMEMIS

O suro caanuLosus vonmanr! E suo cramscosss FERNANDEZAE

FIG.1

IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (52):73-83, 16 jun. 1978

EM EXISTE 4 PVE DE AD RARA =

ho 5 m . Ur VA x ' | 3 t = PLS x 5 o E Es o x 2 1 | =p EX = { DER o ya 6 Z Ss MA = t adia

A List of Birds of Rio Grande do Sul, Brazil.*

William Belton**

ABSTRACT

This is a list of 575 species of birds which have been recorded as occurring in the state of Rio Grande do Sul, Brazil. Brazilian and English names accompany the scientific designation. The basis for including each species is noted. Eighty-nine percent of the species listed have been observed during a survey of the entire state which began in 1970.

RESUMO

Apresenta-se uma lista de 575 espécies de aves registradas dentro do Estado do Rio Grande do Sul, Brasil. Os nomes científicos são acompanhados pelos nomes vulgares em português e inglês. Oitenta e nove por cento das espécies resultam de observações do autor e de colabora- dores, e foram realizadas desde 1970. As restantes foram obtidas através de consultas à bi- bliografia, coleções e ornitólogos.

INTRODUCTION

Prior to 1970 the avifauna of Brazil's southernmost state had never been the subject of methodical study. As a result of a distributional survey which I have been making since that time, it is now feasible to present a list of the birds of Rio Grande do Sul (RS) with assurance that it is reasonably com- plete, both as to historical records and recent occurrences. This is not to say that all the species which may occur here have been found. The fact that more than sixty new species have been discovered for the first time in the state by me and my occasional field companions is the best indication that, as the more remote corners of the state are visited periodically by competent observers, the present list of 575 species will continue to expand. Never- theless, I feel confident that the current list contains all the species of broad general occurrence, as well as the vast bulk of those found either in limited areas or for short periods during the year. Unfortunately, human persecution and changes in habitat have caused a number of species which were recorded by early investigators to become rare or extinct at present. This is especially true among the hawks and parrots.

Approximately 89% of the species listed have been collected or observed during the course of my survey. For the remainder I have relied on museum collections, published sources, or information from qualified ornithologists. Collection lists published by IHERING (1899), GLIESCH (1930), and CAMARGO (1962) have been of particular value, as has the extensive collec- tion made by Emil Kaempfer during 1928-31, now in the American

* Accepted for publication 2.VI.1977 Based on research sponsored by the Muscu Nacional, Rio de Janeiro, and the Smithsonian Institution, Washington, D.C., and with support from the Frank M. Chapman Memorial Fund. * Research Collaborator, Smithsonian Institution, Caixa Postal 119, 95670, Gramado, RS, Brasil.

IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (52):85-102, 6 jun. 1978

86 BELTON, W.

Museum of Natural History, New York. Briefer visits to the state by orni- thologists and collectors such as Snethlage, Ruschi, and Garbe have also produced information used here. The visits of Helmut Sick, both prior to and during my investigations, have been of special value. As recently as 1966 he discovered here a species, Cinclodes pabsti (SICK, 1969), previously unknown to science. The “Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoo- botânica do Rio Grande do Sul”, which has recently reactivated its orni- thological section, has also provided source material, as have some smaller local museums in the state.

To maximize the usefulness of this list, both English and Brazilian names are given with the scientific name for each species. Brazilian names have presented a special problem. No standardized nomenclature for Brazilian birds yet exists. People in various parts of Rio Grande do Sul use widely different names for the same species. The same name is frequently used for a wide variety of birds. The name used in Rio Grande do Sul for a given species may be quite different from the name or names used in other parts of Brazil. Many species have never had any vernacular name.

Believing that a distinctive common name for each species would be an essential first step for arousing the interest of their compatriots in wild birds, a group of Brazilians, Flávio Silva, Renato Petri Leal, Walter Voss, and Kay Sallfeld, worked long hours with me to determine from among the choices available the most ‘‘correct’’ or the most logical vernacular name for each species. Where no vernacular name could be discovered, a descriptive one was created. The entire list was checked with Helmut Sick to achieve ma- ximum possible coordination between the names on this list and those he is using in his forthcoming book, “Aves do Brasil”.

MATERIAL AND METHODS

In selecting Brazilian vernacular names our first objective was to find names which do not conflict with each other, and which conflict to the minimum extent possible with names used elsewhere in Brazil, while retaining Rio Grande do Sul usage. When a choice had to be made between two or more commonly used names, our decision was sometimes influenced by the fact that one of the names was also popularly used for a second species and would more properly be applied to it. In other cases the decision was based on which name would most accurately reflect the appearance, habits, habitat, or systematic relationship of the species. These factors also governed our creative efforts for hitherto unnamed species, which are marked by =.

Scientific names, systematic classification, and English names are those used by MEYER DE SCHAUENSEE (1966), with the few modifications introduced in MEYER DE SCHAUENSEE (1970).

Species on this list without reference indicators are represented by specimens in my personal collection taken in the state since 1970.

Species marked with O have been recorded since 1970 for what is believed to be the first time, but have not been collected.

For other species not in my collection, information on the most recent known specimen is provided by a reference indicator, not in parentheses, to one of the sources in the numbered list below. If no specimen is known, but there is a reliable sight record predating 1970, the referen- ce indicator is in parentheses.

IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (52):85-102, 6 jun. 1978

A List of Birds of...

O + GONE Nm

Only those species marked with + have not been recorded since 1970. Sources of information are as follows:

Leopoldo, RS.

. Included 1n catalogue by PINTO (1938) . Specimen in collection of ''Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotänica do Rio

Grande do Sul’’, Porto Alegre, RS.

SPHENISCIDAE

+ Eudybtes crestatusl + Eudyptes chrysolophus2

Spheniscus magellanicus3 RHEIDAE

Rhea americana3 TINAMIDAE

Tinamus solitarius10 Crybturellus obsoletus Crypturellus noctivagus Crybturellus parvirostris Crypturellus tataupa Rhynchotus rufescens Nothura maculosa

PODICIPEDIDAE

Podiceps dominicus Podiceps rolland Podiceps major Podilymbus podiceps

THE LIST

PINGUINS

Pingüim-de-penacho- amarelo = Pingúim-de-testa-

alaranjada = Pingüim-de-Magalhäes = EMAS >

Ema

INAMBUS, PERDIZES

Macuco Inambuguaçu Jaó-do-litoral Inambuxororó Inambuxintã Perdigão

Perdiz or Codorna

MERGULHÕES

Mergulhão-pequeno

Mergulhão-orelhas-brancas =

Mergulhão-grande Mergulhão

. Specimen in collection of National Museum of Natural History, Washington, D.C. . Specimen in collection of ‘‘Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo . Cited in CORY (1918) . Included in list of RUSCHI (1956).

. Included in catalogue by SCLATER (1890). . Included in catalogue by PINTO (1944).

PENGUINS Rockhopper Penguin

Macaroni Penguin

Magellanic Penguin RHEAS Greater Rhea

TINAMOUS

Solitary Tinamou Brown Tinamou

87

. Specimen in collection of museum of “Universidade Federal de Pelotas’’, Pelotas, RS. . Cited by Helmut Sick, in litt.

. Included in list of CAMARGO (1962) . Included in list of GLIESCH (1930)

. Cited in WATSON et alii (1971)

. Specimen in collection of ''Museu Nacional’’, Rio de Janeiro, Brazil. . Included in catalogue by SHARPE (1885). . Specimen in collection of “Museu de Aves Empalhadas’’’, Camaquã, RS. . Included in list of IHERING (1899). . Specimen in collection of American Museum of Natural History, New York. . Recovery report from records of Bird Banding Laboratory, Laurel, Maryland. . Specimen in collection of museum of “Universidade do Vale do Rio dos Sinos’’, São

Yellow-legged Tinamou

Small-billed Tinamo Tataupa Tinamou

u

Red-winged Tinamou

Spotted Nothura GREBES

Least Grebe White-tufted Grebe Great Grebe Pied-billed Grebe

IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (52):85-102, 16 jun

. 1978

BELTON, W.

88 A Wo

DIOMEDEIDA E

+ Diomedea exulansÓ) Diomedea melanophris Diomedea chlororhynchos

PROCELLARIIDAE

Macronectes giganteus Fulmarus glactaloides Daption capense Pterodroma incerta

+ Pterodroma mollis)

+ Pachyptila belcheri®

+ Adamastor cinereus) Procellaria aequinoctialis Puffinus diomedea? Puffinus gravis

Puffinus griseus Puffinus puffinus

HYDROBATIDAE Oceanites oceanicusá

PHALACROCORACI- DAE

Phalacrocorax olivaceus ANHINGIDAE Anhinga anhinga3 FREGATIDAE Fregata magnificens8 ARDEIDAE

Ardea cocoi Casmerodius albus3 Egretta thula Butorides striatus Bubulcus ıbısO Syrıgma sibilatrix Nycticorax nycticorax Nyctanassa violacea# Tigrisoma lineatum® Tigrisoma fasciatum Ixobrychus involucris Botaurus binnatus

CICONIIDAE

+

+

Mycteria americana3 Euxenura maguarı3

THRESKIORNITHIDAE

Harpiprion caerulescens Theristicus caudatus

IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (52):85-102, 16 jun. 1978

ALBATROZES

Albatroz-errante Albatroz-de-sobrancelha = Albatroz-de-nariz-amarelo =

PARDELAS, FURABU-

XOS, BOBOS Pardeläo-gigante = Pardeläo-prateado = Pomba-do-cabo Furabuxo-de-capuz = Furabuxo-de-coroa = Faigäo

Pardela-cinza = Pardela-preta = Bobo-grande = Bobo-grande-de-sobre- branco = Bobo-escuro = Bobo-pequeno =

ALMAS-DE-MESTRE Alma-de-mestre

BIGUÁS

Biguá BIGUATINGAS Biguatinga TESOURÕES

TES QUERO GARÇAS, SOCÓS

Garça-moura or Socó-grande Garça-branca-grande Garça-branca-pequena Socozinho Garça-vaqueira Maria-faceira

Savacu Savacu-de-coroa = Socó-boi-verdadeiro = Socó-boi-escuro = Socoí-amarelo = Socó-boi-baio =

CEGONHAS

Cabeça-seca João-grande

IBIS

Maçarico-real Curicaca

ALBATROSSES

Wandering Albatross Black-browed Albatross Yellow-nosed Albatross

FULMARS, SHEARWATERS

Giant Fulmar Southern Fulmar Cape Petrel

Hooded Perrel Soft-plumaged Petrel Slender-billed Prion Gray Petrel White-chinned Petrel Cory’s Shearwater Greater Shearwater

Sooty Shearwater Common Shearwater

STORM-PETRELS Wilson's Storm-Petrel

CORMORANTS

Neotropic Cormorant DARTERS

Anhinga FRIGATEBIRDS Magnificent Frigatebird HERONS, EGRETS

White-necked Heron

Great Egret

Snowy Egret

Striated Heron

Cattle Egret

Whistling Heron Black-crowned Night-Heron Yellow-crowned Night-Heron Rufescent Tiger-Heron Fasciated Tiger-Heron Stripe-backed Bittern Pinnated Bittern

STORKS

Wood Stork Maguari Stork

IBISES

Plumbeous Ibis Buff-necked Ibis

A List of Birds of... 89

+ Mesembrinibis cayennensis(2) Phimosus infuscatus

Plegadis chihi

Ajaia ajaja3 PHOENICOPTERIDAE Phoenicopterus chilensisê ANHIMID A E

Chauna torquata

ANATIDAE

Dendrocygna bicolor Dendrocygna viduata Coscoroba coscoroba Cygnus melancoryphuslO Anas flavirostris Anas sibilatrix3

+ Anas bahamensis® Anas georgica3 Anas versicolör Anas discorsll

+ Anas cyanoptera3

+ Anas plataleas Anas leucophrys Netta peposaca Amazonetta brasiliensis? Sarkidiornis melanotos12 Cairina moschatas Oxyura vittata Oxyura dominica® Heteronetta atricapailla

CATHARTIDAE

Sarcoramphus papa\2) Coragyps atratus4 Cathartes auraé Cathartes burrovianuso

ACCIPITRIDAE

Elanus leucurus3 Elanoides forficatus3 + Leptodon cayanensis9 Harpagus diodon9

Ictinea plumbea Rostrhamus sociabilis Accipiter bicolor! 3

+ Accipiter poliogasterá Accipiter striatus Geranoaetus melanoleucus# Buteo albicaudatus13 Buteo swainsoni?

Corocoró

Maçarico-de-cara-pelada or Chapéu-velho Maçarico-preto

Colhereiro

FLAMINGOS Flamingo

TACHÄS

Tachã.

CISNES, MARRECAS

Marreca-caneleira Marreca-piadeira or Irerê Capororoca Cisne-de-pescoço-preto Marreca-pardinha Marreca-oveira = Marreca-toicinho Marreca-parda Marreca-cricri Marreca-de-asa-azul = Marreca-colorada = Marreca-colhereira Marreca-coleira = Marrecão Marreca-pé-vermelho Pato-de-crista Pato-do-mato Marreca-pés-na-bunda Marreca-bico-roxo = Marreca-de-cabeça-preta =

URUBUS

Urubu-rei Urubu-de-cabeça-preta Urubu-de-cabeça-vermelha Urubu-de-cabeça-amarela =

GAVIÕES

Gavião-peneira Gavião-tesoura Gavião-de-cabeça-cinza = Gaviäo-bombachinha = Sovi Gavião-caramujeiro Gavião-bombachinha- grande = Tauató-pintado Gaviãozinho Águia-chilena Gavião-de-rabo-branco = Gavião-papa-gafanhoto =

Green Ibis Bare-faced Ibis

White-faced Ibis Roseate Spoonbill

FLAMINGOS Chilean Flamingo SCREAMERS Southern Screamer SWANS, DUCKS

Fulvous W histling-Duck White-faced Whistling-Duck Coscoroba Swan Black-necked Swan Speckled Teal

Southern Wigeon Whtte-cheeked Pintail Yellow-billed Pintail Silver Teal

Blue-winged Teal Cinnamon Teal

Red Shoveler

Ringed Teal

Rosy-billed Pochard Brazilian Duck

Comb Duck

Muscovy Duck

Lake Duck

Masked Duck Black-headed Duck

AMERICAN VULTURES

King Vulture

Black Vulture

Turkey Vulture

Lesser Yellow-headed Vulture

HAWKS, EAGLES

White-tailed Kite Swallow-tailed Kite Gray-headed Kite Rufous-thighed Kite Plumbeous Kite Snail Kite

Bicolored Hawk

Gray-bellied Hawk Sharp-shinned Hawk Black-chested Buzzard-Eagle White-tailed Hawk Swainson's Hawk

IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (52):85-102, 16 jun. 1978

90

BELTON, W.

Buteo magnirostris Buteo leucorrhous13 Buteo brachyurusf Parabuteo unicinctusO

+ Leucopternis polionota9 Heterospizias meridionalisá Buteogallus urubitinga

+ Harpyhaliaetus coronatusá

+ Morphnus guianensis?

+ Harpia harpyjal4 Spizastur melanoleucus9

+ Spizaetus ornatusl3 Spizaetus tyrannusá Circus cinereus4 Circus buffoni

Geranospiza caerulescensá PANDIONIDAE Pandion haliaetus FALCONIDAE

Herbetotheres cachinnanso + Micrastur semitorquatuso Micrastur ruficollis Milvago chimachima Milvago chimango Polyborus plancus Falco peregrinuso + Falco deiroleucus? Falco femoralıs3 Falco sparverius

CRACIDAE

Ortalis guttata Penelope obscura + Penelope superciliaris9 + Pipile jacutinga3

PHASIANIDAE Odontophorus capueira® ARAMIDA E Aramus guarauna

RALLIDAE

Rallus sanguinolentus Rallus nigricans

Rallus maculatus Aramides cajanea Aramides ypecaha Aramides saracura Porzana albicollis3 Laterallus melanophaius Laterallus leucopyrrhus

IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (52):85-102,16 jun. 1978

Gaviäo-cärijö Gaviäo-de-sobre-branco = Gaviäo-de-rabo-curto = Gaviäo-asa-de-telha = Gavião-pombo-branco Gavião-caboclo Gavião-preto Águia-cinzenta Uiraçu-falso Gavião-real Gavião-pato Gavião-penacho Gavião-pega-macaco Gavião-cinza = Gavião-do-mangue Gavião-perhilongo =

ÁGUIAS-PESCADORAS Águia-pescadora FALCÕES, CARACARÁS

Acauã

Gavião-relógio Gavião-caburé

Carrapateiro

Chimango

Caracará

Falcão-peregrino Falcão-de-peito-vermelho = Falcão-de-coleira Quiriquiri

ARAQUÄS, JACUS

Araquä

Jacu-acu

Jacu-velho ou Jacubemba Jacutinga

URUS Uru CARÖES Caräo

SARACURAS, FRANGOS-D’AGUA

Saracura-do-banhado Saracura-sanä Saracura-carijó =

Três-potes

Saracuruçu Saracura-do-brejo Sanã-carijó = Pinto-d'água-comum Pinto-d'água-avermelhado =

Roadside Hawk White-rumped Hawk Short-tailed Hawk Bay-winged Hawk Mantled Hawk Savanna Hawk

Great Black Hawk Crowned-Eagle Crested Eagle

Harpy Eagle Black-and-white Hawk-Eagle Ornate Hawk-Eagle Black Hawk-Eagle Cinereous Harrier Long-winged Harrier Crane Hawk

OSPREYS

Osprey

FALCONS, CARACARAS Laughing Falcon

‚Collared Forest-Falcon

Barred Forest-Falcon Yellow-headed Caracara Chimango Caracara Crested Caracara Peregrine Falcon Orange-breasted Falcon Aplomado Falcon American Kestrel

CHACHALACAS, GUANS

Speckled Chachalaca Dusky-legged Guan Rusty-margined Guan Black-fronted Piping-Guan

QUAILS

Spot-winged Wood-Quail LIMPKINS

Limpkin

RAILS, GALLINULES, COOTS

Plumbeous Rail

Blackish Rail

Spotted Rail Gray-necked Wood-Rail Giant Wood:Rail Slaty-breasted Wood-Rail Ash-throated Crake Rufous-sided Crake Red-and-white Crake

A List of Birds of,... 91

+ Coturnicops notatalO Porphyriops melanops Gallinula chloropus Porphyrula martinica Fulica armillata Fulica leucoptera Fulica rufifrons

CARIAMIDAE

Cariama cristata8

JACANIDAE Jacana jacana

ROSTRATULIDAE + Nycticryphes semicollarisl6

HAEMATOPODIDAE Haematopus balliatus .

CHARADRIIDAE

Vanellus chilensis Pluvialis squatarola Pluvialis dominica Charadrius semipalmatus Charadrius falklandicus Charadrius collarıs Zonibyx modestus

Oreopholus ruficollis

Arenaria interpres3

SCOLOPACIDAE

Tringa solitaria Tringa flavipes Tringa melanóleuca

Actitis macularia3

Catoptrophorus semipalmatus

Calidris canutus

Calidris bairdii

Calidris fuscicollis Caltdris melanotos Calidris alba Micropalama himantobus Tryngites subruficollis Bartramia longicauda

Pinto-d'água-pintalgado = Frango-d'água-carijó = Galinhola ou Frango-d'água Frango-d'água-azul Carqueja-de-bico-maculado = Carqueja-de-bico-amarelo = Carqueja-de-escudo-roxo =

SERIEMAS

Seriema

JACANÄS Jaçanã

NARCEJAS—DE—BICO- TORTO

Narceja-de-bico-torto

PIRU-PIRUS Piru-piru

QUERO-QUEROS, BATUIRAS

Quero-quero Batuiruçu-de-axila-preta = Batuiruçu Batuíra-norteamericana = Batuíra-de-coleira-dupla = Batuíra-de-coleira = Batuíra-de-peito- avermelhado = Batuíra-de-papo- ferrugíneo = Vira-pedra

MAÇARICOS, NARCEJAS

Maçarico-solitário = Maçarico-perna-amarela = Maçarico-grande-perna- amarela = Maçarico-pintado = Maçarico-de-asa-branca =

Maçarico-de-papo- vermelho = Maçarico-de-bico-fino = Maçarico-de-sobre-branco = Maçarico-de-colete = Maçarico-branco = Maçarico-pernilongo = Maçarico-acanelado = Maçarico-do-campç

Speckled Crake Spot-flanked Gallinule Common Gallinule Purple Gallinule Red-gartered Coot White-winged Coot Red-fronted Coot

SERIEMAS Red-legged Seriema

JACANAS Wattled Jacana PAINTED-SNIPES

South American Painted- Snipe

OYSTERCATCHERS American Oystercatcher

LAPWINGS, PLOVERS

Southern Lapwing Black-bellied Plover American Golden Plover Semipalmated Plover Two-banded Plover Collared Plover Rufous-chested Dotterel

Tawny-throated Dotterel

Ruddy Turnstone SANDPIPERS, SNIPES

Solitary Sandpiper Lesser Yellow-legs Greater Yellow-legs

Spotted Sandpiper Willet

Red Knot

Baird's Sandpiper White-rumped Sandpiper Pectoral Sandpiper Sanderling

Stilt Sandpiper Buff-breasted Sandpiper Upland Sandpiper

IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (52):85-102, 16 jun. 1978

Limosa haemastica Gallinago gallinago Gallinago undulata3

RECURVIROSTRIDAE Himantobus himantopus PHALAROPODIDAE Steganopus tricolor CHIONIDIDAE

Chionis alba STERCORARIIDAE

Catharacta skua Stercorarius parasiticus

LARIDAE

Larus dominicanus Larus cirrocephalus!5 Larus maculipenris Phaetusa simplex Gelochelidon nilotica Sterna hirundinacea Sterna hirundoll Sterna baradisaeal> Sterna trudeaui

Sterna superciliaris Sterna maxima Sterna eurygnatha

RYNCHOPIDAE Rynchops nigra3 COLUMBIDAE

Columba liviao Columba picazuro Columba maculosa Columba cayennensis Columba plumbealO Zenaida auriculata Columbina talbacoti Columbina picui Scardafella squamatao Leptotila verreauxi Leptotila rufaxilla Geotrygon montana

PSITTACIDAE

+ Ara maracanalO Aratinga leucophthalmuslO

Maçarico-de-bico-virado = Narceja - Narcejão

PERNILONGOS Pernilongo PISA-N'ÁGUAS Pisa-n'água = POMBAS-ANTÁRTICAS

Pomba-antártica =

GAIVOTAS-RAPINEIRAS

Gaivota-rapineira-grande Gaivota-rapineira-comun

GAIVOTAS, TRINTA- REIS

Gaivotäo Gaivota-de-cabeca-cinza = Gaivota-maria-velha Trinta-reis-grande Trinta-réis-de-bico-preto = Trinta-réis-de-bico-vermelho Trinta-réis-boreal = Trinta-réis-ártico = Trinta-réis-de coroa- branca = Trinta-réis-anão Trinta-réis-real =

- Trinta-réis-de-bico-amarelo

TALHA-MARES Talha-mar POMBOS, ROLAS

Pombo doméstico Asa-branca or Pombão Pomba-do-orvalho Pomba-galega Pomba-amargosa Pomba-de-bando Rolinha-roxa Rolinha-picuí Fogo-apagou Juriti-pupu Juriti-gemedeira Pariri

PERIQUITOS, PAPAGAIOS

Maracanä Maracanä-malhada

IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (52):85-102, 16 jun. 1978

92 BELTON, W

Hudsonian Godwit Common Snipe Giant Snipe

STILTS Common Stilt

PHALAROPES

.Wilson‘s Phalarope

SHEATHBILIS Snowy Sheathbill . SKUAS, JAEGERS

Great Skua Parasitic Jaeger

GULLS, TERNS

Kelp Gull Gray-hooded Gull Brown-hooded Gull Large-billed Tern Gull-billed Tern South American Tern Common Tern

Arctic Tern Snowy-crowned Tern

Yellow-billed Tern Royal Tern Cayenne Tern

SKIMMERS Black Skimmer PIGEONS, DOVES

Rock Dove

Picazuro Pigeon Spot-winged Pigeon Pale-vented Pigeon Plumbeous Pigeon Eared Dove

Ruddy Ground-dove Picui Ground-dove Scaled Dove White-tipped Dove Gray-fronted Dove Ruddy Quail-Dove

PARAKEETS, PARROTS

Blue-winged Macaw White-eyed Parakeet

A List of Birds of...

Pyrrhura frontalis Myiopsitta monachus

+ Forpus xanthopterygiusf Pionopsitta pileata3 Pionus maximilianı Amazona pretrei3

+ Amazona brasiliensis?

+ Amazona aestiva(9) Amazona vinacea Triclaria malachitacea

CUCULIDAE

Coccyzus cinereus Coccyzus americanus

Coccyzus melacoryphus Pıaya cayana

Crotophaga major Crotobhaga ant

Guira guira

Tapera naevia Dromococcyx phastanellus

TYTONIDAE Tyto alba STRIGIDAE

Otus cholıba

Orus atricapillus Bubo virginianus Pulsatrix perspicillata Glaucidium brasilianum Speotyto cunicularia Ciccaba virgataé Strix hylophila Rhinoptynx clamator + Asıo stygiusl3

Asıo flammeus3 Aegolius harrisiil 7

NYCTIBIIDA E

Era

+

Nyctibius griseus CAPRIMULGIDAE

Lurocalis semitorguatus# Chordeiles acutipennis4 Chordeiles minor Podager nacunda Nyctidromus albicollis Caprimulgus rufusi3 Caprimulgus longirostriso Caprimulgus parvulus Hydropsalis brasiliana

+

Tiriba-de-testa-vermelha Caturrita

Tuim

Cuiu-cuiu Maitaca-bronzeada Charão Papagaio-de-cara-roxa Papagaio-verdadeiro Papagaio-peito-roxo Sabiä-cica

PAPA-LAGARTAS, ANUS

Papa-lagarta-cinzento =

Papa-lagarta-norte- americano =

Papa-lagarta-verdadeiro

Alma-de-gato

Anu-coroca

Anu-preto

Anu-branco

Saci

Peixe-frito-verdadeiro

CORUJAS-DE-IGREJA Coruja-de-igreja CORUJAS

Corujinha-do-mato Corujinha-sapo Jacurutu Murucututu Cabure Coruja-do-campo Coruja-do-mato = Coruja-listrada = Coruja-orelhuda Mocho-diabo Mocho-dos-banhados = Caburé-acanelado =

URUTAUS Urutau

BACURAUS

Tuju

Bacurau-asa-fina = Bacurau-norteamericano = Corucão

Bacurau

João-corta-pau Bacurau-da-telha = Bacurau-pequeno = Bacurau-tesoura

93

Reddish-bellied Parakeet Monk Parakeet Blue-winged Parrotlet Red-capped Parrot Scaly-headed Parrot Red-spectacled Parrot Blue-cheeked Parrot Turquoise-fronted Parrot Vinaceous-breasted Parrot Blue-bellied Parrot

CUCKOOS

Ash-colored Cuckoo Yellow-billed Cuckoo

Dark-billed Cuckoo Squirrel Cuckoo Greater Ani Smooth-billed Ani Guira Cuckoo Striped Cuckoo Pheasant Cuckoo

BARN OWLS Barn Owl OWLS

Tropical Screech-Owl Long-tufted Owl Great Horned Owl Spectacled Owl Ferruginous Pygmy-Ow!] Burrowing Owl Mottled Owl Rusty-barred Owl Striped Owl

Stygian Owl Short-eared Owl Buff-fronted Owl

POTOOS Common Potoo

NIGHTJARS, NIGHTHAWKS

Semi-collared Nighthawk Lesser Nighthawk Common Nighthawk Nacunda Nighthawk Pauraque

Rufous Nightjar Band-winged Nightjar Little Nightjar Scissor-tailed Nightjar

IHERINGIA, Ser. Zopl., Porto Alegre (52):85-102, 16 jun. 1978

BELTON, W.

EU E PRE E O a tn o

+ Macropsalis creagralO Eleothreptus anomalus(13)

APODIDA E

Streptoprocne zonaris Streptobrocne biscutata Cypseloides fumigatus Chaetura cinereiventriso Chaetura andre:3

TROCHILIDAE

Ramphodon naeviusá Phaethornis eurynome Eupetomena macroural8 Melanotrochilus fuscus14

+

+

Colibri serrirostris18 Anthracothorax nigricollis18 Stebhanoxis lalandi Lophornis magnifical8 Chlorostilbon aureoventris Thalurania glaucopis Hylocharis chrysura Leucochloris albicollis Amaziha versicolor Amaziha fimbriata Aphantochroa cirrochlorisl8 Clytolaema rubricaudal® Heliomaster furcifer Calhiphlox amethystina3

TROGONIDAE

+

+

+

Trogon rufus Trogon surrucura

ALCEDINIDAE

Ceryle torquata Chloroceryle amazona Chloroceryle americana

MOMOTIDAE Baryphthengus ruficapillus BUCCONIDAE Nystalus chacuru RAMPHASTIDAE

Pteroglossis castanotisO Selenidera maculirostríslO Baillonius baillonio Ramphastos dicolorus Ramphastos toco

+

IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (52):85-102, 16 jun. 1978

Bacurau-tesoura-gigante = Curiango-do-banhado =

ANDORINHÕES

Andorinhão-coleira Andorinhão-coleira-falha = Andorinhão-preto-da-cascata Andorinhão-cinzento = Andorinhão-do-temporal

BEIJA-FLORES

Beija-flor-grande-da-mata Rabo-branco-garganta-rajada = Beija-flor-de-tesoura Beija-flor-preto-de-rabo- branco Beija-flor-de-canto Beija-flor-de-veste-preta = Beija-flor-de-topete Topetinho-vermelho Besourinho-bico-vermelho Beija-flor-de-fronte-violeta Beija-flor-dourado Beija-flor-de-papo-branco Beija-flor-de-banda-branca = Beija-flor-garganta-verde Beija-flor-cinza Beija-flor-papo-de-fogo Beija-flor-de-barba-azul = Estrelinha

SURUCUÄS

Surucuä-de-barriga-amarela Surucuä-variado

MARTINS-PESCADORES

Martim-pescador-grande Martim-pescador-verde Martim-pescador-pequeno

JURUVAS Juruva JOÖES-BOBOS Joäo-bobo TUCANOS

Araçari-castanho = Araçaripoca Araçari-banana Tucano-de-bico-verde Tucanuçu

Long-trained Nightjar Sickle-winged Nightjar

SWIFTS

White-collared Swift Biscutate Swift Sooty Swift Gray-rumped Swift Ashy-tailed Swift

HUMMINGBIRDS

Saw-billed Hermit Scale-throated Hermit Swallow-tailed Hummingbird Black Jacobin

White-vented Violetear Black-throated Mango Black-breasted Plovercrest Frilled Coquette Glittering-bellied Emerald Violet-capped Woodnymph Gilded Hummingbird White-throated Hummingbird Versicolored Emerald Glittering-throated Emerald Sombre Hummingbird. Brazilian Ruby

Blue-tufted Starthroat Amethyst Woodstar

TROGONS

Black-throated Trogon Surucua Trogon

KINGFISHERS

Ringed Kingfisher Amazon Kingfisher Green Kingfisher

MOTMOTS

Rufous Motmot PUFFBIRDS White-eared Puffbird TOUCANS

Chestnut-eared Araçari Spot-billed Toucanet Saffron Toucanet Red-breasted Toucan Toco Toucan

A List of Birds of... 95

PICIDAE PICA-PAUS WOODPECKERS Picumnus nebulosus j Pica-pau-anão carijó = Mottled Piculet Picumnus temminckii Pica-pau-anäo-de-coleira = Ochre-collared Piculet

+ Picumnus cirratus? Pica-pau-anäo-barrado = White-barred Piculet Colapbtes campestroides Pica-pau-do-campo Field Flicker Chrysoptilus melanochloros Pica-pau-verde-bafrado = Green-barred Woodpecker Piculus aurulentus Pica-pau-dourado White-browed Woodpecker Celeus flavescens João-velho Blond-crested Woodpecker Dryocopus lineatus Pica-pau-de-banda-branca = Lineated Woodpecker

+ Dryocopus galeatus4 Pica-pau-de-cara-amarela = Helmeted Woodpecker Melanerpes flavifrons Benedito-testa-amarela = Yellow-fronted Woodpecker Leuconerpes candidus Pica-pau-branco White Woodpecker Veniliornis spilogaster Picapauzinho-verde-carijó = White-spotted Woodpecker Dendrocopus mixtus Picapauzinho-chorão = Checkered Woodpecker Phloeoceastes robustus Pica-pau-rei = Robust Woodpecker DENDROCOLAPTIDAE ARAPAÇUS WOODCREEPERS Dendrocincla fuliginosalO Arapaçu-liso = Plain-brown Woodcreeper Sittasomus griseicapillus Arapaçu-verde = Olivaceous Woodcreeper Drymornis bridgesa Arapaçu-platino = Scimitar-billed Woodcreeper Xiphocolaptes albicollis Arapaçu-grande-garganta- White-throated Woodcreeper

branca = Dendrocolaptes blatyrostris Arapacu-grande Planalto Woodcreeper Lebidocolaptes angustirostris Arapacu-do-cerrado Narrow-billed Woodcreeper Lepidocolaptes squamatus Arapaçu-escamoso = Scaled Woodcreeper Lepidocolaptes fuscus Arapacu-rajado = Lesser Woodcreeper Campylorhamphus falcularius Arapaçu-de-bico-torto Black-billed Scythebill FURNARIIDAE JOÖES-DE-BARRO, HORNEROS, SPINETAILS LIMPA-FOLHAS Geositta cunicularia Curriqueiro Common Miner Cinclodes fuscus Pedreiro-dos-Andes = Bar-winged Cinclodes Cinclodes pabsti Terezinha or Pedreiro Long-tailed Cinclodes Clibanornis Cisqueiro = Canebrake Groundcreeper dendrocolaptoides Furnarius rufus João-de-barro Rufous Hornero Limnornis curvirostris _ Junqueiro-de-bico-curvo = Curve-billed Reedhaunter Limnoctites rectirostris Junqueiro-de-bico-reto = Straight-billed Reedhaunter Phleocryptes melanops Bate-bico Wren-like Rushbird Leptasthenura striolata Grimpeirinho = Striolated Tit-Spinetail Leptasthenura platensis Rabudinho = Tufted Tit-Spinetail Leptasthenura setaria Grimpeiro Araucaria Tit-Spinetail Schoeniobhylax Bichoita Chotoy Spinetail bhryganophila

Synallaxis ruficapilla Pichororé Rufous-capped Spinetail Synallaxis frontalis Petrim = Sooty-fronted Spinetail Synallaxis spixi Joäo-tenenem Chicli Spinetail Synallaxis albescens Ui-pi = Pale-breasted Spinetail Synallaxis cinerascens Pi-pui = Gray-bellied Spinetail Certhiaxis cinnamomea Curutie Yellow-throated Spinetail Cranioleuca sulpbhurifera Arredio-de-papo-manchado= Sulphur-bearded Spinetail Crantoleuca obsoleta Arredio-oliváceo = Olive Spinetail Cranioleuca pyrrhophia Arredio = Stripe-crowned Spinetail Asthenes baeri Lenheiro = Short-billed Canastero

IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (52):85-102, 16 jun. 1978

96

Spartonoica maluroides Phacellodomus erythrophthalmus Phacellodomus ruber Phacellodomus striaticollis Corybhistera alaudina Anrumbius annumbi Pseudoseisura lophotes, Syndactyla rufosuperciliata Anabacerthia amaurotis10 Philydor atricapillus Philydor lichtensteini Philydor rufus Automolus leucophthalmus Cichlocolaptes leucophrysi9 Heliobletus contaminatus Xenops rutilans Sclerurus scansor Lochmias nematura

FORMICA RIID A E

Hypoedaleus guttatusl9 Batara cinerea Mackenziaena leachii * Mackenziaena severad Thamnophilus caerulescens Thamnophilus ruficapillus Dysithamnus mentalıs Myrmotherula gularis9

+

+

+

+

Myrmotherula unicolor Drymobhila ferruginea Drymophila malura Pyriglena leucoptera Myrmeciza squamosa Chamaeza campanisona Chamaeza ruficauda Formicarius colma Grallaria varia? Hylopezus ochroleucus Coropophaga lineata

RHINOCRYPTIDAE

Scytalopus speluncae Scytalopus indigoticus9

COTINGIDAE

Phibalura flavirostris Carbornis cucullatus Pachyramphus viridis Pachyramphus castaneus Pachyramphus polychopterus Platybsaris rufus

Tityra cayana

IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (52) 85-102, 16 jun. 1978

Boininha = João-botina

Garrincha-do-buriti

Tio-tio =

Corredor-crestudo = Cochicho

Coperete

Trepador-quiete = Limpa-folha-miúda = Limpa-folha-coroada = Limpa-folha-ocrácea = Limpa-folha-de-testa-baia = Barranqueiro-olho-branco = Trepador-sobrancelha =

Trepadorzinho = Bico-virado-carijó Vira-folha João-porca

PAPA-FORMIGAS

Chocão-carijó = Matracão Brujarara-assobiador Borralhara Choca-da-mata = Choca-boné-vermelho = Choquinha-lisa = Choquinha-garganta- pintada = Choquinha-cinzenta = Trovoada Choquinha-carijó = Papa-taóca Papa-formiga-de-gruta Tovaca-campainha Tovaca-rabo-vermelho = Galinha-do-mato Tovacuçu Pinto-do-mato Chupa-dente

TAPACULOS

Tapaculo-preto Macuquinho

ANAMBÉS, PAVÓS

Tesourinha-do-mato = Corocochó Caneleirinho-verde Caneleirinho Caneleirinho-preto Caneleiro-chapéu-preto = Anambé-branco-rabo-preto =

BELTON, W.

Bay-capped Wren-Spinetail Red-eyed Thornbird

Greater Thornbird Freckle-breasted Thornbird Lark-like Bushrunner Firewood-gatherer

Brown Cachalote

Buff-browed Foliage-gleaner White-browed Foliage-gleaner Black-capped Foliage-gleaner Ochre-breasted Foliage-gleaner Buff-fronted Foliage-gleaner White-eyed Foliage-gleaner Pale-browed Treehunter

Sharp-billed Treehunter Streaked Xenops Rufous-breasted Leafscraper Sharp-tailed Streamcreeper

ANTBIRDS

Spot-backed Antshrike Giant Antshrike Large-tailed Antshrike Tufted Antshrike Variable Antshrike _ Rufous-capped Antshrike Plain Antvireo - Star-throated Antwren

Unicolored Antwren Ferruginous Antbird Dusky-tailed Antbird White-shouldered Fire-eye Squamate Antbird Short-tailed Antthrush Rufous-tailed Antthrush Rufous-capped Antthrush Variegated Antpitta Speckle-breasted Antpitta Rufous Gnateater

TAPACULOS

Mouse-colored Tapaculo White-breasted Tapaculo

COTINGAS

Swallow-tailed Cotinga Hooded Berryeater Green-backed Becard Chestnut-crowned Becard White-winged Becard Crested Becard Black-tailed Tityra

A List of Birds of...

+

Tityra inquisttor

Pyroderus scutatus Procnias nudicollis

PIPRIDAE

Chiroxibhia caudata Piprites pileatus Piprites chloris Schiffornis virescens

TYRANNIDAE

Neoxolmis rufiventris Xolmis cinerea Xolmis dominicana Xolmis coronata Xolmis irupero Lessonia rufa Colonıa colonus Gubernetes yetapa Alectrürus tricolor? Yetapa risoria4 Knipolegus lophotes Knrıpolegus cyanırostris Hymenops perspicillata Muscrpipra vetula Arundinicola leucocephala Pyrocephalus rubinus Satrapa icterophrys Machetornis rixosus Sirystes sibilator Muscivora tyrannus Tyrannus melancholicus Empidonomus varius Empidonomus aurantioatrocristatus Legatus leucophaius Megarhynchus pitangua Myiodynastes maculatus Pitangus sulphuratus Autıla rufus Pseudattila phoenicurus Myiarchus ferox20 Myiarchus tyrannulus®

Mytarchus swainsoni Contopus cinereuslo Empidonax euleri Cnemotriccus fuscatus Myiophobus fasciatus Hirundinea ferruginea Platyrinchus leucoryphus Platyrinchus mystaceus Tolmomyias sulphurescens Todirostrum plumbeiceps Idioptilon orbitatum

Anambé-branco-bochecha- parda =

Pavó

Araponga

DANÇADORES

Dançador Caneleirinho-boné-preto =

Papinho-amarelo =

Flautim = PAPA-MOSCAS

Gaúcho-chocolate = Primavera Noivinha-de-rabo-preto = Noivinha-coroada = Noivinha

Colegial =

Viuvinha Tesoura-do-brejo

Galito

Tesoura-do-campo Maria-preta-penacho Maria-preta-bico-azulado = Viuvinha-de-öculos = Tesoura-cinzenta = Freirinha

Principe

Suiriri-pequeno = Suiriri-cavaleiro Suiriri-assobiador = Tesourinha

Suiriri

Peitica Peirica-de-chapéu-preto =

Bem-te-vi-pirata = Neinei Bem-te-vi-rajado Bem-te-vi Capitão-de-saíra Capitão-castanha = Maria-cavaleira Maria-cavaleira-rabo- ferrugem = Irré Papa-mosca-cinzento = Enferrujado Guaracavuçu: Filipe Birro Patinho-gigante = Patinho Bico-chato-orelha-preta = Tororó Tiririsinho-do-mato =

97 Black-crowned Tityra

Red-ruffed Fruitcrow Bare-throated Bellbird

MANAKINS

Swallow-tailed Manakin Black-capped Manakin Wing-barred Manakin Creenish Manakin.

TYRANT-FLYCATCHERS

Chocolate-vented Tyrant Gray Monjita Black-and-white Monjita Black-crowned Monjita White Monjita Rufous-backed Negrito Long-tailed Tyrant Streamer-tailed Tyrant Cock-tailed Tyrant Strange-tailed Tyrant Crested Black-Tyrant Blue-billed Black-Tyrant Spectacled Tyrant Shear-tailed Gray-Tyrant White-headed Marsh-Tyrant Vermilion Flycatcher Yellow-browed Tyrant Catıle Tyrant

Sirystes

Fork-tailed Flycatcher Tropical Kingbird Variegated Flycatcher Crowned Slaty-Flycatcher

Piratic Flycatcher Boat-billed Flycatcher Streaked Flycatcher Great Kiskadce Gray-hooded Attila Rufous-tailed Attila Short-crested Flycatcher Brown-crested Flycatcher

Swainson's Flycatcher Tropical Pewee

Euler’s Flycatcher Fuscous Flycatcher Bran-colored Flycatcher Cliff Flycatcher Russet-winged Spadebill White-throated Spadebill Yellow-olive Flycatcher Ochre-faced Tody-Flycatcher Eye-ringed Tody-Tyrant

IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (52):85-102, 16 jun. 1978

282 0

Myiornis auricularis Hemitriccus obsoletus Pogonotriccus eximius Phylloscartes ventralis Phylloscartes difficilis Capsiempis flaveola Euscarthmus meloryphus Pseudocolopteryx sclateri Pseudocolopteryx flaviventris Polystictus pectoralisá Tachuris rubrigastra Serpophaga subcristata Serbophaga mundalO Serbobhaga nigricans Elaenia flavogaster Eluenia spectabalis Elaemia albiceps

+

Elaenia parvirostris Elaenia mesoleuca Elacnia obscura Myiopagis canıceps Myiopagıs viridicata

Suıriri suarari Sublegatus modestus Camptostoma obsoletum

Xanthomyias virescens Phyllomyias fasciatus Acrochordobus burmeisteri Leptopogon amaurocephalus Pipromorpha rufiventris

Corythopis delalandı PHYTOTOMIDAE

Phytotoma rutila

HIRUNDINIDA E

Tachycineta albiventer Tachycineta leucorrhoa Tachycineta leucobyga Phaeoprogne tapera Progne chalybea Notiochelidon cyanoleuca Alopochelidon fucata Stelgidopteryx ruficollis Rıparıa rıparıa

Hirundo rustica Petrochelidon pyrrhonota

CORVIDAE

Cyanocorax caeruleus Cyanocorax chrysops

IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (52):85-102, 16 jun. 1978

Miudinho = Catraca = Barbudinho = Borboletinha-do-mato = Estalinho Matianinha-amarela Barulhento Tricolino Amarelinho-do-junco = Papa-moscas-canela = Papa-piri Alegrinho Alegrinho-de-barriga-branca = João-pobre Guaracava-barriga-amarela Guaracava-grande Guaracava-de-crista- branca = Guaracava-de-bico-curto = Tuque Tucão Guaracava-cinzenta = Guaracava-de-crista- alaranjada = Suiriri-cinzento = Guaracava-modesta = Risadinha

Piolhinho-verdoso = Piolhinho Piolhinho-chiador = Cabeçudo Supi-de-cabeça-cinza = Estalador

CORTA-RAMOS

Corta-ramos-de-rabo- branco =

ANDORINHAS

Andorinha-do-rio = Andorinha-de-testa-branca = Andorinha-chilena = Andorinha-do-campo Andorinha-doméstica-grande Andorinha-pequena-de-casa Andorinha-morena = Andorinha-serradora = Andorinha-do-barranco = Andorinha-de-bando Andorinha-de-sobre- acanelado =

GRALHAS

Gralha-azul Gralha-picaca

BELTON, W.

Eared Pygmy-Tyrant Brown-breasted Pygmy-Tyrant Southern Bristle-Tyrant Mottle-cheeked Tyrannulet Serra do Mar Tyrannulet Yellow Tyrannulet Tawny-crowned Pygmy-Tyrant Crested Doradito

Warbling Doradito

Bearded Tachuri Many-colored Rush-Tyrant White-crested Tyrannulet White-bellied Tyrannulet Sooty Tyrannulet Yellow-bellied Elaenia

Large Elaenia

White-crested Elaenia

Small-billed Elaenia Olivaceous Elaenia Highland Elaenia Gray Elaenia Greenish Elaenia

Suiriri

Scrub Flycatcher

Southern Beardless Tyrannulet

Greenish Tyrannulet

Planalto Tyrannulet

Rough-legged Tyrannulet

Sepia-capped Flycatcher

Gray-hooded Flycatcher

Southern Antpipit

PLANTCUTTERS White-tipped Plantcutter

SWALLOWS

White-winged Swallow White-rumped Swallow Chilean Swallow Brown-chested Martin Gray-breasted Martin Blue-and-white Swallow Tawny-headed Swallow Rough-winged Swallow Bank Swallow

Barn Swallow

Cliff Swallow'

JAYS

Azure Jay Plush-crested Jay

A List of Birds of...

TROGLODYTIDAE

Cistothorus platensisl é Troglodytes aedon

MIMIDA E

Mimus saturninus Mimus triurus

TURDIDAE

Platycichla flavipes Turdus nigriceps Turdus rufiventris Turdus leucomelas Turdus amaurochalinus Turdus albicollis

SYLVIIDAE

Polioptila lactea Polioptila dumicola

MOTACILLIDAE

Anthus furcatus Anthus hellmayrı

Anthus lutescens Anthus correndera Anthus nattererilO

PLOCEIDAE Passer domesticus ESTRILDIDAE Estrálida astrild2 VIREONIDAE

Cyclarhis gujanensis

Vireo olivaceus

Hylophilus poicilotis ICTERIDAE

Molothrus bonariensis Molothrus rufoaxillarıs Molothrus badius Cacicus haemorrhous Cacicus chrysopterus Gnorimopsar chopi Agelaius thilius Agelaius ruficapillus Agelaius cyanobus Icterus cayanensis

Xanthopsar flavus

CORRUÍRAS

Corruíra-do-campo = Corruíra

SABIÁS-DO-CAMPO

Sabiá-do-campo Calhandra-de-três-rabos =

SABIÁS

Sabiá-una Sabiá-ferreiro Sabiá-laranjeira Sabiá-barranco Sabiá-poca Sabiá-coleira

BALANÇA-RABOS

Balança-rabos-leitoso Balança-rabos-de-máscara

CAMINHEIROS

Caminheiro-de-unha-curta = Caminheiro-de-barriga- acanelada = Caminheiro-zumbidor = Caminheiro-de-espora = Caminheiro-grande =

PARDAIS

Pardal BICOS-DE-LACRE Bico-de-lacre

JURUVIARAS

Gente-de-fora-vem or Pitiguari

Juruviara

Verdinho-coroado =

CHOPINS

Vira-bosta Vira-bosta-picumã = Asa-de-telha Guaxe

Tecelão Chopim Sargento Garibaldi Carretão Encontro Veste-amarela =

99

WRENS

Grass Wren House Wren

MOCKINGBIRDS

Chalk-browed Mockingbird White-banded Mockingbird

THRUSHES

Yellow-legged Thrush Slaty Thrush Rufous-bellied Thrush Pale-breasted Thrush Creamy-bellied Thrush White-necked Thrush

GNATCATCHERS

Cream-bellied Gnatcatcher Masked Gnatcatcher

PIPITS

Short-billed Pipit Hellmayr’s Pipit

Yellowish Pipit Correndera Pipit Ochre-breasted Pipit

WEAVER FINCHES House Sparrow WAXBILLS Common Waxbill

PEPPERSHRIKES, VIREOS

Rufous-browed Peppershrike

Red-eyed Vireo Rufous-crowned Greenlet

AMERICAN ORIOLES, BLACKBIRDS

Shiny Cowbird Screaming Cowbird Bay-winged Cowbird Red-rumped Cacique Golden-winged Cacique Chopi Blackbird Yellow-winged Blackbird Chestnut-capped Blackbird Unicolored Blackbird Epaulet Oriole Saffron-cowled Oriole

IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (52): 85-102, 16 jun. 1978

BELTON, W.

DO EEE

Amblyramphus holosericeus Pseudoleistes guirahuro Pseudoleistes virescens Leistes superciltaris

Sturnella defilipp:?

+

Dolichonyx oryzivorus20

PARULIDAE

+

Parula pitiayumi Geothlypts aequinoctialis Basileuterus culicivorus Basileuterus leucoblepharus Basileuterus rivularis”

COEREBIDA E

Coereba flaveola Conirostrum speciosum Dacnis cayana

TERSINIDAE

+

Tersina viridis

THRAUPIDAE

Chlorobhonia cyanea

Eubhonia musica Euphonia chlorotica Euphonia violacea Eubhonia bectoralis

Euphonia chalybea Pibraeidea melanonota Tangara seledonio Tangara cyanocephalad Tangara preciosa Stebhanophorus diadematus Thraupis sayaca

Thraubis cyanoptera Thraupis palmarum20 Thraubis bonariensis Piranga flava

Habia rubica Tachybhonus coronatus Trichothraubis melanops Pyrrhocoma ruficebs Nemosia pileatal é Hemithraupis guira Cissopis leveriana

FRINGILLIDAE

+ +

Saltator similis Saltator maxillosus Saltator aurantitrostris Pıtylus fuliginosus

IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (52):85-102, 16 jun. 1978

Cardeal-do-banhado Chopim-do-brejo Dragäo

Polícia-inglêsa Peito-vermelho-grande

Triste-pia MARIQUITAS

Mariquita Pia-cobra Pula-pula Pula-pula-assobiador = Pula-pula-ribeirinho =

CAMBACICAS, SAÍS

Cambacica Figuinha-de-rabo-castanho Saí-azul

SAÍS-ANDORINHAS Saí-andorinha

GATURAMOS,SANHA- CUS

Bandeirinha or Bonito-do- campo Gaturamo-rei Fim-fim Gaturamo-verdadeiro Gaturamo-serrador or Ferro- velho Cais-cais Saíra-viúva Saíra-de-sete-cores Saíra-militar Saíra-preciosa = Sanhaçu-frade Sanhaçu-cinzento = Sanhacu-encontro-azul = Sanhaçu-de-coqueiro Sanhaçu-papa-laranja Sanhaçu-de-fogo Tié-do-mato-grosso Tié-preto Tié-de-topete Cabecinha-castanha Saíra-chapéu-preto Papo-preto = Tié-tinga

CARDEAIS, TICO-TICOS

Trinca-ferro-verdadeiro Bico-grosso = Bico-duro = Bico-pimenta

Scarlet-headed Blackbird

Yellow-rumped Marshbird

Brown-and-yellow Marshbird

White-browed Blackbird

Lesser Red-breasted Meadowlark

Bobolink

WOOD-WARBLERS

Tropical Parula

Masked Yellowthroat Golden-crowned Warbler White-browed Warbler River Warbler

HONEYCREEPERS

Bananaquit Chestnut-vented Conebill Blue Dacnis

SWALLOW-TANAGERS Swallow-Tanager

TANAGERS

Blue-naped Chlorophonia

Blue-hooded Euphonia Purple-throated Euphonia Violaceous Euphonia Chestnut-bellied Euphonia

Green-throated Euphonia Fawn-breasted Tanager Green-headed Tanager Red-necked Tanager Chestnut-backed Tanager Diademed Tanager

Sayaca Tanager Azure-shouldered Tanager Palm Tanager Blue-and-yellow Tanager Hepatic Tanager Red-crowned Ant Tanager Ruby-crowned Tanager Black-goggled Tanager Chestnut-headed Tanager Hooded Tanager

Guira Tanager

Magpie Tanager

GROSBEAKS, FINCHES

Green-winged Saltator Thick-billed Saltator Golden-billed Saltator Black-throated Grosbeak

A List of Birds of...

Gubernatrix cristata Paroaria coronata Cyanocompsa cyanea Cyanoloxia glaucocaerulea Volatinia jacarina + Sporophila frontalis9 Sporophila plumbea Sporophiıla collarıs Sporophila caerulescens Sporophila bouvreuil Sporophila minuta (Chypoxantha) Sporophila ruficollis Sporophila palustris Sporophila cinnamomeao Sporophila melanogaster Oryzoborus angolensíslO Amaurospiza moesta Sicalis flaveola Sicalis luteola Diuca diuca20 Haplospiza unicolor Corybhosbingus cucullatus Arremon taciturnus9

E

+

Myospiza humeralis Zonotrichia capensis Emberizoides herbicola Emberizoides ybiranganus Donacospiza albifrons Poospiza thoracica Poospiza melanoleuca Poospiza nigrorufa

Poospiza lateralıs Embernagra blatensis Spinus magellanicus

Cardeal-amarelo Cardeal Azulão-verdadeiro Azulinho

Tisiu

Pichochö

Patativa Coleira-do-brejo Coleirinho Caboclinho

101

Yellow Cardinal Red-crested Cardinal Ultramarine Grosbeak Indigo Grosbeak Blue-black Grassquit Buffy-fronted Seedeater Plumbeous Seedeater Rusty-collared Seedeater Double-collared Seedeater Capped Seedeater

Caboclinho-de-barriga-vermelha Ruddy-breasted Seedeater

Caboclinho-de-papo-escuro Caboclinho-papo-branco Caboclinho-chapéu-cinzento = Caboclinho-de-barriga-preta = Curió Negrinho-do-mato Canário-da-terra-verdadeiro Tipiu Diuca Cigarra-bambu Tico-tico-rei Tico-tico-do-mato- bico-preto Tico-tico-do-campo Tico-tico Canärio-do-campo Canärio-do-brejo Tico-tico-do-banhado Peito-pinhäo = Capacetinho = Quem-te-vestiu

Quete

Sabiä-do-banhado Pintassilgo

DELETIONS

Dark-throated Seedeater Marsh Seedeater Chestnut Seedeater Black-bellied Seedeater Lesser Seed-Finch Blackish-blue Seedeater Saffron Finch

Grassland Yellow-Finch Common Diuca-Finch | Uniform Finch Red-crested Finch Pectoral Sparrow

Grassland Sparrow Rufous-collared Sparrow Wedge-tailed Grass-Finch Lesser Grass-Finch Long-tailed Reed-Finch Bay-chested Warbling-Finch Black-capped Warbling-Finch Black-and-rufous Warbling- Finch Red-rumped Warbling-Finch Great Pampa-Finch Hooded Siskin

The folloving species, specifically mentioned for Rio Grande do Sul by MEYER DE SCHAUENSEE (1970), have been omitted from the foregoing list because I have been unable to find any convincing evidence of their occurrence here: Dendrocygna autumnalis, Aratinga solstitialis, Brotogeris tirica, Nyctiphrynus ocellatus, Glaucis hirsuta, Trogon curucui, Phloeoceas- tes leucobogon, Hemitriccus diops . In the case of Hemitriccus diops, CAMARGO (1962) refers to a specimen which I have compared with material in the American Museum of Natural History and found to be Hemitriccus

obsoletus.

IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (52):85-102, 16 jun. 1978

102 BELTON, W.

ACKNOWLEDGEMENTS

I acknowledge with great appreciation my debt to the previously named participants in the exercise to provide Brazilian names. I am likewise much indebted to Paul Schwartz, Helmut Sick, Flávio Silva, and Edwin Willis for sharing their discoveries while accompanving me on field trips, and to Sick, Silva, Walter Voss, and George Watson for furnishing unpublished infor- mation included in this list. Institutions mentioned in the explanatory notes have generously permitted me to examine their collections, and a host of hospitable Rio Grande do Sul property owners and administrators have enabled me to do field work all over the state.

BIBLIOGRAPHY

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IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (52): 85-102, 16 jun. 1978

A new genus and species of Neotropical freshwater sponges.*

Cecilia Volkmer-Ribeiro** Rosária De Rosa-Barbosa**

RESUMO

Um novo gênero de esponjas de água doce é definido no presente trabalho e sua única espécie descrita a partir de material coletado no rio Turvo, afluente do Paranaíba, Estado de Goiás e no rio Itararé, proximidades de Carbópolis, Estado do Paraná. A posição sistemática do novo gênero é objeto de estudos detalhados em realização pelos autores e será tratada exausti- vamente em trabalho posterior.

ABSTRACT

A new genus of freshwater sponges is defined in this paper and its sole species described upon study of material collected from Turvo River at central Brazil (Goiás State) and from Itararé River in the south of Brazil (Paraná State)."Systematic position of the new genus is the subject of detailed work being carried by the authors and will be extensively dealt with in a further paper.

Sterrastrolepis n. gen.

Gender: Feminine Type species: Sterrastrolepis brasiliensis n. sp.

Definition Megascleres: Large, stout, smooth, slightly curved anfistrongyla. Microscleres: Small, slender, spiny, slightly curved, extremely abundant tornotes. Gemmoscleres: Spherical to sub-spherical, most often ellipsoid sterrasters with a large hilum. Gemmules: Scanty, usually in contact with the substratum, isolated or in groups. Large, mammilary in shape. Gemmule wall thick and consisting of an inner gemmular membrane and an outer organic matrix where the’ sterras- ters are closely packed together in several layers. Pneumatic layer absent. Two foraminal appertures present. k Sponges: Of medium size, stone hard to hard, grayish or brownish to almost black. Growing proceeds from encrusting to branching forms. In the first instance the sponge forms a thick level crust from which acutely terminated conical processes resembling volcanic chimneys rise up at regular intervals. In later stages of growth, probably attained under favorable conditions, the sponge shows large branching forms, the stout branching arising from a thick basal crust and spreading into short, stout, conical processes with piercing terminations as well.

* Accepted for publication 11-05-1978. FZB contribution n.º 089

** From Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul. Caixa Postal 1188, 90000 Porto Alegre, RS, Brazil.

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104 VOLKMER-RIBEIRO, C. & DE ROSA-BARBOSA, R.

Skeleton: Consisting of main, radially branched, thick and strong axial fibers which start at the base of the sponge and reach out the conical summits. From these axial fibers a reticulum of slender fibers arises. Axial fibers consis- ting of an extremely dense linear packing of anfistrongyla and microscleres. Reticulated fibers consisting of a few anfistrongyla side by side held in bundles of 2 to 4, the extremities of such bundles touching each other so as to form regular 4 or 5 sided meshes.

Microscleres are also present in reticulated fibers. Very little organic matter (spongin?) binding the spicules together in axial as well as in reticulated fibers.

5 Sterrastrolepis brasiliensis n.sp. Fig. 1

Holotype: MCN 113, Turvo River (branch of Paranaíba River) in Paraúna, Goiás State, Brazil. Paratype: MCN 116, Itararé River in Carbópolis, Paraná State, Brazil, W. Nunes leg.

Holotype and paratype deposited at the Museu Nacional da Quinta da Boa Vista, Rio de Janeiro, Brazil. Fragments and slides of holotype and paratype deposited at the Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul (MCN), Porto Alegre, RS, Brazil.

Type locality: Turvo River, branch of Paranaíba River, Goiás State, Brazil.

Description: Holotype is part of a crustlike specimen as described in the definition of the genus. Height of the sponge 5mm at crust part and Icm at conical elevations. The piece is 3cm wide and 2.5cm long. With gemmules. Brownish turning to black at the conical processes.

Each conical process bears an axial fiber. The sponge shows some large canals in its basal portion, these canals leading to oscular areas situated at the base of the conical processes. Oscular areas few with variable sizes, conspicuous or not at the naked eye. Surface, under magnification, hispid. Pinacoderm conspicuous and stuttered with microscleres.

Paratype consisting of two pieces from probably two different specimens. Specimens branched as described in definition of the genus. One piece is 3.5cm high, 6cm long and 2.5cm wide. The other one is 4.5cm high, 3cm long and 2,5cm wide. Neither piece has gemmules. From these pieces one may assume that the basal gemmulated portion of the sponge remained attached to the substratum: The fragments show small areas of previous contact with the basal portion of the sponge. Except for the absence of gemmules, the color and the differing kind of growth, holotype and paratype are identical in all other respects.

Megascleres: Large, stout, smooth, slightly, curved anfistrongyla, some- times displaying inflated extremities. Numerous anfioxea present grade into anfistrongyla and are thus considered as young anfistrongyla.

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A new genus and species of Neotropical... 105

Microscleres: Small, slender, spiny, slightly curved, extremely abundant tornotes sometimes showing an inflated middle portion.

Gemmoscleres: Spherical to sub-spherical, most often ellipsoid sterrasters with a large hilum. A carefull study of all variations presented by these gemmos- cleres revealed no scleres missing the hilum or the short, rough projections at the surface. Also a search for young gemmoscleres evidenced the presence of tiny spheres already showing a hilum. There is no trace of anfioxea among these young gemmoscleres.

Gemmules: Scanty, usually in contact with the substratum and thus covered by the basal membrane of the sponge, isolated or in groups of small to large ones (800-900 micrometers to Imm). Gemmules are mammilary or dome- shaped, provided with two lateral appertures and devoid of foraminal tu- bules. Inner gemmular wall thick and followed by an organic (spongin?) matrix where the sterrasters are closely packed together in several layers (five to six layers reaching around 110 micrometers). There is no trace of air spaces in this layer.

Distribution: As Paranaiba River is one of the headwaters of Paranä River and Itararé River is the headwater of Paranapanema River, one of the largest contributors to upper course of Paranä River, the new species and thus, the new genus, can be expected to occur inside the Paraná River basin.

ACKNOWLEDGEMENTS The authors gratefully acknowledge granting of fellowships n.ºs 1111.6134/76 and 1111.1128/77 from Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq.)

Brazil to, respectively, senior and junior author.

Measures of spicules given in micrometers.

Megascleres Microscleres Gemmoscleres

Length Width Length Width Length Width

MCN Maximal 508.1 49.9 136.5 6.6 33:2 26.6 113 Medium 415.4 40.8 109.7 6.2 42.2 2200) Minimal 324.8 29.1 83.2 4.9 33.3 19.9 MCN Maximal 508.1 93:3 156.5 9.9 116 Medium 432.7 38.0 112.6 6.3 Minimal 333.2 24.9 89.9 4.9

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106 VOLKMER-RIBEIRO, C. & DE ROSA-BARBOSA, R.

LEGEND TO FIG. 1

Camera lucida drawings of the spicular ‘components of Sterrastrolepis bra- siltensis n.sp. A: megascleres at high magnification (500x); B: gemmoscleres at high magnification (1250x); C: gemmoscleres and microscleres at a same magnification (500x); D: megascleres at low magnification. (125x).

IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (52):103-107, 16 jun. 1978

A new genus and species of Neotropical... 107

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blicado em quatro (4) séries: “Antropologia

IHERINGIA é o periódico de divulgação de trabalhos científicos inéditos do Museu de Ciências Naturais, pu- | “Botânica”, “Geologia"' e “Zoologia”. Cada série é editada em fas-

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cículos, com numeração corrida independente, podendo conter um ou mais artigos.

O periódico, no seu rodo ou por série, é distribuído a Instituições congêneres em regime de permuta, podendo

eventualmente também ser distribuído gratuitamente a cientistas ou outros interessados.

IHERINGIA is a periodical for the publication of scientific works and research data from the ''Museu de Ciências

Naturais", “Jardim Botânico” and ''Parque Zoológico" ıssued in four (4) series: “'Anthropology””. “'Botany”, ""Geology’', and “Zoology. In each series che individual issues are consecurively numbered and may contain one or more articles

also availabre free of charge tos

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10.

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IHERINGIA, in its entirety or as selected series, is distributed to similar institutions on an exchange basis, and is entists and other interested parties on request.

Recomendações aos autores:

Os manuscritos devem ser encaminhados por ofício ao Editor, serão aceitos a critério de Comissão Redatorial e

autorizada a publicação pelo Diretor-Superintendente.

Terão prioridade os artigos dos pesquisadores do Museu ou que versem sobre material depositado em suas coleções.

Os artigos em língua portuguesa devem ter um resumo em língua estrangeira e os em língua estrangeira (alemão,

inglês, espanhol, italiano e latim) devem ter, obrigaroriamente, um resumo em português.

Os originais devem ser apresentados em 2 vias datilografadas em espaço dois, com margens mínimas de 2 cm, sem

emendas, em papel branco (tamanho oficial A-4:21x29,7 cm), utilizando-se um lado da folha.

Todas as folhas devem vir numeradas na margem superior direita e rubricadas ao menos por um autor.

Os nomes científicos de gêneros e taxa infragenéricos serão sublinhados com um traço ondulado.

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b) Para livros: sobrenome do autor seguido das iniciais do(s) prenome(s), ano da edição, título do livro (subli- nhado com um traço ondulado), edição (em números arábicos, seguido de ponto e da abreviatura no idioma da edição), local, editora, número de páginas (seguidas de p.), número de volumes. (seguido de v.) ou então, páginas consultadas ou número de volume consultado (precedidos de p. e v. respectivamente).

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editor distribuirá as figuras do modo mais econômico, sem prejudicar sua apresentação, respeitando tanto quanto

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Todas as tabetas e figuras devem ter título claro, conciso e, se necessário, com explicações breves que possibilitem

- seu entendimento sem consultas ao texto. Este título, bem como as legendas, se houver, devem vir em folhas a

Ne 14.

parte. Os desenhos" gráficos e mapas devem ser feitos a nanquim preto, preferencialmente em papel vegetal e as foto- grafias nos tamanhos que permitam à redução para o máximo de 17emxllem, As ilustrações a cores devem ser combinadas previamente e seu custo fica a cargo do autor.

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Iheringia série Zoologia

BL ISSN 0073-4721

Revisão do gênero Dichelops SPINOLA, 1837 (Heteroptera, Pentatomidae, Pentatomini).

JOCELIA GRAZIA

Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotänica do Rio Grande do Sul

O presente número, foi impresso com auxílio especial do “Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico Tecnológico” CNPq Proc. 2222 1290/77

FUNDAÇÃO ZOOBOTÂNICA DO RIO GRANDE DO SUL

Entidade de direito privado, instituída pela Lei Estadual n.º 6497 de 20/12/72. (Super- visionada pela Secretaria do Interior, Desenvolvimento Regional e Obras Públicas do ZOOBOTÄNICA Governo do Estado do Rio Grande do Sul)

Governador do Estado SINVAL GUAZZELLI

Secretário do Interior, Desenvolvimento Regional e Obras Públicas BARTOLOME DE BORBA

Presidente da Fundação Zoobotänica do Rio Grande do Sul ERNESTO ALFREDO PREUSSLER

Diretoria da Fundacäo Zoobotänica do Rio Grande do Sul

Diretor-Superintendente | JOSE WILLIBALDO THOME

Diretores-Executivos

do Jardim Botânico - ALBANO BACKES : do Museu de Ciências Naturais - JOÃO PEDRO R. PAPALEO do Parque Zoológico - GILBERTO C. MATTES

Impresso com autorização e sob a responsabilidade do Diretor Superintendente da FZB (alínea d) art. 14, dos Estatutos - Decreto RS n.º 22.683/73)

Revisão do gênero Dichelops SPINOLA, 1837 (Heterop- tera, Pentatomidae, Pentatomini }

Jocelia Grazia**

RESUMO

O gênero Dichelops SPINOLA, 1837 é revisado e redefinido com base nos caracteres morfológicos aqui considerados válidos, com especial ênfase à genitália de ambos os sexos e à distribuição geográfica. As quatorze espécies, das quais sete são novas, são incluídas em três subgêneros presentemente propostos. O subgênero tipo inclui D. (D.) avilapirest sp.n., D. (D) bicolor DISTANT, 1890, D. (D.) /eucostigmus (DALLAS, 1851), D. (D.) miriamae sp.n., D. (D.) nrigrum BERGROTH, 1914, D. (D.) peruanus sp.n., D. (D.) pradoi sp.n., D. (D.) punc- tatus SPINOLA, 1837 e D. (D.) saltensis sp.n. O subgênero Neodichelops subg. n. inclui as espécies D. (N.) furcatus (FABRICIUS, 1775), D. (N.) melacanthus (DALLAS, 1851), D. (N.) phoenix sp.n. e D. (N.) /obatus sp.n. O subgênero Prodichelops subg. n. inclui uma única espécie D. (P.) divisus (WALKER, 1867). Examinamos o material tipo de cinco espécies pre- viamente descritas e colocamos .outras duas em ““incertae sedis’', a saber, D. dimidiatus (HE- RRICH-SCHAFFER, 1842) e D. furcifrons (AMYOT & SERVILLE, 1843). São, ainda, analisadas as relações filogenéticas dos subgêneros.

ABSTRACT

Dichelops SPINOLA, 1837 is revised on the basis of the morphology of genitalia and geographic distribution, as well as, on the morphological structures wich have been proved here to be valid as taxonomic characters. Fourteen species seven new are recognized, and are here grouped in three subgenera. Subgenus Diche/obs SPINOLA, 1837 includes D. (D.) avı- lapiresi sp.n., D. (D.) bicolor DISTANT, 1890, D. (D.) /eucostigmus (DALLAS, 1851), D. (D.) miriamae sp.n., D. (D.) nigrum BERGROTH, 1914, D. (D.) peruanus sp.n., D. (D.) pradoi sp.n., D. (D.) punctatus SPINOLA, 1837 e D. (D.) saltensis sp.n. Subgenus Neodichelops subg. n. includes D. (N.) furcatus (FABRICIUS, 1775), D. (N.) melacanthus (DALLAS, 1851), D. (N.) phoenix sp.n. and D. (N.) /obatus sp.n. Subgenus Prodichelops subg. n. includes a single species D. (P.) divisus (WALKER, 1867). D. dimidiatus (HERRICH-SCHAFFER, 1842) and D. furcifrons (AMYOT & SERVILLE, 1843) are listed as ““incertae sedis’’. Six hundred odd specimens, including five types, from twenty two collections were examined and the geographic distribution of the species mapped. The cladogram of Dichelops was drawn on the basis of an analysis of eight characters. All the species are illustrated and keyed.

INTRODUÇÃO

O gênero Dichelops é exclusivamente neotropical.

A primeira referência feita a uma espécie, que posteriormente passou a pertencer ao gênero em questão, é atribuída a FABRICIUS ao descrever, em 1775, Cimex furcatus da Patagônia. Em 1803 o mesmo autor relacionou esta espécie em seu catálogo descritivo.

* Aceito para publicação em 02.VII1.77. Parte do trabalho de Tesc apresentada na UNICAMP para obtenção do

título de Doutor em Ciências. ** Universidade Estadual de Campinas, Departamento de Zoologia, Caixa Postal 1170, 13100 Campinas, SP, Brasil.

Bolsista do CNPq, Proc. 1111.1840/76.

IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(53): 3-119,10 out. 1978

4 RE RER ALT pio Gui

Em 1837, SPINOLA propôs o gênero Dichelobs para a espécie punc- tatus, que então descreveu, baseado num exemplar enviado por M. Dupont de São Leopoldo, Rio Grande do Sul, Brasil.

Em 1839, HERRICH-SCHAFFER descreveu Acta spiniceps do Brasil.

Em 1842, HERRICH-SCHAFFER descreveu ““Cimex dimidiatus HA- GENBACH'’’ do Brasil, indicando a figura 629, da estampa CCII como correspondente à descrição desta espécie e Czmex transversalis, sem procedên- cia, indicando para esta espécie a figura 630 da mesma estampa. Em 1844, o mesmo autor descreveu, sob forma de chave, no gênero Dichelops: “2. Kurzeyförming.

D. transversalis m. Fig. 630”.

Em 1843, AMYOT & SERVILLE propuseram o gênero Dipl/oxys para incuir /ineola que descreveram de “Buenos Ayres?” e três espécies do Senegal; criaram também o' gênero Zalega, monotipico, para a espécie fur- cifrons que descreveram de Caiena.

Em 1850, SPINOLA propôs o nome Diacus como novo nome para Dichelops.

Em 1851, DALLAS estabeleceu o gênero Diceraeus para duas espécies novas, melacanthus da Venezuela e /eucostigma do Pará, em sua lista das espécies da coleção do Museu Britânico.

HERRICH-SCHAFFER (1853; Index) colocou /ineola no gênero Dichelops.

STAL (1862) colocou /reola no gênero Diceraeus.

Em 1866, MAYR transferiu para o gênero Dichelobs as espécies de Zalega e Diceraeus; considerou válidas as espécies furcatus (= Jneola; = melacanthus), transversalis, leucostigmus, bunctatus e furcifrons; indicou que Pentatoma gladiator PALISOT DE BEAUVOIS deveria pertencer ao gênero Dichelops. MAYR desconhecia ou não levou em consideração a sinonimia feita por AMYOT & SERVILLE (1843) de Pentatoma gladiator à Arvelius albopunctatus DE GEER, 1773. Na referência à transversais, incluiu as ci- tações de HERRICH-SCHAFFER (1842 e 1844) não tendo se apercebido das trocas das figuras no trabalho desse autor. Para furcatus e leucostigmus mencionou o Brasil na distribuição geográfica.

STAL (1867) em sua chave genérica para os pentatomídeos americanos incluiu o gênero Dichelops.

Também em 1867, WALKER, desconhecendo o trabalho de MAYR, catalogou as espécies de hemípteros existentes em coleções de entomólogos europeus e americanos e, no que concerne ao gênero em questão mencionou o que segue: Zalega furcifrons em Suriname (esta espécie foi descrita de Caiena); no gênero Diceraeus incluiu melacanthus, da Venezuela e /eucostig- ma, do Pará e Santarém e, descreveu como novas neste gênero, as espécies mutabilis, de Constância, Tíjuca e Petrópolis, pa/chricornis de Constância e divisus, da Região Amazônica. Colocou, tentativamente, em Diceraeus, as espécies /ineola de ''Buenos Ayres?” e Aelia spiniceps HERRICH-SCHAF- FER, 1839, do Brasil.

IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(53):3-119, 10 om. 1978

Revisão do gênero Diche/ops SPINOLA... 5

STAL (1872) catalogou as espécies do gênero Dichelops, adotando o conceito genérico de MAYR (1866). Como novas informações, baseado nas coleções do Museu de Estocolmo (‘‘Mus. Holm.’’), assinalou a ocorrência de furcifrons no Brasil, furcatus em Montevidéu e Buenos Aires e zelacanthus em Bogotá, revalidando esta última espécie que MAYR (1866) havia sino- nimizado à furcatus; ainda, colocou Aelia spiniceps no gênero Platistus HERRICH-SCHAFFER, 1853, da subfamília Acanthosominae e, finalmente, sinonimizou dimidiatus à transversalis. Quanto a essas duas espécies de HERRICH-SCHAFFER, STAL esclareceu a troca de ilustrações na estampa CCII daquele autor (1842). Na realidade, a figura 629 é de Cimex transver- salıs a qual STAL (1872) transferiu oportunamente para o gênero Thyanta STAL, 1862 e a figura 630 é de Cimex dimidiatus | o único Dichelops válido de HERRICH-SCHAFFER ]. Apesar de STAL ter esclarecido perfeitamente a identidade das descrições e figuras acima mencionadas, cometeu um erro ao adotar o nome D. transversalis para D. dimidiatus, o qual tem precedência sobre o anterior.

Em 1879, BERG registrou furcatus para a Argentina, usando o conceito genérico de MAYR (1866); atribuiu a origem do material-tipo de FABRI- CIUS à viagem de Banks no ‘‘'Endeavour’’ (1768 a 1771) e como ocorrência citou Patagônia, Buenos Aires, Montevidéu e Brasil, esta última tirada da bibliografia (MAYR, 1866).

Em 1890, DISTANT mencionou o gênero Dichelops (= Zalega; = Diceraeus) reconhecendo a existência de seis espécies e descrevendo, como nova espécie, bicolor, do Panamá.

Em 1891, BERGROTH redescreveu bicolor DISTANT com base em uma fêmea da coleção Fallou, procedente de Minas Gerais.

Em 1892, BERG referiu-se a /eucostigmus DALLAS no Uruguai.

LETHIERRY & SEVERIN (1893-1896) publicaram um catálogo geral dos hemípteros, mantendo para Diche/ops o conceito genérico de MAYR (1866); como novas contribuições registraram furcifrons para “Guyana” e incluiram, tentativamente, neste gênero, zzutabılis, pulchricornis e divisus.

DISTANT (1900) transferiu definitivamente zutabılis e pulchricornis para o gênero Dichelops.

KIRKALDY (1909) em seu catálogo de hemípteros, redistribuiu gêneros e espécies de Pentatomini, porém, manteve o conceito genérico de MAYR (1866) para Dichelops; restabeleceu o nome dimidiatus para a espécie de HERRICH-SCHAFFER (1842) invertendo a sinonimia proposta por STAL (1872). -

Em 1914, BERGROTH descreveu Diche/ops nigra da Guiana Francesa.

PIRAN, em 1948, forneceu novos registros na Argentina para furcatus e mencionou sua ocorrência na Bolívia; em 1956 o mesmo autor registrou nigra para a Bolívia e zze/acanthus para o Paraguai.

RUFFINELLI & PIRÁN (1959) publicaram um catálogo de hemípteros do Uruguai incluindo a referência de BERG (1892) para /eucostigmus.

GAEDIKE (1971) relacionou os tipos depositados no antigo DEI, de Eberswalde e incluiu uma relação de nomes inéditos encontrados nas eti-

IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(53):3-119, 10 out. 1978

6 GRAZIA,)J.

quetas dos exemplares com a anotação de “'tipo””. Entre eles, Dichelops transfuga BREDDIN.

GALILEO, GASTAL & GRAZIA (1977) referiram-se a Dichelops cujos exemplares foram coletados sobre cultura de soja no município de Guaíba, Rio Grande do Sul; as espécies não foram identificadas por estar, então, em andamento, o presente trabalho de revisão do gênero Dichelops.

Finalmente ROLSTON (1976) designou lectótipo e paralectótipos de mutabilis e sinonimizou pulchricornis e mutabilis respectivamente à Chloropepla vigens (STAL, 1860) e Mayrinia curvidens (MAYR, 1864).

No material examinado, as coleções estudadas estão indicadas pelas seguintes siglas:

BMNH British Museum (Natural History), Londres.

DDSV Divisão de Defesa Sanitária Vegetal, Rio de Janeiro.

DEI ex-Deustches Entomologisches Institut, Eberswalde.

EH Coleção E. Heinrichs, International Rice Research Institute, Manila.

ENA Escola de Agronomia, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Itaguaí.

FA Facultad de Agronomia de la República, Montevideo.

FHC Facultad de Humanidades y Ciéncias, Universidad de la Republica, Montevideo.

IAC Instituto Agronômico de Campinas, São Paulo.

IAS ex-Instituto Agronômico do Sul, Pelotas.

IB Instituto Biológico, São Paulo.

IOC Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro.

IZA Instituto de Zoologia Agrícola, Facultad de Agronomia, Universidad Central de Venezuela, Maracay.

LHR Coleção L. H. Rolston, Louisiana State University, Baton Rouge. MA Museu Anchieta, Porto Alegre.

MACN Museo Argentino de Ciencias Naturales “Bernardino Rivadavia MCN Museu de Ciências Naturais, Porto Alegre.

MLP Facultad de Ciencias Naturales y Museo, Universidad Nacional de La Plata.

MLS Museo de Historia Natural “'La Salle’’, Caracas.

MN Museu Nacional, Rio de Janeiro.

MZUSP Museu de Zoologia, Universidade de São Paulo, São Paulo.

UNA Universidad Nacional Agraria La Molina, Lima.

UNICAMP Departamento de Zoologia, Universidade Estadual de Campinas, Campinas.

Examinamos o tipo de D. melacanthus (DALLAS, 1851) e sintipos das espécies D. bicolor DISTANT, 1890, D. divisus (WALKER, 1867), D. /ezcostigmus (DALLAS, 1851) e D. furcatus (FABRICIUS, 1775). Na citação do material tipo, no item “material examinado”, usamos as letras (a), (b) e (c) para indicar a primeira, segunda e terceira etiquetas, respectivamente.

As ilustrações foram feitas pelo autor com auxílio de câmara clara. Para evitar distorção, no desenho do exemplar inteiro, este foi orientado em dois planos focais: o primeiro correspondente à região da cabeça e pronoto anterior e o segundo, correspondente ao pronoto posterior e o restante da superfície dorsal.

No tratamento das genitálias utilizamos KOH a 10%, a quente, para maceração, e para diafanização utilizamos fenol P.A.; a coloração foi feita com vermelho congo. Adotamos a nomenclatura proposta por DUPUIS (1955, 1963 e 1970) na terminologia das peças da genitália.

Para extrair o ‘‘phallus’’, do interior do pigóforo, retiramos inicialmente o proctiger e rompemos, com auxílio de alfinetes entomológicos, os apódemas que prendem esta estrutura à parede interna do pigóforo. A seguir, retiramos o ‘‘phallus’’ através da abertura do diafrágma da cápsula genital. {

Na relação do material examinado, para cada espécie, usamos as siglas oficiais do Brasil e de suas divisões políticas, de acordo com critério adotado pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. As siglas usadas são as seguintes: Amazonas = AM, Pará = PA, Amapá = AP, Ceará = CE, Rio Grande do Norte = RN, Bahia = BA, Minas Gerais = MG, Rio de Janeiro = RJ, São Paulo = SP, Paraná = PR, Santa Catarina = SC, Rio Grande do Sul = RS, Goiás = GO e Mato Grosso = MT, Brasil = BR.

1,

Buenos Aires.

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Os mapas de distribuição foram feitos com base no material examinado pelo autor, tendo em vista a dificuldade de sabermos se as espécies referidas na literatura haviam sido identificadas corretamente.

As medidas foram obtidas com ocular de medição de 10x e estão expressas em milímetros, correspondendo às seguintes especificações: comprimento da cabeça, do pronoto, do escutelo e comprimento total do corpo até o ápice do 7.º segmento, ao longo da linha mediana longi- tudinal; comprimento dos artículos antenais em vista dorsal; largura da cabeça ao nível dos olhos; distância interocular na altura mediana dos olhos; largura do pronoto, com espinho, ao nível dos úmeros; largura do pronoto, sem espinho, ao nível da base dos hemiélitros; largura do escutelo junto aos ângulos basais; largura do abdome ao nível do 3.º segmento. (Fig. 127).

INTERPRETAÇÃO DOS CARACTERES TAXONÔMICOS

O gênero é uma unidade filogenética que incluí espécies e grupos de espécies monofiléticos e cujo conceito taxonômico, para efeito deste trabalho, atendendo a natureza da informação disponível, foi baseado em critérios morfológicos e zoogeográficos, como indicadores de descontinuidade genética em relação aos outros gêneros da família.

As descrições dadas para diferentes gêneros e espécies de pentatomídeos incluem tradicionalmente, referências a determinadas medidas sem que, até o momento, se haja feito uma análise mais profunda de seu valor taxonô- mico.

Por outro lado, observamos que um dos caracteres, muito significativo para alguns gêneros (Mayrinia, Chloropepla), como a dimensão do espinho dos ângulos umerais do pronoto, que é diagnóstico de espécie, não apresenta significação no caso de Dichelops, onde a variação é intraespecífica.

As medidas classicamente utilizadas em pentatomídeos são os com- primentos de: cabeça, artículos antenais, cabeça adiante dos olhos, pronoto, escutelo e comprimento total e as larguras de: cabeça, pronoto ao nível dos ângulos umerais, base do escutelo, abdome ao nível do 3.º segmento e a distância interocular.

Com a intenção de avaliar os índices de variação individual que tais estruturas apresentam, comparamos séries de exemplares de D. furcatus e D. melacanthus. Na seleção das espécies para análise estatística, procuramos atender certas premissas para evitar os problemas de variação cronológica e sazonal, tais como: que as espécies fossem próximas; que estivessem represen- tadas, na coleção estudada, por um número significativo de exemplares de ambos os sexos; serem provenientes de uma mesma região. No caso, as espécies selecionadas, D. furcatus e D. melacanthus, pertencêm ao mesmo subgênero e os exemplares foram coletados em Guaíba, Porto Alegre e Viamão, no Estado do Rio Grande do Sul. Para efetuar as medidas desta série utilizamos microscópio estereoscópio ZEISS, com ocular de medição de 10x e objetiva de 1,6x; o índice de correção foi de 0,628.

Os coeficientes de relação foram obtidos com o uso da fórmula:

R = (Ly x 100)/L2

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onde R = coeficiente, Ly e L2 = as duas dimensões lineares consideradas (Tabela A). Os coeficientes de diferença foram calculados de acordo com a fórmula.

CD = (Xb Xa)/(Sa + Sb)

onde b representa D. furcatus, a representa D. wmelacanthus, Xb e Xa = médias das medidas comparadas e Sa e Sb = valores dos respectivos desvios padrões. (Tabela B).

Os resultados obtidos foram computados na Tabela C e correspondem a: número de individíduos estudados, valores médios e extremos e respectivos desvios padrões. As medidas realizadas correspondem às relacionadas no item acima, exceto o comprimento dos artículos antenais, que verificamos ser extremamente variável a nível individual, em todas as espécies do gênero (o 2.º artículo pode ser menor, igual ou maior que o 3.º numa mesma espécie) e acrescentamos a largura do pronoto sem espinho, que consideramos ser um caráter mais estável que a variação individual desta medida decorre da variação individual do tamanho do espinho. Para melhor visualização destes resultados foram montados duas séries de gráficos (Figs. 128 a 131) onde as relações lineares e as correlações daqueles caracteres, cujo índice de variação foi menor, estão representadas.

Como caracteres diagnósticos, para os machos, foram encontrados o comprimento da cabeça e do pronoto, a distância interocular, o comprimento e a largura do abdome e o comprimento e a largura do escutelo, a largura do abdome e o comprimento total (Fig. 130); para as fêmeas, o comprimento da cabeça, a distância interocular, o comprimento e a largura do escutelo, a largura do pronoto sem espinho, a largura do abdome e o comprimento total (Fig. 131).

As correlações que evidenciaram as diferenças para ambos os sexos, entre as espécies em questão, foram: comprimento da cabeça/ distância interocular, largura da cabeça/comprimento da cabeça diante dos olhos, comprimento da cabeça/largura da cabeça, comprimento do pronoto/largura da cabeça, comprimento do escutelo/largura do escutelo, comprimento do pronoto/lar- gura do pronoto. (Figs. 128 e 129).

Os coeficientes de relação, entre caracteres utilizados, indicados na tabela A, mostram que as proporções, nas duas espécies, são semelhantes. Entretanto, as medidas absolutas permitem identificá-las com precisão.

Outrossim, foram calculados os coeficientes de diferença (Tabela B) para as seguintes medidas: comprimento da cabeça, comprimento do pronoto, comprimento da cabeça adiante dos olhos, largura da cabeça e distância interocular. Os resultados mostram diferenças consideráveis no comprimento do pronoto, na largura da cabeça e na distância interocular.

Além dos caracteres quantitativos, outros têm sido utilizados para se- gregar gêneros e espécies de pentatomídeos. No que se refere a Dichelops, revendo a literatura existente, observamos que os autores das espécies des-

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critas nos séculos passados basearam-se em dados de coloração geral e das pontuações ou formações similares e sua distribuição na superfície do corpo, além das relações entre os comprimentos dos artículos antenais. BER- GROTH ao descrever D. nigra em 1914, forneceu outros dados, tais como, a extensão do rostro, forma detalhada do pronoto, aspecto das margens ântero- laterais e ângulos umerais deste e forma do corpo. Também indicou, su- mariamente, a forma do segmento genital do macho “'segmento genitali maris majusculo, apice late leviter sinuato’’.

Nas descrições dos gêneros que hoje estão incluídos na.sinonimia de Dichelops, tais como Zalega e Diceraeus, ficou evidenciada a forma das jugas como caráter distintivo para o gênero. AMYOT & SERVILLE (1843) men- cionaram para Zalega “'Tête bifide, sa bifurcation à pointes três-aigués, séparées à leur base...’’; DALLAS (1851) mencionou que Diceraeus apresenta “Head furcate in front the lateral lobes much longer than the central, but not meeting in front of it, produced into acute spines...’’; o próprio SPI- NOLA (1837) ao definir o gênero Dichelops mencionou ‘‘...Mais il sera toujours aise à distinguer para la forme de ses lobes latéraux (da cabeça) qui se prolonguent au delä de l’intermediaire, s’en écartant en s’avancant, laissent entr’eux un vuide large triangulaire, et finissent en pointe aígue, ensorte qu'on peut dire caput antice bis-spinosum ...’' (grifo original).

Contudo, uma avaliação dos caracteres taxonômicos então utilizados e daqueles que hoje estão sendo adotados pelo autor para definição do gênero e das espécies em questão, se faz necessário.

Colorações e pontuações: a variação de cor é muito pequena; a maioria das espécies apresenta cor ocre com pontuações de cor castanha ou negra. Algumas espécies são totalmente de um vermelho ferrugíneo e outras apresentam esta tonalidade avermelhada na cabeça, pronoto e hemiélitros. Em algumas espécies, a variação individual observada na coloração, bem como na distribuição da pontuação sobre a superfície dorsal do corpo, corres- ponde a um caráter de variação contínua. Contudo, são constantes dentro dos subgêneros a coloração das pontuações da face ventral do abdome e a co- loração dos espiräculos: no subgênero Neodichelobs as pontuações abdo- minais e os espiráculos são da mesma cor do abdome e nos subgêneros Dichelobs e Prodichelobs os espiráculos são negros e as pontuações abdo- minais são mais escuras que a cor geral do abdome e apresentam padrões específicos de distribuição. Outrossim, a presença de uma pequena mancha calosa avermelhada ou amarelada (provavelmente por descoloração nos exemplares secos) na margem posterior das cicatrizes do pronoto é um caráter qualitativo das espécies dos subgêneros Dichelops e Prodichelops.

Cabeça: reconhecemos, como caráter distintivo do gênero, apenas o comprimento das jugas em relação ao clípeo; embora a sua extensão constitua um caráter de variação contínua neste gênero, sempre serão mais longas que o clípeo e separadas diante deste. As antenas, como mencionamos anterior- mente, provaram não constituir caráter específico. Como caráter de variação descontínua nos subgêneros Neodichelobs e Dichelobs constatamos a

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=

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extensão do rostro: no primeiro subgênero apenas alcança as coxas posteriores sendo o segundo artículo pouco maior que o terceiro e quarto reunidos; no segundo subgênero, o rostro ultrapassa as coxas posteriores sendo o segundo artículo menor que o terceiro e quarto reunidos.

Pronoto: a largura deste ao nível dos úmeros é, pelo menos, duas vezes maior que a largura ao nível dos ângulos anteriores, o que confere ao pronoto uma forma trapezoidal. Como bom caráter distintivo apontamos a presença de dentes, o recorte crenulado ou aínda o recorte serrilhado nas margens äntero-laterais do pronoto. A primeira condição está presente nas espécies do subgênero Diche/ops, a segunda em Prodichelops e a terceira em Neodh- chelops. Nas espécies de Neodichelobs os espinhos dos ângulos umerais apresentam, quanto ao tamanho e cor, uma variação contínua. Nas margens póstero-laterais verificamos a existência de um caráter qualitativo para os subgêneros de Dichelops, ou seja, no subgênero tipo a presença de uma segunda projeção, atrás dos ângulos umerais, que, embora varie interespe- cificamente em tamanho, é sempre conspícua.

Escutelo: na sua forma triangular e estreitado em direção ao ápice arredondado é semelhante em todas as espécies do gênero. Apenas a presença de fóveas negras nos ângulos basais ou, alternativamente, a presença de uma pequena depressão escura permite a distinção dos subgêneros Prodichelops e Dichelops respectivamente.

Hemiélitros: não constatamos a presença de caráter notório, no que concerne a estrutura do cório e da membrana, ao contrário do que pode ocorrer em alguns gêneros de Pentatomini (Fecelia).

Conexivo: os ângulos póstero- -Jaterais do conexivo, por se apresentarem retos, em tubérculos ou em projeções agudas de orientação posterior, for- necem caracteres qualitativos que permitem diferenciar as espécies do sub- gênero tipo. Nas espécies de Neodichelops e Prodichelops os ângulos póstero- laterais são retos.

Face ventrai do tórax: encontramos nítidas diferenças na extensão da área evaporatória mesopleural e metapleural nos subgêneros em questão, porém, o processo apical do peritrema ostiolar, caráter comumente utilizado para distinção de gêneros de Pentatomini é apenas pouco maior nos sub- gênero tipo apresentando a forma geral de Euschistus

Abdome: a ausência de espinho ou tubérculo no meio do terceiro urosternito, na face ventral do abdome coloca Dichelops entre os gêneros de Pentatomini, (hoje em número de 49) do grupo que STAL (1867) caracte- rizou como possuidor de ‘‘...segmento secundo ventris inermi, medio nec spinoso, nec tuberculato.”’

Genitália: para os machos, segundo ROLSTON (1974) a presença de um par de processos apicais na face ventral da ‘‘phallotheca’’ aproxima o gênero Dichelops de Euschistus. Também, a morfologia geral do pigóforo, especialmente da câmara genital, e a forma dos parâmeros constituem carac- teres seguros para a distincão das espécies.

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Ainda concordamos com ROLSTON (1974) em afirmar que as estruturas membranosas da conjuntiva podem apresentar variações individuais de acordo com o grau de distenção do ‘'phallus’’, decorrentes do método de dissecção utilizado, porém no gênero Diche/ops consideramos a presença de um par de processos dorsais na conjuntiva, como caráter qualitativo para as espécies do subgênero tipo. Por outro lado, apenas as espécies de Neodi- chelops apresentam um “'processus vesicae””.

A genitália da fêmea, embora mais homogênea nos diferentes gêneros de Pentatomini, possuí, em Dichelops, caracteres qualitativos e/ou quan- titativos, não apenas nas placas genitais, onde são comumente observados, mas também na ‘‘pars intermedialis’’ e na ‘‘capsula seminalis’’ permitindo a separação dos subgêneros em estudo.

Algumas vezes, a forma desses caracteres tem valor específico.

Gênero Dichelops SPINOLA, 1837

Cimex LINNAEUS, 1758: 441 (partim). (Esp. tipo C. bidens LINNAEUS, desig. FABRICIUS, 1803).

Halys FABRICIUS, 1803: 180 (partim). (Esp. tipo C. dentatus FABRICIUS, desig. orig.).

Dichelops SPINOLA, 1837: 299; STAL, 1867: 527; STAL, 1872: 28; LETHIERRY & SEVERIN, 1893: 129; KIRKALDY, 1909: 68.

Zalega AMYOT & SERVILLE, 1843: 139. (Esp. tipo Z. furcifrons AMYOT & SERVILLE, por monotipia).

Diploxys AMYOT & SERVILLE, 1843: 138 (partim). (Esp. tipo D. senegalensis, desig. KIR- KALDY, 1909).

Diacus SPINOLA, 1850: 36 (novo nome pro Dichelops).

Diceraeus DALLAS, 1851: 208 (Esp. tipo D. melacanthus, desig. KIRKALDY, 1909).

Espécie tipo: Dichelobs bunctatus SPINOLA, 1837, por monotipia.

Tamanho médio a grande. Corpo densamente pontuado. Jugas mais longas que o clípeo, aguçadas ou não na extremidade, geralmente separadas diante deste. Angulos umerais do pronoto dotados de projeções desde moderadamente desenvolvidas até espinhos longos e aguçados. Genitália externa da fêmea do tipo placas genitais e ‘‘phallotheca’’ com um par de processos apicais, no lado ventral.

Corpo moderadamente convexo, em especial na face ventral. Cabeça e pronoto com aproximadamente o mesmo comprimento; a metade ou os 2/3 anteriores do pronoto, juntamente com a cabeça formam uma declividade. Superfície da cabeça coberta por pontuações irregularmente distribuídas; sobre as jugas, elas se distribuem em linhas mais ou menos paralelas e oblíquas que partem do clípeo em direção às margens laterais da cabeça; lateralmente aos olhos e diante dos ocelos uma área, aproximadamente cir- cular, destituída de pontuações. Tubérculos anteníferos visíveis desde o lado dorsal, logo a frente dos olhos, com o lado externo desenvolvido numa projeção espinhosa. 1.º artículo antenal nunca alcançando o ápice das jugas; 5.º artículo maior que os demais. Búculas moderadamente elevadas e pa-

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ralelas, prolongando-se até a base da cabeça, onde podem se apresentar truncadas, sub-truncadas ou moderadamente projetadas em direção posterior; anteriormente, as búculas apresentam um pequeno dente dirigido ventral- mente. Rostro atingindo ou pouco ultrapassando as coxas posteriores; 1.º artículo do rostro contido no interior das búculas.

Pronoto trapezoidal com a margem anterior côncava, arredondada atrás dos olhos; margens äntero-laterais denteadas, serrilhadas ou crenuladas; margens pöstero-laterais emarginadas ou sinuadas; margem posterior quase reta. Superfície pontuada, às vezes, com rugas; cicatrizes com pontuações centrais geralmente pouco numerosas.

Escutelo linguiforme, ultrapassando a margem anterior do 5.º segmento abdominal, na base, pelo menos duas vezes mais largo do que ao nível da sutura claval; ápice arredondado; porção parafrenal pouco mais elevada, prolongando-se ou não por uma faixa elevada ao longo da região pós-frenal. Superfície irregularmente pontuada, às vezes com rugas.

Hemiélitros com cório mais longo que o escutelo; ângulo apical do cório arredondado; sutura da membrana sinuada ou sub-retilinea; membrana hialina, com nove nervuras longitudinais, às vezes bifurcadas, mais escuras, que o restante da membrana.

Conexivo pontuado; ângulos pöstero-laterais retos ou desenvolvidos em tubérculos ou em espinhos dirigidos para trás.

Lado ventral do tórax com pontuações cobrindo as pleuras, irregular- mente distribuídas, de cor semelhante a do tórax ou mais escuras, ocasional- mente maiores sobre a mesopleura; mesosterno com carena pouco elevada; áreas evaporatörias mesopleural e metapleural rugosas, variando em extensão; ostíolo odorífero conspicuamente visível; processo apical do peritrema curto e linguiforme.

Abdome intensamente pontuado; pontuações concolores ou mais escuras que a cor geral do abdome, menores que as toráxicas; espiráculos arredon- dados, concolores ou negros, situados anteriormente à linha média de cada urosternito, a qual é marcada por um sulco moderadamente pronunciado, que se extende transversalmente pouco além dos espiráculos; posteriormente ao sulco e adjacente a ele situam-se os tricobótrios.

Patas com as tíbias dorsalmente sulcadas.

Genitália do macho: Pigóforo (IX segmento) de contorno sub-quadran- gular; câmara genital abrindo-se em posição dorso-distal. Margem ventral escavada. Processos do diafragma presentes ou não. Tubo anal (X segmento) disposto perpendicular ou paralelamente em relação ao plano transversal. Parâmeros uniformemente espessos ou afilando-se em direção ao ápice, com textura diferencial na extremidade, dotados de pelos. ‘‘Phallus’’ com placas basais do aparelho articular apresentando a típica forma de ferradura; quando em posição de repouso, as placas basais abraçam o terço basal da “'phallo- theca’’ ou pelo menos a região de articulação desta com as referidas placas. Conetivos dorsais curtos ou muito longos, alcançando o ápice da ““phallo- theca’’. ““Basal plates bridge” unindo as placas basais ventralmente. Aber-

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tura da ‘‘phallotheca’’ ampla, situada em posição dorso-apical. Luz da ““phallotheca”” ocupada totalmente pelo ““ejaculatory reservoir’’. Conjuntiva dotada ou não de processos dorsais, envolvendo a vésica bem desenvolvida, apresentando ou não um processo.

Genitália da fêmea: Esternito VII com margem posterior côncava e semicircular sobre os gonocoxitos 8. Ângulos internos dos laterotergitos 8 não cobertos pelos gonocoxitos correspondentes e laterotergitos 9. Espiráculos presentes ou não nos laterotergitos 8. Laterotergitos 9 e ocasionalmente o X segmento com pelos longos. Em vista ventral, os gonocoxitos 8 podem esconder ou deixar a descoberto os gonocoxitos 9, os quais possuem diferentes graus de esclerotização. Os gonocoxitos 8 podem se apresentar justapostos ou sobrepostos na metade anterior. Gonocoxitos 9 fusionados medianamente formando o pseudoesternito. As gonapöfises 8 são coalescentes medianamen- te, formando o ‘'triangulum’’, sempre menos desenvolvidas que o gono- coxito correspondente. Tubo anal (X segmento) retangular. Vias genitais ectodérmicas: parede dorsal da “pars comunis’’ com um espessamento da íntima vaginal de formato globöide que contém a abertura do ““orificium receptaculi’’, parcialmente envolvido na face anterior, por uma estrutura em forma de capuz. ''Pars intermedialis’’ dotada ou não de vesícula, adjacente a crista anular anterior, formada por um conjunto de canais anastomosados. ““Capsula seminalis’’ desprovida ou dotada de dentes cujo número e ta- manho são variáveis.

Distribuição: o gênero é exclusivamente neotropical, distribuindo-se desde o norte do Panamá e da costa da Venezuela para o sul até a Patagônia, nas Sub-Regiões Guiano-Brasileira e Patagônica. Para leste alcança a costa atlântica e para oeste, não tem representantes na vertente ocidental da Cordilheira dos Andes. Os registros mais boreais são de D. bicolor (VOL- CAN DE CHIRIQUI, Panamá), D. »nıgrum e D. melacanthus (ambas na Venezuela). No sul, D. furcatus foi descrita da Patagônia, mas provavelmen- te o limite meridional da espécie não deve ultrapassar o paralelo de 40º sul.

O gênero Dichelops se aproxima de Berecynthus STAL, 1862, Padaeus STAL, 1862 e Euschistus DALLAS 1851. Todos apresentam mesosterno carenado, sendo que em Euschistus a carena alarga-se ao longo da margem anterior do mesosterno. As búculas, em Ezschistus são geralmente evanescen- tes posteriormente ou mais raramente truncadas; em Diche/ops as búculas são truncadas ou suavemente projetadas posteriormente, formando um pequeno lobo; em Padaeus as búculas se projetam posteriormente formando um conspícuo lobo; finalmente, em Berecynthus as búculas são sub-truncadas posteriormente.

Em Berecynthus, Padaeus e Dichelobs o 1.º artículo do rostro está contido no interior das búculas, nunca atingindo a base daquelas, enquanto que em Euschistus o 1.º artículo do rostro alcança ou pouco ultrapassa a base das búculas.

Dichelops diferencia-se de Berecynthus e Padaeus por apresentar as jugas mais longas que o clípeo. Em Berecynthus o clípeo é agudo na extremidade e

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nitidamente mais longo que as jugas; em Padaeus, o clipeo é arredondado na extremidade e apenas pouco ultrapassa as jugas. As margens ântero-laterais do pronoto em Dichelops são denteadas, serreadas ou crenuladas, caracteris- ticas estas que o diferenciam de Padaeus que apresenta as margens ântero laterais arredondadas com rugas verticais e ocasionalmente denticulos esparsos.

Dichelops diferencia-se de Euschistus fundamentalmente pela carena do mesosterno e forma das búculas, anteriormente descritas, bem como pela morfologia da genitália de ambos os sexos. Em Dichel/ops, os machos apresentam uma arquitetura própria no pigóforo e, na maioria das espécies está presente o processo do diafrágma, o qual falta em Euschistus. Neste último gênero, é característica a presença de ‘‘penisfilum’’ (ROLSTON, 1974) nos machos, o qual não se observa em Dichelops. Para as fêmeas, as diferenças se encontram basicamente na forma das placas genitais.

Chave para os subgêneros de Dichelops

1. Espiráculos negros; pontuações abdominais mais escuras que a cor geral do

abdome: vésica destimuidaide processos 2 Espiráculos e pontuações abdominais da cor do abdome; ““processus vesicae" presente > Ha a Ara Mo ee. N EEE 3

2. Margens ântero-laterais do pronoto denteadas; margens pöstero-laterais emarginadas, dotadas de uma projeção romba situada mais ou menos no meio da distância entre os ângulos umerais e a base dos hemiélitros. ‘“Pars intermedialis’’ simples, destituída de vesícula. ‘‘Capsula seminalis’’ dotada de-dentes = am a DR BR AM Dichelops Margens äntero-laterais do pronoto crenuladas; margens pöstero-laterais sinuadas, destituídas de projeções. “'Pars intermedialis’’ simples, des- tituída de vesícula. “Cápsula seminalis’’ destituída de dentes .... Prodi- chelobs

3. Margens äntero-laterais do pronoto serrilhadas; margens pöstero-laterais sinuadas ou crenuladas.''Pars intermedialis’’ dotada de vesícula. ‘‘Capsula seminalis. destituidaide:dentess rs Neodichelops

Subgênero Dichelops SPINOLA

Espécie tipo: Dichelops punctatus SPINOLA, 1837.

Ornamentação da superfície do corpo, em ambas as faces, feita por tricódeos curtos e espessos, mais alargados no ápice, que na base, que partem do centro das pontuações. (Fig. 126 Z2).

Cabeça e os 2/3 anteriores do pronoto em declividade. Jugas agudas ou fortemente aguçadas na extremidade. Pontuações da cabeça mais escuras que

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a cor geral, quase negras e ocastonalmente maiores na região discal; uma série de pontuações negras geralmente margeando externamente as jugas. Face ventral da cabeça também pontuada, inclusive sobre as búculas, por pon- tuações escuras, mais distanciadas que na face dorsal. Búculas, na base, moderadamente projetadas em direção posterior. Rostro pouco ultrapassando as coxas posteriores; 2.º segmento pouco menor que o 3.º e 4.º reunidos.

Pronoto: ângulos ântero-laterais com projeções dentiformes nitidamente destacadas das demais projeções das margens äntero-laterais, estas com dentes de tamanho variável. Margens pöstero-laterais emarginadas, apresentando aproximadamente no meio da distância entre os ângulos umerais e a base dos hemielitros, uma projeção romba que pode ser tão saliente quanto os ângulos umerais (nas espécies onde as projeções dos ângulos umerais são pouco desen- volvidas). Densamente pontuado, às vezes rugoso sobre a faixa transumeral, ou apenas na base dos ângulos umerais. Uma mancha calosa, pequena e arredondada, sempre presentes na margem posterior das cicatrizes, de co- loração amarela ou avermelhada.

Escutelo: ângulos basais com nítida fóvea de cor preta, cujo tamanho é vartável, porém nunca ultrapassando a dimensão de um olho. Pontuações escuras, ocasionalmente mais distanciadas e maiores que no pronoto, cobrem a sua superfície. Região parafrenal nitidamente elevada. Ápice do escutelo geralmente apresentando uma pequena mancha sub-calosa, amarelada, tendo de cada lado uma mancha castanha.

Hemiélitros: sutura da membrana sinuada. Pontuações escuras maiores nos 2/3 basais, ocasionalmente mais concentradas no 1/3 apical. Na extremidade da veia radial uma pequena área circular destituída de pon- tuações, sub-calosa em alguns e imperceptível em outros.

Angulos pöstero-laterais do conexivo retos ou projetados em tubérculos ou em espinhos dirigidos para trás.

Lado ventral do tórax com pontuações mais escuras que a cor geral, predominando pontuações maiores sobre o mesosterno. Área evaporatória mesopleural ocupando a metade da área total do pleurito ou pouco mais. Área evaporatória metapleural ampla e rugulosa extendendo-se além da metade da largura do pleurito; processo apical do peritrema ocupando 1/4 da distância entre o ostíolo e a margem lateral da área evaporatória.

Abdome ventralmente com pontuações escuras, destacadas da cor geral; margens posteriores de cada segmento com uma série de manchas escuras, pequenas e arredondadas, mais nítidas na faixa média longitudinal do abdome. Espiráculos negros.

Patas dotadas ou não de manchas enfuscadas, arredondadas e irregular- mente distribuídas nos fêmures e tíbias.

Genitália do macho Pigóforo: processos do diafragma em projeções espiniformes, digitiformes ou espatulares, ou ainda ausentes. Tubo anal (X segmento) disposto, quase sempre, perpendicularmente em relação ao plano transversal (exceto em D. bicolor). Parâmeros mais alargados na base e afilando-se em direção ao ápice. ‘‘'Phallus’’: placas basais do aparelho ar-

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ticular abraçando o 1/3 basal da “*phallotheca””, extendendo-se além da região de articulações desta com as referidas placas. Conjuntiva dotada de um. par de processos apicais, na face dorsal. Vésica destituída de processos.

Genitália da fêmea Placas genitais (gonocoxitos 8, laterotergitos 8 e 9) com os tricódeos de ornamentação mais desenvolvidos que os demais que recobrem o restante da superfície do corpo. Espiráculos do 8.º segmento presentes. Gonocoxitos 8 cobrindo os gonocoxitos 9, em vista ventral. Bordos suturais dos gonocoxitos 8 justapostos; paredes internas com concavidades de forma variável (Fig. 16 A-l) que correspondem externamente a uma área inflada da metade interna dos gonocoxitos, sendo que a metade externa é plana. Gonocoxitos 9 com comprimento maior do que a metade do com- primento do X segmento ao longo da linha média, fortemente esclerotizados. “Pars intermedialis’’ tubular, simples, destituída de vesícula. ““Capsula seminalis’’ com dois ou três dentes de tamanho variável.

Chave para as espécies do subgênero Dichelops

1. Ângulos umerais pouco salientes, rombos, ou formando um pequeno espinho que iguala ou pouco ultrapassa as projeções rombas das margens pöstero-laterais do promotor Co 2 Angulos umerais muito salientes, desde projeções largas, sub- agudas ou agudas no ápice, até longos espinhos, que ultrapassam uma linha ıma- ginária longitudinal que tangencia o 3.º segmento abdominal. ....... 4

2. Processo do diaitagma Presenter RE 3 Processo do diafragma ausente; ângulos umerais desenvolvidos em minús- culo espinho; às vezes com projeção espinhosa bem desenvolvida nas margens externas das jugas, logo adiante dos olhos............ saltensis

3. Exemplares maiores (11,56 a 12,24 mm); ‘‘capsula seminalis’’ com dois dentes; margem ventral do pigöforo escavada em ‘‘U’’ alargado, desti- tuída de tufos de pelos lateralmente à goteira mediana (Fig. 126

(0) PR DE E o De ser a RO re pradoi

Exemplares menores (8,97 a 10,13 mm); ‘‘capsula seminalis’’ com três dentes; margem ventral do pigöforo escavada em ‘‘Ü’’ estreito, com um

par de tufos de pelos lateralmente à goteira mediana (Fig. 126)).... avı- lapiresı

4. Jugas estreitando-se abruptamente ao nivel do clipeo e em seguida afılan- do-se progressivamente em difeção do ápice agudo a 5 Jugas estreitando-se uniformemente em direção ao ápice agudo ....... 8

5. Ângulos umerais desenvolvidos em projeções largas, sub-agudas no ápice, dirigidas ântero-lateralmente, que pouco ultrapassam a linha imaginária longitudinal que tangencia o 3.º segmento abdominal ........ RECTA 6 Angulos umerais desenvolvidos em longos espinhos, agudos no ápice, que muito ultrapassam a linha imaginária longitudinal que tangencia o 3.º segmento abdomifial; EN a EEE RR O ER 7

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6. Margem ventral do pigóforo uniformemente escavada, reta no meio, com tufos de pelos presentes apenas nos ângulos distais da margem (Fig. 126 R); processo do diafragma em espinho alargado na base e agudo no ápice Ts AN toada po E ques re N E bicolor

Margem ventral do pigóforo escavada e bisinuada, sendo que as projeções não ultrapassam os ângulos póstero-laterais do pigóforo; tufos de pelos presentes nos ângulos distais da margem ventral e sobre as projeções triangulares (Fig. 126 0); processo do diafragma espatular

(Ea di o pro a RIR Pi E ER ARO 2 A RO NE ER peruanus

7. Angulos pöstero-laterais do conexivo amplamente desenvolvidos em tubérculos, agudos na extremidade; segmentos do conexivo com pon- tuações castanhas, mais escuras que a cor geral, e aínda presente uma pequena mancha negra nos ângulos ântero-laterais de cada segmento; margem ventral do pigöforo largamente escavada, destituída de tufos de pelos no meio; ângulos distais da margem ventral não projetados, apresentando tufos de pelos (Fig. 126 P); ““capsula seminalis’’ com três DENT ESTO je A doa DRE UR OP RR RD punctatus

Angulos pöstero-laterais do conexivo projetados em pequenos espinhos; segmentos do conexivo com pontuações concolores; margem ventral do pigóforo estreitamente escavada, tendo no meio um par de tufos de pelos; ângulos distais da margem ventral projetados em direção à linha média apresentando tufos de pelos (Fig. 126 N); ‘‘capsula seminalis’’ com dois clentess(Big/ 27) esse ua am To CRER A leucostigmus

8. Disco da cabeça evidenciado por uma série de pontuações mais escuras; ângulos umerais com conspícuo espinho que pouco ultrapassa as projeções rombas das margens pöstero-laterais do pronoto; ângulos póstero-laterais do conexivo dotados de conspícuos espinhos; pontuações castanhas do conexivo concentradas no terço apical de cada segmento; margem ventral do pigóforo projetada em aba, paralela ao plano transversal do pigóforo, com contorno sinuado em vista ventral; os ângulos distais da margem ventral apresentam espessos tufos de pelos (Fig. 126 M)....... miramae

Disco da cabeca näo destacado; ängulos umerais desenvolvidos em longos espinhos de orientacäo lateral que muito ultrapassam a linha imaginäria longitudinal que tangencia o 3.º segmento abdominal; ângulos pöstero- laterais do conexivo muito suavemente projetados; pontuações castanhas ou negras dispostas na metade interna de cada segmento do conexivo, enquanto que a metade externa apresenta pontuações concolores; margem ventral do pigóforo uniformemente côncava ou sinuada no meio, des- tituída de tufos de pelos e projetada triangularmente, de cada lado, sendo que estas projeções ultrapassam os ângulos pöstero-laterais do pigóforo (EIS GR Ra ai Sn uva do ne ara nigrum

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18 GRAZIA, ).

Estampa 1: fig. 1 - D. (D.) avilapiresi, macho; fig. 10 - D. (D.) bicolor, lectótipo fêmea.

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20

GRAZIA,J.

Estampa 2: D. (D.) avilapires:: fig. 2 - Pigóforo, vista dorsal (BD = bordo

dorsal, MV = margem ventral, Par = parâmero, pd = processo do diafragma, X = proctiger); fig. 3 - Parämero direito, vista lateral interna; fig. 4 - ““Ductus seminis’’ e Aussenwand”, vista lateral (Cj = conjun- tiva, DS = “ductus seminis’’, EjR = ““ejaculatory reservoir’’, Ph = “phallotheca””, PrPh = “*processus phallothecae’’, V = vesica); fig. 5 - ““Phallus””, vista dorsal (CD = conetivo dorsal, Cj; = conjuntiva, CV = conetivo ventral, GS = gonoporo secundário, PC = ““processus capi- tati”, plb = placa basal, pre; = ““processus conjuntivae’’, prph = ““processus phallothecae’’, V = vesica); fig. 6 - ‘‘Phallus’’, vista ventral (bpb = “basal plates bridge””, Cj = conjuntiva, Me = ‘‘Membran- blase’’, ph = “'phallotheca””, prph = ““processus phallothecae’’); fig. 7 - VII segmento e placas genitais, vista ventral; fig. 8 - Placas genitais com transparência, vista ventral (Ang Int La8 = ângulo interno do lateroter- gito 8, Ang Post Ext Gc8 = ângulo posterior externo do gonocoxito 8, B Post Gc8 = bordo posterior do gonocoxito 8, Es8 = espiräculo do seg- mento VIII, G8 = gonapöfises 8, Gc8 = gonocoxito 8, Gc9 = gono- coxitos 9 La8 = larerotergito 8, La9 = laterotergito 9, VII = sétimo segmento, X = décimo segmento); fig. 9 - Laterotergitos 9, gonocoxitos 9, gonapófises 9 e ““receptaculum seminis’’, vista ventral (CAA = crista anular anterior, CAP = crista anular posterior, CS = ““capsula semi- nalis””, DR = ““ductus receptaculi’’, EIV = espessamento da íntima vaginal, G9 = gonapófises 9, Gc9 = gonocoxitos 9, La9 = laterotergito 9, OR = “orificium receptaculi’’, PC = “pars comunis’’, PI = “'pars intermedialis’’, X = décimo segmento).

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22 GRAZIA,).

Dichelops (Dichelops) avilapiresi sp. n. (Fig. 1-9 e 126 G,))

Cor geral ocre, densamente pontuada de castanho, nas faces dorsal e ventral. De coloração vermelho-ferrugínea as seguintes regiões: metade anterior da cabeça, principalmente sobre as jugas, uma estreita faixa transver- sal no pronoto, ao nível dos úmeros e o terço basal da costa.

Macho Dimensões: comprimento da cabeça 1,59 (1,36-1,76); largura da cabeça 1,99 (1,97-2,04): comprimento da cabeça diante dos olhos 1,0 (0,88-1,15); distância interocular 1,16 (1,15-1,22); comprimento dos artí- culos antenais I - 0,54, II - 0,78 (0,74-0,88), III - 0,84 (0,81-0,88), IV - 1,29 (1,22-1,36), V - 1,46 (1,42-1,56); comprimento do pronoto 1,95 (1,83-2,04); largura do pronoto 5,63 (5,44-5,71); comprimento do escutelo 3,54 (3,33- 3,6); largura do escutelo 3,35 (3,26-3,4); comprimento total 9,54 (9,24- 10,13): largura abdominal 5,53 (5,3-5,71).

Cabeça: jugas pouco alongadas, com comprimento diante do clípeo nunca ultrapassando a metade do comprimento do 1.º artículo antenal e agudas no ápice. Região do disco sub-rugosa, com pontuações maiores. Comprimento dos artículos antenais ou aumentando progressivamente do 1.º ao 5.º ou 02.º e 3.º se igualam. Pronoto: a projeção dentiforme dos ângulos äntero-laterais, às vezes bifurcada no ápice, pode alcançar até uma vez e meia o tamanho das demais projeções das margens äntero-laterais. Angulos umerais salientes, rombos, não formando espinho; a projeção romba das margens pöstero-laterais é relativamente desenvolvida, frequentemente igualando as projeções dos ângulos umerais. Pontuações do pronoto mais concentradas nos 2/3 anteriores; faixa transumeral sub-rugosa. Escutelo: fóveas com dimensão pouco maior que a de um ocelo. Ápice do escutelo conforme descrito para o grupo. Pontuações menores que as do pronoto. Hemielitros apresentando a área destituída de pontuações no ápice da vela radial. Ângulos póstero-laterais do conexivo retos; pontuações dos segmentos do conexivo mais escuras que a cor geral; nos ângulos änterorlaterais de cada segmento, uma pequena mancha escura que se contínua na face ventral. Pontuações abdominais distribuídas preferencialmente ao longo de faixas longitudinais, sub-adjacentes e internas aos espiräculos; VII segmento abdominal com uma mancha quase negra, no meio, sendo que, em alguns exemplares, esta mancha está presente desde o 4.º segmento, porém de tamanho menor. Patas manchadas.

Genitália: margem ventral do pigóforo escavada em ‘‘U’’ aberto e raso, com uma pequena goteira no meio, de onde partem tufos de pelos; ângulos distais da margem ventral com espessos tufos de pelos (Fig. 126 J). Processo do diafragma em pequeno espinho, estreito na base e aguçado no ápice (Fig. 2). Cabeça do parâmero bicôncova na face dorsal, com 2/3 de seu com- primento (Fig. 3). Curso do ““ductus seminis’’ ilustrado na figura 4.

Fêmea semelhante ao macho. Dimensões: comprimento da cabeça 1,52 (1,36-1,63); largura da cabeça 1,95 (1,9-2,04): comprimento da cabeça

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diante dos olhos 0,95 (0,81-1,02); distância interocular 1,15 (1,08-1,22);

comprimento dos artículos antenais I - 0,54, II - 0,74, III - 0,84 (0,81-0,88),

IV - 1,22. V - 1,42; comprimento do pronoto 1,84 (1,76-1,97); largura do

pronoto 5,42 (5,3-5,57); comprimento do escutelo 3,46 (3,33-3,6); largura

do escutelo 3,14 (2,99-3,26); comprimento total 9,26 (8,97-9,52); largura abdominal 5,24 (5,16-5,44).

Genitália: laterotergitos 8 pouco ultrapassando os laterotergitos 9, com as margens laterais formando um ângulo quase reto. Gonocoxitos 8 com bordo posterior biconvexo; ângulos suturais agudos (Fig. 7). ‘‘Capsula se- minalis’’ com três dentes, um deles correspondendo a uma suave saliência da parede da ‘‘capsula’’ (Fig. 9).

Holótipo - fêmea: BRASIL: PARANÁ, Ponta Grossa, XII/1938, Camargo col., MZUSP, de- positado no MZUSP.

Parátipos: BRASIL: MINAS GERAIS: macho - Pouso Alegre, IX/1962, F. S. Pereira col., MZUSP. RIO DE JANEIRO: fêmea - Rio de Janeiro, X/1943, Hamacker col.. ENA. SÃO PAULO: 2 machos - São Paulo, s/data, ex-coll. BREDDIN, DEI; fêmea - Barreiro Rico, 28/X1/1969, A Aguirre col., MN; fêmea - São Bento do Sapucaí, 11/1948, MCN; fêmea - Barueri, 5/VI/1966, K. Lenko col., MZUSP; fêmea - Paiol Grande, 3/11/1948, M. Gor- dinho col., MZUSP. PARANÁ: fêmea - Ponta Grossa, XII/1938, Camargo col., MZUSP. SANTA CATARINA: 2 machos - Nova Teutônia, 1/VII/1934, Fritz Plaumann col., LHR; fêmea - Ibd., IV/1971, ibd.; macho - Pinhal, XII/1948, A. Maller col., Frank Johnson Donor, LHR; fêmea - Ibd., 20/X/1939, MCN: RIO GRANDE DO SUL: macho - Marcelino Ramos, 30/VIII/1939, MCN; fêmea - Porto Alegre, s/data, MCN 1280.

PARAGUAI: GRAN-GUARDIA: macho e fêmea - Formosa, X1/1953, Foester col., MCN.

Distribuição: ocorre entre os paralelos de 21º a 31º Lat S e entre os meridianos de 43° a 53º de Long W, nas Províncias Atlântica e sul da Guarani, da Sub-Região Guiano-Brasileira. Provavelmente o seu limite de distribuição meridional seja o planalto do Rio Grande do Sul (Fig. 134).

Observações: esta espécie se aproxima de D. saltensis pela forma do pronoto, especialmente quanto aos ângulos umerais. Em avilapires! porém, os ângulos umerais são rombos e em D. saltens:s projetados em minúsculo espinho; contudo, em ambas, as projeções dos ângulos umerais sub-igualam a posição romba das margens pöstero-laterais. Também estas espécies se assemelham pela morfologia do pigóforo, distinguindo-se pela presença de processo do diafragma em D. avilapiresi e ausência em D. saltensis. Nestas duas espécies e em D. punctatus a ““capsula seminalis’’ tem três dentes; D. punctatus distingue-se de ambas pelas projeções amplas e espiniformes dos ângulos umerais do pronoto e pelas projeções em tubérculos dos ângulos pöstero-laterais do conexivo. Na forma geral do corpo e coloração D. avi- Japiresi é semelhante a D. pradoi, sendo que esta última é bem maior; dis- tinguem-se também, pela morfologia da genitália: nos machos, em especial, pela forma do parâmero e nas fêmeas pela forma das placas genitais.

Entre os parátipos incluímos dois machos de São Paulo, depositados na ““Akademie der Landwirtschaftswissenschaften der D.D.R.’’ (ex-DEI) que foram denominados por BREDDIN como Dichelops transfuga e portavam etiqueta de tipo; porém, não houve publicação, o que caracteriza um “nomem nudum’’.

Esta espécie é dedicada ao Dr. Fernando Dias de Ávila-Pires.

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24 GRAZIA, J.

Estampa 3: D. (D.) bicolor: fig. 11 - Pigöforo, vista dorsal; fig. 12 - Parä- mero direito, vista lateral externa; fig. 13 - ‘“Ductus seminis’’ e ““Aussenwand’’, vista lateral; fig. 14 - ‘'Phallus’’, vista dorsal; fig. 15 - “Phallus””, vista ventral; fig. 16 - VII segmento e placas genitais, vista ventral; fig. 17 - placas genitais com transparência, vista ventral; fig. 18 - Laterotergitos 9, gonocoxitos 9, gonapófises 9 e ““receptaculum seminis””, vista ventral (pre = ““processus conjuntivae’’). À

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De GRAZIA,J.

Dichelops (Dichelops) bicolor DISTANT, 1890 (Figs. 10-18 e 126 I, R)

Dichelops bicolor DISTANT, 1890: 332, est. 31, f. 12; BERGROTH, 1891: 224; LETHIERRY & SEVERIN, 1893: 129; KIRKALDY, 1909: 68.

Tipo: BMNH, HEM 1057, fêmea, Champion col., depositado no “British Museum (Natural History)’’ aqui designado lectötipo. Paralectötipo femea, Champion col., Distant Coll.

topótipo. Localidade tipo: Volcan de Chiriqui Chirique 2.000 a 3.000 pés (= 700 a 1.000 m), Panamá.

Cor geral ocre, pontuado de castanho nas faces dorsal e ventral. Antenas e patas ocres, com reflexos vermelho-ferrugíneo.

Macho Dimensões: comprimento da cabeça 2,17; largura da cabeça 2,17; comprimento da cabeça diante dos olhos 1,36; distância interocular 1,22: comprimento dos artículos antenais I - 0,68, II - 1,02, III - 1,08, IV - 1,49, V - 1,63; comprimento do pronoto 2,17; largura do pronoto 7,14; comprimento do escutelo 4,08; largura do escutelo 3,94; comprimento total 11,56; largura abdominal 6,32.

Cabeça: jugas pouco prolongadas; comprimento diante do clípeo não ultrapassando a metade do comprimento do 1.º artículo antenal; jugas estreitando-se subitamente ao nível do clípeo e em seguida afilando-se progressivamente em direção ao ápice agudo. Artículos antenais aumentando progressivamente em tamanho do 1.º ao 5.º. Pronoto: ângulos ântero-la- terais com projeções desenvolvidas, duas vezes maiores que as demais pro- jeções das margens ântero-laterais, bífidas no ápice. Angulos umerais desen- volvidos em projeções amplas, dirigidas ântero-lateralmente e sub-agudas no ápice, pouco ultrapassando uma linha imaginária longitudinal que tangencia o 3.º segmento abdominal. Pontuações menores e mais concentradas que no escutelo. Terço basal no escutelo ruguloso; pontuações do terço apical me- nores. Minúscula área, no ápice do escutelo, destituída de pontuações e ladeada por manchas castanho-escuras. Hemiélitros com a área circular do ápice da veia radial sub-calosa. Ângulos póstero-laterais do conexivo retos; pontuações concolores nos segmentos do conexivo. Pontuações abdominais como em D. avilapires: especialmente as manchas escuras do meio dos seg- mentos, as quais, são conspícuas desde o 4.º segmento. Patas manchadas.

Genitália: margem ventral do pigóforo pouco menos escavada que em D. avılapıresi, reta no meio; tufos de pelos presentes nos ângulos distais da margem ventral (Fig. 126 R). Processo do diafragma em espinho, mais largo na base que em D. avilabires: e aguçado no ápice (Fig. 11). Tubo anal (X segmento) disposto paralelamente em relação ao plano transversal. Os 2/3 apicais da cabeça do parâmero retilíneos, esta com três vezes o comprimento da base; um longo e único pelo presente no início do 1/3 apical da face ventro-posterior do parämero (Fig. 12). Curso do ‘‘ductus seminis’’ ilustrado na figura 13.

Fêmea semelhante ao macho; 3.º artículo antenal igual ou maior que o 2.º. Dimensões: comprimento da cabeça 2,04; largura da cabeça 2,2 (2,17-

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2,24), comprimento da cabeça diante dos olhos 1,42 (1,36-1,49); distância interocular 1,32 (1,29-1,36); comprimento dos artículos antenais I - 0,68, II - 0,88, III - 0,91 (0,88-0,95), IV - 1,39 (1,36-1,42), V - 1,52 (1,49-1,56); comprimento do pronoto 2,1 (2,04-2,17); largura do pronoto 6,76 (6,39- 7,14); comprimento do escutelo 3,87 (3,67-4,08); largura do escutelo 3,73 (3,53-3,94); comprimento total 11,45 (11,35-11,56); largura abdominal 6,05 (5,78-6,32).

Genitália: laterotergitos 8 ultrapassando os laterotergitos 9 pouco mais do que em D. avilapıresi, com margens laterais também formando um ângulo quase reto. Gonocoxitos 8 com bordo posterior sub-retilíneo; ângulos suturais arredondados (Fig. 16). No paralectótipo, exemplar dissecado, fal- tavam as vias genitais ectodérmicas.

Distribuição: PANAMÁ: Chiriqui, Volcan de Chiriqui; PERU: Junin; BRASIL (?). Ocorre entre os paralelos de Lat N a 12º Lat S e entre os meridianos de 75º a 84º de Long W. Em 1891, BERGROTH descreveu uma fêmea procedente de Minas Gerais que identificou com D. bicolor; os dados apresentados por este autor não nos permitem confirmar a sua identificação e por outro lado a distribuição discrepante nos leva a duvidar da ocorrência deste espécie em Minas Gerais. Os registros confirmados de ocorrência su- gerem que esta espécie está limitada a Província Sub-Andina (Fig. 133).

Material examinado: PANAMÁ: Lectótipo fêmea, com os seguintes dados nas etiquetas: (a) Type (b) V. de Chiriqui, 2-3000 ft, Champion (c) B.C.A., Hem. 1. Dichelops bicolor (d) BRIT MUS. TYPE N.º HEM 1057; Paralectótipo fêmea, com os seguintes dados-nas eti- quetas: (a) bicolor Dist (b) V. de Chiriqui, 2-3000 ft, Champion (c) Distant Coll. 1911-

383. PERU: JUNIN: macho - Satipo, 11/1944, P. Paprzyck col., IOC.

Observações: esta espécie se assemelha a D. perzanus principalmente pela forma das jugas e do pronoto, distinguindo-se desta pela morfologia da genitália de ambos os sexos. Nos machos, o processo do diafragma é espi- niforme enquanto que em D. peruanus ele é espatular. Nas fêmeas a forma dos gonocoxitos 8 distingue estas espécies.

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28 GRAZIA,J.

Estampa 4: fig. 19 - D. (D.) /eucostigmus, lectötipo macho; fig. 28 - D. (D.) miriamae, macho.

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Revisão do gênero Dichelops SPINOLA... 29 EN N I A AL LI PS ERS A pn a DO

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30 GRAZIA,J.

Estampa 5: D. (D.) /eucostigmus: fig. 20 - Pigóforo, vista dorsal; fig. 21 - Parâmero direito, vista lateral externa; fig. 22 - ‘‘Ductus seminis’’ e ““Aussenwand’’, vista lateral; fig. 23 - “'Phallus””, vista dorsal; fig. 24 - “Phallus””, vista ventral; fig. 25 - VII segmento e placas genitais, vista ventral; fig. 26 - Placas genitais com transparência, vista ventral; fig. 27 - Laterotergitos 9, gonocoxitos 9, gonapófises 9 e ““receptaculum seminis””, vista ventral. (pre; = ““processus conjuntivae’’).

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Revisão do gênero Dichelops SPINOLA... 31

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Dichelops (Dichelops) leucostigmus (DALLAS, 1851) (Figs. 19-27 e 126 H, N).

Diceraeus leucostigma DALLAS, 1851: 209; WALKER, 1867: 249.

Dichelops leucostigmus: MAYR, 1866: 52: STAL, 1872: 29; DISTANT, 1890: 332; LETHIERR- Y & SEVERIN, 1893: 129; KIRKALDY, 1909: 68.

Dichelops leucostigma: auct.

Tipo: BMNH, catal. 48.133, macho ‘‘'b, Wallace and Bates's Collection’’, depositado no “British Museum (Natural History)’’, aqui designado lectötipo. Paralecrótipo macho, Santarem, Brit. Mus. Type n.° 1053.

Localidade tipo: ‘‘Para’’, aqui restrita a Belém, onde Wallace e Bates realizaram coletas juntos.

Na época costumava-se designar a capital pelo nome da então Província do Pará. Wallace e

Bates sempre tiveram presente a importância de anotar a exata procedência do material

coletado: ‘‘Minha coleção particular de insetos, de quase todas as ordens, muito completa e

que era especialmente valiosa por conter todas as variedades etiquetadas com suas locali-

dades exatas, de modo a ilustrar a formação de raças..." (BATES, 1848).

Coloração geral vermelho-ferrugínea, pontuada de castanho; alguns exemplares predominantemente castanho claros com reflexos vermelho-fer- ruginosos na metade apical da cabeça e nos ângulos umerais do pronoto. Patas, antenas e ventre ocres.

Macho Dimensões: comprimento da cabeça 1,87 (1,7-1,97); largura da cabeça 2,0 (1,97-2,04); comprimento da cabeça diante dos olhos 1,24 (1,08-1,29); distância interocular 1,19 (1,15-1,29); comprimento dos artí- culos antenais I - 0,64 (0,61-0,68), II - 0,78 (0,74-0,81), III - 0,87 (0,81- 0,88), IV - 1,29, V - 1,46 (1,42-1,49): comprimento do pronoto 1,87 (1,7- 2,04); largura do pronoto 6,41 (6,25-6,46); comprimento do escutelo 3,43 (3,26-3,6): largura do escutelo 3,23 (3,06-3,33); comprimento total 9,77 (9,11-10,4); largura abdominal 5,5 (5,37-5,78).

Cabeça: jugas muito prolongadas; comprimento das jugas diante do clípeo quase 2/3 do comprimento do 1.º artículo antenal, estreitadas su- bitamente ao nível do ápice do clípeo e em seguida afilando-se progressi- vamente em direção ao ápice aguçado. O 3.º artículo antenal é igual ou maior que o 2.º. Pronoto: ângulos anteriores desenvolvidos numa projeção uma vez e meia maior que as demais projeções das margens ântero-laterais, às vezes bífidas no ápice; ângulos umerais desenvolvidos em longos espinhos, de orientação ântero-lateral, aguçada na extremidade, que muito ultrapassam a linha imaginária longitudinal que tangencia o 3.º segmento abdominal. Pontuações maiores e mais distanciadas no 1/3 posterior do pronoto. No ápice do escutelo uma nítida área destituída de pontuações. A área circular destituída de pontuações, no ápice da veia radial dos hemiélitros é amarela e sub-calosa. Angulos pöstero-laterais do conexivo muito suavemente proje- tados em espinho; pontuações concolores nos segmentos do conexivo. Pontuações abdominais distribuídas uniformemente ou em faixas longitu- dinais sub-adjacentes e internas aos espiräculos. De coloração vermelha e menos concentradas, as pontuações externas aos espiráculos. Manchas no

meio dos segmentos abdominais ocasionalmente presentes. Patas não man- chadas.

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Genitália: margem ventral do pigóforo semelhantes a D. avilapiresi porém, os ângulos distais da margem são bem mais salientes e projetados em direção a linha média; destes ângulos partem tufos de pelos; no meio, a

“margem ventral é reta e também apresenta dois tufos de pelos (Fig. 126 N). Processo do diafragma em pequeno gancho voltado para o interior da câmara genital (Fig. 20). Metade apical da cabeça do parâmetro estreita e retilinea; cabeça com quatro vezes o comprimento da base, na face ventro-posterior com uma angularidade no início do 1/3 apical, de onde parte um longo pelo (Fig. 21). Curso do “ductus seminis’’ ilustrado na figura 22.

Fêmea semelhante ao macho. Dimensões: comprimento da cabeça 1,83 (1,7-1,9); largura da cabeça 1,98 (1,97-2,04); comprimento da cabeça diante dos olhos 1,16 (1,08-1,29); distância interocular 1,18 (1,15-1,22); comprimento dos artículos antenais I - 0,62 (0,61-0,68), II - 0,77 (0,68- 0,81); III - 0,84 (0,81-0,88), IV - 1,29, V - 1,44 (1,42-1,49); comprimento do pronoto 1,8 (1,63-1,9); largura do pronoto 5,92 (5,64-6,18); comprimen- to do escutelo 3,33 (3,12-3,4); largura do escutelo 3,12 (2,92-3,4); com- primento total 9,65 (8,97-10,06); largura abdominal 5,24 (4,96-5 ,44).

Genitälia: laterotergitos 8 muito ultrapassando os laterotergitos 9, aguçados no ápice. Gonocoxitos 8 com bordo posterior moderadamente sinuado, com o 1/3 posterior de contorno ogival; ângulos suturais sub-agudos (Fig. 25). ““Capsula seminalis’’ com dois dentes (Fig. 27).

Distribuição: BRASIL: Amazonas, Pará, São Paulo, Goiás entre os paralelos de a 22º Lat S e entre os meridianos de 47º a 60º de Long W. Coletada em regiões de mata das Províncias Amazônica e Guarani da Sub- Região Guiano-Brasileira, porém os registros não permitem delimitar a sua área de ocorrência (Fig. 133).

Material examinado: BRASIL: Lectótipo, macho com os seguintes dados nas etiquetas: (a) Pará, 48.133 (b) b (c) Zexcostigmus identified by Dallas; paralectótipo macho, com os seguintes dados nas etiquetas: (a) Type (b) Santarem 53.72 (c) 2. Diceraeus leucostigma (d) BRIT. MUS. TYPE N.º HEM. 1053. AMAZONAS: 3 machos e 7 fêmeas - Manaus, mato e ca- poeiras alexo (sic), margem esquerda do Rio Negro, 6/VII/1941, Parko col., IOC. SÃO PAULO: macho - Cássia dos Coqueiros, Mun. Cajuru, X/1954, M. P. Barretto col., IOC. GOIÁS: macho - Faz. Aceiro, Jataí, X/1962, Exp. Dep. Zool. col., MZUSP.

Observações: esta espécie se aproxima de D. punctatus, D. peruanus e D. nigrum; mais adiante discutimos as distinções entre elas.

BERG (1891) menciona a ocorrência de D. /eucostigmus no Uruguai, com base em um exemplar mutilado, de sua coleção particular, hoje perten- cente ao Museu de La Plata, proveniente do Alto Uruguai, próximo ao ter- ritório brasileiro. RUFFINELLI & PIRÄN (1959) incorporaram em seu Catálogo, a citação de BERG. Tivemos ocasião de examinar este mesmo exemplar, concluindo que se trata de D. punciatus.

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34 GRAZIA,J. 5 1 ug e ps A e ic a ER. N 203 2. ini.

Estampa 6: D. (D.) miriamae: fig. 29 - Pigóforo, vista dorsal; fig. 30 - Parâmero direito, vista lateral externa; fig. 31 - ‘‘Ductus seminis’’ e “Aussenwand””, vista lateral; fig. 32 - ‘‘Phallus’’, vista dorsal; fig. 33 - “Phallus”, vista ventral; fig. 34 - VII segmento e placas genitais, vista ventral; fig. 35 - Placas genitais com transparência, vista ventral; fig. 36 - Laterotergitos 9, gonocoxitos 9, gonapófises 9 e “'receptaculum seminis’’, vista ventral. (pre) = ““processus conjuntivae’’).

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36 GRAZIA,J.

Dichelops (Dichelops) miriamae sp.n. (Figs. 28-36 e 126 F, M)

Cor geral ocre acinzentado, pontuado de castanho em ambas as faces. Patas e antenas ocres. Reflexos avermelhados no ápice das jugas e ângulos umerais do pronoto.

Macho Dimensões: comprimento da cabeça 1,87 (1,7-1,97); largura da cabeça 2,05 (1,97-2,1); comprimento da cabeça diante dos olhos 1,26 (1,22-1,36); distância interocular 1,23 (1,22-1,29); comprimento dos arti- culos antenais I - 0,65 (0,61-0,68), II - 0,84 (0,74-0,88), III - 0,87 (0,81- 0,95), IV - 1,33 (1,29-1,36), V - 1,41 (1,36-1,49); comprimento do pronoto 1,9 (1,7-2,04); largura do pronoto 6,07 (5,84-6,46); comprimento do escutelo 3,64 (3,53-3,74): largura do escutelo 3,27 (3,12-3,33); comprimento total 10,06 (9,38-10,54); largura abdominal 5,5 (5,44-5,57).

Cabeça: jugas ultrapassando em muito o clípeo, tendo comprimento diante deste igual a 2/3 do comprimento do 1.º artículo antenal, aguçadas no ápice. Disco da cabeça limitado por uma série de pontuações mais escuras. Antenas com o 3.º artículo igual ou maior que o 2.º. Pronoto: ângulos ântero-laterais em projeções simples, nitidamente maiores que as demais projeções das margens äntero-laterais. Ângulos umerais formando um cons- pícuo espinho dirigido ântero-lateralmente que ultrapassa as projeções rom- bas das margens póstero-laterais. Superfície do pronoto com algumas áreas destituídas de pontuações, pequenas e sub-calosas, em especial, sobre a faixa transumeral, as quais estão presentes também sobre o escutelo. Região apical do escutelo destacado pela presença de manchas escuras, adjacentes e uma pequena área sub-calosa no ápice. Fóveas bem maiores que um ocelo. Hemiélitros: também presentes algumas áreas sub-calosas destituídas de pontuações; a área circular no ápice da veia radial, presente. Ângulos póstero- laterais do conexivo projetados em conspícuos espinhos voltados em direção posterior. Pontuações castanhas do conexivo concentradas no terço apical de cada segmento, estando presente uma mancha escura no terço basal. Pontuações castanhas da face ventral do abdome distribuídas em faixas lon- gitudinais sub-adjacentes e internas aos espiráculos. Ocasionalmente os seg- mentos abdominais apresentam manchas escuras ao longo da linha média. Patas fortemente manchadas de castanho.

Genitälia: margem ventral do pıgöforo projetada em aba paralela ao plano transversal do pigóforo, com.contorno sinuado em vista ventral; os ângulos distais com espessos tufos de pêlos (Fig. 126 M). Processo do diafrag- ma digitiforme (Fig. 29); cabeça do parâmeros côncava na face dorsal, com 2/3 do comprimento do parämero (Fig. 30). Curso do ““ductus seminis” ilustrado na figura 31.

Fêmea semelhante ao macho. Dimensões: comprimento da cabeça 1,95 (1,9-1,97); largura da cabeça 2,05 (2,04-2,17): comprimento da cabeça. diante dos olhos 1,27 (1,22-1,36); distância interocular 1,25 (1,15-1,29); comprimento dos artículos antenais I - 0,65 (0,61-0,68), II - 0,85 (0,74-

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0,95), III - 0,96 (0,95-1,02), IV - 1,3 (1,29-1,36), V - 1,4 (1,36-1,42); com- primento do pronoto 1,94 (1,83-2,04); largura do pronoto 6,18 (6,05-6,39): comprimento do escutelo 3,63 (3,43-3,87); largura do escutelo 3,31 (3.06- 3,6); comprimento total 10,34 (10,13-10,6); largura abdominal 5,46 (5,3- Re

Genitália: laterotergitos 8 e gonocoxitos 8 semelhantes a D. /eucostig- mus, porém o terço apical do bordo posterior dos gonocoxitos 8 não apresenta contorno ogival e os ângulos suturais são arredondados (Fig. 34). ““Capsula seminalis’’ com dois dentes (Fig. 36).

Holótipo: macho - BRASIL, Bahia, Riachão do Jacuipe, V/1974,)J. C. M. Carvalho col., caatin ga, MN, depositado no MN.

Parátipos: BRASIL: RIO GRANDE DO NORTE: macho - Natal, 1/1950, M. Alvarenga col., MN; macho e fêmea - Ibd., 11/1950, ibd.; 2 machos - Ibd., XI1/1951, ibd.; 2 fêmeas - Ibd., 11/1952, ibd. BAHIA: macho e 2 fêmeas - Senhor do Bomfim, 1908, E. Garbe col., MZUSP. NORDESTE (szc): 2 machos e fêmea - 1933, Ihering col., IOC.

Distribuição: BRASIL: Rio Grande do Norte, Bahia, entre os paralelos de a 12º Lat Se entre os meridianos de 35º a 40º Long W. Provavelmente ocorre em toda a área de caatinga da Província Cariri (Fig. 132).

Observações: esta espécie se aproxima de D. punciatus pela forma do conexivo, cujos ângulos pöstero-laterais são amplamente desenvolvidos em espinhos diferenciando-se pela forma das jugas e pela menor extensão dos ângulos umerais. Em D. gairiamae, as jugas estreitam-se uniformemente em direção ao ápice e os espinhos dos ângulos umerais projetam-se pouco além da linha imaginária longitudinal tangente ao 3.º segmento abdominal. Em D. punctatus as jugas estreitam-se abruptamente ao nível do ápice do clípeo e seguem estreitando-se uniformemente em direção à extremidade e os espinhos dos ângulos umerais projetam-se muito além da mencionada linha imaginária, tendo quase três vezes o comprimento dos espinhos de D. »z1- namae.

Os processos do diafragma de D. miriamae são digitiformes e em D. Dunctatus, em forma de gancho. Também os parâmeros de ambas as espécies, bem como a forma dos gonocoxitos 8 são claramente distintos. A “capsula seminalis’’ de D. ziriamae apresenta dois dentes e a de D. punc- tatus, três.

Esta espécie é dedicada à Dra. Miriam Becker, pela importante con-

tribuição que vem prestando ao conhecimento de Pentatomidae da Região Neotropical.

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38 GRAZIA, J.

Estampa 7: fig. 37 - D. (D.) nigrum, macho; fig. 46 - D. (D.) peruanus, macho.

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39

40 GRAZIA,J.

Estampa 8: D. (D.) migrum: fig. 38 - Pigóforo, vista dorsal; fig. 39 - Parä- mero direito, vista lateral externa; fig. 40 - “'Ductus seminis’’ e “Aussenwand"”, vista lateral; fig. 41 - ‘‘Phallus’’, vista dorsal; fig. 42 - “Phallus””, vista ventral; fig. 43 - VII segmento e placas genitais, vista ventral; fig. 44 - Placas genitais com transparência, vista ventral; fig. 45 - Laterotergitos 9, gonocoxitos 9, gonapófises 9 e ““receptaculum seminis”, vista ventral. (pre) = ““processus conjuntivae'').

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42 GRAZIA ,J.

Dichelops (Dichelops) nigrum BERGROTH, 1914 (Figs. 37-45 e 126 B, L, Lj el)

Dichelops nigra BERGROTH, 1914; PIRÁN, 1956: 31.

Tipo: provavelmente perdido. O autor baseou sua descrição em dois exemplares, um macho e uma fêmea, sem designar tipo. Segundo correspondência enviada pelo Dr. Martin Meinan- der, do “Universiteters Zoologiska Museum’’ de Helsinque, os síntipos em questão não foram localizados na coleção que abriga outros tipos de espécies descritas por Bergroth. Da mesma forma, o Dr. I. Persson, do “'Naturhistoriska Riksmuseum", de Estocolmo, informou-nos não estar o material típico depositado naquela coleção.

Localidade tipo: Guiana Francesa.

Coloração geral castanho-escura, alguns exemplares negros. Reflexos vermelho-ferrugíneos na cabeça, antenas e patas; as antenas e as patas podem ser ocres, como o conexivo.

_ Macho Dimensões: comprimento da cabeça 2,16 (2,1-2,24); largura

da cabeça 2,14 (2,1-2,24); comprimento da cabeça diante dos olhos 1,4

(1,36-1,49); distância interocular 1,23 (1,15-1,29); comprimento dos arti-

culos antenais I - 0,69 (0,68-0,74), II - 0,89 (0,81-0,95), III - 1,06 (1,02-

1,08), IV - 1,44 (1,36-1,49), V - 1,59 (1,56-1,63); comprimento do pronoto

2,16 (2,04-2,24):; largura do pronoto 7,43 (7,07-7,82); comprimento do

escutelo 4,17 (3,94-4,28);, largura do escutelo 3,79 (3,6-4,08); comprimento

total 11,47 (10,67-12,17); largura abdominal 6,26 (5,91-6,59).

Cabeça: jugas bem prolongadas; comprimento diante do clípeo maior que a metade do comprimento do 1.º artículo antenal, estreitando-se progressivamente em direção ao ápice aguçado. Comprimento dos artículos antenais aumentando progressivamente do 1.º ao 5.º. Pontuações da mesma cor nos exemplares negros; nos exemplares mais claros as pontuações são castanhas. Pronoto: ângulos anteriores desenvolvidos em projeções com uma vez e meia o tamanho das demais projeções das margens ântero-laterais do pronoto; ângulos umerais desenvolvidos em espinhos longos, agudos no ápice, dirigidos lateralmente e ultrapassando em muito a linha imaginária longitudinal que tangencia o 3.º segmento abdominal. Pontuações grosseiras e, às vezes, rugas presentes na faixa transumeral ou apenas na base dos espinhos. Escutelo: grosseiramente pontuado, com rugas nos 2/3 anteriores; pontuações do terço apical ocasionalmente menores; ápice do escutelo com uma pequena mancha amarelada destituída de pontuações. Hemiélitros: geralmente presente a área circular amarelada, às vezes sub-calosa, no ápice la veia radial. Angulos pöstero-laterais do conexivo muito suavemente projetados; pontuações concolores na metade externa de cada segmento do conexivo, apresentando na metade interna pontuações negras ou castanhas. Pontuações abdominais castanho-escuras uniformemente distribuídas, menos densas nas faixas externas aos espiráculos. Patas nitidamente manchadas de castanho.

Genitália: margem ventral do pigóforo uniformemente côncava ou sinuada no meio, destituída de tufos de pelos, projetando-se triangularmen- te, de cada lado, além dos ângulos póstero-laterais do pigóforo (Fig. 126 L, Lı, L2). Processo do diafragma semelhante ao de D. Veucostigmus porém o gancho dirige-se para trás e volta-se no ápice para o interior da câmara ge-

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nital. (Fig. 38). Cabeça do parâmeros dobrada em ângulo agudo, na face

dorsal, com uma vez e meia o comprimento da base (Fig. 39). Curso do

“ductus seminis’’ ilustrado na figura 40.

Fêmea: semelhante ao macho. Dimensões: comprimento da cabeça 2,1 (2,04-2,17); largura da cabeça 2,1: comprimento da cabeça diante dos olhos 1,4 (1,36-1,42); distância interocular 1,17 (1,08-1,22); comprimento dos artículos antenais I - 0,68, II - 0,88 (0,81-0,95), III - 1,02 (0,95-1,02), IV - 1,4 (1,36-1,42), V - 1,53 (1,49-1,56); comprimento do pronoto 2,21 (2,17- 2,31); largura do pronoto 7,43 (7,41-7,48); comprimento do escutelo 4,21 (4,28-4,35); largura do escutelo 3,89 (3,8-3,94); comprimento total 11,79 (11,76-11,83); largura abdominal 6,05.

Genitália: laterotergitos 8 ultrapassando em muito os laterotergitos 9 e aguçados no ápice. Gonocoxitos 8 com bordo posterior biconvexo; ângulos suturais arredondados (Fig. 43). ““Capsula seminalis”” com dois dentes (Fig. 45).

Distribuição: VENEZUELA: Aragua, Bolivar, Monagas, Território Federal Amazonas; BRASIL: Amazonas, Pará, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina; desde 11º de Lat N a 28º Lat S e entre os me- ridianos de 43° a 67º Long W. Ocorre na Sub-Região Guiano-Brasileira, mas matas, podendo penetrar em áreas de cerrado ao longo das matas cilia- res. Encontrada desde o nível do mar até 700 m de altitude (Fig. 134).

Material examinado: VENEZUELA: ARAGUA: macho - Choroni, 150m, 13/IX/1951, C.J. Rosales col., IZA; 2 machos - Cata, 15/IX/1965, J. & B. Bechyné e E. Osuna col., IZA. BOLIVAR: macho - San Francisco, 300m, 28/X/1966, ibd. MONAGAS: fêmea - Jusepín, 50m, 1/X/1965, F. Fernandez Y. e C. J. Rosales col., IZA. TERRITÓRIO FEDERAL AMAZONAS: macho e fêmea - San Juan de Manapiare, 3/IV/1958, MLS.

BRASIL: AMAZONAS: macho e fêmea - Manaus, mato e capoeira alexo (sic), margem esquerda do Rio Negro, 6/VII/1941, Parko col., IOC. PARÁ: fêmea - Jacareacanga, XII/1968, M. Alvarenga col., IOC. MINAS GERAIS: macho e fêmea - Carmo do Rio Claro, 1/1958, Carvalho e Becker col., MN. RIO DE JANEIRO: macho - Represa Rio Grande, 1/1967, M. Alvarenga col., ''malaise trap”, IOC; macho - Itatiaia (Parque Nacional), 700m, 26/1/1934, W. Zikän col., IOC; macho - Corcovado, Rio de Janeiro, 25/X1/1952, Zajciv col., MN: fêmea - Ibd., s/ data, ibd.; fêmea - Estrada da Vista Chinesa, ibd., s/ data, ibd.; 2 fêmeas - Tijuca, ibd., X/1944, Carvalho col., MN; 2 fêmeas - Horto Florestal, ibd., 1932, J. Simões col., DDSV; fêmea - Ibd., 28/11/1932, A. Silva col., DDSV. SÃO PAULO: fêmea - Caraguatatuba (Reserva Florestal, 40m), 2/IV/1962, Martins, Reichardt. & Silva col., MZUSP, fêmea - Ibd., 25/V-1/V1/1962, Exp. Dep. Zool. col., MZUSP: macho - Ibd., V/1962, Lenko, Hans & Lezinho col., MZUSP. SANTA CATARINA: fêmea - Corupá, III/1954, A. Maller col., MN; fêmea - Nova Teutônia, 300- 500m, IV/1973, Fritz Plaumann col., LHR.

Observações: Nesta espécie encontram-se os maiores representantes do grupo. Juntamente com D. l/eucostigmus e D. punctatus esta espécie apresenta os ângulos umerais bem desenvolvidos em espinhos que muito ultrapassam a linha imaginária longitudinal que tangencia o 3.º segmento abdominal. De D. punctatus se diferencia pela forma da cabeça e dos ângulos pöstero-laterais do conexivo; de D. /eucostigmus, além da forma da cabeça, distingue-se facilmente pela genitália de ambos os sexos: nos machos, especialmente quanto aos parâmeros e margem ventral do pigóforo e nas fêmeas quanto a forma dos gonocoxitos 8.

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GRAZIA,)

Estampa 9: D. (D.) peruanus: fig. 47 - Pigóforo, vista dorsal; fig. 48 - Parâmero direito, vista lateral externa; fig. 49 - ‘'Ductus seminis’’ e ““Aussenwand’’, vista lateral; fig. 50 - “'Phallus””, vista dorsal; fig. Sra “Phallus”, vista ventral; fig. 52 - VII segmento e placas genitais, vista ventral; fig. 53 - Placas genitais com transparência. vista ventral; fig. I Laterotergitos 9, gonocoxitos 9, gonapöfises 9 e '““receptaculum seminis’’

vista ventral. (prcj = ““processus conjuntivae’’).

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Dichelops (Dichelops) peruanus sp. n. (Figs. 46-54 e 126 De O)

Cor geral castanho-escura na superfície dorsal. Conexivo, patas, antenas e face ventral de cor ocre. Projeções dos ângulos umerais do pronoto de cor negra.

Macho Dimensões: comprimento da cabeça 1,89 (1,7-1,97); largura da cabeça 2,06 (1,97-2,17); comprimento da cabeça diante dos olhos 1,25 (1,15-1,29); distância interocular 1,22 (1,15-1,29); comprimento dos. artí- culos antenais I - 0,63 (0,61-0,68), II - 0,9 (0,74-1,02), III - 0,84 (0,74-0,95), IV - 1,29 (1,22-1,36), V - 1,4 (1,29-1,42); comprimento do pronoto 1,99 (1,83-2,17); largura do pronoto 6,28 (5,78-6,73); comprimento do escutelo 3,45 (3,33-3,6); largura do escutelo 3,52 (3,19-3,8); comprimento total 9,8 (9,24-10,4); largura abdominal 5,65 (5,37-5,91).

Cabeça: jugas pouco prolongadas; comprimento diante do clípeo não ultrapassando a metade do comprimento do 1.º artículo antenal; jugas su- bitamente estreitadas ao nível do ápice do clípeo e em seguida afilando-se pro- gressivamente em direção às extremidades aguçadas. O 2.º artículo ante- nal é menor, igual ou maior que o 3.º; 0 5.º igual ou maior que o 4.º. Pon- tuações muito escuras, quase negras, na superfície da cabeça. Pronoto: ângu- los äntero-laterais com projeções desenvolvidas, com uma vez e meia o tama- nho das demais projeções das margens äntero-laterais, às vezes bifidas na extremidade. Ângulos umerais desenvolvidos em projeções espessas, sub- agudas, dirigidas ântero-lateralmente, pouco ultrapassando a linha imagi- nária. longitudinal que tangencia o 3.º segmento abdominal. Pontuações grosseiras na superfície do pronoto, este com rugosidades na metade pos- terior. Escutelo com rugosidades e pontuado grosseiramente nos 2/3 ante- riores; pontuações menores no 1/3 apical. Hemiélitros: área circular do ápice da veta radial, sub-calosa; pontuações mais distanciadas que no pronoto. Angulos póstero-laterais do conexivo retos; pontuações predominantemente de cor semelhante a do conexivo nos segmentos do conexivo. Pontuações abdominais uniformemente distribuídas; em alguns exemplares as pon- tuações se concentram nas faixas longitudinais sub-adjacentes e internas aos espiráculos; pontuações menos densas nas faixas externas aos espiráculos. Patas ocasionalmente manchadas.

Genitália: margem ventral do pigöforo bisinuada semelhante a D. nigrum porém, a concavidade uniforme e mediana é menor e as projeções triangulares são dotadas de tufos de pêlos e não vão além dos ângulos pós- - tero-laterais do pigóforo; tufos de pélos também presentes nos ângulos apicais da margem ventral (Fig. 126 O). Processo do diafragma espatular (Fig. 47). Cabeça do parâmero com os 2/3 apicais estreitos e retilíneos; ca- beça com 2/3 do comprimento do parâmero; inúmeros pêlos presentes no terço médio da face lateral interna (Fig. 48). Curso do ““ductus seminis” ilustrado na figura 49.

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Fêmea semelhante ao macho. Os artículos antenais aumentam progressivamente em tamanho do 1.º ao 5.º. Dimensões: comprimento da cabeça 1,9 (1,76-2,04); largura da cabeça 2,08 (2,04-2,17); comprimento da cabeça diante dos olhos 1,26 (1,15-1,29); distância interocular 1,23 (1,15- 1,29); comprimento dos artículos antenais I - 0,61, II - 0,76 (0,74-0,81), II - 0,88 (0,81-0,95), IV - 1,26 (1,22-1,29), V - 1,37 (1,36-1,42); comprimento do pronoto 1,9 (1,76-2,17); largura do pronoto 6,31 (6,05-6,59); compri- mento do escutelo 3,54 (3,04-3,74); largura do escutelo 3,5 (3,26-3,74); comprimento total 10,0 (9,65-10,47); largura abdominal 5,63 (5,44-6,05).

Genitália: laterotergitos 8 pouco ultrapassando os laterotergitos 9, porém nitidamente agudos no ápice. Gonocoxitos 8 convexos nos 2/3 anteriores e quase retilíneos no 1/3 posterior; ângulos suturais sub-arredon- dados (Fig. 52). ““Capsula seminalis’’ com dois dentes (Fig. 54).

Holótipo: macho - PERU, Junin, Satipo, 1/1944, P. Paprzyck col., IOC, depositado no MN.

Parátipos: EQUADOR: NAPO-PASTAZA: macho e fêmea - Limon Cocha, 25/V1/1965, C. R. Patrick col., LHR.

PERU: macho - Aucayacu, 8/IX/1964, M. Dourojeanni col., UNA. JUNIN: macho e 4 fêmeas - Satipo, 1/1937, P. Paprzyck col., IOC; 2 fêmeas - Ibd., XII/1937, ibd.; macho - Ibd., 11/1938, ibd.; 2 fêmeas - Ibd. XII/1943, ibd.; macho e fêmea - Ibd., 11/1944, ibd.

BRASIL: SÃO PAULO: macho - Estrada velha São Paulo-Santos, km 42, III/1957, Werner col., MCN 2966.

Distribuição: EQUADOR: Napo-Pastaza; PERU: Aucayacu, Junin; BRASIL: São Paulo; entre o paralelo de Lat Se o Trópico do Capricórnio e entre os meridianos de 46º a 78° de Long W, ocorrendo na Província Sub- Andina, com um registro isolado para a Província Atlântica, da Sub-Região Guiano-Brasileira (Fig. 132).

Observações: esta espécie se aproxima de D. /eucostigmus e D. punc- tatus pela forma da cabeça. Distingue-se de ambas pelos menos projetados e espessos ângulos umerais do pronoto, bem como pela forma espatular do processo do diafragma. Pela forma do pronoto se assemelha a D. bicolor da qual se diferencia pela genitália de ambos os sexos.

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48 GRAZIA,J.

Estampa 10: fig. 55 - D. (D.) prado:, holótipo macho; fig. 64 - D. (D.) bunciatus, macho.

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49

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IS ISEER cod

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50 GRAZIA.].

Estampa 11: D. (D.) pradoi: fig. 56 - Pigóforo, vista dorsal; fig. 57 - arâmero direito, vista lateral externa; fig. 58 - “'Ductus seminis’’ e “Aussenwand”, vista lateral; fig. 59 - ““Phallus””, vista dorsal; fig. 60 - “Phallus””, vista ventral; fig. 61 - VII segmento e placas genitais, vista ventral; fig. 62 - Placas genitais com transparência, vista ventral; fig. 63 - Laterotergitos 9, gonocoxitos 9, gonapöfises 9 e ““receptaculum seminis’’, vista ventral. (prc} = ““processus conjuntivae””).

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52 GRAZIA,J. Dichelops (Dichelops) pradoi sp.n. (Figs. 55-63 e 126 A e Q)

Cor geral ocre, pontuada de castanho nas faces dorsal e ventral. Os 2/3 anteriores do pronoto, por apresentarem pontuações mais concentradas, nas margens e em torno das cicatrizes, tomam uma coloração geral mais escura que o restante da superfície dorsal. De coloração vermelho-ferrugínea: uma faixa transversal ao longo dos úmeros, a metade apical da cabeça e o terço basal da costa. É

Macho Dimensões: comprimento da cabeça 1,87 (1,76-1,97); largura da cabeça 2,24; comprimento da cabeça diante dos olhos 1,25 (1,22-1,29); distância interocular 1,25 (1,22-1,29); comprimento dos artículos antenais 1 - 0,61, II -0,95, II - 1,08, IV - 1,49, V - 1,63; comprimento do prontos (2,31-2,38); largura do pronoto 7,03 (6,93-7,14); comprimento do escutelo 4,21 (4,14-4,28); largura do escutelo 3,94; comprimento total 11,56; largura abdominal 6,46.

Cabeça: jugas moderadamente prolongadas; comprimento das jugas diante do clípeo igual ou pouco ultrapassando a metade do comprimento do 1.º artículo antenal, agudas no ápice. Os artículos antenais aumentam progressivamente em tamanho do 1.º ao 5.º. Pronoto: ângulos ântero-la- terais com projeções que podem alcançar uma vez e meia as demais projeções das margens ântero-laterais, às vezes bifurcadas no ápice. Angulos umerais apenas pouco mais salientes que as projeções rombas das margens pöstero- laterais, terminando em pequeno espinho. Pronoto com rugosidade na faixa transumeral. Escutelo e pontuações abdominais conforme descrito para D. avilabirest. A área circular do ápice da veia radial dos hemiélitros, é quase imperceptível. Conexivo com pontuações escuras; ângulos póstero-laterais retos; um minúsculo ponto negro, perceptível em vista lateral, presente nos ângulos äntero-laterais de cada u do conexivo. Manchas das patas quase imperceptiveis.

Genitälia: margem ventral do pigöforo semelhante a D. avdlapıresı, porém a escavação é bem mais larga e lateralmente à goteira mediana não ocorrem tufos de pelos (Fig. 126 Q). Processo do diafragma em minúsculo espinho de base alargada e agudo no ápice (Fig. 56). Cabeça do parâmero profundamente emarginada nas faces dorsal e ventral, com aproximadamente cinco vezes o comprimento da base (Fig. 57). Curso do ““ductus seminis” ilustrado na figura 58.

Fêmea Distingue-se do macho nos seguintes caracteres: coloração geral muito escura, quase negra na superfície dorsal, especialmente a cabeça e o pronoto. Apenas o terço basal da costa tem coloração vermelho-ferrugínea. Pontuações mais uniformes, no tamanho e na distribuição. O 3.º artículo antenal é igual ou maior que o 2.º; o 4.º é igual ou maior que o 5.º. As

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Revisão do gênero Dichelops SPINOLA... 53

projeções dos ângulos äntero-laterais do pronoto não se destacam das pro- jeções das margens ântero-laterais. Projeções umerais menos salientes, igualando as projeções rombas das margens pöstero-laterais do pronoto, terminando em pequeno espinho. Pontuações negras ocupando a metade interna dos segmentos do conexivo, enquanto que a metade externa tem pontuações da mesma cor do conexivo. Pontuações abdominais castanho-es- curas, uniformemente distribuídas. Dimensões: comprimento da cabeça 1,76 (1,7-1,83); largura da cabeça 2,35 (2,31-2,38); comprimento da cabeça diante dos olhos 1,26 (1,22-1,29); distância interocular 1,31 (1,29-1,36); comprimento dos artículos antenais I - 0,51 (0,34-0,61), II - 1,02, III - 1,06 (1,02-1,15), IV - 1,44 (1,36-1,49), V - 1,36; comprimento do pronoto 2,28 (2,1-2,44); largura do pronoto 6,8 (6,46-7,07); comprimento do escutelo 4,28 (3,74-4,69); comprimento total 12,17 (12,1-12,24); largura abdominal Ar

Genitälia: laterotergitos 8 mal ultrapassando os laterotergitos 9, com as margens laterais formando um ängulo quase reto. Gonocoxitos 8 com bordo posterior sinuado; ängulo sutural moderado e estreitamente projetado em direção posterior (Fig. 61). ““Capsula seminalis’’ com dois dentes (Fig. 63).

Holótipo: macho - BRASIL, São Paulo, Marília, Bastos, X1/1937, L.O.T.M. col. IAC 854, depositado no MN.

Parátipos: macho - Araçatuba, Rio jacarecatinga, SP, BR, X/1961, Lane & Rabello col., MZUSP fêmea - Aragarças, GO, BR, X1/1965, Alvarenga col., MZUSP; fêmea - Serra do Urucum, Corumbá, MT, BR, 29/X1/1960, K. Lenko col., MZUSP; fêmea - Ibidem, 2/XII/1960, ibidem.

Distribuição: BRASIL: São Paulo, Goiás, Mato Grosso; entre os paralelos de 17° a 22º de Lat S e entre os meridianos de 49° a 58º de Long W. Pelos registros, esta espécie parece estar restrita a Província Bororo da Sub-Região Guiano-Brasileira (Fig. 133).

Observações: conforme mencionamos anteriormente, esta espécie se aproxima de D. avilapıresi. Os machos e as fêmeas desta espécie, embora de localidades distintas, sem dúvida, apresentam a mesma distribuição ecoló- gica. Contudo, a série de fêmeas mostra diferenças evidentes em relação ao sexo oposto. Colocamos as fêmeas tentativamente nesta espécie, pois o número reduzido de exemplares de ambos os sexos, não nos permite no momento, propor um novo nome. Esta espécie é dedicada ao nosso orien- tador, Dr. Angelo Pires do Prado.

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54 GRAZIA,J. Ágape ie da PU n.n 0 ehamhn...

Estampa 12: D. (D.) punctatus: fig. 65 - Pigöforo, vista dorsal; fig. 66 - Parâmero direito, vista lateral externa; fig. 67 - ''Ductus seminis’’ e ““Aussenwand’’, vista lateral; fig. 68 - ‘‘Phallus’’, vista dorsal; fig. 69 - “Phallus””, vista ventral; fig. 70 - VII segmento e placas genitais, vista ventral; fig. 71 - Placas genitais com transparência, vista ventral; fig. 72 - Laterotergitos 9, gonocoxitos 9, gonapófises 9 e ““receptaculum seminis’’, vista ventral. (pre) = '“processus conjuntivae””).

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56 GRAZIA.].

Dichelops (Dichelops) punctatus SPINOLA, 1837 (Figs. 64-72 e 126 E e P)

Dichelops bunctatus SPINOLA, 1837: 300; HERRICH-SCHÄFFER, 1844: 72; MAYR, 1866: 52; STAL, 1872: 29; DISTANT, 1887: 62; LETHIERRY & SEVERIN, 1893: 129; KIRKALDY, 1909: 68: BUCKUP, 1961: 9.

Dichelops leucostigmus: BERG, 1891: 280; RUFFINELLI & PIRÁN, 1959: 13 (nec /eucostigma DALLAS, 1851).

Tipo: provavelmente depositado na coleção de Spinola, Castella di Tasserola, Itália. Enviado ao autor da espécie por M. Dupont.

Localidade tipo: “'S. Leopoldo, Brésil interieur’’ (São Leopoldo, Rio Grande do Sul, Brasil).

- Coloração geral vermelho-ferrugínea, na face dorsal, patas e antenas. Conexivo, face ventral e, às vezes, as bases da cabeça e dos hemiélitros, de coloração ocre.

Macho Dimensões: comprimento da cabeça 1,94 (1,83-2,04); largura da cabeça 2,16 (2,04-2,24); comprimento da cabeça diante dos olhos 1,27 (1,22-1,29); distância interocular 1,32 (1,22-1,36); comprimento dos artí- culos antenais I - 0,68, II - 0,88, III - 0,96 (0,88-1,15), IV - 1,32 (1,29-1,42), V - 1,57 (1,49-1,7); comprimento do pronoto 2,12 (2,04-2,17); largura do pronoto 7,22 (6,93-7,61); comprimento do escutelo 3,49 (3,4-3,6); largura do escutelo 3,48 (3,4-3,6); comprimento total 10,39 (9,99-10,67); largura abdominal 5,88 (5,71-6,05).

Cabeca: jugas prolongadas; comprimento das jugas diante do clipeo pouco maior que a metade do comprimento do 1.° articulo antenal; jugas subitamente estreitadas, ao nível do ápice do clípeo, e em seguida afilando-se progressivamente em direção à extremidade aguçada. O 3.º artículo antenal é igual ou maior que o 2.º. Pontuações castanho-escuras irregularmente dis- tribuídas, algumas vezes, quase negras, na base das jugas. Pronoto: ângulos äntero-laterais com projeções desenvolvidas que podem igualar algumas das projeções das margens ântero-laterais; estas margens são muito irregularmen- te denteadas. Ângulos umerais desenvolvidos em espinhos longos e aguçados no ápice, de orientação lateral. Superfície do pronoto fortemente pontuada e rugosa, principalmente na base dos espinhos. Escutelo: região parafrenal continuada por uma faixa mediana também elevada, que não atinge o ápice do escutelo. Uma pequena área sem pontuações, na extremidade do escutelo, ladeada por manchas escuras. Hemielitros: área circular do ápice da veia radial amarelada e sub-calosa. Pontuações maiores e mais distanciadas que no pronoto. Ângulos póstero-laterais do conexivo amplamente desenvolvidos em tubérculos, agudos na extremidade; pontuações castanhas nos segmentos do conexivo, estes com uma pequena mancha negra nos ângulos ântero-laterais, visível em vista lateral. Pontuações abdominais castanho-escuras distribuídas uniformemente ou concentradas em faixas longitudinais sub-adjacentes e internas aos espiräculos; abdome, externamente aos espiráculos, com raris- simas pontuações. Manchas escuras, no meio de cada urosternito, frequen-

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Revisão do gênero Dichelops SPINOLA... 57 ET DE RT NEE CC pn e DT

temente visíveis. Manchas das patas observáveis apenas nos exemplares mais descorados.

Genitália: margem ventral do pigöforo como em D. /eucostigmus porém a escavação é bem mais larga e os ângulos distais não são projetados em direção à linha média, embora apresentem tufos de pelos (Fig. 126 P). Processo do diafragma em gancho, semelhante ao de D. /eucostigmus (Fig. 65). Cabeça do parâmero semelhante a D. prado:, porém com emarginação mais moderada; área convexa na face dorsal com inúmeros e longos pélos (Fig. 66). Curso do ““ductus seminis’’ ilustrado na figura 67.

Fêmea semelhante ao macho. O comprimento dos artículos antenais aumenta progressivamente do 1.º ao 5.º. Dimensões: comprimento da cabeça 1,91 (1,9-1,97); largura da cabeça 2,12 (2,04-2,17); comprimento da cabeça diante dos olhos 1,27 (1,22-1,29); distância interocular 1,26 (1,15- 1,29); comprimento dos artículos antenais I - 0,68, II - 0,88, II - 1,03 (1,02- 1,08), IV - 1,39 (1,36-1,42), V - 1,61 (1,56-1,63); comprimento do pronoto 2,09 (1,97-2,24): largura do pronoto 7,33 (6,8-7,48); comprimento do escutelo 3,56 (3,46-3,6); largura do escutelo 3,48 (3,4-3,53); comprimento total 10,31 (10,13-10,54); largura abdominal 5,92 (5,71-6,05).

Genitália: laterotergitos 8 e gonocoxitos 8 muito semelhantes à D. Jeucostigmus diferenciando-se apenas pelo contorno da área inflada dos gonccoxitos 8 (Fig. 70). ““Capsula seminalis’’ com três dentes (Fig. 72).

Distribuição: BRASIL: Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul; URUGUAI; entre os paralelos de 20° a 31º de Lat S e entre os meridianos de 42º a 56º de Long W ocorrendo na Província Atlântica, com um único registro na Província Guarani da Sub-Região Guiana-Brasileira

(Fig. 133).

Material Examinado: BRASIL: MINAS GERAIS: macho - Viçosa, 648m, 11/1963, F. Werner, U. Martins & L. Silva col., MZUSP. RIO DE JANEIRO: fêmea - Petrópolis, 5-7/I11/1962, J. Bechyné col., MZUSP. SÃO PAULO: macho - Cantareira, 14/1/1946, ©. Monte col., MEN 2965; fêmea - Barueri, 15/XII/1961, K. Lenko col., MZUSP; macho - São Paulo capital, 11/1938, E. Schu. col., IB; fêmea - Ibd., 17/11/1934, G.E.S. col., IB; macho - Santo Amaro. s/ data, MZUSP 1090; fêmea - Horto Florestal, São Paulo, 18/IV/1962, Lenko e Reichardt col., MZUSP: 2 machos - Alto da Serra, 1910, Liiderwaldt col., MZUSP.

URUGUAI: fêmea - [ Alto Rio Uruguai, próximo à fronteira do Brasil, Coleção BERG], s/ data, MLP.

Observações: conforme mencionamos anteriormente, esta espécie se aproxima de D. zıriamae. Pela forma da cabeça aproxima-se de D. peruanus e D. leucostigmus, a esta última assemelhando-se também pela morfologia do pronoto. Diferencia-se de ambas pelas amplas projeções dos ângulos pöstero-laterais do conexivo. Em D. punctatus e D. leucostigmus os processos do diafragma são em forma de gancho, porém, na primeira, eles são bem mais salientes. As fêmeas destas espécies se separam pelo número de dentes na “'capsula seminalis’’ pois D. punctatus tem três e D. /eucostigrmus tem dois. Sobre a sinonímia de BERG e RUFFINELLI & PIRÁN vide observação em D. /eucostigmus.

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58 GRAZIA,J.

Estampa 13: fig. 73 - D. (D.) saltensis, fêmea; fig. 82 - D. (N.) furcatus, fêmea.

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59

60 GRAZIA,J.

Estampa 14: D. (D.) saltensis: fig. 74 - Pigöforo, vista dorsal; fig. 75 - Parâmero direito, vista lateral externa; fig. 76 - “'Ductus seminis’’ e ““Aussenwand’’, vista lateral; fig. 77 - ‘‘Phallus’’, vista dorsal; fig. 78 - ““Phallus’’, vista ventral; fig. 79 - VII segmento e placas genitais, vista ventral; fig. 80 - Placas genitais com transparência, vista ventral; fig. 81 - Laterotergitos 9, gonocoxitos 9, gonapófises 9 é ““receptaculum seminis”, vista ventral. (prc} = ““processus conjuntivae””).

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Revisão do gênero Dichelops SPINOLA... 61 Revisão do genero THEMEFOPT O nn

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62 GRAZIA.). 62 DD DT Dichelops (Dichelops) saltensis sp.n.

(Figs. 73-81 e 126 CeK)

Coloração geral ocre, densamente pontuada de castanho nas faces dorsal e ventral. Ocasionalmente manchada de vermelho-ferrugíneo na faixa tran- sumeral.

Macho Dimensões: comprimento da cabeça diante dos olhos 1,08 (1,02-1,15); distância interocular 1,15 (1,08-1,22); comprimento dos artí- culos antenais I - 0,56 (0,54-0,61), II - 0,83 (0,81-0,88), III - 0,83 (0,74- 1,02), IV - 1,25 (1,15-1,36), V - 1,46 (1,36-1,56); comprimento do pronoto 2,04 (1,9-2,1); largura do pronoto 5,73 (5,3-6,46); comprimento do escutelo 3,62 (3,4-3,94); largura do escutelo 3,23 (3,06-3,53); comprimento geral 9,67 (9,04-10,6); largura abdominal 5,3 (4,89-5,84).

Cabeça: jugas prolongadas; jugas com comprimento diante do clípeo quase igual a metade do comprimento do 1.º artículo antenal, formando no ápice um ângulo quase reto. Margens externas das jugas com um espinho de dimensões variáveis ao nível dos tubérculos anteníferos, logo adiante dos olhos. Pontuações negras concentradas em torno dos olhos e limitando o disco da cabeça. O 2.º artículo antenal é menor, igual ou maior que o 3.º. Pronoto: ângulos ântero-laterais muito desenvolvidos em projeções quase duas vezes maiores que as demais projeções das margens ântero-laterais, bifidas ou trifurcadas na extremidade. Recorte das margens ântero-laterais muito irregular devido ao tamanho diversificado das projeções dentiformes, estas muito agudas e, às vezes, bifurcadas no ápice. Ângulos umerais pro- jetados em. curto espinho que ultrapassa, ou não, as projeções rombas das margens pöstero-laterais. Superfície do pronoto com aspecto corrugado devido as pontuações associadas a rugas que estão presentes, principalmente, sobre a faixa transumeral. Os calos das margens posteriores das cicatrizes são, em alguns exemplares, impercetíveis. Escutelo: pontuações maiores e mais concentradas em áreas, mais ou menos circulares, dispostas nas margens da região parafrenal e na base do escutelo; 1/4 apical com pontuações menores; uma faixa estreita, circular, sub-calosa e destituída de pontuações em torno das föveas. Hemielitros: a área circular do ápice da veia radial, às vezes, é pouco perceptível. Conexivo coberto por pontuações castanhas; os ângulos póstero-laterais terminam num pequeno espinho. Pontuações e manchas da face ventral do abdome com distribuição semelhante à D. avilapires:. Patas com manchas de cor castanha bem evidenciadas.

Genitália: margem ventral do pigóforo uniformemente côncava no meio, com 2 tufos de pêlos centrais, projetada em pequenos triângulos nos ângulos apicais; estes também apresentando tufos de pêlos (Fig. 126 K). Processo do diafragma ausente. Cabeça do parâmero seguindo o padrão de D. bradoi porém com emarginação mais moderada e com o ápice projetado ventro-posteriormente (Fig. 75). Curso do ““ductus seminis’’ ilustrado na figura 76.

Fêmea semelhante ao macho. Dimensões: comprimento da cabeça 1,74 (1,63-1,97); largura da cabeça 2,08 (1,97-2,17); comprimento da cabeça

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diante dos olhos 1,12 (1,08-1,29); distância interocular 1,16 (1,08-1,22); comprimento dos artículos antenais I - 0,54, II - 0,8 (0,74-0,81), III - 0,84 (0,74-0,88), IV - 1,25 (1,15-1,42), V - 1,4 (1,29-1,56); comprimento do pronoto 1,98 (1,83-2,04); largura do pronoto 5,49 (5,3-5,64); comprimento do escutelo 3,5 (3,4-3,67); largura do escutelo 3,27 (3,19-3,4); comprimento total 9,75 (9,45-10,2); largura abdominal 5,32 (5,23-5,44).

Genitália: laterotergitos 8 quase igualando os laterotergitos 9, em cunı- primento. Gonocoxitos 8 com bordo posterior biconvexo; ângulos suturais sub-agudos (Fig. 79). '“Capsula seminalis’’ com três dentes (Fig. 81).

Holótipo: macho - ARGENTINA, Província de Salta, Pocitos, 1/1959, A. Martinez leg., MZUSP, depositado no MZUSP.

Parátipos: ARGENTINA: SALTA: macho e 5 fêmeas - Pocitos, 1/1959, A. Martinez leg., MZUSP.

BRASIL: MINAS GERAIS: macho - Sete Lagoas, III/1963, F. Werner, U. Martins & L. Silva col., MZUSP.

Distribuição: BRASIL: Minas Gerais; ARGENTINA: Salta; entre os paralelos de 19º a 22º de Lat S e entre os meridianos de 44º a 63º de Long W; ocorre nas Províncias do Chaco e Bororo das Sub-Regiões Patagônica e Guiano-Brasileira, respectivamente (Fig. 134).

Observações: como mencionamos anteriormente, esta espécie se aproxima de D. avilapiresi e distingue-se desta principalmente,.pela ausência de processo no diafragma, nos machos. Nas fêmeas, os três dentes da “'cap- sula seminalis’’ são conspícuos e o ““receptaculum seminis’’ apresenta a metade do comprimento apresentado em D. avilapires. Alguns exemplares têm as projeções espinhosas das margens externas das jugas bem desenvol- vidas, diferenciando-os assim, de todas as demais espécies.

Subgênero Neodichelops subg.n.

Espécie tipo: Dichelops furcatus (FABRICIUS, 1775).

Ornamentação da superfície do corpo, em ambas as faces feita por tricódeos curtos e finos, estreitados em direção ao ápice, que partem do centro das pontuações (Fig. 126 Z1).

Cabeça e metade anterior do pronoto em declividade. Jugas aguçadas ou arredondadas na extremidade. Pontuações escuras sobre a superfície da ca- beça, sendo negras sobre o disco e diante dos ocelos; às vezes, margeando as jugas externamente. Face ventral da cabeça com pontuações semelhantes a cor geral; às vezes as pontuações são negras numa pequena área diante dos olhos. Búculas truncads na base. Rostro alcançando as coxas posteriores; 2.º artículo maior que o 3.º e 4.º reunidos.

Pronoto: ângulos äntero-laterais com projeções que pouco ultrapassam as projeções serrilhadas das margens ântero-laterais. Margens pöstero-laterais sinuadas ou crenuladas destituídas de projeção romba. Pontuações escuras cobrindo a superfície do pronotó, mais concentradas na metade posterior; às

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vezes, as pontuações são maiores e de cor negra sobre os ângulos umerais, em torno das cicatrizes e ao longo das margens ântero-laterais.

Escutelo: ângulos basais com uma pequena impressão escura não cons- tituindo uma fóvea propriamente dita, e nem sempre perceptível. Pontuações geralmente com distribuição uniforme sobre a superfície do escutelo. Região parafrenal elevada ou não. Ápice do escutelo marginado por uma estreita linha de cor amarela.

Hemiélitros: sutura da membrana sub-retilínea. Ângulo apical do cório ocasionalmente projetado em direção posterior. Pontuações escuras maiores nos 2/3 anteriores, especialmente no exocório. Sem pontuações numa área circular, junto ao ápice da veia radial, de dimensão equivalente a dois olhos aproximadamente.

Ângulos póstero-laterais do conexivo retos.

Lado ventral do tórax com pontuações de cor semelhante a do tórax, uniformemente distribuídas. Área evaporatória mesopleural restrita a uma pequena região adjacente e atrás das coxas do 2.º par de patas. Área eva- poratória metapleural ocupando menos da metade da largura do pleurito; processo apical do peritrema ostiolar extendendo-se por 1/4 da distância entre o ostíolo e a margem lateral da área evaporatória.

Abdome, ventralmente, com pontuações de cor semelhante à coloração geral: margens posteriores de cada segmento, exceto o 7.º, com uma série de pequenos calos, geralmente amarelados. Estes calos se tornam quase imperceptíveis ao longo da linha média e das margens laterais do abdome. Espiráculos da mesma cor do abdome.

Patas dotadas de minúsculos pontos negros que, às vezes, se tornam imperceptíveis (exemplares descorados).

Genitália do macho Pigóforo: processos do diafragma em forma de aba, paralela ao plano transversal do pigóforo, que se dirige do bordo dorsal para o interior da câmara genital, ladeando o proctiger, podendo ser inteira ou denteada, ou ainda, os processos são tuberculiformes. Parâmeros com espessura uniforme, desde a base até o ápice, com formato semicircular quando observados em vista lateral. ‘‘Phallus’’: placas -basais do aparelho articular abraçando a região de articulação da ““phallotheca”” com as men- cionadas placas. Conjuntiva destituída de processos dorsais. Vésica apresen- tando um longo “processus vesicae’’ (Figs. 86, 96, 106 e 115).

Genitália da fêmea Placas genitais externas (gonocoxitos 8, lateroter- gitos 8 e 9) com os tricódeos de ornamentação tão desenvolvidos quanto os demais da superfície do corpo. Espiráculos do 8.º segmento ausentes. Gonocoxitos 8 não cobrindo os gonocoxitos 9, em vista ventral. Bordos su- turais dos gonocoxitos 8 sinuados, sobrepostos na base. Gonocoxitos 9 com comprimento menor do que a metade do comprimento do segmento, ao longo da linha média, muito pouco esclerotizados, quase membranosos. “Pars intermedialis’’ dotada de vesícula, junto a crista anular anterior, que

pode se extender até quase a crista anular posterior. “'Capsula seminalis” destituída de dentes.

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Chave para as espécies do subgênero Neodichelops

1. Jugas agudas; ângulos umerais desde pouco desenvolvidos até formando .

ongs esposo a ERR RR o De SRS pisa ia o eua asd 2 Jugas arredondadas; ângulos umerais apenas expandidos em largas Pare co ESRquaD AS dr e ee en lobatus

2. Gonocoxitos 8 inflados, com o quarto apical dobrado em direcäo dorsal, formando um nitido arco, em vista lateral (Fig. 126 X); margem ventral do pigöforo reta ou moderadamente sinuada no meio (Fig. 126 S, S1, Eee ner re rs 3 Gonocoxitos 8 menos inflados, quase aplainados (Fig. 126 Y); margem ventral do pigóforo bisinuada no meio (Fig. 126 T, Tı); processo do diafragma em forma de aba denteada (Fig. 94); vesícula da ‘‘pars inter- medialis’’ ocupando três quartos de sua extensão (Fig. 101)... zze/acanthus

3. Processo do diafragma em forma de aba inteira (Fig. 104); parâmeros com uma projeção em gancho, na face externa (Fig. 105); pontuações negras ao longo da metade anterior das margens ântero-laterais do pronoto, em torno das cicatrizes do pronoto e em três linhas sub-paralelas ao longo da costa, no exocório, frequentemente nítidas ................... phoenix Processo do diafragma em forma de cubérculo (Fig. 84); parâmeros des- tituídos de projeção (Fig. 85); pontuações negras nas margens ântero- laterais do pronoto e no exocório raramente nítidas. .... ....... Jfurcatus

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Estampa 15: D. (N.) furcatus: fig. 83 - variações da forma do pronoto; fig.

84 - Pigöforo, vista dorsal (BD = bordo dorsal, MV = margem ventral, Par = parâmero, pd = processo do diafragma, X = proctiger); fig. 85 - Parâmero direito, vista lateral interna; fig. 86 - “'Ductus seminis’’ e ““Aussenwand’’, vista lateral (DS = ““ductus seminis’’, Ejr = ““ejacu- latory reservoir’’, GS = gonoporo secundario, Ph = ““phallotheca”, PrPh = ““processus phallothecae’’, PrV = ““processus vesicae””, V = vesica); fig. 87 - ‘'Phallus’’, vista dorsal (CD = conetivo dorsal, Cj = conjuntiva, CV = conetivo ventral, PC = “'processus capitati””, plb = placa basal, prph = ‘‘processus phallothecae’’, PrV = ““processus ve- sicae’’); fig. 88 - ““Phallus””, vista ventral (bpb = “basal plates bridge’’, Cj; = conjuntiva, Me = ‘‘Membranblase’’, ph = ““phallotheca””, prph = ““processus phallothecae’’, PrV = ““processus vesicae’’); fig. 89 - VII segmento e placas genitais, vista ventral; fig. 90 - Placas genitais com transparência, vista ventral (Ang Int La8 = ângulo interno da lateroter- gito 8, Ang Post Ext Gc8 = ângulo posterior externo do gonocoxito 8, B Post Gc8 = bordo posterior do gonocoxito 8, G8 = gonapófises 8, Gc8 = gonocoxito 8, La8 = laterotergito 8, La9 = laterotergito 9, VII = sétimo segmento, X = décimo segmento): fig. 91 - Laterotergitos 9, gonocoxitos 9, gonapöfises 9 e ““receptaculum seminis’’, vista ventral (CAA = crista anular anterior, CAP = crista anular posterior, CS = “capsula seminalis’’, DR = ‘‘ductus receptaculi’’, EIV = espessamento da íntima vaginal, G9 = gonapófises 9, Gc9 = gonocoxitos 9, La9 = laterotergito 9, OR = ““orificium receptaculi’’, PC = ““pars comunis’’, PI = ““pars intermedialis’’, X = décimo segmento).

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Ang Post ext Ges

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68 : GRAZIA,J.

Dichelops (Neodichelops) furcatus (FABRICIUS, 1775) (Figs. 82-91 e 126 S; S1, X)

Cimex furcatus FABRICIUS, 1775: 705; GOEZE, 1778: 239; GMELIN, 1788: 2140.

Halys furcata; FABRICIUS, 1803: 182.

Diploxys lineola AMYOT & SERVILLE, 1843: 138.

Dichelops lineola; HERRICH-SCHAFFER, 1853: 81.

Diceraeus lineola; STAL, 1862: 479: (?) WALKER, 1867: 250.

Dichelops furcatus; MAYR, 1866: 51; STAL, 1872: 29; BERG, 1879: 47; LETHIERRY & SE- VERIN, 1893: 129; KIRKALDY, 1909: 68; PIRÁN, 1948: 10 e 15; RUFFINELLI & PIRÄN, 1959: 13.

Dichelops furcata: auct.

Tipo: não designado. De acordo com informações recebidas de W. R. Dolling, do Museu Bri- tânico, estão depositados nessa instituição 2 exemplares de Cirzex furcatus FABRICIUS da Patagônia, coleção Joseph Banks. Um dos exemplares (fêmea, BRIT. MUS. TYPE N.º

_ HEM. 398, 63-47) nos foi enviado para exame. Ainda segundo Dolling, além do exemplar examinado pela autora ''.. there is another on a similar pin but laking data over this name in Banks's collection...”

Possivelmente, estes exemplares são os mencionados por ZIMSEN (1964).

Localidade tipo: Patagônia | Argentina ]. BERG (1879) afirmou que o tipo foi coletado por BANKS na viagem do ''Endeavour'”'. BANKS e SOLANDER realizaram coletas no Cabo de San Vicente e nas proximidades da Baia de Buen Suceso. Os dados disponíveis de distri- buicäo geográfica não indicam sua ocorrência no extremo sul do continente. Por esta razão, preferimos não restringir a localidade tipo.

Cor geral ocre, pontuado de castanho ou negro. Face ventral geralmente mais clara. Antenas e patas da mesma cor do corpo. Alguns exemplares apresentam reflexos vermelho-ferrugíneo nos três primeiros artículos antenais, na metade posterior do pronoto e nos hemielitros. As projeções dos ângulos umerais podem variar a coloração, desde ocre até negro. Nos exemplares vivos, a face ventral, as patas e as antenas são de cor verde.

Macho Dimensões: comprimento da cabeça 2,04 (1;97-2,10); largura da cabeça 2,17 (2,04-2,24); comprimento da cabeça distante dos olhos 1,5 (1,36-1,56); distância interocular 1,44 (1,36-1,49); comprimento dos artí- culos antenais I - 0,66 (0,61-0,68), II - 1,16 (1,22-1,29), HI - 1,1 (0,88-1,29), IV - 1,22 (1,02-1,36), V - 1,36 (1,15-1,49); comprimento do pronoto 2,04 (1,97-2,1); largura do pronoto 7,22 (6,39-7,61); comprimento do escutelo 3,84 (3,6-3,94): largura do escutelo 3,76 (3,53-3,94); comprimento total 10,62 (10,2-11,01); largura abdominal 5,92 (5,64-6,12).

Cabeça: jugas bem desenvolvidas; geralmente o comprimento diante do clípeo é igual à metade do comprimento do 1.º artículo antenal; jugas uniformemente estreitando-se em direção ao ápice aguçado. O 2.º artículo antenal é menor, igual ou maior que o 3.º,0 4.º é maior que 0 3.º e 0 5.º maior que o 4.º. Pontuações escuras margeando as jugas. Pronoto: ângulos umerais extremamente variáveis no comprimento e na forma das projeções, desde rombos até em forma de espinhos longes, de orientação ântero-lateral (Fig. 83), variando também na cor, que pode ser ocre, avermelhada ou negra. Margens póstero-laterais sinuadas. As pontuações negras geralmente se apresentam concentradas: em torno das cicatrizes, numa linha ao longo das margens äntero-laterais, desde a margem anterior do pronoto até cerca do meio e sobre os ângulos umerais. Escutelo: pontuações 'maiores, às vezes

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presentes ao iongo das margens. Conexivo com pontuações de cor semelhante “à geral nos 2/3 externos de cada segmento; terço interno com pontuações negras.

Genitália: margem ventral do pigóforo reta ou moderadamente sinuada no meio (Fig. 126 S, S1). Parâmeros destituídos de projeção (Fig. 85). Processo do diafragma em forma de tubérculo situado no fundo da câmara genital, muitas vezes encobertos pelos parâmeros (Fig. 84). Curso do ““ductus seminis’’ ilustrado na figura 86.

Fêmea semelhante ao macho; o 4.º artículo antenal pode ser igual ao 3.º. Dimensões: comprimento da cabeça 2,27 (2,1-2,76); largura da cabeça 2,24; comprimento da cabeça diante dos olhos 1,64 (1,56-1,7); distância interocular 1,48 (1,42-1,56); comprimento dos artículos antenais I - 0,68, II - RES DS 22) 11° 22 (1.151,30), IV - 1,3.4.22.1,36),,V =-1,44(1,42- 1,49); comprimento do pronoto 2,17 (2,04-2,24); largura do pronoto 7,79 (7,41-8,43); comprimento do escutelo 3,93 (3,74-4,08); largura do escutelo 3,93 (3,74-4,08); comprimento total 11,73 (11,35-12,17); largura abdominal 6,39 (6,18-6,66).

Genitália: laterotergitos 8 agudos ou aguçados na extremidade (Fig. 89); gonocoxitos 8 inflados, com o quarto apical dobrando-se em direção dorsal, formando um arco observável em vista lateral (Fig. 126 X). Vesícula da ““pars intermedialis’’ ocupando 5/6 de sua extensão (Fig. 91).

Distribuição: BRASIL: Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul; BOLÍVIA: La Paz; PARAGUAI; AR- GENTINA: Jujuy, Salta, Tucumán, Chaco, Santiago del Estero, Misiones, Santa Fé, San Juán, Mendoza, Córdoba, Buenos Aires; URUGUAI: Artigas, Rivera, Tacuarembó, Paysandü, Soriano, Durazno, Florida, Treinta y Tres, Rocha, Colonia, Santa Lucia, Maldonado, Montevideo. Ocorre de 15º até, provavelmente, 40° Lat Se 43º a 70º Long W. Esta espécie tem sido coletada em soja (Glycine max (L.) MERR.), o que não nos permite identificar seu tipo de habitat natural e sua distribuição primitiva. Os registros anteriores ao cultivo extenso da soja, especialmente nos Estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul (MASCARENHAS; MIRANDA; TISSELI FILHO, 1974), sugerem preferência para áreas de mata. Restringe-se às Províncias Atlântica, Guarani, Sub-Andina e Pampeana da Sub-Região Guiano-Brasileira e ao norte da Sub-Região Patagônica (Fig. 135).

Material examinado: síntipo, fêmea, com os seguintes dados nas etiquetas; (a) type, (b) Pata- gônia, (c) BRIT. MUS. TYPE N.º HEM. 398, 63-47.

BRASIL: MINAS GERAIS: macho - Lagoa Santa, 27/11/1940, Lopes col., IOC. RIO DE JA- NEIRO: macho - Rio de Janeiro, s/data, Carvalho col., MN. SÃO PAULO: fêmea - Ribeirão Preto, 19/111/1938, P.V.C.B. col., IAC 2271; macho - Ibd., 19/1/1939, ibd., IAC 2966; fêmea - Marília, IV /1938, L.O.T.M. col., IAC 2432; 2 fêmeas - Itapira, 3/X1/1962, E. Dente col., MZUSP; fêmea - Rio Claro, s/data, MCN 2909; macho - Piracicaba, 1/1956, A. Silva col., DDSV; fêmea - Ibd., 12/IV/1938, ibd.; macho - Botucatu, 2/11/1955, Werner col., MZUSP; macho e fêmea - Faz. Santa Maria, Monte Alegre, 110m, 24- 30/X1/1942, F. Lane col., IOC; 2 fêmeas - Faz. Bom Jesus, 750m, 14-27/X/1942,L. Trav. F. & Almeida col., IOG; fêmea - Campinas, 1/1936, L.O.T.M. col., IAC 112; fêmea - Ibd., 1/1937, O.S. co), IAC 903; fêmea - Ibd., V/1937, L.O.T.M. col., IAC 1211; 2 fêmeas - Ibd., VI/1940, ibd. IAC 4102; macho - Ibd., 22/X/1973, P. Patel col., UNICAMP: 3

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machos e fêmea - Ibd., 1974, Z. Ramiro col., UNICAMP: macho e fêmea - Ibd., III/1975, ibd.; macho - Barueri; 8/X/1960, K. Lenko col., MZUSP; fêmea - Ibd., 18/II1/1962, ibd.; macho - Ibd., 25/VI/1966, ibd., macho - Cantareira, 31/11/1938, A. Silva col., DDSV; macho - Faz. Pau D’Alho, Itu, 27/X1I1/1959, U. Martins col., MZUSP; macho - Osasco, X11/1957, M. A. Vulcano col., MZUSP; 2 fêmeas - Paiol Grande, 3/11/1948, M. Gordinho col., MZUSP. PARANÁ: macho - Arapongas, 11/1952, A. Maller col., MN: fêmea - Biturana, 1/1946, Stawiarsky col., MN; 2 machos - Guarapuava, 13/11/1974, A. R. Panizzi col., UNICAMP; macho e fêmea - Ponta Grossa, X11/1938, MZUSP: fêmea - Ibd., 6/1/1974, A. R. Panizzi col., UNICAMP; macho e fêmea - Ibd., 13/11/1974, B. S. Correa col., UNICAMP; macho - Curitiba, 24/X/1973, J. D. Moraes col., UNICAMP, em sabugueiro; fêmea - Ibd., 19/11/1974, H. A. Gastal col., UNICAMP, em milho; fêmea - Colombo, 13/X1/1973, A. R. Panizzi col., UNICAMP. SANTA CATARINA: macho e fêmea. - Itapiranga, IX/1953, MCN 2919, 2925: macho - Chapecó, 18/XI1/1973, E. Heinrichs col., EH, em soja; macho e 2 fêmeas - Nova Teutônia “27º 11’ B 52° 23' L’’, 300-500m, X1/1969, F. Plaumann col., LHR; macho - Corupá, 1/1954, A. Maller col., - MN; fêmea - Morro dos Conventos, 31/X/1954, L. Buckup col., MCN 2910. RIO GRAN- DE DO SUL: macho - Marcelino Ramos, 7/III/1940, MCN 2914; fêmea - Santo Augusto, 1/1962, Roppa col., MN; 2 fêmeas - Passo Fundo, 25/11/1963, MCN 2923, 2926, em soja; 4 machos e 3 fêmeas - Ibd., 1973, MCN, em soja; fêmea - Ibd., 17/XII/1973, E. Heinrichs col., EH, em soja; fêmea - Ibd., 2/1/1974, A. R. Panizzi col., MCN; 2 machos - Cara- zinho, 1/1/1974, E. Heinrichs col., EH, em soja; macho - Marau 21/IV/1973, A. W. Silva col., MCN; fêmea - Vacaria, 15/1/1974, A. Lise col., MCN 8897; macho - Bom Jesus, 1/1955, Corseuil leg., MCN 2946; 3 fêmeas - Nova Prata, 6/11/1974, E. Heinrichs col., EH, em soja; 2 machos e 3 fêmeas - Vila Oliva, 9/11/1950, MCN 2960, 2963, 2912, 2934, 2940; fêmea - Santa Maria, 21/X/ 1967, S. Carvalho col., MCN; fêmea - Ibd., 5/XII/1968, M. F. Tarragó col., MCN; macho - Ibd., 18/IX/1970, ibd.; fêmea - Ibd., 1/1V/1971, C. A. Flores col., MCN; macho - Ibd., 6/V1/1971, L. Borges col., MCN; fêmea - Ibd., 27/1X/1971. D. Link col., MCN, em lentilha; fêmea - Ibd., 2/11/1973, C. E. M. Rodrigues col., MCN; macho - Ibd., 23/11/1973, I. Borsato col., MCN; macho - Ibd., IV/1973, F. R. Caponal col., MCN; macho - Ibd., 2/IV/1973, P. Sermeider col., MCN; macho - Ibd., E. Peron col., MEN; fêmea - Ibd., 4/IV/1973, A. Rosa col., MCN; fêmea - Ibd., 6/1V/1973, F. Galvão col., MCN; fêmea - Ibd., 8/IV/1973, M. Sagrillo col., MCN; macho - Ibd., 21/1V/1973, A: Orlando col., MCN, 3 machos é 3 fêmeas - Ibd., 25/1V/1973, D. Link col., MCN: macho - Ibd., 30/1V/1973, R. P. V. col., MCN; 2 fêmeas - Lageado, 1/1942, MCN 2936, 2945; macho - Alta Feliz, Farroupilha, III/1954, L. Buckup leg., MCN 2935; femea - Granja Uniäo, Flores da Cunha, A. Silva col., DDSV; 2 machos - Gramado, 11/1954, MCN 2937, 2967; macho - Pantano Grande, Rio Pardo, 16/1/1962, O. Baucke leg., MCN 2927, em soja; fêmea - Butiá, 11/1957, Th. L. col., MCN 2922; fêmea - Torres, 11/1954, MCN 2918; 3 fêmeas - Ibd., 9/11/1973, T. Lema col., MCN 8443, 8450 8451; fêmea - Praia da Cal, Torres, 11/1974, J. C. Lema col., MCN 8800; fêmea - Ipanema, Porto Alegre, X/1956, M. Palová leg., MCN 2911; macho Ibd., X1/1956, MCN 2943; macho - Porto Alegre, ibd., 22/11/1953, T. Lema leg., MCN 2930; fêmea - Ibd., 1/1954, MCN, em batata; fêmea - Ibd., 20/1/1954, ©. A. Pereira leg., MCN 8109; fêmea - Ibd., IX/1963, Buckup col., MCN 2939: fêmea - Ibd., 20/V/1964, ibd., MCN 2920; macho e 5 fêmeas - Ibd., 1/1/1967, T. Lema col., MCN 2955, 2954, 2956, 2957, 2958 e 2959; macho - Ibd., 28/1V/1956, ibd., MCN 8466; macho - Ibd., 18/V/1973, A: Lise col., MCN 8427; 2 fêmeas - Canoas, X/1956, G. Zauza leg., MCN 2928, 2929; fêmea - Viamão, X11/1953, L. Buckup leg., MCN 2944: fêmea - Ibd., IV/1956, ibd., MCN 2949; macho - Ibd., V/1957, L. & E. Buckup col., MCN 2924; 2 machos e 2 fêmeas - Ibd., 1966, MA; macho - Osório, 21/11/1974, E. Heinrichs col., EH, em soja; fêmea - Imbé, Osório, 11/1961, E. & L. Buckup col., MCN 2931; macho - Santa Terezinha, Osório, 16/11/1973, M. Galileo col., MCN 8474; 3 fêmeas - Ibd., 24/11/1973, ibd., MCN 8496, 8498, 8499: macho - Guaiba, 22/1V/1973, Z. Rosa col., MCN 8468; 2 machos e 2 fêmeas - Ibd., 21/XI1/1973, M. Galileo col., MCN 9107, 9290; 5 machos e 3 fêmeas - Ibd., 6/V/1975, ibd., MCN, em soja; macho - Ibd., 6/11/1975, ibd., MCN 10529, em soja; macho e fêmea - Ibd., 8/1/1974, ibd., MCN 9346, 9331; fêmea - Ibd., 29/1/1974, ibd., MCN 9059; macho e

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fêmea - Ibd., 18/11/1974, ibd., MCN 9246, 9209; 7 machos e 10 fêmeas - Ibd., 29/11/1974, ibd., MCN 8992, 9196, 9199, 9202, 9203, 9205, 9403, 8988, 8989, 8990, 9195, 9199, 9201, 9204, 9206, 9357, 9404; fêmea - Ibd., 8/111/1974, ibd., MCN 9347; macho e fémea - Ibd., 15/11/1974, ibd., MCN 9363, 9366; 3 fêmeas - Ibd., 21/XII/1974, ibd., MCN 9342, 9343, 9345; macho - Ibd., 19/X11/1973, E. Heinrichs col., EH, em soja; fêmea - Ibd., 11/X11/1973, ibd.; fêmea - 18/1/1974, ibd.; 3 machos e 3 fêmeas - Ibd., 20/11/1974, ibd.; fêmea - Ibd., 25/11/1974, ibd.; fêmea - Ibd., 28/11/1974, ibd.; 2 fêmeas - Ibd., 15/11/1974, ibd.; macho - Ibd., 3/1V/1974, ibd.; fêmea - Ibd., 4/XI1/1974,H. A. Gastal col., MCN 10330, em soja; macho - Pelotas, s/data, IAS 11027; fêmea - Ibd.; s/data, IAS 11027, MCN 2916; macho - Ibd., s/data, IAS 11028; fêmea - Ibd., 3/111/1952, IAS 1026: macho e fêmea - Ibd., 20/11/1961, C. M. Biezanko leg., MCN 2913, 2917; 4 machos e 3 fêmeas - Ibd., 1970, MCN: fêmea - Ibd., 2/11/1970, IAS, em soja; fêmea - Ibd., 28/1/1974, E. Heinrichs col., EH, em soja; macho - Quaraí, 27/1/1963, C. S. Car- bonell col., MCN 9824.

BOLÍVIA: macho e fêmea - Coripata, | La Paz ], s/data, MLP; fêmea - Anazani, Sud-Yungas “01/1931, P. D. col., MLP.

PARAGUAI: fêmea - s/data, MACN.

ARGENTINA: JUJUY: fêmea - s/data, MACN 7271. SALTA: macho e 4 fêmeas - San Lorenzo, 3/11/1965, A. M.S. col., MCN 9830, 9828, 9829, 9831, 9832: fêmea - Rosario de la Frontera, 1/1944, Martinez-Bezzi leg., MLP; macho - Ibd., 1/1944, Martinez col., DDSV. TUCUMÁN: fêmea - C. Bruch col., MLP. CHACO: fêmea - Fontana, X1/1935, MLP: fêmea - Saenz Pefia, XII/1956, R. G. Mallo col., MLP. SANTIAGO DEL ESTERO: fêmea - Rio Salado, s/data, Wagner col., MLP. MISIONES: fêmea Pindapoy, III/1936, MCN 2961; fêmea - Leandro N. Alen, XI/1956, A. Martinez leg., MZUSP. SANTA FE: macho e fêmea - s/data, H. L. Parker col., Sapar Labo, Montevideo 478-9, 478-11, UNICAMP: fêmea - Colastiné, 3/11/1947, MLP. SAN JUAN: fêmea - s/data, V. Corial col., MACN. MENDOZA: fêmea - s/data, C. S. Reed col., MACN; 2 fêmeas, 11/1938, MLP: macho - Cacheuta, s/data, MACN 7844; fêmea - Junín, 20/11/1945, A. Silva col., DDSV; fêmea - Las Heras, 7/IIl/1945, ibd. CORDOBA: macho - s/data, MLP: macho e fêmea - Cabana, 20/11/1937, M. Birabén col., MLP: fêmea - Sierra de Córdoba, s/data, MACN 10475. BUENOS AIRES: fêmea - 1891, C. Bruch col., MLP: 2 machos e 2 fêmeas - s/data, MACN 12287, 10600; 2 fêmeas - Rosas, F. C. Sud, s/data, J. B. Daguerre col., MACN 27252; fêmea - Jeppener, 31/X/1935, MLP; fêmea - Pergamino, 2/1/1955,J. A. P. col., MLP “'s/planta de maiz’’; macho e 3 fêmeas - San Isidro, XII/1961, A. Martinez leg., MZUSP; 2 fêmeas - Castelar, 3/1/1970, UNICAMP; macho - Ibd., 5/IX/1970, ibd.; fêmea - Ibd., 3/X11/1970, ibd.; 2 machos e 2 fêmeas- 10/1/1971, ibd.; fêmea - P. [unta] Lara, 30/1/1949, A. Pirán col., MACN; macho e fêmea - La Plata, s/data, MLP; fêmea - Sierra de la Ventana, s/data, MLP.

URUGUAI: ARTIGAS: fêmea - Arroyo Sepulturas, 22/11/1954, F. H. yC. col., MCN 9833, “en flor de carqueja’’; macho - Arroyo de la Invernada, 18/11/1954, ibd., MCN 9800; macho - Ibd., 20/11/1954, ibd., MCN 9803; macho - Arroyo Cuaró, 27/11/1955, F.H. yC. col., MCN 9787; macho - Punta Arroyo Cuaró, 25/11/1955, ibd., MCN 9840. RIVERA: fêmea - Valle Platón, Sierra de la Aurora, 20/11/1966, L. A. Gambardella col., MCN 9806; fêmea - Ibd., 25/11/1966, F. Achaval col., MCN 9814: macho - Arroyo de la Aurora, Sierra de la Aurora, 12/1/1971, L. E. F. A. col., MCN 9784; fêmea - Sierra de la Aurora, 15/1/1961, C. S. Carbonell & L. C. Zolessi col., MCN 9819: macho - Passo del Paraguayo, Arroyo de La Aurora, 19-26/11/1966, E. M. Casella & C. S. Morey col., MCN 9778. TA- CUAREMBÓ: 2 machos - Punta del Arroyo Laureles, 12/X1/1954, F. H. y C. col., MCN 9839, 9845: fêmea - Ibd., 18-19/1/1961, L. C. Zolessi & L. A. Gambardella col., MCN 9849: macho - Arroyo Sauce de Tranqueras, 10/1/1964, R. Dolbert & F. Achaval col., MCN 9838. PAYSANDO: 2 fêmeas - Arroyo Quarirü, 9-15/11/1970, L. E. F. A. col., MCN 9788,

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9789: 3 fêmeas - Puerto Pepe Aji, 21-25/1/1970 C. Casini, M. A. Monné, G. Wilbmer col., MCN 9780, 9781, 9782; macho - Santa Rita, 19/1/1962, C. Morey & M. A. Monné col., MCN 9844. SORIANO: macho - Arroyo Biscacha, 2/XII/1961, M. A. Monné col., MCN 9841; 5 fêmeas - Unidad Cooperativa, Arroyo Cololö, 15/1/1962, C.S.C.,C.S.M., M. M. col., MCN 9783; 9810, 9811, 9826, 9827: macho e 2 fêmeas - Ibd., 18/1/1964, C. S. Morey col., MCN 9776, 9777, 9779. DURAZNO: macho - Punta de la Cruz, Arroyo del Cordobés, 3/11/1953, P. S. Martin & L. Zolessi col., MCN 9843. FLORIDA: fêmea - Casupä, 16/11/1960, C. S. C., A. M., L. Z. col., MCN 9815. TREINTA Y TRES: macho - Ciudad de Treinta y Tres, 6/1/1964, L. A. Gambardella col., MCN 9813; fêmea - Ibd., 7/1V/1966, ibd., MCN 9842; fêmea - Rio Olimar, 13/11/1967, ibd., MCN 9802: macho e fêmea - Ibd., 1/11/1967, ibd., MCN 9808, 9804; macho Arroyo Los Arrayanes del Cebondi, 12/11/1968, M. Boroukhobitch & C. S. Morey col., MCN 9758. ROCHA: fêmea - Pico de Techera, 1/11/1962, C. S. C. & L. Z. col.; MCN 9809. COLONIA: fêmea - La Estanzuela, 11/V/1945, A. Silva col., DDSV; macho - Arroyo Limetas, 10/1/1962, C. C., M.A.M., C.M. col., MCN 9896. SANTA LUCIA: fêmea - 15/11/1960, C. S. Morey col.,

_ MCN 9853. MALDONADO: macho - Sierra de Animas, 25/III/1967, F. Achaval col., MCN 9818: 5 machos e 5 fêmeas - Punta Fria, Piriäpolis, 27/XII/1964, L. A. Gambardella col., MCN 9854, 9860, 9862, 9865, 9867, 9855, 9856, 9857, 9858, 9864, “'en la costa entre resaca””. MONTEVIDÉU: macho - Santiago Päsques, 26/X1/1961, C. S. Morey col., MCN 9816; macho - Malvín, 21/X1/1963, F. Achaval col., MCN 9822; fêmea - Ibd., 1/1/1964, ibd., MCN 9799: macho - Ibd., 30/VI/1965, ibd., MCN 9812: macho - Ibd., 12/III/ 1966, ibd., MCN 9821; fêmea - Ibd., 23/XI1/1966, ibd., MCN 9805; fêmea - Ibd., 6/1/1967, ibd., MCN 9817; macho - Playa Kiyü, 7/X/1970, L. E. F. A. col., MCN.

Observações: esta espécie é muito semelhante a D. melacanthus e D. bhoenix, sendo, os indivíduos, ligeiramente maiores. Distingue-se de ambas pela morfologia da genitália. Nos machos, principalmente, pelo processo do diafragma, em tubérculo e pela forma dos parâmeros; nas fêmeas, separa-se de D. melacanthus pela forma, dos gonocoxitos 8 (Fig. 126 X). É extrema- mente difícil separar as fêmeas de D. furcatus e D. bhoenix pois as placas genitais são muito semelhantes; em geral D. phoenix é proporcionalmente mais estreita na largura do pronoto sem espinho, escutelo e badome. Também, em D. bhoenix as pontuações negras da margem do pronoto e do exocório são bem marcadas, o que raramente ocorre em D. furcatus.

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“mm

Estampa 16: fig. 92 - D. (N.) melacanthus, holótipo fêmea; fig. 102 - D. (N.) bhoenix, fêmea.

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Ds RS SS SEIT

Estampa 17: D. (D.) melacanthus: fig. 93 - variações da forma do pronoto; fig. 94 - Pigöforo, vista dorsal; fig. 95 - Parâmero direito, vista lateral interna; fig. 96 - “'Ductus seminis’’ e ““Aussenwand"”, vista lateral; fig. 97 - ‘“Phallus’’, vista dorsal; fig. 98 - ““Phallus”, vista ventral; fig. 99 - VII segmento e placas genitais, vista ventral; fig.- 100 - Placas genitais com transparência, vista ventral; fig. 101 - Laterotergitos 9, gonocoxitos 9, gonapöfises 9 e ““receptaculum seminis’’, vista ventral.

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76 GRAZIA, ].

Dichelops (Neodichelops) melacanthus (DALLAS, 1851) (Figs. 92-101 e 126 T, Tı, Y)

Diceraeus melacanthus DALLAS, 1851: 208, est. 8 f. 1; STAL, 1862: 479; WALKER, 1867: 249.

Dichelops furcatus; MAYR, 1866: 51 (partim).

Dichelops melacanthus; STAL, 1872: 29, LETHIERRY & SEVERIN, 1893: 129; KIRKALDY, 1909: 68; PIRÁN, 1962: 6; PIRÁN, 1963: 108, f. 2.

Tipo: BMNH, HEM. 1052, catal. 4752, fêmea, depositado no “British Museum (Natural History)’’, ex Dyson's Collection.

Localidade tipo: Venezuela.

- Muito semelhante a D. furcatus na morfologia geral e na coloração, sendo pouco menor. Antenas com 2.º, 3.º e 4.º artículos quase iguais, sendo o 5.º o maior.

Macho Dimensões: comprimento da cabeça 2,02 (1,9-2,1); largura da cabeça 2,04 (1,97-2,1); comprimento da cabeça diante dos olhos 1,41 (1,29- 1,49); distância interocular 1,3 (1,22-1,36); comprimento dos artículos antenais I - 0,61, II - 1,0 (0,95-1,08), III - 1,07 (1,02-1,08), IV - 1,06 (1,02- 1,08), V - 1,29; comprimento do pronoto 1,8 (1,7-1,9); largura do pronoto 6,74 (6,39-7,2); comprimento do escutelo 3,16 (2,85-3,33); largura do escutelo 3,3 (3,12-3,4); comprimento total 9,38 (8,77-9,86); largura abdominal 5,24 (4,89-5 ,44).

Genitália: margem ventral do pigöforo bisinuada no meio (Fig. 126 T, Tı). Parämeros destituídos de projeções (Fig. 95). Processo do diafragma em forma de aba denteada (Fig. 94). Curso do ““ductus seminis’’ ilustrado na figura 96.

Fêmea semelhante ao macho. Dimensões: comprimento da cabeça 2,13 (1,9-2,58); largura da cabeça 2,06 (1,97-2,17); comprimento da cabeça diante dos olhos 1,46 (1,36-1,63); distância interocular 1,3 (1,29-1,36); comprimento dos artículos antenais I - 0,68, II - 1,06 (0,95-1,15), HI - 1,1 (0,95-1,22), IV - 0,99 (0,95-1,02), V - 1,22; comprimento do pronoto 1,89 (1,83-1,92); largura do pronoto 6,89 (6,66-7,54); comprimento do escutelo 3,35 (3,19-3,53); largura do escutelo 3,46 (3,33-3,87); comprimento total 10,2 (9,79-10,88); largura abdominal 5,42 (5,3-5,91).

Genitália: laterotergitos 8 sub-agudos ou agudos na extremidade (Fig. 100); gonocoxitos 8 menos inflados que em D. furcatus (Fig. 126 Y), quase aplainados Vesicula da ‘‘pars intermedialis’’ ocupando 3/4 de sua extensão (Fig. 101).

Distribuição: VENEZUELA: Zulia, Aragua, Miranda, Guarico; PERU: Cusco; BRASIL: Amapá, Ceará, Rio Grande do Norte, Minas Gerais, São Paulo, Rio Grande do Sul, Goiás, Mato Grosso; BOLÍVIA: Santa Cruz; PARAGUAI: Departamento Central; ARGENTINA: Jujuy, Salta, Tucumán, Chaco, Santiago del Estero, Misiones, La Rioja, Corrientes, Buenos Aires; URUGUAI: Rivera, Tacuarembó, Paysandú, Treinta y Tres, Rocha. Ocorre

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entre os paralelos de 11° a 35º Lat S e entre os meridianos de 35º a 73° de Long W, com ampla distribuição na Região Neotropical desde a Província Venezuelana até a Província Pampeana da Sub-Região Guiano-Brasileira, não ocorrendo na floresta amazônica e nas áreas de caatinga (Fig. 136).

Material examinado: VENEZUELA: ZULIA: 2 fêmeas - Paraguaipoa, 11/X1/1971, J. Maldonado C. col., LHR. ARAGUA: fêmea - Maracay, 4/X1/1947, F. Diaz R. col., IZA. DISTRITO FEDERAL: macho - El. Valle, 24/X/1949, Penalvar col., IZA. MIRANDA: fêmea - Los Guayahitos, 9/11/1950, Koelzow col., MLS. GUARICO: macho - Pariaguán, 20/V11/1948, P. Guagliumi col., IZA.

PERU: CUSCO: macho - Limatambo, 30/IV/1968, UNICAMP.

BRASIL: AMAPÁ: 2 fêmeas - Porto Platon, Serra de Amapá, 11/1964, J. C. M. Carvalho & Dyrce col., MN. CEARÁ: 4 fêmeas - Paracuru, 111/1952, A. Viana col., MCN 2968, 2970, 2971, 2972: fêmea - Fortaleza, 2/X1/1967, F. Costa col., DDSV: 3 machos - Aracati, 11/1952, F. S. Silva col., MN. RIO GRANDE DO NORTE: fêmea - Mossoró, VII/1954, G. Alves col., MN: fêmea - Natal, 1/1950, M. Alvarenga col., MN; fêmea - Ibd., VII/ 1952; L. R. P. Lima col., MN: macho - Ibd., 1952, P. Melo col., MCN 2902: macho e fêmea - Ibd., 11/1952, M. Alvarenga col., IOC; fêmea - Ibd., 1953, P. Melo col., MCN 2969: fêmea - Parnamirim, 5/V1/1949, M. Alvarenga col., IOC. MINAS GERAIS: fêmea - Paracatu, VII/1960, Exp. Formosa col., MN; 2 machos e 2 fêmeas - Araguari, X/1937,R. Spitz col., MCN 2950, 2951, 2952, 2953: macho e fêmea - Lassance,20-31/1/1939, Martins, Lopes & Mangabeira col., IOC; 4 machos - Carmo do Rio Claro, 1/1958, Carvalho & Becker col., MN. SÃO PAULO: fêmea - Andes, 11/1956, M. Carrera col., MCN 2908: macho - Piras- sununga, III/1948, Schubart col., IOC; macho - Rio Claro, XII/1960, F.M. A. col., MCN 2907; fêmea - Campinas, 11/1975, Z. Ramiro col., MCN 10232; macho - Tietê, X1/1938, P. V.C.B. col., IAC. RIO GRANDE DO SUL: fêmea - Torres, 9/11/1973, T. de Lema col., MCN 8436: macho - Santa Maria, 10/X11/1973, O. J. Lopes col., UNICAMP, sobre soja; fêmea - Ibd., 3/1V/1972, D. Link col., UNICAMP: macho - Ibd., 21/IV/1973,J. O. Oliveira col.; fêmea - Santa Cruz, XI/1934, M. von Rorseval col., DDSV 2824; macho - Pantano Grande, Rio Pardo, 16/1/1962, O. Baucke col., MCN 2904: macho - Canoas, X/1956, G. Zauza col., MCN 2905: macho e fêmea - Santa Terezinha, Osório, 24/11/1973, M.H. Galileo col., MCN 8509, 8506; fêmea - Porto Alegre, XII/1953, MCN 2906; fêmea - Ibd., VII/1972, J. Grazia col., MCN 8346; 5 machos e fêmea - Guaíba, 21/X11/1973, M. H. Galileo col., MCN 9159, 9160, 9162, 9105, 9291, 9161; macho e 4 fêmeas - Ibd., 28/11/1974, ibd., MCN 8921, 9198, 9358, 9892, 8915; macho e fêmea - Ibd., 15/11/1974, ibd., MCN 9368, 9367; 2 fêmeas - Ibd., 11/1V/1974, ibd., MCN 9462, 9469: macho - Ibd., X11/1973, E. Heinrichs col., EH, em soja; macho - Ibd.. 10/1/1974, ibd.; macho - Ibd., 8/11/1974, ibd.; fêmea - Ibd., 15/11/1974, ibd.; fêmea - Encruzilhada do Sul, 20/1/1973, M. C. Mezzomo col., UNICAMP: fêmea - Ibd., 31/XII/1973, B. S. Correa col., UNICAMP: fêmea - Pelotas, VIII/1949, MCN 2948: macho - s/local, XI1/1931, E. Vianna col., DDSV.

BOLÍVIA: fêmea - s/local e s/data, MACN 10324; SANTA CRUZ: fêmea - Roboré, Prov. Chiquitos, 300m, X1/1959, LHR.

PARAGUAI: DEPARTAMENTO CENTRAL: fêmea - Luque, 3/111/1965, C. S., A.M.,M. A.M. col., MCN 9867: macho e fêmea - San Bernardino, 1/1964, Mis. Cient. Brasil., col., KOXG:

ARGENTINA: JUJUY: 2 machos e 5 fêmeas - s/data, MACN 7110; 2 machos - Ibd., MACN 7271. SALTA: macho e 2 fêmeas - s/data, MACN 7115; fêmea - Pocitos, 11/1961, A. Martinez leg., MZUSP. TUCUMÁN: macho - 19/11/1914, Rosenfeld y Barber col., MLP; macho - La Cocha, 20/111/1939, Biraben-Scott leg., MEP. CHACO: macho - Fontana,

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s/data, MLP: fêmea - Ibd., 25/IV/1936, MLP: macho e 2 fêmeas - s/data, H. L. Parker col., SAPar Laboe Montevideo col., UNICAMP; macho e fêmea - Picada Guaycurü, 18/X1/1941, M. Birabén col., MLP: fêmea - s/data, MACN 7726; macho e 4 fêmeas - Charata, XII/1935, MLP. SANTIAGO DEL ESTERO: fêmea - s/data, MLP: macho - X1/1938 Femandez col MLP; fêmea - Ojo de Agua, 14/XI1/1939, C.M. A.M. col., MLP. MISIONES: macho e fêmea - Pindapoy, I11/1936, MCN, 2903, 2901: macho e 2 fêmeas - Loreto, Ibd., MCN 2932, 2941, s/n.º: macho e 2 fêmeas - Leandro N. Alem, X1/1956, A. Martinez leg., MZUSP; macho - Posadas, s/data, MACN 7517; fêmea - s/data, Aguirre col., MACN 37/10. LA RIOJA: 2 machos - s/data, MACN 11065, 12183. CORRIENTES: macho.- San Roque, 11/1920, Bosq. col., MLP. BUENOS AIRES: macho - San Fernando, s/data, MACN 28950; fêmea - Pie de Palo, s/data, MACN 7627.

URUGUAI: RIVERA: macho - Valle del Platön, 26/11/1966, L. A. G. col., MEN 9835; 5 machos e 2 fêmeas - Arroyo Batovi, 13/X1/1958, P. San Martin, A. Mesa, D. Antünez col., MCN 9868, 9870, 9872, 9873, 9874, 9869, 9871; fêmea - Cerro Batovi, 19/11/1962, P. S.

- M.,A.R.,M. A.M. col., MCN 9834; fêmea - Ibd., 23/11/1963, C. S.C., A.M., D.A. col., MCN 9807; fêmea - Arroyo de la Aurora, Sierra de la Aurora, 12/1/1971, L. E. F.A. col., MCN 9786; fêmea - Sierra de la Aurora, 15/1/1961, C. S. Carbonell & L. C. Zolessi col., MCN 9820; 3 machos - Carpinteria, 15/11/1958, D. A., A. M., P.S.M. col., MCN 9850, 9851, 9862. TACUAREMBÓ: fêmea - Punta del Arroyo Laureles, 16/11/1956, F. H. y €. col., MCN 9875; macho - Ibd., 18-19/1/1961, L. C. Zolessi & C. S. Carbonell col., MCN 9848; fêmea - Arroyo Sauce de Tranqueras, 12/1/1964, F. A. Achaval, A. Dolber col., MCN 9877; macho - Passo Borracho, 21/1/1964, ibd., MCN 9823; macho - Ibd., 23/1/1964, ibd., MCN 9837. PAYSANDÜ: fêmea - Arroyo Quarirü, 9-15/11/1970.L. E. F. A. col., MCN-9790. TREINTA Y TRES: 4 machos e 3 fêmeas - Arroyo los Arrayanes del Cebondi, 12/IIl/1968, M. Boroukhobitch, C. S. Morey col., MCN 9791, 9793, 9794; 9795, 9792, 9796, 9797; fêmea - Arroyo los Membrillos, 02/II1/1963, L. A. Gambardella col., MCN 9801. ROCHA: fêmea - Palmares de San Luiz, 28/11/1953, C. S. Carbonell col., MCN 9876.

Observações: como mencionamos, esta espécie se aproxima de D. furcatus e D. bhoenix, distinguindo-se de ambas pela morfologia da genitália de ambos os sexos. Nos machos, principalmente pelo processo do diafragma em aba denteada e nas fêmeas pela forma do gonocoxitos 8.

Estampa 18: D. (N.) phoenix: fig. 103 - variação da forma do pronoto; sp fig. 104 - Pigóforo, vista dorsal; fig. 105 - Parâmero direito, vista lateral interna; fig. 106 - ““Ductus seminis’’ e ““Aussenwand”, vista lateral; fig. 107 - ““Phallus””, vista dorsal; fig. 108 - ‘‘Phallus’’, vista ventral; fig. 109 - VII segmento e placas genitais, vista ventral; fig. 110 - Placas genitais com transparência, vista ventral; fig. 111 - Laterotergitos 9, gonocoxitos 9, gonapöfises 9 e ““receptaculum seminis’’, vista ventral.

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Dichelops (Neodichelops) phoenix sp.n. (Figs. 102-111 e 126 U)

Muito semelhante a D. furcatus na coloração e morfologia geral, porém nitidamente mais estreita como se observa nas larguras do pronoto sem espinho, no escutelo e no abdome. É constante, nos espécimes de D. phoenix: uma linha de pontos negros ao longo da metade anterior das margens ântero-laterais do pronoto; pontos negros circundando as cicatrizes do pronoto, distribuídos irregularmente; três linhas sub-paralelas de pontos negros, no exocório, acompanhando a costa e a veia radial e extendendo-se até quase a sutura da membrana. O pronoto, na sua metade anterior é amarelo ou ocre e na metade posterior é castanho enfuscado. À costa é sub- calosa e destituída de pontuações em quase toda a sua extensão.

Macho 2.º artículo antenal maior que o 3.º. Dimensões: comprimen- to da cabeça 2,18 (2,04-2,24); largura da cabeça 2,1: comprimento da cabeça diante dos olhos 1,6 (1,49-F,7); distância interocular 1,31 (1,29-1,36); com- primento dos artículos. antenais I - 0,68, II - 1,19 (1,15-1,29), HI - 1,03 (1,02-1 08), IV - 1,25 (1,15-1,29), V - 1,39 (1,29-1 42): comprimento do pronoto 1,95 (1,9-2,04): largura do pronoto 6,66 (6,52-6,86): comprimento do escutelo 3,5 (3,46-3,67); largura do escutelo 3,57 (3,46-3,74); compri- mento total 10,47 (10,2-10,81); largura abdominal 5,46 (5,3-5,64).

Genitália: margem ventral do pigöforo moderadamente sinuada no meio, semelhante a D. furcatus, (Fig. 126 U). Região proximal da cabeça do parâmero com uma projeção em gancho no lado externo (Fig. 105), menor do que em D. /obatus. Processos do diafragma em forma de aba inteira (Fig. 104). Curso do “ductus seminis’’ ilustrado na figura 106.

Fêmea 2.º artículo antenal menor, igual ou maior que o 3.º. Dimensões: comprimento da cabeça 2,35 (2,24-2,51); largura da cabeça 2,18 (2,04-2,24): comprimento da cabeça diante dos olhos 1,7 (1,63-1,83); dis- tância interocular 1,34 (1,29-1,42): comprimento dos artículos antenais I - 0,68, II -1.22 (1115-129), INS 1523000 085136) RIVAE SI SORGO 129 NV 1,53 (1,42-1,73); comprimento do pronoto 2,08 (1,5-2,24); largura do pronoto 7,35 (7,14-7,68): comprimento do escutelo 3,76 (3,6-3,94); largura do escutelo 3,79 (3,46-3,94); comprimento total 11,32 (10,88-11,69); largura abdominal 5,68 (5,44-5,98).

Genitália: laterotergitods 8 agudos na extremidade (Fig. 109). Gono- coxitos 8 e vesícula da “pars intermedialis’’ como em D. furcatus (Fig. 111).

Holótipo: macho - BRASIL, Minas Gerais, Carmo do Rio Claro, 1947, Carvalho, col., MN, depositado no MN.

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Parátipos: BRASIL: MINAS GERAIS: fêmea - Carmo do Rio Claro, 1/1958, Carvalho col., MN. RIO DE JANEIRO: fêmea - Ramos, Rio de Janeiro, 1/1953, E. Lebato col., IOC. SÃO PAULO: macho - Pirassununga, IV/1948, Schubart col., IOC. PARANÁ: fêmea - Castro, 12/11/1974, R. Panizzi col., UNICAMP: fêmea - Ponta Grossa, 20/11/1974, ibd. GOIÁS: fêmea - Rib. Vãozinho, 12/11/1962, J. Bechyné col., MZUSP; 2 machos - Campinas,

X11/1935, Spitz col., MZUSP. MATO GROSSO: fêmea - Camapuã, XII/1967, F. Silber- bauer leg., MCN.

ARGENTINA: MISIONES: macho e fêmea - Pindapoy, III/1936, MCN 2942, 2933: macho - Loreto, IV/1931, MLP: macho - Ibd., III/1936, MLP.

Distribuição: BRASIL: Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Goiás, Mato Grosso; ARGENTINA: Misiones. Ocorre entre os paralelos de 16º a 28º de Lat S e entre os meridianos de 43º a 57º de Long W, nas Províncias Bororo e Guaraní da Sub-Região Guiano-Brasileira, com apenas um registro para a Província Atlântica da mesma Sub-Região (Fig. 132).

Obserações: como mencionamos anteriormente, esta espécie se aproxima de D. furcatus.

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Estampa 19: fig. 112 - D. (N.) /obatus, macho; fig. 121 - D. (P.) divisus, fêmea.

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84 GRAZIA,J.

Estampa 20: D. (N.) /obatus: fig. 113 - Pigóforo, vista dorsal; fig. 114 - Parâmero direito, vista lateral interna; fig. 115 - “'Ductus seminis’’ e | “Aussenwand””, vista lateral; fig. 116 - ““Phallus””, vista dorsal; fig. 117 - “Phallus””, vista ventral; fig. 118 - VII segmento e placas genitais, vista ventral; fig. 119 - Placas genitais com transparência, vista ventral; fig. 120 - Laterotergitos 9, gonocoxitos 9, gonapöfises I e “'receptaculum semi- nis””, vista ventral.

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Dichelops (Neodichelops) lobatus sp.n. (Figs. 112-120 e 126 V)

Cor geral ocre ou ocre acinzentado, pontuado de castanho; ângulos umerais do pronoto, às vezes, negros.

Macho Dimensões: comprimento da cabeça 2,0: largura da cabeça 2,13: comprimento diante dos olhos 1,38; distância interocular 1,31; com- primento dos artículos I - 0,56, os demais faltam; comprimento do pronoto 1,97 (1,94-2,05); largura do pronoto 5,77 (5,65-5,9); comprimento do escutelo 3,32; largura do escutelo 3,35 (3,32-3,39); comprimento total 9,48; largura abdominal 5,4.

Cabeça: jugas menos prolongadas diante do clípeo que nas demais espécies do grupo; jugas sub-arredondadas no ápice e marginadas externa- mente de negro em toda a sua extensão. Pronoto: ângulos umerais pouco salientes, desenvolvidos em largas projeções, rombas na extremidade; as margens ântero e póstero-laterais destas projeções, formam um ângulo quase reto na sua interseção; margens póstero-laterais do pronoto suavemente crenuladas. Pontuações mais escuras circundando as cicatrizes e pontuações negras sobre os ângulos umerais. Escutelo: região parafrenal, às vezes, apresentando algumas rugas. Algumas áreas circulares, destituídas de pon- tuações, ao longo das margens laterais do escutelo e sobre os hemielitros. Pontuações escuras no 1/3 interno e nos ângulos ântero e pöstero-laterais de cada segmento do conexivo.

Genitália: margem ventral do pıgöforo fortemente bisinuada no meio, semelhante a D. qmelacanthus porém, as projeções sub-igualam, em com- primento, os ângulos póstero-laterais do pigóforo (Fig. 126 V). Região proximal da cabeça do parâmero dotada de uma projeção em forma de gancho (Fig. 114), no lado externo. Processos do diafragma em forma de aba inteira, como em D. phoenix (Fig. 113). Curso do ‘‘ductus seminis’’ ilus- trado na figura 115.

Fêmea 3.º artículo antenal, igual ou menor que 0 2.º eo 4.º menor igual ou maior que o 3.º. Dimensões: comprimento da cabeça 2,0 (1,88- 2,07); largura da cabeça 2,16 (2,13-2,19); comprimento da cabeça diante dos olhos 1,43 (1,38-1,44); distância interocular 1,39 (1,38-1,44); comprimento dos artículos antenais I - 0,62, II - 1,01 (0,94-1,06), III - 1,2 (1,06-1,31), IV - 1,13 (1,06-1,19), V - 1,25 (1,13-1,38); comprimento do pronoto 2,03 (1,94- 2,13); largura do pronote 6,1 (5,96-6,34); comprimento do escutelo 3,4 (3,26-3,45); largura do escutelo 3,5 (3,45-3,64); comprimento total 9,67 (9,35-9,85); largura abdominal 5,66 (5,52-5,84).

Genitälia: laterotergitos 8 sub-arredondados no ápice, com as margens laterais formando um ângulo quase reto no seu ponto de interseção, apenas pouco mais longos que os laterotergitos 9 (Fig. 118). Gonocoxitos 8 como em

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D. melacanthus. Vesícula da “pars intermedialis”” ocupando praticamente toda a sua extensão. (Fig. 120).

Holótipo: fêmea - ARGENTINA, Salta, Campo Santo, 13/111/1939, Biraben-Scott leg., MLP, depositado no MLP.

Parátipos: ARGENTINA: JUJUY: macho - Pampa Blanca, 13/11/1939, Birabén-Scott leg., MLP. SALTA: fêmea - Coronel Moldes, 9/I11/1939, ıbd.; fêmea - Talampa, ibd. CÖR- DOBA: fêmea - Santo Antonio de Arredondo, 14/X11/1940, Birabén col., MLP: fêmea - La Ganja, Alta Gracia, 1/1938, C. Bruch leg., MLP. CATAMARCA: macho - Andalgalá, 3/11/1939, Biraben-Scott leg., MLP.

Distribuição: ARGENTINA: Jujuy, Salta, Córdoba, Catamarca. Ocorre entre os paralelos de 23º a 32º de Lat S e entre os meridianos de 62º a 68º de Long W, sendo restrita e Província do Chaco da Sub-Região Guiano- Brasileira (Fig. 132).

Observações: esta espécie se diferencia das demais espécies do subgênero pelas jugas rombas e pelos pouco desenvolvidos ângulos umerais do pronoto. Pela morfologia dos gonocoxitos 8 se assemelha a D. melacanihus e pelo processo do diafragma a D. phoenix.

Subgênero Prodichelops subg.n. Espécie tipo: Dichelops divisus (WALKER, 1867).

Ornamentação da superfície do corpo, em ambas as faces, como no subgênero tipo.

Cabeça e metade anterior do pronoto em declividade. Jugas cônicas de ponta romba. Pontuações grosseiras, mais concentradas sobre o disco da cabeça. Búculas sub-truncadas na base. Rostro ultrapassando as coxas pos- teriores com o 2.º artículo menor que o 3.º e 4.º reunidos. Pontuações escuras da face ventral da cabeça em menor número que na face dorsal; uma estreita faixa negra, sub-adjacente às margens externas das jugas, extenden- do-se desde os tubérculos anteníferos até o ápice das búculas.

Pronoto: ângulos ântero-laterais pouco mais salientes que o restante das suaves projeções das margens äntero-laterais; estas últimas crenuladas. Ângulos umerais desenvolvidos. Margens pöstero-laterais sinuadas, unifor- memente convexas na metade anterior e sub-retilíneas na metade posterior. Pontuações mais grosseiras na metade posterior; rugas sobre a superfície do pronoto, especialmente na metade anterior.

Escutelo: ângulos basais com nítida fóvea negra. Pontuações grosseiras, ocasionalmente maiores que no pronoto, presentes especialmente nos 2/3 anteriores e irregularmente distribuídas sobre a superfície do escutelo.

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Hemiélitros: sutura da membrana sub-retilínea. Angulos póstero-laterais do conexivo quase retos.

Lado ventral do tórax: com pontuações escuras, nitidamente maiores sobre o metasterno; área evaporatória mesopleural não diferenciada; área evaporatória metapleural ocupando 1/3 da largura do pleurito; processo apical do peritrema muito curto, apenas pouco sobressaindo o ostíolo odorifero.

Abdome: pontuações escuras distribuídas mais ou menos uniformemen- te, pouco maiores e mais distanciadas nas faixas externas aos espiráculos, estes de coloração negra. Conexivo com uma mancha escura nos ângulos ântero- laterais de cada segmento que, ocasionalmente, avança sobre os ângulos pöstero-laterais do segmento imediatamente anterior.

Patas com extensas manchas escuras de contorno irregular.

Genitália da fêmea: Placas genitais externas (gonocoxitos 8, lateroter- gitos 8 e 9) com os tricódeos de ornamentação semelhantes ao das espécies do subgênero tipo. Espiráculos do 8.º segmento presentes. Gonocoxitos 9 aparentes em vista ventral, não cobertos pelos gonocoxitos 8. Bordos suturais dos gonocoxitos 8 justapostos; as paredes externas e internas dos bordos suturais são separadas, deixando entre si uma fossa escavada ao longo de pelo menos, 1/3 da largura do gonocoxito (Fig. 124). Gonocoxitos 9 com com- primento nitidamente maior do que o X segmento, ao longo da linha média. ““Pars intermedialis’’ tubular, simples, destituída de vesícula (Fig.

125).

Estampa 21: D. (P.) divisus: fig. 122 - VII segmento e placas genitais, vistamp

ventral; fig. 123 - Placas genitais com transparência, vista ventral; fig. 124 - Gonocoxitos e gonapófises 8 (A = vista externa, B = vista interna): fig. 125 - Laterotergitos 9, gonocoxitos 9, gonapófises 9 e ““receptaculum seminis’’, vista ventral; fig. 127 - Medidas (1 = comprimento da cabeça diante dos olhos, 2 = comprimento da cabeça, 3 = comprimento do pronoto, 4 = comprimento do escutelo, 5 = comprimento do abdome, 6 = comprimento total, 7 = largura do escutelo, 8 = largura do abdome, 9 = largura do pronoto com espinho, 10 = distância intero- cular, 11 = largura da cabeça, 12 = largura do pronoto sem espinho).

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90 GRAZIA.].

Dichelops (Prodichelops) divisus (WALKER, 1867) (Figs. 121-125)

Diceraeus divisus W ALKER, 1867: 250. Dichelops divisus; (?) LETHIERRY & SEVERIN, 1893: 129; KIRKALDY, 1909: 68.

Tipo: BMNH, HEM. 1056, fêmea, Bates col., depositado no “'British Museun (Natural History)".

Localidade tipo: “Amazon Region": de acordo com os dados da etiqueta o exemplar foi co- letado em ‘‘St. Paulo’’ [São Paulo de Olivença, Rio Solimões, Amazonas, Brasil].

Cor geral castanho-escura, com reflexos azul ou verde metálico, na face dorsal: sobre as jugas, ao longo das margens ântero-laterais e sobre os ângulos umerais, excetuando os espinhos. Faixa transumeral, espinhos, costa dos hemielitros e margem do conexivo, amarelos.

Fêmea Dimensões: Comprimento da cabeça 1,83 (1,76-1,9); largura da cabeça 2,41 (2,38-2,44); comprimento da cabeça diante dos olhos 1,32 (1,22-1,42); distância interocular 1,32 (1,29-1,36); comprimento dos artí- culos antenais I - 0,68, II - 0,81, III - 1,01 (0,95-1,08), IV - 1,25 (1,22-1,29), V - 1,83; comprimento do pronoto 2,31 (2,24-2,38); largura do pronoto 8,19 (8,09-8,29); comprimento do escutelo 3,77 (3,6-3,94); largura do escutelo 3,9 (3,8-4,01); comprimento total 10,97 (10,6-11,35); largura abdominal 6,63 (6,46-6,8).

Cabeca: jugas muito prolongadas; comprimento das jugas diante do clipeo com 1/4 do comprimento do 1.° articulo antenal; jugas rombas na extremidade. Disco da cabeça com rugas longitudinais bem marcadas. Artículos antenais aumentando progressivamente do 1.º ao 5.º.

Pronoto: ângulos umerais projetados em espinhos cilíndricos, espessos longos, de ápice sub-agudo, dirigidos lateralmente e destituídos de pon- tuações. As pontuaões também estão ausentes na faixa transumeral que é calosa e de cor amarelada como os espinhos. Na metade anterior do pronoto as pontuações são frequentemente intercaladas por rugas. Escutelo: ápice suavemente emarginado, com manchas escuras ladeando uma pequena mancha amarela. Hemiélitros: pequena área circular, no ápice da veia radial, sub-calosa e amarelada. Abdome com amplas manchas escuras no meio do 6.º e 7.º segmentos. As patas são muito manchadas, sendo que as áreas escuras predominam em relação às claras.

Genitália: laterotergitos 8 ultrapassando em muito os laterotergitos 9, ambos de ápice rombo (Fig. 123). Ângulos suturais dos gonocoxitos 8 projetados moderadamente em direção posterior (Fig. 124). Metade proximal da ““pars intermedialis’’ com o dobro da espessura da metade distal; “'cap- sula seminalis’’ destituída de dentes (Fig. 125).

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Revisão do gênero Dichelops SPINOLA... 91

Distribuição: BRASIL: Amazonas. O único registro desta espécie é para a Província Amazônica. (Fig. 133).

Material examindo: holótipo, fêmea, com os seguintes dados nas etiquetas (a) Type (b) St. Paulo (c) 6. Diceraeus divisus (d) BRIT. MUS. TYPE N.º HEM. 1056; fêmea - com os seguintes dados nas etiquetas: (a) 65.57, Braz (b) Diceraeus divisus, Walkers’’ catal, [ BMNH ].

Observações: esta espécie é muito típica, diferenciando-se de todas as demais espécies do gênero pela forma do pronoto. Também, a presença de fossa ao longo dos bordos suturais dos gonocoxitos 8 é única neste gênero. Por apresentar “'capsula seminalis’’ destituída de dentes, ter os gonocoxitos 9 aparentes, em vista ventral e margens pöstero-laterais do pronoto destituídas de projeção romba, assemelha-se às espécies do subgênero Neodichelops. Por outro lado, apresenta a ‘‘pars intermedialis’’ destituída de vesícula e os espiráculos estão presentes no 8.º segmento o que aproxima esta espécie às do subgênero Dichelops.

“Incertae sedis”

Dichelops dimidiatus (HERRICH-SCHAFFER, 1841)

Cimex dimidiatus HERRICH-SCHAFFER, 1841: 65.

Cimex transversalis HERRICH-SCHAFFER, 1841, f. 630.

Dichelops transversalis; HERRICH-SCHAFFER, 1844: 73; MAYR, 1866: 52; STAL, 1872: 29; LETHIERRY & SEVERIN, 1893: 130.

Dichelops dimidiatus; KIRKALDY, 1909: 68.

A ilustração (Fig. 630) dada pelo autor permite-nos enquadrar esta espécie no subgênero Neodichelopbs. Como a distinção entre as espécies deste subgênero é eminentemente baseada na morfologia da genitália e consi- derando que o tipo está desaparecido, torna-se impossível estabelecer de-

finitivamente sua identidade.

Dichelops furcifrons (AMYOT & SERVILLE, 1843)

Zalega furcifrons AMYOT & SERVILLE, 1843: 139; STAL, 1862: 479: WALKER, 1867: 249. Dichelops furcifrons; MAYR, 1866: 52; STAL, 1872: 29: LETHIERRY & SEVERIN, 1893: 129; KIRKALDY, 1909: 68.

A descrição fornecida pelos autores é muito sucinta porém, pelas re- ferências feitas às características genéricas, à coloração (“noir ferruginex’’) e ao tamanho (10 mm) suspeitamos que D. nigrum, também da Guiana Francesa, seja sinônimo desta espécie; BERGROTH mencionou na diagnose diferencial de nigra: '“Três distincte de toute ses congéneres par la couler du corps presque entierement noire’’. Outrossim, esta espécie deve pertencer ao subgênero tipo; considerando que o tipo está desaparecido, torna-se, tam- bém, impossível estabelecer a sua identidade.

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92 GRAZIA,). Filogenia

A inexistência de dados mais completos sobre o gênero Dichelops, tais como, a biologia e a ecologia, e o pequeno número de exemplares exami- nados em algumas espécies (bicolor e divisus), dificultam sensivelmente o estabelecimento das relações filogenéticas entre os subgêneros.

Contudo, considerando os caracteres morfológicos relacionados no quadro 1, e atendendo aos critérios propostos por HENNIG (1966) e MAS- LIN (1952), apresentamos uma hipótese sobre a origem e evolução dos subgêneros em questão.

Quanto aos caracteres 1,5 e 7, consideramos como condição plesiomór- fica a presença dos mesmos, pelo fato destes caracteres estarem comumente presentes nos pentatomídeos (MASLIN, 1952). Para o caráter 3, o estado plesiomórfico seria a maior esclerotização da placa (SCHAEFER, 1972). Para o caráter 4, considerando que o aparecimento da vesícula na ''pars inter- medialis’’ não é comum entre os pentatomídeos e, que a simplicidade na estrutura desta peça é característica de grupos primitivos, tais como, Acan- thosominae (DUPUIS, 1948 e SOUTHWOOD, 1956) e Tessarotomidae (LESTON, 1954), julgamos ser a presença de vesícula uma condição apomór- fica. Para o caráter 2, considerando que nos pentatomídeos as formas ima- turas apresentam espiráculos em todos os segmentos abdominais e que os laterotergitos 8 comumente são dotados de espiráculos, acreditamos que a ausência dos mesmos, nas espécies do subgênero Neodichelops, seja uma condição apomórfica. Para o caráter 8, seguindo SCHAEFER (1972) consi- deramos que a ausência de processo na conjuntiva corresponde a um estado plesiomórfico. Finalmente para o caráter 6, a forma cônica ou arredondada das jugas seria condição plesiomörfica, por ser a forma comumente encon- trada nos pentatomídeos (MASLIN, 1952).

O gráfico (Fig. 137) mostra a condição de cada caráter numerado no quadro 1 (branco = plestomórfico; negro = apomórfico; achuriado = não observado). Examinando o gráfico, verificamos que Neodichelops e Prodki- chelobs são sinapomörficos por um caráter (7), Dichelops e Prodichelops também por um caráter (5) e Neodichelops e Dichelops da mesma forma por um caráter (6). Com base na argumentação de HENNIG (1966) e pela análise dos caracteres, apresentamos o cladograma (Fig. 138) da provável origem e evolução dos subgêneros de Dichelops.

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Revisão do gênero Dichelops SPINOLA... 93

Distribuição

1. Fóveas do escutelo 2. Espiräculos dos laterotergitos 8

3. Gonocoxitos 9 (fêmea)

4. ““Pars intermedialis’’ (fêmea) 5. Manchas calosas das cicatrizes

6. Forma das jugas -

7. Dupla projeção no pronoto

8. Processo da conjuntiva (macho)

QUADRO 1

Subg. Neodichelops

América do Sul

ausente ausente

fracamente esclerotizados

vesicular ausente

aguda/arredon- dada

ausente

ausente

Subg. Dichelops Subg. Prodichelops

América do Sul e America Central

presente presente

fortemente esclerotizados

simples

presente

aguda presente

presente

Amazonas

presente presente

fortemente esclerotizados

simples

presente

cônica

ausente

não observado

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94 GRAZIA,J.

AGRADECIMENTOS

Queremos expressar nossos agradecimentos mais sinceros aos curadores e/ou responsáveis pelas coleções entomológicas que nos enviaram material típico, cederam-nos material de com- paração ou nos prestaram informações: W. R. Dolling (BMNH), C. D. Beduin (DDSV), H. Gaedike (DEI), C. R. Gonçalves (ENA), C. E. Casini (FA. e FHC), C. J. Rossetto (IAC), A. Bertels (IAS), M. A. Vulcano (IB), J. Jurberg (IOC), C. Osuna (IZA e MLS), H. Rolston (Louisiana State Univ.), F. Meyer (MA), J. Viana (MACN), L. de Santis (MLP), J. C.M. Car- valho (MN), U. Martins (MZUSP), M. Ortiz (UNA), B. Amaral F.º (UNICAMP), J. S. Moure e O Mielke (Univ. Fed. Paraná), D. Link (Univ. Fed. Santa Maria), M. Meinander (Univ. Zool. Mus., Helsinki), H. Brailovsky (Univ. Nac. Autonoma, México), A. Kaltenbach (Natur. Mus. Wien), U. Gollner-Scheiding (Mus. Natur. Berlin), W. Dierl (Zool. Mus. München), 1.- Pers- son (Nat. Riksmus. Stockholm), M. H. M. Galileoe H. A. O. Gastal (MCN).

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Tabela A

Coeficiente de relação entre os caractéres de machos e fêmeas de D. furcatus e D. melacanthus.

Espécie e Sexo

Relações» Jurcatus O Jurcatus Q melacanthus 6 melacanthus Q

C.cabeça X 100 185.6 190.9 189.6 180.1 D .interocular

L.cabeça X 100 127.1 ; 124.2 123.8 129.0 C.c.d.olhos

C.cabeça X 100 122.2 124.0 124.4 118.0 L.cabeça

C.pronoto X 100 94.3 95.0 91.1 92.5 L.cabeca

C.escutelo X 100 98.9 100.1 92.0 97.2 L.escutelo

C.pronoto X 100 34.1 34.4 34.8 35.2

L.pronoto

C = comprimento, c = cabeça, D = distância, d = diante, L = largura.

Tabela B

Coeficientes de diferença entre as medidas significativas em machos de D. furcatus e D. me- lacanthus.

a e En An N n.

Medidas Coeficiente de diferença

mis Ts

Comprimento da cabeça ' 1.36 Comprimento do pronoto 2.00 Comprimento da cabeça diante dos olhos 0.65 Largura da cabeca 2.38 Distäncia interocular 1.86

IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(53):3-119, 10 out. 1978

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Revisão do gênero Diche/ops SPINOLA...

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3.119, 10 out. 1978

IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(53)

98 GRAZIA .]J.

Estampa 22: fig. 126 - Gonocoxito 8, vista interna (A = prado: B = »a:- grum, C = saltensis, D = peruanus, E = punctatus, F = minamae, G

= avilabirest, H = leucostigmus, 1 = bicolor); Margem ventral do pigöforo (] = avdapıresı, K = saltensis, L, Li, L2 = nigrum, M = miriamae, N = leucostigmus, O = peruanus, P = punctatus, Q = bradoi, R = bicolor, S, Sy = furcatus, T, Ti = melacanthus, U = bhoenix, V = lobatus), Porção terminal do abdome da fêmea, vista lateral (X = furcatus, Y = melacanthus), Ornamentação (Z = tricódeo longo que recobre as placas genitais, Z1 = tricódeo curto no subgênero

Neodichetobs, Z2 = tricódeo curto nos subgêneros Dichelops e Prodi- chelops).

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100 GRAZIA,J.

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Estampa 23: fig. 128 - Representação gráfica das relações entre medidas de confianca em machos de D. (N.) furcatus e D. (N.) melacanthus. Estão plotadas os valores mínimos, máximos e médios.

IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(53):3-119, 10 out. 1978

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IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(53):3-119, 10 out. 1978

102 GRAZIA.).

Estampa 24: fig. 129 - Representacäo gräfica das relacöes entre medidas de confiança em fêmeas de D. (N.) furcatus e D. (N.) melacanthus. Estão plotados os valores mínimos, máximos e médios.

IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(53):3-119, 10 out. 1978

Revisão do gênero Diche/ops SPINOLA... 103

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104 GRAZIA,J.

Estampa 25: fig. 130 - Limites de variação e valores médios de caracteres taxonômicos em machos de D. (N.) furcatus, (superior), e D. (N.) melacanthus, (inferior). Os extremos da linha horizontal correspondem aos valores mínimo e máximo; o traço vertical corresponde à média.

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Revisão do gênero Dichelops SPINOLA... 105

C. cabeça

€. pronoto

C. cabeça d/ olhos

L. cabeça

Dist. interocular

€, escutelo

C. abdome

L. escutelo

L.pronoto s/ espinho

L. abdome

L.pronoto c/espinho

C. total

45 55 65

130

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106 GRAZIA.J.

Estampa 26: fig. 131 - Limites.de variação e valores médios de caracteres taxonômicos em fêmeas de D. (N.) furcatus e D. (N.) melacanthus, (respectivamente superior e inferior). Os extremos da linha horizontal correspondem aos valores mínimo e máximo; o traço vertical corresponde à média.

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108 GRAZIA, J.

Estampa 27: fig: 132 - D. (N.) /obatus | ARGENTINA: Andalgalá (16), Campo Santo (2), Córdoba (6), Juiuy (4), Pampa Blanca (3), Salta (1), San Antonio de Arredondo (5) ] D. (N.) phoenix | BRASIL: Minas Gerais - Carmo do Rio Claro (17), Rio de Janeiro - Ramos (12), São Paulo - Pirassununga (11), Paraná - Castro (10), Ponta Grossa (9), Goiás - Campinas (15), Ribeirão Väozinho (14), Mato Grosso - Camapuã (13): ARGENTINA: Loreto (8), Pidapoy (7) ] D. (D.) miriamae | BRASIL: Rio Grande do Norte - Natal (18), Bahia - Riachão do Jacuípe (20), Senhor do Bom Fim (19) ] D. (D.) peruanus [ EQUADOR: Napo Pastaza (21); PERU: Satipo (22); BRASIL: São Paulo - Estrada velha São Paulo-Santos (23) ].

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Revisão do gênero Dichelops SPINOLA... 10

- D. lobatus

*D.phoenix

»D.miriamae

x*D.peruanus

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110 GRAZIA, J.

Estampa 28: fig. 133 - D. (D.) bicolor [| PERU: Satipo (2); PANAMÁ: Volcan de Chiriqui (1) ] D. (P.) divisus | BRASIL: Amazonas - São Paulo de Olivença (3) ] D. (D.) Veucostigmus | BRASIL: Amazonas - Manaus (4); Pará - Belém (5); São Paulo - Cajuru (7); Goiás - Jatai (6) ] D. (D.) prado: | BRASIL: São Paulo - Araçatuba (10),- Marília (11), Goiás - Aragarças (9), Mato Grosso - Corumbá (8) :] D. (D.) punctatus | BRASIL: Minas Gerais - Viçosa (12), Rio de Janeiro - Petrópolois (13), São Paulo - Barueri (14), São Paulo capital (15); URUGUAI: Alto Rio Uruguai (16) |.

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D D. bicolor

X Ddivisus

x D. leucostigmus

O D. pradoi

e D.punctatus

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112 GRAZIA, ].

Estampa 29: fig. 134 - D. (D.) avilapires: | BRASIL: Minas Gerais - Pouso Alegre (22), Rio de Janeiro (23), Säo Paulo - Barreiro Rico (21), Barueri (19), Paiol Grande (18), São Bento do Sapucaí (20), Paraná - Ponta Grossa (24), Santa Catarına - Nova Teutönia (14), Pinhal. (15), Rio Grande do Sul - Marcelino Ramos (16), Porto Alegre (17); PARAGUAI: Formosa (25) ] D. (D.) nigrum [ VENEZUELA: Cata (11), Choroni (12), Jusepin (13), Rio Manapiare (9), San Francisco (10); BRASIL: Amazonas - Manaus (8), Parä - Jacareacanga (7), Minas Gerais - Carmo do Rio Claro (6), Rio de Janeiro - Itatiaia (4), Rio de Janeiro (5), Säo Paulo - Cara- guatatuba (3), Santa Catarina - Corupä (2), Nova Teutönia (1)] D. (D.) saltensis | BRASIL: Minas Gerais - Sete Lagoas (27); ARGENTINA: Pocitos (26) ].

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Revisão do gênero Dichelops SPINOLA...

113

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114 GRAZIA,J.

Estampa 30: fig. 135 - D. (N.) furcatus [ BRASIL: Minas Gerais - Lagoa - Santa (1), Rio de Janeiro (2), São Paulo - Barueri (11), Botucatu (7), Campinas (10), Itapira (5), Itu (12), Marília (4), Monte Alegre (9), Paiol Grande (14), Piracicaba (8), Ribeirão Preto (3), Rio Claro (6), São Paulo capital (13), Paraná - Arapongas (15), Bituruna (16), Colombo (20), Curitiba (19), Guarapuava (17), Ponta Grossa (18), Santa Catarina - Chapecó (22), Corupá (24), Itapiranga (21), Morro dos Conventos (25) Nova Teutônia (26), Rio Grande do Sul - Bom Jesus (32), Butiá (41), Carazinho (29), Farroupilha (37), Flores da Cunha (38), Gramado (39), Guaíba (46), Lajeado (36), Marau (30), Marcelino Ramos (26), Nova Prata (33), Osório (45), Passo Fundo (28), Pelotas (47), Porto Alegre (43), Quaraí (48), Rio Pardo (40), Santa Maria (35), Santo Augusto (27), Torres (42), Vacaria (31), Viamão (44), Vila Oliva (34); BOLÍVIA: Coripata (66), Sud Yungas (67); PARAGUAI: Paraguai (68); ARGEN- TINA: Buenos Aires (82), Cacheuta (53), Colastiné (50), Córdoba (79), Fontana (90), Jeppener (83), Jujuy (69), Junin (78), La Plata (84), Las Heras (77), Leandro N. Alem (87), Mendoza (76), Pergamino (81), Punta Lara (89), Rosario de la Frontera (71), Rosas (85), Saenz Pena (74), Salta (70), San Juan (75), Santa (80), Santiago del Estero (73), Sierra de la Ventana (86), Tucumán (72); URUGUAI: Artigas (49), Arroio de la Invernada (50), Colonia (61), Durazno (59), Florida (60), Maldonado (75), Montevideo (63), Paysandü (55), Piriápolis (64), Rivera (52), Santa Lucia (62), Sepulturas (51), Sierra de la Aurora (54), Soriano (57), Tacuarembö (56), Treinta y Tres (58), Valle Platön (53) ].

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* D furcatus

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116 GRAZIA,J.

Estampa 31: fig. 136 - D. (N.) melacanthus | VENEZUELA: Caracas (2), Maracay (1), Miranda (3), Paraguaipoa (62), Pariaguan (4); PERU: Cusco (71); BRASIL: Amapá - Porto Platon (5), Ceará - Aracatí (8), Fortaleza (7), Paracurá (6), Rio Grande do Norte - Mossoró (9), Natal (10), Par- namirim (11), Minas Gerais - Araguarí (13), Carmo do Rio Claro (14), Lassance (15), Paracatü (12), São Paulo - Andes (16), Campinas (20), Pirassununga (18), Ribeirão Preto (17), Rio Claro (19), São Paulo capital (21), Rio Grande do Sul - Canoas (26), Encruzilhada (30), Guaíba (29), Osório (27), Pelotas (31), Porto Alegre (28), Santa Cruz (24), Santa Maria (23), Torres (22), Goiás - Aragarças (39), Campinas (33), Jataí (34), Sitio da Abadia (32), Mato Grosso - Barra do Tapirapé (35), Barranco Branco (40), Chavantina (38), Culuene (37), Miranda (41), Utiariti (36); BO- LÍVIA: Roboré (42); PARAGUAI: Luque (43), San Bernardino (44): ARGENTINA: Buenos Aires (59), Charata (50), Fontana (69), Jujuy (46), La Cocha (53), La Rioja (54), Leandro N. Alem (55), Ojo de Agua (52), Pie de Palo (70), Pocitos (45), Posadas (56), Resistencia (49), Salta (47), San Fernando (58), San Roque (57), Santiago del Estero (51), Tucumán (48); URUGUAI: Arroio Batoví (63), Cerro Batoví (64), Paysandü (66), Rivera (60), Rocha (68), Tacuarembö (65), Treinta y Tres (67), Valle Platón (61) ].

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8 D. melacanthus

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GRAZIA, J. TE E

Estampa 32: fig. 137 - Gráfico indicando a condição dos caracteres nume- rados no Quadro I (branco = plesiomörfico; negro = apomörfico; achuriado = não observado); fig. 138 - Cladograma da provável origem e evolução dos subgêneros Neodichelops, Prodichelops e Dichelops (branco = plesiomórfico; negro = apomórfico).

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Revisão do gênero Dichelops SPINOLA... 1

Prodichelops Dichelops Neodichelops

Neodichelops Prodichelops Dichelops

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IHERINGIA é o periódico de divulgação de trabalhos científicos inéditos do Museu de Ciências Naturais, pu- blicado em quatro (4) séries: ''Antropologia"', “'Botânica"", ‘'Geologia’’ e ‘'Zoologia''. Cada série é editada em fas- cículos, com numeração corrida independente, podendo conter um ou mais artigos. ı

O periódico, no seu todo ou por série, é distribuído a Instituições congêneres em regime de permuta, podendo eventualmente também ser distribuído gratuitamente a cientistas ou outros interessados.

IHERINGIA is a periodical for the publication of scientific works and research data from the ''Museu de Ciências Naturais", “Jardim Botânico" and “Parque Zoológico" issued in four (4) series: “'Anthropology'” “'Botany”, “Geology'", and ''Zoology"'. In each series the individual issues,are consecutively numbered and may contain one or more article.

IHERINGIA, in its entirety or as selected series, is distributed to similar institutions on an exchange basis, and is also available free of charge to scientists and other interested parties on request.

Recomendações aos autores: i

1. Os manuscritos devem ser encaminhados por ofício ao Editor, serão aceitos a critério de Comissão Redatorial e autorizada a publicação pelo Diretor-Superintendente.

2. Terão prioridade os artigös dos pesquisadores do Museu ou que versem sobre material depositado em suas coleções.

3. Os artigos em língua portuguesa devem ter um resumo em língua estrangeira e os em língua estrangeira (alemão, inglês, espanhol, italiano e latim) devem ter, obrigatoriamente, um resumo em português.

4. Os originais devem ser apresentados em 2 vias datilografadas em espaço dois, com margens mínimas de 2 cm, sem emendas, em papel branco (tamanho oficial A-4:21x29,7 cm), utilizando-se um lado da folha.

5. Todas as folhas devem vir numeradas na margem superior direita e rubricadas ao menos por um autor.

6. Os nomes científicos de gêneros e taxa infragenéricos serão sublinhados com um traço ondulado.

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b) Para livros: sobrenome do autor seguido das iniciais do(s) prenome(s), ano da edição, título do livro (subli-

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9. Desenhos, fotos, mapas e gráficos devem ser citados como Fig., com numeração corrida, em algarismos arábicos. O editor distribuirá as figuras do modo mais econômico, sem prejudicar sua apresentação, respeitando tanto quanto possível as indicações do autor.

10. Todas as tabelas e figuras devem ter título claro, conciso e, se necessário, com explicações breves que possibilitem seu entendimento sem consultas ao texto. Este título bem como as legendas, se houver, devem vir em folhas à parte.

11.ºOs desenhos gráficos e mapas devem ser feitos a nanquim preto, preferencialmente em papel vegetal e as foto- grafias nos tamanhos que permitam a redução para o máximo de 17cmxllcm. As ilustrações a cores devem ser combinadas previamente e seu custo fica a cargo do autor.

12. Os artigos, sempre que possível, devem compreender os seguintes tópicos: Títulos; Nome do autor(es); Referências do artigo (data de aceitação para publicação, etc.) e do autor (local de trabalho e endereço): Resumos (conforme item 3); Introdução; Material e Métodos; Resultados e/ou Discussão; Conclusões; Agradecimentos; Bibliografia Consultada ou Referências Bibliográficas.

13. A correção das provas tipográficas será, sempre que possível, de responsabilidade do autor.

14. Serão fornecidas gratuitamente 50 separatas de cada artigo, independentemente do número de autores. Maior número de separatas poderá ser fornecido mediänte prévio ajuste, devendo o pedido ser feito na ocasião da entrega dos originais

Arno Antônio Lise

Editor ENDEREÇO PARA CORRESPONDÊNCIA COMISSÃO REDATORIAL RC) Cecília Volkmer-Ribeiro Museu de Ciências Naturais Maria Cristina D. Mansur Caixa Postal 1188 TâniaH. A. Arigony 90.000 Porto Alegre, RS Brasil

ENDEREÇO PARA PERMUTA (Address for exchange)

Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul Biblioteca Caixa Postal 1188 90.000 Porto Alegre, RS BRASIL

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pes

Iheringia

série Zoologia

BL ISSN 0073-4721

Sobre a ocorrência de Leptodactylus geminus BARRIO, 1973 no Estado do Rio Grande do Sul, Brasil (Anura, Leptodactyiidae)

PEDRO CANISIO BRAUN & CRISTINA ASSUNÇÃO SIRANGELO BRAUN

Nova espécie de Me/anophryniscus GALLARDO, 1961 do Estado do Rio Grande do Sul, Brasil (Anura, Bufonidae)

PEDRO CANISIO BRAUN & CRISTINA ASSUNÇÃO SIRANGPLO BRAUN

Presença de Equetus lanceolatus (L.,1758) na costa marinha do Estado do Rio Grande do Sul (Teleostei: Perciformes: Sciaenidae)

THALES DE LEMA

Nova ocorrência de Echrophis intertinctus (RIC HARDSON, 1846) na costa do Brasil (Anguilliformes: Ophichthidae)

THALES DE LEMA; THALES RENATO O. DE FREITAS; ELIZABETH HUBER DO AMARAL

Redescrição do material tipo de Ephydatıa facunda WELTNER, 1895 (Porifera - Spongillidae)

ROSÄRIA DE ROSA BARBOSA

A method for the marginal band observation in Gallus gallus and Geochelone carbonaria erythrocytes

JOSE RAFAEL ROSITO COIRO, ADOLPHO BRUNNER JR.; CLARA YUKIE MITSUTANI

Tabela de esperança de vida para Be/ostoma LATREILLE, 1807, criados em aquários (Heteroptera - Belostomatidae)

MARIA ELIZABETH LANZER DE SOUZA gi

Presença de Dendrophrymiscus brevipoulicatus ESPADA, 1870 no Estado do Rio Grande do Sul, Brasil (Anura, Bufonidae)

PEDRO CANISIO BRAUN & CRISTINA ASSUNÇÃO SIRANGELO BRAUN

Considerações sobre Preudoboa haası (BOETTGER, 1905) no extremo Sul do Brasil (Ophidia: Colubridae)

THALES DE LEMA & LEONOR ALICE MATSCHULAT ELY

Algumas esponjas monaxonidas (Porifera: Demospongiae) do litoral sul do Brasil, Uruguai e Argentina

BEATRIZ MOTHES DE MORAES & SHEILA MARQUES PAULS

Tomisídeos Neotropicais I: Onocolus garruchus sp. n. (Araneae - Thomisidae - Stephanopsinae)

ARNO ANTONIO LISE

Sobre a validade dos nomes Elapomorphus bilineatus DUMERIL, BIBRON & DUMERIL, 1854 e E, femniscatus DUMFRIL, BIBRON & DUMERIL, 1854 (Ophidia: Colubridae)

THALES DE LEMA..

Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotänica do Rio Grande do Sul

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FUNDAÇÃO ZOOBOTANICA DO RIO GRANDE DO SUL Entidade de direito privado, instituída pela Lei Estadual n.º 6497 de 20/12/72. - (Supervi— sionada pela Secretaria do Interior, Desenvolvimento Regional e Obras Públicas do Governo do Estado do Rio Grande do Sul).

ZOOBOTÄNICA

Governador do Estado SINVAL GUAZZELLI

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Impresso com autorização e sob a responsabilidade do Diretor - Superintendente da FZB (alínea d), art. 14, dos Estatutos - Decreto RS n.º 22.683/73).

Sobre a ocorrência de Leptodactylus geminus BARRIO, 1973 no Estado do Rio Grande do Sul, Brasil (Anura, Leptodactylidae ) *

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Neste Ten “E registrada, pela primeira vez, a ocorrência de Leptodactylus geminus BARRIO, 1973 no Estado do Rio Grande do Sul, Brasil, ao mesmo tempo em que são feitas considerações sistemáticas, zoogeográficas e ecológicas sobre a referida espécie.

ABSTRACT

The authors report the accurrence of Lebtodactylus geminus BARRIO, 1973 in Rio Grande do Sul State, Brazil at the same time that make remarks about systematic, zoogeography and ecology of refered species.

INTRODUÇÃO

Leptodactylus geminus foi descrita por BARRIO em 1973, tendo como lo- calidade-tipo Bernardo de Irigoyen, Província de Missiones, Argentina. A referida espécie foi separada de Leptodactylus gracilis (DUMERIL & BI- BRON, 1841), com a qual era até então confundida, mediante a análise do seu canto nupcial. BARRIO, no trabalho supra citado, menciona o fato de que a distribuição geográfica de L. gerzinus deve ser mais ampla do que a mencionada e acha muito provável que a mesma se estenda ao território brasileiro.

CARDOSO (1975) confirma a previsão feita por BARRIO, ao registrar a presença de L. geminus para o litoral do Estado brasileiro de Santa Catarina, fazendo ainda uma detalhada descrição dos hábitos reprodutivos dessa espécie.

Durante uma expedição de coleta feita em setembro de 1976, no Município de Tenente Portela, Rio Grande do Sul (RS), capturamos um exemplar macho de L. geminus, no interior do Parque Florestal Estadual do Turvo. A captura do referido exemplar constitui-se no primeiro registro dessa espécie para RS e o segundo para o País.

* Aceito para publicação em 10/VIIl/1977 Contribuição FZB Realizado, em parte, com auzílio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (FAPERGS, Biol. 163/76)

** Técnico Superior Pesquisador “do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotänica doRıo Grande do Sul, Caixa Postal 1188, 90.000 Porto Alegre, RS, Brasil. Bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Cien- tífico e Tecnológico (CNPq, Proc. 1111. 4532/76

* Técnico Superior Pesquisador do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotänica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.

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4 BRAUN, P.C. & BRAUN, C.A.S.

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MATERIAL E MÉTODO

Um exemplar, macho adulto, depositado na Coleção do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul (MCN), 10840, Parque Florestal Estadual do Turvo, Tenente Portela, RS, Brasil, 08IX/76, P. C. Braun leg. Os dados biométricos do exem- plar são expressos em mm, segundo critério usado por P. BRAUN & C. BRAUN (1975). Descrição do exemplar: (Fig. 1 e 2) Cabeça mais comprida que larga, cabendo seu com- primento mais de duas vezes e meia no comprimento total do corpo. Diâmetro ocular maior que a distância olho-narina, sendo esta quase igual ao espaço internarinas. Tímpano bem visível com diâmetro pouco maior que a metade do diâmetro ocular: Dentes vomerinos colocados logo atrás das coanas. Superfície dorsal da cabeça e corpo apresentando pregas glandulares longitudinais. Membros anteriores pouco reforçados e curtos em relação aos posteriores que são mais fortes e alongados. Dedos dos pés muito longos, especialmente o 4º. Dedos das mãos completamente livres. Tubérculo metatarsal interno bastante alongado, assemelhando-se a uma prega tarsal. Tuberculo metatarsal externo quase imperceptível. Tubérculos palmares ovalados. sendo o interno pequeno e o externo muito maior. Tubérculos subarticulares grandemente desenvol- vidos. Articulação tibio-tarsal alcançando a extremidade do focinho.

Coloração dorsal, no exemplar vivo, acinzentada com partes mais claras de tons castanhos, sobressaindo-se do fundo acizentado, pequenas manchas escuras, inclusive na parte superior do femur e tibia. Uma faixa escura vai do olho até a ponta do focinho. No centro do dorso possui uma faixa mais clara, no meio da qual passa uma linha quase branca, que inicia na ponta do focinho e chega até a região anal. Na face ventral, cuja coloração básica é amarelada, exceto a porção inferior do fêmur, constata-se a presença de intensa pigmentação castanha, em forma de pintas, que se distribuem mais fortemente na gula.

No álcool a coloração acinzentada fica mais acentuada, quase desaparecendo o castanho. Na

face ventral o amarelo torna-se mais fraco e a pigmentação castanha mais evidente. Medidas do exemplar: Comprimento do corpo 42,7; comprimento da cabeça 15,5; largura da cabeça 14,8; diâmetro ocular 4,5: diâmetro do timpano 2,5; distância olho-narina 3,6; distância interocular 2,9; comprimento do fêmur 21,0; comprimento da tíbia 22,8: comprimento do 38,2; espaço internarinas 3,5; distância narina-focinho 3,3.

DADOS ECOLÓGICOS

O exemplar capturado estava cantando no interior de uma cova, situada a 1,5 m da margem de uma pequena lagoa temporária, com aproximada- mente 5 m de diâmetro e meio metro de profundidade, dentro da mata nativa. À captura foi às 19h30min, sendo a temperatura ambiente de 10ºC. A cova se localizava bem embaixo de um pedaço de tijolo, estando visível apenas o orifício de entrada, de formato ovalado. Removido o pedaço de tijolo, a toca ficou exposta em quase toda sua extensão e se pode perceber que seu interior tinha o aspecto de barro amassado e úmido. Esta observação confirma CARDOSO (1975) quanto à superficialidade de posicionamento das covas desta espécie.

Além do coletado ouvimos o canto de mais cinco ou seis exemplares, e examinamos mais duas covas semelhantes à mencionada anteriormente, contendo restos de posturas, com alguns ovos de coloração amarelada. canto nupcial emitido pelo espécime apanhado é completamente diferente do de L. gracilis. Acreditamos que o sonograma apresentado por BARRIO

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Sobre a ocorrência de Leptodactylus... 5

(1973) para L. geminus enquadra-se perfeitamente ao canto do exemplar que capturamos.

COMENTÁRIOS FINAIS

O encontro de L. geminus no Estado do Rio Grande do Sul amplia a área de distribuição conhecida para a espécie. O exemplar apanhado é bas- tante semelhante com o descrito por BARRIO (1973), apresentando, no entanto, uma característica nova, não mencionada no mesmo, que é a presença de intensa pigmentação castanha na face ventral, especialmente na gula. Tal pigmentação possui alguma semelhança com a de Leprodactylus marambaiae IZECKSOHN, 1976, para o Estado do Rio de Janeiro, Brasil. No entanto, a face ventral de L. marambaiae de fundo esbranquicado, enquanto que a del. geminus é amarelada. Além disso, outras características arroladas por IZECKSOHN, tais como, focinho mais largo, pernas mais curtas, padrão dorsal constituido por faixas longitudinais escuras e claras intercaladas, ausência de membranas vestigiais, bem como o fato do macho cantar fora da cova, eliminam prontamente a possibilidade de identidade en- tre L. marambaiae e o nosso espécime.

AGRADECIMENTOS

Agradecemos ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (FAPERGS), respectivamen- te, pela bolsa e auxílio concedidos, à pesquisadora Maria Dolores S. Pineda e ao motorista Scherezino Scherer, pelo auxílio prestado durante a coleta dd material; finalmente à Supervisão de Recursos Naturais Renováveis da Secretaria de Agricultura do RS, pela autorização concedida, bem como aos atenciosos funcionários do Parque Florestal Estadual do Turvo, graças aos quais se tornou possível a concretização deste trabalho.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

BARRIO, A. 1973. Leptodactylus geminus Una nueva especie del gr@po fuscus (Anura, Leptodactylidae). Physzs, Buenos Aires, 32(84): 199-206. ä

BRAUN, P. C. & BRAUN C. A. S. 1975. Sobre a ocorrência de Hy/a berthae BARRIO, 1962 no Estado do Rio Grande do Sul, Brasil (Anura, Hylidae). Iheringia, Porto Alegre, Ser. Zool., (46):19-24.

CARDOSO, A. 1975. Hábitos reprodutivos de L. geminus (Amphibia, Anura). In: Reunião anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, 27º, Belo Horizonte. Resumos... p. 364-5.

IZECKSOHN, E. 1976. Uma nova espécie de Leptodactylus, do Estado do Rio de Janeiro, Brasil (Amphibia, Anura, Leptodactylidae). Revta. bras. Biol., Rio de Janeiro, 36(2):527- 30.

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6 BRAUN, P.C. & BRAUN, C.A.S.

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Figs. 1-2: Leptodacty/us geminus, macho adulto MCN 10840: 1. vista dorsal; 2. vista ventral, mostrando a pigmentação castanha intensa.

IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (54):3-6, 20 jan. 1979

Nova espécie de Melanophryniscus Gallardo, 1961 do Estado do Rio Grande do Sul, Brasil (Anura, Bufonidae )*

Pedro Canisio Braun ** Cristina Assunção Sirangelo Braun ***

RESUMO

Descreve-se uma nova espécie de Me/anophryniscus GALLARDO, 1961 do estado do Rio Grande do Sul, Brasil, denominada Melanophryniscus cambaraensis. Esta espécie relaciona-se com o grupo tumifrons sendo afim de Melanophryniscus macrogranulosus P. BRAUN, 1973. A característica fundamental da nova espécie é a coloração dorsal verde, pela primeira vez cons- tatada neste gênero.

ABSTRACT

The authors describe a new species of Bufonidae, Me/anophryniscus cambaraensis from Rio Grande do Sul State, Brazil, which dorsal green coloration is by the first time reported for this genus.

INTRODUÇÃO

O gênero Melanophryniscus GALLARDO, 1961 está representado, até agora, no estado do Rio Grande do Sul, pelas subespécies M. stelzmerı atroluteus (MIRANDA -RIBEIRO, 1920) e M. stelzneri dorsalis (MERTENS, 1933); pelas espécies M. tumifrons (BOULENGER, 1905) e M. macrogra- nulosus P. BRAUN, 1973. Descrevemos aqui uma nova espécie obtida na Região dos Campos de Cima da Serra, numa altitude aproximada de 900 m, cuja característica fundamental é a coloração dorsal inteiramente verde, o que é constatado pela primeira vez para o gênero. As medidas dos exemplares foram obtidas segundo critério usado por P. BRAUN (1973) e são expressas em milímetros. Os exemplares estão depositados na coleção de anfíbios do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul (MCN).

Melanophryniscus cambaraensis n.sp. (Big. 1:€ 2)

DIAGNOSE Espécie do grupo /urzifrons, de tamanho pouco maior que M. macrogranulosus, corpo robusto, glândulas volumosas e tumefação frontal

* Aceito para publicação em 22/VI11/1977. Contribuição FZB n.º 307. Realizado, em parte, com auxílio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (FAPERGS, Proc. Biol. 163/76) * Técnico Superior Pesquisador do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotänica do Rio Grande do Sul,

Rua Cel. Vicente, 281, 6.º andar, Caixa Postal 1188, 90000 Porto Alegre, RS. Brasil. Bolskta do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Rio de Janeiro (Proc. 1111.4532/76)

* Técnico Superior Pesquisador do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.

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8 BRAUN, P.C. & BRAUN, C.A.S.

saliente; coloração dorsal totalmente verde com fundo azulado; regiões gular e peitoral de coloração branca, amarelada e verde; região abdominal, face interna das coxas e braços, pálmas das mãos e pés, completamente vermelhas.

HOLÓTIPO MCN 9797, macho, adulto, Fortaleza dos Aparados, Município de Cambará do Sul, Rio Grande do Sul (RS), Brasil, 7.1.1976, J. J. Rodrigues leg.

LOCALIDADE-TIPO Fortaleza dos Aparados, Município de Cambará do Sul, Estado do Rio Grande do Sul, Brasil.

PARÁTIPOS 37 machos e 22 fêmeas, todos adultos: MCN 9752 a MCN 9755, MCN 9757 a MCN 9788, MCN 9790 a MCN 9796 e MCN 9798 a MCN 9813, Fortaleza dos Aparados, Município de Cambará do Sul, RS, Brasil, 7.1.1976, P. C. Braun, J. J. Rodrigues, C. A. 5. Braun, A. A. Lise, M. F. Beurmann,M. D.S. Pineda e S. B. Scherer leg.

DESCRIÇÃO: Cabeça larga, cabendo pouco mais de três vezes no com- primento total do corpo. Olhos grandes, com pupila horizontal e íris preta. Ponta do focinho acuminada, narinas laterais. Distância internarinas cerca de 2/3 maior do que a da narina à ponta do focinho. Distância olho-narina, bem maior do que o diâmetro ocular, e menor do que o espaço in erorbital. Comprimento da cabeça pouco maior do que a largura. Aspecto geral bu- fonólde, sem glândulas paratóides e com timpano invisível. Espaço interor- bital quase o dobro da largura da pálpebra superior, e aproximadamente igual ao seu comprimento. Boca ampla, edêntula, mandíbulas triangulares. Língua piriforme, com pouco mais da metade do seu comprimento livre, e sem entalhe posterior. Saco vocal único, de tamanho mediano, situado na região gular. Tumefação frontal com largura e comprimento equivalentes, mais alta nos machos, ultrapassando, quase sempre, a altura dos olhos. Pode se apresentar inteirica ou com sinais de divisão na parte posterior. Corpo com muitas granulações, tanto dorsal como ventralmente. Glândulas da região dorsal muito grandes e de coloração verde bem mais viva do que o restante da pele, cujo fundo é verde azulado. Algumas glândulas apresentam a região apical branca, enquanto outras são totalmente brancas, principalmente as que ficam próximas, ou na zona lateral do corpo. A disposição das glândulas na região dorsal não obedece a um padrão definido, mas pode-se observar que aparecem cerca de seis fileiras dispostas no sentido rostro-anal, sendo mais evidentes as que ficam quase sobre a linha lateral do corpo. A granu- lação glandular atinge também as pálpebras superiores. Glândulas da região ventral um pouco menores que as da dorsal, sendo a maioria brancas e as restantes vermelhas. Membros anteriores e posteriores muito granulosos, com glândulas da face inferior geralmente brancas. Glândulas da região anal bem salientes e quase sempre brancas. Membros anteriores dos machos com mãos dotadas de calosidades sexuais escuras no primeiro e segundo dedos. Palma das mãos, em ambos os sexos, bastante granulosa. Calos carpais bem desen- volvidos, especialmente o externo. Calos subarticulares pequenos. "Braços curtos e reforçados nos machos, com dedos fortes de ponta levemente engrossada. Braços longos e delgados nas fêmeas, também com ponta le-

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Nova espécie de Melanophryniscus... 9

vemente mais grossa. Membros posteriores curtos em ambos os sexos, com tíbia e fêmur mais ou menos equivalentes. Calos tarsais bem evidentes, sendo o interno maior. Calos subarticulares pequenos. Dedos dos pés finos, com pouca dilatação nas pontas.

A pele dorsal é de cor verde escura com reflexos verde azulados. Algumas glândulas apresentam coloração verde bem mais intensa que o restante da pele, e com a região apical branca, enquanto outras são intei- ramente brancas. Isto ocorre principalmente na região lateral do corpo.

Na região ventral observa-se uma grande diversidade de colorações, começando pela gula que se apresenta branco-amarelada ou amarelo- queimada. Região peitoral verde-amarelada, algumas vezes com tons aver- melhados. Região abdominal, face interna das coxas e braços, pés e mãos, de cor vermelha viva. Dedos dos pés e das mãos quase totalmente vermelhos. Glândulas quase sempre brancas, tornando-se vermelhas nas zonas onde predomina essa cor.

A coloração nos exemplares vivos pode variar ficando o verde dorsal mais

ou menos intenso. Nos exemplares mortos uma grande alteração na co- loração geral: o verde torna-se cinza escuro, podendo com o tempo e com a queda da camada superficial da pele, tornar-se quase preto; o amarelo e o vermelho desaparecem, ficando uma coloração esbranquiçada, às vezes le- vemente amarelada. VARIAÇÃO O exame dos parátipos da nova espécie mostrou que variações, principalmente no tamanho dos machos que oscila entre 30 mm a 36,7 mm, e das fêmeas que vai. de 31,7 mm a 38,6 mm. O dimorfismo sexual é bem nítido, levando-se em conta o saco vocal do macho, o menor tamanho deste em relação à fêmea, seus braços curtos e robustos, e a presença das calosidades sexuais escuras nos dois prineiros dedos da mão. Na fêmea, além da ausência de saco vocal e das calosidades sexuais, observa-se ainda braços longos e delgados, tumefacäo frontal mais baixa e maior comprimento total do corpo. ]

Nas tabelas de 1 a 4 são fornecidos dados biométricos do holótipo e dos parátipds da nova espécie.

NOTAS BIOLÓGICAS

A coleta da maioria dos exemplares verificou-se às 11 h, apresentando-se a temperatura ambiente em torno de vinte graus centígrados. Chovia vários dias. O holötipo foi capturado caminhando entre vegetação arbustiva, o mesmo acontecendo com dois parátipos. Os demais parátipos foram apanhados num pequeno riacho de água límpida e rasa, de leito basältico, localizado à beira de um despenhadeiro com cerca de 600 m de profundi- dade. Muitos casais foram capturados em cópula. Segundo observações feitas no local, verificou-se que após o amplexo o casal mergulhava, e a fêmea depositava os ovos que aderiam às hastes de plantas ou em pedras submersas.

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10 BRAUN, P.C. & BRAUN, C.A.S.

Cada postura continha mais de cem ovos que mostravam nitidamente dois pólos distintos, um preto e outro amarelo. O diâmetro de cada ovo era de 2 mm e estavam envolvidos por uma substância gelatinosa, de aspecto leitoso, alcançando o conjunto ovo-substância gelatinosa o diâmetro de 4 mm. Os ovos ficavam fortemente aglutinados formando uma densa massa.

Os casais capturados em amplexo ficaram muito tempo assim e diversas fêmeas desovaram dentro dos recipientes plásticos em que foram colocadas.. Proporcionalmente, em relação às fêmeas, havia quase o dobro de machos no local da coleta. O canto nupcial da nova espécie tem alguma semelhança com a parte final do canto de M. stelzneri atroluteus. No mesmo local onde cantava a nova espécie, outras também se faziam ouvir, tendo sido coletadas, entre outras,- Proceratophrys bigibbosa (PETERS, 1872) e Hy/a marginata "BOULENGER, 1887.

DISCUSSÃO

Melanophryniscus cambaraensis é de hábito tipicamente diurno, tendo sido coletado apenas um exemplar à noite. Esta espécie está relacionada com o grupo Zurmifrons e sua maior afinidade é com M. macrogranulosus do qual se distingue pelo diferente tipo de ambiente onde vive, e pela coloração dorsal, gular e peitoral que em M. cambaraensis é, respectivamente, verde, branca-amarelada e verde-amarelada com tons meme lhos. enquanto que em M. macrogranulosus essas regiões são uniformemente pretas.

O nome cambaraensis refere-se ao município onde foi coletada a nova espécie, Cambará do Sul, ao qual está restrita sua distribuição geográfica até o momento.

AGRADECIMENTOS

Agradecemos ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (FAPERGS), respectivamen- te, pela bolsa de pesquisa e pelo auxílio concedidos que permitiram a concretização deste tra- balho. Agradecemos também ao Auxiliar de Laboratório José Jayme Rodrigues que capturou o primeiro exemplar da nova espécie.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BOULENGER, G.A. 1905 Tailess Batrachians in she British Museum. Ann. Mag. nat. Hist. Série 7, London, 16:181.

BRAUN, P.C. 1973. Nova espécie do gênero Melanophryniscus GALLARDO, 1961 do Estado do Rio Grande do Sul, Brasil (Anura, Brachycephalidae). Iheringia. Série Zool. Porto Alegre (44):3-13.

GALLARDO, J.M. 1961. Nuevo genero de Brachycephalidae (Amphibia- Anura). _Neotropica, Buenos Aires, 7(24):71-2, dez.

—— 1961. La ubicaciön sistemática y distribución geografica de Brachycephalidae argentinos.

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Nova espécie de Melanophryniscus... = END EREIDEIEESBER IE ORATNPEITEN, nn DO A NR UR

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E BRAUN, P.C. & BRAUN, C.A.S.

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TABELA I: Dados biométricos, expressos em mm, dos parátipos MCN 9752 a MCN 9755 e MCN 9757 a MCN 9767.

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IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (54):7-16, 20 jan. 1979

13

Nova espécie de Melanobhryniscus...

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3

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TABELA III: Dados brometricos, expressos em mm, dos parätipos MCN 9783 a MCN 9788, MCN 9790 a MCN 9796 e

MCN 9798, e do holötipo MCN 9797.

Dist. narina-p. do focınho

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Dist. olho-narina Espaço internarinas Compr. palpebra sup. Larg. pálpebra sup. Tumefaç

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IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (54):7-16, 20 jan. 197y

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Nova espécie de Melanophryniscus...

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20 jan. 1979

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IHERINGIA. Sér. Zool

FIG. 1

Figs. 1-2: Melanophyniscus cambaraensis sp. n. holótipo macho - MCN 9797: 1. vista dorsal; 2. vista ventral. ;

IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (54):7-16, 20 jan. 1979

Presença de Equetus lanceolatus (L. 1758) na costa ma- rinha do Estado do Rio Grande do Sul (Teleostei: Per- ciformes: Scianidae )*

Thales de Lema **

ABSTRACT

The author registers the occurrence of Eguetus lanceolatus (L. 1758) in the coastal marine waters of Rio Grande do Sul State, Brazil, between 30º and 31º L. South and 48º L. West, at 60 miles of the coast. The specimens were dragged from rocky bottom.

Equetus lanceolatus (LINNAEUS 1758) foi registrado pela primeira vez para a fauna do Brasil e Atlântico Ocidental Sul por CASTELNAU (1855), com base em material capturado na costa do Estado da Bahia. Desde então nenhum outro registro foi feito para o Atlântico Sul.

RIBEIRO (1915) e SANTOS (1952) indicam a distribuição dessa espécie indo da América Central até a Bahia, FOWLER (1941) apenas cita CASTEL- NAU (1855).

No segundo semestre de 1972, o barco de pesquisas pesqueiras ''Mestre Jerönimo’’ da Superintendência do Desenvolvimento da Pesca (SUDEPE realizou uma prospecção a 60 milhas da costa sul’ do Estado do Rio Grande do Sul, na altura da cidade de Mostardas, entre 30º e 31º de Latitude Sul e 48º e 49º de Longitude Oeste.

A dragagem foi feita com uma rede de arrasto de lado, tracionada por motor específico, em local de fundo rochoso e rico de algas. A água do mar estava agitada e se apresentava com alto grau de turbidez. Foi feita uma única manobra de arrasto. Os resultados foram compensadores, tendo sido apreendida grande quantidade de Teleostei de diferentes espécies, diversos tubos de invertebrados, principalmente de Anthozoa e Polychaeta, e exem- plares de Porifera e Mollusca. ;

O Professor Renato Ladeira, então pesquisador do laboratório da SUDEPE, em Rio Grande, em novembro do mesmo ano, @onvidou-nos a examinar os exemplares de peixes capturados na referida dragagem. Entre diversas espécies curiosas de Teleostei, vimos estes dois exemplares da espécie tropical Eguetus lanceolatus. Notamos que a maioria dos exemplares de peixes estava mal conservada, coberta parcialmente por formol. Quando, posteriormente, solicitamos o material ictiológico da referida dragagem para

* Aceito para publicação em 02/1X/1977. Contribuição FZB n.º 067. ** Pesquisador do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotänica do Rio Grande do Sul. Bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Rio de Janeiro (P. 1111-0019/68). Caixa Postal n.º 1188, 90000 Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil.

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18 LEMA, T. de.

maiores estudos, fomos informados que o mesmo havia sido desprezado por ter entrado em putrefação, inclusive os dois exemplares aqui registrados.

O gênero Eguetus RAFINESQUE 1810, é próprio da Região Antilhana, e compreende três espécies atualmente aceitas: E. punctatus (BLOCH & SCHNEIDER 1801), E. acuminatus (BLOCH & SCHNEIDER 1801) e e E. /anceolatus (LINNAEUS, 1758). A última é a única que se dispersa para o Atlântico Sul. Na região da Venezuela são chamadas de ‘‘Obispos’’ e no Brasil (Bahia) é conhecida como ''Maria-nago””. go

Os dois exemplares de E. Lanceolatus examinados por nós possuiam cerca de 25 cm de comprimento total, coloração característica da espécie, “talvez um tanto mais clara que o material das Antilhas, no que se refere a cor de fundo, que era de cor creme.

É o segundo registro para a fauna do Brasil e o de situação mais meri- dional para a espécie, representando essa ocorrência ao sul da costa do Rio Grande do Sul, uma dispersão extraordinária, penetrando profundamente no domínio de influência da corrente fria das Malvinas. A corrente tropical do Brasil, atinge o Rio Grande do Sul até Tramandaí, conforme cartas da Diretoria de Hidrografia e Navegação do Ministério da Marinha do Brasil. A maioria das espécies de peixes tropicais que se dispersa para o sul, geralmente é encontrada nas baias de águas quietas com margens abruptas e rochosas do Estado de Santa Catarina (LEMA, 1976). As prospecções realizadas na pla- taforma continental do Rio Grande do Sul pelo barco oceonogräfico ‘‘Prof. Wladimir Besnard’’ do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo, Brasil, não registraram essa espécie, conforme listas de MENEZES (1969, 1971) e BENVEGNU (1973), que identificaram todos os exemplares capturados desde Torres (Rio Grande do Sul) até Maldonado (Uruguai).

AGRADECIMENTOS

Agradecimentos ao colega e amigo Prof. Renato Ladeira, pelo convite para observar o material.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BENVEGNU, G. de Q. 1973. Relação dos Peixes Teleósteos. In INSTITUTO OCEANO- GRÁFICO DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO Relatório sobre a segunda pesquisa oceanográfica e pesqueira no Atlântico Sul entre Torres e Maldonado (Lat. 29º S 35º 8). Programa Rio Grande do Sul II. Parte I Condições oceanogräficas bióticas. Publicação especial do Instituto oceanográfico de São Paulo (3) 1: 489-500.

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Nova ocorrência de Echiophis intertinctus (RICHARD- SON, 1846) na costa do Brasil (Anguilliformes: Ophi- chthidae )*

Thales de Lema ** Thales Renato O. de Freitas *** Elizabeth Huber do Amaral ****

RESUMO

Os autores registram a ocorrência de Echiophis intertinctus (RICHARDSON, 1846) na costa do estado de Santa Catarina, Brasil, caracterizando dois exemplares adultos e comentando va- riações encontradas. Trata-se do segundo registro para a fauna brasileira e da ocorrência mais meridional da espécie, que é comum nas Antilhas.

ABSTRACT

The authors make the description of two specimens of Echiophis intertinctus (RICHARD- SON, 1846) from Santa Catarina state coast, southern Brazil, and comment the variations observed. This is the second record to Brazilian's fauna, and the most southern distribution of this antillean species.

INTRODUÇÃO

Echiophis intertinctus (RICHARDSON, 1846) foi registrada para o Brasil por RIBEIRO (1961) com base em um espécime capturado na costa de Santos, Estado de São Paulo, sem descrevê-lo. Encontramos dois espécimens em Garopaba, costa sul do Estado de Santa Catarina, em novembro de 1973. Devido à raridade da ocorrência e a grande variação que apresenta essa espécie (GINSBURG, 1951), descrevemos os referidos exemplares e as va- rrações observadas.

* Aceito para publicação em 11/X/1977. Contribuição FZB n.º 071.

* Pesquisador do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul. Bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Rio de Janeiro (P. I1111-0019/68) Caixa Postal 1188, 90.000 Porto Alegre. Rio Grande do Sul, Brasil.

* Bolsista do CNPq no Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul (TC 1720/76)

* Balsista do CNPq no Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grade do Sul (TC Ji tI- 0081/73)

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22 LEMA, T. de; FREITAS, T.R.O. de; AMARAL, E.H. do.

MATERIAL E MÉTODOS

Os dois exemplares foram retirados da rede de arrasto de praia. Foram fixados em formol por imersão e, após deixados secar ao sol ao ar livre o que impediu a determinação do sexo. A coloração foi anotada na ocasião da captura. Os exemplares estão depositados na coleção ictio- lógica do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul (MCN) em Porto Alegre.

O exemplar MCN 2265 está melhor conservado que o MCN 2251, e permitiu o exame da

dentição. O outro espécimen está lesionado na cabeça, parecendo que o focinho sofreu uma fratura com posterior fusão defeituosa.

DESCRIÇÃO DOS EXEMPLARES

I MC 2265 (Fig. 1-5). MORFOLOGIA: Focinho curto e pontudo, alargando-se posteriormente, cabendo mais de sete vezes no comprimento da cabeça. Cabeça grande, cabendo aproximadamente quatro vezes no com- primento do tronco. Olho cerca de 1/10 do comprimento da cabeça e pouco menor que o comprimento do focinho. Fenda bucal correspondendo à metade do comprimento da cabeça. Fenda branquial de posição látero-ven- tral e ampla, cabendo cerca de 6,5 vezes no comprimento da cabeça. Ambas as fendas se aproximam ventralmente entre si e também das aletas peitorais. Tronco robusto, de comprimento menor que o da cauda, e pouco menor que 1/3 do comprimento total. Cauda muito longa, mais longa que o tronco e cerca de metade do comprimento total; mais robusta na região anal, afinando rapidamente para trás; extremidade caudal livre e pontuda. Aleta dorsal iniciando logo após a extremidade distal da peitoral, sendo baixa. A aleta ‚anal inicia logo após o ânus, sendo muito baixa. A aleta anal inicia logo após o ânus, sendo muito baixa. A aleta peitoral pequena e estreita, cabendo seu comprimento três vezes na cabeça e sua altura corresponde a 1/4 da altura maior do tronco; possue 10 raios moles.

DENTIÇÃO: Dentes bisseriais nos maxilares, vômer e palato. Canino médio intermaxilar muito maior que os dentes maxilares. Uma série de dentes intermaxilares, de tamanho médio, passando diante do canino citado. Dentes maxilares pequenos, caniniformes, confundindo-se com os dentes intermaxilares, reduzindo-se a uma única série de dentes anteriormente. (Fig. 1). Dentes mandibulares caniniformes bisseriados, com a fila externa conten- do destes maiores e mais espacados do que a fila interna; para trás reduzem-

se a uma única fila, cujos dentes vão diminuindo de tamanho gradativamen- te. (Big. 2).

COLORACAO: Coloracäo geral primäria amarela-pälida com manchas negras, ovaladas, que estão distribuídas em séries longitudinais pouco re- gulares. Para trás, as manchas vão se tornando irregulares e com os contornos pouco nítidos. Na cabeça são muito pequenas reduzindo-se a pontos negros

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Nova ocorrência de Echiop his... 23

muito próximos e numerosos nos lados posteriores. Ventralmente, na cabeça e corpo, é branco imaculado. As manchas dorsais são maiores superiormente e menores inferiormente, mas as menores ocorrem ao longo da linha lateral de cada lado. As manchas do tronco alternam-se num mesmo lado, e são

simétricas com as do lado oposto. As aletas ímpares são marginadas de negro distalmente. (Fig. 3-5).

Fig. 3: Echiophis intertinctus (RICHARDSON) - MCN 2265, vista dorsal.

2. MCN 2251. MORFOLOGIA: Focinho obtuso cicatrizado assime- tricamente, cabendo cerca de sete vezes no comprimento da cabeça. Cabeça com cerca de 1/10 do comprimento total e cercade 1/4 do comprimento do tronco. Olho correspondendo a 1/10 do comprimento da cabeça, cabendo quase 1,5 vezes no focinho. A boca é cerca de metade do comprimento da

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cabeça. A fenda branquial cabe aproximadamente 5,5 vezes no comprimento da cabeça; o tronco, mais de 2,5 vezes no comprimento total e a aleta pei- toral, cerca de 3,5 vezes no comprimento da cabeça. As proporções são se- ‚melhantes äs do exemplar MCN 2265. (Tabela).

DENTIÇÃO: Igual ao exemplar anterior. Não apresenta dentes inter- maxilares devido à fratura do crânio.

COLORAÇÃO: Semelhante ao anterior, notando-se melhor a coloração da cabeça, cujos pontos negros ovalados diminuem gradativamente de ta- manho de trás para diante atingindo a ponta do focinho. Nos lados da cabeça pontos negros espaçados, o mesmo ocorrendo na região gular, onde são mais espaçados aínda. No dorso séries longitudinais de manchas negras, sendo que a série coincidente com a linha lateral está constituída de manchas menores.

COMENTÁRIOS

O local em que os exemplares foram capturados é uma baía pequena, de águas quietas, circundada por montanhas, onde tivemos a oportunidade de capturar diversos qutros exemplares de peixes tropicais (LEMA, 1976). Os pescadores que habitam essa baía chamam E. intertinctus de jararaca-do-mar ou cobra-do-mar, acreditando tratar-se de Ophidia peçonhenta, altamente agressiva, adaptada à vida marinha, que vive em recifes situados em volta da pequena ilha localizada na entrada da baía. Acreditamos que o nome vulgar deve-se à presença de Bothrobs jararaca (WIED, 1824), que é comum nos montes em volta da baía. A ocorrência dos exemplares nos arrastões dos pescadores causou-lhes muita preocupação pelo temor à mordida. Afirmaram que esses animais nunca saem dos recifes. Dois professores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, que costumam mergulhar na baía de Garopaba, afirmaram-nos que viram alguns exemplares pequenos nadando junto aos paredões rochosos, cerca de dois a quatro metros de profundidade, em ocasiões diferentes.

As diferenças que notamos nos exemplares descritos em relação às des- crições de RICHARDSON (1846) e de KAUP (1856), são as seguintes: apenas uma série de dentes intermaxilares diante do canino mediano anterior, a cabeça é menor, aletas peitorais maiores, diâmetro orbicular maior, coloração de fundo mais clara, as manchas são negras com tamanho maior e em maior número, além da presença de manchas na linha lateral. Entretanto, as variações parecem decorrer da idade, principalmente o ta- manho das manchas negras que, segundo GINSBURG (1951) verificou em exemplares das Antilhas, modificam-se com o crescimento.

AGRADECIMENTOS

Agradecemos à Direção do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul pela franquia dos laboratórios e coleções.

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Nova ocorrência de Echtophis... 25

REFERENCIAS BIBLIOGRÄFICAS

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TABELA

MCN 2251 MCN 2265 MEDIDAS (em mm): DE@ompimentotorale en... TZ KR 722 ER 1012 BaCompumento,dareabeamr nr ee IA RP ee Lai 102 @ICompkimentordortenean mn. DT RR) ERP 385 BECompiimentorda cada Pr DD EN 925 EMComprimento do focinho, LD NO RR O a 13 EN Comprirmento da bocal a. STR Vo ADE 50 EM amenordaronbitar RE er en ei Lug bt Bien Es Se ER Rn 10 Bieslendasbianatmale au 225 2.2... E do a SR N 16 Comprimento dalalem peinorll zen DE Lite ER RR O 31 DRA roridareabeça a Aa ee 40 Ara or dorttoncor FR ee Mona. en te 2 sosi Sos al 36 MES A pirar ara letrarpelto ral See u Di o o reis E PR 9 RELAÇÕES: UNTIL EN INEISREE 5 e 9,92 RE N AD RE posa RGE PRM RABR 22056 2,62 PAULO LOREM ERES 15 TUE a EN doa RA Aa ST nl UA OR 1,92 BUCH Ee Re SE ARS. noso E Ms RD ESA a sr I 109/11 EL ca 5 2 SBD Var er da RR A OP URS Re Re RE 7,84 PT el Nena SON N RS a SR e 2,04 BEN tt DO Scr olho TR A RE 2 (PA RR PER EN 6,37 EL fode ted Mp ri de ge Veen DO ndo dd re 3,29 Ee rg O MPU da: hds bo ee dela fg An da ee terra 1,30

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26 - LEMA, T. de; FREITAS, T.R.O. de; AMARAL, E.H. do.

Fig.l Fig.2

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às NCN265

(o) 1 2 mm

Figs. 1-2, 4-5: Echiophis intertinctus (RICHARDSON) - MCN 2265: 1. dentição maxilar; 2. dentição mandibular; 4. aspecto lateral do tronco; 5. aspecto da cabeça.

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Redescrição do material tipo de Ephydatia facunda WELT- NER, 1895 (Porifera-Spongillidae ) *

Rosária De Rosa Barbosa**

RESUMO

Ephydatia facunda foi descrita de maneira suscinta e incompleta por WELTNER (1895) a partir de um único espécime do Rio Grande do Sul, Brasil. GEE (1930) e PENNEY & RACEK (1968) estudaram o mesmo material que havia sido descrito por WELTNER, porém não men- cionaram todos os caracteres que o exemplar apresenta. Como a manutenção do ‘'status’’ desta espécie tem sido matéria de recente especulação, julgamos adequado, no presente trabalho, ampliar e ilustrar a descrição do holötipo de E. facunda.

ABSTRACT

Ephydatia facunda was briefly and incompletely described by WELTNER (1895) based on a single specimen from Rio Grande do Sul state, Brazil. GEE (1930) and PENNEY & RACEK (1968) studied the same material described by WELTNER, but didn't mention all the specimen characters. As the ''status”” of this species has been subject of recent controversy we thought it fundamental to redescribe the holotype of Ephydatia facunda.

INTRODUÇÃO

O primeiro registro de ocorrência de espongilídeos, para o Rio Grande do Sul, foí feito por WELTNER em 1895, descrevendo Ephydatia facunda suscintamente e sem ilustrações. Neste trabalho o autor descreve que tinha em mãos apenas fragmentos de uma esponja, provavelmente de forma cilín- drica ou cônica, conforme consta na página 140: “Es liegen nur Bruschstücke eines wahrscheinlich zylindrischen oder kegelförmig gestalteten Schwammes vor”

O material usado por WELTNER para fazer a descrição da espécie, encontra-se depositado no ''Zoologisches Museum, Berlin’’, e foi coletado por von Ihering numa pequena lagoa do Rio Grande do Sul.

GEE em 1930 estabeleceu uma breve comparação entre as megascleras e as gemoscleras de E. facunda, com as de Ebhydatia fortis var. vorstamanı GEE, 1930. Para isso, utilizou lâminas com material espicular do tipo de E. facunda.

PENNEY & RACEK (1968), ao estudarem E. facunda, resolveram manter o ‘'status’’ da mesma. Os referidos autores mencionaram ter obser- vado lâminas do síntipo de E. facunda. Entretanto, ao examinarmos essas lâminas, que se encontram depositadas no ‘‘Smithsonian Institution”,

Aceito para publicação em 21/XII/1977. Contribuição FZB n.º 080 * Pesquisador do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Cx. Postal 1188. Bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (T.C. 1111.1128/77)

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constatamos tratarem-se de lâminas do material descrito por WELTNER (1895), sendo portanto o holótipo.

POIRRIR (1974), sem ter examinado material de E. facunda, comenta ser essa espécie pobremente estudada e supõe que se trata de uma variação ambiental de Ephydatia fluviatilis (LINNAEUS, 1758). Além disso, confunde sua distribuição geográfica com a de Ephydatia fortis WELTNER, 1895.

EZCURRA DE DRAGO (1975), sem haver tido em mãos material tipo ou material procedente do Rio Grande do Sul de E. facunda, colocou-a na sinonimia de Ebhydatia fluviatilis ramsayi (HASWELL, 1882) EZCURRA DE DRAGO, 1975.

Em virtude das recentes contestações do “'status”” de E. pi rea- lizamos a redescrição do material do tipo, bem como elegemos o holótipo do

"material depositado no ''Zoologisches Museum, Berlin”

MATERIAL E MÉTODO

Abreviaturas usadas no texto:

MCN: Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS, Brasil.

ZBM: ''Zoologisches Museum, Berlin”.

Material examinado:

Holótipo ZBM s/n.°: Ephydatia facunda type '“'Zoologisches Museum, Berlin". 8/X1/1892 - Rio Grande do Sul - Brasil. Lâmina do holötipo MCN 458: Ephydatia facunda, lâmina preparada com material espicular do holótipo do ZBM. Lâminas do holótipo ''Smithsonian Institution" 54288: Ephydatia facunda. Lâminas perten- centes à coleção de N.GIST. GEE.

O tipo está conservado em álcool. É impossível apreciar qualquer detalhe da estrutura, pois o espécime apresenta-se frágil, semelhante a uma massa prestes a desfazer-se. Não foram encontradas gêmulas e apenas o estudo dos espículos depositados no fundo do frasco permitiu a apreciação da série das gemoscleras.

Os desenhos foram efetuados, em microscópio binocular Leitz SM-LUX, com câmara clara.

REDESCRIÇÃO MEGASCLERAS:

Anfioxeas delgadas, levemente curvas, com as extremidades terminando em ponta de agulha. Apresentam-se lisas, pouco ou totalmente microes- pinhadas, exceto nas extremidades. Comprimento muito variado (Fig. la). Nas megascleras ocorrem algumas malformações, como bifurcação e engrossamentos na porção central (Fig. la” ).

Dimensöes das megascleras: Comprimento:

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Rotesaieatgdomensmaltipa.. cas 8

mínimo: 210 micrômetros

médio : 356 micrômetros

máximo: 465 micrômetros Diâmetro do eixo:

mínimo: 9 micrômetros

médio : 15 micrômetros

máximo: 22 micrômetros GEMOSCLERAS:

Espículos birrotulares com grande variedade de comprimento entre 58 e 99 micrômetros.

As gemoscleras podem mostrar variações, tais como:

1) frágeis e curtas, com eixo fino, poucos espinhos levemente proeminentes e poucos dentes na rótula (Fig. 2a e 3).

2) moderadamente fortes, comprimento o dobro da gemosclera acima des- crita, eixo grosso, com grande quantidade de espinhos muito aguçados dispostos um ao lado do outro, rótulas com grande quantidade de dentes (Eis. 22€ 3).

Entre estas duas formas extremas, encontram-se espículos gemulares que apresentam valores intermediários quanto ao comprimento, diâmetro do eixo, número de espinhos no eixo e número de dentes na rótula.

Os espinhos dos eixos podem ser simples ou bifurcados, retos ou curvos, geralmente muito aguçados. Os espinhos podem estar dispostos formando um colar no centro do eixo. À inserção dos espinhos no eixo das gemoscleras pode ser perpedicular ao mesmo, ou dispostos nas mais variadas direções. Confirmando a descrição de WELTNER (1895), algumas vezes, o compri- mento dos espinhos é igual ou maior ao diâmetro do eixo.

Alguns espinhos dos espículos gemulares apresentam-se microespinhados (Fig. 3a”).

As rótulas de uma mesma gemosclera normalmente são dos mesmo tamanho, levemente achatadas, com dentes delicadamente côncavos, retos ou convexos. Em cada rótula, encontram-se de 9 a 16 dentes que terminam em pontas muito aguçadas, podendo os mesmos estarem dispostos num mesmo plano ou em planos diferentes.

Os dentes diferenciam-se em lobos e em raios: na forma de lobo quando 2 a 3 dentes estão agrupados em uma mesma projeção e o recorte dessa projeção, geralmente alcança apenas um quarto do diâmetro da rótula; na forma de raio quando ocorre apenas um dente que, normalmente, está recor- tado até a inserção da rótula no eixo. De um modo geral, numa mesma rótula encontram-se dentes em forma de raios ou agrupados em lobos (Fig. ZEN

Nos espículos gemulares ocorrem malformações que resultam da pro-- jeção do eixo da gemosclera além das rótulas. Estas modificações são tão intensas que algumas gemoscleras perdem a sua forma original, resultando em um espículo de eixo relativamente grosso, com extremidades aguçadas; ao

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longo do eixo das gemoscleras, tem-se espinhos que não ultrapassam o diâmetro do eixo; as rótulas desaparecem, restando em seu lugar apenas um colar de espinhos mais proeminentes (Fig. 2b e 5a'). Dimensões das gemoscleras: Comprimento:

mínimo: 48 micrômetros

médio : 58 micrômetros

máximo: 99 micrômetros Diâmetro do eixo:

mínimo: 7 micrômetros

médio : 10 micrômetros >= máximo: 14 micrômetros Diâmetro da rótula:

mínimo: 22 micrômetros

médio. : 27 micrômetros

máximo: 30 micrômetros Número de espinhos no eixo:

de 1a 19 Número de dentes no disco: de 9a 16

Os tamanhos das megascleras e gemoscleras dados por WELTNER (1895), GEE (1930) e PENNEY & RACEK (1968) correspondem aproxi- madamente às medidas agora obtidas.

COMENTÁRIOS

Comparando-se as observações por nós realizadas com as descrições de E. Jacunda existentes, constata-se que:

Megascleras:

WELTNER (1895) e PENNEY & RACEK (1968) descrevem megascleras do tipo anfioxeas levemente curvas, providas de pequenos espinhos. GEE (1930) cita que os espículos do esqueleto são lisos ou microespinhados, 'sendo que estes, quando presentes são poucos ou pequenos.

Quanto à forma da megasclera e número de espinhos, as observações realizadas coincidem com as de GEE (1930). Além destas características, constata-se que as mesmas apresentam um comprimento muito variado. Em alguns espículos verificam-se malformações, como bifurcação e engrossamen- to da porção central.

Gemoscleras:

Segundo WELTNER (1895) as gemoscleras são espinhentas, fortes, com um número de espinhos variando de 4 a 12. GEE (1930) cita que os eixos são finos, enquanto que PENNEY & RACEK (1968) referem-se a eixos mode- radamente fortes.

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EEE ADO o gs A A ita BA

Os autores acima referidos, descrevem algumas formas apresentadas pelas gemoscleras, entretanto, verificamos que essas formas são variações existentes no material tipo.

Além disso, GEE (1930) verifica em algumas gemoscleras, a ocorrência de pequenos espinhos sobre os grandes. PENNEY & RACEK (1968) des- crevem que a superfície externa da rótula é levemente, mas distintamente, granulada. No material tipo observado, confirma-se a existência de granu- lações. Essas granulações ocorrem em algumas rótulas e também sobre alguns espinhos do eixo das gemoscleras.

As malformações das gemoscleras não foram anteriormente citadas. A importância sistemática dessas formas, bem como a frequência dentro da espécie E. facunda, poderão ser confirmadas através do estudo de um maior número de exemplares.

EZCURRA DE DRAGO (1975) comenta que, devido ao fato de não possuir em mãos. material de Ephydatia muallsa (POTTS, 1887), manteve o “status” da mesma. No entanto, o mesmo critério não foi observado para E. facunda, pois foi colocada em sinonímia de E. fluviatilis ramsayı, sem ter sido examinado o material tipo de E. facunda. Além disso, E. facunda não foi referida na lista do material estudado.

O maior número de dados morfométricos do material tipo de E. facun- da, aqui apresentados, poderão servir de subsídios para uma futura revisão sistemática da espécie.

AGRADECIMENTOS

Ao Dr. Kühlmann, do ''Zoologisches Museum, Berlin” pelo empréstimo do material tipo de Ephydatia facunda WELTNER, 1895. Ao Dr. Klaus Ruetzler, do “Smithsonian Institution pelo empréstimo de lâminas de E. facunda, da coleção de N. GIST GEE. À Dra. Cecilia Volkmer Ribeiro, pela orientação e sugestões apresentadas. À Dra. Helga Winge, do Depar- tamento de Genética da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, pela oportunidade de

realização das fotomicrografias.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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DE ROSA BARBOSA, R.

1913

504m

Fig. 1: Ephydatia facunda WELTNER, 1895: Desenhos do conjunto espicular - 500x: a. megascleras; a’. megascleras malformadas; b. gemoscleras; c. rótulas das gemoscleras.

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Redescrição do material tipo... 33

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Fig. 2: Ephydatıa facunda WELTNER, 1895: Desenhos das gemoscleras 500x: a. gemos- cleras; b. gemoscleras malformadas; c. rótulas gemulares.

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34 DE ROSA BARBOSA, R. EM SE

Figs. 3-5: Ephydaria facunda WELTNER, 1895: 3. Desenhos das gemoscleras - 1250x: a. gemoscleras; a’. gemoscleras microespinhadas; 4. Fotomicrografia - 81,92x: a-d. megascleras: a. lisa, jovem; b. lisa, adulta; c. levemente microespinhada; d. microespinhada; e. gemoscleras; f.

megasclera com inflamento na porção central. 5. Fotomicrografia das gemoscleras - a, a’ 81,92x, b, b’ 128x, a e b. gemosclera; a’ e b’. gemosclera malformada.

IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (54):27-34, 20 jan. 1979

A method for the marginal band observation in Galus gallus and Geochelone carbonaria erythrocytes*

José Rafael Rosito Coiro** Adolpho Brunner Jr. *** Clara Yukie Mitsutani****

RESUMO

Em esfregacos hemolizados do sangue de aves adultas normais (Gallus gallus-LINNEU, 1758) e do quelônio adulto normal (Geochelo ne carbonaria-SPIX, 1824) bem como o mesmo quelônio com anemia induzida pelo fenilidrazina, a banda marginal foi detectada na sua forma integral, ou dissociada nos seus constituintes microtubulares. Os diâmetros destas estruturas microtubulares estão próximos daqueles obtidos através de cortes ultrafinos. O método, embora drástico para as células, não desintegrou os microtúbulos, sugerindo tal fato, uma alta estabi- lidade para estas estruturas.

ABSTRACT

In hemolysed blood smears from adult normal chickens (Gallus gallus-LINNEU, 1758) and adult normal chelonian (Geochelone carbonaria-SPIX, 1824) as well as the same chelonian with phenylhydrazine induced anemia, the marginal band has been detected in its integral form, or dissociated in its constituents microtubules. The diameters of these structures are about the same as those obtained in ultrathin sections. The method, although drastic for the cells, did not desintegrate the microtubules, suggesting a high stability of these structures.

INTRODUCTION

RANVIER (1875), DEHLER (1895) and NICHOLAS (1896) made the first observations of the marginal band in lower vertebrate erythrocytes. Investigations of MEVES (1904) on amphibian supravitally stained erythrocy- tes evidenced better the presence of the band, and it was suggested that this structure could be responsible for the biconvex elliptical shape of erythrocy- tes. FAWCETT (1959) observed in ultrathin sections of toadfish (Opsanus tau) erythrocytes the marginal band, and FAWCETT & WITEBSKY (1964) described this structures, constituted by parallel tubular elements, in num- bers up to 25 with a diameter of.about 200 A. MASER & PHILPOTT (1964), working with pigeon (Columba domestica) blood cells, observed that the marginal band varied in diameter from 200 to 500 A.

Accepted for publication 12/1/1978 This rescarch has been supported by the Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Proc. 11268/74 and 1111.4687/76) and Fundo Especial de Despesas do Instituto Butantan, São Paulo. Head of Electron Microscopy Laboratory-Instituto Central de Biociências da Universidade Federal do Rio Grande do Sul - Departamento de Ciências Morfológicas - 90.000 Porto Alegre, RS - Brasil. Head of Electron Microscopy Laboratory --Instituto Butantan, CP 65, São Paulo, SP, BRASIL.

* Technical assistant-Electron Microscopy Laboratory - Instituto Butantan - CP 65, São Paulo, SP, BRASII

IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (54):35-41, 20 jan. 1979

36 COIRO, J.R.R.: BRUNNER JR., A.: MITSUTANI, C.Y. —————— ei aeee ii

The purpose of this paper is to show easy and rapidly the marginal band, either integral or dissociated, evidencing the microtubules through hemolysis of partially dried smears.

MATERIAL AND METHODS

Two normal adult .chickens, Ga/lus gallus (LINNEU, 1758), weighing 3.0 kg each. Blood was harvested from the marginal wing vein or by cardiac puncture. :

Blood from a normal adult chelonian Geochelone carbonaria (SPIX, 1824), weighing 1.30 kg, carapace included, and from the same specimen with anemia induced by daily subcutaneous injections of a 2% aqueous phenylhydrazine solution in a 2 ml/kg ratio, for 6 days. Blood was 'harvested by cardiac puncture after 26 days.

Brilliant cresyl blue staining: In order to verify the existence of proerythrocytosis (COIRO, 1975) in these animals, the dye was dissolved at 0.1% in:0.85% saline solution for the avian blod, and 0.75% for the chelonian blood. The cells were stained in a ratio of 1 drop of blood to 9 drops of the dye solution.

Hemolysis of blood smears (BRUNNER Jr & VALLEJO-FREIRE, 1956, modified by the authors): Smears were made on histological slides covered with a collodium film. S nears of avian and chelonian blood were maintained for partial drying during 18 and 20 h, re pectively, in a closed box with a lateral slit to avoid crushing of the nuclei due to the pressure within the box. The blood smears of the phenylhydrazine treated animal were maintained in the box for 24 h. Blood were hemolysed in a 0.85% NaCl solution, containing 10% v/v of 25% glutaraldehyde, during 5 min. After hemolysis, cells were stained in 1% aqueous solution of phosphotungstic acıd (PTA) for 5 min. PTA in excess was removed thorough rinsing in distilled water, and slides were dried at room temperature. The films were detached and transferred to metal grids, and submitted to the shadow casting process with palladium. All preparations were examined in the Elmiskop I electron microscope at 60 kV, from 2,500Xto 10,000Xmagnification.

RESULTS

Brilliant cresyl blue staining: Blood pf the normal adult chickens and chelonian showed mature forms in a high degree. The blood of the adult chelonian with phenylhydrazine induced anemia showed a proerythorocytosis up to 100%.

Hemolysed smears: The majority of erythrocytes presented a dense ring ob about 0.30 um (um = micrometer) in diameter, accompanying the whole periphery of the elliptical stroma. However, it is often possible to observe a slight dissociation of the dense ring into elements of smaller diameters, about 0.30 um each (Fig. a).

In normal adult chelonian, erythrocytes show occasional dense filaments with diameters of about 0.35 um around the nucleus or in close contact with it. Accompanying the whole periphery of the stroma, a single dense ring with a diameter of approximately 0.70 um is observed (Fig. b). Stromas can be seen too, whose dense ring may undergo a displacement from its original region, dissociated into several rings formed by parallel filaments with a diameter varying from 0.025 0.14 um each. Other stromas show a ring

IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (54):35-40, 20 jan. 1979

A method for the marginal... 37

completely dissociated into thin, sinuous, often parallel filaments. Only in some regions of the stroma, the ring still show its original aspect (Fig. c).

Blood of the phenylhydrazine treated animal shows partially hemolysed proerythrocytes, but other cells become totally hemolysed, and the stroma fragmented in such a way that over these fragments appear whole nuclei together with some dense filaments ranging from 0.30 to 0.40 um in dia- meter. Next to these nuclei a bundle of dense, long and sinuous filaments with diameters varying from 0.05 to 0.17 um (Fig. di dp) can be obser- ved.

DISCUSSION

MASER & PHILPOTT (1964) isolated the marginal band of vertebrate erythrocytes, and studied the constituent microtubules whose diameter varied from 200 500 A, i.e., some of the microtubules showed twice the diameter commonly observed in thin sections, as for instance, in the ery- throcytes of toadfisch (FAWCETT, 1959).

In general, the microtubules bundles do not fully dissociate. Probably for this reason, the diameters are not the same as those in ultrathin sections, and even exceed 500 A. In the partially hemolysed immature cells of Geochelone carbonaria, glutaraldehyde preserves some components of proteic nature, blocking a total hemolysis. Furthermore, through a partial drying period of 24 h, exceeding considerably the optimum time, a drastic hemolysis i in the cell smears was provoked. This condition leads to the dis- sociation of the stroma into fragments releasing- totally the microtubules, nuclei and dense filaments whichnbecome isolated, allowing a better detailed view of these structures.

It can be verified that, although the conditions of hemolysis are drastic for the cells, the microtubules continue relatively intact, in bundles as well as isolated, suggesting, there for that they possess a highly stable structure.

ACKNOWLEDGEMENTS

The authors wish to thank Mrs. Sibylle Heller for the translation and to Mr. A. Silva Gonzales, Mr. C.A. Gonçalves Silva, and Mrs. Vera Mondin Weisz for their excellent technical assistance as well as to FAPERGS that gave us the chance to present this work in “'V Colóquio Brasileiro de Microscopia Eletrônica”.

REFERENCES

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DEHLER, A. 1895. Beitrage zur kenntniss des ferneren bandes der roten blutkorperchen beim hühnerembryo. Arch. mikrosk. Anat., Entw Mech, Bonn, 46:414-430.

IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (54):35-40, 20 jan. 1979

38 - COIRO,J.R.R.; BRUNNER JR., A.; MITSUTANI, C.Y.

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FAWCETT, D. W. & WITEBSKY, F. 1964. Observation on the ultrastructure of nucleated erythrocytes and trombocytes, with particular reference to the structural basis of their discoidal shape. Z. Ze/lforsch, mikrosk. Anat; 62:785-806.

MASER, M. D. & PHILPOTT, C. W. 1964. Marginal band in nucleated erythrocytes. Anat. Rec., Philadelphia, 150:365-82.

MEVES, Fr. 1904. Die Hiinefeld-Hensenchen Bilder der roten Blutkorperchen der Amphibien. Anat. Anz., Jena, 24:465-76.

NICHOLAS, A. 1896. Sur quelques particularités de structures des erythrocytes nucleês aprês coloration par d’hematoxiline ferrique. Bzb/. Anat., Basel, 4:16-20.

RANVIER, L. 1875. Récherches sur les élements du sang. Arch. Phys. Paris, 2:1-15.

IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (54):35-40, 20 jan. 1979

A method for the marginal... 39

=

o

ut v Da

Figs. a-d). a. Gallus gallus mature avian erythrocyte: N. nucleus, arrow membrane fold; mt. microtubule bundle; mb. marginal band. b-dz Geochelone carbonaria: b-c mature chelonian erythrocyte: N. nucleus; m. mitochondrion; mt. microtubule bundle;

mb. marginal band. dy dz erythrocite of phenyllydrazine treated chelonian: N. nucleus; arrows microtubule bundle; x stroma fragments.

IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (54):35-40, 20 jan. 1979

Tabelas de esperança de vida para Be/ostoma LATREILLE. 1807, criados em aquários (Heteroptera - Belostomatidae )*

Maria Elizabeth Lanzer de Souza **

RESUMO

Apresenta-se duas tabelas de esperança de vida com as respectivas curvas de sobrevivência de hemípteros aquáticos do gênero Be/ostoma LATREILLE, 1807, criados em aquários. Analisa-se a

taxa de sobrevivência, taxa de mortalidade e índice de mortalidade real de uma população em desenvolvimento pós-embrionário e outra de adultos. ABSTRACT This paper contains two life-tables where was determined the life expectation of aquatic hemiptera of the genus Be/ostoma LATREILLE, 1807, which were reared in aquaria. The obtained life-tables permit to trace the respective survivorship curves of two populations, and to analyse the survivor ratio, mortality ratio and the real mortality index.

INTRODUCAO

A inclusão de estudos de dinâmica populacional, visando analisar as capacidades biöticas dos insetos, está se tornando fundamental na pesquisa entomológica.

As tabelas biológicas de esperança de vida são importantes na avaliação das tendências populacionais e no estudo das taxas de mortalidade e so- brevivência dos espécimes de uma ou mais gerações durante um período variado de tempo.

Observando que a resistência de exemplares do gênero Bel/ostorma LATREILLE, 1807 criados em aquários é curta, estabeleceu-se tabelas de esperança de vida com a finalidade de tornar conhecida a capacidade de sobrevivência destes hemípteros fora de seu habitat.

Uma das tabelas está baseada em dados obtidos por SCHNACK (1971) considerando-se o espaço de vida conjunta de duas populações de Be/ostoma spp., desde o nascimento das ninfas até o estado adulto. A outra baseia-se, somente, no período adulto de espécimes de Be/ostoma spp. mantidos em aquários por LANZER (1975).

A bibliografia não apresenta estudos de dinâmica populacional com belostomatídeos. Até o presente momento estão registrados dados biológicos de criação, como número de ovos eclodidos, períodos de muda, número de estádios ninfais e tempo de sobrevivência de exemplares adultos criados em aquário.

Aceito para publicação em 21/11/1978. Contribuição FZB n.º 083.

** Pesquisadora do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotänica do Rio Grande do Sul e Bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq - Processo n.º 1111.0421/74). Caixa Postal 1188; 90.000 - Porto Alegre/RS - Brasil.

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42 LANZER DE SOUZA, M.E.

BUENO, citado por HUNGERFORD (1919), menciona cinco estádios ninfais e comenta sobre o período total de desenvolvimento de três exem- plares de Belostoma flumineum SAY, 1832, desde a eclosão dos ovos até o estado adulto (43, 53 e 54 dias), entretanto, não específica a datação de cada estádio.

DE CARLO (1939) cita o número de ovos eclodidos de duas posturas de Belostoma elegans MAYR, 1853 (32 e 53 ninfas), e o tempo total de evolução de cada uma das ninfas criadas, dando apenas as datas de eclosão dos ovos e término do desenvolvimento ninfal.

SCHNACK (1971) em estudos biossistemáticos de ninfas de Ba registra as datas de eclosão e mudas das espécies B. oxyurum (DUFOUR,

1863) B. bifoveolatum SPINOLA, 1852 indicando também o número de exemplares sobreviventes em cada estádio.

LANZER (1975) estuda o comportamento de Belostoma e Lethocerus MAYR, 1953 em aquários, registrando o tempo de sobrevivência dos adultos sem relacionar as espécies.

MATERIAL E MÉTODO Dados obtidos por SCHNACK (1971):

n.º de indivíduos em cada

estadio ninfal Tome [o fio fis for fon

Período de

sobrevivência

(em horas)

Número de indivíduos e

Utilizando-se os dados de SCHNACK (1971) elaborou-se a tabela de esperança de vida de uma população em desenvolvimento pós-embrionário e calculou-se os índices de mortalidade aparente e real desta população. Com os dados de LANZER (1975) elaborou-se a tabela de esperança de vida de uma população adulta mantida em aquário.

Para organizar as tabelas e calcular-se os índices de mortalidade empregou-se o modelo exposto por SOUTHWOOD (1971), resumidamente descrito em SILVEIRA NETO es a/ii (1976).

IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (54):41-46, 20 jan. 1979

Tabela de esperança de vida...

O intervalo de idade em unidade de tempo (x), considerado na tabela 1, foi estabelecido em função da duração de cada período de estádio ninfal que corresponde a uma semana aproximadamente (HUNGERFORD, 1919). Calculando a média do registro de datas das mudas dado por SCHNACK (1971), obtém-se períodos de ecdises muitos próximos dos fornecidos por HUNGERFORD (1919), por isso optou-se por uma semana como intervalo de idade.

Na tabela 3 a unidade de tempo considerada para o intervalo de idade (x) está apresentada

em horas.

As curvas de sobrevivência foram obtidas levando em consideração o número de sobreviven- tes (Lx), colocados na ordenada, e a idade (x) respectiva, na abssissa.

Tendo como base os dados de SCHNACK (1971) pode-se estabelecer a

RESULTADOS

seguinte tabela de esperança de vida:

Tab. 1 - Tabela de esperança de vida de uma população de Belostoma spp.

em desenvolvimento pós-embrionário.

X Lx dx Ex Tx ex 100qx(%) Sx(%)

01 90 79,5 197,0 2,18 24 ,44 0,76

02 68 21 58,0 117,5 TZ 30,88 0,69

03 47 23 36,0 595) 1,26 48,94 0,51

04 24 16 16,5 23,5 0,97 66,67 0,33

05 08 06 I) 7,0 0,87 75,0 0,25

06 02 00 155) 1,5 0,75 0,0 0,0 onde:

x = intervalo de idade em unidade de tempo;

Lx = número de sobreviventes para cada estádio;

dx = número de indivíduos mortos durante o intervalo etário x;

Ex = número de insetos vivos entre um dia e outro;

Tx = número total de insetos x além da idade x;

ex = esperança de vida para indivíduos na idade x;

100qx = taxa de mortalidade por intervalo de idade, sendo consi- derada como ““coluna de risco”;

Sx = taxa de sobrevivência no estádio da idade x.

Baseando-se nos valores de Lx e dx da tabela 1 determina-se os índices

de mortalidade real e aparente. -

IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (54):41-46, 20 jan. 1979

/

44 LANZER DE SQUZA,M.E.

Tab. 2 - Índices de mortalidade da população considerada na tabela 1.

Estádios N.º de insetos N.º de insetos % de mortalidade mortalidade

vivos mortos Aparente | Real sobrevivência Ninfas eclodidas 90 82 91% 91% 10,25% Ninfas sobreviventes 08 06 75% 6,7% 3,0% Adultos 02

Conforme dados obtidos por LANZER (1975) é possível organizar uma tabela onde se determina o índice de esperança de vida para Be/ostoma spp. adultos com um determinado período de sobrevivência em aquário.

Pabela. 3 - Esperança de vida para adultos de Be/lostoma spp. em aquário.

X Lx dx Ex Tx ex 100qx(%) Sx(%) 48 18 01 18,0 93,0 5,16 53855) 0,94 72 17 01 17,0 75,0 4,41 5,88 0,94 120 16 04 14,5 58,0 3,62 25,0 075 144 12 03 11,0 43,5 3,62 25,0 0a 168 09 01 9,0 32,5 3,61 il 0,89 192 08 02 785] 238 2,93 25,0 0,75 216 06 Ole 6,0 16,0 2,66 16,66 0,84 240 05 02 4,5 10,0 2,0 40,0 0,60 264 03 01 3,0 DD) 1,83 33,33 0,67 288 02 00 20 25 11.25) 0,0 0,0

Segundo o método de SLOBODKIN (1962), citado por SILVEIRA NETO et alii (1976), obtém-se das tabelas organizadas, valores que per- mitem a elaboração de gráficos nos quais se estabelece as curvas de sobre- vivência das populações consideradas (Fig. 1 - 2).

CONCLUSÃO

Analisando a tabela 1 observa-se que a esperança de vida para Be/ostoma spp. na fase jovem decresce à medida que o desenvolvimento do hemíptero se completa. A taxa de mortalidade mostra-se mais elevada a partir do 2.º estádio ninfal. Isto demonstra que após este período ocorre maior risco de vida. Consegüentemente se constata uma diminuição na taxa de sobrevivên- cia em cada estádio à medida que se processa o desenvolvimento.

IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (54):41-46, 20 jan. 1979

O índice de mortalidade real da população em desenvolvimento é bastante elevado durante os estádios ninfais. No caso considerado ficou em torno de 91% (tabela 2).

Examinando a tabela 3, nota-se que a esperança de vida de uma po- pulação de Be/ostoma spp. adultos, em aquário, tende a diminuir à medida que o inseto permanece neste meio. A taxa de mortalidade eleva-se, brus- camente, após 3 dias de sobrevivência dos insetos neste meio, permanecendo mais ou menos constante até 10 dias quando atingiu o máximo de 40%. A taxa de sobrevivência mostra-se elevada durante os 3 primeiros dias de vida no aquário, decrescendo gradativamente após.

A curva de sobrevivência da população da tabela 1 demonstra que o número de sobreviventes decresce, expressivamente, com o aumento de idade (Fig. 1). Quando no estado adulto, o número de sobreviventes também decresce com a idade, mas de maneira bem menos expressiva (Fig. 2).

AGRADECIMENTOS

Agradecemos ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico pela renovação, em abril de 1977, da Bolsa de Aperfeiçoamento; ao Prof. Dr. Arno Antonio Lise, nosso orientador; à colega, Prof.? Mestre Hilda Alice de Oliveira Gastal pelas sugestões na elaboração do texto e à Prof.? Dra. Jocélia Grazia por ter-nos iniciado neste tipo de pesquisa.

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

DE CARLO, J. A. 1939. 1. Metamorfosis de Be/ostoma elegans Mayr. II. Belostoma ellip- tıcum Latreille = Belostoma impavidum Torre Bueno. (Hemiptera Belostomatidae). Revta. Soc. ent. argent., Buches Aires, 10(2):231-4, nov. lest.

HUNGERFORD, H. B. 1919. Notes on the aquatic Hemiptera. Kans. Univ. Sci. Bull., Lawrence, 11:141-51, Dec.

LANZER, M. E. B. 1975. Nota prévia sobre o comportamento de Be/ostoma Latreille, 1807 e Lethocerus Mayr, 1853 em aquários e no meio ambiente. Iheringia. Ser. Divulg., Porto Alegre (4):47-50, ago. Itab.

SCHNACK, J.A. 1971. Las ninfas del genero Be/ostoma Latreille (Hemiptera, Belostomatidae). I. Belostoma oxyurum (Dufour) y B. bifoveolatum Spinola. Revta. Soc. ent. argent., Buenos Aires, 33(1/3):77-85, dic.

SILVEIRA NETO, S. et alıi. 1976. Manual de ecologia dos insetos. São Paulo, Agronômica Ceres, p. 176-283.

IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (54):41-46, 20 jan. 1979

46 LANZER DE SOUZA, M.E

estádios ninfais

Fig. |

48 72 120 144 168 192 216 240 264 288

sobrevivência em horas ; & )

Figs. 1-2: Be/ostoma spp. curva de sobrevivência: 1. da população em desenvolvimento pós-em- “brionário, considerada na tabela 1; 2. de adultos considerados na tabela 3.

IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (54):41-46, 20 jan. 1979

Presença de Dendrophryniscus brevipollicatus ESPADA, 1870 no Estado do Rio Grande do Sul, Brasil (Anura, Bufonidae ) *

Pedro Canisio Braun ** Cristina Assunção Sirangelo Braun ***

RESUMO

Os autores comentam o primeiro registro de ocorrência de Dendrophryniscus brevipollicatus ESPADA, 1870 no Estado do Rio Grande do Sul, Brasil, fazendo uma sucinta descrição dos exemplares, bem como tesendo algumas considerações de ordem sistemática, zoogeográfica e ecológica.

ABSTRACT

The authors comment the first occurrence of Derdrophryniscus brevipollicatus ESPADA, 1870 registered in the Rio Grande do Sul state, Brazil, making a succint description of the specimens and, also systematic, zoogeographic and ecologica] considerations.

INTRODUCAO

Dendrophryniscus brevipollicatus foi descrito por ESTADA em 1870, que indicou como localidade-tipo Corcovado, Rio de Janeiro. MIRANDA-RI- BEIRO (1926) dividiu a espécie em três subespécies, que foram invalidadas por COCHRAN (1954). McDIARMID (1971) colocou D. brevipollicatus na família Bufonidae, o que é aceito e corroborado por RUIZ-CARRANZA & HERNANDEZ-CAMACHO (1976). Nesses trabalhos a distribuição geo- gráfica da espécie está restrita aos Estados do Rio de Janeiro e São Paulo. Entretanto, CARVALHO (1949), afirmou ser presumível que D. brevipo- Micatus tenha por área de distribuição toda a cadeia litorânea e contrafortes, a partir do Estado do Espírito Santo até Santa Catarina.

Em recentes coletas no Município de Cambará do Sul, Rio Grande do Sul (RS), foram capturados três exemplares que são descritos aquí, sendo acrescidos alguns dados morfológicos e ecológicos.

- Os espécimens foram depositados na coleção de anfíbios do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul (MCN).

Aceito para publicação em 5/V/1978. Contribuição FZB n.º 087: Realizado, em parte, com auxílio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (FAPERGS Proc. Biol. 163/76).

Técnico Superior Pesquisador do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, Caixa Postal 1188, 90.000 - Porto Alegre, RS, Brasil. Bolsista do Conselho .Nacional de Desenvolvimento Cien- . tífico e Tecnológico (CNPq Proc. 1111.4532/76).

Técrico Superior Pesquisador do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.

IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (54):47-52, 20 jan. 1979

48 k BRAUN, P.C. & BRAUN, C.A.S.

MATERIAL EXAMINADO

MCN 11028 e MCN 11029, fêmeas adultas; MCN 11030, jovem, Itaimbezinho, Municipio de Cambará do Sul, RS, Brasil, 21.X11.1976, S. Scherer & A. A. Lise leg.

DESCRIÇÃO DOS EXEMPLARES

MCN 11029(fig. 1) e MCN 11028, fêmeas adultas: Corpo alongado e esbekto. Cabeça mais comprida que larga, cabendo cerca de três vezes no comprimento do corpo. Focinho ponteagudo com uma depressão central evidente: mandíbula superior projetando-se bastante além da inferior. Narinas laterais, separadas entre si por um espaço menor que a distância olho-narina, e situadas muito próximas da ponta do focinho. Espaço interor- bital quase igual à distância olho-narina. Tímpano invisível. Língua pequena e livre posteriormente. Olhos grandes, laterais, com pupila horizontal e com diâmetro igual ao espaço interocular. Região dorsal apresentando pequenas granulações. Membros superiores formados por braços longos, mãos com dedos finos, palmados na base, sendo o primeiro muito curto. Ponta dos de- dos em forma de T e bastante almofadadas. Tubérculo carpal externo bem desenvolvido, interno ausente. Tubérculos subarticulares com desenvolvi- mento mediano. Membros inferiores com pernas bem desenvolvidas. Pés com dedos palmados pouco mais de 1/4, apresentando tubérculos metatarsais arredondados e salientes. Tubérculo tarsal externo presente, interno quase imperceptível. Calcanhar alcançando a parte anterior do olho. Fêmur maior que a tíbia.

Coloração nos exemplares vivos: Coloração dorsal com fundo esverdeado, sendo visível um X de cor preta, logo atrás da cabeça. Na região sacral aparece uma mancha preta em forma de U invertido. Próximo ao X dorsal, a tonalidade é alaranjada com pequenas pontuações escuras. Nos lados do corpo se destaca uma mancha martom escura. Esta mancha inicia na narina, alcança o olho, e se continua alargando até a metade do corpo para afinar-se em direção à região inguinal. Esta apresenta manchas amarelas bastante nítidas. Nos lados da.cabeca, a tonalidade é amarelada abaixo da linha escura que vai do focinho ao olho. Entre os olhos uma faixa preta que atinge as pálpebras superiores em toda a sua largura. Membros superiores apresentam manchas pretas e alaranjadas, que aparecem até no dorso das mãos. Face inferior dos membros superiores amarelada, com poucas manchas pretas. Face dorsal do fêmur com manchas marrom escuro, intercaladas com tons alaran- jados e esverdeados. uma grande mancha escura na parte: mediana da tíbia. Pés alaranjados, tanto dorsal como ventralmente, e ponta dos dedos avermelhada. Na face ventral dos exemplares vivos, as regiões gular, peitoral e abdominal, apresentam-se amareladas com algumas pontuações pretas. Uma linha muito fina e escura, vai desde a porção mediana da borda do

IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (54):47-52, 20 jan. 1979.

Presença de Dendrophryniscus... 49

maxilar inferior até a região anal. Face interna do fêmur, próxima ao ânus, escura com pontuações amarelas.

Em álcool: A coloração dorsal torna-se de fundo cinzento com as man- chas em X e em U invertido pretas. A mesma mudança verifica-se na face dorsal dos membros superiores e inferiores. Na .coloração ventral nota-se o enfraquecimento da cor amarela e o avivamento das pontuações escuras e da linha mediana.

MCN 11030, jovem: Metamorfoseado pouco tempo, apresentando,

ao vivo, uma coloração dorsal intensamente alaranjada, principalmente na cabeça. Desenhos dorsais nítidos. Região inguinal verde. Coloração ventral amarelada com muitas pontuações escuras. Conservado em álcool adquire a mesma coloração dos adultos nesta condição. Medidas dos exemplares (mm): MCN 11028 - comprimento do corpo 24,4: comprimento da cabeça 8,3; largura da cabeça 7,0; espaço inter- narinas 1,7; distância olho-narina 2,7; distância narina-focinho 1,3; fêmur 11,3; tíbia 10,5; 15,4. MCN 11029 - comprimento do corpo 23,9; com- primento da cabeça 7,9; largura da cabeça 6,9; espaço internarinas 1,6; distância olho-narina 2,6; distância narina-focinho 1,3; fêmur 10,9; tíbia 10,5; 15,1. MCN 11030 - comprimento do corpo 11,7; comprimento da cabeça 4,0; largura da cabeça 3,7; espaço internarinas 0,7; distância olho- narina 1,7; distância narina-focinho 0,5; fêmur 5,3; tíbia 5,2; 7,2.

COMENTÁRIOS FINAIS

Os exemplares foram capturados num local de difícil acesso. Não estavam em bromeliáceas, seu ambiente preferido, mas sobre pedras, de onde saltavam ante qualquer aproximação. Essas pedras estavam encravadas a uma distância de 500 m do fundo de um precipício com cerca de 800 m de profundidade. Essa formação rochosa faz parte dos últimos contrafortes da Serra do Mar que atinge a região nordeste do RS. A temperatura local baixa muito durante a noite e o frio é intenso no inverno, atingindo marcas abaixo de zero grau centígrado. Outros exemplares foram avistados mas nenhum deles estava próximo de bromeliáceas, que são raras no local.

A ocorrência de D. brevipollicatus no RS, amplia significativamente a área de distribuição dessa espécie, confirmando CARVALHO (1949) A penetração ng RS de fauna típica da região sudeste do Brasil, através da Serra do Mar, muito vem sendo constatada pelos autores deste trabalho e tem no registro da ocorrência de D. brevipollicatus um ponto a mais de reforço.

AGRADECIMENTOS

Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico e à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul, respectivamente, pela bolsa e auxílio concedidos; ao Pesquisador Dr. Arno A”. Lise e ao Sr. Schrezino Scherer pela coleta dos exem- plares.

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50 BRAUN, P.C. & BRAUN, CASS.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BOKERMANN, W. C.A. 1966. Lista anotada das localidades tipo de anfíbios brasileiros. São Paulo, RUSP, Serviço de Documentação, 183 p.

CARVALHO, A. L. de 1949. Notas sobre os hábitos de “'Dendrophryniscus brevipollicatus'' ESPADA (Amphibia-Anura). Rev. Bras. Bio/., Rio de Janeiro, 9(2):223-7.

COCHRAN, D.M. 1954. Frogs of southeastern Brazil. Bull. U. $. natn. Mus., Washington (206):10-2.

ESPADA, MJ. de la 1870. Faunae neotropicalis species quae dam nodum cognitae. J. Sci. Math. Phys. Nat. Lisboa, 3(9):57-65. apud COCHRAN D. M., 1954.

LUTZ, B. 1954 Anfíbios anuros do Distrito Federal. Merz. Inst. Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 52(1):155-237.

McDIARMID, R. W. 1971. Comparative morphology and evolution of Frogs of the Neotropical genera Aszelopus, Dendrobhryniscus, Melanophryniscus and Oreophrynell. Bulletin of the Los Angeles County Museum of Natural History, (12):1-65.

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|, 1926. Notas para servirem ao estudo dos Gymnobatrachios (Anura) Brasileiros. Archos Mus. nac., Rio de Janeiro, 27:1-127.

MYERS, G.S. 1946. Lista provisória dos anfíbios do Distrito Federal. Bo/m Mus. nac., Rio de Janeiro (55):1-36.

RUIZ-CARRANZA, M. & HERNÂNDEZ-CAMACHO, J. 1. 1976. Osornophryne, genero nuevo de anfíbios bufonidos de Colombia y Ecuador. Ca/dasia, Bogotá, 11(54): 93-148.

IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (54):47-52, 20 jan. 1979

Desvio ta a IS |

FIG 1

Fig. 1. Dendrophryniscus brevipollicatus ESPADA, 1870 fêmea adulta - MCN 11029; vista dorsal.

IHERINGIA. Sér. Zoal., Porto Alegre (54):47-52, 20 jan. 1979

Considerações sobre Pseudoboa haasi (BOETTGER, 1905 )no extremo sul do Brasil (Ophidia: Colubridae). *

Thales de Lema ** Leonor Alice Matschulat Ely***

RESUMO

O encontro de três especimehs de Pseudoboa haas: (BOETTGER, 1905) no extremo sul do Brasil, um a nordeste do Estado do Rio Grande do Sul, e dois a sudeste do Estado de Santa Catarina, amplia a distribuição geográfica desta espécie para todo o Planalto Meridional Brasileiro, área de ocupação de Araucaria angustifolia (BERTOL.) O. KITZ. A descrição dos referidos exemplares contribui para o conhecimento dessa espécie, que foi pouco estudada até o momento.

ABSTRACT

The encounter and description of three specimens of Pseudoboa haasi (BOETTGER, 1905), captured in extreme southern Brazil, one in northeastern Rio Grande do Sul State, and two in southern Santa Catarina State, enlarges the geographical distribution, and contributes to the knowledge of this species. With this work, its known that it occupies all the occurence region of Araucaria angustifolia (BERTOL.) O. KITZ. There are few data on this species, except the ontogenetic study of AMARAL (1927).

INTRODUÇÃO

Pseudoboa haasi foi descrita por BOETTGER (1905) com base em dois espécimens procedentes do Paraná, Brasil. AMARAL (1927) fez um estudo comparativo da evolução ontogenética de P. haası e Clelia clelia (DAUDIN, 1803), afirmando que diferem basicamente na coloração dos jovens e na duplicidade ou não dos escudos subcaudais, tendo utilizado 16 espécimens de P. haasi da coleção do Instituto Butantan de São Paulo, procedentes do Estado do Paraná e do norte do Estado de Santa Catarina.

AMARAL (1929), em sua lista remissiva, afirmou que P. haası é comum no Paraná e Estados vizinhos. BAILEY (in PETERS & OREJAS-MIRANDA, 1970) constatou que a espécie ocorre nas florestas de araucária do Paraná e região setentrional de Santa Catarina. AMARAL (1977)) apresentou uma estampa colotida, citando que ocorre na zona sul-oriental do Brasil, do Paraná ao Rio Grande do Sul, mas não especificou a procedência do material em que se baseou.

Aceito para publicação em 11/V/1978. Contribuição FZB n.º 088. Pesquisador do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, Caixa Postal 1188, 90.000 Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil. Bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq (Proc. n.º 1111-0019/68). E

*** Bolsista do CNPq (Proc. n.º 1111-10361/76) no Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul.

IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (54):S* 56, 20 jan. 1979

54 LEMA, T. de. & ELY, L.A.M.

Pelo exposto, a ocorrência desta espécie para o sul, além de Santa Catarina setentrional, não está devidamente comprovada. Encontramos três exemplares na coleção herpetológica do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotänica do Rio Grande do Sul (MCN), um do Rio Grande do Sul (RS) e dois de Santa Catarina (SC), justamente das áreas não registradas com base em espécimens. O exame dos mesmos mostrou aspectos que não seguem exatamente os dados citados nos trabalhos anteriores, evidenciando o pouco conhecimento que se tem da espécie.

DESCRIÇÃO DOS EXEMPLARES

I. MCN 4097 - Criciúma, Município de Criciúma, SC; 16.X.1973; V. Zanetti leg. Filhote, macho.

Morfologia: Cabeça grande, larga, arredondada.

Folidose: Dorsais 19-19-17. Supralabias 7/7, I-V/III-V em contato com a örbita. Infralabiais 8/9, I-V/I-V em contato com mentais anteriores. Temporais 2 + 3/2 +3. Ventrais 1 + 197 + anal. Subcaudais 78.

Medidas: Comprimento da cabeça 16mm, do tronco 324mrı, da cauda 93mm, total 433mm. Relações: Cabeça/total 0,0369, tronco/total 0,746, cauda/total 0,21.

Coloração: Cabeça: preta do focinho até a parte anterior dos parietais, e branca daí para trás até 3 escamas vertebrais. Zona vertebral: parda escura, estreitando-se para trás, inicialmente da largura de 9 fileiras de dorsais, passando para 7 no meio do tronco e para trás. Zona pleural: rosada, da largura de 5 fileiras de dorsais. Ventre: branco marfim.

H. MCN 6553 - BR 101 (Km 28), entre Osório e Capão da Canoa, Município de Osório, RS; 09.X.1977; T. de Lema leg. Jovem, macho. Morta na estrada, esmagada parcialmente pelo tráfego, encontrada às 11h30min.

Medidas: Apenas o comprimento caudal, cerca de 230mm.

Coloração: Cabeça: preta uniforme, sem vestígios do anel nucal branco. Zona vertebral: preta luzidia, da largura de 9-7-3 filas de dorsais, sendo da largura de 7 filas na maior parte do corpo, passando para 5 no terço final e 3 apenas na zona pré-anal. Zona pleural: vermelha, ocupando 5-7 filas de dorsais em cada lado. As margens da faixa preta vertebral são irregulares, com manchas pretas pequenas, que vão diminuindo de tamanho e espaçando-se gradativamente para o ventre sobre o lado vermelho. Ventre: branco marfim.

III. MCN 6636 Baixo Jordão, Siderópolis, Município de Criciúma, SC; 08.XI1.1977; T. de Lema leg. Jovem, macho. Estava sob um pedaço de tronco de árvore tombado sobre a grama na margem da rodovia, às 14h, em dia de sol forté e temperatura elevada. Inicialmente, mostrou movimentos lentos, depois movimentos rápidos e bruscos.

Morfologia: A cabeça é bastante larga e arredondada, bem como propor- cionalmente maior do que no espécime MCN 4097.

Folidose: Dorsais 19-19-17. Supralabiais 7/7, IV/IV em contato com a órbita. Infralabiais 7/7, I-IV/IL-IV em contato com os mentais anteriores.

IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (54):53-56, 20 jan. 1979

Considerações sobre Pseudoboa haası... 55

Temporais 2+2+2/2+2+2. Ventrais 1+ 197 +anal. Subcaudais 56+n (cauda mutilada na extremidade).

Medidas: Comprimento da cabeça 18mm, do tronco 422mm, da cauda 108mm +n (mutilada), total 548mm + n. Relações: Cabeça/ total 0,032, tronco/total 0,77, cauda/total 0,197. Comparando a relação cauda/total com a do espécime MCN 4097 é possível deduzir que é pequena a parte que falta da cauda.

Coloração: Cabeça: preta anteriormente, com larga faixa branca no meio dos parietais até 3 escamas vertebrais. Zona vertebral: escura, mais larga anteriormente ocupando 11-7-5-3 filas de escamas dorsais. Zona pleural: rosa forte da largura de 4-6-7-8 filas de dorsais de cada lado. Ventral: branco marfim.

NOTAS BIOLÓGICAS

Apenas AMARAL (1927) escreveu sobre a biologia da espécie, afirman- do que P. haası é frequentemente encontrada sobre arbustos e árvores e que se alimenta de pequenas aves. Este autor concluiu que P. haasi possuí sub- caudais ímpares devido ao tipo de vida arboricola, diferenciando-se de C. clelia, que vive no chão e possuí subcaudais pares. Em 1977, na legenda da estampa citada, afirmou que esta espécie é terrestre e onicarnívora. Por outro lado, em ambos os trabalhos ele manteve as duas espécies, C. clelia e P. haası, no gênero Pseudoboa SCHNEIDER, 1801, alegando que a presença de subcaudais pares e ímpares depende de fatores biológicos e não tem valor para a diferenciação genérica, mas sim, específica. Isto é contraditório uma vez que o próprio autor reconheceu que ambas as espécies são terrestres.

DISCUSSÃO E CONCLUSÕES

Segundo AMARAL (1927) a coloração indica a idade e, neste caso, os dois espécimens MCN 4097 e MCN 6636 seriam determinados como recém- nascidos. Isto não é correto, porque estes exemplares apresentam um porte maior que o dos recém-nascidos, possuindo colar nucal branco bastante largo. No citado trabalho, AMARAL diz ter examinado 16 espécimens, afirmando que, a coloração pleural desde que nascem até a fase etária média, é rosada, sendo invadida gradativamente pela melanina à medida que crescem, restan- do 2 a 3 filas paraventrais de cada lado de cor ligeiramente pardacenta. Outrossim, afirma que a região vertebral é inicialmente pardacenta, tornan- do-se parda anegrada no porta médio, chegando ao negro luzido nos adultos bem desenvolvidos. No espécimen MCN 6553, do Rio Grande do Sul, o lado pleural é vermelho vivo e a região vertebral preta luzidia, e nos dois espé- cimens de Santa Catarina a região vertebral é preta fosca, quase cinzenta, nunca pardacenta. Na estampa de AMARAL (1977) o ventre é amarelado, mas nos três espécimens aqui examinados e pelos dados de BOETTGER (1905), a coloração ventral é branco marfim.

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56 LEMA, T. de. & ELY, L.A.M.

O material examinado e os raros dados publicados não permitem con- clusões maiores sobre a variação observada. De qualquer forma, é possível notar uma gradação cromática nos espécimens distribuídos de norte a sul: os do Paraná possuem a zona vertebral pardacenta e os lados rosados, os de Santa Catarina possuem a zona vertebral preta ruça com os lados rosados, e no do Rio Grande do Sul a zona vertebral é preta luzidia e os lados ver- melhos. Apesar desta espécie ocupar a região do Planalto Meridional Bra- sileiro, não é inviável pensar-se em, pelo menos, duas raças geográficas, uma no Paraná e outra no Rio Grande do Sul, sendo Santa Catarina uma área de intergradação.

Se realmente esta espécie é comum, como está registrado por AMARAL (1929), seria desejável o exame de maior número de espécimens. No Rio Grande do Sul ela parece ser rara, ocorrendo no extremo nordeste.

A região do Baixo Jordão situa-se na encosta do Planalto Meridional do Brasil, e Criciúma logo abaixo do Planalto em direção ac litoral. As ocorrên- cias registradas pelos poucos autores que se ocuparam desta especie, são todas do Planalto (Paraná e norte de Santa Catarina).

A ocorrência em Osório, RS, constata o que vimos observando com outras espécies de répteis, isto é, representantes típicos do Planalto que se dispersam para o sul através das chamadas Encostas Superior e Inferior do mesmo, que apresentam um aspecto orográfico escalariforme, isto é; uma sucessão decrescente de elevações que partem do Planalto e atingem a Depressão Central, favorecendo a descida da fauna reptante da parte alta para a parte baixa.

A distribuição geográfica da espécie fica, pois, documentada para todo o Planalto Meridional Brasileiro, justamente na área de ocupação conhecida de Araucaria .angustifoha (BERTOL.) O. KITZ, como afirmou BAILEY (op. cit.).

AGRADECIMENTOS

Agradecemos ao Diretor do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul pela franquia dos laboratórios e coleções científicas.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AMARAL, A. do 1926. 3.2 Nota de nomenclatura ophiologica: 1) Sobre a preferencia do nome generico ‘‘Pseudoboa’’ SCHNEIDER, 1801, a '“Clelia'' FITZINGER, 1826 e “Oxyrhopus' WAGLER, 1830. Revista do Museu Paulista, São Paulo, 14:10-13.

. 1927. Estudo comparativo da evolução ontogenetica de Pseudoboa cloelia (DAUD., 1803) e P. haasi (BOETTGER, 1906). Revista do Museu Paulista, São Paulo, 15:105-10, il.

—— . 1929. Estudos sobre ophidios neotropicos. XVII Valor systematico de varias formas de ophidios neotropicais. Memorias do Instituto Butantan, São Paulo, 4:3-68.

. 1977. Serpentes do Brasil. Iconografia colorida. (Brazilian snakes: a color iconography). São Paulo, Melhoramentos. 247p., 164est.

BOETTGER, O. 1905. Zoologischer Anzeiger, Berlin, 29:374 [microfilme.

PETERS, J. A. & OREJAS-MIRANDA, B. 1970. Catalogue of the Neotropical:Squamata. Part I. Snakes. Bulletin of the United States National Museum, Washington (297):1-347, il.'

IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (54):53-56, 20 jan. 1979

Algumas esponjas monaxonidas (Porifera: Demonspon- giae )do litoral sul do Brasil, Uruguai e Argentina. *

Beatriz Mothes de Moraes ** Sheila Marques Pauls ***

RESUMO

É confirmada a ocorrência de Suberites caminatus RIDLEY & DENDY, 1886 para o litoral uruguaio (34º 19'S - 51° 42’ W) e Tedania massa RIDLEY &: DENDY, 1886 para a desembocadura do Rio de La Plata (35º43'S - 53º08'W). Registra-se pela primeira vez a ocorrência de Pseudosuberites melanos LAUBENFELS, 1934 para o litoral sul-brasileiro (32º 44' S - 51º 47'W), o que vem ampliar a distribuição geográfica desta espécie. No presente estudo são descritas as estruturas esqueletais e outros caracteres-morfológicos.

ABSTRACT

Description of skeletal structure and morphological characteristics of several specimens of Tedania massa RIDLEY & DENDY, 1886 (35° 43' S - 53°08’W); Suberites caminatus RIDLEY & DENDY, 1886 (34º19'S - 51º42'W) and Pseudosuberites melanos LAUBENFELS, 1934 (32º44'S - 51°47’W) dredged from south Brazilian to Rio de La Plata coastal waters come to enlarge original descriptions and geographical distribution for those species. Pseudosuberites melanos has its first record of occurrence for the Atlantic South American coast.

INTRODUÇÃO

Vimos nos dedicando até o presente ao estudo de esponjas marinhas da costa sul-brasileira, no entanto, o encontro de espécimes coletados no litoral do Uruguai e da Argentina, levaram à realização do presente trabalho, ampliando o conhecimento da fauna bêntica desta porção do litoral sul- atlântico.

Em 1876, por ocasião da passagem da expedição científica “Challenger” pelo litoral uruguaio, foram coletados espécimes de Suberites caminatus RIDLEY & DENDY, 1886 e Tedania massa RIDLEY & DENDY, 1886.

BURTON (1940), estudando as esponjas marinhas depositadas no Museu Argentino de Ciências Naturais, registrou a ocorrência de T. massa para a costa uruguaia e argentina.

Durante a 1 e II Campanhas Oceanográficas do Museu Rio-Grandense de Ciências Naturais, atual Museu de Ciências Naturais (1954 e 1964) foram coletados vários espécimes de T. massa no litoral uruguaio e dois espécimes

Aceito para publicação em 15/VIII/1978. Contribuição FZB n.º 108

** Pesquisador do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, Cx. Postal 1188, 90000 Porto Alegre, RS, Brasil. Bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (T.C. n.º 14821/74).

*** Bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (T.C. n.º 825/74).

IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (54):57-66, 20 jan. 1979

58 MOTHES DE MORAES, B. & PAULS, S.M.

de Pseudosuberites melanos LAUBENFELS, 1934, no litoral do Rio Grande do Sul em frente ao farol Sarita.

Em 1968 e 1972, nos “Programas do Rio Grande do Sul I e II’, rea- lizados através do convênio entre o Grupo Executivo do Desenvolvimento da Pesca (RS) e o Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo, foram coletados espécimes de T. massa e S. caminatus, confirmando registros anteriormente citados.

VOLKMER-RIBEIRO et alii (1973) haviam registrado a ocorrência do gênero Pseudosuberites TOPSENT, 1898 para a costa do Rio Grande do Sul.

Em 1973 BOURY-ESNAULT, estudando o material recolhido pelo navio oceanográfico '*Calypso”” (1961-1966) na costa atlântica da América do Sul, “cita a ocorrência de 6. caminatus para a costa brasileira na região compreen- dida desde o Rio de Janeiro até o Rio Grande do Sul.

MATERIAL E MÉTODOS

Os exemplares estudados estão conservados em álcool 70% e depositados na coleção de Porifera do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul.

O método usado nas preparações de dissociação espicular segundo MOTHES DE MORAES (prelo).

Os desenhos dos espículos foram elaborados em microscópio biológico Zeiss binocular, com câmara clara.

Abreviaturas usadas no texto: Est., estação oceanográfica; N/0c., navio oceanográfico; MEN, Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotänica do Rio Grande do Sul.

Pseudosuerites TOPSENT, 1898 Pseudosuberites melanos LAUBENFELS, 1934

(Fig. 1-2)

Pseudosuberites melanos LAUBENFELS, 1934:9: DESQUEYROUX, 1972315: Pseudosuberites pseudos DICKINSON, 1945:38.

MATERIAL EXAMINADO: MCN 130 (lote-com 7 espécimes), 32º44'S - 51° 47’W, 30m de profundidade, 23/VII/1959, navio pesqueiro ''Pescal II’’.

Foram examinados sete espécies inteiros, com formas que variam da subesférica a hemisférica. Os exemplares medem 7 cm de comprimento, 5,5 a 9 cm de largura e 4 a 9 cm de altura.

O material fixado tem cor marrom-escura nas bordas que delimitam a porção externa da esponja, e amarelada na porção interna.

O córtex da esponja apresenta consistência rígida enquanto que o coanosoma apresenta-se flexível.

IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (54):57-66, 20 jan. 1979

“Algumas esponjas monaxonidas... 59

A superfície da esponja é coberta por papilas, que têm em média 2 mm de diâmetro, sendo equidistantes entre si.

Na porção superior das papilas ocorrem ósculos, na sua maioria cerrados, no material fixado.

O esqueleto apresenta um córtex formado por uma densa camada de espículos longos e robustos, do tipo tilóstilo, perpendiculares à superfície da esponja. O coanosoma apresenta uma rede difusa de espículos delgados, do mesmo tipo do córtex.

ESPÍCULOS Megascleras: tilóstilos longos, robustos ou delgados, retos ou com uma discreta curvatura, apresentando as extremidades gradualmente aguçadas. Podem ocorrer malformações (tamanho: 374 a 529 micrômetros de comprimento e 4 a 17 micrômetros de largura).

COMENTÁRIOS Os espécimes foram coletados com rede de arrasto na costa do Rio Grande do Sul, em frente ao farol Sarita. Este é o primeiro registro da espécie para a costa atlântica sul-americana.

Em alguns espécimes observa-se a presença de poliquetos na porção inferior da esponja. t

Os espécimes estudados apresentam os ósculos em sua maioria fechados.

Os exemplares identificam-se com os descritos por LAUBENFELS (1934), DICKINSON (1945) e DESQUEYROUX (1972), diferindo destes apenas no que tange à cor dos espécimes e tamanho dos espículos. A cor observada,nos espécimes difere daquela descrita por LAUBENFELS como sendo preta, porém é idêntica àquela citada por DICKINSON e DESQUEYROUX. O - tamanho dos espiculos é maior do que os descritos por LAUBENFELS, DIC- KINSON e DESQUEYROUX.

DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA Estados Unidos (Baixa Califórnia), México (costa do Oceano Pacífico), Antilhas e Chile (Valparaiso a Chiloe). DISTRIBUIÇÃO BATIMÉTRICA Ocorre geralmente em águas rasas, em profundidade nunca superiores a 30 m.

Suberites NARDO, 1833 Suberites caminatus RIDLEY & DENDY, 1886

(Fig. 3-4)

Suberites caminatus RIDLEY & DENDY, 1886:484; 1887:198; SHAW, 1927:436; KOLTUM, 1964:25; BOURY-ESNAULT, 1973:277.

MATERIAL EXAMINADO: MCN 432 (lote com 2 espécimes), Est. 441, 34° 19'S - 51°42’W. 196m de profundidade, 31/X/1968, N/Oc. “'Prof. W. Besnard.’’

Os espécimes observados apresentam forma hemisférica. O tamanho dos exemplares varia entre 1,0 a 1,1 cm de diâmetro e 0,7 a 0,8 cm de altura.

A cor do material fixado é branco-acinzentado na porção externa e levemente amarelada na porção interna.

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60 MOTHES DE MORAE, B. & PAULS, S.M. O 535333535 EEE

“Em um dos espécimes foi observado na porção superior uma projeção tubular com um ósculo aberto na extremidade. Os exemplares apresentam consistência levemente endurecida na zona do córtex e delicada no coano- soma.

O esqueleto da esponja é formado por espiculos do tipo tilóstilo. Os do córtex apresentam-se de tamanho pequeno e formam uma densa camada com disposição perpendicular a superfície. Os espículos do coanosoma são maiores, dispostos em feixes que se abrem para fora em forma de leque, apresentando orientação perpendicular ou oblíqua em relação ad córtex. Estes espículos, por serem às vezes muito longos, atravessam as paredes do córtex e se projetam: além'da superfície externa que delimita a esponja.

ESPÍCULOS Megascleras: a) tilóstilos robustos, retos ou com uma discreta curvatura próxima à região basal; a porção apical apresenta-se arredondada ou levemente triangular (tamanho: 165 a 399 micrômetros de comprimento e 6 a 14 micrômetros de largura): b) tilóstilos delgados, retos, gradualmente aguçados em direção ao ápice, ocorrendo um discreto espessamento na porção mediana; a porção apical apresenta-se oval ou levemente pontiaguda (ta- manho: 902 a 1536 micrômetros de comprimento e 9 a 20 micrômetros de largura).

COMENTÁRIOS Os espécimes foram coletados no litoral uruguaio. Os exemplares estão fixados sobre fragmentos de conchas de moluscos e tubos de poliquetos:

Os especimes estudados säo semelhantes aos citados por RIDLEY &

DENDY (1886, 1887), SHAW (1927) e BOURY-ESNAULT (1973), apenas diferindo no tamanho dos espículos, que são maiores do que os aqui observados. Porém KOLTUM (1964) revela a ocorrência de espículos bem menores que os examinados no presente trabalho. DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA Ilhas Marion e zonas próximas às Ilhas de Kerguelen e Ilha Heard (Oceano Índico); Tasmânia (Ilha Maria), Brasil (Sarita-RS ao Rio de Janeiro-RJ), Argentina (frente a desembocadura do Río de La Plata), Oceano Antártico.

DISTRIBUIÇÃO BATIMÉTRICA Varia de 5 até 1080 metros de profun- didade.

Tedania GRAY, 1867 Tedania massa RIDLEY & DENDY, 1886

(Fig. 5-8)

Tedania massa RIDLEY & DENDY, 1886:335; :1887:53; BURTON, 1940:106.

MATERIAL EXAMINADO: MCN 146, 36º22'S - 53º39'W, 142m de profundidade; 15/VII/1964, navio pesqueiro “'Pescal II”: MCN 158, 35º50'S - 53°17’W, 130m de profund., 13/VII/1964, navio pesqueiro “'Pescal II’’, MCN 159, 36º07'S - 53º26'W 157m de profund., 15/VII/1964, navio pesqueiro ‘'Pescal II’’; MCN 160, 36º15'S - 53º30'W, 144m de profund.,

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Algumas esponjas monaxonidas... : en

16/VII/1964, navio pesqueiro “'Pescal II’’; MCN 170, 35º44'S - 53°08’W 144m de profund., 13/VII/1964 navio pesqueiro ‘‘Pescaf II’’; MCN 172, Punta Negra (Uruguai), 33m de profund., 11/1961, R. Pontes leg.; MCN 405, Est. 1869, 35º43'S - 53º22'W, 99m de profund., 12/VIII/1972, N/Oc. “'Prof. W. Vesnard’’; MCN 462, 36º06'S - 53°21’W, 144m de profund., 14/VII/1964, navio pesqueiro ‘‘Pescal II’’.

Os exemplares examinados apresentam forma lobosa. O tamanho oscila entre 3,5 a 13cm de comprimento, por 2,5 a 10 cm de largura e 1,5 a 4,5 cm de espessura.

A cor do material fixado varia entre amarelo-pardacenta a rosada sendo que em algumas partes da superfície ocorre uma tonalidade mais escura.

Os ósculos' estão distribuídos pela superfície ou dispostos em série na margem dos lobos da esponja, com tamanho variando de 2,5 a 3,0 mm de diâmetro. |

A consistência dos espécimes é bastante delicada tanto externa quanto internamente. A superfície é lisa, apresentando regiões levemente híspidas devido às projeções de alguns espículos, que atravessam a parede externa da esponja.

Próximo à superfície, mais precisamente na membrana dermal, ocorrem espículos do tipo tornote, os quais dispõem-se em pequenos feixes divergen- tes. Um pouco abaixo desta camada, encontram-se escleras do tipo räfides, muito longas, dispostas em feixes equinados, que podem ter orientação perpendicular ou paralela à superfície da esponja. No coanosoma encontra-se uma rede irregular de espículos do tipo estilo, os quais algumas vezes mis- turam-se com ráfides.

ESPÍCULOS Megascleras: a) estilos longos, robustos, retos ou ligeiramente curvos, apresentando uma extremidade aguçada e outra arredondada (ta- manho: 270 a 310 micrômetrs de comprimento e 11 a 15 micrômetros de largura); b) tornotes longos, delgados, retos, com extremidades abruptamen- te pontiagudas, podendo ocorrer malformações (tamanho: 219 a 250 mi- crômetros de comprimento e 4 a 9 micrômetros de largura).

Microscleras: ráfides longas, muito finas, retas ou ligeiramente curvas, algumas apresentam a superfície rugosa com extremidades gradualmente aguçadas (tamanho: 214 a 250 micrômetros de comprimento). COMENTÁRIOS Os espécimes foram coletados entre o Uruguai e o nordeste da Argentina, mais precisamente frente a desembocadura do Río de La Plata. Alguns espécimes apresentam associações com poliquetos.

Os exemplares assemelham-se aos descritos por RIDLEY & DENDY (1886, 1887), principalmente quanto à disposição dos espículos e seus carac- teres morfológicos. Entretanto diferem da descrição original por apresentarem os espículos menores.

DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA Sudeste da Austrália, Uruguai, Argen- tina, Ilhas Malvinas, Estreito de Magalhães, Oceano Antártico. DISTRIBUIÇÃO BATIMÉTRICA Varia de 90 a 1097 m de profundidade.

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AGRADECIMENTOS

Deixamos registrado o nosso reconhecimento a Profa. Dra. Cecilia Volkmer Ribeiro pela orientação recebida.

Agradecemos a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul pelo auxílio recebido para aquisição de bibliografia.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

BOURY-ESNAULT, N. 1973. Spongiaires. In: CAMPAGNE DE LA ‘'CALUPSO’’ AULARGE DES CÓTES ATLANTIQUES DE L'ÁMERIQUE DU SUD (1961-1962). I. Resultats scientifiques des campagnes de la “Calypso”. Paris, Masson. fasc. 10, p. 277.

BUCKUP, L. &THOMÉ, J. W. 1962. A viagem do ''Pescal II’’ em julho de 1959. Iheringia. Série. Zool., Porto Alegre (20):1-42, jan. 2est., 1 mapa.

BURTON, M. 1940. Las esponjas marinas del Museo Argentino de Ciencias Naturales. An. Mus. argent. Cienc. nat., Buenos Aires, 40:95-121, est.1-8.

DESQUEYROUX, R. 1972. Demospongiae (Porifera) de la costa de Chile. Gayana. Zoologia, Concepción (20):3-71.

DICKINSON, M.G. 1945. Sponges of the gulf of California. Azlan Hancock Pacific Expedition, Los Angeles, 11(1):1-251, pl. 1-97.

KOLTUM, V. M. 1964. Sponges of the Antartic. Part. 1. Tetraxonida and Corr acuspongida. Issledonáâniya Fauny Morei, Moskva, 62(10):6-11G, fig. 1-25, pl. 1-15.

LAUBENFELS, M.W. de. 1934. New Sponges from Purto Rico Deep. Smithsonian masc. Collns., Washington, 91(17):1-28.

MOTHES DE MORAES, B. Esponjas Tetraxonidas do litoral sul brasileiro: II. Material coletado pelo N/Oc. ''Prof. W. Besnard’’ no PRGS I. Bol. Inst. Oceanogr., São Paulo, 27(2). no prelo

RIDLEY, S.O. & DENDY, A. 1886. Preliminary report ón the Monaxonida collected by H.M.S. “Challenger”. Ann. Mag. nat. Hist. Série 5, London, 18:325-51,470-93.

1887. Reporton the Monaxonida. In: THE VOYAGE OF H. M.S. CHALLENGER DURING OF THE YEARS 1873-76. Report on the scientific results; zoology. London. H. M. S. Government. v. 20, p. 53-4,.198-9.

SHAW, M. L. 1927. On a collection of sponges from Maria Island, Tasmania..Proc. zoo/. Soc. Lond., (1/2):419-39, pl. I.

VOLKMER-RIBEIRO, C. et alli. 1973. Nota preliminar sobre Porifera. Relatório sobre a segunda pesquisa oceanográfica e pesqueira do Atlântico Sul entre Torres e Maldonado (lat. 29°S - 35ºS), Programa Rio Grande do Sul II'' Publicação especial Instituto oceanográfico, São Paulo (3,pt.1):233-7.

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Algumas esponjas monaxonidas... 63

FIG.!

somm SOMM

e f n 2 b - rıo.2

Figs. 1-2: Pseudosuberites melanos LAUBENFELS, 1934 - MCN 130: 1. Dois espécimes em

vista dorsal; 2. espiculos: a-f. tilöstilos; g-1. extremidade dos tilöstilos; m. malformação na

extremidade de um tilóstilo; n. malformação de um tilöstilo.

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ER í N (oh \ \ 1 y 1 y v E al ° Lo) d x o a x e É o en N | É \ NDA 1 N, ı NA ] ) A Ro b

6.4 q E ; I Figs. 3-4:Suberites caminatus RIDLEY & DENDY, 1886 - MCN 432: 2. espécime em vista lateral, na parte superior uma projeção tubular com um ósculo; 4. espículos em câmara clara: a-

b. tilóstilos delgados; c-f. diferentes extremidades de tilóstilos delgados; g-i. tilóstilos robustos; j. extremidade de um tilöstilo.

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Algumas esponjas monaxonidas... 65

Fig.6

Figs. 5-6: Tedania massa RIDLEY & DENDY, 1886 - MCN 405; 5. conjunto de ósculos dispostos em série; 6. MCN 159a e 405b.

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66 MOTHES DE MORAES,B. & PAULS, S.M.

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Figs 7-8: Tedania massa RIDLEY & DENDY, 1886: 7. MCN 405 evidenciando a forma lobosa; 8. MCN 159a e 405b espículos: a-b. estilos; c. extremidade de um estilo: d-e. malformações em extremidades de estilos; f-g. tornotes; h. extremidade de tornote; i-j. räfides.

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Tomisideos Neotropicais I: Onocolus garruchus sp.n (Araneae - Thomisidae - Stephanopsinae) ..*

Arno Antonio Lise **

RESUMO

Um novo tomisideo, Oroco/us garruchus, descrito para o Brasil. Tanto o macho quanto a, fêmea são ilustrados em todos os caracteres morfológicos considerados de valor sistemático.

ABSTRACT

A new Thomisidae Oroco/us garruchus, is described from Brazil. Both, male and female are ilustrated on all morphological characters considered of sistematic value.

INTRODUCAO

O presente trabalho é o primeiro de uma série a qual tem por objetivo revisar todos os gêneros que integram a subfamília Stephanopsinae.

Em dezembro de 1975 teve-se a oportunidade de capturar em Garru- chos, distrito de São Borja, Rio Grande do Sul, Brasil, farto material ara- neológico dentre o qual destacou-se um número significativo de espécimes do gênero Onocolus SIMON, 1895 o qual, na ocásião, era objeto de um trabalho revisivo.

O estudo dos representantes do gênero, coletados, permitiu a iden- tificação de duas espécies simpátricas das quais uma, Onoco/us echinicauda era conhecida, descrita que fora por MELLO-LEITÃO em 1929. A segunda espécie, motivo do presente trabalho, que não foi possível identificar com nenhuma das espécies conhecidas, é considerada como nova e designada de O. garruchus em homenagem à localidade tipo.

MATERIAL E MÉTODOS

O material examinado procede dos Estados de Pernambuco e Rio Grande do Sul, encon- trando-se os exemplares depositados respectivamente, no Museum National d'Histoire Naturelle de Paris, França (MNHN) e no Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul (MCN).

As medidas estão expressas em milímetros e foram aferidas com ocular micrométrica utili- zando-se um microscópio estereoscöpico ‘Olympus SZ III’

Aceito para publicação em 01/1X/1978. Contribuição FZB n.º 111. Parte da tese defendida e aprovada em Concurso à Livre-Docência em Zoologia, realizado de 18 a 20 de abril de 1977. na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS).

Técnico Superior Pesquisador do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul (FZB), Caixa Postal1188,90.000 Porto Alegre, RS, Brasil.

Professor Titular das Disciplinas de Carcinologia e Aracnologia do Curso de Pós-Graduação em Biociências, Área de Zoologia da PUC-RS/FZB

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68 LISE, A.A.

As ilustrações foram elaboradas pelo autor, utilizando um microscópio estereoscópico Wild- M5, com câmera clara.

Onocolus garruchus sp.n. (Figs. 1-15)

MATERIAL TIPO. Holótipo Q n.º 4207, Alötipo Jn.? 4208, e parätipos 1 Q n.º 4209, 1Q n.º 4212, 39 d n.º 4210, 1 -n.° 4211, todos procedentes de Garruchos, São Borja, Rio Grande do Sul, Brasil, 6.X11.1975, A. Lise Leg. (MCN)

LOCALIDADE TIPO. Garruchos, São Borja, Rio Grande do Sul, Brasil.

DESCRIÇÃO: a Fêmea

Comprimento total: 6,200 mm.

Cefalotórax, esterno, lâminas maxilares, lábio, pedipalpo, quelíceras e pernas amarelas claras. Ao vivo o cefalotórax e as pernas apresentam-se sal- picadas de pequenas manchas verde azuladas, muito claras.

Abdômen: dorso branco leitoso manchado de marrom; laterais e ventre amarelo esbranquiçado; tubérculos laterais e posterior, pardo amarelados; fiandeitas amarelas.

Cefalotórax tão longo quanto largo (2,650), delgado (1,375). Dorso levemente convexo, quase plano praticamente liso apenas com diminutís- simas cerdas na curvatura posterior. Região cefálica estreita, muito projetada para a frente, de lados quase paralelos.

Olhos anteriores em fila recurva, os médios muito menores do que os laterais (0,075 x 0,125). Olhos médios separados entre si por dois diâmetros e dos laterais por um diâmetro.

Olhos posteriores em fila reta, iguais entre si e do mesmo tamanho dos olhos médios anteriores. Os médios separados entre si por dois diâmetros e dois terços (0,200) e dos laterais por dois diâmetros (0,150).

Area ocular média levemente mais larga do que alta (0,375 x 0,350), mais estreita na região anterior (0,325), totalmente lisa, apresentando apenas duas pequenas cerdas, medianamente, atrás dos OMA e mais uma fila curva de pequenas cerdas entre os OLA e os OLP.

Clípeo- proclive, transversalmente convexo, com dois tubérculos me- dianos-na borda inferior, munido de cerdas curvas para dentro. Ladeando os tubérculos medianos, existe uma série linear de cerdas, muito menores do que aquelas, todas emergindo de pequenos tubérculos. Altura do clípeo muito menor do que a fila dos olhos médios (0,200 x 0,325), duas vezes e dois terços maior do que o diâmetro dos OMA e, de altura igual à distância que separa os OMP entre si da mesma altura do trapézio formado pelos olhos anteriores.

Esterno mais longo doque largo (1,250 x 1,050), levemente convexo, de bordas laterais pouco recortadas, região anterior levemente entalhada e posterior arredondada.

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Tomisídeos NeorropicaisI. Omocolus... | ©

Lâminas maxilares quase duas vezes mais longas do que largas (0,625 x 0,325), convergentes, de ápice arredondado, com pêlos apicais na promar- gem. Lábio bem mais largo do que longo (0,475 x 0,350), de ápice arredon- dado, com uma fila transversal de pêlos apicais.

Quelíceras curtas e muito grossas (0,750 x 0,500) de face anterior munida de alguns diminutos tubérculos dos quais emergem longas e finas cerdas.

Abdômen pentagonal, mais longo do que largo, (3,600 x 3,400), pouco espesso (2,000) e pouco quitinizado. Dorso convexo, todo revestido por cerdas que emergem de tubérculos de tamanhos variáveis, mais abundantes e maiores nas bordas anterior, laterais anteriores e declive posterior. Tubérculos laterais bem salientes, cônicos, rugosos, munidos de tubérculos setíferos dos quais emergem cerdas espiniformes. Tubérculo posterior muito longo, cô- nico, de ápice arredondado, rugoso, todo revestido de tubérculos encimados por cerdas espiniformes. Faces laterais e ventral revestidas por pêlos curtos. Epígino formado por duas espermatecas situadas logo à frente da prega epigástrica. Bulbos espermáticos pequenos e esféricos, situados na frente das espermatecas. Aberturas de fecundação muito pequenas e de difícil 'visua- lização situadas entre as espermatecas e os bulbos espermäticos.

Perna.l: fêmur com inúmeros e fortes tubérculos munidos de curtas e grossas cerdas nas faces anterior e. posterior. Os da face posterior menores e menos abundantes. Patela com três filas longitudinais de cerdas na face posterior. Tíbia quase cilíndrica, não arqueada e nem escavada, com 1-2-2 espinhos anteriores, o ímpar, ântero-dorsal, é bem menor. Na face posterior, assim como na patela, existem três filas longitudinais de tubérculos munidos de cerdas espiniformes, sendo a fila mediana muito mais evidente do que as outras duas, apresentando de cada lado desta, no terço basal, grupos de tricobótrias. Basitarso com 2-2-2 fortes espinhos anteriores. Todas as demais faces com cerdas e' pêlos. Medianamente, na face posterior, quatro tri- cobótrias. Tarso de ápice um pouco mais dilatado que a base, com duas ou três tricobótrias apicais na face posterior, fascículo sub-unguenal, pouco evidente, unhas tarsais pectinadas.

Perna II: fêmur semelhante ao da perna I, apresentando um menor número de tubérculos e de cerdas. Patela igual a I. Tíbia com 1-2-2 espinhos anteriores, o ímpar, ântero-ventral. Basitarso com 2-2-2 fortes espinhos anteriores e mais 1-1 dorsais, um quase mediano e o outro no terço apical.

Perna III e IV: fêmures e patelas quase múticas. Tíbia com alguns tubér- culos na face posterior e oito tricobötrfas medianas. Basitarsos e tarsos com duas tricobótrias na face posterior e com grossos pêlos curvos na face anterior.

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70 LISE, A.A.

Pedipalpo: fêmur com alguns tubérculos apicais com pequenas cerdas. Comprimento 0,500, diâmetro 0,225. Patela de comprimento maior do que a largura (0,425 x 0,300) com tubérculos setíferos dofsais. Tíbia de mesmo comprimento e largura da patela, com oito tricobótrias dorsais, quatro de cada lado. Tarso de comprimento duas vezes maior do que a largura (0,500 x 0,250) densamente revestido de cerdas e pêlos.

b Macho

Comprimento total: 3,000 mm

Cefalotórax amarelo, fortemente sombreado de marrom escuro, bordas laterais e região mediana dorsal quase negras. Esterno amarelo muito claro, orlado de negro. Lâminas maxilares e lábio pardo amarelados. Quelíceras e pedipalpo amarelos, sombreados de marrom. Perna I e II amarelas, inten- samente sombreadas de marrom muito escuro. No terço basal dos fêmures existe um espaço não sombreado de marrom de modo a formar uma faixa transversal amarela. Perna III amarela clara com-a tíbia levemente manchada de marrom. Perna IV amarela clara com o fêmur e basitarso muito inten- samente manchados de marrom quase negros. Abdômen de «dorso amarelo reticulado de negro, com duas manchas circulares, quase centrais de cor' parda. Laterais quase negras com uma faixa amarela longitudinal no limite com a face dorsal, a qual se estende dos ângulos anteriores até os tubérculos, laterais. Ventre quase negro, com filas longitudinais de pequenas manchas circulares amarelas. Região situada à frente da prega epigástrica amarela. Fiandeiras amarelas uenegridas, revestidas por pêlos negros, rodeadas por um saliente anel quitinoso.

Cefalotórax tão longo quanto largo (1,325), espesso (0,750), fortemente quitinizado. Dorso muito convexo, densamente granuloso, apresentando um forte tubérculo com grossa cerda atrás dos OLP, e mais três filas longitudinais de tubérculos munidos de grossas cerdas, dispostas em forma de tridente de base posterior e ainda em série de tubérculos menores a nível da curvatura posterior. Borda do declive posterior com um rebordo us muito pronunciado sobre o pedicelo.

Região cefálica bem demarcada, mais saliente do que o resto do cefa- lotórax, estreita e muito projetada para diante, de lados não paralelos.

Olhos anteriores dispostos em fila levemente recurva, os médios um pouco menores do que os laterais (0,075 x 0,090). Olhos médios separados

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Ainzisideas Neommpieais1/Omosolan.. O MA

entre si por um diâmetro e um terço (0, 100) e por apenas dois terços de diâmetros (0,050) dos laterais. Olhos posteriores dispostos em fila reta, iguais entre si e do mesmo tamanho dos olhos médios anteriores. Olhos médios separados entre si por dois diâmetros e, dos laterais por um diâmetro e dois terços, (0,125).

Área ocular média tão longa quanto. larga (0, 275), levemente mais estreita na região anterior (0,250), granulosa, com três tubérculos de cada lado, dispostos transversalmente entre os OLA e OLP, o externo muito maior do que o médio e bem maior do que o interno. No centro da área ocular média, atrás dos OMA, existe mais um par de potentes tubérculos: munidos de grossas cerdas dirigidas para diante.

Clípeo vertical transversalmente convexo, muito granuloso, com dois fortes tubérculos medianos na borda inferior, munidos de longas e grossas cerdas. Medianamente, no espaço que separa a borda do clípeo das quelí- ceras, existe uma formação cônica fortemente quitinosa. Altura do clípeo muito menor do que a fila dos OMA (0,150 x 0,250), equivalente a dois diâmetros dos olhos médios anteriores, de altura igual à distância que separa os OMP entre si, e mais baixo do que o trapézio formado pelos olhos anteriores (0,175 x 0,150).

Esterno ligeiramente mais longo do que largo (0,625 x 0,600), levemen- te convexo e piloso. Região anterior escavada, laterais recortadas e ápice arredondado.

Lâminas maxilares muito mais longas do que largas (0,275 x 0,175), convergentes, de ápice arredondado, com pêlos apicais na borda interna.

Lábio muito mais largo do que longo (0,250 x 0,150), de ápice arredon- dado, munido de uma fila transversal de pêlos. Quelíceras curtas e grossas (0,325 x 0,250), com a face anterior armada de pequenos tubérculos setíferos.

Abdômen pentagonal, tão longo quanto largo (1,600), não muito espesso (1,000). Borda anterior estreita, reta, munida de grossos tubérculos armados de potentes cerdas espiniformes, o mesmo acontecendo com as bordas laterais anteriores. No declive posterior, os tubérculos são mais abundantes dispostos em filas transversais e, as cerdas muito proeminentes. Laterais lisas. Ventre revestido por grossos pêlos negros. Tubérculos laterais quase cilíndricos, muito proeminentes, dispostos em ângulo de 45 graus em relação ao plano dorsal do abdômen e dirigidos para trás. Tubérculo posterior cônico, maior do que os laterais. Todos os tubérculos muito ornados de grossíssimas cerdas espiniformes.

Perna I: fêmur com dois potentes tubérculos munidos de grossissimas cerdas espiniformes na margem dorsal da face anterior e uma fila longitu- dinal de tubérculas bem menores na margem ventral. Face posterior com duas filas longitudinais, a ventral com um maior número de tubérculos, todos munidos de grossas cerdas. Patela de face posterior fortemente tuber- culada, com grossas cerdas. Tíbia muito dilatada, fortemente arqueada com 2-2-2 potentes espinhos anteriores. O par apical bem menor do que os outros

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72 LISERRARAS

dois, com o espinho dorsal fixo e o ventral articulado. Apicalmente apresenta ainda um par de tubérculos com grossas cerdas espiniformes. Face posterior com uma fila longitudinal mediana de tubérculos, todos munidos de poten- tes cerdas espiniformes. No terço basal ocorrem oito tricobótrias, quatro de cada lado da linha longitudinal média. Basitarso nitidamente menos dilatado do que a tíbia, com 2-2-2 longos e finos espinhos anteriores, sendo o par basal muito maior. Face posterior com alguns tubérculos setíferos pequenos e duas tricobótrias medianas. Tarso levemente mais dilatado no ápice, com fascículo sub-unguenal pouco denso e duas tricobótrias no terço apical. Unha interna multidentada e externa tridenteada.

Perna II: fêmur semelhante ao da perna I porém, com os tubérculos e as cerdas anteriores bem menores. Tibia igual a da perna I porém, com os três pares de espinhos anteriores articulados. Os demais artículos iguais 'aos do primeiro par de pernas.

Pernas III e IV: fêmures sem tubérculos ou, se ocorrem, são muito pequenos. Patela com grossos tubérculos posteriores munidos de cerdas. Tíbia arqueada, com 2-1-2 tubérculos posteriores. Abaixo do ímpar, que é me- diano, existe uma ätea com várias tricobótrias. Basitarso com algur s pequenos tubérculos e duas tricobótrias na face posterior, a apical muito longa e curva. Face anterior com longos e grossos pêlos curvos apicais. Tarso uniformemente dilatado, com grossos pêlos anteriores e longa tricobótria apical na face posterior. Unhas com dois dentes.

Tíbia Tarso

0,500 0,400

0,500

Pedipalpo: femur de comprimento superior a duas vezes o diämetro (0,350 x 0,150), com vários tubérculos setíferos dorsais e dorso-laterais. Patela de comprimento um pouco maior do que a largura (0,175 x 0,125), com tubérculos dorsais e Yorso-laterais- dispostos em filas longitudinais, todos munidos de cerdas. Tíbia de comprimento e largura na base do tarso: iguais (0,150), apresentando uma apófise retro-lateral cujo comprimento correspon- de aos dois terços do comprimento tíbia. Apófise curva, com uma con- cavidade retro-lateral longitudinal e um forte dente curvo basal. Tarso quase tão longo quanto largo (0,350 x 0,300), muito espesso (0,225). O “'embo- lus’’ é curto, descrevendo uma curvatura de 180º.

DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA. Brasil: Pernambuco, Serra do Comonati; Rio Gtande do Sul, Garruchos, onde é simpátrica com O. echinicauda MELLO-LEITÃO, 1929.

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Tomisídeos Neotropicais I. Onocolus... 73

DISCUSSÃO TAXONÖMICA. Espécie próxima à O. echinicauda, da qual as fêmeas se diferenciam por terem: cerdas bem mais grossas porém em menor número; o abdômen mais longo do que largo, com ombros bem salientes; clípeo um pouco mais alto e levemente proclive; as tíbias I e Il com 1-2-2 espinhos anteriores; genitália com espermatecas anteriores muito pequenas, esféricas, com póros de fecundação logo atrás destas, com um canal muito curto que as penetra pela face ventral. Por sua vez o macho tem: cefalotórax bem mais cerdoso e mais granuloso com cerdas dispostas em filas longitudinais; abdômen mais alongado, com tubérculos laterais e posterior mais robustos armados de cerdas mais longas e muito mais grossas; clípeo com apenas duas cerdas na borda inferior; todos os tubérculos e cerdas da fronte maiores e mais espessos e a apófise tibial de palpo menor.

MATERIAL EXAMINADO

BRASIL: Pernambuco, Serra do Comonati, 1 d n.º 17254-A, (MNHN).- Rio Grande do Sul, São Borja, Garruchos, 1Q n.º 4207, 1d$ n.º 4208, 19 n.º 4209, 1Q n.º 4212, 39 d n.º 4210,1d n.º 4211, 6.X11.1975, A. Lise leg. (MCN).

NOTAS ECOLÓGICAS

A localidade de Garruchos situa-se à margem esquerda do Rio Uruguai. Em dezembro de 1975, durante os dias que estivemos, tanto a temperatura quanto a umidade relativa do ar mantiveram-se sempre elevadas, a primeira entre os 30°C e 35°C e a segunda em torno dos 80%. Após às 9 horas e até por volta das 17 horas, tornava-se bastante penosa qualquer atividade de campo, mesmo no interior das matas face ao calor sufocante. Todos os exemplares foram .capturados em vegetação de até 2 metros de altura, geral- mente nas bordas das matas, onde a vegetação arbustiva mostrava-se mais densa e o calor e a lumínosidade mais intensos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Tomisideos Neotropicais I. Onocolus... 75

wu)

3mm 3

0,25mm

Figs. 1-6: Onocolus garruchus sp.n. parátipo fêmea MCN 4209; 1. vista dorsal; 2. vista ventral; 3. vista de perfil; 4. cefalotórax.em vista frontal; 5-6. genitália: 5. vista ventral; 6. vista

dorsal.

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Figs. 7-15: Onocolus garruchus sp.n. parátipo macho MCN 4211: 7. vista dorsal; 8. vista ventral; 9. vista de perfil; 10. cefalotórax em vista frontal; 11-14. pedipalpo: 11. vista dorsal; 12. vista ventral; 13. vista prolateral; 14. vista retrolateral; 15. vista-retrolateral, expandido.

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Sobre a validade dos nomes Elapomorbhus bilineatus DUMERIL, BIBRON & DUMERIL, 1854 e E. /emniscatus DUMÉRIL, BIBRON & DUMERIL, 1854 (Ophidia: Colubridae). *

Thales de Lema **

RESUMO

São redescritos os tipos de E/apomorphus bilineatus e Elapomorphus lemniscatus, ambos de DUMERIL, BIBRON & DUMERIL (1854), concluindo-se que o tipo da primeira é um híbrido - entre duas subespécies da espécie, a qual passa a chamar-se E/apomorphus lemniscatus.

ABSTRACT

The author presents the redescriptions of the type specimens of E/apomorphus bilineatus and E/apomorphus lemniscatus, both of DUMÉRIL, BIBRON & DUMERIL (1854), and con- cludes by the change of the name. E. bilineatus by E. lemniscatus, because the type of the first isa hybrid between two geographic races of this species.

INTRODUÇÃO

Elapomorphus bilineatus foi descrita por DUMERIL, BIBRON & DUMÉRIL (1854) com base em apenas um espécime procedente de Corrien- tes, Argentina. Na mesma obra segue-se a descrição de E. /emniscatus, tam- bém com base em um espécime sem procedência, mas trazido da América do Sul por Charles Darwin.

Posteriormente foram descritas outras espécies, E. reticulatus PETERS, 1860. (um espécime), E. zheringii STRAUCH, 1885 (um espécime), Phalotris melanopleurus COPE, 1885 (dois espécimes), E. trilineatus BOULENGER, 1889 (um espécime), E. spegazzinii BOULENGER, 1913 (um espécime), E. suspectus AMARAL, 1924 (um espécime) e E. boJlei MERTENS, 1954 (um

espécime).

Com exceção de E. bollei, as demais foram sinonimizadas com E. Dr- lineatus por AMARAL (1930), o qual afirmou que, por ser espécie de hábitos subterrâneos, era passível de grandes variações e que havia examinado muitos exemplares de coleções norte e sul-americanas, não tendo encontrado di- ferenças suficientes para seu isolamento em espécies. Desde então, a espécie vem sendo citada como E. bilineatus, exceto PRADO (1940, 1945), que revalidou E. /emniscatus e E. trilineatus, e considerando E. bilineatus como própria da Argentina.

Aceito para publicação em 12/1X/78. Contribuição FZB n.º 112

Pesquisador do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, Caixa Postal 1188, 90000 Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil. Bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq. Proc. 1111-6090/76).

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78 LEMA, T. de.

LEMA (1970) dividiu a espécie previamente em três subespécies: E. bilineatus bilineatus, E. bilineatus lemniscalus e E. bilineatus reticulatus. A subespécie Azlineatus foi considerada apenas com base no holótipo de DUMÉRIL, BIBRON & DUMERIL, pois, naquela ocasião, não havia exa- minado nenhum espécime procedente da Argentina, país em que foi cap- turado o citado holótipo.

Posteriormente, LEMA (ms.a) examinou espécimes da Argentina e concluiu pela sinonimizacäo de E. bo/lei com E. bilineatus. Concluiu, tam- bém, pelo reconhecimento de nova subespécie, E. huintatus spegazzini, na sinonímia do qual colocou E. bo/lei.

Finalmente, LEMA (ms.b), após rever o tipo de E. suspectus e examinar diversos espécimes do oeste argentino, concluiu pela descrição de nova subes- pécie, E. bilinea us suspectus.

Graças à gentileza do Dr. Jean Guibe, do Museum National d'Histoire Naturelle de Paris (MHNP), pudemos examinar os tipos de DUMÉRIL, BIBRON & DUMERIL, redescrevendo-os e concluir sobre a validade do nome da espécie sensu AMARAL (1930).

REDESCRIÇÃO DO HOLÓTIPO DE E. bilineatus

MHNP 3667 Adulto, fêmea (provavelmente). Província de Corrien- es, Argentina; sem data; A. D’Orbigny leg. Pele sem crânio, cauda vazia; em seco.

Lepidose. Rostral grande, triangular, forma a ponta do focinho, atinge e sobrepassa levemente o frontal. Internasais pequenos, triangulares, bas- tante isolados entre si pelo ápice do rostral, não havendo sutura entre os internasais. Supra-oculares pequenos. Pré-frontal grande, largo. Frontal pequeno, pentagonal, largo: o comprimento é a metade do comprimento dos parietais; a largura é a mesma de um parietal. Parietais muito grandes, ocupando cerca de metade do comprimento da cabeça. Nasal grande, inteiro, diminuindo de altura para trás e contactando com pré-ocular. Este é pe- queno, único, alto e forma o canthus, do mesmo tamanho que os dois pós- oculares juntos. Pós-oculares 2/2. Ocular pequeno, reentrante. Supralabiais 6/6, II e II tocando a órbita, altos, os medianos são os maiores; V supralabial esquerdo toca o temporal anterior e toca também o parietal. Temporais 1-1 à direita e 0-1 à esquerda. Temporal anterior direito é mais longo e baixo, enquanto que os da esquerda são curtos e altos. Infralabiais 7/7, os quatro primeiros tocam os mentais anteriores. Estes são maiores que os posteriores. Pré-ventrais 1-2, ventrais 214, anal partido; anomalia do CXI ao CXV: do CXI ao CXIII vão se estreitando, e do CXIV em diante vão se alargando, os ventrais estreitos possuem comprimentos diferentes; o anal é longo, igual ao CCXIV. Ventral pré-anal muito pequeno e estreito (ázigo), de posição mediana, de forma igual ao CCIV. Perianais 4/4, o IV esquerdo após fenda

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anal. Subcaudais 21/21, terminal de comprimento igual aos dois últimos subcaudais esquerdos.

Morfologia. Cabeça ovóide, um pouco alongada. Tronco longo como nas demais espécies do gênero.

Medidas (em mm): comprimento da cabeça, 5: do tronco, 312: da cauda, 21; total, 341.

Coloração. Cabeça preta, com algumas manchas claras esparsas em cima. Focinho marmorizado de castanho e claro até o frontal. Região gular preta. Anéis nucais ausentes. Linha preta mediana nucal presente. Região vertebral de coloração parda clara (descorada), com pigmentos pretos conden- sados ou não, irregularmente, em pontos maiores. Zona paraventral creme, de largura de 1/2 +3 dorsais. Linha preta pleural da largura de 1/2 + 1/2 dorsais, estas sem debrum claro. Ventrais com manchas pretas semilunares, com margens irregulares, cada uma ocupando cerca de 40% nos escudos do início do ventre, aumentando a mancha para trás até 65% de cada escudo ventral. Subcaudais pretos nas margens internas, formando, no conjunto, uma linha em ziguezague mediana subventral.

REDESCRIÇÃO DO HOLÓTIPO DE E. /emniscatus

MHNP 3668 Filhote, macho. ''Amérique du Sud”; sem data (viagem do “H. M. Beagle”); C. Darwin leg. Conservado em líquido.

Lepidose. Rostral isolado do pré-frontal pelos internasais. Sutura entre internasais longa e inclinada. Supralabiais 6/6, II-III tocando órbita, infralabiais 7/7, I-IV tocando os mentais anteriores. Temporais 1-1/1-1. Mentais anteriores maiores que posteriores. Pré-oculares 1/1. Pós-oculares 2/2. Pré-ventrais 2. Ventrais 192, anal inteiro (anomalia). Subcaudais 2/2+2+24/24=2 inteiros e 26 pares. Terminal de comprimento igual ao dobro do último subcaudal esquerdo. Perianais 4/4 + 1/1, isto é, o quinto par após a fenda anal, que pode ser considerado como o primeiro de sub- caudais.

Morfologia. Cabeça longa. Tubérculos nos perianais dispostos em séries transversais, tubérculos nas dorsais lätero-anais (um por escama).

Medidas (em mm). Comprimento da cabeça, 9; do tronco, 215; da cauda, 25; total, 249. Dimensões da cabeça: largura maior (parietais), 4; largura menor (narinas), 2; altura maior (parietais), 3; altura menor (nari- nas), 2.

Coloração. Cabeça castanha enegrecida uniformemente na face dorsal. Focinho escuro, malhado de creme sujo. Região gular levemente melânica. Região vertebral com três linhas pretas longitudinais da largura de 2/3+1+2/3 dorsais cada uma; linha pleural com pontos pretos na parte superior das dorsais adjacentes à margem inferior da linha. Coloração pri- mária da região vertebral branco sujo (descorada), sem pigmentação distinta. Anel branco nucal da largura de 2 + 1/2 dorsais da linha vertebral; anel preto

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80 LEMA, T. de. nucal da largura de 3 dorsais. Vestígio anterior e posterior da linha preta mediana nucal no anel branco. Ventre com manchas pretas, ocupando, cada uma, cerca de 70% de cada ventral na porção anterror do ventre, aumentan- do gradativamente para trás e chegando a ocupar cerca de 90% da área de cada escudo. As manchas ventrais possuem formato retangular inicialmente, passando gradativamente a semilunares posteriormente. Subcaudais melä- nicos.

DISCUSSÃO E CONCLUSÕES

Face aos trabalhos anteriormente citados (LEMA, 1970; ms. a, b), o holótipo de E. bilineatus apresenta caracteres de E. bilineatus suspectus e de E. bilineatus sbegazzinti, tratando-se, pois, de um híbrido. De acordo com o Código de Nomenclatura Zoológica, em seus Artigos 1 e 17 item 2, o nome E. bilineatus não pode ser aplicado para a espécie e passa para a sinonímia de E. lemniscatus, que é o seguinte disponível. Também passa para a sinonimia das duas subespécies que deram origem a esse híbrido.

Por outro lado, o tipo de E. /emniscatus não é o ideal porque, além de não ter procedência, é um filhote, bem como apresenta elevado teor de melanina, destoante da normalidade.

Pretendemos sanar isso com um estudo revisivo com base em material colecionado em todo o território ocupado pela espécie, brevemente.

Com base no exposto e em material até agora observado, apresentamos, previamente, as distribuições geográficas das subespécies:

a. Elapomorphus lemniscatus lemniscatus DUMÉRIL, BIBRON & DUMÉRIL Pampas do Brasil (Rio Grande do Sul) e Uruguai.

b. Elapomorphus lemniscatus reticulatus PETERS Planalto Meri- dional Brasileiro.

c. Elapomorphus lemniscatus sbegazzintt BOULENGER Pampas da Argentina em direção ao centro e nordeste deste país.

d. Elabomorbhus lemniscatus suspectus AMARAL Distrito Suban- dino, na Argentina, dispersando-se para leste e nordeste até Corrientes.

AGRADECIMENTOS Agradecemos de forma especial ao Dr. Jean Guibé, do Museu de História Natural de Paris, pelo empréstimo dos tipos. \ REFERENCIAS BIBLIOGRÄFICAS AMARAL, A. do. 1930. Estudos sobre ophidios neotropicos. XVII-Valor systematico de värias formas de ophidios neotropicais. Memórias do Instituto Butantan, São Paulo, 4:3-68.

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——. (ms.b). O status de E/apomorphus suspectus AMARAL, 1924 (Ophidia: Colubridae). Comunicações do Museu de Ciências da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre [no prelo ].

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do Parque Zoológico HÉLIO FERNANDO SARAIVA

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Estatutos Decreto RS 22.683/73).

RHBL!S ADO COM AUXILIO se eng! E “UIONAL DE MSENVOLVE SID CI? Cir CD E Ro, VOLÓGICO Processo n.º 2222.1584/78

Notas sobre a distribuição de Corythomantıs greeningi BOULENGER, 1896 e Aparasphenodon brunoi MIRANDA-RIBEIRO, 1920 (Amphi- bia, Hylidae).*

Iyan Sazima ** Adão José Cardoso ***

RESUMO

São registradas as ocorrências de Corythomantis greeningi BOULENGER, 1896 em Chapadinha, Maranhão e de Aparasphenodon brunoi MIRANDA-RIBEIRO, 1920 em Ubatuba, São Paulo. São feitas, também conside- rações sobre a distribuição geográfica e os ambientes ocupados por estes dois hilídeos.

ABSTRACT

The occurrence of Corythomantis greeningi BOULENGER, 1896 in Chapadinha, Maranhão (northeastern Bra- zil) and of Aparasphenodon brunoi MIRANDA-RIBEIRO, 1920 in Ubatuba, São Paulo (southeastern Brazil) are registered. Considerations about the distribution and habitats of these two hylid frogs are made.

INTRODUÇÃO

A localidade tipo de Corythomantis greeningi BOULENGER, 1896 consta apenas co- mo “Brazil” (BOULENGER, 1896), sendo pouco conhecida a distribuição geográfica deste hilídeo. MIRANDA-RIBEIRO (1926) citou Rio de Janeiro como local de ocorrência da espécie e CARVALHO (1941) examinou exemplares procedentes de Pernambuco e Ceará. SCHUBART (1942) citou a ocorrência de C.greeningi em diversas localidades de Pernambuco, inclusive o agreste e a zona da mata. BOKERMANN (19664) comentou que o tipo desta espécie poderia ser proveniente da região nordeste.

A distribuição conhecida de Aparasphenodon brunoi MIRANDA-RIBEIRO, 1920 tem como limite norte a cidade de Linhares, Espírito Santo (BOKERMANN, 1966b) e ao sul a cidade de Rio de Janeiro, Rio de Janeiro (COCHRAN, 1955).

A captura de exemplares destas duas espécies em localidades ainda não citadas am- pliam a sua distribuição geográfica conhecida e fornecem informações sobre os seus habi- tats.

MATERIAL E METODOS

As observações no ambiente natural e as coletas foram realizadas à noite, segundo os métodos tradicionais. Um exemplar de C. greeningi foi capturado em 26 de janeiro de 1976, à noite, enquanto atravessava estrada de terra em Chapadinha, Maranhão. Dois casais de C. greeningi foram coletados em 11 de janeiro de 1977 no Parque Na- cional de Sete Cidades, Piauí. Em 22 de setembro de 1976, obtivemos dois exemplares de A. brunoi na praia do Lázaro, Ubatuba, São Paulo.

Material examinado:

BRASIL:

MARANHÃO: Chapadinha, 26/1/1976, A. J. Cardoso & W. Uieda leg (ZUEC 3907)

PIAUÍ: Piracuruca, Parque Nacional de Sete Cidades, 11/1/1977, W. Uieda & A. Stort Filho leg (ZUEC 4004- 5). PARAÍBA: Piancó (WCAB 4941-71). PERNAMBUCO: Exu (WCAB 39217).

* Aceito para publicação em 21/VIIl/1978 ** Professor Assistente do Departamento de Zoologia, Universidade Estadual de Campinas, 13100 Campinas, São Paulo *** Bolsista da Coordenadoria de Aperfeiçoamento do Pessoal do Ensino Superior (CAPES), processo 2692/77 UNICAMP

IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 3-7: 25 fev. 1980.

Zu Ud SAZIMA, I. & CARDOSO, A.].

BAHIA: Paulo Afonso (WCAB 30984). Maracás (WCAB 31108-11). Caranaíba (WCAB 43869-72). Encruzilhada (WCAB sem número).

SÃO PAULO: Ubatuba, praia do Lázaro, 22/IX/1976, I. Sazima-& M. Sazima leg (ZUEC 3924-5).

As siglas utilizadas são: ZUEC (Departamento de Zoologia, Universidade Estadual de Campinas) e WCAB (Coleção Werner C. A. Bokermann, São Paulo).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Chapadinha, Maranhão (03º44'S, 43º22'W/) passa a ser a localidade mais setentrional conhecida para Corythomantis greeningi, até o momento. A vegetação do local consiste principalmente de árvores e arbustos típicos da formação de cerrado, embora esta seja uma região de transição entre caatinga, cerrado e floresta (BRASIL Dep. Nac. Prod. Min., 1975). Trata-se de uma fêmea adulta (Fig. 1) com 72mm de comprimento total. Em vida, o seu colorido dorsal era pardo claro com diversas manchas esparsas de formato irregular e dimensões variadas, algumas vermelho tijolo e outras, menores, pardo escuro. Ventralmente, o colorido era branco acinzentado. A íris era amarelo ouro, com vermicu- lado mais escuro. No álcool, as manchas vermelhas desaparecem e o dorso torna-se mais escuro, com poucas manchas pequenas, mais escuras. Em cativeiro, o animal apresenta movimentos lentos, embora se desloque com facilidade sobre o solo ou ramos de vegeta- ção baixa, quando no ambiente natural. Dois casais procedentes do Parque Nacional de Sete Cidades foram encontrados sobre troncos caídos acima de um pequeno riacho, não se tendo ouvido o canto nupcial. C. greeningi foi também encontrado na localidade de Encruzilhada, Bahia, em região limítrofe com Minas Gerais (Werner C. A. Bokermann, in litteris ) localidade mais meridional conhecida para este anuro (Fig. 3).

C. greeningi parece ser uma espécie de distribuição relativamente ampla, ocorrendo desde o Maranhão até a Bahia e, provavelmente, norte de Minas Gerais, habitando a caatinga e parte do cerrado, que são formações vegetais abertas. A ocorrência de C. greeningi no Rio de Janeiro, citada por MIRANDA-RIBEIRO (1926), parece-nos muito improvável, em vista desta espécie habitar regiões secas e formações vegetais abertas. Na restinga, onde estas condições seriam parcialmente preenchidas, Corythomantis é substi- tuído por Aparasphenodon, gênero próximo e possivelmente oriundo do mesmo ances- tral comum (TRUEB, 1970).

A localidade mais meridional conhecida para Aparasphenodon bruno! passa a ser Ubatuba, São Paulo (23º30'S, 45º07'W) onde coletamos dois exemplares, à noite, que estavam em atividade sobre folhas de bromélias terrestres nos fundos de uma casa de praia. À vegetação do local consistia orginariamente de restinga, mas atualmente se en- contra modificada e parcialmente urbanizada. Um dos exemplares obtidos (Fig. 2), uma fêmea subadulta (ZUEC 3925), mede 63mm de comprimento total e o outro, um juve- nil (ZUEC 3924) mede Simm. |

A maior parte da restinga na região de Ubatuba está sofrendo profundas alterações, fato que poderá levar ao desaparecimento uma boa parte de sua fauna característica, in- clusive A. brunoi, à semelhança do que vem acontecendo em diversos ambientes da bai- xada fluminense (IZECKSOHN, 1971).

A. bruno parece ser uma espécie restrita à faixa costeira desde o Espírito Santo até São Paulo, habitando a restinga, embora possa penetrar na mata, como em Linhares (BO- KERMANN, 1966b). E possível que este hilídeo seja encontrado também no sul da Ba- hia. :

AGRADECIMENTOS

Agradecemos ao Prof. Eugênio Izecksohn, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro e a Werner C. A. Bokermann, da Fundação Parque Zoológico de São Paulo, pelas sugestões, em-

IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (55): 3-7: 25 fev. 1980.

Notas sobre a distribuição de... -

préstimo de material e leitura do manuscrito. À família Joly somos gratos pelas facilidades em Uba- tuba. À Marlies Sazima, Wilson Uieda e Atílio Storti Filho somos gratos pela ajuda no trabalho de campo e parte do material aqui referido.

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

BOKERMANN, W.C.A. 1966a. Lista anotada das localidades tipo de anfíbios brasileiros. São Paulo, Universidade de São Paulo. 183p.

1966b. Notas sobre Hylidae do Espírito Santo (Amphibia, Salientia). Revta. bras. Biol., Rio

de Janeiro, 26(1):29-37.

BOULENGER, G.A. 1896. Descriptions of new Batrachians in the British Museum. Ann. Mag.

nat. Hist., London, 6(17):401-6.

BRASIL. Departamento Nacional de Produção Mineral. Projeto RADAN. 1975. Mapa Fitoecolögi- co do Estado do Maranhão. Rio de Janeiro, Instituto de Recursos Naturais. 1 mapa. Escala 1:1.000.000.

CARVALHO, A.L. 1941. Notas sobre os gêneros Corythomantis Boulenger e Aparasphenodon Miranda Ribeiro. Papéis Dep. Zool., São Paulo, 1(14):101-10.

COCHRAN, D.M. 1955. Frogs of southeastern Brazil. Bull. U. S. natn. Mus., Washington,

(206):1-423,

IZECKSOHN, E. 1971. Sobre a distribuição de alguns anfíbios anuros descritos da baixada flumi- nense, Estado do Rio de Janeiro, Brasil. Arquivos da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, 1:5-7.

MIRANDA-RIBEIRO, A. 1926. Notas para servirem ao estudo dos Gymnobatrachios (Anura)

brasileiros. Archos. Mus. nac., Rio de Janeiro,27:1-227.

SCHUBART, O. 1942. Fauna do Estado de Pernambuco e Estados limítrofes. Segunda lista. Bolm. Mus. nac., Rio de Janeiro, 14/17:23-61, 1938-1941.

TRUEB, L. 1970. The evolutionary relationships of casque-headed treefrogs with co-ossified is (family Hylidae). Univ. Kans. Publs Mus. nat. Hist., 18:547-716.

IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 3-7: 25 fev. 1980.

6 SAZIMA, I. & CARDOSO, A.].

ut,

Fig. 1: Corythomantis greeningi, fêmea ad 72mm

ulta, de Chapadinha, Maranhäo. Comprimento total:

Fig. 2: Aparasphenodon brunoi, fêmea subadulta, de Ubatuba, São Paulo. Comprimento total: 63mm É

IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (55): 3-7: 25 fev. 1980.

Notas sobre a distribuição de... -

48º

45º +0º

C. greeningi

©) NA A. brunoi

45°

48°

Fig. 3: Distribuição geográfica conhecida para Corythomantis greeningi (círculos) e Apa- rasphenodon bruno! (triângulos) Símbolos cheios: material examinado Símbolos ocos: dados de literatura

IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 3-7; 25 fev. 1980.

na u É RR & qt! = 3% = \ x x ? E ê h

u

Notas sobre a biologia de tanatofídios criados em cativeiro 2? parte. (Ophidia Elapidae e Viperidae). *

Moema Leitão de Araujo * * Leonor Alice Matschulat Ely * **

RESUMO

No presente trabalho são descritas observações referentes à alimentação, extração, muda e longevidade de Ela- pidae e Viperidae, criados em cativeiro durante 68 meses. É abordado também o desenvolvimento de duas ninha- das de Bothrops alternatus/DUMÉRIL, BIBRON & DUMERIL, 1854 e duas de Crotalus durissus terrificus (LAU-

RENTI, 1768). ABSTRACT

The present paper describes observations concerning to feeding, extraction, molth and longevity of Elapidae and Viperidae mantained in captivity during 68 months. The development of two Bothrops alternatus

RIL, BIBRON & DUMERIL, 1854 and two Crotalus durissus terrificus (LAURENTI, 1768) broods is also related.

INTRODUÇÃO

Foram observados 189 exemplares de tanatofídios pertencentes às espécies e subespé- cies Micrurus frontalis altirostris (COPE, 1860), Bothrops alternatus DUMERIL, BI. BRON & DUMERIL, 1854, Bothrops cotiara (GOMES, 1913), Bothrops jararaca (WIED, 1824), Bothrops jararacussu LACERDA, 1884, Bothrops neuwiedi paranaensis AMARAL, 1925, Bothrops neuwiedi pubestens (COPE, 1870) e Crotalus durissus terrificus (LAURENTI, 1768).

Os dados referem-se à alimentação (número de presas ingeridas, média do tempo de morte da presa, média do tempo total de alimentação e datas alimentares preferidas), extrações (número), muda (época, estado), longevidade e crescimento de quatro ninha- das nascidas em laboratório.

A biologia dos ofídios brasileiros tem sido, até o momento, pouco estudada. O pri- meiro trabalho digno de nota é de AMARAL (1918-24) sobre a alimentação dos ofídios do Brasil, onde ele os classifica pelo seu alimento predileto. Segundo este autor a escas-

sez de observações biológicas parece estar ligada a vários fatores, entre os quais o perigo a que frequentemente estão sujeitos aqueles que se dedicam a esse gênero de estudo. Também o fato de que, quase sempre, o encontro de serpentes em seu próprio habitat e em suas atitudes típicas, está ligado a circunstâncias inteiramente ocasionais.

SERIÉ (1919) realizou observações sobre alimentação de 50 espécies de ofídios, algu- mas feitas com exemplares mantidos em cativeiro e outras através de dissecação do trato estomacal de espécimens depositados em diversas coleções.

PIZA Jr. (1930) referiu-se à muda, reprodução e alimentação (hábitos e comporta- mento).

WESTIN FILHO (1941) tratou sobre muda. alimentação e tratamento de serpentes em cativeiro de uma forma bastante generalizada.

* Contribuição FZB 116. Aceito para publicação em 13-11-1978.

** Técnico Superior Pesquisador do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotänica do Rio Grande do Sul, Caixa Postal 1188, 90.000 Porto Alegre, RS, Brasil.

as Bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, CNPq (Processo 1111.10.361/76), no Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul.

IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (55):9 - 26; 25 fev. 1980.

10 LEITÃO DE ARAUJO, M. & ELY, L.A.M. SS

OLROG (1953-59) observou. a alimentação e comportamento de um exemplar de Crotalus durissus terrificus. Posteriormente, ampliou estes dados acrescentando notas so- bre exemplares de Bothrops neuwiedi meridionalis MULLER, 1885 e Bothrops

alternatus.

BELLUOMINI & HOGE (1957 58) realizaram observações sobre hábitos alimenta- res de sucuris (Eunectes murinus (LINNAEUS, 1758)) em cativeiro. Em 1959, BELLUO- MINI et alii referiram-se a seis ninhadas desta mesma serpente.

SILVA Jr. (1965) abordou, de uma maneira generalizada, a alimentação, reprodução

e longevidade. ;

LEMA (1971) referiu-se de maneira geral à alimentação de tanatofídios.

LANGLADA (1973) estudou as anomalias congênitas de uma ninhada de cascavéis, além de constatar desvios de comportamento, hábitos e reações nos mesmos exemplares, por comparação com indivíduos normais. ; j

ARAUJO & PERAZZOLO (1974) abordaram alimentação (hábitos), nascimentos de ninhadas, temperatura e muda de tanatofídios em cativeiro.

MATERIAL E MÉTODOS

Os exemplares estudados foram criados em gaiolas de madeira de 50cm x 25cm x 28cm e em aquários de vidro com tampa de teia de 100cm x 50cm x 60cm. Primeiramente foram criados em uma sala especial nas dependências do Museu de Ciências Naturais, sendo após, transferidos para o biotério do Parque Zoológico, situado no Mu- nicípio de Sapucaia do Sul, ambos órgãos pertencentes à Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul.

As observações foram realizadas desde a data de entrada do exemplar até a data de sua morte.

A temperatura ambiente foi aferida com um termômetro de mercúrio sendo mantida, com o auxílio de uma es- tufa, sempre entre 20 e 30ºC.

As extrações, bem como os métodos de secagem e estocagem da peçonha, correspondem aos descritos por LEITÃO-ARAUJO etalii(1976).

Os exemplares foram alimentados, quinzenalmente, com uma ou mais presas de cada vez. À água foi trocada diariamente e mantida toda a assepsia.

As medidas de comprimento foram tomadas em centímetros, as de massa em gramas, as de tempo em minutos e a longevidade em meses (exceto em alguns filhotes nascidos em cativeiro que foram em dias).

As mudas foram consideradas da seguinte maneira: ótima, a muda inteira; regular, a un completa e péssima, a fragmentada.

As siglas utilizadas na citação do material observado são as seguintes: RS- Estado do Rio Grande do Sul, Brasil; SC- Estado de Santa Catarina, Brasil; PR- Estado do Paraná, Brasil; IPEAS- Instituto de Pesquisas Experimentais Agronömicas do Sul; CEEE-Companhia Estadual de Energia Elétrica; INCRA- Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária.

Material observado:

Micrurus frontalis altirostris (COPE, 1860): (1) Cruz Alta, RS, 10.V.74, 1 exemplar: (2) 7.V1.74, 1 exem- plar; (3) Santa Maria, RS, 18.X11.74, H. O.Lippold leg, 1 exemplar; (4) RS 210, Parada 41, São Sebastião do Caí, RS, 28.1X.76, J. E. Leima leg, 1 exemplar; (5) Rolante, RS, 1.VIII.73, 1 exemplar; (6) km 571, Estrada Uruguaiana-Alegrete, RS, 23.VIII.76, S. Scherer leg, 1 exemplar; (7) Portão, RS, 8.1V.73, C. Stefen leg, 1 exem- plar; (8) Novo Hamburgo, RS, 3.VI.76, 1 exemplar; (0) Ramiz Galvão, Rio Pardo, RS, 29.X.74, A. N. Müller leg, 1 exemplar; (10) Vila Campina, São Leopoldo, RS, 11.11.75, F. Silva leg,, 1 exemplar: (11) Parque Zoolö- gico, Sapucaia do Sul, RS, 10.IV.75, 1 exemplar; (12-13) 30.IV.75, 2 exemplares; (14) 23.11.76, 1 exemplar; (15) Bom Retiro, Guaíba, RS, 13. X.73, E. Sampaio leg, 1 exemplar; (16) Viamão, RS, 10.X1l.73, P. Freital leg, 1 exemplar; (17) 13.1X.74, W. A. Schmith leg, 1 exemplar; (18) 4.X1.74, F. Silva leg, 1 exemplar; (19) 1.X11.74, A.C. P.Azevedo leg, 1 exemplar; (20) RS 540, km 44, Viamão, RS,15.1.75, P.C. Braun leg, 1 exemplar; (21) Pas- so das Pedras , Viamão, RS, 13.X.75, A. Bós leg, 1 exemplar; (22) São Lourenço do Sul, RS, 12.111.75, 1 exem- plar.

Bothrops alternatus DUMÉRIL, BIBRON & DUMERIL, 1854:.(1) Vacaria, RS, 20.VI.74, P. Cipriani leg, 1 exem- plar; (2) Fazenda Marmeleiro, Vacaria, RS, 24.1X.74, P. Cipriani leg, 1 exemplar; (3) Vacaria, RS, A.B.Soares leg, 1 exemplar; (4) Capela N. Sra,de Lourdes, Vacaria, RS, 4.111.75, O. Boeira leg, 1 exemplar; (5-6) Coxilha Grande, Vacaria, RS, 4.111.75, P.V. de Oliveira leg, 2 exemplares; (7) Vacaria, RS, 3.VI.75, A.B.Soares leg, 1 exemplar; (8) 14.V.76, O. B. Soares leg, 1 exemplar; (9) A. S. Borges leg; 1 exemplar; (10) 20.X.76, F. Borsoi leg, 1 exemplar; (11) Santiago, RS, 17.1X.73, H. O. Lippold leg, 1 exemplar; (12) Cazuza Ferreira, Cambará do Sul, RS, 20.V.72, A. Barreto leg, 1 exemplar; (13-14) 2.V.73, M.F. de Meirelles leg, 2 exemplares; (15) 19.11.75, M. Schsolls leg, 1 exemplar; (16-17) Fazenda Velha do INCRA, Cazuza Ferreira, Cambará do Sul, RS,

21.VIII.75, O.Schuch leg, 2 exemplares; (18) Santa Maria, RS, 17.1X.73, H.O.Lippold leg, 1 exemplar; (19)

Cerro Doce, Santa Mária, RS, 1.X.75, F.Silva & J.J. Rodrigues leg, 1 exemplar; (20) Santa Maria, RS, 19.VIII.76.

IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 9-26; 25 fev. 1980.

Notas sobre a biologia de... = eee

1 exemplar; (21) Capela Sant' Ana, Fazenda Pesqueiro, São Sebastião do Caí, RS, 11.1V.77, W.K Silveira leg, 1 exemplar; (22) Estação Agricola da Secretaria de Agricultura do RS, Montenegro, RS, 1.VII.77, E. Albuquerque leg, 1 exemplar: (23) Bom Retiro do Sul, RS, 12.11.75, Tenente Schmidt leg, 1 exemplar; (24) RS 240, Parada 14, Portão, RS, 15.V1.76, 1 exemplar; (25) Portão, RS, 13.1X.76, J.E.Lima leg, 1 exemplar; (26) RS 240, Parada 14, Portão, RS, 25.1V.77, J.E.Izino leg, 1 exemplar; (27) Campo Bom, RS, 9. fx. 76, H. Silmet leg, 1 exemplar; (28-29) Horto Renner, CEEE, Triunfo, RS, 2.111.77, A.P.de Lima leg, 2 exemplares; (30-31) Triunfo, RS, 8.- VII.77, J.J Rodrigues leg, 2 exemplares; (32) Vila Boa Vista, São Leopoldo, RS, 12.X11.76, T.L.Neto leg, 1 exem: plar; (33) 16.1X.77, A.R.Lima leg, 1 exemplar; (34) Estrada Tabaí-Canoas, km 10, RS, 4.X.74, 1 exeniplar; (35), Gravataí, RS, 3.1.74, T.de Lema leg, 1 exemplar; (36-47):1.1]1.74, 12 exemplares; (48) Imbé, Tramandaí, RS 15.V1.76, 1 exemplar; (49) Pinhal, Tramandaí, RS, 17.VI.74, Wardth leg, 1 exemplar; (50) Guaíba, RS, 1.74, 1. exemplar; (51) Fazenda dos Coqueiros, Guaíba, RS, 5.VIII.74,E.Vanderlan leg, 1 exemplar; (52) Granja Carola, CEEE, Horto Florestal, Guaíba, RS, 18.1V.77, M.Maldonado leg, 1 exemplar; (53-54) Viamão, RS, 111.73, 2, exemplares; (55) 28.IX.76, I.P.da Silva leg, 1 exemplar; (56) Norte da Ilha do Lage, Porto Alegre, RS, 15.VIII.77, T. de Lema leg, 1 exemplar: (57) Rosário do Sul, RS, 26.VI.73, 1 exemplar; (58) Fazenda Taipa, Distrito, Rosário do Sul, RS, 5.X.74, P.S.Jardim leg, 1 exemplar; (59) Mostardas, RS, 14.V.74, N.N.Velho leg, 1 exemplar; (60) Parada Saibro, Lavras do Sul, RS, 26.X.73, C.S.de Siqueira leg, 1 exemplar; (61) Bagé, RS, 5.- V1.73, A.A. Anjos leg, 1 exemplar; (62) Distrito Piraí, Bagé, RS, 8.X.73, C.S.de Siqueira leg, 1 exemplar; (63- 73) 1.1V.74, 11 exemplares; (74) Pinheiro Machado, RS, 20.V.74, A.A.da Silva leg, 1 exemplar; (75) IPEAS, Pe- lotas, RS, 9.1X.74, R.K.Baltar leg, 1 exemplar; (76-78) Campus da Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, RS, 28.V1.76, R.K.Baltar leg, 3 exemplares. Bothrops cotiara (GOMES, 1913): (1-3) Palmas, PR, 29.11.74, R.A. Barreto leg, 3 exemplares: (4) Monte Carlo, , SC, 21.V.74, H.O. Lippold leg, 1 exemplar. Bothrops jararaca (WIED, 1824): (1-5) Palmas, PR, 29.111.74, K.A. Barreto leg, 5 exemplares; (6) Nova Petrópo- “lis, SC, 11.77, J.F. Bastos leg, 1 exemplar; (7-8) Monte Carlo, SC, 21.V.74, H.O. Lippold leg, 2 exemplares; (9) Rio Fortuna, SC, 16.1.77, G.L. Ely leg, 1 exemplar; (10) RS, XII.72, 1 exemplar; (11) RS, 11.11.76, 1 exemplar; (12-13) Paim Filho, RS, 9.11.76, W. Butezini leg, 2 exemplares; (14-15) 19.1V.76, W. Butezini leg, 2 exemplares: (16-18) Rincão dos Kroeff, São Francisco de Paula. RS, 6.V.74, Wardth leg, 3 exemplares: (19) Cazuza Ferreira, Cambará do Sul, RS, 26.11.75, ©. Schuch leg, 1 exemplar; (20) Sinimbü, Santa Cruz do Sul, RS, 8.X1.76, W Boettcher leg, 1 exemplar; (21) Feitoria, São Leopoldo, RS, 18.X.76, F. Silva leg, 1 exemplar Bothrops jararacussu LACERDA, 1884: (1) São Francisco do Sul, SC, 17.1X.73, H.O. Lippold leg, 1 exemplar. Bothrops neuwiedi paranaensis AMARAL, 1925: (1-2) Cascavel, PR, 21.V.74, H.O.Lippold leg, 2 exemplares. Bothrops neuwiedi pubescens (COPE, 1870): (1) Fazenda Coxilha Bonita, São Valentim, RS, 20.X.76, JF-Rodti- gues leg, 1 exemplar; (2-3) Santa Maria, RS, 17.1X.73, H.O.Lippold leg, 2 exemplares; (4) Itaara, Santa Maria. RS, 21.V.74, H.O.Lippold leg,.1 exemplar; (5) Feitoria, São Leopoldo, RS, 20.V.74, F.Silva leg, 1 exemplar; (6) 17.V1.74, F.Silva leg, 1 exemplar; (7) 19.1V.76, F.Silva leg, 1 exemplar; (8-9) Morro das Cabras, São Leopoldo; RS. 13.V.75, T.de Lema & E.Borsato leg, 2 exemplares; (10) Parque Recreio, São Leopoldo; RS, 21.1]1.77, F.Silva leg, 1 exemplar; (11) São Leopoldo, RS, 26.1V.77, D.J.Soares leg, 1 exemplar; (12) Estação Experimental Agro- nômica da Universidade Federal do RS, Guaíba, RS, 13.X1.73, C.Mieliter leg, 1 exemplar; (13) 15.X11.75, I.- Voight leg, 1 exemplar; (14) Guaíba Country Club, Guaíba, RS, 13.1.75, B.Z.de Lema leg, 1 exemplar; (15) Pas- so das Pedras, Viamão, RS, 27.1.75, A.Bös leg, 1 exemplar; (16) 3.111.75, A.Bös leg, 1 exemplar; (17) 10.111.75,1 exemplar; (18-19) Lomba do Pinheiro, Porto Alegre, RS, XII. 74, C.S.de Siqueira leg, 2 exemplares; (20) Fazen- da Santo Antônio, Tapes, RS, 12.11.75, P.C.Braun & M.L.de Araujo leg, 1 exemplar; (21) Fazenda do Brejo, Arambaré, Camaquã, RS, 8.111.76, C.Guedes leg, 1 exemplar. Crotalus durissus terrificus (LAURENTI, 1768): (1) Corbélia, PR, 17.VI.76, L. Bombarda leg, 1 exemplar; (2) Va- caria, RS, 24.1X.74, A.de Paula leg, 1 exemplar; (3) 30.1.75, W.J.Bortolotto leg, 1 exemplar; (4-5) 1.XI1.76, 2 exemplares; (6) Capela São Judas, Distrito, Vacaria, RS, 1.1V.75, W.J.Bortolotto leg, 1 exemplar; (7) 3.V1.75, W.J.Bortolotto leg, 1 exemplar: (8) Divisa Vacaria-Bom Jesus, RS, 1.1V.75, P.Cipriani leg, 1 exemplar; (9) São Francisco de Paula, RS, 6.X1.74, P.C.L.Neto leg, 1 exemplar; (10) Cazuza Ferreira, Cambará do Sul, RS, 2.V.73, M.F.de Meirelles leg, 1 exemplar; (11-13) 9.111.74, 3 exemplares; (14-22) 11.111.74, 9 exemplares; (23-35) 24.111.74, 13 exemplares; (36-39) 26.11.75, O .Schuch leg, 4 exemplares; (40) Montenegro, RS, 26.X.77, 1 exem-

plar. RESULTADOS E CONCLUSÕES (Tabelas I-VIII)

Foram observados 22 exemplares da subespécie Micrurus frontalis altirostris e obtidos

os seguintes dados:

apenas 14 exemplares aceitaram o alimento nos meses da janeiro a julho, agosto, setembro e novembro. Em janeiro foi ingerido o máximo de presas. O alimento consis- tiu de serpentes não peçonhentas e lagartos ápodos. Apenas em 3 exemplares foi possível observar a média do tempo de morte da presa (17') e a média do tempo total de alimen- tação (54'). No total foram ingeridas 26 presas;

IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (55): 9-26; 25 fev. 1980.

12 LEITÃO DE ARAUJO, M. & ELY, L.A.M.

as mudas restringiram-se aos meses de janeiro a maio e agosto a dezembro, tendo o máximo ocorrido em janeiro. O estado da muda foi ótimo em 5 exemplares, regular em le péssimo em 7;

as extrações foram realizadas em 16 exemplares variando de 1 a 9; o número total de extrações foi 73;

O período de vida variou entre 3 e 14 meses.

Da espécie Bothrops alternatus foram estudados 78 exemplares e verificou-se o seguin-

te: ! a alimentação ocorreu regularmente durante todos os meses do ano, tendo sido in-

gerido o maior número de presas no mês de julho. Dos exemplares observados, apenas 64 aceitaram o alimento oferecido que constava de ratos e camundongos; o número total de presas ingeridas foi 905. Em 29 exemplares a média do tempo de morte da presa foi de9’ ea média total de alimentação 28’;

as mudas ocorreram em todos os meses, exceto em junho; o número máximo de mudas foi obtido em novembro. Em 20 exemplares o estado da muda foi ótimo, em 9 regular e em 8 péssimo;

foram realizadas 290 extrações em 57 exemplares, variando de 1 a 21 por exemplar;

o período de vida variou entre 24 dias e 42 meses.

Foram observados quatro exemplares de Bothrops cotiara num período que variou de 7a 32 meses. Ingeriram 51 ratos e camundongos nos meses de janeiro a junho e de agos- to a dezembro, sendo o máximo em novembro. Dois exemplares apresentaram sempre mudas ótimas, 1 regular e 1 péssima; não ocorreram mudas em janeiro, junho, julho, agosto e dezembro. O máximo de mudas ocorreu em novembro. Foram feitas 42 extra- ções, variando de 6a 16 por exemplar.

Da espécie Bothrops jararaca em 21 exemplares foi observado o seguinte:

a alimentação se processou durante todos os meses do ano com exceção do mes de julho. O maior número de presas foi ingerido em setembro. Apenas 10 exemplares se alimentaram; a alimentação era composta por rãs, ratos e camundongos; o número total de presas sadios foi 62. Em 5 exemplares a média do tempo de morte foi 11’ ea mé- dia do total de alimentação foi 40’;

as mudas ocorreram de janeiro a abril e de agosto a dezembro, sendo RE o má- ximo em outubro. O estado da muda foi ótimo em 11 exemplares, regular em 2 e péssi- mo em 4;

140 extrações foram realizadas em 18 exemplares variando em número de 1 a 16:

a longevidade variou entre 6 e 29 meses.

Da espécie Bothrops jararacussu foi observado apenas um exemplar. Durante o tempo em que esteve em cativeiro (6 meses), comeu 7 rãs nos meses de janeiro, outubro, no- vembro e dezembro. Mudou pele 2 vezes, uma em janeiro outra em novembro, sendo o estado das mesmas ótimo. Sofreu 5 extrações de peçonha.

Apenas dois exemplares foram observados da subespécie Bothrops neuwiedi paranaensis, um durante um período de 15 meses e outro 44 meses. Alimentaram-se du- rante todos os meses, num total de 69 presas (ratos e camundongos). Às mudas foram sempre ótimas, não ocorrendo nos meses de j janeiro, abril, julho e outubro. Um exem- plar sofreu 8 extrações e o outro 13.

Bothrops neuwiedi pubescens teve 21 exemplares observados, fornecendo os seguin- tes dados:

a alimentação consistiu de ratos e camundongos, ocorrendo durante todo o ano, sendo o máximo em novembro. Todos os exemplares criados aceitaram o alimento ofere- cido, num total de 487 presas. Em 14 exemplares foi observada a média do tempo de morte da presa (6') e a média do tempo total de alimentação (26’);

as mudas ocorreram todos os meses, sendo registrado o mínimo em junho e julho e o máximo em março; 12 exemplares apresentaram mudas ótimas, 7 regulares e 2 péssi-

IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 9-26; 25 fev. 1980.

Notas sobre a biologia de ... 13

mas;

as extrações realizadas em 20 exemplares foram em número de 171, sendo o míni- mo 2 e o máximo 24;

o tempo de vida variou entre 2 e 52 meses.

De Crotalus durissus terrificus foram observados 40 exemplares e verificou-se o se- guinte:

a alimentação ocorreu durante todo o ano, sendo o máximo registrado em maio e agosto. Os 30 exemplares que aceitaram o alimento ingeriram 1002 presas que consis- tiam de ratos e camundongos. A média do tempo de morte da presa, em 17 exemplares, foi9' e a média do total de alimentação 36’;

de janeiro a junho e de agosto a dezembro ocorreram as mudas, sendo o máximo registrado em janeiro. Em 24 exemplares a muda foi ótima, em 1 regular e em 2 péssi- ma;

foram realizadas 235 extrações em 33 exemplares, com o mínimo de 1 e o máximo! de 12 por exemplar;

a longevidade esteve entre 16 dias e 46 meses.

De uma maneira geral podemos concluir que, em cativeiro ocorre o seguinte:

1º|-|As espécies e subespécies Bothrops alternatus. Bothorops neuwiedi paranaen sis, Bothrops neuwiedi pubescens Crotalus durissus terrificus, alimentam-se regular - mente durante todos os meses do ano, o que contradiz a idéia de que as serpentes não comem nos meses frios (maio a agosto).

As espécies e subespécies Bothrops cotiara e Bothrops jararaca não se alimentam no mês de julho e Micrurus frontalis altirostris em julho e dezembro.

A partir dos dados colhidos podemos notar que uma nítida correlação entre alimentação e muda, particularmente em Micrurus frontalis altirostris, Bothrops cotiara e Bothrops jararaca.

O estado da muda está condicionado à nutrição e estado de saúde do animal.

As fezes estão relacionadas com a alimentação, pois foi observado que, decorri- do aproximadamente uma semana após a ingestão de alimento todos os exemplares de- fecam. Estas fezes são geralmente bifásicas.

O estado de saúde, o grau de nutrição e as condições ambientais controladas condicionaram o maior ou menor número de extrações. Nos exemplares estudados o nú- mero mínimo de extrações foi 1 e o máximo 24 (em Bothrops neuwiedi pubescens), fato este considerado inédito, pois é sabido que extrações frequentes provocam o apareci- mento de infecções bucais e outras enfermidades, culminando com a morte do exemplar após 4 a 5 extrações.

Bothrops neuwiedi pubescens é a que sobrevive maior tempo em cativeiro.

Dentre todas as espécies e subespécies observadas, destaca-se que Bothrops alternatus é a melhor adaptada a condição de cativeiro e Bothrops jararaca a que menos se adapta.

As duas ninhadas de Bothrops alternatus nascidas em cativeiro em 1.111.74 e 1.IV.74, citadas em ARAUJO & PERAZZOLO (1974), apresentavam respectivamente 17,4lg e 17,50g de massa média ao nascer. À primeira tinha como comprimento médio ao nascer . 30,95cm e a segunda 32,32cm. A média de crescimento mensal foi de 1,72cm e a média de aumento de massa mensal 6,94g, na ninhada nascida em 1.1I1.74. Na outra ninhada foram observados os seguintes valores: 1,79cm de crescimento mensal médio e 9,33g de aumento de massa mensal.

Em 11.11.74, quando do nascimento da primeira ninhada de Crotalus durissus terrificus, a massa média foi de 22,16g e o comprimento médio de 33,22cm. Sua média mensal de crescimento foi de 1,83cm e o aumento de massa mensal médio foi 10,37g. A ninhada nascida em 24.11.74 teve como massa média ao nascer 23,07g e comprimento médio 33,76cm. A média mensal de crescimento foi 2,0lcm e a média de aumento

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14 LEITÃO DE ARAUJO, M. &ELY, L.A.M.

mensal de massa foi 11,42g. Estas duas ninhadas também foram referidas por ARAUJO & PERAZZOLO (1974). E INTERPRETAÇÃO DAS TABELAS

Os dados colhidos dos exemplares observados estão expressos nas tabelas I-VIII. As convenções utilizadas nas tabelas são as seguintes: NF número fictício de cada exemplar utilizado para evitar a repetição dos dados de coleta. Este número corresponde ao citado entre parênteses no material observado. ID idade do exemplar F— filhote; ] jovem; A adulto. SEX sexo do exemplar M macho; F fêmea. PI— número de presas ingeridas. Tm média do tempo de morte da presa. Tt média do tempo total de alimentação.

- ALIMENTAÇÃO meses em que foram ingeridas presas. A vírgula, após um determi- nado mês, indica não continuidade, e, o hífen indica continúidade da alimentação entre os dois meses unidos por este sinal.

EXT número de extrações sofridas pelo exemplar.

MUDA/EPOCA mês ou meses em que ocorreram as mudas. À vírgula neste caso tem o mesmo significado que na alimentação.

MUDA/EST estado da muda

O ótima; R regular; P péssima.

TV tempo de vida do exemplar em meses, exceto quando seguido da letra D que ex- pressa dias.

- - ausência do dado em questão.

AGRADECIMENTOS

Agradecemos à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul pelas bolsas concedidas du- rante os anos de 1972-75, que nos possibilitaram o início da realização deste trabalho e ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico pelas bolsas de Iniciação Científica e Aperfeiçoamento concedidas a um dos autores.

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16 LEITÃO DE ARAUJO, M. & ELY, L.A.M.

TABELA I Micrurus frontalis altirostris (COPE, 1860)

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IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 9-26; 25 fev. 1980.

Notas sobre a biologia de ... dE

TABELA II Borhrops alternatus DUMÉRIL, BIBRON & DUMERIL, 1854

E MUDA NE|ID| SEX |PI ALIMENTAÇÃO |EXTE- OBSERVAÇÕES eıo|sex [ei [rofr:]AuMENTAÇÃO Ext ÉPOCA er

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IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 9-26: 25 fev. 1980.

18 LEITÃO DE ARAUJO, M. & ELY, L.A.M. Bothrops alternatus DUMÉRIL, BIBRON & DUMÉRIL, 1854 cont. tab. II

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IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 9-26; 25 fev. 1980.

Notas sobre a biologia de ... 19

Bothrops alternatus DUMERIL, BIBRON & DUMERIL, 1854 Cont. Tab. II

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IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (55): 9-26: 25 fev. 1980.

LEITÃO DE ARAUJO, M. & ELY, L.A.M.

TABELA II Bothrops cotiara (GOMES, 1913)

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IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 9-26; 25 fev. 1980.

Notas sobre a biologia de ...

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Bothrops jararaca (WIED, 1824)

Porto Alegre (55): 9-26: 25 fev. 1980.

IHERINGIA, Sér. Zool.,

22 LEITÃO DE ARAUJO, M. &ELY, L.A M.

TABELA V

Bothrops jararacussu LACERDA, 1884

TABELA VI

Bothrops neuwiedi paranaensis AMARAL. 1925

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IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (55): 9-26; 25 fev. 1980.

Notas sobre a biologia de... _ 23

TABELA VII

Bothrops neuwiedi pubescens (COPE, 1870)

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IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (55): 9-26; 25 fev. 1980.

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24 LEITÃO DE ARAUJO, M. & ELY, L.A.M.

TABELA VIII

Crotalus durissus terrificus (LAURENTI, 1768)

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Em 24.II1.74 pariu 14 filhotes.

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IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 9-26: 25 fev. 1980.

Notas sobre a biologia de ... 25

Crotalus durissus terrificus, (LAURENTI, 1768) Cont. Tab. VIII

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IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 9-26: 25 fev. 1980.

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26 LEITÃO DE ARAUJO, M. & ELY, L.A.M.

Crotalus durissus terrificus (LAURENTI, 1768) Cont. Tab. VII

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IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 9-26; 25 fev. 1980.

Lista de répteis encontrados na região da Grande Porto Alegre, Estado do Rio Grande do Sul, Brasil. *

Thales de Lema ** Marta Elena Fabián-Beurmann Moema Leitão de Araujo **** Maria Lúcia Machado Alves **** Marisa Ibarra Vieira ****

RESUMO

Lista prévia dos Reptilia que ocorrem na região da Grande Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil. A referida: região compreende 15 municípios e abrange uma área total de 5697,66km ? . São listadas 51 espécies, das quais 5 são Chelonia, 9 Lacertilia, 36 Ophidia e I Crocodilia.

De um modo geral, predomina fauna pampcana que se estende para o Uruguai e Argentina;somente ao norte notam-se algumas espécies procedentes do Planalto Meridional do Brasil.

ABSTRACT

The authors accomplished a survey of the occurring reptiles in the “Grande Porto Alegre” region, Rio Grande do Sul, Brazil. This region is composed by fifteen counties that comprise an area of 5,697.66 km 2. It's listed the occurrence of 51 species of reptiles being 5 of Chelonia, 9 of Lacertilia, 36 of Ophidia, and 1 of Crocodilia.

The predominant fauna is the Pampean forms that also occur in Uruguay and Argentine. But at the north of

““Grande Porto Alegre’’ there are some forms from the Brazilian Southern Plateau.

INTRODUÇÃO

O presente trabalho resultou de uma solicitação da Fundação Metropolitana de Plane- jamento de Porto Alegre (METROPLAN) à Fundação Zoobotänica do Rio Grande do Sul, ambas sediadas em Porto Alegre, Estado do Rio Grande do Sul, Brasil. A solicitação visava indicação de áreas a serem preservadas, do ponto de vista de recursos naturais, dentro da região da Grande Porto Alegre.

A região da Grande Porto Alegre situa-se, em parte, na região fisiogräfica da Depres- são Central e, em parte, na da Encosta Inferior do Nordeste. Compreende uma área total de 5697,66kmº , abrangendo os municípios de Porto Alegre (PA), Alvorada (AV), Gra- vataí (GR), Viamão (VA), São Leopoldo (SL), Novo Hamburgo (NH), Canoas (CN), Ca- choeirinha (CA), Campo Bom (CB), Sapiranga (SA), Esteio (ES), Sapucaia do Sul (SP), Estância Velha (EV) e Guaíba (GU) (Fig. 1).

São apresentados nomes vulgares regionais. O material estudado está depositado no Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul (MCN), cujos números são indicados, bem como em observações pessoais do autor senior (AS).

LISTA DO MATERIAL REPRESENTATIVO

Ordem CM EL ON IA Subordem PLEURODIRA Família CHELIDAE

* Aceito para publicação em 21/X1/1978. Contribuição FZB 117 ** Pesquisador do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul Caixa Postal | 188, 90000 Porto Alegre, Rio Grande do Sul,

Brasil. Bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, Rio de Janeiro (CNPq. Proc 1111-6090/76) ** Pesquisadora do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul. Bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, Rio de Janeiro (CNPq. Proc. 1111-5364/76

** Pesquisadoras do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul

IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (55): 27-36: 25 fev. 1980.

LEMA; T. de; FABIÁN-BEURMANN, M.E.; LEITÃO DE ARAÚJO, »8 M.: ALVES, M.L.M.: VIEIRA, M.I.

1. Hydromedusa tectifera COPE, 1869 cágado-de-pescoço-comprido.

Material examinado: CB (3638). CN (0812), GR (4148, 4155, 4308), VA (1071, 1096-98, 1223), PA (0811, 4953).

2. Phrynops geoffroanus (SCHWEIGGER, 1820) cágado.

Material examinado SL (4318).

3. Phrynops hilarii (DUMERIL & BIBRON, 1835) cágado, cägado-comum.

Material examinado : ! SL (3641-42), VA (1115, 1173-74, 1204, 1225, 4959), PA (0797-99, 0895, 2098, 4957, 4961-63, 4965), GU.

(1254). 4. Platemys spixii DUMERIL & BIBRON, 1824 cágado, cägado-preto.

Material examinado : GR 2953), VA (0813, 1224), PA (5204).

Observacäo;Esta espécie é pouco frequente na Grande Porto Alegre, aumentando em direção. ao sul, para o Uruguai.

Subordem CRYPTODIRA Família EMYDIDAE Subfamília EMYDINAE

5. Chrysemys Foi (DUMÉRIL & BIBRON, 1835) tartaruga, tartaruga verde-e- amarela, tartaruga-do-norte.

Material examinado :

GR (4321-22), VA (0800, 0804 , 1019, 1067-70, 1104-07, 1111, 1172, 1180-81, 1208-14, 1216-22, 1563, 1596, 2096, 2248, 2276, 2410, 2584, 4319-20, 4969, 4971, 4974, 4976, 4978, 4980), PA (0802-03, 0806-08, 1493, 1769, 3640, 4968, 4970, 4972-73, 4975, 4979, 4981-84, 4999, 5206-12).

Observação. FREIBERG (1969) dividiu a espécie em duas subespécies: C. dorbignyi dorbignyi e C. dorbignyi brasiliensis a primeira ocorrendo na Argentina e Uruguai e a segunda na região do Estuário do Guaíba, no Rio Grande do Sul. No entanto, exami- nando espécimens do lado oriental do Rio Grande do Sul, os caracteres apontados como diferenciais entre as duas apresentam-se misturados, tornando difícil a separação.

Ordem SQUAMATA Subordem LA CERTILIA Família GEKKONIDAE

6. Hemidactylus mabouia (MOREAU DE JONNES, 1818) lagartixa -das-paredes, ví- bora, camaleão.

Material examinado :

VA (1363-64, 1767-68), PA (0633, 0708-11, 0713-15, 0718-23, 0756, 0882, 0995, 1447, 1452, 1465-66, 1519, 1526-29, 1564-65, 1746, 1770, 1799, 1800, 1831, 1927-29, 2057-59, 2030, 2463, 2465-66, 2468, 2490, 2687, 2698, 2739, 2775, 2942-43, 3020, 3522).

Observação. Esta espécie é abundante nos prédios velhos da cidade de Porto Alegre.

Família IGUANIDAE

2 Liolaemus occipitalis BOULENGER, 1885 lagartixa, lagartixa-das-dunas, lagartixa- d-areia.

Material examinado: VA (4114).

Família TEIIDAE 8. Pantodactylus schreibersii schreibersii (WIEGMANN, 1834) lagartixa.

IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre 455): 27-36: 25 fev. 1980.

Lista de répteis ... 29

rn

Material examinado:

CB (3425, 3448), CN (0920-21, 0923, 0926), GR (2945), VA (0215, 0632, 0783, 0910, 0912, 0915, 0917, 0922, 0936, 1022-24, 1037-38, 1156-59, 1598-99, 2242, 2244), PA (0615-31, 0911, 0914, 0916, 0918-19. 0927, 0929-30, 0937-39, 1845, 1857, 1894, 1897, 1918-20, 1943, 2240, 2252, 2255, 2282, 2600, 2922, 3123-24, 3402. 3597-98, 4149, 5153), GU (0933, 3671).

9. Teius teyou teyou (DAUDIN, 1802) lagarto-verde, tejú, tiú.

Material examinado

CB (3243, 3282), SL (2112), GR (2910, 3008), VA (0819-20, 0822, 0824, 0826-28, 0830, 0832, 0835-38, 0840- 45, 0847-48, 0855, 0857, 0867, 1140, 1246, 1416-19, 1597, 4677), PA (0816-18, 0849-53, 0856, 0858, 0860, 0862, 0896, 0953, 1171, 1520, 1524, 2076, 2710, 2791, 3027-28, 3151, 3455-56, 3582-88, 3654, 4632, 4639- 41), GU (0861, 1373, 1430-31, 4776).

10. Tupinambis teguixin teguixin (LINNAEUS, 1758) lagarto, tejuaçu, lagarto-do- papo-amarelo. Material examinado:

SP (AS), GR (3006), VA (0887 , 0890, 0943, 1278, 1455, 5229-31), PA (0891, 0945, 0950, 1120, 4094-95, 4714), GU (AS).

Observação. PRESCH (1973) igualou esta espécie com T. rufescens (GUNTHER, 1871), mas as evidências mostram que ambas as espécies são válidas, conforme José Ma- ria Gallardo do Museo Argentino de Ciencias Naturales Bernardino Rivadavia de Buenos Aires, em comunicação oral. mu

Outrossim PRESCH, no mesmo trabalho, invalidou a subespécie T. teguixin sebastiani MULLER, 1968, no que também não lhe cabe razão, pois, cotejando-se as des- crições das duas subespécies, ambas se mostram válidas. e

Esta espécie está se tornando rara na região da Grande Porto Alegre, porque sua distri- buição está relacionada com a mata própria dessa área, a qual vem sendo destruída rapi- damente pelo homem.

Família ANGUIDAE 11. Ophiodes striatus (SPIX, 1824) cobra-de-vidro, cobra-frágil, quebra-quebra.

Material examinado:

CB (3223, 3408, 3461), CN (2053, 3702), GR (2896-97, 2899, 2901-07, 3002-04, 3007, 3476, 4071, 5259), VA (0523, 0769, 0776, 0778-79, 1039, 1051-61, 1063, 1155, 1163-68, 1306, 1392-93, 1444-45, 1600, 4711), PA (0878-80, 1442, 1550, 1784, 1895-96, 1944, 1956-58, 1960-62, 1966-68, 2080, 2409, 2413-17, 2426-30, 2461, 2486, 2612, 2634, 2682, 2686, 2694, 2725, 2932-33, 3125-27, 3238, 3481, 3486, 3520, 3556, 3578, 3589, 3800, 4707-10), GU (3232).

Família AMPHISBAENIDAE

12. Amphisbaena darwini trachura COPE, 1885 cobra-cega, cobra-de-duas-cabeças. Material examinado: SL (2105-10), CN (2279), VA (1014, 1020, 1064-66, 1141-43, 1319, 1420, 1422, 1437, 1537), PA (1231,

1446, 1776, 2008, 2066-67).

13. Amphisbaena munoai KLAPPENBACH, 1960 cobra-cega.

Material examinado: VA (1144, 1177-78, 1182, 1421), PA (1908, 1930, 1947-49).

14. Anops kingii BELL, 1833 cobra-cega. Material examinado:

CB (3216-17, 3245-50, 3409-10, 3417, 3422, 3435, 3440, 3442-43, 3449, 3451, 3453), GR (2857-59, 2861-64, 3010), PA (2940, 3403). :

Subordem OPHIDIA Família LEPTOTYPHLOPIDAE

15. Leptotyphlops munoai OREJAS-MIRANDA, 1961 cobra-cega, fura-terra.

IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (55): 27-36: 25 fev. 1980.

LEMA, T. de; FABIAN-BEURMANN, M.E.; LEITÃO DE ARAÚJO, 30 M.; ALVES, M.L.M.; VIEIRA, M.I.

Material examinado : VA (0005), PA (1356, 1492, 1572, 3137, 3150).

Família COLUBRIDAE Subfamília DIPSADINAE

16. Sibynomorphus mikaniissp. (SCHLEGEL, 1837) dormideira, jararaquinha. Material examinado: CB (3450), SP (5475), GR (2934, 3005, 4154), CA (2962), VA (2122-23, 4434, 4678, 4684), PA (0785, 1501 2241, 2575-76, 3599, 3737, 4156, 4307, 4794).

Observação: As duas subespécies ocorrentes na área da região da Grande Porto Alegre, deixam aqui de ser apresentadas, uma vez que, as mesmas estão sendo estudadas por LEITÃO DE ARAUJO, ALVES & VIEIRA.

17. Sibynomorphus ventrimaculatus (BOULENGER, 1885) dormideira, jararaqui-

nha.

Material examinado :

CB (3218, 3412, 3416, 3464), SL (2113, 4306, 4351-53, 4812), GR (4105), VA (0269, 0279-81, 0283, -0286, 1389, 1500, 1538, 1609-10, 1818, 1888, 1917, 2347, 2574, 3159, 3323, 3676, 3996-97, 4220, 4672), PA (0270, 0272, 0277-78, 0285, 0288, 0871, 0874, 0956, 1296, 1301, 1464, 1523, 1785, 1809, 1850, 1863, 1884, 1912-14, 1963, 1994, 2002, 2055-56, 2470, 2588, 2683, 2689-91, 2707-08, 2729, 2732, 2738, 2741, 2744, 2776, 2778-79, 2847-48, 2850-51, 2921, 2927-28, 2930, 2998, 3145, 3164, 3186-88, 3210, 3236, 3296, 3315, 3325, 3331, 3569, 3576, 3590, 3601, 3603, 3617, 3682, 3707, 3736, 3775, 3798, 3980, 3986, 4203, 4206, 4441, 4616, 4625, 4629- 30, 4661, 4787, 5443), GU (1291, 1298-99, 3426, 3555, 3699, 5393-94).

Subfamília COLUBRINAE 18. Atractus reticulatus reticulatus (BOULENGER, 1885) cobra-cega.

Material examinado: SL (5410), GR (2954, 2999, 3000), VA (4096), PA (0003, 0416, 1015-16, 1794, 5405, 5407-09, 5411-12).

19. Chironius bicarinatus (WIED, 1820) cobra-cipö, cobra-chicote.

Material examinado : NH (4147), VA (0020-21, 0063-64, 1200, 1387, 1410, 1477-78, 1545, 1559,. 1898, 2735, 4137, 4609), PA (0068, 1279-80), GU (1424, 5387).

20. Clelia occipitolutea(DUMERIL, BIBRON & DUMERIL, 1854) muçurana, cobra- preta, mamadeira.

Material examinado : VA (1235, 1256-57, 1259, 1907, 2189, 2236, 3704), PA (0995, 1665, 3651).

21. Dromicus almadensis (WAGLER, 1824) jararaquinha-do-campo.

Material examinado : SP (3971), VA (1130-31, 1828, 2196-2204, 2780, 2833, 2935), PA (2892)

22. Dromicus melanostigmus (W AGLER, 1824) jararaquinha-do-campo.

Material examinado PA (1294).

23. Dromicus poecilogyrus ssp. (WIED, 1823) cobra-verde, jararaquinha-do-campo, cobra-de-lixo.

Material examinado :

CB (3411, 3424, 3433, 3436-37, 3445-46, 3452, 3454, 3462-63, 3465-66), SP (3970), CN (01 2680), GR (2956-57, 3734, 4792), CA (2966-67, 2993), VA (0004, o ne se. er da 0179, 0183, 0194, 0196, 0198, 0201-03, 0864, 1029, 1031-32, 1048, 1092-94, 1118, 1176, 1237, 1241, 1263-64. 1267-68, 1271, 1394-95, 1415, 1792, 1817, 1891, 2190, 2193, 4209), PA (0147, 0152, 0154-55, 0161, 0164, 0170, 0176, 0443, 0445-47, 0455-56, 0463, 0471-72, 0497, 0502, 0504, 0741, 0789, 0875, 1121, 1205, 1302. 1357, 1367-68, 1456, 1461, 1472, 1508-09, 1778, 1781, 1783, 1801, 1811, 1872, 1945, 2072, 2079, 2100, 2412.

IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (55): 27-36; 25 fev. 1980.

Lista de répteis ... 31 POSEREIENEDEE IS AM BASE MAM IAM HA

2640, 3401, 3405-06, 3428, 3510, 3513, 3593-94, 3596, 3636, 3733, 4615, 5215), GU (1242, 1300, 1375-76 1428).

Observação. Não foi possível identificar a subespécie ocorrente na área, uma vez que as características das subespécies de AMARAL (1944) apresentam muitas sobreposições de dados. Pelos catálogos, a área está ocupada por D. poecilogyrus pictostriatus (AMA- RAL, 1944), mas essa mostra-se mais reconhecível na região oriental do Uruguai, de onde procede o tipo.

24. Elapomorphus lemniscatus ssp. DUMERIL, BIBRON & DUMERIL, 1854 falsa- coral, cabeca-preta, coralina.

Materialexaminado: SL (4457), SP (3165, 3685), VA (0975, 1558, 3147, 3766), PA (1803).

Observação O nome E. bilineatus DUMERIL, BIBRON & DUMERIL, 1854 foi prete- rido por LEMA (ms.), uma vez que foi apresentado com base em apenas um espécime. Esta espécie é um híbrido entre as duas raças geográficas da Argentina. As subespécies estão sendo estudadas e, na área da Grande Porto Alegre ocorrem três subespécies e hí- bridos entre elas, configurando uma zona transicional entre o planalto, o litoral e o pam- pa.

25. Helicops carinicaudus infrataeniatus (JAN, 1865) cobra-d'água.

Material examinado:

SA (1233-34), CB (3277, 3413-14, 3429-30), SP (3972-73), CN (5428), GR (0009, 0431-36, 0757-58, 2854, 2880-81, 4100, 4104, 4617, 5083), CA (3997), AV (1000-01), VA (0032, 0111-12, 0115-17, 0120, 0423, 0972, 0993, 1026, 1030, 1154, 1261-62, 1273-75, 1282-86, 1295, 1303-05, 1439-40, 1536, 1607-08, 1692 a 1744, 1749-61, 1797-98, 1819, 2160-61, 2163, 2167, 2179, 2247, 2268, 2302-06, 2313-42, 2344-45, 2724, 4217-19, 4646, 4702, 4768, 4809, 4838, 5144, 5422), PA (0105-06, 0114, 0119, 0438-41, 0449-51, 0453, 0457, 0460-62, 0466-67, 0469-70, 0473-81, 0483-84, 0486-88, 0491-96, 0507-10, 0740, 0742-43, 0752-53, 0795, 0876, 0958, 0961, 0989, 1307-08, 1315-18, 1490, 1786, 1830, 2006, 2062-63, 2632, 2711-14, 2727, 2745, 2755-58, 2787, 2865-73, 2947-49, 3128, 3205-06, 3570-75, 3673, 3990, 4763, 4802, 5423, 5425, 5427, 5430-31, 5434, 5439), GU (1287, 1379, 1467, 1937, 1976-79, 2132-34, 2349, 2357-74, 2379-2403, 2431-36, 2442-54, 2467, 3701, 3712, 3714, 4224, 4791, 5388, 5438.

26. Liophis anomalus (GÜNTHER, 1858) jararaquinha-do-banhado, jararaquinha.

Materialexaminado: GR (3545), VA (0207, 0209), PA (0793, 1822, 2760, 2887), GU (1292, 1931, 2004, 2440, 5392).

27. Liophis jaegeri (GUNTHER, 1858) cobra-verde, cobra-dägua.

Material examinado:

CB (3221, 3423, 3439), CN (0216, 0815), GR (2840), VA (0210-12, 1040-41, 1123-26, 1132-34, 1145-47, 1369, 1383, 1399 - 1402, 1405-08, 1496, 1539, 1616-22, 2213-30, 2239, 3342), PA (0024, 0213-14, 0444, 0464, 0503, 0873, 1403, 1457, 1505, 1747, 1853-54, 1950, 2027, 2099, 2633, 2728, 2941, 3022, 3241, 3600, 3618, 3785, 3983), GU (1543, 1935-36, 1951-55, 1964, 2135, 2278, 2353-55, 2377-78, 2404-05, 2438-39, 2455-58).

28. Liophis miliaris (LINNAEUS, 1758) cobra-d'água, cobra-de- banhado, cobra- preta.

Materialexaminado : -

CB (3222), GR (0221), CA (2994), VA (0222-23, 0231, 0768, 0970, 1114, 1236, 1245, 1270, 1359, 1388 1438, 1481, 1516, 1531, 1534, 1605, 1788, 1790, 1815-16, 3620, 3787, 4724), PA (0217, 0409, 0468, 0791 0988, 1281, 1366, 1463, 1518, 1999, 2028, 2064, 2578, 2704, 2759, 3189, 3381, 3404, 3559, 3963), GU (1293 2131, 2350-52, 2418, 3700, 4389-90, 5398 - 5401).

29. Lygophis coralliventris (BOULENGER, 1894) jararaca-listrada.

Materialexaminado: Näo visto. Exemplar de SP depositado no Museu Senckenberg em Frankfurt am Mein (R.F.A.) segundo o AS. é : 30. Lygophis flavifrenatus COPE, 1862 jararaca-listrada.

Material examinado: GR (2624), VA (0971, 0994, 1135-38, 1153, 1189, 1362, 1384, 1601-02, 2205-12), PA (0894, 2692, 2703,

3122)

IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (55): 27-36: 25 fev. 1980.

LEMA, T. de; FABIÁN-BEURMANN, M.E.; LEITÃO DE ARAÚJO, 32 M.; ALVES, M.L.M.; VIEIRA, M.I.

31. Lystrophis dorbignyi ( DUMÉRIL, BIBRON & DUMÉRIL, 1854) jararaca-da-praia, jararaca-das-dunas, nariguda.

Material examinado:

GR (2852), VA (0061, 0236-38, 0240-41, 0766, 1035,.1198-99, 1272, 1476, 1613-15, 5526), PA (0430, 3094, 3509, 3511-12, 3789, 3797), GU (1378). 32. Mastigodryas bifossatus bifossatus (RADDI, 1820) jararaca-do-banhado, cobra- nova, cobra-overa, campera, jararacuçu.

Material examinado :

CB (3280, 3431), SL (4142), SP (4296, 4664), CN (4201), VA (0074, 0076-78, 0083, 0086, 0088, 0090-91, 0093, 0253, 0611, 0760, 1249-50, 2726, 3507, 3530, 4577, 4800), PA (0073, 0794, 0974, 2926, 3479, 4133), GU (3209, 4391).

33. Oxyrhopus rhombifer rhombifer DUMÉRIL, BIBRON & DUMÉRIL, 1854 falsa- coral, cobra-coral.

Material examinado:

CB (3212-13, 3278, 3407), NH (4157), CN (1973, 2016), GR (3397, 5442), VA (0340-41, 0343, 0976, 1129, 1390, 1551-52), PA (0002, 0337, 0365, 1008, 1297, 1350, 1471, 1780, 1906, 2005, 2030, 2536-37, 2874, 3203, 3468, 3567, 3652, 4281), GU (1380, 3667, 3694, 4383, 5134, 5137, 5389-90, 5402).

34. Paraptychophis meyeri LEMA, 1967 cobra-dägua. Material examinado PA (2136 holötipo). 35. Philodryas aestivus subcarinatus BOULENGER, 1902 cobra-cipó, cobra-verde, ca- ninana. Material examinado: CB (3432), SL (1940), VA (0289, 3529, 4078, 4775), PA (3674, 4356).

36. Philodryas olfersii olfersis (LICHTENSTEIN, 1823) cobra-cipó, cobra-verde.

Material examinado:

SL (2103-04), CA (1562, 2963), VA (0016-17, 0056, 0299, 0300, 0304, 0306-08, 1183, 1247-48, 1385, 1606, = 4075, 4122, 4649), PA (0309, 0429, 2888, 3515, 3547, 4136), GU (1382, 1425, 3715, 4387, 4675, 5135,

391). 37. Philodryas patagoniensis patagoniensis (GIRARD, 1875) parelheira, papa-pinto.

Material examinado: ;

SL (2111), CN (0814, 0973, 0979), GR (2702), AV (0452), VA (0015, 0030-31, 0312-13, 0315-21, 0324-25, 0328-29, 0499, 0781, 0865-66, 1197, 1206, 1386, 1409, 1443, 1482, 1547-48, 1556, 1560, 1604, 1812-14, 1889- 90, 2251, 2700, 2761, 2950, 3026, 3344-45, 3681, 4607, 4700, 5445, 5530), PA (0001, 0023, 0458-59, 0482, 0485, 0505-06, 0792, 0885, 1006, 1018, 1127, 1348, 1441, 1566, 1667, 1799, 1969, 2097, 2280, 2788, 2959, 3314, 3467, 3568, 3672, 3706, 4585, 4789-90, 4795, 5087), GU (2003, 2356, 2375-76, 2408, 2419, 2459-60, 3695, 3716, 4123, 4225, 4384-86, 4461, 5133).

38. Rhachidelus brazili BOULENGER, 1908 cobra-preta, falsa-muçurana.

„Material examinado ; um espécime gigante capturado em GR e depositado na antiga coleção do Museu Estadual Júlio de Castilhos em Porto Alegre e que foi extraviado (AS).

39. Spilotes pullatus anomalepis BOCOURT, 1888 caninana. Material examinado ; GR (0244), PA (0246).

40. Thamnodynastes strigatus (GÜNTHER, 1858) corredeira. Material examinado CN (2611), AV(0428), VA (1533, 1553, 2077, 4081), PA (4287), GU (2243, 3697, 4089).

41. Thamnodynastes nattereri (THUMBERG, 1787)— cortedeıra. Material examinado: VA (3523-26, 4076), GU (5396).

42. Tomodon dorsatus DUMÉRIL, BIBRON & DUMERIL, 1854 cobra-espada, corre- deira, jararaca.

IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (55): 27-36; 25 fev. 1980.

Lista de répteis ...

Material examinado : GR (0347, 3531), VA (0018-19, 0348, 0351-52, 0356-57, 1459, 1820, 1834, 2699, 4082, 4647), PA (1513,

1970, 2471, 3514, 3726, 4323).

43. Waglerophis merremii (WAGLER, 1824) boipeva, capitäo-do-mato, jararaca,

jararaca-amarela.

Material examinado:

CB (3279), SP (3759), CN (0250), GR (2908), VA (0249, 0252, 0257-58, 0767, 1404. 1479-80, 1886-87, 2348. 2701, 2883, 3719, 4378, 5217, 5527), PA (0253, 2481, 3480, 3516, 4605), GU (1377, 4379-80).

Família ELAPIDAE 44. Micrurus decoratus (JAN, 1858) cobra-coral. Materialexaminado: SL (2769).

45. Micrurus froncalıs altirostris (COPE, 1860) cobra-coral.

Material examinado : SA (3916), CB (3214, 3225, 3244, 3276, 3427), SL (2102, 3870, 3941), SP (2939, 3767), CN (3912), GR (3874,

3909), VA (0054, 0366-67, 0380-82, 0557, 2068, 2657, 2754, 3211, 3338, 3440, 3783, 3804-06, 3819, 3832, 3835-36, 3843, 3856, 3869, 3898-99, 3900, 3923, 3927, 3929-31, 3933, 3939-62, 4301, 4767, 4770), PA (0763, 0784, 1846, 1904, 2743, 3198, 3561, 3619, 3822, 3844,3846, 3851, 3860, 3875, 3878, 3886,3906, 3910, 3926, 3934, 4455, 5265) GU (3332, 3717, 3850, 3879, 3885, 4152, 4303, 4469, 5131-32).

Família VIPERIDAE Subfamília CROTALINAE

46. Bothrops alternatus DUMERIL, BIBRON & DUMÉRIL, 1854 cruzeira, urutu.

Material examinado: CB (3438), GR (4234, 5216), VA (0437, 1311-13, 1623, 1848, 2137-58, 3168, 3199, 3987, 4106, 5444), PA (1007, 1571, 2159), GU (0383, 4381).

47. Bothrops cotiara (GOMES, 1913) cotiara, jararaca-de-barriga-preta.

Material examinado: dois espécimes jovens entre madeiras em SL capturados por Paul Müller e depositados na coleção do Instituto de Biogeografia da Universidade do Saarland, República da Alemanha Ocidental (AS).

48. Bothrops jararaca (WIED, 1824) jararaca.

Material examinado: SL (2101, 4309), PA (1810, 3506, 3650).

49. Bothrops neuwiedi pubescens (COPE, 1869) jararaca-cruzeira, jararaca, jararaca- pintada, jararaca-do-rabo-branco.

Material examinado:

SL (4583, 5472), SP (4811), VA (0396-99, 0400-05, 2017, 3226-29, 3544, 3546, 4233, 5165, 5457), PA (0392- 95, 1453, 2609), GU (3230, 3668. 3692, 4392-99, 4400).

50. Crotalus durissus terrificus (LAURENTI, 1768) cascavel.

Material examinado: um exemplar jovem, observado cruzando caminho de mata no Morro do Côco, VA; um adulto, visto em pasto alto, no bairro de Teresópolis, PA, desferiu bote e enrolou-se na perna do AS e foi lançado à distância, escapando; exame de três crepitáculos (propriedade de pequenos lavradores) de espécimes mortos em morro próximo à sede do Guaíba Country Club, em GU (AS).

Subclasse APS ETA AR PA Ordem Coro CO DELTA Subordem EuOn&alll God dd A, Família ALLIGATORIDAE

51. Caiman latirostris (DAUDIN, 1802) jacaré, jacaré-do-papo-amarelo.

IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 27-36; 25 fev. 1980.

LEMA, T. de: FABIAN-BEURMANN, M.E.: LEITÃO DE ARAÚJO,

34 M.; ALVES, M.L.M.; VIEIRA, M.I. SS SS

Material examinado: VA (0733, 4824), PA (0729-30, 0732, 4814-13, 4826. 4828, 4831-32, 4835, 4837), GU (2464, 4818, 4830).

COMENTÁRIOS E CONCLUSÕES

A região da Grande Porto Alegre apresenta-se, de norte a sul, com uma declividade média, mascarada por uma série de morros, que são contrafortes do Planalto Meridional do Brasil, se bem que muitos são graníticos, enquanto que o planalto é basáltico. Na re- gião central e sul verifica-se a presença de campos, com algumas coxilhas, que perten- «cem à zona pampeana, que se estende para oeste até a Argentina, e para o sul até o Uru- guai (FUNDAÇÃO ZOOBOTÂNICA DO RIO GRANDE DO SUL, 1976).

Do ponto de vista zoogeográfico a Grande Porto Alegre é uma região transicional de fauna do planalto para fauna da campanha, mas predominando espécies da savana que se estende do Rio Grande do Sul a países limítrofes.

Apesar do grande crescimento das áreas urbanas da maioria dos municípios que for- mam a Grande Porto Alegre, é possível ainda encontrar, com alguma facilidade, grande número das espécies aqui relacionadas. Em quase toda a cidade de Porto Alegre ainda é comum a Sıbynomorphus ventrimaculatus, mesmo nos núcleos mais densos de popula- ção. Na grande rede fluvial do Jacuí-Guaíba é abundante a Helicops carinicaudus infrataeniatus. Nos banhados é muito comum a Liophis jaegeri. Nas ilhas do delta do rio Jacuí é muito abundante a Dromicus poecilogyrus ssp.

Entre as espécies cuja ocorrência é rara na área estudada, citam-se Platemys spixii, Lep- totyphlops munoat, Paraptychophis meyeri, Spilotes pullatus anomalepis, Bothrops al- ternatus, Bothrops jararaca, Crotalus durissus terrificus e Caiman latirostris.

Acreditamos que os Viperidae vão tendo sua distribuição limitada dentro da área de estudo em função da explosão demográfica, que segue atualmente em ritmo acelerado.

O morro do Itacolomí, em Gravataí, oferece ainda condições naturais primitivas, po- dendo ser encontradas, ainda, muitas espécies. Em muitas partes do Município de Guaí- ba grandes manchas ainda preservadas , onde ainda se podem encontrar a maioria das espécies citadas neste trabalho.

Diversas espécies foram descritas para a região da Grande Porto Alegre, mas até agora não foram encontradas pelos autores. São elas: Calamodontophis paucidens (AMARAL, 1935), Ditaxodon taenıatus (HENSEL, 1868), Helicops pictiventris WERNER, 1897, Opisthoplus degener PETERS, 1882 e Pseudablabes agassizii (JAN, 1863), todas da familia Colubridae.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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HOGE. A. R. ‚1957-1958. Notes sur la position systematique de Opisthoplus degener Peters, 1882 et Leimadophis regina macrosoma Amaral, 1935 (Serpentes). Mems Inst. Butantan, São Paulo, 28:67-72.

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IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 27-36: 25 fev. 1980.

Lista de répteis... 35

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IHERINGIA. Ser. Zool.. Porto Alegre (55): 27-36: 25 fev. 1980.

LEMA, T. de; FABIAN-BEURMANN, M.E.; LEITÃO DE ARAÚJO, 36 M.; ALVES, M.L.M.; VIEIRA, M.I.

&/ a Y Rm 4

Fig. 1

Fig.1: Mapada Grande Porto Alegre vendo-se a grande rede hidrográfica que banha a região. Os municípios 1,2,3 e 14 estão dentro da Depressão Central, os demais situam-se na encosta do Planalto Meridional. 1.Porto Alegre; 2.Viamão; 3.Alvorada; 4.Cachoeirinha; 5.Gravatai; 6.Canoas; 7. Sapucaia do Sul; 8.São Leopoldo; 9.Novo Hamburgo; 10. Sapiranga; 11.Campo Bom; 12.Esteio; 13.Estäncia Velha; 14.Guaíba .

IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (55): 27-36; 25 fev. 1980.

Tomisídeos neotropicais III: Onocolus latiductus sp.n. (Arane.. ae - Thomisidae Stephanopsinae) *

Arno Antonio Lise* *

RESUMO

Uma nova espécie de Thomisidae, Onocolus latiductus, é descrita para a América do Sul, com base no exame de material da coleção E. Simon do Museum National d’Histoire Naturelle de Paris. A espécie em questão é pró- xima a O. simoni MELLO-LEITÃO, 1915 ea O. pentagonus (KEY SERLING, 1880).

ABSTRACT

A new South American species of Thomisidae, Onocolus latiductus, is described upon theOnocolus material of the E. Simon collection in the Museum National d’Histoire Naturelle of Paris. The species now described is close related to O. simoni MELLO-LEITÃO, 1915 and O. pentagonud(KEYSERLING , 1880).)

INTRODUÇÃO

Em um lote de Onocolus SIMON, 1895 da coleção E. Simon do Museum National d'Histoire Naturelle de Paris (MNHN), examinado por ocasião da revisão do gênero em questão, etiquetado pelo próprio Simon como ‘‘Onocolus simoni ML = O. pentagonus Sim., nec Keyserl., Plusieurs localités Sim det.’’, encontrou-se um exemplar fêmea que não foi possível identificar com nenhuma das espécies conhecidas e que, por isso, foi considerada como nova.

À espécie em questão atribuiu-se o nome de O. latiductus face ao número de voltas dos ductos espermáticos.

MATERIAL E MÉTODOS

Desta espécie examinou-se apenas o exemplar 7313-B da coleção E. Simon do Museum National d' Histoire Na- turelle de Paris.

As medidas são expressas em milímetros, e foram aferidas com ocular micrométrica, tendo sido utilizado um microscópio estereoscópico Olympus SZ III.

Todas as ilustrações foram elaboradas pelo autor utilizando um microscópio estereoscópico Wild M-5 com cá-

mara clara. \ Onocolus latiductussp. n.

(Figs. 1-6)

MATERIAL TIPO: holötipo $ 7313-B (MNHN), sem dados de coleta. LOCALIDADE TIPO: a ser designada. DESCRIÇÃO Comprimento total: 6,000

Cefalotórax, esterno, lâminas maxilares, lábio, quelíceras, pedipalpo e pernas amare- los.

Recebido para publicação em 27/12/1978. Contribuição FZB 126. Parte da tese defendida e aprovada em Concurso à Livre-Docência em Zoologia realizado de 18 a 20 de abril de 1977 na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul *" Técnico Superior Pesquisador do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, Caixa Postal 1188, 90.000 Porto Alegre RS, Brasil

Professor Titular das disciplinas de Carcinologiae Aracnologia do curso de Pós-Graduação em Biociências, área de Zoologia da PUC-RS/FZB.

IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 37-41: 25 fev. 1980

38 LISE, A.A.

Abdömen de dorso branco, reticulado. Contornos anteriores sombreados de marrom claro, apresentando duas concavidades mais ou menos profundas, circulares de cor ama- rela, a“nível dos tubérculos laterais. Laterais brancas, reticuladas. Ventre e fiandeiras amarelo-claros . Tubérculos laterais e posterior da mesma cor do dorso.

Cefalotórax tão longo quanto largo (2,800), levemente mais espesso no terço posterior (1,500), quase circular. Dorso plano, pouco quitinizado, praticamente mútico e liso, com alguns pequenos tubérculos setíferos nos contornos posteriores. Região cefálica es- treita, equivalendo sua largura a um pouco menos do que a metade da largúra máxima do cefalotórax, muito projetada para a frente, com raras e pequenas cerdas ao longo das bordas laterais .

Olhos anteriores em fila levemente recurva, os médios levemente menores do que os laterais (0,125 x 0,150). Olhos médios afastados um do outro por menos do que um diä- metro (0,100) e dos laterais por apenas dois quintos de diâmetro (0,050).

Olhos posteriores em fila reta, iguais entre si e do mesmo tamanho dos médios ante- riores. Olhos médios afastados um do outro por um diâmetro, equidistantes dos laterais.

Area ocular média levemente mais longa do que larga (0,400 x 0,350), mais estreita na região anterior (0,300), apresentando um forte tubérculo setífero central, um pouco acima dos OMA e mais três pequenos tubérculos munidos de curtas e finas cerdas, colo- cados em uma saliência em forma de uma carena, entre os OLA e OLP.

Clípeo vertical, fortemente convexo medianamente, com seis pequenos tubérculos centrais, dispostos em duas filas superpostas, a inferior com quatro, dispostos na mar- gem inferior e a superior com dois situados logo abaixo dos OMA, fazendo-se presentes ainda, uma cerda de cada lado nos ângulos laterais. Clípeo baixíssimo, de altura inferior à fila dos OMA (0,125 x 0,300), mais baixo do que a altura do trapézio formado pelos olhos anteriores (0,200), correspondendo sua altura a um diâmetro dos OMA.

Esterno mais longo do que largo (1,250 x 1,000) levemente convexo, de porção ante- rior levemente escavada, laterais angulosas a nível das coxas I e II e ápice rômbico.

Lâminas maxilares convergentes, quase duas vezes mais longas do que largas (0,625 x 0,325), de ápice arredondado na promargem e anguloso na retromargem.

Lábio mais largo do que longo (0,425 x 0, 350), com leve entalhe na base. Ápice fraca- mente arredondado, não ultrapassando o meio das lâminas maxilares.

Quelíceras de comprimento muito superior à largura (0,675 x 0,400), um pouco mais salientes no terço basal da face anterior onde ocorrem algumas cerdas muito delgadas e longas e alguns pêlos.

Abdômen mais largo do que longo (4,050 x 3,250), de espessura mais ou menos uni- forme em toda a sua extensão (1,875). Dorso quase plano, praticamente mútico, apenas com alguns pequenos tubérculos nas bordas anterior e laterais anteriores. Laterais e ven- tre muito fracamente pilosos. Declive posterior com escassas cerdas longas e delgadas. Tubérculos laterais pouco evidentes e fracamente cerdosos. Tubérculo posterior largo e curto, granuloso, com pequenos tubérculos setíferos munidos de curtas e grossas cerdas. Epígino com um par de espermatecas posteriores logo adiante da fenda epigástrica, duas traves medianas entre elas e ductos espermáticos enrolados em helicóide. Aberturas de fecundação muito pequenas, de difícil visualização, logo à frente das traves longitu- dinais. Espermatecas e traves fulvas amareladas.

Perna I. Femur com duas filas anteriores de tubérculos armados de curtíssima e grossa cerda. Face posterior com uma fila longitudinal de tubérculos menores e menos abun- dantes do que os da face anterior. Patela com um tubérculo apical na face anterior e uma fila longitudinal mediana de grossos tubérculos setíferos. Tíbia levemente arqueada com 2-2-2 grossos espinhos anteriores, implantados em cavidades muito proeminentes e mais três tubérculos setíferos apicais, o mediano um pouco abaixo dos outros dois, colocado no centro da face anterior. Face posterior com uma fila longitudinal de grossos tubércu- los de tamanhos variáveis, ornados por cerdas longas e muito delgadas. No terço basal,

IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (55): 37-41: 25 fev. 1980.

Tomisideos neotropicais Il: .... 3

em ambos os lados da fila de tubérculos, apresenta uma leve escavadura de onde emer- gem várias tricobótrias. Basitarso muito menos espesso do que a tíbia com 2-2-2 espinhos: anteriores, o par apical bem menor. Face dorsal fracamente granulosa com algumas cer- das, pêlos e tricobótrias. Tarso um pouco mais dilatado no ápice, piloso, com unhas grandes e pectinadas. Fascículo subunguenal formado por poucos pêlos.

Perna Il. Fêmur e patela iguais à I. Tíbia menos espessa, com espinhos menores do que os da perna I. Basitarso com 2-2-2 espinhos anteriores e. 1-1 dorsais, um quase media- no e o outro apical. Tarso como o da perna I.

Pernas III e IV. Fêmures múticos. Patelas e tíbias com pequenos e raros tubérculos setíferos na face posterior. Basitarsos e tarsos como nas demais espécies, com pêlos gros- sos e curvos na face anterior. Unhas tarsais pectinadas.

Tíbia | Basitarso| Tarso | TOTAL

Pedipalpo. Femur de comprimento quase três vezes superior ao diâmetro(0,650 x 0,225) com diminutas cerdas apicais no dorso. Patela mais longa do que larga (0,425 x 0,275) com três filas longitudinais de tubérculos setíferos, uma mediana, uma prolateral e outra retrolateral. Tíbia igualmente mais longa do que larga (0,400 x 0,325), com abundantes tubérculos setíferos, os prolaterais maiores e duas áreas de tricobótrias dor- sais, uma de cada lado da linha média longitudinal. Tarso muito delgado e longo (0,625 x 0,225), piloso.

DISCUSSÃO TAXONÔMICA

Espécie muito próxima a O. simoni MELLO-LEITÃO, 1915 e a O. pentagonus (KEY- SERLING, 1880), podendo ser diferenciada delas pelo número de voltas dos ductos esper- máticos, pela pequena diferença de tamanho dos olhos anteriores entre si, pelo único tu- bérculo acima dos OMA e pela diminuta altura do clípeo.

AGRADECIMENTOS

Ao Dr. Max Vachon e Dr. Michel Huber do Museum National d'Histoire Naturelle pelo emprésti- mo do material.

IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 37-41; 25 fev. 1980.

40 ; LISE, A.A.

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IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 37-41; 25 fev. 1980

Figs. 1-6: Onocolus latiductussp.n. Holótipo ? MNHN 7313-B: 1. vista dorsal; 2. vista ventral; 3. vista de per- fil; 4. fronte e queliceras; 5-6 genitalia: 5. vista ventral; 6. vista dorsal.

IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 37-41: 25 fev. 1980.

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Inventário da distribuição geográfica da família Belostomatidae LEACH, 1815, (Hemiptera - Heteroptera) na região neotropical. *

Maria Elizabeth Lanzer-de Souza * *

RESUMO

O trabalho consta de uma análise zoogeogräfica da família Belostomatidae LEACH, 1815, onde estão condensados dados sobre a ocorrência dos belostomatídeos na região neotropical. Pretende-se informar melhor a respeito da distribuição geográfica destes hemípteros, nesta região zoogeográfi- ca, como também, conferir referências feitas a sua dispersão. Ratifica-se a disseminação do gênero Abedus STAL, 1862 exclusivamente para a América Central, do gênero Horvarhinia MONTAN- DON, 1911 para a América do Sul e determina-se a maior distribuição de Belostoma LATREILLE, 1807 para o Brasil, onde ocorrem 44 espécies das 66 referidas-para toda a região neotropical.:

ABSTRACT

In this paper is presented a zoogeographical analysis about the hemiptera of the family Belosto-

matidae LEACH, 1815, where are condensed data of its occurrence exclusively in the neotropical re- ion.

é We intend not only give a best information but also check some references as its dissemination. It is ratified the dispersion of the genus Abedus STAL, 1862, only for the Central America, of the ge- nus Horvathinia MONTANDON, 1911, for South America and are determined the larger dissemi- nation of the genus Belostoma LATREILLE, 1807, for Brazil, where occurs 44 species of 66 cited for all the neotropical region.

INTRODUÇÃO

O estudo da distribuição de espécimes, levando em consideração as zonas zoogeográfi- cas do globo terrestre, tem sido de grande valia na solução de problemas sobre a evolução e adaptabilidade dos organismos no meio ambiente.

Os limites extabelecidos pelas regiões zoogeográficas como barreiras topográficas ou climáticas, refletem-se sobre a ecologia da fauna local e suas migrações pelas diversas re- giões da Terra. Além disto, uma distribuição contínua, ou descontínua, pode esclarecer dúvidas sobre as várias subdivisões classificatórias num determinado grupo de animais.

A análise zoogeográfica de hemipteros da família Belostomatidae LEACH, 1815, que se apresenta neste trabalho, pretende informar melhor a respeito da sua distribuição na região neotropical . Espera-se que as investigações realizadas e os resultados obtidos con- tribuam de maneira expressiva para outros estudos que se venham efetuar sobre os belos- tomatídeos.

A extensiva revisão bibliográfica efetuada permite-nos apresentar dados condensados sobre a ocorrência dos belostomatídeos na região considerada, e conferir algumas refe- rências feitas a sua dispersão.

* Aceito para publicação em 03/01/79. Parte da dissertação monogräfica apresentada como requisito à Especialização em Ecologia, Universidade do Vale do ' Rio dos Sinos, São Leopoldo, RS (agosto de 1977). Contribuição FZB 127.

** Pesquisadora do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul e Bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento - Científico e Tecnológico (CNPq, Processo 1111.0421/74) Caixa Postal 1188, 90.000 Porto Alegre, RS, Brasil.

IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (55): 43-86; 25 fev. 1980.

44 LANZER-de SOUZA, M.E.

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Em 1909, KIRKALDY & BUENO listam, pela primeira vez, sob forma de catálogo, as espécies de hemípteros aquáticos e semi-aquáticos, incluído os exemplares da família Belostomatidae des-* critos até então. Neste trabalho citam as localidades onde os espécimes foram coletados, mas sob o emprego errôneo da palavra “habitar”

DE CARLO, em 1930, além de registrar novas localidades de ocorrência dos belostomatídeos, ex- clusivamente para a Argentina, comenta que as referências destes insetos para este país são reduzi- das, citando BERG (1879-1884), DELETANG (1921) e PENNINGTON (s.d) como autores de tra- balhos que, superficialmente, referem-se à ocorrência destes hemípteros aquáticos somente para a Argentina.

ne descreve MENKE (1962), GUERIN-MENEVILLE (1856) lista 5 espécies do gênero Belostoma LATREILLE, 1807, para Cuba, das quais 4 são sinonimia de uma espécie do gênero Lethocerus MAYR, 1853; DUFOUR (1863) descreve algumas novas espécies de Lethocerus (sob a denominação de Belostoma) referindo-se ao “Novo Mundo’’ como sua dispersão e HERRICH- SCHAFFER (1848) considera L. annulipes (H.-S.,1846) comum ao sul da América.

Em 1935a, DE CARLO cita que a família Belostomatidae.comporta 5 gêneros para a América, mas relaciona os gêneros Lethocerus, Belostoma e Horvathinia MONTANDON, 1911 para a Ar- gentina. Para Lethocerus menciona que das 13 espécies americanas assinaladas até então, somente 3 ocorrem na Argentina e para Horvathinia registra as espécies H. doellojuradoi DE CARLO, 1930 e H. pelleranoi DE CARLO, 1930.

HIDALGO (1935), em estudos taxonômicos do gênero Abedus STAL, 1862, o referencia em dis- tribuição exclusiva no “Novo Mundo”, restrita em territórios que se estendem desde a California e Arizona, na América do Norte (limite fora da região neotropical), até o sul da América Central, mais precisamente até o Panamá.

Em 1938a, DE CARLO cita, numa pequena resenha sobre a distribuição geográfica dos belosto- matídeos americanos, que somente Lethocerus tem representantes fora do continente americano. Relaciona como espécie americana de maior dispersão, L. annulipes e L. delpontei DE CAR- LO,1930, estendendo-se desde os Estados Unidos (fora da região neotropical) até a Argentina. Das restantes referidas, somente se encontram fora da América do Sul, L. uhleri (MONTANDON, 1896), L. colossicus (STAL,1855), L. angustipes (MAYR,1871) e L. medius (GUERIN- MENEVILLE, 1856). Cita para Benacus, hoje Belostoma, apenas uma espécie assinalada para Cuba. Para Belostoma B. anurum (HERRICH-SCHAFFER, 1848), (citada como boscii), como a espécie de maior dispersão do gênero que habita quase toda a América; entretanto, a maioria das espécies do gênero são indicadas para a América do Sul. Quanto a Adebus assinala espécies para a América do Norte e Central. Para o gênero Horvathinia referencia 5 espécies, citando uma para o Brasil e as demais para a Argentina.

MENKE (1958) cita Belostoma minor (PALISOT DE BEAUVOIS, 1805) como espécie típica do México, da América Central e América do Sul.

Em 1959, RUFFINELLI & PIRAN apresentam à semelhança de um catálogo, uma lista de hemípteros heterópteros do Uruguai, entre os quais são citadas 12 espécies de Belostoma e duas es- pécies de Lethocerus.

O gênero Abedus volta a ser revisado por MENKE, em 1960b, que sua distribuição para o He- misfério Ocidental, incluído o istmo do Panamá. Ao norte do México, conforme expõe MENKE, ultrapassa os limites neotropicais e é no México que se dispersa com maior abundância.

Conforme LAUCK & MENKE (1961) a família Belostomatidae é típica de regiões de clima tropi- cal, pois é nestas áreas que se encontra sua maior dispersão. Está distribuída por todo o mundo, ex- ceto nas regiões árticas e nos continentes europeu e norte da Ásia. Alguns achados fósseis destes in- setos, como explicam LAUCK & MENKE, indicam que milhares de anos, todas as áreas do mun- do, sem exceção, estavam habitadas por eles. Citam somente Lethocerus ocorrendo em ambos os hemisférios, Oriental e Ocidental, tendo 18 representantes. neste último. Abedus, Belostoma e Horvathinia são exclusivos do continente americano. Abedus está restrito ao sul dos Estados Unidos (fora do limite norte da região neotropical), México, onde apresenta sua mais ampla dispersão, e América Central. Belostoma está disperso no continente americano, tendo a maior área de distri- buição na América do Sul. Horvathinia está citada para o Brasil, Bolívia, Paraguai e Argentina.

DE CARLO, em 1963b, descreve uma nova espécie de Belostoma, B lundbladi e sua distri- buição exclusivamente para o Brasil. BACHMANN, neste mesmo ano, refere-se a uma possível dis- persão da espécie B. bifoveolatum SPINOLA, 1852, desde a Argentina até o Chile, dando como li-

IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (55): 43-86; 25 fev. 1980.

Inventário da distribuição ... RR O ri e e aa Sr e

mute meridional desta espécie, a coincidência sob o ponto de vista latitudinal, com os vales transver- sais da cordilheira patagönica.

Em revisão do gênero Lethocerus, MENKE (1963) refere-se a sua distribuição somente na Améri- ca do Norte e Central, incluído as ilhas ocidentais.

No ano de 1964, DE CARLO, detendo-se em novos estudos do gênero Beben , descreve um total de 25 espécies, sendo 18 delas referenciadas para a América e as restantes a outros continentes, aos quais não se refere.

DE CARLO, em 1966, descreve Weberiella como gênero novo, para o qual é trasferida a espécie B. rhomboides MENKE, 1965, dando sua distribuição exclusivamente para o Brasil. Igualmente, descreve 3 espécies novas de Belostoma, B. fittkaui, B. sayagoi, para as quais referencia o Brasil na distribuição, e B. peruvianum para a qual cita o Peru.

ROBACK, também em 1966, faz referências a ninfas de Belostoma coletadas no Peru e Amazo- nas.

O gênero Horvathinia, em 1972, é citado por SCHNACK como gênero americano, salientando que suas nove espécies ocorrem, restritamente, na América do Sul.

Em 1973, SCHNACK faz referências á distribuição de B. elegans MAYR, 1853 no Chile, dizen- do que pouco se pode estabelecer quanto a sua dispersão neste país, principalmente pelo fato de ter sido pouco coletada.

GALILEO, em 1974, refere-se à distribuição de Horvathinia como típica da região neotropical, sendo assinalada para o Brasil, Bolívia, Paraguai e Argentina. Relata sobre espécies coletadas no Rio Grande do Sul, Brasil, nas localidades de Porto Alegre e Santa Maria, sem, entretanto, relacionar as espécies.

Como espécies mais abundantes em Cuba, PASTOR ALAYO (1974) descreve L. medius, B. confusum LAUCK, 1959 e refere-se a L. annulipes como uma espécie sul-americana que ultrapas- sou as “fronteiras” até as Antilhas menores, Puerto Rico e Espanola, sendo registrada para Cuba. A espécie L. griseus (SAY, 1832), citada como Benacus griseus, é dada como relativamente abundante em Cuba e L. colossicus está referida como uma espécie ocasionalmente encontrada.

Contribuído ao estudo bio-geográfico de Hemiptera-Heteroptera no México, BRAILOVSKY & MAYAUDON (1974) comentam que os belostomatídeos estão representados pelos gêneros Abedus, Belostoma e Lethocerus. Deste último citam 6 espécies para as quais ampliam a dispersão no México.

NIESER, em 1975, refere-se a cerca de 150 espécies de belostomatídeos distribuídos no Hemisfé- rio Ocidental. Cita Belostoma como gênero americano, com cerca de 70 espécies descritas e sendo o mais ricamente disperso na América do Sul; Abedus com cerca de 10 espécies ocorrentes no sul da America do Norte (não neotropical) e América Central;Horvathinia também com 10 espécies dis- tribuídas na parte central e sul da América do Sul; o gênero monotípico Weberiella é citado para a região das Guianas e Lethocerus é dado como ''cosmopolita tropical” com cerca de 25 espécies ocor- rentes no Hemisfério Ocidental.

Especialmente para o Rio Grande do Sul, a espécie L. annulipes está registrada em 8 localidades, tendo, assim, sua distribuição ampliada neste Estado e, consequentemente, no Brasil (LANZER, 1975b).

Em recentes estudos, exclusivamente sobre a distribuicäo do genero Belostoma no Estado do Rio

Ends do Sul, LANZER (1976) acrescenta novas localidades de ocorrência de 8 espécies para este stado.

ESPÉCIES NEOTROPICAIS E SUA DISTRIBUIÇÃO

As espécies seguem listadas em ordem alfabética, dentro de seus respectivos gêneros citados em ordem cronológica, Dá-se a localidade típica de cada espécie, seguida de sua distribuição exclusiva na região neotropical, conforme as citações encontradas na bibliografia. A referência da distribuição é feita da seguinte maneira autor (ano): número da página onde está referida no trabalho. Os nomes dos países estão listados na sequência norte-sul seguidos de localizações mais precisas, como por exemplo, estados, departamentos, províncias e territórios, em negrito; cidades, vilas, rios e ar- roios, nesta ordem, em disposição alfabética.

IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (55): 43-86; 25 fev. 1980.

46 LANZER-de SOUZA, M.E.

Gênero Belostoma LA TREILLE, 1807 Belostoma amicı PIZA, Jr., 1975

Localidade típica: Piracicaba, São Paulo, Brasil. Distribuição:

PIZA Jr. (1975): 67 BRASIL: São Paulo- Piracicaba

Belostoma angustum LAUCK, 1964 Localidade típica: Cochabamba, Bolívia. Distribuição:

LAUCK (1964): 133 E BOLIVIA: Cochabamba- Mt.Punka, Yungas de Arepucho Sihuencas

Belostoma anurum HERRICH-SCHAFFER, 1848 Localidade típica: Bahia, Brasil.

Distribuição: DUFOUR (1863): 387, citada como Zaitha subspinosa; 388, citada como Z.

anurus. BRASIL

MAYR (1871): 412, citada como Z. anurus CUBA COLOMBIA: Bogotá CHILE

KIRKALDY & BUENO (1909): 190, citada como Z. boscıi MEXICO CUBA SANTO DOMINGO = República Dominicana) GUATEMALA GRANADA COSTA RICA PANAMA

DE CARLO (1930): 113, citada como B. boscii MEXICO CUBA SANTO DOMINGO( = República Dominicana) GUATEMALA COSTA RICA PANAMA COLOMBIA GUIANAS BRA- SIL PARAGUAI ARGENTINA: Buenos Aires; Catamarca; Chaco; Corrientes; En- tre Ríos.

DE CARLO (19384): 216, citada como B. boscii BRASIL: Bahia; Espírito Santo; Rio de Janeiro. ARGENTINA: Salta- Orán, San Pedrito. LAUCK (1962): 74 BRASIL: Bahia; Ceará; Minas Gerais- Belo Horizonte; Rio de Janeiro; Rio Grande do Norte; Santa Catarina.

Belostoma asiaticum MAYR, 1863 Localidade típica: não designada. Distribuição: a ' ER

MAYR (1863): 354, citada como Zaitha asiatıca

Borneo

DUFOUR (1863): 388, citada como Z. stollii BRASIL CHILE

DUFOUR (1863): 388, citada como Z. boops BRASIL

DUFOUR (1863): 388, citada como Z. carbonaria BRASIL: Bahia

IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 43-86; 25 fev. 1980

Inventário da distribuição ... 47

MAYR (1871): 444, citada como Z. boops MEXICO CHILE

KIRKALDY & BUENO (1909): 190 MEXICO BRASIL PERU CHILE ARGENTINA

DE CARLO (19384): 217 MEXICO BRASIL PERU ARGENTINA

LAUCK (1962): 70 EQUADOR: Guayas- Guayaquil; Los Ríos- Quevedo; Pichincha- Santo Do- mingo de los Colorados. PERU: La Libertad- Pacasmayo; Lima- Laguna Villa; Loreto- Iquito. CHILE: Santiago- Maipú.

Belostoma aurivillianum (MONTANDON, 1899)

Localidade típica: não designada. Distribuição: MONTANDON (1899): 171-2, citada como Zaitha aurivilliana, em NIESER

(975002) VENEZUELA COLOMBIA BRASIL

MONTANDON (1911): 107, em DE CARLO (1966): 107 VENEZUELA COLOMBIA BRASIL

KIRKALDY & BUENO (1909): 190 VENEZUELA COLOMBIA BRASIL

DE CARLO (1938a): 220-1 VENEZUELA COLOMBIA BRASIL

MENKE & LAUCK (1962): 4 - | BRASIL: Goiäs- São João da Aliança (20 km N).

LAUCK (1963): 83 ; \ VENEZUELA COLOMBIA BRASIL: Gosäs- São João da Aliança: Pará; São Paulo- São Carlos do Pinhal, Ypanango. BOLIVIA

DE CARLO (1966): 107 PARAGUAI: Cororó

SCHNACK (1973b): 6 BRASIL: São Paulo. PARAGUAI: Cororó.

NIESER (1975): 102 VENEZUELA COLOMBIA SURINAME: Nickerie- Sipaliwini. BRASIL: Goiás; Pará; São Paulo; Terr. Rio Branco( = Roraima)- Boa Vista. BOLÍVIA: Sta Cruz- Buenavista.

LANZER (1976): 4 BRASIL: Rio Grande do Sul - Marcelino Ramos. Belostoma aztecum LAUCK, 1959 Localidade típica: Sirama, La Union, El Salvador.

Distribuição:

LAUCK (1959): 7

IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 43-86; 25 fev. 1980

48 LANZER-de SOUZA, M.E.

MÉXICO: Campeche- Hidalgo Encarnacion: Chiapas- Lago Tepancuapän; Colima- Manzanillo; Guerrero- Acapulco ; Michoacan- Coumatlán, Ouroga; Sinaloa-

Pericos; Vera Cruz- Acayucan, Minatitlán, Tampico, Tuxtla, Vera Cruz. EL SALVA- DOR: La Unión- Sirama, Santa Rosa; Santa Ana- Candelaria.

Belostoma bachmani DE CARLO, 1957

Localidade típica: Puerto Vallemi, Concepción, Paraguai. Distribuição:

DE CARLO (1957): 52 PARAGUAI: Concepción - Puerto Vallemi DE CARLO (1966): 107

BRASIL: Amazonas- Cachocin (Igarapé) PARAGUAI SCHNACK (1973b): 6 PARAGUAI: Concepción- Puerto Vallemi

Belostoma bergi (MONTANDON, 1899)

Localidade típica: Buenos Aires, Argentina e Rio Grande, Brasil. Distribuição:

KIRKALDY & BUENO (1909): 190 ARGENTINA

DE CARLO (1930): 116-7, citada como B. asiaticum MEXICO BRASIL PERU CHILE ARGENTINA: Buenos Aires; Chaco; Corrientes; Entre Rios.

DE CARLO (1932): 125 a BRASIL: Amazonas. ARGENTINA: Buenos Aires; Corrientes; Entre 108.

DE CARLO (1938a): 219-20

BRASIL: Rio Grande. ARGENTINA: Buenos Aires- Anchorena, Cap.Fe- deral; Chaco- Fontana; Corrientes- Capital; Entre Rios- Paranacito

RUFFINELLI & PIRAN (1959): 45 URUGUAI: Paysandü- S.Francisco LAUCK (1964): 110-1

PERU: Junin- Satipo. PARAGUAI: Central- Assunción; Guairä- Villari- ca; Paraguari- Sapucay. ARGENTINA: Buenos Aires- Anchorena, Martinez, Olivos, San Pedro; Chaco- Resistencia; Corrientes; Mendoza; Santa Fé- Santa URUGUAI: Montevideo. LANZER (1976): 4 BRASIL: Rio Grande do Sul- Rio Pardo, Santa Teresinha. Belostoma bicavum LAUCK, 1964 Localidade típica: Rio Purus, região do Lago Berury, Brasil. Distribuição: LAUCK (1964): 103 BRASIL: Lago Berury- Rio Purus.

LAUCK (1964): 105, citada como B. parvoculum BRASIL: Amazonas- Rio Manacapuru

IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 43-86; 25 fev. 1980

Inventário da distribuição ... 49

NIESER (1975): 100 BRASIL: Amazonas- ManacapurüfRio Solimões), região do Lago Berury(Rio Purus).

Belostoma bifoveolatum SPINOLA, 1852. Localidade típica: El Tofo, Chile. Distribuição: DUFOUR (1863): 389, citada como Zaitha bifoveolata CHILE

MAYR (1871): 416, citada como Z. bifoveolata CHILE: Valparaiso

KIRKALDY & BUENO (1909): 190 BRASIL PARAGUAI CHILE

DE CARLO (1930): 115 BRASIL PARAGUAI CHILE ARGENTINA: Buenos Aires-Tändil;- Córdoba- Capital; La Pampa- Loventuel; La Rioja- Capital; Salta- Orán.

BACHMANN (1961): 20 ARGENTINA: Chubut- Dolavon (Vale do Rio Chubut), Gaiman, Rawson, Trelew; Neuquén- Brazo del Limay, Las Lajas, Plottier (Rio Limay com o Neuquén), Termas de Epulafquen (sudoeste do vulcão Lanin); Rio Negro- Fuerte General Roca (Va- le do Rio Negro), Valcheta.

LAUCK (1964): 132-3 CHILE: Cautin - Temuco; Concepción; Coquimbo- Coquimbo, El Tofo; Linares- Linares; Llanquihue- Puerto Montt; Malleco- Angel; Maule- Termas Cauque- nes, Miramar; Santiago- Maipü, Santiago; Valparaíso- Limache, Valparaiso, Vina. ARGENTINA: Buenos Aires; Catamarca; Córdoba- La Granja; La Pampa; La Rioja; Mendoza- Mendoza; Rio Negro - Neuquen; Salta- Piquete, San Pedrido; Tucumán.

SCHNAK (1971): 77 ARGENTINA: Buenos Aires, Sierra de La Ventana, Vila Arcadia.

Belostoma bordoni DE CARLO, 1966. Localidade típica: Represa de Calabozo, Guarico, Venezuela. Distribuição: DE CARLO (1966): 106 VENEZUELA: Guarico- Represa de Calabozo.

Belostoma bosqı DE CARLO, 1932. Localidade típica: Gob. de Chaco, Argentina. Distribuição: DE CARLO (1930): 117, citada como B. Bergi BRASIL: Curumbá. PARAGUAI ARGENTINA: Chaco. DE CARLO (1932): 124-5 BRASIL: Curumbá PARAGUAI ARGENTINA: Chaco; Misiones. DE CARLO (19384): 220 BRASIL: Curumbá. PARAGUAI ARGENTINA: Chaco- Fontana,

IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (55): 43-86; 25 fev. 1980

50 LANZER-de SOUZA, M.E.

Resistencia: Misiones.

MENKE & LAUCK (1962): 6 BRASIL: Goiás- Santa Isabel (Rio Arguaia [sic])

LAUCK (1964): 108-9 VENEZUELA: Portuguesa- Guanare. GUIANA HOLANDESA = Suri- name): Cottica River, Moengo BRASIL: Goiäs- Ilha do Bananal, Santa Isabel (Rio Ar- guaia [sic)); Mato Grosso- Cáceres, Corumbá, Jacaré, Xingu. PERU: Huänuco- Aguaytia, Huallaga. BOLÍVIA: Santa Cruz- Puerto Suárez, Santiago (Chiquitos). PARAGUAI: Central- Asunción. ARGENTINA: Corrientes- Santo Tomé; Chaco; Misiones.

NIESER (1975):111 SURINAME: Marowijne- Moengo (Boven Cottica). BRASIL: Amazonas- Manacapuru (Lago Calado).

Belostoma brasiliensis DE CARLO, 1950. Localidade típica: Rio das Mortes, Chavantina, Mato Grosso, Brasil. Distribuição: DE CARLO (1950): 530 BRASIL: Mato Grosso- Chavantina.

DE CARLO (1966): 107 BRASIL: Mato Grosso- Chavantina (Rio das Mortes). BOLÍVIA: Santa Cruz- Nueva Moka

Belostoma candıdulum MONTANDON, 1903.

Localidade tipica: näo designada. Distribuição:

MONTANDON (1903): 363, em DE CARLO (1938a : 218) BRASIL: Rio Grande do Sul

RUFFINELLI & PIRAN (1959): 45 URUGUAI: Artigas- Barra del Yucutujá

LANZER (1976): 4 BRASIL : Rio Grande do Sul- Marcelino Ramos

Belostoma columbiae LAUCK, 1962. Localidade típica: Colombia. Distribuição: LAUCK (1962): 59 | COLOMBIA: Magdalena- Santa Maria.

Belostoma confusurn LAUCK, 1959. Localidade típica: Tlalpan, México. Distribuição: LAUCK (1959): 5 ? | MEXICO: Chiapas- Hidalgo La Libertad; Jalisco- Guadalajara, Unión de Tula; Michoacän- Carapa, Coumatlän, Ouroga, Pátzcuaro, Tuxpan, Zacapu, Zamora;

Nuevo Leön- La Gloria; Oaxaca- Oaxaca, Posita, Tlacolula: Yucatän- Chichen Itzá, Xto- lok Cenote.

IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (55): 43-86; 25 fev. 1980

Inventário da distribuição ... 51

LAUCK (1964): 117 : MEXICO: Chiapas- Hidalgo La Libertad; Jalısco- Guadalajara, Unión de Tula; Michoacán- Pátzcuaro, Quiroga, Tuxpan, Zacapu, Zamora; Nuevo León - La Glo- ria; Oaxaca- Oaxaca, Posita, Tlacolula; Yacatán- Chichen Itzá, Xtolok Cenote. Belostoma costalımaı DE CARLO, 1938.

Localidade típica: Rio de Janeiro e São Paulo, Brasil. Distribuição: © DE CARLO (1938a): 234-5, citada como B. costa-limai BRASIL: Rio de Janeiro; Säo Paulo.

MENKE & LAUCK (1962) 6

BRASIL: Goiäs- São João da Aliança (20 km N), Formoso (24 km E), Peixe (124 kmS)

LAUCK (1964): 114 BRASIL: Goiás- Formoso, Ilha do Bananal, Peixe, Santa Isabel do Morro, São João da Aliança; Mato Grosso- Jacaré (Xingu); São Paulq - São Carlos. Belostoma cummingsi DE CARLO, 1935. Localidade típica: Concordia, Entre Rios, Argentina. Distribuição: DE CARLO (1930): 113, citada como[B.] foveolatum BRASIL PARAGUAI ARGENTINA: Buenos Aires, Chaco; Corrien- tes; Entre Ríos. DE CARLO (1935b): 203-4 5 BRASIL: São Paulo. ARGENTINA: Chaco; Entre Rios- Concordia “DE CARLO (1938b): 213-4 BRASIL: Minas Gerais; São Paulo. ARGENTINA: Buenos Aires- San Isi- dro; Chaco; Entre Ríos- Concordia, Gualeguay

RUFFINELLI & PIRAN (1959): 45 URUGUAI: Montevideo- Sayago; Rocha- S.Luis; Treinta y Tres- Arrozal 33.

LAUCK (1962): 72 BRASIL: Monte Organ; Nova Teutonia; São Begrado; São Paulo- São Pau- lo, Ypirango; Rio Grande do Sul- Pelotas. ARGENTINA: Buenos Aires- Buenos Ai-

kES.

LANZER (1976): 4 | BRASIL: Rio Grande do Sul- Cotiporä, Curumin, Lagoa Vermelha, Porto Alegre (Ilha da Pintada), Torres, Uruguaiana, Viamão (Branquinha).

Belostoma dallası DE CARLO, 1930.

Localidade típica: Salta, Argentina. Distribuição:

DE CARLO (1930): 114, citada como B. Dallası ARGENTINA: Salta- Tucumán

DE CARLO (1960): 55, citada como B. bosci MEXICO BRASIL ARGENTINA

MENKE & LAUCK (1962): 4 BRASIL: Goiás- São João da Aliança (20 km N)

IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (55): 43-86; 25 fev. 1980

52 LANZER-de SOUZA, M.E. LAUCK (1962): 80 BRASIL: Goiás- São João da Aliança

Belostoma dentatum (MAYR, 1863). Localidade típica: São Leopoldo, Rio Grande do Sul, Brasil.

Distribuição: a MAYR (1863): 356-7, citada como Zaitha dentata au BRASIL: São Leopoldo DUFOUR (1863): 387, citada como Z. eumorpha BRASIL

MAYR (1871): 408 e 411, citada como Z. eumorpha BRASIL: Rio de Janeiro

DE CARLO (1930): 109-10 BRASIL PARAGUAI ARGENTINA: Buenos Aires; Chaco; Corrien- tes; Entre Ríos; Misiones.

DE CARLO (1930): 110, citada como B. Mayri VENEZUELA BRASIL BOLIVIA PARAGUAI ARGENTINA: Buenos Aires; Chaco; Corrientes; Entre Ríos; Misiones.

DE CARLO (1938a): 212 é BRASIL: Minas Gerais; Rio Grande do Sul- São Leopoldo. PARAGUAI: Assunção. ARGENTINA: Chaco- Fontana; Entre Ríos- Paraná; Salta- Piquete; anta Fé- Rosário.

RUFFINELLI & PIRAN (1959): 45 URUGUAI: Artigas- Barra de Yucutujá.

LAUCK (1962): 51 BRASIL: Rio Grande do Sul. PERU: Loreto- Iquitos, Rio Ucayalı; San Martin- Rio Huallaga.

NIESER (1975): 97

BRASIL: Amazonas- Manacapuru (Lago Calado); Mato Grosso- Corumbá;

Pará- Santarém (Rio Tapajós); Rio Grande do Sul- Santa Cruz; Rondonia- Porto Velho, Rio Madeira. PARAGUAI

LANZER (1976): 4 BRASIL: Rio Grande do Sul- Albatroz, Br 116-tronco sul (km 10 e km 50). Canoas, Porto Alegre (Ilha da Pintada).

Belostoma denticolle MONTANDON, 1903.

Localidade tipica: Guiana Francesa. Distribuição:

MONTANDON (1903): 362, citada em NIESER (1975 : 113) GUIANA FRANCESA À

DE CARLO (1938a): 227 GUIANA FRANCESA: Cayena. BRASIL: Amazonas.

DE CARLO (1957): 56 GUIANA FRANCESA BRASIL: Amazonas.

IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 43-86; 25 fev. 1980

Inventário da distribuição Las 53

NIESER (1975): 113 GUIANA: Georgetown, Vlissingen Road, Supuruni Creek. SURINAME:

Paramaribo; Zanderij; Saramacca; Suriname. GUIANA FRANCESA BRASIL: Amazonas- Manacapuru (Lago Calado), Região de Itacoatiara, Rio Solimões (Lago do Rei). ROBACK & NIESER (1974): 38 COLOMBIA: Meta- Puerto Lopez (32 km ENE, 16km SW)

Belostoma dilatatum (DUFOUR, 1863). Localidade típica: Villarrica, Paraguai. Distribuição:

DUFOUR (1863): 387, citada como Zaitha dilatata América do Norte (não neotropical)

MAYR (1871): 411, citada como Z. dilatata Rio Amazonas

DE CARLO (19384): 229 BRASIL ARGENTINA: Buenos Aires; Corrientes- Esquina, Santo Tomé; Entre Rios- Paraná.

RUFFINELLI & PIRAN (1959): 45 URUGUAI: Artigas; Montevideo- Sayago; Treinta y Tres- Arrozal 33.

LAUCK (1963): 98 BRASIL BOLÍVIA: Santa Cruz- Santa Cruz. PARAGUAI: Guairá- Villarrica. ARGENTINA: Buenos Aires- Alrededores de Quilmes, Buenos Aires; Córdoba- La Graja; Mendoza- Mendosa [sic]; Santa Fé- Rosário, Santa Fé; Tucumán- Tucumán. URUGUAI: Paysandü- Paysandú.

LANZER (1976): 4-5 BRASIL: Rio Grande do Sul- Alegrete, Alvotada, Br 116-tronco sul (km 10), Curumin, Gravataí, Niterói (Canoas) Porto Alegre, São Leopoldo, Tramandaí.

Belostoma discretum MONTANDON, 1903. Localidade típica: não designada. Distribuição:

MONTADON (1903): 22-3, em NIESER (1975 : 107) BRASIL PARAGUAI ARGENTINA: Corrientes.

DE CARLO (1930): 116 BRASIL: Mato Grosso. PARAGUAI ARGENTINA: Corrientes- Go- ya; Entre Rios- Paraná.

DE CARLO (1938a): 222 BRASIL: Amazonas; Mato Grosso; São Paulo. ARGENTINA: Chaco- Fontana; Corrientes- Esquina.

MENKE & LAUCK (1962): 4 pi“ BRASIL: Goiäs- Santa Isabel (Rio Araguaia [sic]).

LAUCK (1963): 100-1 BRASIL: Amazonas- Castanha, Lago Berury, Lago Tapaiuna, Manäos [sic],

IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 43-86; 25 fev. 1980

54

LANZER-de SOUZA, M.E.

Manacapuru, Região de Itacoatiara, Rio Purus, Tefé; Goiás- Santa Isabel; São Paulo- Santos. PERU: Amazonas- Rio Santiago; Junin- Satipo; Loreto- Iquitos; Pucallpa, Rio Tapiche, Rio Ucayali. BOLIVIA: Beni -Ivön, Reyes. ARGENTINA: Santa Fé- Santa Fé.

NIESER (1975): 107 BRASIL: Amazonas- Costa do Baixio, Manacapuru (Rio Solimões e Lago Ca- lado), Manaus (Ilha do Careiro), Lago do Catalão, Lago dos Passarinhos; Pará- Santa- rem, Zona Bragatina (Quatipuru).

Belostoma doesburgi DE CARLO, 1966 Localidade típica: Paramaribo, Suriname. Distribuição:

DE CARLO 1966): 104 SURINAME: Paramaribo.

Belostoma drakeı DE CARLO, 1950. Localidade típica: Ilha de Trindade Distribuição:

DE CARLO (1950): 531 TRINIDAD

DE CARLO (1960): 56 ; VENEZUELA: Barinitas, Lagoa Tacarigua.

Belostoma elegans (MAYR, 1871). Localidade típica: não designada. Distribuição:

MAYR (1871): 408 e 415, citada como Zaitha elegans ARGENTINA: Buenos Aires; La Plata; Mendoza. URUGUAI.

DE CARLO (1930): 117-8 | PARAGUAI ARGENTINA: Buenos Aires; Córdoba; Corrientes; Entre Ríos; La Rioja; Santiago del Estero: Tucumán. URUGUAI.

DE CARLO (1938a): 232 BRASIL: Santa Catarina. ARGENTINA: Buenos Aires- Cap. Federal; Chaco- Fontana; Entre Rios; La Pampa- Loventuel; La Rioja; Mendoza-Malargiié, Santia- go del Estero. URUGUAI.

DE CARLO (1939): 231 ARGENTINA

RUFFINELLI & PIRAN (1959): 46 URUGUAI: Artigas- Barra de Yucutujá, Yucare; Canelones- Atlantida, La Paz, S.).Carrasco; Montevideo- Cidade de Montevideo, Pocitos, Prado, Sayago; Maldonado- C2 Animas; Paysandu; Rivera- Tranqueras; Salto- Paso az San José. LAUCK (1964): 129-30 BRASIL: Rio Grande do Norte; Rio Grande do Sul. PERU: Junin- Sati- po. BOLIVIA: Santa Cruz- Chiquitos, Robore. PARAGUAI: Guairä- Villarrica. ARGENTINA: Buenos Aires- Alrededores de Quilmes, Buenos Aires, Campana, Lu- jan, Olivos, San Isidro, Tigre; Córdoba- Rejo; Corrientes- Esquina; El Chaco- Fontana, Resistencia; Entre Rios- Concórdia, La Paz; Mendoza- Mendoza; Santa Fé- Esperanza,

IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (55): 43-86; 25 fev. 1980

Inventário da distribuição ... 5

Reconquista, Sancti Spiritus; Santiago del Estero- Icano (Rio Saldo [sic)): URUGUAI: Artigas- Barra del Yucutujä, Catalán Chico, Cerro Largo- Sierra de Vaz; Colonia- Artil- leros: Florida- Casupä; Lavalleja- Aquas Blancas; Montevideo- Montevideo, Pocitos, Punta Carrera; Rivera- Tranqueras; Tacuarembö- Tacuarembó.

SCHNACK (1973a): 67 CHILE: Colchagua- Pichilemu; Nuble- Rio Perquilauquen; Santiago- La

Rınconada, Talacante. LANZER (1976): 5 BRASIL: Rio Grande do Sul- Bocoroca, Lagoa Vermelha, Lami, Marcelino Ramos, Porto Alegre, Santa Teresinha. Belostoma ellipticum LATREILLE, 1833.

Localidade típica: não designada. Distribuição: MAYR (1871): 408, citada como Zaitha elliptica MEXICO

KIRKALDY & BUENO (1909): 191 MEXICO

DE CARLO (19384): 216 MÉXICO

LAUCK (1959): 9 a MÉXICO (Costa Este) BAHAMAS CUBA AMÉRICA CENTRAL

DE CARLO (1960): 57 COLOMBIA: Muzo

LAUCK (1962): 62 has Bahamas- Andros (Lago Straniard Creek). MÉXICO: Campeche -Escárcega Campe; Vera Cruz-Cördoba; Yucatân-'Chichén Itzá, Chuminopo- lis, Colonia. CUBA: La Habana- Cayamas, Rio Almendares; Las Villas- Palpite Cie- naga de Zapita, Santa Clara; Matanzas; Oriente- Guantanamo. GUATEMALA: Con- chas River. HONDURAS: Atlantida- La Ceiba.

Belostoma elongatum MONTANDON, 1908. Localidade típica: Assunção, Paraguai. Distribuição: DE CARLO (1930): 112 PARAGUAI: Assunção. ARGENTINA: Corrientes- Goya.

DE CARLO (1930): 113, citada como B. boscii MEXICO CUBA SANTO DOMINGO = República Dominicana) GUATEMALA COSTA RICA PANAMÁ COLOMBIA GUIANAS PA- RAGUAI ARGENTINA: Buenos Aires; Catamarca; Chaco; Corrientes; Entre Ríos. URUGUAI.

RUFFINELLI & PIRAN (1959): 45, citada como B. boscir URUGUAI: Montevidéo

RUFFINELLI & PIRAN (1959): 46 URUGUAI: Artigas; Canelones- La Tuna; Montevidéo- Pocitos; Rivera- P. Tranqueras; Treinta y Tres- Arrozal 33.

IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (55): 43-86; 25 fev. 1980

56 LANZER-de SOUZA, M.E.:

LAUCK (1962): 78 PERU: Junin- Satıpo. BOLIVIA: Santa Cruz- Chiquitos, Robore. PA-

RAGUAI: Central- Asunción; Guairá- Villarrica; Paraguari- Supucay. ARGENTI- NA: Buenos Aires- Buenos Aires; Chaco- Fonta [sic]; Corrientes- Corrientes; Mendoza- Mendoza: Misiones- Misiones; Santa Fé- Reconquista: Santiago del Estero- Icano (Rio Salado). URUGUAI: Montevidéo- Montevidéo, Pocitos; San José- San José, Sierra de Mahoma. LANZER (1976): 5 BRASIL: Rio Grande do Sul- Bocoroca.

Belostoma fittkaur DE CARLO, 1966. Localidade típica: Cachoeira dos Indios, Igarapé Cachoeira, Brasil. “Distribuição:

DE CARLO (1966): 100 Ä BRASIL: Igarapé Cachoeira (Cachoeira dos Indios, Rio Cuieiras).

SCHNACK (1973): 6 BRASIL: Igarapé Cachoeira (Cachoeira dos Índios).

Belostoma foveolatum (MAYR, 1863). Localidade típica: não designada. Distribuição: MAYR (1863): 355, citada como Zaitha foveolata Borneo

MAYR (1871): 408, citada como Z. foveolata Cayenne

DE CARLO (19384): 213 BRASIL: Minas Gerais; Rio de Janeiro; São Paulo. PARAGUAI AR-

GENTINA.

LAUCK (1962): 56 BRASIL: Pará; São Paulo- São Paulo.

SCHNACK (1973): 6 BRASIL: Minas Gerais; Rio de o São Paulo.

NIESER (1975): 98 BRASIL: Pará- Lago Grande: São Paulo.

Belostoma gestroi MONTANDON, 1900.

Localidade tipica: (Balzan), Argentina e Paragirall Distribuição:

MONTANDON (1900): 538-9, citada como B. Gestroi PARAGUAI: Coquelet. ARGENTINA: Balzan (?).

DE CARLO (1930) : 110-11 $ BOLÍVIA PARAGUAI ARGENTINA: Buenos Aires; Estes Tu- cumán.

DE CARLO (1938a): 219

BOLÍVIA PARAGUAI ARGENTINA: Chaco- Fontana, Resistencia: Entre Ríos- Concordia.

IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (55): 43-86; 25 fev. 1980

Inventário da distribuição ... 57

BACHMANN (1961) : 25, em NIESER (1975): 106 ARGENTINA LAUCK (1963): 95-6 BRASIL: Amazonas- João Pessoa, Lago Berury, Rio Purus, Rio Juruá, Mato Grosso- Bodoquena. PERU: Junin- Satipo; Loreto- Rio Ucayali. BOLIVIA: Beni- Espiritu, Rio Yacuma; Cochabamba- Cochabamba; Santa Cruz- Buena Vista. PARAGUAI: Guairá- Villarrica. ARGENTINA: Buenos Aires- Campana; Mendoza- Mendoza; Tucumän- Tucumán.

NIESER (1975): 106 SURINAME: Brokopondo- Kassikreek. BRASIL: Amazonas; Mato Grosso. PERU: Junin; Loreto. BOLIVIA: Beni- Reyes (Rio Beni). PARAGUAI ARGENTINA: Buenos Aires; Chaco; Corrientes; Entre Ríos; Tucumán.

Belostoma grandicollum DE CARLO, 1934. Localidade típica: Mato Grosso, Brasil. Distribuição: DE CARLO (1934): 110 BRASIL: Mato Grosso.

DE CARLO (19384): 237 BRASIL: Mato Grosso.

LAUCK (1963): 94 BRASIL: Santa Catarina- Nova Teutonia.

Belostoma guianae LAUCK, 1962.

Localidade típica: Guiana Distribuição: LAUCK (1962): 74-5 GUIANA BRITÂNICA( = Guiana): Canal Polder; Demerara River (West Bank); East Bank Demerara (Plantation Ecceles e Ogle); Georgetown; Honey Camp Creek; Supuruni Creek; Vreeden Hopp.

NIESER (1975): 95 | GUIANA: Georgetown: Guyana; Karanambo; Plantation Ecceles; Planta- tion Ogle; Vreeden Hopp (West Bank Demerara). SURINAME: Suriname- Repu-

bliek, Vierkinderen, Zanderij. Belostoma harrısi LAUCK, 1962.

Localidade típica: Plantation Ogle, Guiana. Distribuição: LAUCK (1962): 54 GUIANA HOLANDESA = Suriname): Paramaribo. GUIANA BRITA- NICA( = Guiana): Georgetown. BRASIL: Pará.

DE CARLO (1966): 104 SURINAME

NIESER (1975): 99 GUIANA: Demerara- Mon Repos; Georgetown; Guyana; Plantation Ogle. SURINAME: Commewijne- Plantage Leliendaal; Dutch Guianas; Nickerie- Wage- ningen; Marowijne; Saramacca- Coppenamepunt; Suriname- Lelydorp, Paramaribo (| Hermitage, Santo Boma, Charlesburg, Cultuurtuin), Para River.

JHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (55): 43-86; 25 fev. 1980

58

LANZER-de SOUZA, M.E. Belostoma hirsutum ROBACK & NIESER, 1974. Localidade típica: Colombia. Distribuição: ROBACK & NIESER (1974): 39 COLOMBIA: Meta (Puerto Lopez- 32 km ENE). Belostoma horvathi MONTANDON, 1903.

Localidade típica: Santa Catarina, Brasil. Distribuição:

DE CARLO (19384): 224 BRASIL: Minas Gerais; Santa Catarina; São Paulo; Rio Grande. AR- GENTINA: Chaco- Fontana. - DE CARLO (1957): 56 BRASIL: Santa Catarina. LAUCK (1959): 6 AMERICA DO SUL. DE CARLO (1960): 58 BRASIL: Santa Catarina. SCHNACK (1973): 6

BRASIL: Minas Gerais; Santa Catarina; São Paulo; Rio Grande. Belostoma husseyi DE CARLO, 1960. Localidade típica: Caracas, Venezuela, Distribuição: DE CARLO (1960): 49 VENEZUELA: Caracas. Belastoma lariversi DE CARLO, 1960. Localidade típica: Cucharas, Peru. Distribuigäo: DE CARLO (1960): 50 PERU: Cucharas- Fuallago, Pucaya. Belostoma lundbladı DE CARLO, 1963.

Localidade típica: Paracatu, Minas Gerais, Brasil. Distribuição: DE CARLO (1963b): 22 BRASIL: Minas Gerais- Paracatu. Belostoma machrisi MENKE e LAUCK,, 1962.

Localidade típica: São João da Aliança, Goiás, Brasil. Distribuição:

MENKE & LAUCK (1962): 7 BRASIL: Goiäs- São João da Aliança (20 km N). Belostoma malkini LAUCK, 1962.

Localidade típica: Guanare, Portuguesa, Venezuela. Distribuição:

LAUCK (1962): 52

TRINIDAD: Fyzadad. VENEZUELA: Bolivar- Tumeremo; Monagas- Caripito, Quirequire; Portuguesa- Guanare; Zulia- Rosano. GUIANA BRITA-

IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 43-86; 25 fev. 1980

Inventário da distribuicäo ... 59 E eee eme O ee ee e e mei o e e,

NICA( = Guiana): Georgetown. BOLÍVIA: Santa Cruz- Roboré.

NIESER (1975): 100 VENEZUELA: Malkın; Portuguesa- Guanare.

LANZER (1976): 5 | BRASIL: Rio Grande do Sul- Porto Alegre (Jardim Barão do Caí).

Belostoma martinezi DE CARLO, 1957. Localidade típica: Nueva Moka, Santa Cruz, Bolívia. Distribuição: DE CARLO (1957): 54 BOLIVIA: Santa Cruz- Nueva Moka. LAUCK (1964): 112 5 BRASIL: Região Berry (Rio Purus). BOLÍVIA: Distrito de Chaparé (Rio Chipırirı); Santa Cruz- Nueva Moka.

SCHNACK (1973): 6 BOLIVIA: Santa Cruz- Nueva Moka.

Belostoma martini MONTANDON, 1899.

Localidade típica: Patagonia”. Distribuição:

MONTANDON (1899): 170, citada como Zaitha martini, em KIRKALDY & BUENO (1909: 191) 3 Patagonıa KIRKALDY & BUENO (1909): 191 Patagonia DE CARLO (1930): 111 PARAGUAI ARGENTINA: Buenos Aires- La Plata. URUGUAI. DE CARLO (19384): 230-1 ARGENTINA: Buenos Aires- Buenos Aires (Rosas), Mar del Plata. URU- GUAI. RUFFINELLI & PIRAN (1959): 46 URUGUAI: Canelones- Las Tocas; Colonia- Carmelo. LAUCK (1963): 99 ARGENTINA: Buenos Aires; Patagonia. URUGUAI. LANZER (1976): 5 BRASIL: Rio Grande do Sul- Cassino.

Belostoma menkei DE CARLO, 1960.

Localidade típica: Satipo e Pucallpa, Peru. Distribuição: DE CARLO (1960): 53 PERU: Pucallpa; Satipo.

Belostoma micantulum (STAL, 1858). Localidade tipica: Rio de Janeiro, Brasil. Distribuição: STAL (1858): 84, citada como Zaitha micantula em NIESER (1975 : 115). BRASIL

IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (55): 43-86; 25 fev. 1980

60 LANZER-de SOUZA, M.E.

WHITE (1879): 270, citada como Z. zelorypus. em NIESER (1975 : 115). BRASIL

MAYR (1871): 410 e 420, citada como Z. micantula BRASIL: Rio de Janeiro. La Plata

DE CARLO (1930): 120 BRASIL PARAGUAI ARGENTINA: Buenos Aires; Chaco; Corrien- tes: Entre Ríos; Misiones; Santa Fé; Santiago del Estero.

DE CARLO (1938a): 228 BRASIL: Rio de Janeiro PARAGUAI: Puerto Guarani. ARGENTI- NA: Chaco- Fontana: Corrientes- Itati; Entre Ríos- Concordia; Salta- Orán: Santa Fé- Rosário. RUFFINELLI & PIRAN (1959): 46 URUGUAI: Artigas- Arr. Tres Cruces; Arr. de la Invernada; Barra de Yucu- tujá. MENKE & LAUCK (1962): 7 BRASIL. Goiás- Amaro Leite (34 km S), Peixe (3 km S; 48 km S: 124 km 8), São Jcão da Aliança (20 km N).

NIESER (1975): 115

GUIANA: Alexander Village: West Bank Demerara (Canal Polder); Geor- getown; Karanambo. SURINAME: Brokopondo- Afobakka, Brokopondo, Kabelsta- ton: Commewijne- Plantage Leliendaal; Coronie- Coronieweg: Marowijne; Saramacca; Suriname: Paramaribo (| Hermitage), Republiek, Zanderij. BRASIL: Amapä- Porto Santana; Amazonas- Igarapé Incarnada (Rio Cuieiras), Manaus (Lago Calado e Lago Xi- borena), Paraná Terra Nova (Rio Solimões), Paraná dos Ramos (Rio Amazonas), Rio Cu- pari (Lago Silvestre): Pará- Fordlândia, Igarapé (Vila Nova), Igarapé Uaıba, Tumucuma- que: Rio de Janeiro.

ROBACK & NIESER (1974): 39 = COLOMBIA Meta- Lagoa Mozambique (Puerto Lopez- 16 km SW). Belostoma minor (PASILOT DE BEAUVOIS, 1805).

Localidade tipica: não designada Disimbuição

PALISOT DE BEAUVOIS (1805): 236, citada como Nepa minor em KIR- KALDY & BUENO (1909 : 192) HAITI SANTO DOMINGO( = República Dominicana) KIRKALDY & BUENO (1909): 190, citada como B. apache MENICO CUBA BNANSIE MAYR (1871): 409, citada como Zartha minor MEXICO LAUCK (1959): 2 “Creater Antilles” DE CARLO (1960): 54, citada como B. apache BRASIL: São Paulo LAUCK (1964). 123

CUBA: Havana- Havana: Pinar del Rio- Pinar del Rio. REPUBLICA DOMINICANA: Boca Caia. JAMAICA: Montego Bay: Snug Harbor. PORTO

IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 43-86: 25 fev. 1980

Inventário da distribuição ...

61

RICO: Arecibo (Lago Tortuguero, Vega Baja); Mayagüez (Laja): Ponce (Villalba- Lago

Guayabal): San Juan (San Juan). Belostoma noualhreri MONTANDON, 1903.

Localidade tipıea: Rio Grande, Brasil. Disembuição

DE CARLO (19384): 235 BRASIL: Rio Grande

DE CARLO (1950): 531 BRASIL: São Paulo

Belostoma oxyurum (DUFOUR, 1863). Localidade típica: Montevideo, Uruguai. Disernbuição

DUFOUR (1863): 390, citada como Zaitha oxyura URUGUAI: Montevideo

MAYR (1871): 409, citada como Z. oxyura Buenos Aires Montevidéo

KIRKALDY & BUENO (1909): 192 BRASIL ARGENTINA URUGUAI

DE CARLO (1930): 118 BRASIL ARGENTINA: Buenos Aires. URUGUAI.

DE CARLO (19384): 225

BRASIL ARGENTINA: Buenos Aires- Capital, Chascomús; Ilha Martin

Garcia: Entre Ríos- Paramacito. URUGUAI: Montevideo.

SCHNACK (1971): 77 ARGENTINA: Buenos Aires- Chascomüs.

Belostoma planum LAUCK, 1963. Localidade típica: Shapajilla, Huanuco, Peru. Distribuição:

LADER oo Be 5 PERU: Huanuco- Shapajilla. Belostoma peruvianum DE CARLO, 1966. Localidade típica. Pucallpa, Tournavista, Peru Distribuição

DE CARLO (1966): 102 VENEZUELA PERU: Tournavista- Pucallpa.

Belostoma plebejum (STAL, 1858) Localidade vípica: Rio de Janeiro. Brasil Distribuição:

DUFOUR (1863): 389-90, citada como Zaitha plebejum e Z. maculosa. BRASIL

MAYR (1871): 410, citada como Z. plebeja VENEZUELA BRASIL

KIRKALDY & BUENO (1909): 192 BRASIL ARGENTINA

IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 43-86: 25 fev

. 1980

62 LANZER-de SOUZA, M.E.

DE CARLO (1930): 118-9 E BRASIL ARGENTINA: Buenos Aires; Corrientes; Entre Ríos; Misiones. RUFFINELLI & PIRAN (1959): 47 URUGUAI: Lavalleja

MENKE & LAUCK (1962): 6 BRASIL: Goiás- São João da Aliança (20 km N) PARAGUAI ARGEN-

TINA URUGUAI. Belostoma porteri DE CARLO, 1942.

Localidade típica: não designada. Distribuição: DE CARLO (1942): 213 PANAMÁ: Zona do Canal de Panamá. VENEZUELA: Mérida. PE- RU: Las Guacas.

LAUCK (1962): 54-5 PANAMA: Panamá- Panamá City; Trinidad Rio. VENEZUELA.

NIESER (1975): 102 PANAMA: Panamá City: Zona do Canal.

Belostoma pseudoguianae ROBACK e NIESER, 1974. Localidade típica: Colombia. Distribuição:

ROBACK & NIESER (1974): 40 COLOMBIA: Meta - Lagoa Mozambique.

Belostoma pygmeum (DUFOUR, 1863). Localidade típica: Pondicherry (2) Distribuição:

DUFOUR (1863): 392, citada como Zaıtha pygmea Pondicherry (>) NIESER (1975): 118 a BRASIL: Amazonas- Paraná Terra Nova (Rio Solimões). BOLIVIA: Santa Cruz. PARAGUAI: Molinasque.

Belostoma rıbeiroi DE CARLO, 1933. Localidade típica: Gruta de Tucum, Mato Grosso, Brasil Distribuição:

DE CARLO (1933): 96, citada como B. Ribeiror BRASIL: Mato Grosso- Gruta de Tucum

DE CARLO (1933): 97, citada como B. Dufouri BRASIL: Mato Grosso a

DE CARLO (1935b): 205 BRASIL: Mato Grosso

DE CARLO (19384): 238 BRASIL: Mato Grosso

IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 43-86; 25 fev. 1980

Inventário da distribuição ... 63

MENKE & LAUCK (1962): 6 BRASIL: Goias- Amaro Leite (34 km S), Formoso (24 km E), Veadeiros.

LAUCK (1963): 92 BRASIL: Goiás- Amaro Leite (ao sul): Formoso, Veadeiros.

Belostoma sanctulum MONTANDON, 1903.

Localidade vípica: Espírito Santo, Brasil. Distribuição

DE CARLO (19384): 226

BRASIL: Espírito Santo, Santa Catarina. LAUCK (1959): 6

“South American” SYNAVE (1967):5

BRASIL

SCHNACK (1973b): 6 BRASIL: Espírito Santo; Santa Catarina.

Belostoma sattlerı DE CARLO, 1966.

Localidade típica: Amazonas, Brasil, Distribuição:

DE CARLO (1966): 105 BRASIL: Amazonas

Belostoma sayagoı DE CARLO, 1966.

Localidade tipica: Para. Brasil. Distribuição

DE CARLO (1966): 101 BRASIL: Pará

Belostoma stollii (AMYOT e SERVILLE, 1843). Localidade típica: Rıvieri de Kouru, Pariacabo, Guiana Francesa. Distribuição DE CARLO (19384): 240 GUIANAS BRASIL LAUCK (1963): 88 j | GUIANA HOLANDESA ( = Suriname) GUIANA FRANCESA: Pariaca- bo VENEZUELA: Terr. Amazonas Ilha de Esfurzo. BRASIL: Amazonas- Re- gião do Lago Taparuna: Mato Grosso- Jacaré ( Rio Xingu ). NIESER (1975): 104 o | GUIANA: Supuruni Creek . SURINAME: Brokopondo; Marowijne- Rio Litanı; Nickerie- Amazonas. Rio Kabalebo. GUIANA FRANCESA: Pariacabo (Janvier-

Le Moult). Belostoma subspinosum subspinosum (PALISOT DE BEAUVOIS, 1805).

Localidade tipica: Boca Cana. Republica Dominicana . Distribuição

PALISOT DE BEAUVOIS (1805): 236, citada como Nepa subspinosum em

IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 43-86: 25 fev. 1980

64 LANZER-de SOUZA, M.E.

KIRKALDY & BUENO (1909 : 192). HAITI SANTO DOMINGO (= República Dominicana)

DUFOUR (1863): 387, citada como Zaıtha subspinosa "Saint Domingue- Cayenne”

LAUCK (1959): 9 ANTILHAS (excluíndo Cuba)

LAUCK (1962): 68 HAITI: Oeste. Attelye; Port-au-Prince. REPÚBLICA DOMINICA- NA: Espaillat- Moca; Puerto Plata- Puerto Plata; Samanä- Sanchez; San Pedro de Macoris- Boca Caica, San Pedro de Macorís. PORTO RICO: Aquadilla (Aceituna): Arecibo (Arecibo); Guayana (Cayey, Guayaba); Mayagüez (Lajas, Mayagüez); Ponce (Coamo Springs, Villalba): San Juan (Corozal, Gurabo, Rio Piedros, San Juan). GRE- NADA [sic]: Worburn. St. CROIS.

Belostoma subspinosum cupreomicans (STAL, 1854). Localidade típica: México Distribuição:

LAUCK (1959):9 _ MEXICO AMERICA CENTRAL

LAUCK (1962): 65 MEXICO: Campeche- Champotön Yaluı Aquada, Ciudad de Carmen;

Chiapas- La Libertad, Lago Tepancuapan: San Vicente; Colima- Colima, Vulcano: Guerrero- Acapulco, Rio Agua; Jalısco- Chapala, Concha, Guadalajara, La Quemada: Michoacan- El Sabino Uruapán, Quiroga, Zamora: Nayarit- Puerta de la Lima, Tepic: Nuevo Leön- Monterrey, Rio Ramos: Oaxaca- La Ventosa, Tehuantepec, Zanatepec; San Luis Potosı- Tmazunchale, Valles; Sınaloa- Culiacan, Mazatlán, Verdura, Hermosillo, Obregon: Tamaulıpas- Tampıco, Victoria; Vera Cruz- Córdoba, Jesus Carranza, La Glo- ria. Minatıtlan, Napacayan, Pao de Ovejas, Vera Cruz; Yucatän- Chichen Itzá, Piste Chock Cenote. GUATEMALA: Izabel- Cayuga; Jutiapa- Asunción, Jutiapa, Mono- gov. Progreso. HONDURAS: Atlantida Tela; Chiquimula: Copán: Tegucigalpa- Tegucigalpa. EL SALVADOR: La Unión- San Antonio, San Miguel, Santa Rosa, Sı- rama. COSTA RICA: Guanacaste- Bagaces, Liberia. NICARÁGUA: Esteli- Con- gega: Manágua- San Benito: Madriz- Somoto; Rıvas- Belém, Rivas. PANAMA: Chiriqui- El Volcán.

Belostoma testaceopallidum LATREILLE, 1807:

Localidade típica: Curitiba. Paraná, Brasil

Distribuição

LA TREILLE (1807): 145, citada como [B.] testaceo-pallidum AMÉRICA

DUFOUR (1863): 387, citada como Zaitha margine-guttata BRASIL

DUFOUR (1863): 388, citada como Z. carbonaria BRASIL: Bahia

MAYR 1871): 407 e 410, citada como Z. margineguttata GUADALUPE BRASIL

DE CARLO (1930): 114, citada como B. restaceo-pallidum

IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 43-86: 25 fev. 1980

Inventário da distribuição ... 65

GUADALUPE BRASIL ARGENTINA: Misiones

DE CARLO (1934): 111, citada como B. longirostrum BRASIL: Estado do Rio- Terezópolis

DE CARLO (19384): 236-7 BRASIL: (Mato Grosso)

DE CARLO (19384): 238, citada como B. longirostrum M BRASIL: Minas Gerais, Rio de Janeiro; São Paulo. ARGENTINA: Misiones

LAUCK (1963): 91 BRASIL: Paraná- Curitiba.

Belostoma thomast LAUCK, 1959. Localidade típica: Cuernavaca, Morelos, México. Distribuição:

LAUCK (1959): 2 MEXICO: Campeche- Ciudad de Carmen, Palizada; Chiapas- Comitän, Hidalgo La Libertad, Lago Tepancuapan, Tuxtla Gutiérrez: Colima- Colima; Guerrero- Acapulco, Cajones, Iguala, Rincon, Rio Balsas: Hidalgo- El Chico; Jalisco- Autlän, Te- colotlán, Unión de Tula; Michoacán- Carapán, El Sabino Urupan; Nayarit- Ixtlán del Rio; Nuevo León- Montemorelos; Oaxaca - La Ventera, Oaxaca, Posita, Salina Cruz, Te- panatepec, Zanatepec, Tamaulipas- Hacienda La Clementina: Vera Crüz- Plantanas Mi- natitlán, Vera Cruz; Yucatän- Chichen Itzä, Mérida, Yunca. GUATEMALA: Jutiapa- Jutiapa. HONDURAS: Distrito de Guaimas - Tela; Morazän- Tegucigalpa. EL SALVADOR: Cuscatlán- Cojutepeque; La Uniön- San Antonio, Santa Rosa. COSTA RICA: Guanacaste- La Cruz. NICARÁGUA: Belén: Pena Blanca; Rivas.

LAUCK (1964): 120-1 Cita as mesmas localidades de seu trabalho em 1959, acrescentando COSTA RICA: Cartago- Turrialba; Guanacaste- La Cruz; San Jose- Rio Tiribr, San Jose.

Belostoma triangulum LAUCK, 1964. Localidade típica: Leonpampa e Shapayılla, Huanuco, Peru. Distribuição: LAUCK (1964): 107 BRASIL: Mato Grosso- Caceres. PERU: Huanuco- Aucuyacu, Leonpam- pa, Shapayılla. Belostoma truxali DE CARLO, 1960.

Localidade típica: Kabelstarion. Suriname Distribuição

DE CARLO (1960): 48 SURINAME: Kabelstation ROBACK & NIESER (1974): 39 COLOMBIA NIESER (1975): 112 SURINAME: Brokopondo; Marowijne- Langatabbetje. Belostoma venezuclae LAUCK, 1962.

“Localidade típica: Monagas. Venezuela Distribuição

IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 43-86: 25 fev. 1980

66 LANZER de SOUZA, M.E.

LAUCK (1962): 77 ILHA DE CURAÇÃO : St. Martha. EQUADOR: Guayas- Guayaquil.

PERU: Lima- Callao. VENEZUELA: Amazonas- Puerto Ayacucho: Araqua- Roca del Rio; Bolivar- Tumeremo; Distrito Federal; Monagas- Matarin; Portuguesa- Guanare.

Gênero Lethocerus MAYR, 1853. Lethocerus angustipes (MAYR, 1871).

Localidade típica: não designada. Distribuição: MAYR (1871): 427, citada como Belostoma angustipes

MEXICO

KIRKALDY & BUENO (1909): 188 MEXICO

CUMMINGS (1933): 203 MEXICO: Colima; Durango

DE CARLO (1933): 207 MEXICO: Campeche- Lerma MENKE (1963): 267 MEXICO DE CARLO (1964): 343 MEXICO BRAILOVSKY & MAYAUDON (1974): 97 MEXICO: Hidalgo- Actopan Lethocerus annulipes (HERRICH-SCHAFFER, 1846). Localidade típica: Sul da América (sem localidade definida). Distribuição: HERRICH-SCHAFFER (1848): 28, citada como Belostoma annulipes, em INTE SE ROO ADE Sul da América.

DUFOUR (1863): 382, citada como B. ruficeps, B. distinctum e B. sıgnore-

América Meridional COLOMBIA BRASIL

MAYR (1871): 427, citada como B. annulıpes CUBA VENEZUELA: La Guayra SURINAME

MONTADON (1896): 516, citada como B. mayri, em MENKE (1963 : 264). BRASIL KIRKALDY & BUENO (1909): 188 ' MEXICO CUBA JAMAICA HONDURAS BRITÂNICAS ( = Beli- ze) GUATEMALA COSTA RICA NICARÁGUA PANAMÁ VENEZUE- LA GUIANA HOLANDESA ( = Suriname) BRASIL ARGENTINA.

DE CARLO (1930): 107-8 E | MÉXICO CUBA JAMAICA HONDURAS BRITÂNICAS (= Beli- ze) GUATEMALA HONDURAS COSTA RICA NICARÁGUA PANA-

IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (55): 43-86: 25 fev. 1980

Inventário da distribuição ... 67

VENEZUELA COLOMBIA GUIANAS BRASIL PARAGUAI AR- GENTINA: Buenos Aires; Chaco; Corrientes; Entre Ríos; Misiones; Santiago del Estero. URUGUAI.

CUMMINGS (1933): 204 PORTO RICO: Porto Rico VENEZUELA: Caracas COLOMBIA:

Colombia GUIANA FRANCESA: St. Laurent- Guyana GUIANA BRITÂNICA ( = Guiana): Plantation Ecceles, E Bank Demerara River BRASIL: Santa Catarina; São Paulo- Ypirango PARAGUAI: Paraguai- Villarrica ARGENTINA: Buenos Aires; Santa Fé- Fives Lille; Santiago del Estero- Icano (Rio Salado).

DE CARLO (19384) : 202 x CUBA GUATEMALA HONDURAS NICARÁGUA VENE-

ZUELA BRASIL: Mato Grosso ARGENTINA: Buenos Aires- Cap. Federal; Chaco- Fontana, Resistência; Entre Rios- Paraná; Formosa- Las Lomitas; Santiago del Estero- Ca- pital. MENKE & LAUCK (1962): 4 BRASIL: Goiäs- São João da Aliança (20 km N)

MENKE (1963): 264 LA ESPANHOLA PORTO RICO “'Lesser Antilles

DE CARLO (1964): 349 ANTILHAS VENEZUELA: Guarico- Represa de Calabozo BRASIL: Rio de Janeiro; Rio Grande do Sul; Säo Paulo PARAGUAI: Concepciön- Pto. Valle- | ARGENTINA: Buenos Aires- Capital Federal; Chaco; Corrientes; Entre Ríos; For- mosa; Santa Fé; Santiago del Estero- URUGUAI.

PASTOR ALAYO (1974): 30 LA ESPANHOLA PORTO RICO ANTILHAS MENORES

- ROBACK & NIESER (1974): 40 COLOMBIA: Meta ( (Fazenda El Viento- 32 km ENE de Puerto Lopez).

NIESER (1975): 121-2 GUIANA BRITÂNICA ( = Guiana): Demerara SURINAME: Suriname- Paramaribo (T' Hermitage), Republiek (Coropinakreek), Zanderij (Malasie Kreek).

LANZER (1975b): 88 BRASIL: Rio Grande do Sul- Canoas, Cidreira, Pantano Grande, Porto Ale-

gre, Santa Maria, Santa Teresinha, Torres, Tramandaí, Uruguaiana.

Lethocerus bruchi DE CARLO, 1931. Localidade típica: Estado do Paraná, Brasil. Distribuição:

DE CARLO (1931): 218 BRASIL: Paraná

DE CARLO (19384): 203 BRASIL: Minas Gerais, Paraná RUFFINELLI & PIRAN (1959): 47 URUGUAI: Tacuarembö DE CARLO (1964): 339 e 347 BRASIL: Minas Gerais; Paranä ARGENTINA: Corrientes- Caseros URUGUAI: Maldonado.

1,

IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (55): 43-86; 25 fev. 1980

68 LANZER-de SOUZA, M.E. PO pd rn iso So srt Eu a

Lethocerus camposi (MONTANDON, 1900). Localidade típica: Guayaquil, Equador. Distribuição: KIRKALDY & BUENO (1909): 188 EQUADOR

CUMMINGS (1933): 205 EQUADOR: Guayaquil

DE CARLO (1964): 341 EQUADOR: Guayaquil

Lethocerus colossicus (STAL, 1854). “Localização típica: Honduras Distribuição: STAL (1855): 240, citada como Belostoma collosıcum, em MENKE (1963 : 265). HONDURAS

MAYR (1871): 425, citada como B. colossicum MÉXICO CUBA HONDURAS

KIRKALDY & BUENO (1909): 188 MÉXICO CUBA JAMAICA HONDURAS COSTA RICA

CUMMINGS (1933): 207 1 MÉXICO: Campeche; Yucatän- Yucatán CUBA: Central San Antonio; Cuba: Havana: Santiago (Madruga) JAMAICA: Jamaica PANAMA

DE CARLO (19384): 205 MEXICO: Oaxaca CUBA: Havana JAMAICA HONDURAS COSTA RICA PANAMA

MENKE (1963): 265-7

MÉXICO: Istmo de Tehuantepec CUBA JAMAICA PANAMÁ (ao sul)

DE CARLO (1964): 339 e 341 MEXICO: Oaxaca; Tabasco; Villahermosa CUBA JAMAICA HONDURAS COSTA RICA PANAMÁ

PASTOR ALAYO (1974): 31 CUBA

BRAILOVSKI & MAY AUDON (1974): 97 MEXICO: Guerrero; Oaxaca- Puerto Escondido; San Luis Potosi- San Luis Potost; Vera Cruz- Cosoamaloapan, El Higo, Fortin; Yucatán.

Lethocerus delponteiı DE CARLO, 1930.

Localidade típica: Iguazu, Misiones, Argentina. Distribuição:

DE CARLO (1930): 108, citada como L. Del Pontei ARGENTINA: Misiones- Iguazu

DE CARLO (1931): 217 | BRASIL: Paraná. PARAGUAI: Puerto Guarani ARGENTINA: Misiones- Iguazu.

IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (55): 43-86; 25 fev. 1980

Inventário da distribuição ... 69

CUMMINGS (1933): 206-7, citada como L. del pontei MEXICO: Colima; Córdoba; Jalapa (ao sul); San Luis Potosi- Victorias (50 m S); Vera Cruz- Encero; Yucatán. CUBA: Guantanamo; Havana; Marinao (Rio Al- mendares). JAMAICA: Claremont; Jamaica (Alligator Pond) PORTO RICO: San Juan. HONDURAS: Honduras. SAN SALVADOR ( = El Salvador): San Salvador. COSTA RICA: Costa Rica. PANAMA: Panamá EQUADOR: Guayaquıl BRASIL: Blumenau; São Paulo- Ypirango. PARAGUAI: Villarrica. ARGEN-

TINA: Misiones- Iguazu.

DE CARLO (19384): 201

MEXICO CUBA PORTO RICO EL SALVADOR COSTA RICA

PANAMA EQUADOR BRASIL: Paraná. PARAGUAI: Puerto Guarani. ARGENTINA: Jujuy- Capital; Misiones- Iguazu.

MENKE & LAUCK (1962): 4 BRASIL: Goiás- São João da Aliança (20km N).

MENKE (1963): 265 & COSTA RICA NICARAGUA PANAMÁ América do Sul

DE CARLO (1964): 349 VENEZUELA BRASIL: São Paulo- Pirassununga. PARAGUAI: Puer- 5 Guarani; Villarrica. ARGENTINA: Jujuy- Capital; Misiones- Iguazu; Salta- Agua anca. NIESER (1975): 122-3 SURINAME: Marowijne- Paloemeu; Saramacca; Suriname- Paramaribo (Cultuurtuin).

Lethocerus dılatus CUMMINGS, 1933. Localidade tipica: Buena Vista, Santa Cruz, Bolivia. Distribuição: CUMMINGS (1933): 208 BOLIVIA: Santa Cruz- Buena Vista.

DE CARLO (1964): 347 p BRASIL: Santa Catarina. BOLIVIA: Santa Cruz- Buena Vista.

Lethocerus grandis (LINNEO, 1758). Localidade típica: não designada. Distribuição: KIRKALDY & BUENO (1909): 188 GUIANA FRANCESA COLOMBIA BRASIL

DE CARLO (1930): 105-7 | COLOMBIA GUIANAS BRASIL PARAGUAI: Puerto Bertoni.

ARGENTINA: Misiones- Iguazu; Tucumän- Plaza Independencia.

CUMMINGS (1933): 209 COLOMBIA: Ost. Colombia Villavicencio. BRASIL: Igarapé Assu. PARAGUAI: Villarica [sic].

DE CARLO (19384): 208 América Meridional BRASIL: Rio de Janeiro; São Paulo.

IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (55): 43-86: 25 fev. 1980

70 LANZER de SOUZA, M.E.

DE CARLO (1964): 341 BRASIL: Minas Gerais; Rio de Janeiro, São Paulo.

Lethocerus griseus (SAY, 1832). Localidade típica: não designada. Distribuição: GUERIN-MENEVILLE (1856): 176, citada como Belostoma angustatum, em MENKE (1963 : 267). CUBA

DUFOUR (1863): 382, citada como B. distinctum COLOMBIA

CUMMINGS (1933): 200 CUBA: Havana- Marinao (Rio Almendares)

DE CARLO (1938a): 196 CUBA: Havana

MENKE (19603): 64 MEXICO (Costa Este) ANTILHAS: Greater

MENKE (1962): 64 Antilhas maiores

MENKE (1963): 267 MÉXICO: Yucatán CUBA JAMAICA PORTO RICO: Bayamon GUATEMALA

DE CARLO (1964): 338 CUBA

BRAILOVSKY & MAY AUDON (1974): 98 MEXICO: Vera Cruz- Coatzcoalcos

PASTOR ALAYO (1974): 31, citada como Benacus griseus CUBA

Lethocerus jimenezasuai DE CARLO, 1957 Localidade típica; Guayaquil, Equador. Distribuição: DE CARLO (1957): 51 EQUADOR: Guayaquil

DE CARLO (1964): 349 EQUADOR: Guayaquil

Lethocerus maximus DE CARLO, 1938. Localidade típica: Paraguai. Distribuição: DE CARLO (19384): 209 y VENEZUELA BRASIL: Curumbá: Rio Grande. BOLIVIA: Santa Cruz de la Sierra. PARAGUAI: Puerto Bertoni. ARGENTINA: Tucumán.

IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 43-86: 25 fev. 1980

Inventário da distribuição ... 71

DE CARLO (1960): 20 »

VENEZUELA BRASIL: Corumbä; Rio Grande. BOLIVIA: Santa Cruz

de la Sierra. PARAGUAI: Puerto Bertoni. ARGENTINA: Rivadavia; Salta- Rio Pilcomayo; Tucumán- San Miguel (Plaza Independencia).

BACHMANN (1961): 20 E VENEZUELA BRASIL: Corumbá; Rio Grande. BOLIVIA: Santa Cruz de la Sierra. PARAGUAI: Puerto Bertoni. ARGENTINA: Salta- Rio Pilcomayo (ä- guas abaixo de Hito Uno); Tucumán- San Miguel (Plaza Independencia)

MENKE & LAUCK (1962): 3 | BRASIL: Distrito Federal ( = Rio de Janeiro) Rio de Janeiro.

MENKE (1963): 267 “Lesser Antilles”' TRINIDAD

DE CARLO (1964): 341 VENEZUELA: Guarico- Represa de Calabozo. BRASIL: Corumbá; Rio Grande. BOLÍVIA: Gutiérrez; Nueva Moka; Santa Cruz de la Sierra PARAGUAI ARGENTINA: Salta; Tucumän- Capital.

Lethocerus mazzaı DE CARLO, 1961. Localidade tipica: San Javier, Tucumän, Argentina. Distribuição:

DE CARLO (1961): 21-3 BOLIVIA: Yungas del Palmar. ARGENTINA: Tucumán- Monteros, San Pedro de Colalao, San Javier.

DE CARLO (1962): 143 ARGENTINA: Tucumán- San Javier

DE CARLO (1964): 347 ARGENTINA: Tucumán- San Javier

DE CARLO (1966): 109 ARGENTINA: Tucumán- San Javier

Lethocerus medius (GUERIN-MENEVILLE, 1856)

Localidade típica: não designada Distribuição: GUERIN-MENEVILLE (1856): 175, citada como Belostoma medium, MENKE (1963 : 264). CUBA

KIRKALDY & BUENO (1909): 188, citada como L. curtus CUBA

KIRKALDY & BUENO (1909): 189 CUBA

IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (55): 43-86: 25 fev. 1980

72 LANZER de SOUZA, M.E.

DE CARLO (19384): 210, citada como L. curtus CUBA

DE CARLO (19384): 210 CUBA

MENKE (1962): 64 América Central Antilhas maiores MENKE (1963): 264-5 MÉXICO ILHAS BAHAMAS América Central ANTILHAS: Grea- ter— PANAMA (Norte) : DE CARLO (1964): 350 MÉXICO: Valle Yaqui CUBA: Havana HONDURAS BRAILOVSKY & MAY AUDON (1974): 97 MÉXICO: Guerrero- Rodecia; Michoacan; San Luis Potosi- Ciudad Valles; Tamaulipas- Reymosa, Tampico; Vera Cruz- Catemaco, San Andrés Tuxtla. CUMMINGS (1933): 211 BRASIL: Rio de Janeiro; Santa Catarina. PARAGUAI: Villarrica.

PASTOR ALAYO (1974): 64 CUBA

Lethocerus melloleitaoi DE CARLO, 1933.

Localidade típica: Blumenau, Santa Catarina, Brasil. Distribuição: DE CARLO (1933): 93-4 BRASIL: Rio de Janeiro- Petrópolis (Independência) Santa Catarina- Blu- menau. CUMMINGS (1933): 211 BRASIL: Rio de Janeiro; Santa Catarina. PARAGUAI: DE CARLO (1964): 340 e 347 BRASIL: Rio de Janeiro; Santa Catarina. PARAGUAI

DE CARLO (1966): 108 BRASIL: Rio de Janeiro; Kali Catarina. ARGENTINA: Paraná de las Palmas (Canal 6).

Lethocerus truncatus CUMMINGS, 1933.

Localidade típica: Fives Lille, Santa Fé, Argentina Distribuição:

CUMMINGS (1933): 212 ARGENTINA: Santa Fives Lille

DE CARLO (1938b): 204 ARGENTINA: Córdoba Alta Gracia

DE CARLO (1964): 347 ARGENTINA: Córdoba-Achiras, Alta Gracia, Calamuchita, I Granja, Rio Caballos; Santa Fé-Fives Lille.

Lethocerus truxali MENKE, 1959.

IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 43-86; 25 fev. 1980

Inventário da distribuição ... 73

Localidade típica: México Distribuição: MENKE (1959): 2 “MEXICO: Guerrero- Acapulco; Nayarit- Tepic, Tuxpan; Sinaloa- Mazatlán. NICARAGUA: Matagalpa

MENKE (1963): 267 f MÉXICO: Ístmo de Tehuantepec. NICARÁGUA EQUADOR

DE CARLO (1964): 342 MEXICO

Lethocerus uhlerı MONTANDON , 1896). Localidade típica: Estados Unidos da América. Distribuição:

CUMMINGS (1933): 213 MÉXICO: Metamoros

MENKE (1963): 263 MEXICO: Temaulipas-Metamoros

Gênero AbedusSTAL, 1862. Abedus breviceps STAL, 1862. Localidade típica: Salle, México. Distribuição: DUFOUR (1863): 396 MEXICO

MAYR (1871): 404 MÉXICO

KIRK ALDY & BUENO (1909): 189 MEXICO COSTA RICA

MENKE (1960 b): 415-6 MÉXICO: Coahuila- Saltillo; Durango- El Salto; Jalisco- Rio Mascota; Nuevo Leön- Monterrey (6 min S); Oaxaca; Macuilxochitl, Rio Mitla (3 min S), Tama- zulapan (10 min NW); San Luis Potosi- Ciudad del Maiz (15 min E).

Abedus decarloı MENKE, 1960. Localidade típica: Compostela. Nayarit. México Distribuição

MENKE (1960b): 426 MEXICO: Nayarit- Compostela

Abedus dilaratus (SAY, 1832).

Localidade típica: Jalapa e Vera Cruz, México Distribuição DUFOUR (1863): 395, citada como Serphus dilatatus MEXICO

MAYR (1871): 403, citada como S. dilatatus

IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 43-86: 25 fev. 1980

zn LANZER de SOUZA, M.E.

MEXICO: San Bartolo; Takubaya

KIRKALDY & BUENO (1909): 189 MEXICO

HIDALGO (1935): 503 MEXICO: Jalapa; Michoacán: Vera Cruz

DE CARLO (1948): 23 MEXICO: Michoacán; Vera Cruz

Menke (1960 b) 418-9 MÉXICO: Durango- El Salto (35 min SW); Jalapa; San Luis Potosi- Sem Luis

Potosi (2 min S); Vera Cruz.

Abedus ovatusSTAL, 1862. Localidade típica: México, Distribuição:

STAL (1862): 461, citado em transcrição por DUFOUR (1863) MEXICO

DUFOUR (1863): 396 MEXICO

MAYR (1863): 347, citada como Stenoscytus mexicanus MÉXICO

MAYR (1871): 404 MÉXICO

ED AGO SDF MEXICO: Guerrero- Xauripa: Jalapa: San Cristobal; Temascaltepec- Real de Arriva.

DE CARLO (1948): 10 MEXICO: Jalapa; San Cristobal; Temascaltepec- Real de Arriva.

MENKE (1960b): 412 MEXICO: Chiapas- Comitän, Escuintla (Mt. Obando), San Cristobal de las Casas: Oaxaca- Macuilxochitl; Vera Cruz- Jalapa. GUATEMALA: Chimaltenango- S.

Pedro Yepo. Abedus signoret signoreu MAYR, 1871.

Localidade típica: México e Guatemala Disimbuição

MAYR (1871): 405, citada como A. signoret MEXICO GUATEMALA

KIRKALDY & BUENO (1909): 190 ; MEXICO GUATEMALA COSTA RICA PANAMA

HIDALGO (1935): 499, citada como A. sıgnoreti MEXICO: Guerrero- Rio das Balsas. EL SALVADOR: San Salvador- Rio Acelhuate. COSTA RICA: San José- Rio Virilla. PANAMÁ: Chiriqua |sic |.

IHERINGIA, Ser Zool., Porto Alegre (55): 43-86: 25 fev. 1980

Inventário da distribuição ... 75

DE CARLO (19384): 242, citada como A. signoreti MEXICO: Colima- Rio das Balsas. EL SALVADOR: San Salvador. COSTA RICA: San José. PANAMA: Chiriqui.

DE CARLO (1948): 8, citada como A. (A) signoreti MEXICO: Colima- Rio das Balsas. EL SALVADOR: San Salvador. COSTA RICA: San José. PANAMÁ: Chiriqui.

MENKE (1960b): 406-7 MEXICO: Chiapas- Guadalupe, La Libertad, Soyalo (7 min SE); Nuevo León- Linares (Arroio Lajıllas), Monterrey (6 min S); Oaxaca- Papaloapán (4 min E), Santa Catarina (Rio Santa Catarina), Tepanatepec (7 min NE e 3 min N); San Luis Potosi- Danubio (Rio Axtla), Tamazunchale (5 min N): Vera Cruz- Córdoba, Jalapa, Paso de Ovejas (3 min W), Rio Antigua, Tlapacoyan (8 min NE). GUATEMALA: El Salto Escuintla; Sam Marcos- Malacatlán; Escuintla- Rio Guaca Lake; Santa Rosa (Salama- 20 km N). HONDURAS: Morazán- Camayaguela. SALVADOR( = El Salvador): San Salvador- Rio Acelhuate; Chalatenango- San José del Sacare. COSTA RICA: Cache; Cartago- Moravia; San José- Palmares (Rio Maria Aguilar e Rio Tiribi); Rio Virilla; Vista del Mar. NICARÁGUA: Esteli- Condega (8 min 5); PANAMA: Chiriqui; Potrerillos. Abedus sıgnoreti sonorensis MENKE, 1960. Localidade típica: Hermosillo e Alamos, Sonora, México. Distribuição: MENKE (1960b): 410 MEXICO: Mazatlán- Rio Quelite (23 min N); Sınaloa- Los Mayos.

Abedus sıgnoreti vicinusMAYR, 1871. Localidade típica: Salle, Oaxaca, México. “Distribuigäo:

MAYR (1871): 405, citada como A. vicinus MEXICO: Oaxaca

DE CARLO (1948): 8-9, citada como A. usingeri El Sabino: Michoacän. MENKE (1960b): 408 MEXICO: Colima- Colima (7 min NE): Guerrero- Acapulco (Rio Balsas); Chilpancingo (Cajones e Rincon): Tierra Colorada (Rio Papagayo), Zumpanango; Jalisco- Barraquitas, La Huerta (Rio Apmica), La Quemada. Rio Grande de Santiago (Rio Verde), Santa Cruz Astllero. Tecolotlän; Michoacán- Uruapan (EI Sabino): Nayarit- Ahuacatlän. Compostela, Ixtlán del Rio, Tepıc; Oaxaca- Corriente, El Camaron (18 min NW), Macuilxochitl, Oaxaca (9 min N e 45 km SE), Rio Mitla (3 min S), Te- huantepec (is min W). Tequisitlän; Sinaloa- Los Mayos, Rio Quelite (Mazatlán- 23 min N).

Abedus stangeı MENKE, 1960. Localidade típica: Vera Cruz e Jalapa. México Distribuição

MENKE (196b): 427 MÉXICO: Jalapa; Vera Cruz- La Joya.

Género Horvathınıa MONTANDON, 1911. Horvarhınıa argemi SCHNACK, 1972.

IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 43-86: 25 fev. 1980

15 TREE N es LANZER-de SOUZA, M.E.

Localidade típica: Loreto, Misiones, Argentina. Distribuição:

SCHNACK (1972); 65-6 ARGENTINA: Mistones-' Loreto

Horvathinia bolleı DE CARLO, 1958. Localidade típica: Cua-guazú, Paraguai. Distribuição:

DE CARLO (1958)152 PARAGUAI: Cua-guazü.

Horvathinia castılloı DE CARLO, 1938. >Localidade típica: Apóstoles Misiones, Argentinã Distribuição:

DE CARLO (19384): 252: ARGENTINA: Misiones- Apöstoles

DE CARLO (1957): 50 ARGENTINA: Misiones- Apóstoles

Horvathınıa doelloyuradoı DE CARLO, 1930. Localidade típica: Chubut, Argentina Distribuição:

DE CARITO. 1930): 122 rad como LIDO ee ARGENTINA: (Chubut)

DE CARLO (19384): 249, citada como H. doello-juradoi ARGENTINA: Chubut |

DE CARLO (1958): 51 ARGENTINA: Chaco; Chubut; Corrientes; istmo

Horvathinia forsteriLAUCK; 1958. Localidade tipica: Rio Chiripi, Bolivia. Distribuição:

LAUCK (1958): 239 BOLÍVIA: ““Oberer”’ rio Chipiri (Chaparé- Gebieni

Horvathinia lentiDE CARLO, 1958.

Localide típica: Rio Tamandus; São Paulo, Brasil. Distribuição:

DE CARLO (1958): 49 BRASIL: São Paulo- Rio Tamandus

Horvathinia meyeriDE CARLO, 1938.

Localidade típica: Fontana, Chaco, Argentina. Distribuição:

DE CARLO: (19384): 251 ARGENTINA: Chaco- Fontana

IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (55): 43-86; 25 fev. 1980

Inventário da distribuição E er E hoo Gn LE

DE CARLO (1958): 49 ARGENTINA: Chaco- Fontana

Horvathinia pelleranoı DE CARLO, 1930 Localidade típica: Santo Tomé, Corrientes, Argentina. Distribuição: DE CARLO (1930): 123, citada como H. Pelleranoı ARGENTINA: Corrientes- Santo Tomé

DE CARLO (1958): 47 ARGENTINA: Corrientes- Santo Tomé

Horvathınıa pelocoroides MONTANDON 1911. Localidade típica: não designada. Distribuição: MONTADON (1911): 246 BRASIL: Minas Gerais: Rio Grande,

DE CARLO (1958): 46 BRASIL: Minas Gerais; Rio Grande

Horvathinia schubarti DE CARLO, 1958. Localidade típica: Pirassununga, São Paulo, Brasil. Distribuição:

DE CARLO (1958): 51 BRASIL: São Paulo- Pirassununga

Gênero WeberiellaDE CARLO, 1966.

Weberiella rhomboides (MENKE, 1965). Localidade típica: Guiana Francesa. Distribuição:

MENKE (1965): 2, citada como Belostoma rhomboides GUIANA FRANCESA

DE CARLO (1966): 98-100 GUIANA FRANCESA BRASIL: Amazonas- Rio Branquinho: Rio Ma-

NIESER (1975): 119 GUIANA FRANCESA BRASIL: Amazonas- Rio Branquinho

CONCLUSÃO

A família Belostomatidae apresenta 5 gêneros com representantes na região neotropi- cal: Belostoma com 66 espécies, Lethocerus com 17 espécies, Abedus com 8 espécies, Horvathinia com 10 espécies e Weberiella com uma espécie.

Considerando o número de citações de localidades, para os gêneros, na região neotro- pical constata-se a seguinte frequência: Belostoma 72,32%, Lethocerus 17,40%, Abedus. 8,95%, Horvathinia 1,05% e Weberiella 0,29%.

IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (55): 43-86; 25 fev. 1980

78 LANZER-de SOUZA, M.E.

Belostoma além de ser o mais frequente, é o mais uniformemente disperso (tabela 1). Lethocerus está citado em maior número para o México (tabela II) seguindo-se o Brasil e a Argentina. Abedus apresenta-se restrito à América Central, e sua maior distribuição está no México (tabela III), Horvathinia, limitado à América do Sul, e Weberiella são os gêneros menos freguentes (tabela IV).

Conforme observa-se na tabela V, o gênero Belostoma está mais referenciado para o Brasil, seguindo-se a Argentina e o México. Lethocerus bem menos frequente, apre- senta maior citação para o México e Argentina, seguindo-se o Brasil. Abedus está mais citado para o México, enquanto Horvathınıa e Weberiella têm frequência bastante infe- rior aos demais gêneros figurados na região neotropical. Entretanto, quanto à dispersão dos gêneros Horvathınıa e Weberiella é pouco o que se pode analisar e estabelecer; devi- do, principalmente ao fato de suas espécies terem sido pouco coletadas. GALILEO (1974) quando se refere a representantes do gênero Horvathinia coletados no Rio Gran- de do Sul (Brasil), especificando as localidades de Santa Maria e Porto Alegre, não enu- mera as espécies encontradas.

Lethocerus annulipes é a espécie de maior distribuição, estando registrada para 20 paí- ses, seguindo-se Belostoma elongatum referenciada para 16 países. Isto contesta a citação de DE CARLO (19384) que Belostoma anurum como a espécie mais dispersa do gêne- ro para a região neotropical.

Acrescenta-se à citação de MENKE (1958) que B. anurum como a única espécie do genero dispersa no México, América Central e América do Sul, as espécies B. ellipticum B. elongatum e B. minor.

A espécie B. boscii referida para Montevideo, no Uruguai, por RUFFINELLI & PIRAN (1959) é sinonímia de B. elongatum e portanto, reduz-se para duas o número de espé- cies do gênero Belostoma citadas, por estes autores, para este país.

As espécies B. amıcı, B. foveolatum, B. columbiae, B. doesburgı, B. firtkaur, B. hir- sutum, B. hussevi, B. lundbladi, B. machrisi, B. planum, B. pseudoquianae, B. sattlerı, B. sayagoı. L. camposi, L. uhleri, L. jimenezasuai, A. decarloı e as do gênero Horvathınıa, com excecäo de H. pelocoroides, estäo citadas apenas para um local referi- do como localidade típica, na maioria delas.

À figura | demonstra a frequência de belostomatídeos nos países (e/ou ilhas indepen- dentes) da região neotropical.

AGRADECIMENTOS

Agradecemos ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico pela bolsa de Aperfeiçoa- mento dando-nos a oportunidade de financiar, em parte, o Curso de Especialização em Ecologia: População, Am- biente e Recursos (Pós-graduação) e realizar este trabalho; à Dra. Jocélia Grazia pelas orientações e estímulo; aos colegas Prof. Dr. Arno Antonio Lise, Prof! Mestre Maria Helena Mainieri Galileo e Prof: Mestre Hilda Alice de Oliveira Gastal, pelas colaborações prestadas e ao Prof. Dr. Thales de Lema, pelo empréstimo do material carto- gráfico, sem o qual parte do trabalho estaria prejudicada.

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Inventärio da distribuicäo ...

MEXICO 20,80% ANTILHAS 0,40% CUBA 1,14%

HAITI 0,30%

REP. DOMINICANA 0,70% LA ESPANOLA 0,10% JAMAICA 1,70% PORTO RICO 1,89% ANTIGUA 0,10 % GUADALUPE 0,10% BELIZE 0,10 % GUATEMALA 1,70% HONDURAS 1,04% EL SALVADOR 1,22% GRANADA 0,10% COSTA RICA 1,70% NICARÁGUA 1,13 % CURACAO 0,10% TRINIDAD 0,30% PANAMÁ 1,14% VENEZUELA 2,56% COLOMBIA 1,23% GUIANA 2,75% SURINAME 4,18% GUIANA FRANCESA 0,66% EQUADOR 0,66% BRASIL 20,18%

PERU 2,85%

BOLÍVIA 3,88% PARAGUAI 2,94% CHILE 3,04% ARGENTINA 15,57% URUGUAI 4,65%

IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (55): 43-86: 25 fev. 1980

81

82 LANZER-de SOUZA, M.E.

Tabela 1 . Número de citações de localidades para: Género Belostoma LATREILLE, 1807

CURAÇÃO TRINIDAD PANAMÁ

REPUBLICA DOMINICANA

JAMAICA GUIANA FRANCESA

BAHAMAS CUBA

EL SALVADOR GRANADA

HAM! VENEZUELA

GUATEMALA COLÔMBIA

PORTO RICO ANTÍGUA GUADALUPE HONDURAS COSTA RICA NICARÁGUA GUIANA SURINAME PARAGUAI CHILE ARGENTINA URUGUAI

MÉXICO

BOLÍVIA

(é) mia

B. augunstum 3 B. anurum Il | | l a B. asiatiçum | Seil

B. auriyillignum La I =) l B aztecum I2 2

8. bachmani | B bergi | 73 B. bicavum 2 B. bifoveolatum | 8 8 8 B 8 B 8 B B

| 26 12 bordoni |

bosgi | 2 (EM bol 5 brasiliensis |

condidulum l

columbiag !

confusum 17

costalimai 9

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8

B. pygmeum B. ribeiroi E ! B sattleri 8. sayogoi 8

2

4

sanctulym 2 I

|

2

stollil | 1 41 B. subspinosum 39 SERIES 25 | cupreomicans

B. subspinosum 2 6 to ol É subspinosum

testacsopallidum | 4 l thamasi 3 im23 3 3

triangulum 13

truxali ! 2

venezueloe I 6 | |

|D DID II

IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (55): 43-86; 25 fev. 1980

®

Inventário da distribuição ... 83

DT "ri ES TOA TT TT TT TT TR E nen em na Tabela II. Número de citações de localidades para:

L. angustipes L. annulipes

L. bruchi

Gênero Lethocerus MAYR, 1853.

L. camposi

L. colossicus L. delpontei L. dilatus

L. grandis

L. griseus

L. jimenezasuai L. maxımus

L. mazzai

L. melloleitaoi L. medius

L. truncatus L. truxali

L. uhlerr

MEXICO ANTILHAS CUBA

LA ESPANOLA JAMAICA PORTO RICO BELIZE GUATEMALA HONDURAS COSTA RICA EL SALVADOR NICARÁGUA TRINIDAD VENEZUELA PANAMÁ COLOMBIA GUIANA SURINAME G. FRANCESA EQUADOR BRASIL BOLÍVIA PAGAGUAI ARGENTINA URUGUAI

ASS ES Du NS ee SVO A qe SS E o u co

ja A ma ts O fes

toa O Sy |

IHERINGIA, Ser. Zool., Porto’ Alegre (55): 43-86: 25 fev. 1980

84 LANZER de SOUZA, M.E.

Tabela III. Nümero de citagöes de localidades para: Genero AbedusSTAL, 1862.

< ö < (dp) zZ SER boi O PR DR as Rs >> (&) EE m (O Le ur Zi A A. breviceps 7 A. decarloi l A. dilatatus - 5 A. ovatus 7 2 A. signoretisignoreti 20 5 1 2 8 1 2

A. sıgnoreti sonorensis 2 A. sıgnoreti vicinus 29

A. stangei 2

IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 43-86: 25 fev. 1980 :

Inventário da distribuição ... 85

Tabela IV. Número de citações de localidades para: “Gênero Horvathinia MONTANDON, 1911.

< < A e) H E aa o Z a Z << m < = X &) Õ = = ma [ee] fal, << H. argemii l H. bolleı 1 H. castilor 1 H. doellojurador 1 H. forsterı 1 H. lenti 1 H. meyeri 1 H. pelleranoı 1 H. pelocoroides 2 H. schubartı \

Gênero Weberiella DE CARLO, 1966.

GUIANA FRANCESA BRASIL

W. rhomboides

1587

IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 43-86; 25 fev. 1980

86 LANZER-de SOUZA, M.E.

Tabela V. Frequência (em porcentagem) dos gêneros nos países da região neotropical.

Belostoma Lethocerus Abedus Horvathinia Weberiella

MÉXICO 10,46% 3,80% 6,94% ANTILHAS 0,38%

CUBA 0,76% 0,38%

HAITI : 0,28%

REP. DOMINICANA 0,76%

LA ESPANOLA 0,09%

JAMAICA 0,51%

PORTO RICO 0,61%

ANTIGUA 0,09%

GUADALUPE 0,19%

BELIZE 0,09%

GUATEMALA 0,85% 0,19% 0,66% HONDURAS 0,57% 0,38% 0,09%

EL SALVADOR 0,95% 0,09% 0,19%

GRANADA 0,09%

COSTA RICA 0,66% 0,28% 0,76% NICARÁGUA 0,76% 0,28% 0,09%

CURAÇÃO 0,09%

TRINIDAD 0,19% 0,09%

PANAMÁ 0,57% 0,38% 0,19% VENEZUELA 2,18% 0,38%

COLOMBIA 0,95% 0,28%

GUIANA 2,47% 0,28%

SURINAME Do O 0,66%

GUIANA FRANCESA 0,38%. 0,19% 0,09% EQUADOR 0,33% 0,28%

BRASIL 16,17% 2,94% 0,28% 1,09% PERU 2,85%

BOLÍVIA 2,37% 0,47% 0,09% PARAGUAI 2,09% 0,76% 0,09% CHILE 3,04%

ARGENTINA 12,17% 3,13% 0,57% URUGUAI 4,56% 0,09 % 0,57%

IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (55): 43- 86

Incidência sazonal de Helicops carinicaudus infrataeniatus (JAN, 1865) e Philodryas patagoniensis patagoniensis (GIRARD, 1857) no Estado do Rio Grande do Sul, Brasil (Ophidia Colubridae)”

Moema Leitão de Araujo ** Leonor Alice Matschulat Ely * **

RESUMO

No presente trabalho é descrita pela primeira vez para o Estado do Rio Grande a Sul, Brasil, a variação sazo- nal, numérica, sexual e esária de Helicops carinicaudus infrataeniatus (JAN, 1865) e Philodryas patagoniensis patagoniensis(GIRARD, 1857). São acrescentados também dados sobre a biologia e distribuição geográfica destas espécies.

ABSTRACT

The present paper describes, by the first time to the Rio Grande do Sul State, Brazil, the seasonal, numerical, sexual and age variations of Helicops carínicaudus infrataeniatus (JAN, 1865) and Philodryas patagoniensis patagoniensis (GIRARD, 1857). Are also given data about biology and geographical distribution of these species.

INTRODUÇÃO

No presente trabalho foram examinados 593 exemplares de Helicops carínicaudus infrataeniatus (JAN, 1865) e 230 de Philodryas patagoniensis patagoniensis (GIRARD, 1857), com o fim de determinar a variação sazonal, a flutuação sexual durante o ano, a variação etária sazonal e a distribuição geográfica no Estado do Rio Grande do Sul. Além disto foram levados em consideração outros aspectos biológicos tais como a reprodução (número de ovos e embriões, épocas de acasalamento e postura) e a alimentação.

AMARAL (1918-24) comentou sobre as épocas de cópula e a duração da gestação de Colubridae (2 a 3 meses), Viperidae (4 a 5 meses) e Boıdae (5 a 6 meses), além de acres- centar dados sobre o número médio de ovos por exemplar.

OLIVER (1947) ressaltou a importância dos estudos sobre flutuações sazonais na ocor- rência de répteis, uma vez que os dados existentes são poucos e de grande valor na esti- mativa da importância dos fatores ecológicos que influenciam as atividades de animais pecilotérmicos.

FOX (1954) declarou que o crescimento e a baixa da atividade espermatogênica, po- dem estar correlacionados com o aumento e decréscimo sazonal do número de horas em que a serpente pode manter sua temperatura corporal entre os limites de atividade nor- mal.

AZEVEDO (1961) descreveu uma série de ovos encontrados em dissecação de cobras corais, dando o comprimento e a largura dos mesmos, estabelecendo o quociente entre

* Contribuição FZB 131 Aceito para publicação em 12.11.1979

* Técnico Superior Pesquisador do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zooborânica do RioGrande do Sul, Caixa Postal 1188. 90000 Porto Alegre. RS Brasil,

** Bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimengo Científico e Tecnológico, CNPq (Processo TILL 10361/76) no Museu de Ciências Naturais da Fundação Zooborânica do Rio Grande do Sul

IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 87-106; 25 fev. 1980.

s8 LEITÃO DE ARAUJO, M. & ELY,L.A.M.

estas duas medidas e o quociente entre o comprimento da mãe e o comprimento mé- dio dos ovos. NEILL (1962) comentou que a variação sazonal de temperatura parece ser a en vel pelos ciclos reprodutivos. MYERS (1965) estudou alimentação, reprodução, parasitas, comportamento e outros aspectos biológicos da serpente Diadophis puntactus (LINNAEUS, 1766). OREJAS-MIRANDA & GARCIA (1967) relataram as observações sobre uma postuta E Philodryas patagoniensis do Uruguai, fornecendo medidas, peso, forma e coloração OS OVOS. LEITÃO DE ARAUJO (1978) descreveu o número de ovos de várias espécies de Boi- dae, Colubridae, Elapidae e Viperidae, dando o número médio de ovos por espécie.-

MATERIAL E METODOS

Todos os exemplares de H. carinicaudus infrataeniatus e P. patagoniensis patagoniensis, quando examinados, se encontravam depositados na Coleção de Répteis do Núcleo de Vertebrados do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul.

O estudo foi baseado nos dados contidos no catálogo de peças da referida coleção, durante o período de 1957- 78. As observações sobre ovos, embriões e conteúdo estomacal foram tomadas através da dissecação da região ven- tral dos exemplares, As épocas de acasalamento foram determinadas a partir do trabalho de AMARAL (1918-24).

As medidas foram tomadas em milímetros, exceto nas figuras 12 e 13 que estão em centímetros.

Foram medidos e estabelecidos os quocientes entre o comprimento e a largura dos ovos e/ou embriões (Q-c/1) e entre o comprimento total da mãe e o comprimento médio dos ovos e/ou embriões (Q-C/c).

As abreviaturas e símbolos utilizados nas tabelas 1-4 são os seguintes:

O = ausência de data de coleta; A = adulto; ] = jovem; f = filhote; M = macho; F = fêmea; = exemplar em que não foi possível determinar o sexo;

+ exemplar com ovos e/ou embriões; MCN = Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul; NO = número de ovos; NEM = número de ovos embrionados.

RESULTADOS DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA

O Estado do Rio Grande do Sul está dividido em 11 regiões fisiográficas. H. carini- caudus infrataeniatus foi encontrada em sete (28 municípios) e P. patagoniensis patagoniensis em nove (40 municípios) (Tabelas 1-2, Fig. 1).

FREQUÊNCIA SAZONAL NUMÉRICA

Dos 593 exemplares de H. carinıcaudus infrataeniatus, 104 não tinham data de cole- ta. Os restantes 489 estavam assim distribuídos: janeiro 9,82% ; fevereiro 5,32%: março 4,70%; abril 3,88% ; maio 0,41% ; julho 1,84%: agosto 2,25%: ao 28,02%; outubro 22,49%; novembro 10,43%; dezembro 10,84%.

À distribuição sazonal de 206 exemplares de P. patagoniensis patagoniensis foi: janei- ro 8,74%; fevereiro 8,25%; março 10,19%; abril 5,34%; maio 6,79%; junho 2,43%: julho 1,94% ; agosto 2,43%: setembro 9,71%: outubro 19,90% : novembro 19,90%: dezembro 4,38%. Foram ainda examinados 24 exemplares dos quais não foi possível obter a data de coleta.

FREQUÊNCIA SEXUAL E ETÁRIA

Em H. carınıcaudus infrataeniatus foram encontrados 340 machos, 240 fêmeas e 13 exemplares onde não foi possível verificar o sexo. Os machos estavam assim distribuídos: 150 adultos, 118 jovens e 72 filhotes; as fêmeas eram: 144 adultas, 29 jovens e 67 filho- tes (Figs.2-5).

IHERINGIA, Ser. Zool . Porto Alegre (55): 87-106: 25 fev. 1980.

Incidência sazonal de... 89 ES

Foram examinados 120 machos e 104 fêmeas de P.patagoniensis patagoniensis. Em seis exemplares não foi possível determinar o sexo. A distribuição etária dos machos foi: 98 adultos, 14 jovens e 8 filhotes; a das fêmeas foi: 79 adultas, 13 jovens e 12 filhotes (Figs. 6-9).

REPRODUÇÃO

Por ocasião do exame dos exemplares de H. carinicaudus infrataeniatus foram encon- tradas 70 fêmeas contendo ovos e/ou embriões nos ovidutos. Tais espécimens foram co- letados nos meses de janeiro a março, julho e setembro a dezembro (Fig. 10). O total de ovos foi 390 e de embriões 358, sendo o número mínimo um e o máximo 29. A média de ovos e/ou embriões por exemplar foi 10,68. Os ovos eram em geral ovóides ou cubói- des, com coloração amarela acinzentada ou alaranjada. Foram calculados o Q-c/1 de 65 exemplares, fornecendo uma média de 1,36 e o Q-C/c sobre 64 exemplares, dando 42,37 de média. O Q-c/1 mínimo foi 0,81 e o máximo 3,47: 0 Q-C/c variou entre 20,25 e 74,20 (Tabela 3).

Em P. patagoniensis patagoniensis 19 fêmeas continham ovos: foram coletadas nos meses de janeiro e setembro a dezembro (Fig. 11). Foram encontrados 219 ovos, sendo o mínimo cinco e o máximo 25 , e a média por exemplar foi 11,53. Estes ovos eram em geral de forma ovóide alongada e apresentavam coloração amarelada. O Q-c/1 médio de 19 exemplares foi 1,93 eo Q-C/c 52,10 em 17 en ldies. O Q-c/1 variou entre 1,08 e

3,25 eo Q-C/c entre 20,93 e 85,40. Três exemplares apresentaram o mesmo valor do Q- c/1 médio (Tabela 4). CONTEUDO ESTOMACAL dr ; > |

Nos exemplares em estudo foi verificado tambem o conteüdo estomacal. Em H. cari- nicaudus infrataeniatus foi constatada a presenga dos seguintes peixes: Aequidens portoalegrensis (HENSEL, 1870), Rhamdia sp. 2 Pimelodella sp. e outros que, por se en- contrarem em adiantado estado de decomposição, foi possível apenas identificar como pertencentes à família Characidae. Esses exemplares com alimento foram coletados nos meses de janeiro e julho. 35%

Os exemplares de P. patagoniensis patagoniensis, com alimento, foram coletados nos meses de março e setembro. O alimento constava de: peixes (família Cichlidae); rãs (Leptodactylus sp.); lagartos ( Ophiodes striatus (SPIX, 1824)); serpentes (Dromicus poecilogyrus ssp.); aves e mamíferos , que não puderam ser identificados devido ao seu adiantado estado de decomposição. A maior parte do alimento encontrava-se no estôma- go, apenas em um exemplar foram observados restos de aves no intestino.

COMENTARIOS

No Estado do Rio Grande do Sul, P. patagoniensis patagoniensis e H.carinicaudus infrataeniatus são muito frequentes, sendo a primeira encontrada mais facilmente, tanto geográfica como mensalmente, ao passo que a outra é quantitativamente mais abundan- te.

O pico de abundância de H. carinicaudus infrataeniatus ocorre no mês de setembro, onde foram encontrados 28,02% dos exemplares estudados; o de P. patagoniensis patagoniensis é em outubro e novembro, com 19,90% em ambos. Os meses onde foram encontrados com uma maior frequência (setembro a março) são os mesmos para as duas espécies e correspondem à primavera e verão.

O maior número de exemplares aptos a se reproduzirem foi encontrado em setembro e outubro. Em H. carinıcaudus infrataeniatus o maior número de ovos foi encontrado em outubro e o de embriões em janeiro e novembro; em P. patagoniensis patagoniensis, o de ovos, em outubro. Logo, como a gestação dura em média de dois a três meses, o acasalamento deve ter ocorrido entre agosto e outubro para ambas as espécies.

Pelo estudo das figuras 12 e 13 pode-se notar que quanto maior é o indivíduo, maior é o número de ovos (MYERS, 1965). Em P. patagoniensis patagoniensis a maior fêmea (143,03 cm) era a que continha o maior número de ovos (25).

IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (55): 87-106: 25 fev. 1980.

90 LEITÃO DE ARAÚJO, M. & ELY, L.A.M.

Os ovos de P. patagoniensis patagoniensis são maiores e em maior número do que os de H. carinicaudus infrataeniatus.

A proporgäo sexual dos exemplares adultos foı a esperada, isto €, 1:1. Houve um des- vio na proporgäo sexual esperada nos jovens de H. carinicaudus infrataeniatus (4:1) e nos filhotes de P. patagoniensis patagoniensis (2:1), mas, segundo MYERS (1965), tal des- vio näo significativo.

A alimentagäo das duas serpentes difere: ade H. carinicaudus infrataeniatus consiste de peixes e a de P. patagoniensis patagoniensis variada, sendo o alimento predileto constituído por pequenos mamíferos.

Foram encontrados nematódeos, em pequeno número, nas paredes externas e internas do estômago e intestinos das duas espécies.

AGRADECIMENTOS

“Agradecemos ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) pela Bolsa de Aper- feiçoamento concedida a um dos autores. Ao prof. Dr. Thales de Lema pelas sugestões dadas no decorrer do tra- balho e aos pesquisadores Karin Martha Grosser e Pedro Canísio Braun pela identificação, em parte, do conteúdo estomacal dos exemplares examinados.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AMARAL, A do. 1918-1924. Contribuição à biologia dos ophidios brasileiros (reprodução). Collnea Trab. Inst. Butantan, São Paulo, 2:185-7. 2? Nota Prévia. AZEVEDO, A.C.P. 1961. .Novas séries de ovos em cobras corais. Iheringia Ser. Zool., Porto Alegre (18):13-6, jan. FOX, W. 1954. Genetic and environmental variation in the timing of the reproductive cycles of male garter sna- kes. J. Morph., Philadelphia,95 (3):415-50, 10 figs. LEITÃO DE ARAUJO, M. 1978. Notas sobre ovos de serpentes (Boidae, Colubridae, Elapidae e Viperidae). Iheringia, Ser. Zool., Porto Alegre (51):9-37, mar., 23 fig. MYERS, C.W. 1965. Biology ot the Ringneck Snake, Diadophis punctatus, in Florida. Bull. Fla St. Mus. biol. Scı., Gainesville, 10 (2):49-90, oct. NEILL, W.T. 1962. The reproductive cycle of snakes in a tropical region, British Honduras. Q. JI Fla Acad. Sci., Gainesville, Tallahassee, 25(3):234-53, Sep. OLIVER, J.A. 1947. The seasonal incidence of snakes. Bull. Am. Mus. nat. Hist., New York (1963):1-14, Nov. OREJAS-MIRANDA, B. & GARCIA, D. 1967. Observaciones sobre una puesta de Philodryas patagoniensis (GIRARD, 1857) = P. schotti (SCHLENGEL, 1837). Neotropica, Buenos Aires, 13(40):41-6, abr.

IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 87-106: 25 fev. 1980.

Incidência sazonal de ... 91 CO SE SS ONDAS a BE AERENN. 220

Tabela 1

Distribuição geográfica do número de exemplares estudados ae Helicops carinicaudus infrataeniatus

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IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 87-106; 25 fev. 1980.

92 LEITÃO DE ARAUJO, M. & ELY, L.A.M. MO ste EIER np a ça SA AAA En in

Tabela 2

Distribuição geográfica do número de exemplares estudados de Philodryas patagoniensis patagoniensis

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Incidência sazonal de ... 93

TABELA 3

Número de ovos e/ou embriões de Helicops carinıcaudus infrataeniatus e determina- ção do quociente entre o comprimento e a largura dos ovos e/ou embriões (Q-c/1) e do quociente entre o comprimento total da mãe e o comprimento médio dos ovos e/ou em-

briões (Q-C/c). MCN NO NEM O-c/1 Q-C/c

0118 ul - 1,24 42,19 5181 7 - 2,30

6899 14 - 0,85 61,32 6900 8 - 1,59 39,42 6901 9 1,48 30,40 6902 = 1 3,47 20,28 6903 4 - 1,36 30,69 6904 1 8 32 DEZ 6905 8 - 1,49 56,52 6906 16 - 0,92 59,16 6907 - 9 1,16 46,82 6908 1 15 - - 6909 1 3 2,89 25,76 6910 - 7 - - 6911 7 - 1,65 36,87 6912 13 - 1,10 42,87 6913 18 - 1,01 61,23 6914 18 - 1,48 43,95 6915 11 - 0,81 Tl 6916 1 5 1,62 28,20 6917 - - 12 - - 6918 1 11 0,91 46,20 6919 1 13 1,09 41,44 6920 - 12 Id) 297 6921 - 13 1,19 38,83 6922 2 5 1622 AN 6923 15 - 1,56 48,30 6924 12 1,70 0 6925 8 1,61 3390 6926 3 3 1,61 21,65 6927 4 1,19 59,26 6928 2 - 1,19 40,77 6929 - 8 tag 32038 6930 E 14 0,84 46,38 6931 4 - 1,28 46,28 6932 3 = 1,90 25,84 6933 6 - 1,28 41,44 6934 16 - 0,94 56,95 6935 = 9 1,20 35,16 6936 11 - 1,00 56,55 6937 14 - 0,93 59,95 6938 1 12 1,06 37,43

IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 87-106; 25 fev. 1980

23 LEITÃO DE ARAÚJO, M. & ELY, L.A.M.

MCN NO NEM Q-c/1 6939 16 0,87 6940 10 - 1,13 6941 21 0.88 6942 1 6 1,33 6943 - 10 Hadid 6944 9 1,19 6945 18 - 1,66 6946 l 7 1,44 6947 - 29 0,87 6948 13 1,04 6949 1 16 - 6950 1 22 - 6951 13 1,37 6952 4 1,69 6955 14 1,07 6954 9 1,23 6955 - 7 1,45 6956 - 24 1,01 6957 6 1,91 6958 3 2,31 6959 5 1,28 6960 8 - 1,39 6961 - 8 1,34 6962 AR - 1,46 7000 1 7 1,59 7001 9 - 1,32 7002 1 6 0,91 7003 24 - 1,94

IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 87-106: 25 fev. 1980.

Tabela 3 (cont..). Q-C/c

48,28 38,05 71,86 41,84 . 32,42 42,86 43,65 34,22 52,47 39,42

42,20 29,44 42,79 41,21 32,43 58,27 31,50 ZN 69,29 40,94 33,03 36,57 27,98 SI 47,23 74,20

Incidência sazonal de ... 95

Tabela 4

Número de ovos de Philodryas patagoniensis patagoniensis e determinação do quo- ciente entre o comprimento e a largura dos ovos (Q-c/1) e do quociente entre o compri- mento total da mãe eo comprimento médio dos ovos (Q-C/c):

MCN NO Q-c/1 Q-C/c 5196 9 1,93

5976 10 1,97 É 6963 5) 1,63 83,31 6964 14 1,70 38,16 6965 14 172 56,34 6966 6 2,86 20,93 6967 10 1,92 45,84 6968 11 1,93 38,90 6969 15 1,35 57,63 6970 6 u) 28,88 6971 7 1,43 58,74 6972 20 1,24 68,73 6973 5 1,93 36,50 6974 13 1,65 85,40 6975 10 2,24 49,36 6976 12 2 21 55,65 6977 25 1,08 68,96 6998 7 2,67 45,35 6999 w 1,96 46,94

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96 LEITÃO DE ARAÚJO, M. & ELY, L.A.M.

ALTO URUGUAI

CAMPOS DE CIMA DA

& SERRA

MISSÖES

PLANALTO MEDIO

ENCOSTA SUPERIOR DO NORDESTE 6 - ENCOSTA INFERIOR DO NORDESTE 7 - LITORAL

8 - DEPRESSÃO CENTRAL 9 - CAMPANHA

IO- SERRA DO SUDESTE II- ENCOSTA DO SUDESTE

Fig. 1: Distmbuição geográfica de Helicops carinicaudus infrataeniatus & e Philodryas patagoniensis patagonı ensis D no Estado do Rio Grande do Sul

IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (55): 87-106: 25 fev. 1980.

Incidência sazonal de ... 97

I I IL N Y zZ Yo MI R Re x XI

Fig. 2 : Frequência sazonal etária de Helicops carinicaudus infrataeniatus NE. número de exemplares; M meses; ——— adultos; -——.-.-—- jovens: —. —filhotes.

IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 87-106; 25 fev. 1980.

98 LEITÃO DE ARAÚJO, M. & ELY, L.A.M.

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T I II IM SL u VI VI R x ZI XI M

Fig 3: Frequência sexual de adultos de Helicops carinicaudus infrataeniatus NA. número de adultos; M. meses: macho; --———. fêmea.

IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (55): 87-106: 25 fev. 1980.

Incidência sazonal de ... 99

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Fig. 4: Frequência sexual de jovens de Helicops carinicaudus infrataenuatus NJ. número de jovens; M. meses; machos; —— —— fêmeas.

IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 87-106; 25 fev. 1980

100 LEITÃO DE ARAÚJO, M. & ELY, L.A.M.

I I IL M X SE MI VI x x x x M

Fig. 5: Frequência sexual de filhotes de Helicops carinicaudus infrataeniatus NF. número de filhotes: M. meses: machos; ——— fêmeas

IHERINGIA, Ser. Zool.. Porto Alegre (55): 87-106: 25 fev. 1980.

Incidência sazonal de ... 101

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I I m N Y u u VI RK x XI x M

Fig. 6: Frequência sazonal etária de Philodryas patagoniensis patagoniensis NE. número de exemplares; M. me- ses; ——— adultos; --——— jovens;— .— filhotes.

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Fig. 7: Frequência sexual de adultos de Philodryas patagoniensis patagoniensis NA. número de adultos; M. meses ——— macho, ———— fêmea.

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Fig. 8: Frequência sexual de jovens de Philodryas patagoniensis patagoniensis NJ. número de jovens; M. meses: macho: ——— femea

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Fig. 9: Frequência sexual de filhotes de Philodryas patagoniensis patagoniensis NF. número de filhotes: M. me- ses, ———macho: ———— fêmea

IHERINGIA, Ser. Zool.. Porto Alegre (55): 87-106: 25 fev. 1980.

Incidência sazonal de ... 103 OG CMS ADAM CA O ii 8803;

I o I N Y u ur Ni IX E x XI M

Fig. 10: Número de ovos e embriões de Helicops carinicaudus infrataeniatus NOE. número de ovos e em briões; M. meses;————— ovos:—-— —— embriões

IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 87-106; 25 fev. 1980.

104 LEITÃO DE ARAÚJO, M. & ELY, L.A.M. EEE nm m a a a a a EEE mn um

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Fig. 11: Frequência sazonal de ovos de Philodryas patagoniensis patagoniensis NO. número de ovos; M. meses.

IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (55): 87-106; 25 fev. 1980.

Incidência sazonal de ..: 105 E e ecoa meme marra RIO,

“*NUsDaNoo oz

CM

47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 6061 62 63 64 65 66 67 6869 70 TI 72 73 74 75 76 77 78 79 8081 82 83 84 85

Fig. 12: Relação do número de ovos com o comprimento da mãe Helicops carinicaudus infrataeniatus. NO. nü- mero de ovos; CM. comprimento da mäe.

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106

NO 30

25

20

15

40

t 85 90 100 nO 120 130 140 145 CM

Fig. 13: Relação do número de ovos com o comprimento da mãe Philodryas patagoniensis patagoniensis NO. número de ovos; CM. comprimento da mãe.

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Osteologia craniana de Amphisbaena darwini trachura COPE, 1885. (Lacertilia Amphisbaenidae)*.

Marisa Ibarra Vieira“ * Maria Lúcia Machado Alves* * Marta E. Fabián Beurmann***

RESUMO

Descrição detalhada dos elementos ósseos constituintes do crânio e mandíbula de Amphisbaena darwin! trachura COPE, 1885, em espécimes do Estado do Rio Grande do Sul, Brasil.

ABSTRACT The present research deals with the detailed description of the bones form the skull and the jaw

ofthe Amphisbaena darwini trachura COPE, 1885, in specimens of the State of Rio Grande do Sul, Brazil.

INTRODUÇÃO

O presente trabalho, que visa contribuir para o melhor conhecimento osteológico dos anfisbenídeos sul-americanos, ocupa-se da descrição das partes ossificadas do crânio e da mandíbula de Amphisbaena darwini trachura COPE, 1885. Foi realizado, consideran- do, principalmente que os representantes da família Amphisbaenidae até o presente têm sua osteologia pouco conhecida e que os autores dedicados a esse estudo pouco se ativeram a espécies sul-americanas.

A revisão da bibliografia permite destacar os trabalhos dos seguintes autores: GER- VAIS (1853) descreveu o crânio de Amphisbaena fuliginosa LINNAEUS, 1758, Blanus cinereus (VANDELLI, 1797), Leposternon microcephalum NWAGLER, 1824 e Trogonophis wiegmanı KAUP, 1830; BEDRIAGA (1884) estudou acuradamente o crä- nio de B. cinereuse COPE (1892) descreveu o de Rhineura florıdana (BAIRD, 1858).

ZANGERL (1944), apesar de ter realizado um dos estudos mais completos sobre o as- sunto, foi insuficientemente detalhado em alguns aspectos de sua descrição. Esse autor descreveu o sincrânio de A. fuliginosa, Amphisbaena cubana GUNDLACH & PETERS, 1878, Bipes biporus (COPE, 1894), Chirindia ewerbecki WERNER, 1910, Geocalamus acutus STERNFELD, 1912, L. microcephalum, Monopeltis capensis A. SMITH, 1848, R. florıdana e T. wiegmani. A nomenclatura ostelológica usada no presente trabalho é baseada em ZANGERL (1944).

KRITZINGER (1946) estudou a anatomia cranial e o cinetismo de M. capensis, espécie sul-africana. Seu esquema descritivo é adotado, com algumas modificações, no presente trabalho.

KESTEVEN (1957) descreveu o crânio e os músculos cefálicos de Amphisbaena caeca CUVIER, 1829, A. cubana e Chirindia rondoensis (LOVERIDGE, 1941).

* Aceito para publicação em 28/111/1979» Contribuição FZB 132

** Pesquisadores do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul. Caixa Postal 1188. 90.000 Porto Alegre, RS. """ Pesquisador do Museu de Ciências Naturais Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul e Bolsista do Conselho Na- cional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Proc. 1111.5364/76).

IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 107-120; 25 fev. 1980.

108 VIEIRA M.l. ALVES M.L.M.; FABIAN-BEURMANN M. E.

MATERIALE MÉTODOS

Os exemplares estudados pertencem à coleção de Répteis do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotä- nica do Rio Grande do Sul (MCN). Sua preparação foi pelo método de maceração das partes moles com peróxido de hidrogênio. j

Material estudado: Brasil, Rio Grande do Sul, Município de Torres, 21.IX.75, T. de Lema e P. Carpeggiani leg., MCN 5804; Município de Passo Fundo, 18.1.59, O.M.B. Grau eH. O. Lippold leg, MCN 5784; Municipio de São Leopoldo, XII.62-11.63, A.Rossi leg., MCN 5785, Estudantes Faculdade Cristo Rei, MCN 5806: Município de Porto Alegre, VIII.61, A.C.P. Azevedo leg:, MCN 5805.

DESCRIÇÃO OSTEOLÓGICA

A caixa craniana de Amphisbaena darwini trachura é alongada, de altura média, atin- gindo sua maior largura na região entre as cápsulas óticas. Apresenta órbitas de tamanho -moderado, abertas posteriormente devido à ausência dos elementos pós-orbitais Gugais, pós-frontais e pós-orbitais, por exemplo). A ausência desses elementos ocasiona a falta de arco temporal. Faltam ainda no crânio de À. darwini trachurao septo interorbital, o forame parietal e a fenestra palatal. O assoalho do crânio apresenta grande redução no que concerne às va- cuídades . O palato não apresenta dentes.

E’ um crânio bastante sólido e firme, perfeitamente adaptado ao modo de vida fos- sorial da espécie, podendo ser subdividido em dois segmentos: segmento facial e seg- mento occipital. O segmento facial é estreito e menor que o segmento occipital. O eixo longitudinal do crânio e o segmento facial não formam uma linha reta, no sentido hori- zontal. À porção facial é levemente curvada para baixo, formando, com o eixo longitudi- nal, um pequeno ângulo, o ângulo crânio-facial. O segmento facial compreende três re- g1ões: região nasal, região palatal e região órbito-temporal.

À região nasal, juntamente com a região palatal, forma a cobertura óssea das cápsulas nasais e é constituída dos seguintes elementos: pré-maxila, maxilas, septomaxilas, nasais

e frontais. A região palatal, que corresponde ao teto da cavidade oral, é formada pelo vômer, pa-

latino, pterigöide e ectopterigóide, todos elementos pares. Os vômeres, que fazem parte da região palatal, participam também da região nasal, constituindo parte do assoalho da cavidade nasal.

A região órbito-temporal é formada pelos orbitosfenóides e pré-frontais. Além desses ossos, participam também na formação da concavidade orbitária os pterigóides, os ec- topterigóides e os palatinos, que são elementos da região palatal, e os frontais, elemen- tos da região nasal.

O segmento occipital do cränio de A. darwini trachura pode ser subdividido em duas regiões: região Ótico-occipital e região basicranial.

A região Ötico-occipital constituída dos seguintes elementos: parietais, supra- occipital, pleurosfenóides, quadrados, columelas, exo-occipitais, Proöticos e opistóticos; enquanto que na formação da região basicranial participam os seguintes elementos: pa- rabasisfenóide, basioccipital e elementos X.

A interpretagäo dos elementos que formam o assoalho e as paredes laterais da cavida- de cranıana encontra sérios obstáculos. Os ossos das regiões ótica e occipital são quase completamente fusionados, não deixando traços de suturas entre eles. Esta situação difi- culta o reconhecimento de homologias entre os ossos componentes da caixa craniana e os poucos autores que estudaram crânios de anfisbenídeos, encontraram dificuldades em identificar alguns desses elementos.

Dos osscs que formam a região ótico-occipital apenas os parietais, os quadrados e as columelas estão perfeitamente individualizados, enquanto o supra-occipital, os pleuros- fenóides, os proóticos, os opistóticos e os exo-occipitais não apresentam suas linhas de

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Osteologia craniana de...

sutura, ou parte delas, bem definidas.

Na região basicranial nenhum de seus elementos pode ser perfeitamente definido, em todos os exemplares examinados. Às vezes, parte de suas linhas de sutura podem ser di- visadas, outras vezes, nem isso acontece.

SEGMENTO FACIAL

PRE-MAXILA (Figs. 1,2 e 4) A pré-maxila é um elemento ímpar, de simetria bila- teral, situado na porção mais anterior do crânio, entre as aberturas das narinas externas. Em vista dorsal a pré-maxila está reduzida a apenas uma estreita lâmina sagital, enquan- to que na face palatal tem forma aproximadamente semilunar. Apresenta três processos: um processo dorsal, o processo frontal, e dois processos ventrais, os processos maxilares.

O processo frontal estende-se em direção à região posterior do crânio, separando os os- sos nasais e a porção sagital anterior dos ossos frontais. Apresenta, ventralmente: uma crista que se estende sobre o septo nasal. Na porção anterior do processo frontal, que se- para as aberturas nasais externas, aparecem dois forames laterais, um de cada E volta- dos para frente.

Os processos maxilares se encaixam numa reentrância anterior das lâminas palatais da maxila. Estão implantados 7 dentes. Os processos maxilares delimitam a borda infe- rior das aberturas nasais externas e entram em contato com os vömeres, que, na linha sa- gital, estendem um curto processo sob a pré-maxila.

MAXILA (Figs. 1,2 e 4) A maxila é um osso par, que ocupa quase toda a porção la- teral do focinho. Apresenta dois processos: o processo palatal, ventral e o processo dor- sal.

O processo palatal é uma placa de forma aproximadamente retangular que se estende ao longo da borda palatal. Sutura-se, anteriormente, coma pré-maxila e sua borda me- dial faz contato com o vômer, também anteriormente. Sua superfície dorsal forma o as- soalho da cavidade nasal. A superfície ventral contém 4 dentes de implantação acro- pleurodonte (os dois dentes anteriores são maiores). Posteriormente, o processo palatal limita-se com o palatino e o ectopterigöide que projeta sob a maxila longo e estreito pro- cesso. Este processo alcança até as proximidades do segundo dente maxilar e está alojado numa calha existente na superfície ventral do processo palatal.

O processo dorsal é uma placa de formato aproximadamente triangular, levemente encurvada para a porção medial do crânio. Forma a parede lateral da cápsula nasal e delı- mita a borda posterior da fenestra exonarina. Dorsalmente o processo dorsal sutura-se com o nasal, frontal e pré-frontal, e projeta uma estreita lâmina entre o frontal e o pré- frontal. Posteriormente apresenta uma leve reentrância onde se aloja o processo anterior do pré-frontal. Próximo a sua borda inferior aparecem de dois a três forames labiais vol- tados para a frente.

SEPTOMAXILA A septomaxila é um osso par localizado dentro da cápsula nasal e ao longo do septo nasal. Tem formato irregular e é levemente encurvada.

A face dorsal, convexa, da septomaxila, juntamente com o vômer e o processo palatal da maxila, constitui o assoalho da cavidade nasal. Sua face ventral, côncava, forma o teto da cavidade que aloja o órgão de Jacobson. Essa cavidade abre-se na região palatal ante- rior, sendo sua abertura marginada também pelo vômer e processo palatal da maxila.

NASAL (Figs. 1e4) O nasal é um osso par situado na porção anterior do crânio e que forma, juntamente com o frontal, o teto da cápsula nasal. Sua borda anterior é livre e delimita superiormente a fenestra exonarina. Sua borda lateral sutura-se com o proces- so dorsal da maxila. Limita-se posteriormente com o frontal, onde emite um estreito processo. Na linha sagital do crânio estende-se o processo frontal da pré-maxila que se- para os nasais entre si. Na linha de sutura entre o nasal e o frontal abre-se um forame voltado para frente.

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110 VIEIRA, M.1.; ALVES, M.L.M.: FABIÄN-BEURMANN, M.E.

FRONTAL (Figs. 1 e 4) O frontal é um elemento par, alongado, que forma o teto do crânio na porção anterior às cavidades orbitais. Apresenta, em vista dorsal, um apa- rente estreitamento, que resulta da superposição de um processo do pré-frontal sobre o frontal. Na linha mediana do crânio sutura-se com o outro frontal e com a porção látero- posterior do processo frontal da pré-maxila. Sutura-se anteriormente com o nasal e pos- teriormente com o parietal. Com o primeiro apresenta sutura simples, enquanto que a sutura com o parietal é profundamente lobada. Látero-anteriormente faz limite com o processo dorsal da maxila e o restante de sua porção lateral sutura-se com o pré-frontal. Emite forte processo ventral, que anteriormente limita a porção posterior da cavidade nasal: sua face lateral externa, côncava, forra a porção súpero-anterior da concavidade or- bitária.

VÖMER (Fig. 2) O vômer é um osso par, alongado, localizado na porção anterior de palato. Constitui parte do assoalho da cavidade nasal, assim como do assoalho da ca- vidade que aloja o órgão de Jacobson, delimitando, também, o forame que leva a esta estrutura. Ao lengo de seu eixo maior, paralelo à linha mediana do palato, o vômer apresenta-se espessado dorso-ventralmente. Este espessamento demarca uma fenda lon- gitudinal, o sulco palatal mediano. Em continuação ao sulco palatal mediano (no senti- do anterior do crânio), aparece um pequeno tubo, o ducto lacrimal, que se formou pela união das cristas dos vômeres nesta região. Provenientes da porção dorsal do vômer, os ramos ventrais do nervo palatino VII atingem a superfície ventral deste osso, através de um forame localizado na porção anterior e outro na porção posterior das cristas vomeria- nas. À porção anterior do vömer é afilada e estende-se sob a borda medial e posteior da pré-maxila. Lateralmente emite uma fina projeção óssea que se estende ate a borda me- dial do processo palatal da maxila.

PALATINO (Figs. 2 e 4) O palatino é um osso par, de fina espessura e com uma forte concavidade voltada para a face ventral do crânio. Esta concavidade constitui, jun- tamente com o vômer, a parte central do teto bucal. Está separado de outro palatino pe- los vômeres. Localiza-se ventralmente ao orbitosfenóide e forma o assoalho da concavi- dade orbital e da cápsula nasal (parte posterior). Anteriormente, delimita a fenestra na- sal interna e liga-se ao processo palatino do pré-frontal. Ventralmente, o palatino sobrepõe-se ao vômer. A borda posterior do palatino, que é aproximadamente arredon- dada, está estendida sobre o pterigóide. Lateralmente, sutura-se com a maxila e ectopte- rigóide. R

ECTOPTERIGOIDE (Figs. 1, 2 e 4) O ectopterigöide um elemento par, de for- mato irregular, que une a borda posterior da maxila ao processo ectopterigöide do pteri- góide. Sutura-se, anteriormente, com a maxila e sob a expansão palatal da maxila (pro- cesso palatal) projeta um longo e estreito processo, o processo maxilar do ectopterigóide. Este processo se aloja numa reentrância existente na maxila atinge até, aproximada- mente, o segundo dente maxilar. O ectopterigóide, pela sua borda medial, faz contato com o palatino. Posteriormente, sutura-se com o pterigóide, projetando sobre este um estreito segmento que se aloja na dobra lateral desse osso. A face dorsal do ectoptengói- de, juntamente com a porção posterior da maxila, marca o limite inferior da cavidade or- bital.

PTERIGÖIDE (Figs. 1, 2 e 4) O pterigóide um elemento par, que constitui jun- tamente com o palatino, ectopterigóide, vômer, maxila e pré-maxila, o teto da cavidade oral. Tem a forma aproximadamente triangular, com o lado maior tborda livre) voltado para a face lateral do crânio e os lados menores convergindo para a linha sagital. Apre- senta três processos: o processo ectopterigóide, ântero-lateral, o processo palatino, me- dial, e o processo quadrado, posterior. O processo ectopterigóide sutura-se com o ectop- terigóide e o processo palatino sutura-se, anteriormente, com o palatino e, látero- posteriormente, com o processo anterior do parabasisfenóide. É nesta área que o pteri-

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Osteologia craniana de ... a

göide mais se aproxima da linha sagital do crânio. O ramo posterior do pterigóide, o processo quadrado, estende-se na direção do quadrado, divergindo do plano sagital do crânio. A borda externa deste processo sutura-se com a face medial do quadrado e sua borda medial está ligada ao parabasisfenóide por um tecido conetivo. A porção externa do processo quadrado está alojada sob o quadrado, que, af, se apresenta escavado.

PRE-FRONTAL (Figs. 1 e 4) O pré-frontal um osso par localizado na porção ime- diatamente anterior à cavidade orbital, da qual participa. Tem formato triangular, forte- mente abaulado e com a concavidade voltada para o interior do crânio. Apresenta três processos: o processo maxilar, anterior; o processo frontal, súpero-posterior; e o processo palatino, descendente. Esses processos correspondem aos três vértices do triângulo. (0) processo maxilar estende-se para a região anterior do crânio por sobre o processo dorsal da maxila, com a qual se limita. O processo frontal limita-se anterior e posteriormente com o osso frontal, sobre o qual está alojado. O processo palatino, de posição ventral, tem sua borda interna suturada ao processo ventral do frontal e ao osso palatino; en- quanto a borda externa é limitada pela maxila. Entre a borda externa do processo palati- no e a maxila, abre-se o forame lacrimal.

ORBITOSFENÖIDE (Fig. 4) O orbitosfenóide um osso par, alongado e de aspec- toirregular, localizado na região órbito-temporal.

A face inferior do orbitosfenóide faz contato com a superfície superior convexa do pa- latino em sua maior extensão. Sutura-se, na porção ínfero-posterior, com uma crista la- teral do parabasisfenóide. Anteriormente, limita-se com o processo ventral do frontal, e, dorsalmente com este mesmo processo e com a lâmina descendente do parietal. Aproxi- madamente acima do início da sutura com o parabasisfenóide, o orbitosfenóide é perfu- rado por um forame que se abre no sentido anterior. Este orifício passagem para o nervo óptico. O orbitosfenóide juntamente com o pleurosfenóide e parte da crista do pa- rabasisfenóide delimita uma abertura longa e estreita. Essa abertura, semelhante a uma ferda, está sobre o gânglio de Gasser. Logo à frente dessa abertura os orbitosfenóides estendem-se por sobre a porção anterior do parabasisfenóide e encontram-se na linha média do crânio, formando dessa maneira, juntamente com o parietal, um anel ósseo.

SEGMENTO OCCIPITAL

PARIETAL (Figs. 1 e 4) Os ossos parietais, fusionados na linha mediana do crânio, formam a maior placa do teto craniano. Esta placa apresenta em sua margem posterior uma profunda fenda, que é preenchida por uma apöfise do supra-occipital. A extremi- dade desta apófise permanece cartilaginosa, desaparecendo quando da preparação do. crânio, o que ocasiona o surgimento de uma pequena abertura entre a apófise do supra- occipital e a crista sagital do parietal. A placa parietal apresenta, ao longo da linha sagi- tal, uma forte crista que se continua pela apófise do supra-occipital. Suas porções laterais estão curvadas para baixo, de modo a encontrar os pleuro e orbitosfenóides. Posterior- mente, o parietal, subdividido em duas abas laterais, recobre parte do supra-occipital. Anteriormente, limita-se com os frontais por meio de uma sutura profundamente den- teada.

SUPRA-OCCIPITAL (Figs. 1 e 4) O supra-occipital é um osso ímpar, localizado na porção posterior do teto craniano e dorsalmente em relação aos demais componentes oc- cipitais. Forma a borda dorsal do forame magno e parte da cobertura dorsal do neurocrä- no Ósseo.

O supra-occipital sutura-se com a borda posterior das abas laterais do parietal. Esta su- tura não marca O término anterior do supra-occipital, uma vez que esse osso se estende sobo parietal, na porção anterior à sutura, até alcançar os pleurosfenóides pela sua borda medial e posterior. As suturas do supra-occipital com os demais elementos do neurocrä-

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nio não puderam ser detectadas. Ao longo da linha sagital do crânio, o supra-occipital apresenta forte crista, processo ascendente mediano, que se continua pela crista sagital do parietal. Esta crista está suturada ao parietal, exceto na sua borda anterior onde per siste uma pequena abertura.

PLEUROSFENÓIDE (Figs. 1 e 4) Osso par, alongado, localizado na face medial do quadrado e que se continua, em sua porção ventral e posterior, por uma barra vertical, o proótico, que alcança a face superior do elemento X. Sutura-se, dorsalmente com o pa- retal; anteriormente, com o orbitosfenóide (marca a margem superior e posterior da fe- nestra que se abre sobre o gânglio de Gasser). Posteriormente, o limite do pleurosfenói- de não foi observado pois está fusionado aos demais elementos dessa região.

Segundo BEDRIAGA (1884) o proótico possui um processo anterior mais longo, o processo para-occipital, que forma parte da parede lateral da caixa craniana. ZANGERL (1944), porém, é de opinião que o processo para-occipital de BEDRIAGA não é uma mera projeção do proótico, mas sim um elemento separado, o pleurosfenóide, que se coossifica totalmente com o proótico.

PROÓTICO + OPISTÓTICO (Fig. 3) O proótico é um osso par em forma de bar- ra, que se estende da porção ventral e posterior do pleurosfenóide até a superfície supe- rior do elemento X. Delimita, anteriormente, a fenestra oval e é perfurado por um pe- queno canal que se abre no forame facial. Este elemento, juntamente com o opistótico, constitui a cápsula auditiva óssea.

O opistótico tem a forma de uma lâmina côncava voltada para a face lateral do crânio. Está fusionado ao proótico lateralmente e, posteriormente, alcança os elementos occipi- tais. Seus limites não podem ser definidos exatamente.

QUADRADO (Figs. 1,2 e 4) O quadrado é um ossc par, alongado e provido de superfícies articulares nas duas extremidades. As porções articulares são mais alargadas que a porção mediana do osso.

O quadrado está localizado na porção látero-posterior do crânio e obliquamente diri- gido para a frente e para baixo. Sua extremidade póstero-superior articula-se com o supra-occipital e sua face interna limita-se com o pleurosfenóide. Latero-internamente, o quadrado está em contato com o pterigóide, que se prolonga sob a porção mediana deste osso. Sua extremidade äntero-inferior articula-se com a mandíbula. Na face infe- rior do quadrado existe uma cavidade rasa, onde se aloja a extracolumela, que percorre a face externa do quadrado e se continua por um ligamento até a superfície lateral da mandíbula. Próximo à extremidade articular póstero-superior é visível, na superfície ex- terna, um forame levemente voltado para a frente.

COLUMELA (Figs. 2,3 e 4) A columela é um osso par situado na porção lateral in- ferior da região ótico-occipital. E constituída de uma parte colunar prolongada, numa das extremidades, por uma porção plana e alargada, a placa estapodial e, em outra, por um fino bastão cartilaginoso, a extracolumela. A placa estapodial, unida à cápsula óssea por ligamentos, está alojada na fenestra oval. A extracolumela estende-se ao longo da fa- ce externa do quadrado e prolonga-se por um ligamento, que alcança a superfície lateral da mandíbula. Segundo ZANGERL (1944) uma tal disposição sugere que esse elemento seja, acima de tudo, um agente de transmissão das vibrações do solo.

EXO-OCCIPITAL (Fig. 3) O exo-occipital, que posteriormente participa da forma- ção do côndilo occipital, está colocado dos dois lados do forame magno. Encontra dorsal- mente o supra-occipital, ventralmente o basioccipital e anteriormente o proótico. Suas suturas com o supra-occipital e com o basioccipital não são detectadas, nem mesmo no côndilo occipital (com o basioccipital). Segundo JOLLIE (1960) essas suturas são visíveis nos indivíduos jovens e a fusão se em função da idade. Lateralmente ao côndilo occi- pital, próximo a sua margem ventral, abre-se um grande forame, o forame jugular, den- tro do qual se abrem 3 forames menores, por onde passam os nervos X, XI e XII. O fora-

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me por onde passa o nervo IX abre-se próximo à borda do forame jugular, mas pode es- tar fora dele.

PARABASISFENÓIDE (Fig. 2) O parabasisfenóide é uma placa ímpar, de simetria bilateral, que tem a forma aproximada de uma ponta de lança dirigida para a porção an- terior do crânio. Esta placa resulta da fusão do basisfenóide com o parasfenóide. Poste- riormente, limita-se com o basioccipital, e látero-posteriormente, com o elemento X. As linhas de sutura do parabasisfenóide com esses elementos são, geralmente, quase imper- ceptíveis. Anteriormente, a extremidade do parabasisfenóide alcança o palatino e látero- anteriormente limita-se com o processo palatino do pterigöide. Sua superfície ventral é levemente côncava. Nasuperfície dorsal aparecem duas cristas longitudinais situadas próximo à borda lateral da placa. Estas cristas divergem entre si na direção posterior do crânio e sua altura diminui gradativamente à medida que se orientam para a frente, até confundirem-se com as bordas laterais da placa parabasisfenoidal. Suas porções posterio- res são percorridas por um canal que se abre, de um lado, na região lateral posterior do crânio (abaixo da columela) e, de outro, na face interna das cristas. Esta última abertura, segundo ZANGERL (1944), pode indicar o limite entre o basisfenóide e o parasfenóide.

BASIOCCIPITAL (Figs. 2, 3 e 4) O basioccipital é o osso que forma o assoalho pos- terior do crânio, na região entre as cápsulas óticas. Ele participa, juntamente com exo- occipital, da formação do côndilo occipital. Anteriormente, sutura-se na porção media- na com o parabasisfenóide (região correspondente ao basisfenóide) e, nas porções late- rais, com os elementos X. Suas linhas de sutura nem sempre estão bem distintas. Lateral- mente, o basioccipitai emite um processo alongado, que participa na formação da borda ventral da fenestra oval.

ELEMENTO X(Fig. 2) O elemento X é um osso par, laminar e de formato aproxi- madamente arredondado. Localiza-se lateralmente à sutura parabasisfenöide- basiocciptal. Sua sutura com esses elementos geralmente é pouco visível. A face dorsal dessas placas continua-se por um elemento colunar, o proótico, que limita anteriormen- te a fenestra oval. Suas linhas de sutura com o proótico, se existem, não são visíveis.

A interpretação do elemento X é muito discutida e ainda não existe uma definição no que diz respeito a sua identificação. O elemento X, que segundo ZANGERL (1944) não encontra homólogo entre os répteis, é considerado por KESTEVEN (1957) como sendo a porção ventral de um proótico reduzido. Esta parece ser a interpretação mais correta, mas a palavra final sobre isso e sobre outras dúvidas que aínda existem, quanto à homo- logia de outros elementos ósseos do crânio destes animais, poderá ser dada depois de um estudo detalhado do desenvolvimento da caixa craniana dos anfisbenídeos.

MANDÍBULA E DENTIÇÃO

A mandíbula, moderadamente alongada, é formada por dois ramos mandibulares que se unem anteriormente em sínfise e articulam-se, posteriormente, com o crânio, através dos ossos quadrados.

Cada ramo da mandíbula é composto, aparentemente, de quatro ossos que na verda- de são seis. Estes ossos são: o articular, o pré-articular, o angular, o supra-angular, o co- ronóide e o dentário. Todos eles de origem membranosa, com exceção do articular, de origem endocondral, resultante de ossificação da cartilagem de Meckel.

Aproximadamente 2/3 da porção anterior da mandíbula são ocupados pelo dentário, onde se alojam os dentes, em número de sete.

Os dentes, de tamanho variado, são cônicos, de secção transversal ligeiramente elípti- ca, com o ápice um pouco recurvado para trás.

Considerando-se o ramo mandibular, da porção anterior para a posterior, observa-se.

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que o primeiro e o segundo dentes são pequenos, o terceiro é consideravelmente maior e os demais são gradativamente menores que este, sendo o sétimo aproximadamente igual ao primeiro dente. Apresentam implantação do tipo pleurodonte.

DENTÁRIO (Figs. 5 e 6) O dentário, alongado, é o osso mais anterior do ramo mandibular e ocupa grande parte de sua extensão. Em vista lateral lembra a figura de um triângulo com o vértice voltado para a frente. As extremidades anteriores dos dentá- rios unem-se numa sínfise não muito rígida. O dentário apresenta três processos: o pro- cesso anterior; O processo coronóide, ascendente: e o processo angular, ventral posterior.

O processo anterior é alongado e tem sua extremidade anterior suturada ao dentário do ramo mandibular oposto. Apresenta em sua face lateral três a quatro forames que dão passagem a ramos de nervos sensoriais-somäticos e sensoriais-viscerais. Em sua face me- dial é percorrido, longitudinalmente, por um sulco pouco profundo, o canal de Meckel, que expõe a cartilagem meckeliana. A borda dorsal medial do processo anterior

apresenta-se fortemente escavada formando, assim, uma superfície côncava alongada que se prolonda até o processo coronóide. Os dentes estão implantados.

O processo coronóide, ascendente, é curto, em relação ao processo anterior, e situa-se na porção posterior do dentário. Sutura-se, posteriormente, tanto pela face medial como pela lateral, com o coronóide. Pela face lateral a borda látero-inferior do processo coro- nóide faz contato com o processo anterior lateral do supra-angular.

O processo angular, ventral, estende-se para a região posterior da mandíbula. Sua borda superior sutura-se com a borda inferior do processo anterior lateral do supra- angular. Em vista medial este processo está recoberto pelo osso angular. A borda anterior do osso angular, pela face lateral, limita a extremidade póstero-inferior do processo an- gular do dentário.

CORONOIDE (Figs. 5 e 6) O coronóide situa-se em posição dorsal e mediana no ramo mandibular e tem a extremidade apical arredondada. Apresenta três processos des- cendentes que promovem sua sutura com os demais elementos mandibulares. Dois pro- cessos são anteriores (um lateral e outro medial) e um é posterior medial.

O processo anterior lateral é curto e mais ou menos largo. Sutura-se, ântero- posteriormente, com o processo coronóide do dentário, e, póstero-inferiormente, com o processo anterior do supra-angular.

O processo anterior medial é longo e estreito. Estende-se sobre a porção posterior do processo anterior do dentário; sua borda inferior delimita parte do canal de Meckel. Jun- tamente com a extremidade anterior do processo angular do supra-angular, demilita a borda posterior do forame mandibular.

O processo posterior medial é amplo e limita-se, ventral e posteriormente, com o osso supra- -angular. Sua borda anterior é marcada pela presença de uma crista sinuosa que se estende até o ápice do coronóide. A borda posterior do processo posterior medial, junta- mente com o supra-angular, marca a abertura medial de uma fossa que atravessa o ramo mandibular.

ANGULAR (Figs. 5 e 6) O angular é um osso ventral, bem desenvolvido, localiza- do na face medial da mandíbula, principalmente. Em vista medial apresenta-se alonga- do, suturando-se posteriormente com o supra-angular e inferiormente com o dentário. Sua borda dorsal delimita o canal de Meckel anteriormente e, posteriormente, sutura-se com o supra-angular. Em vista lateral tem forma aproximadamente quadrangular. Sua borda äntero-superior sutura-se com o dentário, enquanto os lados póstero-superior e pöstero-inferior suturam-se com o supra-angular. O lado Antero-inferior é livre.

SUPRA-ANGULAR (Figs. 5 e 6) O supra-angular, elemento posterior da mandíbula, é constituído da fusão do pré-articular e do supra-angular propriamente dito, ambos de origem dermal, com o articular, que é uma ossificação da cartilagem de Meckel. Articula-se posteriormente ao osso quadrado. A superfície articular, que lembra

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a forma de uma sela, está colocada em direção aproximadamente perpendicular ao eixo maior do ramo mandibular. O supra-angular apresenta quatro processos: o processo an- terior medial; o processo angular; o processo retroarticular, e o processo anterior lateral.

O processo anterior medial é estreito e alongado. Sutura-se com a borda inferior do coronóide e com a borda superior do angular. Sua extremidade anterior delimita parcial- mente o forame mandibular. O processo angular, visível também na face lateral, situa-se na porção infero-posterior do ramo madibular. Corresponde ao osso pré-articular. O processo retroarticular situa-se acima da superfície de articulação da mandíbula, sendo um pouco menor que o processo angular e também visível pela face lateral da mandíbu- la. A superfície articular, juntamente com o processo retroarticular, corresponde ao osso articular. O processo anterior lateral é largo e está perfurado por um forame voltado para a frente. Sutura-se com o dentário e com a borda inferior do processo anterior. Corres- ponde ao osso supra-angular propriamente dito.

O supra-angular é perfurado por uma fossa marginada ventralmente pelo pré- articular, anteriormente pelo coronóide e posteriormente pelo angular e supra-angular propriamente dito. Por esta fossa passam vasos e nervos mandibulares que alcançam a superfície lateral através de um forame na porção central do supra-angular propriamente: dito, e a superfície medial através do forame mandibular.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A comparação do crânio de Amphisbaena darwini trachura com descrições de várias outras espécies da mesma família, permitiu que se constatasse a presença de uma série de características diferenciais entre elas. Essa comparação está baseada, principalmente, nos estudos realizados por ZANGERL (1944).

De uma maneira geral, A. darwini trachura apresenta características comuns a Amphisbaena cubana e Amphisbaena fuliginosa. O aspecto geral de seu crânio é morfo- logicamente intermediário entre essas duas espécies. Seu focinho é menos pontiagudo que o de A. cubana e bem mais afilado que o de A. fuliginosa; as abas laterais do parıe- tal são bastante semelhantes as de A. fuliginosa, enquanto A. cubana apresenta essas estruturas bastante reduzidas, e o processo frontal da pré-maxila, como em A. cubana, alcança a porção anterior mediana dos frontais.

No que se refere à forma e extensão do processo ascendente do supra-occipital, A. dar- wini trachura difere de A. cubana e A. fuliginosa, uma vez que nessas duas espécies esse processo é curto e proporcionalmente mais largo.

O côndilo occipital, que em A. fuliginosa estã parcialmente protegido pelo supra- occipital, em A. darwini trachura é bem saliente. O quadrado, como em A. cubana, apresenta em sua face lateral um forame que não está presente em A. fuliginosa.

As diferenças intragenéricas mencionadas não são as únicas existentes, são apenas as mais evidentes e que puderam ser detectadas através de desenhos e descrições examina- dos. o exame de exemplares de A. cubana e A .fuliginosa permitirá uma comparação de elemento por elemento do crânio dessas duas espécies com os vários elementos de A darwini trachura, do que poderá resultar então uma definição bem mais rigosora e mi- nuciosa das diferenças osteológicas existentes entre essas espécies.

Os anfisbenídeos, animais tipicamente subterrâneos, têm a cabeça, mais particular- mente o focinho, funcionando como sua estrutura escavadora primária. Essa estrutura é mais ou menos modificada, conforme o grau de especialização da espécie, envolvendo, principalmente, o segmento facial e, secundariamente, também a parte posterior do crä- nio.

Nas formas mais especializadas o focinho está modificado para agir como uma esca- vadora. Essa condição é encontrada em Geocalamus GUNTHER, 1880 e, mais marcada- mente , em Rhineura COPE, 1861 e Monopeltis A. SMITH, 1848. Nestas duas os ossos,

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que formam o teto do segmento facial do crânio são extremamente largos e a extremida- de rostral estende-se para além do dente pré-maxilar. Em A. darwini trachura, como em outras formas do mesmo gênero, não se evidenciam essas características.

A redução do número de dentes pré-maxilares é também uma condição diretamente relacionada às modificações estruturais ocorridas no segmento facial. Isso pode ser obser- vado na tabela 1.

A angularidade crânio-facial parece, também, estar em relação direta com as maiores ou menores modificações ocorridas na estrutura do focinho. Em Amphisbaena LIN- NAEUS, 1758 e formas afins o ângulo crânio-Facial é pequeno, enquanto que em Rhi- neura, Monopeltis e Leposternon W AGLER, 1824, ZANGERL (1944) encontrou os va- lores maisaltos e em BipesLATREIELE, 1802, Trogonophis KAUP, 1830 e Geocalamus encontrou valores intermediários.

Constatou-se que o ângulo crânio-facial em A. darwini trachura apresenta valor apro- ximadamente igual ao de A. cubana e A. fuliginosa. Este valor supera o que aparece em Chirindia ewerbecki. Nessa espécie o ângulo crânio-facial é praticamente nulo.

A característica acima mencionada se reflete também na posição dos quadrados, uma vez que esses elementos apresentam sempre seu eixo maior aproximadamente paralelo ao eixo facial. Logo a variação na posição do eixo facial é acompanhada pela maior ou menor inclinação dos quadrados nas diversas espécies.

Levando em conta todas as características anteriormente mencionadas somos levados a concluir que A. darwini trachura é estruturalmente menos especializada que Rhineura, Monopeltis, Trogonophis, Geocalamus e Bipes; semelhante a A. cubana e A. fuliginosa e mais especializada que C. ewerbecki.

ABREVIATURAS UTILIZADAS NAS FIGURAS

Nas figuras foram usadas as seguintes abreviaturas: A- angular: BO- basioccipital; C- coronóide; CL- columela. C.OC-côndilo occipital; D- dentário; DT- dente; EC- ectopterigöide; EN- exonarina; EO- exo-occipital; F- frontal: F.J- forame jugular; F.LB- forame labial; F.MD- forame mandibular; F.MG- forame magno; FS.MD- fossa man- dibular; Jac. - abertura do órgão de Texoloeame M- maxila; N- nasal; OS- orbistosfenöide; P- parietal; PBS- paraba- sistenóide: PF- pre-frontal; PL- palatino: PLS- Dent o sie mentes PM- pré-maxila; PR + OP proótico + opistótico; o -pterigöide; Q- quadrado; SA- supra-angular; S. ART- superfície articular; SOC- supra-occipital; V- vômer; X- elemento x.

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118 VIEIRA, M.L.: ALVES, M.L.M; FABIAN-BEURMANN, M.E. e. [LLTITTTJOD .

FIG.1 imm FIG. 2 Zn ö imm FIG. 3

Figs. 1-3: Amphisbaena darwini trachura COPE, 1885 (MCN 5805) : Crânio: 1.vista dorsal: 2.vista ventral; 3 vista occipital.

IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 107-120; 25 fev. 1980.

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PLS p

FIG. 4

FIG.5 A

Figs. 4-6: Amphisbaena darwini trachura COPE, 1885 (MCN 5805) : 4.Crânio, vista lateral; 5-6. Mandíbula, ramo direito: 5.vista mediana; 6.vista lateral.

IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 107-120; 25 fev. 1980.

120 VIEIRA, M.I.; ALVES, M.L.M.; FABIAN-BEURMANN, M.E.

TABELA I

NÚMERO DE DENTES EM 10 ESPÉCIES DE ANFISBENÍDEOS

Amphisbaena cubana 7 5 7

| À. darwini trachura

A. fulíginosa

Chirindia ewerbecki

Bipes biporus

Blanus cinereus

Geocalamus acutus

Leposternon microcephalum

Monopeltis capensis

Rhineura floridana

Trogonophis wiegmanni

* Considerando apenas um dos ramos mandibulares. Abreviaturas usadas:

pmx: dentes pré-maxilares mx : dentes maxilares md : dentes mandibulares

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Contribuição ao conhecimento da osteologia craniana de Ophiodes striatus (SPIX, 1824). (Lacertilia- Anguidae) *

Maria Lúcia Machado Alves* * Marisa Ibarra Vieira * * Marta Elena Fabián-Beurmann* **

RESUMO

As autoras descrevem, em detalhe, o crânio de Ophiodes striatus (SPIX, 1824), espécie comum no Estado do Rio Grande do Sul, objetivando contribuir para o maior conhecimento da anatomia destes lagartos.

ABSTRACT

The authors describe the Ophiodes striatus (SPIX, 1824) skull a commom lizard in the State of Rio Grande do Sul, Brazil wich had been studied by other authors but never described giving data to futures comparative stu- dies.

INTRODUCAO

O presente trabalho visa contribuir para o melhor conhecimento da anatomia do gê- nero Ophiodes WAGLER, 1828, com a descrição detalhada do crânio de Ophiodes striatus (SPIX, 1824) considerando, ainda, o inegável valor da osteologia de lagartos mo- dernos para a Paleontologia.

Poucos são os trabalhos que se referem à osteologia do gênero Ophiodes. MCDOWELL Jr. & BOGERT (1954), JOLLIE (1960) e GALLARDO (1966) citam características osteo- lógicas isoladamente, em geral uma comparação de determinado elemento ósseo com outro gênero, ou entre diferentes espécies de Ophiodes.

Este trabalho representa o primeiro estudo descritivo detalhado da osteologia do gêne- ro Ophiodes. {

MATERIAL E MÉTODOS

Os crânios examinados foram retirados de exemplares pertencentes à coleção de répteis do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul (MCN). . .

A preparação das peças constou de várias etapas iniciando-se com a retirada cuidadosa do crânio, de maneira a não danificá-lo, nem à pele. Porém, devido à grande associação dos osteodermas com os elementos ósseos do teto craniano, na maioria dos exemplares houve rompimento da pele em determinados locais. A segunda etapa cons- tou da retirada dos tecidos moles, através da imersão da peça em peróxido de hidrogênio, em tempo que variou de 1a 5 minutos, e posterior lavagem com água corrente. Após seguiu-se a retirada cuidadosa das partes moles.

Os desenhos das diversas vistas do crânio e da mandíbula foram efetuados a partir de ampliações fotográficas de onde foram delineados os contornos gerais do crânio e os traços e contornos gerais e específicos de cada osso. Os detalhes foram desenhados após observação microscópica.

Material examinado: Cachoeirinha, RS, 29.VII1.66, P.C. Braun leg. (MCN 5815); Passo do Vigário, Viamão, RS, II .56, O.M.B. Grau leg. (MCN 5817); Porto Alegre, RS, X. 63, M. Bombim leg. (MCN 5818); Ipanema, Porto Alegre, RS, 12.X1.71, P.C. Braun leg. (MCN 5814); Jardim Botânico, Porto Alegre, RS, 13. 11.75, S.R.C. Olivei- ra leg. (MCN 5813 e 5816).

* Aceito para publicação em 30/11/1979. Contribuição FZB 135. ** Pesquisadores do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul. Caixa Postal 1188. 90.000 Por-

to Alegre, RS. *** Pesquisador do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul. Bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Proc. 1111.5364/76).

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DESCRIÇÃO DO CRÂNIO A. SEGMENTO MAXILAR

1. PALATO à

1.1. PRE-MAXILA (Figs. 1-3) E um osso ímpar, fusão de um par, de posição me- diana, considerando-se a abertura das narinas externas. Constitui-se no elemento mais anterior do crânio. Seu formato, em vista dorsal do crânio, lembra a figura de uma ânco- ra. Liga-se com o vômer, septomaxila, maxila e nasal. Porta uma fileira de nove dentes- pequenos, subpleurodontes, anquilosados à borda anteroventral.

Dorsalmente, o processo nasal, convexo e alongado, projeta-se posteriormente entre as narinas externas, alargando-se repentinamente e afilando-se posteriormente para ter- minar em ponta, entre a região anterior dos nasais. Constitui as bordas anterodorsais das narinas externas. De sua superfície mediana ventral projeta-se uma crista vertical que termina dorsalmente de encontro à saliência longitudinal, formada sob a sutura dos na- sais.

Ventralmente, as plataformas palatais medianas, não fusionadas na linha média, projetam-se posteriormente e suturam-se à maxila e ao vômer. De sua porção mediana projeta-se uma estrutura em forma de placa bipartida que termina abruptamente.

Anterior às plataformas palatais medianas, acham-se os forames pré-maxilares, que dão passagem aos nervos etmoidais medianos. As bandas alveolares destes processos es- tão separadas parcialmente da maxila por uma pequena abertura de cada lado da linha média.

A pré-maxila estende-se desde sua superfície rostral em dois processos látero- posteriores os processos maxilares, que se suturam com a maxila, sendo a porção termi- nal encoberta pela borda anterior da maxila.

1.2.MAXILA (Figs. 1-3) É um osso par, em forma de lâmina, levemente convexa dorsalmente. Liga-se à pré-maxila, vômer, nasal, frontal, pré-frontal, lacrimal, jugal, septomaxila, ectopterigóide e palatino. Pelo seu tamanho grande e formato aproximado de um triângulo, constitui, quase que sozinho, a superfície lateral anterior do crânio.

Porta de 14a 15 dentes, subpleurodontes, anquilosados à à borda medial.

Externamente, podemos distinguir três processos: o processo pré-maxilar, anterior- mente; o processo nasal, dorsalmente e o processo posterior, estendendo-se sob a órbita. Internamente, verifica-se a presença de um processo, a plataforma palatal.

O processo nasal da maxila, de posição média entre o anterior e o posterior, forma a parede lateral da cápsula nasal e a borda posterior da fenestra exonarina. Dorsalmente está em contato com o nasal, pré-frontal e frontal. Sua borda posterior é encoberta pelo lacrimal que, juntamente com o pré-frontal, exclui a maxila da borda anterior da órbita. Sua linha de contato com o frontal é curtíssima, correspondendo a um processo póstero- dorsal do osso, que se projeta em cunha entre o pré-frontal e o nasal e frontal.

Em sua porção apical, o processo nasal é perfurado por pequenos forames para a passa- gem dos ramos cutâneos do nervo etmoidal lateral. Ao longo de sua borda inferior, o processo nasal apresenta forames labiais, em número de oito normalmente, dispostos em fileira, sendo o posterior o único voltado para trás. Estes forames dão passagem aos ra- mos cutâneos do nervo alveolar superior e da artéria maxilar.

O processo anterior, pré-maxilar, estende-se anteriormente, desde a base do processo nasal e se curva para cima, até sua borda anterior que encobre o processo maxilar da pré- maxila.

O processo posterior estende-se sob a órbita, suturando-se ao jugal, lacrimal e palati- no. k

A plataforma palatal é uma lâmina relativamente larga, que se estende perpendicular- mente à parede medial, desde a extremidade anterior, onde se sutura à pré-maxila e ao vômer, até sua borda mais posterior. Ainda na porção anterior une-se dorsalmente à sep-

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tomaxila. Na porção média mais alongado, suturando-se ao palatino e decrescendo em largura até encontrar o ectopterigóide, em sua extremidade posterior.

Dorsalmente, esta lâmina constitui o apoio do órgão vomeronasal e, ventralmente, porta dentes que estão localizados ao longo de toda a margem lateral. Estes dentes, sub- pleurodontes, são em geral em número de 15. O maior número de dentes de substitui- ção é encontrado na região posterior onde, provavelmente, o desgaste é maior e onde a tendência é de se tornarem mais grossos que os da região anterior.

1.3. VÔOMER (Fig. 2) O vômer é um osso par, de aspecto alongado, formando o li- mite ventral da cápsula nasal e a porção anterior do palato, entre as narinas internas. À sutura entre seus componentes está situada numa depressão ao longo do eixo longitudi- nal do crânio, até a região média.

Anteriormente sutura-se com a pré-maxila, ântero-lateralmente com a maxila, dorsal- mente com a septomaxila e posteriormente com o palatino.

A superfície anterior, afılada, sutura-se com a borda posterior da pré-maxila, encai- xando em uma reentrância desta. Desde a extremidade anterior da superfície ventral, cu- jas bordas laterais formam a borda da fenestra vomeronasal externa, verifica-se uma de- pressão, o sulco lacrimal, que corre látero-posteriormente, terminando na região anterior da fenestra exocoanal, a qual continua posteriormente até encontrar os palatinos. O sul- co lacrımal é ocupado pela extremidade anterior do ducto lacrimal.

Anterior à fenestra exocoanal está a abertura para o órgão de Jacobson, a fenestra vo- meronasal externa.

As bordas medianas dos sulcos lacrimais formam cristas perpendiculares, que media- namente constituem uma calha o sinus’ palatino fmpar. Nestas cristas são observa- dos dois pares de forames, um anterior e um posterior, que dão passagem aos ramos ven- trais do nervo palatino VII.

Da porção média para a posterior, os elementos não se contatam, afilando-se e for- mando duas colunas perpendiculares que recobrem a superfície ventral do processo vo- meriano do palatino.

4. PALATINO (Figs. 1 e 2) E um elemento par, que mantém contato com o vô- mer, maxila, pré-frontal, pterigöide e lacrimal. Os dois elementos são separados em toda sua extensão pela vacuidade piriforme. O par forma a maior parte do palato, bem como o assoalho da órbita e a parede póstero-superior das cápsulas nasais.

Possui dois processos anteriores que se estendem desde a superfície ântero-ventral alar- gada. O mais ventral e lateral, o processo maxilar, é mais curto e mais largo que o outro, aruculando-se com a maxila através de uma extensa superfície que se afila medialmente. Faz contato, ainda, com o lacrimal e pré-frontal, ântero-dorsalmente. O outro processo, mais fino e mais alongado, o processo vomeriano, estende-se mais dorsalmente até en- contrar a borda posterior do vômer, que o encobre. Entre estes dois processos uma su- perfície lisa, côncava, que termina na fenestra exocoanal, anteriormente. Esta superfície, juntamente com a região ventral posterior, ao conjunto o formato de um “Y”.

A região póstero-ventral torna-se posteriormente mais afilada, constituindo o processo pterigöide, que encobre ventralmente a extremidade anterior do pterigöide.

A superfície dorsal é plana, afilando para formar a margem posterior em forma de for- quilha, formando o encobrimento anteriormente mencionado.

Anteriormente, a superfície dorsal porta um processo mediano em direção dorsal, en- coberto pela superfície ventral mediana do processo palatino do pré-frontal.

A margem lateral do palatino forma a borda mediana da fossa orbital inferior.

Dorsalmente, próximo ao contato com o lacrimal e pré-frontal, verifica-se a abertura do canal infra-orbital, o forame maxilo-palatino ou forame infra-orbital.

Ao longo da borda média, pela superfície dorsal, corre um sulco, o sulco palatino, que aloja o ramo principal (medial) do “'plexus”” palatino VII. Neste sulco estão localizados vários forames, através dos quais pequenos ramos do “'plexus”” atingem a mucosa oral.

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1.5. ECTOPTERIGÓIDE (Figs. 1-3) E um osso pequeno, par, de formato curvo e alongado. Estende-se ântero-lateralmente desde o encontro jugal-maxila, até a borda la- teral do processo transverso do pterigóide (= processo ectopterigóide). Forma a borda látero-posterior da fossa orbital. Dorsalmente, forma o assoalho póstero-ventral da órbi- ta e a face ventral serve de ponto de origem a fibras do músculo “'pterigo-

mandibularis”

Liga-se à maxila, jugal e pterigóide. Apresenta dois processos: um processo ântero- lateral, que se articula anteriormente à borda mediana do processo posterior da maxila e, lateralmente, ao lado médio do ângulo ventral do jugal; um processo posterior, o proces- so pterigóide, que se sutura em plano oblíquo à borda lateral do processo ectopterigóide do pterigóide, numa conjunção em que os dois ossos formam a borda látero-posterior da fenestra orbital inferior, sendo o ectopterigóide externo e o pterigóide interno.

A superfície posterior é côncava e acomoda o processo coronóide da mandíbula, quan- do esta se encontra fechada.

1.6. PTERIGÖIDE (Figs. 2e 3) É um osso par, de posição ventral, formando a maior parte da superfície ventral do crânio. Sua porção mais anterior forma a metade posterior do palato. O formato alongado lembra grosseiramente a forma de uma letra

“Y". Une-se ao palatino, ectopterigóide, epipterigöide, basisfenóide e quadrado.

A região ântero-lateral externa forma a borda posterior da fenestra orbital inferior. A porção anterior tem dois processos: um processo transverso lateral, o processo ectopteri- góide, que se articula com o osso do mesmo nome; e um processo anterior mediano, o processo palatino, suturando-se dorsalmente ao palatino, por superposição.

O processo ectopterigóide é pequeno, estendendo-se até aproximadamente dois terços da superfície do processo posterior do ectopterigóide, com o qual se sutura em plano oblíquo, contribuindo no processo palatino que se liga com o processo coronóide da mandíbula. Serve, também, de ponto de origem a fibras do músculo “'pseudotempora- lis superficialis’' e ao músculo “'pterigomandibularis"”, em sua borda ventral.

O processo palatino, anterior, forma a porção posterior do teto da cavidade oral. À su- perfície dorsal deste processo forma o assoalho da órbita e articula-se anteriormente ao processo pterigöide do palatino.

Posteriormente, estende-se o processo quadrado, que é látero-medialmente compri- mido, divergindo até encontrar o quadrado com o qual se articula em sua superfície ven- tromedial, num ponto imediatamente superior ao côndilo.

Na superfície ventral verifica-se uma escavação alongada que recebe a inserção de grande parte do músculo ““protractor pterigoideus’'. Imediatamente anterior a ele, acha-se o entalhe pterigóide onde o processo basipterigöide do basisfenóide encaixa, for- mando uma articulação sinuvial móvel.

Na superfície dorsal, o processo quadrado apresenta profunda fossa, a fossa columelar, na qual se encaixa a extremidade ventral do epipterigóide. Posteriormente a esta fossa, segue-se uma crista que serve de ponto de inserção final ao músculo ““levator pterigoi- deus”

Lateralmente, a superfície do processo quadrado apresenta-se lisa e ligeiramente con- vexa. Sua extremidade distal apresenta um entalhe pouco profundo para a articulação com a superfície ventro-medial do quadrado.

bo

REGIÃO TEMPORAL

2.1. PARIETAL (Figs. 1, 3 e 4) E um osso ímpar, localizado dorsalmente no terço posterior do crânio. Liga-se ao frontal, postorbital + pós-frontal, supratemporal, epip- terigóide e otoccipital. Sua forma geral é quadrangular, anteriormente, com bordas cön- cavas e dois longos processos póstero- laterais. Delimita, lateralmente, os contornos inter- nos da fenestra temporal superior.

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Articula-se com o frontal anteriormente, ao longo de uma sutura transversal e com o postorbital + pós-frontal, desde o ângulo lateral anterior, em direção posterior.

A superfície dorsal, convexa, é coberta por osteodermas coossificados que lhe dão as- pecto poroso. O forame pineal está localizado na linha do eixo longitudinal do crânio, mais próximo da extremidade anterior.

Os processos posteriores ou supratemporais, alongados, divergem do eixo longitudinal do crânio em direção posterior e curvam-se ventralmente. Suturam-se lateralmente ao supratemporal e ao otoccipital em sua porção distal.

A superfície ventral, côncava e lisa, porta, ao longo das bordas laterais, dois processos descendentes pequenos que se dirigem ventralmente, apresentando maior largura na porção mediana, onde sua extremidade distal possuí um pequeno entalhe para o encaixe do epipterigóide.

No centro da superfície ventral existe uma cova mais ou menos funda, a fossa parietal, que se abre na borda distal. Esta fossa recebe o supra-occipital, através do processo ascen- dente cartilaginoso do teto sinótico.

2.2. POSTORBITAL + PÓS-FRONTAL (Figs. 1-3) É um osso par, de formato le- vemente triangular, alongado, apresentando-se laminar na porção média. Liga-se ao ju- gal, frontal, parietal e escamoso. Anteriormente, forma a borda póstero-dorsal da órbita e, posterior e lateralmente, o limite anterior e lateral da fenestra temporal superior, res- pectivamente.

Topograficamente podem-se distinguir três processos: o processo jugal, que se estende látero-ventralmente, suturando-se à face medial do jugal; o processo frontal-parietal, que se estende ântero-dorsalmente, suturando-se lateralmente ao parietal e ântero- lateralmente ao frontal; e o processo escamoso, dirigido posteriormente, afilando-se e suturando-se ao escamoso lateralmente e com este formando o limite externo da fenestra temporal superior.

Em alguns exemplares o osso é mais estendido, afilando-se abruptamente, o que pro- voca um maior fechamento da fenestra temporal superior.

2.3. ESCAMOSO (Figs. 1-4) E um osso par, alongado, verticalmente achatado, que se une ao postorbital + pós-frontal, supratemporal e quadrado. Forma a metade posterior da borda da fenestra temporal superior e o limite póstero-lateral do crânio.

Sua forma geral lembra um arco alongado, cuja extremidade posterior se inclina ven- tralmente ao longo da superfície lateral do supratemporal, o qual o separa do processo supratemporal do parietal

A superfície póstero-ventral, curva e arredondada, fica sobre o cöndilo cefálico do quadrado. A porção anterior, comprimida lateralmente, estende-se até encontrar o pos- torbital + pós-frontal, com o qual se sutura até a porção média, formando com este o li- mite lateral da fenestra temporal superior.

2.4. SUPRATEMPORAL (Figs. 1, 3 e 4) E um osso par, de formato alongado e achatado lateralmente. Estende-se posteriormente entre a superfície posterior do esca- moso e a superfície posterior do processo supratemporal do parietal, separando estes dois Ossos.

Sua extremidade posterior articula-se com o quadrado, sobre seu côndilo cefálico. A borda anterior forma o ângulo posterior da fenestra temporal superior.

2.5. QUADRADO (Figs. 1-4) E um osso par, que forma o ângulo póstero-laterai do crânio. Faz contato com o supratemporal, escamoso, pterigóide e otoccipital. Ven- tralmente articula-se com a mandíbula.

É alongado dorso-ventralmente, sendo comprimido lateralmente. Ântero- posterior- mente, nota-se pequeno arqueamento, com a borda anterior convexa e a posterior côn- cava, em vista ventral.

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A superfície dorsal porta um côndilo, o côndilo cefálico, que se articula com o proces- so para-occipital medialmente, com o supratemporal dorsalmente e escamoso, lateral- mente.

A superfície ventral é constituída por um côndilo mediano e lateral dividido por pe- quena constrição. À situação deste côndilo, em posição normal, é sobre a faceta condilar do osso articular da mandíbula.

A superfície lateral externa é lisa, mais larga em sua porção dorsal, próxima ao côndilo cefálico. Afila-se na direção ventral até encontrar os côndilos da superfície ventral. Esta superfície serve de ponto de inserção ao músculo “'adductor mandibularis’’ posterior.

A articulação com o processo quadrado do ptrerigóide dá-se em uma zona logo acima da superfície ventral, através de uma reentrância. Na borda anterior localiza-se o.forame do quadrado.

2.6. EPIPTERIGÓIDE (Fig. 3) É um osso par, em forma de vareta alongada, verti- cal, situada entre o parietal e o pterigóide. Sua superfície superior mediana fica junto ao processo alar do proótico, em sua porção ântero-lateral.

A extremidade ventral é mais expandida ântero-posteriormente e encaixa numa pe- quena depressão, a fossa columelar, na porção média da superfície dorsal do pterigóide. A extremidade dorsal encaixa em um entalhe do processo descendente do parietal.

À porção superior do epipterigóide serve como origem para o músculo “'pseudotem- poralis”, cujos ligamentos fixam a superfície dorso-lateral junto ao proótico.

O músculo ''pseudotemporalis profundus”” origina-se ao longo da sua metade infe- rior.

3. CAPSULA NASAL

3.1. NASAL (Fig. 1) É um osso par, relativamente fino, localizado na porção ante- rior do crânio posterior ao processo nasal da pré-maxila e anterior aos frontais. À su- perfície dorsal é coberta por osteodermas coossificados. Sutura-se com a pré-maxila, ma- xila, frontal e pré-frontal.

Seus elementos suturam-se ao longo da linha média do crânio, formando uma porção da cobertura para a cápsula olfativa, sendo que na região anterior são separadas pela ex- tremidade distal do processo nasal da pré-maxila.

Antero-lateralmente, sutura-se ao processo nasal da «maxila. A borda anterior é livre e forma a borda dorsal da fenestra exonarina.

Posteriormente, estende-se o processo frontal que se afila e se sutura lateralmente com o pré-frontal e com o processo nasal do frontal, internamente.

2. PRE-FRONTAL (Figs. 1 e 3) E um osso par, de formato triangular, que forma o limite ântero-dorsal da órbita. Relaciona-se com a maxila, nasal, frontal, lacrimal e pa- latino.

Em vista lateral, apresenta superfície levemente convexa, que é encoberta em sua bor- da proximal pelo processo nasal da maxila e, ventralmente, pela borda dorsal do lacri- mal. Lateralmente verifica-se uma crista vertical que serve de ponto de inserção a múscu- los. Esta área forma a borda anterior da órbita.

Dorso-posteriormente, estende-se um processo alongado que se sutura medianamente ao frontal por uma grande extensão, formando a borda ântero-superior da órbita.

Ventralmente, dirige-se um processo verticalizado, o processo palatino, cuja borda la- teral externa forma a borda interna do forame lacrimal. Sua borda medial sutura-se em toda sua extensão com o palatino, através do processo maxilar e, externamente, com a borda ventral do lacrimal.

3.3. SEPTOMAXILA (Figs. 1 e 3) E um osso par, laminar, que se estende dentro da cápsula nasal, diretamente lateral ao septo nasal. Pode ser visualizada em vista dorsal, no assoalho da porção mediana da narina externa.

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ES O SEE nn mn nn

Forma o teto do órgão de Jacobson e o assoalho da porção anterior da câmara nasal. À superfície ântero-lateral articula-se com o processo vomerino da maxila. A borda da su- perfície ventral une-se à superfície ântero-dorsal do vômer.

4. ÓRBITA

4.1. FRONTAL (Figs. 1 e 3) É um osso par, alongado, que forma a superfície dorsal da órbita e cobre anteriormente o neurocrânio. Seus elementos suturam-se ao longo da linha sagital do crânio.

O conjunto, anteriormente, sutura-se à borda posterior dos nasais, que são formadas pelos processos frontais em forma de “'V”", com o ápice voltado anteriormente e em cuja reentrância o contato.

Látero-anteriormente, sutura-se a uma ponta do processo nasal da maxila e, látero- posteriormente ao postorbital + pós-frontal. Posteriormente, sutura-se ao parietal, local onde se observa um alargamento lateral da borda posterior.

As bordas laterais são arredondadas.e espessas, formando cristas suborbitais. Estas cris- tas estendem-se longitudinalmente ao longo da margem externa da superfície ventral. Entre elas, na superfície ventral do osso, forma-se uma calha, o canal olfativo, onde se alojam os pedúnculos olfativos. As cristas ventrais acham-se ainda associadas à inserção de cartilagens da região órbito-temporal.

4.2. LACRIMAL (Fig. 3) E um osso par, de pequeno tamanho e formato alongado, em vista lateral. Está situado na margem anterior da órbita entre o jugal e o pré-frontal. Sua borda anterior sutura-se com a porção anterior do processo posterior da maxila. For- ma a borda lateral do forame lacrimal e dorsalmente junta-se ao pré-frontal, que forma a borda mediana do forame.

Posteriormente, relaciona-se com a borda anterior do jugal, com a borda ventral do processo ventral (= palatino) do pré-frontal e, ainda, com o ápice do processo maxilar do palatino.

O forame lacrimal conduz ao canal lacrimal, o qual conduz à câmara nasal. A su- perfície lateral do lacrimal é recoberta por osteodermas.

4.3. JUGAL (Figs. 1-3) É um osso par, fino, de forma curva. Forma a borda inferior e póstero-inferior da órbita. Relaciona-se com o lacrimal, maxila, ectopterigóide e pos- torbital + pós-frontal.

Apresenta dois processos: o processo maxilar, dorsoventralmente comprimido, que se sutura anteriormente à borda ventral do lacrimal, ventralmente à borda medial da maxi- la e pöstero-medialmente com o ectopterigöide, apresentando a superfície dorsal com uma crista lateral, formando a borda lateral da órbita; o processo temporal, de posição vertical, estendendo-se pöstero-dorsalmente, articula-se com a borda ventral do postor- bital + pós-frontal, apresentando a superfície lateral lisa e plana, comprimida lateral- mente.

Na porção intermediária entre os dois processos estende-se, posteriormente, um pro- longamento no mesmo plano do processo maxilar, ficando imediatamente lateral ao processo coronóide da mandíbula.

A superfície pöstero-medial é côncava, formando parte do recesso maxilar e ficando imediatamente lateral ao processo coronóide da mandíbula.

A superfície lateral é perfurada, em sua região angular, por uma série de forames su- borbitais para a passagem dos nervos cutâneos do ramo maxilar do trigêmio.

B. SEGMENTO OCCIPITAL

te PARABASISFENÓIDE (Fig. 2) É um osso ímpar, de situação média em relação ao conjunto. Está localizado entre o basioccipital e os pterigóides e forma a região ante-

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rior do assoalho da cavidade craniana. É constituído da fusão dos ossos parasfenóide e basisfenóide. Está relacionado ao processo anterior do proótico, póstero-dorsalmente e. posteriormente, ao basioccipital. Ventralmente, artıcula-se ao pterigöide, através dos processos basipterigöides, que se inserem em entalhes do processo pöstero-lateral do pte- rigóide. Esta articulação de grande importância, pois promove a ligação entre o neuro- crânio ossificado e o resto do crânio.

A porção anterior do parabasisfenóide constituída por uma placa côncava e transver- sa, a ““dorsum sella’’. Nesta concavidade, em sua superfície dorsal, verifica-se uma pe- quena concavidade, a “crista sellarıs’’, na qual se prende, ventralmente, a membrana metóptica.

Lateralmente à ““dorsum sella’’ estendem-se duas superfícies salientes, os processos alares.

Anteriormente, observa-se um grande afilamento da superfície, o processo parasfenöi- de, que serve como assoalho da cartilagem trabecular e do septo interorbital.

" Dorsalmente ao processo parasfenóide acham-se duas trabéculas cartilaginosas, ossifi- cadas em formato de barras cilíndricas. Estas barras contatam entre si em suas extremida- des anterior e posterior, promovendo a formação de um recesso côncavo, a “'sella turci- ca”, que aloja o saco pituitário .

A “dorsum sella’’ possui quatro pares de forames: imediatamente lateral às cartila- gens trabeculares, na superfície dorsal da base do processo basipterigöide, fica a abertura anterior para o canal vidiano e a artéria palatina; lateralmente à abertura para o canal vi-

‚„diano fica o forame para a veia jugular interna, de maior tamanho que o primeiro; posi- cionado lateralmente e um pouco acima da “'sella turcica’’ nota-se a abertura para a arté- ria carótida: próximo à “crista sellarıs’’, de cada lado da superfície do parabasisfenóide, abre-se um forame, o canal abducente, para a passagem do nervo VI (abducente).

Imediatamente anterior à sutura com o proótico e o basioccipital verifica-se a abertura posterior do canal vidiano. k

2. SUPRA-OCCIPITAL (Figs. 1 e 4) E um osso ímpar, laminar, que está localizado dorsalmente em relação aos demais elementos do segmento occipital. Forma a borda dorsal do forame magno e o recobrimento dorsal do neurocrânio ósseo. Participa da for- mação do labirinto ósseo e incluí as porções anterior e posterior dos canais semicirculares. Apresenta suas superfícies relativamente lisas sendo a dorsal convexa e a ventral côncava.

Antero-lateralmente sutura-se ao processo alar do proótico, através de uma sutura dia- gonal e, posteriormente, ao processo para-occipital do otoccipital.

Próximo à área de sutura com o proótico existe uma pequena expansão, o processo marginal, que serve como ponto de fixação da ““taenia marginalis””.

A borda anterior, horizontal, porta, na porção média, uma ponta para a articulação do processo ascendente, constituído por uma vareta cartilaginosa, longa e fina, que se es- tende para dentro da fossa parietal, na superfície ventral do parietal.

A superficie dorsal porta uma pequena crista, a crista supra-occipital, que é ponto de inserção do ligamento ''nuchae””. Dois pequenos canais tubuiares, que se estendem lateralmente desde esta crista, incluem a porção posterior do canal semicircular anterior e a porção anterior do canal semicircular posterior.

Na superfície ventral observam-se, lateralmente, duas protuberâncias que formam parte da bula timpänica e a porção dorsal do labirinto ósseo. Nesta área acham-se os fora- ne endolinfáticos. Uma estreita escavação forma-se. medianamente, no sentido longi tudinal.

3. OTOCCIPITAL (Figs. 1 e 4) Os ossos opistótico e exo-occipital encontram-se fu- stonados, formando, no conjunto, um osso só, aqui denominado otoccipital.

O otoccipital é um osso par, que forma a parede lateral do forame magno e as partes laterais do côndilo occipital, participando na articulação do crânio à coluna. Comporta também, a região posterior do labirinto membranoso.

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Contribuição ao conhecimento... 129

O osso articula-se anteriormente ao supra-occipital, através de uma sutura diagonal. A superfície dorsal é achatada e plana, observando-se uma saliência tubular que aloja a porção posterior do canal semicircular posterior. Posteriormente acha-se a ampula do canal semicircular posterior, encerrada numa pequena elevação.

Em vista posterior observa-se o processo para-occipital, de formato retangular, estendendo-se póstero-lateralmente. Este processo promove a articulação do segmento occipital com o resto do crânio, através de sua extremidade distal que comporta três face- tas articulares: uma dorsal, para a articulação à superfície ventro-medial do processo pos- terior do parietal; uma intermediária, para a articulação com a superfície póstero-medial do supratemporal e o escamoso; e uma terceira faceta para a articulação à extremidade do côndilo cefálico do quadrado.

Na base do processo para-occipital, observa-se o canal vago, medialmente dirigido. Ventralmente a este forame ficam pequenos forames hipoglossos.

Lateralmente à base do forame magno estende-se uma elevação tubular. A superfície superior a esta crista é de aspecto rugoso, próprio para a inserção do músculo ““obliquus capitis”. Abaixo da crista está uma superfície côncava, formando a borda posterior do recesso occipital, sendo ponto de inserção do músculo ““longinguum cervicis”

A superfície mediana, através de sua borda ântero-ventral, forma a porção dorsal do forame perilinfático, cuja borda restante é formada pelo basioccipital. Esta superfície porta também a porção posterior da medula oblongata. Na região central podem ser ob- servados pequenos forames para os ramos do nervo hipoglosso.

Em vista lateral, podem ser distinguidas três zonas. Uma mais dorsal, que é formada pela superfície ântero-lateral do processo para-occipital, em cuja base é observado o ca- nal horizontal para o canal semicircular externo. À região central porta a borda da gran- de fenestra ‘‘ovalis’’, cuja borda anterior é formada pelo proötico. Inferiormente, verifica-se a terceira zona, formada por uma escavação, o recesso occipital, e uma sa- liência laminar, a crista “nterfenestralis’ "a qual margeia o recesso. Na borda interna do recesso acha-se o forame rotundo.

Dorsalmente, a superfície anterior é formada por uma cavidade que vem a ser a porção posterior da câmara vestibular e que contém o “'utriículus”” e o “'sacculus””. Na margem dorsal está localizado o canal semicircular posterior.

um afilamento em ponta da superfície anterior, abaixo da câmara vestibular, para dentro da ranhura rasa, o recesso lagenar, disposto ântero-posteriormente. A borda late- ral deste recesso é formada por uma crista, a crista ““interfenestralis””

Localizada entre o recesso lagenar e a cavidade vestibular está a fenestra “'cochlear” Toda a borda da superfície anterior é uma linha de sutura contínua com o supra- dueibital, dorsalmente e o proótico, ventralmente.

SBASIOCGCIEITATLICEI ES e 4) E um osso ímpar, de posição mediana. Forma a aa posterior da cavidade craniana e a região mediana do côndilo occipital.

Anteriormente sutura-se ao parabasisfenóide, ântero-lateralmente ao proótico e póstero-lateralmente ao otoccipital.

Na área central da superfície ventral situa-se uma cavidade profunda, logo após a su- tura como parabasisfenóide. Esta área é ponto de inserção da musculatura axial ventral.

Póstero-lateralmente estendem-se dois processos em direção ventro- posterior, Os pro- cessos basıoccipitais (= tubérculos esfenoccipitais), que formam a borda posterior do re- cesso occipital, constituído por uma concavidade funda.

Dorsalmente, este elemento apresenta-se côncavo, com a superfície lisa formando o assoalho posterior da cavidade craniana. A superfície posterior, estreitada, forma a por- ção central do côndilo occipital e serve como ponto de inserção do ligamento atlanto-

occipital.

5. PROÓTICO (Fig. 3) É um osso par, de situação lateral, formando a cobertura antero-lateral da caixa cranıana. Está associado ao ouvido interno, juntamente com o supra-occipital e o otoccipital. Abriga, ainda, a porção anterior do labirinto membrano- so.

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Articula-se com o supra-occipital posteriormente ao longo de sua margem dorsal in- terna; lateralmente, ao otoccipital e ventralmente ao basioccipital.

Ântero- dorsalmente estende-se um processo verticalizado, em forma de lâmina óssea com a borda anterior afilada, o processo alar. É através deste processo que o proótico articula-se dorsalmente ao epipterigóide, em sua superfície medial superior. Ainda ante- riormente, o proótico articula-se ventralmente ao parabasisfenóide.

Próximo à base do processo alar, pode-se observar a continuação da canaleta que aloja o canal semicircular anterior. A extremidade ventral desta canaleta termina em uma ex- pansão ou bulbo, que abriga a ampula. Posterior a esta feição é observada, em vista late- ral, a saliência tubular que aloja o canal semicircular horizontal.

Posteriormente à base do processo alar, verifica-se um espessamento bastante notório, onde está incluída a porção anterior do labirinto membranoso.

De posição ventral ao processo alar, acha-se um processo inferior, que se estende äntero-ventralmente. A extremidade anterior deste processo articula-se à borda posterior do processo alar do parabasisfenóide, através de uma sutura irregular.

Lateralmente observa-se, na porção ventral, a crista proótica, constituída por uma for- mação laminar que se estende ao longo de aproximadamente 3/4 do comprimento do osso. Esta constituição incluí, anteriormente , parte da superfície póstero-ventral do pro- cesso alar do parabasisfenöide. Forma, ainda, a parede lateral do “'recessus vena jugula- ris” que aloja a veia jugular interna, ao longo de sua extensão e onde observa-se o fora- me gal para o nervo facial, posteriormente dirigido.

. COLUMELA (Figs. 2 e 4) E um osso par, localizado na parede lateral da caixa BE estando associado ao otoccipital e proótico.

Está constituído por uma peça basal achatada e de formato ovalado que se encontra encaixada na fenestra ““ovalis””, chamada “'stapes” e por uma peça fina, cilíndrica e alongada, a extracolumela, que se estende lateralmente até a região média da superfície posterior do quadrado, terminando por uma pequena expansão.

C. MANDÍBULA

1. ARTICULAR (Figs. 5 e 6) É o elemento mais posterior da mandíbula. Apresenta formato irregular. De origem endocondral, é formado pela ossificação da cartilagem de Meckel.

Forma a borda ventral da região posterior e possuí uma superfície condilar para a ar- ticulação com o crânio, através do côndilo ventral do quadrado. Este processo condilar é formado por uma depressão, na qual se verificam duas superfícies: uma lateral e hori- zontal; outra medial, dirigida póstero-medialmente, sendo separadas medianamente por uma crista. Esta disposição favorece a articulação com o crânio, pois é justamente oposta âquela encontrada na superfície ventral do quadrado.

Em posição ântero-medial em relação a estas facetas articulares verifica-se uma grande tuberosidade, que serve como ponto de inserção do ligamento colateral. Segundo CRI- LEY (1968) esta tuberosidade corresponderia ao osso pré-articular, que se encontra fusio- nado ao articular, nos ““gerrhonotiform lizards”

Os dois terços PER do articular são constituídos por um processo alongado, enco- berto, porém, pela superfície posterior do supra-angular.

Posterior à faceta articular, estende-se um processo de formato triangular e dorsoven- tralmente achatado, o processo retroarticular. A superfície dorsal deste processo é cônca- va, apresentando-se rugosa para inserção muscular.

A partir da borda medial do processo retroarticular, anteriormente dirigido, projeta-se uma pequena tuberosidade, 5 processo angular.

Anteriormente, na superfície dorsal do processo articular, acha-se o forame para a ar- téria condilar posterior e o nervo corda timpânica.

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Contribuição ao conhecimento... 131

Medialmente, em direção anterior, estende-se um processo anterior, longo e estreito, recoberto lateralmente pelo supra-angular e, em parte, pelo angular.

A metade posterior da superfície medial forma a borda e o assoalho do forame mandi- bular e a porção anterior, verticalmente achatada, forma o assoalho do recesso coro- nóide, sendo que se sutura à extremidade posterior do esplenial.

2. SUPRA-ANGULAR (Figs. 5 e 6) E um osso grande, de formato alongado, que forma a metade posterior da parede lateral e o terço posterior da parede medial da mandíbula.

A superfície lateral é lisa e convexa, unindo-se anteriormente ao dentário, através de uma projeção que se insere em uma reentrância do mesmo, e cuja linha de contato toma a forma de um ‘‘V’’, voltado anteriormente. A superfície dorsal é arredondada e rugosa para inserção muscular e apresenta um pequeno forame localizado anterior ao contato com o articular. A superfície medial é lisa e arredondada, formando o teto do forame mequeliano; dorsalmente localiza-se o forame mandibular.

Anteriormente o supra-angular sutura-se ao dentário: ântero-dorsalmente encontra o coronóide: posteriormente, o articular; ventralmente, o angular; encontra o articular também pelo lado medial da mandíbula.

Na superfície lateral são observados dois forames: um localizado abaixo da sutura com o coronóide, o forame supra-angular anterior, e outro, próximo à sutura com o articular, o forame supra-angular posterior, ambos voltados anteriormente e relacionados com a passagem de ramos cutâneos do nervo alveolar inferior.

3. CORONOIDE (Figs. 5 e 6) E um osso de tamanho pequeno, em forma de “'V””, cuja figura é formada por três projeções: duas anteriores, uma medial e uma lateral e ou- tra posterior, medial. Forma a superfície dorsal da porção mediana da mandíbula, relacionando-se com os demais ossos, à exceção do angular.

A projeção lateral anterior é mais delgada e se insere num encaixe da superfície poste- rıor do dentário, a qual dirige um processo que encontra a superfície anterior do coronói- de.

O ramo anterior medial encobre o supra-angular e a borda anterior une-se à borda posterior do dentário. Ventralmente este processo encaixa num ponto formado pela bor- da anterior do supra-angular, a superfície medial do esplenıal e a borda posterior do dentário.

O ramo posterior encobre a superfície medial do supra-angular e o braço anterior do articular, formando a região anterior da borda medial do forame mandibular.

Os ramos anterior, medial e posterior culminam dorsalmente numa projeção triangu- lar que recebe a inserção dos músculos ““adductor mandibularis externus’’', “'medius profundus’’ e “'bodenaponeirose””.

4. DENTÁRIO (Figs. 5 e 6) E um osso de tamanho grande e formato semi-tubular. Forma a metade anterior da mandíbula e porta de 17 a 19 dentes subpleurodontes na margem médio-dorsal. Ao longo de seu comprimento atinge uma maior altura em sua borda posterior. radio rd BR:

A superfície medial, côncava, apresenta, longitudinalmente, uma saliência, a “crista dentalis””, acima da qual crescem os dentes. Estes dentes, subpleurodontes, estão anqui- losados à parede medial. Na superfície ventral, observa-se uma escavação profunda, diri- gida ântero-posteriormente e que recebe o processo anterior do esplenial. A superfície lateral é lisa e convexa, sendo perfurada, anteriormente, por 5 a 8 forames ventrais, para a transmissão de ramos terminais do nervo alveolar inferior, que vão enervar a pele que recobre esta porção. A borda posterior da superfície lateral estende-se diagonalmente para cima, ficando o aspecto dorsal com maior comprimento do que a porção ventral.

5. ESPLENIAL (Fig. 6) É um osso longo, comprimido lateralmente, localizado na porção ventral da região anterior da superfície mediana da mandíbula,

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Sutura-se dorsal e ventralmente ao dentário, dorso-posteriormente ao coronóide, póstero-ventralmente ao angular e posteriormente ao articular.

Possui dois processos: um anterior e outro posterior. O processo anterior está situado na escavação ventral do dentário, formando a parede ínfero-medial do canal de Meckel. O processo posterior recobre a borda anterior do articular, supra-angular e coronóide.

Anteriormente, próximo à sutura dorsal com a borda ventral do dentário, abre-se o fo- rame alveolar inferior, que passagem ao ramo lingual do nervo alveolar anterior. Pos- terior a este forame, próximo à metade da margem ventral, fica o forame milo-hióide anterior, que transmite o nervo milo-hióide anterior. Serve como origem ao músculo “intermandibularis anterior profundus’’

6. ANGUIAR (Fig. 5) E um osso de formato alongado e redativamente fino. Forma a porção ventral da região mediana da mandíbula.

Sutura-se anteriormente ao dentário e esplenial e dorsalmente ao supra-angular. À porção posterior, mais expandida, fica entre o supra-angular e a superfície dorsal do arti- cular.

Não é observado o forame milo-hiöide posterior.

COMENTÁRIOS FINAIS

Segundo MCDOWELL Jr. & BOGERT (1954), dentre os anguídeos, a subfamília Diplo- glossinae, na qual se classificam os gêneros Ophiodes e Diploglossus, entre outros, parece sera subfamília que maior número de estruturas primitivas apresenta.

Dentre estas características estão os dentes subpleurodontes, sem fossa basal de substi- tuição dentária observados neste trabalho em Ophiodes striatus. Outra característica pri- mitiva levantada por MCDOWELL Jr. & BOGERT (1954) é que somente nesta subfamília o postorbital faz parte dos ossos que margeiam a órbita, não sendo esta porém uma feição constante. Em O. striatus constata-se que o postorbital encontra-se fusionado ao pós- frontal, formando um elemento único que forma a margem póstero-superior da órbita.

Comparando os caracteres osteológicos de O. striatus com os de espécies da mesma família, através da bibliografia consultada, pode-se constatar as seguintes divergências:

SS emo: striatus os elementos vomerianos não são fusionados, enquanto podem ser fusionados em várias espécies do gênero Gerrhonotus, segundo JOLLIE (1960);

2 o vômer não apresenta dentes em O. striatus, apresentando-os, supostamente, em Ophisaurus, segundo JOLLIE (1960):

3 o palatino não apresenta dentes em O. striatus, apresentando-os em Ophisaurus, segundo JOLLIE (1960):

4 o pterigöide não apresenta dentes em o. striatus apresentando-os em algumas espécies de Gerrhonotus, segundo CRILEY (1968) e em Ophisaurus, segundo JOLLIE (1960):

5 os elementos nasais estão unidos na linha média em O. striatus, estando separa- dos em algumas espécies da subfamília Gerrhonotinae, segundo CRILEY (1968):

6 o frontal é par em O. striatus, sendo ímpar nas espécies da subfamília Gerrhono- tinae, segundo CRILEY (1968):

7 não contato do frontal com a pré-maxila em O. striatus, existindo em Gerrhonotus imbricatuse G. kingi, segundo JOLLIE (1960).

Devido à carência de descrições osteológicas detalhadas sobre espécies da família An- guidae e, principalmente, da subfamília Diploglossinae, não se pode realizar uma com-

paração mais aprofundada, restando a comparação apenas de características isoladas en- tre algumas espécies.

ABREVIATURAS UTILIZADAS NAS | FIGURAS

Foram utilizadas as seguintes abreviaturas nas figuras que ilustram o presente trabalho: A angular; ART articular; BO basioccipital; C coronóide; CL columela; C.OC côndilo occipital: CR.DT crista

HERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 121-135; 25 fev. 1980.

Contribuição ao conhecimento ... a"

““ dentalis’’; CR.SOC crista supra-occipital; D dentário; E escamoso; EC ectopterigöide: EPT epip- terigöide; ES esplenial: F frontal; F.AI forame alveolar inferior; F.-HG forame hipoglosso; FIO fo- rame infra-orbital; F.] forame jugular; F.LB forame labial; FMA forame milo-hióide anterior; F.MD forame mandibular; F.MG forame magno; F.MT forame mental; F.PN forame pineal; FSAA forame supra-angular anterior; F.SAP forame supra-angular posterior: F.VG forame vago: FN.E fenestra exocoa- nal: FN.O fenestra orbital; FN.OI fenestra orbital inferior; FN.TS fenestra temporal superior; EN. VE fenestra vomeronasal externa: FS.P fossa parietal: J jugal; L lacrımal; M maxila; N nasal; NE na- rina externa; ORB órbita; OT otoccipital; P parietal; PBS parabasisfenóide; PF pré-frontal; PL palatino; PM pre-maxilar; PO proötico; PR.BT processo basıpterigöide; PR.DP processo descendente do parietal; PR.PLM processo palatal da maxila; PR.PO processo para-occipital: PR.PTP processo preri- góide posterior; PR.RART processo retroarticular; PSO + PSF postorbital + pös-frontal; PT pterigöide: Q quadrado; SA supra-angular; S.ART superfície articular; SM septomaxila; SOC supra-occipital: ST supratemporal; TB.EO tubérculo esfeno-occipital; V vômer.

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IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 121-135: 25 tev. 1980.

134 ALVES, M.L.M.: VIEIRA, M.1.; FABIAN-BEURMANN, M.E.

FIG.

FIG.3

Figs. 1-3: Ophiodes striatus (SPIX) (MCN 5814) crânio: 1. vista dorsal: 2. vista ventral; 3. vista lateral.

IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 121-135; 25 fev. 1980.

Contribuição ao conhecimento ...

135

FIG. 4

mm FIG.5

Fm FIG.6

imm

Figs. 4-6: Ophiodes striatus (SPIX) (MCN 5814): 4. crânio, vista occipital: 5-6. mandíbula, ramo direito: 5. vista lateral; 6. vista medial.

IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 121-135: 25 fev. 1980.

Variação interpopulacional dos receptáculos seminais em aranhas do grupo spadicea do gênero Loxosceles HEINECKEN & LOWE,

1832 (Araneae - Scytodidae ).*

Erica Helena Buckup **

RESUMO

No presente trabalho foi realizado um estudo sobre a variação dos receptäculos seminais numa sé- rie de 60 fêmeas do grupo spadicea do gênero Loxosceles HEINECKEN & LOWE, 1832, coletadas em diversas localidades das regiões da Depressão Central e da Serra do Nordeste do Rio Grande do

Sul. A variação do número, forma e tamanho dos receptáculos seminais, é apresentada com 30 ilustra-

ções, e é analisada e correlacionada com as fórmulas e proporções das pernas.

ABSTRACT

In this paper on spiders of the spadicea group of the genus Loxosceles HEINECKEN & LOWE, 1832. was made a close study of the variation of seminal receptacles of 60 females, collected at dif- ferent counties at the regions of Depressão Central and Serra do Nordeste of Rio Grande do Sul, Brazil. that are illustrated with 30 drawings. Also are giving leg formulas, ratios and measurements.

INTRODUÇÃO

O primeiro estudo comparativo dos receptáculos seminais da genitália interna de fe- meas do gênero Loxosceles HEINECKEN & LOWE, foi realizado por GERTSCH (1958) nas espécies da América do Norte, Central e Indias Ocidentais. Este autor concluiu que os receptáculos seminais constituem um importante caráter na identificação das espécies. Neste trabalho, registrou pela primeira vez as variações individuais que ocorrem nos re- ceptáculos seminais das espécies norte-americanas (Loxosceles reclusa GERTSCH & MU- LAIK, 1940, Loxosceles arızonıca GERTSCH & MULAIK, 1940, Loxosceles unicolor KEYSERLING, 1887 e Loxosceles boneti GERTSCH, 1958) concluindo que algumas pa- recem ter mais estabilidade que outras na forma dos receptáculos seminais, e que são ne- cessárias investigações em séries de fêmeas para se avaliar estas variações e se saber qual a forma padrão.

BÜCHERL. (1964) descreveu e ilustrou a genitália de loxoscelideos identificados como Loxosceles spadicea SIMON, 1907. Caracterizou a genitália como sendo constituida por dois receptáculos seminais, cujos canais nunca são simétricos, ambos terminando num alargamento vesicular. |

Para o Rio Grande do Sul GERTSCH (1967) citou a ocorrência de quatro espécies: Loxosceles gaucho GERTSCH, 1967, do grupo gaucho; Loxosceles laeta (NICOLET,

* Aceito para publicação em 27 IV. 1979 Contribuição FZB be -* Pesquisadora do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul. Caixa Postal 1188. 90.000 Porto Alegre, RS, Brasil

IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (55): 137-147; 25 fev. 1980.

BUCKUP/EEL:

1849) do grupo laeta; Loxosceles hirsuta MELLO-LEITÃO, 1931 e Loxosceles

intermedia MELLO-LEITÃO, 1934, do grupo spadicea. 8

Na coleção araneológica do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, encontram-se depositados cerca de 400 espécimes do gênero Loxosceles, procedentes, essencialmente de localidades situadas nas regiões da Depressão Central e da Serra do Nordeste do Rio Grande do Sul. Destes, apenas 24 pertencem à es- pécie L. laeta, o que demonstra sua escassa ocorrência. Todos os demais pertencem ao grupo spadicea, evidenciando ser este o grupo predominante no Estado. Até o presente momento não foi identificado na coleção do Museu de Ciências Naturais, nenhum espé- cime de L. hirsuta e L. gaucho segundo os caracteres estabelecidos por GERTSCH (op. cit). Neste trabalho, a citação desta última espécie para o Estado foi feita através de da- dos bibliográficos de MELLO-LEITÃO (1918), onde a localidade referenciada é Rio Grande. São Paulo e não Rio Grande do Sul como registrou GERTSCH (op. cit.).

Tendo em vista a importância dos receptáculos seminais, fórmulas e proporções das pernas para a identificação específica, foi examinada uma série de fêmeas do grupo spadicea onde foram constatadas variações da forma e do número de receptáculos semi- nais, dando origem a este trabalho.

MATERIAL E MÉTODOS

O material examinado procede do Estado do Rio Grande do Sul (RS) (fig. 34) e encontra-se depositado na cole- ção araneolögica do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul (MCN).

As medidas estão expressas em milímetros, e foram efetuadas com microscópio estereoscöpico Olympus SIII com ocular micrométrica. O comprimento total do espécime (compr. total) corresponde à medida aferida a partir da borda anterior do clípeo até a porção distal do abdômen. As medidas de comprimento do cefalotórax (compr. ce- falot.) foram efetuadas em seu comprimento máximo. O comprimento total das pernas corresponde à soma das medidas de cada artículo aferidas pela face dorsal.

Fórmula das pernas Os algarismos 1, 2, 3, e 4 utilizados na enumeração das pernas, correspondem respecti- vamente à primeira, segunda, terceira e quarta perna. A fórmula das pernas é representada pela enumeração de- crescente de acordo com o comprimento das mesmas. A presença de um traço unindo dois algarismos , correspon- de a um igual comprimento destas duas pernas.

pl/c corresponde a proporção entre o comprimento da primeira perna e o comprimento do cefalotörax.

fl/c a proporção entre o comprimento do primeiro fêmur e o comprimento do cefalotörax.

Para a exposição dos receptáculos seminais, foi destacada, com o auxílio de um fino estilete, toda a região geni- tal, com prévia retirada dos pélos locais. A remoção dos tecidos e clarificação dos receptáculos seminais, foi feita através da imersão da peça destacada numa solução de KOH 10%, a frio, durante uma ou duas horas no máximo, pois os ductos mostram-se, via de regra, pouco pigmentados.

As medidas da distância entre os receptáculos seminais foram efetuadas em vista dorsal, da base de um a base do outro, não incluindo os mesmos.

Os desenhos foram executados com câmara clara, todos com o mesmo grau de ampliação.

Para a discussão sistemática e realização do presente estudo foram utilizados os caracteres morfológicos diferen- ciais segundo GERTSCH (1967).

Material examinado:

BRASIL. RS: Vila Oliva (Caxias do Sul), MCN 2526, 3361-3366, 3606-3608, 04.1V.1975, A. A. Lise leg.; 4361-4365, 19.11.1976, P. A. Buckup leg.; 4601-4603, 14.IX.1976, H. Bischoff leg.; 4604, 14.IX.1976, E. H. Buckup leg.; 4605, 14.IX.1976, C. ]. Becker leg.; Canela, MCN 106, 3402-3403, 3609-3610, 19.11.1966, A. A. Lise leg.; 81, 4354, 02.VIII, 1966, A. A. Lise leg.; Lajeado , MCN 220, 3443, 20.1V.1974, A.A. Lise leg.; Ivon, MCN 4606-4609, 14.IX.1976, E. H. Buckup leg.: Sapiranga, MEN 2858, 29.1V.1975, T. Arigony leg.; Esteio, MCN 1496, 08.1X.1973,]. Lima leg.; Rio Pardo, MEN 75, 10.11.1966, A. A. Lise leg.; Porto Alegre, MCN 1429, 05.11.1955, G. Hofmann leg.; 1421, 4421, 28.VIII.1955, E. H. Buckup leg.; 1080, 3371, 22.V11.1963, C. Har- tlieb leg.: 3367-3370, 05.1V.1965, A. A. Lise leg.; 55, 03.X11.1965, A. A. Lise leg.; 3616, 09.X.1973, ]. Orlan- dini leg.: 4381-4382, 28.VII1.1976, P. A. Buckup leg.; Viamão, MCN 1439, 20.1X.1956, M Palová. leg.; 1221, 14.X.1962, C. Hartlieb leg.; 1074, 4352, 19.V.1963, C. Hartlieb leg.; 1063, 26.V.1963, J. Pacini leg.; 1151, 3441, 10.V.1964, C. Hartlieb leg.; Sertão de Santana (Guaíba), MCN 4610-4612, 19.1X.1976, H. Bischoff leg.; 4701, 16.X.1976, H. Bischoff leg.;

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RESULTADOS

Todas as genitálias das fêmeas examinadas apresentaram uma mesma estrutura funda- mental, muito simples. A abertura genital consiste apenas numa fissura transversal, sem maiores modificações externas. Em fêmeas maduras, as bordas desta fenda mostram-se mais escuras, mais quitinizadas e mais densamente cobertas de cerdas do que em espéci- mes mais jovens. Da borda anterior parte uma delicada membrana transparente que pe- netra para O interior, projetando-se em seguida para a porção anterior do abdômen, pa- ralelamente à superfície ventral. E nesta posição que a membrana origem aos receptä- culos seminais, formando duas invaginações de super rfície irregular, ocas, uma de cada lado, donde partem os ductos que terminam apicalmente num alargamento vesicular. Estes ductos normalmente são assimétricos, apresentando coloração mais escura su- perfície granulosa, sendo mais consistentes do que a membrana que os sustenta, Os alar- gamentos vesiculares são mais delicados, mais claros e lisos, normalmente arredondados. Da borda posterior da fenda genital parte uma segunda membrana transparente, mais resistente, que apresenta um espessamento quitinoso triangular de cor levemente amare- lada em sua porção mediana, facilmente visível quando se pressiona a fenda genital, ou quando esta é aberta com o auxílio de agulha histológica. Neste espessamento quitinoso que serve para dar maior sustentação e resistência ao conjunto, faz-se a mudança de dire- ção da membrana que acompanha o trajeto da membrana superior. A partir daí a mem- brana torna-se cada vez mais delicada, não nos tendo sido possível verificar como e onde terminam estas duas membranas, devido a sua fragilidade, pois sempre são rompidas ao se retirar a genitália.

Os dados referentes a cada fêmea encontram-se na tabela I.

Das 60 genitälias examinadas, 33 apresentam a estrutura fundamental com dois re- ceptáculos seminais, cujos ductos dificilmente são simétricos (figs. 1-10). Nas outras 27 genitálias, os receptáculos seminais apresentam receptáculos secundários, que consistem em ductos bem mais estreitos e delicados, que terminam apicalmente num alargamento vesicular, geralmente menor que o dos receptáculos principais. Os ductos secundários são muito rudimentares em relação aos ductos principais e, normalmente , se iniciam na base e, raramente, na porção mediana ou quase apical dos receptáculos principais, acom- panhando o percurso destes, podendo se apresentar mais ou menos sinuosos ou voltea- dos e terminam, praticamente, na mesma altura dos principais. Não uma uniformi- dade no aparecimento destes ductos secundários, que eventualmente se apresentam em ambos os receptáculos principais ou então, somente em um ou outro, ocasionando a for- mação de genitálias com 4 e 3 receptäculos em 16 e 11 fêmeas, respectivamente (figs. 20- 30).

Em alguns lotes de femeas de mesma procedência e data de coleta, verificou-se a ocor- _ rência de genitálias com 2, 3 e 4 receptáculos seminais.

Quanto à forma dos ductos dos receptáculos seminais, praticamente, não duas ge- nitálias idênticas. O percurso descrito pelos ductos principais e secundários, tanto nas ge- nitálias de 2 receptáculos como nas de 3 e 4, não diferem de espécime para espécime, como também, numa mesma genitália não apresentam uma simetria de forma.

A medida da distância entre os ductos dos receptáculos seminais nas genitálias com 2 receptäculos variou entre a mínima de 0,750mm e a máxima de 1,175mm: a maior fre- qüencıa registrou-se em Imm. Nas genitálias com 3 receptäculos variou de 0,750mm a Imm e nas de 4 receptáculos, entre 0,700mm e 1,050mm, ocorrendo maior frequência em 0,950mm e Imm (figs. 31-33).

Em fêmeas de um mesmo lote as medidas da distância entre os receptáculos seminais e consequentemente o tamanho, apresentaram flutuações consideráveis.

A fórmula de pernas registrada para 52 femeas (86, 66%), foi de 2413; 0 comprimen- to da perna IV excedeu o comprimento da perna 1 de Imm até 9mm. As maiores fre- quências ocorreram com uma diferença de 4 mm, mm e 6mm. Em 6 fêmeas (10%)

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É nen,

ocorreu a fórmula 2143, com o comprimento da perna I excedendo o comprimento da perna IV por Imm, 2mm e 3 mm. À fórmula 2143 (3,33%) ocorreu em apenas duas fê- meas.

Relacionando-se a fórmula de pernas com o número de recepráculos seminais, ocor- rem fêmeas com fórmula 2413 com genitálias que apresentaram 2, 3 e 4 receptäculos se- minais: fêmeas com fórmula 2143 com 2 e 3 receptäculos; e nas fêmeas com 2143 houve a ocorrência de 2 receptáculos seminais.

As proporções de pl/c flutuaram entre o mínimo de 3,8 e o máximo de 4,8, enquanto que as de fl /c variaram entre o mínimo de 1,1 eo máximo de 1,3.

DISCUSSÃO E CONCLUSÃO

O grupo spadicea , tão pouco estudado até o presente momento, é representado, se- gundo GERTSCH (1967), por apenas 3 espécies. A diferenciação específica nas fêmeas, baseia-se essencialmente na forma da genitália, fórmula de pernas e tamanho do espéci- me. L. intermedia caracteriza-se pela genitália com 2 receptáculos seminais, muito sepa- rados um do outro sem formação acessória na base, e fórmula de pernas 2413. L. spadicea, fórmula 2413, e L. hırsuta, 2413, segundo GERTSCH (op. cit.), apresentam a genitália constituída por uma pequena bursa cega, perto do fim da qual se originam os receptáculos seminais. As genitálias destas 2 últimas espécies são muito semelhantes, diferenciando- se apenas, pela maior ou menor proximidade dos receptáculos, estes em L. spadicea estão separados por seis ou mais vezes a sua largura basal, enquanto que em L. hirsuta estão mais próximos. Segundo GERTSCH (op. cit.) L. spadicea é típica das re- giões elevadas da Bolívia, sendo substituída na Argentina e Brasil (Rio Grande do Sul se- gundo MELLO-LEITÃO (1931-1934) por L. hirsuta.

Excluindo-se os lotes de Vila Oliva, das 40 fêmeas examinadas, 23 delas apresentaram fórmula de pernas 2413, 2 receptáculos seminais, pl/c variando de 3,8a 4,4 efl/cdel a 1,2, características de L. intermedia.

Dezesseis fêmeas 2413, com proporções na mesma gama de flutuações de I. intermedia, apresentaram genitália com 3 e 4 receptáculos seminais. As genitálias de 3 receptáculos foram cuidadosamente examinadas no intuito de se observar a presença de rupturas dos ductos secundários. Não foi constatada qualquer danificação na base, ou no próprio ducto do receptáculo, que evidenciasse uma perda destas estruturas. As genitá- lias de 3 e 4 receptáculos mostraram variações individuais na presença de ductos secundá- rios que podem ou não ocorrer, bem como variações individuais no ponto de origem dos mesmos, bem definidas na fêmea MCN 3610. É evidente que, se essas ramificações ocor- rem em apenas num dos lados, aleatoriamente, no direito ou no esquerdo, elas pode- riam também não se verificar e se teria uma genitália típica de L. intermedia.

As proporções de pl/c e de fl/c não se mostraram suficientemente elucidativas ao se- rem correlacionadas com o número de receptáculos seminais.

O afastamento dos receptáculos seminais e, consequentemente, o tamanho e a forma dos mesmos apresentaram variações individuais dentro de uma mesma população, como ficou claramente evidenciado nos lotes de Vila Oliva coletados em 04.1V.1975 (figs. 21- 26).

Os lotes de Vila Oliva distinguem-se dos demais por apresentarem pl/c.e fl/c mais al- tas. As diferenças entre o comprimento das pernas IV e I tornam-se menores, dando ori- gem a fórmula 2143 ou a fórmula 2143. Estes lotes também apresentaram, no entanto, variações no número dos receptäculos, isto €, genitálias com 2, 3 e 4 receptáculos semi- nais. ;

Considerando-se o material examinado, os resultados obtidos parecem indicar que as

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variações encontradas na forma e número de receptáculos seminais nada mais são do que variações intra-específicas de L. intermedia. No entanto, os espécimes de Vila Oliva ten- dem a negar esta hipótese ao apresentarem como características constantes, maiores valo- res de pl/c e fl/c evidenciando um maior comprimento de pernas é divergências quanto à fórmula das mesmas. Um fator a ser considerado e ainda não bem esclarecido pelos da- dos existentes é a influência do crescimento no comprimento das pernas e consequente fórmula nos diversos estágios de desenvolvimento.

Considerando-se as dificuldades próprias deste homogêneo gênero de aranhas, os da- dos obtidos indicam que o grupo spadicea é bem mais complexo, tornando-se difícil a diferenciação em nível específico, principalmente nas fêmeas de espécies afins. Pequenas diferenças no tamanho e forma da genitália constituiriam fatores decisivos, aliados às di- ferenças de tamanho e fórmula de pernas dos espécimes, como é o caso de L. spadicea e L. hirsuta. Portanto, faz-se necessário que este caráter seja avaliado e relacionado com outros caracteres morfológicos, citados em trabalhos de McCRONE & LEVI (1964), LUCAS & BUCHERL (1965) além de relacioná-lo com um estudo detalhado dos pedi- palpos e mais amplos dados biológicos para a interpretação da fórmula de pernas, pois encontram-se dificuldades para uma delimitação específica tendo em vista a grande ga- ma de variações indivíduais dos receptáculos seminais.

AGRADECIMENTOS

Expressamos o nosso agradecimento especial ao Prof. Dr. José Willibaldo Thomé, Diretor Superintendente da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, pelo apoio recebido ; ao Prof. Dr. Arno À. Lise pelo estímulo e orientação na realização deste trabalho: ao Dr. Wolfgang Bücher! pelas sugestões recebidas.

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TABELA I Dados biométricos de fêmeas do grupo spadicea do gênero Loxosceles

HEINECKEN & LOWE. MCN Compr: Compr. Compr. Fórmula pl/c fl/c de Medida total cefalót. pernal pernas recept. entreos ductos 2526 9,3 4,0 19,6 2413 4,9 LS 4 0,925 3361 10,0 4,1 18,3 2413 4,4 1.2 4 1,000 3362 10,4 4,4 19,6 2143 4,4 1,2 4 1,050 3363 10,2 3,9 17,9 2413 4,5 122 4 0,900 3364 8,3 3,8 16,8 2413 4,4 1,2 4 0,775 3365 9,8 4,3 20,0 2413 4,6 3 4 1,000 3366 9,3 3,9 1725 2413 4,4 102, 4 0,850 3606 7,9 3,5 15,9 2413 4,5 2 4 0,750 3607 9,3 4,3 19,4 2413 4,5 102 4 0,875 3608 9,3 3 16,0 2413 4,5 1,2 4 0,700 4361 9,5 4,5 20,9 2143 4,6 153 2 0,925 4362 9,8 4,5 19,8 2413 4,4 11922 2 0,900 4363 95 4,4 21,4 2143 4,8 73 2 1,000 4364 10,4 4,4 20,5 2413 4,6 1,3 2 1,100 4365 10,0 4,4 19,7 2143 4,4 1.2 2 0,950 4601 23 4,1 18,4 2413 4,4 12 2 0,875 4602 8,8 3,9 18,3 2143 4,6 153 2 1,125 4603 9,5 4,0 19,5 2143 4,8 1,3 3 1,000 4604 9,8 3,6 16,1 2413 4,4 RP) 2 1,000 4605 9,8 4,1 19,2 2143 4,6 LS 2 0,975 106 10,2 3,9 16,6 2413 4,2 2 2 1,000 3402 9,1 4,0 16,2 2413 4,1 il 2 1,000 3403 10,2 4,5 19,1 2413 4,2 142 4 0,950 3609 8,3 3,8 16,1 2413 4,2 Ti 3 0,750 3610 10,0 3,9 16,8 2413 4,3 152 4 0,975 81 8,9 4,4 18,3 2413 4,4 [72 2 0,975 4354 7,6 3,8 9 2413 3,9 ent 2 0,775 220 9,4 3,8 15,6 2413 4,1 al 3 0,950 3443 10,4 4,3 17,8 2413 4,1 I 3 0,925 4606 11,0 4,0 172 2413 4,3 12 2 0,950 4607 11,3 4,0 16,9 2413 4,2 1,2 2 1,025 4608 10,2 4,0 17,6 2413 4,4 12 2 0,925 4609 af Sl 123 2413 3,9 151 2 0,825 2858 11,4 4,5 19,0 2413 4,2 12 2 1,150 1496 8,9 4,0 19,3 2413 4,8 1.3 4 1,050 75 10,3 3,9 16,1 2413 4,1 Lil 2 1,175 1429 8,2 3,6 16,0 2413 4,4 14,2 2 0,950 1421 6,8 2,9 122 2413 4,2 dl 2 0,750 4421 9,5 4,0 16,3 2413 4,0 hal 2 0,900 1080 9,2 HEN a2 Mc 124; 3,9 KI 2 0,825

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TABELA I (continuação)

MCN Compr. Compr. Comp. Fórmula pl/c fl/c de Medida

total cefalót. perna l pernas recept. entre os cr RE erlernen 3371 10,0 4,0 16,4 2413 4,1 1,1 2 0,950 3367 10,3 4,1 7/57 2413 4,4 1,2 2 0,925 3368 8,9 3,8 15,3 2413 4,0 1,0 37 0,875 3369 11,4 4,4 19,3 2413 4,3 1,2 2 1.100 3370 8,1 3,4 14,4 2413 4,2 1,1 4 1,000 55 8,8 3,6 15,7 2413 4,3 12 3 0,900 3616 10,0 4,5 18,9 2413 4,2 12 3 1,000 4381 8,9 3,8 16,0 2413 4,2 1,1 2 0,900 4382 8,3 3,5 15,0 2413 4,3 152 3 0,925 1439 9,8 4,3 17,3 2413 4,0 1,1 2 1,000 1221 10,7 4,7 21,0 2413 4,4 1,2 2 1,150 1074 9,3 4,4 18,4 2413 4,2 1,1 2 0,925 4352 8,2 309 14,8 2413 4,2 1,1 3 0,875 1063 9,1 “4,5 17,9 312413 4,1 1,1 3 0,975 1151 9,2 3,8 14,6 2413 3,8 1,0 2 0,975 3441 8,1 3,6 14,5 2413 4,0 à 1,1 4 0,950 4610 10,3 4,0 17,6 2413 4,4 1,2 3 1,000 4611 9,8 33 14,1 2413 4,2 1,2 4 0,950 4612 8,8 So) 1555 2413 4,4 1,2 2 1,000 4701 Da 4,0 17,6 2413 4,4 12 2 1,025 -

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Variação interpopulacional ....

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Figs. 1-30: Desenhos em câmara clara, em vista dorsal, das variações dos receptáculos seminais da genitália de fe- meas do grupo spadicea do gênero Loxoscéles HEINECKEN & LOWE. 1-10: Variações no tamanho e forma: 1. (MCN 1421) ; 2. (MCN 4609); 3. (MCN 1074); 4. (MCN 4381); 5. (MCN 4606); 6. (MCN 81); 7. (MCN 1439); 8. (MCN 4607); 9. (MCN 1221); 10. (MCN 75); 11-20. Variações dos receptäculos seminais com a presença de re- ceptáculos secundários: 11. (MCN 1063); 12. (MCN 3609); 13. (MCN 3443); 14. (MCN 4382); 15. (MCN 4352); 16. (MCN 220); 17. (MCN 4610); 18. (MCN 3616); 19. (MCN3610); 20. (MCN 4611); 21-30. Variações nos re- ceptäculos seminais nas amostras de Vila Oliva:21. (MCN 3608); 22. (MCN 3606); 23. (MCN 3364); 24. (MCN 3366); 25. (MCN 3363); 26. (MCN 3362); 27. (MCN 4365); 28. (MCN 4364); 29. (MCN 4602); 30. (MCN 4603),

IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 137-14 7,25 tev. 1980

146 BUCKUP, E.H.

6 Fig. 31

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0,70 0,75 0,80 0,85 0,90 .0,95 1,00 1,05 1,10 115° 1,20mn

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Distância entre os receptáculos'

Figs. 31-33: Flutuações das medidas de distância entre os ductos dos receptáculos seminais nas genitálias de fê- meas do grupo spadicea do gênero Loxosceles HEINECKEN & LOWE: 31. Com 2 receptäculos. 32. Com 3 recep-

táculos. 33. Com 4 receptäculos.

IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 137-147; 25 fev. 1980.

Variação interpopulacional ... 147

Serra do Nordeste Vila Oliva

Canela

Lageado

Ivoti

Sapiranga Depressão Central Esteio

Rio Pardo Porto Alegre Viamão

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Sertão de Santana

Fig. 34: Distribuição das fêmeas examinadas do grupo spadicea do gênero Loxosceles HEINECKEN & LOWE no Rio Grande do Sul, Brasil,

IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (55): 137-147: 25 fev. 1980

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Tomisideos Neotropicais II: Onocolus eloaeus sp.n. (Araneae- -Thomisidae Stephanopsinae).*

Arno Antonio Lise* *

RESUMO

É descrita uma nova espécie de Thomisidae, Onocolus eloacus, para a América do Sul, com base no exame de um macho coletado por F .O. Pickard-Cambridge no baixo Amazonas e depositado na coleção do British Museum, (Natural History). A espécie ora descrita é próxima a Onocolus infelix MELLO-LEITÄO, 1940.

ABSTRACT

A new South American species of Thomasidae, Orocolus eloacus, is described upon a male colected by F. O. Pickard-Cambridge on the Lower Amazon belonging to the collection of the British Museum (Natural History). The species now described is close related to Onocolus infelix MELLO-LEITÃO, 1940.

INTRODUÇÃO

Ao efetuar-se a revisão do gênero Onocolus SIMON, 1895, teve-se a oportunidade de examinar todo o material da coleção do British Museum pertencente ao gênero em ques- tão.

O exemplar ora descrito é sem dúvida o coletado por F. O. Pickard-Cambridge e men- cionado por ele em Biologia Centrali Americana, p. 160, quando diz: “Four or five spe- cies only, wich fall into this genus, have been recorded, and all from the Neotropical re- gion: O. echinatus (Tacz.), O. pentagonus (Keys.), O. compactilis E.Sım. -sic-, O stolzmanni (Keys.), and another, undescribed, taken by the author on the Lower Ama- zons.”

Acompanha o exemplar uma etiqueta com o nome Onocolus cuspidata. Segundo F.R. Wanless do British Museum (comunicação pessoal), o nome em questão é um “MS. na- me’’, com o que o consideramos um nomem nudum. Como o espécime não se identifica com nenhuma das espécies conhecidas foi considerada como uma nova espécie.

MATERIALE MÉTODOS

Da presente espécie examinou-se apenas o exemplar macho 1897-9-11-861 da coleção do British Museum (Na- tural History) (BMNH).

As medidas são expressas em milímetros e foram aferidas com ocular micrométrica, tendo sido utilizado um mi- croscópio estereoscöpico Olympus SZ Ill.

As ilustrações foram elaboradas pelo autor utilizando um microscópio estereoscópico Wild M-5 com câmara clara.

* Aceito para publicação em 03/V/1979. Contribuição FZB 139. Parte da tese defendida c aprovada em Concurso à Livre-Docência em Zoologia, realizado de 18a 20 de abril de 1977 na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS) ** Técnico Superior Pesquisador do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul (MCN-FZB), Caixa Postal 1188, 90.000 Porto Alegre, RS, Brasil. Professor Titular das Disciplinas de Carcinologia e Aracnologia do Curso de Pós-Graduação em Biociências, Área de Zoologia da PUC-RS/FZB.

IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (55): 149-153: 25 fev. 1980.

150 LISE, A.A.

Onocolus eloaeus sp.n. . (Figs. 1-9)

MATERIAL TIPO: holötipo macho 1897-9-11-861 (BMNH) Baixo Amazonas, F. O. Pickard-Cambridge col.

LOCALIDADE TIPO: Baixo Amazonas.

DESCRIÇÃO.

Comprimento total: 3,300:

Cefalotórax, esterno, lâminas maxilares, lábio, quelíceras, palpos e pernas fulvos cla- ros.

Abdômen de dorso amarelo com leve sombreado fusco, mais evidente na base de tu- bérculos. Centralmente duas manchas circulares de cor fulva e inúmeras outras muito pequenas, igualmente fulvas. Laterais e ventre amarelos, este com duas filas longitudi- nais curvas de manchas elípticas. Região epigástrica amarela, nitidamente mais escura do que o resto do ventre. Fiandeiras amarelas, rodeadas por um anel quitinoso conspícuo.

Cefalotórax mais longo do que largo (1,575 x 1,450) de espessura mais ou menos uni- forme em toda sua extensão (0,750), levemente mais convexo no centro, delimitando a região cefálica. Tegumento muito quinitizado e fortemente granuloso, mútico. Região cefálica larga e muito projetada para a frente, sendo sua largura superior à metade da lar- gura máxima do cefalotórax.

Olhos anteriores em fila levemente recurva, os médios menores do que os laterais (0,075 x 0,100). Olhos médios afastados um outro por um diâmetro e dois terços (0,125) e por dois terços de diâmetro (0,050) dos laterais. riores. Olhos médios afastados um do outro por dois diâmetros e dois terços (0,200) e por um diâmetro e dois terços (0,125) dos laterais.

Area ocular média mais larga do que longa (0,325 x 0,275), mais estreita na região an- terior (0,250), de tegumento granuloso e mútico.

Clípeo levemente proclive, transversalmente convexo, apresentando quatro grossos tubérculos centrais em sua borda inferior, todos eles encimados por forte cerda espinifor- me. Lateralmente a estes existem outros, pouco conspícuos, em toda a borda. Altura do clípeo menor do que a fila dos olhos médios anteriores (0,200 x 0,250), levemente mais alto do que o trapézio formado pelos olhos anteriores (0,150), equivalendo à distância que separa os olhos médios posteriores entre si e aínda a dois diâmetros e dois terços dos olhos médios anteriores.

Esterno tão longo quanto largo (0,625) levemente entalhado na região anterior, late- rais fortemente recortados, apresentando uma chanfradura lateral muito nítida e ápice transversalmente reto.

Lâminas maxilares de comprimento igual a duas vezes a largura (0,350 x 0,175), leve- mente convergentes, de ápice arredondado, com pêlos apicais na promargem.

Lábio mais largo do que longo (0,225 x 0,175) de ápice arredondado, não ultrapas- sando o meio das lâminas maxilares.

Quelíceras um pouco mais longas do que largas (0,275 x 0,225) de face anterior fraca- mente granulosa, mútica.

Abdômen mais largo do que longo (1,850 x 1,750) de espessura uniforme em quase toda a sua extensão (1,125). Bordas anterior e laterais ornadas de potentes tubérculos encimados por curta e grossa cerda espiniforme. Dorso quase chato, muito quitinizado e salpicado por pequenos grânulos. Laterais múticas e ventre levemente piloso. Declive posterior com pequenos tubérculos dispostos em filas longitudinais. Tubérculos laterais curtos e setíferos. Tubérculo posterior mais eminente do que os laterais com alguns tu- bérculos munidos de pequenas cerdas.

IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (55): 149-153: 25 fev. 1980.

Tomisideos Neotropicais II: Onocolus eloaeus sp.n. (Araneae- -Thomisidae Stephanopsinae).*

Arno Antonio Lise* *

RESUMO

E descrita uma nova espécie de Thomisidae, Onocolus eloaeus, para a América do Sul, com base no exame de um macho coletado por F O. Pickard-Cambridge no baixo Amazonas e depositado na coleção do British Museum, (Natural History). A espécie ora descrita é próxima a Onocolus infelix MELLO-LEITÃO, 1940.

ABSTRACT

A new South American species of Thomasidae, Orocolus eloaeus, is described upon a male colected by F. O. Pickard-Cambridge on the Lower Amazon belonging to the collection of the British Museum (Natural History). The species now described is close related to Onocolus infelix MELLO-LEITÃO, 1940.

INTRODUÇÃO

Ao efetuar-se a revisão do gênero Onocolus SIMON, 1895, teve-se a oportunidade de examinar todo o material da coleção do British Museum pertencente ao gênero em ques- tão.

O exemplar ora descrito é sem dúvida o coletado por F. O. Pickard-Cambridge e men- cionado por ele em Biologia Centrali Americana, p. 160, quando diz: “Four or five spe- cies only, wich fall into this genus, have been recorded, and all from the Neotropical re- gion: O. echinatus (Tacz.), O. pentagonus (Keys.), O. compactilis E.Sim. -sic-, O stolzmanni (Keys.), and another, undescribed, taken by the author on the Lower Ama- zons.

Acompanha o exemplar uma etiqueta com o nome Onocolus cuspidata. Segundo F.R. Wanless do British Museum (comunicação pessoal), o nome em questão é um ''MS. na- me’’, com o que o consideramos um nomem nudum. Como o espécime não se identifica com nenhuma das espécies conhecidas foi considerada como uma nova espécie.

MATERIALE MÉTODOS

Da presente espécie examinou-se apenas o exemplar macho 1897-9-11-861 da coleção do British Museum (Na- tural History) (BMNH).

As medidas são expressas em milímetros e foram aferidas com ocular micrométrica, tendo sido utilizado um mi- croscópio estereoscópico Olympus SZ III.

As ilustrações foram elaboradas pelo autor utilizando um microscópio estereoscópico Wild M-5 com câmara clara.

* Aceito para publicação em 03/V/1979. Contribuição FZB 139. Parte da tese defendida c aprovada em Concurso à Livre-Docência em Zoologia, realizado de 18 a 20 de abril de 1977 na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS) ** Técnico Superior Pesquisador do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul (MCN-FZB), Caixa Postal 1188, 90.000 Porto Alegre, RS, Brasil. Prcácioê Titular das Disciplinas de Carcinologia e Aracnologia do Curso de Pós-Graduação em Biociências, Área de Zoologia da PUC-RS/FZB.

IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (55): 149-153: 25 fev. 1980.

150 LISE, A.A.

Onocolus eloaeus sp.n. (Figs. 1-9)

MATERIAL TIPO: holótipo macho 1897-9-11-861 (BMNH) Baixo Amazonas, F. O. Pickard-Cambridge col.

LOCALIDADE TIPO: Baixo Amazonas.

DESCRIÇÃO.

Comprimento total: 3,300:

Cefalotórax, esterno, lâminas maxilares, lábio, quelíceras, palpos e pernas fulvos cla- ros.

Abdômen de dorso amarelo com leve sombreado fusco, mais evidente na base des tu- bérculos. Centralmente duas manchas circulares de cor fulva e inúmeras outras muito pequenas, igualmente fulvas. Laterais e ventre amarelos, este com duas filas longitudi- nais curvas de manchas elípticas. Região epigástrica amarela, nitidamente mais escura do que o resto do ventre. Fiandeiras amarelas, rodeadas por um anel quitinoso conspícuo.

Cefalotórax mais longo do que largo (1,575 x 1,450) de espessura mais ou menos uni- forme em toda sua extensão (0,750), levemente mais convexo no centro, delimitando a região cefálica. Tegumento muito quinitizado e fortemente granuloso, mütico. Região cefálica larga e muito projetada para a frente, sendo sua largura superior à metade da lar- gura máxima do cefalotórax.

Olhos anteriores em fila levemente recurva, os médios menores do que os laterais (0,075 x 0,100). Olhos médios afastados um outro por um diâmetro e dois terços (0,125) e por dois terços de diâmetro (0,050) dos laterais. riores. Olhos médios afastados um do outro por dois diâmetros e dois terços (0,200) e por um diâmetro e dois terços (0,125) dos laterais.

Area ocular média mais larga do que longa (0,325 x 0,275), mais estreita na região an- terior (0,250), de tegumento granuloso e mútico.

Clípeo levemente proclive, transversalmente convexo, pestana quatro grossos tubérculos centrais em sua borda inferior, todos eles encimados por forte cerda espinifor- me. Lateralmente a estes existem outros, pouco conspícuos, em toda a borda. Altura do clípeo menor do que a fila dos olhos médios anteriores (0,200 x 0,250), levemente mais alto do que o trapézio formado pelos olhos anteriores (0,150), equivalendo à distância que separa os olhos médios posteriores entre si e ainda a dois diâmetros e dois terços dos olhos médios anteriores. ;

Esterno tão longo quanto largo (0,625) levemente entalhado na região anterior, late- rais fortemente recortados, apresentando uma chanfradura lateral muito nítida e ápice transversalmente reto.

Lâminas maxilares de comprimento igual a duas vezes a largura (0,350 x 0,175), leve- mente convergentes, de ápice arredondado, com pêlos apicais na promargem.

Lábio mais largo do que longo (0,225 x 0,175) de ápice arredondado, não ultrapas- sando o meio das lâminas maxilares.

Quelíceras um pouco mais longas do que largas (0,275 x 0,225) de face anterior fraca- mente granulosa, mútica.

Abdômen mais largo do que longo (1,850 x 1,750) de espessura uniforme em quase toda a sua extensão (1,125). Bordas anterior e laterais ornadas de potentes tubérculos encimados por curta e grossa cerda espiniforme. Dorso quase chato, muito quitinizado e salpicado por pequenos grânulos. Laterais múticas e ventre levemente piloso. Declive posterior com pequenos tubérculos dispostos em filas longitudinais. Tubérculos laterais curtos e setíferos. Tubérculo posterior mais eminente do que os laterais com alguns tu- bérculos munidos de pequenas cerdas.

IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (55): 149-153; 25 fev. 1980.

Tomisídeos neotropicais II:... 151

Pernas I e II: femures com quatro tubérculos na face anterior, os medianos grossíssimos, o basal e o apical menores, todos armados de curta cerda espiniforme. Face posterior com tubérculos mais numerosos porém menores do que os anteriores. Patelas com pequenas cerdas na face posterior. Tíbias levemente arqueadas, a do primeiro par mais espessa, com 2-2-2 espinhos anteriores e mais um par de tubérculos apicais, enci- mados por curta e grossa cerda espiniforme. Face posterior levemente escavada em seu terço basal, apresentando um pequeno tubérculo abaixo e acima da escavadura, esta com tricobótrias. Basitarsos muitíssimo menos espessos do que as tíbias, armados com 2-2-2 potentes e longos espinhos anteriores, maiores do que os das tíbias. Face posterior com tricobótrias medianamente dispostas. Tarsos mais espessos no ápice, pilosos, com fascículo subunguenal bem evidente e unhas grandes pectinadas.

Pernas III e IV: fêmures, patelas e tíbias com pequenas cerdas na face posterior, mais evidentes na IV. Basitarsos e tarsos com grossos pêlos curvos na face anterior e longas tri- cobótrias medianas na face posterior. Tegumento de todos os artículos das pernas, exceto

o dos tarsos, microgranuloso. E [Cm | osso [osso | os | oz | ozos | amo”

Pedipalpo: fêmur levemente granuloso; de comprimento quase três vezes superior ao diâmetro (0,425 x 0,150). Patela levemente mais longa do que larga (0,250 x 0,225), com um tubérculo prolateral e três de tamanhos diferentes, o apical muito eminente, re- trolaterais. Tíbia de comprimento menor do que a largura (0,150 x 0,225), ambos toma- dos na base do tarso, apresentando na face retrolateral, uma longa apófise retorcida, de comprimento duas vezes maior do que o comprimento da tíbia. A apófise tibial é per- corrida longitudinalmente por um profundo sulco. Na face dorsal, basalmente apresenta um dente curto, grosso e curvo. Tarso mais longo do que largo (0,550 x 0,450), muito espesso (0,325). Cymbium muito convexo, piloso, principalmente nas bordas ventrais na pro e retromargem. Embolus muito longo descrevendo um giro de aproximadamente 560º, sob a borda do tegulum.

DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA: Brasil (Baixo Amazonas).

DISCUSSÃO TAXONÔMICA. O macho da presente espécie é próximo ao de O. infelix MELLO-LEITÃO, 1940. Pode ser diferenciado dele por apresentar a apófise tibial do palpo maior. Em O. infelix os olhos anteriores são iguais entre si e muito maiores do que os posteriores ao passo que em O. eloaeus os médios anteriores são menores do que os laterais anteriores e do mesmo diâmetro dos posteriores. O. infelix apresenta fronte al- ta e estreita com dois tubérculos setíferos no centro da área ocular atrás dos olhos médios anteriores e mais dois entre os laterais anteriores e laterais posteriores. Em O. eloaeus a fronte é muitissímo mais larga do que alta, totalmente mútica e granulosa.

AGRADECIMENTOS

AF. R. Wanless do British Museum (Natural History) pelo empréstimo do material.

IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (55): 149-153: 25 fev. 1980.

152 LISE, A.A.

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IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (55): 149-153; 25 fev. 1980.

Tomisideos neotropicais II: ... 153

Figs. 1-9: Onocolus eloacussp.n. Holótipo 1897-9-11-861 (BMNH): 1. vista dorsal; 2. vista ventral; 3. vista de perfil, 4. fronte e queliceras; 5-9. Palpo esquerdo; 5. vista dorsal; 6. vista ventral; 7. vista prolateral; 8. vista retro- lateral; 9. vista retrolateral, expandido.

IHERINGIA. Ser. Zool.. Porto Alegre (55): 149-153: 25 fev. 1980.

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Novas ocorrências de opiliöes no Rio Grande do Sul e descrição da fêmea de Melloleitaniana riodariensis SOARES & SOARES, 1945. (ARACHNIDA-OPILIONES-GONYLEPTIDAE).*

Maria Lúcia R. Tavares **

RESUMO

Neste trabalho registram-se quatro ocorrências novas de espécies de Gonyleptidae para o Rio Grande do Sul, descreve-se a fêmea de Melloleitaniana riodareiensis SOARES & SOARES, 1945 bem como apresentam-se ilustra- ções da genitália do macho.

ABSTRACT

This paper reports four new occurrences of species of Gonyleptidae in Rio Grande do Sul State ( Brazil ) and fe- male of Melloleitaniana riodareiensis SOARES & SOARES, 1945 is described for the first time, as well as it is pre- sented drawings concerning to the male genitalia.

INTRODUÇÃO

A ordem Opiliones SUNDEVALL, 1833 está representada no Brasil por centenas de espécies em sua maioria pertencentes à família Gonyleptidae. A fauna dos Estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná é a mais estudada, sendo a do Rio Grande do Sul (RS) pouco conhecida.

MELLO-LEITAO (1932) descreve 328 espécies da família Gonyleptidae, das quais so- mente 16 estão citadas para o RS. Algumas destas, posteriormente, foram colocadas em sinonímia, permanecendo como válidas 13 delas.

SOARES & SOARES (1948 , 1949, 1954) ampliam para 25 o número de espécies co- nhecidas para o RS. Destas, 22 ainda são válidas.

H. SOARES (1966) estudando um lote de opiliöes da coleção Eugênio Grumann em Porto Alegre, RS, descreve uma espécie nova e acrescenta mais uma nova ocorrência.

Atualmente, são conhecidas 24 espécies de gonyleptídeos sul-rio-grandenses.

Examinando a coleção do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul encontramos as seguintes espécies Geraecormobius silvarum HOLMBERG, 1888; Melloleitaniana riodareiensis SOARES & SOARES, 1945; Neopachylus serrinha SOARES & SOARES, 1947 e Oglobinia loretoensis CANALS, 1933, que não estavam registradas para o RS, as quais são objetos do presente trabalho.

* Aceito para publicação em 03 V 1979 Contribuição FZB 140 ** Bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. Rio de Janeiro (Proc. 1111.0153/76) no Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotänıca do Rio Grande do Sul. Caixa Postal 1188, 90.000 Porto Alegre RS, Brasil

IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 155-159: 25 fev. 1980.

156 TAVARES, M.L.R.

MATERIAL E METODOS

Os exemplares examinados estão conservados em álcool 70% e depositados na coleção do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul (MCN). : j ; Todas as medidas são expressas em milímetros e foram aferidas usando-se um microscópio estereoscópico Olym-

pus SII com ocular micrométrica. As medidas do corpo e dos apêndices foram tomadas sempre em vista dorsal. O comprimento do corpo é ex- presso a partir da porção mediana da borda anterior do cefalotórax até a porção distal do abdômen. As medidas de

largura sempre expressam a largura máxima.

A genitália do macho foi destacada com auxílio de pinças, após os cortes laterais no opérculo genital. A genitá- lia sofreu um tratamento com KOH 10% a frio durante 20 minutos, para remoção dos tecidos e clarificação das estruturas. Os desenhos foram feitos em câmara clara com microscópio estereoscöpico Wild M-5 m vistas dorsal,

lateral e ventral,

Ordem OPILIONES Subordem LANIATORES 3 Família GONYLEPTIDAE

Subfamília PACHYLINAE Neopachylus ROEWER, 1913

Neopachylus serrinha SOARES & SOARES, 1947 Neopachylus serrinha SOARES & SOARES, 1947:222.

H.SOARES (1966) identificou esta espécie em material coletado em Monte Alegre, Estado do Paraná e Santa Cecília, Estado de Santa Catarina.

Material examinado ,

Cazuza Ferreira, São Francisco de Paula, RS, 23.IV.1974, A. Lise leg, 2 (0335 MCN); Vila Oliva, Caxias do Sul, RS, 14.1X.1976, M.L.Tavares leg. 75 (0193 MCN); Serrão de Santana, Guaíba, RS, H. Bischoff leg, 2 o (0422 MCN).

Oglobinia CANALS, 1933

Oglobinia loretoensis CANALS, 1933 Oglobinia loretoensis CANALS, 1933:4.

RINGUELET (1959) registrou esta espécie para a Argentina (Misiones: Iguazú, Lore- to, Puerto Bemberg, Puerto Rico, Puerto Victoria, San Javier). Registramos esta espécie pela primeira vez para o Brasil.

Material examinado:

Iraí, RS, 20.X1.1975, A.Lise leg, 10º (0023 MCN): Iraí, RS, 20.11.1976, A Lise leg, (0444 MCN); Montenegro, RS, 07.VII.1977, H. Bischoff leg, 19'(0332 MCN); São Leo- poldo, RS, 26.1X.1976, C.J.Becker leg, 10'(0445 MCN).

Subfamília GONYLEPTINAE Geraecormobius HOLMBERG, 1888

Geraecormobius silvarum HOLMBERG, 1888 Geraecormohius silvarum HOLMBERG, 1888:211.

RINGUELET (1959) registra a presente espécie para a Argentina (Misiones: Aguarai- Guazü, Campamento Yacu-Poi perto de Puerto Bemberg, Cataratas Iguazú, Loreto, Pa- sarela Rio Uruguai, Pindapoy, Puerto Bemberg, Puerto Iguazü; Corrientes: Itaizaingó, Laguna Iporá, Santa Ana) e Paraguai.

IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55) : 155-159 ; 25 fev. 1980.

Novas ocorrências de... 157 TT

Material examinado”.

Iraí, RS, 20.X1.1975, A.Lise leg, 59 (0001 MCN), 4 S(0003 MCN), 5 (0004 MCN), 5 (0005 MCN), 1 Se I (0018 MCN); Porto Garcia, Tenente Portela, RS, 08.1X.1976, S.Scherer leg, 2 Se 1 9:(0285 MCN); São Valen- tim, RS, 16.X.1976, S. Scherer leg, 25° (0286 MCN); Garruchos, São Borja, RS, 10.X11.1975, A.Lise leg, 5 Je 3 2(0020 MCN), 1%e5 P (0021 MCN), 15e 59 (0025 MCN), 24e 1 9 (0030 MCN), 4 (0040 MCN).

MelloteitanianaSOARES, 1943 Figs. (1-4): Melloleitaniana riodareiensis SOARES & SOARES, 1945 Melloleitaniana riodareiensis SOARES & SOARES, 1945:370. SOARES & SOARES (1945) descreveram o holótipo coligido em Rio D'Areia, Estado do Paraná. Este espécime se encontra depositado na coleção do Museu Paranaense.

Material examinado: Iraí, RS, 20.X1.1975, A.Lise leg, Le 29(0336 MCN), 1% (0449 MCN); Torres, RS, 28.X.1954, L.Buckup leg, 5 Se 2 P(0168 MCN).

DESCRIÇÃO Fêmea

0449 MCN- 9 . Comprimento total do corpo 7,25, comprimento do cefalotórax 2,33, largura do cefalotórax 3,56 e largura do abdômen 7,01. Artículos tarsais 5/8/6/7. Escudo dorsal. O escudo dorsal é densamente granuloso. Borda anterior do cefalotórax com uma pequena elevação mediana provida de dois espinhos. Nos angulos laterais dois espinhos sendo os medianos dirigidos para frente. Cefalotórax granuloso com qua- tro tubérculos atrás do cômoro ocular. Area I dividida por um sulco longitudinal media- no. Áreas 1 e II com dois tubérculos e uma fila de grânulos que se sobressaem das demais granulações. Area III com uma alta elevação mediana granulosa provida de dois tubercu- los geminados. Esta área é bem mais granulosa que as áreas Ie II. Area IV e tergito livre I inermes com uma fila de grossos grânulos, alternados por granulações esparsas. Tergitos livres II e III com alto espinho mediano e com uma fila de grossos grânulos. Areas late- rais irregularmente granulosas, com grânulos maiores na borda mais dilatada. Opérculo anal muito granuloso. Esternitos livres com uma fila de grânulos pilíferos.

Pernas. As ancas Ia IV com grânulos pilíferos. Femures retos. Fêmur IV com grânulos pilíferos dispostos em filas longitudinais bem como nas patelas e tíbias.

Palpos. Trocanter com dois grânulos piliferos ventrais, apicais. Fêmur sem espinho api- cal interno, com uma fila ventral basal de três pequenos grânulos setíferos. Tíbia e tarso com 2-2 espinhos inferiores. a

Colorido. Castanho, sombreado de fusco. Tubérculos e grânulos escuros. Areas III, por ser densamente granulosa, apresenta uma faixa transversal escura, bem como nas por- ções laterais das áreas le II.

DIMENSÕES DOS APÊNDICES

Perna Perna Perna Perna Palpos I 1 II IV

Trocanter 0,36 0,61 0,86 0,98 0,49 Femur 2,58 7,87 6,02 7,38 1,84 Patela 1,10 1,47 1,59 157/72 0,61 Tíbia 1,96 5,65 2,70 4,92 1,10 Metatarso 2,95 10229) 6,02 9,7 Tarso 139 3,69 1,72 2,0 1,10 Total 10,30 26,54 24,91 26,80 5,14

Queliceras: segmento 0,98, segmento 1,10, Total 2,08.

IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 155-159: 25 fev. 1980

158 TAVARES, M.L.R.

GENITALIA DO MACHO

Pênis: comprimento total 2,50, comprimento total da glande 0,25, comprimento da porção apical da glande 0,10. As medidas de comprimento e largura da placa ventral es- tão expressas nos desenhos.

AGRADECIMENTOS

Agradecemos ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico que possibilitou a realização deste trabalho; ao Prof. Dr. José Wilibaldo Thomé, Diretor Superintendente da Fundação Zoobotânica do RS e ao Prof. João Pedro R. Papaléo, Diretor Executivo do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do RS, pelas condições de trabalho que nos proporcionaram sem o que seria impossível a execução de nossa investiga- ção; ao Prof. Arno Antonio Lise, pelo apoio e orientação prestados no desenvolvimento desta pesquisa; à Dra. Hé- lia Soares e Dr. Benedicto Soares, do Departamento de Zoologia do Instituto Básico de Biologia Médica e Agrícola da Universidade Estadual Paulista “Julio Mesquita Filho”' Campus de Botucatu, São Paulo, pelo apoio e ensina- mentos a nós ministrados no estágio que realizamos naquela instituição; à pesquisadora Erica Helena Buckup, pe- las sugestões fornecidas na elaboração do trabalho.

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

MELLO LEITÃO, C. de 1932. Opiliöes doBrasil. Revta Mus. paul., São Paulo, 17(pt.2):3-505.

RINGUELET, R.A. 1959. Los aracnídeos argentinos del ordem opiliones. Revta Mus. argent. Cienc. nat. Ber- nadino Rivadavia: Ciências Zoológicas, Buenos Aires, 5(2):128-428.

SOARES, B.A.M. 1943. Alguns opiliöes do Estado do Paraná. Arq. Mus. parana., Curitiba, 3:205-13.

SOARES, B.A.M. 1946. Opiliöes do Departamento de Zoologia. Arg. Zool. Est. S Paulo, São Paulo, 4(13):485-534.

SOARES, B.A.M. & SOARES, H.E.M. 1945. Mais opiliöes pertencentes ao Museu Paranaense. Revista de Agricultura, Piracicaba, 20(9-12):365-77.

—. 1947. Opiliöes pertencentes à coleção Gert Hatschbach (Opiliones - Gonyleptidae - Phalangodidae - Pha- langiidae). Papéis Dep Zoo]. $ Paulo, São Paulo, 8(18):209-30.

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IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 155-159; 25 fev. 1980.

Novas ocorrências de... 159

1

Figs. 1-4: Melloleitaniana riodareiensis SOARES & SOARES, 1945: 1. fêmea (449 MCN); 2-4. Genitälia do macho (336 MCN): 2. vista dorsal; 3. vista ventral; 4. vista lateral.

IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 155-159. 25 fev. 1980.

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IHERINGIA é o periódico de divulgação de trabalhos cientificos inéditos do Museu de Ciências Naturais, Jardim Botânico e Par- que Zoológico da FZB. É publicado em quatro séries: BOTÂNICA, ZOOLOGIA, ANTROPOLOGIA e GEOLOGIA.

Cadasérie é editada em fascículos com numeração corrida independente, podendo conterum ou maisartigos.

O periódico em seu todo ou cada uma das séries individualmente é distribuído a Instituições congêneres em regime de permuta. Mediante entendimento prévio pode também ser enviado a cientistas e demais interessados.

IHERINGIA is the official scientific periodical of the ''Museu de Ciências Naturais”. Its aim is the publishing of reports elabora- ted by the scientific staff of the three joining Instituts of “Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul”, the Museum of Natural Sciences, the Botanical Garden and the Zoological Park.

Articles from other national and foreign Institutions rescarchers may le accepted. Emphasis is given to articles dealing with the tlo- ra, the fauna and the natural resourses of Rio Grande do Sul State.

IHERINGIA is issued in four series, Botany, Zoology, Anthropology and Geology. Each series is issued in fascicles consecutively numbered and may contain one or more articles.

IHERINGIA as a whole oras a separate series, is distributed to similar scientific Institutions on an exchanging basis and may also be available to scientists and other interested parties on previous arrangements.

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Ex: FRENGUELLI, J. 1925. Diatomeas de los arroyos del Durazno y en las brusquitas en los arredores de Miramar. Physis, Buenos Aires, 8(29):19-79, set. 2 est.

b) Para livros: sobrenome do autor seguido das iniciais do(s) prenome(s), ano da edição, título dolivro (sublinhado com um traço reto ), edição (em números arábicos, seguido de ponto e de abreviatura no idioma da edição), local, editora, número de pági- nas (seguidas de p.), número de volumes (seguido dev.) ou então, páginas consultadas ou número do volume consultado (pre- cedidos de p.e v. respectivamente).

Ex: SANTOS, E. 1952. Da ema ao beija-flor. 2] ED: RL: AUM: Rio de Janeiro, F. Briguiet. 335p. (zoologia Brasílica, 4).

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90.000 Porto Alegre, RS Brasil

BL ISSN 0073-4721

Tadarıda latcaudata GEOFFROY, 1805, nova ocorrência para o Estado do Rio Grande do “Sul, Brasil (Chiroptera, Mammalia).

FLÁVIO SILVA & MARIA FATIMA BARBOSA SOUZA

Ocorrência de Typhlops reticulatus (L., 1766) no Estado do Rio Grande do Sul (Brasil) e comentários sobre a especie (Ophidia: Typhlopidae).

THALES DE LEMA

Argulus spinulosus sp. n. (Branchiura, Argulidae), em peixes de agua doce do Rio Grande do Sul, Brasil.

NICE MARIA MICELI DA SILVA

Levantamento preliminar dos Pleuronectiformes do extremo sul do Brasil ao Rio de La Plata (Actinopterygii: Teleostei).

THALES DE LEMA; MARCOS FÁBIO T. DE OLIVEIRA; CARLOS ALBERTO S. DE LUCENA :

Parasite Copepods of Southern Brazilian Fishes I. Ergasilus eurpedest n.sp (Copepoda, Cyclopidea). 5

MÔNICA MONTU

Sobre Bothrops jararacussu LACERDA, 1884 do extremo sul do Brasil e sua ocorrência no Estado do Rio Grande do Sul (Ophidia, Viperidae).

THALES DE LEMA & MOEMA LEITÃO DE ARAUJO

Sobre a ocorrência do tubarão espinhoso Echinorhinus brucus (BONNATERRE, 1788) para a costa sul brasileira (Squaliformes: Squalidae).

LAURO P. BARCELLOS & MARIA CRISTINA PINEDO

Esponjas de São Sebastião, litoral de São Paulo, Brasil (Porifera, Demospongiae).

BEATRIZ MOTHES DE MORAES !

Redescrição do material tipo de Drulia crıstata (WELTNER, 1895) e identificação do conteu- do espicular associado (Porifera-Spongilidae.

ROSÁRIA DE ROSA BARBOSA

Sobre a osteologia craniana de Lio/aemus occipitalis BOULENGER, 1885, L. /utzae MER- TENS, 1938 e L. multiformis simonsit BOULENGER, 1902 (Lacertilia, Iguanidae).

MARTA ELENA FABIAN-BEURMANN & MARISA IBARRA VIEIRA

- Novas adendas à ictiofauna marinha do extremo sul do Brasil (Actinopterygii: Teleostei).

THALES DE LEMA; CARLOS ALBERTO S. DE LUCENA; ZILDA MARGARETE 5. DE LUCENA

Lista prévia dos anfíbios do Estado do Rio Grande do Sul, Brasil,

PEDRO CANISIO BRAUN & CRISTINA ASSUNÇÃO SIRANGELO BRAUN

Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotänica do Rio Grande do Sul

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série Zoologia

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FUNDAÇÃO ZOOBOTÂNICA DO RIO GRANDE DO SUL

Entidade de direito privado, instituída pela Lei Estadual 6497 de 20/12/72. (Supervisionada pela Secretaria de Estado de Cultura; Desporto e Turismo.

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2º, Faltamsnose não 28108: Pos SS aa AS CAR an E AO RAD We are in want of:

de. Enviamos em permita?” 7 tes E E O e We sent you in exchange:

Nosso campo de interesse: Our field of activities:

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Assinatura: Signature:

MCN 4035 MCN 4036 MCN 4013 MCN 4017 MCN 4574 MCN 4575 MCN 6620 MCN 6624 MCN 6697 MCN 4196 MCN 6630

TABELA - Dados dos espécimes de Boshrops jararacussu LACERDA, procedentes de Santa Catarina: Brasil.

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25-25-19 27-25-19 27-25-19 25-24-19 25-25-19 25-25-19 26-25-19 25-25-19 27-26-21 27-27-19 28-26-21

1+ 174 58/58 2+173 56/56 1+170 5/5 +28 + 27/27 2+172 60/60 3 +178 50/50 2+172 57157 2+54+1/1+116 9/9+4+43/ 43 1+174 51/51 2+170 50/50 2+174+1/1 50/50 2+177 50/50

VU

154-59 154-59 153-56 155-59 158-62 155-58

00 000, 9,9,9,9,08,

Tadarida laticaudata GEOFFROY, 1805, nova ocorrência para o Estado do Rio Grande do Sul, Brasil (Chiroptera, Mammalia). *

Flávio Silva ** Maria Fatima Barbosa Souza ***

RESUMO

Nesta comunicação, registra-se pela primeira vez a ocorrência de Tadarida laticaudata GEOF- FROY, 1805, para o Estado do Rio Grande do Sul, Brasil, através do exame de dois exemplares pro- cedentes do município de Torres.

ABSTRACT

The present paper reports a new occurence of Tadarıda laticaudata GEOFFROY, 1805, and enlarges the distribution of this species to Southern Brazil.

INTRODUÇÃO

Segundo a bibliografia consultada, a ocorrência da espécie Tadarida latı- caudata GEOFFROY, 1805 é Brasil Meridional, incluindo os Estados de Mato Grosso, São Paulo e Santa Catarina.

Em uma excursão a Torres, Rio Grande do Sul, foram coletados nas Furnas da Guarita (29º21'S e 49°44’W), presos às rochas basálticas, dois exemplares machos de T. /aticaudata. Foi estimado-que havia um grupo de cinco indiví- duos que estavam com a cabeça aparecendo na parte externa das fendas rocho- sas a aproximadamente 3,5m do solo. A coluna de rochas basálticas situa-se à beira do Oceano Atlântico e, com maré alta, a água deve atingir o da coluna rochosa onde estão situadas as fendas. Em condições semelhantes, também foi observada uma colônia de cinco a oito indivíduos na Ponta da Guarda, Palhoça, Santa Catarina (27º52'S e 48°34’W) em fevereiro de 1973 e fevereiro de 1978. Os animais foram localizados em ambos os locais devido aos gritos agudos, cur- tos e repetidos que emitiam.

Este é o primeiro registro de 7. /aticaudata para o Rio Grande do Sul que, de acordo com a distribuição mencionada por SILVA-TABOADA & KOOP- MAN (1964), pertenceria à subespécie T. /atıcaudata laticaudata (GEOFFROY, 1805), entretanto o material em mãos não nos permitiu um posicionamento de- finitivo em relação à subespécie.

Contribuição FZB 142. Aceito para publicação em 18.V1.1979

* Pesquisador do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, Caixa Postal 1188. 90000 Porto Alegre, RS. Professor de Zoologia da Universidade do Vale do Rio dos Sinos, São Leopoldo. RS. Bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. CNPq (Proc. 1111-2050/76)

** Bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, CNPq (Proc. 1111-0041/76). no Museu de Cien-

cias Naturais da Fundação Zoobotänica do Rio Grande do Sul

IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (56):3-5, 30 mar. 1980

mx

SILVA, F. & SOUZA, M.F.B.

MATERIAL E MÉTODOS

As siglas utilizadas no presente trabalho são as seguintes: MCN Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul; UNISINOS Universidade do Vale do Rio dos Sinos; RS Estado do Rio Grande do Sul, Brasil; SC Estado de Santa Catarina, Brasil.

As medidas cranianas foram tomadas segundo VIZOTTO & TADDEI (1973), exceto as da lar- gura do palatal e a distância dos dentes maxilares superiores e inferiores. As medidas externas foram tomadas do animal fixado, e apenas algumas do crânio devido às más condições dos mesmos. To- das as medidas foram expressas em milímetros.

Material examinado:

2 (oz Parque da Guarita, Torres, RS, 24.X.1976, F. Silva leg. (MCN 0465 - 0466); 20 - Ponta da Guarda, Palhoça, SC, 10.11.1973, F. Silva leg. (UNISINOS 324 - 325).

CARACTERES MORFOLÓGICOS

UNISINOS 325] MCN 0465 | MCN 0466

a) Cranıometria

Comprimento total

Altura da caixa cranıana

Largura do zigomätico

Largura da caixa craniana

Largura do interorbital

Distância dos dentes maxilares superiores

Largura externa dos dentes molares

Comprimento do pós-palatal

Distância dos dentes maxilares inferiores

Comprimento da mandíbula

b) Medidas externas

Cabeça e corpo

Cauda

Tíbia

Pe

Antebraco

Orelha

12 falange do dedo 22 falange do dedo Trago

Polegar

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Tadarıda laticaudata GEOFFROY, 1805 5

c) Coloração Os exemplares de T. /aticaudata coletados, possuem o pêlo do dorso de cor pardo escuro, com tons claros na parte basal dos mesmos.

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Ocorrência de Typhlops reticulatus (L., 1766) no Estado do Rio Grande do Sul (Brasil) e comentários sobre a espécie (Ophidia: Typhlopidae). *

Thales de Lema **

RESUMO

É registrada a ocorrência de Typh/ops reticulatus (L., 1766) no Estado do Rio Grande do Sul, Brasil, com base em seis espécimens encontrados na planície costeira oriental. Dois espécimens são descritos, comparando-se seus dados com os registrados na bibliografia e com os dados de um espé- cimen de São Paulo. Conclui que T. reticulatus é uma espécie muito variável e que sua dispersão para o sul, processou-se em duas direções: pelo lado oriental do Brasil, atingindo a planície do lito- ral do Rio Grande do Sul e, pelo sudoeste do Brasil, atingindo a Mesopotâmia na Argentina e en- trando no Uruguai por seu extremo noroeste.

ABSTRACT

Occurrence of the blind snake, Typh/ops reticulatus (L., 1766) in the Brazilian State Rio Grande do Sul, based on six specimens from the eastern coastal plain of this State. Two specimens are described and compared the data with the bibliography. Previous results permit to affirm that this species is very variable, and it ranged the Rio Grande do Sul accross eastern Brazil, by the litro- ral, and Uruguay accross Mesopotamia, in Argentine.

INTRODUÇÃO

Typhlops reticulatus (L., 1766) é a espécie de cobra-cega (Typhlopidae) de mais ampla distribuição na América do Sul, bem como parece ser a mais co- mum.

AMARAL (1929a, 1935-36) indicou a distribuição dessa espécie para as zonas setentrional (vale do Amazonas) e nordestina, no Brasil. Posteriormente foram feitos diversos outros registros da espécie dentro do Brasil, exceto para os três Estados situados ao sul (Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul).

Na Argentina foi encontrada nas Províncias de Tucumán, Santa Fé, Cha- co » Misiones, Corrientes e Entre Ríos (BERG, 1898; KOSLOWSKY, 1898a; SE- RIE, 1921, 1936; ABALOS & MISCHIS, 1975).

No Paraguai foi registrada por BOETTGER (1885).

No Uruguai foi encontrada por KOSLOWSKY (1898a).

O território ocupado pela espécie foi dado, primeiramente, por AMA- RAL (1929b), que citou, além do Brasil, Trinidad, Guianas, Colômbia, Peru e Argentina setentrional. Ultimamente, PETERS & OREJAS-MIRANDA (1970) indicaram-na para a América do Sul tropical a leste dos Andes.

* Aceito para publicação em 5/VII/ 1979. Contribuição FZB 143. ** Pesquisador do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul. Caixa Postal 1188, 90000 Porto Alegre, RS. Brasil. Bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, Brasilia (Proc. 1111-6090/76)

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Este artigo relata o encontro de espécimens de T. reticulatus a nordeste do Estado do Rio Grande do Sul, Brasil, sendo apresentadas descrições de dois deles, cujos dados são comparados com os registrados pelos diferentes autores que descreveram a espécie. Algumas divergências foram encontradas, as quais são comentadas.

MATERIAL E MÉTODOS

O material examinado pertence às seguintes coleções: Departamento de Zoologia do Instituto de Biociências da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (DZURS); Instituto de Ciências Na- turais (ICNRS), atual Instituto de Biociências da Universidade Federal do Rio Grande do Sul; Mu- seu de ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul (MCN), todos em Porto Alegre, Estado do Rio Grande do Sul (RS), Brasil.

Siglas utilizadas: D, escamas dorsais; N, escudete nasal; Oc, ocular (olho); PrO, escudete pré- ocular; R, escudete rostral; SL, escudetes supralabiais.

Exemplares: examinados:

1a 4 ICNRS 1802 a 1850: Emboabas, município de Tramandaí, RS, 19.XL. 1963, C.Gans. C.P. Jaeger, A. S. Ditadie S.M. Corrêa leg. Doados a C. Gans em novembro de 1963, que os depo- sitou na coleção da State University of New York at Buffalo, Estados Unidos da América. Não sabe- mos qual a númeração que recebeu naquela instituição.

5 DZURS 0170: Emboabas (Fazenda do Romário), município de Tramandaí, RS, 23.X.1964, S.M. Corrêa e C.C. Neto leg.

6 DZURS 0171: São Paulo, Estado de São Paulo, sem data, P.E. Vanzolini leg

7 MCN 1491: Três Cachoeiras, município de Torres, RS, 14.X1.1960, G.R. Hotimann e T. de Lema leg.

Métodos de coleta: os espécimens de Emboabas foram capturados durante lavra de campo com trator, juntamente com diversos espécimens de Amphisbaenidae; o de Torres foi capturado às 17h35min, sob pequena lasca de basalto à margem da rodovia (BR'101) e foi mantido vivo em labo- ratório para observação de seus hábitos.

DESCRIÇÃO DE ESPÉCIMENS

1) DZURS 0170 - Adulto. LEPIDOSE: D em 20 filas longitudinais, de forma cicloidal cada uma, com estriação saliente curva e paralela à margem li- vre; 218 centro ventrais, transversais, contadas desde o mento até a margem da fenda anal; 12 centro subventrais; 4/4 SL, os do primeiro par muito menores que os demais e os do último par muito maiores que os demais; o quarto SL insinua-se supracefalicamente em cada lado, cada um possuindo margem curva como se fosse resultante de fusão de duas D e que fica acentuado pela sua posi- ção em uma linha longitudinal de D (provavelmente primeiras D fusionadas com últimos SL); R não atinge a linha vertical que passa no meio das órbitas; PrO maior que os demais escudos, cicloidal e entalhado pöstero-superiormente. Oc grande, cicloidal. MORFOLOGIA: tubércuios em grande número nos escu- dos supra e infracefálicos anteriormente: sulco nasal extenso, ultrapassando além da metade da altura do escudo de mesmo nome: o sulco coincide com a sutura entre os dois primeiros SL; cauda globóide, com ápice acuminado for- mando espinho pontiagudo; cabeça algo achatada dorso-ventralmente e o foci-

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nho baixo. COLORAÇÃO: castanha dorsalmente, pardo-amarelada ventral- mente; cabeça castanha mais escura dorsalmente que ventralmente, com escu- dos marginados de amarelo; os escudos R, N e PrO são manchados de castanho escuro centralmente e na base de cada um; no tronco a cor castanha vai escure- cendo gradativamente para trás até ficar enegrecida na cauda; o tronco é casta- nho nas nove filas dorsais, castanho claro em cada fila periférica àquelas; todas as D são escurecidas centralmente, tornando-se mais conspícuo a partir do se- gundo terço do tronco, conferindo o aspecto de estrias longitudinais; cerca de nove filas longitudinais látero-ventrais são imaculadas, possuindo cor primária pardo-amarelada. MEDIDAS: comprimento da cabeça, 10 mm; comprimento do tronco, 161 mm; comprimento da cauda, 5,5 mm; total, 176,5 mm; diâme- tro maior do tronco, 6,5 mm; razão entre o comprimento total e o diâmetro maior, 27; razão entre o comprimento total e o caudal, 32.

2) MCN 1491 - Adulto. LEPIDOSE: D em 20 filas longitudinais, com re- levo estriado curvo, como no espécimen anterior; centro-ventrais em 226 no tronco e 12 na cauda, contadas como no espécimen anterior; presença de alguns ázigos, principalmente no primeiro terço, ao longo dessa linha mediano ven- tral; SL 4/4, de proporções semelhantes às do espécimen anterior; o mesmo a dizer do R; N com linha divisória coincidente com a sutura entre os Ie II SL e cuja divisão ultrapassa à metade de sua altura. MORFOLOGIA: igual à do espé- cimen anterior, inclusive quanto à presença de tubérculos nos escudos ântero- cefálicos; cauda globóide, muito curta, acuminada e com espinho terminal. COLORAÇÃO: semelhante à do espécimen anterior, com o dorso castanho es- curecendo para a cauda, onde se torna quase preto; ventre imaculado, pardo- amarelado, sendo a face subcaudal mais escura do que no espécimen anterior; estrias escuras em nove filas dorsais vertebrais, que se tornam mais conspícuas a partir do segundo terço do tronco; quando vivo, a coloração dorsal possuía uma tonalidade metálica acobreada. MEDIDAS: comprimento da cabeça, 8 mm; comprimento do tronco, 165 mm; comprimento da cauda, 6 mm; comprimen- to total, 183 mm; diâmetro maior do trenco, 6,5 mm; razão entre o compri- mento total e o diâmetro maior, 28; razão entre o comprimento total e o cau- dal, 30,5.

OBSERVAÇÕES BIOLÓGICAS

O espécimen MCN 1491 foi mantido vivo de 4.X1.1960 a 31.1.1961, em cristalizador de 20cmx12cm vedado superiormente com tela fina e com 30 mm de areia fina no fundo, onde foi embutida uma placa de Petri com água. A ser- pente estava sempre enterrada e, sempre que retirada, voltava a enterrar-se, agindo com rapidez. Fazia galerias em todos os sentidos, irregularmente, pro- curando penetrar no fundo do cristalizador. Tomada na mão, procurava sempre enterrar o espinho caudal no captor, demonstrando forte agressividade. Coloca- da em cima de superfície dura, movia-se com extrema lentidão, procurando enterrar-se no chão. Apresentava grande mobilidade caudal em contraste com a

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imobilidade da cabeça, demonstrando nítida intenção de confundir as extremi- dades. A forma globóide da cauda e a forma achatada da cabeça, o tamanho mais volumoso da cauda em relação à cabeça e a cor mais escura da cauda, acen- tuam e garantem a confusão entre as extremidades.

LOCAIS DE COLETA

Emboabas situa-se numa planície à direita da rodovia Palmares- Tramandaí, com campos cobertos de vegetação baixa e heterogênea, havendo muitos banhados. Na porção mais ao norte de Emboabas uma mancha de mata nativa, com grandes árvores cobertas por T7//andsia sp (barba-de-pau) e servindo de apoio a pés de Philodendron selloum C.KOCH (banana-imbé). A planície é limitada a leste pelo litoral e a noroeste é confinada pela proximidade do Planalto Meridional Brasileiro. A herpetofauna da região é a mesma da De- pressão Central do Rio Grande do Sul, conforme vimos constatando através de inúmeras coletas diversos anos.

Três Cachoeiras situa-se mais ao norte de Emboabas, na planície que se estende da Depressão Central ao Litoral, em estreita faixa confinada pela costa marinha e o Planalto Meridional Brasileiro. poucos espécimens de répteis colecionados dessa área, mas estes pertencem a espécies e subespécies próprias de uma região faunística situada mais ao norte do Rio Grande do Sul e que se estende de Torres ao Rio de Janeiro (LEMA, 1961). T. reticulatus parece ser bem conhecida na vila de Três Cachoeiras porque a maioria dos moradores en- trevistados conheceram-na, diferenciando-a dos exemplares de Amphisbaeni- dae que lhes foram mostrados. O espécimen MCN 1491 foi denominado regio- nalmente de cobra-cega ou cobra-cega verdadeira, enquanto que os Amphis- baenidade fora denominados cobras-de-duas-cabeças ou de falsas-cobras-cegas.

COMENTÁRIOS E CONCLUSÕES

Os exemplares descritos apresentam o sulco nasal muito longo em relação ao desenho apresentado por JAN & SORDELLI (1860-66), no qual o sulco não atinge a metade da altura do nasal. Isto foi constatado também no exemplar DZURS 0171. O contato do sulco nasal com o segundo supralabial, citado pela maioria dos autores, que geralmente se baseiam na descrição de BOULENGER (1893), não ocorre nos dois exemplares do Rio Grande do Sul, mas ocorre no DZURS 0171. Discordâncias maiores notamos comparando nossos exemplares com os desenhos de JAN & SORDELLI (1860-66: Livr. 4, est. 6, fig. 1; Livr. 5, est. 5, fig. 7 e est. 6, fig. 7) no que se refere aos escudos cefálicos laterais, destacando-se: os exemplares examinados apresentam ocular grande, cicloidal, imbricado, com olho muito grande, cerca de 1/4 de seu diâmetro, da altura do escudo e situado na parte superior do mesmo, próximo à linha mediana; pré- ocular enorme, é o maior escudo cefálico, de forma cicloidal, com um entalhe pöstero-superior, como uma concavidade para o olho; o sulco nasal atingindo

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acima da metade da altura do nasal; a cabeça mais achatada, com o rostral em forma de V lateralmente. Nos desenhos de JAN & SORDELLI (1860-66), inclu- sive das chamadas por eles de “'variedades””, tanto de sua autoria como de ou- tros autores, e que atualmente estão invalidadas, notamos que: o olho é muito pequeno, colocado ântero-superiormente no ocular, ocular alto e de lados retos, pré-ocular menor que os demais escudos cefálicos e de lados retos, cabeça mais alta, focinho alto e reto, rostral um pouco curvo, sulco nasal muito baixo, não chegando a atingir a metade da altura do nasal.

Na bibliografia não referências às estrias escuras vertebrais e nenhuma descrição ou figura da espécie denota a presença de melanina na face látero- ventral, como vimos no exemplar DZURS 0171.

BOULENGER (1893) escreveu que os espécimens de T. reticulatus apre- sentam a face dorsal de cor castanha escura ou preta uniforme ou, ainda, as es- camas marginadas de claro, enquanto que o focinho, a cauda e a face ventral são amarelados. No entanto, os exemplares examinados por nós possuem cauda escura, tendendo ao preto, e no espécimen MCN 1491 a cauda está escurecida ventralmente; o mesmo ocorre no DZURS 0171.

Na razão entre o comprimento total e o maior diâmetro uma discor- dância: diversos autores registram que essa razão varia de 22 a 30, enquadrando-se os espécimens do Rio Grande do Sul; todavia, no exemplar. DZURS 0171 apresenta-se igual a 33,6. A propósito um caso extremo foi nota- do por ROZE (1955), que descreveu um espécimen do Alto Orenoco em que a razão é igual a 35, apresentando qutras diferenças da normalidade da espécie como, por exemplo, redução do número de dorsais (18). ROZE (1955) não emi- tiu uma opinião conclusiva, mas aproximou seu exemplar de T. /umbricalis (L., 1766), que é uma espécie afim à T. reticulatus.

Consideramos digno de nota a posição perfeitamente transversal das esca- mas centro ventrais nos Typhlopidade, enquanto que as espécies das famílias afins, Anomalepidae e Leptotyphlopidae, possuem-nas um pouco inclinadas para trás, no alinhamento da escamação dorsal. Este aspecto aproximaria Typhlopidae de Boidae.

A ocorrência de T. reticulatus no Rio Grande do Sul era esperada, tendo em vista sua presença na Argentina e no Uruguai, em áreas adjacentes ao Rio Grande do Sul. É provável que ocorra nos Estados de Paraná e Santa Catarina, no Brasil, caso sua distribuição seja no sentido norte-sul. Entretanto, não se de- ve deixar de lado a possibilidade de T. reticulatus ter se distribuido para sudoes- te, penetrando em Misiones, Argentina e região do Alto Uruguai no Rio Gran- de do Sule daí atingir a Depressão Central desse Estado através do Planalto Mé- dio, que fica entre aquelas e apresenta fisionomia transicional, como o autor constatou em outras espécies de Squamata.

A revisão de toda a bibliografia sobre T. reticulatus mostrou uma grande variação nessa espécie, bem como muitas discordâncias entre os autores; infeliz- mente muitos trabalhos não apresentam dados, ou os dados são poucos e não permitem inferências da possível existência de variação geográfica. Ou se está

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diante de uma espécie muito variável ou de um complexo taxonômico. Neste último caso, seria necessário um trabalho revisivo de triagem para o correto esta- belecimento do status da espécie.

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LEMA, T. de

14 im e E ACS

Figs. 1-5: Typhlops reticulatus (DZURS 0171): 1. vista dorsal da cabeça; 2. vista ventral da ca- beça; 3. vista lateral da cabeça, vendo-se nitidamente a forma dos escudos e o sulco divisor do nasal:

4. vista frontal da cabeça, mostrando o limite da mancha escura supra-cefálica e a largura dos nasais e rostral; 5. aspecto de um trecho do tronco visto dorsalmente, mostrando as estrias escuras longitu-

dinais.

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Argulus spinulosus sp.n. (Branchiura, Argulidae), em peixes de água doce do Rio Grande do Sul, Brasil. *

Nice Maria Miceli da Silva**

ABSTRACT

In this paper the author describes a new species of the genus Argu/us MULLER, 1785, ectopa- rasite of freshwater fishes, in Rio Grande do Sul state, Brazil. Illustrations of several structures and a table with measurements of the holotype and allotype is also given.

RESUMO

Em continuação ao estudo dos crustáceos ectoparasitos de peixes de água doce do Rio Grande do Sul, Brasil, descreve-se uma nova espécie para o gênero Argulus MÜLLER, 1785. Foram analisa- dos espécimes deste parasito procedentes de várias localidades do sul do País e parasitando hospe- deiros diversos. Ilustra-se diversas estruturas e apresenta-se uma tabela com as medidas do holótipo e do alótipo.

INTRODUÇÃO

Em diversas coletas realizadas pelo Núcleo de Invertebrados Superiores do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul (MCN), foram recolhidos inúmeros exemplares de argulídeos aderidos ao corpo de algumas espécies de peixes de água doce.

Entre o material coletado encontrou-se exemplares que, ao serem estuda- dos, não se enquadravam nas chaves específicas de WILSON (1902), MEE- HEAN (1940) e RINGUELET (1943, 1948). Estudos e comparações com a bi- bliografia existente sobre o grupo levaram-nos a encontrar características de duas espécies: Argulus ichesi BOUVIER, 1910 e Argu/us violaceus THOMSEN, 1925.

Para comparação do material foi recebido do Muséum National d’Histoi- re Naturelle de Paris, um exemplar síntipo fêmea de A. ichesz, coletado em Buenos Aires, Argentina. |

Utilizou-se ainda a bibliografia sobre A.vzo/aceus por não havermos tido oportunidade de examinar o tipo desta espécie.

MATERIAL E MÉTODOS

Examinou-se 44 exemplares de Argulidae: 37 coletados em açudes do Rio Grande do Sul; um

Aceito para publicação em 9/VII/1979. Contribuição FZB 144.

Pesquisadora do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, Caixa Postal 1188, 90.000 Porto Alegre, RS, Brasil. Bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, Rio de Janeiro (CNPq Proc. 267/76)

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exemplar coletado no Rio Jacuí, parasitando jundiá (Rhamdia sp.) e três parasitando traíras (Ho- plias malabaricus BLOCH, 1794) também do Rio Jacuí, no estuário do Guaíba; três exemplares vieram de Sombrio, Santa Catarina, para serem determinados, todos parasitando um jundiá. Todos estes exemplares estão depositados na coleção carcinológica do MCN.

Um exemplar foi montado em lâmina permanente (MCN 0580) e três exemplares foram clari- ficados pela fervura em hidróxido de potássio a 10% durante 2 minutos. Para a observação destes três exemplares ao microscópio, montou-se o material em glicerina, retornando os espécimes após o exame, ao álcool 70% (MCN 0579, 0311 De BUT).

O material recebido de A. ichesi BOUVIER, 1910 tem a seguinte procedência:

ARGENTINA: Buenos Aires, ID, 1910, L. Iches leg. (Museum National d’Histoire Naturel- le, Paris-sintipo).

Os desenhos e medidas foram feitos com o auxílio de um microscópio estereoscópico Wild e um biológico Leitz com dispositivo de câmara clara.

As medidas foram calculadas em milímetros. As características morfológicas consideradas pa- ra classificação das espécies são as mesmas consideradas por MEEHEAN (1940), sendo acrescentadas algumas outras como caracteres secundários.

As medidas do holótipo e alótipo estão na Tabela I. Para as medidas usaram-se as seguintes abreviaturas:

C | Comprimento total

Cc | Comprimento da carapaça

Le | Iargura da carapaça

Cspc Comprimento do seio posterior da carapaça Ct -—- Comprimento do tórax

Ca | Comprimento do abdômen

La Largura do abdômen

Csa Comprimento do seio posterior do abdômen V Ventosas (diâmetro).

DESCRIÇÃO Argulus spinulosus sp.n.

Carapaça elíptica, mais longa do que larga, com uma depressão ântero- lateral bem acentuada, mais suave nas fêmeas e mais profunda nos machos (Figs. 1 e 9). Lobos posteriores da carapaça cobrindo bem a base do par de patas e a parte superior do par. Nas fêmeas grávidas chegam a cobrir bem a base do par. Seio posterior menor do que 1/3 da carapaça. Face ventral ar- mada com pequenos espinhos dispostos em duas regiões: os anteriores em maior número, na zona superior, entre as antenas e lateralmente até o nível das antênulas; os laterais iniciando abaixo da ventosa, em menor número e conti- nuando até a borda inferior da carapaça, em uma fila única de espinhos (Fig. I):

Olhos grandes e situados mais próximos da linha mediana da carapaça. Olho náuplio entre as costelas interoculares. Costelas interoculares compridas, bem separadas anteriormente, acercando-se na zona mediana e afastando-se na sua porção final nas fêmeas; a pouco mais de 2/3 do seu comprimento encontra-se um pequeno prolongamento lateral, em ambos os lados. O compri- mento da costela abaixo deste prolongamento lateral é mais curto na fêmea.

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Argulus spinulosus sp.n. (Branchiura, Argulidae)... 17

Tanto no macho como na fêmea as costelas não alcançam a borda do seio poste- rior da carapaça.

Duas áreas respiratórias (Fig. 6). A anterior pequena, triangular, quase unida à parte superior da área maior; a posterior grande, grossa, com uma reen- trância interna e uma saliência arredondada na face interna superior.

Tórax de quatro segmentos, apresentando na face dorsal numerosas man- -chas escuras de disposição e tamanhos irregulares e na parte ventral espinhos e placas com estrias no seu interior. O tórax do macho apresenta poucas manchas na superfície dorsal.

Abdômen mais comprido do que largo, de forma retangular com lóbulos arredondados e com pequenos espinhos na face dorsal (Fig. 10).

Abdômen da fêmea é mais curto, menor do que 1/4 do comprimento da carapaça; seio estreito, não alcançando a metade do abdômen (Fig. 8). O ma- cho tem o abdômen com 1/4 do comprimento da carapaça e com um seio pos- terior de aproximadamente mais de 1/3 do seu comprimento (Fig. 10).

Não papilas tácteis; as papilas anais são arredondadas, com duas cerdas apicais e situadas na base do seio abdominal.

Antênulas e antenas bem armadas (Fig. 3). Antênulas com segmento ba- sal grande e apresentando um forte espinho posterior externo, grande e curvo (Fig. 3g); espinhos póstero-interno grande e cônico (Fig. 31); gancho lateral grande e agudo (Fig. 3); gancho anterior bem elevado, agudo e de pouca cur- vatura (Fig. 3h). Palpo antenular com dois artículos e apresentando duas cerdas longas na extremidade distal (Fig. 3 p.a.); na face ventral, na junção dos artícu- los, existem três cerdas longas, sendo a maior colocada na extremidade de uma saliência cilíndrica (Fig. 2).

“Antenas com quatro segmentos. O basal grande, grosso, com um grande e forte espinho cônico (Fig. 3a); na junção com o segundo segmento aparecem dois agrupamentos de cerdas: o primeiro com três cerdas longas na zona mediana anterior e o segundo com duas cerdas médias na zona anterior e superior (Fig. 4a). O segundo segmento comprido, mais ou menos 2,5 vezes o comprimento do segmento, apresentando no extremo distal um agrupamento de quatro cerdas longas e uma curta e, na zona mediana e na borda inferior, uma cerda longa (Fig. 3b). O terceiro segmento, maior que o 4°, apresenta no extremo distal um grupo de quatro cerdas médias (Fig. 4c). O último segmento termina com três cerdas curtas (Fig. 3d). A antena é longa, alcançando a borda da cara- paça e, às vezes, ultrapassando-a nas fêmeas. Espinho mediano grande de for- ma espatular.

Ventosas grandes medindo 0,03 mm (menos de 1/4 de largura da carapa- ça). Raios quitinosos em forma de dois ‘‘J’’ superpostos, sendo o basal mais grosso que o superior (Fig. 7).

Segunda maxila com cinco segmentos (Fig. 17). O basal de forma trian- gular com vértice superior afilado, um pouco curvo para o interior da carapaça; área central com cerdas curtas, dentes maxilares em número de três de forma es-

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‚patular, mais largos do que longos. Os demais segmentos de forma retangular, medindo respectivamente: o aproximadamente 1/3 maior do que o terceiro, este é 2 1/3 vezes maior do que o 4º, que é do mesmo tamanho que o seg- mento. Do ao segmento a face dorsal apresenta-se recoberta por papilas arredondadas. O artículo apresenta oito espinhos ao longo da borda inferior, seguidos de duas saliências arredondadas. O segmento apresenta dois espi- nhos na porção basal e três papilas cônicas terminadas por um forte espinho na borda inferior da região apical (Figs. 18 e 19). O segmento apresenta na re- gião apical dois espinhos curtos. O último segmento termina por uma saliência reniforme, aparecendo por baixo dois ganchos fortes e curvos, sendo um deles menor e bem mais curvo. Abaixo dos ganchos aparecem duas elevações arre- dondadas (Fig. 18). Dois pares de dentes pös-maxilares de forma espatular, es- tando o primeiro par ao nível das m axilas voltados para a linha mediana e bem aproximados; os do segundo par divergem voltando-se para fora da linha me- diana, com a borda inferior tocando a linha superior do segmento torácico.

Patas torácicas em número de quatro. Flagelos nos dois primeiros pares (Figs. 13 e 14). Superfície dorsal das patas com espinhos pequenos e algumas placas semelhantes às que se encontram sobre o tórax (Fig. 16). Na borda infe- rior e dorsal da 22 pata do macho aparecem algumas papilas salientes e de base circular (Fig. 16). Coxas do último par de patas com uma expansão aliforme e triangular apresentando, como as patas, cerdas longas e espinhos. O par de patas do macho (Fig. 13a) apresenta na face dorsal e anterior da base, uma ele- vação arredondada e de bordas lisas; da metade da mesma borda saí uma outra elevação arredondada e coberta por pequenos espinhos. Pela face ventral e ante- rior da base aparece uma terceira elevação de bordas lisas, mais alta e mais larga do que a que aparece pela face dorsal (Fig. 13c). Na borda posterior e ventral- mente aparece uma expansão aliforme e arredondada com três grupos de cerdas médias (Fig. 13a). À coxa tem na face dorsal e anterior uma outra elevação apre- sentando 10 espinhos curtos na borda (Fig. 13b).

O par de patas do macho tem, na face superior do exopodito na sua junção com a base, uma placa saliente triangular com alguns espinhos nas duas faces. Na borda anterior da base se encontra o ‘‘Peg’’ (WILSON, 1902) de for- ma mamilonar ovóide e de ponta alongada e curva. Pela face dorsal do “Peg” e medianamente parece haver uma saliência triangular, quase aguda (Figs. 11 © 12).

O abdômen do macho apresenta dorsalmente manchas escuras, grandes e irregulares. Testículos grandes, um de cada lado do abdômen, chegando quase à borda posterior da carapaça.

A cor é âmbar com manchas marrom escuras. As fêmeas apresentam maior número de manchas sobre o tórax.

Dimensões fêmeas maiores do que os machos, variando as medidas de: Q 2,26 à 6,65 mm; S'2,39 à 4,92 mm.

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Material Tipo: Holótipo: MCN 0386 - 2; Rio Grande do Sul: Rio Grande; 15-16. X11.1976, H. Bischoff e S. Scherer leg.; parátipos MCN 0757 -Q” Rio Grande do Sul: Rio Grande; 15-16 XI1.1976, H. Bischoff e S. Scherer leg. MCN 0538 - Q e 2 O Santa Catarina: Sombrio; 15.V1.1975, C.R. Poli leg.. MCN 0578 - Q' Rio Grande do Sul: Porto Alegre; 30.V1.1973, J.F. Amato leg.. MCN 0579 - O; 30.V1.1973, J.F. Amato leg.. MCN 0580 -Q; 30.V1.1973, J.F. Amato leg.. MCN 0456 - OD; São Jerônimo; 14 V.1976, N. Silva leg.. MCN 0559 -9; Sertäo Santana; 26.11.1977, H. Bischoff leg. MCN 0512 - 30 ec" Tapes; 17-18.11.1977, H. Bischoff e S. Scherer leg.. MCN 0311; 5 Q e 30; Rio Grande; 15-16.X11.1976; H. Bischoff e S. Scherer leg.. MCN 0476; 4 o: 15-16.XI1.1976, H Bischoff e S. Scherer leg.. MCN 0307; o; 15-16.X11.1976, H. Bis- choff leg.. MCN 0581; JO) e O; 15-16.XII.1976, H. Bischoff e S. Scherer leg.. MCN 0399; 3 Qe 4 07 15-16.XI1.1976, H. Bischoff e S. Scherer leg.. MEN 0223; Q e 207 15-16.XI1.1976; H. Bis- choff e S. Scherer leg..

DISCUSSÃO

As características diferenciais entre A. violaceus, A. ichesi e A. spinulo- sus, encontradas quando do seu estudo comparativo, são as seguintes:

a) As áreas respiratórias (caráter altamente específico) de A. spinulosus, diferem dos desenhos apresentados para A. vzo/aceus por RINGUELET (1943) e MEEHEAN (1940) por apresentar na área maior uma saliência arredondada na face interna superior e medianamente uma reentrância de fundo arredondado mas convexo (Fig. 6), enquanto que A. zchesi apresenta três áreas respiratórias.

b) Os raios de sustentação das ventosas de A. spinulosus diferem dos de- senhos apresentados em suas redescrições por RINGUELET (1943) e MEE- HEAN (1940), no entanto concordam com os desenhos apresentados por THOMSEN (1925). RINGUELET (1943) apresenta os raios em forma de “J” com duas estruturas pequenas de forma ovalada acima deste; MEEHEAN apre- senta os raios também com a parte superior em forma de ‘‘J’’, porém tendo aci- ma deste uma outra estrutura grande em forma de 'J”".

“c) A segunda maxila de A. spinulosus apresenta a região basal em forma de um triângulo de ápice acuminado e levemente voltado para o interior do cor- po, enquanto que A. violaceus e A. ichesi apresentam a região basal com a bor- da superior acompanhando a curvatura da borda superior do segmento. O segmento de A. spinulosus apresenta além dos oito espinhos (também pre- sentes em A. violaceus), duas saliências arredondadas, não aparentes em A. vzo- Jaceus. O espinho maior mencionado por RINGUELET (1943), nos 2/3 distais deste segmento, não aparece em A. spinulosus (Fig. 19).

O segmento de A. spinulosus não apresenta uma pua na metade da borda posterior e outra no ângulo póstero-distal, conforme RINGUELET (1943), mas sim dois espinhos na porção basal e três papilas cônicas terminadas por um forte espinho (Fig. 17).

O último segmento de A. spinulosus termina por uma saliência renifor- me com dois ganchos fortes e curvos e duas elevações arredondadas. A. vzo/a- ceus, entretanto, apresenta 2-3 espinhos na borda posterior e termina por um mamilo cilíndrico e bissegmentado com um espinho pequeno e apical, tendo abaixo um gancho curto; abaixo destas estruturas vêem-se pequenas saliências em forma de papilas (RINGUELET, 1943).

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20 “SILVA, N.M.M. da

d) A. spinulosus apresenta espinhos na face ventral da carapaça e sobre a superfície ventral do tórax e abdômen, que não são mencionados para A. vzo/a- ceus por THOMSEN (1925) e por MEEHEAN (1940), sendo citados por RIN- GUELET (1943) somente sobre a superfície ventral da carapaça (Fig. 10). BOU- VIER (1910) também não cita estes espinhos para A. ichesz.

e) THOMSEN (1925) não descreve as características dos e pares de patas do macho; apenas cita dois apêndices que aparecem sobre o tórax na base do par de patas do macho, um de cada lado, assim descritos: ‘‘... triangula- res y achatados, con inclinación para adelante y afuera, rematado cada uno em dos espifias encorvadas desiguales, la mayor formando 3/4 de vuelta abierta, llevando además varias espifias pequefias sobre los costados’’. Esta estrutura não é observada em A. spinulosus.

TABELA I HOSPEDEIRO: Hoplias malabarıcus BLOCH, 1794

LOCALIDADE: Rio Grande, RS.

HOLÓTIPO ALÓTIPO MEDIDAS MCN 0386 Q MCN 0757 &

mm mm C 4,25 3,32 Cc 2,92 2412 Le 2,39 1,46 Cspc 0,93 0,39 Ct 1,46 0,79 Ca 0,79. 0,79 La 0,66 0,26 Csa 0,26 0,39 V 0,39 0,39

AGRADECIMENTOS

Agradecemos ao Prof. Carlos R. Poli pelos exemplares enviados de Santa Catarina, a Henri- que Bischoff e Scherezino Scherer, que nos auxiliaram na coleta do maior número de exemplares, e aos colegas pelo incentivo e ajuda prestados. Agradecemos também ao Prof. Dr. José W. Thomé, nosso orientador, junto ao CNPq, e à Direção do Museu de Ciências Naturais pelo uso de suas de- pendências.

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BIBLIOGRAFIAS

BOUVIER, M.E.L. 1910. Un Argulide nouveau de L' Argentine. Bu//. Mus. natn. Hist. nat., Paris, 016:9955;

MEEHEAN, L.O. 1940. A review of the parasitic Crustacea of the genus Argz/us in the collection of the United State National Museum. Proc. U.S. nat. Mus. Washington, 88(3087):459- 522.

SILVA, N.M.M. da. 1978. Uma nova espécie de crustáceos argulideo no Rio Grande do Sul, Brasil (Branchiura, Argulidae). Iheringia. Ser. Zool., Porto Alegre (52):3-29, jun.

RINGUELET, R. 1943. Revisión de los Argúlidos Argentinos (Crustacea - Branchiura) con el catá- logo de las especies neotropicalés. Revta Mus. de La Plata (Nueva serie), Ser. Zool. 19(3):43- 99, est. XIII.

. 1948. Argúlidos del Museo de La Plata. Revra Mus. de La Plata (Nueva serie), Ser.

Zool., 5:281-296, est. IV.

THOMSEN, R. 1925. Argulus violaceus n.sp., cangrejo parasito del Bagre. Physis, Buenos Aires, 8(28):185-198, fig. 15.

WILSON, C.B. 1902. North american parasitic copepods of the family Argulidae, with a biblio- graphy of the group and a systematic review of all known species. Proc. U.S. natn. Mus., Was- hington, 25(1302):635-742, fig. 23.

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22 SILVA, N.M.M. da

Figs. 1-8: Argulus spinulosus sp.n. holótipo ©) (MCN 0386) 1. vista dorsal; 2. detalhes do palpo antenular em vista ventral: a. artículo basal, b. artículo apical; 3. antena (ant.) e antênula (an.); antênula: g. espinho posterior; h. gancho anterior; i. espinho póstero-interno; j. gancho late- ral; p.a. palpo antenular: a. artículo basal, b. artículo apical; antena: a. segmento basal; b,c,d,. 2°, e segmentos; e. espinho basal; 4. detalhes da antena em vista ventral; 5. espinhos ventrais da carapaça: zona anterior; 6. áreas respiratórias; 7. raios de sustentação das ventosas; 8. abdômen em vista dorsal.

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Figs. 9-19: Argulus spinulosus sp.n. alótipo O (MCN 0757) 9. vista dorsal; 10. abdômen e par de patas em vista ventral; 11. par de patas em vista ventral; 12. par de patas em vista dorsal; 13. par de patas do macho: a. vista dorsal, b. vista dorsal e superior com detalhe da eleva- ção da coxa, c. vista ventral; 14. flagelo do par de patas; 15. par de patas mostrando o flagelo; 16. par de patas com papilas e espinhos; 17. 22 maxila: a-e. segmentos da maxila; 18. detalhes das zonas apicais dos segmentos d e e da maxila; 19. detalhe da borda inferior do segmento c da maxila.

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Levantamento preliminar dos Pleuronectiformes do extremo sul do Brasil ao Rio de La Plata (Actinopterygii: Teleostei) *

Thales de Lema** Marcos Fábio T. de Oliveira *** Carlos Alberto S. de Lucena ****

RESUMO

Levantamento preliminar dos Pleuronectiformes ocorrentes na região marinha e continental desde o Estado de Santa Catarina, Brasil, ao Río de La Plata, Argentina. São listadas quatro famí- lias, 14 gêneros, 48 espécies e duas subespécies. Dezessete espécies são novos registros para a área, ampliando a distribuição geográfica das mesmas. Citharichtys stampflii (STEINDACHNER, 1894) é citada pela primeira vez para o Brasile Atlântico ocidental. Syr2phurus meridionalis LEMA & OLIVEIRA, 1977 é registrada para Santa Catarina. A fauna das costas uruguaio-argentinas foi le- vantada com base na bibliografia. O trabalho mostrou duas ictiofaunas, uma tropical que atinge o norte Rio Grande do Sul e outra fria que atinge o sul de Santa Catarina, havendo, portanto, uma área comum entre esses dois Estados brasileiros.

ABSTRACT

A preliminary survey of the Pleuronectiformes fishes that occur since Santa Catarina State, southern Brazil, as far as Rio de La Plata. Were founded four families, 14 genera, 48 species, and two subspecies. Crtharichthys stampflii (STEINDACHNER, 1894) is a new record to the brazilian fauna, and to western Atlantic. Syrzphurus meridionalis LEMA & OLIVEIRA, 1977 is registered to Santa Catarina. Seventeen species are new records for the study area. Some species registered on the bibliography were not collect, or due their rarity or because they occur in off shore. The fauna of this marine region is constituted by two faunistics components: one tropical, and another platine, both influenced by Brazil and Malvinas currents, respectivelly. All the specimens examined are from the continental shelf of southern Brazil. The status of several species is doubtful, and it seems reasonable to conclude that the number of species of flatfishes and tonguefishes which remains unknown, and the present knowledge of the ichthyofauna of South western Atlantic ocean is frag- mentary too. The argentine and uruguayan faunas are compiled by bibliography.

INTRODUÇÃO

O presente trabalho é um levantamento preliminar da fauna de lingua- dos (Pleuronectiformes) do extremo sul do Brasil e águas adjacentes, desde o norte do Estado de Santa Catarina no Brasil, até o paralelo 38º S, que atinge, aproximadamente, a cidade de Mar del Plata na Argentina.

Acerto para publicação em 9/VII/ 1979. Contribuição FZB 145

Pesquisador do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotänica do Rio Grande do Sul, Caixa Postal 1188, 90000 Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil. Bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, Brasília D.F. (CNPq. Proc. 1111.6090/76).

Professor da Fundação Universidade de Rio Grande, Rua Barão de Cotegipe. 363. 96200, Rio Grande, RS

Pesquisador do Museu de Ciências da Ponufícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Caixa Postal, 1429, 90000 Por- to Alegre, RS.

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26 LEMA, T. de et alii

A técnica de coleta mais empregada foi a pesca artesanal por ser de baixo custo e que oferece mais facilidade; algum material foi capturado por meio de caça submarina em locais de costa rochosa no litoral de Santa Catarina. Tam- bém foram examinadas muitas descargas de navios pesqueiros no porto da cida- de de Rio Grande, ao sul da costa do Rio Grande do Sul.

O material examinado foi depositado nas seguintes coleções: Museu de Ciências da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (MCP) em Porto Alegre e que financiou grande parte das despesas; Museu de Ciências Na- turais da Fundação Zoobotänica do Rio Grande do Sul (MCN) em Porto Ale- gre; Departamento de Zoologia do Instituto de Biociências da Universidade Fe- deral do Rio Grande do Sul (DZURS) em Porto Alegre; Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (MNR]J) no Rio de Janeiro; Museu Ocea- nográfico da Fundação Universidade de Rio Grande (MORG) em Rio Grande.

Algumas localidades são indicadas pelas siglas: AR, Argentina; BR, Bra- sil; RLP, Río de La Plata: RS, Rio Grande do Sul; SC, Santa Catarina; UR, Uru- guai.

Foram anotados também, os registros da bibliografia a fim de que a lista ficasse mais completa. As espécies ocorrentes nas costas do Uruguai e Argentina foram examinadas através da bibliografia, objetivando conhecer os limites ex- tremos de distribuição sul dos Pleuronectiformes do Rio Grande do Sul, bem como verificar a fauna da área natural em estudo.

Não foi possível solucionar os muitos problemas encontrados quanto ao status de muitas espécies e subespécies envolvidas, porque o material examina- do foi insuficiente em número para avaliação da variação.

LISTA DAS ESPÉCIES E SUBESPÉCIES

Ordem PLEURONECTITTFORM/ES Subordem PLEURONECTOIDEI Família BOTHIDAE Subfamília PARALICHTHINAE I. Citharichtys BLEEKER Citharichtys BLEEKER, 1862c:427. Espécie-tipo: Citharichthys cayen-

nensis BLEEKER, 1862.

1. Citharichthys arenaceus EVERMANN & MARSH

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Levantamento preliminar dos Pleuronectiformes... 27

Citharichthys arenaceus EVERMANN & MARSH, 1902:326, fig. 106. Localidade-tipo: Puerto Rico.

Material examinado: SC - Porto Belo: Porto Belo (DZURS 0144; MCP 7998, 7999, 8004, 8006), Perequ& (MCP 3894, 3895, 8186, 8188).

2. Citharichthys cornutus (GÜNTHER)

Rhomboidichthys cornutus GÜNTHER, 1880a:7, est. 2, fig. B. Localidade-tipo: costa do Brasil.

Citharichthys cornutus BENVEGNU, 1973:499 (Torres, RS a Mal- donado, UR).

Material examinado: não coletado.

3. Citharichthys dinoceros GOODE & BEAN

Citharıchthys dinoceros GOODE & BEAN, 1886:157. Localidade- tipo: ““Guadaloupe”’ (deve ser Guadalupe, pequena ilha nas Antilhas). BENVEGNU, 1973:499 (Torres a Chuí, RS).

Material examinado: não coletado.

4. Citharichthys spilopterus GÜNTHER

Citharichthys spilopterus GÜNTHER, 1862:421. Localidade-tipo: não indicada (descrição feita com base em espécimens de New Orleans, San Domin- go, Jamaica, Bahia). RIBEIRO, 1959:5- (Rio de Janeiro e RS, BR).

Material Examinado:

SC - Porto Belo: Porto Belo (MCP 5649, 5650, 7200, 7309, 7324, 7393, 7648, 7649, 7650, 7651, 7652), Perequê (MCP 3893, 8189); Florianópolis (MCP 1919, 1920, 1921, 1922, 6575, 6576, 6577); Garopaba (MCP 3522).

RS - Torres (MCP 0496, 3004, 5589, 5590, 5591, 5592, 5593,5594, 5595, 5597, 9598; MNR]J 1604a, 1604b); Tramandaí (MCP 1363, 2308).

5. Citharichthys stampflii (STEIND ACHNER)

Hemirhombus stampflii STEINDACHNER, 1894:52, est. 3, fig. 3. Localidade-tipo: Angola, costa da Africa.

Material examinado: SC - Porto Belo: Porto Belo (MCP 7995), Perequê (MCP 2248, 2253, 2254, 7995, 8176).

IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (56):25:52, 30 mar. 1980.

28 LEMA, T. de et alii

Observação. Trata-se de uma espécie anfiatlântica, como ocorre com ou- tras espécies desse gênero e com Syacium micrurum RANZANI, 1840 (NIEL-

SEN, 1961).

6. Citharichthys sp.

Material examinado:

SC - Porto Belo: Porto Belo (MCP 3434).

Observações. O presente espécimen destoa das espécies conhecidas princi- palmente por apresentar o perfil dorsal e o ventral suavemente inclinados, além de possuir mandíbula prognata, conjunto esse que lhe aspecto acuminado à cabeça. Além disso, o olho é pequeno, cabendo 5,2 vezes na cabeça; a margem posterior da mandíbula atinge o meio da órbita; o maxilar cabe 2,6 vezes na ca- beça; a cabeça cabe 3,4 vezes no comprimento ''standard"”: a altura do corpo cabe 2,3 vezes no comprimento “'standard'”; ausência de acúleos rostrais; crista ocular estreita, elevada e acuminada em aresta mediana; dentição unisseriada em cima e em baixo e isodôntica; escamas zenitais ctenóides e nadirais ciclóides; 12 rastros branquiais no ramo inferior do primeiro arco; linha lateral com 48 es- camas entremeadas de numerosas escamas suplementares e sem arco anterior; escamas transversais em 14 filas superiores e 18 inferiores; aletas D 79, A 61, P zenital 9/nadiral 8, C 18, Pel zenital 5/nadiral 6; coloração pardo escura olivá- cea com algumas manchas irregulares pouco distintas devido, em parte, ao des- coramento; aletas ímpares claras com pontilhado preto falhado.

Aproxima-se de C. gilberti JORDAN & EVERMANN, 1889, mas esta apresenta 40 a 43 escamas na linha lateral e o maxilar é maior. Aproxima-se de C. stampflii, porém esta possue 14 a 17 rastros branquiais, contorno cefálico mais inclinado, maxilar cabendo 2 1/3 a 2 3/5 na cabeça. Aproxima-se, tam- bém, de C. spilobterus, que a mais comum na área analisada, entretanto esta possue o maxilar estendido até a margem posterior da órbita. DAWSON (1969) descreveu C. abbotti que se afasta de nosso espécimen por possuir espaço interorbital mais largo e achatado, corpo mais alto e perfil cefálico mais curvo; além disso esta possue maior número de escamas transversais (17 + 23), 13 a 16 rastros branquiais e a dorsal inicia sobre a narina.

Deixamos de nomear o presente espécimen como nova espécie porque as espécies do gênero Citharichthys são de difícil caracterização. Será necessário maior número de exemplares para apresentação da nova espécie.

Il. Etropus JORDAN & GILBERT

Etropus JORDAN & GILBERT, 1882:364. Espécie-tipo: Etropus cros- sotus JORDAN & GILBERT, 1882.

IHERINGIA. Sér. Zool.. Porto Alegre (56):25:52, 30 mar. 1980.

Levantamento preliminar dos Pleuronectiformes... 29 aaa ren di dente desaguar end O ol DE

7. Efropus crossotus JORDAN & GILBERT

Etropus crossotus JORDAN & GILBERT, 1882:364. Localidade-tipo: Mazatlán, México.

Material examinado:

SC - Porto Belo: Porto Belo (DZURS 0143).

8. Etropus intermedius NORMAN

Etropus intermedius NORMAN, 1933:203. Localidade-tipo: Vitória e Rio de Janeiro, BR.

Material examinado:

SC - Porto Belo: Porto Belo (MCP 3433, 3471, 4630, 4631, 4632, 5662, 7202, 7310, 7311, 7312, 7313, 7325, 7326, 7362, 7363, 7885), Perequê (MCP 7504, 8182); Ilha de SC: Ponta das Ca- nas (MCP 4972, 7700), Florianópolis (MCP 1185, 1186, 1908, 1909, 1910, 1911, 1912); Garopaba (M(GP3513 552003521):

9. Etrobus longimanus NORMAN

Etropus longimanus NORMAN, 1933:202. Localidade-tipo: Cabo Frio, Rio de Janeiro, BR. CARVALHO et alii, 1968:11 (costas do BR e AR); BENVEGNU, 1973:499 (Torres, RS a Maldonado. UR); CANELLA, 1977:25 (RS: Tramandaí). ROUX, 1973:169 (SE do UR).

Citharichthys microstomus LAHILLE, 1939:188 (New Jersey a New York; Montevideo, desembocadura do RLP). B (AR) E. [tropus] longimanus RINGUELET & ARAMBURU, 1960:89

Material examinado: RS - Tramandaí: Imbé (MCN 2659). UR - Punta Brava (MCP 8030, 8031 - NOc. Saldanha da Gama). HI. Mono/ene GOODE Monolene GOODE, +881:339. Espécie-tipo: Mono/ene sessilicauda GOODE, 1881. 10. Monolene antıllarum NORMAN Monolene antıllarum NORMAN, 1933:204. Localidade-tipo: Tortu-

gas e Barbados (Antilhas). BENVEGNU, 1973:499 (Torres, RS a Maldona- do, UR).

IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (56):25:52, 30 mar. 1980.

30 LEMA, T. de et alií

Monolene megalebis MENEZES, 1971:60 (RS).

Material examinado: não coletado.

IV. Paralichthys GIRARD

Paralichthys GIRARD, 1858:146. Espécie-tipo: Pleuronectes maculosus GIRARD, 1858 (= P.maculatus).

11. Paralichthys bicyclophorus RIBEIRO

Paralichthys bicyclophorus RIBEIRO, 1915:14, fig. Localidade-tipo: Vitöria, Espirito Santo, BR (exemplares adquiridos no mercado püblico do Rio de Janeiro, BR). McDONAGH, 1934:56 (Mar del Plata, AR); NOR- MAN, 1934:78 (Rio de Janeiro); LAHILLE, 1939:190, est. 5 (Mar del Plata, AR). ROUX, 1973:166 (Zimbros, SC; 32° S 51º W no RS).

P. [aralichthys] bicyclophorus RINGUELET & ARAMBURU, 1960:90 (AR).

Material examinado:

SC - Porto Belo: Porto Belo (MCP 7314); Florianöpolis (MCP 0990); Garopaba (MCP 1474, 3514,75515,.35.18,75519):

RS - (MCP 2199): Torres (MCP 7230 - NOc. Saldanha da Gama); Albardão ao Chuí (MCP 6677); Rio Grande: Cassino (MCP 7616).

12. Paralichthys brasiliensis (RANZANI)

Hıppoglossus brashensis RANZANI, 1840:10, est. 3. Localidade- tipo: Itacuruçá, Rio de Janeiro, BR.

Paralichthys brasiliensis JORDAN & GOSS, 1889:246 (Rio de Ja- neiro, BR a Maldonado, UR); BERG, 1895a:77 (UR: Montevideo; AR: Ba- hia Blanca, Mar del Plata); IHERING, 1897b:45, 52 (costa atlântica da América tropical; foz do rio Camaquã, RS; foz do RLP, UR e AR); RIBEI- RO, 1915:13 (Bahia, BR a Mar del Plata, AR) (partim); THOMPSON, 1916:404, 411 (Montevideo, UR); DEVINCENZI, 1924-26:278 (UR); GLIESCH, 1925:42, 67 (Torres, RS); McDONAGH, 1934:53 (AR); NORMAN, 1934:77-8 (sul do BR); DEVINCENZI & LEGRAND, 1926-40:est. 44 (UR); CHIESA, 1945:94, fig. (AR: 35° a 45º S); RIBEI- RO, 1961:7 (BR: São Paulo, Paraná, RS); BARCELLOS, 1962a:10 (RS); BARCELLOS, 1962b:12 (RS); LEMA, 1963:35 (Rio Grande, RS a Cabo Po- lonio, UR); CARVALHO et alii, 1968:5, fig. 3 (Bahia, BR a Patagonia,

IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (56):25:52, 30 mar. 1980.

Levantamento prelirhinar dos Pleuronectiformes... 31

AR); MENEZES, 1971:59 (RS); BENVEGNÜ, 1973:449 (Torres, RS a Maldonado, UR). ROUX, 1973:166 (Zimbros, SC).

Pseudorhombus vorax IHERING, 1897a:30 (RS).

Paralichthys patagonicus EVERMANN & KENDALL, 1906:107 (mercado püblico de Buenos Aires, AR).

P. [aralichthys] brasiliensis RINGUELET & ARAMBURU, 1960:90 (BR, AR).

Material examinado:

Rio Grande, RS a Cabo Polonio, UR (MCN 0526).

Nomes vulgares: aramaçá (BR); catraio (RS); ““lenguado grande’’ roda- balho, rodovalho (RS); ‘‘'rodaballo’’ (AR).

13. Paralichthys isosceles JORDAN

Paralichthys isosceles JORDAN, 1891:330. Localidade-tipo: Bahia, BR; BENVEGNU, 1973:499 (Torres, RS a Maldonado, UR).

P. [aralichthys] isosceles RINGUELET & ARAMBURU, 1960:90 (AR).

Paralichthys triocellatus MENEZES, 1971:60 (RS).

Material Examinado:

SC - Ilha de São Francisco do Sul: Praia de Ubatuba (MCN 1366).

14. Paralichthys oblongus (MITCHILL)

Pleuronectes oblongus MITCHILL, 1815:391. Localidade-tipo: New York, Estados Unidos da América.

Material examinado:

RS - Torres: Praia da Cal (MCP 5596, 7135, 7136).

15. Paralichthys orbignyanus (V ALENCIENNES)

Platessa orbignyana VALENCIENNES, 1842:137. Localidade-tipo: América meridional.

Pesudorhombus dentatus PERUGIA, 1891:629. Localidade-tipo: Montevideo, UR.

Paralichthys brasiliensis RIBEIRO, 1915:13 (Bahia, BR a Mar del Plata, AR) (partim).

IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (56):25:52, 30 mar. 1980.

32 LEMA, T. de et alii

Paralichthys orbignyana NORMAN, 1934:26, 71 (costas do BR, UR e AR; BR: Rio de Janeiro, RS); McDONAGH, 1936:423 (Mar Chiquita, Prov. de Buenos Aires, AR); BUEN, 1950:95 (RLP, UR); BARCELLOS; 1962a:12 (RS); CARVALHO et alii, 1968:5 (costa do BR: Rio de Janeiro, São Paulo (Santos), RS; UR e AR): SILVA, 1975;84 (RS: Tramandaí).

Paralichthys orbignyanus LAHILLE, 1939:189, est. 4, fig. 1 (AR); CHIESA, 1945:95, fig. (mercado püblico de Buenos Aires, AR).

P. [aralichthys] orbignyana RINGUELET & ARAMBURU, 1960:90 (UR, AR).

Material examinado:

SC - Ilha de SC: Ponta das Canas (MCP 4934); Garopaba (MCP 1487).

RS - (MCP 2186); Torres (MCP 0556, 2127, 2128, 2129); Tramandaí (MCP 2309, 2946, 3393, 4857, 4858, 4859); Mostardas: Lagoa do Peixe (MCP 4440, 4441); Rio Grande (MCP 5506).

16. Paralichthys patagonıcus JORDAN & GOSS

Paralichthys patagonicus JORDAN & GOSS, 1889:248. Localidade- tipo: costa leste da Patagonia, AR; BERG, 1895a:77 (Montevideo, UR); DEVINCENZI, 1924-26b:278 (UR); NORMAN, 1937:133 (BR meridional, UR); LAHILLE, 1939:190 (Mar del Plata, AR); CHIESA, 1945:96 (Mer- cado de Concentración, Mar del Plata, AR); BARCELLOS, 1962b:12 (RS): BENVEGNU, 1973:499 (Torres, RS a Maldonado, UR). R

P. [aralichthys] patagonicus -RINGUELET & ARAMBURU, 1960:90 (AR).

Material examinado: näo coletado.

17. Paralichthys simulans LAHILLE

Paralichthys simulans LAHILLE, 1939:191, est. 6-7. Localidade-tipo: Mar del Plata, AR.

—P. faralichthys] simulans RINGUELET & ARAMBURU, 1960:90 (AR).

Material examinado: não coletado.

Nome vulgar: “'lenguado manchado’’ (AR).

18. Paralichthys triocellatus RIBEIRO

Paratichthys triocellatus RIBEIRO, 1904:192. Localidade-tipo: Ilha Rasa, Rio de Janeiro, BR; RIBEIRO, 1959:10 (Rio de Janeiro, RS); RI- BEIRO, 1961:7 (Rio de Janeiro, RS); BENVEGNU, 1973:499 (Torres, RS a Maldonado, UR).

IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (56):25:52, 30 mar. 1980.

Levantamento preliminar dos Pleuronectiformes... 33

Paralichthys sp. MENEZES, 1971:59 (RS, identificado por BEN- VEGNU, 1973).

Material examinado: Rio Grande, RS a Cabo Polonio, UR (MCN 1782). V. Syacium RANZANI Syacium RANZANI, 1840:18. Espécie-tipo: Syacium micrurum RAN- ZANI, 1840. “19. Syacium micrurum RANZANI Syacium micrurum RANZANI, 1840:18, est. 5. Localidade-tipo: América; NIELSEN, 1961:107 (da Mauritânia à Angola, na costa da Africa,

e da Florida à SC nas Américas).

Material examinado:

SC - Porto Belo: Porto Belo (DZURS 0142).

20. Syacıum papillosum (LINNAEUS) Pleuronectes papillosus LINNAEUS, 1758:271. Localidade-tipo: América. o Syacium papillosum BENVEGNU, 1973:499 (Torres a Chuí, RS). ROUX, 1973:168 (Zimbros, SC).

Material examinado: SC - Porto Belo: Porto Belo (MCP 5013); Ilha de SC: Ponta das Canas (MCP 4907, 4913, 4986), Florianópolis (MCP 1588).

Nome vulgar: linguado-de-areia.

VI. Verecundum JORDAN Verecundum JORDAN, 1891:330. Espécie-tipo: Verecundum rasile JORDAN, 1891.

21. Verecundum rasile JORDAN

IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (56):25:52, 30 mar. 1980.

34 LEMA, T. de et alii

Verecundum rasile JORDAN, 1891:330. Localidade-tipo: Bahia, BR; BUEN, 1950:96 (RLP, UR); BARCELLOS, 1962b:12 (RS); MENEZES, 1971:60 (RS); BENVEGNU, 1973:499 (Torres, RS a Maldonado, UR). ROUX, 1973:167 (frente ao RLP e a Mar del Plata na AR).

Hıppoglossina notata BERG, 1895a:75. Localidade-tipo: Rio de La Plata; BERG, 1897:275 (RLP); IHERING, 1897b:52 (RLP).

Xystreurys notatus RIBEIRO, 1915:11 (BR, UR, AR).

Xystreurys rasle NORMAN, 1934:121, fig. 77 (costas do BR, UR, AR); NORMAN, 1937:135 (UR); BARCELLOS, 1962a:10 (RS); LE- MA, 1963:36 (Rio Grande, RS a Cabo Polonio, UR); CARVALHO et alii,

1968:7, fig. 6 (Bahia, BR à AR). XÄystreurys rasilis LAHILLE, 1939:184, fig. 2, est. 2-3 (costas do

BR, UR, AR). Xystreuris rasle CHIESA, 1945:98, 2 fig. (AR: 35º a 44º S; mar de

Quequén, Buenos Aires, AR). V. [erecundum] rasile RINGUELET & ARAMBURU, 1960:91 (AR).

Material examinado: näo coletado.

Nomes vulgares: linguado-macho (RS), linguado-garoupa (BR); “len- guado marcado;’ ‘‘lenguado bicarmado’’ (AR).

Subfamília BOTHINAE

VII. Bothus RAFINESQUE

Bothus RAFINESQUE, 1810:23: Espécie-tipo: Bothus rumulo RAFI- NESQUE, 1810.

22. Bothus lunatus (LINNAEUS)

Pleuronectes lunatus LINNAEUS, 1758:169. Localidade-tipo: Améri- ca setentrional.

Material examinado: RS - Rio Grande: Saco da Mangueira (MORG, 2 espécimens).

23. Bothus ocellatus (AGASSIZ)

IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (56):25:52, 30 mar. 1980.

Levantamento preliminar dos Pleuronectiformes... 35 DEMAIS MAE Ste

Rhombus ocellatus AGASSIZ, 1829-31:85, est. 46. Localidade-tipo: Brasil.

Platophrys guttatus LAHILLE, 1939:189. Localidade-tipo: Mar Chi- quita, Provincia de Buenos Aires, AR.

Bothus ocellatus FOWLER, 1941:145 (BR).

B. [othus] ocellatus RINGUELET & ARAMBURU, 1960:89 (AR).

Material examinado: näo coletado.

Observação: BENVEGNÜ (1973:499) indicou uma espécie, que apare- ceu nas prospecções do NOc. Wladimir Besnard, desde Torres ao Chuí, RS, apenas como Bozhus sp.

Família PLEURONECTIDAE

Subfamília ONCOPTERINAE

VII. Orcopterus STEINDACHNER

Oncopterus STEINDACHNER, 1875:363. Espécie-tipo: Oncopterus darwinu STEINDACHNER, 1875.

24. Oncopterus darwinii STEIND ACHNER

Oncopterus darwin STEINDACHNER, 1875:363, est. I, fig.2-3. Localidade-tipo: Bahía de San Mathias, Patagonia, AR. JORDAN & GOSS, 1889:281 (RS, BR e San Mathias, AR); PERUGIA, 1891:629 (RLP, Montevi- deo, UR); BERG, 18952:78 (Montevideo, UR e costa patagônica, Bahía Blanca, Mar del Plata, AR); RIBEIRO, 1915:16 (Bahía de San Mathias, AR; RS); NORMAN, 1934:414-5 (sudeste da costa da América do Sul: do RS à Bahía de San Mathias, AR); BENVEGNÚ, 1973:499 (Torres, RS a Maldona- do, UR). ROUX, 1973:172 (SE do UR).

Oncopterus darwini IHERING, 1897b:52 (RLP); LAHILLE, 1939:183, est. I (costas do sul do BR, UR e AR); BUEN, 1950:95 (UR); RIBEIRO, 1959:11 (RS); RIBEIRO, 1961:8 (RS); LEMA, 1963:36-7 (Rio ‚Grande, RS a Cabo Polonio, UR); CARVALHO est alii, 1968:15-6, fig. (RS, BR a San Mathias, AR); MENEZES, 1971:60 (RS); SILVA, 1975:84 (RS: Tramandaí).

O. [ncopterus] darwinii RINGUELET & ARÂMBURU, 1960:91 (UR, AR).

IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (56):25:52, 30 mar. 1980.

36 LEMA, T. de et alii

Material examinado:

SC - Garopaba (MCP 3517).

RS - (MCN 0527, 0529: MCP 2200); Osório: Capão da Canoa (MCP 4590, 4591, 4592, 4593, 4594, 4595, 4596, 5896, 5897, 5898, 5899, 5900, 5901, 5902, 5903, 5904, 5905, 5906, 5907, 5908, 5909); Tramandaí: praia de Tramandaí (DZURS 0024, 0034, 0035, 0037, 0038, 0039); praia de Cidreira (MCN 1699), praia de Pinhal (MCP 2203, 2204, 2205, 2206, 2207, 2347, 4874, 6070, 6071), praia de Quintão (MCP 0202, 0203, 0204, 0205, 0206, 0207, 0208, 0209, 0210, 0211, 0212, 0213, 0214, 0215, 0216, 0217, 0218, 0219, 0220, 0221, 0222, 0223, 0224, 0225, 0226, 0227, 0228, 0229, 0230, 0231, 1407, 4245, 4246, 4247, 4248, 4249, 4250, 4251, 4252, 6084, 6105, 6106, 6107, 6108, 6109, 6110, 6111, 6521, 6542, 6547); Rio Grande (MCN 0396, 0415; MCP 2202), praia do Cassino (MCP 7617, 7618), costa de Cassino ao Chuí (MCP 7503).

Nomes vulgares: “remo” (UR, AR), “lenguado ganchoso’’ (AR).

- Observação: o espécimen MCP 2347 é albino; a coloração é branca em ambos os lados do corpo mas a coloração do olho está indistinta.

SubordemSOLEOIDEI Família SOLEIDAE

Subfamília ACHIRINAE

IX. Achirus LACEPEDE

Achirus LACEPEDE, 1803:658. Espécie-tipo: P/euronectes achirus LINNAEUS, 1758.

25. Achirus achirus achirus (LINNAEUS)

Pleuronectes achirus LINNAEUS, 1758:268. Localidade-tipo: Surina- me.

Achirus connifer JORDAN & GOSS, 1889:311 (BR: Pará, Pernam- buco, Bahia, São Paulo, Porto Alegre no RS).

Achirus lineatus RIBEIRO, 1915:24 (oceano Atlântico: de Key West à foz do RLP) (partim).

Achirus achirus CERVIGÖN, 1966:811-2, fig. 346 (desde o nor- deste e leste do Golfo do México até o RS, BR).

Achirus achirus achirus CARVALHO, et alii, 1968:17, fig. (do Amazonas ao RS, BR).

Material examinado:

SC - Porto Belo: Porto Belo (MCP 5551).

IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (56):25:52, 30 mar.. 1980.

Levantamento preliminar dos Pleuronectiformes... 37

26. Achirus declivis CHABANAUD

Achirus achirus declivis CHABANAUD, 1940:89 (Trinidad: Golfo de Pavia; Santos em São Paulo, BR).

Material examinado: SC - Porto Belo: Porto Belo (MCP 5659, 5660, 5661).

27. Achirus guntheri CHABANAUD

Achirus maculipinnis guntheri CHABANAUD, 1940:90. Localidade- tipo: ilha de Matagorda, costa do Texas, Estados Unidos da América.

Material examinado:

SC - Florianópolis-(MCP 3135, 3137).

28. Achirus lineatus (LINNAEUS)

Pleuronectes lineatus LINNAEUS, 1758:268. Localidade-tipo: Jamai- gt.

Achirus lineatus lineatus JORDAN & GOSS, 1889:312 (BR: Coajar e Manacapuru no Amazonas, Rio de Janeiro, RS).

Achirus lineatus IHERING, 1897b:45 (América do Norte ao RS); RIBEIRO, 1915:24 (Atlântico: de Key West à foz do RLP) (partim); MEEK & HILDEBRAND, 1923-28:998 (baías da Florida; Índias Ocidentais; Panamá; UR); BEEBE & TEE-VAN, 1928:76 (baías da Florida; baía de Port- au-Prince; Índias Ocidentais ao UR); CARVALHO, 1941:46 ( das Índias Ocidentais ao UR); FOWLER, 1943:325 (rio Uruguai e Paisandu, UR); BUEN, 1950:96 (UR); CERVIGÖN, 1966:809-10 (desde Florida ao UR e to- do o Golfo do México).

Achirus achirus achirus CARVALHO et alii, 1968:17, fig. (do Amazonas ao RS, BR) (partim).

Material examinado: não coletado.

29. Achirus maculipinnis (AGASSIZ)

Monochir maculipinnis AGASSIZ, 1831a:88; 1831b:est.49: Localidade-tipo: Brasil.

Achirus lineatus maculipinnis JORDAN & GOSS, 1889:312 (BR: Coajar e Manacapuru no Amazonas, Rio de Janeiro, RS).

Achirus maculipinnis LAHILLE, 1939:197 (Punta del Indio no RLP, Buenos Aires e Canal de San Fernando, AR)

IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (56):25:52, 30 mar. 1980.

38 LEMA, T. de et alii

Material examinado: SC - Ilha de SC: Ponta das Canas (MCP 7698); Garopaba (MCP 3516); Imbituba (MCP 4872, 4873).

30. Achirus punctifer (CASTELNAU)

Monochir punctifer CASTELNAU, 1855:80, est.41, fig.3. Localidade- tipo: Angra dos Reis e Sepetiba, Rio de Janeiro, BR (citado também espécimen de Alagoas, BR).

Material examinado: SC - Porto Belo: Perequê (MCP 2261); Florianópolis (MCP 1125, 1811, 3136).

31. Achırus trichospilus BERG

Achirus trichospilus BERG, 1895b:130, est. 3. Localidade-tipo: Rio Negro, UR; DEVINCENZI, 1924-26b:279 (Rio Negro, UR); DEVIN- CENZI & LEGRAND, 1926-40: est.44 (UR); DEVINCENZI & TEAGUE, 1942:93, fig. (rio Uruguai médio); CHIESA, 1945:99, fig. (Mercedes, AR; Rio Negro, UR); BUEN, 1950:96 (RLP, UR); YANIZ, 1974:176, fig. (AR). Achirus jenynsi LAHILLE, 1939:56, fig. 8 (UR, AR) (partim).

Material examinado: não coletado. Nomes vulgares: “lenguado de agua dulce”, “pira kigua’’ (AR).

X. Catathyridium CHABANAUD

Catathyridium CHABANAUD, 1928:30. Espécie-tipo: Achirus gar- mani JORDAN & GOSS, 1889.

32. Catathyridium garmani (JORDAN & GOSS)

Achirus garmanı JORDAN & GOSS, 1889:314. Localidade-tipo: Rio Grande do Sul, BR; IHERING, 1897b:29, 46, 50 (RS, BR).

Achirus vagans CHIESA, 1945:99, fig. (AR).

Catathyridium garmani CARVALHO et alii, 1968:20 (RS, BR; Mar Pequefia, AR).

Material examinado: \

SC - Tubaräo: Lagoa do Mirim (MCP 5754); Araranguä: barra do rio Araranguä (MCN 0242).

RS - Torres (MCP 2131, 2187, 2188. 2189, 2201, 5599); Tramandaí: praia de Cidreira (MCN 2015), praia de Quintäo (MCP 6543); Rio Grande (MCN 3012, 3013, 3014; MCP 7552, 7553), praia do Cassino (MCP 7470; MCN 2460, 2461).

IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (56):25:52, 30 mar. 1980.

Levantamento preliminar dos Pleuronectiformes... 39 Se En Er are apena tdos bro é

Observação. Espécie muito variável na coloração. Notou-se que as faixas verticais pretas variam conforme a idade, sendo muito numerosas e irregulares nos jovens; à medida que crescem, as faixas vão se tornando inteiras e reduzin- do em número. O espécimen de JORDAN & GOSS (1889) deve ser jovem por- que possuí 40 faixas nítidas. O espécimen MCP 5754, filhote, difere do obser- vado em geral porque possui linhas regulares em pequeno número (padrão dos jovens); o MCP 2131, jovem, é o contrário, possuí numerosas linhas irregulares (padrão de filhote). Os espécimens adultos examinados possuem poucas faixas verticais, de 4 a 6, nítidas e inteiras, sendo as demais falhadas, vestigiais ou in- distintas. O espécimen MCP 7470 possuí manchas em forma de pontos por to- do o corpo, diferindo de todos os demais exemplares examinados e registrados

na bibliografia.

33. Catathyrıdium grandirivi (CHABANAUD)

Bacostoma (Catathyridium) grandirivi CHABANAUD, 1928:28 (Rio Grande do Sul, BR; Mar Pequefia, AR).

Material examinado: RS - Tramandaí: Quintão (MCP 0232). Observação. Apesar desta espécie ter sido sinonimizada com C. garmanı, o presente exemplar difere daquela e identifica-se com a descrição de CHABA- NAUD (1928), razão porque é mantido aqui o nome.

34. Catathyridium jenynsi (GÜNTHER)

Solea jenynsi GÜNTHER, 1862:476. Localidade-tipo: Rio de La Plata, AR; PERUGIA, 1891:629 (RLP, Montevideo, UR).

Catathyridium jenynsi IHERING, 1897b:45-6, 52 (da América do Norte ao RS, BR; RS: Rio dos Sinos); CARVALHO et alii, 1968:20 (Rio de

Janeiro, BR; Asunción, rio Paraguay, Paraguai; La Plata, AR). Baeostoma (Catathyridium) fenynsi CHABANAUD, 1928:30 (cos- ta oriental da América; Rio de Janeiro, BR; rio Paraguai, Asunción, Paraguai).

Material examinado: SC - Porto Belo: Zimbros (MCP 8138); Perequê (MCP 2264).

Nome vulgar: Linguado-de-rio.

XI. Gymnachirus KAUP

Gymnachirus KAUP, 1858:101. Especie-upo: Gymnachirus nudus KAUP, 1858.

IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (56):25:52, 30 mar. 1980.

40 LEMA, T. de et alii

35. Gymnachirus nudus zebrinus RIBEIRO

Gymnachirus zebrinus RIBEIRO, 1904:50-2. Localidade-tipo: Ilha Rasa e Ponta de Guaratiba, Rio de Janeiro, BR; BARCELLOS, 1962b:12 (RS).

Gymnachirus nudus CARVALHO et alii, 1968:16, fig. (México: Antilhas; da Guiana Inglesa ao sul do BR) (partim); MENEZES, 1971:60 (RS).

Gymnachirus nudus zebrinus LEMA, 1976:46, fig. 10 (Garopaba, SC; do Rio de Janeiro ao RS, BR).

>. Material examinado: SC - Garopaba (MCN 2266). RS - (MORG, sem nº).

Observação. LEMA (1976) deu a distribuição dessa subespécie como pro- vável até o RS, sem ter visto espécimens deste Estado. Agora é confirmada essa ocorrência pelo exame de um espécimen citado acima, com procedência prová- vel de Rio Grande.

Nomes vulgares: linguado-zebra, zebra.

XII. Trinectes RAFINESQUE Trinectes RAFINESQUE, 1832:20. Espécie-tipo: Trinectes scabra RA- FINESQUE, 1832. | 36. Trinectes paulistanus (RIBEIRO)

Achirus baulistanus RIBEIRO, 1915:25. Localidade-tipo: Santos, São Paulo, BR; BARCELLOS, 1962b:12 (RS).

Material examinado: SC - Porto Belo: Porto Belo (MCP 5652, 5653, 5654, 5655, 5657, 5658); Garopaba (MCP 0388).

Nomes vulgares: linguado-lixa, tapa. Subfamília SOLEIN AE XII. $0/ea RAFINESQUE

IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (56):25:52, 30 mar. 1980.

Levantamento preliminar dos Pleuronectiformes... 41

Solea RAFINESQUE, 1810:52. Espécie-tipo:. So/ea rbomboide RAFI- NESQUE, 1810.

37. Solea brasiliensis CUVIER

Solea brasiliensis CUVIER, 1829:87. Localidade-tipo: Brasil; JOR- DAN & GOSS, 1889:304 (costa do BR). : S. [olea] brasiliensis RINGUELET & ARAMBURU, 1960:91 (AR).

Material examinado: não coletado.

Observação. As citações de ocorrência da bibliografia são vagas, isto é BR e AR, justificando-se sua inclusão nesta lista.

38. Solea kaupi BERG

Solea brasiliensis KAUP, 1858:95 (Montevideo, UR).

Solea kaupi BERG, 1895a:79. Localidade-tipo: Rio de La Plata, Mon- tevideo, UR (espécimen de KAUP, 1858); IHERING, 1897b:53 (RLP); LAHILLE, 1939:201 (UR); BUEN, 1950:201 (UR).

S. [olea] kaupi RINGUELET & ARAMBURU, 1960:91 (AR: spe-

cies inquirenda).

Material examinado: näo coletado.

39. Solea variolosa KNER

Solea variolosa KNER, 1865:289, est. 14, fig. 1. Localidade-tipo: Rio de Janeiro, BR; JORDAN & GOSS, 1889:305 (costa do BR); LAHILLE, 1939:201 (BR; provavelmente AR).

Material examinado: não coletado.

Observações. Achamos digno de nota o fato dessas três espécies de So/ea, conhecidas desde o século passado, não terem sido reencontradas. Os dados das três se superpõem, parecendo serem apenas variações de uma única espécie. As prospecções do NOc. Prof. Wladimir Besnard, do Instituto Oceanográfico de São Paulo, não capturaram nenhum espécimen desse gênero, apesar de terem operado desde Torres, RS a Maldonado, UR, conforme as listas publicadas (ME- NEZES, 1971; BENVEGNÚ, 1973).

Família CYNOGLOSSIDAE

IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (56):25:52, 30 mar. 1980.

42 LEMA, T. de et alii

XIV. $y72phurus RAFINESQUE

Symphurus RAFINESQUE, 1810:52. Especie-tipo: $y72bhurus nigres- cens RAFINESQUE, 1810.

’, ‘cs

Nomes vulgares: línguas, linguas-de-mulata (BR); “'tapaculos””, ‘'tapa- conas’’, “'tapas””, “'soleas”” (UR, AR); tapacüs (RS).

40. Symphurus civitatum GINSBURG

Symphurus civitatum GINSBURG, 1951:198, 1fig. Localidade-tipo: 28º06'30"" N - 89º40' W no delta do Mississipi; LAZZARO, 1977:69 (UR).

Material examinado: não coletado.

41. Symphurus ginsburgi MENEZES & BENVEGNÜ

Symphurus ginsburgi MENEZES & BENVEGNU, 1976:146, fig. 5, gräf. 9-17, tab. I. Localidade-tipo: 31°31’ S - 49°52’ W no RS, BR (próximo a Mostardas) (são descritos outros especimens de Cabo Frio, Rio de Janeiro até Maldonado, UR).

Material examinado: não coletado.

42. Symphurus jenynsi EVERMANN & KENDAIL

Symphurus jenynsi EVERMANN & KENDALL, 1906:108, fig.4. Localidade-tipo não indicada. DEVINCENZI, 1920:135 (UR); DEVIN: CENZI, 1924-26a:136 (RLP); DEVINCENZI, 1924-26b:281 (RLP, UR); LAHILLE, 1939:203, est.10, fig.2 (Mar del Plata?, Bahía Blanca, San Blás, AR); CHIESA, 1945:101, fig. (AR: 35º a 39º S); GINSBURG, 1951:200 (Buenos Aires, AR; Montevideo, Isla de Flores, costa uruguaia, UR); CAR- VALHO et alii, 1968:21-3, fig. (do sul do BR à AR); ROUX, 1973:176 (sul do RS a RIP, na AR); LAZZARO, 1973:247 (AR); BENVEGNU, 1973:499 (Torres, RS a Maldonado, UR); MENEZES & BENVEGNU, 1976:139, fig. 1, gráf.2-4 (norte de SC à AR); LEMA & OLIVEIRA, 1977:6 (SC e RS, BR; norte do UR).

Symphurus bergi THOMPSON, 1916:414, est.2, fig.2. Localidade- tipo: Montevideo, UR; DEVINCENZI, 1920:136 (RLP, UR); DEMIN- CENZI, 1924-26a:136 (RLP); DEVINCENZI, 1924-26b:282 (RLP, UR); LAHILLE, 1939:203, fig.15, est. 11 (Quequén, AR); CHIESA, 1945:102, fig. (AR: 35° a 38° S); BARCELLOS, 1962b:12 (RS).

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Levantamento preliminar dos Pleuronectiformes... 43 SGA iii tia a nO

S. [ymphurus] jenynsi RINGUELET & ARAMBURU, 1960:91 (UR, AR).

Symphurus jenynsii BARCELLOS, 1962a:12 (RS); MENEZES, 1971:61 (SC e RS, BR).

Material examinado:

SC - Florianöpolis (MCP 1201, 2195, 2196, 2197, 2198).

RS - Säo Jose do Norte: Farol da Conceicäo (MCP 6858, 6859, 6860); Rio Grande (MCN 0397; MCP 3836, 6572).

RS-UR: Chuf a Cabo Polonio (MCP 7517).

43. Symphurus kyaropterygium MENEZES & BENVEGNU

Symphurus parvus ROUX, 1973:175 (São Paulo, RS, BR).

Symphurus kyaropterygium MENEZES & BENVEGNÜ, 1976:140, fig.2, gräf.9-17, tab.5. Localidade-tipo: 26º34' S - 48º10' W, em SC, BR (cos- ta norte) (outros exemplares descritos do Rio de Janeiro ao RS).

Material examinado: não coletado.

44. Symphurus meridionalis LEMA & OLIVEIRA

Symphurus meridionalis LEMA & OLIVEIRA, 1977:8, fig.1:3. Localidade-tipo: praia do Cassino, Rio Grande, RS (outros espécimens de Tor- res e São José do Norte, RS).

Material examinado:

SC - Porto Belo: Porto Belo (MCP 8009).

RS - Torres: praia norte (MCN 2400 - parätipo); São José do Norte: Farol da Conceição (MCN 2399 - parätipo); Rio Grande: praia do Cassino (MCN 2401 - holótipo).

45. Symphurus plagiusa (LINNAEUS)

Pleuronectes plagiusa LINNAEUS, 1766:455. Localidade-tipo: Char- leston, Estados Unidos da América (apud GINSBURG, 1951).

Symphurus plagiusa LÄZZARO, 1971:6 (norte da AR); LAZ- ZARO, 1973:246, fig. (Puerto Quequén, Buenos Aires, AR); ROUX, 1973:176 (norte de SC, BR); LEMA & OLIVEIRA, 1977:10 (citação).

Material examinado: não coletado.

Observações. Esta espécie tem sido encontrada no Atlântico norte ociden- tal, principalmente nos Estados Unidos da América. Para o Atlântico sul oci- dental os registros de ROUX (1973) e de LAZZARO (1971, 1973). Em prin-

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44 LEMA, T. de et alii

cípio não duvidamos de sua ocorrência no Atlântico sul, mas causa estranheza o fato do NOc. Prof. Wladimir Besnard não a ter encontrado em suas prospecções ao longo da plataforma continental do sul do Brasil e Uruguar. Segundo ME- NEZES & BENVEGNU (1976), esses dois registros seriam referentes à S. Zrewa- vasae; de fato. os dados merísticos aproximam-nas, mas a coloração diferencia- as. Por outro lado, os peixes do gênero $y72phurus apresentam diferentes prefe- rências batimétricas (TOPP & HOFF Jr., 1972) e $. p/agiusa tem seu nicho eco- lógico na costa do Brasil ocupado por $. p/agusia (MENEZES & BENVEGNU, 1976). Outrossim, LÄZZARO (1973) afirma que é rara na AR. Tais fatos permitem-nos pensar que S. p/agiusa pode ocorrer no Atlântico sul mas, tendo : perdido a competição para $. p/agusia, distribuiu-se ecologicamente fora do al- cance das prospecções citadas.

46. Symphurus plagusia (BLOCH & SCHNEIDER)

Pleuronectes plagusia BLOCH & SCHNEIDER, 1801:162. Localidade-tipo: costa atlântica da América (?).

Aphoristia ornata LACEPEDE, 1847:629. Localidade-tipo: Montevi- deo, Rio de La Plata, UR; PERUGIA, 1891:628 (Montevideo, UR).

Symphurus plagusia BERG, 1895a:79 (Montevideo, UR); IHE- RING, 1897b:53 (RLP); DEVINCENZI, 1920:136 (UR); DEVINCENZI, 1924-26a:135 (RLP); DEVINCENZI, 1924-26b:281, 286 (UR): BEEBE & TEE-VAN, 1928:77 (Indias Ocidentais aa BR; bafa de Port-au-Prince) (partim); DEVINCENZI & LEGRAND, 1926-40: est.44 (UR); LAHILLE, 1939:203 (Antilhas ao Rio de Janeiro e daí a Montevideo, UR; Mar del Plata, AR); CARVALHO, 1941:46-7 (Índias Ocidentais ao UR); CHIESA, 1945:101, fig. (AR:35°-40° S); BUEN, 1950:97 (UR); GINSBURG, 1951:199-200 (América Central; BR: Pernambuco, rio São Francisco, Santos; UR) (partim); RIBEIRO, 1961:7 (RS); BARCELLOS, 1962a:10 (RS); BARCELLOS, 1962b;12 (RS); LEMA, 1963;37 (Rio Grande, RS a Cabo Po- lonio, UR); MENEZES & BENVEGNÜ, 1976:142, fig.3, gráf.9-17, est.2 (BR: 4º-26º S).

Symphurus plagusia tessellata GINSBURG, 1951:201 (Pernambu- co, rio São Francisco, Rio de Janeiro, Santos, BR; UR); CARVALHO, et alii, 1968:21, fig.(Pernambuco, BR ao UR); YANIZ, 1974:242, fig. (AR: 35º - 48º S); LEMA & OLIVEIRA, 1977:7 (SC).

S. [ymphurus] plagusia tessellata RINGUELET & ARAMBURU, ED: D, 72 ER, RE ARO:

Material examinado: SC - Porto Belo: Porto Belo (MCP 7329, 8003, 8007, 8008), Perequê (MCP 8173, 8174, 8175); Florianópolis: Estreito (MCP 1197, 3138); Ilha de SC: Ponta das Canas (MCP 7699).

Observação. Não consideramos a subespécie S. p/agusia tessellata

IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (56):25:52, 30 mar. 1980.

Levantamento preliminar dos Pleuronectiformes... 45

(QUOY & GAIMARD, 1824), caracterizada por GINSBURG (1951), seguindo MENEZES & BENVEGNÜ (1976).

47. Symphurus pterospilotus GINSBURG

Symphurus pterospilotus GINSBURG, 1951:194, est.2, fig.E. Localidade-tipo: Isla de Flores, RLP, UR; CARVALHO et alii. 1968:21-2 (UR: Isla de Flores; provavelmente sul do BR); LEMA & OLIVEIRA, 1977:7 (SC, RS, BR).

Material examinado: SC - Porto Belo: Porto Belo (MCP 7270, 7327, 7345); Florianöpolis (MCP 2193, 2194, 3139, 5663), Estreito (MCP 1198, 1199, 1200, 1202). z

48. Symphurus trewavasae CHABANAUD

Symphurus trewavasae CHABANAUD, 1948:508. Localidade-tipo: Brasil; BENVEGNÚ, 1973:499 (Torres, RS a Maldonado, UR); MENE- ZES & BENVEGNU, 1976;144, fig. 4, gráf.9-17, tab.4 (de Cabo Frio, Rio de Janeiro, BR a AR); LEMA & OLIVEIRA, 1977:10 (citação).

Material examinado:

UR - Punta Brava (MCP 8034 - NOc. Saldanha da Gama).

COMENTÁRIOS E CONCLUSÕES

As espécies encontradas são próprias de duas massas de águas diferentes, a corrente do Brasil e a corrente das Malviras, as quais condicionam duas ictio- faunas diferentes que se mesclam na altura do Rio Grande do Sul. A corrente das Malvinas, de águas frias, que corre de sul para norte, atinge nitidamente até a altura de Tramandaí, no RS; a corrente do Brasil, de águas menos frias, que corre de norte para sul, atinge nitidamente até a altura de Torres, no RS. Nas costas do Estado de Santa Catarina predominam espécies tropicais, principal- mente nas inúmeras baías que existem e no grande número de ilhas continen- tais, em que ocorrem paredöes de rocha quase abrupta cuja profundidade varia de 3a 20 m e nos quais muitas grutas que servem de abrigo aos peixes (LE- MA, 1976). Na costa do Estado do Rio Grande do Sul, que é do tipo aberta, predominam espécies de peixes que também ocorrem nas costas do Uruguai e norte da Argentina.

Algumas espécies registradas por diversos autores para a área de estudo deste trabalho não foram coletadas. Isso talvez se deva ao fato de termos feito coleta na costa e por meio de pesca artesanal. As descargas de navios pesqueiros

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46 “TEM Acidental

examinadas foram poucas e, mesmo assim, geralmente de barcos que operaram ao longo da costa sul do Rio Grande do Sul.

Não coletamos em água doce, nem na Lagoa dos Patos, .cujas águas são mixo-halinas. Acreditamos porém que essa lagoa apresenta diversas espécies de Pleuronectiformes. É sabido que esses peixes costumam entrar em rios (IHE- RING, 1897a,b). espécies que dão preferência à água doce, como Achirus trichospilus e as do gênero Catathyridium.

Achirus trichospilus deve ocorrer no rio Uruguat, no. percurso entre o Bra- silea Argentina, porque nada impede sua distribuição mais ao norte do trecho em que tem sido encontrada. Não foi possível fazer arrasto nesse rio devido à correnteza e à sujeira de restos de matas que descem a corrente, inclusive tron- cos de árvores. Usando-se tarrafas e espinhel, não se conseguiu linguados.

Os Pleuronectiformes vão diminuindo em número de espécies sensivel- mente de norte a sul, ocorrendo o maior número de espécies na Região Antilhas na.

Paralichthys brasiliensis tem sido indicada pela maioria dos autores como a mais frequente no sul do Brasil. No entanto, através da pesca artesanal, mostrou-se rara, sendo mais comum P. orbignyana. É provável que aquela seja própria de alto mar, pois os autores, em geral, trabalharam com material de na- vios pesqueiros. TOPP & HOFF Jr. (1972) citam que os linguados apresentam distribuição batımetrica diferente conforme a espécie e que o mesmo pode ocorrer com outros peixes bentônicos.

Após a publicação dos resultados da coleta de Cynoglossidae (LEMA & OLIVEIRA, 1977), recebemos o trabalho de MENEZES & BENVEGNÜ (1976), pelo qual fica comprovada a validade de $y72phrus trewavasae bem como são descritas duas novas espécies (S. kyaropterygium e S. ginsburgi). Comparamos " os dados dessas três espécies com a que descrevemos (S. gmeridionalis) e consta- tamos que esta última se diferencia fortemente daquelas, principalmente pelo número de raios das aletas, que é muito mais alto nesta, e pela ausência com- pleta de mancha preta caudal, a não ser vestígios da última faixa transversal sob a forma de manchas levemente denegridas.

Em Santa Catarina mostraram-se mais frequentes Trinecies paulistanus e Etropus intermedius, enquanto que no Rio Grande do Sul foram Oncopterus darwinii e Citharichthys spilopterus. Nas descargas de navios pesqueiros predo- minou Paralichthys orbignyana. Os Cynoglossidae foram mais frequentes nas praias abertas dos dois Estados, surgindo mais nas redes de espera do que nas de arrasto.

Foram registradas 48 espécies e duas subespécies pertencentes a 14 gêne- ros, sendo 17 novos registros para a área. Na tabeia a seguir são comparadas as ocorrências conhecidas e as apresentadas neste trabalho, convencionando-se: AA, registros publicados pelos autores e citados na bibliografia, LOL; registros deste trabalho; *, ocorrência sugerida pela bibliografia; X, ocorrência constata- da; —, falta de registro.

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Levantamento preliminar dos Pleuronectiformes... 47

TABELA COMPARATIVA DE OCORRÊNCIAS

Espécies e subespécies

Achirus achirus achirus ...... ANITA ECLINES nen! AVATAR Rn. een: AIChmUS HRERIUSE o oc o copemp vol Achirus maculipinms ........ EANES ULTRA PENS o. (cade 088}: Achnasmchospilus EN Ovi A N. 2. Bobs OEClbALUS o =... ».122.«.: Catathyridium garmanı ...... Catathyridium grandirivi ..... Catathyridium jenynsi ....... Citharichthys arenaceus ...... Citharichthys cornutus ....... Citharichthys dinoceros ...... Catharichthys sbilopterus ..... Citharichthys stampflüu ...... (Ci Piana VSAS Pe o 2.20 a ace Biropasscrossoluse.». areia ne —. Etropus intermedius ......... Etropus longimanus ......... Gymnachirus nuduszebrinus . X Monolene antillarum ........ Opncopkerasdarwinn. ss 20% É

Paralichthys bicyclophorus .... X Paralichthys brasiliensis ...... X Paralichthys isosceles ........ Paralichthys oblongus ....... Paralichthys obignyanus ..... Paralichthys patagonicus ..... Paralichthys simulans ........ Paralichthys triocellatus ...... _— Soleabiassliensis hun DT Sopa EA - - Soler ro va EEE, Syacium micrurum cc X Syacium papıllosum ......... 5, AN SAD, ANE 6

Symphurus civitatum ........ E) ng da grs ine Ve Symphurus ginsburgi ........ RN da X

| | Pepe | Pads

I em | |

| xxx | | x] | Dia is po] | | |

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E Da cer io pa pec] aba | a baba |

= De be: | beba Deo] baba |

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| | | pe pao] Tora bed) RT Gai

Ill Berl

IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (56):25:52, 30 mar. 1980.

48 a LEMA, T. de et alii

gie b bs se RS UR AR

Espécies MPE AA TOT Symphurus jenynsi .......... DE ap Sn Symphurus kyaropterygium . X X —-— - - —- Symphurus meridionalis ..... bio ARE a IRD EE Sr re Symphurus blagiusa ......... Res ND = Symphurus blagusta ........: Xe KK Re Fe De Symphurus bterospilotus ..... De GE Ge RE DES Symphurus trewavasae ....... x Re RER RR Pe Trinectes paulistanus ........ —_— X X oo [en man Verecundum rasile .......... en Rn ER ARES DR

AGRADECIMENTOS

Agradecemos aos dirigentes e técnicos da Associação de Crédito Cooperativo dos Pescadores de Santa Catarina (ACARPESC) pela colaboração prestada na coleta de material, principalmente ao Dr. Nalcyr Salomé Silva, seu Diretor Executivo. À firma Eduardo Ballester, de Rio Grande, por co- locar a nossa disposição as descargas de navios em sua firma e suas instalações frigoríficas para esto- cagem provisória de espécimens. Aos professores Lênio Jones Borsato, Dr. Luiz Carlos C. Faleiro, Ângelo Fortini Maffissoni, Lídio Aníbal L. Nunes, Fernando D'Incao e Carlos R. Poli, que traba- lharam no Laboratório de Ciências do Mar da'Museu de Ciências da PUCRGS, por sua dedicação no trabalho de laboratório e de coleta. Agradecemos de forma especial ao Prof. Dr. Jeter J. Bertoletti, Diretor do MCP, por seu integral apoio.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Parasite Copepods of Southern Brazilian Fishes I. Ergasılus euripedesi n.sp (Copepoda, Cyclopidea) *

Mónica Montu **

SUMMARY

This paper describes a new species of parasitic copedod of the family Ergasilidae found on the larvae of Brevoortia pectinata (JENYNS, 1842), Micropogonias furnieri (DESMAREST, 1823), Lycengraulis grossidens (AGASSIZ, 1829) and Gobiesox sp. Both sexes are described and ilustred.

RESUMO

Descreve-se uma nova espécie de copépode parasito, pertencente à família Ergasilidae encon- trado sobre larvas de Brevoortia plectinata (JENYNS, 1842), Micropogonias furnieri (DESMA- REST, 1823), Lycengraulis grossidens (AGASSIZ, 1829) e Gobiesox sp. Os dois sexos são descritos e ilustrados.

MATERIAL AND METHODS

This paper is based on zooplankton and ichthyoplankton samples collected in the Lagoa dos Patos estuary, Rio Grande do Sul (RS), Brazil) during the course of the “'Projeto Lagoa” in summer (December, January, February), 1977.

Some 250 specimens (200 females, 50 males) of what proves to be a new species of Ergasılus were examined. These included ovigerous and non-ovigerous females and adult males. The ovige- rous females were found attached to the pectoral, dorsal and caudal fins of larvae of Brevoortia pec- tinata (JENYNS, 1842), with 3.8 and 4cm in length, and larvae of Micropogonias furnieri (DES- MAREST, 1823), Lycengraulis grossidens (AGASSIZ, 1829) and Gobiesox sp. with 1.5 to 1.8em length. Some ovigerous females, all the non-ovigerous ones and the males examined came from the lagoon plankton where they were found in the free state.

The females and the males studied are in the collection of the Museu Oceanográfico of the Fundação Universidade do Rio Grande, RS, Brazil (MOFURG) under the following denomination: holotype (female) MOFURG - CP 100; allotype (male) MOFURG - CP 101, one lot of females MO- FURG - CP 100 A and another lot of males, MOFURG - CP 101 B. Two paratypes are in the collec- tion of the Base Oceanográfica Atlântica, RS, (BOA): one female, BOA -CP 100; one male, BOA - CP 101; and two further lots, one of females, BOA - CP 100 A and one of males, BOA - CP 101 B. This new species is dedicated to Prof. Eurípedes Falcão Vieira, ex-General Coordinator of the ““Pro- jeto Atlântico”

DESCRIPTION

Ergasilus euripedesi n.sp. (Figs. 1-20)

“Contribuição nº” 13 - Base Oceanogräfica Atlântica (FURG) - Rio Grande, RS, Brasil. Aceito para publicação em 17/VI1/ 1979 * Base Oceanogräfica Atlântica, Fundação Universidade do Rio Grande, Caixa Postal 474, 96200 Rio Grande, RS, Brasil

IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (56):53:62, 30 mar. 1980.

54 MONTÚ, M.

FEMALE

The measurements correspond to the averages of 100 adult specimens. Total length (from the frontal part to the caudal segment extremity):

785.4 um.

Cephalotorax segment length: 292.4 am, width: 120.4 um.

Second thoracic segment length: 77.4 pm, width: 197.8 um.

Third thoracic segment length: 60.2 um, width: 154.8 um.

Fourth thoracic segment length: 51.6 am, width: 111.8 um.

Fifth thoracic segment length: 94.6 nm, width: 103.2 um.

Genital complex-length: 94.6 pm, width: 103.2 um.

First abdominal segment length: 17.2 um, width: 94.6 um.

Second abdominal segment length: 9 um, width: 94.6 um.

Third abdominal segment length: 17.2 um, width: 94.6 um.

Caudal segment length: 44.2 um, width: 17.2 um.

Ovisac; length: 232.2 um, width: 94.6 pm.

The elongated body is approximately three time as long as wide. The ce- phalothorax is almost triangular. The first thoracic segment is separated from the head. The cephalothoracic anterior extremity protrudes forwards between the first and the second pair of antenae.k The eyes are situated adjacent to the anterior border and are not easily seen. On each side of the head, postero- laterally has a pair of short setae. The thoracıc segments decrease gradually in si- ze towards the posterior extremity (Figs. 5,6). The genital segment is almost as wide as long and appers rounded when seen from above. The abdomen is com- posed of three approximately equal segments and the third apparently shows a longitudinal division which cuts it in two parts. The caudal rami are provided with three setae, the length of the internal or median one being four times that of the last segment. The antennules (Fig. 2), somewhat recurved downwards and forwards, are composed of six segments provided with setae whose total number ranges between 20 and 23. The antennae (Fig. 1) are composed of four segments. The basal segment is short and wide, having a median spine. The se- cond segment is longer and wider and its diameter reduces abruptly near the ar- ticulation with the third segment. This is the longest, a little thinner than the second and recurved. The fourth or distal segment is the shortest and has a pointed extremity provided with a subterminal spine on its inner face wich ma- kes it hook like. The mandibles (Fig. 4) are semicircular with toothed margins. The mandibular palps are shorter and have short setae. The first maxillae are re- duced to two thick spines, the interior being shorter than the exterior. The se- cond maxillae have on their border and anterior extremity strong setae. The la- brum is semicircular and U - shaped, originating near the mandibles.

The first four pairs of legs are biramous, the fifth pair are uniramous and has two long setae. The legs present the following setal and spinal formula (the setae are in Arabic and the spines in Roman numerals):

IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (56):53:62, 30 mar. 1980.

Parasite Copepods of Southern... 35

EXOPODITE ENDOPODITE Leg 1 ORE a DA a = À 17430” ATE Leg 2 O+T.1+0.6+1 1.790972 SPA 3] Leg 3 [a di ER DP | FIAT Leg 4 010.197 1 VP 0024073501

The first pair of legs (Fig. 7) presents a basipodite levelled dorso-ventrally and has a long seta on the inferior exterior border. The exopodite is three- segmented. Its exterior border has a row of short spines. The first segment has a spine with thin teeth on the exterior distal extremity, and a group of thin and long setae on its exterior border. The second segment bears a long plumose se- ta, the third a denticulate spine, a smooth spine and five long plumose setae. The two segmented endopodite has a very short spines on the internal border. The first segment bears a plumose seta and the second (resulting from the fu- sion of the second and the third) two small denticulate spines and five plumose setae.

In the second pair of legs (Fig. 8) there is a row of samall teeth on the in- ternal basal border of the basipodite and a plumose seta on the external border. The exopodite is similar to that of leg. 1. The external borders of the three seg- ments are spiny and the internal border of the first segment is setose. Segment 1 has a spine on the distal extremity, segment 2 a plumose seta on the internal border and segment 3 a spine and six terminal plumose setae. The endopodite is three segmented and has a setose internal edge.

The third pair of legs (Fig. 9) has a row of spinules on the external border of the three segments of the endopodite. The 3-segmented endopodite is simi- lar to that of the second paır.

The fourth pair of legs (Fig. 10) have on the internal inferior edge of the basıpodite a row of spines and near the external border a plumose seta. The exopodite has two segments whose external edge is setose. The endopodite is 3- segmented and the first.segment is setose on the outer edge.

The fifth legs (Fig. 11) are reduced to a very short segment provided with two long terminal setae.

MALE

The measurements corresponde to the averages of 50 adult specimes. To- tal length (from the frontal part to the caudal segmented extremity): 765.4 um. Cephalothorax segment length: 275.2 um, width: 292.4 um.

First thoracic segment length: 129 um, width: 223.6 um. Second thoracic segment length: 77.4 um, width: 189.2 um. Third thoracic segment length: 86 um, width: 146.2 um. Fourth thoracic segment length: 60.2 pm, width: 103.2 um.

IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (56):53:62, 30 mar. 1980.

56 MONTÚ,M.

Fifth thoracic segment: 17.2 pm, width: 68.8 um.

Genital segment, length: 94.6 um, width: 103.2 um.

First abdominal segment length: 34.4 pm, width: 60.2 um. ‚Second abdominal segment length: 25.8 um, width: 51.6 um. Third abdominal segment length: 20.2 um, width: 43 um. Caudal segment length: 25.8 um, width: 17.2 um.

Median setae length: 258 pm.

Body elongate and three time as long as wide. The head is separate from the first thoracic segment and has a sub-square shape, the posterior part being wider than the anterior. On each side postero-laterally a pair of short setae simi- lar those of the female (Fig. 12). The thoracic segments diminish gradually in Size and width towards the posterior part.

The genital segment is ovoid and wider than long.

The abdomen is formed of three short and wide segments. The third has a division in the middle similar that of the female.

The caudal ramı are as long as wide and bear three setae. The internal se- ta is the longest.

The antennules (Fig. 14) are short and six-segmented. They have various sensitive setae their number being higher than in the females: between 22 and 24. The second segment is wider than the others. The antenna (Fig. 15) is four- segmented. The first segment is short and wide, the second is the longest and widest and has a spine in the inner edge. The third segment has two internal spines proximally and another distally. The distal segment takes the form of a tick curved spine.

The buccal parts are similar those of the female, though they are a little smaller and the labrum has a straighter margin (Fig. 13).

Legs 1 to 4 have the following setal and spinal formula (the setae are in Arabic and the spines in Roman numerals):

EXOPODITE ENDOPODITE Leg 1 Be e 1+0.4 + Leg 2 u ca La TOO 140.12. + 044000 Leg 3 OH 15% 025. 80 RA O PAS O 92220 Leg 4 0+1.5+0 0.+.0.2+ 0.3:

All legs are characterized by having the coxa and the basipodite flattened dorso-ventrally. The first pair of legs (Fig. 16) has a seta on the basipodite near the external border. The exopodite has three segments, and the second one with a short row of spinules. the two endopodite segments have a setose inter- nal border.

The second pair of legs (Fig. 17) also has a seta on the sel part of the basipodite and a row of setules on the inner border. On the basis between the

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Parasite Copepods of Southern... 57

exopodite and the endopodite there is a triangular prominence. The exopodite is 3-segmented. The first has the internal border provided with setules. Seg- ment one of the endopodite is setose internally.

The third pair of legs is provided with a seta on the external border of the basipodite (Fig. 18) and has a row of spinules on the internal border. The exo- podite is three segmented. The first has a setose inner margin. Endopodite si- milar to that of leg 2 but distal segment bearing 5 plumose setae and no spine.

The fourth pair of legs (Fig. 19) has a row of little denticles on the exter- nal border of the basipodite. The exopodite is two-segmented. The first has a setose internal border. The endopodite is three-segmented, each segment ha- ving a setose inner border.

The fifth legs (Fig. 20) are reduced to only one segment with a short seta on the external proximal part and two longer setae in the terminal part.

DIAGNOSIS AND DISCUSSION

Ergasılus euripedesi can be diagnosed by the female characteristics, as fol- lows: cephalothorax almost triangular; presence of two fine setae at both sides of the cephalothorax; presence of a subterminal hooklike spine on the fourth antennal segment; endopodite of first pair of legs bi-segmented and ornamen- tation characteristic of the exopodal and endopodal segments of the first four pairs of legs.

The two segmented first endopod characteristic ıs shared with E. versico- Jor (WILSON, 1911), E. megaceros (WILSON, 1916), E. elongatus (WILSON, 1916), E. mugılis (VOGT, 1877), E. tenax (ROBERTS, 1965), E. cerastes (RO- BERTS, 1969) and E. chautauquaensis (FELLOWS, 1887). But Ergasılus eurı- pedesi is more similar to Ergasılus megaceros (WILSON, 1916) in body shape and in the general structure of the first and second pairs of legs, but differs in the ornamentation of the segments and in the shape, proportion, and number of spines of the antennal segments.

Concerning the males, we did not have bibliographic material to esta- blish comparisons because males of the related species are undescribed. Diag- nostic features of the male include: presence of a pair of fine setae at both sides of the head, the form of the mouth parts, leg 1 with bi-segmented endopodite, and the proportions of the caudal setae.

ACKNOWLEDGEMENTS

We want to express our thanks to Dr. Geoffrey Fryer (Freshwater Biological Association Am- bleside, England) for his critical review of the manuscript, suggestions and also the english correc- tion; and to Mrs. Lucia Pacheco Pereira and Paulo Nei M. Guimarães for the collaboration given in the present study.

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Parasite Copepods of Southern... 59

Figs. 1-6: Ergasılus euripedesi sp.n. Holotype O (MOFURG CP 100): 1 antenna; 2. antennu- le; 3. antenna, basal segment; 4. mouth parts; 5. body, dorsal view; 6. body, lateral view.

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60 MONTÚU,M.

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Figs. 7-11: Ergasılus euripedesi sp.n. Holotype O (MOFURG CP 100): 7. first leg; 8. se- cond leg; 9. third leg; 10. fourth leg; 11. fifth leg.

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Parasite Copepods of Southern... 61

Figs. 12-15: Ergasilus euripedesi sp.n. Holotype O (MOFURG CP 101): 12. body, dorsal view; 13. mouthparts; 14. antennule; 15. antenna.

IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (56):53:62, 30 mar. 1980.

62 MONTÚ, M.

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Figs. 16-20: Ergasılus euripedesi sp.n. Holotype O (MOFURG CP 101): 16. first leg; 17. second leg; 18. third leg; 19. fourth leg; 20. fifth leg.

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Sobre Bozhrops jararacussu LACERDA, 1884 do extremo sul do

Brasil e sua ocorrência no Estado do Rio Grande do Sul (Ophi- dia, Viperidae). *

Thales de Lema x x

Moema Leitão de Araujo + x *

RESUMO

O encontro de Bothrops jararacussu LACERDA, 1884 no Estado do Rio Grande do Sul, Bra- sil, na região do Alto Uruguai e a comparação com espécimens do Estado de Santa Catarina, confir- ma a existência de uma continuidade faunística entre as duas margens do rio Uruguai como, tam- bém, do Planalto Médio em sua extremidade meridional.

ABSTRACT

Bothrops jararacussu LACERDA, 1884 occurs in Eastern Brazil, from Bahia to Santa Catarina States, and to southward throught Southern Bolivia and Paraguay, reaching Northeastern Argenti- ne, in Misiones Province. Three specimens were collected+in the ‘Parque Estadual Florestal do Tur- vo”, in Tenente Portella County, northwestern Rio Grande do Sul State, Brazil. This occurrence is the continuity of the distribution area of this species across the Uruguay river. B. jararacussu inha- bits forested areas with swamps, either lowlands and highlands, since Atlantic littoral as far as Para- guay basin.

INTRODUÇÃO

Bothrops jararacussu LACERDA, 1884 é uma espécie própria do Brasil oriental e meridional, desde o sul do Estado da Bahia até o de Santa Catarina, com dispersão para sudoeste, atingindo o extremo sul da Bolivia, leste do Para- guai e a Província de Misiones, a nordeste da Argentina (SCHMIDT, 1945; HOGE, 1965; FREIBERG, 1970; PETERS & OREJAS-MIRANDA, 1970; HO- GE & ROMANO, 1972; ABALOS & MISCHIS, 1975).

A área de distribuição geográfica da espécie apresenta-se acidentada, des- de as terras baixas do litoral Atlântico até as terras altas do Planalto Meridional Brasileiro. Deste distribui-se para o oeste e para o sul, baixando gradativamente de altitude até o nível do mar na Bolívia e Paraguai meridional e daí para o ex- tremo nordeste da Argentina, em Misiones, ainda ao nível do mar. Esta área é densamente florestada sendo o ambiente próprio de B. jararacussu banhados ri- cos de vegetação dentro da mata. AMARAL (1977) afirma que essa espécie ha- bita zonas alagadiças e baixas situadas em campos. Não sabemos porque AMA- RAL excluiu a parte do Planalto na corologia da espécie.

No Rio Grande do Sul, B. jararacussu ainda não tinha sido registrada, apesar de GLIESCH (1925) ter afirmado: '“Esta cobra existe no Estado do Rio

* Aceito para publicação em 16/VIII/1979. Contribuição FZB 147

* Pesquisador do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul. Caixa Postal 1188, 90000 Por- to Alegre, RS. Bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq Proc. 1111.6090/76) * Pesquisadora do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul

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Grande do Sul somente no norte. Informaram-me que ela pode ser encontrada nos municípios de Lagoa Vermelha, Palmeira [das Missões] e Lavras, não pas- sando de 28º S” [sic]. FRÕES (1952), com base em GLIESCH (1925), afirma que B. jararacussu ocorre ao norte do Estado do Rio Grande do Sul. Mas, todas as listas publicadas posteriormente ao artigo de GLIESCH, principalmente a de HOGE & ROMANO (1972), que é a mais atualizada, e com base no material do Instituto Butantan de São Paulo, registram a espécie para o sul do Brasil até o Estado de Santa Catarina.

MATERIAL E MÉTODOS

Forang examinados espécimens dos Estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Cata- rina e Rio Grande do Sul, no Brasil, sendo considerados apenas os dos dois últimos Estados, que pertencem às coleções do Departamento de Zoologia do Instituto de Biociências da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (DZURS) e do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul (MCN), ambas em Porto Alegre.

As medidas são dadas em milímetros (mm).

Os dados de lepidose são indicados com as siglas: C, escudos cantais; CC, comprimento da ca- beça: CU, comprimento da cauda; DO, fileiras longitudinais de escamas dorsais; ESC, escamas (fi- las) sobre a cabeça: GU, escudos gulares, séries; IL, infralabiais; IL/MA, infralabiais em contato com mentais anteriores; NE, número do especimen; NO, número de ordem; SC, subcaudais; SL, supralabiais; T, comprimento total; TR, comprimento do tronco; VE, escudos ventrais; VU, vestí- gio (cicatriz) umbilical.

Material examinado:

SANTA CATARINA - São Francisco do Sul: MCN 4196 (adulto, fêmea; 17.1X.1973, H.O. Lippold leg.). MCN 4013, 4017, 4035, 4574, 4575 (filhotes, machos), MCN 4036 (filhote, fêmea), nascidos do MCN 4196, em laboratório. Florianópolis: MCN 6620 (jovem, macho; Saco Grande, X1.1976, C.R. Poli leg.); MCN 6624 (jovem, fêmea; Ingleses do Rio Vermelho, 111.1976, C.R. Poli leg.); MCN 6630 (adulto, macho; Tijucas, IV.1977, C.R. Poli leg.); MCN 6997 (adulto, fêmea; Daniela, 02.VII.1978, T. de Lema leg.).

RIO GRANDE DO SUL - Tenente Portela (Parque Estadual Florestal do Turvo); DZURS 1015 (adulto, fêmea; 1.1978, A. Witek leg.); MCN 7085 (filhote, macho; X.1978, J.P. Vallauer leg.); MCN 7155 (adulto, fêmea; XI.1976, A. Bolsson Neto leg.).

ESPÉCIMENS DO RIO GRANDE DO SUL

O autor sênior, em 1945, quando identificava a coleção zoológica do mu- seu escolar do Colégio Cruzeiro do Sul da Igreja Episcopal Brasileira, em Porto Alegre, Rio Grande do Sul (RS), encontrou uma pele de um espécimen adulto de B. jararacussu em bom estado de conservação. Através de informação verbal de um professor da escola, soube-se que o exemplar foi capturado pelos escotei- ros do colégio no verão de 1943 (janeiro a março), em um município ao norte do Estado. Essa pele tem cerca de 120 cm de comprimento total e a coloração é de um pardo-amarelado, com as marcas castanho-escuras em forma de ângulos obtusos e muito estreitas.

Em 1973, o Engenheiro- Agrônomo Oswaldo Rodrigues Camargo, da Se- cretaria da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul, informou ao autor sé-

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Sobre Borhrops jararacussu LACERDA.... 65

nior ter visto um espécimen adulto abatido no Parque Estadual Florestal do Turvo, município de Tenente Portela, RS. Media cerca de um metro e a cor era escura.

O espécimen DZURS 1015, abatido por um guarda florestal do Parque Estadual Florestal do Turvo, está lesionado, podendo-se analisar sua folidose: Crimes filas; ESC 8 filas: SE S/S IL, 10/10; DO, 25-23-19: VE; 175:8SC; 47/46. Medidas: CC, 65; TR, 1180; CU, 125; T, 1370. Coloração: geral é me- lânica, a primária é amarelada com tonalidade dourada, “'pattern”” castanha enegrecida; contornos das marcas dorsais mal definidos devido à presença de fi- no pontilhado preto que escurece a região vertebral de todo o animal, princi- palmente no último terço do corpo. Pode-se afirmar que este espécimen possui elevado teor de melanina.

O espécimen MCN 7085 é um filhote, capturado no mato limpo em volta do prédio da Direção do Parque Estadual Florestal do Turvo. Folidose: primei- ros C semelhantes aos internasais, formando longa e reta sutura intermediária: rostral não visível de cima; segundos C isolados entre si por uma escama retan- gular longa e de carena suave (rasa), disposta longitudinalmente: entre a porção posterior dos segundos C duas escamas modificadas, voltadas opostamente

para os lados, apresentando carena apenas em sua porção distal; terceiros C se- melhantes a pré-oculares superiores e separando os segundos C dos supra- oculares, em cada lado; a área supracefálica situada entre os supra-oculares e os C apresenta-se revestida de escamas dorsais modificadas, voltadas para trás e pa- ra os lados, dispostas em cinco séries longitudinais, todas com carenas curtas an- teriores (parece ser próprio dos filhotes desse grupo de Bothrobs WAGLER, 1824 a presença de grandes escudos supracefálicos anteriores, o que as aproxima de outros Viperidae da América do Norte e da Europa; vimos isso em B. atrox (L., 1758), B. jararaca (WIED, 1824) e B. jararacussu; SL, 8/8; IL, 11/11; IL/MA, I-IV; uma fila de escudos pequenos posteriormente sob a órbita; outra fila de escudos maiores que aqueles, entre estes e os SL; DO, 23-23-19; primei- ra fila paraventral com carena vestigial e da mesma cor do ventre; mentais ante- riores muito maiores que as posteriores, estas semelhantes a GU; GU, 5/5 entre IL e primeiro VE; VE, 2 + 170, um ázigo esquerdo antes do cloacal, que é in- teiro; VU, 149-154; SC, 4+ 51/51; terminal 3,5 vezes o comprimento do últi- mo SC. A carena das DO varia ao longo da cabeça ao tronco: na região suprace- fálica poucas DO, que são irregulares anteriormente regularizando-se para trás, nas mais anteriores a carena é vestigial, para o meio evidencia-se tornando- se elevada e ocupando apenas a parte anterior de cada escama; na região occipi- tal e início da cervical a carena alonga-se e torna-se rasa; no tronco a carena ocu- pa todo o comprimento da DO visível e é rasa, mas na porção basal oculta de ca- da DO não carena. Medidas: CC, 24; TR, 370; CU, 62; T, 456. Coloração: primária é castanho amarelada com as margens das marcas em castanho escuro; as marcas são muito partidas, principalmente as vertebrais que são indistintas; as marcas laterais são partidas e assemelham-se às de B. coziara (GOMES, 1913);

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a coloração da cabeça é igual a dos adultos e a cauda é branco amarelada, como em B. neuwiedi ssp. e B. jararaca.

O espécimen MCN 7155 foi capturado no terreno em volta da sede do Parque Estadual Florestal do Turvo. Folidose: C, 1/1/1; rostral não visível de ci- ma; área supracefálica com ESC em cinco séries longitudinais entre supra- oculares e cantais; SL, 8/8; IL, 10/10: IL/MA, I-IV; duas filas de escudetes en- tre a órbita e SL, sendo a inferior maior que a superior; DO, 26-23-19; primeira fila paraventral tom carena vestigial e da mesma cor amarela dos VE; mentais anteriores muito maiores que os posteriores, sendo estes semelhantes a GU; GU, 5/5 entre IL e primeiros VE; VE, 177, um ázigo esquerdo antes do cloa- cal, que é inteiro; SC, 32/31 +5 + 14/14; terminal três vezes o comprimento do último SC. Medidas: CC, 60; TR, 1075; CU, 145; T, 1280. Coloração: pri- mária amarelo dourada, marcas em castanho enegrecido quase preto, sendo to- das as marcas inteiras; coloração da cabeça e da cauda é castanho enegrecido.

ESPÉCIMENS DE SANTA CATARINA

Dos espécimens do Estado de Santa Catarina (SC) foram tomados apenas os dados mais importantes (Tabela).

De São Francisco do Sul foram examinados sete espécimens, sendo uma fêmea e seis filhotes da mesma. A fêmea foi criada em terrário no Posto de Pis- cicultura da Universidade Federal de Santa Maria, RS, pelo Técnico Rural Horst Oscar Lippold. Ela deu à luz cerca de 20 filhotes, sendo que os demais (14) esca- param na sede do Posto, não tendo sido mais encontrados, segundo informação do referido técnico.

Todos os exemplares de SC possuem variação ontogênica na cor. Os filho- tes apresentam a garganta preta malhada de cor creme; nos jovens a região gular é mais clara, tornando-se cinza nos adultos médios e branca nos adultos bem desenvolvidos. À coloração de fundo é um cinza pardacento que vai clareando com o crescimento, tornando-se amarelada nos adultos. As marcas pleurais são obtusângulas e estreitas, geralmente irregulares e partidas, assemelhando-se a B. cotiara. As marcas vertebrais são pouco distintas, destacando-se apenas man- chas ocelares pequenas ao longo dalinha vertebral; nos exemplares de maior porte a região vertebral torna-se mais escura destacando-se marcas vertebrais de forma losangular. A coloração ventral varia do branco amarelado imaculado ao melânico com inúmeras manchas irregulares pretas; duas filas longitudinais de manchas pretas, uma paraventral e outra látero-ventral (margens dos VE), sendo esta constituída de manchas maiores. Os filhotes apresentam o ventre com as manchas pouco distintas, predominando a cor clara.

CONCLUSÕES

O encontro de B. jararacussu no Rio Grande do Sul confirma o que pro- pôs LEMA (1971) ao postular que existe uma continuidade faunística e florística

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Sobre Bothrops jararacussu LACERDA... 67

ao norte do Rio Grande do Sul com o Estado de Santa Catarina e a Província de Misiones, bem como o Paraguai meridional. Floristicamente isso foi demons- trado (SCHMIEDER, 1962; MANN, 1968; WEBER, 1969), porém a fauna ain- da não é conhecida no lado do Brasil. O rio Uruguai delimita as terras do Brasil e da Argentina, mas não a biota (RAMBO, 1956). À fauna reptiliana é a mesma nos dois lados do rio, pelo menos é o que se sabe em alguns taxa (GANS, 1966; LEMA & FABIAN-BEURMANN, 1977, entre outros). As frequentes cheias do rio Uruguai propiciam a passagem de fauna de um lado para outro, somando-se a isso a passagem espontânea.

Por outro lado, a Província de Misiones recebe fauna brasileira provinda do centro da América do Sul, Brasil ocidental e final de dispersão de espécies ocorrentes no Planalto Meridional Brasileiro. Neste último caso as linhas de dis- persão apresentam um sentido oblíquo NE/SW. No Rio Grande do Sul obser- vamos o mesmo, do Planalto (chamado serra) para o Planalto Médio e região do Alto Uruguai. B. jararaca, B. atrox, B. cotiara e B. jararacussu apresentam essa mesma orientação de dispersão, ocupando, basicamente, a área de distribuição da Araucaria angustifolia (BERTOL.) O. KZE., considerada em sua forma ori- ginal.

Espécies de répteis tropicais dispersam-se até Misiones seguindo uma rota norte-sul, destacando-se Iguana iguana iguana (L., 1758), Boa constrictor cons- trictor L., 1758 e Eunectes notaeus COPE, 1862. Esta última atinge o NE argen- tino pela rede fluvial Paraná-Paraguai-Uruguai, notadamente quando gran- des cheias, mas parece não residir na área. Achamos provável que tais espécies tropicais possam chegar, também, à região do Alto Uruguai, onde se situa o Parque Estadual Florestal do Turvo e onde foram encontrados os espécimens de B. jararacussu.

Pelo material em mãos e por informações colhidas junto a técnicos e guar- das florestais do Parque Estadual Florestal do Turvo, B. jararacussu apresenta- se, aparentemente, em duas variedades: uma chamada de urutu preto, um pouco melânica, com coloração de fundo amarelo pálido quase cinzento; outra cha- mada de urutu dourado, com marcas castanho enegrecidas sobre fundo amarelo forte. Pelas informações colhidas no local esta espécie parece ser comum no Par- que. Não é muito rara no lado argentino, segundo FREIBERG (1970) e SCHMIDT (1945).

No Estado de Santa Catarina encontramos B. jararacussu na Ilha de Santa Catarina, onde está a zona mais povoada da capital (Florianópolis). Esta espécie também foi encontrada nos banhados centrais da ilha, onde, antigamente, to- dos os morros existentes eram densamente floresiados e que, atualmente apresentam-se revestidos de gramíneas. Também ao longo do litorai catarinense esta espécie é bem conhecida, como nas marpens do Planalto Meridional do Brasil. Temos seguras notícias de sua ocorrência, além das citadas no texto, em Porto Belo, que fica a 60 km ao norte de Florianópolis pela rodovia BR-101, no Baixo Jordão, próximo a Criciuma entre o Planalto e a baixada do litoral e em São Joaquim, a cerca de 1400 m acima do nível do mar, próximo à divisa

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com o Rio Grande do Sul. O Engenheiro Agrônomo João Rodrigues de Mattos, que dirigiu a Estação Agrícoia de São Joaquim, assegurou-nos ter encontrado a jararacussu naquele município, bastante frequente, principalmente em banha- dos ricos de vegetação densa e alta. Todos os locais citados apresentam, para oeste, densas florestas que pertencem ao Planalto.

Do Estado do Paraná, o autor sênior examinou diversos espécimens, al- guns gigantes, que estavam conservados no museu da Estação de Piscicultura da Secretaria da Agricultura daquele Estado, em Curitiba. Um espécimen de gran- de porte foi visto, à tarde, no passeio próximo ao prédio da administração do Parque Nacional de Foz do Iguaçú, no SW do Paraná, em janeiro de 1975: Se- gundo relato do Diretor deste Parque, em 1973 houve um acidente ofídico por B. jararacussu, envolvendo um guarda florestal quando se banhava em arroio próximo à sede do Parque; apesar de medicado na hora o acidente mostrou-se de alta gravidade.

A contagem de escudos ventrais do material examinado pareceu-nos mui- to baixa em número, tendo em vista os limites de variação apresentados por HOGE & ROMANO (1972:132) e PETERS & OREJAS-MIRANDA (1970) e que são de 60 a 66 SC, enquanto que no material examinado variou de 50 a 60. uma discordância entre estas duas publicações citadas no que se refere ao número de VE: PETERS & OREJAS-MIRANDA dão de 181 a 185 e HOGE & ROMANO dão de 170 a 186. Em nosso material a variação observada foi de 170 a 178. Consultando as referências, especialmente aquelas que apresentam cha- ves de identificação, constatamos que as cifras acima são sempre repetidas pelos autores em geral, sem ampliação do intervalo de variação dos VE.

No que se refere à variação de colorido, AMARAL (1925 e 1977) apresen- ta um estudo da variação ontogênica e que, certo modo, confere com o que ob- servamos. Notamos que a coloração de fundo é mais escura nos filhotes e jovens do que nos adultos, tendendo a um cinzento nos filhotes, com melanização da zona gular; essa região vai clareando com a idade, chegando a ficar cinza claro nos jovens e branco nos adultos bem desenvolvidos. À coloração de fundo varia de um pardo cinzento no filhote até um amarelo pálido no adulto. Nos mais desenvolvidos o amarelo fica mais forte, sendo chamado pelo povo de dourado. Também as marcas modificam-se com a idade: nos mais novos as marcas são muito longas e obtusângulas, com um par de marcas ocelares vertebrais entre as marcas lätero-dorsaiss Com o crescimento, essas áreas vertebrais vão escurecendo . até o ponto de ficarem sob a forma de losangos castanho-escuros ou, mesmo, até pretos, mas sempre notando-se o par de ocelos alongados vertebrais.

Com base no material descrito, no observado em coleções, no dos serpen- tários dos Institutos Butantan e Pinheiros de São Paulo e nas inúmeras ilustra- ções da espécie, quer em trabalhos científicos, quer didáticos, o chamado urutu dourado parece ser a coloração dos indivíduos mais desenvolvidos. Esta foi a conclusão prévia a que chegamos, devendo ser confirmada com o exame de muito maior número de espécimens.

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Sobre Bothrops jararacussu LACERDA... 69

TABELA - Dados dos espécimes de Bothrops jararacussu LACERDA, procedentes de Santa Catarina, Brasil.

E” ILMA GU ESC IC DO VE SC VU

MCN 4035 10/10 LIV 5/5 5 1/1/1, 25-25-19 1+ 174 58/58 154-59 7 232 MCN 4036 10/10 IM 5/5 5 1/1/1 27-25-19 2+173 56/56 154-59 5 37- 287 MCN 4013 10/10 III 5/4 1/1/1 27-25-19 1+170 5/5+28+27/27 '153-56 289 MCN 4017 9/9 LUI 5/5 1/1/1 25-24-19 2+ 172 60/60 155-59 295 MCN 4574 10/10 I-IV 5/5 1/1/1 25-25-19 3+178 50/50 158-62 B 296 MCN 4575 10/10 III 4/4 1/1/1 25-25-19 2+172 57157 155-58 7 Í 309 MCN 6620 10/10 LIV 5/5 1/1/1 26-25-19 2+54+1/1+116 9/9+4+43 +43 868 MCN 6624 11/10 III 5/5 1/1/1 25-25-19 1+174 51/51 1113 MCN 6697 10/10 III 5/5 1/1/1 27-26-21 2+170 50/50 7 1215 MCN 4196 11/10 NI 5/5 1/1/1 27-27-19 2+174+1/1 50/50 1500 MCN 6630 10/10 HI 5/5 1/1/1 28-26-21 2+177 50/50 1564

ONA AA AA SIA WW A 00000000000

AGRADECIMENTOS

Agradecemos ao Engº Agr? Alcidio Witek, do Núcleo Interdepartamental de Estudos Ecoló- gicos do Instituto de Biociências da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e ao Vet. Jordan Paulo Vallauer pela doação de exemplares. Agradecemos de forma especial a este último por suas atenções quando de nossa estada no Parque Estadual Florestal do Turvo.

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Sobre a ocorrência do tubarão espinhoso Echinorhinus brucus (BONNATERRE, 1788) para a costa sul brasileira (Squaliformes: Squalidae) *

Lauro P. Barcellos ** Maria Cristina Pinedo ***

ABSTRACT

It is registered for the first time the occurrence of Echinorhinus brucus (BONNATERRE, 1788) in the Brazilian Southern waters (33º10'S, 53°40’W, 35m of depth). This species has been recorded in South African and New Zealand waters. Up to the present morhent these are eigth re- cords for the S W Atlantic Ocean, one for Argentina in the last century (BERG, 1898) and seven for Southern Brazilian waters (this paper). Morphological characteristics and the most important mea- surements of one 2.07m female, caught in August 1978, near Rio Grande, are presented.

RESUMO

Registra-se pela primeira vez a ocorrência do tubarão espinhoso Echinorhinus brucus (BON- NATERRE, 1788) em águas sul brasileiras, com base em sete exemplares, cinco dos quais captura- dos em novembro e dezembro de 1975, pela Superintendência do Desenvolvimento da Pesca (SU- DEPE) e dois capturados em agosto e outubro de 1978. Essa espécie é mencionada para o Sul da Africa é Nova Zelândia. Características morfológicas e as principais medidas de uma fêmea de 207cm de comprimento capturada em agosto de 1978 (33º10'S, 53°40’W, 35m de profundidade) são apresentadas.

INTRODUÇÃO

Em 16 de agosto de 1978 foi capturado com rede de arrasto pelo barco pesqueiro Abel I, um exemplar fêmea de tubarão espinhoso Echinorhinus bru- cus (BONNATERRE, 1788) a 35º10'S, 53°40’W, 35m, o qual foi doado para o Museu Oceanográfico da Fundação Universidade do Rio Grande (MOFURG).

GARRICK (1960), citado por MUSICK & McEACHRAN (1969), reco- nhece duas espécies para o gênero Echinorhinus, E. brucus (BONNATERRE, 1788) e E. cooki (PIETSCHMANN, 1928), sendo a ocorrência de E. brucus para a maioria dos oceanos e de E. cooki para o Pacífico. O autor notou a diferença em relação ao diâmetro e forma de tubérculos dérmicos entre as duas espécies: E. brucus apresenta tubérculos dérmicos de até 15mm de diâmetro quando iso- lados e de 35mm quando compostos; presença de finos e pontudos espinhos. Em E. cooki os numerosos tubérculos dérmicos apresentam-se semelhantes a ar- maduras, acima de 4mm de diâmetro, com bases angulares sumamente denta- das e espinhos grosseiros. Não há, de acordo com o mesmo autor, diferenças com relação às dimensões, morfologia externa ou dentes. BARNARD (1925) re-

* Contribuição Base Oceanográfica Atlântica 14. Aceito para publicação em 28/VIT/1979 ** Acadêmico do Curso de Oceanologia da Fundação Universidade do Rio Grande, CP. 474, Rio Grände, RS > *** Pesquisadora da Base Occanogräfica Atlântica da Fundação Universidade do Rio Grande. CP. 474, Rio Grande, RS

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gistra a ocorrência de E. brucus para as zonas tropicais e temperadas, Atlântico Norte, Nova Zelândia, África do Sul, Japão e Mediterrâneo.

MUSICK & McEACHRAN (1969) registram detalhadamente a ocorrência de E. brucus pela primeira vez para o Atlântico Norte Ocidental (37º38'N, 74°15’W). Até o momento havia um único registro de E. brucus para o Atlän- tico Sul Ocidental (BERG, 1898), perto de Mar. del Plata (Província de Buenos Aires, Argentina).

DESCRIÇÃO

O exemplar fêmea possui o corpo alongado e compacto, focinho curto e artedondado; epiderme escura, com presença de tubérculos dérmicos espinho- sos dispostos irregularmente e revestindo grande parte do corpo (fig. 1 A, B). Os dentes 11-12/11-10 apresentam-se iguais, tanto os maxilares quanto os mandi- bulares, cada um possuindo quatro cüspides inclinadas (fig. 1 C). Os tubérculos dérmicos apresentam-se simples ou compostos (2-5 tubérculos fusionados) (fig. 1 B, a-b). De 42 tubérculos dérmicos retirados da epiderme, 21 eram simples e os diâmetros variavam entre 10-20mm. Nos compostos a variação ocorreu entre 8-31mm. Linha lateral profunda em sua porção posterior e marginada por papi- las dérmicas. A quinta abertura branquial apresenta-se inserida na base anterior da nadadeira peitoral. Nadadeiras peitorais subtruncadas e com ângulos arre- dondados, apresentando tubérculos espinhosos. Nadadeiras dorsais pequenas es- tando a primeira dorsal situada acima da metade posterior da pélvica. Do exem- plar conserva-se a mandíbula, coluna vertebral e alguns tubérculos espinhosos (MOFURG 79-020). As medidas (cm) obtidas foram: comprimento total, 207,6; distância desde o focinho até o. meio das narinas, 8,5, ao ponto médio da boca, 14,4, a primeira abertura branquial, 30, a quinta abertura branquial, 42, ä otigern da primeira dorsal, 124,8, à origem da segunda’dorsal, 142,8, à oti- gem da peitoral, 49,2, à origem da pélvica, 114; diâmetro do olho, 3,5; largura da cabeça a nível da primeira abertura branquial, 36; largura da boca, 24; dis- tância entre as narinas, 11,5; distâncias inter-branquiais, 12, 32, 52, 26. Pri- meira nadadeira dorsal: altura 11,5, base 12. Segunda nadadeira dorsal: altura 12,8, base 10. Nadadeira caudal: lobo superior 42, lobo inferior 24. Nadadeira peitoral direita: borda anterior 25, borda posterior 12, largura 21,5. Distância entre nadadeiras dorsais 9,6, segunda dorsal e origem da caudal 9,0. Distância desde origem da peitoral a origem da pélvica 48.

ADDENDUM

Em outubro de 1978 um segundo exemplar fêmea da mesma espécie, com 300cm de comprimento, foi capturado pelo barco pesqueiro Abel I do qual foi retirada a mandíbula (MOFURG 79-021) que apresenta a fórmula 13- 13/12-13.

Devido a essas ocorrências os autores tomaram conhecimento de cinco

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Sobre a ocorrência do tubarão espinhososo... 73

exemplares capturados anteriormente pelo barco de pesquisas pesqueiras Mes- tre Jerônimo, da Superintendência do Desenvolvimento da Pesca (SUDEPE).

Essas capturas estão registradas no Mapa de Bordo 6 (cruzeiros 1 a 3/75) com as seguintes referências: em novembro de 1975, dois exemplares a 32º55'S, 50°51’W, 82m de 89 e 95 kg de peso. Dois exemplares a 33°03’S, 50°25’W, 350-370m de 72 e 93 kg. Um exemplar fêmea com 22-24 embriões em dezembro de 1975 a 32°45’S, 50°25’W, 160-180m de 115 kg.

Encontram-se conservadas no Projeto de Desenvolvimento Pesqueiro (PDP-Rio Grande) as nadadeiras da referida fêmea e dois de seus embriões, que apresentam os seguintes comprimentos: 35,8cm (macho) e 36,0cm (fêmea)

Essas ocorrências permitem-nos a 47107: supor que não se trata de uma es- pécie rara em nossas águas. As indústrias pesqueiras de Rio Grande evisceram e cortam as cabeças dos tubarões capturados, o que, a não ser pela pele espinhosa, dificulta seu reconhecimento posterior.

AGRADECIMENTOS

À indústria pesqueira Abel Dourado, a qual pertence o barco Abel I, que gentilmente doou o exemplar capturado ao Museu Oceanográfico da Fundação Universidade do Rio Grande; ao Prof. Hugo P. Castello que nos auxiliou na identificação do exemplar e deu sugestões na elaboração do texto; e ao Sr. Erni Rahn do Projeto de Desenvolvimento Pesqueiro (PDP - Rio Grande) pela genti- leza no fornecimento do Mapa de Bordo.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Fig. 1: Echinorhinus brucus (BONNATERRE, 1788). A. vista lateral; (BIGELOW & SCHROEDER, 1948); B. tubérculos dérmicos espinhosos: a. simples; b. composte; C. dentes (MO- FURG 79-020).

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Esponjas de São Sebastião, litoral de São Paulo, Brasil (Porifera, Demospongiae) *

Beatriz Mothes de Moraes ** RESUMO

Duas espécies de esponjas marinhas (Porifera: Demospongiae), respectivamente Cinachyra alloclada ULICZKA, 1929 e Tethya maza SELENKA, 1879, são registradas para São Sebastião, São Paulo (24º49'12" S - 45º24'36"" W). É oferecida uma descrição comentada com ilustrações dos es- pécimes e de seus conjuntos espiculares, além de tabelas com mensurações micrométricas das mi- croscleras e megascleras pertinentes às duas espécies.

ABSTRACT

In the present study the author registers the occurence of two species of Demospongiae (Pori- fera) respectively Cinachyra alloclada ULICZKA, 1929 e Tethya maza SELENKA, 1879, for São Se- bastião beach, São Paulo, Brazil (24º49'12"" S - 45º24'36" W). A commented description with il- lustrations of the specimens studied and their scleres, besides of tables with the micrometric measu- res of the microscleres and megascleres is given.

INTRODUÇÃO

Em 1929, ULICZKA descreveu a espécie Cinachyra alloclada com base em três espécimes, coletados nas ilhas Tortugas, sudoeste da Flórida (Estados Unidos da América).

HECHTEL (1976) registrou pela primeira vez a ocorrência de C. allociada para a costa brasileira, mais precisamente para o litoral do Recife (Brasil).

Posteriormente, WIEDENMAYER (1977) estudando as esponjas mari- nhas das ilhas Bimini a leste da Flórida, redescreveu a espécie acima citada.

Em 1879, SELENKA descreveu a espécie Tethya maza, cujo material apresentava grande quantidade de gêmulas e fora coletado durante os meses de inverno, na baía do Rio de Janeiro (Brasil).

SOLLAS (1888), examinando alguns espécimes de . »zaza, redescreveu o material, registrando também a ocorrência de gêmulas na esponja durante o in- verno, porém não continuamente.

Através da viagem realizada pela “Expedição Skeat’’ (1899-1900), SOL- LAS (1902) obteve espécimes de T. 7maza coletados na ilha Pulau Bidang, situa- da a oeste da costa da península malaia, e baseado neste material, ofereceu uma breve descrição dos exemplares, ressaltando que os espécimes observados não apresentavam gêmulas.

BURTON (1924) ofereceu uma breve diagnose da espécie T, maza, colo- cando T. maza SELENKA, 1879 e T. maza SOLLAS, 1888 em sinonimia com

* Aceito para publicação em 11/1X/1979. Contribuição FZB 148. * Pesquisador do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul. Cx. Postal 1188. 90.000 Porto Alegre, RS. Bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (T.C. 1111.652/77)

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Donatia maza citando a abundância deste material para a costa da América do Sul.

A espécie T. maza é novamente citada em 1976 por HECHTEL, por oca- stão de seu estudo zoogeográfico das esponjas marinhas brasileiras, assinalando- a para Rio de Janeiro, Santos e Sul do Brasil.

Em 1973 e 1974, pesquisadores do Museu de Ciências Naturais da Funda- ção Zoobotânica do Rio Grande do Sul, coletaram vários espécimes de C. allo- clada e T. maza no litoral de São Paulo, praia de São Sebastião, com baixa dis- tribuição batimétrica. Os exemplares de T. 7maza foram coletados em julho e apresentavam, na ocasião, grande quantidade de gêmulas, confirmando SE- LENKA (1879).

MATERIAL E METODOS

O material estudado encontra-se conservado em álcool 70% e depositado na coleção de Pori- fera do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul.

Siglas usadas no texto: MCN, Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS; BR, Brasil; SP, São Paulo.

Para o método usado nas preparações de dissociação espicular veja-se MOTHES DE MORAES (1978).

Cinachyra alloclada ULICZKA, 1929 (Figs. 1-4)

Cinachyra alloclada ULICZKA, 1929:41-3 (Ilhas Tortugas, Florida); HECH- TEL, 1976: 242, 247, 252 (Recife, BR); WIEDENMAYER, 1977:183-5 e sino- nímia (Ilha Biminı, Bahamas).

MATERIAL EXAMINADO - MCN 217 (lote com 7 espécimes), São Sebastião, SP, profundidade 2m, 30.VIl.1973, A. Lise leg.; MCN 245 (lote com 7 espécimes), São Sebastião, SP, profundidade 20cm, 31.VII.1974. S. Pauls leg.; MCN 459, Sao Sebastião, SP, profundidade 3m, 16.X11.1974, A. Lise leg..

Foram examinados vários espécimes inteiros e alguns fragmentados apre- sentando uma ligeira diversidade de formas e tamanhos entre os lotes. Exem- plares do lote MCN 217 apresentam forma subesférica, com 4 a 8em de compri- mento, 4 a 6,5cm de largura e 2 a 4cm de altura; exemplares do lote MCN 245 tem forma cônica, com a porção superior acentuadamente plana, todos conser- vando uma certa uniformidade quanto ao tamanho: 2cm de comprimento, 1,9cm de largura e Icm de altura: exemplar MCN 459 com forma subesférica, 2,5cm de comprimento, 2em de largura e 3,5cm de altura.

A cor do material quando vivo é alaranjado; após fixado varia externa- mente de branco sujo a cinza escuro. Internamente o material fixado apresenta um gradiente de coloração do esbranquiçado ao amarelado.

Os cálices vestibulares (WIEDENMAYER, 1977) são de forma circular tendendo à elíptica, distribuem-se predominantemente na extremidade equa- torial de um dos hemisférios da esponja e apresentam uma espécie de colarinho circundante.

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Esponjas de São Sebastião, litoral de... 77

Foi observada uma certa relação entre o diâmetro de um cálice vestibular e a distância entre eles: os do lote MCN 217 com 5mm de diâmetro e Smm de distância; os do lote MCN 245 com Imm de diâmetro e Imm de distância e os do MCN 459 com 2mm de diâmetro e 3mm de distância.

A superfície da esponja é hispidante, devido à projeção de espículos além do ectossoma. À consistência da esponja é variável: espécimes do lote MCN 245 apresentam consistência compressível, os do lote MCN 217 e do MCN 459 são duros.

O ectossoma é muito delgado, caracterizando-se por uma fina película que cobre a porção externa da esponja. Internamente encontra-se o coanossoma onde as grandes megascleras dispõem-se radialmente formando feixes. Ocorre grande número de grandes oxeas e protrienes, cujos rabdomas estão mergulha- dos no coanossoma e os cladomas atravessam o ectossoma projetam-se para o exterior. São registradas algumas megascleras do tipo anatriene e raras oxeas pe- quenas. As microscleras são abundantes e contram-se espalhadas pelo coanosso- ma.

Megascleras.

Oxeas-robustas: fusiformes, podem apresentar as extremidades abruptamente pontiagudas, levemente estrongiliformes ou gradualmente pontiagudas, algu- mas com uma discreta curvatura.

Oxeas-pequenas: fusiformes, extremidades gradualmente pontiagudas ou leve- mente estrongiliformes, ligeiramente curvas.

Protrienes: rabdoma com a extremidade aguçada e cladi delgado; cladı com ei- xos de tamanhos diferentes e discretamente ondulados com extremidades abruptamente pontiagudas, alguns apresentam uma pequena constrição na ex- tremidade de um dos eixos.

Anatrienes: rabdoma com extremidade aguçada, cladi com eixos acentuada- mente recurvados para baixo e extremidades abruptamente aguçadas ou leve- mente estrongiformes, alguns com a ponta dos eixos recurvadas para baixo.

Microscleras.

Sigmaspiras: discreta microespinhadura na superfície; alguns apresentam um prolongamento em forma de espinho em uma das extremidades, podendo ocorrer formas com as extremidades rombas; a forma predominante é seme- lhante à letra C, mas algumas semelhante à letra S; raramente retorcidas. COMENTÁRIOS. Os espécimes por nós estudados são semelhantes aos descri- tos por ULICZKA (1929) e WIEDENMAYER (1977) no que se refere à morfo- logia externa e disposição dos espículos no interior da esponja. Pequenas dife- renças foram observadas em relação à morfologia e ao tamanho dos espículos.

ULICZKA, na sua descrição original, não se refere às às pequenas oxeas, Ci- tadas por WIEDENMAYER e também observada por nós, as quais ocorrem ra-

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78 MOTHES DE MORAES, B.

ramente e são maiores do que as descritas por WIEDENMAYER. As grandes oxeas diferem um pouco das observadas por ULICZKA e por WIEDENMA- YER, pois suas extremidades não são sempre açuçadas, podendo este tipo de es- clera ocorrer com pontas levemente estrongiliformes. Ambos os autores registra- ram como sendo de ocorrência abundante as megascleras do tipo anatriene e re- duzidas as do tipo protriene, mas nos espécimes por nós estudados observamos o inverso. As microscleras do tipo sigmaspiras apresentam uma discreta microes- pinhadura na superfície, detalhe este que não se encontra registrado por ULICZKA e por WIEDENMAYER. Quanto ao tamanho dos espículos, as me- gascleras são todas um pouco maiores das citadas por ULICZKA e por WIE- DENMAYER, com exceção das microscleras que apresentam tamanhos seme- Ihantes daquelas observadas pelos autores acima citados.

- Tais diferenças provavelmente se devem ao fato de que os exemplares descritos por ULICZKA e por WIEDENMAYER são procedentes do Mar das Antilhas, sendo que os de WIEDENMAYER foram retirados a 400m do litoral, constituindo ambiente, talvez, diverso daqueles coletados no litoral de São Paulo numa distância de 4 a Sm da costa.

Tethya maza SELENKA, 1879 (Figs. 5-8)

Tethya maza SELENKA, 1879:472-5 (Rio de Janeiro, BR); SOLLAS, 1888:440 (Rio de Janeiro, BR); SOLLAS, 1902:216(Pulau Bidang, Arquipélago Malaio); HECHTEL, 1976:255 (Rio de Janeiro, BR).

Donatia maza BURTON, 1924:1040

MATERIAL EXAMINADO - MCN 313 (lote com 4 espécimes), São Sebastião, SP, profundidade 3m, 23.XII.1974, A. Lise leg.; MCN 155, São Sebastião, SP, profundidade 2m, 30.VII.1973, A. Lise leg..

Foram observados dois espécimes inteiros e um fragmentado. Os espéci- mes do lote MCN 313 apresentam formas hemisféricas a subesféricas, sendo que a porção superior de alguns exemplares é irregularmente plana. O maior es- pécime deste lote tem 3,4cm de comprimento, 2cm de largura e 1,2cm de altu- ra; o menor espécime apresenta 2cm de comprimento, 2cm de largura e 1,7cm de altura. O exemplar MCN 155 tem forma subesférica, com 1,5cm de compri- mento, 1,8cm de largura e 0,8cm de altura.

A cor do material quando vivo é amarelo-alaranjado, após fixado apre- senta externamente a cor branco sujo sendo que em algumas regiões observam- se variações de cores desde cinza a marrom escuro. Internamente a esponja apre- senta tonalidades que variam do branco sujo ao amarelo claro.

Em um espécime do lote MCN 313 observou-se um ósculo, com forma elíptica, aproximadamente com 1,5cm de diâmetro maior, situado numa pe- quena depressão da porção superior da esponja.

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À esponja apresenta consistência levemente endurecida na zona do córtex e delicada no coanossoma.

Nos espécimes estudados observou-se regular quantidade de gêmulas de forma que varia de esférica a ovóide fixas ao corpo da esponja por pedúnculos rígidos. O conjunto espicular desses corpos de resistência é constituído por es- trongiloxeas delgadas iguais aquelas que ocorrem no corpo da esponja, dispos- tas em feixes radiais, que se abrem em forma de leque à medida que se distan- citam do ponto de i inserção da gêmula com o pedúnculo. Também foram obser- vadas microscleras do tipo quiásteres, as quais concentram-se em maior número na região periférica da gêmula, oferecendo o aspecto de um anel periférico à gé- mula; estas mesmas escleras encontram-se espalhadas em menor quantidade no interior da gêmula. Na gêmula não foram observados espículos do tipo esferás- ter.

No material observado constatou-se a presença de um conjunto de escle- ras do tipo quiásteres, as quais variam sucessivamente em tamanho e forma à medida que passam do córtex para o coanossoma. A maior concentração deste tipo de esclrea ocorre na porção superior do córtex.

Na zona inferior do córtex foram observadas microscleras do tipo esferás- ter. as quais também ocorrem raramente no coanossoma, ou algumas vezes distribuem-se entre os quiästeres. As megascleras do tipo estrongiloxeas situa- das no coanossoma estão dispostas radialmente em feixes e, entre estes, formas reduzidas dessas mesmas escleras foram observadas espalhadas nesta região da esponja.

Megascleras.

Estrongiloxeas - grandes: robustas; retas; na extremidade aguçada pode ocorrer uma pequena constrição; raramente extremidades anfistrôngilas. Estrongiloxeas - pequenas: delicadas; retas ou levemente curvas; algumas com pequena constrição na extremidade aguçada.

Microscleras.

Esferásteres-grandes: com eixos cônicos; extremidades gradualmente aguçadas ou levemente estrongiliformes; raramente eixos dicotômicos. Quiásteres: centro pequeno; arredondado ou muitas vezes ausente; apresentan- do 5 a 7 eixos, cilíndricos, com extremidades estrongiliformes ou truncadas; superfície dos eixos com microrrugusidades. COMENTÁRIOS. As escleras do tipo oxiaster, citadas por SOLLAS (1902) « BURTON (1924) não foram observads no material examinado, constatando-se somente a presença de um tipo de microsclera com formas bastante variáveis, as quais também foram registradas por SELENKA (1879) por ocasião da descri- ção da espécie.

Registrou-se a presença de estrongiloxeas delgadas espalhadas pelo coa-

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nossoma, confirmando SELENKA (1879), SOLLAS (1902) e BURTON (1924) mas não apresentando a diversificação de formas citadas por SELENKA.

O conjunto espicular registrado para as gêmulas é idêntico àquele citado por SELENKA.

Quanto ao tamanho das escleras examinadas foi constatada uma grande semelhança com as descritas por SOLLAS (1902), cujo material foi coletado no Oceano Pacífico.

TABELA I

Comprimento e espessura em micrometros dos espículos de Cirachyra al- Joclada. São dadas as dimensões mínimas, média e máxima observadas.

Comprimento | Espessura

mínima 2644 7! (Oxeas maiores média 4923 38 máxima 6256 56 mínima 74 4 (Oxeas menores média 159 7 máxima 225 9 mínima 407 3 Rabdomas média 437 11 mäxima 462 23 Protrienes minima 21 Cladomas media 96 máxima 320 mínima 28 3 Rabdomas média 8289 9 máxima 9061 14 Anatrienes minima 28 Cladomas média 72 pd máxima 111 k minima 10 Sigmaspiras media 14 | máxima 22

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TABELA II

Comprimento, diâmetro e espessura em micrometros dos espículos de Tethya maza. São dadas as dimensões mínima, média e máxima observadas.

Diâmetro

Comprimento . Espessura

mínima média máxima

Estrongiloxeas maiores

mínima Estrongiloxeas menores | média 6 máxima 9

mínima média máxima

Esferásteres

mínima média máxima

Quiásteres

AGRADECIMENTOS

O autor agradece ao Dr. Arno Lise da Fundação Zoobotänica do Rio Grande do Sul e às pes. quisadora Sheila M. Pauls pela coleta do material, objeto do presente estudo, bem como à Fun. ção de Amparo à Pesquisa do Rio Grande do Sul auxílio concedido para a aquisição de bibliograr :

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

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NENNEN u a r u | N |

Fig. 1-3: Cirachyra allochda ULICZKA, 1920. Fotografia dos espécimes (1. MCN 217; 2. MCN 245; 3. MCN 459): vista da porção superior.

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Fig. 4: Cinachyra alloclada ULICZKA, 1929. Fotografia do espécime (MCN 217): vista lateral evidenciando os cálices vestibulares.

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| 3 |

DU pu AUT 2 Bd 5 E 7

Fig. 5-6: Tethya maza SELENKA, 1879. Fotografia dos espécimes (MCN 155, 313): vista da porção superior.

Fig. 7: Tethya maza SELENKA, 1879. Fotografia do espécime (MCN 313): vista superior evi- denciando o ósculo e gêmulas.

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Fig. 8 Cinachyra alloclada ULICZKA, 1929. Desenhos em cämara clara (microscöpio binocu-

lar Leitz) evidenciando o tamanho relativo dos componentes espiculares (MCN 217, 245, 459): a. anatriene; b. protriene; c. oxea; d. sigmaspiras; e. pequena oxca.

Fig. 9: Cinachyra alloclada ULICZKA, 1929. Desenhos em câmara clara (microscópio binocu- lar Leitz) dos componentes espiculares (MCN 217, 245, 459): a-a’'. variação das extremidades das grandes oxeas; b-b’’’. variação das pequenas oxeas; c-c'’'. variação dos cladomas de protrienes; d-d’’. variações de rabdomas de anatrienes; e. sigmaspiras.

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Sr SE EE A

Fig. 10: Tethya maza SELENKA, 1879. Desenhos em câmara clara (microscópio binocular Leitz) dos componentes espiculares (MCN 155, 313): a. quiästeres; b. esferásteres; c-c’’. variação das extremidades das estrongiloxeas; d-d’. variação das extremidades das pequenas estrongiloxeas.

Fig. 11: Tethya maza SELENKA, 1879. Desenhos em câmara clara (microscópio binocular

Leitz) evidenciando o tamanho relativo dos componentes espiculares (MCN 155, 313): a. estrongi- loxeas; b. estrongiloxea pequena; c. esferáster; d. quiásteres.

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Redescrição do material tipo de Dru/ia cristata (WELTN ER, 1895) e identificação. do conteúdo espicular associado (Porifera- Spongillidae). *

Rosária De Rosa Barbosa **

RESUMO

Neste trabalho, é feita a redescrição ilustrada do material tipo de Dru/ia cristata (WELTNER, 1895), visto a descrição original ter sido resumida e sem ilustração. Registra-se também a fauna es- pongológica associada.

ABSTRACT

In the present work is given an illustrated redescription of the type material of Drulia cristata (WELTNER, 1895), since the original description is resumed and not illustrated. The associated spongological fauna is also registered.

INTRODUÇÃO

WELTNER (1895) descreve Drulia cristata para o rio Tapajós, Amazonas, Brasil, abreviadamente e sem ilustrações, mencionando que o material tipo de D. crıstata é constituído de um único espécime.

GEE (1930-1931) menciona que o tipo encontra-se depositado no Zoolo- gisches Museum, Berlin.

Em 1968 PENNEY & RACEK, realizam a revisão dos espongilídeos pro- dutores de gêmulas, considerando D. cristata como uma espécie válida e que futuros estudos da mesma seriam necessários. Nesse estudo é referido que lâmi- nas do síntipo de D. cristata da coleção N. GIST GEE foram observadas. Entre- tanto, examinando-se lâminas de D. cristata da coleção N. GIST GEE deposita- das na Smithsoniam Institution, verificou-se que aquelas lâminas foram feitas com material depositado no Zoologisches Museum, Berlin, sendo na realidade lâminas do próprio holótipo, havendo, portanto, um único espécime tipo.

Esse trabalho visa ampliar a descrição do tipo de D. cristata e apresentar pela primeira vez ilustrações, além de registrar a fauna espongológica associada.

MATERIAL E METODOS Abreviaturas usadas no texto: 1) MCN - Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotänica do Rio Grande do Sul, Porto Ale-

gre, RS, Brasil. 2) ZBM - Zoologisches Museum, Berlin.

* Aceito para publicação em 26/1X/1979. Contribuição FZB 149 * Pesquisador do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul. Caixa Postal 1188, 90.000 Porto Alegre, RS. Bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (T.C. 1111.1128/77)

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Material examinado:

1) ZBM 2117 - holótipo: rio Tapajós, Amazonas, Brasil. 2) MCN 0550 - 14 lâminas do holótipo. 3) Smithsonian Institution 150/369 - lâmina do holótipo.

REDESCRIÇÃO Megascleras

Anfistrôngilos fortes com uma leve curvatura, lisos, pouco variáveis quan- to ao comprimento. Alguns apresentam malformações como: espinho colocado na extremidade do eixo em uma das pontas ou em ambas podendo ser confun- didos com oxeas (Fig. 1a"); flexionamento do eixo, ocorrendo geralmente ape- nas numa extremidade (Fig. 1a”); inflamento de uma das pontas ou ambas, sendo esta a mais rara das malformações.

Dimensões das megascleras:

Comprimento: mínimo 441,6 micrometros; médio 555,4 micrometros; máximo 630,2 micrometros.

Diâmetro do eixo: mínimo 38,6 micrometros, médio 52,9 micrometros, máximo 69 micrometros.

Microscleras

Anfioxeas muito pequenas e delicadas com extremidades muito aguçadas, terminando em ponta de agulha. São retas ou levemente curvas. Todo o espícu- lo é revestido de microespinhadura. Geralmente na região central do espículo espinhos que se inserem perpendicularmente ao eixo da microsclera. Os es- pinhos apresentam extremidades arredondadas ou triangulares, sendo também recobertos por microespinhos. As microscleras são variáveis, quanto ao compri- mento e quantidade de espinhos inseridos no eixo. Algumas microscleras apre- sentam inflamentos na região central com ou sem espinhos (Fig. 2b).

Dimensões das microscleras:

Comprimento: mínimo 60,6 micrometros; médio 77,4 micrometros; má- ximo 100,6 micrometros.

Diâmetro do eixo: mínimo 4,07 micrometros; médio 7,06 micrometros: máximo 11,47 micrometros.

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Redescrição do material tipo de Drulia cristata... | 89

Gemoscleras

Apresentam forma de escudo, típica para o gênero. As bordas das rótulas são lisas ou com expansões voltadas para cima (considerando-se a inserção na gê- mula). Esses prolongamentos formam bordas delicadas ou alargadas que são li- sas ou onduladas. O eixo da gemosclera é bastante variável, podendo ser curto e grosso ou comprido e fino. Esse, geralmente, sofre um estrangulamento próxi- mo à porção anterior, resultando um eixo em forma de clava. As gemoscleras apresentam malformações no eixo, como prolongamentos, sendo que em al- guns origem a um espinho recurvado, ou então podem se expandir lateral- mente, resultando uma lamela (Fig. 2a).

Gemulas

As gêmulas ocorrem em pequeno número, de formz arredondada e possuem um forâmen. O tubo foraminal é curto, cônico e desprovido de ge- moscleras. As gêmulas geralmente têm uma única camada de gemoscleras, mas em muitos pontos superposição das mesmas, indicando eventual dupla ca- mada. As gêmulas não apresentam cápsulas e a camada pneumática é fina. Diä- metro da gêmula de 644 a 1012 micrometros.

Esqueleto

O tipo está conservado em seco, sendo sua constituição densa, porém frá- gil e quebradiça. Forma hemisférica com 7cm de largura por 4cm de altura. A região côncava do espécime apresenta uma superfície irregular com uma série de orifícios grandes e profundos. O lado plano possui aspecto regular, notando- se algumas cavidades e sulcos. A cor é marrom escuro. A estrutura do esqueleto não é a típica do gênero, sendo mais uniforme, com pouca diferenciação em fi- bras longitudinais e transversais, tomando uma constituição de rede mais fecha- da do que para as outras espécies, porém muito mais delicada. Em certos pontos podem ser notadas fibras longitudinais muito delgadas, que protraem na super- fície, e fibras transversais mais delgadas do que aquelas, constituídas por uma ou duas escleras. O espécime encontra-se com seu retículo completamente obs- truído por grãos de sílica de diversos tamanhos.

Comentários

Megascleras. WELTNER (1895) descreve anfistrôngilos lisos enquanto que PENNEY & RACEK (1968) comentam a existência de espículos do tipo oxea. Constatamos que na realidade trata-se de anfistrôngilos que possuem um pequeno espinho na ponta.

Microscleras. Todas as características descritas no presente trabalho coin- cidem com as relatadas por WELTNER (1895) e PENNEY & RACEK (1968),

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excetuando-se a microespinhadura existente sobre os espinhos e o tamanho das microscleras.

Gemoscleras. A forma das gemoscleras e a maneira como .as mesmas se dispõem na gêmula correspondem com a descrição de WELTNER (1895); en- tretanto WELTNER não mencionou os tipos de malformações que ocorrem, além de haver divergências em relação às medidas por nós obtidas.

CONTEÚDO ESPICULAR ASSOCIADO

Examinando-se as lâminas histológicas de D. cristata constatou-se que es- associada com uma série de espongilídeos. Verificou-se a ocorrência de três espécies do gênero Trochospongilla: T. paulula (BOWERBANK, 1863), T. va- riabilis BONETTO & DE DRAGO, 1973 e T. delicata BONETTO & DE DRA- GO, 1967 sensu VOLKMER-RIBEIRO & DE ROSA BARBOSA, «1972. Os ele- mentos espiculares desses exemplares são muito abundantes nas lâminas histo- lógicas. Essas espécies haviam sido mencionadas para a bacia Amazônica (VOLKMER-RIBEIRO et alii, 1975).

Outro espongilídeo que ocorre em elevado índice de associação é segura- mente do gênero Radiospongilla, provavelmente R. crateriformis (POTTS, 1882) pelas características observadas nos espínculos gemulares. Não se pode afirmar com certeza que se trata de R. crateriformis, pois nas lâminas histológi- cas não foram localizadas as megascleras que fazem parte do conjunto espicular da espécie. Além disso as medidas das gemoscleras obtidas são maiores que as apresentadas por CARVALHO (1942) o qual cita pela primeira vez R. crateri- formas para a América do Sul no Estado de São Paulo.

Entre as espécies constatadas com menor índice de frequência e que foi possível identificar, têm-se: Oncosclera navicella (CARTER, 1881), mencio- nada para a fauna Amazönico-Paraneana por VOLKMER-RIBEIRO et alii (1975); Corvospongilla böhmu (HILGENDORF, 1883), sendo a primeira cons- tatada para a bacia Amazônica; Metania spinata (CARTER, 1881), com ampla distribuição nos rios da região Amazônica (VOKMER- RIBEIRO, 1976) e Uru- guaya corallioides (BOWERBANK, 1863) anteriormente citada por CORDERO (1923), sendo esta a segunda constatação para a bacia Amazônica.

A identificação desse material espicular associado permite ter-se uma no- ção preliminar da fauna de esponjas do rio Tapajós. Para esta fauna não havia qualquer levantamento realizado até o presente.

AGRADECIMENTOS

Ao Dr. D. Kühlmann, do Zoologisches Museum, Berlin, pelo empréstimo do espécime tipo. Ao Dr. Klaus Ruetzler, do Smithsonian Institution, pelo envio das lâminas da coleção N. GIST GEE. De modo especial, à Dra. Cecília. Volkmer-Ribeiro pelas sugestões e apoio científico presta- dos. À autora expressa seu reconhecimento à Dra. Alpha da Rosa Teixeira, coordenadora do Centro de Estudos de Saneamento Básico - DMAE, pelo acesso ao equipamento fotográfico do CESB e ao Biólogo Paulo Roberto Soares pela tomada das fotomicrografias.

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Redescrição do material tipo de Drulia cristata... 91

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IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (56):87-94, 30 mar. 1980

92 DE ROSA-BARBOSA,R,

Fig. la-lc: Drulia cristata (WELTNER, 1895). Lâminas do Holotipo (MCN 0550): Desenhos em câmara clara, ao microscópio do conjunto espicular; ta. megascleras (125x); la”. megasclera malformada com flexionamento no eixo (125x); 1a’’. megasclera malformada com espinho coloca- do na extremidade do eixo (125x); 1a’’’. megascleras (500x); 1b. microscleras (500x); 1c. gemoscle- ras (500x).

IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (56):87-94, 30 mar. 1980

. Redescrigäo do material tipo de Druíia cristata... ; 93

Fig.-2: Drulia cristata (WELTNER, 1895). Lâminas do Holótipo (MCN 0550): Desenhos em câmara clara, ao microscópio com 1250x: 2a. gemoscleras; 2b. microscleras.

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94 DE ROSA-BARBOSA, R..

PPT .

° CR

_ Fig. 3-7: Drulia cristata (WELTNER, 1895): 3-4. Holótipo ZBM 2117:3. vista superior; 4. vis- ta inferior, 5-7. Lâminas do holótipo MCN 0550, fotomicrografias: 5. Megascleras: A. anfis trôngilo (100x); B. anfistrôngilo com espinho apical (400x); 6. Microscleras, variação quanto ao tamanho e

número de espinhos (400x); 7. Gemoscleras, variação quanto ao tamanho da rótula e forma do eixo (400x).

IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (56):87-94, 30 mar. 1980

Sobre a osteologia craniana de Liolaemus occipitalis BOULEN- GER, 1885, L. /utzae MERTENS, 1938 e L. multiformis simonsii BOULENGER, 1902 (Lacertilia, Iguanidae). *

Marta Elena Fabian-Beurmann ** Marisa Ibarra Vieira ***

RESUMO

O presente trabalho um estudo parcial e comparativo da osteologia craniana de Lio/aemus occipitalis BOULENGER, 1885, L. /utzae MERTENS, 1938 e L. multiformis simonsii BOULEN- GER, 1902, com referência às estruturas ósseas que apresentam diferenças significativas nessas três espécies.

SUMMARY

This publication is a parcial and comparative study about the skull of Lzo/zemus occibitalis

‚BOULENGER, 1885, L. /utzae MERTENS, 1938, and L. multiformis simonsii BOULENGER. 1902, with reference to the osteology diferences in the three species.

INTRODUÇÃO

As espécies do gênero Lio/zemus WIEGMANN, 1834, têm sido estuda- das basiçamente do ponto de vista da morfologia externa.

GALLARDO (1964) e DONOSO BARROS (1966), além de apresenta- rem os caracteres morfológicos de Lz0/2e7mus, referem-se: também ao tipo de dentes e à presença de dentes pterigóides, sem mencionar contudo aspectos anatômicos ou osteológicos. ETHERIDGE (1965), em seu trabalho comparativo do esqueleto abdominal de lagartos iguanídeos, menciona o gênero Lio/aemus, não especificando as espécies estudadas. Nada existe na literatura quanto às di- ferenças osteológicas interespecíficas do crânio.

“Neste trabalho apresenta-se um estudo parcial, comparativo, da osteolo- gia crahiana de L. occıpitahs BOULENG:R, 1885, L. /utzae MERTENS, 1938, e L. multiformis simonsu BOULENGER, 1902, fazendo-se referência apenas às estruturas ósseas onde se verificaram diferenças significativas entre as três es- pécies.

MATERIAL E MÉTODOS

Os exemplares estudados pertencem às coleções do Instutito de Zoologia da Fundación Mi- guel Lillo (Tucumán, Argentina) e do Museu de Ciências Naturais (MCN) da Fundação Zoobotäni- ca do Rio Grande do Sul (Porto Alegre, Brasil). Sua preparação foi pelo método de maceração das partes moles com peróxido de hidrogênio e hipoclorito de sódio.

* Aceito para publicação em 26/1X/1979. Contribuição FZB 150 ** Pesquisadora do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, Caixa Postal 1188, 90.000 Porto Alegre, RS. Bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Proc. 1111.5364/76). ** Pesquisadora do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotänica do Rio Grande do Sul

IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (56):95-102, 30 mar. 1980

96 FABIAN-BEURMANN, M.E. & VIEIRA, M.I.

Material estudado.

| Liolaemus lutzae - Brasil, Rio de Janeiro: Cabo Frio, 1.1976, O.C. de Oliveira leg. (MCN 7007); Município de Maricá, 23:V.1977, C.J. Becker leg. (MCN 6464). Liolaemus multiformis simonsit - Argentina, Província de Salta, San Antonio de los Cobres,

11.1975, E. Lavilla e G. Scrocchi leg. (00689).

Liolaemus occipitalıs - Brasil; Rio Grande do Sul: Municipio de Torres, 03-80. XI. 1960, T. de Lema e G.R. Hoffmann leg. (MCN 6459); Município de Tramandaí, Praia de Mariluz, 03-12.1.1963, T. de Lema leg. (MCN 6411); Praia de Cidreira, 03-04.11.1956, T. de Lema e R.H.R. Correa leg. (MCN 6418), 23.X1.1964, P.C. Braun leg. (MCN 6461, 6462), 11.1965, P.C. Braun leg. (MCN 6460), 01.X1.1971, P.C. Braun leg. (MCN 6412), 01-03.X1.1973, P.C. Braun leg. (MCN 6419), 20.1.1974, R.C. de Lema leg. (MCN 6413), 20.1X.1976, P.C. Braun leg. (MCN 6409); Praia do Pinhal, 09.11.1975, R.C. de Lema e G.C. de Lema leg. (MCN 6463); Município de Viamão, X.1973, T. de Lema leg. (MCN 6410).

RESULTADOS Pré-maxilar. (Fig. 1-6)

O processo nasal do pré-maxilar, de aspecto lanceolar, estende-se em di- reção posterior. Este processo se encaixa entre as duas extremidades ântero- medianas dos nasais. Na base desse processo se abrem dois forames voltados pa- ra a frente (um de cada lado do processo). L. occipıtalıs e L. /utzae apresentam apenas a extremidade posterior do processo nasal em contato com os nasais. L. multiformis simonsi apresenta mais da metade do processo nasal em contato com os nasais.

Comparando a relação largura-comprimento do pré-maxilar, verifica-se que em L. occıpitalıs e em L. /utzae a razão dessa relação varia entre 0,750 e 0,884, enquanto que em L. multıformis simonsi é de 0,675, isto €, o compri- mento do pré-maxilar em relação a sua largura maior em L. multiformis sı- monsil do que nas outras duas espécies consideradas.

Quanto ao número de dentes, não se verificam diferenças interespecifi- cas, variando entre 5 e 7, e predominando o número de seis nas três espécies consideradas. L. ocezpıtalis apresenta dentes pré-maxilares cônicos, em L. /utzae aparecem vestígios de uma ou duas cúspides e em L. »zu/ltiformis simonsii todos os dentes pré-maxilares são tricúspides.

Maxilar. (Fig. 1-6)

O processo nasal do maxilar apresenta-se recurvado dorsalmente, encaixando-se entre a borda lateral do nasal e a borda anterior do pré-frontal. Em L. occipitalis a curvatura é angulosa, formando, na maioria dos exemplares examinados, uma pequena carena. As outras duas espécies examinadas apresen- tam essa curvatura arredondada. A extremidade dorsal do processo nasal em LZ. occıpitalis rem aspecto de um ângulo aproximadamente reto, sendo em alguns exemplares mais ou menos arredondados. Em L. /utzae o ângulo é pronuncia-

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Sobre a osteologia craniana de Liolaemus... 97

damente agudo, enquanto que.em L. multiformis sımonsi a extremidade dor- sal do processo nasal é quadrangular.

Os dentes maxilares são do tipo pleurodonte, seu número varia entre 15 e 17 emL. occipitalis e L. lutzae, sendo 18 em L. multiformis simonsii. Quanto à forma dos dentes, L. occipitalis apresenta os primeiros quatro ou cinco dentes anteriores cônicos, sucedendo-se um ou dois com lobos laterais vestigiais, sendo os demais tricúspides. Em L. /utzae os primeiros três ou quatro dentes anterio- res apresentam lobos laterais vestigiais, sendo os demais tricüspides. Em L. multiformis simonsi, todos os dentes são marcadamente tricüspides.

Nasal. (Fig. 1-6)

. Analisando comparativamente o contato do nasal com o pré-frontal observa-se uma variação na relação de contato. Em L. occipitalis 2/3 da borda lateral do nasal contatam com o pré-frontal, em L. /utzae essa relação é de pouco mais de 1/2 e em L. zultiformis simonsii e de 3/4.

Comparando a relação largura-comprimento do nasal, verifica-se que em L. occıpıtalis e L. /utzae a razão dessa relação varia entre 0,395 e 0,265, enquan- to em L. multiformis simonsii é de 0,488, isto €, o comprimento do nasal em relação a sua largura é menor em L. multiformis simonsii do que em L. occipita- lis e L. luizae.

Pré-frontal. (Fig. 1-6)

Examinando-se comparativamente o pré-frontal pela face dorsal do crä- nio, observam-se diferenças na forma e dimensões.

Em L. occipitalis a borda ântero-medial faz contato com o maxilar e com o nasal, formando um ângulo aproximadamente reto. Em I. /utzae esta borda é arredondada, enquanto L. multiformis simonsii apresenta uma projeção trian- gular dirigida para a frente.

A porção posterior da borda medial do pré-frontal acha-se em contato com a borda externa do frontal. Em Z. occipitalis o pré-frontal contata com o frontal ao longo de 1/5 do comprimento deste último. Em L. /utzae o contato é um pouco maior, correspondendo a 1/3 do comprimento do frontal, enquanto que em L. multiformis simonsii praticamente a metade do comprimento do frontal está em contato com o processo posterior do pré-frontal.

Frontal. (Fig. 1-6) Além das diferenças acima especificadas relacionadas ao contato do fron- tal com o pré-frontal, a extremidade anterior do frontal em Z. occzpitalis é trirra-

diada, enquanto em L. multiformis simonsit e L. /utzae tem a forma de ponta de lança.

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98 FABIAN-BEURMANN, M.E. & VIEIRA, M.I.

Comparando a relação largura-comprimento do frontal, verifica-se que em L. occipitalis e L. lutzae a razão dessa relação varia entre 0,870 e 1,063, en- quanto em L. multiformis sımonsu é de 0,855, isto é, o comprimento do fron- tal em relação a sua largura é maior em L. multiformis simonsii do que nas duas outras espécies consideradas.

Pós-frontal. (Fig. 1-3, 5)

Este pequeno osso, situado na extremidade posterior da órbita, está em contato com o frontal, parietal e postorbital.

Em 1. qmultiformais simonsiz uma de suas extremidades situa-se na altura ' da sutura do postorbital com o parietal, enquanto toda a borda posterior do pós-frontal se acha em contato com o parietal e frontal.

Em L. occipitalis e L. /utzae o contato do pós-frontal com o postorbital é bem maior, equivalendo a pouco menos da metade do comprimento do pri- meiro.

Pterigóide. (Fig. 7-9)

L. occipitalis apresenta um número variável de dentes pterigöides. Em al- guns exemplares são totalmente ausentes. Na maioria dos exemplares examina- dos esses dentes ocorrem em número de dois. tendo sido encontrados três em alguns espécimes. Em L. /utzae verifica-se a presença de quatro dentes pterigói- des, enquanto que no exemplar de-L. mu/tiformis simonsit constatou-se a pre- sença de apenas três dentes.

Mandibula. (Fig. 10-15)

Pela face medial, a mandíbula apresenta como principal diferença inte- respecífica a posição dos forames alveolar inferior anterior e milo-hióide ante- rior.

O forame alveolar inferior anterior em L. occipitalis situa-se junto à extre- midade anterior do esplenial. Em Z. /utzae e L. multiformis simonsii acha-se afastado da extremidade anterior do referido osso.

O forame milo-hiöide anterior em L. occipitalis e L. Intzae situa-se na li- nha de sutura entre o esplenial e o dentário. Em L. multiformis simonsii esse fo- rame acha-se totalmente incluído no esplenial.

. Pela face lateral da mandíbula observa-se que o forame supra-angular an- terior em L. occipitalis e L. multiformis simonsit abre-se na porção posterior da sutura do coronóide com o dentário, enquanto que em L. /utzae abre-se na por- ção anterior do osso supra-angular. O forame milo-hióide posterior é muito pe-

queno nas três espécies em estudo e abre-se na linha de sutura entre o dentário e o esplenial.

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Sobre a osteologia craniana de Lio/aemus... 99

CONCLUSÕES

Pela análise dos resultados, verifica-se que as diferenças mais importantes entre as três espécies estudadas podem ser resumidas nos seguintes ítens: 1. As proporções entre largura e comprimento do pré-maxilar indicam que /. occıpitalis e L. /utzae são muito semelhantes entre si, enquanto L. multiformis stmonsit difere significativamente destas duas espécies. 2. L. lutzae apresenta caracteres intermediários entre L. occipitalis e L. multifor- mis simonsil quanto à presença de cúspides nos dentes pré-maxilares e maxila- res. 3. As proporções entre largura e comprimento do nasal são idênticas em L. occi- pitalis e L. /utzae, diferindo de L. multiformis simonsii. 4. As proporções entre a largura e o comprimento do frontal estão dentro da mesma faixa de variação em L. .occipitalis e L. /utzae, enquanto que em L. mul- tiformis simonsii o comprimento do frontal em relação a sua largura é maior. 5. O comprimento da articulação do pré-frontal com o frontal é diferente nas três espécies, tendo L. /utzae medidas intermediárias em relação a L. occipitalis e L. multiformis simonsii. 6. A posição do pós-frontal em relação ao postorbital e ao parietal é semelhante em L. occipitalis e L. /utzae, diferindo de L. multiformis simonsii.

AGRADECIMENTOS

Agradecemos ao Dr. Raymond F. Laurent, Diretor do Instutito de Zoologia da Fundación Miguel Lillo, pelo empréstimo do material.

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ABREVIATURAS USADAS NAS FIGURAS

c - coronóide d - dentário

dm - dentes maxilares dpm - dentes pré-maxilares dpt - dentes pterigöides f - frontal

m - maxilar n - nasal)

p - parietal pf - pós-frontal

pm - pré-maxilar po - postorbital

prf - pré-frontal pt - pterigóide

sa - supra-angular sp - esplenial

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Sobre a osteologia craniana de Lio/aemus... 101

N Fig. 1-6. 1-3. vista dorsal do crânio: 1. L. occipitalis (MCN 6459); 2. L. /utzae (MCN 6464); 3. L. multiformis simonsi (00689); 4-6. vista lateral do crânio: 4. L. occipitalis (MCN 6459); 5. L. Jutzae (MCN 6464); 6. L. multiformis simonsit (00689).

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102 FÁBIAN-BEURMANN, M.E. & VIEIRA, MI.

Fig. 7-15. 7-9. vista ventral do crânio: 7. L. occipitalis (MCN 6459); 8. L. /utzae (MCN 6464); 9. L. multiformis simonsii (00689); 10-15. vista lateral e medial da mandíbula: 10-11. L. occipitalis (MCN 6459); 12-13. L. /utzae (MCN 6464); 14-15. L. multiformis simonsit (00689)

IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (56):95-102, 30 mar. 1980

Novas adendas a ictiofauna marinha do extremo sul do Brasil (Actinopterygii: Teleostei).*

Thales de Lema** Carlos Alberto S. de Lucena *** Zilda Margarete S. de Lucena ****

RESUMO

Registro de novas ocorrências de peixes Teleostei para o Brasil Meridional, Estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, bem como confirmação de ocorrências raras de outros autores. São listadas 22 espécies e subespécies pertencentes a 17 gêneros, apresentando-se os principais dados merísticos de cada espécimen examinado. No Estado de Santa Catarina predominam espécies tropi- cais enquanto que no do Rio Grande do Sul predominam espécies de águas frias; ao norte do Rio “Grande do Sul observou-se uma área intermediária, em que os dois tipos de fauna se mesclam. Essa diferença entre os dois Estados parece decorrer da influência das correntes marinhas predominantes: a do Brasil, tropical, que atinge conspicuamente Santa Catarina e a das Malvinas que atinge o Rio Grande do Sul.

ABSTRACT

The authors present new records and confirm another made by several authors of Teleostean marine fishes from the Southern Brazil coast, in Santa Catarina and Rio Grande do Sul States. Twenty two forms pertaining to seventeen genera are listed and are presented the data of the exa- mined specimens. In Santa Catarina there are many tropical species, and in Rio Grande do Sul the- re is strong influence of Malvinas Current; in the north of Rio Grande do Sul occurs an intermediate area, with species and subspecies of both ichthyofaunae.

MATERIAL E MÉTODOS

O material examinado está depositado nas seguintes coleções: Museu de Ciências da Pontifí- cia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (MCP), em Porto Alegre; Museu de Ciências Natu- raís da Fundação Zoobotänica do Rio Grande do Sul (MCN), em Porto Alegre; Centro de aan Agrárias da Universidade Federal de Santa Catarira (CAUSC), em Florianópolis.

Foram examinados espécimens de peixes marinhos colecionados por Rudolf Gliesch e muitos dos quais foram citados em trabalho sobre a fauna de Torres ao norte de Estado do Rio Grande do Sul (GLIESCH, 1924-1925). Esse material pertenceu ao Instituto Borges de Medeiros, em Porto Alegre, atualmente Faculdade de Agronomia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (IBM), sendo que diversos espécimens foram determinados por Alípio de Miranda Ribeiro, destacando-se os seguintes: IBM 0446 - Scorpaena grandicornis CUVIER & VALENCIENNES, 1829 - Torres, Rio Grande do Sul, fevereiro de 1925; IBM 1729 (2 espécimens) - Archosargus unimacula- tus (BLOCH, 1792) que, atualmente, está na sinonímia de A. rhomboidalis (* ., 1758) - Torres, Rio Grande do Sul, agosto de 1926; IBM 1731 - Archosargus probatocephalus (W ALBAUM, 1792) -

Aceito para publicação em 18/X/1979. Contribuição FZB 159 Pesquisador do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul. Bolsista do Conselho Nacional

de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Proc. 1111.6090/76). Caixa Postal 1188, 90.000 Porto Alegre, Rio Grande do Sul.

Pesquisador do Museu de Ciências da Pontífica Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Técnico da Supervisão da Pesca da Secretaria da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul. Caixa Postal, 1429, 90.000 Porto Alegre, Rio Grande do Sul Auxiliar de Pesquisas do Museu de Ciências da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Cajxa Postal 1429,

90.000 Porto Alegre, Rio Grande do Sul

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104 LEMA, T. de et alii

Ilha dos Lobos, frente a Torres, Rio Grande do Sul, março de 1926. Não foi possível retirar os espé- cimens para revisão e anotação dos dados. Nenhuma dessas espécies foi registrada para a área de es- tudo deste trabalho.

As medidas são indicadas em milímetros e foram aferidas conforme LEMA & OLIVEIRA (1977). Os principais dados merísticos são apresentados com vistas a contribuir para uma melhor avaliação da fauna estudada. Nas espécies em que foi possível examinar maior número de espéci- mens, apresentou-se apenas a fregüencia dos dados. Em Dacty/oscopus tridigitatus GILL, 1859 fo- ram usadas percentagens em algumas relações para comparação com as descrições dos autores que se ocuparam desse taxon.

Os taxa são citados na sequência apresentada por GREENWOODE et alii (1966). Nas tabelas os espécimens estão na ordem do maior para o menor. )

São apresentadas referências bibliográficas de registros para a área. Aquelas espécies sem:cita- ções estão sendo registradas pela primeira vez.

As citações geográficas mais usadas foram indicadas pelas siglas: AR, Argentina; BR, Brasil; EUA, Estados Unidos da América: RLP, Río de La Plata; RS, Estado do Rio Grande do Sul, BR; SC, Estado de Santa Catarina, BR;/UR, Uruguai.

Os dados foram indicados em tabelas, ou simplificadamente em frequências, com as siglas: A, aleta anal; C. aleta caudal; CC, comprimento da cabeça; CF, comprimento do focinho; CMX, comprimento do maxilar; CPT, comprimento da aleta peitoral; CT, comprimento total; D, aleta dorsal: DO, diâmetro horizontal da órbita; DP, distância pré-dorsal; esp., espinho; FI, filamento caudal; HM, altura maior do corpo; LL, número de escamas da linha lateral; LT, filas de escamas longitudinais contadas em uma linha vertical situada na HM; NE, número do espécimen; OAC, distância da origem da A à base da C; PI, aletas pélvicas; Pt, aletas peitorais; RB, branquiospinas do ramo inferior do primeiro arco branquial; STD, comprimento ““standard””; SV, séries de escamas verticais. Relações: R,, CC no STD; R,, CF no CC; R;, DO no CC; R,, HM no STD; Rs, Pt no STD; R$, DO no CF; R,, segundo espinho da A na HM; Rg, segundo espinho da D no CC; R,, base da A no STD; Rio, DO na base da A; R,,, CMX no STD; R,,, DO no STD; R,;, DP no STD; R,,, segun- do espinho da A no CC; R;5, DO no OAC.

LISTA DAS ESPÉCIES

SUPERORDEM ACANTHOPTERYGII ORDEM BERYCIFORMES

SUBORDEM BERY COI DEI

FAMÍLIA HOLOCENTRIDAE

I. Holocentrus SCOPOLI, 1777 1. Holocentrus ascensionis (OSBECK, 1771)

Nomes vulgares: jaguaruçá (BR); “'squirrelfish”” (EUA).

Material examinado: 1. MCP 6618 - Barra do Sul em Ribeirão da Ilha de SC, SC. DXI+15, AIV+ 10, Pt 16, PI

I+7, CT 300, STD 206, CC 66, CF 15, DO 25, HM 75, CMX 30, LL 51, RB 16. RT 1,15% R,=4,4, R,=2,75, Rıı=6,8. z

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Novas adendas à ictiofauna marinha... 105

2. MCP 8077 - Garopaba, SC. D XI + 16, A IV + 10, Pt 16, PII + 7, CT 254, STD 190, CC 59, CF 14, DO 19, HM 75, CMX 25, LL 51, C 20. R, = 1,27, R,=4,21, R4= 2,53, Rg = 7,6.

ORDEM GASTEROSTEIFORMES SUBORDEM AULOSTOMOIDEI FAMÍLIA FISTULARIIDAE

I. Fistularia LINNAEUS, 1758

Nomes vulgares: trombeta, peixe-trombeta, trombeteiro (BR); ““cornet

fish” (EUA). 2. Fistularıa tabacaria LINNAEUS, 1758

- Fistularia tabacaria BARCELLOS, 1962:14 (RS)

Material examinado*

1. MCP 2497 - Garopaba, SC. D 13, A 14, Pt 16, PlI+5,C 13, CT 680, STD 630, CC 235, CF 164, DO 24. R,=2,89, R, = 1,43, R, = 9,79.

2. MCP 6193 - Provavelmente SC. D (danificada), A 12, Pt 15, PlI+5,C 14, CT 695, STD 660, CC 240, CF 170, DO 21. R,=2,75, R,=1,41, R;= 11,42.

3. Eistularia petimba LACEPEDE, 1803

- Fistularia tabacaria MENEZES. 1971:49 (RS) (apud BENVEGNU, 1973). - Fistularıa petimba BENVEGNÜ, 1973:494 (RS). Material examinado:

1-3. MCP 6382, 6383, 6962 - Porto Belo, municipio de Porto Belo, SC. 4-5. MCP 8171, 8172 - Perequê, município de Porto Belo, SC.

Dados: EIER] een [Sie ee Era MEMES a 77 55 7 67 47 5 61 45 5

Observação. Não variam: A 14, PL I+5.

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106 LEMA, T. de et alii

ORDEM; SGORPAENIEORM SUBORDEM SCORPAENOID FAMILIA SCORPAENIDAE

HI. Helicolenus GOODE & BEAN, 1895

ES ER

4. Helicolenus dactylopterus labillei NORMAN, 1937

Helicolenus dactylopterus labillei BENVEGNÚ, 1973:494 (Torres, RS a Maldonado, UR).

Nomes vulgares: vermelho (RS); ““rubio””, ““rouget””, “'serrán imperial” (AR).

Material examinado:

1-13. MCP 0788-0799 - Florianópolis, SC.

14-16. MCP 4698-4700 - Praia de Tramandaí, município de Tramandaí, RS.

17. MCP 7534 - RS.

18-31. MCP 3389-3391, 3400, 3414, 3459-3461, 3480, 3481, 3712, 3810, 3835 - Rio Gran- de, RS a Cabo Polonio, UR.

Frequência dos dados:

D Be 2

EHE Fee

palas spo in

R;

3,4 0

Zen É = 3,3

spa

(a) Não variam: A HI +5, PL I+5. (b) Esta é uma subespécie própria da Argentina e que se dispersa até San- ta Catarina, talvez sob a influência da corrente das Malvinas. O tipo procede do

Río de La Plata sendo bastante comum na Argentina e no Uruguai (LAHILLE, 1913; DEVINCENZI, 1920).

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SU,

Novas adendas à ictiofauna marinha... 107

IV. Scorbaena LINNAEUS, 1758 5. Scorpaena brasihensis CUVIER, 1829 Nomes vulgares: mangangá vermelho, peixe-escorpião vermelho (BR).

Material examinado:

1. MCP 7323 - Porto Belo, município de Porto Belo, SC.

2. MCP 7703 - Ponta das Canas, Florianópolis, SC.

3-5. MCP 3617; MCN 2260, 4643 - Garopaba, município de Garopaba, SC.

Dados:

19/17 | 18

17/17 | 16 18/17 | 17

Observação: Não variam: DXII + 10, AMI + 5,P15 + 5.

6. Scorpaena plumieri BLOCH, 1789 Nomes vulgares: mangangá preto, peixe-escorpião preto (BR).

Material examinado: pt 1-2. MCP 8091, 8092 - Praia do Canto, baía de Zimbros, município de Porto Belo, SC.

3-4. MCP 6616, 6617 - Baía Norte, Florianópolis, SC.

Dados:

Observações.

(a) Não variam: A III+5, PL I+5.

(b) NOMURA & MENEZES (1964) afirmam, citando SANTOS (1952), que esta espécie ocorre da América do Norte até Santa Catarina. Entretanto, SANTOS (op. cit.) indica esta distribuição para $. grandicornis e não para S. plumiern.

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108 LEMA, T. de et alii /

FAMÍLIA TRIGLIDAE V. Peristedion LACEPEDE, 1802 7. Peristedion sp.

Nomes vulgares: cabrinha-de-chifres (BR); “'sea robin'”” (EUA).

Material examinado: j

MCP 8078 - Baía de Garopaba, município de Garopaba, SC. D VII + 17, A 18, Pr12,P16, CT 110, STD 94, CC 33 + 7 (esp. rostrais), DO 11, HM 16, carena lateral 37, placas laterais 25, R, (com rostro) = 2,35, R, (sem rostro) = a a R; (com rostro) = 3,63, R; = 5,87, carena lateral na HM. = 2,3, CC (com rostro) no CT =

Observação. Pela revisão de TEAGUE (1961) o presente espécimen aproxima-se de P. altipinnis (REGAN, 1903) e P. schmitti TEAGUE, 1961, mas difere em alguns aspectos básicos. Por outro lado aproxima-se de P. roseum MIRANDA-RIBEIRO, 1903 que TEAGUE não viu nem o tipo nem qualquer espécimen que se enquadrasse na descrição da mesma. Entretanto, TEAGUE sugeriu a identidade da espécie de MIRANDA-RIBEIRO com P. altıpınnıs. Examinamos o tipo de P. roseum que está depositado no Museu Nacional do Rio de Janeiro e concluimos, previamente, que esta espécie é válida e que nosso espécimen MCP 8078 pertence a uma nova espécie a ser descrita. Deixamos de fazê-lo na esperança de conseguir mais exemplares.

ORDEIMEPIERIGIEEZOZRINGE SUBORDEM PERCOIDE

FAMILIA ECHENEIDAE

S I

VI. Remora GILL, 1863 8. Remora remora (LINNAEUS, 1758)

- Echeneis remora GLIESCH, 1924-1925: 212 (Torres, RS). - Remora remora BARCELLOS, 1962:14 (RS).

Nomes vulgares: pegador-preto, piolho-de-cação (BR); “'pez chupador” (AR).

Material examinado:

MCN 4085 - Garopaba, SC. D. 21, Pt 27, P11+5, A 20, C 19, CT 273, STD 215, HM 30, CC 60, DO 8; comprimento x largura do disco = 75x32; número de pares de lamelas do disco 18; CC no STD 3,58; HM no STD 7,16; comprimento do disco no CT 3,64; largura do disco em seu comprimento 2,34.

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Novas adendas à ictiofauna marinha... 109

FAMÍLIA GERRIDAE VII. Diapterus RANZANI, 1840 9. Diapterus rhombeus (CUVIER, 1829) Nomes vulgares: carapeba, acarapeba, níque, cará-da-pedra (BR).

Material examinado: 1. MCP 5010 - Ponta das Canas, Ilha de SC, SC. DIX +10, A 11+9, Pt 14, P11+5,C 18, (CESPE SDS EIN. 18 CEH57 CEB DOS: Il espiA SI espaDALO IRP=2066, Rat 25225 = DD ey AO: 2. MCP 8111 - Praia do Canto, baía de Zimbros, município de Porto Belo, SC. D IX + 10, A 11-29, PeSIG PTS, E17 FETN227SITD-1107CE37,. CE 10, DONT, AM 59; RB 18, LI 40: JIesp.A 21; IT esp.D 3,5. Rj= 2,97, R4= 1,86, R;= 2,8, Rg = 1,05.

VII. Eugerres JORDAN & EVERMANN, 1927 10. Eugerres brasilianus (CUVIER, 1830)

Nomes vulgares: carapeba, caratınga, acarapeba (BR).

Material examinado: 1-2. MCP 7409, 7410 - Mercado Municipal de Florianöpolis, SC. 3-4. MCP 5268, 8248 - Lagoa da Conceição, município de Florianópolis, SC.

Dados:

Observação: Não variam: A III + 7,P1I + 5.

IX. Eucinostomus BAIRD & GIRARD, 1855 11. Eucinostomus gula (CUVIER, 1830) - E. [ucinostomus] gula RINGULET & ARAMBURU, 1960:71 (Cuba, Venezuela, BR, AR).

- Eucinostomus gula CERVIGON, 1966:451 (Bermudas e Massachu- setts até AR; Golfo do México).

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110

LEMA, T. de et alii

Do]

Nomes vulgares: carapicü, escrivão, riscador, cacundo (BR).

Materia examinado:

1-3. MCP 8250, 8252, 8253 - Praia de Perequê, município de Porto Belo, SC.

4-6. MCP 5015, 5197, 5198 - Praia de Araçá, município de Porto Belo, SC.

7-19. MCP 4625, 4695a-d, 5200, 7368, 7370-7372, 7895, 8255, 8267 - Praia de Porto Belo,

município de Porto Belo, SC.

2426,

20-25. MCP 5012, 6585, 6588-6591 - Ponta das Canas, Ilha de SC, SC.

26-29. MCP 1085, 1086, 1124, 8221 - Estreito, Florianópolis, SC.

30-33. MCP 5265-5267, 5270 - Lagoa da Conceição, Florianópolis, SC.

34-64. MCP 1573, 1890, 1897, 2394, 2395, 2398, 2405, 2406, 2410, 2414-2419, 2422, 2424, 2429, 2431, 2436, 2438, 2439, 2441-2443, 2445, 2447, 2449, 3149, 3150 - Florianópolis,

65. MCP 5228 - Palhoça, SC.

66-69. Praia de Garopaba, município de Garopaba, SC.

70. MCP 5695 - Tubarão, SC.

71. MCP 0664 - Praia do Norte, município de Torres, RS.

72. MCP 5372 - Praia de Tramandaí, município de Tramandaí, RS. 73-74. MCP 0658, 1971 - Praia de Cassino, município de Rio Grande, RS.

Frequência dos dados:

Pt C 15 16 17 18 19 20 21 22 330124, isa RR PER PJ STD 61-80 | 81-100 | 101-109 16 37 19 2

1. 2 wen Merz 6 2

aa | 38 | el ER | 3,9 [ao en 4,2 7 6 5 1 6 1 1 0 0) 1

Aa | a ER RI EA RCE .\e (a may ara Re area

IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (56):103-120, 30 mar. 1980

Novas adendas à ictiofauna marinha... 111

Observação. Não variam: D IX + 10, PLI+5, A IIl+ 7, RB 7 (exceto nos especimens MCP 2441, 3554, 5012 e 5265 que tem 6).

12. Eucinostomus melanopterus (BLEEKER, 1863) * Nome vulgar: carapıcü (RS).

Material examinado;

1. MCP 8261 - Praia de Perequê, município de Porto Belo, SC.

2. MCP 7318 - Praia de Porto Belo, município de Porto Belo, SC.

3-4. MCP 5011, 5569 - Ponta das Canas, município de Florianópolis, SC.

5. MCP 1128 - Estreito de Florianópolis, município de Florianópolis, SC.

6-7. MCP 1572, 3148 - Ilha de SC, SC.

8.-MCP 5227 - Palhoça, SC.

9-13. MCP 0655, 0659, 0661, 0663, 4081 - Praia de Torres, município de Torres, RS.

Frequência dos dados:

Pt

5) 5 5

STD

3 10

IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (56):103-120, 30 mar. 1980

112 LEMA, T. de et alii

Nes E PRE nn CERA 1331 E 0

EEE EE EN EO EA E

3,4 3,6 [27

1 0 0 1

3,8 1 3,9 | 4,0 3 0 1

Observação. Não variam: D IX +10, P11+5, AII +7, RB8.

13. Eucinostomus argenteus BAIRD & GIRARD, 1855

- Eucinostomus NEN, MENEZES, 1971:54 (RS) (apud BEN- VEGNU, 1973). - Eucinostoma argenteus BENVEGNU, 1973:496 (Torres a Chuí, RS).

Nomes vulgares: carapicü, escrivão (RS).

Material examinado:

1. MCP 8260 - Praia de Porto Belo, município de Porto Belo, SC.

2-3. MCP 6579, 6582 - Ponta das Canas, Ilha de SC, SC.

4. MCP 5269 - Lagoa da Conceição, município de Florianópolis, SC.

5-8. MCP 1087-1089, 1568 - Estreito de Florianópolis, SC.

9-23. MCP 1574, 2382, 2399, 2401-2404, 2408, 2409, 2423, 2432-2435, 2437 - Florianópo- lis, SC.

24. MCP 3614 - Garopaba, município de Garopaba, SC.

25. MCP 5269 - Lagoa do Mirim, município de Tubarão, SC.

26-27. MCP 0656, 0665 - Praia de Torres, município de Torres, RS.

Frequência dos dados:

Pt E@ 3 12 10 4 4 7 5 4 3 STD

R; Ear ge 2,8 30 | 341

5 11 4 2

IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (56):103-120, 30 mar. 1980

Novas adendas à ictiofauna marinha... 113

R; 23 ae ae er Te 14973

3,8

0 0 0 1

Ri; 3 2 7 10 4 1 1 (0) 0 (0)

4,5 | 4,6 | 4,7 1 2 1

Rıs E Rae AEE Re EAN ESA EPRRERECO ECN E: ee so Pote lo da loaprsa

Observação. Não variam: D IX +10, P11+5, A II+7, RB 7.

FAMÍLIA POMADASYIDAE X. Haemulon CUVIER, 1829 14. Haemulon steindachneri (JORDAN & GILBERT, 1882)

Haemulon caudimacula STEINDACHNER, 1876:15 (Acapulco, Mé- xico; Maranhão, Rio de Janeiro e RS no BR) [pré-ocupado por CUVIER, 1829].

Nomes vulgares: corcoroca, boca-larga (BR).

Material examinado: 1-8. MCP 8129-8136 - Praia do Canto, baía de Zimbros, município de Porto Belo, SC.

IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (56):103-120, 30 mar. 1980

Bus LEMA, T. de etalii

Dados:

ea

Cc XI +17 | 18/18 [19

[er [Eee jr ee Br 12 55 IS 027.

54

8182. | XII 16 19 54 : 8129 | XII+17 2,62 8133 | XII+ 16 2,54 8134 | XII+16 3,3 8136 | XII+16 2,5 Sa X iz Ä

8131 XI +15

Observacöes.

(a) Não vartam: P1 I+5, A III +9 (exceto o espécimen MCP 8131 que possue III + 8).

(b) COURTENAY (1961), ao revisar a espécie, não levou em considera- ção a ocorrência no Rio Grande do Sul do material de STEINDACHNER (1876). |

FAMILIA SPARIDAE XI. Archosargus GILL, 1865 15. Archosargus rhomboidalis (L., 1758)

- Archosargus rhomboidalis ROUX, 1973:121 (Zimbros, SC).

Nomes vulgares: canhanda, sargo, frade, mercador, salema, gnatucupa- juba (BR); sambuio (Bahia, BR).

Material examinado:

1. MCP 8137 - Praia do Canto, baía de Zimbros, município de Porto Be- los 4SC:

2. MCP 1902 - Florianópolis, SC.

3. MCP 5232 - Mercado Municipal de Florianópolis, SC.

4-7. MCP 5572-5575 - Ponta das Canas, Ilhas de SC, SC.

8. MCP 6593 - Porto pesqueiro de Rio Grande, município de Rio Gran- de IRS:

IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (56):103-120, 30 mar. 1980

Novas adendas à ictiofauna marinha... 115

Dados:

efe | ole poeta as uu

Observação: Não variam: P1 I+5, DXIUI +II (exceto o espécimen MCP 5573 que possue XII + 10), A III + 10 (exceto os espécimens MCP 5574 e 8137 que possuem III + II), Pt 14 (exceto o espécimen MCP 5573 que possue 15), RB7. FAMILIA CHAETODONTIDAE XII. Holacanthus LACEPEDE, 1803 16. Holacanthus tricolor (BLOCH, 1795)

Nomes vulgares: papagaio (Garopaba, SC), soldado (Bahia, BR); “rock beauty” (EUA).

Material examinado:

1. MCP 8079 - Garopaba, SC (em seco). D+ XIV + 18, A III + 19, Pt 15, PLI+5,C 17, CT 214, STD 178, CC 50, DO 11, HM 93. R, = 3,56; R; = 4,54; Ry = 1,91.

2. MCP 8249 - Norte da Ilha de SC, SC. D+ XIV + 18, A III + 19, Pt 17, PLI+5,C 18, CT 181, STD 146, CC 39, DO 9, HM 86. R, = 3,74; R; = 4,33; R4= 1,69.

SUBORDEM SPHYRAENOIDEI FAMILIA SPHYRAENIDAE

XIII. Sphyraena RÖSE, 1793

17. Sphyraena guachancho VALENCIENNES, 1829

IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (56):103-120, 30 mar. 1980

116 LEMA, T. de et alii

- Sphyraena guachancho BENVEGNU, 1973:497 (Torres a Chuí, RS). Nome vulgar: bicudo (SC).

Material examinado:

1-11. MCP 6384-6390 - Praia de Porto Belo, municipio de Porto Belo, SC. 12-14. MCP 8160-8162 - Praia de Perequê, município de Porto Belo, SC.

Frequência dos dados:

E STD R; EEIERBERAERIER] 9 | 2 l 2 6 5 1 1 p} 2 7

LL

2 3 2 1 1 0 2 0 0 1 0 1

R;

1 1 2 3 1 2

2 4 1 2 2 2

17.9 19.419 1 1

Observação. Não variam: D V,I+9; AIl+8; PLI+5; DO 11 (exceto os

espécimens MCP 8161 e 8162 que possuem 7); Pt 13 (exceto o espécimen MCP 6384 que possue 12/13)

SUBORDEM LABROIDEI FAMILIA SCARIDAE SUBFAMILIA SPARISOMATINAE

XIV. Sparisoma SWAINSON, 1831 18. Sparisoma abildgaardi (BLOCH, 1791)

Nomes vulgares: batata, budião-vermelho, budião-papagaio (BR).

Material examinado:

MCN 4092 - Garopaba, SC (seco). D IX + 10, A 1+9,Pt12,P11+5.C15.CT 310, STD 260, CC 75, DO 14, HM 87. R, = 3,46; R;=5,35; Ry = 2,98.

IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (56):103-120, 30 mar. 1980

Novas adendas à ictiofauna marinha... 117

SUBORDEM URANOSCOPOIDEI FAMILIA DACTYLOSCOPIDAE

XV. Dactyloscopus GILL, 1859 19. Dactyloscopus tridigitatus GILL, 1859

Nome vulgar: “'sand stargazer’’ (EUA). Material examinado:

1. MCP 7630 - Porto Belo, SC. D XII + 26, A 1l+33, Pr 13, P1I+3,C9,CT 62, STD 55, CC 13, CF 2, DO 1,5, HM 8, franjas operculares 10, DP II. R, = 23,6; R, = 8,7; R4= 6,9; Rıa = 2,7; Rı3=20. 2. MCP 8268 - Porto Belo, SC. D XII +27, A 11+33, Pt 13. Pl1 +3, 10, @7 57, STD5L, E@113,.CE 2; DO 1,5, HM 8; franjas operculares 11,.DP 10. Rj = 25,5,R; = Saas Ry= 6,4; Rıs = DÃO; Ri; = 19,6.

Observações. Os especimens examinados diferem da descrição de BÖHLKE & CHAPLIN (1968) quanto ao processo maxilar, o qual atinge a par- te posterior dos olhos, como em Dacty/oscopus crossotus STARKS, 1913, se- gundo aqueles autores.

STARKS (1913) afirma que em D. crossotus a anal insere-se mais poste- riormente do que em D. iridigitatus. KANAZAWA (1952) diz que nesta espé- cie a origem da anal situa-se sob a reta sob a reta que passa que passa pelo quin- to raio da dorsal, como se no espécimen MCP 7630; entretanto, no MCP 8260 essa reta passa pelo sétimo raio dorsal, portanto mais posteriormente.

Pelo que pudemos observar D. crossotus e D. tridigitatus são espécies muito próximas e a única diferença digna de nota, que pode ser utilizada numa primeira e a única diferença digna de nota, que pode ser utilizada numa pri- meira aproximação, é o diâmetro ocular, o qual*é bem m aior na primeira. Na lista de FOWLER (1941) D. crossotus aparece citada como sinônimo da outra, mas autores mais recentes, como BÖHLKE & CHAPLIN (1968), consideram ambas válidas.

O exemplar MCP 8268 é uma fêmea e o MCP 7630 é um macho, concor- dando com BÖHLKE & CHAPLIN (1968) quanto ao dimorfismo sexual que

observamos. A fêmea apresenta as ovas amarelas e as bolsas sob as peitorais bem desenvolvidas.

SUBORDEM GOBIOIDEI FAMÍLIA GOBIIDAE

XIV. Dormitator GILL, 1861

IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (56):103-120, 30 mar. 1980

118 LEMA, T. de et alii

20. Dormitator maculatus (BLOCH, 1790)

Nomes vulgares: dorminhoco (BR); ''sleeper”” (EUA)

Material examinado:

CAUSC 0087 - Florianópolis, SC (em valeta de água doce próximo à praia).

D VII+9, A 10, Pt 14, P1I+5,C 17, CT 122, STD 96, CC 26, CF 6, DO 5, HM 36, LL 34. = 3,69, R,=4,33, Rz = 5,2, Ry = 2,66.

SUBORDEM ACANTHUROIDEI FAMÍLIA ACANTHURIDAE

XII. Acanthurus FORSKÄL, 1775 21. Acanthurus bahıanus CASTELNAU, 1855 Nome vulgar: peixe-cirurgião (BR).

Material examinado: MCP 8076 - Garopaba, SC (em seco). D IX + 23, A III + 22, Pt 16, PLI+5, C 18, CT 178, STD 136, CC 39, CF 21, DO 11, EP 10, HM 70. R, = 3,48, R, = 1,85, R, = 3,54, R; = 1,94.

AGRADECIMENTOS

Agradecemos de forma especial ao Prof. Carlos Rogério Poli, do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal de Santa Catarina, por sua eficiente colaboração na coleta naquele Estado. Ao Prof. José Vanderlí Andreata, da Universidade de Santa Úrsula do Rio de Janeiro por esclareci- mentos prestados. Finalmente, ao Prof. Dr. Jeter Jorge Bertoletti, Diretor do Museu de Ciências da Pontífica Universidade Católica do Rio Grande do Sul, por favorecer a realização deste.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Lista prévia dos anfíbios do Estado do Rio Grande do Sul, Brasil *

Pedro Canísio Braun ** Cristina Assunção Sirangelo Braun ***

RESUMO

Este trabalho consta da listagem das 8 famílias, 24 gêneros e 65 espécies e subespécies de anfi- bios constatadas, até o momento, no Estado do Rio Grande do Sul, Brasil, com base no exame de material coletado pelos autores, de material existente em diversas coleções nacionais e estrangeiras ainda em registros bibliográficos feitos sobre a região em estudo.

ABSTRACT

This work presents a list of 8 families, 24 genus and 65 species and subspecies of amphibians that occur in the Rio Grande do Sul State, Brazil. It's based in the examination of the material col- lected by the authors, in the material that exists in various national and foreign collections, and in the bibliography.

INTRODUÇÃO

HENSEL (1867) foi dos primeiros a se preocupar com os anfíbios do Rio Grande do Sul, elaborando uma lista de espécies do sul do Brasil, entre as quais mencionou 22 para o nosso, Estado. Depois dele muitos outros autores realiza- ram estudos de material anfibiológico originário daqui, quase sempre publi- cando artigos nos quais os anfíbios desta região são analisados sob os mais variados aspectos, sem apresentar, no entanto, o cunho específico de lista ou relação. Pode-se apontar como exceções, os trabalhos de BOULENGER (1885 a-b, 1886b), de BAUMANN (1912) e de NIEDEN (1923). P. BRAUN & C. BRAUN (1976a) apresentaram uma lista de anfíbios da Região Metropoli- tana (Grande Porto Alegre), englobando os 14 municípios que dela fazem parte, registrando um total de 31 espécies e subespécies.

Estando os autores trabalhando, bastante tempo, na elaboração de um catálogo dos anfíbios do Estado do Rio Grande do Sul, no qual serão abordados aspectos zoogeográficos, biológicos e ecológicos, sentiram a necessidade de lan- çar previamente esta lista, que a conclusão do referido trabalho demandará ainda algum tempo.

Com a publicação desta lista, visam os autores contribuir para um melhor conhecimento da anfıbiofauna do Estado do Rio Grande do Sul, tendo em vista a quase total ausência de trabalhos desse tipo nas últimas décadas. Cumpre sa- lientar no entanto, que as espécies e subespécies aqui listadas foram, de uma maneira ou de outra, mencionadas para a região, pelos mais diversos autores.

* Aceito para publicação em 26.X. 1979. Contribuição FZB 160: Realizado, em parte, com auxílio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (FAPERGS). Proc. Biol. 163/76

* Técnico Superior Pesquisador do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotänica do Rio Grande do Sul. Av, Dr. Salvador França, 1427, Caixa Postal 1188, 90000 Porto Alegre, RS, Brasil Bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Rio de Janeiro. Proc. 1111-4532/76

* Técnico Superior Pesquisador do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zooboränica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre. Bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Rio de Janeiro. PRoc. 1111-0306/77

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122 BRAUN, P.C. & BRAUN, C.A.S.

MATERIAL E METODOS

A presente lista engloba as espécies e subespécies de anfíbios registrados para o Estado do Rio Grande do Sul, Brasil, até o momento, com base no exame do material que se acha depositado nas coleções do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, do Insti- tuto Central de Biociências da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, do Museu Anchieta de Porto Alegre, da Universidade do Vale do Rio dos Sinos, da Facultad de Humanidades y Cien- cias de Montevideo, Uruguai, do Museo Nacional de Historia Natural de Montevideo, Uruguai e do Museo de La Plata, Argentina, num total aproximado de 20 mil exemplares. Também foram levados em conta os registros bibliográficos referentes ao material anfibiológico da região em estu- do.

No que se refere à taxonomia dos anfíbios, seguimos. para a ordem Gymnophiona a ortenta- ção de TAYLOR (1968) e para a ordem Anura, a de LAURENT (1967). O mapa da figura 1 repre- senta as onze regiões fisiogräficas do Estado do Rio Grande do Sul, segundo FORTES (1959), pelas quais se distribuem as espécies listadas, seguindo numeração nele contida e de acordo com o que es- objetivado nos mapas das figuras 2-8. As localidades correspondentes a cada região, aparecem ci- tadas em ordem alfabética na distribuição geográfica de cada entidade.

@lasse AU bip shi A

Ordem GYMNOPHIONA Família TYPHLONECTIDAE

Gênero Chthonerpeton PETERS, 1879

1 Chthonerpeton indistinctum (REINHARDT & LUTKEN, 1862)

Localidades assinaladas: (fig. 2)

Região 1 Praia de Capão da'Canoa

Região 2 Alvorada, Canoas, Gravataí, Guaíba, Porto Alegre. Região 6 Pelotas.

Região 10 São Leopoldo, Sapucaia do Sul.

Família CAECILIDAE Gênero Sıphonops WAGLER, 1828

2 Sıphonops annulatus (MIKAN, 1820) Localidade assinalada: (fig. 2) Região 6 Pelotas (IHERING, 1911).

3 Sıphonops paulensis (BOETTGER, 1892) Localidades assinaladas: (fig. 2) Região 3 São Borja Região 7 Tenente Portela Região 9 Cruz Alta

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Lista prévia aos anfíbios... 123

Ordem ANURA

Subordem ARCHAEOBATR Superfamília MY CROHYL Família MICROHYLIDAE

Gênero E/achistocleis (GUERIN, 1838)

4 Elachistocleis bicolor (GUERIN, 1838) Localidades assinaladas: (fig. 6)

Região 1 Osório, Praia da Cidreira, Torres, Tramandaí.

Região 2 Alvorada, Cachoeirinha, Canoas, Gravataí, Guaíba, Por- to Alegre, São Jerônimo, Triunfo, Viamão.

Região 3 Boçoroca, Santo Antônio das Missões, São Borja, São Luiz Gonzaga.

Região 4 Bagé, Quaraí, Santana do Livramento.

Região 5 Caçapava do Sul.

Região 6 Jaguarão, Tapes.

Região 7 Iraí, São Valentim, Tenente Portela.

Região 8 Cambará do Sul, São Francisco de Paula, Vacaria.

Região 9 Cruz Alta.

Região 10 Campo Bom, Montenegro, Nova Petrópolis, Novo Ham- burgo, Sao Leopoldo.

Região 11 Caxias do Sul, Farroupilha, Veranópolis.

Subordem NEOBATRACHIA Superfamília BUFONOIDEA Família BUFONIDAE Gênero Bufo LAURENTI, 1768

5 Bufo ictericus ictericus (SPIX, 1824)

Localidades assinaladas: (fig. 3)

Região 1 Torres.

Região 2 Cachoeira do Sul, Cachoeirinha, Canoas, Esteio, Grava- taí, Porto Alegre, Santa Cruz do sul, Santa Maria.

Região 3 Boçoroca, Santo Antônio das Missões, São Borja, São Luiz Gonzaga.

Região 5 Caçapava do Sul.

Região 7 Barão do Cotegipe, Iraí, Tenente Portela.

Região 8 Bom Jesus, Cambará do Sul, São Francisco de Paula, Va- caria.

Região 10 Arroio do Tigre, Campo Bom, Candelária, Canela, Estre-

la, Gramado, Lageado, Montenegro, Nova Petrópolis, Novo Hamburgo, Rolante, São Leopoldo, Sapirariga, Sa- pucaia do Sul, Taquara, Venâncio Aires.

IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (56):121-146, 30 mar. 1980

124 BRAUN, P.C. & BRAUN, C.A.S.

Região 11 Bento Gonçalves, Caxias do Sul, Farroupilha, Flores da Cunha, Garibaldi, Muçum, Veranópolis.

6 Bufo granulosus dorbignyi DUMERIL & BIBRON, 1841 Localidades assinaladas: (fig. 3) Região 1 Osório, Praia da Cidreira, Praia de Atlântida, Rio Grande, Santa Vitória do Palmar, Torres, Tramandaí. Região 6 Jaguarão, Pelotas, São. Lourenço do Sul.

7 Bufo'arenarum arenarum HENSEL, 1867 Localidades assinaladas: (fig. 3)

Região 1 Osório, Práia da Cidreira, Praia de Atlântida, Praia do Pi- - nhal, Praia do Quintão, Santa Vitória do Palmar, Torres, Tramandaí.

Região 2 Porto Alegre, Viamão.

Região 6 ri Tapes.

Região 8 Cambará do Sul.

Região 10 Santo Antônio da Patrulha, São Leopoldo.

8 Bufo paracnemis A. LUTZ, 1925 Localidades assinaladas: (fig. 3) Região 4 Alegrete, Uruguaiana.

9 Bufo granulosus fernandezae GALLARDO, 1957 Localidades assinaladas: (fig. 3) Região 2 Alvorada, Cachoeirinha, Gravataí, Porto Alegre, Viamão. Região 3 Boçoroca. | Região 10 São Leopoldo, Sapucaia do Sul.

10 Bufo crucifer henseli A. LUTZ, 1934 Localidades assinaladas: (fig. 3) Região 1 Torres. Região 2 Porto Alegre, Viamão. Região 8 Cambará do Sul, São Francisco de Paula. Região 10 Campo Bom, Canela, Gramado, Nova Petrópolis, São Leopoldo, São Sebastião do Caí. Região 11 Caxias do Sul, Farroupilha.

Gênero Melanophryniscus GALLARDO, 1961 11 Melanophryniscus tumifrons (BOULENGER, 1905) Localidades assinaladas: (fig. 6)

Região 2 Porto Alegre, Viamão. Região 8 Cambará do Sul.

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Lista prévia dos anfíbios... 125

Região 10 Campo Bom, Canela, Nova Petrópolis, São Leopoldo.

12 Melanophryniscus stelzneri atroluteus (MIRANDA-RIBEIRO, 1920) Localidades assinaladas: (fig. 6) Região 2 Canoas.

Região 3 Boçoroca, Itaqui, Santo Antônio das Missões, São Borja) São Luiz Gonzaga.

Região 4 São Gabriel, Uruguaiana.

Região 8 Bom Jesus, Cambará do Sul.

Região 10 Arroio do Tigre, Sao Leopoldo.

13 Melanophryniscus stelzneri dorsalıs (MERTENS, 1933) Localidades assinaladas: (fig. 6) Região 1 Praia da Cidreira, Praia de Atlântida, Torres, Tramandaí.

14 Melanophryniscus macrogranulosus P. BRAUN, 1973 Localidade assinalada: (fig. 6) Região 1 Torres.

15 Melanophryniscus cambaraensis P. BRAUN & C. BRAUN, 1978 Localidade assinalada: (fig. 6) Região 8 Cambará do Sul.

Gênero Dendrophryniscus ESPADA, 1870

16 Dendrophryniscus brevipollicatus ESPADA, 1870 Localidade assinalada: (fig. 3) Região 8 Cambará do Sul.

Família HYLIDAE Gênero Hy/a LAURENTI, 1768 grupo faber

17 Hyla faber WIED, 1821 Localidades assinaladas: (fig. 5) Região 1 Osório, Praia da Cidreira. Região 2 Alvorada, Gravataí, Guaíba, Porto Alegre, Viamão. Região 7 Iraí, Tenente Portela. Região 8 Cambará do Sul, São Francisco de Paula. Região 10 Campo Bom, Canela, Montenegro, Nova Petrópolis, Novo Hamburgo, São Leopoldo, Sapiranga, Taquara. Região 11 Caxias do Sul.

18 Hyla circundata (COPE, 1867) Localidade assinalada: (fig. 5) Região 10 Gramado (B. LUTZ, 1973)

IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (56):121-146, 30 mar. 1980

126 BRAUN, P.C. & BRAUN, C.A.S. grupo pulchella 19 Hyla pulchella pulchella DUMERIL & BIBRON, 1841

Localidades assinaladas: (fig. 7)

Região 1 Mostardas, Osório, Praia da Cidreira, Praia do Cassino, Praia do Pinhal, RioGrande, Santa Vitória do Palmar, Torres, Tramandaí.

Região 2 Alvorada, Cachoeirinha, Canoas, Gravataí, Guaíba, Por- to Alegre, Santa Cruz do Sul, Santa Maria, Triunfo, Via mão.

Região 3 Boçoroca, Santo Antônio das Missões, São Born Säo Luiz Gonzaga.

- Região 4 Bagé, Quaraí, Santana do Livramento, São Gabriel.

Região 5 Caçapava do Sul, Piratini.

Região 6 Jaguarão, Pelotas, São Lourenço do Sul, Tapes.

Região 7 Iraí, Tenente Portela.

Região 8 Bom Jesus, Cambará do Sul, Lagoa Vermelha, São Fran- cisco de Paula, Vacaria.

Região 9 Cruz Alta.

Região 10 Campo Bom, Canela, Gramado, Montenegro, Nova Pe- trópolis, Novo Hamburgo, São Leopoldo, Sapiranga, Sa- pucaia do Sul, Taquara.

Região 11 Caxias do Sul.

20 Hyla marginata BOULENGER, 1882

Localidades assinaladas: (fig. 5)

Região 8 Bom Jesus, Cambará do Sul, São Francisco de Paula.

Região 10 Arroio do Tigre, Taquara.

21 Hyla semiguttata A. LUTZ, 1925

Localidade assinalada: (fig. 5) Regiäo 10 Canela (B. LUTZ, 1973)

grupo polytaenia

22

25

Hyla guentheri BOULENGER, 1886 Localidades assinaladas: não especificadas. Citada por BOULENGER (1886) e B. LUTZ (1973).

Ayla bischofft bischoffi BOULENGER, 1887 Localidades assinaladas: (fig. 5)

Região 1 Torres.

Região 8 Cambará do Sul, São Francisco de Paula. Região 10 Taquara.

IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (56):121-146, 30 mar. 1980

Lista prévia dos anfíbios... 127

24 Hyla squalirostris A. LUTZ, 1925 Localidades assinaladas: (fig. 7)

Região 1 Osório, Praia da Cidreira, Praia do Cassino, Rio Grande, Santa Vitória do Palmar, Torres.

Região 2 Gravataí, Guaíba, Porto Alegre, Santa Cruz do Sul, Santa Maria, Triunfo, Viamão.

Região 3 Boçoroca, Santo Antônio das Missões, São Borja, São Luiz Gonzaga.

Região 4 Bagé.

Região 6 Jaguarão, Pelotas, São Lourenço do Sul, Tapes. Região 7 São Valentim.

Região 8 Cambará do Sul, Vacaria.

Região 9 Cruz Alta.

Região 10 Canela, Gramado, Montenegro, São Leopoldo.

25 Hyla leptolineata P. BRAUN & C. BRAUN, 1977 Localidades assinaladas: (fig. 5) Região 7 São Valentim. Região 8 Bom Jesus, Cambará do Sul, Lagoa Vermelha, São Fran- cisco de Paula, Vacaria. Região 10 Canela, Gramado. Região 11 Caxias do Sul.

grupo x-signata 26 Hyla hayii BARBOUR, 1909 * Localidade assinalada: (fig. 5) Região 2 Porto Alegre (COCHRAN, 1954).

27 Hyla fuscovaria A. LUTZ, 1925 Localidades assinaladas: (fig. 5)

Região 1 Praia da Cidreira, Praia do Cassino, Torres.

Região 2 Cachoeira do Sul, Canoas, Gravataí, Guaíba, Porto Ale- gre, Santa Cruz do Sul, Santa Maria, Triunfo, Viamão.

Região 3 Boçoroca, Santo Antônio das Missões, São Borja.

Região 4 Bagé, Quaraí, Santana do Livramento, Uruguaiana.

Região 5 Caçapava do Sul.

Região 6 São Lourenço do Sul, Tapes.

Região 7 Iraí, Tenente Portela.

Região 8 Cambará do Sul, Esmeralda, Lagoa Vermelha, São Fran- cisco de Paula, Vacaria.

Região 9 Cruz Alta, Passo Fundo.

Região 10 Arroio do Tigre, Campo Bom, Candelária, Canela, Estän- cia Velha, Estrela, Gramado, Montenegro, Nova Petrópo-

IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (56):121-146, 30 mar. 1980

128

28

grupo 29

BRAUN, P.C. & BRAUN, C.A.S.

lis, São Leopoldo, São Sebastião do Caí, Sapucaia do Sul, Taquara. Região 11 Caxias do Sul.

Hyla eringiophila GALLARDO, 1961

Localidades assinaladas: (fig. 7)

Região 1 Torres.

Região 2 Gravataí, Porto Alegre, Santa Cruz do Sul, Santa Maria, Triunfo, Viamão.

Região 4 Bagé, Quaraí, Santana do Livramento.

Região 5 Caçapava do Sul, Canguçu.

Região 6 Jaguarão, Tapes.

Região 7 Iraí, Santo Augusto, São Valentim.

Região 8 Cambará do Sul, São Francisco de Paula, Vacaria.

Região 9 Cruz Alta, Tupanciretã.

Região 10 Estrela, Montenegro, Nova Petrópolis, São Leopoldo, Ta- quara.

Região 11 Caxias do Sul.

rubra Hyla.rubra altera B. LUTZ, 1968

Localidade assinalada: (fig. 7) Região 2 Porto Alegre (B. LUTZ, 1973).

grupo catharinae

30

31

22

Hyla catharinae catharinae BOULENGER, 1888 Localidades assinaladas: (fig. 7)

Região 8 São Francisco de Paula.

Região 10 Canela.

Hyla flavoguttata A. LUTZ & B. LUTZ, 1939 Localidade assinalada: (fig. 5) Região 8 Cambará do Sul.

Hyla berthae BARRIO, 1962 Localidades assinaladas: (fig. 7)

Região 1 Praia da Cidreira, Torres.

Região 2 Gravataí, Porto Alegre, Santa Cruz do Sul, Triunfo, Via- mão.

Região 3 Boçoroca.

Região 5 Caçapava do Sul. Região 6— Tapes

IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (56):121-146, 30 mar. 1980

Lista prévia dos anfíbios... 129

grupo

I

34

Região 7 Iraí, São Valentim. Região 8 São Francisco de Paula. Região 10 —- Estância Velha, Estrela, Montenegro.

minula

Hyla minuta PETERS, 1872 Localidades assinaladas: (fig. 7)

Região 1 Osório, Praia da Cidreira, Rio Grande, Torres, Traman- daí. Região 2 Alvorada, Cachoeirinha, Canoas, Esteio, Gravataí, Guaí-

ba, Porto Alegre, Santa Cruz do Sul, Santa Maria, Triun- fo, Viamão.

Região 5 Caçapava do Sul.

Região 6 Pelotas, São Lourenço do Sul, Tapes.

Região 7 Iraí, São Valentim, Tenente Portela. Região 8 Cambará do Sul, Lagoa Vermelha, São Francisco de Pau- la, Vacaria.

Região 10 Campo Bom, Canela, Estância Velha, Gramado, Monte- negro, Nova Petrópolis, São Leopoldo, Sapiranga, Taqua- ra.

Região 11 Caxias do Sul.

Hyla sanborni SCHMIDT, 1944

Localidades assinaladas: (fig. 7)

Região 1 Osório, Prata da Cidreira, Rio Grande, Torres, Traman- daí.

Região 2 Alvorada, Cachoeirinha, Gravataí, Guaíba, Porto Alegre, Rio Pardo, Santa Cruz do Sul, Santa Maria, Triunfo, Via- mão.

Região 4 Bagé, Uruguaiana.

Região 5 Caçapava do Sul.

Região 6 Jaguarão, Pelotas, São Lourenço do Sul, Tapes.

Região 8 Canela, Gramado, Montenegro, Nova Petrópolis, São Leopoldo, Taquara.

Gênero Phrynohyas FITZINGER, 1843

2.

Phrynohyas mesophaea (HENSEL, 1867) Localidades assinaladas: (fig. 6)

Região 2 Viamão.

Região 10 Montenegro, São Leopoldo.

Género Aplastodiscus A. LUTZ, 1925

IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (56):121-146, 30 mar. 1980

130 BRAUN, P.C. & BRAUN, C.A.S.

36 Aplastodiscus perviridis A. LUTZ, 1925 Localidades assinaladas: (fig. 6) Região 7 São Valentim. Região 8 Bom Jesus, Cambará do Sul, Lagoa Vermelha, São Fran- cisco de Paula, Vacaria. Região 10 Canela, Gramado.

Gênero Phy/lomedusa WAGLER, 1830

37 Phyllomedusa iheringii BOULENGER, 1885 Localidades assinaladas: (fig. 6) Região 2 Gravataí, Santa Maria. S Região 4 Bagé. Região 5 Caçapava do Sul. Região 6 São Lourenço do Sul.

Família PSEUDIDAE Gênero Lysapsus COPE, 1862

38 Lysapsus mantidactylus COPE, 1862 Localidades assinaladas: (fig. 8)

Região 1 Mostardas, Osório, Praia da Cidreira, Rio Grande, Santa Vitória do Palmar, Torres, Tramandaí.

Região 2 Alvorada, Cachoeirinha, Canoas, Gravataí, Guaíba, Por- to Alegre, Santa Maria, Triunfo, Viamão.

Região 4 Bagé, Quaraí, Santana do Livramento, São Gabriel.

Região 5 Caçapava do Sul, Piratini. Região 6 Jaguarão, Pelotas, São Lorenço do Sul.

Região 8 Cambará do Sul, Lagoa Vermelha, São Francisco de Pau- la, Vacaria. Região 10 Campo Bom, Canela, Montenegro, Santo Antônio da Pa-

trula, São Leopoldo, Taquara.

Família CERATOPHRYIDAE Gênero Ceratophrys WIED, 1824

39 Ceratophrys varia WIED, 1824 Localidades assinaladas: (fig. 2) Região 4 Bagé.

Região 6 São Lourenço do Sul.

40 Ceratophrys ornata (BELL, 1843)

Localidades assinaladas: (fig. 2) Região 1 Rio Grande, Santa Vitória do Palmar

IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (56):121-146, 30 mar. 1980

Lista prévia dos anfíbios... 131

Gênero Proceratophrys MIRANDA- RIBEIRO, 1920

41 Proceratophrys bigibbosa (PETERS, 1872) Localidades assinaladas: (fig. 2) Região 8 Cambará do Sul.

42 Proceratophrys cristinae P. BRAUN, 1973 Localidades assinaladas: (fig. 2) Região 10 Arroio do Tigre, Canela, Nova Petrópolis.

Família LEPTODACTYLIDAE Gênero Odontophrynus REINHARDT & LUTKEN, 1862

43 Odontophrynus americanus (DUMERIL & BIBRON, 1841) Localidades assinaladas: (fig. 4)

Região 1 Osório, Praia da Cidreira, Rio Grande, Santa Vitória do Palmar, Torres, Tramandaí. Região 2 Alvorada, Cachoeirinha, Canoas, Gravataí, Guaíba, Por-

to Alegre, Santa Maria, Triunfo, Viamão.

Região 3 Boçoroca, São Luiz Gonzaga. Região 4 Bagé, Quaraí, “Santana do Livramento, Uruguaiana. Região 5 Caçapava do Sul.

Região 6 Jaguarão, Pelotas, São Lourenço do Sul.

Região 7 São Valentim.

Região 8 Cambará do Sul. “Região 9 Cruz Alta.

Região 10 Campo Bom, Canela, Montenegro, São Leopoldo.

Odontophrynus cultripes REINHARDT & LUTKEN, 1862 Localidade assinalada: (fig. 4)

Região 9 Passo Fundo (COCHRAN, 1954).

Gênero Cycloramphus TSCHUDI, 1838

Ex Es |

Género Crossodactylus DUMERIL & BIBRON, 1841

45 Cycloramphus asper WERNER, 1899 Localidades assinaladas: (fig. 4) Região 3 - São Borja.

46 Crossodactylus dispar A. LUTZ, 1925 Localidade assinalada: (fig. 4) Região 3 São Borja.

Gênero E/eutherodactylus DUMERIL & BIBRON, 1841

IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (56):121-146, 30 mar. 1980

132

BRAUN, P.C. & BRAUN, C.A.S.

47 Eleutherodactylus guentheri (STEINDACHNER, 1864) Localidades assinaladas: (fig. 4)

1 Torres.

Região 8 Cambará do Sul, São Francisco de Paula.

Região 10 Canela.

Região

Gênero Hy/odes FITZINGER, 1826

48 Hy/odes meridionalis (MERTENS, 1927) Localidades assinaladas: (fig. 4) Região 8 Cambará do Sul, São Francisco de Paula. Região 10 —- Canela, Gramado.

Região 11 Caxias do Sul.

Gênero Thoropa COPE, 1865

49 Thoropa miliaris (SPIX, 1824) Localidade assinalada: (fig. 8) Região 8 Cambará do Sul

Gênero Leptodactylus FITZINGER, 1826

50 Leptodactylus ocellatus ocellatus (LINNAEUS, 1758) Localidades assinaladas: (fig. 8)

Região Região Região Região Região Região Região Região

Região Região

Região

IHERINGIA, Sér

| ==

5 ==

Mostardas, Osório, Palmares, Praia da Cidreira, Praia de Atlântida, Rio Grande, Santa Vitória do Palmar, Torres, Tramandaí.

Alvorada, Cachoeirinha, Canoas, Gravataí, Guaíba, Por- to Alegre, Santa Cruz do Sul, Santa Maria, São Jerônimo, Triunfo, Viamão.

Boçoroca, Santo Antônio das Missões, São Luiz Gonzaga. Bagé, Quaraí, Santana do Livramento, São Gabriel, Uru. gualana.

Caçapava do Sul, Piratini.

6 Jaguarão, Pelotas, São Lourenço do Sul, Tapes.

Iraí, São Valentim, Tenente Portela.

Cambará do Sul, Lagoa Vermelha, São Francisco de Pau- la, Vacaria.

Cruz Alta, Passo Fundo. :

Campo Bom, Canela, Gramado, Montenegro, Nova Pe- trópolis, Novo Hamburgo, São Leopoldo, Taquara. Caxias do Sul.

. Zool., Porto Alegre (56):121-146, 30 mar. 1980

Lista prévia dos anfíbios... | 133

915

52

Leptodactylus fuscus (SCHNEIDER, 1799) Localidades assinaladas: (fig. 8)

Região 1 Torres.

Região 2 Porto Alegre, Santa Maria, Triunfo, Viamão.

Região 3 Boçoroca, Santo Antônio das Missões, São Borja, São Luiz Gonzaga.

Região 7 Iraí. Região 10 Montenegro.

Leptodactylus mystaceus (SPIX, 1824) Localidades assinaladas: (fig. 8) Região 2 Porto Alegre.

Região 10 Canela.

53 Leptodactylus gracilis gracilis (DUMÉRIL & BIBRON, 1841))

Localidades assinaladas: (fig. 8)

Região 1 Mostardas, Osório, Praia da Cidreira, Rio Grande, Santa Vitória do Palmar, Torres, Tramandaí.

Região 2 Alvorada, Cachoeirinha, Gravataí, Guaíba, Porto Alegre, Triunfo, Viamão.

Região 3 Boçoroca, Santo Antônio das Missões, São Luiz Gonzaga.

Região 4 Quaraí, Rosário do Sul.

Região 6 Pelotas, São Lourenço do Sul, Tapes.

Região 7 Iraí, São Valentim.

Região 8 Cambará do Sul, Lagoa Vermelha, São Francisco de Pau- la, Vacaria.

Região 9 Cruz Alta.

Região 10 Campo Bom, Montenegro, São Leopoldo, Taquara. Região 11 Caxias do Sul.

54 Leptodactylus mystacinus (BURMEISTER, 1861)

JS

Localidades assinaladas: (fig. 8)

Região 1 Torres.

Região 2 Guaíba, Porto Alegre, Santa Maria, Triunfo, Viamão. Região 4 Bagé, Quaraí, Santana do Livramento.

Região 6 Pelotas, São Lourenço do Sul h

Região 7 Iraí, São Valentim, Tenente Portela.

Região 8 São Francisco de Paula, Vacaria.

Região 10 Campo Bom, Estrela, Montenegro, Nova Petrópolis, São Leopoldo, Taquara. Região 11 Flores da Cunha.

Leptodactylus latinasus ESPADA, 1875 Localidades assinaladas: (fig. 8)

IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (56):121-146, 30 mar. 1980

134 Região Região

Região Região

Região Região Região Região

me

BRAUN, P.C. & BRAUN, C.A.S

Osório, Praia da Cidreira, Praia de Atlântida, Rio Gran- de, Torres, Tramandaí.

Cachoeira do Sul, Gravataí, Santa Cruz do Sul, Santa Ma- ria, São Jerônimo, Triunfo, Viamão.

Boçoroca, São Luiz Gonzaga.

Bagé, Quaraí, Santana do Livramento, São Gabriel, Uru- guaiana.

Cacapava do Sul.

6 Jaguarão, Pelotas, São Lourenço do Sul, Tapes.

(Sie VD

Cambará do Sul. Campo Bom, Candelária, Montenegro, Rolante, São Leo- poldo, Sapucaia do Sul, Taquara.

56 Leptodactylus geminus BARRIO, 1973 Localidade assinalada: (fig. 8) Região 7 Tenente Portela.

Gênero Limnomedusa COPE, 1866

57 Limnomedusa: macroglossa (DUMERIL & BIBRON, 1841) Localidades assinaladas: (fig. 2)

Região Região Região Região Região Região Região Região

ji == Du 9 == ut Pe gr Lore Lu

Torres.

Santa Maria.

Boçoroca, Santo Antônio das Missões, São Luiz Gonzaga. Bagé, Quaraí, Santana do Livramento, São Gabriel. Iraí, Tenente Portela.

Bom Jesus, São Francisco de Paula, Vacaria.

Arroio do Tigre.

Caxias do Sul, Veranópolis.

Gênero Physalaemus FITZINGER, 1826 -

58 Physalaemus cuvieri FITZINGER, 1826 Localidades assinaladas: (fig. 4)

Região

Região

Região Região Região Região

1 =

2 ==

Sd ==

ee ee gu

Osório, Praia da Cidreira, Rio Grande, Torres, Traman- daí.

Alvorada, Cachoeirinha, Canoas, Gravataí, Guaíba, Por- to Alegre, Santa Cruz do Sul, Santa Maria, Triunfo, Via- mão.

Boçoroca, Santo Antônio das Missões, São Borja, São Luiz Gonzaga.

Caçapava do Sul.

Iraí, São Valentim, Tenente Portela.

Bom Jesus, Cambará do Sul, Lagoa Vermelha, São Fran-

IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (56):121-146, 30 mar. 1980

Lista prévia dos anfíbios... 135

I

60

À cisco de Paula, Vacaria.

Região 9 Cruz Alta.

Região 10 Campo Bom, Canela, Gramado, Estrela, Montenegro, Nova Petrópolis, São Leopoldo, São Sebastião do Caí, Sa- pucaia do Sul, Taquara.

Região 11 Caxias do Sul.

Physalaemus biligonigerus (COPE, 1860) Localidades assinaladas: (fig. 4)

Região 1 Osório, Praia da Cidreira, Praia de Atlântida, Torres.

Região 2 Gravataí, Guaíba, Porto Alegre, Santa Maria, Triunfo, Viamão.

Região 3 Boçoroca, Santo Antônio das Missões, São Borja, São Luiz Gonzaga.

Região 4 Quaraí.

Região 5 Caçapava do Sul.

Região 6 Jaguarão, São Lourenço do Sul, Tapes.

Região 10 Campo Bom, Montenegro, Nova Petrópolis, São Leopol- do, Sapiranga.

Physalaemus henseli (PETERS, 1870) Localidades assinaladas: (fig. 4)

Região 1 Osório, Praia da Cidreira, Rio Grande, Santa Vitória do Palmar, São José do Norte, Torres, Tramandaí. Região 2 Alvorada, Canoas, Gravataí, Guaíba, Porto Alegre, Santa Cruz do Sul, Triunfo, Viamão. “Região 3 Boçoroca, Santo Antônio das Missões, São Luiz Gonzaga. Região 4 Bagé, Quaraí, Santana do Livramento.

61

Região 5 Caçapava do Sul.

Região 6 Pelotas.

Região 8 Bom Jesus, Cambará do Sul, Lagoa Vermelha, São Fran- cisco de Paula, Vacaria.

Região 9 Cruz Alta.

Região 10 Canela, Gramado, Montenegro, Nova Petrópolis, Santo Antônio da Patrulha, São Leopoldo.

Região 11 Caxias do Sul.

Physalaemus gracilis (BOULENGER, 1883) Localidades assinaladas: (fig. 4)

Região 1 Mostardas, Osório, Praia da Cidreira, Rio Grande, Santa Vitória do Palmar, São José do Norte, Torres, Tramandaí.

Região 2 Alvorada, Cachoeirinha, Canoas, Gravataí, Guaíba, Por- to Alegre, Santa Cruz do Sul, Triunfo, Viamão.

Região 3 Boçoroca, Santo Ângelo, Santo Antônio das Missões, São

IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (56):121-146, 30 mar. 1980

136 BRAUN, P.C. & BRAUN, C.A.S. I 2 ERBEN NEN

Luiz Gonzaga.

Região 4 Bagé.

Região 5 Caçapava do Sul.

Região 6 Pelotas, Tapes.

Região 7 Iraí, São Valentim, Tenente Portela.

Região 8 Bom Jesus, Cambará do Sul, Esmeralda, São Francisco de Paula, Vacaria.

Região 9 Cruz Alta, Passo Fundo.

Região 10 Campo Bom, Canela, Estrela, Gramado, Montenegro, Nova Petrópolis, Novo Hamburgo, São Leopoldo, São Se- bastião do Caí, Sapiranga, Sapucaia do Sul, Taquara.

Região 11 Caxias do Sul.

62 Physalaemus riograndensis MILSTEAD, 1960 Localidades assinaladas: (fig. 4) Região 1 Osório, Torres.

63 Physalaemus lisei P. BRAUN & C. BRAUN, 1977 Localidades assinaladas: (fig. 4) Região 2 Triunfo. Região 7 São Valentim. Região 8 São Francisco de Paula. Região 10 Canela, Gramado, Nova Petrópolis, São Leopoldo.

Gênero P/eurodema TSCHUDI;.1838

64 Pleurodema bibronia TSCHUDI, 1838 Localidades assinaladas: (fig. 4) Região 1 Praia da Cidreira. Região 8 —- Bom Jesus, Cambará do Sul, São Francisco de Paula, Va- caria. Região 10 Nova Petrópolis. Região 11 Farroupilha.

Gênero Pseudopaludicola MIRANDA-RIBEIRO, 1926

65 Psreudopaludicola falcıpes (HENSEL, 1867) Localidades assinaladas: (fig. 8) Região 1 Mostardas, Osório, Praia da Cidreira, Praia de Atlântida, Rio Grande, Santa Vitória do Palmar, Torres, Tramandaí. Região 2 Alvorada, Cachoeira do Sul, Cachoeirinha, Canoas, Gra- vataí, Guaíba, Porto Alegre, Santa Cruz do Sul, Santa Maria, São Jerônimo, Triunfo, Viamão.

IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (56):121-146, 30 mar. 1980

Lista prévia dos anfíbios... 137

Região 3 Boçoroca, Santo Antônio das Missões, São Borja, São Luiz Gonzaga. Região 4 Bagé, Quaraí, Rosário do Sul, Santana do Livramento,

São Gabriel, Uruguaiana. Região 5 Caçapava do Sul. Região 6 Jaguarão, Pelotas, São Lourenço do Sul, Tapes.

Região 8 Lagoa Vermelha, São Francisco de Paula, Vacaria. Região 9 Cruz Alta, Passo Fundo. Região 10 Campo Bom, Canela, Gramado, Montenegro, Nova Pe-

trópolis, Novo Hamburgo, Santo Antônio da Patrulha, São Leopoldo, Taquara.

COMENTÁRIOS FINAIS

Foram constatadas para o Rio Grande do Sul, até o momento, 8 famílias, 24 gêneros e 65 espécies e subespécies. Apenas 2 famílias, 2 gêneros e 3 espé- cies, pertencem à ordem Gymnophiona. Às outras 6 famílias, 22 gêneros e 62 espécies e subespécies, fazem parte da ordem Anura.

A distribuição geográfica do material examinado confirma uma zona de influência subtropical ao norte, com entrada de fauna oriunda de Santa Catari- na, São Paulo e Rio de Janeiro. Isto é indicado pela presença de Hy/a flavogut- tata, Aplastodiscus perviridis e Dendrophryniscus brevipollicatus, entre outros. A sudeste, centro e sul, uma zona própria que se prolonga em direção ao Uruguai e Argentina, de extensão não bem delimitada. A sudoeste e oeste, uma zona de penetração de fauna provinda do noroeste do Uruguai e nordeste da Argentina, ainda pouco estudada. Assim, temos do sudoeste a entrada de Bufo paracnemis, e do oeste a profunda penetração de Bufo granulosus fernan- dezae atingindo a Encosta Inferior do Nordeste do Rio Grande do Sul, bem co- mo a presença de Leprodactylus geminus na região do Alto Uruguai.

AGRADECIMENTOS

Agradecemos ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (FAPERGS), respectivamente pelas bolsas e pelo auxílio concedidos e que contribuiram, em parte, para a concretização deste tra- balho; ao Naturalista Prof. Dr. Thales de Lema, pioneiro no colecionamento e estudo sistemático dos anfíbios do Rio Grande do Sul, cujo esforço de muitos anos serviu como ponto de partida para os trabalhos que vimos desenvolvendo e especialmente para elaboração desta lista prévia; aos cole- gas do Museu de Ciências Naturais, mormente os do Núcleo de Vertebrados, pela colaboração pres- tada na coleta de espécimes.

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IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (56):121-146, 30 mar. 1980

Lista prévia dos anfíbios...

4

1 - LITORAL 2 - DEPRESSÃO CENTRAL

3 - MISSÕES

4 - CAMPANHA

5 - SERRA DO SUDESTE

6 - ENCOSTA DO SUDESTE

7 - ALTO URUGUAI

8 - CAMPOS DE CIMA DA SERRA

9 - PLANALTO MÉDIO

10- ENCOSTA INFERIOR DO NORDESTE 11- ENCOSTA SUPERIOR DO NORDESTE

CHTHONERPETON INDISTINC SIPHONOPS ANNULATUS SIPHONOPS PAULENSIS

CERATOPHRYS VARIA dA CERATOPHRYS ORNATA E PROCERATOPHRYS BIGIBBOSA ) PROCERATOPHRYS CRISTINAE

Booou>se

LIMNOMEDUSA MACROGLOSSA

143

Fig. 2-8: Mapas indicativos da distribuição das diversas espécies e subespécies de anfíbios

ocorrentes no Estado do Rio Grande do Sul, Brasil.

IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (56):121-146, 30 mar. 1980

144 BRAUN, P.C. & BRAUN, C.A.S.

@ BUFO ICTERICUS ICTERICUS

© BUFO GRANULOSUS DORBIGNYI E BUFO ARENARUM ARENARUM

BUFO PARACNEMIS A BUFO GRANULOSUS FERNANDEZAE A BUFO CRUCIFER HENSELI DENDROPHRYNISCUS BREVIPOLLICATUS

O ODONTOPHRYNUS AMERICA

O ODONTOPHRYNUS CULTRIPES E CYCLORAMPHUS ASPER

E] CROSSODACTYLUS DISPAR

A ELEUTHERODACTYLUS GUENTHERI

/A HYLODES MERIDIONALIS

O PHYSALAEMUS CUVI ERI

[E PHYSALAEMUS BILIGONIGERUS : FIG. 4

AA PHYSALAEMUS HENSELI [=] PHYSALAEMUS RIOGRANDENSIS & PHYSALAEMUS GRACILIS ® PLEURODEMA BIBRONII

IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (56):121-146, 30 mar. 1980

Lista prévia dos anfíbios... 145

FLAVOGUTTATA FUSCOVARIA FABER CIRCUNDATA MARGINATA SEMIGUTTATA BISCHOFFI BISCHOFFI Hayıı LEPTOLNEATA

O MELANOPHRYNISE © MELANOPHRYNISCUS STELZNERI ATROLUTEUS E MELANOPHRYNISCUS STELZNERI DORSALIS à MELANOPHRYNISCUS MACROGRANULO! (E MELANOPHRYNISCUS CAMBARAENSIS O PHRYNOHYAS MESOPHAEA

& APLASTODISCUS* PERVIRIDIS

A PHYLLOMEDUSA IHERINGII

(d ELACHISTOCLEIS BICOLOR

O PHYSALAEMUS LISEI

IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (56):121-146, 30 mar. 1980

146 BRAUN, P.C. & BRAUN, C.A.S.

O HYLA PULCHELLA PULCHELLA

SQUALIROSTRIS ERINGIOPHILA

© HYLA E HYLA

RUBRA ALTERA

O HYLA ALHYLA CATHARINAE CATHARINAE

/NHYLA BERTHAE MINUTA SANBORNI

A HYLA O HYLA

O LYSAPSUS MANTIDACTYA © THOROPA MILIARIS

E LEPTODACTYLUS OCELLATUS OCELNA ©) LEPTODACTYLUS FUSCUS

/A LEPTODACTYLUS MYSTACEUS

A LEPTODACTYLUS GRACILIS GRACILIS LEPTODACTYLUS MYSTACINUS M LEPTODACTYLUS LATINASUS A LEPTODACTYLUS GEMINUS ® PSEUDOPALUDICOLA FALCIPES

IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (56):121-146, 30 mar. 1980

IHERINGIA é o periódico de divulgação de trabalhos científicos inéditos do Museu de Ciências Naturais, Jardim Botânico e Parque Zoológico da FZB. É publicado em quatro séries: BOTÂNICA, ZOOLOGIA, ANTROPOLIGIA e GEOLOGIA.

Cada série é editada em fascículos com numeração corrida independente, podendo conter um ou mais artigos.

O periódico em seu todo ou cada uma das séries individualmente é distribuído a Instituições congêneres em regime de permuta. Me- diante entendimento prévio pode também ser enviado a cientistas e demais interessados.

IHERINGIA is the official scientific periodical of the “Museu de Ciências Naturais”. Its aim is the publishing of reports elaborated by the scientific staff of the three joining Instituts of “Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul”, the Museum of Natural Sciences, the Botanical Garden and the Zoological Park.

Articles from other national and foreign Institutions researchers may be accepted. Emphasis is given to articles dealing with the flora, the fauna and the natural resourses of Rio Grande do Sul State.

IHERINGIA is issued in four series, Botany, Zoology, Anthropology and Geology. Each series is issued in fascicles consecutively numbered and may contain one or more articles.

IHERINGIA as a whole or as a separate series, is distribuited to similar scientific Institution on an exchanging basis and may also be a available to scientists and other interested parties on previours arrangements.

RECOMENDAÇÕES AOS AUTORES:

1. Os manuscritos devem ser encaminhados ao Editor, através de ofício, podendo ser aceitos a critério da Comissão Redatorial, fican- do sua publicação condicionada a autorização do Diretor-Superintendente da FZB.

2. _ Terão prioridade os artigos dos pesquisadores do Museu de Ciências Naturais, Jardim Botânico e Parque Zoológico da FZB. A juí- zo, podem ser aceitos artigos de pesquisadores de Instituições nacionais ou estrangeiras cujas investigações versem preferencial- mente sobre assuntos relacionados à flora, à fauna e os recursos naturais do Rio Grande do Sul.

3. Osartigos em língua portuguesa devem ter um resumo em língua estrangeira e os em língua estrangeira (alemão, inglês, espanhol, italiano e latim) devem ter, obrigatoriamente um resumo em português.

4. Os originais devem ser apresentados em 2 vias datilografadas em espaço dois, com margens mínimas de 2 cm, sem emendas, em papel branco (tamanho oficial A-4:21 x 29,7 cm), utilizando-se um lado da folha,

5. Todas as folhas devem ser numeradas na margem superior direita, com numeração corrida e rubricadas pelo autor ou ao menos por um dos autores.

6. Os nomes científicos de gênero e dos “'taxa"” infragenéricos deverão ser sublinhados com um traço ondulado.

7. | Otítulo geral do trabalho, o nome do autor, os eventuais subtítulos bem como as palavras latinas ou gregas usadas no texto devem ser sublinhados com um traço reto.

8. Os nomes de autores citados no trabalho, inclusive os constantes das referências bibliográficas (bibliografia consultada) devem ser éscritos com letras MAIÚSCULAS.

9. As referências bibliográficas deverão estar dispostas em ordem alfabética e cronológica, dentro das normas da NB-66 da ABNT,

salvo a indicação do ano de publicação que deverá seguir o nome do autor, obedecendo a seguinte ordem de elementos:

a) Para artigos de periódicos: sobrenomes do autor seguido das iniciais do(s) prenome(s), ano do trabalho, título do trabalho, nome do periödico (sublinhado com um traço reto e abreviado de acordo com o “World List of Scientific Periodicals"") local, volume (em algarismos arábicos e sublinhados), número ou fascículo (entre parênteses) seguido de dois pontos, página inicial e final.

Ex.: FRENGUELLI, J. 1925. Diatomeas de los arroyos del Durazno y en las Brusquitas em los arredores de Miramar. Physis, Buenos Aires, 8(29):19-79.set.2 est.

b) Para livros: sobrenome do autor seguido das iniciais do(s) prenome(s), ano da edição, títulos do livro (sublinhado com um traço reto), edição (em números arábicos, seguido de ponto e da abreviatura do idioma da edição), local, editora, número de páginas (seguidas de p.), número de volumes (seguido de v.) ou então páginas consultadas ou número do volume consuitado (precedidos de p. e v. respectivamente).

Ex.: SANTOS, E. 1952. Da ema ao beija-flor, 2.ed. rev. ampl. Rio de Janeiro, F. Briguiet, 335p.

10. Desenhos, fotos, mapas e gráficos devem ser citados como fig., com numeração corrida, em algarismos arábicos. O editor distri- buirá as figuras do modo mais econômico, sem prejudicar sua apresentação, respeitando tanto quanto possível as indicações do au- tor.

11. Todas as tabelas e figuras devem ter título claro, conciso e, se necessário, com explicações breves que possibilitem seu entendimen- to sem consultas ao texto. Este título, bem como as legendas, se houver, devem vir em folhas a parte.

i2. | Os desenhos gráficos e mapas devem ser feitos a nanquim preto, preferencialmente em papel vegetal e as fotografias nos tamanhos

que permitam a redução para o máximo de 17cm x 1lcm. As ilustrações a cores devem ser combinadas previamente e seu custo fi- ca a cargo do autor.

13. Osartigos, sempre que possível, devem compreender os seguintes tópicos: Título; Nome do autor(es); Referências do artigo (data de aceitação para publicação, etc) e do autor (local de trabalho e endereço); Resumo (conforme item 3); Introdução; Material e Métodos, Resultados e/ou Discussão: Conclusões; Agradecimentos; Bibliografia Consultada ou Referências Bibliográficas.

14. A correção das provas tipográficas será, sempre que possível, de responsabilidade do autor. 15. Seräo fornecidas gratuitamente 100 separatas de cada artigo, independentemente do número de autores. Maior número de separatas poderá ser fornecido mediante prévio ajuste, devendo o pedido ser feito na ocasião da entrega dos originais.

Prof. Dr. Arno Antonio Lise

EDITOR ENDEREÇO PARA CORRESPONDÊNCIA ENDEREÇO PARA PERMUTA (Mailing Address) (Address for exchange) Museu de Ciências Naturais Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul Caixa Postal 1188 Biblioteca 90.000 Porto Alegre, RS Caixa Postal 1188 Brasil 90.000 Porto Alegre, RS Brasil

COMISSÃO REDATORIAL Thales de Lema Hilda Alice de Oliveira Sastal Moema Leitão de Araujo. Inga L. Veitenheimer Mendes Maria E. Lanzer de Souza

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